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EDIÇÃO 06 - CREFITO-3 - SÃO PAULO - ABRIL DE 2019

POR UM FIO
a linha fina e frágil que se coloca
entre o ato assistencial e o risco
de dano ao paciente: o que você
pode fazer para reduzir os eventos
adversos na sua prática?

+ passando a limpo + Piso Salarial


Transparência: Por dentro do

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 1


2
foto : rodrigo cavalheiro EDITORIAL

CREFITO-3 Segurança,
confiança e
Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da 3ª Região
Serviço Público Federal
Área de Jurisdição: Estado de São Paulo
Rua Cincinato Braga, 277, Bela Vista
São Paulo – SP
CEP 01333-011
gestão
www.crefito3.org.br
0800 750 59 00
ouvidoria@crefito3.org.br

GESTÃO 2016-2020
DIRETORIA

Presidente
Dr. José Renato de Oliveira Leite - 8595-F
Na sexta edição da revista do Crefito-3, trazemos temas
que não são vistos com frequência no Sistema. Mas o fato de
Vice Presidente
Dr. Adriano Conrado Rodrigues - 4413-TO
não serem vistos ou não serem abordados, não significa que
não existam. E mais: não significa que tais temas não pe-
Diretor Secretário rambulem pela mente de profissionais. Significa apenas que
Dr. Eduardo Filoni - 31611 - F
não são abordados com frequência, seja porque sua aborda-
Diretor Tesoureiro gem é difícil, ou por serem temas espinhosos e impopulares.
Dr. Elias Ferreira Porto - 34739-F

Diretor de Fiscalização
Trazemos o primeiro destes temas na capa. A existência
Dr. Luiz Fernando de Oliveira Moderno - 9080-F da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional é justificada pelo
paciente. A vida dele, e todo o cuidado que ela demanda,
Conselheiros Efetivos:
Dr. Adriano Conrado Rodrigues - 4413-TO deveria ser a preocupação central de nossa atuação profis-
Dr. Demosthenes Santana Silva Junior - 84416-F sional. Nesta primeira abordagem, para construir o conte-
Dr. Eduardo Filoni - 31611 - F
Dr. Elias Ferreira Porto - 34739-F
údo principal desta revista, ouvimos profissionais de duas
Dr. Gerson Ferreira Aguiar - 116520-F instituições de saúde que são referência no país, o Hospital
Dr. José Renato de Oliveira Leite - 8595-F
Dr. Luiz Fernando de Oliveira Moderno - 9080-F
Israelita Albert Einstein e Instituto do Coração (Incor HC-
Dra.Tatiani Marques - 6747-TO FMUSP). Como resultado, uma abordagem jornalística em
Dra. Susilene Maria Tonelli Nardi - 2981-TO que pudemos revelar um pouco do que se tem feito pela se-
Conselheiros Suplentes: gurança do paciente em nossas profissões.
Dr. Albertino Torrani Filho - 93061-F
Dr. Alexandre Martinho - 84389-F Vamos tratar também de gastos e investimentos do Con-
Dra. Cristina Maria da Paz Quaggio -1588-TO
Dr. Jonatas da Silva Souza - 81345-F
selho, dados que nossa gestão disponibilizou no Portal da
Dr. Kleber Renato da Silva Pelarigo - 6492-TO Transparência e que estão abertos para consulta de toda a
Dr. Leandro Lazzareschi - 26122-F sociedade no site do Crefito-3. Estamos trazendo aos pro-
Dra. Renata Cristina Rocha - 30437-F
Dra. Sandra Cristina Pizzocaro Volpi - 749-TO fissionais em primeira mão na revista um comparativo de
números que revela resultados de gestão. Há um custo para
COMUNICAÇÃO
manter a estrutura do maior regional de Fisioterapia e Te-
rapia Ocupacional do Brasil. Em São Paulo estão 1/3 dos
Gerência
Túlio Braga Fonseca profissionais registrados no país, a maioria das clínicas e
Redação
hospitais. A alta demanda exige mais agilidade, mais fun-
Gabriela Moretto – MTb nº 72.071-SP cionalidade, mais gestão. E como resultados de gestão, a
Mônica Farias – MTb nº 21.749-SP
respionsabilidade com o dinheiro público, a moralização de
Design Gráfico
João Valadares (Estagiário) ações e a busca constante pela melhoria nos serviços presta-
Renata dos Santos Silva (Estagiária) dos aos profissionais jurisdicionados.
Redes Sociais
Ana Carolina Soares da Silva (Estagiária) Falamos ainda sobre as novas formas de nos comunicar
Diagramação e Audiovisual com você, a nova batalha no Congresso Nacional para evitar
Rodrigo Cavalheiro retrocessos na saúde mental, piso salarial, e-social e sobre
Capa fiscalização. A cada nova página você vai conhecer um pou-
Túlio Fonseca
co mais das lutas do Crefito-3 em prol de nossas profissões.
Icons Created by
Freepik.com. Boa leitura, boas análises e boas descobertas. Até agosto!
Impressão: Esdeva Indústria Gráfica
Tiragem: 77 mil exemplares
Dr. José Renato de Oliveira Leite
Presidente do Crefito-3

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 3


4
ÍNDICE

6 ABRIL2019

26 30
TRANSPARÊNCIA:
PASSANDO A LIMPO

32
POR DENTRO DO
PISO SALARIAL DA
FISIOTERAPIA E DA
TERAPIA OCUPACIONAL

6 10 37
CONHEÇA AS
INOVAÇÕES NA
SECRETARIA-GERAL
DO CREFITO-3

41
VOCÊ CONHECE
AS ALTERAÇÕES NO
E-SOCIAL PARA 2019?

34 43
COMO TEMOS
START:
O FUTURO JÁ FALADO COM VOCÊ,
COMEÇOU! PROFISSIONAL?

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 5


6
TENDÊNCIA: A evolução de procedimentos,
condutas e atuações deve ser bem observada pelos
ENTREVISTAprofissionais.
FISIOTERAPIAEla indica novos caminhos, mas traz ENTREVISTA FISIOTERAPIA
novas responsabilidades.

RISCOS: Movimentos nos cenários macro que 10


envolvem política podem sinalizar tendências e
alterações que têm capacidade de trazer conse-
qüências radicais às profissões no longo prazo.

PACIENTE: Conquistas, modernizações e cresci-


14
mento das profissões obtidos nos primeiros 50
anos, só se justificam se resultarem em melhorias
no atendimento e na segurança do paciente.

RELACIONAMENTO: Ampliações melhorias e


34
ajustes entre quem fiscaliza e quem é fiscalizado
são indispensáveis ao futuro das profissões. Isso
traz melhoria constante na prestação de serviço.

47
ATUAÇÃO AMPLIADA: Novos campos de
trabalho trazem efeitos positivos de renovacão e
amadurecimento das profissões e também a
ampliação das responsabilidades de cada um.

49
PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula-
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
reação perante a mudanças graves no cenário.

30
TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige


mais ferramentas de controle das instituições
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de

O uso da
gestões modernas e atentas aos novos tempos.

ultrassonografia
na Fisioterapia “
está ganhando
espaço
Dra. Carla Luciana Batista

6
U
MA REVOLUÇÃO ESTÁ OCORRENDO EM TODO O
MUNDO NO MODO DE REALIZAR A AVALIAÇÃO
CENESIOFUNCIONAL NA FISIOTERAPIA. E A
FISIOTERAPEUTA DRA. CARLA LUCIANA BATISTA
JÁ FAZ PARTE DELA. GRADUADA HÁ 14 ANOS, ELA
SE ESPECIALIZOU NA ÁREA CARDIORRESPIRATÓRIA
E ATUA HÁ 12 ANOS COMO MEMBRO DA EQUIPE DE
FISIOTERAPEUTAS DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT
EINSTEIN, NA CAPITAL PAULISTA. EM SUA PRÁTICA, ELA
TEM SE DEDICADO A APROFUNDAR E DISSEMINAR TODO
O POTENCIAL DA UTILIZAÇÃO DA ULTRASSONOGRAFIA
COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO. “A APLICABILIDADE
É GIGANTESCA”, DEFENDE.

REVISTA EM MOVIMENTO Como surgiu seu interes- Quais os ganhos obtidos com o ultrassom em
se no uso da ultrassonografia ? apoio ao diagnóstico?
DRA. CARLA LUCIANA BATISTA O interesse pelo uso São muitos os ganhos. Ao fazermos uma ultras-
do recurso veio com a nossa busca por conheci- sonografia diafragmática, por exemplo, nosso foco
mento. O Hospital Israelita Albert Einstein adota a - e é importante deixar isso claro - é sempre cine-
política de incentivar seus profissionais a participa- siológico, cinesiofuncional. Estamos apenas utili-
rem de eventos científicos, inclusive internacionais. zando a ferramenta a nosso favor; para verificar se
Nessas oportunidades foi ficando mais evidente que um músculo está ou não funcionando bem; se ele
o mundo todo começou a falar de ultrassonografia precisa de algum tipo de assistência. No diafragma,
diagnóstica. Seja para avaliação do diafragma, do por exemplo, é possível avaliar se ele está ficando
parênquima pulmonar, e/ou da musculatura peri- atrófico, se ele está se movimentando mais, se está
férica, o uso da ultrassonografia na Fisioterapia está se movimentando menos. Isso, para pacientes em
ganhando espaço. ventilação mecânica, é sensacional. É possível ver,
ao longo do tempo, se ele vai perdendo mobilidade,
se o diafragma está perdendo espessura. E usamos
Como foi o processo de implantação do uso des- esse diagnóstico para implementar exercícios de Fi-
sa ferramenta pelos fisioterapeutas? sioterapia para evitar que esse músculo perca a sua
Nós percebemos que o ultrassom poderia ser função.
muito promissor para apoiar o trabalho dos fisio-
terapeutas da instituição. Trouxemos essa ideia e,
Como saber se o paciente tem indicação para o
junto com a coordenação da Fisioterapia, traçamos
uso do ultrassom?
uma estratégia de implantação. Buscamos forma-
ção. Fizemos cursos fora do país. Trouxemos esse Acredito que o ultrassom é útil em todas as in-
curso para cá e estamos em processo de capacitação dicações de pacientes críticos dentro da UTI. Con-
da equipe. Já começamos a implementar a rotina do sidero que 90% dos pacientes têm indicação para
uso do ultrassom diagnóstico no nosso serviço. avaliação do fisioterapeuta por meio do ultrassom.
Pacientes com algum fator de risco para desenvol-

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 7



ver fraqueza muscular - seja um
paciente idoso, ou em sepse, em
uso de corticoides. Utilizamos
também em pacientes com com- A tecnologia para
prometimento neuromuscular.
Atualmente temos acompanha- realização de ultrassom
do a evolução funcional de um
paciente com lesão medular. Por
meio da ultrassonografia, pode-
com smartphone já existe.”
mos ver o quanto o diafragma
desse paciente tem respondido à
intervenção fisioterapêutica, com
ganho de mobilidade e de espes-
sura. em tempo real. É possível visua- Quais outros benefícios do
lizar estruturas musculares que, ultrassom já são percebidos?
Quais as outras possibilida- com outras ferramentas, não seria Ao introduzirmos a ultrasso-
possível. O ultrassom veio para re-

fisio
des de uso do recurso? nografia, já conseguimos reduzir
volucionar a terapia, a conduta. Ela em mais da metade a quantidade
O ultrassom auxilia o fisio- pode mostrar se a conduta adotada de uso do Raio-x dentro da UTI.
terapeuta a traçar condutas. Um está no caminho certo. As vantagens dessa substituição
exemplo é quando usamos o ul- envolvem a redução da exposição
trassom na avaliação muscular do paciente à radiação; redução
periférica. O paciente, muitas A utilização do ultrassom de custo com o exame, pois o apa-
vezes, não consegue se mexer na para avaliação fisioterapêuti- relho de ultrassom já está na Uni-
cama. Ele está imóvel por dife- ca ocorre de forma isolada? dade e a equipe é capacitada para
rentes razões como, por exemplo, o manuseio. O ultrassom é rápi-
a sedação. A equipe consegue O trabalho é realizado em
do, pois é possível ver a alteração
acompanhar, por meio da ul- conjunto com a equipe multipro-
no momento em que ela ocorre.
trassonografia, a perda de massa fissional, em especial, a equipe
muscular no quadríceps. A partir médica, principalmente na ava-
da avaliação do fisioterapeuta de liação do parênquima pulmonar. Então, o futuro da Fisiotera-
que está havendo essa perda, é Por exemplo, se o paciente tem pia passa pela ultrassonogra-
possível traçar a melhor conduta um derrame pleural é possível fia?
para evitar a perda de funcionali- ver, na beira do leito, se ele tem
Nesse sentido, acreditamos
dade do paciente. uma atelectasia. Também é pos-
que o ultrassom um dia vai subs-
sível ver na beira do leito, em
tituir até mesmo o estetoscópio.
tempo real; se o paciente tem
Em todos os congressos sobre a
Existem situações em que o um pneumotórax. Por meio da ultrassonografia dos quais já par-
ultrassom como ferramenta avaliação conjunta, é possível ao ticipei, fala-se que o estetoscópio
de avaliação não é indicado? fisioterapeuta constatar que, se ficará obsoleto. Já existe, inclusi-
Não vejo contra-indicações ao existe uma situação de pneumo- ve, a tecnologia para realização de
uso do ultrassom. Ele é uma ferra- tórax, e avaliar se é ou não não é ultrassom com um smartphone.
menta de avaliação, complementar possível usar a VNI. Se o achado Na palma da sua mão você pode
às demais ferramentas já conhe- da ultrassonografia for uma ate- ter uma ferramenta de ultrassom
cidas pela Fisioterapia. A ultras- lectasia, isso me guia para uma fi- para fazer sua avaliação. É o futu-
sonografia veio para agregar. Ela sioterapia respiratória um pouco ro. E os fisioterapeutas precisam
é mais rápida; a avaliação ocorre mais intensa. se capacitar já.

