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Cel Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.

)
Cap Edson Luiz Nadalin (Org.)

Das origens do sargento


ao seu aperfeiçoamento
nos dias atuais
Das Origens do Sargento ao seu
Aperfeiçoamento nos dia atuais
Cel Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.)
Cap Edson Luiz Nadalin (Org.)
1º Edição: 2015
Tiragem: 1.000 Exemplares
Revisão: Cel Paulo Sérgio Felipe Alves
Cap Fabio Roberto Santos Alcântara
Cap Edson Luiz Nadalin
Ten Airton Zenkner Petersen
SC Gislaine Nunes dos Santos
Projeto Gráfico e Diagramação: Diego Eduardo Dill
Capa: Diego Eduardo Dill
Impressão e Acabamento: Fundação Trompowsky/ Editora
Distribuição: Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA)
Avenida Benjamin Constant, 1217 - Centro
CEP 98025-110 - Cruz Alta, RS.
Telefone: (55) 3322-7655/Fax: (55) 3322-7007

Das Origens do Sargento ao seu


http://www.easa.ensino.eb.br
e-mail: comsocial@easa.eb.mil.br

Edson Luiz Nadalin Aperfeiçoamento nos dia atuais

A474d Alves, Paulo Sérgio Felipe (Org.)


Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos
dias atuais /
Paulo Sérgio Felipe Alves (Org.), Edson Luiz Nadalin
(Org.). - Cruz
Alta: Fundação Trompowsky, 2015.
110 p.: il.
ISBN
1. Ciências Militares. 2. Escola Militar. 3. Sargento. 4. Aper-
feiçoamento
I. Nadalin, Edson Luiz. II. Título.
CDD Cruz Alta - RS
– 355 2014
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO...............................................................................................7
PREFÁCIO........................................................................................................11

1 ORIGENS DO SARGENTO
Felipe Pereira Barbosa Cap..................................................................................13
1.1 ANTECEDENTES......................................................................................13
1.2 ANTÔNIO DIAS CARDOSO.....................................................................14
1.3 RAFAEL PINTO BANDEIRA........................;.............................................15
1.4 ANTÔNIO JOÃO RIBEIRO.......................................................................16
1.5 MAX WOLFF FILHO..................................................................................17

2 A EVOLUÇÃO DA FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS SAR-


GENTOS NO EXÉRCITO BRASILEIRO: ANTECEDENTES DA LEI DO
ENSINO
Airton Zenkner PetersenTen.................................................................................19

3 O CURSO REGIONAL DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS


(CRAS)
Edilson Luís Zamberlan Cap...............................................................................23

4 CIAS-Sul
Edson Luiz Nadalin Cap
Evandro Rodrigues dos Santos Ten
Gislaine Nunes dos Santos Sc .................................................................................27
4.1 CRIAÇÃO....................................................................................................27
4.2 CENTRALIZAÇÃO.....................................................................................27
4.3 CIAS.............................................................................................................28
4.4 INÍCIO DAS ATIVIDADES.........................................................................30

5 OS PIONEIROS
Edson Luiz Nadalin Cap
Gislaine Nunes dos Santos Sc ................................................................................33
5.1 ATURMA PIONEIRA...................................................................................37
5.2 PRÊMIO APLICAÇÃO................................................................................40
5.3 DIPLOMA DE ESCOL.................................................................................41
5.4 PRÊMIOS DIVERSOS.................................................................................43
6 ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS
(EASA) 9 PROPOSTA PEDAGÓGICA DA ESCOLA DE APERFEIÇOMENTO DE
Fabio Roberto Santos Alcântara Cap SARGENTOS DAS ARMAS NO CONTEXTO DO ENSINO MILITAR
Elisete Batista MedeirosTen ...................................................................................45 Karine de Oliveira Lunardi Ten
6.1 MISSÃO........................................................................................................45 Rose Aparecida Colognese Rech Sc.........................................................................73
6.2 VISÃO..........................................................................................................46 9.1 UMA RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS BASES PEDAGÓGICAS DA
6.3 VALORES.....................................................................................................46 EASA.............................................................................................................73
6.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO...........................................................46 9.2 A MODERNIZAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO: O APRENDER
6.5 TRAJETÓRIA NA GESTÃO E RESULTADO ALCANÇADOS...............47 A APRENDER NA EASA....................................................................................74
6.6 REGIME ESCOLAR....................................................................................51 9.3 A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO E ASPERSPECTIVAS
6.7 FASE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)...........................................52 EDUCACIONAIS DA EASA NA ATUALIDADE...........................................76
6.8 FASE DE EDUCAÇÃO PRESENCIAL........................................................52 9.4 AVALIAÇÃO NA EASA: SUAS PECULARIDADES E
6.9 AUDITÓRIO E INSTALACÕES DE APOIO AO ENSINO.........................53 CARACTERÍSTICAS........................................................................................79
6.10 SARGENTOS ALUNOS DE NAÇÕES AMIGAS.....................................53 9.5 PERSPECTIVAS E DESAFIOS......................................................................81

7 CORPO DE ALUNOS DA EASA 10 A EASA NA ERA DO CONHECIMENTO


Luis Carlos Silveira Lemes Sgt...............................................................................55 Francisco José Prates Alegretti Ten
7.1 HISTÓRICO...........….................................................................................55 Jonas Ertel CostaTen.............................................................................................83
7.2 O CORPO DE ALUNOS HOJE..................................................................57 10.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE INSTRUÇÃO..........................................83
7.3 PERFIL DO SARGENTO ALUNO..............................................................59 10.2 A TECNOLOGIA NO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGEN-
7.3.1 Faixa Etária..................................................................................................60 TOS.............................................................................................................85
7.3.2 Escolaridade................................................................................................60 10.3 ENSINO A DISTÂNCIA: 1ª FASE DO CAS...............................................86
7.3.3 Estado civil..................................................................................................60 10.4 RESPLANDECE DO HORIZONTE..........................................................88
7.3.4 Região de Origem.........................................................................................61
7.3.5 Comportamento.........................................................................................61 11 GALERIA DE FOTOS
7.3.6 Religião.......................................................................................................61 Marcel Roberto de Lima Hammarstron Sgt........................................................89
7.3.7 Habilitação em Idiomas................................................................................62 11.1 GALERIA EX-COMANDANTE................................................................89
7.3.8 Opção de Instalação.....................................................................................62 11.2 GALERIA EX-COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS.................91
7.4 MILITARES DE NAÇÕES AMIGAS.............................................................62 11.3 GALERIA DE FOTOS DA ESCOLA..........................................................93
7.5 ATRIBUIÇÃO DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS.............63
7.6 ATRIBUIÇÃO DOS COORDENADORES DETURMA..............................63 12 HISTÓRICO DE CRUZ ALTA
Felipe Pereira Barbosa Cap.....................................................................................99
8 A DIVISÃO DE ENSINO
George Pereira Santa Rosa Maj REFERÊNCIAS...............................................................................................101
Edilson Luís Zamberlan Cap ..............................................................................65
8.1 ADEQUAÇÃO DO ENSINO NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO
EB.................................................................................................................................... 66
8.2 A EVOLUÇÃO NO PROJETO INTERDISCIPLINAR NA EASA.................68
8.3 CLUBE DE IDIOMAS...................................................................................69
8.4 ENSINO POR COMPETÊNCIA EM 2016....................................................70
Apresentação
No momento em que a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, ‘A
Casa do Adjunto’, comemora o 22º ano de sua criação, como seu atual comandante
cabe-me assinalar o grande feito que foi alcançado.
A criação do Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando
Militar do Sul – CIAS-SUL, em 1992, e as suas atividades iniciadas em 1993, em
Cruz Alta – RS, foi uma iniciativa arrojada de ‘pioneiros’, na busca de melhores con-
dições para atingir uma adequada valorização profissional na carreira do Sargento
do Exército Brasileiro.
Atualmente, a EASA conduz a 1ª Fase do Curso de Aperfeiçoamento de Sar-
gentos (CAS), com duração de 30 semanas, para todos os sargentos do Exército
Brasileiro, tanto da área combatente, bem como da área de logística, por intermédio
da Seção de Ensino à Distância da EASA, tornando-se uma referência nesta moda-
lidade de educação na instituição.
No momento, a Força Terrestre passa por seu Processo de Transformação. Neste
sentido, a EASA cumprindo o previsto nas diretrizes do Comandante do Exército,
do Chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército e do Diretor de
Educação Técnica Militar, aperfeiçoa, anualmente, 3 Turnos de CAS, com duração
de 11 semanas cada turno presencial, dividido em 2 Subfases, sendo elas: Orga-
nização e Emprego das Armas (OEA) e Administração (Adm), por intermédio de
processos modernos de educação, como o uso das tecnologias móveis na educação
presencial, bem como a introdução de novos métodos de aprendizagem, como o en-
sino por competência, dentre outros aspectos, tendo como instruendos os Sargentos
das Armas de todos os Comandos Militares de Áreas e Sargentos de Nações Amigas.
Desta forma, cabe destacar que a intenção deste livro, no contexto da progra-
mação das atividades em comemoração aos 22 anos da EASA é resgatar um pouco
da história do Curso de Formação de Sargentos do Exército Brasileiro, o seu Aper-
feiçoamento, o momento atual do CAS na ‘Casa do Adjunto’ e uma homenagem à
cidade de Cruz Alta/RS, cuja à história é rica em fatos e personagens ilustres, além

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da forma acolhedora e da hospitalidade com que este Estabelecimento de Ensino e sargentos da EASA, permitindo que o Comandante do Corpo de Alunos ocupe
conta nesta cidade desde o início das suas atividades. seu espaço como membro do Estado-Maior da Escola e desenvolva um trabalho
Parabéns, EASA! Parabéns a vocês, homens e mulheres que fizeram essa história. direcionado aos sargentos alunos, juntamente com os Coordenadores de Turma; e o
Pátria! Brasil! trabalho disciplinado e abnegado dos militares que compõem o Corpo de Alunos,
bem como daqueles que nos antecederam nesta missão.
PAULO SÉRGIO FELIPE ALVES – Cel Cav – Cmt da EASA. Por fim, entendo que, hoje, o grande desafio da Instituição é envolver e motivar
seus recursos humanos para atuarem como líderes eficazes e comprometidos em
prol do cumprimento da missão constitucional da força terrestre, a defesa da Pátria.
Diante disso, asseguro-lhes que o Corpo de Alunos da EASA tem feito a diferença
Desempenhando a função de Comandante do Corpo de Alunos da Escola de
na carreira daqueles sargentos que passaram por estes bancos escolares, algo que o
Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas, ‘A Casa do Adjunto’, sinto-me honrado
caro leitor poderá observar nas páginas deste livro comemorativo.
em participar desse momento histórico para os sargentos do Exército Brasileiro, a
Parabéns, EASA!
ocasião em que se comemora o 22º aniversário de criação da EASA.
A Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas é um Estabelecimento de
LUIS CARLOS SILVEIRA LEMES – 1º Sgt – Cmt C Alu da EASA.
Ensino que desde suas raízes possui um perfil inovador e focado na gestão de quali-
dade. Aqui na ‘Casa do Adjunto’ tive a oportunidade de realizar meu curso de aper-
feiçoamento de sargentos da Arma de Comunicações, no ano de 2004. Hoje, após
10 anos daquele evento, tenho a grata satisfação e a oportunidade de contribuir no
aperfeiçoamento de meus companheiros mais novos, transmitindo-lhes experiências
vividas ao longo da carreira militar e inspirando-os a assumirem com entusiasmo,
responsabilidades cada vez maiores. Julgo esses atributos fundamentais para o desen-
volvimento da liderança dos subtenentes e sargentos.
O desafio proposto aos subtenentes sargentos da EASA é grande, Liderar pelo
Exemplo e pela Ação de Comando. Acredito que para termos um Exército Brasi-
leiro moderno e forte, é necessário que os subtenentes e sargentos estejam cada vez
mais motivados e capacitados. Nesse contexto, a estrutura do Corpo de Alunos da
EASA, criada a partir do início do ano de 1999, tem permitido a todos aqueles que
aqui labutam, a oportunidade de demonstrarem o potencial atual dos sargentos do
Exército Brasileiro na prática, quer seja como Comandante do Corpo de Alunos,
Coordenador de Turma ou membro da equipe de apoio.
Ao longo dos últimos dez turnos do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos
das Armas, com quais tive o privilégio de trabalhar e interagir, pude verificar que o
sucesso da missão é o resultado de vários fatores, dentre os quais ressalto: o apoio e a
compreensão do escalão superior para o desenvolvimento de um projeto inovador e
ousado, com vistas à valorização profissional dos subtenentes e sargentos do Exército
Brasileiro; a visão moderna, a experiência e a orientação precisa dos oficiais desig-
nados para comandar esta Escola; a cumplicidade e o profissionalismo dos oficiais

8 9
Prefácio
Em 1991 a então 16ª Bda Inf Mtz, com sede em Santo Ângelo, no Rio Grande do
Sul, teve sua sede transferida para Tefé, no estado do Amazonas. Entre suas Organi-
zações Militares orgânicas, o 17º Batalhão de Infantaria, então aquartelado em Cruz
Alta, foi transformado em OM de Selva e seguiu para aquela mesma guarnição.
A disponibilidade das antigas instalações daquele Batalhão inspirou o Coman-
dante (Cmt) da 3ª Divisão de Exército (DE) à época, General de Divisão José SAM-
PAIO MAIA, a propor a criação de um centro de instrução que reunisse os Cursos
de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) das Armas de Infantaria, Cavalaria, Arti-
lharia e Engenharia em um mesmo estabelecimento de ensino.
Aqueles cursos funcionavam de forma descentralizada, dispersos em OM de tropa
ao longo do território nacional, sob a coordenação técnico-escolar da Escola de Sar-
gentos das Armas. Reuni-los significava submeter o processo ensino-aprendizagem à
imprescindível uniformidade doutrinaria e pedagógica e, mais importante, permitir
o saudável convívio entre sargentos integrantes das diferentes Armas e explorar a
integração das mesmas em exercícios e nas salas de aula.
A medida, ao resgatar antiga dívida do EB para com seus graduados, constituía-se
em enorme passo na direção da tão desejada valorização de suas carreiras.
Nascia, assim, o Centro de Instrução de Aperfeiçoamento de Sargentos Sul, o
CIAS-Sul, uma vez que o projeto inicial previa a criação de outros CIAS nos demais
Comandos Militares de Área.
Vistos em conjunto e analisadas suas realidades pessoais e profissionais, revelou-se
de forma eloquente o quanto, por suas próprias iniciativas, nossos sargentos haviam
progredido culturalmente no plano pessoal. Já em 1994, 42% de nossos alunos
eram universitários!
Criado por Portaria Ministerial de 10 de agosto de 1992, o CIAS-Sul foi ativado
a 1º de janeiro do ano seguinte e definitivamente constituído com a posse de seu
primeiro comandante um mês depois, em 1º de fevereiro, data que, por esta razão,
viria a ser escolhida pelo Centro de Documentação do Exército para assinalar a
criação daquele EE.
O efetivo do CIAS naquele primeiro momento era, majoritariamente, constituí-
do pelos oficias e praças do 17º BISl que optaram por não seguir para Tefé, mais uns
poucos cavalarianos, artilheiros e engenheiros para mobiliar os cursos.
Conviveram no aquartelamento do velho Batalhão Curupaiti, de janeiro a maio
de 1993, duas equipes de pioneiros: a valorosa equipe de 52 militares que, sob o
comando do Coronel de Infantaria Paulo Ricardo Rocha PAIVA, seguiriam para a
10 11
Amazônia, e os que se dedicavam a tornar realidade a decisão tomada pelo General
de Exército Zenildo de Lucena, àquela altura Ministro do Exército, de criar o CIAS-
Sul.
O primeiro curso iniciaria em 12 de julho de 1993, para as Armas de Cavalaria
e Artilharia. A Aula Inaugural aconteceu no dia 10 de julho, ministrou-a o Cmt do
Capítulo 1
CMS, General de Exército DÉLIO de Assis Monteiro. As origens do sargento
Dispunha-se, pois, de apenas 5 meses para preparar salas de aula, alojamentos
confortáveis e banheiros e refeitório condizentes, além de acomodar a administração
do Corpo de Alunos e dos cursos e a Divisão de Ensino.
Eram condições inegavelmente adversas. Pessoal inexperiente e reduzido, incerte- Felipe Pereira Barbosa – Cap
zas orçamentárias, falta de referência para analogia, carência de material e de viatu-
ras, indefinições quanto à estrutura e prazo reduzido. 1.1 ANTECEDENTES
A tudo aqueles pioneiros enfrentaram com determinação, vencendo inexperiên-
cia, definindo caminhos e criando, desde o primeiro momento, o espírito ousado
que virou uma das marcas da hoje EASA. A palavra sargento tem origem no latim e data da época do Império Roma-
O primeiro turno a funcionar no CIAS-Sul reuniu, no frio inverno cruz-altense, no. Naquele momento histórico, representava a pessoa que servia ou auxiliava, no
sargentos oriundos de todas as regiões do Brasil. Muitos chegavam ao sul do país campo ou nas armas, sendo escudeiro ou servindo a nobres. Era conhecido como
pela primeira vez e jamais haviam experimentado um clima tão áspero. “servientes”, ou seja, aquele que serve.
O CIAS-Sul, no entanto, mercê do espírito de missão de seus integrantes, foi Na Idade Média, encontravam-se inseridos nas diversas ordens de cavalaria. Po-
capaz de receber, alojar, alimentar e prover agasalhos adequados a todos os alunos. rém, por não possuírem uma ascendência nobre, diferenciavam-se dos cavaleiros,
A missão fora cumprida. combatendo com armas típicas de infantaria. Os sargentos também administravam
Em 1994 funcionaram dois turnos, no primeiro a Infantaria juntou-se à Cava- as fortalezas das ordens. Na Ordem do Templo, por exemplo, o Irmão Sargento de
laria e à Artilharia, no segundo chegou a Engenharia. O ano foi dedicado aos dois Mosteiro estava hierarquicamente acima do Irmão Sargento, usando a túnica branca
turnos, espaçados de apenas 30 dias e a, simultaneamente, planejar o novo CAS a dos cavaleiros, enquanto o segundo usava a túnica marrom.
ser realizado em duas partes, à distância e presencial, e a preparar o Centro para mais Em Portugal, desde o início das tropas regulares de linha, havia o sargento-mor.
esse desafio que seria implantado já no ano seguinte. Na estrutura militar, os nobres eram designados tenentes-coronéis, mestres-de-cam-
O ano de 1995, desta forma, transcorreu com o funcionamento do CAS para as po ou generais. Os sargentos-mores entravam como soldado e ganhavam essa pa-
quatro Armas, realizado em duas partes e em três turnos sucessivos. tente após se destacarem. Assim, gozavam de prestígio tanto com os comandantes,
Assim tem sido desde então, exceto pela chegada das Comunicações em 2004. quanto com os soldados, sendo efetivamente o elo fundamental entre o comando
Este breve relato dos três primeiros anos de formação do CIAS, conta a história e a tropa. Tal era seu prestígio que, durante as batalhas, eram eles que efetivamente
do nascimento daquele EE. A consolidação se deu nos anos subsequentes, conduzi- comandavam as manobras.
da por companheiros tão ou mais capacitados que aqueles pioneiros. O sargento-mor era responsável também pela preparação militar dos homens
O CIAS-Sul se fez EASA, cresceu tanto e granjeou tamanho prestígio e confiança em geral e hierarquicamente ficava entre os oficiais maiores (tenente-coronel) e os
que inibiu a criação dos seus congêneres prevista no início do projeto. oficiais subalternos (alferes e capitão). Tal situação pode ser verificada no desempe-
Nesses 22 anos, a Escola floresceu, atingiu a maturidade, projetou-se internacio- nho do sargento-mor Antônio Dias Cardoso, durante a Insurreição Pernambucana.
nalmente, gerou conhecimento, criou novas práticas, fundou tradições. Durante a gestão do Marquês de Pombal, houve um aperfeiçoamento das estru-
Ao lançar o olhar para esse passado, fica evidente o êxito resultante do esforço turas militares. Coube ao Conde de Lippe, nobre alemão contratado pelo exército
de todas as equipes que se sucederam na condução da EASA. Vendo-a hoje, é fácil português, efetivar estas transformações. Nesse contexto o sargento passou à condi-
prever que seu futuro será ainda mais exitoso. ção de praça de pré, ficando os oficiais subalternos responsáveis pelo comando das
companhias.
General-de-Exército SÉR GIO WESTPHALEN ETCHEGOYEN - Lippe criou ainda a Real Academia Militar. Para frequentar esta instituição de
Chefe do Departamento Geral do Pessoal ensino, a praça deveria ser sargento, sendo declarado alferes após a conclusão. O

12 13
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 1 - As origens do sargento

Brasil, como colônia de Portugal, herdou as estruturas militares lusitanas. Nordeste. Suas emboscadas vieram da observação da arte da guerra dos indígenas,
A história do Exército Brasileiro (EB) conta com um grande número de célebres em oposição às formações pouco flexíveis dos exércitos europeus.
sargentos, que se esforçaram na conquista, manutenção e defesa da pátria e de suas A ele coube também a instrução militar dos patriotas recrutados em um percur-
instituições. so sigiloso entre Pernambuco e Bahia. O mestre da guerra irregular também esteve
Todos esses sargentos representaram muito bem a ideia de que o sargento deve nas batalhas de Casa Forte, Monte das Tabocas e nas duas batalhas de Guararapes.
ser o elo entre o comando e a tropa, na qual repousa a eficiência, a eficácia e a ope- Este exército de patriotas, formado por Antônio Dias Cardoso, representou a gê-
racionalidade de um exército. nese do exército brasileiro, sendo Dias Cardoso reconhecido como seu organizador
Dentre os principais exemplos de sargentos do nosso exército destacam-se Antô- e primeiro comandante.
nio Dias Cardoso, Rafael Pinto Bandeira, Antônio João Ribeiro e Max Wolf Filho. Devido a seu vasto legado de guerra irregular, emboscada e técnicas de guerrilha,
foi homenageado como o patrono das Forças Especiais do Brasil. Seu nome se en-
1.2 ANTÔNIO DIAS CARDOSO contra ainda no Livro de Heróis da Pátria, guardado no Panteão da Pátria na Praça
dos Três Poderes em Brasília-DF.
Antônio Dias Cardoso, o conhecido “mestre das emboscadas”, foi um dos líderes
da Insurreição Pernambucana, movimento militar que expulsou os holandeses do 1.3 RAFAEL PINTO BANDEIRA

O Sargento-Mor Rafael Pinto Bandeira foi um dos maiores heróis do Brasil e do


Rio Grande do Sul. Ele foi responsável pela defesa do território brasileiro frente aos

Figura 1 – Antônio Dias Cardoso.


