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EM ERGONOMIA
Kamilla F. O. Sartore
20 QUESTÕES PRÁTICAS
EM ERGONOMIA
Oi, o objetivo desse e-book é transmitir conhecimento e trocar ideias com vocês para beneficiarmos a
ergonomia e fazer com que seja implantada de uma maneira fácil, prática, objetiva e eficiente.
Para ser uma leitura dinâmica e prática vamos tratar o tema através de perguntas e respostas com
dúvidas comuns de diversos profissionais.
É importante ressaltar que utilizaremos uma linguagem bem simples para que as informações cheguem ao
maior número de pessoas que, nem sempre, já estão familiarizados com o tema, mas tem interesse em
iniciar suas atividades.
Os assuntos a serem abordados com certeza requerem muito estudo, aqui os trataremos de maneira
resumida e baseada em estudos, e claro com minha visão sobre a área; você pode contestar, questionar,
enriquecer e acrescentar.
Para que possamos trocar informações, discussões e ideias participem do nosso canal no Youtube,
semanalmente postamos vídeos relacionados à ergonomia.
Youtube: http://bit.ly/CanalGrupoPosturar
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A nossa norma – Norma Regulamentadora 17 não especifica quem pode ou não atuar em ergonomia, na
verdade consideramos que diversos profissionais estão aptos e podem auxiliar em levantamentos de
riscos ergonômicos e gerar recomendações de melhorias; como sabemos a ergonomia é uma área de
estudo multidisciplinar e merece receber conteúdo técnico de diversas áreas como, por exemplo,
engenharia, psicologia, fisioterapia, medicina,...
Esperamos que um profissional que se especializou e tem experiência prática na área possui um conteúdo
científico enriquecido e maior destreza para coleta de dados, visualização de questões muitas vezes
“escondidas” e tratativa com os colaboradores para extrair destes o maior número de informações
possível.
Aos técnicos de segurança: tem o poder de atuar diretamente em linhas de produção, circulam pelos
setores todos os dias, conversam com as pessoas, conhecem todo mundo. Podem muito mais do que
imaginam.
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Não há necessidade de atualizar o documento todo ano, precisa sim atualizar quando ocorrem mudanças
significativas na empresa, como por exemplo: mudança de máquinas, alteração em layout, contratação de
novos colaboradores com medidas diferenciadas, acréscimo de um setor,...
O objetivo de atualizar este documento é perceber se o risco foi alterado, se novas adaptações devem ser
realizadas, se outras necessidades surgiram.
Quando as recomendações ergonômicas vão sendo implantadas crie uma ficha de atualização
ergonômica que retrata a situação anterior (classificação de risco, detalhamento do risco, categorização do
problema, recomendação) e a situação atual (nova classificação de risco, evidência em fotos, validação
junto aos colaboradores). É um documento eficiente e que pode ser elaborado pelos integrantes do comitê
de ergonomia, devidamente treinados.
Há muita discussão sobre isso, vamos ser simples, objetivos e prestar atenção no sentido das palavras?
Análise significa realizar um estudo detalhado, buscar entender sobre algo, um exame minucioso, coletar
dados, levantar informações,... e não é assim que conseguimos identificar os possíveis riscos à saúde do
trabalhador? Acompanhando suas atividades, aplicando ferramentas, fotografando e filmando,
perguntando, discutindo, gerando ideias,...
Laudo é um relatório que emite um parecer da situação, é o resultado sobre algo que foi estudado, é a
visão sobre uma questão analisada.
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Então assim, concluímos que para um laudo ser elaborado uma análise tem que ter sido realizada. Não
existe laudo sem que uma análise tenha sido realizada antes.
Não existe vender uma análise ou vender um laudo os diferenciando entre mais simples, mais detalhado,
mais ou menos técnico, simplesmente se não for detalhado e técnico não é um estudo totalmente
fidedigno da função.
A norma pede que uma análise seja feita sempre que se perceba a demanda, a necessidade, e esta é
entregue através de um relatório chamado laudo.
