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Análise de metodologias voltadas para Tecnologia da Informação: ITIL, COBIT e CMMI

Introdução

O processo de gerenciamento de projetos é tido como uma tarefa árdua, permeada de


empecilhos que devem ser contornados com precisão e destreza, de maneira a evitar toda sorte de
imprevistos, tais como exceder o orçamento, não atender aos requisitos do cliente, entregar um
produto final cuja qualidade seja questionável. Para isso, na gestão de projetos, foram criadas as
chamadas “boas práticas “ de gestão e/ou gerenciamento de projetos. Neste resumo Iremos discutir
sobre a gestão voltada para a área da Tecnologia de Informação(TI) e, para isso, escolhemos três
modelos centrados nas melhores práticas para o desenvolvimento de produtos e serviços de TI, o
Information Technology Infrastructure Library (ITIL), Control Objectives and related Technology
(COBIT) e o Capability Maturity Model Integration (CMMI).

Desenvolvimento

Ao longo dos anos, empresas, órgãos governamentais e universidades viram a necessidade de


terem seus processos organizados na área de TI para melhor atingirem seus objetivos de negócio.
Segundo [VENKI, 2017] :
“O que se visava era gerar uma grande quantidade de subsídios,
modelos e exemplos para aqueles desenvolvedores, empresas,
organizações e consultores que quisessem ter uma excelente base de
consulta para conhecer cases de sucesso e poder empregar esse
conhecimento em projetos próprios, de forma bem mais ágil e
assertiva”.

“ITIL é um conjunto de boas práticas em infraestrutura, operação e manutenção de serviços


de TI para as áreas operacional e tática da empresa” [Project Builder, 2017]. Segundo diversos
autores, é o padrão mais adotado no mundo atualmente e, apesar disso, muitos profissionais e
organizações de TI ainda não entenderam o seu propósito fundamental [CHIARI, 2017].
O conteúdo principal da ITIL está descrito em um conjunto de publicações das quais se
destacam cinco livros. Neles é sugerido que que as atividades de gerenciamento de serviços sejam
estruturadas com base no ciclo de vida do serviço, e cada um dos cinco principais livros da biblioteca
se refere a um estágio específico do ciclo de vida do serviço [CHIARI, 2017]:

● Estratégia de Serviço
● Desenho de Serviço
● Transição de Serviço
● Operação de Serviço
● Melhoria continuada de serviço

As Práticas da ITIL podem ser implementadas em estágios. Não existe a necessidade de que
todas as práticas sejam implementadas de uma só vez. Tampouco se impõe ou requer o emprego de
ferramentas, embora, em muitos dos seus aspectos, possa-se fazer um bom uso delas. A ITIL possui
diversas vantagens, suas publicações mantém uma estrutura idêntica de capítulos e tópicos, facilitando
a navegação pelas mais de 400 páginas de cada um dos livros principais; sua literatura descreve
práticas testadas e validadas por várias organizações em todo o mundo [CHIARI, 2017]. Apesar disso,
a ITIL pode criar uma falsa ideia de que ela pode resolver todos os problemas da TI; sua
implementação exige mudança cultural, ou seja, é preciso abandonar os antigos costumes, o que
sempre gera descontentamento; é indispensável o apoio de um bom patrocinador.
Segundo Chiari (2017) ITIL não é gestão de projetos. Ela não se concentra na criação de
produtos, mas em práticas para o fornecimento de serviços de TI e que tem como um de seus pilares o
ciclo constante de melhoria nos serviços e processos de gerenciamento.

A gestão da informação é uma das ferramentas indispensáveis para qualquer empresa, pois
define as decisões corretas a serem tomadas, isso não difere no contexto da tecnologia da informação,
visto que ter governança de TI é fundamental para diminuir os riscos e conseguir alcançar resultados
mais favoráveis e próximos aos objetivos da empresa ou projeto. A metodologia COBIT foi criada
pelo ISACA – Information Systems Audit and Control Association – através do IT Governance
Institute, organização independente que desenvolveu a metodologia considerada a base da governança
tecnológica. Diferentemente de outras metodologias, o COBIT não tem foco apenas aos serviços de
TI, ele mantém a atenção voltada aos negócios da empresa em geral (Project Builder, 2017).

