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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

ESTÁGIO PRÁTICO IV
Direito Público e Procedimento
Administrativo:
Ação Civil Pública

Prof Dra. Urá Martins


QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

■ Lei nº 7.347/85 AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


■ Antes da Lei nº 7.347, havia a ação de
responsabilidade por danos causados ao meio
ambiente e a terceiro - Lei nº 6.938, de
31.08.1981, em seu art. 14, § 1º.
■ O Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078, de 11.09.1990) ação civil coletiva - defesa
dos interesses difusos, coletivos ou individuais
homogêneos.
■ Lei nº 7.853, de 24.10.1989- pessoas
portadoras de deficiência.
■ Lei nº 8.069, de 13.07.1990, instituindo
o Estatuto da Criança e do Adolescente.
■ Lei nº 8.429, de 02.06.1992, enquadra-se como
espécie de ação civil pública.
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

Lei n. 7.347/85 Art. 8º Para instruir a inicial, o


interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar
necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior
a 10 (dez) dias úteis.
■ O inquérito civil é um procedimento
administrativo preliminar (dispensável) e visa
apurar a existência ou não de atos lesivos aos
interesses difusos, coletivos ou individuais
homogêneos.
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

■ Rito comum, previsto nos


artigos 318 e ss. do CPC/2015.
■ Art. 18. Nas ações de que trata
esta lei, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer
outras despesas, nem condenação
da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em
honorários de advogado, custas e
despesas processuais.
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

■ “5. Dessa forma, deve-se privilegiar,


no âmbito desta Corte Especial, o
entendimento dos órgãos fracionários
deste Superior Tribunal de Justiça, no
sentido de que, em razão da simetria,
descabe a condenação em honorários
advocatícios da parte requerida em
ação civil pública, quando inexistente
má-fé, de igual sorte como ocorre com
a parte autora, por força da aplicação
do art. 18 da Lei n. 7.347/1985.”
(EAREsp 962.250/SP, Rel. Ministro OG
FERNANDES, CORTE ESPECIAL, julgado
em 15/08/2018, DJe 21/08/2018)
VALOR DA CAUSA

RESP Nº 1.712.504 - valor inicial da causa


160 milhões.

■ “4. Numa ação coletiva, o sistema


para definição do valor da causa é
peculiar, tendo em vista o fato de seu
proveito econômico não estar,
necessariamente, vinculado ao
benefício patrimonial, direto ou
imediato, de determinado conjunto de
pessoas, muitas vezes representando
os danos suportados por cada um
pertencente àquele grupo, de forma
individual.”
■ “7. Diante da absoluta impossibilidade de
demonstração da repercussão econômica da
prática de descontos atribuída às
recorrentes, o valor dado à causa, por hora,
deve ser simbólico e provisório, podendo ser
alterado posteriormente. 8. Assim, frente a
diversidade da natureza dos diferentes
pedidos, nem todos de conteúdo econômico
imediato, e o caráter indeterminável dos
beneficiários, impossibilitando a exatidão do
valor econômico da pretensão, que não
autoriza, por consequência, sua fixação em
quantia exorbitante, e tendo ainda como
vetor os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, o valor da causa deve ser
fixado, em caráter provisório e meramente
estimativo, em R$ 160.000,00 (cento e
sessenta mil reais)”.
Meio-ambiente;

consumidor;
OBJETO DA AÇÃO
CIVIL PÚBLICA bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico;
Art. 1 Lei 7.347/85 qualquer outro interesse difuso ou coletivo;

ROL por infração da ordem econômica;


EXEMPLIFICATIVO
à ordem urbanística;

