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Curso de Biomedicina

1ª / 8ª série

Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti

2021
SUMÁRIO

I. Introdução................................................................................................................................... 1
II. Coleta de materiais biológicos para exames laboratoriais.......................................................... 6
III. Finalidades do sangue................................................................................................................. 8
IV. Composição do sangue................................................................................................................ 8
1. Obtenção de derivados sanguíneos................................................................................................ 9
V. Anticoagulantes........................................................................................................................... 12
1. Mecanismo da coagulação “in vitro”........................................................................................... 14
VI. Coleta de sangue......................................................................................................................... 15
1. Procedimentos para venopunção.................................................................................................... 15
2. Punção arterial................................................................................................................................ 17
3. Procedimentos para punção cutânea.............................................................................................. 21
4. Procedimentos frente á dificuldade de visualização das veias....................................................... 23
5. Erros na coleta de sangue............................................................................................................... 23
6. Cuidados......................................................................................................................................... 24
7. Observações que devem ser feitas antes da coleta......................................................................... 25
8. Complicações decorrentes das punções......................................................................................... 27
XI. Coleta de sangue a vácuo............................................................................................................ 28
1. Técnica para coleta de sangue a vácuo........................................................................................... 30
2. Sequência de tubos a vácuo na coleta de sangue venoso............................................................... 32
3. Esquemas para localização das veias do braço, antebraço e dorso da mão................................... 35
4. Problemas específicos na coleta de sangue.................................................................................... 37
XII. Confecção da extensão de sangue............................................................................................... 40
XIII. Coleta de urina............................................................................................................................ 42
1. Urina rotina (Tipo I)....................................................................................................................... 42
2. Urocultura...................................................................................................................................... 42
3. Ao acaso (Aleatória)...................................................................................................................... 43
4. Cateterização uretral....................................................................................................................... 43
5. Aspiração suprapúbica................................................................................................................... 44
6. Urina para pesquisa ou cultura de BAAR (BK)............................................................................. 44
7. Coleta de 24 horas.......................................................................................................................... 44
8. Clearence de creatinina / Glicosúria fracionada............................................................................. 45
9. Preservação / Alterações que ocorrem na urina............................................................................. 46
10. Tipos de conservantes.................................................................................................................... 47
XIV. Coleta de fezes.......................................................................................................................... 48
1. Estudo das funções digestivas........................................................................................................ 48
2. Exame para Rotavírus e Adenovírus.............................................................................................. 49
3. Gordura fecal.................................................................................................................................. 49
4. Pesquisa de Sangue oculto............................................................................................................. 49
5. Parasitológico de fezes................................................................................................................... 49
6. Coprocultura................................................................................................................................... 50

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XV. Coleta do líquido cefalorraquidiano......................................................................................... 51
XVI. Coleta de líquido seminal......................................................................................................... 53
XVII. Testes de coagulação................................................................................................................ 54
1. Prova de fragilidade (Prova do laço)............................................................................................. 54
2. Tempo de Sangramento (TS)......................................................................................................... 54
3. Tempo de Coagulação (TC).......................................................................................................... 55
XVIII. Coleta de espécimes para o diagnóstico de doenças infecciosas.......................................... 56
1. Secreções de mucosa ocular........................................................................................................... 56
2. Secreção de ouvido........................................................................................................................ 57
3. Secreção de orofaringe................................................................................................................... 58
4. Secreção de nasofaringe................................................................................................................. 59
5. Secreções do trato inferior............................................................................................................. 59
6. Exsudatos purulentos, feridas e abscessos..................................................................................... 59
7. Linfa............................................................................................................................................... 60
8. Hemocultura................................................................................................................................... 60
9. Amostra aparelho genital masculino.............................................................................................. 62
10. Amostra aparelho genital feminino............................................................................................... 64
11. Coleta de material para pesquisa de Treponema pallidum e Haemophilus ducrey........................ 68
XIX. Coleta de exames micológicos................................................................................................. 71
1. Amostras de couro cabeludo e pêlos.............................................................................................. 72
2. Amostras de lesões de pele, crostas e escamas.............................................................................. 72
3. Amostras de raspados, cortes e fragmentos de unha...................................................................... 72
4. Amostras de pus de fístulas............................................................................................................ 73
5. Amostras de micoses da córnea e conjuntiva................................................................................. 73
XX. Reações à tuberculina (PPD)....................................................................................................... 74
XXI. Teste oral de tolerância à glicose (GTT)..................................................................................... 75
XXII. Curva glicêmica prolongada..................................................................................................... 75
XXIII. Glicose pós-prandial................................................................................................................. 75
XXIV. Tabela de exames laboratoriais................................................................................................ 76
XXV. Referências............................................................................................................................... 94

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INTRODUÇÃO

A necessidade de confiança nos resultados liberados por laboratórios de análises clínicas


tem sido considerada uma prioridade, pois os dados produzidos em medicina laboratorial têm uma
grande influência na tomada de decisão dos clínicos e no diagnóstico dos pacientes (Mccay, et al
2009; Sonntag, 2009). Estima-se que aproximadamente 70% de todos os diagnósticos são feitos com
base nos testes laboratoriais (Plebani, 2004) e que os resultados desses testes são responsáveis por
afetar entre 60 a 70% das decisões sobre prevenção, alta hospitalar, diagnóstico, tratamento e
monitoramento de doenças (Jordan et al., 2015).
Dada sua importância, os serviços laboratoriais devem ser acurados e precisos, de forma a
refletir fidedignamente a situação clínica do paciente. Para que o laboratório clínico possa contribuir
de maneira adequada para este propósito, é indispensável que todas as fases do atendimento ao
paciente sejam desenvolvidas seguindo os mais elevados princípios de correção técnica, considerando
a existência e a importância de diversas variáveis que podem interferir, significativamente, a
qualidade final do trabalho (Berlitz, 2010).
Para alcançar as metas de redução dos erros e aumentar a segurança nos processos
analíticos, faz-se necessário implantar atividades que visam à formação, educação e cultura de todos
os profissionais envolvidos nos processos de obtenção, manipulação e processamento das amostras
biológicas (Guimarães, et al 2011).
Esses fatos exigem que os serviços de medicina laboratorial assumam a responsabilidade
por todo o ciclo dos testes laboratoriais e busquem ferramentas que auxiliem na redução de erros
(Plebani, 2006). Um programa de gestão da qualidade é o caminho mais eficaz para a melhoria dos
processos dentro do laboratório através de uma gestão de riscos e na busca da melhoria continua nos
processos laboratoriais (Lippi, Guidi, 2007).
Os testes realizados em um laboratório de análises clínicas passam por uma série de fases
(DA Rin G, 2009; Lundberg GD,1981). A fase pré-analítica se inicia com a solicitação da análise,
passando pela obtenção de informações relevantes dos pacientes, coleta, identificação,
armazenamento, transporte e recebimento das amostras biológicas. Além disso, devem-se observar os
critérios de aceitação e rejeição dessas amostras, e o laboratório deve ter um sistema de
rastreabilidade eficiente destas informações (Lundberg GD,1981; Brasil, 2005). A fase analítica
compreende o conjunto de operações utilizados na realização das análises laboratoriais por um
determinado método. E, finalmente, ocorre a fase pós-analítica, que se inicia após a obtenção de

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resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, ou seja, refere-se ao período de
atividades destinadas à composição, transferência, conferência de dados e expedição dos resultados
dos exames, o qual será interpretado pelo médico solicitante para posterior tomada de conduta frente
ao paciente (Brasil, 2005).
A fase pré-analítica, vem sendo apontada por diferentes estudos, como a grande responsável
pelos erros laboratoriais. A principal razão para a alta frequência de erros nesta fase do processo está
na dificuldade de controlar as variáveis pré-analíticas e em realizar melhoria nos processos, pois
diversas variáveis encontram-se no preparo do paciente, no momento da coleta e identificação de
amostras biológicas. Esta fase é mais suscetível a erros devido ser uma fase onde a maioria dos
processos não é automatizada, envolvendo atividades manuais (Weber C, 2012).
Vários fatores estão envolvidos nos erros durante a coleta das amostras de sangue; dentre eles
podemos citar: variação circadiana, variação física, identificação do paciente, uso do torniquete, postura
do paciente, escolha do local de punção, antissepsia do local, tubos de coleta à vácuo, homogeneização,
aditivos, hemólise, coleta da amostra por meio de cateteres, coleta arterial, coleta de sangue capilar
(punção cutânea), armazenamento da amostra e transporte da amostra. Para evitar esses problemas, é
preciso se cercar de procedimentos e controles bem definidos, que visem a aumentar a segurança e a
confiabilidade dessa fase.

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COLETA DE MATERIAIS BIOLÓGICOS PARA EXAMES LABORATORIAIS

O momento da coleta é de grande importância para estabelecer vínculo entre o cliente e o


laboratório.
Através da coleta pode-se realizar uma pesquisa informal, ter um feedback do cliente, além de
obter importantes informações que possam contribuir na realização dos exames.
O material necessário deve ser reunido e organizado.

Organização da sala de coleta:


. Quanto ao ambiente:
Ter uma pia.
Boa iluminação.
Boa ventilação (não usar ventilador).

. Quanto ao material:
Módulo de apoio (com gavetas/prateleiras) revestido de fórmica.
Suporte para papel toalha.
Suporte para sabonete líquido com acionamento no pé.
Termômetro clínico.
Esfignomanômetro.
Luvas de látex para procedimentos descartáveis (tamanho P, M e G).
Lençóis descartáveis de papel.
Máscaras.
Gorros.
Óculos.
Foco de luz.
Cadeira para coleta com suporte para braço.
Maca acolchoada para coleta.
Banho-Maria – 37ºC.
Suporte com tampa e acionamento no pé para lixo hospitalar e lixo comum.
Seringas estéreis descartáveis de vários volumes: 1mL (intradérmica), 5mL, 10mLe 20mL
Agulhas estéreis descartáveis de vários calibres (22 G, 21 G, 25 X 7, 25 X 8).
Agulhas múltiplas estéreis descartáveis de vários calibres.
Torniquete (garrote).
Recipiente para algodão hidrófilo cortado.
Álcool 70%.
PVPI.
Bandagem hipo–alergênica.

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Adaptador.
Lancetas estéreis descartáveis.
Etiqueta de identificação.
Fita adesiva.
Caneta esferográfica.
Lápis dermatográfico.
Caneta para retroprojetor.
Lâminas novas para microscopia.
Laminas extensoras.
Lamínulas.
Gases estéreis.
Sterilderme (antisséptico local).
Dispositivo de agulhas.
Descartador para material cortante.
Tubos de ensaio de tamanhos diferentes (ex: 13 X 100mm, 13 X 75mm).
Tubos pré-calibrados com anticoagulantes e sem anticoagulantes.
Estantes para tubos.
Papel de filtro.
Tubo capilar com e sem heparina.
Cronômetro.
Espéculo vaginal.
Swab ou zaragatoa de haste de alumínio com algodão tratado e não tratado.
Swab ou zaragatoa de haste de plástico com algodão tratado e não tratado.
Solução salina estéril.
Bico de Bunsen.
Pinça tipo Kelly.
Bisturi (cabo e lâminas descartáveis).
Alças calibradas estéreis descartáveis (1μ e 10μl).
Abaixadores de língua descartáveis.
Placas de Petri e tubos estéreis.
Placas de Petri com meios de cultura.
Meios de transporte.

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FINALIDADES DO SANGUE:

Transporte de nutrientes, gases, eletrólitos, hormônios, enzimas, etc.


Regula a temperatura corpórea.
Regulação do balanço hídrico e ácido-base.
Resistência às infecções e cicatrização de feridas.

COMPOSIÇÃO DO SANGUE:

O sangue se divide em 3 fases:


 Sólida é constituída por células: Glóbulos Brancos, Vermelhos e Plaquetas.
 Líquida é representada pelo Plasma.
 Gasosa é constituída por O2 e CO2.
O Plasma possui 2 elementos básicos: Parte Líquida e Fibrinogênio - (fig.4).
O Fibrinogênio é responsável pela coagulação do sangue, transformando–se em fibrina
quando ocorre o sangramento – coágulo.
O Plasma possui substâncias orgânicas e inorgânicas, as quais serão analisadas nas amostras
obtidas.

Os componentes orgânicos são:


Proteínas (albumina, globulina e fibrinogênio),
Nitrogenados não protéicos (uréia, creatinina, ácido úrico, amônia e aminoácidos),
Açúcar (glicose) e
Gorduras [colesterol, triglicérides, fosfolipídios (glicero-fosfoaminolipídios) e ácidos graxos
(ác. palmático esteárico-saturados, ác. palmitoléico, ác. olérico, ác. linoléico, ác. araquidônico-
insaturados )].

Os componentes inorgânicos do sangue são:


Cloro,
Iodo,
Fósforo,
Cálcio,
Potássio,
Sódio,
Magnésio,
Ferro e
Sulfato.

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Fig.4 – Composição do Sangue.

OBTENÇÃO DE DERIVADOS SANGUÍNEOS:


SANGUE TOTAL
SORO
PLASMA

AMOSTRA DE SANGUE TOTAL:


Na hematologia as análises são feitas no sangue total.
O sangue é colhido com anticoagulante específico e não há separação do plasma e elementos
figurados (células sanguíneas).

Dependendo da análise desejada, o exame poderá ser realizado: no sangue total (ex:
hemograma); no plasma (glicose, estudos de coagulação, bioquímicos e sorológicos); no soro
(bioquímicos e sorológicos).
Quando se pretende realizar análise no soro, este deve ser colhido em tubo de ensaio vazio,
isto é, sem anticoagulante, para que ocorra o processo de coagulação.

Quando for necessário plasma para análise, a amostra deverá ser colhida em tubo de ensaio
contendo anticoagulante específico. Neste caso não ocorre a coagulação, pois o anticoagulante irá

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inibir um dos fatores de coagulação (geralmente cálcio) impedindo assim a formação do coágulo
(fig.5).
Neste caso as células se depositarão no fundo do tubo e os diferentes elementos do sangue
ficarão em níveis distintos, conforme suas densidades.
Os glóbulos vermelhos acumulam-se no fundo do tubo, o plasma sobe e entre os dois
localizam-se as células brancas e as plaquetas, formando uma fina camada esbranquiçada (Buff
Coat).

Fig.5 – Derivados Sanguíneos.

OBTENÇÃO DE SORO E PLASMA

Amostras de soro
Para que uma amostra de soro (fig.6) produza os melhores resultados é necessário que esteja
isenta de:
a) Fragmentos de fibrina ou células sanguíneas que tenham, por ventura, escapado da
formação do coágulo.
b) Qualquer vestígio de hemólise (ruptura das hemácias que resultam na liberação do
conteúdo intracelular).

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Fig. 6 – Amostra de soro.

Amostras de plasma

A centrifugação acelera consideravelmente o processo natural de sedimentação em amostras


com anticoagulante. Assim, amostras de sangue em que se deseja analisar as frações de plasma são
centrifugadas na velocidade e tempo apropriados às análises.
Para que uma amostra de plasma (fig. 7) produza os melhores resultados é necessário que:
a) Esteja isenta de hemólise.
b) Esteja isenta de coágulos (quantidade insuficiente de anticoagulante e homogeneização
inadequada).

Fig.7 – Amostra de plasma.

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ANTICOAGULANTES

O processo normal de coagulação, que nos protege do quadro de hemorragia até a morte após
uma injúria, é um processo complexo, com a participação de fatores de coagulação listados de I –
XIII e plaquetas.
As PLAQUETAS aderem-se às paredes do vaso para reterem os glóbulos sanguíneos e
formar um tampão hemostático (Figura 7’).

Fig. 7’- Fonte: https://www.pinterest.ch/pin/74027987601217315/

Os fatores de coagulação são mais conhecidos pelos seus nomes usuais. Assim, o fator IV, é
representado pelo cálcio (Ca++) com importante papel em várias etapas da coagulação.
O uso de anticoagulantes in vitro tem por finalidade seqüestrar o íon cálcio, impedindo sua
atuação nos processos de coagulação.
Os anticoagulantes mais freqüentes empregados são:
EDTA (ácido tetracético de etileno diamino)
OXALATOS
CITRATOS
FLUORETO
HEPARINA
Atuam a nível do íon cálcio, e por essa razão, impedem a ativação da cascata de coagulação.
ETDA:
Atua a nível do íon cálcio (seqüestro), através da reação química – complexo insolúvel
EDTA–Ca++.
 Concentração: de 1 a 2 mg/ml de sangue.
 Forma Líquida: 1 gota de EDTA / 2 a 3 ml de sangue.
 Uso: HEMATOLOGIA (melhor).
 Preserva as Plaquetas.
 No estudo específico, os esfregaços em lâminas devem ser feitos até 30 minutos após a
coleta, para preservação morfológica dos elementos celulares.
 Pode ser usado em muitas determinações bioquímicas.
 Contra indicado em testes que quantifiquem o cálcio.
 Não serve para estudos da coagulação.
 Toxidade baixa.

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OXALATOS:
Atua a nível de cálcio (precipitador).
São utilizados: Oxalatos de potássio, de sódio, de amônio ou de lítio.
 Concentração: de 1 a 2 mg/ml de sangue. (1 gota para 5 ml de sangue)
 Utilizado na forma de pó.
 Uso: Estudo de coagulação, Contagem de GB, GV, Hb e dosagens bioquímicas.
 Diminui rapidamente em 5 a 10 % o valor do Ht e certos componentes do plasma.
 Não pode ser utilizado para dosagem: Cálcio, Fosfatase ácida, Amilase, Potássio e Sódio.
 Não deve ser utilizado para fazer esfregaço de Hemograma, devido às alterações
degenerativas no citoplasma e aberrações nos núcleos dos leucócitos.
 Tóxico.

CITRATOS:
Age no cálcio (quelato) através de reação química com formação de: Citrato de Cálcio
insolúvel.
 Concentração: 5 mg/ml de sangue.
 Soluções preparadas recentemente ou estéreis, pois são muitos susceptíveis a contaminação
por fungos.
 Uso: Estudos de coagulação, pois preserva os fatores V e VIII, que são lábeis.
 VHS (Velocidade de Hemossedimentação Sangüínea).
 Não deve ser usado para dosagens bioquímicas (inibem a fosfatase alcalina e amilase).

FLUORETOS: sal inorgânico. Pode ser encontrado natureza: Villiaumita.


Capacitação dos íons cálcio.
 Usar 1 gota / 3 ml de sangue.
 Uso: dosagem de glicose.
 Inibidor enzimático e conservador de glicose.

HEPARINA:
É um componente fisiológico do sangue, impede a transformação da protrombina em
trombina, e em consequência, a transformação do fibrinogênio em fibrina.
 Usar 1 gota de Heparina para cada 5 ml de sangue.
 Colocar em frascos com tampa e evaporar em estufa.
 Uso: Gasometria, Hematologia, Dosagens bioquímicas (plasma) e Radioimunoensaio.
 Não deve ser usado para teste de coagulação, fosfato e confecção de esfregaços do
hemograma.

