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Ensino de Língua
Portuguesa
Material Teórico
Processo Avaliativo e o Ensino e a Aprendizagem de Língua Portuguesa
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert
Revisão Textual:
Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert
Processo Avaliativo e o Ensino e a
Aprendizagem de Língua Portuguesa
• Avaliação
Para um bom desenvolvimento na disciplina, é necessário ler todo o material com muita atenção
e fazer as atividades propostas. E faça as atividades nos prazos estabelecidos no cronograma.
E lembre-se de esclarecer as dúvidas sempre que necessário. Para isso, entre em contato
com o (a) tutor (a), fazendo uso da ferramenta Mensagens ou do Fórum de Dúvidas. Afinal,
esclarecer as dúvidas auxilia na compreensão e construção do conhecimento.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Contextualização
Nosso tema nessa unidade envolve a avaliação. Tema polêmico que sugere muitas
perguntas, como:
- O que avaliamos nas atividades dos alunos é realmente pertinente?
- Aquilo que avaliamos tem realmente sentido para os alunos?
- O que devemos levar em consideração para avaliar um aluno?
Pra refletir sobre essas questões, vamos assistir a um vídeo do professor Cipriano Luckesi,
para Editora SM. Para isso, acesse o link:
• https://youtu.be/JqSRs9Hqgtc
Na prática cotidiana da sala de aula, a avaliação é um grande desafio para os educadores.
“Este é um convite não só ao estudo do tema, como também à transformação de nossas
condutas, no sentido de aprendermos a nos servir da avaliação como uma aliada na busca da
qualidade e eficiência em nossas atividades educativas escolares.”
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Avaliação
A avaliação é um assunto muito discutido pelos professores e
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alunos, tanto na modalidade presencial quanto na modalidade
a distância, por instituir-se como um desafio no processo de
ensino e de aprendizagem. No momento em que avaliamos,
estamos analisando características subjetivas dos estudantes, e
também as questões objetivas relacionadas ao meio educacional
e à prática docente como, por exemplo: a metodologia, os
recursos, o material didático, entre tantos aspectos. Sem deixar
de lado, a influência dos fatores psicológicos e sociais presentes
nas relações de ensino e de aprendizagem.
Para Pensar
O que é avaliação?
A avaliação é um processo natural que ocorre para que o professor esteja ciente dos conteúdos
compreendidos pelos estudantes e ainda para que o professor perceba se as metodologias de ensino
empregadas por ele estão tendo o resultado esperado na aprendizagem dos alunos.
Desta maneira, para conseguir o resultado almejado é preciso empregar diferentes formas de
avaliar, pois a avaliação não deve ser apenas um momento de fazer as provas e os testes. E sim,
um processo contínuo e que acontece todos os dias, objetivando a orientação e a compreensão
de erros e encaminhando o aluno para o desenvolvimento das metas previstas. Dessa forma, o
modo avaliativo tem a função de ser um componente de integração e de motivação no processo
de ensino e de aprendizagem.
A avaliação é um processo complexo que não deve se resumir ao produto das provas, mas
deve considerar também os resultados dos trabalhos, das atividades realizadas no do dia a dia
dos estudantes. A avaliação deve ser considerada, sobretudo, uma atividade didática no trabalho
do docente e precisa acompanhar todas as etapas do processo de ensino e de aprendizagem.
Por meio da avaliação é possível ter um diagnóstico do trabalho do professor em colaboração
com os alunos, ou seja, um trabalho conjunto. Um dos objetivos da avaliação é observar o
desenvolvimento dos estudantes, verificar suas dificuldades e orientar o trabalho para sanear as
dúvidas e assim, levá-los a tomar decisões e construir conhecimentos.
Luckesi (1996, p. 33), conceitua avaliação como “um julgamento de valor sobre
manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão”.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
De acordo com Luckesi, a avaliação diz respeito a um juízo valorativo que demonstra a
qualidade do objeto, levando, consequentemente, a um posicionamento efetivo a respeito
do mesmo. Ela insere-se não só nas funções didáticas, mas também na estrutura do processo
de ensino e de aprendizagem.