Implantar ergonomia é um custo inicial sabendo que a médio e longo prazo os benefícios serão gerados, o
que falta é as empresas compreenderem que qualquer programa precisa de apoio, sendo este financeiro,
técnico, hierárquico,...
Precisamos estudar com maior intensidade como atuar em gestão porque os gerentes, diretores,
presidentes precisam de números, precisam ter uma visão geral da empresa e isso também é válido para
saúde; saúde nem sempre é subjetiva, é possível sim gerar informações matemáticas da situação dos
colaboradores e assim chegar ao montante de dinheiro perdido por mês por não investir em ergonomia.
Veja bem, muitos números ficam escondidos, camuflados, guardados a 7 chaves, mas outros basta-se
apenas organização, procedimentos a serem seguidos diariamente, visão de grupo, entender que seus
números são muitos importantes para outros setores e decisões em investimentos e ações a serem
tomadas.
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Para que se faça uma boa gestão em ergonomia é necessário trabalho em conjunto entre: Ambulatório,
Segurança do Trabalho, Jurídico e Produção neste caso específico de estatísticas.
- Quais são os motivos de procura ambulatorial, quais setores, quais funções, queixas e patologias estão
relacionados à ergonomia (normalmente dados traumatoortopedicas e emocionais);
- Quantos atestados foram apresentados, quais setores, quais funções, motivo, dias perdidos;
- Quantos colaboradores se encontram afastados – previdência social – quais setores, quais funções,
motivo;
- Atualmente qual o percentual de retrabalho e qual a relação com ergonomia – por exemplo:
equipamentos sem manutenção, ineficientes, quebrados, dores, insatisfação,...
- Quantos processos judiciais a empresa está enfrentando nos últimos 2 anos – Quais setores, quais
funções, motivo, quanto já gastou em assistência técnica, quanto já gastou com advogado, quantos e
quais os valores dos processos perdidos.
Percebe que estes são apenas os dados iniciais? E que devem ser controlados mensalmente?
Veja este exemplo – lembrando que é uma simulação, em nada tem haver com empresas reais ok?
493 543
409 396
240 247 208
183
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Todos estes colaboradores que procuram o ambulatório já são custo para empresa, quando saem 20
minutos para irem ao ambulatório já ocorre atraso na produção.
Mesmo que não tenham doença nenhuma e muito menos sintomas, os dados já são indício de que algo
está errado, se “fogem” para o ambulatório algo está errado na produção, pode ser liderança complexa?
Ritmo de trabalho exacerbado? Cansaço e falta de motivação?
11%
5%
5% 37%
6%
8%
9% 19%
Total
Grupo de Patologia %
atestados
Doença infecciosa ou parasitária 119 37,0%
Doença ortopédica / traumatológica 61 18,9%
Doença do aparelho digestivo 27 8,4%
Acima mostramos um quadro que registra os atestados apresentados no mês de Abril de uma empresa
fictícia, veja que os casos traumatoortopédicos são altos e com certeza a ergonomia poderá atuar
auxiliando colaborador e empresa em ações direcionadas.
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Se não sabe por onde começar sua análise, se o dinheiro para investimento é limitado, se ainda não sabe
quais são os setores/funções de maior risco, se direcione conforme estes índices.
No quadro abaixo controlamos o n° de dias perdidos por mês, sendo estes dias perdidos levantamos por
apresentação de atestados.
Em Março e Abril houve um aumento considerável do n° de dias perdidos, isso é um motivo para
investigação, pode ter ocorrido a quebra de uma máquina e estarem realizando as atividades
manualmente? Podem estar receosos com medo da demissão? Pode ter entrado um novo gerente na
unidade? Diversas coisas podem ter ocorrido, busque, pergunte, observe.
Concorda que cada dia perdido é prejuízo para empresa? Está pagando o valor/dia sem receber o serviço,
sobrecarrega os outros colaboradores, não alcança a meta diária de produção, não entrega remessas no
prazo estipulado,...
Podemos detalhar ainda mais realizando este controle por setor, assim as ações serão bem direcionadas,
saberemos exatamente onde está o problema.
