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101 hemogramas - completo rev1.

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2018
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº 9.610, de
19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer parte deste livro, no
todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, gravação, fotocópia ou outros),
essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às suas características gráficas, sem
permissão expressa da Editora.

Título | 101 Hemogramas: Desafios Clínicos para o Médico


Editor | Leandro Lima
Projeto gráfico | Felipe Cerqueira Xavier
Editoração | Carla Piaggio, Thalita Amorim
Capa | Rafael Bacellar
Revisor Ortográfico | Aline Duarte Gomes
Conselho Editorial | Caio Vinicius Menezes Nunes
Paulo Costa Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Sheila de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva

C397 101 hemogramas : desafios clínicos para o médico / Ana Flávia


de Holanda Veloso ... [et al.], autores ; Herivaldo Ferreira da Silva,
coordenador. – Salvador : SANAR, 2018.
260 p. : il. ; 16x23 cm.
ISBN 978-85-5462-015-8

1. Hemograma. 2. Sangue - Exame. 3. Sangue - Doenças - Diagnóstico.
4. Estudo de caso. I. Veloso, Ana Flávia de Holanda. II. Silva, Herivaldo
Ferreira da, coord. III. Título: Desafios clínicos para o médico.
CDU: 616.15-076

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Elaboração: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513

Editora Sanar Ltda.


Av. Prof. Magalhães Neto, 1856 - Pituba,
Cond. Ed. TK Tower, sl. 1403.
CEP: 41810-012 - Salvador - BA
Telefone: 71.3497-7689
atendimento@editorasanar.com.br
www.editorasanar.com.br

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Autores
Herivaldo Ferreira da Silva (Autor-coordenador)
Doutor em Hematologia pela Universidade de Sāo Paulo. Professor de Semiolo-
gia e de Hematologia do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Cea-
rá. Preceptor do Internato e da Residência Médica do Hospital Geral César Cals
de Oliveira. Médico do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Walter
Cantídio. Médico hematologista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do
Estado do Ceará.

Ana Flávia de Holanda Veloso


Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Danielle Souza Carvalho Maciel


Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Deivide de Sousa Oliveira


Médico graduado pela Universidade Estadual do Ceará. Residência de Clínica Mé-
dica do Hospital Geral César Cals de Oliveira.

Felipe Guedes Bezerra


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Filipe Marques de Oliveira


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Francisco Eliézio Tomaz Filho


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Gabriel Pinheiro Martins de Almeida e Souza


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

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Gisele Nogueira Bezerra
Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Jéssica Bezerra Custódio


Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Matheus Martins de Sousa Dias


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Melissa Lou Fagundes de Deus e Silva


Graduanda do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Paulo Esrom Moreira Catarina


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Paulo Reges Oliveira Lima


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Rafaell da Silva Lima


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

Saymon Medeiros Távora


Graduando do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará. Membro
da Liga de Oncologia e Hematologia da Uece.

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Dedico este livro à minha família, em especial
a minhas duas filhas Raíssa e Ivna, espero que
esta minha conquista seja um exemplo para suas
vidas futuramente. Além de agradecer aos meus
amigos sempre presentes e ao Prof. Dr. José Mu-
rilo de Carvalho Martins pelo início da minha for-
mação em Hematologia.

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Prefácio
Existem poucos livros sobre a abordagem clínica do hemograma, e esse as-
sunto não é devidamente discutido na graduação. Durante o internato e a resi-
dência médica, várias gerações entram em diversos serviços hospitalares com as
mesmas dificuldades na interpretação clínica do hemograma e ainda com muitos
dos vícios da graduação: anemia microcítica é sinônimo de carência de ferro; ma-
crocítica é carência de B12 ou de folato ou dos dois; leucocitose ou é curada por
algum antibiótico ou é uma leucemia; eosinofilia é igual à alergia ou a alguma pa-
rasitose; plaquetopenia é indicação de corticoterapia; pancitopenia é indicação
irrevogável de mielograma e, às vezes, até biópsia de medula óssea; dependendo
do seu valor, citopenias indicam inquestionável suporte hemoterápico. Anemia,
leucocitose, eosinofilia, plaquetopenia e pancitopenia não são doenças, mas sim
síndromes clínicas, guardiãs de numerosos diagnósticos!
Muitos médicos creem que a história clínica e os exames simples tornaram-se
obsoletos pela revolução dos exames de ponta em imunologia, em citogenética, em
biologia molecular e em radiologia. A verdade é que, mesmo com o avanço expo-
nencial da Medicina, a arte do diagnóstico mantém-se a mesma desde tempos ime-
moriais. Os autores deste livro almejam que o leitor saiba aliar a história clínica de-
talhada com as vantagens que a interpretação do hemograma pode proporcionar.
Em julho de 2015, a fase final da confecção desta obra se iniciou no Campus
Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), a partir da realização de um
evento denominado “Interpretação Clínica do Hemograma” junto com a Liga e
com outros profissionais da área médica. A partir daí, foram estudados 98 casos
reais oriundos de pacientes do Hospital Geral Dr. César Cals de Oliveira, do Hos-
pital Universitário Walter Cantídio e do Centro de Hematologia e Hemoterapia do
Estado do Ceará, aos quais você terá acesso nas próximas páginas.
No transcorrer de um ano, vi a evolução de meus alunos colaboradores na
abordagem dos casos aqui relacionados, e você, caro leitor, também poderá
desfrutar dessa experiência ao ler o livro. Espero que, no final da última página,
qualquer leitor seja capaz de perceber o quão mágico e inspirador pode ser se
deparar com todas as possibilidades que um simples hemograma pode ensejar.
Desenvolver este material não seria possível sem a colaboração de todos.
Uma boa leitura!
Herivaldo Ferreira da Silva
Doutor em Hematologia pela Universidade de Sāo Paulo
Professor de Semiologia e de Hematologia do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará
Preceptor do Internato e da Residência Médica do Hospital Geral César Cals de Oliveira
Médico do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio
Médico hematologista do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Ceará

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Carta aos leitores
A Liga de Oncologia e Hematologia da UECE (LOUECE) foi fundada em 2005
com o nome Liga de Oncologia da UECE. A Liga Acadêmica desenvolvia ativi-
dades de ensino, pesquisa e extensão na rede pública hospitalar do Estado do
Ceará com enfoque oncológico, tendo o Campus do Itaperi e o Hospital Dr. Ha-
roldo Juaçaba como seus locais de encontro e de prática. Teve como primeiro
orientador o Professor Dr. Antônio Wilson Vasconcelos, patologista e professor
da UECE, que, infelizmente, veio a falecer em 2015, deixando eternas lembran-
ças para todos os seus alunos do Curso de Medicina e, principalmente, para os
membros da LOUECE.
Como os propósitos da vida são imponderáveis, a Liga Acadêmica buscou
uma nova engrenagem para suas atividades, tendo surgido o nome do professor
Dr. Herivaldo Ferreira da Silva. A ideia se concretizou quando o hematologista
aceitou o convite para ser o novo orientador das atividades desenvolvidas. O
professor Herivaldo sempre foi reconhecido no curso de Medicina pela sua de-
dicação inconteste à aprendizagem de seus alunos e pelo cuidado minucioso
com seus pacientes, não havendo nome que melhor se encaixasse ao perfil de
protagonista da Liga.
Urgia a necessidade de ampliar a temática da hematologia nas diretrizes de
nossos estudos. Houve, assim, várias mudanças nesse período de transição, a
começar pelo nome do projeto, que passou a ser Liga de Oncologia e Hemato-
logia da UECE. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE),
bem como o Hospital Dr. Haroldo Juaçaba, passaram a ser núcleos de práticas
e estágio dos ligantes.
No início do ano de 2015, o professor Herivaldo propôs o grande desafio de
escrever um livro de interpretação clínica do hemograma para acadêmicos e
médicos. À época, os ligantes não poderiam imaginar o quanto esse projeto se-
ria engrandecedor para a formação acadêmica de cada membro, assim como
a magnitude do trabalho que seria demandada para todos. De fato, o livro não
surgiu do trabalho individual dos membros da Liga escrevendo um número li-
mitado de casos clínicos. Relatos verídicos foram selecionados, escritos, reela-
borados e incrementados com a presença do Dr. Herivaldo e dos ligantes por
extensos e múltiplos encontros durante o período de um ano de confecção.
A verdade é que alunos dos mais variados semestres do curso puderam con-
tribuir com a construção desta obra. A LOUECE se orgulha deste trabalho, rati-
ficando que esses casos ficarão guardados para sempre nos corações daqueles

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que tiveram a oportunidade de vivenciá-los. Assim como nós, esperamos que
você, leitor, possa desfrutar dos conhecimentos que a interpretação atenta do
hemograma pode propiciar ao médico.

Liga de Oncologia e Hematologia da UECE

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Sobre a leitura deste livro
O hemograma é decerto o exame laboratorial mais solicitado pelos médicos.
Nesse momento, muitos pacientes estão colhendo uma alíquota de seu san-
gue para processamento e posterior interpretação dos valores hematimétricos.
Diante do resultado, muitos médicos atentam para as variáveis e almejam obter
alguma informação que direcione o diagnóstico ou que explique a sintomato-
logia do paciente. A interpretação daqueles valores nem sempre é tão simples
ou tão reveladora, mas pode ajudar a iluminar o caminho para o diagnóstico
definitivo.
Na maioria das vezes, as ferramentas para o jovem médico acessar as possi-
bilidades ditadas pelo hemograma não são ensinadas nos cursos de Medicina.
Deparamo-nos com o exame, tendo de retirar dele informações, apesar de não
sabermos sempre a maneira adequada de enxergá-lo e como as suas variáveis
funcionam.
Como a própria Medicina, ler um hemograma exige técnica e arte. Na verdade,
existe quase uma magia profética nesse ato, algo parecido com a quiromancia.
Os dados da história clínica e do exame físico nos direcionam para as probabili-
dades principais, as quais podem ser refutadas, confirmadas ou não explicadas
por esse exame.
O livro se propõe a expor casos desafiadores nos quais o diagnóstico pode
ser acessado pela interpretação conjunta dos dados da história do paciente e
da correta leitura do hemograma. Dividiram-se os casos em cinco níveis de difi-
culdade, os quais vão necessitar, cada vez mais, de conhecimento das Ciências
Básicas, da Semiologia, da Farmacologia e da Clínica Médica.
Ao final de cada desafio, haverá um conjunto de perguntas que se propõem
a aguçar o raciocínio clínico e a perspicácia do aprendiz em Medicina. Ao final
do livro, estarão as respostas dos desafios. A explicação da evolução do caso e
de fatos médicos a ele relacionados faz que cada hemograma apresentado se
torne uma pequena lição de Clínica Médica.
Os títulos de cada desafio se propõem a dar dicas a respeito dos casos. Alguns
podem soar estranhos e jocosos, mas a intenção é aguçar a perspicácia e a in-
tuição do leitor.

Deivide de Sousa Oliveira


Graduado em Medicina pela Universidade Estadual do Ceará
Residência em Clínica Médica do Hospital Geral César Cals de Oliveira

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Hemograma Referência
Eritrograma
Hemácias H: 4,5 – 6,5 / M: 4,0 – 5,0 milhões/mm³
Hemoglobina H: 13 – 18 / M: 12 – 15,5 g/L

Hematócrito H: 40 – 54 / M: 36 – 45 %
VCM 80 – 98 fL

HCM 27 – 32 pg
CHCM 32 – 36 g/dL

RDW 11 – 15 %

Leucograma
% /mm³
Leucócitos 4000 – 10000
Neutrófilos 40 – 75 1600 – 7500
Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0–1 0 – 100


Bastões 0–5 0 – 500
Segmentados 40 – 75 1600 – 7500
Eosinófilos 1–5 40 – 500
Basófilos 0–2 0 – 200
Linfócitos 25 – 45 1000 – 4500
Monócitos 2 – 10 80 – 1000
Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 150000 - 450000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
0,5 – 1,5 25000 – 75000

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Siglas Usadas
AHAI Anemia hemolítica autoimune EDTA Ácido etilenodiamino tetraacético
AHMA Anemia hemolítica EGD Esofagogastroduodenoscopia
microangiopática
ALIP Atypical localization of immature FA Fosfatase alcalina
progenitor cells
ALT Alanina aminotransferase FAN Fator antinuclear
ANA Anticorpo antinuclear FR Fator reumatoide
Anti-CCP Antipeptídeo citrulinado cítrico GGT Gamaglutamiltransferase
AR Artrite reumatoide H Valor de referência para homens
AST Aspartato aminotransferase HAS Hipertensão arterial sistêmica
AVC Acidente vascular cerebral HbS Hemoglobina S
AVCI Acidente vascular cerebral HCM Hemoglobina corpuscular média
isquêmico
BMO Biópsia de medula óssea HCV Vírus da hepatite C

CHCM Concentraçāo de hemoglobina HELLP Hemolysis, elevated liver enzyme


corpuscular média levels, and low platelet levels
CKMB Isoenzima MB da creatina quinase HPB Hiperplasia prostática benigna
CMV Citomegalovírus HPLC High performance liquid
chromatography
CREST Calcinose, fenômeno de Raynaud, HPN Hemoglobinúria paroxística
esofagopatia, esclerodactilia e noturna
telangiectasias
CTD Ciclofosfamida, talidomida, HTLV Vírus T-linfotrópico humano
dexametasona
DMARD Disease-modifying antirheumatic IAM Infarto agudo do miocárdio
drugs
DPOC Doença pulmonar obstrutiva ICC Insuficiência cardíaca congestiva
crônica
DRESS Drug rash/reaction with IgG Imunoglobulina G
eosinophilia and systemic symptons
EBV Epstein-Barr virus IgM Imunoglobulina M
ECG Eletrocardiograma LDH Lactato desidrogenase
ECO Ecocardiograma LES Lupus eritematoso sistêmico

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LLC Leucemia linfocítica crônica SIDA Síndrome da imunideficiênica
adquirida
LRA Lesão renal aguda SMD Síndrome mielodisplásica
M Valor de referência para mulheres SNC Sistema nervoso central
MAT Microangiopatia trombótica TARV Terapia antirretroviral
MMA Metaplasia mieloide agnogênica TC Tomografia computadorizada
MMII Membros inferiores TCAR Tomografia computadorizada de
alta resolução
MMSS Membros superiores TEP Tromboembolismo pulmonar
MO Medula óssea TGI Trato gastrointestinal
MV Murmúrio vesicular THBD Trombomodulina
PA Pressão arterial TMO Transplante de medula óssea
PCR Proteína C reativa TP Tempo de protrombina
PFC Plasma fresco congelado TSH Hormônio estimulador da tireoide
PI Plaquetopenia imune UBS Unidade Básica de Saúde
PSA Prostate-specific antigen UPA Unidade de Pronto Atendimento
PSF Programa de Saúde da Família USG Ultrassonografia
PTI Púrpura trombocitopênica imune UTI Unidade de Terapia Intensiva
PTT Púrpura trombocitopênica VCD Bortezomibe, ciclofosfamida,
trombótica dexametasona
RCD Rebordo costal direito VCM Volume corpuscular médio
RCE Rebordo costal esquerdo VDRL Venereal Disease Research
Laboratory
RDW Índice de anisocitose VHS Velocidade de
hemossedimentação
RNA Ácido ribonucleico VNI Ventilação não invasiva
SHU Síndrome hemolpitica urêmica VR Valor de referência

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Sumário

Prefácio_______________________________________________________ 9
Carta aos leitores______________________________________________ 11
Sobre a leitura deste livro________________________________________ 13
Hemograma Referência_________________________________________ 15
Siglas Usadas__________________________________________________ 17

01 O mal do interno___________________________________________ _ 24

02 Do corte às plaquetas________________________________________ 26

03 Três vacinas para três sinais___________________________________ 28

04 O estranho caso do Sr. Addison Biermer_________________________ 30

05 Algo a sempre se pensar______________________________________ 32

06 Águas paradas não movem moinhos____________________________ 34

07 Entre perdas e ganhos________________________________________ 36

08 Megadieta_________________________________________________ 38

09 Idosa dengosa______________________________________________ 40

10 Tem infecção?_______________________________________________ 42

11 Foi-se o tempo_______________________________________________ 44

12 Artralgia não reumatológica___________________________________ 46

13 Um jovem carente___________________________________________ 48

14 Cinderela do abdome_________________________________________ 50

15 Uma família premiada________________________________________ 52

16 Da Geriatria à Hematologia____________________________________ 54

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17 Cadê minha virose?__________________________________________ 56

18 Perna ansiosa_______________________________________________ 58

19 Assim como o vinho__________________________________________ 60

20 As horas de ouro____________________________________________ 62

21 Quanto mais alto, maior a queda_______________________________ 64

22 Anemia da ginecologista_____________________________________ _ 66

23 Aranhas gástricas____________________________________________ 68

24 Típica atipia________________________________________________ 70

25 Dias febris__________________________________________________ 72

26 As mil e uma hemoglobinas___________________________________ 74

27 α ou β?____________________________________________________ 76

28 Escleras azuis, sangue pálido__________________________________ 78

29 Palidez à portuguesa_________________________________________ 80

30 Olhar suspeito______________________________________________ 82

31 Efeito borboleta_____________________________________________ 84

32 A vegana engana____________________________________________ 86

33 Sem delongas______________________________________________ 88

34 Time reserva_______________________________________________ 90

35 Linfocitose na terceira idade___________________________________ 92

36 Preste atenção na prescrição__________________________________ 94

37 Calazar ou não calazar? Eis a questão!___________________________ 96

38 Te inibe!___________________________________________________ 98

39 As sete perdas_____________________________________________ 100

40 A valva esquisita___________________________________________ 102

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41 Eliminando infecção________________________________________ 104

42 Nem de nenos, nem “DMARD”________________________________ 106

43 Nos menores frascos, os piores venenos________________________ 108

44 Picacismo_________________________________________________ 110

45 Trama plaquetária__________________________________________ 112

46 Púrpura anêmica___________________________________________ 114

47 Entre gastrites e quedas_____________________________________ 116

48 Invasores siderais__________________________________________ 118

49 A nociva rebelde___________________________________________ 120

50 Caso alfa__________________________________________________ 122

51 O triunvirato_______________________________________________ 124

52 Como diria Hobbes_________________________________________ 126

53 Fantástica hemólise_________________________________________ 128

54 “Dengue” esquisita_________________________________________ 130

55 Vestido escarlate___________________________________________ 132

56 Sangue lento______________________________________________ 134

57 Um prurido não clássico_____________________________________ 136

58 Faça o seu julgamento_______________________________________ 138

59 Uma ligação com a infecto___________________________________ 142

60 Basta estar no Ceará________________________________________ 144

61 Jovem tensão______________________________________________ 146

62 Parece, mas não é!__________________________________________ 148

63 Uma bagagem febril________________________________________ 150

64 Sopa de aveia_____________________________________________ 154

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65 Chagas aberto, coração “Ferrido”______________________________ 156

66 Oceano de plaquetas________________________________________ 158

67 Hemorragia multinacional___________________________________ 160

68 Maquinaria da dor__________________________________________ 162

69 RO-HO___________________________________________________ 164

70 Anéis e pérolas_____________________________________________ 166

71 Manto de linfócitos__________________________________________ 168

72 MMA_____________________________________________________ 170

73 Males do Mediterrâneo______________________________________ 172

74 Uma combinação infrutífera__________________________________ 174

75 Ele não se safou...__________________________________________ 176

76 Três em um________________________________________________ 178

77 Uma anemia complexa______________________________________ 180

78 Quiromancia______________________________________________ 182

79 Nem sempre é tuberculose?__________________________________ 184

80 Esquerda ou Droit?_________________________________________ 186

81 “AVC” febril________________________________________________ 188

82 Positividades negativas______________________________________ 190

83 O enigma africano__________________________________________ 192

84 Esquisitos inimigos_________________________________________ 194

85 O ocaso das hemácias_______________________________________ 196

86 Quente ou frio?____________________________________________ 198

87 Combinando o teste________________________________________ 200

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88 “Chorando se foi”__________________________________________ 202

89 Duas hemoglobinas para uma mãe____________________________ 204

90 Sangue azul_______________________________________________ 206

91 π = 3,1415…_______________________________________________ 208

92 ATRAvés do nada___________________________________________ 210

93 O mistério das plaquetas____________________________________ 212

94 Nem tudo são flores________________________________________ 214

95 Síndrome de Estocolmo_____________________________________ 216

96 Mosquito dá em nada!_______________________________________ 218

97 Le Festin du Macrophage_____________________________________ 220

98 Não tão normal____________________________________________ 222

99 O último desafio___________________________________________ 224

Respostas____________________________________________________ 226
Referências__________________________________________________ 260

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h

O mal do interno
e
m CASO
o
g
r
a
m

01
a

Apresentação do caso clínico

Interno de Medicina, 24 anos, procurou preceptor com queixa de não conseguir


estudar à noite por dificuldade de concentração e, às vezes, sonolência. Há cinco
anos, alterou dieta por opção familiar, não fazendo ingestão de carne vermelha. An-
tecedentes: sem história prévia de sangramento evidente, negou tabagismo, etilis-
mo, uso de medicamentos e de drogas ilícitas. O estudante não referia alterações do
hábito intestinal e do apetite. Ao exame físico, apresentava apenas discreta palidez.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações encontradas no hemograma?


2. Com os dados clínicos acima e as alterações do hemograma, que hipóteses
diagnósticas devem ser lembradas?
3. Paciente com LDH e contagem de reticulócitos normais. Diante disso, que
exames devem ser solicitados para esclarecimento diagnóstico da anemia?
4. Qual abordagem terapêutica deve ser instituída?

24

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Eritrograma
Hemácias 5,6 milhões/mm³

Hemoglobina 12,1 g/L

Hematócrito 39,4 %

VCM 70,3 fL

HCM 21,7 pg

CHCM 30,8 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6100

Neutrófilos 67 4087

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 2 122

Segmentados 65 3965

Eosinófilos 1 61

Basófilos 1 61

Linfócitos 22 1342

Monócitos 9 549

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 241800 /mm³

MICROCITOSE. HIPOCROMIA.
Obs.: NEUTRÓFILOS SEM SINAIS DEGENERATIVOS. LINFÓCITOS SEM
ATIPIA.

25

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h

Do corte às plaquetas
e
m CASO
o
g
r
a
m

02
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 36 anos, com diagnóstico de plaquetopenia imune há três anos. Rea-


lizou vários exames laboratoriais; afastou-se LES e SAF. Abordagens terapêuticas
já realizadas: corticosteroides, imunoglobulina humana, azatioprina, vincristina
e dapsona. A paciente não adquiriu perfil cirúrgico adequadamente. Após trans-
fusões de plaquetas e otimização da imunossupressão, uma conduta terapêuti-
ca foi realizada.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Que medida terapêutica foi realizada?


2. Que achado no hemograma pode se esperar do paciente que realizou a me-
dida terapêutica da questão 1?
3. Antes da medida terapêutica da questão 1, o paciente deve realizar imuni-
zação para que agentes infecciosos?

26

101 hemogramas - completo rev1.indd 26 05/02/2018 14:06:15


Eritrograma
Hemácias 3,4 milhões/mm³

Hemoglobina 10,8 g/L

Hematócrito 30,9 %

VCM 89,7 fL

HCM 31,4 pg

CHCM 35,0 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 8950

Neutrófilos 52 4654

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 52 4654

Eosinófilos 5 447

Basófilos 2 179

Linfócitos 30 2686

Monócitos 11 984

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 14600 /mm³

DISCRETA POLICROMASIA. PRESENÇA DE MACRÓCI-


TOS. CORPÚSCULOS DE HOWELL-JOLLY. PONTILHA-
Obs.:
DO BASOFÍLICO.
PRESENÇA DE MACROPLAQUETAS.

27

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h

Três vacinas para três sinais


e
m CASO
o
g
r
a
m

03
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 24 anos, há quatro dias referia cefaleia holocraniana de moderada inten-


sidade, associada a náuseas, vômitos persistentes e febre (38,5ºC), sem calafrios.
Fez o uso de analgésicos, antitérmicos e antieméticos, mas sem melhora. Ao exa-
me físico, apresentava-se orientada, com semblante de dor, taquipneica, afebril,
anictérica e pálida (+1/+4). Neurológico: paciente orientada no tempo e no espaço e
com sinais de irritação meníngea (sinais de Brudzinski, Kernig e Lasègue positivos).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais são as alterações no hemograma da paciente?


2. Qual a principal hipótese diagnóstica?
3. Que exames confirmariam o diagnóstico?

28

101 hemogramas - completo rev1.indd 28 05/02/2018 14:06:15


Eritrograma
Hemácias 3,5 milhões/mm³

Hemoglobina 10,9 g/L

Hematócrito 32,8 %

VCM 92,9 fL

HCM 30,8 pg

CHCM 33,2 g/dL

RDW 14,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 16200

Neutrófilos 82 13284

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 162

Segmentados 81 13122

Eosinófilos 1 162

Basófilos 0 0

Linfócitos 8 1296

Monócitos 9 1458

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 377000 /mm³

ANISOCROMIA.
Obs.:
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

29

101 hemogramas - completo rev1.indd 29 05/02/2018 14:06:15


h

O estranho caso
e
m CASO
o
g
r
a
do Sr. Addison Biermer
m

04
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 90 anos, comerciante aposentado, branco, há dois meses com adi-


namia progressiva, parestesia de membros inferiores e perda de peso de 2,0 kg
nesse mesmo período, motivos pelos quais procurou a UPA. Realizou hemogra-
ma que revelou alterações, sendo encaminhado a um centro de referência em
Hematologia. Negou tabagismo e etilismo. Ao exame físico, apresentava palidez
(+2/+4) e icterícia (+1/+4). Exames complementares: Bilirrubina total: 3,2mg/dl
(BD=1,1 e BI=2,1). T4 livre e TSH normais. LDH=1.208 U/L.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Quais as principais hipóteses diagnósticas?
3. Que outros exames complementares seriam úteis para a confirmação
diagnóstica, sabendo que a dosagem sérica de B12 está reduzida?

30

101 hemogramas - completo rev1.indd 30 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 1,7 milhões/mm³

Hemoglobina 6,1 g/L

Hematócrito 19,5 %

VCM 109,1 fL

HCM 34,4 pg

CHCM 31,5 g/dL

RDW 25,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2820

Neutrófilos 34,2 964

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 0 0

Eosinófilos 2,0 56

Basófilos 0,5 14

Linfócitos 60,2 1699

Monócitos 3,1 87

Plaquetograma
Plaquetas 76000 /mm³

HEMÁCIAS MACROCÍTICAS: 34,1%.


HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 7,1%.
Obs.:
HEMÁCIAS HIPOCROMICAS: 8,6%.
ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POIQUILOCITOSE.

31

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h

Algo a sempre se pensar


e
m CASO
o
g
r
a
m

05
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 43 anos, procurou a Emergência por apresentar dor abdominal di-


fusa, sem náuseas e vômitos, há aproximadamente 12 horas. Ao exame físico,
apresentava sinais de irritação peritoneal.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Estamos diante de um quadro de abdome agudo: que hipóteses diagnós-
ticas podemos formular?
3. Nas últimas três horas, paciente relata que a dor migrou para o quadran-
te inferior direito do abdome. Foi realizado USG abdominal que confir-
mou a principal hipótese diagnóstica. Qual a etiologia mais provável do
abdome agudo desse paciente?

32

101 hemogramas - completo rev1.indd 32 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 5,2 milhões/mm³

Hemoglobina 15,3 g/L

Hematócrito 45,9 %

VCM 87,8 fL

HCM 29,3 pg

CHCM 33,3 g/dL

RDW 12,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 16880

Neutrófilos 90 15192

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 2 338

Segmentados 88 14854

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 6 1013

Monócitos 4 675

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 279000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS MORFOLOGICAMENTES NORMAIS.

33

101 hemogramas - completo rev1.indd 33 05/02/2018 14:06:16


h

Águas paradas não movem moinhos


e
m CASO
o
g
r
a
m

06
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 45 anos, com febre, adinamia, mialgia, exantema maculopapular e


retrorbitalgia bilateral há seis dias. Negou artralgia. Relatou morar perto de ter-
reno abandonado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Qual a possível etiologia associada à atipia linfocitária identificada à he-
matoscopia?
3. Cite três possíveis agentes etiológicos.

34

101 hemogramas - completo rev1.indd 34 05/02/2018 14:06:16


Leucograma
Hemácias 5,1 milhões/mm³

Hemoglobina 15,2 g/L

Hematócrito 42,8 %

VCM 83,7 fL

HCM 29,7 pg

CHCM 35,5 g/dL

RDW 12,2 %

% /mm³

Leucócitos 2700

Neutrófilos 44 1188

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 10 270

Segmentados 34 918

Eosinófilos 4 108

Basófilos 0 0

Linfócitos 44 1188

Monócitos 8 216

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 21000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


Obs.:
PRESENÇA DE 15% DE LINFÓCITOS COM ATIPIAS.

35

101 hemogramas - completo rev1.indd 35 05/02/2018 14:06:16


h

Entre perdas e ganhos


e
m CASO
o
g
r
a
m

07
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 42 anos, encaminhada ao serviço de Hematologia por anemia. Rela-


tava palidez, astenia progressiva e episódios de hematoquezia. Negou alterações
de apetite e peso. Referiu fluxo menstrual normal. Ao exame físico, apresentava
sinais vitais normais, palidez acentuada e escleras azuladas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Que hipóteses diagnósticas devem ser lembradas?
3. Que exames devem ser realizados para confirmação de anemia ferropriva?
4. Qual a etiologia da anemia ferropriva e qual exame a confirmaria?