Figura 2 – Rafael Pinto Bandeira.

14 15
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 1 - As origens do sargento

espanhóis. Esse sargento-mor assentou praça aos quatorze anos na única Unidade guaio invasor.
Militar no Rio Grande do Sul à época: o Regimento de Dragões do Rio Pardo. O senso de civismo fez com que o comandante evacuasse os civis antes dos em-
Pinto Bandeira cavalgou com sua tropa por todo o Rio Grande do Sul, tornan- bates. O dever para com a nação brasileira culminou com a morte deste valoroso
do-se uma lenda para seus contemporâneos. militar. Ficou célebre a mensagem de Antônio João:
Foi o principal líder da resistência lusobrasileira às invasões castelhanas ao terri- ‘Sei que morro, mas meu sangue e dos meus companheiros servirá de protesto
tório riograndense. Dentre suas principais ações militares, destacam-se a tomada do solene contra a invasão do solo de minha Pátria’.
Forte de São Martinho, na região dos Sete Povos das Missões; a defesa da praça de Uma estátua alusiva a esse ato heroico foi erguida na Praia Vermelha, na cidade
Rio Pardo; e o cerco ao Forte de Santa Tecla, na atual Bagé. do Rio de Janeiro, com o intuito de eternizar aquele momento. Antônio João foi,
A partir de 1784, tornou-se governador militar do Rio Grande do Sul. Rafael ainda, homenageado pelo Quadro Auxiliar de Oficiais, ao ser eleito seu Patrono.
Pinto Bandeira passou para a história pela sua capacidade de liderança e empatia
com a tropa. 1.5 MAX WOLFF FILHO

1.4 ANTÔNIO JOÃO RIBEIRO O sargento Max Wolff Filho foi um militar brasileiro integrante da Força Ex-

Antônio João Ribeiro sentou praça em 1841, promovido depois à graduação de

Figura 4 – Max Wolff Filho.


Figura 3 – Antônio João Ribeiro.
pedicionária Brasileira (FEB), durante a campanha da Itália, na Segunda Guerra
Mundial.
cabo e sargento. Em 1860 foi nomeado comandante da Colônia Militar de Doura- Natural do Paraná, seu pai era um imigrante austríaco e sua mãe, paranaense.
dos, na então Província de Mato Grosso. Iniciou a carreira militar no 15º Batalhão de Caçadores, no aquartelamento do atual
A célebre passagem de Antônio João deu-se no contexto da invasão paraguaia 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba. Esse quartel leva seu nome como
ao Brasil, no ano de 1864. Naquela época, a Colônia Militar de Dourados possuía denominação histórica.
um efetivo de quinze homens. Apesar da imensa desvantagem numérica, a tropa de Com a mudança para o Rio de Janeiro, ingressou na Polícia Militar, quando, em
Antônio João resistiu bravamente até sucumbir frente ao numeroso exército para- 1944, entrou como voluntário na recém-criada FEB. Após seu alistamento, passou

16 17
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais

a ser integrante do 11º Regimento de Infantaria, sediado em São João del Rei - MG.
Destacou-se na guerra por sua intrepidez, abnegação e liderança, especialmente
nas diversas patrulhas que comandou ao longo do conflito. Os correspondentes de
Capítulo 2
guerra destacaram suas ações de combate, tanto na imprensa nacional, quanto na A evolução da formação e aperfeiçoamento dos
estrangeira.
Em sua última missão, voluntariou-se para comandar uma patrulha de reconhe- sargentos no Exército Brasileiro: antecedentes
cimento. Partiu junto com dezenove companheiros, todos indicados por bravura da Lei do Ensino
por entrarem em uma região que era conhecida como ‘terra de ninguém’. Atingido
por uma rajada de metralhadora no peito, veio a falecer. O corpo do sargento Max
Wolff só foi encontrado passados alguns dias dessa ação. Airton Zenkner Petersen – Ten
Como forma de reconhecimento, foi agraciado ‘post-mortem’ com as seguintes
medalhas: Cruz de Combate e Campanha de Sangue, pela República Federativa do
Brasil; e a Bronze Star Medal, pelo exército dos Estados Unidos da América.
No Brasil, a Escola de Sargento das Armas recebeu a denominação histórica de Para Rodrigues (2013), até o fim do Império e início do período republicano,
Escola Sargento Max Wolff Filho, como forma de transformar seu exemplo em farol os cabos se ligavam sobremaneira aos sargentos, sendo estes uma continuação não
aos futuros sargentos do Exército Brasileiro. estanque daqueles. Ambas as figurações, inclusive a dos anspeçadas, extinta na dé-
Ainda como forma de reconhecimento do seu valor, foi criada a medalha Sar- cada de 1930, eram chamadas de oficiais inferiores, ou, simplesmente, inferiores .
gento Max Wolff Filho, concedida aos subtenentes e sargentos que tenham se desta- O principal curso a ser feito pelo soldado, que dava direito à promoção a cabo e
cado no desempenho profissional e evidenciado o perfil do célebre sargento morto sargento, era o Curso de Formação de Graduados (CFG).
nos campos de batalha italianos. Até 1890, os sargentos eram formados nos próprios corpos de tropa, vindo a,
Max Wolff foi sepultado no cemitério militar da FEB, na cidade italiana de Pis- posteriormente, se especializar em duas escolas distintas: a Escola Geral de Tiro do
toia. Posteriormente, seus restos mortais foram transladados para o Brasil. Campo Grande e a Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo. O Decreto nº 330 de 12
de abril de 1890, as transformou em escolas práticas. Outra modificação, também
trazida pelo Decreto nº 330, fora a criação de uma escola de sargentos para as quatro
armas existentes na época, tendo como base a Escola de Aprendizes Artilheiros. A
Escola de Sargentos só passou a funcionar com esse nome, substituindo definiti-
vamente o antigo nome, no ano de 1894, quando começou a ter uma organização
mínima.
A Revolução de 1930 parece ter sido a responsável política do relativo aumento
do prestígio da figura dos sargentos dentro dos quartéis, tendo ocorrido, naquela
oportunidade, um salto em relação à figura dos cabos. A mudança de legislação foi
relativamente generosa com os sargentos naquela década. Um decreto de dezembro
de 1930 aumentou significativamente as chances de estabilidade dos sargentos,
enquanto os cabos só poderiam permanecer até cinco anos no serviço ativo. Em
relação à profissionalização do sargentos, sendo Ministro da Guerra o General Au-
gusto Inácio do Espírito Santo Cardoso, criou o posto de subtenente , através de
um decreto de 1933.
Quando o posto de subtenente foi criado, em 1933, um dos critérios para a
escolha dos promovidos era a realização do curso de aperfeiçoamento:

18 19
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 2 - A evolução da formação e aperfeiçoamento dos sargentos no Exército Brasileiro

Para ser promovido a subtenente ou subtenente radiotelegrafista, o sargento-a- sua realização era mais uma opção individual, do que uma etapa normal na carreira.
judante ou 1º sargento, em serviço nos corpos de tropa, fortalezas e quadro de Era considerado interesse individual estar habilitado para as promoções que se
radiotelegrafistas deve satisfazer aos seguintes requisitos: a) ter aprovação no curso seguissem e, diante da não-oferta do CRAS de sua arma, na região em que serviam,
da Escola de Arma, com a nota “Apto” para o comando de pelotão ou secção ou muitos sargentos acabavam tendo que vencer barreiras geográficas, pedindo transfe-
“Distinto”[...]. rências, a fim de se matricularem nos cursos ofertados por outras regiões militares.
Muitos sargentos continuavam realizando cursos no Exército, como uma ma-
Vê-se que, no sentido da profissionalização e de elevação de seu status profis- neira de se qualificarem para conseguirem funções de maior prestígio em relação
sional e social, foram dados alguns passos para frente, até 1935. Porém, o levante às funções desempenhadas pelos simples tarimbeiros ou “tropeiros” (militares sem
comunista, liderado em alguns locais por sargentos, foi considerado pela cúpula do qualquer qualificação posterior à formação).
Exército como um golpe duro e traiçoeiro demais por parte dos sargentos em relação Nos anos 40, dentre os cursos que os sargentos tinham possibilidade de frequen-
à oficialidade. tar, o mais requisitado era o Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos. Esse
O caminho da profissionalização, construído não sem óbices e sacrifícios, fora curso não era regularmente planejado, nem centralizado. A própria Lei do Ensino,
abalado naquele momento e levaria algumas décadas para retornar. A Lei Dutra de de 1938, define que a realização do referido curso era pré-requisito para o prossegui-
1939 novamente nivelou os soldados, cabos e sargentos, mandando embora prati- mento na carreira, como também definia o seu caráter descentralizado:
camente todos os terceiros e segundos sargentos com menos de 10 anos. Ainda em
1940, os sargentos e cabos concorriam em espaços relativamente iguais de sociali- Art. 15. A instrução de aperfeiçoamento, destinada aos sargentos, é dada nos
zação, particularmente na realização de cursos de especialização, e nas atividades cursos de aperfeiçoamento de sargentos, a fim de conferir-lhes o certificado de
relacionadas àqueles cursos. Contudo, no ano de 1945, seria corrigida a trajetória comandante de pelotão e habilitá-los à promoção a primeiro sargento, sargento
de profissionalização dos sargentos, com a criação da Escola de Sargentos das Armas -ajudante e subtenente. Esses cursos de aperfeiçoamento funcionam: - na Escola
no Rio de Janeiro, levando a seu apartamento da figura do cabo. das Armas (Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos); - no Centro de Instrução
A Lei do Ensino do Exército de 1938, criada pelo Decreto-Lei nº 432, de 19 de de Artilharia de Costa (Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos de Artilharia de
maio de 1938, que regulava o Ensino Militar do Exército, em seu artigo 16, definia Costa); - nos centros regionais de aperfeiçoamento de sargentos.
que:
Isso fazia com que a vida dos sargentos fosse incerta, por não haver um plano de
[...] a instrução de especialização destina-se a formar graduados (cabos e sargen- carreira. Sem garantia de estabilidade, os sargentos, assim como as demais praças,
tos) capazes de exercer nos corpos de tropa, formações de serviços e estabele- iam prestando o serviço militar, por períodos sucessivos, mediante engajamentos e
cimentos, funções que exijam conhecimentos além dos comumente necessários reengajamentos, a cada dois ou três anos.
aos graduados da arma ou do serviço considerado. Essa instrução é ministrada O documento que regulava a vida militar dos sargentos, assim como a de todas
em cursos que funcionarão seja em escolas ou centros (para sargentos), seja em as praças, com definições de engajamentos, reengajamentos e licenciamentos, era a
corpos de tropa, formações de serviços ou estabelecimentos. (MINISTÉRIO DA Lei do Serviço Militar. A normatização definia determinados critérios para a perma-
GUERRA, 1938, p. 05). nência dos sargentos no Exército, por meio de reengajamentos sucessivos, dentre os
quais sua disciplina, o número de vagas existentes na unidade e a respectiva idade.
Muitos desses cursos eram pré-requisitos para sucessivas promoções, e isso atraía Esses critérios foram modificados no decorrer do tempo, contudo, até os anos 60,
a atenção de alguns sargentos. Sem um plano de carreira, as vagas para promoção de certos padrões não sofreram alteração.
sargentos surgiam, normalmente, quando faltava pessoal habilitado para completa- No dia 19 de novembro de 1975, no governo do presidente Ernesto Geisel, foi
rem claros específicos, de determinadas especialidades, nos quartéis. Dentro dessa promulgada a Lei nº 6.265 que dispõe sobre o ensino no Exército. A nova lei do
lógica, os sargentos especializados tinham melhores chances de concorrer a essas Ensino, em seu artigo 1º, cita:
promoções.
Em 1940, vários cursos se equivaliam e eram pré-requisito para promoções su- Art. 1º. O Exército manterá um sistema de ensino próprio denominado Ensino
cessivas. O Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos (CRAS) era um desses Militar, com a finalidade de proporcionar ao seu pessoal, da ativa e da reserva, a
cursos. Não havendo padronização na execução dos cursos de aperfeiçoamento, a necessária habilitação para o exercício, na paz e na guerra, dos cargos e funções

20 21
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais

previstos em sua organização. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1975, p. 2).


Capítulo 3
Nesta nova Lei, o Ensino Militar é dividido nos graus elementar, médio e supe-
rior, sendo o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos - CAS enquadrado como de O Curso Regional de Aperfeiçoamento de
grau médio. O artigo 12 da referida lei cita:
Sargentos (CRAS)
Art 12. O ensino militar de grau médio destinado à habilitação, para o exercício
de cargos e funções próprios das graduações de Subtenentes e Sargentos e dos
Postos dos Quadros de Oficiais de Administração e Especialistas, é constituído Edilson Luís Zamberlan – Cap
de dois ciclos:
I- o primeiro inclui cursos de formação; e
II- o segundo inclui cursos de aperfeiçoamento. (Op. cit., 1975, p. 3) O Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos tem sua origem no Decreto-Lei nº
4.130, de 26 de fevereiro de 1942, que regulou o Ensino Militar no Exército. Por
O Artigo 15 da mesma lei divide os cursos de grau médio em três modalidades, meio desse documento, o Presidente da República, usando da atribuição que lhe
a saber: Formação, Especialização e Aperfeiçoamento. conferia o artigo 180 da Constituição Federal, decretou a Lei do Ensino Militar.
Essa lei, em seu artigo 1º, trazia a seguinte redação: “O ensino militar no Exército
Art. 15. O Inciso IV do Art 15 que trata especificamente da modalidade Aperfei- tem por finalidade a preparação técnico-profissional do pessoal de enquadramento
çoamento cita: Aperfeiçoamento, constituída pelos cursos destinados à atualiza- em todos os escalões da hierarquia, tanto da ativa como da reserva”.( MINISTÉRIO
ção e à ampliação de conhecimentos que venham habilitar os 2º sargentos para o DA GUERRA, 1942, p. 30).
exercício dos cargos e funções próprios das graduações de 1º Sargento, Subtenen-
Dentro desse foco, o artigo 4º abordava os quatro tipos de preparo de cabos e
te e dos postos dos Quadros de Oficiais de Administração e Especialistas. (Op.
sargentos do Exército ativo: formação, aplicação, aperfeiçoamento (em que o CRAS
cit., 1975, p. 3)
estava inserido) e especialização. Segundo o artigo 7º da lei, o preparo de aperfeiço-
amento, destinado aos sargentos, seria ministrado nos cursos de aperfeiçoamento de
A Lei nº 6.265 de 1975 permaneceu em vigor até o ano de 1999 quando foi
sargentos, futuro CAS. O curso os tornava aptos ao comando de pelotão ou de seção
substituída pela Lei nº 9.786, de 8 de fevereiro que, em seu artigo 1º, cita:
em campanha, além de habilitá-los à promoção a 1º sargento, sargento-ajudante e
Art. 1º. É instituído o Sistema de Ensino do Exército, de características próprias,
subtenente.
com a finalidade de qualificar recursos humanos para a ocupação de cargos e para Esse preparo de aperfeiçoamento seria dado na Escola das Armas (curso de aper-
o desempenho de funções previstas, na paz e na guerra, em sua organização. (MI- feiçoamento de sargentos), na Escola de Artilharia de Costa (curso de aperfeiçoa-
NISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1999, p. 01). mento de sargentos de artilharia de costa) e em cursos regionais de aperfeiçoamento
de sargentos, dando a origem ao CRAS. Dessa evolução surgiu o Centro de Instru-
O Curso de Aperfeiçoamento para Sargentos, segundo esta nova lei que ainda se ção e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul (CIAS Sul), pas-
encontra em vigor, está regulado pelo inciso V do artigo 6º, que prevê: sando pela Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsAS), até a sua consolidação
como Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), anos depois.
V. Aperfeiçoamento, que atualiza e amplia conhecimentos obtidos com a forma- Contudo, o curso de aperfeiçoamento de sargentos só foi regulamentado cinco
ção ou a graduação, necessários para a ocupação de cargos e para o desempenho anos mais tarde, em 19 de março de 1947, pela Portaria nº 72, do Ministro da Guer-
de funções de maior complexidade. (Op. cit, 1999, p. 01). ra, que aprovou as Instruções Reguladoras (IR) do Aperfeiçoamento de Sargentos,
reforçando e complementando o Decreto-Lei nº 4.130, de 26 de fevereiro de 1942
— Lei do Ensino Militar.
Nestas IR verifica-se que o aperfeiçoamento dos 2° e 3° sargentos formados nos

22 23
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 3 - O Curso Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos (CRAS)

corpos de tropa e estabelecimentos militares seria realizado na Escola de Sargentos aqueles que ainda não soubessem, pelo menos, dirigir viaturas sobre rodas. A prin-
das Armas (ESA), nos Cursos Regionais de Aperfeiçoamento de Sargentos das Ar- cípio os candidatos só deveriam realizar o curso na RM em que estivessem servindo.
mas e dos Serviços e em escolas e centros destinados a certas especializações (Curso Porém, a critério do Ministro da Guerra, poderiam ser concedidas autorizações para
D da Escola de Artilharia de Costa e Curso D do Centro de Instrução de Defesa que sargentos de uma Região Militar se matriculassem em cursos que funcionassem
Antiaérea). O objetivo destes cursos era consolidar a aprendizagem dos sargentos e em outra Região.
colocá-los em condições de serem promovidos à 1° sargento, subtenente e oficial da Antes de realizar a matrícula no curso de aperfeiçoamento, o candidato era sub-
reserva ou do Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO). metido a exames médico, físico e intelectual. Tais exames deveriam ser realizados
Quanto à duração dos cursos, as IR definiam, no artigo 6º, que os CRAS teriam nesta ordem, só devendo ser submetido ao exame seguinte o candidato que tivesse
a duração de dezesseis semanas, exclusive os exames, divididas em duas fases: a pri- obtido as condições exigidas no exame anterior.
meira fase (duração de oito semanas) visava a revisão, atualização e aprimoramen- Inicialmente, o exame médico visava eliminar o candidato que fosse fisicamente
to da instrução de sargento; e a segunda fase (outras oito semanas) tinha por fim incapaz no que se refere a doenças, afecções e síndromes que motivassem a isenção
habilitar o sargento ao comando de pelotão/ seção e a promoção aos postos de 1º temporária ou definitiva, a baixa ou a reforma do Exército. Esse exame ainda tinha
sargento, subtenente e oficial da reserva ou do QAO. por objetivo confirmar as condições de saúde estabelecidas para verificação de praça
no Exército (tipo A), devendo ter desenvolvimento harmônico e ser completamente
A instrução nos cursos de aperfeiçoamento e equivalentes deve dar ao aluno uma são.
soma tal de conhecimentos, que o habilite ao desempenho consciente e desem- O exame físico tinha como finalidade selecionar os candidatos com vigor com-
baraçado das funções que lhe competem, e das que, por circunstâncias próprias patível com os trabalhos realizados no curso. Deste modo, os candidatos eram sub-
da guerra, possa ser chamado a desempenhar. (MINISTÉRIO DA GUERRA, metidos a provas físicas, descritas no quadro a seguir, sendo eliminado o candidato
1942, p. 09). que deixasse de atingir os limites mínimos exigidos, em duas ou mais provas físicas.