ACD (ÁCIDO CÍTRICO, CITRATO, DEXTROSE):


 Anticoagulante de banco de sangue.
 Usa-se 1 ml de ACD / 4mg de sangue e refrigera-se a 4° C.
 No laboratório pode ser usado para estudo da coagulação.

ACDP (ÁCIDO CÍTRICO, CITRATO, DEXTROSE, FOSFATO):


 Anticoagulante de banco de sangue, que apresenta mais vantagem na utilização que o
anticoagulante anterior.

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Mecanismo da Coagulação “in vitro”:

Contato com o vidro XII


XI
IX
VIII
Plaquetas, Ca++ X
V

Protrombina Trombina Fibrinogênio

Fibrina frouxa

Fibrina firme
Anticoagulantes:
Contato com o vidro XII
XI
IX
VIII
Plaquetas, Ca++ X
V

EDTA Heparina Fibrinogênio


Oxalatos
Citratos Fibrina frouxa
Fluoreto
Fibrina firme

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COLETA DE SANGUE

O Sangue é o mais frequente líquido corporal usado para Propósitos Analíticos.


Três procedimentos gerais para obter o sangue são:
Venopunção (Fonte primária, devido a sua relativa facilidade de obtenção).
Punção Arterial.
Punção Cutânea.
As recomendações se baseiam nas normas do Clinical and Laboratory Standards Institute
(CLSI), nos Estados Unidos.

PROCEDIMENTOS PARA VENOPUNÇÃO:

Os Materiais necessários para a coleta deverão estar prontamente nas mãos.


Verificar a etiqueta impressa pelo computador / manual – Identificação do Paciente e
Identificação da amostra se correspondem às requisições.
Em seguida perguntar ao paciente o seu nome completo ou verificar a identidade do paciente.
Se for necessária uma amostra em jejum, confirmar se foi obedecida.
Explicar o procedimento ao paciente.
Tranquilizar o paciente para evitar as tensões.
No caso de crianças, sua atenção pode ser desviada para objetos, brinquedos, diálogo a
respeito de seus jogos, estudos e distrações.
O profissional que irá fazer a punção deverá fazer anti-sepsia das mãos com água e sabão,
usar luvas e avental.
Posicionar o paciente apropriadamente, para facilitar o acesso da fossa antecubital.
No caso de crianças, um ajudante deverá firmar o braço na altura do ombro e mão.
Reunir os equipamentos e acessórios.
Os materiais descartáveis estéreis, deverão ser abertos na frente do paciente
Pedir para o paciente fechar a mão.
Garrotear o braço, próximo ao local escolhido.
Selecionar a melhor veia para a punção com o dedo indicador. Em particular as veias: Cúbita
Mediana e Cefálica, são preferidas.
Podem ser usadas as veias do dorso da mão e pé (quando as veias da fossa antecubital
apresentarem dificuldade de visualização).
Retirar o torniquete.
Fazer antissepsia correta no local da punção. Deixar a área secar naturalmente, nunca
assoprar ou abanar. Não tocar mais o local (caso for necessário, realizar novamente anti-sepsia).
Aplicar novamente o torniquete acima do local da punção. Nunca deixar aplicado por mais de
1 minuto. Em adultos saudáveis quando as veias são facilmente visíveis e palpáveis, o uso torniquete
pode ser desnecessário.
Fixar a veia, distendendo a pele do braço acima e abaixo do local de punção.
Faça a venopunção:
Penetrar na pele com a agulha em ângulo aproximado de 15 graus ao braço, com o BISEL da
agulha para cima.
Nas veias “dançarinas”, introduzir a agulha na lateral da veia.
Inserir a agulha suave e suficiente rápido para minimizar o desconforto do paciente.

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Se estiver usando seringa, puxar o êmbolo com uma tensão lenta e uniforme. Não puxar
rapidamente, para evitar Hemólise ou Colabação da veia.
Liberar o torniquete quando o sangue começar a fluir. Nunca retirar a agulha sem remover o
torniquete.
Aspirar a quantidade de sangue desejada.
Instruir o paciente para abrir a mão.
Remover o sistema, simultaneamente colocando um pedaço de algodão seco e então
comprimindo o local puncionado. O paciente deverá continuar a compressão pelo menos por 2 a 4
minutos, não dobrando o cotovelo e sim mantendo o braço na posição horizontal.
Desconectar a agulha da seringa no descartador próprio para agulhas, sem reencapá-las.
Transferir o sangue para os tubos apropriados, se a coleta for através de seringa. Se a coleta
for realizada através do sistema à vácuo, deverá seguir a ordem dos tubos, conforme figura 24.
Respeitar o volume adequado: relação sangue/anticoagulante.
Tampar o tubo e inverter suavemente até que o anticoagulante seja completamente dissolvido.
Descartar o material contaminado (algodão, seringas) em recipientes apropriados. Aplicar
uma bandagem adesiva hipo-alérgica.
Assinalar a hora e nome do responsável técnico em que as amostras foram colhidas,
encaminhar os tubos com sangue para testes nas seções apropriadas do laboratório.

PUNÇÃO DA VEIA JUGULAR EXTERNA / VEIA FEMURAL:

Quando a coleta de sangue se torna difícil, principalmente em crianças até 3 anos de idade,
esta dificuldade poderá ser contornada com a punção da veia jugular externa ou da veia femural.
Deve ser realizada por profissionais experientes.
Em pacientes com tendência hemorrágica, o sangramento produzido pela punção da jugular é
mais intenso que de outras localizações.

Para facilitar a punção:


Em adultos pedir para soprar o dorso da mão antes da punção.
Deve-se introduzir a agulha num ângulo de 20º e com o bisel para fora.

Complicações: Na punção da veia jugular:


Lesão do nervo trigêmeo e outros ramos.
Infecções por contaminação.
Hematomas (compressão respiratória).
Compressão mecânica da traquéia.
Lesão da artéria carótida.

Na punção da veia femural:


Lesão da artéria femural.
Lesão do nervo femural.
Lesão do canal ureter.

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PUNÇÃO ARTERIAL:

É usado para medir pressão parcial de O2, CO2 e pH (gases de sangue arterial) -
GASOMETRIA.
São tecnicamente mais difíceis de fazer.
A escolha da melhora artéria inclui pela ordem (Fig. 8).
Radial (devido a sua localização superficial e menor incidência de complicações),
Braquial e
Femural (tende a sangrar mais).

Fig.8 – Possíveis locais de coleta Fig.9 – Teste de Allen modificado.


artérias apropriadas.

Locais impróprios que não devem ser escolhidos:


Irritados
Edematosos
Próximos a ferida
Fístula

Complicações incluem:
Trombose
Hemorragia
Possível infecção

TÉCNICA DE COLETA PARA SANGUE ARTERIAL


Ao usar a artéria radial é essencial prestar atenção a circulação colateral da mão, usando o
Teste de Allen modificado. Neste teste, é aplicada uma pressão no pulso para bloquear as artérias
ulnar e radial. A mão do paciente é fechada fortemente para forçar o sangue originado da mão (ver
fig.9). Quando a mão ficar pálida, a pressão sobre a artéria ulnar é liberada e observa-se a região
palmar e os dedos. Se a mão ficar avermelhada dentro de segundos, isto indica que está presente
perfusão total através da artéria ulnar confirmando que é seguro puncionar a artéria radial. Caso o
teste de Allen seja negativo, deve-se escolher um outro local.
A artéria a ser puncionada é identificada por suas pulsações.

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Fazer a anti-sepsia no local – RIGOROSAMENTE.
Preparar a seringa com anticoagulante heparina, quantidade suficiente para molhá-la
internamente.
Agulha de calibre 23 a 25: artéria radial e 18 a 20: artéria braquial.
Fixar a artéria com os dois dedos da mão.
Mantenha fixo o braço do paciente numa superfície firme; estender o punho irá ajudar.
Apontar a agulha contra a corrente sanguínea, paralela à artéria, e com o bisel da agulha
voltado para cima.
Puncionar em um ângulo de aproximadamente 45º da pele (fig.10), ou 90º para a artéria
femural de maneira lenta e cuidadosa até atingir a sua luz.

Fig.10 – Como o operador mantém o local de punção.

As pulsações de sangue na seringa confirmam que ela vai ser preenchida com sangue arterial
apenas.
Mantenha a seringa e a agulha completamente imóveis e cuide para não deixar a agulha
atravessar a artéria.

Se no processo for puncionada uma veia pode entrar sangue venoso na seringa antes que a
artéria seja tomada. Deve ser colhida nova amostra porque mesmo uma pequena fração de sangue
venoso pode alterar significativamente os valores (particularmente pO2 e sO2), como mostra a figura
11.

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Veia

Artéria

Fig.11 – Valores de pO2 e sO2, em veia e artéria.

Colher o volume de sangue desejado. Retirar a agulha, comprimindo o local com


algodão estéril durante 5 minutos (cronometrado) – fig.12.
Para artéria braquial e femural deve ser aplicado compressões por 10 minutos. Em
alguns casos a compressão deve ser aplicada por um período maior. Finalmente, deve ser
aplicada uma bandagem.

Fig.12 – Compressão do local de coleta.


No sentido de obter uma amostra representativa após a coleta, a agulha deve ser descartada
com segurança. O dispositivo safePico possui tampa exclusiva com a função de auto selagem,
simplifica a eliminação de bolhas de ar e limita o risco de contato com o sangue do paciente, mesmo
durante o transporte e a análise, como mostra a figura 13.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 19
Fig.13 – Dispositivo safePico (Radiometer)

Todas as seringas safePICO integram uma esfera de metal que assegura um processo de
homogeneização da amostra rápido e correto. A heparina seca equilibrada eletroliticamente é dispersa
na amostra toda para evitar a formação de coágulos, minimizando também o bias nos eletrólitos.

Fig.14 – Mistura da amostra por uma combi


nação de inversão vertical e rolar entre as -
palmas das mãos.

Na seringa deve ser aplicado um rótulo de identificação do paciente juntamente com outras
informações tais como hora de coleta, local da amostra, tipo da amostra, temperatura, etc.

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PUNÇÃO CUTÂNEA/PELE
Método de escolha em pacientes pediátricos especialmente os bebês.
É útil em adultos com: obesidade extrema, queimaduras graves e tendência trombótica.
Pacientes geriátricos: pele delgada, perda de elasticidade.
É utilizada para realização de microtécnicas [(Tempo de Sangramento (TS), na hematologia e
na pesquisa de hemoparasitas (Plasmódio, Toxoplasma)].
As amostras provenientes da punção cutânea são, na verdade, uma mistura de sangue de
arteríolas, vasos e capilares, podendo ser ainda mais diluídas com líquidos intersticiais e
intracelulares.

PROCEDIMENTOS PARA PUNÇÃO CUTÂNEA:


Selecionar o local. Para recém-nascidos e crianças pequenas deve-se tomar muito cuidado,
pois punções em locais incorretas podem resultar em lesões das estruturas subjacentes. As punções
devem ser realizadas na superfície plantar lateral ou medial do calcanhar, como indica a figura 15.

Fig.15 – Punção neonatal – calcanhar e falange. Somente nas áreas sombreadas.


Exame de triagem neonatal / Pezinho: Superfície lateral e medial calcanhar entre o 3º e o
5º dia de vida do Recém-Nascido.

Assim como também a superfície palmar da falange distal de um dedo e o lóbulo da orelha
(fig.16).
Não se deve puncionar o dedo de crianças menores de dois anos de idade, pois pode ocorrer o
risco de lesões nos ossos.
A composição relativa do sangue obtido através da punção cutânea pode ser determinada por
variáveis tais como o fluxo de sangue durante a coleta.
Aquecendo o local da punção antes da coleta, pode-se arterializar o sangue.

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Fig. 16 – Procedimentos para a punção cutânea.

Fazer anti-sepsia e deixar a área secar.


Fazer a punção com uma lanceta estéril, num único movimento deliberado,
perpendicularmente.
Descartar a primeira gota de sangue limpando-a com gaze estéril, pois, geralmente, está
contaminado com fluídos tissulares. Devem ser colhidas as subsequentes gotas de sangue através de
movimentos suaves. Encostando o bico coletor nas gotas (não comprimir o local durante a punção) e
deixando que escoem pela ação capilar para dentro de um tubo de microcoleta/capilar
microhematócrito devidamente identificado.
A figura 16-D exibe as etapas com um dispositivo adequado para tal.
Realizar a anti-sepsia do local após a coleta para evitar infecção, comprimir para interromper
a hemorragia e aplicar uma bandagem.
Indicar no relatório que os resultados do teste são de sangue por punção cutânea (existe
diferenças em concentração de glicose, potássio, proteína total e cálcio).

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Evitar as regiões:
Inflamadas
Edemaciados
Cianóticas / congestas

PROCEDIMENTOS FRENTE Á DIFICULDADE DE VISUALIZAÇÃO DAS


VEIAS.
Não se recomenda ao paciente inclinar o braço para baixo com movimentos de abrir e fechar a
mão, repetidas vezes. Este procedimento altera as dosagens de sódio, potássio, lactato e ácido lático.
Aplicar o torniquete sempre acima do local da punção, com distância de 10 cm ou 4 dedos.
Em alguns casos, recomenda-se utilizar bolsa de água quente ou mesmo compressa para
provocar a vasodilatação.
Nunca aplicar tapinhas no local a ser puncionado, principalmente nas pessoas idosas, pois se
forem portadoras de ateromas, poderá haver deslocamento com graves conseqüências. Altera: glicose,
ionogramas e enzimas.

ERROS NA COLETA DE SANGUE

 Posicionamento inadequado do paciente;


 Usar seringas e agulhas com prazo de esterilização vencida;
 Usar agulhas de calibre muito fino ou muito grosso;
 Anti-sepsia inadequada;
 Aspirar o sangue violentamente após atingir a veia;
 Transferir o sangue da seringa sem retirar a agulha, ou com muita pressão e sem escorrer
pela parede do tubo;
 Uso incorreto de tubos de coleta e ordem de colheita dos tubos a vácuo;
 Agitar violentamente o sangue para misturá-lo ao anticoagulante;
 Não homogeneizar o tubo com anticoagulante após colocar o sangue;
 Produzir estase venosa, pelo uso prolongado do torniquete;
 Deixar contaminar o material a ser usado na punção;
 Não desprezar a primeira gota de sangue na punção digital ou comprimir o local da punção;
 Demorar durante a colheita ou na transferência do sangue para o tubo com anticoagulante;
 Puncionar veias onde esteja ligado soro ou qualquer outro medicamento e retirar o sangue
pela mesma agulha ou cateter.
 A ocorrência destes erros leva frequentemente a:
- Hemólise (aparência avermelhada do plasma / soro, causada pela liberação da hemoglobina
dos eritrócitos).
- Trocas metabólicas devidas à estase venosa
- Diluição do sangue ou sua contaminação pelo líquido intersticial.
- Congestão local e hemoconcentração, alterando os resultados dos testes de coagulação,
plaquetas, cálcio, potássio, cortisol, colesterol, glicose, bilirrubina e hemograma pelo garroteamento
por mais de 1 minuto, o ideal é colher sangue venoso sem garrote.
- Contaminação do paciente.
- Coagulação do sangue quando o anticoagulante é impropriamente dissolvido.
- Erros na contagem de células por técnicas inadequadas na punção digital.

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- Formação de hematoma, devido à falta de comprimir o local da punção.

CUIDADOS:

 A retirada de volume exagerado de sangue deve ser evitada, especialmente em pessoas


debilitadas e crianças muito pequenas.
 Importante observar se o anticoagulante é o exigido para as provas solicitadas.
 Volume de sangue colocado no tubo corresponde ao indicado para a quantidade de
anticoagulante. A proporção anticoagulante/sangue é fator fundamental para que tenhamos uma
amostra satisfatória e assim sendo, resultados confiáveis. A utilização de tubos de coleta com vácuo
calibrado torna-se indispensável, pois impede a diluição da amostra (através da coleta de volumes
reduzidos) ou coagulação da mesma (através da coleta de volumes elevados).
 Após o preenchimento de tubos que contenham anticoagulantes e/ou ativador de coágulo, a
amostra deve ser homogeneizada por inversão de 5 a 8 vezes para evitar a formação de coágulos
que poderão interferir nos resultados além de causar sérios danos aos equipamentos utilizados.
 Cuidados técnicos e anti-sepsia são necessárias a fim de evitar contaminação do paciente,
do técnico e do sangue colhido.
 A colheita é feita de preferência pela manhã, com o paciente em jejum, mantendo assim
suas condições básicas.
 O material para acondicionamento das amostras deverá ser identificado antes do
procedimento da coleta.
 Contaminação do sangue e alteração dos seus componentes, no caso da limpeza inadequada
do material.
 INFUSÃO INTRAVENOSA: Pacientes com infusão intravenosa por cateter ou scalpe,
deve-se evitar coletar neste local.
 O sangue colhido deve ser processado logo após a coleta, evitando resultados falsos
como por exemplo: valores baixos da velocidade de Hemossedimentação (VHS), decréscimo no
número de plaquetas, testes de coagulação.
 Registrar resultados de exames realizados durante a coleta (Tempo de Sangramento =TS,
Tempo de Coagulação = TC).
 Anotar dados importantes (ex: peso, altura).
.
 Armazenagem da amostra:
Cada caso deve ser analisado de acordo com os constituintes das amostras.

As causas mais importantes que alteram a qualidade de uma amostra são:


 Metabolismo das células sanguíneas;
 Evaporação/sublimação;
 Reações químicas;
 Decomposição microbiológica;
 Processos osmóticos;
 Efeitos da luz;
 Propagação gasosa.

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 Centrifugação:
A centrifugação do sangue para se obter soro deverá ser realizada depois de verificar que o
sangue realmente coagulou. Normalmente o tempo de espera para a coagulação do sangue é de 30
minutos, porém pacientes que estão sob efeito de terapias anticoagulantes, ou têm alguma deficiência,
terão um retardo na coagulação.
Geralmente é realizada entre 20 a 22°C, entretanto, para amostras lábeis, recomenda-se à
utilização de centrífugas refrigeradas.
Não é recomendável a recentrifugação de tubos que contenham barreira de gel.
A velocidade e o tempo de centrifugação variam de acordo com o espécime biológico e com as
recomendações do fabricante para cada tubo.
 Lipemia (aumento da concentração de triglicérides ou lipoproteínas no plasma/soro):
Pode ser leve ou opaca, translúcida, turva ou leitosa. A turvação das amostras é sempre
relevante clinicamente e deve ser avaliada, documentada e relatada pelo laboratório, pois pode indicar
um estado patológico do paciente ou o não cumprimento do tempo de jejum.
 Icterícia:
Síndrome caracterizada pelo excesso de bilirrubina no sangue. Resulta em uma coloração do
amarelo ouro ao alaranjado do soro/plasma, interferindo em muitas reações bioquímicas.