É possível tratar alguma doença sem se ter o diagnóstico? A mesma coisa ocorre com a ergonomia,
preciso saber o problema e depois tratar.
Se a empresa que atua não controla estes dados busque o aperfeiçoamento, a capacitação, o auxílio em
softwares, o entendimento dos setores ajudadores para que possam realizar o controle mensal.
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“Uma resposta aproximada para o problema certo vale muito mais do que
uma resposta exata para um problema duvidoso.” John Wilder Tukey
Para que a empresa fornecedora dos serviços de ergonomia consiga gerar resultados, o contratante deve
estar ciente que ele é parte do processo, também tem suas responsabilidades, tem tarefas a executar,
nenhuma empresa de ergonomia tem poder de alterar tudo, de aprovar tudo, identificamos os riscos,
geramos recomendações de melhorias, buscamos fornecedores, fazemos testes, acompanhamos a
implantação, treinamos os colaboradores, validamos o ajuste, MAS somente se a alta gerência aprovar,
apoiar e participar. Mostre pra eles estes números, chegue a um valor médio de perdas mensal/anual, é
possível ter lucro com ergonomia não deixando o dinheiro sair da empresa.
Gestão significa gerenciamento, administração, onde existe uma instituição, uma empresa, uma entidade
social de pessoas, a ser gerida ou administrada.
As definições acima nos dizem muito sobre a gestão e podem ser ligadas diretamente a ergonomia, veja
algumas etapas:
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Analisar, conhecer os problemas a enfrentar – conseguimos identificar estes problemas através da análise
ergonômica, ela nos mostra o diagnóstico da empresa, os riscos enfrentados em cada função, as
funções/setores que devem ser vistos primeiro.
Solucionar os problemas – Não é tão simples assim, primeiro que o técnico de segurança não consegue
fazer tudo sozinho, e é isso que muitas empresas fazem, o sobrecarregam de documentos e acreditam
que tudo pode ser resolvido por ele. ´
É preciso categorizar o problema, por exemplo: é um problema simples? Fácil de resolver? É um problema
que exige estudo de engenharia? Projeto, robô, simulações... É um problema organizacional? Quer dizer,
alguns comportamentos e pensamentos devem ser mudados?
Percebe a necessidade de uma equipe, de um grupo? São os que chamamos integrantes do comitê de
ergonomia, colaboradores treinados para gerar ideias, buscar fornecedores, testar situações, discutir com
os colaboradores,...
Dirigir e motivar as pessoas – Impor comportamentos, exigir posturas, implantar equipamentos sem que o
colaborador entenda o porquê é quase inútil para mudança esperada, ele deve saber, entender,
conscientizar, querer mudar, querer ajudar, fazer parte entende?
Os treinamentos, diálogos de segurança, integração, palestras, peças teatrais e diversas outras maneiras
de comunicar servem justamente para transmitir as mudanças, as necessidades, os porquês.
Capacitar é obrigação da empresa e dever do líder. Assim, é possível conseguir a evolução da sua equipe
gerando estudo, capacitação, entendimento. O líder não deve ter medo do colaborador aprender mais, é
assim que ele vai crescer também.
Controlar o conjunto – É preciso acompanhar uma mudança, saber se ela realmente resolveu o problema,
se novos problemas vão surgir, documentar, possibilitar criar um histórico da evolução.
Sendo direta: não, a nossa norma não especifica essa exigência, pode atuar em ergonomia quem atende
a norma.
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A especialização é um ótimo caminho para se aperfeiçoar, mas enquanto não é possível, não se limite,
leia, estude, pesquise.
Os cursos de capacitação são ótimos para transmitir informações técnicas associadas a experiências
práticas.
Quando possível procure pelo título e pelo detalhamento proporcionado, o mais importante que
consideramos na ergonomia é identificar o risco e resolver o problema com o menor custo, com maior
rapidez e pouca necessidade em contratação de terceiros.
