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FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE – FAVENI


JOSÉ ADILSON HOLANDA

GESTÃO DE RISCOS DOS ASPECTOS ERGONÔMICOS NA PRODUÇÃO DE


UMA EMPRESA DE LATICÍNIOS

FORTALEZA - CE
2021
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JOSÉ ADILSON HOLANDA

GESTÃO DE RISCOS DOS ASPECTOS ERGONÔMICOS NA PRODUÇÃO DE


UMA EMPRESA DE LATICÍNIOS

Artigo Científico Apresentado à Faculdade de venda


nova do imigrante – FAVENI, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista Pós Graduação
em Ergonomia pelo Instituto Cultus.

FORTALEZA
2021
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GESTÃO DE RISCOS DOS ASPECTOS ERGONÔMICOS NA PRODUÇÃO DE


UMA EMPRESA DE LATICÍNIOS
José Adilson Holanda¹
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação
aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO A Segurança do Trabalho (ST) é responsável por assegurar ao trabalhador, um ambiente


adequado para que o mesmo possa desenvolver suas funções de forma segura. Sabe-se que,
quando a ST não age de maneira correta, o colaborador fica sujeito a acidentar-se, prejudicando
assim o serviço no qual atua afetando inclusive sua produtividade. A ergonomia objetiva oferecer ao
trabalhador um ambiente confortável no qual ele poderá atuar melhor acomodado, uma vez que
defende que o equipamento utilizado no trabalho seja adequado ao colaborador. O proposto estudo
tem como questão norteadora: Quais ações as empresas deverão adotar para que o ambiente de
trabalho possa se adequar oferecendo melhoria do desempenho na produtividade e diminuição das
doenças ocupacionais? Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivos: Geral: Apresentar as
ações de ergonomia realizadas no ambiente de trabalho de uma empresa de lacticínios; e
específicos: i) Analisar os resultados das ações durante o desempenho de produtividade dos
colaboradores; ii) Identificar a economia proporcionada para a empresa a partir da diminuição das
doenças ocupacionais. Assim, realizou-se uma pesquisa de natureza qualitativa em uma empresa de
laticínio localizada na Região Metropolitana de Fortaleza período de 01 a 30 de Setembro. Foram
selecionados quatro colaboradores do setor da indústria, sendo dois auxiliares de produção e dois
Operadores de máquinas. O instrumento de pesquisa foi o método de avaliação ergonômica RULA.
Cabe ressaltar que a aplicação de análises e correções nos ambientes laborais trará considerável
resultado positivo referente a produtividade, tornando o ambiente de trabalho conforme as normas
vigentes, minimizando assim os danos à saúde do trabalhador.

Palavras-chave: Segurança do trabalho. Ergonomia. Produção.

adilsonholanda30@outlook.com
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INTRODUÇÃO

A segurança do trabalho tem um importante papel frente aos


colaboradores de um serviço, pois através dela pode-se assegurar o desempenho
de suas funções, uma vez que a mesma visa proteger o trabalhador, bem como
evitar ou minimizar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Entretanto,
apesar dos Programas de Segurança do Trabalho implementados no Brasil,
observa-se falta de adesão adequada por parte das mais diversas empresas.
A falha na segurança dentro de uma produção acarreta danos
significativos para o serviço. Tais lacunas trazem consequências que se iniciam pela
falta de mão de obra, haja vista os colaboradores perderem a confiança para
realizarem suas atividades em um ambiente que oferece risco eminente. Esse
cenário estende-se em longo prazo, uma vez que, acidentes de trabalho podem
gerar afastamentos ou óbitos com consequente interrupção do processo produtivo
ocasionando, dessa forma, prejuízos no que diz respeito à produção.
Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) entende-se por
ergonomia a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre
seres humanos e outros elementos de um sistema. O objetivo da ergonomia é
permitir que o homem tenha condições de trabalho que sejam favoráveis, com o
intuito de torná-lo mais produtivo por meio de ambiente de trabalho saudáveis e
seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por consequência,
concorra para um menor desgaste e um maior resultado (BARBOSA FILHO, 2010).
Dessa forma, entende-se que a mesma objetiva desenvolver e aplicar técnicas de
adaptação do equipamento de trabalho ao homem de forma eficiente e segura,
proporcionando conforto adequado para que o colaborador exerça suas funções.
As consequências da falta de ergonomia incluem, por exemplo, lesão por
esforço repetitivo (LER) ou doenças osteomoleculares relacionadas ao trabalho
(DORT). Ambos os acontecimentos são causados por esforço excessivo,
movimentos repetitivos e má postura. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS), realizada pelo IBGE, em 2013, 3.568.095 trabalhadores disseram ter tido
diagnóstico de LER/DORT, episódios esses que podem ser reduzidos por meio da
ergonomia.
A ergonomia no âmbito da segurança do trabalho (ST) visa evitar ou
reduzir as chamadas doenças de trabalho que são ocasionadas por riscos
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ergonômicos e/ou ambientais. O setor de ST dentro de uma empresa é responsável