OBSERVAÇÕES QUE DEVEM SER FEITAS ANTES DA COLETA


PREPARO PSICOLÓGICO:
Observar o estado geral do paciente (deprimido),
Aspecto de tensão (medo),
Queda da temperatura (hipotermia),
Agitação (procurar orientá-lo),
Respeitar a indicação do paciente (preferência do lado esquerdo/direito –
braço).

Ao preparar o paciente para a coleta, deve-se ter cuidado para minimizar fatores que possam
influenciar as determinações do laboratório.

JEJUM: As amostras de sangue são colhidas pela manhã, após jejum de 8 horas para
dosagem de glicose, 12 horas para dosagem de lipidograma. A falta de jejum aumenta a lipemia no
sangue (taxa de gordura), com isso observam-se alterações nos resultados, principalmente aqueles
que dependem do metabolismo (glicose, gordura, proteínas e nitrogenados não protéicos). Em recém-
nascidos, deve ocorrer da mãe – quando os exames forem especializados.

DIETAS: Sabemos que a dieta influência nas quantidades de substâncias na química clínica e
a amplitude das alterações das substâncias depende da composição do alimento e do tempo decorrido
entre a sua ingestão e a coleta da amostra. Podem afetar os constituintes do soro e urina. Dieta rica
em carne ou proteína pode elevar os níveis séricos de uréia, amônia e uratos. Comidas com alta taxa
de ácidos graxos insaturados / saturados podem mostrar uma diminuição do colesterol sérico.
Deve haver comprometimento do cliente em manter sua dieta habitual por no mínimo 3 dias
antes da realização dos exames.

INJESTÃO DE ÁLCOOL: Mesmo o consumo esporádico de etanol pode ocasionar


alterações significativas e quase imediatas na glicose, no ácido lático e nos triglicérides. Já o uso
crônico eleva a atividade da gamaglutamiltransferase.

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PASSAGEM POR PERÍODO DE REPOUSO: A falta de repouso provoca alterações,
principalmente no hemograma, glicose, transaminases (ALT e AST) e alguns hormônios: prolactina
(PRL), cortisol, aldosterona, etc.
O paciente deverá permanecer sentado, no mínimo de 10 a 15 minutos, antes da coleta da
amostra para evitar as variações ortostáticas da volemia e garantir a consistência entre as dosagens do
perfil lipídico segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

STRESS: Aumenta a contagem de leucócitos e glicemia, ao mesmo tempo em que baixa a


contagem de linfócitos, eosinófilos, taxa de ferro sérico.
O stress mental causado pela ansiedade da coleta aumenta a secreção de alguns hormônios
(adrenal) e a concentração de substâncias tais como albumina, glicose e outras.

EXERCÍCIOS FÍSICOS: Considerar o tipo de exercício:


Curta duração e alta intensidade.
Longa duração e baixa intensidade.
Ocorre um aumento de creatina fosfoquinase (CPK) / creatinaquinase (CK), Mb creatina
(músculo cardíaco), desidrogenase lática (LDH) e excreção urinária.

INGESTÃO DE MEDICAMENTOS: Os medicamentos são constituídos por componentes


orgânicos e inorgânicos que vão interferir no resultado da análise. Caso o paciente esteja tomando é
aconselhável anotar na ficha do mesmo, os nomes dos medicamentos, pois assim, pode-se saber
porque há resultado alterado sem que haja um quadro clínico compatível.
O ácido ascórbico interfere diretamente nas reações de bilirrubina e ácido úrico.
A dipirona interfere nas reações de creatinina em que a metodologia envolva a enzima
creatinina aminohidrolase.
Os salicilatos aumentam o valor das provas de coagulação. O AAS em altas doses pode
acetilar a hemoglobina e interferir na determinação da HbA1c por HPLC;
No sangue, o medicamento permanece por um período de 24 horas e na urina este tempo é de
48 horas.

TEMPERATURA DO PACIENTE

ALTITUDE: Hemoglobina, hematócrito e PCR.

GARROTE: Não exceder por mais de 1 minuto, pois alteram resultados, principalmente de
plaquetas, testes de coagulação e cálcio (para este, se possível, efetuar sem garrote). Portanto, é
aconselhável retirá-lo assim que o sangue começar a fluir para o interior da seringa ou do primeiro
tubo de coleta a vácuo.

TABAGISMO: Aumenta a concentração de hemoglobina, a quantidade de leucócitos e de


hemácias e o volume corpuscular médio, além de reduzir o HDL-colesterol e elevar a adrenalina, a
aldosterona, o antígeno carcinoembriogênico e o cortisol.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 26
COMPLICAÇÕES DECORRENTES DAS PUNÇÕES
Normalmente as punções tecnicamente corretas não trazem qualquer consequência
indesejável. As complicações aparecem pela omissão dos cuidados necessários durante o
procedimento de coleta de sangue.

Hematoma: é o extravasamento de sangue no tecido subcutâneo. É formado quando o local


da punção não é comprimido ao ser retirada a agulha, como também pela ultrapassagem da veia pela
agulha ou quando esta atinge apenas a parede da veia. Nestas 2 últimas condições, o sangue não flui
para a seringa.

Trombose e Tromboflebite: Ocorrem pelo traumatismo da veia por picadas múltiplas.

Na terapia endovenosa pode ocorrer a Flebite (Figura 16’) e neste caso o paciente se
refere:
• Dor
• Calor
• Inchaço no local da punção

Fig. 16’- Fonte: https://baraovascular.com.br/todos-os-tratamentos/flebite-ou-tromboflebite/

Infecções: São provocadas pelo uso de material de coleta contaminado ou por cuidados
precários de anti-sepsia. É fundamental o uso de materiais descartáveis.
Pacientes com doença hemorrágica, o sangramento pode persistir por períodos prolongados
mesmo que exerça compressão no local puncionado. A causa básica do sangramento deve ser
corrigida e o paciente só será liberado após cessar a hemorragia.

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COLETA DE SANGUE À VÁCUO.

A coleta de sangue diária envolve ações que são realizadas automaticamente, porém, são
opções técnicas bem definidas e rígidas de manuseio e de assepsia que oferecem condições ótimas de
segurança, tanto para o paciente como para o profissional. Os métodos tradicionais não satisfazem
estas necessidades.
O sistema de coleta de sangue a vácuo é uma técnica segura e eficiente em que, por meio
de um adaptador e um tubo com vácuo pré – calibrado, mantém as qualidades e elementos do sangue
num sistema fechado e asséptico. Com esta técnica, após a venopunção, o sangue é coletado por
aspiração mecânica automática, devido ao vácuo interno do tubo.

Regras a serem observadas:


 O torniquete deverá ser colocado no braço do paciente, próximo ao local da punção (4 a 5
dedos) O contra-fluxo venoso deve ser comprimido, porém o pulso deverá continuar palpável.
 O fluxo arterial não pode ser interrompido pelo garrroteamento.
 Se o braço estiver excessivamente comprimido pelo torniquete, o fluxo sanguíneo arterial
poderá ser interrompido, reduzindo a passagem do sangue venoso para o interior do tubo.
 O garrotamento excessivo pode ser reconhecido pela coloração arroxeada (cianótica) das
extremidades dos dedos e da mão, neste caso, o torniquete deverá ser solto imediatamente, para
refazer o fluxo sanguíneo e melhorar a oxigenação.

Seleção da Região de Punção:


 Para obtenção de amostras de sangue, basicamente todas as veias superficiais do braço,
dobra do braço, antebraço e dorso da mão poderão ser puncionadas.
 A regra básica para a punção bem sucedida é examinar cuidadosamente o braço do
paciente, antes de realizar a venopunção.
 As características individuais de cada paciente poderão ser reconhecidas através de exame
visual e apalpação das veias – localização das veias, curso das veias (direção anatômica), constituição
e tipo.
 Apalpando cuidadosamente as veias, torna-se mais fácil localizar vasos profundos que
poderão ser puncionados.
 Em pacientes idosos ou quando apresentarem veias difíceis e frágeis deve-se optar pelo
método de aspiração para evitar colabamento das veias.

Para Realização desse tipo de coleta, precisamos de:

 Um adaptador (Figura 17);

Fig. 17 - Adaptadores para coleta de sangue a vácuo

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 Agulhas múltiplas: possuem duas extremidades, sendo que uma delas (a que irá ao tubo)
possui uma “borracha” (válvula) que tampa a passagem do sangue, na troca dos tubos (Figura 18).

Fig. 18 – Agulhas múltiplas.

 Um tubo a vácuo: para cada volume de sangue existe um tubo pré-calibrado (com ou sem
anticoagulante). Observar a cor da tampa, pois este indicará o exame a que se destina (Figura 19).
Existe 2 padrões de cores: Padrão americano e Padrão europeu.
 Nunca abra o tubo antes e depois da punção, mesmo que não tenha completado o volume
(deve anular o vácuo, introduzindo uma agulha).

Fig. 19 - Tubos a vácuo - padrão de cor: americano.

Observações:
 Retirar o protetor da agulha somente no momento de realizar a punção.
 Terminada a coleta, retire o adaptador e despreze a agulha em recipiente adequado, para
evitar acidentes.

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TÉCNICA PARA COLETA DE SANGUE A VÁCUO:

 Fazer anti-sepsia das mãos do técnico com água e sabão. Usar luvas e avental.
 Reúna os equipamentos e acessórios para colheita.
 Abra a embalagem da agulha até expor o canhão especial com rosca, porém não retire o
protetor da agulha.
 Atarraxe a agulha no suporte até ficar firme. Manter a agulha protegida pelo protetor
plástico.
 Coloque o torniquete. Selecione a melhor veia.
 Desgarrotear o paciente. Fazer anti-sepsia no local da punção. Não toque esse local depois
da anti-sepsia.
 Introduzir o tubo a vácuo no suporte e deixar que a borda externa da rolha fique paralela a
linha-guia do suporte.
 Garrotear o braço do paciente, próximo ao local escolhido.
 Remover o protetor da agulha. Com o bisel da agulha voltado para cima, fazer a
venopunção. A agulha deverá penetrar no interior da veia cerca de 1cm ou a metade de seu
comprimento (figura 20).

Fig. 20 – Inserção da agulha no interior da


veia.

 Pressione o tubo com o polegar até o final do suporte (como se estivesse aplicando uma
injeção) deixando-o inclinado (figura 21). Este procedimento evita que o sangue bata no fundo do
tubo, provocando assim a hemólise.

Fig.21 – Procedimento para introduzir o


tubo a vácuo.

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 Remova o torniquete assim que o sangue começar a fluir no tubo, porém se a veia for
muito fina, o torniquete deverá ser mantido.
 Manter o adaptador firme segurando-o com o dedo indicador esquerdo e polegar próximo
ao braço do paciente.
 No fim da coleta ao retirar o tubo do adaptador, deve-se utilizar os dedos indicador e
polegar, fazendo uma contrapressão no adaptador para prevenir mudanças na posição da agulha e
facilitar a remoção do tubo (figura 22).

Fig.22 – Remoção do tubo.

 Sempre que possível, a mão que estiver puncionando deverá controlar o sistema a vácuo,
pois durante a coleta, a mudança de mão poderá provocar alterações indevida na posição da agulha.
 Introduzir um novo tubo no suporte repetindo-se o processo de acordo com o número de
coletas necessárias.
 Retirar o torniquete, caso ainda esteja no braço do paciente.
 Remover o último tubo.
 Retirar a agulha com o auxílio de algodão seco, exercendo pressão no local da punção (2 a
4 minutos).
 Manter o braço do paciente na posição horizontal, conforme mostra a figura 23 (nunca
dobrar o braço).

Fig.23 – Posição do braço após a


punção.

 Desconectar a agulha do adaptador no recipiente próprio.

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SEQUÊNCIA DE TUBOS A VÁCUO NA COLETA DE SANGUE VENOSO DE ACORDO
COM CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI) – FIG. 24:

VIDRO:

1. Frascos para amostras estéreis (hemocultura),


2. Tubos sem aditivos (sem anticoagulantes: tampa vermelha),
3. Tubos para provas de coagulação (citrato: tampa azul-claro),
4. Tubos com gel separador e ativador de coágulo (tampa amarela),
5. Tubos com aditivos: Heparina de Sódio/Lítio (tampa verde).
6. EDTA K2 /K3 (tampa roxa) e
7. Fluoreto de sódio/EDTA (tampa cinza).

PLÁSTICO:

1. Frascos para hemocultura.


2. Tubos com citrato (tampa azul-claro).
3. Tubos para soro com ativador de coágulo, com ou sem gel separador (tampa vermelha ou
amarela).
4. Tubos com heparina com ou sem gel separador de plasma (tampa verde).
5. Tubos com EDTA (tampa roxa).
6. Tubos com fluoreto (tampa cinza).

Quadro 1: Tipos de tubos a vácuo relacionados com as áreas onde serão utilizados:
Aditivos Código Código de cores Exames mais comuns
Alfa
EDTA1 sal dipotássico K2 E Lilás Hemograma
sal tripotássico K3 E Lilás Plaquetas
sal dissódico N2 E

Lilás

EDTA sal dipotássico com K2 E Branca translúcida Biologia molecular


gel separador

Citrato trissódico 9:12 9NC Azul claro Testes de coagulação

Citrato trissódico 4:12 4NC Preta Velocidade de


hemossedimentação

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Fluoreto/oxalato FX Glicose

Cinza

Fluoreto/EDTA FE Cinza Glicose

Fluoreto/heparina FH Verde Glicose


Heparina de lítio LH Exames bioquímicos
em geral, gasometria
(somente em seringa
pré-heparinizada)
Verde
Heparina de sódio NH Exames bioquímicos
em
geral

Verde
Citrato, fosfato, dextrose, CPDA Amarela Preservação de células
adenina

Siliconizado3 Z Vermelha Exames sorológicos e


bioquímicos em geral

Ativador de coágulo e gel Ativador Amarela Exames sorológicos,


separador de bioquímicos em geral,
coágulo drogas terapêuticas e
hormônios

2. Demonstra o raio entre o volume de sangue pretendido e o volume de anticoagulante


(ex. 9 partes de sangue para 1 parte de anticoagulante citrato de sódio).
3. É recomendado que tubos que não contenham ativador de coágulo sejam codificados
com a letra Z e tenham a cor vermelha, assim como a descrição do reagente.

Fonte: ISO 6710.2 – Single-use Containers for Human Venous Blood Specimen Collection.

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Fig. 24 – Sequência de tubos a vácuo na coleta de sangue venoso de acordo com Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI) - Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA
CLÍNICA/ MEDICINA LABORATORIAL. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/ Medicina Laboratorial para Coleta de Sangue Venoso. 2. ed, 2009.

SEQUÊNCIA DE TUBOS COMUNS NA COLETA DE SANGUE VENOSO ATRAVÉS DE


SERINGA:
1º -Tubos com aditivos,
2º - Tubos para provas de coagulação,
3º - Tubos sem aditivos e
4º - Tubos para amostras estéreis (hemocultura).

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ESQUEMAS PARA LOCALIZAÇÃO DAS VEIAS DO BRAÇO, ANTEBRAÇO
E DORSO DA MÃO.

Fig.25 – Veias do braço e Fig.26 – Veias do dorso da


antebraço. mão.

As veias podem ser facilmente apalpadas, pois são firmes, elásticas e diferenciáveis dos
tendões musculares (figuras 25 e 26).

Punção venosa na dobra do braço

Geralmente as punções na dobra do braço são realizadas nas veias: mediana, mediana cefálica
e mediana basílica.
 Estique a pele com o polegar, a fim de facilitar a penetração da agulha, como mostra a
figura 27.

Fig.27 – Procedimento para facilitar


a penetração da agulha.

 O braço do paciente deverá estar estendido, inclinado e a mão bem fechada.


Apoiando o cotovelo do paciente sobre um suporte apropriado, serão evitados movimentos
durante a punção e a coleta. O cotovelo deverá ficar estendido, pois se estiver curvado a veia ficará
flácida e menos evidenciada, dificultando e, até mesmo impossibilitando a punção.

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Durante a punção, pelo sistema a vácuo, o adaptador deverá ser mantido em ângulo de
aproximadamente 15 graus com o braço do paciente e o bisel da agulha deverá estar voltado para
cima (figura 28).

Fig.28 – Ângulo mantido entre o adaptador


e o braço do paciente.

Punção no Dorso da mão


Fixa-se a veia pressionando-a com o polegar, abaixo da punção, ao mesmo tempo em que se
estica a pele (fig.29).

Fig.29 – Procedimento antes da


punção no dorso da mão.

A punção no Dorso da mão deverá ser realizada com agulhas de calibre 25x7 ou scalpe.

Para evitar movimentação da veia a ser puncionada no Dorso da mão, a punção de 1 cm na


bifurcação de duas veias torna a operação mais fácil (devido às válvulas presentes nas veias). Figura
30.

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Fig.30 – Punção na bifurcação das
veias do dorso da mão.

PROBLEMAS ESPECÍFICOS NA COLETA DE SANGUE

Se o sangue não fluir após a inserção do tubo coletor no adaptador, a coleta não deverá ser
forçada, pois isto significa que a veia não foi puncionada, provavelmente devido a alguns dos
seguintes fatores:

1. O bisel da agulha não penetrou totalmente a veia. A punção deverá ser continuada até que a
agulha penetre adequadamente ou realizar a punção em outra veia (Fig.31).

Fig.31–Bisel fora da luz do vaso sanguíneo.

2. A agulha foi inserida muito profundamente e transfixou a veia. A agulha deverá ser
retrocedida, até que o sangue flua para o interior do tubo (Fig.32)

Fig.32 – Agulha transfixou a veia.

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3. A agulha penetrou ao lado da veia. Em caso de veias ‘dançarinas’ é aconselhado a punção
na lateral da veia, pois a punção na direção anatômica da veia torna-se mais difícil (Fig.33).

Fig.33 – Agulha ao lado da veia.

Quando se realiza aspirações com seringas, podem ocorrer casos de veias muito finas com
constantes colabamentos. Com o sistema a vácuo, este fenômeno também poderá ocorrer, porém
alguns procedimentos adequados solucionarão o problema.

4. Aderência do bisel da agulha na parede interna da veia.


Girar suavemente o adaptador, separando a agulha da parede da veia (fig.34).

Fig.34 – Colabação parcial da veia

5. Se com essa medida o sangue não fluir para o interior do tubo a vácuo, é provável que a
veia tenha sofrido colabamento total. Remover o tubo até a marca guia do adaptador conservando,
assim, o vácuo no interior do tubo (figura 35). Com esta operação a veia se recomporá e a coleta de
sangue poderá prosseguir com o mesmo tubo.

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Fig.35 – Colabação total da veia.

Nos casos de veias extremamente difíceis, quando as amostras de sangue não puderem ser
coletadas no braço, dobra do braço, antebraço, dorso da mão e somente a femural for viável, a
colheita deverá ser realizada por profissionais experientes.