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A profissão ergonomista não existe em nossa legislação, ergonomia é uma área de estudo, uma ciência,
portanto o profissional será contratado como, por exemplo, engenheiro que atuará em ergonomia, como
fisioterapeuta que atuará em ergonomia.
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O comitê de ergonomia é criado para que as atividades sejam distribuídas, para que não sobrecarregue
apenas 1 colaborador, para que cada setor tenha um representante e tenha interesse em identificação de
problemas e implantação de melhorias, é a oportunidade de agir de maneira direcionada.
A escolha dos integrantes é extremamente importante, não escolham colaboradores apenas pelos cargos
que ocupam, escolham conforme conhecimento, capacidade de comunicação, capacidade de mudança,
articulação, investimento de tempo, interesse, gosto, já vi muitos comitês “morrerem” porque os
integrantes nunca tinham tempo, sempre viajando, não gostavam de ergonomia, foram forçados pelos
gestores a participarem ou até gostariam de participar, mas os líderes não liberavam para cumprir suas
atividades; passa-se o tempo e quem perde a credibilidade é a ergonomia.
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Este grupo não é obrigatório em uma empresa, deve ser formado quando se percebe a necessidade
conforme a quantidade e complexidade de riscos encontrados e soluções geradas.
O documento deve ser claro, objetivo, direto, não adianta montar um documento gigantesco e que gere
preguiça, seja difícil de entender, seja interminável.
Todas as funções da empresa devem ser estudadas quando há demanda, necessidade, sendo esta
necessidade, por exemplo: identificar se existem riscos, saber a causa de afastamentos, entender a
relação da doença com aquele trabalho,...
Organização do trabalho;
Posto de Trabalho;
Postura do Trabalhador;
Ambiente Físico.
Para se levantar estes 4 focos de análise utilizamos diversos métodos que possibilitam o entendimento e
este entendimento não é fácil, esta relação entre o homem e seu trabalho é complexa, diferente do que
pensamos as vezes, e porque? Porque os pensamentos são diferentes, as necessidades, vontades,
expectativas, medidas corporais são diferentes; a mente muda todo dia e desta mudança surgem novas
ideias, novos sonhos, novos desejos, e como o trabalho pode cuidar de tanta coisa? Como podemos
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ajustar um posto a colaboradores de 2 metros e colaboradores de 1 metro e1/2? Como ele pode satisfazer
minimamente o colaborador para que ele tenha prazer e saúde para trabalhar?
Não se desespere ao levantar esses dados, siga um roteiro, procedimentos, pare pra ouvir, volte ao local,
converse com colaboradores, tire fotos, faça filmagens, aplique ferramentas, faça medições, troque ideias
com os líderes, peça dados, OBSERVE.
Não existe modelo padrão a ser seguido, utilizamos diversos modelos conforme o ramo em estudo, a
necessidade do cliente, o grupo que utilizará o documento, a existência de software ou não. Discuta
previamente com a empresa e com o tempo ajuste ao perfil deste cliente.
O EPI é todo acessório ou equipamento utilizado individualmente pelo colaborador para proteger a saúde
e a integridade na realização de alguma tarefa específica.
A função dos acessórios ergonômicos é ajustar o trabalho ao homem, protege-se a saúde e se alcança
conforto e melhor produtividade.
Pode gerar confusão não é? Mas o acessório ergonômico não é obrigatório para uso e não é classificado
conforme o risco da função e sim conforme o ajuste necessário a cada colaborador.
Os acessórios ergonômicos não possuem CA – Certificado de Aprovação, são sim avaliados por órgãos
de qualidade, durabilidade e riscos do produto, mas não são certificados como itens ergonômicos, mesmo
porque algo pode ser ergonômico para uma pessoa e não ser para outra.
Os acessórios ergonômicos não são obrigatórios em termos gerais, exceto em casos específicos definidos
em norma (exemplo: apoio de pés dispostos ao chão em checkouts por utilizarem cadeiras chamadas
“caixa alta”).
O apoio de pés é um ótimo acessório ergonômico, mas deve ser prioridade aos colaboradores de baixa
estatura, pois estes não conseguem apoiar os pés no chão por terem que elevar a cadeira para
alcançarem a altura da mesa fixa.