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o abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 9
profissionais. Ela indica novos caminhos, mas traz
novas responsabilidades.

RISCOS: Movimentos nos cenários macro que 10


envolvem política podem sinalizar tendências e
alterações que têm capacidade de trazer conse- ENTREVISTA TERAPIA OCUPACIONAL
qüências radicais às profissões no longo prazo.

PACIENTE: Conquistas, modernizações e cresci-


14
mento das profissões obtidos nos primeiros 50
anos, só se justificam se resultarem em melhorias
no atendimento e na segurança do paciente.

RELACIONAMENTO: Ampliações melhorias e


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ajustes entre quem fiscaliza e quem é fiscalizado
são indispensáveis ao futuro das profissões. Isso
traz melhoria constante na prestação de serviço.

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ATUAÇÃO AMPLIADA: Novos campos de
trabalho trazem efeitos positivos de renovacão e
amadurecimento das profissões e também a
ampliação das responsabilidades de cada um.

49
PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula-
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
reação perante a mudanças graves no cenário.

30
TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige
mais ferramentas de controle das instituições
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de
gestões modernas e atentas aos novos tempos.

“ como vice-presidente,
não tenho o direito
de ficar em dúvida se vou ou “
não pra frente de batalha
Dr. Adriano Conrado Rodrigues, vice-presidente do Crefito-3. (Foto: Túlio Fonseca)

10
O
ANO DE 2019 COMEÇOU COM ALGUMAS SURPRESAS, PARA A
ÁREA DE SAÚDE, PROVOCADAS POR ÓRGÃOS GESTORES DO
GOVERNO BRASILEIRO. UMA DELAS DEVERIA ESTAR TIRANDO
O SONO DE TERAPEUTAS OCUPACIONAIS. COM A EDIÇÃO
DA NOTA TÉCNICA 11 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE QUE APRESENTA
QUESTÕES QUE DESTROEM A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL, COMO
INCENTIVO À AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA ELETROCHOQUES;
A DETERMINAÇÃO DA ABSTINÊNCIA FORÇADA COMO REGRA PARA
O TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS E INTERNAÇÃO
DE CRIANÇAS EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS, DENTRE OUTROS
RETROCESSOS. AINDA NO MÊS DE FEVEREIRO, O VICE-PRESIDENTE
DO CREFITO-3, DR. ADRIANO CONRADO RODRIGUES, TEREPEUTA
OCUPACIONAL, PROMOVEU UM LEVANTE NO SISTEMA COFFITO/
CREFITOS CONTRA OS RETROCESSOS, PROVOCOU DIVERSOS ATORES
E INSERIU A TERAPIA OCUPACIONAL NAS DISCUSSÕES SOBRE O TEMA
EM ÂMBITO NACIONAL. ELE É NOSSO ENTREVISTADO DESTA EDIÇÃO.

REVISTA EM MOVIMENTO Como foi recebida a Nota Técnica 11


do Ministério da Saúde no universo da Terapia Ocupacional?
DR. ADRIANO CONRADO A Nota Técnica em si já é um sinal pre-
ocupante. E a recebemos de maneira bastante apreensiva. A co-
meçar pela forma como tudo foi feito. A despeito de toda a mo-
bilização em prol da luta Antimanicomial que levou à Lei Federal
10.216/2001, a Lei da Reforma Pisquiátrica, que oferece tratamen-
to digno e gratuito à comunidade, o Ministério desta vez resolveu
tudo numa canetada e basicamente enterrou a lei. Percebemos o
risco de tudo desmoronar imediatamente.

Qual foi sua primeira reação enquanto vice-presidente do


maior regional do Sistema Coffito/Crefitos?
Acionamos terapeutas ocupacionais que são referência no as-
sunto e começamos a nos mobilizar para entender como estava
o movimento de reação a esta mudança silenciosa e o que seria
preciso fazer. Ainda no início de fevereiro, lancei uma petição pú-
blica exigindo a retirada dos hospitais psiquiátricos da relação de
serviços que compoem as Redes de Atenção Psicossociais. Inicia-
mos imediatamente contato com a deputada federal Erika Kokay
(PT-DF) para relançar a Frente Parlamentar em Defesa da Refor-
ma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial. Além dela, contatamos
a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o deputado federal Abou
Anni (PSL-SP), que é do partido do presidente da república. E so-
licitamos ao Coffito, também por ofício, reunião de emergência
com os terapeutas ocupacionais do Sistema Coffito/Crefitos.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 11


Quais as estratégias adotadas e quem foram os de informações e ampliar de maneira qualificada a
parceiros? participação de novos atores no processo. Destaca-
Com a petição, um dos objetivos foi medir a mos posicionamentos de colegas que já percebem
capacidade de mobilização dos profissionais. O os primeiros sinais de que a Terapia Ocupacional,
resultado foi muito pequeno. Mas propusemos ou- profissão centenária no Mundo, e com 50 anos de
tras ações. A Frente vai ser relançada em maio; há atuação no Brasil, começa a ser alijada do processo.
uma ideia de juntar o Senado Federal, criando uma Isso é muito sério e precisa ser revertido, ou sere-
Frente Parlamentar Mista. Neste sentido já estamos mos alvejados em nossa essência. Além disso, esta-
adiantados ao ter convidado a senadora Mara Ga- mos trabalhando junto ao Coffito, e sua assessoria
brilli para participar do movimento e agora estamos parlamentar, para organizarmos ações em conjunto
iniciando a mobilização nos demais regionais. Lem- com os demais regionais e ampliar de maneira con-
brando que conseguimos ainda juntar os Conselhos siderável a atuação em defesa desta pauta que é de
Regionais de Psicologia e de Serviço Social de São toda a sociedade.
Paulo. Os Federais destas duas profissões já estão
trabalhando no processo.
Qual o principal papel de São Paulo nesta

to
estratégia? E qual o seu?
Como foi a recepção dos representantes da Sabemos a importância de São Paulo. Sabe-
TO no universo político que tem tratado das mos das condições que temos e que podem ajudar
questões de combate aos retrocesso bastante a fortalecer a resistência na Terapia Ocu-
Fomos bem recebidos. Fazemos parte do lado pacional brasileira. Usamos de nossa indignação,
mais fraco nesta luta e a nossa chegada trouxe a sen- principalmente, mas também de nossa capacidade
sação de a causa ter ganho mais braços. de organização, de mobilização, de relacionamento,
de disseminar informações e de estabelecer conta-
tos com atores externos importantes e que podem
A TO não chegou tarde? trazer resultados expressivos e eficazes para essa
Não! Sabemos que é histórico o envolvimento luta. Em suma, o que fizemos foi provocar a reação
da deputada Erika Kokay com esta causa e enxerga- e compor a retaguarda junto a esta frente.
mos a oportunidade de provocá-la para reorganizar
a Frente Nacional. Isso ainda trouxe novos atores
Saúde mental não é a sua área de atuação
para o processo. A TO não chegou tarde. Na verda-
profissional. Como você conseguiu atuar e
de, nossa profissão em São Paulo ficou sem lideran-
ça por muito tempo e agora tem que fazer trabalho obter os resultados ditos até agora?
dobrado se quiser ser protagonista de novo. Hoje, à frente da vice-presidência do maior re-
O relançamento imediato da Frente é um ganho gional do país, eu não tenho o direito de ficar em
imenso. E não estamos sozinhos. As respostas que dúvida se vou ou não pra frente de batalha. São Pau-
o Crefito-3 obteve de todos os convidados (depu- lo tem profissionais que são referência nacional em
tados, lideranças, outros regionais) foi bastante po- todas as áreas. O coração deles bate no meu peito. É
sitiva também. É o que sempre dizemos na gestão: isso que me guia nestas situações.
ninguém faz nada sozinho.
Qual o grande desafio que vem pela frente?
O que o Crefito-3 tem feito para ampliar o Reverter o mal que já foi feito. A decisão do Mi-
engajamento e a adesão dos TOs a esta luta? nistério da Saúde já foi tomada. É verdade que es-
Desde fevereiro, o Crefito-3 está cobrindo, estu- tranhamente eles a tiraram do ar. Isso é resultado
dando e informando tudo o que está acontecendo da pressão que estamos causando. Cabe a nós a re-
neste movimento para evitar perdas na política de sistência contra retrocessos ao lado da população. E
saúde mental brasileira. Isso tem dado muito traba- temos percebido mais e mais apoios institucionais
lho, mas é importante para dar qualidade ao repasse de peso à causa. Nossa luta está só começando.

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abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 13
alterações que têm capacidade de trazer conse-
qüências radicais às profissões no longo prazo.

PACIENTE: Conquistas, modernizações e cresci-


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mento das profissões obtidos nos primeiros 50
anos, só se justificam se resultarem em melhorias CAPA
no atendimento e na segurança do paciente.

RELACIONAMENTO: Ampliações melhorias e


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ajustes entre quem fiscaliza e quem é fiscalizado
são indispensáveis ao futuro das profissões. Isso
traz melhoria constante na prestação de serviço.

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ATUAÇÃO AMPLIADA: Novos campos de
trabalho trazem efeitos positivos de renovacão e
amadurecimento das profissões e também a
ampliação das responsabilidades de cada um.

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PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula-
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
reação perante a mudanças graves no cenário.

a vida
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TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige
mais ferramentas de controle das instituições
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de

por um fio
gestões modernas e atentas aos novos tempos.

Prevenção de
mortes evitáveis
em processos
assistenciais:
Fisioterapia e
Terapia Ocupacional
têm tudo a ver com
esse assunto.
14
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS), lançou uma
campanha de conscientização a todos os seus países-membros,
alertando-os sobre a necessidade de estarem atentos a uma
questão que, a cada ano, tem chamado a atenção das autoridades
de saúde ao redor do mundo: aproximadamente cinco milhões
de mortes evitáveis estavam ocorrendo todos os anos, em
decorrência de falhas ou erros durante os processos de assistência
à saúde. Erros humanos. Falhas Humanas.
Pesquisadores do tema Segurança do Paciente relatam que a
probabilidade de que uma pessoa sofra algum dano ao viajar
num avião é de uma em um milhão. Porém, a probabilidade de
que uma pessoa, enquanto paciente, sofra danos causados pelos
cuidados de saúde é de uma em 300.