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CONFECÇÃO DA EXTENSÃO DE SANGUE

O exame de extensão de sangue é parte importante da avaliação hematológica. A


confiabilidade da informação depende em grande parte do exame sistemático de extensões bem
confeccionadas e coradas.
Se possível, as extensões de sangue devem ser preparadas imediatamente.

Para obter extensões de sangue satisfatórias, são indispensáveis certas precauções:


 As lâminas devem estar perfeitamente limpas, isentas de gordura e polidas.
 A gota de sangue não deve ser muito grande.
 Os conhecimentos quanto à prática.

Técnica:
 Obter a gota de sangue através da punção da polpa digital ou através da punção venosa.
 Homogeneizar bem o sangue colhido através da punção venosa.
 Depositar uma gota de sangue com 1 a 2 mm de diâmetro cerca de 1cm da extremidade da
lâmina.
 Com o polegar e o dedo indicador da mão direita, segure a extremidade de uma segunda
lâmina (lâmina extensora, a qual deverá possuir borda absolutamente lisa, homogênea e bem aparada,
cujas extremidades poderão se cortadas de modo que a largura seja cerca de 4 mm menor que a
largura total lâmina) contra a superfície da primeira lâmina, num ângulo de 30° a 45°.
 Arraste-a para trás, até que contacte a gota de sangue, que por capilaridade, preencherá o
ângulo entre as duas lâminas.
 Com um movimento seguro e uniforme, empurre para frente à lâmina extensora, até que o
sangue tenha espalhado, formando uma extensão de sangue moderadamente fina.
 Uma boa lâmina deve possuir:
 Cabeça (onde é feita a identificação do paciente);
 Corpo; Cauda e Bordas (figura 36).

 As lâminas devem ser rapidamente secadas ao ar, por meio de movimento de vai-e-vem.
Nunca colocar a lâmina com a película voltada para a palma da mão, pois o calor e a umidade
alterarão as formas das hemácias, pela lise das mesmas.
 Identificar a lâmina.
 Corar a extensão.

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Fig.36 – Confecção de extensão de sangue.

A espessura da extensão de sangue pode ser ajustada, alterando o ângulo da lâmina extensora,
a velocidade da confecção, ou ainda pela aplicação de uma gota de sangue maior ou menor.

 Da rapidez do deslizamento da lâmina - Quanto mais lento o deslizamento, tanto mais espessa
a extensão;
 Da variação do ângulo entre as duas lâminas - Quanto menor o ângulo, tanto mais fina a
extensão;
 Da pressão sobre a lâmina - Quanto maior a pressão, tanto mais fina a extensão;
 Da extensão - Quanto maior a extensão, tanto mais fina. Não se deve cobrir a lâmina toda;
 Do tamanho da gota de sangue – Quanto menor a gota, tanto mais fina a extensão;

A extensão de sangue deverá ter um aspecto regular e igualado, não apresentando cristas,
ondas ou buracos.

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COLETA DE URINA
A coleta e preservação da urina para teste analítico devem seguir um procedimento cuidadoso
preestabelecido para assegurar resultados válidos. Para evitar problemas, os pacientes devem receber
instruções completas, verbais e por escrito de forma clara e simples.

O teste de laboratório de urina geralmente recai em três categorias:


 Exame químico e físico.
 Microbiológico.
 Microscópico.

ORIENTAÇÕES PARA PROCEDIMENTOS DE COLETA

PRIMEIRA MICÇÃO MATUTINA OU PRIMEIRA URINA DA MANHÃ /URINA ROTINA /


URINA TIPO I / ELEMENTOS ANORMAIS SEDIMENTO (EAS):

 Deve-se coletar a 1ª urina da manhã (preferência), por ser normalmente mais concentrada e
considerada a melhor amostra para avaliação.
 Preferencialmente coletar a urina no laboratório.
 Deve-se fazer uma anti-sepsia.
 Desprezar o primeiro jato urinário e coletar o jato médio.
 A coleta de amostras de urina de pacientes pediátricos requer atenção especial para evitar a
contaminação com as fezes.
 Orientar para não passar pomada no local. Usar saco coletor.
 EAS analisa o aspecto físico, pesquisa de elementos anormais no sedimento da urina,
como eritrócitos, leucócitos, cilindros, bactérias, células epiteliais, cristais, entre outros e
quimicamente os 10 parâmetros + nitrito e leucócitos.

UROCULTURA:

São requisitadas para diagnosticar infecção do trato urinário (ITU), superior ou inferior.
 Exame quantitativo.
 Ideal 1º amostra da manhã (pelo menos 4 horas vesical)
 Deve-se realizar anti-sepsia rigorosa.
 Amostras de primeiro jato não devem ser aceitas.

Mulheres
 Lavar bem a região genital com água e sabão neutro com um movimento da frente para
trás, enxaguar bem. Utilizar gaze estéril. Desprezar o 1º jato urinário.
 Durante a micção, deve-se manter com uma das mãos a vulva aberta, afastando os lábios
vaginais até o fim da coleta (figura 37) ou colocar tampão de algodão na vagina.

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Fig.37 – Procedimento para coleta de urina.

Homens
 Deve-se retrair completamente a pele do prepúcio e lavar o pênis e a glande com sabão
neutro, enxaguar bem. No momento da coleta, manter o prepúcio afastado. Desprezar o 1º jato
urinário.

Crianças
 Deve ser feita com a criança deitada e após cuidadosa lavagem dos genitais externos.
 Em meninas: fazer a anti-sepsia com um movimento da frente para trás, depois enxaguar
com água morna, secar com uma compressa de gaze.
 Em meninos: não circuncidados, deve-se retrair a pele do prepúcio para trás e lavar o pênis
e a glande; depois da assepsia enxaguar com água morna e secar com uma compressa de gaze.
 Usar coletores plásticos estéreis (para meninos ou meninas), e se a coleta não for
conseguida rapidamente, trocar os coletores a cada 30 minutos. Evitar dar água para a criança, pois
dilui a amostra. Marcar a hora da coleta.

AO ACASO OU ALEATÓRIOS:

Nesta coleta, o paciente simplesmente urina dentro de um recipiente limpo (frasco de


coleta).
Estas amostras não são as mais convenientes pois variam consideravelmente em
concentração e os testes realizados são primariamente qualitativos. Sem pouca utilidade clínica, mas
pode ser usada para provas químicas e microscópicas.

CATETERIZAÇÃO URETRAL:

O cateterismo associa-se com o risco de induzir uma infecção nosocomial.


 Deve ser restringido a pessoas incapazes de produzir uma amostra espontânea ou se o
cateter for inserido por uma outra razão médica.
 Não é método de rotina.
 A coleta é realizada pelo médico.
 Não coletar de bolsa coletora.

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 Usando técnica asséptica estrita, o cateter é introduzido para dentro da uretra.

 Os primeiros poucos mililitros de urina eliminados são descartados, e a parte média da


amostra é obtida para cultura.

ASPIRAÇÃO SUPRAPÚBICA:

Por ser uma técnica invasiva, ela só é realizada quando absolutamente necessária.
 A coleta é realizada pelo médico.
 É usada principalmente em recém-nascido e crianças pequenas.
 O procedimento exige uma bexiga cheia.
 A pele sobrejacente é desinfetada e a área é anestesiada localmente.
 A bexiga é puncionada acima da sínfise púbica com uma agulha calibre 22 em uma seringa
e cerca de 10ml de urina são aspirados.
 As amostras de urinas são processadas imediatamente após a coleta.

URINA PARA PESQUISA OU CULTURA DE BAAR (BK):

 Orienta-se o paciente para coletar três a cinco amostras, em dias consecutivos, de todo o
volume da primeira micção matinal, após a realização de anti-sepsia da genitália.

COLETA DE 24 HORAS / VOLUME TOTAL:

 Requisitadas nas determinações quantitativas de algumas substâncias.


 É realizada para a dosagem de hormônios, eletrólitos (Na, K, Ca, Mg, Cl) e elementos que
não se degradam: creatinina, glicose, proteínas totais e uréia.
 Os erros são decorrentes de uma coleta inadequada das amostras. Portanto, o paciente
deverá ser cuidadosamente instruído a respeito do procedimento correto.
 Antes da coleta e principalmente no dia, o paciente deve ser orientado para fazer uma
restrição de líquidos.
 Deverá desprezar a primeira urina da manhã e coletar da segunda em diante até a primeira
urina da manhã do dia seguinte, inclusive.
 Coletar toda a urina em um ou mais frascos (se necessário) tampar e conservar em
geladeira. Fig.39.
 Não há necessidade de higiene íntima dos genitais.
 A 1ª urina da manhã é desprezada, pois corresponde a 1ª urina do dia anterior, enquanto
que a 2ª urina em diante corresponde a restrição de líquidos.

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Fig. 39

CLEARENCE DE CREATININA / DEPURAÇÃO PLASMÁTICA DE CREATININA:

Demonstra a progressão de nefropatia ou resposta terapêutica.


 São necessárias coletas urinárias precisamente cronometradas e completas.
 A coleta usual da urina é de 24 horas, ou seja, deverá desprezar a primeira urina da manhã
e coletar da segunda em diante até a primeira urina da manhã do dia seguinte, inclusive.
Em seguida, o sangue deve ser coletado no final da coleta.
 Anotar: Peso e Altura do Paciente.

GLICOSÚRIA FRACIONADA:

É realizada para controles de indivíduos diabéticos.


 A coleta é feita em 24 horas, sendo dividido em quatros amostras:
 1ªAmostra: das 06:00 horas da manhã até às 12:00 horas;
 2ªAmostra: das 12:00 horas até às 18:00 horas;
 3ªAmostra: das 18:00 horas até às 24:00 horas; e
 4ªAmostra: das 24:00 horas até às 06:00 da manhã do dia seguinte.
 Fornecimento de 4 frascos devidamente identificados.
 Indivíduo diabético apresenta normalmente poliúra (aumento do volume urinário). Nestes
casos, o laboratório pode fornecer frascos extras.
 Indivíduo normal: taxa de eliminação de glicose na urina é 0.

 Indivíduo diabético: taxa de eliminação de glicose na urina é a seguinte:


1ªAmostra: Diminuída
2ªAmostra: Aumentada
3ªAmostra: Aumentada
4ªAmostra: Diminuída

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PRESERVAÇÃO

 Rápido – 2horas.
 Urocultura – imediato.
 Não preservada: Decomposição microbiológica.
Alterações químicas inerentes.
 Refrigeração – transportada/armazenada por período mais prolongado.

QUADRO 2- ALTERAÇÕES QUE OCORREM NA URINA QUANDO ELA DECOMPÕE

RESULTADO RAZÃO
Mudanças na cor Quebra ou alteração do cromógeno ou outro constituinte
da urina
(hemoglobina ou ácido hemogentísico).
Mudanças no odor Crescimento bacteriano, decomposição

Turbidez aumentada Bacteriúria aumentada, formação de cristal, precipitação de


material amorfo
pH falsamente baixo Glicose convertida a ácido ou álcool por bactérias ou
levedura.
Quebra da uréia por bactéria, produzindo amônia e perda de
PH falsamente elevado
CO2.
Glicose falso-negativa Utilização pela bactéria (glicólise).

Volatilização da acetona
Cetona falso-negativa
Quebra do acetoacetato pela bactéria.
Bilirrubina falso-negativa Destruída pela luz
Oxidada pela biliverdina.
Urobilinogênio falso-negativo Destruído pela luz.

Nitrito produzido pela bactéria depois que a amostra é


Nitrito falso-positivo
invalida.
Nitrito falso-negativo Nitrito convertido em nitrogênio, que evapora.

Bacteriúria aumentada Bactéria se multiplica na amostra.

Desintegração das Ambiente instável, especialmente quando a urina é alcalina,


células/cilindros hipotônica ou ambos.

Refrigeração não possível – acrescentar conservantes químicos apropriados (algumas


determinações podem alterar o resultado do exame).
Etiqueta de alerta.
Frascos de vidro/plástico de cor âmbar.

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Tipos de conservantes:

Formalina: Excelente conservante do sedimento, em concentrações elevadas.


 Interfere na prova substâncias redutoras – Resultados falsos-positivos.
 Proporção: 1ml por litro de urina.

Ácido Bórico: Preserva elementos da urina.


 Ácido delta-aminolevulínico (refrigerada e abrigo da luz).
 Ácido homovanílico (refrigerada).
 Aldosterona
 17-cetosteróides
 Estrógenos
 17-hidroxicorticosteróides
 Metanefrinas
 Pregnanediol
 Pregnanetriol
 Proporção: 0,8g por litro de urina.

Timol: Preservação de mucopolissacarídeos.


 Proporção: 6ml por litro de urina.

Ácido Clorídrico: Preserva algumas determinações.


 15ml por litro – adrenalina, noradrenalina e epinefrina
 2ml por litro – hidroxiprolina
 Ácido clorídrico 6N – 10ml por litro – ácido vanilmandélico.

Fluoreto de sódio: Preservação de açúcares


 Proporção: 10mg por litro de urina.

Bicarbonato de sódio: Determinação de coproporfirinas e uroporfirinas.


 Proporção: 5g por colheita de 24 horas.

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COLETA DE FEZES

 Recomendações especiais/finalidades.
 Recipientes limpos.
 Transferir p/ recipiente do laboratório.
 Evitar contaminação com urina (efeito danoso sobre protozoários), água ou outro elemento.
 Variação das amostras: colhida pelo médico/ 3 amostras.
 Finalidades:
Estudo das funções digestivas.
Dosagem de gordura fecal.
Pesquisa de sangue oculto.
Pesquisa de parasitas.
Coprocultura.

ESTUDO DAS FUNÇÕES DIGESTIVAS:

EXAME COPROLÓGICO:

Regime alimentar apropriado -72 horas incluir:


 carne
 leite
 batata
 feijão
 manteiga

Não usar laxante.


Coletar parte intermediária.
Regimes especiais – laboratório pede instruções quanto à dieta
Realizar:
Exame físico ou macroscópico:
 Consistência
 Peso
 Aspecto
 Cor
 Odor
 Viscosidade
 Elementos Anormais: muco, sangue, pus, resíduos alimentares, parasitas

Exame Microscópico:
 Direto/ coloração pelo lugol.
 Resíduos alimentares de origem animal (fibras de carne, gorduras, tecido conjuntivo).
 Resíduos alimentares de origem vegetal (amido, celulose, cristais).
 Substâncias de origem intestinal (muco, leucócitos, hemácias e células epiteliais).

Exame Químico:
 pH, pigmentos biliares

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 Dosagens (enzimas pancreáticas, ác. orgânicos totais, amoníaco e àc.aminados).

EXAME PARA ROTAVÍRUS E ADENOVÍRUS:

 Detecção da gastroenterite.

GORDURA FECAL:

Diagnosticar a esteatorréia
Perda acima do nível normal – até 7g. por dia

Método de Van de Kamer:


Gordura e ác graxos são convertidos em sabão (saponificados) pela ebulição das fezes com
hidróxido de potássio alcoólico. Após resfriamento, adiciona-se ác clorídrico para converter os sabões
em ác graxos.

Método da capacitância elétrica:


Uma alíquota de suspensão fecal é extraída com um solvente composto principalmente de
benzenos clorados. Filtra-se o extrato e mede-se a capacitância elétrica a qual se compara com
padrões de trioleina tratada.

Paciente é submetido a uma dieta que contém 100g gordura/dia e, depois de pelo menos 2 dias
de dieta, coletar as fezes por 3 dias consecutivos.

PESQUISA DE SANGUE OCULTO:

 Coleta bem feita.


 Normal até 3mL de sg/dia.
 Necessária uma dieta rigorosa por 4 dias.
 Não comer: rabanete, nabo, bananas, uvas pretas, pêras e ameixas.
 Não usar medicamentos irritantes da mucosa gástrica (anti-inflamatório corticoides
aspirina, ferro e vitamina C).
 Evitar sangramentos gengival, nasal ou hemorroidal.
 Pesquisa é feita através de provas bioquímicas, baseadas na atividade de peroxidade do
sangue.
 Reação de:
Guáiaco
Meyer Johannessen
Benzina

PARASITOLÓGICO DE FEZES:

Mais solicitadas
Fezes recentes
Fezes preservadas (MIF).

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Swab anal:
 Pesquisa de ovos de helmintos. (Enterobius vermiculares).

Método de Hall (bastão de vidro com celofane).


Método de Graham (fita gomada).
Fita adesiva transparente.
Swab vaselinado.
Glicerina / vaselina.

Pesquisa de Enteroparasitoses (ovos ou larvas)


Obtenção amostras múltiplas: aumentam a positividade, devendo ser coletadas no mínimo três
amostras, em dias sequenciais / alternados, dentro de um período de dez dias.
As amostras de fezes devem preferivelmente ser colhidas do reto e examinadas frescas /
nunca congelar; se for difícil obter amostras retais, então devem ser colhidas fezes frescas do campo
ou do solo.
Ovos NÃO se tornam embrionados rapidamente.
Nos métodos de exame de concentração: coletar GRANDE QUANTIDADE (acima de 50
gramas.
Não é recomendado o uso de laxantes oleosos.
Fezes liquefeitas ou diarréicas: analisar rapidamente em até 30 minutos após a coleta.
Fezes pastosas: analisar em até 60 minutos.
Amostras formadas: podem ser examinadas até no dia seguinte.

COPROCULTURA:

Agentes enteropatógenos.
Amostra de escolha: porção mucosa, pus e sanguinolenta.
Colher no início da doença diarréica – fase aguda / Antes do tratamento.
Frascos estéreis.
É necessário anotar a idade do paciente, para que possa ser avaliada a presença de infecções
provocadas por Escherichia coli enteropatôgenica clássica (EPEC).
Se houver demora de 2 horas, deve-se colocá-las no meio de transporte (glicerina tamponada).
Nunca colocá-las em geladeira.
Coprocultura em swabs retais / Crianças menores.
Semear imediatamente.
Nunca utilizar fezes de fralda.

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COLETA DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

 Diagnóstico de infecção: Meningite bacteriana: aspecto turvo/leitoso,


 Meningite Viral / Fúngica / Micobacteriana / Amebiana
 Crescimento de tumor malígno.
 Hemorragia subaracnoidiana.
 Esclerose múltipla.
 Doenças desmielizantes.
o Feita somente por médicos especializados.
o Locais para realização das punções:
- Lombar
- Suboccipital
- Ventricular

Punção traumática: Coágulo


Punção Lombar:
o A adoção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), é recomendada
o Finalidade: esclarecimento quanto aos riscos e às medidas de prevenção das complicações
do procedimento
o Paciente sentado, Decúbito lateral
o Paciente se curva-joelhos/tronco (definição maior dos espaços intervertebrais).
o Agulha entre apófises espinhosas da 3ª e 4ª vértebra lombar (L3-L4), conforme figura 40.
o 5ª lombar e 1ªsacral (L5-S1).
o Agulha: bizel curto – 80x8mm, com mandril.
o Linha mediana – rigorosamente horizontal.
o Retira-se o mandril, observa-se gotejamento do LCR.
o Adota-se na agulha um manômetro (Claude) e determina-se a pressão inicial.
o Retira-se manômetro, coloca-se 3 tubos estérieis, e colhe-se no máximo de 8 a 10mL de
LCR (manobra dos 3 tubos):

 1ºtubo: Bioquímica e Imunologia (hemácias – centrifugar, 4500 a 5000 rpm/15 minutos).


