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ESPORTES AQUÁTICOS

BELO HORIZONTE / MG
ESPORTES AQUÁTICOS

SUMÁRIO
1 ESPORTES AQUÁTICOS ......................................................................................... 4

1.1 Conceptualizações sobre esportes aquáticos ..................................................... 4

1.2 História ................................................................................................................ 7

1.3 Divisão das modalidades dos esportes aquáticos ............................................... 9

2 NATAÇÃO ............................................................................................................... 10

2.1 História .............................................................................................................. 12

2.2 Regras............................................................................................................... 14

2.3 Local, táticas e equipamentos ........................................................................... 15

2.4 Nado Borboleta ................................................................................................. 17

2.5 Nado Crawl ....................................................................................................... 23

2.6 Nado de Costas ................................................................................................ 26

2.7 Nado de Peito ................................................................................................... 30

2.8 Nado Medley ..................................................................................................... 33

3 NADO SINCRONIZADO .......................................................................................... 34

3.1 História .............................................................................................................. 34

3.2 As provas .......................................................................................................... 35

4 MERGULHO ............................................................................................................ 38

4.1 Conceito ............................................................................................................ 39

4.2 Tipos de Mergulho............................................................................................. 40

5 SALTOS ORNAMENTAIS ....................................................................................... 41

5.1 História .............................................................................................................. 41

5.2 Brasil ................................................................................................................. 43

5.3 Tipos de saltos .................................................................................................. 43

5.4 Performance e julgamento ................................................................................ 45

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5.5 Pontuação ......................................................................................................... 46

6 POLO AQUÁTICO ................................................................................................... 46

6.1 Origem .............................................................................................................. 48

6.2 Origem – Brasil ................................................................................................. 49

6.3 Regras............................................................................................................... 50

7 IATISMO .................................................................................................................. 52

7.1 Vela ................................................................................................................... 53

7.2 Antiguidade ....................................................................................................... 54

7.3 Barcos ............................................................................................................... 55

7.4 Classes do Iatismo ............................................................................................ 56

7.5 Regras Básicas ................................................................................................. 57

8 MARATONAS AQUÁTICAS .................................................................................... 59

8.1 História .............................................................................................................. 59

8.2 Regras............................................................................................................... 60

8.3 O que é ............................................................................................................. 60

9 REMO ...................................................................................................................... 61

9.1 A origem ............................................................................................................ 61

9.2 História do remo no Brasil ................................................................................. 64

9.3 Regras............................................................................................................... 65

9.4 Provas ............................................................................................................... 67

10 SURF .................................................................................................................... 72

10.1 História do Surf .............................................................................................. 72

10.2 Equipamentos de Surf ................................................................................... 73

10.3 Onde praticar o Surf ....................................................................................... 74

10.4 Técnicas do surf ............................................................................................. 76

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11 WINDSURF .......................................................................................................... 78

11.1 História ........................................................................................................... 78

11.2 Equipamentos ................................................................................................ 79

11.3 Categorias...................................................................................................... 80

11.4 Windsurf no Brasil .......................................................................................... 81

12 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................... 83

1 ESPORTES AQUÁTICOS

1.1 Conceptualizações sobre esportes aquáticos

Os esportes aquáticos podem ser conceituados como aqueles realizados


exclusivamente no ambiente aquático. Tendo como instituição regulamentar a
Federação Internacional de Natação (FINA). Geralmente, os esportes são atividades
orientadas por professores e/ou técnicos e praticados de modo sistematizado.

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Fonte: piscinasplanalto.com.br

No caso dos Esportes Aquáticos, a relação do homem com a água provoca uma
sensação de bem-estar, trazendo vários benefícios para a saúde do sistema
cardiovascular, desenvolvimento do equilíbrio, força, flexibilidade, resistência muscular,
melhora da autoimagem, minimiza o estresse e ainda auxilia no controle do peso.

O exercício na água proporciona a diminuição do impacto sobre as articulações e


tem efeito relaxante, já que a pressão aquática favorece a circulação sanguínea,
mantendo o corpo na mesma temperatura, e ainda, tornam o exercício mais leve, muito
embora às vezes os exercícios não sejam totalmente imersos dentro da água. Neste
sentido, em qualquer faixa etária, geralmente, todos se divertem na praia, nos lagos e
nas piscinas. Contudo, quando se idealiza um local que possua água, logo se reporta a
memória uma vontade de nadar. O deslocamento da pessoa dentro da água é dificultado,
pois dentro do ambiente aquático, o homem tem dificuldades de respirar, foi necessária
a invenção de um deslocamento nesse ambiente, para que as pessoas que lá dentro
estão, não tivessem suas funções respiratórias limitadas ou impossibilitadas.

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Para o início de qualquer experiência dentro ou fora da água, é necessária a


adaptação, devendo ser o primeiro momento, os primeiros contatos com o ambiente que
se está procurando inserção, para que ocorram ajustes consequentes à aprendizagem
das técnicas padronizadas. Vale destacar que, a etapa de aprendizagem não depende
da idade, mas sim da relação próxima com a vivência aquática do aluno, estando apenas
preparado para o aprendizado do esporte aquático, caso esteja com afinidade com o
meio onde está e ainda com boa afeição com o professor. Esta é a etapa de obtenção
das desenvolturas aquáticas básicas, em que ampliação desta fase, possibilitará
avanços para alcançar diferentes estágios de aprendizagem.
É considerada que a etapa de adaptação ao meio líquido foi vencida quando a
pessoa fica confortável em estar no ambiente aquático, sem se preocupar quando
qualquer parte do corpo permanece dentro da água, possuindo também equilíbrio e um
bom deslocamento horizontal e/ou vertical.
Uma importante ferramenta na fase de adaptação dentro da piscina, mais
precisamente no ambiente aquático, é a confiança, pois lhe proporcionará o domínio
deste meio, movimentando-se e deslocando-se com habilidade.
Precisamos deixar claro, que existem dois tipos de adaptações ao meio líquido:
Adaptação psicológica: Etapa de familiarização do discente com a água de forma
lúdica, por meio de brincadeiras e jogos que geram o contato direto com a água;
Adaptação fisiológica: É a ambientação do aluno a partir do mergulho que se inicia com
a cabeça.

Neste período, começa a respiração, por meio da expiração que permite o acesso
ao fundo. Este momento dependerá de um trabalho de qualidade durante a fase de
adaptação psicológica.
Existem várias dificuldades na ambientação para as atividades no meio aquático,
tendo influência direta do comportamento adquirido em meio terrestre.
O indivíduo que se insere no meio aquático, fica sujeito a vários fatores e
estímulos que geralmente não estão sujeitos fora da água. Desta maneira, quando um
aluno em qualquer período da vida, inicia sua atividade física na água, isso implicará em
um conjunto de alterações que passam por: alterações da visão (fica limitada), equilíbrio

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(os apoios passam a ser móveis), audição (normal, no entanto, limitada pela água nos
ouvidos), respiração (condicionada à necessidade para o que se está fazendo),
informações proprioceptivas, no sistema termorregulador.

1.2 História

A notícia mais antiga sobre os esportes aquáticos se refere à antiguidade, isto só


foi possível pelas pinturas rupestres encontradas da época, sobre o assunto. Tais
referências escritas faziam parte da prática romana, por intermédio da educação da
população e o exercício dos soldados. Algumas das primeiras referências sobre os
esportes aquáticos são inseridas em obras importantes como a Bíblia, a Ilíada, a
Odisseia, dentre outros clássicos. Mas foi no ano de 1538, que Nikolaus Wynmann, até
então professor alemão de linguística, escreveu a primeira obra sobre natação. Com o
declínio do império Romano, os esportes aquáticos ficaram esquecidos.
Durante a Idade Média permaneceram sendo deixados de lado, pois a sociedade
acreditava que estes disseminassem epidemias. No entanto, no renascimento, algumas
concepções ficaram ultrapassadas e assim, foram construídas diferentes piscinas
públicas, sendo a primeira criada em Paris, sob o reinado de Luís XIV.
A organização do esporte só apareceu no início do século XIX, na Inglaterra sendo
fundada a National Swimming Society, ou melhor, dizendo: Sociedade Nacional de
Natação.

As primeiras provas que se têm notícia foram no Japão, em 1910, no entanto, não
há registro de ganhadores. Logo após, foram realizadas na cidade de Londres, por volta
de 1837. A partir desses eventos, várias competições foram sendo organizadas
continuamente.
Foi durante as Olimpíadas de Londres que se fundou a Federação Internacional
de Natação (FINA), que regulamenta não só as modalidades de natação, mas também
as de nado sincronizado, saltos ornamentais e polo aquático.
A natação foi muito bem aceita, então logo foi inclusa nos primeiros Jogos
Olímpicos modernos, na cidade de Atenas, Grécia. No início esta competição era
disputada em mar aberto, com menos segurança que atualmente. Vale ressaltar que os

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jogos supracitados, contaram com 43 modalidades de esportes como: atletismo,


ciclismo, esgrima, luta, ginástica, natação, halterofilismo, tênis e tiro.
Curiosidade: Oficialmente conhecidos como Jogos da I Olimpíada, foram os
primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados em Atenas, Grécia, berço dos
Jogos da Antiguidade, entre os dias 6 e 15 de abril de 1896, com a participação de 241
atletas masculinos, representantes de catorze países.
Em nosso país, os esportes aquáticos surgem, oficialmente, em 31 de julho de
1897, com a União de Regatas Fluminense. Passado um ano, o Clube de
Natação e Regatas organizou o primeiro Campeonato Brasileiro, que cuja
distância era de 1.500 metros, o percurso era de Fortaleza de Villegaignon e a praia de
Santa Luzia, no Rio de Janeiro.

Fonte: cob.org.br

Nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, que aconteceram na Suécia, em 1912, as


mulheres foram introduzidas na modalidade e assim, começaram a competir. Sendo a
australiana Sarah Funny Durack, a primeira grande campeã de uma prova de natação
olímpica. No ano de 1920, na Antuérpia, o Brasil entrou nas Olimpíadas, no entanto,
foram mais de 30 anos até então, para que o primeiro nadador conquistasse o pódio.
No ano de 2000, nos Jogos Olímpicos de Sydney, na Austrália, a prova de saltos
sincronizados passou a fazer parte do programa Olímpico. A atleta Isabel Clark, do
snowboardcross, conquistou nos Jogos Olímpicos de
Inverno de 2006 a melhor marca de um brasileiro na história dos Jogos, ficando
em nono lugar na prova de snowboardcross.

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Após os Jogos de Vancouver em 2010, as Confederações Brasileiras de


Desportos na Neve (CBDN) e no Gelo (CBDG) apresentaram projetos ao Comitê
Olímpico Brasileiro objetivando o desenvolvimento dos esportes de inverno no país, a
presença de mais desportistas nos Jogos de Sóchi, na Rússia, tendo como avanço a
construção de um centro de treinos no interior de São Paulo. Mas, até hoje, apesar disso,
o nosso país não conseguiu premiações nos jogos de inverno.
Em 2016, a Liga Mundial (realizada em Huizhou e Xangai, China) foi vencida pela
equipe da Sérvia (masculino) e Estados Unidos (feminino). O Campeonato Mundial,
disputado em Kazan (Rússia), em 2015, foi vencido pela Sérvia masculino) e Estados
Unidos (feminino).
Já nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, o Polo Aquático masculino, a
Sérvia foi medalha de ouro, a de prata com a Croácia e a de bronze com a da Itália. Já
na categoria feminina, o ouro ficou com os Estados Unidos, a prata com a Itália e o
bronze com a Rússia. O Brasil mais uma vez não subiu ao pódio em nenhuma das
categorias.

1.3 Divisão das modalidades dos esportes aquáticos

Os Esportes Aquáticos são divididos em duas modalidades: normais, os esportes


não disputados em Olimpíadas, e/ou olímpicos, os que são disputados e regulados pela
(FINA). Entre os esportes normais, estão: canoagem, esqui aquático, longboard, surf,
kitesurf, bodyboard, biribol, windsurfe.
E nas modalidades disputadas em olimpíadas:
• Nado Sincronizado;
• Salto ornamental;
• Polo aquático;
• Maratona aquática;
• Natação.1

1 Texto extraído e modificado: www.md.intaead.com.br


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2 NATAÇÃO

A Natação surgiu da necessidade de entrar na piscina em busca de alimentos e


como lugar para fugir dos animais selvagens.
Em fins do século XV e início do XVI surgiu em Augsburgo o primeiro manual de
natação escrito por Nikolaus Wyhmann, este manual era só teoria e o próprio autor disse
que para nadar era preciso um mestre.
Em 1798, Guths Muths, passou da teoria para a prática, organizando as primeiras
competições da Era Moderna com semelhança ao Pentatlo Militar.
O Rei da Rússia em 1837, envia à Sibéria homens encarregados de ensinar
natação aos pescadores e marinheiros. Surgem, nesta época, os primeiros
estabelecimentos balneários para o ensino da natação; Em Paris aproveita-se um trecho
do Rio Sena para este fim.
Em 1839 existiam associações desportivas e em 1848 o governo inglês
interessou-se pelo ensino da natação. Diversas cidades foram, então, dotadas com
piscinas e estabelecimentos balneários.
Em 1869 cria-se a ANA (Associação de Natação Amadora) protegendo humildes
pescadores e exímios nadadores. Desde a primeira olimpíada a natação está presente.
Em uma Olimpíada, a natação é um dos esportes nobres. Desde 23 de junho de
1894, quando o barão Pierre de Coubertain, apoiado por amigos e inúmeras
celebridades, inaugurou os Jogos Olímpicos modernos, atletas de todas as partes do
planeta superaram limites nas raias da maior de todas as competições.
A natação brasileira trilha um longo caminho nas águas turbulentas da elite
internacional. Em 1920, na Antuérpia, a equipe verde e amarela fez sua estreia em uma
Olimpíada e foram necessários mais de 32 anos para que o primeiro nadador subisse ao
pódio.
Na Olimpíada de Helsinki, em 1952, Tetsuo Okamoto ganhou a medalha de
bronze nos 1500 m livre, com o tempo de 19m05s56. O segundo brasileiro a conquistar
uma medalha olímpica na piscina foi Manoel dos Santos, bronze nos 100 m livre dos
Jogos de Roma, em 1960, com a marca de 55s54.

