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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Acontecimentos Subsequentes

De:
Wanda Adelino Mafunga

Segundo trabalho de investigação individual da cadeira de Auditoria Financeira I, no curso de


Contabilidade e Auditoria, terceiro ano, período diurno, Primeiro semestre, por orientação do
docente da cadeira, Anussa Mirasse.

Tete, Maio de 2021


Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Norma – 560: Acontecimentos Subsequentes.................................................................................4

Conceito.......................................................................................................................................4

Tipos de Acontecimentos Subsequentes......................................................................................5

Datas-chave em acontecimentos subsequentes............................................................................6

Período dos acontecimentos subsequentes e ações requeridas do auditor...................................6

Natureza dos procedimentos a serem executados........................................................................7

Acontecimentos ocorridos entre a data das demonstrações financeiras e a data do relatório do


auditor..........................................................................................................................................7

Factos que chegarem ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas antes da
data de divulgação das demonstrações financeiras......................................................................8

Necessidade de alterar as demonstrações financeiras..................................................................8

Se a administração alterar, executar procedimentos....................................................................8

Factos que chegarem ao conhecimento do auditor após a divulgação das demonstrações


financeiras....................................................................................................................................9

Decidir se comunica o assunto às partes interessadas..................................................................9

Conclusão......................................................................................................................................10

Referências Bibliográficas.............................................................................................................11

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Introdução

O presente trabalho tem como tema Acontecimentos Subsequentes, estes são os acontecimentos
que ocorrem entre a data das Demonstrações Financeiras e a data do relatório do auditor
(certificação legal das contas) e os factos do que o auditor toma conhecimento após a data do seu
relatório. As entidades publicam seus relatórios como forma de divulgar os acontecimentos
financeiros de determinado período contabilístico, visando também proporcionar maior
conhecimento aos usuários sobre a situação financeira. As demonstrações contabilísticas podem
ser afectadas por certos acontecimentos que ocorrem após a data das demonstrações
contabilísticas, muitas estruturas de relatórios financeiros referem-se especificamente a esses
acontecimentos. Acontecimentos Subsequentes, diz-nos que, “o auditor deve tomar em
consideração o efeito de acontecimentos subsequentes nas demonstrações financeiras e no
relatório do auditor.” Acontecimentos Subsequentes, analisa o tratamento nas demonstrações
contabilísticas de acontecimentos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações
contabilísticas (mencionada como "data do balanço" nesse pronunciamento) e a data na qual é
autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contabilísticas.

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Norma – 560: Acontecimentos Subsequentes

Lemes e Carvalho (2010), dizem que factos que ocorrem em determinadas épocas, onde
supostamente suas demonstrações contabilísticas já estavam prontas, podem impactar nos
resultados e na posição patrimonial das empresas. Identifica – se dois tipos de acontecimentos,
que são favoráveis e desfavoráveis, que ocorram entre a data do balanço e a data em que se
autoriza que as Demonstrações Financeiras sejam emitidas, ou seja a data em que o relatório dos
auditores e as demonstrações financeiras auditadas estão disponíveis para terceiros. Tais
acontecimentos são aqueles que proporcionam prova de condições que:

a) Existiam a data das Demonstrações Financeiras; e


b) Surgiram posteriormente a data das Demonstrações Financeiras.

Em termos temporais pode estar – se presente as seguintes situações:

 Acontecimentos que ocorram até a data do relatório do auditor;


 Factos descobertos após a data do relatório do auditor mas antes de as demonstrações
financeiras terem sido aprovadas pela assembleia feral;
 Factos descobertos após as demonstrações financeiras terem sido aprovadas pela
assembleia geral.

Conceito

Segundo Costa (2010), Acontecimentos subsequentes são por exemplo transações ocorridas entre
a data do balanço e a data de emissão do parecer do auditor, que podem modificar, se não forem
correctamente divulgadas, a opinião emitida. Por exemplo, perdas relevantes a investimentos;
ocorrência de sinistros; alterações na legislação. Na data do término do exercício e até à data de
emissão do parecer, o auditor deve tomar conhecimento de acontecimentos que afetam de
maneira relevante as demonstrações contabilísticas, desta forma, verificando se foram bem
contabilizados e de forma adequada, bem como se estão divulgados nas demonstrações. Para tal
deverá responder afirmativamente a quatro questões que [ CITATION Kne07 \l 1033 ] enumeram:

 Os factos estavam disponíveis na data, ou antes, do relatório de auditoria ser emitido?

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 Os factos são baseados em informação confiável?
 O efeito dos factos é relevante para as Demonstrações Financeiras e consequentemente
para o relatório de auditoria?
 Os utilizadores ainda estão à espera do relatório do auditor?

É com as respostas a estas perguntas que o auditor deve identificar quais os eventos que originam
ajustes, o que vai depender do momento temporal, em que ocorrer tal como refere a norma 560 –
acontecimentos Subsequentes, segundo a mesma, podemos distinguir três momentos:

1. Reportes que ocorreram após a data das Demonstrações Financeiras, mas antes do relatório de
auditoria. Neste caso, o auditor deve avaliar todos os acontecimentos que possam ter um efeito
materialmente relevante nas Demonstrações Financeiras e estas devem ser ajustadas de modo a
refletirem esses acontecimentos, para que o relatório de auditoria as tenha em consideração.

