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A importância de reabilitar
José Armindo Ribeiro
Eng.º Técnico Civil e Diretor
de Fiscalização da Obra
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índice
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FICHA TÉCNICA Direção: Augusto Ferreira Guedes | Edição: Pedro Torres Brás | Redação: Pedro Torres Brás, Selma Rocha | Colaboração: José Delgado, Nuno Cota,
Armindo Ribeiro | Design: Miguel Rocha | Periodicidade: Semestral | Impressão Plus Print, Lda. | Tiragem: 25000 exemplares | Propriedade: Ordem dos Engenheiros Técnicos |
Morada: Praça Dom João da Câmara, 19, 1200-147 Lisboa | E-mail: cdn@oet.pt | Telefone 213256327 | Fax 213256334 | Pessoa coletiva: 504 923 218 | ISSN 2182-9624 | Depósito
legal 361155/13 | Isento de registo ao abrigo da Lei n.º 2/99 e da alínea a) do n.º 1 do artigo 12.º do Decreto Regulamentar n.º 8/99, de 9 de Junho. | A Revista ENGenharia adota o novo
acordo ortográfico. No entanto, em alguns artigos, os autores não o utilizam. Sendo esse um direito deles, a revista ENGenharia respeita-o e reproduz os respetivos artigos na forma ortográfica
em que foram escritos.
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editorial
A GuErrA Do
No último dia do mês de dezembro deste ano, celebram-se os
40 anos da publicação do Decreto-Lei n.º 830/74, de 31 de de-
zembro, que criou os Institutos Superiores de Engenharia em
Portugal. Nesse mesmo dia, iniciou-se um processo ao qual eu
apelido de “guerra dos 40 anos”.
No último dia do mês de dezembro deste ano, se destacam o Engenheiro Maranha das Neves e
celebram-se os 40 anos da publicação do De- o Engenheiro Sousa Soares, sempre houve uma
creto-Lei n.º 830/74, de 31 de dezembro, que grande incapacidade de perceber que os tempos
criou os Institutos Superiores de Engenharia em mudaram e que a realidade obrigava a reconhe-
Portugal. Nesse mesmo dia, iniciou-se um pro- cer e a trabalhar com uma classe profissional: os
cesso ao qual eu apelido de “guerra dos 40 anos”. Engenheiros Técnicos.
Texto de “A guerra dos 40 anos” teve algumas batalhas im- E se, no terreno, isso foi e é fácil de conseguir, já
Augusto Ferreira Guedes portantes, em que destaco a batalha da FEANI- que Engenheiros e Engenheiros Técnicos conse-
Engenheiro Técnico Civil Federação Europeia das Associações de Enge- guem competir ou conjugar esforços e compe-
Bastonário da Ordem dos nheiros, a batalha da criação da ANET, a batalha tências para a elaboração de projetos, direção de
Engenheiros Técnicos do Decreto n.º 73/73, de 28 de fevereiro, a bata- obra, fiscalização e coordenação de projeto e de
lha de redenominar a ANET para Ordem, a bata- segurança, a verdade é que essa harmonização
lha do CNOP e a batalha de quem representa o nunca foi plenamente conseguida entre os diri-
1.º ciclo em Engenharia. gentes das Ordens. E é um facto que nem sempre
a elegância tem primado. Se é certo que nem
Embora tenhamos ganho quase todas as batalhas sempre o relacionamento tem sido fácil, os dois
desta guerra, será mais importante realçar o con- últimos bastonários da Ordem dos Engenheiros
tributo muito positivo que os Engenheiros Técni- têm tido um comportamento que não é digno da
cos deram e continuam a dar à Engenharia história dessa instituição, procurando sistematica-
Portuguesa, sendo hoje uma classe consolidada mente com as suas ações enclausurar, confinar e
e altamente respeitada em Portugal e no mundo. apoucar a classe dos engenheiros técnicos.
Na minha opinião, devemos muitas dessas vitó- E sempre que isso acontece, nós temos que rea-
rias a vários protagonistas. Desde logo, ao antigo gir porque temos atrás de nós uma classe mais do
Secretário-Geral da Ordem dos Engenheiros, En- que centenária que merece respeito. Foi essa im-
genheiro Paulino Pereira que, com o Bastonário possibilidade de relacionamento entre os dirigen-
Engenheiro Simões Cortez, nos impediam de ter tes que, em momentos na história, nos obrigaram
acesso à FEANI - Federação Europeia das Asso- a endurecer a luta. Dou aqui um pequeno exem-
ciações de Engenheiros porque não estávamos plo, e vou pela primeira vez revelar aquilo que só
representados por uma Associação Profissional, os mais próximos sabem: a razão da nossa insis-
alegando que os Engenheiros Técnicos só tinham tência na passagem de ANET para OET.