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Fonte: bolanaguanatacao.com.br
Vinte anos depois, em 1980, nos Jogos Olímpicos de Moscou, chegou a vez de
Djan Madruga, Jorge Fernandes, Cyro Delgado e Marcus Matiolli. Os quatro fizeram
7m29s30 no revezamento 4×200 m livre e ganharam a terceira medalha de bronze para
a natação do Brasil em Olimpíadas.
A era de prata chega nos Jogos de Los Angeles, em 1984, com Ricardo Prado,
que entra para a história do esporte nacional ao conquistar o segundo lugar nos 400 m
medley, com o tempo de 4m18s45. Gustavo Borges se consagrou por ser o primeiro
atleta brasileiro a conquistar três medalhas em Olimpíadas. Em Barcelona, em 1992, ele
foi vice-campeão nos 100m livre com 49s43.
Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, Gustavo subiu no pódio para receber
a medalha de prata pelos 200 m livre, 1m48s08, e o bronze, pelos 100 m livre, 49s02.
Além de Gustavo Borges, a Olimpíada de Atlanta fez outro medalhista brasileiro,
Fernando Scherer, que conquistou bronze nos 50 m livre com a marca de 22s29.
A natação é tão antiga quanto o homem, pois desde o início dos tempos, era
necessário nadar para se locomover e se alimentar, atravessar rios, lagos e mares em
busca de abrigo e alimentos.
A natação só começou a ser organizada no século XVII, no Japão, onde o
Imperador determinou que ela fosse ensinada e praticada nas escolas, mas como o
Japão era um país fechado, isso não se disseminou para o resto do mundo.
Foi na Inglaterra, em 1837, que a natação foi organizada como competição pela
primeira vez, quando foi fundada a Sociedade Britânica de Natação. No início, o estilo

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adotado pelos atletas era o nado peito. Na década de 1870, J. Arthur Trudgeon, um
instrutor inglês de natação, viajou para a América do Sul e observou um estilo alternativo
de se nadar. Ele levou o novo estilo para a Inglaterra, onde era chamado nado trudgeon,
hoje, conhecido como nado crawl com pernada de tesoura.
A natação é um dos esportes nobres das Olimpíadas ao lado do atletismo. Sempre
foi um esporte olímpico, desde a primeira disputa em Atenas, 1896. Naquele ano, apenas
os estilos livre (crawl) e peito foram disputados. O nado costas foi incluído nos Jogos de
1904, já o borboleta, surgiu como evolução do nado peito, na década de 1940.

2.1 História

Na antiguidade, saber nadar era mais uma arma de que o homem dispunha para
sobreviver. Os povos antigos (assírios, egípcios, fenícios, ameríndios, etc.) eram exímios
nadadores. Muitos dos estilos do nado desenvolvidos a partir das primeiras competições
esportivas realizadas no séc. XIX basearam-se no estilo de natação dos indígenas da
América e da Austrália.
Entre os gregos, o culto da beleza física fez da natação um dos exercícios mais
importantes para o desenvolvimento harmonioso o corpo.

Acredita-se que já nesta época a competição era praticada: aos melhores


nadadores era erigida estátuas. O esporte também era incluído no treino dos guerreiros.
Em Roma, a natação também configurava num método e preparação física do povo,
incluído entre as matérias do sistema educacional romano. Era praticada em magníficas
termas, construções suntuosas onde ficavam as piscinas, de tamanho variável -as
comuns mediam 100×25 metros. Platão afirmava que o homem que não sabia nadar não
era educado.
Com a queda do império Romano, ela praticamente desapareceu até a idade
média. Nesta época até temiam que a modalidade disseminava epidemias. No
renascimento, algumas dessas falsas noções começaram a cair em descrédito. Surgiram
então várias piscinas públicas, sendo a primeira construída em Paris, no reinado de Luís
XIV.

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A natação começou a ser difundida somente após a primeira metade do século


XIX que começou a progredir como desporto, realizando-se as primeiras provas em
Londres, em 1837.Várias competições foram organizadas nos anos subsequentes e em
1844 alguns nadadores norte-americanos atuaram em Londres, vencendo todas as
provas. Até então o estilo empregado era uma braçada de peito, executada de lado, mais
tarde para diminuir a resistência da água, passou-se a levar um dos braços a frente pela
superfície, que foi chamado de single overarm stroke e depois foi mudado para levar um
braço de cada vez chamado de doublearm stroke.
Em 1893 ainda os pés faziam um movimento de tesoura, depois foi adotado um
movimento de pernas agitadas na vertical chamado de crawl australiano.
Atualmente a natação é praticada em 4 estilos: CRAWL, COSTA, PEITO E
BORBOLETA, sendo o crawl o mais rápido.
No âmbito mundial quem controla a natação é o FINA (Federação Internacional
de Natação Amadora).
Entre os maiores nomes da natação em todos os tempos, destaca-se: Duke
Kahanamoku (E.U.A), vencedor dos 100m, nado livre, nos jogos de 1912 e 1920; Johnny
Weissmuller (E.U.A) vencedor em 1924, dentre outros.

Histórico no Brasil
A natação foi introduzida oficialmente no Brasil em 31 de julho de 1897, quando
clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram no rio a União de Regatas
fluminense que foi chamado mais tarde de Conselho Superior de Regatas e Federação
brasileira das Sociedades de Remo.
Em 1898, eles promoveram o primeiro campeonato brasileiro de 1500m. Abrão
Saliture foi o campeão, nado livre.
Em 1913, o campeonato brasileiro passou a ser promovido pela Federação
Brasileira das Sociedades do Remo, em Botafogo. Além dos 1500 m. nado livre, também
foram disputadas provas de 100m para estreantes, 600m para seniors e 200m para
juniors.
Em 1914, o esporte e competições no brasil começaram a ser controladas pela
Confederação Brasileira de Desportos.
Somente em 1935, as mulheres entraram oficialmente nas competições.
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Destacaram-se inicialmente Maria Lenk e Piedade Coutinho.

Fonte: seekpng.com

O Brasil projetou-se internacionalmente com alguns nadadores que obtiveram


marcas mundiais: Em 1984, Ricardo Prado, tornou-se recordista mundial dos 400
medleys, na dec. de 90 também quebraram recordes mundiais e sul-americanos:
Gustavo Borges, Fernando Scherer, Rogério Romero, Daniela Lavagnino, Adriana
Pereira, Patrícia Amorim Ana Azevedo.

Competições
Acontecem em piscinas de 25 m ou de 50 m, divididas em raias. Podem ser
individuais ou por equipe. Nos revezamentos, disputados por equipes de quatro atletas,
cada nadador completa uma parte da prova. São disputas que alternam velocidade e
resistência. Há também a prova de nado medley, que combina os quatro estilos. A
distância percorrida é padronizada. Além do torneio olímpico, disputa-se um campeonato
mundial a cada quatro anos.

2.2 Regras

As provas de natação podem ser disputadas em quatro estilos diferentes: livre,


borboleta, costas e peito. No medley os atletas precisam nadar os quatro estilos seguindo
uma determinada ordem que varia quando a prova é individual ou revezamento.

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No nado livre, o atleta pode nadar de qualquer forma, fazendo qualquer tipo de
movimento. Por ser o estilo mais rápido, o nado crawl é, geralmente, o mais escolhido
pelos atletas. Nele, é preciso nadar com o corpo esticado, movimentando os braços
como alternadamente e batendo as pernas na água alternadamente.
Já no nado borboleta, os atletas devem manter os ombros alinhados com a
superfície da água, enquanto pés, braços e pernas têm de fazer movimentos simultâneos
para cima e para baixo. No fim da competição, os nadadores precisam encostar com as
duas mãos na borda simultaneamente.
No nado costas, por sua vez, os praticantes começam a prova já dentro da piscina
e de frente para as balizas (base instalada em uma das bordas, da qual mergulham os
nadadores para competições de outros estilos), segurando a barra existente na mesma
com as duas mãos. Durante todo o trajeto, o nadador deve movimentar-se com as costas
viradas para a água, alternando movimentos de braços e pernas.

2.3 Local, táticas e equipamentos

Local
Uma prova de natação deve ser disputada em uma piscina, que pode estar
localizada em um ginásio fechado ou a céu aberto. A piscina deve ter 50 m (medida
olímpica) ou 25 m (medida semiolímpica) de comprimento por 25 m de largura, com
profundidade em torno de 1,8 m. A temperatura da água precisa oscilar entre 25º C e 28º
C.
O espaço que cada atleta ocupa dentro da piscina é chamado de raia. Qualquer
piscina de competição deve ter oito raias de 2,5 m de largura cada. Exceto no estilo
costas, os nadadores largam de uma base de partida, que fica em uma das bordas. Esta
base, na verdade, é um bloco quadrado de cimento, revestido de material antiderrapante,
que fica entre 50 cm e 75 cm acima da água. Trata-se de um cubo com 50 cm de lado,
no qual também há um suporte (barra) utilizado para a partida do nado costas, que deve
ficar entre 30 cm e 60 cm da superfície da água. Atualmente os blocos de partidas são
feitos de um material inclinado, que permite angulação de 90° da perna e aumenta o
impulso de largada.

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ESPORTES AQUÁTICOS

A 5 m da chegada (1,8 m acima da água) fica uma linha de bandeirinhas, que


auxilia o nadador do estilo costas a visualizar a proximidade do fim da prova. Existe,
também, a corda de saída falsa, que fica a 15 m da borda da piscina (acima da superfície
da água) e cai na piscina quando um nadador mergulha antes da partida oficial.

Táticas
Cada tipo de prova exige uma preparação específica do nadador, pois as técnicas
utilizadas pelos atletas variam de acordo com o estilo de disputa da competição (veja
mais no item Regras).
Alguns detalhes, porém, podem ajudar o desempenho de qualquer atleta. O
nadador pode permanecer submerso nos 15 primeiros metros da piscina. Alguns
desenvolvem uma técnica especial que lhes permite ganhar mais tempo ficando no fundo
da piscina. Se o nadador passar estes primeiros 15 metros submerso é desclassificado
(tanto na largada quanto nas viradas).

Outro fator que pode influenciar no desempenho de um atleta é o seu tamanho.


Um nadador mais baixo leva desvantagem em relação ao mais alto por ter que dar
mais braçadas para percorrer o mesmo trecho. Assim, ele deverá ser o mais técnico
possível para conseguir avançar a maior distância que puder a cada braçada.
Entre os homens, é comum, ainda, que raspem os pelos do corpo para diminuir o
atrito com a água. Fernando Scherer, o Xuxa, por exemplo, passou a raspar totalmente
os cabelos por esse motivo.

Equipamentos
O uniforme de um nadador é simples. Ele deverá utilizar uma sunga (maiô, para
as mulheres), uma touca de proteção para os cabelos feita de borracha e óculos de
mergulho, confeccionados a partir de um tipo de plástico ante embaçante que permite a
visão total dos nadadores quando dentro d’água.
Ultimamente, algumas empresas têm produzido roupas especiais para nadadores,
confeccionadas de materiais como o neoprene, espécie de borracha isotérmica que
diminui o atrito do corpo do atleta com a água, potencializando, assim, sua velocidade.
Atualmente, o que existe de mais moderno é conhecido por “pele de tubarão”. Trata-se

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de um tecido com micro filamentos de poliéster e fios de elastano, que se moldam ao


corpo do nadador. A roupa reproduz a textura da pele do tubarão, com sulcos na exata
proporção dos dentículos demais do animal.

2.4 Nado Borboleta

O Nado Borboleta é um estilo de natação nadando de peito, com ambos os braços


se movendo simultaneamente.

Fonte: crodriguesnatacao.wordpress.com

Enquanto outros estilos como o nado peito, crawl, ou costas pode ser nadado
adequadamente por iniciantes, o Nado Borboleta é um estilo mais difícil que requer boa
técnica, bem como os músculos fortes.
É o mais novo estilo de natação em competição, aconteceu em 1933.
O estilo borboleta geralmente é ensinado depois que o nadador tiver estabelecido
habilidades básicas nos outros três outros estilos de competição.
O estilo borboleta depende de um bom tempo e ações simultâneas de braço e
perna.

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O estilo é ensinado melhor decompondo-o em três etapas: batida de perna, ação


de braço e respiração.
1. Uma pernada propulsiva, chamada de pernada borboleta é usada para ajudar a
mover o nadador ao longo da água. As pernas do nadador ficam juntas e se
movem simultaneamente. A batida de perna consiste de uma ação de batida
para baixo e para cima.

2. A ação do braço é simultânea com ambos os braços retornando ao longo da


linha da água. As mãos do nadador entram na água alinhadas à linha do ombro.
A puxada/ação do braço consiste da entrada e pegada, movimento para fora,
movimento para dentro, movimento para cima e retorno do braço.
3. A fase de respiração do estilo começa quando os braços começam a se mover
para fora durante a pegada, e o nadador terá respirado durante o início do
retorno do braço. A cabeça do nadador estará voltada para frente e é bom
estimular o nadador a respirar após cada segundo ciclo de braçada (ex: a cada
segunda braçada). Técnica Borboleta
A técnica de borboleta é complexa e principalmente requer uma demanda
energética muito alta.
Minimizar as distâncias de borboleta, ou pelo menos maximizar a qualidade do
nado é algo bastante comum nos treinamentos que visam desenvolver o nadador de
borboleta.
Durante o nado borboleta, o corpo fica na posição horizontal em decúbito ventral.
Toda a cabeça submersa (a não ser no momento da respiração) e queixo próximo ao
peito (osso externo).

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A pernada no Borboleta é fundamental, pois além da propulsão, também ajuda na


sustentação do corpo no momento da respiração. Elas realizam movimentos
simultâneos, a partir da articulação coxo-femoral (com reflexo no restante do corpo –
movimento ondulatório), num ritmo ascendente/descendente.

