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Minissimulado GRATUITO - Direito Processual Penal - Comentado
Minissimulado GRATUITO - Direito Processual Penal - Comentado
bio/projetoemdelta
Minissimulado
GRATUITO
Processo Penal
https://lkt.bio/projetoemdelta
01) (Questão autoral – Projeto em Delta) descreverá o cadáver, com todos os sinais
Acerca das disposições do Código de Processo e indicações.
Penal Brasileiro no que diz respeito às provas, COMENTÁRIOS: A) INCORRETA, visto que, nos
assinale a alternativa CORRETA: termos do art. 155, parágrafo único, do Código de Processo
Penal “somente quanto ao estado das pessoas serão
A) Serão observadas as restrições
observadas as restrições estabelecidas na lei civil”. Dessa
estabelecidas na lei civil na produção de
forma, não há que se falar em tais restrições em toda e
quaisquer provas no âmbito processual qualquer prova no âmbito processual penal.
penal; B) INCORRETA, já que a definição trazida pela assertiva se
B) São inadmissíveis, devendo ser refere, na verdade, às provas ilícitas, definidas como
aquelas obtidas em violação a normas constitucionais ou
desentranhadas do processo, as provas
legais (violadoras de regras e princípios de direito material).
ilegítimas, assim entendidas as obtidas em
As provas ilegítimas, por outro lado, são aquelas
violação a normas constitucionais ou endoprocessuais, produzidas em desconformidade com a lei
legais; processual penal, como por exemplo o interrogatório de um
C) Quando houver indícios de morte violenta, acusado sem a presença de um advogado. Tratam-se,
portanto, de conceitos distintos.
a autópsia com exame externo e interno do
C) INCORRETA, visto que, nos termos do art. 162,
cadáver será sempre obrigatória, a ser
parágrafo único, do Código de Processo Penal, nos casos de
realizada por média legista, sendo que os morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver,
Serviços de Verificação de Óbitos (SVO’s) quando não houver infração penal que apurar, ou quando as
ficarão responsáveis por certificarem as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não
houver necessidade de exame interno para a verificação de
mortes não violentas;
alguma circunstância relevante. Dessa forma, é equivocado
D) A autoridade policial ou judicial e as
dizer que a autópsia com exames interno e externo será
partes poderão formular quesitos até o sempre necessária, visto que, em determinadas hipóteses,
prazo de 10 (dez) dias antes da diligência a ainda que se trate de morte violenta, o exame interno poderá
ser efetivada pelo perito; ser dispensado. As demais informações trazidas pela
assertiva estão corretas.
E) Em havendo dúvidas sobre a identidade do
D) INCORRETA, pois, conforme o art. 176 do Código de
cadáver exumado, proceder-se-á ao
Processo Penal, a autoridade e as partes poderão formular
reconhecimento pelo Instituto de quesitos até o ato da diligência. A assertiva buscou fazer
Identificação e Estatística ou repartição certa confusão com o art. 159, § 5º, inc. I, do Código de
congênere ou pela inquirição de Processo Penal, o qual dispõe que “durante o curso do
processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia,
testemunhas, lavrando-se auto de
requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou
reconhecimento e de identidade, no qual se
para responderem a quesitos, desde que o mandado de
02) (Questão autoral – Projeto em Delta) entre eles não havia vínculo subjetivo
13.964/2019, promoveu grande alteração na redação do art lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
CPP, Art. 317. A prisão domiciliar consiste no liberdade MÁXIMA SUPERIOR a 4 (quatro) anos;
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ocorrência de prisão em flagrante será feita guardando-se amostra necessária à realização do laudo
definitivo.”
por incineração, no prazo máximo de 15
e) Errado. Segundo o art. 61 da Lei de Drogas:
(quinze) dias contados da data da “A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e
Comentários:
a) Errado. Pelo teor da Súmula 636 STJ, temos:
“A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a
comprovar os maus antecedentes e a reincidência.”
b) Correto. Esse é o teor da Súmula 607 do STJ:
“A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da
Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação
internacional das drogas, ainda que não consumada a
transposição de fronteiras.”
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aberto em residência particular (prisão reincidente em crime hediondo ou equiparado com resultado
morte, vedado o livramento condicional.
domiciliar) quando se tratar de
Lei 12.850/13. Art. 2º. § 9º O condenado expressamente em
condenado maior de 70 (setenta) anos. sentença por integrar organização criminosa ou por crime
III. De acordo com o Código de Processo praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento
Penal, poderá o juiz substituir a prisão
condicional ou outros benefícios prisionais se houver elementos
preventiva pela domiciliar quando o probatórios que indiquem a manutenção do vínculo associativo.
agente for maior de 80 (oitenta) anos. II – CORRETO: LEP, Art. 117. Somente se admitirá o
recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência
IV. Segundo entendimento jurisprudencial,
particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70
recebida a denúncia, não será mais (setenta) anos.
cabível prisão temporária. III – CORRETO: CPP, Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão
preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80
A) Todos os itens estão corretos.