Os comandantes das Regiões Militares deveriam expedir as instruções necessá-


Natureza das provas Resultados Mínimos Condições de Execução
rias para os trabalhos do CRAS, uma vez que o curso era regional. Para isso, esses
comandantes se valiam das diretrizes do Estado-Maior do Exército, respeitando as
I. Corrida de 100 metros 17” Corrida individual.
disposições do Curso de Aperfeiçoamento da Escola de Sargento das Armas.
Partida livre.
As inscrições nos diferentes cursos de aperfeiçoamento eram feitas mediante re-
II Corrida de 1.000 metros 7’ Em turmas com um guia de
querimento dos interessados. O comandante da unidade ou estabelecimento a que
passada regulada.
o candidato pertencia encaminhava o requerimento ao comandante do respectivo
III. Salto em altura com 1,10 m Três tentativas, em 1,10 m e
curso ou escola, com as informações e documentos exigidos. Para realizar sua inscri-
impulso 1,15 m.
ção no CRAS, o sargento deveria satisfazer as condições de:
IV. Salto em distância c/ 3.00 m Três tentativas. Marca-se o pon-
impulso to onde é tomado o impulso.
a) estar com bom comportamento;
V. Trepar 2,50 m Subir numa corda lisa, partindo
b) ter, no mínimo, um ano como sargento arregimentado em corpo de tropa
da posição de pé.
(sargento das Armas) ou um ano em corpo de tropa/ órgão do respectivo Serviço
(sargento de Serviço); e VI. Lançamento de granada 25,00 m Granada inerte de 650 g, posi-
ção de pé (três lançamentos).
c) ter sido julgado apto nos exames médico, físico e intelectual.
VII. Levantar e transportar 36’’ Carregamento livre. Contagem
um saco de 30 quilos por do tempo ao levantar o saco até
A matrícula nos CRAS era concedida pelos respectivos comandantes de RM de
100 metros transpor a meta de chegada.
acordo com as conveniências de emprego e de instrução de cada unidade e a capaci-
dade do curso. Para efetuar a matrícula, os candidatos eram classificados segundo os Quadro 1 - Análise de condições Físicas.
resultados obtidos no exame de seleção intelectual, não devendo ser encaminhados
à matrícula nos cursos de aperfeiçoamento de motomecanização ou de manutenção
24 25
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais

Após aprovado no exame físico, o candidato passava ao exame de seleção inte-


lectual, que constava de uma prova escrita dividida em quatro partes compostas de: Capítulo 4
a) duas questões de português (uma de redação e outra de análise gramatical); CIAS-SUL
b) duas questões práticas de matemática (uma de aritmética e outra de geome-
tria);
c) uma questão prática de topografia; e
d) questões abrangendo Combate e Serviço em Campanha da unidade elemen-
Edson Luiz Nadalin – Cap
tar grupo ou seção.
Evandro Rodrigues Dos Santos –Ten
Gislaine Nunes dos Santos – Sc
Os candidatos aprovados tinham direito a transporte e demais vantagens pre-
vistas no respectivo Código. Os comandantes de RM, guarnição e unidades eram
os responsáveis pelas providências cabíveis, de modo que os candidatos requisitados
4.1 CRIAÇÃO
chegassem à sede do curso, no mínimo, cinco dias antes da data marcada para o
início do período letivo. Terminado o curso de aperfeiçoamento, os sargentos apro-
A Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA) foi criada pela
vados eram obrigados a servir, no Exército, pelo prazo estipulado na Lei do Serviço
Portaria Ministerial nº 43 – Res, de 10 de julho de 1992, com a denominação de
Militar. Assim, as matrículas só eram feitas mediante declaração expressa do interes-
Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul
sado aceitando tais exigências.
(CIAS-Sul), por ser subordinada a esse Comando Militar de Área.
Como na época ainda não existia uma escola específica para o aperfeiçoamento
O ministro de Estado do Exército, no uso da competência que lhe confere o
dos sargentos, os CRAS funcionariam, preferentemente, nos CPOR. Os coman-
inciso VI do artigo do decreto nº 93.188, de 29 de agosto de 1986, e de acordo
dantes de RM poderiam autorizar fazer funcionar duas turmas por ano nos CRAS,
com o que propõe o Estado-maior do Exército, ouvindo o comando militar do sul,
dado o número de candidatos. Ainda devido a esta falta de estrutura, entre os anos
determinou no artigo 2º que:
de 1970 e 1976, a EsSA deixou de formar sargentos e funcionou apenas com o curso
de aperfeiçoamento, voltando à formação de graduados somente em 1977.
a) O Estado – Maior do Exército baixe os atos complementares necessários à
execução da presente portaria;
A implantação do CIAS – Sul seja realizada de modo a possibilitar seu funciona-
mento a partir de janeiro de 1993;
b) O CIAS – Sul absorva, no que for possível, do 17º BI, os acervos documental,
histórico e patrimonial, parte do pessoal e do material;
c) O Departamento de Ensino e Pesquisa coordene com o Comando Militar do
Sul o planejamento para que sejam ativados, a partir de 1º de julho de 1993, os
cursos de aperfeiçoamento de sargentos de infantaria e de artilharia;
d) O Comando de Operações Terrestres, o Comando Militar do Sul, os departa-
mentos e as secretarias tomem, em seus setores de competência, as devidas provi-
dências decorrentes. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO,1986, p. 04)

4.2 CENTRALIZAÇÃO

O Comando do Exército elaborou planos para a ocupação e proteção da Ama-


zônia, transferindo sedes de algumas Unidades Operacionais de outras regiões do

26 27
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 4 - CIAS-SUL

Brasil para a Região da Amazônia. Em consequência, algumas unidades do Coman- DIREÇÃO EXECUÇÃO LINHA CURSOS VAGAS
do Militar do Sul e da 3ª Divisão de Exército foram transferidas para a Amazônia,
SÍMBOLO DESIGNAÇÃO
como por exemplo:
CMS CIAS-Sul COMBA- CAS 02 CAVALARIA 75
a) 16ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Santo Ângelo, foi transferida TENTE CAS 03 ARTILHARIA 140
para Tefé – AM;
b) 61º Batalhão de Infantaria Motorizado, sediada em Santo Ângelo, foi transfe- Quadro 2- Distribuição de Vagas.
rida para São Gabriel da Cachoeira – AM;
c) 17º Batalhão de Infantaria, com sede em Cruz Alta, teve sua sede transferida O efetivo do inicial do Centro era de 23 (vinte e três) oficiais, 71 (setenta e um)
para Tefé – AM. subtenentes/sargentos e 249 (duzentos e quarenta e nove) cabos e soldados do nú-
cleo base, incluindo a Banda de Musica, que mais tarde passaria para o Comando
As instalações vagadas pelas Unidades de Santo Ângelo receberam o Batalhão de da AD/3.
Comunicações e a 10ª Circunscrição de Serviço Militar. As instalações do 17º BI se- Sob o comando interino do Capitão de Infantaria José Maria Nova da Costa
ria ocupada pela Bateria de Comando da Artilharia Divisionária da 3ª DE, inviabi- Filho, em 4 de janeiro de 1993, iniciaram-se os trabalhos de adaptação das antigas
lizada pelo porte destas instalações e o pequeno efetivo da Subunidade. Diante deste instalações da Unidade de Infantaria às necessidades de um novo Estabelecimento
quadro, os seguimentos da sociedade e dos Poderes Públicos da cidade de Cruz Alta de Ensino. Houve a necessidade de muito empenho para superar a falta de tempo e
e região se manifestaram pela permanência do 17º Batalhão de Infantaria na cidade, de recursos para transformar uma dúvida em uma realidade inovadora e marcante
já que a história do Batalhão se confundia com a própria história da cidade. na carreira do graduado.
Essas manifestações, em princípio, tiveram influência na decisão da criação, em Com isso, houve uma grande quantidade de obras que dariam condições aos Pa-
caráter experimental, do Centro de Instrução e Aperfeiçoamento de Sargentos do vilhões Monte Castelo e Tuiutí e para que estas obras acontecessem, houve a necessi-
Comando Militar do Sul – CIAS-Sul, nas instalações até então ocupadas pelo De- dade de empregar o 29º GAC, quartel de Artilharia presente na cidade de Cruz Alta,
zessete. pois o CIAS – SUL não tinha autonomia administrativa. As obras foram executadas
pelo pessoal dos serviços gerias, que praticamente passou a ser do seu efetivo. Esses
4.3 CIAS dois pavilhões foram os que mais sofreram alterações em suas estruturas, pois eram
reservas de pelotões e de material do subtenente.
O projeto CIAS estabelecia, inicialmente, que esse seria um Centro de Instrução O piso superior de cada pavilhão constituía-se de alojamentos, vestiários e salas
por Exército ou Comando Militar de Área, destinado a centralizar os Cursos de de instruções das Companhias de Fuzileiros. Com a determinação de que os Cursos
Aperfeiçoamentos de Sargentos das Armas, substituindo as Unidades de Corpo de aqui realizados estariam focados na valorização dos sargentos, esses espaços se torna-
Tropa designadas por estes Grandes Comandos. A título experimental, criou-se em riam apartamentos para alojar de seis a oito militares, com camas e armários indivi-
l0 de julho de 1992 o CIAS – SUL, com o início de seu funcionamento previsto duais. Diante da necessidade de mobiliar essas dependências com poucos recursos,
para o dia 1º de janeiro de 1993, ocupando as antigas instalações do l7º Batalhão de o Cap Nova da Costa teve que se deslocar até a cidade do Rio de Janeiro, com um
Infantaria. A determinação era empregar o mínimo de recursos financeiros possível, caminhão boiadeiro, conseguindo uma grande quantidade de móveis de escritório
utilizando o pessoal que não acompanhou a Unidade para a sua nova sede, sendo o oriundos do Movimento Internacional sobre o Meio Ambiente (EXPO 92), assim
início do ano letivo no segundo semestre daquele ano. como também, junto a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO).
O número de vagas para os cursos que seriam realizados no novo Centro, du- Os trabalhos iniciais relativos à administração eram desempenhados por equipes
rante o 2º semestre de 1993, foi estabelecido pela Portaria nº 188/DGP, de 1º de que trabalhavam na arrumação e estruturação para o funcionamento do Centro.
dezembro de 1992, que fixava as vagas ainda em Unidades de Tropa, distribuídas Enquanto isso, a Divisão de Ensino (DE) coordenava as atividades dos Cursos, na
por três Comando Militares. preparação de toda a documentação de ensino.
A ausência de memória se constituiu numa grande dificuldade naqueles mo-
mentos iniciais, tendo buscado auxílio junto à EsSA e a outras Unidades voltadas

28 29
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 4 - CIAS-SUL

para a área do ensino. Toda essa preparação material e pessoal tinha por fim a ne- a) 1ª fase - por correspondência, na própria OM do Sargento-Aluno;
cessidade do emprego adequado dos seus recursos humanos, pois o Exército julgava b) 2ª fase – presencial.
que o sargento estava sendo subempregado.
Várias unidades pelo Brasil eram responsáveis por conduzir o curso de aperfei- Em 1995, o Centro recebeu a incumbência de realizar o CPrep CAS – Curso
çoamento de sargentos, não havendo uma padronização no aperfeiçoamento do Preparatório ao Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas de Infantaria,
sargento. Eram unidades operacionais que não tinham estrutura de ensino, metodo- Cavalaria, Artilharia e Engenharia7.
logia ou órgão centralizador, conduzindo os trabalhos com turmas pequenas. Hou- A Portaria Ministerial nº 15, de 15 de janeiro de 1998, alterou a denominação
ve, então, a necessidade da criação de uma escola para a padronização do conteúdo do Centro para Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos – EsAS, reconhecendo o
ensinado. seu papel no Sistema de Ensino do Exército. No período de 1999 a 2005, foram
A 3ª Divisão de Exército (3ª DE), sediada em Santa Maria – RS, foi grande in- realizados 04 (quatro) turnos por ano, tendo em vista a necessidade de atender a
centivadora da criação do Centro, que reuniria em uma só unidade os vários Cursos demanda no aperfeiçoamento dos sargentos, sem comprometer as turmas de forma-
de Aperfeiçoamento sob a responsabilidade do Comando Militar do Sul. À época, ção..
praticamente todos os Cursos de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas realiza- Em 2004, através da Portaria nº 014 - Cmt Ex, de 16 de janeiro de 2004, a
dos pelo Comando Militar do Sul eram executados em Unidades da 3ª DE. Escola recebeu a atual denominação de Escola de Aperfeiçoamento de Sargento das
Essa atitude da DE aliada à possibilidade de ocupar as instalações do 17º BI Armas – EASA, pelo fato de ter passado a também aperfeiçoar o Segundo Sargento
com o Curso de Aperfeiçoamento atendia às solicitações da sociedade e dos Poderes da Arma de Comunicações (combatente).
Públicos para que o 17º BI não saísse de Cruz Alta. A partir de 2007, a EASA passou a receber, no terceiro turno do CAS, militares
de exércitos de países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, cumprin-
4.4 INÍCIO DAS ATIVIDADES do o Plano do Exército Brasileiro para intercâmbio com essas nações.
Em 2011, com a restruturação do Sistema de Ensino do Exército Brasileiro, a
O início de suas atividades estava previsto para o dia 1º de janeiro de 1993, nas Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas – EASA , ‘A Casa do Adjunto’,
instalações do então 17º Batalhão de Infantaria. passou a ser subordinada a Diretoria de Educação Técnica Militar – DETMil.
Em 1º de fevereiro de 1993, o Ten Cel Cav Sérgio Westphanlen Etchegoyen
assumiu o Comando do CIAS-Sul, sendo o seu primeiro Comandante nomeado,
passando a coordenar todos os trabalhos para a implantação desse novo Centro. O
primeiro curso realizado no CIAS-Sul teve início em 10 de julho de 1993, com a
aula inaugural proferida pelo Exmo Sr Gen Ex Delio de Assis Monteiro. Foram ma-
triculados 140 (cento e quarenta) Sargentos Alunos Artilheiros e 75 (setenta e cinco)
Sargentos Alunos Cavalarianos, oriundos de todos os Comandos Militares de Área.
O referido curso terminou em 26 de novembro6.
Fruto do trabalho desenvolvido durante o primeiro curso, a Portaria Ministerial
nº 109 – Res, de 30 de novembro de 1993, mudou a subordinação do Centro para
a Diretoria de Formação e Aperfeiçoamento, a partir de 1º de janeiro de 1994,
tornando-se, assim, o mais novo Estabelecimento de Ensino do Exército Brasileiro.
No 2º turno do ano de 1994, o CIAS-Sul realizou o Curso de Aperfeiçoamento
de Sargentos para as armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia, com
o nivelamento das turmas de formação. Em 1995, visando atender à demanda de
sargentos a serem aperfeiçoados, o CAS passou a ser realizado em três turnos por
ano, em duas fases:

30 31
Capítulo 5
Os pioneiros

Edson Luiz Nadalin – Cap


Gislaine Nunes dos Santos – Sc

O Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS) foi criado com o objetivo de


habilitar o sargento para as funções correspondentes aos cargos de 1º Sargento e de
Subtenente, capacitando-os para o desempenho de funções de caráter administrati-
vo, tendo em vista prepará-los para as funções correspondentes aos cargos destina-
dos ao oficial do Quadro Auxiliar de Oficiais. Sintetizando, o curso tinha por fim
manter o sargento atualizado, propiciando uma evolução na sua carreira.

I – DOS CURSOS (Funcionamento)


Art. 1º - O aperfeiçoamento dos 2º e 3º sargentos formados nos corpos de tropa
e estabelecimentos militares será feito:
a) na Escola de Sargentos das Armas (E.S.A.)
b) em Cursos Regionais de Aperfeiçoamento de Sargentos (C.R.A.S.) das Armas
e dos Serviços;
c) em Escolas e Centros destinados a certas especializações (Curso D da Escola de
Artilharia de Costa, Curso D do Centro de Instrução de Defesa Antiaérea, etc).
II – ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENSINO
Art. 5º - Os períodos letivos nas diferentes Escolas e Centros terão a duração
prevista nos respectivos regulamentos.
Art. 6º - Os C.R.A.S. terão a duração de dezesseis semanas, exclusive os exames,
divididos em duas fases:
1ª Fase: duração de 8 (oito) semanas; finalidade: revisão, atualização e aprimora-
mento da instrução de sargento.
2ª Fase: duração de 8 (oito) semanas; finalidade: tornar o sargento habilitado
para o comando eventual de Pelotão ou seção e ao acesso aos postos de 1º sargen-
to, subtenente e oficial da reserva ou do Q.A.O.
III - DAS INSTRUÇÕES
Art. 11 – As inscrições nos diferentes cursos de aperfeiçoamento ou de especia-
lização, serão feitas mediante requerimento dos interessados, dirigido ao coman-
dante do respectivo curso ou escola, encaminhado pelo comandante da unidade
ou estabelecimento a que o candidato pertencer, com as informações e documen-
tos exigidos. (MINISTÉRIO DA GUERRA, 1947, p. 4).

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 5 - Os pioneiros

O parágrafo único da Portaria nº 72 salienta que, para a realização da matrícula as instruções até então vigentes, tornando essas instruções mais abrangentes e atu-
no C.R.A.S., os comandantes de unidades remetiam, ao comandante da Região alizadas.
Militar, a relação dos sargentos que apresentavam grau de satisfação em relação aos Já com a Portaria nº 523, de 3 de março de 1964, essas instruções passaram por
requisitos e que desejassem matricular-se no curso. O processo de matrícula seguia uma nova atualização, onde foi alterada as condições para a inscrição no exame de
as orientações da Portaria nº 72: seleção ao Curso de Aperfeiçoamento. Porém, foi através da Portaria 240-EME, de
29 Dez 72, que as Normas para o Recrutamento, Formação e Aperfeiçoamento dos
IV – DAS MATRÍCULAS Sargentos de Carreira do Exército Brasileiro sofreram a principal mudança à época.
Art. 13 – A matrícula em cursos de aperfeiçoamento ou de especialização será vo- A criação do Curso de Preparação ao CAS (CPrepCAS) visava preparar os sar-
luntária, para os sargentos do Exército, e efetuada pelos respectivos comandantes, gentos para o CAS, sendo condição obrigatória para a matrícula nesse curso. O
de acordo com o número de vagas, salvo para os C.R.A.S. que serão concedidas militar teria 03 (três) oportunidades para a sua aprovação. A não aprovação acarre-
pelos respectivos comandantes de R.M., de acordo com as conveniências de em-
taria a perda definitiva da oportunidade de realizar o Curso de Aperfeiçoamento e,
prego e da instrução de cada unidade e a capacidade do curso.
consequentemente, das promoções subsequentes.
Art. 14 – Para as matrículas os candidatos serão classificados de acordo com os
resultados obtidos no exame de seleção intelectual. Novas alterações foram introduzidas nessas Normas pela Portaria nº 45-EME,
[…] Art. 16 – A critério do Ministro da Guerra, poderá ser concedida autorização de 23 de setembro de 1976. Até o ano de 1976, o CAS seria realizado na Escola de
para sargentos de uma Região Militar se matricularem em cursos que funcionem Sargentos das Armas (EsSA), em Três Corações – MG, a partir de 1977, a EsSA seria
noutra. apenas para o Curso de Formação. Os Cursos de Aperfeiçoamentos seriam encargos
V - DOS EXAMES dos Comandos Militares de Área em Organizações Militares por eles designadas. A
Art. 17 – Os candidatos a matrícula nos cursos de aperfeiçoamento ou de espe- Portaria nº 45-EME, de 23 de setembro de 1976 estabelecia que:
cialização serão submetidos aos seguintes exames:
a) exame médico; 2 ) Matrícula no CAS
b) exame físico; a) O Sargento estará apto para matricula no CAS quando satisfizer às seguintes
c) exame de seleção intelectual. condições:
Art. 18 – Os exames acima indicados serão realizados na ordem em que estão (1) ter sido aprovado em Exame de Suficiência no CPCAS (Curso de Preparação
enumerados, só devendo ser submetido ao exame seguinte os candidatos que ti- ao Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos);
verem satisfeito as condições exigidas para o exame anterior. (2) ter sido aprovado em Inspeção de Saúde, Exame Psicológico e Físico; e
VII – DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS (3) estar, na pior hipótese, classificado no comportamento “Bom”.
[…] Art. 40. - As presentes Instruções entrarão em vigor a partir de 1947. 4 ) Funcionamento dos CAS
Art. 41, 42 e Art. 43 – Os sargentos oriundos da F.E.B., seja qual for sua gradua- a) Os CAS funcionarão nos Estabelecimentos de Ensino subordinados ao DEP,
ção, poderão matricular-se, em 1947 e 1948, em C.R.A.S. ou curso de especiali- da seguinte forma:
zação, independente de vaga, desde que possuam a medalha de campanha. (1) Cursos de “Combatente” de Cavalaria (CAS/02-01), de Engenharia (CAS/05-
Art. 44 – A partir do ano de 1949, inclusive, os 2º e 3º sargentos que tiverem me- 01), de Artilharia (CAS/06-01) e de Infantaria (CAS/07-01), nos CPOR existen-
nos de 27 anos de idade deverão, de preferência, ser aperfeiçoado na E.S.A (salvo tes (excepcionalmente também em determinados NPOR);
os que se destinarem a cursos especializados ou oriundos de unidades ou forma- […] 7) Disposições Transitórias
ções de motomecanização e de manutenção). Os que tiverem mais de 27 anos de b. O Aperfeiçoamento dos Sargentos das QM operacionais, de acordo com a de-
idade aperfeiçoar-se-ão nos C.R.A.S. ou cursos equivalentes. (MINISTÉRIO DA finição de responsabilidades indicadas nestas Normas, deve ser executado a partir
GUERRA, 1947, p. 5-9). de 1978. (MINISTÉRIO DO EXÉRCITO, 1976, p. 5-6).

