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Acupuntura Clássica Chinesa

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Apostila elaborada pelo Prof. Alex Macedo

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SUMÁRIO

Página

Parte
1. Generalidades Sobre a Agulha..........................................................................05
1.2 Histórico.......................................................................................................05
1.3 Tipos de Agulhas Clássicas.........................................................................05
1.4 Tipos de Agulhas Modernas........................................................................06
1.4.1 Agulhas Filiformes (Mais Utilizadas)..................................................06
1.4.1.1 A Formação da Agulha Filiforme..........................................06
1.4.1.2 O Mandril, Condutor ou Tubo Guia......................................07
1.4.2 Agulhas Intradérmicas /Semi-Permanentes.......................................07
1.4.3 Agulha Triangular...............................................................................07
1.4.4 Agulha Quente....................................................................................07
1.4.5 Agulha (Martelo) de 7 Pontas.............................................................07
2. Normas de Biossegurança / Esterilização.........................................................08
2.2 Causas de Acidentes em Acupuntura..........................................................08
2.3 Acidentes Mais Comuns em Acupuntura.....................................................08
2.4 Orientações e Precauções da Acupuntura..................................................09
2.5 Postura Terapeuta / Ambiente de Trabalho.................................................09
2.6 Postura Paciente..........................................................................................10
3. Aplicação das Agulhas de Acupuntura..............................................................11
3.2 Inserção da Agulha......................................................................................11
3.2.1 Ordens de Inserção e Retirada..........................................................12
3.2.2 Treinamento dos Dedos e das Mãos..................................................12
3.3 Variação da Inserção...................................................................................12
3.3.1 Ângulo da Inserção.............................................................................12
3.3.2 Profundidade da Inserção..................................................................13
3.4 Despertando o DE QI...................................................................................13
3.5 Tonificação e Sedação Clássica..................................................................14
3.5.1 Definição do Método de Tonificação..................................................14
3.5.2 Definição do Método de Sedação......................................................14
3.5.3 Aspectos Básicos para a Manipulação da Agulha.............................14
3.5.3.1 A Agulha...............................................................................14
3.5.3.2 A Inserção............................................................................15
3.5.3.3 A Manipulação......................................................................15
3.5.3.4 O ponto.................................................................................15
5. Moxabustão (Jiu Fa)..........................................................................................21
5.2 Histórico.......................................................................................................21
5.3 Característica da Artemísia..........................................................................21
5.4 Ação Fisiológica...........................................................................................21
5.4.1 Na Medicina Tradicional Chinesa.......................................................21
5.4.2 Na Medicina Ocidental.......................................................................21
5.5 Classificação da Moxa.................................................................................22
5.5.1 Moxa Direta........................................................................................23
5.5.2 Moxa Indireta......................................................................................23
5.5.3 Outras Formas de Moxa.....................................................................25
5.5.4 Moxa sem Artemísia...........................................................................26
5.6 Conselho e Regras para a Prática da Moxa................................................26
5.7 Indicação......................................................................................................27
5.8 Contra-Indicação..........................................................................................27
5.9 Indicação de Pontos Para Moxa Segundo Maciocia...................................28
6. Ventosas (Ba Guan Zi).......................................................................................31
6.2 Histórico.......................................................................................................31
6.3 Efeitos Fisiológicos......................................................................................31
6.3.1 Na Medicina Tradicional Chinesa.......................................................31
6.3.2 Na Medicina Ocidental.......................................................................31
6.4 Tipos de Ventosa.........................................................................................31
6.5 Técnicas com Ventosas...............................................................................32
6.6 Conselhos e Precauções.............................................................................32
6.7 Regras de Tonificação / Dispersão..............................................................33
6.7.1 Métodos de Tonificação.....................................................................33
6.7.2 Métodos de Dispersão........................................................................33
6.8 Indicações....................................................................................................33
6.9 Contra-Indicações........................................................................................33
7. Sangria...............................................................................................................34
7.2 Histórico.......................................................................................................34
7.3 Efeitos Fisiológicos......................................................................................34
7.4 Material Utilizado.........................................................................................34
7.5 Técnicas de Sangria....................................................................................34
7.6 Indicações....................................................................................................35
7.6.1 Exemplos de Pontos Utilizados na Sangria........................................35
7.7 Contra-Indicações........................................................................................35
7.8 Cuidados......................................................................................................35
8. Acupuntura Cutânea..........................................................................................36
8.2 Ação Fisiológica...........................................................................................36
8.3 Material Utilizado.........................................................................................36
8.4 Objetivo........................................................................................................36
8.5 Indicações....................................................................................................36
8.6 Contra-Indicações........................................................................................36
8.7 Cuidados......................................................................................................36
9. Raiz e Manifestação...........................................................................................37
9.2 Significados Diferentes Sobre Raiz e Manifestação....................................37
9.3 Para Tratar é Preciso Conhecer a Raiz.......................................................37
9.4 Como e Quando Tratar Raiz e Manifestação..............................................38
9.4.1 Tratar Somente a Raiz.......................................................................38
9.4.2 Tratar Raiz e Manifestação................................................................38
9.4.3 Tratar Primeiro a Manifestação e Depois a Raiz................................38
9.5 Raízes e Manifestações Múltiplas...............................................................38
10. Princípios de Combinação de Pontos / Equilíbrio de Pontos...........................40
10.2 Superior e Inferior......................................................................................40
10.2.1 Combinação Alto - Baixo Pelos 06 Níveis........................................41
10.2.2 Combinação por Correspondência Anatômica.................................42
10.3 Pontos Distais e Locais..............................................................................42
10.4 Esquerda e Direita.....................................................................................44
10.5 Yin e Yang.................................................................................................45
10.6 Frontal e Posterior.....................................................................................45
10.7 Pontos de Influência ou União ou Mestre..................................................45
10.8 Pontos Janela do Céu................................................................................45
10.9 Pontos Reunião dos Meridianos Yin e Yang dos Membros.......................46
10.10 Modificações de Combinações Durante o Tratamento............................46
10.10.1 Patologias de Canal que Não Melhoram, Nem Aliviam..................46
10.10.2 Doença Interna que Não Melhora..................................................46
10.10.3 O Paciente Tem Melhora Limitada.................................................46
10.10.4 Alguns Sintomas Melhoram, Outros Não.......................................46
10.10.5 Paciente Desenvolve Novo Padrão Durante o Tratamento............46
Referências............................................................................................................47
Página 55

CAPÍTULO I

GENERALIDADES SOBRE A AGULHA

1.2 HISTÓRICO

As primeiras agulhas (materiais perfurantes) foram feitas de pedra (Bian),


posteriormente outros materiais pontiagudos foram utilizados, como: osso, bambu,
cerâmica (anterior ao ano 2000 A.C.).
A utilização das agulhas de metal começou na Era do Bronze (Dinastia
Chang, cerca de 1600 A.C.).
No Período de Guerra entre os Estados, no Século V A.C. e com o progresso
da metalurgia, surgiram as Agulhas de Aço.
O Ling Shu descreve no capítulo VII as “Nove Agulhas Clássicas”: “Cada uma
das Nove Agulhas, tem sua função apropriada, longa, curta, grande e pequena, cada
uma com sua função”.

1.3 TIPOS DE AGULHAS CLÁSSICAS

As 09 Agulhas Clássicas citadas no capítulo I do Ling Shu (Segunda Parte do


Nei Jing), atualmente não são mais utilizadas.
As Agulhas utilizadas hoje são uma extrapolação aperfeiçoada da sétima
agulha das 9 agulhas antigas, descrita no capítulo Ido Ling shu. Atualmente são de
Aço Inox (lâmina), sua fabricação é artesanal (sendo feita na China em Presídios).

Cada uma das nove agulhas tem um nome e uma forma diferente:
1. Agulha Chan (Agulha Sagital ou Flecha)
Destinada às punções superficiais, tendo como objetivo eliminar fatores
patógenos exógenos superficiais, reduzindo as tumefações da pele.

2. Agulha Yuan (Agulha Redonda ou Cilíndrica)


É recomendado para massagear o ponto de acupuntura.

3. Agulha Ti “Di” (Agulha Rombuda ou Obtusa)


Agulha longa de ponta rombuda, não tinha como objetivo atravessar a pele,
agindo somente na superfície; era utilizada para tratar a dor.

4. Agulha Feng “Fum” (Agulha Triangular ou Pontiaguda)


Com ponta triangular e corte nos três lados, indicada para sangria e doenças
crônicas, como abscesso e tumores.
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5. Agulha Pi (Agulha em Forma de Espada ou Cortante)


Semelhante a agulha Feng, porém maior, utilizada para drenagem de
abscessos.

6. Agulha Yuan Li (Agulha de Forma Redonda)


Extremidade redonda e pontuda, semelhante à agulha Ti, servia para tratar
doenças agudas como artralgias.

7. Agulha Hao (Agulha Filiforme)


Agulha longa, utilizada nos casos mais crônicos (obstrução, artralgias,
paralisias). Hoje a agulha mais utilizada, as agulhas atuais são
aperfeiçoamentos deste tipo de agulha.

8. Agulha Chang (Agulha Longa)


Longa, fina e pontiaguda, utilizada nos casos de paralisias, obstruções e
tratamento da Síndrome Bi.

9. Agulha Da (“Ta”) (Agulha Grande Grossa)


Forma de bastão pontiagudo, a ponta era levemente arredondada. Segundo
Auteroche, a agulha era pontiaguda na extremidade, sendo utilizada para
drenar edema articular.

1.4 TIPOS DE AGULHAS MODERNAS

Filiforme, Semi-permanentes, Triangular, Agulha Quente, Martelo de 7 pontas.

1.4.1 Agulhas Filiformes (Mais Utilizadas)

• Formato: fino e longo.


• Cabos variáveis: Cobre bronze, alumínio (ótima para eletroacupuntura), ouro,
prata ou silicone (Japonesa e Francesa).
• Lâmina: Na grande maioria Aços Inoxidáveis, podendo ser também em Prata
ou Ouro.
• Comprimento: 15/ 20/ 25/ 30 /40 /50 / 65/ 75 /90 / 100/ 115/ 125 / 150mm
• Diâmetro: de 0,22mm até 0,45mm
• Agulhas mais utilizada são de (0,25mm X 30mm), (0,20mm X 20mm) e
(0,16mm X 15mm Ting).
• Permanecem no corpo durante o tratamento.
• Recomendável sempre utilizar Agulhas descartáveis.

