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Assunto 1 - Resumo
Assunto 1 - Resumo
Rossana Piccoli
Graduada em Engenharia Civil
Mestre em Engenharia Civil (Gerenciamento de Resíduos
e Sustentabilidade)
ISBN 978-85-9502-352-9
CDU 624.1
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá os diferentes tipos de solos que exis-
tem, sua composição e, com base nesses fatores, conseguirá estimar a
capacidade resistiva do local no qual será implementada a estrutura. É
de suma importância compreender as principais características de cada
solo, pois um solo argiloso, se não for adensado corretamente, terá um
recalque maior que um solo arenoso.
Você vai estudar também os mecanismos utilizados para a verifica-
ção desse solo e verá que se deve fazer uma série de procedimentos
para realizar as inspeções no solo, como saber em quais locais os furos
devem ser feitos e a quantidade necessária de furos. A partir disso, você
aprenderá que existem diferentes tipos de sondagens, como CPT, Vane
Test e SPT, que é o processo mais executado em termos de sondagens.
A partir dessas informações, será possível diferenciar os diferentes tipos
de fundações que devem ser implementados de acordo com cada tipo
de solo e com as características de cada obra. As fundações rasas ou
superficiais podem ser as sapatas e a vigas contínuas, enquanto que as
fundações profundas podem ser as estacas pré-moldadas e os tubulões.
2 Critérios para a escolha do tipo de fundação
Sondagem
Muitas vezes, o aspecto de um solo leva o técnico a considerá-lo firme; con-
tudo, um exame mais cuidadoso pode mostrar que se tratar de solo altamente
compressível, exigindo uma consolidação prévia. Esse exame é denominado
sondagem e tem por finalidade verificar a natureza do solo, a espessura das
diversas camadas, a profundidade e a extensão da camada mais resistente.
Com base nessas informações, acrescidas da carga da estrutura, consegue-se
determinar o tipo da estrutura de fundação a ser especificada.
Critérios para a escolha do tipo de fundação 3
11. Neste momento, ergue-se o martelo (75 cm) e deixa-se que o mesmo
caia sobre a haste, procedimento realizado até que 45 cm do amostrador
padrão tenha penetrado no solo;
12. Conta-se o número de golpes necessários para cada penetração equi-
valente a 15 cm (dos 45 cm totais);
13. A soma do número de golpes necessários para a penetração dos últimos
30 cm do amostrador é designada como “N”;
14. A amostra do “bico” do amostrador deve ser recolhida e acondicionada;
15. Prossegue-se, então, à abertura de mais 1 metro de furo, até alcançar
a cota seguinte, ou seja, 2 metros – para tanto, utiliza-se um trado
helicoidal, que remove o material perfurado desde que tenha certa
coesão e não esteja abaixo do NA.
Quando não é possível seguir com “avanço a trado”, seja por resistência
exagerada do solo ou por presença do NA, prossegue-se à perfuração com
auxílio de circulação (injeção) de água sob pressão, com uso de motobomba,
uma caixa d’água para decantação e um “trépano”, equipamento que substitui
o amostrador padrão na ponta da haste. Algumas vezes, para manter estáveis
as paredes do furo, pode ser necessário o uso de cravação de “tubos de reves-
timento”, geralmente com 3” de diâmetro.
A profundidade a ser atingida depende do porte da obra a ser edificada
e, consequentemente, das cargas a serem transmitidas ao terreno. A ABNT
NBR 6484:20001 fornece critérios mínimos como orientação, por isso, para
Critérios para a escolha do tipo de fundação 7
que não se fure nem a mais nem a menos que o necessário para o projeto
de fundações, o profissional (engenheiro) deve acompanhar as sondagens e
realizar inspeções visuais ( feeling).
A determinação do nível d’água (NA) tem importância primordial, já que se
observa que, geralmente, a água provém do fundo ou das paredes do furo e ocupa
parte do mesmo; por isso, devemos aguardar sua estabilização para, somente
depois, anotar a profundidade da superfície correspondente de água. Recolhe-
-se o primeiro surgimento de água com auxílio do “baldinho” (cano de 1” de
diâmetro), aguarda-se o surgimento da água novamente, deixa-se estabilizar e
anota-se novamente a profundidade da lâmina. Deve-se atentar para a existência
de mais de um lençol no mesmo furo, o chamado “lençol empoleirado”.
Um perfil de relatório de sondagem pode ser visualizado na Figura 3, que
contém as características de resistência, o tipo dos materiais encontrados
nas diversas alturas da sondagem e o nível do lençol freático. Analisando os
perfis de sondagens, o engenheiro ou técnico de fundações, conhecendo a
obra que se pretende construir nesse local, poderá decidir o tipo de fundação
adequada, assim como a cota (profundidade) na qual a parte mais baixa da
fundação ficará assentada.
Os tipos de fundações
Fundações diretas ou rasas são caracterizadas como blocos, alicerces, sapatas
e radiers com uma profundidade de no máximo 3 m, de acordo com a ABNT
NBR 6122:2010, e que são executadas sobre valas. Nesse tipo de fundação, a
carga é transmitida diretamente ao solo. Na figura 4, podemos visualizar um
tipo de fundação rasa.
A tensão aplicada por uma fundação rasa ao terreno provoca apenas recal-
ques que a construção pode suportar sem causar deformações e oferecendo,
simultaneamente, segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do
solo ou do elemento estrutural de fundação
Fundações profundas
Fundações mistas
Associam fundações superficiais e profundas. Alguns exemplos dessas fun-
dações são:
parte pela área de contato entre sua base e o solo da superfície. O radier
estaqueado tem sido empregado para solos não coesivos e tem mostrado
que o aumento da tensão efetiva, devido ao carregamento transmitido
pelo radier, resulta em um aumento na capacidade de suporte das estacas.
Escolha da alternativa de
fundações – critérios gerais
Geralmente, as obras podem permitir uma variedade de fundações, que devem
ser escolhidas com base em menor custo e em menor prazo de execução.
Nos estudos preliminares, podemos incluir mais de um tipo de fundação
superficial, mais de um nível de implantação e/ou mais de um tipo de fundação
profunda. Na consideração de custos e prazos, deve-se levar em consideração
escavações e reaterros.
Na Figura 9, tem-se um exemplo de fundação superficial (viga baldrame)
e um de fundação profunda (tubulão). Pode-se observar que é necessária
uma quantidade menor de concreto se comparado a uma fundação profunda;
quanto maior a profundidade, maior será o volume de concreto armado e maior
volume de movimentação de terra. Caso ultrapasse o NA, é necessário um
sistema de rebaixamento do lençol; em contrapartida, as tensões se dissipam
de forma mais eficaz.
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Fundações superficiais
Os blocos e sapatas são os elementos de fundação mais simples e, sempre que
possível, devem ser adotados pela sua economia. Os blocos são ótimos para
cargas reduzidas (obras residenciais por exemplo). Uma fundação associada
(viga, sapata ou radier) deve ser adotada quando:
Fundações profundas
Com certa frequência, novos métodos na área das fundações profundas são
introduzidos no mercado, ou seja, a técnica de execução está em constante
evolução, o que obriga o projetista a conhecer as empresas executoras e os
serviços disponíveis antes de qualquer atitude.
A Figura 12 apresenta os tipos mais comuns de estacas, divididas pelo seu
processo/procedimento executivo:
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https://goo.gl/BtpCdb
16 Critérios para a escolha do tipo de fundação