por estruturá-la ergonomicamente oferecendo adequadas condições de trabalho.

DESENVOLVIMENTO

A ergonomia evoluiu ao longo dos anos, reafirmando sua importância até


os dias atuais. A seguir, uma breve abordagem sobre a História da Ergonomia.
Segundo Silva e Paschoarelli (2010 p.18), desde a Antiguidade a forma
de trabalho é estudada pela sociedade. A organização do trabalho apresentou
relevância, uma vez que, sem ela, não seriam possíveis as mais diversas conquistas
alcançadas ao longo dos anos.
Acredita-se que o primeiro estudo realizado sobre o assunto foi o do
general e filósofo ateniense Xenofonte, por volta de 427 a 355 a.C., que preconizou
a divisão do trabalho de maneira que cada operário efetuasse sempre em uma só
operação, durante a fabricação de coturnos da armada grega, trabalhando, dessa
forma, as primeiras noções de ergonomia. O estudo do trabalho foi continuado por
Leonardo da Vinci (entre 1452 e 1519), que, em suas anotações, constavam ideias
de organização racional de trabalho, em que indicam a divisão das atividades
profissionais, a mensuração do tempo e o uso de quadros visuais de ordenação e de
lançamento, semelhantes aos atuais quadros de planejamento.
Por volta do século XVII, o médico italiano Bernardino Ramazzini,
considerado um dos primeiros estudiosos das causas das doenças ocupacionais,
versou sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho. Seus estudos foram
publicados por volta de 1700 em um livro denominado “De Morbis Artificum Diatriba”
(Doenças ocupacionais). No fim do século XVII, os estudos de Bernard Forest de
Bélidor surgiram com planejamento do trabalho e das interfaces ergonômicas na
organização do trabalho a fim de confrontar estudos referentes à substituição dos
seres humanos por máquinas nos postos de trabalho. (SILVA; PASCHOARELLI,
2010, p. 30).
Consoante Martins (2002), no século XVII, Ramazzini se interessa pelas
consequências das condições de trabalho e descreve, através de monografias, as
primeiras doenças profissionais: problemas oculares de pessoas que fabricam
pequenos objetos, custos humanos posturais dos alfaiates, danos à coluna vertebral
relacionados à movimentação de cargas pesadas, surdez dos caldeireiros de
Veneza.
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No século XlX, Patissier realiza as primeiras estatísticas sobre


