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T f\ N Q U E R E Y

COMFÊND\0

TR AD UÇ ÃO DO
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ÃO FE RR EI RA
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DIR.EITOS EXC LUS IVOS DE PR.O
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POR .TUG {)ES A, PAR.A P-OR.TUGAL
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TIPO GRA FIA POR TO MED ICO,
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- Praça da Batalha, 12-A - POR
TO - .:~_
·,.

http://www.obrascatolicas.com
,--,,- r,cv V AÇAO

a aprovar e a recomendar est b ?.. r


sanos sobret d l a o ra aos 1vossos dioce-
qu e d,ese1em
. u o ado c ero, aos seminaristas e aos ;ovens
apren er a .,, . d S J
.as inef'áveis doçuras da v:d:c:;ir::atntos e saborear
,
Braga, 5 de Novemb1·0 de r925. PREFACIO

t MANUEL, ARCEBISPO PRIMAZ,


..
DA QUINTA EDIÇÃO

Como o título indica, não é este Compêndio um


. · tratado completo, senão apenas um sumário, que possa
{~•ser.vir de moldura :ou esqueleto a estudos mais circuns-
l •
{t ta:nciados e profundos. Ainda assim, para evitarmos a
Jl;Aridez dum Compêndio, esmerámo-nos em desenvolver,
·. cpm reflexões próprias a gerar a piedade, · os pontos
.essenciais q~e constituem a vida interior, tais como a
habitação. do Espírito Santo na alma, a nossa incor-
1. po.ração .em · Cristo, a parte que . t_em Maria ·na san-
.Ji\Íicação dos homens, a natureza da perfeição e a
\n~eessidade de a ela tender. Igualmente nos espraiá.-
)nos na explanação das três vias, insistindo· no que
·:pode levar as almas à confianç<1;, ao amor, à prática
:;das virtudes. ·
O_u·i Ccmvencidos como estamos, de que. o Dogma é a
:<base da Teologia Ascética, e de que a exposição do
·;.1que Deus fez e não cessa de fazer por nós é o esd-
\mulo mais eficaz da verdadeira devoção, tomámos · a
1: f)"·
/~peito recordar sumàriarnente as verdades . da fé sobre
1'.!
· .qu_e __assenta _a vida _interlor._ Assim_.pois, _é º -·nosso~ - - ~
_,.tratado antes de tudo doutrinal, empenhando-se. por
)~mostrar que a perfeição cristã dimana logicamente dos
,~,r.zripssos dogmas e sobretudo da Incarnação, que deles é
: ;i~1tº .,centro. Mas, ao mesmo tempo, é prático; porque
1

: ., · 'fl_lâo há nada como ui:na fé viva e esclarecida para nos


t-animar a · fazer os esforços enérgicos e perseverantes
Tque a reforma de nós mesmos e o cultivo das virtudes
: reclamam. Esmerámo-nos, pois, desde a primeira parte,
r· • '.' em tirar dos nossos dogmas as conclusões práticas que
:J http://www.obrascatolicas.com
X
PR EF ÁC IO
PREFACIO Xl
deles es po nt ân ea
m en te se de ri va
n_1eios ge ra is de m , em de du zi r ,
pe rf ei çã o e e~tim os •· un iã o rnt1.1na co D eus e a p az q ue a ac om pa nh a,
ti ca r o qu e le ra ular os le it or es a fm
da r co o az S . t- T er es a qu e o co m ba .
m com at en ça o : pr a-
et non au di to re s « Estote fa ct
ores ve rb i r~corl ~ fim nd a
an a ' te esp1 -
ta ,it um » 1. r1tua na o se não à no ss a m or
te .
Na se gu nd a pa rt e, M as es ta s lu ta s . an te s . estas al te
rn at iv as de
em in en te m en te incess,.,
cessamos de ap
oi ar as no ss as pr át ic a, na o conso1açoes e de pr ov as na o te1m na da de as su st ad or
,.,
do gm as ex po st os conclusões so br ra as al m as ge ne
nossa inco1p01·aç.ii,
na pr im ei ra , em e os
pa rt ic ul ar so br e pa. h ro sa s, se m pr e un id as a D eu s ta nt o
_o em C ri st o ·e
a ha bi ta ção do a na • on an ça com.o na pr oc el a.
· Sa nt o em nós. E sp ír
A pu ri ficação da ito ,
fe it am en te , se m al m a nã o se faz
no s in co rp or ar m pe r- E so br et ud o pa ra os seminaristas e sacerdotes
fo nt e de to.d a a os n' A qu el e qu te li vr o se rá útilq~ e
e é ·a escrevem.o s; m as er
tudes cr is tã s nu
pu re za ; e a p1·á
ti ca po si ti va da s esP amos ,qu eoses as
nc a é tã o fácil, vi r: comuni-da Jes re t · · sas e at e a nu m er os os secu l
a nó s A qu el e co m o. qu an do at igio ·d . ares
qu e as po ss ui na
su a pl en it ud e e
ra ím os qu e hoJ.e c ul ti va m a v1 a m t er t.or' pa ra ex er ce re m mai•s
ar de nt em en te no tã'.o eficaz m en te o ap
-las de se ja co m un os to la do 1 .
ín ti m a e ha bi tu al ic ar : Q ua nt o à
com D eu s, nã'.o un iã o
m en te , se m vi ve se re al iz a es ta pl
en a- E xp or em os , an te. d d as do
T ri nd ad e qu e vi
rm os so b o ol ha
r e di re cç ão da s e tu o, d ap ut ri na s certas ou
SS.ma ,, comummente en as lu ga r m ui to
gr es so no s tr ês
ve em nó s. A ss
im qu e, o no ss
o pr o- ' rece bidas ' re se rv an
,., . d° , d , •d
as si na la do .pe la
gr an de s es tá di os
da vi da ·e sp ir it ua
re st ri to as qu es co
to ds esntirroitve rt i as. H á' sem uv t a,
no ss a ;· ; in co rp or-aç l é di ve rs as escolas ua li da de ; mas
C ri st o Je su s e ão pr og re ss iv a e .P os ho m en s
em 1 d 1 es tã o de ac
pl et a do ·E sp ír it
pe la ,d ep en dê nc ia
ca da vez mais co
pondera.ao s . e~sad vá ridas esco as or do em
o sa nt if ic ad or . mi. . tu do o qu e ha de ir am en te
e ve r a do ut ri na im po rt an te pa ra ,ª
direcção da s alm co m um é a qu e
E st a adesão ao , as. E ss a no s
V er bo In ca rn ad o ex po re m os , es for an do -n os po r pr es en tá -l a na m el
E sp ír it o nã o ex e ao seu divin'o ç_ , . a ho r
clui, an te s, pe lo or de m l6aica e ps os for po ss ív e1. S
ascese so br em an co nt rá ri o,. su põ e um 0 icologica qf u : n. e po r
ei ra ac ti va,. S. 1·P a vezes m os tr am os ta pr e ·erenc1a pe la es pi ri tu al id ad e
au lo ; qu e tã'.o pe cer
m en te pô s em ev
id ên ci a a, no ss a ~n rf ei ta - -da Esco ta Franc ,. Jo se,cu lo X V II fu nd ad a no s ens1.
;e a no ss a un iã o corporação em C es..., J ,., , -
com D eu s, ne m ri st o na m en to s d e S · Pa ul o e S· oa e em ta.,o pe ne e ·t
t
· so br e a ne ce ss po r is so in si st e 1' •o, a
id ad e da lu ta co m en os ha rm on ia co m d ut . T '
b~mem velho; ·co nt ra as te nd ên ci a o rm a. c as. stca de Sa nt o omas,
nt ra o m un do e as 'd o de cl ar am os com da de qu e temos a .
E is o -m ot iv o po os es pí ri to s das tr a m ai or smcer1 1
mais
su bi da es ti m a
ta s vezes fa la m
r qu e, na ex po si
çã o das tr is -·via
eva~. pelas outra~ esco las e a m ão s argas
os de combate s, ta n- . nos ut ili za re m os d suas ri qu ez a s po nd o a m ir a m ui to
enérgicos, de m or esp'irit_ual, · 4e es mais em ev id en as ,
ti fi ca çã o, de tent forços ci ar o qu e as ap im a qu e o qu e as
leva nt am entos, · nã ações, · de quedas ro x
o so m en te par~ , de di fe re nc ia .
at é parél as al m os pr in ci pi an te s, a su a Sa nt a M ãe
as ad ia nt ad as . _g mas A o Verbo In ca rn , se de da
be m na s realidad in di sp en sá ve l at ad o e
es, e, ai nd a-~1fu en ta r di vi na Sa be do ri a,. h ·l d m en te d e dºtca mos es te m od es to
esmo ao . de sc re ui_n1 ef
ve r a tr ab a lh o , so br em an ei ra a or tu na do se pu de r, sob ta.,o
'
.1 · r1 .' 1 Jac. I, 22.
!li
http://www.obrascatolicas.com 1 .;.
xn
PREFACIO

po de ro sa égide
e ' contr1'b ut.r pa ra
A d or a b ilí ss im a T ri nd ad e i . . a.· .g lor
' . d S
ta a au tí ss im a
U t in om ni b, u ho
no ri fic et ur D eu s
pe r 'Jesum. C hr is
tu m 1,

J· -A s po uc as m
LlS T f\ C R O N O L Ó G 1 C f\ E f"\ETÓD
· ·d
e tçao , pa ra . te rm u an ça s qu e· in·tr·
ob se rv aç õe s qu os na d 'd od · lCI\
e ho uz tm os ne st a qu in
·f· ev1 a- co ta
m o t tc ar am . ·a nt a- as henév'ol
esseA uv. er am po a's
ne ta d o no bem faz er -n os
d r
. ej a- no s . líc ito re b Ih
d'taisS
· ag
ra de ci m en to s
g1'st . ss o tr a a o. ' nã o F R lN C lf I\ lS f\UTORES CONSULTfiDO .S
ar ne st e lug
contr1'b ut•r pa ra ª to d ar os ·m ai s co r-
. f i os qu an to -
O ap er e ço
am en to de S· as si·m q m. Pa,.ecéu-tios q1te,
st e C om pAense ra m eni vez. de apre
d'10
· . re se nh a alfabétic sentar simplesmén
So a, va lia 1iiais, pa te um a
da SS.mlit uâ e d' Is um a lis ta jnntam t"a. ut ili da de do
a V ir ge m sy8 de(S . }
, · .- eDe ,
ezemnbarofedsta
e 19 da Im ac ul ad a C on ca nd o, a, pat"tif'
eti.te· cr on ol 6g ic à
da Id ad e M éd ia ,
e m et 6d ic a, dos
s lei.tot'es, da r
autores, in di -
20 . ce ·1ç -
ao N âo mencionatno as escolas a ·que
eles pertencem.
! s, porém, senão
os pr in ci pa is , oi
\ . que como ta is co
nsideramos 1.
i ao menos os
Ao. TANQUEREY.
I. - A ID A D E PA
T R ÍS T IC A
~ a ida de em qu
e se ela bo ram
esp iri tua lid ad e e os mat'eriais qu e
em qu e en co ntr am co rts titu irã o a cié
os já du as sín tes ncia da
·, , • · '. I e a de 5. 'João ~s a de Ca ssi ati
., . Clí111aco no Or ien
te.
o no Oc ide nte
·
DU RA NT E OS
'IRÊS PRIMEIROS
SÉCULOS : -
:
S. Clemente, C ar ta _,
à lg,•eja ae Co t'i nt

--------
..
'i(~ . m en da r a co nc 6r
H em m
ffer
,.m-L.,,
di a, a hu m ild ad e
ej ayO. Pa
stor
(q o- ,5 5) , P. G .,
o (e. 95) pa
.e a ob ed iê.ncia, 'P. ra l'eco-
G., I, e ed.
----~- ~ 11, 8 9 1 -, o u , expóe
· 'l2{ - -~o r ex te
Ed. Hemmer-L ns o_ .ts co nd iç õe s _d
. ,. ;.,• r; ei"!f, com traad. vofra lta -a D eu s pe la
j·,:./ ncesa po , A, L. pe11it~
long, com
,f in tr od
Cuç
l,mão
••Ie< no taAs.l= nJ
(Ç', de ,ô a, Paed
IX, 247- 4, e ed agog•" (depois ·de
'i-;' verdadeirp79gn . Berolittensis, de
sc re ve co m o pd
195), P. G.,
a .ascese o
S. C ip <i ••6s tic o ch a à co nt
• (2 00 -•eg
3
em pl aç ão • .
oration,e, De op 58 ), D, habitu •irginum
ere et eleemosynis, , J, dominica
liv or e, ae lap.sis, de bgno pa tie nt ia
P. L., IY ; mas e, de ze lo et
a m el ho r ed. é
V ie na 1868-187 4 a de H ar te l,
1 •
1 Pa ra com
ll P. PO UR RA T, La pletar estas lndíc:tçôcs ,
,,~
i
1 T n .,
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Sp iri lua lít é chréiienne, 2 in- ver a excelente obra
12, Pa ris , Oa ba ld a, 1918~1921,
de
XIV LIST A CRO NOL ÓGIC A E MET ôD!C
A OC'S AlJT ORE S CON SUL TAD OS
XV
0
2. Do QUAR TO Ao sÉr1~10 SÉCULO
: - P: G., XXX , que dão a conh ecer a dísc
iplin a mon ástic a do
A) . Na Igreja do Ocidente: Oríe nte.
s. Joáo Crisóstomo, (3 44-4 07 ) , , c_up• s H omi ias form·am u~ ·z· ·
S. Ambrósio (333 -397 ), De officiis mini repo rtóri o com pleto de mor al e ascet1ca, P. G ., XL
stro rum , De virgi- eno trata do De Sacerdotio exalt,1 a VIII;L:}_{IVd,
nibus. De vidu is, De virginitate, P. L.,
XVI , 25-3 02, e a ed. de 0 seu [-,enu excelenc1a o
Vien a. n
sace rdóc io, P. G., X LVI 11 . e e d • ·N airn
·· .
_
S. Agostinho (354 -430 ), Confessiones S, Cirilo de Alexandria (t ,i.44), Thes .
aurus de
christiana, De Civi tate Dei, Epís tola
, Soliloqttia, De doctrina · ·ta t e, P. G , LXX V onde seSanc
· t t· Trint
consu bstan tta
ta et
pode
XXX lI, XXX IV, XLI . Pode -se
.CC XI, etc., P. L., • estu dar as relaç ões entr e a· alma e. .,a SS.m T '. d• d . m
'
1 tirar das obra s do Sant o Ps.-Dionysius, (e. 5oo) a nn a e. . .
1 Dou tor umá teolo gia ascética e míst De divinis nom inib us, De ecclesiast~ca
ica que com plete e corr ija bierarchia, De mystica the~logia, P.
1 a Cass iano 1 . G., III; a sua dout rtb~
1
. Cassiano (360 -435 ), ftist ituta Coe sobr e a cont emp laçã o insp irou quas
nobiorum, Collatid~es, e todo s os auto res su
1 P. L., XLI X-L ; e sobr etud o a ed. sequ ente s.
de Vien a por Petschenig, , S
S. Joáo Clímaco • (t 649) , ca l a para d' ·
188 6-18 88. Uma trad . f~ancesa das
Colações {Conférences) por m ou A Esca da
Dom Pichery apar ece na Libr airie S. que con duz ao cett, ' p G LXX XVI II 632- 1 i:64 : resu mo
Thomas, em S. Max imin · ·• '
; (Var ). Estas cola ções ou conf erên cias de ascé tica e míst ica para os mon ges do Orie nte, aná 1ogo ao d
. r<;:suínem: toda a espi ritua 7 e
lidad e mon acal dos quat ro prim eiro Cass iano para o Ocid ente . · · ·
s sécu los , e não cessaram ele
ser apro veita das pelo s auto res subs eque s. Máximo, Confessor (580 -662 ) com pleto ~ e esc larec eu
ntes . . . dout rina do Ps.-D ioní sio sobr e a cont a
S. Leão (Pap a, 440 -461 ), Sermones emp laç~ o, P~~ do-a em
disc urso s sobr e as festas de Cris to Sen
, P. L,., LIV ; os seus ~ Ver bo Inca rnad o que nos ve10 dern
hor Nos so estão tão chei os cone xao com o . . p G IV o seu Li<Vr car ; ver
de dou trina e pied ade que a Igre ja os seus Escólios sobr e ·D·ionis, 10, . O Ascé-
emp rega muit os dele s nos . p. Gº~ ., ' . p G. XCI
seus ofíci os litúr gico s. tico, ., XC ., 9 :i: 2 _95 6 , a sua Mys tago gta, • .., ,
S. Bento (480 -543 ), Regula, P. L., 657- 7:i:7 .
críti ca de Butl er, 191 2. Esta regr LXV I, 215 -932 ; ed.
a torn ou-s e, do VIII º N . B. Não menciona.mo& os· ao.tares."'~
~ , 'VIIº a XIº par 11áo a;u11ta•
sec:
ao XIII º sécu lo, a de quas e todo s
os Mon ges do Ocid ente , e ren• "ª"ª de importa11te ao edif(c io da up,r,t ual,d
ade.
o ,
reco men da-s e pela sua disc rição e
facil idad e em adap tar-s e a
todo s os temp os e países.
· •
S. Greg ório Magflo (540 -604 ), Expo sitio
in librt mt Job, sive
II. - A IDA DE MÉD IA
Mor ali,i m libri XXX V; Liber t'egulae
past ora/ is 2 ; Dialogo-
rum li'bri quat uór· P. L., LXX V-L XXV , . .
II. Ja se forma m escolas que elabor am e sinte11zam os e1e m entos de espirituali-
dade espars os pelas obras dos Santo s Pa d res , I d' · os autore s das
n tcarem os, pois,
B) Na Igreja do Orie nte: princi pais escolas.

S. Atanásio ( 297- 373) , Vita S. Anto nii,


vida e, por natu ral cons equê ncia , a espi onde se desc reve a i:,º A EscoLA Bi!Nl !DITI NA: -
ritua lidad e do patr iarca
d_os mon ges e dos ceno bitas , P. G.,
XXV III, 838 -976 .
S. Cirilo. de Jerusalém (315 -386 ), cuja s : N b d· de Bec em Nor man dia: S.
adm íráve is Cateque- a a a 1a . Anselmo (103 3-11 09),
ses traça m a imag em do verd adei ro crist ,
ed. Reischl. ão, P. G., XXXIII, e cuja s Meditações e Oraç ões estã'.o cheias de pie
. d d · t ente
a 1un am6 1. 8
.. · S. Basílio (330 -379 ), De Spir itit
ondé se enco ntra desc rita a acção
Sanc to, P.
, ·. ·
'G., XXX II,
dogm ática e afec tiva, P. L., CLV III, 10
9-Sz do, 55-
1
C ur Deus homo, P· L·• C L VIII ' 359 _,1_ 32 , on e se enco n raro
f •
º\ '
~fim taC ~ita a Deus pe10
do Espí rito Sant o na alma sólid as cons idera ções sobr e a ofensa_ :T •
rege nera da; Regulae fusius tractatae cead o e sobr e a virtu de das satisfaço
, Regiilae brevius tractatae es de nsto .
p Na abad ia de Cistet·: s. Bernardo (1~9 . .
1 P. POURRAT, op. cit. t, I, p.
269-344, dá uma sínte se da sua
dade afec tiva e prát ica exer ceu imen
0-! 1~3) , bu1a
sa mfluen.c.1a so r_e is
ra1J:
espir itual idad e. ,.,· idad e méd ia. Sermones de te•npore,
. 2 Este livro , que é uma verd .. · de SancTtis, dde dtvde~bs '
adeir a teolo gia pastoral, ainda hoje
mult o útU, foi adap tado às necessida
des do nosso temp o· por Mgr.
in Can tica Can tico rum ; D e consi•dera t·ton e ,. r· e oara t us
Hedley com
http://www.obrascatolicas.com
r._1,,._:_... o título Lex Le,,itarum, La_ formalion
C' .&..... ~- ~ r,,. r. - ~ ~ - • -
sacerdotale d'anrJ.•
XV! LISTA CRONOLóGTCA E METóDICA DOS AUTORES CONSULTADOS XVli

et humilitatis et ·b · L .b d 3.º A EscoLA DoMINICANA 1 : espiritualidade baseada


CLXXXII-IV. supet tae; t er e diligendo Deo P. L.,
sobre a teologia dogmática e moral, que faz corpo com ela e
No . d R concilia a oraçâo litúrgica e a contemplação com a acção e o
de ârda (tmosteiro e . upe1:ts_be1•g, perto de Bingen : Santa Hil-
g No 11 7_9), Liber dtvinorum operum P. L., CXCVII 1 r; apostolado: Contemplari et contemplata aliis trade,·e.
Ma na ( mosteiro de lielfta, . na Saxónia : Santa .Gertrude; '.f":' _, S. Domingos (1170-1221), fundador da Ordem dos Pre-
M t~ld ld25M6-1301), Sattta M11tdde ·de Hackeborn
a• e . e agdeburgo (t
1280). a . .
(t 8)
129 , e
,, , g;idores, elaborou as suas Cotistitttições segundo as dos Pre-
,:1,-_ monstratenses, com o intuito de formar pregadores sábios,
terizadas por uma piedade . l ' s s_uas Revelações, carac-
sima devoção .. 0 -5 ·C - rnt:P. Jes e af.2ectt1)a, manifestam ternís- · tft:_·, II~~~~s de def_e1;1der a rel!gião contra os mais doutos a~~er-
No ... : oraçao ae esus . .
m~ste1ro de Alvastra, na Suécia: SantaiBrígida ( 2 ,, S. Alberto Magno (1206-1280), Commentarii in Dionysium
- 373 ) , CUJas Re'Velações descrevem de. . 3~ 2 -
1
. •i' ·Areopagitam, ln quatuor libras Smtent., Summa theologiae,
e real· t . , . . . maneira muito viva
0 :. , De , sacrifício missae 2.
Noss~s c:tsd:R.:;~se:i : b; tdo ª Paixão de Cristo Senhor -
6 8 !., :d Santo Tomás o Doutor Angélico, (1225-1274) versou exce-
' . !entemente todas as questões importantes de Ascética e Mística
Ndbo mosdteirDo
De a aeren o eo por de Castel, Alto-Palatinado • Jnão de Castel
·t b · , óas suas diversas obras, sobretudo na Suma Teológica, nos
Magno .· D; .l umine
. '. mui o tempo atri uído a S Alberto
increato, 1410 3, · 'Comentá1·ios sobre S. Paulo, sobre o Ciintico dos Cânticos,
. Em ltalia, S. Lourenço Justiniano ( 8 , ) f · sobre os Evangelhos, no Opúsculo De perfectione 'Vitae spiritua-
das congregações italianas e d I , . 13 º1-1455' re ormador -lis, e no Ofício do 55,mo Sacrametito, tão cheio de piedade
De
obr~s _de espiritualidade prática~ e;oomsecu .ª,";, e~c·reveu várias doutrinal e afeétiva. Esses diversos textos foram logicamente
cbri_sttanae.perfectio,iis. De 'Dita t·t . 'P~D~ttone et complanctu côordenados por TL. de Vallgornera, Mystica Tbeo logia D, Tho-
incendio dfoini a . .D
D
De ' obedientia; De b~militate ~o arta 'r, e_ co?temptu mundi;
. ' . e per ecttonts gradibus ; De
mae, Barcinonae, 1665, et Augustinae Taurinorum, 1889
t. II,EVenesa, 17~;).ts' e regtmme praelatorum ( Opera omnia,
et ·19rr.
• · . S. Vicente Ferrer (1346-1419), De vita spirititali, verda-
. . m Espanha, Garcia de Cisneros15 (t 10) deira obra-prima, que· S. Vicente de Paulo tinha sempre à
E1ercttatorio de la vida e :p. 't l , que no seu · 'éfabêceira, trad. pelo P. · Rousset, 1899, e pelo P. V. Be!'lia-
espiritual. s irt ua traça um programa de vida
dot, 1918. · · .
i 0
·- Santa Catarina de Sena (1347-1.380), O Diálogo, cuja
2, A EscoLA DE S Vícr . . . .
tes são: Hugo (t ). D OR, CUJOS prmc1pa1s representan- melhor tradução francesa é a ·do P. Hurtaud (Paris, Lethiel-
'Vanitate mundi SoliÍ;/ '. elac,•ahenti~ christianae fidei, De leux, 1913); Cartas, trad. fr. por E. Cartie1·, 1860. A Santa
tis De modo ·o;andi D utum e arr a antmae, De laude carita- c::xaha à misericórdia divina, que nos criou, santificou e se
(P: L., CLXXVI) . ' e amore sponsi ad sponsam, De meditando manifesta até nos castigos que tendem a nos purificar. A me-
lhor edição das Obras completas em italiano é a de Girolamo
Ricardo (t 1 ~
1 ad contempl t·
ª
) B • .
73B'
tonem, en1amin maior seu d
tionis, Expositio in Cantt' -- r, .
.
.e,tif'!mttt !11-tt:ior seu de praeparatione
· I
ID elgr'c;1a,contemp a-
Gigli, Sena 17..07 3. _
,,,: · Mestre Eekart, O. P. (t 1327), de quem não restam mais
'1L.Lantteof'.Um--'<:1-~ XC ~ IJ) que- ir·agm.entos -q.ue não. permitem- reconstituir. a. sua-do.utrina..;..__~-
Esco Ia. ªº rr77),
, Sequentiae
._ (P. L., CXC.\'I) , 0 vpo~~a da mui tas das suas proposições foram condenadas, depois da sua
0
1 tnort,e, por João XXII (Denzingcr, n. 501-529).
Tod 6s. txêtp_ artem do simbolis,no .d . ·, Tauler (t 1361), autor de Se,·mões que, pela sua dou-
rem a D eus pe 1~.contemplação.·· · · .ó universo, para subi- trina elevada e enriquecida de compallações, foram o assom-
bro dos seus contemporâneos; trad. latina de L. Súrio, trad.
francesa do P. Noll, O. P., em 8 vol., Tralin, Paris; ed.

l M, SALVA YRE S B d l . . .
2 Revelationes Geri• _ernar • ma Ire de v1e spmtuelle, Avignon 1909 .. 1 Ver a Vie Spirit., n. 0 de Agosto de 1921, consagrado à espiri-
d!t!nos de Solesmes, l~~tftf; .ª\%_dchtfdianae, ~ublicad_as pelos :Bene~
dwm, 1878 ; ou, lnsinuations de 1d di . • -~a.ncesa . Le Heraut de l amour
tualidade dominicana; P. MANDONNllT1 S. Domínique, L'idée, l'homme et
l'a!Uure 1 1921. •
· 2 O Paradisus animae, trad. pelo P. Vanhamme com este título:
Ste Gertrude (Art catholique) . St
0
ne/ite, 191~ i _Ex_e~cices spirifuels de

• f
,.11,
DOLAN, colecção Pax, 1922, '
S DO!t\ J, HUYBEN, Vie 8n;r;,
e er ru e, sa Ule. mteneure, por D. O.
http://www.obrascatolicas.com
1nnn
Le Paradis de /'àme (Saint Maximin, 1921) 1 e o De adhaerendo Deo, trad.
pelo P. 13erthier com o titulo de L'Union avec Díeu, não são dele; são
v t r .....
.........~ - - - - 1 - - ~- _t:;_ "\TT(7 - !L- - . l ! C __ ... : ___ _
~í~.~-r·~ XVIII LISTA CR ON OL óGI CA
E ME TóD ICA DO S AU TO RE S CO NS UL
TA DO S XIX
c:ít ica ale mã de Vetter,
191 o . . As Instituições não fo Pod em -se con sid era r com
gidas po r ele, mas con têm ram red i-
um res um o da sua dou trin
a · nov a
vid a comum e os Cónegos o seus dis cíp ulo s os !,·,nãos da
ed. , Par is, 19 09. 1·~gra1ites de _Wi1idesheiEm,
. . esp ecu lati vos ; por ém ma n1en os
B. Hen riqu e S11so, O. P. (t
1365), cujas obr as for am 'pub assinalemos :
is pra tico s e mais c1aros,
ntr e e1es
cadàs em ale mã o pel o P. li-
Gerardo Groot (t 1384),
H. Suso, e em francês pel oDeP.nifle : Die Scbriften des beiligeti aut or de d·iversos opu,scu I d
os e
H. Suso, Ga bal da, Paris, 1899 Tb,•iot: Oewvres ,nystiques de · pie dad e.
Florêncio Radewijns (t 140 T
. . l d d
0), rac tat u us_ evotus e exti ' .
fº A EscoLA FRANCISCANA, pat ion e vit i.or um et de acq ,•-
jun tam ent e cspecitlfl,tíV(l uisitione vera1•um vi,•tutum
• . afectvva, que par te dô e Ge,-ardo de Zutphen, De
ascenciowibus ; De réform . .
amo,• áe :Jesus crucificado, atiotte
am ar e pra tica r ale gre me nte par a fazer vir iiin i animae, 1 493·
as vitttttdes crucificantes e Gerlac Petets (13 7.8 -14 .
a pob rez a. sob ret udo .
u), cui a obr a prmc1p. ;1l e, o 5 o t·t
S. Francisco de Assis (11 · qui um , impresso. em Co lón t º.-
81-1226), Opuscula, ed. crí tica ia em 1916 com o titu lo
Qu arr acc hi, 1904. de tum cttm Deo col loq uiu m; de lgt u-
S. Boaventura (1221-1274), alé -~ J:i ' E. Asse iaine, com o títu lo tra d. francesa rec ent ~ por Do1!'
m das suas obr as teo lóg ica ,· 11 de Sol ilo que enflamme, St.
com pôs mu ito s tra tad os s, •f'' ~ min . A dou trin a é aná log Ma xt -
asc étic os e mís tico s rec a à da Imi taç ão. .
t. VI II da ed. de Qu arr olhiclôs no Tomás de Kempis (1379-147 ,
(ch am ado tam bém focendiu,n
acb i, em par tic ula r:' De
trip lici via
I :ttJf mu ito pie dos os 1, ond e se
1), aut or de div ers os opu scu los
enc ont ram as _ideias e po
L tic a: o lti!zéM1·iu m mentis amoris), Lig ntu n vitae, Vit is mys- r vezes as
r tos ent re ~s obr as teo lóg
ad De um e o Bre vilo qui um
ica s {t. V ed. de Qii arr acc
, dispos- J.~i; exp res sóe s da Imitação :
Sol
rum , Va llis lili oru m, Canticilo qui um ant~n.ae, Ho r:u lus . rosa-
a, De eleva_tione ~ientis,. L,b
exc ele nte s bos que jos asc étic b) con têm spiritiialis exercitii, De trib ellus
os e us tabertiaculis. Ho ie ~ m:1
· O aut or des con hec ido das místicos. dos aut ore s atr ibu em -lh e
a
or par te
po r . mu ito tem po atr ibu Meditationes vita e Cb ris ti,
obr a liv ro que é mais bel o que pat ern id~ de da Í,,utaçao, ." esse
ída a S. Bo ave ntu ra, mas sai
um_ dos seu s dis cíp ulo s, esc rita po r Ev ang elh o não é obr a hum u da mao dum h_o~em, p01s que
O
exe rce u gra nde inf luê nci 0 ana » ; e esta opm1ao par
Mé dia , 0tr 1ta ndo de ma nei a na Ida de mu ito pro váv el. ece -no s
ra afe ctic a os mis~érios de
Cri sto e sob ret udo da sua N. S. Jesus João Momhaer ou Maubu .
rne, aut or do Ro set um. .
Pai xão
David de Augsburgo (t 127 . tiorutn spiritiialiitm (14 . ex~1•,;~-
t'iot·is hom ini s reformatio 1), Fo rm ula .no vit ior mn de exte· pon tos da esp irit ual ida de,
94) ein qu~ tra ta dos prm
l ne, -· de ititerioris bom ini - e em par ticu lar dos me cip~{8
i tione,1 e~. Qu arr acc bi, 189 s reforma- me dit açã o 2• tod os e
9.
i _. . B. Angela de fo!igno (t
1309), O livr o das visóes e ins

l ,· çóes, tra d. po r E. Hello, tt·u- 6.º A EscoLA CARTUSIANA con


nov a ed. , Paris, T ral in, ta seis aut ore s pri nci pai s:
cre ve esp eci alm ent e a tra
nsc end ênc ia de De us e os
19 14 ; des -
sof rim ent os Hugo de Balma (ou de
de Jesus. Palma), que· viv eu d~r ant
Santa Catarina de Bolonl gun da me tad e do séc. XI e a se- .
ia {1413-1463) ens ina em II, é .mu ito pro vàv ~l~ ent
arm as -espiritttais contt•a As sete da Theologia mystica, po e o aut or
os inimigos da alma, me r mu ito tem po atn bu1 da
prá tico s para, triu nfa r ·das ios mu ito a S. Boa-
tentac;óes. ven tur a.
Lu dol io de Saxónia ou o
Cartus•iano ( 1300-~3,7_0)
5.º 4- EscoLA MÍSTICA FLAMENGA um a Vid a de Nosso Senhor _com~ ôs
tem po r fun dad or o cia sob re a pie dad e cri stã
, que tev e extrao~dm_;1na mf lue n-
B. João RuysLroeck {R.usb ; é liv ro de med1ta5ao
róquio}, (1293-1381), obr liv ro his tór ico , enr iqu eci _antes que
flam eng o pel os Beneditino as tra d. do do de pie dos as ref lex oes
s
ques; as pdn cip ais sao : Le ,la Ab adi a de S. Paulo de Wiss San tos Pad res .
tira das dos
des sept clôtures, ou das ren Mi roi t· du Sal ut etet·ttel, Le livr e Dionísio Cartusiano, o Do ,
uto r ext atic o (1402- 1 471 ) , com -
únc ias , L'O rne me nt des noc ·
tuelles: um dos mai_o res es spit-i- pôs num ero sas ob ras (44 1 0 nov a ed com er.ada em
dou tor es místicos, pro fun 8 6 pel os Ca,•tuxos âe vo • 11l 4· ,
tiv o, cuj a lin gua gem po r
vezes obs cur a necessita de
do e afec- 1
9
Montreuil-s1ir-mer ), · ent re T
{1retada ser in.t er- out ros ,
1,
1 Um a ediç ão com
~' Cfr . MG/ R. WA LABRT, de ser publicada por M. plet a e crít ica de tod as
~. PO HL: Thomae Hemerkeas suKas o~ras, êfa ba
dou tnn a em L'U nion deFPB bisp o de Bruges
l'âm e aoec Díeu, trad . por , que explica a sua
n a emp ,s, • • peru
J. HUYBEN, Jean Ruv.ç/,rn11rb R.. Ho orn aer t ; DOt,\ omniu 7 C:~~~-,H~~1~Rl[~~bt y_~· i/~!fiution
""' l/:n ~-'- "
http://www.obrascatolicas.com
·~····
.,_ , ·-- .. 2 méthodioue et Jea n Maubur
nus,
XX LISTA CRONOLóGICA E ME
TôD ICA DO S ÂUT ORE S CON SUL TAD
OS XXI
trat ado s ascéticos : De arc ta
'Via salu tis et con tem ptu mun vezes con8 itos sobr e pont os
De gravit_a;te et eno rmi tate pec di, acidentais ; mas a subs tanci a
dout rinal fica a mesma
cati, De conversione peccatoris, e aper feiço a-se pela discussão
.
J?e remedi is tent atio nttm , Spe Três esco las antig as cont inua 4
cufo.m con'Versionis ~ trat ado s mís m a dese nvol ver-s e : a esco
la be,.edit111à, · a
ticos : De fonte lucis et sem itis - ~•cola don1i,.ica11a, a. escola fran
cisca na.
discretione spir itiiu m, sem fala 'Vitae, De contemplatíone, De
r dos seu s Com entá rios sob r.º A Esc oLA BENEDITINA
S. Dio nísi o. re con serv a as suas trad içóe s de
João Lanspérgio (t r53 9), pie dad e afecti<oa e litú rgic a,
acre sce ntan do- lhe precisões dou
S. Cor açã o de Jes us: a sua. obr acéle bre pel a sua dev oçã o ao
prin
trin ais. · -
ad ani ma m fidelem, faz lem cip al All oqu ium Cbr isti Luís de Blois (1505-1566),
bra r a Imi taçã o. Os. Çar tux os pub lico u um_ se~ -nú ~~r o ~e
qpú scu los esp iritu ai~ ;. o prin
Mo ntre uil ree dita ram Opu scu
la spi fitu atia des te aut or.
d~
que , por ser uma smt ese asce ~ip al dele~ ~ lnsttt,ptio spintu.a}is,
_L. Súrio (1522-r578), ape rfei t1ca e m1st1ca, enc erra a sub stan
man i sob re as vida s dos San çoa ndo a obr a de A . Lip o- 1cia dos out ros . Alé m da ediç -
tos, pub lico u seis vol . in-f ol. âo de Anv ers, 1632, que con
pro bat is San cto rum bist orii s, De ·todas as obr as, pod e-se con tém
ond e dá pro va de mais pie dad sult ar: Ma ntta l 'Vitae spir itua
que de crít ica hist óric a. e con tine ns Ludo<Vici Blo sii ope lis
· ra spir itua lia selecta, Her der
Molina Cartusiano (r5 60- r61 . • Frib urg o, 1907 : Infe lizm ent ,
2), lnst,·ttcción de Sacerdotes; e omi tiu- se a fost itut io spíritua
nup1erosas ediç ões e trad uçõ ·lis; a mel hor trad uçã o francesa -
es ; Exercícios esp íritu ales ... é a dos Ben edit ino s d~ S. Pau lo
.on de trat a da exc elên cia e nec , de Wis que s, OE uvr es spirittte
essi dad e da ora ção men tal. les du V. L. de Blois, 2 vol.
Ma me t.
,
João de Ca1taniza (t .1~98}, t f , J l ·d
7.º FoR A DESTAS Esc oLA S: cris tian a · lnst itut ion utn div mae _De .'! 1:er_ecci~n ae a 'Vt a
pie tatt t libr i quinque.
D. Á.. Baker (r575-1641), com .
pôs diversos_ trat ~do_s, cuja
Pedro d'Ailly (1350-1420), sub stân cia foi con den sad a por
S Cre
Ope ra om nia de Ger son ), ed.
De fals is pro pbe tis (t. I de San cta Sop hia , peq uen o trab alho ssy em um livr o u:titula.clo
Elli es du Pin , An ver s, r706. sob re a con tem plaç ao, nov a
Gcrson (13 63- r42 9), ver sou ed., Lon dre s, Bur ns & Oat es.
qua se tod as as que stõe s ascé- Card. Bona ( 1609-1674), gera .
ticas e mís tica_s de man eira ao l dos Cis terc iens es Ref or~ a-
mes mo tem po dou trin al e afec dos : Ma nud uct io ad cae lu,n
ti-va: Le livr e de. ,,la 'Vie spir - ; Pt'incipia ~t .áo_cument~ ~nta
ittte
l'â, ne; Les ten tati pns ; La con lle d~ l' âm e; Des passions de chr isti ana e; De sacrificio mis
sae; De d,scretwne spir itum
e
science scr upu leu se; La prie re; etc. Num ero sas ediç ões , par ,
La com mu nio n; La Mo nta gne ticu larm ent e em Ve~e_za, 17
de la Con tem pla tion ; La Tbéo- _1764·; ext rac tos, Her der , Frib 52-
logie mys tiqu e spécttlati'Ve et urg o, Opu scu la ascetcca selecta,
pra tiqu e; La pe1,fectio11 du coe
etc. Sâo dig nos de not a esp ur, 1 9rr .
ecia l um trat adi nho enc ant ado
_ones t h·eo' 1ogia
De par vul is aá Cbr istu ,n r Schram ( 1658-172~),_ ln.stit~ti · .
trah end is e Con sidé rati ons trat ado did ácti co de ascet1ca e my:stica e,
S. ;}osepb ;' Ger son foi um sur e m1st1ca, com -exc elen tes con
dos prim eiro s que pro mo veu lho s aos dire cto res de alm as; se-
dev oçã o a este San to. a nov a
W. Hilton (t, 1396), Sca la .W. 8. Utlathorne (.1806-188 ed. Paris, 1868 .
perfectionis, trad . inglesa, Tbe (Do açõ es feitas ao hom em) ;
9), The Endowmen~s ,of tn~ti
scale of pe,f ecti oti, por R. P. G,·oiuidw~rk of the_c~rcstia,i .
Gu y. . tues (Fu nda men to das virt ude 'Otr-
. · Juli ana de Nor 'fic h, 'na Ing · s cris tas) ; Chr isti an fati enc
late rra (i_ !/4 ~ )., Reu latü ms- (Pa ciên cia cris ta); essa ulti ma e __ _
~ l a ç õ e s do
amo r div ino , nov a ediç ão, Lon
o{ oor a foi trad . em frances, e fiz
dre s, 1907). - par te da cole cçã o Pax (Desclé
Dom Guéranger (1805-187e)5), . ·
Santa Catarina de Génova (t
144 7-1 510 ): Diá log o ent re _rest_auradoi:,da C?rdem .Bene-
a alm a e o cor po, o am or- pró diti na em Fra nça , pre stou um
prio , o esp írit o e a hum ani dad serv iço maprec1_a~el as almas co~
de.. Cri sto Sen hor No sso ; Tra e a sua obr a L' Jlnnée liturgíq
ittí dii Purgatoil-é, not abil íssi mo, tte, de que red1gtu os nov e
trad . de Bussiere, Paris, T rali mei ros vol um es : foi con cluí pri-
n. . da pelo s seus disc ípu los, e resu
mid a no Catbéchisme litu,•giq -
tte de Dom Lediic, com ple tad
por Dom Bau dot , 192 r, Ma me. o
m. - D. Vital Lheodey, Ab ade de ., ' ,
A IDA DE MO DE RN A N. D. Gra ce, Les Vot.es. de
l'or aiso n mentale, 190 8; Le
Saí tit Aba ndo n, 190 9; Dire-
As escolas anti gas cont inua
dam -se outr as no<Jas que oper m a dar maio r precisão à sua
am um rena scim ento em espir dout rina ; fun- .
do Conc ilio de Tren to e da it u~l id ade, sob o in8u xo
http://www.obrascatolicas.com
Refo rma Cat6 lica inau gura da
por ele, Dnnt
lP ~"~
· 1
g e~as : A book
1 Tra d. !n_ .ºt.. spiri_!ual instructíon, Lon don , 1900 ;
XXII LIS TA CRO NO LôG ICA E
ME TóO ICA DO S AU TOR ES CO NSU LTA
DO S XXl!I
ctoit;e ~pi ritu el à l' rtsage d:-s~
e
not ave ts pel a clar eza , pre cisa istel'âetis t·éfo,·més, l 91 o ; obr as
e Bo nne Presse, Par is . O aut
or apli ca-s e a exp or a dou trin
o e seg ura nça de dou trin a. San to Tom ás con tra os erro a de
L' Abbcsse de S.te Cécile (C. s qui etis tas.
Bruyere), La vie spifoituelle A. Pin y (1640 -1:;709), L'Aban
l' oraison, nov a edi çi o, 192 2. et don ,. à l't._ vol ont é ~e Die ,i;
L' ora ison Ju coe ur; La ele{
D. Columha Ma1·mio n, Le Cb,•ist Di m; Le plu s par fait , etc.
du p14,r ani otir ; La pt•esence
de
áan s ses mys tere s; Le Cbr vie de l' am e; Le Cb,•ist ; a ideia_ centra_l de tod os
ist idé al d1t mo ine (Ab bay livr os é que a per feiç ão con estes
Ma red som , e Par is, Des clée e de sist : na con for mid ade com a
) 1. tad e de Deu s e na san ta resi
Hedley, The Ho ly Euc ba, gna çao e tota l ent reg a a Deu vo~ -
·ist , trad . em fran cês por Rot çõe s rec ent es: Let hie lleu x, s. Edi -
die re; La Sai nte Euc har isti t- Téqu i. , ,
e; Ret rea t, trad . em fr. por R. P. Rousseau, Avi s sut• , .
nea1i; Ret,•ait, Let hie lleu x. ']. Br11- les dive,·s etats d 01·atson , 1710 ·;
. Car d. Gasciust., Rel igio nov a ed. 1913, Le_thielleux.
L reli gio sa, Des clée , Ro ma , 191
Re! igio si, obj e~t o e &m da
vid a • · C. · R. Bitlua~t, Sum ma S.
Tho mae "hodiernis acadentar:
9. mo r ibus acc omo dat a, 17 46- till .
Dom · J. B. Chautard, L' Am 17 5 r.
e de to1it apo stol at, 5e ed. H. Lacordaire (1802-1861),
1915. Lettt•es à un jeutie homme siir
· Dom G,- Morin, L' Idé al •no la vie chrétienne ; Let tres à
nas tiqu e et la vie c1Jrétienne áes jeun
A. M. Meynard, Tra ité de la es gens.
des premiers jou rs, col ecç ão vie intérieiir, peq uen a S~m ;
Pax . de Teo log ia Asc étic a e Mís
tica , seg und o o esp írit o e os
pio s de San to Tom ás, ada pta prmc1-
i 2. A EscoLA DoMINICANA, pro ção da obr a de Val lgo rne ra,
dou trin a de San to Tom ás, fun dam ent e ded icad a à mo nt-F erra nd e Par is, 188 4 Cle r-
exp lica e sin teti za com clar 8. Froget, De l'ha bita tione 1899.
mé tod o º, seu ens ino sob re eza e du S. ,Es pri t J~ns les àmes_ius-
a ascese e a con tem pla ção . . tes, Let hie lleu x, 1900, estu
Tomas Caetano, (1469-153 do teo log ico ~u1 to sub stan
Sum a de San to Tom ás, com
4), no seu Co me ntá rio sob re a M. J. Rousset, Do ctri ne spir cio so.
ent ário pre ciso e pro fun do. itue lle, Let hte lleu x, 1902, ond_
trat a da vid a esp irit ual e da e
Luís de ~ra nad a (1504-158 uni ão com Deu s, seg und o a
ascética, trat ou com sol ide z
8), sem esc rev er de teo log ia ção cat6 lica e o esp írit o dos T rad t-
a per feiç ão cris t~: A G,i ia
e unç ão de tud o qua nto resp
eita P. Cormier, Ins tru ctio n San tos, .
des novices, 190 5; Ret ratt. e ,
de Pecadores; Tra tad o da sias tiqu e d'aprés l'Ev ang ile eccle-
e da med itaç ão ; O Me mo oração et la
e out ras ain da for am trad
ria l da vid a cris tã. Estas
obr as P. Gardeil, Les dons du S. vie des Sai nts, Ro ~a, 190~.
. em fran cês por Git•ará Esp rit áans les Sam ts dotnt-
nic ain s, Lec offr e, 1903, e
166z. , Par is, ~ arti go sob re o m~smo ass unt o
D. Fr. . Dictio1inaire de Théologie. em
Bastolomeu dos Mártires, arc
pen diu tn áoc trin ae spi ritu alis ebi spo de Bra ga, Com - P. E. Hugueny, Psàumes et Can tiqu , . . .
, 1582, res um o mu ito sub es dti B,•eviatre Rom am ,
cio so da vid a esp irit ual . stan - Bru xel as, 1921 -22.
Joannes a S. Thoma (1589- P. M.-A. Janvier, Exp osit ioti . .
1644), que no seu Cu rso de de la Mo rale catholiq tte Con f.
Teo log ia, ond e com ent a a San de N.- D. de Par is, Let hie lleu
to Tom ás, trat a de ma nei ra x, ond e se enc ont ram elo que
vel o que diz a res pei to aos not á- me nte exp osta s a mo ral e a nte -
don s do Esp írit o San to. ascese cristas.
Tomás de Vallgornera ( · R. P. Joret, La con tem pla
D. Thotnae, Bar cin ona e, 166
t 166 5), My stic a Theologia R. P. Garrigou-Lagrange, tion my_stique, ~923.
Perfection chrettene et contem
se e~c ont ra rec olh ida e clas
2, Tau rini , 1890, 19 rr, ond pla-
e tion , 1923.
sificada tod a a dou trin a de
Tor nas sob re as três vias. San to LA vrn semITUELLE, rev ista
ascética e mística, fun dad a
V. Contenson ( 164 1-1 674
), The olo gia men tis et cot·dis, em
ond e ao fim de cad a que stão 1919.
se enc ont ram con clu sóe s ascé LA VIDA SOBRENATURAL, fun
ticas. s dad a em Esp anh a em 1921 1
. ,
A. Massoulié(1632-1706), Tra ité de l'Amou1
Tra ité de la vér itab le ora iso · de Die u; 0 A EscoLA FRANCISCANA con serv
n; Mé dita tion s siir les troi s 3· ida de a o seu car ácte r de
Ap are cer am nov as edi çóe s voies. sim plic eva ngé lica , de pob rez a ale
: Go em are , ~ru xel as; Let hie de a!e ctu osa dev oçã o a Jesu gre me nte sup_o:·ta da,
lleu x s Me nin o e a Jesus Cru cifi
cad o.
, _ 1 Nes te mom ent? .
pub lica m os Ben edit inos na
seri e de obr as de esp 1rtt 1 Lib rair ie Sain t-M axim
uali dad e que será util íssi ma colecção Pax uma cam tam bém uma cole cção in (Va r), ond e os PP. Dominic
an,os pub li-
· de perf eiçã o. às alm as ansi osas de Chefs d'owvre osc~tique s. et_ mysliques, qtte
não pot\em deix ar de alim enta
r ·e robu stec er a vida cris ta.
http://www.obrascatolicas.com
XXIV LIS TA CRO NO LóG ICA E ME
TóD ICA DO S AUT ORE S CON SUL TAD
OS XX\'
Fr. de Osuna'. Abecedário
éspit-itttal, 15 28 e ss. ; o seu S. Inácio, nas cido em 1491
3 ·0 vol um e serv iu dur ant e mu ito tem po de gui a ou 149 5, hlc cic.lo em 1556,
a San ta fun dad or da Com pan hia de
Ter esa . Jesu s: Os l:'xet ·cicios Esp irit uai
mét odo de trab alho par a refo s 1,
rma
S. Pedro de Alcântara (t 156 2), um
dos dire cto res de con form and o-a com o div ino mod r e t1·a11s{orma1· uma alma,
San ta ~T cres a, La oraci~n y diz o P. Wa trig ant 2, con den
elo, Jesus Cri sto. ~ Esta obr a,
meditación, peq uen o trat ado sob sa um vas to mo vim ent o de alm
a oraç ~o, que foi tra~ uzi do em re
qua se tod as as líng uas . . e de pen sam ent o, len tam ent a
. Aro nso de Madrid, L' a,;t e des env olv ido no dec urso
de set·vir Dieu, pub lica do pri- séc ulo s ante rior es. Pon to de dos
mei ro em esp anh ol, Alc ala, par tida dum a torr ent e de vid
152 6, e trad uzi do em mui tas esp iritu al, que , des de o séc
ulo XVI, este nde con stan tem
a
líng uas . · . as suas ond as, é ao mes mo ent e
João de Bonilla, T,·aité de tem po o term o de con fluê nci
la pa.ix de l' âme, Al alá, 158 0, .,. , cor ren tes dive rsas que sulc am a de
Par is, 191 2. . 7 , .... -x·e mon tam .às do Cri stia
a Ida de Mé dia , e cuja s orig
ens
• · · Mat ias 8el1intani de" Saio nism o>.
, Pra tiqu e de l' oraison 11:e.ntale, :;·: Par a con hec er com plet ame nte·, · •• . · ·
Brescia, 157.3 . .. · o seu esp írito , ler tam bém
::_~.·_!~.f ;:,. ;;::• •C,'. "sti tuiç õ" 3
João dos Anjos, Obt•as Mís tica s, par ticu larm e Ca,ta., , bem eom o a Nar
trionfos,del- amo r de Di~s, 159 ent e Los ,açii.o d,
0, nov a ed. Ma drid , 19r 2-1 917 B. Pedro Fabro, o Me mor ial,
Jose du Tremblay (l Eminen . ri.1.rraçâo por men oriz ada dum
ce gris e). lntr odu ctio n à la 'lJÍe ano da sua vid a, de jun ho de
spirituelt.e par une facile métbod -1542 a julh o de 154 3: « uma
e d' oraison, 162 6. das jóias da lite ratu ra ascé tica
Maria de Agreda, La mys tiqu ".
fran cesa por Cro zet, 169 6.
e cité de Dieu, 167 0; trad . Álvarez _ de Paz, (15 60- 162
0), De vita spit-ituali. ejusque
· perfectione, 3 in-f ol., Lyo n, 169
Ivo de Paris, P,.ogrés de l' amo , ·. · 2-1 612 , trat ado com ple to de
,u· áiv iti, 164 2 ; Miséricor- esp irit ual ida de par a uso dos
des de Dieu, 164 5. Rel igio sos. _ ·
Suárez (15 48- 161 7), De Rel
igione, ond e se enc ont ra um
Bernardino de Paris, L'esprit
de S. François, 166 0. trat ado qua se com ple to de esp
iritu alid ade , em par ticu lar sob
, P~ ,de Poit!ers, Le jou,· mystiqr a ora ção , os vot os, a obe diên re
te, Par is; 167 1. cia às reg ras. . .
Luts· Ft... dArgentan•: (t 168 Léssio (1 554 -16
23) , De summo bon q; De per
0), Conférences su1· les Grati- fectionibus
deurs ,-1.e Die n; Exercices du · cb,· moribusque div inis ; De aiv inis
étien intérieu,•. n.ominibus. . .
· Braneati de Laurea, De ora
tiotie cbr isti ana r'687 trat ado S. Robetto Belarmino (15 42- .
da ora ção e da con tem plaç tis in Deum per scalas crea
162 I), De ascensione men-
ão, freq uen tem e~t e cit; do tura
Ben to XIV. por sancto,•um ; De gemittt columba r,1.-m; De a.eterna felicitate
Ma&,·Tbeologia My stic a, 166
9. De septem ver bis a Cl,risto iti e,c1·1tsive de bono lac rym aru m;
ce pro lati s .; Ge arte· bene
Tomás de Bérgamo (t 163 1), moriendi.
Fiwco á'.amore, Au_gsbtirgo,
168 1. Le Gaudier (t 1622),- De
perfectione vita e ;spit-itualis; "
Ambrósio de Lomh ez,_ Traité_
áe, l': .f!ai.t: intér~eru·, 17 57;
i.{ trat ado com ple to de esp iritu
alid ade ,• 3 vol . in-8 . 0 , ed. rece
obr a que se torn ou clas
1
s1ca , mu ito ut1l par a cur ar ·os esc nte
loso s; num ero sas ediç ões rece rúp u- /(fi
't·' 1
S57A· 1on
r so d' r1guE:z (t 1 6 1 6) , Exerc ~ e vw-
R, o
ntes ; : . tcio
' · s de pe1·,etç
t · ao ·
· Díd aco da Mãe de Deus, Ars • :,[.~:_•_. .,:,__ tii,1,es c1·istiis, obr a exc elen
myst'ica Salamática 171 3 te, que
Ludovico de Bess, La science
áe l~ pl'iet·e1 R;m a - 190 3 •
·. . esp ecu laçã o, não , deix a,nd o de par te tod a a
trat a sen ão do lado prá tico das virt ude s: inu -
La science du Pate 1·, 190 4; Eclaircissements sur :,. mer áve is ed içóes.
mystiqttes de S. ~:}e-a,1.- de laE le;
,·oix ,18 95. - - - · - -- -oeu1 -·
11:e~
.. AdolP.h.~s a Dende_rwindeke, •
tow ae ascettcae ad vita m sace
Q. M. C., Com prn áiu m tbeo-
1 A mel hor ediç ão é a
,·dotale111 et ,•eligiosam ,·ite ins- S. Ignatii de Loyo/a et eoru de Mad rid, 1919 ; Exercitía
ttiu end am, Con ven to dos Cap spiritualia
uch
I92 1, obr a mu ito doc um ent ada , inh os, Hér ent hal s (Bélgica), text os para lelo s : o autó graf om Direcloria, ond e se enco ntra m qua tro
gata , a prim eira versão, a trad espa nhol, a vers ão latin a cl1a_mada
ond e se enc ont ra, no tom o II ução do P. Roo thaa n. Em· Vul-
um a abu nda nte bib liog rafi a sob ed. Jennesseaux. francês v. a
re cad a que stão trat ada . ·
Ent re as escolas novas, são not ' l! Etudes Religieuses, t.
áve is sob retu do cin co. gan l pub lica -se na Bélgica a CIX, p, 134 .- Sob a direcção do P. Wat .
ri-
bém ap. Lethielleux, Pari s), Biblioihcque dei 'Exercices de
S, lgnace (tam-
1.º A. Esc oLA INA CIA NA: esp irit ual aspe cto hist óric o e dou trin al ond e seenco ntra tudo o que pode, sob
o
pra'tica
· , que ten de a farm ar ida de act iva enéryica .-. · s · Letlres de S. Jgnace de, fazer com pree nde r mel hor os Exercíci~s.
a von tad e em ord em à san loyo/a, trad . pelo P. M. Bou
pes soa l e ao apo stol ado . ' tilicaçâo' 1870, 1x, Pari s,
·· ·,

;,
4 Réci t du Pélerin pub lica
1 do por E. THIBAUT, Lou. .
vain, 1922.

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XXVI LIS TA CRO NO LóG ICA E ME DO S AUT ORE S CON SUL TAD
TôD ICA OS XX\'ll

S. Af_onso Rodríguez (t 161 e sub stan ci0s a, pub l icad a- pelo


7), Coa dju tor tem por al da P. Rig oleu c, mos tra com o pela
Co~ pan l11 a _de Jesus, elev ado mem ória freq u en te e afec tuo
a altí ssim a con tem pla çao sa Je Deu s que viv e em nós,
opu scu los, t1;ados_ das suas ; dois pur eza de cor açã o e doc i!id ade pela
,obras, tora m rec ent eme nte ao Esp írit o San to, se pod e che
c,a,dos (Des~lee, L1lle) : De l pub li- gar à con tem pla ção . -
uni on et de la tnm sfo rma tion
l ame en Dm t ; Exp lica tiot t des
dem and es dii Pat er.
de J. Surin (t 166 5), Catéchisme spi, ·itu
· . ~· de la Puente (t 162 de la vie spit ·itu elle ; La Gtú de el; Les fondements
4),
feccion del. Cbr isti àno eti todo Gu ia esp i,·it ual ; De la per - tra des env olv ida dou trin a do
spir itue lle; etc. ; ond e se enc on-
l9s My ster ios de nue stra Sàn
s stts esta dos ; Meá itac ion es
de P. Lal lem ant ; ma~ a trad . italiana
cta Fe ; Vid a del Pad,·e Bal tasa do Cat éch ism e foi pos ta no lttd
Alv are z, ~m dos dite cto res
de San ta Ter eza , que foi
,· J. Crasset, La vie de M.tl•ex.Hél yot, 168
con tem pla tivo . um 3; Cot tsid éra tion s
chrétiennes pou r tou s les jour s
' Et. Bin et, (1~ 69~ 163 9), Les V. Huby 1 Ret rait e 169 0; de l'année.
~ttr aits toiit-ptJÍ$sants de Mo ti{s d'ai met • Die u; Mo tifs
l amo ur d~ Jes u~C b~i st ; Le gra d 1aim er ']ésus-C hri st: ·
na chef-d' oewvre de Die u. et ·
les sou ver ame s per fect ions de
la S.te Vierge. P. de Caussade (16 93- 175 1), • · • ·
, J. B. de Sain t-Ju re (15 88- Aba ndo ti à la div ine Pro vi-
165 7), De la con tiai san ce den ce; lnstr1tctio1is spfrituelles
l r.:mo~~ de Jés us- Chr ist f Le et sur les dive rs état s J.' oraison
livr e des , Elii s ott Jés us cru i:ifi obr a reim pre ssa em 2 vol . in-1 ,
L Um ~o. ave c · N. S. Jes us Chr ist; é; 2, 189 2-9 5, Lec offr e.
L bom me spir itue l; nes tas P. Segneri, Accot•d du trav ai!
dua s ultt_?Jas obr as, apr oxi ma- et á.u repos dan s l' oraison,
se da dou trin a da Esc ola f,.â 168 0, con tra os erro s qui etis
tt- tas de Mo lino s.
cesa do seculo XV II.
· J. P. Pinamonti (16 32- 170 3), Il direttor
Migue_l Go1i~ez (ou ~a~ ing ), cris tian a; La via del cielo e delt a per fezi one
la Teo log ia mts ttca ; Pra xts (15 91- 16. 44) , Prá ctic a de ( Opere, Ven eza , 176 2) trad .
The olog iae mys tíca e opu s !ati fran cês : Le dire cteu r dans les em
ne vaies
red ditu m ah lgit atio de la
Reg uer a, nov a ed., P~rís Let Scarameli (16 87- 175 2), Dit' du salu t, 172 8.
leux , 19 20. hie l- ettorio ascetico, trad . em fran
cês por Pas cal : Gui de ascé -
Nou et (16 05- 168 0) · Con dui ' tique (Vi ves ); Dir etto rio mís
te J.e l'ho mm e d'or aiso tt dan trad . pel o P. Cat ofre , Dir ecto tico,
les <t10ies de Die u, 167 4, s ire mystiq11e, (Ca ster man ), um
. dos trat ado s mai s com plet os
~- Clá udi o de la ~olomLiere sob re a mís tica ; mas apr ese
retr aite s, nov a ed. Des clee , .189 (t 1:682), :}o urn al Je ses com o gra us dist into s de con
tem plaç âo as form as c/.iversas
nta
7, sob retu do a Gra nde retr aite mes mo gra u. dum
ond e ~e enc ont ram apo nta das ,
com uni cou dur ant e o seu reti
as graç as e luze s que Deu s
lhe
J. N. Grou (17 31- 181 3), Ma xim es spir itue.
1 : ro de 167 4. en form e de r.etraite wr í' a,no lles ; Méà itat iott s
• . _Bo~rdaloue (16 32- 170 ,ir de Die u; Ret t·ai te spir itue
4), Ser mon s ond e a mo ral sob re o con hec ime nto e amo lle
1 crts tas sao :xp o~t as com amp
lidã o e soli dez ; Ret rait e.
e ascese r de N. S. J. C., ediç ão com
• do P. Wa trig ant , Let hiel leux nota s
1
f._ Gu11l~re (16 15- 168 4), Ma , 192 0; Ma tiue l des âmes inte
i
ri
con dut te de~ ame s; Lt;s Secrets xim es spit-ituelles pou r la
de la Vie spit•í"tuelle 1,
J. Gall 1 Het, De l excellence de la dévotio
ble áe ']. C., Lyo n, 1 ti aii Coe ur ado ra-
rieu res; a dou trin a exp osta
Lal lem ant.
P. Pic ot de Cloriviere, rest
nestas obr as é aná log a à do

aur ado r da Com pan hia em


-
P.

733 . • Fra nça , Con sidé rati ons sur


!· . · _Petit-Didier (t 175 6), Exe l'exercice d.e la prie ,·e, 186
2,
,·ci tia spit -itu alia , tert io pro ba- exp osiç ão suc inta do que resp
tion~s a,m o a Pat rilm s Soc ieta eita a ora ção ord iná ria e ex-
tis obe und a; vári as ediç ões , trao rdin ária .
par ticu lar, , ~le rm? ~t, 182 1: em
um dos mel hor es com ent ário H. Ramiere (18 21- 188 4) cuja
dos Exu ·ctc ios esp iritu ais. s obr a sob re a Div inis atio n
du cbrétien assinala um regr esso
C. Judde (16 61- 173 5), Ret rait às dou trin as trad icio nais que
e de tren te jour s. Com ent á- serv em de bas e à esp iritu alid
rio mu ito sóli do dos Exe rcíc ·
ios; num ero sas ediç ões , em par P. Oliv aint , ']01u•nal deadesés.
cul ar a de Len oir- Dup arc , 183 ti- retr aite s ann uell es, 8.ª ed.,
3. 19 u, Téq ui, Par is.
A. Bellecius tr B. Valuy, Les vér tus religieuses:
704 _175 2 ) , V·tr t tt t·ts so t·J.
t ae praec1p . 1ia unp
. e- Le Dit-ectoire du pr2 tre;
áime nta , sitb sidi a et itic itam ent a; Me dul nov a ed. , Tra lin, 191 3.
P. Lallemant 2 .(t 163 5), La la asce seos.
J.octritie spir itue lle, obr a cur ta
Leth i!lle ~:ª1 9~~ -va edição acab
a de ser pub lica da pelo P. l P. BAIN VEL , Les écrits
Watrigant,
2 Cf. H •. !3REMÇ)N_o, Hisloire Myslíque, Avril, 1920, p. 161- spirituels du P. V. Huby. RPv. d'Ascél. el
manl et la trad,hon myshque dans /ittéraire ... 1 t. V. L'Ecole du P. 170; Juil . 1 1920, p. 241-263
Lalle- para uma ediç ão críti ca destes ; o auto r pre·
la C.íe de Jésus, Paris, 1920. escritos.

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XXVIII LlS T A CR ON OL óGI CA E
ME TôD ICA DO S AU TO RES CO NSU LTA
DO S XXIK
J.-B
, . Terrien
. , L ' i grace et l a g l 011· . e, r90 1, Leth iell eux S. João ela Cruz (1 543 - 15 9
1), dis cíp ulo de San ta T eres
La AR1cred de D1eu. et la Me ; suas qua tro obr as for ma m
,·e des !Jommes, Lec off re, l a, as
• eJ Ma
· . igny, p.1 a e·iqu e ae
um 900 . um trat ado com ple to de
1
/' ora iso Siib i,la del Mo ttte Cat 'me lo mís tica :
et ex%"ªp'' t1t<fU'C; num ero
• n me nta [
e 01·dinaire mo stra os está dio s que se
per cor rer par a che gar à con têm de
. ,i . sas ,edições, Bea uch esn e, P~r
oulatn, Des Gra ces d ora is.
iso n, trat ado de Teo log ia mís as pro vaç ões passivas que
tem pla ção ; Noc he osctira
d esc rev e
tica , u t1ma e_?. com not as - a aco mp anh am ; Lla ma de
do P. Bai nve l, 192 2 . exp õe os seus ma rav ilho sos am or viv a
. ~uc cer oni , Ex_e~cices spi efe itos ; Câ ntic o esp irit ual
ritu els à l' usage des prêtres em for ma lfri ca, a dou res um e,
gtett~ et . eles t·eltgteuses; , des reli- trin a das out ras obr as. Um
trad . do · ital ian o por P. crít ica esp anh ola ( Ob ras a edi ção
Let h1e lleu x, 1 6·. Ma zoy er del mís tico [?octot· San
91 · la Cr uz, 3 vol ., Tol edo '}ii an de
Cdhd. de Smedt, No tre vie ' , 191 2-1 914 ) foi pub lica
sur P. Ge rar do de San Jua n da pel o
facu I a és; as con diç ões d a su.a natu1·elle, seu pri ncí pio , suas edi ção foi feita• po r H.
de la Cr uz; um a trad . fran
ces a dessa
191 3. . p l ena act ivi d ad'e · Br.uxe Ho orn aer t, Des clé e, Par is
•. llas e Lille,
i: . , ' nov a ed. 192 2-1 923 .
. . Long~a!e, Ret rai te ann João de Jesus Maria (15
uel le de bui t ;ou rs, not es, 64- 161 5). Dis cip lina cla1
cad res , dev elo ppe rpe nts , Cas pla ns, 4 in- fol ., ond e se enc ont 1st1•alis,
term an, 19 20 · ram vár ios trat ado s ascétic
A. Eymitu, Le gou ver nem out ros , Via vita e; The olo os, ent re
r91 1-1 92: r. ent de soi~même Par is Per gia mys tica , ree dita da em
• rin der ; lns trit ctio nov itio ritm 191 1, He r-
' ": - ' · ' , trad . em fra11cês pel o P.
J..V. Bainvel, L~ dév otio n au [gnace de San te Ann e, Des Ber tho ld
dou trin a, his tór ia, .d.. Sac ré- Coe ttr de ']ésus, sain , Ma line s, 18 83 ; De
ed • 19 17 ; Le S ain ecclesiasticot•unt perfection viror1w1
vid a ínti ma da 55.mª V·
T
· t Coeur de 1M arie e, etc .
irg em , 191 8 ; La Vie inti José de Jesus Maria (15 62- 162 6), S,ib ida del alm
l ique, 191 6. me dtt cat bo-' ,i a Dias,
Ma dri d, 165 6.
, R. Plus, Die d u e,i no1~•s '· V,·v· e a vec B. Matia da lncarna1yão (M:me
']e5 1ts, 1 9 2 3 ; a apt açâ o das •dou r . · D_.teii ; D ans le Cb
rist mas a sua dou trin a e vir Ac arie ) não dei xou obr as,
trin as fun dam ent ais da Esc tud es ach am -se exp ost as no
Fra nce sa do séc . XVII. ola André Duv al, La vie adm livr o de
ira b/e de M.l l• Aca rie, 16
21 ; nov a
ed. , 189 3.
REVUE
d"~°. sp• e']m -~'ô'oloG
AscÉTiQUE DE MYsTIQUE: apa rec e tod os os
ET Ven. Ana de S. Bartolomeu -
i:rês
, j\ut obi ogl'ap lJie, nov a ed. , Bo· nne
sa,. des de
1 d~ Jan ~ir o de 192 0, sob Pre sse .
•e mb ert , com 1o fim de est a dir eéç ao Margari,la Acal'Íe, Con áiti
te chrétienne et 1·eligieuse selo
asp ect o his tór ico , dou trin uda r, sob o tríp lice sen tim etit s de la V. M. Ma n les
,.
l
al e psicológico as quê stó rgu eri te ... par le P. ']. M.
por tan tes da Asc étic a e Mí es mais im- Ver non ,
r1' L
stic a. ' 2.ª . ed. , 169 1.
Tomás de Jesus (15 68- 162
7), De con tem pla tiot te div
2d·º AbcoEscoLA TERESIANA ou CARMELITANA: 'esp irit
t b
"'ª ª.•~ o tudo áe Dm e
des pco nd, mé nto oompJ_eto pm O nada Ja ual ida de
c,iatu,a, ensina t libr i VI, vol . II ed. de Co
lón ia,
Nie ola o de Jüu , Mo,ia, que 168 4.
ina ,

r c?ntemJ:>fl;I':'º•. e a pra t,ea do


e o sacrt 1c10.
ehe \l"· , ·,e , De us ,pr nuv ec, O
aposto<ado pel a º"Ç fo exe mp
à
lo
(: .
• •
,
int é,p eet e de S. Joi o da C,·u Bossuet apelida o
z, Pheasium my,tioa< Th,olo
mais sábio
gia ,
· O o,n. P. '.}oanni, a Ceueo . . . ,lu
_Santa ,Te~esa _(1 5~5 -rs 8z) .' des Carmé.litaines, 191 1-1 áda tio , te,d . francesa em Etu-
, mo ddo e doutoi'.a da mai 914 -
s~nt1dad~, cur a do1:tr1~a s alta :\
Jca r, .
a Igr eja nos
~ta ca~~estts e7us cloctrinae con vid a a est uda r e_a...pra -
«
Filipe da SS.ma Tri nda de
ticae --J in- 8.º obr a clássii:-ª
(t 167 1), Sitm ma tbeologiae mys-
pab ulo tittt ria mtt t', et pia .~e .J ond ~ _se_dc;._sc!·~ye(!l com
__ _ ,_.c -..- -m
c =é=t=o do as três vias de per
ev_oti~n1s ert tata nm r ~affect
t~ais nc? toc u ». As sua s obr feiç ão ; nov a ed, , em Bru xel cla rez a~
um end taç ao sob re os esta dos as for nec -no s a as e Pan s
çao ~ai s em or ena da mís tico s, e a em
classifica- em 187 4-
e mais viv a. Um a edi çáo Ant óni o do Esp írit o Santo, . .
!;"b h<a da em Esp anh a, Ob crít ica foi em 167 7, ma nua l d~ me Directot•ium my sttc um , pub .
ea, d, Santa T"" sa de '.Jo,u,, smo lica do
as y atio tad as pot· el P. Silv ,dit gén ero que o 1:re ced ent e,
eri o de S . Teresa, 6 vol . Bu a- •>;. m,i s ,u, w em um ,o vol um
e; nov a cd., P,n s, ,9o 4.
por ém
9
1 1 5-_1 9 2 º; peq uen a edi ção das pri nci pai s obr as em
rgo s :! A Teo iog ia de Salamanca
(16 31- 167 9), um dos com
9: , trad . fran ces a 'um vol .'. mais aut ori zad os da Sum ent ário s
1 2
raç ao de Mg r. M . Polpel os Car me lita s
it, 6 vol ., Par is, de Par is com a col abo - a teo lóg ica , elu cid a mu itas
que stõ es
~r' ]pe la; LmT Be auc h:s ne; a com,ple -
d,, Sante Tbi,·1", trad . pelo P.
Gelgoiee J,
sob re que rep ois a a esp irit
ual
Honorato de _Santa Maria ida de. . .
(16 51- 172 9), T~a ditt on d~s ,
· oSep ,, 3 vo ·, · ed. ,
2 190 6. " de, ª"''""m/ i,ia ,tiq •" ,ue la "'"""'pla1 fe'.•es
<on, oh< ' hutor><•
imp ort ant e sob re este ass unt
o,
http://www.obrascatolicas.com
XXX LIST A CRO NOL óGIC A E MET

Jo~é do Espírito Santo, Cut·sits theo


cae, s ~vilha, 171 0-1 740 , em reim
ôDI CA

logiae myMico-scholasti -
pres são, Bey aert , Bru ges.

.
..:•,
..
. '..
"

Sales, 3· e d ., P ans,
DOS AUT ORE S CON SUL TAD OS

. B
eau
chesne 191 8 • La Vie intérieure
. ' '
XXXI

sim-
Elisahi:th de Ja Trinité (18 80- 190 6), ·f·' 1 (l' .0 scri to por um Car
P. M1!1v1100,
Sou vern irs, Réf lexi ons plt 1ee ~ e AK tuxo ). Oh
e Salésien , med itaç ões tirad as das
,
et Pen sées , Dijo n e Pari s, libr . S. Lnanrez ras
Pau l.
Santa Tet'esa do Menino Jesus (18 de S. fr· d,e Jª~h ~um ont ( 3 3_
73- 189 7), Histoire d'une 1 3 1 89 6), fund ado r das ~rês socie-
âme, Lett,·es, Poésies. L Ahbe . 1·
Des de 19 11, a revi sta trim estr
, dade s salesianas, pubd1coud odu fez pub lica r cert o num ero de
sob a dire cçâo do P. Mar ie :Jos
al, ETUDES CARMÉLITAINES, , l 'mp regn a os a ou t nna . de S Fran cisc o de Sales,
.
eph, pub lica trab alho s inte res- opu scu osd, t b. s das suas
sant es sob re dive rsas que stõe s J. para uso os mem to três com unid ades .
ascéticas e místicas, para fazer
com pree nde r mel hor a dou trin a \',
de San ta Ter esa e de S. João , º A EscoLA FRANCESA DO SÉC.
da Cru z. 't: XV II 2d: a
· 4· . d d mas de fé e soh retu o dua dsp iritu d-
o og-ma a
,~: •. l~qade d~m~n~ os or~~os
~1- em Cris to pelo bap tism o, _e rece
3.º A EscoLA SALESIANA con cent lnca rnaç ao • mco rp. E , 't San to que vem hab itar -
ram ente no seu fund ado r, S. Fran ra~s e qua se toda inte i- ,tF· ben do por con em
cisco de Sales (15 67- 162 2), segu inte o s?!n cºom o Ver bo Inca rnad o, glo-
'~•:.. nossa a lma, dev emo s '. em uma o
l',1.
que teve o gran de mér ito de . d .
mos trar ' que a dev oção e até . f. . , .r. D s que vive em nos , e repr odu zir as v1rt u es mte -
mes mo a sant idad e pod em ser di.' r1ncar a eu
prat icad as em todos os estados
de vida . Hum anis ta dev oto, perf eito gen F . . d J sus com bate n o vig d . oros ame nte as ten d ênc1.as con -
\.'- nor es
til-h ome m, apó stol o e .
tr árias . d e ne, ou d o hornem v elho .. hoc enim sentite
e . . b'
dire ctor de almas, sou be torn ar
a pied ade amá vel sem nad a lhe . quo d et aiticarCl,rtsto . (1. [·an tes vos ,veterem htn -vo
.
ominem
is
tira r da sua aust erid ade . .;esu . . . expo t
A Intr odu ção à '!Jida devota (lnt rod et inàuentes no-vum. . f dad é o Car d, de Bér ulle
é, afinal, um verd ade iro trat ado ucti on à la '!Jie dévote) A esta Escola, CUJO oun 6 . or mas , per-
almas na 'Llia pur sati va e ilum ina
de ascé tica que intr odu z as ~
tenc em nao s o' men te S o S lrat, .no,
tam bém s. Vic ente de
tiva
(Tr. de l'Amou.r de Die u} elev a-as ; o Tr. do Am or de Deus S Joâo Eud es e os Eu d'1stas,
Pau lo, M. Oli er:~ t f u P1sº'J
plaç ão é ali desc rita co~ a ciên
à via unit i-va ; a con tem -
s.. -B ele la Sallé, o Ven . Lib er-
dum hom em que à pra tico u; os
cia do teól ogo e a psic olog ia Gri gnio n pdpe d onEsto~t .;
màn n e os pin °
Sa~to · de Ren ty, de Ber nier es,
ritu ais { Vra is Entretiens spiritue
Verdadeiros Col óqu ios espi- • 0 '
ls) diri gem -se dire ctam ente Bou don , Gay , ,
às Reli gios as da Visi taçã o, mas
fazem ,bem a toda s as alm as; Card. de Berulle (~5 75-1 ubi~ 6 ) fund ado r do Ora t6ri o de
as suas num eros as Car tas ( Lett ;das pelo P. Bou,·soing, 2.ª
Fràn ça, ( OEu vres completeds, PM.
.i 1
se nos dep ara uma fina psic olog
res) apli cam a cada alm a em
part icul ar os prin cípi os gera is exp
osto s nos seus livr os; nela s
ia, pru dên cia mar avil hosa ,
d. p .
e ., an~ , l . ,
657 outr a e .,
prin cipa l é D,scours e, 1a
igne ,
J, l' Et t et des Grande
Pari s 185 6 )- ; a sua obra
,
urs de ']ésus; mas
i. mui ta fran que za e sim plic idad e
1. - A mel hor ediç ão das suas ª.·. leit ura dos seus opduscu ~s eÉ o ap6stolo do ' necessária para com plet ar o
obra s é a que pub lica m as Reli h . to da sua outr ina. Verbo lnca r-
gios as do prim eiro mos teir o con ec1m en .
de Ann ecy . nado, a que de:,emdos a d s rend end
deri r e que dev emo s fazer v1v er em n ó s
o-no s das cria tura s e de

'
J.• P. Camus, ami go de S. Fr. com as suas v1rt u es, e P
de Sales, auto r pro lixo ;
bast a ler: L'E spri t du B. Fr. de
1
!1
rité, ou o retr ato da verd ade ira
tuel, 164 2.
Sales, 163 9-1 641 ; La Cha -
Car idad e; Catéchisme spiri-
hós mes mos .
. . d
(
6)
C. de Condren 15 8 7-1 4r_ , OEu-vres completes, pub li-
. 668 dep ois em
1 cadas d epo1s a sua mor te ' prim eiro em l '
1
Santa Joana de CLantal, Sa -vie et Abb , p· em .
part1cu ar,1 L'l. 1ée du sace
ràoce et
ses oeuvres, Pari s, Plo n, 7 r.7)7 por a
f vol. , 187 7-1 893 . du Sacrifice e Lettres. omp leta Bér ulle pela dou trin a cl o
e ui, C
! Madre . de CLaugy, Mémoire
S.t, :}eatine de Cha ntal , Paris, Plos n,sur la 'Vie et les vért us de
.
,
189 3. .. 1 Este livro, escrito sobretu_dºs ~os ara as almas que tend em à via
Santa Margarida Maria, OEu vres
they, Pou ssie lgue .
pub lica das por Mgr . Gau - unítíva não pode ser posto
nirem cont ra certas formas e p e :ts rd~de prin cipia ntes , sem se prem u-
que não convêm senão às almas
P. Tissot, L'A rt d'ut ilise r ses mais adia ntad as.
2 H. 8REM 0ND , n1s 1orr. e {ílteraire
rr• du senfiment religieux, t. III, l9~fa
fautes d'apres S. Fr. de
dá-n os uma sinte~e magnlfic dout rina · desta Escola i mas, quan
~ da b
chega à ascese, deixa de part~ a a egação e a prática das virtudes. cru-
1 Para bem compree clficantes (mortificação, hum ildad e, n breza) que esta Escola cons ider a
S. François de Sales direcleur nder
d'âm
a sua espi ritua lidad e, v. f. VINC
ENT, como _meios necessários para c::r ~r ~o uniã o com o Verbo Incarnado :
Hístoire littéraire du setiment relig es, Beaucliesne, 1923, Cf. H. BREM OND , ning uem se u11e comd Ji;:~ !r~e e
d!sp rend endo -se de si mesmo e das
ieux, t. I e II.
cria tura s e cruc16 can 0 O homem velho.

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AI\.A ll ._._,_,:, .1. PI. u:<.UNOLóGICA E MET óDI CA
DOS AUT O RES CON SUL TAD OS
XXXIII
sace rdóc io e do sacr ifíci o : Jesu
s Cris to, Único ado rado r do
Pad re, ofer ece- lhe pelo s seus 't ·dnt•es · Jnst,•uctio11s ,icdésiastiq
aniq uila men tos um sacr ifíci o eht·c ,~ • · ' ues sob re a dign idad e e
dign o dele , ao qua l nós nos sant
comp l'etes, pu bl 1ca
unim os, ani qui lan do- nos iJad e ,lo Cle ro, 176 2; OEw vres · d
com Ele. .'.· , · Migtie, 18 57. as por
_F. Bourgoing (15 85- 166 2), Vé,·ités ,. ' E. Tronson (16 22- 170 0), Fo,·n · d
et excellences de ']éstts- ,nr plar quo d Ecclesiae, San ctis que Patn ia_ cler,, secu1~ um ex~m-
Chr:ist ·, . ~isposées en méd itat
ions ; 3. ª
Pari s, Teq u1, 189 2.
.
ed., pelo P. lngo ld, ')'i· 5umm . 0 Sac erdo te mon stra tum est, 172bus a Chn sto Dom ino
7, 177 0, etc. i Exa men s
S. Vice nte d e Paulo (15 76- 166 0), t · liers sur· dive rs súiets pr·o [' . . ,
Mis sâo (Laz aris tas) e das Irmã s
fun dad or dos Pad res da part tcul es pet•sonnes q,ú veul ent pres aux ecc es,a sttq ues et a .
de Car idad e: Co, nsp ond anc e, tou es s' avance,· dan s la perfection,
Entr etie ,is, doc ume nts, ed. pub lica b esboçada por MM . Ol ier e de p
ousse,, e com p leta da por ·
19_20 e seg. Dis cípu lo de Bén dle,
da e ano tada por P. Coste,
mas disc ípul o orig inal , que
L. raTr~nsoti, uma das obra s ma~s
práti~as_ de esp~ ri!u alid ade,
veto a ser mes tre por seu turn o,
dum a pru dên cia e saga cida de • tra d . em itali ano , latim e ingl es; as ultim as ed1çoes foram
que cheg a a ser gén io 1, · tas e reto cad af ·po r L. Bra nc . ·h
ercau ; diver sos trata dos
.
, . J.-J. Olier (~6 08- 165 7), fun dad or• da • .·,
Com pan hia de S ..Sul-
:~b~e a obediência, a bum i!da dé; Man
uel dtt Sémir-iat'is~e;
p1c10 : « Ele so, apre s~n ta-n os Es rit de M. Olie r, man uscr ito,
a dou trin a com um (da Esco la com plet ado poa M., Gou bm,
F:an cesa ) em toda a exte nsão \rol . in- . litog rafa dos, em 189 6.
0
dos seus prin cípi os e apli ca- 2 4 OEwv,·es completes fora m
çoes " 2• Alé m de num eros os man edit adas por Mig ne, 2 vol. r 8 57·
uscrit_os, deix ou- nos : Cat é- . , · J. Planat, Sch ola Cb,· isti : P:trgati~a_ . . .
cbi,51!,e cbrétie': pou r la vie inté .
rieu re, ond e mos tra com o, pela . .. ·.,.;-., ·h· seu exsp ~ha t10 vet~ ns
pra~1ca das virt ude s cruc ifica dora .,. · ·s
om1n1 , ••ll,,~ ,n,·n ativ a seu nov1 homm1s reno vat1 0, perf ect,
s, se cheg a à uniã o ínti ma e
hab itua l com Jesu s; ftttt ·odu ctio
n à la vie et aux vért us ch,·é-
·. f • seu chri stifo rmit as, unit iva seu dei form . va
tiennes, que exp lica por: men oriz '. ' J. de la Chétardye (16 36- 171 4), Retr aite pou 1tas . .
adam ente as virt ude s que aper - i_:, nands, 170 9 ; Entt·etiens eccl r les Ord t-
feiç~am esta uni ão; ']ou rnée cbré ésiastiqttes, 171 1; OEi ivre s com-
tien11e, séri e de Elev açõe s para
prat icar aqu ela uniã o em toda.\> .;: pletes, 2 vol. , ed. de Mig tie.
as acçõ es e circ unst ânci as da
vid a; _Traité des S~ . . Ordres, •': ·· J.-B. La Sausse (174 0• 182 6), Cou rs de ~ed , . . l
para prep arar o jove m clér igo ,~ah ons ecc é-
para vir a ser o religroso de Deu ~ias tiqu es; Vie sace rdot ale et pas
s pela sua tran sfor maç âo em tora
Jesus, sum o s;ice rdot e, ~acrifica~or teres de ']éstts et Je Ma rie; trad uziu /e; La d;vo tton aux m~s~
e
com pl~ ta~ esta dou trin a, apli cand víti7!1a ;_ as c__artas (Let tres ) -.· pe J. Plan at.
em fran cesa Sho la Cbr tstt
o-a a dire cçao das almas ; ,
Pietas Sem inar ii S. Sulp itii dá
uma sínt ese de toda s as dev o - · 1.-A. fünery ( 173 - 1 811 ), L Esp rit de S Th ',
ções ~~lp icia nas. Pai-a con_h ecer 2 ante erese, 177 5 ,
o pro veit o que ·se pod e colh er OEu'vres, edit adas por Mig ne, 185
do~ nossos. dog mas sob o aspe cto ,; , ~: J.-B.-M. David ( 1761 -18 41) 7. . 1 d
01,er, extr acto dos seus man uscr itosda, pied ade , ler Esp rit de M. .\ deir a pied ade ); A spir itua l
, The t:ue piet y ,A ver_ a-
de que nos dá um peq uen o 1·etr
resu mo M. G. Let our nea u, com
este tÍtu lo : Pensêes choisies de :_ ~; espi ritu al de oito dias), obra e~t of etgbt day s (Um ÍJ~1ro
M. Olie r, Gab alda , 2.ª ed. 192 2 edit ada por M. :J. Spa mg,
i. )·. Bl~nlo (161 7,-~ 757 ), L'etJ,fanc
ª· Lou isvi lle, 186 4.
J Vernet Nép otie n ou o alun o do sant uan , • 8
e cbrétientze, que é uma o, 1 37·
part1c1paçao do esp tnto e da graç Ã.. J.-M.' Hamon (17 95- 187 4), Méd itati
Inca rnad o; ed. rece ntes , Lcth ielle
ux.
a do Men ino Jesus, Ver bo
· Clérgé et des Fideles, 872 , mui
1
o~s à l'ttsage
tas vezes reim pres sas, Paris,
1"
A. d~ Bretonvillieres (16 20- 167
6), L'E spri t d'un direc- Gab alda .
teur dc_s ª"!,es, obra com pila da · G. Renaudet (17 94- 188 0), Le mot. d M · , l'
e a d1re cçao de M. Oli er;
segu ndo as prát icas espi ritu ais
, · iatt'· es, 1 8 • num eros as ediç s e arte a usag_e d . es
'].o.Jtenal- spfr-it,,e!, man uscr ito ,, · Semtt , · ões, Pari s, Let ouz ey; Su1ets
- - - 3--vo·r. t11 4. 33
:·_i: ã'or aiso n a l'usa ge ács prêtres,
187 4 e 18 8
Ch. de, Lantages, Cat échi sme de
la foi et des moe urs
•, N.-L. Bacuez ( 1 820 -18 92) , S. :}ra 1. ,
et uide d,, pt·être 186 1; Du sai.nt officnçai s de Sal~s modele
e ... au poin t de vue
de gla pie· 't,e., Part's , ' 1 86 7 ,• últi ma ed. revi sta e com plet ada por
' M. Vig our el; Du divi ti sacrifice d
et " pretre q,ii• le ce'levre
A
. 1 Cfr. MAYNARD, Vértu s '1
Pan s, 1882. ef doctrine spirituelle de S. -Víncenf ,
de Paul, 1:888 e :1895.
l! H. Bl~EA\OND, t. III,
p. 460.
5 Para as dive rsas ediç ões de
.. . H.-J. lcard (18 05- 189 3), Vie , . d
inter~eure e ta T• S· . ter!~: v·
M. Olie r e dos seus obra com pila da dos escr itos de
los, cfr. L. BERTRAND, Bibli
, · 3 vol. in-8, o. otheque sulpícienne, .. Paris, Pica disc ípu-
rd, 1900 , trin e de M. Olie r, exp lica da pela
M. Ohe r, 1:87 5 e i88 o'
sua vida e pel~ s sdeu5s e5scí1t~s,
f! .
f!-'. 1 88 e 3 - , Pari s, Lec
9 1 91 offr e; T,·a ditio ,is de la C« e ·
·~. ~ ..
: . tce .

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jl
XXXIV LIST A CRON OLóG ICA E MET óDIC A DOS AUTO RES CONS ULTA DOS
XXXV

M.-J .. Rib~t. La Myst ique d.ivine distinguée Ch. Lebrun, La dévo tion att Caeur de
des contre- Mari e, estud o
f~ço,is d1al10liqu~s et eles analogies huma histó rico e dout rinal , Lithi elleu x, r 917 ·
ines, Paris , Pous -
stelg ue, 1879 ; L Ascétiqtte chrétientie, 3.º P.-E. Lamba11e,• La Cont empl ation , ou Pt·iticipes
ed. 1902 , Les Ver- de Théa-
tus et les Don_s dans la Vie chrétienne, Lecr logie mystiqtte, T équ i, 191 2.
offre , 1901 .
J.-M. ?utltemon, La Vie chrétien11e, l 894. Grignion de Montfort (167 3-1:7 16), fund ador
dos Mis-
J. Gutbert, Cont ribut ion à l'éáu catio n des sioná rios da Com panh ia de Mari a e
das Filhas da Sabe-
clercs, Beau -
chesn e, 1914 . doria , tinha sido inicia do na espir ituali
dade berul iana no
, Clt. S_au:é' Dieu intim e; :}ésus intim e; Semi nário de S. Sulp ício, e expô -la por
L' Ange intim e; uma form a clara e
L homme tntrn1e, etc.; Eleva ções dogm ática s sobre os nosso s
popu lar no Trait é de la vraie Dévo tion
à la 5.te Vie,·ge,
dogm as, com copio sos extra ctos dos melh o Secret de Mari e; Lettr e circulaire aux
ores auto res· Etats amis de la croix :
mystiqttes. nume rosas ediçõ es, actua lmen te ap. Mam e.
. J. Mauviel, r~ait é de Théologie ascétique ' ~ . p. LltoumetlU, La vie. spiri tuell e. à l' école
et mysti que l du B. vri-
lttog rafad o, 1912 . gnion Paris , 1913 ·
C. Belmon, Man uel du 5émi tiaris te solda S. J. Bapti sta de la Salte, (165 1-17 19), fund
t, Paris , Ro- ador dos
ger, 1904 . Irmã os das Escolas Crist ãs, torm ado em
·•
·;;:-, S. Sulp ício, adap tou
L. Gal'riguet, La Vierge 'A1arie, 1916 ; Le a espir itual idade berul iana ao Insti tuto
5acré -Coe ur .';-_ dos Irmã os; as suas
princ ipais obras são : Les Rcgles et Cons
de ']ésus, 1920 , Paris , Blou d: estud o histó
rico e junta ment e ?i~ .
.\·.. • tions pour les dimanches et fêtes; Médi tatio
tituti ons; lvlédita-
dout rinal . ;} . ns pour le tetnps
de la ,-etraite; L' Expl icati on de la métho
V. M~y , La V,·aie Vie, Gaba lda, ,1922 . ..·'· cueil de petits traité s à l' usage des Freres.
de d' orais on; Re·
S. Joao Eudes (160 1-16 80), disc1 pulo de
Cond_ren, fund ador da Cong regaç ão de
Béru lle e de f~ .. V. F.-M.-P. Libermann (180 3-18 52), fund ador
Jesus e de Mari a li:
do S. Cora ção de Mari a que foi unida da Cong .
( Eudi stas) e da Orde m de N. Senh ora ·""··· mais tarde à Socie -
da Carid ade, assimi- dade do Espír ito Santo , form ado no Semi
lou perfe itam ente a espir itual idade berul
f~rm a ela;ª ' J?opula~· e prá.:ica, e soub
iana, expô -la em
e ligar tão bem as
IâJ!
;~;-
expô s a espir itual idade berul iana nos seus
oraçâo, a oraçâo a{ectiva, a vida interior,
nário de S. Sulp ício,
escri tos sobre a
vtrt~ des inten ores a devo çao do SS. a santa 'IJirtud.e
Man a, que,, na bula da ~ua beati ticaç ão,
Cora ções de Jesus e '.tti> da humi ldade , e sobre tudo nas suas Cart
as, de que foram
douto r e apostolo da devo çao a estes Sagra
é cham ado pai, ·;r!i;> publi cado s três volum es, Pous sielg ue.
dos Cora ções. ii{if°' Pode m-se cons idera r tamb ém desta escol
Entre as suas Obra s ( OEuv res), que acaba
tadas em 12 vol. in-8. º, Paris , 1905 , as
et le royaiime de :}ésus dans les âmes
m de ser reedi -
princ ipais são: La vie ir:
.t:-~-/~- .
res céleb res :
M. de Rcnty (t 1649 ), cuja dout rina se
a quat ro auto-

enco ntra na
cl1rétiennes onde ;~·:··· vida escri ta pelo P. de 5aint ·'Jur e, 1652 .
expli ca que a vida cristã é a vida de :Jesus ;;. :·.I.~
em nós e ~orno se João de Bernieres (160 2-16 59), Le chrét
pod~ m fazer todas as acções em :}erns e ieti intérieur,
por :}ew s; Le contr at e outra s obras publi cadas _depois da sua
de l homme avec Dieu par le saint baptême;
rable de la Mere de Dieu , em que no livro
ção, ao. Coraçã'.o d~ Jesus ,; é a obra princ
Le Coettr admi -
XII trata da devo - f!t

trad. italia na foi posta no fodex por causa
de quiet ismo .
mort e em r6 59; a
de certo s ressaibas
ipal do Santo ; Le Ven. Boudon, arceb ispo d'Ev reux (162 4-17
Mem orial de la vie ecclesiastique; Regles t 02), Le Regne
et Cons tUttt ions de de Dieu en l' oraison mentale, e outra s obras
la Cong régat ion de :}éstts et Mar ie; as
Regr as comp õem- se Vi(· de pieda de reiro ·
d_e texto s bíbli c~s. làgicamen te agrup ados pressas, por Mign e, 18 56.
sao o seu come ntan o prati co.
1

P• Le ~oré, Le P. Eudes, premier


, e as Cons tituiç ões

Apôtt·e des 55.


\~}
•·.·.·-
Mgr, Gay (1:81 6-18 92), form ando tamb ém
escre veu vária s obras impr egna das junta
em S. Sulp ício
ment e de dout rina
Coeu~s de :Jesus et de Mari e, 1870 ; Les sulpi ciana e sales iana; as princ ipais são : De
sacrés Coettt•s et la vie et des vertus
le Ven. :J. Eudes, 1899 ; La dévo tion att sur la vie et la doctrine de N. 5. ']és11s-CIJ
rist; Lettres de direc-
5acré -Coe ur et le
V. :}. Eudes, 1892 . tion: nume rosas ediçõ es, Oudi n e Mam e.
P. Bou1ay, Vie du V. ;}. Eudes, 4 in-8. 0 ,
r.905 , onde se 5.º A EscoLA L!GoRIANA distin gue-s e pela
enco ntra ao mesm o temp o uma sínte se da sua pieda de
sua espir itual idade . simp les, afect iva e práti ca: baseada no
amor de Deus e do
_ 1 . O autor , antes de morre r, permi tiu-no
Rede ntor, recom enda como meio s para
. \ s utiliz ar o seu trabal ho alcan çar esse fim a
e nos f1zemo-lo com todo o praze r. ot'ação e a mort ificaç ão.
' ·

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XXXVI LISTA CRON OLóG ICA E METô DICA DOS AUTO RES CONS ULTA DOS
XXXVII

S. Afonso de Liguori t1696 -1787 ) é um dos culos de grand e valor, entre, outro s: lnstru ctiott
escrit ores sttr les hats
mais fecun dos: além das suas obras de Dogm a d'o1·aiso1i, segun do tratad o, princí pios comu ns da or:içâo
e de Mora l, cristã,
escrev eu tratad os ascéti cos sobre quase todos os assun obra inédit a public ada por E. Leves que, Didot
tos : sob re , 1897 ; Les
a perfei çao cristã em geral : Les Maxim es
éterne lles; La vaie d u Eléva tions sw· les l\1ysteres; Médit atioti s sut• l'E-va
sal1tt ; Pratiq ue de l'limo ur enve,·s :}ésus -Cbri st; Réflex ngile; T,·.
iolls sur de la Coticttpiscettce; opúsc ulos sobre a entreg a
la Passion.; Les Gloit•es de Mari e; Visite s au 5. comp leta a
Sacre mwt ; Deus (l' Aba11don) a oração de simpl icidad e, etc.,
Manie re de converser famili ereme nt avec Diett ; Le reunid os na
grc1mt moyen Dodt· ine spirita elle de Bossuet, extraí da das
de la priere ; - sobre a perfei çâo religi osa: suas obras.
La 'Véritable Téqui , 1908.
épottse du Ch,·ist, ou La Re.ligiettse sanctifiée (trata
do ascéti co) ; fénelon, ( 1651- 171 5), além de M axime s des Saints
- sobre a perfei ção sacerd otal : Selva , ou comp ilação e da
de mate- sua polém ica na questã o do quieti smo, comp ôs vários
riais para um retiro eclesi ástico ; Du sacrifice de opúscu-
:Jésus-Christ. los de pieda de, reunid os no t. XVIII das suas Obras
Estas º?~as foram .Publi cadas várias vezes, , ed. Lebel ,
em itª'lian o ' I 8 2 3 ; -várias das suas Carta s de direc~
ão ( Lettre s de Úlrectioti}
• · em Nápo les, 1840 ; em francê s pélos PP. Dttja
rdin e :Jules foram public adas por M. Cogna c, 1902. Um resum
:Jacques, T ourna i, 18 56; em alemâ o pelos PP. o da sua
Rugu es e espiri tualid ade foi public ado por Druo n: Doct,·ine
Harin ger, Ratisb ona, 1869 ; em inglês pelo P. G,·im spfritttelle
m, Balti- de Fénelon, éxt,·ai te de ses oettvt'es, Lethi elleux .
more, 1887 sq. · Courb on, lnstrii ctions familiet•es sur l' oraiso
P. Desurmont, Provi ncial dos Reden torist as, La Cl,a,· n mentale,
ité Paris, 1685, 1871.
sace,•dotal, ou lições eleme ntares de teolog ia pastor
al, 2 in-8°, Eusébio Amort (1692 -1755 ), De revela tiotiib tts
Paris, 1899 , 1901 ; Le C,·edo et la P,·ovi dence ; ... regttlae
La 'Vie vrai- tutae, obra erudit a, mas um pouco confu sa.
ment cb,·étiettne, etc. Paris, 11, rue Serva ndoni .
Bento XIV (P. Lamb ertini) , (1675 -1758 ), De ser'Vo
P. Saint-Omer, Pratiq ue de la pet·fecÚon d' apres S. Alp1,o rutn Dei
nse, beatif icatio ne et beato rum canon izatio ne, Venez a,
Tourn ai, 1896 . 1788, onde
se encon tra o proce sso seguid o para recon hecer
P. J. Dosda, L'Uni ori avec Dieu, ses cPnmiencements, heróic as, os milag res e as revela ções dos Santo s.
as virtud es
ses
progres, sa perfec tion, 19 l 2. J. H. Newman (1801 -1890 ), além dos seus Sermões que
Jos. Schryjvcrs, Les Príncipes de la 'Vie spiritu contê m muita s coisas excele ntes sobre a vida cristã,
ellé, Bru-
xelas, 1913 , 1922 ; Le Don de soi; Le Di'Vin ami, e a sua
pensa men- Respo sta a Pussey sobre o culto da SS.mª Virge
tos de retiro , 1923 . m, inseri da
nas Diffic ulties of Atigli cans (Dific uldad es de
F. Bouchag.:, Pratiq ue des vél'ttt s; ftitrod u~tion à Angli canos ),
la vie deixo u um volum e de piedad e, public ado em
sacer dotale ; Catéc bisme ascétique et pasto ral Jes 1895, com o
jeu11es clercs, título Medit ations a,id devotions, trad. em fr.
1916 , Beauc hesne . · por Pérat é:
Médit ati;ns et pt·ieres, Bloud .
H. E. Mann ing (1808 -1892 ), The intmi al missio n
of tbe
6. ° FoRA EscoL,\S : - Holy Gbost (estud o sobre a graça e os dons do E!píri
DESTAS to Sant~ );
Tbe glories of tbe Sacre d Hea,•t, trad. em france s
L. Scupo li (1530 -1610 ), Le Comb at spiritu el, justam
~1r . . du Sacré -Coeu ,· (Catti er); The Etern al P1·iesthood,
Le sacerdoce eternel (Auba nel e Caste rman) : Sin
: Les gloires
trad. em fr. :
estim ado por S. Fr. de Sales como um dos melho
ente Ui.· and its
res tratad os t,t{;> conseqttettces, trad. em fr.: Le Péché et ses
conséq1tences
de espiri tualid ade ; a melho r trad. francesa é a de
prece dida dum plano minuc ioso do livro e acomp
A. Morte au, .
anhad a do ·-·----'- ;~;,-
~Jf; (Aub; inel).
F. W. Faber 181~- 1863)., escrev eu um rande núme ro
resum o de cada alínea à marge m, · eauc1 esne, 1911. de
Ven. Madre Maria da lncarna\lão (1599 -1672 , ~~éi ·. tratad os de pieda de, notáv eis pela sua unção e fina
psicol ogia :
), Aitto- ,•,'.'. · All for :}esits ; Betl,lehem ; Tbe Blesséd Sacra ment ;
bio111•aphie que se encon tra em Dom Claud e, La T!Je precious
Vie de la blood ; T1,e foot of tbe Cross ; Creat or and Creat ure;
V. M. Marie de l'Inc . .. , tirada das suas cartas Grow th
e dos seus in 1,oliness; Spit-it1wl confe1·ences. Foram traduz idos
escrit os, 1677 ; Lettre s de la Vén . M. Marie ... em fran-
168 1 ; Médi- cês : Toiit pout• :}ésus; Betblé lmn (o misté rio da
tation s et retrai tes . .. a'Vec une expos ition rnccinte Incarn ação) ;
du Canti que Le Saint Sacre ment; Le Pt"écieiix Sang; Le pied de
des Canti ques. la Croix ;
C,·éateiu· et créatttt•e; Le Progres de l' âme, que resum
Bossuct (1627 -1704 ), além das suas obras de e a sua
polém ica espiri tualid ade; Paris, T équi.
contr a o quieti smo e dos seus Sermo ns, donde Rev. A. Devinc, A 1Ha1iual of Asceti cal Tbeology.
se poder ia Londr es,
extrai r um tratad o ascéti co, publi cou vários tratad 1902 ; A Mant tal of Mysti cal Tbeology, 1903
os ou opús- ; trad. em

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xxxvm . LISTA CRONOLóGICA E METóDICA

fran~ês por C. Maillct : Manuel de Théologie Ascétique; Manuel


de 1 /Jéol ogie Mystique, A uband, A vignon.
J. Card. Gibhons, Tbe Ambassador o{ Ch,•ist, Baltimore,
1896, trad. em francês por G. Atid,·é: L'Ambassadeu, · du
Cbrist, Lethielleux.
L. Beaudcnom ( I 840- 1916 ), Pratique progressive de la con-
fesion et de la direction; Les 5011-rces de la Piété; Formation à
!'IJumilité; Formatio,i religieuse et morale ele la je11ne fille; Médi-
tations affecti'Ves, (librairie S. Paul, Paris).
A. Saudreau, Le.ç degds de la vie spirituelle, 5.ª ed. 1920;
La voie q,ti mene à Dieu, La vie d'u,iion à Dieu, 3.ª ~d:, 1921: •
L'État mystique, sã nature, ses pbases é( les faits ext,•aordinafres
de la vie spirituelle, 2 . ª ed. 19 2 1. .
Mgr. Lejcunc, Matrnel de tbéologie tnystique, 1897 ; lntro-
ction à la vie mystique, 1899; L'oraison rendue {acile, 1904;
Vers la ferve111·, (Lethielleux).
Mgr. WaHelacrt, Meditations t~éologiques, 19 1 o, Bruges,
Paris, Lethielleux ; L' Union de l' âme aimante avec Dieit; La
Colombe spirituelle, ou as três vias· do caminho da perfeição,
1919, Desclée.
Cardial Mercie,, A mes Sé,ninaristes; La vie intérieure,
appel atix âmes sacerdotales, Bruxelas e Paris, Beauchesne.
Mgr. Gouraud, Dfrectoire de vie sacerdotale.
Mgr. Lelong, Le Saint Prâtre, conferências sobre as virtudes
sacerdotais, 1901; Le Bon Pasteur, sobre as obrigações do
múnus pastoral, 189,, Téqui. _
Vcn. A. Chevricr, Le prêt,·e seloti l'é'Vangile ou le Véritable
disciple de N. S. ']ésus-C11rist, Lyon, Paris (Vitte) 1922.
Mgr. A. Fargcs, Les Pbéiiomenes mystiques distingués de leurs
contrefaçons bumaines et diaboliques, Paris, Bonne Presse, 1920 ;
Réponses aux Controverses de la Presse, 1922.
Mgr. Landricux, bispo de Dijon, Sur les pas de S. 'Jean de
la Croix dans le dése,·t et dans la nuit; Le divin Méconnu ou
les dons dtt Saint Esprit.

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INTR0DUÇAO
O object o própri o da Teolo gia Ascét ica e Místi ca é
a _perJeição da vida cristã..
•.
1. Apro uve à divina Bond ade comun icar-n os, além
da Yida natur al da alma, uma vida sobrenatural, a vida
da graça, que é uma partic ipação da vida do própri
o
Dens , confo rme demo nstram os em o nosso Tr. de Gra-
tia 2 . Como esta vida nos é dada em virtud e dos mere-
cimen tos infini tos de N. S. Jesus Cristo , e como Ele
é
··.·a sua caus;;i exem plar mais perfei ta, chama -se com razão
·· vida cristã.
Toda e qualq uer vida neces sita de se aperfe içoar, e
aperfe içoa-s e, aprox imand o-se do seu fim. A perfei ção
absol uta é a conse cução deste fim, que só no céu alcan-
çarem os. Lá possu iremo s a Deus pela visão beatíf ica
e
pelo amor puro, e assim chega rá a nossa vida à sua plena
evolu ção ; então serem os com toda a verda de semel han-
tes a Deus , porqu e o veremos tal qual é, símile s ei eri-
1 mris, quoni am videbiTnus eum sicuti est 3 .
I li Na terra não podem os adqui rir senão urna perfei ção
relativa, aprox imand o-nos sem cessar dessa união íntim
a
l:'t.: . . co~ Deus que nos dispõ e para a visão beatíf ica. Desta
\f,:· perfei ção relativ a é que vamo s tratar. Expos tos os prin·
·-·--- - - · - - -~ ,. li'-.~l t:j--CTp10s gerais sobre aíililu rezadavíd
- - - - - - ---cl
acr1sfa, a sua perJei--- - - -
1 . ção, a obrigação de tende r a essa perfei ção e os meios
:; ge-
rais de a alcanc ar, descre verem os sucess i,·ame nte as três

l TH. DE VALLGORNER>. O. P. Mystica Theolog


q. I.; E. DUBLAN CHY, Ascétíqu1 1 ia D. Thamae, t. 11
e in Uict. de Théal., t. I, col. 2038-2046;
GYRoux, Ens~ígnement de la Théologie ascélique, R.appor
t lu au Congre s
de l'Allian ce des Séminaires, t. V (1911), pág. 154-171,
2 Este tratado encontr a-se em a nossa Synopsís Theologíae
Dogma-
ticae, t. III.
3 1 Joan., III, 2.
1
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2 INT ROD UÇÃ O . '
INT ROD UÇÃ O
3
vias, purgaliua, ilum ina tíva e unit cl) Con tud o , o nom e 4ue hoje mais
iua, pela s qua is pas sam freq uen lem ent e
a5 alm as gen eros as, ávid
as de progresso esp iritu al. lhe é dad o,. é o de Teo log ia Asc
Ant es, por ém, e mis ter, num a étic a e Mística.
cur ta Intr odu ção , re- 1) A pala vra Asc étic a \'Cl1 l Jo grego
solv er alg um as que stõe s pre lim inar a.aY .IJOl Ç ( exer-
es. cício, esfo rço) e des ign a todo o
exe rcíc io labo rios o que
se refira à edu caç ão físi ca ou mor
'2. Nes ta Intr odu ção vers arem os cinc al do hom em. Ora a
o que stõe s . per feiç ão cris tã sup õe esforços
que S. Pau lo de bom
grad o com par a aos exe rcíc ios de
l. Nat ure za da Teo log ia Asc étic a ; treino, a que se sub me-
tiam os luta dor es, par a asse gur arem
II. Sua s fon tes ; nat ura l des igna r _ pelo nom e ele
a vitória. Era , pois,
UI. Seu mét odô ; alm a cristã em luta par a alca nça
4~c ese os esfo-i:ços da
IV. Sua excefoncia e nec essi dad e ; · Ass im o fize ram Cle men te de
r a perf eiçã o.
V. Sua divisão. · Alexandria 1 e Ürí-
gen es 2 e, apó s eles, um gra nde
núm ero de San tos Pa-
dres. Não é, pois, de estr anh ar
§i) . Na tur eza da Te olo gia As cét ica que se ten ha dad o o
·. nom e de Asc étic a à ciên cia que
trat a dos esforços ne-
cessários par a adq uiri r a per feiç
Par ~ mel hor exp lica rmo s o que ão cristã.
é a Teo log ia Asc é- 2) Sem emb arg o, dur ant e longos
tica , ' e:i:cporcmos suc essi vam ente sécu los, o term o
: 1. 0 os nom es principais que pre vale ceu , par a des ign ar esta
que lhe têm sido dad os; 2. 0 o ciên cia , foi o de Teo-
seu lugar nas ciên cias logi a Mís tica (µvan7c;, misterioso
teo lóg icas ; 3. 0 as suas relações. , secreto, e sob retu do
com o Dog ma e a Mo- seg redo religioso) , por que ela exp
ral; 4. 0 a distinção entr e a Asc unh a os seg redo s da
étic a e a Mística. - per feiç ão.
Dep ois. hou ve um a épo ca em que
I. Sw s DIFE REN TES NOM ES ,. vras fora m emp reg ada s no mes
essas dua s pala -
mo sen tido ; mas veio a
pre vale cer o uso de rese rvar o nom
5. A Teo log ia Asc étic a tem dive e de Asc étic a à par te
rsas den om ina- da ciên cia esp iritu al que trat a
ções. dos primeiros graus da
per feiç ão até o lim iar da con tem
plaç ão, e o nom e de
a) Cha ma m-n a a ci~ncia dos santos, Mís tica à que se ocu pa da · con tem
e com razã o, plaç ão e da via uni-
pois que nos vem dos santos que
a ens inar am e sob re- . tiva .
tud o a viv eram , e é des tina da
a fazer santos, exp lica n- e) Com o que r que seja , resu lta de
do- nos o que é a san tida de e tod as esta s no-
qua is os mei os de a al- ções que a ciên cia de que nos
can çar. ocu pam os é sem _dúv ida
a ci~ncia. . da perfeição cristã : eis o · que
b)Out ros dão -lhe o no.m e -de ciên nos vai perm itir
cia espiritual, assi nala r-lh e o lug ar que lhe com
por que form a espirituais, isto é, pete.. no pla no geral da
hom ens inte rior es, ani- Teo log ia.
mad os do esp írito de Deu s.
e) Ma s, com o é um a ciên cia
prática, ape lida m-n a
tam bém a arte da per/eiçáo, por J(
ter com o fim con duz ir 1 No Pedagogo, L. I, e.
as alm as à per feiç ão cris tã ; ou de asceta a Jacob, depois da 8., P. O., VIII, 318. CLEMENTE dá ~ no~
e
ain da, a arte das artes, luta que teve de sust enta r com um anJO
por não hav er arte mai s exc elen numa visão mist erios a.
te que a de ape rfei çoa r 2- ORIGENES (ln Jerem., hom
um a alm a na mai s nob re das vid · pelo nome de ascetas uma class !l, 19, n. 71 P. O., XIII, 518) desi.gna
as, a vid a sob ren atur al. e de fervorosos crist ãos que praticava
a mortificação e outr os exercícios m
de perfeição.

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4 INT ROD UÇÃ O INT ROD UÇÃ O
5

II. o SEU LUG AR NA TEO LOG


IA
prá tirn das ,·irt ucle s rtum a man eirn
met ódi ca, é a A .~cé-
tica que inte rvé m, lanç and o-n os
regras de perf eiçã o.
4. Nin gué m mel hor que San to
Tomás fez com - III.
pre end er a uni_dade org ânic a que SuAs REL AÇÕ ES coM o DoG MA E A Mo RA L
rein a na ciên cia teol ó-
gica. Div ide a Sum a em três par
tes : na prim eira trat a de
Deu s primeiro principio, que estu _· 6. A Asc étic a é, pois, um a
da em si mesmo, na par te da Mo ral cristã,
Un ida de da sua Nat ure za e na mas a par te mai s nob re, aqu ela que
Tri nda de das sua s Pes~ ten de a faze r de nós
soa s : e nas obras que criou, con cristãos perf eito s. Se bem que se
serv a e gov erna pel a sua torn ou um ram o espe-
pro vjd ênc ia. Na seg und a· ocu pa• cial da Teo log ia,. çon serv a, não .ob
se de Deu s Mtim ,o Jtm, • stan te, .com o Dog ma
par a o qua l dev em ten der os hom '; ·e a Mo ral rela çõe s ínti mas .
ens , orie ntan do as sua s
acç ões par a Ele , sob a dire cçã o < · : l.º Tem o seu fun dam ent o no Dog
da lei e o imp ulso da ma. Qu and o
grqça, pra tica ndo as virt ude ·que r exp or a nat ure za da ,rid a
s teol oga is e mor ais e os cris tã, . é a~ Do gm a ~u~
dev eres par ticu lare s de cad a· esta vai ped ir luze s. Efe ctiv ame nte,
do. A terc eira mos tra- est~ vid a e, ~m a p~rtrc1-
-n.os o Ver bo Incarnado faze ndo .paç ão da pró pria vid a de Deu s
-se nos sa via par a che - ; e nec essa n~, pois, re-
garm os a Deu s e inst ituí ndo os •r ilon tar ao seio da San tíss ima Tri
sacramento,s par a nos nda de, par a la enc ont rar
com uni car a graça, a fim de nos ,o, prin cipi o e a orig em des sa vid
con duz ir à. vida etem a. a, seg uir a _sua_ histór~a
Nes te plan o, a Teo log ia Asc étic _ mar avil ham , ver com o, out org ada
a e Mís tica está ,im a nos sos prim eiro s pars,
con exã o com a seg und a par te da ·, fbf per did a por sua cul pa e rest aur
Sum a, s_em deix ar de ada por Cri sto Re-
. se apo iar nas ,:mtras dua s. . ,Jen lor . ana l é O seu organismo
e o seu mod o de ope rar
·:::ém nos~a · alm a, por que misteri
osos can ais
5.Mais· tard e.: sem se deix µr de resp : •.de e aum ent a, com o se tran sfor ma em visã nel a se difun-
eita r a ~ua uni - o bea tífic a ~o
dad e org ânic a, divi diu- se a Teo ' eéu . Ora tod as esta s que stõe s
log ia em três par tes : a são trat ada s na Teo log ia
DogmáÚ~Ô.. a Mo ral e a Asc étic ( Dog mát ica. Nem se diga que
a. · se pod em pressu:p~r _;. se
· ~ão se reco rda m num a §íntese
a) O Dogmcv· éflsina~nos o que é prec cur ta e viva , a Asc ehc a
iso crer sob re : par ece rá sem bas e, e exigir-se-ão
Deu s, a vid a divina, a com uni caç às alm as sacrifícios du-
ão que del a se dig nou \ ,ríssimos sem se pod erem just
faze r às cria tura s raci ona is e sob 1 ific ar por um a expos1çao
retu do ao hom em, a _; de qua ~to Deu
s fez por nós. É, pai! , bem ver ~ad
pt;r da des ta vid a pelo pec ado orig e que
inal , a sua rest aur açã o ;: o-D ogm a é, seg und o a bel a exp
{ pdo Ver bo · Inc arn ado , a sua acç ress ao do Car dia l Ma n-
ão •na alm a reg ene rad a,
l a sua difu são p~los sac ram ento '.? -B,ing, a fon te da dev oçã o.
't
-- --- --1-
l
-- -- -
T, · .-
g1ona.
b)
. s, a sua con sum açã o na

-
/\ _Moral mos tra- nos com o dev emo s corr
esp ond er
. 7. 2.º Apo ia-s e tam bém na Moral e -com
/. Est a exp lica os préc eito s que plet a-a .
dev ~mo s pra ti;~ r,, par a
a este amo r de Deu s. cul tiva ndo - · adq uiri r e con serv ar a vid a divi
a vid a div ina de que na. Ora a A,:cehc_a, que
Ele se dig nou outo rgar -no s um a ' _p.os forn ece os mei os de a ape
par tici paç ão, com o de- rtei çoa r, sup oe evid ente -
vem os evit ar o pec adõ e pra tica r men te O con hec ime nto e a prá
as virt ude s e os dev eres tica dos man dam ent os ;
d~ esta do que são .de prec eito . , , seri<1 peri gos a ilus ão des cur ar
· os pre ceit os sob c~lor de
;: . cult ivar os con selh os e pre tend
e) Ma s.' qua ndo se que r ape rfei er prat ica~ as mai s alta s
çoa r e~ta. v{d-~~ pas - '. · · virt ude s ante s de sab er resistir
~ sàr além do que 'é -estrito man dam às ten taçõ es e evit ar o
ent o. e pro gred ir na ,i ;pec ado .,

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11'11 t<.V1 .JU',,A V
7
8. 3.º Con tudo a Asc élic a é indu bità desde os seus princípios até o limiar da con tem plaç ão
velm enle um
reuno cÍisf into da Teo logi a Dog mát in/usu. Faz emo s com eçar
ica e Mor al. Com ef ei- a perf eição com o desejo sin-
to, Lem o seu obje clo próprio : colig e no ensi no de Nos so cero de prog redi r na vida espiritual. e a Asc étic a con duz
Sen hor, da Igreja e dos San tos tudo a alm a , atra vés das vias purgativa e iluminativa, alé à
o que se refe re à
p6rf eição, natu reza , obri gaçã o, e meio
s da vida cristã, e ! t con tem plaç ão adquirida.
coo rden a todo s esles elem ento s, de J
sorte que dele s se
_;; ~
.! .. _f
form e uma verd adei ra ciên cia . . 1) Dist t t. B) A Mís tica é a part e da ciên cia
ingue-se do Do- espi ritua l
gma. que não nos prop õe dire ctam ente
senã o verd ades
'. 1:, que tem por obje cto próprio -a teor ia
e a prát ica da vida
que se dev em crer, pois que . se é , ;-·i cont emp lativ a, desd e a primeira noit e
certo que se apo ia dos sent idos e da
ness as verd ades , orie nta-as para a prát ·,;,: : quie tude até o matrimónio espiritua
ica, utili zand o-as l.
para nos faze r -com pree nder ,· gostar e
real izar a perf eiçã o {l - • · a) Evi ta~o s, p ois: na defir{ição que dam os,
cristã. 2) Dis tingue-s e da Jvloral,. porq ·faz er
ue, se bem que da Asc étic a o estu do da-s vias ordinári
rele mbr a os man dam ento s de Deu s as da perf eiçã o , e
e da Igreja, fund a- da Mís tica o estu do das vias extraord
men to d~ toda a vida espi ritua l, prop inárias. E a razã o
õe-n os os c'onselhos é que hoje se reserva ante s o term o
evan géli cos, e, para cad a virt ude , um de extr aord inár io
grau mai s elev ado para uma cate gori a espe cial de fenó
que aqu ele que é estr itam ente obrigató men os místicos, os
rio. É. pois. com que são graças grat uita men te dada'S e
toda a razã o a ciência da per{eição se vêm acre scen tar
cristã. 'à con tem plaç ão como os êxta ses e
as revelações.
9. Daq ui o seu dnp_lo cará cter de h) A con tem plaç ão _é uma intuição ou vista
ciên cia a um tem - simples
po espe cula tiva e prática. Con tém sem e;, ê afec tuos a de Deu s ou das
dúv ida uma dou - coisas divinas : cham a-se
trin a_ espe cula tiva , visto que rem onta -~. ; 'adquirida, qua ndo é frut o da nossa
ao Dog ma , para acti vida de aux iliad a
e~p hcar a natu reza da vida cris tã ; mas ..; . pela graç a; inJusó., qua ndo . ultr apas
é sobr etud o prá- sand o essa activi-
trca,_ por que bus ca os mei os que se dad e, é ope rada por Deu s com o noss
dev em tom ar, para o con sent ime nto
cult ivar essa vida . ,-, (n.º 129 9).
É: até mes mo, nas mão s dum sábi o dire
ctor uma ver-
nJ;-,_1 ' ç) f~ de prop ósit o que reum mos
num só e mesmo
dadeira arte, que cons iste em apli car
com dis~ erni men to :~~ - trata do a Teo logi a Asc étic a e Mís tica
e ded icaç ão os prin cípi os gerais a cad .
~ -- _1 1 ) Sem dúv ida que , entr e uma e outr
a alm a em part icu-
lar, a arte mai s exce lent e e difi cult osa
de toda s ·ars ar- f\ .<;as ~ro fund as que tere mos cuid ado
a, há dif eren-
de assi nala r mais
tium. regímen anim arum . Os prin cípi os ,r.v•_ -. tard e • mas há tam bém
entr e os dois esta dos, ascético e
e regras . 'que da-
remos, tend erão a form ar bon s clirector i<",;· - :mí;;tic~, urna cert a con
tinu idad e que faz que um seja
es.
/ uina espé cie de prep araç ão para o
outr o, e que Deu s uti-
IV. D1FERENÇ,}. ENTRE A AscÉ 'r1cA :'.. ·.• Jize, qua ndo o julga conveniente,
as disposições genero-
E A Mís ncA
1~:-.
·sas do asce ta para o elev ar aos esta
O que leva mos d1·to ap I·1ca-se igual ,_. .-,·... 2) Em todo o caso, o estu do dos místic<il~:
da Místi'ea proj ecta
men te a uma e a
outr a. .:. -_; -. 1rimita luz sobr e a Asc étic a e reci
' proc ame nte ; porq ue os
'-: • ,cam inho s de Deu s são harm ónic os,
e a acçã o tâo pod e-
10. A} Par a as distinguir, pod e-se r:~ · ,rosa que Ele exer ce sobre as alm as
defi nir a Teo lo- míst icas faz mel hor
gi~ Asc éti: a :_ a par te da ciên cia espi
ritua l que tem por
~1L p,erceber, pelo rel~vo com que ela apar ece, a sua acçã o
oh1ecto prop no a teor ia e a prát ica i- men os vigorosa sobr e os prin cipi ante
da perf eiçã o cris ta s ; assim as prova-

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8 INTRO DUÇÃ O INTRO DllÇÃ O 9

Ções passir;as, descr itas por S. João da Cruz , fazem depoíc da qued a, pela lncar na~ão do Verb o e pela
me- Re-
lhor comp reend er as secur as ordin árias que se dençã o, pera o santif icar pelos sacru meuto s, pan.1
exper i- Ute pre-
ment am nos estad os inferiores, e do mesm o modo parar enfim no céu as alegrias etern as <la visão beatí
enten - fica
dem- se melh or as vias místi cas, quan do se vê e do amor· puro. É evide nte que esla doutr ina tão
a que nobre,
docil idade , a que male abilid ade chega uma alma tão eleva da, é poder oso estím ulo para aume ntar em
que, nós
duran te longo s anos, se entre gou aos árduo s traba o amor de Deus e o desejo da perfe ição.
lhos
da asces e. Estas dnas parte s duma mesm a ciênc ia
escla-
recem-se, pois, natur alme nte e -lucram em não serem 14. 2.º Uma dout rina mora l comp osta de precei-
se-
parad as. tos e conse lhos : o Decá logo que se resum e todo no .amor
de D-eus e do próxi mo e por con~e guint e no culto
divino
§ II. As font es. da. Teol ogia Ascé tica e no respe ito dos direitos de outre m ; o ensin o tão
ele-
e Místi.ca vado dos Profe tas que, recor dand o sem cessa r a bond
a-
de, a justiç a, o amor de Deus para com seu povo.
o
12. Visto que a ciênc ia ,espiritu~l é um dos ramos desvi a do pecad o e sobre tudo das aberr ações idolát
ricas,
da Teolo gia. é evide rüe que as suas fonte s são as
mes- lhe incul ca o respeito e o amor de Deus , a justiça, a
mas que para esta': &P,t.es de tudo, as fonte s que equid ade, a bond ade para co~1, todos , mas sobre
contê m tudo
ou interp retam o depós ito da Reve lação , a Escrttura para com os fracos e oprimido~/i'fbs conse lhos tão
e a discre-
Trad içã?; depoi s, as fonte s secun dária s, todos os tos dos livros sapie nciais que c~ntê m por antec ipaçã
conhe - o um
cimen tos que nos vêm da razão ilumi nada pela /é tratç1.do comp leto das virtud es cristãs : mas, acima
e pela de
experiência. Não temos , pÓis, aqui senão que notar tudo. a admi rável doutrinfJ. de Jesus, a síntes e ascét
o ica
nso que delas se pode fazer na Teolog iá Ascé tica. cond' ensad a no sermão elo monte, a doutr ina mais
eleva-
da ainda , que se encon tra nos discursos transm itidos
por
I. DA SAGRADA EscRITURA S. João e come ntado s nas suas Epíst olas ; a teologia es-
piritu al de S. Paulo, tão rica em sínteses dogm áticas
Não encon tramo s nela, é claro, síntes e algum a e
da -aplicações prátic as. O pálid o resum o, que darem
doutr ina espir itual, senão riquíssimos docu ment os os em
dis- apênd ice, mostr ar-no s-á que o Novo Testa ment o é
persos tanto no Antig o como- Novo Testa ment o sob já um
a for- código de perfe ição.
ma de doutr inas, preceitos, conselhos, orações; exem
pfos.
. . . 15. 3. 0 Oraç ões para nos alime ntar a pieda de e a
1'.S • . 1.º
Dout rinas es}ie culat ivas sobre Deus , sua vida interior. Há-a s por\'e ntura mais belas que as
natur eza, ·seus atribu tos, sua imen sidad e que tudo que se
pene- encon tram nos Salm os e que a Igreja julgo u tão própr
tra, sua infinité. sabed oria, sua bond ade, sua justiç ,i_a_s_ __
a, sua para glorificar a Deus e nos sa~ti icar, que as tras!
misericórdi?-, sua acção provi denci al que· se exerc ~º~
e sobre para a sua Litur gia, para o Missal. e para o Brevr
todas as· criatu ras, mas princ ipalm ente sobre os home nrio .
ns Há outra s ainda , que se enêon tram dispersas pelos
para os salva r ; sua vida íntim a, a geraç ão miste riosa livros
d~ histór icos ou sapie nciais ; mas sobre tudo o Pai
~tern a Sabe do;ia ou do y
erbo, a proce ssão do Espír ito
..,anto, laço mutu o do Pai e do Filho ; suas obras
a oraçã o mais bela, mais simpl es, mais comp leta na
Nosso,
sua
: em brevi dade, que é possível encon trar, e a oraçã o sacer
partic ular o qüe Ele fez pelo home m, para lhe comu do-
nicar tal de Noss o Senh or, sem falar das doxologia-s
uma partic ipaçã o da sua vida divin a, para o restau que se
rar encon tram já nas Epíst olas de S. Paulo e no Apoc
alipse .

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10 INTR ODU ÇÃO
INTR ODU ÇÃO 11
16. 4.º Exe mpl os que n os arra stam
à pnít ica da 1.º () ma[!is.tério sole ne, que cons iste
virtn de. a) O Anti go Test ame nto faz sobr etud o nas
desfilar dian te de defi niçõ es dos Con cílio s e dos Sum os
nós uma série de patr iarc as , prof etas e Pont ífice s. não se
outr os vult os assi- ocup ou senã o rara men te elas ques tões prà~
nala dos, os quai.,, sem deix arem de ter riam ente ascé-
fraq ueza s , tive- . ticas e rníslicas ; mas teve de inter vir
ram virtu des que fora m cele brad as por mmt as veze s para
S. Pau lo 1 e lon- escl arec er e dar prec isão às verd ades que
gam ente desc ritas pelo s San tos Pad res, form am a b ase
que as prop õem da esp iritu alid ade : t'?-is são,: por ex~m plo,
à noss a imit ação . E com efeit o, quem a vida divin a
não adm irará a cons id erad a na sua font e, a elev açao
pied ade de Abe l e de Hen oc, a virtu do hom em ao es-
de sólid a de Noé tado sobr enat ural . o peca do orig inal e
prat ican do o bem no meio dum a ger~ suas cons equê n-
ção corr omp ida, ~ cias a rede nção , a graç a com unic ada ao
fé e sonf ianç a ç!e Abr aão, a casU dade hom em regene-
e a prud ênci a de . rad~ 0 méri to q'i.ie aum enta éin nós
.José, a cora gem , a sabe dori é. e a cons _a vida divin a, os
tânc ia de Moi sés, sacr ~me ntos que conf erem a graç a, o sant
a intre pide z, a pied ade e a sabe dori o sacrifício da
a de Dav id, a vida miss a em que são apli cado s os fruto s
aus_tera dos Prof etas , a brav ura dos Mac da r_e denç ão. No
abeu s, e tanto s decu rso do nosso trab alho , terem os que
outr os exem plos , que dem asia do long o utili zar toda s es-
seria men cion ar. tas defi niçõ es .
h) Em o Nov o Testa111:_ento é, ante s de tudo
, Jesu s que
nos apar ece . com o o i:frot ótip o idea l da
sant idad e ; de- 18. 2. 0 O magistério ordinário exer ce-s e de duas.
pois , Maria. e .José , schs fiéis imit ador
es, os Apó sfolo s. man eira s, teór ica e pràt icam ente .
qu e, ao prin cípio imp erfei tos, . se devo
tam de corp o e
alm a à preg ação do Eva ngel ho Lem corn
o à prát ica das . A) O ensi no teórico é-no s .~a~o dum mod o n~g~
virtu des crist ãs e apos tólic as," com tal tivo o ela cond enaç ão das prqp osrç oes -
perf eiçã o que nos dos falsos m1sh-
repe tem mais eloq uent eme nte pelo s seus . · d m mod o posi livo pela dout rina com
exem plos que cos, e u um dos San-
pela s suas pala vras : lmit ator es mei esto tos Pad res e dos Teól ogos ou pel as conel
te sicu t et ego us,ões que se
Chri sti. Se vário s dest es sant os tive ram dedu zem das vida s dos Sant os.
as suas fraq ue-
zas, a man eira com o as repa rara m real
ça mui to mais o a) Enc ontr aram -se, em dive rsas ép~c as, falso
valo r dos seus exemp los, mos tran do-n s ~ís:i -
os com o pode mos cos que alter aram O verd adei ro conc
resg atar as noss as falta s pela peni tênc erto da ~erfe1çao
ia. . crist ã : tais fora m os Enc ratit as e os
Para dõrm os uma idei a das riqu ezas ascé M~n_tarnstas · ~os
ticas que se prim eiros sécu los, os Frat icelo s e certos
enco ntra m na S. Escr itura , fare mos rmstrcos alem aes
em Apê ndic ,e um ·-ela Idad e Méd ia, Mol inas e os Quie
resu mo sinté tico da espi ritua lida de dos tista s nos temp os
Sinópticos, de mod erno s ; cond enan do-o s, a lgre ja assin
S. Paulo e .de S. João. alou -nos os e~-
colh os que se devi am evita r e, por isso
mes mo, o camr-
. n hO que; era m1st . er segu · ,>A h
rr. "r .

17. A 'Tra diçã o com plet a a S. Escr itura


19. b) Em cont rapo siçã o, foi-se form ando pouc
~
, tran smi- a pouc o uma doutrina com um sobr e toda s as grande~
tindo~nos verd ades que não estã o cont
idas nest a, e ade- ' .que stõe s de espi ritua lidad e, que form a
mais inter pret a-a dum a man eira autê ntic com o um com en-
a. l\1an ifest a-se tário vivo dos ensi nam ento s bíbl icos
pelo mag istér io solene e pelo mag istér ; enco ntra -se nos
io ordinário. e:_ t Pad res Teól ogos· e auto res espi ritua is, e,
.__an os , quem dos
freq uent a , não pod e deix ar d e pasm ar d · ·d e
l Heór. e. XI inteir o. a una nmu a
que se man if esla sohr e todo s os pont os
vitai s que se re-

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12 INTR ODUÇ ÃO INTR ODUÇ ÃO 13
ferem à natur eza da perfe ição, aos meios neces tal circu nslán cia, por ocasi ão de Lal ou la[ ques
sários para tão. neste
a alcan çar, aos princ ipais estád ios que se ou naqu ele meio deter mina do ; do mesm o modo
têm de percor- ., os tex-
rer. Rest am sem dúvi da algun s pont os controvers tos da Trad ição foram muit as vezes moti vado s
os. mas pelas cir-
sobre queE-tões acess órias , e essas discu ssões cuns tânci as Je temp o e de pessoas. a) Para
não fazem lhes com-
mais do que realç ar a unan imid ade mora l que preen der o alcan ce, é necessário situá -los no
exist e so- seu meio,
bre o dema is. A apro vaçã o tácit a, que dá a Igreja aprox imá- los de doutr inas ar:iálogas, depo is agrup
a este á-los e
ensin o comu m, é-nos garan tia segu ra da verd ade. inter pretá -los à luz de todo o comp lexo das
verda des
cristãs. b) Conc luído este primeiro traba lho,
20. B) O ensin o práti co enco ntra- se sobre tudo pode m-se
na • _destes princ ípios tirar CQnclusões, _mostrar a sua
cano nizaç ão <Íós Sant os qüé ensin ara~ e prati soha ~z e
~ara m 0 · as aplic açõe s múlt iplas aos mil porm enore s da
comp lexo desta s dout rinas espir ituais . Sabe -se vida hu-
com que mana , nas situa ções mais diversas. e) Princ ípios
cuid ado minu cioso se proc ede à revis ão dos e con-
seus escri- clusõ es serão enfim coord enad os em uma vasta
tos, bem como ao exam e das suas virtu des sínte se e
; do estud o form arão uma verd adeir a ciência. d) 'É outro ssim
~este~ docu ment os é fácil dedu zir os princ ípios à razão
de espi- que comp ete defen der a dout rina ascét ica contr
. ntua_ hdad e sobre a natu reza e os meio s de perfe a os seus
ição, que detra ctore s. Muit os ataca m-na em nome da razão
expn mem o pens amen to da Igreja. Disto nos e da
pode mos ciênc ia, e· não vêem mais que ilusã o onde há
capa citar , lendo a obra tão docu men tada de Bent sublimes
o XIV : reali dade s. Resp onde r a estas críticas, apoia
De Serv orum Dei Beat i/ica lione et Cano nizot ndo- se na
ione, ou al- filoso fia e na ciên da, é preci same nte o pape l
guns dos proce ssos de Cano nizaç ão; ou enfim da razão.
biogr afias
de Sant os escritas segu ndo as regras dum a crític 2:5. '2. Send o a espir itual idade uma ciênc ia vivi-
a sensa ta. 0

da, impo rta most rar histo ricam ente como foi
III. A posta em
RAZÃ O ILUM INAD A PELA FÉ práti ca; ~ para isso é miste r ler biogr afias
E PELA EXPERIÊNCIA
de Santo s,
antig os e mo-demos, de diversas cond ições e diver
sos paí-
ses, para verif icar de que mane ira as regras ascét
21. A razão natur al, send o como é um dom de icas fo-
Deus ram inter preta das e adap tadas aos diversos temp
abso lutam ente nece ssári o • ao hom em para conh os como
ecer a às difer entes naçõ es, bem corf.)".0 aos deve res
verd ade, tanto natu ral como sobre natur al, tem de· estad o
parte mui- parti cular es. E. como na Igreja nem todos são
to cons iderá vel no estud o da espir itual idade santo s, é
, como de nece ssári o inteir ar-se bem dos obstá culos que se
todos os outro s ramo s da ciênc ia ecles iástic a. opõe m à
Mas , tra- práti ca da perfe ição, e dos meios empr egad os
tando -se de verd ades revel adas, há miste r ser para deles
guiad a e triun far. São. pois, indis pens áveis estud os psico
aperfeiçoa~a~~·pela s luzes dq____M_;_ e~_p ara_aplica lógicos, e
r. os prin- leitu ra é miste r junta r a obse rvaçã o.
c1pws gerars as alma s, deve -se apoia r na expe
riênc ia psi-
cológ ica.
24. S.º É ::iinda à razão . ilum inada pela fé, que
perte nce aplic ar os princ ípios e as regras gerai
. 22. )0 O _seu prim eiro cuid ado deve ser coligir, s a cada
pesso a em particular, lendo em conta o seu temp
inter preta r e coor dena r os dado s da Esc1 itura eram en-
e da Trad i- to, o carác ter. a idade , o sexo. a situa ção socia
ç~o, que, dispe rsos como anda m por diversos l, os de-
livros, pre- veres de estad o, bem como os cham amen tos sobre
cisam de ser reuni dos, para fonn arem um todo·. natur ais
Além da grf.lça. sem perd er de vista as regras sobre
disso, as palav ras sag-radas foram pron unci adas o discerni-
em tal ou i:nentó dos espíritos.

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14 INTR ODU ÇÃO
INTR ODU ÇÃO
15
Para dese mpe nha r este trípl ice pap el,
torn a-se mist er
não som ente uma inte ligê ncia pen etra um d e Ies; e 1.-st.o . sem se mqu ict ar com a natu reza ou
nte mas tam bém l
caus a des·l es, ferio· men os , sem inqi lirir se e es pruc e dem
juíz o rect o. ·m uito tino e disc riçã o.
É prec iso junt ar o das virt ude s, dos don s do Esp írito ~ l

l
estu do da psic olog ia prát ica, dos San to, .º~ e e graças
tem pera men tos, das mira culo sas. Este mét odo . na sua part
doe nças nerv osas e dos esta dos mór e posrtrvha , temb nu-
bido s. que têm tant a
infl uên cia no espí rito e na von tade , mer osas u t 1·l·d
1 a
des ,· porq úan to é misl er con ecer
· em
etc. E. com o se lrata os fact os, ante s de expl icar a sua natu
dum a ciên cia sobl 'ena tura l, não se reza e caus a.
dev e esqu ecer que a i
luz da /é dese mpe nha aqu i um pap
el prep ond eran te, e '26. Mas , se se emp rega r excl usiv ame nte:
que os don s do Esp írito San to a com
plet am mar avil ho-
sam ente ;_ ~m partiet~lar o dom . de ciên
cia, que da~ cois as a ) N ao -· pod e cons titui r uma verd adei ra ciência.
hum ana s nos elev a· até Deu s. o dom Nã~ há dúv ida que lhe subm inis •. d·
tra os fun ame ntos , a
de ente ncli men to
que nos . fuz pen etra r mel hor as verd sabe r, os fact os e as indu ções imed
ades reve lada s. o ~at~s que d_eles s,e
<lom de sc;.piência que no-l as faz disc pod em tirar ; pod e até dete rmin ar qua
erni r e sabo rear . o is sao os me10s pra-
dom de cons elho que nos pen hite faze tica s que gera lme nte dão mel hor re~u
r a apli caçã o dela s l~ado. S:m embadgo,
a cad a um em part icul ar. enq uan to se não sobe à natu reza mhm
a e a caus a _es-
E assim é que os San tos, que se deix am tes fact os, trata -se ante s de psic olog
ia que de teol o~ia ;
con duz ir
pelo Esp írito de Deu s, são ao mes e .,e desc reve m min ucio sam ente os meio
mo tem po os mai s ou. s - , s de prat icar
apto s para mel hor com pree nde r e mel ~sta ou aqu ela virtu de, não se mos tra f· .
hor aplicà.r os prin - su 1c1_ent eme n l e. a
cípi os da vida espi ritua l : têm uma
cert a con atur alid ade f orça , t·
m 1ma, 0 • estím ulo que ajud a a exer cita r essa vrr-
para as cois as divi nas, que lhas faz tude .
mel hor perc eber e
gos tar: "Ab scon disl i hae c a sapi enti h) Daq ui o perigo de cair en~ ~pin iões mal
bus et prud enti bus ~un~a-
et reue lasti ea parv ulis " 1. das. Se, na con tem plaç ão, não se drst
mgu e o q~e ~ m~rn-
cu1oso com o O eAxta ·
se a levi taçã o do que con shtr n o ~eu

§ III. O mé tod o que se dev e seg un· 2 elemer~to €Sse ncia l isto é, o olha r 'prol d f
ong a ·º1 e a dctu os~
sobr e Deu s, sob a acçã o dum a graç a
espe crn , po er-se-a
Par a mel hor se utiliz0,'P.em as font es daí con clui r com dem asia da faci lida
que acab amo s de de que t~dad a c?n-
desc reve r, que mét odo se dev e emp rega . tcm plaç ão é mira culo sa : o que é
r ? O mét odo ex- cont rário a outn na
peri men tal, desc ritiv o, o mét odo ded
utiv o. ou enfi m a com um.
uniã o dos dois ? Qua l o espí rito
que dev e pres idir ao e) ·Mu itas das cont rové rsias sobr e os esta
emp rego dest es mét odo s ? dos místi-
cos se aten uari am. se às desc riçõ es
-des ses esta dos se
acre scen tass em as disti nçõe s e prec
23. 1. º O mét odo expe rime ntal , desc isoe s que forn ece o
ritiv o ou psi- estu do teol ógic o. Ass im, a dist inçã o
coló gico , cons iste em obse rvar em si entr e a con tem p:~
ou nos outr os, clas - ção adquiri.da· e inJu sa perm ite com
sific ar. coô rden ar os fact os ascé tico pree n?~ r mel hor c ._
s ou míst icos . para
dele s indu zir os sina is ou nota s cara t.os est a dos de aim a mui to reai s e conc1har cert as op1
cter ístic as de cad a niõe s que , à prim eira vista , pare d·t' ·
esta do, as virt ude s ou disp osiç ões ciam . con h~ 1 or~a \
que con vêm a cad a Do mes mo mod o , na con tem plaç ão
pass iva, . a mu1 ~s
0rm1 s : há uns· em que bast
l Mt. 11, 25. a o uso aper f:1ç oad o de
2 R.. ÜARRIGOU-LAGRANGE, o. . ~d t há em que Deu s tem de inte rvir para
1919, p. 11. P., La vie spirifuelle, 10 oct. ons ; ou ros or -
nar as noss as idei as e aju d ar-n· d l
os a tirar e as con elusõ es
.

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16 INT ROD UÇA O INTR ODU ÇÃO
17
surp reen den tes : há outr os enf 1m que Nós esf on;ar-nos-emos por nos con
mal se pod em ex- serv ar entr e os
plic ar senã o por con hec ime ntos infu dois extr emo s. sem termos a pret ensã
sos. Tod as esta s dis- o de o hav er conse-
tinç nes são resu ltad os de long as
e pac ient es inve stig a- guido.
ções, a um tem po esp ecu lati vas e prát
icas ; se se fizessem, a) Os prin cípi os da Teo logi a Mís tica ,
redu zir- se-i a o núm ero das dive rgên dedt~zidos
cias que sep aram as das verd ade s reve lada s pelo s gran
dive rsas escolas. des mestres, aJudar-
-nos-ã.o a mel hor obs erva r os fact os,
a ana lisá -los de mod o
mai s com plet o, a orde ná-l os de man
27. 2.º · O mét odo dou trin al ou ded eira mai s met ódic a,
em eshidi'l-r com . cuid ado o que nos
utiv o con sist e a inte rpre tá-lo s mais crit erio sam ente ;
não esquec~remos,
ens inam . ç.cerca da • . efec tiva men te, que os místicos .des
vid a· e~pfritual · a· Esc ritu ra, a Trâ crev em ns suas rmpres-
diçã o, a Teo logi a, em ·sões, sem que rere m. mui tas vez es
part icul ar a Sum a de San to Tom ás. ao men os, exp lica r a
em ded uzir daí con - sua natu reza . Os prin.cípios ajud ar-n
clm:õ~s sob re a natu reza da vida cris os-ã o tam bém a in-
tã, a sua perf eiçã o , vest igar a cau sa dos factos. tend o
a o·~rtgação e os mei os de a ela tend em con ta as verd ade s
er, sem se preo cu- .. já con hec idas , ·a coo rden á-lo
par sufi cien tem ente dos fact os psic s de man eira que deles se
ológicos, do tem pe- , ...- faça uma verd ade ira ciên cia.
ram ento e do cará cter dos dirigidos,
das suas incl inaç ões,
dos resu ltad os pro duz idos sob re tal
ou tal alm a por este
r ._ h) Por outr o lado , o estu do dos factos
ou aqu ele mei o e sem estu dar por
miú do os fenó men os
i; · místicos corrigirá o que pod eria hav er de demasc~ticos ,e
, gido . e abso luto nas con clus ões asia do rr-
místicos descritos pelo s San tos que pur ame nte dial écti cas :
os exp erim enta ram ,
com o San ta Ter esa, S . Joã o da Cru , por qua nto, não pod e hav er .opo
z, S. Fran cisc o de siçã o ~~s o!ut a entr e os
Sale s, etc .. ou ao men os sem lhes · princípio~ e os fact os ; se, p01s, a
dar a imp ortâ ncia de- exp erre ncra mos tra que
vida . Com o esta mos exp osto s a eng
ana r-no s em nos sas 0 núm ero dos místicos é restritq, não dev e hav er pressa
ded uçõ es, é pru den te sub met ê-la s em con clui r que isso ·dep end e únic
à con trap rov a dos fac - ame nte das resistên-
tos. Se, por exe mpl o, se veri fica cias à graç a. Ê útil tam bém refl ecti
que a con tem plaç ão r por que é ~ue n~s
infu sa é a~saz rara , f ar-s e-ão cert as •· cau sas de can oniz açã o se julg a da
restrições à tese sus- san tida de murto mais
tent ada por algu mas esco las. a: sabe ;, . pela prát ica das virt ude s heró icas
r. que todo s são cha - do qu_e pelo g~nero de
mad os aos mai s elev ado sNJ raus da · · ~raç ão ou de con tem plaç ão ; este
con tem plaç ão 1. s fact os pod erao , efec-
t.ivamente mos trar que o grau de
san tida de não está
'28. 3. 0 Uni ão dos dois mét odo s. _.. ~empre e· nec essà riam ente em rela
A) É necessário, ção com o género e
pois, sab er com bina r harm onic ame ;;· grau de oraç ão.
nte os dois mét odo s.
É em real idad e o que faz a mai or
part e dos auto - .i ._. 29.
res ; há entr e eles úni cam ente_es ta B). De que mod o fund ir em um só
dife renç a, que uns se estes dois
apo iam mai s nos fact os e outr os :-_·~métodos ?
nos prin cípi os 2 • ·
a) É mister, primeiro, estu dar a dou trin
1 É, pois, com razão que, nas duas a :evel_a~a.
rente s, La vie Spirífuelle e Revu Revistas de tend ência tal qua l nos é forn ecid a pela Esc ritu
e d'Asc éfíqu e et de Mysfique, se s dife-
, no cami nho das precisões, disti ngui ra e pela f ra~rçao,
entro
ao chamamento à cont emo lação , ndo com cuid ado, no que resp eitau Ci!ompreendendo nela o magistério ordi
o cham amen to gera
nári o da lgreJ~ ; e,
chamamento vróxímo e remoto, o cham l e indiv Mual, o com o aux ílio des sa dou trin a, dete
sand o o senti do desta s palàv ras, amen to eficaz e suficiente. Prec i- rmi nar, pelo met odo
e
cont endo res a compree-nder-se melh or estud ando os facto s, cheg arão os ded utiv o. o que é a vida e a perf eiçã
e até mesm o a apro xima r-se. o cristã. qua is ~ão
2 Assim, Th . de Vallgorner
dedutivo, enqu anto o P. Poulain, anoadap ta prefe rente men te o méto do
. Gs seus dife rent es graus, a mar cha prog
seu livro Grlic
ressiva seg mda
' relevo ao método descritivo. es d'ora íson, dá mais gera lme nte par a che gar à con tem plaç
ão. pas san do pela
2
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18 INTRODU ÇÃO
J INTRODU ÇÃO
19
morlif icação e pela prática das virtudes morais e teolo- vi damente verificad os se explicam todos pelos dons do
gais ; em que consiste esta contemp lação, quer nos seus Espírito Santo, se alguns não supõem espécies in/usas, e
element os essencia is, quer nos fenómen os extraord inários como estas operam na alma; ou, então, se é o amor que
que por vezes a acompa nham. produz estes· estados de alma sem conheci mentos novos.
'50. L) A este estudo doutrina l é preciso ajuntar
o método de observação : 1 ) examina r com cuidado as
.,,
-'.Í:,. 3) Então é que se poderá ver melhor em que consiste o
estado passivo, e em que proporç ão a alma nele perma-
nece activa, a parte de Deus e da alma na contemp la-
almas, as suas qualida des e defeitos , a sua fisionom ia -~:
~- ção infusa ; o que é ordinári o neste estado. e o que se
especial , as suas inclinaç ões e repugnâ ncias, os movime n- ~~~! ~ • ~orna extraorp inário e pi;elernaturaJ, Assim se poderá.e.stu-
tos da naturez· a· ê da graça qÚe nelas se •produze m·; estes
ctar melhor o problem a da vocação ao estado místico e do
conheci mentos psicológi~os permHir ão determi nar mais número maior ou menor dos verdade iros contemp lativos.
exactam ente os meios de perfeiçã o que mais lhes con- Procede ndo assim; teremos mais probabi lidade de
vêm ; as virtudes de que têm maior necessid ade e para chegar à verdade , a conclu.sões práticas para a direcção
as quais a graça as inclina, a sua correspo ndência a esta das almas ; um estudo deste género será não • menos
graça, os obstácu los que elas encontr am e os meios que
atraente que santifica nte.
melhor resultad o lhes dão para triunfar deles. 2) Para
dilatar o campo da experiên cia, ler-se-ão· as vidas dos
Santos, sobretud o as que, sem dissimu lar os seus defei- '.;2. 4:
° Com que espírito se deve seguir este mé-
tos mostram ' a maneira progress iva como eles os comba- todo? Seja qual for o método emprega do, é mister estu-
teram, como e por que meios praticar am as ~irtudes ; se dar estes árduos problem as com muita serenidade é pon-
pfassaratn, ·e• como, da via ascética à via mística, sob que deração, com o fim de conlwcer a verdade, e não para
influênc ias. 3) É também na vida dos contemplativos fazer triunfar , a todo o transe, o sistema que tein as nos-
que se estudarã o os fenómen os diversos da contemp la- sas preferên cias.
ção, desde os primeiros lampejo s _indecisos até os mais a) Por consegu inte, importa destrinç ar e ,pôr em
eleyado s · cimos, os e/eitos de santidad e produzi dos por . evidênc ia tudo o que é certo ou comumm ente admitido e
estas graças, as provações a que foram submeti dos. as rejeitar para segundo plano o que é matéria de debate.
virtudes que praticar am. Tudo isso virá complet ar e por A direcção , que se há-de dar às almas, não depende das
vezes rectifica r os conheci mentos teóricos que se tinham questões controversas, senão das doutrina s comumm ente
adquirid o. recebida s. H4 ,un_a_nünidade em todas :as e~colás· para re-
ccnhece r qt~e a abneg_ação _e a caridade , o sacrifício e o
'H. e) Com o auxílio dos princ1p10s teológicos e amor são necessá dos a todas· as almas e em todas as vias.
dos fenómen os místicos bem estudad os e classific ados, e que a combina ção harmóni ca deste duplo element o de-
poder-se -á •subir mais facilme nte à naturez a da contem- pende muito do carácter das pessoas que se dirigem .. To-:
plação. às suas .causas, às .sµas espécies, distingu ir o que dos admitem que não se deve jama"is cessar de praticar
há nela de normal e de extraord inário. 1) Pergunt ar-se-á o espírito de penitênc ia, posto que ele tome diferent es
em que medida os dons do Espírito Santo são os princí- formas segundo os diferent es graus de perfeiçã o : que é
pios formais da contemp lação, e como se devem cultivar, preciso exercita r as vilt~tdes morais e teologai s de ma-
para a alma se pôr nas disposiç ões interiore s favoráve is neira cada vez mais perfeita, para chegar à via unitiva,
à contemp lação. 2) Examin ar-se-á se os fenómen os de- e,,qu,e os dons do Espírito Santo, cultivad os com desvelo,

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20 INTRO DUÇÃ O ·):
INTRO DUÇÃ O
1 21
dão ú nossa alma uma male abilid ade que a torna
mais pois é umc, partic ipaçã o da vida cÍivina. comunif'ac
dócil às impir ações da graça , e a prepa tam, se ~a à
Deus a alma e cultiv ada por ela coJTI ardor inf aligáv eI.
cham ar, para a conle mpla ção. l-Iá igual ment e acord E, se
o so - analis;_lrmo!- esta noção , verem os como este ramo da
bre este ponto impo rtante , que a conte mpla ção infus Teo-
a é logia é digno da nossa atenç ão.
essen cialm ente gratuita, que Deus a dá a quem .
quer e 1.º Aqni estud amos , antes de tudo, · a Deus
quan do quer ; . que, por conse guint e, ningu ém se nas
pode suas relações mais ínfim as com a alma : a. Santí
coloc ar a si. mesm o mo i estad o passi vo, e que os sinais ssima
de Trind ade que habit a e vive em nós, comu nican
vocaç ão próxúma 1 a este estad o são os que lão bem do-no s
des- uma partic ipaçã o da sua vida, colab orand o com
creve S. · João da Cruz ... E,: uma vez· cheg adas à as nos-
conte m- sas boas obras , e por esse meio aqx_iliando-nos a. .aume
s • plaçã o, devem as almas , por. coàfi ssão de todos , n7 •
progr e- t~r ser~ interr upção em nós essa viclú sobre natur al.
dir na 'conf ormid ade,p erfeit a cbm a vonta de de Deus a puri-
, na ficar r1 nossa· alma :i aform oseá- la pela prátic a das
conf. iança 1 ilimi tada e sobre tudo· na humi ldade , virtu-
virtud es des, ::i trans formá -la até que ela esteja madu ra
que recom enda consta:nteme.IJ,te Santa · Teres a. para a.
visão beati fica. Pode -se imag inar coisa maior , mais
· · Pode m-se , pois, dirigir prude ntem ente as almas exce~
. ainda lente que esta acção de Deus que trans forma as
mesm o as que são cham adas à conte mpla ção, almas ,
sem se para as unir e ·assem elhar a si rhesm o ·de mane
haver em resolv ido todas as quest ões contr overs ira tão
as, que perfe ita?
são ainda wobl emas para os a\ctores_ cqnter~1po~ .
~i;ieos. . , Q.º Estud amos , em segui da, a própria alma na
!!·
sua
.· • . ·1 colaboração com Deus , desem baraç ando -se pouc o a
h). Parec e-nqs ~ar:n,bém q~e. se s~ entra a ver-
: 1
3'.>. .•
pou•
co dos seus defei tos ·e imper feiçõ es. cultiv anc\0 . as
sar -estes prohl emas com espírito conciliador, busca virtu-
ndo \ · des; cristã s, esfor çando -se · por imita r as perfeiçõ~s,.
não tanto o qt1_e no~ . divid e como o que nos aprox -de .seu
ima. se · divin o mode lo, apesa r dos obstá culos que en'con
cheg ará não certa ment e ?- supri mir estas conir9y,~)'$i tr~ den~
çt;,, tro e fora de si mesm a, cultiv ando os dons do
mas a suavi zá-la s, a atenu á-las, a ver a alma de Espír ito
verda de Santo , adqu irind o uma pródi giosa . mafo abilid ade
que c'ada- sistem a encer ra. E tudo ó ·que se pode parn
cé:nse- obed ecer aos mínim os toque s da graça , e aprox iman
gufr nesta vida : para resolv er um certo núme ro do-se
de pro- assim , cada dia, de seu Pai. celes te. Se hoje se consi
blem as dificu ltosos . é miste r . saber esper ar o lume de..
da ram todas ' as quest ões ;relat ivas à .vidá como as mais
visão beatí fica. di-
•, _ gnas de cctiv ar a nossa atenç ão, que dizer duma
ciênc ia
}: , que trata da vida sobre natur al, da partic ipaçã
o da. ,·ida
.; ·<lo própr io Deus , que descr eve as . suas origens,
os seus
J:, p~6gres~os e o seu inteir o desenvo}vimen~<? no c~u
7 Não
_Y~ierá porve ntura o objec to mais nobre dos Il?SSOS estud os 7
--~• (J'pb ucó' q'ae' Ievatn'6s ·clíto sôbt~ nati,.u,~z~ fonte ª
s e >,: · É' p~o é télmbém 'o mais neces sário ? ·
méto do d~•tT eôlôgía Ascét i'ca. perm ite-no s 'entre ver
a su?-
é'xcel'êHptà e· hecesstdcl.de. · ' ' · · i ·
• '1;, :,r ••: .t ti! • • '
'.l, · •
II. NECE SSIDA DE DA TwLo G1A' AscÉT ICA

I.' .'E~tE LÊ'Nt IA ÓÀ. T~OLOGÍA AscÉ tICA Para conse guir maio r preci são em ~atér ia . tão deli~
cada, expor emos : 1. 0 a sua neces sidad e pàra o 's
· ~4~
A excel ência tira-s e do objec to. · ' Ora o seu acerd o-
t~ \;, 2)0 a sua grand íssim a utilid ade para: os leigo s; 3.º
oBjec to' é' um dos triais nobre s qtie é possiv~I a
estud ar, mane ira pl'áfica· de a estud ar. ·

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20 INTRO DUÇÃ O
INTRO DUÇÃ O
21
dão b. cwssa alma urna rnaleafJilid(lde que a torna mais
p,,is t·· nm i. partic ipação da vida cÍivino ,:nm1111irn(h
dócil às im:pir,1<;ôf's dn graça , e a prepa ram, se Deus :\
a alma e c11ilJ\.tJu por ela com éllclur i11l'uL1gúveL L.
cham ar, para a conLemplaçào. Há igualm ente acord o so se
- nnalisél.rn10, eslu noção , veremos como este ramo da Teo-
bre esle ponto impor tante, que a conte mplaç ão infusa
e logia é digno da nossa atenç ão ..
essen cialm ente gmtrúla, que Ueus a dá a quem quer
e J .º Aqni estuda mos, antes de tudo, a Deus nas
quand o quer ; que, por conse guinte , ningu ém se pode
suas relações mais ínfimas com CL alma : n Santís sima
ccloca r a si-me smo,n o'.esta do passiv o, e que os sinais de
Trind ade que habita e vive em nós, comun ican'd o-nos
vocaç ão próxim a· a este estado são os que lão bem des-
uma partic ipaçã o da sua vida, colab orand o com as nos-
creve S. João da Crui. E, uma vez chega das à conte m-
sas boas c:bras. e por esse meio auxili ando- nos a aume n-
plaçã o, devem. ,as almas , par. confis são. de todos ... progre
- .,
'j.

tar sem interr upção e1n nós essa vida sobre natura l . ·a- puri-
dir na ·cimfo rmida de,pe rfeita com a vonta de de Deus , na ,i.-

confia nça: ilimit ada e sobre tudo na humil dade; virtud


es tf ficar r1 nossa alma." a aform oseá-l a pela prátic a das virtu-
des. 3 transf ormá- la até que ela esteja madu ra para
a

~.
que recom enda const antem ente Santa · Teres a.
H.. visão bea\ff ica. Pode- se imagi nar coisa maior , mais exce-
· Podem -se, pois, dirigir prude nteme nte as almas , ainda
lente que esta acção de Deus que transf orma as almas
mesm o as que são cham adas à conte mplaç ão, sem ,
se para as unir e ·assem elhar a si mesmo de mane ira lão
haver em resolv ido todas as questõ es contro versas , que
são ainda probl emas para os autore s conlempor~1:ieos. perfe ita?
, Q." Estud amos , em .segui da; a própria alma
na sua
colaboração com Deus, desem baraç ando- se pouco a pou~
5~.h) Parec e-nos també m q~~, se' se entra a ver- co dos seus defeit os e imper feiçõe s, cultiv ando as virtu-
sar ·estes probl emas com espírito conciliador, busca ndo
des, cristãs, esforç ando- se por imitar as perFeiçõ~s de seu
não tanto o que nos divide como o que nos aprox ima.
se divino mode lo, apesa r dos obstác ulos que en'con tra den-
chega rá não certam ente ?- suprim ir estas contrçn1.1n,ias
, tro e fora de si mesm a, cultiv ando os dons do Espíri to
mas a suaviz á-las, a atenu á-las, a ver a alma de verda de
Saüto . adqui rindo uma pródigiosa malea bilida de para
que c'ada- sistem a encerr a. É tudo à que se pode co:nse
- obede cer aos mínim os toque s ela graça, e aprox imand o-se
guir nesta vida : para resolver um certo núme ro de pro-
assim, cada dia, de seu Pai celest e. Se hoje se consid e-
blema s dificu ltosos , é miste r saber espera r o lume da
ram todas as questõ es relativ as à vida como as mais dt-
visão beatíf ica.
gnas de cetiva t a nossa atençã o, que dizer duma ciênci
a
que trata da vida sobre natura l, da partic ipação da Yida
, § · IV. Êxce lênci a e ne<;e's sicla de :
1
elo próprio Deus , que descre ve as . suas origens, os seus
da Teologia Ascé ti~a· progres~os e o seu inteiro desen volvim ento no céu 7 Nãó
sêrá porve ntura o objec to mais nobr~ dos n(!ssos estudo s
Ü·p'ouc·o que Ievam ~s dito sobre a nature za, fontes e
·i
7
E 'rão é.t;im bém ó mais neces sário?
métod o d~· 'Teolo gia Ascét ica permi te-nos entrev er a sua
excel~hpia
... , e· necessidâde . II. N EcEssI DADE DA TEoLoG IA. Ase ÉTICA

I. E,ccEL ÊN.CIA DA TEOLO GIA AscÉT ICA


Para conse guir maior precis ão em matér ia tão deli-
cada, expor emos : 1. 0 a sua necessidade para o -sacerdo-
54. A excelê ricia tira-se do object o. ·Ora o s'eu te ·; 2;º a sua grand íssima TLtilidod('. para os leigos; 3.º a
object.o' é um dos mais nobre s que é possív el estud ar,
mane ira prátic~- de a estuda r.