36

101 hemogramas - completo rev1.indd 36 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 4,3 milhões/mm³

Hemoglobina 6,5 g/L

Hematócrito 23,2 %

VCM 53,2 fL

HCM 15 pg

CHCM 28,1 g/dL

RDW 21,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7600

Neutrófilos 66,7 5069

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 66,7 5069

Eosinófilos 2,0 152

Basófilos 0,3 22

Linfócitos 20,1 1527

Monócitos 10,9 828

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 445000 /mm³

ANISOCITOSE. MICROCITOSE. HIPOCROMIA.


Obs.:
POIQUILOCITOSE.

37

101 hemogramas - completo rev1.indd 37 05/02/2018 14:06:16


h

Megadieta
e
m CASO
o
g
r
a
m

08
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 62 anos, há cinco meses com história de náuseas, vômitos, hiporexia,


perda de peso (11,0 kg em cinco meses) e astenia progressiva. Referia ainda dor
na língua que se exacerbava ao se alimentar e episódios de “garganta aperta-
da”. Antecedentes: transfusão de sangue com dois concentrados de hemácias
há dois meses. Fez dieta isenta de carne por oito anos. Ao exame físico, apresen-
tava-se com moderada palidez.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais são as alterações do hemograma?


2. Que hipóteses diagnósticas podem ser lembradas?
3. Que exames laboratoriais ou complementares devem ser solicitados para
esclarecimento diagnóstico?
4. Qual achado à hematoscopia é bastante sugestivo do diagnóstico da pa-
ciente?

38

101 hemogramas - completo rev1.indd 38 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 2,0 milhões/mm³

Hemoglobina 7,8 g/L

Hematócrito 21,4 %

VCM 105,4 fL

HCM 38,4 pg

CHCM 36,4 g/dL

RDW 31,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3910

Neutrófilos 69,7 2725

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 66,7 5069

Eosinófilos 2,5 97

Basófilos 0,2 7

Linfócitos 26,2 1027

Monócitos 1,4 54

Plaquetograma
Plaquetas 199000 /mm³

HEMÁCIAS MACROCÍTICAS: 30,4% HEMÁCIAS. MI-


CROCÍTICAS: 5.1%.
Obs.:
ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POIQUILOCITOSE.
PRESENÇA DE NEUTRÓFILOS HIPERSEGMENTADOS.

39

101 hemogramas - completo rev1.indd 39 05/02/2018 14:06:16


h

Idosa dengosa
e
m CASO
o
g
r
a
m

09
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 77 anos, há sete dias com febre (38,5°C) e episódios de calafrios espo-
rádicos, mialgia, artralgia, cefaleia frontal e adinamia. Antecedentes: HAS, DM2 e
DPOC. Ao exame físico, encontrava-se orientada, eupneica, afebril (36,0°C), acia-
nótica, anictérica e corada. Extremidades: petéquias em membros inferiores.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais são as alterações do hemograma?


2. Diante dos achados clínicos e do hemograma, que hipóteses diagnósticas
devem ser levantadas?
3. Que exames são necessários para o diagnóstico definitivo?

40

101 hemogramas - completo rev1.indd 40 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 4,4 milhões/mm³

Hemoglobina 12,4 g/L

Hematócrito 39,3 %

VCM 89,4 fL

HCM 28,2 pg

CHCM 31,4 g/dL

RDW 14,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7000

Neutrófilos 40 2800

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 70

Segmentados 39 2730

Eosinófilos 3 210

Basófilos 0 0

Linfócitos Típicos 38 2660

Linfócitos Atípicos 15 1050

Monócitos 4 280

Plaquetograma
Plaquetas 59000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

41

101 hemogramas - completo rev1.indd 41 05/02/2018 14:06:16


h

Tem infecção?
e
m CASO
o
g
r
a
m

10
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 28 anos, encaminhado ao serviço de Hematologia para tratamento


de leucemia linfoide aguda T. Sorologias, inclusive para HTLV-I/II, não reagen-
tes. Paciente realizou quimioterapia, evoluindo com melhora clínica nos dois
ciclos iniciais. Não apresentava história pregressa relevante.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Comente as alterações do hemograma.


2. Justifique a importância da pesquisa de HTLV neste paciente.
3. Qual medicamento utilizado em protocolos de quimioterapia para dimi-
nuir o tempo de neutropenia pode explicar os achados do leucograma?

42

101 hemogramas - completo rev1.indd 42 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 3,3 milhões/mm³

Hemoglobina 9,0 g/L

Hematócrito 26,3 %

VCM 79,8 fL

HCM 27,3 pg

CHCM 34,2 g/dL

RDW 13,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 15530

Neutrófilos 85 12424

Promielócitos 5 776

Mielócitos 9 1397

Metamielócitos 15 2329

Bastões 23 3571

Segmentados 33 5124

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 7 1091

Monócitos 8 1242

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 91390 /mm³

HEMÁCIAS EM ROULEAUX. ANISOCROMIA. POIQUILO-


Obs.: CITOSE EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM GRANULA-
ÇÕES TÓXICAS NA MAIORIA DOS NEUTRÓFILOS.

43

101 hemogramas - completo rev1.indd 43 05/02/2018 14:06:16


h

Foi-se o tempo
e
m CASO
o
g
r
a
m

11
a

Apresentação do caso clínico

Jovem, 21 anos, apresentava dor abdominal difusa intensa, febre sem cala-
frios, astenia e icterícia. Realizou exames que revelaram leucocitose, aumento de
bilirrubina indireta e colelitíase, sendo levantada a hipótese de anemia hemolí-
tica e infecção de sítio indeterminado. Nesse período, fez uso de ampicilina-sul-
bactam por sete dias, obtendo melhora clínica. Antecedentes: primos maternos
com história de anemia de etiologia não esclarecida. Ao exame físico, apresenta-
va-se ictérica (+1/+4) e pálida (+2/+4). Exames: curva de fragilidade osmótica da
hemoglobina e dosagem de glicose-6-fosfato-desidrogenase normais.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Com os achados clínicos e as alterações do hemograma, qual a principal
hemoglobinopatia a ser lembrada?
3. Que exame laboratorial confirmaria o diagnóstico etiológico da anemia
hemolítica?
4. Como explicar a dor abdominal difusa do paciente?
5. Como explicar a plaquetose do paciente?

44

101 hemogramas - completo rev1.indd 44 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 2,5 milhões/mm³

Hemoglobina 8,1 g/L

Hematócrito 23,8 %

VCM 92,7 fL

HCM 31,8 pg

CHCM 34,3 g/dL

RDW 15,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 22520

Neutrófilos 76 17115

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 2 450

Segmentados 74 16664

Eosinófilos 2 450

Basófilos 1 225

Linfócitos 15 3380

Monócitos 6 1351

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 602000 /mm³

VHS 0,4 mm/h

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
7,3 182500

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POLICROMASIA.


PRESENÇA DE DREPANÓCITOS E DE HEMÁCIAS EM
Obs.:
ALVO.
PRESENÇA DE 3 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS.

45

101 hemogramas - completo rev1.indd 45 05/02/2018 14:06:16


h

Artralgia não reumatológica


e
m CASO
o
g
r
a
m

12
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 22 anos, negro, com história de palidez progressiva e episódios de


icterícia desde a infância. Relatou crises álgicas em grandes e médias articula-
ções. Antecedentes: episódios frequentes de infecções respiratórias, apesar da
vacinação em dia. Exame físico: ictérico (+2/+4) e pálido (+2/+4). Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações no hemograma?


2. Diante da história clínica pretérita, trata-se de uma afecção adquirida ou
congênita?
3. Qual exame laboratorial e achado à hematoscopia levanta a hipótese de
células imaturas eritrocitárias no sangue periférico?
4. De acordo com as respostas das questões 1 e 2, qual exame laboratorial
confirma o diagnóstico?
5. A presença de plaquetose em um paciente adulto com provável hemólise
nos leva a pensar em um tipo específico de hemoglobinopatia. Cite-a.

46

101 hemogramas - completo rev1.indd 46 05/02/2018 14:06:16


Eritrograma
Hemácias 3,1 milhões/mm³

Hemoglobina 10,8 g/L

Hematócrito 31,9 %

VCM 101,9 fL

HCM 34,6 pg

CHCM 34,0 g/dL

RDW 22,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 10820

Neutrófilos 66,1 7150

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 66,1 7150

Eosinófilos 1,7 180

Basófilos 0,8 90

Linfócitos 23,1 2500

Monócitos 8,2 890

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 652000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
25,5 790500

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POLICROMASIA. DRE-


PANÓCITOS. HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 3,4%.
HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS: 8,7%. PRESENÇA DE 3
Obs.: ERITROBLASTOS ORTOCROMÁTICOS EM 100 LEUCÓ-
CITOS.
AUSÊNCIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓ-
FILOS.

47

101 hemogramas - completo rev1.indd 47 05/02/2018 14:06:17


h

Um jovem carente
e
m CASO
o
g
r
a
m

13
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 22 anos, internado para investigação de bicitopenia. Relatava aste-


nia progressiva, adinamia, plenitude gástrica e episódios diarreicos. Ao exame
físico, mostrou-se anictérico, pálido, com glossite.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados do hemograma?


2. Os exames laboratoriais demonstraram LDH 4000 U/L, Coombs não rea-
gente e contagem de reticulócitos normal. À hematoscopia, houve presen-
ça de neutrófilos hipersegmentados. Qual o diagnóstico mais provável?

48

101 hemogramas - completo rev1.indd 48 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 1,9 milhões/mm³

Hemoglobina 7,4 g/L

Hematócrito 22,3 %

VCM 113,8 fL

HCM 37,8 pg

CHCM 33,2 g/dL

RDW 23,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2190

Neutrófilos 32,7 716

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 32,7 716

Eosinófilos 0,1 17

Basófilos 0,7 15

Linfócitos 63,2 1386

Monócitos 2,3 56

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 126000 /mm³

HEMÁCIAS ANISOCÍTICAS. HIPOCRÔMICAS MACRO-


Obs.: CÍTICAS. POIQUILOCITOSE.
AUSÊNCIA DE DEGRANULAÇÃO LEUCOCITÁRIA.

49

101 hemogramas - completo rev1.indd 49 05/02/2018 14:06:17


h

Cinderela do abdome
e
m CASO
o
g
r
a
m

14
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 34 anos, hipertenso, diabético (DM2), colecistectomizado há um ano.


Há dois dias evoluindo com náuseas, vômitos incoercíveis, dor difusa em andar
superior do abdome com irradiação para dorso e febre. Já havia apresentado
episódio clínico semelhante por 10 vezes ao longo de três anos. Negou etilismo
e tabagismo. Ao exame físico, apresentava-se eupneico, afebril, ictérico (+1/+4) e
com sinais vitais normais.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. De acordo com o quadro clínico e o hemograma, quais os principais diag-


nósticos diferenciais?
2. Quais os exames necessários para elucidar o diagnóstico?

50

101 hemogramas - completo rev1.indd 50 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 6,0 milhões/mm³

Hemoglobina 16,2 g/L

Hematócrito 48,1 %

VCM 80,0 fL

HCM 26,9 pg

CHCM 36,6 g/dL

RDW 13,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 20400

Neutrófilos 85 17340

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 204

Segmentados 84 17136

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 8 1632

Monócitos 7 1428

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 318000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


Obs.:
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

51

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h

Uma família premiada


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m CASO
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15
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 60 anos, procurou o Centro de Saúde referindo palidez e episódios de


icterícia desde a infância. Realizou hemograma que revelou anemia, sendo enca-
minhada ao serviço de Hematologia da região. Antecendentes: relatava história
de esplenectomia e colecistectomia precoces na família. Ao exame físico, apre-
sentava-se orientada, eupneica, afebril, ictérica (+1/+4) e pálida. Abdome: plano,
flácido, indolor à palpação superficial e profunda. Discreta hepatomegalia. Baço
palpável a 3,0 cm abaixo do RCE. Traube ocupado. No serviço de referência, rea-
lizou novo hemograma e teste de Coombs, o qual foi negativo.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Comente os exames e o tipo de anemia.


2. Entre as anemias hemolíticas hereditárias e adquiridas, qual é a mais pro-
vável? Por quê?
3. Para confirmar a hipótese de esferocitose hereditária, que exame deve ser
solicitado?

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Eritrograma
Hemácias 2,4 milhões/mm³

Hemoglobina 7,6 g/L

Hematócrito 20,1 %

VCM 81,9 fL

HCM 31,0 pg

CHCM 37,8 g/dL

RDW 23,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 15110

Neutrófilos 80 12088

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 3 453

Bastões 7 1057

Segmentados 70 10577

Eosinófilos 1 151

Basófilos 0 0

Linfócitos 15 2268

Monócitos 4 604

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 202700 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
9,5 228000

PRESENÇA DE ESFERÓCITOS. ANISOCITOSE. PO-


Obs.: LICROMASIA E POIQUILOCITOSE. PRESENÇA DE 4
ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS.

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h

Da Geriatria à Hematologia
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m CASO
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16
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 86 anos, encaminhada da Geriatria para o ambulatório de Hemato-


logia devido à alteração no hemograma. Negou outras queixas constitucionais
importantes. Possuía antecedente de esplenectomia e avó natural de Portugal.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Que alterações podem ser encontradas no hemograma?


2. Quais as principais hipóteses diagnósticas?
3. Quais os principais exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico?

54

101 hemogramas - completo rev1.indd 54 05/02/2018 14:06:17


Leucograma
Hemácias 5,7 milhões/mm³

Hemoglobina 11,9 g/L

Hematócrito 34,9 %

VCM 61,2 fL

HCM 20,8 pg

CHCM 34,0 g/dL

RDW 15,9 %

% /mm³

Leucócitos 8400

Neutrófilos 53 4452

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 84

Segmentados 52 4368

Eosinófilos 4 336

Basófilos 1 84

Linfócitos 32 2688

Monócitos 10 840

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 200000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
2,3 131100

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. MICROCITOSE. POI-


Obs.: QUILOCITOSE. HEMÁCIAS EM ALVO. LINFÓCITOS SEM
ATIPIAS.

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h

Cadê minha virose?


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m CASO
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17
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 69 anos, advogada, há sete dias com febre (38,9oC), calafrios, hiporex-
ia, mialgia, astenia e episódios de diarreia aquosa sem sangue e sem muco. Ao
exame físico, apresentava-se febril (38,2oC) e levemente desidratada. Não apre-
sentava linfadenomegalias palpáveis. Pele: exantema maculopapular dissemi-
nado em troncos, MMSS e MMII.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante dos achados clínicos, das alterações do hemograma e da hematos-
copia, pode-se pensar em dengue? Por quê?
3. Que outras duas etiologias virais devem ser lembradas?

56

101 hemogramas - completo rev1.indd 56 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 4,3 milhões/mm³

Hemoglobina 12,7 g/L

Hematócrito 36,4 %

VCM 84,3 fL

HCM 29,3 pg

CHCM 34,8 g/dL

RDW 14,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 11800

Neutrófilos 36 4248

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 6 708

Segmentados 30 3540

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 59 6962

Monócitos 5 590

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 22000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


LINFÓCITOS ATÍPICOS EM TORNO DE 28%.
Obs.:
AUSÊNCIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓ-
FILOS.

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101 hemogramas - completo rev1.indd 57 05/02/2018 14:06:17


h

Perna ansiosa
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m CASO
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g
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18
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 54 anos, branco, referia dor progressiva em MMII há dois anos, acom-
panhada de “inquietude”. Apresentava ainda palidez, astenia, diminuição do
apetite e perda de peso nos últimos seis meses. História de etilismo desde os 19
anos de idade. Exame físico: taquidispneico, taquicárdico, ictérico (+1/+4) e páli-
do (+4/+4). Língua despapilada e queilite angular bilateral. À ausculta cardíaca,
sopro sistólico pancardíaco (+1/+4).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Quais os possíveis diagnósticos diferenciais de macrocitose?
3. Que exames confirmariam a principal hipótese diagnóstica?

58

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Eritrograma
Hemácias 1,6 milhões/mm³

Hemoglobina 5,9 g/L

Hematócrito 16,0 %

VCM 95,1 fL

HCM 34,9 pg

CHCM 36,7 g/dL

RDW 30,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2996

Neutrófilos 67 1947

Promielócitos 2 59

Mielócitos 2 59

Metamielócitos 4 119

Bastões 8 239

Segmentados 51 1527

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 31 934

Monócitos 2 59

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 76770 /mm³

PRESENÇA DE 4 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCI-


TOS. POLICROMASIA. MACRÓCITOS. MICRÓCITOS.
Obs.: RAROS LINFÓCITOS ATÍPICOS. PRESENÇA DE PONTI-
LHADO BASÓFILICO.
EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

59

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h

Assim como o vinho


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m CASO
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g
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a
m

19
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 82 anos, referia perda de peso (5,0 kg nos últimos 30 dias). Há três
semanas, sentia dor na região lombo-sacra de moderada intensidade e diminui-
ção da diurese, com piora da dor nos últimos três dias. Procurou odontólogo por
apresentar lesão oral, sendo solicitado hemograma, o qual revelou plaquetope-
nia. Antecedentes: história de doença prostática. Negou etilismo e tabagismo.
Em consequência da plaquetopenia, procurou serviço de Emergência. Ao exame
físico, apresentava-se orientado, eupneico, afebril, acianótico, anictérico e páli-
do (2+/4+). Pele: sufusões hemorrágicas em MMSS e MMII.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Quais as alterações do hemograma?
2. Com base nos achados clínicos e no hemograma, qual hipótese diagnós-
tica deve ser considerada?
3. Deve-se solicitar mielograma e biopsia óssea? Por quê?
4. Que exames confirmariam o diagnóstico?

60

101 hemogramas - completo rev1.indd 60 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 4,3 milhões/mm³

Hemoglobina 11,4 g/L

Hematócrito 34,3 %

VCM 79,4 fL

HCM 26,4 pg

CHCM 33,2 g/dL

RDW 14,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 11140

Neutrófilos 30 3342

Promielócitos 1 111

Mielócitos 1 111

Metamielócitos 2 222

Bastões 7 779

Segmentados 19 2116

Eosinófilos 1 111

Basófilos 0 0

Linfócitos 57 6354

Monócitos 7 779

Blastos 5 557

Plaquetograma
Plaquetas 13000 /mm³

ANISOCROMIA. PRESENÇA DE 5 ERITROBLASTOS


Obs.: ORTOCROMÁTICOS EM 100 LEUCÓCITOS. PRESENÇA
DE DACRIÓCITOS.

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h

As horas de ouro
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m CASO
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20
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 26 anos, há quatro dias com febre alta, calafrios e polaciúria. Encon-
trava-se no terceiro dia de antibioticoterapia (ciprofloxacino), mas sem melho-
ra clínica. Além disso, tinha história prévia de infecções urinárias de repetição e
urinocultura positiva para S. aureus, realizada há quatro meses. Ao exame físico,
apresentava-se febril e taquicárdica.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante de paciente taquicárdica, FC 120 bpm, febril (38,9 ºC), leucocitose
e foco bacteriano urinário, qual o diagnóstico principal?
3. Paciente evoluiu com sangramento incontrolável, plaquetopenia, alar-
gamento de TAP e TTPA e consumo de fibrinogênio. Qual o diagnóstico?
4. Em quais condições podem ser observadas granulações tóxicas nos neu-
trófilos à hematoscopia?

62

101 hemogramas - completo rev1.indd 62 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 4,5 milhões/mm³

Hemoglobina 12,7 g/L

Hematócrito 38,9 %

VCM 85,7 fL

HCM 28,0 pg

CHCM 32,6 g/dL

RDW 14,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 26150

Neutrófilos 0 0

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 9 2354

Segmentados 82 21443

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 5 1308

Monócitos 4 1046

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 275000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


Obs.: GRANULAÇÕES TÓXICAS GROSSEIRAS EM NEUTRÓFI-
LOS. AUSÊNCIA DE EOSINÓFILOS.

63

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h

Quanto mais alto, maior a queda


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m CASO
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21
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 28 anos, médico, apresentou dispneia, cefaleia e tontura ao esquiar no


Valle Nevado, no Chile. Ao descer, os colegas médicos que o acompanhavam obser-
varam taquidispneia, palidez e discreta icterícia. Além disso, o paciente apresentava
dor abdominal difusa e febre. Procurou serviço de assistência médica local, onde
realizou diversos exames laboratoriais, inclusive hemograma e TC de abdome. Ao
hemograma, evidenciou-se Hb 10,9g/dL; Ht 30,1%; VCM 88,8fL; CHCM 36,2 g/dL;
RDW 13%; leucócitos 14210/mm³; plaquetas 79000/mm³. A TC de abdome revelou
esplenomegalia. Retornou ao Brasil após seis dias e procurou, novamente, assis-
tência médica. Foi solicitado novo hemograma com contagem de reticulócitos.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do novo hemograma?


2. Sabendo que o evento ocorrido está relacionado a uma hemoglobinopa-
tia, qual o melhor exame para o diagnóstico definitivo?
3. Como explicar a diferença de hemoglobina entre o primeiro e o segundo
hemograma realizados no Chile e no Brasil, respectivamente?

64

101 hemogramas - completo rev1.indd 64 05/02/2018 14:06:17


Eritrograma
Hemácias 4,0 milhões/mm³

Hemoglobina 12,5 g/L

Hematócrito 37,7 %

VCM 93,4 fL

HCM 31,1 pg

CHCM 33,3 g/dL

RDW 13,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7072

Neutrófilos 79 5586

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 70

Segmentados 78 5516

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 13 921

Monócitos 8 565

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 253100 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
7,0 280000

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


Obs.:
EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

65

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h

Anemia da ginecologista
e
m CASO
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22
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 46 anos, compareceu ao serviço de Emergência com história de fadi-


ga, astenia progressiva, cefaleia holocraniana e episódios de tontura que vinham
progredindo em intensidade há um mês. Referia ainda, há 15 meses, sangramen-
to transvaginal, com hipermenorreia e episódios de sangramento transvaginal
sem correlação com ciclo menstrual. Antecedentes: G3P3A0. Negou etilismo, ta-
bagismo e transfusões prévias. No interrogatório por órgãos e aparelhos, relatava
perversão do apetite (amidofagia). Ao exame físico, paciente orientada, eupneica,
afebril, acianótica, pálida (+2/+4), com escleras azuladas. Extremidades: discreto
edema de MMII.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Ao analisar o hemograma, como definir a anemia?


2. Que outras alterações podem ser encontradas no hemograma?
3. O que você espera do resultado da dosagem do ferro sérico, do índice de
saturação de transferrina e da ferritina, diante dos dados clínicos e das
alterações do hemograma?
4. Qual é a primeira categoria etiológica a ser pesquisada para a origem da
anemia ferropriva?

66

101 hemogramas - completo rev1.indd 66 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 3,8 milhões/mm³

Hemoglobina 8,9 g/L

Hematócrito 28,3 %

VCM 72,9 fL

HCM 22,9 pg

CHCM 31,4 g/dL

RDW 16,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3510

Neutrófilos 69 2422

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 35

Segmentados 68 2387

Eosinófilos 1 35

Basófilos 0 0
Linfócitos 22 772

Monócitos 5 176

Blastos 3 105

Plaquetograma
Plaquetas 120000 /mm³

HIPOCROMIA. MICROCITOSE ANISOCITOSE. PRESEN-


Obs.:
ÇA DE LINFÓCITOS ATÍPICOS.

67

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h

Aranhas gástricas
e
m CASO
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23
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 84 anos, relatava episódios de melena, perda de peso e astenia im-


portante. Negou história de neoplasias de TGI na família. Apresentou apenas pa-
lidez no exame físico.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Quais achados do hemograma?
2. Qual o próximo exame mais importante a ser realizado?
3. Qual doença deve ser considerada como principal hipótese diagnóstica?

68

101 hemogramas - completo rev1.indd 68 05/02/2018 14:06:18


Leucograma
Hemácias 3,8 milhões/mm³

Hemoglobina 9,4 g/L

Hematócrito 30,3 %

VCM 78,7 fL

HCM 24,4 pg

CHCM 31,0 g/dL

RDW 16,9 %

% /mm³

Leucócitos 8700

Neutrófilos 74,9 6516

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 74,9 6516

Eosinófilos 2,4 209

Basófilos 0,1 9
Linfócitos 14,0 1218

Monócitos 8,6 748

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 373000 /mm³

HEMÁCIAS MICROCÍTICAS E HIPOCRÔMICAS. ANISO-


Obs.:
CITOSE. ANISOCROMIA.

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h

Típica atipia
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m CASO
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24
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 74 anos, há cinco meses realizou gastrectomia total por adenocarci-


noma gástrico. Após três dias de quimioterapia adjuvante, passou a apresentar
episódios de diarreia líquida, sem sangue e sem muco por sete dias. Negou febre,
calafrios, HAS, DM2 e doença prostática. Estava em uso de loperamida e capeci-
tabina. Exame físico: orientado, eupneico, febril (37,9ºC), acianótico, anictérico,
corado. Abdome: cicatriz cirúrgica ao nível da linha alba, plano, flácido, indolor à
palpação superficial e profunda, sem hepatoesplenomegalia, Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Como explicar o hemograma e o quadro clínico?

70

101 hemogramas - completo rev1.indd 70 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 4,1 milhões/mm³

Hemoglobina 13,0 g/L

Hematócrito 37,8 %

VCM 92,0 fL

HCM 31,6 pg

CHCM 34,4 g/dL

RDW 18,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 1540

Neutrófilos 16 246

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 2 31

Bastões 7 168

Segmentados 16 246

Eosinófilos 1 15

Basófilos 0 0
Linfócitos 39 600

Monócitos 35 539

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 84000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE.

71

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h

Dias febris
e
m CASO
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25
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 27 anos, há sete dias apresentando náuseas, vômitos e dor epigástri-


ca de moderada intensidade. No terceiro dia de sintomas, referiu artralgia, febre
de 38,0ºC sem calafrios e presença de mialgia. PA de 140/90 mmHg, pulso de 72
bpm, temperatura de 36,0ºC, SATO2 98%. Pele: exantema maculopapular. Abdo-
me: plano, flácido, doloroso à palpação profunda na região epigástrica e fossa
ilíaca esquerda, discreta hepatomegalia, sem esplenomegalia, Traube livre. Ao
exame físico, apresentava-se orientada, eupneica, apática, afebril, acianótica,
anictérica e corada. Exames: AST, ALT, FA e GGT aumentadas, bilirrubina total e
frações normais. USG de abdome revelou discreta hepatomegalia homogênea.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante do quadro clínico-laboratorial e do hemograma, quais as possí-
veis hipóteses?
3. Foi realizada a dosagem de um componente associado à doença da pa-
ciente no terceiro dia de sintomas. Que exame foi solicitado?

72

101 hemogramas - completo rev1.indd 72 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 4,8 milhões/mm³

Hemoglobina 12,7 g/L

Hematócrito 39,1 %

VCM 80,3 fL

HCM 26,1 pg

CHCM 32,5 g/dL

RDW 15,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2619

Neutrófilos 47 1242

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 27

Segmentados 46 1215

Eosinófilos 1 27

Basófilos 0 0
Linfócitos 43 1134

Monócitos 8 216

Plaquetograma
Plaquetas 100000 /mm³

ANISOCITOSE. PRESENÇA DE RAROS LINFÓCITOS


Obs.:
ATÍPICOS.

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h

As mil e uma hemoglobinas


e
m CASO
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26
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 28 anos, referiu histórico de palidez e adinamia desde a infância, asso-


ciado a episódios de artralgia. Relatou vários internamentos pelo quadro álgico.
Antecedentes: dois irmãos com história de “anemia falciforme”. Ao exame físico,
encontrava-se eupneico, afebril, acianótico, anictérico, pálido (+2/+4). Coração:
sopro sistólico mais audível em foco aórtico (+2/+4). Traube livre. Extremidades:
cicatrizes maleolares em MMII, sem edema.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Quais os possíveis diagnósticos?
3. Que exame solicitar para confirmar o diagnóstico?

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101 hemogramas - completo rev1.indd 74 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 2,9 milhões/mm³

Hemoglobina 8,0 g/L

Hematócrito 23,2 %

VCM 78,9 fL

HCM 27,4 pg

CHCM 34,7 g/dL

RDW 21,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7900

Neutrófilos 39 3081

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 1 79

Bastões 1 79

Segmentados 37 2923

Eosinófilos 2 158
Basófilos 1 79
Linfócitos 51 4029

Monócitos 7 553

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 475000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
8,1 234900

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. MICROCITOSE.


HEMÁCIAS EM ALVO. POIQUILOCITOSE. POLICROMA-
Obs.:
SIA. PRESENÇA DE DREPANÓCITOS. PRESENÇA DE 1
ERITROBLASTO EM 100 LEUCÓCITOS.

75

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h

α ou β?
e
m CASO
o
g
r
a
m

27
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 32 anos, com história de palidez e episódios de icterícia desde a in-


fância. Antecedentes de colecistectomia aos 31 anos de idade. Ao exame físico,
encontrava-se orientada, eupneica, afebril, ictérica (+2/+4), pálida (+3/+4). Ab-
dome: cicatriz cirúrgica em hipocôndrio direito. Baço palpável a nível do RCE,
Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais são as alterações do hemograma?


2. Com os dados clínicos e as alterações do hemograma, que exames labora-
toriais devem ser solicitados para esclarecimento diagnóstico?
3. Qual é o diagnóstico mais provável?

