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RESUMO

Salvem as línguas que estão morrendo


Por W. Wayt Gibbs

O texto Salvem as línguas que estão morrendo, de W. Wayt Gibbs, trata da extinção de línguas nativas, a partir do
trabalho do linguista Michael Krauss, professor de línguas da Universidade de Alaska-Fairbanks. Ele defendeu a
necessidade de um esforço mundial de cientistas e líderes comunitários a fim de interromper o declínio das
línguas locais, porque a diversidade linguística seria fortemente afetada.
Em seguida, o texto tratou da importância da preservação de línguas raras para a linguística.
Trouxe ainda a fala de uma especialista em línguas asiáticas raras para reforçar o valor das línguas.
Por fim, informou os leitores sobre outras ações que estão sendo tomadas para chamar a atenção para a conexão
entre a diversidade linguística e a biodiversidade, inclusive na UNESCO.
Scientific American - Brasil (3):81-82

ORIGINAL

Salvem as línguas que estão morrendo


Por W. Wayt Gibbs

Há dez anos, Michael Krauss assustou o campo da linguística com sua previsão que metade das 6 mil línguas
faladas no mundo deixaria de existir em um século. Krauss, professor de línguas da Universidade de Alaska-
Fairbanks, fundou o Centro de Línguas Nativas do Alasca na tentativa de preservar ao máximo as 20 línguas que
ainda são conhecidas pelos índios da região. Só duas dessas línguas estavam sendo ensinadas às crianças. Várias
outras existiam somente na memória de alguns velhos que as falavam. A situação do Alasca representa uma
tendência global, observou Kraus na revista da Sociedade Linguística da América. A menos que os cientistas e
líderes comunitários façam um esforço a nível mundial no sentido de sustar o declínio das línguas locais, advertiu
ele, provavelmente nove décimos de diversidade linguística está fadada a se extinguir.
(...)

Os especialistas do ramo lamentam a perda de línguas raras por diversas razões. Em primeiro lugar, há o interesse
próprio da ciência: algumas das questões mais básicas da linguística estão relacionadas com os limites da fala
humana, que estão longe de terem sido inteiramente explorados. Alguns pesquisadores gostariam de saber quais
elementos estruturais da gramática e do vocabulário – se é que existem – são realmente universais e, por isso,
provavelmente resultantes de características do cérebro humano. Outros tentam construir modelos de migra-
ções antigas, fazendo um levantamento de palavras emprestadas, que aparecem em línguas sem qualquer ligação
entre si. Em ambos os casos, quanto maior a quantidade de línguas estudadas, tanto maior a probabilidade de se
obter as respostas certas.
“Acho que o valor das línguas é basicamente humano”, diz James Matisoff, um especialista em línguas asiáticas
raras da Universidade da Califórnia em Berkeley. “A língua é o elemento mais importante da cultura de uma
comunidade. Quando ela morre, você perde o saber específico daquela cultura e uma visão do mundo única.”

Em 1996, a linguista Luisa Maffi ajudou a organizar um grupo chamado Terralingua com a finalidade de chamar a
atenção para a conexão entre a diversidade linguística e a biodiversidade, que parece extremamente concentrada
em muitos dos mesmos países. Outro grupo internacional redigiu uma ambiciosa “declaração universal dos
direitos linguísticos.” O texto foi apresentado à UNESCO em 1996, mas esta instituição ainda não tomou nenhuma
medida a respeito.
(...)

Scientific American - Brasil (3):81-82

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