As pernas e os pés encontram-se para trás, no movimento descendentes e


ligeiramente flexionados no movimento ascendentes (até que os tornozelos atinjam o
nível da água). O iniciante deve manter o quadril relaxado e concentrar a força no peito
dos pés.
Os braços entram simultaneamente na água (fase Pegada) bem à frente da
cabeça na linha dos ombros.
As mãos ficam a mais ou menos 45° do nível da água, com sua palma voltada
para fora, entrando na água primeiramente com o polegar. A puxada tem o padrão do
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“S” alongado, para cada braço, iniciando-se de forma subaquática, afastando os braços
para lateral logo após a entrada na água, aproximando-se do corpo (na altura do quadril),
mantendo os cotovelos altos, coincidindo com a elevação da cabeça, respiração e
pernada (movimento descendente).
A finalização ocorre quando as mãos passam próximos às coxas, com a palma
voltada para dentro, rompendo a linha da água primeiramente com o cotovelo.
Durante a recuperação dos braços, primeiramente coloca-se a cabeça na água
após a respiração, depois os braços passam pela lateral do corpo por cima da água,
flexionados e os cotovelos, entrando novamente bem à frente da cabeça para iniciar a
fase da pegada.
Quanto à coordenação braço-perna-respiração, inicia-se a braçada com uma
pernada, e durante a aproximação das mãos (na altura do quadril), realiza-se outra
pernada e a elevação da cabeça para respiração. A respiração ocorre quando as mãos
estão próximas ao abdome e execução de uma pernada.
O nado borboleta, também conhecido como golfinho, é o mais recente dos estilos
competitivos. Surgiu do nado de peito e no início era nadado com a pernada de peito e
movimentação aérea dos braços, por isso o nome borboleta. Com a mudança para a
pernada atual passou a ser chamado por alguns nadadores de golfinho, mas seu nome
oficial ainda é BORBOLETA.
O borboleta é nadado nas seguintes distâncias:
• 50m borboleta
• 100m nado borboleta
• 200m nado borboleta
• No revezamento 4X 100M quatro estilos (3ºestilo)
• Nos 200m e 400m medley (1ºestilo) Regras:
• SW8. 1- O corpo deve ser mantido sobre o peito todo o tempo, exceto quando
executar a virada, onde pernadas laterais são permitidas. Não é permitido girar
para as costas em nenhum momento.
• SW8. 2- Ambos os braços devem ser levados juntos à frente por sobre a água e
trazidos para trás simultaneamente sujeitos a SW 8.5.
• SW8. 3- Todos os movimentos para cima e para baixo das pernas devem ser
simultâneos. As pernas ou os pés não precisam estar no mesmo nível, mas não

20
ESPORTES AQUÁTICOS

podem alternar em relação ao outro. O movimento de pernada de peito não é


permitido.
• SW8. 4- Em cada virada e na chegada, o toque deve ser efetuado com ambas
as mãos simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da superfície da água.
• SW8. 5- Após a saída e na volta, ao nadador é permitido uma ou mais pernadas
e uma braçada sob a água, que deve trazê-lo à superfície. É permitido ao
nadador ficar completamente submerso por uma distância de não mais que 15
metros depois da saída e de cada volta. Neste ponto, a cabeça tem que quebrar
a superfície da água. O nadador deve permanecer na superfície até a próxima
virada ou a chegada. Técnica do nado borboleta
BRAÇADA
ENTRADA: As mãos devem entrar na água um pouco fora da linha dos ombros
com as palmas voltadas para fora ou para baixo, de maneira suave, com os cotovelos
ligeiramente flexionados. Nesse momento a batida para baixo da primeira pernada deve
estar acontecendo.
ERROS COMUNS:
• Entrar muito fechado;
• Entrar muito aberto;
• Empurrar as costas da mão para dentro.
PUXADA
Ela deve ser suave no início com aceleração no final, com um bom “feeling” da
água agarrando-a, e sem muita velocidade.
Após a entrada os cotovelos deverão se estender enquanto o nadador completa
a batida para baixo da primeira pernada. As mãos escorregam para frente. A ação dos
braços deve ser feita com um bom APOIO/AGARRE, e com os cotovelos altos. Na
aprendizagem não devemos ensinar a puxar para fora e sim alongar o máximo à frente,
para não corrermos o risco de o aluno afastar demais os braços para a fase propulsiva.

A seguir o nadador (a) deve manter o agarre com os pulsos travados e na metade
da puxada os braços estarão na posição vertical (cotovelo alto). A segunda metade da
puxada deve ser a mais longa e rápida possível (push!) Com os cotovelos se

21
ESPORTES AQUÁTICOS

aproximando do corpo, os pulsos “firmes” e o queixo sendo puxado para cima, até
extensão dos cotovelos.

ERROS COMUNS:
Virar as palmas para dentro e puxar sob o corpo após a entrada. Isso faz com que
o nadador perca a maior parte da força da puxada e inibe a batida para baixo da perna.
Deve-se sempre alongar o máximo após a entrada e nunca tentar aplicar a força com as
mãos, até que a batida para baixo tenha terminado.

Fonte: souesportista.decathlon.com.br
RECUPERAÇÃO
O nadador relaxa a pressão, quando as mãos passam pelas coxas, palmas viram
para dentro, dedo mínimo saindo primeiro! As mãos irão para fora na lateral e sobre a
água, de maneira mais relaxada possível, até atingirem a posição de entrada que deve
coincidir com a primeira pernada para baixo.
PERNADAS, (GOLFINHADAS) E COORDENAÇÃO BRAÇOS/PERNAS.

BATIDA PARA BAIXO: movimento se inicia na articulação coxofemoral, os joelhos


estarão flexionados e os pés voltados para dentro com ligeira flexão plantar, os joelhos
um pouco afastados. O nadador executará uma extensão das articulações do joelho.
(CHICOTE!)

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ESPORTES AQUÁTICOS

BATIDA PARA CIMA: joelhos se estenderão e a pressão da água mantém os pés


relaxados, numa posição natural. A extensão contínua dos quadris faz as pernas irem
para cima.
Para cada ciclo de braços deve haver dois batimentos de pernas. Na
aprendizagem dizemos que a primeira pernada acontece no início da braçada e a
segunda no final, ou quando os braços entram e quando saem.
A batida para baixo da primeira pernada é executada durante a entrada e
alongamento. A batida para cima ocorre durante a primeira parte da puxada. A batida
para baixo da segunda pernada é sincronizada com a segunda parte da braçada e a
subsequente batida para cima acompanha a recuperação.

2.5 Nado Crawl

O nado livre é considerado o mais rápido de todos os estilos de natação


competitivos e um dos primeiros a serem ensinados ao nadador iniciante.
A ação da braçada envolve os braços se moverem para frente alternadamente
com as pernas batendo continuamente ao longo da braçada.
O corpo do nadador permanece na horizontal e alongado na água com a cabeça
do nadador virada para um lado para respirar após cada ciclo completo de braçada. O
ensino e desenvolvimento do estilo podem ser atingidos decompondo a habilidade em
seus diversos componentes.
Postura corporal
A postura corporal é quase reta. A propulsão constante das ações alternadas de
braço e perna fazem dele um estilo muito eficaz e eficiente.

Pontos Principais:
• Reto com leve inclinação nos quadris. A linha da água está entre as
sobrancelhas e a linha do cabelo.
• Os olhos voltados para frente olhando levemente para baixo.
• A leve inclinação para os quadris permite que a batida de perna fique na água.
• Os ombros giram na braçada, utilizando os fortes músculos peitorais e gerando
uma forte força propulsiva.

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ESPORTES AQUÁTICOS

• Leves ajustes da cabeça mudam a posição das pernas. Se a cabeça for mantida
erguida fora da água, as pernas cairão e se submersa, as pernas sairão da água.
• As pernas trabalham quase na profundidade do corpo. Isto cria uma menor
resistência para o movimento à frente.
Ação da Perna
A ação da perna do nado livre/crawl frontal auxilia o corpo a permanecer na
posição horizontal e equilibra a ação braçal. Também pode contribuir com a propulsão
dentro da braçada.
Pontos Principais:
• A ação da perna começa nos quadris.
• É necessária ação alternada.
• Há uma leve dobra dos joelhos.
• Os pés chutam para a superfície e revolvem a água sem espirrar.
• Os tornozelos estão relaxados para permitir que os dedos apontem e forneçam
um efeito natural de dedos para dentro.
O número de batidas de perna pode variar para cada ciclo braçal.
Ação do braço
A ação de braço contínua e alternada é a força dentro do estilo e permite propulsão
constante. Ao longo de todo o estilo há cinco áreas principais que requerem atenção à
entrada, movimento para baixo, movimento para dentro, movimento para cima e retorno.
Entrada
• A mão é virada com a palma voltada meio para fora para que o dedão entre
primeiro.
• A mão entra entre a linha da cabeça e dos ombros com uma leve dobra do braço.
• A mão então avança sob a superfície. Nota: este é um alongamento natural, não
super-arqueado. Movimento para Baixo
• A mão se movimento para baixo e ligeiramente para fora para a posição de
pegada (não tendo visto isto previamente definido, explique).
• A mão continua este movimento para baixo e para fora.
• O cotovelo começa a dobrar. É importante que o cotovelo seja mantido alto.
Movimento para Dentro
• O lançamento da mão muda e se curva para dentro em direção à linha central
do corpo. Isto é semelhante à ação de palmeteio.

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ESPORTES AQUÁTICOS

• O cotovelo tem uma dobra de 90 graus.


• A mão acelera.
Movimento para Cima
• Quando a mão tiver atingido a linha central do corpo, a mão muda o lançamento
para cima, para fora e para trás.
• Isto permite aceleração através dos quadris.
• A mão, então, sai da água começando pelo dedo mindinho.

Retorno

Fonte: amaralnatacao.com.br

• Este movimento é relaxado e usa o momento do movimento para cima.


• O cotovelo sairá primeiro e será mantido mais alto do que a mão.
• A mão passa o mais próximo do corpo o possível. Isto depende da flexibilidade
do nadador.
• Uma vez que a mão passa o nível do ombro, o braço alcançará para frente para
a posição de entrada.

Respiração
• A cabeça é virada suavemente no mesmo tempo da rolagem natural do corpo.
• A cabeça é virada, não levantada.
• A inspiração é feita quando o braço de respiração estiver completando o
movimento para cima.
• O braço que não respira entra na água quando a respiração é feita.
• A cabeça é virada de volta para o centro em uma ação suave assim que a
respiração for feita.

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ESPORTES AQUÁTICOS

• A respiração é liberada gradualmente ou segurada até pouco antes da próxima


inspiração.
• A respiração ocorre a cada duas puxadas de braço (um ciclo de braçada). Isto
para respiração unilateral. Também pode ser feita a cada três puxadas de braço
(1.5 ciclos de braçada). Isto para respiração bilateral.
Tempo
Geralmente há seis batidas de perna em um ciclo de braçada. Isto pode variar
entre nadadores. Nadadores que preferem nados de média e longa distância tendem a
bater as pernas menos frequentemente.

2.6 Nado de Costas

Nado costas, também conhecido como crawl costas, é provavelmente o mais fácil
de todos os estilos competitivos de se ensinar e aprender, já que o nadador tem sua
cabeça para fora da água, ao contrário do nado livre onde o rosto está na água e a
coordenação de respiração e braços deve ser dominada.
Alguns alunos preferem nado costas pois seus rostos estão para fora da água e a
respiração não é um problema. Crawl costas e frontal têm semelhanças. Estas
semelhanças são úteis quando nadadores iniciantes são lembrados de uma habilidade
ou parte de uma habilidade que podem ser familiares a eles.

Postura corporal
Pontos Principais:
• Supino, horizontal e alongado.
• Orelhas são submersas logo abaixo da superfície da água.
• A cabeça permanece parada, olhos voltados para cima ou levemente para baixo
na direção dos dedos do pé.
• O queixo está encolhido para assegurar que as pernas sejam mantidas na água.
• Quadris são mantidos próximos à superfície.
• Ombros rolam junto com a braçada.
• Para manter as pernas na água, há uma leve inclinação da cabeça até os
quadris.
Pernada
A ação da perna ajuda a manter uma posição corporal horizontal e a equilibrar a
ação do braço. Isto minimizará o balanço das pernas de um lado a outro.

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ESPORTES AQUÁTICOS

Também pode contribuir com alguma propulsão.


Pontos Principais:
• A ação contínua alternada para cima e para baixo começa nos quadris.
• As pernas estão bem juntas.
• As pernas são mantidas quase retas, com joelhos permanecendo abaixo da
superfície.
• Tornozelos relaxados permitem que os dedos apontem.
• Os pés rompem a superfície ao final da batida, tentando não espirrar.

Ação do Braço
A ação do braço é contínua e alternada. A ação do braço proporciona propulsão
constante. Ação de braço dobrado é mais eficiente do que ação de braço reto.
A ação de braço reto pode ser preferida nos estágios iniciais de desenvolvimento.
Entrada
O dedo mindinho deve entrar na água primeiro, braço reto e junto à linha do ombro.
Movimento Inicial para Baixo:
• O braço se move para baixo e para fora para a pegada. Isto é acompanhado por
uma rolagem natural do ombro.
• A mão é lançada para baixo e para fora pela palma.
Movimento para Cima
• O lançamento da mão muda para movimento dentro e para cima.
• Os braços são dobrados a um ângulo de 90-graus no cotovelo.
Movimento Final para Baixo
• O braço empurra até a coxa
• Dedos apontam para os lados e as palmas estão para baixo.

Retorno
• A mão sai começando pelos dedões.
• O braço gira gradualmente para assegurar que o mindinho esteja pronto para
entrar.
• O braço permanece reto e relaxado enquanto isso.
Respiração
• A respiração é natural. Como regra, respire a cada ciclo de braçada.
Cronometragem
• Seis pernadas a cada ciclo de braçada.
Regras – FINA

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ESPORTES AQUÁTICOS

Fonte: supercoloring.com

NADO DE COSTAS SW 6
• SW 6.1 - Antes do sinal de partida, os competidores devem alinhar-se na água,
de frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos
suportes de agarre. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda da
calha é proibido.
• SW 6.2 – Ao sinal de partida e quando virar, o nadador deve dar um impulso e
nadar de costas durante o percurso exceto quando executa a volta, como na SW
6.4. A posição de costas pode incluir um movimento rotacional do corpo até, mas
não ultrapassando os 90º da horizontal. A posição da cabeça não é relevante.
• SW 6.3 – Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água durante
o percurso. É permitido ao nadador estar completamente submerso durante a
volta, na chegada e por uma distância não maior que 15 metros após a saída e
em cada volta. Nesse ponto a cabeça tem que quebrar a superfície.
• SW 6. 4 - Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma
parte do corpo na sua respectiva raia. Durante a volta, os ombros podem girar
além da vertical para o peito após o que uma contínua braçada ou uma contínua
28
ESPORTES AQUÁTICOS

e simultânea dupla braçada pode ser usada para iniciar a volta. O nadador tem
que retornar a posição de costas após deixar a parede.
• SW 6.5 – Quando do final da prova, o nadador tem que tocar a parede na posição
de costas na sua respectiva raia.

