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A Música Do Filme - Tony Berchmans
A Música Do Filme - Tony Berchmans
I a edição: maio/2006
2 a edição: janeiro/2007
3 a edição: agosto/2008
Berchmans, Tony
A música do filme: tudo o que você gostaria de saber sobre a música de cinema /
Tony Berchmans. - 4. ed. - São Paulo: Escrituras Editora, 2012.
Bibliografia.
ISBN 978-85-7531-428-9
12-01798 C D D -791.43024
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Tony Berchmans
A Musica do Filme
Tudo o q u e v o c ê g o s ta ria de s a b e r so b re a m ú sica de cin em a
4 a ed ição
re v is a d a e a m p lia d a
ж
e s c ritu ra s
S ão Paulo, 2 0 1 2
д о д ак твд тн тн н д о .
Agradecimentos
D e v o u m a g r a d e c i m e n t o e s p e c i a l a m e u s g ra n d e s in cen -
t i v a d o r e s , q u e m e f i z e r a m a c r e d i t a r n e s t e liv ro d e s d e o início:
F r e d B o t e l h o e m e u i r m ã o G ilb e rto C a n to , p e la c o n f ia n ç a e orien
t a ç ã o e m t o d a a r e a l i z a ç ã o d e s t e p r o je to .
A R u b e n s E w a ld F ilh o p e l a h o n r a q u e m e c o n c e d e u co m
s e u p re fá cio .
Sumário
P r e f á c i o ........................................................................................................ 11
A p r e s e n t a ç ã o ........................................................................................... 15
M a x S te in e r
B e rn a rd H e r r m a n n
E lm e r B e rn s te in
E n n io M o rric o n e
J e rry G o ld s m ith
Jo h n W illia m s
J o h n B a rry
T hom as N ew m an
H a n s Z im m e r
7
Capítulo 3: Uma seleção de trilhas............................... 71
Uma pequena seleção de filmes com trilhas sonoras
musicais especialmente marcantes. Uma breve análise
de suas criações, seus compositores, sua importância
histórica, os bastidores e as curiosidades de algumas
obras-primas da música de cinema.
Capítulo 4: O nascimento da música de cin em a ........ 107
As origens, o nascimento e os primeiros passos da música
de cinema. O acompanhamento musical do cinema mudo.
A relação entre a música e o cinema. O surgimento do
cinema sonoro e da música sincronizada.
Capítulo 5: Os anos 30 e 40......................................... 113
A explosão da música de dnema. O surgimento dos primeiros
grandes compositores, das grandes produções e a solidificação
da importância da trilha sonora musical nos filmes.
Capítulo 6: Os anos 50 e 60.........................................123
A evolução das trilhas sonoras sob influências de novos
movimentos cinematográficos e de novas tendências
musicais como rock, jazz e música moderna. Novos
compositores e novas ferramentas que expandiram o
universo da produção musical.
Capítulo 7: Os anos 70 e 80......................................... 135
A introdução de recursos eletrônicos, sintetizadores e os
novos recursos de gravação. A música orquestral tradicional
dividindo espaço com as trilhas sonoras compostas por
seleções de canções. As novas gerações de compositores e a
expansão das possibilidades criativas.
Capítulo 8: Dos anos 90 até hoje.................................149
Os compositores da geração do computador. A consolidação
da música orquestral de cinema. O renascimento do
cinema no Brasil. As tendências e escolas de composição
da atualidade.
C a p í t u l o 9 : O so u n d d e s ig n в o s d i á l o g o s ................................. 1 7 5
C o n c e i t o s d e s o u n d d e s ig n , e f e ito s s o n o ro s , foley, d u b la g e m ,
A D R , s o u rc e m u s ic , c r i a ç ã o d e v o z e s , e d i ç ã o d e s o m e
e x e m p l o s d e p ó s - p r o d u ç ã o d e á u d io .
C a p í t u l o 1 0 : G r a v a ç ã o , m i x a g e m e e x i b i ç ã o ........................1 8 1
A g r a v a ç ã o , a e d i ç ã o e a m i x a g e m d o s e le m e n to s d o á u d io
d e u m f ilm e : m ú s i c a , e f e ito s s o n o ro s , d iá lo g o s. C o n ce ito s e
f o r m a t o s d e e x ib iç ã o .
W e b l i n k s ............................................................................................................ . 1 8 9
R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s ................................................................... 1 9 1
T r i l h a s s o n o r a s o r i g i n a i s g a n h a d o r a s d o O s c a r ........... 1 9 5
Prefácio
“U m n ã o p o d e v iv er se m o ou tro. Já p e n sa ra m nisso?
N u n ca e x is tiu o q u e a g e n te h o je c h a m a de cin em a m udo. Por
que n ã o h a v ia c in e m a s e m m ú s ic a , de u m a fo rm a ou de outra.
Em q u a lq u e r p r o je ç ã o p ú b lica do an tigo cin em ató grafo havia
s e m p re u m a o r q u e s tr a o u , n o m ín im o, u m p ian ista a co m p a
n h a n d o a e x ib iç ã o . T o ca n d o m ú s ic a p a ra c ria r clim a ro m â n ti
c o n a s c e n a s a d e q u a d a s e m ú s ic a de a ç ã o tipo cavalaria ligeira
p a ra a s c e n a s d e p erseg u ição . Houve até casos de filmes mudos
p a ra os q u a is f o r a m c o m p o s to s a c o m p a n h a m e n to s o rq u es
tra is e s p e c ia lm e n te p a r a eles, co m o O Nascimento de uma
Nação (The Birth o f a Nation, 1 9 1 5 ). Por isso, cin e m a e m ú sica
e s tã o tã o lig a d o s (q u e m duvidar, tire o so m da tevê quando
e s tiv e r p a s s a n d o u m a c e n a fa m o s a e veja co m o os film es
fic a m m u ito m e n o s e fic ie n te s se m su a trilh a m u sical). No
B rasil, a p a r c e r i a ta m b é m se m p re existiu . É len d ária a h istó
ria de q u e o m e s t r e P ixin g u in h a to ca v a n a s sa la s de cin em a
a c o m p a n h a n d o o s film e s, d igam os, ‘n ã o so n o riz a d o s’”.
O p á ra g ra fo a c im a eu já tin h a escrito an tes p ara um a
o u tra o c a s iã o . M as a c h e i o p o rtu n o u sá-lo n ovam en te p ara ace n
tu a r ta n to a im p o rtâ n c ia d a m ú sica p a ra o cin em a, quanto a
p u b lica ç ã o d e s te livro de Tony B erch m an s, A Música do Filme. Já
que, p o r e stra n h o que p areça, neste país tão m usical onde existem
11
0
A Música do Filme
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di Dollarí, 1964) e suas duas continuações, em que Ennio Morricone
criou u m a trilh a tã o original que passou a simbolizar o gênero
spaghetti-western, fa ro e ste feito n a Itália.