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INTR ODU ÇAO INTR ODlJ Ç,\0
23
1. 0 Nece ssida de para o sacer dote. que pene tra, aind a mesmo sem darem por
isso, um sem-
-núm ero el e nlma s cristãs, e inva d e nt6
n santuÃ.ri0 » 1.
"'>5. O sace rdot e deve sant ifica r-se a si mes mo Os dois ou três anos, que se p assa m no
e san- quar tel, fa-
tif icar os seus i:mãos, e, sob este dup lo aspe zem part icip ar os mesmos jovens sem inar
cto , é obri- istas , sobr etud o
gado o esLudar a ciên cia dos sant os. 1.,.
,. aque les que não rece bera m no seio da fam
ília uma edu--
A) Que o sace rdot e seja obri gado não sàm
ente a
L caçã o prof und ame nte cristã, dess e espí
rito deplorável.
tend er à perf eiçã o, mas a poss uí-la em Ora qual é o melh or meio de reagir cont
grau mais ele- ra essas tend ên-
vado que o simp les religioso, dem onst cias fune stas do nosso tempo, senã o vive
rá-lo -emo s mais r em com panh ia

·.'
tard e com San to Tom ás. Ora , o conh ecim l~. ; de Nos so Sen hor e dos Sant os pelo estu
ento da vida
:, · .
~ t' 1
do cont inua do e
crist ã e -elos meios que cont ribu em para metóclico do;; princípios de espi ritua lida de,
norm alme nte nece ssár io para cheg ar à perf
a apel'feiçoar, é
eiçã o ; nil vo- •
..'~:i: opos ição dire cta com a trípl ice conc upis
que estão ein
cênc ia 7
litum quin praecogníium .
a) O conh ecim ento acen de e estim ula o dese
Sab er o que é a sant idad e, a sua exce lênc
gaçífo, os seus efeitos mara vilh osos na
cund idad e, é já desejá-la. O conh ecim
tend e a fazer-nos desejá-lo : não se pod
ia, a sua obri-
alma , a sua fe-
ento dum bem
e cont emp lar por
jo.
i
i~t- .
.
;
,

,,. _,-··•
lf
. ~- t_~.•
,,.
,.., :·-.
,
~6. B) Para a santi,ficação das alma s que
confiadas. a) Ain da mesmo trata ndo- se
prec isa um sace rdot e de conh ecer a Asc
ensi nar como deve m evitar as ocasiões
bate r as paix ões, resistir às tent açõe s,
lhe são
dos pecadores,
ética , para lhes
de peca do, com-
prat icar as virtu-
des cont rária s aos vícios qhle é nece ssár io
mui to temp o e com aten ção .um fruto delic evitar. É certo
ioso, sem que que a Teo logi a Mor al sugere já suci ntam
nasç a ,o\-pensamenlo de o sabo rear . Ora ente tstas coi-
o desejo, sobre- sas : mas a Asc étic a sinte tiza- as e desen
tudo qtia ndo é arde nte e prol onga do, é vo1-<iÉf~,,. _,,: t-
-~
já um com eço de b) Mas , além disso, há em quas e toda s '"ii,~
acçã o : põe em mov imen to a von tade e paró-
iinp ele-a ao con- quia s almas de eleição que Deu s cham
segu imen to· do bem apre endi do pela intel a à perf eiçã o, e,
igên cia ; dá-l he se fore m bem dirigidas, auxi liarã o o sace
ardo r e ener gias para o alca nçar , e sust enta rdot e no exer-
-lhe o esforço ./..'-!.
cício do apos tola do pela s suas orações,
para o conq uista r : o que é tant o mais nece 't·; ·, pelo s seus exem-
ssár io. quan to plos e mil pequ enin as indú stria s. Em
é certo que não falta m obst ácul os todo o caso, po-
ao nosso progresso dem -se f arm ar algu mas dessas alma s, faze
espi ritua l. ndo selec ção
entr e as crian ças que se educ am no
· h) Exa min ar por miú do os numerosos ~:stádios i ;.
cate cism o ou no
~
patr onat o. Ora , para ter bom êxito nest a
se hão- de perc orre r para ating ir a perf eiçã
pers isten tes feitos pelo s Sant os para triun
que
o; os 'esforços ;'\''
. ~:~ -
. ~ !-'' ' ..
·. ,.J tant e, é nece ssár io que o sace rdot e seja
obra tão impor-
um bom d_irector,
fare m das difi- quP- poss ua as regras traç adas pelo s sant
culd ades e avan çare m sem cess ar para ' :~f!i livros de espi os e cont idas nos
- - - - - - - - 4mn11 ~- - --- .··n o fim dese tado , i /- _ - ritua lida de ; sem isso, falta rá o gos to~ ~- _
flam a os âmm,9s, sust enta o ardo r no apti dões requ erid as para essa tão dttic ulto
meio ctã.7 uta, sa arte de for-
imp ede o r~la xam ento e a tibie za, sobr ·
etud o se ao mes- mar alma s.
mo temp o se cons ider am os auxí lios
e conf orto s que
. Deu s prep arou para as alma s de boa ~7. e) Com maio r força de razã o é nece
vont ade. ssan o o
· e) Este estu do impõe-se aind a mais em noss a estu do dos cam inho s espirituais para a
époc a. dire cção das al-
« É que, efec tiva men te, vivemos num a atmo
sfer a de dis-
sipa ção, de racio nalis mo, de natu ralis mo.
de sens ualis mo GIRoux, Rapport cité, VI.e Cong. de l'Alli
ance, 1911, p. 156.

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U't 1 l{UU U(,,A Ü
INTR ODp ÇÃO
25
mas · s, eh
lntt' l ]ºerva rosa ama das. c1~ sant
.. idad . e, qu e se en
cont ram
as veze '2 .º l!lilü lucle parn os leigo s.
I
du z · . . , s alé -n as llia1 . .s peq uell as l I
n e ei a , . JJ arn as co n-
Ol
·d· n , ate. a oraç.ao - e.!·a srmp ,· ··l 1uc
· ,•Jd
a e e n. conlern1 )la1 ·a-o 38. Uíz emo s utilidade e nãu nec essi dad
a A1nan a , · 1
, , .· e preciso que o e irector con heça não som ; e: porq uan -
ente lo os leigos pod em- se deix ar guia r por
Via sccf ica ma s am _ · da u L'111•islic . a, so b pen a de se um dite ctor ins-
truíd o e exp erim enta do, e por cons
A ,

extr a- egui nte não estã o


obs~r: P~r obst ácul o ao progresso dess
as pess oas . É a obri gado::; abso luta men te a estu dar a
sário oaçao de ~an !a Ter~sa : « Para Teo logi a Asc ética .
isto é mui to neces- Ser- lhes -á, sem emb argo , utilíssimo este
foi e 1:1estre, se e exp erim enta do. . estu do. por três
. A min ha opin ião razô es prin cipa is :
lhe ~ sera ,semµre que todo o cristão proc
ure. sem pre que
Q fo~:e~ost_'el. trata r com
Twn}~lls dou tos: e.qu anto 111élis
a) Far a estim ular e alim enta r o dese jo da perf
eiçã o,
ção t· · d~nto mel hor. Os que vão por bem cóm o pâra dar um cérto con heci
cam inho de ora- men to da ·nat urez a
ritua· emf isso tant, o maw · r nece ssi•da de da vida crist ã e dos meios que nos
perm item aper f ei-
qua nlo mais espi-
que tr ls orem
t · · · f enhd O para mrm · que pess
oa d e oraç ão
çoá-la. Não se dese ja o que se não con
hece , ignoti nulla
ma ªd e com , . 1etra os , se nao - se que r eng anar a cup ido ; ao pass o que a leitu ra dos livro
s espirituais ex-
si mes-
tem,e0 emo b nro a nao - eng
anar a, com iIusões· ; porq ue julao
cita on aum enta o desejo sinc ero de
pôr em prát ica o
serão so d rembanei ra as Ie t,ras Th mm·Id es e virtu º
que se leu. Qua ntas alm as , por exem
plo , se lanç aram
esco osas e sabe com ardo r no cam inho da perf eiçã o ,
e. ruz nã0 fa Ia doutro erto s e sair ão com perd
( wnot' t d mod o . « T ·
a »
t
1
.. ~.~ / oao-
e[a Cl'istci, o Com bate espiritual, a Intr odu
lend o a Imitação ele
ção à vida devota.
. .
ars mes 1 es espm tuar.s .
mas " em an es as, v ias · ' ·t icas
· ) nao - corn pree ncI a Prát ica do amo r de Deu s ? !
mrs em as al-
forçatn,_ pen had as nest a con tem plaç ão b) Ad emais , aind a qua ndo se tem um guia
quie ta e soli tária .. ·. espiri-
baih o lªs a r::t? mar o cam inho da tual , a leitu ra dum a boa Teo logi a
med itaç ão e do tra- Asc étic a faci lita e
bred tt ª me1:1ona, a faze r acto s inte com plet a a direcção . Sab e-se mel hor
riore s em que as so- o que se dev e dize r
ção . . as Ad a 1mas . n-ao enco n tram mai.s que ari dez e na conf issã o ou na dire cção ; com pree
por ig distrac- nde m-se e ret~m-se
,A v!rta m-n o todo s bem : aqu ele que se mel hor os cons elho s do director. qua
ena ana ndo se enco ntra m
ver deno1 adancr u · a. . qua nd o o _seu. mm . . , . Ih
1steno e imp õe oº de- num livro que se pod e reler. O dire
capar~ ctor, por seu lado ,
q mr os con hecr men los indi spen sáve vê-se disp ensa do de entr ar em inum
is não es- eráv eis pormenores-,
productz ·dª mn2castigo que será segu ndo a e con tent a-se , depo is de algu ns avisos subs
· ,l o » med id~ do mal tanc iais , de
N- . faze r ler algu m trata do em que o dirig
ido enco ntra rá os
-Ias-ei ªº
ao se ,~. .· Se eu enco ntra r a Imas dessas entreQá-
E diga esda reci men tos e corn plem ento s nece ssár
ios. Ass im pod e-
pírit o San t spm to San to, para gue Ele rá ser mai s curt a a dire cção . sem nad
as dirija. ,......,
deve is I cb responder-vos-ia que vo-las confiou, eO que És-
lida de : o livro con tinu ará e com plet
a perd er da sua uti-
ará a acçã o do cli-
· co ad orar com EI
d a, El _, e na d·irecçao
- d e Ias ; sem dúYi- rect or.
todo pe e po
. ed con d uz1- · Ias por sr,
· ·I - mes mo ; mas para evit ar e) Enf im a leitu ra dum trat ado de vida
tida à alwo e e~ usdao , que r que essa dire cção 'seja espi ritua l
-~ ro va ça o um dire ctor visív subm e- pod erá suprir. em cert a med ida. a di.re
el. cção que não se
pod e rece ber, por falta de guia espi
1 v:·
ritua l, ou ao men os
g os , 19 15
· lda
; p.de173
Sant se não rece be senã o rara s vezes. Com
de daa Te resa de Jems
r _ (por ela mesm
a), p. 97 ss., Bur- o diremos mai s tar~
ve Jer l~om outro s dise;1;rs~~s n<;;r~ de, a dire cção é sem dúv ida o· mei o
d d , ama de .
~~tad~ di Paris . Todo este passo se norm al para a alm a
e . e fol e cto 191f "!ºr1 tva. , s a _,anta. se form ar na perf eiçã o ; mas . qua ndo
1
Canc ion terce ra, v. III, § XI, pág.
, p. 308-311, ed. Hoor naert 457 por uma ou outr a
, •
. ' razã o não se pod e enco ntra r um bom
· director. Deu s na

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26 INTR~ DUÇÃ O INTRO DUÇÃ O 27
sua bnnd ~de supri rá essa falta , e ~nn dos meios perce be mais clam ment e e sabor eia melh or que num
de que li-
se _serve , e preci same nte um desses livros que duma vro clidácticn os grand es princípios da vida espiri
ma- tual. e
neira exact a e metó dica traça m a via que se deve a c;on la.de, suste ntada pda graça , se sente arrast
seguir, ada à
para se alcan çar a perfe ição. prática das virtud es, tão vivam ente descritas P.?r aquel
es ,
que nelas tão herài came nte se exerc itaram . Se a
essas
3. 0 Da manei ra de estuda r esta ciênci a. obra s se Jlmta r a leitur a da vida dos Santos, melh
or se
comp reend erá ainda por que motivo e de que modo
se
59. Três condi ções se reque rem para adqu irir os devem imita r, e a irresistível influ ência de seus
exem-
conh ecim entos neces sários à direc ção das alma plos acre~c_entará n~va força aos seus ensin a~en
s : um tos :
Manu al, a feitur a dos grandes mesíres, a prática. • • <~ Verh a mom mt. exem pla trahü nt ».
·
A) O estud o dum lvlanual. É certo que as leitur as 1,) Este estud o, come çado no Semi nário , dever á
es~iri tuais que se f'azem num semin ário, a prátic continuar•-se e aper/eiçoar-se no ministério : a direc
a da ção
direc ção, e sobre tudo a aquis ição pro gressiva das das almas torná -lo-á mais prátic o ; assim como um
virtu- bom
des ajuda m muito o semin arista a forma r-se a si m édico não cessa de aperf eiçoa r os seus estud os
mesm o pela
na arte dificí lima da direc ção das almas . Aind a prátic a da sua arte, e a sua arte com novos estud
assim os,
é _necessário junta r tamb ém o estud o dum bom Manu a.ssim um prude nte direc tor comp letará os seus conhe
al: ci-
1 ) As leitur as espiri tuais são antes de tudo um exerc ment os teóricos ao conta cto com as almas , e a arte
ício da
de pieda de, uma série de instru ções, conse lhos e direc ção por meio de novos estud os em relaçã o com
exort a- as
ções sobre a vida espiri tual, e é muito raro que nelas neces sidod es espec iais das almas que lhe sã~ confi
se adas.
tratem .dum a mane ira metó dica e comp leta todas
as
questões de espiritualidade. 2) Em todo caso, se os 41. · C) A prática dás .virtudes • cristãs e sacer
se- do-
1:linaristas não têm um Man u al, que lhes sirva para tais , sob o acert ado impu lso dum director. Para
coor- bem
dena r làgic amen te os diversos conse lhos que se lhes comp reend er os difer!l11tes estád ios da perfe ição , não
dão, há
e que de temp os a temp os possa m reler, depre ssa meio mais efica z que percorrê-los por si mesm o :
esque - o me-
cerão o~que ouvir am, e não possu irão a ciênc ia lhor guia atrav és das mont anhas não é porve ntura
comp e- aquel e
tente . Ora esta ciênc ia é uma daqu elas que o que as perco rreu em todos os sentid os 7 Quem foi
jovem bem
clérigo deve adqlf irir no Semi nário , diz com .razão dirigido, é, em igual dade de circu nstân cias, mais
Pio X: apto
« Scien tiam pietatis et officiorum quam ascet icam vo- para dirigir os outro s , porqu e viu por exper iência
can.t » 1 como
se aplic am as regras aos casos partic ulare s.
· Com binad as estas três condi ções, o estud o da
40. B) O estud o profu ndo dos Mestres espirituais, Teo-
iog1a -Ascé fica sera suma ment e prove1tos-o- parà
em partic ular, dos autores canonizados, ou daqu eles nós e
que, para os outros.
sE-In o :~eretn , viveram como santos.
42, Solução de algumas dificuldades. A)
a) É, efect ivarn ente, em conta ctó com eles que o Censu ra .. se
por vezes a Ascét ica de falsear as consciências mostr
coração se inflam a, a in.telig~ncia, ilumi nada pela ando~
fé, -se muito mais exige nte que a Mora l. e reclam ando
mas uma perfei ção irreal izáve l. ,_, A cenSl.llI'~ seria das al-
fundada,
1 Motu _proprio, 9 Set. 1910, A. A. se a Ascét ica não distin guisse entre o preceito e o
Bento XV quis que se fundasse uma cadeirs., t, II, p. 668. - O Papa conselho,
entre as almas cham adas a mais alta perfei ção e
duas grandes Escolas teológicas de R.oma.a de Teologia Ascética nas
não sêio. Mas não é assim : . apesa r de todas as as que 0
instân cias

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28 INTR ODU ÇÃO INTR ODU ÇÃO 29
com as alma s de eleiç ão, para as elev Nad a , p o is. ma is nobr e. mais impo rtan
ar às altur as inac essí - te, mais útil
v eis aos crist ãos ordin ários , a Ascé tica
nJo esqu e ce a rlifc - qu e a Teo logia A scól ica . bem com prcc
rc! Jça ,'ntre os man dam ento s e os cons ndi cb.
elho s, as cond içõe~
esse ncia is ;'i salv ação e às requ erida s
pela perf eição ; mas
sabe tamb ém qu·e, para guar dar os man
dam ento s. é nece ssá-
rio obse rvar algu ns cons elho s. § V. Div isão da Teo log ia .As céti ca
,f',. B) Acu sam- na · de favo r~ce
r o egoí smo, pond o
e Mís tica
acim a de tudo a sant ifica ção pess oal.
~ Que a salv ação da
noss a alma deve ser a prim eira das noss
as pre ocup açõe s, é l. DIVE RSOS PLAN OS SEGU IDOS PELO
o que expr essa men te ensin a Nos so Senh S AUTO RES_
or: Quid enim prod -
est hom ini, si mun dum uni vers u m lucce
tur, anim ae .v.ero suae
detri ment u'm patía tur? 1 Nisto~ poré m,
não há som bra de Dep ois de indi carm os os diversos plan os
egoí smo, porq uant o uma das cond içõe s adap tado s ,
esse ncia is à salv ação roporemos o que nos pare ce mais adap
é a. carid ade para com o próx imo,
obra s tanto corp orais com o espir ituai s
que amem os o próx imo a pont o de
que se man ifyst a por
; e a perfe ição exig e fim. Dive rsos são os aspe ctos que podemo~
.tado ao nosso
. escolher,
nos saér ificâ rmàs ·p or para traça r uma divisão lógica da ciên cia
de, com o Jesu s o fez por nós. S'e isto espm tual .
é egoí smo, conf esse -
mos que é pouc o para teme r.
44. 1.º Uns . enca rand o-a, ante s de lu~o
C) Insis te-se : A Ascé tica enca minh a· , como
as alma s para a ciên cia prática, deix am de part e toda s a~
cont empl ação , e por isso .mes mo afas ta-as verd ades espe-
da vida activ a. ,...,.... culatiYas sobr e que ela repo isa, e limi
É nece ssári o igno rar abso lutam ente tam-.se a coorde-
a histó ria, - para afirm ar
que a cont emp laçã o preju dica a acçã o:
ticos, diz; ·M. 1Wontmorànd 1, são hom
e de accã o, não de racio cínio e teori
« Os verd adei ros mís-
ens de sens o práti co
a. Têm o espír ito da
;:rf r o mais met àdic ame nte que é possív&L
eição crist ã : tais foram, en~re os San~
Cass iano nas suas Cola ções , S. João
as regra_s da
os Padr es, J.

nr
orga n'iz.a ção, o dom do coma,ndo, e Clim ac? na sua
reve lam- sé muit o bem Escncla míst ica ; e; nos .tempos mod er~o
dc,ta·dos para os negó cios . As · obra s,
s:
, i,1~~z·os de perf eiçã o e virtu des cristas.Rod
que fund am, ofere cem rr gu_e_d
cond içõe s de vida . e dura ção ; em conc
eber e dirig ir as suas Exerc A utrh
emp resas , dão prov á de pmd ênci a l
· arroj o, e dess á justa
, •
. desl e .méto do é . entr ar imed iatam ente d ad e
apre ciaç ão das poss ibili dade s que cara no estu o . os
cteri za o bom sens o. meios prát icos que leva m .à perf eiçã o.
E , de •feito, o bom sens o pare çe ser a
sua qual idad e. princ i- O .inco nvem e~te
é nã0 ·pro por às alma~ _aque les estímu~os
pal:. u~ bom sens o que não _é P,ert urba
do _por exah aç~o al- q~e nos da ~
gum a doen tia ou imag inaç ão deso rden c:1nsidenação do que Deu s :e Jesu s Cris
a_d a, e a que anda to f1zera,n~ e dfa-
junt o o mais raro pode r de pene traçã
o». Pois não :vemos; - - am
zem . da •por. nos,
, ,..., não ·base ar a prát ica das virtu es
,o
ao ler a Hist óriq da Igre ja, que a maio
r part -:0bre as conuicÇóes prof unda s e gerais ;que
escr ever am sobr e a vida espir itual ,, eram e dos santo s, que se enco ntra m
ao mesm o. :tem po ~é'. med itaçã o das verd ades
hom ens ' de c;iência e . acçã o? Sirv am dogm ática s.
de teste mun has .: · .Cle-
men te de Alex andr ia, S. Basí lio, S. Cris
ósto mo, S. Amb ró-
sio, S . Ago stinh o, S . Gre•g'ó rio, S . Anse 4S. 2. º É por isso que os Padr es gregos .e
linc:i, S. Bem ardo , la.ti nos.
S. Albe rto Mag no, Sant o Tom ás, S .
Boav entu ra, Gers on, mais ilustres , S. Atan ásio e S. Ciri lo , S.
Sant a Tere sa, S. Fran cisco de Sale s, A,g~stmh~ e S .
S. Vice nte de Paul o, Hilá rio ; . os gran des teól ogos : d,é!- Idad e.
o Card . de Beru lle; M.e Acar ie, . e tanto t1e~ ia. Ri~ai;do
exce ssiva men te long o enum erar. A cont
s outr ós que seria
emp lação , long e de d.e-·s
'· \1' t ·'S Alb erto Mag no, San to Tom
ser um obstáet1lo ··à acçã o, escla rece -a
e dirig e-a. ••! ..
. 1c or, . . . • d d as e S. Boa-
Ventu ra têm·· cuid ado de fun ar a sua outr ína esp1·n'tu al
sobre ·os doQwàs da fé e de por em cone
xao com e_1es '.as.
A · - •

1, Mt. 16,. 26. ·· · · - · - É


~: R.e11ae Philosopltique (R.ibot). déc. 1904, ., virtn des cujà natu reza .e grau s. exp~ernl.· que fez cm
.
MORAND,-Psj,cho{ogle des Mystiqiies, · 1923, p. 20-21 p. 608 ; M. DE MONT• p~rt icula r à Esco la Fran cesa do secu o X\111 . Bé-
. · . , com

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.)U INT ROD UÇÃ O
INTR ODU ÇÃO

rull e . Con dre n . Olie r, S. J Eud es 1 47. 4. 0 Oul rns enfi m , com o o V
. Pre lcnd e escl arec er . Álv arez de P az
o espírito e fort ifica r as con vicç ões. e o P. L e Gau di0r . S. J.. com bina
para mel hor nos le- ram os dois mét odo s:
var a exe rcit ar as aus tera s virt ude com eça ndo por exp or long ame nte
s , que prop õe, e é este e com rigor dog mát ico
o seu mer ecim ento . "f\1as cen suru m-n que resp eita a natu reza da vida espi
a por vez es de dar 0 ritu al e os prin ci -
dem ais à esp ecu laçã o e de men os pais mei os de perf eiçã o, apli cara m
à prát ica ; unir amb as em seg uida estes prin -
esta s tend ênc ias par a a perf eiçã o, cípios gerais us três vias . Par ece u-n
e vári os o ens aiar am os que , par a corres-
com êxit o 2 • pon derm os ao fim que nos prop omo
s, /orm ar directores
de almas, era esta a mel hor divi são
46. que pod ería mos ado -
3.º Ent re os que se esfo rçam por ptar . Bem vem os que um plan o des
com bina r te gén ero não esca pa
~.stes dois ~le~ e~to s essenci~is, há a algu mas rep. ttiçõ es fastidi!>sas e
auto res . que seg uem tem .de apre se~ tar por
a ord em ontologtca das virt ude s, · vez es a dou trin a com o a reta lhos
enq uan to outr os pref e- ; mas esses inco nve -
rem a ord em psicológica do dese nvo nien tes, ane xos a qua lque r divi são,
lvim ento dess as mes - pod em- se rem edia r
mas virt ude s atra vés das três vias , por mei o de cha mad as aos assu ntos
purgativa, ilum inat ivo já trat ado s ou que
e unit ivo. mai s tard e se haja m de dese nvo lver
.
A) Ent re os primeiros colo ca-se San to
Tom ás , que
na Sum a trat a suc essi vam ente das
virt ude s teol oga is e II. o NOS SO PLA NO
~or ais. e dos don s do E;,spírito San
to, que põe em con e- 48. Div idir emo s a nos sa Teo logi a
xao com cad a virt ude . Foi segu ido Asc étic a em dua s
pelo s prin cipa is auto - part es. Na pl'imeira, que será sob
res da Esc ola Fra nce sa do sécu lo retu do doutrinal e terá
XV II e por outr os es- por títu lo Os Pri ncíp ios, exp orem
crito res 1. os a origem, nature:za
e per /dçã o da vida cristã, a obrigaç
B) ão de tend er a essa
Ent re os seg und os con tam -se todo perf eiçã o , e os meios gerais para
s aqu eles q~e . a alca nça r.
que rend o form ar dire ctor es espi ritu Na segu nda , que será a apl icaç ão
ais, desc reve ram su- dos prin cípi os às
cess ivam ente as asce nsõ es da alm dive rsas cate gori as de pess oas, segu
a atra vés das três vias , irem os as asce nsõe s

,;
pon do sàm ente à fren te dos seus prog ress ivas dum a alm a que , anim
trat ado s uma curt a in- ada do dese jo da per--
trod uçã o s~b re a natu reza da vida feiç ão, perc orre suce ssiv ame nte as
espi ritu al ; tais são três vias , purgativa,
Tom ás de Val lgom era, O. P., f\1y ilum ínat i11a e unit iva. Est a seg
stica The olog ia Oiv t und a part e, se bem que
Tho mae . Fili pe da San tíss ima Trin apo iada na dou trin a, será sob retu
dad e. C. D., Sum ma

i
The olog iae Mys tíca e, Sch ram , O . do psicológica.
S. B. , lnst itut ione s ; .~- A prim eira part e ilum inar -nos -á o
The olog iaé Mys tica e, Sca ram elli, S. cam inho , mos tran -
J., Dtrettorio asce- . / do o plan o divi no da nos sa sant
tico , e . em noss os d ias ific ação , estimulará os
· . · i'--\.
A . S au d reau , Les d
egrés de la •. ~- nossos esfo rços , reco rda~ do a gen eros
_ y ig____w_iritue.ull.i;;_e~ - - - - - i~ad e de_!-)eus p~ra _
t :-:' - - con nos co , e traç ar-n os-a as gran
des lmh as que clev emo s
~'.:,- seguir, par a corr espo nde rmo s a esta
1 q. L~ÔURNEAU, L:Ecole fr.artçaise. du xv11e siecle, 1913; H. gen eros idad e pelo
MOND , lftst . l1tt. du sentzmen.t relig ieux, BRE-
t. III, L'Ecole française, 1921 ,-; dom tota l de nós mes mos .
este ultimo acentua cont_ud~ exce ssiva .
. chama as duas escolas r1va1s, men te as divergências entre o qu~ A seg und a guia rá os nossos pass os,
assi nala ndo por
2 _É _o que fizeram exce miú do os está dios sucessivos que
suas m1ssç,es e nas suas obralente mente, entre outros, S, J. Eudes, nas se têm de percorrer,
onde, servmdo-se ~'?s trabalhoss ante; e L. TRONSON Examen.s parti culie
rs com o aux ílio de Deu s, para che gar
sar todos os exerc1c1os da Ascese Oler riore s de J. 'J. Olie r, soube conden~ ao fim. Ass im. jul-
s Pod~mos citar, para a nossa époc lana . gam os nós , se enc ontr arão reun idas
a, Moa. GAY, De la e con cilia das as uti-
vertus chrétienn.es; CH. DE Sr,rno r, S. J., Notre vie surnaturelle.vie et des lida des das outr as divisões.

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·'·
. ... '

t
.

P R IM E IR A P A R T E
t\
1 Os P rf n cí p io s
i
'
FIM E DIVISÃO DA PRI
;; MEIRA PARTE

i~-
: -~·
49. ·Es ta pri mê ira par te \em
rr,p ida me nte os dog ma s pri
por fim recÓrdar-nos
nci pai s em que se apo i a a
nos sa vid a sob ren atu ral , exp
or a nat ure za e per feiç ão
des ta vid a, bem corno os me
ios gerais que con duz em à
per feiç ão. Seg uim os nel a a
ord em ontológica, res erv and o
par n a seg und a par te o ind
ica r a ord em psicológica que
seg uem nor ma lme nte as alm
as no emprego desses diver-
sos meios.
-· f Ca p. L As origens da :vidé:I,. sob ren atu ral
: ele vaç ão
ctb hom em ao est ado sob ren atu ral ,
que da e re-
den ção .
O Ca p. li. Na tur eza da vid a
cris tã : par te de De us
}<( e da alm a.
~ J Ca p. JlL P,er/eição des ta
> ) e do próximo até o sacrifívid a : o amor de De us
-o Ca p. IV. Ob rig açã o de ten
par a os leigos, religiosos e
cio.
der a est a per feiç ão
sacerdotes.
Ca p. V. Me ios gerais, inte
riores e exteriores, par a
l rea liza r est a per feiç ão.
50. Vê -se fàc ilrn ent e o mo
tiv o des ta divisão. O
primeiro cap ítu lo, esb oça ndo
as ori gen s da vid a ·sobre-
nat ura l, aju da- nos a me lho r
com pre end er a sua nat ure za
e exc elê nci a.
O seg und o exp õe a nat ure
za· da vid a cris tã no hos
1. me m reg ene rad o ; o pap el
que De us exe rce , dan do- se-
-nos a nós, que r em si me
i smo, que r por seu Fil ho, e
l ass isti ndo -no s pel"a SS.ma Vir
.! gem e pel os San tos ; o pa-
1 p.çl que des em pen ha o hom
em , dan do- se a De us por
I,! um a ·co ope raç ão gen ero sa e
con sta nte com a graça.
3
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35
O terceiro mos tra que ~ ped eiçü o pois . digamo-lo assim, o pon lo de
dest a vida con- junção. o lr-aço de
siste esse ncia lme nte no amo r de Deu uniã o entr e os espíritos e os corp os. urna
s e do próx inío por sínt ese das ma-
Deu s , mas que este amo r na terra não ravi lhas da cri a<,'.i'l u, um peq uen o rnur
se pod e prat irnr nlu qne resu me to-
sem gene roso s sacrifícios. .. dos os mnn dos ~ µlxe óuo OfW Ç ,....., .
e man ifes ta a sabe -
a
No quarto dêtl:ihh.Jlá-se oLrigação· de tend er
p~rfeição, e aq~ ilo a q1:1_e_ são_obriga,d
a esta
dori a divi na que soub e unir dois seres
tão diss eme lhan tes.
os leigos, religiosos .55. É um mun do cheio de vida : segu
ndo nota S.
e sace rdot es. Gregório Magno, dist ingu em- se nele
três vida s, a vege-
Nad a mái s ·falt a senã o apo ntar com tativa, a animal e a intelectual : « Hom
prec isão , no o hab et vívere
quinto; capítulo, os mei os gera is que cum plantis, sent ire cum anim anti bus,
nos ajuda'lll a apro - intelligere cum
:ximat~n~s da perf ~içã o, mei_o~ com uns angelis » 1 . Com o a planta, o hom em
a ' todo.sl mas; em alim enta -se, cresce
gr~t.ts '. 'tl.ivel'sos que a segu nda part e e repr odu z~s·e ; com o o animat, · con hece
indi cará , ad trat ar os· àbje ctos sen-
da:s :fr~s.. 'uiéis. ' · · · ·
síveis, tend e para eles pelo apet ite
sensitivo com suas
1
•.' i emo ções e paix ões , e mov e-se com
mov ime nto espo ntâ-
neo ; com o o anjo, se bem que em
CA PfT V·L O I grau infe rior e de
mod o diverso, con hece inte lect ualm ente
o ser supr a-se n-
· As ,origt3ns da vida sob ren atur al sível, a verd ade, e com a von tade
·· incl ina- se livre men te
para o bem raci onal .
5 t. Este capí tulo tem por fim dar- nos
~elh or a co- 54. 2.º Esta s três vida s não se sobr
nhe cer o qtie há ·d 1e gra:tuito 11 e:kê~len epõe m, mas
te na vida soBre- compenetram-se, coo rden am- se e subo
natu raL 'hem cbrri6 ' as· ·g~àndJzak· e ·fraq rdin am- se, para
üeza s :dó hom ~m conc orre rem para o mes mo fim, que
a qu~ m . esta vida é conf erid a., Par a é a perf eiçã o do ser
me14or o co~ preb n- c~m plet o. É lei, a um tem po, raci ona
derfuos·, ·veJa m0s : · ·· · ' , l e biol ógic a que,
= • • : · , \ • • . - · : _ em todo o ser com post o, a vida não
! i,· se pod e cons erva r e
I. . o que é a vida nhtaral do hon iem '! '. dese nvo lver senã o coo rden and o, e,
por cons egui nte , su-
bord inan do os seus diversos elem ento
IIJ.. Sua elevação ào :esta do sobr enat ura· F ·
s ao elem ento prin-
cipa l, suje itan do-o s, p ara dele s se
lIL· :Su a ·que da·; . ,,. '. , l pois. do hom em, as facu ldad es infe
serv ir. Trat and o-se ,
JV. Sua restauração pelo . divi no Red ento
r•. , riore s, ·veg etat ivas e
sens itiva s, dev em ser subm etid as à
razã o e à von tade .
Esta con diçã o é abso luta : na prop orçã
ART. I. - DA VIDA ··NA TUR AL ·oo HOMÉM
o em que ela f al-
ta, enfr aqu ece ou desa par~ ce a vida
1 ; e, de feito, qua ndo
· ce~sa a subo rdin ação , com eça a diss
5~. , T~at~,s~ ,,q'~ '. J ~~~r eye t~ hom em ocia ção dos elem en-
tal qua f 'terí a tos; é o enfr aqu ecim ento do siste ma,
st~~ ,i;i.o esta~o. ~l_t:1. &imples i;i.~hp:eza, _c omo ·<?. pint ~m o~ e por fim a mor te 2 •
- - -h losofos. Com o a noss a vida 1
5S. .'3. 0 - - A vida é, pois , uma luta :
sobr enat ural se vem en- porq uan to as
xert ar sobr e ,a vida natu ral e a cons
ape rf_eiçoa , · imp brta ,lem brar 1tésu mid
erva , se b~~- ·que
ame nte o que sdbr e
a noss as facu ldad es inferiores lanç am-
o ' praz er, enq uan to as facu ldad es supe
se com ardo r para
rior es em 'p~rd.
.est a nos ensi na· a· red a 'razão. ~ bem hon esto . Ora , entr e esses dois ben stend
., há mui tas
de cqrpo e '
, 1·.0O}o mer n 'é um S9J?IJOsto misterioso 1 Além dos trata dos de fil osofi a, cf. CH. DE SMEDT,
surnaturelle, 1912; lntro ducti on, Notre vie
alma, de maté~ia e espírtfo que se . p. 1-37 ; J. ScHRYVERS1 Les principes
une m inti mam ente . de la Vie spiritaelle , 19121 p. 31.
nele , pará forIT}arem uma ' {mica natu .- , . A. EY ~HfU Le gouvernernent de
reza e pySSp~. .É . soi-même 1 t . 111, La foi de la
v,e, L. III, p. 128. 1

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... v 1..,,-U' l l ULU l .-\S OtU GEN S DA VID A SOB
REN ATU RAL 37
vez es con flit o : o que nos agr aou ard ar 11n1 r1 rccom,pensu:
nda . o que nos é ou ao esta ser á par a a sua alm a
me nos nos par ece útil . nem i1~ortal 11111 con hec ime nto ma
sem pre é mo ralm ent e bom . is exl ens o e pro fun do da
É nec ess ário . pois , que a raz ão va< b de e (le Ue us (se mp re , por
, par a faz er rein ar a or- ém . con for me à sua na.-
dem , com hat a as Lendências t nre za, isto é, ana líti co ou
con trár ias e triu nfe : é a dis cm siv o) e um am or ma is
lu~ta d!; espírito con tra a carne, pur o e dur ado iro. Se, pel o
da von tad e con tra a pai - con trár io, trans-gride livre-
xao . .Est a lut a é por vez es mo me nle a lei em ma téri a grave
les ta : ass im com o na pri- e não se arr epe nde ant es
ma ver a a seiv a sob e pel as de mo rrer , não atin ge o seu
árvores, ass im há por vez es fim e me rec e um casligo,
na par te sen siti va da nos sa alm que ser á a priv açã o de De us.
a imp uls os vio len tos par a aco mp anh ada de tormen-
o pra zer sen sív el. tos pro por cio nad os à gra vid ade
de sua s cul pas .
. 56. _ Nã o são , porém.,. irresist Ta l hou ver a sid o o hom em no
íveis ~ .a von tad e, aju -• que se cha ma o esta-
dad a pel a inte ligê nci a, exe rce do ele nah ire za pura, QLle ali
sob re esses mo vim ent os ás ni.mca exist1u, pois que
das pai xõe s um quá dru plo o home1n foi ele vad o ao esta
pod er : 1) pod er de preui- do sob ren atu ral, ou no mo-
d~ncia, que con sist e em pre ver me nto da sua cria ção , como
e pre ven ir, por me io de diz San to Tom ás, ou ime-
pru den te e con sta nte vig ilân dia tam ent e dep ois , como opi
cia , mu itas fan tas ias im- na S. Bo ave ntu ra.
pre ssõ es e em oçõ es per igo sas Na sua inf init a bon dad e, não
; 2) pod er de inibiçiio ou se con ten tou De tis
de mo der açã o, pel o qua l trav N~ sso Sen hor de con feri r ao
am os ou pel o me nos mo de- hom em os don s nat ura is :
ram os os mo vim ent os vio len tos qui s ele vá- lo él um .est ado sup
que se ele vam em nos sa erior, out org and o-l he don s
alm a; ass im, por exe mp lo, pos pre tern alu rais e sob ren atu rais
so imp edi r os me us olh os .
d.e . se ~et ere m num ohj ect o
per igo so, a ima gin açã o de
con ser var ima gen s lúb rica s ;
se em mim se lev ant a urr• ART. II. - DA ELE VAÇ ÃO DO HOM
EM AO ESTADO
mo vim ent o ·de cól era , pos so-
o ref rea r ; 3) pod er de esti~ SOB REN ATU RAL l
mu laç ão, que exc ita ou inte
nsi fica pel a von tad e movi-
me nto ~ pas sio nai s ; 4) pod er 1. N oçã o ,lo sob ren atur al.
de direcção, que nos per -
mit e diri gir esses mo vim ent os
par a o bem , e por isso
me sm o afa stá- los do ma l. 59. Sobre.natvral, em geral, é
tud o o que sup era a
nat ure za dum ser, as sua s forç
S'7. Alé m des tas luta s inte stin as act uai s, as sua s exigên-
as, pod e hav er out ras cias e os seu s me rec ime nto s.
ent re a alm a e o seu Cl'iado
r. Pel a rec ta raz ão vem os.
s_em dúv ida , que nos dev em Dis ting uem -se dua s espécies
os sub me ter ple nam ent ~ de sobrenatural :
Aq uel e que é nosso sob era no
Sen hor . Ma s est a obe diê n- , 1. 0 O sob ren atu ral abs olu
cia cus ta-n os ; há em nós um to ou por ess ênc ia ( quo0:,d
a esp éci e de sed e de ind e- .$ubstantiam} é um dom div
pen dên cia e aut ono mia que ino feit o à cria tur a inteli-
nos inc lina a sub trai r-n os a gen te, o qua l tran sce nde abs
aut ori dad e div ina : é o org olu tam ent e as exi gên cia s de
ulh o, de que não pod em os tod a a cria tur a, ain da me sm o
triu nfa r sep ão pel a hum ild e possível, nes te sen tido que
con fiss ão da nos sa ind ign i- não sé não pod e ser pro duz ido
~ad_t;! e im_p~tência, rec onh ece , ma s nem seq uer pos tu..
ndo os dir~itos imp res cri. lad o, exi gid o, me rec ido por
hve rs do Cri ado r sob re a sua ela ; exc ede : poi s, não so-
cria tur a. me nte tod as as sua s cap aci da
Ass im pois, no est ado de nat des act iva s, ma s ain da to-
ure za, terí am os de lutr .r
con tra a tríplice con cup iscê nci . . 1 Par a este artig
a. o, ,•er a
t. II, n. 859-894, com os auto n_ossa Synopsis Theo_logiae dog~natícae,
58. 4.º Qu and o o hom em , I. q,, 93-102 • P. BAINVF.L, S. res mdi cado s, em part icul ar : S. _fH~ MAS
em lug ar de ced er aos J., Nature 5t
et sum atar el, eh. 1-IV , L AB -
ma us ins tint os, cum pre o dev rfE BRO GLIE éonférences sur la vie
er, pod e com tod a a jus tiça CHE, Leçon!s de théol. dogmatique, t.surnaturelle, t. II, p. 3-80 i Lj U,BA U-
II, L'Homme, P. I, eh. I·I •

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~-- ...... _,_ . _ .._,,._,'-J L
AS ORIGENS DA 'VHi>A SOBRENATURAL 39
do& os seus direitos e exigências Ê I d /. .
qne é um de r d·d , · ª go e imto, pois. Deus comunicoµ ao homem · estas duas formas de
mo tem o ~ mI ,once '. .º a uma criatura; mas ao mes- sobrenatural : com efeito, ·conferiu aos nossos primeiros
.b · ? e ª go de dwino, visto que só O divino od
pais o dom de integridade (sobrenatural quoad modum)
~:~:~~~=d:s exi~:ê~cid ~ toda adcriatura. Mas é rifi;tn; que, completandoJhes a natureza, a dispunha à rece~-
temos o . p~r Icrpa o um mo o finito, e assim evi- ção da ·graça, e ao' mesmo tempo outorgou-lhes a própria
pante1smo. Não há em realidad - d
f orm d b I e senao uas graça, dom sobrenatural quoad substantiatn: o complexo
as e ·/~o renatura por essência: a Incarnação e
graça santi ican te. . a destes dois dons constitui o. que se chama a justiça ori-

na f) N; pVrimbeiro caso, une-se Deus à humanidade


. Jessoa o er ?·. de tal sorte que a natureza humana
ginal.. _!,;· , ··,,;, ,, .~ _.;;!,: ' ,,i, -, 1 :, '.
II. : Don:s 'prcterndtrlHiis. confeiiilos' a A'.dão.
/ .

d e esas tem · •t • I · 1
s_ant' . ·... T ·pdor dSUJCI o pessoa a segunda Pessoa da
rssrma rm a e 8 I · d 61.. Ô·. d~tn, ici~'
:-ir.t~-egri.d~d~; ~perfe~~~á a natureza
humana · assim . po . · , J. em serI a tera a como natureza do homem, sem ·a elevar até à -ord~m ,divina: : é; segura-
verdadei;amente
f ·-
r?· , esus, wm,em por sua natureza, é
beus, quanto a sua personalidade f~
mente um dom ,:gr.atuitb, · ,preternatural;;, .que transcende
,as. suas e'xigêJ:1cias é :forças-.-: !não é,11pprém,, ainda o .so-
es a uma unmo su .stancial, que não fu d d . -
zas em uma só - n e uas nature- brenatu;na[: por., essência1• G@mpreende, três grandes privi-
tegrid d . , senao ;que as une, conservando-lhes a in- légios que, sem mudarem a natureza. humaha subsbm-
Verboa. eé em_ uma. so ~- mesma Pessoa, a Pessoa do cialmente, lhe conferem uma perfeição, à qual ela não
mais Í ·, pois, uma umao pessoal ou hiposfática Ê . tinha o mínimo direitrn;; -a:-,ciên:cta.,in/usa, o domínio das 1

a to grau de sobrenatural quoad substantia~: ti


paixões ou a isenção da concupiscên~ia, a imortalidade
BJ' Ab graça sàntt/icante é um grau men d t do.corpo. ,; , .•,•) t i _ ., •.
mesmo 80 ren t
, .-
I p I
a ura . or e a, conserva o home
or es e · _ · 62. ·: A) X' ciêil'éiit irtfitsa: · Por· hatüréZa,' inã~ fo.
d uvrda, a sua personahtlad , , . . , m, sem
divina, posto que acid t I e proprra, mas e modificado
'tj1ds direitd l u;ma ciêríc!a' quE) é pri11ilêg'(o dós Anjos ; só
. ·d d d , ena mente, na sua natureza e ca ·prôgi'essivamen'.te e co:r:ti' difkul<lade é que, segundo às
~ª:/ ª 1
es e acção ; torna-se não cértanl'ente D ·' - {eis psicológica'!!; d-{kgârnos 1à· 'conquísta d'à ciência:·' Ora,
ei orme, isto é, semelhante a Deus d· . eus, mas p~rà facílitar ao prime'ird 'hoitiern 'CÍ ' s'eii'múnus.' de cabJça
turae d . . , wmae consors na-
' beatífic':paz e atmgrr a Deus directarriente pela visão 'e edu:cadór do género ·hi:imàhb,11 ·outorgou-lhe' Üe'i.ts ~rà.-
·J ,fquandfo a gr~ça for transformada em glória tuitamente o: ·conhediil'er\.to infi.isb· de todas às verdades,
. e o ver ace a ace
I, . . . d , como
EIe se ve" a sr. .mesmo .. p ., .e --que lhe importava codhecer: é•·uma certà''fâcilidade para
egro que, evi enterri_ente, sobrepuja . as ' . , " ... rdrv1- 'adquirir a ' ciência experimental:' assim. .se l aptoximava ele
mais perfeita · · • t ._ exrgencras as dos anjos: ·· ,. · ' .,.. . - )1 .. _, • • , · • ·'
\rida intelect:at:t Das, podrs que nos faz particip~r da
__________:_ . eus, a sua natureza. - · _· _ :, · 6'5._ 8) ,fl__domíni6 das• paixões _ou '. ia ís:ençã0__
1dessa concupiscência; tirâniea: que torna a·· v·irtude tão
·r· 60d. 2. ~d- O )s-obrenatural relativo ,ou quanto
quoa mo um é . .
mod·
o
ªº dificultosa. Dissemos que, · em virtude ·da sua:· próptia
as capacidades ou ::i:~n~:: d:rs:odue: não_ ttranscende •.eonstit.uição, há",ho ,homém ;uma luta formidá~el •entre o
.
sàment d I ª ª ena ura mas.
. e as . e a guma natureza particular. Assi~ rdesej0 sincero· dd ·.bem: e.•o •apetite, ·desordenado: -dos• pra- ·
:dexemplo, a ciência ·infusa, que sobrepu· .· dpor ·d -iei'es e .bens s~nsíveis; além, :duma tendêhcia:, acentu11da
o . homem, não -porém as do .- , Ja as capacr a es , para o orgulho : em suma; é o que charria:mos a tríplice
género. anJo, e sobrenatural ;d.este · concupiscência. Para remediar este defeito natural con-
.fetiu Déus aos nossos primeiros pais· um certo domínio

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das paixões, que, sem os torna r impec áveis , lhes
h1cifi- creve mos Pol·rneno rizad · amen te ' ·pois lemo s inten ção de o
tava a virtud e. Não havia em Adão essa tirani a · 1 d
da con- '! t
f nzcr mais a 1 , ·de ao falarm os do nome m regen era o.
cupis cênci a que inclin a viole ntam ente parn o mol.
n1c.s 1 . Todo s esl.es priYikgios, cxc:cp lo u nenc ra m usa, -
. A f• •

tão some nte uma certa tendê ncia para o praze r, ~1-
subor di-
_\, n han1 i-1.·d o d a dos, a Adão·' não como _bem pesso al, senao
nada à razão . Com o a . sua vonta de estav a sujei
ta a · , ·0 de [amíl ia que devia ser transm rtr . ·d
Deus , as facul dades . inferi ores estav am subm etida
zão. e o corpo à a'lma : era. a, ~rdem , a rectid ão perfe
s à ra-
ita.
·ti:: como pa t runon

fiel a Deus .
i • . •
to d a a sua d esc endeAncia , conta . nto que e
l
e perm anece
o a
sse
'! •.
6·1. C) A imor talid ade corporal. Por natur
eza, ART. III._ A QUED A E O CASTI GO l
está o horo~ m .suj_y.\t,qL~ doç;rwa. ,,~ à mort~ ; por
espec ial
provi dênci a, foi prese rvado desta dupla fraqu eza, 1. A queda .
para
ffssim mais livrem ente p~dk r ' a :alma aplicã r-se ad
,cum ~ ·
príme nto dos seus .:d~ve1;es super iores. 67. A despe itq de t;dos estes privilégios, o home m
IVlas estes privil égios eram destin ados a torna r o perm aneci a livre, e foi subm etido a uma, prova
ho- , pa~a
mem n'l.ais apto para receb er e utiliz ar um dom
mutto
_poder. com o auxíl io
. .- . .

graça . mer~cer_ ~ ceu. Esta pro:
má.is precio so, inteir a e absol utam ente sobre natur
aL o da va cons1s t·ia no cump rimen to das· leis drvm as, e,
d , l - em parl
graça .santi /ican te. · t·· ·1 .- dum· preceito positivo acres centa o a er natur a ,
rcn ar.
e que -é expre sso pelo Géne sis .so b a forma d a prm·b· -
içao
lll. Os privilé gios soLren aturai s. de come r do fruto da árvore da ciênc ia do bemb ef
A.. S. Escri tura narra como o demó nio. so or_m~ e
do mr.
65. A) Por natur eza, o home m é servo, propr ie- - '~ nte vem tenta r os nossos primeiros pais, suscr
ser ,,e . tan-
dade de Deus , Por inexprirti,i;vel p.qnd ~qe, d~\1que do-lh es no espíri to urna d úvi d a so b re a legrT1m1·da de des
jç1.mais . .• r -
poderellJOS dar-l he graça s exces sivas , quis Deus ta . proib ição. Procu ra persu adir-l he~ que, sed come
fazê- lo .e~
entra r ·na sua famíl ia, âdop tâ-lo por ftlhq, const desse fruto, longe d e morre rem, serao ·como 1
, eusí5 . sa
ituí-l o
seu herde iro presu ntivo , res~r yapdo -lhe um lugar ,bend o por si mesm os o que é bem e o .9u~ .e n:1ª
reino ; e;. para que esta . adop ção não fosse qma
no seu
:k ., . idade de recor rer à lei divin a : er~trs sicut dii,
· se~
simpl':!s •i·~· . '
-: ne_cests bonu1n et· malu m" i_ Era urna tenta ção de
form alida de,' comu nicou -lhe . uma partic ipaçã o
da sua ~CT@ N
b orgu-
' . •~ : l

.
~ ·hom e~ st~cum e e c~-
_

vida divin a, uma quali dade criq.,da . .é c;erto. mas •.=,; ,lho .. de revol ta contr a Deus .
real. ;..

que lhe perm itiria . gozar na terra da.s luzes da ,fé,, ,· mete form alme nte um acto de desob edien cw. como
tão su- nota
perio res às da razão , e possu ir ,a Deus no cél.J- pela ~:-: } -.
-Si P,aulo 3, mas inspir ado p elo orgulho, e imediata1'.1ente
visão
beatí fica e amor propo rcion ado à clarid ade de&ta ~ \ -secruido de outra s faltas . Era uma culpa grave,
visão . pois era
· 66, B) A. esta : graçh habit ual. que áperfeiçoa i1f
:i,
re~us ar subm eter-s e à autor idade de Deus ; ·erda
uma es-
va , ·
e divini:z,ava. por assim dizer, a própr ia subst ância -~f , péci e de negaç ão d o seu d omm w suprem_o e a 'sua' sa-
da ~~r: b d ·a já que este prece ito era um mew de pro, .
aln;i.a, acres ciam virtud es infus as e dons do Espír ar a
to,, que, divin izava m as suas . facul dades , e uma
ito San- f1·edeº1-rd1
1 a
·de do prime iro home m ; culpa tanto mais grave.
graça . ·n
actual que, pdnd o em movi ment o todo este organ ismo
quan to melh or conhe c~am os nosso s prime iros pais
finita libera lidad e de Deus para com eles. os seus
rei: d·
sobre natur al, lhe perm itia fa21ér actos sobre natur ir
ais, dei-
form.es. e m~ritórios da -vida etern a. · ·
. . 1 S. THoM. 1-Uae, q. ]63-165 i D e Ma zºit q. 4 .'133-34
BAINVE L, Natu.re
6. L. L.l.BAU-
CHE,o p.•cit. ,Part.1 1,ch. 1 5 , D.BRT~~~~:~~ ' Cts}n:'rheo/. tkJgm., t. II,
Esta graça é substancialmente a mesm a que a et' sdmatu_rel, eh. VI.YIÍ ; ~ • .ºÀ
que
nos é outor gada pela justif icaçã o ; e assim , não n. · 895-950. . , ._ ·
a des- , · 2 , Oen, III, 5. - :1 Rom. V,

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AS ORI GEN S DA VID A SOB REN
ATU RAL 43
:~d a i;pr scr ilí\ rsd , ªd gra vid ade 70. R) Ma s qua l será a sorte da
. do pre ceit o , man ifes - raç a hum ana que
e_ a grav1 a e . a san ção que lhe nas cerá da sua uni ão? Ser á tam
cohmo nao eram arra stad os pelo
fora ane xa . e bém priv ada , des de o
ímp eto das inst anle du ::;ua con ceiç ão , da just
n .amd tem po d
e re fI ec t 1r
· so bre as
paix ões , ' 1·, -\, iça original. isto é, da
, L-
con seq uên cias form idá- l graça sanfi}í cante e do dom de
integridade. Este s dons
veis o seu acto .
68.
como é Não l se exp lidà'-~ té sem um a cert a d' f· ld d
·t pur ame nte grat uito s. que eram . por
de família, só se hav eria m de tran
assim dizer, um bem
smi tir à pos teri dad e
, 1·· •. qude e es pu dera m ·pec -~

"
i de Ad ão, se este per man ece sse ftel
ar, se não esta vam1cu a e
suJ'eitos ., a Deu s ; mas, como
a . .1rama . ..ad• con
. . cup a con diçã o se não cum priu . nas
. . ·iscencr.a. p ara o com pre end erm
h • ce o hom em priv ado da
misdter recof r. ar que nao - h,a cria tura l os , just iça original. Se Ad ão fez pen
a gum a ·. imp
· ecá vel · e. gra ça, não foi sen ão com o pes soa
itên cia e reco bro u a
po e. e ech vam ent e, des viar os olho priv ada e por sua con-
para- os vol tar pa s do bem v d d . ,
me te : r.
I , ra .º .he~ apa ren te.. ape . . er a ezro
gar -se ª este últi - _
ta par ttcu lar ; não a· pôd e, por ·con
sua pos teri dad e. Ao Me ssia s, ao
seg uin te. tran smi tir à
ferênciar.~ en- .o ~~- p~1merro ; de é nov o Ad ão ,· que des de
pI'e cisa
Tômá~ '. ue c~ns it~i pec a º· Com ~en te esta . pre -
º, esse mo men to foi con stit uíd o cab
eça da raça hum ana . é
.. ,... f . .d rmp eca vel e som ent e aqu ele o bem not a San to que esta va rese rva do exp iar as nos
sas .culp as e inst itui r o
con un e com a I . cúja von tad e sac ram ento da rege nera ção , par a
de' D
. . eus.'' ., . ei _mora l '. o que é privilégio ex'd usivseo
tíza do a graça per did a pelo prim
·trarismitfr a cad a bà.p-
·, : , :; ,·1 . eiro hom em.
II. O cast igo. 7t. Ass im pois . os filhos de Ad ão
. nas cem privados
69. Não tard ou. o , ·t·· · • · · da just iça original, isto é, da gra ça
cas igo : cast igo . pes· soa · f, e cas- san tific ante e do dom
tig-,ó' d· a sua pos teií dad e -de inte grid ade . A priv açã o . des ta
• • ; . \ ,.
·• · ··· graç a· con stitu i "O que
; : ' ' 1 •
se cha ma o pec ado ori.ginal, pec ado
'd -~) O cast igo . ;éss oal , d~-· em sen tido lato , que
nossos ,p '. ;im eir0. s . p · ~ não imp lica acto algu m culp áve

:n
escn
d d ,to-
e •d. e
n
D
d . ,.,G, •
,enesrs._ .M as. ama . 1
.a aqu i, apa ree e· •a. ais
' · e
.bon - ,um estado de dec ddê n!Jio., ·e . ten
l da mossa par te. sen ão
do em con ta o fim so-
eus : . terr a pod ido apl icar ••ime dia tam .. bre nat ura l a que persistimos
ent e a des tina dos . um a privação,
np -· a . ·ef mor te a nossos prit n ezro
e · · ···
· s pais · ; por · mis eric a falt a dum a qua lida de esse ncia
ªº · 0 ez.. . iont ento u-se :de O .J.
.especiais que lhes . d i. . .1·,
, órd ia
suir . e, por con seg uin te , um a nód
l que deveri!).mos pos-
tinh a f s ·d• ~sp_oJar , os vriv 1 egios oa, ou mp.c~la :;,,.;,oral,
inte grid ade ' d h c?n en que nos afa sta do rein o dos céu
-tur e- . . ., e · gr~·~ª, abr tua l o, isto e; .d0: dom de
ª s.
: con serv am) , pois, a na-
-1- .d zaf.· e ;os seu s
pnv1legios natur;ais. É cert0 que 7'2. E . como o dom de integridade
•-~~ e, If.O t,r enf r~q lrec ida ' a .von- ficó u igu ahn ente
.co d d. .. . . se a com par . arm os , 'per did o, ard e em nós a .con cup
:ri o . orn . e- mtegrrda:de ; mas não está ao que· era · iscê ncia , a qua l. se lhe
seJa rnais Jra ' d '* ão resistimos cor ajos ame nte.
nos arra sta ao pec ado
em todo _, ca do que teri a sido n 0 t d dpvov~ o que 1a:ctual. Som os , pois , rela
º b - º· cªi° ·op erm ane ce livre e -po de- ·esc . .es o. ª
· e ,na ture za; tiva men te ao esta do primitivo,
dim inu ído s ~feriTos, sufeitos -~i
.em .e o i:r1a . eus qui s até deix ollier e'ntre- grtorància, incl inad os ao - -
ar-l hes a -fé e a maL frac os par a resistir às tent açõ
ra.ndça e . fez im~ dia tam ént e bril har es. A exp eriê ncia mos-
a seu s olho s d eslpe- . >lra que não é igu al em tod os
t a os . a visão dum libe .os . -homens a con cup is-
, que um dia triu f . d rt d
dec âíd A
d º~·
, d d.
sai o , a raç a hum ana ,
n_ana . o , e~_o nio e rest aur aria o
esa en- _c ênc ia: nem todo s têm , efec tiva
,p.eramento e cará cter , nem . por
men te, o mes mo tem -
. . o. . , o. mes mo tem po hom em con seg uin te, as ,paixões
aqu eL ·
. .d es .cm;açoes. , _ao· · -· .· · · ·p'el
· -
graç p.ª . . I •· I· .
act ua ,
igu alm ent e fogosas. Um a vez , pois
, que o freio . da just iça
tar. ou o mo arre pen dim ent . .. . . so 1c1tava
. .. ,n :, . original. que as repr imi a, des apa
o... e .por ven tura . não rec eu, é nat ura l qu e as
men to em que º pec ado :lhe s foi paix ões , reto man do a sua lib erd ade
p~rdoadb~ , seja m mai s viol enta s

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em Sm1s . rr~i'.is m od
1 'I er ad as em ou lro s ,·
t."l
CTe un lo om ás l "' e· a CX fJ liCH(,·i'i o co ns en lim en to a vo
nt ad e. Ce rto qu e
estas ten dê nc ias
Aw~:.;,i,}Je~e mos ir mais l~nge, e admitir nã o sã o irresistíveis,
em cerla m ed id a,
visto qu e es tas fa cu
ld ad es fic am
.lf ·' l.dza
ri c[,. um a ce rta du ni , co m ª E; ;co la su jei tas ao im pé rio
da ruzão : mas
-<:a_-ds él(-'ll ·
ac es P en er gi as na tu
nu içã c intrínseca da
s
qu e lút.ica , qu e esfo
rços nã o se re qu er em
pa ra su bm ele r.
na a o pr ov a. ra is? Nã o é ne, ce ss ári llO S- estes va ss alo s em re
o vo lta !
. ~e rá mi ste r ad mi tir , e
nrn,.,ao e t , , co m ce rto s To mi sta 75. B) As fa cu ld ad
tem ~s m :i rmsbec~
ni
d
l
no ss as en erg ias , ne ste ,
s do s~a~u os qu e ve
s
se
ltm
nt id o,
d· .
a 1m1-
qu e
o ho m em pr op ria me
es intelectuais, qu e
nt e dito, a in tel ig ên
co ns lit ue m
cia e a vo nt ad e,
nc er , em pa rti cu lar fo ra m ati ng id as ta m
d a qu e ·º e e:n_omo a tir bé m pe lo pe ca do or
~ ex er ce so br e ve nc id a- to qu e a no ss a in tel ig iginal. a) E cer-
certos aux1hos na tu ra os e a su ressão ên cia pe rm an ec e ca pa
ga do . no es tad o dê
. is qu e D h a ve rd ad e, e _.co m z de co nh ec er
, I • e~ s s ou ve raPou to r- •. tra ba lh o pa ci en te , ad
pr ov av e . ma s
qu e es te; ob t ·
J · Pr~na tu re za pu ra ? Én9po
s:rmobs judstos, é de
s ac u os sa o a un
~e as graça~ ac tu ais
ssível é
,
an te m en te co mpreen
mm o
ve r ac sc en tar
sa do
·t
~em o au xí lio da
nú me ro de ve rd ad es
M as qu e de fra qu ez
re ve laç ão , co nh ec im
fu nd am en tai s, da or
as hu m ilh an te s T 1)
qu ire , até me sm ó
en to du m certo
de m na tu ra l.
qu e De us , na su a bo su bi r es po nt ân ea m en Em lu ga r Je
ed e, e~1 vdirtude do s nd ad e , no s con~ te pa ra De us e pa ra
pr ot ec ça o os an1·0 me re cim en to s de se na s, em ve z de se ele as coisas divi-
u Pi lh o , I va r da s cr iat ur as ao
s b on s, so b re tu do d . e·0spedaa o hol~vera fei to no Cr iad or , como
gu ard a. os nossos an1 es tad o pr im iti vo , te nd
no es tu do da s coisa e a absorver-se
74. Co lu sã o. O s cr iad as se m re mo
nt ar à su a ca us a,
qu ed a or iai nanc qu e se po d d. a co nc en tra r a at en
çã o so br e o qu e sa
D Ih e t· h,l o dhodm em per deu eb 1ze1 e, qu e, pe la cu rio sid ad e e a de sc
ur ar o qu e se re fe re
tis fa z a pr óp ria
eu s
pr · 't' e m fa .da o . qu , es se elo equil ao se u firn ; as
im 1 ivo, um
. e e, re la t.iv am en te aoíbrio qu e pr eo cu pa çõ es do tem
pe ns ar na ete rn id ad
po im pe de m- na mu
ita s ve ze s de
eri o e ·u m de se qu ili es tad o e. 2),. E qu e facil id
mo str a o :s ta do pr es_ br ad o como b ad e em ca ir no
en te da s no ss as fa c~ en·o !- O s nu me ro so s
ld ad es . em o pr ec on ce ito s a qu e
somos pr op en -
. Al l) d E ist. o .o . qu e ap ar ece, an t d sos, as pa ix õe s, qu
e no s ag ita m a al m
!ac u < a es sensitrvas. J
es e tu d O, em no ss
as
vé u en tre ela e a
ve rd ad e, ex tra vi am -n
a e lan ça m um
mu ita s ve ze s , at é na os in fe liz me nt e
a)
p o ati ra O s no sso s se nt id os s qu es tõ es ma is vit
ais , do nd e de-
l '. . m- se co m f exdter io r;s' os oYios, po pe nd e a di re cç ão da
no ss a vi da mo ra l. b)
A no ss a mes ·
so re gu i ão pa ra o qu e hs on r ex ern - m a vo nt ad e em lu ga
cunos1d~dfe, os ou vi .eia a r de se su bm ete r a
~
no s sa hs az do s es cu ta m co m ân sia ten sõ es à in de pe nd ên De us , tem pre-
O .d eseJo· d tu do cia ; cu sta -lh e su jei tar
h so br etu do ao s se us -se a De us e
b us ca se ns àç õe s ag ra dá vee co n ec er no vi da de s o t qut e re pr es en tan tes na ter
. is , e tu do iss . o sem a, mí niacmao qu an do se tra ta de
ve nc er .-as di fic ul da de
ra . E en tão ,
preoct;1pc:1-ção d as reg s qu e se op õe m
ras da mo ra l. à re ali za çã o do be
m, qu an ta fra qu ez a,
. b) .' O - me sm o pa tâ nc ia no esforço I qu an ta incons- -
im ag m aç ao re pr es en ss a co m os se nt id os interiores . ar ra sta r · pe lo se nt im
E qu an tas ve ze s se
não_. de ix a ela
ou 'me ta- no s to da a es pé cie en to e pe las pa ix õe
co . _nol~ s~nsua~s. r as pa ix d
e ce na s ma . .ª
is cr ev eu , em ter mo s
fri sa nt es , es_ta de pl
s I S. Pa ul o des-
· m. v10. en cia õe s pr ec ip ita m- se co or áv el fra qu ez a :
. at e , pa ra o b em m ar do r "E u nã o fa ço o be
sens1, ve1 ou se ns ua l m qu e qu er o, m as
se mq rn eta re m co m
o la do mo ra l, pr oc ur se m• nã o qu er o .. . Po rq ue . fa ço o ma l qu e
an do ar ra sta r ao m e de lei to na lei de
do o ho m em in ter io De us , segun-
r; vejo, po ré m, no s
í sum Theol. I, II., q. s2, a. oú tra lei qu e lu ta
co nt ra a lei do m eú
me us me mb ro s
4, ad . I. espírito, e· me.,
to rn a ca tiv o da lei
dó pe ca do , qu e es tá
no s· meu:s· mero::.:

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AS ORIGENS DA VIDA SOBRENATU RAL 47 -
· bros. Homem infeliz que eu sou f quem me livrará do
corpo desta morte? Graças a Deus , por Jesus Cristo a) .Deus incarna o seu Filho, constitui-o por isso
Nosso Senhor" 1. Assim, pois, conforme o Iesternunho mesmo chefe. da humanidad e, cabeç~ dum corpo mís-
do Apóstolo, o remédio para este estado lamentável é a tico cujos memb ros somos nós ; este l..,ilho tem, pois, dr-
graça da redenção, de que nos resta falar. reit~ de- operar e reparar em nome dos seus membros.
·
. l>) Esta reparação é não somente igual à of en~a,
ART. IV. -A REDENÇÃO E SEUS EFEITOS 2 senão que imensamen te a .supera, por ter valor .~oral in-
Jinito; porquanto, como o valor moral duma acçao. v~m.
76. 'A Redenção é uma obra maravilhos a, a obra- m1tes 'de tudo, da dignidade da pessoa, todas as acçoes
-prima · de Deus, que re/az o homem desfigurado pela d~ Homem-D e~s têm valor infinito. Um só dos seus
culpa- e o repõe, em certo sentido, num. estado -melhor' actos 'terié!,, pois, bastado•.Par:1 reparar .adequadq. mente
quê· o anterioi à queda: a tal ponto que a Igreja, na sua todos o~ pecados dos homens., Ora Jes~s prat~cou actos
liturgia, não receia bem-dizer- ·a culpa que nos valeu um inumerávei s de reparaçao , inspira~os _ pelo mais. puro
tal Redentor como o Homem-D eus: '.'Q /elix cúlpa quae ~mor : comnletou~os pelo ado màis sublime e heróico :
talen'L ac tantum meruit habere Redemptor em [" ~- imolação \otal de si mesmo durante a sua do,lorosa Pai-
xão e no CaJvário ; por conseguint e s~tisf ez abundante
l. Sua naturc::;a. e superabun dantement e: ''Ubi abundavit delictum, su-
perabunp.avit et gratia" 1 · ·i
77. Deus, que de toda a etemidade previra a que-
da do homem, quis também de toda a eternidade prepa- e) • Esta reparação é do mesrrfo género _que a culpa :
rar aos homens um Redentor na Pessoa de seu Filho, Adão tinha pecado por desobediên cia e; orgullw : Jesus
que resolveu fazer-se ;homem.! ,;1(\ssim constituído cabeça expia 1por meio 1 •de humilde obediência, in~pirada pelo
da hwnanidad e, poderia · expiar perfeitame nte o nosso amor, que foi até•,à morte -e, mmte de cruz : · ~<;c;us obe-
pecado e restituir-nos, com a graça, todos os direitos ao dtens usque ad mortem, mortem autem crucis . E, as-
céu,, Deste modo soube tirar o bem do mal e conciliar sim como na queda. interviera uma mulher, -para arrastar
os direitos da ;ustiça com os da bondade. Adão/ assim também ·na redenção intervém utna mulher
É evidente\ que não era obrigado a exercer plena- pelo seu poder de intercessão e por seus méritos 3 : é Ma-
mente todos os· direitos da justiça; teria podido perdoar ria, a Virgem Imaculada, a Mãe do· Salvador, que coo-
ao homer,n, contentand o-se da reparação imperfeita que a pera com Ele, posto que secundària mente, na obra repa-
este fosse possível. Julgou, porém , mais digno da sua gló- radora. Assim é plenament e satisfeita a justi_ça, ~ias a
ria e mais útil ao hàmem colocá-lo em estado de poder boridade· sê.:lo-á ainda. mais. ··
reparar comp.letam ente a culpa. · . · 7~. B) · E com efeito, à - infinita misericórdi a d:
,---
1
__78;:~ Al__A justiç·a perfeita exigia- umá. - reparação ódu·s ~; a~~r excessivo qt,1e Ele nos tem. é que a ~- .
1 adequada, igual à o/ensa, oferecida por um represen- E'scrit,ura atrihui a R~denção : f'Deus, que é rico em mi~
tante legítimo 'da humanidad e. É o que Deu·s realiza ple- sericórdia, diz S. Paulo, pela .sua ,extrema caridade . co~ ·
i
i'
namente pela Incarnação e Redenção.
· 1 Rom. VII, 19-25. ..
q1-1e. ,n,os amou .. _. convivi ficou-nos em Crist~ : Deus qur
diucs est in misericordia, propter r1.irp.iam. ca~itate7;1; suam,
qµa-
1 dilexit nas: ... convivi/ica vit'nos if!,. Christo ;.
1
! . 2 S. THoM. UI, q. 46-49 ; HuaoN, O. P., Le Mystere de la Rédemp-
/1011. ,· BAINVEL, op. cit., eh. VIII ; J. R1V1ÉRE, Le Dogme de la Rédehip-
tion, étude tlzéologique, 1914; Ao. TANQUl!REY Sy11,opsis theol. dogm.; 1 Rom. V, 20, - 2 · Pltilip. II, 8... . .
i t.
>
II, n. 1119·1202; L. LABA!)CHE1 Leç. de Théol.,1 t. I, IIIe P. s Trata-se do mérito de convemencta, chamado de congruo, que
i e.xplica,remos mais adiante.· - 4 Ephes, II, 4-5 ;

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49
As três divinas Pessoas concorrem, à porfia, nessa A Redenção é, pois, a obra do amor por excelência ;
obra._ e cada uma delas. com um amor que parece ver- o que nos permile presagiar os seus efeitos.
dadeiramente ir até o excesso.
li. Os efeitos da Redenção.
a) O Padre não tem senão um Filho, iouaI a Si
próprio, q~e ama como a Si mesmo e de que,; é i~Íini- 82. Não contente de reparar, pela sua satisfaçflo,
tamente amado_; . ora, esse Filho único dá-o, sacrifica-o a ofensa feita a Deus, e de nos reconciliar com Ele, Je-
por nós. para 11?:<i r~~tituir a vida que pelo ·pecado havía- ·sus mP-rece-nos i:odas as · graças que-: havíambs perdido
mos perdido : . Sic· Deus dilexit rriundu,,n ut Filíum ,pelo pec.adü e outras ainda. . .
suum unigenituin darei, ut omnis quí credü ín eurn non Restitui-nos, em primeiro lugar, os bens sobrenaturais
pereat, sed habeat vitam ó.eternam" ~ .. PódiJ acaso' ser perdidos. .pelo pecad0, :- a) a g,·oça habitual, com o seu
0
Pa_dre· mais generoso, _d;r· mais que seu Filho 7 E depois, corteje de virtudes infusas e dons do· Espírito Santo·: e,
d~r-nos <::> seu próprio Filho , niio foi dar-nos tudo,· "Qui para melhor se adaptar à natureza humana, institui os
etiam proprio Filio suo non pepercit, sed pro nobis omni- sacramentos, sinais sensíveis que nos conferem a graça
bus · tradidit illum, quomodo non etêam cum illà omnia -ém · todas as circunstâncias importantes da vida, e nos
nohis donauit? " 2 _ ·
dão assim mais segurança e confiança; l,) graças actuais
'.fl.bundantíssimas, que temos ' direito . de crer· até ·mais
80. L) O Filho aceita jubilosarhente, generosa- ·:abundantes do que no estado' ·de inocência, 'em v'trtude
mente a . ~issão que lhe é confiada ; desde o 'primeiro - -·d a palavra de S . Paulo : "ubt'âbund~vtt delictum, supe-
momento da Incarnação, oferece-se a seu Pai como víti-
.
rabimdavtt gratia 1.
ma, para -substituir todos os sacrifícios .da antiga Lei, e . . :

toda. a· sua vida .não será mais que um .longo sacrifício, , 85. e) · É perfeitamente _verdade que o, Jom ·de in
completado pela. imolação d?, Calvário,. sacrifício inspi- ,t,egridade não nos é imediatam'enté restituído ,. mas só
r~d~ pelo ar:'or que nos tem: Christus dilrxit nos et tra- · · .progressivamente. A graça ·da: .regeneração deixà-nos a
dldit semet1psum · pro nobis oblationemí et. ,hostiam . Deo thraços com a tríplice conéupiscêncta e todas as misérias
i~ adorem sq,avitatis" 3 • Cristo amou-n.os e entregou-se a ,Ja vida, mas dá-nos a força necessária · para trianfar ,de
s1d mesmo por nós, como oblação e hóstia. a Deus em :tudo isso, faz-nos mais humildes. vigilantes e· activos· para
o or. de suavidade" ' ..:prevenir e vencer as tehtaçõ~s . r(i)bustece-nos assim na
•virtude e depara-nos ensej0 de alcançar maiores mêreci-
81. e) Para compl~tar a sua 0b;a, · ·envia-nos ~mentos. -Pondo--nos diante 8os olhos os exemplos de Je-
0
Espírit::.o Santo o amor substancial do· P~i e . do Filho, .:s ús, que tão heràicamente. levou a sua cruz e a nossa,
que n~o co~t~nte de derramar erri nossas 'alrM1.~ a· graça e-
estimula-nos o ·ardor , na luta sustenta-nos a constância
e as virtudes mfusas, sobretudo a divip.a caWdade se nos -no esforço : e as·. graças actuais: que -Ele .nos mereceu e
dará a si me~mo, para podermos gé:i~ar não , sàm~nte da -ÍlOS· concede com _tão divina prodigalidade, facilitam-nos
sua pres~;1ça e dos seus dons, senão também da sua singularmente esforços e vitórias. À medida que· luta-
Pessoa: · A caridadé· de Deus foi difundida em nossos -mos, sob li ·direcçãd· e com .b. apoio· do divino' Mestre, a
coraçõ_es pelo EspíI'ito · Santo, que ·nos foi dado : Caritas :·d óncuoiscêncta vai: ,dimrnuindo: ·. a nossa força de resis-
Dei di//usa ést ·in cordibus nostris per Spiritum Sánctum :têlilcia, vai aumentando; , e· chega , por fim a hora em 'que
qitê datus est nobis'' 4 •rliuitas almas' privllegiadas são de tal modo confirmadas
0

1
]o. III, 16.-! Rom. VIII, 32.:.__3 Ephc~. V, 2;-.:, Rõm. V, s. .1 Rom. V, 20. ,'". :. : ,
4

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. - - •·- ·- :)1
nu virtude que . não obs tan te
fica rem com libe rda de de que rn ado ra em nós e pol' nós
pecar, não com ete m falt a ; qua ndo ped imo s socor-
alg um a de pro pós ito del ihe - ro, é Ele que m apo ia as nos sas
rndo . t\ vitó ria def init iva não súp licas ; eis o .mo tivo por
se alc anç a se nflo ao c n- quP tud o qua nto ped imo s ao
t, ar fl,J céu : ma s ser á tan to ma Pad re em sc-11 nom e, nos é
is -gloriosa qua nlo ma iore s
forem os esforços com que a libe ralm ent e con ced ido .
hou ver mo s com pra do. Nã o De vem os, poi s, regozijar-nos
podemos, pois ,_ exc lam ar : O de ler um tal Red ent or,
feli.x cul pa l? um tal Me dia dór , -~ dep osi tar
nel e con fian ça ilim itad a;
· 84. d) A este s aux ílio s
inte rior es acr esc ent ou
Nosso Sen hor out ros exterior CoN cLu sÁo
es; em par ti~u lar a h1reja
visível, que fun dou e org ani zou
, · par a nos ilum ina r os f
espíritos com a sua aut ori dad 86. Est e . esb oço his tóri co faz
e dou trin al, sus ten tar as avu ltar ma rav ilho sa-
vonta~es com o seu. pod er leg A,. me nte tan to a excelênçia, da
vid a sobren~t.ural, como a .
isla tivo é jud icia l, san tifi - • ·
car as almas com os sac ram ent / i. gra ~de za e f/aq uez a · d~q uel e
gências. Nã o enc ont ram os em
os, sac ram ent ais e ind ul-
tud o isto um aux ílio ime n-
;<-
?·>
1. 0 Ex cel ent e é sem dúv
que d.e la é ben efic iári o.
.ida est a vid a, por qua nto :
so,_ de que dev em os dar gra ças
a De us : O /eli x cul pa! ? f l· a) · Ve m dum pensamdnt.o a/ ect
· 85. e) En fim , se não for j °j:( qua l de tod a a ete rni dad e nos
uos o de De us, o
am ou e nos qui s uni r a
a o pec ado orig ina l, não ;.! f Si me sm o na ma is doc e inti
é. certo que o Ve rbo hou ves mid ade :"ln carítate perpe-
se de inc arn ar. Or a a lnc ar- tua dílexi. te ; ide o atiraxi te més
~aç~~ é um,..¼e° : tão pre cio so que erans 1 : Co m am or eter-
, p_or si só, bastJ;l ·pa ra no te am ei ; por isso, com pad
Jus b.ic ar e exp lica r o can to eci do de ti , te atra í a mim ".
da lgreJa : O /eli x cul pa[
Em lugar de um che fe. bem dot
ado , sem dúv ida , ma s
b) T~:
um a participação real, ·;e hem
que fini ta, da
falível e · pec áve l, tem os por nat u~e zu e vid a de De us, "di
cab eça o Fil ho ete rno de vin ue con sor tes nat ura e".
Deus-, que, re•iestido da nos (V. n.º 106 ).
sa nat ure za, é hom em · tão
verdadeirn cer no é ver dad e'ir o
De us. •f: o me dia dor icleal, " e) Ê avalia-da por De us em tão alto
me dia dor de religião, com o o pre ço crue, para'.
é de redenção, que ado ra o no- la res titu ir, o Pai sac rifi
ca o seu Fil ho . úr:iico : Est e
Pai não sàm ent e em -seu nom
e, sen ão tam bém em nom e imo la-s e com ole tam ent e, e· o
da hum ani dad e mte ira, ma is Esp írit o San to· vem à nossà
ain da, em nom e dos An jos alm a, par a n'a-la com uni car .,
que por Ele têm a dit a de glo
rifi car a De us "pe r que m É, poi s, o bem pre cio so ent re tod . .. ·
lau dan t An geJ (' 1; é o sac erd os m.axima et pre-
ote per/ei.to, que tem livr e tiosa nob is promissa don avi l" 2
acesso ao tron o de De us pel , que · dev em os esti
a sua nat ure za div ina , e se aci ma de tud o, gua rda r e cul ma r
inc lina com pas siv am ent e par tiva r com o ma is cioso des-
a os hom ens , con stit uíd os vel o : tan ti val et qua nti De us
seu s irmãos, que Ele , rod ead
o com o est á de fra que za,
l
trat a com ind ulg ênc ia : "qu i con 87. , 2.º E con tud o traz em os
dol ere pos sit iis qui igno- est e teso iro num vaso
ra!:!!,.i } _e!rÔnt_.. ·_qu oní am et ips tão frág il T Se os nossos prim
e cir cum dat us · est infírrni- eiros pai s , d_ota dos do dom_
tate . . . . , - - ele Inte grtc tad e e cer cad os d:-tocla a
-sor te de l?rivilégios,
Corri El~ e por Ele pod em os o per der am des ven tur osa me nte
trib uta r a De us as ho- par a si e par a a sua des-
me nag ens infi nita s a que tem cen dên cia , que não hav em os
dire ito ; com Ele e por Ele ,de rec ear nós , que , a des-
podemo~ alc anç ar tod as as pei to . da reg ene raç ão esp irit
gra ças de que pre cisa mo s ual . est am os suj eito s à trí~
par a. nós e par a nossos irm ãos plic e con cup isc ênc ia? l Há ,. sem
. Qu and o ado ram os . é Ele dúv ida , em nós tendên:i
cia s nol,res e generosas, que
vêm do qne exi ste qe horrt
1 Prefácio da Missa. - 2 Htb r.
V, 2.
.f Jer. XXXI, 3. - 2 f/ Petr. I, 4.

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e~ nossa natureza e sobretudo da nossa incorpora ção em vida , pois que só Ele nos pode lornar compartic ipanles
Cnslo e das energias sobrenalu rais que nos são dadas em da sua própria vida. Comunic a-no-la em virtude dos mea
virl11de , ·t os ; nos
dos se.us merr .
, , conlmuam
· porem
. , os a ser recimenlo s de Jesus C risf o ( 11. º 78) . que é a causa me-
) raco · d · d
s e inconstantes . se erxamos e nos apoiar na-
1
ritória. exemplar e vilul da nossa sanlif icação . É, pois,
quele que é nosso braço direilo, ao mes~o tempo que é muito verdade que Deus uive em nós, que Jesus vive em
nossa cabeça ; o segredo -da nossa força não está em nós nós ; mas a nossa vida espirilué.11 não é idêntica à de
senão em Deus e em Jesus Cristo . A história dos nosso~ Deus ou à de Nosso Senhor Jesus Cristo ; é distinta de-
primeiros pais e da sua queda lamentáv el mostra-no s que las , é apenas semelhan te a uma e a outra. ,_, A nossa
0
mawr mal, o único mal neste mundo , é o pecado; que uida consiste em utilizar os dons divinos, para vivermos
~evemos, por conseguin te. se_r constante mente vigilantes, em Deus e para Deus. para vivermos em união com Je-
para repelir imediata e ·energica mente os ·primeiro s assá{~ ,, • sus, imit-ando- o ; e, como ·a tríplice c01,cupis cência per-
tos d~ inimigo, venha ele donde vier. de fora ou de den- ;, siste em nós ( n. º 83). não podemos viver, senão comba-
tro. Estamos, aliás, beni ârmados contra ele como no-lo .. tendo-a a todo o transe ; corno. por outro lado . Deus
mostrará o capítulo segundo sobre a natur~za da vida nos dotou dum organism o sobrenatu ral, temos abrigação
cristã. de o fazer crescer por meio dos acfos meritórios e da
f€:rvorosa recepção elos Sacramen tos.
CAPíT ULO II Tal é o sentido da definição que acabamos de dar
todo este capítulo não será mais do. que a explicaçã o e
Naturez:.a da vida cristã desenvolv imento dela. Ao mesmo tempo iremos tirando
conclusõe s práticas sobre a devoção à SS_ma Trindade ,
d ~8• A vida sobrenal.u ral, visto ser urna participa ção sobre a devoção e união com o Verbo Incarnado . e até
e~. vida de_ Deus. em virtude dos merecime ntos de Jesus
,rr~t o. ddefme-se por veze~ : a vida de Deus em nós ou
sobre a de,'.o<;ão à SS.ma Virgem e aos Santos; conclusõe s
que derivam das suas relações com o Verbo Incarnado ,
b , 0 1 .e/e
avica · sus em nos. '•Estas expressoe - exactas, se
'"' s sao Posto que a acção de Deus e a da alma se desen-
ª cuidado de as explicar bem. de sorte que se evite rolam paralelam ente na vida cristã. trataremo s. para mais
qualquer resquício de panteísm o. Efectivam ente, nós não clareza. em dois artigos sucessivo s , da parte de Deus e
temos -~ima vida idêntica à de Deus ou, à de Jesus Cris- da parte do homem.
t~. _senao ur.na semelfwn ça dessa vida, uma particépação . ( Habi!a em nós: logo devoção à ss.ma
/ mrfp, se, bem q~e real~ _dessa vida . · · . , T rtndade. ·

I
0
1. Por s1 mesmo
1Dota-nos d~m organismo sobrenatural.
. . odrmos, pois, defmr-Ia : uma pc::;-ticipa
dzvm~. cdonferida pelo Espíríto Santo que habita em nós,
em{ virlu
.
'r•t d l
.;; dos m e z os e esus
,e e.
ção da vida

risto, a qual d evernos


· .
,6
~
~
2•
0
Pelo seu
Verbo Inc-~rnado ·
Causa
Causa
meritória
exemplar ·
lda nossa vida.
cu twar contra as tendência s opostas. lt.í que é Causa vital
"( principalm ente Logo devoçâo ao Verbo Incarnado .
89
. ·.d É, ·pois, fácil. ,d e ver que a vida sobrenatu ral é ~{ '
meritória } d a nossa vida
secun
1
uma 'd' , a, e'? que Deus tem a parte principal' e nó"" a
· E D SS . ·
E , ~rza. · eus, a e .... ma Trindade (também se diz
~ 3. 0 Por Ma,ria
que e 1Causa
Causa exem plar .
0
spmto Santo). que vem em · pessoa conferir-n os essa
secundària mente lCausa distribuid ora de graças.
Logo, devoção a Maria.

crita JpeI~!ta efandez~ e. e~ta baixeza do homem foi m~itas vezes des4
0 p l
eJ/ .S f Imagens vivas de D~us : venerá-los.
anto l lnterçesso res: invoca-los .
5

ed. Brunschf.ig:.ªdore,. cnstaos, sobretudo PASCAL i Pensees, nn. 397-424, l e nJOS Modelos : imitá-los.

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• - - · .. ....... 1,.1.. J ..L JAt..
Vj
o r .º Lu tan do a co nc up isc ên cia .
~ J Jev erf 's paru com 1::l
~ co ntr a o mu nd o. e. gozar da su a pr es en ça e deixar-
f5 l o de mó nio . -no s co nd uz ir po r El
e co m do cil ida de , a
fim de alc an -
ê3~ ca1 mo s as dispnsiç<>
es e vir tud es de Je su
s 1
llJ~ 2.º Sa nti fic an do f
Se u trí pli ce v~ lor . 1 qu e os teólogos ch am
am
Cr ist o : t' o
a graça incriada, Ve rem
CI) ~ { -as nossas acç ões
Co nd içõ es do mé rit o. 1.º como as três div ina
s Pe sso as viv em em nó
os , pois,
~~
~o'.: l M eio de tor na r os
mais me rit óri os.
no sso s act os nos de ve mo s po rta r a
se u respeito.
s ; 2.
0
como

S;: 3.º Re ceb en do


-t-·
1
A gra ça sac ra~ en tal . I. o GO MO AS DIV INA S
CI)
di gn am en te J ·r,, PESSOAS HABITAM
~- l os Sa cra me nto s
l
A gra ça { da Pe nit ên
esp eci al da Eucaristia.
cia . ~!
·· -.t 92 . De us . en sin a Sa nto
EM NÓ S

; f_· To má s 2 • es tá na tur alm


ART. J. - DA r•A llT E DE DEU~ ~A VID A CRISTÃ
. na s cri<J-l.uras de três.
ne ste se nti do qu e as cri
ma ne ira s dif ere nte s :
en te
por potência, ••
atu ras es tão su jei tas ao
rio ; pcir presença, em se u impé-
De lis op era em nó s, qu an to vê tud o. até os
qu er por si me sm o, tos pe ns am en tos da no ma is secre-
\,1e,:bo Incarnado, qu er po r int qu er pe lo ssa alm a. "o mn ia nu da
erm éd io da SS . ma Virge su nt oculis eju s"; por et aperta
rtos An jo s e do s Sa n/o m, essência. po rq ua nto op
s. a pa rte , e em to da era em tod a
a pa rte é a ple nit ud
ca us a pr im eir a de tud e do ser e a
§ I. D a pa rte da SS.mª Tr co mu nic an do -lh es se m
o qu an to há de rea l
na s criaturas.
in da de ce ssa r nã o so me nte o
e a vid a, se nã o tam bé mo vim en to
90~ ·, -0 primeiro pr inc m o me sm o ser. : "in
ips o en ím vi-
ípi o, a ca us a efi cie nte Pimus mo ve mu r et su mu 3
pa l .e a ,ca us a ex em pla r da pri nc i- s" • •
Yida so br en atu ral em nós é a M as a su a pr es en ça
S$·: ºª 1 rin da dé , ou , em nó s pe la gra ça é
po r ap ro pr iàç ã6 , o Es de m mn ito su pe rio r du ma or-
E. c~m efe ito , co nq ua pír ito Sa nl o e ma is ínt im a. Nã o
nto a vi da da gr aç a pr es en ça do Cr iad or é so me nte a
mu m da s três div ina s se ja ob ra co- e do Co ns erv ad or qu
Pe sso as . po r se r um a seres qu e ~riou ; é a e su ste nta os
atr ibu i-s e co nt ud o ·es ob ra ad ~xtra pr es en ça da Sa ntí ssi ma
pe cia lm en te ao Es pír bil íss im a Tr in da de qu e Ad or a-
se r um a ob ra de amor. ito Sa nt o po~ e a fé nos rev ela : o ·
nó s e em nós co nti nu Padre ve m a
Or a a SS .ma Tr in da de ' - · a a ·gerar o se u Ve rb
co ntr ibu i pa ra à 'nossa rec eb em os o Filho, pe o ; co m El e
·'tação de _du as ma ne san tif i- rfe ita me nte igu al ao
ira s : ve m /iabitar a ge m su a viva e su bs tan Pa dr e, ima-
prod~1z ne la um or ga no ssa alm a. e cia l, qu e nã o ce ssa ·de
nis mo so bm na tur al, qu nit am en te· a se u Pa i am ar infi-
tur ah za nd o es ta alr na e,. sobren.a- como é de le am ad o ;
. lhe pe rm ite faz er ac rec ípr oc o pr oc ed e o Es de ste amor
tos de i/a rm es. pír ito Sa nto . pe sso a igu
I. A ha Lit açã o ·dQ Es pír dr e e c1.o Fi lho , laç o mú al ao Pa -
ito . Sa nto na al91a ·1 · tu o en tre eles am bo s,
e co ntu do
91: _Sen?o co mo é. a ~i da 1 É sob re est a
da pr ~p na vid a de Qe .cr ist ã um a p~ iti dp aç Ja vie intérieure, p. ver dad e -qu e J. J. 0LI ER
35, 37, 43 das ed. de1 Catéchisme chréti~n. pour
us , é ev ide nte qu e só ão esp irit ual idade: 1906 e 1922, bas eJa a sua
que tem em si o eEsp Quem é que merec_e
po de conferir. Fá -lo . El e ~o~la ser cha ma do cri stã l??
vin do ha bi tar em no e ext eri orm ent e com o írit o de J~sus Cn sto ... que no_s ;faz viv E_ aqu :le
da nd o-s e-n os · todo~ pa ssa s alm as e (na alm a do justo)..coJes us Cn s\O ». - e Ele (o Esp1r1to San er mte,no~
ra: 'nó s po de rm os cu mp mo s, os me sm os sen timm o Pa dre e o filh o, e ali der ra ma, to) est ~ ah
rir os nqssos ent os, os me sm os cos com o dis se-
tum es e as me sm as vir
Esprii J~,;;ttJ;:· j;;,J; ~3, a;~ de Jes us Cri sto •·
2 « Sic erg o est
in om níb ,us per poten.
tud es
/nt Missi on
Si,;, Theol.
I. ADi~i:s AsRi ,.t P~us, O.l)ze_P.,u etiDe nou
Dog;,i,, ·t.
fRO GllT ,
l'habitation ~u Sai nt
s, 1922:;
pot est ati sub du ntu r;
nu da sun t et ape rta est per_praesen~iam ín om níb
.
tlam, mq uan tum om . .
nia ei~s
us, inq ntu ~ om nia
III ; ~- 1Sg~185. 'heology,
p. 80 ss., Ao.
MANNING, tum ade 6t om nib us utocu lis eJUS : est m om nib us per essen.u~ t,am, mq uan -
TAN QUE REY , cau sa ess end i •· (Sum.
s Act. XVII, 28. - Theol., I, q. 8, a. 3).
-

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' .:&
NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ
d istill lfl dum e dou tro. Que de mar avil 57
has se não reno-
vam_ num a alm a em esta do de graç ()4. É certo que esta vida divi na não ó em
a! nós mai s
U que cara cter iza esta pres ença , é que Deli riue · uma nart idpa ção ·· consortes ". uma
sem elha nça,
súrn cnle está em nós, senã o que se s não 1 • , , _ l
nos clcí, para dele uma assn· rn·j a ça- 0 que· faz· de· nos · nao e euses, mas seres
pod erm os gozar. Con form e a ling uag cleiformes. Mas nem por isso é men l d ,
em dos nossos Li- os ver< a ·ed que e,
vros San tos, pod emo s dize r que , pela
dá, como pai, como amigo, com o colaborador,
graça, Deu s se nos 1 nao
-
- · uma fr·cça- 0 senã o uma real idad e,·
nao 1,,,
· , ..
·aua l senã o sem elha nte à de ·l)eus.
uma ui a nova ,
ti/icador, e que as~im é verd ade iram ente
com o san-
o próprio princí-
J gun do O test emu nho dos nossos l_.i"'.~ S
, e que , se-
º~- . ant?s·. supo~
-
pio da noss a vi_d a interior. sua cau sa uma nov a geração ou regeneração :
e/ic ient e e exem plar. N LSL [qws renatu.,
.. . . fueril ex aqu a et Spcri · ·t u Sanc: to . . . 1, per ava crum re-
95. A) Na orde m da natu rezá , Deu genercitionis et renovationis Spil'ilµs
com o. Criador e soberano -Senhor e nó;
s está em nós•. San_c_ti · · · 2 rege1:~-
não somos senã o ravi
• · t nos · •
m spem viva · · m. .
. . v .
3 ''olu ntar ie enim gen mt
i;eus ~ervas, propriedade e coisa 'sua nos verb o veri.tafis" 4 • Tod as esta s
. Mas na orde m da expressões m~stram
graça, dá-se-nos Ele com o noss o Pai, que a noss a ado pção não é puramenl_e
e nós somos seus ~om inaL ~~na~ ver-
/tlh.os ado ptiv os: privilégio mar avil hoso dadeira e real, se bem que mui to d1st
que é a base da mta da f1haçao do
noss a vida · sobr enat ural . É o que repe Ver bo Inca rnad o. É por isso que de
tem con stan tem en- . plen o direit~ somos
te . S. Pau lq e S. João : "No n <mim cons titµí dos herd eiro s· do reino celest~.,
acce pist is spir ilum co-h erde 1ros _/ª-.
s_e mitu tis iter um in. timore, sed acce pist que le que é nosso irmã o mai s velh o:
is spiritµ,m ado p- haered':s qw _em.
tion,is .Jdiorum, fn quo clam anm s : .Ab Dei colw ered es aute m Christi. , . ut sit
ba (Pater}. lpse. ipse pnm oge nitu s
enim ,')piritu~. testi mon iurn redd it spír · . ~ul tis fratribus" 5 . Não é para repe
itui nastro quo d su- tirm os a·s palavra~
mus f ilii Dei -1. Deu s adop ta,.n os. cons m ente rnec
tão · e doras de S J - "\T·d t q·ualem
egui ntem ente ,.
por . oao: ,caritate
seus filhos, e dum mod o mui to mai s d.edit rwbis• Pater: ut /ilii Vei nom iner
i e e ? .,m
perf eito que os ho- nur et srmus , 6
men s o faze m pela ado pçã o legà l. Este Dên s terá , pois, para connosco, a dedi
s pod em, sem dú- caçã_~. a ~.ernura ·
vida,' tran smi tir mui to bem a filhos dum pai. Ele mes mo se co~ para à mã:
adop tivo s o nom e e _qu_e Jamais po~ e
os ben s, mas 'não o sang ue e·a vida
. "A ado pçã o lega l. esqu ecer O seu filhi nho : Num quid o~l~
visci p_otes_t,;nulrnr:
diz com razã o o Car dial !viercier 2 , · é- uma ficç ão. O inJa níem suw n, ut non. misereatur f~h?
filho ada ptad o é con side rado pelo s uter i -~~i . Et si
pais adop tivo s com o illa obli ta fuerit, ,ego tam en non oblw
f
s.e asse seu filho •e rece be dele s a hera ,sco r tw 7 .. Oh 1
nça à qua l hou -. sem dúv ida, Ele o mos trou de sobr a.
vera tido direito· o fruto· da sua uniã pois que . p~ra s_f .
o ; a soci edad e reco~ var os seus filhos perd idos , não hesi tou
nhe ce esta. fo::ç~o e sanc iona os seus em dar e sacdn 1-
efei tos ; con tudo o car o seu FI·lho Uni gén tto ·· "Sic Deu s dile xit mun um
ohje cto. da ficç ão nãd se tr-ansf orm a lit Fili um suu m Un1 geni tum ·dare . . .f ·t
em real idad e. . . A t,_ ut omnzs cfw.. c~e\ ;:
graç a da ado pçã o divi na .não é uma in ewn. non pereat, sed hab eat vtfa
ficç ão . . . é uma m •' aete rnam •
real idad e. Deu s outo rga àqu eles que este. mes mo amo r que o leva a dar- se
têm fé no seu Ver.. todo., desd e. af!:ora
bo a filia ção divi na. diz S. João : ''De e de mod o hab itua l, a seus filho
dit eis pofe stat ern s adop tivo s. hab itan do
/dio s Dei /i~rf, his qu-i pred unt in no em seus c~ra ções : "Si quis dilígit me,
min e e jus" 3. Esta serm one m '.neum
filüi ção não é. nom inal , é éfet tiva :
"U t /ilii Dei nomi- , serv abit et Pate r meu s diliaet_eum , .. e~
nem ur.. et scmus ., 4. Entra mos em poss ad eu_m venc.emus,
.
e da natu reza di- et man sion em apu d eum. faci emu s
vina .: divi nae consortes natu rae' ! ~. . Hab ita, pois. em
nós com o Pai. ama ntís simo e dedi cadí
ssim o.
. . ,i·.
1. R.om. VIII, 15~16. --· 2 La Vle
intérieure, ed. 1909, p. 405.:
- S ]o. I, 12. -- 4 jo. III, I. - 5 // Petr . I, 4. . 1 Jo. Ili, 5. - 2
!í Rom. VIII, 17, 29.- 6Tit1• m,
- 9 jo. XIV, ·23.
"'::ii
1o. 11 , 1 ·~ / 1:t· 'xà

l _!..,/j~. 1üi~-
• 15 16 .

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NATUREZA DA VIDA CRISTÃ 59
95_' B) Mas dá-se-nos 1.ambém a título de .mnigo. " Frequens i{li visitatto cum homine interno, dulcis ser-
A amizade _acrescenta às relações de pai e cle filho uma m.ocinatio, grnla consola!êo, multa pax, /amiliaritas stu-
certa igualdade, "amicilia aequales uccipil aul fczcit'',
penda nim is " 1 • Demais , a vida dos místicos contempo-
urn_a certa intimidade, uma reciprocidade que implica as râneos, tais como Santa Teresa do Menino Jesus, Sóror
dais doces comunicações. Ora são precisamente relações Isabel da Trindade, S. Gemma Galgani e. tantos outros,
este género que a graça estabelece entre Deus e nós. Ê mostra-nos que estas palavras da lmitação se realizam
evidente que. tratando-se de Deus e do homem não é
todos os dias. É, pois, verdade pura que Deus vive em
possível falar de igualdade verdadeira, senão du~a certa nós como um amigo íntimo.
semelhança que basta a estabelecer uma verdadeira inti-
midade. E com efeito, Deus confia-nos os seus secrredos • 96. C) Mas não fica em nós ocioso ; opera em
.fola-nos não somente pela sua Igreja-,· senão t:m5ém'. nossa alma como o mais poderosó · dos c9Jaf>oradores. ·
dum modo interior, pelo seu Espírito : "Ille vos docebit Como sabe perfeitamente que de nós mesmos não pode-
b~,'!-ia1 et suggeret vobis omnia quaecumque dixero va- mos cultivar esta vida sobrenatural em nós depositada;
is . - E assim, na última Ceia, declara Jesus a seus supre a nossa impotência, colaborando connosco pela
Apóstolos que daí em diante já não os chamará servos graça actual. Necessitamos de luz, para perceber as ver_:--
~.enão amigos, porque não terá mais segredos para eles ; dades da fé, que doravante nos guiarão os passos 7 E
! am non dicam vos servos, quia servus nescit quid Ja- Ele o Pai das luzes, que nos virá iluminar a inteligência
ciat clominus ejus ; vos autem dixi-. amicos, quia omnia acerca do, nosso último fim e dos meios para o alcançar :
qua,ecumque audivi a Patre meo, nota /eci vobis" 2_ é Ele que nos sugerirá bqns pensamentos inspiradores de
~era, pois, uma doce familiaridade que presidirá desde boas acções. Precisamos de /orça para querer sincera-
es~e momento às. suas relações, essa familiaridade que mente ·orientar a vida para o nosso fim, para o querer
existe entre amigos, quando se sentam, face a face à enérgica e constantemente 7 É Ele que nos dará esse
mesa,_ dum banquete : "E · is que estou à porta, e bato :· se concurso sobrenatural que nos permite formar e cumprir
alguem ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em as nossas resoluções, "operatur in nobis et velle et per-
casa e cearei com ele e ele comigo : "Ecce. sto ad ostium /ice.re" 2 • Se se trata de combater ou disciplinar as nos-
~t pulso ; si quis audierit vocem meam et aperuerit mdú sas paixões, de vencer as tentações que por vezes nos
/anuam:, intrabo ad illum, et caenabo cum illo, et ipse importunam, é Ele ainda que nos dará força de lhes re-
mecum
. . .
3
· · ,e l m
. Ad mira, - · houvéramos
· t·1m1·da de que nao sistir e tirar delas partido para nos fortalecermos na vir-
J~mai.c; ousado ambicionar, se o Amigo divino . se não tude·: "Fidelis est Deus qui í1.0n patietur vos tentari su-
hvesse antecipado. E contudo esta iRtimidade tem-se pra i.d. quod potestis, sed /aciet etiam, cum tentatione
realizado e realiza-se ainda cada dia, não somente nos proventum" 3. Quando, fatigados de praticar o bem, nos
santos, mas também nas almas interiores que c.o nsentem sentirmos tentados ao desalento e aos desfalecimentos,
em -abrir a porta de .sua alma ·ao hóspede · div1no: É - Ele-Sf, aproximara de nós, par-a nos sustentar- e assegi.1-
0
que nos ates,ta o autor dí;l. Imitação, q_~ando descreve as rar . a perseverança : "Aquele que começou em vós a
frequentes visitas do Espírito Santo às almas interiores obra da santificação, aperfeiçoá-la-á até o dia de Cristo
os doces colóquios que entretém com ·elas,. as consola~ .Jesus ; . qui r.oepif in vobis opus bonum, ipse per/iciet
ções e carícias de que as cumula, a paz que nelas faz usque in diem Christi /esu" 4. Numa palavra, jamais
reinar, · a assombrosa familiaridade com que as trata : estaremos sós. ainda quando, privados de consolação,
1 . Jo. XIV, 26. - 2 jo. XV, 15. - S Apoc. III, 20. 1 /mit. L. II, e. I, n. l. - 2 Phifip. II, 13•. - / Cor., X, 13. -
4 Philip. I, 6.

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uv CAPITULO II
NATUREZA DA VIDA CRISTÃ 61
nos julgarmos desamparados : a graça de Deus estará 2.
0
os NOSSOS DEVERES PARA COM A SS.ma TR INDADE
· sempre connosco, contanto que consintamos em trabalhar QUE VIVE EM NÓS
com ela : "Gratio eius in me uacua non /uit, sed abun-
danfius illis omnibus laboravi : non ego autem, sed gra- 98.
Quem possui dentro de si um tesoiro tão pre-
tia Dei rnecum . .. 1 . Apoiados neste poderoso colabo- cioso como a SS_ma Trindade, deve pensar nele muitas
rador, seremos invencíveis, pois que tudo podemos vt,zes · "ambulare cum Deo ín.tus". Ora este pensamento
·naquele que· nos confotta : "Omnia posswn in eo qui me foz nascer três sentimentos principais : a adoração, o
con/ortat'' 2. amor e a imitação 1 .
99. A)
O primeiro sentimento, que brot8;, com0
97. D) Este colaborador é ao mes-mo tempo scin-
espo~tâneamente d? co~ação~ é o da ~~?ração: Glori- •.
ti/icgdor : vindo habitar- a nossa alrflà, transforina-a. num·
}icate · et portate Deum m corpore vestro 2 . E na verda-
templo santo, ornado de todas as virtudes : "Templum
de, como não glorificar·, bemdizer, dar graças a este h ós-
Dei sanctum est ; quod eslis vos" 3 • O Deus que vem a
pede divino que nos transforma a alma em um verda-
nós pela graça, não é, efectivamente, o Deus da natn-
deiro santuário ? Quando Maria Santíssima recebeu em
reza, senão o Deus vivo, a Santíssima Trindade, fonte
~ei.I casto seio o Verbo lnc'arnado, a sua vida, desde en-
infinita de vida divina, que nada mais ardentemente
tã.o, não foi mais que um. ado perpétuo de adoração e
deseja do que fazer-nos participar da sua santidade.
reconhecimento : ·· Ma.gni/icat anima mea Dominum . ..
Esta habitação atribui-se muitas vezes ao Espírito San-
/ecit mihi magna qui potens est. et sarictum nomen
to, por apropriação, por ser obra de amor ; mas, como é 3
éjus". tais são tai'nbém, posto qúe em ·grau inferior, os
:
uma obra ad extra, é comum às três divinas Pessoas.
sentimentos duma alma qüe se conipénetra:-da habitação
Eis o m9tivo por que S. Paulo nos · chama indiferente-- db Espírito Santo em si mesma : compreende ql)e, sendo
~ente templos de Deus e templos "do Espírito Santo :
templo· de Deus, deve oferecer-se iriinterrompidamente
Neséitis Huia templum Dei esfis et Spiritus Dei habitat
in vobis? 4. tomo hóstia de louvor à glória das três divinas Pessoas.
a) Ao princípio das suas acções, fazendo o sinal da
A nossa· altn~ torna-se, pois, templo de Deus vivo,
·c~nz · ih. nomine· Patris ·et Filit et Spiritus Sancti, consa-
recinto sagrado, reservado a Deus, trono de misericórdia
·ofa.-lhe cada uma delas ; ao terminá-Ias, reconhece que
onde Ele se compraz em distribuir os seus favores celes-
todo o bem que fez lhe deve ser atribuído : Gloria Patri
tes, e que adorna de todas as virtudes. Logo descrevere-
'et :Filio et Spiritui Sancto. h) Delicia-se a repetir as
mos o organismo sobrenatural de que nos dot~. ·. 'Mas é
evi'dente. que a presensa em nós do Deus três vez~s sari-
õraç6es litúrgicas que celebram os louvores · da . SS.ma
Trindade : o Gloria in excelsis Deo, que exprime tão
to, tal compa acabamos de esboçar, não pod~·deixar de
bem todos os sentimentos de religião· para com· as divi-
ser santificadora, e que a ·Adorável Trindade, vivendo e
tia; Pessoas e sobretudo para com b Verbo Incarnado; o
operando em nós, é. sem · •dúvida o princípio da nossa
. .~anctus,
. que proclama a santidade divina; o Te Devm,
santificação, a, .fonte da nossa vida interior. E é também
que é. o hino da gratidão.· e) Em 'prêsénça deste hós-
a ma causa exemplar, pois que. filhos de Deus ·por ado-·
pção, devemos imitar o nosso Pai. Isto melhor se com-
pede divino que, por ser tão bondoso, hem por isso deixa
1. · -de ser Deus, reconhece a alma hml).iJd~mente a sua in-
i1
preenderá, estudan~o como nos devemos portar para com i
1· - .


as três divinas Pessoas que habitam em nós. i',·' 1 Todos estes sentimentos são :magnificameij_te expre_ssos n,a. bela
ora '.ão da manhã composta por J. J. Ourn, .La Joumee _chreftetllle
1 p. ÍS-24 da ed. de 1907, e reproduzida. no Manuel du Sémmanste de
..t / Cor., XV, 10. - 2 Plzilip. IV, 13. -
I Cor., III, 16.
s / Cor., Ui, i7. - St. Sulpice, e em Méditations da P. Cha1gno1t, S. ] .
2 / Cor. VI, 20. - S Lc. I, 46,.-49.

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NA ! UlU :iZA DA VID A CR
IST Ã
tei rn cle per zdê nci a da qu ele 63
qu e é o seu pri me iro pri Pa i inf ini tam ent e san to,
pio e últ im o fim , a sua ncí - tem plo s vivos do Esp írit o
inc ap aci da de de O lou var com pre end em os me lho r Sa nto ,
Ele me rec e , e, nes le sen com o a n ece ssi dad e de res pei
tim ent o , un e-s e ao Es pír nosso cor po e a nos sa alm tar o
Jes us, u ún ico qu e po de ito de a. Era est a a con ;}u são qu
da r a De us a glória a qu Ap óst olo inc ulc ava aos e o
tem dir eit o : "É o Esp írit e Ele seu s dis cíp ulo s : Nã o
o qu e vem em socorro da qu e sois tem plo de De us, sab eis
fra qn eza , po rqu e não sab no ssa e· qu e o Esp írit o de De
em os o qu e hav em os de em vó s? Se alg um , poi s, us mo ra
. com o con vém ; · o me sm ped ir; vio lar o tem plo de De ns .
o Es pír ito , po rém , ora des De us
com gem ido s ine nar ráv eis po r nós 0 tru irá ; po rqu e o tem plo
: "Sp iri tus ad ;uv at infirm de De us é san to : e ess e
tem : na m qu id oremus, sic ita- tem plo sois vós : "N esc itis
ut oportet, nes cim us ; se-d. qu ia tem plu m De i estis,
Sp iri tus po stu lat pro no bis ips e · Spiritus De i ha bit ai in et
gem ttib us inenarrabiltbus" 1 vo bis ? Si quis au tem tem
. De i violaverit, disperdet illu plu m
m De us. T em plu m eni m _Q
JOO. B) De po is de t~ san .ct um est qu od estis vo ei.
ad ora do · a De us e pro da s" 1 . A exp ei{ ênc ia pro va
ma do o pró pri o na da , dei :~ · não há, pa ra as alm as gen qu e
xa- se lev ar a alm a aos ero sas , mo tiv o ma is pod ero
me nto s do amor ma is rep sen ti- qu e aqu ele , pa.ra as des via so
ass ado de con fia nça . Co r do pec ado e exc ita r à
De us de inf ini ta ma jes tad m ser tic a das vir tud es. E na ver prá -
e, inc lin a-s e pa ra nó s com dad e, nã o é mi ste r pur ific
pa i ma is am an te pa ra seu o.o ado rna r inc ess ant em ent e ar e
filh o . e con vid a-n os : a ,am um tem plo on de resi de o
a dar -lh e o nos so cor açã á-l o, trê s vez es san to? De ma is. De us
o : "Praebe, fili mi, cor qu an do Jes us Cr isto nos
2
mi hi" • Es le am or, tem Ele tuum. pro po r um 'tdeal de p erf eiç qu er
dir eit o . de o. exigÚ imperio ão, nã o o vai bu sca r for
sar nen te ; pre fer e COI:ltudo '" SS.ma Tr ind ad e : "S ed e a da
ped ir-n o-l o doc em ent e~ afe per fei tos . diz Ele . com o
tuo sam ent e, pa ra qu e ha c- Pa i cel est ial é per fei to ; vos so
ja , po r ass im diz er, ma is Es tot e ergo vos pcr/ecti, sic
tan eid ad e. e~ nos s~ cor res esp on - Pater vester coelestis per}ec ut ef.
po nd êncié)., ma is con ti~ nç~ tus est " 2 .. À pri me ira vista.
lial em nos so rec urs q a Ele . fi- par ece exc ess iva me nt~ ele .
Co rno .não cor res po nd er vad o est e ide al ; se, por
tão del ica das fin eza s, a a nos lem bra rm os qu e som ém .
tão ma tem ais sol ici tud es os filh os ado pti vo s .elo Pa
con dre , 0
am or che io de con fia nça
7 Se rá am or -~enitentf3, p~ ra 1 ex: qu e Ele viv e em no ssa
alm a. pa ra nel a im pri mi r
a suçi
pia r as nos sas tão nu me ros im age m e col abo rar em
as inh de lid ad es no pa ssa no ssa san tifi caç ão, com pre
no pre sen te ; am or reconh do e ;rem os qu e no bre za · obr iga end e-
eci.do, pa ra da r gra ças a· e qu e é um dev er apr oxi
ins ign e ben fei tor . a est e est e -no s inc ess ant em ent e das ma r-
col abo rad or ded ica do , , qu div ina s per fei çõe s. É sob ret
cul tiv a a alm a com tan e: .µos pa ra pra tic ar a caridade ud o
ta sol ici tud e ; ma s sob
ret ~d o fraterna q ue Jes us nos pe de
am or de· am iza de, qu e no nh am os dia nte dos olh os ,te-
s far á con ver sar dq c~ me nt~ est e mo del o per fei to , qu e
,! o ma is fie l e gen ero so ·~o m ind ivi sív el un ida de ·da s trê e a
dos am igo s , e abr aça r tod s div ina s Pe sso as : "P ara
seu s int ere sse s, pro cur ar os os , ele s sej am teidos um , com qu e
a sua glória. faz er glo rifi ó tu. Pa i, o és em mi m,
seu san to I).ome. Nã o ser car o em ti, pa ra ·qu e tam bé m e etr
á. poi s, me ro sen tim ent o ele s sej am um em nó s:
tuo so : sêt á am or gener.o
so, qu e vá até o sac rifí cio
afe c- om ne.s un.um. sint, sicut tu Ut
e es-
, Pater. in me et ego in te,
qu eci me nto de si me sm et ipsi in -nobis un um sin t" 3 ut
o . . até à ren ún cia da vo . Or açã o ent ern ece
do ra. de
pró pri a pe la sµbr,nissão aos nta de qu e S. Pa ulo um dia se
pre cei tos e con sel hos div far á eco , sup lic and o aos
ino s. · càr o 8 dis cíp ulo s nã o esq seu s
10 1. C) Es te am or lev ueç am qu e, sen do como
ar-nos-·á, poi s. à im ita ção .c;ó cor po e um só espírit o. são um
da Ad orá ve l Tr ind ad e na e não ten J.o sen ão. um ún
me did a em qu e est a é e me sm o Pa i qu e ha bit a, ico
pat íve l com a fra qu eza com- ~m tod os ~~ jus tos , de ve
hu ma na . Fil ho s ado pti vo ser var a un ida de do esp mt ~ con -
s · du m o pel o vm cul o da pa z •
1 Rom. VIII, 26. - · 2 Pro 1 Cor. UI, 16-17. - 2
v. XXIII, 26. Mt. V, 48. -:- S
, <·Solici ti setv are un.itatem spi rttu s /o, X_\III, 21.
tn vinculo pacis. Un
um

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.
Para resumir t u do p o d emos ronc. . cris-
1.. que a vrda
tã .t d , ldr
. cons1s e, antes e t d ·- , 104. Esta Yida da graça. se bem que distinta da
.e santific u o, numa unrao intima , afectuosa vida natural. não lhe é simplesmen te sobreposta, senão
serva n ,ant~ .:ºm as lrês divinas Pessoas, que nos con-
r, espmto de- religião, amor e sacrifício.
q u e p or ccrnplelo a p endrn. tran~forma e diviniza. Assi-
.
mila tudo quanto há de bom em nossa natureza, educa-
'.f. Do organismo ,la uida cristã r ção . hábitos adquiridos. aperfeiçoa e sobrenatura liza to-
dos estes elementos, orientando -os para o último fim,
. . tol. As três divinas Pessoas · que hab 1·t am· o . san- isto é, para a posse de Deus pela visão beatífica e amor
tuario d I
a nossa a ma, comprazem -se em a enr·1quecer d e
dons . que a acompanha .
Ih ante . rena t _ura1s,
. ,.~oh e comunicam -nos uma v,·d
h d ' a seme-

É a esta vida sobrenatura l que compete dirigir a vida
>-
forme. <t sua, que se c ama vi a da graça OU' vida dei- natural, em virtude do princípio geral, já exposto, n. 54,
1
que . os seres inferiores. são subordinad os aos SLJ.periores ._
Ora: em qualqúer vida há u t : í· I · ·...
É que, na verdade, não pode durar nem desenvolve r-se,
princípio vital , . m. np ice e emento : um
.
Íaculdàd ' ' que e, por assim dizer, a fonte da vida . se não domina e conserva sob a sua influência os actos
'enf- ' es,. que permitem · actos vitais ; actos '
prod uz1r
bii::· - .
que sao o produto dessas faculdades e contri~
't ura I paDra o seu desenvolvi mento · Nà ordem so b rena-
da inteligência , da vontade e das outras faculdades ; e
com 1sso não destrói nem diminui a natureza, antes a
exalta e aperfeiçoa. Eis o, que vamos mostrar, estudando
. · O
ens, que em
,
nos vive prod · l
,esses três elemento . ) í' , .. ..
uz em_ possas a mas sucessivam ente os seus três elem~ntos.
ça habitual q ds. a -~homu~1ca~nos, primeiro, a gra-
.· , ue .esempen a em n, s d . ·, r I. o DA GRAÇA HABITUAL 2
'Pio Vital sobrenatur al 2 d· . \ . . " o o ~apde e prmct-
pria substância da n , !vrlnrza. Rºr asdsrm izer, a pró- 105. Deus Nosso Senhor, querendo, na sua infinita
. ossa, a ma, tornan o-a apt . t
_que remotamen te, para 'a visão .b t'f-' a, pos o bondade, elevar-nos até Si, na medida em que o pennite
1
que a preparam. ea. rca e para os actós a nossa fraca natureza, dá-nos um princípio vital sobre-
natural, dei/orme : é a graça habitual, graça que se cha-
d.b)o .E spmto
105. Dest · d · · : ·
e o dons gsraça eriya~1 as v.irtµdes in/usas 3
, .a ma criada 3, por oposição à graça incriada, que consiste
.f I , . anto ,gue ap f . . . na habitação do Espírito Santo em nós. Esta graça tor-
. acu- da eles e nos dão o d, .. . •.d er erço~II! .as . nossas
<leif , b P<! er II"Qe lato de praticar act na-nos semelhante s a Deus e une-nos a Ele duma ma-
, orme:;, .so renat:urais e meritór•IOS. . .. : . os
neira estreitíssim a : "Est autem haec deificatio, Deo •
1
)
e .. Para pôr em movime·n to ~stas fàculd~d . quaedam. quoad fieri potest, assimila tio unioque" . São
ce d e-nos :graças actuais ·I .
es, c~m-. , . estes os dois aspectos que vamos expor, dando a defini-
-fort·f · d que nos r .um1nam: a mteligênc·ra,
I icam a vonta e . d ção traclicional, e determinan do com precisão a união
'mentr1.r· a . . eladJu am a praticar actos · e ·a au-
' ' ssrm o capita . e g . h b t I . produzida pela graça entre a nossa alma e· Deus.
c·oncedtdo. . raça ª 1 ua ; :que nos foi
1 EYMIEU, op. cit,, p. 150-151.
2 Cfr. S. THOM . , I, II, q, 110 ; Synopsis Theol. dogm . t. III,
n. · ]86-191; fROGET, op. cit., IVe P. ; TERRIEN, 1S. J. La Grâcc et la
Oloire, p. 75, ss . ; B ELLAMY, La Vie sumaturelle, 895; NIEREMBJ!RG 7 Dei
aprecio y estima de la divina gracia, trad . em francês Le pri.t de la
g,;âce (chez ·Plon) ; V. MANY, La vraie vie, 1922, p. 1-79.
. s Esta expressão não é absolutamente exacta, pois que a graça
não é em nós uma subsfâllcia, senão um acidente ou modificação aci-
dental da nossa alma . Mas, como é alguma coisa de fittlto e não pode
vir senão únicamente de Deus, sem ser merecida por nós, dá-se-lhe este
nome ; às vezes chama-se concriada, para acentuar que é tirada da
potência obedienc.ial da nossa alma.
4 Ps.-DrONYS. 7 De eccl. hierarchia, c. I, n. 3, P. G. III, 373,
5

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67
A) Def iniç ão. 108 . 1 ) A vid a pró pria de
De us é ver-se a si
mes mo dire cla me nlc e ama r-se
infi nita men te. Cri atu ra
106 · Defi11e-sc urdilib.riu algurn é1, por muis per feit a que
menle ü crraca hab ilw l . se sup onh a, pud e por si
urn afqu alid a_d ~ sob ren atu ral, me sma con tem pla r a ess ênc ia
ine ren te à ~os ;a alm a, :u~ div ina "qu e hul )ita um a
nct daz participar, d~im mo do real, form luz ina ces sive l, luc em i.nhabitat
inacoessibilem" 1 . Ma s
al, ma s acic len- De us, por um privilégio inte iram
ta , a nat ure za e vid a divi nas
. ent e gra tuit o, cha ma o
hom em a con tem pla r esta div
ina ess ênc ia no céu ; e,
- a) l~, pois, ~m a rea lida de da ord com o es,te por si mes mo é disso
em sob ren atu ral. inc apa z, De us eleYa, di-
nao por em sub stan cia, pois ' lata , fort ific a-lh e a inte ligê nci
cr" d · d que sub stân cia h a pel o lum e da glória. En-
~a a po e ser so b ren atu ra 1
.
f
e~iado ª alm a, unia. qualidade
nos sa a ma , que a tran sfo rma
; é Uma ma nei ra denen
inerente à sub stân cia da
um a
s.er, um
tão . diz-no-lo S. Joã o, sere mo s
que . O ver emo s· com o Ele •é em
erim us, quo nia m· vide .bim us ern
sem elh ant es a De us. por-
si me sm o: "Sí mil es ei
e ele va aci ma de lod n si.cu ti est" 2 • Ver em os,
seres nat ura
d is, ain da os mais per fei·tos ,. q ua1I· ca acr esc ent a S. Pau lo, não já atra
l d e ospe~
os vés do esp elh o das cria-
man_ente. e. sua nat ure za, que tura s, sen ão fac e a fac e, sem
fica em nós , enq uan to inte rmé dio , sem nuv em,
ªi nao expeldimos da al~ a, com ete ndo com um a cla rida de lum ino sa:
a gum pec a o mo rtal . vol unl ària me nte "Vi dem us nun c per spe -
E, . diz o Car dia l Me rcie r 1 cu.l um in aen igm ate , tun c aut
em .f acie ad facie m." \ E
jpo ian Jrs ed em Bos sue l, essa assim rart icip are mo s, se bem
qua lida de esp irit ual qu~ que ele mo do {inito. da
' _esus r un e em nos sas .alm as vid a pró pria de Deu s, pois que
; que pen etra o mai s ín- O con hec ere mo s como
tim o dad nos sa sub Ele se con hec e e O ama rem os
1stân cia '. que se i'mpr·,me no mar.s se-

cr~ iº e 005 8 . a mas e se- der
to as as pot enc ias e fac uld ade
ram a ( pel as virt ude s) em mes mo . O que os teólogos
ess ênc ia div ina virá uni r-se ao
como Ele se am a a si
exp lica m, diz end o que a
s da alm a; que . tom and o mai s ínti mo da nos sa
p 0 sse del a inte rior men te a torn alm a, e nos serv irá de esp écie
Ih d d ' a . pur a e a~ -d, l impressa, par a nos per mit ir
·
o os este ivino Sal vad or e a faz seu san tuáave aos
gra vê- la sem inte rmé dio alg um cria
tem plo . seu tab ern ácu lo, enf im rio seu do_. sem ima gem alg um a.
seu lug ar de del í~ia s." 109. 2) Ora a gra ça hab itua
~•~':~1

l é já um a pre par ~-
. 107. b) Est a qua lida de torn a-n os, seg und çfw par a a visã o bea tífi ca e
um: como ant ego sto des se
g,_c~ expres_s ão de S. Ped ro, o a ené r- favor. praelibatio vísi oni s b-e atif
par tici pan tes da nat ure za icae ; é o bot ão que já
d1vpmu, l q,iv mae con sort es nat ura
e z ,. faz -no s -ent con tém ~ flor, se bem que esta
rar, d·iz não haj a de des abr och ar
S. .au o.. S em comSuni cac ão com o E , s_e não mai s tard e ; é, pois, do
m.u mca tio anc ti piri tus 3
' ·t S t
spi n o an o com - mes mo gén ero que a pró-
P- lh • em soc1·ed d pTia visã o bea tífi ca e par tici pa
.
~ o . - I o, aJu nta S. Joã o 4. • a e com o 'pa d re da sua nat l\re za.
.
JQ'ua É clar o que não nos f Ten tem os um a cpm par açã o, por
·- 1<:~ a De , ·cam ent
D us, m~s uni e seres dei/ormes, semaz pos so con hec er um •artista de três imperfeita que seja. Eu
Ih ant es, a eus. _.• da-nos , n-ao a ·d d· . e- sua s obr as, ~ pelo retr ato que man eira s : pelo estu do das
VI a ivm a em· si me _del e me traç a um dos seus
que e ess enc ialm ent e sma ami gos íntimos, - enfim pelas
sem ellw nte à d D incE·om uni cáv el. sen ão relações dire ctas que tenh o
· os. expum a VI·da,
. com ele. O prim eiro destes con
d·d e . eus . IS o que vam Deu s pela vist a das sua s obras,hecimentos é o que temos de
l~~ I t~ embql~e a mte
lica r, na con hed men to ind utiv o, bem
ligê nci a hum ana pod e atin gir ímp et[e íto, poi s que as obras,
t eno ao su 1me. mis- ape sar de man ifes tare m a sua
sab edo ria e pod er, nad a me dize
m
seg und o cor resp ond e bas tant e bem da sua vid a interior. O
! ~o~f:taisrztérieure, p. 401 .-2 II dá a fé : fun dad o no test emu nho ao con hec ime nto que nos
dos escr itor es sag rad os, e
(I Jo. I, 3). nostra cum Patre et Petr . I, 4.-9 li Co~. XIII 13
cum FT .
· 1 10 eius Jesu Chr , .
isto >. 1 I Tim . VI, 16. - 2 / jo. III,
2. - S / Cor. XIII , 12, 13.

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NA TuRE ZA DA VIDA CRIS TÃ
69
sobr etud o no do filho de Deu s, creio
o que a Deu s apra z C om esta s restrições , evita -se o cair no
reve lar-me, não já some nte sobr e as suas pant eísm o , e
obra s e atrib utos ,
mas sobr e a sua vida íntim a ; creio que
de toda a etern idad e f arma -se, 11 -ao obsl ante , uma id eiR nltí ssirn a ela graç a ,
o Padr e gera um Verb o que ê seu Filh o,
que o Padre O ama que n os ai,are ce
. · • corn o um a clivi rw sc I1 w // Ia11 ça impr .
e ê dele amad o, e que deste amo r recíp
roco proc ede o Espí - por D _ eus em no.;s
· ,. h .
a almà ·· Jaci am.u s ormr wm a d 1m(il- .essa
rito Sant o. Cert o que eu não com pree ~ ,,
ndo, não vejo sobr e- f]inem et simi litud inem nosf ram 1
tudo , mas creio com certe za inalbalável,
e esta fé faz-m e par-
ticip ai' por mod o vela do e obsc uro, mas
to que Deu s tem de si mesm o. Só mais
real, do conh ecim en- 11.2. · Para nos fazerem com pree nder esta
divina_ se-
beat ífica , é que se reali zará o terce iro
· tarde , pela visã o
Ih
me an ca ,
, .emp reoa m os SS. Pad res dive rsas com paraçoes:
mod o de conh ecim en- "' . d SS ma
to ; vê-s e, poré m, sem dific ulda de que o
segu ndo é, em subs - 1) A noss a alma , dize m, é uma imag~m- viva
tânc ia, da mesm a natu reza que este a. .
último, e sem dúvi da T nn . dade., un~a espé cie de retra to em min iatu ra, pois
mt1,ito supe rior ·ao conh ecim ~nto racio nal. . , qt~e
• _o p1;óprio • EsJ) Írito ~an lo se verü im~(i ~11 ir em ~~s . . con10
• 110. e) Esta part icip ação da -v ida um sme . t. sobre cera bran da e ass1rn nela
divi na é, não e ' deix a a sua
. ·· l
simp lesm ente virtu al, senã o formal. Urri.
a part icip ação vir- d 1vma sem e·lh ança, 2 . Daq üi conc luem que a a_ma em
tual não nos faz poss uir uma qual idad esta do de graç a é dum a bele za ~rreh~t~
e senã o de ma- d~r~, pois q11e o
neir a diversa daqu ela que se enco ntra irtis ta, que nela pint a esta ima~~m , e mfrn
na caus a prin ci- 1tam entf per-
pal ; assim a razã o é uma part icip ação ftilo visto ser o próp rio Deu s : Pict us
virtu al da intel i- es ergo, o :ç~nw,
g~nc ia divi na, porq ue nos faz conh ecer et pi.ctus es a Dom ino Deo tuo. Bon rnn
a verd ade, ,mas habe s arti icem
de mod o bem dife rent e do conh ecim ento · t . m" 3 E daqu i infe rem com .razã
que dela tem el pie 01e · ·· o que, long e
Deu s. Não assim a visã o beat ífica , e, de dest ruirm os ou man char mos esta imag d
guar dada toda a em. ª evem~s
prop orçã o, a fé : esta s faze m-n os conh ecer torn ar cada dia mais sem elha nte ao origi
a nal. ,....., Ou e~1tao
Ele se conh ece a si mesmo, não sem dúv ida Deu s com o
no mes mo
com para m aind a a noss a alm a . a -esses
corpos transp1;1,-
grau , mas da mes ma man eira . rent es que, rece bend o a lu7. do sol, são
~omo pene trados
por ele e adqu irem um brilh o inco mpa
.. 1 u. d) Esta part icip ação 'não é subs rave l que. em se-
tanc ial, se- 'guid a. difu ndem em torno 4 ; çiSsfc;n a noss
nã.o acid enta l. Assi rn se disti ngue ~ a gera a alma , seme-
ção do Ver bo, lhan le a um globo de cristal ilu:° i~ad o
que rece be toda a sub1itância d9 P a d -pe:o sol. rir~ e
re, bem com o da a luz divi na, resp land ece com viv1ss1mo dara
uniã o hipo státi ca, que é UJna uniã o subs .o e o re . ed.e
tan.c;ial da natu - sobr e eis ohje ctos que a rodei~m. .
reza hum ana e da natu reza divi na na .
únic a Pes!loa do
Vcrbo : nós , efec tiva men te, cons erva mos a . noss a 11 '.'i. 2) Para mos trare m que esta .,sem
elh~n~a ~1ão
pers o- .fíca à _supe f' .
nali dade , e a noss a uniã o com Deu s não r iCie , sena- o q~e pene tra ate
~ substaI)ciaL É - d f o mais mtim o
esta a dout rina de S_ Tom ás 1 : "Sen do
supe rior à natu reza hum ana , não pod
do a graç a mui to da noss a alma , recorrem ª com para çao º erro e
.. A . . n com e dize m eles uma barr a de ferro
e·· ser riem uma fogo.
imbstànci~.' n~i:n a form a . subs tanc ial da,'
,,ssn ,
tida em frág ua arde nte, adqu ire ' . d
bem epre ssa o n o,
b,,·lh
me-
a,Iiria, ·niio pod e
ser senã.o a sua form a acid enta l". E, para :-- ·l · ,
o ca or e a ma l ea b 1·l·d 1 ª de do foao assim a nosa s alma .
mer gulh ada na forn alha dó amo"r 'divin
.'exp licar o se~l . d
pens ame nto, acre scen ta que o que está
subs tanc ialm ente o , ali se ese; ,-
em Deu s nos 'é dado acid enta lmen te e nos ·f az pat-tiéipar J:;a·ra ça . das escórias , torn ando -se brilh ante
, arde nte e o-
da sua · divi na qqnc tade : '·' Id enim quo ·cil· às divinas inspirações.
d -~ubsiaiitiiiliter
i' est in Deo , acid ~nta liter. fit in anim a
part icip~_n te.:,4 ivi.-
na.m boni tatem , ut de saen tia pate t".
· per

I Sum. theol ., I; II, q. 110, a. 2 ad 2.

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Jl
H4 . 3) Um aul or con lem poráne unt ca e mes ma nal ure za, um a úni
prim ir a idei a d e que o , que ren do ex- ca e mes ma pessoa. O
a gra ça é mna vi da nov a, com pa- mesmo se não dá na uni ão enlr e
ra-a :1 um enxerto diuêno, inse rido a nos sa alm a e Deu s :
na úrvo re silv estr e da nós con<;erv íl.mo s sem pre a nos sa
nos sa nat nat ure za e personali-
1 ure za ' o qua l se com
· bi11 a com
· a nos sa a Ima dad e, e assim fic amos esse ncia lme
par a ne a const_ituir um prin cípi nte distintos da divin-
o vita l nov o , e, por isso dad e. Ma s, assim como a alm a
mes mo, um a .vid a mui to sup erio dá ao corpo a vid a de
r. Ma s, assi m como 0 que este goza. assim Deu s, sem
enx :r~o não con fere à árvo re selv ser a form a da alma,
age m tod a a vid a da lhe dá a sua vid a sob ren atur al,
espec1e a que o fora m bus car, vid a não igua l, mas ver-
sen ão tão som ent e um a dadeira e Jorm alm ente sem elh ant
~u- out ra d_as sua s pro prie d_a des vita e à sua ; e esta vid a
is, assim a gra ca san - con stitu i urn a uni ão realíssima
lif1 can ·te nao entr e a nos sa alm a e
d nos dá tod a a nal ure za de Deus, mas· [ Deu s. Sup õe um a real idad e con
cret a que Deu s nos co-
ma coisa .ª. sua vida, que con stit a gu-
ui par a nós um a .vida mu nic a e serve de tni.ç_o de uni ão
· no,v a ; par bc1 pam os; pois, da vid entr e Ele e J;J.Ós. É certo
a div ina , mas não a pos- qu~ esta nov a rela ção nad a acre
smm os na sua ple nitu de 1. sce nta a Deu s, mas
ape rfei çoa a nos sa alm a e torn a-a
Est a div ina sem elh anç a pre par deif orm e ; o Espírito
a evi den tem ent e a San to é assim, não cau sa form al,
;;,o~sad adlma par a um a uni ão mui sen ão catt sa eficiente
to ínti ma com a ado ráv el e exe mpl ar da nos sa san tific açã o
• rm. a AC que nel a hab ita. .
117. 2) Est a mes ma ver dad e se
ded uz da compa-
B) Uni ão entre a nossa alm a e Deu raçã o feit a por algu ns auto res 1 entr
s. e a uni ão hipostática
e a uni ão da nos sa alm a com
Deu s. Não há dúv ida que
~~ '>n:a· ~o que acim a diss emo s ace rca a dife rén ça entr e amb as é esse ncia
d~· '- • - , Trmd ade da hab itaç ão l : a uni ão hip ostá tica
h, em nos sa alm a ( n •° 92) , resn lt é sub stan cial e pessoal , pois
que a nat ure za div ina e a
ent re
. nos, . e o osp ede div a que
ino ex1·,ste uni a um·- nat ure za hum ana , se hem que
mm to inln na e san tific ante . ao mora [ per feit ame nte distintas,
não form am em Jesu s Cri sto mai
s que um a únicll e mes-
· ·tMa s ·-não hav erá alg um a cois
. a mai s , algo d e f'lSlC
·O 2 ma Pes soa , enq uan to a uni ão da
nes a urn ao.·? gra ça nos dei xa a nos sa per son alid
alm a com Deu s pela
ade pró pria , essencial-
116. a) Üir -se- ia que as co~ men te dist inta da per son alid ade
par açõ es emp reg ada s div ina, e não nos une a
pelo s San tos Pad res par ece m ind Deu s sen ão dum mod o acid enta
icá- lo. l. Faz -se, efec tiva men te,
'essa uni ão, por inte rmé dio da
1) Um gra nde núm gra ça san tific ante , "ac i-
ero .den tre eles dize m-n os que den te" acre sce ntad o à sub st~n cia
a urn ao de Deu s com a alm da alm a; ora, na lin-
,'I , I a é sen 1elh ante ' d aua oem
a a Ima
'
. esc olás tica , a uni ão dum acid ent
co~ J° dorpo : iá e uas vid as em a ~ o
. e e dum a subs-
nós, diz S. Ago stin ho. tân cia eh ama -se uni ão "aci dent
al" .
2
a v'. a . o corpo ~ a da al~ a ; a Nem por isso é men os ver dad e que
vid a do corp o .é a alm a,
a vid a da alm a e Deu s : sicu l a uni ão da alm a
. vila corporis ani ma ~;e com Deu s se pod e bem dize r um
.
inta am ma e Deus ., 3. , u do ~r
isto, evi den tem ent e, não, são
"' a substéincia 3 , que o hom em e Deu
a uni ão de substdncía
rnais que ana lo~ ias ; faça mos por s estã o em con tact o
des trin ç_ar a ver dad e
que elas_ con tem . A uni ão entr 1 . BELLAMY, La vie suriiaturelle, p. l84-1 9I.
e o corp o e a alm a é

---
2
sttbstanccal, a tal pon to que não CARO , M ERCIE R,
s É em subs tâncLa Vie intérieure, ed . 1919, p. 392.
form am sen ão um a ia o pens
acre scen ta (1. c.) : • Em certo senü amento do Card . Mercier, quan do
! porq uant o, por um lado , se faz dedo, cont udo, esta uniã o é substancial,
~YMI ÉU, La_ loi de_}a v~e, p. 148-1 posição dalg um acid ente natura!, subs tânc ia a substâncljl, sem a inter
·- treEaml teolog1a, uniao fisica não 49. comunicacão direc ta com a substanc<:, p<;>r. outr ~ lado , poe a a~ma_ em
-
uniao • quer dize r união n~ateria/ mas
3 E!lcarrat. itt Ps. 70 sermo 2 n. . , diatament·e ao seu alcance como um ia dtvm a, poe esta subs tânc ia 1me-
31 p. L., 36, 893. de disp or• · Assim se explicam bem de que tem faculdade.de
as expressõ es dos místicos que,goza r,
1 1
com

http://www.obrascatolicas.com J,
J.'-;Al Ul{ bLA UA VlL JA
CRI STÃ 73
tão ínt imo com o o ferro e
o fo go que o env olv e e pen -aYeniurado:-- pel a sua ess ênc
1 com o o cris tal e a luz . P ara t d
tra, e- ia, e não pod e ser am ado ,
J"r:· .~ª uni ão hip ost álic a [az um
u o resumll' . num a pa-
Ho me m- De us, a uni ão
se nfw c>stiver cfe ctiv arn ent e
olJj eclCJ <le am or : "am
uni do à sua von tad e com o
or esl ma gis uni tivu s qll am
a _,,inçd faz lwm ens div ini
:c~ oes e ~ri sto são diy ino -hu
[)s im as do Justo são deijor
zad os; e, ass im com o as
ma nas ou teâ ndr ica s ,
mes, feit as em com um por
\ tio " 1 . Or a a gra ça não é out
um ger me da glória : "gr atia
ria.e in nob is" 2 •
co&!ni -
ra coi sa sen ão um com~ço,
nih il est qua m inc hoa tio glo
-
eus e por nós , e; por est e
·,1
títu lo, me ritó rias da ,·id a Pc, rtan to a uni ão com eça da
ete rna , d-
ql1~ ndao
- d e' outra coi sa . na terr a ent re a nos sa
sen ão um a uni ão ime dia ta alm a e De us pel a gra ça é,
c~m ~. ,vm a e. Pod e-s e, afi nal . do me sm o gén ero que
poi s, com o P. de Sm edt a da glória. real. e em cer
diz er Dque ª mi ão hip ost átic I to sen tid o física, com o ela
1
ç°.m deu s pe a gr~ ~ª e que
ertda ~qn ela . ~ue a um a sim
a é o · tip o da nos sa uni ão
est a. é a ima gem ma is f:>er-
As sim con clu i o P. Fro get no
ti<Jn du Saint--Esprii ( p. 15 9),
seu bel o livro de L'Habita-
apo iãn do- se em nrn net o:
.

pro uzu em si . ple s cri atu ra sej a dad o sos le:xtos de S . To má s : "D
eus est á, pois, rea l. física e
re- sub sta nci alm ent e pre sen te no
o Co1:_clu~mos, com o me cris tão que pos sui a gra ça ;
sm o aut or, que •a uni ão da e não é sim ple s pre sen ça
"'ra ça n~o- e pur am ent e mo ral, ma ter ial, é ver dad eir a posse
sen ão que enc err a um ele - aco mp anh ada dum pri ncí pio .
me nto frs,d co que nos per mit e cha ma ' de fru içã o".
na~1yez~ i,brina é ver d ade ira
-la f'rsic
. o-rrora l • "A 2) Est a me sm a con clu são der
me nte e no seu ;ró pri ~ ser iva ain da da ancíl ise
uni c ª. a su stâ nci a da alm da gra ça em si me sm a ..
Seg und o a dou trin a do Do
a por um laç o esp eci al d uto r
ma nei ra que a .al · t a pos sui em J\n gél ico , bas ead a nos pró
ma .JUS si a ' i-e pri os tex tos da Esc ritu ta que
na, com . , o SP-d-Ih .e per ten c esse, e, por_ con nah ire za div citó~1os, a gra ça hab itu al é-n
os dad a par a goz arm os não
um car act seg uin te, pos sui som ent e dos don s div ino s, ma
bel ez d· er ·
ivm o, um a per fei ção de ord
· f em d · . s tam bém das me sm as Pes -
have~a d ivm a/~ ~ni tam ent e rvm a. um a soa s div ina s : "Pe r don um
sup eri or a tud o qua gratiae gra tum facientis per-
· e per , eiç~0 nat ura l em qua nto pod e ficitur cre atu ra ration.alis ad
lqu er cri atu ra exis- fwc quo d libere non solum
t en t e ou poss1ve1 2 . ips o clo no CT'eato uta lur,
· secl ut ipsa divina per
sona
:frua tlir " 3.
Or a. acr esc ent a um dis cíp ulo
d· i t8. l
r üm os ~ ac
b! rlSe, ~os tas de par te as com par açõ
est u- es.
tur a, par a se goz ar dum a
des se obj ect o, e, por cor n,e
de S. BoaYen
coi sa, req uer -se a pre sen ça
--
o~tnn_al do pro ble ma , che gam
O
gui nte , par a gozar do Esp írit
os à me sm a
r dus ao : 1). "fvo
_on
. ,ceu. os escolh1·do San to é r1ecessária a sua o
a .ac e, sehm mte rm edi o ; a s vee m a D eus face
A '

cri ado que a Ele nos une 4


pre sen ça, bem com o o dom
pró pri a ess ênd à . div ina é que • E , com o a pre sen ça
dese mp
D en a o pap el . de espec1 , .e imp
. . res sa
· : ...111 cri ado é real e física, não dev do dom
q~ a .
vis ion e, erá ser tam bém do me sm o
eu_s per ess enh am vid ebi tur gén em R do Esp írit o San to
ent quas1 for ma int elle ctu s , ips a div ina ess ent " ?
quo inte ilio et" 3 H, As sim , poi s, tan to as ded uçõ
es da fé, com o as com-
ei~tre J1e ~h ª Div /!~ dad e um
se po e, - am ar mc a, pois
a uni ão ver dad eir~ .
que De us não pod e ser Yis
_ia

1
5

to
; r:~I,p;: par açõ es dos San tos Pad res
unt ão da nos sa alm a com
aut ori zam -no s a diz er que a
De us pel a gra ça não é so-
e pos sm do se. não est ive me nte mo ral ; tam pQ uco se
r pre sen te ao esp írit o d
os bem - pod e qua lifi car de substRn-
S. João da Cru z, falam dess Sum
substân cia da alma à Stlbstân es co1 t 2 Sum . theo
1 l. I.
d. . .
conhecimento. amoroso >. (No cia ~ actos ivmos « q_!le _se realizam da theol. II,II,II,q q.
. 28, a. 1 ad 3.
24, a. 3 ad 2. Tal é tam
d'Oraison, eh. Vl. (Citações) ite L 1 f De~ )' ~ ;om erc1 0 dum íntimo de Leão XIII, na sua 1
conjunctlo, qua e suo nom Enc. Divi,ium illud mu, ius: bém o pensamento
Contemplativos sob re este a;sure~olh ' e. ·
nto eu um gra nde num · _Poulain, em Or.âces stat u ab ea disc repa t quaine inha bita tio dici tur, con•diti
Haec autem mir a
one tantum seu
ero de textos dos caelites Deus beando com
~ fotr e Vie Stlrttaturelle, p: LERA, Thesaurus doctritt plec titu r •· C1<VAL-
. THO MAS , Sum . theo l 51. _ 2 Op cit 49 ac cathol., n. 546 .
-, Sup p • q . 92 , a. · 1 a d.' 8P· s Sum . theol. 1, q, 43, a. 3, ad.
. · 4 Ps.-B ONA VEN TUR A,
Comp. Theol.1. verltatis, L. I,
e. 9, ·

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eia! em sen tido pró prio , ma
s a tal pon to é rea l que se de ins tint o cliv ino , somos , por
pod e cha ma r }ísico-moro.l. Co ass im diz er. mo vid os e di-
mo ela fica ao me sm o tem - rigidos por este divino Espírito
po vel ada e obs cur a, e com o . É mis ter adv erti r, por ém ,
é progressiva (ne ste sen tido que estes don s , que nos são
que per ceb em os tan to me lho r con feri dos com as virt mle s
os seu s efe itos qua nto ma is e ª gra ça hab itua l, não se exe
cu!liYamos a fé e os don s do rce m de mo do /req uen te
Esp írit o San to) . as alm as e inte nso sen ão nas alm as mo
ferv oro sas . que asp iram à uni rtif ica das , que , por lon ga
ão div ina , sen tem -se viv a- prá tica das virt ude s mora~s e
me nte est imu lad as a ava nça r teologais, adq uir iram ess a
cad a dia na prá tica das vir- ma lea bili dad e sobrenatural que
tud es e dos don s. as tor na com ple tam ent e
dóc eis às ins pira çõe s do_ Esp írit
o San to.
2.º DAS VIR TUD ES E DOS DON
S OU DAS FAC ULD ADE S
t '20. A dif ere nça ess enc ial ent
re as virt ud~ s e os
DA ORD EM SOB REN ATU don s vem , poi s, da ma nei ra dife
RAL ren te ~e. ope rar _em 1;-◊s :
·no exerdci°o das virt ude s, a
gra ça dei xa- nos activos, sob
Re cor dad a a sua exi stên cia inf lux o da pru dên cia ; no uso
e natureza, fala rem os 0 dos don s , qua ndo estes
snc ess iva me nte das vir tud es atin gir am ple no desenvolvime
e dos clons. nto, .exige de nós ma is_mf
lea bili dad e do que adi vid ade
, · com o exp ore mo s ma is e
I. Exi stén cia e natn reim . pro pós ito , ao trat ar da via uni
tiva . Ent reta nto , um a co~ -
par açã .o nos aju dar á a com pre
end er isto : qua ndo a mh e
t 19. A \'id a sob ren atu ral, ins ens ina o filhO' a and ar, um as
erid a em nos sa alm a vez es con ten ta-s e de l e
pel a gra ça hab itu al, exige, par ~ui ar os pas sos , impe.dindo-o
a ope rar e se des env olv er, de cair, o~t ras tom a-o ndos
fac uld ade s de ord em sob ren bra ços , par a o aju dar a ven cer
atu ral. que a libe rali dad e um obs tac ulo ou lhe ar
div ina nos out org a gen ero sam um pou co de des can so ; no
ent e com o nom e de virtu- prim eiro cas o, é a gra ça
des infu sas e clons do Espírito coo per ant e das vir tud es ; no
San to: "O hom em jus to, seg und o, é .a gra ça ope ran te
diz Leã o XIU, que . viv e da dos don s.
vid a da gra ça e · ope ra por
me io das vir tud es que nel e
des em pen ham o pap el de 1vlas daq ui res ulta que , nor ma f
lme nte , os act os eito_s
fac uld ade s, nec ess ita igu alm sob o inf lux o dos don s são
ent e dos set e don s do Esp í- ma is per feit os que os pra ti-
rito San to : Ho min i justo, vifo cad os sàm ent e sob a inf luê
.m scilicet viv ent i divino.e nci a das virt ude s, pre cisa -
gratiae et per congruas vir tute _mente por que a acç ão do Esp
s tan qua m f acu ltat es o.gen- írit o San to no prim eiro cas o
ti, opu s pla ne est sep ten ís illis é ma is act iva e fec und a.
, qua e proprie dic unt ur
Spirit.us San cti don is" 1. Co
nvé m, na ver dad e, que as
nos sas fac uld ade s nat ura is, II. Das virt ude s infu sas.
que por si me sm as não po-
dem pro duz ir sen ão act os da
me sm a ord em , sej am ape r- 121. É certo, con for me o Co
feiç oad as e div iniz ada s por ncí lio de Tre nto , que
háb itos infu sos que as ele- no pró prio mo me nto da jus tifi
vem e aux ilie m a ope rar sob ren caç ão recebemos, as vir~u- ·
atu ralm ent e. E, com.,o a
1~trid~
des" inf usa s da fé, esp era nça
· libe rali dad e de De us é gra
nde , dá- nos dua s esp éci es de e ca~ ida de 1· E e d
háb itos : as vir tud es que , sob comum. con firr nad a pel o Ca
a dire cçã o da prudência, lec ism o do Co nci w
nos per mit em ope rar sob ren Tre nto ' 2 , que as vir tud es mo
atu ralm ent e com o con cur so rais de pru dên cia , jus tiça ,
da gra ça ·act uaL e os dons, for tale za e tem per anç a nos
que nos tor nam tão dóc eis à são com uni cad as no me s~o
acç ão do Esp írit o San to · que ·ins tan te. Nã o esq ueç am os
, gui ado s por um a esp éci e que esta s vir tud es nos dao ,
. 1 « ln ipsa justifi.cation~- · ·
1 LFO . XIII, Encycl. Di~itium : . ,haec omnia s1mul infu sa acc1· pl· t h on10 1
il/ud nmnus, 9 de Maio de 1897 fidem, spem et cari tate m >. ( 1
. nde nt
~ Catech. Trid ent. p. rr, De ., s«:ss. VI, c.ªP:, 7).
Bap usm o, n. 4-.

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CAPiTULO II NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ
77
não a facilidade,_ senã o o poder sobr enat tíssimo pap el em remo\'cr o obst ácul o
ural prox uno Je , e.fo rnec er-n os até
praticnr acto s sobr enat urai s ; serão nece meios positivos q ue nos levem :i 1)f'llS 1
~~ários ado s re- .
pt-:l ic!Ps, par a a esse pod er acre scen
tar a facilidade que
dá o hábi to adqu irido .
Veja mos como •esta s virt ude s nos sobr [il. Dos clo11s elo Espí rito Sant o.
enat ural izam
as facu ldad es.
a) Um as são teologais, porq ue têm a Deu 123 ) Mai s tard e os descreveremos
s por porm enor izad a-
obje rlo mat eria l, e algu m atrib uto men te ; bast e-no s aqu i mos trar a sua
divi no por obje cto corr espo ndên cia
formal._ A /é une- nos a Deu s, sup rem com as virtu des.
a verdade, e aju- !:-)
i ..
_d.a-nos a ver e _-apreciar tudo à sua
luz divi na. A espe- Os· dons, sem sere ~ ·mais perfeitos
rança une-nos Aqu ele que é a font e que as ~irtu des
da noss a felic idad e teol ogai s e sobr etud o qu~ a cari dad e,
sempre disposto a derr ama r sobr e nós aper feiç oam o exer-
os seus bene fício s: cício ele toda s elas. Ass im, o dom de
para con sum ar a nossa tran sfor maç ão, ente ndim ento faz-
e ajud aran os com -nos oen etra r mai s intim ame nte as verd
o seu pod eros o auxí lio a faze r acto s de
con fian ça abso lu- ades da fé, para
ta e de filial entr ega nas mão s de Deu desc~hrirmos os seus tesoiros esco ndid
s sum ame nte bom os e harm onia s
em si mes mo : sob a sua infl uên cia, com mist erio sas ; o de ciên cia faz-nos cons
praz emo -nos nas ider ar as coisas
perfeições infin ilas de Deu s mai s que cria das nas suas rela ções com Deu s.
se fossem nossas, O dom de temor
dese1a_mos que sejam con heci das e glor fort ifica a espe ranç a, desa peg and o-no
ificadas, travamos s dos falsos ben s da
com Ele uma sànt a ami zade , uma doc terra , que nos pod eria m arra star ao
e fam iliar idad e e peca do, e por isso
assim nos torn amo s mai s e mai s sem mes mo aum enta em nós os desejos dos
elha ntes ao Altí~si- ben s do céu. O
mo. Esta s três virtu des teol ogai s une m-n dom de sapi ênci a, faze ndo -nos gostar
os, pois, dire cta- as coisas divinas,
men te a Deu s. aum enta o nosso amo r para com Deu
s. A prud ênci a é
sobr ema neir a aper feiç oad a pelo dom
1'22. h) As virtu des morais, que têm por obje de cons elho , que
cto nos perm ite con hece r, nos casos part
u~ bem . hon esto d_istinto de Deu s, e icul ares e dific ulto -
por mot ivo a pró- sos, o que é con ven ient e faze r ou
pria hon esti dad e desse obje cto, favo omitir. O dom de
rece m e perp etua m pied ade aper feiç oa a virt ude de relig
essa uniã o com Deu s, regu land o tão ião, que se rela-
bem as noss as cion a com a justiça, faze ndo -nos ver
acçõ es que , a desp eito dos obst ácul os· em Deu s um pai
que se enco ntra m que somos vent uros os dé glorificar por
dentre, e _fora de nós,. tend em sem
cess ar para Deu s. forla leza com plet a a virt ude do mesmo amo r. O dom de
nom e, exci tand o-
Ass im é que a prud ênci a nos leva a -nos a prat icar o que há de rnais heró
esco lher os mel ho- ico na paci ênci a e
res meios para o nosso fim sobr enat na acçã o. Enf im o dom de temor, além
ural . A ;ustiça, f a- de faci litar a es-
zend o-no s dar ao próx imo o que lhe é pera nça , aper feiç oa em nós a tem pera
dev ido, sant ifica as· nça, faze ndo tem er
ness as rela ções com nossos irmã os de os castigos e os mal es que resu ltam
tal form a que · nos do amo r ilegítimo
apro xim a de, Deu s. A /orl alez a arm a-no
s a alm a con tra dos prazeres.
a. P:ov ação e a luta , faz-nos leva r com l~ assim que se dese nvo lvem harm ànic
paci ênci a os so- ame nte em
frim ento s e emp reen der com sant o arro noss a alm a as virtu des e os don s, sob
jo os mai s· árdu os a infl uên cia da
trab alho s, para prom over a glória de graça actual, de que nos rest a dize
Deu s. E, com o o r algu ma coisa.
praz er criminoso no,s afas taria disso,
a tem pera nça mo-
dera em nós a ânsi a do praz er, e subo , , •1 Expl icare mos porm enor
rdin a-o à lei do de- izada
parte deste comp êndio , ao trata rn!osment e _est~s v_lrtu?es. na segu nda
' ver. E assim toda s estas virtu des dese
mpe nha m imp orta n- dons do Espí rito Santo, é com a via d:t. v,d. ilum mafl va, quan to aos
umtw a que os relac ionam os.

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/'J
J· º DA GRAÇA ACTUAL l
inclinam para o bem sobrenatural. E por oulro lado Ueus
acrescenlar-lhes-á muitas vezes moções interiores, que,
Assim como na ordem da n atureza necessitamos do
il um inando a inteligência e fortifi cando a vc)ntade, nos
conc ctrso de Deus, para passármos da polênciD uo acto,
ajudarão poderosamente a nos convertermos ou tomar-
ª"sim na ordem sobrenatural não podemos pôr em acção
mos melhores . É o que podemos concluir daquela pala-
as n ossas f acuida.des sem o auxílio da graça actual.
vru do livro dos · Actos dos Apóstolos, que nos mostra o
124.Exporemos : 1. 0 a sua noção; 2. 0 o seu modo Es pírito Santo abrindo o coração duma mulher chamada
de acção; 3. 0 a sua necessidade. Líd ia, para que ela preste atenção à pregação de S. Pau-
lo 1 . Enfim, Deus, que sabe que nós nos elevamos do
A) Noção. A graça actuaI é um auxilio sobre-
naturai e transitório que Deus nos dá, para nos iluminar sensível ao espiritual, adapta-se à nossa fraqueza, e ser-
a i.,iteltoência e· fortalecer· a vontade na produção d~s ve-se das c<-isas visíveis, para nos levar. à virtude. · ·
actos sobrenaturais.
125. B) Seu modo de acção. a) A gr~ç~
a) Opera, pois, directamenl e sobre as nossas facul- aclual influi sobre nós , de modo juntamente moral e fisi-
dad'e~ espirituais, a inteligência e a vontade, não já (mi- co: moralmente, pela persuasão e pelos atractivos, à ma-
camente para elevar essas f acuidades à ordem sobrena- neira de mãe que, para ajudár o filho a andar, suave-
tural, senão para as pôr em movimento, e lhes fazer pro- mente o chama e atrai, prometendo-lhe uma recompensa:
duzir actos sobrenaturais. Dêmos um exemplo : antes da }i.s iramente 2 , acrescentando forças novas às nos~as fa-
justificação, ou infusão da graça habitual. a graçá actuaI culdades, demasiado fracas para operarem por s1 ~es-
ilumina-nos à.cerca da malícia e dos temerosos efeitos do mas : tal a mãe que toma o filho nos braços e o a1uda
pecado. para nos levar a detestá-lo. Depois da juslifica- não sàmente com a voz, senão também com o gesto, a
ção, mostra-nos, .à Iuz da fé , a infinita beleza de Deus dar alguns passos para a (rente. Todas às Escolas ª?mi-
e a sua misericordiosa bondade, afim de no-lo fazer tem que a graça operante actua fisicamente, produzindo
amar de todo o coração. em nossa alma movimentos indeliberados ; tratando-se,
porém , da graça cooperante, há entre as div:~sas Es~olas
i
h) Mas, a par destas graças interiores, há outras Teológicas certas divergências que na pratica, afmal,
que se chamam exteriores, e que, actuando directamente pouca importância têm : como não queremos basear a

1 sobre os sentidos e /acuidades 'sensitivas, atingem indi-


rectamente as nossas faculdades espirituais, tanto mais
que muitas vezes são acompanhadas de verdadeiros au-
nossa espiritualidade sobre questões controversas , não
entraremos nessas discussões.
xí.lios interiores. Assim, a leitura dos Livros Santos ou f>) Sob outro aspecto, a graça previne o nosso livre
1 duma obra cristã, a assistência a um sermão. a audição consentimento ou acompanha-o na realização do acto.
1
dum trecho de rnúsica religiosa , uma conversa boa são Assim , por exemplo. vem-me o pensar.nento de fazer ~m
graças exteriores : é certo que, por si mesmas, não forti- acto de amor de Deus, sem que eu tenha feito corsa
1 ficam a vontade ; mas produzem em nós impressões fa- alguma para o suscitar : é ·uma graça preveniente, um
voráveis , que movem a inteligência e a vontade e as bom pensamento que Deus me dá ; se a recebo bem e
1
1
1 l Cf. S. THoM. I. II., q, 109-113 ; Ao. TANOUEREY, Syti. t/zeol. 1 Act. XVI, 14; e cujus aperuit cor intendere his quae dicebantur
1 dogm., n. 22-123. Além das obras latinas, vid. WAFFELAERT, Médítations
i
!
rhéologiques, t. I, p. 606-650 ; A. DE BROGLIE, Can.fér. sur la vle surn.a- a Pa~lo ao menos a doutrina Tomista. assim r~sumida pel<? P. ~~fi~:~

turelle. t. I, p. 249; L. LABAUCHE 1 L'hamme, IIIe P., eh . I; VAN DER Tract. dogmatici, t: I~, l'· 297 i • Grau.a actualts... e:;: ~:1ftatis, sed
MEERSCH 1 em Dict. de Théol., na palavra Orâce. supernatural-is 11ob1s rntrmseca_, non qu1dem per modu q
per modum motionis transeunus • .

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. . - - ----,J
. - ·.. : :a.......:a~. ''
80 CAP íTUL O II NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ
81
me edo rço pnt prod uzir esse acto dom 1 : morrer cm esta do de graç a,
de umo r, fat;o-o com a desp eilo de toda s
o i:l.llXílio da Qraça arÍ1uvante
<HI c•m corn iton le . ~ .\ná - as te11tações qne nos \·f>m a~~af tar
loga a esta dist inçã o <! a da graç a no últim o mom ento .
opc rnnl e, pela · qua l ou esca par a essas lula s por meio
Deu s actu a em nós sem nós, e u da de mor te súbi ta ou
graç a coop eran te, suaYe, em que a alm a ado rme ce no
pela qua l Deu s aclu a em nós e conn . Sen hor, é, na ex-
osco , com a noss a pres são dos Con cílio s, a graç a das
livre coop eraç ão. graças, que não se
pod erá nun ca ped ir dem asia dam ente
, que não se pod e
t'.16. , C) Sua nec essi dad e 1 O mer ecer estr itam ente . mas que se pod
princ1p10 gera l é ... e obte r pela oraç ão
que a graç a actu al é nece ssár ia para ,í _. e fiel coo pera ção com a graç a,
supp licit er emereri po-
todo o acto sobre-
natural, pois que dev e hav er prop orçã test 2 • e) E que m dese ja não som ente
o entr e o efei to e pers ever ar, senã o
. o seu prin rípio . crescer cad a dia em san.tida.de, evitar-
•. os peca dos veniais .
a) de prop ósit o deli bera do e dim inui r
Ass im, qua ndo se trata da conversã o núm ero das falta s
o, isto é, da de fragilidart.e, não tem aind a que imp
passag-em do pec ado mor tal ao esta lora r inst ante men -
do de gi·aça, tem os te os favo res divi nos ? Pret end er
nece ssid ade dum a graç a sobr enat ural que pod emo s viver
, para faze r os acto s mui to tem po sem com eter qua lque r
prep arat ório s de fé, espe ranç a, pen itên falta que reta rde o
cia e amo r, e até noss o adia ntam ento espi ritua l, é ir con
mes mo para o com eço da fé, para aqu tra a expe tiên cia
ele pio dese jo de das mel hore s alm as que se exp robr am
crer , que é o seu prim eiro pass o. tão ama rgam ente
b) f: tam bém pela as próp rias culp as, é con trad izer a S.
graç a actu al que pers ever amo s no João, que nos de-
bem no decu rso da clar a que se ilud em gran dem ente aqu
noss a vida e até à f10ra da morte. eles que se imagi-
É que , na verd ade, nam sem pec ado : "Si dixe rimu s quo
para isso : l ) é mist er resistir às tent niam pecc atum non
açõ es que acom etem hah emu s, ipsi nos sedu cim us, et veri
até as alm as just as e por veze s são tas non est in no-
tão viol enta s e pert i- bis 3 ; é ccnt radi zer o Con cílio de Tren
na·zes que as não pod emo s ven cer to , que con den a
sem o auxí lio de aqu eles que afir mam que o hom em
Deu s. E assi m N. Sen hor reco men da justi fica do pod e,
a seus Apó stol os, dura nte toda a sua vida , evit ar as falta
até mes mo depo is da últim a Cei a, s veni ais sem um
que vigiem e orem. priv ilég io espe cial de Deu s 4
i~to é, que se apo iem não som ente
nos seus próprios es-
forços, mas sobr etud o na graç a, para
não sucu mbi rem à U8. A graç a actu-al é-nos, pois, nece
tent ação 2 . 2) Alé m disso, poré m, ssan a, aind a
é nece ssár io· cum prir mes mo depo is da justi fica ção, ' e eis
todo s os dev eres ; e o esfo rço enér o mot ivo por que os
gico , con stan te, que noss os Livros San tos insi stem tant o
este cum prim ento requ er, não se pod sobr e a nece ssid ade
e obte r sem o auxí - da oração, pela qua l se obté m essa
lio da graça : Aqu ele que em nós graç a da misericór-
com eçou a obra da dia divi na, com o expl icar emo s mai s
perf eiçã o, é o únic o que a pod e leva tard e. Tam bém a
r a bom term o 3 ; pod emo s obte r pelo s noss os acto s mer
''o Deu s de toda a graç a, que nos itórios, ou, por ou-
cha mou em Jesu s tros lerm os, p ela noss a livre coop eraç
Cris to à sua eter na glória, depo is de ão com a graç a ; é
hav erde s pad ecid o que , na verd ade, qua nto mai s fi eis
um pou co, Ele mes mo nos aper feiç oará nos mos trarm os em
, fort ifica rá e con- apro veit ar as graç as actu ais que nos
soli dará " 4 são dist ribu ídas ,
tant o mai s incl inad o se sent e Deu s
1'.27. a nos conc eder no-
Isto é sobr etud o verd ade, trata ndo -se vas mer cês.
da per-
seve ranç a /inal, que é um dom espe
cial e um grande
l Cfr. a nossa Syn. theol. dogm
., t. III, n. 34-91..É lá ta1_11bém 1 Trid. scss. VI, can. 16, 22, 23.
examinamos em que medida é neces sária a graça para os actos naturque ais. 2 S. AuousT. De dono perse
2 Mt. XXVI, 41. - 3 Philip. v, 1 VI, 10, P. L., XLV, 999.
I, 6. - 4 / Petr. V, 10. s I Jo. I, 8. - 4 Sess. VI, can. 23.