Para um bom funcionamento desta metodologia é necessário o engajamento dos funcionários,


assim como um conhecimento prévio dos problemas da empresa a fim de buscar soluções adequadas.
A atuação do COBIT funciona da seguinte maneira: inicialmente, o framework aplica uma série de
práticas envolvendo as etapas de planejamento até o monitoramento dos resultados e métricas. A
partir da avaliação dessas etapas, o COBIT começa a detectar e estabelecer quais são as práticas mais
adequadas em governança de TI que trabalhem em consonância com a realidade e objetivos da
empresa. Em seguida, são descritos os processos e definidos os objetivos de controle específicos,
pertinentes à realidade e necessidades do empreendimento. A avaliação das etapas e processos
funcionará, ainda, como um auxílio na correção de não-conformidades. Isto ajudará na divisão e
delegação de tarefas e na avaliação do nível de interação entre os processos (OpServices, 2017).

Alguns benefícios do COBIT são:

● Aumentar a eficiência da tecnologia da informação, o que permite que alterações sejam feitas
quando necessário, ou seja, quando as práticas não estiverem atendendo o objetivo necessário.
● Melhorar a segurança da informação.
● Otimizar os investimentos de TI, já que os gerentes passam a ter uma visão mais ampla dos
impacto da tecnologia da informação na organização.
● Cria uma linguagem comum,uma linguagem única entre executivos, gerentes e profissionais
de TI.

O COBIT se resume em um conjunto de práticas fundamentais para garantir a governança de


TI e, portanto, melhorar a gestão. Utilizado corretamente, o COBIT fornece muito mais segurança e
apoio à tomada de decisões, facilitando a comunicação e melhorando os resultados (OpServices,
2017).

O CMMI, sigla para Capability Maturity Model Integration (Modelo de Maturidade em


Capacitação Integração), é uma abordagem de melhoria de processos que fornece às organizações
elementos essenciais de processos eficazes. Pode ser usado para guiar a melhoria de processos em um
projeto, divisão ou em uma organização inteira. O modelo visa ajudar as organizações a melhorar a
capacidade de seus processos, por meio de um caminho evolucionário (ISN Brasil). O CMMI foi
construído considerando três dimensões principais: pessoas, ferramentas e procedimentos. O processo
serve para unir essas dimensões.

Atualmente apresenta três modelos (Projeto Draft,2017):

● CMMI for Development (CMMI-DEV), voltado ao processo de desenvolvimento de produtos


e serviços;
● CMMI for Acquisition (CMMI-ACQ), voltado aos processos de aquisição e terceirização de
bens e serviços;
● CMMI for Services (CMMI-SVC), voltado aos processos de empresas prestadoras de
serviços.

Fig. – Os cinco níveis de maturidade do CMMI

Inicial: O processo é caracterizado como sendo imprevisível e ocasionalmente caótico. Poucos


processos são definidos e o sucesso depende de esforços individuais e, muitas vezes, heróicos.
Gerenciado: Processos básicos de gerenciamento de projeto são estabelecidos para controle de custos,
prazos e escopo. A disciplina de processo permite repetir sucessos de projetos anteriores em
aplicações similares.
Definido: Um processo composto por atividades de gerenciamento e engenharia, é documentado,
padronizado e integrado em um processo padrão da organização. Todos os projetos utilizam uma
versão aprovada e adaptada do processo organizacional para desenvolvimento e manutenção de
produtos e serviços tecnológicos.
Quantitativamente Gerenciado: Métricas detalhadas dos processos e dos projetos são coletadas.
Tanto os processos como os projetos são quantitativamente compreendidos e controlados.
Em otimização: A melhoria contínua do processo é estabelecida por meio de sua avaliação
quantitativa, e da implantação planejada e controlada de tecnologias e idéias inovadoras. (ISN Brasil)