Já colaboradoras que utilizam salto alto tem dificuldade em manter os pés apoiados no suporte.
O Porta Documentos deve ser fornecido em funções que a digitação e visualização do documento é
frequente. Para que ter gastos com acessórios que não serão utilizados?
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Por isso a análise ergonômica é realizada por função e após o comitê realiza o levantamento individual
para aquisição de acessórios ergonômicos.
É uma pergunta bem discutida, com diversas opiniões, sinta-se a vontade em seguir outra ideia que não a
nossa, mas busque sempre suporte na norma.
Acreditamos que sempre devemos realizar as medições, não coletamos dados de PPRA – Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais, a não ser que a empresa queira isso, assinando um termo de
consentimento em não realização de medições.
As condições da função podem mudar e consequentemente as medições também, se uma nova máquina
for instalada no setor, se uma janela aberta, se as manutenções preventivas não estão em dia em relação
ao cronograma,...
A ergonomia dá foco em conforto, portanto uma medição de ruído pode ser adequada de acordo com a
norma regulamentadora 15 e não estar gerando conforto ao colaborador conforme orientação da norma
regulamentadora 17.
17.5.2- Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção
constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de
projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígrados);
Percebe que há uma brecha em atividades que exijam solicitação intelectual? Resta ao ergonomista definir
qual função exige e qual não exige o intelecto, converse com os profissionais de segurança do trabalho e
chegue ao consenso.
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17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de
iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
Iluminação é fundamental em ergonomia, uma má iluminação pode gerar diversas posturas inadequadas,
cefaleia, fadiga visual, manchas em pele,...
Se o ergonomista não realiza as medições ele não está atendendo a todos os itens da NR 17.
O ergonomista deve analisar o posto de cada colaborador com deficiência, nestes casos as análises não
devem ser realizadas por função/atividade e sim por pessoa.
Conforme a deficiência, as condições físicas e mentais, os recursos utilizados como prótese, cadeira de
rodas, órteses,... deve-se ajustar o posto àquela condição específica.
Com a análise pode-se definir se o colaborador pode atuar em pé, andando, sentado, se poderá sustentar
carga, se devemos fornecer equipamentos diferenciados, algumas vezes projetados até mesmo somente
para ele, se são necessárias pausas específicas.
Ao ergonomista de uma empresa terceira: quando for elaborar o orçamento questione a empresa se
possui colaboradores com deficiência e se desejam o estudo especifico para eles. Será um trabalho mais
detalhado, exige maior tempo e conhecimentos técnicos para tal.
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Risco significa probabilidade do perigo, alguma ameaça, algo que deve tomar providência.
Quando falamos risco ergonômico significa dizer que algum desconforto físico e/ou mental está
acontecendo, podendo interferir na sua saúde e gerar doenças.
O risco ergonômico final representa a associação de riscos que envolvem os focos organizacionais,
físicos, posturais e ambientais que foram estudados qualitativamente e quantitativamente.
Ressaltamos que as variáveis de cada colaborador podem facilitar o surgimento ou não de doenças,
dentre as variáveis:
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A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE, mostrou que em 2013, 3.568.095
trabalhadores disseram ter tido diagnóstico de LER/DORT. Há décadas, dentre as doenças ocupacionais,
são as mais frequentes nas estatísticas da Previdência Social.
De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, as LER/DORT “são, por definição, um fenômeno
relacionado ao trabalho. São danos decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema
musculoesquelético, e da falta de tempo para recuperação. Caracterizam-se pela ocorrência de vários
sintomas, concomitantes ou não, de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores, tais
como dor, parestesia, sensação de peso e fadiga. Abrangem quadros clínicos do sistema
musculoesquelético adquiridos pelo trabalhador submetido a determinadas condições de trabalho”.