à honra e à dignidade de grupos raciais,


étnicos ou religiosos;
ao patrimônio público e social. .
■ Art. 1 Lei 7.347/85
É CABÍVEL ■ Parágrafo único. Não será
ACP para cabível ação civil pública para
veicular pretensões que
tratar sobre envolvam tributos,
tributos, contribuições previdenciárias,
o Fundo de Garantia do
FGTS ou Tempo de Serviço - FGTS ou
outros fundos de natureza
outros institucional cujos
fundos? beneficiários
individualmente
podem ser

determinados. (Incluído pela


Medida provisória nº 2.180-
35, de 2001)
■ Em 2013 (Recurso Extraordinário

É CABÍVEL com Agravo (ARE) 694.294), o

ACP para Tribunal Federal (STF) estabeleceu,


em repercussão geral, que o
tratar sobre Ministério Público não pode ajuizar
tributos, ação civil pública para defender

FGTS ou contribuintes.

outros ■ EREsp 1428611 – STJ analisa a

fundos?
legitimidade do Ministério Público
(MP) para proteger o direito de
portadores de necessidades
especiais à isenção tributária na
aquisição de veículos.
É CABÍVEL ACP para tratar sobre tributos,
FGTS ou outros fundos?
■ Superior Tribunal de Justiça – REsp 1.220.835

“1. O Ministério Público detém legitimidade processual para


propor Ação Civil Pública que trate de matéria
previdenciária, em face do relevante interesse social
envolvido, bem como para recorrer de decisões proferidas
no curso do processo respectivo.

2. Não é razoável que por apego a formalismos, um direito


multitudinário de pessoas sabidamente hipossuficientes,
como sói ser a grande maioria dos segurados da Previdência
Social, seja afastado da iniciativa tutelar do Ministério
Público.”
É CABÍVEL ACP para tratar sobre tributos,
FGTS ou outros fundos?

■ STF RE 643978
“ 3. A demanda intenta o resguardo de direitos individuais
homogêneos cuja amplitude possua expressiva envergadura
social, sendo inafastável a legitimidade do Ministério Público
para ajuizar a correspondente ação civil pública. (...). Tese de
repercussão geral proposta: o Ministério Público tem
legitimidade para a propositura de ação civil pública em
defesa de direitos sociais relacionados ao FGTS.”

- Não se trata de pretensão individual de saque.


■ Art. 2 da Lei 7.347/85
■ Local onde ocorreu o dano.

■ E se o fato atingiu mais de


uma comarca?
■ Utiliza-se
FORO PARA A a regra da
prevenção: fica prevento o foro
PROPOSITURA que por primeiro conhecer da
demanda, ou no qual houve
DA ACP a iniciativa para o
ajuizamento
■ Porém, se entres uma das
Comarcar estiver a Capital do
Estado, esta será a única
competente.
■ Dano ocorre em comarcas de
mais de um Estado, mas sem a
extensão nacional: regra da
prevenção.
■ Caso os danos ocorram no
território nacional ou regional, a
ação será ajuizada no Distrito
Federal ou na capital do Estado
FORO PARA A atingido.
CDC:
PROPOSITURA Art. 93. Ressalvada a competência da
DA ACP Justiça Federal, é competente para a
causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou
deva ocorrer o dano, quando de
âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no
do Distrito Federal, para os danos de
âmbito nacional ou regional,
aplicando-se as regras do Código de
Processo Civil aos casos de
competência concorrente.
■ “A ação civil pública há de ser proposta
no foro do local onde ocorre o dano. É
de natureza funcional (Lei nº 7.347/85,
art. 2º). Tratando-se de dano de âmbito
nacional, caso em que o dano