76

101 hemogramas - completo rev1.indd 76 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 4,1 milhões/mm³

Hemoglobina 6,7 g/L

Hematócrito 24,9 %

VCM 60,4 fL

HCM 16,4 pg

CHCM 27,2 g/dL

RDW 23,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6478

Neutrófilos 62 4016

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 62 4016

Eosinófilos 0 0
Basófilos 1 64
Linfócitos 28 1815

Monócitos 9 583

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 285400 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
12,8 524800

POIQUILOCITOSE. ANISOCITOSE. POLICROMASIA.


Obs.: PRESENÇA DE HEMÁCIAS EM ALVO. LINFÓCITOS SEM
ATIPIAS. EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

77

101 hemogramas - completo rev1.indd 77 05/02/2018 14:06:18


h

Escleras azuis, sangue pálido


e
m CASO
o
g
r
a
m

28
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 40 anos, engenheira civil, procurou serviço de referência em Hema-


tologia com queixa de “anemia”. Referiu que há dois meses foi realizar exames
admissionais para concurso, nos quais a anemia foi evidenciada. Relatou ter re-
alizado cirurgia bariátrica há 18 meses. Sem comorbidades, negou tabagismo
e etilismo, não fazia uso de medicamentos e tinha ciclos menstruais regulares
(cerca de cinco dias de fluxo), sem presença de coágulos. Queixava-se de astenia
e perda de 37,0 kg em consequência da cirurgia. No exame físico, encontrava-se
eupneica, afebril, anictérica e pálida (+3/+4). Escleras azuladas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Que hipóteses diagnósticas podem ser levantadas?
3. Que exames laboratoriais devem ser solicitados para confirmação do
diagnóstico?
4. Qual é a via de reposição preferencial de componente deficitário?

78

101 hemogramas - completo rev1.indd 78 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 3,7 milhões/mm³

Hemoglobina 6,8 g/L

Hematócrito 24,3 %

VCM 65,5 fL

HCM 18,3 pg

CHCM 27,9 g/dL

RDW 17,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5430

Neutrófilos 63,1 3430

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 63,1 3430

Eosinófilos 1,2 70
Basófilos 0,7 40
Linfócitos 30,7 1660

Monócitos 4,3 230

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 312000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA.
Obs.: HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS: 77,5%.
HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 25,4%.

79

101 hemogramas - completo rev1.indd 79 05/02/2018 14:06:18


h

Palidez à portuguesa
e
m CASO
o
g
r
a
m

29
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 20 anos, com história de palidez desde a infância, por diversas vezes
procurou assistência médica, tendo realizado vários hemogramas. Fez reposição
de ferro oral por tempo prolongado, mas persistia pálida e astênica. Negou al-
teração do fluxo menstrual e icterícia. Antecedentes: avó de descendência por-
tuguesa. Ao exame físico, apresentava apenas discreta palidez, sem icterícia e
hepatoesplenomegalia. Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações dos exames laboratoriais?


2. Com base nos dados clínicos acima e no hemograma, deve-se pensar em
que hipótese diagnóstica?
3. Que exame laboratorial confirma o diagnóstico?

80

101 hemogramas - completo rev1.indd 80 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 5,9 milhões/mm³

Hemoglobina 10,6 g/L

Hematócrito 37,3 %

VCM 62,5 fL

HCM 17,9 pg

CHCM 28,6 g/dL

RDW 13,9 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 8398

Neutrófilos 71 5962

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 83

Segmentados 70 5878

Eosinófilos 1 83
Basófilos 0 0
Linfócitos 21 1767

Monócitos 7 587

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 255200 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
2,9 171100

MICROCITOSE. HIPOCROMIA. POIQUILOCITOSE.


Obs.:
PRESENÇA DE HEMÁCIAS EM ALVO.

81

101 hemogramas - completo rev1.indd 81 05/02/2018 14:06:18


h

Olhar suspeito
e
m CASO
o
g
r
a
m

30
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 39 anos, acompanhado no serviço de Gastroenterologia devido à


hepatite crônica por vírus C e litíase biliar com colecistectomia prévia. Foi enca-
minhado à Hematologia por apresentar reticulocitose e aumento de bilirrubina
indireta, sem anemia. Antecedentes: pais consanguíneos; mãe e prima com his-
tórico de litíase biliar; realizou transfusão sanguínea na infância. Exame físico:
paciente ictérico (+1/+4), sem hepatoesplenomegalia palpável, Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais dados da história clínica e dos exames laboratoriais falam a favor de


hemólise?
2. Baseado no histórico do paciente, seu quadro hemolítico seria constitu-
cional ou adquirido? Por quê?
3. O hematologista, devido a sua suspeita diagnóstica, solicitou uma revisão da
hematoscopia. O que deve ser feito para confirmar a etiologia da hemólise?

82

101 hemogramas - completo rev1.indd 82 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 4,3 milhões/mm³

Hemoglobina 13,7 g/L

Hematócrito 41,1 %

VCM 95,6 fL

HCM 31,9 pg

CHCM 33,4 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6403

Neutrófilos 66 4225

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 3 192

Segmentados 63 4033

Eosinófilos 1 64
Basófilos 0 0
Linfócitos 26 1666

Monócitos 7 448

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 206300 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
5,3 227900

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

83

101 hemogramas - completo rev1.indd 83 05/02/2018 14:06:18


h

Efeito borboleta
e
m CASO
o
g
r
a
m

31
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 49 anos, há três meses apresenta palidez, adinamia, astenia progres-


siva e artralgia. Há um mês notou escleras amareladas, aftas indolores em ca-
vidade oral, alopécia e cicatriz atrófica no couro cabeludo e no dorso do nariz.
Ao exame físico, apresentava-se afebril, taquicárdica (110 bpm), pálida (+3/+4) e
ictérica (+2/+4). Abdome: esplenomegalia a 3,0 cm abaixo do RCE. Sem hepato-
megalia. Exames: ECG com alternância de amplitude de QRS, VDRL 1:4.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações no hemograma?


2. Sabendo que a contagem de reticulócitos está elevada, qual exame, dian-
te da constatação de sinais e sintomas da paciente, deve ser solicitado
obrigatoriamente para definir que tipo de hemólise está em questão?
3. Cite quatro exames laboratoriais imprescindíveis para selar o diagnóstico.
4. Sabendo que, dos exames laboratorias solicitados na questão anterior, três
foram positivos e um consumido, qual o diagnóstico?

84

101 hemogramas - completo rev1.indd 84 05/02/2018 14:06:18


Eritrograma
Hemácias 1,1 milhões/mm³

Hemoglobina 4,6 g/L

Hematócrito 15,5 %

VCM 134,2 fL

HCM 40,0 pg

CHCM 29,8 g/dL

RDW 15,9 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3520

Neutrófilos 64,0 2256

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 64,0 2256

Eosinófilos 1,7 59
Basófilos 0,9 31
Linfócitos 29,2 1030

Monócitos 4,1 144

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 268000 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
17,9 196900

HEMÁCIAS MACROCÍTICAS: 69,7%.


Obs.:
HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS: 43,2%.

85

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h

A vegana engana
e
m CASO
o
g
r
a
m

32
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 42 anos, vegana, encaminhada da UBS ao serviço de Clínica Médica


de hospital terciário por relatar história, há quatro meses, de palidez, astenia,
adinamia, dispneia aos moderados esforços, episódios de fezes pastosas, ano-
rexia e perda de peso (5,0 kg nos últimos três meses). Antecedentes: enxaquecas
frequentes, fazendo uso de dipirona e paracetamol. Sinais vitais: Pulso: 120 bpm;
PA: 100x60 mmHg; FR: 18 irpm; T: 36,0ºC. Paciente orientada, eupneica, afebril,
acianótica, anictérica, pálida (+4/+4), taquicárdica. Coração: discreto sopro aór-
tico ejetivo (+2/+6); FC: 120 bpm. Neurológico: paciente orientada no tempo e no
espaço, bastante ansiosa.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Qual índice do eritrograma mais direciona a investigação diagnóstica?
3. A EGD é indicada?

86

101 hemogramas - completo rev1.indd 86 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 1,3 milhões/mm³

Hemoglobina 4,9 g/L

Hematócrito 15,4 %

VCM 115,8 fL

HCM 36,8 pg

CHCM 31,8 g/dL

RDW 28,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 9110

Neutrófilos 56,3 5128

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 56,3 5128

Eosinófilos 3,3 300


Basófilos 0,8 72
Linfócitos 34,5 3146

Monócitos 5,1 464

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 242000 /mm³

HEMÁCIAS MACROCÍTICAS: 50%.


HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 8,6%.
HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS: 13,1%.
Obs.:
ANISOCITOSE. POLIQUILOCITOSE. POLICROMASIA.
PRESENÇA DE 1 ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO
EM 100 LEUCÓCITOS.

87

101 hemogramas - completo rev1.indd 87 05/02/2018 14:06:19


h

Sem delongas
e
m CASO
o
g
r
a
m

33
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 38 anos, relatou episódios de artralgia e infecções respiratórias de repe-


tição desde a infância. Por várias vezes, procurou a emergência devido a episódios
frequentes de artralgia. História familiar: pai, irmãos e sobrinhos diagnosticados
com “anemia falciforme”. Ao exame físico, apresentou discreta palidez (+1/+4) e
icterícia (+1/+4). Abdome: plano, flácido, sem hepatoesplenomegalia. Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma? Baseando-se nelas, qual o possível


diagnóstico?
2. Como confirmar o diagnóstico?

88

101 hemogramas - completo rev1.indd 88 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 3,3 milhões/mm³

Hemoglobina 10,3 g/L

Hematócrito 30,7 %

VCM 92,3 fL

HCM 31,0 pg

CHCM 33,6 g/dL

RDW 14,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 18870

Neutrófilos 81,4 15373

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 81,4 15373

Eosinófilos 0,1 28
Basófilos 0,7 144
Linfócitos 13,7 2601

Monócitos 3,8 724

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 674500 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
3,5 115500

POIQUILOCITOSE.
PRESENÇA DE HEMÁCIAS EM ALVO.
Obs.:
PRESENÇA DE DREPANÓCITOS. NEUTRÓFILOS SEM
SINAIS DEGENERATIVOS. LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

89

101 hemogramas - completo rev1.indd 89 05/02/2018 14:06:19


h

Time reserva
e
m CASO
o
g
r
a
m

34
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 45 anos, esplenectomizado há três dias por uma ruptura traumática


de baço, devido a acidente automobilístico. Observe o hemograma e responda:

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma secundárias à esplenectomia?


2. Dessas alterações, quais devem desaparecer no pós-operatório tardio?
3. Que profilaxia deve ser enfatizada nesse caso?

90

101 hemogramas - completo rev1.indd 90 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 5,5 milhões/mm³

Hemoglobina 14,3 g/L

Hematócrito 43,5 %

VCM 88,4 fL

HCM 28,9 pg

CHCM 34,4 g/dL

RDW 13,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 13000

Neutrófilos 70 9100

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 70 9100

Eosinófilos 1 130

Basófilos 0 0

Linfócitos 20 2600

Monócitos 9 1210

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 900000 /mm³

Obs.: PRESENÇA DE CORPÚSCULOS DE HOWELL-JOLLY.

91

101 hemogramas - completo rev1.indd 91 05/02/2018 14:06:19


h

Linfocitose na Terceira Idade


e
m CASO
o
g
r
a
m

35
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 78 anos, encaminhada para o setor de Clínica Médica de hospital ter-


ciário para investigação de alterações hematológicas. Queixava-se apenas de
astenia e adinamia há um mês.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual alteração do leucograma chama mais atenção?


2. Nessa faixa etária, qual a condição que melhor explica os achados da pa-
ciente?

92

101 hemogramas - completo rev1.indd 92 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 2,8 milhões/mm³

Hemoglobina 8,4 g/L

Hematócrito 27,4 %

VCM 97,9 fL

HCM 30,0 pg

CHCM 30,7 g/dL

RDW 19,9 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 51120

Neutrófilos 15 7668

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 15 7668

Eosinófilos 1 511
Basófilos 0 0
Linfócitos 83 42430

Monócitos 1 511

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 103000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS ANISOCÍTICAS E HIPOCRÔMICAS.

93

101 hemogramas - completo rev1.indd 93 05/02/2018 14:06:19


h

Preste atenção na prescrição


e
m CASO
o
g
r
a
m

36
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 32 anos, internada na UTI por insuficiência respiratória aguda as-


sociada a SIDA. Estava em tratamento empírico para pneumocistose com sul-
fametoxazol-trimetoprima (SMX-TMP) e ácido folínico. Medicamentos em uso:
vancomicina, meropenem e prednisona. Evoluiu com importantes alterações no
hemograma.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva o hemograma.
2. Qual dos fármacos pode ser responsável pelas alterações hematológicas?
3. Que outro medicamento relacionado a SMX-TMP está associado à mete-
moglobinemia?

94

101 hemogramas - completo rev1.indd 94 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 2,1 milhões/mm³

Hemoglobina 5,9 g/L

Hematócrito 17,0 %

VCM 79,8 fL

HCM 27,7 pg

CHCM 34,7 g/dL

RDW 15,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 200

Neutrófilos 42,6 85

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 42,6 85

Eosinófilos 1,8 3
Basófilos 0,6 1
Linfócitos 44,7 91

Monócitos 10,3 20

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 26000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS.

95

101 hemogramas - completo rev1.indd 95 05/02/2018 14:06:19


h

Calazar ou não calazar?


e
m CASO
o
g
r
a
Eis a questão!
m

37
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 24 anos, admitido na Hematologia para investigação de pancitope-


nia febril. Vinha encaminhado de área endêmica de leishmaniose visceral. Re-
latou que há três semanas evoluiu com pródromo gripal associado a dor abdo-
minal difusa, dor torácica, evacuações diarreicas e urina “escurecida”. Relatou
também disfagia desde o início dos sintomas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva o hemograma.
2. Sabe-se que o Coombs direto foi não reagente, a vitamina B12 normal,
LDH elevada (2000 U/L), haptoglobina consumida, hemoglobinúria (2+/4+)
e aspirado medular com hiperplasia eritroide. Solicitou-se D-dímero para
avaliar o risco de trombose. Diante do caso, a conduta foi adequada?

96

101 hemogramas - completo rev1.indd 96 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 2,2 milhões/mm³

Hemoglobina 7,0 g/L

Hematócrito 24,4 %

VCM 107,0 fL

HCM 30,7 pg

CHCM 28,7 g/dL

RDW 21,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 800

Neutrófilos 55,2 441

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 55,2 441

Eosinófilos 1,9 15

Basófilos 0,2 9

Linfócitos 37,6 303

Monócitos 4,1 32

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 19000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. HIPOCROMIA. MACROCITOSE.

97

101 hemogramas - completo rev1.indd 97 05/02/2018 14:06:19


h

Te inibe!
e
m CASO
o
g
r
a
m

38
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 48 anos, há oito meses evoluindo com aumento de volume abdominal


e, nos últimos três meses, com plenitude gástrica e episódios de sudorese, hipo-
rexia e perda de 3,0 kg. No exame físico, apresentava-se orientado, eupneico, afe-
bril, acianótico e pálido (+1/+4). Abdome assimétrico, discreto abaulamento a nível
de hipocôndrio e de flanco esquerdos, doloroso à palpação profunda no hipocôn-
drio esquerdo e acentuada esplenomegalia. Traube ocupado. Sem hepatomegalia.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante dos achados clínicos e do hemograma, em que doença hematoló-
gica deve-se pensar?
3. Como confirmar o diagnóstico sugerido?
4. Qual terapia-alvo modificou o tratamento da doença?

98

101 hemogramas - completo rev1.indd 98 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 4,3 milhões/mm³

Hemoglobina 11,0 g/L

Hematócrito 35,4 %

VCM 80,8 fL

HCM 25,1 pg

CHCM 31,1 g/dL

RDW 14,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 136000

Neutrófilos 78 106080

Promielócitos 3 4080

Mielócitos 14 19040

Metamielócitos 7 9520

Bastões 10 13600

Segmentados 47 63920

Eosinófilos 0 0
Basófilos 2 2720
Linfócitos 5 6800

Monócitos 8 10880

Blastos 4 5440

Plaquetograma
Plaquetas 110000 /mm³
ANISOCROMIA. HIPOCROMIA. POIQUILOCITOSE.
Obs.:
DISCRETA POLICROMASIA.

99

101 hemogramas - completo rev1.indd 99 05/02/2018 14:06:19


h

As sete perdas
e
m CASO
o
g
r
a
m

39
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 38 anos, parda, encaminhada ao serviço de Cirurgia de hospital terci-


ário para realizar colecistectomia em consequência de litíase biliar sintomática.
Exames pré-operatórios normais, exceto hemograma, que revelou alterações,
sendo solicitado parecer à Hematologia. Antecedentes: sete perdas fetais, apesar
da realização de pré-natal; negou transfusões sanguíneas prévias. Ao exame físi-
co, apresentava-se discretamente ictérica (+1/+4) e pálida (+2/+4). VHS 2 mm/h.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Diante dos dados clínicos, do hemograma, da contagem de reticulócitos
e da velocidade de hemossedimentação (VHS), que hipóteses diagnósti-
cas devem ser levantadas?
3. Qual o diagnóstico mais provável, levando em conta os achados clínicos e
as alterações do hemograma e como confirmar o diagnóstico?
4. O que explica as perdas fetais da paciente?

100

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Eritrograma
Hemácias 2,8 milhões/mm³

Hemoglobina 9,4 g/L

Hematócrito 29,3 %

VCM 103,4 fL

HCM 33,4 pg

CHCM 32,3 g/dL

RDW 32,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 8662

Neutrófilos 44 3811

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 44 3811

Eosinófilos 8 692
Basófilos 1 86
Linfócitos 41 3554

Monócitos 6 519

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 356100 /mm³
VHS 2,0 mm/h

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
8,7 243600

PRESENÇA DE DREPANÓCITOS. HEMÁCIAS EM ALVO.


Obs.: MACROCITOSE E POIQUILOCITOSE. ANISOCITOSE E
HIPOCROMIA. LINFÓCITOS SEM ATIPIA.

101

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h

A valva esquisita
e
m CASO
o
g
r
a
m

40
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 64 anos, com história de febre reumática, tendo realizado duas vezes ci-
rurgia cardíaca para implante de prótese mitral metálica. Antecedentes de HAS e de
AVCI há 17 anos, apresentando como sequela hemiparesia à esquerda. Em uso de
losartana e varfarina. Ao exame físico, apresentava-se orientado, afebril, eupneico,
acianótico, ictérico (+1/+4), pálido (+2/+4). Coração: presença de estalido valvar em
foco mitral. Neurológico: disartria e hemiparesia à esquerda. O serviço de Cardiolo-
gia, onde o paciente é acompanhado, solicitou parecer à Hematologia por anemia.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as características da anemia?


2. Diante de uma anemia hemolítica, qual exame é o mais importante para
direcionar o diagnóstico? Sabendo que o paciente não tem história fami-
liar de anemia e, no hemograma, não apresenta plaquetopenia, que tipo de
anemia hemolítica o paciente tem?
3. Qual a explicação para a presença de esquizócitos na distensão sanguínea?

102

101 hemogramas - completo rev1.indd 102 05/02/2018 14:06:19


Eritrograma
Hemácias 3,4 milhões/mm³

Hemoglobina 10,3 g/L

Hematócrito 32,2 %

VCM 92,3 fL

HCM 29,7 pg

CHCM 32,1 g/dL

RDW 16,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5103

Neutrófilos 60 3061

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 60 3061

Eosinófilos 5 255
Basófilos 1 51
Linfócitos 25 1277

Monócitos 9 459

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 153400 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
3,37 114580

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA.
Obs.: PRESENÇA DE ESQUIZÓCITOS. LINFÓCITOS SEM
ATIPIAS.

103

101 hemogramas - completo rev1.indd 103 05/02/2018 14:06:19


h

Eliminando infecção
e
m CASO
o
g
r
a
m

41
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 67 anos, em tratamento para linfoma não-Hodgkin difuso de grandes


células B, realizou três ciclos do esquema R- CHOP (rituximabe, ciclofosfamida,
doxorrubicina, vincristina, prednisona) e filgastrina (G-CSF). Exame clínico, cultu-
ras, PCR e procalcitonina sem sinais infecciosos.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Qual medicamento pode estar relacionado com tais alterações?

104

101 hemogramas - completo rev1.indd 104 05/02/2018 14:06:20


Leucograma
Hemácias 3,9 milhões/mm³

Hemoglobina 10,1 g/L

Hematócrito 31,4 %

VCM 80,5 fL

HCM 25,8 pg

CHCM 32,1 g/dL

RDW 16,3 %

% /mm³

Leucócitos 25600

Neutrófilos 84 21504

Promielócitos 0 0

Mielócitos 1 256

Metamielócitos 2 512

Bastões 11 2816

Segmentados 70 17920

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 10 2560

Monócitos 6 1536

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 70000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA POLICROMASIA. LINFÓCI-


TOS SEM ATIPIAS. AUSÊNCIA DE EOSINÓFILOS. PRE-
Obs.:
SENÇA DE GRANULAÇÕES
GROSSEIRAS EM ALGUNS NEUTRÓFILOS.

105

101 hemogramas - completo rev1.indd 105 05/02/2018 14:06:20


h

Nem de nenos, nem “DMARD”


e
m CASO
o
g
r
a
m

42
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 52 anos, em acompanhamento ambulatorial na Reumatologia por ar-


trite reumatoide. Foi encaminhada ao serviço de Hematologia para avaliação do
hemograma. Não apresentava queixas e achados no exame físico. Em uso exclu-
sivo de DMARD.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual DMARD melhor explicaria a macrocitose? Por quê?


2. Como se confirmou o diagnóstico da etiologia de macrocitose neste caso?
3. Qual classe de medicamento modificou o tratamento de pacientes com
artrite reumatoide grave/refratária aos DMARDs?

106

101 hemogramas - completo rev1.indd 106 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 3,7 milhões/mm³

Hemoglobina 12,2 g/L

Hematócrito 33,4 %

VCM 100,5 fL

HCM 32,8 pg

CHCM 32,6 g/dL

RDW 13,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5010

Neutrófilos 49 2454

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 50

Segmentados 48 2404

Eosinófilos 2 100

Basófilos 0 0

Linfócitos 46 2306

Monócitos 3 150

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 250000 /mm³

Obs.: MACROCITOSE.

107

101 hemogramas - completo rev1.indd 107 05/02/2018 14:06:20


h
e
m
o
CASO Nos menores frascos,
g
r
a
os piores venenos
m

43
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 56 anos, há dois meses em tratamento com azatioprina para doença de


Crohn. Há quatro dias com dor abdominal em andar superior de moderada intensi-
dade, náuseas e vômitos persistentes. Negou febre e diarreia. Antecedentes: HAS e
etilismo crônico, exacerbado no último mês. No exame físico encontrava-se orien-
tado, eupneico, afebril, acianótico, anictérico, corado. Pulso: 100 bpm. PA: 180x110
mmHg. Abdome: doloroso à palpação profunda na região superior, sem hepatoes-
plenomegalia, Traube livre. Exames: VHS 23 mm/h; PCR 12,03 mg/L (VR <0,5 mg/L).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Quais as alterações do hemograma?
2. Com os dados clínicos e as alterações do hemograma, devemos pensar
em um quadro inflamatório infeccioso ou não infeccioso?
3. Quais drogas utilizadas pelo paciente podem explicar o quadro clínico?

108

101 hemogramas - completo rev1.indd 108 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 5,1 milhões/mm³

Hemoglobina 13,0 g/L

Hematócrito 42,5 %

VCM 82,3 fL

HCM 25,1 pg

CHCM 30,6 g/dL

RDW 12,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 14420

Neutrófilos 85,7 12357

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 10,0 1442

Segmentados 75,7 10915

Eosinófilos 1,2 173


Basófilos 0,4 57
Linfócitos 8,5 1228

Monócitos 4,2 605

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 379000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS.

109

101 hemogramas - completo rev1.indd 109 05/02/2018 14:06:20


h

Picacismo
e
m CASO
o
g
r
a
m

44
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 51 anos, com antecedente de gastrectomia parcial por adenocarci-


noma gástrico há oito anos. Evoluiu com palidez, astenia progressiva e adinamia
há seis meses. Relatou perversão do apetite (pagofagia e amidofagia), sem relato
de sangramento aparente, e negou alteração do peso e do hábito intestinal. Ao
exame físico, apresentava-se bastante pálido e emagrecido. Abdome: escavado e
com cicatriz cirúrgica ao nível da linha alba.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações encontradas no hemograma?


2. Baseado nos dados clínicos e no histórico do paciente, que exames de-
vem ser solicitados?
3. Quais os possíveis diagnósticos diferenciais?
4. Com os seguintes resultados: ferro sérico 7µg/dL (60- 160µg/dL); índice
de saturação de transferrina 2% (20-50%), ferritina 1,94 ng/mL (21,81-
274,6 ng/mL); LDH 122 U/L (100-190 U/L), vitamina B12, ácido fólico e
EGD normais, qual o diagnóstico encontrado?

110

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Eritrograma
Hemácias 2,5 milhões/mm³

Hemoglobina 5,0 g/L

Hematócrito 17,0 %

VCM 67,2 fL

HCM 19,6 pg

CHCM 29,2 g/dL

RDW 15,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6809

Neutrófilos 78 5311

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 3 204

Segmentados 75 5106

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 19 1295

Monócitos 3 204

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 535100 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
2,5 62500

ANISOCITOSE. MICROCITOSE. HIPOCROMIA. POIQUI-


Obs.: LOCITOSE. LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.
EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

111

101 hemogramas - completo rev1.indd 111 05/02/2018 14:06:20


h

Trama plaquetária
e
m CASO
o
g
r
a
m

45
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 58 anos, casado, encaminhado da UBS ao ambulatório de Hema-


tologia devido à plaquetopenia. Paciente relatou história de etilismo há vários
anos. Negou HAS, DM e transfusões sanguíneas prévias. Ao exame físico, apre-
sentava-se pálido (+1/+4). Pele: telangiectasias em tórax anterior e posterior,
hipertricose facial, ginecomastia e lesões úlcero-bolhosas em extremidades fo-
toexpostas. Extremidades: discreto edema de membros inferiores.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Cite dois achados, um clínico e outro laboratorial, que, quando associados,


direcionam o diagnóstico.
2. Qual a causa mais provável da plaquetopenia do paciente?
3. Quais sorologias devem ser obrigatoriamente solicitadas?
4. Diante dos achados cutâneos, que doença pode estar associada à hepa-
topatia?
5. Sabendo que, na tomografia, há presença de nódulos hipercaptantes no
fígado, deve-se dosar um marcador. Qual seria?

112

101 hemogramas - completo rev1.indd 112 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 3,8 milhões/mm³

Hemoglobina 12,2 g/L

Hematócrito 36,5 %

VCM 94,8 fL

HCM 31,9 pg

CHCM 33,6 g/dL

RDW 14,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 4225

Neutrófilos 60 2535

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 60 2535

Eosinófilos 2 84
Basófilos 0 0
Linfócitos 29 1226

Monócitos 9 380

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 36860 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS EM ROULEAUX.

113

101 hemogramas - completo rev1.indd 113 05/02/2018 14:06:20


h

Púrpura anêmica
e
m CASO
o
g
r
a
m

46
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 20 anos, há três meses com episódios de tontura, dispneia aos mo-
derados esforços, astenia progressiva e aparecimento de equimoses em mem-
bros superiores e inferiores. Ao exame físico, apresentava-se com febre (38,5ºC),
acentuada palidez de pele e de mucosas e equimoses em membros superiores e
inferiores. Coração: discreto sopro sistólico pancardíaco; FC: 112 bpm. Paciente
foi transferida da UPA para serviço de Hematologia de hospital terciário para in-
vestigação diagnóstica e tratamento especializado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Levando em conta os dados clínicos e as alterações dos exames acima,
quais as duas principais doenças hematológicas a serem investigadas?
3. Quais os principais exames complementares a serem solicitados para ob-
tenção de diagnóstico definitivo?
4. Como os achados da BMO poderiam explicar a fisiopatologia da pancito-
penia do caso apresentado?

114

101 hemogramas - completo rev1.indd 114 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 1,9 milhões/mm³

Hemoglobina 5,6 g/L

Hematócrito 16,8 %

VCM 85,0 fL

HCM 28,6 pg

CHCM 33,6 g/dL

RDW 11,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2007

Neutrófilos 6 120

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 6 120

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 90 1807

Monócitos 4 80

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 1252 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
0,2 3800

ANISOCROMIA. POLICROMASIA. EOSINÓFILOS EXTRA-


Obs.:
CONTAGEM.

115

101 hemogramas - completo rev1.indd 115 05/02/2018 14:06:20


h

Entre gastrites e quedas


e
m CASO
o
g
r
a
m

47
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 68 anos, grupo sanguíneo A+, há três meses com sensação de pleni-
tude gástrica e queixa de perda de peso progressiva (3,0 kg). Referiu também dor
no epigástrio e hipocôndrio esquerdo de moderada intensidade há dois meses.
Iniciou automedicação com ibuprofeno três dias atrás. No dia anterior à consulta,
foi levado à Emergência por queda da própria altura e hipotensão. Negou náuseas
e vômitos. Ao exame físico, encontrava-se orientado, acianótico, anictérico e páli-
do (+2/+4). Abdome: plano, flácido, indolor à palpação superficial, mas doloroso
à palpação profunda em epigástrio e hipocôndrio esquerdo, sem hepatoespleno-
megalia, Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Cite dois diagnósticos prováveis.
3. Que exames complementares confirmariam o diagnóstico?