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82 CAP ITUL O II NAT URE ZA DA VID A CRIST.3.. 83
as foz enn os rend er seria mos trar- nos
CoNc1.usõEs bem pou co reco-
nher·i,!(.\~ ii sim lih eral idad e reje itur
esse s dom . uão µra-
129. 1.º Dev emo s, pois , t er a ticunc.lo senã o aclo s nalu ralm enle bon
mai or estim a da s , ou não faze ndo
vida da graç a ; é uma vida nova, uma prod uzir mais qne frulo s imp erfe itos
vida que nos une ·à vinh a da noss a
e asse mel ha . a Deu s , com todo o orga alm a. Qua nto mai s gene roso se mos
nism o nece ssár io à trou o· doad or. lant.o
sua acti vida de. E é uma vida mui to mai s acti va e fecu nda dev e ser a cola
mai s perf eita que a bora ção que de nós
vida natu ral. Se a vida inte lect ual espe ra . lsto nos apar ecer á mai s clar ame
está mui to acim a da nte aind a . depo is
vida veg etat iva e sens itiva , a vida crist de estu darm os a parte ele Jesus na
ã tran scen de infi- vida cristã.
nita men te a vida sim ples men te raci
onal . E na verd ade,
esta é dev ida ao hQ.JUem , desd e que
Deu s i-e resolYe .a §·I I. · Da pàr te de Jes us na ·vid a cris 1
criá-lo . ao pass o que a vida da graç
a sup era toda s as

acti vida des· e mer ecim ento s das mai
s perf eita s cria tura s. 1~2. t toda a SS.mª Trin dad e que
Pois , que m pod eria jam ais recl ama r nos conf ere esta
o dire ito de ser cons - part icip ação da vida divi na que acab
tituí do filho ado ptiv o de Deu s, e amo s de descre\Ter.
tem plo do Esp írito 1Vlas a SS.mª Trin dad e fá-lo por cau
San to , ou o priv ilég io de ver a Deu sa dos mér itos e sa-
s face a face , com o tisfa ções de Jesu s Cris to que , por este
Ele se vê a Si mes mo 7 Dev emo s, pois mot ivo, dese mpe -
, estim ar esta Yida nha um pap el tão esse nda l em noss
mai s que todo s os ben s cria dos, a vida sobr enat ural
cons ider á-la com o ó
tesoiro esco ndid o, para cuja aqu isiç ão que esta se cha ma · com razã o vida
ning uém dev e he- cristã. . .
sitar em ven der tudo o que poss ui. Con form e · a dou trin a de S . Pau lo
. Jesu s Cris to é
cab eça · da hum anid ade ~eg ener ada,
com o ·Ad ão o tinh a
150 . 2.º Um a YeZ que se entr ou sido da raça ·hum ana em seu berç o,
na poss e dest e mas de mod o mui to
teso iro, é mist er sacrificar tudo , ante . mai s perf eito . Pelo s seus méritos,
s que expo r-se a Jesu s reco nqu isto u os
perd ê-lo . É a con clus ão que tira ·nosso~ dire itos à graç a e à· glór ia ;
o Pap a S. Leã o : pelo seus · exem plos,
.. Agn.osce, o christíane, dign itate m tuam rii.ostra-nos com o · dev emo s vive r, para
, et, divi nae con- nos sant ifica rmo s
wrs Jactus natu rae, noli in vele rem e mer ecer mos · ci céu : mas é, ante s
vili.tatem degeneri de tt1do , a cabeça
conversatione redire" 1. dum corp o míst ico de que nós som
• os os mem bros : é,
Nin gué m mai s que o cris tão se deve pois , a cau sa meritória. exem plar e
resp eita r a si. vital da noss a sanl i-
mes mo, não cert ame nte por cau sa
dos próp rios mér itos , ficá ção.
senã o por cau sa dest a vida divi na
que part icip a. · e por
t ser tem plo do Esp írito San to, tem plo l. Jesu s caus a meri tória da J1ossa vida
sagr ado. cuja bt!- esVi ritua l.
1 leza não é lícit o con tam inar : "Do mw
n tuam dece t sanc- 1~'.J. · Qua ndo dize mos que Jesu s é caus
titud o in long itud inem dier um" 2 • a meritória
1 da noss a sant ifica ção, tom amo s esta
1
i
pala vra no seu sen-
131 . 3.º Mai s aind a : dev emos tido mai s lato , em qua nto com pree
1
evid ente men te nde a um tem po a
utilizar, cult ivar este orga nism o sobr enat sati sfaç ão e o mérito : "Pro pter nim
ural de que so- iam caritatem. qua
mos dota dos. Se apro uve à divi na Bon
dad e elev ar-n os a
um esta do supe rior, con cede r-no s prof :1, S. THDM . III, qq. 8, 21, 22 1 25 1 26, 40 1 46-49 1 57 et alibi
usam ente virtu des P. BÉIW LLE, Oeuvres, ed. 1657, p. 522-530 ; 665-669 ; 689; J passi m;
e don s que aper feiç oam as noss Pensées '· choisíes, texte s inédi ts publi .·;J. OLtER,
as facu ldad es natu rais P, PRAT S. J,, La Théologie de S. és par O. LETORNEAU, p. 1-31;
se nos ofer ece a cad a inst ante a sua ·325 ; D.1 COLUMBA MARMIDN, Le Chris Paul, t. I, p . 342·378; t. II, p. 165-
cola bora ção , par :
Braga, 1926); J. DUPB~RAY, Le Christ vie de l'âme, 1920, (trad . p ortu g.,
t dans la vie chr éfien ne, 1922 ;
1 Strmo nes, XXI, 3, P. L., LJV, 195. - ~- PLUS Dans /e Chrisl Jésus
2 Ps. XCII , 5 . · 1 , 1923.

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84 CAPITULO II NATUKbZA UA V lUA LKl::C, l A !::S5

dilexi.t nos, sua sanctissim.a passione in ligno crucis nobis em seu nome, isto é, apoiando-nos em sé·i:;s merecimen-
justi/icatioiwm m.eruit et pro nobis satis[ecit". tos, nos será concedido:
Làgicamentc a satisfação precede o mérilo, neste Para nos inspirar mais confiança, instituiu os sacra-
sentido que é mister reparar primeiro a ofensa feita a mentos, sinais visíveis que nos conferem a graça em todas
DetJS, para obter o perdão dos nossos pecados e merecer as circunstâncias importantes da nossa vida, e nos dão
a graça ; mas em realidade todos os à.elos livres de Nosso direito a graças actuais que obtemos ein tempo oportuno.
Senhor eram ao mesmo tempo satisfatórios e meritórios ;
e todos tinham valor moral infinito, como dissemos, n. 0 · 155. . C) l::; ez mais ainda : deu-nos o poder de sa-
·

78. Não nos resta senão tirar desta verdade algumas tisfazer e merecer, querendo assim associar-nos a Si mes-
conclusões. mo, como causas secundárias. e fazer-nos obreiros da
noss·a própria. santificação. Dá-nos até .s.obre isso um.
A) Não h:á pecado i~remissível, contanto que, con- preceito, condição essencial da nossa vida espiritual. Se
tritos e humilhados, dele peçamos confiadamente per- carregou com sua Cruz, foi para que nós O seguíssemos,
dão. , Ê o que fazemos no santo tribunal da penitência, levando a nossa: "Si quis vult post me venire, abneget
onde a virtude do sangue de Jesus Cristo nos é aplicada semelipsum, tollat crucem suam,· et. sequatur me" 1 .
por intermédio do ministro de Deus. É o que fazemos Assim o compreenderam os Apóstolos : "Se queremos
ainda no santo sacri}ícío da Missa, onde Jesu,s continua ter parle; na sua glória, diz S. Paulo 2 , é•mister tenhamos
a óferecer-se, pelas mãos do sacerdote, corno vítima de parte nos seus sofrimentos, si tam.en compatimur, ut et
prop1ciação : excitando em nossa alma sentimento.s pro-- conglorificemur"; e S . Pedro acrescenta que, se Cristo
fundos de contrição, · tornando-nos a Deus · propício, sofreu por nós, foi para que nós lhe seguíssemos as pi-
obtendo-nos perdão cada vez mais completo dos nossos sadas 3 • Há mais : as almas generosas sentem-se impeli-
pecados, e remissão mais abundante da pena .que deve- das, corno S. Paulo, a· sofrer -~legremente, em união com
ríamos . sofrer· para os expiar. Podemos acrescentar que Cristo, p-elo seu corpo místico que é a lgre'ja 4; e assim
todos os. nossos actos cristãos, unidos aos sofrimentos de têm· parte na eficácia redentora da sua Paixão e cola-
J Jesus, .têm valor satisfatório para nós e para as almas por boram secundàriamente na salvação de seus irmãos.
• !,
1.
quem os oforecemos. . · Como esta doutrina é mais verdadeira: mais nobre. mais
\i consoladora do que a inacreditável afirmação de certos
154. B) Jesus mereceu também para nós todos as protestantes que têm a triste coragem de asseverar que,
1
1 graças de que neces.sitamo:;,, para atingirmos o nos·so fim
! havendo Cristo padecido suficientemente por nós, não
sobrenatural. e cultivarmos em nós a vida cristã : "Bene- ten1os senão que gozar ·dos frutos da sua r~denção, sem
1
dixit n~s 'i~' omni benedictione. spirú'uah in. coelestibus
beber o sêu cálix I Com isso pretendem render homena-
·11 in Chrísto Jesu 1 , abençoou-nos em Cristo com toda a
gem à plenitude dos merecimentos de Cristo. quando
li sorte de bênçãos espirituais": graças de conversão, gra-
realmente esta faculdade de merecer não faz senão dar
1. ças de perseverança, graças para resistir às tentações,
1 maior realce à plenitude da redenção. E na verdade, não
graças para bem. nos . aproveitarmos das provações, gra- será mais honroso para Cristo manifestar a fecundidade
ças de consolação no meio dos trabalhos, graças de re- 1
das suas satisfações, associando-nos à sua obra· redentora
novamento espiritual, graças de segunda conversão, graça e tornando-nos capazes de nela colaborar, posto que se-
de persever'ançà final: ludo isso nos mereceu Jesus· Cris-
cundàriamente, imitando os seus exemplos?
to ; e afirma-nos que tudo quanto pectir~os a seu Pai
•.·
'

1 Mt. XVI, 21 - 2 Rom. VIII, '17. - S / Petr. II, 21. -


1 Eph. I, 3. 4 Co/. I, 14.

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uv

li. Jesus causa exemplar da nossa vida. assim qu e S. Paulo resumirá todos os deveres cristãos no
d e imitar a N osso Senhor : " [mitatores mei estote sicut
136. Jesus Cristo não se contentou de merecer por et eçJo Chri sti'' 1 . Vejam os, pois , quais são as qualidades
nós ; quis ser causa exemplar, modelo vivo da nossa d este modelo .
vida sobrenatural. n7. a) · Jesus. é modelo per/eito ; até mesmo por
Grande era a necessidade que tínhamos dum modelo confissão daqueles que não ci'êem na sua divindade,
deste género ; porquanto, para cultivar uma vida. que é Jesus é o protótipo mais acabado de virtude que jamais
uma participação da própria vida de Deus. é mister apareceu na terra. Praticou as virtudes. em grau heróico,
aproximar-nos, o mais possível, da vida divina . Ora, e com as disposições interiores inais perfeitas : religião
como bem observa S. Agostinho , os homens. que tínha- para com Deus, amor do próximo, aniquilamento a res-
mos diante. dos olhos! eram demasiada~ent~ imperf~itos peito de si mesmo, horror do pec:ãdo e do •que a ele
para nos servirem de modelos, e Deus; que é a mesma pode conduzir 2 • E contudo é modelo imitável e univer-
santidnde, parecia muito distante. Foi então que o Filho ;al, cheio de encanto, cujos · exern:plos são cheios de
eterno de Deus, sua viva imagem , se fez homem, para
e/icácia.
nos mostrar, pelos seus exemplos , como. é possível na
terra aproximar-nos da perfeição divina. Fiiho de Deus 158. h) Ê modelo que todos podem imitar, pois
e filho de homem, viveu uma vida verdadeiramente dei- se dignou desposél.r as nossas misérias e fraquezas, passar
forme, e pôde-nos dizer : "Qui videt m.e, videt, et Pa- até pela tentação, ser-nos semelhante em tudo .. excepto
trem" 1 , quem me vê, vê o meu Pai. o pecado. ''Non enim habemus Pontificem qui non pos-
Tendo manifestado nas suas acções a santidade di- sit compati in/irmitatibus nostris ; tentatum autem per
vina, pôde-nos propor como possível a imitação das ·di- om.nia pro similuucline absque peccato" 3 . Durante trinta
vinas perfeições : ·:Estote ergo vos perJecti sicut et Pater anos viveu a ,,idl:l. mais oculta, mais obscura, mais co-
vester caelestis perfectus est" 2• É -por isso que o Padre mnr~ obedecendo a Maria e a José. trabalhando como
no-lo propõe como mode[o : no baptismo e . na traRsfigu- m~ a~rendiz e operário, "Jabrt filius" 4 ; e por esse modo
ração, aparece aos discípülos e diz-lhes, falando de seu veio a ser o modelo mais acabado da maior parte dos
Filho : "'Htc est Filiu's meus dilectus in quo mihi bene homens que não têm senão deveres ·o bscuros que desem-
complacui 3 • eis ·aqui o meu Filho muito amado em penhar, e se hão-de de santificar no meio das ocupações
quem tenho todas as minhas complacências". Se tem mais comuns. Mas teve também a sua vida pública :
nele todas a~ suas complacências , é sinal que deseja que praticou o apostolado, quer por meio dum escol. forman-
o · imitemos. E assim, Nosso Senhor nos diz com toda a do os seus Apóstolos, quer entre o povo, evangelizando
confiança <"Ego sum via. . . nem.o venít ad Patrem nisi as multidões. Então sofreu cansaço e fome ; gozou da
per me . . . DisciJe a me, quia milis sum et humilis cor- amizade dalguns e houve de suportar a ingratidão dos
dB ... Exemplum enim dedi vobis, ut quemadmodum outros : teve os seus triunfos e os seus reveses ; numa
ego }eci vobis; ita · et vos /aciaiis" ·4 _ E que outra coisa é, palavr~. passou pelas vicissitudes de todo o homem que
em ·subst~nêia. o Evangelho senão a narração dos feitos tem relações com amigos e com o público. A sua Paixão
e maravilhas' de Nosso Senhor, em quanto são propostos cleu-nos o e~ernplo da paciência mais heróica no meio
à nossa imitação "coepit Jacere et docere?" 5 • Que é o das torturas físicas e morajs, que tolerou não somente
Cristianismo senão , a imitação de Jesus Cristo ? Tanto
l l Cor. IV, 16; cf. XI, l; Eph. V, J.
l! É o que explica muito bem J. J. ÜLIER 1 Ca/éch. chrétien, J.re
1 Jo. XIY1 9. - 2 Mt. V, 48. - 3 Mt. III, 17; XVII, 5. - Partie, Ieç. I. - 3 Hebr. IV, 15. - 4 Mt. XII, 55.
4 Jo. XIV, 6 ; MI. XI, ,9 ; Jo. XIII, 15 . - 5 Acl . I, l.

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NAT URE ZA DA VID A CRI STÃ
89
s~m se que ixar , mas ped ind o até
por seu s verd ugo s. E efic ácia das · graç as que Ele nos
nao se diga que , sen do Deu s, sofr mer ece u, pra lica ndo as
eu menos. Era hom em virt ude s, e nos con ced e nes ta oca
t~m bém : dot ado de finí ssim a sen sião .
sibi lida de , sen tiu mai s
v,v ame nle que nós pod ería mos 141. Há sob retu do cert as acç ões
sen tir a ing rati dão dos de Nos so Sen hor ,
hom ens , o des amp aro de seus. ami às qua is, por mai s imp orta ntes ,
gos, a trai ção de Jud as : nos dev emo s uni r de
exp erim ento u tais sen tim ento s de mod o esp ecia l, · visto con tere m graç
tédi o, de tris teza , de as mai s abu nda nte s :
pav or que não pôd e deix ar de orar sã0 os seu s mistérios. Ass im, por
par a que o cáli x de exe mpl o, o mistério da
ama rgu ra se afas tass e dele , se era · Jnc arn açã o mer ece u-n os um a gra
possível ; e, na Cru z, ça de ren únc ia a nós
solt.ou este grito lanc ina~ te, que mesmos e de unl ão com Deu s,
bem mos tra a pro fun -
cte~a ?ª~ sua s ..a~o ni~ s: !Jeus, Deu s meu
re/iq41-~tz me ? • For , pms, um mod s, ui qui d de-
visto que Nos so Sen hor
nos ofe rece u co)'lsigo , par a nos con
sag rar tod os a seu P~i;
elo unrversal . . • o mistério da Cru cifi xão mer ece
u-n os a· graç a de ~rnci-
fica r a carn e e as sua s con cup iscê
1~9. e) E mostra-se tam bém cheio de ncia s ; o mistério da
enc ant o. ~fo rte me1eceli-ilos o morrer •ao
Hav ia anu nci ado que , tan to que pec ado e a sua s cau -
fosse elev ado da terr a sas, etc. 1 .
(faz~ndo alus ão ao suplício da Cru z), atrairia Isto mel hor o com pre end erem os,
Si : E1 ~,90, si exa ltat us Juero a tud o a ven do como Jesu s
terra, om nia tral {> a cab eça do corp o mís
mei psu m 2 . rnm ad tico de que somos mem bro s.
Est a pro feci a real izou -se : ao vere III. Jesu s cabe ça dmn corJ)O míst ico
d sofreu por eles, os c~r~ções gen
m o que Jesu s fez
erosos apa ixo nar am- se 142. · Est a dou trin a encontra~se
2
ou font e de vida .

e amn r par a com o d1vmo Cru cifi já sub stan cial men te
cad o . e, conseQuinte- !)a palaYra de Nos so Sen hor : "Eg
men te. par a com a cru z 3 ; a dlé! o sum vttis, vos palmi-
speito das rep ug~ ânc ias Ú.s. Eu sou a vide ira, vós os
~a nat mez a, lev am esfo rça dam ent s~n nen tos ''. Jesu s afir ma,
e as sua s cru zes inte- efec tiva men te, que nós rece bem
rwr es e exteriores , que r par a mai os dele a nos sa vida ,
s se par ece rem com 0 com o as var as a rece bem da cep
seu divi no Me stre , que r par a lhe a a que estã o uni das .
test emu nha rem O seu Est a com par açã o faz, pois, sob ress
am~ r, sofr end o com Ele e por Ele air a com uni dad e de
, que r par a tere m par te vid a que exis te entr e Nos so Sen
mai s ~hu nda nte nos frut os da hor e nós ; daq ui é fácil
red enç ão e cola bor arem pas sar à con cep ção do corpo mís
com Ele na san tific açã o de s~u tico em que Jesu s, como
s irmãos. ,°É o que àpa - cab eça , faz· pas sar a vid a aos seu
re_ce na, vid a dos San tos, que corr s mem bro s . É S. Pau lo
em com mai s sofr egu i- que insi ste mai s sob re esta dou trin
dao atra s das cru zes que os mu nda a tão fec und a em re-
nos atrá s dos praz eres .
sult ado s. .
140. d) Est e pod er de atra cçã o Nu m corp o 'r equ er-s e um a cal1er;a
, um
qua nto mai s efic az é a gra ça : com
é tan to mai s fort e bros . São estes três elem ento s que vam osa alma, e mem -
o tod as as acç ões de des crev er, se-
Jesu s, antes da sua morte, eram gui ndo a doü trin a do Apó stol o.
mer itór ias. mer ece u-n os
a gra ça de as_ pra tica r sem elha ntes 14'.'5. l. 0 A cab eça des emp enh a
; : qua ndo con side ra- no corpo hum ano
~os a sua hum ilda de, pob reza um a tríp lice fun ção : fun ção de
, mor tific açã o e dem ais pre emi nên cia, visto ser
v1rtu~es, sen tim o-n os arra stad os nele a par te prin cipa líss ima ; fun
a imitá-lo não som ent e ção · de cen tro de uni-
pel a forç a per sua siva dos seu s exe dade, pois que liga har mo nic ame
mpl os, mas ain da pel a nte e dirige todo s os
; MI. XXVII, 4~; Me. XV, 4. - 1 J.-J. OLIER, Catéch. chrél. I.e
Tal é o sent ido da oraç ão de2 Jo. XII, 32. 2 Sum . theol. 3, q. 8; F. Part ., Jeç. XX-XXV.
por amo r de Jesu s ·e saud ando a S. And ré Apó stolo cruc ific d J, DUP ERR AY op. 1cit. PRAT, op, cit., t. I, ed. 1920
, p. 35~-36~;
cruz com afec to : « o bon~ Crux 0 eh. 1-lI ; D. CoLU MBA MAR MION 1 Le Chrtsl
•. a 1
dP l'âme, 10.e 1ed., p. 128- vte
146; R. PLUS, op. cif, 1 p. 1-57.

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90 CAP! TULO II NATU REZA DA VIDA CRIST Ã 91

dela
mem bros ; funç ão de in/lu.to vita( já que é que por esle nom e) que é a alma do corpo místi
co de que
parte o imen lo e a \'ida Ora . . de nas
Jesus é a cabe ça ; é Ele, efect ivam ente, que difun
ll10\' , nte esta
I · e preci same
ii p ice
mas a) T
-
hí I· 1· unç-ao que , csus exerc e na Ia . .
I' . T
b
,,,reJa e so re as a -
hem, sem ,C t1\·ioa algum a, a preernin&ncia sobre
~ I
alma s a carid ade e a graça mere cidas por Noss
nostr is per
o Senh or :
Spiri tum
( . "Car itas Dei cli}f usa est in. corelibus
é o 1 . Eis ~ motiv o por que
toe os os omen s. hfc que, como Hom em-D eus pn- Sanc twn qiÍi datu s est nobi s"
obJ·ecto d ' I in Spiri-
mogé nito de toda a criat ura ' O as comp acên - Ele é cham ado o Espír ito que vivif ica: "Cre do
ci •f· · ll
o moe e o acab ado de t o d as as v1rtu . d por que S. Agos tinho
as \. l\'mas, .t , . 1 es a tum . .. vivi} icant em". Eis a razão
e '
a usa mel'l Ol'la e a noss a santi fi caça- o, EI e que por nos diz que o Espír ito Sant o é para o corpo
da Igrej a o
ado . d , I
caus a eIos seus mérit d
os foi exalt
' " acim a e toe a a que a alma é para o corpo natu ral : "Qu od
est in cor-
cri t d o joelh o corpore
~ a t~rn e iante o selr trono vê dobr ar-se todo pare n.oslro anim a, id est· Spiri tus Sanc tus in
o cen, na terra e nos infer nos. 2
Chri sti quod est Eccle sia," • Esta expre ssão
foi, aliás,
l'
o Espí-
JJ} Na lgr~ja , é Ele ô centr o de unid ade • D uas co1- . cons agrad a por Leão Xlll na sua Encí clica sobre
sas sao es · • 3 É aind a este divin o Espír ito que distri bui
dade rito Sant o •
. ~ _ sencidais ªf um organ ismo perfe itoh : a varie doria ou a
d os orgaos e as ln - d os diversos caris mas : a uns o discu rso de sabe
un;cl ade n . , r_ çoes que esem pen am,I e I sua a res, a estes
. . um prmc1p10 comu m ·. sem est e eIup o e emen - graça ela pregação, a outro s o dom dos milag
to não h . _ do,n elas língu as, etc. :
ado o clom da pm/e cia, àque les o
, a~en a sena o uma mass a inert e ou um aarea
d
e seres vivos , sem nexo orgân ico. Ora é' alnd " f .. H aec aute m omni a opera tur unus atcru e idem Spiri tus,

que, depo is de ter estab eleci do na lgre,J·,a ,a v ane ª. ,desdu


a e
s dtvidens singu lis prou t vult"
4•

, - I
s orgaos pe a instit uição dum a hiera rquia , f·ica sen o
do d San-
14S. .Esta dupl a acçã o de Crist o e do Espír ito
o cehtr o d . •d I
· J e ll~I ª: e, pois queesé hierá Eié; o chef e invisível to:· long e de se emba raçar múlu amen te, mmp leta- se. o
aos chef r uico d· - ndo Je~us
rn;is rea . que impr ime
e o mo\·írnento. q s a 1recç ao Espí rito Sant o vem- nos por Jesus Crist o. Qua
itude do
•. i
vivia na tértii> pOssuía em sua •altna: santa a plen
seus sofrt.
_ e) . ~f~I e, aind a o princ ipio el~·>i~ /luxo vital que
ani- Espír ito ; pelas: suas acçõ es e sobre tudo pelos
E;pír ito nos
ma e vrv1brca todos os mern hros J:A_té -mes mo
con1c) I10- menlos e· r,ela sua morte'. mere ceu que este
o Espírito
mem rece e ª ·Pen
;,V
d d
I ,·t u e a graça .,...ara· no Ia e
~ omum car·
· fo~se cotnui1icado ; é, pois, graçils a Ele, que
·cf · z ' 1" de Cristó:
l rmus eum p ermm gratic w et veril atis [ , . . Sant o nos· vem. comu nicar a vida e· as virtu des
. ; . . . e e cu1us tudo se explica-!
'1·
V., p l eni.tudín.e no's omne s a ccep ,
imus ,q,~t grali am pro gra- e nos torna s~me lhant es a Elfü •Ass im,
tia" l p . .• - , a cabe<::a
a caus a merit ória de toda , Jesus . send o home m. é o único· que pode ser
!ra~ a;
.
q,~{
ois nao e Ele
rec;J7..,mos, e
que nos são distr ibuíd as ;ekJ ' dum corpo místi co comp osto de home ns, já qne
reza :
a cabe ça
mas, como
l pm ·
0 anto · . .., por isso que o Conc ílio de Tren to e os mem bros deve m ser da mesm a natu
neces -
hom em, não pode por si mesm o confe rir a graça
L.

vital de
j :rn~a. s~m h~sd:ar. e.~tc:, acçã o, este influ xo
<mim ille ipse Cf1ri slus Je- sfüfo à vida dos seus mem hros ; o Espír ito Sant
o supre-o,
'e:m ; sobre os Justos : Cwn ·f. como o faz em vir-
sus anqu am capu t in nwm ÍJra in i . dese mpen hand o essa funç ão ; mas,
psos 1usli icafo s dizer que o
jttgifl'r virtu tem in/lu at" 2 . tude dos mere cime ntos do Salv ador , pode -se
• • •
para cheg ar
influ xo uilol parte verd adeir amen te de Jesus
, 144. 2. º A qual quer corpo é indis pens ável aos seus mem hros.
some nte ouma .cabe ça, mas tamb ém uma al ma. O ra ~ão e 0
, ·t ( . Ia d e, d. esign, ada
' . a 1'rmc
E spm o .::-ianto isto é a Santisszm Rom. V, 5. _: li Sermo 187 de tempo re.cum Chrlst us caput sít
, 1
quod
8 « Atque hoc affirm are snfficiat
cl. 9 Maji 1897),
1 Jo. I, M, 16. - 2 Sess. VI, e. VIII. Ecclesiae, Spirit us Sancttts sit ejus anima •. (Ency
4 / Cor, XII, 6,

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-~,.,._ J..I. UL..U J..1 NAT URE ZA DA VIDA CRISTÃ 93
146. 3.0
Qua is são os mem bros dest e corp o mís- , , · l s outr os , porq uanto , seja qual for
útil a um e_uti ao, a di-
tico ? To dos os bapl izad os. É, efec tiva
men te, pelo bap- ' d d d ns e
d f· . 0 corpo todo aproveita -
tismo que som os inco rpor ados em Cris vers iaa e os O os o reios,
to, diz S. Pau lo: , l dos mem bros
d o que ha e bo m em bcac a um
d , do mesm o
''Ete nim in uno Spir ilu omn es nos in unu ·oveita por seu turn o, dos
zati sum us" 1 . Eis o moti vo por que ele
mos bapt izad os em Cris to, que pelo bapt
m corpus bapti-
ajun ta que fo- r mo d o que ca d a mem ro apr
É . d esta dout
bens do corp o todo . S~~ h~r pôd e dize
'
rina que exp lica o
r: º que faze is ªº
ismo nos reves- moti vo por que Nos so
timo s · de Cris to- 2 , isto é, part icip amo f . .
s das disp osiç ões men or dos meu s, é a mim que o azers , é que , na verd a-
inter iores de Cris to : ·o que o· Dec reto . b
aos Arm énio s ex- d (;,. .ª cabec,:a se iden tific a com os roem ros. .
plica , dize ndo que pelo bapt ismo nos torn
amo s mem bros ·
C) Da ui . resu· lta que, d dou tnna
de Cris to e do corp o da Igre ja: "per ipsum segu n o a
. (bap tism wn) 149. ~ _ _ com p[em ento de Cns to:
.
lo os cnst
enim nie_mb,:a Chr isti · ac de corpore
ef/ic imur Eccle- de S ' ~ . Pau , aos sao
• "d . - o beca supr ema •. , l .
Deu s, com e f er•to,
siae·· 3 eu-o por ca , a greJa,
l ·t d daqu ele. que encn 1 d
. , e tu o
Daq ui resu lta que lodo s os bapt izad os
são mem bros ·q ue e seu .. corp .
o a p em u e
, d d E
t . "L1pra omn em cc es1arn, l .
de Cris to, mas em grau s diversos : os "l
em to dos : psum e, it capu s . .
;ustos estã o-lh e 1
· · Li, et p em··1H do e1·u.s, aui omn w m
unid os pela graç a habi tual e por todo s quae est corpus ips;~ · -
os privilégios que
a acom panh am ; os pecadores, · pela fé omn ibiis adimp~etuJ . ,
e espe ranç a ; os erfeito em si mes
bem-aventu~ados, pela visão beat ífica . ,,_,
Qua nto aos in- E na verd a e, esus, f~rmar o seu corpo mo, nece ssita
míst ico : sob
fiéis , não são actu alm ente mem bros do dum compleme_:1to para
seu corp o mís- a si mes mo, prec isa de mem -
tico ; mas , enqu anto estã o na terra , são estc aspe cto . nao se ~ast a funç ões vitai
cham ados .a sê-lo; s. E M. Olie r
só os cond enad os estã o para sem pre bros para exer cer to as as
e~cl uído s dest e ' - "E l ao Espí rito de
pnYilégio.
. conc lui 2 : mpr es t.emos as nosisas a mas ' Se Ele
. . _ ue en-
147. 4.° Con sequ ênci as dest e dog ma. Jesu s Cris to, paro. q · Ele d·l·
cres ça em nos.
t
A) É cont ra su1e . 1. d· tos r a a-se, a ume nta ' difu nde- sel
sobr e esta inco rpor ação em Cris to que t<?s ispos · · l da unçã o . espi ritua
se base ia a com u- -
, ·· 6a sarn.
nos seus cora çoes e em a-os ,
niça ção dos Sant os : os justo s da terra , .as
alma s do Pur- t, em b l
a o " • ,-, E assim que
d
gató rio e os Sant os do Céu faze m todo de que El e mes mo es a l t a sarn Paix ão do Salvéldor Je-
s part e do corp o pode rnos e devemosEclompfe ar ªf·m de
míst ico de Jesu s, todo s part icip am da sua que esta Paix ão,
viça , rece bem
a st.1a influ ênci a e deve m ama r-se e 'aux suf, so f ren do com O . e so reu, a r
se com plet e aind a nos seus
iliar -se mút ua- tão cç>mpleta em sr mes ma, d
men te com o mem bros dum mes mo corp ço .
o; porq uant o,
membros atrav es . o temp
, d o e o espa . "Ad imp leo ea
diz-n o-lo S. Paul o, ··se um mem bro sofr Ch . t·
e, todo s os mem - desun t pass wnu m. , 3 ris L L·n carne mea pro
e
corpore
nao na na da
bros sofr em com ele 1 e se um mem bro ctuac
- _ 1 ,
é glor ifica do, to- d e l · \'CA pois
dos se rego zijam com ele : "Si qu.id pati e;us quo e.st r:. cc eswe d. .omo t ..
se , ,
obre o Cor po místico
tur unu m mem - mais f ecun d - o que e Sta .ou
brum, .comp_a tiun tur omn ia mem bra ; sive . nna s
gloriatur unu m de Jesu s.
membrurn, cong aude nt omn ia mem bra" 4
.
148. B) · É por isso que todo s os crist CoN cLus Ão : D "'VOÇ ÃO AO VER BO lNc.A RNA DO 4
ãos são ir- li

mão s : dora vant e não há mais nem Jude


u. nem Greg o, ue leva mos dito sobr e o pape l de
nem hom em livre nem escr avo ; som 1SO. D- e tu d O O q
os todo s um em
Cris to Jesu s 5 • Som os , pois, to?o s solid Jeims na vida espi ritua l. resu lta que , culti var esta
ários, e o que é para .
1 I Cor. XII, 13. - 2 Rom . VI, 3; ,.
Ga/; m, 25; Rom. XIII, 17. p , 1516 -S Co/. l, 24. ) D' urs
5
S DENZ ING ER - BANN ., n.696. - 4
Rom. X, 12; / Cor, XII, 13, / Cor.· XII, 26. .
l , E h I 23, - 2
4 /.
ensees, P;
BéRULLE (chamad5> ~ apost oo
i
do Verbo lncat nado ' rsco
' de l'Esta t des Grandeurs de Jesu . .

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94 CAP tTUL O II NAT URE ZA DA VID A CRIS TÃ 95 .

vida , dev emo s. vive r em uniã o ínti ,


tual com Ele , por outr os term os,
ma , afec tuos a , e hab i-
qLianto e certo q ue o f, erec..eC ·aoq mes mo tem p oJo seu san-
i·s pec caverit advoca.tum
gue derrarna d
prat icar a dev oçã o ao or nos · JL u
Ver bo In carn ado : "Qu i man ei in
me et .ego in eo, hic .0 P ·J Chr istu m just' um, et ipse
}ert Jruc tum mul tum ; A'q I habem.us apu d Pal rem ~sum t . .,
uele que perm ane ce em mim
es[ propitLa w
.. t · peccatis nos .ris l • Alé m disso, dá às
e Eu nele , pro duz frut os abu nda ntes 1
" . -
pro · t
nu va1or a l que , se p·ed irm os em seu
É o que nos incu lca a San ta Igreja,
reco rdan do-n os,
nossas oraç oes
. ,
l
poia
d
os . mer ecim ento s in finitos ,
nom e , isto e, ª d nos seus
ac, fim do Cân on da Mis sa. que é·
por Ele que rece bem os t t d·d . "Am en ame n, d.ico
todo s os ben s espi ritu ais, por Ele que tem os a cer eza . e . . pa ,en 1 in ser os . , db
som os san tific ado s, , . .· ·d peti entr s a.ire m
nom ine meo , a it vo-
. lor dos seus men
vivi fica dos e abe nço ado s, por Ele, voo1s, si. qw , ·t é efec tiva men te, comu-
dev emo s ren der tod a a hon ra e glór
com Ele e nele que bt:,. ., z. O ,.a os ,
-po·d~roso, na •un idad e do ,Esp írito
ia a Deu s Pad re ~odo- · . d aos seus roem ros , e. D eu s não ppd e recusar. na d a
b ,
San to 2 . É um pro- nica . ºp·l h . "ex aud itus est pro sua . " 3
gram a com plet o de vid a espi ritu al a seu I u . . reve ren tw .
de Deu s por Jesu s Cris to, é p~r Ele
: tend o rece bido tud o
.. ~ 3 o Enf ·m e'
l em uniã o com Ele que d evemos
que dev emo s glori- 1:>.:>, - . l .
tend
praticar todas as nos sas ~cç ºj5· M o hab itua men te, se-
-
ficar a Deu s, por Ele que devemo
's ped ir nov as graças, Oli er 4 Jesu s dian te
com E!e e nele que dev e~o s prci gun do uma bela exp ress ao e - o.s
ticar toda s as nossas . ,...., diar~te dos olhos,
nos o11-nos , no co raçã o e nas ma delo
acções. 1
. ·
, ·d ndo -o que dev emo s im1-.
isto e, cons1 erad com o o mo l Q
151. l.º Sen do Jesu s o perf eito S Vic
P ai , ou, com o diz lvI. Olier, o relig
ado rad or de seu tar, e perg unta n o-nos, como ._ . u ente de Pau o : ue
ioso de Deü s , o únic o . J luga r 7,...., n.o coração,
f a ~ia se estivesse em rne . ·
que lhe pod e ofer ecer hom ena gert esus, d· . cões interior
s· •inf init as, é evid ente d ós as sua s ISpo s1' es, a sua pu- .
que , par a trib utar mos o dev ido cult atra in o a n f par
o à SS.ma Trin dad e, . t a .pra tica rmo s as .nos-
não pod emo s faze r nad a mel hor reza d e m
- enç-a 0 , 0 seu ervo , . r, .
· ,nãos executçJ.n d· o
que unir -nos estr eita - .
sas acço es com seu · . espm to;,. ..., nas '
men te a Ele , cad a vez que queremo boa s inspira-
·s cum prir os nossos com generos1.d a d e , ene rgia
A

. e con •
stan c1a as .
dev eres de religião. O que · é tant
o rriàis fáci l, qua nto ções que Ele nos sufgenu.d
Jesu s , sen do co~ o é a cab eça dum
corp o rnísti~o de que , t
Ent ão sera ran~. orrn a a a nos sa ,,1·da , e ,,iveremos
nós somos os mem bros , ado ra a seu r. . on ego vivi t vero in me
seu nom e, mas em nom e de todo s
Pai não sàm ente em da vi da de Cns· t o .. \' wo. ', 1am - H •
aqu eles que sã~ incor"- Chr isfu s : Eu vivo, ma~ J~ ~ao son eu que vivo, por que
por ado s nele , e põe à nos sa disp
osiç ão as hom ena gen s é Jesu s que vive em m1m
que pres ta a Deu s, perm itin do-n os
que nos apro prie mos
dela s, par a as ofer ecer mos à SS.m
a Trin dad e. III Da par te da San tíss ima . Virg~m~
152. 2. 0 É igua lme nte com Ele §d
efic azm ente pod emo s pedir nov as
e por EI~ que mai s os s· ant os e dos AnJ
. · os na vid a cris ta
graças ; por qua nto Je-
sus , Sum o Sac erdo te, não cess a
de inte rced er por· nós, f . d tod a a dúv ida que não há
T':<
"sem per vive ns a.d inte rpe llan dwn pro mai
nob is" 3. Até mes- 1~4. ma e, Me diad or nec essá rio, Jesu s s que
r:,
mo qua ndo 'ttve mos a infe lici dad e um· so Deu s e um so . C~i sto:
de ofe nde r a Deu s, t M diator Úei et hom mum ,
Ele adv oga a nos sa cau sa com tant "Ur ,us eni.m Deu s, ,~~ ut1 :s ap:o uve
o mai s eloq uên cia à Sab edo ria e Bon -
hom o Chrrstus Jesu~ · . t rcessores e mod elos
1 Jo. XV, 5. d_a de divi na dar- nos prot ecto res, m
2 • Per quem haec omn ia, Dom e
vivificas , benedicis et prae stas ine, s~mper bona creas, sanctificas,.
nobi s ; per ipsu m, et cum ipso,
ipso est. tibi Deo Patr i omn ipóte
hono r et glor ia~. - S Hebr. VIl, nti,
et in
in unlta te Spir itus Sanc ti omn is
1 I Jo. II,_ 1 - .
2 Jo XVI 23, - s · Hebr
. V, 7 •
a~x vertus chré/iennes, eh,
4 Intro d • ª la vie e1 I T' IV, P·
47 , ed·• 190~•
25. II 5. .
5 Gal. 11, 20. - 6 ,m. ' · ·

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96 CAPíT ULO II NATU REZA DA VIDA CRIST Ã 97
q u e~ est eJam,
' - · S.o u ao meno s pareç am estar m ars. per to eIe gem plcnd consciência. Sabe o que Deus lhe propõ
e;
nos _: sao o~ . ~ntos que , tendo repro duzid o em si mes- conse nte no que Deus lhe pede, sem restriç ão nem con-
mos as perf e1çoes. divina s e as vittud es de No dição ; o seu Fiat respo nde à ampli dão das proposições
f aze t d
, ·. m par e o seu corpo m1stic . sso Sen hor, divina s, estend e-se a toda· a obra reden tora" 1• Maria é,
o e se intere ssam or
nos , que somos . seus irmãos. Honrá -los é h pois, í:l Mãe do Reden tor, e, como tal. assoc iada à sua
prio D l p,
- . .eus ?e es, , que são um reflexo· das onrar o pro-
suas pertei -
~bra reden tora ; e, assim , tem na ordem da repara ção
o
çoes , r~voca-lo! e, em últim a anális e, dirigir a Deus lugar que Eva teve na ordem da nossa ruína espiritual.
as
nossa s mvoc açoes , pois que pedim os aos Santo s c0mo os Santo s Padre s o farão notar com S. lreneu .
.
nosso_s Mãe de Jesus, Maria terá com as três divina s Pes-
v · t d interc, . .
essore s peran te o Altíss imo . . ·t , se1am
, rm1 ar as suas
ir u es, e imitar a Jestn. · Crrsto já qúe
I . • soas as -relações mais· íntima s : será a Filha muito amad
foram santos sen - d" d , e es mesm os nao
- a
do Padre, e sua associada na obra da Incarn ação ; a Mãe
. virtud es do divi:~
l. d . .
Mdl r aE em dque r:prod uzi~a m as
o e o. ~ta evoça o aos ~anto s
do Filho, com direito ao seu respei to , ao seu amor, e até
ondg~-. e pre1ud1car o cuito de Deus e do V b I mesm o, na terra, à sua obedi ência ; pela parte que terá
na n- f . _ er o ncar- ·'
no1> seus mistérios, parte secundária, mas real. será a sua
C O ' ao , az, pois, senao confir má-lo e comp letá-lo
orno, porem , entre os Santo s a Mãe d J colab orado ra na obra da salvaç ão e santif icação dos ho-
um lugar , t .' .
a par ed, expor emos prnne iro o seue papel
esus ocupa
depoi s
mens ; será enfim o templ o vivo, o santuário privilegiado
o dos S antas e os Anjos . . , do E8pÍrito Santo , e. numa acepç ão analóg ica, a sua
Esposa, neste sentid o que, com Ele e em depen dênci a
I. Da parte de Maria na vida, cristã I dele, trabal hará em regen erar almas para Deus .
,
196. . B) É igualm ente no dia da lncarn ação que
135~ l.º Fund amen to da sua missã o. O pa el
Maria é const ituída J1ãe dos home ns. Jesus, como dis-
de Mana depen de da sua estrei ta Únião com Jesus p
semos ( n.º -14'2) é o chefe da huma nidad e regen erada
por outros termo s, do dogm a da mater nidad e d· . ' ou, ,
tem l' d 1vma o que a cabeç a dum corpo místico . de que nós somos os mem-
. - hf.Jor coro ario a sua ignid ade e a súa missã o de - bros. Ora Maria , Mãe do Salva dor, gera-o todo inteira-
d os omens . mae men le, e, por conse guinte , como chefe da huma nidad e,
A) É
t 'd M- no dia da Incarn ação qtre Ma ·.. , como cabeç a do corpo místico. Gera, pois, també m todos
d J
m a - ae e esus, Mãe .dum Filho -Deus na e const1.- os seus memb ros, todos aquel es que nele estão incorp ora-
M- d
D eus ( )ra, se b em repara
, \!·- , ae e dos , todos os regen erado s ou aquel es que são cham ados
rmos no diálog o entre o An ·
e ª Hgem , Maria é Mãe de Jesus não somen te emJO a sê-lo. E assim, ao ser const ituída Mãe de Jesus segun
auo.nt
. . oR est de e' pe?~º
· " · · d
ª priva a, senao _ em ' quant o ·é:·'Salva . - . do a carne , é const ituída ao mesm o tempo Mãe dos seus-
d or e ,e entor. d · J O A nJo · nao
- f a la some , nte das. crráhde- memb ros segun do o espírito. A cena do Calvá rio r:ião
Zéls pesso ais
d , R e esus ,. é o Salva d or, e, o M ess1as fará senão · confir mar esta verda de ; no próprio mome nto
m o, ~. o eí . eterno da huma nidad e regen erada . Ct(a
. ,., espe-
em que a nossa reden ção vai ser consu mada pela morte
do Salva dor, diz este a Maria . mostr ando- lhe S. João.
tmatem_ idade se propõ e a Mar1·a · · · T 0 d a a. ob ra re , d enJ e
ora ,está suspe nsa do Fiat de Maria E d · t t nele todos os seus discípulos presen tes ou futuro s : Eis
· 1s o em a V·,- rr- aít o teu filho ; e ao própri o S. João : Eis aí a tua
Mãe.
. 1 Cf. S. THOMA S, ln Saiu/
chrisfi, disp. I-XXIII • Boss UET S A ngel . expos1tr
La
.. .
o; SUAREZ , De Mysteriis
Mêre de Dieu et la, Mere d h ermons sur la Ste. Vierge: TERRIE
' · · 1 BAJNYE L, op. cit. p. 73 _7~- - . Pode-s e apoiar. esta
1 1 _tese sobre as
palavra s do Anjo : « Ec~e
,Marie: Dict. d'Apolog. (d'Ale: ) ::;ei, !· 11};
plelne. de grâce; .R. M. DE LA BR;,;~ ra arte ; HUGON
N S J
!-• ÜARRIGUET1 La 'vi~rg;
conCIJHes 1n ute!o _et papes filtum, et "?~a-
pís nomen ejus Jesum (t. e. Salvatorem) ,·. htc
Altii,simi vocabit ur, et dabit illi Domin us Deuserttsedem magnu s ~t Ftll~s
de grace, 1921; Syn. Theol, do"m t II' e Jl2.26B. BAINYE , O. P., Marie ejus, :et regnab it in domo Jacob in aeternu m •· (lc. I, 31-32). David patris
" •• • , n. L, Marie, mere
-1263. 7
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98 CAPtTULO II NATU REZA DA VIDA CRIST Ã 99
Era decla rar, segun do uma tradiç ão que remo nta ser unida para semp re, e aceit ando amor osam ente
até essa
Üríge nes, que todos os regen erado s eram filhos prova ção, para fazer a vonta de de Deus e contr
espiri- ibuir
tuais de Maria . para edific ar a Igreja nasc~ nte, Mari a acum ula para
nós
É deste duplo título de Mãe de Deus e Mãe dos inum eráve is merec iment os. Os seus acto.s são tanto
mais
home ns que deriv a o pape l que Mari a desem penh a merit órios quan to mais perfe ita é a purez a de inten
ção
em
nossa vida espiri tual. · com que são pratic ados, "Mag nifica i anim a mea
Domi -
157. 2.º Mari a caus a meri tória da graça . Vimo s m.im", maü, inten so o fervo r com que cump re em
sua
(n. 0 133) que Jesus é a causa merit ória principal integr idad< ' a vonta de de Deus , "Ecc e ancilla Domi
e em ni,
sentidp_próprio de t9qas as grac;,as que receb emos . Mari }iat mihi secun dum verbu m tuum ", mais estrei ta a união
a,
sua assoc iada na obra da nossa sa~tif iéaçã o, mere • co~ ·Jesu s, for~.te de todõ o mérit o. •·
ceu ··
secun dària ment e e some nte de con.gruo 1 , com mérit ·· É certo que estes . mere cimen tos eram antes de tudo
o de , f:.,: . -para Ela mesm a e aume ntava m o seu capit al de graça
conve piênc ia, todas essas mesm as · graça s. Não as e
mere -
ceu senão secundàriamente, isto é, em depe ndên os seus . direit os à glória ; mas, em virtu de da pa;t;
cia de - !que
seu Filho , e porqu e Este lhe confe riu o pode r de mere toma va na obra reden tora, Mari a mere cia tamb
cer ém de
por nós. Mere ceu-a s, primeiro, no dia da Incar nação congruo pc:ra todos , e, se é cheia de graça para si mesm
, no a,
mom ento em que pronu nciou o seu fiai. É que realm deixa tram: borda r essa graça sobre nós, segundo_
ente a a · ex-
Incar nação é a Rede nção come çada ; coope rar, pois, press ão de- S. Berna rdo 1 : Plena sibi, nobis super
na plena
Incar nação é coope rar na Rede nção, nas graça s que ét super eff luens. -
dela .
serão fruto, e, por conse guint e, em nossa salva ção • 1·59. 3}' Mari a· caus a exem plar. Depo is de Jesus_
e san- ,
tifica ção. · , · . é:
lVlaria o mais belo mode lo que é possí vel imita r : b
H8. E depois, no decur so de toda a sua vida Ma~ Espír ito Sétnto que, em virtu de dos mere cimen tos
de seu
-ria, cuja vonta de é em tudo confo rme à de Deus Filho , nela vivia, fez dela uma copra viva das virtud
, ·como es
à: de seu Filho , assoc ia-se à obra repar adora : é Ela que desse Filho : "Hae c est imago . Chris ti perf ectiss
tma,
educ a a Jesus, ~ue suste nta e prepa ra··pa ra a imola gu.myr ·ad vir;um depin xit Spiri tus Sanc tus". Jama is
ção a co-
vítima do Calvá rio ; assoc iada às suas alegri as como met~ u a mínim a falta, a mínim a res_istência à graça
às , exe-
suas prova ções, aos seus humi ldes traba lhos na casa cutan do f., letra o {iat mÜii secu. ndum verbu m tuum
de . E,
~~za ré, às suas virtud es, Ela se unirá , por uma comp ·assim , os Santo ~ Padre s, em partic ular S. Ambr ósio
ai- e o
xao generosíssima, à Paixã o e morte de seu Filho Papa S. Libér io, ·repre senta m-na como o mode lo acaba
, repe- do
tindo o seu fiat ao pé da Cruz e conse ntind o na imola de te das as virtud es, "cari tativa e atenc iosa para
com
ção todas ~s suas comp anhei ras, semp re pront a a lhes
daqu ele que ama indiz ivelm ente mais que a si mesm prest ar
a -~~rviço, nãr, dizen do nem fazen do nada que lhes
e o. s~u coraç ão aman te será tresp assad o duma espad pude sse
a d; causa r o mínim o desgo sto, aman do-as a todas e
dor: tuam ip~ius anim am pertransibit gladi us" 2 • Que de to-
d~
merec iment os não adqui riu Ela por esta imola ção perfei
taT das amad a" 2 •
E conti nua a aume ntá-lo s por esse longo martí rio que _.· Baste -nos apon tar as virtud es assin alada s no
própr io
pade ce depois da Asce nção de seu Filho ao_céu : Evan gelho : 1) a sua /é profu nda, que a levou
priva - a crer
da da prese nça daqu ele que fazia a sua felici dade sem hesit acão as coisa s que o Anjo lhe anun cia da
sus- parte
piran do arden temen te pelo mom ento em que lhe
p~de rá

de Deus , de que a felici ta Isabe l, inspi rada pelo Espí-
rrtb Santo : "Feli z de ti que creste : Beata quae credi disti.,
.. 1 Esta expressão foi ratificada por Pio X na
e m que declara que Maria nos mereceu de congru Encícl ica-de 1904
o todas as graças qu~ l ln Assumpt. sermo II, 2.
1esus nos mereceu de condigno. - 2 Lc. II, 35. 2 J. V. BAINVEL, Le sain,t Coeur de Marie, p. 313-314.
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100 CAP1TULO II NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ 101

quon.iam per/icien.tar ea quae dieta sun.t ubi text o tão conh ecid o: "Sic est volun.ias
a Dom ino " 1. e jus qui totu.m nos
,:--2) a sua virgindade, que apar ece na resp osta habere voluit per ]vlariam" 1 . lmp orla dete
ao Anj o ; rmin ar-lh e com
Quo mod o Íiet istud, quo niam virum non prec;isão o sent ido . É cerlo que Mar ia nos
cognosco ? " deu, dum a ma-
que mos tra a sua firm e von tade de perm neir a med iata , toda s as graç as, dand o-no
anec er vírcrem s Jesu s, auto r e
adinda quan ~.º _foss e nec~ ssári o eara isso caus a meri tória da graç a. Mas , além
sacr ifica r a d:gni~ disso, conf orm e o
ade de rr:.ae do Mes sias ; ,.._, .) ) a sua ensi no, de dia para dia , mais com um 2
hum ilda de, que , não há uma só
:r•r lan? ece. na pert urba ção em que a graça, conc edid a aos hom ens, que não venh
lanç am os elogios a imecliata-
o AnJ o ,· na decl araç ão de ser sem pre inen.te de Mar ia, isto é, sem a sua inter cess
a escr ava do Se- ão . Trat a-se .
nho r no próp rio mom ento em que é proc pois, aqui dum a med iaçã o imediata, ~niv
lam ada Mãe de ersal, mas subor-
°G)eus, naq~ ~le Magni/ic?-t anim a mea dina da à de Jesu s.
Damirium, que· foi •.
cham ado o exta se da sua hum ilda de, no 162. Para dete rmin armo s com mais prec
amo r que mos tra isão esta
_para com a vida ocul ta, quan do, pela dout rina , diga mos com o lJ. de l aBrmse · 3 que " d
qua lida de de Mãe a or em
de, Deu,s, tinh a direi to a toda s as honr as pre~ ente dos decr etos divin os quer que
1 ; ,-, 4) o seu reco- todo o ben.efício
l~wne~to interior que a leva a fixa r no espí rito soh1:enàlural conceq.Jdo ao mun do seja
e med itar outo rgad o com o
~.1l~nc10samente tudo o que se refe re a conc urso de três vont ades , e que nenh um
seu divi no Filh o. o seja de outr a
C?~ ~em abat omn ia verba haec, con{eren form a. É, em prim eiro lugar,.çi vont ade
suo 2 · ;-, 5) o
s . in corde de Deu s, que con~
, • ~
.,eu amor para com D eus e .para fere toda s as graç as ; depo is, a vont ade
· com os , de Nosso Senh or
ho,~ens, que lhe faz acei tar gene rosa men Jesus Cristo, med iado r, que as mer ece e obté
te toda s as pro- m com todo
v~ço es dum a long a,, vida e sobr etud o · rigor de justi ça,· por 'Si mes mo ; enfi m
a imo laçã o -de seu 0 , a vont ade de
_filh o no Calv ário e a long a sepa raçã './Vlaria, med iado ra secu ndár ia, que as
o dess e Filh o tãó mer ece e obté m co:!1
ama do desd e ·a Asc ençã o até o mom ento ·· toda a conv eniê ncia , por Nos so Sen
da sua mor te. hor Jesu s Cris to .
Esta med iaçã o é imediata, nest e sent ido
_160. Este mod elo tão perf eito
c~er o, de enca nto : Mar ia ·é . uma simp
é,ao rriesmo terrtbo·,
~~aça ·con cedi da por Deu s, 'iv1aria inter
que , para cada
les cria tura com o vém pelo s seus
no~. ~ uma irmã , uma Mãe que nos sent .' · tiiérttos pass ados ou pela s suas orações
imos estim ulad os actu ais ; isto , po-
a rm1tar, qua n_do mais não fosse, para rém, não imp hça nece ssàr iame nte que
lhe téste mun har- a pess oa qne· re-
m~s o noss o reco nhec imen to, a noss a cebe esta s graç as deva irnpforar o soco
vene raçã o, ô noss o rro de tv'laria, a
amo r. E: depo is, é mod elo fácíl dé íinit ar, ·qua l bem pod e inter vir, sem que ning
uém lho peça . É
nest e sent ido·, ao
m~n ós. que Mar ia se sant ifico u nà vida rned iaçã o universal, este nden do-s e a toda
com um , nó cum - s as graç as con-
prim ento dos seus deve res de donz ela ó~clidas aos hom ens desd e a que da se Adã
e de mãe , nos hu- o ; fica, poré m;
mild
l es ~ubordinada à med iaçã o de Jesu s, nest e sent
· cuid
.. , ados da vi da dom éstic a; h'a vidà oc 1lt · · ido qu e Ma-
ahegr!as com o nas trist ezas , na exal taçã l a, nas ria rião pod e mer ecer ou obte r graç as senã
o com o nas hüm i- o pelo seu di-
I açoe s mais prof unda s . vino Filh o ; e , assim , a med iaçã o de Mar
ia não faz mais
Tem os. pôis , a certe za de esta r em cam que reulça1 o valo r e fecu ndid ade
inho perf eita- da med iaçã o de
men te segu ro, quan do imit amo s a Sant
íssim a Virg em : é Jesu s.
o melhor_ meio . de imit ar a Jesu s e de :' :·, .. Esta dout rina acab a de ser conf irma l Of
obte r a su~ pode - da pe o icio e
rosa . m~d raçã o: fyTissa próp rios em hon ra de Maria Med
: · iadora, conc edi-
·sios _pelo Pap a Ben to XV às igrej as da
_, 161~ 4.~ . Mar ia med iado ra univ ersa Bélg ica e a toda s
l da graç a.
, Ha mur to que S. Bern ardo form ulou 1 Sermii de aquaeductu; . n • 7,
esta dout rina - no . , . \! Enco ntrar -se-ã o as provas _ . d d
1 Lc. I, 45. - 2 Lc. II, 19. P. 'rerri en, t. III (todo ), - 3 Man _desta , asserça~ na obra cita
e, mere de grace, P• 23-24.
a o

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102 CAP1TULO II NAT URE ZA DA VID A CRISTÃ 103
.,-·
as da Cri sta nda de aue os p d · Há sem dúv ida excessos que é
gur a, que pod em ~s. t·I· e rrem 1. E, , mis ter evitar, par ticu -
. l pois, dou ttin a se- larm ent e tud o aqu ilo que por ven
u 1 1zar na prá tic
de1xar e e nos ins pira
. d f ª
r gra n e con ian ça eemque não pod e a par de De us, ou a faz er
tura ten des se a colocá-la
·r-,,'laria. del a a fon te da graça. Ma s,
enq uan to a con side ram os com
CON CLU SÃO :
o cria tura , que não tem
DEV OÇÃ O À S5.MA VIR GEM · :grandeza, nem san tida de, nem pod
er sen ão na me did a em
tM D: ,ese · ' · que De us lho con fere , não há exc
• mp enh and · esso que recear: é De us
a esp irit ualod . pap e I tao - .
em nos sa vid Ma ria
. d' . r~p ort ant e que ven era mo s nel a.
ran Jssrma d . · ,
Ieve mos ter p Est a ven era ção dev e ser maior
g . , .:, evo ção E. t
· s a pa avr a arad com E'Ia que a que tem os par a
er rzer e d·icação
e e e Jcaçao que r d· qu d · com os An jos e San tos , pre cisa
d Id 1zer d om d e si me nte por que Ela , pel a
. evotos de Ma ria, sê ·no s d s·
_1:1-esmlo._ e;em os, pois, , sua J-ig nid ade de- Mã e de De us,
pel o seu mú nus de· Me -
e, por Ela: a De us N· t er~ dia dor a. pel a sua san tida de, sob
. , .. D osf com
pro pno eus que se. nosIs d, o nao are mop eta me nte a Ela
_., . . ,
rep uja ·todas as cria tura s: ·
E. assim, o seu cul to, não obs tan te ser cul
, s sen ao Imi tar o to de dulia e
por i'tlterrriédio de M r· . Da a não de latria, é cha ma do com
.
pe a ven etu ção mai sl pro ª 1.a. areno_ s e nos dá o seu Filh o
mo s a •
raz ão cul to de hiperdulia,
l
fian ça mai& abs olu t
fun da . . . nos sa mte [·l!Jência poi s é sup erio r ao que se trib uta
aos An jos e Santo~.
, . , a nos sa von tad e pel a con- 165. B) Co nfi anç a ahs olu ta,
I·I·Ial' inteirament ª· 0
nos fun dad a no poder e
ao pe Io am or mai s
f •f . e t d so cor aç-
bon dad e de Ma ria. a) Est e pod
per e1ta, que for po 0 , o I o dnos.so ser Ia 1m1
. . er vem , não del a mes ma,
.
ssrve , as sua:s virtpe . ma s do seu poder de intercessã
ude s. tação mai s o, já que De us não que r
. 164. A) Ve ner açã o pl'Ofunda rec usa r nad a de leg ítim o Àq uel
ade d M- .d. D. r . Esta . ven era -
a
seia -se na dig nid
. çao ba-
. · de tod as as cria tura s: Na da mai s que ven era e am a acim a
equ itat ivo : ten do ·Maria
d
eras que aí dim ana me . E ae e eus
.. . e nas conseql.lên- -subministrado a Jes us aqu ela
pos sfve l esti ma r dem ·. d' .com f ·t hum ani dad e que lhe per-
· ·
. d
nca rna ,o ven era com . . asia am ent
e
e . t\.
eIº· I
jam ais nos ser á mit iu merecer, ten do col abo rad
o com Ele pel as sua s
I · 1\,I- " quep·ª que o Ve rbo acç ões e sof rim ent os na obr a red
ent ora , é con ven ien te que
com am or com o sua F•o·Ihsua 1v .ae q O d · • ten ha par te na dist ribu ição ·dos
S · · 1 a mm to am
' ue
ad
a re con tem pla frut os da Red enç ão ; Je-
ant o con side ra com o seu tem
re trat a-a com lO J a _ed ·Ique. o· E,spíritp ius não rec usa rá, pois, nad a que
Ela ped ir :de legítimo, e
d m . ass im s~ pod erá diz er que Ela
que a sau a comOo eh aw r re,speitPo env u,e- pre r. ecç ão. O Pa-
· d Ih ·
é om nip ote nte pel as sua s
~en tim ent odna obr d lia . e gra
. d , ian _o~ e um An jo súp lica s, om nip ote ntia sup ple x.
b) Qu ant o à sua bonda-
ça, e ped e~l he o seu con - de, ess1 é a de Mã e que tran sfer e par a nós , mem bro s de
a. que r a~sociar . oª pt[h nca rna ?ão Jes us Cristo, a afe içã o que tem
· b ed • , à qua l tão inti ma me nte par a com seu Fil ho; de
Elo ece -lh e. ,o Esp• ' ·to resp
S eita-a. · Mã Mã e cue , ten do- nos dad o à luz
·
sua s com p Iacê·nci as_., V m o ant a vem a a-a
am co~ o sua e na dor, ent re as ang ústi as
. _ d El
. ª e ne
1 · :d.o Cal vár io, nos terá tan to mai
s amo r qua nto mai s lhe
poi s . sen ao assoc,·ar-no · ene ran O a Ma ri
, t. - ,a f tem as \ll· ·,· cus tán os. Por con seg uin te a nos
o que Ela s ·esti mam . s as res d · · A
p a, nao aze mo s sa con fian ça par a com
ivm as essoas e · esti ma r, ~}: ·' : Ela será ina bal áve l e uni
ver sal.
·w. '
l-~·ü· '.) Inabalável, a des pei to das nossas
mISenas e fal-
tas. É: que , na ver dad e, Ma ria
é Mã e de misericórdia,
~at er ~iisericordiae, que não tem
que se ocu par de jus-
ti_ça.,. ma s foi esc olh ida par a exe
rce r ant es de tud o a com-
p~x ão, a bon dad e, a con des cen
.; dên cia : sab end o que nos
,zJ. ach amo s exp osto s aos ata que
s da con cup iscê nci a, do
r-...:,
~
rt..unclo e do dem óni o, tem com
J: pai xão de nós , que não

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1U4 CAP íTUL O II NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ 105
cess amo s de ser seus filhos, aind a quan l t de sua mão não pode is cair ;
do caím os em pe- deis. Enq uant o E a vos - ent1 des nad
cado . E assim, tant o que man ifest amo s a ~ue teme r ; sob a
o míni mo sina l de
boa vont ade, o dese jo de volt ar a Deu so b a sua pr otec h cão nao en
, , ., cor11 o seu favor, c hega-se se-
s. Ela nos acol he . . - á cans
com bon dade ; mui tas veze s alé, é Ela sua gnia , nao . o" aço E como temo s cons tant eme nte ne-
que, ante cipa n- gura.mente ao term . ,
do-se a esses bons mov imen tos, nos alca . os nossos inimigos e pro-
nçar á as graç as ~ess idad e de graç a, pdara vencerd· .oir-nos
que os exci tarão em noss a alma . A Igrej mui to amiú de
a com pree ndeu -o areclir na vrr . Lu de . evemos mb
tão bem que insti tuiu , para certa s dioc eses
, uma festa soh J\.qu ela que tão justa men te e c ama , h da Nos sa -Sen hora
esta invo caçã o que, à prim eira vista ,
pare ce estra nha, d.o Perpétuo Socorro.
mas , na real idad e, é perf eitam ente justi
fica da, de Cora- fi
ção Ima cula do de Maria, refúgio dos peca C) A conf ianç a junt arem os o amo r, amo r .·
dore s; prec isa- 166. d J- .d
men te- porq ue é lmá cula da e jama is com
éteu a men or f al- . lial; chei o. d~• can -ura, -simp :ai : da~~átern ura e generoSJ.-.
vel das mãe s, pois
ta., é que Mar ia tem mais com paix ão dos déi.de. t---1ana e segurdame_nteda
seus pobres fi- d '\. D ser t--1ãe de seu Filh o,
lhos que não goza m , como Ela, do priv que t.en o-, estm a o para
da conc upis cênc ia.
ilégio da isen ção eus l·d d ue torn am uma pess oa ama, -
lhe deu toda s as qua r a de! q_ . b dad
vel : a d e1rca . d eza, pru enc1a, a on e ' a dedi caçãf o.
2) Universal, isto é, deve este nder -se a:to das a .t o seu cora ção
ças de que prec isam os, graç as de conv
as gra- de. mãe . E, a mais. ama nte, vrsr oumqueFilh o-D eus e amá lo1
gresso espi ritua l, de pers ever ança fina l,
vaçã o no meio dos perigos, das angú stias
ersã o, de pro-
graç as de preser-
criad o expr~ssamentfe _p~ra
com a possrvel per erçao.
0r: esse amo r que Ela tinh a
, s que somos mem-
-o

, das dific ulda des F Ih


para com seu I od_'. trasp assa -o para no
mais grnves que se poss am apre sent ar.
É esta conf ian- . Filh o sua exte nsão e com p1e-
ça que reco men da tão insta ntem ente S. bros vivos dess e ivmo ' 1 ndec e no mistério da
· Bern ardo 1 : "Se
men to.
. E . es~e amor resp a
se leva ntam as temp esta des das tent açõe
s, se vo, encon.: . . _ assim ,
que ,El a se a leva r a sua prim .
a
V 1sitaçao, em apre ssa
trais no meio dos esco lhos das tripu laçõ
es, ergu ei os olho s b em seu seio e que, so,
para a estre la dp' mar, cham ai a Mar ia Isab el aque le Jesu s qu~f~ecet edu a casa
em vosso =tuxílio ; . nas bod as de
se sois sacu dido s à mer cê das vaga s da . pe1a sua pres ença , sanbd ica ouea se pass '
sobe rba, da amb i- a, inter vém junto
ção, da mal~ dicê ncia , da inve ja, olha i Can á, onde , aten ta a_tu o o~ ns espo
para a est~ela, :n- sos uma dolorosa
voca i a l\tlaria. Se a cólera, a avar eza, os de seu Fl·lho . p ara ev1ta
e l ' .
r aos JOVe
de cons ente em sacri f·icar o
praz eres eia carn e hum ilha ção; no a vano , on
agit am a barc a da voss a alma , pon de os d sal,, ar. no Cen ácul o,
olho s em Mar ia. · para nos ,
Se, pert urba dos pela gran deza dos vossos que tem : mais car0 ,der de inter cess ão, para obte r aos
crimes, çonf usos
pelo esta do mise ráve l da vossa cons ciên ond e exer cita o sebu pd .
cia, transidos de Apó stolo s maio r a. un ânci a dos dons do Espí rito Sant o.
horr or com o pens ame nto do juízo , com .
eçai s a sossobrar
no abis mo da trist eza e do dese sper o,
pen sai em Mar ia. 1... · 167. Se Mar ia é ª1 mais an:a,ve1 aedaa mais E
ama nte
No meio dos perigos, das angú stias , das i -· . d t ém a mais am · • , na verd a-
iqce rteza s, r:ensai ~:\::, das mãe s, evde ser am . l 'o· os
em Mar ia, jnvo cai a l\1aria . A sua invo
caçã o, o pms u- -~:- · de é este um os seus pnvihe" 1.d mais gloriosos ; em toda
men to dela não se afas tem nem do voss ij,
,-
. d J
a part e, on e esus e, con
, ec1 o e ama do , é-o tam bém .
o cora ção, nem 1\,1- d F·lh o . e sem jama is se
dos vossos lábio s ; e, para obte rdes mais
segu rame rne o
ii.1
~ r'• aria. N- l ao se se para a 1' ae o 1
- tro' envo•
lvem -se na
esqu ecer a d.1feren ça entr e um e ou dife
auxí lio das suas prec es, não vos desc uide .
rent e : ao Filh o
is de imit ai os .
séús exem plos . Segu indo -A, .µão vos ~es ma afeiç ão, post o ~ude end1 graDu rs
extr avia is ; supli- a Mar ia, o que
cand o-A , não _desesp€:rais ; pens ando nela
, não vos p~r- ;;.1'. tri b uta-
- o
se q re e ev1 o a et , dd
d amor d
- l D or
• ·'•t
' i" -1 se eve a, 1\A- ·iae -
tlm eus : a1n tern o , bdeneroso, e i-
1 Homil. li, De Laudibus Virg, Matr is, 11. :ip_. 1
·
cado , mas subo rdin ado ao amo1. d e Deu s.
\
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· CAPI TULO II NATUR E~A DA VIDA CRIS TA

. É amo r de com plac ênci a que se ª


virtu des e prer roga d Em Maria; na depe ndên cia desl a boa Mãe , com pene -
tivas de ~I . boza as gran deza s , t.re.n do-n os dos seus desígnios, das suas
pela mem ória ad . d ana , repa ssan do-a s ami úde inten ções , e fa-
do-l he o par;bémm1dran o-as, com ~raz endo zend o as noss as acçõ es, como Ela, para
-se nela glorificar a Deu s:
, e a vermos tao perf ·t M s e dan- Mar11ü{icat anim a mea Dom inum .
bem amo r de bene volê ncia d . ~1 a .
o nom e de :Mari as é tam- 169. É com este espírito que have mos
. . ' que h esde;a smc eram ente que de recit ar, em
a seJa mais con eci o e d hon ra da Sen hora , a Ave Maria e o Ang
para que se este nda a sua infl ,. . elus que lhe re-
oraç ão ajun ta a pala vra
bama o, que ora lemb ram a cena da Anu ncia ção e o seu
~enc ia so re as alma s, e à títul o de Mãe
ilim itad a conf ianç a . e ª1-ª~d çaod. Édam or filial, chei o de de Deu s ; o Suh tuum pra.esidium, que
·_ h e srmp
é o acto de con-
ça~, c egan do até àque la 1c1 a e e t .
intim id d emu ~a e e ica-
dd {ian ça naq uela que nos prot ege no meio
de todo s os nos-
m.a~ perm ite. a seu f-Ih É f- ª e resp eitos a que a sos pe~igos ; o Dom ina mea, que é o acto
de entr ega com-
conf orm idad e q I of. en 1m e sol:rretudo amo r ·Je plet a· nas suas mão s, pelo qua l lhe· conf
' ue se es orça por conf iamo s ·a noss a
coí.sas a sua von tade . .d M . arm ar em. to d as as pess oa. ~s noss as acçõ es e os nossos méri
tos ; e sobr etud o
com a. e Deu s ., com ·_ a e arra o Terç o ou o Rosário, que. unin do-n os aos
d , Ja que a tmiã o d e, por esse mo d 0 seus mistérios
t d , gozosos , dolorosos e gloriosos , nos perm
mais autê ntic o da am. d É as von a es e o sina .l' ite sant ifica r em
da Sant íssim a Virgem~za e. o que, nos leva à imit ação uniã o com Ela e com Jesu s, as nossas trist
ezas e as nos-
sas glória<;. O Offi cium Parv um da SS.m
ª Virg em é, para
.· 168· D) A imit acão é f . as pess oas que o pod em recit ar, o equi vale
mais deli cada que se lhe. od, c~b e ert~, nte do Brev iá-
a hom enag em
~
som ente cc•m pala vras rio . E' relem bra- lhes mui tas veze s ao dia
e trr utar ; e proc as gran deza s, a
e
, sena o com acto s q EI lama ,
r não sant idad e e a miss ão sant ifica dora dest a
Boa Mãe .
dá l o perf eito ct1J·a i·m ·t açao
- e, pa
, 1 , , ue a e um mo-
J dissemos (no 15g ) dra nos supr ema vent ura. 1
. e seu Filh o ··nos -d, com o ' sen I O M ·
Acr o oE coNS AGR AÇÂ O TOTA L
A ·MA RIA
d , a o exem p o dearra tOd
uma cópi a viva
d
A. prox imar -se dela é aprox1m . ar-se
. d e J as- as virtu es. t70~ Nat ure za e exte~1são dest e acto . É
que não pod emo s faze r n d e um acto
. sus ; e por isso é de devo ção que cont ém todo s os dem ais. Tal
dar as suas virtu des med -t ~ lma1s e_xcdele põe S. Grignion de Mon.tf ort, consiste
qu~ l o ex-
as repr oduz ir. nte do que estu - em se dar intei-
, I a- as am1ú e, esfo rçar -nos
por ram ente a Jesu s por Ma:ria, e com pree
nde dois elem en-
Para melh or tos: um acto de cons agra ção, que se reno
todo mais efic az odoalca q
nçar
mt~s, naod
- d .. va de temp os a
ue pra 1car to po emo s segu ir mé-
as e c d d
temp os, e um esta do habi tual que nos faz
vive r e oper ar
Inoss as acçõ es por fl,fo ria . , com 1xx •·wri .a
e ema M a uma as sob a depe ndên cia de Mar ia. O acto dê
psam ~t cu.m lpsa, et in lpsa i_ Por Jvl . . S . Grig nion , "con siste em se dar um todo
cons agra ção: diz
por meIO dela as graç as de u . ,aria ;_ per inte iram ente ,
. ana, ISto e, pedm do em qu-a hda de de escravo, a Mar ia e a
pass ando por Ela para _ qJ e precd1sa/m Jesu s por Ela" .
. os para a imit ar, _ Nin guém se esca ndal ize do term o escra
e om M aria isto é ir a esus .l
, a
d
esu
m per
M . ' deve tirar todo o sent ido pejo rativ o ,
vo, ao qual se
colaboradora, -p~rgunt , dconsrç eran_ o-A ariam. isto é, toda a idei a
com o mod de coacçã.o ; este acto , long e de imp licar
M- S , an o-nos mm tas veze . Q elo f .
e viol ênci a, é a
a ae anbs sima , se estivesse em
L expr essã o do amo r mais puro . Não se cons
do-l he hum ilde men te q I s. ue arra erve , pois, se-
ue ·I·me u ngar ?, e pedi n- não o elem ento positivo, tal qual o expl
sas accõ es com os seus d nos .
aux1 ,e a conf
, tura do : Um simp les servo ou criad o rece
ica o Bem -ave n-
_ _ _·_ · eseJos . arm ar as nos- be sold ada, fica
livre de deix ar o patr ão e não dá mais
1 Era o pi d
Montfo t
que o seu trab a-
. e oso exercício de M or
de lav~aft:tlv~li~~iu àe ,~ºs1!i~~tfºti~~~e~~ se:::t d:eM5;rie°:i!~i}~agi 1 ÜRIG NION DE MoNT FORT , op.
cit .; A. LHOU h\EAU , La
rltue/le à l'école de S. Origtiion de Mont fort,
1920, p. 240-247.
vie spi-

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108 CAPI TULO II NATU REZA DA ·VlDA CRIS TÃ 109
lho ,- n-ao -d'a u sua pess oa o
' s . seus d.1re1t
. os
seus bens . um e as boas obra s em quan to goza m deste mesm
pess oais os o valor, po-
sem sold ada . conscf~avdo consenteh livre men te dem ser-lhe entre gues e de facto o são por
em traba Íhar este acto de
ter,to e abrigo' d, ian o no sen or, q ue Ih cons agra ção.
, a-se para semp re co t de assecºrura sus-
cursos, a sua .pess oa e o 172. Uma vez feito este ado, não pode mos
.
p1e l a eIepen dênc ia s seus d ire1to
· .'
s mp o os· os seus re- dispor
dele. . ara vive r em com- mais d.estes bens sem perm issão da SS.mª
Virg
. 171. Para faze r aplic ação às .
rodemos e por vezes deve mos rogar-lhe se digne,em: mas
confor-
..
f eito servo de ,Marra,
. d,a- Ih e coisas espm tuais o per me o seu bene plác ito, dispo r deles em favo
r das pessoas
a) O , e p J
or a, a esus : .
El - a que nos ligam obrigações parti cula res. O
meio de tudo
corpo, com todo s o - ·d cónc iliar , é ofere cer-l he. ao mesm o temp o,
1 serva,ndo senã o o·us o b·. não sàme nte
, e-o rrgansdoseus · ·
senti os. não con-
- • õs
a nos"'sâ. pess oa e nossos b·ens. mas toda s as pessoas •.
s~~ão c;onformé o bene plác ito d ste m~ na_o
se servir deles .
1
'
Filho : aceit a de ante m- t d a .__ ·~- . Virg
. . l em
as d1sp · - ou dedseu
que nos são caras : "T uus tatus súm, Ômnio.
et omn es mei tui sunt ": deste mod o a
mea tua sunt,
1
c1ais re ativa s à saúd e ao f o as ·d SS.mª Virg em ser-
h) r
d . , en erm1 a d e ,·dosiçoes prov i en- vir-se--á dos nossos bens e sobr etud o dos seus
. ' l a e morte. dos de seu Filh o, para socorrer essas pessoas
tesoiros e
- . o os os bens de /ortw {a -
nao sob a depe ndên c· d M . - , nao usan d que, assim.
de Deu s. o deles se- long e de perd erem . só ganh arão com a noss
ia e ana, para Sua glória e honr a a consagra-
çs.o à SS.mª Virg em.
e) A alma com das as suas f
granclo-as ao servi ço d toD d
173. A exce lênc ia dest e acto . É um acto
de con-
- d ,. . e eus e o pr' acui ·
dade s, cans a-
b fianç a abso luta, já exce lente com o t!3-L mas
so . a d. uec-
çao e P1aria, e renu nc· d d · que adem ais
ian o a ~u o o ox1m o,
risco a noss a salvq.ção e sant ·f · - - d ·çont ém os actos das mais bela s virtu des :
d) que po e pôr em
I 1caçao. ; {'r,:: 1 ) Um acto de religião prof unda para
· _ T oclos os bens interior-es com Deu s,
tos, satis façõ es e o valo . . . .
t e, e~p1dntuais, mere cime n- f Jesu s e Mar ia: com ele, efec tivam ente . reconhec emo s o
·d r rmpe raton o
me dr a em que est b - l ' as· boas ob ras. na :,::·, süpr emo dom ínio de Deu s. o noss o próp
rio nada , e pro-
este ú timo pont o : es ens sao- a ien avezs E J f? ·clamamos de todo o coração os direitos que
I . xp ique mos Deu s deu a
.f Ivlaria sobre nós.
d· 1)) OsI nossos mé ·t · , nam
rr os prop . ente
d·t (d
zgno , pe os quai s mere cemo s , I os e con-
2) Um ado de hum ildad e, pelo qual . reco nhec
to de graç a e de gl, . endo
- . I~ara nos mesm os aum en- Ó noss o nada e a noss a impo tênc ia, nos :desa
ona,
mos a Maria é para qu sao poss amo s de
Ef ma 1enáveis ,. se, pois, • d
para que EI; os apliq uee a
p!es conv eniê ncia (d
·d )s.
a:t ~~
1
- em d e. ,congruo conIas os meri
os a-
c~\~serve e ~um ente , não
tos de sim-
tudo quan to Deu s Noss o Senh or nos deu,
-·pelas mão s de Mar ia. de quem , depo is
t'ucto receb emo s.
resti tuind o-lho
dele e por Ele,

ser o f ere-
c1 os por outr d ·
.
rvrem
, .
. . , ·e1xamos que 10 pod· em rvr .
. --,· °J) Um acto de amo r cheio de conf ianç a, pois
1 ente ana !spo n h a deles que o
amo r é o dom de si mesm o , e. para se dar,
é nece ssári a
. 2) O valo r
as mdu lgên cias é satis /atório do
alien , I , , .
d s_ nosso:; acto s, rnclu
c0nf ianç a perfe ita e fé viva .
, S , ' ave, e indo . ; ._ Pode "se, pois , dizer que este acto de cons
a anbs sima .Virgem i _ e1xa mo· l· - d I agra ção se
. :; a ap icaça o e es é bem feito. freq uent eme nte reno vado de
cora ção, e posto
3) O valo r impetratório, is em . práti ca, é mais exce lente aind a· que o
· t o é·, as noss as oraç ões e acto heróico,
pelo qual não se aban dona mais que o valo
r salis fatór io
l S. THoA t., Sttpp lemen t., q. XIII dos próprios actos e as indu lgên cias que se
' a. 2 . ganh am.

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110 CAPI TULO II NATU REZA DA VIDA CRIS TÃ 111

174. Os frut os dest a devo ção. Deri vam da sua ll. Da parte Jos Santo s na vi,la cristã ,
natu reza . 1) Por este meio glorificamos
a Deu s e a 177. Os Sant os, que poss uem a Deu s no céu,
Mar ia do mod o mais perfe ito, pois lhe dam inte-
os tudo o que ressam-se pela noss a santi ficaç ão e ajud am-n
somos e tudo o que temo s, sem reser va e para o~ a prog r:-
semp re ; e . ·'t·c a das virtu des pela sua pode rosa mtercessa
isto fazem o-lo da man eira que lhe é mais d ir na pra 1 o
agra dáve l, se- e nobr es exem plos que nos deix aram : d evem l ·
guin do a orde m ~sta bele cida pela sua sabe o- os p01s
dori a, volta n- venerar ; são pode roso s intercessores : deve
do a Ele pelo cam inho que Ele segu iu para mo-l os invo-
vir a nós. car· . são nossos mod elos : deve mo-l os imita
. 175. 2) Por este meio asse gura mos outro r.
ssim a ' _ 1.º Deve mo-l ~s vene rar; e, faze ndo-
nossa sant ifica ção pessoal. É que, na verd 178 o, é 0
ade, Mar ia, , . D us é Jesu s Cris to que vene ramo s neles. Tud
vend 9 . qu~ nós lhe. entregam'?s a noss a pess prop no e , o
oa e bens , · ·
que l b.' de bom é, .efec tivam ente : obrà d e D · ·
sente -se viva men te estim ulad a a ajud ar a sant ne es a
ifica r aque - 0
1
·
d ·\, ·no Filh o O seu ser natura l nao _ , - eus,e
les que são, por assim dizer, prop rieda de e c.e seu 1 1 e ma1s qu
-nos-á,_. pois, graç as abun dant íssim as, para
Sua. Obte r- um refle xo das perfe·içõe s divin as ; as suas l"d d
nos perm itir qu~ l a es
soor cna tturms · - obra da graç a dívin a mere cida por
1
aum enta r os noss os pequ enos tesoiros espir sao
ituai s que são .Jesm Cris to, inclu indo os seus acto s meritório
seus , e para os cons erva r e faze r fruti ficar s que, ~om
até o mom ento serem prop rieda de deles , neste senti do que
da mort e. Para isso usar á tanto da auto ~or ~eub ~:r:
rida de do seu nons entim ento neles coop erara m com Deu s,
créd ito sobr e o cora ção de Deu s, com o sao tam e .
da supe rabu n- ~rinc iua1 men te dom daqu ele que é semp re a
dânc ia dos seus méri tos e satis façõ es. suad caus a p~-
- a· e efica z: "Cor onan do meri ta caronas et
3) Enfi m a sant ifica ção do próximo, e mcirH . ona tua .
.
das alma s que nos estão conf iada s, não pode
sobr etud o onra mos , po1·s , nos '-Sant os·· a) os santu ários vivos da
deix ar de SS mc1 Trin dade que se dign ou habi tar nel es, orna r ~ su
lucra r com isto ; conf iand o a Mar ia a distr
nossos méri tos e satis façõ es segu ndo o seu
ibuiç ão dos alma das virtu des e dos dons, actu ar sobre
dade s, para lhes faze r produz~r livre men te
as suas fa~u, - 1
bene plác ito, acto s ~ent o-
sabe mos que .tudo será emp rega do da man rios e conc eder -lhes a graç a insig ne da pers
eira •mais acer - ever ança ,~) os
tada : Ela é mais prud ente , prev iden te e filhos adop tivos do Padre, por Ele sing ularm
dedi cada ,que
nós ; por cons egui nte, os nossos pare ntes e
dem lucra r com isso.
amigos só po- envo lvido s pela sua pate rnal solic itude . a
qud sou eram1
ente ai tdos .

. corre spon der, apro xima ndo- se pouc o a pouc


o ª. sua san-
176. Übje cta-s e que por este acto alien ~mo ti d a d e e per f e1ço . _ e) os irmã.os de Jesus Cristo, seus
s todo o es ; · · , .
noss o have r espir itual , sobr etud o as noss as mem11ros f1e1s
. ,, que 1·ncorporados no seu corpo m1sb co, re-
satis façõ es. as , l
indu lgên cias e sufrá gios que se pode riam
ofere cer ·por
b . dele a vida espir itual e a cu tivar am com amo
ce erat~ ·a· cl) os temp los e os agentes dóce r
nós, e que assim pode ríam os ficar longos is do Espí rito
anos no purg a- ~ cons .anci .
tório, Em si, é verd ade; mas é uma ques tão
de conf ian- Sant o, que se deix aram guia r por El l ,
~ e, pe as suds 1~sp.1:r
ça: temo s nós, sitn ou não, mais conf ianç a em ções, em luga r de segu irem cega men te as
ten ênci as a
Mar ia que
em nós mesm ds e em nossos amigos ? Se sim, natu reza corro mpid a.
não recee-
mos nada : Ela terá cuid ado da noss a alma São estes os pens ame ntos que tão perf eitam
e dos nossos ente ex-
inter esses , melh or do que nós o pode ríam os prim e M. Olie r 1 : "Pod ereis para isso ador
fazêr ; se não, ar com pdo-
não faça mos este acto de cons agra ção total fund a vene raçã o essa vida de Deu s derramd
, de que pode - ada em do os
ríam os vir mais tard e a arrep ende r-no s. Em 0s Sant os : honr areis a Jesu s Cris
todo caso , to ama n o-os a to os e
não se deve faze r este acto senã o depo is
de mad ura re- 1 Pettsées choisies, textes .med1t
, . bl. é par o LÉTOU RNEA U'
flexã o, e de acor do com o próp rio director. s pu 1 s .
p. 181-182.

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112 CAPí TULÇX ~V NAT URE ~A DA VIDA CRISTÃ 113
cons uma ndo-os pelo seu divin o Espí rito, para espírito de sacrifício . a hum ildad e, a pobr
faze r de to- 0 eza; outros
dos uma só coisa nele . . . Ele é que é nos a prud ênci a, a forta leza, a temp eran ça ou
Sant os o can- a casti dade .
tor dos louvom, cli\'inos ; Ele é que lhes A cada um pedi remo s mais partict.1larmente
põe todo s os a virtu de em
seus cânti cos nos lábio s ; por Ele é que todo que sobr essai u, bem pers uadi dos de que tem
s os Sant os graç a espe-
o louv arão por toda a etern idad e".
ciaL para no-la obter. .· .
179. 2.º Dev em.o-los invocar, para obte rmos -181. Eis o moti vo por que a noss a devo
ção se diri-
mais
fàcil men te, pela sua pode rosa inter cessã o, ~irá 'lobr etud o aos Sant os que vive ram na
as graç as de · mesm a co~d i.
que prec isam os. Não ½á
dúvi da que só a med iaçã o de ção que nós, ocup aram empr egos seme lhan
tes e pratt ca-
Jesu s é nece ssári a, e bast a plen ame nte ram a virtu de que nos· é mais nece ssári a. ·
em si mesm a •
.. ;l •
.'!1
mas, prec isam ente por serem mem bros ·de
Jesu s ressi.tsci~ ·.· ., Colo cand o-no s em -outro pont o de· vista
, terem os taro~ -
tado . os Sant os junt am as suas oraç ões às bém ·rlevoção parti cula r aos n'óssos santo s ·pndr
j: dele ; é, pois, oeiros, ven~
I' todo o corpo míst ico do Salv ador que ora do na esco lha que dele s f0i -feit'à uma indic
e faz assim ação provi-
i urna · doce violê ncia ao cora ção de Deu s. denc ial de qu:e deve mos tirar prove,ito .
1
Üra t com os .
S~n~os, é, pois. unir as noss as oraç ões às de Mas , se por motivos espe ciais , o_s atrac tivos
da graça.
'I mIStrco e asseg urar- lhes a eficá cia. Por
Sant os exul tam de inter cede r por nós : "Ele
todo o corp o
outro lado , os no~ leva m para este ou para aque le santo ,
se harm oniz am melh or cçim . as -nece ssida
cuja s virtu des
s ama m em ~es de noss a
n~s irmã o_s nasc idos do mesm o Pai ; têm alma , nada nos impe de de nos qarm 9s à
com paix ão de sua imita ção,
nos ; lemb rand o-se . à vista do noss o estad toma ndo o pare cer dum sábio direc tor, -
o . daqu ele em
que eles mesm os se enco ntrar am, reco nhec .. 1.82. Assi m coril preé ndid a, a devo ção
em em nós al- aos Sant os é
ma.s que deve m, com o eles, cont ribui r para extre mam ente útil : os exem plos daqu eles
a glória de que tiver am as
.Jesus Crist o. Que aleg ria não expe rime ntam -tne'lmas paix ões que nós, pass aram pela s
eles, quan do mesm as tenta -
pode m enco ntrar asso ciad os que os ajud em ·ções, e, · apes ar de tudo,_ sustenta:dos pela
a tribu tar as s m~sm as gra-
suas hom enag ens a Deu s e a satis faze r o ças. alca nçar am a vitór ia, são um pode roso
seu dese jo de estim ulo que
mag nific ar a Deu s por cent enas e cent enas .nos faz cora r da noss a cova rdia, toma r enér
de milh ar de gicas resolu-
ho cas se as tives sem I" 1 Assi m . pois, o seu tões e faze r esforços cons tante s, para as
pode r e bon- pôr em exec u-
clad<:, deve m-nos insp irar plen a conf ianç a. <;ão, sobr etud o quan do nos lemb ramo s da
E sobr etud o cefo bran do as suas festa s que os invo pala vra de,? ·1
ca - Ago stinh o : "Tu non poteris; quod •isti, · quo~
is!ae ? -
remo s de mod o espe cial; assim entra remo s
na corre nte li- A; suas oraç ões acab arão a obra e auxi liar- nos-
ao a se-
túrf?'ica da Igreja, e parti cipa remo s das virtu
des parti cu- 1iluir as suas pisad as.
lares prati cada s por este ou por aque le Sant
o. .,
lll. Da parte dos. Anjo s rn_i viela cristã .
180. '3 .º Dev emo s sobr etud o imita r as
suas virtu -
des . Todo s se esme raram em repr oduz ir os O seu mún us vem das relaç ões que têrn com
traço s do di- Deus e
vino m~? elo. ' e todo s nos pode m repe tir a fom ·1esus · Cristó.
pala vra de S. ·
Paul o. Sede meu s imita dore s, com o eu
o fui de Jesu s :=: ·:· ·1~j, ' 1. 0 · Os Anjo s refle ctem , ante s de
Cris to : lmila tores mei estof e sicut et ego Chri tudo , a
sti' ' 2 • Mas gr~n deza ·e os atrib utos de Deu s : "Ca da um
cuJt_ivaram · quas e semp re uma virtu de cara em parti cu-
cterí stica : uns lar repre s.ent a algu m grau do Ser infin ito.
a integ ridad e da fé. outro s a conf ianç a ou e é-lhe espe-
o amo r; uns ~iah ~cnt e cons agra do. Nest es cont emp la-se
a sua força,
1 J. J. OLIER , Pmsé es choisies, p. 1-,6. - 2 / eor. IV, 16• : ._. i 'coiifess., L. VIII, e; XI . ..
8
_:; .j~{1i,
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.\ r ,:-~:).~--
'!'"

114 CAPlT•.:..~!:...t·;· II
NATUREZA DA VIDA CRISTÃ
115
naqueles o seu amor, naqueloutros a sua firmeza. Cada "Deus, diz o Salmista, confiou-lhes o justo para que eles
um ~ a reprodução duma beleza do original divino : cada o guardem em todos os seus caminhos: Angelis suis man-
um o adora e louva na, perfeição de que é imagem" 1 . É, davit de te ut custodiant te in omJ;J,ibus viis tuis" 1 . E S:
I •
pois, o próprio Deus que honramos nos Anjos, que são . , j .,, ,
Paulo acrescenta que eles estão ao serviço de Deus, en-
"espelhos cintilantes, puros cristais, brilhantes reflectores viados como servos para o bem daqueles que hão-de re-
que representam os traços e perfeições desse To do _infi- ceber a herança da salvação: "Nonne omnes sunt admi-
nito'.'. , 2, Elevados ~ ordem sobrenatural, participam da nistratorii spiritus, in ministerium. missi, propter eos qui
vida divina, e, tendo saído vitoriosos da provação, gozam haercditatem capient salutis? " 2 E, com efeito, eles nada
da visão beatífica : "Os Anjos destes meninos, diz Nos- tanto desejam como recrutar eleitos, para preencherem os
so _Senhor, vêem corutantemente a -face de meu Pai que lugares· vagos p~la queda dos anjos rebeldes, e adoradb~
está nos céus : Angeli eorum ín caelis semper vident Ja- res, para glorificarem a Deus em lugar deles. Tendo triun-
ciem Patris mei qui in cae'(is est" 3 . fado dos demónios, nada tanto desejam como proteger-
184. 2. 0 Se considerá.mos as suas relações com Je.:. -nos contra esses pérfidos inimigos ; e é por isso que é
sus Cristo, não se· pode· afirmar como ceifo que tenham particularmente oportuno invocá-los, para repelirmos as
dele a graça ; ~as o que é certo é que, no céu, se unem tentações ·diabólicas.
à. este mediador' de relig'ião- para louvar, adorar e glorifi- '· ' h) Oferecem as nossas orações a Delis 3_ :' o que
car a m~jestade divina. , ditosos por assim poderem dar quer dizer que as apoiam, juntando· com elas as iuas pró~
maior valor às suas própria~ · ~dorâç6es : "Per quem ma~ piias súplicas. Temos, pois, interesse ·em_os invbcar, so-
jestaterrl tuam- laudant Angeli1 - ador-ant Dominationes, br.etudo nos momentos críticos, e particularmente n·a hora
tremunt Potestates". Quando, pois, nos unimos a Jesus, ·_--;: ela morte, para que eles nos protejam contra os últimos
para adorar· a Deus, unimo-nos por•isso, mesmo aos Anjos : · ~ss~ltos do inimigo e levem a no'ssa ~lma ao paraíso. 4.
1? ·Santos; e :esse concérto harmonibso não pode deixar de

gl?rificar •mais perfeitamente a divindade.; Podemos, pois, ,: , 186. Dos Anjos da guarda. Entre esses Anjos,
repetir com ·o autor já . citado: "Para sempre todos os há-os que são delegados para se ocuparem de cada alma
guardas dos céus, todas essas virtudes poderosas que os · .cm oarticular : são os Anjos da. guarda. A Igreja, insti~
movem, supram,' em Jesus Cristo; os nossos louvores ; eles tu indo uma festa em sua honra, ,consagrou a doutrina
vos "dêerri gra-ças .pelos benefícios que recebei-nos da vossa b:adi.cional dos Santos Padres, fundada, aliás, em factos
honda.de, quer ha ordem.da-naturez a, quer na da graça" 4 • · da .Sagrada Escritura e apoiada em sólidos motivos. Esses
· motivos derivam-se· da::i nossas relações com Deus : somos
1 ~S. 3. 0 Destas duas considera~ões resultá que,
seus filhos membros de Jesus Cristo e templos do Espí-
sendo os Anj9s nossos irmãos na ?rdem da graça, já que
rito Santo.' "Ora, diz-nos M. Olier 5 , por sermos seus fi-
participamos, como eles, da vida divina, e, como eles,
somof:. em Jesus Cristo os religiosos -de Deus, eles se in-
lhos, dá-nos Deus por aios os príncipes da sua corte, que
teressam rr:uifo pela nossa salvação, desejando qlie nos
se consideram até muito honrados com este cargo, por ter~
mos a honra de lhe pertencer tão de perto. Por sermos
vamos juntar com eles no céu, para glorificarmos a Deus
seus membros, quer que esses mesmos espíritos, que o
e participarmos da mesma visão beatífica. · a) E é por
servem, estejam sempre junto de nós, para nos prestarem
isso que eles aceitam com alegria as missões que Deus
bons ofícios sem conta. Por sermos seus templos, em que
lhes confia para trabal,harem em nossa santificação ~
1 Ps. XC, 11-12. - 2 Hebr. I, 14. - 3 Tob. XII, 12:
, 4 É efectivamente, doutrina tradicional que os AnJos conduzem
í J. J. Pensées choiçies, p. 158. -
ÜLIER, 2 L. cit., p. 164. - as nossas' almas ·ao céu como demonstra DoM LECLERCQ 1 Dict. d' Arclzt!o-
8 Mt. XVIII, 10. - 4 J. ]. ÜLIER, {, cit., p. 169.
logie, Les An.ges ·psych~gogu"es, t. I, cal. 2121, sq.-5 Pensles, p. 171-172.

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116 CAP1TULO II NATUREZA DA VIDA CRISTÃ 117

· Ele p1óprio habita, quer.que tenhamos anjos que estejam um excelente amigo, que nos tem prestado e está sempre
penetrados de religião para com Ele, como estão em nos~ disposto a prestar excelentes serviços. Só no céu nos será
sas iftrejas ; quer que lá estejam em homenagem p erp étua dado conhecer a extensão desses favores ; mas podemos
para com a sua ,r.randeza, suprindo o que somos obriga- entre\'~-fo pela fé, e isto nos basta para lhe exprimirmos
dos a fazer, e gemendo muitas vezes pelas irreverências o nosso reconhecimento e afeição. E particularmente,
_qu:-.~ cometemos contra Ele". Quer outrossim ·por esse quando a solidão nos pesa, é que podemos lembrar-nos
rnew, acrescenta.. ~le, ligar estreitamente a Igreja do céu de· que nunca estamos sós, pois temos junto de nós um
com a da terra. E este o motivo por que Ele faz descer amigo dedicado e generoso, com quem nos podemos en-
à terra esse corpo misterioso dos Anjos, que, unindo-se a treter familiarmente.
nó~ .. e· l!gandn-n9s a eles, nps coloqu~m assim na sua m--. · . Não esqueçamos enfim que honrar este Anjo .é. hon-
d~m, para não ~';zer mais que um só corpo ·a Igreja do rar o pró~rio Deus:• de quem ele é rep~ese~tante na terra,
ceu e a da terra . e unamo-nos muitas vezes a ele, para melhor glorificar-
<
mos a Deus.
187. Pelo nosso Anjo da guarda estamos, pois, em
comunicação permanente com o céu, e, parà tirarmos SíNTESE DA DOUTRINA EXPOSTA
,disso maioi:_proveito, não_podemos proceder melhor do que
.188. Assim, pois, Deus tem .uma parte grandíssimq.
pe~s,n ,a,miúcf~ nesse protecto~·; ce~€\ste·, para lhe exp~essar-
.~m nqssa santificação. É Ele que vem r~sidir em nossa
mos °: ,no~sa ven.era~ão, c?ri/iaáça e. t1;mor : ,-., ~). ·a ·nossa
álm'a, 'i)ara se nos dar a nós e nos santific!'lr, Para · rio·s
!7eneração, .fauclai;i4o-~ COffiQ µql' d~qµéle~ que vêem in-
permitir elevar-nos até Ele, dá-nos um organismo sobre~
ce~s.anter.nente ·ª face ele .Det~s, que sã~ junto- de nós re- natural completo : a graça habitual que, penetqrndo a
present':1,ntes. do nosso Pai ·. ée,leste ; · riã~ faremo~·• ·pois
própri·a · sUbstância da nossa alma, a Úansform~ é toma
nada: que lhe possa desagradar· ou o possa· 'c ~ntristar, ma:s
deiforme ; as virtudes e os dons que, aperfeiçoando as
ao ,contrário esforçar-nos~emos por lhe•téstem{ú1har ·b·. nos-
nessas faculda.des, lhes permitem, com· o aúxílio da' gra.ça
~º respeito·, ·imitãndo à sua fidelidade'. nb• serviço· d-~ dctual, que as põe em ·r:ioviment:o, praticar a'dós sobre-
Deus ; o que-é tima maneira deli éa da. de· lhe· provarmós
naturais meritórios da vida eferna.
a: nossa estima ; ,-e, b) a nossa con/iança, ·recordand6 · 0
poder que ele possui para nos protege~, e a bondade' que .. . 1s9: . :Mas ist~ ~ão basta ai-~da ao ~~u amor : enviá~
tem pa~a :onnosco, que estamos confiados : a !seu·, cargo ~no~ () Sf:!U F ill-i.~. único'. q~'e, fazend~~se .hcirn~µi 'como nó~;
~:J? propno Deus. É sobretudo nas tenta:çõê$ : do demó- se torna o modelo per/eito q'cie µos guia na prãtica d~~
mo que o devemos irivoca,r, pois que ele está acostumado >'.irb,rdes q;tw conduzem à pel'Í~ição e ~o _céu ; r;ios 1~er~c.~
á: frustrar os ardis desse pérfido inimigo :· bem.•como niis ·ª· g-raçí;l necessária para trilharrnos as suas pisadas, a ctes:-
·o_c~siõe.g perigosas, em que a sua ptevidência ·e tfiestreza P..~ito das dificuldades ql.le encontramqs dentro e fora,,de
tM opor-t~namente .nos podem auxiliar; na questão· da P..Ó.!l mesmos ; e, para melhor nos arrastar: em seu· següi-
:vO'caç~o, -~m que ele pode conhecer m:~Ihôr que ninguém ,nento., nos incorpora ,em Si, faz derivar para nós, peJ.o
os desrgnws· de Deus· a nosso respeito. Ademais, quando . ~.ep Aivjno Espírito, a yida cuja plenitud.e · possui, e. dâ,
temos algu,n1 negócio· importante que tratar ,corrr O pr6xi~ P.,qr, ~sta ·incorporação, às nossas rnenorf;!s. ac;ções..um :v~lor
mo, importa\ dirigirmo-nos aos· anjos da guarda d6s hósso~ ü1co~ensurável. .E, na v.er.da,df, estas: .~9ç,ões ..,1.1_:niq~s às qe
irr~ãos, par~, que. ,~lrs os preparem. para. a _rqi~s~~~:qiie ·de- J ~s_;qs, ....riossa cabeça, particip&Ill do valor da~'. .s1a1as, pois
, s~Jlir119s . d~s~rnpertha:r, junto ~eles ; ,..:. e)· o'. ryóssó· dmor,
1
que· num corpo tudo se torna ~cimum éntre á cabeça os e
dizendo-nos ·.que ele tem sempre sido e é ~inda: par~·:;ós membros. Com Ele e por Ele podemos,:pois, glorificar a

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'vr'\r J.J.U LV .11 NAT URe ZA lJA Y!UA CtU: ll'J
SlA

Deu s como Deu s mer ece, obte r nov .J.iVinas finezas, tive rem abu sado da
as graças e aproxi- graç a; porq uan to,
mar-nos assim de nosso Pai cele ste, repr com o diz o Apó stol o, "a terra que , abe
odu zind o em nós bera da pela chu -
as suas divi nas perfeições. va .qlle cai ami úde sobre ela, germ ina
erva útil àqueles
Maria, por ; ser Mãe de Jesu s e sua -pc;,r que m é cull ivad a, tem part e na
colaboradora, bên ção de Deu s ;
post o que ,sec und ària men te, na obra p:ias. se não prod uz mais que espi nho s
da Red enç ão, coo- e cardos, é julg ada
pera tam bem na dist ribu ição das graç .de má qua lida de e pert o de ser ama
as que Ele nos me- ldiç oad a: Terra
r~c~u ; ·é. por Ela que vam os a Jesu s, enim saepe ven ient em super se bibens
é por Ela que pe7 imb rem et generans
d1mos a graç a ; ven eram o-la e ama mo- herb am opp ortu nam illis a quib us colit
la como mãe e ur, .accipit bene-
esforçamo-nos por imit ar suas virt ude • di.ctionem a Deo ; pro/erens aute m spin
s. as ac tribulos, re-.
E, como Jesu s é não sàm ente nosso proba e.si et mal edic to prox ima " 1 .
che fe mas tam - É indu bitá vel que
. -bém o é ,dos San tos e dos Anjos,. Deu s, que nos criôn livres, r~sp•eita a
Jfõ-e a· no~so serviço noss a liberda.de, e
esses poderosos auxi liare s para nos prot não nos sant ifica rá con tra a noss a
eger em con tra os von tade ; mas não
assaltos do dem ónio e as fraq ueza s da cess a de nos exo rtar a que nos aproveit
noss a natu reza : os emos das graças
seus e;.:;emplos e intercessão são-nos um que nos cuto rga tão libe ralm ente : "Ad
pod eros o socorro. juva ntes aute m
Pod eria Deu s, verd adei ram ente , faze r <?xhortamur ne in vac uum gratiam Dei 2
mais por nós ? recipiatis : Exor-
E , se Ele se nos deu a nós tão libe ralm tá1no-vos a que não rec;ebais a graç a
vemos nós faze r para corr espo nde r ao
ente , que não de- de Deu s em vão ".
seu amo r e cult ivar 191. Ora . para correspondermos a essa
a part icip ação da vida divi na com que graça, deve-
Ele gen eros ame nte mos untes de tudo prat icar aqu elas gran
nos mimoseou. des devoções que
exp usem os no artigo prece_dente: devo
ção à SS.ma Trin-
do.de, devo ção ao Ver bo Incarnado, dev
oção à SS.ma Vir-
.·' ARÍ: JL ' A PART E DO HOME?vi NA VIDA
CRIS TA
gem, aos Anj os e aos Santos. Nel as enco
ntraremos, efec-
tiYamente, o mais efic az dos motivos
, para nos darmos
, . -· 19Ó. É evid ente que , se .De us ~pe
rou tij.ntas mar a-
· · ccm plet ame nte a
Deu s, em ·uni ão com Jesu s. e com a
vilh as, para nos com unic ar uma 'par ticip prot ecçã o dos nossos po~erosos interces
ação da sua vida · sores ; nela s en-
nós deve mos , da noss a part e, corr espo cont rare mos outrossim mod elos de sant
nde r às ·suas amo~ idad e que nos tra-
ro~as ante cipa ções , acei tar com reco nhe carã o o cam inho que deve~os_ trilh ar,
cim ento ess~ vida e m~is aind a ener-
cult ivá- la e prep arar -nos assim para essa gias sobrenaturais que nos perm itirã o a,pro
bem -ave ntur ~nç ~ ximar-nos cad a
e;terna que será a coro a dos nossos esfo dia do idea l de sant idad e prop osto à
rç~s na terra. A noss a imitação. ,-,
gratidão faz-rios disso um ·dev er; é que Not emo s aqu i, ,porém, que exp usem os
, de fact o, nãô há essas devoções na
mel hor mei o de agra dece r um ben efíé sua orde m ontológica ou de dign idad
io que utilizá-lo e. Na prát ica não
p~ra o .· fim para que nos foi con cedi do. é a dev oção à SS.mª Trin dad e a que
O nosso interesse se exer cita em pri-
esp_~ritúal exige-o : porq ue Deu s no'S meiro luga r ; com eçam os em geral pela
reco mpe nsar á sé'- devo ção a Nosso
g~~ do os nossos méritos, e a noss a glór Sen hor Jesu s Cris to e à SS.mª Virg em.
ia no céu corres- e só mai s tar4 e é
pon derá aos gtau s de gra?.ª q~e · hou que nos elev amo s à SS.mª Trin dad e.
verm os con·quistado ..
p~las .nossas ~oa s obra s: Unu squ isqu ·, 19'l. Mas não bast a. É-no s indi
e aute m propriam spen sáve l utilizar
mer
. c;ed. emJ· acci piet secu ndu m suu m labo rem " 1 . todo esse organismo sobrenatural de
, assi· m que somos dota dos
como, pe o contrário, se verá obri gado e aperfeiçoá-lo, a desp eito dos obst ácul
a cast igar severa- os de -den tro e de
men te aqu eles que , resistindo volu ntàr fora , que se opõ em ao seu dese nvo lvim 0
íam ente às suas ento . 1. Vist o
1 /. Cor. HI, 8. 1 . Hebr. VI, 7-8 . .:....·2 li. Çor, VI, 1.

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CAP1TULO n, NAT URE ZA DA V.IDA CRIS TÃ 121
:orn o perm ánec e em nós· a trípl ice conc mor al e sobr enat ural . não é mal ; é até
upis cênc ia, que um acto borrt,
mce ssar lte~ ente tend e para . o -n1~I e é atiç pois que tend e a üm fim bom , que em
ada pelo mun - últim a anál ise é
.d? _e pelo dem ónio , o· prim eiro pass o será Deu s. Que rer,' poré m, o praz er inde pend
com batê -la ener - ente men te desse
gica men te, bem cômo· ·os seüs pode roso fim que o legit ima, quer ê-lo, por cons egui
s auxi liare s. 2.º nte. o um
CoIJ10 _a qu_e le or~a nism o sobr enat ural
nos foi dado pará fim no qual se pára , é desordem. pois é ir cont racom a orde m
_prod uzir, acto s ~et/orrries,. meritórios da sapi entís sima esta bele cida por · Deu s. E
vida eter na. deve - esta deso rdem
'°:ºs ,mul f:ipli câ'r ·Os nosso~ mé't'itas. 3.º Com arra sta consigo outr a :· qu-em oper a pelo
o apro uve en- praz er, fica ex:-
f~m a __ Bon ~·a,de _divin a' i~stf üiir sacr ame p0~to a amá:.lo com ·exc es;o , porg ue já
nto~ , . que prüdti'- não se guia pelo
_ze~ - -~rr:- n9~ a -,~r~ça _s~~tindo , à med ida da · noss
a coop e-
,fim que ·impõe limi tes à sede imo dera da
do· praz er que
raça o'. , e n~c.essarIO apro xima r-n~ s. dele s
~uunt~ _possrveL ·:p•erfe\t:as:-: P0r esse meio_
com disp osiç ões, . . te. em. cada... . um de nós.
exis
.
~ôns
·:md nf_os_·d·ç1 ,,tdà da gra·~a. mais aind a, fá-Ia-emoerva s
remos 1~)4. As~irri.: por: exem plo, quis Deu s na
·Jori a que um ' certo . ptaz et , anda sse iner
~ua sabe~
1h e rm ame nte.
cres cer
· ente á :com ida,
para _nos estim ulai a sust enta r a.s forças
d; corpo. Ma (
éóm o bem diz Boss uet 1 •· "os hom ens ingr
atos e carnaí_s
§ 1. D~ luta con tra os m1m 1go s esp irit uai s _ tom aram ocas ião dest e dele ite, para se af
eiçóé!-rem ao seti
corp o :mais qy.e a Deu s que o há via feito
.. : O pràt er do
_~st_es inimigos . são a cdncy;P.iscência, :Jlfmento cativa-os : em lu:gat de· com erem para viver, pa.:.
o mun do .e 0 rece como dizi a um antigo', e depois· dele
.demon~o:: -a qoncupiscêncio., inirp.igo inter S. f\go stinh o;
ior que traze mo~
s~mpr~ connp~_co ; o mun do e· o dem ónio que não vive m senã o para tomer._ Ain da
, inimigos e:xte- aqüe les que sa~
r~o):'es,_ que ·?tiçam, o fogo d_a .c ~ncu pisc bP.tri ·rea ular ós seus ap~t ites, e são· leva
~nci a. · dos à mes a pela
-riet ~ssi Jade dl11att:~rez~. ilud idos pelo
pràz et, :_e arrasfa'-
t
e·. tuta Con~r~ ~ ~~l~C~P.ÍSCértcia
• 1 .
'tlos mais lon_ge ·do qu~ càn, ,ém pelo s ·
seus ehgç:idos, sã,o
:; :_, •• , • , ,
tr~n spor tado s pará ' alérti- dós' justo s· limi tes
' . :' ?'·. .Joã o. ~-~s:c~eveu
~- conb ;r~is éêhc ia nest J texto céle - -séhshieln1ente ganh ar pelo àp~t ite, e pão
; deixam:;se ih"
. crêe m jama is
bre__: ; D_~ ne_·_1il? d , esf, ip: ~n1Wd9 -conc há.ver satis feito int~itamen~e à nece~si'd
0
up'is_ceritia carn is ade, enqu anto ó
est e~ conc up_is~e:1-ti? oculorurri 'ét' supe êom er e o bebe r lhes· lisonjeiçún b ·gó_sto
rbia. \,ítaE:" 2_ O ". Daq ui, exces•
que yarf tos dize r será' a: dplf r:a,ç ao· ·dest sos rio ~omer· e bebe r, ·opostos à temp eran
'. · ,. . .- · . ': • &:;. ' ' .
e text o . · · ça. E qúe dize,r
1 .. ! . .: ,
· , I
do prazer_ aind a mais perigoso, da volú pia
' · · ' ·· · ··' rX · , "des sa
CoN cuP1 scÊN CIA' .o.A:'' cARi,;rn: · tla _e :vergonhosa chag a ·.da natu reza , ·dessa conc upisprofun""
,·• :19i.',,~f:;o~~~~~~~ên~id'Jas :ca; n//~ · a/nw· -·:d~sord~- que ligi.i.':a;\a hna ao corp o, por-laço s: tão
cênc ia
ama vios os e viot
np.,:fo· dç,~ ..praz
. etes
. dos ·sen
. tidos
. -·· .. _ \·. · · · , .· ·, i ··· . · · lentos,. de · que ·tant.o .nos ·c.u sta . desprender-nos, e caus a
tamb~rt1, n0 géne ro hum'ano- tão espa ntos
·: ~A) ;::O ·maL O .P~?-zei n:ãó. ~ mau."eirt s~ ·':· Deu as deso rden s?•: :~
s pei~ t9~t · Este praz e:r sei:isúal é tant o mais perigoso
m1te · nand o-o- a um frm'·süp•:erior·• ·.ó ·be
f -o, orde ·m ·'· ,. h n· t · quan-=-
·se;: iga, ~ pra~~r. a ; c~r_tos,,açbos.:bo.ns, .é ,•par · · o es o • to· é cêrto que se enco ntrá espalh'ado por todo
o corpo.
a:Jrs facil itar ·;
A ~ji~ta é. po/ ele inficiCÍriada; i.1isto ser
nos.
, atr1u
. r. ,assi
d m .ao· cúrripi;imento'-d · o 'dever·, ,.G·. ozar -D pra-'- · · pel? _s olho s -~~~
:zer__ co~ -_mo _era-~â.~;- refé ri?_db-o, ao ,sect com eça a sor:.ver o vene nq do él.rnor s-eri
Íir1;1, ·: que ·, é", 0 -~e!J) súal. _O s 01.widos
sã°d' 'pór ele:'} nfêc tado s; ~üá.ndo', por ·meio d:e corn~ersas
.
; f1r ° ad m
0 • 11 , 16 • «
~;á~eT/d~i:;t~d~, d~ .Bo~~uEi
's~~r
u o quanto há np mu d ~é ·a· Co~~~piscin~J~·-
carne, concupiscência dos olhos ·e sotíe'rbà- da -vida · , ....., ..
º»; c:qf~l)P:~çenç1a da

http://www.obrascatolicas.com I
---· .... .&. .&. ..._,,J...'\ .J i.L NAT URE ZA DA VID A CRI STÃ 123
pei-igosas e can tos eiv ado s de
ij alim ent am as cha ma s do am or
mo leza , se ace nde m ou se .no s a ver d a d e des ta dou trin a : imerso na águ a, o cate -
,
imp uro e ess a disp osiç ão cum eno mo rre a 1·I ao pec ado e a sua s cau sas , e. qua n do
sec reta que tem os par a os gozos
dig a dos out ros sen tido s. ,_., O
que tod os esses pra zer es sen su~
sen sua is. E o me smo se
que aum ent a o per igo , é
is se exc itam uns aos ou-
-

.-. l).
~· t:.
,· .
del a é reti rad o p~r tici pa d~1mad
sus r:t . ssu scit ado . E a dou trin a e
vis
mo pod ería mo s ain da .viv. er no
d
r::t
ª
·d d J
1ª: ;',M ort; s :~
d 7l
;[:! pec a o
t d s qua nto s fomos bap tiza dosgno-
r.
tros ; aqu ele s que serí amo s lev , 1
pec a .o, co
ado s a ter por ma is ino- rais por ven tura ~ue o o em
cen tes, se não esta mo s con tinu
am ent e de sob rea viso , pre - D..- •.~,,. Cri sto Jes us , ffü na sua mo rte fomos ba tiza dos ?
' \.-:· .
param. o cam inh o aos mai s cul páv
eis. Há até me smo um a . ·,,;,f: Por qua nto . fomos jun tam ent e quel d pEl" elo

:t
cer ta mo lez a e del ica dez a esp . sep u ta os com C. et p
ri:
que , lev and o-n os a bus car des
p_erta_m e lhe ma ntê m a \liveza.
alh ada em ·tod o o. cor po
can so no sen síve l, o des-
bap tism o em sua mo {'
sur giu dos mo rtos ,_le a g ~naA
pt~ que ass im como ns o res-
do ,Pai assim tam bém nós
Am a-s e o cor po com üin a · • . Ao,1·s a i·mersáo· baptis-
pai xão que faz esq uec er a' ·alm an d emo s num a VI· à ª nov a · SSim u ·
a ; um cuidç.do exc ess ivo ;-·< mal sign ific a a mo rte ao pec a d o • obr iga ção de luta r
d<\ s~ú de faz que se liso nje ie e a d
este s .sen tim ent os são out ros tan
o cor po em tud o, e tod os con tra a con cup isce nci a que t.en de ao pec a o ; e a sai'da
A -

tos ram os da coµ cup iscê n- . , . , . e a vid a nov l l t" . mos da


cia da c~r ne 1 . da agu a ex~nmd d ~ 1 d a, pe a qua par ic1pa
· ' vid a ress usc ita a o .._,a va or 2 O bap tism o obriga-nos,
orti fica r a con cup iscê nci a que f ·
196 . B) O remédio par a tão . . ,s e a
gra nde ma l .é a mo r-
tifi caç ão do pra zer sen sua l; por
que são de Cri sto cru cifi car am
os seu s vícios e con cup iscê nci as
qua nto , diz S. Pau lo: "O s
a sua pró pria car ne com
: Qu i aut em sun t Chris-
~o~s, a mN
imi tar :'
sua car ne,
~~s: ~en hor Jes us Cri sto que , cru cifi
;er ece u a gra ça de cru cifi car a
cFavos com que a cru cifi cam os, são pre cisa me nte os I-
ica em no .
can do a
nossa. ~-s
ti, cam em sua m crµcifixerunt cum · d .
tfü " 2 • Or a cru cifi car a car
vitiis et concupiscen- fere nte s act os e mo ,
rtif icaç ão que pra tica
b .
mo s.
- de mo rtif icar , o pra zer
gar rota r, suf oca r interiormente
ne, diz . M. Oli er 3 , "é ligar, T-ao imp erio sa e esta o nga çao d . ·t l
.
tod os os dese;os imp uro s e que d aqm d ep end e a nos sa d salv aça- o e ' ,·1 ª .esp ir1 ua· :
des reg rad os, que sen tim os em .'. '.Porque, se viv erd es seg un o a rrere1s. ma s se
nos sa car ne'' ; é tam bém ,·
car ne, mo
mort.ificar os sentidos exteriores pel o Esp írit o mo rtif icar des ai; ,viver~is :
que nos põe m em com u- º?~ as da . ca1: 1~·. . aut em
St. em·.m sec und um carnem
nic açã o com os obj ecto s de fora vixeritts, morie;;1im ,. st
e exc itam em n.ós des e- ::·
jos perigosos. O motivQ fun dam
ent al.· que nos obr iga a :: .... f
sptr. t"t l.!: fac' ta carnis morti icaveri is, viv
·t· . t's 3
et .
pm tica r esta mo rtif icaç ão, são
baptismo.
,as promessas do , nosso · 1
198 Par a ser com p eta a v1•t'onal · n- 0 bas ta ren un-
n~, - . ( , a .) , . t
ciar aos pra zer es ma us º qu~ , de pre ceit o, ; e m1s er
1-97. Pel o baptismo, que nos faz
mo~ret. ao pec ado }\:' a.ind a sac rifi car os pra zere s perigos . q d d
e os ue con duz em qua -
e nos inc orp ora em Cri sto, som os
mo rtif ica ção do pra zer sen sua l
obr iga dos pra tica r esta a !j;-i·· se infa .lhr elm ente ao pec a do,
e~
virt u e o prm
. " .
. , ·o .
c1p1 •
; por qua nto , "se gud cto S. ·_\fi; ":q . ·. t per icu lwn in illo peribit ; mai s ·nd a é ne-
Pau lo, não som os já dev edo res ui am a
. d · C1 ff dos pra zer es· l'tCt·ta1 . 'f· d
seg und o a car ne, mas somos obr
da car ne, par a vt°vermos '~(:. ces sári o priv ar-s e e l .,u ª l os, a 1m e
iga dos a viv er seg und o o ,r·:..
rob ust ece r assim a von ta e cont sed uçã o do pra zer
esp írito ; e, se1 viv emo s pel o esp ra a
írito,. and em os seg und o o
esp írito , que nos imp rim e no corq 1 Rom. VI, 2-4.
.ção a inc lina ção par a a t d A óstolo, trad uzi- lo assim
cru z e a forç a de a lev ar 4 • 2 « Não é detu rpar o pens
ame
em estil o teol ógic o mod erno : u~~ nr~me~1tof são sina is eficazes que
O bap tism o de ime rsão pel o seu prod uzem ex opere operato o q i s~~ficam. Ora ,o bapt ismo !epr esen
simbolismo, mo stra - ld~ de Cris to. E mister, pois t~
sacr ame ntal men te a m~~ ~t: ~ís~ , que el
- 2
1 Nes te pará graf o não
fazemos senã o resu mir ô cap. V
Oal. V, 24. - S Cat. chrétien. de Bossuet.
prod uza em. n 6s uma .
ica na sua rssê ncia , mas real
efei tos, m<;>rte aoJpecadc:is~o c:::s o hom em velho, e uma v1 ~~!~
l
1:3;
,Jeç. IX. , í Part ., leç. V. - 4 Cat. chrétien, ~sci tado (PRAT., Tlzéo
forme à vida de esus s R m >. /. de s.·,P aU 1
L. I, 7, P• 266-267), - VIIl 13.
o · '

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"-'cu; J. J. ULV ll.
NAT URE ZA DA VID A 'CRIS TÃ 125
ved ado .· é que . .e fec t·rvam ente
sem . que m que r que s b . · turo :, é a avar eza prop riam ente dita
d reslrIiçã_ 0 t 0 d os os d e Ie1tes
. orem
perm itido s, está bema pert . Num e nou tro case
e resva ar,. aos que_ o não s- o e)(põe-s<:, o hom em a com eter mui tos peca
ao. dos; porq ue este
d.esejo imo dera do é font e de mui tas
frau des e injustiças.
2.0 A CON CUP ISCÊ NCIA 201. B) O remédio. a) Par a com bate
OLH OS DOS r a vã cu-
' .· (cuR IOSI DAD E E AVA REZ A) . riosidade, imp orta reco rdar que o que
não é eter no é in-
· , 'd ·
~
f)
199 ' ;- .: ', 1 . ..
O Illal. A
~reend_ ,duas coi~as : a curiosid ade
con cup iscê ncia dos olho s com
tiign o de fixa r e rete r a aten ção de
n'ós. A figu ra dest e mun do pass a, não
seres imortais como
há senã o uma coi-
doe ntia e O a - ;sà que perm anec e: Deu s e o céu, que
esor ena o _dos bens da terra. é a eter na poss e de
mor . Véu s. Não deve mos , pois, tom ar
ra a) J·, A curi osidade, de que se·trata- é 0 d . .. .
. h.
>~pela s coisas eternas ; porquant-o; o inte ress e a vale r senã o
que não é eter no, não
d O • e ver, ouvi r, con ecer o que se, pass eseJ o 1mo d e- t- e·n: adá : quo d aete rnum non est, nilü
l' a no .mu nd0
, l est. É certo que os
. or exem p o, as secr etas intri gas que
P · acon teci men tos pr~sentes, como os
·- para , daí tirar algu m prov eito esp· nele s . d - , dos séculos pass ados ,
- f ,· I - ·t l e UI' em, nao : . -fi~dem e dev em interessar-nos, mas
- · in ua , mas para goz. r som ente na medidó.
d esse
d r1vo od con h ecr · ·tn ent o. ·E sten·d em que con trib uem para a glórià · de
e-se aos sécu los ..R Deu s ou salv ação
sa os, qua n º :revolvemos a hist ória 'dos hom ens. Qua ndo Deu s crio u o mun
exemplos- proveitosos à vida hum an~ não P Ih par
-~ exis te, não teve senã o um fim : com
do e tudo qua nto
- ara co er ne a unicar- a sua vida di-
ª
tar ima gina ção com todo s os obj ect;
Abr aça mor men te t d
pela s q . . _ f I
:n:i e
. q.
1rª
apas cen-
e apra zem ,
A
~ :- , vina às cria tura s inte lige ntes , aos
Anj os e aos hom ens, e
'i\ ;recrutar eleitos. Tud o o mais é acessório, e só deve
o ls as asa s c1enc1as divi natórias s~r
tstu dad o com o mei o para irmos· para
ou· futu ~:~s e:~~ p:;~ h:c: m:~ i~aD drin har Deu s· e para o céu.
~- .' - d as ~bisas secre,l.cts 'lO'l. b) No que diz resp eito ao amo
p.,1s, usm par ós ireitos de Deu seus, para s1 rese rvou . ,,; r desordena.dq
,w ·q · d d t .
11:1 __u~ r,os eveip.os entr egar à' esuaes nm a con 1ançâ.
f·. ~, dos ben s da terra; é mister reco rdar que_
as tiqu ezas nãê
von tade " l_ E st. _são fim, senã o mei o que nos dá a Prov
ctm
truanos1d
-d .·.ade. . ·esteIh
nde-se at/4 à .
~ .s c1encrns ver d. a d eiras e'
A • . .
.· a 1ctir às noss as nece ssid ades ; que Deu
idên cia para atlh
s é sem pre sobe rano
• . f º um fe,; __ es entr ega com dem asia , ou fora de útei s
t --~ Sen hor dess_as riqu ezas , que nós não
somos afin al mais
P0 , az-n od enta o sacr ifica r obri gaçõ que adm inis trad ores dela s, e que tere
es m:ais imp ~rt ~m mos de dar con ta
~:".'ºc;:~Ji:; •~' que lêem ,)oda a qualida de de ,;; ;;: ·d o seu nso : "red de rati onem villi cnti onis 1
tuae " . É, poi~,
Ínai . ' - . u po~s1as. Por qua nto, tudo iss; 'con sum ada prud ênci a cons agra r uma
. ,· s gue u,i;na mte mpe não é larg a part e do su-
men to do espírito uin ranç a uma doe d
ent· b _'. . t . d nça, um, esre , .. pérf luo a esm olas e boa s obra s : é acom
odar -se aos desí-
será vel eati~eir~ ~ . - . I mr;rr-- o o COfé)..ÇáO' um mi:
gra- gnios de Deu s que que r que· os ricos
sejàrp., por assim di-
nós, erifim um: ;a,- 'fo ute ndao nqs, , 2e1x:a~ 'zer, os ecón omo s dos pob res ; é colo car
·. ,- . . -: . . n e e erros tem po de pen sar f'ffi no Ban co _do céu
um depó stto , que nos será rest ituíd o
~oo>,-h) A d ..
o amo r deso rden ad;g d.: d' tr~ a dest ·.
· ·
qua ndo entr arm os na eter nida de : "En
cent upli cada men te,
teso irai ante s pàra
-se co a con cup iscê ncia .é vós tesoiros no céu, ond e nem a ferr ugem
. t;.. m e1ro ; uma s veze s consider::i.- nem a traç a des-
{ . '. . ~o _1~s,r~\!Ill_ehnto para, -~1q.uirir outr troe m, e ond e os ladr ões não dese nter
p o. praz eres1,0u , onra s . 0 t os berjs, P_ ext-rr
~,o .qi_nhiífbfii,· :. : 1--. . ., . ·.u ras ·veze s · a-~eg -- · -· - . '
ór tfies auri zafo aute m vob is thesa.uros in
ram nem furt am :
êctelo, · ubi neq ue
. . i • •P9F; e ~ ·.tnE!sm9:,
.~~s~--º Gb~ação a.e~ugo 11:equé tin~a demolitur, et ubt
• .
etJ.contrár =rHi_íªsuà' ; _. para. o conterüp·.I·· t -.., "''I·._. .-. ; . fur~s :rion effo diun t
_ _.. -.'. · : . _. - _· ª ,,..apa_p~_r e: nec frirántur" 2 • E é este o mei o de desa
·. ·:;: ./ ·<:- t/·' "__.P.9fS:-. _u lfª . ~e,~fa s~gurnnç_à :P:~f~' o;'.f~,:- :ra9õ~~-_dos.bens terre~tres, para os ~lev
peg ar nossos co-
ar até Deu s-: "Po r-
1 BossuET, ,. e., VIII. - 2 ·, B~ss~ET, l. e. _., .. . . ·,.
1 -Lc. XVI, 2. - 2 Mt. Vl, 20.

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126 CAPÍ TULO II NATU REZA DA VIDA CRIS TÃ 127
quan to, acre scen ta Noss o Senh or, onde está
o teu tesoi-
3· D A SOBERBA DA VIDA
o
ro, aí está o teu cora ção : "U bi enêm est thesa
urus tuus,
ibi est et cor tuum " 1. Busq uem os, pois,
ante s de tudo o
204 _ A) O mal . . "O orgulho, diz Boss uet , é uma
1
reino de Deu s, a santid8:de, e o dem ais
nos V:irã por . · - maI·s prof unda · por ele o hom em. entre
acréscimo. d epra vaça 0 · , . D gu~
. rnesm o cons idera -se como seu prop 1
Para o hom em alca nçar a perfe ição , tem
que faze r ª~xcesso do seu
SI , amor próprio ,, . E d
no eus, pe,o
mais aind a ; tem que prati car a pobreza ~quece~ o que D. eus e, o
. evangélica : séJJ primeiro princípi.o e últim o fim, estima-se
"Bem -ave ntur ados os pobres de espírito : Beat a SI my jº
i pauperes em excesso. aprer.ia as verd adei ras ou prete
spiritu" 2 • O que de tr.ês man eiras se pode fazer nsas qu~ i a-
, segu ndo ··-· d.€s: como -oe foram suas , sem a~ re/erir a
as inclinações• e possibilidacles de cadà um ~eus . Qa,1 es.~e
: 1 )" vend er .. : ·Jspírito de inde pend ênci a ou. de auto nom
todo s os seus bens e dá-los aos pobr es : "Ven
dite . quae ia que º le, ª
possidetis et date elee mos ynam " 3 ; 2) colo . a subt mir- se à auto ridad e de Deu s ou dos
car tudo em seus r~p_rese1:-
com um, com o se prati ca em certa s Cong •:; , ta:rites : esse egoísmo que o incli na a oper
rega ções ; 3) ~r para l SI me~
rrio corno SE' fora o seu próprio fim : essa va
cons erva r i;i prop rieda de e desp ojar- se do
uso, não des- com p acênc:a
p ende npo nada senã o conf orme o pare cer qtre se dele ita na próp ria exce lênc ia, como
. ~ or 4 .
direc.
dum prud ente . f ·. d l ·o auto r. que se com praz em suasseboas Deu s nao
obras,
osse e a ·
como i,e elas não fosse m, ante s d e tu d o e princip_a· l ·t
.men e,
. 20'>. Com o quer que seja, o cora ção deve r'éfo ltado da acçã o divin a em nós ; essa tend
· estar des- ênci a a ex_a-
pren dido das rique zas, a fim de voar para gerar .as próp rias qual idad es: a atribuir-se outra
Deu s. É isto s q:r nao
exac tame nte o que nos reco men da Boss uet p'ossui, a preferir-se aos dem ais, até por veze
: ''Fel izes os s a espr~-
que, retir ados hum ildem ente na casa do. Senh
or, &e de- iâLlos. c0mo fazia o Fari seu.
leita m em a nude z das suas pequ enin as cela~
, e em to- . . . 20!'>. A este orgu lho vem junta r-se a
dií5 as pobr es alfai as de que têm nece ssida de nest vaidade,: P:la
a vida , :_.· ·~~a l se busc a deso rden adam ente a estim
que não é mais que uma som bra de mort e, a, a ªr~r? vªpª º·
para . em tudo •.: , ~: louv or dos outros. É o que se c~am
isso não vere m mais que a sua fraq ueza e a vang ona. ~r-
o jugo pesa do -·. + . faz nota r Bossuot 2 se estes louv ores sao
COI,n que o peca do os esma gou. quan .o, como
Dito sas as Virg~ns sagra - ,' neles
das, que não quer em ser mais espe ctác ulo fafoos ou injus tos, que enor me e o meu_
do mun do, e erro lmd
dese jaria m esco nder -se a si mesm as sob o tanto me com praz er 1. E, se são verd adeir os,
véu sagr ado · on de md e
qué as envo lve. Bend ito o doce cons trang
imen to a que
V.\!m essoutro erro, d e .me d el eI·tar men os com ha ver a e,
. .ue com o teste mun ho que lhe pres tam 7 •·
se. suje itam . os olhos, para não vere m as vaid os ome ns .
ades , e dize- toisa estra nha. na verd ade 1 Mai s nos ~esv
rem com Dav id 5 : Afas tai os meu s olfws, a elam os pel_u
fim de as não estim a dos hom ens que pela virtu de em As1 ~es
vere m l Dito sos ª-il.-Ueles_que fican do, conf orme ~a .. e mais
o seu es- l~fi l~~· lfurn ilhad os nos senti
tado , no meio do mun do.: ., não são por mos dum a inad verte nc1a publ ica que
ele toca dos, drn~ à falta secre ta. Qua ndo este defe ito se
que pass am p'or ele, sem se lhe apeg arem ... vem a a~se-
que dize m '·'h. d lgué m não tard a em prod uzir outros:
com Este r sob o diad ema : "Vó s sabe is, Senh n orea r e a a 1ac-
or, quan t0 , f l d ,
eu desp rezo este sinal de orgu lho e tudo
· quan to pod~
Ú~ncia. que nos incli na a a ar e nos me~mos, d os -nossos ú-
servir à glória dos ímpios ; e que vossa serv '.: fos ,. a ostentação que proc ura atrau a
·t rmn
a jama is s,~ . , . . aten çao Pd
regozijou sqnã o em vós únic ame nte, Deu s blica pelo luxo e faus to ; a hipocrisia, q~e se os
de Israe l" 6• md as:~ ra
e~teriores da virtu de. sem se impo rtar de ª
. 1 Mt. VI, 21. - 2 Mt. V, 3. - S Lc. XII, ª qum r.
A!t: XIX, . 2~. - 33 ; ef. XVIII, 22 ·
4 J. J. 0LIER lntroduct., eh· XI
venta bie d1sc1ple, p. 248-2 67.-5 1 Ps. ; A. CHEVRIER, L; '
CXVIII, 37.-6 Estlz. , XIV, 15-18. 1 L. cit., eh. X, XXII I.- 2 De la CotU:llpiscence, eh. xvn.
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128 CAPíTULO II
NATU REZA DA VIDA CRIS TÃ
206. Os e}eitos do orgu lho são depl oráv
eis : é o artis ta saiu com uma ohra~prima, a quem
maio r inimigo da perfeição : 1) porq ue roub se deve m os
a a Deu s a elogios ? À tela ou ao seu auto r 7
~ua glória, e por. isso mesm o nos privéi d~ .
muit as graç as Ora, de nós mesmos, não temo s mais que
_e' meré cime ntos , pois Deu s não quer ser cúm plice o nada : :,.
da nos- "Eis o que éram os de toda a etern idad e ; e
sa sobe rba : "De us silperbis_,résistit 1 ; 2) é o ser, d·e que
a fonte de nu- Deu s nos reve stiu, não é de nós, é de Deu
merosos peca dos : peca dos de presunção, s: e, posto
puni dos com que nos tenh a sido dado . não cessa cont udo
queda.:; lame ntáv eis e vícios odio sos ; de desâ de ser aind a
nimo, quan -
?º o orgu lhos o vê qu~ caiu tão bai_xo ; ·de dissi
mulação,
dom de Deu s, pelo qual quer ser honr ado" 1
Mai s aind a: · de nós mesmos somos pecado,
.
porq ue lhe cust a conf essa r as suas deso rden nest e sen-
s ; de resis- tido, que pela conc upis cênc ia tend emo s para
!ênc ia aos supe riore s, de in~ eja e ciúm e o pecado;
1
a res.peito do de tal mod o que, segu ndo S: Ago stinh o, 2 :
'' . próx imq, etc. se não come'·
i' temo s certos peca dos, é à graç a de Deu s ' que
· , 207. B) O remédio é: a) referir tudo o deve mos :
a Deu s, .. Gratio.e tuae depu to et quaecr1.m.qu~ non
recoi;).hecendo que Ele é o auto r de todo bem /ect mala.
e que, sen- Qui d e"riim ntm facer e potut, qui etiam gl'atu
do o primeiro princípio das .noss as acçõ es, d~ve ser itufri /àdihus
o seu ama vi?" O que M. Olie r 3 expl ica assim :
~ltim o fim . . f~. este o .re,n édio . que sug~ re; "0-(Íuê 'véis
S. Paul o 2 : poss o dize r a esç~, r~~peito, ,é. q,u4;l;ni\ã.O .há
espé cie de pe-
Qui d habe s quod non acce pisti ? Si aute cado qu~ se poss a conc eber , não há impe
m accepisti, rfeiç ão nem
qu.id gloriari.s quasi non accep.eris.? Q~e t~ns desordP,m, não há erro nem conf usão .' de que
tu que nã~ a cath ~ não
tez:ihas rece bido 7 E, se o re.cebes,te, poc que estej a repl eta ; de· tal sorte que não há ,espé
te glorias. cie de levia n-
.coino ;se o não houv eras rece bido ) " .Don dade , não há espé cie de louc ura nem insen
de conc lui que satez que a
!.odas a~ noss as acçõ es deve m tend er. à · glóri <;:arne não fosse -cap az de com eter a toda a
a .de Deu s. hora'~. É certo
Sive rnanducatis, sive _bibitis, s.ive aliu d
quid facitis, que a i,6ss a na:tureza não está total men te corro
mpid a,
6rhn ia ln' gloriam Dei facite 3 :Que r com ais, <'.lomo prE-tendia Lute ro : pode faz·er. corn
quer bebais,- o conc urso ~e
qrié'r faça is · qual quer outr a coisa , faze i tudo D~u s, n;i.u~al ou sobr enat ural' '4 , algu m bem
para glóri
de Deu s". E, para lhes dar ·mais valo r, tenh amo s cuid a ' muit o bem corno se vê nos Sant os ; mas.
. ê até faz
a- como· Deti s fica
do de as faze r em nom é, na virtu de de s~nd o a sdà caus a primeira. e princ ipal, · é ·
Jesu s Cris to: a Ele ·que por
"Om ne quod cum que /acitis in vr2rbo aut in ; ~-; .. , isso são devi das as graças.
'o pere , ómn ia
in nom ine Dom ini Jesu Chri sti gratias ·1 ·jf~l
,-~t:_ ,·" l09. Con clua mos , pois, com Boss uet 5 ': '·'.Nã
agen tes Deo et o pre
0
. P,atri per lpsu m 4 : tudo o qtre fazei s . por i;j;'f.'J-: ,~tl.rnajs de· vós mesmo~, porq ue · isso é princ
· obra , fazei-o em nom e do Senh or Jesu s;·
pala vra ou por
d~nd o por Ele
..}'.J;·,,.
~if.:; t;. 1
peca do .. ,. Não desejeis . l . d h ípio
a g ária os oÍnens', porq úe' te~
de· o
todo ·
giaç as ao Pai" . · · · ·· · - · : · · · n:,. . rfeis· rece bJdo a voss a reco mpe nsa, ,e não téríe
. 208. ~' h) Com o, poré m, a noss a natu reza nos le~1 a .,:t · -riu 1senft::> verd adei ros suplícios. Não vos
is que espe-
glorifiqueis a vós
cons tante men te a busc ar-no s a nós mes ~~s ' (' ' 'l fobsmos : 'pois tudo quan
to vos -atribuís nas vossas• boas
, é nece ssári o,
para ' reag ir c0nt ra ~sta tend ênci a , lemb~·ar- · ,, .·. obras, roribai-lo · a Deu s que é o seu
mesm os não somo s mais que nada e pecado.
nos que de nós
·Há em nós,
.r~, · éth '.s·etr lu~a r, Não sacu dais o jugo da drsciplina
auto r, e pond es-vo s
do Se;
~em dúvi da. boas qual idad es naturais e ·sobr nhor;:•,ma\'.), :dtg~i's dent ro de ·V OS mesm os. com
enaturais, que ,~ ' o um s~berbo
~obe ra9à men te deve mos estim ar e culti var; .
m~s, com o . 1 J. J. Óue~·, Cat. chrét., I. P ., leç._ XV.
'estas qt1a lidad es vêm de D.e~s. ~ão é po~v ::>ui- 2 ,,Go1tfess .. I~ll, q,,7. -s C~t.
entur~ a Deu s , 4 . A 'I'eolo chref:,; leç. XVII. · .
que nor caus a dela s deve mos glorifi~ar ? gia ensm a (Syn. t'7eol.
Qua n:do· uni Q.Ottíetn\ "dep·o'is : da queda origin al, podedogtti., t, III, n. 72-91) que o
fazer algum bem de ordent
natur al s6 com o concurso natur al de Deus
1 Jac. IV, ,Q,-2 /Cp_ r;IV, 7,-3 ICor , ·X, ·3t.- il Cql; III, ., auxíli o prete rnatu ral, para observar to$. ; mas que é necessário um
17. , as tentaç ões graves. - 5 Op. cit., eh . XXXIa lei na.tural e repel ir _todas
1-í
. ·· ·
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. ~
9
I'' iao CAP1TULO II NATUREZA DA VIDA CRISTÃ
131
Jll orgulhoso : Não servirei; porqúe se não serv-is à justiça, pelas visitas que se fazem ou recebem, pelas correspon-
j sereis escravo do pecado e filho da morte. Não digais : dências, pela leitura dos livros ou dos jornais mundanos
N q.o estou manchado ; e não creais que Deus tenha es- lt um grande obstáculo à salvação e perfeição ; desp~rt~
quecido os vossos pecados, porque vós mesmos os esque- e atiça em nós o fogo da concupiscê ncia ; seduz-nos e
f
cestes : porquanto o Senhor vos despertará, dizendo-vo s : aterra-nos,
i 1 "Vede os vossos caminhos neste valezinho secreto : se-
t gui-vos pr,r toda a parfo e contei todos os vossos passos. 212. A) Seduz-nos pelas suas máximas, pelo esta'-
Não resistais aos sábios c9nselhos e não vos .arrebateis , dear das suàs vaidades, pelos seus exemplos perversos.

!
1
,J
l.
qua.ndo vos repreendem : porque é o cúmulo do orgulho
lf)v.antar:-se . coritra a própria. _verdade, quando ela yos
adv.~i::te._ e recalcit,rar contra a espora".
a) . pelas suas máximas, qhe ~stão em qpo;ição di-
recta com as máximas evangélicas . E co~ eféi'to o mt.mdo
elogia a felicidade dos ·ricos, dos fortes ou até dts violen-

. . :. Procedend o desta maneira, seremos mais fortes para tos, dos filhos da fortuna. dos ambiciosos , dos que sabem
i
,. lutar çon~ra ,O rrnmdo, o segundo dos nossos inimigos es- gozar da vida. Com que eloquência prega o amor do
piritu&is. , · prazer : "Coroemo- nos de rosas, antes que elas mur.chem.,
li. · •Luta éontra ' ô · mundo. Coronemu s nos rosis, antequam marcescant [" 1 . ,:_, Então,
diz ele. não é um dever sagrado aproveitar a mocidade,
210.. O ~un·do, de q~e neste lugar se· trata, não é gozar da vida 7 Há muitos outros que a,ssim. f azein, e
0

o conjunto das .pessoa,!l qµe vivem,. na: terra,; ,entre as O .eus. que é t~o.b om, não pode condenar a todi,i, ,a gente.
quais se enGontram jµntamerite , almas escolhidas e ím- ~ Ora I é prectso ganhar a vida. .. e. s.e. fôssemos 1 escrupu_-
pios. ·Jt :o cotnple'xo daqueles qúe,. 1,ã,o opostos a. Jesus l9sos em questão de negócios, .não chegaríéuno1, .tiuncíi; ..a
1
Cristo e escray9s da -tríplice concµpü;_cênci&. São pois : .e nriquecer.
J') os - inçrédulos, hostis ·à religião, -precisam~ nte porque . · b) Pelo estadear das suas vaidades e dos seus prà..
ela condena. . o seu . orgulhQ,•: a sua sensuahda de, a . sua zeres: :a maior parte das reuniões mundanas não têm púr
sede imop~rada d,1;1.s riquezas ; . 2) os in,,di/erentes, ·que fim mais que lisonjear a, ., curiosidade , a sensualida:de "e
não queretn: sa.her duma ·religião q1,1e os obrigaria a sair da até mesmo a voluptuosi dade. Para tornar o vício atraente,
sua indolência ; 3) os pecadores impenitent es,--que amam dissimula-s e sob forma de divertimen tos que se chamam
o seu.JJécad ó. ·. porque amam o prazer e não : se querem honestos, mas não deixam de ser•perigosos, como os ves'."
desembara çar· dele ; 4.) ·. os mundanos, que ;•crêem e até tidos decotados, as danças. algumas delas sobretudo que
praticam a religião, mas aliai;ido-a ao amot do prazer, do não parecem ter ou\tro fim senão favo11ecer olhares las d-
luxo, do,bero.-~star; e que por vezes escandaliz am ·os seus -vos e enlaces sensuais. E que dizer da maior parte das
irmãos.; crerí't~ · ou incrédulos, fazendo-lh es dizer -que a representaç õe~ teatrais. dos espectáculo s oferecidos ao
religião tem pouca: influência súhre ..a vida: moral. ,....., Tai é público, dos livros licenciosos que se expõem por toda: à
o .mundo , que Jesus amaldiçoou por causá dos seus es- parte?
cãndàlos : ;",]lae- mundo a ' scahdalis !" . I e•, do qual S.
e) Os maus exemplos não vêm, infelizmen te, senão
João. disse q ue estava todo. inteiramen te mergulhad o no
·a umentar o perigo : quando se vêem tantos jovens que se
ma l : "Mun dus tatus in maiigno
1
positus est " 2 . divertem, tantas pessoas casadas infiéis aos seus deveres.
211. 1. · Os perig~s de/ rit~ndo; · O mundo.
0
que tantos . comerciant es e homens ·.de negócios que enrique-
pen~tra
. até nas famílias cristãs
.
e ainda: nas comu~idad
, es, cem p(:}r meios pouco escrupuloso s, é forte a tentação de
j . ;. : _;;. . í.

1 Mt. iv!lÍ, 7, _: 2 /Jo. V, 19, · 1 Sap. II, 8.

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CAPtTULO II . - • NATURE2;A DA YID A CRI
STÃ 1;33
nos dei xar mo s arr ast ar a sem da: ,ete rni dad e, e· olh ar o mu
elh ant es des ord ens . ,......, E de- nd o à luz da fé. En tão nos
pois, o mu nd o é tão ind ulg ~~~recerá ele com o inimig
ent e par a coi n -as ' fra que z~s o de l esus Cristo, qu e é
hu ma nas , qu e par ece dar~lh ct;S.O com bat er ene rgi cam ent pre -
es ale nto : um sed uto r, é um e, par a sal var a alm a, e com
ho me m gal ant e ; um fin anc tea tro do nosso zelo. aon de o
eir o, um com erc ian t~ qu e dev em os lev ar as má xim as
riq uec e por me ios po uco hon en-
est os, é um hom em ' esp ert o db Ev ang elh o.
um livre~pensador, é um : . ·21s. A) · Já qu e o mu
homem._ sem pre con cei tos , nd o é inimigo de Jesus Cri
seg ue as lu~es da sua con qu e to, dev em os tomµr um a pos s-
sci ênc ia. Qu ant os · se sen tem ição dia me tra lm ent e opo sta
ale nta ~o s ao vício por apr às• má xim as e exe mp los do
eci açõ es tão ben ign as T rrn md o, rep etin do- nos mu ita
. 21'.5. B) Qu an do ' nos v·ezes o dil em a de S. Be rna s
não po de sed uzi r, tra ta o rdo 1 : "O u Cri sto se engana
ou o mu nd o erra ; ora é im
mu nd o de nos ate rra r r. . possív el qu e ~ S~ bed orj ~ di:
:. a) Po r vez es. é um a ver dad eir ~~il:l~. ~e, engane'.: Ai. dis
te· (Ch rts tus ) Jallitúr;· au f r,u
.
a perseguiçq.o, orga11i- ' ~rro.t : sed div ina m falli imp ndu ~
zad a con tra os cre nte s : pri o~siqile est sap ien tia m . Vis
tas rep art içõ es, os qu e cum
vam -se da pro mo ção , em cer
pre m pú bli cam ent e os seu s
- qu~ hâ. opo siç ão ma nif est a ent re
o mu nd o e Jes us Cris~o;
to
de- - é ahs ofo tam ent e ,ne ces
_veres religiosos, ou os qu sário esc olh er pos içã o , por que
e ma nd am os filh os- a esc g1,1ém p·ode servir a do~s sen mn -
.católicas. ola s h9r es ao me sm o tem po. Or
Jes us é a Sabedoriç1. inf alí a,
b) Ou tra s vez es desviam~se vel ; é, poi s, Ele qu e tem
da ; prâ tic a da religião pal avr as da vid a eterna~ e a&
-os tím ido s, tne tén do a riso o mu nd o é qn e se eng ana .
os dev oto s, os Ta rtu fos , os nos sa esc olh a, pois, bem dep A
gén uos qu e acr edi tam ain in- res sa ser á fei ta: por qua nto
da erri. dog ma s sed iço s, mó _diz S. Pa ulo ; n.ós r~cebemo
jan do das· ·mã es de f amHta te- s, não o espírito ·de ste mu ndo
qu e per sis tem erri: ves tir mo ~a s o Esp írit o qu~, vem de. ,
des tam ent e sua s filh as, per - De us : "N on spirít!:m hu;.u
gun tan do- lhe s iro nic am ent e mu nd t. a,c cEp imu s; sêd $,p_iritu s
m qu f ex De o est_ 2: Qtrn~
.é, a$sim qu e as esp era
m cas ar. E qua nto s, rea lm ent
ven cid os do res pei to hu ma e,'. qu e
se
rer _agra<l~1; ao mu ndo , acr esc ent
a ele , -é des agr ada r a J.~1
no , e ma u gra do os pro tes ~µs C,ri~to } '.'.Si hom ini bus
da con sci ênc ia, se dei xam tos plac'3r~m . servus Chris_ti n_9
.escravizar. por essas mo das e~sem'" \ E .S. Tia go acr esc ~
rân ica s qu e já não res pei tam , ti- ent a : Qu em que r ser amigo
o .pu dor I d~ ,m un do . tor na- se inü tüg .·
· e) · Em out ras cir cun stâ nci · o de .De u~ : Qu icu mq ue erg
as em pre gam -se am eaç ai: r:0luerit ~m i cus esse sae cul p
se faz eis ass im ala rde de vos i huj us, •iniinicus· De i con,~ti:
'Sa rel igi ão rião há lug ar par tui.tur" 4 . Po r ~onseguint~, .
'V'ós em h~ssos escritórios ; a na prá tic a : . ,·, -,
se lev ais tão loti.ge ' OS me lin
- ·~:··:· a) ..L~r ~-r~ler o Evar;ge_l~~: ·) iz~
dre s do pti dor , é ·inútil vir
à"s· nos sas salas·,; se sois tão
es- mo s .Que é a ete rna . ver dad
~d o-n ~~ a _nós . mes~
e. :1:1-µ~p:1 .nos .fa la,. e _rP,"gand9
cru pul oso s, não vos pos so
'em pre gar , no me u•: ser viç o: itq u·~t~ qu e oin spt rou ~os fâç
ne~ ess ári o pro ced er com o
tod a a ger:i.te ·. e eng ana r o
é ~ éq ~p ?ee nde r. go~tar .e i;rn~t
bli co, par a faz er din hei ro. pú - tiq lr ·é?tS ,_.S,':l?S- ,rn áii nia s : 'é
·. a~sim qQ:e . .~?m~s, ', 'l~f~f;ldeir,i~
·· . · : · µÍ.~ptt;! _çrist~Qs ou .Jtscípulp
E não há ria da ma is fác ~: ~e ·.Q:i stp .. Qu an dq ._\em
il do qu e deixar-se· assim as'.
sed uzi r. 9u atE)rrar,. poi s qu
e o mu nd o enc ont ra um cúm
p~is,...Q\l o.uv~II).~~ µiá xi,mas· ~on
Jig am'o-nÇ!s., por:!3.josatl\~.nte .:; ~
trárias ..~8. -, o Eyang~l~o1
pli ce em nos so . própr~o cor
açã o _e no . desejo. nat ura l
- ;e. fals_q; .po1s . e opo st9 a. n~-;
tem os dos .. bon s lug are s, das qu~ fal ive l ver dad e. • ·. . ·
hoI).ras, das riq4ez!3,s ,: .·_.: '.·,'.·, ,b).- "E\,ttar .as, ôcastões p-etigo ., . ..
1
.. · 214. 2. 0 ..O remédio .1. . ~as, 'qu'e po r ~!ma~~',s~
·Pa ra resistir :a est a "Correnté ~IJ<Wr-\i:am 'no: ,mundo. E.
per igo sa, é · neceSS"'á.rio col oca _certo qu e aqu ele s qu e nao
r-s e coraj<;>samerité -em Jre nte vivem

l l Cf. TRO NSO N


1 Examens partlculiers, XCIV-
XCVI.' ;:

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-------.a....1- . . . . l"'.(f'\. J. U .K.Cü/"\. Ui'"\. V .LLl.t"\. \..,1'\...l~ .1 A

ri, no claustro, são obrigados a :conviver com o mundo n


' li
j certa medid . , ; , d , uma e>.sua recompensa já na terra, que as alegrias puras / sabo-
j mun l . . a , mas . , evem-sé , preservar do espírito ·do readas no seio da família; são a:s mais doces. que ai satis-
. .. . e o, vivendo no mundo, como se não fossem deste fação do · dever cumprido consola muitos desgraçados é
i mundo : pois que Jesus rogou a seu Pai não que t"r
I;

os seus discípul d O d _ ' r asse ,que uma boa consciência vale incomparàvel mente · mais
I .. , ]\/ . os mun o, senao que os preservasse do que os inebriamentos do prazer. Alguns factos concretos;
ma . . . ~': rogo u{. tollas eos de mundo sed t -que citaremos, farão compreender estas observações. Mas
e0s a [ 1 .E S p I · . . u 6erves-
. ma o , , . . , au o quer que usemos do mund é sobretudo pelo exemplo que um sacerdote edifica hó
mo se dele não usá,~.semos : ."Qui utuntur hoc m~nd:·t;~_ trato com o próximo: quando tudo, no seu porte e nó
quaTJ?, non 1.dantur 7.; .i , ·
seu falar, reflecte a •simplicidade, a bondade. á alegria
codil S i~º
·'· e .. f . . . ., . .
franca, a caridade, · numa palavra, a safitidade, produz
•. 1: -~~e devem _fa~er ~obret_udo o~, _ecll;siásticos.: .
1
. ar~,- 0
~M-
~u:/ J;1~·.dev,em ~, ,~~r ~rze~ que ~stão _crµcificad'os
1 0

. n o, com~.º munefo esta crucrficado para eles:


:Sobre os que o vêem ·e escutam, mna ·'impresS'áo profun.
-da ; ninguém se cansa de admirar aqµeles que ajustam o

'd'ihzd mundus . . . 'est


. . . cruci/zxus
et e-go . d " 3. O
mun o .
d
mun o.
viver às suas con~icções,
1
e
~sfirria~sb uma religião que
s:1e ~- c~ncu_prscêncra:, ·não . pod·e ter encantos ·para nós . sp:b.e inspíl'àr virtud.es ,,tão sólidas, :.P0Rhamos, pois, em
nao po e msprrar-nos senão repulsão, assim como nó ~ prá.tica o que nos diz Nosso Senhor : ."Assim brilhe •a. VAS•
19os ·para ele um objecto·de repulsa,
t er e o nosso hábito ' ríi · · d·
porque o nosso
• d os, seus v' ..
. enaçao
c:r:~- sa foz diante dos hon;i.e.n.s, para que yejam as vossas boas
-obras e glorifiquem oi jvosso Pai que está nos céus : "Sic
e u a con .
r.-1,. . .
ueVe:rnos
. .. .
· · . · ·t I , _ . . rcros. luceat lux vesfra coram,,hominibus, .ut videant. opera ves-
.! . ·. ', pors, evr ar as re açoes Jforam.ente ·münd
Eim · nu .. st , . ' . d l d . . anas,
tra bana et glori/icent Patrem vestrum qui in ca.elis est" .,
1
.,_.. . ' e e. àrramos es oca os. , Já ·se· ~ntertde . . .. ' t·.
aue• fazé· 1 . .. d .• , , ,
e cortesia de· h··e··•.l(.o' •.
que emos.·. E não sãp .úpicamente. ·os saçerdotes, que :praticam este
1o_· t. .· l . .d e rece · er I dv1s1tas . · • séiãa· 1>' cros e so-
:g~nero de apostolado; os l~igos de aljraigadas ç:onvicçõ~s
j'~ uc o. e aposto a o ; mas ·essas visitas ·cutt' .
nno ' esqtteceremos o que. se diz de Nosso
da: 1, , • , • . , _ .
s· ,Te\}, ,las, _e
. . ennur aepors
~xercem; , influência tanto mais benéfica . quanto é menQr
1_
~ua ressurre1çao, a sa:.oer, que-Ehr1·á rtâo fa~J-
.rsc1puJ '4-i':
.. 'L, o: a seus-
a pr~vénçãó cor:n que ,&e olham os seus. bo:ns exemplos.
d - ' .~s , · - · ·
. 217•. •b) · É a estes 'homens de· ·eleição e aos sacer-
.I ~ se~af,a raras aparições:: e. essas eràm 1P'âr~ Cóm'-
- , f I 11, . d .
P eLar Él. 1:sua·· ·-
: . orz:naçao e a ar- nes o reino . dé' 1 Deus'. -dotes que , pertence inspirar aos cristãos- m~is tímidos a
'\j\
parens ecs et loquens ie regno De(' 4_ .. , , 1 • • -coragetn de lutar contra -a -tirania do :respeito humano•, da
216. B) N- . · ·· · ·· . · . - · · . : ·.., moda ou da perseguição legal. Um dos melhor~s meios é
.. .,1, ;;, . .. . .. .ªº i~em?s, pois, ao mundo senão para formar . ligas ou associações, compostas · de · cristãos fa-
E~.c _;-f{tnts 1'.reda_ ou 1r:d1_re~tamente o apostolado, fsto é,
fluentes e corajosos que não temam falar e proceder cor:i...
ftr~ ;, !. ~~ª~~~ ª~.ma;rt~as e os exêiriplos do ·Evange-
soante as suas convicções. Foi assim que os Santos refor-
•~v?:. os
a>it~ª1º .~~quec:y,emos · que sdmos a Iüz 'do
es is ux tnundi ' . e .
t rans f ..
' mundo:
maram os coshimes do seu tempo i_ Foi assim que s·e fun-
• . ;__ , , ! , . . • . . . . , , sem. orma:rmós .as nos-
sa$ ,couver$as ·,num · , •d · · ., .. _ ( -.. .. - . da'.ratn rias nossas grandes Escolas e até no Parlamento,
d<'! ;; , b '8 ,)' J. . ~ espe~1~. , e p~ega çao o que ·pareceria grupos comJ!>ados que, sabem -fazer respeitar as suas cren--
. _sca ~, o . , ~pre;ciaremos tüdo;·. as· pessoas; 6s aconteci-
,ças religiosas e arrastar os hesitantes; No dia em que es-
mentos e as c~is·as à luz do Eva:ngeiho· ;· em foga:r de!. ro-
dam~r.~?s fe.I1~es os ricos e os fortes, observaremo~ ' ~~m
s'es ·grnpos' se houverem ·multiplicado- não sómente nas ci-
dades mas ainda nos ce,mpos, o i:espeito humano, e~tará
t~~a a ~1mphcrdade que há outras fontes -·de· feli ·d d
d rversas ' da ·riquez , , d f t ·
ª ª
_ci a e tem perto de ser exterminado, e a verdadeira piedade, se
--~-- - e or una, que a virtude- •encontra não for praticada por todos, será _ao menos respeitada.
?~· ;VII. -
J ,·, . ' • .-) .'·,
• f .

2
5·, M:. 1 Cor. VII; 31. _, 3, .Oal: VI,)4. - 4 ·; Aqt.)i 3 • ~- · '. :,:i
Mt. V, 16,..i....2 Assim,· no séc . .XVII,. S . . Vicente de Paulo e M;:
0/ier chegaram a' resultados maravilhosos, fundando Associações ou Ligas.