FORO PARA A transcende a área geográfica de mais

PROPOSITURA de um Estado, é competente para a


causa o foro do Distrito Federal (CDC,
DA ACP art. 93, II). Entidade autárquica
figurando no polo passivo de uma das
ações. Conflito conhecido e declarada
competente a Justiça Federal do Distrito
Federal” (Conflito de Competência nº
28.003-RJ, da 2ª Seção, j. em
24.11.1999, DJU de 11.03.2002.)
■ I - o Ministério Público;
■ II - a Defensoria Pública;
■ III - a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios;
Direito Público e ■ IV - a autarquia, empresa pública,
Procedimento fundação ou sociedade de economia
mista;
Administrativo: ■ V - a associação que,
Ação Civil Pública concomitantemente:
LEGIMITIDADE ■ a) esteja constituída há pelo menos 1
(um) ano nos termos da lei civil;
(Art. 5 Lei ■ b) inclua, entre suas finalidades
7.347/85): institucionais, a proteção ao patrimônio
público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre
concorrência, aos direitos de grupos
raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.
Art. 5 Lei 7.347/85

MINISTÉRIO § 1º O Ministério Público, se não

PÚBLICO intervier no processo como parte,


atuará obrigatoriamente como fiscal
da lei.

§ 3° Em caso de desistência
infundada ou abandono da ação
Principio da por associação legitimada, o
indisponibilidade
mitigada
Ministério Público ou outro
MP fará juízo de legitimado assumirá a titularidade
conveniência e
oportunidade ativa. (Redação dada pela Lei nº
8.078, de 1990)
Art. 5 Lei 7.347/85

■ §
MINISTÉRIO 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio
facultativo entre os Ministérios Públicos
PÚBLICO da União, do Distrito Federal e dos
Estados na defesa dos interesses e
direitos de que cuida esta
lei. (Incluído pela Lei nª 8.078, de
11.9.1990)

■ Art. 15. Decorridos sessenta dias do


Principio da trânsito em julgado da sentença
indisponibilidade
condenatória, sem que a associação
Absoluta
MP é obrigado a autora lhe promova a execução, deverá
prosseguir
fazê-lo o Ministério Público, facultada
igual iniciativa aos demais legitimados.
STJ Súmula 601: “O Ministério Público tem legitimidade ativa
para atuar na defesa dos direitos difusos, coletivos e
individuais homogêneos dos consumidores, ainda que
decorrentes da prestação de serviços públicos.”

CF - Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.
“(...)O interesse tutelado nesta "ação coletiva de consumo", além de
sua relevância social, transcende a esfera de interesses dos efetivos
contratantes, tendo reflexo em uma universalidade de potenciais
consumidores indetermináveis de plano, que podem, igualmente de
forma sistemática e reiterada, ser afetados pela prática apontada
como abusiva, massificando o conflito. Alcança, portanto, direitos
individuais homogêneos e difusos, estando caracterizada a
legitimidade ativa do Ministério Público do Estado do Rio Grande do
Sul para propor a ação, sendo irrelevante a disponibilidade do
direito envolvido na lide.
4. Na linha da jurisprudência desta Corte, o Ministério Público tem
legitimidade ativa para propor ação civil pública e ação coletiva com
o propósito de velar por direitos difusos e, também, individuais
homogêneos dos consumidores, ainda que disponíveis.
5. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 932.994/RS, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
15/09/2016, DJe 22/09/2016)
Direitos individuais homogêneos:

- Indisponível – MP pode ajuizar ACP.

- Disponível - MP pode ajuizar ACP quando


existir interesse social – relevância social.

Exemplo: defesa dos interesses de mutuários


do Sistema Financeiro de Habitação (STF AI
637853 AgR).
■ Lei 7.347/85 - Art. 3º A
ação civil poderá ter por
objeto a condenação em
dinheiro ou o
cumprimento de
obrigação de fazer ou não
fazer.
OBJETO E ■ É possível cumular
PEDIDO pedidos visando à tutela
de interesses difusos,
coletivos e individuais
homogêneos.
■ Ex. evitar a prática de ato
ilícito, anular o ato ilícito
praticado e condenar os réus
ao ressarcimento de danos.
■ Ações civis de
responsabilidade por ato de
improbidade administrativa:

■ Lei no 8.429/92 prevê a


possibilidade de decreto de
indisponibilidade dos bens de
OBJETO E quem enriqueceu ilicitamente
ou causou prejuízo ao erário
PEDIDO (arts. 7 e 16).