116

101 hemogramas - completo rev1.indd 116 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 2,8 milhões/mm³

Hemoglobina 7,6 g/L

Hematócrito 23,7 %

VCM 82,0 fL

HCM 26,3 pg

CHCM 32,1 g/dL

RDW 14,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 15030

Neutrófilos 82 12325

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 3 451

Segmentados 79 11874

Eosinófilos 1 150
Basófilos 0 0
Linfócitos 11 1653

Monócitos 6 902

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 547000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

117

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h

Invasores siderais
e
m CASO
o
g
r
a
m

48
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 35 anos, português, com diagnóstico de anemia hemolítica por defi-


ciência de piruvato quinase, apresentando icterícia desde a infância e história de
múltiplas transfusões sanguíneas. Referiu acidente de aviação em 2004, no qual
fraturou a coluna vertebral e sofreu luxação de quadril. Após a cirurgia, passou
a apresentar infecções recorrentes e abscesso do psoas recidivante. Anteceden-
tes: hepatite C e hemocromatose secundária.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Como explicar o quadro de hemocromatose secundária e de infecção por
HCV do paciente?
3. Quais germes estão mais associados ao aumento de infecções em pacien-
tes com sobrecarga férrica?

118

101 hemogramas - completo rev1.indd 118 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 2,0 milhões/mm³

Hemoglobina 8,2 g/L

Hematócrito 27,2 %

VCM 131,4 fL

HCM 39,6 pg

CHCM 30,1 g/dL

RDW 13,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 17190

Neutrófilos 42,8 7357

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 42,8 7357

Eosinófilos 2,5 428


Basófilos 1,8 309
Linfócitos 43,2 7428

Monócitos 9,7 1667

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 887000 /mm³

HEMÁCIAS MACROCÍTICAS. AUSÊNCIA DE GRANULA-


Obs.:
ÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓFILOS.

119

101 hemogramas - completo rev1.indd 119 05/02/2018 14:06:20


h

A nociva rebelde
e
m CASO
o
g
r
a
m

49
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 40 anos, manobrista, compareceu ao atendimento médico queixan-


do-se de dispneia, episódios de diarreia pastosa, sem sangue e sem muco, e per-
da de 4,0 kg há oito meses. Ao exame físico: palidez discreta, fígado palpável a 2,0
cm do RCD, consistência fibroelástica, indolor à palpação e com bordos regula-
res. Traube livre. Parestesia em extremidades de membros. Exames complemen-
tares: cinética do ferro normal, aumento discreto de bilirrubina indireta e LDH
elevada. EGD: atrofia gástrica difusa.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Quais as características da anemia?
2. Pensando-se em uma doença imunomediada, que anticorpos devem ser
solicitados?
3. Qual o mecanismo fisiopatológico da anemia?
4. Como explicar o aumento da bilirrubina indireta?

120

101 hemogramas - completo rev1.indd 120 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 2,6 milhões/mm³

Hemoglobina 11,2 g/L

Hematócrito 32,4 %

VCM 121,0 fL

HCM 41,7 pg

CHCM 34,4 g/dL

RDW 14,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 4700

Neutrófilos 59,7 2805

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 59,7 2805

Eosinófilos 2 94

Basófilos 1 47

Linfócitos 33,7 1583

Monócitos 3,6 169

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 193000 /mm³

Obs.: ACENTUADA MACROCITOSE.

121

101 hemogramas - completo rev1.indd 121 05/02/2018 14:06:20


h

Caso alfa
e
m CASO
o
g
r
a
m

50
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 65 anos, empresário, hospitalizado por agravamento de angina es-


tável devido à anemia. Antecedentes: HAS e DM diagnosticados há dois anos
na UBS e em uso de metformina, alfametildopa e furosemida. Ao exame físico:
orientado, eupneico, afebril, acianótico, ictérico (+1/+4), com palidez mucocutâ-
nea (+3/+4). Abdome plano, flácido, indolor, baço palpável ao nível do RCE.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Que dados do hemograma e da hematoscopia sugerem uma anemia he-


molítica? Por quê?
2. Que dados clínicos sugerem uma anemia hemolítica?
3. Você solicitaria um teste de Coombs? Por quê?
4. Sabendo que o Coombs direto foi positivo, qual a etiologia da anemia he-
molítica nesse caso?

122

101 hemogramas - completo rev1.indd 122 05/02/2018 14:06:20


Eritrograma
Hemácias 1,6 milhões/mm³

Hemoglobina 6,3 g/L

Hematócrito 18,5 %

VCM 107,0 fL

HCM 28,9 pg

CHCM 35,5 g/dL

RDW 16,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6500

Neutrófilos 75 4875

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 75 4875

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 15 975

Monócitos 10 650

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 250000 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
23,8 380800

ANISOCITOSE. POLICROMASIA. PONTILHADO BASO-


Obs.:
FÍLICO.

123

101 hemogramas - completo rev1.indd 123 05/02/2018 14:06:20


h

O triunvirato
e
m CASO
o
g
r
a
m

51
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 34 anos, relatou dor abdominal epigástrica em queimação de mode-


rada a forte intensidade, náuseas, vômitos, adinamia progressiva, hiporexia e
perda de peso de cerca de 6,0 kg nos últimos seis meses. Antecedentes: diagnós-
tico de DM1 há 18 anos, tireoidite de Hashimoto há 13 anos e história de trans-
fusão sanguínea prévia. Exame físico: palidez (+3/+4), icterícia (+2/+4), glossite,
língua despapilada; parestesias em membros inferiores.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Que diagnóstico contempla os achados clínicos e as alterações do hemo-
grama?
3. Dentre as causas possíveis para a anemia da paciente, qual é a mais pro-
vável? Por quê?

124

101 hemogramas - completo rev1.indd 124 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 1,8 milhões/mm³

Hemoglobina 6,2 g/L

Hematócrito 19,6 %

VCM 103,7 fL

HCM 32,8 pg

CHCM 31,6 g/dL

RDW 33,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2570

Neutrófilos 39,7 1020

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 2 51
Segmentados 37,7 968

Eosinófilos 0,5 12
Basófilos 0,6 15
Linfócitos 58,0 1494

Monócitos 1,2 30

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 157000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. MACROCITOSE.

125

101 hemogramas - completo rev1.indd 125 05/02/2018 14:06:21


h

Como diria Hobbes


e
m CASO
o
g
r
a
m

52
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 49 anos, internado na UTI por parada cardiorrespiratória secundária


a pneumotórax hipertensivo na Enfermaria, na qual estava internado para investi-
gação de artrite, infiltrados pulmonares e bicitopenia. Nos últimos dias de interna-
ção, apresentou piora do quadro respiratório com TCAR, demonstrando padrão em
“árvore em brotamento” em vidro fosco e cavitações em ápices. Exames laborato-
riais: ANA reagente, FR não reagente, anti-CCP não reagente. Na UTI, necessitou de
constantes hemotransfusões e de ventilação dificultada por hemorragia alveolar.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados do hemograma?


2. Diante da contagem plaquetária, o paciente necessita de transfusão de
plaquetas?
3. Diante dos achados do hemograma e ferritina acima de 2000 mg/ml, VHS 2
mm/h, fibrinogênio 20 mg/dL, C3 e C4 consumidos e proteinúria de 8g/24h,
cogitou-se a hipótese de autoimunidade. Qual o diagnóstico principal?

126

101 hemogramas - completo rev1.indd 126 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 2,9 milhões/mm³

Hemoglobina 7,8 g/L

Hematócrito 24,1 %

VCM 80,1 fL

HCM 26,9 pg

CHCM 32,4 g/dL

RDW 16,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 18620

Neutrófilos 92 17130

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 10 1862
Segmentados 82 15268

Eosinófilos 1 186
Basófilos 0 0
Linfócitos 4 746

Monócitos 3 558

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 20000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. HIPOCROMIA. POLICROMASIA.

127

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h

Fantástica hemólise
e
m CASO
o
g
r
a
m

53
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 47 anos, caminhoneiro, procedente de São Paulo e admitido na


Hematologia para investigação de provável hemólise associada a diagnósti-
co prévio de SMD. Paciente vem sendo acompanhado há três anos por pan-
citopenia. Realizou investigação diagnóstica, a qual, segundo o paciente, foi
compatível com SMD. Foi encaminhado para TMO, o qual não pôde realizar por
doença hemorroidária em atividade. Há um ano desenvolveu HAS, associada à
anasarca e proteinúria. Antes de retornar para Fortaleza, realizou investigação
para doença renal, na qual, segundo o paciente, foi compatível com doença
de lesão mínima. Indicou-se tratamento com prednisona e ciclosporina, com
melhora dos sintomas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva os achados do hemograma.


2. Diante de Coombs direto positivo, contagem de reticulócitos aumentada
e proteinúria de 4g/24h, foi solicitado um marcador sorológico. Qual foi o
marcador?
3. A BMO apresentava intensa dispoese das três linhagens com nódulos linfoi-
des e ALIPs. Cariótipo pela banda G sem alterações. Esse paciente tem SMD?

128

101 hemogramas - completo rev1.indd 128 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 0,8 milhões/mm³

Hemoglobina 2,5 g/L

Hematócrito 9,0 %

VCM 102,3 fL

HCM 29,5 pg

CHCM 28,9 g/dL

RDW 28,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 16770

Neutrófilos 61,5 10313

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 61,5 10313

Eosinófilos 0,6 100

Basófilos 5,4 905

Linfócitos 29,4 4933

Monócitos 3,1 519

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 133000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
38.79 310320

HEMÁCIAS ANISOCÍTICAS, MACROCÍTICAS E HIPOCRÔ-


MICAS. POLICROMASIA.
Obs.:
PRESENÇA DE 77 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCI-
TOS. AUSÊNCIA DE DEGENERAÇÃO LEUCOCITÁRIA.

129

101 hemogramas - completo rev1.indd 129 05/02/2018 14:06:21


h

“Dengue” esquisita
e
m CASO
o
g
r
a
m

54
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 28 anos, encaminhada de hospital terciário onde ficou 10 dias com


hipótese diagnóstica de dengue. Foi admitida na Clínica Médica e logo encami-
nhada para a UTI por rebaixamento do nível de consciência e convulsões reen-
trantes. Foi entubada com importante sangramento à laringoscopia. À hema-
toscopia, apresentou presença maciça de esquizócitos e reticulócitos.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva os achados do hemograma.


2. Qual o achado do hemograma que pode ter feito o primeiro médico a sus-
peitar de dengue?
3. Quais achados fazem com que se pense em microangiopatia trombótica?

130

101 hemogramas - completo rev1.indd 130 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 2,6 milhões/mm³

Hemoglobina 8,9 g/L

Hematócrito 28,4 %

VCM 106,0 fL

HCM 33,2 pg

CHCM 31,3 g/dL

RDW 20,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 4920

Neutrófilos 60,0 2971

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0
Segmentados 60,0 2971

Eosinófilos 2,7 132


Basófilos 0,3 14
Linfócitos 30,9 1523

Monócitos 5,7 280

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 29000 /mm³

HEMÁCIAS ANISOCÍTICAS E HIPOCRÔMICAS. AUSÊN-


Obs.:
CIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓFILOS.

131

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h

Vestido escarlate
e
m CASO
o
g
r
a
m

55
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 35 anos, com histórico de exposição a medicamentos anticonvulsi-


vantes, evoluiu, há duas semanas, com piora do estado geral. Ao exame físico,
apresentava taquicardia, febre (38,0oC) e placas eritematosas difusas não pruri-
ginosas. Exames laboratoriais: elevação de troponinas e de CKMB massa.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual é a alteração que, associada ao quadro clínico, chama mais atenção


no hemograma?
2. Cite as quatro mais graves reações cutâneas adversas a drogas.
3. No caso em questão, qual o diagnóstico mais provável para a paciente?

132

101 hemogramas - completo rev1.indd 132 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 3,8 milhões/mm³

Hemoglobina 11,0 g/L

Hematócrito 34,3 %

VCM 68,4 fL

HCM 26,4 pg

CHCM 32,1 g/dL

RDW 14,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 16990

Neutrófilos 72 12232

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0
Segmentados 72 12232

Eosinófilos 13 2208
Basófilos 0 0
Linfócitos 12 2041

Monócitos 3 509

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 387000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCRÔMICAS E NORMOCÍTICAS.


Obs.: AUSÊNCIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓ-
FILOS.

133

101 hemogramas - completo rev1.indd 133 05/02/2018 14:06:21


h

Sangue lento
e
m CASO
o
g
r
a
m

56
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 21 anos, admitido para investigação de acentuada esplenomegalia.


Relatou astenia, adinamia e artralgias há um mês.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva o hemograma.
2. Diante dos achados da história clínica e do hemograma, em qual grupo de
doenças o paciente se enquadra?
3. Cite três alterações cromossômicas ou genéticas associadas a esse grupo
de doenças.
4. Paciente evolui com dispneia, engurgitamento de vênulas retinianas, pria-
pismo e alteração do nível de consciência. Qual complicação mais provavel-
mente está associada a esse quadro?

134

101 hemogramas - completo rev1.indd 134 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 2,3 milhões/mm³

Hemoglobina 6,9 g/L

Hematócrito 19,9 %

VCM 86,5 fL

HCM 30,0 pg

CHCM 34,7 g/dL

RDW 17,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 186700

Neutrófilos 83 154960

Promielócitos 0 0

Mielócitos 6 11202

Metamielócitos 15 28005

Bastões 7 13069
Segmentados 55 102680

Eosinófilos 3 5601
Basófilos 0 0
Linfócitos 7 13069

Monócitos 6 11202

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 352000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POLICROMASIA.


PRESENÇA DE 1% DE CÉLULAS DE MÉDIO E GRANDE
Obs.: PORTE COM ALTA RELAÇÃO NÚCLEO/CITOPLASMA,
NÚCLEO COM NUCLÉOLOS EVIDENTES E CROMATINA
FROUXA, CITOPLASMA BASOFÍLICO.

135

101 hemogramas - completo rev1.indd 135 05/02/2018 14:06:21


h

Um prurido não clássico


e
m CASO
o
g
r
a
m

57
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 69 anos, apresentava-se com hematoquezia e prurido aquagênico


generalizado há seis meses. Foi solicitado hemograma, que revelou aumento
em número das três séries sanguíneas. A partir disso, foi realizada pesquisa de
BCR-ABL, a qual foi negativa, e mutação V617F no gene JAK2, positiva, inician-
do-se, logo em seguida, tratamento com hidroxiureia. Alguns meses depois, foi
aconselhado a realizar flebotomias seriadas devido à ausência do medicamento
no serviço público de saúde, realizando-se o hemograma seriado a seguir.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Por que foi solicitada a pesquisa de mutação do gene JAK2 e qual o seu
significado clínico?
3. Sabendo que o cromossomo Philadelphia é importante para o diagnóstico
das doenças mieloproliferativas crônicas, caso a pesquisa BCR-ABL fos-
se positiva, em que doença hematológica deveríamos pensar?

136

101 hemogramas - completo rev1.indd 136 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 5,6 milhões/mm³

Hemoglobina 11,3 g/L

Hematócrito 37,8 %

VCM 68,0 fL

HCM 20,2 pg

CHCM 29,9 g/dL

RDW 24,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 34200

Neutrófilos 89 30438

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 3 1026

Segmentados 86 29412

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 6 2052

Monócitos 5 1710

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 1025000 /mm³

MICROCITOSE. HIPOCROMIA. ANISOCITOSE. AUSÊNCIA


Obs.:
DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓFILOS.

137

101 hemogramas - completo rev1.indd 137 05/02/2018 14:06:21


h

Faça o seu julgamento


e
m CASO
o
g
r
a
m

58
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 28 anos, advogada, com história de palidez, astenia e discreto sangra-


mento transvaginal há 15 dias. Relata ainda atraso menstrual nos últimos dois
meses. Ao exame físico, pálida (+2/+4). Extremidades com petéquias em MMII.
Procurou assistência médica, sendo realizados hemograma e β-hCG. O primei-
ro hemograma revelou alterações, β-hCG positivo. Levantou-se a hipótese diag-
nóstica de gravidez e plaquetopenia imune. Iniciou-se prednisona (1mg/kg/dia).
Após quatro dias, realizou segundo hemograma. Foi referenciada ao serviço de
Hematologia, com solicitação de TP, TTPA, dosagem de fibrinogênio. Exames: TP
e TTPA alargados, fibrinogênio diminuído. Seguem os hemogramas realizados
em locais diferentes com intervalo de quatro dias.

138

101 hemogramas - completo rev1.indd 138 05/02/2018 14:06:21


?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Comente as alterações do primeiro e do segundo hemograma.


2. Que tipo de leucemia relaciona-se com os resultados laboratoriais (TP,
TTPA, fibrinogênio)?
3. Que complicação hematológica é mais temida nessa paciente?
4. Cite duas alterações cromossômicas recorrentes nesse tipo de doença he-
matológica.

139

101 hemogramas - completo rev1.indd 139 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 3,5 milhões/mm³

Hemoglobina 11,2 g/L

Hematócrito 31,3 %

VCM 87,6 fL

HCM 31,3 pg

CHCM 35,7 g/dL

RDW 12,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6000

Neutrófilos 24 1440

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 60
Segmentados 23 1380

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 42 2520

Monócitos 34 2040

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 31000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS. LIN-


Obs.: FÓCITOS SEM ATIPIAS. NÃO FORAM ENCONTRADOS
EOSINÓFILOS.

140

101 hemogramas - completo rev1.indd 140 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 3,6 milhões/mm³

Hemoglobina 11,3 g/L

Hematócrito 32,4 %

VCM 90,0 fL

HCM 31,4 pg

CHCM 34,9 g/dL

RDW 13,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 56370

Neutrófilos 5 2818

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 5 2818

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0 0

Linfócitos 1 564

Monócitos 1 564

Blastos 93 52424

Plaquetograma
Plaquetas 40000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.


PRESENÇA DE BLASTOS COM CITOPLASMA HIPER-
Obs.:
GRANULAR, ALGUNS COM NÚCLEO SOBREPOSTO,
OUTROS COM ASPECTO MONOCITOIDE.

141

101 hemogramas - completo rev1.indd 141 05/02/2018 14:06:21


h

Uma ligação com a infecto


e
m CASO
o
g
r
a
m

59
a

Apresentação do caso clínico

Você recebe uma ligação de uma infectologista de 28 anos que relata apresen-
tar febre há três semanas, sem calafrios, com astenia progressiva e diminuição
do apetite. Ela relata nódulos dolorosos em regiões extensoras de MMSS e man-
chas ungueais. Alega, também, estar febril, taquicárdica, taquipneica e pálida.
Refere sopro sistólico pancardíaco (+2/+4), principalmente em foco mitral, FC:
108 bpm. A paciente ligou para o seu consultório por preocupação de possível
doença hematológica grave.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Diante da leucocitose e do desvio escalonado até mielócitos, você indica-


ria um mielograma? Justifique sua escolha.

142

101 hemogramas - completo rev1.indd 142 05/02/2018 14:06:21


Eritrograma
Hemácias 3,5 milhões/mm³

Hemoglobina 9,5 g/L

Hematócrito 27,6 %

VCM 77,9 fL

HCM 26,7 pg

CHCM 34,3 g/dL

RDW 12,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 14220

Neutrófilos 85 12087

Promielócitos 0 0

Mielócitos 2 284

Metamielócitos 8 1137

Bastões 28 3981
Segmentados 47 6683

Eosinófilos 6 853
Basófilos 1 142
Linfócitos 3 428

Monócitos 5 711

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 153600 /mm³

POIQUILOCITOSE. PRESENÇA DE HEMÁCIAS MICRO-


CÍTICAS. ANISOCROMIA. NEUTRÓFILOS SEM SINAIS
Obs.:
DEGENERATIVOS. LINFÓCITOS SEM ATIPIA. PRESENÇA
DE MACROPLAQUETAS.

143

101 hemogramas - completo rev1.indd 143 05/02/2018 14:06:21


h

Basta estar no Ceará


e
m CASO
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r
a
m

60
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 50 anos, vendedor ambulante, apresentando história de febre alta


vespertina (39,0ºC) sem calafrios, com início há quatro meses, associada à perda
de peso progressiva e astenia. Não relatou alteração do apetite. Negou criação
de animais domésticos. Ao exame físico, apresentava-se orientado, eupneico, fe-
bril, acianótico, anictérico, emagrecido e pálido (+1/+4). Abdome: discretamen-
te abaulado em hipocôndrio esquerdo, flácido, indolor à palpação superficial e
profunda. Fígado palpável a 3,0 cm abaixo do RCD, baço palpável a 5,0 cm do
RCE, Traube ocupado. Exame complementar: VHS = 76 mm/h.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. O que devemos pensar diante dos achados clínicos e do hemograma?
3. Quais exames seriam os mais apropriados para confirmar a hipótese diag-
nóstica principal?

144

101 hemogramas - completo rev1.indd 144 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,2 milhões/mm³

Hemoglobina 11,1 g/L

Hematócrito 34,5 %

VCM 81,2 fL

HCM 26,2 pg

CHCM 32,3 g/dL

RDW 15,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2180

Neutrófilos 60,1 1310

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 60,1 1310

Eosinófilos 0 0

Basófilos 0,7 15

Linfócitos 31,7 692

Monócitos 7,5 163

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 70000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
2,35 98700

HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 4,3%.


Obs.: HEMÁCIAS HIPOCRÔMICAS: 5,3%.
HEMÁCIAS EM ROULEAUX.

145

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h

Jovem tensão
e
m CASO
o
g
r
a
m

61
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 17 anos, compareceu à Emergência com queixa de episódios de dor


torácica anterior de caráter opressivo, de moderada intensidade e desconforto
respiratório. Negou febre, tosse, expectoração e história de infecção respirató-
ria nas últimas semanas. Antecedentes: uso prévio de antiplaquetário (AAS) por
orientação médica, sem história de etilismo, tabagismo e uso de drogas ilícitas.
Ao exame físico, paciente apresentava-se orientado, ansioso, taquipneico, acia-
nótico, anictérico, taquicárdico, normocorado. Coração: RCR em 2T, B2 palpável
e hiperfonética, sem sopros, FC: 124 bpm. Neurológico: paciente bastante an-
sioso, inquieto, orientado no tempo e no espaço, sem sinais de irritação menín-
gea. Procurou a Emergência por quatro vezes no período de uma semana pelas
mesmas queixas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Quais as hipóteses diagnósticas para o caso acima?
3. Quais achados do exame clínico direcionam para a principal hipótese diag-
nóstica?
4. Qual exame de imagem solicitar para confirmar o diagnóstico?

146

101 hemogramas - completo rev1.indd 146 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 5,3 milhões/mm³

Hemoglobina 15,8 g/L

Hematócrito 45,8 %

VCM 85,2 fL

HCM 29,4 pg

CHCM 34,4 g/dL

RDW 12,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 17200

Neutrófilos 78 13416

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 172
Segmentados 77 13244

Eosinófilos 1 172
Basófilos 0 0
Linfócitos 10 1720

Monócitos 11 1892

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 220000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS NORMOCRÔMICAS. LIN-


Obs.:
FÓCITOS SEM ATIPIAS.

147

101 hemogramas - completo rev1.indd 147 05/02/2018 14:06:22


h

Parece, mas não é!


e
m CASO
o
g
r
a
m

62
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 61 anos, parda, relatava desde a infância episódios de “hepatite”, ar-


tralgia e palidez. Nos últimos seis meses, apresentava inquietude nos membros
inferiores. Antecedentes: história de anemia na família e repetidas transfusões
sanguíneas com concentrados de hemácias. Ao exame físico, encontrava-se
eupneica, afebril, acianótica, ictérica (+/+4) e pálida (+2/+4). Abdome: plano,
flácido, indolor à palpação superficial e profunda, sem hepatoesplenomegalia e
Traube livre. Extremidades: ausência de edema ou varizes.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Como conduzir o raciocínio clínico?
3. Que exames poderiam ser solicitados para a elucidação diagnóstica?

148

101 hemogramas - completo rev1.indd 148 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 1,9 milhões/mm³

Hemoglobina 8,4 g/L

Hematócrito 23,9 %

VCM 120,1 fL

HCM 42,6 pg

CHCM 35,5 g/dL

RDW 19,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6850

Neutrófilos 15 1027

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0
Segmentados 15 1027

Eosinófilos 12 822
Basófilos 1 68
Linfócitos 64 4385

Monócitos 8 548

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 205500 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
19,29 366510

PRESENÇA DE DREPANÓCITOS. MACROCITOSE.


ANISOCITOSE E ANISOCROMIA. HEMÁCIAS EM ALVO.
Obs.:
POIQUILOCITOSE. NEUTRÓFILOS SEM SINAIS DEGE-
NERATIVOS. LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

149

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h

Uma bagagem febril


e
m CASO
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m

63
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 17 anos, apresentou-se à Emergência queixando-se de “dengue”.


Há sete dias, relatava febre (40,0oC), calafrios e dor abdominal difusa de mode-
rada intensidade associada a náuseas, vômitos e episódios de diarreia líquida
sem sangue ou muco. Negou artralgia. Residiu por um mês em Rondônia, re-
tornando já sintomático há uma semana. Ao exame físico, encontrava-se orien-
tado, eupneico, febril (38,0ºC), anictérico e hipocorado (+/+4). Abdome: plano,
flácido, doloroso à palpação profunda, sem hepatoesplenomegalia. USG abdo-
minal normal. Os três hemogramas apresentados foram realizados em dias con-
secutivos para a avaliação diagnóstica.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Analise a série de hemogramas.


2. Paciente, após 15 dias, apresentou febre com calafrios e episódios de icte-
rícia flutuante a cada três dias, associada à dor abdominal importante.
Qual o principal diagnóstico infeccioso?
3. Que exames laboratoriais e complementares confirmariam o diagnóstico?

150

101 hemogramas - completo rev1.indd 150 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,7 milhões/mm³

Hemoglobina 14,3 g/L

Hematócrito 39,1 %

VCM 83,0 fL

HCM 30,3 pg

CHCM 36,5 g/dL

RDW 13,9 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5900

Neutrófilos 57 3362

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 59
Segmentados 56 3304

Eosinófilos 7 413
Basófilos 0 0
Linfócitos 30 1770

Monócitos 6 354

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 65000 /mm³
HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.
Obs.:
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

151

101 hemogramas - completo rev1.indd 151 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,8 milhões/mm³

Hemoglobina 14,4 g/L

Hematócrito 40,8 %

VCM 83,7 fL

HCM 29,5 pg

CHCM 35,2 g/dL

RDW 14,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 4500

Neutrófilos 57 2565

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 45
Segmentados 56 2520

Eosinófilos 1 45
Basófilos 0 0
Linfócitos 37 1665

Monócitos 5 225

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 61000 /mm³
HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.
Obs.:
RAROS LINFÓCITOS ATÍPICOS.

152

101 hemogramas - completo rev1.indd 152 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,0 milhões/mm³

Hemoglobina 11,9 g/L

Hematócrito 34,7 %

VCM 84,8 fL

HCM 29,0 pg

CHCM 34,2 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2500

Neutrófilos 41 1025

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 25

Segmentados 40 1000

Eosinófilos 1 45

Basófilos 0 0

Linfócitos 49 1225

Monócitos 10 250

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 58000 /mm³

HEMÁCIAS MORFOLOGICAMENTE NORMAIS. RAROS


Obs.: LINFÓCITOS ATÍPICOS. NÃO FORAM
ENCONTRADOS EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

153

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h

Sopa de aveia
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m CASO
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64
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 60 anos, assistente de mecânico, referia tosse não produtiva pro-


gressiva com duração de três meses, a qual evoluiu com escarros hemoptoicos
há uma semana. Relatou moderada perda de peso, que não soube mensurar. An-
tecedentes: tabagista ativo há 30 anos. Pulmões: murmúrio vesicular rude com
sibilos expiratórios esparsos. Extremidades: baqueteamento digital. Exame com-
plementar: PCR 7,57 g/dL (VR: 0,3 g/dL).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Considerando os achados clínicos e as alterações do hemograma, qual é a
principal hipótese?
3. Que exames complementares devem ser solicitados para confirmação diag-
nóstica?
4. O achado da baciloscopia foi de pequenas células agrupadas, com citoplas-
ma escasso e evidentes nucléolos. As células, na opinião do patologista,
lembravam linfócitos. Qual a doença neoplásica mais provável?

154

101 hemogramas - completo rev1.indd 154 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,6 milhões/mm³

Hemoglobina 12,0 g/L

Hematócrito 40,0 %

VCM 85,0 fL

HCM 25,7 pg

CHCM 30,0 g/dL

RDW 15,5 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 15530

Neutrófilos 62 9628

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 155
Segmentados 61 9473

Eosinófilos 5 777
Basófilos 0 0
Linfócitos 25 3883

Monócitos 8 1242

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 449000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. HIPOCROMIA.

155

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h

Chagas aberto, coração “Ferrido”


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m CASO
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m

65
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 55 anos, admitido em hospital terciário, com história de astenia pro-


gressiva, episódios de artralgia, em pequenas e médias articulações, e impotência
sexual. Antecedentes: história de úlcera purulenta e refratária em membro inferior
esquerdo, associada à DM2. Negou etilismo, tabagismo, transfusões sanguíneas
prévias e banhos de açude. Ao exame físico, paciente apresentava-se eupneico,
afebril, acianótico, anictérico, corado. Pele: seca, leve hiperpigmentação genera-
lizada, rarefação de pelos e telangiectasias em tórax anterior e posterior. Gineco-
mastia bilateral. Traube livre. Discreto edema de MMII.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações encontradas no hemograma?