1.4.1.1 A Formação da Agulha Filiforme

• Cabo: Toda a comunicação. Cabo Liso (japonesa e francesa), cabo


espiralado (coreana, japonesa ou chinesa) objetivo de prender a moxa.
• Raiz: Parte mais frágil.
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1.4.1.2 O Mandril, Condutor ou Tubo Guia

• Vantagens da utilização do mandril: Ameniza a dor durante a inserção das


agulhas; Conservar a agulha evitando que entorte; praticidade e segurança.
• Quanto mais fino o mandril, maior a precisão.

1.4.2 Agulhas Intradérmicas /Semi-Permanentes

Em 1962 a técnica foi popularizada por Kobei Akabane, como Hinaishin (Hi-
Pele, Nai-Dentro e Shin-Agulha).
O cabo da agulha é confeccionado de várias formas (grão de trigo, anel ou
chapa) impossibilitando a penetração na pele.
As agulhas são colocadas na pele e presa com esparadrapo antialérgico.
O objetivo é estímulos contínuos, dispersando a concentração da dor na área
ou no ponto, aumentando o intervalo entre as sessões.
As agulhas são inseridas no sentido da fibra, em locais de prega a inserção
será no sentido da prega.
Cuidados: alergia, utilizar o menor número de agulhas, paciente que trabalha
em área eletromagnética e não utilizar em locais inflamado.

1.4.3 Agulha Triangular

Com ponta trifacetada, cuja finalidade é de provocar pequena sangria com


uma punção rápida e superficial.

1.4.4 Agulha Quente

Liga especial de prata que é aquecida e usada em doenças crônicas e


determinados caroços da pele. Ex.: Gânglios posteriores ao punho e adenomas
tiroideanos.

1.4.5 Agulha (Martelo) de 7 Pontas

Utilizada ao longo do meridiano em um ponto determinado ou em uma


determinada área. Indicado para crianças, pacientes fracos, doenças de pele, etc.
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CAPÍTULO II

NORMAS DE BIOSSEGURANÇA / ESTERILIZAÇÃO

Visa proporcionar aos profissionais que utilizam esta prática e aos pacientes,
maior segurança durante a realização do procedimento da Acupuntura, minimizando
os riscos de infecções e acidentes. A COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA da
FIOCRUZ, a define como: “O conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção,
ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade
dos trabalhos desenvolvidos”

2.2 CAUSAS DE ACIDENTES EM ACUPUNTURA

As grandes causas de acidentes em acupuntura estão relacionadas a:

• Instrução inadequada.
• Supervisão ineficiente.
• Mau uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
• Não observação de normas existentes.
• Práticas inadequadas.
• Planejamento falho.
• Jornada excessiva de trabalho.

2.3 ACIDENTES MAIS COMUNS EM ACUPUNTURA

Alguns tipos de acidentes e reações indesejáveis podem acontecer, os mais


comuns são:

A. Desmaios:
Paciente sente-se fraco. Podendo ocorrer náuseas; sensação de vertigem;
movimento e balanço de objetos à sua volta; opressão no peito, palpitação; ânsia de
vômito; palidez; pulso fraco; extremidades frias; queda da pressão arterial e perda
da consciência.
Tratamento: Primeiramente as agulhas devem ser removidas. Pressionar o
ponto VG26. Pode-se massagear o CS6, e E36, em casos mais graves pode-se
fazer moxabustão nos pontos VG20, VC6, E36 e VC4, tomar medidas necessárias
de primeiros socorros para estabilizar o paciente e caso não havendo melhora
encaminhar para unidade hospitalar mais próxima.

B. Agulha retida:
Poderá ocorrer por um espasmo muscular ou rotação excessiva da agulha
para um mesmo sentido.
Tratamento: Sendo a causa por espasmo muscular a agulha deve ser deixada
por algum tempo e depois retirada por rotação ou massagear em torno do ponto. Se
a causa é a rotação excessiva numa só direção a dor vai ser aliviada quando fizer
uma rotação em sentido inverso.
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C. Agulha quebrada:
Poderá ocorrer devido a má qualidade da agulha, forte espasmo muscular,
pela erosão entre a lâmina e o cabo, movimento brusco do paciente ou utilização
prolongada de corrente galvânica.
É prudente não penetrar mais da metade da lâmina da agulha, devido a
junção entre o cabo e a lâmina ser a parte mais frágil da agulha, podendo ocorrer
quebra da mesma nesta área.
Tratamento: Manter o paciente calmo orientando-o para que não se mova a
fim de se evitar que a agulha penetre mais nos tecidos. Se parte da agulha quebrada
estiver visível, pressionar em torno do local para que seja possível a retirada da
mesma com auxílio de uma pinça, não sendo possível, uma intervenção cirúrgica
será necessária, devendo o paciente ser encaminhado a um cirurgião.

D. Agulha dobrada: Causas diversas.


Tratamento: Retirar com cuidado, nunca bruscamente.

2.4 ORIENTAÇÕES E PRECAUÇÕES DA ACUPUNTURA

• Utilizar agulhas descartáveis e com registro no Ministério da Saúde.


• Não aplicar acupuntura com paciente muito nervoso, com estômago vazio ou
com grande deficiência.
• Não utilizar os seguintes os seguintes pontos em mulheres grávidas: IG4,
BP6, B60, B67 e pontos da região lombo sacra e abdômen (principalmente
nos 3 primeiros e 3 últimos meses).
• Não se deve puncionar pontos nas fontanelas dos bebês.
• Evitar a perfuração de algumas áreas do corpo como: mamilos (E17), umbigo
(VC8), globo ocular, genitália externa e vasos sanguíneos.
• Não aplicar acupuntura em zonas infectadas, vísceras, ou em zonas de
tumores e cicatriz.
• Atenção para não atingir órgãos vitais.
• É contra-indicado punção perpendicular e profunda nos pontos do tórax,
costas ou fossa supraclavicular, pois pode atingir o pulmão resultando
pneumotórax traumático.

2.5 POSTURA TERAPEUTA / AMBIENTE DE TRABALHO

Os consultórios devem ser amplos e arejados, sua metragem deverá ser de


7,5m². O piso e paredes deverão ser de material lavável e preferencialmente na cor
clara. Deverá dispor de lavatórios/pias exclusivos para lavagem das mãos, as
torneiras devem ter comando do tipo que dispensem o contato das mãos, quando do
seu fechamento. Junto aos lavatórios deverá haver dispersadores de sabão líquido e
provisão de papel toalha.
O ambiente deverá ser mantido livre de sujeira e poeira. A limpeza deverá ser
feita com água e sabão e hipoclorito de sódio a 1%.
Não é permitida a colocação de plantas, devido a possibilidade de
contaminação, o que poderá ocasionar riscos ao paciente.
É importante o controle da qualidade do ar no ambiente.
Os materiais perfuro - cortantes devem ser descartados separadamente, no
local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipientes, rígidos, resistentes
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à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, baseados


nas normas da ABNT NBR 13853/97.
A maca deve estar em boa posição, ideal na altura da crista ilíaca, com
largura diferenciada 70/80.
Papel celulose virgem.
Terapeuta deve estar com sapatos de couro e fechado.
Higienização das mãos e luva de procedência.

2.6 POSTURA PACIENTE

O paciente deve ser acomodado de forma confortável e orientado a


permanecer quieto e a evitar mudança de posição abruptamente.
Paciente em decúbito dorsal: Ideal colocar triângulo nos membros inferiores e
apoio na cabeça.

Paciente em decúbito ventral: Ideal maca com encaixe para cabeça e apoio
no ventre.

Paciente em decúbito lateral: Perna de baixo semi fletida, a de cima fletida e


apoio para o braço.

Paciente sentado: Braços flexionados sobre uma mesa ou com a cabeça


estendida para trás apoiando-se as costas na cadeira.
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CAPÍTULO III

APLICAÇÃO DAS AGULHAS DE ACUPUNTURA

Este método consiste, basicamente, na utilização e aplicação de agulhas


especiais (geralmente fabricadas com diferentes tipos de metais) em pontos
específicos do corpo, com o objetivo de, através de determinadas técnicas,
estimulá-los e, assim, sensibilizar o plexo nervoso, provocando várias respos-
tas terapêuticas.

3.2 INSERÇÃO DA AGULHA

• Inserir a agulha com pressão do polegar ao lado do ponto;

• Pegando no corpo da agulha com os dedos da outra mão (agulha longa);

• Pregueando a pele;

• Esticando a pele;

• Inserção através de guia com o dedo;

• Inserção com batida;

• Com mandril (ou condutor ou tubo guia).


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3.2.1 Ordens de Inserção e Retirada

1. De cima para baixo;


2. Do proximal para o distal;
3. De longe para perto do acupunturista;
4. Do menos dolorido para o mais dolorido;
5. Cercando o dragão;
6. Atacando o dragão (AH SHI).

3.2.2 Treinamento dos Dedos e das Mãos.

Para possuir uma técnica correta de inserção, é necessário adotar um


treinamento progressivo e assíduo, destinado a amolecer e fortalecer os dedos e os
pulsos e aumentar a sutileza do toque.
• Exercícios com os dedos - manipulação com bolas;
• Concentração - mente tranqüila;
• Inserção em almofadas de gaze ou papel higiênico;
• Uso de ambas as mãos - inserção e apoio

3.3 VARIAÇÃO NA INSERÇÃO

Existem dois parâmetros para levar em considerações na coloração de uma


agulha:

3.3.1 Ângulo da Inserção

O ângulo varia de acordo com a região anatômica onde será inserida agulha,
a direção em que a sensação do Qi será propagada e o que é preciso
terapeuticamente.
Existem 3 possíveis tipos de inserção:

A. Inserção perpendicular: A Agulha fica num ângulo de 90° a superfície da pele.


Este ângulo é apropriado para a maioria dos pontos de acupuntura.

B. Inserção oblíqua: A agulha fica num ângulo de 45° a superfície da pele. As


áreas situadas sobre importantes órgãos são geralmente agulhadas deste
modo.