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NATUREZA DA VID A CRIST.;
137
SU8. Por con seg uin te, na prá
ções com o mu ndo no sen tidp
tica , ~ad a de pac tua - - só d 1.1,ec t am en te , ma s tam bém por inte rmé dio das
em :qu e o def inim nao . d d . ndo às cria tura s um a cer l·b
os, nad a
de con ces sõe s par a lhe agr ada
r ou atra ir a sua esti ma . cau sas l seg un- as ,Adeix at nos ta r er-
d
Co mo diz com raz ão S. Fra nci d
da e _e e ª. o ·. n ver e- ,
cça aliá s qu·e este jam os e so-
sco de Sal es 1 , "fa çam os 1) ' h- ·
nosso aux ílio os seu s ons anj b
que fizermos,. o mu ndo . mo ver ·: l'l 1~ hre avr sf' ç env ia em os, em
-no s-á sem pre gue rra ... ·o da gua rda , par a nos pro leg
De ixe mo s ~sse cego, Fif ote a .f par ticu ar o nosfsol an~ o socorro er (n. º
: dei xem o-l o gritar qua nto que nos dá por si me
qui ser , como um a cor-uja, par ·
;: .•. 186 ss ) sem ª ar smo
a inq uie tar as ave s do dia . , . , F·l h A d 'l·
Sej am os fom es em nossos pro 1, , ou. por seu 1 0 · Pro~ eita ndo -no s esse aux r IO, tnu · n
-
jec tos , inv ariá vei s em nos- , ·, d d ' f· 'mo nos
sas . r°€;soluções .; . a per sev erà nça ••;i_.: f~~ os o em om·o, con 1rma - na vir tud
· e e alc an-
far á ver bem se est am os .. , Est e adm iráv el governo
des inte res sad am ent e e dev.era •. , , çam os me re c1·me nto s par a o ceu .
s sac rifi cad os a De us e cori- . d Pro vid ênc ia mostra-nos me . or . ort ânc ia ext rem a lh
sag rad os à vid a ,d~~9ta'~- -
·, ,_
., .,•.ª• d·eve mo .
s 1·1ga . r a,· nos sâ sal vaç ãoa-ermp f - .,
san ti ica sao , Jª t11:1d·e
que , o infe rno estã o nisso inte res sa d · , d
II, r.,-
Lut.a con
. tra· os., e. a Iro a t a
•:;: , o Je,;1ónio 2,. ~1. ceu e
d ntro da nos sa me sm a a ma .
2191 nos sa alma., e por vez es. de ra-
1. 0 • · Existê11êia: e raz ão de . l t s e infe rna is ásperos
diabólica. Vtt n~s · aci ma , n.º 67. ser da tentaç ão · vc1.m-se en t re as pot est a es ce es e .
·d
com·1·•ates, em que se jogada v1 a e t ern a. Par a sair v1to.-
.
com o o dem óni o, inv e-
josoi da feli cid ade ·de nossos d , .
prim:eiros pai s, os inc itou ao rioso, _vej am os com o pro ce ~
pe'c,~dó , ·e bet n · dem ais Jhe º: : em om o.
su· çêd era m sua s tra ças ; e, ·' · , ..
àssirrr; ú'"'hvto da:S-abedbria. ded ata .:'q u'e '"foi pel -i;· '.l'lt . . 2.º A tác tka d· d , i A) O dem om o
o em ou o.
dó 'de mó nk gu~ · a tnorte· en:trotÍ: ~o· niun:d a inv eja l . fI . d. t me nte sob re as nos.sas f acu Idades
. ríão ~ocre , m ..mr .. i:ec ~ .
bblt mors 'introi:vtt in orb em 3 • ·De sde o : -Fn.vidia dia~ von tad e. De us res erv ou par.a
·ess e· mo me nto não &uper1ores, a 1,n~_el~ge~cl)e:: .
ces sõi i dé· n1~ver •·g~err~ áos óde pen etra r no cen tro da
des cen den tes qe Ad ão, de si est e san lua no . so p.
· . l · . 'da nos sa von tad e , sem
lh~ s •es ten der ·ap nad tlh as:
de· No ss'ó Sen hor à terr a e do
e;
·posto que , dep ois da vin da i1'0ssa ª ~ª- ~~m~v~r D enesolü
as rgias
s àni ma e
. ·
seu triu nfo sob re Sat aná s, hos._fazer_ v10 l:nc ia •d e~s .. illabitur. ..
o impér-io. des te inimigo ten ha . . . Pod e; por em , o em om o . fl ir dir ect am ent e sobre o
dec lina do inuití1simó', nem .. . ··. . . b m u : ,
por isso éon:tinua· sen do me nos
ver dad e ,qu e t~mos de hi- cor po, s9 re os se_.nti dos exteriores e mte nqr es, em bp arti-
' ·l , -
tar Flão sàm ent e con tra a car ne bre a ima om aça o e a !Ilemo'ria , bem como so re as
tra ,o: pod er das trev ás os e
e san gue , ma s ain da con~
espíritos ma lign os. É S . Pau lo
. eu ar so d · . a
pai xõe s que resr ei:n no Petit e sensitivo. e por essa via
, ' ..
. t de que pel os diversos
que na~Io afir ma 4 : '_'Não tem
con tra 1a car ne e san gue , ma s
os que lut ar· únt cam ent e inf lui -indinictamente ·bs~l~:{
mo vim ent os da sens1 Ir a e,
d ~o ; iol idt ad~ a dar o sect
lignos. Qu oni am non est: nob
con tra ... · 0s espíritos ma~ . e
con sen tim ent o. on t n d como no a ·
t· -Sa nto · To má s '.'fica
nem et ·sanguinem
is col luc tati o adv ers us car -
, sed adv ers us ... · mu ndi rectore ,, "· .
sempre. l ivre par a con
°·.
sen tir ou resrs 1 . ·t·r a ess es
·
mo vim
·
ent os
brarum Jicírum. con tra spiritu s ten e- ··~t ·. '· . . . . ·
" '! .. • . . t l · 'er a a d .
con sen•.-
alia · n.equitiae". S. Ped r~ ~ , pass1ona1s , ' olu nta s sem·. per. rem ane . w
c<bmpara 1:cn lem ôni p:· a um leã
o· rug ido r que , ,gira em tor no
;i~~ fierídun;i vel re_si11~~m'C11 Uffi. po.ss~OT . ... 1
,l.L .
de nós par a:·.ho$/devor'ar : '.'A ,.... .. :. :.. , . . 1-a~· ain da qu eº , .
dversdrius· vesf.er dtabolus, pod er do dem orn o
tan qua m·: leo , rugiens; 'cir cui f'qu , . B) : Por ou~ro a b

aer ens que·m dev ore t" '· &eJa mm to ext ens o s_o l'e. as'dfa:~uldad·es sensitiv&s e sobr~
:·, · -~2<f _·Sé :P~ôvtdência per riüt é essesr
·a . , . .. [) . . . lhe rião per-
0: cor po, ess e po d er
·
'a.tq.ques, é em .. é l'm ita o por eus, que
vfrtude do pri hdp io geral . 'q ue . De us mit e que nos tent e . ac1m .
i d
as nos sas · f
orç as .. "Fi del is au-
. ·: . ·.. '. ;, , .. , :: · , . .·.. .gôv ern a as alm as 1;1 .. ·.-... .
1 //itrod. à la vie dévote, V.e
.• 1 ,_. : . ': . . . . ". . . . .
' ..
S.· TÊRÊSI!, P., eh. l. - 2 S. THoM. I, g. 114
Vle par el/e même, .eh, 30~3 ; · · · · ' · · · 2 · ·fi 'acre
. .'. ·• -
scenta com razao (ª d 2Utn ) •
1 ;_ R..IB!lT, L' Ascétiq chretien . . .. , 1 .. •Sum, theol.,
1. ,q:/l ~i~ ~~r e'~o gita tion es d •
c;:h,: XVl. ~ S Sap. II, 24. ~ 4
Eph ; :VI, 12, ~ 5 · / Petr. ue V, ·8•9 .
lle,
.. · .··
« Dremones·,n.~n •:poss~n interius ea~ ,~~usan 1
curo usus cog1tat1vre vir ~útli subjaceat volu ntat l >. · · · · •. ·· • °

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._,,._,.t' l l ULU . 11 139
NAT URE ZA DA VIDA CRIS TÃ
tem Deu s est qui non r is soub e prati-
potestis: sed /aci et ett: ª ietur .vos te~tari supra id quo d que, tendo-se revo ltado por orgulho, jama
m cum tent atio ne prov entu m'' 1· Deu s, reconhecer
Quem. se apoia. . D eus ·Id d car esta virtu de : hum ilha r-se dian te de
em com h auxílio do céu, descon-
, . o.
esta seguro de saz·r vz·t orzos . umz a e e conf ianç a · a inca paci dade de triun far sem o
confiada, por-
cert a os ardis do anjo soberbo. Dev e ser
222. C) Não se deve crer d· S T em nosso triun-
expe rim , t rz anta omás z, que que, esta ndo a glória de Oeu s inte ress ada
d s que graça .
to as as tent açõe
A, . . en a_ mos, são obra do de- fo, podemos ter plen a conf ianç a na eficácia da suao intli-
mónio : a nossa conc u . , encr tend
. dos e .nn.p. tudências presentes .b
prsc a, acti vad
a
h 'b·
por a rtos pas- É bom invo car tamb ém a S. Miguel que,
terá sum o praz er
Sél
. ue, asta para expl icar gran- gido ao dem ónio uma insigne derrota,
de núrnero dela s ·. "U nusq uisq t O noss o An; o
. . . ·
ntatur a coQ,éu- em com pleta r a vitória em nós e por nós.
ptscentia sua abstractus· et 'll t ?e[o7\1e as tam bém seria • da Gua rda de bom grado o auxiliará-, se
confiarmos nele. ·
temeráiiÕ afirm ar 'qu ·. I i __ec us . l oia'r o socorro
tem influ ênci a sobr e ne- Mas sobr etud ~ não nos esqu eçam os de impl
nhu ma tent ação conter' e_ e nao · · man i f_esta dá irginal não cessa
C:: E · , anam ente à do t rma
u · da Virg em Imaculada, que com seu pé-v
'---· ~scritura e da Tr d· _ mais terrível ao
eja cont ra os ho- de esm agar a cabe ça da serpente, e é ·
~~n s . e o desejo, que ªte:~ od~ : sua _inv_ · dem ónio que um exército em orde m de
bata lha.
fzcrentemente a sua z·nt erve·.. nçao - s4escravzzar, expl icam· su-
mui ta con-
e0 mo reco nhec e · · · · ª. tent ação · . 224. B) O segu ndo meio é usar com
pois que a n r, pozs , diab óiié a ? É difí- . fiélnça dos sacramento~ e ·sacramentais.
A confissão, por
ciI, · t
. I ossa conc uprs cênc
· · ªtud
r ónio em foga ; a
•D.a$ a para nos ten- ' $er um ado de hum ilda de, põe o dem
1
tar vw enta men te p od esse·-d·.IZer ·· ·con
- , . · 0 que, se,a tent a- J. absolvição,. que a segue, aplica-no
s os- merecimentos de
çao e repe ntin a ' violent a, e d e d.· uraç ão d esur ada, tem às frechas do ini-
r
ne a. gran d e part.e o •d.emo, nro . . E . . : esm '·' Jesu s Cris to e torn a-no s invulneráveis
m esp • I s~ pod e. isso ndo em nosso :peito
con1
.
ectu rar quan do a t t ~ I ecra ,'. µligo., a sagr ada com unhã o, intro duzi
ira-lhe. um verd a:
turb ação . p~o fend a e d ura e~ daç~ 9 ança na . alm a uma per- :.:· Aqu ele -que supl anto u Sata nás, insp
d ' oira q . d .
? ,~ · .
.e coisas que dão na vista de ; ~a~ o
_.sugere o gosto d~iro ferror. ,
ou as ora-
rzas e apar ente s , sobret u d o ,.qua nmd.ortrf o
icaçoes extr·aord iná-
l · , ·,., Oi:: mesmos sacramentais, o sina l da Cruz , o com a
em uniã
men te incl inad a a não d· d rª ·a ma .se ,$ente forte- . f;Ões Jitúrgicas feitas ·com espírito de fé;
San ta Tere sa re-
li desc onfi ar dos sup erior . rze~ na a atisso . ao seu- dire ctor e Igreja, são .tam bém um precioso auxílio . . 1
es . , talve z p.orque
com.e nda ' part icul arm ente a água -ben ta
225. 3·º ·· R eme'd•10s cont ra. a t ·t -- d r frus trad o em
E· remédios são ind- d I S en aça o . iaoó lica , é,hur:nilha.rtte pará o dem ónto v~r-se assim
o aque le.
stes seus atdi s por um meio tão simples com
lar por San ta Teresa 6, rca os pe os ant~s, e em .part fcu-
o··' · primeiro , ·.
. · ' 'l'2S. C) E assim, o último meio : é um
desprezo so-
d ,
' A) htmiild .. · f.iada
é oração , para bE-rano do demónio. É aind a San ta Tere sa
que no-lo diz :
A •
. .
por o nosso lado a D eus e aos seus A · S D. ~.,e qon
tam estes malditos :
eus está !'.Muito freq uent eme nte me ·,atormen
connosco, quem será cont ra , ? E' nJos
. . e u'e, vejo -o mui-
Verd ade, · quem ftlâs inspiram-me mui to pouc o teµior ; porq
pod e ser càm nara do com D eus. no~ 'Q nat D . ,·? ,, issão de
"''t'.'
. Esta ora_ç ão. deve h . . ·[d

is u . eus _ h,
. tó bem , eles não pod em mexer-se sems aqueperm nós os · des-
. .ser . umi e ,. fp arqu e: nao
.t a nad a ID~us. . . Saib am- no bem , t6da s as veze
q-qe ponh;ff mais ràpi d a;ad quir e so:
. ame n e em uga o anjo rebe lde prrz amo s, dim inue m as suas fc,rças e· a ·aim
--- -'- -_ mais
· · ·
s I Cor. X, 13. - 2 Sum tk.eot"
1 l .. .
. .
brh eles tant o mais império. . . Eles não têm força
!

, •· ;5{ac. I, 14. - 4 Sum.


theol I, q. 114, a. 3.
114, a. 1. .
t
ei uma noite cjue os de_mónios
m . , . er as .Regras. sobre ·o d ' , , q. ;,;; 11-<:Po r esse mesmo tempo, julgu benta, e vi fugir uma mul-
, e1r\ e 'i1f;'a~e~~1:.!"/mde~schExXer.X;X,5-i/;s"~';1p;~}fu~gsJ/~fr1nºas_cpara.a Pri- me iam sufoc ar. Lanç ou-se -lhes
preci
muita
pitas sem
água-
dum lugar elevado >, (Vie par
r • ' -XXXI. · . _10 . tidão deles, como se se
, XXXI , p. 404).
el/e-même, eh.

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NA TU RE ZA DA VI
qu e so br e as alm as co DA _CRISTÃ 141
va rd es , qu e lh e en tre .
m as co nt ra esses . fa ze ga m as ar ma s : ' ' vo na t d de De us . ma s.
m pa ra da do se u po de ve r, isto e, co mo a ca me
de r" 1. a d . e vo nt ad e ', aj ud
Ve r-s e de sp re za r po
r seres ma is fracos persis t e e m se us ese 1o, s, ª ad a pela graça,
m en te , in to ler áv el hu é, ef ec tiv a- ·f- l f
se ne ce ssá rio or, a ·
m ilh aç ão pa ra esses é obrigada. a_ m~rh 1 cruc1·f·I-
eá-la. O cr ist ao e, po - ª e, ldaclo 1, um atleta qu e corn-
bo s. Or a, co mo já dis es píritos sober- ~a
se mo s, ap oi ad os hu m is , um {º ~ ,
De us , tem os o direit ild em en te em .b"'t or um a co ro a im rte
o e o de ve r de os or t.a , ate a mo .
De us pro nobis, quis· de sp re za r : .. Si ª e p .
contra no s? " Po de m l t ·e' perpétua : po
po de m · mo rd et- no s , lad ra r, nã o 'l......,.7. • 2 .o Es ' ta u a rq ua nt o, ap es ar
po r or gu lh o, nü s lan
a nã o se r qu e, po r
im pr ud ên cia ou- do s nossos esforçosl, - d os de se mb araçar-r
ro s ·
Ja-
ce mo s em se u po de r hnao ~o emdemos se
: "Latrare potest, ma is do h om em ve o . na o po nã o en fra qu ec ê-
mordere no n potest nis . -'f. h
i vo le nt em ". .,.lo , en ca d ea, - l ~· e . forti 1car ao me sm o tem po o ornem
As sim , pois, a lu ta ta . ues. A o pr in cíp io .
qu e tem os q4 e su ste
de mó ni o, be m co mo
có rit ra · o m un do e
co
nt ar . co nt ra o
nt ra a co nc u-
no vo co.n_lra .º"" se us
'. vi va a l u t a, ma
ª·
. ·s en ca rn iça a, e q . d • as co
, é, po is, mais
ntr aa of en siv as. do
pi sc ên cia , co ns ol id a- . 1 ,
pe rm ite fa ze r ne la: pr
no s na vi da so br en
atu ra l e at é nos
.
inimigo sa o ma1s . d - . nu me ro sa s e v1 ·al en tas . A m~ d·I da , po-
ogressos. , f os enérgicos e co ns tan
. . re, m, · qu e, po r me10 . , .e es orini ç tes , va-
Co NC LU SÃ O
· ""'ii mos _ganhando v1ton~s;l: migo va i en f ra qu ec en d o, a·:s
·.'· ~H· pa ix oe s ac alm o c'ertos mo me nt os d
·l!t t am , e, e prova_ç~es
22 6. 1. A vi da cr ist
0
ã ·é, ~orno ac ab am os t,•,f:tf .mane1a d as po r D _eu s pa ra nos levar a ma is al ta p erfe1çao,
um a lu ta ·: lu ta pe no
sa qu e, ' co m va ria da de ver, ~ ~t_ go za mos dC: re lat o reságio da ,,i tó ria f
de initiva.
s pe rip éc ias : nã o :ij\.., _ , iv o sossedg , .p
ter mi na ;er ião na mo
rte ; lu ta de im po rtâ · fr à ,gr aç a e De d us qu e evemos a vit ór ia, N ão es qu eç a- .
qu e ·ne la' se joga : a nc ia ca pi tal , poi~ - ,
vi da ete rn a. Co m o' mo s, ,po ré m, qu e as sã o da da s , sã o graç
graças. qu e as
hã•em nós dois homens : ·a) o en sin a S. Pa ül o, _
Je co mbate , e na g de -r oiso qu e somos :lu tad or es , atle-
d ep
· ho m em re ge nerado, o · ho- ·
me m novo, co m tel \d
ên cia s no br es , so br en tas, as ce tas , e qu e eve1nos •com.o s· · Pa ul o lu ta r até o
qu e 6 Es pí rit o Sa nt
o pr od uz em nó s, ·gr
atu ra is, • divina~. fiw. pa ra me,recer a nos~a ' . "G om· ba ti :O '
ho m- çom-
de Je su s· e·) i iriterc~ aç as ao s mé rit os r ·· ' . . · h
.co r? ª . . : .. d . fé. Nã o me
ssã.o da SS.ma Vi rg em .ba te, termrne1 a m m carreira, guç1.~ ei a
ten dê nc ia~ , a qu e no e -dos Sa nt os : .. . . eb
re sta ma is qu e rec er a coroa e. JUS I . qú
ª · · · d . t"ç a
.· · ·d ,
e m:e ar a o
s es fo rç am os po r 'C
do eip. ao çã o, sob a or tes po nd er; ·po n: ·St
.. • h "B m ce . . . ta•vi cu rsu m. , co .
ni sm o so ~r en ah ira l
in flu ên cia d~ gr aç a·
à.êtual; '. º· O~ á·
n or ; on u rta
.
me n ce r , . · , nsummavi,
f.td em servavi. ln reliq •t est mi hi t·
de qu e De us ·nos do
to u. uo re~os1,?' 2 É me carona jus t-
lad o, há ·o ho m em
natural, o ho m em ca
:!) ) M as , aà 1 •
dc l
H,ae qu am r~ , ~t_ drm·h' Do m m us · . 0
• io de aperfei:..
ve lh.o, co m· as ten dê nc rnal; o · ho m em i . t- .d e a·d qu iri r ah ~n. ~a nt ,
ias má s;, qu e o ba pt ism HP.ªr em nó s a v1 a es me-
ra ig ou · de n_os,sa al m ô :n ã_o ·desar• CrI S _ a e .. . ·.
a: é •il: tf.íplicci conc ritos. .- . , . .. ..
tem ps Qii nos~a pri:r:n: up í$C ~ricia, qu e
eir,é,l gegaç,ão, e gu e
mó ni o de sp er tam e
in ten sif ic~ w ; tendêne
Q m un do e·o
·de: O. cr es c1•m
·:• ;. e n.t-~ da-vida es pi r~ tu al
. .
no s lev a ao 3i.rnor, ,de sia ha ;b itu al qu ~ • ·
sorder:ia,cl o do s pr az
er es -se ns ua is, da pe lo m ér ito 3
no ss a , prçi.pri~ ; ~X.F~l~n
ci~ ,e, ldo s . be ns da ter
ho m en s ,'enti;a:ni .f~tçl
lm~ntê.. e,m co nf lit o : ·aia.·c( E~tes dois
ho m em .ve lh o; ·de se ja
e ··proç"1ra o pr az er ,
lrne, 9u o
da su a m or al id ad e se m se lh e da t
; o espírito be m lh«
pr az er es pr<;>ibidos e ; re co rd a qu e há
~--- ,perigosps qu e é m ist
' - •
, . ~·. :: . ' ,' • ·· •· . · • · :
., . . .-:: .: . . ;_• ·,
er sa cr ifi ca r ao
• . r. •
L. cit ., pp . 405, 406., ") • ·,: . • ••
. ~: ... n , .;.t

~ iifimm iii íii iii iii iii iii i:i


iii iiiiiiiiiiiiii--iiii---
ii ----- http://www.obrascatolicas.com
- -=-=
- =
\..:.'\l :'l 1U LO II NAT URE ZA DA VID A CRISTÃ 143
em esta do de
tríplice valor; gra ça com inte -
mer itór io s t'nfça t s_ob ren_aturaL possui um Par a o fim que ·nos propomos,
bas tar- nos -á exp or a
con trib ·
UI par a o nosso progre
' ª ª
is orio e imp etra tóri o
sso espiritual.
dou trin a sobre o mérito : 1.0 a
sua nat ure za; 2. 9 condi-
' que ções que aum ent am o seu valo
a) Va lor mer itór io pel o r.
cap ital de gra ça hab itu~ I e os ~ua I
au; e~t a~o s . o nosso 1. A natureJóa do mér ito.
lest e : vol tare mo s 1·á t
. a es e pon to. ossos rrertos a glória ce-
Do is pon tos que imp brta faz er 0

h) Va lor satisfatório que e com pre end er: 1. o


. que é o·mérito. 2. ° Com o são mer
tríp lice ele me nto itór ias as nossas acções.
. 1)
·
, . .
a pro pic iaçm sr mesmo. encel:f· a um
cor açã o contrito e hum ·lh d ão que . d 1.º Ü QUE É O MÉRITO
. l·
e o me ma a per doa r-no s 1 ª 0 , nos
torn a ,a por D mero ,um .
que , pe a in fusã o da. gra
•· · I . as nossas fa Itas . 2 )eus pro.prc1_0 , '2'29. • A) i',,1étito, em geral.
é um direito a um a re:. •.
ça .. f l,
ção que , JD€fo car áct er p ·. tpa . a exp wça o 'êbr:rtpensà. O mérito sob ren atu ral,
de que aqu i se trat a,
ga a d a ta ; 3) a sati s/a- seí1á, pois; -o diretto a um a rec om
boa s obras, ·an ula de t d ena que per tsa sbb ren atu ral. isto
•d an a ane xo às. nos sas 'é; a um a par tici paç ão da vid a de De
pec a o. Nã o são sàmO tO ..ou em par te a us, à g~aça· e à gló-
. en e . as - pen a d.evi d a ao ;; ri~: · E, cofuo De us rião é obr
qu,e pro duze m ·este feliz res ultaacç oes pro p . t d igado a nos faz er par tici par
do . dam en e itas ~:- ela ' slia •vid a, ser â nec ess ária
voh_mtária dos ma les e sof rim ent um a
ensma· o Con cíli o -de Tre nto .1
o ' das ar~ a a ace itaç ão · pat a tios con feri r um vet tltd eiro pro me ssa da sua parte,
. s esta vr a, com o no-
direito à 'essa recomperi.-
um gra nde . sina l do am d; . lo írã.l sôb ren atu ral. Pod e-se , p óis, def
0

/ eÊc res cen ta que isso é inir ().. mérito sob ren atu -
.ral: um direito a um d 'tecomperisci sobren
. ní de mai s con s0l ado r-q i:
das as .adv er Ü:l d .
l·';tº· na ·ve'r_dade, que ·há • diim a dhra· sobrenaturulmente
atural que resultq
boa, feitd livremente par a
·. s a po ·ferm os· -ap roveitar-nos de ·to-
mai s per feit am entes. par a pur1 ica .
e .a De us 7 .. I . · :{ Deu s, e dum a promessa divina
que afiança essa recom-
r a nos sa a ma e uni -la ,.
. · e)· ". Enfirri''~stet :; pensa.
imp etrá tóri d ·em •: •, 'me
. t
smos t · •
. ac os têm · am a.·· um
. d . · . Bl
250 . ' Distingrtem-se dhô.s ~spé~ies de
mérito :
, qua n o con têm tún a , t· - d và'lor ~: a) o mérito propriamente 'dito (
graças',
. dirl gid a à inÍi que se cha ma de condt-
. nr·ta m·1·ser·rcor , d·ia·· 'd e.pDe rça:o
'' . . C e ' nov \ sj_~p} _ao qua l a .remuneração é dev
n?~àr com raz ão San to T ómá s
do de mà do explícito . - e:1~:
,., ,i orn o
!f as
r,:{~ji•, 1por<14e há c_e';• igualdade, ~u j)ro ida em rígo~ Ae jus-
·. .. , ora ~e. nao som ent é qua az n- pory'}o ''.""!,entre a
De us, ma s aín,da qua ndo e ~presen il}1 ~?,r• e • .ret nbm ç~o , h) o me
ta_ u~ re·q1:1erlrn.{!'nto a t' çc,ngruo), que não se fun da emnto Je c9n ven illn c~ (de
oú pel a acç ão, se tende ·P~~~ Ele ~dv rme l.tà . do cor açã o ' g~~ estr ita ju_stiç!l,, sen ão em
sem pre aqu ele que orie nta t d t '. •.. . fl,.ndé ·co~ v~niê~~ia, visto a . óbr a não ser,
sen ão em re-
d· , e tad .. . • '
am; iu hamo orat o a a sua vi asor
"t te que ora • !·"'~4/:: ~i.izida. esc ,
ala, , proporciçinad. a·. cqm o gal ard .. . . .
J· . p r D . ão. Par a dar
ut iri J!JJtini 'tên ddt 1uç i~ .iu a a eus = b;: ~i~ ta dife ren ça um a ide ia apr
a~it_ ~c,,r_~~•. ore, uel; ope re ~xi ma tivà . pod~-~e dizer
vita m in De um ord i~a t si; sÊm per__ orat .qti.i totbtn sua m
qt1e ô ~oldado· que se bat e den oda dam ent e no cam po de
alm a par a De us n- , · 1?~~~lh'a, \e:m. direito e~trit~ ao_
I. . _.., com eferto, este voo de ~oldo de g~_~rr~. µias ·sõ-
. . • ao sera um a ora ção me nte direíto de con ven iên cia
ª ma par· a De us. e uni meio ef- , . , umda ebevasão d ª
1 a
d~.1d:i /~u a um ~ _coride~o~ação. um a cita ção na ordem
que des ejam os · . ·
: - ..,;, ~ar a nos e par a os outim? ~ o ter ·dele o
, , icac is.s ··'; . . ·.··., .
--'- --- '- C) O Con cili o de Tre nto ens in~
ros ?·. que as obras do
1 Sess XIV. D Tuomêm just ific ado . me rec era ver
ess-e d" • • . ? e Sacram. Pom it e, . . •· dad eira me nte uin aúm en-
nobis. i ;:~r e~i~ J ~f;j 9. tp :.dê graça; a vid a eterna, e, se morrer
amorls argutrtentu
ntir e largltat'cm,. u~P·no~
1 , o peccato susceptis .•
• .sed eti
\~~~t,
PP;~tri;~a tànt am nesse estado, a
. pàlleúter tolérátls ma;~~ in:t ~rw bus flagellls ep s. sp~!1te a cd:tisecução da glória 1.
valeamus >. - 1 /1t Roman. e. I,
it_:/[t .a oei~nàrit'1Í
per Christum Jesum satisf~~e:!
e~tlmb!ll · '. ·
·
1 Cone. Trid., sess. VI, can;
32. D-B. · 13, n. 842 .
•. i

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...-..~
144 CAP ITUL O II NAT URE ZA OA VIDA CRISTÃ · ·{45 :.
251. D) . . Rele mbr emo s sum àdam ente Foi Ele, efec tiva men te, quem criou as noss
as condições as facu ldad es,
gemis do mérito. a} A obra para ser meri foi Ele quem as elevou ao esta do sobr enat
tória, deve ser ural , aperfei-
livre ; é claro que quem oper a cons tran gido çoando-a~ pela s virtu des e dons do Espírito
ou necessi- Sant o. É Ele
tado , não tem resp onsa bilid ade mor al dos, que, pela sua graç a actu al, prev enie nte
próprios acto s. e adju vant e, nos
h) Dev e ser sobrenatural men te boa, para esta solicita a faze r o bem e nos ajud a a fazê
r em pro- -lo. É Ele, pois,
porç ão com a reco mpe nsa ; e) e, trata ndo- a causa primária que põe em mov imen to
se do mérito a nossa vont ade
pràp riam ente dito, deve ser prat icad a em e lhe dá forças novas que lhe perm item
estado de graça, oper ar sobrena-
visto ser esta graç a que faz habi tar e tura lme nte.
viver Cris to em
noss a alma e nos tom a part icip ante s dos
seus méritos ; 255 . B). }/las a nos~a. vont ade l_ivre, corr
<J) duran~e a nossa vida r;n.ortal ou viad ora, poi~ • que
espondendo
Deu s _sàbi ame nte dete rmin ou que, após às solicitações de Deu s, oper a sob o influ
um perí<;>do de xo da graç a e
prov?-ção em que pod emo s mer ecer e das virtu des, e assim se torn a causa secu
desmerecer, che- ndária, mas real
gássymos óO termo on·d e ficaremos para e efici ente , de nossos actos meritórios, porq
sem pre fixa dos ue somos co-
no esta do em que a mor te nos colher. ,...., labo rado re•:; de Deu s. Sem este livre cons
A esta s cond i- entim ento , não
ções da part e do hom em junt a-se da_ part há mérito : no céu já não há mere cime
e de Deu s a nto, porq ue não
promessa que nos dá um direito verd adei pode mos deix ar de ama r esse Deu s que
ro à vida eter- vemos claramen-
te:; ser a bon dad e infin ita e a font
~a ; é: que, na verd ade, segu ndo S. Tiag o, e da nossa bem -ave ntu-
."çi justo rece be ranç a. Por outro lado , a nossa mes ma coop
~ coroa . de vida que Deu s prome~eu aos eraç ão é sobre-
que .o .ama m. natural: pela graça habi tual somos diviniza
,_.Açcir;_i~t coronam vita e qua m r~promisit dos em nossa
Deu s diligenti- subs tânc ia, pela s virtu des infu sas e pelo
bus se . s dons somo-lo
em nossas facu ldad es, pela graç a actu al
até em nossos
acto s O somos. Há, pois, prop orçã o real
2.° COMO OS ACTOS MERITÓRIOS . AUM
ENTAM .
entr e as nossas
acções, torn adas assim dei/armes, e a graç
A GRA ÇA E GLO RIA . A .
bém em si uma vida deiforme, ou a glóri
a, que é ~am~
a, que nao e
. 252)' A prim eira vista pare ce difíc mais que a com plet a evol ução dess a mes
il com pree nder ma vida. É certo
como actos, tão · simples, tão com uns que esses actos são transitórios, e a glóri
e esse ncia lmen te a é etern a : mas,
transitórios, pod em mer ecer a. _;tda etern se na vida natu ral. actos que pass am prod
a. Esta dificul~ uzem hábi tos e
dad e seria insolúvel, se esses ada s vie's esta dos de alma que perm anec em, justo
sem únic ame nte é que o. mesmo
_d e nós ; ma$ eles são, em ·real idad e, obra suce da na orde m sobr enat ural , e que os
Je 'clois, resul- nossos actos de
thdo da c~op eraç ão de Deu s e déJ. vont ade virtu de, visto prod uzir em em noss a alm a
hum ana, e é uma disposição
isso o que expl ica a sua efic ácia : coro ando os noss hab itua l de ama r a ·Deu s, seja m rem uner
ados com uma
os mé- recompen~a dura doir a ; e, como a noss a
ritos,' \ ::óto::i. D ~us tam bem os seus dons. porq ue alma é imortal,
tem nes- conv ém que esta reco mpe nsa não tenh a fim.
~es ·méritos •um?- part e prep ond eran te. Exp
liqu emo s, p~is,
a párl e de Deu s e a do hom em : assim melh or compreen..: 2.54. C) Poder-se-ia obje ctar sem dúv ida
dfre mo1~ a eficá cia dos ada s meritórios. que, não ·
·' · · · obst ante esta proporção, Deu s não é obri
gado a dar-n~s
(: - A) . . Deu s é a causa principal e pri~ária dos
nossos
reco mpe nsa tão nobr e e dura doir a como
a graça e a glo-
uiéritos :_ "Nã ç, sou eu quem oper a, diz ria. De boa men te conc edem os tudo isso
,-S. Paul o. 2 , é a e reconhecemos
graç a de Deu s comigo: Non ego, sed graf que Deu s, em sua infin ita bon dade , nos
ia Det m~c um" . dá mais d_o_que
mere cem os : não teria, pois, obri gaçã o de
nos adm itir ao
J fac. I, 12.-'- 2 · /: Cor. XV, ,10. gozo da eter na visão beat ífica , se o não
tivesse prome-
10
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146 CAP1TULO II .·-;,.
NAT URE ZA DA VID A CRI STÃ
147
tido . Ma s pro met eu- o pelo mes mo
fact o de nos hav erd es-
tina do a um fim sob ren atu ral ;
e essa pro mes sa é-no s 1.º CON DIÇ ÕES TIRA DAS DO SUJE
ITO EM SI MES MO.
mai s dum a vez rec ord ada na S.
Esc ritu ra, ond e a vid a
eter na se· nos apr ese nta com o reco
mp ens a pro met ida aos . 257 . Qu and o são as prin cipa is con
just os e coroa de iustiça: "co ron am diçõ es que con-
qua m rep rom isit Deu s trib uem par a o aum ent o dos nos
dil igen tibu s se . .. carona iust itia e sos méritos : ,. . . ., o nosso
quam. red det mih i just us gra u de gra ça hab itua l ou de car
jud ex"' 1 . E é por isso que o ida de ; ,. . . ., a nos sa uni ão
Con cíli o de Tre nto nos de- com Jesu s Cri sto ; --- a nos sa pur
clar a que a vid a eter na é a um eza de inte nçã o;,_ o
tem po graça, misericor- nos so fervor.
dio sam ent e pro met ida por Jesu
s Cri sto, e rec omp ens a
que , em: virt ude da prou.1.essa de a) .-O nosso grau· de gra_ça san tific ant
Oeu s, é fiel men te con- e. P&.r?- m.erecer
ced id~ às boa s .obr as e aos m1ritos 2 em sen tido próprto, é nec essá rio
• vive r em esta do de gra-
25!>. É em virt ude des ta pro mes ça.: por con seg uin te, quarit.o mai s graç
a hab itua l possuir-
sa que se pod e con - mos, Lanto ·mais, em igu ald ade de
clui r -qu e o mér ito pro pria men te circunstâncias, somos
dito é algo pes soa l: é lpto s par a merecer. 'Ê certo que
par a nós e não par a os out ros que algu ns teólogos o neg a-
- mer ece mos a gra ça e
a vid a eter na. por que a div ina pro ram sob pre lext o que esta qua ntid
ade
mai s longe.,....., Inte iram ente diverso
mes sa não se este nde ni·e exerce infl uxo sobre os nossos actodes, graç a nem sem-
par a os torn ar
é o caso de N . S. Je-
sus Cri sto que , ten do sido con stit inel h0r es, e que há alm as san tas
uíd o cab eça mor al da que por vez es ope ram
hum ani dad e, em virt ude des se mú com i1egligêi1cia e imp erfe ição . Ma s
nus , mer ece u, em sen - a dou trin a comurli é
tido rigoroso, par a cad a um dos
seu s mem bro s.
·a. que nós mantemo·s. , ·
É certo que pod emo s mer ece r tam bém
par a os outr os, 1) E com efeito, o valo r dum acto
mas com mér ito de con ven iênc ia , ain da mes mo
; e isto é já bem conso- -entre-·os hc.mens, dep end e em gra
lado r, pois que esse mér ito se nde part e, da dig nid ade
vem acr esc ent ar ao que . da pes soa que ope ra e do seu
adq uiri mos par a nós mes mos , e créd ito per ant e aqu ele que
assim nos per mit e trab a- • a dev e reco mpe nsa r. Ora , o que
lha r em nos sa san tific açã o, e ao faz a dig nid ade do cris-
mes mo tem po coo per ar tão e lhe dá créd ito sob re o cor
na dos nossos irm ãos . Vej amo s, açã o de Deu s, é o grau
pois, as con diçõ es que de gra ça ou de vid a div ina a que
aum ent am o valo r dos nossos acto está elev ado ; é por isso
s meritórios. que os San tos do céu ou da terr
a pos sue m tão gra nde
pod er de inte rces são . Se há, pois
II. Con diçõ es que aum enta m o noss , em nós um gra u de
o mér ito. , gra ça mai s elev ado , .aos olho s
de Deu s vale mos mai s que
.:.. • que os que têm •me nos , agr ada
mos
2'.16. Ess as con diçõ es tira m-s e
dive rsas cau sas que con cor rem
evi den tem ent e das ~~- m'ôtivo as nossas acç ões são mai s -lhe mais·; e por este
nob res, mai s agr adá -
par a a pro duç ão dos veis a Deu s, e por isso mes mo mai
aclo s meritórios : por con seg uin s mer itór ias.
te, de Deu s e de nós
mes mos : Co111 a libe rali dad e de ,, · 2) Por out ro lado , este gra
Deu s, sem pre mag nífi co u de gra ça terá gcral-
em seu s don s , pod emo s con tar ment~ sob re a per feiç ão dos nossos
abs olu tam ente . A nos sa acto s influên<;:ia, ben é-
alen ção dev e, pois, conver~ir prin f,i,ca. Viv er.d o vid a sob ren atur al mai
cipa lme nte par a as nos- s abu nda nte , am p-nd o
sàs disp osiç ões : veja mos o que a Deu s com amo r mai s perf eito
as pod e torn ar mel hor es, , somos leva dos a faze r
tán to da par te do suje ito que mer wd hor as nossas acç ões , a pôr nela
acto mÚ itór io em si mes mo.
ece , com o da par te do s mai s cari dad e, ~ ser
niai s generosos em nossos sacrifíc
ios ; ora essas disposi--
ções são tod os con cor des em afir
! fac. I, 12; /l Tim. IV, B. - 2 Sess. mar que aum ent am cer- .
VI, e. 16, tam ent e os nossos méritos. Não
se diga, pois, que às ve-

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148 CAPfTULO II
NATU REZA DA V:tDA CRISTÃ
149
zes suced e o contrá rio ; isso é excepção, não regra geral,
Jizer como S. Paulo : "Vivo , mas não sou eu, quem vive
e nós tivemos em consi deraç ão esse f'acto. acresc
entan do: em mim é Cristo : Vivo autem, jam non ego, vivit vera. in
€m ig1wldade de circunstâncias. me Cliristus" 1 . É claro que acçõe s pratic adas sob o in-
E como é 'Consoladora esta doutr ina [ Multi plican do flttxo e a acção vivifi cante de Cristo . com a sua omnipo-
os nossos actos .meritórios. aume ntamo s cada dia o capi-
tente colab oraçã o. têm valor incom paràv elmen te maior
tal da graça ; este capita l, por seu turno , permi te-nos pra- que se fossem feitas somen te por nós. Por cons·eguinte
ticar com mais amor as nossa s obras. e estas com isso ,
só na prátic a, unam o-nos amiúd e, em partic ular ao princí pio
aume ntam o valor. para acresc entare m a nossa vida so-
das obras. a N. S. Jesus Cristo . ·e às suas intenç ões tão
brena tural : "Qui justus est, justi/icetur adhuc ".
perfei tas, com a plena consc iência da nossa incap acida de
. 2~8~ h) Nosso grau de união com Nosso · Senho r. para fazerrrios seja o que for ·Je bom por nós mesm os,' e
a
É evide nte: a font~ do nosso mérito é Jesus Cristo , autor inaba lável confia nça de que Ele pode remed iar a nossa
da nossa santif icação , cau~a meritó ria princi pal de todo., fraqu eza. '
os bens sobre natura is. cabeç a dum corpo místico de que 2~9. e) A pureza de intenção ou a perfeição do
somos memb ros. Qum}Lo mais perto estam os da fonte,
1notivo que nos leva a opera r. Rara serem meritórias, bas-
hmto mais receb emos da st~·a plenit ude ; quant o mais n~s
ta·, dizem vários teólogos, que as nossa s acçõe s sejam
t3;proximamos do autor de toda a santid ade, tanto mais ins~
pirada s por um motiv o sobre natura l de temor , espera nça
giaça receb emos ; quant o mais unido s estam os à cabeç
a, ou.am or. Santo Tomá s exige. sem dúvid a, que elas sejam
tanto mais dela receb emos o movim ento e a vida. Não ' influe nciad as ao meno s virtua lment e pela carida de,;
é
isto o que nos diz o própri o Jesus Cristo naque la bela ,em
virtud e dum acto de amor de Deus prece dente mente fei-
comp araçã o da vida? ''-Eu sou a videir a, vós os ramos ...
to,, cuja influê ncia persev ere ainda . Acres centa , porém
aquel e que perma nece em mim e eu nele, esse produ ,
z . que ,esta condi ção é realiz ada por todos aquel es que
muitG1 fruto : Ego stLm vitis, vos palmi tes. . . qui
mane t in vivem em estado de graça e pratic am um acto .lícito
1. me et ego in eo. hic /ert Jructum multu m" 1. Unido s
a .:.;Habentibus caritatem omnis actus est merítorius ·vel de-:
Jesus. como os sarme ntos à cepa. receb emos tanto mais ,ii,eritorius" 2 • É que, efecti vame nte. todo o ado bom se
seiva, divino. quant o mais habitu al, actua l e estrei tamen te ~eduz a uma virtud e; ora toda a virtud e conve rge para
unido s estam os à cepa divina . E eis aqui o motiv o por a
çarida de. rjá que esta é a rainh a que imper a todas as vir-
que as almas fervorosas, ou que o quere m vir a ser, em ü1des, como. a vonta de é a rainh a de todas as .facul da-
todo o tempo busca ram união cada v~z mais íntim a com des. A carida de, sempr e activa , orient a para Deus tqdos
Noss.o . Senho r Jesus Cristo ; eis aqui por que a mesm
a os nossos actos bons, e vivifi ca todas as nossa s virtud es,
Igreja nos pede que façam os as nossa s acçõe s por Ele,
inform ando- as . .
com Ele e n'Ele: por Ele, per lpsum , pois que "ning uém
Se quere mos contu do que os nossos actos sejam ,
vai ao Pai sem passa r por Ele, nemo venit ad Patrem nisi
quant o possível, meritórios. é neces sária purez a de _'Ínten-
per rrie" 2 : com Ele, cum lpso. opera ndo com Ele, visto
çãÓ muito mais perfei ta e ach.iaL A intenç ão é o que
qúe' ge digna ser nosso colab orado r; n'Ele, in lpso, há
ria· sua virtt.Ide, na sua força, e sobre tudo nas suas isto é,
inten°
de' princi pal em nossos actos é o 'ólho que· as ilum~na
á~ dirige para o fim. a alma que as inspir a e lh~s dá o
.e
ções', rião tendo outras mais que as dele.
~alar que têm aos olhos de Deus : "Si oculus tuus fuerit
É então que Jesus vive em nós, inspir ando os nossos simpl ex totum corpus tuum lucid wn erit". Ora há três
pensamer..tos, desejo s e acçõe s, de· tal sorte que podem os
~l~me
., t·
ntos que dão às nossa s intenç ões valor espec ial.
.
1 .Joan., XV, 16. - 2 Joan.., XIV, 6. . 1 Oal., 11, 20. - 2 Quaest. disput. , De maio, q. 2,
a. 5, ad 7.

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... ..
150 CAP1TULO . II , NAT URE ZA DA , VID A CRISTÃ

240 . 1 ) · Com o a caridade 'é a rain bren atur al e meritório no seu todo.,.....,
ha e a form a das , Qua ndo um nav io,
virt ude s , todo acto insp irad o pelo sarp and o de Bre sl, tom a rum o par
amor- de Deu s e do a Nov a Iorq ue, não
próximo terá mui to mai s mer ecim ento bas ta dirigir uma vez por toda s a pro
que os insp irad os a par a aqu ela cida -
pelo tem or ou pela esp eran ça. Imp de ; como a mar é, os ven tos e as corr
orta., pois , que toda s ente s tend em a faze r
as nos sas acçõ es seja m feit as por desv iar o nav io •da sua derr ota, é
amor : des te mod o se mister, por meio do
con vert em aind a as mai s com uns ( lem e, reco ndu zi-l o ince ssan tem ente
com o as refe içõe s e os à dire cção primitiva.
recr eios ) éffi a.elos de cari dad e, Ass im com a nos sa von tade : não
part icip and o do valo r bas ta orie ntá- la uma
des ta virt ude , sem perd erem o seu v·ez, nem seq uer todo s os dias , par
.próprio ; com er.. .par a a Deu s ; as paix ões
refa zer as forç as, é um ado hon num ana s e as infl uên cias exte rnas
esto , que num cristão, dep ress a a fari am des-
• que vive ~m graç a, é meritócto ; mas viar da linh a rect a ; é necessário, com
repar.ar as forças- com um acto explícito,
inte nçã o de mel hor trab alha r por reco ndu zi-I a ami úde par a Deu s e par
Deu s e pela s ,alm as, é a a cari dad e. Ent ão
um mot ivo de cari dad e bem sup erio perm ane cem as nos sas inte nçõ es
r, que noh ilita essé con stàn tem ente sobre-
actq .,e lhe .con fere V:!llor mer itór io natu rais , e até perf eita s, e mui to mer
1n_uito mai or. . . itórias, sob retu do se
241 . 2) Com o os ,àctos de viI:tude a isso acre scen tam os o ferv or
na acçã o.
' info rma dos pela
cari dad e, não-·pe rde m o seu valo r próp '24~. d) A intensidade ou o feruor
rio, daí resu lta que com que• se ope-
um: acto ,de fé, por dive rsas inte nçõ ra. Pod emo s, efec tiva men te, proc ede
es ao mes mo tem po, r, aind a mes mo pra~
será: , mat:s 1neritório. Ass im, um act<í> tica ndo o bem . com desl eixo , com
1 .
dé o1rediência aos pou co esfo rço, ou, ao
,. Sup erio res, feit d· por um dup lo mot con trár io, e.oro ardo r, com tod a a
ivo :: resp eito par a com ene rgia de que somos
à sua auto rida de, e jun tarh ente amo ~ap az~ s, util izan do tod a a· graç a
r• de Det1S! que se vê actu al pos ta ~ nos sa
na ·pes soa ··d o · sup erio r, ' terá o ·dup lo disp osiç ão. É evid ente que o resu ltad
.mér ito: da! obe diên cia o nest es dois casos
e• 'd a crir idad e. ·O mes mo àcto pod e set'á bem dife rent e Se ope ram os
ter assi m •um tríp lice , com indolência, não
um quá dru pfo , 'val or : dete stan do adq uiri mos sen ão pou cos mer ecim
· os mea s! pecado s, por ento s e até por vezes
sere m ofeTI'Sa de Deu s, pos so ter inte nos torn amo s culp ado s de algu ma
nçã o, de, ,pra tica r ao falt a venial,,.....,, que ,
mes mo tem po a pen itên cia; a hum ahâ s, não dest rói todo o mér,ito ; se,
ilda dé é o amo r de pelo con trár io, ora-
Deu s : este acto é trip hca d~m ente mos , trab alha mos e nos sacr ifica mos
meritório., É,; pois , :útil çom tod a a alma,
pr,o por- nds vári as inte nçõ es •sob rena cad a uma das acçõ es mer ece uma
tura is, .irl;l.poi'tai, poré m, enc hen te prec iosa de
evit ar o exc esso de bus car com dem graç a há.b itua [ Se~ entr ar aqu i em
asia da ans ieda de mul - hipó tese s discutíveis,
típli ces irll~nções, por que ,isso lanç ood e-se dize r com cert eza que , vist
aria a ·per turb aç'ã o na o Deu s retr ib.u ir cen-
alm a. Abr aça rras que se nos apre sen tup lica dam ente o que por Ele se
tam ,com o esp ontâ nea - faz, uma alm a fervo-
men te, e sub ord iná- las à divi na cari rosa adq uire cad a dia um núm ero
dad e, tal- é· o mei o de mui to con side ráve l de
aore sce~ tar os mér itos . con serv and o -grà.m de graç a e se torn a assim em
a paz de alrp a. · pou co t~~ po perfeitís-
; 242. 3) -. Coí no . a von tade do' 'hom ·sima, con form e a pala vra da Sab edo
em é mud áve l é ria: Che gad o em
nec~ssário _ tdrnar explíctfos e act~~lizàr frêq uer1 tem pou co tem po à perf eiçã o, perf ez uma
long a carr eira , Con -
e~te süm mat us in brevi explevit. tempora
~s ..no~sá;s i_f:ite~ ç?e s ·~ obre natu rais
: , ahâ s '. , ·sucecterià que mul ta" 1. · Qu e pre-
um acto , com eça do por Deu s , se bioso inci tam ento ào fervor, ·e com
con tinu ai-ta . sob . o fri~ o vale a pen a reno var
f!~f o da curi osid ade , ,da· s·e nsu alid àmi úde os esforços, com ene rgia e
ade ·ou do amo r pró~ pers eve ranç a T
prio, e perdei:i<:\1 ~ssim uma part e do
seu valo r : digo \ '.u na
parte, pois, com o as inte nçõ es
s~b sidi ãri~ s não dest roem
com plet ame nte cLprimeirç3., o .acto
não ,· deix a d~- ser so- 1 Sap. IV, 13.

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152 CAP fTU Ló II NATUREZA., OA . VID A CRISTÃ. 153
2.º CONDIÇÕES TIR ADA S DO OBJE dad e; adq uiri da por num eros os acto
CTO s de virt ude , dim inui
OU DO ACTO EM SI MESMO. nec essà riam ente o mérito ; essa ·fac
ilid ade , qua ndo um se
244. . Nã o sao - urn, ·cam ent e as d isposições do suje apr ove ita del a par a con tinu ar e
ito até mes mo aum ent ar o
que aum ent ·b am o mér1·to , sen ao esforço sob ren atur al. favo rece a
- t o d as .as circ uns tânc ias inte nsid ade ou o fervor
que ~on tn uem par a torn ar a acç do acto . e por este lad o aum ent
ão mai s per feit a. Qu a- a o mér ito. como acim a
tro sao as prin cipa is : exp licá mos . Ass im como um bom
' operário, ape rfei çoa n-
do-se no seu ofício, evit a tod a a per
r a)H, A exc·elên cia do objecto ou do acto q e força, e tira mai s proveito com
da de tetn po. mat éria
1ct' ~ l~n a hi_erarquia nas virt ude ue se pra- men os trab alho , assim
!~º
<r
ogais sao mai s per feit as que as mor
s : assim, as ,·irt ude s ;1m cristão, que sab e servir-se mel
hor dos inst rum ento s de
d. º: ado ~ de fé,, de. esp eran ça, e sob
.ª e sao mai s meritorios que os acto
ais, e, por este mo-
retu do de cari-
san tific açã o, evitsi per das de tem
teis , e, com men os cus to, gan ha
po, mui tos ~sforços inú -
mai s mer ecim ento s. Os
s de pru dên cia . jus- San tos, que pel a prá tica das virt
tiça , tem per anç a, etc. Est es últi mos ude s, faze m mai s fà.cil-
, por ém como 1·ã d· - men te que outr os. acto s de hum
,
sem os pod ~n:1· pe Ia inte nçã o , conv·erter-se ' em
acto s de is gião. nem por isso têm men os mer
ilda de, obe diên cia; reli- -
am r e par tici par assim do seu valo ecim ento , pois que pra-
r esp ecia l. Do mes mo tica m mai s fáci l e freq uen tem ente
rol~ . o dos aDctos de religião, que o a111or de Deu s ; e
ten dem dire ctam ente à dep ois con tinu am a faze r esforços
f-g onad· e euc:~, são mai· s perf e1·t os que . os que têm por e sacrifícios, na.s .cir-
im rrecto a nos sa san tific açã o. cun stân cias em que estes são nec
essá rios . Em sum a. a
difi cul dad e faz crescer o mér ito
h) ,~a ra certas acções, a qua ntid ade pod não ~m qua nto é obs tá-
e infl úir sa- culo qne se tem de ven cer, ma~
bd, d.o men to ,· assim , em igu
re · ald a d e d e circ. uns tânc ias um a en~usiasrno e , amor 1 . Acr esc ente
ern qua nto sus cita ~a~s
dª r ª g:ne_rosa de mil fran cos será mos ape nas ·que esta s
, Iezle n~~ mos . Ma s trat a-se de qua ntid
mai s mer itór ia ~ue ª con diçõ es oh;ectivas não infl uem
em rea lme nte sob re o mérito
1o. u o a vm va, que se priv a dum ade rela tiva ; 0
a par te do nec essá rio
sen ão qu~ nto são à.ceitas de . livre -vo ntp
assi m sob n· a per feiç ão das ~·assas
qe e reag em
disp osiç ões interiores.
dor al:1 1en te valed mai s que a rica 0
f erta daq uel e que s;
esp o;a ape nas um a por ção do sup
érfl uo. · CoN CLU SÃO
. _e) A duração tom a tam bém a acç
ão ·mais mer itó- '246. A con clus ão , que se imp õe,
ria . ora r,. sofr er _durante um a hor é a nec essi dad e
a vál e mai s que fazê -lo de san ti/ic ar .todas as nossas acções
dur_antefcmco mm uto s, pois que , ain da as mais co~
este pro lon gam ento exíg e rnu ns. f: que tod as, como diss emo
mai s es orço e mai s amo r. s, pod em ser meritórias,
se as fize1mos com olho s sob ren
-245 . d) A dificuld ade do acto na- 0 em atur ais, em uni ão com o
, s·r mes mo Div ino Ope rári o .de Naz aré que ,
se~ao_ em qua nto exig e mai s amo trab alh and o :na sua ofi-
r de Deu s, es/orço ma i; cina , não ces sav a de mer ece r po:r
ene
act rgtc 1 od e cont stan te· eb. não . pro vém dum a rmp .
·nós.'E, se:assiin é, que
. ua a v?n . a d e; taro ém acre sce nta o me'r1·to er erça o
f . - progresso não pod emo s · nós real izar
num só dia 1 Des de
· t· · l o prim eiro inst ante do des per tar
· t·s ir a . um a ten taçã o vio ent a é ma1·s m ·t·,· . • ssrm
res1 A. .

até ao deit ar, pod em- se


en orro que re-, con tar por cen tena s os acto s mer
ts1s Ir a um t a ten taçã o lige
. ira
I '. pra tica r a d oçu ra, que m
itór ios que urria: alm .a
E;m um emp era men reco lhid a e gen erós a pra tica : por
· to d me ina do à co'lera, e receb e f qua nto , não som ente
que nte s pro voc açõ es os que o rod re- cad a um a das acç ões , mas até,
eiam e' ma1·s d·f' ·l . qua ndo a acç ão sê pro-
·t ' ' d lon ga, êad a um dos esforços par~
me~r ono ~ue proce_ er assim, que • i rcr e - a faze r mdh or." por
m pos sui um nat ura l exe mpl o, pàr a·re pel ir as dist racç ões
mei go e vive no mero de pes soa s na ora ção , p~r a apli~
ben évo las
Daq ui, por ém, não se dev eria con Cf. EYMIEU, Le Oouvern.ement de
clu ir. que a f acili- 1
soi-même, t. I, (Introd. P· 7-9);

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154 CAP1TµLQ II NAT URE ZA DA VIDA CRISTÃ

car o espí rito ao trab alho . . perf eiçã o ; é aind a pela rece pção freq
cél'i tativ a . para pre t . para , e:rta r uma pala vra pouc o uent e_ dos. S:í;lcra-
s ar ao. prox 1mo o men t0s. Sina is sensíveis, insti tuíd os por
ca d a pa_a l vra insp irad a el .d d
, . N. S. Jesu.s Cris-
mm1mo serv iço ; to, os sacr ame ntos sign ifica m e prod uzem
sarn ento de que t· p ª c~n ª e ; qual quer bom pen- a graç a em
se nôss as alma s. Sab endo como o hom em
vime ntos inter iores dira prov eito
I . I· .• em sum a, to d os os mo- se deix a tom ar
bem são outr os tant o: :c::·
a graç a de Deu s em nós. merr tono s
rv~e~_ente dirigidos para o
que faze m cres cer
pela s coisas exte riore s, quis Deu s, em
dade , torn ar a graç a depe nden te de obje
sua infin ita bon-
ctos e acçõ es vi-•
síveis. É de fé que os Sacr ame ntos cont
êm a graç a que
247. Pod e-se . pois dize r c 01 signif icarn e con{ erem a todo s quan tos
há meio mais e/. ' d lhes não põem
não
icaz, mais . . pral
1: lco
_to a a verd ade que óbic e 1 ; e isto, não únic ame nte em virtu
de das disposi-
de .toao
. 1. s, pará S"... santI·f·icar uma. Ima ,d0mais• ao a [canc e • ções do sµjeito. senã o ex 012ere operato,
com o caus as ins-
ra 1zar :cad a urna d a b
as acço:..es · este • · bque so rena tu-
I trum enta is dQ,. graç a, send o·s·empre, .evid
para' nos elev ar em pou c . t , ~~te men te. Deu s
mero} asta por si só a caus a principal, e Jesu s a caus a
tida d~. Cad a ado é ent- o . emp o a um meritória. . ,
a to grau de san-
a f az ge.r rrün ar e cres·cer.ao uma sem ente Ima dee graça, porq ue
'1.30 • . Càd a sacr ame nto produz·, além
da graç a habi -
• em noss a a tual ordí nári a. urna graç a que se cham
de glória, porq ue- aum enta ao . uma sem ente próp ria de~se Sàcr ame nto. Esta não é
a sacramental. ou
reitos• à cele ste bem . t mes mo temp o os nossos di- espe cific ame nte
.. -ave n uran ça. disti nta di:i. prim eira. mas acresce'rita-lhe.
segu ndo San to
..148. . .O . meio p ra't·ico de ·conv erter Tom ás e a sua Esco la. ·um vtgor espêc
acto s em meri tos é reco . t d' ià.I. dest inad o a
lh .
· - · · ' er-se um momassim ent
o os os
t d
. pràd uzfr efeit os em rela ção com cada
um dos Sacr ame n-
~cç~o, renu ncia r positiva,r;,ente ª : I
rul ou ·má unir-se N . S lqua quer mte nçao . º a_n es ª tos.·; ou. en~ todo o caso . segu ridó a dout
rina ~riiversaL
natu - conf ere um direito a g~éiç'à.s cictuais espe
u.niversal ,oom · o s. eªnt:1mossto den toJ\ mod elo e med ciais, q~e . serão
·o/er
· · · iado r conf erid as .'em· tem po opor tuno . para: se
ecér pó;.' Ele · - en . o a p ' ·· ·
D· r?pr ra mca d curti prire in mais
b. . 'J·! • . . a acça o a eus para su
paci
1, .
ade, e fàci lmen te os deve res impo stos ·pel a rece
pção ' do Sacr a-
em as alma s : assim · ente ndid o f ª. gion a e para
veze s reno vado d men to. Asst m. por exem plo. · o Sacr ame
, o o erec1mento mui tas nto da Confirma'"
as noss as ção dá-rtos· direi to a rece ber' graç as ·espi
ção, ,.1um ilda de, amo r d~ .acçõ N
es é um
S
t d b rituais actu ais · de
amo r de Deu s amo r d h ac 1º e a nega - fortaleza'sohrenç1.tural. para· luta rmo s cont
rá oresp eito hu-
• · , uno · en or esus Cristo,
o prox~sso man o e conf essa rmo s a fé dian te de todo
oso para cheg
' t lh .. . s e cont ra to·dos.
lh ar à perf . - 1 p' e um a fa o mar avi- Qua tro cois as nós mer ecem ~spe dal aten
alca nçar mos temo s ar·nderç~o' . arad mais ção : ·1. º a
e icaz men
men-tos. · ,· a a noss a · · - os S te a
ISposrçao
graça sacr ame ntal ptóp d.a d.e cada ;u m· dos
sete Sacr ame n~
acra- tos ; 2. º · as disp osiç ões necessárias pára
melh or nos apro -
veita rmo s •dele s ; 3. 0 as disp osiç ões espe
"~ III. 0o ijU ~en to da vid a c~·istã ciais para o Sa-
cram.ento da Pen'.itência': 4. 0 · as ·que se
requ erem para à
pel os Sac ram ent os 2 , . S. Eucaristia.
249• N- · , , .
ao e som · acto s m ·t,
· .
os . a cada inst ante ente pe1os
d . I. Da graça sacra ment al.
d ---.-.
-,- err onos , prat ica- : ,l
, que po emo s cres cer em graç a e
1
uma ~uToclo s Ós aut~res espir ituais . Os Sàcr ame ntos conf erem graça's espe ciais
T
outra forma, como RooRrc::zcomE_
r. . e 3 o. J J OLIE l ,
:nda,~ este oferecime
...ercicios de perfeiçã ntop sob com os ~ivetsos está dios que· temo s de percorreem relaç ão
B 2I-XXlX •• - ' 2. s·. THOMR, tttroduction eh XV.
1 r na vida .
XXV
. ROGLIE,
AS q 60·62 .
Cottf. sur la vie sdrn~ t •
s A• T1 o, ens
RONSON, Exam • , ' ) .•

ment elle ,· T ANQU\!REY, Sytt. theol. ·do~mlI\;u REZ, disp. VII, sq . • ABBlê: D~
f/1LLEVUE, De la griice sacra- 1 Cone. Trid.,·· sess. VII, can. 6.
. • •1 • , n. 298-323. .

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\..,/U -'l!UL U lI NAT URE ZA DA VIDA: CRIS TÃ 1S7
2.51. a) No Baptismo, é uma graç a de nos tran sfor mar ão em outr os Cris los,
rege nera ção tras pass an~ o pdara
espi ritua l, que nos puri fica do pec ado
orig inal , nos faz nós o seu espírito, os seus sen t rme . ntos as suas vrrtu es.
nasc er à vida da graç a, e cria em nós ,
o hom em novo, o Vol tare mo~ logo a este pon to ( n.º 285
hom em rege nera do que vive ' da vida )· .
de Cris to. Seg und o
'1.54. J) Se temos a infe licid ade de
a bela dou trin a de S. Pau lo 1, pelo
bap tism o somos se- perd er ~ "vi~a
pult ado s com Jesu s Cris to ( é o que
figu rava outr ora o da araç a pe lo pec a do mo rt al. O SacramentoCdat Penitencia
bap tism o de ime rsão ), e ress usci tam os la.uaº as nossas fa ltas no Sang ue de Jes us ris o cuJa . .
vrr-
com Ele, para vi- tude nos é apli cad a pela abso lviç ão, ' t
verm os dum a vida nov a: "Co nsep ulti con tant o que es e-
enim sum us cum
illo per bap tism um in mortem, ut quo
mod o Chr istu s sur- · jam os sinc ernm ente -contrr·t~s e d ecr.d·do 1 s a rom per com o
)
rexit o mortuís, ila et nos in nov itate peca do, com o abai xo exp hcar emo s
(n. 262 · ,
0
vita e amb
A graç a. espe cial ou sacr ame ntal que ·se nos ulem us". 'l!:>.5 •• ·e) Qua ndó . a mor te ti.os vem b~te
con fete é, r a ~or~a,
pois : 1 ) uma · graç a de morte ao peca nece ssita mos d e ser reco n f orta d os no eio das angu stias
do, de cruci/ixão m d f
especial, que nos perm ite coI11bater e e tem ores que nos insp iram as falta s p_asAsa E~s, as enUer-
mor tific ar ,13-s ten-
dên cias más do hom em velh o ; 2) uma
graç a d~ .regene-:- mid ade s pres·entes e .·os juízos · de Deus. xtrema n-
ração · que nos inco rpor a em Jesu s Cris 'l t·d
to, nos faz part ici- ção, d erra mand o o o eo sant sobre os nossos sen r os
°
pan tes d~ sua ·vida , e nos perm ite vive d l' .
r em con form idad e Princ ipai s, ih f un de-nos na alma u ma graç. a de' a ivwd e.
com os' séntil?Jentqs ~ ex"emplos de con fort o espiritua.l, que nos Irvra . d as relíq uras o pec a o,
Jesu s Cris to, e ser
assi m perf eitq s cristãos. Don de se· deri
gaçã o de com bate r o pec ado e as suàs
a
va para nós . obri- rean ima a con fianç a, e nos arm a co ntra os supr emo s as-
. . . igo, fazen d d t· entos
caus as , de ader ir Sa ltos do 1rnm o-nos part·icrp · ad r os sen rm
b . b
a Je~us Cris to 'e imit ar s~as virt ude s. de S. Pau lo que , depo is d e ter comb t 1· .0 . om com -a-
~e se aleg rava com o pen sam ento da
a º.
,, . 2.52.. h) . A C<m/irm~çã~ faz- nos sold coro a que . o elspe-
ado s de Cris- • ' . d·
t() ; acre scen ta à graç a do Bap tism o
uma graç a espe cial ra.va. Imp orta , pois , pe rr este sacr_amen to a tem po ogo
. .,. ra . éle· ·,, ·ode
1 .

d.'t /orç a, para ·professarmos gen eros ame que utn se sent e· grav eme nte enfe rmo r
nte a .fé con tra
.rod uzir todo s os seus efeitos, e até,
, PDª ~ l .
todo s os inimigos, e sobr et~d 9 con tra
que imp ede tão gran de nq.mero de hom
o resp eito hum ano , P
con ven ient e, nos resb.turr .
se
. , d . e é uma crue1 a e
eus O 11d1 gdr
ens de prat icar os a sau. e' · · l
~~us de,~eres religiosos., .É -pa"Ça isso que que os que ass'istem o d oen t e Ih e diss imu em a ·grav.r·d ª de
os dQf.l.S do Esp í- do seu esta do e dila tem para o últim o _
rito San to, que nos tinh am sido já com inst ante a rece pçao
unic ado s;,n o Bap -
tism o, nos são ness e dia'. conf erid os dum sacr ame nto tão console.dor.
cial, para ilum inar em a .nos sa fé, tom
de mod o mai s espe -
. Este s sacr ame ntos bast am para sant f .; . J-" ', duo
and o-à mai s viva .e i icar o. 11:f_rvr
penetr~:r:ite, e fort ifica rem ao mes mo na sua vi d a priv a d a ;· h,a mai.s d ms, ·. ra
tem po · a ,nos sa .von- . P~ .dO sanh 1carem
tade con tra todo s os desf alec i~en tos. nas · suas rela ções com a soci.e dade ·. · Or em que d'a a'
Don de a necessi- . os min . ª
t . , · que sant r f·rca a .
dõd e de cult ivar os don s do Esp írito
San to, .sob retu do o
lgre ja dign istros, e . o l\,Iiv a rrmo m 0

,. da viri lida de cristã. fam ília.


'1.56. f) A Ord em dá aos ministros da '
2.51. e) A Eucaristia alimenta-nos a alm ,Igreja nã? ~o-
a que , com o · avi lhosos
o corp o, tem nece ssid ade de se nutr .,..;,,ente po deres mar para con-c:aar ar
ir, para vive r e se ·.. · · ºd a . Euc arrs tra,
fort ifica r. Q~a. pi;ira sust enta r uma vida e dmi nist rar os Sac ram · ·· . outr ma evan ge' _
divi na, nãq_ se re- ento s e pregar ª t m
que r nad a men os qµe um alim ento divi
no : será ~ Cor po lica , mas também a graçq. d e os e xerc ··
er sant ame n e, e
D da Euc a-
e o San gue de Jesu s Cris to , sua Alm a part icul ar um amo r arde nte pa~ com O
e Div inda de, que deuf~ de se
rist.ia e para com as al mas , co m a von ta e rrme
1 Rom. V], 3-6. ímó lar e cons umi r· com plet ame nte por • ·d obres
es,ta~ uas n ·

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) ;': APl TUL O . II NAT URE ZA DA VID A CRISTÃ

c ausas. A q_ue dg~au de san tida de em ver dad e vos digo, tud o o que
dev em eles tend er, di- ped irde s a meli Pai. em
1 -emos mais a rnnte.
- 0
. · meu nom e, Ele vo-lo dar á : Am en,
ame n dico vobis, si-
d 257 . g) Par a san tific ar a fam qui d petieritis Pat rem in nom ine
ília , célu la prim ord ial meo, dab it vob is" 1• Se,
a soc ieda de. dá o sac ram ent o do pois, orarmos com hum ilda de e ferv
Ma trim óni o aos espo- or, em uni ão com Je-
sos as graças de que tão urg ent eme sus, par a obtermos, no mom ento da
nte pre cisa m a graç a rece pçã o dum Sac ra-
da fide lida de abs olu ta e con stan men to, mai or abu ndâ nci a de graç
te, fide lida de ,tão difi- a, alca nçá -la- ema s.
cult osa ao cor açã o inc ons tan te do '.260. B) Da nos sa parte, dua s
·t d hom em . disposições 'contri-
respe1 ~r~m ~ san ti a d e d o tála mo , a gra ça d e bue m par.a nos faze rem rece ber
con jug al, a des peit o graça sac ram enta l mais
das solicrtaçoes con trár ias da con abu nda nte : san tos desejos ante s
cup iscê ncia ; a graç a de de rece ber os sacr ame n-
se_ c.~on!~grf~rlhem com_ _ded icaç ãq
inalteráv_el : à edu caç ão tos~ e ferrior nQ mom ento da rece pçã
cns ta aos t os. o.
· · ~) O desej6 ~rdent~ de rec~ber um s;c~
arn.ento, com
d . ~ 5d8 · · Ass im que , _para cad a tod os os seu s frutos, abr e e dila ta
circ uns tânc ia .importante a nos sa alm a. É um a
a. v1 - a,. par a cad a dev er ind
ivid ual ou sociaL é-nos con- das apli caç ões do princípio geral pos
to por Nos so Senhor:
f errdo um . cap ital mar avil hos o de "Be m-a ven tura dos os que têm fom
gra ça san tific ante ; e, e e sed e d~ san tida de,
p~r ad~ud . es~a graç a não fiqu e ina por que eles serão fart as : Bea ti qui
ctiv a! cad a sac ram ento esw iun t et sitiu nt jus,-
no~ . a direito a graças actuais, que tiliam, quo nia m ipsi satu rab unt ur" 2
virão solicitar-nos à . Ter fom e e s~de da
pra tica . ar .virt
. ude s que tem os de exer,;1·t com unh ão, da confissão e da abs
energias e~p mtu ais par a o fazer. " ar , e d•ar-nos larg ame nte a alm a às com uni caç
olvição, ,é abrir mais
A nós cumpre-nos cor- ões div inas ; e entã o
respond, ler, a fessa:s graças por rrJeio de d· Deu s sac iará as nossas alm as fam
pas sive ;-· per eitas.
. -ioes, qua nto
1Spos1ç
p_levit bon ~" 3 • Sej amo s, pois, com
inta s : ·• EsurÚmtes im·
o Dan iel, ·ho ~em de
desejos, e suspiremos pel as fon tes
II. Disp osiç ões ,nec essá rias ' p~ra de águ a viv a qµe são i
Í>e,.11 rece0'er. os S acra men os sac ram ento s.
tos.
. Com o ª qua ntid ad~ de gra ça h) . O ferv.or não fará sen ão aum ent ar
pro duz ida pelo s Sacra~ esta dila taçã o
men tas dep ehd e jun tam ent e de Deu da alma. Pois, que out ra coisa é
com d • s é de nós · 1 ve · o fervor sen ão a dispo-
o po o~o s _ac l , Jamos sição generosa de nad a recu sar
rescentá- a ·tan to dum a par te 'com a Deu s, de o deix ar
our
t a. ·· o da actu ar · na ple nitu de da sua virt ude
• , , ,. e de cola bor ar com
Ele com tod a a nos sa energia 7 Ora
d 259 . f A) . Deu s é livre, sem dúv ida esta disposição cav á
, .º ª diStrtbuiÇ~o e dila ta a nos sa alm a, torn a-a
os_ seu s avores : pod e, pois,: .nos mai s apt a às infu sõe s da
Sac ram ynt os, con ced er graça, mais dóc il à acç ão do Esp
da~ s oubm,enods,graça, CC>~forme os írito San to, mai s acti va
desígp_ios d~ sua sab e- em lhe corresponder. De sta mú tua
orr~ e o~d a e. Ma s ha leis que cola bor açã o bro tam
Ele m.esmo fixou, e às frutos abu nda nte s de san tific açã o.
qua is se dig na sub met er-s e. Ass im,
por exe mpl o , dec la- '.261. Pod ería mos acre sce ntar aqu
ra-n
b os, f ·vezes.''Fsem con ta, que não recusara' nad ,
d· ., i ,- diçõe~. q~e torn am as nossas obr
i que tod as as con-
t e_m ert~ : . e ~, e rec~bere · , ,a a ora çao
as mais meritórias ( v.
is, bus cài e enc ont rarê is, ba- rnp ra n.º 237 ), ape rfei çoa m da mes
-~1 ~ abrir-se-vos-a : peti ma man eira as dispo-
te ef accipietis, qua erit e. et irive-
met is,
. pul sate ,et ape riet ur vob i./'
siçõe~ que devemos leva r à rece pçã
.. ~ 2 ,. s' 0· br t d ,.
e u o. se e Ia ·se o dos S~c ram ento s, e
apo ra nos mer ecim ento s !nfinito.~ aum ent am assim a med ida de gra
de Jesu s :· "Em ver dad e ,. ça que nos é con feri da.
'
~::,:;, Isto mel hor se com pre end erá, dep
' 1 '
' ois de hav erm os feito a
1 É o que ensina o Concllio
tus ~l!-nctu~ _par Trento
titur sing ulis proutdevult . V ),~:
{ ,'
apli çaç ão des te prin cípi o à confiss
ão e com unh ão.
que mspos1t1011em ef cooperationeni >, - 'li
, sess. I, cap. 7: • S~irl-
e~;~~r1~1. propr!am cuius-
J\·
'\:,_;,,. 1 ]o. XVI , 23. - 2 Mt. V, 6. - S Lc. 1, 53,
--.°!',.~..

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NATUREZA DA VIDA CRISTÃ 161 ...
III. Disposições para se tirnr muito fruto do Sacramento
da Penitência 1,
;escapam por surpresa, ligeireza, fragilidade, /alta de vigi-
lância ou d e coragem., e imediatamente retra~am_os co_m
O sacramento da Penitência, como acima dissemos, vontade firme de não mais cair nelas. As primeiras s~o
purifica-nos a alma no sangue de Jesus Cristo , contanto -0bstáculo muito sério à perfeição, sobretudo quando sao
que estejamos bem dispostos, a nossa confissão seja leal frequentes e se lhes tem -apego, por exemplo. se se con-
e a nossa contrição verdadeira e sincera. servam voluntàriament~ pequenos ressentimentos, _ou o
hábito do juízo temerário e da maledic~ncia, se se alrm:~-
I. o DA CONFISSÃO tam à{eicões naturais, s~nsíveis, ou ainda o aferro ao Jm-
1
,! zo e ~on.Í:ade própria. São laços que nos prendem à terra
262. A) Uma _{)alavra sobre os .pecados grav(!s. e nos impedem de voa.r_ para o amoy,_divi~q; _Q uem, ~e
Não falamo; aqui senão incidentemente da acusação das propósito deliberado, recusa a Deus ~ sacrrfrc10 dos pr~-
faltas grave~ de que tratámos longamente em a nossa p rios gostos e vontades, não p~de ev1?e~temente esperar
2
Teologia Moral • Se uma àlma, que aspira à perfeição, d ele essas graças de predilecçao, as ,umcas que _nos po-
tem· a infelicidade de cometer, num momento de fraque- dem conduzir à santidade. . · . .
za, alguns pecados mortais, é necessário acusá-los com ··' ' Importa, pois, corrigir-se, custe o q~e cust8;r, desse
toda· a: sinceridade e clareza, desde o princípio da con- ·, , · de faltas.
genero . . . Para
. melhor se consegurr
d;f esse resultado,
é .
fissão, sem os afogar na multidão do's pecados veniais, ~ mister tomar sucessivamente_as 1 erentes esp cies o~
dando bem a conhecer o seu número e espécie, com toda cdtegorias, por exemplo, primeiro as faJtas cont~~ a ca~t-
a, lisura · e ,h":Imildade, indicando as causas des_sas quedas dade, depois as faltas contra a h~rmild_ade, contra a v~r-
e pédin'd·o: instantemente os remédios necessários para a . tude da religião . et_c. ; acusar-s~ mtnuCI!)sa,mente do que
cura. É sobretudo indispensável ter ·deles contrição pro- se notou, s'obretudo 'do .que rµais, p.os humiJha, das causas
funda, com firme propósito de evitar para o futuro não º·que nos fazem · cair· ness es• pecados
. .'. · e propor absoluta-
f- .
sóme'nte as faltas e_m si mesmas , mas as ocasiões e as mente evitar essas __qausas '. };:r1tã?, cada uma das con IS-
C(:J.USf!s que nos levaram ao abis_mb. · Obtido o perdão do .sões será mn passo ·avante para a per~~i_?ão, sobretudo.d·~
pecado, resta-nos conservar na alma um vivo e habitual há O cuidado ~e excitar bem a, cc;mtrzçao, como 1ogo 1
sentimento de penitência, um cor~ção contrito e humi-- remos.
lhado, com o desejo sincero de reparar o mal cometido
pbr uma vida austera e mortificada , por um amor ardente ' ' 'l64. C) Das faltas de {~agilidade. Alcançado o
e generoso. E enti'ío , uma falta grave insulada, que ime- triunfo das fa lt as de prnpósito deliberado. ~o-lta-se o {ta-
diatamente se reparou, não é obstáculo duradoiro ao pro- que contra as de fragilidade, não para as evr~ar_ c~:11,I? eta-
gresso espiritual, pois apenas deixa v~stígios na alma. ménle ( 0 que não é possível) ; senão par,ª Az~i~uirdo seu
· , 26., . B) Das faltas veniais de propósito delibe- ·número. R 'aqui deve-se recorrer ainda a d~visao O tra-
racto. Qúantp às faltas veniais, duas espécies se distin- ;balfw. Podemos. sem· dúvida, fcüsar- º, conJu~to d~s -íl:
guem : a·s que cometemos de propósito deliberado, saben- -tas' de· que nos lembramos , mas convem ~a~~-1~ ra?\ ª,
do ·~cm qúe , desagradamos a Deus , mas ·preferindo, por roente. afim de po·dermos insistir sobre um ~ener~ de
então', f It articular. Otupar-nos-emos sucessivamente,
• ) ·11• 1 'o prazer ;egoísta à vontade divina ; e as que nos a as em P . · d f lt con
:por' 'exerri'p~o : das dis_tracç~:s rias orações, .ªS.. a: Js . ,-
1 Além dos tratados de Teologia 1 ver particularme~te BEAUDENOM
t ,, · ' pureza ' de "intençao, das faltas de carrda e.
.·, ... N 0 :exa.me de consciência •e, -na con f'1ssao
_ n~o
-- n. (JS
Pratique progressive de la confessioll. · ' ranas a con-
2 Syn. theol. mor. 1 De Pcenitentia, n.º 242 ss. · e
..tentaremos de dizer : tive , distracções nas oraçoes ( o qu.
11

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162 CAP tTUL O II NAT URE ZA. DA. "{IDA CRIS TÃ
163
não é nov idad ~ abso luta men te ·nen hum von tade , uma ingr atid ão para com
a para o corif es- o Ulais ama nte e o
sor) ; mas diremos : estiv e espe cial men ~lais amá vel dos pais e benf eito res, ingr
te dist raíd o ou ne- atid ão que o fere
glig ente · em tal exer crcw de pied ade tant o mai s qua nto é certo qu.e somos
, e a cau sa foi não seus amigos privile-
me ter reco lhid o bem ante s d e com eçar giados. E assim se volt a Ele para nós,
, ,._, ou, o rião ter e nos diz : "Se
tido ânim'o para afug enta r rápi da e ener fora um, inimigo que m, me ultr aja, sup
gica men te as pri- ortá-lo-ia. . . Mas
méi ra,s diva gaçõ es, ,. .:.:., ou, por falta · de tu·... tu eras um outr o eu, meu con fide
con stân cia e cont i- nte e meu amigo,
n.ui dad e no esforço. Out ras veze s acus yiví_amos junt os num a doce intim idad 1
ar-n os-e mos de ha- e". .. ·. Saib amo s
verm ~s esta do long ame nte dist raíd os, escu tar esta s cens uras tão bem mer ecid
por cau sa de pe- as, ban har- nos na
9ue nmo s apeg os ao estu do ou a um hum ilha ção e cqnf usão . ,._, Oiç amo s
com pan heir o, por tam bém a voz . de
cau sa dum peq uen o tes~ ~ntü nent o que Jesus._ ~igamo-nos ~.nó s mes mps que
'. não com bate mos as _!lassas falt as tor-
1 etc. A indi c'àç ão do mot ivo dá a: con nara m mai s ama rgo o cálix ·que · lhe
foi apre sent ado no
hece r a cau sa d~
mal , sugere' ·o fem édio J-,a reso luçã o jard im das Oliv eira s, mai s inte nsa a sua
que se dev e tom ar. agonia. E entã o,
26S . Par a mel hor assegurarmos o fruto do fund o tla noss a .rrüséria, peça mos
da confissão, hum ilde men te per-
9ue r se trate , que r não , de falta s d'é dão : Miserere mei, Deu s, secu ndu m
libe rada s, term inar e- mag nam misericor-•
d iam tudm . . . Amp lius lava me ab iniq
rifo,s Ja li.cús_a_ç ão," dize ndo : A .m inha
re.solução, para esta uit~ te mea . .. " 2 •
_sem ana óu qui_nzen/1 é com bate r ·~ii.er . 268 . B) . ,Da parte. da alma, o pec,
1 gicàmente tal font e ado veni al, sem
d~ distr aççõ es; tal . af eiçãó', ·' tal gér1ero dim inui r em si a ami zade dtvi na, torn
de preo cup açõe s. a-a men os íntim a e
~, na Pr,~,x imà ' côhf issã o, não ·deix a~ acti va ; e que perd a não é . a da intim
·emos de dar conta idad e qom Deu s I
do_s ~sfotços emp ~~g ª?ºS ·: Tin ha l'~m rara lísa ou ao inen os el).torpece corisiderà
adci _t'al reso luçã o, s~l!P-~!1t.e a nos-
~m frel qura n,t e tan,tos dias , ou em ,tal sa acti vida de espi ritua l, lanç and o pó
med i'da ; mas· ii.ão no. qi._ecanisi;r:10 d~li~
a· ~bservei nest e ou naq uele pôn to. ·~ ·é vide cad a da vJda 'sob rena tura l; dim inui as
nte que uma suas ·~nergias p~ra
co:~ fissâ o ~ fêi~a des té mod o, na:o será o,.bem, aumenta,r;ído o ?-:i;nor do prç1.zer
'rbtin'eira, ante s mar - ·:~e s~bretQdo pre-
.c_arf\, UI!l p'asso ava nte : graç a. da .absoa lviç ão, vind o con- dispõe, se· se trat a de f aftas deli bera
das, para o peca do
hrrr iar :a r~soluç.ã ô . t~0 a da, não · som D1,0rtal : porq uan to,. em mui tas mat éria
ertte' aum enta rá a s, Ijlormente , no
graç a ha:bii:uàl qlle êxiste em hós, tnas que toca à pure za, a linh a de :dem urca
dêc upla rá as nos- çã~ entr e O' mor tal
sas ener gias , para nos faze r evit ar no _<; 'ven ial é tão imp erce ptív el,
futu ro cert o num ero o atra ctiv o para. q praz er
de , falta s v_enià.is_, e adq uiri r ,mai s , fàci f!\ªU tão esto ntea nte que del?ressa se
, _ f. , !
t , ; ~ ·' • ~ : .
lme nte. as virt ude s tran spõe o limite.
~
.· _ o ·~ ; _. ,·
•,, ~· ? {
T, •. • "' Que m pen sar nest es efeitos, não sent
; 0 ; . l irá difi<::;uldad.e em
' ' ' 2. ·' DA CONTRI,ÇÃd, · arre pen der- se sinc eram ente das suas
negl igên cias e con-
26(i.. , Nas ~~nfis~ões freq uent es.' é pr,~c cebe r dese jo de a$ evit ar para o futµ 3
iso insistir na ro • Par a prec isar
can{r,íção e bom propósito, que dela este bom prop ósit o, s~~á oportl.}nO di~ig
é con sequ ênci a ne- i-lo para os meios
çessarra. Imp orta pedi.,.[a com insi stên que se dev em tom ar, para dim inui r
cia, e exci tar-s e a as reca ídas , como
ela pela : ,cort side raçã o de mot ivos acim a indi cám os ( n. 0 26.5).
sobr e~at urai s, que .
sub stan cial men te os mes mos , vari arão '}69. Par a hav er, con tudo , mai s segu
segu ndo as alm as ranç a de que
e ~s falt as acus adas . . • riãú falt a a cont riçã o, é bom acu
, sar uma falta mai s grave
Os rmotiY.Qs ger~is tiram -se da part e d~ vida passada., da qua l nos pare ça
'de ·Óeu s e da . que tem os cert a-
part e da,· alma. ·Vam os sim ples men te
indi cá-l os. .
~.e~te cont riçã o; -sobr etud o· se é um peca do
da mes ma
. 'l~7. A) • Da parte de Deu s, o pec ado
, pbr leve que '. , . 1 Ps., LIV, 13-15. - 2 P,~. L ; meditá-lo
de ve~ ein quando.<-"--
seJa, e uma ofen sa do Sum o Bem , uma s . BE..,\JDENO_M1 op. çit.
resi stên cia à sua

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NAT URE ZA DA VID A CRI
STÃ 165
esp éci e que as f afta s ven iais
que se dep lora m. Ma s aqu i i:p.édio do sac erd ote , tod os os
dev em -se evi tar dois def eito s act os de ado ràç ão , acç ão
: a rotina, que tran sfo rma sse de. gra ças E: am or que ofe rec
est a acu saç ão num a fór mu la eu out ror a, imo lan do- se n~
vã, sem ver dad eiro sen ti- Cal vár io, act os de val or mo
rne nlo de con triç ão ; e a neg ral infi nito . Ofe rec end o-s e.
ligência, que nos lev ass e a com o víti ma , afir ma da ma nei
não nos pre ocu par mo s do pes ra ma is exp res siv a o sup re-
ar das falt as ven iais acu sa- mo dom ínio de De us sob re
das na con fiss ão pre sen te. tod as as coisas : é a adora~
ç~o ; dan do- se a si me sm o
Pra tica da com est e esp írit o, a a De us , par a rec onh ece r os
con fiss ão, a que se vêm seu s benefícios. , trib uta -lh e um
jun tar os con selh os dum pru lou vor igu al a esses ben e•
den te dire cto r e sob retu do a 'fíc ios : é a acção de graças ou
vir tud e puri}icadora da absolv culto eucarístico. E assim,
ição, ser á um pod ero so nad a pod e imp edi r a rea liza ção
me io par a a alm a se des em bar des te
dir na
aça r do pec ado e progre- ª·' ind ign ida de do ministro 1 ; por que efe ito, nem s~q;1~r
. . vir' tud
.
e.
•· nlio dep end e ess enc ialm ent e
o ':~l or do sacnf!c~o
de que m o ofe rec e sec und a-
IV. . riam ent e, sen ão do pre ço da
Dis1 1osi ções par a se tira r mui víti ma que é ofe rectda e ~a
to frut o da S. Euc aris tia 1. dig nid ade do sac erd ote prin cip
al.' que não é out ro ~enao
270. A Euc aris tia, é, ao me sm ,.pr ópr io Jes us Cri sto. É exa
o tem po, sacramento 0 cta me nte o que ens r~a .º
e sacri/ício ; este s dois ele me Co ncí lio de Tre nto , qua ndo
nto s and am inti ma me nte li- nos dec lara que ,est a I-losba
gad os, vis to que dur ant e o pur íssi ma não pod e ser ma nch
sac rífí cio é que se con sag ra ~da. p~l a : ind ign i~~ de ou
a víti ma que nós com urig ma líci a daq uel es que a ofe rec
àm os. · A com unh ão · não é, se- em ; que nes te d1vm? sa-
gun do a dou trin a com um , par crifício .se con tém e imo la inc
rue nta me nte , ,aq uel e me smo
te · ess·encial d.o sac rifí cio ;
ma s é sua par te integrante, Crt st~ que no alta r da cru z s.e
iá ·que p_or me io del a é que ofe rec eu de, ~o dó cru<ilnto~
ent ram os efu par tici paç ão com É.:· pois, acr esc ent a o Co ncí lio, a
os sen 'tlm ent os da víti ma me sm a viti ma , o me sm o
e· ôs frütos ·do sacrifício. · · . f;;c rifi cad or que se ofe rec e
act ual me nte pel o ,mi nis téri o
Ai. difete nça ess enc ial ~nt re um e· out • d0s sac erd ote s e out ror a •se ofe
1 ro ê q11e o sacri- rec eu, na .Cru z : não há di~
'f ícto 'diz res pei to directament ·' f ere nça ,mais que na ma nei ra
e à gloria de De us e o sa- de ofere<.:er a víti ma 2 • Assttn
ci am ent o tem por Jtm directo pois, qua ndo assistim'os à san
a santt/icação da nossa ta Mi ssa , .~ ma is ain da, ·
alma! Ma s, com o estes dois fir1s qua ndo a cel ebr am os, ren dem
não faz em ma is que um os a De us t~d as as. home••
em · rea lida de, um a· vez que pag ens. que lhe s.ão dev ida s , e
éon hec er e am ar a De us é do mo do ma is per feit o que
glo rifi cá- lo, um e óut ro con é pos sív el. pois que faz em os
trib uem par a· o nosso pro- nos sas as ;·ho me nag ens de
'gresso e~piritual. lesu s víti ma . ,--, E não se dig a
q ne isto não tem nad a com
. ~- nos sa san tifi caç ão : em rea
lida de, qua ndo •glorificam~s
1.
0
DO SACRIFÍCIO DA MISSA a Dé us. Ele se inc lina para
'COMO MEIO nós com am or, e.q uan to ma is
oi nos ocu pam os da sua glória,
SANTIFI°CAÇÃO 2 '; tan to ma is Ele se ocu pa ,..dos
rrossos inte res ses esp irit uai s :
é , · poi s, tra tar · a val er da.
271. A) Seus efeitos. a) nos sa sa.n tifi caç ão o cum pri r
Esté\ sac rifí cio ant es de os nossos dev ere s par a com
tud o glo rifi ca a De us e glo Ele , em unf üo com a víti ma
rifi ca- O de 1,r19do per feit o. que ren ova sob re o alta r a
por que Jes us nel e ofe rec e de sha imo laç ão. ·
nov o a s~u Pai , pdr -inter-
. . 1 THOM, 3, q. 79:
SuAR
mun~on., HuGoN, O. P. La EZ, disp. LXIII i DALGAiRNS, Hol y Com- Moc can d; J; J. ~LIE ll, La jollr
Jtée chrétie,ine; Occ upa tiõ~ \it1
cha nst, trad . por A. Roun1t::RSain te Euc har istie ; HEDLEY, The holy pendai:it le saln sacrific~, p. 49;'ji6 :!:~ !f~
Eu-
. . 2 Alé"? _cl;as ol;>ras geraE,is com este títu lo : La Sain te Eucharisfíe. B1.cuEi; s. S., t Du 5 : CEHAI
<flvm . sac n ce; . VGNAONNO,EUSR. ,J.o,Le{ rr{ La saittfe
Missae sacr ifmo ; BoN A De ci!ad_as, cf. BENrn1c • • .,
P. I, sect. 10.a ; Gtt1R, Das
1 sacrific10 Mcssae.; LE ru~, XIV, De ss.
DIER , op. cit.
Mess~, wi: s osi!t~isª l!~: ~!e ~ste
efeito produz~se ex. oper~ ope~
heilige Messopfer, trad uçã oÜAU
em francês por virt ude do próp rio sacrfücio. - 2 ·ato, em
. Sess. XXII, e, 1-II. .· •, .

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166 . CAP íTUL O II NAT URE ZA DAV IDA CRISTÃ
167
27J.. h) Mas , alem disso, o divino nost rum Jesum C hris tum ), para . ped ir
toda s as graças de
sacrifício tem
um efeito propiciatório em virt ude da que seus membros nece ssita m para a
sua mes ma cele- salv ação da alm a e
~raç ão ( ex opere operato, como dize m saúd e do corpo "pro spe salutis et ínco
'·1. os Teó logo s). Ve- lum itati s suae'.',
'
Jamos em -que ·sentido ; o sacrifício, ofer para o progresso espiritual, soli cita ndo
ecen do a Deu s a para os seús fiéis;
:1 h ome nag em qlcie lhe é dev ida e uma sobr etud o na Col ecta , -a graç a especial
just a com pen saçã o corr espo nde nte :a
pelo pec ado , incl ina- o a conc eder -nos cad a. .festa . .E que m que r que entr a nest
, não dire ctam ente a corr ente de ora~
a graç a sant ific ante ( o que é efei to próp ção litúrgica, com as disposições requ
to) , senã o a graça actu al e o dom da pen
rio do sacr ame n-
itên cia, e a per-
de obter para si e para todos; por queerid as, está seguro
m se interessa. as
do~r-nos, SE- ~stam~s c0ntritos e arre pen graças mais. abu nda ntes .
dido s, os pec ado s
ma1~ graves • . _,_, E ao. mes mo tem po
sat:is/a-tório, nesf e
. . Já se vê, pois ; que .o sant o sacrif.ício da miss
~ eontri"'.
s~nt ido ·qqe rem ite infahv elm ente aos bui, por todo s os seus efeitos, para a
peca dore s · arre pen.. noss a sant ifica ção ;
d1dos uma part e, ao menos, da pen a · ~- ist; com tant o mai s efic ácia qua nto
te'rnporal · dev ida ao é certo que nele
fé.c ada, em proporç~0 das disposições não oramos sós , senã o unid os à Igreja
·mai s ou men os per- toda e sobr etud o
ertas com que assistem ao sant o sacr ao Ch~ fe invisível da mes ma Igreja,
ifício. Ê por isso, a. Jes:us sacrifica~
ª:re sc~ ~ta º ,; Con cílio de Tren to, que dor e vítim a que , reno van do a sua obla
ele pod e ser ofere~ ção do Calv ário ,
c1do na'o som ente pelos pJca dos , satis ped e pela virt ude do seu sang ue e
façõ es e nece ssid a- pelas. suas súpl icas
des espi ritua is dos vivos, · mas ·ain da que nos seja m apli cada s as suas satis f
pelos que mor rera m açpe s e méritos. .
em· Cristo. · sem tere m · sufi cien tem ente
exp iado as suas '2'74. B) · Dis pos içõe s para ·ttr~r ~to
~~l~as 2 ; f: :fáci! ~e ver' domo este dup
lo efeito, prop icia l 1\1issa. Qua is sãó, pois. as dtsposiç6es·
da sàn ta
t~no e sati sfat ono ,' con tribu i -para :o que dev emo f àli~
nosso progresso na inen tar, pàra tirar proveito dest e· poderos
v1d,r cristã: ,Oi gran de ohstácu1o à uniã o meio de sant i2
o com Deu s é· 0 fic'áção 7 A disposição fund ame ntal que
pec ado ·; obte r; pois, o perd ão e faze r r~sume tod·ás ·as
·desa pare cer os seus - dem ais, é aderir com hum ilda de e
~ltimos vesUgios ,.. é prep arar uma · uniã con fúin ça aos sen.ti"
o cad a vez mais ín- men tas expressos pela vítim a divi~a. com
b~a ~om..~~us_: Bea ti mun d:) cord ung ar . q.eles, fa-
oe, quor1:íqm ipsi Deu m zê~los nossos, · cum prin do assim o qÜe
vide bun t .· ·E que consolaça:o para o Pon tific al recla-
vere m assim catr o mur o de sepa raçã o
os pob tes peca dore s m·ados sace rdot es : _Agnoscite quo d Ogitis,
imit ami ni quod.
que bs imp ~dia de tractatis. É afin al o a que h,os con vida
gozar da vida divi na I a Igreja 'na sua
-; · -:,.·. . san ta LUurgia· ' 1 . · ' ·
: · 27'.S. e) , · A missa é i~petr.atóría, '275. a) Na missa dos Çate cú~ en,o s, que vai até
do ~~s mo • mod o o
que ,é prop icia tóri a; obté m, pois, de Deu Ofe rtór io excl usiv ame nte, penetra-nos.
s, emiv'irtude do 1:1- sant a .Liturgi& d(:j
próp,ri~ sacr ifíd o (ex, oper.e opera.to),. sent ime ntos de pen itên cia e contrição
tod'as ,as graças ne- (C:pn{iteor, Ar,ifor;
cessarm~ para no,s sant ifica rmo s. O sacr a nobis, Ora mus te, Kyrie eleisón)
ifício é uma prece , de ado raçã o e acçã o
em ª,cçao, e ~qt rele que ora por nós de grai; as . (Glorip. in excel,sis), de .
no .san to alta r com fervorosas petições
ge~ idos inen arrá ;;eis é Aqu e1e mes mo (Co lect a} e de fé sincera (Epístola, Eva
cuja s prec es são nge lho,. Cre cÍo).
~u~1das sem pre, exa udit us est pro sua
reve rent ia". 4_ E h) -V em em segu ida o gran de dram a :· 1
assim , a. l?re ja. que autê ntic ame nte ) O ofere-
inte rpre ta o pen sa- cêmento da vítim a no Of ertórto pela
men to -_d1vmo.,- ,na San ta Mis sa ora sa:lvá.'ção · de todo o
con stan tem ente em gP-nero bum ino. -·:pro nostra et totiu s
u:ii_ão' _cdfo ·Jes us, .sac rific ado r e. víti ma mr.mdi salu te", o
(per · Dom iriu m ofer ecim ento do pov o · cristão em uniã
o' · com a vítima
r É a:- d'<;iUtrina. do Conc ílio de 'Tren to se~s. xxn
2 Loc. c1t- 8 Mt. V, 8. - 4 Hebr . V, 7,
'
' e.
II· 1 Cf .. E. VANDEUR O. S. B., La Salti
1 te Messe.

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NA TU RE ZA DA VID A cru
STÃ
pri nci pal , "in spiritu hum ilit •
ati s et in ani mo contrito sus d
l do Salva.dor na últ im a Ce
cipiamur a te, Do mi ne ",, -, - ora ção sac er ot_a ia: "E u ne-
seg uid a du ma ora ção à SS que eles sej am per fei tam ent
Tri nd ade , par a qu e abe nço .m:i. 1es, e v ós em mim,. par a e um :
e e ace ite est a obl açã o de E in eis et tu in me, u t· sint con sw nm ati. m . ., 1
tod o o Cri sto místico. 2) O un um .
pre fác io anu nci a a acç ão pro ..,go ' . qu
pri am ent e dit a, o Cdncm em - ~7 6 Nã o res ta ma is e dar gra ças a De us por este
qu e se vai ren ova r a imola- ,_. ·;.,. • ' .
ção mística da vít im a, e a b f ,
ime nso ene ICIO · elh · . ' o qu e faz ernos na Po stc om mu mo
e
-nos aos An jos e San tos ; ma
Igreja con vid a-n os a uni rm
o- . - ue A ben ção do sac
d
s soh ret udo ao Ve rbo Inc ar- nás ora çoe s q se e seguem . er ote
nad o , par a dar gra ças a De . d · SS ma Tri nd ade ; o u'ltim .
us, oom um.ca- nos os tes01ros a · · o
de, im plo rai o seu auxílio par a a pro cla ma r a sua san tid a-
Igreja , par a o seu Ch efe Ev ang elh o rec ord a-n os as_
l' . do Ve rbo nca rna do,
l
gdoriha ar ent re nós, e lev
visíveL par.a os sei.Is bispos
; par a os seu s fiéis,· em par
,
qii e vei o ma is · a •vez am a a sb·t 1 a-
ti- um . d de ver
cul ar pa_i:a os ass tste nte s mo-l o con nos co che io d e gra ça e dad e, par a nos
car os. En tão o sac erd ote . ·
e .tod os os qu e nos- ·são
ent ran do em com un hão com
ma is
désse d ent arm ·
os por d

to O O ecu rso do dla nes ta font
· •
e
SS.ma Vir gem , os San tos Ap
ósitolos, os Má rtir es, e tod
a I de ·vi da, e vivermos um a VI· d a sem lha nte à. do mesmo
os e
os San tos , · tra ~sp ort a-s e em
tifi ca- ;e com o Su mo Sac erd
espfrito · à últ im a Ce ia; ide
ote , e com Ele rep ete as pa-
n- .. -e
, Jes us Cri sto .
. -1 , . orn o e 'f 'ao,.·ld ev ·er ass1si . t· ·a, san ta Mi ssa ou ·dizê-l
r a
. .
lav ras · pro nun cia das no Ce
náculo-. ' Ob ede cen do à . sua i,. nes tas .. d . -
isposiçoes, é ev1'·den t em ent e san tifi car -se e cu1b-
.. , l per fei to a vid a sob ren
:,.
voz . o Ve rbo Inc arn ado
des ce; sob re · o alt ar, com .·-. var d e mo do , qu ant o pos s1ve , · a-
Co rpo e Sa ng ue, e. sile nci osa seu • , l qu e exi.ste em nos ' . O qu e vam os d1·z er d
a ,•sagra a d
me nte ~d ora e ora em seu ~ ~ur .
o
JlOSSO nom e . . pov o cristão inc e ! Coamu nh ão . no --l0 mo str ara, am . da ma is cl ara me nt e,
lin a-s e, ado ra a vít im a . ' . _
div ina , une -se aos seu s _sen
tirp.ento~, às' ,sua~ ado raç ões - \l
súp lic as, e pro cur a i~o lar-se e - . 2. •o DA CO MU NH ÃO ÇOMO
MEIO DE SANTIFICAÇAO
co ~ E.le. ofe rec end o alg uns ., , .,
pe;q uen o_s sacrifícios." "pe r ips
µm, et cu m ipso., et in ipso". ~"'7 A) Seu s e fei tos • A Eu car isti a, como sacra-·
.
..,_-.1. • , . •
rb.erito, pro du z dir ect am ent nós , ela sua .pr opn a vir-
3) Co m ~ .Pater No ste r com e em r tJ de gra ça hab itu
Co mu nh ão . Membi::os do çor
mo s a ora ção qu e Ele pró pri
eça a p~~par~ç&.o par a a
po mís .tic.o .~e de sus , rep çti-
. d
. th e, ex ope rd d ope
: li, qu~ na ver a e ª l om
rat o
e
um aum e t
hã o foi ins titu ída par a ser
u~ "C aro me ~ vere est cibus
al.
o
o nos ensirro:t,1 ,. o. Pate_r, cum Q._limenlo das nos sas a:~ et
pri ndo· com Ele os nossos ~ ~~ " 3 • os seu s efe ito s são
d~veres de reÍigiã~. e dir igi sanguis me us vere lest p , pois,
ao céu as nos sas hum ild es ndo
do t , . l . sus ten ta aum ent a
súp lica s. pedi_nd~ 'pa rlic ula análogos aos a im ent o ma eri a • f,
ine nte o pão eúc arí stic o, qu
e nos liv rar á de tod os às · ma
r- '
rep ara as nos sas forças esp . ·tu is cau san do- nos um a a e-
l
Ie$ i:tn:os dar á, _com o per dão - !n a , , el é con tud o real.
gria qu e, se nem sem pre ~ É o
dii 1à.lmà. a· .úhiãÓ per ma nen te dos nossos· ·pecados, a pa z
com Jes ús, ",e t d ·te nu n- pró pri o Jes us Cri sto quAele
sens1v lim ent o Jes us inteiro"
,
qu àm sepátári pe rm itta s". nos sDo . ª. da de Un e ..
éefi.turião : ;~ ·sua: i~d ig_n ida
En tão , pro tes tan do, corno
o o seu _orpo, Sangue,_ e ma e 1vm ,
Si me sm o; est· a uni ão é,
se a nós

per dão , o · sat erd óte e:., i:i.~61


tk, e p edi ndn pctmildem ent
ele. o·:po vo fiél; : corn."e e beb e c par a nos tra nsf o,~ ar
rn:esmo tem po, fisica T l
t;;wral.
tra nsf orm ado ra e, _de sua
ao

o C.o rpo e ·Sa ng ue do Salv , , do utr ina de S. Joa o, qu


ad<;>r., uni ndo ~se . int ~ir am ent nat ure za, per ma nen te. ªd e
pel o ma is ínt im o da sua alm e ~
o P. Le bre fon 4, res um e es ª do . "N a Esc ritu ra con-
a a Jes us, ao.s seu s sen tim en- e mo .
tos ina is prof{,l_ndos, e, por ,
Ele , ao pró pri o De us, !à SS
Tri nd ade . O -mistério da uni .ma 79 . TANQUEREY, Sy(l. Thtol.
ão est á con sum ado ; não fa- 1 Jo. XVII, 23. -_2 olt0!!1:; h-~tf°
1

•Ji· g!E!i: Z1á:


zem os ma is qu e um com Jes dogm., t. III, n. 619-t62~-'tulo cor/zmunio~i, P· 1
. La Saittte Com nmn
us, e, com o Ele não faz ma
is
por GoDhRD, com es Í;
~a pálavra Com mun iolL lon ~ La 'sain.te
qu e um com o Pa dre e o de · The ol. (MarffZell!J _
s j o. VI 55. ; P . UG ' . r. :l
Fil ho , enc ont ra-se rea liz ada Eucharlstie, P· ~40 ssd. dog ." · i ,' ·
a 4, Les orig mes u me de Ja Trinité, 1910, P• 4o3
·

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.'-rru -J.J. ULU !J
NA TUR EZA DA VID A ;.';:R 171
ISTÃ
suma-se ª união de C . t O
Viv dO f I
ificant·<> qu , rfis fJ.79; b) Sob re est a uni ão
·~ e e o seu ruto e. · , -ie , e · a tran sf arm açã o física vem-se enxertar
éldesão ª Cristo pela fé nem,
pelo baptismci. é uma un·-
f a
~ªº se trat~ som ent e da ,um a união espiritual muito ínt
'É.· um a unj ão muito inti ma e san
ima e trans/ormadorn. 1 )
t ,
empo mu ito espiritual : por rno nov a mc orp ora
mu ito reaçao l
em Cri sto
... sus une -se efe ctiv am ent e, à nos
tif i.cante. A alm a de Je-
ade re ao C:enhor n- , ela ,od d · e ao .mesmo sa, par a não fazer com
ela mais que um só coração e
·
ma s ain da..., um ao som ent e é pu 01 e-se , 1-zer que o que
,. et ani ma una ··. A sua imagin
um a só alm a : "co r unu m
, E so esp mto com Ele ação e memória, tão disci-
Jesus não . rece~ sdo. carne;,D sta phn ada s e tão san tas , unem-se
. 1zer · uni ão é tão ínti ma qu~ à: nos sa ima gin açã o e me-
pelo Pai assr·m iao que . mória ,' par a as disciplinarem
. a me sm a s01te que eu vivo· e orie nta rem par a De us e
vel me nte' aqui não há me . com e · '· I ·: pàr a as coisas divinas, dirigin
d . . mais que umea em
viv mim . n d ubi tà- do a sua act ivid ade par a a
a ass1m;1 para a res pei ana log ia . • tec ord açã op-Jos benefíciQs. de
tat. , .t .. d . , mas., am Deus., da sua bel eza · arre-
- ·: bàt ado ra, da sua inesgotável
som ent e uma união- mo ra(
de sentimentos se -
ru:CJ.8 dr ent en er aq ~_: não
; clei., ver dad eiro sol das alm
bon dad e. A sua. inteligên-
PIiGan o a mis'tur nao um a ver dad ª eir
ª num a·- com uni dad e éôm as cloridad·es da fé. faz-no
as, ilum ina o nosso -espírito
f'
v1 as ouª ant
- d d d ·d urn ao rsica, im- s ver tud o, apreciar tud o
çao, por par te do acrisetão uas d . . . ft ·. luz de De us; é então~que toc
É est a união q · , - ·d des a partrC rpa- am os com o ded o a vai-
., , . ' ª me sm a vr ª
ue vamos ten t~r explicar.e Cri sto ".
dad e dos ben s do mu ndo e a lou
cur a das má xim as mun-
dan as ; é ent ão que sab ore am os
as má xim as evangélicas,
eoncr'} ro· •'d· e Trent a urn.ao
278. a) É um - f"isiéa. É d tão obs cur as ant es par á nós, por
· e · f' que tão contrárias aos ins-
E e, seg un d o 0 ,; tint os nat ura is. A sua von tad
real e ~u~sta~c~aI;~ni~eo aCo ~;: e, tão forte, tão constante,
to, com a sua Aim . o· ' d :s~ ::o nté d vetdadei~a, ): tão generosa, ,ve m corrigi'r as nossas
e rvm aae por gue 'T _ _e Jes us Cn s- f inc ons tân cia s, o nosso· egoísmo; com fraquezdas,' as nossas
-~
c~I'isto- to do inteiramaent c
e l. Qu and o f º!1seg~m-t:'... J.
.
esus '' dtv ina s energias, a tal ponto·
uni can o-nos as ·sttas
mu nha o· sacramental r b ·qú e podemos, dizer com S.
aze mo s,.· pors, a •Co - Pau lo : "Po sso tud o naq uel e
tos •sob . as .sagradas ~sp e;~ e:~ •qu e me con for ta :·: Om nia
:\:e al e fisi cam ent e, ocu l- pós sum in ·eo; qui me confortai-' 1
va dor,. com a sua AI D· '. . Par e·ce-no'S que os es~
., n ma e rvm . orpo e San gue do Sal - forças já não nos custarão, que
somerite sacrários ma s ain d dad e S as ten taç ões nos encon-
e vive, ond e os Án1· ·b, . . odmos, pois , não , trar ão ina bal áve is, que a con tinu
d a ci orios, on e Jes us hab ita ida de no bem já nos não
os o àss ust a, por que jâ não somos sós
as_~assas adorações às delaes.ora m e ond e d
•M~ i . .d t'e mo s junb1.r
, ma s aderimos a Cristo.
e nos um a uni ão sem elh ant e ·à como a her a ao roble, e ·partic
s ar~ a, a . ent re Jes us ipamos assim da sua força.
to e o que 'o . ·I O seu coração. tão inf lam ado
de am or par a com De us e
que exrste ent re o alimen- -
é Jes us r-rue n~ssstrmrr af; com par a com as almas, vem aqu ece
,. ,_ ans orma estaS dif ere·nça , con o que
• · ', _ tud
r ·o nosso, tão · frio par a
que· o,transforma'm os em· , em i , ' . De us , tão tern o· par a as criatura
s··; corno os discípulos de
nos sa ·su · bmesmo, nao somos nós J;w aús , .,d ifem o-n os a nós .me sm
o ser ,superior é que assimila . stA ·
o inf a~c.1~: Ée na ver d ade . Q. nossq cqr açã o esta va em
os: "N ão é ver d~d e _que
que ten de a tom ar a ·noss . cha ma s den tro em nós, en-
. . a car ne ·ma e~i~t · . ; · ·· um a uni ão qua nto Ele nos fal ava ? 'fyonne
E: ma is cas tá· ·e depo-e
· is , · · •t . , cor nos tru m ardens erat
"E · I SUJ
. . t ego resuscitabo eum " 3. ·. ne a am germ d e1· a• .ao I·d esp nito in nobi'li:: dum loq'ueretur in
vta ?" 2 . É ent ão que , sob
e e_rmorta I a d e : acç ão de:.ite fogo d1v1no, sen tim a
1 . ' os em nós. um as vezes
imp uls os qua se ir~esistíveis par
a o bem , out ras veze.s uITla,
von tad e ser ena , mas firme, par
a tud o fazer, tud o sofrer
1 por De us, sem nad a lhe r~cusa
i
'. r.
i

1 Pllil ip. ,IV, 13. - 2 Lc. XXI


V, 32

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CAP íTU LO Il NAT URE ZA DA Vlli )A CRI STÃ 173
. 280 . 2) É evi den te que um ram
ram ent e transformadora. 1) Pou
a tal uni ão é ver dad ei- Alguns au,tores Jen ra ;orcom assi
o P. Schr-am 1, que a
alma de Jesus se re up ica, m dizer, no centro da
co a pou co, os nossos con stan temente.,......, Ser ia um
pen sam ent os, as nos sas ide ias, nossa alma. par a aí permanecerd.nár
as nos sas con vic çõe s, os io pois que a a1ma de
nossos juíz os vão -se mo difi can do milagre a bso 1u a t men te extr aor i •
tud o seg und o as má xim as do mu
; em vez de apr ecia rmo s
Jesus permanece constantemesp
......
e1ne unida ao s~u . corp o, e .esse
ndo , faz emo s nossos os écie s sac ram N-
entais. ao pode.
pen sam ent os e juíz os de Jes us, corpo desaparece com as . ·-
abr aça mo s com am or as . dmi vist o que Deus ,não multi~
má xim as eva ngé lica s, per gun tam mos. pois, a d tirt esta éne
opimao,
ro sem nec
.
o-n os a nós mes mo s con s- plica milagres es e g essi dade.
tan tem ent e : Q1,1e fari a Jes us, se ,
esti ves se em me u lug ar 7 1
2) O me smo se dig a d~s nossos des hum ana se reti ra de nos ao mes
l\1as, se a sua a ma
ções ; com pre end end o que o Tr!f,
ejos, das nos sas voli- · d· •ndade per ma nec e- .
!,ndo e o pró prio eu estã o mo tem po que o seu e orpo : .a sua tvL
em erro, que só Jes us, a ete rna mos em esta do de graça.
Sab edo ria, está na ver- 'e m nós , enq uâr itoh nos c~dnsedrvasa
n.to. uni da à. .sua divin-
dad e, não des ejam os sen ão o que
Ele des eja, a glória ,de H á mai.s : a sua . umanL a el um' •l O
De us, a nos sa salv açã o e a de .d d a uni ão especrn
nossos irm ãos ; não que - a e, ma n t,em com a nos sa a ma .
.
remos sen ão o que Ele que r "no . . 1' . a....=on d . l·ca r da ma nei ra segum-
n m.ea vol unt as, sed tua que teo oglc ... te se po e exp.1 t E
os O spírito o.n - . S
fia( '; e, a·inda qua ndo esta von te. O Esp írit o de Jesus.hpor outrods
tad e é cru cifi cad ora , nós elrm sus, per ma nec e em
.
• •na Cl lmo. um anaf· ·d
a ace itam os de tod o o cor açã o, to que vive e ,e ·
ao nosso bem esp irit ual com o ao
seg uro s de que ela ten de
. t d da me sma a im a de esp ecia l con trai a
'd
do pró xim o. 3) O nos so nós , em vu u e 1- sac ,
coração des em bar aça -se tam bém
. pou co a pou co. do seu com Este pel a co mu n ao lh ram en t a1, e ope ra Sem hnos
egoísmo, ma is ou me nos cons•ci
ente, das sua s afe içõ es na- d isposiço- es m · t riores sem e ant es às de No sso . en or;
d
tura is e sen síve is, par a am ar ard
ent em ent e, gen ero sam en- pe1as S'Up , 1·icas ede J esus que na_0 ces sa de inte b
rce er por
' d t
te, apa ixo nad am ent e a De us e as
alm as vist as em De us: nós con ced e-n os Ele graças ac t . mai s a un an es e
. , u_a1ls · d do das ten ta-
o que ·nó s amamos., já não são
as con sola çõe s div ina s, efic aze s, pre serv a-~ os. com esp ecrn cm a .
- de graça, dirige a nossa
por mai s doc es que · seja m, ma çõe
(, o pra zer de nos enc ont rarm os
s o pró prio De us : já não . s, pro duz emf nosldim dpresfsoles ao cor açã o, fàrtifica ~
alm a e as sua s acu a es, a a-nos . . .
o bem que lhes· pod em os faze
com os que am am os, é
-no s ª von tad e, aviva-n~s º amo
. e con tinu a assi.m em
r. Viv em os, poi s, ma s rh. - sac ram ent al. Ma s.
dum a vid a mai s inte nsa e sob
retu do mai s sob ren atu ral nos sa a l me os e f ei't?s·laa ' .
com un ao
, mis ter evi den tem ent e, vi- .
e mais' div ina que no pas sad
é
o; não já o eu, o hom em par a goz ar destes prrv,. egw.s, e · t v ···
ue.lho, que vive, pen sa e ope ra;
é o mes mo Jes us, é 6 ver em reco lh·im ent o mte nor . .
, esc u t ar a ten tam en e , a . OL.
seu espíritc, que viv e em nós . ·. l) tar os sel,ls mm1mos
dé eus , e es t ar pro ntoh-par a exe cu
tal com pleta-se por
e viv ific a o nosso : "Vt vo men
aut em, jam. non ego, viv it vero .desejos. E n t-ao, ª com un ao sacra
in me Chr istu s" 1 . .. l lhe per pet ua os a b· enç oa- ·
281 . e) Est a' uni ão f?Spiritual um a com unh ão espmtuo. , que .
pro lon ga- se. por tod o
o tem pó que qui serm os, seg und dos efeitos.
o o test em unh o do pró - .- ciai
prio Jes us Cri:Slo: "Q ui ma ndu
cai me am .ca rne m et bibit '28'2. d) E_,sta com unh-aodl·mp lica uma. um ao espe·ss ma Tri nda de 2; por
méum. sangui;;,em, in me ma net . · -
et ego in e~·' 2'. Ele nad a com as trê~ d ivn ws Pessoas. a _ · (h b't ção diví-
tan to des eja com o fica r ete rna . t d d circ· um mce ssa o a ia das
me nte em nós, e de nós é que , em vir u e ª ) \! erb não
que dep end e; com a sua gra ça,
fica r ccihl Ele constante.e nas P essoas um a nap d out ra
,
o o . vem só à nos sa
me nte uni dos . ·· l - ces sa de o gerar em
a ma ; vem com O a re ,que nao .
seu seio, vem com o E- 't San to . que não d
Ma s com o se perpetu'i:i. esta uni ..,sp m o cessa e
ão 7 : , •. · . . , . . . . ' .·
1 Oal. II, 20. - 2 Jo. VI, 56. l Jnst th.eo l. ntysDticae § 153 . .
2 Cf. .BERN ADO T,
. l' ,Euch aristie à la T ri"ti"tl
1 •
f
e -

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CAP ITU LO II.
pro ced er do al)raço ,t
gué m me am; d p
m mpu _uo o ~dr e e do Filh
o
NAT URE ZA DA VIDJ,\ CRISTÃ
175
cmos ne Ie a nos'sa hab eu ar o am ara ·e \1 . : "Se al-
·t - " I dig nus . ..
Pessoas estã o..· .1·.á ern nI aça o I .'
E t , rrem os a e e e fare
. -
" Est a disp osiç ão faz, por ass im dizer. o vác
uo
. oss a a
I ma
. pe
ceI r o que as b:~s div ina s
em nos sa alm a, des em bar aça ndo
-a do ego ísm
m~Into d a Co mu nhüo esta-o ·. a g. gul ho. da pre sun ção ; ora, é no o, do or-
. . , , , raç a,; mas , no mo- vác uo de nós mes mo s
cm : com o esta mo s uni em nos po , I · que se ope ra a uni ão com De us
nad I dos f' . r um tztu o .esp ; qua nto mais rios esva-
o, ne e e por Ele as· D· . zsrcpamente . e-
. ao V erb I ziam os de nós mesmos, tan to m~
e nos am am com o um rol zvrmas esso · o· nca r- lho r pre par am os a nossa
as nos estã o uni das alm a, par a se dei xar tom ar e pos
nad o, cuj os mem bro s so~ on{ suir de De us.
,~mento do Ver bo Inc ar-
Sor açã o, traz em os nele- igu ~I~ 3) · Est a hum ilda de será seg uid a dum
r;z enw jes us em nosso desejo ardente
ant o; a comunha-o e' de nos uni rmo s ao De us da Euc
, · •.. en e ~ - a re e o Esp írit o aris tia ; sen tind o viva-
vessemos fé viv a r I·, poz, s., um · . d. me nte a nos sa imp otê nci a e pob
d I . - ceu ant ecr pa o, e, rez a, sus pira rem os por
, se ti-
,.Ea mztaçao que estaea.r· zza nam os a ve d d d
J r
esus , ., . a e . esta palavr"'u
Aq uel e, qui:r é o úni ço qne po-d
e fort ific ar a nos sa fra-
,sse cum Jesu dul c· 'S com d· ,,e
oue za. enr iqu ece r-no s dos seus
teso iros ,
.. • para isus -./ª o par
. aíso na terr a . e enc her o vazio
·· · · do nos so cor açã o.' Ora , esse des
28~- B) Dis p· ejo, dila tan do- ~os a alm a,
os•' - · ' abr i-la -á de 'par em par Àq uel e
coinun.hão. Vis to ue1~0':,s pa~ que se nos des eja ·dar em
·a_ tirar mu ito fruto da pes soa ;, "DP-siderio desideravi hoc
a Jes us e a De us du : moJu~ar~s~ pascha manducare vo-
za tem por fim uni r-no s bis cum .
ma nen te, tud o o que f o rnb mo
avo rec er est , tran •- .
sfo rma dor e .per -
qt:Ie na acção de graças
efeitos. '
int -rª u~zao, na preparação 284. h) A me lho r acção de gra
lon gar a nos sa uni ão com Jes us.
ças será .a que pro-
ens1 ICara OS· seu s ' preciosos ·
a) A
, .. preparaçã· ·· . · 1) Com eça rá, pois, por um ado de
an!ecipada .com N So Jser a, Cpo_.rs, raç ão, de ani qui lam ent o, e de doa
sile ncio sa· ado-
e t, . , ·J . . um a esp écie de uni ão
. . esu
s a . Ja . UOI a com De us . ela rrsto Sup .s ·., I ção • com pleta de nós
' ·,. . o~~ mes mo s Àq uel e que . sen do De
que ª com unh ão se . ., P . ·gr:ªç ª s que a a ma
-~f{ .:.' 'rílente a cyós 1. "Ad oro
us, se dá todo· ·. inte ira-
na um sac n egio J_~an tific•ant ,
º
e,. sem·
· _.: · =se cor me um totu m sub
te iev ot; , late ns Deitas .... Tibi
/
l) An tes de tud o .
jici t .· 2
• Em uni ão com Ma
ria, a
tod os os nossos deveres, dO cumt pdru ' · · ma is per feit a ado rad ora de
1: nento. mai s per feit o de . Jes us, ·ani qui lar- nos -em os
par a Ih e agr ada r E · e es a o em •- J. diéinte da Ma jes tad e div ina par
1l de a,trair d nós A· n a ver d a·d e nã , unm o com ,esus e gra ças ·ao Ve rbo Inc arn ado em prim
a bem -diz er, lou var , dar
uel e c .
1I
l1 t
,1iência fili al ao
Quae p l
i a re
. , ' o e este o me lho r mei o
d . UJa v.1~a se res um e tbd a na
obe-
e Ele por Ele à SS.ma Tri nda de:
Do min um ... · fecit mih i magna
"M
eiro lug ar, dep ois com
agn ific at ani ma me a
acita sun t ei /accom a rnte n - d Ih
io sem l~º4 · qui potens est, et sane-
! exercício, n. o 22 . e e agr ada r : tum nom em eju s" 3 . Na da faz pen
9 Per· Exp licá mo s este etra r me lho r Jes us até o
ínti mo da nos sa alm a do que este
j! 2) Uma·,;h um ilda de sincera b
d . '. de nós me sm os; é o mo do próprio
acto de ani qui lam ent o
de nós, pob res cria tu-
'1 te, na gra nde za e san tida de ·d
/i !
tra •em b . N, aseaS a, por um a par - \·as, nos dar mo s Àq uel e que é
tud o.
nos sa azx eza .e ind igneida doss.o"Denh o
, Dar -lhe -eÍn os tud o
:i i . r, e, por ou-
ql,lanto há de bom em nós, e
ser á um a restituição, pois
· 1 . e . om me,· non sum _q ue tud o vem del e e não ces
Jo. XIV, 23 - 2 D , . sa de lhe per ten cer : mas
8 Se algu é ·. e •llltt . Chr ístl L II .taµ i.bém lhe• pfe rece mo s ,as nossas
deveria antes de~~~rs.se, pois , consciênci~ d~ 't c. 8, n. 2. . misérias, par a que Ele
lhado, e não O
confessar-se com u es ar_ em peca
nossa Syn. the!2. ~ont
ogm
Jr
entar da contrição, ai~~ cora do mortal
çao contrito e humi~ l Muit~~ pessoas
diat ame nte a pedi r favoesqu ecem este prim~ir~ dever e põem
. t. III, n. 652-654 - sem saberem que as nossas petiç -se ime ·
··
4 aJmesmo perfeita . ·Ver a ,, ,tan to mai s favoràvelmenteres,
º· VIII, 29. . . acol
.c ump rido os nossos deveres para hidas, quan to melhor houverm.os ões serão
pri meiro
nos visi tar. - 2 Hino de S. Tho com Aquele que nos fez a honra de
más. - s Lc. I, 46 sq.
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\.,/'\.t 'J.lUl .,V 11
NAT URE ZA DA VID A CRISTÃ
117
as con sum a no fogo do seu amo r e lhes
disp osi ções tão perf eita s. Que mar avil
subs titua as suas d(.•
faze r esses sacr ifíci os 1• Este pon to
é capi tal : cad a
hosa troc a ! com unh ão dev e ser feita com o fim de
nos faze r prog redi r
285 .2) Seg uem -se, entã o, doce~ colóquios num a virt ude espe cial .
a alm a e o hós ped e divi no : "Lo que entr e
re, Dom ine, quia 288 . 5) _É es,tc o mom ento de pedir tam
aud it servus tuµs . . . Da mih i inte llec bém por to~
tum ut sciam testi- das as pess oas que nos são cara s, por
mon ia tu.a. Inclina cor meu m in verba todo s os gran des
oris tui . .. " 1 Es- inte ress es da Igreja, pela s inte nçõe s
cuta -se com todµ a aten ção o Mes do Sum o Pon tífic e,
tre, o Am igo ; fala - pelo s Bisp os. pelo s sace rdot es. Não tem
-se- lhe · resp eito sam ente , sing elam ente amo s faze r a no~-
, afec tuos ame nte. sa oraç ão, qua nto poss ível , univ ersa
Abr e--se a alm a às com unic açõe s divi l; é, afin al. o mel hor
nas ; porq ue é este o mei o de serm os aten dido s.
mom ento em que Jesu s faz pass ar a .
noss as alm as as suas • Enf im term inem os, ped indo , sob
dispostç·ões inteniàres , as suas virt ude qua lque r form a,• a
s ; é ne;e ·ssá rio não Nos so Sen hor que nos faça a graç a
som ente rec,~bê-las , senã o tam bém atraÍ de perm anec er nele ,
:-Ias. gost á-la s, as- com o Ele perm anec e em nós, de prat
simi lá-Ia s : Os meu m operui et aitra icar toda s, e cad a
xi spir itum " 2 • E, uma das noss as acçõ es em uniã o com
para que este s coló quio s não deg ener Ele, em espí rito de
em em rotin a, é bom acçã o de graç as. Con fiem os enfi m à
vari ar, se não cad a dia, ao men os de SS.ma Virg em aqu ele
tem po em tem po , o Jesu s que Ela tão bem gua rdou , para
assu nto d& con vers ação , tom and o ora que nos ajud e a
uma ora outr a-vi ;- fazê -lo cres cer em noss o ·cor ação : e
tude , perc orre ndo suav eme nte algu mas assi m, reco nfor tado s
pala vras do Eva n- pela oraç ão, pass emo s à acçã o.
gelh o, roga ndo a Nos so Sen hor nos
con ceda com pree n-
dê-l as bem , sabo reá- las, pô-l as ei;n
prát ica. CoNcLusÃ_o
286 . 3) Não nos esqu ecam os de
lhe dar graça-;
pela s luze s que se dign a com unic ar-n 289 . Tem as, pois , em noss'a mão três
os, pelo s pied osos gran des meios
afec tos, bem com o pela s obsc urid ades de cons erva r e aum enta r em nós a vida
e secu ras em que cris tã que Deu ~
nos deix a de vez em qua ndo : apro veit tão libe rà1m ente nos infu nde , e de nos
emo -nos até dest as darm os generosa..:
últim as, para nos hum ilha rmo s, par men te a Ele , com o Ele se nos dá a nós.
a nos reco nhe cerm os
indi gno s dos divi nos favo res, e para 1) · Luta ndo sem desc anso e sem desâ nim
rios unir'mos mai s fre- o, com ú
que ntem ente pela von tade Aqu ele que o.uxílio de Deu s e de todo s os prot
; aind a mes mo na ecto res que Ele nos
arid ez. não cess a de nos tran sfun dir, deu , con tra os nossos inimigos espi ritua
de mod o secr eto e is, està mos segu ros
mist erio so. a sua vida e virt ude s - de gan har a vitó ria e de cons olid ar em
Sup liqu emo s-lh e que nós a vida sobre-
p~o long ue em nós a sua acçã o e a
sua vida : "O Jesu., natu ral.
vtve ns ín Maria, ven i et vive in /am ulis 2) San ti/icando, pelo , ofer~_cimento freq
fuis . .. " 3 ; que uen tem ente
.r.e?eba, para o tran sfor mar . o pou co reno vad o, toda s as nossas acções~ aind
bem que .há em nó:; : a as mai s com uns,
~um e, Dom ine, et suscipe omn em mea
m libertatem . .. ·• 4 adqu irim os abu ndà ntes mér itos, aum
enta mos cons ider à-
_ 287.' 4,) Em segu ida, o/ereçam velm erite cad a dia o n·osso capi tal . de
o-hos a faze r os sa- graç as e os 11:ossos
crifícios necessáribs para refo rma r e tran dire itos ao céu, repa rand o e expia!}d
sfor mar a noss a. o ao mes mo tem po
vida , · f'm part icul ar sobr e tal pon to dete às ·noss as falta s. ·· , . ·
rmin ado ; e, côns - _
~ios dª noss ~ fraq uez a, peça mos inst 3) Os sacr~mentos, rece bido s co~ boa s
ante men te a graç a e f ervoros~s
disp osiç ões. ajun tam aos , nossos mér itos
1 ; Cf; lmit. I.
III, e. pess oais uma cq-
P. de Condren, comp letad a por2: M.
- 2 Ps CVIII, 131. - s Oração
Olie;. - 4 Oraç ão de ,s, Inácio do
Cont empl ação sobr e o amor de Deus na 1 Sobre o espír ito de vítim
a. V. L.
; CAPE LLE, S. J., Les âmes
généreuses.
12 .

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178 CAP1TULO · II .
NATUREZA DA VIDA CRISTÃ
pia excepcional de graças que vêm dos próprios mérilos de
Jesus Cristo ; e, como recebemos amiúde o sacramento este é o motivo por que lhe a.tribuimos .o mérito das nos~
sas boas obras, viven·do para Ele, como por El\é! e ne_le
da penitência e comungamos todos os dias, se queremos.
vivemos.
não depende senão de nós o sermos santos. Jesus veio e
:rem_ainda a nossas almas, para nos comunicar a sua vida 291. 2. 0 Esta \iida é também uma participação ·c1a
com abundância: "Ego veni ut vitam habeant et abun- •vida de Jesus ;. porque Jesus vtve em nós, e nós -vivemos
dantius habeant'' 1• A nós cumpre-nos abrir, dilatar as ·nele. Ele vive em nós, não somente como Deus, pelo mes-
nossas almas, para a receber, cultivar, aumentar, comun. mo título que o Padre, mas ainda como Homem-Deu::.
gando incessantemente nas disposições, viitudes e sacrití-- E co·m efeito, Ele é a cabeça dum Corpo místico, cujos
?io~ de Jesus. Então Yirá o. moment~ em que, transforma- membros somos nós_. e dele ,é que recebemos õ movimento
dos nele, hão tendo outros pensamentos, outros ~Fectos. e •a vida. Ele vive em nós d-e· maneira· mãfs misteriosa
?utros propósitos mais }:Jue os dele, poderemos repetir a ainda, porquanto, pelos 1seus méritos e súplicas, faz c(ue o
palavra de S. Paulo : Vivo, jam non ego, vivit vera irr Espírito Santo opere em nós disposições semelhantes :às
rríe Christus" 2 • ·que·este divino Espírito operava em sua· alma. Vive em
nós real e fisicamente no momento da sagra:àa comunhão,
SíNTESE DO CAPÍTULO SEGUNDO e, · pefo seli divino Espírito, transfunde 'em- nossas alriüis
'os seu~ senti~entos e ~i;hrdes. ·Mas nós também vivemos
290. Chegados ao termo· deste capítulo, o mais im- nele :' 'incorporados nele, livremente recebemos· o móvi~
porlanle desta primeira parte, melhor podemos compreen- m:ento que Ele rios imprime : livremente nos · esforçam0s
der a natureza da vida cristã. · · · por imitar as suas virtudes, sem esquec~rmds contudo que
.1.
0
É verdadetramente uma participação da vida de o não alcançamos senão pela graça que Ele nos rrierééeti;
Deus, pois que Deus vive em nós e nós vivemos nele. livremente aderimos a Ele, como os , sarmentos à :c·epa, e
Ele iiive em nós realmente na Unidade da sua Natureza abrimos a nossa alma à. seiva divina que Ele nos comu-
e na Trindade das suas Pessoas ; e não está em nós inac- nfoa- tão, liberalmente. E, como recebemos· tudo dele. é
\ivo ; produz em nossa alma um organismo sobrenatural .por-Ele e para Ele que vivemos, extremamente: venturo~
completo qu,e n~s permite viver uma· vida, não igual, mas sos de nos darmos .a Ele .como Ele se nos dá a nós, tendo
s~melhante a dele, uma vida deiforme. Esta vida, é Ek únicarnente p~na de o· fazermos de modo tão imperfeito.
amda que, pela sua graça actual, a põe em andamento . - 292. 3.º Esta vida é também. em certa med'ida. u~~
é Ele que nos ajuda a praticar ·os nossos actos meri'l:órios · participação da vida de Mariá. ou, como diz M. Olier,
é Ele que recon:ipensa esses actos, pr~duzindo em nó; da vida de Jesus que vive em Mo.ria. E ·com efeito, ·que-
Uf!la nova_ infusão de g~aça habitual. Mas nós vivemos. rendo Jesm que sua santa' Mãe seja a sua viva: imagem\
~ele e parn Ele, porque somos seus colaboradores : auxi- o
comunica-lhe, pelos seus méritos e súplicas, seii divfnó
liados da sua .graça, recel;>emos livremente o impulso di\;i- Espírito, que a faz participar, em grau supereminente,
no, cooperamos com Ele, e desse modo triunfamos dos das suas disposições e virtudes. Assim, Ele vive em Ma-
Dossos inimigos, adquirimos merecimel).tos, e preparamo- ria, e, como quer que sua Mãe seja nossç1. Mãe, quer que
-nos para essa _abundante infusão de graças que os sa- Ela nos gere espirihialrriente. 'Ora, geran.'do-nos à vida es-
cr~mentos _nos conferem. Não esquecemos contudo que piritual ( como causa secundária, já se entende), ,.Maria
ate o nosso mesmo consentimento é obra da sua graça, e faz~no's participar não · somente da vida .de· Jesus, senão
., . fri'inbém da sua própria. Corriungarrio&, pois, nâ vidi(dé
1 ]o. Vfl, 20. -- 2 Oa!. II, 20 .,
Jé,. Maria ao mesmo tempo que na vida de Jesus,.- ou, por
_;
~ <.
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PhKM ~ll.,, AU y .LUA uu: ; l A
10V 1...,A l:'ITU LO lI UA HH
outr os term os. na vid a de Jesu s que vive dal me nte progressiva e não atin
girá o seu ter~ o sen ão
e,
em Ma ria. E
este o pen sam ent o tão bem exp ress o naq Dev emo s pois exa min ar em que
uel a bel a ora ção no eu. consist e a per-
do P. de Con dre n, com ple tad a por M. feição des ta uida, ·a fim· de. por ess.e . d
Oli er: "O /esu .,,_ t r mel hor nos cam inh os
m~1~. nos po ermos
viuens in Maria, uen i el uive in Jam one n a da perferçno. E, como so-
ulis tuis ". .. h
29'.5. , 4. ~.. Enf im. esta vid a é um !)~e este pon to fun dam ent al ·J .
á erros. e 1 erns mai.s ou me-
a par tici paç ão da nos · inco mpl etas , começarerrios por
vid a dos . Santos do céu e da terra. elim inar as/ al~as no--
E na ver dad e. com o
vimos ..o ._c orp o místico de Cri sto
com pre end e a tod os os
ç6e s da per feiç ão cristã, expor~mo'~ em seg md a a sua e
que ,lhe . estã o inco rpo rad os pelo
bap tisn io, e par ticu lar-
úerdadeirà ,iatureza.
men te a tod os qua nto s goz am da ' .
gra ça e da glória. Ora , doi; incrédulos ;
;

l
tod os .os rr,embros des se corp o r:nís
ma ,vid a; da vid a que recé tiem da
tico p~r~icípam .d<¼ mes- .1-· f.v~a~ . dos mundanos ;
cab eça e que está di- noç ões . dos dev oto s..
fun did a em sua s alm as pel o mes . .
mo Esp írito . divino.,;..$0-
mos, pois, tod os ver dad eira men te ·. ~ • per feiç ão ~on sist e, na c~r-~?~
irm ãos , recebendc?' -cfo · .... de i :
m~smõ Pai ,,.q ue é Deus,. pelo s méritos s1;1 poe nes tç n:u ~~ ·;..lo o ...... c... t,,., o ·
do mes mo Redên:- :. . u . -:l ~, -.,ú .. .&~.&

tor_. iµm a part icjp açft o da ,me sma Ver dad eira com bin a har mo nic , .

viclâ espiritual,. cuj a ple- ame nte . este s doi s


nitu de resi de em Jesu s Cristo':- '.' · ·e_lemeritos ; ·
de cujus p[enitudine nos •
1
noç ão ·
ornnes acc ~pi niu s". E assi m. os ;._ '.
a~ró\Ǫ o~. pre~e!itos e con selh os
San tos do .céu e da terr a ;
se intei:essa.m pelo nos so · progres · tçm grau,s e hro,it.e~ ..
so esp irild al. e nos · aju-
dam .em . nossas com bat es,, con tra' ) :' ,
a carn e .. o mu ndo e o - •.. r ~ ~ ·~ .. , • • •
dem óni o. ~ l· ; ;. , . i\RT.; L ·, FAL S~S NO~ ÓES · DA' PERF~~ÇÃO'
... . . I '
' ,. ;
. 294 . Cbmn são con fort add ras tod :' ', , .· .. ; · • .,. . • ( .

É cert o que nes te mu ndo a·'v ida esp


as esta s verdades- l Esfar falsa~ no9 ões encórit~am-sê no' me1
.

. ma~·. ~e o infe rno com bate , ·con


iritu al é- um a·.luta : J'µ[os,' :· d_;s. mu{~d0:1_ios , e dos ,fals,o~ deupt,os. 6 d.~s incré~
tra nós e • énc ont ra aliados .
no mu nd0 •e sob retu do na tríp lice
con dup iscê nda , o\ Cé.1
·:.,! ·296: '· l.º' . Aos'·othos dos íncr~dülos, ·a: pér feiç ãoc ríst ã
c~m bat e por ,riós ; e o Céu não riao . pa.~sé;). ·d· ·. ·· fet1
,um . .6menô sub;ecffvo que não cor resp opq a
i ·.,,
é· 'sbm ente ·o exé rcit o doi; •. • .
Anj os e dos San tos, é ·Cri sto ven ~; :nen hum a Il;!!ilidade cert a. ..· .;
ced or de Sat aná s. é ã - ,, · ' ,. , ,. .. , , .,
Tri nda de San tíss ima que vive , e . .. . - tuda O que den omm ain
rein a em nossa& .é).lmas. .':,i,L•'A) VáriOS,' entr e' e1es,
n~o es . . th. .
Dév emo s ~ p,ois viver che io; de
1
tri~ nfo . cqn lan t_o • que , des con fiad
• esp eran ça, :segµros . do oíi'. :ferióm~úos· inís tíco s'
é:',t'distingúirerii entr e os verd d
. 1- 1· s
ade iros e _os _f~ . S
senã co~ pre~~ncelt_f:ôt!.í:~~;s;
~s 'de nós . mes mos . ~os s m N d . •7 d.
apo iem os ante s de tud o em Deu t "'t'" são Ma x ot au, · H·· ·'Lrubà' E ·,' Mur1s1e r 1 • egu n .e
,. -t· s ·não ,e.. ·.,mai· s q· u·e um
0

s : "Om nia pos sum in. élês;, à 'pre tens a -per feiç ão dóS mis
"' • ·
·
~o qui me con /orf at '. ' 1. fenómeno mórbido, uma espécie lCO. . . . , d . , lfa,.;
_de ps1conevrose, ae e~x :cia l
ção do sent ime nto reF gi!: • e ;~~
0
tfa ::~ ~:;~ !~r :e de;posó~
) · CA Pí TU LO III
~i~ t~~ \::~ r:i~ n~~ n:~ piri tual , de
, beijo, dedabraç_o,t_de
divi nas que tant as vez es caem ,.da pen a os mis icos.carí· cias·
~- Evi den tem ente , este s auto res,. .. h em o
Per feiç ão da vida,. cristfi, . .
amo r . rofa no, não com pree nde ram que ªJ?enas ~tn· ~c. são
nad
: '. _·2 93. Tód~' e :qqalq~~r.-;i chl se de~ qaq uele s .'a que ~, s~ pod eria apli car a, do .amo r ivin o , Se:i
sob r~tu do a vid a Cfi~tã, ,_ qµe , de
~ ,ape rfei çoa r.
sµa nat ure za. é essen-
mas , , •
a p~l avra de No:;~o ..
.. ,, t MAJC NoRo;u, D~geneç.e{c~ 1 115 , J. H: LEUBA, La
psychol<1gle des p(zr:.Ji0,1!'énes re 1g1e 'z:~•
,
E\\ukiii~R LeS maladies ~{'''. s~n~
.. , .
1 Philip: IV, 13. tirrient relígieux. . .. . _. , /.
· · ·

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.. vw vf-'>l:'11 ULU 111 PER FEIÇ ÃO DA · . VID A CRIS TÃ 183
nho r : "Ne que mitt atis mar gari tas
veste-as ante porc os" I. E ~os on de~ígnios políticos ambiciosos,
assi m, outr os psic ólog os, com o W. com d o desejo de
que o inst into sexu al não tem nad a
James,. faze m-lh es nota r do:r iina r a~ consciências e, por esse
que ver com a· sant idad e; mei o,. e gove:nar o
que os verd adei ros míst icos · prat icar
am a pure za .heró ica: uns . d ,. . ., É con fun dir o abuso com a c01s
rtão exp erim enta ram nad a ou qua a em sr ; e a
se nad a das fraq ueza s da rnunt· o. ç-ao dest e estu do nos mos trar
carn e ; outr os' ven cera m tent açõe con rnu a á que a simplicida-
s · viol enta s, emp rega ndo de são os ver d a d e1ro ·
mei os : heró k~s ; p.or exem plo, revo
lven do-s e sobr e espi nho s. de, a leald p- d e e a hum ilda . s caruc-·
Por c_oq,<;;tguin,te, se e01pre1;Jar'am a teres da dev oçã o.
ling uag em do amo r huma..-
ilo, é"'qu e não 'há outr a mai s apta
para _e xpri mir de man eira '.1.99. B) Out r~s cons'ideram a pied
anal ógic a as tern uras do amo r divi ade como ~~e \
no ·2. ~ · Por outr o lado , . xaltação da ·sensibilidade. e da ima gina
mos trar am em todo o seu proc eder
, pela s gran des obra s em- e· ção , l.lffialhespecie
pree ndid as e leva das a boin : tettn de emo tivi dad e, boa , qua n dº· mur·t
o, que eram homen~ pru- o, ' par mu eres . e
dent es, pon dera dos, e _qµe em tod9
. ,cas . ·. •. . indicrna -de hom ens que, .e aque
bem -diz ~r a~ nev rose s que i;ips cil!r o não_ podê!P,OS senã o cna nca s, mas rem g~a~
pela ;azã o e pela von ta d e.,....., E cori d ·
O
Boa ven tura , Inác io de Loio la· e ·Fra am .Tom ás de 'A<tüino e t hom ens
}€sus ~•• Joijo -da Cru z, Fran cisc o de
ncis co Xav ier, Ter esa de tu o ,
t- o inscritos no catálogo dos S?-ntos.,, qua n ºj. . .
,Sal es: e Joan a de Cha n- que se rsbngul~
tal, Vig ente! de . P~J.}}P, :; M. Mad emo ;~; por un: bom senso proverbial. uma
isel
Olie r, Afo nso de Lig uon e Pau lo da le Leg ras, Bém lle e intehgê_~~t sup~-
'.' .<:' Cru z. • rior , l!IDa von tade enérgica e con stan
1 • !'J
1 .... ·. , '"· • ; ' .
te 71 Am a aqm ,
29'7. B) Out ros inci:çc{ufos . .fazem just iça pois, é con fun dir a cari catu ra com o
míst icos , dtJy idan do con,tudo d~ real ap~,, noss os retr ato. .
men os qu't t des'c reve m: tais são Wil,i,díl~e obje ctiv a dos fenó- C) Enf im, outros há que pret en.d _em que
lia·rii Jam es e Máx imo de a
Mon tmo ranc :. 3. Reéonhe'cem cjú~ 'o
sent im~ nto relig ioso pro- . erf~?c~~o é uma utop ia irrealizável
duz nas alm as efei tos mar avil hoso . e, . por iss,o. mesb'o,
s, um imp ulso inve ncív d !erigo~a ; que bas ta observar os man
para o be.rn, !EID~ · dedi caçi jo sem limi . . dam ento s e s,o. r~-
· . .
que o seu pret enso egoí smo não é, tes :par a cptú•o ·pró xim o, tud o socorrer o prox1mo, sem perd .
er O tem po em prat icas
.
em últim a anál ise, senã o . min ucio sas ou à proc ura de virt ude d· , . ;_, A
~npa caridad,e emi pent eme nte . soci s extraor_ r~arras.
al, ., que tem iª · m~is feliz
influêücia·, tjlic a sua sede de . sofr
ime nto não os imp ede de
leit ura da Vid a dos San tos bas ta par
goz arem de inef áv~ is delícia~ e de a corrrgrr este erro,
p.9uco d~ .f_e~i.ci~a9e.; _tn.às p~i;~nmtam-
difu ndih Hh em f<>rno um mos t ran do que a P erfe ição foi real izad a na terr a, e .q ue ª.
não são vítim as de auto -sug estã o e se a _si• mes mos ,s~ eles
· d b
de aluc inaç ão. ,_. A este s
prát ica dos· conselhos, long e .de prej u icar , ª1 o se~ â · {c·T,
dÍr~môs. qu~ efei tos tão aben çoad ,dos prec eito s, outr a coisa não faz que
torn a- .a mais ac1".
os n_ão' poderti 'vir senã o
dum a cau sa que lhes seja prop orci
3.º Até mesmo entr e as· pes'soas, d ,.
evd,ias, h··
ona da; qU'e) no seu cón..i
jµgtpi:.Q beµi real ..e d.u~c1doiro 11ão
_poc;le yir senã o da verd ade, 'SO~.e enP ane sobre a verd ade ira natu ª.
e. qu:e, S!z! :Só, ,.o s, 11].Jsticqs crist ão~ .que "'m reza . da pertei"'
têm pra. tica do .as v~r~ud~~
ção , pint andºo-a cad a qual ,,se~µn d
o a sua pa1·xao - •e fan
hcrq ica.s,,e ,.p,r.9.duziçl.o, obra s sg_ci~is
çãQ e ç:> amo r . de Deu s, que. insp iram s, ~ qqe. a . çontempJ,a -
útei . -
éiluciq?,Ções 1:: :m as realidades viva s essa s .qbra~,. são, não ta.sia" 1. 1
e acti ·
v,as; .,'.'í;X. fructibus . A) Mu itos , con fun dindo a d evoçao. -
COCfrl(!l_ '. cog nosc etis eps" 4... as devo~
. g·na m que a perf eiçã o con sist e com .·
. : •. . ·
· :·298. · 2>( Os mundanos, qind a ·qua ndo con çoes, 1ma
. d e núm er0r de orações e faze r part e d
em reci tar gra.n-
.•t
fé têm ~1u'ítas iv_ezes sobre a pe-rfeição. ou o que servam a e mm as con fra ria""''
cha mam até mPsmo com detr ime nto dos seus dev eres de estado,
a devoção, ··ide ias·-falsíssimas.
que d;sc mam por vezes, par a se d arem à le
a deste d ou ~dued
· :·,-.A)°- Un~ olh~ m ,os devotos como hipó critas. pied oso exerc1c1 , .
0, ou com que bra da virt u e e can a e
fó;, -qüe, ~sõb Tar tur b l ,.
a i:!a:pa da pied ade . esco nde m vícios par a com as P essoas da casa. ·,.....,•É f·su stitu ir pe o acessorw
odio"' e prin cipa l, sacrificar o mero ao rm. . . . ·
.; f , 'Mt,.Yll; 6. - 2 · w. JAMES, L'.i;x ·
zit, 1905; p:· 9~12. - s \Y/. ]AME périence religied~e, :tr~d. Abau-
S, M .' DE MoNTMORÀN ti, P,syc,ltcilo 1 É obse rvaçã o de S. FRt~NcI~co
Mystiques, 1920. - 4 Mt. VII, 20. gle des DE SALES, JtJtr. à la vie dévote,
" .. 1. P., e. I, que se deve ler por mte1
ro.

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CA PíT UL O III . PERFEÍÇÃO _DA VI PA
CRISTÃ 18.$
30 2. B) Ou tro s en tre ga .
a po nto de esg ota rem
m- se a jej un s e au ste rid
ad es, ART. II A VE RD AD EIR A NO ÇÃ
as for ças do co rpo , e de O DA PER FEI ÇÃ O
se tor na - .-j:• Estª dº da qu est ão .
rem inc ap az es de de sem _, ., .; 50 6
·.i.: ,.
pe nh ar be m os seu s de . ,,.,. Pa ra be m resolvermos est
est ad o, e co m isso jul ve res de -~ 1-~·M\'.; ..··11 ·.m•a d e
m pre cis ão o est a o da
ga m- se dis pe ns ad os da •1:!~l:.~ ' ·pr o) e co me cem os po r fix ar co
pa ra com o pró xim o ; nã ca rid ad e '"'fi' ;, ,
po nta da lín gu a, nã o
san gu e do pró xim o pe la
o ou san do toc ar no vin
ter ão rec eio de a -"m ~rg
ho com a
ulh ar no
. f~"*t '.1t~s:? Um . ..
ser é pe rfe ito {p er- f~c tw
n), na ard e~ na :u: ::~
ma led icê nc ia e ca lún ia" .~,-t ; , •.: i d. , ac ab ad o po r co nse
da aq ui é alu cjn ar- se no qu e há .,- , Ain-- , quan. o e · .
?'.·f=;~ :. :.V n.u mq uo dq' ue dic{tur ess quf ant do P:t
gu mt e, mge
1feição, e de scu rar o de de ma is ess en cia l na per- · quo:ntum
fi·nem qu í est ult im a ur:i m f ... 2
ve r ca pit al da ca rid ad e · -~.li"::'' ·. e p~r ec
po r exer- ,.att mg tt pro prm •
cícios, bo ns sein dú vid m . , rei per ec tw •
an álo go o erro em · qu e
a, po rém me no s im po rta
nte s., -, É
;ff t\
. 1:.:,s a e, a. ' pe rfe irã o ab so lut a; n::i,
as ha
, l . ro-
· .
~ - • ou tra , re ªr~L Y? de p
, ,;,;, ;- ·; , co nsi ste· em se ap rox im
ar desase 1m , esen-
cá em os qu ~ dã o rica; .
ma s nã o qu ere m pe rdo ar esm ola s, ·
a seu s inimigos, ou nã o 8çelS:'>lV11ªd•o~~das as sua s
em pa ga r as su as dív ida pe ns am vo ve fac ul da de s e pra tic an do
s. t'lf,1 1 : .. de ve res seg · . - todlos os
, seus un do as pre scn ço d l · na tur a ma -
• es ia e1 .
.._50 5. C) Al gu ns , co r hif ~s tad a pe la re da raz. . .
nfu nd ind o as co nso laç õe ão . ' . '
rit ua is co m o fervor. crê s esp i- i "' 1,, .50 7. 2. º Ó fim do homem,, ain da mes.m . . d ; . '
em~se p,erf eitos, qu an do
tem inu nd ad os de ale gri se sen - . •n ; .l ,
·na tur a e D. eu s ·. 1) cri ad os por Ele, somos ne ce ssa na -
o na or, ~m
a e ora m co m fac ili da _,!) _:o,·,t ·. ·, · ·
de ; e, ao
co ntr ari o, imaginam~se
rel ax ad os , qu an do se vê : ne n e en.·a dos pa, ·a Ele ·p orq ue De us nã o po d_e. ev1·den_t
did 9s pelà:~ secura:s e dis
tracições. ,...., Es qu ec em qu
em inv a- -A1111~te . ~ncontrar um fim ma·is -. P~· . ·' · E! · e-
'
và le. aos olh os dé De us , e o qu e ·Wtt 1 / • l . ·t d do ser ; e, pp r ~f~i\o _que . · .e -_U?-esmo,
zes tetiov~d<?,· ap esa r do
é o es/ orç o generoso e mu
s de sas tre s ap ar~ nte s qu
ita s ve - enf
~J?":JE:f: ª. p ?t e eria indigno ou h9 , _lad o, c:r1ar pa ra,
~11\-. Jill impefr. e~ o, _sn:,f1·n1· t. a e p~ de k 2) A dt?m.ais, ,s~rtdo
sam · experfrnentar'. , e se pos- 1J us a ne r e1c r
s1f, · ·. l:í·-r . .:.: ao l . . . . . ••· · · · isso me sm o a -.fon te d~
oêla a pe · h
r e1çao, -,o çime .· . .. m é tan to. ma is pe·r fe1t .
o qu,anto
' ·304·. D) Ou tro s, ap aix :j.~tr : . . . de De us e pa rti . ' d . d· .
on ad os de ae çã o e obras mai~ se ap rox im • •
a cip a as s.u as ivm as
teriores, de sle ixa m a •vi ex- {.'l.0•f" . - . .
da int eri or, pa ra s e da :pe r .e1coes ; eis . po r qu e ele nã o . en co ntr a . t
1
rem ma is na s en a ura s
co mp let am eri te ao ap os
tol ad o. ,_.., É esq ue ce r qu '.~Rad~ ·que possa . · ' · 1 , . · çõ e' ·
de tc;>do o ap os tol ad o
é a ora çã o ha bit ua l, qu
e a alm a ·,. .",'!/l'.tim , h . .satf•n isf aze r as sµas e~rbmas
is est
,\3,spira (:; t
gra,.ça div ina e tor na a e atr ai a us omrrns . • bo nu m mçreçi,tum, sei
ac çã o .fe cu nd a. i';:D eu s qu i solus s~.La inf ini ta b~milate pot
. l t tice
' '' .5 05 . · E) En fim , alg un
,; .1\i ·• · '
tw mi nis f e uri, . p lere " 3 Ê ara De us , poJ$,ur:i.qua eer~ ,es t v~
s, ten do lid o livro~ místi . :,.,:;:t·. ', .. .pert ect . ·
'_e
ssa s acçoes. ';, con.hece"- lo.
cos ou r tod as as no .P :.,
vid as de Sa nto s, em qu e se de scr ev em êx tas
es e visões, ,>t i :. .
. mt !; er on en a
._-,9. 1 ,serv1--lo,. efa. ssim .alorificá-lo, eis o ·f_im · d am a
im ag ina m qu e a. perfeiçã
o· co nsi ste ne ste s fen óm .. ,:;, a vr·d,a , a fon . te.
tra ord iná rio s, e faz em
esf orç os de ca be ça e de
en os ex- :dr 'to da a pe r eição. , . , .
im ag ina - i "'.; 8 '7. º . M . ve rda de é ·d··' d_;_
çã o,, pa ra lá: eh eg are m. f tsto ain a na br . c;m ~o© L · ·
,-, Nã o co mp ree nd era m ~O . -?· d ais . re-
gu ild o o pró pri o tes tem un qu e, se- O; na tur aL E tev a os t . r De us a um est
ho dos· mí sti co s, tud o aq gra tm tam e;1 e_ po . ad o
uil o são .:, au e ult ràp ass a as no ssa ·b l d
fen óm en os acessórios;-
qu e nã o co ns tit ue m a . .. d . s exig.1.mc1as e _p~ssb1 ,1 r 'f~ d' s ,_:; ch a-
ne m se cd.everru pre ten de san tid ad e. -! ma os a co n e t mp la' -lo um :dif}. .pe la ;v1sao e , -
r : qu e o ca mi nh o da co .; - - - - , , ., : . · ea b 1ca, e pos
de co m a v6 nta de de De nfo rm ida -
us é mu ito ma is seg uro . 1 s. THo M. li, a 1-3
li, q. 1841 • •t .' L.OpIU
;. . · uscul. dç perfectione vi~a
Ap lan ad o ass im o· ter e prá tic o. :. sp{ritµ ali s; ÁLVARE i LE GAUDI ºl': cd. ,
e
ren o, po de rem os , ma is Z . . DE· PA_z, ,.°P§ l ~-X
,.;: P. l.ª. i ScHRAM , Instctt. X ; RIBET, L' AscétlqueER,·
me nte co mp ree nd er em facil- !- chl<'-IV-Xl ; IomNA , 011 my s~c aThéol ascétique, Int rod chr etie nffe ,
qu e co nsi ste ess en cia lm !~ e0 uction i ÜARRrn ou -
da de ira pêrfeiçã:o. en te a ver- r;--L~.GRANGE , dans Vier?'!{· • ov 192 0.
~~·4 e~_nl. :.... S. s. TH? M-, · ·
,. . • .. .li ~um theol. ,
, ! qT. heoÍ mo I, II, q.')~}~··
· i ' itd .' T ÁNQUER EY; Syn opsrs · r Tr. de ulti mo fine
a.
· ., , n. -1> ••• • •

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' ,. (. •
sui ndo -o já pel a · gra ç·a ; · dot ado
~ . dum org ani sm o sob ren a- ·: . . b. to como no seu motivo e .
tur al com ple to, par a nos uni ; hen atu ral no seu º. 7ec princí-
rm os a Ele pel a prá tica das , De us que a revelação
vir tud es cristãs, . não pod em os
· evi den tem ent e ape rfe iço ar- } s> pto .
. ma rnf est a, rsto e ,
0 nos
De ~s. q~e ts ::~ :~ ;ª Tri nd
ade ; po rqu eª fé no-
-no s sen ão apr oxi m~ ndo -no s h
del e sem cessar. E. como o ~· • fmr
· ·t me nte om e om. el.' amamo-lo com a'u
não pod em os faz er, sem nos
uni rm os a Jes us, que é o ·ca-
~,.: ~lo mostra. m
"" ª f . ·· d .l vll' tu
d d ·da de e a1·u da da
a
mi nho nec ess ário par a irmos
ao Pad re, a nos sa per fei ção , · ~;-·, vontade ape r eiçloaNa- pe ª . e a car i
' p01s um a rnor· de sensibilidade ;
con sist irá em viver' para· De us em união
com Jesus Cris- ..
} f ·1 . .;.;ela graça act ua . ao
,:

~· ,sen do o hornem, com O .e . cam po
, 1". ~, , sto de cor po e alm a. não
to: " V tv~re sám me De o ·in Christo , f: d ·t· vez es um ele me nto sen-
Jesu " 1. É o que f a:ze- -., 11i;. úvi d a ·qu e se mr·stu.ra ·mm as
n, osi pra.Úcahdo as virtudes cris · b .
tãs, ' teo log ais e mo rais , que fei·ço-es . ma s esse sen h-
tod as têm por fim uni r-n os com '-·sfvel com as nos sas ma is ·no res a •
De us, de ma nei ra ma is ou · , f l zes com p eca l ., nte e em tod o caso e,
me nos dir ect a, faz end o-n os · . roe nto a ta por ve me , . ,
imi tàr a N. S. le~ us Cri sto "-
. . absolutamei:1.te acessod,rrof · r, ess ênci.a. pro'pr1'a'' do am or• e
'.5ó9. 4 .º -Âq ui se lev~rita. pois,
a que stã o de sab er , dd -
. r.' ' e icaÇae>, .a: ~on . t ~- e ..um e d e se- dar e . se tan tol for ne-
se. ent re est as vir tud es, não
hav erá um a que · rec opi le e .o da br De us e pel a sua g ária d
con ,ten ha tod a$ as dem ais ,
e que por isso m~ sm o . c_onst
\ ées~ário , de -se imo lar t
,',_.· r-·r• e ~
i-er1 d· ·no agr a
d'P · ·osso e ao· ·das criatur, as.e.
tua . ·p or assim diz er, a essênc i- ~
·r o
· · seu 1v1 o ao n
. . . ..
má s, res um ind o a dou trin á
ia da perfeição; San tó' To - . J i 511 Ou t.ro tan to, ·gu ard a d..as·' as• ·pro · · - s se d eve
por çoe
a dos SS . Padr'es . res pon de
dos nossos Liv ros ins pir ado s
e
' • . d
diz er do am or : o. pro, xnn . o Ê De us que am am os ·nele por
afo ina tiv àm eri te e ens ina que . di:Vinas per teiç ões ; o ' mo~.
a: ''perfeição . consiste essencialmente .,- Jer im age ~ . e _refle~o _d~sl
do· próximo ama.dó por Deus1
no àm or de De us e , . 'l a am a- os~a s ··s
e1 po1 , ·a·· ·bo nda. de div ina . em
: "Per' se qui dem et ess en- ; tiva que nos . eva d . ,
, rêv erb eià da ·i:i-~ pré> xi_m o ;·
tra-Iiter. con'sistit per/ectio . qua nto mamfest8; ª·. expres~
christiande vitae in . ca.titate, , .· ~,. "m·
. . con cre tos , nos V-e; ·o's . e atn am bs ~iJ <nos·.
prindpaliter. , qui dcm 'Se cun dúm dildçtioném _~-em term os, ..ma1 s I h b'~ .d 1 . . l f:;t iíti ' d
Dei, secun- ~ •" .
di:irid ·q,ut~m 'se cun dum dilection
em proximi'':z_M~ s.· com :; sos xrm-aos a lma s . a .. ita a::s pe o :sp to Sa:nto, dornJà as
:.. ço· do san gue e esus
na vid a pre sen te. o am ot de De o '1..· da.· gra ça d·ivm· a:,· re_n:ndas. . com o ple
séili. 'ren unc iar a.o ain or d-esorden
us se ' hão pod e exe rdt ar. e : risto ; am an d'o -os , ·queremos o. s
eu bem sob ren atu ral . o
ado de si me sm o · 'óu à . l . ' ·a sua ·e ter.na. salv,a:çao _ ..
~rípÜce con cup isc ênc ia. na prá tica :_· iipe rfe içó ain e~t o ~~$ :i5uads
' é nec ess ário )ún tar o ri'· A · • poi s nao ná a m:: ;h.i des de ·ca:ridade; ·um a
Sacriff,cio, :aci"am or Ê o 'qu e ss1m , ttas
vam os exp or, rqo's trar ido : · 1) , ',· . , . - h'
éon hf 'ó am or de Dêt.ts· e do D
, :ti.. :.',. par a com .eus , outra ·pa ra com O P ro' xim o . nao a ma1·5,
pró xim o cón stif oi a ess ênc ia . ' d
:,
.u _... d .. ., . t à De us, am a o por s1-·
da per fei ção ; 2} por _q ue é 1 ..}!,. , . e um a sp, que, abr aça 3un tam en e
d e . -
n sac,rifí'cio : 3) com o se dev em
que est e arp'or dev e sub ir até
. com bin àr est es· doi s · de-
f ~ijJ:" me sm o e ao" prox:rmo amda o Por. ' ·peeus. om eslas noçoes,.
. , ' ' D . '
. 1 : ---·\~\ fa' cil nos ser á com p_ree rfe içã o con sist e· ne~ta'
m:entos·: 4} com o a
per fei ção abr aça jun tam ent e
C'ejtos e oi; con :se lho s; 5) qua os pre - 1
1 • \JJ'i'•
•. , '
vir tud e da: cari' a e. d d n er que a
is são os · seu s · ~raus e r1té
ond e' pnd-~ che gar na ter ra.
· · :. _:_~Jt.;·: i,
As pro vas, da tese.-

· ,§ L A· ess ên cia da pe rfe içã o co ns


~-' ).; .