Técnica – Nado Costas


A fase da puxada se inicia quando a mão entra na água, com o braço totalmente
estendido, com a palma da mão voltada para trás e com a mão entrando na linha do
prolongamento do ombro. É muito comum que o aluno entre com a mão mais para dentro
ou mais para fora desta linha, isto faz com que ao se aplicar a força na água, o quadril se
movimente de forma errada, deixando o nado sinuoso, ao invés de rolamento teremos o
quadril “dançando” de um lado para outro.
Quando a mão entra na água, deve-se afundá-la um pouco para se dar início à
fase de propulsão do nado. Neste momento, o cotovelo se flexiona ligeiramente,
colocando a palma da mão na posição de agarre.
Este movimento do cotovelo é muito natural, portanto, em níveis iniciais de aula e
em atletas jovens, não há a necessidade de se ensinar ou cobrar a “alavanca” pois, com
o decorrer do tempo, este movimento sai naturalmente. Caso isso não aconteça, cabe
uma ligeira correção.
No costas, encontramos o mesmo problema do crawl, um movimento de puxada,
de repente se torna um movimento de empurrada e, neste momento há uma grande perda
na potência, fato que deve ser minimizado com o treinamento.
Quando o cotovelo chega ao ponto máximo de flexão (90º), começa o movimento
de empurrada que deve ser o mais forte e acelerado possível, terminando com a mão
junto à coxa.
Novamente aqui, temos outro ponto de grande erro dos nadadores, que terminam
a empurrada com a mão muito afastada da coxa, diminuindo a força da braçada no nado
costas. É importante que os nadadores finalizem a mão junto à coxa, com o dedo mínimo
voltado para cima, pronto para iniciar a fase de recuperação do nado.

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ESPORTES AQUÁTICOS

2.7 Nado de Peito

Nado Peito é um dos quatro estilos competitivos.


É também um valioso estilo de sobrevivência. Ao nadar o nado peito, o nadador
está de frente na água e as ações de braço e perna são simétricas. O nadador inspira no
início de cada braçada.
Nado Peito é o único estilo competitivo em que o retorno do braço é conduzido sob
a água e em que uma grande quantia de resistência frontal é experimentada.
A ação do braço é um movimento para fora, movimento para baixo e movimento
para cima com retorno em uma posição alongada.
A batida de perna do nado peito é provavelmente a mais difícil de todas as
pernadas para os nadadores dominarem e pode levar algum tempo. A ação da perna é
simultânea e às vezes é descrita como chicotada”.
Além da respiração, a sincronia correta dos braços e pernas é muito importante.
Nadadores são estimulados a desenvolverem boas habilidades de alongamento
ao realizarem o estilo peito e viradas e chegadas corretas precisam ser reforçadas.
O ensino de uma “braçada parcial” nas etapas de início e virada da natação é
muito importante.
História
Antes de 1960, a pernada de peito era ensinada como uma ação de cunha.
Os nadadores estendiam suas pernas num V invertido e, em seguida, tentavam
esguichar uma cunha de água para trás, ao juntarem firmemente as pernas. Coulsilman
(1968) apresentou a pernada em cunha, a qual ao comprimir as pernas porvocava maior
deslocamento. Na época, o treinador James Coulsilman e o nadador Chet Jastremski,
praticante do nado de peito, revolucionaram a pernada deste nado com uma ação das
pernas num estilo de chicotadas estreitas.

A Saída
A saída do nado de peito é feita do bloco de partida. Em comparação com os
nados crawl e borboleta, o mergulho da saída do nado peito é um pouco mais profundo,
para que o nadador aplique a braçada e a pernada ainda durante o mergulho, o que é
chamado de filipina e garante melhor desenvoltura do nado. O nadador deve observar

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ESPORTES AQUÁTICOS

com atenção o posicionamento dos joelhos. Eles não podem estar muito à frente na
preparação da pernada.
Isso gera uma falha: o quadril sobe, o que produz atrito e enfraquece a potência
da pernada.

Fonte: ativo.com
O Estilo
Para os iniciantes, recomenda-se, em primeiro lugar, o aprendizado correto da
batida de pernas. Esse movimento é de grande importância para a sustentação, o
equilíbrio e a impulsão do nadador. Inicialmente, as pernas devem ser estendidas
fortemente para trás. No momento em que as pernas são esticadas, o corpo tende a ficar
na horizontal.

Braçada
No início da primeira braçada após a saída e a cada volta, o nadador deve estar
sobre o peito. Ocasionalmente, o nadador pode ter um braço ligeiramente mais alto que
o outro, mas se os movimentos dos braços são simultâneos e no mesmo plano horizontal,
o estilo está correto. A chave para observar os braços é estar certo que se movimentam

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ESPORTES AQUÁTICOS

simultaneamente. A maioria das infrações ocorre com nadadores jovens, que ainda não
tem uma boa coordenação.
As mãos devem ser lançadas juntas para a frente a partir do peito, abaixo ou sobre
a água. Os cotovelos devem estar abaixo de água exceto para a última braçada antes da
volta, durante a volta e na braçada final da chegada.
As mãos devem ser trazidas para trás na superfície ou abaixo da superfície da
água. As mãos não podem ser trazidas para trás além da linha dos quadris, exceto
durante a primeira braçada após a saída e em cada volta.
Durante cada ciclo completo de uma braçada e uma pernada, nesta ordem, parte
da cabeça do nadador deve quebrar a superfície da água, exceto após a saída e após
cada virada, quando o nadador poderá dar uma braçada completa até as pernas e uma
pernada enquanto completamente submerso. A cabeça tem que quebrar a superfície da
água antes que as mãos virem para dentro na parte mais larga da segunda braçada.
Pernada
Todos os movimentos das pernas devem ser simultâneos e no mesmo plano
horizontal, sem movimentos alternados. Os pés devem estar virados para fora durante a
parte propulsiva da pernada. Não são permitidos movimentos em forma de tesoura,
pernada vertical alternada ou de golfinho. É permitido quebrar a superfície da água com
os pés, exceto seguido de uma pernada de golfinho.
A Virada
Para virar, o nadador precisa tocar a borda com as duas mãos, ao mesmo tempo
e na mesma altura. Depois disso, o braço do lado para o qual o corpo vai virar é lançado
de volta à piscina acima da cabeça. A outra mão empurra a borda para jogar a cabeça
em sentido contrário. Ao mesmo tempo, os joelhos são direcionados para a borda até
que os pés consigam tocá-la. Nesse momento, as mãos já devem estar juntas a frente,
preparando-se para a retomada dos movimentos.
A Respiração
No momento em que o nadador estende as pernas, o corpo sobe, o que possibilita
a elevação dos quadris. Com isso, automaticamente, o nadador retira a cabeça da água
para respirar, do meio para o final da braçada. No início da propulsão, quando os braços
ficam estendidos, o rosto do nadador está submerso, tendo a linha da água na altura da

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ESPORTES AQUÁTICOS

testa. Durante os movimentos dos braços, o nadador, lentamente, começa a expirar pela
boca.2

2.8 Nado Medley

O estilo medley nada mais é do que uma prova que, inclusive, faz parte de grandes
competições olímpicas.
Nessas provas, os indivíduos devem realizar quatro diferenciados estilos de
natação de maneira seguida: borboleta, seguido de costas, peito e, por fim, o nado livre.
O nado livre, por sua vez, permite que o nadador escolha por qualquer estilo que
não seja os já realizados nas primeiras provas, no caso, o borboleta, peito e costas.
Dessa forma, grande parte dos atletas aposta no nado crawl, que também é uma
modalidade mais rápida na natação.
As regras da natação estilo medley, provas de 200 e 400 metros podem ser tanto
individuais, como também em grupo de quatro atletas.
No caso do revezamento, quatro diferentes atletas fazem parte de uma equipe,
sendo cada um deles responsável por nadar em um estilo. Porém, nesse caso, a ordem
é diferenciada: a prova se inicia com a modalidade costas, peito, borboleta e por fim o
nado livre.
Regras do estilo medley
Entre as principais regras da natação estilo medley, provas de 200 e 400 metros,
devemos destacar que nas provas individuais, a mesma distância é percorrida pelo atleta
em cada modalidade. Já em medley por equipe, cada um é responsável por um estilo
diferenciado.
O estilo medley pode ser competido tanto por homens como também por
mulheres, em distâncias que podem variar conforme cada tipo de piscina.
O medley individual, praticado em 200 m, se tornou uma prova olímpica nos Jogos
no ano de 1968. Por alguns anos, a modalidade não foi mais disputada, voltando para
as Olimpíadas em 1984. A partir dessa data, os Jogos foram disputados em todas as
olimpíadas.

2 Texto extraído e modificado: www.portalsaofrancisco.com.br


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ESPORTES AQUÁTICOS

Fonte: solbrilhando.com.br

São quatro diferentes modalidades olímpicas para a prática do medley: o medley


individual de 200 m feminino, o medley individual de 200 m masculino, medley individual
de 400 m feminino e medley individual de 400 m masculino.3

3 NADO SINCRONIZADO

3.1 História

Se comparado a outros esportes, o nado sincronizado pode ser considerado ainda


um bebê. A primeira aparição da modalidade nas Olimpíadas foi em Los Angeles1984. O
nado sincronizado tem outra particularidade que vem desde o seu nascimento: o caráter
artístico. Isso porque a modalidade surgiu, entre o fim do século 19 e o início do século
20, como um verdadeiro balé aquático.
No início, as apresentações eram feitas por homens, mas logo as mulheres
passaram a dominar. O primeiro registro de apresentação de balé subaquático é de 1907,
em Nova York. Naquele ano, a australiana Annette Kellerman se apresentou no New York
Hippodrome dentro de um tanque de vidro.

3 Texto extraído: www.resumoescolar.com.br


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ESPORTES AQUÁTICOS

Mas o nado sincronizado não se transformou no que é hoje tão facilmente. Mesmo
com algumas apresentações em competições de natação ao longo dos anos, foi somente
em 1934, na Feira Mundial de Chicago, que o termo “nado sincronizado” foi utilizado pela
primeira vez. A partir dali o esporte tomou forma e os atletas começaram a se aperfeiçoar
técnica e fisicamente.
Após a primeira competição oficial ter sido disputada em 1940, o nado
sincronizado não perdeu tempo e buscou logo virar um esporte olímpico. O caminho não
foi fácil. De 1952 a 1968, participou como esporte de demonstração. A primeira conquista
oficial foi em 1955, nos Jogos Pan-Americanos do México. Alguns anos mais tarde, em
1973, já sob o comando da Federação Internacional de Natação (Fina), foi disputado o
primeiro Campeonato Mundial da modalidade. Com a globalização do nado sincronizado,
o Comitê Olímpico Internacional (COI) acrescentou o esporte à lista oficial em 1982. A
estreia, portanto, ocorreu em Los Angeles-1984.

3.2 As provas

O nado sincronizado olímpico é disputado em duas categorias:


- Dueto
- Equipe: no mínimo quatro e no máximo oito atletas
- As atletas têm que fazer duas apresentações:
- Rotina técnica: 2min20s para duetos e 2min50s para equipes. As atletas
precisam efetuar movimentos obrigatórios, estabelecidos pelos árbitros.
- Rotina livre: 3min30s para duetos e 4min para equipes. As atletas efetuam
movimentos e formações escolhidas pela equipe.4

4 Texto extraído: www.rededoesporte.gov.br


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ESPORTES AQUÁTICOS

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ESPORTES AQUÁTICOS

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ESPORTES AQUÁTICOS

Fonte: rededoesporte.gov.br

4 MERGULHO

Os primeiros relatos da história do mergulho são do Japão e da Coréia, cerca de


4 mil anos antes de Cristo.
A técnica era utilizada para resgatar alimentos e armamentos.
Aos poucos, o mergulho foi se aperfeiçoando, até que surgiram pessoas
especializadas em caçar pérolas no fundo do mar.
A necessidade do homem em explorar o mundo submarino acarretou no
crescimento da atividade. Um fato curioso, é que as guerras foram peças-chave no
desenvolvimento do mergulho, no resgate a para atacar os inimigos.
Porém, antigamente as pessoas mergulhavam de roupa de pano mesmo, que só
foram trocadas pelas roupas borracha no século XX.
O mergulho aos poucos foi recebendo ares de esporte e hoje em dia conta com
disputas ao redor de todo o mundo.

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ESPORTES AQUÁTICOS

As competições de mergulho livre são divididas em cinco modalidades distintas,


mas as únicas modalidades realizadas em campeonatos mundiais são: Apneia Estática
e Lastro Constante.
Os primeiros relatos de mergulho vêm na antiguidade, quando usavam a técnica
para o resgate de armamentos e alimentos.
No Japão e na Coréia, há mais de 4 mil anos a.c, já existiam mergulhadores
especializados em caçar pérolas no fundo do mar. A tecnologia foi se desenvolvendo e a
principal responsável pelo desenvolvimento das técnicas de mergulho foram as guerras,
já que para resgatar armamentos e atacar o inimigo foram criados novos meios de
mergulhar.
No século XX foi que houve um desenvolvimento na parte dos equipamentos.
Tecidos pesados foram trocados por roupas de borracha.
Não se pode deixar de mencionar o francês Jacques Yves Cousteau, que, no ano
de 1943, em plena ocupação alemã, mergulhou pela primeira vez na Costa Provençal,
até 20 metros com auxílio de um aparelho que ele mesmo inventou: o aqualung, um
composto híbrido que se traduz por pulmão aquático, que abriu caminho para novos e
modernos equipamentos de mergulho.
O mergulho chegou no Brasil há 50 anos, através de equipamentos trazidos por
pilotos de companhias aéreas principalmente dos Estados Unidos. Nos anos 60, alguns
brasileiros começaram a mergulhar e, com cursos realizados no exterior, se formaram
instrutores e donos de escola.
Certificadoras internacionais chegaram ao país, as nacionais foram criadas, assim
como as escolas com seus cursos básicos e de aperfeiçoamento e os equipamentos mais
recentes. Lojas, importadores, hotéis e pousadas são preparados para esse público, que
movimenta um mercado de esporte e lazer no país há pelo menos 30 anos.

4.1 Conceito

O mergulho nasceu da vontade do homem de explorar o mundo submarino.


Apesar de estar tão presente em nossa vida, o mar ainda é o maior, mais intrigante e
desconhecido habitat terrestre.

39
ESPORTES AQUÁTICOS

Milhares de descobertas realizadas através dos séculos por mergulhadores, além


de ajudarem a contar a história do homem, criaram um esporte que hoje em dia é muito
praticado no mundo todo.
Das técnicas milenares, utilizadas para a busca de alimentos e armamentos, até
as modernas tecnologias empregadas em mergulhos cada vez mais profundos, muitas
vidas ficaram pelo caminho. Mas, com certeza, o sonho desses mergulhadores não foi
em vão.
Hoje em dia quem quiser se arriscar no mergulho tem todas as condições de
explorar a vida marinha com toda a segurança. Para a atleta de mergulho livre detentora
de 4 recordes mundiais e 8 sul americanos, Karol Meyer, o mergulho é um esporte como
qualquer outro. “Para mergulhar não precisamos ser um Pelizari, uma Tanya Streeter,
basta termos vontade de estarmos na água, alguns minutos a mais sem respirar para
podermos descer nas profundezas, ficar mais tempo na piscina, ou então, percorrer uma
grande distância submersa”.

