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Como Arrumar Emprego Via Psicologia 4
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Profissional
Ética no Trabalho
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Ética no Trabalho
• Introdução;
• Origens do Conceito de Ética no Trabalho;
• Ética no Ambiente Empresarial;
• A Ética como Princípio de Gestão Socialmente Responsável.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer os conceitos de ética empresarial;
• Reconhecer a responsabilidade social como fator de empregabilidade e exercício da cidadania;
• Compreender o cenário empresarial contemporâneo e as necessidades de atuação com
ética e responsabilidade.
UNIDADE Ética no Trabalho
Introdução
As mudanças socioeconômicas globais, alinhadas com as inovações tecnológicas,
transições demográficas, mudanças econômicas e alteração das relações de trabalho,
requerem um aumento das discussões sobre ética, responsabilidade social e susten-
tabilidade. Nesse sentido, globalização e ética são dois dos mais importantes fatores
de influência para os negócios no século XXI (SINGH et al., 2005).
A palavra ética é de origem grega, derivada de Ethos, que nos remete a costu-
mes e hábitos do ser humano vivendo em sociedade. Tendo em vista a pluralidade
de sociedades e culturas, nota-se a complexidade na avaliação do comportamento
humano e das relações entre ética, moral e justiça.
Uma condição essencial para que o ser humano atinja seus objetivos é, sem dúvida,
que ele viva em sociedade. Vivendo só, o ser humano não seria capaz de conseguir
a maioria de seus bens, atingir seus objetivos e suas finalidades. Assim, podemos
concluir que a sociedade é uma comunidade, uma comunhão ou uma organização
em que alguns suprem o que falta aos outros e todos, conjuntamente, conseguem
fazer o que nenhum, isoladamente, seria capaz de obter. E, portanto, são guiados
por padrões, normas e valores em comum, que visam manter a ordem e o bem-estar
social. Reflita sobre as noções de princípio moral e ética apresentadas na charge de
Calvin e Hobbes (veja no link abaixo).
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Origens do Conceito de Ética no Trabalho
O termo “ética no trabalho”, criado há séculos, foi desenvolvido com o intuito de
atribuir uma autorresponsabilidade aos indivíduos pelo seu próprio sucesso pessoal
e profissional, valorizando as atitudes e comportamentos e prezando o trabalho dili-
gente (MILLER; WOEHR; HUDSPETH, 2002).
Com essa concepção, imagina-se ter procedimentos práticos que possam se tor-
nar universalizáveis, ou seja, princípios que possam valer para todos. Seguindo
essa linha de pensamento, Valls (1996, p. 16) considera que: “Uma boa teoria ética
deveria atender à pretensão de universalidade, ainda que simultaneamente capaz de
explicar as variações de comportamento, características das diferentes formações
culturais e históricas”.
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UNIDADE Ética no Trabalho
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Quadro 1 – Perfil ético do trabalho multidimensional
Dimensão Definição
Crer no trabalho por causa de sua impor-
Centralidade do Trabalho tância em todos os elementos da vida.
Dedicar esforço para alcançar a independência
Autoconfiança em seu trabalho diário.
Crer nas virtudes do trabalho contínuo,
Trabalho duro sistemático e incansável.
Assumir atitudes e crenças pró-lazer, re-
Lazer forçando a importância das atividades não
relacionadas ao trabalho.
Moralidade/Ética Acreditar em uma existência justa e moral.
Possuir orientação para o futuro; adiamento
Atraso na gratificação das recompensas.
Otimizar e valorizar atitudes e crenças que
Perda de tempo refletem o uso ativo e produtivo do tempo.
Fonte: Adaptado de MILLER; WOEHR; HUDSPETH, 2002
Meriac et al. (2013) ressaltam a importância dos estudos de Miller, Woehr e Hudspeth
(2002) para a ciência e literatura referente à ética no trabalho. Porém, ressaltam que,
apesar de ser uma definição completa e muito aceita, esse perfil ético do trabalho mul-
tidimensional (Figura 1) é pouco aplicável devido à sua extensão. Esse perfil deveria ser
revisto para ser mais objetivo e aplicável pelas empresas (MERIAC et al., 2013).
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que passou a ser um assunto totalmente livre e discutido em meios televisivos, entre
amigos e nas famílias.