Mas não cab e a m im en trar no assunto. Só não resisti à
ten tação de m en cion ar alguns de m eus favoritos. Porque cinema e
m úsica tê m isso: são apaixonantes. Desvendam-nos um universo
artístico infindável e ainda quase desconhecido. Deixe Tony ser seu
guia através desse m undo maravilhoso. Com seu estilo claro, suas
inform ações saborosas, seu senso de hum or e sua precisão nos
detalhes. Este é u m daqueles livros que você vai ler com prazer e
retornar para consultã-lo. Como os bons filmes e as boas trilhas.
1 KAUNAK, K athryn. Settlin g th e Score- M usic and the Classical Hollywood Film, Madison, The University
O/Wisconsin Press, 1992, p XIII
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A Música do Filme
17
CAPÍTULO
M ú sica original
F u n ç ã o d a m ú s ic a o rig in al
20
Conceitos da música de cinema
‘ THOMAS. Tony. Music for th e Movies. 2 ed-, Los Angeles, Silman-James Press, 1997, p. 220
3 KARLIN, Fred. Listening to Movies, New York, Schirmer Books, 1994, p. 86.
4 Id , p 17.
21
Л Música do Filme
5 LUMET, Sidney Mating Mouies, New York, Vintage Books. 1995, p. 171
6 id., p 170
7 KARLIN, Fred. Listening to Mouies, New York, Schirm er Books, 1994, p. 11.
C e r a t e s da rnussca de cinema
Id., p. 1 4 .
Q
GROSS, Andrew Em entrevista pessoal realizada em seu estúdio em Los Angeles, concedida a este
autor no dia 20/12/2005.
23
A Música do Filme
10 MAXIMO. João A Música do Cinema, Rio de Janeiro, Editora Rocco, 2003, p, 124
24
Conceitos d i rr.usica de a r e i - .i
г" KARLIN, Fred. Listening to Mouies, New York, Schirmer Books, 1994. p. 91.
25
V>' О A Música do Filme
'v
[ seu tem a etc. Ainda assim é possível descrever algum as funções
evidentes da m úsica nos filmes.
Descrever o período histórico em que se p assa o filme ou
14 sugerir a localização geográfica da história são funções habi
tuais da m úsica. Por exem plo, o filme p a ssa -se nos anos 20 e a
m úsica original utiliza elem entos m usicais desse período da his
tória, com o o ragtime. Ou ainda o filme se p assa no Rio de Janeiro,
e o compositor usa elementos da m úsica regional, com o sam ba e
furik. Nesses exem plos, a m úsica tem u m a função objetiva,
assim com o nos casos em que se descreve precisa e detalh a
dam ente cad a pequeno m ovim ento dos personagens. Esta é um a
(A técnica de com posição e orquestração apelidada de micfeeymousmg
em referência ao personagem de W alt Disney. Assim com o nos
clássicos desenhos anim ados, p ara ca d a m ovim en to que acon
tece na imagem, h á um a clara pontuação m usical precisam ente
sincronizada com o filme. Essa técn ica de com p osição floresceu
ainda na época das prim eiras an im açõ es do cin em a mudo.
Ficou m uito associada ao desenho anim ad o e foi consagrada
por célebres com positores de m ú sica p ara o gênero com o Cari
Stalling - que trabalhou para a Disney e W arner - e Scott Bradley -
que compôs centenas de peças para Tom e Jerry e m uitos outros
cartoons da MGM.
Nos exemplos acima, a função da m úsica é bastante clara.
Mas ela também pode desempenhar um a função m ais sutil quando
\ busca descrever o estado emocional do filme e dos personagens.
Nesses casos, a música pode criar um clima psicológico para deter
minadas cenas, revelar algum a tensão que não está explícita na ima
gem, prenunciar algo que pode reverter a expectativa do espectador,
ou ainda “enganar" a audiência, fazendo o público acreditar que vai
acontecer algo que no fim não acontece, e vice-versa. A m úsica tem
o misterioso poder de provocar sentim entos de tensão, medo, alegria,
tristeza, angústia, alívio, horror, com paixão etc. Esse papel psicológi
co da música é um a poderosa ferram enta dram ática, largam ente uti
lizada por compositores que buscam despertar as m ais variadas sen
sações no público. A m úsica tem a força de "manipular” a resposta
emocional do público. O estudo dessa ação x reação da música
influenciando a percepção do espectador é um tem a profundo e car
regado de opiniões pessoais. No entanto, não h á dúvidas de que
Conceitos da música de cinema
C o n ceito d a m ú s ic a de c in e m a
12 DAVIS, Richard. Complete Guide to Film Scoring, Boston, Berk lee Press, 1999, p. 136.
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Conceitos da músic3 de cinema
D e cu p a g e m
31
A Música do Filme
b KA1INAK, Kathryn. Film Music, - A Very Short introduction. New York, Oxford University Press, p.95.
C-r.ceiTos da musica áe cvnema
Cues
KARUN. Fred, listening to Movie, New York. Schirmer Books, 1994, p. 12.
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A Música do Filme
O p ro ce sso de co m p o siçã o
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Conceitos da música de cinema
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A M úsica do Filme
M a x S tein er (1 8 8 8 -1 9 7 1 )
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Л Música do Filme
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'Jrr.á se'fr;io de compc^utores
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A MOsica do Filme
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Urru de ccmpo&rcre?
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A Música do Filme
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Uma de compcssmra л
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filme de Hitchcock que leva uma trilha de Herrmann, e segundo
os fas do compositor, o último bom filme de Hitchcock
Herrmann ficou muito conhecido no universo do cinema
por seu gênio forte e temperamento difícil, responsável pelo '
rompimento de vários relacionamentos profissionais ao longo de
sua carreira. Porém, sempre foi muito coerente com sua postura
criativa e acreditava que o compositor não podia ter um papel de
funcionário do diretor e sim de participante ativo no processo
criativo musical. Ele procurava não apenas compor para a ima
gem, mas extrair dela um a musicalidade pertinente, tentando ele
var o sentido da música ao máximo. Segundo ele próprio dizia,
passou a vida combatendo a ignorância. Para ele, cada trabalho
era tratado como se fosse o único e não comumente, em momen
tos de discórdia, ele insistia para fazer valer sua opinião de espe
cialista. Este perfil pouco político trouxe-lhe o fim da parceria de
dez anos com Hitchcock, durante a produção de Cortina Rasgada
(Tom Curtam, 1966). Herrmann chegou a compor a trilha do filme,
que foi rejeitada pelo diretor Alfred Hitchcock, e inteiramente
substituída pela música do compositor inglês John Addison.