2. Qual a principal hipótese diagnóstica para o caso?
3. Quais os exames mais importantes para diagnóstico de perda de função
hepática?
4. Diante de ferritina acima de 1000 ng/mL, IST de 88 %, HbA1c de 11%, do-
sagem reduzida de gonadotrofinas e ECO demonstrando espessamento
septal, qual o diagnóstico provável?

156

101 hemogramas - completo rev1.indd 156 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,4 milhões/mm³

Hemoglobina 14,1 g/L

Hematócrito 41,9 %

VCM 94,8 fL

HCM 31,9 pg

CHCM 33,8 g/dL

RDW 13,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3880

Neutrófilos 56,2 2180

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 0 0

Segmentados 56,2 2180

Eosinófilos 2,8 108

Basófilos 0,2 7

Linfócitos 35,2 1368

Monócitos 5,6 217

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 96000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

157

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h

Oceano de plaquetas
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m CASO
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66
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 46 anos, encaminhada da UBS ao ambulatório de Hematologia por


apresentar importante alteração no hemograma. Relatava apenas episódios de
dor intensa em queimação nas extremidades de quirodáctilos. Antecedentes:
HAS não tratada. Exame físico: Pulso = 86 bpm; PA = 150x100 mmHg; FR: 18 irpm;
Temperatura = 36,8°C. Eritromelalgia em quirodáctilos.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. A alteração do hemograma sugere uma plaquetose reacional? Por quê?


2. Que hipóteses diagnósticas devem ser levantadas?
3. Que exames laboratoriais devem ser realizados para confirmação diag-
nóstica?
4. Que abordagem clínica deve ser realizada de imediato?

158

101 hemogramas - completo rev1.indd 158 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 4,7 milhões/mm³

Hemoglobina 13,8 g/L

Hematócrito 42,4 %

VCM 90,0 fL

HCM 29,4 pg

CHCM 32,7 g/dL

RDW 13,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 8236

Neutrófilos 67,5 5565

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0
Segmentados 67,5 5565

Eosinófilos 1,4 117


Basófilos 1,5 122
Linfócitos 21,5 1774

Monócitos 8 658

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 1938000 /mm³

HEMÁCIAS MORFOLOGICAMENTE NORMAIS. LINFÓCI-


Obs.:
TOS SEM ATIPIAS.

159

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Hemorragia multinacional
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m CASO
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67
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 37 anos, cuidadora, há longo tempo apresenta anemia ferropriva. À


anamnese, a paciente referiu que sua anemia foi, previamente, associada aos
frequentes episódios de epistaxe bilateral. História familiar: mãe apresentava
episódios de epistaxe e anemia ferropriva, avó faleceu por ICC de alto débito por
anemia grave. Ao exame físico, a paciente se apresentava pálida (+4/+4) e com
telangiectasias em lábios, extremidade da língua e quirodáctilos.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Considerando o quadro clínico da paciente e sua história familiar, em
quais diagnósticos podemos pensar?
3. Cite dois diagnósticos diferenciais importantes. Diante da linfopenia,
qual das duas hipóteses prevalece?
4. Qual é a complicação pulmonar mais temida dessa doença?

160

101 hemogramas - completo rev1.indd 160 05/02/2018 14:06:22


Eritrograma
Hemácias 1,8 milhões/mm³

Hemoglobina 3,7 g/L

Hematócrito 13,2 %

VCM 72,3 fL

HCM 20,2 pg

CHCM 28,0 g/dL

RDW 26,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2900

Neutrófilos 72,0 2088

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1,0 29
Segmentados 71,0 2059

Eosinófilos 4,0 116


Basófilos 0 0
Linfócitos 11,0 319

Monócitos 13,0 377

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 226000 /mm³

ANISOCITOSE. MICROCITOSE. HIPOCROMIA. POLI-


Obs.: CROMASIA. POIQUILOCITOSE. HEMÁCIAS EM ALVO.
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

161

101 hemogramas - completo rev1.indd 161 05/02/2018 14:06:23


h

Maquinaria da dor
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m CASO
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68
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 32 anos, operador de máquinas, apresenta desde criança episódios de


icterícia e de artralgia em punhos, joelho direito e tornozelos agravados pelo frio,
sem melhora ao uso de analgésicos. Durante acompanhamento ambulatorial, evo-
luiu com dor súbita em hipocôndrio esquerdo de moderada intensidade associada
a náuseas, vômitos, febre e fezes pastosas. Ao exame físico, apresentava-se afebril,
anictérico e pálido (+3/+4). Abdome: cicatriz cirúrgica em linha alba, com sinais de
irritação peritoneal e baço palpável a 4,0 cm abaixo do RCE. Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Pensando-se em uma complicação por hemoglobinopatia, que exames la-


boratoriais confirmam o diagnóstico e qual a complicação?
2. Qual a fisiopatologia do “abdome agudo” da doença em questão?

162

101 hemogramas - completo rev1.indd 162 05/02/2018 14:06:23


Eritrograma
Hemácias 2,9 milhões/mm³

Hemoglobina 9,2 g/L

Hematócrito 27,9 %

VCM 95,8 fL

HCM 31,8 pg

CHCM 33,1 g/dL

RDW 18,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5628

Neutrófilos 94 52903

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 10 5628
Segmentados 84 47275

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 4 2252

Monócitos 2 1125

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 319800 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
9 261000

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POIQUILOCITOSE.


PRESENÇA DE HEMÁCIAS EM ALVO E DREPANÓCITOS.
Obs.:
NEUTRÓFILOS SEM SINAIS DEGENERATIVOS. LINFÓCI-
TOS SEM ATIPIAS. PRESENÇA DE MACROPLAQUETAS.

163

101 hemogramas - completo rev1.indd 163 05/02/2018 14:06:23


h

RO-HO
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m CASO
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69
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 29 anos, professora, com febre alta recorrente (39,0ºC) e calafrios há


seis meses. Relatava astenia, anorexia e perda de 10,0 kg nos últimos seis meses.
Além disso, referiu dores abdominais e no linfonodo supraclavicular direito após
ingestão de chocolate de rum. Negou antecedentes relevantes. Ao exame físico,
apresentava-se bastante emagrecida, fácies de sofrimento, febril, desidratada, ic-
térica (+4/+4) e pálida (+2/+4). Notou-se gânglio supraclavicular direito de 4,0 cm,
de consistência fibroelástica, aderente a planos profundos e indolor à palpação.
Pulmões: MV presente, mas diminuído na base esquerda, sem ruídos adventícios.
Abdome: escavado, flácido, doloroso à palpação profunda, principalmente em epi-
gástrio e hipocôndrios, com hepatoesplenomegalia moderada. Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante do número de linfócitos, qual sorologia solicitar?
3. Que exame você solicitaria para possível elucidação da etiologia da icterícia?
4. Que exames confirmariam o diagnóstico do caso apresentado?

164

101 hemogramas - completo rev1.indd 164 05/02/2018 14:06:23


Eritrograma
Hemácias 3,9 milhões/mm³

Hemoglobina 10,6 g/L

Hematócrito 33,7 %

VCM 84,3 fL

HCM 26,7 pg

CHCM 31,6 g/dL

RDW 15,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 11100

Neutrófilos 88 9768

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 111

Segmentados 87 9657

Eosinófilos 2 222
Basófilos 0 0
Linfócitos 3 333

Monócitos 7 777

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 409000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. HIPOCROMIA. LINFÓ-


Obs.:
CITOS SEM ATIPIAS.

165

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Anéis e pérolas
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70
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 75 anos, agricultor, há três anos com palidez e, nos últimos seis me-
ses, evoluiu com dispneia aos moderados esforços. Realizou hemogramas seria-
dos que revelaram anemia progressiva. Fez uso de vários medicamentos (ferro
oral, complexos vitamínicos), mas sem resposta satisfatória. Antecedentes: mani-
pulava inseticidas e pesticidas; ex-etilista e ex-tabagista (suspendeu há 30 anos);
sem história de transfusão sanguínea prévia. Ao exame físico, sinais vitais sem al-
terações, apresentando apenas palidez (+3/+4).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados do hemograma e que exames iniciais podem ser realiza-


dos para investigação da anemia do paciente?
2. Quais os possíveis diagnósticos diferenciais?
3. Que exame confirma o diagnóstico mais provável?

166

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Eritrograma
Hemácias 3,1 milhões/mm³

Hemoglobina 8,2 g/L

Hematócrito 24,1 %

VCM 76,5 fL

HCM 26,0 pg

CHCM 34,0 g/dL

RDW 34,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7400

Neutrófilos 59 4366

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 1 74

Segmentados 58 4292

Eosinófilos 3 222

Basófilos 0 0

Linfócitos 30 2220

Monócitos 8 592

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 531000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. MICROCITOSE. HIPOCROMIA.

167

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Manto de linfócitos
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m CASO
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71
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 53 anos, servente de obras. Há oito meses, observou o crescimen-


to progressivo de “caroços” na região cervical, axilar e inguinal bilateralmente.
Relatou que, há 15 dias, apresentou febre vespertina intermitente sem calafrios,
associada a intensa astenia e episódios de tontura. Antecedentes: tabagismo há
35 anos e história de transfusão de dois concentrados de hemácias pela doença
atual. Ao exame físico encontrava-se orientado, eupneico, febril, (38,9oC), acianó-
tico, anictérico, pálido (+4/+4). Pescoço: linfonodos palpáveis, indolores, móveis,
de consistência fibroelástica, o maior de 3,0 cm de diâmetro. Coração: RCR em
2T, bulhas hiperfonéticas, sopro sistólico pancardíaco (+3/+6); frequência cardía-
ca: 82 bpm. Abdome: discretamente abaulado no hipocôndrio esquerdo, flácido,
indolor à palpação superficial e profunda, fígado palpável a 4,0 cm abaixo do
RCD. Baço palpável a 5,0 cm abaixo do RCE, indolor, de consistência fibroelástica
e de bordas rombas. Traube ocupado. Linfonodos inguinais palpáveis, indolores
e fibroelásticos, o maior medindo 5,0 cm.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Diante de um paciente com linfonodomegalia generalizada e linfocitose
de longa data, qual a principal hipótese a ser considerada?
2. Qual exame auxilia o diagnóstico do caso?
3. Qual hábito está associado à linfocitose?

168

101 hemogramas - completo rev1.indd 168 05/02/2018 14:06:23


?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
4. Qual é a principal doença linfoproliferativa que deve ser excluída no
diagnóstico da doença do paciente?

Eritrograma
Hemácias 1,9 milhões/mm³

Hemoglobina 5,4 g/L

Hematócrito 18,4 %

VCM 97,9 fL

HCM 28,7 pg

CHCM 29,3 g/dL

RDW 20,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 71100

Neutrófilos 11 7887

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 11 7887

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 87 62379

Monócitos 2 1439

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 63000 /mm³
RARAS CÉLULAS ATÍPICAS APRESENTANDO BASO-
Obs.: FILIA MODERADA COM NUCLÉOLOS. PRESENÇA DE
MANCHAS DE GUMPRECHT.

169

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MMA
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72
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 70 anos, com indicação de cirurgia urológica por HPB, realizou exa-
mes pré-operatórios, dentre os quais o hemograma revelou alterações. Por conta
da alteração do hemograma, foi solicitado parecer ao serviço de Clínica Médica.
Paciente relatava adinamia, plenitude gástrica e episódios de dor no hipogástrio
de moderada intensidade. Negou alteração do apetite e do peso. Ao exame físi-
co, apresentava sinais vitais normais, acentuada esplenomegalia de consistência
endurecida, não dolorosa e com sonda vesical instalada.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Quais as principais alterações do esfregaço periférico?
3. Você indicaria a realização de apenas mielograma ou de mielograma e bi-
ópsia de medula óssea? Por quê?
4. Sabendo que a pesquisa do BCR-ABL não foi positiva e JAK2 presente,
qual o provável diagnóstico?

170

101 hemogramas - completo rev1.indd 170 05/02/2018 14:06:23


Eritrograma
Hemácias 3,4 milhões/mm³

Hemoglobina 10,1 g/L

Hematócrito 31,5 %

VCM 92,0 fL

HCM 29,5 pg

CHCM 32,1 g/dL

RDW 17,7 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 9200

Neutrófilos 76,5 7040

Promielócitos 0 0

Mielócitos 7,0 644

Metamielócitos 5,0 460

Bastões 14,0 1288

Segmentados 50,5 4648

Eosinófilos 3,0 270

Basófilos 2,6 240

Linfócitos 12,2 1130

Monócitos 5,7 520

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 83000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA.
HEMÁCIAS “EM LÁGRIMA”. NEUTRÓFILOS HIPERSEG-
MENTADOS. AUSÊNCIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS
Obs.:
NOS NEUTRÓFILOS.
PRESENÇA DE 1 ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO
EM 100 LEUCÓCITOS.

171

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Males do Mediterrâneo
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73
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 66 anos, com mieloma múltiplo IgG/kappa estádio II (ISS), diagnós-


tico em fevereiro de 2014. Realizou seis ciclos do protocolo CTD (ciclofosfamida,
talidomida, dexametasona), apresentando resposta mínima. Posteriormente,
realizou sete ciclos do protocolo VCD (bortezomibe, ciclofosfamida, dexameta-
sona), obtendo reposta parcial. Realizou TMO autólogo há quatro meses. Encon-
trava-se com doença em progressão pós-transplante. Eletroforese de proteínas
com pico monoclonal: 3,5 g/dL (VR: 0,51 – 1,29 g/dL).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Que exames laboratoriais devem ser solicitados para explicar a alteração
do hemograma?
3. Sabendo que o estudo do ferro foi normal e a hemólise não autoimune con-
firmada, o que explicaria o padrão microcítico hipocrômico da anemia do
paciente?

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Eritrograma
Hemácias 4,5 milhões/mm³

Hemoglobina 9,6 g/L

Hematócrito 31,4 %

VCM 68,7 fL

HCM 21,1 pg

CHCM 30,7 g/dL

RDW 15,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 4439

Neutrófilos 33 1464

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 33 1464

Eosinófilos 1 44
Basófilos 1 44
Linfócitos 57 2532

Monócitos 8 355

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 225400 /mm³

HEMÁCIAS EM ALVO E EM ROULEAUX. ANISOCROMIA.


ANISOCITOSE. HIPOCROMIA MICROCITOSE. NEUTRÓ-
Obs.:
FILOS SEM SINAIS DEGENERATIVOS. LINFÓCITOS SEM
ATIPIAS.

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Uma combinação infrutífera


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Apresentação do caso clínico

Homem, 56 anos, com o diagnóstico de plaquetopenia imune há sete anos.


Compareceu à Emergência por apresentar petéquias no abdome e MMII. Negou
febre e calafrios. Antecedentes: uso crônico de corticoesteroides, suspenso por
orientação médica há seis meses, e múltiplas transfusões com concentrados de
plaquetas. Relatou uso de AAS 500 mg (dois comprimidos nas últimas 24 horas)
e ingestão de álcool nas últimas 12 horas. Ao exame físico: FC = 90 bpm, PA =
180x100 mmHg, FR = 20 irpm, T= 36,3°C. Pele e fâneros: petéquias difusas na re-
gião abdominal e MMII. Sem hepatoesplenomegalia. Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual a principal alteração do hemograma?


2. Qual seria a causa da plaquetopenia imune do paciente?
3. Que fatores presentes na história podem sugerir a piora da plaquetopenia?
4. Qual a conduta terapêutica diante do quadro clínico apresentado?
5. Você indicaria transfusão de concentrados de plaquetas?

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Eritrograma
Hemácias 4,4 milhões/mm³

Hemoglobina 15,1 g/L

Hematócrito 42,2 %

VCM 88,5 fL

HCM 31,7 pg

CHCM 35,8 g/dL

RDW 13,1 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5170

Neutrófilos 71,5 3697

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 71,5 3697

Eosinófilos 0,6 31
Basófilos 0,2 10
Linfócitos 20,3 1050

Monócitos 7,4 383

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 8000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

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Ele não se safou...


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Apresentação do caso clínico

Homem, 19 anos, relata que, há dois anos, teve evento tromboembólico pulmo-
nar, o qual foi confirmado por angiotomografia. Seguiu tratamento com anticoagu-
lante oral (varfarina) até episódio de hematêmese ocorrido uma semana antes da
internação. Realizou EGD, a qual revelou erosões esofágicas. Paciente apresentava
à internação edema periorbitário bilateral, edema de MMII, artrite de pequenas
articulações da mão e hematúria. À investigação laboratorial, apresentava TTPa
alargado, ureia e creatinina aumentadas e proteinúria maciça (12g/24h).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva os achados do hemograma.


2. Sabendo que o Coombs direto foi reagente, a LDH aumentada, o C3 con-
sumido e o C4 indetectável, qual marcador autoimune está associado à
lesão renal aguda do paciente?
3. Diante do evento trombótico grave inicial e da plaquetopenia, deve-se
investigar que doença? Que marcadores autoimunes podem ajudar a selar
o diagnóstico?

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Eritrograma
Hemácias 1,7 milhões/mm³

Hemoglobina 5,0 g/L

Hematócrito 16,0 %

VCM 90,9 fL

HCM 28,4 pg

CHCM 31,3 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 1260

Neutrófilos 50,2 632

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 50,2 632

Eosinófilos 1,0 12
Basófilos 0,5 6
Linfócitos 42,4 536

Monócitos 5,9 74

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 46000 /mm³

Obs.: ANISOCITOSE. HIPOCROMIA. POLICROMASIA.

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Três em um
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Apresentação do caso clínico

Mulher, 49 anos, internada na Clínica Médica, oriunda de hospital de atenção


secundária, com o diagnóstico de “anemia, dengue e esquizofrenia”. Familiares
relataram que a paciente começou a apresentar alterações do comportamento
três dias antes do internamento no hospital secundário. Realizou transfusão de
plaquetas por hipótese de dengue grave, com agravamento patente do quadro
neurológico. Coombs direto não reagente, FAN e anti-HIV 1 e 2 não reagentes.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva o hemograma.
2. À hematoscopia, hematologista visualizou abundante quantidade de esqui-
zócitos. Qual o diagnóstico mais provável?
3. Qual a deficiência enzimática está associada ao desenvolvimento da do-
ença descrita no item anterior?
4. Diante desse caso, qual conduta terapêutica mudou drasticamente a so-
brevida?

178

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Eritrograma
Hemácias 2,1 milhões/mm³

Hemoglobina 6,5 g/L

Hematócrito 19,5 %

VCM 90,3 fL

HCM 30,1 pg

CHCM 33,3 g/dL

RDW 22,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5180

Neutrófilos 65,4 3387

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 65,4 3387

Eosinófilos 0,3 15
Basófilos 0,9 46
Linfócitos 24,8 1287

Monócitos 8,6 445

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 16000 /mm³

ANISOCITOSE. HIPOCROMIA. POLICROMASIA. AU-


SÊNCIA DE DEGENERAÇÃO LEUCOCITÁRIA.
Obs.:
PRESENÇA DE 27 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCI-
TOS.

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Uma anemia complexa


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77
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 65 anos, acompanhada por câncer de mama no serviço de Mastolo-


gia, de onde foi encaminhada ao hematologista. Negou queixas neurológicas.
Exames: função renal e bilirrubinas normais, LDH elevada, Coombs direto posi-
tivo e sorologias virais não reagentes.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Diante de um paciente com anemia hemolítica e plaquetopenia, qual hi-


pótese devemos descartar primeiro?
2. Cite duas outras condições que possam estar associadas à neoplasia ma-
ligna mamária.
3. Das três hipóteses diagnósticas principais, qual explica todosos achados
do hemograma, da bioquímica e do mielograma?

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Eritrograma
Hemácias 2,9 milhões/mm³

Hemoglobina 8,9 g/L

Hematócrito 26,3 %

VCM 88,6 fL

HCM 30,0 pg

CHCM 33,8 g/dL

RDW 22,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 12470

Neutrófilos 37,6 4688

Promielócitos 0 0

Mielócitos 3,0 374

Metamielócitos 1,0 124


Bastões 5,0 623

Segmentados 28,6 3566

Eosinófilos 2,3 286


Basófilos 1,4 174
Linfócitos 53,2 6635

Monócitos 5,0 623

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 29000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
4,7 136300

ANISOCITOSE. MACROCITOSE. ANISOCROMIA.


POLICROMASIA. POIQUILOCITOSE. PRESENÇA DE 25
Obs.:
ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS. LINFÓCITOS
SEM ATIPIAS.

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Quiromancia
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78
a

Apresentação do caso clínico

Jovem, 12 anos, relatava fadiga e adinamia com início há cerca de seis meses.
Mãe referiu que, aos oito anos, as unhas do filho começaram a cair, apresentou
lacrimejamento excessivo e foi constatada "língua geográfica” pelo médico do
PSF. Antecedentes: irmão com "histiocitose benigna" e outro com "leucopenia".
Negou consanguinidade na família. Cabeça e pescoço: placas esbranquiçadas
em dorso da língua, petéquias no palato duro e sinais de sangramento gengi-
val prévio. Pele e fâneros: hipopigmentações esparsas em tronco, pele xerótica,
adermatoglifia, onicólise e onicodistrofia.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Descreva os achados do hemograma.


2. Sabendo que a BMO apresentou 90% de substituição adiposa, cite três prin-
cipais causas que explicam tal achado nessa faixa etária.
3. Qual agente infecioso está relacionado à aplasia da série eritroide apenas?
4. Após o transplante de MO, o paciente evoluiu com hipertricose associada
ao uso de um medicamento. Que fármaco ele utilizou?

182

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Eritrograma
Hemácias 1,5 milhões/mm³

Hemoglobina 5,0 g/L

Hematócrito 15,0 %

VCM 94,9 fL

HCM 31,6 pg

CHCM 33,2 g/dL

RDW 15,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 1500

Neutrófilos 31 465

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 15

Segmentados 30 450

Eosinófilos 0 0
Basófilos 1 15
Linfócitos 56 840

Monócitos 12 180

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 1000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
0,8 12000

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA.
Obs.:
DISCRETA POLICROMASIA.

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Nem sempre é tuberculose?


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Apresentação do caso clínico

Homem, 47 anos, há 20 dias com história de febre (39,0ºC) sem calafrios, as-
sociada a dor abdominal difusa, náuseas, vômitos e episódios de diarreia líquida
sem sangue e sem muco. Relata ainda hemoptise e episódios de síncope. Teve
diagnóstico recente de SIDA. Negou transfusão sanguínea prévia. Ao exame fí-
sico, encontrava-se orientado, eupneico, febril (39,0ºC), taquicárdico (110bpm),
ictérico (+2/+4) e pálido (+2/+4). Abdome: plano, flácido, difusamente doloroso
à palpação profunda, sem sinais de irritação peritoneal. Moderada hepatoesple-
nomegalia. Traube ocupado. Exame laboratorial: LDH elevada.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Diante dos achados clínicos e do hemograma, que hipóteses diagnósticas
podem ser levantadas?
3. Como se confirmou o diagnóstico?

184

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Eritrograma
Hemácias 2,4 milhões/mm³

Hemoglobina 7,4 g/L

Hematócrito 20,7 %

VCM 85,2 fL

HCM 30,7 pg

CHCM 36,0 g/dL

RDW 13,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 15600

Neutrófilos 77 12012

Promielócitos 1 156

Mielócitos 8 1248

Metamielócitos 10 1560
Bastões 18 2808

Segmentados 41 6393

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 12 1872

Monócitos 10 1560

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 282000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
6,72 161280

PRESENÇA DE 82 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCI-


TOS. ANISOCITOSE. POLICROMASIA.
Obs.: HEMÁCIAS EM ROULEAUX. EOSINÓFILOS EXTRA-
CONTAGEM. PRESENÇA DE PONTILHADO BASÓFILO.
NEUTRÓFILOS SEM SINAIS DEGENERATIVOS.

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h

Esquerda ou Droit?
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80
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Apresentação do caso clínico

Mulher, 47 anos, internada em hospital terciário em 1991, com náuseas, sen-


sação de plenitude gástrica, adinamia e sufusões hemorrágicas em MMII. Ante-
cedentes: G5P5A0, história de hemorragia moderada durante partos vaginais.
Cirurgia oftalmológica por catarata, apresentando complicação por hematoma
retrorbitário. Banhos de açude e quatro parentes com história de “barriga gran-
de”. Exame físico: palidez (+2/+4), deficiência visual bilateral, acentuada hepato-
esplenomegalia, sem ascite.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Avaliando o histórico familiar da paciente, deve-se pensar em doença he-
reditária ou adquirida?
3. Qual o diagnóstico mais provável?

186

101 hemogramas - completo rev1.indd 186 05/02/2018 14:06:24


Eritrograma
Hemácias 4,4 milhões/mm³

Hemoglobina 12,6 g/L

Hematócrito 39,4 %

VCM 88,7 fL

HCM 28,3 pg

CHCM 32,0 g/dL

RDW 13,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2700

Neutrófilos 60 1620

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 60 1620

Eosinófilos 4 108
Basófilos 1 27
Linfócitos 26 702

Monócitos 9 243

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 88000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
1,3 57200

HEMÁCIAS MORFOLOGICAMENTE NORMAIS.


Obs.:
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

187

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“AVC” febril
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81
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Apresentação do caso clínico

Mulher, 29 anos, HIV positivo sem TARV, há 30 dias com cefaleia holocrania-
na de moderada intensidade associada a períodos de desorientação. Há 24 ho-
ras com piora das alterações neurológicas. Apresentou epistaxe à direita. Negou
náuseas e vômitos. Ao exame físico, apresentava sinais vitais normais, estava
eupneica, febril (38,3ºC), acianótica, anictérica e pálida (+2/+4). Neurológico: pa-
ciente afásica, sonolenta, orientada no tempo e no espaço, com diminuição de
força em dimídio direito e sem sinais de irritação meníngea.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Considerando a história clínica da paciente e os achados do hemograma,
quais os possíveis diagnósticos diferenciais infecciosos?
3. Considerando o diagnóstico principal da segunda questão, qual o exame
de imagem mais importante na elucidação do caso?

188

101 hemogramas - completo rev1.indd 188 05/02/2018 14:06:24


Eritrograma
Hemácias 3,6 milhões/mm³

Hemoglobina 10,4 g/L

Hematócrito 32,0 %

VCM 88,9 fL

HCM 28,9 pg

CHCM 32,5 g/dL

RDW 14,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3370

Neutrófilos 73,9 2490

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 73,9 2490

Eosinófilos 0,9 30
Basófilos 0 0
Linfócitos 19 640

Monócitos 6,2 209

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 135000 /mm³

Obs.: HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS.

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Positividades negativas
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Apresentação do caso clínico

Homem, 40 anos, brasileiro, procedente da Itália, onde residiu por 10 anos,


apresentou-se à Emergência referindo febre vespertina (39,0oC), calafrios recor-
rentes, adinamia, astenia e mialgia há 13 dias. Relatou, quando questionado,
perda de 20,0 kg nos últimos três meses e tosse não produtiva. Hábitos: etilis-
ta crônico. Ao exame físico, apresentava-se orientado, afebril (37,4oC), pálido
(+2/+4), emagrecido. Sem linfonodomegalias. Abdome: baço palpável a 3,0 cm
do RCE. Realizou exames para LES e sorologias para dengue e calazar, todos
positivos. Eletroforese de proteínas séricas: pico policlonal em gamaglobulina.
Apresentava linfocitopenia persistente em hemogramas seriados.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual infecção viral pode explicar as alterações no hemograma?


2. Qual a explicação para a positividade dos exames acima?
3. Na fase aguda da doença, como se faz o diagnóstico?

190

101 hemogramas - completo rev1.indd 190 05/02/2018 14:06:24


Eritrograma
Hemácias 3,5 milhões/mm³

Hemoglobina 10,6 g/L

Hematócrito 30,6 %

VCM 86,7 fL

HCM 30,0 pg

CHCM 34,6 g/dL

RDW 13,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3390

Neutrófilos 65,0 2220

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 65,0 2220

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0,9 31
Linfócitos 28,3 959

Monócitos 5,3 180

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 63000 /mm³

HEMÁCIAS NORMOCÍTICAS E NORMOCRÔMICAS. SEM


Obs.:
ATIPIAS LINFOCITÁRIAS.

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O enigma africano
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Apresentação do caso clínico

Mulher, 28 anos, negra, africana, oriunda da Guiné-Bissau, evoluiu, na primeira


semana pós-aborto espontâneo, com alteração do estado de consciência, con-
vulsão, anúria e púrpura. Ao ser admitida na UTI, evoluiu com necessidade de
suporte ventilatório, de terapia de reposição renal e de plasmaférese por quadro
hematológico. Evoluiu com piora do estado geral e infecção pulmonar. Na inves-
tigação diagnóstica, constatou-se anti-cardiolipina positiva para IgM. Não houve
melhora do quadro renal mesmo após sete sessões de plasmaférese. Os jornais
da época noticiavam epidemia de uma terrível febre hemorrágica africana.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Que tipo de anemia o hemograma sugere?


2. Qual o diagnóstico da paciente?
3. Diante das alterações hematológicas, qual proteína de atividade plasmá-
tica deve ser pesquisada?
4. Qual alteração dos fatores de coagulação está associada à MAT genética
com lesão renal aguda?

