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Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC

Curso de Ciências Econômicas


Disciplina: Economia Rural e Agricultura Familiar
Aluno: Renan Cassão Martins

1. O MERCADO DE ORGÂNICOS

1.1. Venda de alimentos orgânicos: uma metodologia de análise das estratégias

Este primeiro artigo trata de um método a entender as estratégias de venda de


frutas, legumes e verduras (FLV) orgânicos em mercados e supermercados, segundo uma
metodologia que atenda às necessidades do mercado brasileiro. A metodologia leva em
consideração a quantidade de marcas, variedade de produtos, disponibilidade de produtos in
natura e/ou processados, a forma como estão expostos e a sinalização de que são produtos
orgânicos. Todos estes itens devidamente separados em suas respectivas categorias a fim de
atribuir uma pontuação conforme as duas imagens a seguir retiradas do próprio artigo:
Conforme os critérios analisados e a pontuação obtida a cada mercado
investigado, enquadra-se, mediante ao um somatório, nas seguintes classificações dessa outra
imagem também extraída do artigo:

Dispõe-se no texto, dois casos, o primeiro caso inclui amostras da Grande


Florianópolis, são 12 supermercados pesquisados das redes do Angeloni, Comper,
Supermercado Rosa, Giassi, Imperatriz e Hippo. Os resultados obtidos mostraram que os
mercados da rede Angeloni detêm uma estratégia média/forte, o Giassi uma média/fraca,
Hippo com uma estratégia média e os demais obtiveram um resultado de estratégia fraca.
O segundo caso contempla as três capitais estaduais da região sul e os resultados
são os seguintes, mostradas na imagem abaixo presente no artigo:

1.2. Conflitos e desafios na comercialização de produtos orgânicos nas redes de


supermercados

Esse segundo artigo do capítulo de O Mercado de Orgânicos tem o foco restrito ao


Rio Grande do Sul, mais especificamente a capital Porto Alegre. Um dos aspectos importantes
a serem levados em consideração nessas relações conflituosas na atração de consumidores, é a
baixa produtividade de orgânicos no Rio Grande do Sul, sendo a maioria dos produtos vindos
de Santa Cataria, Paraná, São Paulo e Mato Grosso, que consequentemente acarreta em um
maior preço dos produtos. Outro ponto definidor em atrair novos consumidores é a falta de
destaque nos produtos orgânicos, a sinalização não é eficiente em destacar a diferenciação dos
produtos. Em uma das redes estudadas observou-se uma mudança significativa, criou-se uma
estratégia em adotar um aspecto visual que se aproxime mais da natureza como o uso de
madeira e o uso abundante da cor verde, também se tem associado estes produtos ao fator dele
fazerem bem à saúde. Em contrapartida na outra rede de supermercados a sinalização e
disposição dos orgânicos se mostrou confusa e pouco organizada, estando estes colocados
próximos aos produtos convencionais, o que é pouco atrativo ao consumidor.
Existe uma grande dificuldade de pequenos produtores de orgânicos conseguirem
se inserir no mercado, já que os supermercados dão preferência aos grandes produtores
capazes de suprir sua demanda. Neste ponto, as cooperativas desempenham um papel crucial,
são capazes de alocar um número substancial de associados, em geral famílias rurais que
sozinhas não teriam capacidade de manter o fluxo produtivo a fim de atender à demanda.
Duas cooperativas foram analisadas neste artigo, a Cooperativa Tritícola de Três de Maio
(COOTRIMAIO) e a Cooperativa da Associação dos Agricultores Ecologistas de Ipê e
Antônio Prado (COOPAECIA). A COOTRIMAIO foi, durante um tempo, fornecedora para a
rede Big, até esta ser vendida para a Walmart, então, devido a atrasados nos pagamentos e
algumas exigências que a cooperativa deveria arcar como reposição de produtos encalhados,
manutenção de gôndolas, o acordo existente foi encerrado. A COOPAECIA começou sua
expansão ao não mais conseguir escoar toda sua produção nas feiras em que atuava, começou
vendendo ao sudeste do país, antes mesmo de se alicerçar ao mercado local. Em Porto Alegre,
ela comercializa com a rede se supermercados Zaffari e em São Paulo com a rede Pão de
Açúcar.
O último ponto a ser tratado neste artigo é a forma que se sucedem a produção-
distribuição-consumo. Verificou-se que há diversos meios dos produtos chegarem ao
consumidor, sejam em feiras, mercados locais ou em grandes varejistas, mas não existe
prioridade dos produtores em nenhum destes canais, mas, sim mantêm a pluralidade dos
canais de distribuição.

1.3. Relações de comercialização entre produtores orgânicos e supermercados

O último artigo deste capítulo trata especificamente sobre a relação entre produtor
e supermercado, entretanto, sob o olhar do produtor. Foram realizadas cinco entrevistas com
os fornecedores de orgânicos dos 4 maiores supermercados da Grande Florianópolis:
Angeloni, Hippo, Comper e Big. O cinco entrevistados foram nomeados como A, B, C, D e E,
igualmente suas marcas, respectivamente, A, B, C, D e E.
Os produtores A, B e C são neorrurais, o que mostra que como descrito no artigo
indica a inserção de um novo sujeito na agricultura. A produção do produtor D é realizada
por agricultores da região, diferente das outras marcas, esta conta com hortaliças plantadas no
modo tradicional, ou seja, com o uso de agrotóxicos, destinando apenas uma parcela das áreas
cultivadas para orgânicos, o plantio de orgânicos desta marca teve início pela demanda criada
pelo Angeloni. O produtor E é filho de agricultores, tanto ele como sua família se dedicam às
atividades rurais de plantio.
Todos estes produtores mantêm relações contratuais formais com os
supermercados e comercialização é feita por consignação, todavia, a forma de pagamento é
variada de acordo com o contrato estabelecido. Segundo os relatos, mostrou-se difícil o início
das parcerias, pois grandes mercados têm exigências bem específicas quanto a higienização e
a embalagem. A demanda por produtos aumenta no verão, por causa da baixa produtividade,
então estes produtores encontram novos estabelecimentos com que podem fazer transações,
mas dificilmente são acordos permanentes, já que com o fim do verão, os mercados voltam a
comprar apenas de seus antigos parceiros. Todas as transações possíveis são bem-vindas aos
produtores, como negócios com restaurantes, feiras e pequenos estabelecimentos, mas
trabalhar com mercados é uma segurança, é garantia de uma venda fixa e pagamento em dia.

REFERÊNCIAS

GUIVANT, Julia S.; SPAARGAREN, Gert; RIAL, Carmen. Novas Práticas Alimentares no
Mercado Global. Florianópolis: Ed. UFSC, 2010.

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