Diversas são as causas das doenças do grupo LER/DORT, abordaremos abaixo as causas primárias
relacionadas;
- Força – Exigir uso de força em atividades pode levar a lesões; a intensidade da força: leve, moderada,
acentuada, a frequência em aplicação de força, a carga sustentada, o posicionamento estático assumido,
o gênero, o preparo físico e diversos outros fatores relacionados são geradores de doenças.
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- Postura ruim / Postura Inadequada – A flexão exacerbada de coluna, por exemplo, gera compressão em
articulação, a elevação de braço acima de 90º, o desvio acentuado de punho,... são posturas que geram
compressão, desgaste, impacto.
Exemplo: Depósito
- Compressão Mecânica – O apertar, comprimir a articulação é também uma condição para lesão.
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Muitos acham que os casos de LER/DORT são gerados apenas pela repetitividade, você leu acima que as
causas são diversas e que qualquer articulação do corpo pode ser atingida.
Consideramos que as ferramentas quantitativas são ótimas para gerarem um resultado rápido, objetivo,
preciso sobre os riscos ergonômicos, mas não se esqueça: a avaliação qualitativa é extremamente
importante, pois as ferramentas não são completas, não questionam tudo sobre um posto de trabalho, não
estão direcionadas para aquele ramo específico.
Não basta apenas aplicar ferramentas, deve-se saber qual ferramenta aplicar em cada função/atividade,
resumo abaixo os objetivos de algumas ferramentas:
trabalho;
considerada;
marginal
Ocupacionais articulações;
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e o antebraço.
devido à sobrecarga
desfavoráveis;
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inferiores aos intervalos 19º a 26ºC
ou 35% a 50%);
Pergunta 1: devemos aplicar NIOSH se quisermos saber o risco em membros superiores devido a
repetitividade?
NÃO. Pontuamos várias limitações, como por exemplo, não deve aplicar quando levanta a carga com
apenas uma mão.
A prática na aplicação das ferramentas irá gerar o aperfeiçoamento e a redução de erros em pontuação.
Por mais que seja uma ferramenta numérica, ela ainda depende da interpretação do ergonomista.
O médico do trabalho da empresa poderá utilizar a análise ergonômica realizada em diversos momentos:
- Quando o colaborador é atendido no ambulatório e relata quadro de dor em coluna cervical, por exemplo,
o médico poderá consultar a análise ergonômica e verificar se há alguma relação com o trabalho exercido;
Causa – Efeito
Nexo Causal
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- O médico é um integrante importante no comitê de ergonomia, ele irá relacionar a procura ambulatorial,
os atestados recebidos e as recolocações ao documento de ergonomia e discutir com o grupo ações a
serem tomadas;
- O médico poderá realizar assistências técnicas ou perícias judiciais de casos relacionados à ergonomia e
assim verificar a possibilidade de adquirir a patologia no trabalho;
- O médico, tendo entendimento da função, dos riscos ergonômicos envolvidos e da condição patológica
poderá direcionar um trabalho adequado e eficaz, acompanhando a evolução e preparando o posto para o
retorno do colaborador.
17- Qual o benefício do rodizio e como ele deve ser aplicado em postos de trabalho?
O rodízio deve ser planejado, muito bem estruturado, deve-se “rodiziar” atividades de:
Diferente arduidade;
Com uso de grupos musculares diferentes;
Com exigência de concentração diferente;
Ciclos de trabalho com durações diferentes.
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Deve haver capacitação, entendimento da atividade a ser realizada para não impactar em
produção, para não gerar acidentes, para não gerar retrabalho;
Durante período de implantação deve acompanhar as metas de produção, os relatos dos colaboradores,
os relatos dos líderes, os resultados alcançados; normalmente pequenos ajustes são necessários, fique de
olho!
18- Quais programas de qualidade de vida podem auxiliar na redução de riscos ergonômicos?
Sempre que começamos um trabalho em um cliente levantamos todos os programas e benefícios que
disponibilizam aos colaboradores, com certeza eles podem auxiliar na redução dos riscos ergonômicos.