No mesmo ano, Herrmann decidiu voltar para Londres e
imediatamente foi convidado por François Truffaut a compor a
contemporânea trilha de Fahrenheit 451 (1966). Na Inglaterra, onde
viveria a partir de então, Herrmann se dedicou mais a suas com
posições de música de concerto, e aceitou alguns convites de
novos cineastas, entre eles Brian De Palma e Martin Scorsese,
Para Brian De Palma, Herrmann compôs a música de seus filmes
Irmãs Diabólicas (Sisters, 1972), na qual utilizou um sintetizador
Moog junto com a orquestra, e Trágica Obsessão (Obsession, 1976),
seu penúltimo trabalho. E para o então novo diretor Martin
Scorsese, Herrmann compôs o que viria a ser sua última obra,
Taxi Driver (1976). Mais um genial trabalho do compositor, a trilha
é um trabalho diferente das obras mais conhecidas de
Herrmann. Os primeiros compassos do tem a principal de Taxi
Dnuer foram tirados de um tem a anteriormente composto por ele
para um a peça de teatro inglesa. É uma sexy melodia solada por
um sax alto e acom panhada por piano, cordas e leve percussão.
O compositor usou elementos do jazz para compor o clima de
tensão e insanidade do protagonista vivido por Robert De Niro.
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A M úsica d o Film e
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Uma seleção de compositores
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Uma seleção de compositores
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A M úsica do Filme
indicada ao Oscar. Em Era Uma Vez no Oeste (C era una Volta il West,
1968), as m arcan tes gaitas e su as g u itarras típicas ajudaram a
consagrar o seu estilo v u lg arm en te ch a m a d o de spaghetti western
ou “bang-bang à ita lia n a ”, co m o se ch a m a v a no B rasil Seus belís
simos tem as com tem p ero italiano con trib u íram para que este
filme fosse considerado a obra m aio r do diretor Sergio Leone. Mais
tarde, em Era Uma Vez na América (Once Upon a Time in America,
1984), M orricone volta à c e n a co m u m n o stálgico e belíssimo tema
principal, típico exem p lo de su a sensibilidade e delicadeza na
com posição de m elodias.
Outro trabalho m em orável de M orricone é sua segunda trilha
indicada ao O scar para o filme A Missão (The Mission, 1986), estrelado
por Robert De Niro, cujo tem a principal para orquestra e coro é uma
bela peça sinfônica de estilo peculiar e foi referência para várias
outras trilhas, inclusive para u m te m a m usical de u m a campanha
publicitária de m arca de cartão de crédito, produzido pelo próprio
Morricone. A utilização inteligente do con traste entre a m úsica e a ter
rível cena final de A Missão m erece destaque. A m úsica conduz o esta
do emocional do espectador ao presenciar tal cen a de u m a maneira
não convencional. A m ú sica n ão en tra n a batalha, ao contrário, ela
parece levar o esp ectador a u m estado de incredulidade e reflexão,
engrandecendo a força em ocional da cena. No an o seguinte, veio mais
Mm sucesso com o filme Os Intocáveis (The Untouchables, 1987), cujo
"onjunto parece ser u m a pequena coletânea de te m a s característicos
do estilo de Morricone, qu ase que com pondo u m a suíte das várias
facetas do com positor p ara este belo filme de Brian De Palma.
O co m e n ta d o Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso,
1989) leva u m a das trilh as m a is in sp irad as da h istória do cinema,
e m a rc a o início da b e m -s u c e d id a p a r c e ria e n tre o diretor
Giuseppe T o m a to re e Ennio M o rrico n e. O p rem iad íssim o traba
lho da trilh a d este belo film e c o n d u z o d r a m a d e m a n e ira única.
É difícil im a g in a r o q u e s e ria d o film e s e m e s s a m ú sica , sem
esses te m a s. U m d o s cues d a trilh a , o te m a d e a m o r de Cinema
Paradiso, é c o m p o siçã o d o filho d e M o rrico n e, A n d rea Morricone,
ainda que e m p a rc e ria c o m a m e lo d ia do p ai. O envolvim ento do
co m p o sito r co m o d ire to r a in d a n a f a s e de c o n c e p ç ã o do rotei
ro do film e g a ra n tira m u m a s in to n ia d r a m á tic a p erfeita entre
m ú sica e filme.
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U m a seleção de compositores
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U m a Sélêção c > -сс-л-рсглзге-
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Uma seleção de compositores
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Uma seleçào de compositores
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Uma seleção de compositores
Artigo publicado p elo New Yorfe Times em 15/1/2006, acessado no dia 19/1/2005
Link. http://www.nytimes.com/2006/01/15/movies/redcarpet/lSburl.html.
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Uma seleção de compositores
i,
l
Academia Britânica, só para citar alguns. Por sua invejável con- ]
tribuição artística para o cinema, John Williams conta com o
respeito e a admiração dos amantes da música cinematográfi
ca e tem um lugar especialíssimo no hall dos maiores composi
tores da história. \
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Uma seleção de com positores
Hans Zimmer (1 9 5 7 -)
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U m a s e le ç ã o <íe c o m p o s ito re s
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Muito já foi dito sobre o poder de uma boa trilha no
sentido de “m elh orar” um film e ruim, ou, por outro lado, do
risco de um a trilh a ruim “piorar” um film e bom. É uma ques
tão bastante difícil de avaliar, até porque envolve critérios
bastante pessoais e subjetivos.
De qualquer maneira, há trilhas que se sobressaem e
superam em muito sua função artística no conjunto de uma obra
cinematográfica. Este capítulo é uma pequena seleção de obras
especiais, escolhidas por sua excelência, para mostrar a música a
serviço da imagem. São exemplos de grandes trabalhos de com
posição, seja por sua originalidade, pela precisa descrição emocio
nal, pela importância inovadora dentro de um contexto histórico,
pelas técnicas utilizadas, pelo tem as e melodias memoráveis, ou
ainda por tudo isso junto. Centenas de outras obras-primas estão
obviamente fora dessa seleção, mas assistir a esses filmes apre
ciando suas trilhas e conhecendo seus contextos, suas curiosida
des e sua produção é um a experiência imperdível para todo fã de
música de cinem a que se preze.
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A Música do Filme
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Uma seleção de trilhas
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Uma s ele çã o de trilh a s
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vma seièçà.' de mihãs
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Uma seleção de trilhas
A h ip n ó tica e i n t e n s a m e n t e r o m â n t ic a m ú s ic a d e s te
filme é u m a d as m a is m e m o r á v e is d a h is t ó r ia do c in e m a .