 2ºtubo: Estudo Microbiológico (A.Sg, A. chocolate, tioglicolato-36ºC, tensão 5%- CO2).
 3ºtubo: Contagem Global (Celular) e Diferencial.

о Coloca-se novamente o manômetro e mede-se a pressão final.


о Retira-se rapidamente a agulha, passando iodo 0,5% em álcool a 70% no local.
о Paciente deve permanecer deitado, pelo menos por uma hora – reduzir manifestação pós-
puncionais.

Punção Subocciptal/Cisternal
о Preferencial/isenta de acidentes secundários.
о Normalmente: paciente em decúbito lateral deitado.
о A agulha é introduzida entre a protuberância occipital externa e a apófise espinhosa do
atlas (1ª vértebra cervical).
о Perigo: Proximidade do bulbo.
о A cabeça do paciente deve formar ângulo reto com o pescoço.
о Não provoca nenhum tipo de manifestação pós-puncional.

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Punção Ventricular:
о Rara.
о Primeiro ano de vida, a agulha é introduzida pela fontanela bregmática.
о Após fechamento da fontanela, há necessidade de trepanação da calota craniana.

O local da punção deve ser documentado em razão do gradiente de concentração craniocaudal


de alguns parâmetros.

Final da punção, deverá ser anotada:


- Tipo de punção.
- Condições do paciente.
- Pressão inicial/final.
- Observações relativas às punções.
Relevantes na interpretação dos resultados.

Fig.40 – Punção lombar

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 52
COLETA DE LÍQUIDO SEMINAL

- Citoquímicos /cultura.

- Avaliação de casos de: Infertilidade.


Pós-vasectomia.
Infecção.

- Paciente deverá colher o material no laboratório. Quando a amostra for


colhida fora: registrar hora da coleta e levar a amostra dentro de 1h ao laboratório em
temperatura entre 20 a 37ºC.

- Melhor método-masturbação.

- Período de abstinência sexual: 2 a 3 dias (capacidade espermatogênica-


concentração/motilidade).

- Espermocultura: 24 horas de abstinência sexual.

- É necessário anti-sepsia rigorosa na genitália externa.

- Jejum alimentar, aproximadamente de 12 horas (influência nos níveis de


frutose espermática).

- Sala coleta: silenciosa.

- Coleta pela manhã.

- Frascos de vidro/plástico estéril abertura larga – identificado e rigorosamente


estéreis.

- Não coletar com camisinha

- Amostra: todo volume ejaculado. Se houver perda do material-Resultados


prejudicados.

- Variações de temperaturas-influenciam avaliação da motilidade.

- Cuidado no manuseio das amostras (HIV, Hepatite e Herpes).

- A hora exata do término da coleta deverá ser anotada (ex: tempo de


fluidificação).

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 53
TESTES DE COAGULAÇÃO

PROVA DE FRAGILIDADE (PROVA DE LAÇO)

- Prova de Rumpel-Leede.
- Prova da Resistência capilar.
- Prova do Torniquete.

Técnica:
 Marcar uma área de 5cms quadrados na região do cotovelo, por meio de um lápis
dermatográfico.
 Colocar o manguito de um esfignomanômetro acima dessa área e fazer uma pressão de
80mm de mercúrio.
 Esperar 5 minutos e soltar o manguito. Cuidado neste tempo.
 Examinar a área marcada e anotar o número de petéquias (sufusões hemorrágicas) que
aparecem nessa área.
 Os valores normais vão de 1 a 5 petéquias. Autores diferentes
 Acima de 10 petéquias a prova é positiva.

TEMPO DE SANGRAMENTO (T.S.)

Representa o espaço decorrido entre uma incisão praticada artificialmente em um paciente


e, o momento em que cessa a hemorragia provocada dentro de uma metodologia padronizada.

- Método DUKE:

Procedimento:
 Fazer anti-sepsia do lóbulo da orelha/ou face lateral da polpa digital do dedo anular do
paciente com álcool 70%. Esperar secar.
 Fazer uma pequena incisão horizontal de aproximadamente 3 ou 4mm de profundidade.
Com uma lanceta estéril, descartável na borda do lóbulo.
 A partir do momento que surgiu a primeira gota de sangue, disparar o cronômetro.
 Retirar a cada 30 segundos por meio de um papel de filtro as gotas de sangue que for
afluindo da incisão, até a parada total do sangue. Deve-se somente encostar na gota de sangue.
 Normalmente o diâmetro da mancha de sangue no papel de filtro vai diminuindo, até
desaparecer.
 O resultado do exame é o tempo que leva para estancar o sangramento.
 Valores de referência: de 1 a 4 minutos.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 54
TEMPO DE COAGULAÇÃO (TC):

Mede a velocidade de coagulação do sangue total, logo após a coleta.

- Método de LEE e WHITE:

Procedimento:
 Sem provocar estase sanguínea com o garrote, colher o sangue do paciente por punção
venosa. Disparar o cronômetro logo que surgir sangue na seringa.
 Remover a agulha da seringa e colocar 1mL de sangue em 2 tubos 13x100mm e colocar
imediatamente em banho-maria a 37ºC.
 Após 3´e 30´´, observar o 1ºtubo, invertendo-o levemente a cada 30´´.
 Após 5´de cronometragem, inverter o 1ºtubo a cada 15´´, até que coagule completamente.
Marcar o tempo.
 Só então repetir a manobra com o 2ºtubo.
 O tempo de coagulação é o tempo médio em que os 2 tubos coagularam.
 Valor de referência. 4 a 10 minutos.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 55
COLETA DE ESPÉCIMES PARA O DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS
INFECCIOSAS.

Considerações:

 Coleta, Conservação e o transporte - base de todo trabalho microbiológico.


 Vital importância-recuperação do agente infeccioso.
 Respeitar normas de coleta, preservação e transporte.
 Amostras coletadas sem critério - diagnóstico errôneo, tratamento inadequado.
 Evitar contaminações com tecido adjacente / microbiota normal - Supercrescimento sobre
flora patogênica.
 Amostra: quantidade suficiente/ representativa.
 Recipientes estéreis / meios de cultura adequados.
 Controle de qualidade dos meios de cultura utilizados.
 Se possível coleta antes do início / mudança da antibioticoterapia.
 Considerar história clínica /fisiologia da doença.
 Critérios de rejeição de amostras.
 Crostas e exudatos das feridas-removidas c/ gaze estéril.
 Transporte da amostra deve ser imediato.
 Bactérias sensíveis às variações de temperatura / ressecamento:

Neisseria meningitidis
Neisseria gonorrhoeae
Haemophilus influenzae
Streptococcus pneumoniae

 Colher em meios de transporte / próprio meio de cultura.


 Materiais que exigem refrigeração:-
Recipiente isolante-térmico
Bolsa gelo descartável.
Sítios estéreis:
 Sangue
 Liquor
 Líquido ascítico
 Líquido sinovial
Devem ser colhidos / semeados diretamente em meios de cultura – transportado à
temperatura ambiente.
 Rotulados corretamente.
 Confecção de esfregaços – muito útil.

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SECREÇÕES DE MUCOSA OCULAR:
Infecções causadas por bactérias aeróbias e anaeróbias, fungos, vírus e protozoários (raros).
Adultos:- Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus
Staphylococcus epidermidis

Crianças:- Haemophilus influenzae


Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus

Tracoma – Chlamydia trachomatis – recém-nascidos


menos comumente em adultos.
 Esfregaço corado com Giensa – inclusões intracitoplasmáticas basófilas.
 Eficaz – imunofluorescência
Vírus: 15% a 20% -conjuntivite infecciosa
Ceratites – 65% a 90% - Bactérias:
Staphylococcus aureus
Streptococcus pneumoniae
Pseudomonas aeruginosa
Moraxella lacunata

 Anti-sepsia dos olhos – remover secreções externas.


 Algodão embebido em salina estéril – no mesmo sentido.
 Coleta bilateral.
 A coleta é feita com swab estéril do material proveniente – conjuntiva interna da pálpebra
inferior (figura 41).

Fig.41 – Procedimento para coleta de secreção da conjuntiva.


 Material da córnea – feita por oftalmologista.
 Processado imediatamente.
 Cultura de úlcera corneana – negativa, deve-se pesquisar:
о Amebas de vida livre - Gênero Acanthamoeba.
о Fungos.

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COLETA DE SECREÇÃO DE OUVIDO:
Ouvido médio / interno – geralmente estéreis.
Otite médio / ouvido interno –maioria das vezes, causadas por:
S. pneumoniae.
H. influenzae.
Streptococcus pyogenes.
S. aureus.
Pseudomonas aeruginosa.
M.catarrhalis.
Enterobactérias e
Anaeróbios.

Ouvido externo (otite externa) – similares à pele:


S. aureus
S. pyogenes
P. aeruginosa
Mycoplasma pneumoniae
Vírus
Fungos
 Coleta cuidadosa – evitar perfurações
contaminação microbiota normal ouvido externo.
 Coleta bilateral.
 Swabs estéreis – leve rotação, inseridos imediatamente após coleta em meios de transporte
para aeróbios / anaeróbios.
 Usar meios seletivos e não seletivos.
 Microaerofilia (todos os casos).
 Anaerobiose (lab. possuam rotina para pesquisa destas bactérias).
 Testar antimicrobianos – apresentações comerciais - forma de cremes / pomada otológica.

COLETA DE AMOSTRAS DO TRATO RESPIRATÓRIO:


Superior: garganta, nasofaringe e cavidade oral.

SECREÇÃO DE OROFARINGE
Microbiota normal: Streptococcus -hemolítico (grupo viridans)
Staphylococcus epidermidis
Difteróides
Espécies não patogênicas de Neisseria
Alguns anaeróbios: Haemophilus.

Diagnóstico de infecções – Streptococcus pyogenes.


 Jejum desejável.
 Evitar higiene bucal.
 Evitar microbiota normal ofaringea.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 58
 Usar boa fonte de iluminação.
 Solicitar ao paciente que abra bem a boca, usando um abaixador de língua.
 Onde coletar: local com hiperemia, pus ou placas.
 Colher material introduzindo o swab flexível na faringe posterior entre os pilares tonsilares
/ mucosa atrás da úvula.
 Repetir procedimento para exame bacterioscópio.
 Avaliar também as seguintes suspeitas de infecção:
“Tosse comprida” – possível coqueluche: Bordetella pertusis.
Epiglote: Haemophilus influenzae.
Gonorréia oral: N. gonorrhoeae.

SECREÇÃO DE NASOFARINGE
 Deve-se evitar descongestionante.
 Cultivada introduzindo swab estéril através do septo nasal até que a faringe posterior seja
alcançada.
 Preferida para diagnóstico da coqueluche.
 Coryneabacterium diphteriae.
 Pesquisa de portadores nasais: Staphylococcus aureus / Neisseria meningitidis.

SECREÇÕES DO TRATO INFERIOR


Diagnóstico de bronquites ou pneumonias.
Bactérias associadas c/ pneumonia:
S. pneumoniae.
Klebsiella pneumoniae.
Serratia sp.
P. aeruginosa.
E. coli.
S. aureus e
anaeróbios.
 Amostras de secreção das vias aéreas.
 Coletar pela manhã, em jejum.
 Antes da coleta higiene oral, gargarejar com água para reduzir contaminação pela saliva.
 Obtido após tosse profunda
 Inalações com vapores de salina hipertônica estéril auxiliam a coleta.
 Frasco esterilizado.
 Preferencialmente 3 a 5 amostras do primeiro escarro da manhã
 Fazer esfregaços homogêneos, selecionando o material purulento ou com sangue.
 Esfregaços devem ser secos à temperatura ambiente e fixados chama de bico de Bunsen.
 Para o isolamento de micobactérias (cultura) tornar-se necessário proceder à digestão /
liquefação do espécime clínico, e a destruição da flora contaminante, utilizando reagentes químicos.
 Os procedimentos devem ser realizados dentro de capela de fluxo laminar.

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EXSUDATOS PURULENTOS, FERIDAS E ABSCESSOS

Amostras cirúrgicas: Obtidas por aspiração de abscessos.


 Evitar swabs de algodão.
 Necessário colher maior quantidade / acondicionar adequadamente.
 Colher usando seringa e agulha.
Cavidade peritoneal.
Abscessos delimitados.
Queimaduras.
Exsudatos (saco pericardial, cavidade pleural).

Feridas superficiais:
Lesões abertas – úlceras, cicatriz cirúrgica, abscessos:
 Descontaminação: PVPI / Soro fisiológico estéril.
 Crítica para interpretação do resultado.
 Coleta: bordas e material purulento profundo.
 Não recomendado: pus emergente, crosta, lesão seca.
Lesões fechadas – acne / furúnculo:
 Descontaminação: álcool 70%.
 Remover a superfície da lesão.
 Colher com swab estéril o material de fundo da lesão.
 Não recomendado: lesão seca ou que veio “a furo”.

LINFA
Objetivo: pesquisa do Mycobacterium leprae.
 Locais de coleta: prega do cotovelo, joelho e lobo da orelha.
 Evitar sangramento.
 Utilizar pinça de Kelly.
 Ficando esbranquiçado, faz-se a punção.

HEMOCULTURA
Simples presença de microrganismos no sangue é denominado bacteremia (ou fungemia) –
patológico.
Septicemia: infecção severa inclui: calafrios, febres indisposições, toxicidade, hipotensão,
choque (forma extrema).
 Preparar meticulosamente o local da punção venenosa.
 Limpar o local com álcool 70%.
 Proceder à limpeza, através de movimentos concêntricos e de dentro para fora, utilizando
solução de tintura de iodo a 1-2% ou PVPI.
 Remover a tintura de iodo com álcool 70% - evitar irritações na pele.
 Deixar secar. Realizar a punção.

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 Melhor momento é quando o paciente apresenta elevação da temperatura corpórea e nunca
no “pico” febril.
 Fatores de interferência: Método de coleta:
 Seringa ou vácuo.
 Volume coletado: pediátrico
Adulto Obedecer o que o fabricante indicar
 Anti-sepsia: rigorosa.
 Procedimento de coleta: rigoroso – utilizando um campo, com gaze estéril e o frasco com
algodão iodado.
 Preservação e transporte.
 Volume da amostra é dependente da quantidade de meio de cultura presente no frasco.
Entre 1:5 a 1:10.
 Recomenda-se obtenção de 2 ou, preferencialmente 3 culturas de sangue, separadas por
intervalo de 15 – 30 minutos. Depende da suspeita clínica e condições do paciente (bom senso).
 Recomenda-se uso: polianetol – sulfonato de sódio (SPS) como anticoagulante.

Fig. 42 - Coleta de hemocultura

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TRATO GENITAL

AMOSTRA APARELHO GENITAL MASCULINO:


Bactérias associadas com infecção do trato genital:
 Neisseria gonorrhoeae
 Chlamydia trachomatis
 Mycoplasma hominis
 Ureaplasma urealyticum
 Gardnerella vaginalis
 Treponema pallidum
 H. ducrey
 Streptococcus agalactiae
 Mobiluncus sp
 S. aureus
 Bastonetes G – Enterobacteriacea

Sequência que deverá ser adaptada segundo a solicitação do médico, desconsiderando as etapas
que incluem exames que não foram solicitados:

1- Exame a
fresco

Secreção 2 – Bacterioscopia
uretral Método de Gram

3 – Cultura
Gonococo

4 – Clamídia
IFD / ELISA

Procedimento na coleta de amostras de secreção uretral para exame a fresco:


1. Colocar uma gota de salina sobre uma lâmina previamente identificada;
2. Solicitar ao paciente para retrair o prepúcio;

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3. Limpar a secreção emergente com gaze estéril;
4. Certificar que a uretra esteja reta;
5. Introduzir o swab cerca de 2 cms no canal uretral, atravessando a fossa navicular;
6. Girar o swab delicadamente de 8 a 10 vezes para absorver a secreção;
7. Retirar o swab, colocar a secreção sobre a salina na lâmina e homogeneizar; e
8. Cobrir com uma lamínula e examinar o esfregaço sob microscopia em aumento de 40 X.

Lembre-se: A fossa navicular é uma porção da uretra anterior, distante cerca de 2 cms do
meato uretral externo. Devido a sua anatomia, concentra microrganismos viáveis para pesquisa, sem a
contaminação de agentes externos ou da ação de enzimas contidas na secreção (Figura 43).

Fig.43 – Uretra anterior, fossa navicular e meato


externo.

Procedimento na coleta de amostras de secreção uretral para o diagnóstico do gonococo:


1. Solicitar ao paciente para retrair o prepúcio;
2. Limpar a secreção emergente com gaze estéril;
3. Introduzir o swab alginatado ou com carvão cerca de 2 cms no canal uretral, atravessando a
fossa navicular para obter a secreção do meato urinário;
4. Girar o swab delicadamente de 8 a 10 vezes para absorver a secreção; e
5. Retirar, o swab fazer um esfregaço fino e homogêneo ou inocule a amostra em meio de
cultura apropriado.
6. Jamais refrigere a amostra para cultura de gonococos, pois eles são inativados sob baixas
temperaturas.

Procedimento na coleta de amostras de secreção uretral para o diagnóstico de clamídia


(figura 44):

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Fig.44 – Uretrite por Clamídia – corrimento
mucóide e eritema do meato.

1. Solicitar ao paciente para retrair o prepúcio;


2. Limpar a secreção emergente com gaze estéril;
3. Introduzir o swab, com haste de alumínio,cerca de 4 cms no canal uretral;
4. Girar o swab delicadamente de 8 a 10 vezes para obter o maior número de células epiteliais
possíveis. Lembre-se que a Chlamydia trachomatis é uma bactéria intracelular e o seu diagnóstico
laboratorial depende do número de células contidas na amostra. São necessárias pelo menos 50
células epiteliais; e
5. Fazer um esfregaço fino e homogêneo ou coloque o swab em meio de conservação para
ELISA.

Observação:
A coleta da amostra de secreção uretral para diagnóstico laboratorial do gonococo e da
clamídia deve ser feita de preferência pela manhã, antes do paciente urinar. Caso isso não seja
possível, espere pelo menos 3 horas após a última micção.

AMOSTRA APARELHO GENITAL FEMININO


Vaginite : Trichomonas vaginalis
Cândida albicans
Mycoplasma hominis
Ureoplasma urealyticum

Vaginose bacteriana: excesso de anaeróbios e Gardnerella


vaginalis.