N
os países desenvolvidos, um causadas pelos eventos adversos profissionais de saúde, mas sim
em cada dez pacientes graves, sendo que, desse núme- com os maus sistemas, que de-
sofre algum tipo de dano ro, cerca de 36 mil poderiam ter vem fazer algo mais seguro”,
no período de internação, sido evitadas. Na assistência fi- alertou Cassiani.
causado por vários erros e even- sioterapêutica, por exemplo, tais
tos adversos. Nos países em de- mortes estariam relacionadas a A explicação da pesquisadora
senvolvimento (caso do Brasil), falhas no controle de úlceras de coloca sob uma nova perspectiva
a situação é ainda pior. Pesquisa pressão e queda, PVA - (pneu- a questão dos erros cometidos
realizada em 2018 pelo Institu- monia associada à ventilação por profissionais de saúde. Para
to de Estudos de Saúde Suple- mecânica), riscos de infecção, compreender o erro humano e
mentar (IESS) e publicada no 2º entre outros. interferir de forma adequada em
Anuário de Segurança Assisten- suas causas, não basta apenas
cial Hospitalar (disponível em Silvia Helena Cassiani foi uma avaliação do fato em si com
https://www.iess.org.br/cms/ uma das pesquisadoras brasilei- foco na punição de possíveis cul-
rep/Anuario2018.pdf), acom- ra que se aprofundou no campo pados. Os casos de erro em uma
panhou 445.671 pacientes de de erros no processo da assis- instituição de saúde exigem uma
182 hospitais, distribuídos em tência à saúde. Ela avaliou que, análise apurada, que contemple
13 estados brasileiros, constatou como a questão da segurança do todas as faces do fato e, em espe-
que, a cada hora, seis pacientes paciente é complexa, as ações cial, os processos de trabalho que
morrem no país em decorrên- para melhorar a segurança de- favorecem o erro humano, bem
cia de eventos adversos graves. vem se basear em uma análise como as alternativas para evitar
Desses casos, mais de quatro mais aprofundada dos sistemas novas ocorrências. Estudar o erro
mortes, foram resultado de er- e processos. Assim, as estraté- humano por meio da visão sistê-
ros no processo de assistência. gias que punem os profissionais mica consiste na compreensão do
Expandindo as conclusões da individualmente não funcio- sistema como um todo, possibili-
pesquisa, é possível concluir que nam. “A questão da segurança tando, assim, sua análise e a inter-
cerca de 54 mil mortes foram não tem nada a ver com os maus ferência efetiva sobre sua causa.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 15



Ordens verbais como ‘pode tirar
o paciente do leito e colocar ele
sentado’ precisam da identificação
do médico responsável, e
confirmar se ele está falando sobre
o paciente correto”
Dra. Raquel Caserta Eid

PESQUISAR PARA ENTENDER E INTERFERIR

Foi essa a perspectiva que motivou os fisioterapeutas do


Instituto do Coração (Incor) Dra. Emília Nozawa e Dr.
Mayson Laércio de Sousa, a realizarem um estudo ob-
servacional que, durante dois anos e meio, acompanhou
nas UTIs da instituição cerca de 950 intervenções da Fi-
sioterapia com 234 pacientes.

“Ao conhecermos mais sobre as questões de segu-


rança do paciente percebemos que o tema sobre o qual
havia menos evidências científicas em Fisioterapia era a
respeito dos eventos adversos decorrentes da nossa prá-
Evento adverso é o tica”, contou Dra. Emília, que é fisioterapeuta-chefe do
Incor. “Será que a nossa prática traz algum malefício? É
dano não intencional uma questão difícil de admitir”.

resultante do Segundo Dr. Mayson, é comum os fisioterapeutas


processo assistencial pensarem que a Fisioterapia não gera riscos, ou não tem
potencial para riscos. “É aí que mora o perigo”, alerta.
que determine
Ao longo do desenvolvimento do estudo, os pesqui-
monitoramento sadores observavam as intervenções fisioterapêuticas na
adicional, UTI, para identificar os principais eventos adversos. Como
esses pesquisadores já eram parte do ambiente da UTI, os
tratamento ou profissionais que desempenharam a assistência observada
hospitalização, ou não questionaram a respeito da presença ou das intenções
dos pesquisadores. “O que mais nos interessou foi regis-
que resulte em morte trar os eventos chamados de “quase-erro”, ou “quase-da-
Fonte: Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil no”, que são aqueles em que é possível intervir e evitar.

16
6
A SEGURANÇA
DO PACIENTE

passos
EM O cumprimento dessas seis metas é
fundamental para qualquer instituição
que preza pela segurança do paciente.

1 1 Identificação correta do paciente


2 2 Comunicação efetiva
3 3 Segurança de medicamentos
4 4 Cirurgia segura
5 5 Redução de infecção associada ao cuidado
6 6 Redução do risco de danos aos pacientes
resultantes de quedas

Segundo Dr. Mayson, a pesquisa con-


cluiu que a taxa de eventos adversos na as-
sistência fisioterapêutica no ambiente em
que foi realizada a observação não é alta,
mas que esse dado pode variar de acordo
com a intervenção realizada, sugerindo
que o assunto merece mais estudos. Po-
rém, como conclusão, o que mais chamou
atenção dos dois pesquisadores foi que, BOA COMUNICAÇÃO GARANTE
dos eventos adversos identificados, todos MAIS SEGURANÇA
são evitáveis.
Dra Raquel Caserta Eid, coordenadora de Fisio-
“Numa taxa de cerca de 20% de eventos terapia do Departamento de Pacientes Graves do
adversos ocorridos no período do estudo Hospital Israelita Albert Einstein, e a Dra. Maria
saiba mais no quadro da página 20), 18% Teresa Ioshimoto, terapeuta ocupacional especia-
deles eram eventos evitáveis”, explicou lista em acessibilidade, acompanham o desenvolvi-
Dra. Emília. Para ela, a realização de uma mento de ações voltadas à segurança do paciente e
avaliação criteriosa do paciente e a adoção relatam que as pesquisas na área apontam as falhas
de estratégias adequadas podem garantir na comunicação como responsáveis por 70% dos
que os riscos na assistência de Fisioterapia erros e quase-erros nos processos de assistência. A
sejam reduzidos ainda mais. comunicação efetiva é uma das seis metas interna-
cionais de segurança do paciente (veja as seis me-
Dentre essas estratégias, a adoção de tas no topo desta página).
bons processos de comunicação entre os
membros da equipe de fisioterapeutas e Para Dra. Rachel, é inadmissível que um profis-
desses com toda a equipe multiprofissio- sional, em qualquer instituição, não se comunique
nal, é consenso entre os fisioterapeutas do com toda a equipe e também com o usuário. “Não
Incor e entre os profissionais do Hospital é possível ao profissional apenas olhar exames e
Israelita Albert Einstein, também na capi- atender. O próprio momento da passagem de plan-
tal paulista. tão é um momento crítico para a comunicação”,

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 17


18
adverte. A esse respeito, Dra. Maria Te- CULTURA DA CONFIANÇA VERSUS
resa acredita na importância de o profis- CULTURA DO MEDO
sional estar sempre atento a tudo o que
ocorre à sua volta. “Às vezes a gente faz as
coisas de uma forma inercial. E é quan- Essas questões a respeito de falhas na comunicação, e
do ligamos nosso piloto-automático que sobre a banalização da prática são, para a Dra. Rachel
Eid, fatores que devem ser trabalhados dentro dos pre-
os acidentes acontecem. Se você desliga
ceitos da cultura da instituição. Para ela, o fator mais
esse piloto-automático, você presta aten- importante da cultura institucional em relação às ques-
ção ao ambiente, escuta melhor o colega tões de segurança do paciente, é que ela desenvolva nos
numa passagem de plantão, se comunica profissionais o conceito de percepção de risco; que o
melhor”. fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional tenham cons-
ciência de que suas ações podem, em algum momento,
Um outro problema apontado por Dra. gerar riscos aos pacientes. “A cultura de segurança tem
Maria Teresa é a banalização do ambien- que ser assumida pelos mais altos níveis hierárquicos
te em que o paciente se encontra. Ela ex- da instituição. Eles têm que abraçar essa ideia para que
plica que um profissional pode ser muito essa cultura seja de fato implantada na instituição, e
hábil em desempenhar sua técnica. Mas que as pessoas se convençam da importância disso”.
caso ele não esteja alinhado às condições
Uma cultura institucional que privilegie a seguran-
ambientais no momento da assistência,
ça do paciente é também uma cultura em que os erros
isso pode gerar danos inesperados ao pa- devem ser compreendidos como momentos de apren-
ciente. “Eu, como terapeuta ocupacional, dizagem. Nas instituições de saúde, toda situação de
posso confeccionar uma órtese para uma erro humano deve ser analisada dentro desta perspec-
sequela de um AVC num consultório, tiva, não de forma a punir culpados, mas para identifi-
num quarto ou dentro de uma UTI. A ór- car as falhas no sistema que acabam criando situações
tese é a mesma, mas as condições de cada de risco ao paciente. Dra. Rachel acredita que, quando
ambiente não podem ser banalizadas. O predomina a cultura da punição, o profissional que er-
resultado disso pode ser catastrófico”. rou tende a esconder ou mascarar esse erro. “Perde-se
a oportunidade de corrigir, de descobrir onde o pro-
Ela enfatiza o alerta à questão am- cesso falhou, para que possa ser corrigido e o erro não
biental, lembrando que terapeutas ocu- seja repetido. Isso vale também para as situações de
quase-erro”.
pacionais, confeccionam órteses à bei-
ra-leito. “Levamos todo o material onde A mesma percepção da abordagem não-punitiva
o paciente estiver - no quarto, na UTI, para o erro é adotada pelos fisioterapeutas do Incor.
na enfermaria. A higienização de todo o Para o Dr. Mayson Sousa, o primeiro passo para a
equipamento necessário para a confecção construção de uma cultura institucional de segurança
dessa órtese precisa ser realizada: o mate- é o investimento em conhecimento. “Precisamos es-
rial termoplástico, as tesouras. Os moldes tudar o que são os eventos adversos, quais deles estão
precisam ser descartáveis. É necessário envolvidos em nossa prática, quais os riscos. Só de-
que o profissional seja muito bem treina- pois disso é possível construir as atitudes e as práticas
de segurança do paciente”, defende o fisioterapeuta.
do e consciente de que ele não está ape-
Ele acredita que a pesquisa desenvolvida pela equi-
nas confeccionando uma órtese. Ele está pe de Fisioterapia do Incor em relação a esse assunto
confeccionando uma órtese dentro de já representa um início importante de abordagem do
uma UTI, ao lado de um paciente extre- problema. “Já estamos ampliando o estudo, agora na
mamente vulnerável, e que ele não preci- pediatria, área que ainda é pouco estudada em rela-
sa ser exposto a riscos desnecessários, por ção aos possíveis eventos adversos da assistência fi-
uma falha do profissional”. sioterapêutica”.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 19


ASSUNTO TAMBÉM DE
CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS

Embora a cultura, as estratégias e as práti- va, ele reconhece que o assunto não é de-
cas em torno da segurança do paciente te- vidamente abordado em grande parte dos
nham se originado no âmbito da assistência cursos de graduação no Brasil, e acaba res-
hospitalar, o tema também merece atenção trito a eventos de atualização ou cursos de
do profissional que atua em outros con- pós-graduação. “A segurança do paciente
textos do cuidado em saúde. “A seguran- ainda não está enraizada nos planos peda-
ça do paciente é um tema importante não gógicos dos cursos de graduação”.
apenas para quem atua na área hospitalar.
Ela também é relevante para quem atua Ele atribui essa falta de sintonia com
na ortopedia, na neurologia e em todas as o tema na Academia como decorrente do
demais áreas”, destaca Dr. Mayson Sousa, processo de transição científica pelo qual
para quem o assunto deveria ser discutido a profissão tem passado nas últimas déca-
já durante a graduação; debatida em todas das. “Historicamente, o fisioterapeuta tem
as disciplinas clínicas, porque, “por mais pautado a sua formação nos resultados,
que o futuro profissional se desenvolva no muitas vezes não levando em consideração
aspecto técnico, ele precisa considerar a o impacto que sua abordagem tem sobre a
importância de aplicar o recurso de forma segurança. Como por exemplo, podemos
segura”, defende. observar a exaustiva luta pelo retorno pre-
coce de atletas de alta performance para
A mesma percepção tem o Dr. Augus- suas atividades, aumentando assim a inci-
to Cruz. Especialista e docente na área de dência de novas lesões, que em alguns ca-
Fisioterapia Hospitalar e Terapia Intensi- sos o retiram definitivamente do esporte”.

20
A repercussão de abordagens insegu-
ras enfrenta, conforme explica Dr. Augus-
to Cruz, confrontos diretos por parte dos
pacientes e familiares que, em processos
judiciais, buscam o ressarcimento de seus
prejuízos. “Técnicas ditas consagradas na
profissão tornaram-se alicerces nas con-
dutas dos profissionais que não buscam a
modernização e atualização científica, fe-
chando intencionalmente os olhos para as
evidências dos efeitos deletérios que estas
técnicas possam trazer aos pacientes.”