A implementação dessas instruções, conciliada com as experiências, vivências e E ainda, as disposições transitórias constantes da Portaria nº 45-EME, de 14 de
situações de cada curso, deu início a um processo de atualização e aprimoramento março de 1984, estabelecia, na sua letra “a.”, que os Cursos de Aperfeiçoamentos das
constante, vindo a ocasionar uma alteração na forma de acesso e no desenvolvimen- QMS Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenharia seriam realizados em Organiza-
to dos planos de cursos. ções Militares de tropa subordinadas aos Exércitos e Comandos Militares de Área,
A Portaria nº 1.272, de 10 de junho de 1959 (BE nº 28, de 11 Jul 59), revogou enquanto não pudessem funcionar em Estabelecimentos de Ensino subordinados ao
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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 5 - Os pioneiros

DEP. Esses cursos ocorreriam de acordo com os currículos aprovados pelo DEP, que clusive o da antiga Fábrica do Realengo.
fornecia a documentação e a orientação necessárias ao funcionamento dos mesmos. f. O EE deverá ser dimensionado para atender, em um ou dois turnos, como
Essas constantes mudanças nas legislações normativas de qualificação e habilita- julgado conveniente, as reais necessidades do Exército em termos de efetivos de
ção, aliadas à inexistência de escolas para o funcionando do CAS de forma centrali- sargentos a serem aperfeiçoados ou habilitados em cada ano letivo. (MINISTÉ-
zada, comprometia tanto a execução do curso, como os trabalhos nas OM de tropa, RIO DO EXÉRCITO, 1984, p. 5-6).
que tinham que se desviar de sua atividade fim.
O planejamento e execução que seguiam as Diretrizes do Órgão Setorial do En- 5.1 A TURMA PIONEIRA
sino, estabelecidos nos diversos Planos e Normas, transmitia a ideia de igualdade e
uniformidade nos desempenhos. Porém, as características das armas, as orientações As primeiras turmas de Sargentos alunos matriculados no CAS pertenciam às
e a personalidade de cada Diretor de Ensino viriam a interferir na homogeneidade armas de Cavalaria e Artilharia, respectivamente, 63 (sessenta e três) e 130 (cento
das turmas e armas, representando distorções na formação do militar aperfeiçoa- e trinta) Sargentos Alunos, totalizando 193 (cento e noventa e três) alunos, como
do. mostram as tabelas abaixo:
As alterações implantadas, que objetivavam corrigir as distorções e aperfeiçoar
o sistema, não estavam atingindo o efeito desejado. Diante dessa situação, o Estado a) Turma Pioneira da Arma de Cavalaria:
Maior do Exército – EME, através da Portaria nº 62-EME, de 17 de agosto de
1984, que aprovou a Diretriz nº 5/EME, de 8 Ago 84 (BE nº 36 de 06 set 84), Hugo Cesar Rodrigues Goulart Paulo Cesar Lopes Pereira
estabelecia a orientação básica para que o então Departamento de Ensino e Pesquisa Marcelo Luis de Souza Borges José Roberto Gomes de Mattos
adotasse providências necessárias à concretização de proposta para criação de um Antônio Augusto Terra Oliveira Lermes Dos Santos Fagundes
Estabelecimento de Ensino para o funcionamento dos Cursos de Aperfeiçoamento Jorge Luiz dos Santos Bernardinho Matos Andrigheto
de Sargentos – CAS e do Curso de Habilitação ao Quadro dos Auxiliares de Oficiais
Valmor Mendes Carvalho Carlos Henrique da Silva
– CHQAO, onde destaca-se:
Edmilson Antônio Menon Elton Luiz Weiller
1. FINALIDADE Julio da Silva Mendes Edesio Fazolo
Estabelecer a orientação básica para que o Departamento de Ensino e Pesquisa Jorge Luiz Castilho de Souza Edino Luis Hermes
adote ou proponha as providências necessárias à concretização de criação de um
Ivoir Oliveira Coelho José Paulo Pitol
Estabelecimento de Ensino para funcionamento centralizado do CAS e CHQAO.
4. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO Otavio Renato Martins Vidarte Firmino Borges Boeira
O Departamento de Ensino e Pesquisa deverá acionar todas as medidas e realizar Gilmar de Souza Marcio Felipe Dorneles Ribeiro
todas as providências de sua competência a fim de criar um Estabelecimento de Edson Jaques Riella Anaurelino Rodrigues Ibarr
Ensino que tenha a seu cargo a realização do CHQAO e CAS. Para tal deverá
Carlos Eduardo da Silva Cardias José Luiz Fagundes Junior
considerar as seguintes decisões iniciais:
a. O CHQAO, inicialmente, será realizado por correspondência e deverá funcio- Paulo Calisto Becker Ronaldo Dilelio Quevedo
nar a partir de 1986; o DEP designará o órgão subordinado encarregado de sua José Iro Souza Morais Joaquim Carlos dos Santos
execução. Jose Eduardo Madeira Martins José Luiz Martins
b. O CAS continuará funcionando nos atuais moldes até a implantação do EE.
c. O Estabelecimento de Ensino deverá iniciar as suas atividades em 1989 (pri-
Flávio Ricardo Gomes Ribeiro José Maria Ribeiro Pereira
meiro ano letivo), fazendo funcionar os dois cursos de sua responsabilidade. José Arruda do Nascimento Jorge Jurandir Garcia Chaves
d. Os Cursos terão as seguintes durações: Airton Miguel Lopes da Silveira Onofre Severo Gonçalves
- CHQAO: 6 (seis) meses; João Miguel Marino da Silva Lauriano Rodrigues Rosa
- CAS: 5 (cinco) meses.
e. O EE em princípio, será localizado no Rio de Janeiro – RJ. Para a sua lo- Julio Cesar Pinto Gois Eduardo Carlos Santos de Lima
calização, considerar a possibilidade do aproveitamento de imóveis existentes, in- Ronaldo Cesar Alcantara da Silva Paulo Klein

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 5 - Os pioneiros

Ludgon Valente de Figueiredo Paulo Tercio Mendes Fernandes Marcos Antônio Alves Guerra Josué Calmon de Siqueira
Vanderlei Pereira da Silva Silvio Augusto Pereira Felippe Dalton Schneider Casimiro da Costa Veloso
Gilmar Matias Holler Ricardo Dutra Freitas Carlos Alberto de Souza Ramos José Rodrigues Polverini
Gilmar de Souza Leonel Soares Batista Luiz Henrique Gomes da Silva Jorlândio Mota
Ronaldo Jose Ilkiu Ricardo Domingues dos Santos Edson Luiz Cavalcante de Lima Gilson Hagale
Antônio Silveira da Silva José Jorge Freire de Araújo Eliseu Ervalino Rodrigues de Freitas Marcos Gomes Neponuceno
Almir Veiga Jobim Flávio Oliveira de Souza Roni Marcos Lopes Ferro Joaci do Valle Nóbrega
Paulo Minini Severo Euclides Staub Luiz Fernando Borella de Souza Carlos José Domingos
José Luiz Rodrigues Antônio Luiz Vieira Valmir Tavares Mustafá Isidoro Finger
Charles Gonçalves da Silva Antônio Vagner Dias Soares Edson Carvalho Mourão Marilson Souza de Jesus
Jaziel da Costa Ferreira Júlio César Rebelo Coimbra
Quadro 3 – Turma Pioneira de Cavalaria. Paulo César Lima da Silva Luis Carlos Schlintvein Horbach
Agnaldo Cardoso Filho Iracy Ângelo Martins da Rocha
b) Turma Pioneira da Arma de Artilharia:
Ribamar Alves Jaime José Thomasini
Ednaldo Eli Soares da Cunha Geraldo Saldanha do Nascimento Junior
Claudinei Novelli Welinton Gomes da Silva
José Roberto Martinelli João Luiz Teles Nunes
Afonso Fank Eliatar Cutrim Campos
Wilson Roberto Roverotto Edimilson Araújo Costa
Antônio Cassio Evangelista Santoro Mauro da Costa Oliveira
Mauro de Sá Oliveira Sami Nogueira Abraão
Vilson Alves de Toledo Camilo de Lelis Barreiro
Halim Gontijo Souki Cesar Augusto Marques
Wallestein Ramos Banza de Arruda Nelson Poerschke
Felipe França da Costa Carlos Marapuã Diniz
Pedro Pereira Lessa José Tiburcio dos Santos Filho
Marcelo Ribeiro do Rosário Edvaldo Cícero Silva
Sérgio Luiz do Couto Oldair Medeiros da Silva
Antônio Alberto Prudente de Oliveira Fernando Luiz Kronemberger
Olavio Pletsch Marco Antônio Pereira dos Santos
Félix Duarte da Silva José Roberto das Chagas
José Nelson Xavier Antônio Erli da Silveira
Dionisio Severino da Silva Reinaldo da Silva Gonçalves
Anderson Luis Scheidemandel José Luiz Romão
Alexandre Gonçalves Duarte José Carlos Chaves
Mario Cézar Stangherlin Rebelo Hercules Ferrari Domingues da Silva
Jaime Alceu Junges Júlio Cesar Martins
Wanderlei Ribeiro José Maurício Soares
João Vicente Fereguete Daniel da Silva Araújo
Heron de Sousa Bello Antônio Mauro de Oliveira Pereira
Dario Fidélis da Cunha Eduardo Morais Filho
Proxério Manoelo felisberto João carlos Fassini
Alberi Saraiva da Silva Reinaldo Juacir Teixeira
Wanderley Maioque Jocely José Bogoni
Paulo Roberto Borella Celso Ribeiro Lopes
Leonel Paulo Mello Pereira Moacir Noberto de Lima
Florisvaldo Santos Vilas Boas Filho Alceu de Alcantara Rondon
José Roberto Santos dos Santos Hélio Tooru Koga
Carlos Alberto da Silva Santos Sebastião Felipe Santiago
Vicente de Paula Marques de Oli- Acendino Dias de Brito
veira Nelson Jonir Paiva Neto Arcênio Schultz
Jonilson Paulo de Zaevedo João Soares Lopes Luiz Carlos Ferrari Ivan Portela Fontoura

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 5 - Os pioneiros

Afonso da Cunha Lima Daniel Copertino


[…] a base constituída de madeira com um entalhe que permite a continuidade
Luis Alfredo Alves Luiz Eduardo Lopes dos Reis da figura sólida prismática, de face triangular apoiada sobre um cateto, evoca a
Edson Pinto Denizio Manhães Ribeiro inclusão de uma lâmina de vidro sugerindo uma edificação translúcida, própria
Daniel Legizamam Artênio Bueno Rosa Junior daqueles que evoluem, aplicando-se-lhe o distintivo do CIAS-SUL em material
Washington Luiz Santos Francisco Fortes Gomes metálico amarelo, dando harmonia ao conjunto; sobre a face de madeira frontal
aplica-se ainda o distintivo correspondente a Arma do laureado, caracterizando

a área do conhecimento adquirido. Finalmente, nesta composição de 13 cm de
Quadro 4 – Turma Pioneira de Artilharia. altura, 13 cm de largura e 6 cm de profundidade, destacam-se as linhas retas que,
no entender do artista, é a mais pura criação humana, sem similar na natureza.
O curso do CAS/93 (armas de Cavalaria e Artilharia), após enquete realizada en- (CIAS-SUL, 1993, p. 02).
tre os alunos, entraram em consenso e, com a aprovação do Comando do Estabeleci-
mento de Ensino, oficializou-se como a primeira turma de Sargentos aperfeiçoados O artista procurou criar um prêmio que pudesse ser interpretado como uma
pelo Centro de Instrução de Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar conquista de transformação e superação. A figura 6 destaca o modelo do primeiro
do Sul e CIAS-Sul, sendo caracterizada com a Turma Pioneira. (CIAS-SUL, 1993). prêmio conferido aos alunos do CAS, classificados em 1º lugar na sua turma, por
arma, em cada turno, como reconhecimento pelo desempenho durante o curso.
O Prêmio aplicação foi concedido como símbolo do reconhecimento pelo de-
5.2 PRÊMIO APLICAÇÃO sempenho dos Sargentos do Curso do CAS, realizado no CIAS-Sul, no período de
12 de julho a 26 de novembro de 1993, aos seguintes militares:

a) Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Casar Rodrigues Goulart, do 10º RC Mec-


Bela Vista-MS; e
b) Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto, do 28º GAC-
Criciúma-SC. (CIAS-SUL, 1993).

5.3 DIPLOMA DE ESCOL

Em novembro de 1993, foi publicado no Boletim Interno nº 222, uma nota em


que o comando da Escola instituiu um DIPLOMA INFANTE (CAVALARIANO,
ARTILHEIRO OU ENGENHEIRO) DE ESCOL, com a finalidade de premiar os
sargentos alunos do CAS, por arma, que mais se destacassem por seus conhecimen-
tos, nos assuntos curriculares inerentes ao emprego da sua arma, e apresentassem
Figura 5 - Modelo do prêmio Aplicação. melhor resultado na avaliação de atributos no âmbito dos superiores e pares, dentro
das armas de Artilharia e Cavalaria.
O comando do CIAS-Sul instituiu em 23 de novembro de 1993, através do BI Visando revitalizar e adequar os parâmetros norteadores para avaliação dos Sar-
n° 23, o Prêmio Aplicação, como símbolo de reconhecimento do Estabelecimento gentos Alunos, o BI nº 193, de 11 de setembro de 2002, altera a denominação
de Ensino, ao desempenho do melhor aluno classificado no CAS, por arma, no seu do então DIPLOMA INFANTE (CAVALARIANO, ARTILHEIRO OU ENGE-
turno. O prêmio foi criado pelo artista plástico cruzaltense, o Senhor Jorge Schro- NHEIRO) DE ESCOL para DIPLOMA SARGENTO DE ESCOL. Dentre os
der, autor de várias obras de artes renomadas na região. O prêmio aplicação possui novos critérios de avaliação destacam-se:
uma composição geométrica, sendo confeccionado em materiais de origem vegetal
[...] por turma de instrução e considerados os seguintes atributos e critérios para
e mineral, como descreve o BI nº 220:
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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 5 - Os pioneiros

a mencionada avaliação, a ser realizada pelos instrutores, coordenadores e pares:


O Corpo de Alunos recebe os votos do Corpo Discente e do Corpo Docente,
camaradagem, cooperação, espírito de corpo, disciplina, responsabilidade, lide-
sendo realizada uma consulta nas Fichas Registro de Acompanhamento do Discente
rança, iniciativa e aproveitamento escolar. (EASA, 2002, p.6-7).
(FRAD), pelos coordenadores de turmas. Após a consolidação final das informa-
ções, é apresentado ao Ch da Seção Psicopedagógica, em ordem de prioridade, o
Mediante os novos critérios de avaliação para escolha dos Sargentos contem-
nome do Sargento Escol. A comissão envolvida no processo de seleção, encaminha
plados com o DIPLOMA SARGENTO ESCOL, organizou-se uma comissão para
ao Diretor de Ensino os resultados para a deliberação final e escolha dos alunos que
consolidar as informações coletadas junto ao corpo discente e o corpo docente,
serão contemplados com o DIPLOMA SARGENTO ESCOL. Os primeiros diplo-
apresentando os resultados ao Comando da Escola. A comissão era composta pelos
mas foram concedidos aos seguintes militares que, pelos atributos morais e profissio-
seguintes militares:
nais apresentados, obtiveram destaque, segundo a opinião de seus superiores e pares,
como demonstra o BI Esp nº 01, de 26 de novembro de 1993:
a) Ch S Pscpdg;
b) Coord G CA; e
1. Curso de Cavalaria
c) Coord de Tu. - 2º Sgt Cav JORGE JURANDIR CHAVES, 8º Esqd C Mec – Porto Alegre-RS.
2. Curso de Artilharia
O processo de seleção é supervisionado e orientado pelos coordenadores de tur- - 2º Sgt Art WELITON GOMES DA SILVA, 13º GAC – Pouso Alegre- RS.
ma, que apresentavam aos alunos os critérios (atributos), considerados para a escolha (CIAS-SUL, 1993, p. 11).

As figuras abaixo mostram os modelos dos diplomas emitidos aos Sargentos


Escol pelo CIAS-Sul e pela EASA.

5.4 PRÊMIOS DIVERSOS

Além dos prêmios criados pelo Estabelecimento de Ensino (Prêmio Aplicação


e Diploma de ESCOL), o Comando Militar do Sul e algumas entidades ofertaram
aos melhores classificados do CAS/1993 alguns prêmios, que foram entregues por
seus representantes, durante a solenidade militar de conclusão, realizada na Praça
das Armas ‘BATALHÃO CURUPAITÍ’ em 26 de novembro de 1993. Dentre as
entidades e prêmios, destacaram os primeiros classificados:
Figura 6 – Diploma Sargento de Escol emitido pela EASA.
a) Prêmio Comando Militar do Sul: 01 relógio de pulso (Oriento), concedido ao
do Sargento Escol. São indicados (três) nomes por turma, independente de armas,
4º classificado de cada arma. Militares contemplados com o prêmio:
para concorrer ao processo de seleção à Sargento Escol. A Seção Psicopedagógica
- Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
recebe dos coordenadores de turmas os nomes dos militares indicados pelos alunos.
- Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.
As indicações são analisadas junto ao ‘Sis 3A’ e ‘Sis Grau’, para verificar se existe
algum Escol, que indique supressão de algum nome dentre os alunos indicados, se
b) Prêmio POUPEX: 01 caderneta de poupança no valor de CR$ 30.000,00.
for o caso. Após a análise, é confeccionada a relação constando o nome dos discentes
Militares contemplados com o prêmio:
selecionados e encaminhado ao corpo docente, para que, individualmente, cada um
- Curso de Cavalaria: 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
dê o seu voto. (EASA, 2002).
- Curso de Artilharia: 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.

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c) Prêmio GBOEX: CR$ 11.250,00. Militares contemplados com o prêmio:
- Curso de Cavalaria: 1° lugar - 2º Sgt Hugo Cesar Rodrigues Goulart;
2° lugar - 2º Sgt Marcello Luis de Souza Borges;
- Curso de Artilharia: 1° lugar - 2º Sgt Proxério Manoel Felisberto.
Capítulo 6
2° lugar - 2º Sgt João Carlos Fassini.
Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas

Fabio Roberto dos Santos Alcântara –Cap


Elisete Batista Medeiros – Ten

A EASA começou a funcionar na sua configuração atual a partir do ano de 2004,


com a chegada da Arma de Comunicações à EASA, a estrutura organizacional atual
compreende:

Comandante

Estado Conselho de
Maior Ensino

Divisão de Seção de Seção Com Divisão de


Pessoal Operações DTI
Soc Ensino

Seção Divisão Cia C Sv Corpo de


Inteligência Administrativa SGP
Alunos

Figura 7 – Organograma Institucional.

6.1 MISSÃO

A EASA existe para: Aperfeiçoar os Sargentos das Armas de Infantaria, Cavala-


ria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, habilitando-os para o desempenho de
cargos de Segundo Sargento Aperfeiçoado, Primeiro Sargento e Subtenente, estabe-
lecidos nos Quadros de Cargos e nos Quadros de Cargos Previstos, priorizando as
seguintes atribuições:
a) Auxiliar de Seções de Estado-Maior nos Grandes Comandos, nas Grandes
Unidades e nas Organizações Militares;

44 45
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas

b) Auxiliar de Seções do Estado-Maior do Exército e dos Órgãos de Direção Ensino, o Projeto Institucional Pedagógico, o Projeto PLADIS, o Projeto Funções
Setorial e de Apoio; de Combate, o Projeto Revista e o Projeto de Utilização de Tecnologias Móveis na
c) Comando de Pelotão ou Seção; e Educação; para o segundo objetivo foram definidos: o Programa de desenvolvimen-
d) Cooperar com o desenvolvimento da doutrina da Força Terrestre na área de to da Liderança do C Alu e o Programa de desenvolvimento da Liderança na EASA.
sua competência. Na perspectiva Conhecimento e Pessoas foram definidos dois objetivos: Fortale-
cer a dimensão humana e o de Reforçar o relacionamento interpessoal. Em relação
Missão síntese: ‘Aperfeiçoar os Sargentos das Armas do Exército Brasileiro’. ao primeiro foi estabelecido o Programa de Capacitação e o Programa Bem Estar,
em relação ao último foi estabelecido o Programa de Melhoria do Relacionamento
6.2 VISÃO Interpessoal.
No que tange a perspectiva de Gestão, foi definido o objetivo de Promover a
A Visão de futuro da EASA é: ‘Constituir-se em um centro de referência Educa- melhoria da gestão com inovação e estabelecido o Programa EASA de Qualida-
cional Militar até 2022’. de. Quanto a perspectiva relacionada a infraestrutura foi estabelecido o objetivo de
modernizar e adequar a infraestrutura, sendo estabelecidos os seguintes projetos: o
6.3 VALORES Projeto Novo Aprovisionamento, o Projeto Pavilhão do Corpo de Alunos, o Projeto
Pavilhão Tuiuti, o Projeto Pavilhão da Companhia de Comando e Serviços, o Pro-
Os principais valores cultivados na EASA são: jeto Reestruturação Elétrica, o Projeto EASA Segura, o Projeto Adequação Sistema
a) Liderança:Cada um, em sua esfera de atribuição, deve exteriorizar o papel de de Esgoto e o Projeto de Adequação do Ginásio.
um líder, motivando e influenciando os liderados a contribuírem voluntariamente Em relação a perspectiva financeira foram estabelecidos os seguintes objetivos:
para o cumprimento da missão da EASA. Maximizar a obtenção de recursos e Otimizar o gerenciamento dos recursos, tendo o
b) Valorização Profissional: A Escola, eficaz no cumprimento da sua nobre primeiro como projeto a Captação de Recursos e o segundo o Programa Desperdício
missão para a operacionalidade do Exército Brasileiro, exige de seu inte- Zero.
grantes, cada vez mais, uma elevada capacitação profissional. Os profissionais E, por fim, para a perspectiva institucional, foram estabelecidos os objetivos de
da Escola são valorizados pelo seu continuado aprimoramento técnico-profissional Ampliar a integração da EASA com a sociedade e de Promover a responsabilidade
pela dedicação pessoal, pela vontade de aprender em estudos e leituras diárias, Social e Ambiental, com os seguintes planos de ação, para o primeiro: Programa
pela manutenção da capacitação física e pelempenho no exercício diário de sua de Integração com a sociedade e o Programa Divulgando EASA, e para o segundo:
função. Programa EASA Verde e o Programa EASA Solidária.
c) Liberdade com responsabilidade: Estabelecer relações com as pessoas, criando
condições para que elas se realizem profissionalmente e humanamente, maximi- 6.5 TRAJETÓRIA NA GESTÃO E RESULTADOS ALCANÇADOS
zando seu desempenho por meio do comprometimento, desenvolvimento de
competências e espaço para empreender. A EASA utiliza a estratégia da avaliação continuada da gestão, tendo como ins-
trumento o Modelo de Excelência da Gestão cujo foco está centrado na melhoria e
6.4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO aprendizagem. Essa estratégia consiste em avaliar e medir periodicamente o avanço
em termos de qualidade da gestão e dos resultados, além de propiciar a sensibilização
O planejamento estratégico da EASA tem como resultado o Plano de Gestão, da organização para a implantação da gestão por resultados, mediante a realização
instrumento que consolida perspectivas, objetivos e planos de ação para o alcance de ciclos contínuos de autoavaliação e melhoria, buscando apoiar as organizações na
da visão. transformação de sua gestão.
Para a perspectiva Educação e Cultura foram estabelecidos os objetivos: Pro- O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) é baseado no atendimento aos prin-
mover a melhoria contínua do processo educacional e Fortalecer os valores, o dever cípios constitucionais do ser público (impessoalidade, legalidade, moralidade, pu-
e a ética militar. Em decorrência, foram desenvolvidos os planos de ação, sendo blicidade e eficiência) e em fundamentos contemporâneos de boa gestão tais como:
que para o primeiro objetivo foram estabelecidos: o Projeto de Modernização do gestão participativa, gestão baseada em processos e informações, valorização das pes-