Antes do fam oso ro m p im e n to e n tr e os d ois n a rra d o no cap ítu lo
2, o então com p ositor p referid o de A lfred H itch co ck era Bernard
Herrmann, e se g u n d o o d ire to r, só H e r r m a n n c o n s e g u ia r e
tratar em su a m ú s ic a to d a a e m o ç ã o q u e e le q u e r ia p a s s a r
ao público. Seu c lá s s ic o t e m a c o m p o s to p a r a o s c r é d ito s in i
ciais carrega se u in d is c u tív e l e s t ilo m e ló d ic o e c o n s e g u e de
uma m aneira in c o m u m c o m b in a r s e n s a ç õ e s de te n s ã o co m
romance. H errm an n e s c r e v e u u m a in tr o d u ç ã o de u m m o tiv o
de seis n o tas qu e v ão s e r e p e tin d o n u m o s t i n a t o q u e c r ia u m a
atmosfera ao m e s m o te m p o p s ic ó tic a e r o m â n tic a . As g ra v a
ções originais da o r q u e s tr a re g id a p e lo m a e s tr o in g lê s M uir
Mathieson, em L on d res e V ie n a , fo r a m r e s ta u r a d a s em 1996
quando do la n ç a m e n to do DVD do film e . No B ra sil, e s ta v e r
são restau rad a fo i la n ç a d a e m 2 0 0 0 p e la C o lu m b ia Tristar, e
assim é p ossív el a c o m p a n h a r c o m g ra n d e q u a lid a d e o tr a b a
lho de Herrmann. Su as típ icas fe rra m e n ta s de p o n tu ação m u si
cal estão presentes logo n a ce n a inicial, quando o protagonista
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...т ш т ь % ^
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Dança com Lobos (Dances with Wolues, 1990)
John Barry
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L'm a s ít e ç à Q d e m i h a s
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CAPITULO
20
WIERZBICK!, Ja m es, Film Music: A H istory, H ew Y o rk , R outled ge, 2 0 0 9 , p.20,
COOKE, Mervyn. A History o f Film Music, N ew York. C am brid g e U niversity P r e s s ,, 2008. p,14.
107
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O nascim ento da m úsica de cinem a
ui
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A по f i l m e
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iiito fugas e rondos, que são formas bastante tradicionais de
^posição musical Mas a música de Horizonte Perdido foi um
sucesso e obteve destaque justam ente por sua inovação \
0 ^ de timbres exóticos, vozes e sonoridades orientais m istu
r a s à sua rica orquestração romântica. Em plena sintonia com
Testilo e o clima do filme, sua descrição m ágica transform ou
gsse compositor russo num dos nomes fortes da era dourada.
Alfred Newman foi um com positor fenôm eno. Figura £
das mais põpulares^dahistória da m úsica para cin em a, iniciou f
sua carreira como regente. Americano, menino prodígio, com e- c
ç o u no teatro como músico aos 13 anos e aos 17 já estava regen
118
Os anos у) ■* 40
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--rV
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Os anos SO e 60
127
\
■-' ■" ' ! Í- '< 1 ■ ' д ^ js ic a (j0 film e
128
Os anos 50 e 60 i’-'V v C<^r
^ MÁXIMO. Joio. A Música do Cinema Os 100 primeiros anos, Rio de Janeiro, Editora Rocco, 2003, p. 134
Í
♦
Os anos 50 e 60 ’
;.j< i'-jO
consagrou sua personalidade foi o italiano Nino Rota. Ele nasceu ещ
Milão, em 1911, começou a estudar piano e compor com oito anos
de idade, entrou no Conservatório de Milão aos 12 anos, foi alunodç
famosos compositores da escola italiana, mudou-se para Roma e
com apenas 19 anos formou-se em composição pela famosa
Academia de Santa Cecília. Mais tarde, ainda fez faculdade na
Universidade de Milão e tomou-se Professor de Harmonia e Com
posição aos 26 anos. Durante toda sua juventude, Rota teve uma
sólida formação musical e teve uma amizade duradoura com o
influente e lendário Stravinsky. Toda essa vultosa formação deu a
Rota uma base que lhe permitiu desenvolver seus talentos musicais
em várias áreas, inclusive obtendo bastante sucesso em algumas
óperas, balés e peças de teatro. Mas foi no cinema que Rota se encon
trou e suas parcerias com vários diretores do cinema italiano, como
Luchino Visconti e particularmente com Federico Fellini, colocaram
seu nome na história. O estilo de composição, a linguagem espon
tânea e a personalidade das melodias de Nino Rota vieram a
calhar para os clássicos de Fellini. Sua celebrada parceria durou
vinte e nove anos e começou com A Estrada da Vida (La Strada, 1954)
e passou por vários clássicos como A Doce Vida (La Dolce Vita, I960),
Fdíini 8 1/2 (8 1 / 2 ,1963) e а inconfundível e inesquecível músi
ca de Amarcord (1973).
Assim como Nino Rota, Ennio Morricone trouxe seu talen
to para as telas nos anos 60. Depois de umálonga lista de trilhas
IvoAiVoM:
132
Os anos SO e 60
133
CAPITULO
к
Carlos (na época ainda W alter) para compor uma música ele
trônica de vanguarda com releituras de clássicos, como Rossini
Beethoven e outros. Carlos, com um sintetizador Moog, criou
então o que viria a ser um a trilha muito marcante e diferente
p ara a época. Pode-se dizer que o território da composição de
m úsica para cin em a estava fértil para novas experiências e
desafios. Já E xp resso da Meia-Noite foi а primeira trilha com
p o sta com sin tetizad o res a g an h ar um Oscar. Estilo datado à
p arte, su a sin ton ia com o film e é de indiscutível pertinência,
M oroder c o n ta que criou um te m a principal e passou a rear-
Ihy-XÊ-'?-
136
Os anos 70 e SO
137
A Musica do Filme
138
Os an o s 70 e 80
139
A Mústca do Filme
das por apenas m eio tom foi a fagulha que deu ao filme a dose
n ecessária de ten são e criatividade que a história precisava
N esse m esm o ano, Bernard Herrm ann compôs um importante
trabalho com u m dos “novos diretores” com quem ele passara a
■j-oiw
141
A Música do Filme
142
-tiiizar a linguagem de sintetizadores, samplers e outras ferra-
sentas musicais eletrônicas em suas trilhas. Essa fase m arca o
surgimento de compositores que n ão ap enas sabiam lidar com
o universo da m úsica acú stica, m as tam b ém de profissionais
^ue dominavam o novo m undo das m áquinas. Compositores I
^adicionais como Jerry Goldsmith e M aurice Jarre co m eçaram \
a introduzir sonoridades de m ú sica eletrôn ica n ão só com o I
efeitos especiais (como já se havia feito com o terem im , por
exemplo, desde os anos 40), m as com o in stru m en to inserido na
composição harm ônica e na sonoridade geral da m ú sica. E \
novos compositores com o Hans Zim m er, David Foster, Harold
Faltermeyer, o próprio Vangelis e m u itos ou tros p assaram a
obter destaque. J
Alguns desses com p ositores tin h am fo rm ação b astan te
С-'Л#1
diferente da tradicional acad em ia eru d ita. David Foster é pro
dutor de canções pop, iniciou su a carreira com o teciad ista de
John Lennon, Barbra Streisand, Diana Ross e p assou a produzir
$ol
discos no final da década de 1970. Nos an os 80, su a exp eriên cia