Ele defende que todo profissional deve


adotar a prática baseada em evidências,
que reduz os custos causados pelos even-
tos adversos e também promove agilidade
na evolução clínica e funcional do pacien-
te, por não gerar complicações provoca-
das por técnicas deletérias aos mais diver-
sos sistemas.

Para Dr. Augusto Cruz, a implantação


dos protocolos de atuação profissional
nos diversos serviços minimiza a possi-


bilidade da ocorrência de erros que com-
prometam a segurança do paciente.

Precisamos estudar o que são


os eventos adversos, quais deles
estão envolvidos em nossa
prática e quais os riscos”.
Dr. Mayson Sousa

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 21


“ “Historicamente, o
fisioterapeuta tem pautado
a sua formação nos
resultados, muitas vezes não
levando em consideração o
impacto que sua abordagem
tem sobre a segurança”.
Dr. Augusto Cruz

ANTES DA ÚLTIMA BARREIRA

A avaliação de Dr. Augusto Esse olhar do profissional é fundamental, pois assim agindo, ele
Cruz a respeito da atuação de atua como uma penúltima barreira entre o erro e o paciente. A
fisioterapeutas em ambientes última barreira é o próprio paciente - ou, seu acompanhante - que
não-hospitalares evidencia a deve ser informado sobre todos os passos do processo da assistên-
preocupação que deve estar cia.
presente em qualquer situação
Relatando uma experiência da atuação do profissional de saúde
de assistência ao paciente, seja
como uma barreira que irá contribuir para que o erro não ocor-
por fisioterapeutas, seja por
ra, Dra. Rachel Eid destaca uma situação conhecida dos fisiotera-
terapeutas ocupacionais: se to-
peutas atuantes em UTI: pacientes em ventilação invasiva em que
dos os processos do cuidar não
ocorre a broncoaspiração - um evento evitável. “Não é possível um
foram criteriosamente avalia- paciente ir a óbito por uma falha do olhar da equipe de assistência”,
dos, o dano ao paciente poderá sentencia. Para evitar esse evento adverso, foi desenvolvida uma
ocorrer. Como lembra o fisio- ferramenta de avaliação de risco de broncoaspiração. Nessa situa-
terapeuta Dr. Mayson Sousa, ção, o paciente é orientado, assim como seu acompanhante. “São
“somos seres humanos. Erra- vários os fatores que a equipe avalia para saber se o paciente pode
mos”. Por essa razão, os fisiote- vir a broncoaspirar. E isso é sinalizado para a toda equipe multi-
rapeutas do Incor estão atentos profissional, que avalia esse paciente diariamente”. De acordo com
a tudo o que é importante ob- Dra. Rachel, essa medida permitiu reduzir a zero a ocorrência de
servar nos diferentes cenários broncoaspiração de pacientes em ventilação não-invasiva, fazendo
da assistência (veja mais no a avaliação diária. E conclui: “Não dá pra dizer que isso não me
quadro da página ao lado). pertence. A gente faz parte desse processo”.

22
BOX 3


Numa taxa de cerca de 20%
de eventos adversos ocorridos
no período do estudo,
18% deles eram evitáveis”
Dra. Emília Nozawa

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 23


PALAVRA DO FEDERAL

Tratar um
MUITO MAIS DO QUE CUIDAR,
UM ATO DIÁRIO DE ÉTICA E ZELO

A
o cuidar de alguém, desprender aten- ciente confiou em nós e, portanto, nos cabe
ção, você pode alterar para sempre prestar um atendimento digno, correto e
a vida daquele paciente, daquele ser pautado em evidências científicas. Deve-
humano. Ser ético e responsável é o mos estar seguros do nosso diagnóstico e
mínimo. Palavras fáceis, mas que podem se convictos da nossa prescrição. Claro que
mostrar complexas no exercício profissio- somos humanos e, dessa forma, passíveis de
nal, especialmente no atendimento de um erros. Mas os erros são menores se a forma-
profissional de Saúde, fisioterapeuta ou te- ção de excelência e a atenção for integral.
rapeuta ocupacional, que tem em seu fazer Debater a segurança do paciente nos
a capacidade de recuperar, restaurar, preve- dias atuais esbarra, também, em uma gran-
nir, orientar e educar. O repertório é muito de questão: a formação profissional. Ao
amplo, seja ao atender um paciente de alto Conselho cabe a máxima da fiscalização do
ou baixo risco, uma criança ou idoso, um exercício profissional em defesa da socieda-
paciente terminal. Há um comprometimen- de, no entanto a prerrogativa da regulação
to que, no mínimo, deve ser guiado pela éti- do ensino pertence ao Ministério da Edu-
ca e pela competência. cação. Profissões que têm como missão cui-
Entre as prerrogativas do Coffito está o dar da vida, a maior riqueza do ser humano,
dever de orientar o profissional, para tanto, devem ter, no mínimo, uma formação de
em 2013 editou e atualizou resoluções do qualidade e de excelência, e que, no futuro
Código de Ética no intuito de fornecer di- profissional, assegure à sociedade um aten-
recionamento sobre a importância do bem- dimento resolutivo, ético e digno.
-estar e da segurança do paciente, como um Atualmente, com a falta de controle do
alerta contínuo de algo que nunca podemos MEC em relação ao número de vagas ofer-
nos esquecer. tadas e à qualidade dos cursos da modali-
É preciso estarmos cientes de que a nos- dade de ensino à distância, como imaginar
sa responsabilidade é enorme ao empre- que estamos oferecendo aos futuros fisio-
garmos o nosso conhecimento. Aquele pa- terapeutas e terapeutas ocupacionais o co-

24
m paciente:
“ENTRE AS
PRERROGATIVAS DO
COFFITO
ESTÁ O DEVER
DE ORIENTAR O
PROFISSIONAL, PARA
TANTO, EM 2013 EDITOU
E ATUALIZOU RESOLUÇÕES
DO CÓDIGO DE ÉTICA
COMO UM ALERTA
CONTÍNUO DE ALGO QUE
NUNCA PODEMOS NOS
ESQUECER.”
Roberto Mattar Cepeda
Presidente do Coffito
(Foto: Túlio Fonseca)

nhecimento necessário e adequado para cuidar de núncias aos órgãos competentes quando a matéria
um paciente? põe em risco a sociedade.
O Sistema Coffito/Crefitos, cumprindo com o Ser um profissional de Saúde é ter uma missão
escopo de sua prerrogativa, sempre realizará o seu e uma responsabilidade imensurável. E é nesse
papel de proteger a sociedade, seja por meio da compromisso que reside o nosso cuidado, a fim
fiscalização, de edição de normas, orientação aos de diminuir o risco e melhorar a segurança do pa-
profissionais, ou até mesmo na realização de de- ciente.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 25


FISCALIZAÇÃO

RAIO -X DA
FISCALIZAÇÃO
D E PA RTA M E N TO D O C R E F I TO - 3 S U P E R A 5 M I L
F I S C A L I Z A Ç Õ E S E M 2 0 1 8 E S E G U E E M R I T M O C O N S TA N T E
NA BUSCA DA QUALIDADE DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA
F I S I O T E R A P I A E D A T E R A P I A O C U PA C I O N A L

26
Os fiscais registraram
1.494 Declarações
de Regularidade para
Funcionamento de
empresa/consultório
desatualizadas,
715 prontuários
irregulares, 498
estabelecimentos sem
registro no Crefito
e 430 publicidades
irregulares.

P
rofissionais, clínicas e hospitais, promoções, relação a irregularidades em concursos para Fi-
concursos públicos. Tudo passa pelo raio- sioterapia e Terapia Ocupacional. Os Departa-
-x da Fiscalização (Defis) do Crefito-3. mentos Jurídico e de Fiscalização do Conselho
Em 2018, o Departamento superou 5 mil tiveram conhecimento do edital nº01/2018, da
fiscalizações em 392 municípios do estado de Prefeitura Municipal de Itapevi, em que consta-
São Paulo. Durante o ano passado, foram per- va carga horária para as vagas de Fisioterapia e
corridos 148.019 quilômetros; 392 municípios Terapia Ocupacional acima do que está previsto
tiveram clínicas e consultórios fiscalizados e na lei nº8.856/94, na qual fisioterapeutas e tera-
456 hospitais receberam visita de fiscais, respal- peutas ocupacionais estão sujeitos à prestação
dados pela RDC-7 da Agência Nacional de Vi- máxima de 30 horas semanais de trabalho. Ou-
gilância Sanitária (Anvisa). Além disso, o Defis tros editais de concursos públicos foram anali-
divulgou números de notificações de autuações sados e as medidas cabíveis tomadas, como no
emitidas por tipo de infração. Segundo os da- caso de Santa Bárbara D’Oeste e Porto Ferreira.
dos, os fiscais encontraram 1.494 Declarações de Por meio da força da lei, os três concursos cita-
Regularidade para Funcionamento de empresa/ dos tiveram seus editais retificados, respeitan-
consultório desatualizadas, 715 prontuários ir- do-se as prerrogativas dos profissionais.
regulares, 498 estabelecimentos sem registro no
Crefito-3 e 430 publicidades irregulares. Outros três episódios chamaram a atenção
dos fiscais do Crefito-3. No dia 18 de janeiro,
Em 2019, a atuação do Departamento conti- a Casa de Saúde Santa Marcelina (Hospital Ci-
nua a todo vapor. Em janeiro, a Fiscalização do dade Tiradentes), em São Paulo, impediu que
Crefito-3 já notificou prefeituras do Estado com fiscais do Conselho entrassem em áreas de aten-

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 27


dimento onde há serviço de Fisioterapia. A visita
fiscalizatória tinha o intuito de verificar o cum-
primento da normatização em relação aos pro-
fissionais da área da Fisioterapia, e também cons-
tatar se haviam sido adotadas as recomendações
para sanar irregularidades no atendimento da
Fisioterapia nas UTIs. Ao Conselho não restou
alternativa, senão buscar a Justiça Federal para
resolver a questão. A decisão judicial relata que,
apesar dos responsáveis pela Casa de Saúde te-
rem afirmado “que haviam sido adotadas provi-
dências em relação aos atendimentos nas UTIs”, “O FISIOTERAPEUTA E O
a própria recusa da instituição em permitir a en- TERAPEUTA OCUPACIONAL
trada do Crefito-3 levantou suspeita da perma- TÊM A OBRIGAÇÃO ÉTICA DE
nência das irregularidades encontradas na ins- DENUNCIAR O LEIGO QUE ESTÁ
tituição em visita fiscalizatória anterior. Como PRATICANDO O ATO PRIVATIVO
a questão envolve possíveis riscos à segurança DA PROFISSÃO. NÃO PODE SER
dos pacientes da instituição de saúde, a Justiça CONIVENTE COM ESSE ATO.
Federal compreendeu que o pedido de tutela de PRECISA COMUNICAR PARA
urgência antecipada deveria ser deferido, deter- PROTEGER A POPULAÇÃO E A
minando que a Casa de Saúde Santa Marcelina PROFISSÃO”
- Hospital Cidade Tiradentes - não impusesse
Marcelo Fernandes Rodrigues,
obstáculos ao trabalho dos fiscais do Crefito-3. Coordenador do Departamento
de Fiscalização do Crefito-3

Mais dois hospitais


Outros dois hospitais criaram obstáculos cal do Crefito-3 apontou possíveis irregula-
aos fiscais do Crefito-3 e, mais uma vez, ridades em relação ao número de leitos e o
receberam um “puxão de orelha”. No dia 11 número de profissionais fisioterapeutas nas
de fevereiro, a Justiça Federal deferiu pedido Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais.
de tutela de urgência antecipada ao Crefito-3,
determinando que o Hospital e Maternidade Na decisão, a Justiça determinou que os
Santa Joana S/A e a Maternidade Pro estabelecimentos que abrigam profissionais
Matre Paulista não impeçam o acesso de da Fisioterapia devem liberar o acesso aos
fiscais do Crefito-3 aos setores em que são agentes da fiscalização do Crefito-3 para o
desenvolvidas atividades de Fisioterapia. desempenho de suas atribuições institucio-
nais. Além disso, acrescentou que “o direito
Em visita fiscalizatória às instituições de da ré enquanto proprietária do estabeleci-
saúde, fiscais do Crefito-3 que, como agen- mento hospitalar, deve ceder diante do inte-
tes de órgão público, possuem poder de po- resse público maior, fundado na busca pela
lícia para fiscalizar o exercício profissional. prestação adequada dos serviços de saúde
Foram proibidos pelas direções das institui- e com a consequente necessidade de fiscali-
ções de entrar nas áreas assistenciais. De zação plena dos profissionais da saúde pelos
acordo com a decisão judicial, o agente fis- órgãos públicos criados para essa finalidade.