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas

soas, visão de futuro, aprendizado organizacional, foco em resultados e inovação. g) Geração de Valor: É o alcance de resultados de forma sustentada, aumentan-
A utilização do MEG constitui um relevante aspecto da mudança cultural que do seu valor tangível e intangível.
se pretende adotar no campo da gestão pública, fato que contribui sobremaneira h) Valorização das Pessoas: Propicia às pessoas um ambiente onde se realizem
para a melhoria contínua dos processos gerenciais e dos resultados das organizações. profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por intermédio do
Juntamente com a visibilidade de suas boas práticas, esse Modelo serve para outras comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender.
organizações. (LIMA, 2007). i) Conhecimento sobre o Cliente e o Mercado: Visa à criação de valor de for-
No Exército Brasileiro, as mudanças também ocorreram, com preservação de ma sustentada e ao aumento da competitividade.
seus valores históricos e em perfeita sintonia com o processo de evolução dos cená- j) Desenvolvimento de Parcerias: A atuação conjunta com outras organizações
rios político, econômico e social do Brasil e do mundo, no contexto de uma nação potencializa competências complementares e busca benefícios para as partes envol-
emergente e globalizada. vidas.
Para acompanhar as mudanças e as evoluções no Exército, foi criado o Programa k) Responsabilidade Social: Propõe uma relação ética e transparente com todas
Excelência Gerencial (PEG-EB), sendo este o instrumento de implantação da estra- as partes, englobando ações que se baseiam no desenvolvimento sustentável, preser-
tégia de ‘reorganização das atividades sob a égide da excelência’, estabelecido pelo vando os recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e promovendo a
Comandante do Exército, General-de-Exército Francisco Roberto de Albuquerque. redução das desigualdades sociais.
Esse Programa visava melhorar a operacionalidade da tropa e atender, nas melhores
condições, aos anseios de defesa e segurança da Sociedade Brasileira. Os fundamentos da excelência são colocados em prática por intermédio de oito
O Programa utilizou a metodologia de autoavaliação adotada pelo Programa de critérios:
Qualidade do Serviço Público (PQSP), atual Programa Nacional de Gestão Pública a) Liderança: O sistema de liderança está relacionado ao comprometimento
e Desburocratização (GESPÚBLICA) do Ministério do Planejamento, Orçamento dos membros da direção no estabelecimento, disseminação e atualização dos princí-
e Gestão (MPOG), com base no Modelo de Excelência da Gestão. pios e valores que promovam a cultura da excelência. A liderança na Escola é exerci-
O MEG tem como alicerce um conjunto de conceitos fundamentais que se da pelo Comandante, juntamente com seu Estado-Maior, e busca definir diretrizes
traduzem em processos gerenciais e fatores de desempenho reconhecidos internacio- que garanta o alinhamento das ações rumo a excelência.
nalmente como prática de organizações que constantemente aprimoram sua gestão b) Estratégias e Planos: Trata-se do processo de formulação das estratégias, com
para adaptar-se às mudanças globais. Seus fundamentos são: ênfase na análise do ambiente interno e externo; inclui também a implementação, a
definição de indicadores, o desdobramento de metas e planos e o acompanhamento.
a) Pensamento Sistêmico: A organização deve entender as relações de interde- As estratégias e planos da EASA estão consolidadas no plano de gestão, neste docu-
pendência entre seus diversos componentes e o ambiente externo. mento estão expressos a análise estratégica, são definidos objetivos, indicadores e os
b) Aprendizado Organizacional: A organização alcança novos patamares quan- planos de ação.
do percebe, reflete, avalia e compartilha novas experiências. c) Clientes: Aborda a segmentação de mercado, ou seja, como identificar e tra-
c) Cultura da Inovação: As empresas buscam promover um ambiente que pro- tar as necessidades e expectativas dos clientes; divulgar produto e marca; estreitar o
picie criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam relacionamento com clientes; e avaliar a satisfação dos clientes. Os clientes da Escola
gerar diferencial competitivo. são segmentados pelas armas existentes no Exército Brasileiro, sendo eles: Sargentos
d) Liderança e Constância de Propósitos: A liderança que atua de forma aberta, da Arma de Infantaria, Sargentos da Arma de Cavalaria, Sargentos das Armas de
democrática e inspiradora motiva as pessoas, buscando a excelência e promovendo a Artilharia, Sargentos das Armas de Engenharia e Sargentos das Armas de Comuni-
qualidade. cações. É importante ressaltar que na cadeia de clientes o Exército é quem receberá
e) Orientação por Processos e Informações: Trata-se de compreender e segmen- o Sargento Aperfeiçoado no CAS.
tar o conjunto de atividades e processos da organização que agrega valor às partes d) Sociedade: Examina como contribuir para o desenvolvimento sustentável
interessadas, baseando a tomada de decisão na medição e na análise de desempenho. e como interagir com a sociedade de forma ética e transparente. A cidade de Cruz
f ) Visão de Futuro: Constitui a compreensão dos fatores que afetam a organi- Alta foi definida como foco das ações sociais e ambientais da Escola, neste contexto
zação no curto e longo prazo, ou seja, saber aonde se quer chegar. são realizadas ações como: doação de alimentos, coleta seletiva, equoterapia, dentre

48 49
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas

outros projetos que tem impacto positivo na sociedade. busca pela excelência na gestão.
e) Informações e Conhecimento: Aborda a gestão e a utilização das informa- Para evoluir na implementação do Modelo de Excelência da Gestão, faz-se ne-
ções da organização, das informações comparativas e dos ativos intangíveis gerado- cessária a adoção de práticas de gestão cada vez mais alinhadas. A Escola estava cien-
res de diferencial. Como instituição de educação as informações e os conhecimentos te de suas oportunidades de melhorias, com base nos resultados das autoavaliações
permeiam toda a estrutura e processos, favorecendo a tomada de decisão. realizadas, bem como dos relatórios emitidos pelos examinadores do PQ-RS.
f ) Pessoas: Examina os processos gerenciais relativos à configuração de equipes Em 2010 e 2011, como resultado da evolução da gestão, foi conquistado o
de alto desempenho, ao desenvolvimento de competências das pessoas e à manuten- Troféu Bronze no Prêmio Qualidade – RS, oportunizando mais uma vez o reconhe-
ção do seu bem-estar. A promoção de uma ambiente favorável ao alto desempenho, cimento e desenvolvimento da maturidade em gestão, apoiando o desenvolvimento
ao desenvolvimento e ao bem-estar dos militares é preconizado na EASA. sustentável da organização.
g) Processos: Analisa os processos gerenciais relativos aos processos principais A cada conquista e reconhecimento, os desafios aumentam, o aprendizado é
do negócio e aos de apoio, tratando separadamente os relativos a fornecedores e os consolidado e os resultados são verificados, favorecendo a melhoria contínua da
econômico-financeiros. Os processos relacionados ao processo educacional são con- gestão, criando um ambiente onde a inovação passa a ser parte da cultura.
siderados os finalísticos, os demais processos são denominados de apoio, em ambos A última grande conquista da EASA foi em 2013, com o maior reconhecimento
os processos ocorrem o acompanhamento, a análise e a melhoria a cada ciclo de até hoje alcançado por essa instituição de ensino do Exército Brasileiro, Troféu Prata
execução. no Prêmio Qualidade – RS, o que já traz um novo desafio: aprimorar ainda mais sua
h) Resultados: Aborda os resultados relevantes da organização, incluindo a aná- gestão e buscar um novo patamar no MEG, rumo ao Troféu Ouro.
lise de tendência e do nível atual de desempenho, pela verificação do atendimento O principal resultado da EASA é expresso em 70 turnos aperfeiçoados até de-
dos níveis de expectativa das partes interessadas e pela comparação com o desempe- zembro de 2014, cada turno é constituído de aproximadamente 250 sargentos das
nho de outras organizações. Os resultados expressam o alcance de um novo patamar Armas. Em síntese foram aperfeiçoados 17.408 sargentos do Exército Brasileiro e
de gestão, que evolui a cada ciclo de avaliação, garantindo a melhoria contínua. 96 sargentos de Nações Amigas.

O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) orienta as organizações na busca de 6.6 REGIME ESCOLAR
transformações no âmbito da gestão e avalia o desempenho dessas organizações. Os
oito critérios se dividem em quatro blocos principais, de acordo com o ciclo PDCL O regime escolar adotado na EASA compreende a realização dos cursos de aper-
(Plan, Do, Check e Learn). feiçoamento de sargentos (CAS) em 03 (três) turnos. Cada turno tem a duração
No âmbito das Organizações Militares, a implementação do MEG é conside- de 41 (quarenta e uma) semanas, distribuídas em duas fases, uma na modalidade
rada uma conquista do Exército, estando os esforços alinhados no sentido de, com Ensino a Distância (EAD) e a outra na modalidade ensino presencial. A Divisão de
foco na operacionalidade, dotar a Instituição de uma moderna filosofia gerencial, Ensino tem atualmente a seguinte estrutura:
adotada por organizações públicas e privadas bem-sucedidas em todo o mundo.
Fruto dos excelentes resultados alcançados, em 20 de abril de 2007, por meio da Ensino Apoio ao Ensino
DIV ENS
Portaria nº 220, o Excelentíssimo Senhor General-de-Exército Enzo Martins Peri,
C Inf Sect
Comandante do Exército, estabeleceu o Sistema de Excelência no Exército Brasilei- Seç Pscpdg
ro (SE-EB). C Cav SMAE
Na Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), a implemen- Seç Coor Pdg
C Art
tação MEG acompanha o desenvolvimento no Exército, porém os resultados da
S seç Plg Es
adoção do modelo começam a ser projetados a partir de 2009, com a conquista da C Eng
Medalha de Bronze, no Prêmio Qualidade - RS 2009 (PQ-RS), promovido pelo S seç Avl A
C Com S seç Acomp
Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP).
Pdg
O reconhecimento de todo o esforço com a conquista do prêmio foi como uma EAD
Set Cult
mola propulsora que revestiu seus militares de orgulho e de forças para continuar na
Figura 8 – Organograma da Divisão de Ensino.
50 51
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 6 - Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas

com o quadro abaixo.


6.7 FASE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Sala Nr 1 Sala Nr 2 Sala Nr 3 Sala Nr 4 Sala Nr 5 Sala Nr 6 Sala Nr 7
A primeira fase é realizada a distância, na OM de origem do militar e consta 40 alunos 45 alunos 40 alunos 45 alunos 45 alunos 40 alunos 45 alunos
de 30 (trinta) semanas, com 12 (doze) horas semanais, sendo 8 (oito) durante o
expediente. A fase a distância é desenvolvida no Ambiente Virtual de Aprendizagem Quadro 5 – Distribuição de Alunos.
(AVA), disponível no Portal de Educação do Exército, onde o Sgt Alu efetua o seu
cadastro e faz a solicitação de inscrição no curso. 6.9 AUDITÓRIO E INSTALAÇÕES DE APOIO AO ENSINO
Antes do início da 1ª fase, o material didático é encaminhado a todos os Sgt Alu,
em DVD hipermídia e apostilas impressas. Esse procedimento de envio de docu- Além das salas de aula, as atividades de ensino-aprendizagem contam com 01
mentação em DVD visa permitir o acesso do Alu ao conteúdo a ser ministrado no (um) auditório, com capacidade máxima de 320 (trezentos e vinte) lugares; 01 (um)
curso, proporcionando melhores condições de aprendizagem. laboratório de informática, com 41 (quarenta e um) computadores e 01 (um) Setor
Durante a fase não-presencial, nas diversas OM que possuam Sgt Alu, são no- Cultural.
meados oficiais orientadores, preferencialmente capitães com o Curso de Aperfei-
çoamento de Oficiais, e sargentos com o CAS, para a função de auxiliar do oficial 6.10 SARGENTOS ALUNOS DE NAÇÕES AMIGAS
orientador. Nesse período, também, devem ser concedidos, aos Sgt Alu, 02 (dois)
tempos de instrução diários, dentro do horário de expediente da OM, para fins de Os sargentos alunos de Nações Amigas (NA) terão suas matrículas formalizadas
estudo. no Turno 70 (3º Turno/2014), do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS),
Ao longo da 1ª fase do CAS, são realizadas 04 (quatro) Avaliações Formativas após apresentação na EASA, de acordo com a Portaria nº 225-EME, de 13 dez 07,
(AF 1, 2, 3 e 4). Estas avaliações se desenvolvem diretamente no Portal de Educação momento em que receberão o material didático pertinente à 2ª Fase do CAS e reali-
do Exército e ficam disponibilizadas ao longo das semanas de instrução 4, 11, 19 zarão uma avaliação diagnóstica de língua portuguesa, simultânea à PFE 1.
e 27. As Fichas de Orientação de Estudo (FOE) são divulgadas com 48 (quarenta O regime escolar para os militares de NA terá a duração de 11 (onze) semanas
e oito) horas de antecedência de cada avaliação no sítio do Portal de Educação do presenciais, na EASA com 08 (oito) horas diárias, excetuando-se os conteúdos de
Exército e no sítio da EASA. 2ª Seção em Campanha e Inteligência Militar, cujos tempos serão destinados ao
A realização das avaliações é de caráter obrigatório, devendo o Sgt Alu passar à Sgt Alu NA para desenvolverem trabalhos escolares e culturais sobre as carreiras das
disposição do DECEx dois dias antes da realização das AF. praças dos seus exércitos.
O conhecimento ministrado na fase à distância são computados para fins de Os Sgt Alu NA serão avaliados na Prova Formal Escrita/2 e no trabalho de expo-
classificação por meio da 1ª Prova Formal Escrita (Avaliação Somativa), na frase sição cultural de NA que ocorrerá na subfase de administração militar, que determi-
presencial. narão aproveitamento do aluno NA por ocasião da conclusão do curso.
No final do turno o Sgt Alu NA apresentará um trabalho cultural sobre a carreira
6.8 FASE DE EDUCAÇÃO PRESENCIAL das praças do seu exército, no auditório da EASA, com a duração de um tempo de
instrução para cada nacionalidade e para todos os Sgt Alu do CAS.
A segunda fase tem a duração de 11 (onze) semanas, ocorrendo na EASA, com
08 (oito) tempos de instrução diários.
Na fase presencial do CAS, os sargentos alunos são distribuídos em até 07 (sete)
turmas, mantendo essa constituição durante as instruções da disciplina de OEA, nas
05 (cinco) semanas iniciais. Nas demais semanas, o turno é distribuído em novas
turmas de aula, tendo como característica a constituição mista, de maneira a estrei-
tar os laços entre as armas e o compartilhamento de experiências entre os discentes.
Para atender ao CAS, a Escola dispõe de 07 (sete) salas de instrução, de acordo

52 53
Capítulo 7
Corpo de Alunos da EASA

Luis Carlos Silveira Lemes – Sgt

7.1 HISTÓRICO

Em sua estrutura de comando, o Corpo de Alunos da Escola de Aperfeiçoamen-


to de Sargentos das Armas (EASA) é constituído por sargentos. O Comandante do
Corpo de Alunos é um 1° sargento, possuidor do Curso de Sargento Maior, reali-
zado no Exército dos Estados Unidos da América. Esse militar conduz o Corpo de
Alunos auxiliado por sargentos coordenadores de turma, encarregado de material e
sargenteante. Entender a estrutura de coordenação do Curso de Aperfeiçoamento
de Sargentos na EASA e sua importância na valorização do sargento do Exército
Brasileiro (EB) implica conhecer o cenário em que se deu a criação dessa estrutura.
No ano de 1993, entrou em funcionamento o Centro de Instrução de Aperfei-
çoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul (CIAS-Sul). A divisão organi-
zacional interna, que enquadrava os sargentos alunos, seguiu o modelo tradicional
das escolas do Exército Brasileiro. Dessa forma, o Corpo de Alunos era estruturado
com um comandante do corpo de alunos, função desempenhada por um major ou

Figura 9 – Instrução em campo (1993).

54 55
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA

capitão, que tinha como auxiliares capitães instrutores-chefes, oficiais e sargentos


instrutores, encarregado de material e sargenteante. Esse pessoal desempenhava tan-
to atribuições de ensino quanto administrativas.
Nessa época também teve início a caminhada para a modernização do ensino
do EB e para a busca da valorização dos profissionais da Instituição. O nascente
CIAS-Sul começou suas atividades já balizado por essas duas direções. O CIAS-Sul
foi ganhando importância e sendo reconhecido como um estabelecimento de ensino
voltado para o aperfeiçoamento dos sargentos das armas da Força Terrestre.
No ano de 1995, a direção de ensino do CIAS-Sul verificou o contínuo au-
mento das atribuições referentes às atividades administrativas do Corpo de Alunos,
em função das quais decorriam prejuízos para a qualidade dos trabalhos realizados.
Julgou-se oportuna a separação das atividades de instrução das atividades adminis-
trativas e foi estruturada a função de Coordenação dos Cursos. A nova função era
desempenhada por um sargento em cada curso, desvinculando-se esses militares das
atividades de instrução. Dessa forma, permitia-se uma dedicação exclusiva aos en- Figura 10 – Instrução em campo (2014).
volvidos no processo. Tal estrutura foi utilizada até o fim do ano de 1996.
A partir de 1997, o Comando do Estabelecimento de Ensino decidiu pela volta
da centralização das atividades administrativas e escolares, retomando-se a estrutura Criaram-se dessa forma, na antiga EsAS em lugar dos cursos, as Seções de Ensino
original dos cursos. As atribuições disciplinares, administrativas e de controle de com exclusiva dedicação pedagógica, em resposta às necessidades de modernização do
pessoal eram conduzidas pelos instrutores-chefes dos cursos e seus auxiliares, que ensino. Estruturou-se, de igual modo, o Corpo de Alunos, incluindo uma Coorde-
realizavam tanto as atividades administrativas, quanto a missão principal, o ensino. nação Geral do Corpo de Alunos e as Coordenações de Turmas de Sargentos Alunos.
No fim do ano de 1998, a contraposição entre as experiências de 1995, 1996 e A partir do início do ano de 1999, o Corpo de Alunos passou a ser conduzido
1998, além dos ensinamentos colhidos nos anos anteriores, levou à constatação de por um 1° sargento, Coordenador Geral do Corpo de Alunos, subordinado direta-
que as dificuldades decorrentes do acúmulo das funções administrativas e de ensino mente ao Comando da Escola. O Corpo de Alunos foi dividido, então, em turmas,
apontavam para a solução testada com a Coordenação dos Cursos. Desse modo, o conduzidas por um sargento aperfeiçoado, que absorveu as atribuições atinentes à
Diretor de Ensino decidiu desmembrar as atividades de ensino das atividades ad- disciplina, à administração e ao controle de pessoal. Os resultados demonstraram
ministrativas de forma definitiva. No mesmo ano, a denominação de CIAS-Sul foi que tal experiência foi proveitosa. A estrutura de comando do Corpo de Alunos
mudada para Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos (EsAS). solidificou-se com o passar dos anos e vem recebendo observações positivas das
Numa antevisão ousada e oportuna, o projeto implantado pelo Diretor de En- autoridades militares.
sino da EsAS, concernente com o direcionamento da Instituição para a valorização A estrutura dos cargos, em funcionamento desde o ano de 1999, foi aprovada
de seus recursos humanos e centrado na máxima ‘O homem: a força de nossa força’, em QCP no ano de 2005. Em dezembro de 2013, após solicitação da EASA, o cargo
atribuiu aos sargentos, na escola que lhes serve de referência, a função de coordena- de Coordenador Geral do Corpo de Alunos recebeu nova denominação, sendo, a
dor. Assim, foram apresentados dois desafios aos sargentos: corresponder à projeção partir de então, denominado Comandante do Corpo de Alunos.
da expectativa desta valorização por seu desempenho e tornar-se o exemplo que
arrasta seus pares ao estrito cumprimento do dever, motivando-os ao autoaperfei- 7.2 O CORPO DE ALUNOS HOJE
çoamento e ao fortalecimento do vínculo com a Instituição por meio de exemplo
profissional e do desenvolvimento de potencialidades, balizados pelo respeito à hie- Nos dias atuais, falar sobre o Corpo de Alunos da EASA é falar de uma estrutura
rarquia e à disciplina. inovadora e sólida, que se aperfeiçoa na medida em que avança no tempo, alinhada

56 57
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA

Comandante do
Corpo de Alunos

Coordenadores Encarregado de
Sargenteante
de Turmas Material

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7
Infantaria Infantaria Infantaria Cavalaria Artilharia Engenharia Comunicações

Figura 12 – Organograma do Corpo de Alunos.

Figura 11 – Atividades em campo (2014).


seguido para o desempenho profissional dos sargentos alunos, pela vivência concreta
com as diretrizes da Instituição. As expectativas sempre foram muitas e os temores dos valores e das crenças que fundamentam a identidade militar; e
iniciais, próprios de uma estrutura inovadora, foram plenamente superados. g) facilitação da resolução de problemas, sem quebra da hierarquia ou da disci-
Os anos vividos com essa moderna estrutura evidenciaram uma convivência plina, e com o reforço e o fortalecimento da camaradagem, do comprometimento e
harmoniosa e de perfeito cumprimento dos pilares básicos da Instituição. Isso é dos pilares básicos do Exército.
demonstrado, dentre outros, nos seguintes aspectos positivos:
7.3 PERFIL DO SARGENTO ALUNO
a) exemplificação da necessária mudança de postura para o sargento aperfeiçoa-
do perante a carreira militar e o EB; Atualmente, os sargentos designados para realizar o Curso de Aperfeiçoamento
b) valorização do sargento, buscada pelo EB, em um processo mais amplo de de Sargentos na EASA são componentes, em sua maioria, das turmas graduadas na
valorização dos recursos humanos da Força, demonstrando o pioneirismo e a exce- Escola de Sargentos das Armas nos anos de 2003 e 2004, ou seja, cerca de 10 (dez)
lência da EASA no processo de aperfeiçoamento de parcela desses recursos; anos após a formação. Os dados estatísticos aqui apresentados foram calculados de
c) motivação do sargento aluno para o autoaperfeiçoamento e para a carreira acordo com a média dos 03 (três) turnos do Curso de Aperfeiçoamentos de Sargen-
militar, materializando uma forma de valorização do sargento no Exército; tos das Armas realizados na EASA no ano de 2014, abrangendo 655 (seiscentos e
d) acompanhamento e desenvolvimento de atributos ligados à área afetiva e à cinquenta e cinco) Segundos Sargentos do Exército Brasileiro, integrantes das Ar-
liderança militar; mas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações. Nos gráficos
e) dedicação exclusiva do instrutor à atividade de ensino; a seguir, é possível verificar o perfil atual do Sargento Aluno da EASA, bem como
f ) apresentação de um modelo significativo entre os pares, que assegura o exem- entender o momento da carreira que estes militares estão vivendo, após dez anos de
plo e a orientação quanto ao caminho do profissionalismo e de maturidade a ser formação.