É muito importante ressaltar que a avaliação é uma etapa integrante do processo de ensino
e de aprendizagem. E ela requer preparo e capacidade de observação dos profissionais
envolvidos. Conforme Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem é um processo mediador
na construção do currículo e está ligada à gestão da aprendizagem dos estudantes.
O professor, que desenvolve seu trabalho em uma dinâmica interativa, tem conhecimento
da participação e do progresso de seus alunos. É necessário evidenciar que a prova é apenas
uma formalidade do sistema escolar. Devido à avaliação formal normalmente ser obrigatória,
precisa-se ter muita atenção e cautela na sua elaboração e aplicação.
Ideias-chave
É preciso entender que avaliar não se refere apenas a desenvolver provas e atribuir notas, avaliar é
um processo pedagógico contínuo, que acontece no dia a dia, objetivando a correção de erros e a
construção de conhecimentos.
Se pensarmos em um passado não muito distante, avaliar remetia somente a fazer provas,
atribuir uma nota e considerar os estudantes aprovados ou reprovados. Atualmente, ainda há
alguns professores que pensam que a avaliação se resume a esse processo. Entretanto, essa
visão aos poucos está sendo modificada, está se buscando novas alternativas para avaliar.
E estamos encontrando diversas maneiras de avaliar como, por exemplo, desenvolver trabalhos
e pesquisas, os quais possibilitam ao professor avaliar o desenvolvimento dos estudantes evitando
somente a tradicional prova escrita. As diferentes formas avaliativas apresentam em comum o
fato de permitirem ao professor e ao aluno dialogarem, trocarem ideias para encontrarem a
solução e a compreensão de dúvidas, construindo de forma colaborativa o conhecimento e o
processo de ensino e de aprendizagem;
Vamos nos aprofundar um pouco no conteúdo desta aula? Vocês já ouviram falar em tipos
de avaliação? Vamos conhecê-los?
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Tipos e Funções do Processo Avaliativo
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A avaliação diagnóstica pretende identificar e avaliar
o conhecimento do estudante, tanto em relação a seus
conhecimentos prévios (que são utilizados como base para seu
aprendizado) quanto em relação a novas aprendizagens que
lhe são ensinadas. Além disso, a avaliação diagnóstica pode ser
utilizada também no sentido de prever as dificuldades futuras
e, em alguns casos, de solucionar situações do momento.
Para Miras e Solé (1996), a avaliação diagnóstica é aquela que possibilita ter informações a
respeito das aptidões do estudante antes de começar o processo de ensino e de aprendizagem.
De acordo com Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação diagnóstica procura a ausência
e a presença de habilidades, assim como a verificação das causas de frequentes dificuldades ou
problemas na aprendizagem.
Assim, podemos perceber que a avaliação diagnóstica tem por objetivo identificar, entre
outras informações, se um determinado tipo de estudo, como por exemplo, a modalidade a
distância, é apropriado ao perfil do aluno e ainda identifica as qualidade de aprendizagem do
aluno. O levantamento de dados do estudante pode ser feito por meio de questionários. No
planejamento das aulas, o professor considerará o estilo de seu estudante.
Há também outras formas de avaliar a aprendizagem. Vamos conhecê-las!
Avaliação Formativa
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Segundo Perrenoud (1999) esta prática de avaliação pode ser compreendida como uma prática
contínua que visa ao desenvolvimento das aprendizagens, auxiliando no acompanhamento e
na orientação dos estudantes ao longo de todo o seu processo de formação. É formativa toda a
avaliação que ajuda o estudante a aprender e a se desenvolver.
Haydt (1995, p. 17), sobre a avaliação formativa afirma:
que também é função desta avaliação constatar se os alunos estão, de fato,
atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais
objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento
das atividades propostas.
Ideias-chave
A avaliação formativa se resume a representar uma maneira por meio da qual o aluno pode reconhecer
seus próprios erros e acertos, tendo assim, uma motivação para um estudo sistemático dos conteúdos.