~tf. . 'H'l, . 1.º lnt err ogu em qs · · ·s·


a . . se '
E ritura ,
ist e i..
'ti • fc•' ,, : . . ue
n'a ca rid ad e · r- · ;..(i:·... '.' . A) Ta nta no
An ti o com.o No vo Testam_~n
tp, o q
. -.:-,r; ·-~· gL . , nde pre ce1to d<!- -can.-.
"\::'°'.HO. dom ina e res um e t O da a -e1 e o gra D
É~'pliqu~r'.nqs · ~rimeiro o sen
à~ pf' de De us· e d0 pró:Ximo
tid o da tese: -O
, de qu e se tra ta aqu_í, é . so- . :~~,: d.l;\,de, car ida de par a cdotn,
.
Pfó xim o. A ss1m . .
, ,qu a ,
edus te r:cd
n o um ou o . 1:i. p~r a:
.
·•
d de . par a : com o
gu~ ta' ·~ N,
- J· J. J. OL'IER, Fletas Semlna'ru;
n. 1. -
,f~''.,
e
S. . J_e sus .... . t o que e preciso.
º·
. . faz er par
. .. .
a ass egu rar a
184, -ái 3; éf. 'De perfectlone
vitae sj}iritualis, e. 1Stim . tlieol., II, II, q. ris d.
a res pon er-lhe ..·
lf d·
\ j},1' _ vid a ete rna , o ivmo es re . M . t . lim í.tà -se
1 n. 56 1 7. •

f t.~ :~·
http://www.obrascatolicas.com
1• •;
::l :1 PERFEIÇÃO DA . . VID A CRISTÃ 189
Qu e. diz -:1 Le i 7 E o do uto
r, sem hes ita r, cit a o tex . . . . l . est a é, po r ass
De ute ron óm io: "A ma rás to do Jé , De us can tas est .' im dtz er, a su a no ta
ao Se nh or teu De us de qu ere mo s pa rec er com Ele ,
tod o car act en s t ica , ·
o teu co raç ão , e de tod
a a .tua alm a, e de tod as . Se pois p L
nos
. l te é , l
as tua s ce es, , mi ste r am a- ,o, com
,

~h pe r feitos co m.o, nosso. a1 ips


,
forças e de tod o o teu esp o
írit o, e ao teu pró xim o co e prior dil exi t nos 2 ;
ti me sm o : Di lig es Do mi mo a •. . Ele no s am e,
luo et ex tot a an im a tua
nu m De um tuu m ex tat
o carde ,, O - ou ,o dqem uon.w.m
os am ar, seu , am ar o pró xtm o. deve-
TYi

róx im o· até no s &acrif ica r~~


et ex om nib us viribus tui . : . tom o na o p ido
éx om ni me nte . tua et pro xim s et
E Jes us, Çr jst o apr ov a-o ,
um tuu m sic ut te ips um tno s·
". , . -~. ·éle'; .. et nos de be mu
iàm ar ess e qu er p f t .bus .ànimas poneres .P~~.
diz en do : ºH oc fac et viv s pro ra ri ou tro s po rqu
aju nta , nqt1tro pa sso .qu es" 1. E i . • .,'1k- -:C "
ans
, . o-nos un s aos e a cari~
e est e . du plo pre cei to · , ·'·l ' s1m os , am en1 d , . d D
de De us e do pró xim o do am or , .. f," · tlade ve m d e D eus am a é na sci do e eus
co nst itu i a Le i e os Pro , e to lo o qu e -,. am ,
É o qu e de cla ra S . Pa..~lo
, sob outl'a: for ma , qu an
fet as 2• :.
" "• etlconnec.e a . eus. . . . qtte na v .' o, co nh.e·cet1 a
;., 1 D Aq ue e a nã
- E
. . . , est e am or consiste em
do , ue D etis e o am or
dep ois · d~ ter . lem bra do . ,. 1!.!Jeus,, porCj_ - .
Decá,logo, acr esc en ta . qu
os pri nc ipa is ma nd am en
tos do : ôu e nã o fomos nós qu e , s a De us ma s em qu e fo1.
vio u s e~~
e . a ple nit ud e da Le i é . "1 am am o . Fil ho c6rno ví-
"P len il ucfo .legis dil ect io" o am or : ·: Ele· ·qu e nos am ou pnm• le1·ro e .en '-'
3,_ As ~im po is , o am or de .
e do pró xim o é, a um terr
,.po , a sín tes e e a ple nit
De us .-, tim a d e prop1c - ção •pe os nossos pe cad os. Carís,simos, se
. 1a
. , d b
Lei. Or a, a p~rf~iç5o cri
stã n~ o po d~ ser ou tra coi
ud e da . De us no s am ou ass1·m a nos ev em o s nós. ain étn amar-
nã o ~ ' cu mp rim en to pe rfe sa se- .
: -h'0 s un s a:os ou tros
D , , .d ade· e qu em per ma -
ito ~ int eg ral 'da Le i ; po . . . D
eus e ca n
' l 4
rqu e a eus pe rm a ne ce e De us ne e .
1
Le i é o qu e be ui que~,
e qu e há de ína is perf~i ne ee na ca n·da d e, em f
to qu e a d l
me nte ,d·rzer qu e tod a a pé r eiçao,
-
san tís sim a ~o nta de de De
us 7 . Nã o se po e ma isd c ara D
i. . do ptóxi,mo pçir De us, :
.. ~f5~ . B) .H á ou tra pr<>ya, tira '.. 5,9(.\~iste no ~~ or e
eu s e , ·:_ . ·luminadà
P,au,l,o sobr:~:, a caridfl.de;
da )ç1 . do utr ina de 5.
sts. . 1.º ln~erroguemos a rdaz~p pela {é'':
no cap'. · XIII: da 'f;p. é:!-P J. e~ :,· •
ºerl feiçõo· qu er a nata~
tios ·ond,e., ~rn ' liq gu age
rn Hri,Cf!., . 'J(:isc;r,e ve , a ex
S Co rín -
que11 cons1·dedremdos :,ah. na tur eza a, . , .
de ssa v:irtucté, a su a ~u cel ên cia . , J
r:eza. a cari· a e,·.. e . ega
{
mo s a
, me sm a· ieonclusão . .. '.· ' -
perior~dad~ sob.i;e ps car
graç~s , gra tµi tam en te da ism as ou ·1,,· A) A pe rfe içã o ·du q1 ser _c~n
. . .ste diss.emos ..riós ac1.-
d~,s. berr_i com o s.qçre ~s sr ,
vir tud es t~ç-Jqgai~, a .f~ Qu,tras ilia em. alc an çar o seu 'lt'rilar del e 'o
.e _a esp era nç a,,, e mostr~ ·foim
res um e .e co:htém em tne qu e ela ', · 1.( à~ ·ç·elm ' ~eº hªPo .rmo e~ . ria ord~m
nte m~ nte tod as as vir tud foériS pos síYe . n.º .'.l~ 06 ). • . ra' o m o '
~in da, qu~. é po r -si n.i,esm
a a su ma de:,~as v.i:rt~des
es, ma is
st.lbrenaturaL é De u~ eter te po ssu ído pê la vis.ão
ritqs · pa tie ns est , benígn,a : "ca - ; . f. , l nda ml,_en .. lta , e na ter ra . apr
est ; ~().ritas rw n aem ula tur
, no n
he att 1ca E; pe 0 mo r· qu e tl e .o. res u ª . . r. , ,
ó-
agít _perp?,ram, n,on :in/la . Stifüar-nos des se fim , v1v m un ião ínt im a como a
tur, no n est an ibt tto s~. .no
rit qu ae sua sun t, no n irr n qu ae-
~3 . 'l" . d d . . oraenemº no ª, e . . . Jes us' º Me dia
-
itatur, no n cqgit,at 17J,alfiLm .ma rm a e qu e ~1 , p d . e con;i s, ,
e ter mi na, diz en do qu e
os car ism as pa ssa rão , qu
, .. " ;
•· .J
'0.'o r , . r ir ao a re. or
p .. cdt is:e gui nte , qu an
.
to
a esp era nç a de sap are cer e a fé e , ' necessétrIO. pa
... - ... li·n i·d ·,.. , est .amªos • D . • f .
ão , ma:s ·qu e a car ida de ma is - 0
. co m
. eus , ·no
rf sso -úl tim o · im e... on-
Nã o ser á isto e:nsinar qt,1 é ete rna . . ·.\'. d . "
- . . ·
e ela é nã o som en te a raí gern a no!,Sa v1·da, ·ta : nto. ma1s . pe er·tos som . .os .. _: . .
a alm a da~ ifü ud es :· m~ nh a e . . .d . .
ent re as vi~\iu es _cri_. sta- s, . mais
, . ,.
s qu e é tão exc ~le nte qu .! . . • l é

,-. 'l , _. t ·rá a·D eu s, ª -


pa ra tor nà r Úni ·ho me m· e :ba sta .., . . 51 6. Qr a, qu a ' ,
pe tfe ito , éor nu nic and o~ lhe ·.... , , . . . , no ssa senc1:o a
as vir tud es ? 1 ·· , · · ' · , ~. fod as Uh i.til 'a, a qu e t?rn~, a t , , -a ·rtú ma rn e1 \1 , . •
<li'- vin a 'ca rid ad e [\.S ou ras VI, de s é. cer to qu e nos pre-
s.
3t 4. · 0) · J~ão, o ap óst
olo do am or, ' dá- no s ira
·. •.
. , .
1 'a'·ram pa m ess
. . ·-
a urn ao, ou ate
'.
nos im . ·c· ·am ne la m1ts ,não
..o. ·.po, dem consum··ar- A s· ,..·lf tu es morais, ·1·de"n·,eia. forta
P d . ' .
i ..
zão fur ida mê hta l' de sta do
utr ina . De us , diz' ele, é
- . , , ·.
· • p·rl ~
? · · Ú. X, 25·~29 ; cf; _ carida~ '
s Rom. XIII 1, 10. · Dêdt. VI, 5-7. - 2
Mt . ·. XXII, 39-40. - . . IV 10 - !I
1 / jo. IV , S, 16.
4 / jo. IV, 7· 16·
o:ve!s{~~r t~da ·esta Epísto
Jo. III, 16..
/
la, ·' '

http://www.obrascatolicas.com
- -- ~- -- .,,- ... -- -. - . --:-- -- -- ·-- - . -
lez a, tem pe ran ça, jus tiç a,
etc ., nã o nos : un em direct 51 8 B) Es tud ~n do a
me nte com De us, ma s lim a- natureza, da caridade, che
ita m- se a sup rir ou dim inu mos- à .me::;ma con clu são ga-
ob stá cul os qu e del e no s ir os ; como-, ef ect iva me nte , m~
afa sta m, e a apr oxi ma r-n · de Cales a car ida de enc err a str a
De us pe la con for mi dad e os de S . F_rancisco u tod as as vir
com a ord em . As sim , a tem , tu-
um a perfe1çao esp eci. al 1 .
des e até me sm o lhes dá . _
ran ça, cor;nbat.endo o uso pe-
im od era do do pra zer , ate
um dos ma is vio len tos ob nu a a) A caridade encerra todas
stá cul os ao am or de De us as vi~t1:1-des.- A_ perfei~
; a ção con sis te, evi den tem ent
~u mi lda de, removendo- o e, na aquisiçao_ das ~~~u~~
dis põe -no s à prá tic a da div
org ulh o e o am or pró pri o,
pre - qu em as a d qu mu . . tod as em ' gra u nã o
som ent e micra ;
sl.
ina car ida de. Al ém disso, , O
tas vir tud es. faz end o-n os es:.. do é sem dú vid a per fei to.
pra fü: ar a ord em ou a ma s ele va • ra, qu em po ssm. a
me did a, sub me tem a no ssa jus ta car ida de po ssu i to-das as vir d f · - • fé·
.vo nta de à de De us e apr tu es na
rnam-n9s del e. Qu an to às ox i- ua l se não ·p. od em con hec sua per eiç a? ·f·ª . ,,
vir tud es te9logais, dis tin tas sem a q er e am ar as m im tas
car idm le, un em -no s· sem dú da · !:d ida des de De us ; · a esp · · nd o a·
vid a a De us. ·.m as de ma nei am a 1 era nça ·qu er msp1td a
inc om ple ta. A /é une--nos ra con fia nça , nos: con d uz ao t ·d · vir tu esm o-
a De us, ve rda de inf alí vel am or ; e o as
faz -no s ver as coisas à luz , e . · l as ·d d
div ina ;- ma s é. com pat íve l rms po r exe
nã; mp o, a Prud ên da' sem a qu al a can ª
o pe cad o mor~al, qu e no
s sep ara de De us. A esp
com s·e po der ia con ser var ne m f
cre sce r; a orta l_e:za, q~ e
e
ele va- nos até De us ; em erança nos faz trin nfa r dos ob stá
qu an to é_b0 m pa ra nós , cul os qu e se lev at~ m con
:-nos des;ejar os be ns do céu e faz- prá tic a da car ida de ; a tem tra a
, ma s po de sub sis tir com per anç a, _qu_e _re rei a a se~
tas graves, qu e no s afa sta fal- lid ade , inimiga. im pla cáv el sua -
m do nosso fini.. do ·amor d1_vmo.d Sales
51 7. · Só ~ car ida de n6 s un
. i'v1ais ·ainda, acresrcenta
S. Francisco e . •'o
e com ple tam ent e a Deüs~ gra nd e Ap óst olo 2 não diz '
Su põ. ~--a fé, e a esp era nça som ent e qu e a ~a ~d ad~
,, ma s ,vai- ma is alé m: apo
der a-s e dá pac iên cia ben ign ida de, con nO'S
dé ·toda a. nossa alma int eir am ent stâné.iá, sim ph t1d ade ; a~-
e, int eli gên cia , cor açã o, tes diz qu e ~la me sm a, é
vo nta de, . âG tiv ida de, e dá pac i~n te. ben ig~ a, lon sta
-a a De us sem res erv a. Ex po rqu e con tém a per fei ção nte :
o pecçido ,morta'l, ess e ini clui de tod as as v1rtu es. ' ' ,..
mi go de De us. ~ faz -no s - l!:19 h) Dá -lh es 'até .
.d a am iza de div ina : "S i qu -gozar um
is diligit me, et Pa ter me us a pe rfe içã
liget eu m' .. 1,.. O~ a ~ am iza di-
J •
r.ial . é seg un do a exp res d S . T o·. e-, ~a lot espe-
·3 formo
alm as nú ma só : cor un um
de é a un ião , a fus ão de
du as · de t~d ~s as vir tud es: "T
são e ant o orn as '. ~d d
et an im a un a ... un um vel od ás as v~rtu~es, sd~ ara .
unu.m nol le ; un ião co mp le car ida de, são mu ito im per as .{
let a de tod as ·as no ssa s fac fei tas , pm s na o P_ºf l~m- sem
des : ~n ião do espírito, qu uld a~ che gar ao seu f1m . , ·t m r O ho me m e 1z • • Ne~ a
se :m pld e pel o de De us ;
e faz qu e o nosso pen sam
en~ o heg o qu e sem a carqu
, e e O ª .
ida de po ssa m nas cer , e a~é
• ao
._ -;
:união da von tad e, qu e no - me sm o
abr aça r a __vontade div ina s faz faz er progressos ; ·mas· qu
, com o se fora a no ssa ; e ten ha ~ a sua perfe1çao
do çorçição. qu e no s estimula: a dar un ião me rec ere m o títu lo de vir , pa r~
-no s a De us, com o Ele tud es fei tas , -lfhormad~as ef con
se no s dá a nó s me sm os. . d d sdu
dil ect us me us mi hi et ego rrü1das. isse d ep en e a ca.n•d ·d·e qu e es a a orç a e
ª .. . ,
un~~o das força~ ,activas, illi ; ,
vo ar pa ra De us e rec olh er da ·sua mi sen cor ra o me·l do
- d·
em vir tud e da qu al De us
~o ~,e~viço di nos_~él. frà qu eza põ e ver dad eir o mé rito e da .san d
o seu div ino po der . pá ra n?s tifi caç ão os co~açº-j'.8- · em qli e
aux ilia r a _cum pri r os nos . elas se enc on tra m. A car ida . --
sos bo ns pro pós ito s. A car de é ent re as ~1rtu _les ·cdomdo
u:rie-nos, poi s, a: De us , nOSSIO fim,' a De us.
ida de
inf ini tam ent ~
sol ent re as estrél as : po r t O d
bel eza . A fé, a esp era nça as re
pa rte a sua c an a e oe
... . ,.
per foi to, e qon stit ui ass im
o ele me nto ess enc ial de , o tem or e penlh~ncrn ve m ·di-
p'ertêiçâo. · ' ' no ssa nà ria me nte a.d ian te del a or a
à . alm a . p_ara e prepar!3:re1; .
'
1 Jo. XIV, 2.3. '·
i v~::.fnf~t !i DJ~~-Lf{e~t.~"d: ll, q. 23, a._ s,
http://www.obrascatolicas.com
. PERFEIÇÃO DÀ VIDA CRISTÃ
,._,,-,.,-11 ULU Jll '

E, . já que o amor sobrenatural do próxtmo é também


morada; e, . tanto que ela che . b I Ih um acto. de amor de Deus, todos os serviços que p~esta-
-na como t d . . . d . ga, o ec ecem- e e servem-
O as as
a orna e v· ,-f- . lemais virtudes., e e [a a t o d as· anima ,mos a nossos irmãos, vendo neles um reflexo das perfei-
d · l\I ica pe a sua presenç ' 1 p '
a caridaHe · t d d· ª
, onen ªr.1 o irectamente a nossa l· or outros termos , ções divinas, contemplando neles a Jesus Cristo, conver-
tem-se em actos de amor, que nos fazem avançar para a
D .~mL: suprema perfeição e fim últi d' .ª ma parn
e.S o.utras virtude~ q · · ,. · mo, ª assim a -todas santidade. Assim pois , arriar a Deus e ao próximo' por
-, , - ~, ue se vem...e\1 f'l
a rnesma ; orienta - ,
· so b seu império,
1_e1rar . Deus., eis o segredo da perteiçij.o, contanto que neste
Assim,. u~ acto â:p ob~f~r . ~onsedguinte, o mesmo valor. mundo se lhe junte o saqifício.
·seu . valo~- próprio . ·b 1.endc;ia e e humildade, além do
d . De um va Ior muito
·- - ' rece e a carida.d § IL A caridad,ç. na terra ~1)poe · o ~acrifício
ma:ior; .q uando e' fei·to .
. ~,e t~ansfom1a ninn acto de ~m~ r -~ ·e-~s, porque e?~ão
· ·' · , · -. . para agra a
mais perfeita das virtud A . r, isto e, num acto da '.;'lt. No,céu amaremos sem necessidade de nos.imo-
es. crescentemos q larmos. Neste mundo, porém, passam as coisas muito di-
.s_e torna 9.1a:is fácil e atraente . ob .. d . . uhe es~leh ado
cµstà muito à noss· lh · e ecer. e ~.tm1 ar-se versamente. No estado adual da -natureza ·decaída, é-nos
vieção ' ' d · ·· ª. orgu
· osa na t ureza
' ; mas ter a con- impossível amar -a.Deus com amor verdadeiro e efectivo,
,., .. .,r ' ; e que, praticando esses acto D
proc,ur,;1.mos a sua al, . f ··I· s, amamos a eus e sem nos sacriftcarmos por Ele. .
. ·. , b ona, ac1 1ta-os singufo.rmente. .. ' É isto o que resulta do que ma'ÍSl .acima ( n. o · 7 4-75)
I

A ss~m pois, a qnidade é n- , ,· ·


Q almà J3 to-d . .d ao somente a sm.tese, mas dissemos acerca das· \tendências da natureza corrompida,
. . _· . . . as as virtu es, e une-no D .d _q ue . permanecem no homem regenerado. Não podemos
IJ,(;)Ira1ffHHs perfeita. e directa qu . h s a d. leus . e ma-
çi,. c;aridAde.n . . . · · , e _ne~ uma e a~ : é,. pois. amctr a Deus, sem combater. e mortificar essas :tendências-;
.' .. , . .'f: . ., , µ,U~. conshtu,1 a propria,essAn , d a perfe1ça,o.
.. , ~ . eia .- .e este combate, que principia com o .desabrochar da ra-
,, :,l ·.fi, .,
zão, não tumina senão com .6 último suspiro. Há sem
dúvida momentos de trégua, em que: a luta.é menos :viva;
... ~2Q. ' Se, é certo que a essê~ci . d. . . .f ., - . . . mas até mesmo então não podemos lar.gar mão das armas,
n,p . amor de Deus c I · · · a ª per etçao consiste
,- . - . , onc uamos qtTe O t lh O Ih sem nos ·expormos a uma contra-ofensiva do inimigo. Ê· o
para a alçnnçar e' · . . · \A. · a a marav:i oso.
: , .. , . -,•~ , , . amar muito am . - aue proYa o testemunho da -Sagrada,Bscrttura.
n1tei:isidadE.),e sobretudo coi · ' · ar çprµ -, generosrd.a de e
Ora, não é som~nt dl). amor puro, e desinteres$ado. · Lº, A Sagrada Escritura indica-nos ;claramente a
d_a·d ·· e quan o recita d necessidade absoluta do -sacrifício ou· da abnegação, para
.t;,fIUy:1arqarçi.9s _a Deus, se~ão .'lmosb. ~m acto e cari-
f?J,Ze.mo.s a sua vontad . . . . am em cq.da vez que amar a Deus e ao .pr6ocimo,
. · , .. . e ou cumprimos um d
n;i.~lf,,l?eqtJ~hino, •;ºIn a intenção de Ih ...
P,~1si,, ,çad1;1 uqia d.as nossas , ac õ .
. d
am ª. o
. :e agra ar. Assim
evr, 1
. ,
...
S'll. A} É - a todos os· seus discípulos q·u e N. S.
1esus Cristo dirige ~ste con✓.ité :· -"Se· alguém quer vir
~ma).em si ~esma pode . 't ç fe~ " Pºd -~ Ulals V!Jlgar que após de· mim, negue-se a si mesmo.' e·· forrie à sua· ctúz: ~
.. . . , ser rans_·arma a em u t d
a,t11ior: ·Y, f a,,ztr~i;ios avançar ara a . f . - m ac o e ·siga-me; "Se "q'-ciís vult post me véiire, - ahneget ·semet
sett,t~rtq ; m~is real e .~c~Ieradter erçao. ,_,?
_progresso
1
"ipsum, et tollat crucert'I. suam, et seqiLatur me . Para se-
gens(çj~o.' for este amor e . . . quan:o mais mtenso e e
'r1ufr :,m1·ar a Jesüs, a condição essenci~l é renunciar-se a
en~rgi,c9 A c9.n$f~nte f ~r ~ PI~r conseguinte, quanto mais ·;i é:
'tnê$~CÍ; 'isto às tendências más da' natureza, ·ao egóís-
que yaJç 90s .olhos d D . . ,osso esforço ; porquanto, o
depend~nte~e~te d e t deus e a vontade, é _o esforço, i_n-
inc/;· ~ó ·org~lho. à ai-nbú;.ão, 'ri sensualidade: ·tduxúria, ao
\ -· ' ,.-. . . ' ' ·, ·. >·.
e O ª ª emoção sensível. 1 Mt. XVI , 24 ; cf. Lc. IX , 23. - Veja-se o comentário de
. .S; Origriion de .Moatfort na Lettre clrcu/aire aux .amls dê la ctoix.
13
1 S. PR. DE
,
SALES ' l •
e'J e·•, ·,.~. ·

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\..,,f- U'l l ULU 111
PERFEIÇÃO DA VID A CRI STÃ
am or des ord ena do do bem -es 195
tar e das riq uez as : é lev ar
u sua cruz, ace itar os sof rim ent · do a cas tiga r o seu corpo
.0 b r1.,a
os, as priv açõ es, as hum i- 0 e a rep rim ir a con cup is-
lha çõe s, o~ reveses da for tun ~ · ,. eia par a não se exp or à rep _ "C .
a, as fad iga s, as doe nça s, rov aça o : asttgo corous
.cen , et in servitutern re digo,
num a pal avr a, tod as ess as cru
zes pro vid enc iais que De us .me um ne forte cum a· lus ·· prae d·i-
nos env ia,' par a nos pro var ; arra caverim, ipse reprobus eff·icia ...
r .
1 .
iga r na vir tud e e fac ilit ar
a exp iaç ão· das nos sas · falt as.
Ent ão, mas• só ent ão, é que '• 5'24. C) S. João, o apó sto lo
do am or, n,ão é me~lOS
pod em os ,ser seu s dis cíp ulo s categór.ico : ens ina que , par a
e ava nça r nos cam inh os do am ar a De ~s, . e necessa.1:10
am or e da per feiç ão. tibservar os ma nda me nto s e com
bat er a triplice concupis-
Est a liçã o con firm a-a Jes us Cri c~ncia que rein a como sen hor
so, com o seu exe m- a no mu ndo ; e acr esc ent a
plo: Ele , que ·de sce ra, do •céu que ; se alg uém am a o mu ndo
: exp res sam ent e par a . nos e o que há no. mu ndo , isto
mo stra r ·o cam inh o da per feiç , "é·, a• tríp lice con cup isc ênc ia, •nã
ão, não seg uiu Õútro sen ão o, pod e possu~r . o amo~ ~e
<J da cru z : Tota vita
Ch risl i cru x /uit et ma rtyr ium ~ Be üs : "S;. quis diligit mu ndu m, 'no
. Do n esl can tas Pa~is -~
pre sép io ao Cal vár io, o seu . eo" 2_ Ora. par a odi ar o mu ndo
cam inh o é um a lon ga sér ie ·e as .s~as seduç~e,s,_ e
de priv açõ es; hum ilha çõe s, fadiga · ~vi den tem ent e nec ess ário pra
s., trab alh ós apo stó lico s, tica r o esp mto de sac nhc w,
cor oad os pel as ·angús:tias e tor pri van do- nos dos pra zer es ma
tur as .·d·a sua dol oro sa Pai - us e peri_gosos.
xão . É o com ent ário elo que ~ls .· 2.º É o que , aliás, res ulta
nte do Si qui s vul t ven ire do estado de ~a~u-
post me ; se·. hou ves se out ro
cam inh o ma is seguro-, Ele • r~za decaída, tal qua l o descrevemos, 0
n. 74, e da tri~lice
no- lo teri a mo stra do ; ma s, com ·· ·doncupisc~ncia, que ternos de
o sab ia que não há out ro, com bat er. !),º 193 ss. Efc c-
tril hou -o, par a nbs arr ast ar. em
seu seg uim ent o : "E eu. L;tivam~nte, é impossível am ar a De us e
qua ndb for lev ant ado da terr ao próximo, se~
a, tod as as coi sas 'atr aire i a .:' ·s~crihcar gener~s~m...ent_e º gue
mim í me sm o : Et' ego, si exa
ltat us ' a tríplice concupIScencia rep ugnsea opõ :~ ª este amor. Odi
trahcinii a.d .me ips um " 1. As sim /uero a terra, omnia. · pró xim o, com o dem ons trám os.
ao a~o ~ de f?e us -~ b
o com pre end era m os É n~ce~sano, pois, ?º~ .a-
Ap óst olo s que nos . rep ete m, com ' ter •sem trég uas nem qua rtel
S. Ped ro, que . se Cri sto ; se que rem os progredir na
rnf reu pÓr ,nó s, foi par a nos
atra ir em seu seg uim ent o : · 'cÍ:l.ridade.
·: Christus. passus est pro . n.ob
is, vobis reli nqu ens exe m- '.526. Dê mo s alg uns exe mp los
plu m, ut sequamini: uestigia eju . Os nossos sentidos
s"· 2. iê'x·teri' ores· pre cip
itam -se com so freg m·d-ao par 0 que os
, '.525. B) É igu alm ent e ,a.' 'lisonjeia, e põe m em perigo a
dou trin a de S. Pa ulo : a nos.c;a frágil virt ude . Qu
e
:pa ra ele, a p~r feiç ão cris tã con faz er par a' resistir a essas má
sist e em nos des poj arm os s ten dên cia s 7 N:, S. Jes us
do hom em velho, par a nos revestirmo Crr sto · no-lo diz na sua ené rgic a ling uag em : Se O
s do nov o : "ex po- teu
[iantes vqs vet ere m homir;i.em cum
tes 1.10.uum'' 3. Ora . o. hom em
act ibu s sµis et ind uen -
vel ho é o com ple xo das
·olh o direito é pa_ra u oca sião
de _queda, arra nca -o e
ça-o par a lon ge de ti ; por que mais te val
e per der um os
I;r-
te~ qên cid ~ ~~s que her dám os. teu s me mb ros , do que ser tod
de Ad ão, . é a tríp lice con - o o teu cor po lan çad o r:o
c~p jscê nci e que é nec ess ário inf em o 3. O que que r diz er
com bat er e aça ma r pel a prá - que é mis ter sa,ber, por meio
bcél; da· mo rtif ic,ação. E assim,
diz ele cla ram ent e que os d a mo rt1·f·c 1
· ac-ao des via r 'os olh os, os ouv ido s, tod os os
aue que r~m ser dis cíp ulo s de
• ,
d
pec a O : sem isso, n7 s~ l-
Cri sto têm de cru cifi car os sen tido s do que é oca sião de
seu s vki os· e cpn cup jsc êno ias vaç ão, nefü per feiç ão. O me smo
: "Q ui sun t Christt, car nem se dig a dos s,e~ft os in-
sua m crucif ixeri.mt .cILm vitiis e·t ternos, em par ticu lar da ima gin
con cup isc ent iis" 4 . É con - açã o e da me mo ria '. q~e m
diç ão ess enc ial, de tal for ma não sab e a que perigos nos exp
que ele me sm o se · sen te om ~s, se não repnm1mos
..:·-~·,·~-- des de o com eço os seu s dev ane
l ]o. XII, ·32 .-2 / Petr ios .
. ![;~~~_';_3 Co/. III, 9.-4 Oal
-- . .,., · . V, 24. 1 / Cor. IX, 27. - 2 / Jo. u; 15. - 3 Mt. V, 29.

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J.·7U PERFEIÇÃO DA VID A CRISTÃ 1-97
As próprias fac uld ad es dois ele me nto s 7 So bre
sup eri ore ;, a int eli gê nc ia este ass un to, há po nto s
vo nta de , est ão suj eit as a e a tod os co nc ord am .' e outros em qu e
mu ito s desvarios, à cu rio em qu e se ma nif est am .
à ind ep en dê nc ia, ao sid ad e, gências, se be m qu e na diver-
org ulh o ; pa ra as ca tiv ar p'r áli ca os ho me ns po nd
da fé, da hu mi lde sub sob o jugo da s diversas escolas che era do s
mi ssã o à vo nta de de De gam a co nc lus õe s qu e são
seu s rep res en tan tes , qu e us e de sensi-
de esforços nã o são neces ve lm en te as mesmas.
C!Ue ele lut as sem tré gu sários,
a ne m qu art el 1 5'19. 1.º ' To do s admitem
É força. pois, confessá-lo qu e em. si, na ord em onto-
: se qu ere mo s am ar a De lógica, ou de dignidade,
e ao ,próxtmo po r De us , us o am or tem o primeiro lug
é preciso sab er mo rti fic ar : é
mo, a sen sµ ali da de , o ar o ego ís- ter mo e o ele me nto essenc
org ulh o, o am or de so rde 0 ial da no ssa pe rfe içã o, com
riq ue za s : e assim, o sac na do da s de ixá mo s pro va do na pri o
rifício• impõe-se co mo co mei~a tes e, n.º 31 2. É.
essençta.1- do am or de De nd içã o am or qu e. se de ve ter -em po is, o
tis · na terrd. Não ~ este, vis ta an tes de tud o, é ele
o pe ns am en to de S. Ag ~final, s~ de ve pro cu rar conseg qu e
os tín ho , qu an do di z: ''D uir sem de sca nso , é ele qu
res ed ifi ca ram du as cid ois am o- da r ao sacrifício a su a e há~de
ad es : a terréstre fê- la o razão de ser e o seu va lor
am or de pa l: "in om nib us resptce princi-
si mesmo até o de spr ezo
de De us ; a cel est e, o am de le desde:., o princípio
fin em " . É nec .essário, poi !l, fala;~
De µs até e de spr ezo de or de da vid a espirit'u1;1.l e ~a
si me sm o'' ? 1 . crue o am or de .D eu s fac zer, no tar
Po r outros termos·: · nin ilita sin gu lar me nte ,o s•a
gu é.m po de am ar ve rdà crifício.
me n't e a De us sen ão de de ira - 1~1as nu nc a de le po de dis
sp rez an do -se a si me sm pensar. ·
de sp rez an d9 , co mb ate nd o , isto é,
o as ten dê nc ias má s. Qu 55 0. 2.º Qu an to à ord
qu e há de bo m em nó s, a~ to ao em ~ronológica., tod os ad
é preciso faz~r .dele ho me tem ain da qu e estes do mi-
ao sen primeiro au tor , na ge m is ele me nto s são insepará
e cu ltiv á-l o co m inc ess devem,. . po r co nse gu int e. vei s e
forç~s. an tes es- cultivar-se ao: me sm o tem
· me sm o co mp en etr ar- se. po .e até
~27. ·,A co nc ll.l são qu e pois qu e nã o há . na ter
se im põ e é qu e, se é :~e ve rda de iro · sem sacrifíci ra, am or
sário, pa ra ser pe rfe ito , ces- o, e o sacrifício .feito po
mu ltip lic ar os act os de um dos me lho res sinais r De us ê
o é ~e no s mu lti pli ca r am or; nã o de .amor.-
os açtos d~ sacrifício, To da é'. qu est ão se red uz
ne ste Ínu nd p ~in gu ém po pq~s• qu e , pois, em últ im ~ análise,
de am ar .s en ão im ola nd ;~s est a : na ' ord em cronológ a
su ma , pod~-se diz er qu e. Erri. ica, em qtie ele!flento
se, ;de ve
e tod as as· nossas obras insistir, no ·am or ou no
ao · ffiPsmo . tem po act os b~ as são s'acrifício 7 Aq ui en co ntr
de am or e act os de · sac cm presença. de du as ten am o-n cs
em · qrn;mto no s de sap eg rifício : dê nc ias e de du as escola
am da s cri atu ras e de s: ·. ·
mos, são saq ifí cio s ·: em nós mes- ~~•- A) s·. Fraricis;o
qu an to nos ~n em a De dé · Sqles, apoiando~se ein
act os , de amqr..
Re sta , pois,.. ve r como
us , ·s·ão
é qu e . se po de m
mu ito s represent~nt~s da
Es co la Be{1~9itina e Do
miniél:i~
cc mh ina r estes dois ele ~a, e co nfi an do nos rec
--;: me nto s. ursos qu e. nos ofe rec e a
. ..
hu ma na reg en era da , dá. natut.eZá
a pri ma zia ao ; am or de
.§ HL pa ra me1hol faz er ac eit ar
e pra'tiéar o'sa!cnfído; ma
peus,
Pa rt e re sp ec tiv a do am de ex clu ir a est e último, s· long~
or . exige da su a ·Fi lot ea mu
1, e'. do sac1,ifício na vida ga ção .e sacrifício ; se o ita ab ne -
cr ist ã
... ~;8, . ,:J á q:ue . o am or e o sac
~ifício d~vem ter _a su a
cu ra· na for ma , é pa ra me
que.: ap are ce de sd e o pri
faz c'om mu ita mo de raç
lho r ch eg ar ao seu fim .
ão ~ dó~
É .isto 0
P.~rte. na . v;idé!-, ;çri~~ã, qu al me iro ca pít ulo da Introd
ser á o pa p~ l de ca da um viela· de vo te : "A ve rda de ução à
de ste s ira e viv a, de vo ção pre ssu
1 De clvltat. De XIV, am or de De us , an tes nã põ e 0
res duo : terrenam scili,ice 28: • Fec eru nt itaque civ
itates dua amo- o é ou tra coisa sen ão um
tem vero amor Dei usq ue t am or sui usque ad contemptum Dei, scoe
ad cohtemptum suf >,
· •
les-
dei~o airior de De us . . .
E, visto qu e . a devoção covensirdn -
ste

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198 CAPíTULO III PERFEIÇÃO DA V.IDA CRISTÃ 199

em cerlo grau de excelente caridade. não somente nos nas prálica:, austeras, da abnegaçã o quotidian a. É então
torna prontos, activos, diligentes na observância de todos que se favorecem as ilusões e muitas vezes quedas cle-
os mandame ntos de Deus; mas, além disso . nos excita a plori'tveis : quantas almas que, experime ntando essas con-
executar pronta e afectuosa mente o maior número de solações sensíveis com que Deus mimoseia os princi-
boas obras que podemos. ainda que de nenhum modo se- piantes, e crendo-se arreigada s na virtude, se expõem às
jam -preceitua das, senão únicamen te aconselh adas ou ins- ocasiões do pecado. cometetn imprudên cias e caem em
piradas". ·Ora, observar os rnandamentos, seguir bs con- faltas graves 7 1 Um pouco mais de mortifica ção. de hu-
sell10s e inspirações da graça, é segurame nte praticar um mildade verdadeir a, de desconfia nça de si mesmas, uma
alto grau de mortifica ção. Den1ais, o santo · exige que Juta mais corajosa contra as suas paixões tê-las-ia preser-
. .Filóteâ cóm'ece por se purificar não- somente dos ·séus vado dessas quedas, . ••-; • .
recado·s mortais, mas ainda dos veniais, da afeição às h) Outro exc~ssÇ>, é n~o ..falar .~enã9 de abnegaçã o e
'i coisas inúteis e perigosa$ e das más inclinaçõ es. E, quan- mortifica ção, sem mostrar que não ·são mais que meios
r do trata das virtudes. não esquece o seu ladci ·mortifica~ para chegar ao amor de, De.us ou ;mí;lnif estações :desse
tfvo ; o que ele pretende únicamen te, é que tudo seja amor. Com isso, algumas .,almas . de. boa vontade, · mas
condimen tado com o amor de Deus e do próximo. ainda pouco an_imosas, sentem-s'e . enfadada s e até desa-
'.5'.'12. B) Por. outro lado, .~ Escola Inaciana e a lentadas. Teriam . mais ardor e energ.ia, se. se .lhes mos-
Francesa do século XVII. sem esquecer em que o amor trasse que ~sses sacrifício s s,e tom,ahl ~µito, mais fáceis,
de Deus é o fim que se deseja atingir e. que deve, \r.ivifi- qm~ndo se fazem por amor de De~s ,:. ,• Ubi amatur,.n on
car todas as acções, põem no primeiro plano, sobretudo laboratu (.
para os principia ntes, a abnegaçã o; ; o aµ,ior da cruz ou a '.5'.'.'i4. B)Evitados estes· excessos, ·o director saber'
crucificaç ão do homem velho, como o ;rriais .seguro meio escolher para o seu penitente •O caminho que· melhor con-
de chegar ao amor verdadeir o e efectivo .1. Parec-:em i'er vém ao seu carácter como às ihspiraçõ es da graça. ·
cear que, se não se insiste neste: ponto ao· puincípio, mui- · a) Há alma; sénsíveis e 'af ecttiosds, ·que não toTI_1ani
tas almas virão a cair na ilusão. •imaginan do-se ,jã muito ~osto ' à mortific'a ção •s·enão · 'depois:· . de teretn praticâ1?
avante no ·~mor de Deus, .quando a sua piedade é máis durante algum tempo o amor de Deus. Ê be~ ·ve~d~de
sensível e aparente, qu·e real ; daí essas quedas .deplorá~ aue es·te· amor é muitas vezes imperfeit o, mais ardente e
veis, quando se, aprêsenta m as· tentações graves e •se cai sensível quE: 'generoso e ·duradoiro . Mí'!,.·s; se hou.ve~ ctü-
na aridez. Por outro lado, o sacrifício . intrepida mente Jado· em api:oveita r estes primeiros fervores; pa~k most~ar
aceito por amor de Deus'. c~ndui a U~çl. ~aridade mais que o ~mm· verdadeir d · não pode persevera r ' sem sacrifí-
g~iierosa· e constante ; e o exercício habitual do amor de cio, sê se consegui~ fazer praticar, por amor de Deus,
1
De1,s . vem coro a; o edifício espiritual . alguns aclos de. penitênci a, reparação . e mortifkaç ão,
.,'si~.',. Çonclus ão· prã.tica. Sem querermo s dirimir t:xactarri ente os' que· mais necessári os são para ·evitar o
esta contr~\-érsÍa, vamos propor algumas conclusõe s admi- pecado, pouco a ,pouco se vai a vütude robustece ndo e a
tidas_ pelos Jwmens ponderÇLdos, de todas as escolas. vontade forlifican do, até que chega o momento em. que
A) ·1 Há dois excessos que se. devem evitar : a} o de 1::las compreen dem que o sacrifício deve caminhar a p~r
querer lançar demas!iad amente cedo as almas no que se com o art1b1 de Deus.
cham.a a via do amor, sem as exercitar ao mesmo 'tem:po h) Se. peló contrário. se trata de caractere s enérg~-
cos, acosh:ma dos a proceder por dever, pode-se, sem der~
. 1 Não é, po_i~, ~ar· uma ideia. completa d·a espiritualid ade beru-
hana, passar em sdencto a sua doutrma acerca da abnegação. . xar de lhes pôr diante dos .. olhos a união com Deus como
,
i. http://www.obrascatolicas.com I
200 CAP ÍTU LO III .
PERFEIÇÃO DA VI0 A CRISTÃ 201
fim, insistir ao prin cíp io na yat ia a con seq uên cia s fun esta
abn ega ção com o pedra de s. Em rea lida de . a perf ei-
toq ue cta car ida de, lev and o-o cão exi ge pri mà riam enl e o cum
s a exercitar-se na pen itên- pri me nto dos preceitos, se-
cia, hum ild ade e mo rtif ica ção ~urrd1àriamente a observância
, sem dei xar de tem per ar dum certo núm ero de con-
estas virt ude s aus tera s com um
mo tivo de am or de De us selh<:s. ·
ou de zero das alm as. , 1, E est a sem
, .
Assirn, jam ais se sep ara rá o am . duv ida a dou trin a de San to Tornas , 1
.
or do sacrifício, e mo s- ,., [)~poi.s • de ter pró vad o que a
trar-se-á que estes dois ele me nto per f eíção não é, ~~não o
s se com bin am e ape rfei - i~\. r,mdr de De us e do próxim
o, con
çoa m mú tua me nte . . ,;·,t., siste ess enc ialm ent e nos preceit clu i que na pra tica con-
.J~,; cipa:l é o da car ida de, e secundos, ent re os qua is o pr tn-
§ IV . A pe rfe içã o co nsi ste nos- pre cei ;ct_· que· t?d os se referem ➔gualmente.à.rià-amcarentidae de, nos conselhos,'
. ~/~ ,:em os . obs tác ulo s que se·
tos p~is_ re~ -
ou .no s co ns elh os o/ op' õem ao seu exerc1cw. Ex~
' 1

!
.
!li ' pliq uem ôs est a dou trin a.
. _ ~53. ~ 1.º· · Est ~d o da ~e stã .. ~:~ . s·i 55'7. À) · A per
o. Vim os que a perfei- feiç ão· exige ~nles de ,tud ó e
ç~o ,cons1Ste e~s encmlmentê no am or ·de De us .,. t' flbsai:nente o cum pri me nto dos impe~
xim o, lev,ado ao· sacrifício. Ota e do pró- preceitos ; e e de sob era na
; rela tiva me nte ao à.mor imp ort ânc ia inc ulc ar for tem ent
e esta noç ão a cer tas pes-
de_ De us e ao sacrifício, há, ·, ~pas que 1, por exe mp lo. sob
pte cei tos e con selh os ;- prc.:. pre tex to, de devo(i'!ão Ye·sque-
ceitos, que nos ma nda m, ·so·b . ·: cem os seu s dev ere s de esta
pên a · de pec ado , faz er tal do, ou,
ou tal cai sà ou abster-hos del
a ; conselhos, que no~• con - i'~: com mais apa rato , reta rda m ind efin par a fazerem esmolas
vid am a faz er por De us mai ida me nte o pag am en-
~ do que é ma nda dó; sdh ··· ,. to 'd as, ,sua s dh1;idas ;, num
pen a de imp erf eiç ão voluntç1.ria a pal avr a, a. tod as as que des~
e de res istê nci a à gtaçé!.. \ pre zam est e ou aqu ele pre~ei
~- S. !,~~us Cri sto alu de a ...islo to do De cál ogo , asp ir~ ndo
, qua ndo dec lara ao jov~rn ,; a ,im ais ele vad a- per feiç ão.
rico : Se qu~res ent ra.r . na vid Ora . é. evi den te que· a v10la-
a, gua rda os mandamen;_ J;}_' ç-ão '; dur n pi'eceito ~rave,
corno de pag ar ,as suiiS, dív ida
tos . , . S~. que res ser per feit o.
vai , vend'e o que ten s •. dá- o ~ destrói em ; RÓS 1a car ida de, e· oque s,
O pre tex to .d e ,dar es-
a~s pobr~s, f terá s •um tesoiro 'clola não pod e -justificar est a inf
no ,céu, e v.em e seg ue- me : rac ção da lei nat ura l. Do
Si aut em . v~s açl, vH am ingred me sm o ,1mo do a tran sgr ess·ão vol
i; serva ma nda ta .. . $t rJis unt ária dum pre cei to -em
per /ec tus esse, T?ende qua~ hab ma:tér.ia -lev e é pec ado venial.
es et d~ pauperibus, et que , sem des trui r a cari-
habebis. thesaurun:,! in coelo, et dad e, dificu1ta ma is ou menos
veni, seq uer e me " 1. ó seu exercício e sob retu -
. ,_Assi~_pois. obs erv ar as leis do ofe nde a De us e dim inu i a
da justiç~ e. car ida de em nos sa inti mid ade c_om Ele ;
ma téri a ~e. prq pri eda de, bastçi isto é sob retu do ver dad e do pec
par a ent rar no céu • ma s ado . ven ial deliberado e
quem, quj ser ser perfeito, há~de /~e,querite, que cria em nós ?-fe
ven der ~s s~us be~ s, dç1.~ i'ções des ord ena das e ,n_os
o pre ço aos pob re.1? e; pra tica r imp ede .de voa r livt em ent e p'ár
ass im a pob rez a vol unt ária . a a perfeição; É'.,necessano,
$. .Pau lo. faz.-nos tam bém npt ar que a v(r pois , ant es de tud o, par a ·ser. per
con sel ho e- nãp um preceito_; gin dad e é um feit o. gua rda r os ma nda -
que con trai r ma trim óni o é me nto s ..
bom , ma s que fica r virgem é
ain da me lho r 2 • · ~58. B) Ma s é necessário acr
! . ~56. . ', .L O A sol uçã o. Alg uns aut ore s esc ent ar a observân-
,con clu íram cia dos con$elho.s, de alguns !3:º
. da. ;ui que a vid a cristã con sist m~n?s ,,..d~ qne les _em_ .pa r-
e nq obsérudncia,, dos pre- ticu1a~- que o cum pri me ntá dos
cei.os, e a per f~ição nos conselh nossos d-everes de est ado
os. É ma nei ra de yer as r~os imp õe . .
,, : coisas qm ta].l_to,. $UperficiaL e 0

- - - -·. que , ma l com pre end id a, le-


. , · •1· Sam :- .T/zeól., II, II.,
. ;. q.
in praeceptis .•• secundar,io aute184, a. 3 : Pt"r fect io ess~nciallt~r__co'!'5isti!
1 Mt. XIX, 17-21 . ..;... 2 / Cor. yu, 25-40. m
omn la sicu t et prae cept à ·o rdin : et Jastnim~n:taliter m cons1}11s , qua
í[\ http://www.obrascatolicas.com
antu r ad car1tatem.
CAPfTULO III
PERFEIÇÃO DA VIPA CRISTÃ 203
a) Assim, os Religiosos, uma vez que se obrigaram
por voto a praticar os três grandes conselhos evangélicos L Dos diversos graus de per/eição.

de pobreza, castidade e obediência, não podem evidente- 1 t· .


mentr. santificar-se, sem serem fiéis aos seus votos. De- : }~. . 54 0 Os crraus , pe los quais a alma s.e d eleva. à per--
mais. este exercício facilita singularmente o amor de º
f .. -, · - o numerosos _ se trata aqui , ed·os enumerar
..' nao - O
e1çao, sa - d . I os principais esta IOs . ra. se-
Deus. desprendendo a alma dos principais o1stácuios
todos , senao _e assma ar ex osta por Santo Tomás, dis-
que se opõem à divina caridade : a pohreza, arrancan- oundo a doutrina comum, . P_ . ou, eorno ·geralmente
do-os ao amor desordenado das riquezas, favorece os voos e t A t, dios principais,
tinauem-se res es a . . . d lmas em pro-
do coração para Deus e para os bens do céu ; a cas1i:i- .,d· ,A . dos principr.antes, a as a
se iz, t,es vias,fa· - . , d • f- principal que ..
se tem
dade, preservando-o s dos prazeres Ja carne, ainda. mesmo / _; ;,_ . gresso,. a d.os per 'éttos, segun o o :rr_1
daqueles que o santo· estado do· matrimónio autoriza, per- · ·l · d d
~
:,~) em vista.
mite-lhes amar a Deus sem restrição ; a 'obediência, com- ~:;.: ,; 541 a) No _primeiro estádio, o principa cui a
batendo o org ulho e o espírito de independênci a, s-ubmete : t;· · · · . . , - der a caridade que possuem ·
a s.ua vontade à de Deus, e esta o1ediência não é em dos principiantes e naoaraper ·t m o pecado sobretudo o
" • . f. evi are . ,
última análise senão um acto de amor de Deus - razem, porn, es orças p . f . das más inclinações,
- -· d tal e para trmn arem - d
º. -'!:º1' d. anto lhes poderia fazer per. er o
~ . ?ªS
:~;(,., peca d
559. h) Quanto àqueles que não fizeram votos,
paixoes e . ie ~r o ~µ urgativa, cujo fim é purificar a
para serem perfeitos, devem exercitar o espírito desses ' ~ J . amor de Deus . e, a via p
mesmos votos,' cada um segundei a sua cond ição, as ins- '· alma d.as suas faltas. h:'
pirações da. graça e os conselhos dum prudente directot. .. segun do es t'a d·IO , q.u er-se. .progreair ·d d . na O
!i4'l h) . No
Assim praHcarão o espírito de . pobreza, privando-se de ._ . . · ,· .
_
,_._ prática positiva as vir u es, e ·.
-d • t · d fortificar
·'
a can a e.
màis aberto
muitas coisas inúteis, no intuito de economizar-a lguns re- :. .. . - .,,: .. ·f- do está por I-sso mesm 0 ' . . - em
ica _, d D . alma.. compraz-se
cursos para es~olas e obras de zelo· : o espírito d e cas_ti- . I d·'. Jél. pun
. ,' ·' - coraçao o amor e eus . a
·rtudes e como se-
.
dade, ainda mesmo que sejam casados, usando com mo- L • à uz rvma e a _. ·
·l ·
~'f . r ··
e imitar as suas VI
. esta via se' - chama '
deração e- algumas restrições dos prazeres lei;?ítimos- do \\, ,- . eeguir
:~A~f I a, ~es.us. haremna Iuz. por Isso - ..
t -
11
o
matrimónio, e · sobretudo evitando com. cuidado tudo ;~ , /.l:'·' . gui- o e ca_mm - 1·-- - 1··a-se a evitar não ·somente .
i .. , , mma · ' t•.iva- · • 2· Aarnaapic . _d .I
quanto é proibido ou perig·oso ; o espírito de obediência. ' 'íJ !' . . . d ·•;, ·t I inas ain a o vema. '
submetendo-s e com docilida de a seus superiores; nos quais ;~ peca o mo_r a '. . . .- . f . - -tA
verão a imagem de Deus. e às inspirações da graça, cori-
~ · ,-,,-
, .- . l'!: 4 1'!: , .) No terceiro es t'd·
a 10. os . ' per ertos l nao em
.:, J . e .. - d . Deus e ter ne e as suas
trasteadas· por um prudente director.
; , ' f •-.

mais que um cm. ª


·d do ·· a erir a · - Deus es-
Assirn_,,poís, amar a Deus e- ao próximo por Deus, 'e . 1' p tl constantemen te urnr-se . a . . ,
de ícias. rocuran o d f z lhes horror p orque re-
saber sacrificar-se. para melhor cumprir este duplo pre-
ceito e os conselhos que Ihe d.izem respeito, cada qual d . 'd . Oeus
tão na vi': unitiva.D
.
peca of -•ªd:-lo · as v.irt~des âtraem.-
e o en e ,
são me10s
. .
ceiam esagra arasa virtu . d es t eo Io gais. , porque h
segundo o seu estado, eis a verdadeira perfeição. . - b • tudo
• -nos,· so re D eus. E _assim . a terra. I ·es parece um
de se tinirem a
·§ V·. ' ., . . mbit homini studillm pririci~ale a~
Dos diversos graus de perfeição! . 1 Nam primo qu1de~ . mdu m concupiscentiis ejus, q~a: m ~on
e
1. • • · /

rece_dendum . ª pec~~~e~! {e!lrh~/ pertinet ad iricirie:esthe~~. , 1f,1~1.~


tranum cantat!s d vel fovenda, ne corrumpatur •· u •
A perfeição neste mundo tem seus graus e limites. caritas est nutrien ª . - aliter inten-
q 24, a. 9). d ·um succedit ut homo prmc, p d ro.fi-
Daqui duas . 0questões : 1. quais os principais graus da
0
• li < Secundum autem stu ~- . t . et hoc studium pertmet a 1:ztum
perfeição ; 2. Cí_Ué),~~ OS seus limites na terra ? dat ad hoc
cientes, qui ad ~o~o
h<?cinprmc1pa
quod Íi;:r 1~~e~dunt·
·- in eis caritas per augml!
roboretu r •· (L. c,t.J, ·

.... http://www.obrascatolicas.com
204 CAP.íTULO III
. ,, f
·. •.;t;t ..
't-~~····, PERFEIÇÃO QA VIOA QUSTÃ ~os
~ h"i-. · :
_ ·-~ A) Na I·da deme, d·ia , os Begordos haviam · sus•t ena t do
desterro
tar e, como1 S .
com Cristo p au Io, .
d eseJam morrer, para irem e:,;- ·. ~\-. . que "o homem, na vida pres.ente, é capaz de adquirir tal

. d·icações, que voltare- J '~it grau de perfeição que -se toma absolutament e impecável
mos Isto .dnãç,. -sãoI.mai. s que .b. ~ 'iª'./ ~ não poss.a. crescer mais em
1
ieves m "
.!; "•·~ graça ' ' . D on d e coneluíam
ª ei;env,I:)
C., omvêndic, - _mais ta
e · ver . r d e, na segun d a parte · deste , · -.f que aquele que atingiu esse grau de perfeição não tem
· , , .m que segmremos• . .
um I d d
a a ma - ~s e o pri- jZ} obrigação de jejuar nem orar, porque nesse estado a sen-
meiro estádi . . ; -- .t rans-
.ormad< r,, . o, _qµe e a sua punficação • até a' urnao -•., so.alidade está- de tal modo sujeita ao espírito e à razão,
1
t . · J ª
qu,e;.a pr~par.a ,para visão beatífica. que se pode conceder ao corpo tudo quanto lhe ap etece, ;
... ,, ..... , ' fjé. ni.lO tem obrigação .de observar os preceitos da lgreja
; II.-- Dos limites da perfeição. n a., .t erra..
• ~~,~--/ : nem de obedecer aos· homens, nem sequer de praticar _o;;
:1!'::f~ actos das virtudes ,. o que é próprio do homem imperfeito.
• = _, ?.1~·
dos ·e-randes··
quando lemos a vida 0 · S
. · f·1camos s a;ntos,
c:ontemplat·ivos
J
··
morm_e nte i: Doutrinas são estas gran demente perigosas, que de facto
~ . · , b d .d ' vão rematar na imoralidade; quando alguém se julga im-
a que altnrás sublh'ne . d -I assom ra _os e VN
cru,,." ·nh " . . ~ ;., -. . Dsse po e e evar urna alma generosa - ,p ecável e não se exercita já nas virtudes, dentro em bre-
• oa .c,_usa a . eus: A noss· - rf . - -. -
i -

tem contudo limites, que é mist - -ª pe eiçao na . terra ve· é presa -das paixões m,.ais ignóbeis. É o que sucedeu
sob pena de· reca:ir num ra . ef ~ao 9u,erer ultrapassar, a0s Begárdos; :e assim o Concílio de Viena os condenou,
pecàdo. · · . g -~ m .enor, .pu· até mesmo no i 'com to da · a razão; em 1311.
. · '• · '.147. B) No século XVll. Mo.liiio; renova est\!
. . 545. . 1.º É certo que não se d . :•. ittó ; ensinando q ue "pela contemplação . idciuirida se
Ja_n t~; com,? E(e merece ser amado . . P~. e ªW,ª r ! ,_ I;~us
'._ 1thega a tal grau de perfeição : que não se· ct>metem mais
tamente '·
, · 1,·· e, · sen d o com ; •-, por~uç Qeus
ç,--- . .__ ,. . e mfmi-,
' -'
. ·.- amave
cão, não º o . ;r ' ... .,
.. _, . po e amar, nem· sequer n 0 ,
o e, :. mito -º nosso cora-
. - ,.
iiecados nem ·mortais nem vêriiais". Bem demais veio ele
·a mostrar com ·o s·e u exe~plo',· <túe com· máximas : que
amor limitado. Pode- e . - .-I ., cfeu , _senao com
.. . , . s , pois urna a ma es -:p arecem' tão elevadas: pode alguém andar mtüto 'exposto
-Io semp~e mais e :mais -e , .d s·· B or!ar; por amá -
·a cair em ·desôrdens ei:rcandàlasas: • Foi justamente con-
dida de ·'àrnàr. a Deus é, , ,selgun º- ..
ama- o sem m1t01 a N-
'l-dern~rdo, a me-
. .. , . 'denado por Inocêncio XL em' 19 ·de hovembro de 1687;
çamos, porém, que O amo r verd a d eiro . . , -: _ _· _. ao esque-
. d consiste · qnando · lemos as proposições que ele · oásata ·sustentar,
pie osos sentimentos q - t .. d , ,. -',,. m_e nos em
melhor meio• d amar aueDe_ m ª?
os a '.'<;ntade, e. .qué o ficamos aterrados com as consequências espàntdsas a que
·c onduz esta pretensa impecabilidad e - . ~ Sejamos, pois,
' . 2
e eus e . conf . .
ta d e com a sua·, como· ex I· . _; o~ar ~ 'nossa von-
tarmos ·da ·c o · f . ·d d ·. ~ icaremos mais ,adiante; ao tra- mais :modestos; e não ,pensemos sertão em nós corrigir ·das
.- ., n ormI ~ e ~om a vontade •divin'a. - faltas de propósito delib~rado e em diminuir o· •número
•dás faltas ' de fragilidade. · · ·· ·· · ··, ·
: -'.?4~- -:..:12,º -. N_a terra Gão é. po~síver'~' -.. - 'D eus ~em·
mt~rrnpç~o, - nem -, - desfal
. ..
ernmen t o. p 0-d. e,w.ar
se a• .-d b . , I 548, 3 .0 Nes.te mtmdo, não 6 pq~sível ~mar'a De~lS
mente, ,çom graças de· elei ão .. - -.:. .. m u 1taye - constantemen te, ne~ -sequer .hàbuilalr;,;,ent~. c~m · amor
almas de b • · d ~ ' que o.ao: Sl}-O , recusadas às
. ºª vonta e evitar
propósito·aeliberado . · _ _
tod 0 0 d
peca o venial de
perfeitamente puro e desint-~ressado qÚ~ exclua t;do acto
n.' t - <; M._;,, . ,·_;__ '.· i:nas nao toda a fall a de fragilidada . de esperança. Seja qual for o grau de perfeição· a que se
a. . ·erra nao ,
· · -""Omos
, - ·Jama- · ·
rs . . -
impecave , . · · I J •
tenha cbeeado, há obrigação de fazer de tempos a . tem-
C amoii · em' dive~~hs: c·ircuns .' . {I>c1ncias..
. IS, _corno a ..greja,. pr.~-
. ·máneirn
I 0 - . _ pos actos de esperança; ninguém ,. .
pode . 'pois . de
. .·,". l
. .
. . .
1

. 1 : • 'e Tert'iútn :ãutélti ·~t~d' . t , . ' 1 DENZ-BANN., 11. 4'11. - Cf. PouRRAT, La Spiritualité chrétierttte,
mt~o da; tlt ·Deo ' irihaereat •e/~: eS ut homo ad hdc princi ali ter t. li, p. 327·328. - z · DENZ-B.,.NN. 1 n. 1'.62\ ss. .· · · , · .._·
qu1 cup1unt dissolvi et ess; - cum ctu,attur: (L.h'oc
ris o >. et ·, . .Jad';,et-ectos
cit.J.pertinet . -. J' _ . ,

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CAP ITU LO III PERFEIÇÃO DA VI'O A CRI STÃ :207
abs olu ta, fica r ind ifer ente par a real izar esta dup la con diçã o 7 Ser
com a sua salv açã o. É á por ven tura tão difí cil
cert o que hou ve San tos, que , ama r Aq uel e que é infi nita men te
nas provações passivas, , amá vel e infi nita men te
mo men tân eam ent e se -co nfo rma ama nte 7 O amo r, que se nos ped
ram com a sua repr ova - e, não é cois a extr aor-
ção de mo db hip otét ico, isto é, din ária ; é o amo r-de dica ção , é
no cas o em que ela foss e o dom de si mes mo, é
det erm ina da por Deu s, pro test em par ticu lar a con form idad e
and o con tud o que nes se com a von tad e divi na.
caso não que riam cess ar de ama ..Qu erer ama r, é pois ama r ; obs erva
r a Deu s ; são hip ótes es r os man dam ent os p1~r
que ger alm ent e se dev em pôr de , , · .De us, é am ar: orar, é am ar;
par te, por que de fact o cum prir os dev eres do pr~-
Deu s que r a salv açã o de tod os
os hom ens . ;1;;· prio esta do, par a agr ada r a Deu
s, é t_a~b ém am ar; ~.ai :,
Ma s pod emo s, de vez em qua •/§. -ainda recr ear- se. tom ar
ndo , faze r acto s de as strns refe1çoes com a mes ma
_amo r pur o. sem P.e!1sar abs olu tam :}: · inte n~ã o, é amai:.;. pre star s~rv
ent e nad a em nós,. p0r iço ao .p_róxJmo por De us. /.
con seg uin te, sem esrperar ou des ;.~ ,, t1mar. Não há nad a, pois
ejar act ual
! ~1 é, por .exemplo, este àcto de amo r de men te o cén1 .
San ta Teresa :
, 1 ,;:;~-. Deu s
, mai s fáci l. com a gra ça 'J.e
que pra tica r con stan tem ente a div
Se Vo s amo . Sen hor , não é pelo
céu que Vó s me ten- ?T,'b·.
por isso'
mesmo,_ ava nça r ince ssan tem en_te
ina car ida de e,
par a a perf e1ça
. - o.
des pro met ido ; se tem o ofe nde r-V
os, não é pelo infe rno :,1}~, '5S1. É cert o que o sacrifício
par ece mai s cus toso ;
com que seri a ame aça da ; o que
nho r. sois Vós , som ent e Vó s ; é
me atra i par a vós, Se- i5:{ -não se nos ped e, por ém, que o
ame
o corp o pisa do, nas âns ias da mor
ver.e.V os crav ado na cruz , ~tft;; ba·sta amá -lo por Deu s, ou, por outr mos por si mes mo ;
os term os, com pree n-
p ont o se aro d~r ou do meu cor açã
te. E o vosso amo r a tal T· ;der que na terr a não se pod e ama
houveré!: . ~é,u, eu Vo s ama ra ; ain
o que , ain da qua ndo -não ª· . -€iar ao que é obs tácu lo · ao seu amor r.a Deu s, sem ren~~1-
da qlla ndo não hou ver a Ent ão, o sacrif1cl0
·;, -tõrna.-se prim eiro tole ráve l, e bem
infe rno , ~u Vo s _temera. Vó s não dep ress a amá vel. Aca go
ten des que me dar c~isa ai mãe , que pas sa lon gas noit es
algu ma, par a pro voc ar o .~e u amo à cab ece ira dum filho
r; poi s que , ain da qua n- :1d0erite , não ace ita jub ilos ame nte
do nã,o es.perara. o que .espero Vo as sua s can seir as, quan~
s ama ra com o Vo s amo ". rdo tem a esp eran ça· e sob retu do
~49. Hab itua lme nte , ~m nosso a cert eza de lhe salv ar
amo r de Deu s há a vid a 7 Ora nós , é cert o que tem
mis .tur a de a.mor puro e de os, não só esp eran ça.
amor de esperança, o que sen ão cert ez~ de agr ada r a Deu
que r dize r que ama mo s a Oeu s s, de pro cur ar a sua gl6-
por Si mes mo. por que é ria, e, ao mes mo tem po, de salv
infi nita .me nte bom , e tam bém por ar a nos sa alm a. qua ndo .
que é a fon te da nos sa por amo r de Deu s nos imp omo
,. feli cida de. Est es do-is mot ivos não s os sacr ifíc ios que E!e
se exc luem , pai~ De us rec lam a• E não tem os nós , par a
qui s que em O ama r e glor ific ar nos sus tent ar, os exe m- -,
enc ont ráss emo s a nos sa plos e aux ílio s do Ho me m-D eus
f<'licidade. Nã o nos inq uiet emo ? Nã o sofr eu Ele tant o
s, pois , des ta mis tura , e, e mai s que nós par a glo rifk ar a
pen san do no céu , diga mo- nos som seu Pai e salv ar as nos-
ent e que a nos sa feli ci- sas alm as 7 E nós , seu s disc ípul os,
dad e con sist irá em pos suir a Deu inco_rpo.rados 1'.l-ele pelo
s·, em O ver, am ar e bap tism o, alim enta dos d°c> seu 'Co
glo rifk ar ; ent ão o des ejo e a esp rpo e San gue , hesil.a-
era nça do céu não im. ríam os em sofr er em uni ão com
red em que o mot ivo dom ina nte Ele , por amo r del e e com
das nos sas acç ões sef ,:l as me~ mas inte nçõ es que Ele 7
ver dad eira m.~ nte o amo r de Deu E não é ver dad e que a
. \ : ,·_. '
s. cru z tem sua s util idad es , sob retu
do par.a os cora çõe s
ama nte s : "N a cru z está a salv
CoN CLU sÃo açã o nos diz a Imitação
__ de Cristo 1 , na cru z a vid a, na
~SO . . Assir:n p.ois, am~r e sacr cru z ~ pro tecç ão c~i:~~~
ifício, eis tod a a per - os nos sos inim igos , na cruz um a
feiç ão cris tã. Ora , com a gra ça sua vid ade cele ste ·. ..~
de Deu s, que m não pod e cruc e salus, in cruce vita, in
cruce pro tect io ab hostibus,
' .
1 Hist. de Sainte Terese d'apres les Boll
andistes, t. II, eh. 31. 1 Imit. L., II. e. 12 1 n. 2.

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'-,i,rl.C .&,..1. V.l.4 U l.V
OB RIG AÇ ÃO DA PER FEI
ÇÃ O
ir. ·cruce inJ, usio sup ern ae sua uit
co . . · ati· s ?" Con c 1uam. os po,.~ ,~.• a qu est ão é sab er se po de alg1
m S '. . Ag ost m~ o : "Pa ra os cor açõ es am . "· no táv el o est ado de graça,
.1ém conservar po,r teni.pc;>
!ra hal ho s exc ess iva me nte ant es não há
cus;tosos ; enc on tra -se nel es sem se esforçar par a faz er
mesn1O . pra zer , com t· ' progressos. Ür5i-, a au: ida
o se vê na qu e les qu e am am
pes ca, as• vin dim as. o neg a caç ª e f~, '(IlO,stram-nos que, notorest de e a raz ão ilu mi nad a pel
ado de na tur eza dec aíd a,
o.
' óci o · · · E'.· qu e , n
a ver d aad, eª ~~~m po de per ma nec er ml_lito tem nin ;
qu
, fan · do. se -ama um a[ coi
b sa, ou nã o se sof re ou .
· , am a-s e o, ~~w faz er esforços pa ra progredirponano estado de graçn,
~o r1mento., au t no n a . ora
tur au t . et labor am .atur" I . pni/icçir de vez em qu an do vid a espiritual, . ~
.· ,E_ dêmn-nos pre ssa em ava nça r, alg1.1ns dos conselhos eva
cnfwro e do amor. pa ra a pel o cam inh o do sa- n-
perfeição·, pois é,p ara nós géhco.s.
dever, un1 1. O argumento d.e aut ori dad
. e,

cÀ 'p í TU LQ l V ·• ,; ·. 5~H.: 1. º A Sagrada Escr~t


urâ nã o tra ta . directa,-
m~n;t-e e~tu, qu est ão : depois
de ass ent ado o pri nc{ pi; ·g~-
ceito~ ~ os conselhos, rtão
Da 'obrig aç ão de t~n de r r~l d~ dis tin ção ent re os pr~
à per{eição- z. nos
diz ger alm ent e o qú e, nas
exo rta çõe s de N..' S. Jes~~
'. ~5'2. . Ex po sta a ~a eza t~. é obriga.tório o~ não . Cris~
fezç~o, resta-nos-examinalur da vid a cristã e a ;ua per
r se há pa ra nós ver dad eir
- ~µ e coi:-ivtm a~s cri.stãos,
Ma s insi.~te tan to n~· s1;1-nti
põe~~º~ dia nt~ 'dgs olhos
dade
gaça_o de progredir ne sta a obri- tdçç.l tão !.i.l~o de p~rfeiç~o, preg?-: u~
vid a, ou se· nã o ba sta gu ard tã_o aherta1;neD,te a, todqs,
'.pr
,.[ ec10samente á-l a . _ ~. n~~~ssidade d~ a,bo
. com.o_ se gu ard . a um tes oir o p egEi;ção ·e dà cart4a,d_e, el~
. ~ er com _mar& prec1sao, ex- · . . arµ respon
aminarem0s est a qu est ão rel - ; ~~sençia,is qél. \J,erf
eiçã9. qu,e, pa,ra q~ra~~uer
mentqs_
va me ~t: ·.:1. três. cat ego ria s ati- 1 . . pçi,rcial, se esp írit o ini.-:
de p©ssoas: 1.º os s,imples mf ore a çon vic ção de qu e,
ou .cr1staos • 2 °
n t. , It.. ' . os re [-igw • sos
. .; ..3 • f· ,.
ddies, insisti reis ti ~ec~~sárío, em c·erto.s ~o ~e pa ra sq.lvar a alma,
es e u · imo po nto ' po r. cau .-~ .'ós sac er nd o nto s f°~zer ma is -q~e o est~
sa do .·f·1m esp· eci•al . qu e ~tai;ne~te rna nch a~ o. · e. po i-
pro po mo s, no s r cons~çiuê~cia, e~forçar-se
p<;ir
.1 -progredir.
. ;.. AR ·,1.1,. A) As sim , Nôsso·
/ . T . ..I.. 'DA Se nh
. -
OBR:IGAÇAO QUE TEM
OS CRISTÃOS tdeal de san tid ad e a me sm a per or apr ese nta -no s como
DE TENDER ·À PEREEI fei ção do nosso Pa i celes"
ÇÂO tia l : "S ed e per fei tos com
o vosso Pa i cel est e é perfei
: , Ç,xróremos ' 1.º ,ª - bstot~ erg<: vos per/ecti, to :
obrigação !Cm s1 mesma: 2,º sic ut et Pa ter uester. -coele
t~\ os. ~u e tor nam este dev er ó, mo , p.erf~ctus est " 1 ; assim pois,
tod os os qu e têm a De us
stis
.ma is fácil. por
. Pat, dev em -se apr ox im ar da
§_; 'I. . l ·n ª .odrigaç~Ô · p,r
: . . se po de evi den tem ent e faz
per f~i ção div ina ; o qu e não
õpri,am_e nt e dit a últ im a aná lise , todo. o ser
er sem alg um p_ro.gresso. E,-
em
: ?~~-. ,Em ma:têria tão' d,elicada imp'Orta ·usar o. comenté.rio, o des env olv
mã o do mo nte .nã o é mais
im ent o des te ide al. ,-, O cam
qu e
exa . ctd
_ .ão· ·po da rrta ir,r
.. ssí.. vel
d. . · É, certó·••qu .•, . . · . , . nl1.; pa ra isso é o da abn ega ção , da is
,mo.rrer__ emh •es:ta O .dbi grà·ça . p e e necessiano e s,.1 r· ici enl e Jes us Cr ist o e do am or jm ita ção de N. S.
. , ara ser saIvo ; . par ece de De us : · 'Se alg uém · vem
,que· :na;~ . ª''é tá- pá ra" ós fiét pois mi m. e nã 0 od eia ( isto. é, a
s ou tra ohrigaçãÓ estrit~ ma niio sac rif ica ) o seu pai, a
~L'ée a de. ·co nse rva r o ést àdo i~ mã e, a sua mu lhe r, os seu sua
-=-- ~-:- ""'- -'· ., . de graça. Ma s preci s filhos, os seu s irmãos e
sam en -
. ,, .
,, ~
. , me sm o a sua pró pri a vid a, até
e:
, ,sA.•
LVAREZ
Ai,r9,usr. De
VII -X; ScA RAMDE
.bono vidJLitatis e. 21 p
PAZ op cit L 'rv V I L. o.
ELL I, Oti ide aslé tiqu
L 448
, . '- ·
e -T; . ~ I AUDIER, .
x~ Si qu is uen it ad me, et no
nã o po.de ser ine u discípulo
n od tt pa tre m suu m et ma
tre m
:
tique, eh. VII -IX ; lGHINA, op.
; 1
. ' I
cit., Intr~d-,r~t-xxi:t.
P. III, sec t. I,
II; R.IBET, Ascé- 1 Mt . V, 48.
I•
1__:., 14