Cervicite : Neisseria gonorrhoeae


Clamydia trachomatis

Preparo da paciente:
 É feita pela manhã,
 Sem higiene íntima / Não deve usar ducha e cremes vaginais na véspera do exame.
 Não estar menstruada.
 Abstinência de 3 dias.
 Faça a coleta após 3 horas da última micção.
 Paciente posição ginecológica.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 64
Sequência adaptada segundo a solicitação do médico, desconsiderando as etapas que incluem
exames que não foram solicitados:

1 – Secreção Clamídia
uretral IFD / ELISA

2 – Secreção Exame a
vaginal fresco

Bacterioscopia
Método de Gram

3 – Secreção Cultura
endocervical Gonococo

Clamídia
IFD / ELISA

Procedimento de coleta da secreção uretral feminina para o diagnóstico da clamídia:


1. Fazer a expressão da secreção das glândulas parauretrais pressionando a parede vaginal
com o dedo médio (figura 45 A);
2. Introduzir o swab de algodão cerca de 2 cms na uretra; e
3. Coletar a secreção girando delicadamente o swab de 8 a 10 vezes (figura 45 B).

Fig.45 A – Glândulas de Skene e Bartholin Fig.45 B – Coleta de secreção uretral feminina.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 65
Procedimento de coleta da secreção vaginal para exame a fresco:
Em mulheres, a secreção do fundo do saco vaginal pode ser utilizada para exame a fresco.
Este exame permite a pesquisa de Cândida sp (figura46), Trichomonas sp e Gardnerella vaginalis.

Fig.46 – Candidíase vaginal.

1. Colocar uma gota de salina sobre uma lâmina limpa, previamente identificada;
2. Introduzir o espéculo;
3. Coletar a amostra do saco vaginal com auxílio de um swab de algodão;
4. Retirar o swab, colocar a secreção sobre a salina na lâmina e homogeneizar; e
5. Cobrir com lamínula e examinar imediatamente o esfregaço sob microscopia em aumento
de 40 X.

Gram: Presença de células-guias ou clue-cells – células epiteliais recobertas de cocobacilos


sugestivos de Gardnerella.
o “Teste do cheiro” – adicionar hidróxido de potássio 10% a uma gota de corrimento vaginal.
o Teste positivo: semelhante a peixe.
Associa-se predominantemente com vaginose bacteriana.

Em crianças e em mulheres histerectomizadas, a secreção do fundo do saco vaginal é utilizada


para exame a fresco, cultura de gonococo e diagnóstico da clamídia.

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Procedimento de coleta da secreção endocervical para o diagnóstico de gonococo (figura
47):

Fig.47 – Gonorréia endocervical: edema, eritema


e corrimento.

1. Introduzir o espéculo;
2. Limpar com gaze estéril a secreção do fundo do saco vaginal e a que recobre o colo do
útero;
3. Introduzir o swab alginatado ou com carvão cerca de 1 cm no canal endocervical (figuras
48 e 49), girando-o delicadamente de 8 a 10 vezes, para absorver a secreção. Cuidado para não tocar
as paredes vaginais; e
4. Retire o swab, sem tocar as paredes vaginais.

Fig. 48 – Localização do canal endocervical. Fig. 49 – Coleta de secreção endocervical

Não utilize espéculo lubrificado. O lubrificante atua sobre o gonococo, inativando. Se for
necessário, utilize água morna para facilitar a introdução do espéculo.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 67
Jamais utilize alça bacteriológica para fazer a coleta, por causa do risco de traumatismo na
endocérvice.
A bacterioscopia pela coloração de Gram não deve ser utilizada para o diagnóstico de
infecção gonocócica na mulher. Sua utilidade reserva-se ao diagnóstico de outros agentes, pois essa
técnica apresenta sensibilidade inferior a 60% na mulher.

Procedimento de coleta da secreção endocervical para o diagnóstico da clamídia:


É o mesmo procedimento descrito anteriormente. Observe apenas o tipo de swab disponível.
Se você utilizar swab com carvão para a coleta da amostra destinada à cultura de gonococo, colha
primeiro a amostra para a clamídia. Lembre-se que a sensibilidade do diagnóstico laboratorial da
clamídia aumenta quando se colhe amostra uretral e endocervical.

Após a coleta, faça um esfregaço fino e homogêneo para o teste de IFD.

COLETA DE MATERIAL PARA PESQUISA DE Treponema pallidum e


Haemophilus ducrey.

Treponema pallidum – Sífilis

Pesquisado:
 Fase primária (protosifiloma, cancro duro) – 1 a 5 semanas.

 Fase secundária (roséolas, condilomas) – às vezes surge 2 semanas após o aparecimento


do cancro duro / ou mesmo 9 semanas depois.
Desaparece espontaneamente em 2 a 6 semanas.
Método de pesquisa:
 Microscopia de campo escuro (material á fresco).
 Coloração de Fontana – Tribondeau (esfregaços).

 Fase latente e tardia – diagnóstico sorológico.

Procedimento de coleta de amostra na fase primária:


 Usar luvas.
 Com auxílio do paciente, expõe-se o local da(s) lesão(ões).

 Com alça bacteriológica estéril, colhe-se o material superficial por leve raspagem.
 O material superficial destina-se a pesquisa de H. ducrey (cancro mole) – figura 50.

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Fig.50 – Cancro mole – Haemophilus ducrey.
Ulceração extensa.

 Com a troca de 2 ou 3 gases estéreis montadas em pinça Kelly e umedecidas em solução


fisiológica, limpa-se bem a lesão. Com outra gaze seca-se a lesão.
 Com a gaze estéril e seca, raspa-se a base da lesão até que haja um ligeiro sangramento e a
saída de um líquido claro (plasma).
 Limpa-se as primeiras gotas de sangue com plasma (figura 51).

Fig.51 – Cancro duro - Treponema pallidum.

 Repete-se a limpeza até que surja apenas o exsudato claro para não interferir na
microscopia de campo escuro. Essa manobra é facilitada se apertarmos durante alguns segundos a
base da lesão.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 69
 Colhe-se o exsudato por meio de uma alça bacteriológica estéril.
 Deve-se colher 2 esfregaços.
 Se o exame for realizado pelo método de Fontana – Tribondeau, fixa-se o esfregaço através
do líquido de Ruge (reagente do método), ao invés de fixá-los ao fogo.

Procedimento de coleta de amostra na fase secundária:


 As lesões se disseminam por todo o corpo (não confundir com a doença de Ducrey).
 Colhe-se apenas material para pesquisa de Treponema.
 Usar luvas.
 Limpar a lesão.
 Escarificar a superfície da lesão até obter um pequeno sangramento.
 Colhe-se da mesma maneira da fase primária.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 70
COLETA DE EXAMES MICOLÓGICOS

Para assegurar um exame micológico adequado, médicos, enfermeiros e profissionais de


laboratório devem trabalhar em conjunto, informando a suspeita clínica e definindo o local da
colheita.

Fungos sapróbios não comuns estão sendo implicados com maior frequência como agentes
etiológicos de doenças em pacientes gravemente imuno-deprimidos.
Uso de imunossupressivos para transplantes / quimioterapia de doenças neoplásicas - qualquer
fungo isolado deve ser considerado um patógeno potencial.
Infecção invasiva pode ocorrer em indivíduos que não sejam imunossuprimídos, pacientes
diabéticos e na neutropenia.

Localização superficial:
- Micoses superficiais, cutâneas e ceratomicoses.
Localização profunda:
- Micoses subcutâneas e sistêmicas.

COLETA:
Depende da apresentação clínica e do órgão / sistema afetado.
 Swabs podem ser utilizados para amostragem de lesões orais ou vaginais sugestivas de
candidíase.
 Melhores amostras para diagnóstico micológico são: raspados, curetagens, aspirados e
biópsias de lesão.
 A coleta é feita antes do uso de antimicóticos. Quando o paciente estiver em uso de
substãncias de qualquer natureza, suspender por 5 dias.
 As amostras devem ser colhidas em recipientes secos e estéreis.
 Inoculação de amostras e toda a manipulação de colônias de fungos devem ser feitas em
capela de fluxo laminar.

TRANSPORTE:
O transporte deve ser realizado em contêiner apropriado.

PROCEDIMENTO:
A amostra recebida ou obtida no próprio laboratório deverá ser submetida ao exame direto, o
mais rápido possível, e inoculada em meios adequados (geralmente ágar Sabouraud e Mycosel).
Os materiais densos ou opacos para exames diretos, como escamas de pele, biópsia, raspados
de unha e pêlos devem ser clarificados com hidróxido de potássio ou de sódio a 20%. Em seguida
deverão ser colocados sobre uma lâmina, cobertos com lamínula e examinados ao microscópio
óptico.

Equipamentos e materiais utilizados na coleta:


 Pinça dente-de-rato (10 cms).
 Pinça lisa (10 cms).
 Pinça pequena.
 Pinça depilatória.
 Pinça de Kelly.

Apostila Coleta e Processamento de Amostras Biológicas


Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 71
 Bisturi – curvo.
 Tesoura cirúrgica.
 Tesourinha de unha.
 Seringas estéreis.
 Agulhas comuns e calibrosa.
 Tubos e frascos estéreis.
 Placas de Petri estéreis.
 Solução fisiológica estéril.
 Gaze estéril.
 Álcool 70%.
 Swabs de algodão.
 Meios de culturas especiais.
 Lâmpada ultravioleta de Wood.

AMOSTRAS DE COURO CABELUDO E PÊLOS

 Examinar áreas de perda de cabelos lesões de couro cabeludo.


 Em ambiente escuro, expor a área suspeita à luz da lâmpada de Wood.
 Micoses provocadas - Gênero Microsporum sp –fluorescem – emitindo coloração
verde-amarelada, exceção Microsporum gypseum.
 Falsos positivos – paciente usa óleos / loções. Retira-se um pêlo, se a raiz também
fluorescer, trata-se de falso positivo.
 Local de escolha: onde haja falha, fios tonsurados, curtos e quebradiços com raiz.
 Obter escamas (caspas), crostas e material dos bordos da lesão.
 Em afecções do couro cabeludo, raspar com o bisturi.

AMOSTRAS DE LESÕES DE PELE, CROSTAS E ESCAMAS


(Figura 52)

 Eleger a área, expor á luz Wood.


 Desinfetar a pele com gaze montada em pinça de Kelly, embebida em soro fisiológico /
água destilada estéril, deixar secar.
 Local de escolha: área despigmentada, descamativa, hiperemiada, com fissuras.
 Com bisturi estéril, raspar o bordo da lesão.
 Colher crostas ou escamas, com pinça estéril.

AMOSTRAS DE RASPADOS, CORTES E FRAGMENTOS DE UNHA


(Figura 52)

 Eleger área, expor à luz Wood.


 Desinfetar a área, deixar secar.
 Local de escolha: área descamativa, esbranquiçada, enegrecida, oca, quebradiça.
 Com um bisturi, raspar as lesões no limite entre a área normal e a alterada e, cortar pedaços
de unha e recolhe-los.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 72
 Coletar os detritos debaixo da unha cortada.

Fig.52 – Micoses: pele e unha.

AMOSTRAS DE PUS DE FÍSTULAS


 Eleger a área, fazer anti-sepsia com álcool 70% , deixar secar.
 Colher a maior quantidade possível de pus, diretamente com swab de algodão, alça
bacteriológica ou seringa com agulha calibrosa (estéreis).
 Transferir o material para um tubo estéril contendo 0,5 ml solução salina estéril.
 Se existirem grânulos amarelos, cinzentos, brancos ou negros, é importante que sejam
incluídos.
 Depois de colhido o pus superficial, espremer a base da lesão entre o indicador e o polegar
e colher novamente o material que for expelido. Colocar em outro tubo estéril com solução salina
estéril, identificando-os.

AMOSTRAS DE MICOSES DA CÓRNEA E CONJUNTIVA

 Somente oftalmologista.
 Só raspados profundos são eficientes para exame direto e culturas.
 O médico colhe o material na margem e no centro das úlceras.
 Em seguida o material é transferido para um tubo com 0,5 ml de sol.salina estéril.

OUTROS MATERIAIS: Biópsias, escarro, exsudatos, fezes, lavado brônquio, líquido


cefalorraquidiano, líquido pleural, medula óssea, sangue, secreção nasal, secreção vaginal e urina.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 73
REAÇÕES À TUBERCULINA

Antígeno distribuído pela DIVISÃO NACIONAL DE PNEUMOLOGIA


SANITÁRIA, através de institutos ligados ao serviço Federal ou dos Estados.

Aplicação via intradérmica – Técnica de Mantoux.


Tuberculina purificada (PPD) “Purified Protein Derivate”.
Seringa para tuberculina (estéril e descartável)– 1 mL, graduada em centésimos.
Agulhas (estéril e descartável) – calibre 4 a 5 e de 15 mm de comprimento.

Técnica da Intradermo - reação


 Fazer anti-sepsia no terço médio da face anterior do antebraço. Deixar secar.
 Fazer assepsia com álcool 70% na tampa da ampola do antígeno.
 Aspirar 0,1 mL do antígeno do frasco com seringa e agulha e trocar novamente a agulha.
 Firmar o antebraço a ser injetado, com os dedos indicador e polegar distendendo a pele
ligeiramente, na direção da agulha e no sentido longitudinal do antebraço.
 Injetar por via intradérmica 0,1 ml do antígeno. Retirar então o dedo da extremidade do
êmbolo e, em seguida puxar a seringa c/ a agulha.
 Quando a injeção é perfeita (intradérmica e superficial), deve aparecer uma pálida elevação
da pele (pápula), de contorno bem delimitado, com poros bem visíveis, produzida pelo líquido
injetado.

Leitura da prova
 Feita idealmente 72 horas após a injeção.
 Consiste em medir a área do nódulo eventualmente formado.
 Usa-se régua transparente. Mede-se, em milímetros, o maior diâmetro transversal do
nódulo palpável.
 Se não houver nódulo sensível à palpação, registrar “O”.
 Não se deve dar valor nenhum ao eritema (vermelhidão) ou ao edema (inchaço), por
maiores que sejam.

Interferências no resultado da prova.

 Primeiros meses de vida – não se faz à prova.


 Doenças infecciosas agudas: sarampo, rubéola, escarlatina, etc.
 Vacinação recente (dentro de 30 dias).
 Gravidez.
 Pele pergaminhada.
 Desidratação.
 Estados finais da tuberculose.
 Tratamentos atuais com cortisona e derivados.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 74
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (GTT)
 Paciente deverá estar de jejum para a colheita da amostra “zero minuto”.
 Dosar esta amostra, antes da administração da glicose. Se alterado este resultado com
suspeita de diabetes, a prova deverá ser suspensa.
 Administrar 75 g de glicose (Dextrosol), por via oral, dissolvida em água filtrada,
independentemente do peso. Em crianças a dose de glicose é de 1,75 gramas por quilo de peso
corporal.
 A partir do início da ingestão da glicose, cronometrar o tempo.
 Colher amostras de sangues nos tempos: 30 min
60 min.
90 min.
120 min.
 Pacientes grávidas colher a amostra em jejum, administrar glicose, ficar em repouso e
coletar de acordo com o pedido médico.
 Rotular os tubos de acordo com os tempos de coleta.

CURVA GLICÊMICA PROLONGADA (GTT PROLONGADA)


 Paciente deverá estar de jejum para a colheita da amostra “zero minuto”.
 Dosar esta amostra, antes da administração da glicose. Se alterado este resultado com
suspeita de diabetes, a prova deverá ser suspensa.
 Administrar 75 g de glicose (Dextrosol), por via oral, dissolvida em água filtrada,
independentemente do peso.
 A partir do início da ingestão da glicose, cronometrar o tempo.
 Colher amostras de sangues nos tempos: 30 min
60 min.
90 min.
120 min.
 Colher 2 amostras adicionais de sangue – 240 minutos
300 minutos.

GLICOSE PÓS-PRANDIAL
 Colher a amostra em: jejum e
após 2 horas da refeição.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 75
TABELA DE EXAMES LABORATORIAIS

EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
- Hiperplasia adrenal congênita.
17 Alfa-Hidroxi- Realizar no mesmo - Deficiência de 21 hidroxilase.
Soro 4 hs
Progesterona dia/Congelar - Marcador tumoral para ovário e adrenais.

Colher do 6º ao
8º dia do ciclo
17 OH Progesterona Soro Congelar - Defeito da 21-hidroxilase.
menstrual.
4 hs.
De 2º à 8ºC durante 24 hs / - Detecção de deficiência de folato.
Ácido Fólico Soro 8 a 10 hs Congelar a amostra / Evitar - Avaliação de anemia megaloblástica.
hemólise e exposição à luz.
Urina
(Colhida ao
- Avaliação da exposição ocupacional ao
Ácido Mandélico final da Refrigerar
Estireno a ao Etil-benzeno.
jornada de
trabalho)
- Aumento: Gota, Mixedema, Acromegalia,
Pseudo e Hipoparatireoidismo, Diabetes,
Hipercolesterolemia essencial, Obesidade,
Hiperparatireoidismo, hipoglicemia,
leucemias, mieloma múltiplo, policitemia
vera, mielofibrose, anemias hemolíticas,
metaplasia mielóide, anemiapeniciosa,
linfomas, pneumonia, jejum, mononucleose,
insuficiência renal, S. nefrótico, pré-
Ácido Úrico Soro 8 hs Refrigerar a amostra eclâmpsia, glomerulonefrites, insuficiência
cardíaca, infarto do miocárdio, hipertensão
arterial, artrite reumatóide, saturnismo,
insuficiência hepática, eczema crônico,
corioatetose.

- Diminuição: D. de Wilson, uso em


excesso de aspirina ou altas doses de
Vitamina C.

- Hiperuricosúrias.
Manter refrigerada durante a
Ácido Úrico Urinário Urina 24 hs - Calculose Renal.
coleta.
Ácido Valpróico Soro 2º à 8ºC
6 hs. - Avaliação de etiologia da S. de Cushing.
Plasma com
Colher pela - Produção de ACTH ectópico por neoplasia.
ACTH EDTA ou Congelar
manhã entre - D. de Addison.
heparinizado
7h00 e 9h00
Soro, Líquido
Adenosina Deaminase Pleural, - Valores de ADA superior a 40 U/I sugerem
8 hs Refrigerar
(ADA) Líquidos etiologia tuberculosa.
Biológicos
- Infecções causadas por Adenovírus.
Adenovírus Soro 4 hs Refrigerar a amostra

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EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

Albumina Soro 4 hs Refrigerar - Avaliação de derrames cavitários.