192

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Eritrograma
Hemácias 3,2 milhões/mm³

Hemoglobina 9,4 g/L

Hematócrito 27,6 %

VCM 85,7 fL

HCM 29,3 pg

CHCM 34,2 g/dL

RDW 15,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 81800

Neutrófilos 89 72802

Promielócitos 0 0

Mielócitos 2 1636

Metamielócitos 2 1636
Bastões 5 4090

Segmentados 80 65440

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 6 4908

Monócitos 5 4090

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 39000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
2,6 83200

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. DISCRETA POLICRO-


MASIA. PRESENÇA DE ESFERÓCITOS E ESQUIZÓCI-
Obs.: TOS (2,6%). 8 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS.
GRANULAÇÕES TÓXICAS EM 40% DOS NEUTRÓFILOS.
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

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Esquisitos inimigos
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84
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 42 anos, com história de púrpura, síndrome anêmica e dor abdominal


recorrente em andar superior. Foi internada com hipótese diagnóstica de ane-
mia hemolítica autoimune, com alteração do estado de consciência, icterícia e
desconforto respiratório, sendo transferida para a UTI por piora do quadro res-
piratório e neurológico. À investigação, Coombs direto negativo e lesão gástrica
ulcerada (BORRMANN III) à EGD.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados que o hemograma demonstra?


2. Qual o diagnóstico principal?
3. Diante da principal hipótese do caso, qual a abordagem terapêutica deve
urgentemente ser realizada?
4. No mielograma, havia presença maciça de células anômalas em mitose fla-
gra. Sabendo da lesão gástrica da paciente, qual a possível associação fi-
siopatológica entre os achados do hemograma e a MO?

194

101 hemogramas - completo rev1.indd 194 05/02/2018 14:06:24


Eritrograma
Hemácias 1,04 milhões/mm³

Hemoglobina 3,3 g/L

Hematócrito 9,3 %

VCM 89,1 fL

HCM 31,8 pg

CHCM 35,7 g/dL

RDW 38,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 14670

Neutrófilos 72 10562

Promielócitos 0 0

Mielócitos 2 293

Metamielócitos 7 1026
Bastões 10 1467

Segmentados 53 7775

Eosinófilos 5 733
Basófilos 0 0
Linfócitos 21 3083

Monócitos 2 293

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 67000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
19,9 258700

POIQUILOCITOSE. POLICROMASIA. ANISOCITOSE.


ESQUIZÓCITOS. 59 ERITROBLASTOS EM 100 LEU-
Obs.:
CÓCITOS. LEUCÓCITOS. NEUTRÓFILOS SEM SINAIS
DEGENERATIVOS. LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

195

101 hemogramas - completo rev1.indd 195 05/02/2018 14:06:24


h

O ocaso das hemácias


e
m CASO
o
g
r
a
m

85
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 61 anos, encaminhada do interior ao serviço de Clínica Médica por


“pancitopenia”. Realizou reposição diária de vitamina B12 por três semanas, sem
melhora clínica. À internação, realizou BMO, a qual demonstrou hiperplasia das
três séries. Relatava crises de dor abdominal difusa, disfagia e urina “escura”. Ne-
gou acolia e alterações cutâneas. Exames complementares: LDH de 1500 U/L; B12
sérica normal; Coombs direto negativo.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados do hemograma?


2. Qual exame confirma o diagnóstico?
3. Nesse caso, apesar da hemólise, por que o paciente não tem esplenomegalia?
4. Qual a principal causa de óbito nesses pacientes?
5. Qual tratamento, instituído para a paciente após a confirmação diagnósti-
ca, revolucionou a sobrevida da patologia em questão?

196

101 hemogramas - completo rev1.indd 196 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 2,8 milhões/mm³

Hemoglobina 8,5 g/L

Hematócrito 28,6 %

VCM 101,0 fL

HCM 30,3 pg

CHCM 30,0 g/dL

RDW 24,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 1806

Neutrófilos 31 559

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 1 18

Segmentados 30 541

Eosinófilos 2 36
Basófilos 0 0
Linfócitos 59 1067

Monócitos 8 144

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 68710 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
4,9 137200

MACROCITOSE. HIPOCROMIA E ANISOCITOSE. ANI-


Obs.:
SOCROMIA E POLICROMASIA.

197

101 hemogramas - completo rev1.indd 197 05/02/2018 14:06:25


h

Quente ou frio?
e
m CASO
o
g
r
a
m

86
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 50 anos, casada, há dois anos com dor em membros inferiores, pares-
tesia em pododáctilos e adinamia. Procurou UBS, onde realizou hemograma que
revelou anemia, sendo solicitado suporte hemoterápico. Todavia, a transfusão
de hemácias não pôde ser efetuada, e a paciente foi encaminhada ao Centro de
Referência em Hematologia. Realizou-se nova anamnese, confirmando hiporexia
e perda de 4,0 kg em um período de um mês. Ao exame físico, encontrava-se ic-
térica (+1/+4), emagrecida e pálida (+2/+4). Pescoço: gânglios cervicais palpáveis
(menores que 2,0 cm, móveis, fibroelásticos e indolores). Abdome: plano, fláci-
do, indolor à palpação e sem visceromegalias. Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Como pesquisar a causa da anemia diante dos dados clínicos e do hemo-
grama?
3. Quais são as possíveis etiologias da AHAI?

198

101 hemogramas - completo rev1.indd 198 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 2,6 milhões/mm³

Hemoglobina 10,7 g/L

Hematócrito 29,0 %

VCM 108,7 fL

HCM 40,1 pg

CHCM 36,9 g/dL

RDW 14,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6500

Neutrófilos 58 3770

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 58 3770

Eosinófilos 1 65
Basófilos 0 0
Linfócitos 36 2340

Monócitos 5 325

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 424000 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
5,9 153400

MACROCITOSE. ANISOCROMIA POLICROMASIA. LIN-


Obs.:
FÓCITOS SEM ATIPIAS.

199

101 hemogramas - completo rev1.indd 199 05/02/2018 14:06:25


h

Combinando o teste
e
m CASO
o
g
r
a
m

87
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 41 anos, há 10 dias com cefaleia holocraniana de moderada inten-


sidade, sem náuseas, vômitos e febre. Há cinco dias, passou a apresentar tam-
bém episódios de tontura, astenia, palidez, icterícia, edema palpebral bilateral e
sensação de dormência perilabial. Procurou Emergência, onde se considerou o
diagnóstico de AVC, realizando TC de crânio sem contraste (sem alterações). Ao
exame físico, encontrava-se orientada, taquidispneica, afebril, acianótica, ictéri-
ca (+2/+4) e pálida (+3/+4). Coração: sopro sistólico pancardíaco (+2/+6). Abdo-
me: discreta esplenomegalia, sem hepatomegalia. Traube ocupado.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Quais são as alterações do hemograma?
2. Quais dados do eritrograma e da hematoscopia apontam a provável causa
da anemia?
3. Qual o exame laboratorial mais importante na abordagem inicial de uma
hemólise?
4. Qual agente etiológico de pneumonia adquirida na comunidade está, clas-
sicamente, associado à AHAI por anticorpos frios (IgM)?
5. Se a hemólise fosse precipitada pelo resfriamento da amostra do sangue
em EDTA e a atividade hemolítica fosse cessada ao aumento da tempera-
tura, que infecção bacteriana deveria ser pesquisada?

200

101 hemogramas - completo rev1.indd 200 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 2,3 milhões/mm³

Hemoglobina 7,2 g/L

Hematócrito 22,7 %

VCM 97,4 fL

HCM 30,9 pg

CHCM 31,7 g/dL

RDW 20,2 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 6994

Neutrófilos 76 5315

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0

Bastões 3 209
Segmentados 73 5105

Eosinófilos 0 0
Basófilos 0 0
Linfócitos 19 1331

Monócitos 5 349

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 183800 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
15 345000

POIQUILOCITOSE. ANISOCITOSE. HIPOCROMIA. ANI-


SOCROMIA. POLICROMASIA.
Obs.:
PRESENÇA DE 3 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS
EOSINÓFILOS EXTRACONTAGEM.

201

101 hemogramas - completo rev1.indd 201 05/02/2018 14:06:25


h

“Chorando se foi”
e
m CASO
o
g
r
a
m

88
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 62 anos, branca, arquiteta. História de fezes de consistência líquido-


-pastosa sem sangue e sem muco, dois episódios ao dia, ao longo dos últimos 6
meses. Relatou perda de peso progressiva (não soube especificar) e aumento de
volume abdominal. Sem antecedentes relevantes. Exame físico: emagrecida e páli-
da (+3/+4). Abdome: abaulado, assimétrico, com presença de circulação colateral,
moderada hepatomegalia e acentuada esplenomegalia de consistência pétrea.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Diante da esplenomegalia pétrea, dos achados do hemograma e da he-
matoscopia, qual a principal síndrome da paciente?
3. Que exames confirmariam o diagnóstico?

202

101 hemogramas - completo rev1.indd 202 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 1,9 milhões/mm³

Hemoglobina 7,4 g/L

Hematócrito 23,0 %

VCM 126,4 fL

HCM 46,7 pg

CHCM 32,2 g/dL

RDW 23,0 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7970

Neutrófilos 64,6 5148

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 1,0 79
Bastões 4,0 318

Segmentados 59,6 4750

Eosinófilos 1,8 143


Basófilos 1,7 135
Linfócitos 25,7 2051

Monócitos 6,2 494

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 81000 /mm³

AUSÊNCIA DE GRANULAÇÕES TÓXICAS NOS NEUTRÓ-


FILOS. HEMÁCIAS MACROCÍTICAS: 59,1%. HEMÁCIAS
HIPOCRÔMICAS: 16,7%. ANISOCITOSE. ANISOCRO-
Obs.: MIA. DACRIÓCITOS. POLICROMASIA. PRESENÇA DE 1
ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO EM 100 LEUCÓCI-
TOS. PRESENÇADE ALGUNS NEUTRÓFILOS HIPER-
SEGMENTADOS.

203

101 hemogramas - completo rev1.indd 203 05/02/2018 14:06:25


h

Duas hemoglobinas para uma mãe


e
m CASO
o
g
r
a
m

89
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 46 anos, com antecedente de colecistectomia há 15 anos, queixando-


se de astenia e adinamia. Possui duas filhas, uma com traço talassêmico e outra
com doença falciforme (traço falciforme). Realizou eletroforese de hemoglobina
por HPLC do cônjuge, a qual foi normal.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual o tipo de herança envolvida em tais hemoglobinopatias?


2. Qual o genótipo da mãe?
3. Qual o epônimo que descreve a condição materna?

204

101 hemogramas - completo rev1.indd 204 05/02/2018 14:06:25


Leucograma
Hemácias 2,9 milhões/mm³

Hemoglobina 6,5 g/L

Hematócrito 21,5 %

VCM 74,1 fL

HCM 22,5 pg

CHCM 30,4 g/dL

RDW 21,3 %

% /mm³

Leucócitos 9900

Neutrófilos 57 5643

Promielócitos 0 0

Mielócitos 3 297

Metamielócitos 1 99
Bastões 3 297

Segmentados 50 4950

Eosinófilos 1 99
Basófilos 1 99
Linfócitos 25 2475

Monócitos 16 1584

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 328000 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
11,8 342200

ANISOCITOSE. MICROCITOSE. HIPOCROMIA. POLI-


CROMASIA. POIQUILOCITOSE. HEMÁCIAS EM ALVO.
PRESENÇA DE DREPANÓCITOS E PONTILHADO BA-
Obs.:
SOFÍLICO. 17 ERITROBLASTOS EM 100 LEUCÓCITOS.
LIINFÓCITOS SEM ATIPIAS. LEUCÓCITOS CORRIGIDOS
EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE ERITROBLASTOS.

205

101 hemogramas - completo rev1.indd 205 05/02/2018 14:06:25


h

Sangue azul
e
m CASO
o
g
r
a
m

90
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 57 anos, com anemia e diarreia crônicas, relatava episódios de disp-


neia aos médios esforços, tontura e lipotimia. Comorbidade: hipotireoidismo. Ao
exame físico apresentava-se pálida (+2/+4), com pressão arterial e pulsos nor-
mais. Pele: placas eritematopruriginosas encimadas por vesículas em tronco e
membros.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Diante dos dados clínicos e do hemograma, quais as possíveis hipóteses


diagnósticas?
2. Como investigar laboratorialmente o tipo de anemia?
3. Qual o provável diagnóstico dermatológico da paciente? Sabendo que hou-
ve episódio de dispneia e de cianose periférica após uso de medicamento
prescrito para a doença cutânea, qual o fármaco foi usado? Qual a compli-
cação citada?
4. Qual o tratamento para a complicação hematológica citada?

206

101 hemogramas - completo rev1.indd 206 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 4,4 milhões/mm³

Hemoglobina 10,0 g/L

Hematócrito 30,9 %

VCM 69,8 fL

HCM 22,6 pg

CHCM 32,4 g/dL

RDW 16,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 5500

Neutrófilos 38 2090

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 38 2090

Eosinófilos 7 365
Basófilos 2 110
Linfócitos 44 2420

Monócitos 9 495

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 431000 /mm³

MICROCITOSE. HIPOCROMIA. ANISOCITOSE.


Obs.:
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

207

101 hemogramas - completo rev1.indd 207 05/02/2018 14:06:25


h

π = 3,1415…
e
m CASO
o
g
r
a
m

91
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 55 anos, com história de plaquetopenia imune crônica refratária, com-


pareceu ao serviço de Hematologia com petéquias em MMII há cinco dias. Atual-
mente, em tratamento com micofenolato mofetil. Antecedentes: uso crônico de
corticoesteroides e esplenectomia prévia. Ao exame físico, encontrava-se orien-
tada, eupneica, afebril, acianótica, anictérica, corada. Discreta gengivorragia es-
pontânea. Abdome: cicatriz cirúrgica em RCE, plano, flácido e indolor à palpação.
Sem hepatomegalia, Traube livre.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações do hemograma?


2. Qual bactéria está associada à plaquetopenia imune refratária?
3. A presença de Coombs positivo levaria a pensar em que diagnóstico?
4. A refratariedade da plaquetopenia levou o médico assistente da paciente
a iniciar terapia anti-CD20. Qual infecção viral cerebral está mais associa-
da a esse medicamento?

208

101 hemogramas - completo rev1.indd 208 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 4,7 milhões/mm³

Hemoglobina 13,3 g/L

Hematócrito 40,9 %

VCM 86,1 fL

HCM 28,2 pg

CHCM 32,7 g/dL

RDW 14,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 10590

Neutrófilos 55,9 5926

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 55,9 5926

Eosinófilos 0,1 9
Basófilos 0,6 67
Linfócitos 29,8 3159

Monócitos 13,5 1429

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 11050 /mm³

HEMÁCIAS MORFOLOGICAMENTE NORMAIS. LINFÓCI-


Obs.:
TOS SEM ATIPIAS.

209

101 hemogramas - completo rev1.indd 209 05/02/2018 14:06:25


h

ATRAvés do nada
e
m CASO
o
g
r
a
m

92
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 25 anos, em tratamento para leucemia promielocítica aguda, evoluin-


do pós-quimioterapia com astenia, adinamia, febre (39,0ºC) e importante odino-
fagia. Ao exame físico, apresentava hiperemia e hipertrofia de amígdalas.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Qual é o principal achado do hemograma?


2. O tratamento antibioticoterápico nessa paciente deve ser amplo ou restrito?
3. Qual medicamento revolucionou o tratamento desse grupo de leucemias?
4. Qual é o produto quimérico que o medicamento da questão anterior pos-
sui que diminui a atividade intracelular?

210

101 hemogramas - completo rev1.indd 210 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 3,2 milhões/mm³

Hemoglobina 7,5 g/L

Hematócrito 26,1 %

VCM 80,3 fL

HCM 23,1 pg

CHCM 28,7 g/dL

RDW 19,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 257

Neutrófilos 0 0

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 0 0

Eosinófilos 0 0
Basófilos 1 3
Linfócitos 98 251

Monócitos 1 3

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 24540 /mm³

Obs.: ANISOCROMIA. LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

211

101 hemogramas - completo rev1.indd 211 05/02/2018 14:06:25


h

O mistério das plaquetas


e
m CASO
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g
r
a
m

93
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 37 anos, dona de casa, encaminhada ao serviço de Hematologia com


história de anemia macrocítica persistente há seis meses. Relatava astenia, disp-
neia aos moderados esforços e perda de 6,0 kg nos últimos seis meses. Negou al-
terações de hábito intestinal. Ao exame físico, apresentava-se orientada, eupneica,
afebril, anictérica, pálida (+3/+4). Coração: sopro sistólico pancardíaco (+2/+6).
Exames laboratoriais: AST 25 U/mL, ALT 23 U/mL, bilirrubina total 0,6 mg/dL
(BD 0,2 mg/dL, BI 0,4 mg/dL), LDH 219 U/L (VR = 150-500 U/L). Eletroforese de
hemoglobina por HPLC (HbA1 = 91,4%, HbF = 6,0%, HbA2 = 2,6%).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as principais alterações do hemograma?


2. Diante desses achados citológicos de MO, qual alteração cromossômica
explicaria os achados da paciente?
3. Cite a deficiência vitamínica mais associada à importante displasia na MO?
4. A doença da paciente responde satisfatoriamente ao tratamento com me-
dicamento que é derivado de fármaco teratogênico. Cite os dois medica-
mentos referidos.

212

101 hemogramas - completo rev1.indd 212 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 1,6 milhões/mm³

Hemoglobina 6,0 g/L

Hematócrito 18,0 %

VCM 112,5 fL

HCM 37,5 pg

CHCM 33,1 g/dL

RDW 22,9 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 2810

Neutrófilos 39,9 1121

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 0 0

Eosinófilos 3,8 106


Basófilos 1,8 50
Linfócitos 47,9 1348

Monócitos 6,6 185

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 575000 /mm³

ANISOCITOSE. PERCENTAGEM DE HEMÁCIAS MACRO-


Obs.:
CÍTICAS: 31,6%.

213

101 hemogramas - completo rev1.indd 213 05/02/2018 14:06:25


h

Nem tudo são flores


e
m CASO
o
g
r
a
m

94
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 73 anos, com lesões eritematodescamativas e pruriginosas generali-


zadas há oito meses. Atribuiu-se inicialmente o diagnóstico de eczema de con-
tato. Posteriormente ao uso de vários medicamentos tópicos sem melhora, foi
orientada a procurar um serviço de referência em Dermatologia, onde se realizou
biópsia com imunohistoquímica de pele, confirmando o diagnóstico de doença
linfoproliferativa de células T.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Que doenças linfoproliferativas de células T devem ser lembradas?


2. Qual achado dermatológico mais comum em pacientes com síndrome de
Sézary?
3. Qual achado do hemograma é relativamente comum em pacientes porta-
dores de doenças T leucemizadas?
4. Qual retrovírus se deve sempre pesquisar em pacientes com de doenças
linfoproliferativas T?
5. No Brasil, qual é a linhagem de linfócitos mais associada a doenças hema-
tológicas?

214

101 hemogramas - completo rev1.indd 214 05/02/2018 14:06:25


Eritrograma
Hemácias 4,1 milhões/mm³

Hemoglobina 11,6 g/L

Hematócrito 35,6 %

VCM 85,7 fL

HCM 27,8 pg

CHCM 32,5 g/dL

RDW 16,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 10604

Neutrófilos 50 5320

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 50 5320

Eosinófilos 12 1276
Basófilos 1 106
Linfócitos 21 2234

Monócitos 8 851

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 261300 /mm³

CÉLULAS DE SÉZARY (8%). ANISOCITOSE. ANISO-


Obs.:
CROMIA.

215

101 hemogramas - completo rev1.indd 215 05/02/2018 14:06:26


h

Síndrome de Estocolmo
e
m CASO
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g
r
a
m

95
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 74 anos, relatando dispneia aos médios esforços há quatro anos e


aos pequenos esforços há um ano. Apresentou episódios de síncope há seis me-
ses, concomitante à ocorrência de febre e de diarreia pastosa, sem sangue e sem
muco. A diarreia cessou temporariamente após tratamento para infecção por
E. coli, que foi diagnosticada nesse período. Referiu acentuada perda de peso,
vertigem, epistaxe bilateral, cefaleia holocraniana, intensa fraqueza e parestesia
em MMII. Exame físico: paciente orientado, eupneico, febril (38,8ºC), taquicárdico
(112 bpm), anictérico, acianótico, pálido (+3/+4) e caquético. Pele: equimoses em
locais de venóclise. Coração: discreto sopro sistólico pancardíaco. Abdome: sem
alterações. VHS elevada (141 mm/h).

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais as alterações dos exames laboratoriais?


2. Qual condição deve ser sempre pensada num paciente com 74 anos, ane-
mia e VHS elevada?
3. À fundoscopia óptica, foi evidenciado engurgitamento venoso, o qual
fez o interno se lembrar de “salsichas”. Cite duas doenças que se enqua-
dram melhor nesses achados.

216

101 hemogramas - completo rev1.indd 216 05/02/2018 14:06:26


?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

4. Se o paciente apresentasse lesão renal com glicosúria, fosfatúria, uricosú-


ria e bicarbonatúria, o diagnóstico ficaria mais fácil. Cite a síndrome que foi
referida, o tipo de gamopatia associada e a maneira de ser diagnosticada.

Eritrograma
Hemácias 2,2 milhões/mm³

Hemoglobina 6,4 g/L

Hematócrito 19,7 %

VCM 88,7 fL

HCM 29,0 pg

CHCM 32,4 g/dL

RDW 16,8 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3290

Neutrófilos 67 2204

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 2 65

Segmentados 65 2138

Eosinófilos 3 98
Basófilos 0 0
Linfócitos 22 723

Monócitos 8 263

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 191000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA.
Obs.:
HEMÁCIAS EM ROULEAUX.

217

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h

Mosquito dá em nada!
e
m CASO
o
g
r
a
m

96
a

Apresentação do caso clínico

Homem, 33 anos, agricultor, referiu que há quatro meses apresentou febre e


mialgia. Procurou atendimento médico, e foi confirmado o diagnóstico de den-
gue (IgG+/IgM+). Já hospitalizado em sua cidade, recebeu quatro concentrados
de hemácias. Referiu também episódio isolado de epistaxe bilateral e, atualmen-
te, persistia com anemia, leucopenia e plaquetopenia. Pela persistência da pan-
citopenia, foi encaminhado ao serviço de Hematologia. Ao exame físico, apre-
sentava-se com moderada palidez e sufusões hemorrágicas em cavidade oral e
em membros. Sem outras alterações ao exame físico.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Como explicar a persistência da pancitopenia após quatro meses do diag-


nóstico de dengue?
2. Quais exames devemos solicitar diante desse quadro? Qual o resultado
esperado?
3. Cite dois exemplos de doenças genéticas associadas à aplasia medular
primária.

218

101 hemogramas - completo rev1.indd 218 05/02/2018 14:06:26


Eritrograma
Hemácias 2,0 milhões/mm³

Hemoglobina 7,4 g/L

Hematócrito 20,8 %

VCM 102,6 fL

HCM 36,5 pg

CHCM 35,6 g/dL

RDW 20,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3082

Neutrófilos 38,7 1191

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 38,7 1191

Eosinófilos 0,1 3
Basófilos 1,0 32
Linfócitos 53,1 1639

Monócitos 7,0 217

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 7154 /mm³

% /mm³
Contagem de Reticulócitos
1,1 22000

MACROCITOSE. ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. POIQUI-


LÓCITOS. DISCRETA POLICROMASIA E EOSINÓFILOS
Obs.:
EXTRACONTAGEM. PRESENÇA DE 2 ERITROBLASTOS
EM 100 LEUCÓCITOS.

219

101 hemogramas - completo rev1.indd 219 05/02/2018 14:06:26


h

Le Festin du Macrophage
e
m CASO
o
g
r
a
m

97
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 34 anos, com história de febre há dois meses, admitida para investigação
de pancitopenia. Ao exame físico, lesões pápulo-verrucosas disseminadas na região
perineal. Sem linfonodomegalias. Exames laboratoriais: TP e TTPa alargados, fibri-
nogênio consumido, ferritina acima de 600 mg/dL e LDH acima de 6000 U/L.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais achados do hemograma?


2. À fundoscopia, houve presença de lesões hemorrágicas. Diante dessa in-
formação, quais sorologias são indispensáveis?
3. Sabendo que o aspirado medular apresentava intensa histiocitose com
moderada atividade hemocatarética macrofágica, cite uma causa viral,
uma autoimune e uma neoplásica associada a tal doença.
4. A paciente possuía CD4 de 91/mm³ e carga viral de 600.000 cópias de RNA
do HIV. Qual medicamento utilizado para o tratamento da infecção por
esse retrovírus está associado à lesão renal aguda?

220

101 hemogramas - completo rev1.indd 220 05/02/2018 14:06:26


Eritrograma
Hemácias 3,3 milhões/mm³

Hemoglobina 8,7 g/L

Hematócrito 26,6 %

VCM 78,5 fL

HCM 25,7 pg

CHCM 32,7 g/dL

RDW 12,6 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 3620

Neutrófilos 74,1 2682

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 74,1 2682

Eosinófilos 0,5 18
Basófilos 1,0 36
Linfócitos 20,7 751

Monócitos 3,7 133

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 194000 /mm³
HEMÁCIAS MICROCÍTICAS. HIPOCRÔMICAS. AUSÊNCIA
Obs.:
DE DEGENERAÇÃO LEUCOCITÁRIA.

221

101 hemogramas - completo rev1.indd 221 05/02/2018 14:06:26


h

Não tão normal


e
m CASO
o
g
r
a
m

98
a

Apresentação do caso clínico

Mulher, 24 anos, uma semana pós-parto cesárea, evoluiu com picos hiperten-
sivos, síndrome anêmica e púrpura. Foi admitida na UTI com edema agudo de
pulmão, necessitando de VNI e terapia de reposição renal por lesão renal aguda.
Não apresentou alteração de consciência e sinais ou sintomas de foco infeccioso.
Recebeu alta da UTI e evoluiu na Enfermaria com edema agudo pulmonar re-
corrente, alteração da fração de ejeção cardíaca e necessidade de diálise diária.
Exames realizados: FAN, anticardiolipina e beta-2-glicoproteína-1 não reagentes;
anticoagulante lúpico ausente. Presença de esquizócitos à admissão. Paciente
iniciou tratamento com plasmaférese, diálise diária e terapêutica anti-hiperten-
siva. Após duas semanas de tratamento, realizou o hemograma exposto.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO

1. Quais os achados do hemograma?


2. Existiria possibilidade de biópsia renal nesse caso para elucidação diagnós-
tica?
3. Qual o principal diagnóstico?
4. No caso da doença em questão, quais alterações do complemento são mais
comuns?

222

101 hemogramas - completo rev1.indd 222 05/02/2018 14:06:26


Eritrograma
Hemácias 4,0 milhões/mm³

Hemoglobina 12,0 g/L

Hematócrito 36,8 %

VCM 91,6 fL

HCM 29,9 pg

CHCM 32,7 g/dL

RDW 14,3 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 7734

Neutrófilos 68 5259

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 2 154

Segmentados 66 5104
Eosinófilos 2 154
Basófilos 0 0
Linfócitos 22 1704

Monócitos 8 618

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 174900 /mm³
% /mm³
Contagem de Reticulócitos
4,7 188000

ANISOCROMIA. NEUTRÓFILOS SEM SINAIS DEGENE-


Obs.: RATIVOS.
LINFÓCITOS SEM ATIPIAS.

223

101 hemogramas - completo rev1.indd 223 05/02/2018 14:06:26


h

O último desafio
e
m CASO
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m

99
a

Você, que até aqui chegou, o último desafio a terminar


Para saber o que você ganhou ao este livro desfrutar.

Apresentação do caso clínico

Homem, 75 anos, há oito meses com astenia progressiva, sensação de pleni-


tude gástrica associada à diminuição do apetite e perda de 6,0 kg. Negou febre e
calafrios, assim como antecedentes relevantes. Ao exame físico, apresentava-se
orientado, eupneico, afebril, acianótico, anictérico e pálido (3+/4+). Sem linfono-
domegalias palpáveis. Abdome: assimétrico, com abaulamento em hipocôndrio
esquerdo, baço indolor palpável a 8,0 cm do RCE (Boyd 4) de consistência en-
durecida e sem hepatomegalia. Por não apresentar melhora da sintomatologia,
procurou várias vezes a UPA, onde recebeu quatro concentrados de hemácias.
Após a realização do hemograma a seguir, foi encaminhado ao serviço de Hema-
tologia para investigação diagnóstica.

?
QUESTÕES PARA ORIENTAR A DISCUSSÃO
1. Considerando que existem limitadas etiologias que cursam com espleno-
megalia de grande monta, cite um exemplo de doença onco-hematológi-
ca, de depósito e infecciosa.
2. Considerando o achado à hematoscopia de projeções citoplasmáticas lin-
focitárias, quais as possíveis etiologias?
3. Sabendo que muitas infecções podem estar associadas à oncogênese, cite
quais microorganismos estão associados a linfoma MALT gástrico, linfoma
de órbita e linfoma de zona marginal esplênica.