(oitenta) anos.
B) Somente os itens I, II, III estão incorretos.
C) Somente os itens I e IV estão corretos.
D) Somente os item I está correto.
E) Todos os itens estão incorretos.
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UFPR Órgão: DPE-PR Prova: NC-UFPR - Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em
forma progressiva com a transferência para regime
2014 - DPE-PR - Defensor Público)
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o
Em 26.05.2020, Paulo, primário, foi preso em preso tiver cumprido ao menos:
flagrante sob a acusação de venda de drogas, em ****I - 16% (DEZESSEIS POR CENTO) DA PENA, se o
apenado for primário e o crime tiver sido cometido sem
estável associação com outros quatro indivíduos,
violência à pessoa ou grave ameaça;
estando incurso nos crimes de tráfico de drogas II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for
(art. 33, caput, da Lei n° 11.343/06, sem a reincidente em crime cometido sem violência à pessoa ou
grave ameaça;
diminuição prevista no §4º do mesmo artigo) e
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado
associação para o tráfico (art. 35 da Lei n° for primário e o crime tiver sido cometido com violência à
C) 20% da pena pelo crime de associação para a) condenado pela prática de crime hediondo ou
equiparado, com resultado morte, se for primário, vedado
o tráfico de drogas (art. 35 da Lei n°
o livramento condicional;
11.343/06), mais 40% da pena pelo crime
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comutação de penas, respeitados os prazos previstos cometeu dois crimes sem violência ou grave ameaça, dos
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para de drogas – art. 33, caput, da Lei 11.343/06) e um NÃO É
os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas EQUIPARADO A HEDIONDO (Associação para o
o prazo para a obtenção da progressão no regime de CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS, NOS TERMOS
cumprimento da pena, caso em que o reinício da DO ART. 112, V, DA LEI 7.210/84; E COM O
contagem do requisito objetivo terá como base a CUMPRIMENTO 16% DA PENA NO CASO DO
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“§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas Assim, em síntese: no primeiro caso, há elementos
que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde necessários para o oferecimento da denúncia, mas o MP
possam ser encontradas.” devolve porque quer provar “mais e melhor”. Isso é vedado.
Deste modo, apesar de o inquérito não ser peça No segundo caso, não há elementos necessários para o
indispensável para a propositura da ação, poderá ocorrer oferecimento da denúncia, assim o MP solicita novas
indiciamento de testemunhas que não foram inquiridas pela diligências para tornar possível o oferecimento da denúncia.
Comentários:
NOTITIA CRIMINIS – NOTÍCIA DO CRIME
É o conhecimento (notícia do crime) pela autoridade, de um fato
aparentemente criminoso.
ESPÉCIES
Espontâneo ou Ocorre quando a própria autoridade policial toma
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18) (Questão Autoral Projeto em Delta – 2020) Comentários: I – CORRETO! Primeiro ponto a
distinguir são quanto à natureza jurídica de tais normas. A
Quanto à norma processual penal e seus
analogia é uma forma integrativa de normas, ou seja, não há
procedimentos integrativos e interpretativos,
norma para o caso concreto, busca-se uma norma de
julgue os itens subsequentes: previsão semelhante e aplica. Já a interpretação extensiva,
I. Diferencia-se a analogia da como o próprio nome já refere, é uma interpretação
interpretação extensiva porque naquela elastecida de determinado conteúdo normativo, sem criar
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Comentários:
a) Correto. De acordo com Avena (2020), temos:
“Inicialmente, deve-se ter em vista que o estupro de
vulnerável, punido com pena de 8 a 15 anos de
reclusão, caracteriza-se pela prática de qualquer ato
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D) A ordem de prisão de pessoas ou as antecedente. STJ. Corte Especial. APn 923-DF, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 23/09/2019 (Info 657).”
medidas assecuratórias de bens, direitos ou
b) Correto. O STF declarou a inconstitucionalidade do art. 17-D
valores poderão ser suspensas pelo juiz, a da lei de lavagem de dinheiro ao entender que o mero
requerimento do Ministério Público, indiciamento não seria possível para afastar servidor público.