■ Afastamento cautelar do
agente público do exercício do
cargo, emprego ou função,
sempre que a medida se fizer
necessária à instrução
processual (art. 20, § único).
DIREITOS COLETIVOS
DIREITOS DE TERCEIRA DIMENSÃO: transcendem o indivíduo,
não ficam restritos à relação individual.
Proteção do consumidor (art. 5, XXXII, art. 170, V).

CF - Art. 129. São funções institucionais do Ministério


Público:
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e
de outros interesses difusos e coletivos;
ESPÉCIES DE DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS OU COLETIVOS

Direitos
coletivos
(sentido amplo)

Direitos difusos

Direitos
coletivos
(sentido estrito)

Individuais
homogêneos
INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS - art. 81 CDC

Não se enquadram nem em interesse público, nem privado


(nova categoria).

Pertencem a um grupo ou classe de pessoas que tenham entre


si um vínculo, seja de natureza jurídica, seja de natureza fática.

❖ Interesses difusos
❖ Interesses coletivos (em sentido estrito).
❖ Interesses individuais homogêneos.
DIREITOS DIFUSOS
- os interesses transindividuais de natureza
indivisível, de que sejam titulares (indivisibilidade
do objeto).

– Impossibilidade de determinação do sujeito.

– Vínculo fático (pessoas indeterminadas e


ligadas por uma circunstância de fato).
DIREITOS COLETIVOS – Características
– Indivisibilidade do objeto (interesses
transindividuais de natureza indivisível).

– Possibilidade de determinação do
sujeito.

– Vínculo jurídico (grupo, categoria ou classe


de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica base).
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS – Características

– Divisibilidade do objeto (interesses


transindividuais de natureza divisível).

– Possibilidade de determinação do sujeito.

– Vínculo fático (pessoas determinadas ou


determináveis ligadas por uma origem comum,
de natureza fática).
INTERESSES INTERESSES INTERESSES
DIFUSOS COLETIVOS INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS

INDIVISÍVEIS: o benefícios se estende a DIVISÍVEIS


todos.

LIAME FÁTICO LIAME JURÍDICO LIAME FÁTICO

NÃO PODEM SER Ex – ação coletiva Pessoas


IDENTIFICADOS: ex contra cláusula determinadas:
poluentes e abusiva (contrato de sofreram danos.
propagandas adesão).
enganosa.
Exemplos de direitos difusos:
❖ Meio ambiente;
❖ Patrimônio histórico;
❖ Propaganda enganosa;
❖ Moralidade administrativa.

Exemplos de direitos coletivos:


❖ Reajuste abusivo de mensalidades.

STF Súmula 643: O Ministério Público tem legitimidade para


promover ação civil pública cujo fundamento seja a
ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares.
STJ – REsp 604172/SP
“III - As empresas de comunicação não
respondem por publicidade de propostas
abusivas ou enganosas. Tal responsabilidade
toca aos fornecedores-anunciantes, que a
patrocinaram (CDC, Arts. 3º e 38). IV - O
CDC, quando trata de publicidade, impõe
deveres ao anunciante - não às empresas de
comunicação (Art. 3º, CDC). “
Exemplos de interesses transindividuais:
❖ produto nocivo que foi posto no mercado;
❖ Cerveja contaminada;
❖ Propaganda enganosa (relação fática – pessoas
indeterminadas que podem estar expostas à publicidade
falsas).
❖ Produto farmacêutico que não contém o princípio ativo
indicado e que pode causar danos ao consumidor
- interesse difuso (indivisível e entre pessoas não
identificadas) de todos os consumidores potenciais que são
expostos à propaganda.
- interesse individual homogêneo – pessoas que
adquirirem o produto e sofrerem danos.
❖ Pílula anticoncepcional de farinha.
Exemplos de interesses transindividuais:

❖ Poluentes – dano ambiental.