224

101 hemogramas - completo rev1.indd 224 05/02/2018 14:06:26


Eritrograma
Hemácias 2,6 milhões/mm³

Hemoglobina 6,1 g/L

Hematócrito 20,8 %

VCM 78,7 fL

HCM 23,0 pg

CHCM 29,2 g/dL

RDW 18,4 %

Leucograma
% /mm³

Leucócitos 38600

Neutrófilos 5,9 2270

Promielócitos 0 0

Mielócitos 0 0

Metamielócitos 0 0
Bastões 0 0

Segmentados 5,9 2270


Eosinófilos 0,1 50
Basófilos 1 390
Linfócitos 92,2 35600

Monócitos 0,8 290

Blastos 0 0

Plaquetograma
Plaquetas 83000 /mm³

ANISOCITOSE. ANISOCROMIA. HEMÁCIAS HIPO-


CRÔMICAS: 60%. HEMÁCIAS MICROCÍTICAS: 8,8%.
Obs.:
PRESENÇA DE 10% DE LINFÓCITOS COM PROJEÇÕES
CITOPLASMÁTICAS.

225

101 hemogramas - completo rev1.indd 225 05/02/2018 14:06:26


Respostas

1. O mal do interno

1. Anemia microcítica hipocrômica.


2. Anemia ferropriva, anemia da inflamação, talassemia, anemia sideroblástica.
3. Perfil do ferro (ferro sérico, índice de saturação de transferrina e ferritina).
O perfil do ferro revelou ferro sérico, índice de saturação de transferrina e
ferritina baixos, confirmando o diagnóstico de anemia ferropriva. Vale res-
saltar que em pacientes com anemia ferropriva refratária à reposição de fer-
ro oral deve-se investigar infecção por H. pylori via EGD e biópsia gástrica e,
em alguns casos, doença celíaca.
4. Deve retornar-se à ingestão de carne vermelha e reposição de sulfato ferro-
so oral por no mínimo seis meses.

2. Do corte às plaquetas

1. Esplenectomia.
2. Corpúsculos de Howell-Jolly e plaquetose.
3. Pneumococo, meningococo e hemófilo.

226

101 hemogramas - completo rev1.indd 226 05/02/2018 14:06:26


3. Três vacinas para três sinais

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia e monocitose.


2. Meningite aguda.
3. TC de crânio para excluir efeito de massa e estudo do líquor com bacterios-
copia. No caso em estudo, a agudicidade sugere um diagnóstico de menin-
gite viral ou bacteriana. O estudo do líquor revelou presença de hemácias
(10/mm³) e leucócitos (517/ mm³), com diferencial de linfócitos (24%), mo-
nócitos (9%) e neutrófilos (67%). A bioquímica revelou glicose de 5 mg/dL
e proteínas totais de 275,4 mg/dL. Por fim, a bacterioscopia mostrou pe-
quena quantidade de bacilos Gram negativos, confirmando o diagnóstico
de meningite bacteriana.

4. O estranho caso do Sr. Addison Biermer

1. Anemia macrocítica, hipocrômica, anisocitose, leucopenia, neutropenia e


plaquetopenia, configurando, assim, pancitopenia.
2. Diante da pancitopenia, deve-se pensar em: anemia megaloblástica, sín-
drome mielodisplásica, mielopatia infiltrativa, hepatopatia, hipotireoidis-
mo, entre outras.
3. EGD (com pesquisa de H. pylori e biópsia de mucosa gástrica) e anticorpos
antifator intrínseco/anticélula parietal. Confirmou-se o diagnóstico de ane-
mia perniciosa.

5. Algo a sempre se pensar

1. Leucocitose, neutrofilia e anaeosinofilia.


2. Apendicite aguda, úlcera péptica perfurada, pancreatite aguda, colecistite,
diverticulite, entre outras etiologias.
3. Confirmou-se o diagnóstico de apendicite aguda com ultrassom abdominal.

6. Águas paradas não movem moinhos

1. Leucopenia, neutropenia e plaquetopenia.

227

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2. Infecção viral aguda.
3. Dengue, zika e chikungunya. Confirmou-se o diagnóstico de dengue com
sorologia positiva para IgM.

7. Entre perdas e ganhos

1. Anemia microcítica hipocrômica e moderada anisocitose.


2. Anemia ferropriva, anemia da inflamação e talassemia.
3. Perfil do ferro: apresentava ferro sérico, ferritina e índice de saturação bai-
xos, o que confirma a ferropenia.
4. Doença hemorroidária, que foi confirmada por anuscopia.

8. Megadieta

1. Anemia macrocítica hipercrômica e anisocitose.


2. Deficiência de B12 ou folato, anemia perniciosa e SMD. Vale ressaltar outras
causas menos comuns de macrocitose, como hipotireoidismo, hepatopa-
tias e quadros hemolíticos.
3. Na abordagem inicial de um paciente com macrocitose e com idade acima
de 60 anos, devemos investigar deficiência de B12 e ácido fólico. Ambas as
vitaminas foram dosadas, sendo confirmado que B12 estava reduzida e áci-
do fólico normal, favorecendo a hipótese diagnóstica de anemia perniciosa.
A EGD com biópsia de mucosa gástrica revelou pangastrite atrófica, o que
confirmou a hipótese diagnóstica. Colonoscopia foi realizada, achando-se,
apenas, varizes hemorroidárias.
4. Neutrófilos hipersegmentados.

9. Idosa dengosa

1. Presença de linfócitos atípicos (15%) e plaquetopenia.


2. Dengue, zika, chikungunya, CMV, EBV.
3. Devem ser realizadas sorologias para as infecções virais acima. Realizou-se
sorologia para dengue (IgG e IgM reagentes), confirmando o diagnóstico.

228

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10. Tem infecção?

1. Anemia microcítica normocrômica, leucocitose com desvio escalonado, neu-


trofilia, monocitose e plaquetopenia.
2. O HTLV-I está associado a doenças linfoproliferativas do tipo T.
3. Fatores estimuladores de colônia de granulócitos, dentre eles a filgastrina.

11. Foi-se o tempo

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia, monocitose e


plaquetose.
2. HbSS.
3. Estudo de hemoglobina por HPLC (HbS: 82,6%; HbF: 11,8%; HbA2: 3,4%),
confirmando diagnóstico de anemia falciforme.
4. Possivelmente, decorrente da colelitíase e de processo vasoclusivo da do-
ença de base.
5. Estamos diante de uma plaquetose reacional, que pode ser explicada pela
asplenia (perda de função esplênica).

12. Artralgia não reumatológica

1. Anemia macrocítica e normocrômica, plaquetose e discreta leucocitose.


2. Congênita.
3. Contagem de reticulócitos aumentada, policromasia e eritroblastos circu-
lantes.
4. Estudo da hemoglobina por HPLC. Levando em conta a provável origem
congênita da doença e os achados compatíveis com hemólise, tem-se de
pensar em anemias hemolíticas constitucionais (membranopatias, hemo-
globinopatias, eritroenzimopatias). Nesse caso, o HPLC solucionará parte
de nossos problemas, pois membranopatias devem ser pesquisadas por
testes de fragilidade da membrana, e eritroenzimopatias por pesquisa da
proteína alterada.
5. Anemia falciforme.

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13. Um jovem carente

1. Anemia macrocítica normocrômica, anisocitose, leucopenia, neutropenia,


eosinopenia, monocitopenia e plaquetopenia.
2. Deficiência de vitamina B12.

14. Cinderela do abdome

1. Pancreatite aguda.
2. Dosagem de amilase e lipase séricas. Dosagens de amilase (165,3 U/L) e li-
pase (6102 U/L) confirmaram o diagnóstico de pancreatite aguda.

15. Uma família premiada

1. Anemia normocítica hipercrômica, presença de esferócitos e reticulocitose.


2. Trata-se de anemia hemolítica não autoimune e, à hematoscopia, os nume-
rosos esferócitos, associados à história familiar de anemia hemolítica, levan-
tam a hipótese de esferocitose hereditária. Vale ressaltar que a presença de
esferócitos no esfregaço periférico pode ser observada em recém-nascidos,
em indivíduos com anemia hemolítica autoimune e em grandes queimados.
3. Curva de fragilidade osmótica de hemácias, a qual está desviada para a es-
querda, confirmando o diagnóstico de anemia esferocítica hereditária.

16. Da Geriatria à Hematologia

1. Anemia microcítica normocrômica, anisocitose. Vale ressaltar a presença


de anemia com o número de hemácias normais.
2. Anemia ferropriva, talassemia, anemia da inflamação e anemia sideroblástica.
3. Perfil do ferro: ferro sérico, índice de saturação de transferrina e ferritina.
Estudo da hemoglobina por HPLC revelou HbA 92,8%; HbF 0,3%; HbA2 5,1%
e confirmou o diagnóstico de talassemia.

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17. Cadê minha virose?

1. Leucocitose com desvio à esquerda, linfocitose, anaeosinofilia e plaque-


topenia. Vale ressaltar a presença de 28% de linfócitos atípicos à hematos-
copia.
2. Diante da linfocitose sem hemoconcentração, o diagnóstico de dengue se
torna mais improvável, uma vez que tais achados são incomuns na doença.
3. CMV e EBV. O diagnóstico foi confirmado com sorologia IgM positiva para CMV.

18. Perna ansiosa

1. Anemia normocítica, acentuada anisocitose, leucopenia, linfocitopenia e


plaquetopenia.
2. Anemia megaloblástica, síndrome mielodisplásica, mielopatia infiltrativa,
hipotireoidismo, hepatopatia etílica crônica e alguns medicamentos como
anticonvulsivantes, antitireoideanos, sulfas etc.
3. Dosagem de vitamina B12 e de ácido fólico, EGD com pesquisa de H. pylori
e dosagem de anticorpos antifator intrínseco e anticélula parietal. Confir-
mou-se o diagnóstico de anemia perniciosa, pois o paciente apresentava
B12 diminuída, gastrite atrófica e anticorpo antifator intrínseco positivo.

19. Assim como o vinho

1. Anemia microcítica normocrômica, leucocitose com desvio à esquerda não


escalonado, presença de blastos, linfocitose, acentuada plaquetopenia e
presença de eritroblasto ortocromático (5 em 100 leucócitos).
2. Mielopatia infiltrativa por provável neoplasia maligna de próstata.
3. Sim, devem ser solicitados os dois exames para confirmar a hipótese de uma
mielopatia infiltrativa. O mielograma revelou presença de células em “ca-
cho de uva”, sugerindo células extra-hematopoéticas.
4. Toque retal, PSA, biópsia de próstata. Resultado do PSA: 14,04 ng/mL (VR:
>70 anos até 4,4 ng/mL). Com o resultado dos exames (PSA e mielograma),
confirmou-se hipótese de mielopatia infiltrativa neoplásica.

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20. As horas de ouro

1. Leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda, anaeosinofilia e discreta


monocitose.
2. Sepse.
3. CIVD secundária à sepse.
4. Gravidez, medicamentos (corticosteroides, fatores estimuladores de granu-
lócitos), processos inflamatórios e infecções, principalmente bacterianas.

21. Quanto mais alto, maior a queda

1. Discreta anemia normocítica normocrômica, linfopenia e reticulocitose.


2. Estudo da hemoglobina por HPLC. O exame mostrou: HbA: 58,4%; Hb fetal:
0%; HbA2: 3,9%; HbS: 37,7%. Conclui-se, pois, que o paciente apresenta
traço falciforme.
3. O paciente possivelmente apresentou hemólise em grandes altitudes nas
regiões montanhosas do Chile quando esquiava com os amigos. Vale res-
saltar que a pressão atmosférica de O2 está associada à fração desse gás
na altitude em questão. Elevadas altitudes possuem menor PO2, logo, me-
nos oxigênio será absorvido pela hematose, resultando, assim, em menor
pressão arterial de oxigênio. Sabe-se que hemoglobinas instáveis, espe-
cialmente a HbS, diminuem ainda mais a afinidade pelo O2 em baixa PaO2,
desencadeando alteração morfológica das hemácias em sinusoides de bai-
xa pressão. A estase precipita a hemólise extravascular.

22. Anemia do ginecologista

1. Anemia microcítica e hipocrômica.


2. Leucopenia com linfocitopenia e presença de linfócitos atípicos.
3. Todos diminuídos.
4. Perda sanguínea de origem ginecológica.

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101 hemogramas - completo rev1.indd 232 05/02/2018 14:06:26


23. Aranhas gástricas

1. Anemia microcítica e hipocrômica.


2. Esofagogastroduodenoscopia com biópsia.
3. Considerando a provável hemorragia digestiva alta associada à perda de
peso, não se deve esquecer a hipótese de neoplasia gástrica, especialmen-
te acima de 45 anos. Entretanto, ao ser realizada a EGD, foi encontrada
angiectasia gástrica com sinais de sangramento recente, sendo realizada
escleroterapia para tratamento.

24. Típica atipia

1. Anisocitose, leucopenia, linfopenia, neutropenia, eosinopenia, plaqueto-


penia e presença de linfócitos atípicos.
2. Possivelmente as alterações são justificadas pelo tratamento quimioterápi-
co e/ou por uma possível infecção viral, devido à presença de atipia linfoci-
tária e linfopenia.

25. Dias febris

1. Leucopenia às custas de neutropenia, eosinopenia e plaquetopenia.


2. Arboviroses (dengue, zika e chikungunya) e síndromes mono-likes, princi-
palmente.
3. NS1, o qual deve ser solicitado até cinco dias de início dos sintomas. No caso
desse paciente, foi feito o IgM para dengue, o qual foi reagente.

26. As mil e uma hemoglobinas

1. Anemia microcítica normocrômica, moderada anisocitose e plaquetose.


2. Com os achados do esfregaço periférico, poderíamos lembrar de anemia
falciforme (SS), hemoglobinopatia SC, hemoglobinopatia SD, S-beta talas-
semia, S-alfa talassemia.

233

101 hemogramas - completo rev1.indd 233 05/02/2018 14:06:26


3. O estudo da hemoglobina pelo HPLC revelou HbS: 47,1%, HbD: 43,8%, HbF:
2% e HbA2: 1,6%, confirmando, assim, o diagnóstico de hemoglobinopatia
SD. Vale salientar que a presença de drepanócitos na distensão sanguínea
não significa necessariamente o diagnóstico de anemia falciforme, deven-
do-se solicitar, portanto, o estudo da hemoglobina pelo HPLC.

27. α ou β?

1. Anemia microcítica hipocrômica e moderada anisocitose.


2. Estudo do perfil do ferro (ferro sérico, índice de saturação de transferrina,
ferritina), AST, ALT, fosfatase alcalina, gama-GT, bilirrubinas (total e frações),
LDH, estudo da Hb pelo HPLC.
3. Talassemia. A história clínica da paciente já apresentava um forte indicativo
para anemia hemolítica hereditária (episódios de icterícia desde a infância
e colecistectomia). No hemograma, a presença de hemácias em alvo e reti-
culocitose é mais um dado que fortalece o diagnóstico, que foi confirmado
pela eletroforese de hemoglobina pelo HPLC, revelando HbA: 69,7%, HbF:
20%, HbA2: 6%.

28. Escleras azuis, sangue pálido

1. Anemia microcítica hipocrômica, com discreta anisocitose.


2. Anemia multicarencial, especialmente ferropênica.
3. Perfil do ferro (ferro sérico, índice de saturação de transferrina e ferritina),
dosagem de vitamina B12 e folato. Resultados: dosagem de folato e B12 nor-
mais, ferro sérico de 16 µg/dL (VR: 150 µg/dL), índice de saturação de trans-
ferrina de 4% (VR: 20-50%), ferritina de 3,1 ng/mL (VR: 4,6-204 ng/mL), con-
firmando o diagnóstico de anemia ferropriva secundária à cirurgia.
4. Endovenoso. Uma vez que a paciente apresenta deficiência de ferro rela-
cionada a não absorção gástrica, indica-se a reposição parenteral, prefe-
rencialmente endovenosa.

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29. Palidez à portuguesa

1. Anemia microcítica hipocrômica, sem anisocitose, mas com discrepância


do número de hemácias e hemoglobina. Há presença de hemácias em alvo
e reticulocitose.
2. Talassemia.
3. Estudo da hemoglobina por HPLC. Resultado: Hb A: 94,1%; Hb F: 0%; Hb A2:
5,9%. O aumento da hemoglobina A2 confirma o diagnóstico de talassemia.

30. Olhar suspeito

1. Colecistectomia prévia, cosanguineidade parental, história familiar, icterí-


cia, Traube ocupado e reticulocitose.
2. Constitucional, em virtude do histórico de pais consanguíneos e de mãe e
prima com litíase biliar, existindo, portanto, grandes indícios de caráter con-
gênito para a hemólise.
3. A revisão do esfregaço sanguíneo periférico evidenciou a presença de es-
ferócitos. A partir disso, foi solicitado HPLC e curva de fragilidade osmótica
da hemoglobina. Dados encontrados: HPLC normal, revisão da lâmina cons-
tatando presença de esferócitos e curva de fragilidade osmótica desviada
para direita (0,56%; Ref: 0,40-0,445%), confirmando-se, assim, um quadro de
hemólise constitucional por esferocitose hereditária.

31. Efeito borboleta

1. Anemia macrocítica e hipocrômica.


2. Teste de Coombs.
3. FAN, estudo do complemento (C3, C4, CH50), Anti-dsDNA, Anti-Sm.
4. LES. A paciente apresenta alopécia, lúpus discoide, úlceras aftoides, artral-
gia/artrite e sinais de derrame pericárdico (alternância de amplitude de QRS).
Tais achados nos fazem, obrigatoriamente, pensar em LES. Os exames da
questão 3 são importantes para os critérios laboratoriais da doença. A au-
toimunidade nos é sugerida pelo VDRL positivo 1:4 num paciente sem lues.
A paciente em questão apresentava os seguintes resultados: FAN (padrão

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nuclear homogêneo 1:320), anti-dsDNA e anti-Sm reagentes, confirmando-
-se diagnóstico de LES.

32. A Vegana engana

1. Anemia macrocítica hipocrômica.


2. O VCM que, quando aumentado, direciona a investigaçāo para anemia me-
galoblástica, hepatopatias crônicas, SMD e ocupação medular.
3. Sim, a EGD com biópsia e teste da urease. A realização da EGD na investiga-
ção de anemia macrocítica está indicada pelo fato de anemia perniciosa
também ser causa de macrocitose. A presença de atrofia gástrica corpo-an-
tral, associada a anticorpos positivos, direciona o diagnóstico. A pesquisa
de H. pylori é indicada, outrossim, pela sua associação com gastrite atrófica
tipo A e tipo B.

33. Sem delongas

1. Anemia normocítica, normocrômica, leucocitose com neutrofilia, eosinope-


nia e plaquetose. Doença falciforme.
2. Através do estudo de hemoglobina pelo HPLC na paciente, foi verificado o
seguinte resultado: HbS: 43,2%; HbD: 42,3%; HbF: 5,0%; HbA2: 3,6%, con-
firmando o diagnóstico de doença falciforme (hemoglobinopatia SD).

34. Time reserva

1. Leucocitose, neutrofilia, plaquetose e presença de corpúsculos de Howell-


-Jolly. É importante lembrar que cerca de um terço das plaquetas presen-
tes no organismo estão armazenadas no baço, no qual são fagocitados os
fragmentos de DNA de hemácias recém-formadas, constituindo os corpús-
culos de Howell-Jolly.
2. A leucocitose e a neutrofilia tendem a regredir sua concentração com o
tempo no pós-operatório, persistindo a plaquetose.
3. Vacinação para germes encapsulados (Streptococcus pneumoniae e Hae-
mophilus influenzae tipo B e Neisseria meningitidis).

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35. Linfocitose na Terceira Idade

1. Linfocitose.
2. A LLC, a qual é a leucemia mais comum nessa idade. Muitas vezes, o paciente
com LLC procura o atendimento médico por queixas inespecíficas e, na in-
vestigação subsequente, apresenta linfocitose no hemograma. O diagnós-
tico de tal doença vem se tornando cada vez mais prático pela utilização
da imunofenotipagem de sangue periférico, demonstrando presença de
marcadores de células B maduras com CD5 positivo. O diagnóstico diferen-
cial deve ser feito com outras condições que podem cursar com linfocito-
se, como linfoma de células do manto. Paciente transferido à Hematologia
para conduta terapêutica.

36. Preste atenção na prescrição

1. Anemia microcítica normocrômica, anisocitose, leucopenia, neutropenia,


eosinopenia, linfocitopenia, monocitopenia, plaquetopenia.
2. Sulfametoxazol-trimetoprima. As sulfas são antibióticos antimetabólicos
que, em altas doses, inibem a via do ácido fólico, o qual, quando deficien-
te, prejudica a hematopoese.
3. Dapsona.

37. Calazar ou não calazar? Eis a questão!

1. Anemia macrocítica hipocrômica, anisocitose, leucocitopenia, neutrope-


nia, eosinopenia, linfopenia, monocitopenia, trombocitopenia.
2. Está-se diante de um paciente com pancitopenia, provas de hemólise posi-
tivas e hemoglobinúria. Tais achados fazem com que se considere a possibi-
lidade de hemoglobinúria paroxística noturna (HPN). Citopenias inexplica-
das, hemólise inexplicada, trombose sem causa aparente, aplasia medular/
SMD e Coombs não reagente suscitam a necessidade de investigação de
HPN, a qual se faz com citometria de fluxo de sangue periférico. Nesse pa-
ciente foi demonstrada presença de clones com deficiência total de CD55 e
CD59, confirmando o diagnóstico de HPN. A principal causa de morte nes-

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ses pacientes é trombose, logo é prudente avaliar o D-dímero, que serve
como marcador de risco trombogênico nesse grupo.

38. Te inibe!

1. Anemia normocítica hipocrômica, acentuada leucocitose, desvio à esquer-


da não escalonado, basofilia, linfocitose, monocitose e plaquetopenia.
2. LMC, apesar de não constar no hemograma eosinofilia.
3. Realização de mielograma com pesquisa do transcrito do BCR-ABL (possí-
vel de ser realizada em sangue periférico) e citogenética (se citogenética
clássica, pesquisa do cromossomo Philadélfia).
4. Inibidores de tirosinoquinase, como o imatinibe, dasatinibe e nilotinibe.

39. As sete perdas

1. Anemia macrocítica, normocrômica, eosinofilia e anisocitose.


2. SAF, doença falciforme e anemia megaloblástica.
3. Anemia falciforme. A apresentação e o diagnóstico mais tardio na paciente
podem estar relacionados aos seguintes achados da eletroforese de he-
moglobina pelo método HPLC:
HbF: 14,2%
HbA2: 3,5%
HbS: 79,6%
A HbF elevada nesse caso pode ter atenuado os efeitos vaso-oclusivos da
doença. Confirmou-se o diagnóstico final de anemia falciforme com persis-
tência da HbF pelo estudo da hemoglobina pelo HPLC
4. Os efeitos vaso-oclusivos da doença, inclusive na placenta.

40. A valva esquisita

1. Anemia normocítica normocrômica, presença de esquizócitos e reticulo-


citose.
2. Coombs direto ou teste da aglutinina direta. Possivelmente, anemia hemo-
lítica adquirida em consequência da idade do paciente e da presença de

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esquizócitos, o que nos levaria a pensar no diagnóstico de uma anemia ma-
croangiopática.
3. A prótese mitral metálica desenvolvendo o cisalhamento dos eritrócitos e,
em consequência, levando à hemólise.

41. Eliminando infecção

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia, desvio à es-


querda escalonado, anaeosinofilia e monocitose.
2. Filgastrina. As alterações na série branca são devido à ação do medicamen-
to, inclusive a presença de granulações grosseiras nos neutrófilos.

42. Nem de menos nem “DMARD”

1. Metotrexate. Infelizmente a paciente não estava repondo ácido fólico em


associação ao medicamento.
2. Dosagem de ácido fólico sérico reduzido.
3. Fármacos anti TNF-α.

43. Nos menores frascos, os piores venenos

1. Leucocitose e neutrofilia com desvio à esquerda.


2. Inflamatório não infeccioso.
3. Azatioprina e etanol. O diagnóstico de pancreatite aguda foi confirmado
por amilase e lipase elevadas: 464,0 U/L (VR: 30 a 118 U/L) e 1214,0 U/L (VR:
6 a 51 U/L), respectivamente. Ultrassom de abdome normal.

44. Picacismo

1. Anemia microcítica hipocrômica e plaquetose.


2. Estudo do perfil do ferro (ferro sérico, índice de saturação de transferrina e
ferritina), LDH, dosagem de vitamina B12 e ácido fólico, além de EGD.

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3. Anemia ferropriva secundária à gastrectomia prévia, anemia megaloblásti-
ca e anemia da inflamação.
4. Anemia ferropriva secundária à gastrectomia prévia.

45. Trama plaquetária

1. Telangiectasias e plaquetopenia.
2. Hepatopatia crônica.
3. HBsAg, anti-HBs e anti-HCV. Após a investigação, confirmou-se o diagnós-
tico de hepatopatia crônica por vírus C pelo HCV reagente (RNA viral acima
de 600000 cópias).
4. Porfiria cutânea tarda.
5. Alfafetoproteína.

46. Púrpura anêmica

1. Pancitopenia.
2. Aplasia medular e leucemia aguda aleucêmica.
3. Para o diagnóstico de anemia aplásica, são necessários mielograma e BMO
inicialmente. Pensando-se em leucemia aguda, o mielograma com imuno-
fenotipagem e cariótipo são indispensáveis para o diagnóstico e o prognós-
tico da doença.
4. Em casos de leucemia aguda, a BMO revela infiltração por blastos; já na ane-
mia aplástica, ocorre infiltração por tecido adiposo, alteração a qual foi en-
contrada no exame da paciente.

47. Entre gastrites e quedas

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia e plaquetose.


2. Úlcera e neoplasia gástricas.
3. EGD com pesquisa de H. pylori e biópsia de mucosa gástrica. Realizou-se
EGD, que evidenciou lesão úlcero-infiltrativa em corpo compatível com ne-
oplasia gástrica avançada (BORRMANN III).

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48. Invasores siderais

1. Anemia macrocítica hipocrômica, leucocitose, linfocitose, monocitose, ba-


sofilia e plaquetose.
2. As múltiplas transfusões sanguíneas realizadas.
3. Vibrio vulnificus, Yersinia enterocolitica e Salmonella spp.

49. A nociva rebelde

1. Macrocítica e normocrômica.
2. Anticorpos antifator intrínseco e anticélula parietal. A pesquisa dos dois an-
ticorpos e EGD compatível confirma o diagnóstico de anemia perniciosa,
doença mediada pelo ataque linfocítico às estruturas produtoras de fator
intrínseco e suco gástrico. Vale a pena salientar o fator de risco permanente
para câncer gástrico.
3. Defeito na síntese do DNA, levando à acentuada dispoese dos precursores
medulares.
4. Hemólise intramedular aumentada em consequência da eritropoese inefi-
caz por defeito na síntese do DNA.

50. Caso alfa

1. Macrocitose, anisocitose, policromasia e pontilhado basofílico (reticulóci-


tos?). A contagem de reticulócitos foi compatível com a hipótese de que
o pontilhado basofílico representasse células jovens. Os reticulócitos têm
maior tamanho que as hemácias, o que explica a macrocitose em casos de
hemólise com medula funcionante.
2. Palidez (lembre-se: anemia é diagnóstico laboratorial), icterícia (bilirrubi-
nemia) e esplenomegalia (hemólise extravascular).
3. Não se discute anemia hemolítica sem o teste de Coombs. Diante de uma
anemia hemolítica adquirida, deve-se sempre afastar a possibilidade de
AHAI, logo, deve-se pedir a prova de Coombs.
4. O uso da alfametildopa, clássico exemplo de anemia hemolítica autoimu-
ne induzida por fármacos.

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51. O triunvirato

1. Anemia macrocítica e hipocrômica, leucopenia e neutropenia.


2. Considerando a sintomatologia da paciente (palidez, glossite, parestesias)
e os achados hematológicos, o diagnóstico mais provável consiste em ane-
mia megaloblástica.
3. Anemia perniciosa, devido às comorbidades de etiologia autoimune da pa-
ciente. Vale lembrar também que a causa mais comum de deficiência de B12
é a anemia perniciosa. Confirmou-se o diagnóstico com EGD, revelando atro-
fia de mucosa gástrica, e anticorpo antifator intrínseco presente.

52. Como diria Hobbes

1. Anemia normocítica normocrômica, anisocitose, leucocitose, neutrofilia


com desvio à esquerda, linfopenia e trombocitopenia.
2. No contexto de um paciente gravemente enfermo com sangramento ati-
vo, a transfusão de plaquetas está indicada. O uso de hemocomponentes
deve ser o mais restrito e cauteloso possível. A transfusão sanguínea está
associada, quando não bem indicada, a desfecho desfavorável em muitas
condições. A meta para o paciente em questão é manter as plaquetas aci-
ma de 20.000/mm³.
3. LES. O paciente em questão desenvolveu sinais laboratoriais de hemofa-
gocitose, a qual foi relacionada à autoimunidade e a uma provável TB. Re-
alizou tratamento empírico para TB, bem como uso de metilprednisolona
e imunoglobulina humana para controle da diátese imunológica.

53. Fantástica hemólise

1. Anemia macrocítica hipocrômica, anisocitose, leucocitose, neutrofilia, lin-


focitose, basofilia, trombocitopenia.
2. O marcador sorológico foi o FAN, o qual foi reagente pontilhado fino denso
e, na complementação diagnóstica, anti-Sm e anti-RNP reagentes.
3. Não. A SMD é um diagnóstico de exclusão. A LES possui uma miríade de apre-
sentações medulares, podendo, muitas vezes, causar intensa dispoese. No
paciente em questão, as provas de autoimunidade direcionaram o diag-

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nóstico para uma AHAI associada à LES, a qual melhorou com o tratamento
da doença de base. Vale ressaltar que a lesão renal desse paciente pode ter
sido causada pela SAF, o que foi corroborado pela melhora da função renal
com a terapia anticoagulante.