O afastamento do servidor somente se justifica quando ficar
quando a sua execução imediata puder
demonstrado nos autos que existe risco caso ele continue no
comprometer as investigações. desempenho de suas funções e que o afastamento é medida
E) Para se admitir como possível a denúncia eficaz e proporcional para se tutelar a investigação e a própria
Administração Pública. Tais circunstâncias precisam ser
por lavagem de dinheiro é necessária que a
apreciadas pelo Poder Judiciário. Assim o art. 17-D:
infração anterior seja de crime, não “Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este
admitindo, por exemplo, a contravenção. será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos
previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em
decisão fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº
Comentários: 12.683/2012)”
a) Errado. Segundo o STJ não é necessária a descrição minuciosa É inconstitucional a determinação de afastamento automático
do crime anterior, bastando a existência de indícios e que a de servidor público indiciado em inquérito policial instaurado
lavagem seja oriunda dessa infração. para apuração de crimes de lavagem ou ocultação de bens,
Se o Ministério Público oferece denúncia por lavagem de direitos e valores. O art. 17-D da Lei de lavagem de capitais
dinheiro, ele deverá narrar, além do crime de lavagem (art. 1º foi declarado inconstitucional pelo STF. Alternativa correta.
da Lei nº 9.613/98), qual foi a infração penal antecedente c) Errado. Existem dois erros. Primeiro que é possível a tentativa
cometida. em crimes formais, basta que eles sejam plurissubsistentes. Os
Importante esclarecer, contudo, que não é necessário que o crimes plurissubsistentes (a grande maioria), de sua parte,
Ministério Público faça uma descrição exaustiva e contêm uma conduta que admite cisão (fracionamento). O
pormenorizada da infração penal antecedente, bastando comportamento descrito no verbo nuclear pode ser dividido
apontar a existência de indícios suficientes de que ela tenha em vários atos. O homicídio é plurissubsistente, porquanto o
sido praticada e que os bens, direitos ou valores que foram autor do crime pode cindir sua conduta em momentos
“lavados” (ocultados ou dissimulados) sejam provenientes distintos (por exemplo, sacar a arma, efetuar um disparo,
desta infração. Assim, a aptidão da denúncia relativa ao aproximar‐se ainda mais da vítima, efetuar outro disparo etc.,
crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição até consumar seu intento letal).
exaustiva e pormenorizada do suposto crime prévio, bastando Além disso a própria lei de lavagem de dinheiro admite a
a presença de indícios suficientes de que o objeto material tentativa:
da lavagem seja proveniente, direta ou indiretamente, de “Art. 1º § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo
infração penal. único do art. 14 do Código Penal.”
Na decisão o STJ: Portanto, alternativa incorreta.
“A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de d) Errado. Segundo o art. 4º-B não há a necessidade de
dinheiro não exige uma descrição exaustiva e pormenorizada requerimento para tanto. Tal medida pode ser determinada de
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Alternativa incorreta. comentários: O art. 8-A da Lei 9.296/96, que trata da CAPTAÇÃO
Gabarito B AMBIENTAL, não possibilita a decretação de ofício pelo juiz,
sendo imprescindível o requerimento do MP ou a representação da
Autoridade Policial. Em contrapartida, o art. 3° do referido
diploma legal possibilita a decretação da INTERCEPTAÇÃO
TELEFÔNICA de ofício pelo juiz.
Temos, então, o seguinte:
• INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: PODE ser
decretada pelo juiz:
• DE OFÍCIO;
• A requerimento do MP, na investigação
criminal ou na instrução processual penal;
OU
• Mediante a representação da Autoridade
Policial, na investigação criminal.
• CAPTAÇÃO AMBIENTAL: NÃO pode ser
decretada de OFÍCIO PELO JUIZ!!!! É
imprescindível a representação da Autoridade Policial
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pelo juiz!! procedimento estabelecido no próprio código de processo penal e, com a sua mudança,
deveriam também passar a reproduzir o novo modelo, qual seja, o interrogatório como
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA: PODE ser decretada de último ato da instrução. Por todos, cito a posição do Aury Lopes Jr: “Por isso,
ofício pelo juiz!! sustentamos que a Lei n. 11.343 deve contemplar os novos institutos inseridos pela
reforma processual de 2008, com possibilidade de absolvição sumária após a resposta à
Em relação ao item I, segue os comentários: A prisão temporária acusação (defesa escrita) e, principalmente, deslocando-se o interrogatório para o
NÃO pode ser decretada pelo juiz de ofício, conforme preconiza o último ato da instrução. Tal adequação é necessária à luz do disposto no art. 394, §§ 4º
e 5º, do CPP, que determinam aplicação dos novos dispositivos a todos os
art. 2º da Lei de Prisão Temporária (Lei 7.960/89), o qual exige procedimentos de primeiro grau, ainda que não regulados pelo CPP.
representação da Autoridade Policial ou requerimento do MP. Paulatinamente, a jurisprudência foi mudando de entendimento e passou a entender que o
interrogatório é o último ato da instrução (nesse sentido: STF, HC 127900/AM, rel. Min.