C. Inserção horizontal ou subcutânea: A agulha fica num ângulo de 15° com a


superfície da pele. Este modo de colocar é agulha é usado para pontos em
volta da cabeça.
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3.3.2 Profundidade da Inserção

A profundidade da inserção varia de acordo com os pontos agulhados. Pode


ser aumentada ou diminuída de acordo com a idade do paciente, constituição física,
intensidade de reação, nível da doença e ligação junto com os pontos selecionados.

A. Idade do paciente: A profundidade da agulha recomendada pelos livros é


adequada para adultos; quanto a crianças e pessoas idosas, que possuem QI
e XUE deficientes, a inserção deve ser mais superficial (O Qi circula mais na
superfície).
B. Constituição Física: Uma inserção mais profunda deve ser usada em pessoas
grandes com uma forte constituição, enquanto uma inserção mais superficial
deve ser usada em pacientes magros com constituição fraca.

C. Reação a Agulha: Se as sensações de dor, dormência, distensão ou choque


elétrico são muito fortes, ou se essas reações ocorrerem rapidamente em
pacientes nervosos ou tímidos, a inserção deve ser mais superficial; quando
essa reação é demorada, a inserção deve ser mais profunda.

D. Nível da doença: • Se está instalada na pele ou canais tendíneo-musculares,


usa-se a agulha ao nível superficial (céu); • Se está nos músculos ou
JINGLUOS, usa-se ao nível médio (homem); • Se estiver nos ossos, funções
ZANG FU ou se existe dor, a inserção deverá ser a nível profundo (terra).

3.4 DESPERTANDO O DE QI

“Esteja o Qi distante ou próximo, seja a puntura superficial ou profunda,


o objetivo é sempre fazer chegar o Qi”

SU WEN, cap. 54

De Qi ou TE QI ou RIBIKI.
Toda inserção deve desperta o De Qi.
A obtenção do Qi (De Qi) dá-se após a inserção correta da agulha no ponto
escolhido, na profundidade exigida e devidamente estimulada.
Para o paciente, a chegada ao Qi manifesta-se por uma sensação do tipo
cansaço (Suan), entorpecimento (Ma), inchaço (Zhang), peso (zhong), fadiga (kun),
frio (Liang), calor (Re) ou choque elétrico (Chu Dian).
Quando a localização do ponto é escolhida convenientemente e a agulha é
inserida na profundidade exigida, se o prático não tem nenhuma manifestação de
obtenção do Qi ou se não há sensação de propagação do Qi, ou se há perda do Qi,
devem-se empregar os seguintes métodos:

1. ATINGIR O QI
• Procurar o Qi
• Massageando o canal
• Comprimindo o ponto
• Peteleco
• Bicada de pássaro
• Tremer
• Recolocação da agulha
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2. MOVENDO O QI
• Inserir-Retirar
• Rotação
• Balançar-Arranhar
• Girar-Agitar
• Bloqueio do dedo na área oposta ao Qi

3. MANTENDO O DE QI
• Curvando a agulha
• Deslocar a almofada

3.5 TONIFICAÇÃO E DISPERSÃO CLÁSSICA

Há duas técnicas básicas para a manipulação das agulhas: a de provocar a


estimulação tonificante e a de produzir a sedação. Deve-se fazer a estimulação
tonificante para os doentes enfraquecidos, de constituição débil, em doentes
crônicos, com estado de vazio de Qi e se sedar as afecções energéticas febris nos
casos de congestão de Qi e de sangue, nas doenças agudas, em estado de
plenitude de Qi.
As técnicas para a manipulação das agulhas são várias e os aspectos mais
utilizados para isso são as agulhas, a inserção, a manipulação e o ponto.

3.5.1 Definição do Método de Tonificação

• É um procedimento usado nos quadros de deficiência. Fortalecer Qi, Xue,


Yang, Zang Fu;
• Moxabustão é aplicável;
• Não usar em caso de excesso (origem interna ou externa);
• Formas de tonificação: Pontos de tonificação de cada canal, tonificando mãe -
filho (cinco elementos), moxa, técnicas específicas descritas em 3.5.3.

3.5.2 Definição do Método de Sedação

• Usado nas síndromes de excesso Int. ou presença de fator patogênico Ext.;


• Reduz a atividade do Qi e dispersa acúmulos;
• Não deve ser utilizado em casos de padrão deficiência ou padrão misto
(excesso mais deficiência);
• Formas de sedação: Pontos de sedação de cada canal, sedação mãe - filho
(cinco elementos), ventosa, sangria, técnicas descritas em 3.5.3.

3.5.3 Aspectos Básicos para Manipulação da Agulha

3.5.3.1 A Agulha

Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Temperatura Aquecer antes de inserir Não Aquecer


Usar um calibre mais
Padrão Usar um calibre mais fino grosso

Tipo de material Ouro Prata


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3.5.3.2 A Inserção

Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Velocidade Inserir lentamente e Inserir rapidamente e


remover rapidamente remover lentamente

Profundidade Inserir rasamente Inserir mais profundamente

Direção Inserir a agulha na direção Inserir a agulha contra o


do fluxo do canal fluxo do canal

Movimento respiratório Inserir na expiração e Inserir na inspiração e


remover na inspiração remover na expiração

3.5.3.3 A Manipulação

Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Giro Girar no sentido horário Girar no sentido anti-horário

Retenção Deixar a agulha durante Deixar a agulha durante


menos tempo após a mais tempo após a
manipulação do DE QI <20’ manipulação do DE QI >20’

Forma de inserção Inserir em três estágios e Inserir em um estágio e


retirar em um retirar em três

Número de manipulações 9 manipulações ou os 6 manipulações ou o


múltiplos (18 ou 27) - Yang múltiplo de 12 - Yin

3.5.3.4 O Ponto

Parâmetro controlado Para tonificar Para sedar

Massagem Friccionar o ponto Inserir sem fricção


suavemente antes da
inserção

Pressão Pressionar e “fechar” o Estender a pele para “abrir”


ponto depois da remoção o ponto depois da remoção

Beliscar Apertar com as unhas antes Inserir sem beliscar


da inserção

Seleção do ponto Colocar a agulha no ponto Colocar a agulha no ponto


“mãe” (e canal) “filho” (e canal)
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CAPÍTULO V

MOXABUSTÃO (Jiu Fa)

Método terapêutico que consiste em aquecer a área da pele ou acima dela


nos pontos de acupuntura pela queima da Artemísia vulgaris (ou outras ervas), com
a finalidade de aquecer o Qi e o Xue dos canais de energia. Útil para tratar doenças
e para manter a saúde.

5.2 HISTÓRICO

A moxabustão é a terapêutica chinesa mais antiga, com a descoberta do


“tratado de moxabustão dos onze vasos Yin Yang (Yin Yang Shi Yi Mai Jiu Jing)” na
tumba de Ma wang (Ma Wang Dui), o dá o testemunho do emprego de moxas, mil
anos antes de Nei Jing.
Depois, as obras clássicas (Su Wem, Ling Shu, shang Han Lun, Zheng Jiu Da
Cheng, Yi Xue Ru Men) fizeram referências às indicações da moxabustão.
O livro Mencius (290 aC.): “Para uma doença de sete anos, procure Moxa
com três anos”

5.3 CARACTERÍSTICAS DA ARTEMÍSIA

Principal erva utilizada na prática da moxabustão;


Espécie de crisântemo; é muito vivaz e possui cheiro penetrante;
Alastra-se e domina a área onde nenhuma outra planta consegue competir;
Zu Dan Xi (1280-1358): resume a ação da artemísia em uma frase: "de
natureza extremamente quente, ela faz circular para baixo, quando empregada em
medicamentos, e para cima, quando empregada em moxas;
New Edition of Materia Medica: “a folha de moxa é amarga e picante e produz
aquecimento, quando usada em quantidades pequenas, e calor forte, quando usada
em grandes quantidades”.

5.4 AÇÃO FISIOLÓGICA

5.4.1 Na Medicina Tradicional Chinesa

Aquecer os canais de energia, dispersar o frio e movimentar Xue.

5.4.2 Na Medicina Ocidental

Vasodilatação, analgesia, ação anti-inflamatória da Artemísia.


Página 2222

5.5 CLASSIFICAÇÃO DA MOXA


Página 2323

5.5.1 Moxa Direta

Utilização de Cones de lã de moxa diretamente sobre a pele.

É clássico dizer que o número mínimo de cones é de 1 a 3, e o máximo é de


"algumas centenas".

A. Moxabustão sem cicatriz ou não-escarificante:


Utilizando um cone pequeno ou médio, deixá-lo queimar sobre a pele,
retirando-o antes que queime completamente ou após a solicitação do
paciente, evitando-se a queimadura da pele e a formação de bolhas. Em
geral, neste método são queimados de 3 a 7 cones de moxa até que a pele
fique vermelha. Esta técnica é aplicada geralmente nas síndromes de frio por
deficiência de Yang.

B. Moxabustão com bolhas ou bolhosa:


Utilizando cones pequenos, acender o cone e deixá-lo queimar até que o
paciente tenha sensação de queimação. Deixe que o cone se consuma por
mais 3 a 5 segundos e retire-o.

C. Moxabustão com cicatriz ou escarificante:


Untar o ponto com um pouco de suco de alho e acender o cone de moxa e
deixá-lo queimar até o final e deixar uma cicatriz na pele. Na antiguidade,
tinha-se o critério, que quando a moxa não provocava bolha no paciente, não
obteríamos um bom resultado terapêutico. Método utilizado, sobretudo no
tratamento da bronquite asmática, gastrite crônica, enfermidades do
desenvolvimento e pessoas com uma constituição física muito débil.

5.5.2 Moxa Indireta

Técnica em que não há contato direto da artemísia com a pele.

A. Com Cones:

Há utilização de substâncias entre o cone de moxa e a pele.


Página 2424

• Cone de Moxa Com Alho: Pode ser feito em lâminas de alho ou pasta de
alho, normalmente cortamos uma fatia de alho de 0.5 cm de grossura e
realizamos vários furos no centro da fatia com uma agulha. O alho não tem
muita resistência, devendo ser trocado a cada 4 ou 5 cones queimados. Em
um tratamento de moxa indireta com alho, são queimados de 5 a 7 cones de
moxa. Mas, como o alho é muito irritante para a pele e é fácil o aparecimento
de bolhas após o tratamento, devemos estar bem atentos. O alho apresenta
sabor picante e natureza quente, Indicado para casos de furúnculos, estágio
inicial das infecções piogênicas da pele, picadas de insetos e cobras e fase
inicial das úlceras cutâneas.