54. “Dengue” esquisita

1. Anemia macrocítica hipocrômica, anisocitose, plaquetopenia.


2. Plaquetopenia.
3. Anemia hemolítica com presença de esquizócitos direciona o diagnóstico
para anemia hemolítica microangiopática (AHMA), a qual, quando associa-
da à plaquetopenia e à lesão de órgão-alvo (SNC, rim, fígado etc.), sugere a
hipótese de microangiopatia trombótica. A descrição clássica de MAT com
a pêntade de Moschcowitz (febre, AHMA, plaquetopenia, lesão renal e alte-
ração neurológica) está presente em menos de 20% dos pacientes. As MATs
são doenças graves e potencialmente fatais quando não diagnosticadas de
forma precoce. De tal modo, é importante que o diagnóstico seja realizado
e as medidas terapêuticas iniciadas prontamente, a depender do tipo de
MAT. Na PTT, o tratamento se faz com corticoterapia e plasmaférese, a qual
deve ser mantida até a normalização plaquetária e o controle de LDH. Na
HELLP, o tratamento é resolução da gestação e do suporte hemoterápico e
clínico (em casos extremamente graves, a plasmaférese pode ser indicada).
Na SHU associada à verotoxina/shigatoxina, o tratamento se faz com su-
porte dialítico e hemoterápico quando necessário. Na MAT associada à al-
terações do complemento, o tratamento é suporte dialítico, hemoterápico,
bloqueio do complemento e transplante renal quando indicado.

55. Vestido escarlate

1. Eosinofilia.
2. Em ordem crescente de gravidade: pustulose exantemática generalizada
aguda (PEGA), síndrome DRESS (drug rash with eosinophilia and systemic
symptoms), Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica (NET).
3. Síndrome DRESS, que é caracterizada por rash, eosinofilia e sintomas sis-
têmicos, principalmente nefrite, cardite, hepatite e pneumonite. No caso

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em questão, o aumento das troponinas e CKMB massa pode estar associa-
do à cardite secundária à DRESS.

56. Sangue lento

1. Anemia normocítica normocrômica, anisocitose, leucocitose, neutrofilia


com desvio à esquerda não escalonado, eosinofilia, linfocitose, monocitose.
2. Doenças mieloproliferativas crônicas.
3. Cromossomo Philadélfia t (9;22), JAK2, calreticulina e MPL (Myeloprolifera-
tive Leukemia Protein).
4. Leucostase.

57. Um prurido não clássico

1. Anemia microcítica hipocrômica, anisocitose, leucocitose às custas de seg-


mentados, desvio à esquerda, monocitose e plaquetose.
2. O aumento em quantidade das séries granulocítica e plaquetária foi sufi-
ciente para gerar a hipótese clínica. A mutaçāo do gene JAK2 está presente
nas doenças mieloproliferativas crônicas Philadelphia negativo, principal-
mente na policitemia vera, mas também na mielofibrose primária idiopáti-
ca e na trombocitemia essencial, sendo sua pesquisa importante para dire-
cionamento diagnóstico.
3. Leucemia mieloide crônica.

58. Faça o seu julgamento

1. O primeiro hemograma revela anemia normocítica normocrômica, neutro-


penia, anaeosinofilia, plaquetopenia e “monocitose”. O segundo, anemia
normocítica normocrômica, leucocitose, linfopenia, presença de 93% de
blastos e persistência da plaquetopenia. Conclui-se que, no primeiro hemo-
grama, a monocitose era, na realidade, blastos com aspecto monocitoide.
2. Leucemia promielocítica aguda (LPM). Os dados de TP e TTPA alargados re-
lacionados a consumo de fibrinogênio estão associados à coagulopatia de
consumo, um achado característico da LPM.

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3. Coagulopatia de consumo.
4. Alteração do tipo t (16;16) e t (8;21). São descritas LMAs geralmente de prog-
nóstico favorável associadas a inv (16) e t(15;17).

59. Uma ligação com a infecto

1. Os achados não levariam a uma indicação imediata da realização de mie-


lograma. É interessante para o leitor valorizar a história clínica, além dos
achados do hemograma. A presença de leucocitose com desvio escalonado
até mielócitos levantou a hipótese diagnóstica de leucemia aguda. Porém,
com os achados do exame físico, é importante o médico solicitar outros
exames. O sopro encontrado é sugestivo de anemia, mas pode também ser
indicativo de endocardite, sendo corroborado pela persistência da febre.
Diante disso, foi solicitado um ecocardiograma que confirmou o diagnósti-
co de endocardite infecciosa.

60. Basta estar no Ceará

1. Anemia normocítica normocrômica, leucopenia, neutropenia, anaeosino-


filia, linfocitopenia e plaquetopenia.
2. Diante de um caso de hepatoesplenomegalia febril e pancitopenia, deve-
mos pensar em leishmaniose visceral, endobacteriose entérica complica-
da e endocardite subaguda.
3. K-39 e mielograma. K-39 positivo e mielograma revelou presença de Leishma-
nia ssp. e macrófagos apresentando hemofagocitose, concluindo, assim, o
diagnóstico de calazar.

61. Jovem tensão

1. Leucocitose, neutrofilia e monocitose, sugerindo um processo inflamató-


rio ou infeccioso.
2. São possíveis hipóteses diagnósticas: IAM por uso de cocaína, pneumotó-
rax, pericardite, costocondrite, dor psicogênica e TEP.

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3. B2 palpável e hiperfonese de B2 que, no contexto de uma síndrome aguda,
podem indicar hipertensão pulmonar associada à TEP.
4. Angiotomografia de tórax multislice, que revelou tromboembolismo pul-
monar submaciço. D-dímero de 25.598 ng/mL (VR: < 500 ng/mL) e pro-BNP
menor que 100 pg/mL (VR: 0 a 70 pg/mL).
Após confirmação do diagnóstico, mãe relatou deficiência de proteína S em
2 filhos (Proteína S = 37% / VR: 55-160%).

62. Parece, mas não é!

1. Anemia macrocítica, hipercrômica, anisocitose, neutropenia, eosinofilia


e linfocitose.
2. Diante dos dados clínicos e do hemograma, deve-se pensar em anemia he-
molítica hereditária. Possivelmente os episódios de "hepatite" sejam crises
hemolíticas. Vale salientar também a história de anemia na família e a ocor-
rência de várias transfusões de concentrados de hemácias sem sangramen-
tos evidentes. Com relação ao hemograma, chama a atenção a macrocitose
e a presença de hemácias em alvo, drepanócitos e reticulocitose, devendo-
-se pensar no diagnóstico de hemoglobinopatias.
3. A abordagem de um provável quadro hemolítico se baseia em excluir AHAI
(teste de Coombs negativo) e outras provas de hemólise positivas. Exames
solicitados: enzimas hepáticas (AST, ALT, bilirrubinas), dosagem de vitami-
na B12 e folato, LDH, sorologias para hepatite B, C, HIV 1 e 2, VDRL, estu-
do de hemoglobina pelo HPLC, perfil do ferro (ferro sérico, IST, ferritina).
Confirmou-se o diagnóstico de anemia falciforme. Níveis elevados de fer-
ritina e IST estão associados à hemocromatose secundária a frequentes
hemotransfusões. Nessa paciente, a sorologia para HTLV pelo Western Blot
também foi positiva.

63. Uma bagagem febril

1. Evolução para pancitopenia e presença de linfócitos atípicos. Linfócitos atípi-


cos são encontrados em infecções virais agudas, protozoóticas, como malá-
ria e Chagas agudo, e bacterianas, por exemplo a brucelose.
2. Malária.

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3. Realizou-se o exame de gota espessa e foi confirmada a hipótese da ques-
tão anterior, com presença de Plasmodium spp.

64. Sopa de aveia

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia, eosinofilia e


monocitose.
2. Tuberculose pulmonar. Nesse caso, pela importante exposição tabagística,
é de suma importância excluir neoplasia pulmonar.
3. Baciloscopia (duas amostras)/gene XPERT, TC e, no caso de lesão sugestiva
de neoplasia, broncoscopia com biópsia guiada por TC.
4. Câncer de pulmão de pequenas células.

65. Chagas aberto, coração “Ferrido”

1. Leucopenia sem neutropenia e plaquetopenia.


2. Hepatopatias crônicas.
3. Albumina e TP/INR. Para avaliar lesão hepática, solicita-se transaminases.
O diagnóstico etiológico da hepatopatia exige mais exames laboratoriais e
de imagem.
4. Hemocromatose. Por não apresentar histórico de transfusões sanguíneas,
provavelmente estamos diante de uma causa primária. No caso, o pacien-
te realizou a pesquisa das mutações do gene HFE, a saber, principalmente,
C282Y e H63D, sendo homozigoto para a primeira.

66. Oceano de plaquetas

1. Não, pela plaquetose acentuada, história de HAS e presença de eritromelalgia.


2. Síndromes mieloproliferativas crônicas, entre elas a trombocitemia essencial.
3. Mielograma, BMO com coloração para reticulina, BCR-ABL e JAK-2. Confir-
mou-se o diagnóstico de trombocitemia essencial.
4. Controle da pressão arterial e da eritromelagia com o uso de AAS (100 - 200mg
ao dia).

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67. Hemorragia multinacional

1. Anemia microcítica hipocrômica, leucopenia e linfopenia.


2. Diante do quadro clínico de hemorragia e da história familiar, poderia-se
pensar em distúrbios da coagulação. No entanto, a presença de telangiec-
tasias e a história familiar apontam para um diagnóstico raro, de etiologia
autossômica dominante, conhecido como teleangiectasia hemorrágica he-
reditária ou síndrome de Osler-Weber-Rendu.
3. Síndrome de CREST e ataxia telangiectasia. CREST, que é definida como cal-
cinose, Raynaud, esofagopatia, esclerodactilia e telangiectasia, sendo uma
forma variante da esclerodermia. Doenças autoimunes podem estar asso-
ciadas à linfopenia, especialmente LES.
4. Hemorragia pulmonar por shunts intrapulmonares.

68. Maquinaria da dor

1. Hemograma, contagem de reticulócitos, estudo da hemoglobina pelo HPLC


(HbS: 84,6%; HbF: 10,3%; HbA2: 3,5%). Sequestro esplênico, apesar de ser
incomum em idade adulta.
2. Crise vaso-oclusiva intra-abdominal. Pacientes com anemia falciforme são
mais susceptíveis a crises álgicas abdominais associadas a fenômenos de
redução do fluxo arterial e venoso por crise vaso-oclusiva, as quais, muitas
vezes, simulam abdome agudo. Entretanto, no caso em questão, a segun-
da laparotomia foi secundária a divertículo de Meckel, o qual não possui
relação com a anemia falciforme.

69. RO-HO

1. Anemia normocítica hipocrômica, leucocitose, neutrofilia e acentuada lin-


fopenia.
2. Anti-HIV 1 e 2.
3. Ultrassonografia de vias biliares, a qual demonstrou compressão extrínse-
ca de vias biliares, confirmada por TC de abdome.
4. Diante das síndromes febril e consumptiva há seis meses e da presença de
gânglio supraclavicular direito e linfonodomegalia retroperitoneal, associa-

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das a sinal de Rosman, solicitou-se biópsia e imuno-histoquímica do gânglio
supraclavicular direito, confirmando o diagnóstico final de linfoma de Hod-
gkin clássico do subtipo esclerose nodular.

70. Anéis e pérolas

1. O hemograma revelou anemia microcítica normocrômica, o que explica a


sintomatologia do paciente. Deve-se avaliar as reservas de ferro: o ferro e
a ferritina encontram-se elevados: 779,0 mg/dL (VR: 60-160 mg/dL) e 469,3
ng/ml (VR: 21,8-274,6 ng/mL), respectivamente. A contagem de plaquetas
está elevada, mas não podemos correlacionar com anemia ferropriva dian-
te do perfil do ferro.
2. Podemos pensar em anemia sideroblástica, mielodisplasia, hemocromato-
se, talassemia e anemia hemolítica constitucional.
3. Deve-se realizar mielograma com coloração para ferro. O paciente está na
oitava década de vida, com anemia crônica, microcítica e normocrômica e
uma tendência à sobrecarga de ferro. O complemento com a coloração de
Perls confirma o diagnóstico, o qual marca ferro dentro da célula. O mie-
lograma revelou hipercelularidade moderada, alguns macro e microeritro-
blatos, 80% de sideroblastos em anel, hipossegmentação e hipogranulação
em 48% dos neutrófilos, megacariócitos hipolobados e 2% de blastos. Con-
firmamos com o mielograma e a coloração de Perls o diagnóstico de ane-
mia sideroblástica.

71. Manto de linfócitos

1. Leucemia linfocítica crônica.


2. Imunofenotipagem de sangue periférico.
3. Tabagismo.
4. Linfoma não-Hodgkin subtipo manto. A citometria de fluxo é um exame que
auxilia no diagnóstico de LLC. CD5 e CD23 positivos e FMC7 negativo confi-
guram o imunofenótipo padrão da LLC. No linfoma do manto, tem-se CD5
e FMC7 positivos e CD23 negativo. Os dois podem se apresentar inicialmen-
te com linfocitose e linfonodomegalia generalizada.

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72. MMA

1. Anemia normocítica normocrômica, desvio não escalonado e plaquetopenia.


2. Hemácias em lágrimas (dacriócitos), eritroblástico ortocromático (1/100
leucócitos), neutrófilos hipersegmentados e presença de precursores mie-
loides, configurando reação leucoeritroblástica.
3. Deve ser solicitado mielograma e BMO com coloração para reticulina por
presença de hemácias “em lágrima” e reação leucoeritroblástica.
4. Mielofibrose primária idiopática ou metaplasia mieloide agnogênica (MMA).

73. Males do Mediterrâneo

1. Anemia microcítica hipocrômica e discreta neutropenia.


2. Dosagem de ferro sérico, índice de saturação de transferrina, ferritina sé-
rica, estudo da hemoglobina, contagem de reticulócitos, LDH e Coombs.
3. Anemia da inflamação e/ou talassemia. A última foi confirmada pelo méto-
do HPLC (HbA2: 4,5%; VR: até 3,5%).

74. Uma combinação infrutífera

1. Plaquetopenia (8000/mm³).
2. A púrpura trombocitopênica imune (PTI) ou plaquetopenia imune (PI) pode
ser primária ou idiopática, quando não há uma causa identificada para seu
aparecimento, ou secundária (infecções, fármacos, malignidades, doenças
autoimunes, entre outros). No caso mostrado, não há dados que levem a
uma possível causa da PI do paciente, mas provavelmente foi realizada uma
investigação clínica detalhada e exames, como sorologias para HIV, HCV,
HBC e H. pylori. Excluindo-se as causas possíveis, estaríamos diante de uma
PI primária.
3. O uso de ácido acetilsalicílico e a ingestão alcoólica.
4. Pulso de metilprednisolona. Reavaliar resposta e próximos passos terapêu-
ticos.
5. Não, pois o paciente não demonstrava sinais e/ou sintomas de comprome-
timento neurológico, hemorragia grave ou necessidade de procedimento

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cirúrgico. Além disso, apresentava histórico de múltiplas transfusões de con-
centrados de plaquetas, contraindicando essa conduta.

75. Ele não se safou...

1. Anemia normocítica hipocrômica, leucopenia, neutropenia eosinopenia e


linfocitopenia.
2. Anti-dsDNA. Tal marcador está associado à progressão e ao controle da do-
ença renal em pacientes com nefrite lúpica. Sabe- se que ele é bastante es-
pecífico para LES e, em alguns pacientes, pode surgir até dois anos antes da
doença manifesta.
3. Síndrome do anticorpo antifosfolípide. A propedêutica diagnóstica se faz
com a pesquisa do anticoagulante lúpico, anticardiolipina e anti-β2-glico-
proteína-I.

76. Três em um

1. Anemia normocítica normocrômica, anisocitose, eosinopenia e tromboci-


topenia.
2. PTT. A presença de anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia e
alterações neurológicas corrobora a hipótese.
3. A enzima ADAMTS13, a qual é relacionada à clivagem dos multímeros endo-
teliais do FvW. A relação entre a produção de anticorpos contra a ADAMTS13
e a diátese microangiopática é algo recente na prática médica, sendo rela-
cionada à forma adquirida da PTT.
4. Plasmaférese.

77. Uma anemia complexa

1. Microangiopatia trombótica (MAT).


2. Anemia hemolítica autoimune (AHAI) e mieloftise (mielopatia infiltrativa).
Realizou-se mielograma, o qual demonstrou presença de células aglome-
radas de grande porte com núcleos e nucléolos evidentes.

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3. Neoplasias malignas estão associadas à produção de autoanticorpos an-
tieritrócitos, especialmente neoplasias onco-hematológicas e tumores sóli-
dos de origem epitelial, como mama e pulmão. É importante ressaltar o fato
de tumores sólidos malignos, especialmente mama, pulmão, TGI e próstata,
estarem outrossim associados à mielopatia infiltrativa. Desse modo, confor-
me indica o mielograma, a paciente em questão apresenta infiltração me-
dular por células neoplásicas de provável origem mamária. Além disso, vale
salientar que o fato de o Coombs direto ser positivo pode estar relacionado
à provável AHAI secundária à neoplasia de mama.

78. Quiromancia

1. Anemia normocítica normocrômica, leucopenia, neutropenia, anaeosiofi-


lia, linfocitopenia, plaquetopenia.
2. Anemia de Fanconi, disceratose congênita e Schwachman-Diamond. Os acha-
dos clínicos do paciente são patognomônicos de disceratose.
3. Eritrovírus (ou Parvovírus) B19.
4. Ciclosporina.

79. Nem sempre é tuberculose?

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia, desvio à es-


querda escalonado, reação leucoeritroblástica e monocitose.
2. Mielopatia infiltrativa, a qual pode ser associada à infecção ou doença on-
cohematológica.
3. O diagnóstico de mielopatia infiltrativa por histoplasmose foi confirmado
através do creme leucocitário e mielograma.

80. Esquerda ou Droit?

1. Linfopenia, leucopenia e plaquetopenia.


2. Hereditária, uma vez que quatro parentes apresentaram quadro semelhan-
te, além do sangramento recorrente nos partos e da complicação pós-ci-
rúrgica.

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3. Esquistossomose, todavia doença de Gaucher foi confirmada por dosagem
da atividade enzimática da beta-glicosidase ácida. Outras doenças asso-
ciadas a deficiências enzimáticas do lisossomo: doença de Fabry, doença
de Niemann- Pick e mucopolissacaridoses.

81. “AVC” febril

1. Anemia normocítica, normocrômica, leucopenia, anaeosinofilia, linfocito-


penia e plaquetopenia, configurando pancitopenia.
2. Considerando que a paciente apresenta SIDA, os principais diagnósticos
diferencias são neurotoxoplasmose, tuberculose, criptococose, CMV, ence-
falite herpética e vírus JC (agente causador da leucoencefalopatia multifo-
cal progressiva).
3. RNM de crânio com contraste. No serviço de Emergência, foi confirmado
diagnóstico de toxoplamose, por meio do achado de realce anelar pós-in-
fusão de gadolíneo.

82. Positividades negativas

1. HIV.
2. Reação cruzada. Sabe-se que infecções podem estar associadas à produ-
ção de imunoglobulinas, interleucinas, citocinas e fatores pró-inflamató-
rios, os quais, muitas vezes, podem positivar testes ELISA. Esse fenômeno
é especialmente comum no anti-ANA (para LES) e no rK39 (para Calazar). É
importante que o clínico esteja ciente desses fenômenos para direcionar a
investigação diagnóstica.
3. Carga viral e contagem de linfócitos T CD4. Na infecção aguda pelo HIV, os
testes diagnósticos baseados na pesquisa de anticorpos antivírus costu-
mam positivar cerca de quatro semanas após a infecção, impossibilitando
o seu uso para diagnóstico.

83. O enigma africano

1. Anemia hemolítica microangiopática.

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2. O achado de anemia hemolítica microangiopática associado à plaqueto-
penia sugere bastante o diagnóstico de microangiopatia trombótica, cujas
possíveis etiologias são PTT, SHU, HELLP, entre outras.
3. ADAMTS13, proteína contra a qual o anticorpo responsável pela PTT adqui-
rida é dirigido.
4. Alteração da trombomodulina (THBD).

84. Esquisitos inimigos

1. Anemia normocítica normocrômica, leucocitose, neutrofilia, eosinofilia, des-


vio escalonado, plaquetopenia e esquizócitos (à hematoscopia). Sendo as-
sim, o conjunto dos achados sugere anemia hemolítica microangiopática.
2. Microangiopatia trombótica. Nesse caso, pela alteração do estado neuro-
lógico, o principal diagnóstico é PTT.
3. Plasmaférese.
4. Adenocarcinomas são associados a um tipo muito raro de MAT, denomina-
da CA-TMA (cancer-associated thrombotic microangiopathy). Esse grupo de
doenças possui prognóstico desfavorável.

85. O ocaso das hemácias

1. Anemia macrocítica hipocrômica, leucopenia, neutropenia, plaquetopenia,


configurando, assim, pancitopenia.
2. Citometria de fluxo com pesquisa de clone HPN (referente a hemoglobinú-
ria paroxística noturna) em sangue periférico (CD59, CD55, CD16, CD14).
3. Por tratar-se de uma hemólise intravascular.
4. Tromboembolismo pulmonar secundário à trombose venosa profunda.
5. Anticorpo humanizado bloqueador do C5, eculizumabe.

86. Quente ou frio?

1. Anemia macrocítica hipercrômica e reticulocitose.


2. Diante da anemia macrocítica e da reticulocitose, deve-se pensar em anemia
hemolítica, possivelmente anemia hemolítica adquirida, considerando-se a

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idade da paciente. Deve-se solicitar teste de Coombs direto, o qual, nesse
caso, confirmou o diagnóstico de anemia hemolítica autoimune (AHAI) por
anticorpo quente.
3. LLC, LES, AR, fármacos (alfametildopa, ácido mefenâmico, penicilinas, ce-
falosporinas, entre outros) e infecções, como malária, micoplasmose e HIV/
SIDA. Realizou-se investigação laboratorial para as possíveis etiologias acima,
sendo confirmado o diagnóstico de HIV pelos métodos ELISA e Western Blot.

87. Combinando o teste

1. Anemia normocítica hipocrômica, anisocitose e anaeosinofilia.


2. Ao eritrograma, visualiza-se anisocitose, a qual, no contexto de uma ane-
mia, pode estar associada à presença de células de forma alterada (reticuló-
citos?). À hematoscopia, a presença de policromasia e de eritroblastos nos
leva a considerar provável solicitação medular da série eritroide, o que con-
figura hemólise.
3. Teste de Coombs direto (resultado encontrado: IgG +3; C3c +1; C3d +4; IgM +3).
4. Mycoplasma spp.
5. Sífilis, classicamente descrita na hemoglobinúria paroxística a frio.

88. “Chorando se foi”

1. Anemia macrocítica normocrômica e plaquetopenia.


2. Ocupação medular.
3. Abordagem de um paciente com sinais de ocupação medular envolve a ex-
clusão de causas infecciosas, neoplásicas (extrínsecas e intrínsecas), doen-
ças de depósito etc. Foram excluídas causas infecciosas e de depósito. Nesse
aspecto, restam as doenças neoplásicas. A investigação segue com mielo-
grama e BMO com coloração de reticulina, a qual revelou intensa fibrose de
medula óssea. A propedêutica diagnóstica se faz com exclusão de LMC (BCR-
-ABL negativo) e investigação de outras doenças mieloproliferativas crôni-
cas, como policitemia vera, trombocitemia essencial e a principal hipótese
para o caso: metaplasia mieloide agnogênica.

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89. Duas hemoglobinas para uma mãe

1. Autossômica recessiva.
2. Hemoglobina Sβ.
3. Doença de Silvestroni-Bianco (HbS/β-talassemia).

90. Sangue azul

1. Anemia ferropriva, talassemia, anemia da inflamação, anemia sideroblástica.


2. Perfil do ferro (ferro sérico, saturação de transferrina e ferritina), eletrofo-
rese de hemoglobina. Na paciente em questão, constatou- se anemia fer-
ropriva diante do perfil do ferro (ferro sérico baixo: 22ug/dL; saturação da
transferrina baixa: 5% e ferritina baixa: 4,74ng/mL).
3. Dermatite herpetiforme. Dapsona. A complicação foi metemoglobulinemia.
4. Suspensão da dapsona e uso de azul de metileno.

91. π = 3,1415…

1. Leucocitose discreta, eosinopenia, monocitose e plaquetopenia.


2. Helicobacter pylori.
3. Síndrome de Evans, que consiste na associação de plaquetopenia imune e
AHAI.
4. Vírus JC, associado à leucoencefalopatia multifocal progressiva.

92. ATRAvés do nada

1. Agranulocitose.
2. Por se tratar de uma neutropenia febril, o tratamento deve ser amplo, pre-
ferencialmente com cobertura antipseudomonas.
3. Ácido all-transretinóico (ATRA).
4. O ATRA bloqueia a atividade da proteína quimérica oriunda da t (15; 17),
PML-RARα.

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93. O mistério das plaquetas

1. Anemia macrocítica normocrômica, anisocitose, leucopenia, neutropenia


e plaquetose.
2. Deleção do braço longo do cromossomo 5 (5q-). Tal deleção está associada
principalmente à síndrome mielodisplásica.
3. Vitamina B12.
4. Talidomida e lenalidomida.

94. Nem tudo são flores

1. Micose fungoide, síndrome de Sézary e linfoma cutâneo de células T peri-


féricas.
2. Eritrodermia esfoliativa.
3. Eosinofilia, devido à hipersecreção de IL-5.
4. O vírus HTLV-1.
5. Linfócitos B.

95. Síndrome de Estocolmo

1. Anemia normocítica e normocrômica, leucopenia, linfopenia, hemácias em


Rouleaux e VHS elevado.
2. Gamopatias monoclonais.
3. Macroglobulinemia de Waldenström e mieloma múltiplo.
4. Síndrome de Fanconi, gamopatia com produção de cadeias leves (mieloma
de cadeia leve), imunofixação urinária.

96. Mosquito dá em nada!

1. Por falência medular em consequência da provável autorreatividade imu-


ne secundária à infecção viral.
2. Mielograma e BMO. A biópsia revelou substituição da medula óssea por te-
cido adiposo, configurando anemia aplástica.

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3. Anemia de Fanconi e disceratose congênita. As três doenças mais associa-
das à aplasia medular primária são as duas citadas anteriormente e a sín-
drome de Shwachman-Diamond, doença caracterizada por insuficiência
pancreática exócrina, neutropenia intermitente ou persistente e alterações
esqueléticas.

97. Le Festin du Macrophage

1. Anemia microcítica, leucopenia, linfocitopenia, eosinopenia.


2. Anti-HIV 1 e 2; anti-CMV IgG e IgM.
3. O vírus Epstein-Barr, doença de Still e linfoma não-Hodgkin.
4. Tenofovir (TDF). A paciente em questão desenvolveu franca hemofagocitose,
a qual foi empiricamente tratada com anfotericina B deoxicolato, pensando-
-se nas hipóteses de leishmaniose visceral e histoplasmose. À investigação
diagnóstica, a paciente apresentou dois rK-39 não reagentes, pesquisa de
Leishmania spp. na medula óssea negativa e antígeno urinário de histoplas-
ma reagente. Realizou 21 dias de anfotericina-B e ganciclovir (retinite por
CMV), recebendo alta com antirretroviral (tenofovir, lamivudina, efavirenz)
e itraconazol de manutenção.

98. Não tão normal

1. O hemograma está normal, evidenciando apenas reticulocitose.


2. Não, uma vez que a biópsia renal não é específica para o diagnóstico etio-
lógico de MAT (microangiopatia trombótica).
3. SHU. Na paciente, devemos levantar a hipótese principal de SHU não asso-
ciada à verotoxina, SHU atípica. Vale ressaltar que, no Brasil, temos poucos
dados a respeito de HELLPs e lesão renal aguda. Existem estimativas de que
até 20% de pacientes com HELLP possam evoluir para dano renal agudo.
Não se sabe a real prevalência de casos de SHUa nem de LRA secundária
a HELLP.
4. Déficit funcional do fator H e fator I (aproximadamente 40 a 50% das SHUas).

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99. O último desafio

1. Doenças mieloproliferativas crônicas (LMC, policitemia vera e trombocite-


mia essencial); doença de Gaucher e malária crônica.
2. Tricoleucemia, tricoleucemia variante e linfoma esplênico de zona margi-
nal. O paciente foi submetido à esplenectomia por persistência do descon-
forto abdominal e para elucidação diagnóstica. A biópsia com imunohisto-
química confirmou o diagnóstico de linfoma de zona marginal esplênico.
3. H. pylori, Clamydia psittaci e HCV, respectivamente. A oncogênese é um pro-
cesso caracterizado por ativação de genes, os quais proporcionam à célu-
la neoplásica a capacidade de evasão do sistema imune, vantagem prolife-
rativa e, especialmente nas leucemias, parada de maturação. Sabe-se que
infecções estão associadas à ativação constitutiva de genes promotores de
crescimento celular ou bloqueio de genes supressores tumorais. É impor-
tante ressaltar que, nos casos supracitados, o tratamento da infecção está
associado a melhores desfechos, o que não é alcançado, por exemplo, na
neoplasia associada ao HPV e ao HTLV-1.

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