Risco à saúde em determinada região.
Interesse indivisível – não é possível proteger de
forma individual.
Vínculo fático – poluente.
Difuso – risco geral
Será individual homogêneo– se pessoas
determinadas falecerem ou ficarem com danos em
decorrência da poluição.
Exemplo de interesse coletivos:
❖ Consórcio – cláusula abusiva.
- Defesa de forma indivisível (ação coletiva) – ação
faz coisa julgada ultra partes.
- A decisão ou beneficia a todos ou não beneficia
ninguém.
- Vínculo jurídico.
Obs: se o juiz condenar o réu a não inserir cláusulas
semelhantes em contratos futuros, estará presente
interesse difuso (futuros contratantes não podem ser
determinados).
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS – exemplos:

• Vítimas de acidente – defeito de fabricação de um


automóvel
- Origem comum de natureza fática (defeito de fabricação).
- Divisíveis: dano.

❖ O posto de gasolina vende de óleo diesel com


adulterações em sua fórmula, em desacordo com as
especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
- Sentença condenatória genérica: o consumidor pode
liquidar e executar individualmente, ou, ainda, habilitar-se
em execução coletiva.
■ Caráter cominatório e/ou
reparatório;
■ No caso que ação que
verse sobre direitos
individuais homogêneos,
a condenação será
genérica, fixando a
SENTENÇA responsabilidade do réu
pelos danos causados.
■ Cada pessoa que foi
lesada poderá,
posteriormente,
promover a liquidação e a
execução do julgado.
Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses
Individuais Homogêneos
CDC Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82
poderão propor, em nome próprio e no interesse das
vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos
seguintes.
CDC Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a
condenação será genérica, fixando a
responsabilidade do réu pelos danos causados.
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

CDC Art. 97. A liquidação e a execução de sentença


poderão ser promovidas pela vítima e seus
sucessores, assim como pelos legitimados de que
trata o art. 82.

CDC Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo


promovida pelos legitimados de que trata o art. 82,
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram
sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo
do ajuizamento de outras execuções.
■ Lei 7.347/85 /85
■ Art. 13. Havendo
condenação em dinheiro, a
indenização pelo dano
causado reverterá a um
fundo gerido por um
Conselho Federal ou por
SENTENÇA Conselhos Estaduais de
que participarão
necessariamente o
Ministério Público e
representantes da
comunidade, sendo seus
recursos destinados à
reconstituição dos bens
lesados.
■ Lei 7.347/85 /85
■ Art. 16. A sentença civil fará
coisa julgada erga omnes,
Doutrina não nos limites da
aceita. STJ
diverge. competência territorial do
órgão prolator, exceto se o
pedido for julgado
SENTENÇA improcedente
insuficiência de provas,
por

hipótese em que qualquer


legitimado poderá intentar
outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de
nova prova. (Redação
dada pela Lei nº 9.494, de
10.9.1997)
STF RE1101937
Publicação: 14/06/2021

“1. A Constituição Federal de 1988 ampliou a proteção aos interesses difusos e


coletivos, não somente constitucionalizando-os, mas também prevendo
importantes instrumentos para garantir sua pela efetividade. 2. O sistema
processual coletivo brasileiro, direcionado à pacificação social no tocante a
litígios meta individuais, atingiu status constitucional em 1988, quando houve
importante fortalecimento na defesa dos interesses difusos e coletivos,
decorrente de uma natural necessidade de efetiva proteção a uma nova gama
de direitos resultante do reconhecimento dos denominados direitos humanos
de terceira geração ou dimensão, também conhecidos como direitos de
solidariedade ou fraternidade. 3. Necessidade de absoluto respeito e
observância aos princípios da igualdade, da eficiência, da segurança jurídica
e da efetiva tutela jurisdicional. ".
STF RE1101937
Publicação: 14/06/2021