Listamos abaixo alguns programas que influenciam no dia a dia e na consequente prevenção:
Ginástica Laboral
Técnicas de Massagens
Nutricionista
Esportes
SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes
Semana da Qualidade de Vida
Atendimento Psicológico
Áreas Recreativas
Ambulatório de Fisioterapia,...
Todos estes serviços e diversos outros colaboram para saúde física e mental do colaborador; veja que
muitas não são exigências legais, mas os resultados alcançados são ótimos para empregador e
empregado.
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Lembrando que estamos abordando sobre a norma regulamentadora 17, portanto não vamos citar sobre
pausas de outras normas (abordagem sobre calor, frio, químicos,...).
É comum em postos administrativos realizar a pausa não programada, o colaborador levanta para tomar
um café, ir à mesa de alguém..., mas em postos operacionais deve-se programar a pausa, pois um posto
depende diretamente do outro no fluxo da linha.
Consideramos como pausa aquele período de descanso, parada, e não necessariamente “ficar a toa”,
pode ser parar, descansar, aquela parte do corpo exigida na função.
Alguns períodos comuns que são considerados como pausas: DDS – Diálogo Diário de Segurança,
Ginástica Laboral, Café e Lanche, almoço, até mesmo o rodízio.
Sempre se deve registrar os períodos de pausa, calcular a pausa diária total; não precisa assinar a cada
vez que o colaborador sair para pausa, mas algum documento deve registrar que ela existe e é controlada
pelo líder/supervisor.
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Oriente através de blitz postural, teatro, palestra, folder, interação com personagens,...
Empurrar ou puxar
Quando utilizar algum carrinho para transportar materiais coloque o carrinho de frente para você, empurre
e não puxe; fique com os braços posicionados para frente e não para trás. Use o peso no corpo no
deslocamento.
Salto Alto
Saltos acima de 4 cm fazem com que o peso do corpo, que antes depositado sobre todo pé, se transfira
apenas para a ponta dos dedos, causando dores, calos, indisposição, mau humor, dificuldade em
locomoção e alterações da coluna.
Sentar
Nós temos dois ossinhos bem no meio de cada lado do bumbum, estes ossinhos são os nossos apoios
para sentarmos, não devemos sentar sobre a coluna, quase que deitados, pois assim estaríamos
descarregando o peso do corpo sobre a coluna.
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Devemos sentar sobre todo o assento da cadeira (não apenas na beirada ou no cantinho), devemos apoiar
a coluna lombar sobre o encosto da cadeira.
Evite cruzar as pernas para o fundo da cadeira, para trás. Mantenha os pés apoiados no chão ou apoiados
sobre o apoio de pés (se você não possui apoio para os pés, apoie sobre uma caixa, por exemplo).
Observe se suas pernas estão formando um ângulo de 90º entre tronco, quadril e joelhos, não deixe os
joelhos muito altos, nem muito baixos em relação ao quadril.
Escolha com bastante atenção sua cadeira, ela será sua companheira em longos períodos de atividades
de trabalho.
Carregar peso
Nunca carregue um peso sobre a cabeça ou sobre o ombro, carregue-o em sua frente com os cotovelos
levemente dobrados (o peso próximo ao corpo) e na altura da cintura.
Se possível, divida o peso nos dois lados do corpo, carregue cada peso com uma mão (direita e
esquerda).
Quando o objeto tiver um peso alto e você precisa pega-lo do chão, abra as pernas entre o peso, dobre
um pouco os joelhos e abaixe a coluna; assim o risco de lesão será reduzido.
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Se o peso estiver excessivo, carregue-o por partes ou utilize transporte auxiliar (carrinho, talha, ventosa,
roletes,...).
Espero ter ajudado e esclarecido suas dúvidas, diversas outras questões podem ser formuladas e estou à
disposição através do nosso canal do youtube para aprendermos sobre ergonomia e escrever a história
desta área de estudo apaixonante e que evolui a cada dia.
Saber que o colaborador estará bem, com saúde, feliz em executar seu trabalho e a empresa se
desenvolvendo, tendo produtividade, conseguindo cumprir seus deveres e colhendo os frutos deste
programa é bom não é?
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