4.2 Tipos de Mergulho

Mergulho livre
Por mergulho livre entende-se aquele feito sem o uso de aparelhos de respiração.
Dentro desta categoria devemos distinguir duas modalidades muitíssimo
diferentes entre elas: o mergulho em apneia e o chamado de snorkeling.
Snorkeling
O snorkeling é a maneira mais fácil de se ter o primeiro contato com o mundo
submarino. Pode ser praticado por quase qualquer pessoa, usando apenas um par de
nadadeiras, uma máscara e um snorkel (aquele tubinho que serve para respirar enquanto
permanecemos olhando para debaixo d´água) para nadar e dar curtos mergulhos em
apneia (prendendo a respiração) em baixas profundidades (piscinas naturais em rios e
mares).
Apneia
O mergulho em apneia propriamente dito (técnica usada principalmente por
caçadores submarinos), pelas elevadas profundidades alcançadas e tempos

40
ESPORTES AQUÁTICOS

relativamente longos, só pode ser praticado por pessoas técnica, física e


psicologicamente treinadas.
Mergulho Autônomo
Por mergulho autônomo entende-se todo aquele que utiliza aparelhos de
respiração subaquática independente de suprimento da superfície. Para o mergulho
recreativo utiliza-se o equipamento SCUBA (Self-Contained Underwater Breathing
Aparattus). Ele é constituído basicamente de um reservatório (cilindro) de mistura de
respiração (normalmente ar) e de um dispositivo de fornecimento e redução de ar (válvula
reguladora ou simplesmente regulador).
Além disto, completam o SCUBA, o profundímetro (medidor de profundidade),
manômetro (medidor da pressão do ar do cilindro), além do colete equilibrador. 5

5 SALTOS ORNAMENTAIS

5.1 História

Diferentemente do que se pode pensar, os saltos ornamentais não têm origem


direta na natação.
A ideia de saltar na água de forma acrobática surgiu do treinamento de ginastas
alemães e suecos a partir do século 18. Durante muito tempo, a modalidade era praticada
predominantemente como espetáculo.
As primeiras competições surgiram apenas em 1883, na Inglaterra. O sucesso de
tais eventos motivou a criação da Associação Amadora de Saltos em 1901. Três anos
depois, os saltos ornamentais já faziam parte das Olimpíadas.
Desde então, não mudou quase nada. Algumas provas foram incorporadas e, em
1928, já se tinha o programa de saltos ornamentais que durou até 1996, com plataforma
de 10 m e trampolim de 3 m para homens e mulheres. A primeira novidade em 80 anos
ocorreu em Sydney-2000, com a introdução do salto sincronizado masculino e feminino
em plataforma e trampolim.

5 Texto extraído: www.portalsaofrancisco.com.br


41
ESPORTES AQUÁTICOS

Além da altura, há poucas diferenças entre plataforma e trampolim. A primeira é


normalmente feita de concreto com piso antiderrapante, permitindo saltos em que o atleta
fica estático antes da saída. A segunda é uma tábua de madeira flexível e resistente
dando chance que o atleta pegue impulso para saltar ganhar altura no salto.

Fonte: acordeidisposta.com.br

Considerado um dos esportes olímpicos mais técnicos, em razão da precisão dos


movimentos, os saltos ornamentais têm parentesco com a ginástica. As provas são
realizadas em plataformas com altura mínima de 5 metros, e em trampolins, de 1 m e 3m.
São olímpicas as provas em plataforma e no trampolim de 3 metros.
O circuito Paulista é disputado em seis etapas e o número de participantes,
especialmente nas categorias de base, tem crescido nos últimos anos. As maiores forças
em São Paulo são as equipes do Esporte Clube Pinheiros, Clube Atlético Juventus e o
Clube Semanal de Cultura Artística, de Campinas.
Mas pertenceu ao Espéria o maior nome que o Brasil já produziu nesse esporte,
Miltom Busin foi sexto colocado nos Jogos Olímpicos de Londres/48, melhor classificação
do país em todos os tempos. Durante uma competição, o atleta deve realizar uma série
obrigatória e outra livre.
A entrada na água é muito importante, pois é o último ato que o juiz avalia.

42
ESPORTES AQUÁTICOS

5.2 Brasil

O primeiro indício da prática dos saltos ornamentais no Brasil data do começo do


século XX, quando atletas treinavam em um trampolim improvisado do Clube Espéria,
em São Paulo.
As primeiras plataformas oficiais, porém, começaram a surgir na década de 1910,
nos clubes sociais do Rio de Janeiro. A partir daí o esporte expandiu-se no país e, dez
anos mais tarde, o primeiro representante da nação na modalidade, o saltador Adolfo
Wellish, iria às Olimpíadas da Antuérpia, na Bélgica – onde terminou na oitava colocação.
Depois disso, o Brasil continuou enviando atletas esporadicamente aos Jogos,
mas obteve poucos resultados mais expressivos. Milton Busin ficou em sexto na
competição de 1952, em Helsinque, na Finlândia, e César Castro em nono em 2004, em
Atenas.
Em Pequim, o melhor resultado entre os brasileiros foi obtido por César Castro,
que terminou na 19ª colocação no trampolim de 3 m.

5.3 Tipos de saltos

Existem seis grupos diferentes de saltos para trampolim e plataforma.


Os quartos primeiros grupos envolvem rotação em diferentes direções em relação
ao trampolim/plataforma e a posição inicial, enquanto o quinto grupo envolve qualquer
salto com parafuso e o sexto grupo envolve uma posição inicial em parada de mãos na
plataforma.

1. Frente: O saltador começa olhando a água e roda em direção à água. Os


saltos neste grupo podem variar de um salto simples para a frente ao difícil salto
quádruplo e meio mortal para frente.

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ESPORTES AQUÁTICOS

2. Trás: Todos os saltos para trás iniciam com o saltador na ponta do


trampolim com suas costas voltadas para a água. A direção da rotação é para trás.

3. Pontapé à lua: Estes saltos iniciam com o saltador olhando a água e a


rotação é em direção à ao trampolim/plataforma.

4. Revirado: O saltador inicia no fim do trampolim/plataforma com as costas


voltadas para a água e roda em direção ao aparelho ou ao contrário da rotação dos
saltos para trás.

5. Parafuso: Qualquer salto com parafuso é incluído neste grupo.

Existem quarto tipos de saltos com parafuso: frente, trás, pontapé à lua e revirado.
Devido as muitas combinações possíveis, este grupo inclui mais saltos que qualquer
outro.

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ESPORTES AQUÁTICOS

6. Equilíbrio (parada de mãos): Nas provas de plataforma, existe um sexto e


grupo chamado “Equilíbrio”. Aqui, o saltador assume uma posição de parada de mãos
na beira da plataforma antes de executar.

5.4 Performance e julgamento

Conforme você assistir mais e mais aos saltos ornamentais, especialmente por
executantes talentosos, você irá observar que embora muitos saltadores façam os
mesmos saltos, eles nunca se parecem à mesma coisa. Isto se deve às maneiras
individuais diferentes, características de movimento, força e senso de tempo, em que
todos adicionam um fenômeno abstrato, mas observável chamado “estilo”.
O estilo é difícil de ser acessado por algum padrão, a não ser que você goste ou
não dele. Por isso é difícil julgar os saltos. Mesmo que existam critérios de execução que
todos os saltadores devam conhecer, a avaliação permanece um processo subjetivo. Não
importa o quão bom um salto é executado, os gostos artísticos dos juízes têm uma grande
parte no resultado de qualquer competição, e por esta razão existem diferenças nas
opiniões entre técnicos, competidores, juízes e espectadores em relação à exatidão dos
resultados.
A um salto é dada a pontuação entre 0 e 10 pontos, entre notas redondas ou
adicionadas de ½ ponto por cada juiz.
Ao classificar o salto em uma das categorias de julgamento, certas partes de cada
salto devem ser analisadas e avaliadas, e uma nota pelo conjunto deve ser obtida.
As partes de um salto são:
1. Aproximação: Deve ser tranquila, mas eficiente, mostrando uma boa forma.

45
ESPORTES AQUÁTICOS

2. Saída: Deve mostrar controle e equilíbrio além do angulo apropriado de


aterrissagem e saída para cada salto em particular a ser tentado.
3. Subida: A quantidade de impulso para subir que o saltador recebe da saída
geralmente afeta a aparência do salto. Sendo que mais altura significa mais tempo, um
salto mais alto geralmente garante maior precisão e suavidade de movimento.
4. Execução: Esta é a parte mais importante, pois este é o salto propriamente
dito. O juiz observa a performance mecânica, técnica, figura e graça do salto.
5. Entrada: A entrada na água é muito significante por ser a última coisa que
o juiz observa e provavelmente a parte a ser mais bem lembrada. Os dois critérios a
serem avaliados são o ângulo de entrada, que deve ser o mais próximo da vertical
possível, e a quantidade de água espirrada, que deve ser a menor possível.

5.5 Pontuação

• Sete juízes são usados em competições nacionais.


• Normalmente cinco juízes são utilizados em competições regionais.
• Quando as notas dos juízes são dadas, a maior e a menor são eliminadas.
• As notas que permanecem são somadas e o número encontrado deve ser
multiplicado pelo grau de dificuldade (GD) designado ao salto. O GD é pré-
determinado por uma tabela que vai de 1.2 até 3.8 com variações de um.6

6 POLO AQUÁTICO

Polo Aquático é um jogo de inteligência, velocidade, resistência e agilidade de


ação e pensamento, tornando-se também muito fascinante. É preciso muita habilidade
com a bola e excelente natação. Além dos benefícios da natação, por ser praticado
dentro d’água, oferece menos riscos de contusões.
A área de jogo tem 30 x 20 metros (25 x 17 para mulheres) com uma profundidade
de no mínimo 1,80 metros.
Cada equipe tem 13 jogadores: 7 titulares (1 goleiros e 6 jogadores) e 6 reservas.

6 Extraído e modificado: www.terra.com.br


46
ESPORTES AQUÁTICOS

Os jogadores não podem se apoiar nas bordas ou qualquer outra marcação e, com
exceção do goleiro nenhum outro jogador pode tocar a bola com as duas mãos ao mesmo
tempo.
O jogo tem quatro tempos de sete minutos cada com dois minutos de descanso
entre eles. Cada equipe pode pedir “tempo” duas vezes durante o jogo. Um gol é
assinalado quando a bola é chutada ou conduzida dentro da baliza adversária,
atravessando completamente a linha de gol.
Dois relógios controlam o tempo: um indica o tempo efetivo de jogo, assinalando
o tempo remanescente do quarto.
O segundo relógio indica o tempo que o time atacante tem para chutar no gol
adversário: 30 segundos de jogo efetivo.

Fonte: brasilescola.uol.com.br

O início de cada quarto de jogo se inicia com os jogadores alinhados fora da linha
de gol. Ao sinal do juiz os times nadam em velocidade em direção ao campo adversário.
O jogador chegando em primeiro lugar à bola, colocada equidistante das linhas de gol,
tem a posse de bola para o primeiro ataque.
Existem dois tipos de faltas. A falta ordinária, que constitui 90% das infrações no
jogo e a falta grave. As faltas graves são penalizadas com expulsão (20 segundos ou se

47
ESPORTES AQUÁTICOS

acontecer um gol ou seu time retomar a posse de bola; todos autorizados pelo juiz) ou
pênalti (chute livre ao gol, da linha dos 5 metros).

6.1 Origem

Surgiu em Londres no final do século passado (provavelmente em 1870).


Entretanto, sua primeira regulamentação apareceu na cidade de Glasgow, num escrito
de Mr. W. Wilson, quando pela primeira vez foi usada a denominação de water-polo.
Dessa época em diante começou a sua difusão internacional, com a consequente
evolução técnica do novo desporto, com várias distinções da forma de jogar originária.
Como berço do polo aquático, a Inglaterra deteve a hegemonia internacional da
modalidade por muitos anos., sagrando-se campeão olímpico nos anos de 1900. 1912.
1918 e 1920. Essa hegemonia, entretanto, passou a ser disputada pela Bélgica, França
e Hungria. O craw foi implantado no polo aquático e, aos três países acima mencionados,
ombrearam-se os suecos e alemães. Depois, a supremacia mundial passou para a
Hungria que se tornou campeã europeia de 1925 e 1927, perdendo os jogos olímpicos
de Amsterdã em 1928 para os alemães.
O polo aquático foi introduzido no Brasil por Flávio Vieira que organizou um torneio
na enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1913. O primeiro jogo internacional
somente ocorreu em 1919, em águas livre da Baia de Guanabara, quando o Brasil venceu
a Argentina. O Brasil não tem tido destaque nos jogos olímpicos. No plano das Américas,
disputamos a supremacia com Argentina e Estados Unidos.
O polo aquático é um desporto coletivo, disputado numa quadra delimitada numa
piscina ou em águas livre, denominadas “campo”, tendo cada equipe sete jogadores, com
o objetivo de marcar gols. É um desporto marcado pela movimentação, velocidade e
resistência. A bola, normalmente, é movimentada pelas mãos dos praticantes, mas,
excepcionalmente, pode-se usar os pés.
O atleta de polo aquático tem de apresentar excepcionais qualidades físicas e
morais, precisando ser, acima de tudo, um exímio nadador, que ao mesmo tempo deverá
ser fundista e velocista, dispondo de condições naturais de estabilidade e locomoção no

48
ESPORTES AQUÁTICOS

meio liquido, em condições idênticas às que apresentaria se estivesse na terra. Por isso,
na água, tem que flutuar, mover-se com facilidade, agilidade e explosão.7

6.2 Origem – Brasil

O polo aquático surgiu no Brasil no início do século XX. Flávio Vieira foi o
responsável pela introdução do esporte nos clubes, a princípio no Rio de Janeiro, como
o Clube Regatas Botafogo, Clube de Regatas Vasco da Gama e o Natação e Regatas.
Os jogos eram realizados na praia, com times formados por 11 jogadores com uniformes
e sem tocas, assim como no futebol. A primeira partida de que se tem conhecimento foi
disputada na praia de Santa Luzia em 1908, entre o Natação e Regatas e o Flamengo.
O Brasil participou das olimpíadas de 20, 32, 60, 64, 68 e 84. Na primeira, em 1920
na Antuérpia, foi eliminado na fase inicial. Em Los Angeles, 1932, um triste episódio. A
equipe brasileira foi desclassificada por agressão, e a partir daí, passou um longo período
suspensa das competições internacionais, o que fez diminuir o interesse das pessoas
pelo esporte. Só em 1946, quando o Brasil venceu o Sul-americano realizado no Rio de
Janeiro, é que o polo aquático brasileiro retornou ao cenário mundial. Em 1950, o jogo
era considerado lento e desinteressante para o público, o que fez com que houvesse uma
mobilização para que as regras fossem alteradas.
Essas mudanças representaram um divisor de águas no polo aquático nacional.
Os jogadores poderiam nadar com a bola parada, as substituições serem feitas a
qualquer momento do jogo e o número de jogadores em cada equipe diminuiu. Além
disso, em 1960 estipulou-se um tempo de posse de bola. Todas essas modificações
pretendiam tornar o esporte mais dinâmico, dar mais liberdade para os atletas se
movimentarem em campo e, assim, atrair a atenção do público. Dois personagens
estrangeiros foram de fundamental importância para a evolução do polo aquático no
Brasil. Na década de 50, o Fluminense contratou o técnico italiano Paolo Costoli, que
introduziu novos métodos de treinamento e modernizou o estilo de jogo dos brasileiros.
Nos anos 60, o húngaro Aladar Szabo, como jogador, foi o responsável por passar a
experiência da Escola Húngara para os brasileiros.