Sindicatos. Deve-se a estes protagonistas a cria-
ção da APET – Associação Portuguesa dos Enge- Nas duríssimas negociações da revisão do De-
nheiros Técnicos, nos idos de 1978. creto n.º 73/73, de 28 de fevereiro, os bastonários
da OE (primeiro o Eng.º Fernando Santo e, mais
Mais tarde, num rasgo de inteligência do Enge- tarde, o Eng.º Matias Ramos) alegavam que os En-
nheiro Vaz Guedes (à data Bastonário da OE), foi genheiros Técnicos não podiam aceder aos mais
celebrado um acordo entre a Ordem dos Enge- elevados atos de engenharia pois não tinham es-
nheiros e a APET – Associação Portuguesa dos En- tatutariamente previsto a condição de Enge-
genheiros Técnicos e criou-se o Comité Nacional nheiro Técnico especialista e de Engenheiro
da FEANI. Técnico sénior. Assim, ficou expresso pela OE na
proposta para a Lei 31/2009, de 3 de julho, que
No entanto, se excetuarmos os ligeiros interreg- esses atos só poderiam ser efetuados por Enge-
nos de lucidez da Ordem dos Engenheiros, onde nheiros Técnicos com 15 anos de experiência (e
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dos 40 Anos
que nós rejeitamos, tendo ficado reduzido para Ordem dos Engenheiros, onde prevê a admissão
13 anos). de licenciados com o 1.º ciclo, é o mesmo que “(…)sempre houve
tem numerosas declarações públicas onde refere
Foi esta a razão para termos proposto a alteração que o engenheiro tem que possuir uma formação uma grande
do Estatuto da ANET, contemplando assim o grau inicial com cinco anos. E isto não revela só falta de incapacidade de
de Engenheiro Técnico Especialista e o grau de coerência. Revela uma inabilidade confrange- perceber que os
Engenheiro Técnico Sénior. E, já que teríamos que dora.
alterar o estatuto, e porque éramos a única asso- tempos mudaram
ciação profissional de direito público que não Não depende de nós a forma como a engenharia e que a realidade
tinha a designação de Ordem, os deputados se vai organizar em termos de associações profis- obrigava a
aproveitaram para alterar a designação para sionais. Mas um de três caminhos se colocam
Ordem dos Engenheiros Técnicos. como possibilidade aceitável para a OET: reconhecer e a
trabalhar com uma
Agora em 2014, que se discute a revisão da Lei • Mantêm-se tudo como está, ficando a OET com nova classe
n.º 31/2009, de 3 de julho, da Portaria n.º o 1.º ciclo e a OE com o 2.º ciclo.
1379/2009, de 30 de outubro e do Decreto-Lei • A Assembleia da República procede à fusão das profissional:
n.º 12/2004, de 9 de janeiro, tudo isto fica clarifi- duas Ordens Profissionais na área da Engenha- Os engenheiros
cado. E, pasme-se, a Ordem dos Engenheiros ria; técnicos.”
agora quer impor-nos o limite na classe 8 só para • Abre-se a livre concorrência entre a OET e a OE
dizer que não podemos fazer tudo. E não hesita por todos os profissionais de engenharia (Ba-
em fazer uma santa aliança com os Arquitetos, charéis, Licenciados, Mestres ou Doutores),
numa tentativa de nos excluir da coordenação de dando a estes a possibilidade de se inscreverem
projeto. Pior na sua postura só a Ordem dos Ar- indistintamente em qualquer das duas ordens,
quitetos que, para além de nos tentar excluir de optando estes por serem Engenheiros ou Enge-
tudo, insiste em querer fazer engenharia porque nheiros Técnicos.
sempre o fizeram. Pena é que, relativamente à ar-
quitetura esse princípio não seja igualmente de- O que não faz sentido é proporcionar à OE a pos-
fendido pela OA que não aceita que os sibilidade de admitir qualquer diplomado em en-
Engenheiros Técnicos e Engenheiros, que sem- genharia e à OET só o 1.º ciclo, como consta na
pre o fizeram, continuem a fazer projetos de Ar- proposta da OE que se encontra no seu site. A não
quitetura. Esta postura de dois pesos e duas ser que, por esta via, a OE esteja a tentar reduzir o
medidas é inaceitável porque não é séria. número de membros da OET até que isso origine
uma redução de receitas que provoque a nossa
A mais recente batalha é a da alteração dos Esta- insustentabilidade financeira, a médio prazo.
tutos, necessidade que decorre da publicação da
Lei nº 2/2013, em que a OE reivindica, a par da Aconteça o que acontecer, nos próximos meses,
OET, de representar também os licenciados pós- com esta batalha não termina a guerra dos 40
-Bolonha. Assim se deita para o lixo uma doutrina anos. Quantos anos mais vai durar, não sabemos.
com dezenas de anos, elaborada por gerações Uma coisa é certa: lutamos, e continuaremos a
de bastonários da OE que repetiram até à exaus- lutar, pela nossa afirmação todos os dias.
tão que só os licenciados de cinco anos é que po-
deriam ser engenheiros, porque só estes tinham E desenganem-se todos aqueles que nos querem
a maturidade suficiente para serem engenheiros. confinar e eliminar. Se isso não foi conseguido no
O próprio bastonário que promove a alteração tempo de Salazar, não será certamente agora que
do Regulamento de Admissão e Qualificação da o conseguirão. ■
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atualidades
2.º congrEsso dE
EngEnhEiros dE língua
PortuguEsa
A Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET)
marca presença no 2.º Congresso de Engenhei-
ros de Língua Portuguesa, em Macau, nos dias
27 e 28 de novembro. Este evento tem como
grande objetivo estabelecer uma plataforma de
comunicação na Engenharia no âmbito dos paí-
ses e territórios que têm a língua portuguesa
como o seu idioma oficial. Pretende-se propor-
cionar um fórum privilegiado para o contacto
de responsáveis de empresas de Engenharia, Protocolos oEt – agência
laboratórios, agentes de setores económicos abrEu E banco santandEr
fundamentais, associações e sociedades técni- A Ordem dos Engenheiros Técnicos continua a
cas de Engenheiros e a comunidade de ensino promover inúmeros protocolos que beneficiam
e investigação da Engenharia, tendo em vista o os seus membros. Assinou, recentemente, um
seu desenvolvimento económico e social. protocolo com a Agência Abreu para concessão
de condições especiais, tais como, descontos
significativos aos seus membros e extensíveis
aos seus familiares diretos. O Protocolo com o
Banco Satander Totta foi alargado a todos os
membros, a nível nacional, proporcionando inú-
meras vantagens para os Engenheiros Técnicos.