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210 CAP íTU Í.O IV OBR IGA ÇÃO DÁ PER FEI ÇÃO 211
et uxo rcm et filios et Jratres, · ,~:;7, C) É isto mesmo o
adh uc aut em et ani ma m que s·e infe re airi~a. :da
suam. n(m potest me us esse dis nàt ure za da vid a cristã que ,
cipulus'' 1• É nec ess ário no diz er de N. S. Jes us
pois, em certos casos, pre feri Cri sto e de seu s dis cíp ulo s, é
r De us e a sua von tad·e a~ um combate, em 'qú e a vi-
R~ or de seu s paia, de sua gílâDcia e a ora ção , a mo rtif ica
mu lhe r, de seu s filh os, de sua ção o exe rcíc io pos~~ivo_
prn~ri~ vid a·e sac rifi car tud o,
par a seg uir a Jes us: 0 que das vir tud es são necessários· par a alceanç
supo,e cor ~ge m heró,ica, ·que não ar a v1itória.: Vi-
se pos sui rá no mo me nto giai: e orai, par a não ent rard es
e~ . ten taç ao : vigilate et
ortt_ico, sé" ~ : ~lr_na se não foi ··., · ora.te ut non intretis ·in ten tatl 1
pre par and o par a isso por one
mero de sacnf1c10s de sup ere rog
açã o. Nã o há dúv ida que :X' nãé sàm ent e con tra a car ne e m . . • Ten do de lut ar
san gue , · isto é, con tra a
este cam inh o é.• estr eito e difi '., .. tHp hce con cup isc ênc ia, sen
cultÇ>so, · e mu ito pou cos 0 ão ain da con tra : os dem óni os
seg uem -; ma s Jes us ·qu er que
• se faç am sérios esforços t: que ·a atiç am ·em nós, necess,ita s de
par a. e-~ trar -pe la .·:r;orta estr
eita : 'fC ont end ite intrare per f füa lme nte e com bat er com valor.moOra nos' arm ar ~spiri-•
, num a fotà. pro lon -
ang ust am portam ~- Nã o ser
á 'isto rec lam ar que ten da- f gà.dà, a der rot a é qua se fata l
pat a que m se con:setv'a Uni-
mo s •à' perfe1çãÓ'? · • cam enl e na def ens iva ; é mis
· ter, pois, recorrer à.os contra.;
· :·,. ~5,6~ _ BfOs Apó.stolos não us:ain de lin
gua ge~ di-
-ata que s, isto é, à prá tica das
virt ude s, à vig ilân cia , à
v~t'sa :. S..: ~~r;lo lem bra múitas . mo rtif ica ção , ao espfrito de
fé e con fian ça. 'É est a exa da-
·,,vezês ao fiéis q\1{ 'for am
e:sc?lh1d?s pa~a serem santos ';. m(ilp.te_ a con clu são que t.ira
: ut ess-em us san cti et im- S. Pau lo, qua ndo , depois de
~~~~l~_ti, in _consr.ectu eJtis 'in 1 .:. hav er des crit o a lut a que tem
caritdté'' ·3 : .o que cert:à.- os de sus ten tar, dec lara que
tnente• ·~~?. ·po dem · faz er, sein ::: d~~emos est ar arm ado s dos
pés à cab eça , como_.o ;40Jdado
se de~ pdj are m d6. hon iem
vel_~o e tev fsti rem qo
nóv o, i_sto é, serti mortificá.tem
as
:{_ rom ano , "os rins cin gid os da
(; I,i içi d~ jus tiça , e as san dál ias nos
ver dad e; rev estt dos ~~ cou- ·
~~-~_élf~ci~s: dâ n~tureza: pe~ver
sa··~ s~~ se'
e~·m era etn pés , pro1 nto s â a.hun-:
rep ro~ uzr r -~~ Virtudes de Jesus' rem '. cfüi>o Ew lng elh b da paz , com
o'êgcu~ô '
Cristo
P.~ssfvet. aju nta S: Pau l sem ·se 'esf. Ora isso é:.lhes •itn-
da ft ,ó bap ace te -
a_ me did a do com ple to . cres
ó: ~rça.rem por . che gar
~- a{· sal vaç ão e a esp àda do
-f lumbos úesiros in veriitate, Esp írit o : "'State êrgo.'síic?tn#
cill'!-ento da ple nit ude de et ind utí loricam fusUtiae. et
~rr sto , don6C occurramus om \ . éa.lceati ped es i~ praeparatione
nes : .. ,·tn virum· per/éctum, evanvelü. pacis ; _tn omni- _
t~ mensu.rem aetatis ple o'. biis sum ent es scu tum
n:itudinis Christi'' ~ ; o que que fidei . .. iet galeam sal'utis assumU
d~zer que , est and o inc orp ora r· ·· et gla diu m Spiritus'.' 2 .' .·• ~l"''J
dos -em Cri sto , som os seu E com isto nos mo stra que ,
'.::or:1pl'!,mento, e a nós nos cum pà:ra triu nfa r dos nosso.s adv
pre , pel o progresso ·n:a ~rsários, é necr~s~rio faz er
unr taç ao das sua s virt ude s, iliais do que o est rict am ent e pre
faz ê- lo crescer, com ple tá-l o. scrito. _ . . ,,
S,. Pe_~r.@ queF tam bém · que tod os· , '.';5 8. 2. ATradição c~n firm a est a doutrina;·_ Qua
os seu s ·discípulos sej am , 0
santos_ com o aqu ele que os cha :-.:' do. os S~n los Pad res que rem t1.-
mo u à sal vaç ão: '.'seci:m~ insistir sob re a nec ess ida de
~um -eum qai voc avi t vos San -~-
da per feiç ão par a. tod os, dizem
ctu m ei ipsi in ,om ni con- -nos qv.e no cam inh o que
ve_rsatioTie sa~c~i sitis" 5• Pocdem con duz a De us e à salv açã o,
~~o aca so ·ser, se não pro·..: <:·· não
gridern :1ª pra tica ?ªs virtude ,, nár io : é forçoso ava nça r ou rec
se pod e fica r estacio-
s--cris,tãs 7 S. João, no últi - uar : "in via De i non pro-
mo cap itu le do Ap oca lips e,
càn vid a os 'justos a não c::es- gredi, regredi es( .
sar em d de ·pra..tica r a 1·ustiça e os san tos Ass im, S. Ag ost inh o, faz end o
·a san t·f·
1 rea·rem -se not ar que a car ida de é ,
ain a ma is : Qu i justus •est, act iva adv erte -no s que não dev
justi/icetur adh uc et san ctu s em os par ar no_ cam inh o.
san otificétur=-adhuc". ~- pre cis~ me nte · por que .· par ar é
· rec uar : '_'retr0 redit quí ád
13-.j _ l..;· _?½• ea revolvttur u.nde' jam recesserat" 3
· , e o ·seu a~v~rsário,_
1 f6-27 i_ cf- Mt. X, 37-3 8. - 2 Lc. XIII , 24; Mt. VII
_, , · . ·•• -_ • •
b l4 Petr. I
,
15.' -'6 4.A - XEXpikl, IV, 10-16. Ler to9:o este passo. - , · , -1 · Mt. XXVI; 41. -
j .•

poc. , 11. 2 Eph. VI, 14-17. - s Sérrno CLXIX, ni 18"


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CAP1TULO IV OBRIGAÇÃO DA PERFEIÇÃO 213_

\eI?i?, ~9~iti~ doso mesmo pr~ç.cípio; tal é a sua evidên-


Padres, S. Bernardo, expõe esta dou-
a história de muitas almas, como bem o sabem os direc-
ci_a ·· E o ultimo . tores experimentad os.
~1L1ª de forma emp,oJgante : "Não queres progredir 7 _, Uma comparáção no-lo fará compreender. Para akan-
~, qo,. r-::' Qp(;!~e& ent~9 r~c~<;1.r 7 ~ De modo i;ienhum. ,....., çàri-hos a
salvação, temos que vencer uma corrente m~is ô'tl
p1,1e queies, ent_ão, ?. '7-:' Quero viver de tal m&neira que m'díbs viokrita, a das nossas paix'Ões desordenadas, que iíds
~q_u e n9 pon,t9 aop.de cheguei.. . . Que_re~ o impossível,
,-J ievam paru o mal. Enquanto fizermos esforço par'a impelir . a
~,OIS q~el ri,!ste mundo nada permanec~ _no mesmo esta- nossa, barc~ para a frente, conseguiremos subir a -corren~e ou
ao menos contrabalançá -la; no dia em que cessarmos de re-
' ,O· • • • E noutra parte acrescenta : E absolutament e
fu'ár, seremos arrastados pelá ·corrente, e recüàremos pára d
~e c~.ssá~l?, subir o~ descer ; s.e se tenta p~r&r, cai-se infali- 0ce·a no, onde rios esperam ás tempestades, istà é; ás tenta-
.I\T S p p p·· · •.
, •1men
2 E ·

1
1
1
ve ·.-, .. _-\te, . , . . , ?,ss1m, o_ q. . . o . a,pa. w, XI, n& sgr1.
Eno1d ,1ca de '2_6 de Janeiro de 19.23, so1rê S. Francisco
ções graves e talvez quedas lamentáveis.
2.º
.
Há preceitos graves que · não sé ·pàdêin
~60.
d.ç- Sales, qeclél_ra perem_ptôtiamente que todos os cristãos · observar em certos momentos senãó por meio -de actos
sez:n i,;x:cepçã,o, tê111 obrigação de tende~ à santidade 3• '
fi'êróicos. Ora, em conforàiidade com 'as leis pskológicas,
II. O argumento de m2;ão. ninguém é geralmente capaz de praticar actos heróico's,
se não se foi antecipadame nte preparando para isso coúi
A
razão fundamental, pela qual nos é necessário alguns sacrifícios, ou, por outrqs térmos, com adas ctê
tender à perfeição, é sem dúvida a que nos dão os San: mcirlificação. Para tornarmo's est.a verdade mais tangívt:L
tos Padres. demos alguns exemplos. Tomer'nos o preceito da cast(:..
~5~~ "1. º Toda a vida, ~·endo como é um: movimen- Jade, e vejamos o que ele exige de esf'orços generosos,
dt;o,, ~ ess~nci?:Imente progre_sstva, nest~ .s~nüd_o. que·, · qti;n- por vezes• heróicós, para ser guardado toda a vida. Aré o
. -~ ~~~sa_ de crescer, começél; a enf~aqµecer. E çi. razão casamento ( e mu-itos jovens nã9 se casam antes dos 1l~
drsto "" que há e~ t o d.o o ser v1vo,
, _ • : . J • •
·
_ .•
· · d e d esagrega-
·forç~s · · ou 30 un.6s), é a continência ·a:bso1utâ. que é necessário
~~:nque, se nao sao n~utr8:li~adas, acabàm por produzir a praticur sob pena de pecado 1nortal. . Ora. as tentações
·, · I -1~ ~ mort~'. O mes_mo pa.ssa em_nossa vida espiri-
ª grav~s começam para quase todos com o·s an"os ºda puber:..
h~a . : ao lado ~as te~dências que nos· Ievafll pa~a O ~~m:, dade, e a:; vezes antes ; para lhes resistir vitoriosament e,
.A out~8;S, m~uto achvc1;s, C(~e nos a~asil:ç1.µi. parii O mal: é predsà orar, abster-se de leituras, re~res~hta~ões, ou re-
para as combater, o único meio eficaz é allment~~ em '~ós lações perigosas, peniteli.'ciar-se das menores capitulações
ª! forças vivas, isto é, o amor de Deus e as virtudes cris~ E aproveitar-se dos seus desfaleciment os, para·se levantar

t~s ; então as tendências rriás vão enfraquecend o M e e


imediata generos:ame"nte, tudb isto durant'e -um longo
se deixamos de fazer esforços por avança:r, os nos~bs ~~ período da vidà. Não supõe acàso tu·do isto esforços mais
ciós acordazv, retomam forças, atacam-nos com ~ais vi- que ortlfrnírios, algufuas obras d;e stlpêrerogação 7 Con-
veza h
frequência; e, se não despertamos do nosso tor- traído que for o matrimónio, ninguém ficà ao abri'go da§
te'ntações graves. Há períodos erh que é força praticar a
~or, : ega ,º' momento em que, de capitulação em capí-
tul~çap, caimos no pecado mortal 4. É esta, infelizmente, continênctr, conjugal ; ora, para .o fazer, é preciso cora-
gem heróica, que não .se adquire senão corri o longo há-
i - .st r-c
2 j?! . •" ' LIV ~d abbatem S1;1arinum, 11 • 4. bito da mcrtificação do prazer sensual, e pelo exercício
3 e PN1~t. -?(CI ~d abbates ~uess1one congrega tos, n. 3.
ec vero quisquam putet ad pau <: 05 · · · · ·ct l ·
quos atn ':Ctlssimos _id
constànte da oração.
perti.11er.e, cete{isque in irtferiore . .._., ·• • • , 1

tere. T etíen•u- ·enim h ·• 1 ·. · qµodam vi_rtutis gradu l1c!'! re cons1s-


4 E. • ' ac . ege omnes, nullo exceptô >'. (A A s XV ' SO) · cdntfngere ut . homo etiam saecuÍaris habeat firmuin propositum 11un-
esta a doutrma comum do 5 t ·1 ogos, 9ue • assim ·· ·
S,uAR~1 De R.eligione t IV L . I , -e. 4, n.eo12: resume quam peccancj.i mo~ta!iter, quin consequenter ,n.onr,iulla o~era s_upere:o·
· . , . • . •• , • •, '. tes~ Jt!Oraliter
< V1x· J?O_ gationis faciat, et habeat formale vel virtuale propositum ilia fac1end1 >,

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.._,,-u -11 ULU lV OBR lGA <,;A U LJA PiOK t'Ol', ,,AV

- 561. Tom -se ago ra as


ç0es finu nce irasemcon leis d . . ~ rep uta ção , riq uez a, tud o fica
salvo : no céu enc ont rare -
1erc· . .
sem -nú me ro de o ,
.-
ruis e m d u ta ·1us ·
tiça nas tran sac -
fl
rnos. cen tup lica do, tud o qua nto
per dem os, e par a tod a a
na d,·f · ·Id d , d cas we s, que s na1 s, e re icta -se no eternidél.de. Or a. o me io mais
1cu. a e se apr ese efic az par a ass egu rar a sal-
e1;n que a con corerên pra t·rcar a h onr a d ez ntafm·t, de a v10 . lar . vaç ão da alm a, é ten der à per
feiç
, d · .
e a co iça faz per e1ba· num me io
. b· . ~~u est ado ; qua nto ma is o fazemos1ão, cad a um segl,lndo o
a em . os,· lim ites per, era mit ' d . - , com discrição e cons-
l t~n cia , tan to mais. no~ ahs tam
., .
~e m p'crm'? he'c er'· sim pleI sme os' e ver -se -a,em qu
su . ir os pre ços
h os. por isso r~i'esmo, do pe-
nte hon rad e, ?ar a um o- cad o mo rtal . úni ca for ça que nos
m~ _de esforç·os e de b _pode con den ar. _E na ver-
.· ·· , ·: . ..
por ven tura . cap az çl. esse neg aça . a
_
o ma js q
º· pre cisa dum a so-
d· , .
<.\ade. é evi den te que ,. qua ndo
alg uém sie esf orç a s;ince-·
- f ue or ma rra. Ser á _. , ram e.n te por se· ir ape rfe
nao res pei lar ma is qu _. s -es orç as que m iço and o, desvi?l, por iss9 me smo
.. e as pre scn çoe s g. _ se aco stu mo u a \ ; ·él.s ÔcR.siões de pecado·, for
~1t m com a sua can se· tifi ca a von tad e con tra as sur
. 'd , . . .
ves, epois rna:is sér ias e po. f· , A •
.rem ia pac raves, que m se per r
tua - . . . ,•
f· P,res1as_qtrn o esp iam , e; chegad
o" <J mo me ~to da ten taç ão,
-
r 1m per tm çobe.sd. ao prmc~p .- ã von tad e, já agu err ida pel o esfo
esse per iao não sera' n , . f . a oras. ara
7 p ·· io,
· le- feiç ão. aco stu ma da a ora r
rço par a conseg_uir a per-
, º , . ~ce ssar ro evi tar par a as~egurar a gra ça de
qu e€ estric!.amente m'a nd d. aze r
·f· e. ·d um pou co ma is do De us, rep ele com hor ror o pen
1 sam ent o do pec ado gra ve:
t'r. rca<;1a , por,- este s· áct o,s gaeneo, . a rnn e, hu

1
q
e ,ª von ta_de, for- pot ius mo n qua rri foe dar i. Qu
em , pelo con trár io, se per -
p_ara n~o se ~ei xar arr ast ar ~ ros os ten
acto~ d . ~ v1~or suf icie nte
. nÜte a - ~i me·srrio tud o o que não
Ve rifi ca- se po; s d t d é falt a grave, expõe-se a
· , , e o os I e mJustrça ? cair, qua ndo se· apr ese nta r um
pa~a não cai r em pec ado , os ª,d ~s, eS t a Iei · a vio len t~ e fon ga ten taç ão~
me io ~~ ada s generosos ~:enec_ mo ral que hab itu ado a oedel'.' ao pra zer
em coisas m.enós grav~s. é
:ess~no ~vitar o per igo por de rec ~ar que , arr ast ado pel a
to _d e preceito'. P~r out , t pai xão , terin.ine por sucum~
. nap sao dir e?t am ent e obj ec- .. b1r, com o ô 'hm hem . _qúê
ll)lster f.aze.r á po.nt _. ros erm os par a a rt vai "co
<f ábisrrio .' acab ~ pór ·se des pen harstea ndo· çontin_!-tain'ént~
.. . . . .
ma is a Ito' . e ce ar no a lvo, é
graça, . é p.ecessârio ana - .· · ' .. ' · . · ·· _·
- ·':· . · .me
fort if1·c , , , ara nao per.d er a
f P~r a nao cor rerm os perig16· de
aferi.der ·a De us' 'gráve-
ç,oe ~ p~r rgos -a. s por ar a von tao e t
,
p~ avr a, asp irar a ·um
· ·d b
. 10 e o ras d e -su -. con ra as ten ta- me nte .' o me lho r me io é afa star
-no s dás ,bordas do· prêci-
1. !· a cer· t f . - , per _ píci9, faz end o µiais do que é
· · ,. . _ _ a per e1çao. ero gaç ao, num a ~receitua·do , esf orç and o-n bs
por ava nça r pct.ra a per fei ção ; qua nto ma is a ela
•fo~der-
§I I. Do s mo tiv os qu e tor na m mos cblll. -pr udê nci â e hum ilda
de, tan to ma is segura· tere -
est e dev er
.
ma is fácil mQs a ·sa.lva.ção ete rna .
,,. ,
·
... Os , num~rosos m;t ivo s que d -565. B) Por ess·e meio aument
- . . am -se tam bém cad a
f1.·1~~s a ter~der à perf.eição 'r d dia .os gra us de graça. habt.tuó.l-
gl órta· a que se tem 'dir~ito-. Vimos, ·efe s·e-' pos sue m e os de
º o bem da pr, .. po em lev ar o~ siimples que
l , e uze
. opr ra a ma . 2 o m-~ e a três prin cip ais .
~. i .icação do pró xim I, . d D ctfv am ent e, que tod o
. a gor ra e eus : 3.º a,
l . ·)'._ . o esforço · sob reh atu tâL que por
df o. , -,r ·.,, 1
,.. D ,e us faz : um a alm a em
est ado ele gra ça, lhe gra nge ia
·162 : - 1·° , o b - . l . ~~ . um aum ent o de méritos.
a ·segura:nçâ. da sal vem -da pró pria ·al . , d Qu em não se importa: da per
feiç ão e cum pre o· seu dev er
pór im as
f · aça o a mu lti I·ma -e, ant es e tud o ·
,-;
c0m má is · ou me nos des leix
1 ale gri as d . ' . P d ' o. poUcÔs me rec ime nto s
. · . · a con sciê nci a. icaçao· os mé rito s e adq uir e, com o dis-semos,'n.º 243
' . Qu em ten de, pot ém . à
A) A gra nde obr per feiç ão e se esf orç a por · ava
terr a, a obr a necessárr·a a que ':te mo s d l . (te hça r, · alc anç a larg a c6p ia
me rec ime nto s. Ass im, cad a dia
·
na, ,
e a sa [va.eão d · e, ª b em diz . e eva r a cab o na
er , · alim ent a o cap ital de
i ,' . d.o. pch .T .
a nos sa a lma · S · ª um
·
ca n.e ces sá- f1raça e d~ gló ria : os seus dia
s são che ios de mé rito s :
. qua n cailibs tod o b
. s os- ens d.a terr e a sa Ivam os, ain da
L. cad a esfo1ço tem com o rec om
pen sa um aum ent o de gra ça
a, par ent es.' am iao
o s .,

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~ Z U'" ,LJ,,\,JJ ....,\.) 1v ·
OBR IGA ÇÃO DA 'PERFEIÇÃO 217
e mais tard e um p·eso imenso de
~a terra,
hum glCortti'e pori'cÍ.us op-eratur in. nobis" 1 glória , "aeter- · ,,Mu itas ahnâs hoje em dia são aées
síveis a ésté mo-
. tiYd : t1este sécu lo de próseliti
364 . C) Se se que r prél ibar um pou stno, os leigos cofüpteeh-
na terra, nada trt~lhot que à p'iedadê queco, de felicidacl,e tfom rt\elh.or que outrora a nec essi dad
e de defe nde r e pi'o-
como diz S. . p'agar a fé pela pala vrà e pelo exe
Pau lo. "é rthl í>~ra tud o e tem pron mplo. Compete ·àós
tessas par a a vid a sáée rdot és favorecer este mov ime nto,
pfos ehte ~ fuH1rà': pi.e.tas dtlh!m ad formarid_o à súà
dmnia uttl'ts est, pro- t'oda ttrh escol de cristãos esforçados
que , hão cón tent es
miss_idne)n h'a.Hehs vttàe qíiae tiúnc est ·d'ú:fuá vida med íocr e e vulgar, s>e
et Juturae" 2.
. A paz Há aJrrià, a alegria tla boa cóh sdê hcia dad a diii no cum prim ento de todo s os
esrriererti por avà nça r
cida de d'e, esta r unid o a Deu s, é:lé prog a feli~ seüs deveres. deve-
redi r em se~ ariwr re1. religiosos ein primeiro lugar. mas tam
~~ ·chig~F·e. inàlfü tntü nid adê (:tifu N. S. Jesu v-i'éos e sôciais. Serão· excelerite.s cola
bém tlevere~ cí-
s Cris to taii
sã'o àf gur:z:ài~ ,J~s reco mpe nsa bôrqdore's' que,_ pen e-
d.!stl~ ~~ora ·d~ s'.efü Htis servos,i cõín ·que Deuk. fav~réce-.
ho irleio das · suà s pro va-
tran do em mei ;s· pou eo acessíveis à
tes, os aux iliar ão efic azm ente no exer
rêligiosôsi e sace rdo-
çoes, cdm a esp eran ça tão ·confortado cício do apostolado_
ra da eter na felici-
d"ád'e: ·
ART. II. DA OBR IGA çio QUE TÊM . OS
RELIGIOSOS
.: ,,36~. 2.~ À .glória dfD eus . Nad DÉ TENDER À PERFEIÇÃÓ 1
a mais nobre que /
pr~cur~-la, _n,\1 ª _mai_s jus(o,.-~-~. n?s
IeP?-_bxarmos do que :. · 567~ Ent re os c11ístãos, há que m,
J?eIJS . f•ez .'7 , nao cessa . de faze r _por movido peh3 desejo
nós. Ora. uma alm a. tle s-é dar inais pett eita men lê a Deu s
p~r f_e ita .dá ~ ?-'.i ~. glóriç. . ~ Deu s. q~e e assegürar riiliis. efi-
. mil aim as vulg ares , câzrrtei1tê a salv açã o da súa alma,
p~r qqe ~uJ tipJi ca de dia par a dia .os entr a ho esta do teh.!..
sé~~ actôs de amor; ,:. gio~o;· Óra : êste 'estado é; seg und
reco nhe cun enfo e repa raçã o, orierita o ô C(cÍigo ·de Dir~itô
.. ness~ sen tido a sua .' Canónico 2 , '' úrn mod o estável de v:ivê
v_i~é!. Jn~~ira ,p~l() _Of~r~ciinent~ mui tas t ' em comüm. em
e
·vezês
s.U..~~1.:cç ?~\ ord!nãriasi assill} glorific~ à Dreno~~dó J':iS < tjli'e ÓS fiéis, além
dos ·pre'céit'ds gerais, se 'ótfügiüh a gua
eus , de pela dar tam bém os cons'elhos evángélico:s r-
man lla ate a noite. pelos ,,otbs de ob'e:..
. · .
, : ~66 . 3. ~ A -~di/ícaçd.o do 'pr,ó ~im
,,
diêrtcia cast idad e e pob reza . !.'I' J

o . .Par a faze r _bem . Qu~ 0 ~ re1igiosos s~jam o~rigado


a ro.dé!- ,de nos, con vert er algú ns
pec_a. dores · ou incrédulos s., em virt ude do seu .
e con firm ar no bem as alm as vac esta do. a t_(?nder à. perfeição, é .o que
ilan tes, não há nad a ensinam· unâ nim e-
mais efic ãz · que o esforço que se men te os Teófo gos e o que rele mbr
emp rega par a mel hor ou o Código; decla-
ran do que ':'todos e cad a um dos relig
yfver o. Cris tian ism o : qua nto a med iosos, tant o sup e-
ioélidá.tle da vida riores corno súb ditb s, dev em. . . tend
atra i · sobre a religião as eríticàs ·dos er à. perf eiçã o do
incr édu los, tant o a seu ,esta do" 3.
v~rdaq<:;ira san tida de exc ita. a sua ·
atim iraç ão ,par a coin · Est a obrjgação é tão grave que S. . ·
um a religião que é c_ápaz de proc Afo nso de Ligórib
luzir tais efeitos·: ''E não hes ita em a.firmar que "pe ca
pelo fruto : que ,se ,con hec e, a árv ore
: ex fructibus eorum mortalmente uµi reli:..
crioso que tom a a resolução firme
cogrtosceti$ eos ''. - 3 • A mel hor apologé de não tend er à -pe~-
tica é a do· exe m- e
fei '
ção, ou de não faze r dl
plo, qua ndo s.ê lhe sab e jun tar a prát e a caso nenh um " 4. É. · que-
ica de todo s os de-
vere~ · $OCiéL_i.S- E· é tam bém um exc elen i ÓJdex ca·n. 487-672; S. TiioM
te. 'estímulo par a o.s q 184-185 . s'uAREZ De Religiotie, ., II, II , q. 24, il. 9; q~ fa~, a. 1-4:
me1 iocres.; · qµe adormec.eniam na indó
g~e~~os das alm as fervorosas os não
lênc ia, se os pro- sq.. s. FiilNçois 'oii SALE ,ti-. Y.IJ; S. ALPHONSUS 1 L. IV, .n.
S, Les Vrays Entr_~tie!LS _sp_irftu~ls, éd. An11e11
vies sem arra nca r do VERMEERSCH, De religiosis ; VÁiOY, Les 'verta cy i
seq ; torp or ! TRELET, Trai té s
de l' élat relígieux ,' MGR, GAY , reltg 1eus~s; 1914 i ÜA U~
. . . • . . chrét. Tr. II ; ,), P. MoTHON, Trat D~ _la Vte et des verfug
•• 2 Càn : 487: S .Cán . 593.,....:.té~ sur l'étri t t~{(gfu1-, .1.9,231
i ii éof. iV; ií. :_1 ,2 1 t ini.· 1·v··• ·, s·· . ....: · vn,
· tltmiter ·et atttit non 1:endete àêl petfé < Pecc qt,m o,:ta liffr ,rel,fg

l.9~u!i q1:\.1
s Mt. 20. curare ». (Theol. moralis, L. IV, n. 18).
ctionem, vel nullo modo de ea.

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218 · CAPITULO IV OBRIG AÇÃO DA PERFE IÇÃO 219
assim falta grave mente ao seu dever de e~tado. que tl'O lado, impõe sacri/ícios custos os : não se tem _13-que
é la
precis amen te . tende r à perfei ção. É até mesm o por este segur ança e i-.i.depen~ência que dá o uso livre dos pró·
mobivo q9e. o estado religioso s~ cham a um estado d~ -
priós Lens ; há por vezes_ que sofrer ce:tas privaç ões qnc
pér]ei ção ,e isto é, um estado recon hecid o pe,lo Direit o_Ca- iro.pó.e a vida comu m; é'pen oso e humil han:e .ter que re-:
nónic o como situaç ão estáve l em que um se obriga a aspi- co"rrer a .um Superior-, sempr e que são neces sanos recurso!'\
rél.r à perfei ç,ijo. Não é, po~s. necessáriQ. ter adqui rido i~disp ensáv eis. Há, pois, nisto acto.s de virtud e, ?- que
a o
perfei ção1 antes de entrar na religião ; mas entra- se pre- . r1:1Jtgi~so se obrigou, por voto, e que não sàmen te ~o~ •fa-
d~atn ente para a alcan çar, _c omo ·obser ya Santo Tom~s 1 2.em ténd.er à perfei ção; senão qµ~ d-ela nos aprox imam .

A ahrigíição, que os religiosos têm, de tendei: à per- ·: ~;. ~70. 2.º O voto de castid ade faz-nos triunf ar dum
feição , funJa -se em duas r~z.ões,. prinot pais : 1.º nos seus
segun do ohstá culo da. perfeição·~ que é a _'concupi§çência
vot~ ; 2. 0 nas· suas constit.uiçóes e regras . . ,r i . ;~ da carne,- e desem baraç a-nos das ocupa çoes e preoc upa-
cães da \nida de famíli a. É o que leva S. Paulo a obser-
I. Oliriga ção fundad a nos votos.
;a.r: ,"O que não é casad o desvela-se pelas coisas do
~68~,, 'Quan do algu_ém entra en1 religião, é com. ó fim Senho r, procu ra agrad ar a Deus . O que é casad o preo-
Je se dar, de S'e consa grar mais perfei tamen te a Deus cupa.:se, cem as coisas do mund o, busca dar gosto a sua
;
para iss,Q é que-. se fazem O.j, três votos. Ora, essesnvotos mulhe r e anda dividi do" 1. Mas o voto de castid ade não
obi;ugam a. açtos de virtud e que ,não são prece ituado s,
e
suprim e . a -concu piscên cia .: e
a graça, que· nos . é · dad~
tanto . mai~ perfei tos são quant q o voto. , é).junta , aq 11eu para O guard àr, não é graça, de rep?iso:, se~ão d~ lut~-
-
vaJo.r intrín secq o ·da virtuq e da religião ; têP1 a,dem ais -a Para· perma necer contin ente a 1vida inteira , e ·preci so ,v.~.,
vç1 nt a,ger:1 de suprim ir .ou pelo meno s .atenü ar algun s ..dos aiar •e orar, · isto é, mortif icar os sentid os, exterioFes e
a
_gr~J;l?Els ,Qbf'tM ulcs da p erfeiç ão:.-I~to .inelh or o cc;>inp ~uriosida:de·,' reprim ir os devan eios d:a imagi nação e d~
reen-
J,~~rrwsv perco rrendo estes . votos um por um. ' . • : .. · sensib ilidad e; conde nar-se a uma vida labori osa, e sobre-
. tudo dàr O coraç ão inteir amen te a Deus pelo exercí cio
'{\~9. 1. 0 Pelo voto de p'obr~zá rem'.1'n:biâ-se aó's bens carida de. fazen do · esforços -por· viver ~m união íntim a
-d~
-exteriOres' que se possu em .ou Sle poder iàm adqui rir ; se e
o afectu osa com Nosso Senho r. segun do, .mostraremos, ao
vqto , é · sôlyne ,_ tênun cia-se · ao dií:eitb de propr iedad e em
falar da castid ade. Ora, proce der assim, é evide nteme nte
si} a tal pnnto que ,qualq uer ·acto de· propri edade , qu;e
sé tende r: à perfei ção, é renov ar incess antem ent~ o :esf~rç
q~isesse pratic ar; sêrta cânàn icame nte' inváli âo; coinô ' diz o
p~ra ~e vence r a ~i .mesm o e dorrü1;1ar ~ma _ das mclma~
'0' Códi~ o. can: 579 ·; se o voto é simple s;' hão
seren unéia f;_Ões ..mais violen tas ' da. natur eza corrom pida. : .
ao direito de propr iedad e em si , mas ao uso livre dessé
~'71. A obedi ência vai àinda mais -longe, subm eten-
.Jtt~ifo; de 'que o religioso s.~ nãó ~podé servir sertão com
licenç a' dos ·Superio~·es e dentro dos ·limite s · por eles tra- do não sõmen te a Deus . mas- até às Regra s e aos Supe-
-çados ; ' · · riores . aquilo a que ,estamos ·mais aferra dois;· .•~ ~?ssa v.0 ~-
· ·· · ·
4 t_ade própri a. Com efeito , pelo voto de obedienc~~ o Reli-
Este vot o ajuda -nos a ,,ence r um dos grand es obstá-
~ioso obri~ó-se a obede cer às or~eps ?~.-~~u ~;~üim o Su-
culos d~ perfei ção, o .él,mor imodE)rad,o das riquez as e ' do·
s perior , etn ·'tu'do · quant o se tef ere à obser vânci a dos votos
:Cuidàtlos' que ç~usa é!--. admin istraç ão . dos bens temp orais:
e das Constitu.i.ções. T ra,ta-se ~qui .duma or~em fo,rm al.
é, pois, .urµ.;-fJ ta'nde rilei'o. de progresso e·spiriti-iaL. Por e
1 '

ou~ !}~º d um simpl es çpnse lho. Recon hece- se
essa ordem pe~
"\ '
. .: : '/ . .. •' ' • :·
« Unde ' ti'ori;.·opor tet quod quicumque
~ . •. . . ,. • . . t . .. ·las fórmu las empre gadas pelo Super ior, por _e~em plo.
_ 1 est in re!igiorie, ja·m 'sit
.. ·, ••

·,.·,
se
perfed us , · séd quocl'.it d. perfectionem tendat >, (Sllm. Tlt~ol., II, .li., q. ' ... , . ·•
186, a 1, ad 3). · · · · ._; .. ._ ,,' · · · 1 r Cor. vn; 32-33;

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· CAPtTULÓ- I\l
OBR IGA ÇÃO DA 1PERFEIÇÃ
O
ele ma nda em vir tud e dà sanita obe
N. S . Jes us Cristo, oú inti ma ndo rimdiê nci a, em nom e de tuições, que são expliyada~ no
d~curso~ do. noviciad9., an:-
pre cei to formal, ou t~~ da profissão. Ora , seja qua
em pre gan do qua lqu er dut ra exp l for a Congregaçã_o.,.~ qµe
d\1vida que téin imu tes esse pôd
ressão equ iva len te. Sem ~ hom em se dê, não há unw só que
er dos Sup erio res ; é he- se :çi~q pro,p,9,nh,\3.
c'ess'ário qúe ·o rde nem seg und o
~ ~ fim a san tifi caç ão dos seu s me
a regra , "co nfi nan do- se ao
0 0 mbros, e n,~o. det()r-
win e, por vezes com tod as as
que nel a s'e·encorit'ra formal oú minúcias,, a$ virt µde s que
iril
didó : lài~ sãb 'às. Co nst itui çõe s, os plic itamente com pre en-
êst àtu tos leg itün am en-
se d~vem pr~ tica r e os meios
cio. Se. é, pois, sincero o rei\gio
q~y fac ilit am o s_e u ~xerct-
te 'de'crêtàdos, pàr a pro mo ver so, o.brigç1,-se a. ohse,rv~r.
a obs erv ânc ia dél as, ·as ~o n:1enos no. seu conjunto,• e~s
pen itên cia s infligidas, p·ara pun es vários regt_1lamento.s e,
ir as transgressõ..es e pre- po.r isso. mesmo, a elevar-se a
venir a rein cid ênd a, tud o •O certo grau, dÇ! perfetção,;
que res pei ta a ma nei ra de poi.qµanto, ain da mesmo qu~
des em pen har hem os empregos não c\,\mpra sen ão o grosso,
e um a boa e ju;t ~ adm i- das regras, tem ain da mu itas oca
nis traç ão" 1 siiõ·es de se mortificar em
coisas -qu e não são de preceito
· Sem embargo, porém , des tas ; e o esforço, que é obri-
restrições , fica sem pre gad o a faz er par a isso, é um
ver dâd e que o voto de obediê esforço pàr a a perfeição.
nci~- ·é um dos que mais
cus tam à nat ure za human:a, pre '.',74. Aq ui se apr ese nta à que
cis am ent e por que esta mo s ~(~o de_ sab er se as
~u ito afe rra dos à hos sa von tad 'fal tas con tra as regras religio
e pr'ópria. Par a o obser- sàs são pec ado ou s~m'{),~s.
var, é nec ess ário ter mu ita hum i~p erf eiç ão. Par a r_e spo nde r
ild ade , pac iên cia ; ma nsi - · convenientei:nente, v~rias
dão ; é preciso mo rtif ica r a inc dis tinç ões se req uer em .
lina ção vivíssima que te,. .
mos .de criticar ns Superiores, · . a), Hé regras. que prescrev~Jll
del es, de séguir os nossús cap rich
de preferir o nosso juíz o ao fidel~d.a~e, ~~ vir ~~d ~
os. Ve ncê r es.tas ten dên - ç{p pr.eceilo ou aos votos,, oµ n;ieio_s
cias, inc lina r res pei tos am ent e nece$s.ár~os pa,rn, ?s
dos Sup erio res , ven do a De us

nos sa von tad e dia nte da :guardar, como a cla usu ra par a
as C9Ill:'½li\\clç1.~es daustr~1s.
nel es, é seg urà me rtte ten - Est as n~grqs obnigam em consciê
der ,à per feiç ão; pois é cul tiva r nci&, p~ecisamen~e. porque
·algumas das vir tud es ma is n.~o f ~zero lllais que pro,n.µ{ga
difi cul tos as : 'ei como a obe diê r 1,1m d~yer qU;e res ulta do,s
nci a ver dad eira é o me lho r próprios vqtqs : ao fazê-los, é
sin al de ambr, tud b isto ; em últ ~v~dente qu~ o religioso ~e
ima anã lise , é crescer na .compromete a guar.dá-los e a
vir tud e da car ida de; tom1;1r os meios necess~rios
· para, a S!UB observância. Ma s
172. Donde se vê qu·e a fíd'elid obrigam, s<;>.b pen a çle pe-
ade à.os vbtos impli'ca .cado, grave ou leve,. seg und o
Iião sõmeht'e ô 'êxerdci'o das três a matéri1;1 em si é grave 011
grf:indes virt ude s, pobre- de po.tica imp ortâ nei a. Essas reg
za, cas tid ade e óbe diê nci a; má: ras são, pois, p_recept~v.a~.
s atn da de mu itas out ras e em certas Co,ngregações são
cfo.rame-çite indica.das, que r
que · ~ão n~cess•árias par a sal vàg <lirecta que r indi~ectamente, por
uar da d'a.quelas ; e pro me - u,n;ia sanç~o, grave, que
ter·. observa-las, é seg ura me nte
obrigâr-se a um gra u d'e jrp.pbica uro a fal ta do mesmo
géneN-
p·erfeição pou co vulgar. E isto
mesmo é o que afin al ré- 575 . h) Há , pelo contrâ.rio, ryg
st!tlta do de-(rer de observar éis ras que exp líci ta 0,\1
Co nst itu. tçõ et · : imp lici tam ent e são propostas
i como sim ple sme nte directi-
IL OLrigaçã~ fo:ndada nas Con stit uiçõ es
vas. 1) Fal tar a elas sem raz
ão é ind ubi tàv elm eµt e im-
e :Regras.
per teiç ão mo ral ; em si, porém
.. , _1~~~ -qu,~~~o ven ial pois não há violci,ção ~uw
, não é pec ado , nem s.eq~er
??i'I~~~~~- por ÍSSO meal~uém. .. ent ra no est ado . rehgió
sm'o a obs erv ar à.S Reg ras e Con
só.
i} Co.ntudo San to Tom ás" \ faz r:io a lei, ou d,u,w., ~11ece1to.
sti:- tar com razã,o que se
1 VALUY, Les Vfrt us re!igieuses, ·i6{e· p,e~a~· gravemente co.nb;a, a reg
p . 106. Par a se~ váli 19e éd. revue
no foro _externo , o prec eitopar Vulliez-Sermet ra, se s.e v:tola por.
por escrito ou diante dode duas testemunhas. (Co deve ser lnti mad ;
d., e. 24). · l ·. Sum. theol., CI, ~L, q. 186, a,. ~' a,d- ~ et 3.

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· CAP íTUL ó · IV
OBR IGAÇ ÃO DA PÉRF EIÇÃ O \
1
223
desprezo ( desp rezo da régra ou desp rezo
dos Sup erio res) ; . . . . . . ,t ' ' . -~_'. J.
leve men te.· se se tran sgri de por negl
igên cia volu ntár ia, '')\R T. III. DA OBR IGAÇ ÃO QUE TÊM OS SAC.E
RDO TES
• 1 : •

paix ãó, ' aólera:, 1·s~n sual idad e,: ou qua DE TEND ER À . PERF EIÇÃ O 1
•• i lque r outr o mot ivo
peca mín oso : ness é' caso o mot ivo é que
'I cons titui a falta . ."-,
Pod e-se acré scén tà{ '1COri1• S. Afo nso
de Ligório• · que a ;,,, . ,577 . . o~ _Sé;l,C~rd~tes, ·, '
em ,virt ude _d_!iS s,:qa.s ._funçõ,es~ ~
( ,' · , '

falta · pod e se~ : ·grá;e.~ qua ndo ·as ·tran


sgressões ~ão ·f re- ~ . •~ - da nü!?são que lhes incu mbe .de . sant ifica r as ,\1-lrp.ç1.s! sao,
1 qué ntés ,e i•delibér adas ; 'que r por cau sa · ;::. · . obrigç1d~s a· uma santidçide inter
do escâ nda lo re.: ior mo.is p~.rfefta q,ç:e . QS.
sultanl'é'; 1qtie ·,pto dúz · gra: dual men te rela ~: ~tmples religiosos, ,que não fora_m elev
xam ento notá vel ado s ao sacetdócio.
da; diséiplina~ >qüe f porq ue o deli nqu ente i ·tes ta a dou trin a expr essa de San.to
s·e exp
a ser ·des,pedido •tia• 1com unid ade , com grançl~ õe assi m pelà s · docu mti: itçs .eclesiásti.cos -. ~a,is
T?más, ç9µfo-~ada
detrime11to •.autê
dê sua alhi â: • ·· :- ' :; : , • -r. ', . _p~r ·~çi.cru_!ll ordinem. aliquis deputait4r ad ntic?~. :. quia,
;, • . , ;, ,, ' 1 dignissima :mi-
. n.,is.teri.Cf, qui bus ipsis Christo seruit{!,r in
', 576 . , Don de resu lta que ,OS 'sup erio res sacramf3ntq , alta-
por dey.er de esta do, a faze r ,observar
são obri gad os, ~5s; .~d quor.l ,r~HH.irftur maj?.r /an ctit.as i~t_e~io~
as regras cqm dili- .. q_uam_ re-
.. q[!-trat ,e.tiqm religiori{s s.tatus . .. Os Ço~
e
g~ncia, . q~~ . aqu elé qúe · s:e dêsé uida
de repr imir as i1 lar
pho s, em pé;!.rbc:1-
de Tre nto 3 , os $S. Pon tífic es, espe~,ial
tràr1sgressõ~s. 'da'. regra.·. 8:irid11 ~e~ ·~ó lige O rr:i,ente \,ea o.
dein a tor'r1âr-se freq uen tes,' pod e ·com
iras. qua ndo ·t~n- '. X.111 4 e Pio X 5 , insistem de tçi,l mod o :sob.re
porq ue assi ~ favo rece o rela xam ento
eter faha grav~. ; d~: ;~.n'l.id;d~ . p~ra o sac'é~dote q-qe ,~egar a
a, ~~,Çe~s1da~e
~9,~s:~ . t~se é
progressivo, qüe ' pq~~,c;e. e_m . col*adi_ção flll.gran.te com
num a com unid ade é gràve 'd~sfüdern, . ~?tas autorrda~J5:
.. : T ai é ·a dou tri- l i~~ef.~agé.vcis. _:f?aste-pos rel~ mbr
na dei, Lug o/d~ S:· Afo nso de Ligótio;
de Schràm 1 e de ,,, t.,' do qµiµquagés~qiq ,aniversári9 do ,,~~u1fi(o
ar . q'Çly, A·~~Ai~</-sia~
mui tos oülrds· teófogos . ,., ·, S8:cerdpF,f?, , P:U~li-;
• • ,. \ çqu uma ,C9,i;l;é;I. d.irigi,dç1 ,a(). cle~o
·., E· depóis;! o Ver dadeirêi relig.iosó' •nã'.ff entr a· nest ç~~óhGo, ,, em q~e ..d.e~
1 as dts~ : mon stra a nece~s,i~p.c{e efa sanuda_de:
tirl'<;õei 1 cúm pre a regrà: tãó--iritegralíne ,par a ,9 sac~r~çit~ .. e,
hte ;'.COínO pod e, ' Sa:-' ;· ~r;idica com preç isão os ,;neÍO$ necessá~
bcrt do"' quê é ·esse o rn:elhoi- mêi 6 de ~()~ :par a a . al.ep,nçar,
agra dar a Deu s·: : m~ios qu~. · p~ra .. o , ,~,iz.~~ ~e pass agem
"Qu t regtdae Vívit, Deo vivif; ví'<.1 er; ajus , ~·ão prec ii;a~ ente
tado à regra, é . o~ que nó::: tnil;ulcamos nos nos_sos S,
vive r para · Deu s". : Ass im mes mo, r-rão 1 ernin ~'fios. D~pors de
··se contenta- ··de hav er deS'crito a sa,n ttd~ de.interior (vita
cum prir estrictarherite os voto s · prat icâ
:O' i seu espí rito
~ m.~rT,Lmque san?.-
timonia), decl ara que só esta sant idad
f ôrçà n d~~sie por ava nça r cad a ' dia para a perf ' ' ·es- e nos torn a tais
eiçã o; se- qua is o cxig é,i~ ,nossQ! voc ação divit;l,&:
gun do a: palb.'Vra de Joã o:s.
-se· ·aih dà mai s"; e entã o se veri fica .
:·o
que é Santo sant ifiq ue- dos ao mun do, revestidos .do hom em nov
: .hom ens c~ucific~-
o; que na? .a.spi-
par~ 1:ele o que diz- rá'rn serrã0 .aos bens celestes e se
s. Pau lo : "To do aqu ele · que segú ir esta
l'egrà ·goz arâ :da · meios 'p~sshteís, por· incu lcar aos outr
',esforçam, por t-odós os
pàz e }?;0derá cont.ar .com a .miseric.ó rdia os os ,mésmos;·prin-
qivi na, / pax super- cípios • "Sanctitas una nos effi.éit qua
i[Jo~ ~t rri(sr;ricorita" 2 • . . . · · ,
les. vocatió di~ina
' ·.. . , cxposc:_~~ : hçHnin~s. v~delicet niun qo c;ruÇ;~fix
; • '.
os .. ,. hommes
'

•. , 1 Além 'dos a~tor~~ ~i~~d


Ós, ARVIS~NET, M,~mo~i~le yitae .
do'talls ,· · MOLINA . LI! GHARTREUX, •IJ'e!,. saçer:,
instr uctto n des prêt,:es,. 2.e. Tta1té ,
J. J. ÜLIF.R, . Trai té de~ SS. Oro-,res,; TRoN
: 1. Co~niím!~ ést ;heologorum sehte ntia
«
care, ,s1, culpa s venra!es e~-transg_ressio . pr.elat'um. gràv iief' pec- Lé ·sain t' Prêfre • CAtissETTi · Manrese du soN 1 Exam. par( ffu~1ers, D UBOIS ,
sub. pecça~o non ob}1gant1s cor ri gere negh nes ~anctre •regulre, aliog uin forte . du Chri st; GIR~ uo, Prit re, :et Hostie Pretre : OrnaoNs, L amb~sadeur
gat, q uia ait LUGO (De just. MGP-. LELO NG , Le Prêt re; C ARD . MERC •
,•. MAN;ll~ G, f-!> S_qcf]rdoce eternei :-
et Jl':re, d1sp, ~. seêl. ~i n. 121): per hujusmod ~ 2 •'Sam. Théoti, ,II, n., q. 184 JER 1 Le Vte mt~n eur, 1919, P ·
1,49-2 2f
i defec tus tolér s· Sess. XXII , de- Reform.
vanh a regulat1s max1me labef actatur. Cujus exempla affer tâtos
gress ione sllen til, lectio.nis, ingre
obse r-
ln trans - - 4 Enc Quod multurn. 22 de 1Agos a.·8 .- e.. ·
ssus i;t alio /e jour, 8. Sept. 1899. - r/ Exho ttatio to de 1886 i Lettre encycl. Depu is
Instlt. Theol. mystlcm, § 655 Scholion. rum ec!la s, etc » •.
- 2 Oál. Vl, 16. ·' •.;( .ScHR AM U;_d e/eram catholicum, 4 de Ago 5to
1 ' t de 1908, Deve-se ler toda esta Exortaçao
.

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~t . . OBRIGAÇÃO DA PERFEIÇÃO
~~ ·~· .':~: 225
in nov itat e vit ae am bul ant , .
es. . . qui uni ce in cae les tia j~*:: o.pud De um et homines" 1
. E dur ant e trin ta ano
ten dan t et alios eod em add s pre pa-
uce re om ni ope conJendant" :1f'. rou -se par a o seu min
istério púb lico pel o exercíc
578 . O Có dig o san cio nou ·,; \~:- yid a ocu lta com tod as io da
' 1 insi~lindo, ma is do que o hav
. est as ide ias de Pio
ia f eilo a leg isla ção ant iga :
x· • ~~:i, mo rtif ica ção , hum ild
as• sua s con seq uên cia s : oração;
ade e obe diê nci a. Trê s pal avr
sob_re a nec ~si dad e da san .su me m trin ta ano s da vid a as re-
tid ade ,pa ra o sac erd ote e os do Verfuo Inc arn ado : "E rat
me ws de a ·alc anç ar. De cla •·· ,;ub dit us tllis" 2 • Par a pre gar
ra sem rod eio s que "os clér com ma is efic áci a as virtu-
gos d,evem lev ar um a vid a i- :2-·d ~s. cristãs, com eço u por as
inte rio r ·e ext erio r ma is san ta pôr em prá tica : ''coepit fa.
~u_e os leigos:, e dar -lh es bom :"; oe.re et docere" 3 : e tão per
exe mp lo pel a sua vir tud e fei tam ent e as exe rcit ou que
e bo~ . obr as . E acr esc : jJoderia diz er de tod as as vir
ent a que os Bis pos dev em tud es o que disse da ma nsi-
cu rar c~ue tod os os clérigos pro- dão. e da hu mi lda de: "dtscitf.e a
se apr oxi me m fre que nte me n- me, quia mitis sum et
te do· _sácramento da Pen itên cia }w mi lis éorrle" 4• Eº assim, -ao·
, par a se pur ific are m das fim da. sua vida~ ·de cla ra
sua s_ faha"' : qu_e con sag rem , ~pm tod a a sim pli cid ade que
, todos· ....os dia s cer to tem po se san tifi ca e -sac rifi ca ( a
ora çao me nta l, vis item o SS. à pal avr a sancti{íco tem est e
mo Sac ram ent o, rec item 0 dup lo sen tid o), par a qu e os
forço em hon ra da V irge m ~~µs apó sto l~s e sac erd ote s,
Mã e de De us, e faç am e~a seu s suc ess ore s, se santifi-
3:11e de con sci ênc ia. T odo s os - ;' <;:{t,1em em tod a a ver dad e:
três ano s, ao· me nos , dev em "E t pro eis ego
sancti/ico me-
-0s sac ~r~ ~te s sec ula res faz er f ~psum. u.t sint et ipsi sanctiÍ
um retiro dur ant e O tem po icaJi in veritate" 5 • Or a, o
~eterm11:_ado pel o seu Bis po, ', s/3-cerdote é o rep res ent ant
em um a cas a pia ou reli- e de Jes
gws_a; nao pod em ser dis pen
·s ado s des sa obr iga ção sen ão, '. tro Cri sto : "pro Christo ergo .leg us Cri sto na terr6 a, ou-
em al_gu~ . ~?-so par ticu lar , por atione fun gim ur" . Logo
um a cau sa ·grave e co ~ li- 'tam bém nés deve.mos ten der inc ~ss ant
cep ça exp líci ta do Ord iná rio em ent e à san tid ade .
. To dos os clérigos, ma s so- '580. B) É, aliás, o que
bre tu~ o o~ sac erd ote s são esp res ult a dos ensinamentos
eci alm ent e obr iga dos a ter ·. Jo div ino Me stre .. Du ran te
p~ ra cot n o seu ÜFdinámo os três ano s da vid a púb lica
res pei to e obe diê nci a 1. :a sua obr a cap ital é a for ,
. · Aderne.is, a ·ne ces sid ade mação dos Do ze: é a sua ocu
que tem o s~c erd ote de ten - : paç ão hab itu al. A pre gaç ão -
às
.d~r à ~er f eiç ão pro va- se : 0
Tesus Cristo e de S. Pa ulo ; 2. 0
1. pel a autor.idade de N.
S. °'; acessório, e, por . ,assim dtller, tur bas não é ma is que um
um mo del o da ma nei ra
pel o Po nti fíc ah 3.º pel a \ com o os dis cíp ulo s· dev erã
me sm a nat ure za das /un çõe o pre gar . Da qu i flu em as con
s sacerdofo.is. · · . _i olu sõe s· ·seg uin tes
..
:
I. A dou trin a Je Jesus e de a) Ür; ens ina me nto s tão elé vad os
S. Paulo. sob re a bem -av en-
tur anç a, a stin Hd ade interior
~'.79. 1.º N. S. Jesus Cristo , a abn ega ção , o am or de
ens irw elo que nte me n- De us e do pró ximo, a prá tica
te, tan~o pel os ·seu s exe mp los da obe diê nci a, hum ild ade ,
com o pela~ sua s pa.lavras~ a iua nsí dão e tod as as dem ais
nec e$~ rda de . de ser san to que vir tud es, tan tas vez es inc ul-
tem o sac erd ote . cad as no Ev ang elh o, ·dirigem
-se irtc ont est àve lrri ent e a to-
· _A) · Dá o e~emplo. Ele , ,gue Jos os cris tão s que asp iram
à per fei ção . ma s ant es de
des de o pri ncí pio era
e1 1e1:° de gr ~~a ~ .1e ver dad e, tud o ao~ .Ap óst olo s e· seu s suc
essores: são eles, com efei-
;_:;~i~r:
'i 1 , L a Je.1 :êlo pi;q
vid imu s eum . . . ple num
et -~~?kt{is , qui1l s,~bmet_~r-se, na me
di1 a do .pos-
to, os enc ari e~a dos de ensiina
des dev ere s, pel o exe mp lo, ma
r aos sim ple s fiéis est es gran-
~resso .: Jes½s progredi8:, dii is ain da que pel a pal avr a:
em sab edo ria ,. · ida de e e S. Lu cas , é o que o Pontifical re'cord
. • r ,. ., . '·. ...ein a aos diácono'S : "Curate
. , · m gra ç~ d 1a,n
· ·t e 'd e D . . ·. ut
dos )10m.ens : pro{iç · eus e qui bus Euangelium · ore annunt
iebat sapientia et aet at.e et gratia iatis; vivis operibus expo-
1 ca~. 124-121. 5 Jo.
{· . Lc. 11 52. - 2 Lc. II, 51
XVII, 19.1
- 6 ll Cor.
. - S Act. 11 1. - 4 Mt. XI,
2.9. -
V, 20.
15

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226 CAPITULO IV OBR IGAÇ ÃO DA PERF EIÇÃ O 227
nalis". _Ora , não h,á ning uém que não reco / · ilmou,- isto é, até à imol ação com plet
nheç a que es- a ; reco men da-l hes
t r c~sm amc nt~s - form am um código de -v.Y• uma [é yiva, uma conf ianç a abso
perfeição, e de 0
luta na oraç ão feita em
a,l1ss1ma perf e1ça o. Os sace rdot es são, · \ seu nom e ; o amo r de Deu s man ifest
pois, obri gado s, ado no cum
por deve r de esta do, a apro xima r-se da
sant idad e. •; dhs preceitos ; a paz da alma , para rece bere m e prim ento
gost arem
581. h) É mui to part icul arm ente aos /' "ot. ,~nsi nam ento s do Espí r.ito San to ;
Apó stol os e a uniã o íntim a e
sacerdotes que se di1.1igem esta s · exor taçõ es ''. habi tual com o próp rio jesu s, cond ição
fa /er f e~ção, cont idas em mui tas pági nas
\ os sois o sal da terra . . . vós· sois a
a mais elev a-
do Eva ngel ho :
~;• ufüca<;:ão e apos tola do ; a paci ênci a no
i( giliições do mun do, que os odia
esse ncia l die san-
meio das perse-
luz do rá como odio u o divino
Vos es!is sal terrae ... Vos estis lux mun di'' 1 . Amun do : .., ]Y1es~r~ ; ' a doci lida de para com o E;pí
rito San to que
que se. treh• aqui ,. não é som ente a ciên
luz, de
cia, é, tam bém e
1 ~1,d' consolar nas tribu laçõ es ; a firme7ia na f~ e o recu os
-~?í, .dração' ·no· meio das provaçõ.es : num rso
s~~re~udo,, o e~em pl?, que ilum ina e arra a pala vra, as c;n:.
sta mais que a .( dições eEfenciais do que nós cham amo
crencra : Ass im brilh e a vossa luz dian s hoje a vida inte-
te dos hom ens
par& que veja m as voss as boas obra s- . riór ou a vida p erfe ita. E term ina por
, e · glor ifiqu em ~ aque la oração sa-
vosso Pai, que está nos céus : Sic luce at cerdotal, lãa chei a de tern ura, em que pede
lux vestra coram a seu Pai
li_ominibus ut vide ant opera 1:estra bana q~e guar de os seus disc ípul os como Ele
, et gloriJice nt próp rio os guar~
Patrem vest rum qui in coelis est 2 • É a eles dou Jura nte· a sua Yida mor tal ; que os
tam bém , e de pres erve do mal,
mod o espe cial, que se dirigem os cons no meio de~se mun do que eles deve m evan
elhos sobr e a po- geliz ar, e que
br~za e a continência, porq ue, em virtu de os santifique em toda a verdade. Esta
_da sua voe _ oraç ão, fê-la o
ção, são obri gado s a segu ir a Jesu s Cris ._ Sen hor n~o som ente 'pelos Apó stolo
to de mais per;0 . s em pess oa, mas
e até o fim . _(:_: ti3,I).1bém por todo s os que _nele h avia
, m de crer, a ~im de
. _ 582 e) ~:1t im, há uma série de ensi '\ que , eles seja m sem pre unid os pelo s
nam ento s. que laço s da cari da~e
directa e expl icita men te são rese rvad os aos ;' .fmÍ:-crna , co~ o sã.o unid as as três div:inas
apóstolos e a Pess oas. e seja m
seus suoe-;sores 3 : são os que Ele mini ·; Úidos unid os a Deu s e todo s unid os a
stra aos Doz e e Cris to, "par a que
aos :Set enta e dois, ao envi á-los a preg ar-n :; _.. amo r com que Vós me ama stes estej!l
a Jude ia, e os .; - l ,, nele s e eu tam-
que pron unci ou na últim a Ceia . Ora , este -b_em este ja ne es . .
s .d,iscursos con- '. :-, Nã.o é isto um prog ram a com pleto
té1~ um cúdi go de perf eiçã o sace rdot al de perf eiçã o , tra-:-
tão . elev ada que çado de ante mão -pel o. Sum o Sace rdot e,
dar result.1 para os S'ace rdot es um deve r de -quem somos
abso luto de ten- ~cpr~.3entantes na. terra, 7 E não é cons olad
d_er ince_ssan tem entc à perfeiÇ,ão. E com or ver que Ele
~feito, eles deve - ~~QU para que nós O _poss amo
rp.o prat icar o desinteresse absoluto, o ,espf s real izar ? ..
oito de pobreza
e a pobr eza efecliv a, cont enta ndo- s'e do
nece ssár io O zelo ~84. 2.º
a caridad~ a dedi caçã o com plet a , a pa~i É'. por isso que S . Paulo se insp ira _deste
ência, ; hum i ensi no de Jesu s, quan do por seu turn o
dad e no r,~eio das pers egui ções que os espe desc reve as virtu-
ram, a forta- -,?,~s ~post0licas. D epoi s de have r adve rtido
lcza para cpnfessa r a Cris to e preg ar o Eva que os sace r-
ngel ho · a to- ·dote s são disp ensa dore s dos mistérios de
dos e c0nt , rn to.do
d Cs, o desa pego do mun do .e .da f amr'}·1a Deu s e seus mi-
amo r prat ico a ruz, a abne gaçã o com ,o 'iüstros emb aix·a dore s de Cris to , . med iado
plet a 4 . res entr e Deu s
· e o~ h~mE-ns, enum era nas Epís tola s Past
585 . Na últim a ·Ceia 5 dá-l hes aquel~· man or~i s as virtu des
dam ento dc ·que deve m ser ador nado s os ~iác onos
r.ovo que cons iste em ama r os seus irmã , os pres bíter
os com. o EI e os ·o_s bispos. Não lhes bast a have rem rece bido a graç os e
l Mt. XV, 13-14 . - 2 Mt. V 16 a _da
- S D ,õrdenaçã,:i ; devé m ressuscit_á-la, fazê-la
cateur des Apótr
5 jo. XIV- XVII .
es,-. eh. IV-V I. - '4 Â1t. X
'
x:Lf~EZ S·rx·J, ]Xésus
• e.
édu- c'~so que ela dim inua : '' A.d1~émeo te
·reviv~r, não sej~
, etc.- u{ resuscites grà-

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OB RIG AÇ ÃO - DA :PE RFE
IÇÃ O 229
tia m qu ae est in. te per imp osi
tio nem ma nu um me aru m" 1 . ,, .. 58 6. 1.º Ao jovem ton
Os diá con os dev em ser cas surado exige a Igreja o des-.
los e pud ico s, sóbrios, des int rendilnento universal de tud
ress•adosi• discretos e leais ; e- o o qu e é obs tác ulo ao amor
dev em sab er governar a sua Je De us, e a união int ima
cas a - com pru dên cia e dig com Nosso Senhor, par a com
nid ade . Ma is perfe-itos ain bat er as inc lin açõ es do hom -
l dev em ·' ser os presbíteros e da em vel ho e revestir as dispo-
i
os bis pos 2 : a sua .vida dev . ~ições do novo. O Do mi
ser de té1, mo do pu ra qu e e nu s pars, ~u e ele ~eve rec
sej am irrepreensíveis ; dev em • cad a dia , lem bra -lh e qu e it~r
poi s, icombater com cui dad , Deus, e so De us, e o seu qm
o o org ulh o, a ira, a int em '~~h ão, a sua her,a nça , e qu -
ran ça, a. cob iça , e c_ultivar pe- e tu~ o q~ ant o se não po de
as vir tud es morais e teologais .: fer ir a De us dev e ser pis re_.
a hu mi lda de, a sob rie dad , ado aos pés. _ü lnd ua t me
e, a con tin ênc ia, a san tid ade ': t~:J~lhe q~ e a vid a é um mos-
bo nd ade , e. hos pit ali dad e, , a combate, um a lut a con t!a
a pac iên cia , a do çur a e sob ', inclinações da nat ure za p~r ~s
.tu do a piç dad e, qu e é úti l re- versa, um esforço ?ar a . cult~
a ;tu do, a fé e· à, car ida de' 3 i'~ ar'-as vir tua ês sob ren atu rai -:-
nec ess arw até dar exe mp lo • É s plantad.'as· em nos_sa alm a
des tas vir tud es, e po r conse- ,' dia do Ba pli sm o. As sim , ,po no
qu ênc ia pra tic á-l as em gra
ips qm praebe exe mp lum bon
u ele vad o : 'ln om.nibus te- -~de De us qu e lhe é propostois,comdeso defimo, com eço·, é_ o amor
o sacrifício, co.rno_
orum op eru m" 4• To das estas ? meio, com a
·obrigação de aperfeiçoar est
vir tud es sup õem não som ent as dua s ?isposi~
e um cer to gra u de per fei ção j: çõe s par a ava nça r no
jú adq uir ida , ma s alé m dis clericato.
so um esforço generoso e con '
tan te par a a perfeição. s-
( ' 587,. 2.° Co m
II. A autoridade do Pontifical
t um duplo poder : um~ssobOrredeno sCoMerponoreuc
es, rec ebe o clérigo
arístic
. ' . ~htro ·sobre o seu corpo mís o de Jesus'.
581. Ser ia fácil rnostrar qu tico, isto é, sobre as. almas
e os 'SS. Pa dre s ao co- ,'. hias · exíge-se~lhe, alé m do_ ;
mé:ntai'em o Ev ang elh o e
fi:xar~~ cc•m precisão! ' estes
as Ep ísto las , · des env ol~ era m
e
:~:mor, des pre ndi me nto , um du~lo
~ am or do De us do sacrário, ~- o am
or das almas,
ens ina me nto s : pbcferíamos '. · i:ada um dos· qua is sup õe
até ' a:tie'scenta:r que- esc rev erà o· ·sacrifício.
m Çartas· e Tra tad os inteirós f ::;• ~;s im , como ostiário, desprende~se . . ..
sob re a dig nid ade e san tid
ade do sac erd óci o 5• Pa ra não ocu pa ções domésticas, par a ,º or~ ina ndo :d_as.
s·er con sbt md o gu ard a of1c1_al
nos alongarmos, porém, · dem ,. d~ cas a de De us .e. velar
i~~ 1 oca
a asi ado , limitar-nos-emos a
r a_u tór ida ?e do _Ponti/ica
l, qu e é corno o Có dig o . . das s-aoradas alf aia s. Lei
pel a dec ênc ia do lug ar san
tor, des pre nde -se dos estudo
to e
sacerdotal da No va Le i, e
éontérri ·o res um o do qu e pro fa~ ;s, -p~ ra ~~ dar à lei ~
Igreja cat óli ca ex:ige dos seu a tur a dos livros Sa nto s e del
s ministros. Es ta simples ex- hau rir · aq~~ela do utr ina qu e e~
pos içã o mo str ará ô alto gra o aju dar á a san tifi caM e -a
ü de per fei ção qu e se req uer me sm o · e aos out~ôs. Exorci _si
dos .O ,r din and os e_, com ma sta; d_esp~ja-se do pe_cado
ior for ça de raz ão, dos pas dos seu s resquícios, par a e
res de ·almas 6• , to- esc apa r mais s_e.~uramente
· trr,:pério d0 dem óni o ; acó ao
, ·· lito, des ape ga-~e do~ P:C:zer
. } II Tim ,. I, 6.-: 2_ Tit. sensuais,, par a pra tic ar. já aqu es
cn_mm_e esse, . s1cut . Dei- d1s I, 7-9 : « Opo rtet enim epis cop ela pu rez a qu e o serviço dos
um sine alta res :req uer . ,-, Ao mesm .
nol i v_molenl_um_, ·non pe~ pensatorem , non sup erb ilm non lracundú.m o te~ po v~1-s~ rob ust ece ~~
cuss
pi~alem, . bcn ign um , -sobr111m o_
rem , non: tur pis Iu·cri cup idu m; ô seu am or para com De us: º
, )UStum, sanctum, co1_1tinente sed hos~ am a o De us· do Sacrarro 1
tem eun11 9u1 secundum doctrin
am est, fidelem seriitoriem m, amp lect en-
e~hortr,r1 m doctrln ». - S .l>I'bJl. Vl,
p1~tatem, .fi?1:m, cart:ttate
ut potens s•t
11 : e Sec tare ~ero justitiani,
du1·a guarde. lhe est á con fia
bai xo do véu das let ras na
dà, am a ·o Ve rb~ . oculto de-
Sag ra da L.:scríturá, .. am a ,A que
i:;'
---: ~ . A mat o! P!ir~~ de.sm, .JJ~tlcntrnm, mansuetud inem ~.- 4 Tit. II, 1.
laqc. ~ ~e. Pretr.t;, d ªl?,:~sses l ra_tados fora m reu os num
l,ef Peres, _par R.AYNAunid a obr a inti tu- le qu e im per a aos espíritos -
VeJ Rm-se também !JUm o, 12 in s•. Par is, 1843. i:naltgnos, am a Aq uel e qu e
_er~sos text os: no livr o de
L imola no alt ar. E est e am or se
~
- 6, Para a ·ex_Pl,1caxª TRo
º do Pontlficál, ,cf. J. J. ÜLIE NSoN, Forma clerl. ,de sab rnc ha em zel o: am a
/ns/ruct. et _,,:.1ái(t, a l'.us age des Qrdinands • ÜIRAUD R, op. cit. ; BACUEZ almas, e po r isso a sua fel ici
GoNTIER · Expltca.twn
da Pon tljic at. · oµ.· clt t II! dad e é lev á-l as a De us pel a
1
' ' · ., · ' pal avr a e pel o exe mp lo, edi
ficá-las pel as sua s virtudes,

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pnr if\c á-la s pelo s seu s exorcismos
, san tific á-la s pel a par te ...Estale nitidi, mun di, puri, casti".
E, como -têm o direito
que ton 'a no San lo Sac rifíc io. E eaa
.ae pr º r O Eva nge lho , exige-se-lhes que o pre gue m com
1
assim vai pou co a pou co
b
ava nça ndc , par a a per feiç ão.
'l88.
.o exe mpl o mais ain da que com
bus Eva nge lium ore annunliatis,
a º:ª : ..
c~rate ut qw-
uivis ope nb~ s e~pona-
.
3. 0 O subdiácono, con sag ran do-
se def init iva- tis" . A sub vid a dev e, pois
men te a D(;us . imola-se pot amo . ser um a traduçao uiva do
r dele . pre lud ian do a·s- Eva nge lho . e por isso mesmo um
sim. como o fez out rora a San tíss a imi taçã o con stan te das
ima Vir gem , ao sacr ifíc io virt ude s de N. S. Jesu s Cris to. E
mãi s nobr•.; que ofe rece rá mai s tard assim. ao ora r par a que
Jud it meli6ri qua m mo x offe ret
e no san to alta r : prae- ' ·t ·
.e Espm o San to des ça sobre eles, com tod os os seu s
hostiam. Imo la o corp o don s e se bre tud o com o da forta l p f
pelo voto de continência, a alm a
pel a ohr igaç ão de reci-
eza, o ont i ice ding .
e
.a D~ us e:-ta bel a ora ção :
tr1r cad a dia a oração pública. "Ab und et in eis t.otius for1:1a.
A con tinê nci a sup õe· a virtrl'tis, auctoritas modesta, pud or
mor hfic açli y dos sen tido s exte rno con~tans:, inn_oce~~iae
s•e inte rno s, do espírito
e do . cor açã o ; a reci taçã o do Ofí cio
exige espírito de re-
purilas: .3t sriritua1is obseruahtia disc
ped ir par a eles a prá tica das virt
iplinae . Nao e rst? .
colh ime nto e ora ção , esforço con ude s que con ~uz em a
stan te par a vive r uni do . t·d
com Deu s. Um e out ro dev er não san r a..de?. Na nra ção finaL o Bis po p·ede efec bva men te
men te sem ard ente amor de Deu
se pod e cum prir fiel-· -aue eles seja m orn ado s de tod as d " • f 1b
as virt u es v1rt
s, que é o úni co que u us
pod e defE..lider o cor açã o con tra ~niversis .. .. instructi''.
. ,1
1
as seduçõ,es do amo r
sensív0L e abr ir a alm a à ora ção 590 . 5.º E con tud o e~ige ain da
·,1 pelo reco lhim entó inte - mais do pr~sbí~er?.
rior. :f:, poi1,. ain da o sa-áifício e Já que ele 0 .f erec e O San to Sacri{í
cio da Mi~s.a, e m1st:r
o amo r que a lgr~ja re-
clam a do 5ub diác ono ; sacrifício que seja víti ma ao mes mo temP,?
·mai s pro fun do quê o que s~cri/tcador ;. ~e-
qu~ . êle' fize ra até ent ão : por qua -lo- á, imo lan do ·as suas pai xõe s:
nên cia dur ant e tod a a vid a exig
nto a gua rda da con ti-
imi tam ini quo d tractatis ; qua ten
Agn osc tie. quo d a_gi~is ,_
e em certos mom ento s us mortis_ dommt~~~
esforços heró icos , e hab itua lme nte m.ysteriv.m celebrantes, morti{icare
.! vigiltmcia. de hum ilde des con fian
éspírito con stan te de
.et cón cup isce ntii s omn ibu s procure ª.
~e;;1-br~ ve~tra vitus
ça de . si mes mo e de tis ; se-l_o-a, re~~van-
rno ftif icaç ão ; sacr ifíc io irrevogáve do inc ess ant eme nte em si o espírito
l : "Q uod .si .hwi.c Or.- de sa!'!tidade : mno-
din em susceperitis, amp lius non. va in vísceribus eor um spiri.'tum san
lice bit a proposito resi- dita.ti$ ,. P_ara 1ss10 me-
lire. sed Deo , cui ·servire regn.are
est per
E, par a que este sacrifício seja possívelpétuo famulari''.
e duradoiro, é
.dit ará dia e noi te· a lei de Deu s,
tros e pan ele mes mo a prati~ar, dan
par a a e~sm~r aos
do ass im. º ex~mp o
ºf
forç a aco mp ánh á-lo de mu ita car .de tod as as virt ude s cristãs : ut
ida de : só o amo r in- in lege tua ~r.e .a~ noct~
tens o de Deu s· e das alm as pod med itan tes, q{J.od [egerint, credarit
e pre serv ar do amo r pro - ; quo d crediJerint, d~\
f~n o. só ele pod e faze r gos tar os .cea nt; quo d docuerint, imi ten tur;
enc ant os d.a ~ra ção per- justitiam, . consta~~
pét ua, one ntar ido os nos sos pen tiam miscricordiam, fortitudinem,
sam ent os e· af ecto s par a ceterasque virtut e~ t~
1
o, Unt co que os püd e fixar. É por isso que o .se o~t end ant ". E, com o tem de
se consumir pelqs. à 1 rr:as .•
1
inv oca sob re o sub diá con o os sete Pon tífi ce .pra tica rá a car ida de frat ern a sob
don s do Esp írito San - a form a de_de~ 1ca ç~o :
to, par a qur ele pos sa cúmp~i 4
accipe vi:stem. sacerdotalem per
'

r os deveres, aus tero s que quam_ caritas .mtelligi-_


lhe s~o imp osto s. f ur
. ,,
: com o . S Pat1 lo· des pen der -se- á com plet ame nte pela s
· , J
'.'>89. ,1. Ao s diáconos; que são .almas .
. "Eg o aut em libe ntissime imp en am et. superim .
:
0
con stit uíd os coo pe- b
pen dar ipse pro ani ma us · vestris . " l r<. . I·,
rad ore s do pre sbít ero na . obl açã . t , a ias, o que vai.
o , do san to Sacr'ifício ress àlta r das fun çõe s sacerdotais
"comministré et cooperatores esti que pas sam os a expor.,
s corporis et sanguínis
Dom ini' ', o. Pon tifi cal exig e pur eza ·u Cor. XII,
mai s per feit a ain da : 1 15.

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uoKl l;JA. 1,,,A U UA PER FEIÇ ÃO
233
591 . Ass im, pois, a ·cad a nov o pas so
par a o sac er-
dóc io, exige, o Pon tifi cal mai s virt
ude , mai s amo r e sacr i- 1.0 Ü SAC ERD OTE , REL IGIO SO DE
DEU S,
fício ; e, qua ndo che ga ao sace rdó
cio, é a san tida de que DEVE SER SAN TO
ele recl ama , diz San to T 0m ás 1,
a fim de que o sac erd ote
pos sa ofe rece r dig nam ent e o san to
sacr ifíc io e san tific ar as 395 . Em virt ude da sua missão.
~lm as que Jhe são con fiad as. O o sac erd ote dev e
Ord ina ndo é livre par a glorificar a Deu s em nom e de t?d
dar ou não o pas so à fren te ; mas as as· cria tura s e, mai s
, se rec ebe as Ord ens esp ecia lme nte, do pov o cristão. E,
é que evi den tem ent e ace ita pois, ver dad eira men te,
as con diçõ es tão explicita~ em virt ude do sace rdó cio, tal com
men te form ulad as pelo Pon tífic e, o Nos so· Sen hor o insti-
isto é, a obr igaç ão de tuiu o reliçiioso de Deu s : ·• pro hom
ten der à per feiç ão, obr igaç ão que inib us constituitur in
, long e de ser dim inu ída Hs. qua e su~nt ad Deurn, u.t of/e
pe[o exe rcíc io do san to min isté rio, rat don.a et sacri/icía". É
não faz sefl ãp torn ar-s e .sob retu do .pel o santo sacrifíi.:io da
mai s úrg cnte , com o vam os "mostra Mis sa e ·pel a reci taçã o
r. do Ofí cio divino que ele se des
emp enh a des te dev er ;
III. A natureiz;a das Junções sace rdot mas todas as suas acções, ain da
ais exig e a sant idad e. as mai s com uns , pod em
con trib uir par a isso, com o diss emo
~92. Con form e o test emu nho Jo Apó s mai ~ acim a, se são
stol o S. Pau lo, feit as par a lhe agr ada r. Ora, esta
o sac erd ote é med iad or entr e o mis são não pod e ser
h0m etn -e Deu s. entr e a con ven ienl eme nle des emp enh ada
terr a e o céu : esc olh ido entre os sen ão por um ,sacerdote
hom ens , par a ser seu santo, ou ao men os apo stad o a o ser.
representante, dev e ser aceito a Deu
s, cha ma do por Ele ,
par a ter dire ito de apa rec er na 594·. A) Qu e san tida de se não req
sua pre sen ça a ofer ece r- uer par a o San to
~lh e as hom ena gen s dos _homens e a obt er del e ben efí-
Sacrifício ? l Os sac erd otes da An
tiga Le( que se que.:.
cios : "Onm.is nam que Pon ti/e x, riam apr oxi mar de Deu s, dev iam
ex homiriibus assumptus,. ser san tos ( trat a-se so-'
p_ro hom inib us constituitur .ih. iis bre tud o d~ sân tida de leg al), sob
qua e pen a de sere m cast iga-
9Jferat . dona .et sacri/icia pro pecçati.s. sun t ad Deu m, ut
. . N ec quisqu.am.
dos : "Sacerdotes, qui acc edu nl
ad Dom inu m, sanctifi-
sum it sibi honorem, sed qui voc CC'ntur, ne pcrcutiat eos" 1. Par a
aiu r. a Deo tanquani. . ofe rece rem o in~.enso e
Aar on. " 2 . As sua s fun çõe s pod em- os pãe s des tina dos ao alta r, dev iam
se red uzir a dua s prin - •· ser san tos : lncen-
cipa is : é o Religioso de Deu s 3 , ~um eni m Dom ini et pcines Dei sui
enc arre gad o de O glori- o/f erunt, et ideo sanc-
fica r em nqm e de tod o o pov o. t( erur,t~' 2 •
cristão ; é um Salvador;.
um San ti/ic ado r de almas, que Qn a~t o mai s santo~, mas d~ san
tem mis sãq de cqla bor ar tida de interior, ~ão
com Jes us Cri sto na salv açã o e dev em c;er aqu eles que ofe rece m,
san tific açã o do pró xim o. não já som bras e figu -
Ora , por este dup lo títu lo, dev e ras, senã.o o s-acrifício por exc elên
ser- santo 4 , e por con se - cia, a víti ma infinita-:
gui nte ten der incessar;i.temente à me nte san ta ? Tud.o é; san to nes
per feiç ão, ,pois que nun-:- te divi no sacrifício : a
ca atin girá com ple tam ent e a ple víti ma e o sacerdote principal, que
nitu de dà san tida de que out ro não é sen ão
as sua s fub çõe s ,red amç lm. Jesu s Cri sto, o qua L no dize r de
.. - . S. Pau lo, "é ~anto, ino-
cen te, ime cul ado , s·egregado dos
1 · < _Ad idon_e~m exec~tion pec ado res, e mai s el~-:-
cun:ique, sed requ mtu r bonitas em _ordln um non ·sufficit boni tas qual
is- vàd o do que os céu s : T alis dec eba
cip1unt, supe r p_le~em con? tituuexce llens ; ut sícut illi qui ord!nem sus- t uJf: nobis esset pontt-
ntur grad u ordi nis,
1 / ex, sanctus, innocens, impollutus,
meri to sanc!ltatts~. (S. TH~M_. ita et supe riore s sint segregatus a· peccato-
1-4. - S Nao queremos d_1ze1t Supp l., q. 35, a. I, ad 3). - 2 Heb r. V, ribus et excelsior coelis Jactus" 3 ;
entr3:.m n~ma Orde m relig que é reiig io~o no sent ido daqueles que a Igreja,- em cujo nom e
qu~ e_ofhwlme1-te_encarregiosa ado
e fazem os tres votos, mas nest
de e sent ido, 0 sac erd ote ofe rece a san ta Mis sa, e que Jesu
s san tific ou
reltg~ao._-:- ~ r. amd~ o que _diz SANTcum prir para com Deus os der.i'eres de-
ToM As com O se,{· san gue "se ipsu m tradidít
< Qu1 d1v1ms mys terii O (IV Sent., dist. 24, q. 2) ; pro éa ut dla m sane-
perfecti in virtute esse sdebe
aµp11cantur regiam dignitate
nt •. m asse quun tur et
· 1 Exod. XIX 22. - 2 Levlt. XXI, 6.
, I - S Hebr. VII, 26.

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OBR IGAÇ ÃO DA · PERF EIÇÃ O
2J5
ti}icnret. . . ut sit sane.ia et imm acu lata 1
" ; o fim, que é ação estiÍ long e de Deu s, long e de
glorificar a Deu s e prod uzir nas alm as 1 Jesu s 7 T E como
frut os de sant ida- comungar cad a dia o Deu s de toda a
de ; as orações e cerimónias, que reco rdam o sacr deseJo sincero de part icip ar dess a sant
sant idad e. sem ter
ifício do idad e, de se apro-
Calv ário e os efeitos de sant idad e por 0
ele mer ecid os ; a xiP1.ar dclu ao men os cad a dia por
com unh ão sobr etud o, que nos une à font um ·es-forço progres-
e de toda a san- sivo ? Não seri a isto uma con trad ição
tida de. ---" Não será , pois, indi spen sáve flag rant e, uma
l que o sacerdote, fl;'.lta de leal dad e, uma prov ocaç ão,
que em nom e de Jesu s Cris to e da um abu so da graça,
Igre ja ofer ece este uma infi deli dad e à próp ria voca.ção
aug usto si:,criÍício, este ja reve stid o de 7 Med ite, pois, ~
sant idad e 7 Como sace rdot e e apli que -se a. si mes mo
pod eria ele repr esen tar dign ame nte a todo o capí tulo \t
Jesu s Cris to, a pon - do livro IV da lmi.taçáo de Cristo: DE DIGN
i to de ser alter Christus, se leva sse
uma vida med íocr e, TI ET STATU SAC ERD OTA LI:
ITATE SACR AME N-
.sem aspir1=1r à perf eiçã o ? Çqm o seri ''Si habéres angeli.ca.m purita-
a min istro da Igreja tem. et S. - J. Bap tista e· san~titatêm,
ima cula da, se a sua alm a, pres a ao non esses dignus
pec ado veni al, não hoc sai;ramentum accipere 11ec tractare
-cuidasse de prog redi r em espí rito ? . . . Non alle-
Com o glorificaria a vinsti onm tuum , sed arctiori jam allig
Deu s, se o seu cora ção estiv esse vazi atus •es vinculo
o de amo r e sacri- di~ciplinae, et ad majol'em teneris perf
fício ? Com o sant ifica ria as alm as, se ecti one m sancti-
ele mes mo não ti- tatis".
vess e desejo sinc ero de se sant ifica r 7
595 . Com o se atre veri a ele a subi r ao 596 . 6) . O que le~~inos dito da sa.n
sant o alta r e ta Missei po-
a reci tar as oraç ões da miss a, que de-s e apli~ar, ein certo sentid.o, à reci
resp iram os mai s puro s taçã o do Ofíci? dí-
.senttmentoi; de pen itên cia, fé, relig i;:·no. 'É em nom e da Igreja, em uniã o
ião, amo r e abn ega- COI!\ Jesus, o gi;an~
ção, se a . sua alm a lhes fosse estr anh dê Religioso ~e Deu s, e por todo o pov<?. r;rist ão, que..srte
a 7 Com o ousa ria ~ez~~ · ~~ dia 'apa rece mos di~n te d.e Déq s, pa,ra
-cferecer-.'i·e com o a vítim a divina, ''ín o ador ar-
spirítu humílitatis,
el in anim o .contrito susc ipía mur
a te Dom ine" 2 , se es- e
mos e lhe· darm os graç as , para _obt
çãos copiosas de que as alm as. r:iec.~ssi
ermos d,e1e .as bên -
tes sent irr ento s estiv esse m 'em con trad
1
tam. Se orarrr:ios !!ó
ição com a sua cóin os lábi os e não com o coração,,_ ~ão
vid a? Com o .se afoi taria a ped ir o 9uv ir~~ os a cen-,
ser part icip ante da sura mer ecid a que . Déü s dirige a.9s
-div inda de de Jesu s "e jus dívi nita tis jude us: Este pov o
esse consortes", se a hon ra-m e com os· lábi os, mas o seu
:sua vida fosse toda hum ana ? Com o cora ção está long e
hav ia de repe tir este
prot esto de inoc ênci a : "Eg o aute m de mim : r~o_p.ulu~ hic labiis me honorat
in inno cent ia mea , cor aute m eorum,
.íngressus sum ", se não fize sse esfo rço longe est' a mé"? 1 E as graças que , dess
algu m para se de- e mes mo m?·do,
sem bara çai· da poe ira de mil pec ado s soli cit~ mo; da mise ricó rdia divi na, serã
veni ais de1iberados7 o o~to rgad as com
Com o hav ia de ter cora gem de reci tar r abli nd.â ncia ?
···
o San ctus , em que i 1
S8 proc lam a · a sant idad e de
Deu s, e cons agra r, iden tifi- ~97. Ass im mes mo, para tran sfor mar mos
ca;ndo,se cc-,m Jesu s, auto r de toda as nossas
a sant idad e, se não acçõ es ordi nári as em vitim as agra dáve
fize sse. c=i~forços para se sant ifica r com is a Deu s, não será
Ele e por Ele ? mist er prat icá- las . com as disp osiç ões,
Com 0 reci tar o Pater, sem reco rdar que já · indi cada s, de
dev e ser perf eito amo r e sacrifício ( n .º 309 )? ,. . . , Dêe m-s
com o nQSSú Pai cele ste? E o Agn us e _a o assu nto as
Dei , sem ter um co- yolt as que se quis erem , resu lta sem pre
rnçã o contrito· e hum ilha do 7 E as bela a mes ma conc lu-
s oraç ões prep ara- são : Com e Religioso de Deu s, o sace
tória s . pare. a com unh ão: Fac me tuis rdot e dev e aspi rar
sem per inhaerere à sant idad e. E não se lhe imp õe
man dati s, · et a te nun qua m separari perm com men os forç a, se
ittas ", se o co- que r salw,i: alm as.
1 Eph. V, 25-27, - li Oraç ão do Ofer tório .
1 Mt. XV, 8; Is. XIX, 13.

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'-..,l"" \.C".1 .1ULU J.V OBR IGA ÇÃO , PA PER FEIÇ ÃO
0
2. Ü SAC ERD OTE NÃO POD E SAL
VAR ALMAS De o exh ort ant e per nos " 1. É o
que faz · o sac erd ote fer-
SEM TEN DER À SAN TID ADE
1 vor oso : ant es de fala r, ora par a
1- que a gra ça vivifique a
sua pal avr a: ao falar, não pro cur
598 . A) San tifi car e salv ar alm a agr ada r, sen ão instruir,
as é dever de esta- faz er bem , con ven cer , per sua dir.
do do sacc.-rdote : qua ndo Jes m E. como o seu coração
esc olh eu os seu s Ap óst o- está inti mn me nte uni do ao de Jes
los, foi par a del es faz er pescad us, com uni ca à sua voz
ores de hom ens , ''fa cia m tal sentimE-nto e forç a de per sua
vos _fieri piscatores hom inu m" 2 são que em pol ga os ou-
; foi par a que eles pro
du- vin tes. Esq uec end o-s e de si, atra
7issem, em si mes mo s e nos . dem i o f?,spírito Santo, e por
ais , frutos abu nda nte s isso as alm as são toc ada s pel a
de sal vaç ão: "N on vos me elegistis gra ça e con ver tida s ou
, sed ego elegi vos . .. san tifi cad as. ,._, Um sac erd ote
ut eatis et Jructum afferatis ét -fru med íoc re, pel o contrário,
ctus ves ter ma nea t" 3• não ora sen ão com os lábios ; e,
Par a isso .é. que eles dev-em pre gar com o se bus ca a si mes- . .
· o Eva nge lho , adm inis - mo . ésf alfo.-se int'itilmente, -e mui
trar os sac ram ent os, dar bom exe tas: vezes nãÕ,} mais que
mp lo e ora r com fervor. um bro nze a ressoar ou um cím
Ora , é de fé que o que con ver te bal o a retinir, aes son ans
e san tifi ca as alm as, .aut cym.Da.lum tinn ien s" 2 •
é a graça de De us; nós não ·
somos nad a mai s que instru- 400 . h) Exe mp lo não o pod e
mentos, de que De us se dig na dar senã,o um sacer-
servir-se, ma s que não dot e cui dad oso do seu progresso
pro duz em frut o sen ão na pro por espiritual. Ent ão pod e
ção em que estã o uni dos com tod a a con fian ça, como S.
à, cau sa prin cip al, ins lru men tum Pau lo, con vid ar os} iéis a
De o conjundtum'. Tal é imi tá-l o com o ele se esforça por
a doütrinr1 de S . Pau lo: "Eu pla imi tar a. Cri sto : lmita-
nte i, Ap olo , regou, De us, iores m~i estote sicut et ego Chr
por ém, é que deu o cresc_ime nto .isti'' 3 . A vis ta da su~
. Ass im que , nem . o que pie dad e, bon dad e, pob rez a, mo
plà n ta é coi sa alg um a, nem o rtif icaç ão, vão· os fié~s re,.
que reg~, sen ão quei:n' dá pet ind o que ele ê um convencid
o cre scim ent o, De us: Ego plan o, um santo, ,._, resp eita m-
itavi, Apo llo .rigavif; sed -no e sentem,-s.e lev ado s a imi tá-l
De us iná em ent um ded it ; itaq ue o:
aliquid, íi.eque ' qui rigat ; se'd
neq ue qui pla nta t est pla trahunt. Um ·sa_cerdote medíocre·verpod ba mo ven t, exe m-
qui inc rem ent um dat, e ser estimadQ
De us" 4• Por óut ro lad o é certo com o um liom em de bem ; ma s
que esta gra ça se obt ém dir-se-á : ele afin al cum- .
sbb rett ido de dua s ma nei ras ·: pel me o seu ofício com o nós cum
a . oração e pel o mérito. primos o nosso.; e. o seu
N~rn. e r,<;mtro caso, conseguire ~in isté rio será pou co ou nad a frut
mos tan to mai s · graças uoso. . . ,
qua nto mais santos, fervorosos 401 . e) Qu ant o à oração, que
e uni dos a No sso Sen hor é e sera sem pre o
formos ( n.º 237). Se, pois, o· me io de zelo ma is efic az, que dife
nosso dev er de esta do é ren ça eht re ? sac erd ote
san tifi càr as alm as. segue-se que -santo e· 0 sac erd ote vul gar I O
dev emo s primeiro san ti- primeiro ora hab itua lme n-
ficar-nos a nós mes mo s : "Pro eis te, ,c ons tan tem ent e, por que as
ego san
u.t_sint e.t ipsi sancti/icati in veritate" 5 ctifico mei psu m, De us, s~b afin al ora ção ; não faz
sua s acções ', · feitas por
. . nad a, não dá Um· con-
599 . -B) , :À me sma con clu são .selho, sem rec onh ece r a sua cap
che gam os, percorrens aci dad e e ped ir a De us
do os meios de· zelo principais, a saber, .se dig ne sup rir o que lhe falt a,
com a }u, a graça.
acção,- o exe mp lo e r-i · 0ra ção . a pal avr a e a De us con ced e-lh a em larg a cóp
ia hum ilib us aut em
.dat gratiam" 4, e o seu ministério
· a) A palav,ra não pro duz .efe itos é proveitosíssimo. O sa-
de salv açã o, sen ão cer dot e me dío cre ora pou co e ma
qua ndo falam'os em nom e e virt l ; por isso me smo o seu
ude de De us, "ta nqu am min isté rio fica par alis ado .
Ass im pois, que m qui ser trab alh ·
1 Ler sobre este assunto o exce ar efic azm ent e ;na sal•
L'âme de tout apostolai, trad lente livro de DoM CHAUTARD
A alma de todo o apostolado.. port. por MoNs. SILVEIRA BARRADA S'.
4 l Cor. III, 6-7. - 5 - 2 Mt. IV1 19. - S jo. XV 1 li Cor. V, 20. - 2 / Cor.
]o. XVII, 19. 16. - XIII, 1. - 3 / Çor. _lV, ·16. -
Jac. IV,· 6.
.l :. · ' .4
1
.:. :·

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CAP1TULO IV
OBRIGÀ(;}ÍO DÁ PERFEIÇÃO
239
vaç ão das alm as tem que se
esf orç ar por ir adi ant e cad a cm De us. dum am or de De us
dia na per fei ção : a san tid ade e do pró xim o que vá até à
é a alm a ele tod o o apo s- ded ica ção abs olu ta, sem fal ar
tolado. das vir tud es morais de pru -
dên cia , jus tiça , religião, hum
CO NC LUS ÃO
ild ade , tem per anç a. fort.aleza
e con stâ nci a ; e estas vir
tud es dev em ser pra tica das
gra u eleve-do, pois que o Pon em
402 . · J?e tod os estes doc um tífi ce inv oca sobre eles o~
ent os res ult a que o sa- don s do Esp írit o San to que
cer dot e ·_d€ve ter já adq uír ido , com ple tan do as vilt ude s,
, ·ant es de ent rar no sac erd ó- no- las faz<-:m exe rcit ar no que
cio, um cer to grau de san tid têm de perfeito·. Nã o bas -
ade , e· que , dep ois da or- ta, pois, ser um desses princi
den açã o, tem_ de con tin uar piantes, que est ão ain da ex~
a sub ir sem pre par a ma pos tos a rec air em fal tas gra
ele vad a per feiç ão. - is ves ; é nec ess ário , dep ois de
· - .. pur ific ada a alm a de pec ado
Í.~ Par a e;t rar ·no sa.cerdócio, s e pai xõe s,· ter- se confirma-
é pre cis ; ~ér já alc an- do nas vir lud es que con stit uem
çad o certo gra u de 1-:erfeição a via ilumínatiua, e ten -
. É o que res sal ta de tod os os der a umt1. uni ão cad a vez ma
textç>s do Pontifical, que citá is ínt im a com De us.
mo s.· Po rqu ant o, se já do- 404 . '2.º E, um a vez que se
tçm sur ado se exige o des.ap~go che gou ao sacerdócio;
do- mu ndo · e de si me sm o. não sP- jul gue que é par a
?ar a s~ uní r, ~ De us e a Jes par ar ; é ant es par a ava nça
us Cri sto , e s·e a Igreja pre s- .. cad a dia de vir tud e em vir r
cre ~e intersti:r:os en~re as dif tud e. As sim o not a a ·lmftaç'ão
ere nte s Or den s. é par a que de Cri sto 1 : .. N on alleviasti
o Jovem cle ngo ·ten ha tem onu s fown., sed arctiori jam
po de adq uir ir suc ess iva . alliqalus e:, vin cul o dtsciplina
me nte .as dif ere nte s vir tud es e, et ad mà.jorem teneris
·qu e cor res pon dem a cad a prr fec lio nem sanctitatis": Nã
um à dela.3 .. As sim o diz o se àlig eiro u a tua carga,
com tod a a cla rez a ó Pon- ant es uel o con trár io fica ste lig
ti/tca.l- 1 : ~ Atq ue ita de gra ado por ma is estreitos laços,
du in gra dw n · asc end a'n t e obr i~a do a ma ior per fei ção
ut ih P,is:. dum aet ate , · •vitae de san tid ade . Um sac erd óte
me ritw n et doctrina· majo~ dev e ser ado rna do de tod as
accrespat ~- Eis .? mo tivo por as virtude&, e dar aos ou-
qu e se lhe exi ge um a- vir- tro s o exe mp lo dum a vid a pur
tud e provada, quo rum pro a. Alé m de que não ava n-
bat a virtu.s · sen ect us 'si't" 2 çar é rec uar ( n. os 358 , 359
Or a, ~sta vir tud e p'ro vad a ) .. é tão urg ent e, como de-
nã'ó se alc anç a sen ão pel ~ mo nst rám os, ao fal ar das fun
cum pnm ent o ass ídu o dos dev ·ções sac erd ota is (.n.º 392 ,
ere s de est ado e das vir tu- ss. ), a obr iga ção de nos con
des que o Po ntí fic e tem cui for ma rm os a Jes us Cri sto . e
dad o de ind ica r ao Or din an- edi fic arm os o pró xim o que ,
dP em cad a um a das Or den s conf,eridas. Est a · -~rirtude forços, hav em os de fica r siem
ape sar de tod os os• nossos es-
dev e s~~ J-ãq- sólicla que se· pre aba ixo do ide al tra çad o
ass em elh e à dos anc ião s (se pelo- Ev ang elh o e pel o Pon tifi
1
nl?-?f~s sid , que por meio - cal . De vem os, pois, repetir:...
1 de longos. e pen oso s esforços -no s a· nós me sm os cad a dia
seg mr am a ma .Ju rez a e con con - que nos res ta ain da mu ito
stâ rn: ia próprt?-- da sua idade~ que faz er par a o ati ngi r: "G
1 ran dis eni m tibi restat vta " 2
_ 405 , · Nã o é, pois, ttm a vir 405 . Po r out ra par te, viv em .
1 tud e qua lqu er, ' diz Sa nto os no me io do mu ndo e
To má s 3; P-' que s-e req uer par dos seu s perigos, enq uan to
a o · bom exe rcíc io das fun:... os religiosos est ão pro teg ido
çõe s ecl esi ást ica s, sen ão vir tud pel as sua s regras e tod as as s
.
exs ecu tio n.e m ot--d e exc ele nte : "A d ido ne van tag ens da vid a com um .
· iiü im nón ,··su /f icit bonitas mn Se, pois, os religiosos são obr
que : sed, reqtt.iritur bon itas qualiscu,.,;,- igaÔos a ten der inc ess ant e-
exc e!I ens ". Vim os, efe cti- me nte à per fei ção , não o ser
".&ménte. _que o Pontilical em os nós tan to e ma is que
exi ge dos Ord itra ndo s \t prá eles ? E.- se nós não temos,
Üta ·du ma fé rob ust a e act - par a sal vag uar dar a nos sa
iva , dum a gra nde con fia nça vir tud e as trin che ira s exterio
res que def end em a deles1
não de~ ere mo s pro cur ar sup
, •--1 dDe oritlnibus confere ri-las com um a for ça 'interio
a. 1 , a 3. ndis. - 2 Loc. cit. -· 3 Stipp/em:, q. r
35~
. 1 L. IV, e. s. - 2 III
Reg. XÍX, 7,

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CA PIT UL O IV
ME IOS GE RA IS DE PER
FEI ÇÃ O
1 • ma ior , qu e nã o po de , 241
. 1 ev ide nte me nte , ad qu irir -se ,~:
i po r me io de esforços sen ão oss íve l de alm as e ap rov
1
1
1
um a vid a me lho r? O mu
inc ess an tem en te ren ov ad
nd o, co m qu e é for ça an
os pa ra :f. ,os qu e no tar em em seu s
eit an do -se das vir tud es e
irmãos, pa ra se exc ita rem
triu n-
1
em co nta cto , po rfi a ini da rm os '}:, · bre em ula ção : "C on d à mais
nte rro mp ida me nte po r ab no . si eremus inv ice m in pro
no sso ide al; é preciso, ate r o · ne m caritatis et bonorum ,, vocatio-
po is, lev an tá- lo co nst an operum 1.
Yo lta nd o sem ces sar ao tem en te,
esp írit o do sac erd óci o. •C A
O qu e faz qu e est e pro gre
sso sej a um de ve r ma is Pí TU LO V .
tan te, é qu e do no sso gra ins-
u de san tid ad e de pe nd e Do s me ios gerais de pe
va ção e Sé·ntificação da a sal - r/e içã o.
s alm as qu e nos são co
em vir tud e da s leis ord iná nfi ad as : ?· . 40 7. Ad qu iri da a con vic
ral. um sac erd ote faz tan tãriatnas ior da Pro vid ên cia sob ren atu
be m q·u~nto ma is· san to
- ·.·:vemos ten tle r à pe rfeiç
ção pro fun da de qu e de-
âo·, na da mà.is res ta qu e
é, com o aci ma de mo
nst rám os ( n. 0 39 8. ss. ). / ~ pô r em prá tic a os me inv est iga r
Se ria , en- ios qu e nos ·_aproxima~ do
tão , co nfm me à no ssa mi
ssã o de santificadores de ;> pre ten de mo s atingir. Tr ata -se fii:11 qu e
pa rar no me io oti até à en almas, aq m dos meros gerais. co-
tra da do cam inh o da pe rfe \. mn ns a. tod as as alm as
qu e
qu an do tan tas alm as em
per igo de se pe rde rem no
içã o, '. do. parte exp ore mo s os meiosqu ere m pra gre dir ; na segun-
da m de tod os os lad os qu s bra - especiais qu e co nv êm ao$
e lhe s va mo s em au xíl io ;/ chf ere nte s graus da vid
sie ns. . . ad;uva nos ?" 1 "tran- .i . a esp irit ual .
• A est e grito de +, Es tes me ios são in!ternos
an gú sti a nã o e externos : os pri.meiro .
há , ev ide nte m~ nte , ~e não
do te ; é a de N. · S. Jes
um a res po stá dig na du m
sac er-
t dis po siç ões ou act os da
me sm a alm a qu e a ele va
-
s sao
us Çris~o em pe sso á: .. du alm en h pa ra De us m g:a-
s,a;ntifico .e sac rif ico , pa ra ''E u me ; os seg un do s co mp ree nd
qu e ele s sej am san tif ica -'. de~tes act os, aux ílio s ext em , ale m
ve rda de ". 2 • do s na eriores qu e aju da m a alm
· · . ·. asc en são . · lrr wo rta apr a nt:1sta
· · esç ntá -lo s nu m qu ad ro
40 6 .... Nã o ex am ina rem os 40 8. I. En tre os me ios sin tét ico.
-aqui a qu est ão de sab int em os , qu atr o se im põ
se o sac erd ote , ob rig ad o er à noss·a ate nç ão : 1. 0 o em
a pe rfe içã o int eri or ma ior desejo da perfeição_, qu e
sim ple s religioso,. est á no qu e o . me iro pa sso pa ra a fre nte é o ?~i-
est ad o de perfeição. Isto e nos· dá o 'imp~lso ne ces
pri am en te. un ia qu est ão é, pro - san o
de Di rei to Canónico, qu pa ra tri un far dos ob stá cti
mu mm en te res olv ida pe e é co- los ; ' ·
la ne ga tiv a, po rqu e o sac
erd ote .
2.º O co nh eci me nto de De
ain da me sm o qu e sej a pa us e de nós mesmos: um a
sto r de alm as, nã o tem ess ve z qu e se tra ta de un ir
bil ida de qu e req ue r ca no nic a esta- a alm a co m De us, qua1:.t
am en te o est ad o de pe rfe lho r se co nh ece rem ~st o ~~­
Qu an tc ao· sac erd ote , qu içã o. es dois ter mo s, . ta,nto ma
e é •ào me sm o tem po rel ser á apr ox im á-l os : nouer rs facrl
so, é ev ide nte qu e tem tod igio- im te, Do mi ne , ut am em
as as ob rig açõ es do sac erd verim me, ut despiciam: me te ; no -
alé m ,da s do s seu s yotos
; ma s en qo ntr a na sua reg
óc io, l; . _ ·
corros ma is .ab un da nte s ra so- 3.º A co nfo rm ida de com
pa ra ser san to. Nã o esq a vo nta de div(.na, qu e,
po rém , qu ~ . o seu sacerd ue cer á, su bm ete nd o a no ssa vo
ócio o ob rig a a ma ior pe nta de à: de De us , é o sin
rfe içã o au tên tic o de am or e al ~a i~
qu e a do estçi:do .religioso O me io ma is. efi caz
de
. fon te de tod a a pe rfe içã no s urn r a
E assim, t0~ 0 o clero, tan o : un um vel'le, un um ·noll
to sec ula r co mo reg ula r,
sem 4.º .A oração, co nsi de rad e;
jam ais te.' inv eja um do a no sen tid o ma is lato,, c~m
ou tro , se est im ará e sus ad ora ção e pe tiç ão , me nta o
mú tua me nte , já qu e nã o ten tar á l ou vo cal , pri va da ou pu
tem ma is qu e · um só e ascensio me nti s ad De um bli ca ,
fim : glo,rificar a De us , me sm o
ga nh an do -lh e o . ma ior ; po r ela un im os a De us
nú me ro as no ssa s fac uld ad es int tod as
ern as , me mó ria e im ag ina
1 Act. XVI, 9. - 2 ]o. XV ção , en-
II 1 19. ·
t ';
l Hebr. X, 24.
16
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1..,AP llUJ.,U .. MEIO S GERA IS DE :PERF EIÇÃ O
243
tend ünen to, · vont ade, e até os nossos acto cilarn1.os, estud emo s : 1. 0 a natu reza dess e
s exte rnos , em des e;o; 2.º a
quan to expr imem o noss o espír ito de oraç ão. sua nece ssida de e eficá cia; 3. 0 as suas qual
idad es-; 4.º
11. Os meios exte rnos pode m tamb ém redu zir-s e a os .meio s de o alim enfo r.
quat ro princ ipais :
1. 0 A direc çãq : assim com o Deus insti l. N (lhtre za deste desej o.
tuiu uma
auto rida de visível, · para gove rnar exte rnam 410. 1. 0 O desejo, em geral, é um mov imen
ente a sua to da
Igreja, assim quis tamb ém que as alma s no alma para o bem ause nte; difer e, pois, da
foro inter no alegria, que é
fossem cc,n dufid as pôr um g1.ha espir itual expe a salis f açúo de poss uir o bem presente. · De duas
rime ntad o, espécies
qQe lhes poss a faze r evitar, escolhos, . activ é esse dese jo : o desejo sens ível, ou o impu
ar e dirigir os. lso apai xóna -
esfor ços,; . . , . . do pai:a- o bem sens ível ause nte ; o dese jo racto
·"· ,2.º ·um regula,;_e~ito de v'/da, que, apro vado pelo ·< · tim acto da vont ade
.naf, que é
que tend e com ·ardo r pan1 . urrt 'bem
director, prol ongu e a sua acçã o nas alma s · espir itual . ,. . . , Por veze s este dese jo reag e
; 1 sobr e a sensibi~
· 3.º · Af confér&ncias, exor taçõ es óu leitu ; · hdad e e dess e mod o se . mist ura com o
s,e ntim ento . Na
ras espiri-
tuais que; bem esco lhida s, nos põem em cont orde m sobr enat ur~l , os r{~ss~s bons desejos
acto com a são influ en-
dout rina e exem plos dos Sant os e nos arras ciad os · pela graç a · divin a, co~o acim a disse
tam em seu mos . ·
segu imen to ; 411. 2. 0 Pode~se, pois, defin ir o dese jo d~ ·perf~i-
4.º A sant ifica ção das relaç ões sociais de ção : um ado de vori;tade que, sob a influ ênci
a da· graça;
pare ntes -
co, amiz ade ou 1:egócios, que nos perm ite aspira sem cessar ao progresso espiritual. Este
orien tar para acto é por
Deu s não som ente os nossos exercícios de '., ,/eze s ac·o mpa nhad ó de emo ções ; de pied
pied ade, mas osos serit imen :
toda s as acçõ es e sobr etud o os nossos deve ;'i .-j fos , ·q,{1.e inten sific am

. l res de estad o. ' o .desejo· 1 ; mas este elem ento não


.---' e'necessário. .
Dese jo da perfeição. : '· 412. . 3. 0 Est~ desefo nas.ce' ' da acçã
,I. Mei os ;ConheciJne~tc;> · de Peu s e de nós mesmos. o com bina da
da graça e da vont ade. D~ toda a etern idad
internos. Conformidade com a vontade divina~ e nos amá
Deu s, e por iss~ mesm o· dese ja unir- se a nós
Oração. : Et i.n cari;
J. tate pcrpe.t~ia dilex i te ; ideo attra xi te; 1nis 2
• •
eran t • Co~

fl. ·
.Meios ·1'Reg
Dire·cção. . .·
amo r infat igáv el nos busc a, nos segu e por
éom o se não · pude sse ser feliz sem -nós. Por
toda a parte ,
ulamento de vida. · outro lado .
externos. · ' · Leit~r_a·s ~ conferência__s espir!t~ai quan do a n'àssa alma , ilum inad a pela fé,
refle cte sobr e
. S~nt1ftcaçao das relaçoes soc1a1s. ·
s. ;i mes wa. sent e um vácu o imen so que nada
pode · eri~
chér , nadu , ~xce pto o infin ito, o próprio Deu
s: "Fe.cisti
ART. L · Dos MEios · áos , ad te Deu s, et inqu ietum c>st cor nostr
INTE RNOS DE PERFEIÇÃO u.m done c re-:
qu.iescnt ir. te" 3 . E é por isso que ela susp
ira por Deu s,
§,. ,t . , O· des ejo da pei·f~ição 1
.
pelo amo!,' di~•ino, pela perfe fção , como o vead
o sequio'So
pelo man anci al de água · viva : "Qu ema clmo
409. · O '~rim'.ei~o -pass o :par~ ~ perfe ição é de~~ dum desid e-
já-la
since rá, ardo ros·a e 'com t~nte men te. Para disso , . ,1 É o que ·nol,a S. TOMAS, 1, · n.,
.
nos capa - sapientire vel alioru m spirit ualiu m bonorq. 30 1 a. 1. ad 1 : e Appe titus
.
! S, .f~R- DE $ALE~i Am. de, ..()ieu, L. XII, e.' 2-3; ÁLVM
' . .
nomi natur ••. propt er intensionem appet itusum, interd um concupisaentia
.:e.tundantia in appet itum inferi super iorls pártis , ex quó• fit
De i•tta spmt . t. I, L. V ; ~ooRIGu.~, Exerc!cios EZ oE PAz,
LE o~~D! ER, De perfe~t. vit~e spmtu alês, P de perfeição, P. I. Tr. I; titus suo modo teoda t in spiritorem, ut simul etlam ipse inferf or
uale bonum consequens appet itum appe-
. II, sept. 1.a; J. ÁRINTERO riorem ... sicut dicitu r: Cor meum supe-
Du destr de la perfectzott Vte spirituelle, févr
1 . 1920 p,' ;?,96,
1 . · ' vivum >. - 2 jer. XXXI, 3. - s S. et caro mea exulta verun t in Deum
AuousT., Confess., L. I, n. 1.

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MEIO S GER AIS DE PERF EIÇÃ O
rat cervus ad /ontes aqu an.. m, ita desi 245
derat anim a mea den tes d€sejos da vind a do rein ado
a d te Deus " l . . . ".)i
" [ ivit in
te anim a mea "2. E , como na de Jesu s às alm as,
terra este desejo não é jam ais saci ado , dura nte o tem po do Adv ento ; do seu
porq ue sem pre nos cres cim ento nos
rest a que ava nça r para a uniã o divi na, corações, nó tem po do Nat al e da Epi
daq üi resu lta que , fani a ; dos exercí-
se não lhe pomos obst ácul os, cres cerá cios da pen itên cia, em qua nto nos prep
sem pre sem cessar. aram para as gra-
ças da Ressurreição, no perí odo da Sep
41'.'i. 4.º Infe lizm ente , mui tos são tuagéslima à Pás-
os obst ácul os que coa ; da tmiã o íntim a com Deu s, no
tend em a afogá-lo, ou ao men os a tempo- pas cal; dos
diminuí-lo : é a trí- dons do Espírito San to, a partir do Pen
plice. con cup iscê ncia , que já diiscreve tec~ sles . Ass im,
mos (n. 0 193 ); é o no decorrer de todo o ano litúrgico, a
horror das difi culd ades que tem os de Igreja não faz s.e-
venc er, dos esforços não esti mul ar o nosso desejo de prog
que é imp resc indí vel reno var, para corr resso espiritual, já
espo nde r à graço. sob urna jfi. sob outr a forma.
e progredir. é nece ssár io, pois, converic ·
er-se bem da sua , . 416 . C) · A expe~Wncia, que
nece ssid ade, e .tomar os mei os de o se adq uire , le;d o a
desp erta r. ~ida dos San tos ou dirigindo as· consciên
cias, mostra-nos
II. Sua nece ssida de e eficá cia. que , sem o desejo da perf eiçã o frequent
1 eme11te reno vado ,
1
414 . não ava nça m as alm as nos cam inho s'
1. 0 Nec essi dad e. O dese jo é o espirituais. É: exac-
l passo para a perf eiçã o, a con diçã o sine
primeiro
qua non para a
tam ente o que nos diz San ta Tere sa 1
mos os not-sos desejos ; isto ·é de sum a
: "Nã o restrinja-
alca nçar . O cam inho da perf eiçã o é imp ortâ ncia . Cre a-
árdu o .e sup õe es- mos firm eme nte que , med iant e o auxí
forços enérgicos e con stan tes, pois que lio divino e ·os
, com o já dissemos, n oss'Os esforços, pod erem os tam bém nós,
não se pod e prog redi r no amo r de Deu com o and ar do
s sem sacrifícios tem po, adq uiri r o que tant os sant os, ajud
serri. luta r con tra a trípl ice con cup iscê ado s por Det is,
ncia e a lei do me- . che gara m a alca nçar . · Se eles nun
nor esforço. Ora , ning uém entra- num ca hou vess em conce-
cam inho difícil, es- ' hido sem elha ntes desejos e se pou co
carp ado , se não tem desejo arde nte de a pou co não tives-
cheg ar
e, aind a ·quando algu ém nele entr asse , bem ao termo ; sem cheg udo a · executá-los, nun ca
teria m subidb'· tão
depr~ssa o alto ... Ah I qua nto imp orta na vida
aba ndo nari a, se não fosse sust enta do espi ritua l animar-se
no.9 s~us esforços às gran des coisas I" A mes ma San ta
pelo ardo r com que a alm a aspi ra à é um exem plo bem
perf eiçã o. frisa nte dest a verd ade : enq uan to se
' · A) E ass.im é que nos Livros San tos tudo rom per todo s os laços que reta rdav am
não dete rmin ou a
se · dirige o seu voo para os
a exci tar em nós esse desejo, Nos Eva
nge lhos , com o nas cimos da perf eiçã o, and ou-s e arrastando-
Epís tola s, são ince ssan tes as exo rtaç õei pen osam ente na·
à perf eiçã o. Já o med iocr idad e ; desd e o dia em que ~eso
mostrámor., ao fala r da obri gaçã o de lveu dar-se intei-
tend er a ela; os ram ente a Deu s, fez maravilhosos prog
text os, que esta bele cem esta nece ssid ressos.
ade, têm por fim 417. A prática da direcção conf irma a
estim ular e, nosso desejo do progress dou trin a dos
o. Se nos dão por San tos. As alm as generosas, que têm
ideal a imit ação das perf eiçõ es divinas e por o desejo hum ild~
mod elo o e constante. de prog redi r·no s cam inho s
próp rio 'Jesus, se nos refe rem as suas espirituais, gostam
virt ude s, se nos es- e prat icam os meios de perf eiçã o que
tirp.ulam a· segui-lo, não é p~ra desp erta se lhes sugerem.
r em nós o desejo Qua ndo , pelo cont~ário, falta ou ·am
da perf eiçã o? ' orle ce este des·ejo,
perc ebe- se bem dep ress a que as mai
.415 . B) A Sagrada Liturgia não s inst ante s exorta~
proc ede de outr o ções não prod uze m gran de efeito. O
màd'ó. Ao repr odu zir, no decu rso do à.no, alim ento da alm a,
as dife rent es como o do corpo, não. apro veit a senã o
fases ·da vida de N . Sen hor, faz- nos aos que dele têm
expr imir os mais ar- fom e e sede : Deu s enc he dos seus ben
s os que dele s se
1 Ps. XLI, 1. - 2 Ps. LXII, 2.
1 Vie par elle-même, eh. XIIl, p. 164.

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'--n. r J. J. ULU V
.,
, : MEIOS GERAIS DÊ PER
FEIÇÃO 247
mo slra m fr.m into s, ma s não
os dis trib ui sen ão com par~ Qu nn to ma is ard ent es são ,
cim óni a aos que del es não pois, o~ nossos desejos, tan to
faz em cas o : "Es uri entes im- ma is abu nda nte s são as graças
pl euii bo,iis et cliPítes dimísit que rec ebe mo s: por qua nto
inanes " 1• .a fon te de águ a viv a é
É o c1 ue res sal ta igu alm ent e ine sgo táv el.
da eficácia do des ejo .
.; 4'l0. e) En fim o desejo
418. 2. 0 Efi các ia do des ejo , dilatando a nos sa alm á,
da per fei ção . Est e tor na- a ma is apt a par a as com
des ejo é' um a ver dad eir a for uni caç ões divinas. Do lad o
ça que nos faz ava nça r par de De Hs , l tal a enc hen te .
um a v.ida rn elhor. a de bon dad e e de gra ças que
a me did a que nos é con
ced ida é_ pro por cio nad a, em
a) .A psicologia mo stra , ef ecl iva · gra nde par te, à nos sa cap
me nte , que a ideia, aci •da de de rec ebe r. Qu ant
qua ndo é pro fun da, ten de ma is dila tnm os, pois, a nos sa o
a pro voc ar· o acto cor res pon alm a por me io de sinceros
den te. É. ü;to a,in da. ma is ver - ê ard ent es des.ejos, tan to ma
dad e, qua ndo o pensal'I\ento
e aco mp anh ado do desejo : por
qua nto o des ejo é já um
" ceb er a
is apt a se tom a ela par a re-
ple nit ude dtvin·a. : "Os mer,im •
e.d o de von tad e que põe em · aperui et atraxi
mo vim ent o as nos sas fac ul- $piriturn . .. Dil ata os tuu m
daq e,s exe cut iva s. As sim poi et imp leb o illud . .. " 1.
s, des eja r a per fei ção , é ten
~er a ela ; e ten der a ela é - ,, m. Qu<tliJaJ.es . que dev e Ler
um pri ncí pio de rea liza ção . ~
o des ejo d<t per /eiç ão.
De sej ar am ar a De us , é já • 1Ea.
am á-lo , poi s qt1e De us vê o n~
fun do dos nos sos cor açõ es e
mte nçõ es . . Do nd e est e dito
não me prc cur ari as, se não me
.tom a-n os em con ta tod as as
pro fun do de Pas cal : "Tu
tivesses enc ont rad o". Or a,
.1: . Par a pro duz ir estes felizes
perfei<;ão dev e ser sobrenatu
siv o e práti,co.
res ulta dos , o des ejo da
ral, predominante, progres-
·
g~s eja r é _pro cu; ar, e que m · 421. . 1. 0 De ve ser .sobrena,tw
pro cur a,' enc ont ra ; "O mn ís :al no ,seu ·motivo, como
eni m qui quaerit, inv eni t" 2 .
. .. . . . no se11 princípio.
;
·
-: · 41'9. ' b) Al ém disso,
na ord em sob ren atu ral . o de- ·a) ·· , No seu motivo, ·isto é,
· de; e-~-e apoia~ nas razões
sejo é urne. ora ção , um a asc ,que a fé rios for nec e, e que
ens ão da alm a par a De us, já exp use mo s : à nat ure za e
um a espéciE. de com unh ão -excelência -da· víd a cri stã
esp irit ual com De us, que ele e · da per teiç ão, •a glória de
va a no sn alm a par a De us - De us, a êdi fic açã o · do ·ptó xim
e O atr ai a nós. Or a, De us o, o bem da ri.oss-a alm a, etc~
com pra z-s e em ouv ir as nos . · h) Nà se.u pi'indpió, ri~ste senti dó
sas pre ces , sob ret udo qua ndo
ela s têm por fim a nos sa qu e. de~ e ser pro ~
ma is ard ent e da seu Co raç
san tifi caç ão, que é o des ejo -duz iJ.o sob a acç ão da gra ça,
luz· par a ccmpr~en'derrrios e saborearm ~ ún}Ga qué (lôS _pod e dar
ão : "ha ec est vol unt as De
sanctificatío ves tra " 3 • É por
isso que , no An tig o Tes ta-
i•
jorça neé~~sária par a proce.dei-i
bs ·'est~;. ;!í10Üv9s/ .e
me nto , DE.us nos est imu la nos · etn cortfc;rrrifct~d·ii com
a bus car , a p;r ete nde r .a sab as nos sas con vic çõe s. E. com
~or ia, isto é, a vir tud e, faz e- o. a gr'a~a sé ··õhté~ '. pela.
as ma is bel as pro me ssa s a ora ção , é ind isp ens áve l ped
que m esc uta a sua voz , e ir cem insistêi;icia qué' Dé us·
a out org a gen ero sam ent e aos aum eri tê ~m nós est e des ejo
que , ç1. des ejà m : "pr opl er ho da pe·rfbkãcf · '" . .·· .. :.
c optavi, et datus est mih i 4'l'l. 2.º De ve ser predomina
sen sus ; et in'f!ocavi, et ven it nte, por out ros term os,
in me spiritus sap ien tia e" 4 ; ma is int ecs o que qua lqu er
E no .Ev ang elh o con vid a-n os out ro desejo.' Já que à p erte
o Sen hor a apa gar nel e a çiio · é efe ctiv am ent e o teso i-
sed é esp irit ual : "S i quis siti iro esc ond ido , a p érola, pre.
t, ven iat ad me et btb at" 5•. cio sa c:i.ue é nec ess ário com pra :.
. 1 Ú. I, 53·, .:.:__ 2 Mt. VII, r a tod o o pre ço, e a cad a
8. ,_s / Tkess. IV, 3. ·~ 4. gra u de ptr fei ção cris tã cor
7·; cf. Prov. I, ~0-'23, - 5 Sap: VÚ, res pon de um gra u de glória,
12, 8:· 6), o d~seJo torn a.ª Jo. VII, _37, _Como nota Santo Tomás (I1 q. Je visão bea tífi ca e de am or,
o ob1ecto dese1ado : < des a!m a mai s disp osta , mai s apta
para rece bei é mis ter .de sej á-la _e pro cu-
et paratum ad susceptione,den um quodammodo facit desi
m des ider ati •· derantem aptum
-, 1 Ps. CXVIII, 131 i LXXX, 11.

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MJ::lüS GERAIS DE PERFEI ÇÃO • ,249
rá-la mais que tudo·: "quaer ite ergo primurn regnum Det
cessiv amerit e ansios o ou febril, e sobret udo nada com lai-
et justitia m ejus" 1• vos de prernn ção ; os esforços violen tos não duram , e os
41'5. 3.° Const ante e progressivo : sendo, corno é, a presunços0~ depres sa desani mam, depois dos primeiros re-
perfei ção obra de grande Jô[ego, que exige persev erança veses. O úue nos faz avança r, é um desejo calmo , reflec-
e progre sso, é necess ário renovar consta nte~e nte o desejo iido, basead o em convicções, apoiad o na omnip otênci a
de ir de bem em melho r. É por isso que N. S. Jesus da graça, e muitas vezes renova do.
Cristo nos diz que não olhem os para trás, para vermo s o 424. 4. 0 E então se torna esse desejo per/eito e
camin ho jf, percor rido e nos determ os com compl acênci a eficaz, pc1qu e visa não um ideal imposs ível de realizar,
a admir ar os esforços já realiza dos : "Nem o mitten s ma- senão os meios que estão ao nosso alcanc e. Há almas
num ad arLitrum et respicíens retro, aptus esJ regno De(' 2 • que têm um magní fico i1E:aL mas puram ente especu la-
Antes , é necess>ário, diz S. ffa'ulo, olhar para a frente, a tivo, almas qúe aspira m a altíssim a ~antid ade," mas des-
ver o camin ho que resta para percor rer e estend er as <mas curam os meios de a alcanç ar. Donde nasce um duplo
-energias, como o atleta que estend e os braços para diante perigo : pode alguém crer que é já perfeit o, porque tem
a fon de melho r aprend er a meta : "quae quidem retro sonhos de perfeiç ão, e envaid ecer-se disso ; ou pode pa-
srmt oblir;iscens, ad ea quae sunt priora extend o meipsu m, rar, e decair . Antes , . é preciso não esquec er o adágio :
ad destin atum prosequor braviu m supern ae vocationis" 3 • quem quer os fins , quer os meios ; e repetir -se cada qual
Mais tarde, · S. Agosti nho, insisti rá muito· nesta mesma a si mesmo que a fidelid ade às coisas peque nas é que
verda de: porqu anto, diz ele, parar é recua r; deter-s e assegu ra a fidelid ade às grande s, ,. qui /idelis est in mí-
para contem plar o carnin hü percor rido, é perder o ardor. nimo et .in majori Jidelis est" 1 , e que, por conseg úinte, é
Tende r sempr e a melho rar, ir sempr e avante . tal é a di- mister aplica r imedia tamen te o seu desejo de perfeiç ão
visa da perfei ção : "Noli in via remanere, noli deuiare ... à acção p resente , por mínim a que seja. Deseja r a perfei-
Sempe r adde, sempe r ambul a, sempe r pro/ic e" 4 . ção, e dilatar o esforço para o dia seguin te, querer santifi-
É mister , pois, contem plar não o bem que se fez, se- car-se nas grande s ocasiões e despre zar as peque nas, é
não o que .resta por fazer ; pôr os olhos, não em quem uma duplc. ilusão , que d~nota falta de sincer idade, ou
proced e. m<::n:os bem que nós, senão em quem proced e ao meno,, falta de psicologia. É indisp ensáve l, sem dú-
melho r, nos fervorosos, nos santos , e s·obret udo no Santo vida, um ideal elevado, mas não são menos necess árias
por excelê ncia, o própri o Jesus, nosso verdad eiro model o. realizações imedia tas e progressivas.
Então , quanto mais um avanç a, tanto mais longe se sente
do termo, precis ament e porqu e vê melho r quão elevad o IV. Meios para excitar este desejo de perfeiç ão.
é o fim 5 • · 425. 1.•º Como quer que o desejo da perfeiç ão se
Nada, porém , deve haver em nossos desejo s dç ex•- baseia em convic ções sobren aturais , é sobret udo pela. me"
dilaçã o e oração que se pode adquir ir e aumen tar esse
1 Mt. VI, 33, - 2 Lc. IX, 62. desejo . É mister , pois, antes de tudo, re}lectir sobre as
S Philip. III,. 14. - 4 S. AuousT., Sermo 169 n. 18.
5 É ? que tinha compreendido E. Ps1cHAR1, 1 Les Voix qui crient grande s verdad es que expuse mos nos capítu los preced en-
datts !e desert, quando, antes da sua conversão definitiv no deserto
da Mauritâ~ia,_ dizta elo Santo, tal como o concebia : eaAté à morte
tes, tais como nature za e excelê ncia dessa vida que o
c~nserva a_ ans1a da. perfeição, esse descontentamento de si mesmo própri o Deus nos vem comun icar, beleza e riquez as de
nao é senao o sentlm.e nto da sua real impotência. A medida que
acrisola nà sua vida moral, vê cavar-se mais · profund o o abismo que se uma alm.J. que cultiva. essa vida, delícia s que Deus lhe
sep9:.ra d<;> se? Deus. Q_uanto Il!-ais se apro.xima da perfeição, tantoque o
a ve fugir diante de s1. E assim, a sua vida é um mais reserv a no céu ; medita r a vida dos Santos que tanto
um pe-rpétuo movimento, uma gloriosa ascensão e borbulh ar perpétu o
do céu, que não deixa um momento de tréguas >, uma como escalad~
. 1 Lc. XVI, 10.

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250 CAPITULO V . MEIOS GERAIS. IDE PERFEIÇÃO 251
mais prog1ediram quant.o r1.1ais ardente e constante era o que se fazem ao princípio de cada ano e por ocasião das
desejo que tinham de se aproximarem. cada dia do ideal mdena9õe3 ·: é então que se formam, se renovam ou se
da perf eic;ão. Para que esta meditação seja mais proyeito- intensiticem generosos desejos de vida melhor. Importa.
sa, é mister ajuntar-lhe a oração, que, atraindo a graça, pois, aproveitar essas ocasiões, para corresponder ao cha-
faz penetrar estas convicções até o mais íntimo da alma. mamento de Deus e começar ou aperfeiçoar a . reforma
426. 2 º Há, porém, circunstéincias mais Javor_(zveis, ,de si· mesmo.
ém que A acçãó da graça se faz sentir mais vivamente. 4'28. e) As provações providenciais, físicas ou mo-
Um· director espiritual criterioso saberá aproveitá-las, para rais, como a doença,• os. Iu~os. de .famíl~a, as angústias da
-áxcitar em seus penitentes desejos de perfeição. alma,. os reveses da f<;>rtuna, são n~uitas vezes acompa-
nhadas .de graças infernas que nos estimulam a uma vida
a) . Asstm, desde o prillleiro de~pertar da•·razão, so-
hcita Dem a criancinha a consagrar-se-lhe toda ; quanto
z:nais perfeita: Des~pegam-no-s do que não é D~us, _p uri-
f.icam a alma pelo sofrimento, fazein-nos desejar o céu e
importa ciue pais e confessores se aproveitem desses to-
e perfeição que é o caminho para lá. contanto que a al-
que's' da graça, para estimularem o voo desses coraçõesi-
ma tire proveito· dessas provas, para se v~ltar para Deus.
nhos para Deus I O mesmo sucede no dia da primeira
comunhãc. prh,ad~. ou solene, no- momento em que se .429. çl) Há momentos enfim. em que o Espírito _San-
desenha ó. vocação, em que se faz a eleição dum estado . te p_rod~z na_s :almas movimentos internos que as incli-
d~ vida, quando se entra num colégio, seminário ou no- !_tam para uma vida mais perfeita : ilumina-as ~obre ·à
vici_ado, ou então, quando se recebe o· sacramento· do vaidad<:! das coisas huma_nas, sobre à feliciqade de se dar
rµatrimónio.: · Em todas estas circunstâncias concede o e·
ma.is completamente a Deus,. solicita-as a fa.zere~ ·es·-
Senhor graças especiais, e é de soberana importânci~ cor- {orços rné;lis ené;gicos. É ~eces~ário: · evidenieme~te, ~P~Q=
responder-lhes generosan~ente. . · veitar estas graças interiores, para avançar na virtude, · · ·
. 4'.;0. 3 ° Há enfti;n e~erci~io,s espiritu,ais que de sua
427. h) Vem depois o tempo dos retiros espirituais.
natureza tendem a estimular-nos o· desejo da perfeição ;
O recolhimento prolongado que eles demandam. as ins- tais, por exemplo : ; · . . ,: \ . · · .
truções que se ouvem, as leituras que se fazem, acompa-
nhadas de exames d,e cons'Ciência e de orações, e sobretu~ a) O exame particular, que nos obriga a entrar ca-
do as graças mais abundantes · que nesses dias se recebem. da dia em nós mesmos ·sobré u~ ponto especial, não sà-
contribue~n para nos fortificar as convicções, f azem-i1os mente par" consignarmos as nossas per-das ou progressos,
conhece:.W túelhor o estado ·da rtos·sa consciência e detes- mas ainda e sobretudo para renovarmos · a vontade ·dê·
tar mais cordealmente os próprios pecados e as suas cau- a v_ançri.r m,
prática desta ou daquela ~irtude ( n. 0 468).
sas, sug~rem resoluções mais práticas e generosas, e avi- b) !\. .
confissão bem f eúci, no intuit~ dé nos corri-
''ain em nós um ardor novo para a perfeição. É por isso girmos dede ou daquele defeito ( n. º 262).
1 que, há al~uns anos para cá, o uso mais frequente dos e)· O retiro mensal e os exercícios anuais, . que pe-
.,1
exercícios fechados 1 tem servido para formar, tanto no
'
riodicamente nos vêm retemperar no desejo de ir de bem
dero com0 entre ,os leigos, homens de escol que não têm Gm melhor. · ·
mais que ·uma ambição, a de progvedir na vida espiritual. CONCLUSÃO
Os dir~ctores de Seminários sabem também que efeitos
i:naraYilhosos produzem na · juventude clerical os retiros . '451. Utiliza~do estes vários meios, cóns·ervamos a
;ontade constantemente ' ou ao menos hàbfü.ialmente'
1 A. B01ssEL 1 Retraites fermées, pratique et théorie. óriéntadã· para o progresso espidtüal. Então;• sústent~d~{

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. .,
MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO
pela graça de Deu s, mais fàci lme nte
triu nfam os dos
obst ácul os ; hav erá, sem dúv ida, por veze imp orta con hece r de Deu s, para o ama
s desf alec ime n- rmos-; 2.º ·como
tos ; mas, estim ulad os pelo desejo do cheg arem os a esse con heci men to afec
progresso, retoma- tuoso.
remos cora josa men te a mar cha para
a frente, e as der- r.
0
Ü
rota s parciais·, exer cita ndo -nos na hum QUE NOS IMPO RTA CON HEC ER
DE DEUS
ilda de, não servem
senã o para nos apro xim arem de Deu s. 'É-nos preciso con hece r de Deu s tudo
qua nto no-lo
pod e faze r adm irar e amai· ; por consegui
nte, a siua ex.is-'
§· II. Do con hec íme nto de De us tênc ia, notu reza , atrib utos , obras, mas
sobr etud o a sua
vida ín1ima e as suas relações connosco
e de nós me sm os . Nad a ·do que
toca à divi nda de é estr anh o à dev oção
: as verd ades m~is
• absti.'acta?, essas mesmas têm um lado
432: Com o . â. perf eiçã à consiste na um; afectívo que àjud a
~ da alm a sing ular men te a pied ade . Mostremo-lo
<'Om Deu s, é evid ente qÚe, para. a alca com alguns exem-
nçar , é necessário plos, tirad os da filosofia e da teologia.
ante s de tudo con hece r os dois termos
da uniã o, Deu s e 4:54. A) Verdades filo sófi cas. a)
a alm a : o con heci men to de Deu s leva i\s provas
r-nos-á .directamen- met afís icas da existência de Deu s pare
te · ~o .amo r : nov erim te, ut ame m te cem abst ract as ; e
l o con heci men to con tudo são min a de preciosas reflexões
de. nós mesmos, f azendo·-nos· apre ciar que leva m ao
o que Deu s colo- amo r divino. Deu s, primeiro motor imó
cou de I:-l1m erri nós, excitar-nos-á ao vel. acto puro é a
recónheqirriento, e font e' de todo o mov ime nto ; logo não
a vista das nossas misérias e defeitos, me posso mover
fazendo~nos con- senã o por Ele e n'El e; Ele, pois, é que
cebe r um just o desprezo de nós me~ deve ser o primei-
mos, prod uzir á dF ro princípio de toda s as nossá:s acções
rect ame nte a hum ilda de, noverim me, ; e, se Ele é o pri-
ut desp {dá m mé; meiro princípio delas, dev e ser tam bém
e, -por via de con sequ ênci a, o amo r divf o seu últim o fim :
no,' pois que é no Ego sum. principium et /inis. Deu s é a
vác uo de nós mes mos que se opera· a causa primeira de
uniã o corri · Deu s. todo s os seres, de tudo qua nto há de
bom em nós, das
l. Do conh ecim ento de Deus nossas facu ldad es, dos nossos acto s:
1. a Ele, pois, e só a
Ele toda a hon ra e glória T Deu s é
o ser necessário, o
43~. Par a ama r a Deu s, é necessário 1
umc o nece ssan o, "un um necessarium
ante s de tudo "; ·por conseguinte,
conhecê-lo : nil volitum, quén praecogn o únic o bem que devemos pwc urar
itum. As.sim pois. : tudo o mais não
qua nto mais nos aplicarmos a estu dar pass a de éon ting ente , acessório, transitór
as suas p~rfeições, io, e não pod e
tant o mais se ahra sarâ o nosso coração ~er útil 'senão em qua nto nos con duz
em arn.or para com a este únic o neces-
Ele, pois que n'El e tudo é amá vel : Ele sário. Deu s é a in/in ita per/eição, e as
é a plen itud e do criaturas não são
ser, plen itud e de bele za, bon dad e e amo mai s que um páli do reflexo da sua bele
r: Deu s éaritas za ; é Ele, pois,
esl. Isto é evid~nte. Res ta, pois, dete rmin o. ideal, para ond e se dev e tend er : "Es
ar 1. 0 o que nos tote per/ecti sicu t
1 BossuEr, De la cottnaissance de Dieu
et Pater vestér caelestis per/ectus est'' 1
; não devemos,
tlons sur tes nzysteres ,· Médi tatio et de soi-même ; Eléva- por con segu inte , pôr limites algu ns
ns sur l' Evan gile; L. BA!L, Tlzéo
affec tive; LEssrus, De perfe ctiot übus logie
à nossa perf eiçã o :
moribusque divin is, tradu ção em "Eu qne sou infinito, dizia Deu s a
franc ês com este títul o: Les perfection
s divin
San ta ·cat arin a de
Oran deur s de Dieu ; CoNTENSON, Theo es; P. D'A ÜENTAN, Les Sen a, and o à proc ura de obras infinitas,
Crea tor and Creature ,· Bethlehem logia ment is ét cordls ,· F ABER, isto é, dum sen-
das em francês por M. PE VALLETTE, etc.;,· The Prec ious blood , obra s tradu zi- time nto infinito de amo r" 2•
Piet é; SAUVE1 Dieu intime, Jesus BAUDENoM, Les Sour ces.d e la
intim e, L'ho mme intim e, etc,; P.
DREAU1 O. P., Les diviltes paro les;
révéle, eh. VIII-XI ; P. R. ÜARRIGou-L M. o'HERBIGNY 1 La TheologieSAu- áu
1 .Mt. V, 48. Palav ras que come nta
assim o IV Concílio de L~-'
A.GRA .MGE Dieu , son existettce, sa irão : « Esto te perfe cti perfe ction
natu re, 1920. 1
perfe ctus est perfe ction e natu rae •·e (Dert
grati ae 1 sicut Pater veste r caelest1s
2 Dia/og., I, p. 40 1 trad. Hurt aud. zirzger, 432).

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254 .,·,,•/\'><º l'Il'ULU · V
1' - .~ .... MEIOS GERAI~ DE PERFEIÇÃO
255
455. b) Se daqui passamos à natureza divina, Q
ção dos d;vinos atributos ; admirando e adorando ·as per~
pouco, que dela conhecemo s, desapega-n os das. criaturas
feições d-~ Deus, atraem alguma coisa dessas grandezas
e de nós mesmos, para nos elevar até Deus. Ele é a ple- n sua alma. . .
nitude do ser: ''Ego swn qui sum"; logo o meu ser não é
mais que um ser de empréstimo , incapaz de subsistir por 457. B) Mas sobretudo se comprazem na contem~
si mesmo, e déve 'reconhecer a sua absoluta dependênc ia plação das verdades reveladas, que se reduzem todas à
do Ser divi~o; É o que Deus queria inculcar a Santa !1 istórêa da vida divina : a sua fonte na SS.rna Trindade ;
Catai'ina dé Sena, quando lhe d izia 1 : "Sabes, minha as suas primeiras comunicaç ões pela criação e santifica-
filha . o o·ue- és tu, o que sou eu ? . . . T ll és aquela que ção do bomem; a sua restauração pela l~carnação ; a sua
não éi ~ 'Ed sou ,Aquele que é I" Que lição de humil- difusão actup,l pela Igreja e pelos Sacrament os ; a sua
J~de ·e amcid. · ' , •· · · · consumaçã o.final na glória. Cada um destes: mistérios as
arrebata e inflama em amor para· com Deus, para com
4';6. -~),, O mesmo se diga dos atributos di.vinos:
Jesus, para com as almas, para com todas as · coisas di-
não há um só deles que, bem medita~o, não sirva para vinas.
estí~~la·r. ;u i°Ç;o"~;Sq ~m.or sob esta ou aquela forma : a sim-
pl(cidad~·- divina excita-nos· a praticar aquela simplicidad e 458. a) /\ yida divina na sua /on-te é a SS. ma Trin-
<,>p_ pµreza . de,: i~tenção que nos faz tender directamen ~e dade : Drns, que é a plenitude do ser e da caridade,
para D~u_.,;,. se~ reflexão alguma desordenad a sobre nos contempla- se desde toda a eternidade ; contempla~ do-se,.
mesmps . ;. fl-,Sua imenstda_c/,e, que nos envolve e penetra,_ produz o seu Verbo, e este Verbo é . seu Filho, distinto
é o ft~ndament o; do exe,rcíciq da presença de Deus, tão dele e ccnludo perfeitame nte a Ele igual, . a su~ imagem
caro e proveitoso às almas piedosas : a .s.ua eternidade- viva e substancial . Ele ama a este Filho .e é por Ele-
desapegíi-n~s . de .tudo qua,nto passa, ~ec?,rdando-nos que amado; deste amor mútuo procede o Espírito Santo, dis-
tudo quanto, não é eterno 11~()-.é nada : quod aeternum e
tinto do Padre do Filho, e perfeitam.e nte igual a um e.
rwn est nthil est"; a sua imutabilida de ajt,1da-nos a pra- ao outro. E é esta a vida de que nós participamos_ T
ticar, n~ m,eio, das vici~situd~s hµman.as, aquela sereni-
· 459. h) Por ser jnfirritamen te bom, quer Deus co 0
dade tão n~~ess.áriã. .à, llPião íntima e dur,:i doira ; a sua municar-sc a outros seres : fá-lo pela criação e sobretudo
i~finita actividàde ~stímu~a a n;ssa, impedindo- nos de pela .. sanii/i:cação. Pela criação somos servos de Deus, o
cair na iné~cia ou numa espécie de quietismo perigoso ; a
que é já para nós uma grande honra. E na verdade, que
~~a ;mn.ipotên,cia, ,posta,, ao serviço da sua infin ita sabe- Deus· tenha pensado em mim desde toda a eternidade,
doria e da sua. misericordiosa bondade, inspira-nos uma
que me tenha escolhido entre milhões e milhões de pos-
confian~a filiaL que nqs facilita singul~rme nte a oração sÍveis, para me dar a existência, a vida, a inteligência ,
e. a .santa~conformida de ; a .sqp. santidade faz-nos odiar o
que motivo de admiração, reconhecim ento e amor I Mas
p~cado ·,~ a~ar ·aquela pure:~~ de coração que {eva à
que E[e me tenha chamado a participar da sua vida. di-
união íntima corµ Deus : ., Beati mundo carde, quoniam
vina, que me tenha adoptado por filho, que me destine
iP.·;i Deu~ rúdebunt'': a sua in/alí-c1el verdade é o funda-
à visão inluitiva • da sua essência e a um amor sem res-
m ento m&i~- sólido da nossa fé ; a· sua beleza, a sua bon-
trição, não é isto o apogeu da caridade 7 E não é tam-
dade, ~ seu ~mor arrebatam o nosso coração e suscitam
bém um poderoso motivo de O amar sem reserva 7
nele anseios de amor e de reconhecim ento. E assim, as
almas santas deliciam-se em se perderem na contempla- 440. e) Havíamos perdido, pelo pecado do nosso
primeiro pai, os direitos à vida divina e éramos incapa ·
l Vie par RAIMONDÉ DE .C>tPOUE 1 trad. Cartier, t, I, p. 71. zes de os recuperar por nós mesmos. Mas eis que,~o Filho

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..-- .;. - '-'r1.C .LLUL V .. V
MEIO S GERAIS DE ·PERFEIÇÃO
25.7
ele Deu s, vend o a nossa miséria, faz-se hom em como
nós, z.º
torna -se de~se modo cabe ça dum corpo místico, MEIO S PARA ADQU IRIR ESTE CONH
ECIM ENTO
cujos
mem bros somos nós, expi a os nossos peca DE. DEUS
dos pela sua
dolorosa Paix ão e mort e de Cruz . reconcili
a-nos com . 441. Para alca nçar este conh ecim ento afec
Deu s G faz circular de novo em nossas alma tuos o -de:
s urna parti- Deu s, trf:3 meios principais se nos apre sent am
cipa ção dess~' vida que Ele haur iu no seio : 1.º o es-i
dó Padr e. Há tiido piedc:so · da filosofia e da teologi~ ; 2. 0
. nada rhaii; p~óprio ·para nos faze r ama r o a meditação'
Verb o Inca rna- ou a oruçâo; 3.0 o hábi to de ver a Deu s
do, pura nos unir: estre itam ente com Ele, e em toda s as :
por Ele, com coisas.
o Padr e 7 ' ·
44.:L d)· Pa{·~ facil itar esta uma o , fica Jes~ A) O estu do piedoso da teologia. Pod e,~se ·esfu
s entre d~r:
nós : fica pela sua lgreju; que nos· trans mite a , fil~sefia e a teologia de duas· man eiras : cdm
·e expl ica 11 - o espírito
sua dout rina. Fica pelo s ·s eus Sacramentos, sàinente, como se estu da qual quér outr a ci'êri
cana is miste- cia, ou. corri
ri~~os da graça, que nos com unic am a vida 0 espírito e ·o coração ao mesmo temp o. É
divin a. Fica esta. últim a
sobr etud o pela S. Eucaristia, em que perp etua man eira que gera a pied ade. Qua ndo Santo
a um tem- Tom ás se en~1
a
po sua pres ença , a sua acçã o b enfa zeja
e ó seu sacri-
golfa va no estu do prof undo da:s· grandes ques
tões filosó~-
fício : o seu sacrifício pela San ta Missa, onde . ficas e teológicas , f'azia~o, não como um sábio
reno va de da Grécia'.·
mod o misterioso a sua imol ação ; a sua acçã mas como um discípulo, um túriigo de· Crisf
o benf azeja o ;' é assim
pela Com unhã o, aond e vem, com todos os , que, segu ndo a· sua expre~são, a teologia
tesoiros da trata das cois a\
graç a, aper feiço ar a noss a alma e com unic div inas e dos acto s hum anos , ,em quan to· nos
ar-lh e as •mas cond uzem .
virtudes· ; a sua presença permànente, ence : ao conh ecim ento· perfeito de Deli s, e, por·
rrand o-se vo- cons egui ritk
lunt àriam ente como prisioneiro, dia e noite ao amo r : "de quibus agit secu11dum ·quo d
, no sacrário, p~r eof árdt: ·
onde O pode mos - visitar, conv ersar com . natu r hom o ad perfe ctatn · Dei ·cog1:1:itionem;
Ele, glorificar in qua aete~~~
com Ele ·e ador ável Trin dade , en.co ntrar nele na beat itud a consistit'' 1• E é pór isso que a
a cura das sua. pred ade ·
nossas ferid as espirituais e a cons olaç ão das .. t~ltrapassava aind a a sua ciê~'cia. ~ ·º mE:s
noss.as tris- mo se . di~a ~~~
teza s e desa lento s : "Venite ad m~ omn es S. Boav entu ra e dos grandes teologos. É
qui laboratis certo que a
et onerati estis, et ego re/ic iam vos" 1 maio r parl e delés não nos lega ram pied osas
. refle xões '.~~?
442. .e) E tudo isto- não é mais que o prelú bre os aren des mistérios: da nossa· fé, que
dio sé limitam 'a'
dess a vidt1 cons uma da em Deu s, de que goza ej(_por / prov ar ; mas é do próprio cora ção
remos por dess as' verd~,; '.
toda a ekrn idad e ; vê-lo-emos face a face, des que brot a a pied ade ; · e quem quer que
tal como Ele estu da . ~ô~.
se vê a si mesmo, e amá -h-e mos com amo r espírito de /é não pode deixar de adm irar e ama
perf eito; nele r Aqu ele
vere mos E;}• ama remo s tudo quan to há de gran _.c uja gran deza e -bondade·_a Te-ologia· nos ·revé
de e nobre. la. Isl~ é_
Saíd os de Deu s pela criação, volt.amos . a Ele verd ade sobr etud o daqu eles que ·sabem : utiliz
pela glori- ar' ·os dons '
ficaç ão, 0, . _glorificando-o , enco ntram os ·a felic de ciência e ente ndim ento : o ·primeiro fa?~f
idad e per- ios subi r. da~ .
feita . criahira~ a . Deu s, descobrindo-nos ,a:s suas
relàç ões .c,om
O dol7rna é, pois, fonte e alim ento da verd a- divin dade ; d segu ndo faz-nos pene trar
adei ra de- n<;> âmag o das '
voçã o ; resta -nos dizer como o deve mos utiliz verd ades rE'veladas; :para compre~nderrr1:os as
ar sob este suas· .mara:.:·
aspe cto. vilhosas ·harm onia s. · ·· ·· · .
Com o auxílio destas luzes, o teólogo pied oso
sabe rá ·
e~evar-se das verd ades mais -~speculativas
aos, acto s, de ·
1 M(, ' XI; 28.
1 Sum: theol., I, .q. l., a. 4.
17
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1...,.M;t'.Ll ULW V
I' MEIOS GERAIS IDE PERFEI ÇÃO
1
B59.
c1doração, admira ção, reconh ecime nto e amor, que espon-
A lembra nça freque nte e af ectuos a de Deus durant e
tâneam ente brotam do estudo dos dogma s cristãos. Estes
o dia prolon ga e compl eta os abenç oados efeitos da ora,.
aclos, longe. de paraliz arem \ sua activid ade intelec tual,
ção : .pensan do em Deus, mais Ü amamo s, e o amor acri-,
uão farão senão acrisolá-la e dar-lh e 'novos estímulos. sola o conhec imento .
Estuda -se melhor, com mais activid ade ,e constâ ncia, o
que se ama ; descob rem-se ali profun dezas que a inteli- ~44.li. C) Então mais facilm ente contra i a alma
gência por si só, não penetr aria ; deduz em-se conseq uên- hábito de se elevar das criatur as ao Criado r, e de ver a0
cias que amplia m o campo da teologia, alimen tando a Deus em todas as suas obras : coisas, pessoas, aconteci-
mentos.
piedad e.
. 444. B) Ao estudo , porém , é mister acresc entar a ..
O fundam ento deste exercício é o exemplarismo dia
• vin~, ensi~a do por Platão , ~P.erfeiçoado por S. Ago&t
mediiàção. Nã_ó se medit:am suficie11temenfe os dogma s inho
e Santo 1 omás, posto em plena luz pela Escmla de S.
c~istãos 01.1 . ao menos não se medita m muitas vezes se-
Víctor , e renova do pela Escola de espirit ualida de fran-
não peÍos seus lados ,acessórios. Não se deve recear to-
cesa do século XVlI 1. Todos os seres existiram no pen-
. má~lÕs directamente, e na sua natqre za íntima , como
samen to de Deus, antes de serem -criado s : Ele os conce-
óSsunto princip al das nossas medita ções 1 . Então . à luz
beu na sua intelig ência, antes de os produz ir ad extra,
da fé, sob a acção do E&pírito Santo, é. que a alma se
queren do que fossem todos, em diversos .. graus., reflexos
r~mon ta à alturas e penetr a profun dezas que a inteligên-
das• suas divinas perfeições. Se contem plarmo s, pois, as,
cia por si só ~ão lograria perceb er. A prova disto encon- ,
coisas criada s não somen te com os olhos do corpo, senão
tramo- la nos escritos de almas simpJes., elevad as à con-
com os da alma, e com o auxílio das luzes da fé,;ver.emos:
templa ção;, que nos deixar am sobre Deus, Jesus Cristo ,
a sua doutri na, _os. s~us sac;rarrientos, exposições que riva- . a) ' · que todas as criaturas, confarme o s•~u · grau de
lizam . coIIl as dos melho res teólogos. E, afinal. . não foi o · perfei ção, são vestígio, ou image m, ou semelh ança de
pf,ó~rio: Scmfo Tomá s· que clisse que aprend era .mais na Deus ; ·que todas nos dizem que têm a Deus por autor e
escola do. seu Crucif ixo que nos livros dos Douto res 7 A nos convid am a louvá-lo , já que todo o ser qüe há nelas.;
r~zã~ ·,q.iss'ó. é que; no silêncio e repoiso da oração , fala toda a sua beleza e bonda de não é mais que uma parti-
·1

Oell,~, mais facilm ente à alma, e a sua palavr a, mais bem cipação· criada . e finita do ser divino ;
cQi:npreen~ida, .dá .lu;z à inteligên,.,cía, ca~or . ao :oraçã o e ·b) que as criaturas intelectuais em particular, ele- .,
pqe em wmrim ento a vontad e. E lambe m entao que o , adas à ordem sobren~tural, são image ns, semelh anças
Espíri to Santo se digna comun icar. além dos dons de vivas de Deus; , que partici pam, se bem que de mddo fi- l1
ciênci a e entend imento , o :de sapiência, .que faz gostar, nito, da sua vida intele ctual; que, sendo todos osi bapti;
ó.mar e . pratica r as verdad es da fé, estahd ecend o assim zados memb ros de Cristo, é Cristo que devem os ver ne- i
t;
um:a união. estreitíssima. ~ntre a alma e Deus. É o que les : in omnib us Christus ; . . IJ
ij
tão fielm~nt~ · descre veu o autor da Imitação · 2 : "Ditos a e) que todos os acon{lecimentos, felizes ou infelizes, i!
a àlma q~e ouve o ,Senho r falar-l he interio rmente e re- são destin ados, na intenç ão divina , a aperfe içoar a vida
cebe da sua boca a palavrç1._ de consol ação : Beata anima sobren atural outorg ada às almas e a facilita r o recruta-
quae Domin urn in se loquen tem audit, et de ore e;us mento . dos escolhidos, de tal sorte qbé podem os tirar
verbu.m consolq.tionis aceipi l" . . . • provei to de tudo, para nos santificarmos,, ·
Acresc entem os contud o que, na ordem cronoló!iJiCa,
1 É exa~ta:mente· isto o que faz_ a Escola .Fra~cesa ~o século XV1!
com Béru.lle Coudren, Olier, S. joao Eudes e os demais, 1
como se \ e
em H. BiitMbNo, t. III. - 2 lmit, I. III, c . . I., n. 1. l Ver, em particul ar, La Joumée
esta doutrin a é maravilhosamente aplicadackértien
.
ne de M,. OLIER, onde

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..._,l"'\.rl..L UJ...,,__ V•.·
iv1.1::;1u~ GERAIS DE PERFEIÇÃ O
· 26.1
as almas vão primeiro a Jesus Crislo, que por Jesus PCrdsto est Dominu s omnibus invoc'Qnfibus eum" 1 ; e a nossa
,. e, que e [ as. vao
_
a 0 Padr·e , e que ' chegada s a ·d
Deus- Ja re, alma compraz -se em O invocar, já por meio de s-imples
não cessam de se conserva r estreitam ente um as a esus. jaculató rias, já por orações mais longas. e) Mas sobretu-
do não podemo s esquece r que as três divinas Pessoas ha-
e. ONCLUSAÇ .: . O EXERCI,CIO DA PRESENC,,A DE DEUS • l
bitam em nós e que o nosso coração é um tabernác ulo
vivo, um céu onde Elas se nos dão desde já. Basta-no s,
446. O conheci mento afectuos o de Deus_ condd:: pois, entrnr em nós mesmos, na cela interior, como a cha-
-nos ao santo exercício da presen_ça de Deus, cuJo_Ju~
ma San la Catarin a de Sena, e fixar, com os olhos' da fé,
menta, práUca e utilidades vamos sumària mente md1car.
o hóspede divino que se digna habitar em nós. Então
A) . O fundame nlo é a doutrina da omnipresença de viveremos sob o seu olhar e a sua acção, adorá-lo-emos e
• Deus. Deus está em toda a. parte não s6. pelo seu olh~r colaborarcfl'l0s com Ele ·11_-a s~nlific~ ção d8: ~ossa alma .
e operaçã o, senão também pe~~ sua substân cia. Co~o di-
zia· S. Paulo aos Atenien ses, e nele que temos a, ida, o 447. C) Fácil é de ver quais são as utilidades
. vunmu
. . s' moT,,,.....,..., deste exercício, sob o aspecto da nossa santificação.
movime nto e o ser : in ipso enim , v.., ......., <>.,...,t
•'91

· - " 2 • que é verdade sob o aspecto tanto natural a) Faz-nos evitar cuidadosamente o pecado. Pois,
sumv.s , o EI d · d
como sobrena tural. Como Criador, é e qu~, ep01s _e quem é que ousaria ofender a Majesta de divina no pró-
nos ter dado O ser e a vida, nos· conserv a e poe e~ movi- prio moment o em que reflecte que Deus habita em sua
mento as 1faculda des, pelo seu concurs o ; _c~mo _Pai, gera- alma, com a sua santidad e infinita que não pode supor~
-nos à vida sobrena tural, que é uma particrp açao _da. sul tar a menor mácula, com a sua justiça que O obriga a
própria. vida, colabora connosc o, com~ ..causa princip~ , castigar as inaís pequeni nas culpas, com o s_eu poder que
na sua coJ;").servação e crescime nto, e a~srm se encontr am- , lhe· arm'.l o braço cóntra o criminoso, e sobretud o com,a
timame nte presente em nós, no, ceri\ro da nossa al~a,
cessar contudo de ser distin~o de nos. E, co~o acima, 1s
d-~ sua bondade que solicita o nosso amor e fidelida de ?
b) Estimul a em·
nós o ardor para alcariça l' a perfei-
n. 92) , é a SS.ma frindad e F
0

semos ( que
lh vive em nos, o . ção. Se um soldado , que combate sob os olhares do seú
Padre que nos ama com'o filhos, o í o ,qu': n~s trat a general, se sente impelido a multipli car as proezas, como
como irmãos, e O Espírito Santo que nos da rrao so~ente seria possível não nos se11tírmos disposto s aos mais áspe-
\ os seus dons, mas até a sua Pessoa. ros trabalho s, aos esforços mais generosos, sabendo que
B) A prática. Para achar a Deus, não· tem_os, pois, combate mos não somente sob o olhar de Deus, mas até
que O ir buscar ao céu ; encontra mo-lo : a) mm~o p~rto com a sua colabora ção sempre vitoriosa, e alentado s ·pelá
de• nós, nas criaturas que nos cercam. É nelas que ao coroa de imortali dade que Ele nos promete , sobretud o
princípi o O vamos procura r ; e todas nos represen tam dl- pelo acréscim o de amor que Ele nos dá como reco1w-
pensa,?
gqmas dít'> perfeiçõ es divinas, mas sobretud o as ~ue, ( o~
tadas de inteligên cia, possuem em si o Deus vrvo n. e) E que confiança nos dá este pensam ento T Sejam
92);; toda 8 ri.os servem como de degraus , para,no s elevar- quais forem as nossas provaçõ es, tentaçõe s, can~aços, ·fra-
mos até Deus; l,) lembram o-nos, em seguida , de q~e Ele quezas, não estamos nós seguros da'-vitória final, ao lerrl.~
está muito perto dos que oram com confian ça : Prope hrarq10s que· Aqàele que é a omnipot ência, a qüem nada
resiste, vive em nós e põe ao nosso serviço as suas divinas
· · .S · ·T· I 8 a 3 • LEssms De perfectionibus moribusque
1 • HOM., 1 q.
divinis L. II , R.ooR!GuEz , · ,, . de ' ,.ç • - I p tr 6 o , p PINY energias ? Podemo s sem dúvida sofrer reveses parciais,
1 Exerc1c1os . PerJezfao,. ·• · · 1 · Act' ,!
o. P}Ld 'prlsen.ce de Dieu; P. Pws, S. J., D1eu en nou~. ~.2 ,, · i!
XVII, 28. . 1 Ps. CXLIV, 18.
!

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ME!OS GERAIS DE PERFEIÇÃO
263
passa r por angú stias dolor osas ; mas temo s a dad.es de que se não lem mais que uma noçã
certe za de o
que, apoia dos nele, triun farem os, e de que as conf usa ?
nossa s mes- vaga e
mas cruz ts não serve m senã o pura nos fazer
em amar a 449. B) Pelo contr ário, o conh ecim ento claro
Deu s aind a mais e nos rnult ip]ic arem os mere e sin-
cime ntos. -cero da noss a alma estim ula-n os à perfe ição
: as nossa s
d) Enfim . que alegria para nós, pens ar que Aqu ele boas qu.alicfades levam -nos a prov ar a nossa grati
dão para
que fnz a felic idade dos escol hidos , e tamb ém com Deus . pela corre spon dênc ia mais gene rosa
será um à graça ;
dia a nossa , desd e já o possu ímos realm ente, -0s nossos de/ei tos e a cons ciênc ia do nosso
e pode mos nada mos- /

goZélr da sua prese nça, conv ersan do com Ele tram- nos que temo s aind a muit o que fazer e que
em todo o impo rta
decu rso do dia T não perde:· ensej o algum de progredir. Entã o aprov
eitam -
_ O co~1~ecimento e_ ç1. Iembran_sa ftequer:i-te ~-se todas as ocasiões, para desar raiga r ou ao
de Deus meno s en-
são, pois, admi ràvel ment e santi fican tes ; o mesm fraqu ecer, mort ificar , domi nar os própr ios vícto
o se diga s, para cul-
do conh ec.;m ento de nós mesm os. tivar e fazer cresc er as. boas quali dade s. E, como
temo s
consciênciH da próp ria incap acida de, pedim os
11. Do conhe cimen to própr io.
humi lde-
ment e a Deus a graça de avan çar cada dia,
e, apoia dos
O conh ecim ento de Deu s leva- nos directame na santa conf iança , temo s espe rança e desejo
nte ao de cheg ar
seu amor , já que Ele é infin itam ente amáv el a bom term o : ora tudo isto dá ardor e cons
: o conh e- tânci a no
cime nto de nós mesm os cond uz-n os ao mesm o esfor ço.
amor indi-
rectamentc, most rando -nos a nece ssida de abso 2.º ÜBJE CTO DO CONHECIMENTO PRÓP RIO
luta que
dele temo s, · para aperf eiçoa rmos as qual idad
es que Ele
nos deu e reme diarm os as nossa s profu ndas misé 4S0. Adv ertên cias gera is. Para ser mais
rias. Va- efica z
mos. por cons eguin te, expo r : 1. 0 a nece ssida de este conh ecim ento, é miste r que abrac e tudo
deste co- quanto se
nhec imen to ; 2,° o seu objec to ; 3. 0 os meio encontre,. em nós, quali dade s boas e ,defeitos,
s de o al- don; :n~tu-
canç ar. rais e sobre natur ais,· incli naçõ es e repugnânci
as-, com ,a
"história da noss a vida. falta s. esforços- e ·prog
ressos : · e
r. 0 NECE SSIDA DE DO CONH ECIM ENTO PRÓP RIO tudo isto, estud ado sem pess:imismo, mas co~
iµipa;ciali-
.dade , com uma cons ciênc ia reda , ilum inad a
pela ·fé.
Ahu mas palav ra~ basta rão para dela nos a) É: neces sário , pois, regis tar since rame nte, sem
conv en-
cerm os. falsa hum ildad e, todas as boas qual idad es q_u~
Deus N.
-448. A) Se não nos conhecemo-s a nós mesm Senh or nos cono edeu , não .certa ment e .para
os, é delás nos
n:ior alme nle impo ssíve l aperf eiçoa r-nos . É que, desv anec ermo s. mas para expri mirm os o nosso
então , an- recon heci-
àamo s iludidos acerc a do nosso estad o, caind ment o ao seu autor ; e para as culti varm os corri
o, confo rme cuida do :
ó próp rio carác ter ou a inspi ração do mom são talen tos que Ele nos confi ou e de 'que
ento, ora num nos pedir á
optim i~mo presunçoso, que nos faz crer -contas. O terre no , que temo s de explo rar é, pois~
que somos já vastís-
perfe itos, ora no desalento, que _nos leva a -simo, visto comp reend er os dons tanto naturais
exag erar as como so-
nosS'as fuha s e defei tos. Em ambo s os casos bren atura is: o que temo s mais direc tame nte de
, é quas e Deus o
idê1"1tico ~ resul tado : é a lnacç ão, ou ao meno que receh emos de nossos pais, da educ ação , o
s a ausê n- que de~e-
da de e1;.forços enérg icos e perse veran tes, o relax mos aos nosso s própr ios esforços, suste ntado s
amen to. pela graça.
- E depo is, como se hão- de corrigir defei tos 451. b) Mas é igual ment e indis pens ável coloc
que se não armo -
conh ecem ou se conh ecém mal, culti var virtu -nos etn face das nossa s misérias e /altas.
des, quali - Tirad os d~

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"-""e i. L U L.U V ·
MEIO S GERAIS DE PERFEIÇÃO
·nad a, Dara o nad a tend emo s sem cessar
; não subs istim os noss as opin iões ? Sabe mos escu tar os que
nem p~dernos oper ar senã o pelo conc urso
ince ssan t e de nós, conc orda r com o que eles dizem de não pens am como ·
Deu s. Alic iado s parç1. o ma_l pela tríplice razo ável ?
conc upis cênc ia• 455. e) A vontade : é fraca, inco nstan te, ou
( n. 0 193 ~s.), nós mesmos aum entá mos pers ever ante ? Que fazemos, para a cuilt forte e .
esta tend ênci a ivar ? Ela deve ser a
pelo s próprios peca dos act.uais e pelo s hábi rainha das [acuidades, mas não o pode
tos que dele s ser senã o usan do de
:resu ltam ; é prec iso reco nhec ê-lo hum ilde muit o tino e ener gia. Que fazemos para
men te. e, sem asse gura r o seu pre-
desa lento , dispor-nos a trab alha r, com dom ínio sobr e os senti dos exte rnos e inter
a graç a divi na, nos, sobr e o exer -
cício das noss as facu ldad es intel ectu ais,
.para cura r essas ferid as pela prát ica das para lhe dar a ela
virtu des cristãs. próp ria i:nai.s ener gia e cons tânc ia? Tem
a Jjm de nos apro xima rmo s assim da perf os conv icçõ es? Mui -
eiçã o do noss o tas veze s reno vada s ? Exer citam os a vont
Pai cele st,~- quen as, nos pequ enin os sacri fício s de cadaade nas coisas pe-
dia ? ·
. · 452 . Apl icaç ões. Para nos guiarmos ·ri.es 456. . d) O carác ter tem. impo rtânc
te exam e, ia· c·api tal em noss as
-pod·emos perc orre r· suce ssiv ame nte os noss relaç ões com o próx imo : um bom carácter,
os dons na1u - ptar aos dos outro s, é uma pode rosa alav que se sabe ada-
rdis e sdE,l'enaturais; segu indo uma espé anca para o apos -
cie de ques tion á- tolad o ; um mau carácter é um dos maio
rio cjue nos facil itará a tare fa . . bem. Ora, um hom em de carácter- é àque res obst ácul os ao
le
;, .: Á) Qúa nto aos don s naturais, pode mos conv icçõ es, se esfo rça com firm eza e pers que, tend o forte s
intetrogar- form ar com elas o seu vive r. O bom cará
ever ança por con-
:.:.nos, · nà pres ença de Dé{xs, quai s sã·o as cter é esse conj unto
tend ênci as prin - de bond ade e firmeza, de doçu ra e força
, de
cipa is, que pare cem cara cter izar as
nossas facu ldad es, se- práti co, ·que faz que ti,rn homem seja estim fran quez a e tino
ado e anià do por
guin do p.~o uma orde m rigo rosa men te aque les com que man tém relaç ões. O mau
filosófica. mas carácter é aque le
simplesm:ente prát ica 1. .que, por falta de franq ueza , bond ade, prud
. ou por· detx ar pred omin ar o egoísmo, é ênci a ou, firmez.;i,
rude nas ~uas man ei-
ras, e se torn a desa grad ável e por veze
. à
455. a) Com 'r ~laç ão '~ensil,iliJude
: é
pred otilina ou· é a. razã d e a vont ade ? Há esta que em nós Há, pois, aqui um elem ento capi tal que
s odio so ao próx imo.
em todo s nós uma impo rtá estú dar.
éoliibina ção dé. 'a mbo s estes elem ento s; 457. e) Os hábi tos: nasc em da repe
mas a dose não é a tição dos mesmos
Jl]esina em· ·todo s. Ama mos nós mais por acto s, dão certa facil idad e para repr oduz
senti men to que por ir
;vontadç, ou dedi caçã o ? . . com pron tidão e praz er; Impo rta, pois, estu acto s anál ogos
·. . Som os senh ores dos nossos· senti dos . dar os que já es~
exte rnos ou escra~ tão cont raído s, para os fortificar, se são
vos · deles ? Ci.ue dbm ínio exer cemo s sobr bons , desa rraig ar, se
e a são mau s.
mem ória ? Não são talve z estas facu ldad imag inaç ão é a O ·que tenc iona mos dizer, na segu nda parte ,1
es exce ssiva men té , acer ca dos
;volúveis, muii.tas veze s ocup adas em deva peca dos capi tais e das virtu des, ajud ar-n
neio s inút eis? E as gaçã o . . · · os-á nest a · investi;.
noss as paix ões ? Est.ã o bem àrien tada s, ·
mod erad as ? É à sen-
sualidade. que dom ina ou ·º orgu lho, a
vaid ad~ ·7 . 458 . B)
; · _Somos apát icos, indolentes, desle ixad Os noss os don s sohr enah irai s. · Sen do
os, preg uiço sos? Sê ·
~omós lentos,, .somos ao menos- cons tante
s nos esfo rços ? ·
certo que as nossas facu ldad es estã o abso
1 luta men te im-
45j., 1) A intel igên cia: de que natu reza preg nada s de sobr enat ural , não nos conh
clara , mas sUiperficial, ou lénta .e pene tran é ela, viva e ecer íamo s com-
te? Som os intel ec- plet ame nte, se nãó aten dêss emo s aos dons
tuais , esp.e cula tivos ou hom ens oráticos, sobr enat urai s
estu dand o no intu ito que Deu s nos outo rgá. Já os descrevemos
de citríaf ê tra;bal&ar·? Com o cuÍfrvamos
a intel igên cia ? Com
acim a (n. 0 119
deslei'xo o~ ener gia ? Com · cons tânc ia ss.); come,, poré m. à graç a de Deu s é
ou de mod o inter mi- sobr ema neir a -va~
tente-? A · que =,resU<ltados; cheg amo s? ·Qua riad a no seu mod o de oper ação , muf tif
is são · os noss os ormis- gratia Dei,
mét~ dos de trab alho ? Nãó seda poss ível imp orta estu dar a sua acçã o espe cial em
aper feiço á-lo s? noss a alma .
Som os ?P~~,~ enad os em noss os juízos,
obst inad os em a) f\" incli naçõ es que ela nos dá para
tal ou tal
· ·; · t_,· Encontrar-se-á em Apê11:dice vocação, pata esta · ou aque la virtu de :
teres, . qu~ f;rcilit/ltá. ·este exame. --;-um peq ueno estudo sobre os carac- é que, efec tiva-
t. I, II.e P:, eh. ·XXI. . . Cf. Do~DA, L'Un ioti avec Diea, tnen te, da doci lida de em seguir estes
. · · mov imen tos da
· graç a é que depe nde a noss a sant ifica ção.

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MEIOS GERAIS DJ?· PERFEIÇ
ÃO 267
1) Hú mo men tos dec isiv os na vid
a em que a voz 461 . Ora , suposto que é pelos
de De us se torn a mais fort e e exa mes de consciên- '
mai s insi sten te : esc utá -la eia qne i1 hom em che ga ao con
ent ão e segui-la é de prim eira hec ime nto de si mesmo,
imp ortâ nci a. • par a fac ilita r esse exercício, vam
2) É necessário per gun tar- nos a nós os dar alg um as regras
mesmos s.e, en- gerais pro por t!m mét odo e ind icar
tre essas inc lina çõe s, r~ão há um os sen tim ent os que de~
a que seja pre dom ina nte , vem ac'.)mpanhar esses exames.
que no:3 ven ha mais am iúd e.
mai s fort em ent e. par a tal
ou qua l género de vid a, par a 462 . A) Regras gerais. a)
este 'ou aqu ele mo do de Par a bem nos exami-
faz er ora ção , par a u~ a ou out nar mo s, é mister ant es de tud o
ra virt ude : é ent ão a via inv oca r as luze s do Espí-
especial, por ond e De us que r que rito San to que per scr uta os rin's
nós cam inh em os ; im- e os corações, e ped ir-lhe
por ta sob rem ane ira ent rar nel a, que nos mostre os mais. íntimos
par a ir na cor ren te da recessos da nos sa alma,
graça. - •· com uni can do- nos o dom da ci'21<
· · • 1.cia, que ,• ent re outras,
'tem por fún ção aju dar -no s a con
459 . b) Alé m das inc lina çõe s, hec er-n os a nós mesmos,
é mis ter igu alm ent e par a nos con duz ir a De us,
ate nde r às nossas resistências ii · ,
graça, às nossas fraque- b) É necessário, em seg uid a, pôr-nos ·na
zas, · aos nossos pecados, par a presença de
nos arre pen der mo s · deles Jesus, o mo del o per feit o de que
sinceramE-nte, par a os rep ara rmo nos dev emo s aproximar
f: um estu do penoso, hum ilha ntes, sob e evitarmos no futu ro.
retu do se se faz lea l
cad a dü1, ado ran do e adm iran
do não sàm ent e. os · seus
e min uci orn me nte , ma s estu do acto s externos, ma s ain da. e sob
sob rem ane ira pro fícu o, retu do as suas-•disposições
pois· que por um lad o nos aju da inte rna s. Ent ão apa rec erã o mu ito
a pra tica r a hum ilda de mais cla ram ent e O'S nos-
e por 9ut ro nos lan ça con fiad am .sos defeitos e imperfeições pel o
ent e no seio de De us, o contr?'ste que notaremos
úni co q.u é ,P,o.de cµrar as no,ssas ent re ~ó:, e este divino protóti
fr~ qui zas . po. Isso, por ém, não nos
··, · lev ará ao des'alento, pois Jes us é
ao mes mo tem po médico
.3' 0
: · Do s MEIOS PRÓ PRI O~ ·'°' ARA OBTER
d~s alm as, que não tem mai or
cur ar as nossas cha gas . Faz er-l he,
desejo do que pen sar e
ESTE CON HEC IME NTO por assím-d.izer, a nos-
sa coiitis:;ão, ped ind o-lh e per dão
com hur p\1 dad e, é um
460 . No tem os em primeiro lug exc ele nte exercício.
ar que o con hec ime n-
to per feit o , de nós . mesmos. é coi 46'5 . e) Ent ão é que ent rare mo
sa Jifi cul tosa . ' s no mai s intimo da
a) · Ali cia dos como somos pel as cois nos sa alm a : dos acto s externos
as de fora, não subiremos às disposições
ach am os nadç1._ ç1.gradável ent rar internas, que os insp iram , à sua
em nós mesmos, par a cau sa pro fun da. Assim,
exa min arm os esse peq uen o mu por ex., qua ndo tivermos falt adü
ndo invisível ; orgulhosos, à c~rid~de, ha: ;mo s de
gos tam os ain da me nos de ver ific ·inq uiri r se foi por lev ian dad e,
ar os nos sos def eito s. por mveJa ou cm me , ou
· ,b) Est es actos internos são mu ito par a c:ios mostrarmos eng raç ado s,
com ple xos ; há ou por loq uac ida de;
em nós doí~ hom ens , como diz A fim .. de apr ecia rmo s em nos
S. Pau lo, e mu itas vezes sas falt as o car acte r
tum ultu oso çon flit o ent re eles moral, a res pon sab ilid ade , será
am bos . Par a des trin çar o mister inv esti gar se o acto
que vem da nat ure za do que pro é vol unt ário em si ou na sua
c~d e d-a ;graça, o que é causa, feito com ple na cons-
vol unt ário do que · o não é, nec ciê nci a da sua ma líci a ou com
e~s-ita-se mu ita ate nçã o, sem i-ad ver tên cia, com
perspicáci-a, , lea lda de, coragem, ple no con sen tim ent o ou sem i-co
per sev era nça . Só pou co nse ntim ent o. Ao . princí-
a pou co l que se vai faz end o pio, tud o ;isto é obscuro , mas pou
luz : um con hec ime nto co a pou co s.e vai escla-
provoc:1 outro, e este pre par a rec end o.
o cam inh o a out ro mais Par a sermos mais imparciais em
pro fun do a.inda. nossos juízos, será
bom · colocar-nos per ant e o Sob era no Jui
z,' ouvi-lo .dizer-

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... vv ..CAPITULO V
MEIOS GERAIS DE PERFEIÇ
ÃO 269
-nos com bon dad e sem dúv ida
, mas tam bém com aut ori-
dad e : rcd de rati one m vill ica tion
is tua e. E ent ão pro cur e- 1 ) .. 0 primeiro pon to é dar.. gr?ças a De us Nos so
mo s res pon der com tan ta sin cer r h
..,en or pel1os benefício!';· rec ebi dos . E este um exc elen te
ida de como o qui sér am os ,, l
háv er feit o no últi mo dia . ....,
exercrc[(), · que ,iun tam ent e can so a e . san ti ica. pm.s pre~
, . f
464 . d) É útil às vez es, sob par a a d or, f a zen do avu ltar a nos&a ingra t·d- I ao , e sus en a
t t
. .1.
faze r este exa me por escr ito, afim retu do aos ptin cipi ant es, a nos sa con fian ça em De
. . . ,
ção e pod erem mai s fàd lme nte de mel hor fixa rem a aten - us. . . '·
. 2) "O seg und o. pedir ª.fa ça, par .
cad a dia e de · cad a sem ana . Se, c~rriparar os resu ltad os de a con hec et· os pe-
ces sári o evi tar · tud o qua nto seja
por ém, se · faz assi m, ·é ne-
ca d os e 1anç a- , los \I d . alm a) . . Se nos q_uer emo s · con
bus car- se a si mesmo, qua l- a - d he-
que r pre tens ão lite rári a, e tom cer é par a nos reformarmos, e .
ar as pre cau çõe s nec essá rias nen hum ad esDsas co'lsas se
pai: a qne .·est.a s not as pão ven ham con'seg ue sen ão com o aux rt ro da o-raça · e eus
nos . S i? .se usa dum qu-adro com a cair nas .mão s dos pro fa- " • . . . ·. .
pte1ni.11íir-se con tra a roti na ou
~inais con ven cion ais, imp orta ·3)· " O terc • eiro, pe d·rr c?n t , l
con tra um ex~ nie sup erfí ciaL a . a a ma , des de. a hor a
ou
Em tod o o caso , ger alm ente che do lew1ntar àté ao exa me pre sen
ga
lhol," pre scin dir des te meio, e tom o mom ento em que é me:- de tem po em tem po; e, primeiro
te, de hor a em hor a, d-
com a mai or ·simplicidad e, na pre ar o háb ito de se ,exa min ar pois, das obr as pel a me sma ord
, dos pen s~m ent os e, e
das prin cipa is ácç ões , par a fazJ sen ça de Deu s, log o ao fim em que se disse no exa me
fim do dia. r dep ois · a reca pitu laçã o .:io
par ticu lar' '
46'5. Nis to, como em tud o o mai s, 4 ,) "(.) qua rt o , ,.,.ned ir perdão a De us No sso Sen hor
seguir.:.se-ão os . f 1t " É mis ter efe .
con selh os dum pru den te dire clo
r, a que m ped irem os nos
l
aas a as • ctiv am ent e não esq uec er que• a
que ira aju dar a me lho r nos con con triça . - , o ele men to principa d o .·exa• l que esta
"observador des inte ress adó e exp
hec erm os a nós me sm os; o e
con triç !c é sob retu do obr a da d Dme, •e
erim eiit ado : vê ger alm en- gra ça e eus.
·
te me lho r qtie nós o fon do da nos
sa con sciê nci a, e api.'ecia 5) "O ·qui nto , pro,por •em~n d.a ·com · ·
SIU!3- gr8:?~·
Pat er
mai s 'im pa~ ciai men te o ·ver dad eiro No ster ". Est a reso luç ão, par a b
valor, dos nossos acto s. ' ser prá tica , vel'saf-a sou ::
' 466.: \ "B) •M éto dos pai-a exa min . mei os de refo rma : por qua nto
ar a con sci ênc ia. . os . ~ . A . ,qu em que r
.Tod os rec ônh ece m que foi ·s.·
Iná cio 'que111 os ape rfei çoo u os me10s ·t ,- do Padre Nos so, pon do-onosim _q .
recr aça o dia nte
mu itís sim o. No s seu s Exe rcíc ios
Espirituais, dis ting ue cui- dos oIh os. . a -gl'ona . de De us que d evemos pro cur ar, e
.. d d
·cládbsamerrte · o exa me geral
do particular : o prim eiro unm o-n os a· ·J esu s Cri sto, ·par a pe irmos o per d-ao .da.s
ver sa sob re tod as as acç ões do
dia , o seg und o sob re um nos sas f a ltas . e a graça de as 'evitarmos ·no futu ro··, t · · ·na
erm
pon to especial, um def eito qne exc ele nte me nte este exa me. ·. 1
se pre ten de corrigir, um á
Virtude que se des eja cul tiva r.
Pod e-se, por ém , faz er um 468 . b) · O exa me part·icu{·ar , na opr mao de S.
e out ro na me sma oca sião : nes Iná cio .. IP ais imp orta nte ain da e, .• . l até
te cas 0, par a o exa me que o exa ~e ger a , e .
geral, bas ta urn a vist a de con jun ,
a, fim -d~ des cob rir as falt as prin
to sob re as acç ões do dia , me smo que a me d·t I aç
ão' ·p orq ue nos per rmt e tom ar,
, cor-
cip ais : e logo se pas sa .. , . "-
o a cor po os nossos def eito s uns apo s out ros, e ven ce
ao exa me · par ticu lar, 'qu e lem P·1· . , l d , · •
mu ito mai s·· imp ortâ nci a - os ass im mai . , . fa' cilm ent e. Por out ro a o, exa d
que o prim eiro . s mm an o-
fun d~ sob re um a virt•ude ·
imp orta
·· · d · · os
-nos a nte , a qm nm
467 . , a) O exa me geral, que
tod o o bom cris tão não s.õmerrte ess a vrrt
. . d . tod as as dem ais que a ela.
u e, ma s . b d·" ·. ,
dev e faz"er. par à se con hec er . . ~
pon tos. éii~ina S.- Iná cio 1 :
e refo nna r, con tém cin co and am anexas.= assrmh, pr~lyedJ·, na o e rencra e ao roes
mo tem po pra tica r a um1 a e, mo rtif icaç ão, o espírito
Il
a .
1 &erclcios Espiritu
o próp rio' texto de Santo ais, . 1.a semana. As palavras
Inácio, que fielmente traduzimentre aspas são 1 No método de ·-S. Su 1 , ·
p1cw, .
acrescenta-se a ad oraçao- , isto é
doramos louvamos, .b"em • '
espanhol. ' ·· os do original todos os actos de rellg1ao1
.
mos, amamo s , e dam os graç
. . como foi
pelo so
· quat
as a . eus , ~ põe- se ~ !
alma
.
na
.
presença
-dtze-
; de
Jesus, mode1o e JUIZ exposto, n. 462. · ,,
, ·
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CAPfTULO V
MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO 271
de
l f'é · d
mente, o m~smo modo, adquirir a humildade, é junta-
. aperferçoar-se na obediência no amor de D 470. ~lodo d~ o fazer. Contém em si, diz S. Iná-
na candad · t Ih ' eus, cio, três tempos e dois exames de consciência cada dia.
prátic d e, vrs_ o sder o orgu o o obstáculo principal à
a estas virtu es, Mas para isso ha' 1) "O primeiro tempo é que, pela manhã, logo ao le•
dev b l regras que se
vant,h, deve o homem propor precaver-se com diligência da~
em o· servar na esco ha da matéria e na maneir,... de
o fazer. . · ... quiele pecado particular ou defeito que se quer corrigir- e
emendar", Este tempo é curto_: é questão de dois ou três
Escolha da matéria. 1 ) Em
469. , I , minutos, enquanto nos vestimos. .
sáfrio abrir. fogo contra º de/eito predomin~~;e. f
nec;r
, azen o
2) "O segundo tempo é depois de jantar; o terceiro,
depois da ceia. Começará o homem por pedir a' Deus Nosso
es orços . por excitar a virtude contra' r· . ,
d .de · e, o maior obstáculo ra ·g'i e que,
·ª , es te d e f erto . ver-
I' na d. 5enhor' o que deseja, isto é, graça para se lembrar quantas
vezes cafü nesse pecado ou a(!feito particular, e .para $e cor•
cxe}rcitdo rd·nimigo ; vencido ele, todo o ~:ér:i~;r: rps~:7oº emº dgir dele para o futuro ; depois fará o primeiro exame, pe•
d Dan a ª· dindo~se a si mesmo conta exacta deste ponto especial, de
que se ·resolveu cotrigir e emendar. Percorrerá, pois, cada
,
I ,2) Escolhida a matéria acomet
f · em-se em prim ·
f- e:í° uma das horas da manhã, que também se pode dividir em
uga~ ~s mani estações externas desse defeito certos espaços de tempo, segundo a ordem das acções, desde
s~pruncr o que melindra ou escandaliza o / ~ I~ e o levantar até o exame presente ; depois marcará na primeira
~rm, l~or_ exemplo, tratando-se da caridade ~:~1mo, as: linha da letra J (do quadro em que se apontam as faltas)
por e m11rmir e su . . I , eçar-se-a tanfos pontos quantas foram as vezes que caiu naquele pe.-
esta virtude. pr1mrr as pa a_vras ou actos contrários a cado ou defeito particwlar. Terminará, renovando a resolução
de se emendar no espaço que medeia entre o. pri.m eiro e o
-~) Mas dali é necessário subir, sem grande ta d segundo exame". O tempo geralmente consagrado pelas ai•
ça, a causa interior das faltas l r an- mas fervorosas a este exame é um quarto de hora.
t · de, por exemp o, aos sentr·-
d
~en os e inveja, ao des ·
d ' eJo
·
bn•Ih ar na conversação 47f. ' O exame faz~se segundo o método explicado para o
et. exame geral. Mas, além· disso, apontam--se as faltas, para
e., que po em ser ª
fonte daqueles defeitos externo/ , rµáis fàcilm.ente delas nos lembrarmos e fazermos depois as,
t d 4 )... Ii:1)0rta não se_ Jimitar ao lado ~-egativo das. vir~ comparações de que fala Santo Inácio em as notas que se se.-
guem :' "Como a primeira linha da letra J indica o primeiro
d:d~s ou ·;:,t d.ta contlrh.a os defeitos, mas cultivar com c~i- ~iá:me, . e a segunda o segundo, observar~se~á à noite, com.-
a vir ub ,e que es é oposta : não se suprime senão parando a primeira com a segunda linha, se há emenda do
0 que se su stitui. ·
primeiro ao segundo exame.,-, Comparar o segundo dia com
(?.. primeiro, isto é, os dois e:iq~mes do dia, _present~ com os ,
-se a'5 )c Enf~md .dpara avan<;;~r mais seguramente dividir-
- om cur a
das virtudes de
tensão du , .
:t
t, · d · · '
m_~ en~ o :xame, bs~gundo os graus.
anerra que nao se a race toda a ex-
dois do dia precedente, e ve1: se pum dia-· ao outro houve
emenda.,-, Comparar igualmente uma semana com ·outra, e
ver, se na semana que finda, o progresso foi mais notável
Ih . ma vd1rtude: mas sàmente alguns actos que me- que na semana pr~cedente". A utilidade destas comparações
correspon am as nos ·d d é .estimular o nosso ardor : comparando as perdas e os ga-,
A or. . I sas necess,1 a es particulares
nhos, sente~se o homem levado a redobrar de esforços para
ss1m,; p~r • e~emp o, tratando-se da humilda de . t·.
car-se-a pnmeiro d I , pra r- aumentai: estes .e diminuir aquelas.
to ou e~ . o qude se po e e iamar o desaparecimen- ·É outrossim para .ch~gar ao mesmo resultado que Santo
. . . quec!mento e si mesmo f aiand 0 . d d Inácio aconselha que, todas as vezes que se· cai numa falta
aos outro•· po . d · pouco, an o
fa.Iar, am~,~do r bro
·ed pdergunt_ads discretas,' ocasião de
a o scun a e, a v, a oculta, etc. i _
rel~tiva ao exame particular, se leve a mão ao peito, exci~
tàndo interio'rmente a contrição. É evidente que está vigilân--
. ·,('
ciéÍ em reparar imediatamente as menores faltas não pode-
lM.. TRONSON, Examnes p tl i:' . deixar ,de apressar a reforma da vida.
vir!ude ou. defeito observações ar. cu lfTS, Este livro sugere para cada
mais precisão o objecto do examempmut~10slas que permitirão tixar com ' 472.Se este método, à primeira vista, parece um
ar tcu ar. .
tanto complicado, na prática é-o muito menos ; e, se não

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MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO 273
27'2 .CAPITULO V

é possívd consagrar-lhe tanto tempo, pode-se condensar


os meios que se hão-de empregar, para diminuir o número
das nossas faltas. Esta vontade excluirá cuidadosamente
º. qpe há de essencial nesses aclos em tempo mais redu-
a presunção, que, levando-nos a contar demasiado com a
z'.do por exemp~o . em dez minutos à noite. E, quando se
,A

nossa Loa. vontade e energia, nos privc:1.ria de muitas gra-


preve que n_ão será possível fazê-lo à noite, pode-se-lhe
ças e nos exporia a novas imprudências e novas quedas.
1
cons!lgrar uma, parte da visita ao SS.m0 Sacramento. .
Mas apoiar-se-á com confiança na omnipotência e bon-
· 47'.'i. ' C) - · Disposições que devem acompanhar este d&de infinita de Deus, sempre disposto a vir em nosso
e~~rr~e., ~ara q~e o exame de consciência, tanto geral auxílio, quando temos consciência da nossa incapacidade.
com,o par:tictJla,1> : nos possa unir a Deus estreita:mente,
d_eye ,ser acompanhado de sentimentos ou disposições ·{lue 476. d) E é para. _implorar este .socorro di.vino que
s-ao , por a~stm dizer, a alma deste exeréíêio1 lndlcaremos termi~arernos com uma oração, tanto mais humilde fér- e
~,s principà~S : gratidão, contrição, bom propósíto e oração. vorosa quanto mais desconfiados de nós mesmos nos tor-
nou a vista dos nossos pecados. Sabendo que de nós
. :.. a) Em prime,iro lugar .. um sentirr~ento de viva grati- mesmos somos incapazes de evitar o pecado, e, com
doo para com Deus, que durante todo o dia nos envol-
maior razãc. de nos elevar a Deus pela prática das vir-
vell ,n~ sua paternal Providência, protegeu contra as ten-
tudes do fundo da no·ssa miséria, e apoiando-nos nos
tàç~e~ , e preservou de muitos pecados ; porque sem o
mere~imentos infinitos de Jesus, suplicaremos a Deus
aux1l10 da sua graça teríamos caído em numeros;as faltas.
que se digne descer até nós, levantar-nos do atoleiro em
Jamais SE·rão, pois, excessivas as graças que rendermos
que nos vamos sumindo. desapegar-nos do pecado e das
a Deus, Siobretudo duin modo prático, fazendo melhor
suas causas, e elevar-nos até Ele. · · ·
uso dos se1;1,s dívino.s dons. · t por meio destas disposições, mais ainda que pelo
,, 474. _. , ht. Este ~e-n timento produzirá em nós . uma exame minucioso das nossas faltas, que pouco ·a pouco a
contrição leal, tanto. mais profunda quanto ~a.is abusá- nossa alma se transforma sob a acção da graça. ·
mo.s' de ·tantos benefícios recebidos para ofender um Pai
t_ão _bom e misericordioso. · Donde ·nascerá uma sincera CONCLUSÃO
A.uniif dade, que no~ fará apalpar por experiência própria
a• nossa fragilidade, impotência e indjgnidade ; e aceita~ 477. /\.s,sim pois, o -~~~hecimento próprio, junto ao
r_!mos com alegria a confusão que experimentamos à vis- conhecimento de Deus, não pode deixar de- favorecer a
ta das · nc 1ssas faltas ,. inces:fa'.titerriente renovadas, ditosos união íntima e af ectuosa entre a nossa alma e, Deus
de podermos assim proclamar a infinita misericórdia dum Nosso Senhor. Ele é a .i nfinita -perfeição e -nós a· extrema
Pai sempr~ ~~cli~ado a perd~&J': e alegrando-nos de qi:ie indigênci,1 ; entre um e outro há, pois, conaturalidade,
a nossa m1seria sirva para realçar a infinita perfeição de proporçã.ri : nele encontramos tudo quanto nos ..faltc:1.. Ele
D .~us. ~ não serão passageirás estas disposiçõ-l::s. antes se se inclina para nós, a fü:n. de nos envolver no seu amor e
manterab pelo espírito de ,penitência, que nos porá mui- benefícios ; nós tendemos, para Ele, ·como para o . único
tas , vezes os nossos pecados diante dos olhos : "Pecca- - S~r ·capaz de preencher o nosso deft.cit, o único que pode
tum meum éon.tra me est semper ". . · corrigir a nossa irremediável fraqueza. Sedentos de feli-
cidade e amor, não encontramos nada disso senão naque-
:475 . .~) ·Qaqtü nascerá a vontade firme de expia~ ê
de nos ref~rn:wr.mos : de expiar pelas obras de penitê~da,
le, que, pelo seu amor, satisfaz todos os des.ejos do· nosso
c0ração, e nos dá juntamente a perfeição e a felicidade.
tendo cuidado de nos impor logo alguma pelas nossas
Repitamcs, pois, a aspiração tão conhecida: Novérim te,
transgressões. a fim de amortecermos, o ainor do prazer,
Domine, ut amem te ; noverim me, ut despiciam me.
fonte dos nossos pecados ; de nos reformarmos, fixando 18

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27 4
l CAP!TULO V MEI OS GER AIS DE PER FEIÇ ÃO
275
! § III .
1
Da conforrnidad·e com Exp ore mos , pois : l. º o que é a von
tad e significada de
a vo nta de div ina 1 Deu s ; 2.º o que é a su_?. von tad
t e de ben eplá cito ; 3. 0
qua is são os graus de sub mis são
1 ' . 478~ O con hec ime nto de Deu a esta últi ma.
s não som ente nos
1 i une a inte ligê ncia ao pen sam ent o
divi no, sen ão que ten de r. 0 A VON TAD E SIGN IFIC ADA DE
Drns
ao amo r, por que em Deu s tud o
é amá vel ; o con hec ime n- 480 .
to pró prio , mo stra nd_o -no s a nec 1'" A con form idad e com a von tad
essi dad e que tem os de
l
e sign ific ada
Deu s, faz- nos sus pira r ard ent eme de Deu s con sist e em que rer tud
nte por Ele e lan ça- nos o o que Deu s nos signi-
em. seu s biaç os. Ma s a con}ormid fica ser da sua 'int enç ão. Ora , diz
ade com a von tad e di- S. Fra ncis co de Sale s 1.
vin a ain da mai s d1recta e inti mam "a dou lrm a cris tã pro põe -no s clar
ent e nos une com ame nte as ver dad es que
Aq uel e que é a fon te·d e tod a a Deus-- que r que crea mos , os bens,
perf ~içã o, por que sub me~ que que r que esp erem os • ·
te e une a Deu s a nos sa von tad as ·pen as que que r que tem amo s,
e que , sen do com o é a o que que r que ame mos ,
rain ha das nos sas f acu ld.a des , as os mandc1mentos que que r gua rde
põe tod as ao serviço do mos e os con selh os que
Sup rem o Sen hor de tod as a& cois des:eja sigamos. E tud o isto se
as.· Par a mel hor se com - cha ma a von tad e signifi-
pre end er esta dou trin a, exp ore mos cad a de Deu s, por que Ele nos sign
: 1. 0 a natureza des ta ific ou e man ifes tou que
conformi<Jade ; 2. 0 a sua e/icácia que r e exjg e que tud o isso seja
santihcadora. crid o, esp erad o, ·tem ido,
ama do e pra tica do ".
1. Natu re~a da con /onn idad e co~ a von tade de Deu s. A von tad e sign ific ada com pre end
e, pois, seg und o o
479 . P~r este nom e de con form idad mes mo Do uto r 2 • qua tro cois as
e com a von tad e : os man dam ent os de
div ina com pre end emo s a sub mis Deu s e da Igreja, os con selh os,
são com plet a e af ectu osa as insp iraç ões da graç a,
da nos sa von tad e à de Deu s, tan e, par a :as com uni dad es, as Con
to à von tad! ;!.si gnif icad a, stit uiçõ es e as· Reg ras.
com o à von tad e de ben.eplácito. · 481 . a) Sen do Deu s, corno é,
· o Sup rem o Sen hor
A vont8;de de Deu s apr ese nta- de tod as as coisas, tem dire ito inco
se-n os efe ctiv ame nte ntes táve l de nos man -
sob este dup lo asp ecto : •~) é a dar ; infi nita men te sáb io e bom ,
regra moral das nos sas corno é, não nos man da
acç ões , significando-nos clar ame ne.d a que não seja con jun tam ent
nte o que dev emo s faze r, e pro fícu o à sua glória
pelo s seu s man dam ent os oti con e à nos sa feli cida de. Dev emo s,
selh os; h) governa tod as pois , cóm tod a a simpli-
as coisas com sab edo ria, diri gin cid ade e doc ilid ade , sub met er-n
do os aco ntec ime nto s, os às sua s leis : lei nat u-
par a os faze r cónvergi_r par a a glór ral ou lei div ina pos itiv a, lei ecle
ia de Deu s e salv açã o siás tica ou lei civil 'just11;
'dos hom ens , e é-nos, por con seg por que , com o diz S. Pau lo, tod
uin te, man ifes tad a pelo s a a aut orid ade legí tim a
aconte'clrr.entos provi denciaís que vem de· Deu s, e obe dec er aos
se pas sam em nós e Sup erio res que man dam
fora de nós. den tro dos lim ites da aut prid ade
qué lhes é cort feri da, é
A prim eira cha ma- se von tad e sign . obe dec er a Deu s, assi m com o
if;.cada, por que nos resistir-lhes é resistir ao
assi nala clar ame nte o 'q~e dev emo pró prio Deu s : "Om nis anima pot
s faze r. A seg und a de- estatibus sub'limioribus
nom ina- se von tad e de beneplácito sub dita sit : non est eni m potestas
, nes te sen tido que os nisi a Deo
; quae au-
aco ntec ime nto s pro vid enc iais nos tém sunt, a Deo ordinatae sunt. ftaq
dize m qua l é o agr ado ue qui resistit potes-
ou ben eplá cito de Deu s. tati, Dei ordinalioni resistit ; qui
· mi.tem resistunt, ipsi
sibi dam nat ion em acq uir uni " 3 . Não
1 P, DE CAUSSADE De exa min
amo s aqu i
L. I; LE ÜAUDIER op. 1 cit., i'p.abat zdon à la divine Providence
Ili, sect. 1Í; S. FR. DE SALEs', IAm.
Part . em que nso s a des obe diên cia
às dif~ renl es leis é grave
Dleu, L. VIII-IX i1 S. LwuoRr, De
la conf otmi té à la vol. de Die1i;
~
DESURMONr,_ 9:uv res, .t. II,
sur l.a Prov idea ce; Moa. 1 Traité de l'Am our de Dieu, L. VIII
chrét., Trar tes XI, XIV ; DoM . V. LEHO GAY , Vie et vertlls , e. 3. - 2 Entretien XV.
DEY, Le Sain t Abaadott, ire - s R,om. XIII, 1-2.
Part ie.

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CA PIT UL O V
ME IOS GE RA IS DE PER
FEIÇÃO
277
ou leve ; hze mo -lo em u
no ssa T eologia moral. Ba ve rda de qu e elas S:áo con
diz er, sob o po nto de vis ta ste -no s selhos particulares dirig,idos
da per fei ção , qu e qu an to est a ou àqu ela alm a. a
/iel e cri stã me nte obs erv ma is
arm os as leis, tan to ma Nã o h íl dú vid a qu e é nec ,
apr ox im are mo s 4e De us, is nos ess ári o sub me tê- las , no seu
visto ser a lei a exp res são ,(i con jun to , ao juízo du m dir
da .t . ect or, aliás, fac ilm ent e se
sua vo nta de. Ac res cen tem cai-
os sàm ent e qu e os devere f
ria na ilu são . As sim , po r
est ad o ~ritram na çat ego ria s de exe mp lo, alm as ard ent es e
dos ma nd am en tos : são . com xonadas, do tad as de im agi apa i-
preceitos parÚculares qu e o naç ão viva. fac ilm ent e se
pes am sob re os cri stã os , sua de m qu e De us lhe s fal per-
raz ão da vo caç ão esp<;!Cial em a, qu an do , pel o con trá rio
e das fun çõe s ql,le De us No as sua s pai xõ es qu e lhe s , são
Se nh or .nos ass ina la. sso sug ere m est a ou aq ue la prá
perigosíssima. Al ma s me;t tic a
Ni ng ué m, pois , se po de iculosas ou esc rup ulo sas ser
s~mtificar sem ob ser var os ten tad as ?. tom ar po r inspjr iam
.mc).ndamentos e os dev ere .ações div ina s o qu e _talve
s· de est ado ; ·de scu rá- los sej a ma is qt~e a exp res são z não
pre tex to de pra tic ar obr as · sob du ma fan tas ia ex alt ad a ·ou
de sup ere rog açã o é ilu são sug est ão· dia bó lic a , pa ra
rigosa , um a ver da9 eir a abe pe- as lev ~r ao des ale nto . Ca
rra ção . Es tá cla ro qu e o dá disto vários exe mp los nas sua ssi ano
cei to pre val ece ao con sel pre- s Co lac çõe s sob re a dis-
ho . cri ção 1 ; e os dir ect ore s
e ~
exp eri me nta do s sab em qu
·481. h) A ob ser vân cia im agi naç ão ou o dem ón io
dos conselhos nã o é de sug ere po r vez es coisas mo
necessária à salvação , ne m si me~·te impossíveis, con trá ral-
cai sob pre cei to dir ect o e ria s aos deveres de est ado
plíc~to. Já . dissemos, po rém ex- farç~ndo-a~ sob a apa rên cia , dis-
, ao fal ar da obriga ção de ins pir açõ es div ina s . Es
per fei ção ( n. º 35 3) qu e, da sug est ões cau sam per lur baç tas
pa ra con ser var o est ado de ão : se a alm a lhe s ob ede
ça, é :1.ecef.isário po r vez es gra- tom a-s e rid ícu la, per de ou ce,
faz er alg um as ob ras de sup faz per der um tem po precio
rog açã o , po r con seg uin te, ere - se lhe s re:-iste, julga-se em so;
pra tic ar alg un s con sel ho s rev olt a con tra De us, des ani
um a obngaçã.o ind ire cta : é ma . e acê,ba po r cai r no rel -
ba sea da nes te pri ncí pio axa me nto . To rna -se . pois,
qu em qu er o fim qu er os qu e ter cer ta ver ific açã o, e a mis-
me ios . . reg ra qu e se po d-e da r é
Tr ata nd o-s e, po rém , de se se tra ta de coisas ordiná est a :
perJeição, pro vám os aci ma rias, qu e ger alm ent e pra tic
( n. 0 33 8) , qu e é im pos sív as pes soa s fervorosas da me am
el ten der a ela sin cer a e efi sm a con diç ão, e qu e nã o
me nte . sem pratica!' alg un caz - tur bam ':i alm a, faç am -se per-
s con sel hos , os qu e se har gen ero sam ent e. e dep ois ,
zam com D no ssa con diç mo ni- tem po , dé'Lse con ta disso a seu
ão. As sim , um a pes soa ao dir ect or ; se, pel o con
nã o po de pra tic ar os con cas ad a se tra ta de coisas alg um trá rio ,
sel ho s opostos ao cum pr, tan to extraordinárias, qu e
.dos dev ere s pa ra com o im ent o ma s bo as nã o faz em ger alm as al-
ma rid o ou pa ra com os ent e, é abster-se de tud o
um pas tor de alm as nã o filhos ; até con sul tar o director, e isso
dev e viv er como um Ca rtu ent ret ant o conservar-se em
Ma s, qu em asp ira à per fei xo . cum pri nd o gen ero sam ent e paz ,
ção , tem qu e se res olv er a os deveres do próprio est
sar alé m do est ric tam ent e pas - ado .
orde•nado: qu an to ma is gen 484. As sen tad a po r um a
sam ent e Sf' dá a alm a à ero- vez est a restrição, é evi-
prá tic a dos con sel ho s com de nte qrnõ a alm a qu e ten
v~is com oTs seu s dev ere s pat í- de à per fei ção dev e pre sta
de est ado , tan to ma is se vid o ate nlo à voz do Es pír r ou-
xim a de N. S. Jes us Cr ist apr o- ito Sa nto qu e lhe f a1a no
o e da per fei ção div ina , ínt im o : " Au dia m qu id loq ma is
ser em est es . con sel ho s um visto ua tur in me Do m; nu s De us 2
a exp res são dos seu s des e execL1tar pro nta me nte " :
ace rca de nós. ejo s , gen ero sam ent e o qu e Ele
pe de : "E cce ven io ut fac nos
iam, De us, vol un tat em ti:.i 3
48~. e) Tu do isto não é ma is qu am" •
O me sm o se dev e diz er das e cor res po nd er à gra ça, e
graça, qu an do são cla ram ent inspirações da cor res po nd ênc ia dóc il e con est a
e exp res sas e suj eit as à apr sta nte é pre cis am ent e o qu
cia ção d0 dir ect or ; é qu e- e
e nes se cas o se po de diz 1 Sec ond e Con fér. , e. 5-8,
~r com - 2 Ps. LXXXIV, 9. -
S Hebr. X, 9.

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lVltlU .::> \cJCK /-U;:) . lJO 1:'0K t'l:ll'
,,,AU 1.1'J
: i
nos tor~a _perfeitos : "Adju.~~m
~Lu~ ~Iir.rn
g, n,e i rccipiatis I _
nas pu e1tas e pre
tes exh ort am ur ne in ua-
o
car áct er distintivo das
sua s pené.'.S e das exprobrações
e.s. Do min e. . . et om nes via.e
de sua mu lhe r : "J ustus
misericordia et veritas et
es1tas insi-,iracõe d· cisa
.
me nte exe cut ar e ~
" Q· , . jttclicium '· 1 ; é o que pro clam ava
a sab edo ria : " Tua au-
sem per " 2_ ,· s ,vm [ por em
uae p aci:la sun l eipra tica tem., Pater, Providentia gubernat .
as : fac io .. Att ing it ergo ~ fine
usq ue ad finem fortiter et disponi
t om nia sua uite r" 2• É
485 . d) Qu ant o às pessoas que sob retu d,) o que nos inc ulc a
a vivem em co . S. Pau lo : "Oi lige ntib us
t dd, e es~a
a ld a d e de circ uns tân cias , já se
d :, -s, em igu · De um ornnia cooperantur in bon 3
muen-
m- um
en e, sera o tan to mais per feit as Par a compreender, porém, esta " .
me nte oh d dou trin a, é mister co-
.
,
e ece~em as sua s regras · qua nto mai.s generosa- locar-s·e na per spe ctiv a da fé e
~Tb~;; es~ a\ _myo~ de p~rfeição apr ova
e constituições, visto
o ou imp ic1to pel a Igreja, mei dos de mo do ex-
.de Deus. ~ da salvé¼ção dos hom
olh os mais que na vida pre sen te
da ete rnid ade , da glória
ens . Se não se fixam os
os que se obriga a e na feli cid adé terrestre,
ºplicserv ar que m ent ra num a com uni dad
ám os ( n o 3 ) ~ . d b· , I C
não se pod em pen etra r os desígn
ios de De us, que nos
. .quis sub me ter às provações na
. · · 75 ' e m u rtave quee. faltorn o acr ma ex-
ar a l terra, par a nos recompen-
reg-l_ras me nos !im por tan tes, por fraq sar no céu. Tud o está siubordinad
uez a, não é e: gsu1· mp.aes o a este fim : os males
ca•. 0 : Jnél " a ém d pre sen tes não são mais que um
voluntária ~, se .ins i:u~ uel mm·tas vt~zes ne~ meio par a nos pur ific ar a
. , a gnm mo ivo maissas negligências- alm a, par a a .confirmar na virt ude
e par a nos faz er alcan-
cam mo so e certo qu d . ou me nos pe- çar merecimentos ; e tud o isto
me smo p~r fra e, le1xan d o d e as observar, ain sub ord ina do à glória de
que za, a a ma se priva dum a oc da De us, que é o ultimo fim da cria
ção.
c:i:Jt de alc~ncd_ar merecimentos. Sem
·-
e que gua r ar a regra· é um d pre fica s::d ~ ~:: : 487. b) É, pois, um dever par
a nós submeter-nos a
de faz er a .· von tad e de D . . . De us em todos os aco nte cim ent
l : eus e d e os_ me1?s maErs se~uros os prósperos ou adversos,
regu ae i:ivit De o uivit''; viv er par a le 'Q . nas cal am ida des púb lica s ou noS
' infortúnios privados, nas
me nte e sem raz ão é um eh que falt ar a I I : ' _ui inte mp érie s das estações, na mis
<\. .· d éria e no sofrimento, nos
. a uso a graça. e a vo untarza ·
- foto s que nos ferem como nas
dL ~s~m,. pois, a obe diê nci a à von tad e de alegrias, na des igu al re-
ca a e o me io nor ma l de che gar
à per feiç ão.
De us si r
gm i-
par tiçã o dos dons nat ura is, na pob
rez a como na riqueza,
nos reveses como nos triunfos,
nas , aridezes como nas
º DA -consolações, na doe nça como na
2. CON FOR MID ADE COM
A VON TAD E
saú de. na mo rte com os
-sofrimentos e inc erte zas que a aco
DE BEN EPL ÁCI TO mp anh am . Co mo dizia
-o san to Job 4 : "Se rec ebe mo
s os ben s da mã o ele De us,
486 . Estda con for mid ade consist por que não hav em os de recebe
e em se sub me ter o r tam bém os· ma les : Si
hDornem a to os os aco t bon a sus cep imu s de ma nu Dei,
n ecr·mentos pro vid enc iais . que ma la quare non susci-
eus que r ou per mlt e par a nosso pia mu s?" Co me nta ndo estas pal
tu d o par a nos sa san tifi caç ão. ma ior b . .h avr as, S. Francisco de
Sal es 5 adm ira- lhe s a bel eza :
em. e so re- "ó me u De us, como esta
a). A por.a-se nes te fun dam p<1lavra é de grandíssimo amor T
Ele pen sa, Teó tim o, que
sem a von tad e ou permissão de ent o qu d foi de mã o de De us aue rec ebe u os ben
como 0 infi nita me nte sáb io
Deu s' e q:e D
a suc
d
ede
. f·im'·tam ent ebus, sen o
que não hav ia estim~do tan to
s, test em unh and o
os ben s, por serem bens,
e m e om nã qua nto por virem da mã o do Sen
que r dem P:rmib~ nad a ~enão par hor . E, sen do isto assim,
n bem das alm as ~in do <::onclui aue ent ão é mister sup
qua n o o nao veJamos. E o que orta r am oro sam ent e as
diz ia Tob ias no m~io da:
1 Tob. III, 2. - 2 Sap. XIV
. 1 li Cor. VI, 1. ~ 2 jo. VIII , 29 • , 3; VIII, 1. - S Rom. VIII, 28,
4 Jo. li, 10. - 5 Amo ur de Dieu, -
L. IX, e •. 2.

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---· ... .a.., ,.__,.a..,'-' V
ME IOS GERAIS DE PERFEI
. adv ers ida des , visto pro ced ere
ÇÃO 281
m da mã o do me sm o Se- (Ju anl o ao futuro, é lou cur
nd?or, tão a~á v~ l, gua ndo dis a pre ocu par -se del e: É
trib ui afli çõe s , como qu and o pru den te sem dúv ida prevê-lo
a con sol aço es . E que na ver , par a nos pre par arm os par a
dad e as afli çõe s nos dão ele. na mE;dida em que nos
ens :jo de melhor tes tem unh for possível; ma s pen sar de
ar o nosso amor a De us : ant em ão nos ma les que nos
am a-lo , qua ndo Ele nos cum pod em suc ede r, entristecen'-
ula de ben s, é coi sa fác il • do- nos com isso, é ma lba rat
ma s só ao ain or per fei to com ar o tem po e as ene rgi as sem
pet e rec ebe r os ma les da su~ pro vei to nen hum ; por que enf
m! o, poi s que estes não são im esses ma les pod e bem
am áve is sen ão por cau sa da ger que 1:unca ven ham a suc
ma o daq uel e que os dá. ede r. Qu and o sob re nós de-:
sab are m, ent ão ser á tem po
48~ . Est e dev er de sub mis de os sup ort ar com o aux ílio
são ao ben epl áci to de da. graça, que nos ser á dad a
par a os sua viz ar. Ne ste mo-
Deus_ n?s ac~ nte :im ent os adv ers os é
dev er ~~ justiça e me nto não a tem os ; e, ent reg
ues às nossa.s. pró pri as for-
obediêncru, vrsto ser De us õ ças . n.ão pod em os dei xar de
nos so Sup rem o Sen hor qu e s~.;cumbir sob o pes o da car ga
tem tod a a aut ori dad e sob que nos imp om os a nós me
re nós ; dev er de sabedoria smos. Nã o é ma is pru den te
~or que ser ia lou cur a que rer lançar-no,:; nos bra ços do nos
esc apa r à acç ão da Provi~ so Pai cel est ial, des terr and o
ciência, qua ndo só na hum imp lac àve lme nte . por ma lfaz
ild e res ign açã o enc ont ram os ejo s e perversos , os pen sa-
a _paz ; dev er de interesse, me nto s ou ima gen s que nos
poi s que a von tad e de De us rep res ent em sof rim ent os pas -
nao nos en.v ia pro vaç ões sen
ão par a nos so bem , a fim de sad os ou fut uro s 7
nos exercf tar na vir tud e e
de nos faz er adq uir ir me rec 490 . 2) O rem édi o positivo
me nto s; ma s sob ret udo dev i- é, no mo me nto em que
er de amor, já que O am or se sofre, ç~n sar nas gra nde s
o dom de sj me sm o até à imo é uti ltd ade s do sofrimento. ~
laç ão. . O sof rim ent o é um educador',
. . 48~ . _e), To davia, par a fac um ma nan cia l de mereci-
ilitar às alm as pro vad as me nto s. É um educador, isto
a s:1bm1s~ao a von tad e div ina é, urn a fon te de luz e de
, enq uan to não têm che aad o força: lem bra -no s que na terr
ain da ao, am or da , cru z, é. bom a somos deg red ado s, a ca-
sug erir -lh es alg uns m: ios mi nho par n a pát ria , e que
pur a l~e~ s~a víz ar os sof rim não dev em os divertir-nos a
ent os. Do is rem édi os as po~ col her as f iores das con sol açõ
~e~ ahv rar , um neg ati vo e out es, já que a ver dad eir a feli-
ro positivo. 1) O pri me iro . cid ade não se enc ont ra mais
e_ nao os agravar com um a que no céu . Or a, como disse
fal sa tát ica : há que m col ec-
crone os seu s ma les pas sad os, o po eta :
pre sen tes e fut uro s e for me
~om e~es _uma espéci·e de mo nta nha , que lhe s par ece in- "Quar..do o exí lio é sua ve dem
ais, faz~se dele a pát ria !"
s.~portavel. É o cont~~rio que
se dev e faz er : bas ta a cad a
dia o se:.i cui dad o : su/ fici
t die i malitia sua " 1 . Em vez Ê tam bém um a força : o háb ito
do pra zer afr oux a a
de a~i var as cha gas do passac act ivi dad e, am ole ce as ene
lo, já cic atr iza das , é pre cis o rgias e pve par a ver gon hos as
ou nao tor nar a pen sar ma is cap itu laç ões ; pel o contrário,
nel as ou não pen sar sen ão o sof rim ent o, não por si
par a . ~er os fru tos que del me sm o, s·enão pel a rea cçã o
as se col her am : os mé rito que pro voc a, ret esa e acres-
a~qu~ndo~, o cre sci me nto na s cen ta as nos sas ene rgi as e
vir tud e, pro duz ido pel a pa- tom a-n os apt os às má scu las
crencra, o háb it~ de sofrer. vir tud es, com o se viu no dec
As sim se ·ate nua a dor, por urs o da gra nde guerra.
que 1_::m ma l nao nos afli ge -
sen ão qua ndo lhe dam os 491. É igu alm ent e um ma
ª:e nça o : , um a ma led icê nci nancial de me rec ime nto s,
a, um a cal úni a, um ins ult par a nós e par a os out ros . Pa
nao nos ma goa m, sen ão qua o den tem ent e sup ort ado , por
ndo os rev olv em os no ,espírit De us e em uni ão com Jes us
com amargura .. o Cri sto , o sof rim ent o me rec e-
-nos um pes o ete rno de gló
ria, como S . Paulo rel em bra
sem ces sar aos pri me iro s cris
1 Mt. VI, 34. tãos : "E u ten ho par a mi_:11,
que os sof rim ent os do tem po
pre sen te não têm pro por çao

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1...,1'1.1:'llULU V MEIOS GERAIS DE PERFEI , 283
ÇÃO
alg um a com a glória fut ura que
se rna nif esl ará em nós ... B) Os prof icíenles, sus ten tad os
Por qua nto , o que é aqu i par a pel a esp era nça e
nós de trib ula ção mo me n- desejo dos ben s celestes, e sab
. tân ea e ligeira, pro duz em ~nd o q~e cad a sofr~mento
nós, de mo do inte iram ent e nos val e um peso eterno de gló
ma rav ilho so, no mais alto gra u, ria, nao bus cam am d~ a
um peso eterno de glória: cru z, mas lev am-na de bom grado com cer ta alegria :
Exi stim o eni m quo d non sun t
con dig nae pass(ones huj us , · ban t et fleb ant mi,tlentes ' .
temporis ad futu ram gloriam qua Euntes l sem ina sua ; vem.ent es
e revelabitur in nobis . .. 1 aut em ven icn t cum exultati.on ·· • l
ld enim, quo d in praesenti est e, portantes ma mp u os
mo me nta neu m et lev e tri- suos ..
1
bul atio nis nostrae, supra mo dum
1· num gloriae pon dus operalur
in sub lim itat e .. ,
in nobis "·2. E, qua nto às
aeter- C) Os perfeitos, guiados pelo amo
r, vão mais longe:
alm as generosas, acr esc ent a par a g1on·f'·1carem a De us • que am am par a se conforma-
com ple tarn a sua pai xão e -co
que , sof ren do com Jes us, rem m3.is prr fei tam ent e çQm Jes c·· _
us • nst o, vao_ ad enco:1-
ntribuem com Ele par a o tro das cru z;s , desejam-nas, abr
hem da Igreja : "A dim ple o aça m-n as com ar or, nao
ea qua e des uni passi'anum que elas s:ejam amáveis por si
Ch rist í in, carne me a pro cor me sm as, ma s por que nos
pore eju s quo d est Ecc le- são um me io de tes tem unh ar
sia': 3 . É isto, na ver dad e, o o nosso am or a De us e a
que res ulta da dou trin a da Jes us Cri sto . Co mo os Ap óst olo
nos sa inc orp ora ção em Cri sto s, regozijam-se de tere m
, n.º 142 ss. Est es pen sa- sid o julgo dos dignos de ser ultr
me nto s sc,m dúv ida que não sup aja dos pel o nom e de Je-
rim em o sofrimento, ma s sus . como S. Pau lo, sentem
atenuam-lhE: sin gul arm ent e a -se inu nda dos de gozo no
am arg ura , faz end o-n os to- meí~ das sua s trib ulà çõe s 2 . Est
car com o ded o a sua fec und e últi mo gra u cha ~a- se
ida de. a ent reg a tota l a De us ; voltare
Tu do, pois, nos con vid a a con mos a fala r del e tna.1s tar-
fi'rmar a nossa von tad e de. ao trat arm os do am or de De 3
com a de De us, ain da me sm us •
o no· me io das pro vaç õ.e s;
vej am os qua is são os seu s gra U.
us. Efic ácia san tific ado ra da con form
idad e com ª von tade
J.e Deu s,
3.º GR AU S DE CON FOR MID
ADE COM A VON TAD E
49~ Do que fica dito, res ulta
DE DEU S evi den tem ent e que
est a co~ for mid ade com a von
tad e de De us não pod e
492. S. Bernardo dis ting ue três gra dei xar de nos santificar, pois
us des ta vir tud e que une a nldosd vA tad Í'
que cor res pon dem aos três gra e, por con seg uin te, as nossas
us da per feiç ão cris:tã : " O dem ais fac u a ·es que ~
principiante, mo vid o pel o temor, ue é a fon te de tod a a sant_id
sup ort a a cru z de Cristo q ade. Par a me lho r o reah-
puri·fica,
· nos reforma e
com pac iên cia : o proficiente, zarmos, vej am os como e1a nos
mo vid o pel a -esperança, le-
va- a com certa alegria : o per nos con tor ma com Jesus. ,
/eito, con sum ado em cari- ,
dad e, abr aça -a com ardor ·" 4• 494 , 1.º Est a con for mid ade
puri/ica-nos. Já na An -
tiga Le·;, faz De us mu itas vez
A) Os principiantes, sus ten tad es not ar que est á disposto
os pel o tem or de a per doa r tod os os pec ado s e
De us, não am am o sof rim ent
o, ant es o pl'ocuram evii.tar; a restituir à alm a a deslum-
con tud o, an~es quereri;i sofrer bra nte can dur a da sua pur eza
que ofe nde r a De us, e, prim itiv a, se ela mu daf de
cor açã o e -vontade : .. Lavamini,
pos to que · gem end o sob o pes
com pac iên cia : .são resigna,do
o da Cru z, sup ort am -na ma lum ,cogitationum vestrarum
mund_i est~te ; a~
ab oculis meis ; qmesci
e~::
s. . . b f·
agere perverse, d isci Si fuerint peccata
te ene ace
1 Rom .. ~1~1 18. - 2_ II Cor. vestra ut coc cin um , quasi nix re . . . " 4 O
1
4_ •. Qu1 mrt iatu IV, 17. - S Gol. I, 24. dea lba bun tur ! . • · ra,
'1 r a timo re, crucem Chr isti susti1tet pati ente r; qui
profictt 1n spe, por tat llbe
amp/ectitur jam ardenter ~ (S.1tte r; qui vero consummatur
fü:RNARous, I Serm . S. And in cari tate 1 Ps. CXXV, 6. - 2 li S S,· fR. DE SALES, Am. de
reae, 5). • Dleu, L. IX, e. 15. - 4 Is. 1, Cor. Vll, 4. -
16-18.

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_, .....
284 CAPITULO V MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO 285
conf orm ar a próp1'ia von tade com a de Deu cessamos de ofen der a Deu s de propósito
/

s, é cert ame n- deliberado, e


te mud ur de cora ção, cess ar de faze r o grad ualm ente vam os refo rma ndo a nossa
mal, apre nder a vida.
prat icar · o bem . E não será tam bém isto
mes mo o que 496 . 3.º Por. esse mesmo processo a vam
quer dizer este text o tant as veze s repe tido os torn ando
: "Me l iór est conf orm e à de Nos so Sen hor Jesu s Cristo.
obed ient ;a qua m victi mae ?" 1• No Test ame
nto Nov o de-
clar a N S: Jesu s Cris to . logo desd e a · a) A conf orm idad e mais real. mais
sua entr ada no íntim a, mais
mun do, que pela obedi~ncia é que Ele prof ;nda , é a que existe' entr~ duas vont
substituirá. todo s ades . Ora , pela
os sacrifícios da Ant iga Lei : "H oloc auto conforrr1.'idade com a von tade de Deu s,
mata pro pec- submetemos e
cato non. tibi placuerun.t, tunc dixi : Ecce 'uni mos a noss a von tade à de Jesu s, cujo
vent o. . . ut alimento era
faciam, Deu s, volu ntat em tua m" 2 • E., _de faze r B- von tade de §eu Pai :' com o· Ele
feito, r:esgamu- e com Ele, não
-nos pela obed iênc ia, leva da até à imo laçã auerem'o~ senã o o que o Eter n~ Pad re
o de si mes mo quer , e isto p or
dura nte a vida e sobr etud o no Calv ário todo dia adia nte. É, pois, a fusã o de
: "/ac tus obe- duas vont ades
~i:ens usqu e ad mortem, mor lem aule m cruc imm â só, unm n velle, unu m noll e; não
is " 3 . É, pois, fazemos mais
1gua·Imente pela obed iênc ia e acei taçã qve um com E1e, id.e ntifi cam o-no s coi:n
o das prov açõe s os seus pens a-
prov iden ciais que em uniã o com Jesu men tos, sent imen tos e von tade s: "Ho c
s expi arem os os enim sentite in
nossos peca dos e puri fica rem os a noss a alma vobis quoíJ et in. Christo ]esu " 1 • e dent ro
. em brev e pode -
49'1. 2. 0 A conf orm idad e re/orma-nos. mos repe tir com S. Pau lo: ''Viv o ai.item,
O que nos jam non ego,
defo rmo u.fo i o amo r deso rden ado do praz vivit vero in me Christus" 2 : Eu vivo, mas
er, a que cede - não sou eu
mos por malícia ou por fraqueza. Ora , que vivo, f Cris to que vive em mim •:.
a conf orm idad e
com a von tade divi na cura -nos dest a dup
la caus a de re- 497. h) Sub met endo a noss~ vont ade, subm
caíd as. ' etem os
· .e, unim os a Deu s toda s as dem ais facu ldad
, 8:) Cura-nos da malícia, que resulta 'do nosso apego sob o seu império e, por cons egui nte, toda
es, que estão
as cnat ures e, sobr etud o ao nosso próprio a alm a intei-
juízo e vont ade. ram ente , que pouc o a pouc o se vai conf
f:· que, de facto. conf orm ando a noss a von tade com orm ando com os
a de senbimentos, vont ades e desejos de N. S.
Deu s, acei tamo s os seus juízo s como1-re Jesus Cris to·; por
gra dos nosso~, essie meio vai ela adqu irind o suce ssiv ame
os seus man dam ento s e cons elho s como: nte toda s as vir-
norm a da noss a tude s dõ-'seu divino Mes tre. O que dissemos
von tade ; desp rend emo -nos assim das criat da carid ade,
uras e de nós n.º 318, pode -se dizer da conf orm idad e
mesmos, e da malí cia que nasc ia dessas com a von tade
afeiç ões. . divi na, que é a sua mais autê ntic a expr
essão ; contém,
h) Rem edei a a noss a fraqueza, origem de pois, com o a cari dade , toda s ·,as virtu des,
tant as no dizer de S.
falta s ; · em vez de nos apoi arm os em nós Francisco de Sale s 3 : '.'A entr ega tota l-a
mes mos que tão Deu $ é a vir-
frágeis somos, apoi amo -nos pela obed iênc tude das virtu des ;" é a flor da cari dade
ia em Deu s , o periuroe. da
que, omn ipot ente com o é, ·nos tom a part hum ilda de, o mérito. se não me ~ngano,
icip ante s da su~ da paci ênci a, e
força, para resistirmos às mais graves tent ,o fruto da pers ever ança . É por isso que
açõe s : "Om nia N. Senh or dá os
poss um i.n eo qui me can}ortat " 4 • Qua ndo doce s nom es de ,irmão, de irmã e de mãe
fazemos a sua àque les que fa-
von tade , Ele se com praz em faze r a noss 2em a von tade de seu Pai : "Qu icu. mqu
a, ouvi ndo as e entm fecerit
nossas oraçôes e-su sten tand o a noss a fraq volw ntdt em Patris mei, qui in caelis est, ipse
ueza . meus frater
Assi m, · dese mba raça dos da noss a ma~ícia et soror et rriafor est " 4 •
e fraq ueza ,
1 l Reg. XV, 22; cf. Os. VI, 6; Mt . IX,
6-7, - 5 Phil. II, 8. - 4 Phil. 13 • XII 7 - 2 H, b X
IV, 13. . ' ' . e r. • 1 Phil. II, 5.-2 àal. II, ·20.- a Entre
tien XI.-4 Mt. XII, 50.

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286 CA PIT UL O V
ME IOS GERAIS DE PER
FEIÇÃO 287
CO NC LU SÃ O l. N ature:ta da ora ção .
49 8. A co nfo rm ida de com 50 0. To rna mo s aq ui o
a ·vo nta de div ina é po i ter mo ora ção no seu sen
um do s grf nd es meios de ma is geral. em qu an to tid o
san tif ica ção ; e ass im nã é um a asc en são da no ssa
der~os ~e_.,hor ,te ~i na r o p;~ alm a
~u : po r est as pa lav ras de pa ra De us. Ex po rem os: 0
Te res_ a . ._A um ca amb1 Sa nta 1. a su a no çã o; 2.º as sua
çao da qu ele qu e co me ça ver sas / armas ; 3. 0 a ora s di-
oraç~o,......, na o esq ueç ais a fa z er. ção pe rfe ita ou o Padre
-Nosso.
isto, qu e é sob rem an eir
tante,...... de ve ser tra ba lha a impor-
r co m ard or po r tor na r 1.º Ü QUE É A OR AÇ ÃO
vo nta de con for me com a a sua •
de De us . . . N1·sto cons1s
teira_mente ª. 1:1ais alt a per · t e m-
· · 50 1. Enc·ontramos nos
fei ção qu e é pó ssí vel ali Sa nto s Pa dre s·t rês defini
cam inh o 1)spmtnal. Qu an ng ir no da ora ção , qu e se co mp çõe·s ·
to ma is pe rfe ita é esl, a co n [orrn1-· let am mu tua me nte . Na
d. a.d,e, tant_o mais se ~~cebe do Se nh su a ace
av an ça ne ste cam inh o or, tan to ma is se
pç ão ma 1s geral. 1) é, diz
cen são da alm a pa ra De
S. Joã o Da ma sce no 1. um a as--
. E acr esc en ta a Sa nta us. "o.scensus me nti s in
me sm a ho uv era de sej ad o qu e ela e, an tes de le, ha via escrito De um ";
viver ne sta via de co nfo S. Ag ost inh o qu e a ora ção
de, , sem st:c ele va da aos rm ida - um a int en ção af ect uo sa é
. b rap tos e êx tas es ta-o co n do espírito pa ra De us :
est a qu e est a via ast a , , ve nc i·d a na mq ue est mentis ad De "O rat io
pa ra a ma is. alt a per fe1ç · -ao. um aff ect uo sa int en tto " 2
Em sen tid o ma is lim ita do • 2)
, def ine -se a pe tiç âo a De
coi sas co nv en ien tes : "p us de
§ I\1. eti tio decentiun:i a =. De o" 3
A or aç ão 2 Pa ra exp rim ir as rel açõ es
mú tua s qu e a ora ção est
• 3)

lec e en tre De us e a alm abe -


a, representam-,-nó-la com
49 9. , A ora, ção dres um e e co mp let a tod os co nv ers açã o co m De us o um a
: .. Oratto conversatio ser
pre,ce den tes
. : e
. um esejo de perfeição . po os act os tioqu,e cu m De o est" 4 . To mocina-
gu em mar~a sm cer am en te, , 1
· q
s ue n1n · - do s est es asp ect os são ve
se nã o qu ise sse tor nar -se deiros ; reu nin do -os , po de rda -
lho r ; sup oe um cer to con me- mo s def ini r a ora ção : um
h.ecimento de De us e de va çã o da alma para Deus, a ele-
mesmos, P? rqu e est ab ele ce nó s com o fim de lhe pre sta
rel açõ es en tre am bo s ess ho me na ge ns qu e lhe são r as
devidas e de pedir as sua
mo s: cond .fob:ma a nossa vo nta de co m a de D es ter- ças, para assim nos tqrna
rmos melhore~ para sua
~ gra-
qu e to a a _oa ora ção co . •
eus ·t
nté m ex plí cit a ou im pli cit, vis o SO'l. A pa lav ra elevação
glória.
te um actQ de su~ mi ssã o am en - nã o é ma.is qu e me táf ora
ao Su pre mo Se nh or de tod qu e ind ica o esforço qu .
coü;as. Ma s ap erf eiç oa tod as as. e faz em os pa ra nos des
os est es . act os, pro str an do mo s da s cri atu ras e de pre nd er-
dia nte da Ma jes tad e div -no s nós me sm os, e pen sar mo
ina , pa ra a ad ora rm os e De us , qu e nã o som en te s em
ra~ ~ó s no vas graç~s, qu im plo - nos env olv e de tod os os
e nos pe rm ita m av an ça r ma s res ide no ma is ·ínt im lad os,
fe~çao. Va ~o ~,. pois. exp na pe t- o da no ssa alm a. Co mo
or : 0 somos
2. a su a efic.acia, como me 1. a na tur eza da ora ção ; sob rem an eir a inc lin ad os
a dis per sar as no ssa s f
io de perfeiça- ,• 3 .° a· ma des po r um sem -nú me ro acu lda ·
de tra ns f orm ar a no ssa vid a em oração ha0bU neira
· de ob jec tos , tom a-s e mi ste
ual. esforço pa ra arr anc á-l as r um
a esses be ns fút eis e sed
e rec olh ê-l as, ; con cen trá -la uto res ,
s em De us: Es ta ele vaç ão
ma -se um colóquí.o, po rqu cha -
ll1 S
ChaTHo
teoM·
u lJtt
II érieur 2e Dem p. 71 , 'd d e a ora ção , qu er sej a ad
De ora tJo· ne; ÁLV· • II , 'q. 83-84 ··• SuA e · es Car me,lite s. qu er súp lic a, pe de um a ora ção
ARE
gra nd moyert de la ZpriDEerePAZ t: L' 1D.e Se
III REZ
• p M ' · ' · Ági
R J" •
one, TLr. IV, L. I,
res po sta do céu , e sup õe
assim
Théologie de la .f!r ier e;
TILLANGES, La Pne
re; 1917.
P. f{A~IP.RE~NjfÂ_;~st;,:/'J:er:•
1 ~~H . DE IGU0R1, Du
Pfflo~opphiSe et
1 De rid e orthod., L. III
n,o 3. -S s. JOAN, DAMASC,
, e. 24, P. O. XC I'{t 109
- pr re, . ER- ibid, - ' s. ÜREG, NYS ,, 0. - ll Serm . IX,
Domin1 P. O. XCIV, 112 Ora t. I, de ora t.
1 4, .
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288 CAPITULO . V MEIOS é;e~I S DE I PERFEIÇÃO 289
uma espéc ie de conve rsação com Deus, ainda que seja poT que está posto no meio do mund o, misterioso com-
muito breve . pêndi o do mund o. a fim de, conte mplan do o universo
Neste colóquio, o nosso primeiro acto deve ser evi- inteiro e recop ilando -o em si mesm o, referir unica mente
dente mente cump rir para com Deus os deveres de reli- a Deus tanto a sua pesso a como as demais criaturas : a
gião, do mesm o modo que coµieçamos por sauda r a pes- tal ponto que o home m não é o conte mplad or da natu-
soa com quem vamo s tratar ; só depois de nos haver mos reza visível, senão para ser o adora dor da Natur eza invi-
desem p enhad o deste dever eleme ntar, é que podem os ex- sível, que tirou todas as coisas do nada pela sua omni-
por os nossos reque rimen tos. iv1uitos o esque cem, e é esta potên cia" 1 . Por outros termos , o home m é o pontífice
uma das razões, por que as suas súplic as não são tão do. ~riação, encar11egado de glorificar a Deus em seu nome
hem atend idas. E, ainda quand o pedim os graças de san- e em npm~ de todas as c..ri_aturas. Currm re ess·e d~ver, re
tifi~a ção ou • de salvaç ão, impor ta não ·e~qu,ecer que conhe cendo "que Deus é uma natur eza perfei ta e, por
o
fim princi pal deve ser a glória de Deus. Eis o motiv o das conse guinte , incom preen sível ; que Deus é uma natur eza
últim as palav ras da nossa defini ção : "para assim nos benfa zeja ... Nós somos natur almen te levad os a reve-
tornar mos melho res para sua. glória". rencia r o que é pertei to . . . a depen der do que é sobe-
rano . . . a aderir ao que é bom "2.
2.
0
As DIVER SAS FORMA S DE ORAÇÃ O
S04. E é por isso que os místicos se comp razem em
~

S0'.5. A) Consi derad o o duplo /im, a que tende a adora r nas criatu ras o poder , a majes tade, a belez a. a
oraçã o, distin gue-se a adoração e a petição. ·activ idadr, a fecun didad e de Deus oculto nessas criatl!-
ras : "i',1eu Deus , eu Vos adoro em todas as vossas cria-
a) A adora ção pràpr iamen te dita dirige-se ao Su- turas ; adoro -Vos, verda deiro e único susten táculo de
premo Senh or; mas, como Deus é també m nosso ben- todo O mund o ; sem Vós nada seria, e nada subsis te se-
feitor, devem'os rende r-lhe graça s ; e, visto que- o temos
não em Vós. Amo- Vos, ó meu Deus , e louvo a Vossa
ofend ido, somos obriga dos a repara r esse ultraje . Majes tade que transp arece no exterior de todas as criatu-
1) · O primeiro sentim ento que nos deve · d"oniinar, ras. Tudo quant o vejo, ó meu Deus , não serve senão
qüaiid o a alma se efova para Deus , é- a adoração, isto é, para exprimir a Vossa belez a secret a e desco nheci da aos
"e, recon hecim ento em Deus da ·m ais eleva da olhos dos home ns ... adoro o Vosso esplen dor e a Vossa
sober ania
e, em nós, da mais profu nda depen dênci a" 1. Toda à Majes tade, mil vezes mais bela que a do sol. Adoro a
natur eza adora a Deus a seu modo ; mas a que é pri- Vossa fecun didad e, mil vezes mais admir ável que a que
vada do sentim ento e razão · não tem coraç ão para o amar apare ce nos astros·. . . .. 3 .
nem intelig ência para o comp reend er. Conte nta-se ; poi-s,
S0.5. 2) A adora ção é segui da do recon hecim ento ;
de osten tar a nossos 9lhos a sua ordem , as suas diversas
porqu e Deus é não sàmen te Supre mo Senho r, senão tam-
opera ções e os seus atavio s : "ela não pode ver, mostr a-
bém insigne Benfe itor, a quem devemos tudo quant o
-.sie : nã._1 pqde adora r, leva-n os à adora ção ; e esse Deus
, somos e temos, assim ·na ordem da natur eza como na da
que ela não ouve, não 'no-lo deixa ignora r. . . Mas o ho-
graça. Eis O motivo por que Ele tem direito a um reco-
mem, animá l divino-, cheio de razão e intelig ência, capaz
nheci mento perpé tuo, pois que dele recebemos co~st an·
de conhe cer a Deus, por si mesm o e por todas as criatu
- temen te novos benef ícios. E é por isso que a lgreJa nos
ras, é també m impel ido, por si mesm o e por todas as
convi da todos os dias, antes do mome nto solene do Câ.-
criatu ras, a rende r-lhe as suas adora ções. Eis o motiv
o
1 Bossm:r t. e. p. 105. - 2 BossuET, t. e. p. 108.
1 BossuEr, Sermott sur le cu/te de D/eu, éd. Lebarq, t,
V, p. 106. s OLIER,
}ourn.ée clirlt., IIe P., Actes quand on va· aux e h ·
;:P ~-
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CAP1TULO V ME IOS GERAIS DE• PERFEI
ÇÃO 291
non , a dar graças a De us
po r tod os os seu s ben efí cio () Jun dam ent o da ora ção
mormen~~ pel o qu e os res s é, du m lad o o amor de
um e todos, o ben efí cio euc De us par a com sua s crialu
rísbico : Gratias aga mu s Do a~ ras e seus filhos, e do outro
,l
·. •
g1~um et jus tum es~, aeq uu m
mi no De o nastro. V ere di- . nec ess ida de urg ent e qu e tem
os do seu auxílio. Ma nan cia
a
11 et salutare grafias age re" ... ine xau rív el de todos os ben l
) Eis a raz ão po r qu e Ela nos s, De us ans eia difundi-los
sug ere sub lim es fór mu las de nas alm as : bo nu m est su.i
acç~o de gr~9~s : .. (_Jrati':s dtf fus ivu m. Se nd o nosso Pa
agi mu s tibi propter ma gn am não des eja na da tan to com i.
glorio.m tua m . . E rnsto nao o com uni car a sua vid a e au..
faz a lgreja mais qu e seguir me ntá -la - ein nós. É par a :
exe mp los de Jes us, qu e mu os me lho r o conseguir qu e Ele
ita s vezes dav a graças a seu env ia à ter ra o seu Filh.o,
Pai , e as lições de S. Pa ulo esse Fil ho úni co qu e apa rec
qu e nos con vid a a agr ade cer che io de gra ça e ver dad e, pre e
~ De us -todos os ben efí cio s rec dos se1,1s tesoiros. • Ma is ain
;c isa me nte par a nos cum ula
r
ebid9~ : "ln om nib us gra- _ da,. cqnvida-J)OS a ped ir as
~ias agiti~,_ ~a ec est. va,~uht~s sua s gra.ças, e pro me te con
De i 2 • • . Grafias be o sup er ceder-no-las : "P eti te et dab
menarrabih dono- e Jus 3 . E tur vobis, qua eri te et inveni i-
·depois, os hom ens de cor açã
não pre cis am qu e se lhe s o etis. pul sat e et aperietur vo-
rec ord e est e dev er ; sen tem bis " 1 • Te mo s, poi s, a cer tez
~mpelidos pel a me mó ria dos -se a de agr ada r a De us, pro-
ben efí cio s divinos a exprim pon do- lhe as nossas súplica
mc ess ant em ent e o rec onh eci ir s.
me nto qu e lhe s tra sbo rda do 30 8. De ma is a mais, tem
coração. os disso a mais urg ent e
necessidade. Na ord em da
_ 506 . 3) Ma s, no est ado nat ure za como na da graça,
de nat ure za decaída, im- ·somos pob res , me nd ici De i
p,oe-se-nos um terceiro dev er sum us; é ext rem a a nos sa
: o da exp iaç ão e reparação d.igência. Ess enc ial me nte dep in-
E na ver dad e, _quantas vez . end ent es de Deu-s, ain da
es, por nossos pecados., nã me sm o na ord em da nat ure
ofe nde mo s nós a inf ini ta !v1 o za, não pod em os nem seq uer
ajestade de De us, ser vin do- con ser var a exi stê nci a qu e
-nos dos s.eus próprios don s Ele nos deu ; dep end em os
par a o ult raj ar I É est a um par a i,:;so das cau sas físicas
inj ust iça qu e exige um a rep a . qu e tam bém obe dec em
ara ção tão per fei ta com o nos · De us. Em vão diremos qu a
sej a possível oferecê-la. Co e t~mos cérebrq, bra ços , e
nsi ste essa rep ara ção em trêg pod em os, pel a nos sa · energi qu e
actos principais: a hu mi lde a, tira r das ent ran has da ter
con/issão de nossas fal tas necessário· à nos sa sub sis tên ra
1 Co nfi teo r De o om nip ote nti : 0 cia ; esse cérebro e esses
; contrição sin cer a : cor con bra ços são-nos con ser vad os
tum et lwm ilia tum no n tri- por De us, e n~o exe rce m act
des pic ies ; a aceitação corajo vid ade alg um a sen ão com i-
das pro vaç ões qu e No sso sa o aux ílio do seu con cur so;
Se nh or nos que ira env iar · ter ra não pro duz irá frutos, a
1 se. qui ser mo s ser generosos e se De us a não reg ar com
as
j.
1 ob~~ção de nós, ~es mõ s, com
, a tud o isso aju nta rem o~
~ ·sua s chu vas ou a não fec un
e ·qu ant os aci den tes imprev
dar com os raios do seu sol
;
o vítiµ1as de exp iaç ão, em istos po dem destruir as sea
u~rao com a v1bma do Ca ras
lvá rio . En tão pod ere mo s hu jé'I. ma dur ~s I ,......, Ma s qu ant
o ma ior não_ é a nos sa dep
mr~demente im plo rar e esp - en-
era r o per dão : Mi ser eat ur dên cia de De us na ord em
ln«Julgantiam. E pod ere mo s . .. sobrenatural l Ne ces sita mo s
tam bém sup lic ar no,;as gra ças de luz qu e nos guie, e qu em
. no- la dar á, sen ão o Pa i das
. 507 . h); A pe tiç ão , pet 'luzes ? Pre cis am os de corage
itio dec ent ium a De o, é po m e força par a seguir a luz
s1 m~sma um a ho me na gem r e qu em no- la dar á sen ão ,
pre sta da a De us, ao seu po- o To do- pod ero so 7 Qu e nos
der, a. sua bo nd ade , à. efi các res ta, pois, &e~ão im plo rar
ia da graça ; é um ad o de o socorro daq uel e qu e ~~ da
con fia nça qu e ho nra aqu ele ma is ard ent em ent e des eja
a qu em se dirige 4• do qu e vir em nosso aux ilio
509 . E não se dig a que , pel ?
'1 . .
! Oloria ln ~xcelsls Deo. - 2 / The
<_Per ora.t_10_nem homo Deo ss. V, 18, - s // Cor. IX 15. nh ece tud o qu ant o nos é nec
a sua ciê nci a. De us co-
i sc1hcet eb1 se subJIClt et reverentiam exh ibet in
quan'tum
essário e úti l. Se m dúv ida ,
suo rum ono rum •· S.1 THo profitetur ora ndo se eo ind iger e' sicu t auc tore
1
f M, II, II, q. 83, a. 3.
i Mt. vn, 1.

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292 CAP 1TU LO V ME IOS GERAIS DE PERFEI
ÇÃO 293
res pon de San to Tomás, De us
rali dad e mu itas coisas, sem nós
nos oul org a por me ra libe- 511 2 ) Est a exp rim e-s e por palavras e gestos. f:
_ ·
por ém , que Ele não que r con
as ped irm os ; há out ras , mm tas vez es me n cio nad a nos Liv ros San tos qu~ nos con-
ced er sen ão à ora ção , e não ·d
Yl am a usa r d a nos sa voz , da nossia
b d
o que r, par a nos so bem , par oca , os ..nossos
a col oca rmo s a nos sa con - , 6· .. roclamarrnos os louvores e eus d D V
fial1ça nel e e ·o rec onh ece rmo la ws, pai a ~ : oce
"Ut -sciltcet
s por aut or dos nossos ben s: me a ad Do mm um e lam aui.. . . Dom.ine, labia me a apertes
fidu cia m qua md ani · accipiamu et os me um annun.tiabit lau dem ., 1 M
ad De um : et ut recognoscamus s recurrendi tua m . as par i que
eum esse bonorum nos- , . . . c,~im os nossos sen tim ent A

trorum auc tor em " 1. Por um lad ' exp nm u ª""' os, se De us. os De no
o, qua ndo ora mo s, tem os ma is ínb mo dos nossos coraçdõ 7 É t·b t r a
ma is con fian ça de ser mo s ate es parla n u a t mbeus
hom ena oem nao sornen_t e a nos sa a ma , ma s a ém
.mo s me nos. exp ost os a esq ueo
peq uen o :> nos so esq uec ime nto
ndi dos ; e por out ro, fica -
er-n os de De us. Já não é a
do nosso cor ,,
- ,
po ·e so ret u do . da palavra que
• b • . El
e hos eu
d

sem os a nec ess ida de de rec orr


; que ser ia, se não s·e ntís - .
par a exp res sar mo s o nosdo so pen sam ent o. E a maI ª d0 u-
e, f·
er a Ele em nos sas afli çõe s? de ois de hav er exp ost o que
. É, pois, com tod a a jus tiça trin a de S. Paulo, q~anf . , d·
a ora ção sob for ma de pet içã
que De us exi ge de nós J sus mo rre u por nos ora a pc1,· d a de de Jer usa lém , nos
o.· e .d . de nós me smo s e a uni r-n os M
510. B) Se enc ara rmo s ago cd~ndvr ada salr~ ·- par a ofe rec ao nosso· e-
ra o ass unt o sob o as- ia or e re igrao, erm os a De us um a hós tia
p€:cto das /armas ou var ied ade d lou vor a hom ena gem dos l'b · "S ·a por
s da ora ção , pod em os dis- nos sos a IOS :
ting uir a ora ção me nta l e a
ora ção · vocal, a ora ção pri- . ~ . , of ere am os sem ces sar a De us eJ ·f'
um sacrr r-
vad a e a ora ção pública. EJ.e, polis, que . ?
cio de ouv or isto e, o f ru to de lábio~ que con fes sam o·
a) Sob o asp ect o da expressão
, a ora ção é me nta l . ,:Per ips um ergo offeram.us h I d·
seu nomDe .o id est t fru ctu m lab . osti~m au ~s
ou vocal, seg und o se term ina ior urn confitentiudm no~ i-
no inte rior da alm a ou se semper e ,
a esti rou Iar a n ossa evoçao
exp rim e no ext erio r. • . '
,, 2 ,_, É tam bém par
m e1us · .
,
· 1) A ora ção me nta l é, pois,. , rio som d "U t hom o sei psu
um a esp~cre de con - pel o prodp d a nos sa voz , m exc rtet
evo te oran dum "3., e efe ctiv am ent e, a psi co ogia
ver saç ão inte rior com De us, ·erb is a l .
que não se ma nif est a ext e- . . ,_., É
rio rme nte : " Or abo spi ritu , ora v stra que o cresto inte
bo et me nte " 2 • Qu alq uer mo nsi fo:a o sen tim ent o mte nor .
~ct o inte rior que tem por fim
uni r-n os · a De us pel o ,eQL- en f 1m. par. a ª edthcaçõ.o º proximo ,. po rqu e ver ou ouvir.
'-' d , .
. . d
nhe cim ent o e am or, rec olh ime
nto , con sid era ção , refl exã o, os. ourt os a ora r com fervor aum ent a a nos sa pró pria e-
exa me , olh ar afe ctu oso , con voç ão.
tem pla ção ,· voo · do cor açã o
par a De us, pod e cha ma r-se ora
ção me nta l. É que , na ver- S tl b) A ora ção voc al é pri
dad e, tod os este s act os nos vada odu pública: de-
ele vam par a De us, sem ex- . d '. f. m nom e dum ind ivíd uo ou
cep ttta r as 'ref lex ões sob re nós gun o se az e ~m a socte al-
· me smo s, que têm por fim
fornai:,..nos a alm a me nos ind
ign a daq uel e que a hab ita.
de. Pro vám os nou tra par te qt~e- a so? · dade como ta ,
rn ue tam bém ela
To dos ser vem par a aum ent ar dev e a De us hom ena gen s soc
as nos sas con vic çõe s, par a ra1s, psl :ni or e Ben feit or.
nos faz er pra tica r as vir tud es, o dev e re~ onb ece r comoS pup
e são com o um nov icia do P· relmoexortava os primeiros
des sa vtd a do céu que não é
sen ão um a af ect uos a e eter- ._.1s o motr•o' por que . _ au, o t
na vis ão de De us. É tam bém º em se nao som en e num me sm o cora-
cris tão s a con gre ,,ar
·a ·arma da ora ção voc al 3 .
est a ora ção o alim ent o e
. d num a- me sm a' voz, para glorificarem a
animes uno ore honori fi-
ção , ma s arn a
De us com .Jesus Cri.sto .. Ut
.

. D un . J Ch . t·" ·4 Já
1 Sam. theol. II, II,
1906, p. 54-55. - 2 / Cor. q.XIV
83, a. 2 ad 3. - Cf. MoNSABRÉ, cet is eum et Pat rem Do min i nostri esu ris i . .
a trat ar da oração mental, indi , 15. - 3 Na Seg und a Part La Priere, ,
das três vias. can do que gén ero convéme,a volt aremos
.
cada uma 1 P s. III , 17 , L. 5. - 2 Hebr. XIII , 15. - 3
· libr. Sentent., 17, dist . , XV a 4 _ 4 Rom. XV,S. 16,
THOMAS, ln
mct . ' 2. 4, . .
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294 CAP1TULO V MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO 295
N. S. Jesu s Cris to linh a con vida do os A) Nel a enc ontr amo s, em primeiro luga
' i seus disc ípul os a r, um exór-
! ' reu111r-se para orar. prom eten do-l hes vir ao dio insi nua nte. que nos põe na pres
r 1
para apoi3.r as suas súp lica s : " U
~es _cong~egati. in nom ine meo, ibi sum
mei o dele s
bi enim sun t duo vel
mula a con fian ça : Pate r noste,r, qui
meiro pass o que dev emo s dar, qua
enç a de Deu s e esti-
es in caelis. O pri-
ndo vam os orar, é
in med ia eor um" i _
e isto e verd ade dum a reun ião aproxi.rnar-nos de Deu s ; ora a pala
de dua s ou três pe.5- vra Pai coloca-nos
soas . qua nto mais, qua ndo · se con greg ime diat ame nte na pres enç a daq uele
a um gran de núm e- que é o Pai por ex-
r~, par a dar glória a Deu s ofic ialm celê ncia , Pai. do Ver bo por gera
ente T San to To más ção , e nosso Pai por

rt
diz-nos que entã o a efic ácia é. irre
prece~ mult,?~um, non exa udir i,
sistível : ,. lmp ossi bile
si ex mul tis ora tion ibus
~~t quasi una . . .~ na verd ade ! !3-SSim
ado pçã o; é, pois, o Deu s da SS.m
apa rece , env olve ndo -nos no mes mo
o seu próp rio Filh o ; e, como este Pai
ª Trin dad e que nos
amo r com que abra ça
está nos céu s, que r
com_o um pai, que dize r, é omn ipot érit e e man ânc íal de
~o~ventura resi ste as soli cita çõe s dum toda s as graças, sen-·
de seus filh o; se J~ timo -nos leva dos a invo cá-l o com
e1~a- ente r~ec er, qua ndo os vê todo '
•f . ,•
abs olut a con fian ça de
~eti?ªº: tssi m o nosso Pai do céu snãounidpod os na me~ma
e resistir à
~ a,:,
:··: filhos visto sermos da fam ília de
Deu s, todo s irmãos,
~ce viodencia que lhe faz a oraç ão com o· filhos que somos de Deu s : Pate
com um dum gran de r noster.
num ero e seu s filhos.
- sn . É, pois , sob rem ane ira imp orta nte que os 916. B) Vem em seg uida o ob;ecto
da oraç ão : pe-
taos se reun am mui tas vez es, par a cris- dim os tud o ·quai:i,to pod emo s dese jar
ado rare m e orar em em e na ord em em que
com umj'.. é dfJOr is so que a Igreja os o dev emo s dese jar ; a) ante s de tud
con voc a, aos, dom in- o, o fim prin cipa l, a
go~ e, ias e gua rda, par a o san to glória de Deu s: ·· San tific ado (isto
é, reco nhe cido , pro-
.r:
qt _e ª
sacrifício da mis sa
oraç ão púb lica por exc elên cia, e par
a os ofício~
dam ado san to) seja o vosso nom e
cun dár io, o aum ento do reino de Deu
; h) dep ois o fim se-
re11g1osos,. s em nós, que pre-
par a a nos sa entr ada no reino do
-~14· b Ma s, céu . "ve nha a nós o
coino os não µod~ con voc ar 'odo s os dias , vosso rein o": e) o mei o essencial,
e, na o ?f·stª nte , Deu s N. Sen hor todo s os
dias mer ece fim, que é a con form idad e com a
par a obte r este duplo·
,[ · a~ 1on 1cad
ser d o , a [greJ
· ·a enc•arre
· ga os seus von tade divi na : "sej a
de~qrosd~ e :um p;ir em m_uitas_vez es ao · dia
sace rdo tes e feit a a vos sa von tade asSlim na terr
~ue m-s e os mei os secundários que
a com o no céu ". Se-
. ';[ .ª oraç ao pub lica . E o que eles faze m este gran de
com o 0/í- par te do Pad re-N osso ; d) o mei o
form am a seg und a
~w ivm o,l que reci tam não em positivo, "o pão nosso
seu nom e part icul ar, ~as dt· cad a dia" , pão do corpo e pão
~.m nom e e e tod a a Igreja e por da alm a, que amb os
todo s os hom ens. E assi m nos são nec essá rios par a subsistir
1mpordta Rqul~ _entãod se un~ m mai e prog redi r ; e) enfi m
s part ic~l arrn ,ent e os mei os nerrativos, que com pree nde
G.1ran·f- e e ra1o"' so e Deus, ao \r, erb o lnca rna d o parao pec ado , o mal que só é mal verd ade
m : 1) a remissão do
g on rearem a Deu s com Ele por a iro, pec ado que se
et cum . lpso et . l , J:;'l
_
w e e ne
Ie, per '1 psu nos perd oa na med ida em que nós
mes mos perd oam os :
tod · m pso, e par a ped irem ao mes mo m
tem po " perd oai- nos as nos sas ofen sas, assi
as_ as graç as de que o pov o cris tão m como nós ped oa-
nec essi ta. . mos a que m nos tem ofen dido ": 2)
o afas tam ento das pro-
vas e tent açõ es, em que pod ería mos
3.º O PADRE-Nosso sucu mbi r; 3) enfi m
o afc1stamento dos mal es físicos, das
mfsérias da vida , em
.St5 . 'bl·
Ent r e as oraç oes
- que reci tam os em part icul ar qua nto são obs tácu lo à nos sa san
ou em e:;pu h rco , nao tific açã o: "ma s livrai-
N - h,a nenh uma mai b
s ela que a que -nos do mal . Am en 1"
' osso . _ en or em pes soa nos ens inou Ora ção sub lime , pois que tud o nela
, o Pad re-N osso . se repo rta à gló-
Mt. XVIII, 20. - 2 Comme1ttar. itz ria de Deu s, e con tudo tão simples
1
Matt h. e. XVIII . . e ao alca nce de to-

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V
ME IO S GE RA IS DE
dos,. visto qu e ju nt PE RF EI ÇÃ O 297
pe dim os lu do ,qu an to am en t
ha' de co m . a glorr·f·re m en te a1:. in cl in aç õe
S p d s de
os . an ta s a res
e D ou to ree smtais u- t" I
aç ão de D eu s
de- da nossa na tu re za , ·pso rd en ad as qu.e subsfrstem no fun-
m en ta r I, e o Ca te
ci sm o do ce:-s,e_
A I pa ra pó s.
E assim, lh or qu e ela s te nd
or qu e va m os co m pr
ee nd en do me-
de la um a lo ng a e de lic ia do em a ca - em a af as ta r-n os de
so lid íss im a 51 9. 2. º As sim se Deus,.
1~1ho de Tr en to dá
ex p ic aç ão . -n os ap er fe iç oa à no ss a
De us , qu e se to rn un iã o co m
11. Ef icá cia da or aç a ca da di a m ai s co
ão eoin o ,n A) M ai s co mp le ta , po mp le ta e perfeita.
. de
eio rq ue a ad or aç ão se
pe r/e içã o.
51 7. A or aç ão te m dE, to da s as no ss as ap od er a
Í°r qu e os an ta s re pe t ant a e f·Ic ' . , da pa rté superior da
fa cu ld ad es , pa ra as
un ir a D eu s : ,a)
le m viver, S
lir am à f- ac ,a pa ra nos sa nt ifi- alm ~. ist o é, da in
. qu em sa be be m i·i · ve nd o- a no pe ns am te lig ên ci a, absor-
µi recte no vi t orare" · po r I~ es te ad ág io en to da s co isa s di vi
: "S ab e
tg f' . w or ar .·d.ll[ e recte :.. ,7. • · or ie nt an do
-a pa ra a glória de na s ; da vo nt ad e,
. res e eitos m ar av ilh • i..:. na ve r d no vi t uir!e-re D
A

da s !;l-lmas ; do co ra eu s ·e pa ra os int"eresses
2 ·o un os os . 1 o d ª •e, a or aç ão pr od uz, çã o, pe rm iti nd o- lh e
e- no s to ta lm en te a· · co ra çã o se m pr e ab desra.fogar-se nu m
1 • D e es apega-nos d er to , se m pr e am an
gre ss rv am en te em D eu s. as cr ia tu ra s • te e co m pa ss iv o, e
' · rans forma-n.os
us . 3 o t pr od uz ir af ec to s qu
'
pr o-
e nã o po de m de ix ar
de ser sa nt ifi ca n-
te s; h) da s faculd
51 8. 1. º A oração
de sa pe -
ades sensíveis, aj ud an do
(u ªº dº estas siio em D eu s No ss o Se -n os a fix ar
ob stá cu lo s à ga no nh or a im ag in aç ão
~to er iv a da su a s das criaturas, em em oç õe s e paixõe~. , a m em ór ia , as
pr óp ria no qu e el as tê m de
Ipa ra Deu s, e' m ist er an te s noç_ao:iossa un iã o co m D eu s. prio corpo, au xi lia
nd o- no s a m or tif ic
bo m ; e) do pró-
de tu do -'d · p ar a no ar os senti.dos exte-
jç os das criaturas
. At ra íd os por I s el ev ar m os riores, fo nt es de ta
nt as di va ga çõ es , e
ufores ~u e ela s no es embaraçar-nos dos po rte se gu nd o as re a re gu la r o nosso
pe ~. egorsmo, nã o
S of er ec em
po de m os es c~ a º~
j as,. pe lo s prazeres
&e- B) M ai s perfeita : a
gras da m od és tia .
se na o ro m pe nd o os m ad os al ém di ss o or aç ão , ta l co m o a
ví nc ul os q p r p~ od uz ef ec tiv am en ex pl ic am os ,
r te na al m a ac to s de
O ª.: na da pr. o duz m el ho r es te ue no. a es ta d du pl a pr isã o do s pe la fé, su ste nt
ad os pe la es pe ra nç
religião, in sp ira -
:: ça o da . ~!ma a fe l· s pD en em à te rra ., caridadE- : "F id es cr a e vi vi fic ad os pe la
D eu s pe la oraç~~ edit, sp es ct carttas
su a glorra, pa ra o am :e su lta do qu e a ele - fide esse non. po ss un orant, se1d sin e
ar so m o b.. pa ra t ; ac per ho c et fid
tm es mEos e a es qu ec O pe ns ar ne le e qu e há aí de mai~ es or at " . O ra ,
er as cr' ia tu ra ss
°'i :· um a vez pe rto de
rig a dos
D eu s e se us pé rfi
a sa ir d e nó s da s vi rtu de s teo lo ga
no br e e sa nt ifi ca nt
is ? "Ê ne ce ss ár io ou
e qu e es tes ac to s
pe ª m tim id ád e do do s en ca n- os ac to s de hu m ild tro ss im ju nt ~r -lh es
'.t"' amd. b ld d
i i a es, e a
tra to a
, s
' ~m a ve z un id os
su as mf. . a El e cia , qu e a or aç ão
ad e, ob ed iê nc ia . fo
su põ e ; do nd e é fá
rta le za , e co ns tâ n-
l espren __er a nosaa al mvi sta dos be rnrtas perfei~ões, as m ei o d.este sa nt o ex ci l de v~r qu e po r
a: quam s; :j ce le er cí ci o se un e a D
um daspicw l Co nc st es ac ab am de eu s a no ss a. al m a.
pe eb em os ca da r de m od o pe rfe ití ss
ca
D . .o morta l, qu et te llu s, du m cae- im o.
e no s af as ta ve . z m . vivo ódio S'.20. 3. º N ão é, ,
eu ~: ao ·p ec ad o ve
ni al , qu e n o tª c.
ª" ao tra ns f ar me progress,
po is, de es tra nh ar
qu e as sim se
ce ns ~o _p ar a D eu s om pl et am en te de i va m en te em D eu s.
: e at é m es m o re po r as sim ~izer, co A or aç ão fa z- no s,
per.Jeiçoes volri.ntár ta rd ar ia a no ss a as m un ga r co m El e ;
A ias qu e d· .. po uc - ce m os hu m ild em en en qu ar to lh e ofere-
d o a po uc o às ;m-
D en s. pr en emos ta, m bé m 1m 1nue El e se in cl in a pa ra
te as no ss as ho m en
ag en s e pe tiç õe s,
1 E a co· mb ª
in at in tim. id ad. e co m
· " nó s e no s co m un ic
a as su as graças.
er ma1S v1gorosa- qu e pr od uz em es ta
Pa tru m sel 11co11tram-se á ·
ect
a, t. ir . v rio s de sse A ) O mero fadi to sa tra ns fo rm aç ão
ct o de co ns id er ar as .
Camittho da Pe ffelçã~

:fp_s:r· s co me ntá ri
theof, II,
ONSABRE, La pr II, q~s83em HURTER, su as di vi na s per-
ier e d-' .ª· 9 ; SA NT AOpuscula
rvm e, /e Pater.TERESA 1 S. Auousrrnus, Ench
' irid. VII.

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ME IOS GERAIS DE PER .29.9
FEIÇÃO
f:iç ões de as adm ira r, de
ccn cia , já as atr ai ter r l ,. iiesh'i )nc ien les in ora tio nib
a nos
, l 1lde as um a legrb! ma com pla - us nostris sine int erm iss ion 1
po uco a po uco a n ~ pe
I o ese1·0 d t l Ma s como ora r inc ess ant em e" •
- ' e er par te ne as : ent e, s~n do con tud o fiéis aos
con lem p[a ção sen te-º"s a a ma em beb ·d t f nossos dev ere s de est ado 7
, Nã o há nisto um a impossibil
J.
net ra da . Olessa, sim plise·dcom o qu e to d1a ai nes a ad ect uos a dad e 7 Ve rem os qu e não há i-
t· T d d d d b dmpre tal , qu and o se sab e ord ena
raa e, ess a ser eni dad c1 a e
e qu~ essia on d gna d
a e pe- a vid a. Pa ra se conSieguir
isto, é nec ess ári o : 1. 0 pratica
r
mu nic ar- se- nos . na d a e, . essa san r
a tan to des eJa com o co-- um cer to núm ero de exercí
cios espirituais em pro por ção
com os dev ere s do própri
521. B) En tão De us s.e o est ado ; 2.º tra nsf orm.ar
inc lin a em
esc uta r as nos sas pre ces , f· ora ção as acç ões com uns .
es : e nos con ced par a nos, a rm de
er 5'25. 1.º Os exe rcí cio s d.e
qu ant o ma is b
t n
vid as -ho me nag ens t~: tes or~
f gra ças a un d an- tar a vid a de ora ção , é nec
pie da de . Pa ra alimen,-
•· amEols por lhe pre sta r as de- essário pri me iro faz er certos
t;:m~ a ma qu e tra, bal hao pel mars e se oc exe ;cic ios esp irit uai s, cuj ó
núm ero e ext ens âd var iam
l a sua l, . up a em san ti f ica os dev ere s de est ado . Aq ui corri ·
mm to, con tan to qu e o fa r fal are mo s dos exercícios qu
fia nça . Ele na d g orm. Po dem os ped ir con vêm a sac erd ote s e reli e
d çam os com hu mi lda de e giosos, cleixando aos direct
se p;e ;cu pa m m:ispdo e _re con- o cuí dad o de ada pta r est e ore s
, lcusar às alm as hum ild es, pro gra ma aos fiéis.
os m eresses de D qu e Trê s cat ego ria s de exercícios
proprios. Ele as ilu mi na co 1 for ma m a alm a sac erd o-
o vaz io o na da d eus qu e aos seu s tal na ora ção ; as ora çõe s
. mh a sua luz , par 8: da ma nh ã, com a san ta Mi
,
an o-se aos seu s olh as coISas um ana s . t . lhe sSmo stra r tra çam -no s o ide al a qu e ssa ,
Itad d
os os ben s . dá Ihr es ,co mo , a ra1-as a i, rev e- a rea lizá -lo ; o Of íci o div
dev em os asp ira r e aju dam -no
s
odBem Su pre mo , fon te de ino, as lei tur as pie dos as e
de qu e tem ne~essid- des a von t~ e dev oçõ es ess enc iais con ser
vam a alm a no háb ito da.
as
a
qu e é dig no de as . e E par a não qu for ça e con stâ nci a ção ; os exa me s da noi te f ora-
0
du ir qu e com S FO er._ ,
, _ erer nem am ar sen ão ar-nos-ão ver ific ar e repara
r as
ndos nsªº1 pod em os me lho r can nos sas fal tas .
ção ) fal am os a ·oeranc1sDco - .9'24. A) Os exerci cios da
e a es 1 : " Po r ela ( a ora
L
'ma nh ã são coi sa sag rad a,
nós, asp ira mo s a ElUS· e eus 11ec' · -
Ele ins pir a em no' e e re~
. - rpr ~ca me·nte nos f ala a de qu e nen hu m sac erd ote
ou religioso se po de dis pen
p1ra11ços sem ren un cia r ao cui dad o sar ,
qu e ser á tod o par asnos e res pua son re n ,Ele" , F e mú tua me nte
I de tud o a ora ção , af,ectuoso
da pró pri a per fei ção . a) An
tes
so ·nt nos col óqu io com De us, par a nü"s
~er ros qu e a tra nsf orm ar- nos 1 ere sse visto n-. te •izd com érc io rel em bra r ·o ide al qu e dev em
c1par dos seu s pen sam ent os
em D f ao en ·er a na a
d
d.os olh os, e par a o qu al dev
os ter inc ess ant em ent e dia nte
e erf ~u: , ~ze n~o -no s par emoS'. ten der ene rgi cam ent e.
com o tod as as nos sas acç ões ti- Es te ide al não é out ro sen
ora ção . · :d e1çoies . VfeJamos., pois, ão o qu e nos tra çou o -div
P em ser tra ns orm ada Me str e : ''E sto fe ergo vos ino
s em per fec ti sic ut et Pa ter ves
caelesfis iJerfectus est " 2 . ter
De vem os, pois. cblocar-nos
III. Com o tra nsf orm ar as nos presença. de De us, fon te e na
sas acç ões em ora ção , mo del o de tod a a per fei ção
e, par a con:cretizar, em pre ,
522. Se nd o a ora ção u sen ça de N. S . .Je sus Cristo
caz , é cla . d qu e rea liz ou na ter ra est e ,
ro que · dev
. m mero e perf eiç ão tão efi- rec eu a gra ça de im ita r as
ide al de per fei ção , e nos me
-
cm , com o nos diz NemSos Jora r mu ita s v . sua s vir tud es. De po is de lhe
C . e~~s,
orare et ;i.on de/ ice re ." • •• esus nst o . O com ms istê n- hav erm os ren did o as nos sas
seu s exe mp los . "s · : 2
tº qu_
S t t
p · por e sem· per me sm os. com ung and o nos
hom ena gen s, atr aím o-l o a nós
seus pen sam ent os po r me io
·- m.e m erm iss wne . · aul o con firm a pel os con vic çõe s pro fun das sob re de
e orate 3 • Mem ori.am a vir tud e eSJpecial qu e des
jam os pra tic ar, e po r me io e-
V, 17.1 Amour de Diea, L.
IV, eh. I. -
de fer ven tes ora çõe s qu e nos
2 Lc. XVIII, 1. - 3 / Thess.
1 l Thess. 1 2. - 2 Mt. V, 48.
7

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MEIOS GERAIS DE PE
c? têm 2 gra ça de pra tic RF EIÇ .;O 301
ar ess a vi rlu de ; e hu mi
v:.g oro sam en te, co op era lde , ma s tom are mo s um po uc o de
mo s co m essa gruça, tom de sca ns o, pa ra me lho r
re:olução generosa sobre an do um a mos no dia seguinte. tra ba lha r-
ess a vir tud e, qu e pro cu
po r ~m pr áti ca no de cu rar em os A confissão tod as as sem
rso do dia 1. h) A sa an as, ou , o ma is tar da r,
confomar-nosc.á ne sta nta Mi ssa au inz e em qu inz e dia de
dis po siç ão , po nd o-n os s, e o retiro mensal,
olhos, na~ ~ã os , às no dia nte dos l~n ça r um a vis ta sin tét fazendo-nos
ssas ord en s, a vít im a ica sobre um a po rçã o ma
de ve mo s 1m1tar; a co sa nta qu e da no ssa vid a, co mp let is ex ten sa
mu nh ão far á pa ssa r à arã o est a ins pe cç ão da
os seu s pe ns am en tos , no ssa alm a e oferecer-nos-ão ensej no ssa alm a
sen tim en tos e disposiçõe o de nos renovarmoS1
as su as graças e o; seu s int ern as, espiritual-
div ino esp íri to qu e fic ará me nte .
du r~ nte o ~i a inteiro. connosco S'l7. 2.º Ta l é o co nju
E ass im . est are mo s P.rpn nto de exercícios espirit
ac_çao, ac ça o qu e, viv tos pa ra a, . qu e nos nã o de ixa rão uais{
ifi ca da pe la su a inf luê pe rd er d~ vis ta po r tem
afm al ~m a or aç ão co nti nc ia, ser á a pr es en ça de De us . I'vi po no táv e
nu ad a. as qu e taz er, a fim de
~~S. B) . M as , pa ra qu os esp aç os en tre estes pre en ch er
e rea lm en te assâm ~eja, diversos exercícios e tra
ces.sarros de ve z em qu são n~- em oraç;ío tod as as nossa ns for ma r
an do exercícios qu e ren s acções 7 S. Ag os tin ho
est im ule m a no ssa un ov em e To má s dão-nos o princ e Sa nto
ião co m De us . a) Se ípio da so luç ão . O prime 1
tuddo· a .r ec ita çã o do Of rá an tes de -nos qu e façamos, da iro· diz,-
íci o divino, qu e S. Be nt nossa vid a, da s nossas
ta am en te ch am a op us 0 tão ac er- negócio, da s refeições. acções, do
dtv inu m, no qu al; em un do próprio sono um hin
o Gr an de Religioso do ião co m vo r à gló11ia de D eu s: o de lcJt.1-
Pa i, o glorificaremos e " Vi ta sic ca nta ut nu
~raç~s· pa ra nós e pa ra pe dir em os l('as . . . si ergo laudas, nq ua m si-
toda, a Igreja ; afo ra a no n tan tum língua · ca
sa,_ e º. ac to mai~ im po sa nta Mis- eti am as su mp to bonoru nta, sed
rta nte de tod o o dia . m óp eru m psahterío ; lau
ser ao piedosas leituras, I,) Depo!is, agis negotium, laudas. cu da s cu m
da S. Es cri tur a, da s ob m c~~um et potum_ capis,
dos san tos , qu e nos _po ras e vid as cu m in lecto requiesci laudas
rão de .novo em rel aç õe s, laudas cu m dormes ;
co m ~e ~s e, COfU seu s s ínt im as no n lau da s ?" · O seg un et quan_do
santos. e). Vi rão en fim do co nd en sa de ste mo do
essenciais qµ e nos de ve -as devoções me nto do primeiro : ''T o pe ns a-
SS m ali me nta r a pie da de am diu ho mo orat. · qu am
ao • • mo S ac ram en to, qu e nã o é · a visita vit am su am i.n Deu m d . " 2 diu totam
diê nc ia particula,r com afi na l sen ão ' um a au - É a ca rid ad e qu e o·rma
or t .
Jes us , e à rec ita çã o do ienta to da a no ssa vid
ou ao me no s do f erço, Rosiário De us . O meio prá tic o a pa ta
qu e no s pe rm ite fal ar int pa ra fazen:nos assim tod
te co m. ~a :ia , no ssa M im am en - sas ac çõ es, é oferecê-l as as no !:
ãe , e rep as sa r em nosso as. an tes de as co me ça
s.eus m1ster10s e as su as co raç ão os Tr ind ad e em un ião co r, à SS .
vir tud es. . . m Jes us qu e viv e em
S26. C) À noite, o - gu nd o as su as int en çõ es nós:• e se-
ex am e geral e particular ( n. 0 24 8) .
tf~a~sformaremos nu ma , qu e .5'.!8. Qu ão im po rta nte
esp éc ie de hu mJ lde e sin sej a faz er .as nossas · ac
•IS~ao ao · Su mo Sa ce rd ce ra co n- -0m un ião co m Jesus, ções
ote , mo str ar- no s-á co mo eis o qu e excelentem<:n
ad ia~ te fomos rea liz an pe lo dia pli ca M . Oh er ; co me ça te nos ex-
do o ide al co nc eb ido pe po~. m_ost~ar ,como Jes us
lnfelr zm en te en co ntr are la ma nh ã. nós pa ra nos san lif ica r 3 est á em
mo s s'empre um a ce rta : Na o e so me nte co mo Ve
_ent~{ as nossas resolu dif ere nç a qu e El e ha bit a em nó rb o
ções · e o se u cu mp rim s, pe la su a imenSlidade
pe r ermos_;·,:POrém, o â.n en to ; sem km bé m em nós como .. . ; mora
imo, rec om eç are mo s sem Cristo, pe la su a graça
no va co rag em ; -e -será pre co m .to rna r pa rti cip an tes da , pa ra nos
com _u m ·se nti me nto de , su a un çã o e da su a vid
e de en tre ga tot al de nó co nf ian ça Je su s Cr ist o es tá em a divina. • •
s mesmos a De us N. Se nós pa ra nos san tif ica
nh or qu e r. tan to em
1 Ex pli · 1 ln. Psalm. CXLVI,
caremos isto mais tar de
exp ond o o método de ora s Catéch. Chrét., nen.P.,2. -2 Comment. in.Rom. e. I, lec t.f ;
ção. prlere de toutes Jes heu leç. V. - Cf. P. CHA
RLES, s. J.,
res, Bruges, 1922.

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302 CAP1TULO V
MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO
303
nós mes mos , corn o em nos sas obra
s, e par a enc her de Si nós ; a con form idad e com a sua von
toda s as nos s,a s facu ldad es : que tade tran sfor ma- nos
r ser a luz dos nos sos em Deu s ; a oraç ão elev a-no s par a
espí rito s, o amo r e o ferv or dos noss Deu s. ao ~es mo tem -
os cora çõe s, a forç a po que atra i a nós as suas perf eiçõ
e a virt ude de tod as as nos sas pen es, e nos faz partici~
itên cias , a fim de po- pan tes dela s, para nos torn arm os mai
~erm os nele con hec er, ama r e cum s sem elha ntes a Ele ;
prir as von tade s de tud o nos leva , pois , a Deu s, por que
Deu s seu Pai, que r par a ope rar em tud o vem
sofr er e sup orta r toda s as cois as par
sua hon ra, que r par a V Rmos. ago ra ver com o os meios externos de Deu s.
tend em ao
a sua glór ia". Exp lica mes mo fim.
em seguido. com o as acçõ es, que
faze mos em nós meSI-'
mos e par a nós mes mos , são defe
ituo sas 1 : "As nos sas ART. II. Os
inte nçõ és e.P.ensamentç>s tend em _ao MEIOS EXT ERN OS DE PER FEIÇ
pêc ado pela ,cot rup ção ÃO
• · da nos sa natu reza ; e, se vim os 5~0. P.od~m-se este s mei os redu zir a qua
a ope rar em nós mes mos tro princi-
e .a segu ir..~ pen dor dos nos sos pais : a , direcção, que nos dá um
s!entimentos , ope rare mos guia segu ro ; o reg~la-
cm p:ec ado . A con clus ão, pois , men to de l'ida, que con tinu a e com
é que tem os de renu n- plet a a sua acç ao ;
ciar às nos sas próp rias inte nçõ es, par as leituras e exortações espirituais,
a nos unir mos às de que nos traç am o id:a l
Jesu s : •· Por tud o isto já ved es que inte ntam os real izar : e a sant
qua nto cuid ado dev eis iJ icação das relaçpes
ier, ao prin cípj o das obra s, em renu sociais, que nos perm ite sob rena tura
ncia r a todo s os1 sen- liza r toda s as noss as
time ntos , a todo s os dese jos, a todo
s os próp rios pen sam en- ·rel açõ es com o próx imo .
~os, a tcda s as vontades,, par a entr
arde s, seg und o S. Pau -
lo, nos sen tim ento s e inte nçõ es de Jesu s Cris
enim sentite in uobis quo d et in Christo. ]esu
to : '.' hoc § I. Da dir ecç ão esp irit ual 1
" 2•
Qua ndo as acçõ es são dem orad as;
é útil reno var .est e Tra tem os de eluc idar dois pon tos
of-erecimerito, .por mei o dum olh ar : Lº a nec essi da-
afectuo'So sob re o Cru-
cifix o, ou, mel hor aind a, sob re Jesu
de moral da dire cção ; 2. 0 os mei os par
a lhe asse_gurar o
s, vivo· em nós ; e
deix ar a alm a desa foga r-se em fruto-.
freq uen tes jacu lató rias I. Nec essid ade mor al
que nos elev arão o cora ção par a d.a dire cção .
Deu s.
Ass im as. nos sas acçõ es, aind a as A dire cção , pos to que não seja abs
mai s com uns , serã o olut ame nte nece~-
um a oraç ão, . uma asce nsão da alm sári a à san tific açã o das alm as, é con
a par a Deu s, e real i- tudo parél. elas meio
7are mos o dese jo que Jesu s exp rim nor mal do progresso na virt ude . É
iu : "Üp orte t sem per o que mos tram _jun~a-
orare et non defi cere " 3, . · ... men te a c.utoridade e a razã o fun
dad a n~ experiência.
529 . · Eis aqu i, po.is, os qua tro meio
_s inte rnos de per-
feiç ão, os · qua is t?do s jun tam ente o PRO VA DE AUT ORI DAD E
se diri gem a glor ifica r I.
a D~u s e a ape rfei çoa r a nos sa alm
a. O dese jo' da per- S~ t. A) Ten do Deu s con stitu ído
feiç ão, é efec Jiva men te o prim eiro
voo pàr a Deu s, o pri- soc ieda de hier árqu ica, quis que as
a Igre ja co~?
mei ro pass o par a a san tida de ; o alm as foss em santif1-
con hec ime nto de Deu s
é Deu ~ atra ído a nós e aux ihan .
do·- nos a dar- nos a Ele 1 CASSIANUS, Collatlones,
co
11 li 1-13 • S JEAN CLJMAQUE
por amo r·; o con hec ime nto 'pró prio
mos tra- nos ~el hor a
L' Echelle du Pa'ra
ti dis, 4.° Degré, n. ·5-12· ; e.O~oINEZ,' Prax
· l Th l ,Mys:
L VIII e 1 . s~HRAM, Jnst. theol. myst s eo • _ .
nec ésst d~d e que tem os de Deu s cae. · S 'E; Vle ~dévo icae, P. II, e. 1, § 327b
e esti mul a o nôs so de- te, I Part. eh. 4 ; TRONSON, Trai té de 1 3~3,
sejo de o rece ber, par a pree nch er ~~n~:· l~! p~;t i~; P.fABE R, Progres splrl tael d(Q!o
wth i"n
'o e s-
holin;,;f tf:
o vác uo que há em
i vnl f y, NT S Fr. de Sales
J_ci. dlrectear 'ame 19 23 5 ,
NJBLE • 'z.ac~r,daire apôtre et directear d~s s,jeun , P•
le, § · 1_8:3-225; Assi:: D AGNEL ET R. 0 ~~~~1 :
1 Catéch., Jeç. VI. - 2 Philip. li; D~sU R1''.0 N:, Cha rité sficf rdota es '1),z.s;
5. - S Lc. XVIII, 1. NEY, Dlrection de consc,ettc
e, 1922.

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-•a.a..& ..&.'-.IJ .J'-.1 V
MEI OS GER AIS OE PERFEIÇÃO
cad as pela sub mis são ao Pap a e aos 305
Bispos no foro ex- O que ensi na Cassié'mo aos monges
terno, aos con fessoves no foro inte do Oci den te, in~
rno. E assim, qua ndo culc a-o S. João Clím aco aos monges
Sau lo se: con vert eu, Jesus, em luga do Ori ente , na Es-
r de lhe reve lar pes- carla do Paraíso. Aos prin cipi ante
soa lme nte os seus desígnios, env ia-o s faz advertir que os
a Ana
da. boc u dele saib a o que lhe cum pre fazer.nias , par a que \'
•~
. que que rem sair do Egi pto e domar-
É sob re este
t
as paix ões deserde~
fact o que se apo iam Cas sian o, S . nad as necessitam dum Moi sés ·que
Fra ncis co de Sale s e lhes sirva de guia;
~~ã o XIII, par a mos trar em a nec essi As aim as que progridem die~lara que
dad e da dire cção : , par a seguir a Jesus
Enc ontr amo s, diz este último, nas t Cris to e gozar da· san ta libe rdad e dos
próp rias origens da 1
filhos de Deu s, é
Igreja uma céle bre man ifes taçã o mis ter confiar com hum ilda de o cuid
des ta lei : pos to que ado da consciên-
Sau lo, resp iran do ame aça s e mat anç cia a um hom em que seja o repr esen
a, tive sse ouv ido a tant e do divino Mes -
voz . do mesm,o Cris to, e lhe hou ves tre, e escolhê-lo bem , porqu.e. será
se per gur ttad o: Se~ preçiso obede_per-lhe
nho r que que reis que eu faç a?, -, com simplicidad~, a d'esipeito ··dos peq
é par a Dam asc o, a uen os defeitos qu.e
Ana nias que é env iado : Entra na n•ele por ven tura se nota ssem , já que
cida de, e lá se te dirá o únic o perigo de te.
o (ff.!,e te cum pre faze r". E acre scen mer é seguir o seu próprio juízo 1•
ta : "Ist o mes mo é o
que se tem con stan tem ente prat icad S'.'J~. Par a a idad e méd ia, bast ar-n
o na Igreja ; é a dou - os-ã d dua s âuto -
trin a que unâ .nim eme nte pro fess aram rida des. S. Ber nard o que r que os
todo s qua ntos , no noviços na vid~ reli-
dec orre r dos séculos, bril hara m pela giosa benham um guia.· um pai nutr
ciên cia e sant i- ício que os ·instrua:
dad e" 1 . guie, console e alen te 2 •
Às pessoas mais ava nça das , por exe
S'.52. B) Na imp ossi bili dad e d'e cita mpl o, ao cóne'"
r toda s· as auto - go . regu lar Ügi er. dec lara -que aqu
rida des trad icio nais , vam os ouv ir ele que sie constitui
algu mas test emu nha s seu próprio mes tre ou director, se faz
que se pod em con side rar com o repr disc ípul o dum lou-
esen tant es autê ntic os co : "quf. se sibi mag istm m cpn stitu it,
da teol ogia ascé tica . Cassiano, que stul to se disc ipul um
pas sara longos ano s faci t."; e acre scen ta : "nã o sei ó
e~tr e os mon ges da Pale stin a, da Síri que os demais pen sam
a e do Egi pto, con- · éle si mesmos a este respeito ; qua
srgnou a dou trin a dele s e a sua pró rito a mim, falo por
pria em dua s obras. exp eriê ncia , e dec laro que me é mai
Ora , !la primeira, o Livr o das Inst itui s fáci l e seg~ro man-
çõe s, esti mul a viva- dar a muitos outros que guiar-me
men te os jovens cen obit as ,a abri rem a mim só " 1. ,.,..., No
·a alm a ao aricião ·§éculb XIV , S. Vic ente Ferrer, o eloq
enc arre gad o de ·os dirigir, a man ifes uen te preg ado r do-
tare m-l he sem fals a min ican o , depois de hav er afir mad
verg onh a os pen sam ento s mais secr o que a direcção fot
etos , a con fiar em- se sent pre prat icad a pela s alm as que que
com plet ame nte à sua dec isão par a rem progredir, adu z
o disc erni men to do est.a razã o : "aq uele qt.Te tem um dire
que é bom e do que é mau 2 . Vol ctor, a qúe m·o bed ece
ta a referir-se· a este sem restrição e em toda s ~s coisas,
a&sunto nas sua s Colações, e, dep che gará mui to mais
ois de ter exp lana do fã cilment_e e mais· dep ress a do que o ·pod etia faze r sozi-
os perigos a que se exp õem os que
não con sult am os an- nho , aind a que ·tivesse uma.: inte ligê
ciãos, con clui que o mel hor meio ncia vivíssima ·e livros-
de triu nfar das tent a- eruditíssimos em mat éria espi ritu al " 4
ções mai s perigosas, é man ifes tá-l as •
a um dis·creto conse- lj54. E não · era som ente nas com
lheiro ;,e apo ia esta dou trin a na auto unid ade s, senã o
rida de de S. Ant ão
e do· Aba de Ser afim 3 •
·· : 1 Scala Paradisi, Orad. I, IV; A a. LXXXVIII, 636, 680-681.
l! e Sedquon iam· arcta et
tjuam parvulis in Ch_risto pred ardu a est via qure ducit ad vitam, tan-
1 Epis t. Testem be1tcvolentiae 22 sariu s est qui doceat, dedu càt,agog \ts v~bis, o filiC>li, ac nulritius neç1:s
~
: CAss1A_r;us, De Camobiorum 1insti jan. 1899. fove
ac blan ditii s quibu5dani' cons oletu t at vos, et tanquam alludat parvtllts,
Co/lationes U, 2, 5, 7, 10-11; P. tut. , L. IV, e. 9; P. L. XLIX, 161.
L. XLIX, 526, 529, 534, '537-542. s Epi st. LXXXVII, 7. - 4 De>. vlta (De diversl~, sermo VIII, ·1).
spirituall, ttad , do P. Berna.-
dot, IIe Part ., eh. I. ·
20
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MEIOS GERAIS DE PERFEIÇÃO 307
.,.

la~bém no mundo, que se sentia a necessidade dum guia se encontram em cada uma das três vias que condµzem,
espiritual : as cartas de S. Jerónimo, de S. Agostinho e à perfeição.
de muitos outros Padres a viúvas, a virgens, a seculares.,
bastam para prova 1. f~. pois, com razão que S. Afonso,
a) Os principiantes devem temer as recaídas,-, e,
para as evitarem, têm que fazer longa e laboriosa peni..
explicando o~. devere$ do confessor, declara que um dos
principais é . dirigir as alma~ piedosas 2 . tência, proporcionada ao número e gravidade ·das suas
faltas. Ora uns, esquecendo ràpidamente o passado, que-
Enfim, .a mesma razão, iluminada pela fé e pela ex-
rem entrar imediatamente na ·via de amor, e esta presun:-
periência, nos mostra a necessidade dum director para
adiantar ná perfeição. ção é logo seguida da suspensão das consolações sensf~
·
veis, de diesalento e de novas quedas ;. outros entregam-se
0
coi:n excesso· 'às mortificações exteriores, deixam-se levar
2. · • PROVA . DE RAZÃO FUNDADA.NA PRÓPRIA nelas- de vã complacência, arruina1rÍ: ·a saúde, ·e, a pre:- ·
'NATUREZA DO PROGRESSO ESPIRITUAL texto de se· tratarem, caem no relaxamento. Importa, pois,
, que um director experimentado mantenha os primeiros no
· 555~ A) O progresso espiritual é uma extensa e ·espírito e na prática · da penitência, e tempere o ardor
trabalhosa ascensão ao longo duma . vereda escarpada, intempestiYo dos segundos.
ladeada de precipícios. Aventurar-se a subi-la, sem um Outro escolho é a aridez espiritual, que sucede às
guia experimentado, seria grav,e imp~udência. É que é tão !consolações sensíveis : a alma rec~ia ser desamparada de
fácil a ilusão acei;ca do próprio estado f Não podemos Deus, omite exercícios de piedade que parecem estéreis~
ser perfeitamente clariv.identes acerca de nós mesmos, diz e' ·c ai na tibieza. Quem fará, pois, evitar _este perigo senã6
S. Fra1,1cisco de Sales, não podemos ser juízes imparciais um criterioso director que, no tempo da:s consolaçõ~s
em nossa própria .causa, em, razão de ,çerta complacência aimnc'iará que elas não durarão sempre 1 'e no momento
·: tão sycreta e impçrceptível q~e, se não há boa vista, em que chegue a aridez, consolará, alentará. e fortalecel'á
n.ão se pode descobrir, e aquele,s_ µiesmos que toram dei~ estas altnas., mostrando--lhes que não há n'ada melhor para
atingidos não a conhecem, se. não há quem lha mostre" 3 • nos confirmar na virtude €: purificar o nosso amo~ 7
Donde conclui que temos necessidade dum médico
·. 557. h) Quando se ~ntra na via ilumina.Uva, não é
espiritual, para fazer um ~ia gnóstico imparcial acerca do
ainda então ·necessário um guia para discernir as virtudes
nosso estado de 8:Ima ;.e . prescrever os remédios mais efi-
principais que convêm a esta ou àquela pessoa, os 'meio_s
cazes : " E por que havíamo~ nós de querer ser mestres
de nelas se exercitar, o niétodo para. se examinar com
de nós mesmos no que 'respeita o espírito, se o não somos
fruto sobre os progressos ou desfalecimentos 7 E; quando
no que. pertence ao corpo f ? Não sabemos acaso que os
se manifesta esse sentimento de cansaço que algum dia se
médicos, quando estão ..dpentes, chamam outros médicos,
-vem a sentir, ao ver-se que o caminho _da perfeição é
para julgarem dos remédios qu_e lhes convêm 7 " 4.
mais longo e trabalhoso do que se imaginava, quem im-
5~6. B) Para m~lhor se compreender esta necessi- pedirá esta impressão de degenerar em tibieza senão a
dade, basta expor brevemente os escolhos principais que afeição paternal dum dírector que sa;jba adivinhar o obs-
táculo; prevenir o desalento, consolar o penitente, estimu-
l v~ os .~xemplos citados pelo .P, F ABER, Progres spirituel, eh. XVIII.
· ~ • Pra.ti~ co_nfe_ssarii, ed._ Oau_de, n. 121-171. O. sant~ indica, n. 122, lá-lo 1. novos esforços, e fazrer entrever os frutos desta
o. obJ~cto prmc1pa1 desta dtrecçao : « ln tnbus praec1pue posita .est ·prova corajosamente suportada 7
d1reçt10 confessarii quoad animas. spirituales, scilicet in meditatione et
contemf!Ia,i9.ne,. ir mortífiçatione et. in frequentia sacramentorum >.
- s Vie de}lote, _IIIe Part., eh. 28. - 4 Sermom recueillls, Poui la fête ' .1~8. e) l'vlais necessária ainda é a direcção na r~J°
de N. D. des Netges, t. IX, p. 95. · unitirm. Para nela entrar, é mister cultivar os dons o

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1...,Al:'l ! U LO V MEIOS GERAIS DE i PER
FEIÇÃO
Esp írit o Sa nto por me io gélica. em qu e se enc ont ram
du ma doc ilid ade gen ero sa
con sta nte às ins pir açõ es da e mistérios tão pro fun dos ...
gra ça. Or a, par a dis cer nir :Ê est e O mo tiv o por qu e eu
aspiraçõ.es div ina s- das qu as ten ho por coi sa mo ral me nte
e vêm da nat ure za ou do. impossí'w"el que , sem milagr
mó nio , é ·mu jta s vez es nec de- e ou sem me stre , ~m a alm
ess ári o rec orr er às luz es du pos sa du ran te longos ano s _a
con sel hei ro; dis cre to e des inl m atr ave ssa r o qu e ha de m~
ere ssa do. Ma is ind isp eni ,áv el eva do . e ma is árd uo na vid 1s
ajn da se :tor na o,, :director, el a esp irit ual sem correr pengo;
primeii;as provações passiva
qu an do se exp eri me nta m
as de ·se per der ". . .
s,• qu and o as ari dez es, as rep ·... 540., Pode-s:e, pois, diz . .
gnâ nci as, ps temor.es da jus u- er qu e a vid a normal, par
tiç a div ina , as· ten taç ões per ~d ian tar na vid a espirttual a
•nazes, , a im pos sib ilid ade de ti- ,. é seg u.ir os con sel hos du
me dit ar de ma nei ra discur pru den te dir edo r. De fac to, m
·va , e -as .con tra diç ões de si- a ma ior parte. das almai;;. as~
for a vêm des aba r sob re um sim Q. çom pre end em , e pra tic
pob re alm a e lan çâ- la em a am a dir ecç ão no san to tr1b
pro fun da p·e rtu rba ção ·; é . nal da pen itê nci a. Qu and o, ~- •.
_nif estQ qa e se tor na abs olu rna - nes tes últ im os anp s se qm
tam ent e neces.sário um gui for ma r um escol. não se s
tque reb oqu e ess .e nav io des a enc ont rou me lho r meio qu
con jun tad o. O me sm o se dig dir ecç ão int ens am ent e pra tic e a
-Ja.. _a lm a qu e goz a das doç a ada , que r nos pat ron ato s ou
ura s da con tem pla ção , est nàs col óni as de férias, que
est ado sup õe tan ta dis cri e r sob ret udo nos exercícios
ção , hu mi lda de, doc ilid ade pir itu ais fec had os. Na da, poi es-~
.s_o bre tud o tan ta pru dên cia , e s, ma is efi caz par a san tifi car
par a sab er har mo niz ar a pas a~ alm as, con tan to qu e na
•Sividad~.. so.m a acl ivi dad e - dir ecç ão s~ ob se~ em asr~gr
qu e é mo ral me nte imp oss íve 0

qu e v ~mos reç ord ar. cis


não se ext rav iar sem os con l
sel hos du m gui a mu ito prá . , .
tic o . .Eis o -motivo .p:or qu e -
Sa nta Te res a abr ia a sua alm II. Reg r~s pàra assegurat . o
fru to . da' 'dirf!CÇ~~- .. ,' . . .
qom ,.t~ nta . sim pli cid ade a a . ; ,
seu s dir ect ore s, e S. Joã o i . / " . • 1.
1Cruz est á sem pre a i~sistir sob re a da Pa ra ser pro-fícua a dir ecç -.
ão, é nec ess ári o : 1,'?, fixar
t

nec ess ida de de tud o exa cta me rite o seu o·b;ecto


.m ani fes tar ao . dxrector :. "D ; 2i 9 as-segurar a colaboraç
e.us. diz ele, gos ta tan tq . ão
(! ho me m se. sub me qu e do director e do dirigido.
ta à dir ecç ão dou tro ho me
qu er de, ma nei rp.. nen ]m ma m qu e pão
ver-tios dar ple no cré dit o.
ver dad es sob ren atu rai s qu às x.º ÜB JEC TO \DA,..pIR,.ECÇÂO
e Ele pró pri o . comunic&.. ant
_ele ela s te~êm pas sad o pel b es
,' \ ,; • . 1 ·
can al du ma 1bo ca ·h um an a" 1 541. A) Princípi o geral: O· obj ect o da dir écç ã?
'. ; .
.
., . . 5~9. Nã o pod em os. me é tud o qu ant o int ere ssa à
for ma ção esp irit ual das .;ttlm
lho r com pen dia r tud o qu ant
,lev am os dit o do qu e cit and
o as pal avr as do P. Godine:z
o A con fis são limita-se à acu saç ão das fal tàs ·: a: dmecçao
~~l
."S obr e mil pes15oa;11 qu e -: vai mu ito ma is lo)',lge. Re mo
I)e us cha ma à per fei ção , nta .às cau sas dos ..npss:os pe~
,apf,p.as •cor res pon dem , .e sob dez cad os, às tnc lin açõ es pro
re oem qu e De us cha ma fun das . ao· tem per am ~n to,
,: con tem·p laç ão, . no ven ta e à car áct er. à.os háb itb s' ·-contra ao
nov e fal tam a9 cha ma me nto :ídos; · às ten taç ões / às }mpru
S for ça rec pnh ece r qu e u~na da~ p:rinc ... dêrrcias : e tud o isto, a fim
_d e :rfr~er des cob rir ,ºs ~erda~
:..
ful ta· de mestres ~sp irit uai s. ipa is cau sas é a dei ros re~ édi os, os qu e vãc
: . Ele s são , depo-is da gra i à 'pró pri a rai_z do ~a l. Pa
de De us, - os -pilotos qu e gui ça m elh or com bat er os def.e.tt ra
am as alm as po r est e ma r des os .. ocu pa- se das v,irtudes
con hec ido; ,da vid a esp irit ual - lhe são opo sta s; vir tud es qu.e
. E, se é cer to qµe_ não há com uns a tod?s·. os cristão
ciê !ic ia .ou art e. por sim ple virt.udes especiais a cad a-c s._ e
s qu e sej a, qu e s.e pos sa apr ate gor ia de· pes soa s: dos me
der hem sem um me str e qu en- par a me lho r às pra tica r, ios
e a .ens ine , mu ito me nqs dos exercícios , espirituais
po der á apr en~ er est a alt a se com o a ora ção . o exam_e par que ,
! . ' . .. . . sab edo ria da P'erf eiç ão eva tic ula r, a. dey oçã o ao ~S.m0
. . .·· ri- s ·âcram:éntó. ao S. Co raç ão
l . Sertiences ei dvis
.
spiritaels, n. 229, éd. Hoorna
_· .
,..
nos dão ·· de 'Jesµs. .. A
arm as esp írít uai s-;,p ara ava
ss.ma
_Virgem.
ert; p. 372~ .. nça rm os na. prá tic. a

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CAPITULO V MEIO S GERAIS DE PERFEIÇÃO 311
310

das virtu des. Trat a da vocação, e, quan do 4) A carid ade para com o próx imo, como
é · frequen~
esta ques tão teme nte viola da até por pessoas devo tas,
está jú deci dida , dos deve res parti cula res de convém tomá~Ia
c_a da estad o. insis tente ment e para objecto dos exames de
Vê-s e, pois, que é mui.to exte nso o seu obje consciência e das
cto. confissões.
lo ~ ~oi~:
542. B) Aplicações. a) Para bem guia 5) A união habitual com NÓsso Senh?~• m~de
r uma !:;orador, vis.to ser um dos meios de sant1
ali-na , deve o direc tor conh ecer o que há de c.azes, não haja receio de excesso em a recom ficaçao m~1s ef~-:-
prin cipa l na en,dar_muitas
sua uida pass ada, as suas falta s mais habi
tuais , os esfor- V~~
ços já tenta dos ' pará dela s se corrigir, os uesu 6). A [orça de carácter, base ada em profu .
ltadó s obti- ndas c~nv ic:
do's; a fim de ver bem o que resta por faze -ções, nece ssári a como é parti cular ment e em
r ; depo is, as noss os dias, e
dispdsições presentes, as incli naçõ es; as repu miste r .cultivá~la com cuidado, e acrescenta
gnân cias, o t~lhe a honr adez
gé!1~ro de vida _que se lev , as tenta sões e leald ade que dela são insep aráve is.
11 que se experi:- · · 7) O apos tolad o é um deve r prin ci~,
men tam, a lácti ca que se emp rega para as morm ente num
venc er, as vir- t.éculo de· proselitismo como o nosso; e o d1rec
tude s cuja nece ssida de mais se sent e , os
meio s emp re- mira em form ar almas de escol que poss am ~or deve ter a
ajud ar o sacer:,
. gado s para as adqu irir, e tudo isto com o dote nos mil cuida dos nece ssári os à evangeliz
intui to de dar açijo das alma~.
Quan to ao mais, basta rá atend er ao que dii:em
cóhs elho s mais indiv idua is. os, quan~
do expla narm os as três vias.'
b) Entã o é que sé pod_e mais facil men te traça
r um
programa de direcção, prog rama male ável que 2.º
se adap te DEVE RES DO DIRE CTOR E DO DIRIG
IDO
no estad o actu al do peni tente , para o torn
ar melh or. É
que, na ver_d?-~e, não se p_o dem _guiar to~a A direc ção som ente prod uzirá resu ltado s sério
s, $e o
s. as alma s do
mesm o mod o ; é prec iso tomá -las no estad direc tor e dirigido cola bora rem co~j unta f!len
o em que se te nest a obra
enco ntram , para as ajud ar a subi r grad ualm com um com boa vont ade.
ente , sem sal-
tos exce s·s ivam ente brus cos, a send a esca
rpad a da per- 1) Os' deve res do direc tor.
feiçã o. Além disso, uma s são mais arde ntes
e gen·erosa~1
outra s mais calm as e vaga rosa s ; e depo is, 544. S. Francisco de Sales
nem toda s são decl a!a que o direc tor
cham adas ao mesm o grau de perte ição . deve poss uir três qual idad es princ ipais 1 : "
é preciso que
-· -. 54'.l. Há cont udo uma :.ordeni , progressi ele seia chei o de •caridade, dênc ia e prud~nci
va que se a : se uma
deve : seguir, e ,que perm ite have r certa unid -desta~ três parte s lhe falta , há perigo "
ade de direc-
ção. Dem os alg_u ns exem plos . A) A caridade, que lhe é nece ssári a, é uma afeiç
ão
1) Desd e o princ ípio impo rtá ensin ar muit sobrenatural e paterna, 'que lhe faz ver nos
o bem às al~ seus · dirig~dos
mas a · santi ficar toda s as suas acçõ es ordin filho s espir ituai s, que lhe são conf iado s
árias , oferecen~ p~lo próp rio
do~a s.a Deus , em união com Noss o Senh or Deu s, para que ele faça crescer nele s Jesu
Jesu s Crist o (n. 0 s Cris to e as
248) . É um exerc ício que se deve cons erva
em 9úe se deve insistir 'muitas vezes, faze~rdo~o toda a vida e -suas . virtu des :·· Filioli mei quos ileru m partu
.rio, done c
espí rito de fé tão nece ssári o neste temp
nasc er do
o de natur alism o. Jorm etur e
- hristus in vo bis " 2 .
· · · · 2) A' purif icaçã o da alma pelo exer cido a) · E assim ~ direc tor 9s envo lve a todos
e da mort ifica ção jama is -deve cessa r comp da penit ência .solicitude e dedic ação , fazen do,se tudo pari;i.
na mesma
letam ente, e é todos, a fim de
nece ssári o reconduzir- muit as veze s a este pont -OS santi ficar · a todo s, desp
ende ndo o . seu tempo, . os seus
tend o em c~µta o seu, estad o de alma, para o os dirig idos,
varia r. os exercí~ cuida dos, despendendo~se a si mesmo, para
form ar neles "a_s
c_iç,s desta s virtu des.
·
virtu des cristã s. :e
certo que, a desp eito de todo s os seus es--
_3) A ·humild~de, como virtu de fundamental, · deve forços, por veze s se senti rá mai~. atraí do
para uns , do que
incu lcada quas e desd e 6 come ço e mudtas sei.'.
veze s reco rdàd a 1 /n.troduction à la vie davote, P·. I. eh. IV. - 2
àõs penit entes em todo s os estád ios da vida Oal. IV, 19,
espir itual .

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MEIOS,· (;BRAlS _DE PERFEI
ÇÃO 3l3
~ar a outros_; c~m a von tad e,
tias Oll ant ipa tias nat ura is ;
por ém , rea gir á con tra as sim
pa- ada além do estr•icta me nte nec
e evi tar á com o ma ior cui dad 11 ess ário ; em ma téri a de rela~
essa s a f . - ções, além das de pur a con
eiço~s ~e~síveis que ten der iam sciência, só as qut? ten ham
cen tes ao p1;ncip10, dep ois abs a cria r ape gos , inoo util ida de ; qua nto pos sív el, nad séria,
orv ent es, per igo sos até, par a - sio nár io, nad a de comércio epi a de dire cçã o for a do confes-
sua r:,Puitaç~o como par a a a sto lar" . E assim, não obs tan
sua vir tud e. De sej ar pre nde e inte res se que se tem pel te
c~raçÇ>es feitos par a am ar a r a si a sua alm a, é ·mister ocu ltar
De e;,. qu~
d1~ CQi n, raz ão M. Ól~er: "Te us é um a esp éci e de trai ção se pos sa ter pel a sua pes soa
:
lh1do .( trat a-s e dos dire cto res ndo -no s No sso Sen hor esco~ sus pei tar que se está ocu pad "el as nem seq uer dev em pod ~
o ou pre ocu pad.o da SU<l p_e
tar rem os, isto é, os cor açõ es de alm as) par a vire m con qui s- A sua psi col ogi a é tal que, ~e ssoa.
q~e _El~ adquiriu, p~la efu são
dos hom ens que lhe per ten cem há esti ma par ticu lar ou afe iça pod em _pen~a~ ou sen~1r qµ~
do seu san gue , e nos qua is no nat ura l, que r por vai dad e, o, qua se 1rre~1~t1:'.elmente ca~m
s~!ª ·:.stabelecer o, seu imp ério de~
ta: "Ge ralm ent e, é bom que
que r por pai xao . E acresç:;e
n~
co~aç?e8 ébm o a . seu leg ítim ; em vez de lhe dar em ess es ela s ign ore m qua se que a gen
o sdb era no, tom am -no s par as diri ge. A mn lhe r tem o t~
propri_os..'. torn am :se. doi:ios e a si defeito da sua _qualid~de : é_
mg :at id~ , g~e mf1dehdade, pro prietár'~os deles ! . . . Oh ! que tint iva me nte pie dos a,.i µas inst in&-
Ser ia ~1:-m disso_ ~ôr um obs
que ultr aje , que per fíd ia! " da sua pie dad e. Os ata vio s intiva.m.ente e t~ivbem va1do_sa
tác
1. da alm a im:pres~10nam~na ta~
ªº. prog_1 esso esp mtu ~l dos ·seu s ulo qua se ins upe ráv el tan to como os do cor po. Sab er que to
pri o adi ant am ent o, vis to que diri gid os, como ao seu pró - tud es é ord inà riam ent e um perhá que m .a q~eir~ ?rn ar de v1_r-
De igo par a ela . Dmgem~se, pois
cor ~çã o div idid o. · us não que r •nad a com um sem lho dar a ent end er, e, ·,
sug erin do- se- lhe s con selh os
per feiç ão, pro ced e-s e cai.no de
se se trat ass e de coi sas com
543. b) Ma s tam bém não há- a mu itas alm as. oos
de deg ene rar em fra-
que ~a est a bon dad e, sen ão .547. B) À ded ica ção jun tar
que dev e and ar aco mp anh á o dir ect or a ciêrici~,
de firmeza e franqueza- O ada islo é , o con hec ime nto · da
düe ct or ter á cor age m de faz teologif!- asc étic a, tão nec ess
adm oes taç ões pat ern ais , de er ria ao con fes sor , com o pro a-
ass ina lar e com bat er os def vám os ( n. 0 36 ). Nã o deix
to~ dos seu s pen iten tes·, de não ei- ar(l .,
s_e dei xar dirigir por eles. P<?•is, d(' ler e rele r .os aut ore
s esp irit uai s, rec tift can do os
Ha pes s~~ s mu ito hab .ili dos seu s· pró pri os con cei tos pel
as; mu ito ala mb ica das , qu os des ses aut ore s, e cam
que rem , Ja se vê, um dir ect e pa.~
or, con tan to que est e se aco ran do a sua dir ecç ão com
mo de . aos seu s gos tos e cap -· a dos San tos ~
rich os• ; o que ela s bus cam 548 ., C) Ma s sob ret udo
não tan to dir ecç ão com o é nec ess ita de mu ita pru dên -
apr ova ção do seu pro ced cia .e sag aci dad e, par a diri gir
P~ra ,es tar ·_de sob rea vis o €.Ontra er. as alm as, não ,seg und o ~s
um abu so des te gén ero , sua s pró pri as ide ias , ma s seg
que pod eri a com pro me ter und o os mo vim ent os da gra
-lh e a con sci ênc ia, o dir ca tem per am ent o e o car áct er -
não se dei xar á env olv er pel ect or O dos pen iten tes , e as
as ma nob ras des tes ou des ;u~ s inclinações sobr~n.aturais 1
pe. nit~ nte s ; ma s, lem bra ndo tas .
-se de que .'re pre sen ta o pró · . ·
_pr,w Jes us . Cri sto , dar á um - a) O P. Libermánn fazia not
a dec isã o firm e em con fon tor não é ma is que um ins ar com raz ão que o di!~c-
dad e corri ,as reg ras da p~r ni- trumento ao ser viç o do Esp mto
f eiç ão e não com os ant ojo San to 2 ; deve, pois, aplicar~se
dos dir igid os. s. ant es de mais nad a a c~n?e~
. cer, por meio de per gun tas
, ' dis cre tas, a ·ac ção . des te _d1".
"mo
. . 546. _ e)· · É sob retu do Esp írit o na alm a : "Co nsi der
o
na
-md1spensavel usa r de res erv dir ecç ão d~s · mu lhe res que é çãq , esc rev ia ele, dis cer nir em com o pon to ca~1tal ~11: d1rec-
ran d . •-
.g.·, :i'e ,;-xpepenc1a, . p a e firm eza . Um h nel a há. . . o q11e pod e sup ort cad a alma_ as ~ispos1çoes qu~
o . D esu rmo nt esc rev e a ornem de dei xar ope rar a gra ça com
ar o est ado mte rior ~e~ta a~m
a,
,s1!º : Na da de_ p~l avr as afectuosas, nad a este pro pó- gra
fals as ins pira çõe s das ver dad nde li?e rda ~e, d1stmgmr as8
nos: 1;ad~ , de e~t tev ista s em de voé ativ os ter-
par
pen sa? ets:, , i:i:ada de __exp tes siv ticü lar, que não seja m ind is- se ext rav iem ou exc eda m neseira s, e 1mp_ed1,~ que as alm8:
o no olh ar nem no ges to nem sas ins pira çoe s · . ~o utr a _ca
sóm acr esc ent a: "O dire cto r, um rta
. . bra . . seq uer
.. de . fam . ilia rida de ,· em- mate·r1·a ·d e a v~z que ten ha vis to e d1sc
' sas ,
con ver nid o a ope raç ão de De us num e_r-
a alm a, não tem out ra funçao
1 L' Esprit Íl.'~11, directeu
opúsculo, rep_is! o auto ~ des ânies i É eiac tam ente o que
r muitas vezes O m~s~~ 60 61 · · •. .
p;nsa'm~i:~e pequemn· e>
-2 Cha nte sacerdotale t. mos tra f. vrncENT, op. cit., fazia S. Fr. de Sales, C(?nio ~xcel,en_t~r;:/7ke
II § 196, . p. 439•481; - 2_ La dtrectioti
d'ap res Ies écri ts et les exempl
es du Ven. Ltbermatin. 2e ed.,sptrt. o':,22:
1 1 ·
P· 1

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MEIOS GERAIS DE : PHRl:'lfü,;AU

mais que guiar essa alma, para que ela vá segui


ndo a graça dirigido~ de tal sorte que possa m. ao cabo de
e lhe seja fiel. .. Jamais deve quere r inspi rar a
uma
seus própr ios gostos e atrac tivos , nem guiá-la segun alma os - d· ., basta r-se comp letam ente a a!gum tem-
s1 mesm os,
po, na.o 1go Jª
conte ntar- se duma direcç -ao mais
mane ira de proce der ou de <V'er as coisas. Um do a sua · breve e
director, que rr1as no meno s d ·
assim' procedesse, Mast aria ·rrmitas vezes as almas
da direc ção ·f·
resol ver as d 1 1cu Idad d
es or inári as por me10 os prmc · 1-'
de Deus e contr ariar ia muitas vezes nelas a graça
· Acre scent ava ;có:nfüdó que isto se aplica às divin a''. pios . gerais que o direc tor lhes incul cou.
alma s que . .
avan çam· a direito pelo caminho da perfeição. · h
2) Se aos jovens e omens se p ode dar a direcção em.
Para as que
são froÚX [!.S e tíbias, a inicia tiva ·perte nce
ao , ,
qualq uer lugar , ate mes mo passe ando com e1es num pa'tio de
pélàs · .~tras exortações, conselhos, repreensões, director, que, , .0 ser muito mais reservado
por
indús trias do seu zelo se deve esforçal" por arrantodas as recreio, é absolu!amente n~cesdanco mummente senão no coo-
letarg ia esp~ritual. cá-la s à com mulheres, n~o as re_c~b~ndoº senão e~ confi
ssão, breve-
fessionário, e ºdª? as e~~:~~1:m pormenores inúte
549. · b) A· prud ência , de que se trata ; é ·poi§ uma .mente. sem as eixar is. Nós per~
• · sso tempo ê ·muito limitado,
prud ência sobrenatural, forti ficad a pelo dom tencemo's a todos, e, como ºÉ no - necessário ser pa-
de conse- -
impo rta nao despe rdiça r certo que e
lho;: que um direc tor deve pedi r inces sante ment o d 1 . t do o temp o indispensável. mas
e ao Es- ciente e' dar .a. ca ~ a ma h ~
pirita ' Sant o. fovocã.:.lo-á. pois, em parti cular
nos casos sem esquecer 1aroa1s que a ou tras almas que .
reclamam ó
dific ultos os, recit ando em seu coraç ão um Veni nosso ministério.
, Sanc te
S~it us, antes de dar qual quer decis ão irqpo rtant
e ; e, 2) Os deveres do dirigido. 1
depo is de o have r cons ultad o, terá cuid ado de '
escu tar a
r'espo sta inter ior com docil idade de crian ça, para l!!l!!t o· dirig ido há-d e ver º própr.io Jesus Crist
a trans - 9 nda
tnitir ao dirig ido: "Sic ut audio, judico, et judic
a <;!, se e e~rt C? que
JJ . •
ium meu m ~ ,l d
do seu dir.ec tor. E, na ver)-'- ' to a
1 . ,T
justú m ési" 1. Entã o será verd adeir amen te iris_t pes::sota ·d d. ,,em de Deus mais aind a º· e, .
rumento a au orr a e quan a.o :_ s.e
dô Espír ito Sant o, instr umen Jum Deo conju
seu mini stério será frutu oso.
nctum , e o

Cont udo este cuida do em tomai- cons~Iho com Deus


tr_ata ~~ autoriddadedeql~g:r
c1êncrns : o po er
·' ·
:~t:j~;:/:C:1:i
t -. do céu de guiar as alma s nos, camn· 1h os d
b
;ef :~h:~n=~
-
não a per.
o impedirá de utilizar todos os meios, que suger pf ~1 ~s , '. divin o de todo s os pode res; , e por conse -
e a prudên- e1cao e o mais
cia, para bem conhecer o dirigido . . Não se .~ t não pode exist ir senã o naqu el e_ .que e., 1repre
· entan
conte ntará das
suas afir.mações ; obse rvará o seu procedimento,
les que o conhecem, e, sem estar por todos os
·ouvirá aque - t 0 ficia l ' emba ixa dor de enS
gum e · . · Christo ergos . lega-
. t º : "pr9 ..,
res, tomá-los-á em conta segun do as regra s seus parec e- ~ f ' .
+wne ungu nur,. tanq uam D eo exho rtante per nos · ·
" 1

sso; ·
de discrição.
e) A prud ência o gui~r á não sàme nte nos
D d
t princ ípio . dima nam todo s os evere s par:a
co
m o
'~iopselhos que dará, mas aind a em todas as di;;c ~or .: .respeito, confiança, docili~ade.
-circu
,çi'às que dizem respe ito à divecção. l) Assi m, _n ãonstdn con-
-
5S2. A) É preci so respei~á-lo- como r~pr es~:
:nd:
Sõ.gra rá mais que o temp o nece ssári o a este
minis tério , d D reves tido·. da sua auto ndad e no que ela d
por mais impo rtant e que seja : nada de longa e. ;ut~m·o e honr oso. Há nele defe itos? Não
s conv ersa- mars m 1 se emor~
ções, · n~da de palav riado inúti l, nada de perg nissó o pens amen to ; não se re?ar a sena- o na· ua auton -
untas indis - s . d . do es~
creta s ; limit~r-se: ao essencü1L ao que é verd
ad eiram ~nte d,ff:,d.e.- e. miss
. - o Evita r-se- ão, pois, com todo Q . cm a
úUl ao bem das ,alm as: um cons elho bre;e e dar~ , uma
prátí ca de pied ade lúcid amen te expo sta basta
para ocu-
a · f ·
sas críticas acerb as que azer~ pedr er
d
ºtpelo meno s ate-
nuam o respe ito ,frli_al que se eve er para com ele.
. é
p·~r' uma ' âlma· dura nte quin ze dias ou um mês, Mais ain- Evr·tar-se -a, tamb e'm certa ·familiarid ade exces siva quEe
da, a direc ç~p ser_á varon il,. esfor çar_-se-á por ~1fic ilmen te comp atíve l com o ver · dd · ·t sse
cond uzir os a eiro respe1 o. __,
. 1 ]o. V, 30.
1 · 11 Cor. V, 20 •

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MEIO S "GERAIJS Uê PJ:iKt'.l:Hl,,;AU

respe ito será temp erado pela a/ei ã f . - . do, que


cordial, mas respe itosa d f-Ih ç o, a a e1çao simpl es e devem -se lembrar que o tempo do sacer dote é limita
as espera m a sua vez e se poder iam impac ientar
afei- outra s pesso
ção que exclu i o desej o· dm I o pada com seu pai; com estas demoras. É precis o, pois, não passa r dos justos
ser ama do partic ularm ente e
as pequ enina s inve1·a e
~ "N u- limites e reserv ar algum a coisa para a vez seguin te. :.
s que por vezes faí ~e segue m.
ma pa 1avra, esta amiz ad d , , sss. C) A franq ueza deve ser acom panha d·a .de
saa d d ed· e\ e ser orte e doce, toda
santa toda do
• i bl'a -~: to a . ivina , toda espir itual" r_ grand e docilidade em escut ar e s,e guir . os sons1elhos
~
,

. . ?-S'.>_. ,R) · O respe ito será a co t d d .


di~•~ctor. Nada meno s sobre natur al que ·quer er fazê-l
o vir
. ~dpdane idae oco e con/i ança da-
mtezràm.êrit'e /ilia! e grande since ri a - "T aos nossos ·sentimentos e ideias : nada outross.im mais
...
t.~I CQin e . .. I.
e (o dired or) com o coraç -ao raçao . ra- a vonta de de
.· ·· · ·· ' - üóso u.O bem da alma ; porqu e então não é
tod a a sinçeridà.de e fideli dade . ·f nas maos!, com s-
. . , mam estan do-lh e dara- Deus que se bus.ca, senão a própr ia, com esta circun
ment e e> vosso bem· e · um
I o vosso mal sem f- .
entô ·nem tânci a agrav ante que se abusa d~ méio divfr19 _para
• • _1. .
: por este meio • '. . . . mgrm s·er conhe cer a •
_c~r~sin:iu ação e
sera º vosso bem ·exam i- fim egoísta. O nosso único desej o déve
n a_ctq e ,m'âis ass d e não
. 'J'-'. '' d· -, · egura o, e o vosso m l. co_m·g,··d·o e 're~ • . :vóntad·e divin a por interm édio do nosso l director,
m e ia o. . . Tend e ne Ie extre ma confi é):
an , extor qúir- lhe umà aprov ação por processos mais ou
me-
n.hfi da d e santa revereA ncra . d e mo d q ça, ·A··a,com•·pa-
no·s habil idoso s : pode- se engan ar ó ptôpr io direct ôr, não
O
diminu a a confi ança. f· ue a rever encia não
• ,, É , nem a con ianç a em barace a reve- se engan a Aq~e le a quem ele repre senta . •
tenci a . .., pois com int erra . f a, fazer -lhe conhe cer 'os
' . • con iança que Ih e d evem os i É nosso dever . sem dúvid
fl brit o coraç ão e· conf . ldade s
. I rar as nossa s tenta - e fraque · zas, próprios· gostos e repug nânci as, e: se vemo s dificu
para que 'é é. nos a1·ud Ar' çoes
l em prátic 'a tal
, _ou lima. espéc ie . de impo ssibih dade em pôr
T

, ,,1 . e a ' ence- as ou cura- as., os nos- a


sos aés'ejbst e resol uç- 1
eter· a', .sua. aprov .. a- _c cnsel ho, devem os 'dizê-lo· cóm toda a sin.gele~a;
mi'l,s,
.-·..·. o ·bem ., · , oes, para as suom
sfr-
çao. s fazer p 'r . . . l .lima vez que o hoi.rvêrmcis ·feito , não· nos •riista ,s•e não
. ·.. q~e procu ramo
, a ap· que e e QI coh-
fnme, . os nossos pro1·ect·os d e fu turo .j~ítar-nos. O nosso 'diréc tor; :rigor osam ente falan do, po-
.... · e tios' is:uair . d ; ara que e e - os 1
exct'mine é° iattio f àbede cen-
· 6 ª mezos e osdreal'rzar,. numa pá:lavra:. de-se engan ar : nós q
' ue nãch- iõs engar
t u d o o que diz respe· ·t bem . l Q . do-lh e, excep to , já se vê, se ele -nos acons elhas se algum a
1h ele nos . conhe cer, I o ao
tanto ~ nossa , a ma. uanto . 'caso,
1?e . or
de coi~a contrâ.ria à fé 'ou' ij.OS bons costu·m ; neste es:
nos dar sábios conse lhos de nos ma1~ estar a nos casos séria preciso muda r ête dfrect~r.
. . d ad~rm ar, conso lar, fortifi -
car, de tal sorte que ao,
~a1rI ad rrEecç ão, poder emos re- · . 556. ' D) 'Mas não é sem razão grave e sem m~du·; a
petfr ; as palav ràs dos, d·rscrpu
reflex ão que se deve e·sc~lher outr; director. É q~~-
os e m· , "N . Ila
d d , aus : ão é ver-
a e que sentía mos abras nuida de -na direc-
nos, falav a •.. ?" 2. ar-se-nos o coraç ão, quan do ele verda de, tnipq rta . que -haja certa qmti
en-
ção, a qual n'ão pode existi~. ·quan do se mud~ · frequ
. .'354. Há pesso as que be : . ..
riam ter esta perfe ita teme:qte de direc tor espiri tu.al.
clarez a de ~qnscfêncía mas q: quere por curiq:-
P~rd u~a c;erta timide z ou a) Há pesso as tentad as q muda r de confe.'lsor
!"Ei~er~a, _não ,sabem ço~o expo r~ sua alma. Digam em que tal será a direcç ão de , outro ; can-
isso mesm o ao seu direct or . es a o . .,,,e ~id~d e, para saber· : - ·1 , . : · · f, •·.

algum&s ,
os mesm os conse lhos; sobre-
pergu ntas oport unas, ou s' e este as aJuda rá com sam~s e de ouvir muita s vezes
eis à
do-lh e um · Jivro que lhe~ ;e!~~ ecer 1eces sário, empre stah.:. tudo ·se eles 'vão marte lando sobre coisas desag radáv verar
a# natur eza ; por incon stânci a, porqu e não podem perse
~io ~ong · ;cerem -se e analis
;~:s : m:1hof.r~; 'fIJla ve~ quebr querendo
a s~,:ap_ a~~1s. : . e o, as comu nkaçõ es '. niúlto tempo no·s mesmos exerc ícios; po"t ·org.ttlho;
Outra s, pelo contr ário tê . . .
. .. ;ter por direct or o que tem mais' reput ação' 'éfü v_ oga, QU dese-
espécie
e a transf ormar à •a·irecça . -'o emm piedo md10 ação a falar de. ..mais,
sa · 1 1
. ·. ·j2ndo encon trar .um que as lisonj eie mais; - por
conte
unia
ntes do que
enga- enga ; estas : de inquié táção , qué faz que nunca esteja m ção
v.·le eni dev'àn eiÓS dé perfei
1 s. FR. DE SALES,
dévote, Part. I1 eh IV .'l êm.{ e :ande m sempr e :Sonhahd~ -
2 Lc. XXI, 32. um desejo · pouco orden a:do de fazei co,:ihe
• ' - •
imagi nária : por

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• - _ _ ..._,, V

ME IO S GERAIS
ce r o se u in ter io r DE PERFEIÇÃO 319
a di ve rs os co nf es so
mo str em in ter es se re
ou lh es dê em se gu s, pa ra qu e eles lh es gw a. .E h . o a su a utilidade; 2. 0
nh a, a fim de oc ul ra nç a ; po r falsa ve ◄ xp on
. 1.
hu mi lh an tes . Tu do
tar ao di re cto r or di

rgo~ . la des -,: º am,nos
an b as su as qu a-
ist o, ev id en tem en te, rio ce rta s fra qu ez as 1rc ; ;. a eira de o o servar.
cie nte s qu e é mi ste sã o mo tiv os insufi
r ~
mo do co ns tan te na sa be r eli mi na r, se se qu er av an ça r 1. Ut ili da de du ma reg
vi da es pi rit ua l. de ra de vid a.
5S7.. h) M as , po r S , 't' l ta re gr a a te- meRmo aos simples
qu ec er ·que oq tra pa rte , é ne ce
a _Igreja in sis te m ai ss an o nã o es-
s e m ai s ' na líberdâ
e e u I e\. ~
s.e qu er em sa nb .ic no m un do qu an to m ai s pa rti cul
ar
fiéis qu'é
ar
qu e se de ve go za r de de . - b d, un id ad es e aos sa--
po is, t'c~ bo as ra zõ
na es co lh a do co nf
es so r : se al gu ém , m en te se im po e a os ro em rods e co m
es pa ra se dirigir cer d ot es qude v~·y em oc up a os no m in ist ér io pa sto ral ,i
he sit ar em .~ fa ze r. a ou tro , nã o de ve d·
Q ua is po de m se r as U m a regra e v1 a - , en os pr ov ei to sa à no ss a
1 ). Se , ·a desp ei to de
to do s os ~sforços.
ra zõ es pr in ci pà is? f- - pessoo.l qu enaà osaem - d , . .
sa nt i-
nã o é ·po ss ív el te r 1caçao nt ifi ca ça o o. pr ox
pa ra co m o di re ct or l o . Ut tli da d. c pa nn o. . l
o re sp eit o, co nf ia nç ra a sa nt ifi ca çã o
c.:.ue ac im a ia l~mos a e fra nq ue za de SS9. l . se sa nt ifi ca pe ro íl .
, é pre~iso m ud ar , P a'ra a a m a r, é ne ce ss ár io apro
se nt im en to s fo ss em ai nd a qu an do esse veitar _em
po uc o ·o u m al fu
nd ad os 1 :- é qu e
s
t empo• sobrenaturalizar as pro,poria . ões e se grnr umo
ne ss e ca so nã o se ~ ac ç
lh os . 2) O m es m o
po de ria tir ar pr ov ei
to do s se us co ns e- ce rto programda de f •- ra um a re gr.a d. e vi da
se di ga , co m m ai s he m co nc er ta a co pe r edr?ªºt· dã -n os es ta trí pl ic e ·
se re.c ea ss e co m fu fo rç a de ra zã o, se m o ire c or. va n-
nd am en to qu e el e ta ge m .
pe rfe iç ão , po r ca us no s de sv ia ss e 'd a
a de m an ei ra s· de ve A) Pe rm ite -n os. aprove lh ·
ra is, ou du m a af ei
çã o ex ce ss iv am en te
r de m as ia do na tu -
, itar m.e or º te mdu ·a . po Pa ra
el e m an ife sta ss e em ~iv~ e se ns ív el qu e disto no s ço nv en ce rm ba st a co m pa ra r a v1 '.a ~a pe s-
pa rá rp.udar, se se
ce rta s ocasiõeS: · 3)
Se ria ai nd a ca so so a qu e se gu e um a os , d vi da co m a de .ou tra qu e
visse m an ife sta rn ~n re gr a ,e a
te qu e el e nã o ·te m . .
ne m .a , ciê~ci~ . n~ m nã o te m .
a pr úd ~~ ci ~. n~ m • d f l
sária s. a di sc riç ão ne ~~ - . a) Se m .reg.ulameln t · m~itÓ te m -
. l) .lo pe r _e -se od !; tr
. ' Es te f ca;o~ sã o in po : é qu e em ta ca so na o P Jt :r he sit aç õe s
du bi tà v: el m en te raro ,. . ,
se apresientam, é m s ; m as . qu ~n d; ac er ca o d qu e m ai s co nv em a f ze r . em pr eg a- se te m po 'a
be m , · se nã o em qu
ist er ryflectii: qu e
a di re cç ão nã o fa z de lib er ar , a po n erh
d rós e os .co nt ra s, e.
an to o · di re c.tor e o co m o pa-
ju nt am en te co m m di rig id o co la bo ra m ··
m ui ta s coIS . -
ar os P_ b
á ra za o de cis iv a po de -s e f\cç,q
út ua .co nf ia nç a. as na o d t- em ar
. na in ce rte za ; e , to na tu re za· o pr e dom , .
m an d ~ en ao im o,
§ II. O Regulamento de vi fica-se um ex po stol a e1xar-se arª ras t a r pe la cu rio sid ad e,
qu e se descura
.. d d n) É en tã o
da 2 pe lo pr az er ou pe
a va i a e. ~
55 8. A ra zã o de se r de ste ce rto nu, m er. o d e de,reres . co m o na- o s e previram. !).em de-
re gu la m en to é pt of ·1
a ac çã o do di re on ga r term inaram o m o m en to e ucrar f ª',ora'veis ao cu m pr im en "
grás ,
do r, da nd o ao pe ni
te nt e pr in cí to de ss es diversos bomitem-se al gu•ns . d ·
qu e'. lhe pe rm ita m
·sa nt ifi ca r to da s · as
pi os e re- de ve re s, e1es , po r-
pe l~ ob ed iê nc ia , e sua·s ac çõ es qu e já nã o sie en co tra te m po pa ra os cu m pr ir 3) Es ta s
te r um a re gr a de :
vi d~ . pr ud en te e se
- necrligências ac ar re
n
ta m
. in co ns tâ nc ia : . um.as
ve -
l é'o que çrevia o P. "' f co nsi_go .
zes .az a a lm a udm es fo rç o vigoroso P ar a ga nh ar o pe rd i-
cEstou.certíssim o:~s,qu Llbermann, a um jov
senhor N ... não são e todas as rep ug nâ nc ias que ten
fun
em (op. cit., p. 13 1):
des contra esse bom do . ou tra s ve ze s_ e1. . b da in do lê nc ia. na tu 1.
ra .
de 'd ire cto r, nã o se dadas ; mas isso nã
o tira pr ec isa m en te po rq ue xa -:e ir a sa or fix a pa ra co
ao, no sso . esp íri to sãotra ta de sab er se as rep ug nâ ncnem põ e. Para mudar
ias qu na o te m re gr a rrigir as
ve rda de ira s ou fal sas e se ap res tai n .
. 2 _S. fR . DE S~LES, ; ba
dévote , I, Pa rt. , sta qu e iss o nos faça en in co ns tfm ci as da na
TRONSoN, Ma nu el dti SémVie lrzariste, I Pa rt. , eh. III ; III P.,
mal • . tu re za ._
l'obeissancé, nre·Pa
rti e; R.1srr, L' Ascét En t. II ; lo. , Treh . XI ; 360. h) A o co nt lamento bem
iqu e, eh. XLI. ait é de , rá rio . •com u) mAregbu
.
t raçae,o Po up a-se m ui·to t e m po . ·. 1 ca am as . hesita-

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LVlLI.L'- .1._, .._.1...1i.,r "l.,1.- ..__,.L...a
- • o.i. 4 4 \,JJ....1-..J V ., _...,..,.._-\ J..L"!l,"Z--. ,._,

.! t, 1~. .

ções : sabe -se exac tatne nte o que se tem de SE' enco ntra expl icita men te sant ifica da e se
- faze r e em trans form a
que m~rr_iento ; se não se pôde fixar o horá num acto de amo r de Deu s. Que m pode rá
rio com rigor cont ar os me-
mate mah co, as,sentaram-se ao men os certa recim ento s acum ulad os assim cada dia 7
s balis as, fixa-
ram- se princ ípios sohr e os exer cício s de pied 962. C) .1\ regra de vida traça -nos um prog
ade, 0 traba - rama de
lho , as recre açôe s, etc. 2) A.ca ba o imprevist per/eição. a) É já um prog rama o que acab amo
o, ou ao me- s de esbo-
nos dimi nui ;gr?- ndem ente : porq uant o, aind çar, e segui-lo é um pass o dado avan te no
a mesm o para cam inho da
as circu nstân cias um tanto extra ordin árias que se perfe ição : é a via de conf ormi dade com
pode m a vont ade de
e.pre senta r, se dete rmin ou quai s são os exer Deu s , tão enca recid a pelo s Sant os. h) Mas
cício s que se além disso
pode m abre viar e como se Rode m supr ir com não há regra de vida que não indiq ue as
outro s : em princ ipais vir-
todo caso , uma vez desa pare cido o impr tude s que se hão- de prati car em relaç ão com
evisto·, entra -se a cond ição·
imed iat~m oote na: reg·ra. 3.),, Acab a. a ,tncon e estad o de alma do péni tente . É certo que
stdncia, ·p·ois por \rezes terá -
que o regu lame nto nos vem estim ular a faze aue ser mod ifica do esse pequ eno prog rama
r cons tante - em razã o de
men te o que nos está . presc rito,' e isto cada ;.ova s nece ssida des que pode rão apar ecer ;
dia e nas mas tudo isso
µrinci~&is hora s do dia. Assi m se form am se fará de acor do com o direc tor e virá inser
hábi tos, que ir-se na re-
nos dao cont inui dade à vida e nos as.segura era de vida para nos- servir de guia.
m a perse ve-
ranç a ; os noss os dias são dias cheio s, cheio 0

s de boas 56'.l. 2.º A sant ifica ção ·do próx imo evid
9pra s e mer(;lcimentos. ente men te
que não pode deix ar de ganh ar com a regra
de vida . P~ra
· 561: B); A regra de vida perm ite-n os santi ficar os outro s, é mist er unir a oraçéio
sobrenatura- com a acçao,
lizar to'das· as noss as acçõ es. aproveitar bem o temp o cons agra do ao apos
tolad o, e dar
a) . É que toda s se faze m por obediência, e· está bom exem plo. Ora é exac tame nte isto o que
vir~ faz quem é
tu'de :a)un ta · o seu mér.ito espe cial ·' ao -mér ftel à sua regra .
ito próp tfo de
cada u1:n:do91'l'ossos acto s virtu osos . Foi: nest
e senti do que A) Enco ntra, num a vida bem regü lada , o meio prá-
?isse algu ém que vive r para a. re·g ra é _vive tico de harm oniz ar a oraç ão com a acçã o.
r pára Deu s, Pers uadi do de
porq ue ê cüm prir cons tat'lt emen te a sua que a alma de todo o apos tolad o é a vida inter
vont ade. Há ior, reser va
t'létn disso, nesta· 'fide lidad e à regra, um valor educ
ativb
~ª sua regra certo núm ero de hora s para si, isto é,
para
in:co rttes táve l ·: em luga r do capr icho e da a oraç ão, sant a miss a, acçã o de graç as, e
deso rdem , qué todo s os e·~r- •
t<:rtdem a prev alece r num a vida mal regu cícios nece ssári os à alim enta ção espir itual
lada , é a' von- da próp ria
ta,de e o deve r que toma m o pred omín io nlma (n.º 523 ).
, e por cons é-
gdin te ·a orde m e a orga niza ção. A vónt ade () que · o não impe de de cons agra r temp o
sujei ta-se a notável ao
Déns e: as facu ldad es inferiores dobr am-s e para obed ecer
avostolado, porq ue sabe econ omiz ar os seus
insta ntes (n.º
_R vbpt a~e ; é uma volta prog ressi va
ao estàd ô· de justi ça 5°60) , e por esse meio enco ntra semp re temp
o para fazer
origi nal: tudo com orde m e méto do. Tem hora s focas
para as di-
. · ~) _·,'R~~ão, é fácil ler em: toda s as acçõ es intenções so- versa s obra s paro quia is, confissões, adm inist
raçã o dos s&-
_qr~nd/ urài s:" s·ó- o facto de venc er os noss~s cram ento s, etc.: os fiéis são disso avisa dos,
gostos e ca- e, cont anto
Pfich9!>' já nos. põe orde m na vida , e orien que se lhes cons agre o Lemp o verd adei rame
ta as noss as nte nece ssári o,
acçõ es para Deu s. Mas , além dis'S(?, um bom ~fos próp rios gost am de sabe r a que mom ento
regu lame n- exac to po-
.1e
to yid1;1, pr_escreve um mom ento de reco lhim ento dem enco ntrar o sace rdote . ·
c~.d~ .
,-1s·: ac_ção . prin cipa l e sugere:-nos as intê nçÚ·s
ante s
~ais
564. B) E tamb ém se edifi cam com os exem
de pontvaltdade e regularidade que lhes dá
plos
sóhr enah irais', para as faze r bem feita s ; assir o padr e : não
n cada · uma
21

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--" ""- - - - ~~- ---= -=- --ri l!ll l!ii 5iS iiiii ii!? lB'
iiiii !~-- ãj
Mt:llU:S ut:lKAl:S !Jfj 1:'HRFE!ÇÃO
323
podem deixar de pensar e dizer que é homem do dever,
constantemen te fiel aos regulamentos traçados peia auto- 567. h)
Será maleáuel, se, fixando esses pontos,
ridade_ ecles.iáslica. E assim. quando o ouvem proclamar deixar contudo certa liberdade para modificar o horário,
nc púlpito e no confessionário a obrigação de obedecer para substiluir a um exercício, que aliás não seja ess'en-
às leis de Deus e da Igreja, sentem-se arrastados pelo seu cial, outro equivalente e mais adaptado às circunstân-
exemplo, mais ainda que pelas suas palavras, e observam cias, e até ,mesmo para abreviar algum exercício, quando
E: caridade ou um dever imperioS'o o exige, tendo cuidado
mnis :fielmente os mandamentos .
de o completar noutro momento.
É assim qu~ um sacerdote, que pratica a sua regra de
v!da, se _santifica e santifica os outros; o qu~ é igualmente Esta maleabilidade deve~se aplicar sobretudo às formu~
verdadeiro dos leigos que se consagram ao apostolado. las de orações ou de oferecime,:1tos das acçõ,~s, segundo esta
judiciosa observação de S. Joao Eudes 1 : Porquanto,. vos
II. Qucdtdades duma ;eg,·a de vidd. pe~ ncteis bem ·que o exertício do~ exercidos, o segrecto·
dos segredos, a devoção das devoções, é não ter apego a
A fo11 de produzir estes preciosos frutos, uma regra qualquer prática· ou exercido particular r}e _d~voçãd : i::ias ter
grande cuidado, em todos os vossos exerc1c1os e acçoes, ~e
dev~ ser determinada de comum acordo com o director, vos dar ao Espírito Santo de Jesus, e d~ vos dar com hwml~
maleável e /irme, a um tempo, e hierarquizar os deveres da.de, confiança e desprendimento de todas a:S coisa,1,, a fim
segundo . a sua t~nportância relativa. de que, encontrando~vos sem' apego ào vosso próprio espí~
·565. l. º Deve ser determinada de com~lm acordo rito, e às vossas próprias devoções e disposiç9es, Ele tenha
pleno podei-' e · liberdade de operar ertl Vós ségund6 os seus
com o director. É o que exigem a prudência e a obediê~-
desejos, de fazer na~cer em vós as disposi~ões ~ senti11!~ntos
cia, : a) a prudên'C'ia, visto que, para traçar urria regra de de . devoção que quiser, •e de vos conduzir pelos cammhos
vida prática, se requer muita dis·crição e . experiência, é que lhe agra darem " . 1

necessário ver não somente o que é bem em si, mas tam-


568. 3.º Dará, enfim, a -cada' :d•ever •a; süa ·importdn-
bém o que o é para tal pessoé}. determinada; o que é -pos-
sível para ela e o que ultrapassa a·s suas forças ; o que cia relativa. É que há, na verdade, um~ hierarq~ia de
d:everes·: a) Deus, evidentement e, deve octipar o primei-
é oportuno, tendo em conta o meio em qll'e ela vive, e o
que o não seria. Ora, há bem poucas pessoas que pos- ro lugar, depois a salvação d~ nossa alma, e por fim a:
Sél!R, regular judiciosamen te estas coisas. h) Por outro ·
santificação do próximo. Certo que não .há conflito re~l
entre esses deveres ; antes sé devem harmonizar '!'.ierteita-
lado, uma das utilidades do regulamento é dar ocasião
menté, se quisermos : glorificar a Deus é afinal conhe-
de praticar a obediência : o que não sucederia, se cada
cê-lo· e amá-lo, isto é, santificar~se. e é tambéni torná:-lo'
um 'º traçass~ por s,i só, sem o submeter a uma autori-
dade legítimà. . . . · conhecido 'e amado do· próximo-. Quem quisesse, porém,_
dar ,o tempo todo ao apostolado, desleixando o grande
. 566. 2. 0
Deve ser bastante /irme, para sustentar a dever da oràção, é evidente que descuraria PQf isso mes-
vontade, mas bastante maleável, para se adaptar às di- mo o ·meio mais efacaz do zelo ; é outrossim perfeitan;ien-·
versas .circunstâncias que se apresentam na vida real e te claro que quem menospreza o cuidado da própria san-
por vezes desconcertam as nossas previsões. tificação, dentro em breve já não terá zelo verdadeiro
a) Será /irme, se contiver tudo quanto é necessário para s~ntificar os ·outros': Por conseguinte, quem tiver cui~
para fixar, em princípio ao menos, o tempo e a maneira dado de · destinar a Deus a su•à parte, que é a prirp~ira.
1e fazer os exercícios espirituais, de cumprir os deveres
0

e de 'reservar tem.po de trai?alhar, por meio de exercícios


do próprio esta?o, de praticar as virtudes que convêm majs essenciais, na sua própria santificação, pode estar
ao nosso género de ·vida.
: 1 Le Royaume de Jésus, Paris, 19051 p, 452~

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.-- . ·:.. .•_.. ,u~,,.,.., u,:,1 'n..t. :>
LJO t'.tll <.r. tll(.: AO
-,;: . ... · .
_
325
seguro de exe rce r o apo sto <los filhos dis pen sa a mã e
lad o do mo do ma is fec un de
As sim pois, tan to os pri me do . gul am ent o, se não é pos sív família dum a com unh ão de re-
iro s mo me nto s do dia , com el con cili ar est es dois dev
ui ent ão a com unh ão sac ram s : ~
últ im os, ser ão pa ra De us o os com unh ão esp irit ual sub stit ere
e pa ra nós ; en tão po der 2) Ma s também, nada de ent al.
dar--nos à acç ão, ten do sem em os rel axa me nto : a fal ta de mo
pre cui dad o de a int err om tifi caç ão, o des ejo de fal r-
po r me io de alg um as asp per ar hor as per did as, sem nec
ira çõe s par a De us. De ste a cur ios ida de, etc., não ess ida de,
se irá rep art ind o a no ssa mo do são raz ões suf icie nte s par
um exe rcí cio com risc o
vid a ent re a ora ção e o
apo s- de o om itir com ple tam ent a dif eri r
tol ado . mesmo, se não é pos sív el e. Assim
cum
tum ada , dev em o-n os esf orç prir- tal dev er sob a for ma cos-
h) Co .nt udo , em cer tas
cir cun stâ nci as,, qu e nã o so- dou tra ma nei ra ; assim, umar por nos des em pen har mo s dele
fre m dem ora , dev e int erv tra r o viá tic o no tem po sac erd ote que tev e de ir
ir ou tro pnincípio, qu e é O da ora ção , esm era r-s e-á minis-
grt int e : dev e-s e acu dir ao se-- for ma r num a espécie çle ora por tra ns-
ma is urg ent e, id prius qu ção afe cti va o cum pri me nto
.11},ªf?ÍS necessarium. Ta od est dev er, pre sta ndo as süàs des se
l~ o cas o , qu an do se ve m hom ena gen s ao De llls 'aa
chá tna r que leva• sob re o cor açã o 1 E1Jcaristia
<l-· um sac erp ote pa ra ir
ass isti r a u~ mo rib un do : • ~• . ,,
tud o, pa ra ir logo ; ma s dei xa- se S7 t. A po ntu ali da de faz
pel o cam inh o vai--se oc up par te da ob ser vân cia in-
~ie ~o sam ent e o esp írit o, an do teg ral rla reg ra : nã o com
e isto sub sti tui o exe rcí cio eça r um exe rcí cio exa cta
ritu al qu e se dev ia faz er espi- à ho ra ma rca da , -e isto me nte
nes se mo me nto . · sem raz ão, é já resistir à gra
· nã o con hec e tar dan ça, é ça qu e
expor-se a não ter dep ois
lll. Da ma nei ra de oLs erv ar o de' o faz H na sua ,in teg tem po
reg llla me nto . rid ade , ou , qu an do se tra
um exe rcí ci~ pú bli co, faz ta de
16 9. Pa ra qu e a reg ra sej er esp era r ind evi dam ent
a san tifi ~ad ora , é. nec ess á- fieis, se SI,! de~·e rnp enh a o e os
rio ob ser vá- la integral e cri mi nis tér io pas lor aL ou os
stá mente . · nosi, se se exe rce ·o cargo alú~
· de pro fes sor , dan do -lh es um
1. 0 Int egr alm en te. isto é, em
.• , exe mp lb. qu e ele s ser ão ma u
tod as as sua s. pa,rtes, po r dem ais inc lin ado s a
com po ntu ali da de . É ,qu e, 572~ Cr ist ãm cn te. isto seg uir .
na ve rda de , s.e fazermos sel é, · com int enç ões sob ren
ção ent re os dif ere nte s pc; ec- a-
mtos, sem motivo razoável, tur ais , par a faz er a ·vo nta
yar em 0s os qu e nos incorr ohs er-- de de De us e lhe tes tem
10dam me no s e om itir em ass im o am or da mà nei ra un har
qu e ma is z:ios cru cif ica m. os. os mars• aut ênt ica . É est a pur
As sim per der em os as .pri da ..int enç ão qu e é a .alma ez,a,
uti lid ade s vin cul ada s à sua nci pai s da reg ra : ela é q~re dá a
ex act a ob ser vân cia ; po rqu um a das nos sas acç ões o cad a
to, a~nda me sm o f}.OS po an- seu ver dad eir o val or, tran
nto s qu e pra tic arm os, est ma nd o .as em act os de ob sfor,.
exp ost os a nos dei xar c~m are mo s edi ênc ia e car ida de , Pa ra
duzir pel o cap ric ho ou ao dta rm o3 , rec olh er- nos -em a ex--
~e1~ \'.ontade pró pri a. E nec ess me no s os ant es de pra tic ar qµ
ári o, po is, obs_ervar a reg ra acç ao, per gu nta nd o-n os. a alq uer
mt eir am cnt e e à let ra , se nós me sm os o qu e exige o
é po ssí vel ; e, se o nã o lam en to r,esse ins tan te, e .regu-
qu alq µe r mo tiv o grave, é é, po r con for r'n and o com ele o
mi ste r apr ox im ar- se do esp pro ced er, no int uit o de agr nosso
da reg r,a , faz en do lt.id o írit o ada r a De us : " quae. pla
o qu e se pod·e. mo ral me su nt ei facio sem per ". E ass cita
lan do . nte fa- im, gu ard an do .a no ssa reg
vivéremcis con &t ant em ent e ra.
pa ra De us : " qui tegulae
S70. Dq is def eito s se De o viv if " . vivit,
rel axa me nto . 1) Na da de dev em evi tar : o esc rúp ulo e 0
esc rúp ulo s: se há mo tiv o·
par a . u~~ se dis pen sar de gra ve 1 'S. Francisco de Sales
qua lqu er pon to, par a o dif avantajava-se em traçar e
sub~tt~mr po r oUJtro equ eri r, ou uma regra de vida em rela fazer pra tica
iva
As sim , t.,tm ~ev er de est ado len te, faç a-o sem inq uie taç ão. direcção, diz a Madre de ção com os deveres de estado : « Sob a suar
urg ent e, a vis ita dum doe baro.nesa de .Chantal com Cha ugy (Mé m. sar S.te Chatttal, p. 62) a
exe mp lo, dts pen s~- nos da nte eçou uma vida inteiram
vis ita ao SS .mo Sac ram ent , por piedade a nin gué m era incó
m.o da. Ela inst
ente nova, mas a sua
vol tem o.; a cas a ma is tar o, cas o nunca estava triste, nem ruía e advertia os seus filh
os,
de ; con stra
em No sso Sen hor pel o cam nes se cas o sup rim o-l a pen san do o.s se.u.s exercícios. de _pie qad ngi da, . inte rrompia
e ou dife ria- os para outroaté sem escrúpulO!i

_____________________ ...
inh o. Do me sm o mo do, 0 c&ridade o pedia >, tempo, q11/lndo.,~
cui dad o
._
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CA PIT UL O y ME IOS GERAIS DE PER
FEIÇÃO 327
tos . Es ta lei tur a é uma
§ III. A s le itu ra s e ex or taç o-
es- es p1 nt ua 1s
me
Jesus, do nd e saem mais dit açã o, um pie do so colóquio com
· 1 f . det erm ina das que nu nc
a a seguir
Aq uel e que adm ira m e
l . 573. Es tas lei tur amam.
as . b) Os Ac tos do s Ap
· on ga m a dir ecç ão ,; t'im ou ex orl aç ôe s co mp let am
cã o esc rit a· . liv ro esp iri tua l é . f' 1· tam bém sólido alimento
óst olo s e a; Ep íst ola s fornecem
à pie da de : são os ens
ed pro
_dr ·
a a rvd· · , e .um a ex ort
·- · .
aç ao e um a dir · ma um a irec--
ª Jesus, viv ido s pelos seu
s discípulos, expostos,
inamentos de
l ecç ão ora l d t· ad ap tad os às nec ess ida comentados,
su a ut'i'de1s[- as a ma s ao me sm o lem
d ·p o Ex , es ma - <livino· Me str e con fio u
des do s fiéis po r aquele
s a quem o
;. i if ac ·e ; 2. º as · po rem 1
is po siç õe s . ne ces sár ias paos : .º a na da ma is com ov ent e, o cui dad o de con tin uar a sua ob ra :
se tir ar rut o. ra d 't mais arr eb ata do r que est
e primeiro
e as coIJ1entário do Ev an ge lho
. , .
575 . e) No An tig o
I. Ut ilid ad e l l_as l ett. ura s e 1'!11:tic Te sta me nto ; l) há pa
as esp irit uai s. · de ve m en co ntr ar em tod rte s que se
as as mãos, po r ex: os
Sa lté rio , esc rev e La co rda Sa lm os. "O
1 57 4. .· ~) Da S. Escritu no sso s pai s ; via~se sob re ire 1, era o ma nu al de pie dad e de
ra . Em pri me ira pla na co- a me sa do po bre como
,JoocaN-se, e1~ aro , a lei tur nu fle xó rio do s reis. E
a do s Livros Sa ntos e s,o bré tud o ain da ho je é na mã o do sob re o ge~
· ovo est am en to. tes oir o do nd e ele tir a as sac erd ote o
tar , a arc a san ta qu e o asp ira çõe s que o conduzem ao al~
d ,a_) As alm as ve rda de ira me nte co mo ao des ert o da me
aco mp an ha aos per igo s
do mundo,
pie cto sas têm as sua s dit açã o". É o liv ro da
deh cia
t , s no s San.los Ev an ge • lTw s ,. n e 1es .en co ntr
exc elê nci a, on de se enc on ora ção po r
de vid a e act ual ida de, os tra m exp res sos , em lin gu age m che ia
naoud rina lh t: os ex em plo s d
d f e Nos~o Senhor J
am . 1 ) mais bel os sentimentos
s ·Cr·ist o · e
ª
. esu ção , ad ora ção , tem or fili de adm ira -
atr a· me· orf as po e arm ar na sól id súp lic as ma is ard ent es
al. rec on hec im ent o -e am
or, com as
·. ar · ma is e ica zm en te à im ita çã · ª . d
pre a e d da ,as no
e ang ust ios as, os bra do s meio da s sit uaç ões mais var iad a~
. . o do d·1vr.no M, na . os ·gritos de arr epe nd im jus tiç a div ina do jus to per seg uid o,
est re. à
Te ría s nó s jam ais co
dad e, a domo çu ra, a pac iên cia mp ree nd id . . do , as esp era nça s dum ent o do pec àdo r con trit
gin dad e, a car ida de fra f . o o q~ e. - mi ser ico rdi oso pe rdã o e o e hu mi lha -
tern'a º1 :~ a~ :e~ tº _d~s rni _e.·ª . humil~ du ma vid a melhor. Lê~
los
as promessas
mesmos, se nã o .tivéssem ur!as,_ a vir~ co m eles os seu s pró pri , relê-los, meditá-los e con for ma r
hc;ões de No sso Se nh or os lid o d·t ed a im ola çao de nó s os sen tim ent os é evi den
filósofos pa gã os, mo rm ent sob re 1
es
me_ 1 a do os exe mp los e
ª~- as
pa çã o sob rem ane ira san
tifi can te 2,
tem ent e ocu-
pá gin as sob re alg um as v1rt!-1 es _? É c;~rto qu e os 2) Os liv ros sapiencia
d:s 's~ ~ e~ is po dem tam bém ser lid
en tre os seu s ens aio :;t ~s , ~a via m escri~o bel pro ve ito pel as alm as pie os com
as do sas ; en co ntr arã o neles, com
tad or do div ino Messtrlite rár ·
e I S1ost e o tom pema
es ' s qu e dif ere nça co nv ite s ins tan tes da Sa os
l't
· en e-s e rsu asi vo e arr eb a- a des cri ção da s pri nci paibe do ria inc ria da a um a vid a melhor,
. 1 erà to. e mu ita s
es o or ulh d no s prí. me ir s vir tud es que o homem
aci ma do vu lgo . vez t d car na s rel açõ es c~m De de ve pra ti-
. h · ·
"Odi· t g . o ºt mo ral
pr:o am va gu s et ar qu e se col ocaist a,.
os a ar e o us, com o pró xim o e con
sigo mesmo.
Sen or no ta- se um a sim li an
3) Qu an to aos liv
" ros históricos e profético
ao nív el da s tur ba s
; a~
.d d . ceo ; em N osso sár io, pa ra ap rov eit ar da s,. é neces-
bu sca , . nã o a sua gló ria e~ ~i: \fi er f elt a: qu e se sa,.be ab ate r e ve r neles sob ret ud o ~
sua lei tur a, ter um a cer ta
.. 2) M . 1- · d' ' m ' dJ e plrahca ac çã o pro vid enc ial de pe iniciação,
as a aq ue e qu e oo env qu e ensina, e po vo escolhido, para• o'
pre us sob re o
me nte as, a em iss o
qu e cad a ·pa lav ra 'cad alm as ·
iou . sem cessar, a des pei to do ser va r da ido lat ria e o rec on du zir
-
, ª!
a acç ao oentMecdr b
es sa em per fei ta- de iro De us, à esp era nça s seus ext rav ios , ao culto do ve rda -
t em um a gra ça especial
tud f .. str d' .
dà equ ida de, da car ida de,
do Lib ert ado r, à prá tic a
da }u,stiça,
es cu ja na rra ção lem o;~ e 1vm
sob o ex ter ior da s let ras :dn os aci l~a a prá tic a daos coo vir~
~
oprimidos: Qu em rec ebe sob ret ud o pa ra coril os pequenos e
• r ora m o u est a iniciação, enc on tra
lhe s faç a com pre end er erb o de De us ocu lto na s arr eb ata do ras ; e, se neles pág i-
, t o_g -lhe_ qu e as do s ser vo s de De us tan neles são me nci on ada s as fra qu eza s
. .. . ' gos ar eampra ~1car os seu esc lar eça , . que
to como as sua s bo as ob
s ens ina me n- ras , é pa ra
1 S; BoN ÁVE NtU RA, De
f?es études monás es ne mo do t 1 Lettre à u11 j~a ne hom
c,t., P. V, sect. 1, tiqu Pàr t s \ de'íf '. lft . ·
S. Scriptu· ra :; MABILLO . 2 Nu me ros os com ent me sur la vie chrétienne,
ze lettre, p. 191
Ascétique, eh: XÜV. D . TRO N~O N M
Cor ·• e · , III, XVI ; LE GAu
DIER p'
0N mos, ent re os mais recent ário s facilitam a sua int elig ênc ia; assinale-.
p. 519-524. anu e~ ne Part., Ent. I, XV os aut ore s se esm era m em es, os de C; ftLL ION e HuG UEN Y 1 o.
' · .uMB A , XV I. RrnE-· P., em que
ARMION, Le Christ idéc
. il, du '·mo
. in~,
' no int uit o de fac ilit are m dar jun tam ent e o sentido lite ral e esp irit ual ,
a recitação piedosa do Ofi
cio Divino.

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. -- - - ....,. ..... .._, V
MEIOS GERAIS DE PER
FEIÇÃO 329
no s rec ord ar a fra gil ida
de hu ma na e no s faz er
ser icó tdi a div ina , qu e
pe rdo a ao s pe cad ore s
ad mi rar a mi - C) Da s pr áti ca s esp iri tu
arr epe nd ido s 1 _ 578b. ais . Es tas prá tic as
l ·tu ras um.a du pla va
57 6. Do s au tor es esp lêm so •re ahs er, · nta ge m : a) ad ap -
iri tu ais . Se se sab em esc ne l or as ne ces sr. d a de s esp eci ais dos ou vin tes .
en tre os me lho res , mo rm olh er t~m -se r f ,
en te en tre os san tos , en
as pa ra e_es ; b)
co ntr am -se ex res sar ne nte co mp ost l
ne les a um tem po me str vis to qu e ora m .
es e consell-i.eiros. P .
. ·ua.s e em rgu a lda de de cir cu nst ân cia s, ma is
são ma1~
a) Sã o m~ slr es qu e, po ssu vi
co mo ved ora s qu e os l·l\fO
' . , ma is ap tas pa ra faz ere
ind o e .ha ve nd o pra tic ad ls, m pe -
a ciê nc i'i do s san tos
, no s faz em co mp ree nd o
ne tra r a conv1c . - na s a ma s .. o o· lha r O tom da voz. o
pri nc ípi os e reg ras da pe er e go sta r os çlao ,
- ora tór ia faz em me lh
rfe içã o ; for tif ica m- no s gesto, nu ma p a av ra ' a. ac ça o or so-
çõ es sob re a ob rig açã o
de ten de r à san tid ad e
as con Yic-
bre ssa ir o va lor da s co: d·t M as 'pa ra· qu e assim se- ·
-nos os me ios pa ra isso, ; ind ica m- s~s _1, as. ,. ;ru e aq ue
meios. tan to mais. efi caz ja rea I n t e, ~d ' ne ce ssa no Ja se ve , '1 le qu e fal a
for am po r ele s me sm os
po sto s em prá tic a ; ex
es qu an to • . h me l ta • ·
o a su a a1ma na s ·me lho res • ·
fon tes , est
ort am -no s, ten a a 1men eja
an im am -no s, arr ast am -no diz e pe ça a D eu s
s em seu seg uim en to. , pro fun da me nte convf~nci d d
São me str es tan to ma o o qu ep ala ~ra s. É o'u
is úte is qu an to é cer to qu e aben ço e e viv i iqu e as sua s trossim
inc e~ san tem en te à nossa qu e est ão ind isp en sáY el qu e os ou . t t jam be m d ispostos.
disposição, e po de mo s vm es es e
co m o au xíl io do no sso esc olh er, l
dir ect or, os qu e me lho 11. Dis pos içõ es par a apr . t d leit ura s e prá tica s
nh am ao no sso est ad o r co nv e- ove i ar as ,
de alm a, e en tre ter -no s
tem po qu e qu ise rm os. co m eles o
A le? ura , es rri tla ; , d tin ad a a ahmen.tar o
É qu e rea lm en te nã o fal l
len tes au tor es ad eq ua do tam ex ce- 579.
rnD rn;do de faz er ora ção , de
co rre spo nd en tes a tod as
tud o est á em os esc olh
s a tod os os est ad os de
as neces&idades do mo
alm a e
me nto ;
esp írit o de cra ça o ; e, ª
tra tar fam ilia rm en te co u . intérpret. e é o autor
m eu s, cuJo .
er be m e em os ler co m esp iri tua l.
ap rov eit ar. de sej o de d
, ·t ·
580. 1. Um gra n e espi:r1 de fé qu e no s faz ve r
, . Dº o au
o d' ' .. tan qu am De o
577. h) Sã o tam bé m o pro pn o eu s no s,, 2tor e no pre ga or,
sin gu lar me nte be né vo los
co nse lhe iro s e àdmon.itor
es Es ta dis po siç ão tor na r-s , .
, qu e no s rev ela m os ex ho rta nte per n e-a ma1~
feitos co m gra nd e dis cri no sso s de - · fal a sie de ixo u pe ne tra
ção e· do çu ra. Lim ita m- fác il, se qu em esc rev e r a s1
se a mos- ou'l · po de diz er co m tod a a
tra r-n os o ide al qu e de
ve mo s ter dia nte do s olh 1nesmo d a do utr ina ev an ge ica , e
d . _ d J -
vid am -no s a est ud ar- no
s a nó s me sm os, co m
os, e co n- ve r d a d e ,';lu_e a dsua . ou lnn a na o e, a su a ' ma s .e es•. .1:,
de ste esp elh o espiritua o au xíl io Cr ist o : Mea octrma t ne a sed ejus qu i mistt ..
l, pa ra de sco bri rm os lea no n es 1 '
no ssa s bo as qu ali da de s lm en te as " 3
e de fei tos , o ca mi nh o me .
rid o e o qu e tem os de
pe rco rre r, pa ra no s ace
já pe rco r- Em tod o o cas o , os le1·to refs ou ou vin tes rec ita rão um a
rca rm os da , r-e1 em qu e pe dir ão
pe rfe içã o. As sim ter em
os fae ili tad as as ref lex ora çã o tão f erv oro sa qu an to or poss1\ ,
nós me sm os e as res·ol õe s sob re d· d·o na r fal ar- lhe s ao co
uções ge ne ros as . a Nosso 0e o ho r a c1raça e
n _ _ b , , ·toseDe1b ra ·
Nã o é, po is de ad mi rar ção pe lo seu d1_vrno Es ois hã o- d e pre ve rnr .
-se
qu e a lei tur a do s livros pm . tes pp roc ura no vid
rit ua is, co mp i;e en de nd o espi- co ntr a a curiosidade, ad e qu e
ne les as vid as do s Sa q~ e ln qu e qu er co nh
nh am pro du zid o co nv ers nto s, te- ed ifi ca çã o ; co ntr a a uad ec er as coi-
õe s cor no as de S. Ag i a fe,l de las e da r-s e im
S. Iná cio , e co nd uz ido os tin ho e sas esp.m·tua1-s, pa ra pod er a ar po rtâ n-
ao s ma is alt os gra us de , . d
alm as qu e sem isto ter pe rfe içã o eia : co ntr a o es p írito e cri m ve z e tir ar pro
iam viv ido no me dio cri
da de . ·t do qu
ttca, qu e e
r"t ica r
, b ,. , -
\'(; l O e se en sin a, esc uta pa ra c I a su stanc1a
1 A tradução da
fesc,ores que por modés Bíblia por CRAMPON, cor
rigida por ilus s pro- tec tur e spirituelle d' apr . . s de
dela foi feito, prestarão tia quiseram ocultar os nomes, e o Restre 1 J. ÜA.UDER~N es /es prmc1p
S. ]. Eudes, em Vie , s~1:-a.t Juin 1921, p. 185-202.
aos leitores os mais rele umo que e
vantes serviços. VII '
11 li Co r. V, 20, is "'Jo. 16.

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ou a forma. lit erá ria .
O únicG> fim qu e se de ve _
tu ra s e exortaçõ,es, é
tir ar fru to de las .
ter na s lei- ou ve m a lei , ·-;enão os qu e fa ze m o qu e
na o sa- o .) s .qu..e NT
. auditores legis jus ti
S81. 2. 0 O de se jo sin m an da a ler 1 f.. L onl en. un. sti fic su nt ap u d
de fa cto , nã o se tir a
ce ro de se sa nt ifi ca
r: é qu e. De um , se f . actores ab un tu r " l N
. [ isto, a f'm al.
pr ov eit o da s lei tu ra s egt~ JU om en tar
se nã o na m ed id a em ou co nf er ên cia s, nã o fa z o Ap ós to lo a pa lav ra do di-
qu e se bu sc a ne las T\,1 ma is 'qbuel c d se me
a pr óp ria sa nt ifi - vin o I es lre qu e, na pa ra o a a nt e d,eclara qu e
ca çã o. É ne ce ss ári o d l '
, po is : . de De us
a) Te r fo me e se de os qu e br am pr ov eit o a pa av ra sã o os qu e.
" t do ou vi do a pa l · or aç ão .bo m e ex cel
de pé rfe içã o, e es cu
co m aq ue la atenção tar ou ler en d av ra co m c . . ,, 2 . . en te,
vr a da De us . qu e
ac liv a qu e bu sc a àv ·id
am en te a pa la- a au ar am e pr o d uz. fru to pe la co ns tân cia .
ap lic a a si mesmo. " 1)ev e~ ç: Efrém qu e re
e nã o ao s ou tro s , no is im
em os , t' , . l·d ita r a -
0 pr od uz ia em
o qu e se ler·, ru mi na . ebat acti bus pa gi·
vi a 1 o •. .. pin
'
nd o- o, pa ra me lh or se us ac to s o qu e ha na m
Pl'.ática. En tã o en_c o dig~rir e pô r em A ·1· g
ontra-se _ness·es ex er qwam l eg.ar . ·t " 3 uz _
na
_o e' da da se nã o pa ra
ahundaíi._te, se ja qu cíc io s· -alimento a. . . . oo s a
vi da es pi rit ua l tu do
al fo r o as su nt o ve
rsa do , po rq ue na
_
ac ça o, e o nofss,o pn me1ro ac t o de ve - se r um esforço pa ra
es tá co Í1 ca ten ad o. O viv er em co n on m. d d o en sin o re ce bi d o : "E
sto te
directameÍ1t~ aos pr qu e se ap lic a a e coi:n
"
us o do s ma is ad ian
in cip ian tes fa cil me nt
tad os ; o qu e se di
e se tra ns põ e pa ra Jactores ve r b•; et no n at..iditores ta nt um 4·
de id ea l àq ue les ; o qu e se z pa ra es tes sierve
re fe re ao fu tu ro pe rm
§ IV . A sa nt ifi ca çã o da s re la
m ar re so lu çõ es no pr ite for- çõ es socia1s -.
es en te, po rq ue as sim
di sp õe a cu mp rir be é qu e a al m a 5e . f l'
m de ve re s qu e só ma
is ta rd e lh e se rã o
~8
. - 4. b A té aq m a amos das r_e.laç õe s en tre a alm a e
im po sto s ; as sim é
qu e a lu ta vitorias.a De us , so..., . d director es pm tu a l .. M · é ev id en te
çõ es do fu tu ro se co nt ra as ten ta- a gm a o as .
pr ep ar a pe la vi gi lân
cia qu e so_m os obn•g do s a m ant er nu1nerosas rel aç õe s com
ª
Po de -se co lh er se mp no pr es en te. . l _ d f m íh a e ·
r~ fru to , pa ra o mo mu ita s ou tra s pe ss oas re aç oe s e a de am iza d_e,
me nt o ac tú aL de , . .
tu do ·o qu e se diz. ·
morm.ente se s:e es cu ~e1_ações pr o fiss• · na is re açoes e ap os to lad o. T. o das po-
l _.- d
terior qu~e fa la no ma ta o pregador in- 10 , ·f· d. ·
is ín tim o da alm a,
qu an do se sa be d em fe d-f~vem se r sa nb 1ca as , co nt rib- ,ui nd-o assim pa ra
da r-l he at en çã o : "
., Au di am qu id lo qu at ur .
nocz o'l'b ica r na , I ,d a. int eri or. Pa ra fa oi lit ar es rf·
ta sa n _1d~-
nu s Deu,s 1
. in me Do mi - - . . qu e de ve m pres1 tr
.caçã
.. . ,. o, ex po re mo s osf pincípios gerais
58 2. b) Ei s o mo tiv l -
a es tas re aç oe s, e are mo s em se_ , gu id a a su a ap l.icaçao -
o po r qu e se de ve ler _ .
" de ten do -v os , diz S. devagar, às . pr in cip ais de ss as ·
pe sa r e go sta r as ve
J. Eucles 2, a co ns id er ar , ru
mi na r,
rel aç oe s.
rd ad es qu e ma is vo l. Pr inc ípi os ger áis .
de as im pr im ird es , no s co mo ve m, a fim
espÍl'ilo, e a tir ar de las
tos ". É en tã o qu e ~ ac to s e af ec - 1 º N o pl an o primiti
lei tu ra ~u a ex or taç
ão se co nv er tem :185. . vo, as dcriatduras er am des-
em or aç ão : é qu e ar a De us , rec or an o-nos qu e El e
po uc o a po uc o se tin ad as a lev ar -n os
tra nd o do s pe ns am
en to s e se nt im en to s
va i a al m a pe ne -
é o au to r e a caus
p l d to da s as coisas. M
qu e lê ou ou ve , a_ exemt p ar Je rt a as ,
va i de se jan do pô-lo , se na as cr iat ur as
s em pr áti ca e pe di ap ós . a qu eo .a, o es am os , af a$-
gr aç a pa ra isso. nd o in ter io rm en te re tar da m- no s no cam1. ho
tar o- no s de D eu s ou n
ao me no s_ nt ra es
58 ~. 3. 0 · O esforço sério pa ra D eu s. Édm·f'ter po is rea gir co ta ten dê nc ia, e,
o qu e 1€- ou ou ve . pa ra co m eç ar a ex ec
É o qu e S. Pa ul o re ut ar pe lo es pír ito e - e e
, -f' .
·o nã o no s servir d as pesso
as
co m en da va ao s e da s co isa s se na o co sa cn dc1 ~e ia~ pa ra irmos pa ra De us
se us lei tor es , es cr ev mo e .
en do -lh es qu e ju sto ~
s di an te de De us .
. . , imo audientes ver-
1 Ps . LXXXIV, 9. - 2 1 Rom. 11, 13. 2 Qu! co rde ba no et
opt
R.oyaume de ]és as, p.
II, § XV, p. 196. bum ret ine nt et fri_ictu - aff ~ru nt in p11.tientia >. (Lc. VI II ' 15) .
S ENNODIUS, ln m1·us vit a. - 4 fac. I, 22. .
e

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MEIOS GERAIS DE . PER
FEIÇÃO 333
98 6. 2.º Or a, ent re as
rel açõ es qu e tem os com as . .
pes soa s, há um as qu e De An tes de tud o, não pro cur
us quer, com o as rel açõ es em tod as as cordsads. . ará sen ão
mí lia ou as· qu f nos são im de fa- ,- nte úteis à glória de De us,
po sta s peios dev ere s de est as qu e sao ver a eir am e ao
Es tas rel açõ es dev em ser
conservadas e sobrenatural
ado .
bem d as a lma s e ao. dl esc.ans o nec ess ári o qu e a sau, d ed do
das . E, com efe ito . nin gu iza- l ma m De po is no uso
ém fica dis pen sad o dos
seu cor po ou o bem da , a ma rec a · ' e8-"
dev ere s pel o fad o de asp s l rud ênc ia mo dés tia , temp,e-
ira r à per fei ção ; ant es, tas coisas úte is. terd·a a~ ue
con trá rio . est á oh rig ado a pel o ªd· p ie D~ us quer. Po r con-
cum pri -lo s ma is per fei tam
ent e ran ça qu e l ·,_lddo dre uz al or em q1: . . .. -
qu e os dem ais . Ma s é mi g, s con ver sas ociosas, qu e sao
ste r sobrenaturalizá-los, ref r, seg uin te, na a essas on
do-os ao nosso últ im o fim eri n- a ·- de ferir a hu mi lda
qu e é De us. O me lho r me me ra per d a d ed t emdpo e ocas1ao de e a
de o faz er, · é evi den tem ent io .d d . d· tim ent os d
e con sid era r as pes soa s, can a e . na a , ess es rver pro lon ga os. sem
qu e ent ram os em 1:1elação, com . o cor o e dep rim em a . a l l
cop_10 filhos de -D eu s, irm mo der açã o, q_u_e fat iga m _ ma .
ern Jes us Cr isto , res pei tá- ãos . . p1t em e~t e dia nte dos
las e am á-I as. em qu an to Nu ma pal avr a, teh ha- s·e mlc olhos
po ssu em qu alj da de s qu e ela s ess~rO q' uo dc um qu e
são um ref lex o das per fei a reg ra d a d a p elo A p ósto o : mn e faci-
çõe s . . . . e Do mi m Jesu
. .
tis m ve1 ·b o, au t in opere,
div ina s, e são des tin ada s in no min
a par tic ipa r da sua vid a om ma
ria .' As sim , é De us qu e esl
irn am os e am am os nel as.
e gló- Christi, gralias agentes eo t Pa tri per ips um " 2 .
D
e .
58 7. 3. 0 Há , pel o con trá rio
qu e ten de m a faz er- nos cai
, rel açõ es perigosas e más, n. SanUfic(lÇÓO das re laço- es J.e família.
r no pe cad o. qu er des per
do em nós o esipírito mu nd an o tan -
, qu er ape gan d6\ ios às . S8 9. A gra ça na- o ddestrói a nat ure za, ant es a aper-
cri atu ras , po r cau sa do pra
zer sensí,,eJ ou sen sua l. fei,,oa. Or a as rel açõ es
~ t for am ins titu ída s pelo
<>ncontramos na sua co mp qu e .,. . e te.nu 13; . hu rn ·· an a se prolon-
rigo ·de con sen tir. É um
an hia , e no qu al corremos
pe- pró pri o De us qu e q~r.~ qu e a esp ecr e . . d
. d·
-- •lec11trma e m rss olú vel do ho me m e ?-
dev er fug ir des sas ocasiõ
es. ii.à gasse pe1a urna_o ,, ·- f . ,
a p,e os f-r-
me did a do po ssí vel ; e , se ·nd d l
nã o se po de evi tar a oca
si~ o mu lh er, e qu e es ta urn ao oss~ ar a estreita.e
ei-n si, é · ob rig açã o a/astá ... f D tam re aço- es sobre-
l
~la moralmente, for tifi can
do a lhG>si qu e d e1a ser'r am frut o aq m
. bro
.
vo ntà de con tra a afe içã o , t· . . . . tre ma rid o e ,m u lher,
de sor de na da a ess as· pes ma nei ra m rmas e a ect uo sas en
Pro ced er de ou tro mo do soa s. cra me nto d o mat n-.
é pô r em risco a san tifi ais e filhos. qu e a gra ça d
caç ão e en t.re P o sa
até a sal vaç ão : poi s qu em
am a o perigo, nel e per ece mó nio aju da a so b ren atu I·
" Qu i am at periculum , in rá : ra rzar.
illo peribit " 1. As sim poi
qu an to ma is per fei to alg uém s, o DA S RELAÇÕES ENTRE -
qu ise r ser , tan to ma is gen I. ESPOSOS CRISTAOS 3
ros am ent e tem qu e fug ir e-
das oca siõ es perigosas . com
pli car em os ma is tar de , ao o ex- , b .J, de .Ca
ou tra s vir tud es.
tra tar da fé. da car ida de
e das S9 0.
, As sis tin do d~s ·dº das. d s ná e ele van do .o
.
ma trim om o cris . t- , rgrn a e e a cra me nto , mo str ou
.
· 58 8. 4- 0 En fim , há rel açõ N S Jes us Cr istaoo aos a . . ..
esposos qu e a s
uà un ião po d e ser
.
es qu e, po r si me sm as, nã • . •·f·· d .
o me
são ne m bo as ne m má s,
ma s sim ple sm ent e indi/eren sa nh ica a , e drec eu- lhe s pa ra isso .a
. , . o am or gra ça.
qu e po dem , po r con seg uin tes , A) An tes o nia tnm cristão , um am or
te. em vir tud e das cir cun om o, l · os 51eus
cia s · e da int enç ão, -ser stâ n- ter no e ardente-, cas t o e sob ren atu ra , vem um r
úte is ou no civ as : tai s são t r m'.ais ani mo sam ent e os
exe mp lo, as visitas. as con , po r cor açõ es e preP ara-os a sup or a
ver saç ões , as rec rea çõe s. . -
o 'de mó nio bentarao,
Um a
alm a, qu e asp ira à per fei
ção , tor nar á bo as est as rel enc arg os de f am ,d 'lia A nat un eza e
pe la pu rez a d e int enç ão
e pe la moderação de qu e
açõ es sem eluv1, .da . intro uzrr nes a a er·çã o um ele me nto sen sua l
. . t f
usa rá . .· .
1 Eccli. III, 27. . . ' r~açôes, jogos
Sob re a santificar~xt3'i5n
~~~~~ ~onC~l- m, 17. - s' e viagens,
1
vid .TRO NSO Ni Ex.
SALES, Vie devote, tf{;-p
•1
eh. xxxvm, XXXIX. ~- FR, DE