Congelar a amostra. - Avaliação de processos com lesões


Aldolase Soro 4 hs Estável por 8 hs a temperatura musculares como doenças degenerativas dos
ambiente, 15 dias a 4ºC. músculos ou distrofia muscular.
- Diagnóstico de hiperaldosteronismo
Aldosterona Soro 8 hs Congelar a amostra primário, causado principalmente por tumor
adrenal.
Relatar se o
paciente faz - Determinação do hipoaldosteronismo ou
Manter a urina refrigerada
Aldosterona Urinária Urina 24 hs uso de hiperaldosteronismo acompanhado a D. de
durante a coleta
hipotensores e Addison.
diuréticos
- Deficiência congênita de AAT.
Alfa 1 Antitripsina Soro 4 hs 2º à 8ºC - Indicado como proteínas de fase aguda em
processos inflamatórios.
- Diagnóstico de processos inflamatórios.
- Artrite reumatóide.
Alfa 1 Glicoproteína 2º á 8ºC durante 24 horas ou - Lúpus.
Soro 4 hs
Ácida congelar a amostra. - D. de Crohn.
- Neoplasias metastáticas.
- Infarto agudo do miocárdio.
- Marcador Tumoral útil para pacientes com
Jejum não quadro de hepatocarcinoma, metástases
Alfa Fetoproteína Soro Congelar a amostra
obrigatório hepáticas, carcinoma de dutos biliares e
tumor de testículos.
Urina, Soro,
Plasma,
Alumínio - Exposição ao alumínio
Fluído de
diálise
- Aumento: Pancreatite aguda, úlcera,
peptídica perfurada em peritônio ou em
pâncreas, caxumba, hep. viral, obstrução
intest., uremia, câncer de pâncreas, trombose
mesentèrica, prenhez tubária rota, gravidez
Soro, Líquido 4 hs para coleta
ectópica, fibrose cística do pâncreas,
ascítico ou do soro. Jejum
Amilase Refrigerar entre 4 a 8ºC obstrução do duto de Wirsung, macroamilase.
Pleural, Urina dispensado na
- Diminuição: Doença hepática, pós-
de 24 hs urgência
operatório em geral, pancreatite crônica, pós-
pancreatite aguda, grande queimadura,
toxemia gravídica, uso de glicose, frutose,
glucagon, insulina, tolbutamida.

- Síndromes hiperandrogênicas.
2 a 8ºC durante 24 hs ou
Androstenediona Soro 10 a 12 hs - Segmento do tratamento de pacientes
Congelar a amostra
portadores de defeito da 21-hidroxilase.

- Associados a processos leucêmicos de


Anti HTLV 1 / HTLV
Soro 6 hs Congelar células T do adulto e a paraparesia espástica.
2
- Contato prévio com retrovírus.

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EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

- Diagnóstico do Lúpus Eritematoso


Anticorpos Anti-
Soro 8 hs Refrigerar a amostra Sistêmico, trombose arterial ou venosa,
Cardiolipina
abortos de repetição, trombocitopenia.

- Presentes em cerca de 80 a 90% dos


Anticorpos Anti-DNA Soro Congelar a amostra pacientes lúpicos não tratados. Raramente
em outras doenças reumáticas.

Anticorpos Anti- Jejum não - Diagnóstico da resistência imunológica


Soro Refrigerar a amostra
Insulina obrigatório em diabéticos.

Anticorpos Anti- - Pesquisa de doença auto-imune da


Soro 8 hs 2 a 8ºC
Microssomais tireóide.

Anticorpos Anti- - Avaliação de doenças auto-imunes da


Soro 8 hs 2 a 8ºC
Tireoglobulina glândula tireóide.

Anticorpos Anti- - Diagnóstico de doenças auto-imunes da


Soro 8 hs Refrigerar a amostra
Tireoperoxidase Tireóide.
- Diagnóstico das doenças causadas por
Antiestreptolisina Soro 8 hs Refrigerar a amostra estreptococos.

- Utilizado como marcador e monitor de


neoplasias grastrointestinais, principalmente
Antígeno
do colon.
Carcinoembriônico Soro 8 hs 2 a 8ºC
- Processos inflamatórios gastrointestinais
(CEA)
podem aumentar os níveis séricos do CEA.

12 a 14 hs.
Não utilizar
bebidas
Apolipoproteínas Soro Refrigerar a amostra - Avaliação da aterosclerose.
alcoólicas na
véspera do
exame.
- Diagnóstico das hepatopatias e quadros
hemolíticos.
Bilirrubinas Totais e
Soro 8 hs Proteger da luz - Avaliação e acompanhamento dos níveis
Frações
de icterícia do recém-nascido.

- Diagnóstico da infecção causada pelo


Blastomicose-
Soro 6 hs Congelar a amostra fungo Paracoccidioides brasiliensis.
Sorologia
- Positivo para anticorpos IgM, encontrado
nas primeiras semanas da infecção.
- Título maior ou igual a 1/100 na fase
Brucelose Soro Não obrigatório Refrigerar a amostra aguda.
- Título abaixo de 1/100 em pacientes
vacinados.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 78
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
2 a 8ºC até 2 horas após a - Neoplasias do ovário e detecção precose de
CA - 125 Soro 6 hs
coleta ou congelar a amostra. recidivas.

2 a 8ºC até 2 horas após a - Pacientes com neoplasias de mama e


CA –15-3 Soro 8 hs
coleta ou congelar a amostra. detecção precose de recidiva tumoral.
- Pacientes portadores de neoplasias do tubo
2 a 8ºC até 2 horas após a gastrointestinal principalmente tumores
CA – 19-9 Soro 8 hs
coleta ou congelar a amostra. relacionados ao pâncreas e às vias biliares.

- Monitoração terapêutica.
CA 50 Soro 8 hs Refrigerar a amostra - Diagnóstico de recidiva de carcinomas
gastrointestinais e pancreáticos.

2 a 8ºC até 2 horas após a - Monitoramento de paciente portador de


CA 72-4 Soro 6 hs
coleta ou congelar a amostra. neoplasia gástrica.

- Aumento: Pseudo e hiperparatireoidismo.


- Hipervitaminose D, S. de Burnett,
Soro: Refrigerar a amostra. osteoporose, sarcoidose, D. de Paget,
Cálcio Soro ou urina 4 hs Urina: Refrigerar a amostra mieloma múltiplo, leucemia aguda,
durante a coleta. hipertireoidismo, insuf. suprarenal aguda,
hipotireoidismo, acromegalia, metástases
óssea, policitemia vera, carcinomas.

Cálculo de no
Cálculo Urinário, mínimo 1 a 2
Em frasco seco - Diagnóstico etiológico da nefrolitíase.
Análise Química mm de
diâmetro

Amostra colhida em tubo novo,


sendo que todo material para a
Capacidade de Fixação separação deverá ser lavado - Anemias ferroprivas, hipocrômicas e
Soro 8 hs
de Ferro com HCL a 50% e abundante microcíticas.
água destilada.
Manter a amostra refrigerada.
- Estado de equilíbrio: 2 a 6 dias.
- Meia-vida: 10 a 25 horas.
-O nível é aumentado por:
Triacetiloleandomicina. O nível é diminuído
por: administração simultânea de:
Soro ou
Carbamazepina Fenobarbital, Hidantoína ou Primidona.
Plasma
- Aumenta o nível de: Fenobarbital e
Primidona.
- Diminui o nível de: Ácido Valpróico e
Hidantoína.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 79
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
- Diagnóstico de infestação por
Chagas Soro 8 hs Congelar a amostra
Trypanossoma cruzi ou Doença de Chagas.
- Diagnóstico de infecção pelo vírus CMV,
Citomegalovírus IgG Soro 8 hs Congelar a amostra
principalmente imunodeprimidos.

Citomegalovírus IgM Soro 8 hs Congelar a amostra - Diagnóstico de infecção recente por CMV.

- Diagnóstico de infecção causadas por


Clamídia IgG Soro 8 hs Congelar a amostra
clamídias.

Clamídia IgM Soro 8 hs Congelar a amostra - Detecção de infecção recente por clamídias.

Soro: Congelar a amostra.


Soro ou urina - Avaliação de distúrbios do equilíbrio
Cloro 4 hs Urina: Refrigerar a amostra
de 24 hs hídrico, eletrolítico e ácido-básico.
durante a coleta.
- Fração do Colesterol denominada fração de
Colesterol HDL Soro 12 hs Refrigerar a amostra proteção. Colesterol “Bom”. Cálculo do
índice de Castelli I e II (risco aterogênico).
- Quando elevada, aumenta o risco de
Colesterol LDL Soro 12 hs Refrigerar a amostra
aterosclerose. Cálculo do índice de Castelli II.
- Aumento: icterícia obstrutiva, D. de Von
Gierke, Hepatite por vírus, cirrose porta, S.
nefrótico, pancreatite crônica, diabetes
mellitus, hipotiteoidismo, hipercolesterolemia
familiar, aterosclerose, gota.

Colesterol Total Soro 12 hs Refrigerar a amostra - Diminuição: Hetopatopatias graves,


inanição, uremia terminal, septicemia,
hipertireoidismo, S. de má absorção, anemia
perniciosa, anemia hemolítica, anemia
hipocrômica severa, hemofilia acantocitose,
D. Addison.

- Fração do colesterol mais ligada ao


Colesterol VLDL Soro 12 hs Refrigerar a amostra triglicérides.
- Avaliação do risco aterogênico.
Sangue total
Contagem de - Avaliação pré-operatório.
com EDTA
4 hs Realizar imediatamente - Diagnóstico de coagulopatias por
Plaquetas ou citrato de
tromboastenia ou trombopenia.
sódio
Sangue Total
ou Cordão - Diagnóstico de anemias hemolíticas do
Enviar imediatamente ao setor
Coombs Direto Umbilical recém-nascido, decorrentes de
técnico.
com anti incompatibilidade dos sistemas ABO ou Rh.
coagulante
- Identificação de anticorpos anti-
eritrocitários.
- Acompanhamento de pacientes
Coombs Indireto Soro Congelar
sensibilizados por antígenos de qualquer
sistema imunohematológico,

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 80
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
Urina de 24 Refrigerar a amostra durante a - Avaliação e diagnóstico das
Coproporfirinas
hs coleta. porfirinopatias.
- Diagnóstico da S. de Cushing onde há
Cortisol Sérico hiperfunção da glândula adrenal e na S. de
Soro 8 hs Congelar
Addison onde há hipofunção glandular.

Armazenar o frasco na geladeira.


Antes de iniciar a coleta de 24
- Avaliação de função da glândula adrenal,
hs, adicionar 20 ml de ácido
Urina de 24 principalmente em casos de hiperfunção.
Cortisol Urinário acético 50%. Depois completar
hs Cortisol livre na urina é mais exato que uma
para 25 ml de ácido acético 50%
simples dosagem sérica do hormônio.
por litro de urina coletada a fim
de obter um pH menor que 3.
Soro: volume mínimo 1,0 ml
Urina: alíquota de ao menos 2,0
ml informando o volume total
Clearence de
Soro e Urina urinário e o tempo de coleta. - Avaliação renal
Creatinina
Informar também o peso e altura
do paciente para cálculo da
superfície corporal.
Soro: Jejum 4
hs.
Urina : entregar
Clearence de Uréia Soro e urina a urina de 24
Refrigerar os dois materiais Avaliação da função renal
24 hs. horas na
ocasião da
coleta do
sangue.
- Avaliação da função renal
Creatinina Soro ou Urina 4 hs Refrigerar a amostra

Creatinoquinase - Diagnóstico de miopatias e infarto do


Soro 4 hs Refrigerar a amostra
(CPK) miocárdio

Creatinoquinase - Diagnóstico do infarto agudo do


Soro 4 hs Refrigerar
cardíaca miocárdio

- Diagnóstico e prognóstico de infecções


Criptococose Soro / Líquor 8 hs Congelar a amostra
por criptococos

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 81
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

- Tolerância diminuída: 120 min com


Se o exame não for realizado
glicemia entre 140 e 200 mg/dl (diabetes,
imediatamente, manter as
DNV, arsênio, hipercorticoadrenalismo,
amostras refrigeradas. A curva
choque, fadiga, gestação, furunculose,
pode ser efetuada de maneira
hipertensão intracraniana, hiperpituitarismo,
clássica (jejum: 30, 60, 90, 120
jejum prolongado, hipertireoidismo).
min), simplificada (jejum: 30, 60,
Plasma - Diabetes Mellitus: Tempos até 120 min
Curva Glicêmica 10 a 12 hs 90 e 120 min) ou prolongada de
Fluoretado com glicemia superior a 200 mg/dL.
4 hs (jejum: 30, 60, 90, 180 e 240
- Tolerância aumentada: Tempo 60 e/ou
min). OBS.: Nos 3 dias que
90 min com glicemia inferior a 70 mg/dl
antecedem a prova o paciente
(hiperinsulinismo, hipopituitarismo,
deve ingerir uma dieta rica em
hipotireoidismo, distrofia muscular,
carboidratos e não tomar bebida
Addison, doença celíaca, esteatorréia
alcoólica na véspera.
idiopática, anorexia nervosa, spru.)

- Aumento: hepatite, cirrose, Icterícia


obstrutiva, anemia megaloblástica,
falciforme e hemolítica severa, carcinoma
metastático, leucemia aguda, crônica,
Desidrogenase
granulocítica, infarto do miocárdio, doença
Láctica Soro 6 hs Temperatura Ambiente
renal, infarto pulmonar, proteinose alveolar
(DHL)
pulmonar, crescimento, gravidez,
esmagamento e destruição muscular,
pancreatite aguda, acidente vascular
cerebral

DHEA - - Esteróide de origem adrenal, marcador de


Dehidroepiandroster Soro 6 hs Refrigerar a amostra hiperprodução androgênica pelas glândulas
ona adrenais.

Eletroforese de Sangue Total - Diagnóstico diferencial das


4 hs Refrigerar a amostra
Hemoglobina com EDTA hemoglobinopatias

- Caracterização das disproteinemias:


Eletroforese de Hipoalbuminemia, Hipogamaglobulinemia,
Soro 4 hs Refrigerar a amostra
Proteínas Hipergamaglobulinemia policlonal e
monoclonal

Epstein Baar Vírus - Infecção pelo vírus Espstein-Baar e


Soro 4 hs Congelar a amostra
IgG mononucleose infecciosa.

Epstein Baar Vírus


Soro 4 hs Congelar a amostra - Infecção recente por EBV.
IgM

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 82
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
Sangue Total - Diagnóstico de anemias e
Eritrograma Refrigerar entre 4 a 8º C
com EDTA poliglobulias
- Monitoramento da atividade
Estradiol Soro 8 hs Refrigerar a amostra estrogênica produzida pelas gônadas
masculinas e femininas.
- Reflete integridade da unidade feto-
placentária, acusando problemas com
Estriol Soro 10 a 12 hs Refrigerar a amostra
gestações de alto risco como no
diabetes.
Urina de 24 Manter a urina refrigerada - Acompanhamento de gestação de
Estriol Urinário
hs durante a coleta alto risco
Sangue Total
Falcização de Hemácias 4 hs Refrigerar até 24 hs - Anemia Falciforme
com EDTA
- Doenças reumatológicas
Fator Anti Núcleo principalmente LES onde a
Soro 10 a 12 hs Refrigerar a amostra
(FAN) positividade chega a 95% em
pacientes não tratados
- Diagnóstico diferencial das anemias
Ferritina Soro 8 hs Refrigerar a amostra e no acompanhamento das alterações
do armazenamento do ferro.
A separação deve ser imediata.
Todo material deve ser lavado - Anemias hipocrômicas, microcíticas
Ferro Soro 8 hs
com HCL a 50% e água e ferroprivas
destilada.

- Alterações prostáticas como


Fosfatase Ácida Prostática Soro 8 hs Evitar hemólise
processos inflamatórios e tumorais.

- Aumento: câncer de próstata,


metástase em tecidos moles, metástase
osteoblástica, metástase osteolítica,
sarcoma osteogênico, necrose
hepatocelular, icterícia obstrutiva,
metástase hepática, metaplasia
mielóide, leucemias crônicas, infarto
Fosfatase Ácida Total Soro 8 hs Evitar hemólise
do miocárdio, pancreatite,
insuficiência renal, infecções aguda,
artrite reumatóide, D. de Paget.

- Diminuição: carcinoma prostático


anaplástico.

- Aumento: hipoparatireoidismo,
insuficiência renal, S. de Burnett,
intoxicação com vitamina D,
acromegalia, fraturas em
consolidação, insuficiência hepática
aguda grave, leucemia mielóide
Fósforo Soro 6 hs Refrigerar a amostra crônica, insuficiência suprarenal,
obstrução intestinal, coma diabético.
- Diminuição: hiperparatireoidismo,
osteomalácia, S. de Fanconi, S. renais
dos túbulos proximais, câncer
metastático, hipofosfatemia.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 83
- Aumento: hiperparatireoidismo
- Diminuição: hipoparatireoidismo e
Fósforo Urinário Urina de 24 hs Refrigerar a amostra
pseudo-hiporaratireoidismo

- Avaliação média das glicemias, sendo


um parâmetro de controle do paciente
Frutosamina Soro 8 hs Congelar a amostra
diabético.

- Diagnóstico da presença de
anticorpos Anti Treponema pallidum,
Fta – Abs Soro 4 hs Congelar a amostra
agente etiológico da Sífilis.

- Diagnóstico da deficiência da G6PD


em hemólise secundária, congênita ou
Sangue Total
G6PD Não necessário Refrigerar a amostra secundária a infecções virais e
com EDTA
bacterianas.

- Avaliação das hepatopatias agudas e


crônicas. Os níveis aumentam na
doença hepática alcoólica aguda ou
Gama GT Soro 6 hs Refrigerar a amostra
crônica e nas neoplasias hepáticas
primárias ou metastáticas.

Eliminar
qualquer bolha
de ar que haja
Refrigerar entre 4 a 8º C até
na seringa. - Distúrbios do equilíbrio ácido-básico.
Sangue Total no máximo uma hora após a
Espetar a - Acidose ou Alcalose, respiratória,
Gasometria em seringa coleta. Após esse tempo o
agulha numa metabólica ou combinada, compensada
heparinizada exame não tem mais utilidade
rolha de ou descompensada.
clínica.
borracha. Fazer
o exame dentro
de 15 minutos.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 84
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
- Aumento: diabetes mellitus, beribéri,
hemocromatose, pancreatite,
acromegalia, S. de Cushing
- feocromocitoma, epilepsia,
hipertireoidismo, infecções agudas,
traumatismo, tumor e hemorragia
cerebral, encefalites, infarto do
Plasma
Glicose 8 a 10 hs Refrigerar a amostra miocárdio, choque, câncer de pâncreas.
Fluoretado
- Diminuição: hiperinsulinismo, excesso
de insulinoterapia, TU de pâncreas,
tireotoxicose, hipotireoidismo, D. de
Addison, carcinoma supra-renal, hepatite
infecciosa, D. de Von Gierke, hepatomas.

O paciente deve
- Triar pacientes potencialmente
alimentar-se com
portadores de diabetes mellitus. O
Plasma refeições Refrigerar. Se não for dosado
Glicose Pós – Prandial resultado depende basicamente da
Fluoretado contendo ao no mesmo dia, congelar
quantidade de carboidratos ingeridos, da
menos 50 g de
idade e da condição física do paciente.
carboidratos

Urina de 24
- Acompanhamento de pacientes
Glicosúria horas coletada Refrigerar
diabéticos
em 4 frascos

- Diagnóstico precoce da gravidez.


