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Gerenciamento de Serviços de TI
A Informática, ou Tecnologia da Informação, antigamente era vista como apenas mais
um departamento, como um apoio à empresa. Hoje, qualquer empresa que deseja ter sucesso
deve tratar a TI como um ponto estratégico do negócio. Dizemos que a TI está integrada ao
negócio.
Quando a TI é desconsiderada, ela se torna muito reativa a mudanças e às vezes não
consegue atendê-las, quando é parte do negócio ela consegue antecipar mudanças e fazer
planejamentos adequados.
Desafios atuais da TI:
ISO 20000
A preocupação atual com a gestão da qualidade dos serviços de TI é tamanha, que os
processos e organizações podem ser avaliados em termos de compatibilidade com a norma
ISO 20000, criada em 2005 em substituição à BS 15000, que é voltada para empresas
prestadoras de serviços e tem como foco avaliar a conformidade dos processos com práticas
sugeridas, garantindo que empresas prestadoras de serviços de TI entreguem aos seus clientes
serviços de qualidade. No Brasil há cerca 10 empresas certificadas (Banco do Brasil, Bradesco,
CPM Braxis, HP, Siemens, TIVIT como exemplos).
Quando pensamos em gerenciamento de TI, um dos frameworks mais aceitos
mundialmente é o ITIL, que tem foco no Gerenciamento de Serviços de TI. Usar o ITIL auxilia as
empresas a chegar à ISO: o ITIL explica como devem ser os processos e a ISO 20000 determina
os requisitos obrigatórios que a empresa tem que cumprir para que ela tenha um sistema de
GSTI.
ITIL
ITIL significa Information Technology Infrastructure Library (Biblioteca de
Infraestrutura de Tecnologia da Informação). Essencialmente, é uma série de documentos com
boas práticas que são usadas para auxiliar na operação e gestão da infraestrutura de TI de uma
organização, buscando fornecer serviços de alta qualidade.
É um consenso sobre como devem ser tratados os processos mais comuns, papéis e
atividades dentro de um departamento de TI, indicando as ligações entre eles e que linhas de
comunicação são necessárias. Os processos propostos são genéricos, assim, O ITIL pode ser
usado independente do tamanho e/ou tipo da empresa. Com esse modelo de boas práticas, as
empresas devem usar estes processos e adaptá-los ao negócio, pois não existe um modelo
definitivo. É importante ressaltar que não existe “implantação de ITIL”, mas sim implantação
de gerenciamento de serviços de TI. Os objetivos do ITIL são:
Alinhar os serviços de TI com as necessidades atuais e futuras do negócio e seus
clientes;
Melhorar a qualidade dos serviços de TI;
Reduzir custos na provisão de serviços;
Criar processos mais eficientes e eficazes, buscando rapidez e resultados nestes
processos.
Histórico
O ITIL foi criado pelo governo britânico em 1980 pela CCTA (Central Computing and
Telecommunications Agency), atual OGC (Office of Government Commerce). Este órgão tem
como objetivo desenvolver metodologias e criar padrões dentro dos departamentos do
governo britânico, buscando aperfeiçoar e melhorar os processos internos. A evolução do ITIL
pode ser vista na linha do tempo a seguir:
Figura 1 - Fonte: TI Exames
Serviço: Meio de entregar valor aos clientes, facilitando os resultados que os clientes
querem alcançar, sem ter que assumir custos e riscos.
Ideia: para que um serviço crie valor para o cliente, temos que entender que ele nasce,
se desenvolve, vai para operação e um dia morre ou é aposentado.
Daí vem a organização do ITIL v3 em 5 livros: Estratégia de Serviço, Desenho de
Serviço, Transição de Serviço, Operação de Serviço, Melhoria de Serviço Continuada.
O ciclo de vida tem um eixo central, que é a estratégia do serviço (fase inicial do ciclo).
Ela é o ponto de partida para as outras fases: desenho, transição, operação, e envolvendo
todas as fases temos a melhoria continuada.
Na fase de Estratégia é onde TI se integra ao negócio. Nesta fase, a TI prevê e
conceitua um conjunto de serviços que ajudam o negócio a alcançar seus objetivos. É aqui que
são tomadas as decisões estratégicas relacionadas aos serviços que vão ser desenvolvidos.
Na fase de Desenho o serviço é construído, tendo em mente objetivos de utilidade e
garantia. Basicamente, tudo que foi levantado e decidido na Estratégia será usado para
projetar o novo serviço: custos, mercado e como o serviço será utilizado. O serviço será
definido com base nesta estratégia, já pensando no valor que irá gerar para os clientes. Se a
estratégia for bem feita, a TI conseguirá projetar o serviço conforme o esperado. Aqui é
pensado o SLA, riscos, fornecedores necessários e capacidade de infraestrutura para suportar
o serviço.
Na fase de Transição, o foco é o mover os serviços para o ambiente de produção. Os
serviços são desenvolvidos, testados e liberados de forma controlada. É o gerenciamento das
mudanças. Ela se preocupa com os detalhes para que o serviço seja colocado em produção
com o menor impacto possível na organização.
Na Operação, temos o dia-a-dia, a manutenção do serviço. Aqui temos o
Gerenciamento de Incidentes, de Problemas e Solicitações. Em resumo, essa fase gerencia os
serviços em produção para assegurar que seus objetivos de utilidade e garantia sejam
alcançados.
A Melhoria de Serviço avalia os serviços e identifica formas de melhorar sua utilidade
e garantia no suporte aos objetivos do negócio. É o resultado da soma de todas as fases, com
foco na qualidade, avaliando tanto o serviço como os processos de gerenciamento das fases.
Tem a preocupação com o fato do serviço não ser estático (um serviço que é bom hoje, pode
não ser amanhã), pois a demanda dos usuários. Então, aqui é feita a avaliação do serviço,
busca do feedback, e se necessário, a repetição do ciclo repensando a estratégia do serviço.
O ITIL prega que se a TI executar todas as fases ao criar ou alterar um serviço, ela vai
errar menos, tendo menos retrabalho e maior controle sobre os custos.
SLA X SLO
O SLA (Service Level Agreement ou Acordo de Nível de Serviço) é, por definição, um
acordo entre as partes contrates referente aos aspectos qualitativos da entrega do serviço. É
no SLA que se definem multas, gratificações, responsabilidades e garantias. É importante frisar
que o SLA versa sobre os serviços na forma em que o cliente os recebe, nunca sobre como o
fornecedor o entrega.
Dentro dos SLAs encontramos os SLOs (Service Level Objectives ou Objetivos de Nível
de Serviço). Os SLOs são os tópicos efetivos a serem medidos dentro dos SLAs. É lá que
encontramos a lista do que, e em que nível, o prestador de serviços deve oferecer.
Um SLO geralmente se define em termos de atingir um nível de serviço, dentro da
métrica acordada, em um determinado período de tempo, explicando como e onde ele deve
ser medido. Por exemplo, “90% das ligações para o HelpDesk devem ser atendidas em menos
de 15 segundos, durante o período de um mês, conforme relatório do Sistema Distribuidor de
Chamadas”.
Assim temos a compreensão de que o SLA é o acordo completo, especificando qual
será o serviço fornecido, qual é o seu suporte, períodos, custos e responsabilidades das partes
envolvidas e os SLOs. Por sua vez os SLOs são as características mensuráveis do SLA, tais
como: disponibilidade, frequência, tempo de resposta, qualidade entre outros.