pop e seu know-how na linguagem de sequencers e sintetizadores £
o credenciou a com por m ú sica p ara film es da ép oca com o
Karate Kid (The Karate Kid, 1984), O Primeiro Ano do Resto de Nossas
Vidas, (St Elmos Fire, 1985) e O Segredo do Meu Sucesso (The Secret of
MySucess, 1987). Vangelis foi agraciad o com o en orm e su cesso de
seu hit anterior e conseguiu o convite de Ridley S cott p ara co m
por temas para seu clássico fu tu rista Blade Runner - O Caçador de
Andróides (Blade Runner, 1982). Esta segunda trilha de Vangelis foi
bem mais elogiada do que Carruagens de Fogo provavelm ente por
sua pertinência ao gênero de ficção científica. A pesar de ser u m a
composição com sonoridade b a sta n te d atad a, a ad eq u ação e s té
tica do tema principal à atm o sfera do film e é inegável. O tem a
principal, que m istura u m a m a rca n te m elodia de cordas com
percussões eletrônicas, tran sfo rm o u -se n um su cesso da m ú sica
instrumental e o fam oso te m a de a m o r c o m u m lânguido solo de
sax tomou-se sinônimo de situ açõ es sensuais. Vangelis ainda
compôs, entre outros, a m ú sica do film e 1492, A Conquista do
Paraíso (1492, Conquest o f Paradise, 1992), tam b ém do diretor
Ridley Scott. Outro especialista n a utilização de sintetizadores, o
compositor alem ão Harold Falterm eyer, p raticam en te iniciou
143
A M u s ica do F ilm e
144
Os anos 70 e 80
14S
A M úsica do Film e
146
Os anos 70 e SO
J-
H-T-mv
particularmente co m a c a ra c te rís tic a trilh a do filme Os Ц
Fantasmas se Diuertem (Beetlejuice, 1988), do diretor Tim Burton. 'e-
Iniciada alguns an os a n te s co m a com édia adolescente As г I
Grandes Aventuras de Pee Wee (Pee-wee's Big Adventure, 1985), а \;Л
longa parceria en tre o d iretor Tim Burton e Elfman rendeu ^ f
vários frutos e alavan cou a ca rre ira do com positor. Elfman, na c
realidade, era co m p ositor e c a n to r da b an d a Oingo Boingo, bas- . -•
tante conhecida nos an os 80, e p assou a se dedicar exclusiva-
mente à trilha de c in e m a a p a rtir de seus prim eiros trabalhos 1
bem-sucedidos p a ra os film es de Tim Burton. Imprimindo j.
uma personalidade m u ito forte em su as com posições, Elfman ;i
compos excelen tes trilh as p ara Batman (1989) e Edward Maos de '1
Tesoura (Edward Scissorhands, 1990). E sta últim a é considerada I
por seus fãs com o send o a obra m ais expressiva e caracterís- |
tica de seu p ecu liar estilo. Sua in teg ração com o cinem a de |
Burton foi tão forte que, n o início, o com positor ficou bastante |
I
A Música do Filme
151
4
A Musica do Film e
152
Dcs anos 90 ate hoje
153
A Música do Filme
f indicação ao Oscar.
155
Л M úõica d o F ilm e
156
Dos аг.-ss W até r.ojc '
157
que colaborou bastante com o próprio sucesso do mesmo.
Para ajudar a contar a história, ambientar a narrativa e des
crever as situações, Morelembaum compôs dois temas princi
pais, um para cada par romântico do filme. A bela valsa de
Teresa e Massimo, personagens vividos^por Patricia Pillar e
Bruno Campos, e outro tema para o par Ângelo e Pierina, vivi
dos por Alexandre Paternost e Glória Pires. Usa toda sua expe
riên cia de orquestrador para compor várias releituras dos
•■emas com sabor ítalo-brasileiro e baseado nas cordas, sopros
e harpa. Além da música orquestral, consta da trilha sonora
do filme a canção tradicional principal Merica, Метка, famosa
na voz de Caetano Veloso, bem como a canção original de Cae
tano intitulada A Voz Amada, também rearranjada de diversas
maneiras ao longo da história. Apesar de trabalhar com uma
orquestra pequena, Morelembaum conseguiu um belo volu
me na sonoridade orquestral construindo um clima musical
perfeito para a história do filme de Fábio Barreto, que concor
reu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Tíês anos mais
tarde, Morelembaum compôs em parceria com Antonio Pinto
uma outra bela trilha sonora musical para Central do Brasil
(1998). Numa bem-sucedida parceria, os dois compositores
conseguiram compor um trabalho que é prova irrefutável da
qualidade criativa e artística da música original de cinema no
§ Brasil. A música desempenha brilhantemente seu papel
^ nesse filme. Com o destaque conseguido com essa trilha e
f dando continuidade à sua parceria com o diretor Walter
f Salles Jr., Antonio Pinto compôs о especial score de Abril
"* Despedaçado (2ООО). Fora da linguagem orquestral e em parce
ria com Ed Cortes, Pinto criou a música do espetacular Cidade
de Deus (2002), do diretor Fernando Meirelles, e a climática tri
lha do filme Nina (2004). O estrondoso sucesso de Cidade de
Deus no mundo inteiro representou um cartão de visitas para
o compositor, que atraiu a atenção da comunidade interna
cional. Em 2003, Antonio Pinto ganhou o prêmio World
Soundtrack Award de “descoberta do ano” por seu trabalho. Na
sequência foi convidado a compor música adicional para o
filme Collateral (2004), além da trilha da produção mexicana-
equatoriana Crônicas (Crónicas, 2004) e do score para o interes
sante filme estrelado por Nicolas Cage, O Senhor das Armas
158
i r i c/War 2005'. A cantora pop Shakira foi sua parceira r.a
. ; jsiçã c da cançao tem a do nime A ^ ,л■ T^ír.r-^ Hç
;Loue ir the Time o f Chokra, 2007'>. рага о q u a f Pinto ■
ainda compôs a trilha originai. Alem de grandes produções
internacionais, tem feito trilhas para importantes filmes
nacionais como C idade dos H om ens (200?), A Dniva (2009).
lula, o f r'io do Brasil (2009). e o documentário Senna (2010).
Superando as habituais e recorrentes dificuldades da b
produção cinem atográfica nacional, muitos compositores }<■
brasileiros têm conseguido contribuir significativamente com
muitos filmes, numa variedade muito ampla de estilos. Um ~
exemplo de excelente score original do cinema brasileiro
nessa fase de retom ada é a m úsica da refilmagem O
C^^cciro ■1997). com posição de Vicente Salvia, mais conhe- „
riâo como “Vitçhé". talentoso m aestro reconhecido por sua * :
carreira na m úsica do cinem a publicitário. Seu talento de fc
composição descritiva e sua facilidade em escrever para ' i
orquestra ficam evidentes na m úsica deste filme, repleta de i
pontuações precisas e de desenho melódico incomum no i'.
cinema brasileiro utilizando uma linguagem musical talvez
não usada desde o início do Cinema Novo. Viché caminha ;>
com sensibilidade entre os altos e baixos da música, abusan
do da grandiloqüência orquestral, de sutileza melódica e da
citação inteligente de um motivo principal extraído da can
ção Mulher Rendeira, tem a de abertura do filme. A música ori
ginal de Viché divide a trilha sonora do filme com várias canções
tradicionais brasileiras, com participações de artistas como
Edson Montenegro, Alexandre Pires, Dominguinhos, Elba Ra-
malho, entre outros.