Por fim, em relação ao item III, segue os comentários: A Lei Dias Toffoli, 3.3.2016. (HC-127900); STF, AP 1027 AgR, Relator(a): Min. MARCO
13.964/19 (Pacote Anticrime) alterou o art. 311 do CPP, excluindo AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma,
julgado em 02/10/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-227 DIVULG 24-10-2018
a possibilidade de o juiz decretar a prisão preventiva de ofício PUBLIC 25-10-2018); STJ. 6ª Turma. HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
(a redação anterior permitia que fosse decretada a prisão preventiva Moura, julgado em 15/08/2017).
Assim, com a mudança do entendimento jurisprudencial, a exigência da realização do
de ofício pelo juiz durante a fase processual). interrogatório ao final da instrução criminal, conforme o Art. 400 do CPP, é aplicável os
Desse modo, o juiz NÃO poderá DECRETAR A PRISÃO processos penais militares, aos processos eleitorais e a todos os procedimentos penais
regidos por legislação especial (ex.: lei de drogas, lei de licitações).
PREVENTIVA DE OFÍCIO, ainda que no curso da ação penal. Perceba que estamos diante da mesma divergência, motivo pelo qual, nos leva a crer que
● Quanto ao tema, vale abrir uma discussão específica em relação a a solução dada será a mesma, isto é, “Ubi eadem ratio ibi idem jus”, onde houver o
mesmo fundamento haverá o mesmo direito.
Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06): O disposto no Art. 20 da Lei 11.340/06 reproduzia o modelo vigente à época de sua
O art. 20 da Lei Maria da Penha tem a seguinte redação: Em qualquer fase do inquérito edição, que permitia o atuar de ofício do juiz na fase pré-processual e processual, modelo
policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada que, com o advento da lei anticrime, tornou-se superado, devendo ser afastada a solução
pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da de antinomias com base no princípio da especialidade, conforme já sedimentou o STJ,
autoridade policial. em questão análoga, como vimos acima.
O referido dispositivo era basicamente uma cópia do art. 311 do CPP antes do advento da Aqui, não se trata de antinomia entre dispositivos e sim da superação de um sistema
Lei 12.403/11, a qual alterou o art. 311 e passou a vedar a decretação da prisão processual (antes tarde do que nunca) e a necessária reinterpretação dos institutos
preventiva de ofício na fase pré-processual. vigentes à luz do sistema acusatório.
Com o avento da Lei 12.403/11, uma corrente doutrinária, defendida por Eugênio Pacelli, Essa é uma discussão que não deve aparecer tão cedo em provas objetivas,
Aury Lopes Júnior, Paulo Rangel (um dos examinadores da matéria de Processo Penal no entretanto, nas provas discursivas, é de suma importância a apresentação dos
concurso de Delegado da PC/RJ), Nestor Távora, entre outros, passou a defender que o argumentos acima.
art. 20 da Lei Maria da Penha teria sido parcialmente revogado pela referida lei. Porém, a Não obstante, por enquanto (enquanto não houver um posicionamento
doutrina majoritária afirmava que o Art. 20 da L. 11340/06 não teria sido revogado jurisprudencial e doutrinário sedimentado) podemos dizer que o art. 20 da Lei
tacitamente, em razão do princípio da especialidade, o qual continuou, portanto, sendo Maria da Penha é uma exceção expressa ao art. 311 do CPP.
aplicado.
Temos, então, o seguinte:
Ora, se o Pacote Anticrime modificou o art. 311 do CPP, exatamente como a lei
12403/11, terá novamente a discussão em relação ao art. 20 da L.11.340/06. Ademais, o I – NÃO pode ser decretada de ofício pelo juiz!
Pacote Anticrime trouxe inúmeras outras alterações (além de vedar que o juiz decrete a
prisão preventiva de ofício no curso da ação penal) que ratificaram ainda mais o sistema
II – PODE ser decretada de ofício pelo juiz!
acusatório (prevendo o referido sistema expressamente no art. 3-A do CPP, o qual por
III – NÃO pode ser decretada de ofício pelo juiz!
sua vez se encontra suspendo pelo STF).
Para entender melhor o tema, precisamos lembrar da solução dada pelos Tribunais IV – NÃO pode ser decretada de ofício pelo juiz!
Superiores quando tratou do interrogatório como último ato da instrução.
A lei 11719/08, alterou o Art. 400 do CPP, fixando o interrogatório como último ato da
Desse modo, somente os itens I, III e IV estão
instrução: Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
INCORRETOS!!
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, Gabarito D
ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
O problema é que deixou de alterar os dispositivos nas leis especiais que previam
procedimentos, como a lei de drogas (L.11343/06), código de processo penal militar,
procedimentos originários dos tribunais (L.8038/90) e lei de licitações (L.8666/93).
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