7 Extraído: esporte.hsw.uol.com.br
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ESPORTES AQUÁTICOS

Esse período é considerado o mais próspero do esporte no Brasil. Nos dias de


hoje, o polo aquático brasileiro vem conquistando bons resultados nas competições
internacionais. A seleção feminina conseguiu uma medalha de bronze no Pan-americano
de Winnipeg em 1999 e, em 2000, a equipe masculina conquistou o Sul-americano
realizado na Argentina. As categorias de base também vêm conquistando excelentes
resultados tanto no masculino como no feminino.

6.3 Regras

O polo aquático é praticado em piscinas de 30 x 20 m para os homens e 25 x 17


m para as mulheres. Cada equipe é composta de sete jogadores (um goleiro) e seis
reservas, totalizando 13 atletas por time. O gol tem 3 metros de largura e 90 centímetros
de altura. Cada partida é composta de quatro períodos de oito minutos e, a exemplo do
basquete, o cronômetro deve ser parado cada vez que o jogo for interrompido.

Fonte: osul.com.br

Os jogadores são proibidos de tocar o fundo da piscina, bem como apoiar-se nas
bordas. Os atletas, com exceção do goleiro, são proibidos de tocar a bola com as duas
mãos ao mesmo tempo. Também é não é permitido dar socos ou afundar a bola debaixo
da água. Cada equipe tem 35 segundos para concluir seu ataque.

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ESPORTES AQUÁTICOS

As faltas no polo aquático são divididas em simples e graves. São regras simples,
por exemplo, tocar a bola com as duas mãos, ultrapassar o tempo de limite de ataque,
afundar a bola, impedir que o adversário arremesse ou empurrá-lo. Já as faltas graves
são espirrar água na cara do adversário, atrapalhar uma cobrança de falta e desrespeitar
o árbitro. Cometer uma dessas faltas acarreta penalização de 20 s fora do jogo.
Entre os homens a disputa dos Jogos Olímpicos é dividida em dois grupos com
seis seleções. No feminino são oito seleções divididas em dois grupos de quatro. Os
primeiros colocados de cada grupo vão direto para as semifinais, enquanto os segundos
e terceiros lugares se enfrentam em duelos eliminatórios. Os vencedores vão às
semifinais com os ganhadores destes duelos disputando o ouro olímpico.
As faltas no polo aquático podem ser simples ou graves. As simples resultam em
reversão (posse de bola para o adversário). Nas faltas graves, além da bola, o time perde
também, por 20 segundos, o jogador cometeu a falta. Mas o atleta pode voltar antes se
um gol for marcado ou se o seu time recuperar a posse de bola.
O jogador que cometer três faltas graves deverá ser substituído. Socos, chutes ou
qualquer outro tipo de agressão intencional resulta em expulsão sem direito a
substituição.
Quando um jogador estiver em situação de gol, dentro da área de 5 metros, e
sofrer uma falta, simples ou grave, é marcado o pênalti. A cobrança, em tiro direto, é feita
da própria linha de 5 metros. O goleiro deve manter a cabeça abaixo da trave.
Existem dois tipos de faltas no polo-aquático, as faltas simples que são cerca de
90 % das faltas e as graves que tem maiores penalizações. Faltas Simples
• Usar o punho;
• Pegar na bola com as duas mãos;
• Afundar a bola quando estiver em disputa;
• Impedir que o adversário jogue;
• Empurrar o adversário;
• Quando o tempo de ataque acaba;
• Receber a bola estando sozinho a dois metros da linha de gol, que caracteriza a
“zona do impedimento”.
Este tipo de falta acarreta em tiro livre. O jogador de posse da bola deve cobrar a
falta o mais rápido possível. Faltas Graves
• Empurrar ou puxar um adversário que não está com a bola;
• Segurar, agarrar ou puxar o adversário;

51
ESPORTES AQUÁTICOS

• Espirrar água para a cara do adversário;


• Interferir numa cobrança de falta;
• Agredir um jogador;
• Desrespeitar o árbitro (pode provocar a substituição do jogador já na primeira
ocorrência).
Estes tipos de falta grave acarretam em expulsão por 20 segundos. O jogador (ou
seu substituto) deverá voltar depois dos 20 segundos, quando a posse de bola passa
para o seu time ou quando acontece um golo.
O jogador que for expulso 3 vezes deverá substituído. Murros, pontapés ou
qualquer outro tipo de agressão intencional resultará em expulsão sem direito a
substituição. O pênalti ocorrerá somente quando o jogador estiver na direção do golo e
dentro dos 4 metros. O pênalti será cobrado na linha dos 4 metros e somente com o
goleiro no golo.
Penalidades
• Qualquer jogador que empurre ou puxa o golo resultará em pênalti;
• Qualquer jogador, exceto o goleiro que segurar, com as duas mãos, a bola
dentro dos 4 metros;
• Qualquer jogador que afundar a bola em disputa dentro dos 4 metros;
• Quando o atacante for segurado, puxado ou agarrado em frente ao golo.8

7 IATISMO

Por volta de 3400 a.C, os primeiros navios a vela estavam em uso no rio Nilo, no
Egito.
Os cascos dos primeiros navios eram feitos de papiros agrupadas.
Mais tarde, madeira proveniente de acácia ou Sicômoros foi usada, embora
apenas comprimentos curtos poderiam ser cortados a partir destas madeiras. Eles tinham
um único mastro com uma vela quadrada, que foi utilizado, além de remos quando o
vento estava soprando em uma direção favorável.

8 Extraído: www.aquaticapaulista.org.br
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ESPORTES AQUÁTICOS

Fonte: organicsnewsbrasil.com.br

A partir de 2900 a.C, os comerciantes egípcios começaram a importar cedro, uma


madeira a partir do qual pranchas muito mais longos poderia ser serrada.
Embarcações egípcias posteriores foram construídas com quilhas e uma estrutura
com nervuras, copiando os desenhos de navios mercantes de Creta minoica.
Navios de guerra dessa construção navegou sob o comando do Faraó Ramsés III
em cerca de 1400 a.C.

7.1 Vela

Ao longo da história vela tem sido fundamental para o desenvolvimento da


civilização, a humanidade proporcionando maior mobilidade do que viajar por terra, seja
para o comércio, os transportes ou a guerra, e da capacidade de pesca.
A mais antiga representação de um navio sob a vela aparece no um vaso egípcio
de cerca de 3500 a.C.

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ESPORTES AQUÁTICOS

7.2 Antiguidade

Na Antiguidade, a vela era utilizada como meio de transporte ou apenas uma


atividade de lazer.
O termo “iatismo” foi criado na Holanda, derivado da palavra “jaght” ou “jaght
schip”, que significa embarcação naval leve e rápida.

Como esporte, a vela foi introduzida na Inglaterra pelo rei Charles 2º na metade
do século 17, logo após seu exílio na Holanda.
Entusiasmado com a modalidade, ele começou a organizar competições em 1610.
Um ano mais tarde, organizou a primeira competição realizada em águas britânicas,
contra seu irmão, o duque de York.
Os mais antigos clubes dedicados às regatas a vela foram também criados no
Reino Unido. Em 1720, foi fundado o Cork Harbour Water Club (atual Royal Cork Yacht
Club). Em 1775, foi a vez do Cumberland Fleet, depois rebatizado Royal Thames Yacht
Club.
Em 1875, nasceu a Yacht Racing Association, criada com o objetivo de organizar
e codificar os regulamentos para a realização de regatas no âmbito do Império Britânico.
Seu primeiro presidente foi o príncipe de Gales, Eduardo 7º.

54
ESPORTES AQUÁTICOS

As regatas internacionais começaram em 1851, depois que um grupo do New York


Yacht Club construiu uma embarcação de 30 metros batizada de “América”, que velejou
até as Ilhas Britânicas para ganhar o troféu Coupe Hundred Guineas, disputado em um
curso em volta da Ilha de Wigth, sob a organização do Royal Yacht Squadron.
Este troféu, depois rebatizado como Copa América – assim chamado não em
homenagem ao primeiro vencedor, mas sim aos Estados Unidos -, é disputado
anualmente e permaneceu em mãos dos norte-americanos até 1983, ano em que foi
conquistado por uma embarcação australiana.
Em Olimpíadas, o esporte estava incluído no programa da primeira edição, em
Atenas-1896. Porém, com as condições meteorológicas desfavoráveis da cidade grega,
a vela teve sua estreia adiada.
O mau tempo e o calendário apertado impediram a realização das provas naqueles
Jogos. A vela só entrou no programa olímpico em Paris-1900. No Pan, o esporte estreou
em 1951, na Argentina.

7.3 Barcos

A origem do Iatismo se mistura com a história dos próprios barcos, que fenícios,
gregos, romanos, chineses e tantos outros povos usavam para pescar, fazer comércio,
combater e conquistar novas terras. A prática começou há milênios atrás!
Como esporte, acredita-se que o Iatismo tenha surgido na Holanda, no século
XVII. A primeira regata aconteceu na Irlanda, em 1749.
E foi lá que surgiu o primeiro clube ligado ao esporte: o “Royal Cork Yacht Club”
(algo como “Cortiça Real Iate Clube”!).
A primeira regata olímpica aconteceu nos Jogos de 1900, em Paris. Em Londres,
nos Jogos de 1908, o iatismo tornou-se um esporte oficial.
Nessa época, os iatistas ainda eram milionários excêntricos – afinal, para
conseguir um barco para treinar você; precisa ter muito dinheiro! Foi só na década de 70
que surgiram os primeiros profissionais do esporte, pessoas dedicadas apenas ao
Iatismo.

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ESPORTES AQUÁTICOS

Fonte: desportonalinha.com

Existem várias modalidades do esporte: provas de oceano (offshore), iatismo rádio


controlado, classe monotipo e windsurf são algumas delas. Nas Olimpíadas, são
disputadas onze provas, dentre as quais o “470” (masculino e feminino), “Europa”

(feminino), ”Laser”, “Prancha e Vela Mistral” (masculino e feminino), “Tornado”, “Soling”

e “Finn”.

7.4 Classes do Iatismo

Caminho para a imensidão azul


O iatismo é um esporte náutico, praticado com barcos à vela, que competem em
regatas ou em cruzeiros. Além de ser excelente forma de lazer e contato com o oceano,
ele também é disputado em competições nacionais e internacionais há alguns séculos.
Competições
As competições envolvem os mais diferentes tipos de embarcações, separadas
em categorias, conhecidas como classes, podendo ter um ou dezenas de tripulantes. As
provas são disputadas em percursos delimitados por boias, ilhas ou continentes, variando
em duração desde poucas horas até mesmo vários dias, no caso das travessias
oceânicas.

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ESPORTES AQUÁTICOS

A cada regata o barco soma determinado números de pontos, de acordo com sua
posição de chegada. Vence a competição aquele que somar o menor número de pontos
ao final da série de regatas. A Vela é um esporte nos olímpico desde 1900. E é a
modalidade que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil.
Existem três tipos comuns de regata, a competição convencional, onde todos os
barcos competem entre si. Existe o match-race que é a forma de regata, barco contra
barco; com uma contagem de pontos diferente da regata convencional; sendo o
matchrace mais famoso a America’s Cup, que também é a regata e competição esportiva
mais antiga do mundo.
A terceira e menos comum, normalmente praticada em barcos de monotipo, é a
regata em equipe, que consiste em um complexo sistema de pontuação onde as equipes
(normalmente separada por Clubes) competem umas contra as outras.
No Brasil o iatismo foi introduzido pelos europeus ainda no século XIX e o primeiro
clube foi fundado em 1906, o Iate Clube Brasileiro do Rio de Janeiro, seguindo-se
posteriormente a fundação do Iate Clube do Rio de Janeiro e de Associações idênticas
em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Em 1934 foi fundada a primeira entidade de direção do iatismo que se denominou
Liga Carioca de Vela e, no mesmo ano, apareceu a Federação Brasileira de Vela e Motor.
Adequando-se ao modelo do sistema esportivo pátrio, surgiu a Confederação Brasileira
de Vela e Motor em 1941.9

7.5 Regras Básicas

Os barcos são divididos em classes, segundo o formato, as especificações


técnicas e o número de tripulantes.
As classes que participam do Pan são: Laser masculino, Laser Radial feminino,
prancha a vela Neil Pryde RS:X (masculino e feminino), Lightning, Hobbie Cat16, Snipe,
J-24 e Sunfish.
Os atletas recebem pontos de acordo com a colocação obtida nas regatas. O
número de regatas varia de acordo com a competição. Normalmente, uma ou duas

9 Texto extraído: www.portalsaofrancisco.com.br


57
ESPORTES AQUÁTICOS

regatas são descartadas no final do evento. Assim, o campeão é aquele velejador que
somar o menor número de pontos em toda a competição.
Uma regata tem cinco fases: largada, contravento (etapa na qual os barcos rumam
em direção à boia de marcação), través (manobra de mudança de direção contornando
a boia), popa (parte do percurso em que os barcos buscam o local de chegada da regata)
e chegada.
Três regras básicas tratam do direito de passagem de um barco em relação a outro
durante a competição.
Quando os barcos estão em amuras opostas, o barco que está com amuras a
bombordo deve dar passagem para o barco de sotavento, quando os barcos estão em
mesmas amuras e em compromisso, o barco de barlavento deve dar passagem ao barco
de sotavento, e quando os barcos estão nas mesmas amuras e não estão em
compromisso, o safo de popa deve dar passagem ao safo de proa.
É comum competidores protestarem após a regata. A comissão de árbitros julga
os protestos e determina desclassificações de barcos que cometeram irregularidades
durante a regata.
A classe mais popular da vela é a Laser. Na disputa masculina, o barco de 4,23 m
de comprimento, tem uma vela de 7,1 m2 de área.
Na Laser Radial, disputada por mulheres, o tamanho da vela é menor: 5,1 m2.
Nos dois casos, os barcos possuem apenas um tripulante.
Na Hobbie Cat 16, dois tripulantes competem em um barco de 4,9 m, com vela de
20,3 m2.
Na J24, a área da vela é ainda maior: 24,2 m. Os barcos, de 7,3 m de comprimento,
comportam cinco tripulantes. Já a Snipe, com duas pessoas a bordo, tem barcos de 4,7
m de comprimento, com 10,8 m2 de vela. É também uma classe bastante popular,
principalmente no continente americano.
A prancha à vela será representada pela nova categoria Neilpryde RS:X, com
velas de 9,5 m2 para homens e 8,5 m2 para as mulheres.10

10 Texto extraído: www.webnauticos.com.br


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ESPORTES AQUÁTICOS

8 MARATONAS AQUÁTICAS

As Maratonas Aquáticas é uma classe de natação em águas abertas definido por


longas distâncias (pelo menos 10 km) e as regras tradicionais são baseadas na natação.
É a modalidade que mais guarda semelhanças com as origens da natação, quando
o homem pré-histórico precisou nadar para atravessar cursos d’água.
A maratona aquática remonta às origens da natação, quando o homem pré-
histórico começou a desenvolver esta habilidade para sua sobrevivência.
Por causa disso, é disputada em rios, lagos e oceanos. Tem como categorias as
inferiores a 10 km e as superiores a isso.