oEt Em sEminário
intErnacional dE luanda
A Ordem dos Engenheiros Técnicos marcou
presença no seminário “Segurança, Higiene e
Saúde no Setor da Construção”, em Luanda, no
dia 24 de setembro. O Presidente da Secção
Regional do Sul, Engenheiro Técnico José Ma-
nuel Delgado participou no painel com a apre-
sentação do tema “Fiscalização e Coordenação
de Segurança em Obra” e, num segundo painel,
na qualidade de assessor do CSST/Ministério
do Trabalho de Angola com a apresentação do
projeto de “Regulamento Geral de Segurança
ElEição na Construção Civil e Obras Públicas de An-
gola”. Este seminário contou com cerca de 400
do novo pessoas e teve como ponto forte a apresenta-
PrEsidEntE ção pública do projeto de regulamento geral
da FEani de segurança e saúde na construção.
A Ordem dos Engenheiros Técnicos vem a pú-
blico informar que, no âmbito do comité nacio-
nal da FEANI, apoiou o Presidente deste comité
nacional (simultaneamente vice-presidente da
Ordem dos Engenheiros), na sua candidatura a
presidente da FEANI.
O dever patriótico, em todos os momentos,
deve estar acima de todas as querelas domés-
ticas. Por esse motivo, a OET congratula o Eng.º
José Manuel Pereira Vieira pela sua eleição, por
unanimidade, como novo presidente da FEANI.
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atualidades
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entrevista
Entrevista de
Selma Rocha
“A transmissão de
conhecimentos é uma
das coisas que me dá
mais prazer fazer.”
Um homem do Norte: Eduardo Torcato David. Engenheiro Técnico nas-
cido a 1929, em Matosinhos. Trabalhou décadas na Rádio e Televisão
de Portugal dando um enorme contributo à engenharia portuguesa.
Rigor e honestidade pautam a vida e percurso de um engenheiro que
sempre procurou a excelência, sem descurar um lado profundamente
humanista, que caracteriza a sua personalidade.
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entrevista
Boa tarde, começo por lhe perguntar onde PERFIL não eram assim muitas, por isso concorri para
nasceu e como foi o seu percurso escolar até o ensino e fui professor na mesma escola onde
ingressar no ensino superior? Eduardo Fernandes Torcato David tirei o curso técnico de eletricidade. Lecionei
Olá, boa tarde. Eu nasci em Matosinhos, em- Curso de Engenharia Eletromecânica durante um ano e gostei imenso. A transmissão
bora a minha família seja dos arredores de Lis- pelo Instituto Industrial do Porto (IIP) / de conhecimentos é uma das coisas que me dá
boa. A minha mãe era da zona Oeste (Concelho Instituto Superior de Engenharia do mais prazer fazer. Estávamos, portanto em
de Mafra) e o meu pai de Pedrogão Grande. Porto (ISEP);
Quando nasci o meu pai trabalhava como via- Curso de Ciências Pedagógicas da
jante através de uma empresa do Norte, daí ter Faculdade de Letras da Universidade de
nascido em Matosinhos. A instrução primária Coimbra.
acabei por fazê-la em Espinho.
Funções Profissionais
E como se dá o seu contacto com a área da › Estágio de 2 anos, com aprovação em
Engenharia? Exame de Estado, para Professor
Na verdade surge através do meu irmão que, Adjunto do E.T.P. e exercício da função
também ele, frequentou um curso técnico pro- durante cerca de 8 anos
fissional. Ele tirou mecânica, eu escolhi a eletri- › Dirigente de Conservação das
cidade. Posteriormente, estudei para admissão Instalações de Altas Frequências
ao ensino superior e preparei-me para os res- (telefonia múltipla por repartição de
petivos exames, obrigatórios na altura para frequências) dos CTT- Porto Cerimónia dos 35 anos ao serviço da RTP
qualquer candidato a um curso superior. › Chefe do Serviço de Manutenção
Técnica de Estúdios da RTP-Porto
É nesta fase que ruma ao Instituto Industrial › Chefe do Departamento Técnico da
do Porto... RTP-Porto
Sim, tirei um curso Técnico de Eletricidade e in- › Delegado no Porto do Centro de
gressei no ensino superior para tirar Eletrotec- Formação da RTP
nia e Máquinas. De início, não tinha aquela › Delegado da Administração da RTP,
aspiração de seguir o ensino superior. Penso como Diretor do Centro de Produção do
que até foi o meu irmão que me impulsionou, Porto
por eu ter sido sempre bom aluno. Lá acabou › Professor Efetivo do Ensino Técnico
por me convencer a continuar a estudar. Profissional (1969 e 1970)
› Professor de Tecnologia dos “Mass- Membros da equipa de manutenção da RTP Porto, com o Engenheiro
Como caracteriza o ensino no Instituto Indus- Media”(Rádio e TV) na Escola Superior Matos Correia ao centro
trial do Porto? Sente que o curso que tirou foi de Jornalismo do Porto (1985 a 1987)
decisivo na sua aprendizagem? › Professor de Telecomunicações no
Considero absolutamente essencial o curso Colégio de Gaia (1987-1988)