• Cone de Moxa com cebolinha: Utilizar cebolinhas inteiras inclusive o bulbo. A


utilização e as indicações são similares às da moxa de alho.

• Cone de Moxa com Gengibre: Usamos uma fatia de gengibre fresco de 0.2 a
0.3 cm de grossura aproximadamente com 2 ou 3 cm de diâmetro. Com uma
agulha, realizamos vários furos no centro da fatia. Indicado para casos de
dispepsia, síndromes de frio por deficiência do Yang (vômito, dor abdominal e
a diarréia), espermatorréia, ejaculação precoce e processos dolorosos
reumáticos que pertencem a categoria de vazio-frio.

• Cone de Moxa com Cebola: utilizada em casos de prolapsos, flatulência,


dores abdominais do tipo frio, anúria e retenção urinária.

• Cone de Moxa Sobre o Umbigo: pode ser feita com sal marinho ou sal grosso,
e ainda uma fatia de gengibre ou outras substâncias sobre o sal. É indicada
para casos de deficiência do Baço, Estômago e Intestinos, que cursam com
diarréia matinal crônica, vômitos, doenças crônicas do intestino e do
estômago e prolapso anal.

B. Com Bastão de Moxa:

O bastão de moxa é um “enrolado” em forma de charuto, onde seu conteúdo


pode ser Artemisa ou outras ervas medicinais.
Em geral, o bastão de moxa tem 20 cm de comprimento e diâmetro de 1.2
cm. De acordo com o conteúdo do bastão ou à forma de manipulá-lo, receberá
diferentes nomes. Mas, todas as formas de moxa em forma de bastão têm em
comum, as seguintes características: são simples de manipular, não provocam
bolhas, não provocam dor, o paciente pode ser tratado por si só; por isso, apresenta
um amplo uso na prática clínica.
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• Tipos de Bastão
- Bastão com artemísia pura.
- Bastão Lei Huo (Miracle thunder-fire Needle): Este bastão de moxa é
elaborado a partir de uma formulação composta por 7 ervas medicinais:
Chen Xiang, Mu Xiang, Yin Chen, Jiang Hauo, Gan Jiang, Chuan Shan
Jia e She Xiang.
- Bastão Tai Yi Shen (Miracle Needle): Bastão elaborado a partir de uma
formulação composta por 17 ervas medicinais. Indicado para tratar
síndromes Bi por vento, frio ou umidade, síndromes Wei, quadros de frio
por deficiência e Yang e em geral para doenças crônicas.

• Técnicas com Bastão de Moxa


- Moxabustão com calor constante e moderado (Wen He Jiu): Nesta
manipulação, a moxa fica a uma distância de 2 a 3 cm do ponto ou sítio
terapêutico, permanecendo por 10 ou 15 minutos. A pele deve ficar
hiperemiada e quente pela ação da moxa, mas o paciente não deve sentir
dor. No caso em que o calor da moxa seja muito intenso e se o paciente
sentir dor, aumentamos a distância por alguns segundos e voltamos
novamente à posição inicial. O terapeuta pode colocar seus dedos perto
do local a ser aplicado com o objetivo de sentir a temperatura e regular a
distância.
- Moxabustão bicada de pardal (Que Zhuo Jiu): Nesta técnica, imitamos um
faisão que bica, aproximando a moxa de maneira repetitiva ao local a ser
aplicado. Mais aplicado em quadros agudos.
- Moxabustão tipo passar a roupa (Yun Re Jiu): Também conhecida como
técnica em varredura. Nesta técnica, usamos movimentos repetitivos em
círculos que rodeiam o ponto ou sítio terapêutico, mas a distância da pele
se mantém constante. Mais aplicado em quadros agudos.

C. Agulha Aquecida:
Técnica que associa a acupuntura à moxa. Após a inserção da agulha no
ponto e obtido o de Qi, coloca-se um cone de lã de moxa ou um pedaço de
bastão de moxa de aproximadamente 2 cm de comprimento no cabo da
agulha . Acender o cone pela parte de baixo do cone de moxa. Este método é
aplicado em geral nas síndromes de frio por deficiência ou nas síndromes Bi
por vento umidade.

5.5.3 Outras Formas de Moxa

A. Caixa de Moxa:
Este método pode ser útil quando se deseja aquecer uma área muito grande,
em que se estimulam vários pontos de uma só vez, geralmente nas partes
superior e inferior das costas, o epigástrio, o abdômen, o baixo ventre e as
coxas.

B. Copo de Moxa:
É um utensílio que facilita a aplicação da moxa com o bastão, principalmente
quando aplicado de forma constante sobre um determinado ponto
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C. Aplicador de moxa de cerâmica:


É um aplicador de moxa com formato circular, lembrando um anel, que possui
no seu interior uma grade metálica que serve para apoiar o cone de moxa.

D. Cilindros Aquecidos:
Consiste em queimar a moxa dentro de um recipiente de metal ou madeira,
usado freqüentemente para crianças ou pacientes que tenham medo de
outros métodos de moxa.

E. Moxa Elétrica:
Este método de moxa consiste na estimulação de pontos do corpo através de
um aparelho elétrico que produz calor, desenvolvido especialmente para a
moxa, encontrado em alguns aparelhos de eletroacupuntura. Neste tipo de
tratamento, o calor chega ao sítio terapêutico de maneira suave e vai
aquecendo paulatinamente, razão pela qual seu uso é indicado no tratamento
de enfermidades ginecológicas ou em crianças.

F. Moxa Auricular:
A moxa feita na orelha, geralmente sobre a agulha inserida, pode ser usada
em casos de reumatismo crônico ou doenças do frio. Costuma ser suficiente
de 3 a 5 minutos de aquecimento.

5.5.4 Moxa sem Artemísia

Também denominado de "Cauterização Celestial”, este método consiste em


aplicar vários emplastros que irritam a pele em determinados pontos até que a pele
fique com congestão e vermelha, e em alguns casos, aparecer bolhas. A eficácia
desta moxa não reside no calor, mas na ação vesicante dos produtos utilizados.

A. Moxa de Pasta de Alho:


Fazer uma pasta de alho, de preferência o alho roxo. Colocá-lo em forma de
emplastro sobre o ponto a ser tratado. Exemplos:
• IG4 (Hegu): para tratar amidalites.
• P10 (Yuji): para tratar faringites.

B. Moxa de pasta de grão de mostarda branca:


Um pouco de mostarda branca em pó, misturada com água é eficaz, em
forma de emplastro, contra as dores reumáticas. Emplastros sobre B13
(Feishu), B43 (Gaohuangshu) são indicados para tratar a asma. Depois de ter
colocado o emplastro, sente-se dor e algumas "picadas" na pele, que
desaparecem após uma ou duas horas. Trocar o emplastro todos os dias. O
tratamento dura, em média, 10 dias.

5.6 CONSELHO E REGRAS PARA A PRÁTICA DA MOXA

1) O paciente deverá estar confortavelmente posicionado, para que possa


manter-se estático durante a prática da moxa;

2) Antes de iniciar um tratamento, informar ao paciente como funciona a técnica,


e prepará-lo, psicologicamente, caso ocorra alguma queimadura;
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3) A moxa deverá começar sempre na parte mais Yang do corpo. Primeiro na


parte de cima, depois a parte de baixo. Primeiro na parte do dorso, depois a
parte da frente. Esta regra segue uma antiga idéia de que a moxa é feita
somente para se tonificar. E como para se tonificar deve-se atuar na energia
Yang, a moxa deve ser iniciada pela parte Yang do corpo. Uma outra relação
com esta regra, é evitar síncopes ou desmaios, já que a moxa iniciada pela
parte inferior do corpo poderia puxar muita energia da parte superior do
corpo, gerando um déficit energético no cérebro e o indivíduo poderia
desmaiar.

4) O número de moxas deverá ser maior para pacientes jovens e fortes, e menor
para pacientes idosos, crianças e deficientes;

5) O número de moxas também pode ser aumentado nas regiões mais frias ou
nas estações do ano mais frias, como no inverno.

5.7 INDICAÇÃO

Fortificar o Yang enfraquecido; circular o Qi e o Xue; expelir o frio e a


umidade; aquecer o útero; induzir o fluxo homogêneo de Qi e Xue; caráter
preventivo.

"Quando a acupuntura é ineficaz, a moxa é apropriada". Esta passagem do


Ling Shu, refere-se ao uso da moxa no tratamento de afecções pelo frio em que o
uso da acupuntura, somente, é relativamente ineficaz.

5.8 CONTRA-INDICAÇÃO

1) Doenças febris, pulso rápido, ou nos casos de Yin vazio e de calor interno
(calor vazio), porque isso pode elevar o Fogo;

2) Síndromes de plenitude de calor;

3) Se o indivíduo estiver acabado de se alimentar ou bêbado;

4) Na região lombar e do baixo ventre, nas gestantes;

5) Moxas diretas no rosto e perto dos órgãos dos sentidos; nas regiões pilosas;

6) Moxas diretas sobre pontos em cicatrização ou “descarnados”; nas


articulações do punho e tornozelo;

7) Nas regiões próximas ao coração, ao redor dos olhos, no pescoço e na nuca,


sobre os órgãos sexuais e nas proximidades de um vaso sangüíneo de
grande calibre.

8) Em pacientes com déficit de sensibilidade térmica, como nas neuropatias


periféricas comuns em diabéticos e em pacientes com hanseníase.
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Há também alguns pontos que são proibidos para a moxabustão. Esta lista é
tirada do Atlas Gráfico de Acupuntura - Um Manual Ilustrado dos Pontos de
Acupuntura:
• P8
• IG19, IG20
• E1, E2, E8, E9, E17
• B1, B2
• VG25, VG27, VG28

5.9 INDICAÇÃO DE PONTOS PARA MOXA SEGUNDO MACIOCIA

IG1 - Moxa expele vento frio do meridiano, no tratamento da Síndrome da


Obstrução Dolorosa do ombro. Usar agulha quando se desejar exteriorizar vento
calor do pulmão, com dor de garganta.