- ·-
·~ ·- · ----
--· . ·iili
·--ii-iiii-iíiiiir,tJ-~iiiiii---- --
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-~~·-
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. .
Mb lU. S Gb KA l.S UE
PB RF EIÇ ÃÜ 335
qu e po de ria ser perigoso
pa ra a vir tud e ; ma s . d de
cristãos, su ste nta do s pe
la rec ep çã o dos. sac ram
os noivos ex erc em a au ton a ' q ue De us lhe s de u, co m pr ud ên cia ,
be rão do mi na r esse ele en tos , sa- de lic ad ez a, forçaDe doç Nã o esq ue ce m qu e, sen
me nto e so bre na tur ali udra. do re-
am or mú tuo ,. lem bra nd za r o se u t d eu s ev ·ta r aq ue la fra qu ez a qu
o-s e de qu e tod os os, pr es en tan es e em ev1 e
no bre s sen ti- · f -'lh ele eg
me nto s vê m de De us
e a De us se de ve m ref tC:'n de a am im ar os f 1 OSI aq u oís mo qu e de sej ari a
erir. I
go za r d eie os orm ar ,no tr ab alh o e na vir tu d e. eom
S9 1. B) A gra ça do s sem d d d res
o aux1 10 d e D ef s e os e uc a o , qu e esc olh em .com o
~a cra me nto , un ind o os 'l·
ma ior cu ida do , azemd d 1 h r ens e cristãos1, e ex erc em
çÕ?s po r um_ lqç o ind iss . cora-
olú ve l, ac ris ola rá e pu
rif ica rá esse e es
amor. Te~ão sem ce ssa
r dia assim um a espec1 , · e sac er dooc
,n.
ro,
no .seio da fam íli a ;
S. Pa ulo , a lembra.r~lhes qu ente dos olh os as pa lav ras de a~~si m po
e
de rão co nta r co m a en b A de
- ·D eu s e co m a gra-
a su a un ião é im ag em ça o
qu ela un ião mi ste rio sa da - tid ão do s filhos.
qu e ex ist e en tre Cr ist o •
Igreja 1 ; "_-\s. mu lhe res e a su a
. ·sejam su jei tas a s~u
como ao Se nh or : po rq s· ma ~d os o
ue o ma rid o é a ca be ça 2. Do s DE VE RE S DO S FI LHOS PA RA COM SEUS PAIS
assim co mo Cr ist o é da mu lhe r,
a ca b~ ça da Igreja, se
qu e El e é o Sa lva do r. u corpo. de
Or a, ass im co mo a Igr A qu e san lif ica as
jei ta a Cr ist o, assirtl tam
bé m as mu lhe res o est
eja est á su - 59 5. A) . graçabérn e so bre na tur alirel aç õe s en tre
tud o a seu s ma rid os . eja m em esposos, ap erf eiç oa tbm za ·os de ve res
Ma rid os , am ai as vo ssa
s mu lhe res , de respeito, am or e o e d"ê . qu e os hlh os de ve m a seu s
corno Cr ist o am ou a . Igr t ne to
eja e a si me sm o se en
ela , pa ra á san tif ica r, tre go u po r pa is.
de po is de a ha ve r pu 1'-fos.lram-nos em nossi . rep res en tan tes . de
ág ua ba pti sm al, co m rif ica do nà
. a) os pa is-
. de ois de De us , e, a 1·
á pa lav rá, pa ra . a· · d
dia nté de st, ess a Igr eja _fazer ap are ce r Deus e da su a au ton de
glortosa. sem tnâ éu la' ne ª ' _P e es qu e
de ve mo s a v1•d a, a c on ser va ça o e a b
ne m ou tro alg um de fei m rug a, , dir ec çã o de sta
to se me lha nte , ma s sa nta ·d . ·t ºª
lad a. É ass im qu e t'am
béni• 'os ma rid os de ve
e im ac u- vi a. E, asis1m ·
, º. nosso . res pe i o pa ª
r co m ele s va i até à
su as mu lhe res , co mo seq m arh àr as ve ne ra çã o : acl1~!.ramos l . 'pa rti cip aç ão d a p_ater-
s próprios co rpo s.· .:·. En ·d d d· . ne es ~mpaaternitas in
um de vós ·ame a su a fim : ca da ex qu o omrus caelts et in
mu lhe r, co mo a si m'esm rn a ,;
lhe r rev ere nc ie a se u ú, e a mu- ter ra i, ivm a, .
da su a au ton a e, as·d d· d su as _
pe rfe iço es. e e, o
marict~ ". As sim pois, , ·o De us qu e ne les ve
am or mú tuo , ap rox im an rês pé ito e ne ram os . .
do -se o ma is po ssí ve l pr op n . ,
do am or de
Cr ist o à. lgr e)a ; ob ed
iên cia da niu1her ao I
ma rid o. em
h) A su a de d·ica ça- o, bo nd ad e e so lic itu de pa ra
tud o qu an to é legítip10 . fl
; de dic aç ão e prof (JCÇão
, do ma ri- co nn os co ap are ce m -no s como um re exo d.a pro.,1,dê nc ia e
. . .
do pa ra co m a su a· mu .• r f•li
Ap ós tol o tra ça a·os esp
lhe r :- tais são os · de ve
res qu e o da bo n da de d1v no
ma , e 0. L'sso am o • al tor na -se .l
assim
osos cristãos. . t nso . va,1 a e a e' d dic aç' ão ma is ab so uta , a
ma is pu ro e m e
·
tal po nto qu e no s sen . .
' dis ostos a nos sacri fica
S92. C) Se De us lhes-· tnn os ·dp d rmos
mã o corno um de pó sit
dá filhos, rec eb em -n ;s
da sua
.l
po r e es. e, em ca so de nec ess1 a e, a da rm os a vid a pa ra
o sag rad o, am am -no s lh . . .
co mo pa rte de si me sm nã o so me nte sa1va r a d el es ; P resdtam os - es, POI • ·s tod a a assist4ncia 1
os . ·m as co mo filhos de
De us , me m- co rpo ra1 e es pm
d
. •tual e qu e necess1·ta m , em to a. a ex ten - ·
bros de f esu s Cristo, fut · 1
uro s cicladãos do céu; .
du ma de dic aç ão , -du ma ce rca m- no s S -ao do s no sso s rec urs os.
solicitud-e de ca da ins tan · d· . 1
-lh es ed uc aç ão cristã, te ; dã o- nd o ne les rep res en tan tes d
esm era nd o-s e em for ma e) V e a au t on·da de · . 1n na ,
nã o he sit am os eSm Jl es b d er em tod as as coISas, a
pró pri as vir tud es de Cr r ne les as h
\
ist o No sso Se nh or ; ne
ste int uit o, ºce· tec qu e du ran te tri nta
ex em pl o de N · . · . esus· ris o
1
·· an os
1 Ephes. V, 22, 33, !1
1 Ephes. lll, 15. !

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ME IOS GERAIS DE ºPE
RFEIÇÃO 337
e&teve su jei to a M ari a
e a Jo sé : " et erat su bd
Es ta ob ed iên cia nã o tem itu s illis" 1. IH. Sa ntt fíc açi io J.as rel açõ
ou tro s limites sen ão os es de ·amfa;ade 1.,
próprio De us tra ço u : qu e o
devemos ob ed ec er a De A am iza de po de ser me
qu e aos ho me ns e, po us an tes io de san tif ica çã o .ou ob
r co ns eg uin te, no toc an culo sério à pe rfe içã o, stá-
da nossa alm a e em pa te ao be m seg un d0 .for so bre na tur
rti cu lar à qu es tão da vo ral e sensível. Fa lar em os al ou ,na tu-
ao nosso confessor qu e cação. é , po is: Lº da s verdadei,,la
de ve mo s ob ed ec er, depo de s; 2.º da s /also.s am s am iza ..
ha ve rm os su bm eti do a is de lhe iza de s; 3. 0 da s am iza de
nossa sit ua çã o de fam há mescla de sobrenatural e s em -qu e
imitamos a No sso S,enh ília. Ni sto
or Jes us Cr.is.to qu e, no de sen sível.
em qu e -su a mã e lhe pe mo me nto .·
rgu nta po r qu e é qu e E1
xa ra, res po nd e : " Nã o
sabíeis qu e me cu mp re
e os dei- I, o . PAS VERDADE,IRAS ~MIZA
DE.S
na s coisas do serviço de oc up ar- me
me u Pa i? Nesciebatis-
· !19!'1. A) · Namreza,0e;zcr_~ ytil_i~ad~s. · .·i
qu ae Pa'tris me i sr:int, qu ia in iis Exporf!m~s .a sp~ nat1,1
oporte·t me es se ? " 2• As .
co ntr am sa lva gu ard ad os sim se en- a) A ~nuzade, visto ser um a
tod os os direitos e deY co mu nic aç ão ~u tu a en
pectivos - ieres res- tre ~u as pessoas, espec
tes de tud o segun~ci a ifi ca -se an-:-
div ers ida de da s co mu nic
S94. B) En tra nd o no dif ere nç a dos' be ns qu e aç õe s : a
est ad o clerical, de ixa mo s,e cof?unica!fi. É .?- .9-u
mu nd o e,' até certo ponto s o ex ce len tem en te S. Fran ~ .exph,c~
, a fam íli a, pa ra sermos cisco de . Sal.~s 2, : Qu an
da gr an de fam íli a ecles membros de hc a·d~s foré~ as vir to mais
iástica, e nos: oc up arm tud,es_ qu e, cµJtiyé!-rdes
esse mo me nto , em prime os de sd e trato, ·ta nto ~a is perfei em V:OS!\Q
iro higar, da glória de De ti;l. ser á a vqssa . am iza
be m da lgrejé_!. e da s alm us e do c_omunica~des · a'~ S~,ê.!;çi de . ~e vos
as . É aerto qu e os nosso
da , s.e com:µmc.ardes .as Yedl ~
me nto s interiores. de res s senti- as, .ser á dec~rt~ qrni~p
peito e afe içã o pa ra co vossa . am iza de ; m~.i.s ain lo!1:,ª
nã o mu da m, an tes se de m os pais tai~ c;m o. a pr·u-dênqia, wr tu es ,
pu ram ; ma s a su a ma nif discriSrão. fort,ç.leza ~: j~S
exterior será, de sd e en est aç ão ~e a voS!Sa m& ua ·~ rec ípr ~f9 ªd: Ma~.
tão , su bo rd ina da aos no oc a co~~e~pondênc1a for
res de es tad o : pa ra ag ssos de ve - .d ~d e ; de ' d~ ;oç ão , e pe .. e çan-
rad ar a nossos. pais, nã rf eiçâ~ cri$tã ,. ~- me u :D
faz er na da qu e po ssa em o d,evemos preciosa ser á .\3: . vossa. eu s. qu ão
ba raç ar o exercício do am iza de l,S~ rá .exce!en
nistério. O nosso prime no ~o mi- ,;e m de De us , · ex ce len te, po rqu e
iro de ve r é oc up ar- no s te. po rq_u e se el)C8;qnn~
de De us ; Sle,_pois, as su da s coisas excelent~: po rqu e o se a a Qe us ,
as ma ne ira s de ver, os u vín cu lo é DeuSI,. exc~
sf-lhos · ou exigências se s1eus con- au e du rar á ete rn am en te le~te, por-
encontl'am em _oposição em
qu e de nós rec lam a ·o ser
viço da s-a lm as, ço m tod
com o ~~ terra. como se am a no De us . Oh !, co:rno e bo m ama,r
vid ad e e afe cto , ma s co a a su a- cé u, e iip ren de r a a,m
m nã o me no r firmeza , ne ste mu nd o, como o pra ar-ni~
en t,en de r ·qü e: em nosso daremos a ti~~rem9s ete rn am en te n~
s de ,~eres de est ad o, nã A am iza de verdadeira. ,out~º -..
mos se nã o de De us e do o de pe nd e- ém . geral é.,. J?Ois, um _tra
s nossos su pe rio res eclesi mo en tre d ua s a l ma ·
s, pa ra se · ·· f z . m be m mú tuato me
mti-
Co nti mr are mo s , porém, ásticos 3 . Po de ficar sim ple sm en a ere _ .. · , nte
a ho nr á-los, a amá-los te honesta, se .o~ · be ns ,
-los em · tud o o qu e for e a assisti- nic am os amigos , são' ele gu e c? m f
compathr.el co m os de ord em na tur al. M as .a
nosso cargo. veres do so br en atu ra l é de ord em ami~a _e
Es ta me sm a regra se ap mui~o su pe ~o r.; ,É um ;co
lic a , e co m ma:is forte íntimo' en lre du a's alm mercio
aos qu e en trà m- nu rn a Co razão, as qu e se am an i ' em De
ng r,e ga çã o ou Or de m rel De us co ~ 0 ,fim ·de'!s~ aju us e_ por
igiosa 4 . da rem m,ú~u~mente a ~p
a vid a div ina qu e po ssu erf eiç fi:
em . A glon~ ~e De us
e o _sJE:,U . . .
1 Lc. II, 51 . _:
ple, 1922, p. 101-112. -2 · Lc. II, 49. - 8 A. CHEVRIER, Le véritab/e 1 S . Fit DE Si..Ü'.S. VI~
dévote, me P. eh. 17-22;
V. Da afe içã o des ord ena4 RoDR!GUEz, Exercícios de perfeição, P. disci- p.' ~u!r t; J?:::,r;:tt~:KEVi~ºf!vAsc
R,IBET, éf:::i:
1
eh. ~L llÍ, 437-441, 443498~5Rl
da
aos par ent es.
·
II, Tr. Ascet1cae, 1921 n.. 437
Part., eh, 19. 1
-, , . ,

~te, me
22

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· '--~ t'l l UL U · V ~E IOS GERAIS "QE PER
FEIÇÃO 339
últirx:io, o progresso esp-iri cus fidelis, me dic am en tum
tual é- o seu fim im edi ato vit ae et 'im mo rla lita tis "
sus e o tra ço de uni ~o en , e Je- ~.
tre os dois amigos : é pen No sso Se nh or deu -no s o
~o do B. Ete l~e do :_ ,?c ce sam en- exe mp lo de la na: sua am
ego et tu et spero qu od tter pa ra com S. Joã o ; est e .iza de
mt_er n~-; ~~ri~tus siit , o qu tius era con hec ido po r " _aqu ele
e La cor dai re tra du z des ta qu em Jes us am ava , quern. a
ner~a :_ da :nã o pos so am ma - diligebat Jesus .. 2 • S. Pa
ar a ·ninguém:. sem qu e a tem amigos, a qu em est ulo
se m~rn,1;1e, atr ás •do cor açã alm a á profundameri.té, lig ado '';
o e Jes üs Cr iso est eja no com a aus&ncia del es, não sofre
de nos 1. me io terri ma is do ce con sol açã o
· qu e tor nar a ver-se com ele do
'li · .
s ; e assim, est á inconsolável
59 6. h) E__assim, est a am iza de, po rqu e nã o enc on tro u a 1;
em vez de ser apa i- Tit o no lug ar apr aza do ,
xo na da , abs órv ent e 'e éxclus qu o n.o,i inv ene rim ,itum ' "eo
ca.;acteriza-se pel a tra nq uil a
iv'a, · córrio am iza de sen sív
el 1 . -fratrem me um "3, ; regoz•ija~
►se, dqu an do o tom ou a ve r: '.' Co nso
ida de, mo der açã o e co nf lat us est nos De us in
-~~-\u~ .. _É ,- u~_a af eíçã~ _tr~ ian ç~ ad ven tu Tít c. .. magis ãvt
ru(i;il0 si sum us ·supe,. gauclio Tit i 4
t~ po rqu e _se -~unda rio am ?t' ; e i~?_dep{dé\, precisé!-i:nen- Vê -se .ta mb ém qu&.l era a9 ." •
:dê Deu§' ·e pürÜcipa d~ S\U afe içã o qu e tin ha a .Ti mó teo
Vll't~de ; P_Ç>I I~~.? me sm o é a com o a sllla pre sen ça lhe , e
urn a afe içã o éoiisfanté, qti faz ia be m e o aju da va a faz
cres,~e~do; ao ·r e':é s · d? ,am e vai aos outros; e ass im lhe cha ê,.lo
or apa ixo nad o. qu e ten de ma s·e u col abo rad or, seu filh
e~fraql~e~eI)do. E aco nip a ir seu car o ftlh o, seu irmã.o o,
án ha da du ma . dis cre ta m.o : "T im oth eu s :ad; uto r me
_çao : e1;1· vez de pro cur ar derà.- filius me us . .. Tir no the us us . ., .
as_ f anü lfa rid ade s . e · car íci frater . .. Tim oth eo filio'.' 5
com o -a ~mi~~de sensível, as an tig uid ad e cri stã oferece-n . A
é ch eia de resp~ito e res os igu alm ent e ilus.tres exe
~ 0 !ql le n~ o·, des eja erva'. plo s do me sm o gé ne ro: -um m-
seríã~ com un ica çõe s esp irit dos ma is -cé leb res -é' o de
~s~ rv: ª: po ~e ~, rtão .i~ pe uai s. Es t~ S.
Ba síli o e S. Gr egó rio de
ma ,de pa rle ,a par te, _e 'i_:>or
de a con Jfo hça : porqt1e há
esti· N azicinzo 6 • • - : ·
que se vê n'i tpe sso a a.m.a da 598. · b) De ste s exe mp los
ref~~x?i . -~~1 ''p~rf:içõ~s· ctivirÍàs. êxperi
'me nta ~sé pa ra
-tim
com
qu e nos mo str am qu ão úti
se inf ere m· três rá.zoes
l sej a a am iza de cristã, sob
~la -~mm :-gf~ndissmia· c<_)T;f re-
iança, · qti e é ali ás rec ípr oca tud o pa ra e pas tor de alm
pro v~ ca :º~ un ica çõ es. írit . Isto as.
n~~ ..~u~_!id~~~s, _sobrenatur~is
irnas, poi's' s~ asp ira com a un gar 1) Um ~migo' é·_um a sal
v~ gu ard a ·da vir tud e, pro
do amigo. Segue~s~. pois, t~cti~ fortis. _T emQs necess -
c~~~~IC~Ç~O dos pen sam ent os. a .iqac1e de abri,r o. nosso çor
pro jec tos e des ejo s de per a um con fid ent e ínt im o ; açã o
fei ~~ º· E, po rqu e tê~ vo - por vez es o nosso _di-rector
nt_a de dé se ape rfe iço ar :'m sat i~-
n:1:nte, não rec,eiam avisar. útu a- f az a est a nec ess ida de, ma
..:se do's sieus defei~os e ·aju s nem sem pre : a sua am iza
rnu tua ~~ nte a corrigi-los. da Me pat ern al é de gén ero div de
A coú fíâ nça mú tua., qu e erso· da ' a:rfüza~e {ra'.tern'a
eí te dóis ~migos, n~o ;de ix~ rei na bu~ cam os. Te mo s nec ess ida l qu e
qu e ~ am iza de :seja inqt,d de du m igual. com qu em
~ _sorv•e~t~ _e exc~us1va ; nac eta, s,.mos fal ar com tod a -a lib
erd ade . Se o não -~ncontram
pos-
i sé jul ga ma u · qu e o _am and are mo s exp ost os a ter os.,
te_n ha o~tr_~s amigos : até igo
se s:en te com -isso ale gri a con fid ênc ias lamen~áveis
b-t)1_Il 1o _amigo e do pró xim o. , · pel o pes soa s qu e não nos me
rec em con fia nça , e essas
com

~tJ.59t'
· • '· dên cia s ne m sem pre serão con fi-
:B_) ..É evid~~te qrne _tal a~ iza de sem perigo pa ra nó s e pa ra
ela~:
utrlrd~des.: a) ,A S. Esc ritu ofo rec e gran:- 2) t. tam bé m um conselh~irf> _ín.ti~o,
ra lou va- a. fre qu ent em ent e: a qti em sub~
m aip~go fiel e uma. forte me ter em os de bo m gra do
pro t~c ção ;: e qu em O enc on as nos sas dú vid as e dif icu
tr~\l,. enc_ontrou UID; tesoir - des e qu e no s aju da a res lda -
o . . . Um am igo fie l é ~m olvê-las ; ·um ad mo nit or dis
~10 de ~id a e im rem é- e af ect uo so qu e ven do o cre t~
ort ali dad e : Am i-c us ftd eli no Siso pro ced er e sab end o
M ; ·qµr <;1."!1tem inv eni t Jlum, s pro Úc tio for- o qu e
.. . inveni.t the sau rum . . . Am 1. Eccli. VI,
.• ·. . l . i-
VII 6 13. -5 Rom14-
. . •. ' • •' . ,. 16. -2 ]o. XIII, 23 . .:....:i
. . . . li Cor. II, 13 ....:-4 . li Cqr
1 p.- C~OCARNE, vie '"dil. LaciJrdair~, t. ·u, eh. xv:
. . . 1.•·, . XVI, 21 ; / Cor. IV, 17;
~ 6 S. ftt. OE SA·LES L. cit. II Cor. I, 1; / Tim. I, 2..
1 e. 19, adu
1 z vários outros. ·

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._,,-u --J.J .ULU V MEIOS GERAIS DE PER
FEIÇÃO 341
se: ddiz. de --nós . no s d· , toc ar, e sem elh ant es " 1 ; as
ira d a d e e por vezes nos
ra e com ete r jm pru dênaciaver
s. im d. am iza des /rívolas, · fun dad as
pe r- em qu ali dad es vãs, qu e os âni
mos apo uca dos int itu lam de
. __ 3) .É ~n fi~ um c'onsolad vir tud es e perfeições, como
t.ra a nar raç ao: das noss:as má
or que
esc uta rá com sim - tar bem : vestir bem , sorrir gal
dan çar bem , jogar bem , can
-
raç ão as gua s e enc ont rar á e " antem.enle, ter um a fisiono-
..ortar. . pal avra~- nec -
essárias- par' a. as mitigar- · m seu co-
pa mi a am áve l.
f · · ..
e nos con- 601. e) Esita espécie de am
.. com os ano s da pu ber dad e
iza des com eça geralmente
. . 59 9. Te m- se di_scutido ; nas cem da nec ess ida de ins~
se se .de vem fom ent ar est. tin tiv a , qu e ent ão se exp eri
om rza ~es nas com uni dad es: me nta , de am ar e ser am ado
é que , na ver dad e h' f das Mu ita s vez es é um a espécie .
mentdo par a rec ear qu e elas de abe r;a ção do am or sex ual
quA e ven ham a preJ·udic~r a fu~ _a- ·;
ve. -µ~xr o d?S os rne mbros,
· t for a c{a.s com uni pad es, for
~am -se estas am ii~ des ent
·da nd o ori e a a eiçao
• J

re

mveJa jovens . e don zel as, e, qu and


. ds e ciu me . s. E claro qu e e' m·rs t er ve I g m a cer tas o vão lon ge d,emais , têm o
a~1 za, es nã o ·sejam noc iva ar po r qu nom e de nam oro s 2 . Na s com
nao som ent e sob r s à car ida de com um e e~ t ent re pes soa s do mesmo sex
unidades1 fec had as, existem
t . as o e cha ma m- se amizad~~ par
rnit~ f· d . I enaSur a1s , d , e se1 am ~
ma s enc err a as, em justos li- bcu lar es. Prolongam-se por
.têm sta . rxa -os pe os une rio r
b·, . r·I· d es. M
vezes até . um a ida de mais
m em as sua s uti - as, com est as reserv . as ava nça da_ : assim hav erá hom
ens qu e exp eri ~en tem afei-
ces sita m igu alm ent e du m1 ad
du ni adm oni to es,
·,
Ih I· .
_que dos re igrosos ne-' ções sensíveis par a com jov
ens _d e fisio-nómia me nin eir
a
e d
. con se eiro, um con sol
r qu e se1a ao me sm o ·tem
po um
ado r,
e atr aen te, car áct er franco,
ma ~ei ras amá,;e
.'
.·.
is. , ' ....
on tu ,º· ~as com uni dad es,, . 60;?: d) Os sinais característicos, pel
tan to e mais· qu e emªr;:-~i~~ nhe cem as am iza des sensív os 4ua is -~~ reco~
par te , e m1ster evi tar com eis, tiràm~se da sua ori gem
ten ha r ext rem o cui dad o t d , de. .
. essa1·b os d as f a lsas am ~zad
sen vof rim ent o e .efeitos.
es. -_ - u o. o qu e 1) So b o asp ect o da .qrige '
.m, com eça m essas amizade~
repentina e fortemente, por que
ral e ins tint iva ; fundam~se res ult am dum a sim pat ia natw
' :•.
2.º . DA S F_ALSAS AMIZADES
lha nte s, ou' que ao menos pàr
eni
qualidades· ext erio res e bri"
-
'
ec;em tais, _e são aco mp anh
de emoções viv.as, •por vezes ada s
s'~u-Ex pla nar em os
s rem édios. à sua nat - apá ixo
2) No seu des env olv ime nto riad as.
ureza, e os seu: s perigos, os , alim ent am -se · por meio de
con ver sas , um as vez es insign
·,ias -qu
6 ºº· A -)f dA. su a na· hir eza· 'a) Fª lsas
am1za . d,es s•ã
dem asi ado ínti ma s e pe"rigo ific ant es ma s afe ctu osa s, out ras
em cer tas comunidades, sup sas ; por olh are s frequentes q~e,
rem as ·cohversaçõe·s particu
com e/ e .d n am ed- qua
lida,des sensíveis ·: ou frívola o por car ícia s, ape rto s de mã
o exp
lares\;
pes ~o : a:- ~d : ~oz ar. a pr: s: · •· 3) Qu ant o aos seu s efe res.sivos, etc. - · -
se_nça e ?~e nda s natTTrais itos, são viv as, 'abs orv ent es
egoísmo d· f . E dp01s'. err)., d; exc lus iva s ; ima gin a-s e ·que
ser ão ete rna s ; ma s um a sep
·e
ult im a ana lise um a esp éci e ção, seg uid a dou tra s afeiçõ ara -
p ra zer u IS arç a o, vrsto de es, dá-}hes mudta vez um fim
essa am iza de ter por . cau sa bas ,.
-,g • e s~ . en.con~ra na com pan hia do o tan te pre cip itad o.
Ihe pre .
gf:a ala
b
um se rvr.ço , e. com mi ra no· r g • e se
am i o S . 60'.5. B) Os perigos des ta esp éci e de
experimenta: -em P
:- re·n d" ·l amiz~des. sãQ
-, . . .
/ f l
b) ·s F .. · ·
e- o mais
. . ·drancrsco de Sal es ,dis ·.
P aze r qu e se evi den tes .
a) Sã o um dos maiores 'ob stá
cul os ao progresso es..-
a sas am rza es : as am iza tin gue três esp écies d pir itu al : De us, qu e não que
zeres vol upt uos os ª" am· des carna. b r na da du m cor açã o dividido,
' I , . , iza
d is, ~u e usc am os prae- com eça po r faz er censuras
interiores e, se não se esc uta
pti nci pa me nte às qu ali da d es sen mm
t .. , . s, qu e se pre n d em
o pra zer d~ ver a formo sur
~ , de e:::: ~~eansd.íovcei~;· ''comdo
· e voz , e
a sua vo·z, retira-se pou co

1 Op.

cit. eh. ·11. -


a po uco Ja alm a 'e priva-a
2. S.
·"

fR, DE SALES,
de ;

L. e., eh. 18 .


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\..,J -\t'l lUL O V MEIOS GERAISª DE PER
FEIÇÃO
luz e co nso laç õe s interiore
cre soe nd o va i-s e pe rd s À . d·d sitívos, tais como absorv
· d . er-se o ma is ac tiv am en te
a a ma , goc;t d en o o recmelh1 a qu e os ap eg os vã
o im en t · t · o de r ser no de sem pe nh o qu e pu-
d. b) 1 1)0 , - o os . , . do s de ve res do próprio:
excrc1c10s esp iri tua iso eme no r, a pa z e qu an do , a despeito
de tud o, se apres.enta ao
est ad o ;
per•das de ·tempo co ·d do tra ba lho espírito · o
oge de maar sia da s ve , . pe ns am en to da qu ele qu
e se am a, tira -se disso -en
f - z .
es pa ra o amns1_ erave1s: o pe ns am en · faz er t,m t acto de am or sej o pa ra
a ap ica çã o do -espírito
pie da1de . e do .
igo au sen t ·
- ,
d dto ze nd o, po r exemplo : "S
pa ra co m N. S. Jes us Cris
t<,:>. di-
· co raç ao as coI.Sase, im pe in o
sérias e à ww s est dil ect us meus,
ó a vós, me u Jesus., qu ero
am ar,
un us est sponsus me us
sens~lj:li]\drdbt· isto aca~da nu m" . De ste modQ se ih- aeter-
po r en ap rov eit a a me sm a. ten taç
, .. e orna as re eas b fas tia r, desanimar . a ma is am ar Aq ue le qu e _ão,. pa ra
na fr8:ca ea lân ún ica me nte me reç e fix ar
gu idà . so re a vo nta de qu e se , o nosso
tor- co raç ão .
. ,d} . É en tãô qu e surcie
pu rez á. Be m s1 m.
os pe ng os re 1·ati .
.. º . 3.º
.
tes da ho ne sti da de . e qu ere ria m esses va me nte à DA S AMIZADES JUNTA
MENTE SOBRENATUR
. . AIS
r . ~m 1go _s ma nte r nos 1irni- E SENSÍVEIS
co nre re certos . dir eit o·, ma s, 1m ag ma nd o · d
· . .
vez ma is su sp eit as Os, pe rm ite m- se f lqu e •da dam iza d e 60 5. · Su ce de às ve2es' ha
. l d· .
se ex po- e ao . pericro. a ra a a eir a é escam1 iand· a es ca a
ve r na s am iza de s ce rta
b . cla de nà tur at e sob~enÇJ;tur mes-
b ca a po r su.cu m bo ir:rre ga ia. e qu em so bre na tur al 'do amigo,:
al. QUiere-se rea lm en te o be
m
º
des 6de4· sde C) ·o
o· co me ço reméd . w · e, co b · go zar da su a pre sen ça,
ma s· ao ·m esm o tem po
da su a co nv ers ão ,· e ·
de sej á-s e
m
a) D d , VLgorosa!71,enteatee rpoestr as f a Isas am iza -
me ios positivos.
de ma sia do co m a su a au
sên cia . É o qu e mu ito be
sofre-se
es e o começo : é ma is .cre ve S. Francis.co de m des-
f, .
f· d' . ~c1 I en tao - .
co raç ão nã o es tá ain da Sa.les 1 : " Começa~se pel
gu ns esh:i·r vir tuo so, ri1·-~s. ·s~· nã o hó o· am or
.. , . .. ·,, pro un ame~~ , po rqu e o u; er ~u ita · dis'é~ição, int
. . . .d . ç9_s en _
e e- pre so ; corh al- -se -á o am or frívolo, log rom ete r-
rgr cos , co
. ,re
b m o se• •se tPrn. ân1· 1 ·.d rta .·,f -se Iar corderiI ,.esS11a~• -I·rga. çoe _ am or ca rna l ; sim, há
o , o : aµior . sen sua l.. e de
po is o
ac us ar as me . '1, . I 10 e a f s, so- até .· perigo no am or esp
·, no res .f .It' , e::,· ,
ser a muit.o , ;mais- laborid> ª as . ..... e
. '
se va i de lo
. a ao co n ffisor
d.
e e n _ão ho uv er muitéi vigil&
,n~ia, po sto qu e ne ste é
iri tua l• se
L) so 1 , . . ! : ng an d fícil tor na r um q co isa po ma is di-
. . o, o co rte r o"Qtra, po rqu e a su a ·pu
. 'M as, pa ra tri un fa . -· bra nc ura • tor na m ma is :fá rez a e
dicais; '.'C ort ai ·J· - . ceis de .c on he ce r as escóri
d d ~· sao md·isp en . Sa tan ás lhe qu er mi stu as- qu e
a escoser essas lou ca s aça1 rom pe ·. - sáv eis
.· , esp e meios ra- rar ; e · est a é a ca us a
co nv ém de sat ar os - , d If , na
an~nzad es, e orçoso rasgá~ is de ter
o vo s
d
eve
qu an do o ten ta faz er,
o ex,ecuta co m ma is .fi
· pp r qu e,
nu ra, pro -
las ; nã o cu ran do qu e as im pu rez
; assim; é ne ces sár io ev seu s no s . ev em se ro as se- ins inu em qu ase , ins
ensivel,.
Ie qu e sÉ! am a· d t· i _.a r _nao - . mp er ou coJ:Tl:ar " z_
E ·t , - , me nt e" . , .
1 so
es a ma ne ira m me nte ó •pr oc ura r aq ue - 60 6. ·. ·É ,m ist er, pois,,
vo unt.,àriamente ne le ; e , se ~ã o as a e me . t , vig iar tam bé m nes~e po nto o
esitar ah rum a ,,e z co m sm o ~ p~ co raç ão ·, ad ap tan do me
ios efi caz es pa ra nã o ·. escorregar
ele é .: , ~eI po de prescm ns ar
ca rid ad e, ma s sem . cl1r de pe la ladeira. pe rig osa .
. t,
ais er cotra ta- 0 co m de lic ad ez a e a) Se é o ele me nto sob
ar mo str as esp eci 1.am m el f•dA
d. , • : .d
a1s e a eiç ao
f . _ e co n I en cia s ou lhe po de -se co nse rva r e ma
renatural qu e pre do mi na
,
. nte r est a am iza de , depu
·e) E pa ra me lho r res Pa ra esse fim , é ne ces rando-a.
ult ad o, em pre ga m- se me sár io an tes de ma is, na
ios po- tar -se de lu do qu an to · fav da de squ i-
1 Ê a advertê:1,cia de Ov ídio ore ça o· ele me nto sensív
• Prmcipiis obs ' e m De .r~medtts
.. ve rsa çõ es . fre qu en tes e el. con-
Cum ma la per tato'n ser o. medicma par amoris : • afe ét~ osa s, familiaridadi
2 S. f11. DE SALES Vie d atu r, es. etc . ;
, 'v tga s hm
e o e, e . XX. valuere mo.ras • · 1 Vie dévote, L. e., eh., · ·xx. 1 •, · •

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precis·o. deI vez· em .
é · .,
a Ims serra eaT
_· qua n d_0 · pri.var-se d um enc ont ro yon tad e de De us so-bre .nós
- 0 11 m ·
_ o. e saoT.er:
que e per sev era r nela, enq uan to
cessa de ser úti 1· P -en cur tar um a con ver sa• qtie não tivermos razões legítimas
or esse me io . se. adq'uir e de mu dar . Qu is De us, na
h , , 1,1 a e e se . evi tam deslizes certo domm, 10
sobre a ser181·b·I·d d . . .:
l
ver dad e, que hou ves se dif ere
nte s artes e ofícios, diversas
perigosos. profissões, e, se nos enc ont
, )_ Se o que ram os nu ma del as por um a
ces sar por t -·· pre dom ina é o ele me nto sen sív el , série de aco nte cim ent os provid
par lict10 i!' . .. .e mp o, no t'~ve I. ren unc , e ne- é ess-a, a nosso 1res pei to,
enciais, pod em os crer que
iar a qua lqu er rel açã o a von tad e de: ,De us. Ex oep
r:, . . .. _ar co ~ ess~ mos o , caso em que ; •por mo tua -
~~ngo,
~ave1s . e. n~_ssas ·oc asw es; supfor a dos enco'ntros ind is en- tivos .ace rta dos · e · legítimos.
tub s'à · Ass· · · ,.. d . rim ir qua lffu er pal pf julgássemos dev er mu dar de
. . . im se e1xa arre f ece r a sensib n avr a a ec- situ açã o ; tud o o :qu e é con-
o par t I ilid ·
a · d . for me à · rec ta raz ãó ent ra efe
dA,_ , a re orn ctiv am ent e no pla no pfov1-
I ar_as re ações , que rem . e o sossegoe, esp era n- den cia l. As sim ,:• pois, pat rão
~ s n_osds~s_ ~ÇOI~;· ~o~ am ent ão um
:e. na . a Imá. ou . operário; ind ust ria l 'o;j
me nte _iverso; a rns s·eriâ' pre car áct er com ple t ~ com erc ian te, agricultor .ou fina
nc,eiro· que · um seja; o seli
, . . , ., ciso . supnm . .1-. ·1as
.. par
; , a sem•. prea . dev er é •exercer a pró pri a pro
fissão. par a · ~-e·· sub me ter à.
. ,. e~ Em tod o o caso, imp ort von tad e div ina , des em pen han
a tira r fru to des tas exp e- do- se del a seg und o :as · re-
.m.m
-;, .c1a . s , par . a• for d·I icçtr o, a.mbi;. a Je.,u gras' da : jus tiça , , da equ ida d'e
R,ctç>: ~e ,qtdie~_ :àµi ar senãp:11el~ s, , pro tes tan do ue· e da. car ida de. ]tn t~o; nad a
_
e '.p or Ele e l'elendo. mu~1ta· s im ped e que sB;ntifiquemos cad
a
.v e·, ,.,, . · '
"d q9s os o-is e ~pi,'tU Ios, \ TI',1 \ TJII d I· do-as ao últ imo. fim ; (J,que de . forum a das acç ões , rde rin -
· - . _✓. r· is/o_.. .f:, ass
e e , ·,. · Ü 1vro II... ·da · ·Imi ta ão ma ·alg um a ·~xclui o fim
. im • que - as t er:qt 1ço- es
_ sec und ári o de gan har .o neces<
&atio_.à. prô pri a ,'subsisitência. •e
1
s1.oes •;<..1e : v1...toqa. se con ver tem ·em oca ç -.
· ·· · à da fam ília . De fac to, hou
·: , '• · ve. san tos em tod as. as con-
. '1 · dições.
.'!· 1 l
San UÍi ~aç ão das relaçõ~s ·,Jr
• · . '
o/is sion ai~ 1. . '608. B)' '. ' Cbm:ó•, ' pórém
.. . , ..• ·
, as rliúltiplas ,;óc up~ ç-õés e
'. . • ~60 7~· ,~J ·r~lações pr~frss
eaç
.' ao· oü•.·00 . . st~· .l
i~~ ~i-s
aCU o ao p'tb'.gt-ésS"ó
· rilê ~~o
. undó aib e sant·t~· ·d ·· relifçoês são., de' .stÍ'a rtâtul'eza',.dbsóttientes,
e· âssirh ten dem
a ·àfà sta r)íJ s· º· /peqs'~mento
mo ,se · ·en: r
' . ..d .,. e~. am: e;. Jes·e· mpenhà'ó:t•b~
;
I
s·eg i . .. . .. 1 1-
ma ra co.:. :~sfó'rço1s · muita:s' ·veze~/ rériov
de Oéus, ·é nec'essârio fâz er
est a o. ·-Os •dev ere s ,,. ·q· ue- . · . dev ere s ·• ·donei p~õ nó ad'os . pafà ·o f erecéi! ;~· 'D~u~ · e
- • _ - a nos sobrettaturaliz!ir acçõ'es de· sua
são em si confotrn:es, à ·<V"on·ta11os imp oe . ...is. .. . . f· ?~-. . nat ure za pfo far ias ,' como
. . l·de··de lo •. . . . a l pro ir{drtwnõs aci ma (n. º 248).
cotno ta1s,l:com int enç ão de' ol>'· ·. · eus ; se ·os 'curti'· ISsa · · o~ . .. .. ' ,. · .
·Ia . .' d . . I·
gud r según o·as eis· -da .
d , ' : .
e ece r a . eus ·o · . .1 T pm m~
os re~s . 6()9: C) . ,' Alérn
prt id•ê nci a da· '1·u~·- e·a e"n disso, cmnb vivemos nu ~ _.ntu
d
con . ran
t,
ã • •· : t ·b . . .
~on ~ uem ·pa ra a: nos sa sàh ·
t'if ica
::,,~Iça e a cari-c
ção
d
2_ Se pel o
. .. pçmco ·hc;mrad'o, em que a ma
ºem-
ndo
ior par te àvida,m,e'.nt.e dis put a
pi;o-veito próprio :as hoO:ras e
sio .-. . o, nao. · dtem os. out ro f-im , em nos sas I das leis -da equ ida de. impor.t
os lu9fOS, sern ~e lhe da~
. Tii;i,.lS, ! ma is . o.•qae
are.ngear -h re açõ es·· pro · frs:..
~ .não ~squecer qu e _antes .de
-de$ ne .. d . I • d.. º . . . - tud o é misteg.procurar ·o reino
... p .. zo as · onr as e ·riq uez as . .- com de De us ,e ~ suçt,jú~tiça pão
ções num a foneis . a con sci
te de pec adoênc ia, co . . t ' . 1 em pre gan do, par a 'ch ega r a-
,. ndv:elr seu s. fins ,. sen ão meios legffi.,.
i
e eSICan a <J.em -se . essas l'e a- mos. O me lho r critério par a
. ::A,)'i -Q prim o . dev er é' pois ·•ac discernir o que é per mit ido
que ,. a . P.nov\idêa ~ir . . eitar . . f· ~. do que o hâà ·é;i>sel'á v-er ·cbmo
·pró~edêrti''OS hom ens hon -
·. , . . ; d. .
! : . , _· era nos :con uzm · ~ a pro 1s·s ao a l'ados e cristão~ da me sm a pro

~
. com o a exp res são da fissão-: é que . d,e facto, há
. J .- 1.J; ' • .
uso s récê9"i'dos que não se. pqd
ea~
.

t.
X .1 :A .•QEs pRl;\ONT, La i$ai ntet
1,. p. 2/2 s,s . ; C/ia é da~ l , · · ·
rité sacerdotale
Pode-se , utilizar,, sobre est 1
,:.1 t i:S§r~la
. .

tzons sociaies, (Eu'vres,


·
.

po1sível subtraír-se. s·em se imp


eni ;mudar ·
que nã? é
or a si me sm o e aos outros
BouRDALOUE par a a fest · • 05-2 13. .
,
a de Todos e ~qsunto, o ·· segu per das consideráveis. .
os santos ~o~
1 11do serm ão · . .
beram santificar a sua º!on ª'!-tJ
a sua coud1çao para torn ar mai S, em qu~ e_lJ mostra comde o
· •· Qu and o são · com um me nte . .
1 s per f e.··tdlÇ~!) pela i:e1Ig1ao e
1 a a,su a reli gião·. . . . apro
seg uid os pel os bon s cri~:
· veitãr t'ãos da· me sm a pr~fis;ão, tod
os p~d~m corform~r com eles
·

http://www.obrascatolicas.com
0
. . .
seu pro ced er, até que , de com
um acordo, seja possível
J.VJtllV:) u~lt i\:1: :,

se com pre end e. E con tud o há


up _t'l:IKl'l:llt_;AU 347

reformá-los, sem com pro me ter que m nel as enc ont re indi~
int.eresises legítimos 1. Ma s, rectarnente um a fon te de dis,siip
por outro lad o, imp ort a est ar pre ação, de enf raq uec ime nto
cav ido par a não imi tar os espiritual. (:; até ocasiões de pec
processos e conselhos dos com ado e um a origem de con-
erc ian tes e industniais sem den açã o. Rec ord e-s e a pal avr a
consciência que qu.erem enr iqu dum hom em de acção que
ece r, dê lá por onde- der, diz ia a Do m Ch aut ard : " Foi
até me sm o . com que bra da jus a ded ica ção que m.e per~
tiça : a falt a de pro bid ade deu " 1. É que , na ver dad e, h4
e os ava nço s destes últi mo s não hom ens que a tal po!)to ,s~
jus tifi cam o emprego dos dei xam absorver' pel as obras ext
meios ilícitos : é necessário bus eriores. que já não encon-
car ant es de tud o o reino tram tem po par a faz ere m os exe
~e De us e a sua· jus tiça ; tud o rcícios de pie dad e m_~is
o ma is virá por acréscimo ': essénciais. Da í vem · um a dec
·, Qu aer itê •ergo primum reg num adê nci a _moral. que der:~a
De i et justitiam eju s; et reviv~r as pai,xões e pre par a o
hae c om nia adjto"ientur vob is" 2 cam inh o a tristes cap itul a-
• ções •: · com o •amor sob ren atu
Urn ·cristão, que · ôs imi tass ê, ral das almas, insens~vel.. ·
seria um a cau sa de es• me nte se vai ·mi stu ran do urri ele
cân dal o-' . me nto nat ura l e sens1vel.
A pre tex to de que , afin al. o que
610. D) Os deveves profiss predomi~~ é o .desejo de
~onais, assim ent end ido s fozer bem ou de o receber, vão
e pra tica dos , con trib uem mu ilo -s.e tran qm hza ndo as cons-
· par a o noss_o progress.o ciências mú tua me nte , c9metem-s
esp irit ual . É .qu e, efe ctiv am ent e imp rud ênc ias , que irão
e, são eles que com põe m a até às' fam ilia rid ade s recíprocas
tra ma dos nossos dias, e Nosoo , e, p re~ultado é desastroso.
:éu exe mp lo, que as ocu paç ões ma
.n.alho ma nua l, pod em con trib uir,
Sen hor mostrou-nos com
is comuns, como 'o :tra~
Em tod o caso, ond e falt a a vid
O
tos que se alc anç am são dim inu
a interior, os merecimen-
tos e a acç ão ext ern a não
a um tem po , par a à nos- obt ém sen ão magros res ulta dos
sa san tifi caç ão pes soa l e par a , por que a gra ça _de De us
a sal vaç ão · dos • nossos ir- não vem f~c und ar tim ministé
mã_os,. Se,~ pois. urri operário ou rio em que a ora ção qua:;;e
um hom em ·de negócios não tem lug ar. lmp ort a, pois,
obs erv a as regras da pru dên cia vivificar as obras ext~riore&
, jus tiça , forta1eza, tem pe- coin espírito do. oração. Par a me lho
ran ça, .equidéide .e C:p.ridade, tem O r o consegmrmos,
. cad a diçt ~~riadíssimE;ts eis os prin cip ais meios.
c:,cç1.sroes de p~aticar t_ó das as , .. . · •
vir tud es cristãs, de adq uir ir 6tl . A) Primeiro que tud o, é mis
copiosos rn,erecimentos e, se ter recor~ar q~e há
quiser, de edi fica r s~us ir- um a hieral'quia nos meios de zelo
mã os, aju dan do- os, com seu s e que os mais ef1ca~es
exe mp los e conselhos, a são a ora ção e sacrifício, o exe
tra bal har na própria sal vaç ão. O mplo, e, em último lugar,
É isto o · que· fize ram no a pal avr a e a acç ão. Par a diss
pas sad o e faz em no p!'esente ·pa o nos convencen:nos, le~ -
is e mã es de família, pa- bremo-n.us dos Exe mp los de
trões _e operá.rios, jovens e hom Cristo Sen ha: Nosso, cuJa
ens f~t os que . pel a ma- vid a foi tod a um a ora ção e um
nei ra com o tra bal ham e· tra tam sacrifício per pét uo, o qua l
os negócios, faz em esti- com eço u por pra tica r que ens
ma r ~ religião que pra tica m, O ino u aos outrps, pas san ~o
e· usa m em seg uid a da sua trin ta anos na vid à ocu lta, ant
.inf lü~ noi a par a exe rce rem o es de se entregar aos tys
apo sto lad o. ano s de ' ministério púb lico . Nã
o se esq ueç a o proce er
V. San tific açã o das rela çõe s de dos apóstolos, que se descarreg
apo stol ado . aram de certas obras de
car ida de sobre os Jiá con os, a
: 611. Qu'e as fon de se pod ere m en~~egar
obras de apo sto lad o pos sam e mais hvrement_e à ora çã? e pre
dev am ser
par a nós um meio de san tifi ~aç
ão, eis o que fàc ilm ent e vero oratiord et ministerio verbi
~~ção do Ev~ngel!i~:
ins tan tes erimus , Ü1çs
0
~ 'f!
mos reti nin do sem cessar aos
_1 Ass i~ a tax~ ouvidos a pal avr a de ·
locahdade,. e determinaddos salários, na mesma profissão . e
a por usos que um patr ão na mesma Pau lo a dizer-nos que não é nem
car sem perdas que o obri gari não poderia modifi- o que pla nta nem o que
- 2 Mt. ·VI; 33. am bem -dep ress a a fechar a sua fábrica
. .1 L' Ame de tout Apostolat, 2
1915, p. 73. - Act. Vl, 4.

