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Limnologia

Engenharia de Pesca
Universidade Federal do Ceará
Prof. Marcelo Sá
Oxigênio dissolvido e aquicultura -
SUMÁRIO
1. Introdução;
2. Solubilidade do oxigênio na água;

3. Variação diária da concentração de oxigênio


dissolvido nos tanques de aquicultura;
4. Variação da concentração de oxigênio dissolvido na
coluna d’água;

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Oxigênio dissolvido e aquicultura -
SUMÁRIO
5. Monitoramento das concentrações de O2D na água;
6. Prevenção de níveis críticos de oxigênio dissolvido no
viveiro;
7. Supersaturação de oxigênio;
8. Oxigênio dissolvido em efluentes de viveiros.

3
Para que servem as análises de
água e solo em aquicultura?

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Para que servem as análises de água e
solo em aquicultura?

Como navegar em águas


desconhecidas, com
segurança, sem o auxílio
de ecossonda, radar,
agulha náutica e GPS?
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Para que servem as análises de água e
solo em aquicultura?

Como conduzir o cultivo de


peixes ou camarões até a
despesca, com segurança,
sem o monitoramento da
qualidade da água e do solo
dos viveiros/tanques?
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Para que servem as análises de água e
solo em aquicultura?
 O que está causando o
crescimento lento, o
aparecimento de doenças e
de mortalidades?
1. Qualidade da água?
2. Qualidade da ração?
3. Manejo produtivo?
4. Genética?
5. Outros (estratificação
térmica?)

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1. Introdução
 Importância do oxigênio para o
crescimento e saúde dos organismos
aquáticos:
 Obtenção de energia (ATP)

 ↓ [O2D] ⇒ estresse ⇒ retardo no


crescimento, susceptibilidade às doenças e
morte.
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O2D
Efeito
(mg/L)

> 15.0 Trauma da bolha de gás

Nível aceitável/desejável; bom


4.0 - 15.0 crescimento e integridade
imunológica
Estressante, mas não letal; retardo no
1.5 - 4.0 crescimento e maior susceptibilidade
às doenças

Tolerado por curtos períodos;


< 1.5 exposição prolongada leva à morte do
animal

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Oxigênio dissolvido e arraçoamento
O peixe ou camarão
submetidos a baixos níveis de
oxigênio na água não se
alimentam

Não alimente se há problema
de baixa concentração de
oxigênio na água.
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Salinidade
2. Temp (g/L)
(°C)
Solubilidade 0 5 10 15 20 25 30 35 40

do O2 na água 26 8.0 7.8 7.6 7.4 7.2 7.0 6.8 6.6 6.4

27 7.9 7.7 7.5 7.3 7.1 6.9 6.7 6.5 6.3

28 7.8 7.5 7.3 7.1 6.9 6.7 6.6 6.4 6.2

29 7.6 7.4 7.2 7.0 6.8 6.6 6.5 6.3 6.1

30 7.5 7.3 7.1 6.9 6.7 6.5 6.3 6.2 6.0

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Saturação de
Medida a
O2D Avaliação
tomar
(%)
Morte
> 300 Aerar
iminente
> 200 Indesejável Aerar

120 - 200 Aceitável -


80 – 120 Desejável -
Diminuir
50 - 80 Aceitável alimentação
Não alimentar e
< 50 Indesejável aerar
NÃO TRAZ BENEFÍCIOS ADICIONAIS! 12
3. Variação diária da concentração de oxigênio
dissolvido nos tanques de aquicultura
 Hora crítica para
mortalidades em massa:
 Amanhecer (5 – 6 h)

 Variação diária em função


da densidade algal:
 Maior densidade algal,

maior variação de O2D

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DENSIDADE ALGAL
alta
14
moderada

baixa
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[O2D] mg/L

6 12 18 24 6
HORA DO DIA
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4. Variação da concentração de oxigênio
dissolvido na coluna d’água
 Água superficial é mais
oxigenada que a água de
fundo:
 Difusão ar-água;
Disco de Secchi
 Fotossíntese (zona
eufótica e AFÓTICA); Transparência mínima da
 Matéria orgânica em água do viveiro (cm) =
decomposição no fundo. profundidade do viveiro/3

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5. Monitoramento das concentrações
de O2D na água de cultivo
 Diário (juntamente com pH);
 Oxímetro (medidor portátil):
 Amanhecer*: menor [] diária;
 Meio da tarde: maior [] diária;
 Noite (2 leituras): previsão da [] ao
amanhecer.
* Resultado determina manejo do
viveiro/tanque (troca d’água, etc.)

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6. Prevenção de níveis críticos de oxigênio
dissolvido no viveiro
1. Manter visibilidade de
Secchi entre 30 – 50 cm;

2. Contagem de microalgas
entre 80.000 – 400.000
células/mL.

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Prevenção de níveis críticos de oxigênio
dissolvido no viveiro
3. Respeitar a capacidade de
suporte do sistema:
 Não estocar
excessivamente com
peixes e camarões;
 Não arraçoar ou fertilizar
em excesso.
4. Usar ração de boa
qualidade;

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Prevenção de níveis críticos de oxigênio
dissolvido no viveiro
5. Monitorar o [O2D] à
noite para prever o
[O2D] ao amanhecer;
6. Aeração mecânica à
noite;

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Prevenção de níveis críticos de oxigênio
dissolvido no viveiro
7. Renovar a água
superficial na ocorrência
de florações algais;
8. Renovar a água de fundo
para reduzir carga de
matéria orgânica;
9. Secar completamente o
viveiro após a despesca.

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7. Supersaturação de oxigênio
 Intensa taxa
fotossintética leva
concentração de O2D
para + 100% da
saturação.
 Ocorre difusão de
oxigênio água para o ar;

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Supersaturação de oxigênio
 Acima de 200% de
saturação pode causar
“trauma da bolha de gás”:
 Peixes buscam água de
fundo; Obstrução dos vasos
 Larvas podem morrer.
sangüíneos (embolia)
 Quando [O2D] passa de
15 mg/L, deve-se ligar os
aeradores!!
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8. Oxigênio dissolvido em efluentes de
viveiros
 Efluente desoxigenado
não deve ser lançado
diretamente no meio
ambiente;
 Manter água em bacia de
sedimentação até [O2D]
> 3 mg/L

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Oxigênio dissolvido e aquicultura -
RESUMO
1. Oxigênio é utilizado para obtenção de energia

metabólica (ATP);

2. Temperatura e salinidade da água determinam

concentração máxima de O2D/L (saturação);

3. O2D varia ao longo do dia em função da fotossíntese,

respiração e decomposição;

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Oxigênio dissolvido e aquicultura -
RESUMO
4. Zona eufótica é mais oxigenada que zona afótica;

5. Várias medidas preventivas e remediativas podem

ser tomadas para evitar hipóxia e anóxia;

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Oxigênio dissolvido e aquicultura -
RESUMO
6. Excesso de biomassa algal causa supersaturação

de O2D na água;

7. Deve-se tratar os efluentes dos viveiros antes de

lançá-los no meio ambiente.

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