Marcador tumoral para cânceres não-
trofoblásticos.
- Mulheres aumenta: gravidez ectópica,
Gonadotrofina mola hidatiforme, coriocarcinoma
Soro 4 hs Congelar
Coriônica Beta gestacional, corioepitelioma.
- Homens aumenta: tumor de células
germinativas testiculares não
seminomatosas.

- Diagnóstico de infecções em que


Sangue Total
ocorrem bacteremias com por exemplo:
em meio de
Hemocultura Não necessário endocardite, febre tifóide, leptospirose,
cultura
brucelose, infecção urinária ou pulmonar,
apropriado.
feridas cirúrgicas.

- Valores normais indicam que o


paciente esteve euglicêmico durante, ao
O material deve ser
Hemoglobina Sangue com menos, as últimas 4 semanas.
4 hs processado no mesmo dia da
Glicosilada EDTA - Valores acima: indicam estado
coleta
predominantemente hiperglicêmico
durante o mesmo período.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 85
PREPARO
EXAME MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

- Série Vermelha: útil nas anemias macro,


micro e normocíticas.
Sangue com Deve ser analisado no mesmo
Hemograma Não necessário - Série Branca: infecções bacterianas,
EDTA dia.
viróticas, infestações parasitárias, alergia,
leucemias.

- Aumento: processos infecciosos com


febre reumática, endocardite e tuberculose,
neoplasias, anemias, gravidez.
- Diminuição: policitemia vera,
Velocidade de Sangue Total cardiopatia congênita, anemia hipocrômica
Hemossedimentação em citrato de 4 hs microcítica, mieloma múltiplo,
(VHS) sódio hiperproteinemia, hemoglobinopatias,
hipofibrinogenemia, endocardite bacteriana
subaguda, insuficiência cardíaca
congestiva com cianose, anafilaxia,
poliglobulias.

Hepatite A – Anti
- Diagnóstico de imunidade contra o vírus
Soro 8 hs Congelar a amostra
HAV IgG da Hepatite A.

Hepatite A – Anti
- Diagnóstico de infecção recente pelo
Soro Não necessário Congelar a amostra
HAV IgM vírus da Hepatite A.

Hepatite B – Anti - Marcador de infecção aguda pelo vírus


Soro 8 hs Congelar a amostra da Hepatite B. Anticorpos IgM contra a
HBc IgM
cápside do vírus.

Hepatite B – Anti - Detecção de resposta imunológica para


Soro Não necessário Congelar a amostra Hepatite B, especialmente resposta para o
HBc Total
core (cápside) do vírus.
- Diagnóstico diferencial, seguimento e
Hepatite B – Anti prognóstico de pacientes com Hepatite B.
Soro Não necessário Congelar a amostra Anticorpo contra e envelope do vírus da
Hbe
Hepatite B.

Hepatite B- Anti HBs Soro Não necessário Congelar a amostra - Monitoramento pós-vacina de Hepatite B

- Encontra-se usualmente entre 3 a 6


semanas de infecção.
Hepatite B – HBeAg Soro Não necessário Congelar a amostra - Antígeno do envelope do vírus da
Hepatite B.

- Torna-se positivo de um a dois meses


após o contágio, ainda no período de
Hepatite B- HbsAg Soro 8 hs Congelar a amostra incubação. A persistência de HbsAg após 6
meses, indica estado de portador crônico.

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Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 86
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

- Diagnóstico diferencial de hepatites,


Hepatite C – HCV Soro Desnecessário Congelar a amostra usado na triagem de bolsas de sangue nos
bancos de sangue.

Herpes IgG - Diagnóstico de infecção pregressa pelo


Soro 8 hs Congelar a amostra
Vírus do Herpes Simples I.

Herpes IgM - Diagnóstico de infecção aguda pelo


Soro 8 hs Congelar a amostra
Vírus do Herpes Simples I.

- Triagem para o diagnóstico da AIDS.


- Se o resultado der positivo ou
indeterminado recomenda-se a realização
HIV – Anticorpos 1 + 2 Soro 8 hs Congelar a amostra de testes confirmatórios de Western Blot
ou reação em cadeia da polimerase.
(PCR).

- Diagnóstico e acompanhamento de
pacientes com acromegalia. Serve para
Hormônio do
avaliar déficit de crescimento. Quando
Soro 8 hs Refrigerar a amostra
Crescimento – HGH em níveis baixos, preconiza-se realizar
teste de estímulo para HGH.

Hormônio Folículo - Diagnóstico de hipogonadismo


Soro 8 hs Congelar a amostra primário, puberdade precoce e
Estimulante – FSH
menopausa.

Hormônio
- Diagnóstico de hipogonadismo
Soro 8 hs 2 a 8º C
Luteinizante –LH primário, puberdade precoce e ovulação

Hormônio Tireo – - Diagnóstico de hipo e hipertireoidismo


Soro 8 hs Congelar a amostra juntamente com os hormônios
Estimulante TSH
tireoideanos

IgA – Imunoglobulina - Diagnóstico de imunodeficiência


Soro 8 hs 2 a 8º C
congênita ou adquirida de IgA.

- Diagnóstico de alergias como asma,


IgE – Imunoglobulina rinite alérgica, urticária e eczema ou
Soro 8 hs 2 a 8º C
doenças parasitárias.

- Diagnóstico e seguimento de distúrbios


IGFBP-3 (Proteína
relacionados ao déficit (principalmente) e
Soro 4 hs Refrigerar a amostra
Ligadora) ao excesso de HGH.

Apostila Coleta e Processamento de Amostras Biológicas


Profa. Dra. Dora Lúcia Carrara Moreti 87
EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
- Avaliação de imunidade humoral.
Monitoramento terapêutico de mielomas
IgG – Imunoglobulina Soro 8 hs 2 a 8º C causados por IgG, macroglobulianas e
alguns tipos de linfomas.

- Avaliação de imunidade humoral.


Estabelecer diagnóstico e
IgM- Imunoglobulina acompanhamento da terapia de
Soro 8 hs 2 a 8º C
macroglobulinemia de Waldenström ou
Mieloma

- Diagnóstico das disproteinemias, como


mieloma múltiplo, macroglobulinemia de
Imunoeletroforese Soro 4 hs Congelar a amostra Waldenström, doenças linfoproliferativas
e gamopatias monoclonais.

- Diagnóstico de hipoglicemias,
Insulina principalmente das causadas por
Soro 8 hs 2 a 8º C
insulinomas.

Látex (Fator
- Diagnóstico diferencial e prognóstico
Soro 8 hs Congelar a amostra
Reumatóide) de artrites.

Leishmaniose - Diagnóstico da Leishmaniose Visceral


Soro Não necessário Refrigerar a amostra
(Calazar) e Tegumentar.

Leptospirose Soro 8 hs Congelar a amostra - Diagnóstico de Leptospirose.

- Diagnóstico de processos inflamatórios


Leucograma Sangue Total
4 hs tóxicos, inflamatórios infecciosos,
EDTA
alérgicos e leucêmicos.

Colher sangue com


- Avaliação da imunidade celular do
Linfócitos CD4 / CD8 Sangue Total anticoagulante e enviar
Não necessário indivíduo, avaliando quantitativamente a
com EDTA imediatamente ao setor
subpopulação de linfócitos T.
técnico.
O sangue deve ser coletado
Linfócito B Sangue em seringa ou tubo - Avaliação quantitativa de células B
4 hs
heparinizado heparinizado e conservar a relaciona-se com a imunidade humoral.
temperatura ambiente.

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EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
O sangue deve ser coletado
- Avaliação quantitativa de células T
Linfócito T Sangue com seringa ou tubo
4 hs reflete a imunidade celular do
heparinizado heparinizado e conservar a
indivíduo.
temperatura ambiente.
- A lipase aumenta nas pancreatites de
qualquer etiologia.
Lipase -A amilase se eleva mais
Soro ou plasma 8 hs Congelar a amostra
precocemente, mas, em contrapartida, a
lipase permanece elevada por mais
tempo.
Lípides Totais - Diagnóstico das lipemias primárias e
Soro 10 a 12 hs Congelar a amostra
secundárias.
Até 1 ano: 3 a 4 hs
1 a 5 anos: 6 a 8 hs - Diagnóstico das dislipidemias
Refrigerar entre 4 a 8º C. O
Lipidograma 6 a 10 anos: 10 a primárias e secundárias. Fenotipagem
Soro congelamento pode alterar as
12 hs das hiperlipoproteinemias segundo
frações lipoprotêicas.
acima de 10 anos: Fredrickson.
12 a 14 hs
- Altos níveis associados ao aumento
Lipoproteína do risco para infarto do miocárdio e
Soro 12 hs
infarto cerebral.

- Hiper e hipotensão liquórica,


bloqueios do canal raquiano, processos
Líquor Líquor Refrigerar inflam. agudos/crônicos, virais ou
bacterianos, proc.tumorais, pro.
hemorrágicos, neurocisticercose

- Diagnóstico de infestação por


Machado Guerreiro Soro 8 hs Congelar a amostra Trypanossoma cruzi ou doença de
Chagas.

Magnésio Soro ou Urina 8 hs 2 a 8º C - Avaliação dos distúrbios eletrolíticos.

Malária Soro 4 hs Congelar - Diagnóstico e terapêutica da malária.

Evitar ingestão de
drogas
Metanefrinas Congelar a amostra. Não - Diagnóstico do feocromocitoma e
Urina de 24 hs interferentes, antes,
usar conservantes. ganglioneuroma.
durante a coleta da
urina.
- Utiliza-se no acompanhamento de
Entregar a amostra até 6 pacientes diabéticos. A presença de
Microalbuminúria Urina de 24 hs horas após o término da microalbuminúria acima dos valores
coleta. normais de referência indica
comprometimento renal incipiente.
- Diagnóstico da mononucleose
Mononucleose infecciosa.
Soro Não necessário Refrigerar a amostra

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EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)

Sorologia para
- Diagnóstico de pneumonia por
Soro 8 hs Congelar a amostra
Mycoplasma Mycoplasma pneumoniae.

- Diagnóstico diferencial das


hipercalcemias. Serve para discriminar o
hiperparatireoidismo primário da
Paratormônio (PTH) hipercalcemia por malignidade e é útil na
Soro 8 hs 2 a 8º C
insuficiência renal crônica para avaliação
do grau de hiperparatireoidismo
secundário

Enviar o material ao setor


Pesquisa de Células Sangue Total - Doenças auto-imunes, Lúpus
8 hs técnico o mais rápido
LE com coágulo Eritematoso Sistêmico.
possível

Progesterona - Avaliação do processo ovulatório e


Soro 8 hs 2 a 8º C
formação do corpo lúteo.
- Diagnóstico de galactorréias e
distúrbios hormonais tais como
Prolactina Soro 8 hs Refrigerar a amostra hiperprolactinemias, amenorréias,
esterilidade e impotência.

- A proteína C é um inibidor fisiológico


da coagulação pertencente ao grupo das
proteínas vitamina K dependentes. A
deficiência congênita é especialmente
caracterizada por trombose venosa
Separar e congelar a amostra
Proteína C Plasma recorrente.
8 hs imediatamente após a coleta.
citratado - Deficiências adquiridas são observadas
Enviar congelado
em doenças hepáticas, durante terapia
com anticoagulantes orais e CIVD.
Valores baixos são observados no RN
devido à imaturidade hepática.

- Proteína de fase aguda de inflamação e


Proteína C Reativa infecção, relacionada com colagenoses,
Soro 8 hs 2 a 8º C
neoplasias, doenças infecciosas crônicas
e agudas.
Proteínas de Bence - Avaliação e diagnóstico de mieloma
Urina de 24 hs Congelar a amostra
Jones múltiplo.
- Avaliação diagnóstica das
hipoproteinemias, por defeito na síntese
protéica (hepatopatias, desnutrição) ou
Proteínas Totais Soro 4 hs Refrigerar a amostra
por perda protéica (S. nefrótica,
enteropatia com perda protéica).

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EXAME PREPARO
MATERIAL CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
(JEJUM)
No antebraço que
não será
puncionado,
delimitar uma área
de 5x5 cm e
assinar eventuais
“pintas”. Depois
Prova feita no garrotear o braço
Avaliação da fragilidade capilar,
membro com
Prova do Laço Trombopenia, Tromboastenia,
superior do esfignomanômetro
Hipovitaminose C. Púrpura de
paciente durante 5 min na
Henoshölein.
média aritmética
de pressão sistólica
e diastólica. No
fim, contar o
número de
petéquias que
aparecem

Marcador de processos neoplásicos e


PSA – Antígeno hiperplásicos benignos de próstata. Útil
Soro 8 hs 2 a 8º C no monitoramento pós-operatório de
Prostático Específico
neoprostático.

Se o exame não for realizado


PSA – Livre e Total Diagnóstico diferencial entre hiperplasia
Soro 6 hs no mesmo dia, congelar a
benigna e tumor maligno de próstata.
amostra.
- Aumento: anemia hemolítica,
hemorragia, início de terapêutica de
anemia ferropriva ou megaloblástica.
Reticulócitos Sangue Total Refrigerar a amostra. Não
6 hs - Diminuição: anemia aplástica, anemia
com EDTA congelar
ferropriva e megaloblástica ANTES do
tratamento, uremia.

Rubéola IgG e IgM - Diagnóstico de infecção por rubéola.


Soro 8 hs Congelar a amostra
IgM reagente indica infecção aguda.
- Grupo “O”: 44%
- Grupo “A”: 44%
Sistema ABO – Fator Sangue Total Dispensa Geladeira até 24 horas, após a
- Grupo “B”: 9%
RH (EDTA) (Jejum) coleta.
- Grupo “AB”: 3%
- Rh “D”: positivo: 85%
- Pacientes com deficiência da secreção
Somatomedina C de hormônio de crescimento.
Soro 8 hs Congelar a amostra
- Diagnóstico e acompanhamento da
acromegalia.
T3 – Triiodotironina - Diagnóstico de hipotireoidismo e
Soro 8 hs 2 a 8º C
hipertireoidismo.
- Diagnóstico da função tireoideana.
Auxilia no monitoramento do
T3 – Livre hipertireoidismo e do hipotireoidismo,
Soro 4 hs 2 a 8º C
juntamente com outros hormônios
tireoideanos.

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EXAME MATERIAL PREPARO (JEJUM) CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO

- Diagnóstico do hipo e
T4 – Tiroxina Soro 8 hs 2 a 8º C hipertireoidismo sendo sua utilização
a mais difundida para este fim.

T4 – Livre - Teste sensível para avaliação da


Soro 4 hs 2 a 8ºC
tireóide.

- Avaliação de alterações congênitas


Tempo de e adquiridas de fatores da via
Plasma Realizar o teste
Protrombina 4 hs extrínseca da coagulação no controle
citratado imediatamente
(TP) da anticoagulação e triagem pré-
operatória.
Tempo de
Tromboplastina Plasma Realizar o teste - Avaliação pré-operatória.
6 hs
Parcial Ativado citratado imediatamente - Diagnóstico de coagulopatias.
(TTPA)
15 ml de
sangue em - Exclusão: É quando o indivíduo
tubos contendo que está sendo analisado com pai
A coleta deve ser realizada
EDTA resulta não ser o pai biológico da
Teste de conjuntamente diante de
siliconizado de criança em questão.
Não necessário todos os envolvidos. Só
Paternidade cada adulto - Inclusão: Significa que após a
assim um pode testemunhar
(mãe, suposto realização do exame, não foi possível
a coleta do outro
pai) e 9 ml de excluir o indivíduo acusado de ser o
sangue da pai biológico da criança.
criança
- Diagnóstico de hipogonadismo no
Testosterona sexo masculino e de hirsutismo no
Soro 4 hs Congelar a amostra
Livre sexo feminino.

- No sexo masculino é indicado na


pesquisa do desenvolvimento da
Testosterona Total puberdade e no hipogonadismo.
Soro 10 a 12 hs 2 a 8º C
- No sexo feminino tem indicação em
casos de hirsutismo e de virilização.

Toxoplasmose IgG - Diagnóstico e seguimento de


Soro 8 hs Congelar a amostra
paciente com toxoplasmose.

Toxoplasmose
- Diagnóstico da toxoplasmose
Soro 8 hs Congelar a amostra
IgM aguda ou recente.

- Aumento: recém-nascidos, infarto


do miocárdio, infarto mesentérico,
infarto cerebral, necrose de músculos
Transaminase esqueléticos, necrose renal, infarto
Glutâmico Realizar o teste pulmonar, hepatite aguda,
Soro 8 hs
Oxalacética imediatamente. mononucleose infecciosa, infiltração
(AST) hepática por linfoma e leucemia,
icterícia obstrutiva.

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EXAME PREPARO CONSERVAÇÃO INTERPRETAÇÃO
MATERIAL
(JEJUM)
Transaminase - Aumento: hepatite aguda, cirrose
Glutâmico Realizar o teste hepática, hematoma secundário,
Soro 8 hs.
Pirúvica imediatamente. icterícia obstrutiva, congestão
(ALT) hepática, infarto do miocárdio.
- Avaliação do metabolismo do ferro
e do estado nutricional protéico.
Aumento: Anemias hipocrômicas e
microcíticas.
Diminuição: Hemocromatose
idiopática ou secundária, (pós-
Transferrina Soro _ Refrigerar amostra transfusionais, cirrose), processos
inflamatórios, infecções crônicas,
câncer, S. nefrótica, carência protéica,
insuficiência hepática. A relação
IgA/Transferrina é útil ao diagnóstico
e prognóstico das afecções cirróticas

Triglicérides Soro 12 a 14 hs. Refrigerar amostra Avaliação do risco de aterosclerose

Aumento: Filtração glomerular


deficiente, enterorragia, dieta
hiperprotêica, necrose tecidual por
trauma ou infecção, catabolismo
Uréia Soro ou urina aumentado, corticosteróides,
4 horas Refrigerar amostra
de 24 hs. desidratação, anúria.
Diminuição: Insuficiência hepática,
dieta hipoprotêica, inanição, anorexia
nervosa.

VDRL Acompanhamento e diagnóstico de


Soro 4 hrs. Congelar a amostra
paciente com sífilis.
Artrite reumatóide, doenças auto-
Waller Rose Soro ou liquido
4 hs. Congelar a amostra imunes, hepatites, endocardites e
sinovial
sífilis.
Teste confirmatório para a pesquisa
de anticorpos contra o vírus HIV.
Western Blot Resultados indeterminados devem ser
Soro 4 hs. Congelar a amostra
acompanhados por períodos de
tempo, sempre correlacionando o
quadro clínico do paciente.
Widal Soro 4 hrs. Congelar a amostra Diagnóstico de febre tifóide.

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REFERÊNCIAS

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