58 59
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA

7.3.4 Região de Origem


7.3.1 Faixa Etária
8,7% 12,21%
13,28%
2,29%
17,4% NORTE
NORDESTE
25 a 30 anos SUL
84,43% 31 a 35 anos SUDESTE
28,55%
mais de 36 anos CENTRO-OESTE

33,13%
Gráfico 1- Faixa Etária. Gráfico 4- Região de Origem.

7.3.2 Escolaridade 7.3.5 Comportamento


6,25%
3,21% 18,3%
30,23%
32,52% EXCEPCIONAL

ENSINO MÉDIO ÓTIMO


75,45% BOM
SUP INCOMPL
34,05% SUP COMPL
PÓS GRAD/MESTRADO/
DOUTORADO
Gráfico 5- Comportamento.
Gráfico 2- Escolaridade

7.3.3 Estado Civil 7.3.6. Religião


5,8%
4,73%
16,49% 8,4%
CATÓLICO
CASADOS EVANGÉLICO
83,51% SOLTEIROS 55,73% ESPÍRITA
AGNÓSTICO
OUTRAS
Gráfico 3- Estado Civil
25,34%
Gráfico 6- Religião.

60 61
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 7 - Corpo de Alunos da EASA

seis) sargentos dos exércitos de diversos países, dentre os quais: Angola, Argentina,
Bolívia, Equador, Paraguai, São Tomé e Príncipe, Suriname, Uruguai e Venezuela.
1,98% Além de receber militares de Nações Amigas na condição de sargento aluno, a
1,07% EASA conta com a presença de um Sargento Maior do Exército dos Estados Unidos
0,46%
da América como parte do Corpo Docente desde o ano de 2013. A presença desse
militar é resultado de um intercâmbio de instrutores entre o Brasil e os Estados
Unidos da América.
INGLÊS

96,49% ESPANHOL 7.5 ATRIBUIÇÕES DO COMANDANTE DO CORPO DE ALUNOS


OUTROS
NÃO HABILITADO As atribuições do Comandante do Corpo de Alunos a seguir constam do regu-
lamento da EASA:

Gráfico 7- Habilitação em Idiomas. a) Integrar o Estado-Maior e o Conselho de Ensino da EASA;


b) responsabilizar-se pela ligação entre o Corpo de Alunos e o Comando, no
tocante a todas as atribuições e atividades do Corpo de Alunos;
7.3.8 Opção de Instalação - responsabilizar-se pela disciplina e pelas recompensas do Corpo de Alunos,
mediante ligação com o Subcomandante;
- responsabilizar-se pelo cumprimento das atividades de ensino, mediante liga-
28,57% ção com o Chefe da Divisão de Ensino;
- supervisionar, coordenar e controlar os trabalhos administrativos do Corpo de
Alunos, relativos a pessoal e material;
RESIDENTES NA EASA - planejar e coordena as instruções de Comando, Chefia e Liderança, as ativi-
71,43% NÃO RESIDENTES NA EASA dades físicas, as olimpíadas escolares e as atividades sociais relativas aos sargentos
alunos; e
- comandar o Corpo de Alunos nas formaturas da Escola.

7.6 ATRIBUIÇÕES DOS COORDENADORES DE TURMA
Gráfico 8 - Habilitação em Idiomas.
São as seguintes atribuições:

a) atuar, por meio do exemplo, na busca de melhoria ou mudança comporta-


7.4 MILITARES DE NAÇÕES AMIGAS mental do sargento aluno;
b) supervisionar a turma com relação às atividades administrativas de apoio ao
ensino;
Desde o 3º Turno do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas do c) ser o instrutor das disciplinas Comando, Chefia e Liderança e Treinamento
ano de 2008, a EASA conta com a presença de militares de Nações Amigas na fase Físico-Militar;
presencial do CAS. Esses militares frequentam o curso no último turno de cada d) participar das atividades físicas, das olimpíadas e das atividades sociais da
ano. Até o momento, este Estabelecimento de Ensino aperfeiçoou 96 (noventa e turma;
e) orientar a conduta comportamental dos sargentos alunos e realizar a avaliação
62 63
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais

dos atributos da área afetiva da turma;


f ) fiscalizar o cumprimento das Normas Gerais de Ação do Corpo de Alunos e
da EASA, por parte dos sargentos alunos, e a manutenção das instalações ocupadas;
g) fazer o acompanhamento das necessidades de apoio e dos problemas vividos
Capítulo 8
pelos sargentos alunos, durante a realização da fase presencial do CAS;
h) executar a coordenação das atividades de ensino previstas, aplicar provas e
A Divisão de Ensino
acompanhar os sargentos alunos na busca de solução para suas necessidades peda-
gógicas.
George Perreira Santa Rosa – Maj
A EASA tem demonstrado o acerto de seu pioneirismo em adotar uma estrutura Edilson Luís Zamberlan - Cap
que permite a valorização do sargento de maneira mais prática e efetiva. Mediante a
ação de liderança do sargento e reforçando, desse modo, a hierarquia, a disciplina e
a camaradagem na EASA, a Escola tornou-se referência para todo o Exército Brasi- A Divisão de Ensino é o órgão responsável, nos Estabelecimentos de Ensino, por
leiro. Essa atitude inovadora, além de contribuir para a modificação da conduta do gerenciar as atividades de ensino. Na EASA ela é responsável pelo planejamento,
Sargento Aluno pelo exemplo, fortalece os valores da Força Terrestre e torna a EASA programação, supervisão, coordenação, controle e avaliação do processo de ensino
um centro de excelência no aperfeiçoamento dos Sargentos das Armas do Exército e aprendizagem, bem como a orientação ao Sargento Aluno durante a realização do
Brasileiro. Autoria do 2º Tenente JESUS DA SILVA PINHEIRO (adaptado pela Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS).
EASA). Órgão de assessoramento ao Diretor de Ensino, entre as inúmeras atividades
que realiza, está como principal a ação educacional permanente. Busca, assim, es-
tar em consonâncias às teorias educacionais vigentes, à atualização tecnológica, à
capacitação de seus quadros e à adequação dos meios e recursos disponíveis. Desta
forma, o capital mais importante do Exército, o SER HUMANO, ao realizar seu
aperfeiçoamento profissional, recebe os estímulos necessários para prosseguir moti-
vado na sua vida profissional, atualizando seus conhecimentos comuns e específicos,
aprimorando seu hábito ao estudo da história militar e habilitando-se a prosseguir
em sua carreira militar.
No que se refere à ação educativa, também à Divisão de Ensino, juntamente com
o Corpo de Alunos, compete-lhe reforçar e desenvolver o espírito militar dos Segun-
dos Sargentos das Armas, consubstanciado ao fortalecimento do caráter, das condi-
ções democráticas dos valores - cívicos, sociais, morais - no culto à personalidade e
na disciplina consciente, pela análise crítica ativa das disciplinas de fundamentação
e instrumentalização que compõe o CAS, atualizado o aluno e lhe capacitando para
atender as demandas prementes do Exército Brasileiro em decorrência das atualida-
des de adequação mundial e pelo constante clima de mudança do Século XXI.
Para bem cumprir sua tarefa a Divisão de Ensino está assim estruturada:

a) Seção de Coordenação Pedagógica: subdividida em Subseção de Avaliação de


Aprendizagem, Subseção de Acompanhamento Pedagógico e Subseção de Planeja-
mento Educacional;
b) Seção Psicopedagógica: que busca orientar os instrutores a bem conduzir suas

64 65
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 8 - A Divisão de Ensino

atividades de docência e atender os Sargentos Alunos, por compreender que o CAS transformação, buscando sua atualização em função da evolução da natureza dos
ocorre num momento de inflexão na vida profissional do militar; conflitos contemporâneos.
c) Seções de Ensino: designadas de ‘A’, ‘B’, ‘C’, ‘D’ e ‘E’, representando as Armas Buscando alcançar essa ‘visão’ o EB estabeleceu alguns objetivos estratégicos,
de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações respectivamente. onde, na parte da educação, podemos destacar a implantação de um novo e efetivo
Possuem como principal atribuição a de ministrar instruções gerais e específicas para Sistema de Educação e Cultura, buscando a transformação do seu ensino, em prol
que o concluinte do curso desempenhe funções de caráter, administrativo nas OM, do melhor preparo e qualificação do seu efetivo.
de Adjunto de frações militares, bem como exerça sua liderança e tenha competên- A Escola de Sargento das Armas (EASA), subordinada ao Departamento de
cia para ser um Chefe Militar eficiente; Educação e Cultura (DECEx), está alinhada às diretrizes do EB no Processo de
d) Seção de Ensino a Distância: que conduz o ensino do CAS na 1º fase e que Transformação do Ensino, auxiliando a Força Terrestre na inserção de seus sargentos
atualmente conta com meios sofisticados e tecnológicos de ensino; na era do Conhecimento por intermédio da modernização dos meios de apoio ao
e) Seção de Meios de Apoio ao Ensino: responsável pelas publicações de apoio ensino, e ainda, no estudo e aperfeiçoamento do sargento de acordo com a nova
ao ensino; Doutrina Militar Terrestre, que tende a estar em constante evolução, buscando sem-
f ) Secretaria da Divisão de Ensino: cuja missão principal é manter atualizados os pre uma compreensão e adequação ao Ambiente Operacional, que atualmente está
documentos do ensino. caracterizado pela existência de três dimensões, a dimensão física, a dimensão huma-
na e a dimensão informacional.
Transcorridos mais de vinte anos desde sua criação, A EASA tem cumprindo sua
missão de aperfeiçoar os sargentos das armas do Exército e Brasileiro e neste decor- A Doutrina Militar Terrestre (DMT) enfatiza, como fatores decisivos para a vitó-
rer do tempo tem se mantido como Escola Militar vanguardeira na implementação ria final: a relevância das informações; a rapidez de concepção e de execução das
de projetos e inovações que refletem a preocupação da força com os segmentos dos operações terrestres; o espírito ofensivo; a importância da conquista e manuten-
graduados. Desde a mudança de sua organização, de suas instalações, de seus meios ção da iniciativa; a flexibilidade para combinar e alterar atitudes, missões e cons-
tituição das forças; a sincronização das ações no tempo e no espaço; a liderança
de instrução, das melhorias em sala de aula, do estímulo a realização de cursos, do
e capacidade de decisão dos comandantes em todos os escalões; e a iniciativa dos
processo de gerenciamento por projetos, aos intercâmbios internacionais.
subordinados. (Operações do EB, 2014, p. 28). , EB20-MF-10.103, 4ª Ed 2014)
A Divisão de Ensino tem permeado todos os processos que hoje tornam con-
cretos os sonhos do passado para que o profissional aperfeiçoado seja mais que um
A EASA tem a nobre missão de aperfeiçoar os Sargentos das Armas do Exército
simples executor de tarefas, que ele seja um militar pró-ativo e dinâmico, compre-
Brasileiro, buscando situar e atualizar o 2º Sgt com o que há de mais, moderno
enda suas ações, possua competência, se mantenha atualizado às mudanças, enfim,
em relação à Doutrina Militar Terrestre (DMT). E esta, contempla o emprego dos
entenda que o Exército é a reunião de interesses de homens de valores, irmanados
elementos da Força Terrestre (F Ter) como componente das Forças Armadas (FA),
pelo desejo de servidão ao Brasil.
constituindo parte essencial da Defesa e importante instrumento de ação do estado.
Para que a F Ter cumpra da melhor forma possível sua razão de ser, como com-
8.1 ADEQUAÇÃO DO ENSINO NA EASA NO PROCESSO DE TRANS-
ponente das FA, precisa ser constituída por militares que cultuem princípios, valores
FORMAÇÃO DO EB
morais e intelectuais, e que sejam capazes de enfrentar todos os desafios de um am-
biente estratégico complexo, cujos cenários evoluem rapidamente. Sendo assim, a
O Exército Brasileiro (EB), como uma das principais instituições nacionais, vem
DMT, reconhece a extrema necessidade da realização das operações conjuntas, com
acompanhando e auxiliando no desenvolvimento do país, respaldando as decisões
procedimentos e critérios de apoio mútuo comuns, buscando a máxima eficácia
soberanas do Brasil no cenário mundial. Para que isso ocorra, se faz necessário que
operativa no cumprimento de todas as missões.
o EB se mantenha atualizado, para que possa enfrentar de forma adequada os desa-
O preparo, atualização e aperfeiçoamento dos sargentos, assim como o de to-
fios do século XXI. Sendo assim o EB definiu em sua nova visão de futuro que até
dos os militares que compõem a F Ter, que serão empregados em um Ambiente
2022, seu processo de transformação chegará uma nova doutrina, com profissionais
Operacional Contemporâneo são de extrema importância, pois todos devem estar
altamente capacitados e motivados e o emprego de tecnologia avançada.
preparados e aptos a executar missões operando no Amplo Espectro, combinando
Responsável pelo combate terrestre, o EB, vem desenvolvendo um processo de
capacidades, simultânea ou sucessivamente, em operações ofensivas, defensivas, de

66 67
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 8 - A Divisão de Ensino

pacificação e de apoio a órgãos governamentais, tudo em um ambiente conjunto e três militares do corpo permanente da escola, tendo esta avaliação peso 1.
Interagências. Esta sistemática de trabalho adotada pela escola proporciona uma heterogenei-
Desta forma, com o estudo e aperfeiçoamento do Sgt na DMT, com o emprego dade dos grupos permitindo, assim, uma abordagem de assuntos de forma multi-
organizado em funções de combate, informações e a liderança militar, certamente, disciplinar, propiciando também a interação e troca de experiências entre alunos de
estaremos mais preparados e alinhados com as necessidades que os conflitos ar- armas diferentes.
mados exigirão do Exército Brasileiro, cumprindo assim da melhor forma a nossa
missão institucional. 8.3 CLUBE DE IDIOMAS

8.2 A EVOLUÇÃO DO PROJETO INTERDISCIPLINAR NA EASA A ideia quanto à implantação de um Clube de Idiomas na EASA teve início no
ano de 2013, quando se verificou, em consonância com a DETMil, a importância
O Projeto Interdisciplinar (PI) iniciou-se na EASA em 1999, com a inserção da do domínio de uma língua estrangeira por parte do sargento, tendo em vista a cres-
prova interdisciplinar digital em dupla. Tinha como ideia inicial a aproximação do cente demanda de missões no exterior no âmbito dos praças do Exército Brasileiro,
sargento-aluno com a tecnologia da informação, bem como simular a atuação dos além das inerentes às Forças de Paz. A fim de concretizar o referido Projeto a Escola
mesmos em diversos setores de uma OM tais como: SIMATEX, Licitação, Admi- criou o Clube de Idiomas da EASA, publicado no Boletim Interno nº 74, de 23
nistração Patrimonial e Documentação de Subunidade. de abril de 2014. Dessa maneira, foram escolhidos o inglês, o espanhol e o francês
No ano de 2004 encerrou-se a avaliação digital devido à escassez de computa- como idiomas pioneiros do projeto em tela, o que não quer dizer que, no futuro,
dores, porém, nos anos de 2005 e 2006 foram adquiridos novos equipamentos de não venha a ser estendido a outras línguas.
tecnologia da informação possibilitando, desta forma, a retomada da referida prova Cabe ainda salientar que, em linhas gerais, o Clube de Idiomas tem por objeti-
digital já no ano de 2007. vos precípuos estimular o estudo em si mesmo, ser um propiciador do estreitamento
Em 2011 chega-se a conclusão de que o PI não deveria mais ser cobrado como das relações interpessoais e, não menos importante, despertar no elo fundamental
uma avaliação, mas como um trabalho de pesquisa, através do qual a construção do entre o Comando e a tropa o seu papel de destaque perante a Força.
conhecimento levaria à aprendizagem. Nesse escopo, houve-se por bem verificar, junto aos integrantes do corpo per-
Já em 3 de abril de 2003, é aprovada a portaria N° 26 – DGP, a qual tratava manente, militares possuidores de habilitação que poderiam contribuir para o êxito
sobre as normas para avaliação educacional onde, em seu Art 2°, o PI tornou-se da missão. Diante da inexistência de militares formados em idiomas, e estando tal
um instrumento de avaliação formativa nos Estabelecimentos de Ensino e em Or- consideração aliada ao tempo exíguo atinente ao CAS, optou-se por uma execução
ganizações Militares com encargo de ensino, tendo peso de 1,1 a 1,5, no máximo, descentralizada, de modo a franquear, tanto ao instrutor quanto ao instruendo, a
excluindo-se recuperação e reprovação. flexibilidade necessária para a facilitação do processo ensino-aprendizagem, a des-
Em um primeiro momento, o Projeto Interdisciplinar caracterizou-se por um peito dos óbices acima elencados. Assim sendo, o acerto entre os atores envolvidos
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e, sendo a EASA um curso pós-técnico, não se restringe a aulas do tipo expositiva, ampliando-se as perspectivas pedagógicas
optou-se por um trabalho escolar de nível técnico. para a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação como instru-
Por fim, em 6 de junho de 2013 foi aprovada a portaria N° 23-DECEX, dando mentos eficazes que suplantem o caráter meramente estrutural da sala de aula, além
nova redação à portaria supracitada (Port. 26-DEP), ficando estabelecidos prazos de permitir o incremento de variações didáticas e metodológicas que otimizem a
para entrega intermediária dos trabalhos e apresentação, além do julgamento de concretização de um ambiente eixado pela valorização profissional.
rendimento, a ser realizado por meio de provas formais. Concomitante ao acima exposto, e na contramão da ampliação de oportunida-
Atualmente o PI é iniciado na fase do ensino a distância (EAD), com a definição des atualmente em voga, se observou que a porcentagem de discentes habilitados em
dos grupos, tutores e escolha dos temas, finalizando o processo da fase não presen- idiomas em todos os turnos era ínfima, normalmente girando em torno de 2% do
cial com a entrega de um plano de pesquisa. total. Não obstante tal contexto, vale ressaltar que a adesão dos discentes se mostrou
Na fase presencial o trabalho tem duas avaliações, uma escrita e outra oral. Na significativa e, diante disso, nunca é demais lembrar que a seara da educação deve
primeira, a mensuração é feita unicamente pelo orientador/tutor, tendo peso 2. A ser sempre movida por nobres e instigantes desafios, situação perfeitamente aplicável
segunda é uma apresentação do aluno para uma banca de avaliadores, composta por às lides castrenses.

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 8 - A Divisão de Ensino

Tal medida procurou antecipar-se à previsão, em 2015, da capacitação dos instru-


8.4 ENSINO POR COMPETÊNCIAS EM 2016 tores da EASA no tocante aos documentos de currículo por parte da comitiva da
DETMil.
Em consonância com o Processo de Transformação do Exército Brasileiro Dessa forma, salienta-se a busca ininterrupta por práticas pedagógicas que prio-
(PTEB), a EASA tem trabalhado na atualização de sua estrutura curricular e de rizam o core escolar ligado às variadas dimensões do currículo, de maneira a poten-
avaliação, aproveitando aspectos consagrados atinentes à sistemática do ensino por cializar, em 2016, o aperfeiçoamento de um sargento cada vez mais orientado para
objetivos, que possam fornecer subsídios para a implantação de um ensino orien- desafios profissionais de alta envergadura concomitante a cenários marcados pela
tado pelas competências, além da efetiva utilização de princípios norteadores para incerteza.
uma educação competente. Na esteira de tal raciocínio é relevante dizer que, na
atual conjuntura, se vivencia um momento de transição onde as normas de ensino
alinhadas aos objetivos coexistem com as recém criadas normas alinhadas às compe-
tências, de forma a se evitar solução de continuidade.
Nesse escopo se vislumbra, até o ano de 2016, a consolidação de tal paradigma
pedagógico, atendendo, dessa maneira, às demandas educacionais emanadas pela
Força no tocante à razão de ser da Escola, ou seja, a excelência quanto ao aperfeiço-
amento do sargento das armas.
A fim de se atingir a proposta é imprescindível a execução de determinados pa-
râmetros, os quais estão sendo postos gradativamente em prática, possibilitando o
amadurecimento de ideias por parte dos atores envolvidos.
Dentre esses parâmetros, pode-se afirmar que o advento de questões contex-
tualizadas (no caso da EASA totalmente discursivas, quando da fase presencial) é
condição sine que non, pois o eficaz aprendizado só surte efeito quando o discente se
percebe inserido numa situação-problema sinalizadora de uma realidade envolta por
diversas variáveis que exijam tomadas de decisões corretas. Assim sendo, a Escola se
utiliza principalmente da prova escrita (formativa e somativa) como instrumento de
medida. Ademais, o Projeto Interdisciplinar (PI) e o trabalho sobre Análise e Melho-
ria de Processos (AMP) também apresentam resultados significativos e animadores
nesse sentido.
Outro aspecto notório diz respeito às Operações Couraça e Max Wolf Filho,
estando ambas voltadas para a matéria Organização e Emprego das Armas (OEA),
momento em que se observa, de maneira mais nítida, a superação da fragmentação
do ensino por meio de uma interdisciplinaridade eixada por situações integradoras
que propiciam o caráter holístico da aprendizagem. Correlato a isso, os blocos de
Ofensiva e Defensiva já se apresentam como reveladores de uma concepção modular
necessária ao viés das competências, sempre alinhada às atualizações da Doutrina
Militar Terrestre.
Como terceira consideração é válido frisar que, no corrente ano, houve-se por
bem confeccionar uma proposta para a segunda e terceira etapas da construção cur-
ricular, ou seja, o Mapa Funcional e o Perfil Profissiográfico, tanto da fase a distância
quanto da fase presencial (levando-se em conta as cinco armas e as duas subfases).