que tirei. Gostei bastante. Foi um curso muito › Professor de “Inovação Tecnológica em
trabalhoso, com disciplinas muito difíceis e TV” nos cursos de formação da UGT
complexas, mas que valeu a pena. Fiz toda a (1988, 1989)
componente letiva e realizei também os está-
gios. Naquela altura, as ofertas de emprego Projetos da sua autoria
› Autor de Método de Avaliação Rápida
de um canal de audio musical (1965)
› Autor premiado, na Universidade de
Aveiro, de um Projeto de Módulo de
Divulgação Científica baseado no
método anterior (2000)
› Autor dos livros “Definições Gráficas de
Circuitos Binários” e “Bases dos
Sistemas Digitais” que foram
integrados na biblioteca do Instituto
Superior de Engenharia do Porto
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entrevista
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entrevista
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opinião
Perante um cenário catastrófico para a Enge- de engenharia vai uma enorme distância. Al-
nharia Civil, começa a perceber-se melhor a po- guns conhecimentos e algumas competências
sição da Ordem dos Arquitetos (OA) sobre a não conferem capacidade para a prática de atos
iniciativa legislativa que está em curso na As- de engenharia civil, que visam a qualidade, o
sembleia da República, no âmbito da revisão bem-estar e a segurança de pessoas e bens. Se
da Lei n.º 31/2009, de 3 de julho, da Portaria n.º esse critério fosse válido, então também a ar-
1379/2009, de 30 de outubro e do Decreto-Lei quitetura podia ser feita por engenheiros téc-
Texto de n.º 12/2004, de 9 de janeiro. nicos e engenheiros, pois os cursos de enge-
Augusto Ferreira Guedes As propostas da OA visam o alargamento da nharia têm noções de arquitetura.
Bastonário da OET atividade dos Arquitetos à Engenharia, quiçá E, de duas uma: ou se aceita o princípio de que
para fazer face à necessidade de trabalho para a Arquitetura é para os Arquitetos e a Engenha-
os milhares de arquitetos já formados e para ria para os Engenheiros Técnicos e Engenheiros,
aqueles que se encontram no seu percurso de ou se aceita o princípio mais vasto de que há
formação em arquitetura, uma vez que o mer- alguma permeabilidade de fusão nestas áreas.
cado da arquitetura já não consegue absorver Este argumento, aliás, vai ao encontro da posi-
uma grande parte destes profissionais. É pro- ção da Ordem dos Engenheiros Técnicos, que
vável que estes dois aspetos estejam forte- sempre considerou absurda a fracassada ten-
mente interligados e que a Engenharia esteja a tativa da OA de, pela via judicial, obter a decla-
perder por inação. ração de ilegalidade de algumas das normas
No âmbito dessa discussão, em sede parlamen- do regulamento da prática dos atos de enge-
tar, uma das propostas entregue pela OA de- nharia pelos engenheiros técnicos emanado
fende que os seus membros possam praticar pela Ordem dos Engenheiros Técnicos, tentativa
um vasto conjunto de atos de engenharia, fun- essa que traduz igualmente uma postura da-
damentando a sua posição no facto de alguns quela ordem profissional contra a Engenharia,
cursos de arquitetura proporcionarem algumas matéria esta que, lamentavelmente, tem mere-
competências nas áreas de conhecimento de cido o silêncio da Ordem dos Engenheiros (OE).
engenharia. Para a OET – Ordem dos Engenhei- Seria desejável que os arquitetos se concen-
ros Técnicos, é evidente que um curso de ar- trassem mais no exercício concreto da atividade
quitetura tem obrigatoriamente que proporcio- de arquitetura, para a qual o Estado Português
nar alguns conhecimentos dos materiais e seus delegou poderes específicos de regulação na
comportamentos. Sem conhecimentos mínimos respetiva ordem profissional, e deixassem de
de resistência de materiais, a arquitetura seria querer fazer engenharia, contribuindo outros-
apenas desenho e estética. sim na sua área de especialidade (recusando
Mas entre a posse de conhecimentos básicos fazer projetos, se necessário) para evitar uma
do comportamento dos materiais e a posse de maior degradação do edificado do País. E,
competências profissionais para praticar atos ainda, para que não seja possível, com o seu
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opinião
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opinião
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protocolos
Hotéis Ginásios e Health Clubs
Os membros da OET - Ordem
› Caldas da Felgueira Termas & SPA › EuroGymnico dos Engenheiros Técnicos dis-
› Internacional Design Hotel - Rossio, Lisboa põem de um conjunto significa-
› Hotel PinhalMar - Peniche tivo de benefícios, fruto das par-
› Residencial Pina - Funchal, Madeira Línguas cerias que a OET tem com
› Porto Santo Hotels - Porto Santo, Madeira variadas empresas e instituições.