mortalidade e morbidade da população operária. Após o trabalho de Ramazzini,
Patissier, em 1822, publicou um novo tratado sobre as doenças dos artesãos e
aquelas provenientes de várias outras profissões. Dessa forma, entende-se que
embora a ergonomia tenha o ano de 1949 como marco histórico, é nítido que ela já
era praticada e empregada desde os primórdios da humanidade (SILVA;
PASCHOARELLI, 2010).
Já o século XX para a ergonomia é marcado por Jules Amar que, por sua
vez, criou o primeiro laboratório de pesquisa sobre investigação do trabalho
profissional, chamado “Conservatório Nacional de Artes e Medidas”, do qual foi
diretor e onde realizou estudos dos diferentes tipos de contração muscular (dinâmica
e estática) que forneceram as bases da ergonomia do trabalho físico. Em pesquisa
realizada em laboratório sobre o corpo humano como máquina, utiliza métodos
ergonômicos e de cronofotografia. O fisiologista ressalta a relevância de aplicar
princípios de mecânica ao estudo do corpo humano, entendido como uma máquina
que produz energia, e seu rendimento está diretamente associado a questões
fisiológicas, ambientais e psicológicas (SILVA; PASCHOARELLI, 2010).
Atualmente, de acordo com a Previdência Social, um estudo publicado no
‘‘Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho”, apresenta um
balanço dos auxílios-doença e das aposentadorias por invalidez – benefícios por
incapacidade – concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no
período de 2000 a 2011. Nota-se que durante 12 anos, doenças motivadas por
fatores de riscos ergonômicos e a sobrecarga mental têm superado os traumáticos.
Segundo o diretor do Departamento de Saúde e Segurança Ocupacional (DPSSO)
do MPS, Marco Pérez, há alguns anos, o setor industrial registrava,
proporcionalmente, mais acidentes de trabalho. Entretanto, com a melhoria e
informatização dos ambientes de trabalho, os acidentes típicos vêm baixando sua
incidência. “Por outro lado, verificamos afastamentos prolongados por algumas
doenças que são desencadeadas ou agravadas pelo trabalho. Ou seja, do ponto de
vista relativo, enquanto há uma diminuição no número de acidentes típicos, há um
aumento no número de afastamentos por doenças do trabalho”, comenta Pérez
(BRASIL, 2014).
De acordo com Lida (2005) a Ergonomia estuda diversos fatores que
influem no desempenho do sistema produtivo. Ainda, referem que atualmente existe
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um respeito maior às individualidades, necessidades do trabalhador e normas de


grupo. Uma das consequências dessa nova postura gerencial foi a gradativa
eliminação das linhas de montagem, onde cada trabalhador realiza tarefas simples e
altamente repetitivas, definida pela gerência. Essa prática sempre acarretou
consequências prejudicais à saúde do trabalhador.
Quando há ambiente de trabalho no qual o colaborador realiza suas
atividades sem conforto ergonômico ou confiança para realização de sua função,
estudos comprovam que muitos acidentes acontecem. Segundo Machado (2013),
existem algumas vantagens ao se investir em ergonomia, em especial nos
programas relacionados à atividade do trabalhador.
As Estatísticas de trabalho no Brasil é um ponto que deve ser enfatizado
em um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST), pois no
período de 2011, ocorreu a cada três horas, uma morte motivada por riscos
decorrentes dos fatores ambientais do trabalho e próximo de 81 acidentes e
doenças do trabalho reconhecidas a cada hora na jornada diária. Neste período foi
relatado, em média, cerca de 49 trabalhadores/dia que não retornam ao trabalho
devido à invalidez ou morte. (BRASIL, Previdência, 2016). Partindo para doenças
causadas por ambientes ergonomicamente incorretos observa-se que a dor na
região lombar é um dos principais motivos de afastamento por atividades
profissionais em longos períodos (acima de 15 dias), sendo a segunda causa de
afastamento para períodos curtos.
Para durante a vida, aproximadamente 80% das pessoas apresentam
algum episódio de dor lombar provocada por atividades de levantamento manual de
cargas. A lombalgia está no topo do ranking dos problemas de saúde gerados no
emprego em países industrializados, contribuindo com cerda de 30% de todos os
afastamentos do trabalho por doenças e representando 50% do total de custos
diretos relacionados a esses afastamentos. Aproximadamente a metade dessas
pessoas apresenta dor irradiada para os membros inferiores (SPECK et al., 2019)
De acordo com o pesquisador francês Savall (apud BISPO, 2013) vários
são os benefícios que a organização terá ao investir em ergonomia. Citadas abaixo
algumas delas:
1- Redução de até 3% no absenteísmo (ausência do funcionário do
posto de trabalho). Sabemos que quando um talento não está
presente para realizar as suas atividades, muitas vezes não
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apenas a sua produtividade fica comprometida, mas também a de


outros colegas de trabalho podem ser prejudicada;
2- Diminuição do desperdício da matéria-prima e dos produtos não
conformes em até 25%. Vale salientar que quando se evita o
desperdício, a empresa tem lucros e, muitas vezes, melhora a sua
imagem junto à sociedade, principalmente quando o negócio pode
causar impactos sobre o meio ambiente. O sentimento de
responsabilidade social torna-se visível aos stakeholders;
3- Os pedidos dos clientes chegam a ser entreguem em até 95%,
dentro do prazo estimado. E cliente satisfeito resulta em novas
oportunidades de negócio para a organização;
4- Investimento na ergonomia significa melhoria na qualidade de vida
das pessoas, pois estudos comprovam que também ocorre a queda
de índices de acidentes e incidentes (quase acidentes) no dia a dia
dos trabalhadores.