O processo inclui três disciplinas ou corpos de conhecimento, sendo elas:


● Engenharia de sistemas
● Engenharia de software
● Engenharia de hardware

“Há uma importante divisão dos níveis de maturidade que um processo de software se
encontra. Um nível de maturidade é um patamar evolutivo bem definido, que visa alcançar um
processo de software maduro, baseado na noção de que alguns processos necessitam de mais estrutura
e controle do que outros”, diz Jaime Nogueira da Gama. Os benefícios, de acordo com Andréa
Magalhães, estão em áreas como execução (de tarefas e atividades, dos recursos e aumento da
produtividade), no controle dos projetos (mais organizados, facilitando atingir as metas e
cumprimento do orçamento), na qualidade do próprio produto (que a identificação das necessidades
reais do cliente). “Além disso, há benefícios nos relacionamentos internos, como diminuição dos
conflitos, sobrecarga de funcionários e oferta de incentivos financeiros para os envolvidos e nos
relacionamentos externos, como ganhos em concorrências, melhor seleção de fornecedores” (Projeto
Draft,2017).

Considerações Finais

A gestão de projetos voltada para área de TI tem inúmeros desafios, para superá-los ao longo
dos tempos foram criados guias para obter uma melhoria da tecnologia de informação, que por sua
vez impacta significativamente os demais processos dentro de uma empresa ou projeto. Para tanto
foram analisadas em nossos estudos a ITIL, COBIT e CMMI, onde podemos concluir que são as
metodologias mais utilizadas na área de gestão de tecnologia de informação.

Referências

MAGALHÃES, Ivan Luizio; PINHEIRO, Walfrido Brito. Gerenciamento de serviços de TI na


prática: uma abordagem com base na ITIL : inclui ISO/IEC 20.000 e IT Flex. São Paulo-sp:
Novatec, 2007. (Série Gerenciamento de TI).

(PMI), Project Management Institute (Org.). Um Guia do Conhecimento em Gerenciamento de


Projetos (Guia PMBOK®). 5. ed. Pennsylvania, Usa: Project Management Institute, Inc., 2013. 567
p.

VENKI. O que significa ITIL para empresas e profissionais de TI. Disponível em:
<http://www.venki.com.br/blog/o-que-significa-itil/>. Acesso em: 24 abr. 2017.

PROJECT BUIDER. O que é ITIL e o como ele se encaixa na área de TI da sua empresa.
Disponível em:
<http://www.projectbuilder.com.br/blog-home/entry/pratica/o-que-e-itil-e-o-como-ele-se-encaixa-na-a
rea-de-ti-da-sua-empresa>. Acesso em: 24 abr. 2017.

CHIARI, Renê. O que é ITIL?: Tudo o que você precisa saber sobre o tema. Disponível em:
<https://www.itsmnapratica.com.br/tudo-sobre-itil/>. Acesso em: 24 abr. 2017.

ISDN Brasil. O que é CMMI. Disponível em: <http://www.isdbrasil.com.br/o-que-e-cmmi.php>.


Acesso em: 24 abr. 2017.

Wikipédia. CMMI. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/CMMI>. Acesso em: 24 abr. 2017.

Wikipédia. COBIT. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/COBIT>. Acesso em: 24 abr.


2017.

Opservices. O que é COBIT e como esse framework pode gerar uma governança de TI mais
eficiente. Disponível em: <https://www.opservices.com.br/o-que-e-cobit-governanca-ti/>. Acesso em:
24 abr. 2017.

Project Builder. O que é COBIT e como ele vai melhorar sua gestão de TI. Disponível em:
<http://www.projectbuilder.com.br/blog-home/entry/pratica/o-que-e-cobit-e-como-ele-vai-melhorar-su
a-gestao-de-ti>. Acesso em: 24 abr. 2017.

Draft. Verbete Draft: o que é CMMI. Disponível em:


<http://projetodraft.com/verbete-draft-o-que-e-cmmi/>. Acesso em: 24 abr. 2017.

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