28
pulação e a profissão”.

Sobre denúncias, Marcelo


explica que estas devem ser re-
gistradas formalmente e conter
riqueza de detalhes para chegar
ao conhecimento do Departa-
mento de Fiscalização do Cre-
fito-3 . A página do Conselho
na internet possui um link no
qual é possível realizar uma
denúncia on-line. Na sede do
Conselho e nas subsedes, o de-
nunciante também pode pre-
encher um formulário de de-
Falsos Profissionais núncia. Mas, vale lembrar que
comentários em redes sociais
O ano de 2018 registrou o caso muitos profissionais são coni- não configuram denúncia. “En-
de uma falsa fisioterapeuta que ventes com a prática ilegal da caminhar uma reclamação via
atuava na região do ABC. No Fisioterapia e da Terapia Ocu- Facebook ou Instagram do Cre-
dia 9 de outubro, o Crefito-3 pu- pacional e isso, além de desva- fito-3, não é interpretado como
blicou uma matéria alertando lorizar a profissão, pode acar- uma denúncia. A denúncia tem
os profissionais sobre uma falsa retar em processo ético com a um caminho certo para ser se-
fisioterapeuta que, por meio de perda do exercício profissional. guido. A pessoa precisa identi-
documentos falsos, se apresen- “O profissional tem que ficar ficar o lugar, o possível infrator,
tava como profissional da área e muito atento com essa questão trazer riqueza de detalhes, ho-
exercia ilegalmente a profissão. do favorecimento do exercício rário de atuação, características
Após a visita fiscalizatória do ilegal porque, quando a denún- físicas, e isso ser documentado
Conselho à clínica de Fisiotera- cia vai para a Comissão de Éti- de uma maneira formal para
pia onde essa pessoa atuava, ela ca, esse profissional pode tomar o Crefito. Não podemos dar
não mais retornou ao local, fato advertências das mais diversas o mesmo peso para um ‘bate-
que impediu o flagrante policial. que são contempladas na Lei -papo’ de Messenger para uma
Federal 6.316, inclusive com a denúncia em que a pessoa for-
Já no começo de 2019, a Fis- suspensão do exercício profis- malizou, se identificou e assi-
calização do Crefito-3 flagrou sional”. Rodrigues finaliza que nou embaixo.” Marcelo reforça,
mais cinco casos envolvendo “o fisioterapeuta e o terapeuta também, que o cidadão tem o
falsos profissionais. Marcelo ocupacional têm a obrigação dever de comunicar ao Conse-
Fernandes Rodrigues, Coorde- ética de denunciar o leigo que lho Regional quando reconhe-
nador de Fiscalização do Cre- está praticando o ato privativo cer que não está sendo atendido
fito-3, contou que o flagrante da profissão. Não pode ser co- por um profissional inscrito no
aconteceu durante rotina fisca- nivente com esse ato. Precisa Conselho ou se a atuação do
lizatória. Marcelo destaca que comunicar para proteger a po- profissional foi indevida.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 29


das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
reação perante a mudanças graves no cenário.

30
TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige
mais ferramentas de controle das instituições
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de TRANSPARÊNCIA
gestões modernas e atentas aos novos tempos.

PASSANDO
A LIMPO
Freepik

D
esde 2010 a manutenção do Portal da Trans-
parência é obrigatória por Lei Federal. A
VOCÊ SABIA?
VOCÊ SABIA?
Lei da Transparência (LC 131/2009) esta-
beleceu normas de finanças públicas vol-
1 NENHUM DIRETOR TEM SALÁRIO
tadas para a responsabilidade na gestão fiscal, a 1 CONSELHEIROS NÃO TÊM SALÁRIO
CONSELHEIROS/DIRETORES NÃO GANHAM
fim de determinar a disponibilização, em tempo SALÁRIOS E SIM AUXÍLIOS,
CONSELHEIROS/DIRETORES NÃO GANHAM QUE DEPENDEM
real, de informações pormenorizadas sobre a DO VOLUME DE ATIVIDADE
SALÁRIOS E SIM AUXÍLIOS, QUE DEPENDEM E SÃODO
execução orçamentária e financeira de entes da VOLUME DEDEFINIDOS
ATIVIDADEPOR LEI.DEFINIDOS
E SÃO COM O AUXÍLIO
POR LEI.
administração pública. RECEBIDO, ELES PAGAM
COM O AUXÍLIO RECEBIDO, ELES PAGAM HOSPEDAGEM,
No Crefito-3, parte das exigências começou a ALIMENTAÇÃO
HOSPEDAGEM, E TRANSPORTE.
ALIMENTAÇÃO E TRANSPORTE.
ser disponibilizada em 2014. Mas apenas com a A ATUAL GESTÃO DEFINIU O DEFINIU
A ATUAL GESTÃO MÁXIMO ODEMÁXIMO
21 DIAS DE 21
nova gestão, o conjunto de informações foi rea- DIASPOR
TRABALHADOS TRABALHADOS POR MÊS
MÊS E QUE CADA E QUE
DIÁRIA CADA
DEVE
dequado e disponibilizado conforme determina DIÁRIAMÍNIMA
TER A DURAÇÃO DEVE TER
DE A6 DURAÇÃO MÍNIMA DE 6
HORAS. O VALOR
a lei. HORAS. O DIA
POR DIA TRABALHADO TRABALHADO
É DE R$408. CUSTA R$408.
Destacamos alguns dados e trouxemos um
comparativo de gastos que interessam direta- 2 2 DELEGADOS
DELEGADOS NÃOSALÁRIO
NÃO TÊM TÊM SALÁRIO
mente ao profissional. OS DELEGADOS TAMBÉM RECEBEM AUXÍLIOS.
OS DELEGADOS TAMBÉM
E A ATUAL NÃO DEFINIU
GESTÃO GANHAMOSALÁRIOS
MÁXIMO DE 3
E SIM AUXÍLIOS. E A ATUAL GESTÃO DEFINIU
AUXÍLIOS POR MÊS PARA DELEGADOS O E5
PORTAL DA TRANSPARÊNCIA MÁXIMO DEPARA
3 DIAS POR MÊS PARA DELEGADOS E
DELEGADOS QUE EXERCEM ATIVIDADES
5 DIAS PORDEMÊS PARA DELAGADOS QUE EXERCEM
COORDENAÇÃO. O AUXÍLIO DEVERÁ TER
Para acessar o Portal da Transparência do Cre- ATIVIDADESCOMPROVAÇÃO
DE COORDENADORES.
fito-3, basta acessar o site e procurar o link de MÍNIMAA DE
DIÁRIA TEM E O
6 HORAS
PELO MENOS 6 HORAS
VALOR E O VALOR DE R$408.
DE R$408.
acesso. São três entradas na página principal do
site.
Para o presidente do Crefito-3, Dr. José Re-
3 3 ATÉ
HOJE HOJE ATÉ O PRESIDENTE
DIRETORES BATE PONTO
BATEM PONTO
nato de Oliveira Leite, a “legislação que garante A ATUAL
A ATUAL GESTÃO GESTÃOQUE
DEFINIU DEFINIU
TODOSQUE TODOS
AQUELES
a disponibilização dos dados relativos à admi- AQUELES
QUE TRABALHAM NOQUE TRABALHAM
CREFITO-3 DEVEMNO CREFITO-3
BATER
nistração pública coloca nas mãos da sociedade DEVEM BATER PONTO. ISSO VALE INCLUSIVE
PONTO. ISSO VALE INCLUSIVE PARA OS DIRETORES
o poder de fiscalizar. Isso é importante para to- PARA OS DIRETORES E GERA MAIS
E GERA MAIS SEGURANÇA E TRANSPARÊNCIA PARA
dos”, disse. SEGURANÇA
TODOS. ALÉM DISSO, UME CONTROLE
TRANSPARÊNCIA
RÍGIDOPARA
DE TODOS.
ALÉM DISSO, UM CONTROLE
HORAS EXTRAS FOI ADOTADO NAS ÁREAS. RÍGIDO DE
HORAS EXTRAS FOI ADOTADO NAS ÁREAS.
30
HORAS EXTRAS
COMPARATIVOS POR GESTÃO
COMPARATIVOS POR GESTÃO
NÃO LANÇADOS À ÉPOCA R$R$500.000
500.000

COFFITO
INTERVENÇÃOCOFFITO
2010
DIÁRIAS (GASTO MÉDIO POR ANO*):
R$R$400.000
400.000
2011 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA
ANOS 2010 - 2011: R$386.383,42** R$R$300.000
300.000

INTERVENÇÃO
2012 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA
ANOS 2012 - 2016: R$361.559,94 R$R$200.000
200.000
NÃO LANÇADOS À ÉPOCA

DIÁRIAS
2013
R$R$100.000
GESTÃO ATUAL:
2014 R$134.979,27
R$ 128.221,35 100.000
R$R$0 0
2015 R$ 170.992,32 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Gestão 2008-2012 Gestão 2012-2016 Gestão 2016-2020
2016 INTERVENÇÃO DO COFFITO Gestão 2008-2012 Gestão 2012-2016 Gestão 2016-2020

R$ 1.750.000
R$ 1.750.000
2017 R$ 113.031,48

COFFITO
AUXÍLIOS (GASTO MÉDIO POR ANO*): R$ 1.500.000

INTERVENÇÃOCOFFITO
R$ 1.500.000
2018 R$ 98.652,75
R$ 1.200.000
ANOS 2010 - 2011: R$741.397,81** R$ 1.200.000
R$ 900.000

INTERVENÇÃO
R$ 900.000
VALOR DA DIÁRIA
ANOS 2012 - 2016: R$1.450.537,43
AUXÍLIOS R$ 600.000
R$ 600.000
GESTÃO ATUAL: R$1.042.180,60** R$ 300.000
2010 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA R$ 300.000
epik
R$ 0
2011 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 R$ 0
2010 2011 2012 Gestã
Gestão 2008-2012 2013 2014 2015 2016 Gestã
o 2012-2016 2017 2018
o 2016-2020
2012 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA Gestão 2008-2012 Gestão 2012-2016 Gestão 2016-2020
R$ 200.000

COFFITO
R$ 200.000

COFFITO
2013 NÃO LANÇADOS À ÉPOCA
GRATIFICAÇÕES (GASTO MÉDIO POR ANO*): R$ 160.000
R$ 160.000
2014 R$ 128.221,35
GRATIFICAÇÕES

INTERVENÇÃO
R$ 120.000
ANOS 2010 - 2011: R$34.306,70** R$ 120.000

INTERVENÇÃO
2015 R$ 170.992,32 R$ 80.000
ANOS 2012
2016 - 2016: R$143.415,87
INTERVENÇÃO DO COFFITO R$ 80.000
R$ 40.000
R$ 40.000
GESTÃO ATUAL:
2017 R$105.842,11
R$ 113.031,48 R$ 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 R$ 0
2018 R$ 98.652,75 2010 2011 2012 Gestã
Gestão 2008-2012 2013 2014 2015 2016 Gestã
o 2012-2016 2017 2018
o 2016-2020
Gestão 2008-2012 Gestão 2012-2016 Gestão 2016-2020

TRÊS SABIA?
VOCÊ PONTOS DE MORALIZAÇÃO
Redução de
Redução de 67%
67% nono gasto
gastomédio
médioanual
anualemem
diárias com adoção de medidas
diárias com adoção de medidas de de APENASCOM
APENAS COMDIÁRIAS,
DIÁRIAS,
DIÁRIAS
DIÁRIAS

austeridade pela
austeridade pela nova
nova gestão.
gestão. 2018
2018
resultou no menor valor gasto
resultou no menor valor gasto (atualizado)
(atualizado) AUXÍLIOSREPRESENTAÇÃO
AUXÍLIOS REPRESENTAÇÃOE E
com diária na história do Crefito-3.
com diária na história do Crefito-3. GRATIFICAÇÕES,
GRATIFICAÇÕES,UM
Redução dede 31%
31% no
no gasto
gastomédio
médioanual
anualem
Redução
auxílios representação a Conselheiros após COMPARATIVO
COMPARATIVOENTRE
ENTRE2014*,
2014*,
AUXÍLIOS

em auxílios representação a Conselheiros


AUXÍLIOS

diversas medidas de moralização, controle


após diversas medidas de moralização,
e austeridade adotadas pela nova gestão
2015*,
2015*,2017*
2017*EE2018
2018REVELA
REVELA
controle e austeridade adotadas pela nova
do Crefito-3. QUE A ATUAL GESTÃO REDUZIU
gestão do Crefito-3. REDUÇÃO DOS GASTOS
Redução de mais de R$1,1 milhão (35%) no GASTOS NA ORDEM DE
GRATIFICAÇÕES