70 71
Capítulo 9
A proposta pedagógica da Escola de Aperfeiçoamento
de Sargentos das Armas no contexto do Ensino Militar

Karine de Oliveira Lunardi - Ten


Rose Aparecida Colognese Rech - Sc

9.1 UMA RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DAS BASES PEDAGÓGICAS


DA EASA

O CIAS – Sul, em seu primeiro semestre de 1993, foi inteiramente dedicado


aos trabalhos de estruturação. Dada a premência de tempo, foi dedicada atenção
especial aos alojamentos, banheiros, rancho, salas de aula e demais instalações. As
atividades de instrução se iniciaram somente no segundo semestre de 1993, com as
instruções do CAS em Cavalaria e Artilharia, tendo 75 sargentos alunos cavalarianos
e 140 sargentos alunos artilheiros. No ano de 1994, o CAS já recebeu um maior
número de alunos, sendo: no 1º turno – 50 infantes, 50 cavalarianos e 70 artilhei-
ros; no segundo turno, 50 infantes, 50 cavalarianos, 70 artilheiros e 50 engenheiros,
cabendo salientar que a duração do CAS era de seis meses.
Quanto ao pessoal, o CIAS - Sul foi mobiliado a partir dos militares do 17º BI,
que optaram por não seguir para Tefé - AM, em total de 11 Of, 39 S Ten/ Sgt e 182
Cb/ Sd. As vagas de instrutores e monitores autorizadas para 1993 foram preen-
chidas mediante proposta à Diretoria de Movimentações, cujo Diretor autorizara,
no ano anterior, as nomeações necessárias, visando a preparação dos militares em
tempo hábil. Houve uma adequada preparação destes militares e um especial acom-
panhamento dos Instrutores Chefes de cada Curso. Esta medida motivou os instru-
tores e os sargentos alunos, devido a valorização que estava sendo dada ao graduado.
Para o planejamento e a execução das atividades de ensino, o curso seguiu as
orientações estabelecidas pelo Exército, quanto à confecção dos documentos e das
medidas de aprendizagem. O Departamento de Estudos e Pesquisa (DEP) e a Escola
de Sargentos das Armas (EsSA) forneceram as orientações técnico-pedagógicas.
Os cursos se dedicaram ao planejamento e à preparação das instruções previstas
para o ano letivo. Toda a documentação de ensino (planos de sessão, transparências,

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar

notas de aula, trabalhos pedidos e respectivas soluções etc) foi elaborada sob a coor- Em 1996, por meio do documento n° 49, ‘Fundamentos para a Modernização
denação da Divisão de Ensino. Alguns oficiais realizaram uma visita de intercâmbio do Ensino’ (Brasil, 1996), o GTEME consolidou um diagnóstico do então Sistema
à EsSA, em maio de 1993, com o objetivo de verificar o funcionamento da Divisão de Ensino do Exército, como também apontou propostas de novas ações.
de Ensino daquele estabelecimento de ensino e a maneira como era conduzida a O processo de modernização do ensino foi descrito como um conjunto de estra-
instrução. A preparação dos instrutores também se deu por meio de um treinamen- tégias modernizadoras, que são as atividades, os conceitos, as medidas, a legislação
to do Centro de Estudos de Pessoal – CEP, que esteve no CIAS - Sul em junho de básica e os programas (Bastos, 2006). O princípio do aprender a aprender, o auto-
1993 e durante uma semana, ministrando instruções relacionadas a: metodologia, aperfeiçoamento, a contextualização e interdisciplinaridade, o docente como faci-
instrumentos de medidas de aprendizagem, avaliação de graduados e dinâmica de litador, as avaliações contínuas e de caráter formativo, a Lei de ensino do Exército,
grupo. Essas oportunidades de capacitação foram fundamentais para a melhoria da foram alguns dos conceitos introduzidos na época.
qualidade dos trabalhos de planejamento e preparação da instrução. Na EASA, este processo de mudança, na forma de perceber o ensino, exigiu que
O instrutor contava com o PLAMA (Plano de Matérias) e o Programa Padrão, a equipe pedagógica buscasse fundamentos para subsidiar a prática educativa. Deste
com os objetivos específicos para cada tipo de formação, determinando os assuntos modo, os fundamentos do Aprender a Aprender, que foi uma das estratégias moder-
a serem ministrados e a técnica mais indicada para a instrução. Neste sentido, cabia nizadoras elencadas pelo Exército, nortearam as práticas em sala de aula.
ao instrutor seguir o material padronizado que recebia da Divisão de Ensino. Tal O perfil do aluno da EASA, militar com pelo menos dez anos de serviço, fez com
material focava na prática e no método de caso, procurando aproximar a instrução que a escola refletisse sobre o modelo andragógico de ensino. Assim, as instruções
da realidade. procuravam ser o mais dinâmica possível, empregando trabalhos em grupo, buscan-
Os primeiros passos rumo à construção da escola não foram fáceis, de acordo do maior participação do aluno no processo de aprender, o levando ao autoaperfei-
com os relatos de quem vivenciou o período. A carência de material e pessoal, aliada çoamento.
à inexperiência em atividades desta natureza foram algumas limitações superadas O manual técnico T 21-250 – Manual do Instrutor trouxe suporte metodo-
no decorrer do tempo. Contudo, este esforço inicial foi decisivo para chegar ao que lógico ao ensino da EASA. Esse manual (em processo de atualização) apresenta o
temos hoje, uma referência de escola em tecnologia e inovação. aprender a aprender no contexto das novas tendências a serem consideradas. Assim,
a letra c, do artigo I do capítulo 7, justifica a nova concepção:
9.2 A MODERNIZAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO: O APRENDER
A APRENDER NA EASA Aprender a aprender vale muito mais do que aprender um assunto ou matéria
específica, uma vez que significa aprender princípios, modelos ou bases, a partir
O Sistema de Ensino do Exército Brasileiro vem se adaptando frente aos avanços dos quais tornar-se-á mais fácil adquirir novos conhecimentos relacionados com
tecnológicos e as transformações do mundo contemporâneo. Em 1994, o Estado aqueles aprendidos previamente (BRASIL, 1997, p. 7-1).
-Maior do Exército (EME) conduziu um simpósio sobre educação, no qual militares
e civis envolvidos com o ensino discutiram temas como a velocidade das transfor- O Manual traz sete considerações para o ensino militar acerca do aprender a
mações científicas e tecnológicas, a acelerada difusão das informações e os efeitos da aprender, que são:
globalização. As considerações acerca do simpósio foram publicadas no documento
‘Política Educacional para o Ano de 2000’. (BRASIL, 1994). a) compreensão das razões, das causas e dos fundamentos de tudo o que se ensi-
Conforme a descrição que constava na página oficial do Exército (2007), o De- na (o porquê das coisas);
partamento de Ensino e Pesquisa (DEP), em 1995, incumbiu o Curso de Política, b) as estruturas gerais e específicas, caracterizando semelhanças e diferenças;
Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx) de dar continuidade aos c) a inserção do que se estuda no universo abrangente e as suas vinculações e
estudos sobre a evolução do ensino. No mesmo ano constituiu-se o Grupo de Tra- interdependências com outros sistemas;
balho para o Estudo da Modernização do Ensino (GTEME), composto por instru- d) os princípios gerais de funcionamento, tanto de organizações como de equi-
tores, pedagogos, sociólogos e psicólogos, com o objetivo de responder às seguintes pamentos, bem como a lógica de técnicas e procedimentos;
questões: O que ensinar? Como ensinar? Como avaliar? Como aumentar o inter- e) desenvolvimento da capacidade humana de generalização, de particularização
câmbio com outros sistemas de ensino? e de dedução por interpolações e extrapolações;

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar

f ) os estágios atuais e as tendências modernizadoras referentes ao assunto em cas e da construção das documentações de ensino.
estudo, já conhecidos ou praticados em outros órgãos, regiões ou países, ou mesmo Para corresponder às exigências e às transformações pelas quais o Exército vem
ainda em fase de pesquisa e de desenvolvimento; passando, tanto instrutores quanto instruendos e a própria Escola precisam assumir
g) o aprender a aprender, em sua abrangência plena, leva em consideração desde novas posturas. Na era da informação o aluno deve construir o seu conhecimento,
a elaboração dos currículos, planos de matérias, objetivos específicos e gerais, até a seguindo o princípio da formação continuada. O instrutor, por sua vez, precisa
organização das turmas, a seleção das técnicas de instrução e o incentivo à pesquisa atuar como um facilitador do processo de aprendizagem. Ele deve estar sempre atu-
e à leitura. alizado, buscando constantemente novos conhecimentos, habilidades e atitudes.
Neste processo de transformação pelo qual passa o ensino, a EASA busca moder-
Dessa forma, o Exército expressa o entendimento e a finalidade acerca dessa nizar também os meios de apoio ao ensino, pois “[…] há que se incutir nos militares
tendência, que é criar condições condizentes aos novos tempos, sem perder as carac- a preocupação com a permanente atualização e a consciência de que o domínio de
terísticas próprias, para que o aluno desenvolva plenamente seu potencial. novas tecnologias será condição básica para o êxito profissional “. (BRASIL, 2010,
p. 35).
9.3 A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO NO EXÉRCITO E AS PERSPEC- Para acompanhar as tendências educacionais da atualidade, a EASA aprimora
TIVAS EDUCACIONAIS DA EASA NA ATUALIDADE o CAS por meio da inserção de novas Tecnologias da Informação e Comunicação
(TIC) na sala de aula. Para isso, a Escola investe em ambientes informatizados para
O ensino na escola, desde a sua criação, passou por diversas reformulações, tan- atender às diversas exigências da modernidade, criando ambientes físicos que favo-
to na estrutura do curso, como nas concepções de aprendizagem. Hoje, a evolução recem o trabalho em grupo de forma diferenciada e simultânea.
do ensino na EASA está inserida em um contexto maior, pois na atualidade vivemos Nesse contexto, o projeto tablet na sala de aula proporciona a reestruturação e
o Processo de Transformação do Exército, que possui como um dos seus vetores a modernização da configuração dos conteúdos disponibilizados aos sargentos alunos,
‘Educação e Cultura’. Este vetor pretende revitalizar o processo de modernização do transformando todo o conteúdo impresso em apostilas interativas e tornando as
ensino, pela adoção de ações voltadas para o desenvolvimento de uma mentalidade instruções mais atraentes e dinâmicas para o discente.
de inovação, tais como: favorecer a interação com Exércitos de países desenvolvidos; A Escola também conta com um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) que
intensificar as visitas de intercâmbios com organizações modernas de grande porte e apoia o ensino presencial, visando facilitar o acesso à disciplina para incentivar o
de atuação internacional; criar um centro de pesquisa de Guerra do Futuro, com a autoaperfeiçoamento do aluno, além da possibilidade do aprendizado contínuo na
capacidade de realizar a prospecção estratégica, doutrinária e tecnológica; incorporar capacitação e no aperfeiçoamento profissional.
civis às estruturas organizacionais; evitar o cerceamento da iniciativa decorrente da O Ambiente Virtual de Aprendizagem utilizado como complemento no proces-
cultura ‘erro-zero’; e estimular o desenvolvimento de lideranças com perfil inovador so ensino-aprendizagem presencial possibilita aos alunos e instrutores uma maior
(BRASIL, 2010). flexibilidade, pois, mesmo após o período normal de aulas, há possibilidade de dar
Desde a implantação do Projeto de Modernização de Ensino em 1996 e, na atu- continuidade às questões verificadas em sala, de manter os debates, além da explo-
alidade, Processo de Transformação do Exército, enfrentamos conflitos e resistências ração de novas ideias ou novos temas, possibilitando e incentivando a participação
frente a um processo de mudança, que necessita de um longo período para que os de todos, democratizando o espaço sem preocupação com tempo e carga horária
envolvidos se engajem e construam uma nova forma de gerenciar o ensino. Há mui- a serem cumpridos em sala de aula. É importante destacar que, mesmo antes das
tos problemas que apenas foram minimizados, como também equívocos sobre estas aulas, os instrutores disponibilizam os conteúdos que serão ministrados, permitindo
novas concepções pedagógicas. que o aluno faça um estudo prévio da disciplina e chegue na sala de aula, com uma
Os desafios que a Escola enfrenta na atualidade estão pautados na construção de pré-construção de seu conhecimento, referente à disciplina a ser ministrada, poden-
um projeto consistente de ensino orientado por competências, que possibilite ino- do aproveitar melhor o seu tempo em sala de aula.
vações na prática educativa, na utilização e otimização da tecnologia nas instruções A disponibilização do conteúdo no AVA permite que o aluno apresente alguns
e no incentivo da aprendizagem de línguas estrangeiras. questionamentos antes de a matéria ser ministrada, possibilitando ao instrutor, caso
A EASA está delineando o caminho para trabalhar com o ensino orientado por ache apropriado, a abertura de discussões no AVA, trazendo para a sala de aula os
competências, por meio da capacitação dos instrutores, da adequação de suas práti- aspectos mais importantes.

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar

Esses projetos da Escola, alinhados à Transformação do Ensino no Exército, estão técnicas e metodologias de ensino;
diretamente ligados a outra iniciativa desenvolvida na EASA: o Acompanhamento f ) Estágios de atualização pedagógica: são ciclos destinados à formação dos agen-
Pedagógico. Em 2013 foi criada a Subseção de Acompanhamento Pedagógico, que tes diretos e indiretos do ensino. São compostos por palestras, treinamentos, estudos
constitui um serviço de assessoramento das atividades que influenciam o processo e reflexões acerca das demandas do ensino, abordando subsídios resultantes das visi-
ensino-aprendizagem, a fim de que sejam melhor atendidas as necessidades e as as- tas pedagógicas para discussão e capacitação dos instrutores;
pirações do discente e dos responsáveis pelo desenvolvimento do processo. A ação g) Seminário de Educação da EASA: tem como objetivo favorecer o processo de
de acompanhar o processo de ensino visa superar o caráter fiscalizador do trabalho atualização pedagógica dos militares, bem como da comunidade em geral, mediante
docente, buscando atuar na melhoria da prática educativa, por meio de orientações, minicursos, palestras e resultados de pesquisas, contribuindo para o conhecimento
assessoria e qualificação dos professores. científico e a qualidade da prática educativa;
Essa Subseção é composta por profissionais capacitados para dar suporte técnico h) Revista Pedagógica da EASA: tem como objetivo proporcionar aos militares
-pedagógico aos instrutores e aos demais envolvidos no processo educativo. e ao público civil um canal formal de comunicação e disseminação da produção
Dentre as atividades desenvolvidas por esta Subseção estão entrevistas, visitas científica, por meio da publicação de artigos científicos escritos por militares e civis
pedagógicas, pesquisa de análise e melhoria da instrução, pesquisas previstas nas da EASA, e também pelos Projetos Interdisciplinares dos alunos e trabalhos apresen-
legislações, reuniões pedagógicas, estágios de atualização pedagógica, Seminário de tados no Seminário de Educação da EASA;
Educação da EASA, Revista Pedagógica da EASA e assessoramento pedagógico, que i) Assessoramento pedagógico: a Subseção auxilia o Chefe da Divisão de Ensino
são descritas a seguir: e o Diretor de Ensino no processo de tomada de decisões acerca de assuntos e pro-
blemas relacionados aos processos educacionais.
a) Entrevistas: realizadas com todos os agentes de ensino, com o objetivo de re-
alizar um diagnóstico do processo educativo da EASA ou como forma de melhorar Os processos da Subseção de Acompanhamento Pedagógico estão diretamente
uma situação problema evidenciada; interligados. As entrevistas com os instrutores, as visitas pedagógicas e as pesquisas
b) Visitas Pedagógicas: trata-se de um momento em que a equipe pedagógica subsidiam as reuniões pedagógicas e os estágios de Atualização Pedagógica.
acompanha a instrução em sala de aula e nos demais espaços de aprendizagem, ten- O acompanhamento pedagógico mantém o foco no seu objetivo principal que é
do os seguintes objetivos: buscar a qualidade no processo de ensino, orientando as práticas docentes. Para isso,
- observar a prática docente; requer um bom relacionamento interpessoal com os docentes, pautado na discrição
- identificar oportunidades de melhorias na didática e condução e confiança, principalmente no trato com os problemas evidenciados.
da instrução; A EASA visa constituir-se um centro de referência na Educação Militar. Por essa
- identificar boas práticas para a disseminação aos demais instrutores. razão, necessita buscar constantemente o aperfeiçoamento de seus processos, por
Durante a visita pedagógica é preenchida a Ficha de Observação da Atuação Do- meio da modernização de suas ferramentas e da capacitação dos recursos humanos.
cente – FOAD. Esta ficha é discutida com o instrutor, em horário oportuno, após
a visita pedagógica, juntamente com o retorno dos aspectos observados e possíveis 9.4 A AVALIAÇÃO NA EASA: SUAS PECULIARIDADES E CARACTERÍS-
sugestões para aperfeiçoar sua prática docente; TICAS
c) Pesquisa de Análise e Melhoria da Instrução: instrumento que complementa
as visitas pedagógicas e tem como objetivo buscar, na visão do aluno, uma avaliação A avaliação no contexto verde oliva é um elemento balizador para a organização
do processo ensino-aprendizagem de cada assunto ministrado no CAS; das promoções, bem como para a classificação do militar nas fileiras do Exército Bra-
d) Pesquisas previstas nas normas e legislações: a Subseção gerencia e analisa as sileiro. Este processo não está dissociado do aprender, pois permite uma reorgani-
pesquisas de ensino já implementadas nos processos e, também, outras que podem zação das estratégias do ensino para facilitar a aprendizagem. É uma ferramenta que
surgir a partir de demandas específicas; apresenta a direção dos processos pedagógicos, fornecendo subsídios ao professor so-
e) Reuniões pedagógicas: propiciam momentos privilegiados para a discussão da bre os avanços e dificuldades dos alunos e também uma orientação sobre sua prática.
prática pedagógica, favorecendo um ambiente para a reflexão e busca de soluções Na EASA temos as Provas Formais Escritas (PFE) que passam por um novo
sobre problemas que surgem, bem como possibilitam o compartilhamento de novas olhar na sua formulação. O foco na contextualização faz com que o aluno, mediante

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Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 9 - A proposta pedagógica da EASA no contexto do Ensino Militar

as situações apresentadas, possa construir suas conclusões amparadas em conceitos 9.5 PERSPECTIVAS E DESAFIOS
expressos em leis, manuais etc. O respeito e a idoneidade nas confecções e aplica-
ções das avaliações seguem presentes sejam elas diagnóstica, formativa ou somativa. O ensino hoje, pela rápida evolução do conhecimento e pelas infinitas possibi-
No decorrer do CAS em sua fase à distância são realizadas avaliações formativas lidades de aprender, passa por um novo conceito: aprendizagem ao longo de toda a
e somativas com base nas disciplinas estudadas nesta etapa. As avaliações desta fase vida. (Delors, 2006). Alinhado com essa ideia, a EASA busca reorganizar suas
tem o objetivo de levar o aluno a ir se adaptando com as questões contextualizadas, práticas a partir do princípio de aprender continuamente.
pois nas provas presenciais será dessa maneira. Desafios e resistências diante de um processo de transformação sempre existirão.
No decorrer do CAS presencial são realizadas 4 (quatro) PFE, cada uma tem No entanto, há um esforço constante no sentido de atualização e aperfeiçoamento
suas peculiaridade e seus objetivos estão relacionados com a sequência didática dos dos professores, instrutores e gestores em busca de aprimorar não só os recursos tec-
assuntos ministrados nas instruções: nológicos, a metodologia, as técnicas ou estratégias, como também de transformar e
a) Prova Formal Escrita 1: é a prova que dá início ao processo avaliativo do CAS, ou construir uma nova forma de pensar o ensino na EASA.
traz no conteúdo de suas questões todas as disciplinas estudadas no processo de en- A Instituição percebe a necessidade de inovar sua forma de ensino para adequar-
sino à distância, Administração Militar, Instrução Geral, História Militar, Segurança se aos novos tempos sem perder as características específicas que a identificam. “De-
Integrada são alguns exemplos. É realizada nos primeiros dias após a chegada dos sejamos uma escola do nosso tempo, janela aberta para o presente e para o futuro,
Sargentos alunos; onde se viva a utopia mitigada que permite criar e recriar, sem contudo perder a
b) Prova Formal Escrita 2: esta avaliação é realizada em três partes, traz em sua razoabilidade e estabilidade”. (ALARCÃO, 2001, p.12).
temática central a disciplina de Organização e Emprego das Armas no emprego
tático de Defensiva e Ofensiva. A primeira e a segunda parte utilizam de situações
problemas amparadas no terreno que é apresentado e estudado durante o Exercício
do Terreno Max Wolf Filho no Campo de Instruções de Cruz Alta – CICA. A ter-
ceira parte é realizada na EASA com o apoio das cartas, estas são determinadas pelos
Cursos de Ensino na especificidade da Arma;
c) Prova Formal Escrita 3 e 4: as avaliações finais do CAS abordam sobre a
Administração Militar, esta disciplina é a parte das instruções que trata de alguns
sistemas utilizados no EB, como por exemplo, SISCOFIS, SICAF e processos mi-
litares como por exemplo, Sindicância, Inteligência e Contra Inteligência Militar.

Cabe salientar que as provas são elaboradas pelos Cursos de Ensino e seus res-
pectivos Instrutores das disciplinas, responsáveis pela formulação das questões que
ocorre na Subseção de Avaliação da Aprendizagem (SsAA).Essa subseção coordena
as ações relacionadas com a avaliação num contexto geral promovendo um processo
íntegro. Os despachos acontecem periodicamente com o Diretor de Ensino, onde
cada instrutor apresenta suas questões e as corrige, caso haja necessidade.
A avaliação é uma parte essencial dos processos educativos na EASA, por isso,
esta sistemática é elaborada, verificada e reelaborada de acordo com os preceitos es-
tabelecidos pelo Exército e a proposta pedagógica da Escola. Desta forma, aprimorar
o ensino é também preocupar-se com uma avaliação que faça o aluno pensar sobre
os conteúdos apresentados e construir o seu conhecimento.