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Avaliação Somativa
É a avaliação que se aplica ao fim de cada período
do aprendizado, e visa a quantificar o conhecimento
desenvolvido pelo educando. Tem uma função
classificatória, porque lida com a classificação do
estudante segundo os níveis de aplicação no fim de
uma disciplina, de um semestre, de um curso.
A avaliação somativa se fundamenta nos conteúdos e procedimentos de medida, como
provas e dissertações-argumentativas. Vale lembrar que a avaliação diagnóstica e a avaliação
formativa podem contribuir para a avaliação somativa.
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A avaliação somativa é também conhecida como função creditativa. Ela pretende medir
resultados levantados por avaliações do tipo formativa e conseguir indicadores que possibilitem
aprimorar o processo de ensino e de aprendizagem. Essa avaliação diz respeito a uma etapa final,
a uma visão de um todo sobre o qual, até o momento, só tinham sido analisadas algumas etapas.
Agora que conhecemos os vários tipos de avaliação, é importante refletirmos sobre o processo
de avaliação como um todo.
Nos últimos anos, a avaliação com fundamentação somente nas características quantitativas
e de aspecto somatório tem sido o motivo de críticas, devido à impossibilidade de mostrar a
aprendizagem dos alunos.
No entanto, é interessante observar que a avaliação formativa, que objetiva o acompanhamento
contínuo dos estudantes, o desenvolvimento das suas conquistas de forma qualitativa também
tem sido muito criticada. A razão é que, para muitos, o acompanhamento cotidiano não é
suficiente para qualificar e quantificar a aprendizagem do aluno, levando-se em consideração,
inclusive, as inúmeras demandas do professor e a quantidade de alunos. Como propor, nesse
contexto, uma avaliação diária?
Para Pensar
Deste modo, Frente ao contexto real da sala de aula, como podemos pensar a avaliação? Essa é uma
reflexão que deve ser feita por todo professor e educador.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Para Pensar
E como fica a questão do processo avaliativo com o ensino e de aprendizagem da Língua Portuguesa?
Vale lembrar que o tipo de avaliação a ser utilizado no processo de ensino e de aprendiza-
gem da Língua Portuguesa está diretamente ligado aos objetivos e ao conteúdo que o professor
determina para seu curso. Vimos, em unidades anteriores que, até hoje, o ensino da gramática
tradicional que visa o estabelecimento de certo e errado é o mais comum nas escolas. Sendo
assim, vemos também que a avaliação somativa é a mais empregada, e está de acordo com essa
concepção de ensino e de aprendizagem da língua materna.
No entanto, se pensarmos na ênfase que deve ser dada ao ensino e à aprendizagem da
leitura e da escrita, veremos a necessidade de mesclar os vários tipos de avaliação (diagnóstica,
formativa e somativa) para que possamos alcançar resultados satisfatórios ao desenvolvimento
dos alunos. Atualmente, temos claro que o processo de construção do conhecimento pelo aluno
ainda não se reflete na avaliação, se pensarmos apenas na avaliação somativa.
No momento em que se considera apenas o registro de nota, o resultado tido pelo aluno,
fragmenta-se o processo de avaliação e perde-se assim o sentido real do processo e da dinâmica
da aprendizagem, que é a construção do conhecimento, de forma colaborativa, entre professores
e alunos. Trazemos a seguir, algumas considerações de ALBERT(2007, p.13 a16), em que se
apresentam algumas reflexões importantes sobre a avaliação no ensino de língua portuguesa,
notadamente em relação à produção escrita:
“No Brasil, mesmo enfrentando resistências, impuseram-se mudanças nas práticas de
avaliação devido às aplicações de novas concepções e práticas de ensino propostas inclusive
pelos PCN. O texto dos PCN informa:
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A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua
sobre sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a
retomada de aspectos que devem ser revistos1.