O com positor Hermelino Neder, parceiro de longa da
do diretor Guilherme de Almeida Prado, compôs música origi- ç
nal para os film es do diretor, entre eles A Dama do Cine Shangai ç
(1990) e A Hora Mágica (1998), film e que conta ainda com meio 4
quilo de canções. A parceria entre os músicos Caito Mar- f
condes e Teco Cardoso rendeu uma étnica e monótona trilha £
para Cineasta da Selva (1998), recheada de instrumentos exóticos
e que contou ainda com a participação de Marlui Miranda e
Eugênia Melo e Castro. Segundo informações do encarte do CD,
esta foi a primeira mixagem de um disco brasileiro em Dolby
Surround. O criador do grupo Uakti, Marco Antonio Guima-
I rães, compôs uma original trilha para o apreciado filme
^ Lavoura Arcaica (2001), e em 2008 assinou s score de Ensaio sobre
a Cegueira (Blindness, 2008) do diretor Fernando Meirelles.
Numa linha mais eclética, o músico André Abujamra vem
compondo inúmeras peças originais para cmema brasileiro
recente como Bicho de Sete Cabeças (2001), Carandiru (2003), De
Passagem (2003), Os DozeTrabalhos (2006), Encarnação do Demônio
(2008) e O Contador de Histórias (2009), entre muitos outros. 0
belo filme do diretor Walter Lima Jr. A Ostra e o Vento (1997)
leva uma igualmente bela música composta por Wagner Tiso,
que em sua prestigiada carreira musical compôs para filmes
como Inocência (1983), do próprio diretor Walter Lima Jr„
Besame Uucho (1987) e O Toque do Oboé (1999), e Os Desafina
dos (2008).
Membro fundador do grupo Boca Livre, David TVgel é um
dos compositores de carreira mais produtiva do cinema brasilei-
Д ro, várias vezes premiado no festival de Gramado por filmes como
£ 0 Homem da Capa Preta (1986), Doida Demais (1989), Quem Matou
5 Pixote (1996), For Ail (1997) e Dois Perdidos numa Noite Suja (2002).
6 Entre outros, Tygel compôs а trilha de Lamarca (1994) e Onde Anda
Você (2004). Além de compositor, David Tygel é professor de música
de cinema e grande defensor da importância da música original
para audiovisual.
Desenvolvendo uma parceria bem-sucedida com o di-
3retor forge Furtado está o compositor LeO-Henkin, que já havia
J trabalhado com ele em curtas-metragens antes dos longas
Houve Uma Vez Dois Verões (2002), O Homem que Copiava (2003), e
Saneamento Básico - O film e (2007).
1 O mineiro Marcus Víanna ficou conhecido no Brasil
í pelas trilhas de populares telenovelas como Pantanal, Terra
'-5 Nostra e O Clone. No cinema compôs para Olga (2004) - trilha em
2 que gravou sozinho vários instrumentos da orquestra - e para
S o documentário O Mundo Em Duas Voltas (2007), entre outros.
Carioca radicado em Los Angeles, Pedro Bromfman é
um jovem talento promissor que vem se destacando pelas
160
к
Dos anos 90 até hoje j$i ?
® '
marcantes trilhas dos blockbusters brasileiros Tropa de Elite
(2007) e Tropa de Elite 2 (2010). i
Habitai parceiro do já citado Antonio Pinto, Beto Mares á
compôs belas e originais trilhas para os filmes Cidade Baixa (2005) e *
OAno em que Meus Pais saíram de Férias (2006), e Quincas Berro d’Agua £
(2 0 1 0 ), entre outros.
O final dos anos 90 e início do novo milênio trouxe-
ram um cardápio variado de boas trilhas, apesar dos fortes j
estereótipos musicais que dominaram alguns gêneros de fil- 1
mes. Exemplo dessa tendência é uma composição que pare- |
ce ter sido largamente copiada posteriormente: a música do Ц
filme 0_R esgate do Soldado Ryan, por exemplo. Embora não I
tenha nada de radicalmente inovador, o tipo de composição 1
solene, melodias de notas longas e determinadas formas de »
instrumentação (como os conjuntos de trompas), levaram
este belo score de John Williams a ser imitado em vários Ц
outros filmes do gênefo eafin s.E sse tipo de processo de cria- p
ção de estereótipos talvez seja um dos fatores mais prejudi- if
ciais à composição dos scores, porque resulta em trabalhos £
extremamente previsíveis. Traz uma sensação de “já sei o 1
que vou ouvir” que frustra e afasta o público e, particular- I
mente, o am ante de trilha sonora. < 1
Na contramão desses processos, um exemplo de perso- Ç |
nalidade musical é a trilha de O Violino Vermelho (The Red Violin,
l998y7compostãTpor John Corigliàno, que ganhou o Oscar com Ç
sua música ricamente orquestrada e descritiva. Corigliano compôs l ;
pouquíssimos trabalhos para cinema, entre eles Viagens
Alucinantes (Altered States, 1980), considerada uma trilha de van
guarda para a época.
Depois de compor centenas de trilhas para o cinema
italiano, a partir da década de 1970, o compositor Nicola -à ■
Piovani finalm ente teve seu talento reconhecido no mundo с ;
toHõpela trilha de A Vida é BelajLa Vita è Bella, 1998). Esse ano
foi o último em quelTÃcãderriiií de Cinema de Hollywood divi
diu a categoria de melhor score em duas: Melhor Score de
Drama e Melhor Score de Comédia ou Musical. Piovani levou o
Oscar de Melhor Score Dramático e quem levou o de Melhor
161
A M úsica do F ilm e
163
A Música do Filme
Ninth Gate, 1999), filme que contou com uma brilhante com
posição musical original de Kilar. Na Polônia, seu pais natal,
Wojciech Kilar chegou a compor dezenas de scores para о
cinema local particularmente com o diretor Krzysztof
Znussi, com quem fez cerca de 40 projetos. O nome de Kilar
passou a ser conhecido no mundo inteiro com o sucesso de
sua densa e sombria composição para o filme Drácula de
Bram Stoker (Bram Stoker’s Dracula, 1992), do diretor Francis
Ford Coppola.
Joe Hisaishi é músico de extensa filmografia no cine
ma japonês. Ficou conhecido no mundo todo pelas músicas
dos longas de animação japoneses, principalmente os que
utilizam a refinada técnica dos mangás. Embora hoje seja
.? mais conhecido por trabalhos como A Viagem de Chihiro (Sen
^ to Chihiro no Kamikakushi, 2003)e a belíssima trilha do drama
A Partida (Departures, 2008), Hisaishi tem uma obra fonográ-
fica grande e variada em seu país natal. Seu estilo de com
posição ao piano é, muitas vezes, considerado similar ao de
seu compatriota mais famoso Ryuichi Sakamoto. Na faixa 5
de seu primeiro disco, de sua série autoral instrumental
Piano Stories, d e 1988, por exemplo, é indiscutível a referên
cia que Hisaishi faz ao famoso tema principal de Sakamoto
para o filme Furyo, em Nome da Honra, (Merry Christm as, Mr.