Redução de mais de R$1,1 milhão (35%)


GRATIFICAÇÕES

R$ 1,7 MILHÃO
gasto médio anual em gratificações,
no gasto médio anual em gratificações,
resultado alcançado após diversas medidas
resultado alcançado após diversas medidas
de moralização, controle e austeridade
de moralização,
adotadas controle
pela nova gestãoe austeridade
do Crefito-3. * Valores atualizados pelo IGP-M
* Valores atualizados pelo IGP-M ** A gestão 2008 - 2012 não lançava os dados
adotadas pela nova gestão do Crefito-3. conforme exigido pela Lei

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 31


QUESTÕES TRABALHISTAS

P
iso salarial é um assunto que
gera muitas dúvidas, espe-
cialmente para aqueles que
estão iniciando uma carreira
profissional. O piso salarial é defi-
nido como o menor salário pago
a um empregado dentro de uma

Por
determinada categoria profissio-
nal, formada por trabalhadores
de diversas funções em um mes-
mo setor de atividade econômica.
Normalmente, quem define o piso
salarial é o sindicato dos traba-

dentro
lhadores da categoria na região
por meio de acordos e convenções
coletivas de trabalho. No caso dos
fisioterapeutas e terapeutas ocu-
pacionais do Estado de São Paulo

do piso
é o Sinfito -SP (Sindicato dos Fi-
sioterapeutas e Terapeutas Ocupa-
cionais no Estado de São Paulo).
De acordo com Dr. Edson Stéfani,
presidente da Federação Nacional

salarial
dos Fisioterapeutas e Terapeutas
Ocupacionais e do Sinfito-SP, atu-
almente, o piso salarial para es-
ses profissionais no estado de São
Paulo é de 2.800,00 reais.

Vale lembrar que em 2017 e em


da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional 2018, duas Ideias Legislativas fo-
ram criadas para estabelecer o piso
salarial do fisioterapeuta e do te-
rapeuta ocupacional em 4.800,00
reais por 30 horas semanais. Mas,
para serem debatidas no Senado,
as ideias deveriam reunir 20 mil
assinaturas. Apenas a Ideia Legis-
lativa referente à Fisioterapia con-
seguiu a quantidade necessária de
apoios e se transformou na Suges-
tão nº48 de 2017, que está em con-
sulta pública e em tramitação na
Comissão de Direitos Humanos e
Legislação Participativa (CDH).

32
PISOS E SINDICATOS
De acordo com
Dr. Edson Stéfani,
Assim como outros profissionais da saú- presidente da
de, fisioterapeutas e terapeutas ocupacio- Federação Nacional
nais podem ser autônomos, ter a própria
clínica ou consultório, ou ser empregados
dos Fisioterapeutas e
em um estabelecimento. Neste caso, o piso Terapeutas Ocupacionais
salarial irá depender de o hospital, clíni- e do Sinfito-SP,
cas, laboratório ou outro estabelecimento atualmente, o
de saúde ao qual o profissional está vincu- piso salarial para esses
lado possuir um acordo com o sindicato
da categoria. É uma relação entre o sin-
profissionais no estado
dicato patronal e o sindicato da catego- de São Paulo é de
ria profissional. São sindicatos patronais: 2.800,00 reais .
Sindhosfil (Sindicato das Santas Casas de
Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do
Estado de São Paulo), Sindhosp (Sindica-
to dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e
Demais Estabelecimentos de Saúde do Es-
tado de São Paulo), SINAMGE (Sindicato
Nacional das Empresas de Medicina de COMO FUNCIONA O
Grupo) e Sindihclor (Sindicato dos Hos-
pitais, Clínicas Médicas e Odontológicas, REAJUSTE SALARIAL?
Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas
e Análises Clínicas de Osasco e Região). De acordo com o Sinfito, todo o ano, este sindicato
negocia com os sindicatos patronais Sindhosp,
Conforme informa o Sinfito-SP, a ne- Sindhosfil, SINAMGE e Sindihclor o reajuste no
gociação com o sindicato patronal Sin- piso salarial dos profissionais. Essas negociações
dhosp corresponde aos profissionais que buscam o aumento do salário da categoria,
trabalham em instituições privadas. Sendo partindo do índice inflacionário do INPC/IBGE
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor/
assim, existe a possibilidade de o piso ser
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
diferente em relação ao patronal Sindhos-
fil, que corresponde a instituições filan- A categoria de fisioterapeutas e terapeutas
trópicas. Profissionais autônomos não são ocupacionais tem como data-base o mês de
registrados e não estão vinculados ao piso maio e quando as negociações ultrapassam esse
salarial e outros regulamentos da conven- período, o reajuste salarial é adiado. Mas, vale
ção. A sua atuação deverá ser de comum lembrar que uma vez homologada a convenção, a
empresa deve pagar ao profissional as diferenças
acordo com o contrato de autônomo, no
salariais retroativas à data-base. Feitas as
qual se estabelecem as regras de manuten-
negociações, o novo piso salarial será definido em
ção, conforme a legislação. Caso não haja um documento conhecido por Convenção Coletiva
cumprimento do contrato ou uma situa- de Trabalho, que engloba outros benefícios aos
ção que se caracterize como vínculo em- empregados, tais como vale-transporte e vale-
pregatício, o profissional poderá utilizar a alimentação, por exemplo.
Convenção Coletiva.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 33


anos, só se justificam se resultarem em melhorias
no atendimento e na segurança do paciente.

RELACIONAMENTO: Ampliações melhorias e


34
ajustes entre quem fiscaliza e quem é fiscalizado
são indispensáveis ao futuro das profissões. Isso INOVAÇÃO
traz melhoria constante na prestação de serviço.

47 inicial da atual gestão do Crefito-3.


objetivo
ATUAÇÃO AMPLIADA: Novos campos de
trabalho trazem efeitos positivos de renovacão e
amadurecimento das profissões e também a Resgatamos uma fala do presidente do Crefi-

Start:
ampliação das responsabilidades de cada um. to-3, Dr. José Renato de Oliveira Leite, duran-
te workshop realizado ainda no final de 2016,
quando49 destacou os objetivos da estratégia “Em
PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém

o futuro já
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula- Movimento”, da qual o Projeto Start faz parte.
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de “Trata-se de um conjunto de ações integradas
reação perante a mudanças graves no cenário.

30
Trata-se de um conjunto

começou!
TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige
de ações integradas que
mais ferramentas de controle das instituições
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de
gestões modernas e atentas aos novos tempos. possuem os seguintes
objetivos: dar visibilidade
Em desenvolvimento desde 2017, a ini- e fortalecer as profissões,
ciativa visa acolher o jovem profissional, promover a valorização
seja em sua reta final de formação aca-
dêmica, seja nos primeiros passos após profissional, recuperar a
formado, atuando de forma a orientar credibilidade de nosso
e a capacitar novos fisioterapeutas e Conselho e resgatar o
teraputas ocupacionais para o trabalho. protagonismo diante
dos profissionais e

A
ssim que a nova gestão do Crefito-3 assumiu, da Federação.
muitas mudanças começaram a acontecer,
levando adiante a estratégia “Em Movimen-
to”. No conjunto de transformações, uma
em especial tem sido desenhada com cuidado. Ela
tem a tarefa de aproximar recém-formados, aca- que possuem os seguintes
dêmicos, professores e coordenadores de curso objetivos: dar visibilidade
da vivência do Conselho, buscando melhor rela- e fortalecer as profissões,
cionamento, mais orientação, melhores práticas e promover a valorização
melhores referências. profissional, recuperar
a credibilidade de
Apelidado inicialmente de Crefito-3 Jovem, o nosso Conselho e
Projeto Start é o programa resgatar o protago-
que irá realizar essa inte- nismo diante dos
gração, ora com even- profissionais e da
tos relacionados às Federação”, disse.
profissões, permitin-
do o desenvolvimen- Desde 2017, membros da Diretoria do Crefito-3
to do pensamento rascunhavam o Projeto Start, por meio de visitas
crítico e da adoção de constantes a Instituições de Ensino para deba-
uma postura política, ter valorização e empregabilidade, orientação
ora com ações e ativida- profissional, representatividade e fortalecimento
des que ajudem a atingir o das categorias.

34
Cabe ao Projeto Start, conscientizar os acadêmicos e jovens
profissionais que o Conselho, age de acordo com
o significado da palavra deontologia e é um dos
principais responsáveis ​para corrigir, manter,
promover e defender os códigos de ética, além
de acompanhar o desempenho adequado e exigir
certos níveis de competência e de qualidade aos
seus filiados no exercício das suas funções. O
projeto, possui o grande desafio de estabelecer uma
linguagem contemporânea para sensibilizar e cativar os
acadêmicos e jovens profissionais acerca do real propósito do
Crefito-3 e da parceria consolidada que pode ser estabelecida
entre acadêmicos, profissionais e Conselho em prol de valoriza-
ção profissional e orgulho da escolha da profissão.
A estratégia do Crefito-3 de realizar eventos também faz parte
disso. Houve transformações e hoje ela contempla temas ge-
rais que envolvam as profissões, que é o caso dos Circuitos de
Orientação, e abordagem de temas ligados às especialidades
profissionais, com as Jornadas de Especialidades. Os Circuitos
podem trazer a contribuição de profissionais de outras áreas
do conhecimento e as Jornadas sempre acontecem em parce-
ria com as Associações.
Ações como os Julgamentos Éticos Simulados do Crefi-
to-3 nas universidades e a disponibilização de conte-
údos e materiais informativos específicos também
MISSÃO
fazem parte da estratégia de abordagem junto Favorecer real e
aos públicos-alvo. O diretor de Fiscalização efetiva aproximação
Dr. Luiz Moderno conta que o objetivo é entre Conselho,
apresentar aos estudantes a prática da
academia e
profissão e as responsabilidades e ris-
cos inerentes, “aproximando alunos profissionais
daquilo que aprenderam na disci-
plina de Ética e Deontologia”. VISÃO
Recentemente, o Start ganhou Promover protagonismo
uma nova ferramenta: o e valorização profissional,
Espaço do Profissional. Lo- por meio da academia
calizado na Sede 2, conta
e do Conselho
com auditório, espaço de
pesquisa, estudo e rela-
cionamento. É o primeiro VALORES
passo para uma estratégia Respeito ao código de
de capacitação profissional.
Ética e Deontologia
Entre as atividades propostas estão: orientações
jurídicas, de marketing, de processos internos,
aulas, palestras e reuniões. Mas é só o começo. O
Start está apenas na decolagem, aperte os cintos.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 35


36
MUDANÇAS

Conheça as inovações
na Secretaria-Geral do Crefito-3

A
VIRADA DO CALENDÁRIO trabalhar mais alinhada com extintas em 2016 pelo Co-
sempre sugere mudan- os departamentos. Vamos fitto, por meio da Resolução
ças e isso não foi dife- trazer uma coordenação ge- nº 468. O Diretor Secretário
rente com o Crefito-3. ral do departamento, que vai contou que um levantamento
2019 chegou trazendo trans- viabilizar os projetos da Seger realizado pela Seger detectou
formações na Secretaria Geral que estão parados, favorecer a mais de 2 mil profissionais
(Seger) do Conselho, que de- desburocratização, ampliação atuando como fisioterapeu-
ram um upgrade tanto no flu- de atendimentos, sistema de tas e terapeutas ocupacionais
xo interno do departamento agendamento no futuro. Tudo com LTT vencida. “Foi fei-
como nos serviços oferecidos isso, em consonância com to um trabalho em conjunto
aos profissionais inscritos. De os outros departamentos do com o Departamento de Co-
acordo com o Diretor-Secre- Crefito-3 e com as Resoluções municação e, posteriormente,
tário Dr. Eduardo Filoni, as do Conselho Federal”. uma última fase por meio de
mudanças na Secretaria Geral ofício, para que esses profis-
surgiram para trazer inova- Um dos primeiros pontos sionais viessem ao Conselho
ção, facilidade e eficácia no elencados por Dr. Eduardo fazer o registro definitivo ou
trato com os demais setores Filoni quanto às inovações dar a baixa na inscrição para
do Conselho Regional e com na Secretaria diz respeito regularizar a situação em re-
os inscritos. “A Seger tem pro- às Licenças Temporárias de lação à Licença Temporária
curado, a cada dia que passa, Trabalho (LTT), que foram de Trabalho vencida”.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 37