“4. Inconstitucionalidade do artigo 16 da LACP, com a redação da Lei 9.494/1997, cuja


finalidade foi ostensivamente restringir os efeitos condenatórios de demandas
coletivas, limitando o rol dos beneficiários da decisão por meio de um critério territorial
de competência, acarretando grave prejuízo ao necessário tratamento isonômico de
todos perante a Justiça, bem como à total incidência do Princípio da Eficiência na
prestação da atividade jurisdicional. 5. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS DESPROVIDOS,
com a fixação da seguinte tese de repercussão geral: "I - É inconstitucional a redação do
art. 16 da Lei 7.347/1985, alterada pela Lei 9.494/1997, sendo repristinada sua redação
original. II - Em se tratando de ação civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a
competência deve observar o art. 93, II, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do
Consumidor). III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou
regional e fixada a competência nos termos do item II, firma-se a prevenção do juízo
que primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as demandas
conexas".
STF RE 612043 ■ “Tese: A eficácia subjetiva da coisa
julgada formada a partir de ação
Tema 499 - Limites coletiva, de rito ordinário, ajuizada
subjetivos da coisa
por associação civil na defesa de
julgada referente à
ação coletiva proposta interesses dos associados,
por entidade somente alcança os filiados,
associativa de caráter residentes no âmbito da jurisdição
civil.
do órgão julgador, que o fossem

Não se aplica para a em momento anterior ou até a


ACP (Lei 7.347/85), data da propositura da demanda,
apenas para ações constantes da relação jurídica
coletivas de rito juntada à inicial do processo de
ordinário.
conhecimento.”
(FGV/2019) Em virtude do rompimento de uma
represa, o Ministério Público do Estado do Acre ajuizou
ação em face da empresa responsável pela sua
construção, buscando a condenação pelos danos
materiais e morais sofridos pelos habitantes da região
atingida pelo incidente. O pedido foi julgado
procedente, tendo sido fixada a responsabilidade da ré
pelos danos causados, mas sem a especificação dos
valores indenizatórios. Em virtude dos fatos narrados,
Ana Clara teve sua casa destruída, de modo que possui
interesse em buscar a indenização pelos prejuízos
sofridos. Na qualidade de advogado(a) de Ana Clara,
assinale a orientação correta a ser dada à sua cliente.
a) Considerando que Ana Clara não constou do polo
ativo da ação indenizatória, não poderá se valer de
seus efeitos.
b) Ana Clara e seus sucessores poderão promover a
liquidação e a execução da sentença condenatória.
c) A sentença padece de nulidade, pois o Ministério
Público não detém legitimidade para ajuizar ação
no lugar das vítimas.
d) A prolatação de condenação genérica, sem
especificar vítimas ou valores, contraria disposição
legal.
■ AGUIRRE, João; SÁ, Renato
Montans de. Prática civil. –
11. ed. – São Paulo : Saraiva
Educação, 2021. D isponível
Modelos de em:
https://integrada.minhabibliote
ca.com.br/#/books/97865555
ACP: 98490/. Acesso em: 28 set.
2021.
■ CHALITA, Sávio, et al. Coleção
Prática Forense Constitucional.
Disponível em: Minha
Biblioteca, (2nd edição).
Editora Saraiva, 2020.
Disponível em
https://integrada.minhabibliote
ca.com.br/reader/books/9788
553618187/pageid/122
Critérios de avaliação Pontos

CRITÉROS
Competência DEdoAVALIAÇÃO
correta juízo PEÇA: 0-1,0

Qualificação das partes 0 - 0.5

Identificação correta da ação 0 -1.0

Narração objetiva, clara, ortografia, acentuação, pontuação, 0-1.5


coesão, coerência dos fatos.
Indicação tutelares ou liminares, normas, princípios, doutrina, 0-3.0
jurisprudência apropriada.
Indicação coerente dos pedidos 0-2.0

Indicação correta do valor da causa 0.1.0

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