As autoras defendem, assim, uma avaliação que denominam “ avaliação autêntica”, cuja
prioridade é melhorar o processo de ensino-aprendizagem que ocorre na interação de um
professor com seus alunos. (Condemarín & Medina, 2005, p. VII). Esse tipo de avaliação não
tem o objetivo de certificar; sua finalidade é informar e orientar pais e alunos.
Estamos diante de uma proposta de avaliação reguladora e interventora do processo de
aprendizagem que intenta compreendê-lo, melhorá-lo e retroalimentá-lo. Condemarín & Medina
(2005, p. VII) sustentam, ainda, que é preciso ver o ensino como um processo contínuo, em
espiral, de ação- observação - reflexão- nova ação.
Esses postulados vêm ao encontro de muitas inquietações diante do problema da avaliação,
principalmente quando preconizam a urgência de se alterar a forma de avaliar para se transformar
o conhecido quadro de insucessos do ensino e da aprendizagem de língua materna, sobretudo,
atualmente no Brasil, no que se refere ao desempenho dos alunos em leitura e escrita.
1 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa: 5a a 8a
série do Ensino Fundamental. Brasília, DF, v. 2.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Na proposta de avaliação autêntica defendida por Condemarín & Medina (2005), vale
ressaltar a ideia de interação ligada à avaliação, que vem somar-se à de regulação e intervenção
já destacada em Perrenoud (1999). Não se trata apenas de palavras, mas de uma mudança
de conduta, de uma nova postura educativa e de reais princípios norteadores: enquanto
na avaliação tradicional lidamos com dados e julgamentos (certificar, somar, sancionar), na
formativa, partimos para a ação (regular, intervir, interagir). Na primeira, há uma única pessoa
responsável - alguém que seleciona, adiciona e dá veredictos -, na segunda, há uma parceria,
uma interlocução prevista e necessária entre professor e alunos, pois, para regular e intervir, é
preciso interagir.
A dinâmica de compartilhar e dividir responsabilidades com os alunos também nessa etapa do
aprendizado é, a nosso ver, muito pouco vivenciada na sala de aula real, embora seja considerada
fator essencial para o ensino e a aprendizagem da escrita. A esse respeito, Condemarín & Medina
(2005) observam que compartilhar o processo de avaliação entre professores e alunos conduz o
aluno à melhor compreensão de suas competências e necessidades e o encoraja a assumir uma
atitude ativa frente a sua aprendizagem, responsabilizando-se por ela.
Aqui, retomamos Perrenoud (2002, p. 53), que caracteriza a avaliação formativa como
um componente de uma pedagogia diferenciada. O educador confere, pois, a esse tipo de
avaliação um caráter criativo, desvinculado de padronizações. Para ele, cada professor ou
equipe pedagógica pode exercer a avaliação formativa à sua maneira, procurando adaptá-la à
sua realidade e proposta específica, com a devida preocupação de não reinventar a roda nem
de se submeter a modelos criados por especialistas.”
A partir dessa orientação, percebemos que uma descrição da avaliação e da aprendizagem
nas escolas seria ideal para mostrar todos os acontecimentos em sala de aula. A descrição
poderia ser uma fonte de dados da realidade.
A necessidade de analisar a aprendizagem ajudaria o professor e os alunos a observarem o
que acontece ao longo do processo: no momento em que professor e os alunos têm espaço para
mostrar os acontecimentos como eles realmente ocorrem, a avaliação seria verdadeira, inclusive
discutida em conjunto.
Entretanto,o que se vê em muitas instituições, são pré-julgamentos que acabam sendo
obstáculos para as reais observações, não possibilitando as descrições na sua essência.
Um problema muito sério é que essa presunção não possibilita o aperfeiçoamento do processo
de ensino e de aprendizagem. A compreensão da avaliação, como sendo uma forma de trazer
vantagens para a aprendizagem do aluno, vem mostrando defasagem há muito tempo. Portanto,
é de extrema importância uma mudança da avaliação de resultados para uma avaliação de
processo, indicando a possibilidade de realizar-se na prática pela descrição e não pela prescrição
da aprendizagem, principalmente no que tange ao ensino a aprendizagem da leitura e da escrita.