› South Madeira Inns - Funchal, Madeira
› BravaTour › American School of Languages
› AC-Hotels Marriott - Porto › Cambridge School Outros benefícios estão presen-
› Hotel Belver - Porto, Curia, Lisboa, Azaruja, Albufeira e Lago temente a ser negociados e, à
› Bom Sucesso Resort - Óbidos medida que forem sendo con-
› Fábrica do Chocolate – Viana do Castelo Material de Escritório cluídos protocolos para conces-
são de benefícios, os mesmos
ficarão disponíveis na secção
Bancos › Firmo “Benefícios para membros”, do
site da OET (www.oet.pt).
Edições
› Cruz Vermelha Portuguesa – Teleassistência
› Radiomedica Imagiologia
› Verlag Dashofer › Centro Clínico e Dentário Quinta da Cavaleira (Mem-Martins)
› Newsletter da construção › Centro Dentário Portas de Benfica (Lisboa/Amadora)
› SerFisio (Barcelos)
› Optivisão
Educação e Formação › Superoticas
› DentalClinic
› EsferaSaúde
› ISQ - Instituto Soldadura e Qualidade › Casa de Belém, Lda. (Grupo WOP)
› SolutionsOut
› Externato o Baloiço (Amadora)
› ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências (Lisboa) Segurança
› Nova Etapa
› MegaExpansão
› ITECons – Instituto de Investigação e Desenvolvimento › Altisecur - Segurança de pessoas e bens
Tecnológico em Ciências da Construção (Coimbra)
› IPA – Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos Mais informações
(Lisboa) Transportes & Viagens
› Externato Pim Pam Pum
em www.oet.pt
› Agência Abreu
Energias Renováveis › Automóvel Club de Portugal
› AVIS
› CP
› De Viris › MIDAS
› SGS
Engenharia
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artigo técnico
Remoção de fibrocimento
com amianto
Intervenção de O Decreto-Lei n.º 266/2007de 24 de Julho, transpõe para a ordem
José Manuel Mendes Delgado
jurídica interna a Diretiva n.º 2003/18/CE, do Parlamento Europeu e do
Presidente SRSUL da OET
Engenheiro Técnico Civil Conselho, de 27 de Março, que altera a Diretiva n.º 83/477/CEE, do Con-
selho, de 19 de Setembro e é aplicável em todas as atividades em que
os trabalhadores estão ou podem estar expostos a poeiras do amianto
ou de materiais que contenham amianto.
A partir de 1 de Janeiro de 2005, entrou em vi- cação e tratamento de produtos que conte-
gor a proibição total da utilização e comerciali- nham amianto, no seguimento da diretiva
zação de produtos que contenham amianto, re- 2003/18/CE, relativa à proteção dos trabalha-
sultado do seguimento da Diretiva 1999/77/CE dores contra o amianto.
da Comissão Europeia e em Abril de 2006, as Assim, apresentam-se os elementos mais rele-
proibições da extração de amianto e da fabri- vantes na remoção de chapas de fibrocimento
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artigo técnico
que vão, desde a necessidade de notificação à brana dupla lubrificada e lisa que reveste os
ACT e organização de um “plano de trabalhos”, pulmões) ou do peritoneu (a membrana dupla
até à execução da empreitada. lisa que forra o interior da cavidade abdominal),
não tem cura, conduzindo geralmente à morte
Características do Amianto Crisótilo no prazo de 12 a 18 meses, a contar do diag-
O amianto é a forma fibrosa de diversos mine- nóstico.
rais naturais, cujas propriedades de isolamento A exposição ao amianto também pode provo-
térmico, de incombustibilidade, de resistência, car placas pleurais, que se manifestam como
conjugadas com o seu baixo custo e facilidade espessamentos focais, fibrosos ou parcialmente Micrografia eletrónica de varrimento,
em ser tecida, justificaram a sua utilização nos calcificados que se desenvolvem na superfície mostrando fibras de amianto crisótilo.
diversos sectores de actividade, nomeada- da pleura e podem ser detectados por meio
mente na construção de edifícios, em sistemas de uma radiografia torácica ou tomografia com-
de aquecimento, na protecção dos navios con- putorizada, no entanto, as placas pleurais não
tra o fogo ou o calor, em placas, em telhas e la- são malignas e, em princípio, não afectam a
drilhos, no reforço do revestimento de estradas função pulmonar.
e materiais plásticos, em juntas, em calços de Da exposição cutânea ao amianto, resultam em
travões e vestuário de protecção contra o calor, geral, apenas algumas lesões benignas locali-
entre outros. zadas, sob a forma de nódulos, designados por
O amianto crisótilo pertence ao grupo das ser- sementes de asbesto, resultantes da reacção
pentinas e foi o mais utilizado na fabricação de do organismo contra um corpo estranho, na
chapas de fibrocimento, numa percentagem tentativa de debelar as fibras que penetram na
que varia entre os 10 e os 15 %. pele.
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artigo técnico
A notificação referida no número anterior é feita • Indicação do local onde se efetuam os traba-
pelo menos 30 dias antes do início dos traba- lhos;
lhos ou actividades e contém os seguintes ele- • Características dos equipamentos utilizados
mentos: para a proteção e descontaminação dos tra-
balhadores;
• Identificação do local de trabalho onde se vai • Medidas que evitem a exposição de pessoas
desenvolver a actividade; que se encontrem no local ou na sua proximi-
• Tipo e quantidade de amianto utilizado ou dade;
manipulado; • Lista nominal dos trabalhadores implicados
• Identificação da actividade e dos processos nos trabalhos ou em contacto com o material
aplicados; que contenha amianto e indicação da respe-
• Número de trabalhadores envolvidos; tiva categoria profissional, formação e expe-
• Data do início dos trabalhos e sua duração; riência na realização dos trabalhos;
• Medidas preventivas a aplicar, para limitar a • Identificação da empresa e do técnico res-
exposição dos trabalhadores às poeiras de ponsável pela aplicação dos procedimentos
amianto ou de materiais que contenham de trabalho e pelas medidas preventivas pre-
amianto; vistas;
• Identificação da empresa responsável pelas • Indicação da empresa encarregue da elimi-
actividades, no caso de ser contratada para o nação dos resíduos, nos termos da legislação
efeito. aplicável.