Dentre as vantagens relatadas acima percebe-se que todos abordam


melhor produtividade e imagem da empresa. Proporcionando ganhos a Organização
como um todo.
Sabe-se que um ambiente laboral que oferece riscos constantes de
acidentes e doenças do trabalho, consequentemente afetará a produção como um
todo. Podendo prejudicar dos níveis de confiança dos colaboradores perante a
atividade realizada, como a qualidade do produto, os desperdícios e o baixo retorno
de produção. Segundo Ministério da Saúde (2001), as Lesões por Esforço Repetitivo
(LER), atualmente conhecidas como Doenças Osteomoleculares Relacionadas ao
Trabalho (DORT), referem-se a patologias do trabalho.
Tratando-se de doenças, no caso ocupacional, faz-se necessário
entender um pouco da fisiopatologia da mesma. Grandjean (1998), por sua vez,
defende que um dos fatores que induzem às LER/DORT é o trabalho muscular
estático, caracterizado pela permanência na mesma posição por determinado
período. Se ao trabalho muscular estático for acrescida carga (peso), há uma
propensão maior e indução mais rápida à fadiga e às lesões do sistema músculo-
esquelético. É importante considerar que o músculo que faz trabalho estático não
recebe energia nem oxigênio do sangue, e deve usar suas próprias reservas. Além
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disso, (e isso talvez seja o maior prejuízo), os resíduos metabólicos não são
retirados, ao contrário, acumulam-se e causam a aguda dor da fadiga muscular.
De acordo com Freires (2003), em ergonomia busca-se encontrar as
posturas neutras, ou seja, aquelas que determinam cargas possíveis sobre as
articulações e segmentos músculos-esqueléticos. Quando não é totalmente
possível, tenta-se alcançar o mais próximo disso.
Assim sendo, profissionais acometidos por distúrbios osteomoleculares
apresentam sintomas tais como: dor localizada, cansaço excessivo, formigamento
nas extremidades, parestesias e paralisia, perda funcional, inchaço local,
desconforto físico, dentre outros. Entende-se dessa forma o colaborador é atingido
tanto fisicamente quanto psicologicamente, podendo chegar ao esgotamento.

Aplicação do Método RULA

O método supracitado permite que seja realizada uma análise ágil dos
membros inferiores. Sua finalidade é identificar a exposição sofrida por
trabalhadores durante suas atividades laborais. Por sua vez, o método RULA utiliza
diagramas posturais, acompanhados de tabelas que facilitam a avaliação da
submissão do operário aos fatores de risco. Primeiramente, observa-se a tarefa
desempenhada pelo funcionário no decorrer dos ciclos de trabalho. Por meio dessa
observação inicial o avaliador realiza a seleção das posturas mais relevantes,
atribuindo como parâmetro o período de duração da atividade ou o requerimento de
maior carga postural. Ou seja, é selecionada a postura considerada como pior no
ciclo observado (MCATAMNEY; CORLETT, 1993).
A sua aplicação passa pela realização dos seguintes passos:

Figura 1 - Qualificar a posição do braço, segundo o ângulo do cotovelo.

Extensão / Flexão Extensão [+2] Flexão [+2] Flexão [+3] Flexão [+4]
+1 Abducção / +1 Ombro sobre-elevado / -1 Braço Apoiado
Fonte:
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Figura 2 - Qualificar a posição do antebraço, segundo o ângulo do cotovelo.

Extensão / Flexão [+1] Extensão [+2] Flexão [+2] Flexão [+3]


+1 se o Antebraço cruzar o plano sagital do tronco ou realizar operações exteriores
ao tronco

Fonte:

Figura 3 - Qualificar a posição do punho.

Extensão / Flexão
Extensão [+2] Flexão [+2/3] Flexão [+2]
[+1]
+1 se o Antebraço cruzar o plano sagital do tronco ou realizar operações exteriores
ao tronco

Fonte:

Figura 4 - Qualificar a rotação do punho.

Rotação Média [+1] Rotação Extrema [+2]


+1 se o pulso está dobrado em relação ao eixo

Fonte: Figura 5 - Qualificar a posição do pescoço.

