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Cruz Alta
2016
"O povo que não conhece sua história está
condenado a repeti-la."
(George Santayana)
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1 INTROUDUÇÃO..........................................................................................................5
2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................7
3 CONCLUSÃO.............................................................................................................13
REFERÊNCIAS …........................................................................................................14
1 INTRODUÇÃO
O Furriel Luiz Antônio de Vargas era de Porto Alegre e estava no Rio de Janeiro
quando o governo, apelando para os brasileiros, publicou o decreto criando os Corpos
de Voluntários da Pátria. Luiz de Vargas foi dos primeiros a se alistar no 1º Batalhão, e
com ele veio para o Sul.
Desde cedo, revelou tendência para o serviço militar, sendo promovido por
merecimento a furriel. Quando seu batalhão enfrentou as tropas paraguaias, na cidade de
São Borja, na atual Rua São João, fazia parte da guarda da bandeira. O símbolo máximo
do país acabou roubado por um militar do Paraguai. Este, porém, logo foi atacado pelo
Furriel, que lhe cravou uma baioneta no peio e recuperou a bandeira. Luiz de Vargas,
com o esforço feito ao dar o golpe no inimigo, teve partida uma das veias da perna
direita. Esse incidente o impossibilitou para o serviço militar e para os trabalhos
pesados, inclusive o de sua profissão, de maquinista. Foi excluído com baixa por
incapacidade física e se recolheu à sua terra natal. Ali viveu ainda alguns anos de forma
paupérrima, ostentando a Condecoração do Cruzeiro como única recompensa. O Barão
Homem de Melo, quando presidente da Província do Rio Grande do Sul, em 1867, o
empregou no Arsenal de Guerra de Porto Alegre.
Antônio João Ribeiro assentou praça no ano de 1841. Fruto de sua capacidade de
profissional e liderança, foi promovido à graduação de cabo e, posteriormente à de
sargento. Em 1860, foi nomeado comandante da Colônia Militar de Dourados que,
àquele tempo, pertencia à Província de Mato Grosso.
Antônio João Ribeiro escreveu seu nome na História, digno de ser lembrado e
conhecido quando ocorreu a invasão paraguaia ao Brasil, em dezembro de 1864. O
efetivo da guarnição de Dourados contava com quinze homens, Mesmo em clara
inferioridade numérica, Antônio João e seus soldados resistiram bravamente contra o
invasor.
"Sei que morro, mas meu sangue e dos meus companheiros servirá de protesto
solene contra a invasão do solo de minha Pátria"
Deu-se com este artilheiro uma situação difícil de resolver: carregava-se pela
centésima vez a peça, quando o Sargento Prego, chefe da boca de fogo, colocou o
polegar sobre o ouvido da peça, enquanto a granada corria rápida pela alma do canhão.
Entra o cartucho, ao mesmo tempo em que uma granada inimiga vem em contínuo
ricochete sem parar, chiando, inflamada, a seus pés, entre suas pernas.
Afrouxar o dedo que tapava o ouvido da La-Hitte significaria matar seus
companheiros e a si, e perder o canhão que se faria em pedaço devido ao aquecimento
dos metais. Permanecer firme seria morrer inevitavelmente com a explosão da granada
que ardia a seus pés.
O Sargento Prego sorriu, calcou o polegar com mais força e esperou, cravando
tranquilamente a vista na bola de ferro que o devia levar espedaçado aos ares. De fato,
ocorreu a explosão da bomba inimiga.
Por trás de cada militar citado neste estudo, procuramos destacar seus
sentimentos, motivações, dores e todos os demais aspectos de forma a valorizarmos a
humanidade presente neles.
ALVES, Paulo Sérgio Felipe (Org.). Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento
nos dias atuais. Cruz Alta: Fundação Trompowsky, 2015.