Por último, vale lembrar que a escolha do modo de avaliar está diretamente ligado à concepção
de ensino e de aprendizagem. A seguir, apresentamos algumas abordagens educacionais que o
professor de língua portuguesa deve conhecer para poder fundamentar sua prática e escolher o
modelo de avaliação que considerar mais apropriado:
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Inatismo
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A ideia principal do inatismo é a de que o indivíduo traz consigo, desde o nascimento, as
estruturas cognitivas inatas. O processo de aprender se daria “de dentro para fora”, ou seja, nas
situações cotidianas ou escolares, o sujeito apresentaria os conhecimentos que já traz consigo
e desenvolveria novos conhecimentos a partir deles. Os principais representantes desse tipo de
abordagem são:
• - Noam Chomsky;
• - Jerry Fodor.
Behaviorista ou Tradicionalista
O ensino está centrado no professor. O aluno apenas executa, copia prescrições que lhe são
passadas pelo professor. A metodologia mais utilizada é a aula expositiva. O conhecimento
nesta abordagem é visto como acumulativo. São apresentados apenas os resultados aos alunos
para que eles os memorizem e acumulem.
Assim, a educação é tida como uma transmissão de conhecimentos. A escola deve
deixar claro que professor e aluno devem manter distanciamento. O Processo de ensino
e de aprendizagem envolve apenas situações de sala de aula, na qual os alunos serão
instruídos e ensinados pelo professor. O professor decide tudo. A avaliação tem por objetivo
a reprodução do conteúdo dado em sala de aula, com exatidão, e se restringe às notas
tiradas pelos alunos, por meio de provas, geralmente.
Deste modo, o indivíduo é como uma “tábula rasa” e o processo de aprender ocorre “de fora
para dentro”, ou seja, através de reforços do ambiente o sujeito aprende e se desenvolve. Os
principais teóricos são:
• John Watson
• Skinner
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Comportamentalista
O conhecimento é algo inovador, descoberto pelo aluno. No entanto, este conhecimento
novo para o aluno já existia no mundo exterior. Por isso, o conhecimento é o resultado direto
da experiência.
A educação está ligada à transmissão cultural. A escola é um ambiente que deverá ter o controle
conforme os comportamentos que pretende instalar. O Processo de ensino e de aprendizagem é
uma modificação permanente e tem uma tendência comportamental, resultantes de um método
ou prática reforçados.
Aos educandos cabe o controle do processo de aprendizagem e ao professor preparar o
sistema de ensino com o objetivo de aumentar o desempenho do aluno. As metodologias
utilizadas são a tecnologia educacional e as estratégias de ensino. A Metodologia consiste em
analisar se o aluno aprendeu e alcançou os objetivos previstos, pois esta abordagem acredita
que o aluno obtem progresso próprio.
Humanista
Nesta concepção, enfatiza-se a função do estudante como criador do conhecimento. Centra-se
no desenvolvimento da personalidade do aluno e na aptidão de agir como uma pessoa integrada.
O professor não transmite informações, somente desenvolve condições para que o estudante
aprenda. A educação está centrada no aluno. A educação busca desenvolver condições nas
quais o estudante torne-se uma pessoa com iniciativa, responsabilidade e autodeterminação.
A escola, neste caso, respeita o aluno em sua essência (como ele realmente é) e também cria
situações para que este se desenvolva e tenha autonomia. O ensino está ligado diretamente ao
caráter do professor. Ele tem o papel de facilitador da aprendizagem. Dessa perspectiva, não
podemos falar em uma única metodologia, e sim, que cada professor deve criar a sua maneira
de facilitar a aprendizagem. Na avaliação, o aluno deve desenvolver suas próprias formas de
controle de aprendizagem. Em resumo:
Essa abordagem defende a relevância da vida do ser humano e da natureza para que ocorra
efetivo aprendizado e desenvolvimento. Assim, a aprendizagem escolar deve voltar-se para o
interesse do aluno. Os principais teóricos são:
• Abraham Maslow
• Carl Rogers
Construtivista/Cognitivista
A característica dessa abordagem é a organização do conhecimento, que está ligado à tomada
de decisões. O conhecimento, dessa perspectiva, é produto da interação entre o sujeito e o
objeto, ou seja, consiste em uma construção contínua. A educação tem uma função relevante
ao desencadear situações que venham a ser desequilibradoras para o estudante.