O comportamento moral não está baseado em reflexões, mas sim nos costumes
da sociedade, considerando lugar e tempo. Dando fundamento a qualquer decisão
que tomamos, na vida profissional ou particular, moral e justiça estarão sempre pre-
sentes orientando os nossos valores morais. Diante do conceito de ética e do con-
ceito de moral, concluímos que a moral se baseia no comportamento, nos valores e
princípios da sociedade; a ética baseia-se na reflexão desse comportamento, criando
normas universais com fins a estabelecer um padrão de conduta esperado pela so-
ciedade. Esse padrão de normas informais, valores e expectativas pode ser traduzido
em normas formais positivadas (leis), que irão reger os padrões de conduta em uma
sociedade, determinando o que é justo perante a lei daquela sociedade. Repare que o
conceito de justiça se mescla com a moral de uma nação, o que torna difícil a gover-
nança de uma sociedade composta por diversas culturas.
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O entendimento individual do conceito de ética e sua prática cotidiana está vin-
culado a fatores normativos baseados na legislação vigente, fatores pessoais base-
ados no desenvolvimento moral e fatores organizacionais traduzidos pela cultura
organizacional e formalizados pelo código de ética (SINGH et al., 2005). A ética no
trabalho também pode ser compreendida como as particularidades de cada indivíduo
em relação a um conjunto de crenças e atitudes que refletem o valor do trabalho e
as formas de atuação e comunicação com a empresa e com os demais stakeholders
(MERIAC et al., 2013).
No âmbito do trabalho, a ética pode ser observada por diversas perspectivas, sob a
ótica da empresa (políticas e estratégias corporativas), dos colaboradores (atitudes e cren-
ças individuais dos gestores e demais funcionários) e do público externo (relacionamento
com clientes, fornecedores, distribuidores, comunidade local). Tais perspectivas são in-
fluenciadas pelas estratégias de marketing, transparência, idoneidade, responsabilidade
social e ambiental, ações sociais, prestação de contas (accountability) e são represen-
tadas pelo código de ética da empresa, em conformidade com a legislação vigente.
É de vital importância que o conteúdo do código de ética seja refletido nas atitudes
das pessoas a quem o código se dirige, encontrando sustentação na alta gestão da
empresa e em todos os seus colaboradores, de maneira a ser incorporado na cultura
organizacional, de sorte que até o mais recente funcionário tenha a responsabilidade
de vivenciá-lo e praticá-lo constantemente (LEE et al., 2014).
Pode-se considerar, dentre outras, algumas formas para que a organização cum-
pra e obedeça ao código de ética estabelecido. São elas:
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UNIDADE Ética no Trabalho
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A Ética como Princípio de Gestão
Socialmente Responsável
Conforme exposto, uma nova realidade está presente no ambiente empresarial,
promovendo um movimento em prol de princípios éticos. Uma nova configuração do
mercado exige uma nova postura das empresas, com uma redefinição das estratégias,
de comportamentos e da comunicação interna e externa. A comunicação empresarial
representa o novo desafio das empresas no século XXI, preocupando-se com ques-
tões sociais, ambientais e éticas e promovendo ações responsáveis no cumprimento
dessas questões (LEE et al., 2014).
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UNIDADE Ética no Trabalho
Nos últimos anos, esses conceitos têm sido incorporados à vida das empresas na
tentativa de se estabelecer relações de harmonia entre o lucro e a sua atuação diante
do público externo, considerando o relacionamento e a comunicação com seus
stakeholders (LEE et al., 2014).
Muitos são os motivos que têm promovido a ética no ambiente empresarial. Entre
eles se destacam os elevados custos causados por escândalos e ações judiciais contra
atitudes ilícitas ou antiéticas das empresas, o que, via de regra, terminam em perda
de confiança do público na empresa, multas elevadas, desconfiança e desmotivação
de colaboradores, entre outras coisas.
Nash (1993, p. 3) afirma que “a ética e os negócios têm parecido, com frequ-
ência, se não completamente contraditórios, pelo menos extremamente distantes”.
Afirmando isso, a autora coloca em dúvida a opinião daqueles que defendem que a
noção de integridade nas empresas é atingível, mas deixam os dilemas éticos a cargo
da consciência de cada um. Para que se analise a ética no mundo empresarial, pre-
cisamos, em primeiro plano, entender sua dimensão nas empresas. Segundo Nash
(1993, p. 06):
Ética dos negócios é o estudo da forma pelo qual normas morais pessoais
se aplicam às atividades e aos objetivos da empresa comercial. Não se
trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto
dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa moral
que atua como um gerente desse sistema.