2. Reportes que ocorreram entre a data do relatório de auditoria e a data da assembleia geral
convocada para aprovação de contas. Neste caso só tem obrigação de examinar os
acontecimentos que lhe foram reportados e considerar a hipótese de alterar as Demonstrações
Financeiras, realizando procedimentos de auditoria que entenda como necessários e emitir novo
relatório de auditoria com as alterações decorrentes das Demonstrações Financeiras.

3. Reportes que ocorreram após a aprovação das Demonstrações Financeiras em assembleia


geral. O auditor não tem responsabilidades de fazer ajustes. No entanto se o acontecimento for
materialmente relevante e tenha ocorrido antes da emissão do relatório deveria o auditor ter tido
conhecimento do acontecimento. Se determinar que os utilizadores foram adversamente
afectados, deve solicitar à gestão que as Demonstrações Financeiras sejam alteradas de forma
adequada e que sejam posteriormente divulgadas, devendo o auditor emitir um relatório de
auditoria revisto, contendo um parágrafo sobre as razões para a revisão do relatório anterior. Este
novo relatório deve ter a mesma data da das Demonstrações Financeiras revistas.

Tipos de Acontecimentos Subsequentes

Contingências e Acontecimentos que ocorram Após a data do Balanço, respeita ao tratamento


nas demonstrações financeiras de acontecimentos, tanto favoráveis como desfavoráveis, que
ocorram após o final do período e identifica dois tipos de acontecimentos:

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a) Aqueles que proporcionam prova adicional de condições que existiam no final do
período; e;
b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram subsequentemente ao final do
período.

Datas-chave em acontecimentos subsequentes

a) Data das demonstrações financeiras é a data de encerramento do último período coberto


pelas demonstrações financeiras;
b) Data de aprovação das demonstrações financeiras é a data em que todos os quadros que
compõem as demonstrações financeiras foram elaborados e que aqueles com autoridade
reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade por essas demonstrações
financeiras;
c) Data do relatório do auditor independente é a data do relatório do auditor independente
sobre as demonstrações financeiras;
d) Data de divulgação das demonstrações financeiras é a data em que o relatório do auditor
independente e as demonstrações financeiras auditadas são disponibilizados para
terceiros.

Período dos acontecimentos subsequentes e ações requeridas do auditor

a) Eventos ocorridos entre a data das demonstrações e a data do relatório do auditor: O


auditor é obrigado a executar procedimentos de auditoria para identificar esses
acontecimentos.
b) Fatos que chegarem ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas antes
da data de divulgação das demonstrações financeiras: O auditor só precisa tomar medidas
se tomar conhecimento de acontecimentos subsequentes.
c) Fatos que chegarem ao conhecimento do auditor após a divulgação das demonstrações
financeiras: O auditor só precisa tomar medidas se tomar conhecimento de
acontecimentos subsequentes.

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Natureza dos procedimentos a serem executados

Acontecimentos ocorridos entre a data das demonstrações financeiras e a data do relatório

do auditor

 O auditor deve executar procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria


apropriada e suficiente de que todos os acontecimentos ocorridos entre a data das
demonstrações financeiras e a data do relatório do auditor que precisam ser ajustados ou
divulgados nas demonstrações financeiras foram identificados;
 Contudo, não se espera que o auditor execute procedimentos adicionais de auditoria para
assuntos para os quais os procedimentos de auditoria anteriormente aplicados forneceram
conclusões satisfatórias.
 O auditor deve executar os procedimentos exigidos pelo item acima de forma a cobrir o
período entre a data das demonstrações financeiras e a data do seu relatório, ou o mais
próximo possível dessa data. O auditor deve levar em consideração a sua avaliação de
risco para determinar a natureza e extensão desses procedimentos de auditoria, que
devem incluir o seguinte:
a) obtenção de entendimento dos procedimentos estabelecidos pela administração para
assegurar que os eventos subsequentes são identificados;
b) indagação à administração e, quando apropriado, aos responsáveis pela governança
sobre a ocorrência de eventos subsequentes que poderiam afetar as demonstrações
financeiras;
c) leitura das atas, se houver, das reuniões dos proprietários (dos acionistas em sociedade
anônima), da administração e dos responsáveis pela governança da entidade, realizadas
após a data das demonstrações financeiras, e indagação sobre assuntos discutidos nas
reuniões para as quais as atas ainda não estão disponíveis;
d) leitura das últimas demonstrações financeiras intermediárias da entidade, se houver.
 Se, em decorrência dos procedimentos aplicados, o auditor identificar eventos que
requerem ajustes ou divulgação nas demonstrações financeiras, o auditor deve determinar
se cada um desses eventos está refletido de maneira apropriada nas referidas
demonstrações financeiras de acordo com a estrutura conceitual aplicável.