Maratona Aquática

8.1 História

Embora a maioria das pessoas agora pensam de natação como o programa de


piscina coberta, natação competitiva tem as suas raízes muito em tomar a água fora.
A Maratona Aquática subiu para significância após o Comitê Olímpico
Internacional listou uma corrida 10 km como um dos eventos para os Jogos Olímpicos de
Pequim 2008.

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A distância de cada evento varia de 1 km para 80 km, mas em grande nível


competitivo, as distâncias típicas são 5 km, 10 km e 25 km.
Embora as corridas de maratona tinham sido realizadas há mais de cem anos, foi
em 1986 que a Federação Internacional de Natação (FINA), reconheceu oficialmente o
evento e acrescentou no calendário internacional de concorrência.
Resumo da maratona aquática de 10 km masculina nas Olimpíadas
A maratona aquática de 10km fez sua estreia como uma das novas modalidades
nas Olimpíadas de Pequim.
A maratona é uma corrida aquática em águas abertas e será realizada no Parque
Olímpico de Shunyi.
Essa modalidade é definida como uma maratona devido à sua extensão – 10 km.
Ela é uma das poucas modalidades olímpicas que envolvem a interação
treinador/atleta durante a prova. Os treinadores estarão em pontões flutuantes passando
bebidas aos seus atletas enquanto eles nadam.
As provas são divididas entre as de distância inferior e superior a 10 km.

8.2 Regras

A prova é simples: vence quem conseguir completar o trajeto de 10 km primeiro.


É disputada por homens e mulheres.
• Se um treinador cair de um pontão flutuante, seu atleta é imediatamente
desclassificado.
• Os juízes têm a decisão final sobre as desclassificações.
• Não existem braçadas designadas que os nadadores devam usar.

8.3 O que é

É a modalidade que mais guarda semelhanças com as origens natação, quando o


homem pré-histórico precisou aprender a nadar para atravessar rios e lagos, que junto
aos oceanos são os locais de disputa das maratonas aquáticas. As provas são divididas
entre as de distância inferior e superior a 10km.
Nos Campeonatos Mundiais, são realizadas três provas da modalidade, nas
distâncias de 5km, 10km e 25km, sempre para mulheres e homens.

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Em outubro de 2005, o Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI)


aprovou a entrada das maratonas aquáticas no programa dos Jogos Olímpicos de
Pequim-2008, com a prova de 10km. No mês seguinte, a Organização Desportiva Pan-
americana (ODEPA) incluiu a modalidade no programa esportivo do Rio-2007, quando
também fará sua estreia em edições de Jogos Pan-Americanos.11

9 REMO

9.1 A origem

As informações do remo são poucas precisas em relação a sua origem. Antigos


textos gregos, fenícios e romanos indicam a prática da modalidade. Há relatos de que as
primeiras regatas foram organizadas por barqueiros do Nilo, no Egito Antigo. Na época,
eles remavam pela honra de poder participar das nobres procissões funerárias dos
faraós.
Outro relato da conta de que na Grécia, em 19 a.C, o Enéias, príncipe de Tróia,
realizou em Eneida uma competição para homenagear o seu pai. Uma disputa entre
quatro barcos, movidos por 200 prisioneiros de guerras. O detalhe, é que esses
prisioneiros competiam acorrentados aos botes.

11 Texto extraído: www.portalsaofrancisco.com.br

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Já para alguns historiadores, as primeiras competições entre barcos a remo


começaram em Veneza, na Itália, em 1315, entre os gondoleiros. No estilo amistoso, de
caráter festivo, ocorreu um evento, em 1715, na Inglaterra, entre as pontes de Londres e
Chelsea, no rio Tâmisa. O objetivo do organizador Thomas Dogget, um famoso ator da
época, foi celebrar o primeiro aniversário do coração do rei Jorge. Participaram apenas a
burguesia.
A prova ainda é disputada e foi denominada de “Doggett’s Boat and Badge”. Essa
pode ser considerada a mais antiga competição esportiva realizada ininterruptamente do
mundo.
Os burgueses ingleses não queriam apenas “um caráter festivo”. Portanto,
começaram no final do século XVIII a regulamentar as regatas, e com isso o remo passou
a ganhar formas modernas. Assim, com definição de regras, em 1775 foram disputadas
as primeiras regatas oficiais do esporte. Essas competições também foram realizadas no
rio Tâmisa.

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Em 10 de julho de 1829, em Henley-on-Thames (um trecho do rio Tâmisa), foi


disputada a primeira prova da tradicional regata entre as universidades de Oxford e
Cambridge. O evento marcou o surgimento do remo como um esporte moderno, porque
os participantes compareceram com os barcos reformados e adaptados para
competições. Os barcos para oitos remadores possuíam um timoneiro.
Remo em 1890
A partir de 1890 o esporte já estava sendo praticado em outros países da Europa
e nos outros continentes. Essa expansão ajudou na fundação de clubes e associações.
As sociedades interessadas na prática do remo provocaram a criação de federações
nacionais. Em 1892, na cidade de Turim, na Itália, foi criada a Federação Internacional
das Sociedades de Remo (Fisa), unificando as regras do esporte internacionalmente. Em
1893, a Fisa organizou o primeiro Campeonato Europeu.
Remo nos Jogos Olímpicos de 1900
O remo estreou nas Olimpíadas de Paris, em 1900. Foram realizadas seis provas
com a distância de 1.750 metros, disputados no rio do Sena. Houve a tentativa de
inclusão do esporte nas Olimpíadas de Atenas, em 1896, mas devido a uma forte
ressaca, com ondas gigantescas, anularam as competições. As mulheres participaram
pela primeira vez só nas Olimpíadas de Montreal, em 1976.

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9.2 História do remo no Brasil

Equipe do Vasco da Gama em 1950

No Brasil, segundo Alberto B. Mendonça, que fez diversos relatos sobre histórias
dos esportes náuticos, a origem das regatas começou em 1566, no Rio de Janeiro.
Lembrando que nessa época havia um confronto entre portugueses e franceses. E para
comemorar uma fuga dos inimigos, os portugueses realizaram uma disputada de canoa.
Isso virou uma solenidade religiosa, sendo instituída, no dia 20 de janeiro, “A Festa das
Canoas”. Falando em religião, o Padre Antonio Vieira confirmava, em seus escritos, que
colonos e índios realizavam corridas de canoas, ao longo da costa brasileira, no período
que o Brasil era colônia.

Equipe do Flamengo em 1944

Em 1893, segundo os historiadores, a regata era praticada nas cidades de Santos


(São Paulo) e Porto Alegre (RS). O primeiro clube que surgiu como praticante desse
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esporte foi o Clube de Regatas Santista, de Santos. No entanto, a elite carioca que
popularizou o remo no país, pois ela era a diversão dos jovens. Isso fez com que clubes
como Flamengo e Vasco formassem equipes para disputar regatas na Baía de
Guanabara. A Confederação Brasileira de Remo foi fundada só em 25 de novembro de
1977.

Logo dos Jogos Olímpicos de Paris, em 1924

Em relação aos Jogos Olímpicos, o Brasil obteve grandes resultados como o


quarto lugar de Eduardo e Carlos Castelo, no Skiff duplo, em 1924, nas Olimpíadas de
Paris.

9.3 Regras

As provas são disputadas no sistema de eliminatória, repescagem, semifinal e


final. As distâncias percorridas nas provas são de dois mil metros. As raias, com largura
padrão recomendada pela Fisa, têm 13,50 metros de largura e profundidade entre 3 e
3,50 metros.

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Os barcos utilizados para as competições são constituídos por um, dois, quatro ou
oito remadores. Quando tem oito remadores é obrigatório ter um timoneiro. Ele é um
integrante que não rema, mas é o responsável por orientar e incentivar a sua equipe
durante as provas.

Segundo as regras, o timoneiro de ser pesado vestindo somente o uniforme de


competição, não menos de uma hora e não mais de duas horas antes do início da
primeira etapa de cada competição. O peso mínimo permitido é de 55 quilos para homens
e 50 quilos para mulheres.
Cada remador pode conduzir o barco utilizando um ou dois remos dependendo do
tipo de barco. O formato do remo varia conforme a modalidade. Em algumas provas são

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utilizados remos de até 4 metros. Outro detalhe muito importante, é que as pás dos remos
devem ser pintadas em ambos os lados com as cores de suas federações. O limite da
espessura da pá do remo é de três milímetros para prova tipo curto e de cinco milímetros
para o tipo longo.
Os remadores são distinguidos entre ligeiros e pesados. O considerado ligeiro, tem
o seu peso restrito a 72.5 quilos e 59 quilos para homens e para mulheres,
respectivamente. Os membros da tripulação devem vestir o uniforme oficial de suas
federações nacionais. Não é permitido o uso de equipamento de transmissão de ondas
de comunicação para receber ou enviar instruções externas.

Os barcos precisam estar equipados com barras estabilizadoras para evitar


capotamento durante as provas. E eles deverão ser construídos com duas seções, cada
uma delas medindo 11,9 metros no máximo. A parte externa do casco dos barcos deve
possuir as seguintes informações: nome do condutor, ano de fabricação, média de peso
da tripulação e do barco.

9.4 Provas

Skiff simples

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O atleta tem de manejar dois remos curtos.

Skiff duplo

Cada membro tem de manejar dois remos curtos.

Skiff quádruplo

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Quatro atletas, com dois remos cada, navegam em um barco de 13,4 metros de
comprimento e com 52 quilos.

Skiff duplo leve

Homens não podem ter mais do que 72,5 quilos, e as mulheres, mais do que 59
quilos.

Dois sem

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São dois competidores em um barco que mede 10,4 metros e com o remo longo.

Quatro sem

Quatro remadores com um remo longo cada tem de navegar em um barco de 13,4
metros e 51 quilos.

Quatro sem leve

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Igual ao Quatro sem, mas com limite de peso.

Oito com

Cada atleta leva um remo longo. O barco mede 19,9 metros e pesa 96 quilos.12

12 Texto extraído: www.travinha.com.br


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10 SURF

O mais praticado de todos os esportes radicais, a total interação com o mar, o


contato com as ondas, a arte de domar a natureza. Esse é o surf, um esporte praticado
pelos Deuses e Reis, que conquistou milhares de adeptos por todo o mundo, criando
uma legião de fiéis e apaixonados seguidores.
Para iniciar no esporte é necessário apenas uma prancha e muita coragem, para
desafiar as ondas. Quem experimenta domar os tubos nunca mais quer parar.
O surf, hoje, deixou de ser apenas um esporte, e é uma filosofia de vida. Exerce
uma grande influência na moda, na música, no cinema, enfim, o surf está em todos os
lugares. O praticante do esporte possui um estilo próprio e pode facilmente ser
identificado em qualquer lugar.
Os negócios do esporte atingem uma grande fatia do mercado e por todo o país já
existem lojas especializadas que oferecem uma grande variedade de produtos, com
todas as novidades do mundo do surf.
Se você curte adrenalina, está no caminho certo. O surf chegou para mudar a sua
vida.

10.1 História do Surf

Os primeiros relatos do surf dizem que ele foi introduzido no Havaí pelo rei
polinésio Tahito. Mas oficialmente o primeiro fato concreto que revelou a existência do
esporte foi feito pelo navegador James Cook, que descobriu o arquipélago do Havaí e viu
os primeiros surfistas em ação.
Na época, o navegador gostou do esporte por se tratar de uma forma de
relaxamento, mas a Igreja Protestante desestimulou por mais de 100 anos a prática do
surf.
O reconhecimento mundial veio com o campeão olímpico de natação e pai do surf
moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em
Estocolmo, o atleta disse ser um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte
no mundo. Com isso o arquipélago e o esporte passaram a serem reconhecidos
internacionalmente.

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Após a vitória nas Olimpíadas, Duke introduziu o esporte nos Estados Unidos e na
Austrália com grande sucesso.
O sucesso do esporte foi tão grande que hoje em dia é um dos mais praticados
em todo o mundo. Os filmes do cinema e os comerciais de Tv foram fundamentais para
a exposição do surf.
Atualmente a ASP (Associação dos Surfistas Profissionais) é quem regulamenta e
traça as diretrizes do esporte. Os maiores surfistas do mundo disputam anualmente o
WCT (World Championship Tour) e daí sagra-se o campeão mundial.