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Ainda segundo Tansey (1995), empresas realmente empenhadas em melhorar os
padrões de conduta ética em seu relacionamento com seus stakeholders terminam
conquistando a confiança deles. Se a finalidade é garantir empresas com compro-
misso ético no relacionamento com seus públicos, devemos refletir a seguinte colo-
cação de Tansey (1995):
A alta administração da empresa deve estar consciente de que a forma
de atuação da empresa para fora, para o mercado, terá reflexos internos.
Em outras palavras, não se pode exigir conduta ética dos funcionários
se a empresa está viciada em procedimentos condenáveis. Os padrões
éticos da companhia são a base do comportamento dos funcionários.
(TANSEY, 1995, p. 100)
As corporações precisam estar em alerta, cuidando sempre para que haja condi-
ções e espaço para a ética. Nesse formato, a ética aparece como fator de relevância
nas práticas empresariais e como condicionante de competitividade, por impregnar
mais confiabilidade aos processos decisórios tão constantes no cotidiano de execu-
tivos e gestores.
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UNIDADE Ética no Trabalho
• Seja atencioso: Todos nós dependemos um do outro para produzir o melhor traba-
lho possível como empresa. Suas decisões afetarão nossos clientes e colegas, e você
deve levar essas consequências em consideração ao tomar decisões;
• Seja respeitoso: Nem todos concordamos o tempo todo, mas discordâncias não
são desculpa para comportamentos desrespeitosos. Todos sentiremos frustração de
tempos em tempos, mas não podemos permitir que essa frustração se torne ataques
pessoais. Um ambiente em que as pessoas se sentem desconfortáveis ou ameaçadas
não é produtivo ou criativo;
• Escolha suas palavras com cuidado: Sempre se comporte profissionalmente. Seja
gentil com os outros. Não insulte ou agrida outros. O assédio e o comportamento de
exclusão não são aceitáveis. Isso inclui, mas não está limitado a:
» Ameaças de violência;
» Insubordinações;
» Piadas e linguagem discriminatórias;
» Compartilhar material com conteúdo sexualmente explícito ou violento por meio
de dispositivos eletrônicos ou outros meios;
» Insultos pessoais, especialmente aqueles que usam termos racistas ou sexistas;
» Atenção sexual indesejada;
» Defender ou encorajar qualquer um dos comportamentos acima.
• Não assedie: Em geral, se alguém lhe pedir para parar algo, então pare. Quando discor-
darmos, tente entender o porquê. Diferenças de opinião e discordâncias são inevitáveis.
O importante é que resolvamos divergências e opiniões divergentes construtivamente;
• Faça das diferenças pontos fortes: Podemos encontrar força na diversidade. Pessoas
diferentes têm perspectivas diferentes sobre questões e isso pode ser valioso para re-
solver problemas ou gerar novas ideias. Ser incapaz de entender por que alguém tem
um ponto de vista não significa, que eles estão errados. Não se esqueça que todos co-
metemos erros e culpar um ao outro não nos leva a lugar algum.
Em vez disso, concentre-se em resolver problemas e aprender com os erros.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Accountability: a evolução da responsabilidade pessoal
https://youtu.be/L8AMRE2ov6o
Compliance e Gestão de Riscos
https://youtu.be/hD7IeCbdblM
Afinal, o que é compliance?
Para saber mais sobre cultura organizacional ética na breve entrevista com Alexandre
Di Miceli.
https://youtu.be/FLpEEY8v14I
Leitura
A ética e o espírito do capitalismo segundo Weber
https://bit.ly/3k4Anvl
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Referências
ARVANITIS, A. Autonomy and morality: A Self-Determination Theory discussion
of ethics. New Ideas in Psychology, v. 47, p. 57-61, 2017. Disponível em: <https://
doi.org/10.1016/j.newideapsych.2017.06.001>. Acesso em: 27/07/2020.
LEE, Y.-K. et al. Codes of ethics, corporate philanthropy, and employee responses.
International Journal of Hospitality Management, v. 39, p. 97-106, 2014. Dispo-
nível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2014.02.005.>. Acesso em: 23/07/2020.
MERIAC, J. P. et al. Development and validation of a short form for the mul-
tidimensional work ethic profile. Journal of Vocational Behavior, v. 82, n. 3,
p. 155-164, 2013. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/
abs/pii/S0001879113000298>. Acesso em: 25/07/2020.
NASH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books,
1993.
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Site Visitado
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. São Paulo: Melho-
ramentos, 2015. Disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
creditos/>. Acesso em: 27/07/2020.
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