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artigo técnico
cável sobre conceção, fabrico e comercializa- a menção «Contém Amianto», de acordo com
ção de equipamentos, tendo por referencial a legislação aplicável sobre classificação, em-
o elenco exemplificativo que consta em anexo balagem e rotulagem de substâncias e prepa-
ao presente decreto-lei, do qual faz parte in- rações perigosas. Sendo posteriormente enca-
tegrante. minhadas para recetor autorizado, de acordo
com a legislação aplicável aos resíduos peri-
A Autoridade para as Condições de Trabalho gosos.
emite documento de autorização contendo a
identificação do requerente e dos trabalhos a Determinação da concentração de
realizar, as eventuais condicionantes da sua atri- amianto no ar
buição, bem como a delimitação temporal da O empregador, tendo em conta os resultados
sua validade. da avaliação inicial dos riscos, procede regu-
O titular da autorização deve afixar cópia do larmente à medição da concentração das fibras
documento de autorização no local da realiza- de amianto nos locais de trabalho a fim de as-
ção dos trabalhos, de forma bem visível. segurar o cumprimento do valor limite de ex-
posição e deve ter apenas em conta, as fibras
Valor limite de exposição respiráveis de amianto.
O valor limite de exposição é fixado em 0,1 A colheita da amostra deve ser realizada por Equipamento para colha/medição das fibras
fibra por centímetro cúbico (0,1 fibra/cm3). pessoal com a qualificação adequada, por pe- de amianto.
ríodo cuja duração seja de modo que, por cada
Avaliação dos riscos medição ou cálculo ponderado no tempo, seja
possível determinar uma exposição represen-
Nas actividades susceptíveis de apresentar risco tativa relativamente a um período de referência
de exposição a poeiras de amianto ou de ma- de oito horas.
teriais que contenham amianto, o empregador A contagem de fibras é efectuada, preferencial-
avalia o risco para a segurança e saúde dos tra- mente pelo método da microscopia de con-
balhadores, determinando a natureza, o grau e traste de fase (método de filtro de membrana),
o tempo de exposição. recomendado pela Organização Mundial de
Saúde, ou por outro método que garanta re-
Redução da exposição sultados equivalentes, em laboratórios qualifi-
O empregador utiliza todos os meios disponí- cados.
veis para que, no local de trabalho, a exposição
dos trabalhadores a poeiras de amianto ou de Trabalhos de manutenção, reparação,
materiais que contenham amianto seja reduzida remoção ou demolição
ao mínimo e, em qualquer caso, não seja supe- Antes do início dos trabalhos referidos no n.º 2
rior ao valor limite de exposição. do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 266/2007de 24
O empregador deve utilizar as seguintes medi- de Julho., o empregador identifica os materiais
das de prevenção: que presumivelmente contêm amianto, nomea-
• Redução ao mínimo possível do número de damente pelo recurso a informação prestada
trabalhadores expostos ou susceptíveis de es- pelo proprietário do imóvel ou, no caso de equi-
tarem expostos a poeiras de amianto ou de pamento ou outra coisa móvel, disponibilizada
materiais que contenham amianto; pelo fabricante.
• Processos de trabalho que não produzam Nas situações em que se preveja a ultrapassa-
poeiras de amianto ou, se isso for impossível, gem do valor limite de exposição, o emprega-
que evitem a libertação de poeiras de amianto dor, além das medidas técnicas preventivas des-
na atmosfera, nomeadamente por confina- tinadas a limitar as poeiras de amianto, adopta
mento, exaustão localizada ou via húmida; medidas que reforcem a protecção dos traba-
• Limpeza e manutenção regulares e eficazes lhadores durante essas actividades, nomeada-
das instalações e equipamentos que sirvam mente:
para o tratamento do amianto; • Fornecimento de equipamentos de protecção
• Transporte e armazenagem do amianto, dos individual das vias respiratórias e outros equi-
materiais que libertem poeiras de amianto ou pamentos de protecção individual, cuja utili-
que contenham amianto em embalagens fe- zação é obrigatória;
chadas e apropriadas. • Colocação de painéis de sinalização com a
advertência de que é previsível a ultrapassa-
O empregador assegura que os resíduos, se- gem do valor limite de exposição;
jam recolhidos e removidos do local de traba- • Não dispersão de poeiras de amianto ou de
lho com a maior brevidade possível, em em- materiais que contenham amianto para fora
balagens fechadas apropriadas, rotuladas com das instalações ou do local da acção.