+1 +2 +3 +4

+ 1 Flexão lateral + 1 Rotação


extrema Extrema

Fonte:
11

Figura 6 - Qualificar a posição do tronco.

+1 +2 +3 +4

+ 1 Flexão lateral + 1 Rotação Extrema


extrema

Fonte:

Figura 7 - Qualificar a posição das pernas.

+ 1 Em pé com o peso distribuído em + 2 Pernas e pés mal apoiados e peso mal


ambas as pernas e com espaço para distribuído, em posição sentado ou em pé
modificar posição
+ 1 Sentado com pés bem apoiados e o peso bem distribuído

Fonte:

Figura 8 - Interpretação dos resultados.


NÍVEIS DE
AÇÃO
Pontuação de Postura aceitável se não for repetida ou mantida
NÍVEL 1
1-2 durante longos períodos
Pontuação de Investigar; possibilidade de requerer mudanças; é
NÍVEL 2
3–4 conveniente introduzir alterações
Pontuação de
NÍVEL 3 Investigar; realizar mudanças rapidamente
5–6
Pontuação de
NÍVEL 4 Mudanças imediatas
7+

Fonte:

De acordo com o método foram encontradas as seguintes respostas das


atividades avaliadas: A atividade acompanhada do Funcionário 1 no Setor do Doce,
obtendo tarefa executada de alimentação da linha de produção chegou a pontuação
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7, que propõe mudanças imediatas para execução de tal atividade. Assim como a do
Funcionário 2 no Setor do Doce que realiza tarefa executada de operação de
Máquinas.
A atividade acompanhada do Funcionário 3 no Setor do Queijo,
executando a tarefa de alimentação da linha de produção também alcançou
pontuação 7, que sugere mudanças imediatas para execução de tal atividade, bem
como a atividade acompanhada do Funcionário 4 no Setor do Queijo, tarefa
executada de Operação de Máquinas.
Os resultados obtidos por meio da analise postural servem como base
para definir o nível de ação a serem tomados nos ambientes e nas atividades
analisadas. Seguem as avaliações na figura 9.

Figura 9 - Avaliação Do Funcionário 1.


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Além da avaliação pelo método RULA, foi aplicado um questionário aos


colaboradores, estruturado com 13 perguntas. Destacaram-se quatro perguntas.
Quando questionados sobre algum desconforto causado pela atividade exercida no
trabalho, 95% dos entrevistados responderam sim. Posteriormente foi perguntado o
que o trabalhador acredita ter ocasionado as queixas iniciais no trabalho. As
respostas mais comuns foram postura inadequada e repetitividade. A terceira
pergunta que foi relevante foi: As máquinas são as adequadas para se fazer a
atividade que lhe é cobrada? Totalidade dos colaboradores respondeu que as
máquinas são inadequadas. Por fim, destacou-se o questionamento que dizia: Como
você classifica a intensidade do trabalho que faz na área? Leve, moderada ou forte?
75% respondeu que desempenha trabalho de forte intensidade, enquanto 25%
acredita desenvolver atividade moderada e nenhum respondeu intensidade leve.
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CONCLUSÃO

Por meio desse estudo, pôde-se concluir que a avaliação detalhada do


método de análise postural é de suma importância para determinar o quão
ergonomicamente incorreto o ambiente de trabalho está. Uma vez que, dessa forma,
é possível identificar o que precisa ser aperfeiçoado na empresa a fim de melhorar a
qualidade de vida e, consequentemente, o desempenho do colaborador.
Por meio do método de registro e análise postural RULA, pôde-se
identificar que a empresa de laticínios X necessita adotar medidas cabíveis para
proporcionar maior conforto e menos riscos de agravos à saúde por condição de
trabalho. Por meio das avaliações, caberia a empresa adquirir melhores máquinas,
estruturar o layout das mesmas e considerar padrões para reduzir esforço repetitivo
e excessivo nas atividades.
Vale ressaltar que a ergonomia propicia uma diminuição dos gastos dos
empregadores, quando comparado o investimento para tornar um ambiente salubre
e os gastos com afastamento de profissionais e tratamento de doenças
ocupacionais. O engenheiro de produção desempenha relevante papel em uma
empresa, uma vez que pode evitar condições ergonômicas desfavoráveis.
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REFERÊNCIAS

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Atlas, 2010.

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Universidade estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2003

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