Lawrence, ,1983).
Pino Doaaggio está para Bernard Herrmann assim
с о т о Brian De Paima está para Hitchcock. A influência das
músicas de suspense de Herrmann m arcou notoriamente о
trabalho de Donaggio ao longo de sua carreira. Grande cola
borador de De Palma em longa lista de filmes, Donaggio
\>мъв6',°
164
Dos anos 9 0 até hoi*
165
artistas de sucesso corno o cantor colombiano Juanes. Com
positor autodidata e intuitivo, seu trabalho não alcança
unânime aceitação entre os fãs de trilha sonora. De qual
quer forma sua obra apresenta inegável adequação aos
filmes e suas trilhas têm uma forte personalidade dramática
muitas vezes copiada por outros músicos.
Outro estrangeiro que invadiu o cinema mundial e faturou
dois Oscars num mesmo ano foi o compositor indiano A.R.R.
Premiado e experiente produtor em Bollywood, Rahman já havia
trabalhado em dezenas de trilhas em seu país natal, quando foi o
« responsável pelo sucesso musical de Quem Quer Ser um Milionário
* (Slumdog Millionaire, 2008), do diretor Danny Boyle, e com ele ganhou-
^ os prêmios da Academia por melhor score e pela canção “Jai Ho”.
Rahman foi indicado novamente com um filme do mesmo dire
tor, 127 Horas (127 Hours, 2010).
Com o excelente drama-vampiresco Deixe Ela Entrar
Ç (Lát den rátte komma in, 2008), а música do compositor sueco
0 Johan Soderqvist ganhou projeção internacional, chamando
j^Tátenção para trilhas de filmes como Depois do Casamento
Ç (Efter Brylluppet, 2006) e o premiado Em Um Mundo Melhor
(Havnen, 2010).
Um dos compositores sensação dos últimos anos é o
francês Alexandre Desplat que, após dezenas de trabalhos
para o cinema de seu país, começou a cham ar a atenção dos
fãs de trilha sonora do mundo inteiro com a delicada com-
. posição de Moça com Brinco de Pérola (Girl w ith a Pearl Earring,
5 2003). Entre suas obras mais recentes, Desplat vem se provan-
£ do um talentoso e versátil nome na com posição de música
para o cinema contemporâneo, através de trilhas brilhantes e
muito diferentes como S y n a n a - A Indústria do Petróleo (Syriana,
2005), A Rainha (The Queen, 2006), O Curioso C aso de Benjamin
Button (The Curious Case o f Benjamin Button, 2008), O Profeta (Un
Prophète, 2009), O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox, 2009),
o premiado 0 Discurso do Rei (The King's Speech, 2010), о blockbuster
infantojuvenil Harry Potter e as Relíquias da M orte (Harry Potter
i|/ and the Deathly Hallows, 2010) e A Á rvore da Vida (The TYee o f
Life, 2011), entre muitos outros.
Dos anos 90 até hoje
167
A Música do Filme
Anéis: As Duas Torres (Lord o f the Rings: The Тшо Tou?ers, 2002),
Shore dá ainda mais asas à sua criação premiada com o
Oscar de Melhor Música e introduz elem entos étnicos como
o violino nórdico hardanger para o tem a dos “Rohan", abusa
do grande coro sinfônico em vários trechos da trilha e conta
com mais participações especiais, como a cantora islandesa
Emiliana Torrini cantando The Gollum ’s Song nos créditos
finais, entre outros. A magia de tão vultosa produção é acom
panhada pela majestosa música de Shore, que cumpre os
objetivos estéticos de fornecer energia dram ática às cenas de
ação e batalhas, bem como de compor o am biente emocional
das sequências fantasiosas e singelas, com o o motivo musi
cal dos hobbits Samwise e Frodo. Recordista de premiações, o
terceiro episódio O Senhor dos Anéis: O R etorno do Rei (Lord o f
the Rings: The Return o f the King, 2003) consumiu um esforço ainda
maior na produção musical. Shore dá sequência à história com tal
vez ainda mais intensidade e tensão. Como que numa evolução de
sua amplitude dramático-musical, o compositor vai do mais singe
lo fraseado de violinos doces às fanfarras de m etais e agressiva
percussão. Shore talvez tenha com etido o pecado de “esticar”
demais determinadas passagens m elódicas, principalm ente
em momentos mais emocionais, deixando-os exagerada-
mente melodramáticos. Exemplo desse exagero acontece em
uma das cenas finais em que Frodo se despede amorosamente
de seus amigos hobbits. Musicalmente, Shore soa perdido,
como sem saber o que fazer com a m elodia. Então a música
parece “dar uma enrolada” e repete a já cu rta cadência har
mônica correndo o risco de se tornar superficial e monótona,
perigo comprometedor para um film e de três horas e meia.
Ainda no terceiro episódio, contou com a participação de vários
solistas cantores entre os quais se destaca Annie Lennox interpre
tando Into the W est. 0 Retorno do Rei ganhou 11 Oscars,
incluindo os de Melhor Canção e M elhor Trilha Sonora
Original. Como se não bastasse tudo isso, a m ú sica da trilo
gia contou com a impecável perform ance da O rquestra Filar
mônica de Londres regida pelo próprio Shore. A som a do
esforço de produção das três trilhas contabiliza quase três
anos de composição, 193 sessões de gravação de orquestra,
168
D os an o s 90 até h o je
25
http://www.soundtrack.net/news/artide/Pids670, acessado em 21/1/2006
169
A Música do Filme
170
Dos anos 90 até hoje
171
A Música do Filme
172
Doe anos 9 0 a té hoje
175
A Música do Filme
176
0 sound design t os diálogos
177
na televisão. No cinema, uma equipe especial de captação
de som direto com microfones e equipamento específico é
responsável pela gravação do som que acontece nas cenas
filmadas. Este som pode conter também outros elem entos
que compõem a ação, mas o principal é o som das vozes
dos personagens.
Com a evolução das tecnologias de gravação, edição e
sincronismo de som, ficou cada vez mais comum e necessário
o processo de dublagem. Obrigatoriamente usado para fazer
versões dos diálogos ém outras línguas, a dublagem também é
: usada para corrigir defeitos de captação de som direto, para
: incrementar a qualidade de som dos diálogos ou ainda para al-
{ terar a interpretação dos atores. Há vários métodos de gravação
das vozes dos personagens na fase de pós-produção do filme.
