1) O documento discute o tema da inconstância das coisas do mundo na literatura brasileira inicial, sob influência do Barroco.
2) Os alunos devem escolher uma letra de música que trate deste tema e apresentá-la na próxima aula síncrona.
3) Dois sonetos são citados como exemplos literários que abordam a inconstância - um de Camões e outro de Gregório de Matos.
Descrição original:
Título original
A inconstancia das coisas do Mundo em Camões e G de Matos (2)
1) O documento discute o tema da inconstância das coisas do mundo na literatura brasileira inicial, sob influência do Barroco.
2) Os alunos devem escolher uma letra de música que trate deste tema e apresentá-la na próxima aula síncrona.
3) Dois sonetos são citados como exemplos literários que abordam a inconstância - um de Camões e outro de Gregório de Matos.
1) O documento discute o tema da inconstância das coisas do mundo na literatura brasileira inicial, sob influência do Barroco.
2) Os alunos devem escolher uma letra de música que trate deste tema e apresentá-la na próxima aula síncrona.
3) Dois sonetos são citados como exemplos literários que abordam a inconstância - um de Camões e outro de Gregório de Matos.
UERJ – Faculdade de Formação de Professores – FFP Cursos de Letras – ERE
– Lit. Brasileira I – 2021/1
1º. Tema: A inconstância do/no mundo
Proposta: Leiam e reflitam. No início da produção literária, sob o signo do Barroco, os temas ocidentais, principalmente os europeus atravessaram todas as artes. A poesia lírica camoniana, por exemplo, era lida e admirada pelos poetas que iniciavam sua participação na cena literária brasileira. A inconstância das coisas do mundo é um tema universal e permanece até hoje em nossa literatura, produções culturais, música, artes plásticas, jogos de adivinhação e de leitura do que entendemos como destino (o Tarô, por exemplo). Selecione uma letra de música, de qualquer época, que trate esse tema, com suas peculiaridades. Traga para a próxima aula síncrona (data a ser definida), assim poderemos trocar ideias, imagens e percepções sobre a inconstância das coisas do mundo.
a) Soneto de Luís de Camões
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
a) Soneto de Gregório de Matos
Nasce o Sol e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,
Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se a tristeza,
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza. A firmeza somente na inconstância.
b) A Roda da Fortuna, do Tarô mitológico
Texto de apoio – Trecho de “Ecos
do Barroco”, Capítulo de Alfredo Bosi, in: História concisa da literatura brasileira:
“Imagens e sons se mutuavam de vário
modo sem que pudesse determinar com rigor o peso do idêntico, do ipse idem. A paisagem e os objetos afetam-no pela multiplicidade dos seus aspectos mais aparentes, logo cambiantes, com os quais a imaginação estética vai compondo a obra em função de analogias sensoriais. O orvalho e a pele clara podem valer pelo cristal; o sangue pelo cravo ou pelo rubi; o espelho pela água pura e pelo metal polido. No mundo dos afetos, a "semelhança" envolve os contrastes, de modo a camuflar toda percepção nítida das diferenças objetivas: “Incêndio em mares d'água disfarçado, Rio de neve em fogo convertido” (Gregório de Matos)