A escola, de acordo com essa concepção, deve ensinar a criança a, observar. No processo de
ensino e de aprendizagem, busca-se priorizar as atividades do sujeito, incluindo-o na situação
social. O professor desenvolve situações nas quais se estabeleçam colaboração tanto moral
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como racional. Na metodologia, a atuação do sujeito é o centro do processo e o índice social
ou educativo, formando assim, uma condição de desenvolvimento. A avaliação do rendimento
será feita conforme a aproximação do aluno a uma regra qualitativa pretendida.
Assim, a ideia central do construtivismo é a de que o indivíduo tem algumas estruturas
cognitivas inatas, entretanto, elas só se desenvolvem na atuação do indivíduo sobre o objeto de
conhecimento. O processo de aprender ocorre, nas situações do dia a dia ou escolares, a partir
da construção de conhecimentos. O principal teórico é:
• Jean Piaget.
Sócio-Histórica
A ideia central desta teoria é a de que o indivíduo aprende na interação com o ambiente e
com os outros. O processo de aprender se dá pela mediação feita por um sujeito mais apto
ou pelo uso de um instrumento. Dessa perspectiva, o desenvolvimento cognitivo do aluno se
dá por meio da interação social, ou seja, de sua interação com outros indivíduos e com o
meio, pois essa interação possibilita a geração de novas experiências e a construção de novos
conhecimentos.
O professor deve, portanto, favorecer que o aluno construa seu conhecimento em grupo,
com participação ativa e a cooperação de todos os envolvidos.
Sua orientação deve possibilitar a criação de ambientes de participação, colaboração e
constantes desafios. O principal teórico é:
• Vygotsky.
Sóciocultural
Essa concepção fundamenta-se em Paulo Freire, destacando aspectos sócio-político-culturais,
tendo grande preocupação com a cultura popular. A construção e o desenvolvimento do
conhecimento estão ligados ao processo de conscientização. A educação dá ênfase à reflexão
sobre o ser humano e sua vivência, considerando o contexto em que está inserido.
A escola deve ser um lugar que oportunize crescimento mútuo, tanto ao professor como ao
aluno. Na questão o processo de ensino e de aprendizagem, procura-se ter uma relação na
qual professor e aluno aprendam juntos, construam conhecimento, reflitam sobre sua própria
experiência. A metodologia consiste em reflexão sobre sua experiência existencial.
Em Síntese
Para finalizar, pudemos perceber, nessa unidade, que para o processo de ensino e de aprendizagem
da Língua Portuguesa é necessário ter em mente que o sucesso do processo educativo depende
da organização da disciplina, do curso, e também da concepção pedagógica adotada. Por isso,
precisamos ter consciência de que a escolha do tipo de avaliação a ser adotada depende também
dessas dimensões que fazem parte do contexto escolar. Mas é muito importante que, seja qual for a
escolha, o professor deve estar ciente e consciente de seus objetivos e dos limites e possibilidades que
oferece o contexto em que atua.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Material Complementar
Vale lembrar sempre da importância de desenvolver seus estudos a partir das recomendações
do material complementar. Sua atitude proativa para os estudos possibilita uma boa aprendizagem
e sistematização dos conhecimentos construídos!
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Referências
BLOOM, B.S., HASTINGS, J.T., MADAUS, G.F. Evaluación del aprendizaje. Buenos Aires:
Troquel, 1975.
SANT’ANNA, I. M. Por que Avaliar? : como avaliar? : critérios e instrumentos / Ilza Martins
Sant’Anna. – Petrópolis, RJ : Vozes, 1995.
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Unidade: Processo Avaliativo e o Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa
Anotações
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