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res expostos, assim como aos respectivos re- de curta duração em que o trabalho incida
presentantes para a segurança, higiene e saúde apenas sobre materiais não friáveis;
no trabalho, informação adequada sobre: • Remoção sem deterioração de materiais não
• Os riscos para a saúde resultantes de exposi- degradados em que as fibras de amianto es-
ção a poeiras de amianto ou de materiais que tão firmemente aglomeradas;
contenham amianto; • Encapsulamento e revestimento de materiais
• O valor limite de exposição; que contenham amianto, que se encontrem
• A obrigatoriedade da medição da concentra- em bom estado;
ção do amianto na atmosfera do local de tra- • Vigilância e controlo da qualidade do ar e re-
balho; colha de amostras para detectar a presença
• As medidas de higiene, incluindo a necessi- de amianto num dado material.
dade de não fumar;
• As precauções a tomar no transporte e utili- Equipamentos
zação de equipamentos e de vestuário de tra- • Equipamento de proteção individual, desig-
balho ou de protecção; nadamente fatos descartáveis ou reutilizáveis,
• As medidas especiais adoptadas para mini- botas e luvas laváveis.
mizar o risco de exposição a poeiras de • Aparelhos de proteção respiratória individual
amianto ou de materiais que contenham dotados de filtros de alta eficiência ou apare-
amianto; lhos respiratórios com fornecimento de artigo.
• Os resultados das medições sobre a concen- • Unidade de descontaminação inteiramente
tração de amianto na atmosfera, acompanha- lavável, com o número de compartimentos
dos sempre que necessário de explicações separados entre si por portas automáticas, de-
adequadas à compreensão dos mesmos. terminados em função da actividade desen-
volvida e dos equipamentos de protecção uti-
O empregador assegura, ainda, que os traba- lizados, com chuveiro de água quente
lhadores e os seus representantes para a segu- adaptável e áreas separadas para o vestuário
rança, higiene e saúde no trabalho sejam infor- limpo e o vestuário de trabalho contaminado,
mados, com a maior brevidade possível, sobre equipado com uma unidade de pressão ne-
situações de ultrapassagem do valor limite de gativa para manter a ventilação no interior da
exposição e as suas causas. unidade de descontaminação.
Máscaras
Exposições esporádicas e de fraca
intensidade
(artigo 23º do DL 266/2007) Nas situações em
que os trabalhadores estejam sujeitos a expo-
sições esporádicas e de fraca intensidade e o
resultado da avaliação de riscos demonstre cla-
ramente que o valor limite de exposição não
será excedido na área de trabalho, o disposto
nos artigos 3.º, 11.º, 19.º, 20.º, 21.º e 22.º pode Botas
não ser aplicado se os trabalhos a efectuar im-
plicarem:
• Actividades de manutenção descontínuas e
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Pulverizadores para aplicação de aglutinantes. Vista geral de uma cobertura em chapas de fibrocimento, onde se
registou a existência de chapas partidas, fissuradas e com vegetação
e fungos acumulados, resultado da exposição às condições
atmosféricas ao longo dos anos.
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8. Big Bags para receção de elementos e/ou
produtos contaminados com amianto.
Conclui-se assim, que os procedimentos e me- se manipula materiais que contenham amianto,
todologias apresentadas, cumprem a legislação em especial, nas questões relacionadas com os
em vigor e, em simultâneo, permitem alertar riscos para a saúde. ■
para as necessidades a ter em conta quando
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assuntos internos
Situado junto ao Terminal do Rossio e ao lado versos gabinetes de trabalho, instalações sani-
do Teatro Nacional D. Maria II, é um edifício tárias e sala de reuniões.
com uma idade que impõe uma manutenção Será ainda criada uma zona com terraços no al-
continuada. A par disso, a OET tem vindo a rea- çado a tardoz e, na cobertura, serão erigidas
bilitar o edifício, desde o ano de 1999, com um trapeiras em número igual aos vãos existentes
conjunto de intervenções que visaram a melho- na fachada principal, sendo mantida a atual
ria das condições de habitabilidade do edifí- caixa de escada com a claraboia de iluminação.
Texto de cio. De igual forma, numa segunda fase, será insta-
José Armindo Ribeiro Neste momento decorre a reconstrução de toda lado um elevador para servir todos os pisos,
Eng.º Técnico Civil a cobertura do edifício, com o consequente proporcionando uma melhoria do acesso a pes-
Diretor de Fiscalização da Obra aproveitamento do 4º andar, presentemente soas com mobilidade reduzida.
não utilizado. Assim, foi iniciada em Maio de Dada a sua antiguidade a zona em recuperação
2014 uma intervenção na cobertura, tendo encontrava-se bastante degradada, com a es-
como objetivo a extensão dos serviços a mais trutura da cobertura em madeira, em muito mau
um piso, com destaque para a criação de di- estado de conservação, assim como o próprio
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revestimento em telha, estando ainda o piso re- por um conjunto de vigas com a mesma dimen-
pleto de paredes divisórias de tabique, pre- são das vigas existentes, procedendo-se tam-
vendo o projeto de arquitetura a total demoli- bém à substituição de todas as vigas que se
ção destes elementos. encontrem degradadas e que não apresentem
Em termos construtivos, os trabalhos de recons- condições de estabilidade apropriadas.
trução e reabilitação consistem na substituição O novo assoalhamento será assente sob placas
da estrutura em madeira da cobertura por es- de OSB, sendo as paredes divisórias interiores
trutura metálica em aço leve, suportando a nova executadas em placas de gesso laminado.
telha marselha, introduzindo-se o isolamento
térmico. Os trabalhos de reconstrução foram iniciados
Para apoio e fixação desta estrutura serão exe- com a demolição de todos os elementos exis-
cutadas vigas/lintel em betão armado no topo tentes no interior do piso, incluindo o revesti-
das paredes exteriores, sendo a estabilidade mento da cobertura em telha marselha. Devido
das paredes das fachadas garantida por tirantes a este facto houve a necessidade de se montar
de aço fixos nas respetivas vigas/lintel. uma cobertura provisória em estrutura metálica
Ao nível do pavimento, é mantida a mesma es- para defender a zona a intervencionar das
trutura de madeira, sendo reforçada e travada ameaças atmosféricas.