Um dos métodos mais comuns é o ADR, que significa Automated
Dialog Replacement. ~~ ~
0е' O ADR, ou substituição automatizada dos diálogos,
! nada mais é do que uma gravação de voz feita em estúdio,
após a conclusão da filmagem da cena. Em um vídeo, o ator
vê a cena, escuta o som original pelo fone de ouvido e faz sua
fala novamente. O processo é repetido até que o trecho gra
vado tenha exatamente o mesmo tempo e movimento labial
de sua imagem pré-filmada. Com o ADR, pode-se eliminar
ruídos e respirações ruidosas, falhas de dicção, ruídos exter
nos da filmagem e conseguir trechos de som com melhor
interpretação e clareza. Por exemplo, um diálogo de persona
gens em uma determinada cena que se passara num cenário
urbano, barulhento. Obter um som satisfatório dos diálogos,
atrapalhados por todos os sons ambientes, pode ser uma
tarefa muito difícil até para as melhores equipes de som
direto. Assim, o ADR torna-se muito útil, pois o som captado
na dublagem pode ser tratado e editado separadam ente e
adicionado a todos os outros elementos do áudio do filme,
Apesar de ser um excelente recurso técnico, quando m al uti
lizado, o ADR pode ser sinal de melhor som e pior performance
dramática dos atores. Tendo trabalhado em dezenas de gran
des produções, entre as quais Indiana Jon es, Forrest Gump,
Contato, Náufrago e Final Fantasy, o premiado sound designer
178
О sound design e os diálogos
179
A Musica do Filme
4
180
Durante o processo de composição da música original
de um filme, há um momento em que a música é apresentada ao
diretor antes de ser gravada. John Williams, por exemplo, em
suas inúmeras parcerias com Steven Spielberg, sempre mos
tra suas ideias e suas melodias principais para o diretor, to
cando-as ao piano. De um modo simples, ele interpreta seus
temas e explica a forma final que imagina para a orquestra
ção dos momentos principais etc. Assim o diretor ouve a com
posição, sugere modificações, orienta e argumenta seus pon
tos de vista até que se chegue a um acordo do que se espera
do score. Nem sempre esse processo é simples e rápido. Nor
malmente em relacionamentos longos entre diretor e compo
sitor, essa fase tende a ser mais fácil, já que ambos já conhecem
bem as habilidades artísticas um do outro. Além disso, hoje
em dia, graças aos computadores» samplers e outras ferramen
tas tecnológicas, os compositores de novas gerações tendem a
apresentar seus trabalhos em formas mais evoluídas, mais
parecidas sonoramente com o resultado definitivo, ou até com
sua sonoridade final. A grande maioria dos compositores
atuais (inclusive aqueles que não escrevem ou leem partituras
181
_______________ - I
A Música do Filme
182
Gravação, rr.rxagem e exifciçàc
183
A Música do Filme
184
a música está quase inaudível em relação aos efeitos sonoros
de ambiente, como sons do vento batendo nas grandes plan
tações. O compositor Mychael Danna3’ conta que, na mixagem
da música do filme 8MM (1999), “certamente todos os interes-,-
santes elem entos marroquinos desapareceram porque os
engenheiros de mixagem acharam seu som muito estranho.
Eles sim plesmente disseram ‘Que diabos é isso? Está interfe
rindo com o som da chuva. Sua percussão está distorcida,
cara’”. Ao explicar que eram as esteiras dos instrumentos
étnicos que em itiam aquela sonoridade, o compositor ouviu
dos engenheiros: “Ah! Bom, mas eles não soam bem com a
chuva então nós vamos tirá-los". Essa mistura dos elementos
do áudio de um filme é fonte de infindáveis discussões e tal
vez sua inconclusividade seja um desafio para fãs e estudio
sos do tema.
Uma abordagem muito interessante do conceito de
mixagem de um filme é a visão do reconhecido editor e sound
designer W alter Murch, que tem em seu currículo clássicos já
citados como Apocalipse Now, 0 Paciente Inglês, 0 Talentoso
Ripley, entre outros. Murch dá um exemplo didático: o ideogra
ma chinês para “árvore” é representado por um desenho de
um pequeno pinheiro. O ideograma para “floresta” é represen
tado por três pequenos pinheiros, dispostos em forma triangu- .
lar. Logo, para representarmos uma floresta, não é necessário
desenharmos centenas de pinheiros. Bastam três pequenos
pinheiros para representarmos um coletivo. A mesma coisa
vale para o som de uma cena. Por mais elementos sonoros que'
existam na situação da cena, não adianta representarmos
todos, sob o risco de provocarmos um excesso, um caos sono
ro. Segundo Murch, o espectador consegue assimilar dois ou,
no máximo, três elementos sonoros principais ao mesmo
tempo. Murch costuma citar a famosa cena do ataque de heli
cópteros de Apocalipse Now, acompanhada pela Cavalgada das
Valquírias de Wagner. Nesta cena, as fontes de sons são inúme
ras e intensas, m as o cuidadoso trabalho de uma mixagem
bem dosada permite que o público identifique com clareza
27
MORGAN, David. Knowing the Score, New York, Harper Collings, 2000, p. 230.
A Musica do Filme
186
Gravação, m ixagem e exibição
187
Weblinks
www.amazon.com
www.bsospirit.com
www.cinemusic.de
www.cinemusic.net
www.cineclick.com.br
www.filmmusic.net
http://filmmusiccritics.org/
www.filmmuziek.be
www.filmscoremonthly.com
www.filmsound.org
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A M ú s ic a d o F ilm e
w w w .scoretrack.n6t
w w w .sound trackcollector.com
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tlilhas sonoras originais ganhadoras âo Oscar
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T tílh a s so n o ra s origm ais ganhadoras do O scar
201
A Música do Film e
202
Trtlhas sonoras onginais ganhadoras do Oscar
204
Trilhas sonoras originais ganhadoras do Сscar
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Impresso em São Paulo, SP, em abril de 2 0 1 2 , em papel cham ois b u lk 90g/m 2,
nas oficinas da C orprint.
Com posto em Caectlia Light, corpo 11 ,6 .
P r o d u to r d e á u d io e e n g e n h e ir o
p ó s -g r a d u a d o e m c o m u n ic a ç ã o p e la
e s p m - s p . t r a balh aa h á 2 0 a n o s c o o r d e -
n a n d o , c o m p o n d o e p r o d u z in d o s o m par a
a u d io v is u a L . f o i c u r a d o r d o m ú s i c a e m
c e n a — 1º e n c o n t r o i n t e r n a c i o n a l d e
m ú s ic a d e c in e m a , realizado em 2007 n o
fe s tiv a is s im il a r e s p el o m u ndo. M in is tr a
c u r s o s s o b r e o t e m a e m u n iv e r s i d a d e s e
i n s t i r u i ç õ e s c u l t u r a i s . Es c r e v e p a r a s i t e s
e r e v is ta s e é о c r ia d o r d o p r o je t o
Ci n e p i a n o , e m q u e f a z a t r i l h a a o v iv o d e
f il m e s m u do s a o p ia n o s o l o , m a is
i n f o r m a ç õ e s : w w w . t o n y be r c h m a n s . c o m . b r