Relatorias
As relatorias, atividades da Secretaria de Regis-
tros realizadas pelos Conselheiros, como proces-
sos administrativos de registros de profissionais,
também passaram por transformação. Depois
que o escriturário do Crefito-3 fez a coleta da do-
cumentação e entrada no sistema de registro, o
Conselheiro faz a conferência dos documentos


inseridos pelo escriturário nos processos de bai-
xa, inscrição, transferência, inscrição secundária,
segunda via. “Tudo isso passa por uma análise do
Conselheiro por meio de um processo que cha-
mamos de relatoria. Em seguida, o Diretor-Secre-
Temos
tário faz o deferimento. Nas reuniões de Direto-
ria, uma parte da pauta é dedicada aos processos
percebido que
deferidos, na qual é feita apresentação do número
de inscrições, número de baixas. Cabe ressaltar
o número de
que tudo isso é baseado na resolução do Coffito
nº8”. Dr. Eduardo Filoni explicou que em outras atendimentos
gestões, as relatorias aconteciam demoradamente
e de forma burocrática, já que cada Conselheiro aos sábados vem
relatava quinze processos. “O presidente do Cre-
fito-3 assinou uma portaria em 20 de outubro de aumentando.
Então, vamos fazer
2016, solicitando que cada Conselheiro analisas-
se cinquenta relatorias para dar continuidade ao
fluxo. A princípio, nossa previsão era entregar a
carteira definitiva de trabalho com noventa dias e uma análise sobre
conseguimos diminuir para 30 dias”.

O terceiro item das mudanças se deu em re-


a permanência
lação aos encaminhamentos processuais, que são
solicitações especiais de profissionais que são
ou não do serviço
analisadas pela Diretoria. Segundo Dr. Filoni, an-
teriormente, o fluxo interno de encaminhamen-
e também da
tos era extremamente burocrático, pois levavam
muito tempo, às vezes, até seis meses para serem
ampliação para
respondidos pela Diretoria. “Hoje, as solicitações
especiais dos profissionais por meio de encami- outras subsedes
nhamento são analisadas em conjunto entre a
Seger e o Jurídico. Essa análise em conjunto está de maior
levando a resposta do encaminhamento de uma
maneira muito mais célere, tanto que minha ideia movimento”.
é estipular um prazo de 30 dias para esse parecer”,
afirma.

38
Sábado em Movimento
Uma das inovações implantadas na Secretaria reinscrição; segunda via; registro de títulos; re-
do Crefito-3 foi a criação do Sábado em Movi- gistro de consultório; transferência e retirada de
mento – Plantão de Atendimento Agendado – documentos. “Temos percebido que o número
um projeto que surgiu para atender aos profis- de atendimentos aos sábados vem aumentando.
sionais que dependem da sede do Conselho na Então, vamos fazer uma análise sobre a perma-
Capital, mas que, por enfrentar problemas como nência ou não do serviço e também da amplia-
trânsito, deslocamento e o corre-corre típico ção para outras subsedes de maior movimento”.
dos grandes centros, não conseguem resolver Vale lembrar que para recorrer a este tipo de
suas pendências. Os atendimentos começaram atendimento, o profissional deve solicitar agen-
no dia 2 de fevereiro, apenas para profissionais damento prévio pelo telefone do Pronto-Atendi-
inscritos na sede do Conselho e oferecem servi- mento do Crefito-3 (0800-750-59-00), até as quin-
ços referentes à Secretaria Geral, como registro tas-feiras ao meio-dia. Após agendamento, uma
de Pessoa Física; apostilamento de nome; baixa; confirmação por e-mail é enviada ao profissional.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 39


40
OBRIGAÇÕES FISCAIS

Você conhece C
riado em 2016 e instituído em 2018, o
e-Social (Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações Fiscais, Pre-
videnciárias e Trabalhistas) já pas-

as alterações sou por seu primeiro ano de implantação


e promete novas alterações no cronogra-
ma do calendário de 2019. Para quem
ainda desconhece, o e-Social é um novo

no e-Social sistema de prestação de informações ao


Governo Federal, cujo objetivo é descom-
plicar processos dentro das empresas,
bem como torna-los mais transparentes.

para 2019? Ao contrário do que muita gente pensa, o


e-Social não é um novo regime tributário,
mas uma unificação das informações tra-
balhistas. Isto é, trabalhadores terão suas
informações registradas no e-Social, da
mesma forma que tributos, informações
fiscais, trabalhistas e tributárias de em-
presas, impostos relativos às atividades
das organizações, facilitando, assim o seu
pagamento.

O e-Social já passou por várias etapas,


contudo, o cronograma de implantação
deve se estender até 2020. Vale lembrar
que, com a transição de governos no país,
é importante ficar atento às novidades
que ainda não foram divulgadas. Segundo
o vice-presidente de Administração e Fi-
nanças do Conselho Regional de Conta-
bilidade do Estado de São Paulo, José Do-
nizete Valentina, o e-Social veio agregar
ao Sped (Sistema Público de Escrituração
Digital) a parte trabalhista, previdenci-
ária e fiscal sobre a folha de pagamento
(Decreto n° 8.373/2014). “As empresas
devem enviar para o e-Social todas as in-
formações trabalhistas dos trabalhadores
celetistas, estatutários, autônomos, avul-
sos, cooperados, estagiários e sem víncu-
lo empregatício. Na parte previdenciária,
esta não envolverá somente a folha de pa-
gamento, mas também informações como
produção rural e ações trabalhistas”.
abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 41
José Donizete explica que o e-Social abrangerá toda a escrituração da folha de pagamento, com
todos os seus eventos, tais como admissão, folha de pagamento mensal, 13° salário, férias, afasta-
mentos, CAT etc., inclusive o registro de empregados, simplificando, assim, a emissão, e unifor-
mizando as obrigações acessórias trabalhistas e tributárias dos empregadores aos diversos órgãos
envolvidos no sistema (Ministério do Trabalho, Caixa Econômica, Secretaria de Previdência, INSS
e Receita Federal).

Benefícios do e-Social

Trabalhadores e empresários serão bene- Além disso, é importante destacar que


ficiados pelas alterações no e-Social. Para o descumprimento das fases do e-Social
trabalhadores, Donizete ressalta que “have- acarreta em multas pelo descumprimento
rá agilidade na concessão de benefícios e re- de outras obrigações que exigem preenchi-
dução no número de golpes, que prejudicam mento, armazenamento de informações e
os contribuintes, visto que as informações entrega de arquivos eletrônicos, já que não
estarão unificadas no e-Social”. Além disso, há legislação específica. Donizete orienta
terá um controle mais rígido quanto à saúde que “empresários fiquem atentos aos en-
e à segurança dos empregados em casos vios das informações, para que haja confor-
de afastamentos de saúde e doenças do tra- midade em todos os campos e não corram
balho. “Desta forma, as práticas de gestão
risco de serem multados, visto que o Fisco
adotadas pelas empresas ficarão mais evi-
terá pleno controle de todas as obrigações
dentes, de modo que cumpram a atual legis-
e débitos trabalhistas, previdenciárias e fis-
lação trabalhista, sob risco de penalidades e
intervenções”, diz. cais, facilitando o processo de auditoria e a
busca por irregularidades, inconsistências,
As empresas devem se atentar em não fraudes, sonegação de impostos e descum-
perder os prazos (conforme cronograma di- primento a prazos legais. Recomendamos,
vulgado) para o envio das informações dos ainda, que as empresas procurem auxílio
registros de eventos trabalhistas, que relatam junto à consultoria especializada para pre-
toda e qualquer modificação na relação traba- paração, adequação, auditoria, entrega e
lhista entre empresa e empregado. acompanhamento do e-Social”, conclui.

É importante ficar atento e


acompanhar as publicações na
página do e-Social. Lá, estão
reunidas todas as notícias e
informações necessárias sobre
o programa. Confira a seguir o
Cronograma do e-Social 2019

Mais informações acesse:


www.portal.esocial.gov.br

42
COMUNICAÇÃO

Como temos falado com você

PROFISSIONAL?
C
om os avanços tecnológicos Gerar mídia espontânea, criar lado de lá”, colocar-se no lugar
possibilitados pela Inter- ou compartilhar conteúdos dele, conseguir estar presen-
net e a crescente populari- são algumas das características te onde ele estiver e entregar a
zação das mídias sociais, desses meios de comunicação. mensagem da forma como ele
o Crefito-3 sentiu a necessida- Por meio delas, o profissio- preferir. “Aqui na Comunica-
de de ampliar seu leque de co- nal fica por dentro de tudo o ção do Crefito-3, temos uma
municação e encontrou uma que acontece no Crefito-3, as- equipe de profissionais concur-
variedade de opções para falar sim como eventos e principais sados afiada, o que nos permite
com profissionais e população. acontecimentos da Fisioterapia produzir conteúdos de quali-
Além da página oficial na web e e da Terapia Ocupacional. Pu- dade. Colocamos como meta
da revista Em Movimento, pu- blicações e postagens constan- a diversificação das formas de
blicada a cada quatro meses, o tes permitem e garantem maior comunicação. O objetivo disso
Conselho passou a fazer parte fluxo de informações em tempo é ampliar a qualidade da men-
das principais redes sociais do real, tudo à disposição dos usu- sagem e o alcance dela também.
momento, tais como Facebook, Estamos em diversas redes, pro-
ários. “Um dos grandes desa-
Instagram, YouTube, Twitter e duzimos materiais de áudio, ví-
fios da atualidade está ligado à
Spotify, além de enviar newslet-
comunicação. Conseguir dia- deo, web, gráfica e impressos. A
ters e boletins informativos por
logar com os diversos públicos equipe desenvolve atividades de
e-mail.
com os quais a instituição se jornalismo, audiovisual, design,
As mídias sociais são ca- relaciona, exige profissionalis- relacionamento, publicidade e
nais de relacionamento na in- mo”, afirma Tulio Braga Fon- web, seja redes, seja site. É uma
ternet que permitem diferen- seca, Gerente de Comunicação experiência muito rica. E nosso
tes alternativas de interação e do Crefito-3. Ele explica que é objetivo é ampliar o entendimen-
participação entre os usuários. preciso entender quem está “do to e a recepção das mensagens”.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 43


Crefito-3 no Facebook
Desde 22 de junho de 2011, o Crefito-3 faz parte do Facebook, reu-
nindo um total de 39.074 usuários que “curtem” a página e 39.287
seguidores. Com postagens dinâmicas e criativas, o Conselho criou
uma variedade de produtos que são publicados diariamente confor-
me a demanda, tais como o Crefito-3 em Ação, que mostra o traba-
lho de diretores e conselheiros do Crefito-3 em prol das profissões;
De Olho no Federal, com informações compartilhadas pelo Coffito;
Divulgando, que contém eventos de interesse dos profissionais; Você
Sabia, com informações dos Códigos de Ética das profissões e muito
mais. No Face, também divulgamos o Aconteceu na Fisio e na T.O.,
que faz um resgate dos momentos marcantes da história das profis-
sões. Datas comemorativas, álbuns de fotos de eventos e palestras do
Conselho e outras informações relevantes também compõem a pági-
na do Crefito-3.

Instagram

O Crefito-3 entrou no Instagram no dia 3 de fevereiro de 2017, permitindo ao profissional acom-


panhar o Conselho em mais uma rede social. Em 2019, reunimos 13,9 mil seguidores e 706 pu-
blicações. Assim como os produtos divulgados no Facebook, o Crefito-3 também os resgata no
Instagram, para que os diferentes perfis de profissionais que acessam nossos conteúdos também
tenham acesso ao que foi publicado em uma rede e outra. No Instagram Stories, o Crefito-3 criou o
#Segundou, que faz uma síntese do que está sendo discutido no Conselho e no Coffito.