E25 - Moxa direta tonifica e aquece o baço e os Intestinos (diarréia crônica


decorrente da Deficiência do Yang do Baço).

E35 - Expelir umidade e frio (não usar em Síndrome de Obstrução Quente-


Dolorosa).

E36 - Moxa como prevenção de ataques climáticos exteriores somente


aplicado neste ponto a cada 5 ou 7 dias por aproximadamente 10 minutos cada
sessão, técnica de moxa direta para fortalecer o Qi vertical. Não indicado para
pessoas com menos de 30 anos de idade.

BP1 - Moxa direta interrompe sangramento em qualquer parte do corpo e


particularmente no útero. Interrompe sangramento por meio de fortalecimento da
função do Baço em segurar o sangue. Ele pode, portanto, ser utilizado para
sangramento no nariz, estômago, bexiga ou intestinos.

ID11 - Síndrome de Obstrução Dolorosa do ombro e pescoço, quando estiver


dolorido deve ser palpado e sedado com agulha e aplicar moxa posteriormente.

ID13 - Tem a mesma indicação dos pontos ID9, ID10, ID11, ID12 Todavia,
tratar a Síndrome de Obstrução Dolorosa do ombro e pescoço; deve-se sedar
oponto com agulha depois aplicar moxa.

B13 - Moxar este ponto tonifica o Yang do Pulmão, eficaz para


Deficiência crônica do Yang do Pulmão, se combinado com B43 tonifica o Yin do
Pulmão.

B15 - Quando usado com agulha acalma a mente se for usado moxa
indireta apresenta bom efeito na estimulação do cérebro, sendo efetivo para
retardamento mental em crianças ou depressão nos adultos. Obs. Certificar-se
que não existeexcesso, na dúvida não moxar.

B17 - Moxa direta nutre o sangue, é portanto utilizado para Deficiência de


Sangue de qualquer sistema. Apresenta um efeito tonificante geral sobre todo o Qi e
Sangue do organismo, se utilizado com moxabustão direta. Para conseguir este
efeito B19 deve ser puncionado juntamente, outra combinação para tonificar o
Página 2929

sangue é combiná-lo com B18 e B20 com moxabustão direta. Obs. Este ponto não
deve ser moxado se houver calor no Sangue.

B18 - Moxar nos casos de deficiência do Fígado tal como Deficiência de


Sangue do Fígado. Moxa direta associar com B17. Obs. Contra indicado moxar
quando houver vento interior, neste caso usar método de sedação com agulha.

B20 - Moxar quando se deseja tonificar o Sangue, associando ao B23 que


também deve ser moxado. Pode ser moxado em toda patologia crônica em que o Qi
estiver depauperado.

B23 - O uso de moxa tonifica o Yang do Rim, agulha deve ser usada quando
se deseja tratar o Yin do Rim ou a essência. Caixa de moxa pode ser usada quando
houver lombalgia por Deficiência de Yang do Rim.

B37 - Moxa se houver dor neste ponto irradiando-se para a perna. Deve ser
suavemente aquecido com bastão de moxa.

B43 - Moxa, o nome deste ponto quando traduzido do chinês para o


português provavelmente será denominado espaço entre o coração e o diafragma (e
supõem que seja esta a localização de todas as patologias crônicas e quase
incuráveis). Daí o uso deste ponto em muitas patologias crônicas com grande
debilidade. Este ponto quando moxado tonifica o Qi do corpo inteiro, quando
agulhado tonifica a essência e trata a deficiência e trata a Deficiência de Yin do Rim,
nutre também o Yin do Pulmão quando uma patologia crônica acomete este órgão.
Usar moxa direta ou cones.

B40 - Moxa, usado como ponto local para dor nos casos de lombalgia
causada por frio.

F3 - Moxa, sedar com agulha e depois moxar quando for necessário expelir
frio do meridiano do Fígado, tratar edema genital e orquite nos homens ou secreção
vaginal crônica de coloração branca nas mulheres. Obs. Avaliar bem e ter certeza
que existe congelamento por frio.

F13 - Moxa alivia a estagnação alimentar, ponto de coleta frontal do Baço na


deficiência de Yang do Baço quando você necessita aquecê-lo.

VC4 - Moxa tonifica Qi e o Yang, qualquer padrão de deficiência do Qi


principalmente do Qi do Rim.

VC6 - Moxa tonifica o Qi e principalmente o Yang, exaustão física ou


mental extrema, depressão, moxa tonifica o Yang do Rim, calafrio, perda de
fezes, urina clara, incontinência urinária, depressão física e mental, falta força de
vontade.

VC8 - Usa-se moxa indireta com sal, fortalece o Yang do Baço, sendo útil na
diarréia causada por afundamento e Deficiência do Baço-Pâncreas.

VC12 - Moxa, frio vazio no Estômago e Baço, deve-se usar cones de moxa ou
usar bastão ou aplicar caixa de moxa.
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VG4 - É o ponto mais poderoso para tonificar o Yang do Rim e todo o Yang Qi
em geral. Obs. Só usar moxa se houver certeza absoluta de deficiência de Yang do
Rim, pois é um ponto que pode gerar muito calor, sendo preciso ter certeza de que a
deficiência está acompanhada de frio interior, pois uma pessoa pode sofrer de Yang
do Rim deficiente, mas apresentar em alguma parte do corpo, por exemplo, umidade
calor, isto agravaria se fosse usado moxa. Este ponto moxado é específico para
eliminar frio interior devido a deficiência do Yang do Rim. Ex. Baço diarréia crônica,
bexiga urina clara e profunda, incontinência, no IG manifestando-se como dor
abdominal ou no útero, dismenorreia ou infertilidade.

VG14 - Moxa tonifica o Yang, pode ser usado em qualquer Deficiência do


Yang. Tonificar o Yang do coração, este ponto faz encontro de todos os meridianos
Yang que transportam o Yang puro em ascendência para a cabeça, este ponto pode
também desobstruir a mente e estimular o cérebro.

VG20 - Usar moxa direta tonifica o Yang e fortalece a função ascendente do


Baço, sendo, portanto utilizando no prolapso dos órgãos internos, tais como
estômago, útero, bexiga, reto ou vagina. Obs. Não usar se houver sintomas de calor,
não moxar se a pessoa for hipertensa.
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CAPÍTULO VI

VENTOSAS (Ba Guan Zi)

São pequenos frascos com abertura redonda e lisa, utilizados para estimular
pontos ou áreas do corpo, com objetivo de puxar o sangue para o exterior e fazê-lo
circular, mediante sucção (pressão negativa).

6.2 HISTÓRICO

Autores não sabem exatamente qual povo foi o primeiro a utilizar a ventosa.
Têm-se informações de seu uso desde o antigo Egito.
Ela também é mencionada nos escritos de Hipócrates, e praticamente pelo
povo Grego no século IV a.C.. Foi provavelmente conhecida e utilizada também por
outras antigas nações.
O antigo instrumento utilizado para fazer ventosa era a cabaça, conhecida
naquela época como “Curubitula”, que em latim significa ventosa.
Nas regiões primitivas do mundo, a ventosa tem registros históricos que
datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas mais primitivas, era
utilizada pelos índios americanos que cortavam a parte superior do chifre dos
búfalos, cerca de duas e meia polegadas de comprimento, provocando o vácuo por
sucção oral na ponta do chifre, sendo em seguida tamponado.
Há quem diga que eram utilizadas na China antiga, também de chifres de
búfalos e tamponadas com cera.

6.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS

6.3.1 Na Medicina Tradicional Chinesa

Facilitar o fluxo de Qi e Xue nas estagnações.


Dispersar excessos. Com Sangria dispersa calor; estagnação de xue e
com agulha dispersa os excessos internos ou externos.

6.3.2 Na Medicina Ocidental

Melhorar o fluxo circulatório, levando células fagocitárias ao local, aumenta o


aporte de oxigênio, melhora o catabolismo.

6.4 TIPOS DE VENTOSA

• Vidro
• Barro
• Bambu
• Plástico
• Acrílico
• Chifres
Página 3232

6.5 TÉCNICAS COM VENTOSAS

A. Estática/Parada:
Estímulo (fraco [tonificante], moderado [tonificante] ou forte [sedante]) em
pontos específicos de acordo com cada patologia. O tamanho da ventosa
varia de acordo com a área a ser tratada. Podem ser aplicadas junto com
substâncias medicamentosas, como óleos ou pomadas.
Ex: Asma: ventosas no P1, VC6, B12 e B13
Diarréia: ventosas no E25, VC6 e E36
Dores Abdominais: Ventosas no VC6, VC4 e BP6.
- Tempo de Aplicação: em média 5 minutos ou até a região ficar violácea

B. Móvel/Deslizante:
Utilizam-se ventosas com as bordas lisas, para facilitar o deslizamento.
Aplicar na pele uma quantidade suficiente de óleo ou creme (uva, abacate,
gergelim), que facilite o deslizamento. Mover a ventosa até a região ficar
avermelhada ou violácea.

C. Associação da Ventosa com Sangria:


Após realizar a perfuração para provocar o sangramento, colocar a ventosa,
que com a sua pressão negativa, irá aumentar o sangramento.

D. Associação da Ventosa com Acupuntura:


Após se inserir a agulha, colocar a ventosa sobre a agulha. Indicada para
casos de Síndrome Bi.

E. Herbácea:
Utilizam-se ventosas com fitoterápico

6.6 CONSELHOS E PRECAUÇÕES

A. O paciente deve ser instalado confortavelmente, porque ele não pode mexer-
se.

B. Não se deve colocar a ventosa sobre zonas descamadas, queimaduras,


bolhas, regiões ósseas, vasos sangüíneos e locais onde já foram colocadas
outras ventosas, enquanto a congestão sangüínea não tiver sido reabsorvida.

C. A ventosa móvel deve ser deslocada lentamente.

D. Tomar cuidados para não queimar o paciente, quando utilizar a técnica de


pressão negativa por combustão.

E. Avaliar, nas técnicas de ventosa móvel, se há algum sinal de aspereza na


borda da ventosa.

F. Adequar o tamanho da ventosa à área a ser tratada.

G. Cuidado com o tamanho da agulha.


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H. Várias ventosas lado a lado levam à dor.