80 81
Capítulo 10
A EASA na era do conhecimento

Francisco José Prates Alegretti – Ten


Jonas Ertel Costa – Ten

Este capítulo relata a fascinante evolução tecnológica experimentada pela EASA


ao longo de sua história. Em apenas 22 anos, a tecnologia empregada nas salas de
aula evoluiu do quadro-negro ao tablet, passando por retroprojetores, computado-
res, internet e telas interativas. Ao lado da inovação ocorrida na fase presencial do
Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), o Ensino a Distância (EAD) do
CAS também angariou vertiginosa transformação: passou de um curso por corres-
pondência para um portal de ensino com vídeos e conteúdo hipermídia, possibili-
tando a interação, em tempo real, entre aluno e instrutor.
A primeira seção deste capítulo relata como o emprego da tecnologia evoluiu na
sala de instrução. São apresentados os principais recursos tecnológicos empregados
na Escola que fazem parte da vida do sargento aluno durante o CAS. Tudo ilustrado
por fotos dos equipamentos que, efetivamente, foram utilizados nos primórdios da
Casa do Adjunto, assim como das novas aquisições da EASA moderna. A segunda
parte deste capítulo, por sua vez, conta a história do EAD, detalhando as ferramen-
tas disponibilizadas aos instrutores engajados na educação a distância. Por fim, o
capítulo encerra com uma breve pincelada sobre as possibilidades tecnológicas para
o futuro, que resplandece no horizonte, às margens do porvir.8

10.1 A TECNOLOGIA NA SALA DE INSTRUÇÃO

No início, a tecnologia presente em sala de instrução era básica: apenas quadro


-negro e giz. O primeiro computador da EASA, mostrado na figura 9.1, foi adquiri-
do em 1993, quando a Escola ainda era chamada de CIAS-Sul (Centro de Instrução
e Aperfeiçoamento de Sargentos do Comando Militar do Sul). Nessa época, devido
ao seu preço elevado, não era economicamente viável colocar um computador em
cada sala de aula. Assim, o computador foi empregado, inicialmente, pela Divisão
Administrativa da Escola, onde era utilizado para processar aplicativos de escritório,
como editor de textos, planilhas de cálculo e base de dados. Também foi utilizado
para executar os primeiros sistemas informatizados do Exército, como o Módulo E1,

82 83
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 10 - A EASA na era do conhecimento

que processava dados relativos ao pessoal. sitivo é, essencialmente, um computador portátil e ultra-fino (menos de 1 cm), com
Essa máquina era muito limitada, quando comparada a um computador moder- tela sensível ao toque, acesso WiFi e aúdio integrado. O tablet pode ser conectado
no, pois não possuía recursos considerados básicos hoje em dia: como conexão de pela rede sem fio ao projetor multimídia. Esse dispositivo trouxe mobilidade para
rede, acesso à internet ou mesmo qualquer recurso multimídia, como vídeos e sons. o instrutor, permitindo que o mesmo circule entre seus alunos enquanto ministra a
A capacidade de memória desse computador, por exemplo, era menor do que a ocu- instrução. Além disso, a tela sensível ao toque permite que sejam feitas anotações na
pada por uma única foto feita com uma câmera digital hoje em dia. A velocidade do imagem que está sendo projetada para os instruendos, com a mesma facilidade de se
processador da máquina chega a ser milhares de vezes menor que a de um aparelho escrever com uma caneta em um quadro branco; tudo isso enriquecido pelos recursos
celular do tipo smartphone de hoje. multimídia do aparelho, ou seja, imagens, sons e vídeos. Dessa forma, o instrutor
consegue desenvolver o conteúdo interativamente, falando e montando a palestra à
medida que a aula progride, com a participação e interação do aluno. É possível, inclu-
sive, realizar exercícios em sala: os alunos conectam seus tablets em rede para realizar
trabalhos em equipe, ou pesquisam algum assunto de interesse na internet. Trata-se
de uma revolução, pois, há pouquíssimo tempo, a sala de aula era isolada do mundo,
restrita ao conhecimento do instrutor e dos livros trazidos para a sala.

Figura 13 - Primeiro Computador da EASA.

Em meados da década de 1990, a internet começou a popularizar-se no Brasil.


Sua introdução na sala de instrução possibilitou o acesso, em tempo real, a inúme-
ros recursos disponíveis online na Web. Também é possível acessar livros e artigos
acadêmicos de incontáveis bibliotecas e universidades do mundo inteiro. Entre elas, Figura 14 - Tablet na EASA: tecnologia móvel na educação
a Rede BIE - Rede de Bibliotecas Integradas do Exército10. Diversos sites voltados
para o ensino também disponibilizam cursos e ferramentas interativas para alunos e 10.2 A TECNOLOGIA NO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SAR-
instrutores, como é o caso do Portal de Educação11 do Exército, que possui cursos GENTOS
a distância com fóruns de discussão, salas de bate-papo e avaliações online.
Atualmente, as salas de aula da EASA são equipadas com computador e acesso Além de modernizar e agilizar o ensino em sala de instrução, a tecnologia também
a internet. Também são dotadas de equipamentos que possibilitam uma instrução se faz presente em todas as fases do Curso. O primeiro contato do sargento aluno com
moderna e interativa: projetor multimídia, tela interativa, rede WiFi, tablet indivi- a Escola já se faz por meio da tecnologia: na fase de ensino a distância, a instruções
dual para alunos e instrutores e reprodutor de mídia digital, que permite o espelha- são realizadas pela internet, através do Portal de Educação do Exército, que permite
mento da tela de tablets e smartphones no projetor da sala. a interação entre instrutor e instruendo, disponibilizando ferramentas como salas de
O tablet é mais recente inovação implantada nas salas de instrução. A figura 14 bate-papo, fóruns de discussão e até mesmo simulações de provas online.
mostra um dos dispositivos utilizados por instrutores e alunos da Escola. Esse dispo- Na fase presencial, o dia a dia do sargento aluno na EASA é marcado pela inte-

84 85
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 10 - A EASA na era do conhecimento

ração com a tecnologia. O arranchamento para as refeições é feito através de siste- e definir para cada um o tipo de nível de acesso, o que permite ao instrutor gerenciar
ma digital. A Escola tem um sistema de avisos informatizado implementado atra- seus cursos de uma forma fácil e segura. Os cursos podem ser criados nos formatos
vés Smart TVs localizadas em pontos estratégicos como rancho, corpo de alunos e semanal, por tópicos ou por eventos, e acrescentar dois tipos de conteúdo: materiais
portal das armas, que também exibe o cardápio da semana, notícias e previsão do e atividades. Além disso, a ferramenta possibilita compartilhar materiais de estudo,
tempo, além dos avisos internos da Casa do Adjunto. O aluno também tem a sua fazer discussões ao vivo, aplicar testes e avaliações, realizar pesquisas de opinião,
disposição, tanto nas salas de instrução, como nos alojamentos do corpo de alunos, coletar e revisar tarefas e notas, além de muitas outras funções. Os materiais podem
uma rede WiFi com acesso a internet, que pode ser utilizada tanto para estudos ser textos, páginas da web e diretórios. As atividades são baseadas em ferramentas
como para realizar o contato com a família e o lazer. que estimulam a interação dos participantes. A figura 15 ilustra o visual do portal
A parte administrativa do curso também conta com o auxílio da tecnologia. O EB aula, onde podem ser vistas algumas de suas funcionalidades. Na parte superior
processo de revisão de provas é feito através de sistema computadorizado, que regista visualiza-se o nome do usuário logado (administrador/instrutor/aluno). O centro
e processa os pedidos de revisão dos alunos e a avaliação dos instrutores, escalando, do portal é destinado para Menus, Blocos e Plugins, que variam, uma vez que os
conforme o caso, ao Chefe da Divisão de Ensino e até mesmo o Comandante. O módulos são inseridos no curso a partir do menu de atividades.
próprio processo de confecção da prova recebe um impulso da tecnologia, não ape- Figura 15 - Captura de tela do Portal EB Aula.
nas com a elaboração da prova em computador, mas também com o despacho de
prova com o Comandante, que é feito de forma digital com o uso dos tablets.
Ao término do CAS, o sargento aluno recebe um memento tecnológico da
EASA: a Revista Digital. Trata-se de um DVD contendo fotos das atividades desen-
volvidas durante o curso, palestras e instruções ministradas ao longo do turno, todo
o conteúdo didático do tablet para consulta, a lista de contatos dos colegas de curso,
o carômetro das turmas e as palavras do Comandante da Escola. A cerimônia de
formatura do CAS, realizada no final de cada turno, é filmada e transmitida ao vivo
pela internet através do site da EASA. Dessa forma, familiares do sargento aluno
que não tiveram condições de deslocar-se de suas cidades para assistir a formatura
ao vivo em Cruz Alta, podem acompanhar em tempo real todo o evento através da
internet.

10.3 ENSINO A DISTÂNCIA: 1ª FASE DO CAS

Inicialmente, o ensino a distância da EASA realizava a entrega do material didá-


tico ao aluno por meio de correspondência, o que, impossibilitava a interação entre
o aluno e o instrutor. No ano de 2008, na busca por avanços, a EASA começou a
Os Blocos são centenas de ferramentas prontas que podem ser acrescentados ao
trabalhar junto ao Portal de Educação do Exército, que forneceu ferramentas que
portal; ainda assim, a cada nova versão, muitos elementos são incluídos à lista de
renovaram a forma como o EAD era praticado.
ferramentas, o que propicia, ao instrutor, a oportunidade de inserir vários tipos de
Umas das ferramentas fornecidas é o portal EB aula, que constitui um Sistema de
blocos, conforme a necessidade do conteúdo de sua aula. Dentre os inúmeros recur-
Gerenciamento da Aprendizagem Online de aulas, tanto presenciais, como a distância.
sos providos pelo Moodle, a edição HTML é um excelente recurso, que aumenta a
O EB aula é desenvolvido utilizando a Plataforma Moodle, muito popular por sua flexi-
gama de possibilidades para a elaboração das instruções, inclusive a de colocação de
bilidade, facilidade de manuseio e, principalmente, por ser um software livre e de código
imagens e vídeos.
aberto. O Moodle é um dos ambientes virtuais de aprendizagem que mais crescem em
O portal EB aula chegou à EASA como uma ferramenta capaz de permitir o
qualidade e adesão social no cenário também crescente da educação pela internet.
acesso móvel aos conteúdos que fazem parte do Curso de Aperfeiçoamento de Sar-
O EB aula possibilita ao instrutor criar cursos, adicionar os alunos participantes
gentos, facilitando a realização das aulas. São visíveis os benefícios que a ferramenta

86 87
EB aula trouxe para a Escola e, também, para o aprendizado do sargento aluno.
Recursos como Fórum, Wiki, Diário, Mensagens, mesmo no modo presencial, per-
mitem a interação mútua e discussões assíncronas entre os participantes, em que
os instruendos podem interagir uns com os outros. Já a ferramenta do Bate-papo,
por sua vez, oferece a possibilidade de uma discussão síncrona, o que intensifica a
Capítulo 11
sensação de presencialidade na interação, em função do imediatismo das respostas.
Galeria de fotos
10.4 RESPLANDECE NO HORIZONTE

Em apenas 22 anos, o ensino na EASA foi transformado pela tecnologia, tanto Marcel Roberto de Lima Hammarstron - Sgt
na fase presencial do CAS, em sala de aula, como na fase de ensino a distância. A
instrução foi aperfeiçoada pelos recursos tecnológicos adotados com o uso de equi-
pamentos modernos e sofisticados, tornando-se cada vez mais interativa e multimí- 11.1 GALERIA DOS EX-COMANDANTES
dia. Dessa forma, surge o questionamento: o que esperar do futuro?
A resposta já resplandece no horizonte da EASA, com a realização de provas
e avaliações formais no próprio tablet, de forma digital e online. A vida diária do
aluno na Escola também continuará a evoluir com a tecnologia: novos sistemas uti-
lizando código de barras e identificação biométrica estão sendo projetados.
Por fim, aos integrantes da Casa do Adjunto, para os próximos 22 anos, con-
tinua a missão de aperfeiçoamento da instrução, constantemente integrando, de
forma didática, as novas tecnologias ao processo do ensino.
Ten Cel Cav QEMA Cel Cav QEMA
Sérgio Westphalen Etchegoyen Luiz Veríssimo de Castro
01 fev 93 / 30 jan 96 30 jan 96 / 27 jan 98

Cel Eng QEMA Cel Cav QEMA


Ismar Ferreira da Costa Filho Pedro Vitorino Cordeiro Vargas
27 jan 98 / 12 jan 00 12 jan 00 / 31 jan 02

Cel Com QEMA Ten Cel Inf QEMA


Jorge Ricardo Aureo Ferreira Guy Hermínio Rocha
31 jan 02 / 27 jan 04 27 jan 04 / 25 jan 06

88 89
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 11 - Galeria de fotos

11.2 GALERIA DOS EX-COMANDANTES DO CORPO DE ALUNOS

Ten Cel Cav QEMA Cel Eng QEMA


José Pinto de A. Cavalcante Gesiel Saturnino dos Santos
25 jan 06 / 22 jan 08 23 jan 08 / 15 jan 10

1º Sgt Art Anderson 1º Sgt Inf Marco Antonio


Luis Scheidemandel Machado Landwoigt
23 Dez 98 a 16 Fev 01 13 Fev 01 a 13 Jul 01

Cel Art QEMA Cel Cav QEMA


Luiz Augusto Cristovão Liotti Paulo Antônio Brignol Pacheco
25 jan 10 / 26 jan 12 26 jan 12 / 03 jan 14

S Ten Cav Giovani 1º Sgt Inf Luiz


Vargas Amaral Sérgio Mendes
09 Jul 01 A 30 Abr 03 26 Abr 03 A 22 Dez 04

1º Sgt Inf Moacir Rodrigues 1º Sgt Art Marcos André


De Almeida Bassi Silveira
22 Dez 04 A 02 Dez 05 21 Nov 05 A 30 Out 08
Cel Cav QEMA
Paulo Sérgio Felipe Alves
Cmt Atual

90 91
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 11 - Galeria de fotos

11.3 GALEIRA DE FOTOS DA ESCOLA

1º Sgt Inf Jesus Da Silva S Ten Inf João Marcelo


Pinheiro O Mota
30 Out 08 A 05 Dez 08 05 Dez 08 A 08 Dez 10

Figura 16 - Fachada da EASA (1994).

1º Sgt Art Anderson Silva 1º Sgt Com Luis


Machado Carlos Silveira Lemes
08 Dez 10 A 17 Set 13 Comandante Atual

Figura 17 -Fachada da EASA (2014).

92 93
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 11 - Galeria de fotos

Figura 18 - Sala de Instrução (1994). Figura 20 - Formatura do Turno 01 ‘Turma Pioneira’ (1993).

Figura 19 - Sala de Instrução (2014).

Figura 21 - Formatura do Turno 68 (2014).

94 95
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais Capítulo 11 - Galeria de fotos

Figura 22 - Coordenador de Turma (1994). Figura 24 - Instrução no Terreno (1994).

Figura 23 - Coordenador de Turma (2014). Figura 25 - Instrução no Terreno (2014).

96 97
Capítulo 12
Cruz Alta

Felipe Pereira Barbosa - Cap

A história de Cruz Alta está ligada ao translado das missões jesuíticas da mar-
gem direita para a margem esquerda do Rio Uruguai, embora haja relatos de que
os primitivos habitantes dessa região tenham ido para a missão de Santa Teresa, na
primeira fase das missões no século XVII.
Os jesuítas, no fim do século XVII, ergueram sete missões (São Nicolau, São
Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel Arcanjo, São João Batista, São Lourenço Már-
tir e Santo Ângelo), que ficaram célebres pela denominação Sete Povos das Missões.
Nesse contexto, o padre jesuíta Antônio Sepp ordenou que se construísse uma cruz
após a fundação de São João Batista. Esta cruz é a gênese do nome da cidade de
Cruz Alta.
O embate geopolítico entre espanhóis e portugueses pelo controle da Região
Platina foi seguido pela assinatura do Tratado de Madri, que entregava o Rio Grande
ao domínio português. A resistência por parte do povo missioneiro em ceder suas
terras aos portugueses culminou com a guerra guaranítica.
Após curto período de trégua, os castelhanos invadiram por duas vezes o territó-
rio português acordado pelo Tratado de Madri. Destacou-se no período o caudilho
Rafael Pinto Bandeira, na defesa das fronteiras. A paz veio com o Tratado de Santo
Ildefonso, em 1777.
O Tratado de Santo Ildefonso foi particularmente importante para a evolução de
Cruz Alta. Previa a formação dos campos neutrais, porções de terra neutra, entre os
territórios de Espanha e Portugal, verdadeiros corredores entre a América espanhola
e a América portuguesa.
Cruz Alta ficava situada nesse corredor. A importância destes campos se deve ao
fato de ter permitido o livre fluxo de pessoas das mais variadas características: deser-
tores, contrabandistas, comerciantes etc.
Cresceu nesse período a atividade pecuária, em que a região de Cruz Alta passou
a ser uma região de pouso e invernada para os tropeiros que buscavam o gado das
vacarias sulriograndenses até as terras paulistas, em especial Sorocaba.
Este núcleo populacional cresceu e, no ano de 1833, foi desmembrado de Ca-
choeira, recebendo a denominação de Espírito Santo de Cruz Alta. Um ano antes já
havia sido elevado à categoria de distrito.
98 99
Das origens do sargento ao seu aperfeiçoamento nos dias atuais

Participou ativamente da Revolução Farroupilha, tendo recebido em 1841 todo REFERÊNCIAS


o alto escalão: Bento Gonçalves, Giuseppe Garibaldi, Anita Garibaldi e David Ca-
nabarro.
Na Guerra do Paraguai, vários cruzaltenses compuseram os corpos de Volun- ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed
tários da Pátria. Destacou-se inclusive o General Portinho, Barão de Cruz Alta, Editora, 2001.
comandante de grandes contingentes. Esse militar já havia se distinguido na Revo-
lução Farroupilha, defendendo a República. BASTOS, Ivan de Mendonça. Modernização do ensino – 10 anos! Estágio atual
Durante a revolução de 1893, Cruz Alta recebeu o apelido de “Ninho dos pi- e perspectivas In: FROTA, Maria Cristina de Carvalho (Org). Lições aprendidas
ca-paus” em referência aos adeptos do Partido Republicano, liderado por Julio de no ensino: coletânea de artigos sobre Modernização do ensino no Exército Bra-
Castilhos. A Revolta Federalista, entre pica-paus e maragatos, foi uma guerra civil sileiro. Rio de Janeiro: DEP/CEP, 2006.
muito sangrenta que eclodiu opondo irmão contra irmão. Entre os pica-paus desta-
cou-se a figura do cruzaltense Firmino de Paula, filho do Barão de Ibicuí, e a família BRASIL. Departamento de Ensino e Pesquisa. GTEME. Fundamentos para a
Pinheiro Machado. Do lado dos maragatos, pode-se citar a seguinte liderança modernização do ensino. Doc nº 49. Rio de Janeiro, 15 jul, 1996.
cruzaltense: Felipe Nery Portinho (filho do Barão de Cruz Alta).
A figura mais conhecida de Cruz Alta, entretanto, é a do escritor e romancista _____. Estado-Maior do Exército. Política Educacional para o ano de 2000. Bra-
Érico Veríssimo, autor de livros como ‘Incidente em Antares’, ‘Caminhos Cruza- sília:1994.
dos’, ‘Olhai os Lírios do Campo’, ‘As Aventuras de Tibicuera’ e ‘Clarissa’. A obra
que o imortalizou foi ‘O tempo e o vento’, dividida em sete volumes, que conta _____. Estado-Maior do Exército. Manual Técnico T 21-250: manual do instru-
a formação sociocultural do Rio Grande do Sul através dos séculos, sob a ótica da tor. Brasília: EGGCF, 1997.
família Terra Cambará. A obra recebeu algumas adaptações para a televisão e para
o cinema. _____. Estado-Maior do Exército. O Processo de Transformação do Exército.
Atualmente Cruz Alta é um município sulriograndense que ocupa a região noro- Brasília: 2010.
este do estado, destacando-se pela agricultura e pecuária. A cidade possui um porto
seco, além de ser ramificação de várias vias férreas. Destaca-se, ainda, na área da edu- _____. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão.
cação a presença de estabelecimentos de ensino superior, entre eles a UNICRUZ. Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização: Gespública: Instru-
O Exército Brasileiro está presente em Cruz Alta com as seguintes unidades mili- mento para Avaliação da Gestão Pública – 2010. Brasília; MP, SEGES, 2009. Ver-
tares: a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas (EASA), o Comando da são 1/2010.
Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército (AD/3), o 29º Grupo de Artilharia
de Campanha Autopropulsado (29º GACAp), o Posto Médico da Guarnição de CIAS-SUL. BI nº 24, de 04 de fevereiro de 1993. Cruz Alta: [s.n.], 1993.
Cruz Alta (PMGuCA), além do Campo de Instrução de Cruz Alta (CICA).
_____. BI nº 25, de 05 de fevereiro de 1993. Cruz Alta: [s.n.], 1993.

_____. BI nº 220, de 23 de novembro 1993. Cruz Alta: [s.n.], 1993.

_____. BI nº 222, de 25 de novembro de 1993. Cruz Alta: [s.n.], 1993.

_____. BI Esp. nº 001, de 26 de fevereiro de 1993. Cruz Alta: [s.n.], 1993.

100 101
_____. Portaria Ministerial nº 15, - Res, de 15 de janeiro de 1998.
CRITÉRIOS de Excelência: Fundação Nacional da Qualidade. São Paulo: Funda-
ção Nacional da Qualidade, 2009. _____. Portaria Ministerial nº 491, – Res, de 10 de agosto de 1998.

CRITÉRIOS de Compromisso com a Excelência: rumo à excelência. São Paulo: _____. Estado-Maior do Exército. Portaria 240-EME, de 29 de dezembro 1972.
Fundação Nacional da Qualidade, 2011.
_____. Portaria nº 45-EME, de 23 de setembro de 1976,
DELORS, Jacques (Org). Educação: um tesouro a descobrir. 10 ed. São Paulo:
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102 103

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