44
Resumo da Semana
Ao final de janeiro de 2018, o Departamento de Comu-
nicação deu início a uma nova plataforma para infor-
mar os profissionais sobre os acontecimentos da rotina
do Conselho. Surgia, ali, o Resumo da Semana, um apa-
nhado geral realizado às sextas-feiras, com os destaques
da semana no Crefito-3 e nas profissões. As primeiras
edições do Resumo eram breves publicações textuais nas
notícias do site da Autarquia. Com o aprimoramento de
ideias e técnicas, o Resumo evoluiu, passou a ser gravado
em vídeo sendo transmitido, inicialmente, no Instagram
e, agora, já possui uma playlist no YouTube.

Podcast Fisio e T.O. em Movimento

Uma das novidades do Depar- Brasil, relacionada à sua flexibi-


tamento de Comunicação foi a lidade, pois pode ser ouvido a
criação de um podcast: o Fisio qualquer momento, em qualquer
e T.O. em Movimento. Como em lugar, torna o Fisio e T.O. em
um programa de rádio, as notí- Movimento um importante veí-
cias de interesse das profissões culo de atualização sobre as notí-
são apresentadas aos ouvintes e cias que interessam aos fisiotera-
comentadas. A primeira edição peutas e terapeutas ocupacionais
do programa foi ao ar em 6 de de São Paulo.
fevereiro de 2019.
O podcast está disponível no
Desenvolvido como uma evo- Spotfy, Soundcloud e no Youtu-
lução do Resumo da Semana, o be.
podcast do Crefito-3 amplia a
experiência dos profissionais em Além das opções informativas
relação às informações, tanto à disposição de todos, a equipe de
pela facilidade e praticidade de Comunicação também envia por
receber informações em áudio, e-mail um newsletter com as no-
como no próprio tratamento da tícias do Resumo da Semana e do
informação, que é ampliado por Podcast. Seja por redes sociais, site
meio do aprofundamento das ou podcast, o Crefito-3 tem busca-
notícias, contextualizadas e dis- do produzir da melhor forma con-
cutidas. Além disso, a crescente teúdo informativo de qualidade
popularidade dos podcasts no que chegue até o profissional.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 45


46
são indispensáveis ao futuro das profissões. Isso
traz melhoria constante na prestação de serviço.

47
ATUAÇÃO AMPLIADA: Novos campos de
trabalho trazem efeitos positivos de renovacão e
amadurecimento das profissões e também a NOVA ESPECIALIDADE
ampliação das responsabilidades de cada um.

49
PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula-
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
reação perante a mudanças graves no cenário.

COFFITOTRANSPARÊNCIA:
RECONHECEOEfuturo DISCIPLINA
das profissões exige
30
mais ferramentas de controle das instituições
A ESPECIALIDADE
públicas. O zeloDE
com o dinheiro público é sinal de
gestões modernas e atentas aos novos tempos.

TERAPIA
OCUPACIONAL
NO
CONTEXTO
ESCOLAR

O
dia 26 de dezembro de 2018 determinou mais possui habilidades para identificar demandas e
uma conquista para a Terapia Ocupacio- intervir para que o estudante seja capaz de reali-
nal. O Conselho Federal de Fisioterapia e zar atividades ou ocupações, que são resultados da
Terapia Ocupacional (Coffito) publicou interação dinâmica entre o estudante, o contexto
a Resolução nº500, que reconhece e disciplina a escolar e a atividade a ser desempenhada nos es-
especialidade de Terapia Ocupacional no Contex- paços de aprendizagem e de interação escolar. O
to Escolar, define as áreas de atuação e as com- artigo 9º da Resolução reforça, também, que, o te-
petências do terapeuta ocupacional especialista rapeuta ocupacional especialista em Contexto Es-
em Contexto Escolar e dá outras providências. colar está qualificado para exercer o trabalho em
Para o vice-presidente do Crefito-3 e terapeuta todas as modalidades, etapas e níveis de ensino,
ocupacional Dr. Adriano Conrado Rodrigues, a bem como em todas as fases do desenvolvimen-
publicação da Resolução nº500 “é um momen- to ontogênico, com ações de prevenção, promo-
to histórico, em que a Terapia Ocupacional vem ção, proteção, educação, intervenção, oferecidos
crescendo e ocupando muitos espaços no âmbito ao estudante e comunidade educativa. “Hoje, ter
nacional. A Terapia Ocupacional tem muito cam- a Terapia Ocupacional em Contexto Escolar é a
po para expandir, ainda”. garantia de respeito e sucesso do contexto de in-
clusão, desde que se tenha presente o terapeuta
O documento leva em consideração que o tera- ocupacional intermediando essa relação de exce-
peuta ocupacional é um profissional competente lência nos vários âmbitos, quer seja junto a quem
para avaliar e intervir no desempenho ocupacio- está gerindo, lecionando ou juntos aos alunos e
nal do estudante no contexto escolar. Além disso, familiares”, ressalta Dr. Adriano Conrado.

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 47


Na edição 05 da Revista com a regulação da T.O. no nhecimento em várias áreas,
Em Movimento, o Crefito-3 contexto escolar, pode-se ter, inclusive Políticas Públicas
publicou uma entrevista com a partir daí uma associação de de educação, saúde, trabalho/
um grupo de terapeutas ocu- Terapia Ocupacional em Con- emprego e promoção social;
pacionais do município de Ca- textos Escolares, com caráter avaliação, identificação, aná-
tanduva (SP) que em junho de científico, que irá reger sobre lise e intervenção nas deman-
2018, esteve reunido na sede a especialidade, validando os das gerais de acessibilidade na
da Secretaria da Educação de futuros especialistas na área da escola que atenda toda a co-
Catanduva com a Secretária educação. “A pertinência disso munidade educativa e geren-
da Educação, a professora Tâ- tudo é que tenhamos a contra- ciamento de processos de tra-
nia Botós, para divulgar e dar tação de terapeutas ocupacio- balho e serviços e gestão em
visibilidade à importância da nais, tanto no âmbito público, Educação. Conforme consta
Terapia Ocupacional na Edu- quanto no privado, de pro- no artigo 6º, “a atuação do te-
cação. Na entrevista, o grupo fissionais com especialidade rapeuta ocupacional no Con-
destacou que “a especialidade em Terapia Ocupacional em texto Escolar poderá abranger
em Contexto Escolar fortalece Contexto Escolar para desen- o gerenciamento de serviços,
ações e evidencia a importân- volvimento de trabalhos com- o ensino, a pesquisa e a ex-
cia desse profissional na rede petentes, específicos com esse tensão visando à formação e o
educacional, além de incenti- público que abrange”. aperfeiçoamento das compe-
var novos profissionais a inves- tências e habilidades profis-
tirem na área”. O exercício do terapeuta sionais no campo de conhe-
ocupacional especialista no cimento e prática profissional
Dr. Adriano comenta que Contexto Escolar envolve co- no Contexto Escolar”.

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amadurecimento das profissões e também a
ampliação das responsabilidades de cada um.

49
PROTAGONISMO: Profissões fortes mantém
instituições de classe sólidas, dinâmicas e articula-
das. Isso gera mais capacidade de articulação e de
LUTA ANTIMANICOMIAL

N
reação perante a mudanças graves no cenário. a terceira edição do podcast
do Crefito-3 “Fisio e T.O. em
30
TRANSPARÊNCIA: O futuro das profissões exige Movimento”, as terapeutas

Terapeutas ocupacionais
mais ferramentas de controle das instituições ocupacionais Dra. Pris-
públicas. O zelo com o dinheiro público é sinal de
gestões modernas e atentas aos novos tempos. cilla Cordeiro e Dra. Jamile Al-
comentam retrocessos em biero comentaram a Nota Téc-

“nova”
nica nº11/2019 do Ministério da
Saúde sobre Saúde Mental. Di-
vulgada no dia 4 de fevereiro, a

Nota Técnica
nota vem causando polêmica em
pontos que apresentam retroces-
sos na Saúde Mental, o que levou

do Ministério da o vice-presidente do Crefito-3


Dr. Adriano Conrado Rodrigues

Saúde sobre Saúde


a solicitar, com apoio do Sistema
Coffito/Crefitos e dos Conselhos
Regionais de Psicologia e de Ser-

Mental viço Social de São Paulo, reunião


com a deputada federal Erika
Jucá Kokay, que aconteceu em
Brasília no dia 15 de março. Eri-
ka é coordenadora da Frente Par-
lamentar em Defesa da Reforma
Psiquiátrica e da Luta Antima-
nicomial, que tem por objetivo
monitorar e fiscalizar políticas
públicas e ações governamentais
relativas à temática, como a Po-
lítica Nacional de Saúde Mental,
Álcool e Outras Drogas.

Conforme comentou Dra.


Priscilla, um desses pontos diz
respeito ao retorno do movi-
mento do Ato Médico e da me-
dicalização de pacientes. “Há
abertura de possibilidades para
isso. A Nota Técnica indica que
o cuidado terapêutico não vem
em primeiro lugar, mas a medi-
calização; que o hospital psiqui-
átrico precisa voltar mais efetivo
dentro das RAPS e que o núme-
ro de leitos dentro de hospitais
psiquiátricos deve aumentar,

abril 2019 . CREFITO3 EM MOVIMENTO 49


bem como o investimento fi- ELETROCONVULSOTERAPIA
nanceiro para tornar isso vi-
ável”. Dentre outros pontos, a Sobre a polêmica do uso da que do passado, faço algumas
profissional destaca o tempo eletroconvulsoterapia em pa- ressalvas considerando a dispo-
de internação de pacientes cientes, Dra. Jamile diz que, nibilização de um recurso como
psiquiátricos. “Atualmente, a embora grandes centros já fa- esse, que deve ser custoso para
média de suporte de observa- çam uso dessa terapia, a ques- o SUS, o despreparo de profis-
ção ou internação é de 3 dias a tão precisa ser mais estudada sionais e, muitas vezes, o desin-
1 a 2 semanas. No documento, a fundo para ser comentada. teresse em fazer uma avaliação
uma internação em hospital No entanto, faz algumas res- cuidadosa. Minha preocupação
psiquiátrico cita noventa dias salvas. “Mesmo nessa ótica diz respeito sobre como será o
ou mais. Entendemos que a de ser um recurso moderno, uso disso no SUS, considerando
ideia de hospital psiquiátrico atualizado e que de fato tenha a realidade que a gente tem, o
justificar anos de internação, uma função importante, que custo e o interesse da liberação
como era antigamente nes- não é a mesma do eletrocho- por trás disso no SUS”.
ses locais manicomiais, tem a
tendência de retornar”.

A terapeuta ocupacional
Dra. Jamile Albiero apontou
que a nota retoma um mo- T.O. DE FORA
delo falido de atenção à pes-
soa com sofrimento mental, Outro importante ponto co- Jamile, o terapeuta ocupacio-
seja criança ou adulto, ou que mentado pelas duas profis- nal, assim como outros profis-
apresente transtornos men- sionais diz respeito à inserção sionais da saúde, vai aparecer
tais. “A NT propõe um retor- da Terapia Ocupacional nas em serviços secundários. Ela
no do modelo centrado mui- equipes. A NT aponta que explica que o trabalho do te-
to mais na figura do médico, as equipes dos ambulatórios rapeuta ocupacional inclui,
com estratégias terapêuticas de saúde mental deverão ser também, a atuação como ges-
voltadas à medicação, voltada formadas por médicos, psi- tor. “O terapeuta ocupacional
à questão da abstinência por cólogos e assistentes sociais, é um profissional muito re-
si só, excluindo uma perspec- excluindo a presença do te- quisitado nas RAPs, inclusive
tiva de redução de danos. Na rapeuta ocupacional. “A ver- sendo muito comum terapeu-
minha avaliação, com a NT, a dade é, não tem terapeutas tas ocupacionais gestores, co-
redução de danos está fora da ocupacionais dentro desses ordenadores de CAPS, Cen-
jogada. A redução de danos é ambulatórios. A tendência é tros de Convivência e outros.
uma estratégia que surge no investir mais em ambulató- Enquanto categoria, seremos
Brasil na época da explosão rios e diminuir o investimen- deixados em segundo plano,
da Aids, que depois aparece to em CAPS. Diminui-se o tirando um protagonismo
no campo da saúde mental número de recursos humanos importante da Terapia Ocu-
voltado para a questão do e o terapeuta ocupacional vai pacional em toda a atenção à
álcool e drogas, entendendo sendo um dos primeiros pro- saúde mental que existe desde
que a abstinência pode ser fissionais a ser cortados dali”, que a Reforma Psiquiátrica
sim uma oferta terapêutica, diz Dra. Priscilla. Para Dra. começou”.
mas não a única”.
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