6.7 REGRAS DE TONIFICAÇÃO / DISPERSÃO

Em geral, as estimulações mais severas são mais dispersantes, e as mais


fracas são mais tonificantes.

6.7.1 Métodos de Tonificação

Utilização da Ventosa estática, com rápida retirada após sua colocação e


reaplicação diversas vezes, até que apareça uma leve vermelhidão.
Métodos Estáticos: fazer uma sucção mais suave.

6.7.2 Métodos de Dispersão

Utilização da Ventosa Móvel.


Utilização da Ventosa Estática, com uma sucção mais forte.

6.8 INDICAÇÕES

Contração / espasmo muscular, dor artrítica, gripes e resfriados, pressão alta


ou baixa, dor de cabeça, stress, lombalgias e todo o tipo de dor e incomodo
muscular.
Na Estética, a Ventosa é muito utilizada como na redução de celulite e
gordura localizada, através de ativação da circulação sanguínea e linfática,
reduzindo a retenção de líquidos no organismo feminino.

6.9 CONTRA-INDICAÇÕES

Hipertermias, espasmos, convulsões, ulcerações cutâneas, alergias cutâneas,


insuficiência cardíaca, tumores malignos, tuberculose pulmonar evolutiva, doenças
mentais, menstruações, doenças hemorrágicas, doenças infecciosas agudas, nos
idosos debilitados e sobre região abdominal e lombar das gestantes.
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CAPÍTULO VII

SANGRIA

Técnica que utiliza agulhas apropriadas, com o objetivo de promover


sangramento (de 7 a 10 gotas) em pontos ou áreas do corpo. É uma técnica
utilizada geralmente em casos de excesso, onde há estagnações de Qi ou Xue.

7.2 HISTÓRICO

Método praticado desde a idade da pedra com agulhas feitas de pedra


(bianshi). A agulha de pedra foi substituída posteriormente pela agulha feng e depois
pela agulha triangular ou de três faces.
Médicos antigos davam muita importância para o tratamento de perda de
consciência, coma, desmaio, frio nos quatros membros, insolação, intoxicação com
CO2, vômito etc.
Na Medicina Ocidental era usada para extirpar os humores (líquidos ruins).

7.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS

Drenar o calor patogênico, acalmar o Yang, eliminar dores (por excesso),


diminuir edema nos traumas, remover estagnações de Qi e Xue.

7.4 MATERIAL UTILIZADO

• Agulhas Triangulares, onde os três lados da ponta da agulha são afiados;


• Agulhas comuns de acupuntura
• Martelo de Sete Pontas (Pi Fu Zhen)
• Aparelho sangrador, tipo caneta com lancetas descartáveis.

7.5 TÉCNICAS DE SANGRIA

A. Dian Ci (Agulha Rápida): Sangria em um único ponto.


Ex: - Sangria no B40 para dor lombar.
- Sangria no P11 para inflamações na garganta.

B. San Ci (Agulhamento Dispersivo): Sangria em uma área que circunscreva a


parte afetada.
Ex: Nas alterações cutâneas como dermatoses ou úlceras cutâneas.

C. Tiao Ci (Agulhamento por arranhão).

D. Cong Ci (Agulhamento Agrupado): Fazer várias agulhadas rápidas e próximas


a uma área restrita e deixar sangrar.

E. Associado a ventosas: Processo de estagnação profundo.


Página 3535

7.6 INDICAÇÕES

Síndrome de excesso (shi): Inflamações, dermatites, torções, febre alta,


amigdalite, cefaléia (excesso), conjuntivite, parestesia de extremidades, coma, crise
hipertensiva, hematomas provocados por traumas, pruridos.

7.6.1 Exemplos de Pontos Utilizados na Sangria

A. P10: Inflamações na garganta ou febre.

B. B40: Para dores lombares e na panturrilha.

C. IG 1 E P11: Febre alta.

D. TA 1: Ponto distal para limpar o meridiano no tratamento da articulação do


ombro dolorido e rígido.

E. Taiyang: Para cefaléia temporal ou olhos vermelhos e doloridos.

F. Shixuan: Conjunto de 10 (dez) pontos extras na polpa digital. Reanima a


consciência e dispersa o calor. Usado no choque, desmaios, convulsão,
insolação, febre alta.

G. Sifeng: Conjunto de 4 (quatro) pontos extras na face palmar do 2º ao 5º dedo


na primeira articulação interfalangiana. Facilita o fluxo de Qi e Xue e desfaz
estagnação de alimento. Usado nas dores locais e verminose em crianças.

H. Ápice da orelha – Usado para febre, inflamação, hipertensão.

7.7 CONTRA-INDICAÇÕES

Síndromes de deficiência de Xue, hipotensão, anemia, constituição debilitada,


gestantes, doenças hemorrágicas, tumores vasculares, fome e sede, pacientes
alcoolizados e que utilizam medicamentos anticoagulantes.

7.8 CUIDADOS

Luvas, assepsia local, local sem feridas, algodão descartado em saco branco
específico, esclarecimento ao paciente, esterilização.
Página 3636

CAPÍTULO VIII

ACUPUNTURA CUTÂNEA

Estímulo superficial (epiderme) com agulha de pequeno calibre, sem perfurar


profundamente os tecidos subcutâneos. Estimula áreas cutâneas relacionadas ao
Zang - Fu acometido.

8.2 AÇÃO FISIOLÓGICA

“Cada um dos doze canais de energia principais está relacionado a uma


região cutânea. Por isso as cem doenças surgem primeiro na pele e nos poros.” SU
WEN, Cap. 56.
Os canais relacionam-se aos órgãos. Estimular a região cutânea é estimular o
canal e o Zang – Fu.

Regularizar a circulação de Qi e Xue no local (área ou canal).

8.3 MATERIAL UTILIZADO

• Técnica de Escova
• Técnica de Raspagem (Gua Sha)
• Rolete (Gun Ci Tong) ou Rolinho
• Acupuntura por Pressão

8.4 OBJETIVO

Trabalho superficial com efeito em tendineo muscular ou superficial.


A técnica de característica tonificante consiste em produzir uma leve
vermelhidão, através de estímulos mais suaves.
A técnica de dispersão consiste em gerar uma vermelhidão maior. Os
estímulos deverão ser mais fortes.

8.5 INDICAÇÕES

Dermatites, parestesias, vitiligo, paralisia facial, cefaléia, dismenorréia,


desordens gastro-intestinais, artralgias, etc.

8.6 CONTRA-INDICAÇÕES

Áreas com ulcerações, traumatismos, doenças infecciosas agudas, desordens


abdominais agudas.

8.7 CUIDADOS

Assepsia e esterilização.
Página 3737

CAPÍTULO IX

RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Princípio de tratamento que deve ser estabelecido para adotar o método que
deverá ser utilizado primeiro, ou seja, a raiz e manifestações clínicas da patologia.

RAIZ=BEN MANIFESTAÇÃO=BIAO

São como a raiz, caule e folhas de uma árvore. Um não pode existir sem o
outro. Como a relação YIN /YANG.

9.2 SIGNIFICADOS DIFERENTES SOBRE RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Podemos entender RAIZ e MANIFESTAÇÂO de diferentes formas:

A. A condição do Qi (RAIZ) e do Fator patogênico (MANIFESTAÇÃO): Ex:


Deficiência de Qi levando a resfriados freqüentes.

B. Etiologia (RAIZ) e sintomas clínicos( MANIFESTAÇÃO): Interpretação mais


usada na prática.
Ex: Deficiência de YIN do Rim levando a sudorese noturna e boca seca.

C. Início da patologia (RAIZ) e condição posterior (MANIFESTAÇÃO):


Ex: Deficiência de YIN do Rim, levando a deficiência do YIN do Coração.

D. Patologia crônica (RAIZ) e patologias agudas (MANIFESTAÇÃO):


Ex: Deficiência do QI do Baço, levando a retenção de mucosidade no Pulmão
com dificuldade respiratória.

9.3 PARA TRATAR É PRECISO CONHECER A RAIZ

Podem haver várias manifestações e muitas vezes contraditórias, como frio e


calor ou excesso e deficiência. Se conhecermos a RAIZ tratamos todos os sintomas
através do tratamento adequado a RAIZ.
Ex: Um quadro de mãos quentes e pés frios podem ter como RAIZ a
Estagnação do Qi, levando a dissociação alto-baixo. O tratamento deve ser
promover a circulação harmoniosa do Qi e não aquecer o baixo e resfriar o alto.

Se não conhecemos e tratamos a RAIZ, as MANIFESTAÇÕES continuarão


aparecendo. O tratamento será apenas sintomático. Se quisermos acabar com a
árvore, não adianta somente podar os galhos, é preciso acabar com a raiz.
Ex: Um quadro de Deficiência do QI do Baço pode ter como sintomas:
plenitude abdominal, tendência à diarréia. Se usarmos pontos só para diarréia (como
E25- alarme do IG) e plenitude (como VC12) e não tonificarmos o Baço, o
quadropode ter melhora temporária e logo retornar.

Conhecendo a Raiz podemos entender e prevenir MANIFESTAÇÕES futuras:


Ex: Um quadro de lombalgia, mãos quentes, sudorese noturna e irritabilidade.
Vemos aqui sinais de Deficiência do YIN do Rim e um sintoma de acometimento de
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Fígado. Se não tratarmos a RAIZ - Def de YIN do Rim, este não conterá o YANG
do Fígado e o quadro se agravará, podendo chegar ao acometimento do
Coração também (Água não segura o Fogo), levando a sintomas como palpitação e
insônia. O quadro de Deficiência do YIN do Rim tenderá então a gravar-se pela
geração de calor e consumo do YIN.

9.4 COMO E QUANDO TRATAR RAIZ E MANIFESTAÇÃO

Três possibilidades: Tratar somente a raiz; Tratar raiz e manifestação; Tratar


primeiro a manifestação e depois raiz.

9.4.1 Tratar Somente a Raiz

Quando entendemos a raiz como a causa da doença e os sintomas não são


numerosos e contraditórios.

Ex: * Diarréia causada por Deficiência de Qi do Baço. Tratando a Deficiência


de Qi o sintoma – diarréia – desaparecerá.
* Obstrução nasal, dor de cabeça causada por invasão de vento frio, sem
outros padrões internos. Basta expulsar o fator patogênico.