Demolição da cobertura
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As paredes de empenas e caixa de escada, a e fixo em furos selados com “grout” sob pres-
manter, são reparadas e reforçadas pelo interior são, colocado sobre rede de aço distendido
através de reboco de argamassa de cimento e galvanizado tipo espinhaço 24/15.
areia ao traço 1:3, armado com rede tipo “ma- O reforço do pavimento está a ser executado
lhasol” AQ38 e rede tipo capoeira sendo estas com vigas de madeira de dimensões 6,00 x 0,15
amarradas com chumbadores de aço Ø10 e x 0,075 m, devidamente protegidas com subs-
Ø6, fixos em furos injetados com “grout” sob tancia tipo “cuprinol”, para garantir resistência
pressão, depois de devidamente sujeitas à pi- aos ataques de fungos e insetos xilófagos.
cagem e remoção do reboco existente. A obra tem uma área de intervenção aproxima-
Todas as fissuras existentes, são gateadas com damente de 500 m2, estando previsto o termo
varão de Ø20, pintado com tinta anti-corrosiva desta fase no início de 2015. ■
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D
Redes de operadores
Traçado em fachada
ATI ATI
Edifício novo
Transição vertical
ou alterado ATE
para traçado
subterrâneo
ATI
ATE
ou
ATI
Primário
OP1
Primário
OP2
RG-CC
Traçado
subterrâneo
CVM
Transição do traçado em fachada para subterrâneo Rede coletiva de cabos coaxiais
O projetista deverá assim considerar uma solu- máxima, tilt e comprimento. Não é necessário
ção de tubagem vertical horizontal, de forma a assim, dimensionar o amplificador da cabeça
assegurar a transição dos cabos existentes. A de rede, de forma a cumprir os níveis mínimos
transição vertical deverá, preferencialmente, ser e máximos. No entanto, esta gama dinâmica de
embebida na construção do edifício. No en- valores deverá ser tida em conta no dimensio-
tanto, também se admitem soluções não em- namento, pois terá de se especificar os limites
bebidas. mínimos e máximos à saída da cabeça de rede,
Desta forma a CVM poderá ser considerada para que estes valores sejam tidos em conta
como caixa de passagem para a infraestrutura nos ensaios da instalação.
do operador. Compete ao operador assegurar
a transição da respetiva rede de cabos. As con- Rede de Fibra Ótica
dutas projetadas devem ser partilhadas entre A obrigatoriedade de instalação de fibra ótica,
os diversos operadores existentes. introduzida pelo manual ITED2, continua a ser
aplicável no ITED3, porém surgem algumas al-
Rede de Cabos Coaxiais terações significativas. Desde logo, foram defi-
É na rede coletiva de cabos coaxiais que reside nidos valores máximos, em termos de atenuação
uma das principais novidades do ITED 3, que e comprimento, para as ligações permanentes,
vem de encontro ao objetivo de simplificação incluindo a rede coletiva e individual.
e redução de custos. A solução preconizada A grande alteração nesta rede encontra-se na
pela nova regra técnica, considera como obri- rede individual de fibra ótica. Deixa de ser ob-
gação mínima a construção de apenas uma rigatória a instalação da rede de fibra ótica, a
rede coaxial coletiva, que poderá ser partilhada jusante do ATI. No entanto, esta rede continua
entre as redes CATV e MATV/SMATV. Desta a ser considerada para efeitos de dimensiona-
forma será possível considerar apenas uma in- mento da rede de tubagem. Na prática, isto sig-
fraestrutura coaxial, em estrela, desde o RG-CC nifica que deverá ser considerada a tubagem,
até ao ATI. A solução possibilita ainda o acesso exclusiva, e caixas necessárias à instalação de
simultâneo a MATV e CATV, caso se considerem duas tomadas de fibra ótica na ZAP, para edifí-
combinadores no RG-CC. cios residenciais. No entanto os cabos e dispo-
Por outro lado, deixa de ser obrigatória a antena sitivos de fibra poderão ser instalados apenas
de FM na rede MATV. Isso significa que apenas num momento posterior, aquando da ligação
é obrigatório a instalação de uma antena TDT, da rede ao operador, sendo a respetiva caixa
caso o edifício se encontra em zonas com co- da tomada terminal fechada com uma tampa
bertura do tipo A – Televisão digital terrestre. cega. Esta alteração permite uma redução efe-
O projeto da rede coaxial, coletiva e individual, tiva dos custos iniciais da infraestrutura de fibra.
sofre também alterações. Passa a ser necessário Para efeitos de dimensionamento da rede de
cumprir os requisitos em termos de atenuação tubagem entre o ATI e as tomadas terminais,
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PTI
PCS
TT TT TT TT TT
O permite substituir o ATI, no que se refere à designadamente países de língua oficial portu-
flexibilização na ligação da rede de cabos indi- guesa, compensando a profunda crise sentida
vidual e disponibilização dos diversos serviços. no mercado nacional.
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