10.2 Equipamentos de Surf

Prancha
A prancha é o elo entre o surfista e o mar. Uma boa prancha é essencial para
quem quer ter um bom desempenho. Ela tem que estar adaptada ao tamanho e as
características físicas do atleta.
O desenvolvimento do material utilizado nas pranchas foi tão grande, que as
velhas (de madeira), foram substituídas por modernas placas de poliuretano.
Além das conhecidas pranchinhas, mais velozes e utilizada pelos principais
surfistas, existem as Fun e Long Boards.
Fun Board
A Fun Board é uma intermediária entre a pranchinha e o Long. Já as Long Boards
são as mais clássicas e trazem consigo o peso e a responsabilidade de toda a história
do surf.
Para completar a lista de materiais necessários para a prática do surf, tem o lash,
a parafina e o neoprene.
Leash
O leash é a famosa cordinha. Ela é geralmente amarrada junto ao calcanhar e
prende o atleta a prancha. Verifique sempre se o lash está bem preso, pois caso se solte
você terá muito trabalho para pegar a prancha novamente.

Parafina

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A parafina que é feita do mesmo material da vela é passada na prancha e tem


como objetivo segurar os pés do surfista durante a onda. Não exagere na hora da parafina
e sempre lembre de utilizar o raspador.
O neoprene é a roupa de borracha utilizada principalmente no inverno ou em
mares frios. Se você quer surfar por mais tempo então não esqueça do neoprene. Apesar
de prender um pouco o movimento do atleta ele é essencial nas épocas mais frias do
ano.

10.3 Onde praticar o Surf

O Brasil oferece boas condições para os surfistas. Devido à grande extensão de


nosso litoral é possível escolher todos os tipos de ondas no país. O melhor pico é, sem
dúvida, o arquipélago de Fernando de Noronha. Conhecido como o Havaí brasileiro, o
pico atrai turistas de todo o mundo. A combinação de belas paisagens e ondas perfeitas
faz de Noronha o sonho de qualquer surfista do Brasil.
Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, a escolha do local
depende do nível do atleta. “É claro que todos querem pegar as melhores e maiores
ondas, mas muitas vezes elas podem trazer muitos perigos. Portanto comece pelas mais
simples no começo”.

Fonte: edition.cnn.com

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O Havaí é o pico mais conhecido do mundo. Devido a toda a tradição do esporte


no arquipélago, ele se consagrou como a capital mundial do surf. A praia mais famosa é
a de Pipeline. Com ondas perfeitas e muito perigosas, é desafiada somente pelos
melhores e mais experientes surfistas.
Já a Indonésia, com sua imensa quantidade de praias desertas com ondas
perfeitas é o novo point do surf. As Ilhas isoladas oferecem todos os tipos de ondas, de
acordo com o gosto do atleta.
Outros picos muito conhecidos são: México, África do Sul, Austrália, Costa Rica,
Estados unidos. Opções são o que não faltam, portanto pegue sua prancha e vá surfar.
Quem pode praticar o Surf
O surf pode ser praticado por qualquer pessoa de qualquer idade, mas é preciso
alguns cuidados para evitar qualquer acidente.
Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, o mais importante
é estar com um professor habilitado. “Existem muitas escolinhas por aí, muitas de
qualidade duvidosa. Em caso de dúvida pergunte aos alunos, eles sabem se a escola é
boa ou não”.
Antes de sair se arriscando nas ondas tire suas dúvidas com algum surfista mais
experiente ou procure alguma escola do esporte. Já existem muitas escolinhas do tipo
espalhadas pela maioria das praias do País. Para as crianças é essencial que estejam
acompanhadas, pois os perigos são maiores.
Outro ponto importante é sempre respeitar os limites. Nunca tente fazer mais do
que consegue. Se arriscar em vão poderá trazer sérios problemas.
Atletas de Surf
O maior surfista de todos os tempos é, sem dúvidas, o americano Kelly Slater. Seis
vezes campeão mundial, ele inovou a maneira de praticar o esporte e até hoje é o maior
ídolo tanto dos profissionais quanto dos iniciantes. Não existe no mundo um surfista que
não saiba quem foi Kelly Slater.
Ainda hoje o atleta é o maior destaque do esporte e atrai além de um grande
público, toda a atenção da mídia. Seu estilo único e suas manobras criativas mudaram o
rumo do surf. Depois de Kelly Slater o surf nunca mais foi o mesmo.

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O Brasil também tornou conhecidos mundialmente grandes surfistas, que hoje


disputam de igual para igual com os gringos. O histórico e recordista de títulos dentro do
esporte é o santista Picuruta Salazar, que conta com mais de 100 títulos em toda a sua
carreira.
Da nova geração muitos atletas já são consagrados e disputam juntamente com a
elite do surf mundial o título de melhor do mundo. Os irmãos Padaratz, Teco e Neco, que
disputam o WCT, o cabo-friense Victor Ribas, o paraibano Fábio Gouveia, o niteroiense
Guilherme Herdy, o paranaense Peterson Rosa e o pernambucano Paulo Moura, são
alguns dos principais nomes do esporte no país.

10.4 Técnicas do surf

Para ter um bom desempenho nas ondas, é preciso conhecer algumas das
técnicas do surf. Abaixo, listamos as principais com algumas dicas dos instrutores
Luciano Sant’Anna e do instrutor da escola Chandler Surf, Carlos Albuquerque.
Remar
É feita alternando os braços, como o nado craw da natação, mas não basta
somente saber remar e sim onde entrar para remar as ondas e varar a arrebentação.
Para os iniciantes, o melhor é ficar mais no início (beira) e pegar as espumas.
Além de mais seguro, é mais fácil para entrar na onda, aconselha Sant’Anna. É
importante remar a prancha sempre deixando o bico da mesma um palmo fora d’água.
Nunca deixe o bico emerso, pois ela irá bicar, explica. Quando visualizar uma
ladeira que forma na onda, busque remar para descer a mesma. Quando sentir que
entrou na ladeira da onda e a força dela estiver te levando, é hora de ficar em pé sobre a
prancha.
Ficar em pé na prancha
Procure perceber que entrou na ladeira da onda e que a força dela está te levando,
esse é o momento de se posicionar em pé na prancha. O surf acontece na parte lisa da
onda (parede da onda), portanto a hora de sair de cima da onda é quando ela virar
espuma. Ninguém surfa a onda até a mesma encalhar na areia. Na espuma, a onda torna-
se muito turbulenta, pois são bolhas de ar explodido de baixo da prancha.

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Sentar na prancha
Procure manter o seu peso no centro da prancha e sempre com o bico fora d’água.
Nunca dê as costas para a onda, pois ela pode lhe machucar. Sentar na prancha é como
andar de bicicleta. Não fique olhando para o bico da prancha, afinal, assim como andar
de bicicleta, a pessoa não anda de bicicleta olhando para o pneu da frente.
Joelhinho
A finalidade do joelhinho é furar a onda, ou seja, passar pela arrebentação da
mesma. Esse é o único momento em que o surfista emerge o bico da prancha dentro
d’água.
Porém, a dica que deixo é mergulhar com a prancha a aproximadamente 1,5m
antes da onda chegar até você, pressionando o bico da prancha para baixo. Quando
emergir o bico dentro d’água, deixe a onda passar e não coloque o joelho no deck da
prancha. Caso o atleta tenha muita dificuldade de furar a onda pelo modo joelhinho, é
possível usar o modo tartaruga.

Fonte: groupon.com
Tartaruga
É mais executada quando se está surfando com uma prancha longboard ou
funboard, que são pranchas mais pesadas e com o bico largo, muito difícil de afundar no
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joelhinho. A tartaruga consiste em virar a prancha com o fundo (botom) para cima e o
atleta fica em baixo da prancha.
Daí vem o nome tartaruga, pois o atleta fica parecendo um casco de tartaruga,
explica Sant’Anna. Quando a onda se aproximar numa distância entre 1 a 2m, é o
momento exato de virar a tartaruga. Ao sentir a onda passar por cima da prancha, tente
voltar num giro do mesmo lado que você virou e se manter em cima da prancha.
Furar a onda
Movimento usado pelos surfistas para furar as ondas que vêm em sentido contrário
durante a remada na arrebentação. Consiste em segurar nas bordas da prancha com as
mãos, impelindo-a para o fundo com a ajuda de um joelho ou de um pé, na parte de trás
da prancha. Também recebe o nome de mergulho de pato, golfinho, peixinho e
submarino.13

11 WINDSURF

Os inventores do Windsurf foram o casal Newman e Naomi Darby.


Na época ainda namorados, Newman velejador de barco e Naomi canoísta,
residentes na Flórida, em 1963 desenvolveram o primeiro protótipo de windsurf,
incentivados por um desejo de Naomi em possuir uma vela em sua canoa para se
locomover mais rápido.

11.1 História

Um pouco de surf, um pouco de vela. Esse é o windsurf, um esporte olímpico que


pode ser praticado em qualquer lugar e que por essa facilidade vem atraindo um grande
número de novos praticantes.
O esporte tem grande aceitação por ser uma alternativa tanto para surfistas, que
em dias de ondas fracas podem surfar, tanto para os velejadores, que em dias de ventos
fracos podem praticar um esporte mais radical.
Hoje em dia o esporte tem grande espaço na mídia, devido a sua beleza e
plasticidade. Toda essa divulgação só facilita o crescimento da modalidade. As

13 Texto extraído: oradical.uol.com.br


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competições possuem várias modalidades de windsurf, desde as mais radicais, como o


Freestyle e Wave, até as mais tradicionais como a Classe olímpica e Slalom.
O windsurf por ser um esporte radical requer cuidado. A responsabilidade é antes
de tudo o maior item de segurança. Respeite sempre seus limites e os da natureza. A
utilização correta dos equipamentos de segurança diminui em muito o risco de acidentes.
Para iniciar a prática do esporte a idade mais comum é entre 8 e 9 anos. A partir daí o
atleta já possui um peso suficiente para controlar a vela. Outro ponto importante para
quem pretende iniciar no esporte é procurar um instrutor ou escola especializada, pois
além de tirar todas as dúvidas auxiliam o praticante na hora da prática. Para quem já tem
uma noção do surf ou da vela fica mais fácil à iniciação, pois no windsurf as noções são
basicamente a mistura desses dois esportes.

Windsurf

11.2 Equipamentos

O conjunto dos materiais para a prática do windsurf é chamado de rig. A evolução


do esporte nas últimas décadas proporcionou grandes mudanças nos tipos de materiais
utilizados e o rendimento do equipamento cada vez é maior.
A qualidade dos equipamentos é fundamental. Um bom equipamento além de
propiciar ao atleta uma melhor eficiência no esporte, ainda evita lesões e outros
problemas como a deterioração rápida do equipamento.

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ESPORTES AQUÁTICOS

A vela funciona como um motor. É ela que tem a função de captar o vento e mover
a prancha. Para a proteção da vela o rig conta com uma retranca. É ela quem mantém o
formato da vela e dá a direção para a prancha. O mastro também tem a função de manter
o formato da vela.
E a extensão que é utilizada para estender o mastro para a medida certa. Além
disso o velejador deve contar com capacete, colete ou flutuador, roupa de neoprene para
os dias mais frios, leash, capas de proteção e transporte do equipamento,
cabo de puxar vela (puxão), luva, gancho e trapézio de cintura.

Manobras do Windsurf
• Aerial Jibe – o velejador salta sem soltar os pés das alças, gira a prancha em
180º e vira a vela no ar.
• Back Loop – o atleta dá um loop para trás.
• Body Drag – o velejador tira os pés da prancha e arrasta-os na água, retornando
à posição inicial.
• Jump Jibe – quando a troca da direção da prancha é feita no ar.
• Loop – uma volta completa com a vela no ar.
• Push Loop – um Back Loop contra o vento.
• Table Top – o velejador dá um salto e deixa a prancha horizontal ao mar.14

11.3 Categorias

Freestyle
É a categoria mais agitada do windsurf. A maior atração é o looping, o movimento
mais arriscado, que consiste em usar as ondas como tranpolim para se lançar, junto com
a vela e a prancha, em seguida dar uma cambalhota de 360 graus sobre si mesmo e
voltar a água na mesma posição de antes.
Alguns atletas conseguem fazer o double-loop, duas voltas no ar antes de voltar à
água. Algumas competições desta categoria são indoors. O windsurf indoor é realizado
em tanques rodeados por potentes ventiladores em ginásios de grande porte.

14 Extraído: www.360graus.terra.com.br
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O velejador Kauli Seadi, Ricardo Campello e Browzinho já foram campeões na


categoria jump, aonde o velejador salta uma rampa com um buraco dentro para quilha
passar.
Wave
A categoria wave é disputada nas ondas, similar a um campeonato de surf. Os
velejadores fazem manobras nas ondas e juízes decidem a pontuação e a colocação dos
atletas na competição. O brasileiro Kauli Seadi sagrou-se campeão mundial nesta
categoria em 2005.
Super X
O super X foi criado para criar um espetáculo e chamar a atenção do público para
as competições. É uma regata com boias que os velejadores têm que saltar por cima,
quem cruza a linha final primeiro é o vencedor.
Além disso há manobras obrigatórias que os velejadores têm que executar em
cada perna da regata como o looping e o duck-jibe.
Formula
A mais técnica de todas as categorias. A prática desta se dá em pranchas mais
volumosas e com velas maiores. As competições são similares as regatas de grande
porte com boias a barla e sota vento.15

11.4 Windsurf no Brasil

Foi nos finais dos anos 70 que o windsurf apareceu no Brasil, através de Klaus
Peters, Marcelo Aflalo e Leonardo Klabin, que são considerados os pioneiros no esporte
aqui no país.
O esporte se fixou de verdade no Brasil após os eventos Hollywood Vela realizados
a partir de 1981 e que percorreram várias praias brasileiras. Esse ano, o windsurf estava
em destaque e era a imagem de abertura da novela Água Viva, da Rede Globo, que
ajudou a difundir e alcançar um grande público no Brasil.
Em 1984, o Windsurf ganha o título de esporte Olímpico e o Brasil cria a
representação da Classe no Conselho da Confederação Brasileira de Vela e Motor, com

15 Extraído: www.oradical.uol.com.br
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ESPORTES AQUÁTICOS

a fundação da Associação Brasileira de Prancha a Vela (ABPV), hoje renomeada


Associação Brasileira de Windsurf (ABWS).16

16 Extraído: www.abws.com.br
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12 BIBLIOGRAFIA

FIGUEIREDO, P.A.P. Natação para bebes, infantil e iniciação: Uma estimulação para
a vida. Phorte, 2011.

COSTA, Paula H. Lobo DA. Natação e Atividades Aquáticas. Barueri/SP: Manole.


2009. 190p.

PALMER, Mervyn L. A ciência do ensino da natação. São Paulo: Manole, 1990. 359p.

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