9.4.2 Tratar Raiz e Manifestação

Quando a manifestação é muito desconfortável ou torna-se grave podemos


agravar o quadro do paciente.

Ex: * Diarréia profunda por Afundamento do Qi do Baço. Tratar com


terapêutica própria a diarréia e o padrão. A diarréia leva a perda de líquidos e
conseqüentemente de Qi, agravando o quadro.
* Baço deficiente levando a acúmulo de umidade. Tratar a eliminação da
umidade e a tonificação do Baço. A umidade acumulada agride mais o Baço. Aqui
usaremos técnicas de tonificação e de sedação ao mesmo tempo.

9.4.3 Tratar Primeiro a Manifestação e Depois a Raiz

Quando a manifestação é grave e urgente.

Ex: Retenção de umidade no Pulmão causado por Deficiência do Yang do


Baço, levando a dificuldade respiratória. Antes tratamos a umidade, depois
tonificamos o Baço.

9.5 RAÍZES E MANIFESTAÇÕES MÚLTIPLAS

O mais comum na prática clínica.


Pode ser:

A. Mais de uma raiz, cada uma originando manifestações distintas:


Ao longo da vida, por causas distintas, adquire-se diferentes padrões, que
podem manifestar-se de formas isoladas ou em conjunto, podendo ainda um
agravar o outro. Tratam-se as diferentes raízes.
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Ex: * Erro alimentar (RAIZ 1) levando a Deficiência do Qi do Baço e acúmulo


de fleuma (MANIFESTAÇÕES 1). Associado a um quadro de repressão emocional
(RAIZ 2) levando a estagnação do Qi do Fígado e dores pelo corpo
(MANIFESTAÇÕES 2).
O acúmulo fleuma pode predispor a estagnação de Qi.
A estagnação de Qi do Fígado pode afetar o Baço e levar ao acúmulo de
fleuma.

B. Uma raiz originando com manifestações distintas:


Uma só causa, ou um só padrão pode originar vários sintomas ou vários
padrões. Trata-se a única raiz.

Ex: * Deficiência do Qi do Baço levando a dificuldade digestiva, retenção de


líquido, com edema e fluxo menstrual escasso e com escape de sangue “em borra
de café” antes da menstruação.
RAIZ= Def. de Qi do Baço.
MANIFESTAÇÕES= Dificuldade digestiva (Baço não transforma e
transportaos alimentos); edema (Baço não transforma e transporta os líquidos);
fluxo menstrual escasso (Baço não forma sangue); escape em “borra de café”
(Baço não segura o sangue nos vasos).

C. Raiz coincide com a manifestação:


Causadas por trauma físico externo. Tratando-se uma, trata-se a outra,
diretamente.

Ex: * “Pancada” no joelho, levando a Estagnação de Qi e Sangue no local, o


que causa dor. Aqui estagnação e dor são praticamente a mesma coisa. Resolvendo
a estagnação, resolve-se a dor. A dor só existe pela estagnação.
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CAPÍTULO X

PRINCÍPIOS DE COMBINAÇÃO DE PONTOS

EQUILIBRIO DE PONTOS

Os pontos de Acupuntura devem ser combinados harmoniosamente de


acordo com sua ação dentro do sistema de meridianos

10.2 SUPERIOR E INFERIOR

EXEMPLOS:
• IG4 (Hegu) com F3 (Taichong): Essa combinação elimina o vento da cabeça e
apresenta um efeito calmante poderoso.

• CS6 (Neiguan) com E36 (Zusanli): CS6 harmoniza as partes superior e média
do Estômago, dominando a rebelião do QI. O E36 tonifica o QI do Estômago
(WEI) e do BP (PI).
Esta combinação proporciona uma tonificação equilibrada do Estômago (WEI)
e do Baço (PI), podendo ser utilizada em muitos casos de alteração do epigástrio.

Revisando os pontos:

CS6 → Afeta o Estômago (WEI), particularmente suas partes superior e


média, sendo o ponto de escolha para tratar náusea e o vômito. Pode ser utilizado
na maioria dos padrões do Estômago (WEI) caracterizados por dor epigástrica,
regurgitação ácida, solução e eructação.

• TA6 (Zhigou) com VB31 (Fengshi): Estes dois pontos eliminam o vento calor
do sangue (XUE) e podem ser utilizados para tratar a herpes zóster ou
qualquer alteração de pele, que se manifeste com erupção acompanhada de
prurido e de cor vermelha, que muda de posição rapidamente.

Revisando os pontos:

TA6 → Elimina calor e expele vento, expele o vento - calor do sangue (xue)
afetando a pele.
VB31 → Importante no tratamento das patologias dermatológicas decorrente
do vento - calor movimentando-se no sangue (xue).

EM ALGUNS CASOS PODE-SE SELECIONAR UMA PRESCRIÇÃO DE PONTOS


EM “DESARMONIA” PARA SE OBTER UM EFEITO ESPECÍFICO.

Ex: Desequilíbrio de QI entre parte superior e inferior do corpo com rubor


facial, hipertensão, tontura, ansiedade e insônia causada pela deficiência do YIN do
Rim (SHEN), chamada deficiência descendente e a combustão ascendente do
Fogo do Fígado (GAN), chamada excesso ascendente.
Pode-se selecionar a punção somente do R1 (yongquan) para levar o
excesso de QI da parte superior para baixo.
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Revisando o ponto:

R1 → Tonifica o Yin, elimina o calor vazio, domina o vento, domina o calor


vazio, acalma a mente, restaura a consciência, limpa o cérebro. Localizado na
sola do pé, apresenta uma ação forte de submersão, ou seja, elimina os fatores
patogênicos (tais como vento ou calor vazio) da cabeça e diminui a rebelião do
QI ascendente, particularmente do yang ou vento do Fígado (GAN).

* Mulher sofre de prolapso uterino causado pela submersão do QI do Baço


(PI), pode-se utilizar o ponto sobre a parte superior do corpo para levar o QI para
cima, por exemplo, moxabustão sobre o VG20 (Baihui).

Revisando o ponto:

VG20 → Ponto de encontro dos meridiano Yang. Quando utilizado com moxa
indireta tonifica o Yang e fortalece a função ascendente do Baço (PI), sendo,
portanto utilizado no prolapso dos órgãos internos, tais como Estômago, Útero,
Bexiga, Ânus e Vagina.
Contra indicado moxar este ponto quando houver sinais de calor e
hipertensão arterial. Máximo = Tai

Nestes casos a dinâmica dos meridianos foi usada para levar o QI para parte
superior ou inferior do corpo.
Outra forma de combinação alta - baixa é através dos níveis energéticos e
das correspondências anatômicas:

10.2.1 Combinação Alto - Baixo Pelos 06 Níveis

06 níveis combinando os meridianos Yang de mão e pé e os meridianos Yin


de mão e pé. Como se cada dupla fosse um único canal.

MAISSUPERFICIAL

PERNA NÍVEL BRAÇO


BEXIGA Tai Yang = Yang Máximo INTESTINO DELGADO
VESÍCILA BILIAR Shao Yang = Yang Menor TRIPLO AQUECEDOR
ESTÔMAGO Yang Ming = Yang Brilhante INTESTINO GROSSO
BAÇO Tai Yin = Yin Máximo PULMÃO
FIGADO Jue Yin = Yin Terminal CIRC. SEXUALIDADE
RIM Shao Yin = Yin Menor CORAÇÃO

MAISPROFUNDO
EXEMPLOS:
• B60 + ID3 para tratar rigidez no dorso.
• VB34 + TA6 para tratar laterais do corpo, cabeça e pescoço.
• E40 + IG4 para tratar problemas de face anterior de pernas, tórax e face.
• C6 + R6 para tratar sudorese noturna.
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10.2.2 Combinação por Correspondência Anatômica

Há correspondência anatômica entre a cintura escapular e cintura pélvica,


cotovelo e joelho e punho e tornozelo. Podemos tratar área correspondente quando
a área afetada não pode receber agulha (ex. imobilização) ou para potencializar
efeito terapêutico.

EXEMPLOS:

• Distensão aguda do punho, selecionar o meridiano do pé relacionado.


Se a lesão é a nível de TA4, pode-se escolher VB40.
• Dor no punho, P7 ponto local punho e BP5 no tornozelo.
• Dor no cotovelo IG11 e o ponto no joelho correspondente E36.
Nestes exemplos além da combinação de pontos por correspondência
anatômica, observamos também a correspondência por níveis energéticos (visto
acima).

REGIÃO PONTOS LOCAIS PONTOS CORRESPONDENTES

Ombro IG15, TA14, ID10 VB30, B36, E31

Cotovelo IG11, TA10, ID8 E35(E36), VB33 (VB34), B40

Punho IG5, TA4, ID5 E41, VB40, B60

Quadril VB30, B36, E31 IG15, TA14, ID10

Joelho E35, VB33, B40 IG11, TA10, ID8

Tornozelo E41, VB40, B60 IG5, TA4, ID5

10.3 PONTOS DISTAIS E LOCAIS

Pontos locais - Método que utiliza pontos da região afetada. Ex: dor no
cotovelo, usar pontos do cotovelo;
Pontos distais - Método que utiliza pontos em regiões distantes da área a ser
tratada. Ex: dor no ombro, utilizar o E38;

Em alteração do meridiano o uso de pontos distais às vezes é suficiente.


Os pontos distais desempenham importante função na eliminação das
obstruções dos meridianos. Estas obstruções podem ter como causa frio, umidade
ou vento exterior ou somente estagnação de QI, sangue (XUE), nos casos de
trauma.

Ex: IG4 e E44 apresentam um efeito sobre a face e os dentes e ambos


podem ser utilizados para eliminar o calor do meridiano do Estômago (wei) afetando
a face, como por exemplo, nos casos de sinusite e inflamações de dentes e
gengivas.
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Revisando o ponto:
IG4 → Patologia da boca, nariz e olhos, como úlcera bucal, dor de dente,
neuralgia do trigêmeo, paralisia facial.

E44 → Sangramento gengival e qualquer alteração do Estômago relacionado


com o calor, dor na mandíbula inferior.