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 O auditor do setor público deve considerar as questões decorrentes da atuação do poder
legislativo e de outros órgãos competentes que tenham chegado a seu conhecimento
durante o curso da auditoria e que estão previstas para ocorrer durante ou após o final do
período auditado, o que pode exigir a execução de ajustes ou a divulgação nas
demonstrações financeiras.

Factos que chegarem ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas antes

da data de divulgação das demonstrações financeiras

Necessidade de alterar as demonstrações financeiras

 O auditor não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação


às demonstrações financeiras após a data do seu relatório. Entretanto, se, após essa data,
mas antes da data de divulgação das demonstrações financeiras, o auditor tomar
conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-
lo levado a alterar seu relatório, ele deve discutir o assunto com a administração e,
quando apropriado, com os responsáveis pela governança para determinar se as
demonstrações financeiras precisam ser alteradas e, caso afirmativo, indagar como a
administração pretende tratar o assunto nas demonstrações financeiras.

Se a administração alterar, executar procedimentos

 Quando a administração altera as demonstrações financeiras, o auditor executa os


procedimentos de auditoria necessários e emite um novo relatório sobre as demonstrações
financeiras alteradas. O novo relatório não deve ter data anterior à data de aprovação das
demonstrações financeiras alteradas e, portanto, os procedimentos de auditoria acima
referidos seriam estendidos até a data do novo relatório do auditor.

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Factos que chegarem ao conhecimento do auditor após a divulgação das demonstrações

financeiras

 No setor público, uma vez que as demonstrações financeiras tenham sido divulgadas, elas
não poderão ser revistas e o relatório do auditor não pode ser reemitido. Assim, após as
demonstrações financeiras terem sido divulgadas, o auditor não tem a obrigação de fazer
nenhuma indagação sobre tais demonstrações financeiras.

Decidir se comunica o assunto às partes interessadas

 No entanto, se após as demonstrações financeiras terem sido divulgadas, o auditor tomar


conhecimento de um fato que existia na data do seu relatório e que, se conhecido naquela
data, poderia ter feito com que o auditor o modificasse, ele deve considerar se o assunto
precisa ser levado ao conhecimento dos interessados, por exemplo, por meio de um
relatório à autoridade competente.

Se o auditor concluir que tais acontecimentos tem um efeito material nas Demonstrações
Financeiras em causa, deve sugerir ao órgão de gestão que estas sejam devidamente alteradas. Se
o órgão de gestão não proceder em conformidade, o auditor deve solicitar – lhe que o seu
relatório de auditoria (certificação legal das contas) não seja divulgado, a fim de que o mesmo
possa ser devidamente alterado. Se o órgão de gestão não atender a esta pretensão, o auditor
deve, na nossa opinião, divulgar o ocorrido a diversas entidades (por exemplo: presidente da
mesa da assembleia geral da empresa; mobiliários, neste último caso se se tratar de uma empresa
com valores admitidos a cotação).

Se o Auditor ter conhecimento de tais factos, o auditor concluir que os órgãos de gestão alterou
as Demonstrações Financeiras, deve rever os porque o órgão de gestão alterou as Demonstrações
Financeiras, deve rever os procedimentos efectuados pela empresa e elaborar um novo relatório
de auditoria, o qual deve incluir uma ênfase explicando o sucedido.

Se o Auditor ter conhecimento de tais factos, o auditor concluir que o órgão de gestão não
alterou as Demonstrações Financeiras, deve comunicar tal facto as entidades.

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Conclusão

Chegado ao final deste trabalho conclui – se que os objectivos do auditor são, obtêr evidência de
auditoria apropriada e suficiente sobre se os acontecimentos ocorridos entre a data das
demonstrações financeiras e a data do relatório do auditor independente que precisam ser
ajustados ou divulgados nas demonstrações financeiras estão adequadamente refletidos nessas
demonstrações financeiras; responder adequadamente os factos que chegaram ao conhecimento
do auditor independente após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento
naquela data (do relatório), poderiam ter levado o auditor a alterar seu relatório. Acontecimentos
Subsequentes, o auditor após a conclusão da auditoria, não tem obrigação de acompanhar o
cliente (embora o deva fazer visando a forma como a entidade implementa as medidas de
correção necessárias e por si sugeridas). Contudo, se algum tipo de informação chega à sua
atenção, que afecte a confiança ou a interpretação das demonstrações já auditadas, o auditor tem
a responsabilidade de determinar se os utilizadores da informação auditada vão ser afectados
negativamente pelas demonstrações lançadas anteriormente.

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Referências Bibliográficas

Costa, C. B. (2010). Auditoria Financeira: Teoria e Prática (9ª e.d.). Lisboa: Rei dos livros.

Knechel, R., Salterio, S., & Ballou, B. (2007). Garantia de Auditoria e Risco. Cincinnati, OH:
South-Western College Publishing.

Lemes, S., & Carvalho, L. N. (2010). Contabilidade Internacional para Graduação. São Paulo:
Atlas S.A.

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