Enxaqueca temporal pode ser tratada com TA5 e VB43, que afetam esta área
e podem ser utilizados como pontos distais.

Revisando o ponto:
TA5 → Domina indiretamente o Yang do Fígado (GAN) devido a conexão do
Triplo Aquecedor (Sanjiao) com a vesícula Biliar (DAN), sendo utilizado como ponto
distal para enxaqueca temporal decorrente do aumento Yang do Fígado.
VB43 → Domina o Yang do Fígado sendo efetivo no tratamento de
cefaléias temporais decorrente do aumento do Yang do Fígado (GAN).

Em casos agudos o ponto distal é utilizado primeiro com método de sedação,


para eliminar a obstrução pelos fatores patogênicos e abrir o meridiano para torná-lo
apto ao uso dos pontos locais.

EXEMPLOS:
• Distensão aguda no dorso sobre linha média, logo acima do sacro. Sedar
VG26 enquanto paciente inclina-se levemente para frente e para trás. Auxilia
na eliminação da obstrução no meridiano. Depois o paciente é tratado a nível
local com agulhas e ventosas.

• Dor aguda na articulação do ombro afetando o meridiano do Intestino Grosso.


Pode-se sedar intensamente o E38, enquanto o paciente move e gira o braço
levemente.
Após a manipulação do ponto distal os pontos locais são utilizados.
Alterações sistemas internos usar pontos distais combinados com pontos
locais, não é recomendado tratar os sistemas internos sem a utilização dos pontos
distais.

F3 - tratar patologias do Fígado (GAN).

E36 - tratar patologias do Estômago.

Usar pontos locais de preferência em condições crônicas.


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TABELA DE PONTOS LOCAIS E PONTOS DISTAIS

REGIÃO PONTOS LOCAIS PONTOS DISTAIS


Olhos VG23, B1, E1 ID6, VB37, IG4, F2
Boca e Dentes E4, E6, E7 IG4, E44
Ouvido TA17, TA21, ID19, VB2 TA3, TA5
Garganta VC22, VC23 P11, R6, IG4
Tórax VC17, B13 P5, P7, CS6
Ombro IG15, TA14 E38
Região Hipocondrial e Costal B18, F14, VB27 TA6, VB34
Abdômen Superior VC12 CS6, E36
Abdômen Inferior VC4, E25 BP1, BP6, B67
Região Lombar B23, B25, HUATUO B40, VG26, ID6
Reto VC1, B30 B57, VG20
Órgãos Genitais VC2, VC3, VC4 BP6
Membro Superior IG4, IG11, IG15 HUATUO JIAJI
Membro Inferior VB30, VB34, B40 HUATUO JIAJI
Vértex da Cabeça VG20, VG23, SISHENCONG F3
Têmpora TAE YANG, VB8 TA3, TA5, VB41, VB43
Testa YIN TANG, VB14 IG4, E44
Nuca VB20, B10 ID3, P7, B65

10.4 ESQUERDA E DIREITA

Indicados para pacientes tratados pela primeira vez, nervosos, pacientes com
deficiência severa de QI e de Sangue (XUE), idosos.
O ideal é puncioná-los em terminações opostas, ou seja, um braço e outro na
perna, o efeito é particularmente dinâmico.

EXEMPLOS:
• CS6 com F3: F3 elimina estagnação do Qi ou do Sangue (XUE) do Fígado
(GAN) e o CS 6 move o Sangue (XUE) acalmando a mente. Combinação
também pelos 06 níveis.

• CS6 com E40: CS6 harmoniza o Estômago (WEI) e E40 acalma o Estômago
nos padrões de excesso.
Esta combinação também é indicada para hematoma agudo no tórax.
CS6 abre o tórax, regulariza o QI do Coração (XIN) e do sangue (XUE). E40
abre e relaxa o tórax quando este está dolorido ou quando existe contusão torácica
ou lesão em costela.

A punção unilateral é particularmente efetiva quando se usa meridianos de


mesma polaridade, sendo um braço e outro na perna.
Quando usar vários pontos de um lado para tratar um problema específico
daquele lado, pode-se colocar alguns pontos do lado oposto de acordo com o
padrão do paciente para balancear o tratamento.
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Ex: Dor no ombro - IG15, IG11, IG4 de um lado e E36 do outro lado no caso
de deficiência do Baço (Pi) ou F3 no caso de estagnação do Qi Fígado (Gan).
Usar pontos de passagem (ou Lo ou Conexão), se existe deficiência no
meridiano do IG manifestando-se numa condição de vazio com dor surda e leve
desgaste dos músculos, poderemos utilizar P7 no lado saudável. O objetivo é levar o
Qi do lado saudável para o lado afetado.

10.5 YIN E YANG

O ideal é tonificarmos pontos que tonifiquem o Yin e pontos que tonifiquem o


Yang equilibradamente.
O uso excessivo de pontos Yang pode tornar a pessoa inquieta ou nervosa,
enquanto o uso intenso dos pontos yin pode tornar uma pessoa cansada.

Ex: patologia do ombro direito usamos IG15, IG11, IG4 (yang) do lado direito,
podemos então usar F3 (Yin) do lado oposto.

10.6 FRONTAL E POSTERIOR

Os pontos frontais (Alarme ou Mo) são mais indicados para caso agudo e os
pontos posteriores (Assentimento ou Shu) são mais indicados para os casos
crônicos. Todavia esta não é uma regra geral.
Nos casos crônicos quase sempre se trata os pontos posteriores e frontais.
Se o tratamento é espaçoso deve-se tratar frontal e posterior.
Ex. Tratar problemas no fígado, F14 (alarme do fígado) e B18 (back shu do
fígado).

10.7 PONTOS DE INFLUÊNCIA OU REUNIÃO OU MESTRE

Pontos que exercem influência específica sobre alguns tecidos.


São oito no total.

PONTOS TECIDOS DE INFLUÊNCIA


F13 Funções Zang
VC12 Funções Fu
VC17 Qi
B17 Xue (diafragma)
VB34 Tendões
VB39 Medula
B11 Ossos
P9 Vasos

10.8 PONTOS JANELA DO CÉU

Utilizados para tratamentos de distúrbios psicológicos.


Utilizados também em casos onde o Qi estaria tendo dificuldade em ascender
para a cabeça.
Representariam a abertura do Qi à cabeça, como uma janela se abrindo para
o Céu.
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São no total de 10 pontos, geralmente localizados no pescoço: P3, IG18, CS1,


TA16, ID16, ID17, E9, B10, VC2, VG16, VB20

10.9 PONTOS REUNIÃO DOS MERIDIANOS YIN E YANG DOS MEMBROS

CS5: reunião dos meridianos Yin do membro superior.


TA8: reunião dos meridianos Yang do membro superior.
BP6: reunião dos meridianos Yin do membro inferior.
VB39: reunião dos meridianos Yang do membro inferior.

10.10 MODIFICAÇÕES DE COMBINAÇÕES DURANTE O TRATAMENTO

É possível utilizar a mesma combinação por algumas sessões, no entanto há


casos em que deve ser mudada. Como:

10.10.1 Patologias de Canal que Não Melhoram, Nem Aliviam

Rever se o canal a ser tratado foi corretamente avaliado. Comum confundir


IG, Ta e ID, por exemplo. Rever técnica terapêutica.

10.10.2 Doença Interna que Não Melhora

Avaliar pulso. Se o paciente não refere melhora, mas o pulso mudou deve-se
manter a conduta básica e mudar parcialmente a combinação de forma a avaliar seu
sintoma. Deve-se perguntar também sobre sintomas periféricos, como sono, hábitos
intestinais, etc. Se o paciente não melhora e o pulso não mudou, rever diagnóstico e
combinação de pontos.

10.10.3 O Paciente Tem Melhora Limitada

Freqüentemente uma combinação dá resultados parciais ou por certo número


de sessões, depois o paciente não melhora mais ou piora. Deve-se buscar algum
novo fator na história, como, dieta, medicação ou problema emocional. Se não
existir, deve-se mudar a combinação e rever o diagnóstico. Pode ser uma patologia
mais profunda e a melhora ocorreu por aliviar a estagnação apenas, por exemplo.

10.10.4 Alguns Sintomas Melhoram, Outros Não

Avaliar se os sintomas têm raízes comuns ou diferentes e avaliar se todas


estão sendo tratadas. Por exemplo: Cefaléia associada a cólica menstrual. A cólica
melhora, mas a cefaléia não. A cólica pode ser por estagnação do QI do Fígado
(Gan) e a cefaléia por Deficiência de Sangue (Xue).

10.10.5 Paciente Desenvolve Novo Padrão Durante o Tratamento

Ex: Exposição a fator climático ou mudança de estilo de vida (excesso de


trabalho) levando a consumo de essência ou estagnação de Qi. Neste caso o
diagnóstico inicial estava correto, mas realmente mudou. É preciso mudar a conduta.
Acontece com pacientes que ficam em tratamento por longos períodos.
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REFERÊNCIAS

AUTEROCHE, B. AUTEROCHE, M. Guia Prático de Acupuntura e Moxibustão.


São Paulo: Andrei, 1996.

CARVALHO, G.E.F. Acupuntura e Fitoterapia Chinesa Clássica. Rio de Janeiro:


Taba Cultural, 2002.

CHIRALI, ILOKAY Z. Ventosaterapia: Medicina Tradicional Chinesa. São Paulo:


Roca, 2001.

INADA, TETSUO. Técnicas Simples que Complementam a Acupuntura e


Moxabustão. São Paulo: Roca, 2003.

LIANG, Qiu Mao. Acupuntura Chinesa e Moxibustão. São Paulo: Roca, 2001.

MORANT, G. Soulie de. Acupuntura. Buenos Aires, Ed. Medica Panamericana,


1990.

Shanghai College of Traditional Medicine. Acupunture, A Comprehensive Text.


Traduzido para o inglês por John O`Connor e Dan Bensky. Seatle, Eastland Press,
1992. Traduzido para o protuguês com o título Acupuntura: Um texto
compreensível. São Paulo: Roca, 1996.

XINNONG, Chen. Acupuntura e Moxibustão Chinesa. São Paulo: Roca, 1999.

JUN, Zhang; JING, Zheng. Fundamentos de acupuntura y moxibustion de china.


China: Ediciones en lenguas extranjeras, 1984.

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