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reg a qu em faz o be m: sen
ão De us . o ún i co qu e faz -
ce r a sem en te : "N eq ue cres- co raç oe s pa ra De us .. um a conv,ersação sac er~ ota l deve
qu i rigat, se.d qu i inc rem
qu i pla nta t est ali qu id,
ne qu e . mp re um Su rsu m cor d
sugepnr se a.
or estes d·we rso s meios • co nse rva rem os e -au me nta re-
en tum dat, ·D eu s" 1.
Da r-s e-á , pois, o pri me ·d . t r'o r . nosso mi , . . ·f' d
ha ve mo s de sac ríf ica r os iro lug ar à oração (n. 0 47 0) ; nã o mos a no ssa v~ ª rn e1 ' 0 nis ten o, v1v 1 1ca o
ção , . a. ·acç ão de gra ças ; exe rcí cio s essenciais, co
mo a ora - pel a gra ça. pro duzq·r'a cen to po r um " Q m· ·ma ne t in me et
a
o ex am e cle consciência, pie do sa rec ita ção do Of íci o div ino , . eo hic fert fructum l · ..
pri nci pai s; bem -pe rsu ad
•o ofe rec im ent o ex plí cit
o
ido s de qu e assim pre sta da s acç õe s
ego A '. ' mu tum 1.
ois tod as as no-ssas rel
. . ..,
,. .. .
ser viç o . às aJma_s do qu rem os ma ior l ss r: d~ ve ~ ser so bre na tur
açõ es .co m o prox1mo
vid a à a·cção. O pa sto r e se con sag rás sem os tod a a no ssa po em ali za da s ; todads se conver
de
reservatório' e nã o sim ple alm as ser á, como diz S. Be rna rdo , tem en tão nu ma ocas-r·-no d dir na vir tu e e au me n--
e pro gre b
qu an to tem, à me did a qu s can al : o can al dei xa pa ssa r tud o tar em nó s ess a vid a div
ina de qu e r1ece em ?s a b d nte
e o rec ebe ; o res erv ató un a
prj me iro , e Q,á en tão da. rio
sua superabundân<!ia, .sem enchr-:se pa rli cjp aç ão .
si, pró pri o: "S i sapis, da no pa ra •
c.o nc ha m te exh ibe bis et
no n ca na lem " 2. SíNTESE GE.RAL
· · 6t 5. B) ·O utr o me io
pa ra nã o esq ue ce r a vid
ter i0r , é aspirar a forma a in- · ·
r um escol, sem co ntu do "ss im ter mi na a pn.me ira
61 6 • l''- • rte ·do nossó tra ba •
da r as mu ltid fre s. · ·Q ue de scu i- d b pa . t .d·
m pre ten de lev ar ess a
em pre sa a
lho : os Pn nd pio s da vi l
a so rednatura .d1 d qu an o 1s-
ho m ter mo , sen te me lho
r a ne ce ssi da de de ser semos deri va , u o
l og .tca me n t e, dos og ma s a no ssa e ,. tud o
f,
int eri or ; os est ud os asc ho me m d , nid ad e isto e. a D eus f' m e a Jesus
qu J ·se dã ó ao s ou tro s.
lhes inc ulc am , levar-nos-ã
éti co s qu e se faz em , os
os ·exercícios de vir tud
co nse lho s
e qu e se
cr:S~o u~ o:e ~ me dia do r ; e a vid
, 11-~sso L . , . • •
aJcristãl ap an De-no s com
~
.'
de ora çã o é sac rif ído . M as pa
o · qu ase forço.s arn en te
à vid a o d om d e De •
us à alma e ·º do m a a
ma :ª· . eus: .·
tar ' na dis po si~ ão ge ne
ta isso é ,in dis pe nsá ve l
es-
. 1-º · É o do m de De
us à alma. De .~oda a ete ·-d d
ros a de Jazer •o : qu e se
lto s ou tro s ; então- nã
tib iez a. De fac to, mu ito
o há qu e tem er o relax
s sac erd ote s for am rec on
ac on sel ha
a·rnento e a
no s am ou e pre de sti no u
so bte na tur al. qu e é um a
T 11 ' . d d
ª S~ ~~ íss i:~
pa ic1paç
1:~ti:j:v~~:
. l . , qu
rm_' ~de

e é
Es t:
jun-
à vid a int eri or po r est a du zid os an orá ve · rm a e. qu e vive em no ssa -a ma. e
colhidas.
so lic itu de de · for ma r alm
as es~ . f. . t l d t
tam en te ea us a e icien e ex em p ar es a v1 a .. 0 ·organis- ·d
mo so bre na tur al, qu e noe . f
s pe rm ite az er ac tos . d:eiformes
·61 4.C) · No en sin o qu e se dá é ob ra Su a.
àos fiéis, do gm áti co
ou mo ral ; · siga-s e um · pla _ ., I , ca us a· m.eritória ·dessa
o co nju nto dós do gm as
no de fin ido qu:e pe rm ita
ex po r M as º ve rb o ncarna dº , ·
e da s vir tud es cristãs : ,d be m co mo o seu mo e 1u e eª . ·f ·. . . d · tad o à
çãó · da s ins tru çõ es ah me a pre pa ra- 'I a, . .
de lo ma is pe r e1to,ba
aph_
qu ere r pô r ~m prá tic a ·o
nta a pró pri a · d'evoção'.·
po r se nos\Sa· fraq ue za . po tq-~ e se e, D eu s e' tam em ornem ..
qu e se a~ons'e lha aos out . , · . ~ ' • ·
rosi- co mo nos, no sso am1· go nosso irm ao . ma is ai·nd a . ca be ça
61.!j. D) En fim ,; no , t· , b
• mero ros somos no,s. EJ ·á qu e ·
du m co rpo
rio pa roq uia l, po r oc asi
ex ~rc tci o ordinário do
ão do s ba pti sm os , ca sam
mi nis té- M . asSiOcm1iads aicoà _cu Jos .. ,
ob ra red en tor a, na- o p. od é ser sep ara da
terro·s, vis ita s·· dos do en en tos , en - an a, F·J h ece-nos co mo esc ad a inís i .

sim ple s é'ortesia, lem bre


tes , vis ita s de ,pê sam es
ou até de
d ü seu 1. º· ap ar d .. J ,
Ldca pa ra ir
-se · o pa dr e de qu e é a Jesu s. d o me sm od mo o· qu e esu s e o 'm ed iad or ne ces-
isto 'é. mi nis tro da s alm
as. E as~im. de po is de
ap óst olo , sário pa ra il ao dPa re.
O \ . s Sa nto s qu e faze m
pa lav ras de beriievolência alg um as tam hé m pa rte a gra n d s Jf- nJ?l~ e de De us .. aju da m- no s
, nã o tem a ele va r os esp e am r ia
íritos e co m as su as ora çõ es e •
o's se~1s ex em plo s.
l / Cor. - lllj , 7. - 2 S. BERNARnus, ln Cantica, Sermo XVIII,
3. l Jo. XV , 5.

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MElü!:> (jhKAl!:> lJE
PER FEI ÇÃ O 351
61 7. , 2-º Pa ra cor res po nd
._1: er às fin eza s com qu e foi · .· ·" . "V íve re sum me De
·/ an tec ipa da . dá-se a alm a tas S em ma rn o in Christo Jesu Do -
inteiramente a De us, cul ·
eju s intimo. cor d·is nos-
tiv and o . t . i·ta ul inferiora. .
a vid a qu e lhe é tão lib
era lm ent e ou tor gad a. Cu
nu no nos ro , -
Filii
mo -la , lut an do : con tra a ltiv a- tri pen etr en t": vivet
par a De us, e so par a D
,
con cup isc ênc ia qu e per ma eus , em
em nó s ; pra tic and o act os nec e sum o gra u, inc 1
orp ora ndo -no s em Cr ist o Jes
us, de tal sorte
sob ren atu rai s q~ e, alé m de
re<:erem um aum ent o de me~ qu e as sua s d 1·spos1·ções interiores pen etr em o ma is . , t·
mi mo
vid a diviina, no s faz em adq da no ssa alm a e se faç am ,,
bo ns háb ito s ou vir tud es uir ir no ssa s .
.
; rec ebe nd o os &acramento
acr esc ent am . aos nossos mé s , qu e
rito s um a vir tud e san tifi cad
ra, pro ven ibn te do me sm o o-
De us.
A pró pri a ess ênc ia da per
fei ção é o amor de De us,
leva.do até à imolação de
nós mesmôs·: com bat êr e dii
nu ir o ho me m vel ho , pa ni- · FIM DA PRIMEIRA PAR
ra faz er . viv er em nó s a TE
Cr isto , eis a tar efa qu e Jes us
no s inc um be. Fa zen do po
de sem pe nh ar del a, isto r nos
é, uti liz and o-n os dos me
p~deição, nã o ces sar em os ios de
de ten der para De us por
Cristo. · Jesus
O des ejo da per fei ção nã
o é afi nal ·senão o· ím pet
da no ssa alm a qu e pro cur a
cor res po nd er às fin eza s do
o
am or corri qú e De us no s pre
vin e ; ele ncis lev a a ,conhe
e amar Aq ue le· qu e é tod cer
o am or, '· ''.Lleus caritas est
conhecer-nos a nós- me sm os. "; a
,pa ra me lho r sen tirm os .a
ces.stdade de. De us e nos ne-
-la nça rm os. em seu s bra ços
rioo;rdiosos· ;- est e am or tra mise-
du z-s e po r uina; ;ConJo.rmid
tão per fei ta, qu an to possív ade
el, com a ·vo nta de de De
ma nif est ad a tan to pel as sua us,
s leis e cop sel ho s com 0 pel
aco nte cim ent os pró spe ros os
ou adv ers os, qu e tod os ser
a no-lo faz er am ar cad a vez vem
ma is ; e pelé\ orçzção qu e,
ri~ndo-se hab itu al, ele va tor -
co nst an tem en te ~ n·o ssa'.
pa rà Oe us. At é . os meios ' alm a
externos no·s lev am a De us,
qu e· ç._' dir ecç ão, o reg ula
me nto de vid a e as lei tur

pie d~ Je nos sub me tem · à as de
sua vont~de_ san tís sim a;
laç ões que ter nos com os as re-
nos sos se~ elh an tes , em
ven:,.ôs_· Ítrll ref lex o das per que-
fei çõe s div ina s, con du zem
ain da À~ ue le' qu e é o cen -no s
tro de tud o. E, com o no
des tes meios. tem os siem uso
ces sar dia nte dos olh os a
Cr isto . n~sso ~o de lo, nos J~s us
so col abo rad or, no ssa vid
no s vam os tr~ nsf orm and o a, ne le
: Ch ris tia nu s alter Christus
As•sim se rea liz a po uco a .
po uco o ide al de perfeição
tra çad o a seu s dis cíp ulo s -
po r M. Ol ier , à fre nte de
1• "P ie-

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SE G U N D A PA R TE
A s três V ia s
OBSERVAÇõES PRELIMINAR};:~_ 1.
618. Os prin cípi os gerais, que
-expusemos na pri-
.me ira parta, aplicam-.se a tod as às
alma-s. e form am já um
com plex o de mot ivos e mei os apto
s par a· nos con duz irem
à mai s alta per feiç ão. Há con
tud o na vid a esp iritu al,
como já acim a dec lará mos (n. 05
340 -34 3), dife ren tes
graus, está dios diversos que per cor
rer; imp orta , pois, dis-
tingui-los e ada pta r os princípios
gerais às nec essi dad es
particulare~ das almas, aten den do
não som ente ao seu
cará cter , incl inaç ões e. voc açã o,
sen ão tam bém ao grau
de per feiç ão em que se enc ont ram
, par a o dire ctor pod er
con duz ir cad a alm a, seg und o o
que lhe convém.
Ó fim des ta S!egunda par te é, pois, aco
mp anh ar um a
alm a, atra vés das sua s progressiva
s ascensões, des de o
primeiro mom ento em que ela des
eja sinc eram ente adia n-
1, tar na virt ude , até os mais altos
cimos dá per feiç ão .: ca-
min ho longo e mu itas vezes trab
alho so. mas ,em que se
1
liba m tam bém as mai s .doc es con
solações T
Anbes de entr ar na des criç ão das
três vias, vam os ex-
por : 1.º o Jun dam ent o des ta dist
inçã o ; 2. 0 a man eira
inteligente de a util izar ; 3. 0 a util
ida de especial des ta
seg und a par te.
l. fuND AM ENT O DA DIST INÇÃ
O DAS TRÊS VIAS

619. Se emp reg amo s esta exp ress


ão das três vias, é
par a nos con form arm os com a term
inol ogia trad icio nal.
É por ém, de not ar que não se
trat a aqu i de três vias
1 S. THO M., II, II, q.
24, a. 9 ; q. 183, a. 4 ; TROM
NERA, l.1ystica theol., q. . DE
II, II ; LE ÜAUOIER, De perf vita.e VALL
lls,. na Pars sect. I, .cap. · I a.; ScAR
GOR-
spiri tua-
AMELLI 1 Dire ttori o ascetico,
lntroci. ; ScHRAM, lnst. theo myst Trat II,
degré5 de la vie spiri tueli e, l. icae, § XXV I; A. SA.UDREAU 1 ..Les
Pré! ace; A. DE.suRMONT, Çfza rité .sacerdo_~
tale, § 138-140,
·
23

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354 SEGUNDA PARTE - AS TRSS VIAS Uti.SbKVA(,;Ob~ PKl::iL!MlNARES 355

paralelas ou divergentes, mas antes de três estádios di- por conseguinte a ,,ia unitiva. Também aqui se encontra
versos ao longo da mesma via, ou, por outros, termos, de sem dúvida o fundamento duma distinção real entre os
três graus principais da vida espiritual, percorridos pelas diferentes meios de perfeição, mas não uma prova pe-
almas que correspondem generosamente à graça divina. remptória.
Em cada uma· destas vias há muitos estádios ; assinala- 6'22. b) S. Paulo também não ensina de modo ex-
remos apenas o~ lll~is importantes, a que os directores de- plícito a distinção das três vias, ; descreve, porém, três
vem prestar atenção. Há, além disso, formas e variedades estados de alma, que deram lugar mais tarde a esta dis-
que depend~rn, do _carácter, vocação, e missão providen- tinção.
cial de cada alma· 1. Como, porém, já dissemos, com 1) Relembrando o que faziam os atletas, com o fim de
Sa.nto Tomás,, podem-se reduzir a três os graus de perfei- conquistarem uma coroa perecedoira, compara~se com eles e
. ção, confôrme a alma começa, progride ou chega enfim assevera que se esforça- igualmente por correr e •lutar, mas.
qu~. em vez de dar golpes no ar, castiga o seu corpo e o
i:!-0· termo da :vida. espiritual neste mundo ( n. 05 340-343).
trata como escravo, para evitar o pecado e a reprovação
J;'. neste sentido geral que a divisão das três vias se funda que .o puQe : :"Ego igitur sic curco non quasi in incertum,
juntàmente na autoridade e na razão. sic pugno non quasi aerem verber:ans ; sed .castigo corpus
meum et in servitutem redigo, ne forte, cum aliis praedica~
· 620. 1. 0 Na autoridade da Sagrada Escritura e verim, ipse repr:obus efficíar" 1.
da,Tradição. Eis perfeitamente assinalados os exercícios da penitên~
A) f: incontestável que se poderiam encontrar no eia e da mortificação, sob o influxo dum temor salutan com
o fim de sopear a carne e purificar a alma. E quantas vezes
Antigo T estamenlo muitos textos relativos à distinção não recorda aos cristãos que é indispen,sável se despojem do
das três· vias. homem v·elho e CI'.ucif~quem a carne com seus vícios e con~
Assim, Alvarez de Paz apoia~se neste passo, que lhe for~ cupiscências! E: exactamente o que nós chamamos a via. pur~
nece a sua divisão: "Declina a maio et fac bonum, inquire gativa. ,
pac:em et pérsequere eam" 2: Declina a malo,··evita o peca~ 2) .Escrevendo aos Filipenses, declara que .. ainda não
do: eis claramente indicada a purificação da alma ou a via chegou à perfeição, mas que.§egue o seu tJiestre e se esforça
purgaticJaf.fac bonum, faze o bem, ou pratica a virtude: é a por alcançá~la, não olhando· para trás, mas lançando~se com ·
via_iluminativa; inquire pacem, busca a paz, aquela paz que ardor para a meta, para onde avança: "Quae quidem retro
se não pode encontrar senão na íntima união com Deus : te~ sunt ob{iviscens, ad ea vera. quae sunt priora extendens
mos aqui a via unitiva. É uma interpretação engenhosa do meipsum ad destinatum prosequor, ad bravium supernae .v~
texto ; não se veja, porém, nela uma prova decisiva. çationis Dei in Christo Jesu" 2. E acrescenta que todos
aqueles, que tendem à perfeição, devem proceder do mesmo
· ~'21. 8) No Testamento l'.Jovo : a) podem-se adu- modo: "Quicumque ergo perfecti sumus, hoc sentiamus . ..
zir, entre várias outras, estas palavras de N. S. Jesus imitatoc-es mei estote, fratres" 3 ... E noutra parte: lmitator:es
Cristo, que resumem a espiritualidade tal como- é descrita mei estote sicut et ego Chr:isti, sede meus imitadores como
pelos Sinópticos: "Si quis vult posi me venire, abneget eu o sou de Jesus Cristo" 4. São estas precisamente· as ca~
racterísticas da via iluminativa, em que o dever principal · é
semetipsum, et tollat crucem suam quofidie et sequalur imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo.
m.e" 3 • A abnegação ou a renúncia, abneget semetipsum, 3) Quanto à via unitiva, descreve-a S. Paulo sob as
eis o primeiro grau ; o levar a cruz su p õe já o exercício suas duas formas : a via unitiva simples, em que a alma se
positivo das virtudes, ou o segundo grau ; o sequatur me esforça por fazer viver constantemente Jesus em si mesma:
"Vivo autcm jam non ego, v,ivit vero in me Christus 5;
é, afinal, a união íntima com Jesus, a união com Deus, e
e a via unitiva extraordinária, acompanhada de êxtases, vi~
sões e revelações: "Seio hominem in Christo ante annos qua~
· 1 Ass,ini, . na via miitiva, distinguem-se geralmente duas formas
distintas : a via tiniti:va simples e a via unitiva acompanhada de con-
templação infusa, como explicaremos mais adiante. - 2 Ps. XXXIII, 15. . I / Cor~ IX, 26-27. - 2 Phil. III, 13-14. - B Phil. 111, 15-17. -
- 8 Lc. IX, 23. 4 / Cor. IV, 16. - ó Oal. II, 20.

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356 SEGU NDA PART E -AS TRfiS VIAS OBSERVAÇõE S PREL IMINA RES
357
t.uordecim, siue in corpore nescio, sive exfra A pure za de coração é, segu ndo o teste munh
corpu o de
Deus uit rnptr im hujus modi usque ad tediu m caelru s nescio, Nosso· Senh or Jesus Crist o, a prim eira cond ição
.m" 1 essen cial
Há, pois, nas Epíst olas de S . Paul o um fund
real para a distin ção das três vias, que a Trad
amen to
ição vai
I[ para . ver a Deus : para O ver clara ment e
vida, mas tamb ém para O entre ver e alcan çar
na . outra
a união
fixar com maio r preçi são. com Ele nesta vida : "Bea ti mun do aorde, quon
iam ipsi
6'l';. . A Trad ição pouc o a pouc o vai preci sand Deum vide bunt " 1 . Ora, esla pure za de coraç ão
o supõ e a
esta distin ção, apoia ndo- a umas veze s sobre expia ção das falta s passa das por meio de leal
a difer ença e ausbera
entre as três virtu des teolo gais, outra s sobre penit ência , a luta enérg ica e cons tante contr a
os diversos as tend ên-
graus de carid ade. cias más que nos levam ao peca do, a oraçã o, a
medi tação
·, _ · a) · Clem ente d~ f\lex andri a é .um dos prime e os. .exercícios espiritu?-is naces sário s para no$;
:que expõ e o prime iro méto do. Para se cheg ar
iros autor es fortifica:c..
a ser gnóst ico a vont ade contr a as tentaç?_es, num a p1;1.~f!:Vra,
ou homem perfe ito, é miste r passa r por diver um com-
sos
-a.bster~sc do mal por temo r e mort ificar as paixõ estád ios :
plexo de meios que tend em a purif ic.a r e ,conf
irma r a
fazer o bem ou prati car as virtu des sob o influx es ; depois, alma na Vlirtude ; é a· este conju nto de me.ias
qu~ se dá
o-
-rança ; prati car enfim o bem por amor de Deus da espe~ o_,nom e de via purgatiPCl.
2 É essa
mesm a teoria que leva Cass iano a distin guir
três graus na 625. B) Uma vez assim purif icada e'. tefor mada
asce_n são da alma pata Deus : o temor:, que a .
é própr io dos
escra vos, a esperança ; que conv ém aos mercenár:io
s que tra~ alma . tem que adornar-se· das virtu des cristãs
·b alham pela recom pensa ; a ' caridade, que é a positivas, ·
éarac teríst ica que a toma rão mais· seme lhant e a Jesus Crist o
dos filhos de Deus 3. .
; aplica-se;
· pois, a segui-lo passo a passo, a repro duzir progr
' b) S. Agos tinho coloca~se noutr_a persp ectiv essivJ-
pérfe ição consi ste na caridade, distingue·· 0qiiatr a: como a qien te a~ suas dispo siçõe s interiores, prati cand
ô graus · na ~ -ao mes-
práti ca desta virtu de : a cárid ade que 'começa, a mo temp o as virtu des mo~ is e . teologais' : _as
carid ade que primeiras
progride, a carid ade que é já crescida, a carid abra ndam -na e fortif icam -na, ·as segu ndas come
ade dos per~ çam já
feitos .4 ,; •como, porém, estes dois últimos graus a .uni- la ·posi tivam ente com ·Deu s ; tanto . umas
se refere m à ' como ou-
~ia Unitiva, a sua doutr ina não difere, afina l,
da dos seus tras• se prati cam paralelamente, segu ndo : ~s nece
prede cesso res. --- S. Bern ardo · distin gue também ssida des
no amor de Deus : depois de have r most rado três graus do mom ento e as inspi raçõe s da graça . Para melh
que o homem or rea-
·come ça por se amar · a si mesmo, acres centa que, lizar este empe nho, vai a alma aperf eiçoa ndo
senti ndo a a oraçã o,
sua insuficiência, princ ipia a · busc ar a Deus qne se torna cada vez. mais , a/ect ivà, :e esforç
pela fé e a a'-'s.e • por
,amá~lo por causa dos seus bene fícios ; depois,
à força de o amar e. imita r a Jesus Crist o. Por ~ste proçe sso
freqllier.tar, ~leva~se a amá~lo não só · pelos seus ·av&nça
senão tamb lm por si mesm o ; enfim- acab a' 'por benef ícios na via fluminativa, porq ue segu~r a: Jesus , é segu
ir a luz :
amor comp letam ente desin teres sado 5. Final ment amá~lo com qui sequ itw· me non ambu lat •in tenebr.is.
e -Sant o To~
más, aperf eiçoa ndo · a doutr ina -de S. Agos tinho
, mostr'a ela~
_ramen te '. que há na virtu de da carid ade três graus
. que corres~
626. C) E cheg a enfim ó 'mom ento em ciue, purt~
pondettt às três vias ou três estád ios (n.os 340~3 ficad a' já. das suas falta s, abra ndad a e forlif icada
43) . , dó~if
.6'l4. '2.. 0 A razã o most ra a legit imid ade desta às inspi raç·ões do Espír ito Sánt o. a alma não aspir
dis- a senão
}inçãÔ. . à uniã o íntim a com Deu s: busc á-O por 'toda
a parte . até
. Á) .. É .evid ente que, antes de cheg ar à. uniã o íntim a no meio das ocup açõe s m.ais abso rvent es ; une-s
e a Ele
com Déu_s, ,t em a alma prim eiram ente que e goza da sua prese nça, A sua oraçã o simp lifica
purificar-se -se cada
d?:s suas faltçl.s passada's e pr'en;rnriir-se contr a vez mais : é um olhar af ectuo so e prolo ngad o
, as fotur as. sobre Deus
- - - -•
• .
. • .I :e' sobre as coisas divin1;1.s. sob o influ xo, ·ora oculto: . ar~
1 II Cor. XII, 2. - 2 Stromata, VI 12. - s Collat
6-8. - 4 De nat. et grafia , cap. LXX, iones, XI,
n'. 84 . - 5 Ep/st. XI, n. 8,
P . L., CLXXXII, 113-114. 1 Mt. V, 8.

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.:>C\ JUl'IU A. l:'A.K Hi - AS TRS S VIA S

con scie nte dos don s do Esp írito f azern com repu gnâ ncia ; uns são ger"ieros
San to . é por outr os ós e não que -
tem as, a via ·uniliua 1• rem recu sar nad a a Deu s. outr os não corr espo
' • , nde m às
dN~:tes três g~andes es~.ádios há sua s fine zas senã o com mes quin hez
sem dúv ida mui tas . É. pois; evid ente
gra aço es e · vari eda des que den tro em brev e hav erá entr e
mul ti/o rmi s gratia De i" 2_ esta s alm as, ·qu~ estã o
Des crev erem os algu mas dela s ; aind a toda s na vi.a purg ativ a. gran
as derh.ais pod erem os díss ima s· dife renç as.
con hecê -la~ pelo estu do das vida s e) Dem ais, entr e os que se exe rcit
dos San tos. am há alguns nieses
· ape nas na pur ific açã o da alm a, e os
que lhe con sagr aram
. II ..... MA N~-IRA INTE LIGE NTE DE iá vários ano s e estã o qua se à entr ada
UTIL IZAR ESTA DIST INÇÁ O da via ilum inat iva,
há con side ráve l distância:. d) É nece
., . ~2~ ;• ··Pa rá util izar esta dist inçã
o, além de mui ta dis- ss·ário aten der igual-
men te de mod o espe cial à acç ão dei
c,~~çao e _de~tre~a, é prec iso estu dar graça : há alm as que
sem dúv ida os prin cí- pare cem -recebê-la em tant a cóp ia.q
~IOs que ·exp orem os; tnui ue se pd.de prev _er um
tcr mai s por ém cdda alm a em par- rápi do sub ir par a os cimos da perf eiçã
bfula_r, · aten den do a~s seus traç os o : outr as rece bem -
dist intiv os e à acç ão -na em mui to men os abu ndâ ncia e
espe cial do Esp írito San to sob re ela. os seus progressos sãó
Par a ajud ar o direc~ mai s lent os: o dire ctor não esq uec erá
tor ,nes te estu do, não serã o inút eis ·que a sua acçã o tem
algu mas obs erva çõe s. que sub ordi nar- se à do Esp íritó San 0
, 628 ., · A). Na dist inçã o d.as três to ( n. · 548 ):
vias não há nad a Não ima gine mos ,· pois ,· que há mol
~hsol~tto . ne~ mat em_á hco : · a) pass dei rígidos, em
a-se .imp erce ptiv el- qne se pod em enq uad rar · toda s as
d-e ~t:. d,.nna . a . outr a, sem . ~er pos síve alm as; o~mvénçamo-
l fixa r um pos te .de -nos hem de que cad a alm a tem as
~v1sao ~ntre elas. Com o disc erni r se sua s part icúl arid ade s,
uma alm a está ain- que é mis ter resp eita r, e que as mol
d~, na vra pur gati va ou nos com eço dur as eng enb ada s pe-
s da Hum inat iva 7 Há fos auto res espi ritu ais d,evem ser sufi
~ntre am.bas. um• terr eno coI}'.lum, cujo cien tem ente maleá~
s limi tes exa cto ' veis, par a .se· ada pta re~ a todo s os
nr,possív_el dete~minar. h) E dep ois, feitios. · · ' ·
o progresso nã; :
:rnp J;e, tgu ~L e ~lm' movifrtento ·. 610 . . C) Na direcção' ·das· alrp:as há
vita l, com alte rnat ivas uih -~uplo eséó~
·. iversas, com flux os e refl uxo s :· lho que é mis ter ev1t11r' : algu mas que
óra se ava nça , ora .se rerh un .pas'sa_r .Je · /u-
rec ua: em cert os mom ento s, pare
ce até que se está a
gtda, isto é, petc!Jrrer cotn ·dem asia da 'rapidez
i'nferiores, par a che gare m mai s dép os graus
marci;lr pass ó, sem prog ress o apre ciáv ress à ao affi'OÍ' clrv1.no· ;
el.
·, d 629~ · B) Há tam bém , em · cad
~ vi~. mui tíssi mos
'outras, pelo contrál'iO, rriardim 'pas
mai s. por sua culp a, nos grau s infe
so e ficJrii' tem po . de-
grat~s· dife rent es. a) Ent re as alm as riores, por falt a ··de
h··1a ·que• •f' . · . !d · qtie com eça · · gen eros idad e ou de mét odo,. Às prim
em um p_as,sa ºmui to cpeio• de falt as que
outr as que con serv aram a ino êén dà
1.n, uma s
exri ar, mui tas vez es que ama r a Deu s é
eiràs dirá o"d irec tqt
r:,; . . d· . t .. exc elen te, rb.as qtie se
. não che ga ao amo r pur o e efec \ivo sen
i~_tUgfda.dr ~l~:circuristânctas, élS pri ão pela abn ega ção é
CJ ar p ·
~e; a::~ d~veeri:e~xeemr- pen itên cia (n.º 321-)'. Às segundas
h);Ê _pr , ID.~1·s . t emp o ~a p~n
· · rten
. ,. cta
qu~· _as' - seg· •
und as'
dar á alen tos e adm oes-
taçõ es. já par a esti mul ar-l hes o ardo
' .; .. -;X 1ft~w. ~d~1;:ais d.iforenç r, já par a as ,aju dar
cts de t~~ per~ m~n to',' de ,acti~ · a ape rtei çoa rem os seus mét odo s
y1dacte,}e/P;-<=;rgia g, de ~on stân cia de oraç ão ou ele exame;
,: há ai.m as qu'~· se dão
~om o.r. or aos e~yréícios da peri têf\ · 6'J 1. D) · Qua l).d o os auto r~s
ci~, outr as . que só o espiritua.is é1.1,st~-~Ill
que tal ori qua l virt ude con vém ·a
,,· ) S. Jóã~ ;da 'Cruz 'seguido p esta ou àqu ela via , é
lttna , term inolo gia especlal -sobre .as or. c.e·rto· n~m , ·· .
er~ de autores, tem.
mis ter tom ar essa . qoutrin~. com mu,
ita ..reservai ; 'É que ,
eh.ama _p,rirzcipiafffes àqueles que estão
ôu noite dos sentidos . 'ádiantados t?J ·
vl~s, .lfxue impo
-. per O _ co_ntemprta ~onhecer : afin al toda s as virt ude s fun dam enta
is con vêm a cad a
p~ssiva; petfeitos, os que atravessa;a::is /açao obscura um a . das •vias . m;as em : graus- dif4rent
aq~~it~sl1~ Já i~ es,., Ass im; ' nãó há
ruo. Cf. HooRNAl!RT
rituelles, (p. 5-6), - '2 nota
/ Petr . iv:
sobre N, ·t
10 ~' e escu ra,
contemplaçãJ>
sent o e a .do esp1-
t. IH da,s CEuvres spi-
dúv ida que os . principiantes ,.se. ·
dev em espe cial men te

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·. .JVL

exer cita;- na virtu de da penitên.ci~; não o 633 1.º Ante s de tudo . é nece ssári o aos
1 senã o prati cand o as virtu des teolo gais e
farão , poré m,
. . • . E' · dent e ··que os princ
directore_s
card iais, post o esptn tuais . ' ev1 ipian tes e os perfer-
que de mod o muit o diverso das alma s em prqg
resso, visto d evem . dos por meio d e regras d·f l .. 1 .
i eren es
que delas se serv em prin cipa lmen te para
tos
·· ser gma "
p G 2 a graça os prmc d · r-·.
alma pela abne gaçã o: e pelas_ virtu des cruc ifica
purif icare m a
ntes. Na via
porq uant ~. a_crescenta ºqu~ a
Pianle s nao e a mesm a
d~
~lmas adia ntad as, nem
iluminativa · culti var-s e-ão essas mesm as virtu
des, mas em . t das é a mesm a que a das pessoas
a das pess oas a d ian a ,.
grau difer.e~te, com feiçã o mais po~itiva, e cons uma das em perfe ição .
com o fim de
mais se asse melh arem as alma s ,;to divino Mod
mo. se fará; na via u.nitíva, mas em grau supe
ntfestaç&,9 de amo r para com Deu s e sob
elo. O mes-
rior, com~ ma-
A medi tação ?isc~ rsiva ,
.
.

esmo no que respe1 a


P:~ empl o nece ssári a aos
i s alm~s mais adian ta-
princ ipian tes, para lisar ia o esfo ~t a· s virtu
des, há um modo
o influ xo dos das. A ss1m m , . .
dons . do f;spí rito Sant o.. . à via urga tiva, outro a. via
. de as prati car que.c orres !'º1:~ e T p Ora um fürec tor, que
, Do mesm o . mod o os perfeitos, com se aplic
prefe rênc ia qO amo r de o~'Q S; :nã.0 cess a~
arem de ilum inati va, outro enfim a ~:ª un~~:~~e-á expo sto a dirig ir
não profu ndou estas dque s oes, odo e a
de purif icar a }mas o mesm o m acon selha r a cada
alma :Pela pen~ tênci a e mort ifica ção ; mas ess·es quas e to d. as as a - resul tado a si mesmo. Se a oraç ao -
exercícios uma o que lhe da bom - ·t útil será tenta do a acon se-
de peni tênc ia sijo cond imen tado s com amo
r mais puro e afect iva simplifi<:ad~ lhe t~:O~io~ seu~ penit
entes , esqu ecen do
inten so, com o que só ganh am em eficá cia. lhar o mesmoh metl_ o a - por estád ios suces
. . . ·: I · . , · ,
que não se c eg? . a sen~ o sivos . Quem en-
· 612 . . E) Obs thva ção ànál oga se torn a indis pens do amor de Deus tudo o que é
ável contr a no exerc1c10 ~ab_itual r ficaç ão será
para ros -c!li/er.entes géneros de. oraçãd. Ass:i nece ssári o para a propdna san 1 incli nado a acon -
m, gera lmen te, · d mo' a mais curta e eficaz,
é!--, . m~il ità~ã o .discurs.iva conv ém ·
selha r a to os a via 0. amor co
aos princ ipian tes, a. sem asas é incap az de voar a
ora!ção afea tiva às alma s em progres'so; esqu ecen do que a avez mha ratic ou a oração- de simp les
a oraç ão de essas altur as. ~uem nunc a ~e nela se exerc
simp licid ade e . a '· éont emp laçã o à via i.mit itam, sob pre-
iva- Mas a olhar , cens urara as pess oat q ·sa não é senã
o preg uiça es--
:experiêqci;~ rmo~t~a qu~ o. Wª.f!: ef~:..
or_a ção infm sempre_
C{Qrrespqn4~, ap wçzu d~ I.?ir.tU:,qf3; qqe por temp
texto que esse proc~s~o ou afr;~ ~r que estud
piritu al. Pelo cont ran? , o d
ou com cuida do
eran1ent<;>, alma s fervo rosas , sabe rá pro-
~~Ú,caçã~- ~~"~ ~~ito , há _p~ssoas qu~ )ica m as ascen sões prog ress1 v~1 as direc ção ao
muit o temp o estad o dos peni-
n.a. ,prát ica ~a · oraçffeo discu rsiva ou afec tiva, p orcio nar os seus cons e os e 1
apes ar d_e ·
. tente s, para o maio r e b m das suas a mas. ·
anda rem· iri.ttrna• é habi t~a.l men té unid as
com Deu s ; . e 6~4 2oAté os simples fiéis estu darã o coh_ prr
5i~e yutr as,. de ~~pírit~ mai~ ,ntui tivo e cora ção
mais • d..
_f4p~o: is~ aphc am -esp ontâ neam ente à oraç ão de· simpafeé - veito estes 1versos es
tádio s Já se ente nde que se ao- e
guia espm tual ,. mas se · por meio
liçr~ .. . l · ..
.dad~ . . ~em ter~m: ,:_c.ontudo i:iheg_ado ao grau
de virtu_d e deix ar d mg1r pe o seulh·d ende ram ao men os nas
q-ue a
vi1;1, ; uniti~a. requer~ ~pçi rta, desd e o princ ípio, de le1·turas bem esco . L as,
d·f
apre ,
esta~ 1ops~r_);9-çõe's dian te ,dos. olho s, p&ra não
ter . · · s 1 eren ças entre as três vias ' me-
suas linhas prmc1pais , a Ih d
rem ~~tre ·a~ virtu des muros· de s~p?,ração
se leva nta- - os cans
Ihor perc eberbo e os e s eu":; dir1ectores e maio r
que não exis- . V pois estu dar suce ssiva -
t~Wr, _.A$~~m; ppis, ao expo rmos é~da uma das
tomaremo.; a peito indic ar os graus que conv
-clpiàrites,. às. altita s em 'progresso. aos perfe
virtudes~.
êm aos prin-
: ~t}_:~eahtr~: :::,:g;i:r:-:::e•~~J:c•:,t'~o~~:~
:::ld;
que nao a mo es n I
j·.1 / ftos. , .
muit as varie dade s e form as diversas.
. 'III. ' U'I'IÚ DAD E DO ESTUDO DAS TRÊS VIAS
. . ·, . . ' . ,.
· O que, acb.bamos de dizen, mostra. quão
útiL e nece s-
sá.rio é o estt.1do €Fiterioso das .:tr~s vias. 12
• l d'/ssy n. XXXIV. ·
Artic es des A~'"'S · 901 71
Maftl lel .,._ intériellres, p ans, 1 ' p.. .

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LI VR O I
A pu ri fic aç ão da al m,a
óu a vi a pu rg at iv a
--
INTRODUÇÃO 1

... •6~5. Ó· que cara~te-çiza a via purgati


va, ou o éstado
dos principiantes, é a purificação da
alma, no intuito de
se chegar à uni ão íntimq. com Deu
s.
Exp liqu emo s pois : 1. 0 o que ente
nde mo s por princi-
pia ntes ; ?,.'' o fim a que estes dev
em tend er.
J. , QU E SE DEVE ENTENDER POR PRIN
CÍPIA:NTES ?
656 . .1.° Caraéteres essencials.
Principiantes n'.à
vid a e~piritual s•ão aqu eles que .
vív~ndo hab itúa lme ntê
errí 'est ado de gràça, têm certo d~s
ejo de perfeição, mas
con serv am apegos ao pec aJo ven ial,
e -sé ,ach am expostos
a reca ir de vez em qua ndo em p.lg
umas. falt as graves. Ex-
pliq uem os estas três .condições.
- . ·,· r. a) ·Viv em ha.b itua lme nte em estado .
de graça, ' e por
con seg uin te luta m geralrrient~ ccim
'êxito con tra ' as tenta~
çõ~s graves. Exc luím os, pois, os que
com etem Ireq ueh té-
men te· ó pec ado mor tal e não evit
am .as SU!l-S 'ocasiões ;
esses terã o .talv ez vele idad es de se
convêrt:et, falt'i-lhes.
porém, a vbn tad e firme e efic~z.
É claro que hão.· ~stã~
em màr cha par a a perfeíçâo ; · são
pecadores. ·. m~ nda nos
qüe é ind ispe nsá vel ante s··a e tud
1 ,:, o deserrtbaraçar do pe~
cad a mor tal e das o-casiões de o 2
... ' ••• : i_ J com~ter : · •· ·· •
1 A. SAt,JDREAU, Les degrés, Vie pµrg
atlve, L. 1-IJ • _$CHRYVl!RS 1 Les
prlticipe!i, Ue ·par t., eh; II .
· li . E certo que' há algu ns ·. · . ·
d'Ascét. et Mys tlqu e, janv. 1920auto res que, com o P., MAR CHETTI 1 Rev.
éstender a via púrgativa.: aos me!;,mosp. 36-47, são de opinião que se d~ve
confessa que nis~o se sepa ra da; dout pecadores 'para os convertei'; màs
cadores e os meios q1,1e se lhes deverina com ?~· A conversão dos _pe-
estado -de graça, são do •demlnio m sugerir, para perseverarem no
cente!'los, contudo1.q~e os mo!ivosda Mor al mais · que.dá •Ascétíca, Acres-
se evitar o pecado J'nortal, vlrao conf que, em _seguida vamos prop or, P.ª~~
irmar os que ensina a Moral. · · ·

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LIVRO I
A PUR IFIC AÇ Ãd. DA ALM
A 365 .
b) Tê m certo desejo de perfeiç
na vir tud e, con qua nto esse ão ou de pro gre dir . io
rrte . e f·ca ".,' de evitar O pec ado mo rta
desejo possa ain da ser fraco 1 l · é ten der à perfei-
imperfeito. Co m isto excluí e ção ( cf. n. 05 35 4-3 61 ) •
mos esses: mu nda nos , tão nu- · . ·
merosos , inf eliz me nte , cuj a e) Os entibiados que. , depois
ún ica am bjç ão é evi tar .o pe- , de se hav ere m da~ o
cad o m9rt~.I, JtJ.as ,qu e n&o. têrq .- ..
. p me nor des·ejo sincero de pn me ira me n t e a De us e feito alg uns progressos, cafrarh
progredir. É. que , -~-~ ver dad ._, l xam ent o e tib iez a : estes, • d· .
e, ~sse desejo, como· já ant
es no. re ª · ,., d. .ain a _q:uan d o Ja ., .
t.1ves:
mostrámos \en·.~: 4i 4J :'é~ pri sem avan(i!a o a e a t, , via ilu mi nat iva , nec ess itam de voltar
mêíro pas so- par á ~-- per fei ção
. aos aus,teros exercícios da .
e) Co nse rva m con tud o alguns via pur gat iva , rec ons t~1.~ d·
apegos ao pec ado ve-
-~~
des d·e 'os alicerces o edi~ício ó
nial deliberado, e por con seg
uin te com ete m- no fre que n- ... . . · forças . é nec ess anoper fei ção ._P3:ra o~daJduda~
tem ent e ; ~ssim se di.sting nos seus es premurn-los. _cm a osa.
uem .das alm as em progre me nte con tra os -,perigo·s - do "I·
qu e se· esforçam •por ven cer sso re axa me nto ;e d a t·b· ~ l~Za,
qu alq uer afectó às fal tas co~ bat end o as . sua s .cau sas
veniais, pos to qu e de vez em . qu e são ger alm ent e •a. ur~
qu and o cai am em alg um as fle xão ou lev ian dad e, a ind -
volun~àriamente. A raz ão des olê nci a e um a cer ta p~s1larn-
tes apegos é qu e as pai xõe s mi dad e.
ain da não est ão bem do mi ··
nad as ; ·daí pro ced em movi-
me nto s fre que nte s e con sen 6~ 8. 3. º Duas cla sse s d~
tid os de sen sua lid ade , org . .. . t pri nci pia nte s. . E1:t~e os
u-
es , uns hã qu e mo stra
lho, vai dad e, cólera, inveja
, ciú me , pal avr as e act os con pnnc1p1an . m mais generosidade, ou-
- - d l
trários à car ida de, etc. Qu an
tas· pessoas , cha ma das dev o- t ros mw·to . me nos ,. don de . estas uas c asses qu e Santa
tas , con ser vam estas afeições Te res a dis tin gue ent re eles. .
d~s.ordenadas, qu e as lev am ··
a _com ete r fal tas venÍàis "d~ ·
ás e~p aem -a cai r de ,,ez ' em
... ,
-pr opó sÍt~ del ibe rad o, as~
qu and o · em
im e .
ª
) Na pri me ira mo ;ad a do
a San ta ess as a 1ma ·
Ca ste lo da_ adlm
bem enr eda das am a a,node scr re
' . .
faltas- grav~s -Y s q~e, mu
al um as ora çõe s, ma s nan~ o,
. .
65 7. 2.P. Di ver sas cat ego
; ,
t.~m con t~~ o. bon s des,e1os, '
ria s. Há , pois, di/ ere n- ctam ord ina ria me nte com o r::ª :-it o gch eio . de. mil ocu paç ões
"tes- categorias dê pri nci pia .p ·T· áin da mu itas pri~
nte s : .. _que lhe s abs orv em os pe~
s~~ e~: ~:~ ba~ :~a r del as uni
. . a) As almas inocente~, sões, ma s Mf orç _ª1 ;!:e :~: for a .vez
qu e dés,~jam , progredir na por out ra. ços , ent ram nas pri me iras
vid a esp irit ual : 'cri~nÇ9:S, jov erc e qua~
ens e donz'elas , pesso.as do dra s do Cas tel~ , nas ~ai.s bai xas ; com elas, por ém ,. se. int~o~
mui:i.do qu e, não content~s .. .s dan inh os ( as sua s pró
de ~vitar o p~ cad o grave·, que d.u~ um sem~n1:1m~ro e anJ pri as
mai r a bel eza do Ca ste lo e
re~ faz er ma fs alg um a coi
f eiç oar,-se.. Ma ior seria o seu
sa por De us e des eja m ap.
er-
- pai xõe s), q~e as E1mpedem
d
fica r tran qui las . sta mo ra ,v:e bem que a menos ele vad a,
a, - .
de lá
nú me ro , se os, sac erd ote s ' é já um a grande_ r~quez oré m são os -ardis e
tornass~m a . pei to des per tar a. ~i!r~~~:s~sras al:0as .de
nel as o desejo da per fei ção arti fíci os do demomo, pa1r8: qva nça i;;
id
no q1.teci~mo, no pat ron ato .
n.as diversas agremiações pa- e mundo, em que est ão am p me rgu lha das sol icit a-a s com
a . fa· ·cílmente são ven cid
roq~ia.is. Releia-:se, 1po-is, o
q;e seu s pra zer es .e hon rasit~r . e assim as,
m'ósi ( n:0s · 409-::4 30 ) . sobre este ass ~n to disse- ape sar de deseJa~em e\ r o pec ado e fazere_m obr as d.ign
as
_ ' 1 ·. · : _ at: lou vor 1. ,_, .· or ou . .term ~d os est as pes soa s pre ten dem
mu nd~ na . a sua fé não é
h) Os convertidos qu e, depois aliar a pie dad e com a vi
ªt d. n-ao é 'ass az forte e bas -
do gravíssimos pec ado s, vol de hav ere m com eti- ·
tan te esc ar 1 eci da a sua von a e gen ero sa
tam lea lm ent e a De ús, e, par • . ão sõm ent e ao pec a do, sen -
a par a as lev ar a ren ~~c iar ao
mais efi caz me nte - se afa sta .. . a cer tas ocas1oes per n_ . não com pre end em sufi-
rem do abismo , qu ere m tam b e1I1 . . d d igo sas •
.id_íf!.nt~ no 2~mt11:hõ· da per feiç~~- ir cienteme1:t: ª. necessl~é\ t'fi c:ç - frequente, nem da ngo .
diz~r qú e ·<:> · seu n~ me ro sed
Ai nd a aqu i pod em os i~~ ~o con tud à querem não -
a mü ito mais elevà do, ' se· os ros a pemltenc1a ºsu~amal~~- sõ~
mente sa var a mas ain da pro gre dir no qm
éoríf;sso·res fi~essem ~ú idi d~ . de -relem De us, faz end o alg uns sacrif1 ' _. · ·
or de
qu e, · par a n[Ô. sê' rJc ua i é pr~ hra r aos ·penit~~t~s c10s.
d~o avanÇ!'ll;', e qu é o {mico
1 Château, Pre mie res dem
eures, p. 47-48, 57-58.

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6l9 . 1) A seg und a cla
por San ta Te res a na seg und sse de pri nci pia nte s é des cri ta ·f· -
a mo rad a. São as pes soa s que A pu ri 1.caça0 Ja alm a é· pois, a pri .
me ira tat efa qu e
se dão à ora çãc e com pre end já
faz er sac rifí cio s par a pro gre em me lho r que é ind isp ens áve l
se im põe aos pri nci pia nte s.
dir , ma s que, não obs tan te, Po de- se até acr esc ent ar qu alm a se uni rá tan to
fal ta de cor age m, vol tam e
por vez es às pri me iras mo por . . am ent e com De us qu ant a . d
exp ond o~s e de nov o às oca rad o ma
siõ es do pec ado : am am ain as, rnais d1 tuf or. Or a a pur ific is pu ra e es-
pra zer es e sed úçõ es do mu da os açã o ser á ma is ou me nos ~~r
ndo , e de vez em qua ndo pre n i a t -
num a ou nou tra falt a gra rec aem fei ta, con soa n e os mo tivo ·" qu e a inspirarem e os efe ito
ve, ma s lev ant am ~se ràp ida s
por que . esc uta m a voz de me nte , " .
De us que as cha ma ao arr qu e pro duz ir.
me nto . A des pei to das sol epe ndi ~ · .
icit açõ es do mu ndo e do dem A) A pur ific açã o será imperfeita . f • · d'
med1tam sob re a fra gili dad óni o, , se or msprra a
e
a mo rte que · bem dep res sa dos fals os ben s da ·ter ra, sob re . de
as
am am cad a vez ma is Aq uel vir â sep ara r deles. E ent ão, sob ret udo por . motivos d tem or e de esperança, temor
, e dos ben s celestes. Os
ros os te~ tem unh os de am or e de que m rec ebe m tão nume~ do inf ern o e esp era nça o
l~u
; com pre end em que -fora del seus res ult adr is são incolm claro qu e a al~ a re-
pod em enc onf rar nem paz e nã:o ?
nem seg ura nça , e des eja m . e os : . . do céu mas não
os ext rav ias do pró dig o. É, evi tar eca
pois, um est ado de luta, em nu nci a ao P ddo mo rta , qu e a pn va na
sof rem mu ito das num ero sas
ten taç ões que as ass alta m.
que . f l
d pre nd e as a tas vem.a1s . até me sm o del, ibe ra d as.
em que De us se_ dig na tam ma s se .. es . t ,
- ·m ped em a ete rna sal vaç
Co nfo rm and o-s e com a von bém consolá"'.las e fortificá"'.las. por que es as nao i ão.
per fei çãc por exc elê nci a, tad e de De us que é o me B) H, pois um a pur ific açã f.
aca bar ão por sai r des tas mo io de a, .
o ma is per ei_ta, q~e,
em que circwlam ain da os rad as, s era nça tem por mo hvo
ani ma is ven eno sos , par a che se~ exc lui r o dm D e a e pn n-
à reg ião em que se ver
ão ao abr igo das sua s mo gar em ~es ejo de lhe agr ada r, e.
rde dur as 1• cip al o am or e . eus, do por
.
64 0. Nã o tra tar em os suc
ess iva me nte des tas du as isso me sm o, de evitar tu O uan to o ofe nda , ain da mes-
q
classes, po rqu e os meios, qu
e se lhe s dev em sugerir, são mo lev em ent e.
É t- ue se ven·f·ica a pal avr a do Sal -
edn ªEº q lh
· üfi naf os mesmos. Ma s o
dir ect or ate nd erá a cad a um va d or a, pec a dor a o van ge O ·. "Sã o-l he per doa..dos os
delas nos con sel hos par tic ula a que el a am ou mm·to 1 .
res qu e lhe s dar á. E "assim seus num ero sos pecda d os, por -f' ã qu
cha ma rá esp eci alm ent e a ate , É a est a seg un a_ pu n ica ç e dev em aspirar as
nçã o das alm as da pri me ira º,
classe par a a ma líc ia e os
efeitos do pec ado . par a a
1 ·
a1mas generosas ; 0 dir ector por em , não esq uec erá qu e
ces sid ade de evi tar as sua s ne- - - , zes de se elevar a essas
ocasiões, e exc ita rá nel as um mu ito s pri nci pia nte s nao sao
vivo des ejo de orar. faz er cap a . i·stir mu ito no amor
pen itê nci a e mortificar-Sie ; alt ura s d es d e od com eço , d. .
e com ms
alm as ma is generosas aco nse às - . os motivos de temor e
lha rá, alé m disso, me dit açã d e D eus, nao eix ara e propor
mais pro lon gad a e a lut a con o esp era nça qu e act uam mais . for tem ent e sobre E:ssas ·almas.
tra os vícios cap itai s, isto é, ..
cbii.tra essas ten dên cia s pro ,
fun das qu e são a origem
tod os os nos'sos pec ado s. de DIV ISÃ O DO LIV RO PRI
ME IRO

II. Do .d . fim tra ta- se de det erm ina


FIM QU E SE DEV E TER 64. h r os
. 2. Co,n. eci ara o atm
EM VIS TA O O
gir. Esses me i·os red uze m- se
.• .
64 1. Dis sem os ( n. 0 30 9) me,ios nec ess ano s p
ess enc ial me nte na uni ão com
qu e a per fei ção con sis te afi nal a dbis : a ora çao - qu e nos obt,em a graça.. e a
,
De us pela caridade. Co mo r. d a el~ Ma s a
por ém , De us é· a me sm a san mo rti nc aça- o, pel a q ua1 correspon emos ·
tid ade , não ê possível t€! un ·f· - t diferentes nom es, "' sea und o os aspectos
com Ele , se~ pos sui r a pur~za ião mo rh ica ça? orna . d
do coração, qu e com pre en- . cha ma -se penitência, qu an · d
de um du plo :elemento, a exp sob os qua is se. cons1 fit ~s ,º
iaç ão do passado e o desa- nos lev a a exp iar asd a ass ada s ; morttf i.cação pro.-
pego do pec ad o e das sua s
ocasiões para 2 {uturo. pri am ent e dita, q~ an o se P_ am or do pra zer , par a
opo e ao
1 Château, Secondes dem
..
eures, p. 64-75. 1 Lc. VII , 47,

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A ORAÇÃO DOS PRINCIP IANTES 369 r
368 CAPITU LO I
Noçõe s gerais. .

t
diminu ir o número das faltas n .
~~t:ci~ontra r°s :r~cados capitais, ~u1:~d :n~:;b: ~e
s pro un as que nos, arrasta m ao pecado . lut .
f~t ~: ~ Art.
. _
III . - Da me d1taçao. 1
Utilida des
dade.
e necessi
Da m e d.1t a ç ~_o dos
-

ra as tentações; quando resiste ao I d, , a con-


inimigos espiritu ais T . s assa tos os nossos princip iantes. ,
. emas, pois, cmco capítul os :
· ·
1 Métod os princip ais.
Cap. l. ,..._, A oraça-·o d
Ca , H __, . . . .ºs prmc1piantes. ART. 1. NECESS IDADE E CONDIÇÕES DA ORAÇÃO
eap.p 1·1·1· A AA pemte~ cra,- para reparar ·o passad o ·
i a
e IV In1orttf e çao, para assegurar o futuro.
.,..J

§ I. Neces sidad e da oração


eap. V .-A lula çontra os pecado s 'çapita is.
·
ap. · ,_, uta contra as tentaç ões.
644. O que dissemos do duplo fim da oração , a
adoraç ão e a petição (n. 503-50 9), mostra-nos bem a
05

das ~~1:Je :s~:~r ::~:s estmipoõer:1 · evide~ te~ente a práticu sua necessi dade. É eviden te que, como criatura s e como
, I . rms no pmneiro grau . - ,
possnf'e, orar, fazer penitên cia, dar-se à m;~tíficaç~ nao .e cristãos, sornas obrigados a glorificar a Deus pela ado-
crer irmeme nt nas. ver· da d. es revéIadas . a9, sem
sem esp . .i os ração, a acção de graças e o amor, e que, como pecado -
1- , ee amar . D .
·d_o·. .ceu • , . erar·
:.1ens
_, . . · , · na· ·u t·
,aencia ª f eus, sem se exerc1·ta r na pru- res, lhe devemos trihu~a.r as no~sas homen agens de re-
I . . . N • paraçã o ( n. 0 506). Mas aqui trata-se sobretu do da ora-
, . • ,. 1 s iça, na orta eza e . na tem
porem; · hão tratarem os dessa . . t d ~eranç a. ós,
ção como petição , e da sua necessi dade absofo ta come;
riiinativa , onde elàs atin ..• ~. t;,1_r u es, sen~o na via ilu- meio de salvaçã o e perfe;ç ão. ·
inen't' ,. ,; ; . ~~~ o seu pleno desenv·,f•:. olvi-
_. º •· li,, 1 ..
· ·· 645. A necess idade da oração funda-s e ria necess;
0

;-:i:,y1. dade da graça actual. É uma verdad e de fé .que; sem


. :i
:: 1~; '_):) i
. ·•,·::
~st~ grn.ça, nos achamo~~,f!~ impotê ncia rad(cal ,.5!e no<1
salv,armos e, com maiqr tprça .de razão, de atlngirmos. a
~ 1 : ·1 , .

, O! 1 •. A oração do; Princi piante s


.
l ·, :·lti;
p~f;üç ão: (n.º 126). o~ inós mesmos, por , n;i,cl,hor u~p
q.rf:~ façamo s da liberdB;d,e, não podem os nem dispor-nos
·: t : 1 ,.)

~4!t ,Já expuse mos ( ·•o, 49 9 .1 )


P.R~itivamente ' P/ifa a ÇÇfflY~rsão, n,em persev~ rw :por,,tem-
e/tdaêtá' ' da oração ' De a nat~r'é/ta e
'·'~-ili
essas, Wó., ~
- -b~ raoas
Iem 21 T '
. . . . pars ae
Ih Çoes PO:JlOtáveL nem sobretq tjq perseverar até à moitie : Sem
aos prmc1p1antes, será mister . 1 º in I mim, diz Jesus a seus discípulos, nada podeis fazei ; nem
siclacle e as condiç ões da or . - . . _
~uf c;ar-, es a neces-
açao , 2. orma-Ios pouco sequer ter um bom pensam ento, acresce nta S. Pauio,
pouco nos exercícios espirituais que lh a
___p_rrtgue é Deus que opera em nós o querer e o perfaze r :
--enstnar=Ihes a mc>di ãr. es convêm ;_ 3.º
"Sine me nihil poteslis lacere . .. non quocrs u}/icie nlcs
Art. I. - Da oração em geral. f Necess idade. simus cogilar e aliquid a nobis quasi e~ nobis. . . operaf~ir
1
1 Condiç ões. in vobis P.t velle d per/ice re" .
Art. II. Ora, à parte a primeira graça que nos é conferi da
- Dos princip ais exercíc ios espiritu ais. gratuit am~nte . sem a pedirmos, pois que é o mesmo prin-
• 1 s. THOM II II q 83
SUAREZ, De R.e/i-
cípio da oração, é verdad e const&nte que a oração é o
giolle, tr. IV, L:' I :' D~ o;atio e sAts comenta dores: III, L; I i TH. DE meio nonnal, eficaz e univers al pelo qual Deus quer quC'
VALLGORN ERA, quaest. II, dis) llev. LVAREZ DE PAZ,
t.
Tr~c~. ~' ct!scursus III ; L. J;
G ' Stmima t~1eo/. mysticae, 1.a Pars
l~
Medtlati on : S. ÂLPH. DE L1cuoR1 RENADE,nd Tra,té de l'Oraisoll et de 1 Jo. XV, 5; 1/ Cor. III 1 5 ; Phil. II, 13.
f SABRt, La Priere; P. R.AMJÊRE L'•
'
't'!r1ª fª
moyeri <ff la priere ,· P, MoN-
pos o at de /a pnere.
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24
r-11. "-''"'~·•yr,..._, J..J._,l,J .L .1. ........ .1,.,.....,,L..L .LC'-l.'1 .I.J..J\J
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,l .-
obtenhamos todas as graças actuais. Eis o motivo por que saberem, de pelagianismo ou semi-pelagianismo , imagi-
N. S. Jesus Cristo tão frequentemente nos inculca a ne- nam que com vontade e energia podem conseguir tudo.
cessidade da oração para alcançar a graça : "Pedi, diz Denlro em breve, é certo , vem-lhes a experiência mos-
Ele, e recebereis, buscai e encontrareis, batei e abrir- trar que as melhores resoluções ficam muitas vezes sem
-vos-ã'o ; p·orque todo o que pede ·recebe, quem busca efeito, apesar de todos os esforços ; o director tirará daí
encontra, e a qúem batê·'·abrir-se-á" 1 . Ê corno se disses- partido, para lhes lembrar, sem nunca se cansar, que só
se, acrescentam quase todos os comentadores : se não pe- pela graça e oração é que eles poderão chegar a cumpri-
dirdes, não. recebereis, se não buscardes não encontrareis. -las ; esta demonstração experimental confirmá-los-á sin-
Esta necessidade da oração, inculc.a-a sobretudo Jesus, gularmente r..as suas convicções sobre a necessidade da
quando se trata de resisitir à tentação : "Vigiai e orai, oração. Ao mesmo tempo ir-lhes-á também explanando
para não ·cairdes em tentação ; o espírito está- -pronto, as eondições da sua eficácia.
mas a carne é fraca : vigilate et orate, ut non int11etis in
tentatíonem : spiritus quidem pl'Omptus est, caro autem § II. Condições essenciais da oração
inÍirma" 2 • Donde conclui Santo Tomás que toda a con-
fiança, que não se funda na oração, é presunçosa, porque 648. Tendo já provado a necessidade da graça
,J
Deus, que não nos deve a sua graça em rigor de justiça, actual para todos os actos necessários . à salvação (n.0
rião prometeu no-la daria senão dependentemente da ora- 126), podemos concluir que essa graça é indispensável
ção. É claro que Deus conhece perfeitamente as nossas · para bem orar. É o qUJe explicitamenle declara S. Paulo :
necessidades espirituais, sem que lhas exponhamos; quer, ··o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, porquan-
porém, que as nossas orações sejam a força ·que mova a to nós não sabemos o que devemos pedir em noss:as ora-
sua misericórdia, a fim de o reconhecermos como autor ções ; mas o próprio Espírito ora por nós com gemidos
1 dos bens que nos outorga 3 • inefáveis : quid oremus sicut aportei, nescimus, sed ipse
i
5
i Spiritus postulat pro n.obis gemiUbus inenarrabilibus" ~.
646. É exactamente assim que o compreendeu a
l
'
l
Tradição : o Concílio de Trento, fazendo sua a doutrina Acrescentemos que esta gr~ça a todos é ofere~ida
1 ele S. Agostinho, diz-nos que Deus nos não ordena coisa até mesmo aos pecadores . e que assim todos podem orar.
l
Posto que, para orar, não seja necessário o estq,do J13
i nenhuma impossível: o que nos manda é fazer o que
j podemos , pedir o que não podemos e ajuda-nos com sua graça, é claro que esse estado aumenta singularmente o
'•
j graça a pedi-lo 4 . 'Por conseguinte supõe manifestamente valor das nossas orações , por nos fazer amigos de Deus
1
1 que há coisas impossíveis sem a oração ; · e é essa a con- e membros vivos de Jesus Cristo.
clusão que lira o Catecis'mo Romano : "a oração foi-nos Vamos examinar as- condições que a oração requer :
1 1.º da parte do objP.do ; 2.0 da pari-e de qnem ora.
1 dada 'como instrumento necessário para obter o que dese-
,: jamos ; é que, de facto. há coisas que não podemos al-
I. Da parte do oÍJjecfo.
r cançar senão com o seu auxílio" 5 •
1
649. A condição mais importante. da parte do
,647. Aviso ao director. Importa insistir nesta ver-
t dade com os principiantes; muitos. impregnados, sem o
objecto, é não pedir senão os bens que nos conduzem à
vida eterna, antes de tudo as gmças sobrenaturais, e se-·

i
,,
!1
,)
1 Mt. VII, 7-8. - 2 Mt. XXVI, 41 - S Sunz. theol. II , II., q. 83
a. 1, ad 3. - 4 Sess. VI, e. 11. - 5 « Quas preces tanquam instrumen-1
tum necessarium nobis dedit ad id quod optaremus consequendum ·
praesertim cum quaedam es~e constet quae nisi ejtts adjumento no~
cundàriamente, na medida em que nos; são úteis para a
rnlvação, os bens da ordem temporal. Tal é a regra esta-
í, liceat impetrare •· (Catech. Tridettt., P. IV, e. I, n. 3). 1 Rom. VIII, 26.
ij \)
J

t
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CAPllU LO l A ORAÇA O DOS PRINCI PIANTE S 373
beleci da pelo próprio Jesus Cristo : "Busc ai primei ramen - solacã o ou de aridez , de repoiso ou de comba te, segund o
te o reino de Deus e a sua justiça , e tudo o mais vos os d:esígnios da sua infinit a sabedo ria e as necess idade~
será dado por acrésc imo: "Quae rite prirnu m regnum Dei Ja nos;a alma. Não ternos, pois, senão que entreg ar-nos
et justitia m ejus, et haec omnia adjicie ntur vobis" 1. E compl etame nte a Ele para a escolh a das grav.1.s que no~
na verdad e, como já dissem os ( n. os 307-3 08), a felicid a- sã.o mais úteis. Evide nte que nos é permit ido formu lar
de como a perfeiç ão do homem , consis te na posse de qualqu er desejo , mas com humild e submi ssão à vontad e
Deus, e por isso mesmo nas graças necess árias a esse fim. do nosso Pai celeste : Ele nos ouvirá sempr e , se orarmos
Não devem os. pois, suplic ar coisa nenhu ma senão em como se requer ; muilas vezes , porém , nos conce Jerá mais
relaçã o com esse fim. e melho r do que pedim os; e , longe de nos queixa rmos
1.º Os bens tempo rais em si mesmo s são-no s tão in disso, não 9qdem os deixar. de o bem-d izer 1.
• feriares à. nós, tão incapa zês de satisf; z~r as aspi~ações
do nosso coraçã o e de nos lomar felizes, que de manei ra II. Condiç ões da parte do sujeito.
nenhu ma podem ser ob;eclo princip al das noS'sas oraçõe s. As condiç ões mais essenciais, para assegu rar a eficá-
Não obstan te. como temos necess idade duma certa me-
cia das nossas orações, são : a humild ade, a con/ia nça e
diania desses bens. para vivermos e assegu rarmos a sal- a atenção, ou ao menos o esforço sério para estarmos
vação, é-nos permit ido pedir o pão de cada dia, tanto o
do corpo como o do espírito . subord inando o primei ro ao atento s.
651. l.º A lmmil dalle deriva da própri a nature za
segund o. É que por vezes sucede que tal bem particu lar.
da oração . Como a graça é essenc ialmen te gratuit a, e não
que nos parece apetec ível. como a riquez a ,_ seria perigoso
temos direito nenhu m · a ela. somos,' diz S. Agost inho ,
para a nossa salvaç ão ; não é , pois . lícito pedi-lo seni:í.o
mendi gos com relaçã o a Deus, e devem os implor ar da
com subord inação aos bens eterno s.
sua miseri córdia o que não podem os alcanç ar em rigor
650. 2. 0 Ainda quand o se trata de tal ou quel de justiça . Era assim que orava Abraã o que, em presen -
graça particu lar, impor ta não a pedir senão em conformi-
ça da. Majes tade divil~a. se consid erava pó e . c~~~a ;
dade com a vontad e divina . Deus , na sua infinit a sabe- ,. Loqua r ad Domin um Deurn , cum sim pulvis e/ crms 2 :
doria. sabe melho r que nós o que convé m a cada alma , era assim que orava Danie l, quand o pedia a liberta ção
ccnfor me a sua condiç ão e grau de perfeiç ão. Como nota . do povo heb reu, apoian do-se, não em seus méritos e vir-
com razão, S. Franci s·co de Sales, devem os querer ::t tudes, mas na abund ância das miseri córdia s divina s :
nossa sah·aç ão como Deus a quer, e , por conseg uinte. " Neque enim in justi{icationilms noslris prosternimu~
querer e abraça r com resolu ção absolu ta as graças que preces ante faciem tuam, sed in miser:ationibus tui.s mui-
E1e nos distrib ui : porqu anto. é mister que a nossa von- tis" 3 : era assim que orava o public ano , .~ue foi aten-
tade corres ponda à sua 2 ; quand o. porém , se trata de dido. "Deus gropitius esta milli 72ecca tori . _4 engua nto
graças particu lares. como desta ou daquiela f-orma de ora - - ~ -orcrulhoso fariseu viu rejeita da a sua oração . O próprio
ção, de consol ações ou d~ secura s , etc., não se deve Jesu~ Cristo nos dá a razão disso : "Todo o que se exalta
pedir nada de modo absolu to, mas antes subord inar tudo
ao benep lácito de Deus 3 . Ele distrib ui as graças de con- f uturo e não para o present e; mas graças que suprima m bto~as
uldades e não que nos deixem esfor ços que fazer e o s,acu ts dqi!;
~encer. 'mas graças miracul osas que nos arrastem como os
1 Mt. VI, 33. - 2 Amotir de Dieu, L. VIII, e. IV. a S: Pa1;1lo, e
s O que faz, diz BouRDALOUE (Carême, para a quinta-f eira ~~~i;:Í 6: 5 aq:a~i: a1.i~:º :r~~~ ~%~c~! d~~ut~ d: ~o~~d!~1 qct:'i,/;
1.a sem., sobre a oração) q ue não sej amos atendid os, é que da ~i~~~
nos servi- eia e transtor nem tod3- a ecoi:iom ia d:t salvaçado ,_ d D
mos da oração • para ped ir graças q uiméri cas, graças supérfl uas, 1 Encontr ar-se-ao no livro Samt 1ban on v LEHODEY
segundo o nosso capricho e as nossas falsas ideias . . . Ora mos graças e OM • '
mos graças de penitência, graças de santificação ; . más graças e pedi- IIJe Partie consi deraçôes muito a propósito sfbrLe e~vffr fiº"
para o 2 a;,z. XVIII, 27, - S Dan. IX, 18. - e. , ·
.

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374 CAPITULO I A ORAÇÃO DOS PRINCIPIANTES 375

será humilhado , e quem se humilha será exaltado : quia Pai em meu nome , eu o farei, para que o Pai seja glori-
omnis qui se exaltat humiliabitur, et qui se hum,iliat ficad o no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu
exaltabifur". Os seus discípulos compreenderam-no per- nome eu vo-la farei 1 .. . Nesse dia pedireis em meu nome,
feitamente, e S. Tiago diz-nos com insistência : ''Deus e eu não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Pois que
resiste aos soberbos, aos humildes, porém, dá a sua graça: o mesmo Pai vos ama, porque vós me amastes" 2 • Seria
[!eu.s superbis resisiit, humilibus autem. dat gratiam" 1 , pois, desconfiar de Deus, e das suas promessas, seria me-
E não é isto senão jusliça: o soberbo atribui-se a si mesmo nosprezar os méritos infinitos de Jesus, e a sua omnipo-
a eficácia da sua oração, enquanto o humilde a atribui a iente mediação , e não ter absoluta confiança na oração.
Deus. Ora, quereremos acaso que Deus nos oiça à custa 653. b) É certo que às vezes, Deus Nosso Senhor
da sua própria glória, -p·ara alimentar e sustentar a nossa parecE:! tnostrar-se◄ insensível. às nossas orações. por querer
vaidade? O humilde, pelo contrário, confessa sinceramen- <me a nossa confiança seja perseverante, para melhor sim-
te que tudo tem de Deus: se Deus o atende, trabalha pela tirmos a profundeza da nossa miséria. e o preço da graça,
3
sua glória ao mesmo tempo que pelo hem do suplicante. mostra-nos , porém, com o exemplo da Cananeia , que,
65St 2.º E assim, a verdadeira humildade gera a até quando nos parece repelir, gosta que lhe façamos
confiança, virtude que se funda não em nossos mereci- .doce violência. Uma mulher de Canaan vem suplicar a
mentos , mas na infinita bondade de Deus, e nos méritos Jesus lhe cure a filha atormentada . pelo demónio. Não
de Jesus Cristo. lhe responde o divino Mestre ; dirige-se então a desven ·
turada mãe a seus discípulos e a tal ponto os importuna
a) Ensina a fo que Deus é misericórdia e que por
.com seus gritos que estes pedem ao Senhor que interve-
esse motivo se inclina com tanto mais amor para nr,s
nha.,-, A minha missão, replica Jesus:, não se estende
quanto mais reconhecemos as nossas misérias : porque .a
mais que aos filhos de l~ael. ,..., Sem perd·er o ânimo·,
miséria atrai a misericórdia. Invocá-lo com confiança, é
prostra-se a infeliz mulher aos pés de Jesus, -dizendo :
~final honrá-lo, é proclamar que Ele é a fonte de todos
.. Senhor, socorrei-me".,..., Não é bem, redarguiu Jesus
os bens e nada tanto deseja como conceder-no-los. É por
com aparente du~eza, tomar o pão dos filhos, para os
isso que na Sagrada Escritura nos declara vezes sem
lançar aos cães. ,..., É verdade, Senhor, diz ela, mas os
~onta que defere as súplicas dos que esperam nele :
cachorrinhos comem ao menos as migalhas que caem ,!a
Quon.iam in me speravif, liberabo eum: clamabit ad
mesa do seu dono. ,..., Vencido por confiança tão cons-
me, et ego exaudiam eum" 2 . Nosso Senhor Jesus Cristo
tante e humilde, concede enfim Jesus o favor solicitado,
convida-nos a orar com confiança ; e, para inculcar esta
curando-lhe naquele mesmo instante a filha. Podia acaso
disposição, recorre _não sàmente às exortações. mais insis- :i/
fazer-nos compreender melhor que, se, a despeito de to-
tentes, mas ainda às parábolas mais comovedoras. Deoois
~e haver afirmado que quem pede recebe, acresce~ta :
~t
:•}'••
·~¼·f
das as recusas, perseverarmos com humilde confiança,
. ·;· i~ podemos estar certos do despacho favorável 7
Quem de vós, se um filho lhe p ede pão, lhe dará uma
), 654. 3. 0 Mas a esta confiança perseverante é indis-
pedra?• .. Ora, se vós. com s:erd~s tão maus, sabeis dar -~.
coisas boas a vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que
\:•.; pensável juntar a atenção, ou ao menos um sério esforço
e~tá nos céus dal'á o que é bom aos que lho pedem ?" 3. para pensarmos no que dizemos a Deus. As distracções
E na última Ceia volta ao mesmo assunto: "Em verda- involuntárias, quando fizermos por as repelir e diminuir
de, em ,verdade, vos digo, ... tudo o que pedirdes a meu a sua frequência, não são obstáculo à oração, porque
a nossa alma, em virtude dos mesmos esforços que fa-
1 fac. IV, 6._- 2 Ps. XC, 14-15. Os que recitam o Ofício divino
sabem que o sentimento, que nos Salmos predomina, é o da confiança 1 ]o. XIV, 13-14. - 2 ]o. XVI, 26-27. - 3 Mt. XV, 24-28.
em Deus, - 3 Mt. VII, 7-11.

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376 CAPITU LO I A ORAÇÃO DOS PRINCI PIANTE S 377

zemos_. fica orient ada para Deus. Mas as distrac ções vo- ções, é tríplice : 1) quand o nos aplica mos a prónun ciar
luntárias, que admiti mos de propós ito delibe rado, ou não bem as palavr as, a atençã o é verbal, e supõe já certo es-
repelim os senão frouxa mente ou aceita mos nas causas forço para pensar mos no que dizemo s ; 2) se nos esme-
que não querem os suprimir, são, nas oraçõe s de preceito. ramos de prefer ência por compr eender bem o sentido das
faltas . veníai s, e, nas outras., neglig ências , faltas de res- pa[auras, chama -se a atençã o literal ou intelectual ; 3)
p,eito para com· Deus, que o não podem predis por muito se, deixan do de p arte o sentid o literal, a alma se eleva
pata no·s despa char favorà velme nte. A oração é uma au- a Deus para o adorar , bem-d izer, unir-se a Ele. ou pene-
diênci à, · que nosso Criado r se digna conced er-nos , uma trar no espírito do mistério que se venera , ou pedir f\
convefs'ação com nosso Pai do céu, em que lhe suplic a- a Deus para o adorar , bem-d izer, unir-se a Ele, ou pene-
mos -queira .escuta r as nossas palavr as e atende r os nossoc; · · trar no. espírito do mistério que se venera , ou íledir a
requer imento s : "Verb a mea auribus percipe, Domin e . .. tanto aos princip iantes, como às almas adiant adas. O que
intend e voei orationis meae" ; e entãá, no própri o mo-
1 se deve, pois, recom endar aos que começ am a libar R
m:ento em que lhe pedim os se digne ouvir-nos e falar-n os, suavid ade da oração , é o primeiro ou o segund o dos três
não havíam os de fazer um sé_rio esforço, para compr een- modos de atençã o, segund o o caráct er de. cada um, as
dermo s o que dizem os e estarmos atento s às inspira ções suas inclina ções e as circun stância s em que se encont ra.
divina s? I Nãb seria isso uma incons equên cia agrava da
ART. II. Dos EXERCÍ CIOS DE PIEDAD E
aom uma falta de religião ? Não merec eríamo s a exprn·
DOS PRINCI PIANTE S
bração que Jesus Cristo Nosso- Senho r dirigia aos F arí-
seus: "Este povo honra- me com os lábios, mas o seu
657. Sendo a oração um dos grande s me~os de sal-
cbraçã o está longe de mim : Popitlus hic labiis me hono-
vação, o directo r iniciar á pouco a pouco os p_rincipiantes
rat, cor autem -eorum longe est a me?" 2 •
na prática desses exercíc ios espirit uais que formam a tra-
· ' · 6SS. · É necess ário, pois, fazer sérios esforços para ma duma vida ·seriam ente cristã, atende ndo à sua idade,
afugen tar pronta e energicamente as distrac ções que se vocaçã o, devere s de estado , carácte r, inclina ções sobre-
nos aprese ntam, saber humilh ar-nos por esse motivo-, apro- natura is e progressos na vida espirit ual.
veitan do-nos delas para renova r a nossa união com Jesus I
658. 1. 0 O fim, que se d,eve ter em vista, é chegar
e orar com Ele ; é preciso també m ir diminu indo o núme-
prog·ressivamente a formar as almas no hábito , ou prática
ro das . distrac ções, comba tendo vigoro samen te as suas
·causas, a dissipa ção habitu al, a divaga ção consta nte, as habitu al da oração , de tal sorte que a sua vida seja, até
preocu pâções e apegos que cativa m o espírito e o cora- certo ponto, vida de oração ( n. º 522). É, porém , eviden -
çã_o_. e. acostu mar-se pouco a pouco à memó ria frequ-en- te, que se requer tempo notáve l e esforços prolon gados,
.:. _ _temen te renov_ada da presen ça de Deus pelo oferec imen- - -~.-Rara a alma se avizin har deste ideal que não está ao
--
alcanc e dos princip iantes, mas que octire ctor eleve co- - -
to1 das obras e piedos as oraçõe s jacula tórias. Empre gados
estes meios; · não há motivo para nos inquie tarmos das nhece r, para melho r guiar os seus penite ntes.
di.~tràcções i~volu ntárras que nos atrave ssam o espírit o 6S9. 2. º Os princi pais exercí cios que servem para
ou pertur bam a imagin ação : são provoc ações, não faltas : transfo rmar a noss·a vida em oração h~bitu al, são, além
se· ·sotiheri:nos tii'ar provei to delas, aumen tar-no s-ão até os das oraçõe s da manhã e da noite, a que os bons cristãos
mérito s e o valor· das 0raçõ~s. •.
nunca faltam :
636. A ate~çã ~, que pode~ os ter em nos'Sas ora- A) A meditação da manhã , de qµe vamos trata,r
l Ps. V, 2-3. - 2 .Mt. XV, 8. logo em seguid a, e a santa missa; com a sagrad a comu-

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A ORAÇÃO DOS PRINCIPIANTES 379
378 CAPtTULO I

vigÜância é o melhor meio de evitar ou reparar imediata-


nhão, que nos mostram o ideal a d .
nos ajudam a realizá-lo ( n .º 524) .qfia/h:mos aspirar e mente as faltas mortais que lhe.'> poderiam escapar num
por
, causa d dos seus devere·s de es taclo nao - popdessoas que, momento de surpresa.
. t·
n missa to os os dias .
h d _ .'·
(
, po erao supri- a com em assis ir 66'l. S.º Conselhos ao director. A) O director
n_ ão espiritual. que se poderá fazer ao f' tyna cod~u- velará para que os seus penitentes s·e não sobrecarreguem
çao, ou até no meio de ocn - m~ e a me ita- ele exercícios de piedade excessivamente numerosos, que
caso, será mister ensiná las .a p;.çoes manuais. Em todo porventura prejudicasS'em o cumprimento dos deveres do
comunhão quancl d- uar fruto da missa e da próprio estado . ou fossem obstáculo à verdadeira devo-
.d · 0 pu erem assistir, adaptand ,
capac1 ade o que dissemos (n.ºs 271-289) oba suda ção. É claro que vale muito mais rezar menos orações,
a, seguir com verdadeira com ' _ · : . e so retu o mas fazê-lo com mais atenção e piedade. É o que nos
dos domingos e f t . . preensao os of1cros litúrgicos diz o próprio Jesus Cristo : " Nas vossas orações. não
es as, pois que a s nt I·t b
compreendida , é uma d as me Ih a a dei urgia, em multipliqueis as pa.l'avras, como fazem Ós gentios, que
ores escolas perfeição.
imaginam ser ouvidos à força de palavras. Não vos pare-
66 º·
B) No decürso do dia ·
além do o/erecimento f. · impo rt a · aconse II1ar, çais com eles , pois que o vosso Pai sabe o que vos é pre-
úcções rinc· . I , equentemente renovado das ciso. · ât"i.tes que lho peçais" 1. E é enlão que lhes ensina
, [ ?rpa1s, a gumas orações jaculatórias 1 essa <mrta e substanciosa oração elo Padre-Nosso, que

im tº prin-
b oas eituras em relação com t d d , a gumas
cipia1r, Sobre· as verdades funda':.:nt:is'
pecac o, mortificação confissão e
·r-·1,.
. p ornem,
contém•tudo quanto podemos pedir (n.º' 515-516). Ürà,
há principiantes com propensão a imaginar que quanto
acrescentando alaum~s 1 .. u f· · dxames e consciência, mais orações vocais recitam,· 1tanto mais piedosos são.
•, . ·• I, .· b rno,...ra ias e santos céleb • I Recordar~lhes a palavra do diviho ~1estre. e mostrar-lhes
pratica ca virtude ela p' ·t~ .·.. ,·. ·1 lespea
·uma
· Iuz para • a inteligên .
em encra · es a ·t
. 1 • .t·· SI s eI mas se~ão que' ·1.üna oração atenta de dez minutos vale mais que
e· ,. ;1!•• ' • . _eia, um es imu o para a vonfad ' uma de 1vinte, entrecortada·/de distracções mais ou menos
um• exce ente
d .. ·7'· . de .f. ac1·I·tI ª!
',, meio · •·a mec · Iilação . ,. . . ., A . . .e voluntárias será prestar-lhes um grande serviço. E, parâ'os
t -
t ·r •· W. .
'de✓o.ção
t açao O . erCO COm reCI-
ffieÍltará 'â éljudar a fixarem u alcnção, leinbmr-sr-lhes-h que"algdns
e
>1 sªsc1~!1ve~p _
• irgemeo '·t d · · a.d~
a çao _ dohs bmistérios, l· ' ·
.
se~uridos, empregados effi I colocar-se na presénça de
com Nos·so. Senhor •
Jest, ·e-, . t .
lS _,ns o. ,-..,
. '·A .. a i ·o a
ms1tn ao SS mo ·S ' 'uniãó
Deus ,e unir-se com Nosso· Senhor J0.sus Crist.o ,l a'.ssegit~
cr.amento, ··OUJa duração vanara,,cmn . , farme " as L. . - a- rarãoHáingularmente a efidáoia . da oração.
1
· •r: ;,.. 1 ·
reanimará 0, i éspírito d'e pie . d a d e·:· po d ocupaçoes,
. .
com proveito da lrnilacão b . t d I eremos serv1r-nb$ 66'.'S. B) Quando as 1 \-nesmas orações se · ié'petem
Visitas ao SS mo S ' ' so re u O e O quarto livro, e das muitas vezes, é útil. para evitar a rotina , ensinar um mé-
e • . acramento e1e .... ~ .Af onso de l:..,iguori. todo simples e fácil para fixar mais perfeitamente a aten-
66>1. C) A noite, um bom exame: ele con.s · · ção . Tal é o caso, põr exemplo , parn o Roshrio ; se se
c:omp 1clac1o pelo e.\'.Cltne parlicula 1, . l . , ciência, tem cuidado de meditar sobre os mistérios, com fl clnpla
tes a conhecer as pró . f ' aJm ma os principian-
dios' a re >. drras raquezas, a prever os remé- intenção de honrar a SS.mª Virgem e atrair a nós a vir-
ih pc r .ª ~anta e na firme resolução de pr
me or, e assim impe<lirá que v h
d tude especial que corresponde ao mistério, tira-se muito
. oce er muis fruto da sua recitação , que então se converte numa
mento ou tibieza. Neste onto :n, a~ad carr no relaxa- pequena meditação. Mas nesse caso não será inútil fazer
cordar o que dissemo . bp era am a necessário re-
s so re os exames (nos 460 47 ) notar que, geralmente ao menos, não é possível atender ,
so b l'e a confissão (n.ºs 262-269 ) _ ' · - 6 ·e ao mesmo· tempo . ao sentido literal da Ave-Maria e ao
principiantes se devem es . l . nao esquecendo que os
faltas veniais de propós/c~r f~nI entel exa~inar so bre as 1 Mt. VI, 7-8.
o e I Jerac o, v1Sto como esta
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380 CAPiT ULO I
para que a oraçã o mere ça o nome de medi tação , é
mister
cspírilo do mistério, e que b m vista um a ou que .;e prolo ngue algum tem[>o e se distin ga assfrn
outra coisa. asta ter e das
oraçõ Aoes passo
jacula tórias
que as . alma s vão avanç
ando na perfe ição
~ ART. III. DA MEDIT AÇÃO l e adqu irind o convi cções que lhes basta renov ar rà.pid
amen-
te , vai-se simpl ifican do a oraçã o, que po; vezes consi
o Expovemos .· l · º A s noçoc
ste
2 _ s ge . · b num simples olhar afect uoso. como adian te explicaremo
: ."" sua.s utilid
istmti vos d
ades · . 'ª" so re a medi ta • . s.
d e neces stdad e . 3 º
çao , . 665, 2.º Origem. É necessário distinguir bem
dprinc ipais. a me ilaçã o dos princ ipia;t es··' 4 ·~s oscar~ct en-
metoedres
os tre a oraçã o em si mesm.a. e os méto dos d.e oraçã o.
• . A) A medit ação, sob uma ou ou.tr'a forma , existi u sent~
§. I. Noç ões gera is . pre, os ewito s dos P,ofefüs, os Salmos, os Jiv,OS Sapie
n•
dais estão cheios de meditações que alimentavam a piedli
664. Noçã e l dos Js,ael itas; e Noss o Senhor Jesus Cdsto , insistindo de
( n." 51.0), que ohá .
edem entos const itutiv os D o culto em espleito e verdade, passando noites em oraçã sobre
uocal' que se
expn.me uas espéc J ies de oraçã o• : a i~em_os orand o longamente no Ja,dim das Olivei,as e no Calvá o,
mentol, que f por pa avras ou gest rio,
oraça o prepa rava o caminho a essas almas intedores que devlam
uma elevaçãose az [~o interi or da alma E~st , edaf_ atrav és das idade s, retira r, se à cela do coraç ão, para •
Ih oração lá ora~
. e rende rmos as d ·dªº da nossa alma
e op ,caç· . sa e m . rem a Deus em secreto. Os Hvros de Cassiano e de S.
a D Clíma co, sem falar das obras dos Santo s Padre
João
ossfm rnelh e-se: s, tratam
evi os lwrne11agens eus, para explicitamente da meditação ou da oração, e atê das
C ores para sua glória e nos torna rmos formas
mais eleva das, como a conte mpla ção. Pode, se dizer que o
,omp reend e cinco ete . . tratad o de S. Berna rdo De Consi deratí one é . afinal
rch·s de religião que s t ·bmen tos prmc um tra~
" or J " e n utam a D ipais : 1) os d eve- tado sobre a necessidade da reflexão e da meditação.
A Es-
esus ,_..,.risto ou aos S t· eus , ou a Noss o S cola de S. Vkto r insist e muito na prátic a da medit
. eus e a ação, para 1 ,.
bust s nossa s
e an os . 2) co
relaç ões com Êl ·J
. ns, erações sobre e- a alma chega< à contemplação 1 . Ê sabido quanto o Douto .i
D Angélico recomenda a meditação, como meio de cresce 2r 1 1
re/le :~:s ::b~~nvni~ções acerc a da:· ;,,~:d:lsime~tt~r amo< de Deus e de se lhe da< o homem completam r no 1 l

lt os mesm o· e ro-
cns as• 3)
ente . .'
I'

ú ura vamo s na prátic a d


666. B) Quan to à medit ação ou oraçã o metód ica, sa~ 1 j
s, . parda verifi carmo s em , q
ment e d ·t be-se que data do século XV , encontra-se exposta no ''
lhor pra;. as, para pedir mos v,rlu as e< . 4 ) ue tum de João Maub urnus J e nos autores beneditinos Rose•
a araç; , orações pràpr ia- da
1carmos est ., neces sária . mesma época, S. Inácio, nos Exeecicio, Espirituais, dá
para melh or proce d a ou aque la virtu de. 5) Pªí" métodos de meditação, muito precisos e varia dos, Santa vãrios
me·
estes acto . ermo s no futur o N· ', reso 4ções, ,esa descreve melho< que ninguém os diversos géner Te•
n,m que t'ode "1ªm na ordem que. ac:b e necedss~rio
que o,açã o, e os seus dtscipuJos t,açam as reg,a s da o,aç•os de
os e es· se encon trem o me•
na mesm amos
a ora. e- mdic ar , tódica ·• , S. f,anc isco de Sales não deixa de esboç
método de o,açã o à sua Ftlotea, e a Escol a F,anc esa wn
a<
século XVll - teYã dentro em brev_e_()_ _seu pcópeto, que do
--~ JoAN M
çao ; mas
Olie< e M. Trnns on apeefeiçoatâo, e qUCfiõjr se cham M,
1
rum m,dllaÍlo '"'""u s ,--J<o,,tam
t~dom' , S.e IoN':::i/ Ex.m .
ritual,
a •·•r-'
ÜARCI;"- DE CisN:;~~citiorum. spirltualium
d.,e<ç io do p '..,;oth"!u• de, Ex,r/r'°•' eom
tia ,pirUa E.wrc,taforfo do l ldt sacra_-
, a- O-
Da º" · . · A>ruo,N,. R · '"' d,
os seus di, a ' a e,p,- métod o de S . Sulpí cio .
S. lgna
A M,s[ ~~,;/ c/'·,Çl,.,.,l, J;::'/f,/'';;• f.x,r,f do, J;'• ~~r"!••
«ios C,m.,,- 667. Oiler ença entre a meclitaçiio e a oraçã o. Os
sob ,
í~À':ca:nion. y'm:d1::ci:; :ªs vvitab [e o:ais:,:·~t~n

--
t ermo s ,nedi façõo e oraçã o toma m-se muita s vezes
, °' lEt de ,/~t~i t:dio,~: urn
Jc'amil ieres "sar L.u,e<
l'or ·' De' · '·
orationeSms eh/ t'v:'te dévote "º
· , Partº' IAcehANITARA,' 1 Cf. S.
ºº"º"
, p ;,;, pl,~'; , ª·' "ª
t ,amll ,= ,,'; .
itmm,nta l scmM " '°ªª
au, ',µ · Cm ' fa,truc
a,""• ' ' · -IX· m,dU aM• "ª
HUGO DE. V1croR , De modo dicend i et medita tidi ; De
,,.dlt, MI o,tift /ia. P, L. CLXXVl, ,m-88 0; 993-998
ti,,,; .-
Proii 'u,. ·," ;,Pm ,, Pr,u .''""' ~.=n tat,: ·v ., tr. !, a,t, 5;
• 5,,m. ,..,,. Jl, II ,
q. 8', a 3, - s \V•"'"'"•
mltha&q,,., R"· d! ,Wiliqa, ,t d, My,t.,!{.!•"'· 1923, 13-29·
La mUUallaa
l'orati on t,,f,::íª"fª
menta/e de S · SueÍpzce.
m,ata1e::'. f'.~am,, eh. XV ; }'.'::• ,;;•• fült,
. e et IIe Partie .', L ETORNE 1
jaAo o, J.,us MAID•, [Mir" 'li'" &s no,t,es, 3• Paüi< - 4 V, P.
, eh. II, § 2.
OM VITALAU ' LEHODE
La MéYrhode Les d'AU~IGN
Vozes Y;
oraisode
n

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382 CAPI TULO I A ORAÇ ÃO DOS PRIN CIPIA NTES 383

pelo outro lá o nosso amo r; ao Calv ário. para vermos lá o nosso


serva-s'e par; quan dol sef dislin
, . guem , o prnn • .. exem plo ". _, Desa pega-nos lamb ém do mun do
prtedomi~a : :i:,~ J'era ~~:•
es a razao
.
0 :e euo nome re-
t:.~: ~ci: i~nl :l, qem que
, se c h ama me dilação discursiua, . a ue, por
folsos praz eres; relembra-nos a fragi lidad e dos bens
porais; os cuida dos que nos acarr etam , o vácu o
e dos seus
tem-
e o fastio
d
d enom maçã O ap I·rca-se pre f erent emen le àque , la segu n a que deixa m na alma ; perm une-n os contr a a
perfí dia e
f
e oraçã o ment al em q
SOS ou os actos ·d: vont
cursi va conté •, f ªt e.
:r
m Ja a ec os e as
l
Mev a ece~ ?s
f s orrnas
a ectos piedo -
ª prop na medi
conu pção do mun do e faz-nos comp reend er que
pode ser a noss a felici dade . ,....., Desa pega -nos
de nós mesm os, do nosso orgulho, da noss a sensu
só Deus
sobre tudo ·
a oraçã o . f t · tação dis- alida de,.
ment e prec edid a ou acom ~anh ad d la ec iva , l pond o-no s na prese nça de Deus , que é a pleni
ções ~ t d I e gdera -
ª e ª guma s consi era- ser, e tl.0 nosso nada ; e mostra.ndo-nos que os
tude do
, ·Xlcep_ o. quan o a· a ma é arreb atada pela- l praze res
cont emp açao . d dos senti dos nos envil ecem abaix o dos irracionai
uz a s, enqu an-
to as ·aleg rias divin as nos enob recem . e eleva m
. · 66 8. O géne até Deus .
aos principiantes é ro de or ç-
o da [
ªd·tªº _qude· gera_mente conv ém h) Fortifica-rios a vontade, d·ando-ri.os não some nte
, me i aço.o
C' nece ssári a para adqu · .
iscur swa l Ih conv icçõe s, como acab amos de -mos trar, mas
mrem ou con f irm , a qua, es curan do
conv icçõe s. Há cont ud l f . arem as prop rias pouc o a pouc o a nossa inércia, cova rdia e incon
stânc ia: é
e o princ ípio dão l O a mas a fectrvas . q ue, quas d que, efect ivam ente, só a graça de Deus , auxil
d deve e es- iada pela
se fazer ,notar qa~gas aoslha ectos ; a todos , poré nossa coop eraçã o, pode curar essas fraqu ezas.
. . e a me or parte d m, Ora, a
s1ste nos actos da vont d . - oraçã o faz-n os solic itar essa graça com tanto maio
a e. a oraça o can- r ardor
quan to, por meio da refle xão, melh or senti mos
a nossa
§ II. ·U tilid ade s e nece ssid ade da impo tênci a ; e os actos de contr ição, de firme
oraç ão propó sito
qne form amos dura nte a oração, com as resol
uções que
L · Utilidades. nela toma mos, são já uma coop eraçã o activ a com
a graça.
669. '.A. me dit ação , tal como a d 670. 2.º Faz- nos, além dis·so, praticar todas as gra.n-·
líssim a à salv - f escre vemo s, é uti-
açao e per eição . des virtu des cristãs : 1) ilum ina a noss a fé, pond o-no
s
1. º Desa pega -nos do peca d0 ct.iante dos olhos as verda des etern as, suste nta
a nossa
na verd ade · · ,
' se peca mos e por irref[ e d as suas causas. E esperança, dand o-no s acess<J junto de Deus , para
vonta de. Ora a mel t ~ - f d obter-
. exao e raqu eza e mos o seu auxíl io, estim ula a noss a carid ade,
) ll . J açao corrrge esse, dupl o defei
to.
mani fes-
tando -nos a ·belez a e bond ade de Deu s ; 2)
a umm a-no s sobre a malícia d torna-nos
l mero sos efeito s, mostrando-no-1 . , l o !ecDa d prud entes , pelas consi deraç ões que nos suger e,
1 o e seus te- antes de
nidà de e do f J · os ª uz e eus, da eter- passa rmos à acção , justos, conf orma ndo a nossa
vont ade
1
di:z o p Cr quet Iez esus pp.ra expia r o peca com a de Deus , fortes, torna ndo- nos parti cipan
do. "É ela tes do
. . asse , que nos cond ( I
aos sagra dos deser tos • pode r divin o, temperantes, mitig ando o ardo r
· · em que se uzencope o pens
nt D amen ,
to)
desejos e paix·ões. Não há, pois, virtu de cristã
dos nossos
t 1
paz, no repoi so; no silên cio e no rec Ih. ra que n_õ.o
eus so na possa mos adqu irir com a oraçã o quot idian a; por
'1 nos leva espir itual ment e . f o imen to. É ela que ela ade-
mos o nosso lugar . . ao i_nt., e_mo, para lá conte mpla r- rimos à verd ade, e a verd ade, livra ndo- nos
dos nossos
, 1 .
ulbm a jazid a . ao , , ao cem1. ena d , p ara verm os a noss a vícios, faz-n os prati car a virtu de : "cog nosc etis
. , ceu para a mír veritatem,
ao vale de Josa fat ·. et veritas liherahit vos" 1 .
. , paia verm os O arma s o nosso trono ;
no s . . B I
para verm os lá o nosso Salv ado . 671. 3. 0 E assim é que ela prepara a noss!:1- união
r , ao Ts aº1 or,
JUIZ ; a e ém,
para verm os e
1 /1tStructions sar l'oraisOtL. Métho d e d' oratso
. n, eh.. I, p. 253-254. 1 Jo. Vlll, 32.

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I.....Al-'11 ULU 1 A Ut<.A."AV uu~ r1'..1.L"'t"--.1.c .1,ru....... L...w

al é il nossa lransfor mação em Deus. É que, na ,·erdade . seria possív.el apresent ar-se um Lodos os dias diante de
a meditaç ão é urna convers ação com Deus, que dia a dia D eus, autor de toda a santidad e , com a consciên cia clara
se loma mais íntima, mais af ectuosa, mais prolong ada. de pecado mortal, sem tomar, com o auxílio da graça, a
porque se continu a no meio da acção em todo o decurso firme resolução de detestar a culpa e ir lançar-s e aos pés
elo dia (n.º 522). Ora, à força de frequen tar o autor de dum confessor_ para obter o perdão, cuja absoluta neces-
todas as perfeiçõ es, vamo-no s deixand o embebe r e pe- sidade vê distinta mente? Se, pelo contrário , não há um
netrar por Ele, como a esponja que se impregn a do lí- moment o fixo e um método determi nado para reflectir
quido em qne está mergulh ada, como o ferro que, colo- sobre as grandes verdade s, deixa-se a alma arrastar pela
co.do na frágua, se abrasa, se torna maleáve l e toma as dissipaç ão, pelos exemplo s do mundo, e lá vai insensi-
qualida des do fogo . velment e reswalando para o pecado.
674. 2. 0• Necessi dade moral da õtação para ·os
II. Da necessidm le da oração. / pastore s de almas. Não falamos aqui dos sacerdot es
6·72. 1. º Para os simples cristãos . A ) A medi- que, sendo religiosos e recitand o o ofício divino pausada
tação metódic a é um meio de santifica ção efi cacíssimo ; e devotam ente. podem encontra r nessa recitaçã o e nas
não é contudo necessár io à sa'lvação, para a totalida de leituras e orações que fazem o equivale nte da oração.
ios cristãos. O que é indispen sável é orar, para prestar a Observa mos contudo que, até mesmo nas Ordens reli-
Ueus as devidas homena gens e receber dele graças : o giosas em que se canta o Ofício, a regra prescrev e a~
que, evidente mente, Sie não pode fazer sem alguma aten- menos meia hora de meditaç ão, preciS'amente porque ha
ção do espírito e desejo do coração .. Já se entende que é a persuasã o de que a oração mental é a alma das orações
preciso acrescen tar à oração pondera ções sobre as gran- vocais e assegura a sua fervorosa recitaçã o. Acresce nta-
des verdade s e os principa is deveres cristãos e acompa - mos que as C~ngreg ações fundada s desde o século XVl
'
nhá-las de ref!exões sobre nós mesmos ; tudo isso, po- insistem mais ainda na oração, e que o Código de Oi-
'. I rém, se pode fazer sem meditaç ão metódic a, ouvindo as . reito Canónic o prescreve aos Superio res que velem para
que todos os religiosos, não legitima mente impedid os,
instruçõ es paroquia is, fazendo boas leituras e examina n-
i1
11 do a própria consciên cia. consa arem cada dia um certo tempo à oração mental ,
1

F ;lamas: porém, dos sacerdo tes ocupado s em minis-


: 1
1 1 675. B) É contudo muito útil e salutar a todos os
téri.os, absorvid os nos trabalho s apostóli cos , e diz-emos : ,. . . .,
1: que querem progredi r e salvar a sua alma, tanto aos prin-
São tão numeros os e importa ntes os deveres que eles têm
cipiante s como às almas mais adianta das ; pode-se até
J de cumprir sob pena de pecado grave, e, por outro lado ,
1
dizer que é o meio mais e/icaz de assegurar a própria
1: encontra m-se tantas vezes expostos a tentaçõe s tão im-
1!
salvação ( n.º 669). É esta a doutrina de S. Afonso, que
1; portuna s, até no mei_o do exercício do seu ministéri~, que
1. deln. dá esta razão : com os outros exercíci os de oiedade .
a prática habitua l da oração, a uma h.ora determm a_d_a_,_ _ __
- como o rosano , o pequeno ofício de Nossa:-S e; hora ,
jcjurn , pode-se , infelizm ente , continu ar a viver no peca-
-i-- lhes é moT'almente necessár ia µara a persever ança e san-
do :mortal ; mas com a oração não se pode permane cer tificação .
muito tempo no pecado grave : ou se aban donará a ora- 675. A) E na verdade , para resistirem a essas ben-
çã.o ou se renunci ará ao pecado 1. E na verdade , como tações e cumprir em fiel e sobrena turalme nte todos os de-

. l < Cum 1eliguis píeta!is operibus potest peccatum consistere, sed er ant . sed qui orationem non intermitti.t, impossibi,le est ut in Dei
non possunt cohabttare ?raho et. peccatum ; anima aut relinquet oratio- ~fffnsa ~itam prosequat ur ducere .. ;, (Praxis confessal,:ll! n_. 12'.l{'gitime
nem aut f! eccatum ..• Atebat e111 m quidam servus Dei quod multi reci- 1 Can. 595: • Curent superiores u~ O!flnes re.1g1os1.,; e
tent rosan um, oficium B. M. Virginis, jejunent, et in peccatis vívere · di'tt' quotidie sacro intersint, orattom mentall vacent •
non 1mpe 25

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386 CAPITUL O I A ORAÇÃO DOS PRINCIP IANTES 387

veres, é indispen sável que tenham convicçõ es profund as e rifica a Deus e salva as almas. Ora, como se unirú o··
graças escolhid as que lhes sustente m a vontade vacilan- sacerdo te a Jesus, no meio das ocupaçõ es e preocup açôes
te ; ora, por confiss•ão de todos, é na oração quotidia na do sreu ministér io, se não tiver tempo fixo e suf icienlc-
que se adquire m tanto estas como aquelas. · mente prolong ado, para se retempe rar nessa união, para
E não se diga que também eles podem encontra r na pensar longame nte, afectuos amente nesse divino ~?dela ,
santa missa e no ofício divino equivale ntes da oração. 8 cer- e por meio da oração atrair a ,_si mesmo o seu esp_~1to, as
to que a celebraç ão da missa e a recitação do breviário , com suas disposiç ões, a sua- graça I Median te esta urnao cen-·
atenção e piedade, são meios eficazes de persever ança e pro- tuplicam -se-lhe as energias , aumenta -s,e-lhe con~ide ràvel-
gresso. Mas a experiên cia mostra que um sacerdote, absor-
vido nos trabalho s do ministério apostólico, não se desem- mente a confian ça, fica assegura da a fecundi dade do
penha bem desses dois deveres tão importantes, se não vai seu ministér io : não é ele que fala, é Jesus que fala pela
haurir na meditaçã o . habitual o espírito de recolhimento e sua boca tanquam Deo exhórtà nte per nos ; não é ele
oração. Se descura este santo exercício, como encontra rá ele, que oper~, pois não é mais que um instrum ento nas mãos
no m_eio da barafund a das ocupaçõ es que o cercam, tempo
para se recolher seriamente e retempe rar o espírito sobrena- de Deus ; e, como se esforça por· imitar as virtudes de
tural 7 E, se assim o não fizer, bem depressa será invadido N. S. Jesus Cristo, o seu exemplo arrasla as almas, ainda
por numerosas distracções, ainda no meio dos mais santos mais que as palavras .
ministérios ; as suas convicções irão esmorecendo, a energia , , ..
Deixe d.e fazer meditaç ão . é perdera o habito do .
diminuindo, as negligên cias e fraqueza s aumentando, até que
enfim sobrevir á a tibieza ; e, se então se lhe apresent ar uma recolhim ento e da oração, e não será mais que Ufl!- bronze
tentação grave, persistente, · importun a, já não lhe acudirão a ressoar e um címbalo a retinir. . .
ao espírito ai; fortes convicções necel!sár:ias para repelir o 677. E ' assim; o Papa Pio X, d~ santa mêmória, procla-
inimigo, e ei-lo exposto a sucumbi r 1, "Se . fizer meditação, mou claramen te a necessidade da m,e ditação p,3ra o s~cer-
diz Dom Chaútar d 2, fico como revestid o duma armadur a de dote 1 ; e O Código de Direito Canónic o prescrev e a~s Bispos
aço, e· invulner ~vel às frechas inimigas : ~em a meditação, se..: que velem, para que os sacerdotes · consagre m cada dia alguir:
g~ramente me hão-de atingir. . . lv!ediM.çã,o ou gravíssim o •
risco de conderyação para o sacerdot e em. contacto com o
tempo ~1 oração ment:31. "ut iiq!m,quotidie or~ti~ni mentali ..
per aliquo,d tem pus incumbant ,:i( fan. } 25, 2.,),. e que o~
mundo, declaraNa,, sem hesitar, o pieg~~º!' douto e prudente. alunos do ·Seminár io façam o m_esmo: ut , alum~1 ~emfn~r.~~
P .. Desurmoi:-!• um dos mais ex~erimfn.~~dos pregado res de
retiros eclesia~titos. Para o apostolo , hão há meio termo
'singulis c:Uêblis per aliquod teinpus mental, orl!twm v~ce,~
(can. 1367 , 1•o) , Não é isto proclam ar equivale ntemente a
entre ·a santidade,' se não adquirida, · ab' menos desejada e necessidade moral da meditação para os ec 1estas •, f ?
icos _•,
em via de cqnsecuc;ão (sobretu do por, meio . da meditaçã o "É-, •pbiS, falta de psic?log iâ'. c3:co~selhar aos. sac_,er~~J ~s,
quotidia na), e ~;,perve rsão progress iva,, giz por seu turno o absorvidô$' na vida paroqma l. q~e .. omitam_ a meditaç~o, :f'fª
Card. Lavigerie . mais piedi:>samente dizerem a missa e recitar~~ o ev1_a_rlo.
A experiên cia mostra que, quando se não faz Jª meçl_itaçao, a
b:
676. B) E depois, não lhe basta evitar o pecado ;
para cumprir os seus deveres de religioso ele Deus e sal- recitação piedosa do oficio divino é quase imposs1vel.: re-
za-se, quando se pode e como se pode, com numerosas inter-
vador ele almas,- é indispen sável que viva habitua lmente
unido ao Sumo Sacerdo te, Jesus Cristo, o único que glo-
rupções, com O espírito completamente ocupado 11? q~e
ouviu ou no que se vai dizer. Em realida~e e a me_d1taçao a
r
manhã que assegura a piedosa celebraçao da missa e__ n_?S
1 Meditem-s e estas palavras dum sacerdote , referidas por DoM dispõe a concentr ar O espírito, antes de começa~· o breviari~.
CHAUTARD , L'Ame de tout apostolat, p. 73: • Poi a dedicação que me
perdeu ! As minhas disposiçõ es naturais causavam -me sentiment os de 678. O qne dizemos elos sacerdot e~. nao _se podera
alegria, quando me devotava, de felicidade , quando prestava
serviço. Servindo- se do bom êxito aparente das minhas empresas,algum
envi-
afirmar também , em certa proporçt w, a respelto dess·es
d_!)U Satanás todos os esf?rços, durante longos anos, para me criar llu- ncnerosos leigos que consagr am nma parte do seu t:mpo
soes, para excitar eni mim o dellrlo da acção, tornando- me enfadonho

~ualquer trabalho interior e atraindo-m e finalmente ao precipfcio >,
fndo o que este excelente autor diz da necessida de da vida Interior se ao apos tol a elo 7. Se querem que esse apostola do seJa fe-
aplica à oração, que é um dos meios mais eficazes para cultivar esta
vida. - 2 lbíd. p. 178-179. 1 E.r.ltortatlo ad Cltrlllll catliolicum, 4 de Agosto de 1908,

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cundo , é misler vivificá-lo pelo espírito interior e pela causas que nos levam ao pecado, a concupi scência , o mundo
medita ção. E não se diga que dar tempo a esse exerc1c10 e o demóni o (n. 0 s 193-227).
é corlá-lo às obras de ;?;efo.. Isso seria roçar pelo erro pela- e) Sobre os meios de expiar e preveni r o pecado , a
giano, imagin ando que a acção é mais necessá ria que a penitên cia (n.0 705), e a mortific ação de nossas diversa>'!
graça e a pração, sendo que em realida de o apostol ado faculda des, de nossas tendênc ias viciosas , e sobretu do dos
sete pecados capitais , tirando esta conclus ão prática que
será tanlo mais fecund o quanto mais inspira do for numa ninguém pode estar seguro, enquan to não tiver extirpad 9 ou
vida interior mais profun da, alimen tada pela medita ção. ao menos domina do todas essas inclinaç ões viciosas . Trata-
remos a seu tempo todas estas questõe s. .
§'!II. Carac teres gerais da medit ação 681. 2. 0 Importa meditar também sucessiv amente sobre
todos os deveres positivo s do cristão : 1) deveres gerais de
dos princi piante s •religião pata com Deus, de caHdad e para com o próximo , de
legítima desconf iança de nós mesmos, por causá da nossa im-
. Já dissemos que a medita ção dos princip iantes é prin- potênci a e das nossas miséria s : o que fará impress ão aos
principi antes, será principa lmente o lado exterior destas vir-
cipalm ente diicursiua, e que nela predom ina o racio.cínio. tudes ; mas será uma prepara ção às virtude s mais sólidas que
deixan do contud o um certo lugar aos af ectos da vontad e. praticar ão na via ilumina tiva; 2) deveres particulares; em re~
Resla-n os expor: 1. 0 sobre que assunto s medita m eles or~ lação com a idade, condiçã o, sexo, estado de vida : a prática
dinària men~~ ; 2 .0 que dificuld ades encontr am. desses deveres é, efectiva mente, a melhor dàs penitên cias.
682. 3.° Como .a acção. da graça é capital na vida
l. Sobre 'fll!' assuntos medilam os J>rincip iantes. cristã, será necessá rio iniciar pouco a pouco os principi antes
no .aue há de fundam ental nessa vida, acomod ando à sua
679. Devem medifa r o~dinà riamen te sobre tudo capácid ade o que dissemos da habitaç ão do Espírito Santo
qu;mto )hel?. possa. ~n1,.pir~r um horror crcsc,enf e ao pecado , em nossas almas, da nossa incorpo ração em Cristo, da. graça
habitua l, das virtude s e dos dons. É claro que ao printípi P
sobre as ·causas das suas faltas, sobre a mortiftcação que
não atingirã o senão os primeir os element os dessas grandes
' as rem~de ia, sobre os princip ais deveres do seu estado, verdad es; mas o pouco, que delas compre enderem , terá gran-,
robre o boq.1 liso e abuso da graça, sob~e Jesus modefo díssima influênc ia sobre a sua formaçã o e progres so espiri~
dos peniten tes. · tual; quando a alma medita sobre o que Deus terideit o e não
cessa de fazer por nós, é que se sente impelid a a ser mais
680. 1. 0 . A fim de concebe r~m horror crescen te ao pe~ generos a em seu serviço. Não esqueça mos que S. Paulo é
·cado, meditar ão : a) ·sobre o fim do homem e do cris~ão, por S. João pregava m estas verdade s aos pagãos convert idos;
consegu inte sobre a cri~ção e a elevaçã o do homem ao que também não passava m de princip iantes na _v ida espiritu al.
estad~ ,~ obrenat ural, a queda e a redençã o (ri. 0 s 59~87); sobre
çs <!;:e~tos d_e Deus, criador, santific ador e redento r, sobre 68'.l.· · 4.º Então é que se lhes poderá mais facil-
cer~?s atribti~os divinos que os podem afa;;tar. do pecado, mente propor a Jesus, como nwdelo dos verdadeiros peni-
como a sua i,:nensidade que o torna present e a· toda a cria-
.tura e s.ooretudo à . alma em estado de graça ; a sua santida de
tentes : Jesus, cond.en ando-se à pobrez a, à obediên cia, ao
que o obriga a odiar o pecado ; a sua justíça que o castiga ; trabalh o, para nos dar o exempl o destas virtude s,: Jes';1s,
a sua miser'icórdia que o inclina a peràoar . Todas estas ver- fazend o pen\lên cia por nós no deserto , no Jardim d~ê
~a?es, co~ efeito, tendem a nos fazer evitar o pecado, o Oliveir as, na sua doloros a Paixão ; . Jesus, morren do por
umco obstacu lo ao nosso fim, o inimigo de Deus, o destru~ nós ná Cruz. Esta série de medita ções, que a Igreja nos
tor da vida sobrena tural que Deus nos deu como o maior
sinaJ. do seu amor, e que o Redent or nos restituiu com o apresen ta todos .os anos na sua liturgia, terá a vantag e~
preço do seu sangue. de fazer pratica r a penitên cia em união com Jesus Cristo,
h) Sobre o pecado em si mesmo : a sua origem, cas- com mais generosictade e amor, e. por isso mesmo ; com
tigo, malícia e temeros os efeitos (n. 0 s 711~735) i sobre as mais eficácia . .. '

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390 CAP ITUL O I A ORA ÇÃO DOS PRlN CIPIA NTES
391
li. Das clif iculd ades c11w enco ntram os princ ipian les. e as afeiç ões estão aind a por disc iplin
ar, as imag ens pro-
As dific ulda des espe ciais , que os prin fana s e por veze s perigosas, os pens ame
cipia ntes en- ntos inút eis e os
cont ram na med itaçã o, vêm da inex peri di,'crso~ mo, irnentos do cora ção inva dem
ênci a, da falta a alma no mo-
de gene rosi dade e sobr etud o das num eros men to ria med itaçã o. ,. . . ., Tam bém aqui
as distr acçõ es a é capi tal a inter-
que estã o suje itos. venç ão do director.
684. A) Por caus a da i.nex peri ênci a, acha a) Ant es de mais nada , lemb rará a disti
m-se ex- nção entre
post os a tran sfor mar a med itaçã o em as di~traccões volu ntár ias 1 e as que o
tese filos ófica ou não são, e convi-
teoló gica , ou num a espé cie de serm ão dará 0 dirigido a não faze r caso senã o das
que se faze m a si prim eiras , para
mesmos. É certo que isso mes mo não lhes dim inui r o núm ero. Para isso : 1)
é temp o perd ido, é mist er repelir
pois que, apés ar de tudo ,· essa man elra pron ta, ·ené rgic a e• cons tant eme nte as
de me.ditar faz distrac~ões., logo
que pens em nas gran des verd ades e conf que nela s se adve rte; aind a quan do seja
irma--os nas suas m num eros as q_u
conv icçõ es. Ain da ass•im, mais fruto colh perigo-;as.. não são culp ávei s, a não ser
eriam da med i- que o espírito se
taçã o, se proc edes sem de mod o mais d.emore nela s volu ntàr iame nté. Faze r esfo
prático e sobre- rço para as afu-
gent ar é acto sobr ema neir a meritório :
natu ral. se tom arem ao
:e, o que lhes ensi nará um bom direc tor. Far, lhes assa lto vint e veze s, e vint e veze s as repe
,á no, lirmos, será exce-
tair: a) que essa s cons idera ções , para lent e a noss a oraç ão, mui to mais meri
serem práti cas deve m tória que aque la,
ser mais pess oais, aplic adas a si próp rios, em que, sust enta dos pela graç a de Deu
segu idas dum exa, s, tiver mos muit o
me, para vere m com o vão no cum prim
ento dess as verd a, pouc as distr acçõ es.
des, e que pode m faze r para dela s vive
rem no decu rso do
dia : h) que o que há de mais impo rtant
e na oraç ão são os 687. 2) Para melh or as repelir, imp orta
acto s da vont ade, acto s de ador ação , acçã conf essa r
o hum ilde men te a próp ria impo tênc ia, unir
para com Deu s, acto s de hum ilhaç ão, cont de graç as e amo r -se posi tivam en-
sito, acto s de petiç ão para obte rem a
rição e :bom propô-- te a Nos so Sen hor Jesu s Cris to e ofer ecer
graç a de -se refor mar, · a Deu s as suas
reso luçõ es · firm es e frequ ente men te reno ador açõe s e súpl icas . ,-, Em caso de nece
vada s de proc eder ssid ade, é ser-
melh or dt:.rante o dia intei ro. vir-se dum livro, para melh or fixa r a aten
ção.
6~S. B) A falta de generosidade expõ e-no s a desa b) Não bast a afug enta r as distr acçõ es;
- para dimi-
nimar, quan do se não sientem já sust enta nuir o seu núm ero, impo rta com bate r a
dos pela s cons o- causa. Ora , mui-
laçõ es sensíveis que Deu s lhes havi a grac tas di!;itracções vêm da falta de prep araç
iosa men te ou- ão ou da dissi-
torg ado, para os atrai r a Si ao prin cípio paçã o habi tual . 1) Esti mula r-se- ão, pois
; as dific ulda des, , os dirigidos a
as primeiras secu ras desa lent am- nos, e, prep arar em melh or a med itaçã o na vésp
Julg ando -se aban - era à noit e, a não
dona dos por Deu s, deix am- se cair no .se cont enta rem dum a simp les leitu ra, mas
rela xam ento . É a acre scen ta-
mlister, pois, faze r-lhe s ver que o que Deu rem- lhe um elem ento pess oal, vend o com
s nos pede , é o o a maté ria é
esforço e não o êxito feliz, que o mer ecim prát ica para eles em part icula r, e pens ando
ento é tant o nela ante s de
maio r quan to mais se pers ever a na oraç úo, adom:P.cerem, em luga r de s,e deix arem
a desp eito das leva r de deva -
dific ulda des que nela se enco ntra m, e que, neio s inút eis ou perigosos. 2) Tvlas sobr etud
mos tran do-s e o se lhes hão-
Deu s tão generoso para conn osco , é cova de ensi nar 0s meios de disc iplin ar a imag
rdia recu ar pe- inaç ão e a me-
rant e o esforço. Esta ling uage m será temp mór ia, de que adia nte falaremos. É que,
erad a com mui- efec tivam ente ,
ta doçu ra na man eira com que serã o
reco rdad as esta s 1 As distracções são volun tárias em
verd ades , por meio de inci tame ntos muit si, quan do se quere m de pro-
o pate rnai s. pósit o delib erado , - ou quand~, percebendo
-se que a imagi~ação divaga,
686. C) Mas o 1naior obst ácul o vem das não se faz nada para repri mir os seus
distrac- causa quan do alguém prevê que tal leitur adevaneios ;_vol un~n as na S!l_ª
ções : como, ao prin cípio , a imag inaç ão, inútil ; será uma fonte de distracções, e ou ocupaçao apaix onad a, alias
a sens ibili dade apesa r de tudo se lhe entre ga.

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393
qu ant o ma is a alm a ava nça
na prá tic a do rec olh im ent o Co mp ree nd e três coisas :
des pre ndi me nto hab itu al, e () a mo rtif ica ção dos S'entid
tan to mais dim inu em as e das pai xõe s ; 2) o rec olh im os
tra cçõ es. Eis o que , aliá s, dis- ent o hab itu al ; 3) a hum il-
o est udo do~ rnéiocÍus ele dad e. São estas. eFectivarn
ção me lho r nos far á com pre ora - ente, exc ele nte s disposições
end er. par a bem orar : ao pri ncí pio
não exi ste m sen ão imperfei-
tam ent e, ma s isso bas ta par
§ IV . Do s pr inc ipa is mé wd os de a se po der me dit ar com algu
rri.
ora çã o fru to ; ma is tar de se ape rfe
iço arã o , à me did a qu e se
68S. Co mo que r qu e a ora pro gre din do na ora ção . for
ção sej a um a art e difi-
cul tos a. em tod o o t~m po h) ;\ pre par açã o proxima
se em pen har am os Sa nto s com pre end e três act os
dar diversos con sel hos sob em pri nci pai s : 1) ler ou esc uta
re os me ios de a faz er bem r a ma tér ia da me dit açã o
exc ele nte s são os que já se ; vés per a à noi te ; :2) pen sar na
enc ont ram em Ca ssi ano , S. nel a ao des per tar e exc itar
Joã o Clí ma co. e nos pri nci tor açã o sen tim ent os qu e lhe no
pai s escritores espiri1:üais. Se sej am con fon úes ; s) ent rar na
em bar go, só pel o séc ulo XV m me dit açã o com ard or, con fia
é qu e for am ela bor ado s os nça e hu mi lda de, com dies•ej 1
métodos prõ pri am ~n te ditos, de glorificar a De us e de se J
qu e daí em dia nte têm tor nar me lho r. As sim se en-
gui ado as alm as nos cam inh con tra a alm a com ple tam ent
os da ora ção . e dis pos ta a tra tar com De us.
Co mo esses mé tod os, à pri
me ira vis ta. par ece m um e) A prepara<;ão imediata, qu
tan to com ple xos , é bo m pre e afi nal não é sen ão
par ar par a eles os principia o pri ncí pio da ora ção , con sis
tes pel o qu e se po de cha ma n~ te em S'e pôr o hom em dia nte
r a leit ura me dit ada . Ac on de De us qu e est á pre sen te
sel ha- se- lhe s qu e leiam alg - em tod a a par te e sob ret udo
um livro de pie dad e com 0 em nosso cor açã o. em se rec
pri me iro livro da Im ita ção o onh ece r ind ign o e inc apa z
de Cristo, o Co mb dte esp me dit ar. e em im plo rar o aux de
tual, ou um livro de me dit iri- ílio do Esp írit o San to. par
açõ es bre ves e sub sta nci osa qu e sup ra a nos'Sa ins ufr dên á
e ~ugere:..se-lhes qü e se pro s; cia .
po nh am a si me sm os, dep ois 690. 2.º No cor po da 01· ·
lei tur a. as três questõ'es seg da ação, con têm igu alm ent e
uin tes : 1.º Es tou bem con os ·diversos mé tod os, ma is
ven cid o de qu e o qu e ac - ou me nos exp lic ita me nte ,
abo de ler é úti l e nec ess os
ao bem da mi nh a alm a 7 ári o me sm os act os ·fu nd am ent ais
Co rno posso rad ica r-m e nes ·; ·
c~n ~ic ção 7 2. º Te nh o até ta a) actos, com qu e se ren dem
aqu i pra tic ado bem est e po à Ma jes tad e div ina as
ta? 1m ~or tan te 7 3. ° Co mo pro nto hom ena gen s de religião qu
ced ere i par a me lho r Q cum e lhe são dev ida s ; .
prir hoJe 7 Se a est as con - b) consiclerações, par a o ent end
sid era çõe s s'e acr esc ent ar im ent o se con ven cer
súp lic a ard ent e, par a bem um a da nec ess ida de ou da gra nde
pra tic ar a res olu ção tom ada uti lid ade da vir tud e que se
ter -se -ão tod os os ele me nto qu er alc anç ar, a fim de se ora
s ess enc iais dn ma ver dad r com ma is fervor. par a obter
me dit açã o. eir ; a gra ça de a pra tic ar e det
erm ina r a vo nta de a faz er
esforços nec ess ári os par a coo os
l. Pon tos com uns a tod os
os mé tod os. per ar com a gra ça ;
e) exa me s ou ref lex ões sob ·
No s diversos mé tod os, enc re nós mesmos, par a se
ont ra- se um certo nú me ro ver ific are m as def iciê nci as
de tra ços com uns , qu e im por nes te pon to e o cam inh o qu
ta ass ina lar , por que são evi res ta ain da par a per cor rer e
den tem ent e os ma is im por - ;
tan tes . d) orações ou petições, par .
68 9. 1.º Há sem pre um a a se obt er a gra ça de
pre pa raç ão remota, um a p_rogredir nes sa vir tud e e tom
pre par açã o pró xim a e um a ar os meios necessários par_
pre par açã o ime dia ta. a.
iss o;
a) A p_reparação rem ota não
A
e) resoluções, pel as qua is ..
é ma is qu e o esf orç o a alm a se deten:pi~a a
par a por a vid a hab itu al em
har mo nia com a me dit açã o_ pra tic ar, naq uel e me sm o dia
!.. ; a vir tud e sobre qu e medito
": " ;
; .
l:L

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--- ...
-
6<)J - o A
n con clu são que, ter min a a me dit açã o as, com o des terr ado ent re ani
1 _· · :1.
, nha alma, nes te val e de lág rim ros termos, con sid era -se o pe-
a raç a con jun tam ent e ; l) um a acc,:cio de graças pe Ios' out
ma is pri vad os de raz ão" ; por , par a con ceb er já dele hor ror .
ben · ef-
d
· s recebi os . 2 ) . uns dos seu s efe itos
• 1c1o d-a rnaner.ra como se o em alg
T

rev ista cad


'
f ez a me ditaç ão, com f- d
um a sist e em ped ir a De us o que
h) O seg und o pre lúd io con
im - e a ape rfed· iço ar no dia se- ver gon ha e con fus ão de mim
gui nte ; 3) um a últ·.nn ao ora çao r, ...ª pe ir a b ênç ão de que ro e des ejo , por exe mp lo, prá -
ado s. --- Com o se vê, o fim
nos so pai cel est e ,. 4) a esco Ih a d
, i-•a, mesmo à vis ta dos me us pec ram ent e log o des de o começo :
. l um pen sam ent
o ou má - tico, a res olu ção afir ma -se cla
x1ma, que ma is impressa- O nos ten h f ·t e nos vá avi- in om nib us respice finem.
v an do dura nte o dia ·d· . . . a I ezd o açã o con sist e na apli-
- : cham a-s e ramalf1aeter eia prm . . c[zpa a nossa me dit a- 694 . 2.º O cor po da me dit
çao alm a (m.emória, ent end ime n-
Os d·fr ere nte s mé tod os espdir,.l ua . caç ão das três pot ênc ias da
d - . tos da ora ção . Ap lica -se
cip · d re uze m- se
JºSsOIS trpl os pri n- to e von tad e) a cad a um dos pon
• ,;1sd ql:e . -~e eno min am : .rn éto d po tê~ ias a cad a um dos
o e ctnto nác ib e suc ess iva me nte cad a um a das
me o o oe ~'>. Sul pic io. só for neç a ma tér ia· suf icie nte
pon tos , a não ser que um
o é, por ém , n·ecessário faz er
par a tod a a me dit açã o. Nã
O método de San to Iná cio
I.
actos ind ica dos : é bom de-
IL em cad a me dit açã o tod os os
692 . .NT os Exercicios es · · . os sugeridos pel o ass unt o.
ter-se nos afe cto s e sen tim ent
mtu acs pro põe San to Iná cio e rec ord and o o prim eiro pon
to
suc ess iva me nte vários mé toJ a) A me mó ria exe rcit a-s em
os de ora ção , con for me os es, sen
por me norão sàm ent e
ass unt os que se me d·tI am e os re It d da me dita ção , sem des cer a cio , "es te exe rcíc io da me mó -
d . O mé tod o, que aeral' t e su a• os que se pre ten - con jun to ; assim, diz San to Iná
no
em t me n os con sist e em rele mb rar cor
. · l5
. ma is con vém aos pri n- ria sob re o pec ado dos anj de ino cên cia ; corno rec usa ram
c1prnn es, é o das três po t"'enc ias a • eham a do por nel e eles for am cria dos em esta do a ren der em a seu Cri ado r e
se exe rci tar em as trê s prm . . , sszmId d . par
czp ais f , ser vir- se da sua libe rda de, s;
f d tad e E acu a es , a me mó ria , ena gem e obe diê nci a que lhe era m dev ida
o ~n. en ime nto e a von Sen hor a hom
a apo der ar-s e-lh es do esp írit o,
. n;f ntr a-s e exp ost o na pri- como, che gan do o org ulh o
merra sem ana , ª pro pós ito d s a um est ado de ma líci a, e fora m
, . da me rtaç ão dos três pec ado. . pas sar am do est ado de gra ça ".
693. ·1 º Pr· 1p1 cl·t - e pre cip itad o~ do céu no infe
rno
- . 1nc 0 e me I aça o. om eça por r
'
um a oraçao preparatória h) O exe rcíc io do ent end ime nto con sist e em refl ecti
1: :ue _ a al:ria ped e a De us mo ass unt o. San to Iná cio não
que tod as as sua s int enç õe: ma is por miú do sob re o mes s o P. Ro oth aan com ple ta-o ,
cço es se1am dirigidas úni - ma
cam ent e par a serviço e lo r ent ra em ma is exp lan açõ es; es
tad e . ent end ime nto é faz er refl exõ
exc eie nte direcção· de m . tm o~ de sua Div ina Ma jes . exp lica ndo que o dev er do pôs , apl icá -las às ne-
enç ao. mó ria pro
5obre as ver dad es que a me a, tira r del as con seq uên cia s
alm
. ~eg uem -se dois pre lúd ios .
~~~ z~: br: eºlug ar, temdapor
ass unt o
fim. f;!a ~
m d't _
fr;:eir~,
agm
q!!e é a com -
aça o e O e .
ces sid ade s par ticu lare s
prá tica s, pon der ar os mo tivo
da
s das nos sas reso luç ões , con
for ma do o nos
der ar com o tem os até aqu i con como dev em os viv er par a o
so pro ced er com
si-

f es~ ~ e
\ ; ~ç~~Je~::;8: mais_ fàc ilm ent
;i~ :!~ ;;~ eª8 Jis tra cçõ es: 1)Jes o num as ver dad es que me dita mo s,
us C . e sen swe l, com
oss o Sen hor is futu ro .

síve l, não com o um fns to, rep res·tent a-s e o ma ere s que cum pri r: mo-
1v~ men te pos
Se nao com o s nos • me smo s fô act o há mui o con sum ado e) /\ von tad e tem dois dev
,e em unh as ocu lar e; arm ar boas resoluções. 1 ) Os
c
áss em os par te ~se mo s test v:er-se a pie dos os af ect os e f
p~r;Jº se nbele tom 2)q ue evi den tem ent• e .tem ma is dev em dif und ir por tod a a
er so re o n·osso esp írit o ·.' · afectos não há dúv ida que se
Com o o pec ad " se o o bJec to e inv isív el, nos, dev em ser frequentíssi-
olh os d . .º• a com pos içã o r de 1
os me dit açã o, ou , qua ndo me
nes te c a ima gin açã o e con sid
era a ~ga r ser ver com á em da me dit açã o ver dad eir a
isto ~m ha alm a enc arc era da mos, já que são efes que faz
_ _ _º_r_po mo rtal , e eu me
smo, a o fim da me dit açã o que
i
r:.
e, o me u cor po e a mi- ora ção ; ma s é sob ret udo par
. os mu ltip lica r. Sob re a ma -
· ·t
1 Exercices sp trt .
ue{!, Ire Sem . Jer :xerc1ce eleve hav er ma ior cui dad o de
P. RooTHAAN D ,_ trad . Jen nes seau x. cf a ans ied ade s : qua nto ma is
, e la mam ere de méd iter, m seg uida aos Exercices. ,
. nei ra de os exp rim ir não haj

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396 CAP!TU LO I A ORAÇÃO DOS PRINCIP IANTES
397
natural idad e e singele za . tanto melhor . Quand o um bom 1.º Colóqu ios : com Deus, N. S. Jesus Cristo, a SS.m"
sentime nto se nos apud <;: ru da alma, é bom alime ntá-lo o Virgem , os Santos.
mais tempo possível, até que a nossa devoçã o se sinta 0 1.° Como fiz a meditaç ão?
•~ 2.0 Em quê e por quê a fiz bem ou
satisfei ta. 2) As r<isciluções serão práticas. própria s para -uiJ m~?
aperfei çoar a nossa vida, e, por isso mesmo , particulares, ) • 3. 0 Que conclus ões práticas tirei dela,
apropri adas ao nosso estado presente, suscept íveis de ser ..; 1 2

0
ReviS t ª· que petiçõe s fiz, que resoluçõ es
postas em execuç ão no mesmo dia, fundad as em molívos :::: tomei, que luzes recebi?
4. 0 Recolhe r um pensam ento para ra~
sólidos, humild es e, por conseg uinte. acomp anhada s de
malhete espiritu al.
oração, para se alcança r a graça de as cumpri r.
696. Utilida de deste método . Como &e vê, este
695. ~,º A conchr são compre ende três coisas : a rnétod~ ·é eminen tement e psicoló gico e prátitc;.· a) Apo-
recapitu.lação das diYersas resoluç ões já tomada s ; ,-, pie-
dera-se de todas as faculda dres, até mesmo da imagina -
dosos colóqui os com o Eterno Padre. Nosso Senhor Jesus ção·, aplica- as sucessi vament e ao âSlsunto da medita ção,
Cristo, a SS.ma Virgem ou algum Santo; ,-., enfim , a re-
e introdu z assim um elemen lo de varieda de que permite
vista da medita ção, ou a reflexã o, isto é, o exame sobre
conside rar a mesma verdad e sob os seus, diversos aspec-
a maneir a como nos houvem os na medita ção, a fim de tos, volvê-l a e revolvê-la no espírito, a fim de nos dei-
descob rirmos e remedi armos as imperfe ições.

.l
xarmos penetra r por ela, adquiri ndo convicç ões e sobre-
Para melhor compre ensão do método , damos o quadro tudo tirando dela conclus ões prática s para aquele mes-
sinóptic o dos prelúdio s, do corpo da meditaç ão e da con~
clusão. mo dia. '
l. 0 Record ar ràpidam ente a verdade que se vai b) Se é cert9 que insiste sobre o papel impor'tante
meditar . da v~ntade, que se ~eterm ina com conhec imento de cau-
I. . Prelú- 2.~ Compo sição do lugar pol' meio da imagi~
dios. . nação. sa, após longa ponder ação dos motivo s, nem por is'so des-
·
3. 0 ·Petição da graça especia l. confom e o as~ cura o papel da graça, que se _p ede instant emente , logo
sunto. desde o começo , na oração prepara tória e num dos pre-
r ,. j
o a m,móri a.
Represe nfa~se sumària mente ao espírito
o assunto com as principa is cir~
curistân cias.
lcrdios, e com maior fervor ainda nos colóqui os.
e) É de modo particularíssimo adapta da aos princi-
1.0 Que devo conside rar neste as~ piantes , porque determ ina com toda a precisã o e miudez a
sunto? o que deverri fazer desde a prepara çâo até à conclus ão
-~ ~ 2.
0
j
o entendi-
2. 0 Que conclus ões práticas devo ti~
rar? ·
e serve de fio condut or que impede o extravi o das facul-
dades. Como, por outro lado, não pressup õe profund os
,..º
{ :
j E menta.
xamino :
3.0 Que motivo s tenho para isso?
4.° Como tenho observa do este ponto? conhec imento s do dogma, mqs tão snment e os que nos dá
5.0 Que devo fazer pãra o observa r o catecis mo, fàcilme nte se adapta aos simples fiéis.
1 e melhor ? d) Simplif icado, porém , este método convém igual-
' :i 6. 0 Que obstácu los devo remove r?
7.0 Que meios empr~g ar? ir,ente às almas mais adianta das; conserv ando as grandes
o
e-o ( 1. 0 Por meio de a[ectos produzi dos em linhas traçada s por Santo Inácio , sem entrar em todos os
u todo o decurso da meditaç ão, pormen ores acresce ntados pelo P. Rootha an,. fàcilme nle
1 sobretu do ao fim. se pode transfo rmá-lo em oração a/ectiv a, que deixará
- , 3.º a 'Vontade. { 2.0 Por meio de resqluç ões tomada s largo campc, às inspiraç ões da graça. Tudo está em saber
:1 ao fim de cada ponto : práti~
cas, pessoai s, sólidas, humildes;
servir-s e dde judicio sament e. sob a pruden te guia dum
l l cheias de confian ça. ,.
f
;,..
direclo r experim entado.

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,, i,
398 CAPI TULO I A ORAÇ ÃO DOS PRIN CIPIA NTES 399

e) Cens urara m-no , por veze s, de não dar lugar sufi- . f' . t para os princ ipian tes. Bem
adian tadas , seria m in:su- icien s!min ário de S. Sulpí cio ; con-
cient e a N. S. Jesus Crisl o. É certo que não se depre ssa se ~eu por i~s-~ n~ os elementos essen
fala mais serva ndo pois, o espm o ciais do mé-
que inr.id entem ente de Jesus Crist o no méto . •t· M acres cento u ao segun do ponto
do das três
potên cias ; há . porém , outro s méto dos ensin ados
por San-
to d o prim1 ivo, . 'd
T~on son
-cs e reflex ões prátic as tao
{comu nhão ) as consi eraço . - que na
- • d'
m is-
verda de, quan do a
to Inácio, em parti cular a conte mpla ção dos
a aplic ação dos senti dos, em que Jesus
misté rios e pensá veis aos '!ue começ~:J1 ' J im~o rtãnc ia
inteli gênci a esta conv enci a clara ment e que e neces sidad e
Crist o apar ece ela nos falta,
como o objec to princ ipal da medi tação 1. duma virtu de, quan do v~mos . fervo r humi
então pedim o-la com muito mais te me\o do ldade e cons-
Ora nada impe de que os princ ipian tes se utiliz . • se insiste, até
em de tãnci a. F1ca, pois, .as.sente
.
que nes
~a súplica, como •
qualq uer dos méto dos. A objec ção não tem fund
arµen to mesmo para os pn?c1 piant es, terce iro ponto se um eleme nto
cham a coope~
para quem segu ~ _os méto dos foaci anos a.té o princ ipal. ,_, É ~~r isso quJ; que as resol uções
fim . . rãçáo, a fim de nos_ recor
são efeito . qa
da nossa vonta de, mas que, por
III. O método de S. Sulpí cio graça muito mais amd~ qf:z nada em nós sem
2. outra parte , a graça nao a nossa cola~
d t d o dia devem os coop erar
boraç ão, e que, no decur so d e o o em re,pro duzir a virtu de
691. A) Origem. Este méto do, apare cido depo com Jesus Crist o, esme ran o~nos
is
de muito s. inspirou-s,e deles nos seus porm enore que medi támo s.
s ; mas a - d
ideia -mãe e as grand es linha s vêm do Card eal
de Béru lle, e) Resu mo do fméto do. O seguintOe q~~ ro
do P. de Cond ren e de M. Olie r ; os retoq ues
comp le- ,699.
. d., , · te do me'todo
·deia su icien · · m1bm os
ment ares são de l\1. T ronso n. sinop hco ara uma r , esma que expu semo s
a prep araça- o re mota. que e a m
a) A ideia-mãe é a uniã o, a ades ão ao Verb o Incar - acim a ( n.º 689) •
nado , para tribu tar a Deu s os actos de religi Na vésp er; à noite, escolhe~ o
ão, que lhe
são devid os, e· repro duzir em nós as virtu des
de Jesus assun to da oraçã o e deten nmar
Crist o. com toda a preci são o que se
há~de consi derar em N. S., ,-_as
h) Os três actos essen ciais são : 1) a adora reflex ões e súpli cas que _se hao-
qual consi ção, pela
deram os tim atrib uto ou perfe ição de Deus , ou -de fazer, ,_, as resol uçoes que
virtu de de N. S. Jesús Crist o, como mode lo uma
da virtu de que se devem toma r ; d
devem os praticar., e nos desem penh amos em segui PrÓ:!íÍllla. Cons ervar ~se d ep Ol·s em gran e
da: dos nos~ · d
sos dever es de religi ão (a<;loração, admi ração recol hime nto e procu rar a or=
, louvo r, acção
de graça s, amor , alegr ia ou comp aixão ) para mecer com o pensa ment o na ma
com um ou
outro , ou para com Deus por Jesus Crist o: prest téria da oraçã o ;
as nossa s home nage ns ao autor da graça , dispo ando assim Depo is do levan tar,. toma r o pri~
m~lo a aten~
der~nos propi ciam ente ; 2) a comu nhão , pela : t.
meiro mome nto livre, para se
qual atraím os >1
él nós, medi ante a súpli ca, a
perfe ição ou a virtu de que have~ consa grar a este santo exerc ício.
mos adora do e admi rado em· Deus ou em N.
Senh or Jesus Põr~se na prese nça de Deus , que
Crist o; 3) a coop eraçã o, na qual, sob o influ
xo da graça , es t a- em toda a parte
nos deter mina mos a prati car essa virtu de, toma _ e sobretu~
ndo ao meno s do em nosso coraç ao ;
uma resolução que nos esfor çamo s por cump rir
duran te o dia. Hum ilhar- se diant e de Deus com
Tais são as grand es linha s que se encon tram
Cond ren e Olier . em Béru lle, a lemb rança dos próp: ios- peca~
dos. Cont rição . Recit açao do
698. lroedi ata.
B) Os comp lemen tos de M. Trons on. É, porém Conf iteor ;
evide nte que estas grand es linha s, que basta , d
• paz
m às alma s 3,0 Reconhecer~se mca _ e orarE ~
como convém. lnvoc açao ao ~
1 Expô- los-em os ao tratar da via ilumin ativa. pirita Santo : recita ção do Vem,
li O. LETOURNEAu, La méfkode d'oraison. menta le du Sém. de S.-Sul -
pice, Paris, 19031 em partic ular o Apênd ice, p. Sanc te Spirítus.
321-322.

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400 CAPITU LO I A ORAÇÃ O DOS PRINCI PIANTE S 401

( I. ° Consid erar em ) zinnos em nós suas virlude s e dispos ições interiores. Para
Deus, em N. S. 1 os sentimi! ntos do Si!U chegü. nnos a esse resulta do, devem os , segund o a expi1es-
ou em q u a (. l coração , as suas pa-
º 1 são ele TVl. Olier, ler Jesus cliante elos olhos, para O
1. Ponto: 1 quer Santo O ( 1 a v r as ' as .SUl\ll
Adora\l ão: J assunto que se 1 acções ; admira r como model o e lhe tributa r as nossas homen agens
Jesus diante dos) vai meditar : 1 (adora ção), tê-lo no coração, atraind o a nós as. suas dis-
olhos. 1 2.o Render ~lhe as dev1'das h omena - posiçõ es e virtud es pela oração (comu nhão) , tê-lo nas
gens ; adoraçã o, admira ção, lou- mãos, em colabo ração com Ele à imitaç ão das suas virtu-
1 vo_rcs, acções de graças, amor, ale-
l gna ou compai xão.
des (coope ração) . A união íntima com Jesus é, pois, a
l,o eonveuc er-se da necess idad alma deste métod o .
u fl'd d d a virtude e ou
• . o
,<> . f 1 1 ': e con~id erad
por _motivos de fé, raciocí nii~
b) Dá a primaz ia ao dever da. religião ( reverê ncia e
f
ou simple s análise ; amor para com Deus) sobre o da petiçã o : Deus servido
o
. 2.o Re_flec tir sobre si mesmo com sen- em primei ro lugar l E o Deus, que este mét~d o nos pro-
-;.
... {
o
timent os de contriç ão quanto ao põe, não é o Deus abstra cto dos filósofos, senão o Deus
u :i. 0 Ponto:
passad o, de confusã o quanto ao concre to e vivo do Evang elho : é a SS.mª Trinda de que
presen te, de clesejo quanto ao fu-
Comun bão: J turo.
Jesus atraído ao ) vive em nós.
coraçâo. 1 3.o Pe~ir a Deus a virtude que se me- e) Procla mando a necess idade da graça e da von-
~it~. (E sobretu do por esta pe•
~1çao ~ue entram os a participar
tade huma na na obra da nossa santifi cação, acentu a a
as .virtude s de N. Senhor ) . ,_ preem inênci a da graça, e, por conseg uinte, da oração,
Pedir também por todas as de- sem deixm de reclam ar també m o esforço enérgico e
mais necess idades nossas da consta nte da vontad e, das resolu ções particu lares, pre-
l Santa Igreja e das pessoa~ por
sentes , freque nteme nte renova das, sobre as. quais se re-
quem somos obriga dos a pedir.
3. 0 Ponto: J flecte no exame da noite.

!
Cooper açáo :
Jesus nas mãos.
l l.o Tomar uma resoluç ão particu lar
presen te, eficaz, humild e.
2 -º Renov_ar a resoluç ão do exame
' 701. d) t um métod o afectlv o, apoiad o em consi-
. · particu lar. deraçõ es : princip ia por af ectos de religião no primeiro
( 1.o Dar gr aças a D eus por tantas mercês que nos dis- ponto ; se, no segund o, se fazem considerações., é no in-
pensou na oração ; tuito de fazer brotar do coraçã o actos de fé nas verdad es
2.o Pedir-l d he perdão d as f ª lt as e negligê ncias comef1- sobren aturais que se medita m, actos de espera nça 'na
as neste santo exercíc io . ·
.o
"'= 3.o R ogar que abençô e. as nossas ' resoluç ões, o dia
ü pre•
miseri córdia divina , actos de amor para com a sua- infi-
nita bonda de : as reflexõ es sobre nós mesmo s devem ser
sente, a nossa vida, a nossa morte ;
j ~ 4.o Forma r- um ramalhete espiritual, isto é, escolh acomp anhad as de arrepe ndime nto quanto ao passad o, de
er um
-- d;s pensam entos que mais viva impres são nos
cd~sar am, pata dele nos lembra rmos pelo dia
confus ão quant o ao presen te , de firme propós ito quanto
ao futuro ; e estes, actos têm por fim prepar ar uma súplica
. a _mnte e record armos as resolu ções; humil de, · confia da e p~rsev erante . Para p~olongar esta
5.o Confia r tudo à SS.ma Virgem . súplic a, fornec e o métod o diversos motivos, longam ente
Sub tuum pracsi< lium. expost os, e além disso inculc a a oração por toda a lgreja
700. D) Carac tcl'íst icas deste métod o a) A . e por certas almas em particu lat. As própri as resoluç,ões
-se n d t ·
1t:l2-1~9 tu rma
d
b. · pora-
nos~a incorporação em eristo ( n. os
, e na o rrgaçao, que daí resulta . de reprod u-
:Jeyem ser acomp anhad as . de descon fiança · em nós mes-
mos, de confia nça em Jesus Cristo , de oraçõe s, para as
\ 26
1 .

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~-
402 CAPITULO I A ORAÇÃ O DOS PRINC IPIANT ES 403
cump rirmo s.~ Enhm , a concl usão não é senão uma série guir o mélo<lo nrnis qu e nas linhas prima ciais. A
de actos ,de recon hecim ento, humil dade e novas súpli cas. alma,
sem cessar de ser a clivu, lomu -se mais alenta aos movi-
Desl arte se evita o dar um ar dema siada mente filo- mento s c\,J Espírilo Sanlo .
sófico aos racioc ínios e consid eraçõ es e se prepa ra o ca
minha à oraçã o afecti va ordiná ria , e mais tarde à oraçã
o CoNCL USÃO : EFICÁ CIA DA ORAÇÃ O
simpl ificad a ; porqu e nos fazem notar que não é neces
- PARA A PURIFI CAÇÃO DA ALMA
sário exprim ir sempr e e por esta ordem todos os nosso
s
·dever es, s·enão que é bom "entre gar-se aos afecto s que 705. Do que acaba mos Je dizer é fácil conclu ir
Deus comu nica e repeti r muita s vezes aquel es em que quão útil e neces sária é a oração à purifi cação da alma.
se eo.contru atr.activo do Espír ito.Sa nto". Não- há dúvid a) Na oração-o.doração, presta m-se a L)eus as home na -
a•
que . bs . pr!,n_cipiantes consa gram geralm ente mais· tempo gens que lhe são devid as, admir am-se , louva m-se: bendi
-
ao_s rac1oc1rnos que aos outros actos ; mas o métod o está- zem-se as suas infinitas perfeiçõ;es , a sna santid ade, jus-
-lh~s. ~ncesrnn~emente record ando que os af ectos são pre- tiça, bonda de, miser icórdi a ; enlão Deus se inclin a para
f enve1s , e assim pouco a pouco vêm a fazê-los em maior nós com amor, para nos perdo ar. para nos fazer conce ber
núme ro. profu ndo horror ao p'ecado que o ofencle, para assim nos
e) É muito parlic ularm ente adapt ada aos Semin aris- premu nir conlra novas fallas . b) Na oração-rn.editação,
tas e .aos sacerd otes ; incess antem ente lhes record a que, adqui rimos , sob a influê ncia da luz divina e das nossas
~cndo o sacerd ote, como é, outro Jesus Cristo pelo carác própri as reflex ões, convi cções ptof undas sobre a malíc ia
- Jo p.ecado, sobre os seus treme ndos efeitos nesta vida
ter e poder es, o deve ser també m pelas dispos ições e vir- e
Dê outra, sobre os meios de o repara r
tudes , e que toda a sua perfei ção consis te em fazer viver e evitar : então a
e cresce r Jesus em si mesm os, "íta ut interio ra ejus intima nossa alma se enche de sentim entos de confu são, humi-
cordts nostri penet rent". · lhaçã o, ódio ao pecad o, firme propó sito de o evitar, amor
. . . de Deus. E desse modo se expia m mais e mais as faltas
701._ S~o, pois , excele ntes, cada um em seu género·,
passa das nas lágrim as da penitê ncia e no sangu e de Jesus
este!- dois meto1 os . dado o fim espec ial a que \'isam . ·o Cristo ; a nossa vonta de fortifi ca-se contra as meno res ca-
mesm~ c;e pode dizer de todos os outros que mais ou me-
pitula ções e abraç a com gener osidad e a prátic a da peni-
no~ se, ~prox imam destes doi·s tipos 1. É oport uno que
tência e da renún cia. e) A oração-petição, apoia da nos
haJa vanos , para cada alma poder escolh er, confo rme 0
merec iment os de N . S. Jesus Cristo , obtém -nos graças
parec er do seu direçt or e os seus atract ivos sobre natu-
,abun dante s de humil dade, penitê ncia, confia nça e amor,
rais, o que melho r lhe conve nha. ·
que acaba m a purifi cação da nossa alma, a robus tecem
Acre~ centem os; com o P. Poula in 2, que a respei to
contra a5 tentaç ões do futuro e a confir mam 11.a virtud e,
clestes metad as o mesm o se pode dizer que das rearas tão
scbre tudo nas virtud es de penitê ncia e mortí/ icação , que
numerosas, da retóri ca e da lógica : é bom exerc it;r neles
os princi piante s ; uma vez, porém , que um se lhes sub- comp letam os abenç oados efeitos da oração .
meteu a pont? de se embe ber do seu espírito e p,enet rar 704. Aviso aos direc tores. Nunc a será, pois. de-
os eleme ntos princi pais , já se não deve preoc upar de se- masia do recom endar a medit ação a todos quant os dese-
jHm progredir na virtud e; o direcl or deve ensiná
-los, quan-
1 . ~ssinal emos especia lmente o método de S. Francis co de Sales to antes. a faz~-la com diligê ncia, tomar -lhes conta das
rl1"tz ~1;:;ªJo I r• :-,J
0
cd. IIJ-éVI i oMd~s
: • e sus- arie, Carmelitas descalços, /ttStractiot~ dificu ldade s que nela encon tram, ajudá -los a vencê-las,
IIIe P. eh. II · o dos Cistercien-
ses Vform ados, Directoire spirita el de Dom Lehod~
eh. I ; Eo dos Dominicanos, Instruction des novices doy p. 19!0 sect y rnoslrar-lhes co~o podem aperfe içoar o métod o, e sobre-
2 tudes, 20 mars 1898, p. 782, nota 2. Cormie r •· '
tudo como clela se podem servir para corrigirem dos seús

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404 CAPiTU LO II UA PbNl l tl'-ll...lA 4VO

dcl'eilu~, prnlica rem as virlud es coulrí.trias e ddquir ircrn primei ra pregaç ão, insiste m sobre a necess idade da peni-
pcurn a rouco o espírito de ou1ção que, com a penilê n- tência , como condiç ão prepar atória do Laptis mo : "Paen i-
1
C'iil Ih~~ Lrans!'ormará a alma. !entia,n, agite, e/ baptiz efu, w1usquis(JU8 ueslru m" .
É que, efectiv ament e, pnra o pecado r. a penitê ncia é
CAP íTLJ LO 11 um acto de justiça ; já que ofende u a Deus e violou os
seus direito s, tem obriga ção de repara r esse ultraje . Ora.,
Dn f)enitê ncin. pela penitê ncia é que ele pode reparu r.
I '
706. 2.º A penilê ncia define -se: uma virlud e so-
Sumàr iamen le indica da a rwcessidade e a noção da brenatural. anexa ú jusiiça, que inclina o pecador a de-
penilê ncia, expor,emos : 1. os mofiuo s que nos devem fa- les/ar o seu pecado. por ser uma ofensa comet ida contra
0

zei• oclicir · e evitar o• pecad o ; 2. º os motivo s e os ·meios de Deus, p, a tàm:ar a /irme resofiú;ão rfe o evífàr pai·a o fu-
o repara r. turo e de o reparar.
-
Neces sidade e noçao. Compr eende, pois, quatro actos princip ais, cuja origein e
conexã o é fácil descob rir. 1) À luz da razão e da fé, vemos
A t I Ód' d
ao peca o
Il morta l.
venial . que o pecado é um mal. o maior de todos os males, o mal
r . .- 10
que só é mal, porque ultraja a Deus e nos priva dos bens
i mais precios os ; e este mal uós o odiéimos de todo o coraçã o
~ d o peca d o { motiv
i
A rt. II . - R eparaç ao . os. 1
"iniqll itatem odio habui" . 2) Verific ando, por outro lado, que
meios . esse mal existe em nós, porque pecámo s, e que, ainda quando
perdoa do, sempre deixa algnns vestígi os, conceb emos dele
NECESS IDADE E NOÇÃO DA PENITÊ NCIA 1 uma dor viva, dor que nos tottura e tritura a alma, uma
sincera contriç ão, uma profun da humilh ação. 3) Para evitar~
penilê ncía é, deµois da oração , o meio ·mais
A mos no futuro esse mai odioso , tomam os a firme resoluç ão e
705. o bom propós ito de nunca mais o comete r, f1;1gindo com_
ehcaz de puri}icur a nlmCL cf(, :illas faltas passadas e até cuidad o das ocupaç ões que a ele nos poderi am levar, e forti~
mesmo de a premu nir contra as f'allas do futuro . ficando a vontad e contra as seduçõ es dos prazere s perigos os.
1.º E assim, quand o N. S. Jesus Cristo quer come- 4) Enfim, compre endend o que o pecado é uma injHstiça, de-
termin amo-no s a repará -lo, a expiá-l o por meio de sentim en-
çar o seu minist ério públic o, dispõe que o seu percur sor tos e obras de penitên cia.
enfre a pregar a neces sidad e da penitê ncia : "Faze i pe-
nitênc ia, porqu e está próxim o o reino dos céus : paeni- AR T. I. Monvos PARA ODJAR E EVITAR
tcnfiam . agi.le, approp inquav i/ enim regnum caelor um"
2•
O PECADO 2
Decl_arn que Ele próprio .veio para chama r os pecado res 3
Antes de exporm os esses rnolivos digam os o que é
à penitê ncia : "Non ven.i vocare justos, sed peccafores ad
paenit entiam " • Tão necess ária é esta virtud e que, se
3 o pecad o mortal e venial .
não fizerm os penitê ncia, perece remos : "si. paenit entiam 1 Act. II, 38. - 2 S. THbM. I, II, q. 71-73 ; q. 85-89 ; SuAREZ,mys-
De
4
non cgeril is, om11cs simililer peribitis" . Os Apóstolos peccatis disp. I-III · VII-VII I; PHILIP. A S. TRINITAT E, Sum. theol.
tlcae, I.~ P., tr. II, discursu s I ; ANTON A SPIRITU s_., Directorirwi
my_~ti-
compr eende ram Lão bem esta doutri na que, des de a sua cum disp. I, sect. III; TH. DE VALLGORNERA, Mystica tlleol., q. II, d1sp.
I, a~t. III-IV; ÁLVAREZ DE PAz, t. II, P. L De abjectio ne peccat? ru,m;
. I, et VII ; BouRDALOUE 1 Carême, mercred i de la 5.e sem., sur LXXX l'état du peche et
1 S. T1-10M. ~II, <l· 85 ; SuARE~, De paenitentia, disp s, Theol. mor. l'état de g râce ; TRbNSbN, Ex. pm:ticu!iers, ~LXX-C ; , MA NNING,
BILLUART, De paemt., d1sp. II; AD. TANQUEREY, Synopsi e éditío~ Sln and its consequences, tr. Mailfet, Le peché et ses conseq uences ;
t. I, n. 3-14 i BossuET, Sermofl sur la nécessité de la pé1titenc , 1907, J.e
, pou/ /e fundi
Le barcq, 1~?7, t. IV, _5fJ5, t. V, 419 ; Bowm/\ LO UE, Carêmeations, MGR. D'Huts-r, Careme, 1892; Retraite ; P. JANVIE.R 1 Caril-me um tanto
de la_ deux,eme Semam e ; NEWM AN, disc. to -mixed congreg Neglect Conf. ; Carême 1908 (toda). ~ 3 Desenvolvemos e~ses ,·motivos uma vez conce-
of d1vlne alls; FABER, Proves , eh. XIX. 2 Mt III 2 - 3 Lc. V. por extenso, para que os leitores <?S possam meditar
32. - 4 . Lc. XIII, 5. . . ' . bido um vivo horror ao pecado, esta assegur ado o progres so.

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DA PENlTSNCIA 407
406

707. Noção e cspcc1cs. U pecado é ttma lran., 1. O ,111e pe11se1 Deus elo pecado mortal.
Wt!S:::cío uoluntária da lei. de Deus. t. pois, urna clc!S()f>P ·
diencin él Deus . e por issc, mesmo uma. ofensa ele Deus, !>ara disso formarmos algum conceito, vejamos como
já que preferimos a nossa vontade à Sua e violamos Deus o castiga e condr:.na nos Livros Santos.
assim os direilos imprescrilíveis que Ele lem R nossa 111. 1." Como Deus castiga o pecado. NosAr
submissão. ,· ,
Anjos rebeldes. Não cometem mais que um só pecado ,
708. a) Pecado mortal. Q11ando. com perleita L um pecado interior, um pecado de orgulho ; e Deus, seu
Criador e Pai , Deus que os amava não somente como
advcrU::•ncia e pleno consenL,mento, Lransgredimos, em
obra de suas mãos , senão como &eús filhos de adopção,
maléria grave, uma lei importante, necessária à consecu-
Yê-se- obrigado,. para castigar a sua rebelião, a precipitá- •
• · çã.o cto · nosso f'im, co1'!1etemos u-m pecado mortal: assim
-los no inferno, onde, por toda a ete.midade, estarão se-
chamado, porque nos priva a alma da graça habitual.
parados dele, e por isso mesmo privados de toda a felici-
que c:onstilui a sua vida sobrenatural ( n.º 105). Eis o
dade . E contudo Deus justo não pode jamais infligir aos
motivo por que este pecado ó definido por Santo To más :
culpados castigo maior do que me~ecem : Deus, mis eri- 1

um oc!o, pelo qual nos .ciJasfarnos de Deus, nosso último


fi m, prendendo-nos liul'e e clesordenadamente a qualquer cordioso até nos seus castigos, tempera o rigor com a
bondade. É necess·ário, pois, que o pecado seja a supre-
bem cria elo. É que, cf eclivamente, perdendo a g-raça ha-
ma abominação , para ser punidó tão rigorbsamertte.
bitual. que nos unia a Deus, separamo-nos dele.
11:2. B) Em nossos primeiros pais. Haviam sido cumu-
709. b) Pecado venial. Quando a lei, que viola- lados de toda a sorte de bens, naturais, preternaturais e so-
mos, não é riecess!).ria à. consecução do nosso fim, ou quan- brenaturais (n. 0 s 52-6(5). Taqib~m · eles, porém, cometem um
do a violamos em matéria leve, ou, caso a lei .seja grave pecado de desobediência e orgullio ; . e eis que imediatamente
perdem, com a vida da graça, os dons gratuitos que tão libe-
em si mesma , quando a não transgredimos com perfeita ralmente lhes haviam sido qutorgados, são expulsos do pa-
advertência 'ou pleno consentimento, o pecado não é mais raíso terreal e transmitem à sua posteridade esse pecado de
que uen.ial, e ·não nos priva do eslado de graça. Ficamos origem, cujas tristes consequências vamos todos sofrendo
unidos a Deus pelo ínlimo da nossa alma. pois queremos (n.os 69-75 ). Ora, Deus amava os nossos primeiros pais co-
mo seus filhos, permitia-lhes viver na sua intimidade ; se o
cumprir a sua vontade em tudo quanlo é necessário Deus de justiça e misericórdia os houve de castigar tão seve-
para conservar a sua amizade e atingir o nosso fim . Ess.e ramente , até na sua posteridade, é que o pecado é um mal
acto contudo é uma lransgress.ão da lei de Deus . uma tremendo, que jamais poderemos detestar em excesso.
ofensa infligida a sua Majesladc, como adiante mostra·· 71~. C) Na pessoa de seu Filho. Para não deixar
remos. cair o homem na eterna perdição e conciliar, a um tempo,
1 o~ direitos da justiça e os da misericórdia, o Pai envia o
§ I. Do pecado mortél [ seu Filho à terra, constitui-o chefe da raça humana e en-
carrega-o de expiar e reparar o pecado em nosso lugar.
710. Para julgar reclamenle do pecado grn,·e, é mis- Ora , que lhe exige o Eterno Padre para esta redenção ?
ter considerar : 1." o que / )eus pensa dele ; 2. 0 o que ele Trinta e três anos de sofrimentos e humilhações. coroa-
é em si mesmo; 3.º os seus [uneslos e{eilos. Quem , pela dos pela agonia física e moral do Jardim das Oliveiras,
meditação, aprofundar eslas considerações, conceberá do Sinédrio, do Pretório, do Calvário. Quem quiser sa-
para com o pecado o ódio mais entranhado. ber o que é o pecado, siga passo a passo o divino Salva-
dor , do presépio à cruz, na sua vida oculta, praticando a
1 S. INACI0 1 Exercícios Espirituais, 1.a Sem., J.o Exercício; e seus
numerosos comentadores.
humildade, a obediência, a pobreza, o trabalho ; na sua

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l ,
408 CAPITULO II DA PENITÊNC IA 409

vida apostólica , no meio dos trabalhos , dos reveses das pecado rnorlal, desol1eclecemos-lhe, fazendo-l he o ultraje
intrigas, das perseguiç ões de que é vílima ; na sua Pai- de preferir a nossa vontade à sua , uma criatura ao Cria-
xão, em que suportou tão cruéis torturas fískas e morais, dor [ Mais ainda, revoltamo -nos contra Ele, já que pela
da parte de seus amigos e inimigos, que foi com razão criaçf,o lhe somos sujeitos, infinitam ente mais do que o
chamado o varão de dores ; e diga com toda a sinceri- que o podem ser os vassalos a um príncipe. a) E esta
dade: eis o que merecera m os meus pecados, "vulnerat us reYolta é tanto mais grave, quanto é certo que este Se-
est propter iniquítate s nostras, attritus est propler scel era nhor, infinitam ente sábio e bom, nos não manda nada
nostra". Então nos custará menos compreen der que o pe- que não seja útil à nossa felicidade como à sua glória, ao
cndo é o maior dos males. passo que a nossa vontade - bem o sabemos ,_.., é frnca.
frágil, sujeita -ao erro ; e, apesar de tuJo. pref er~mo-la à
'714.Como Deus condená o pecado. A Sa!:!rada •
de Deus 1h) Esta revolta é lanto menos excuscível quan-
Escritura represent a-nos o pecado como o que há de
J to é certo que, instruídos desde a intA.ncia por pais cris-
mais ahomináv el e criminoso. l
tãos, temos conhecim ento mais claro. mais exacto dos
,l) :B uma desobediê ncia a Deus, uma transgress ão de ·
direitos de Deus sobre nós. da malícia do pecado, e por
suas ordens, que é severa e justament e punida, como se vê
em nossos primeiros pais 1 . No povo de Israel, que pertence consegui nte sabemos perfeitam ente o que fazemos. e) E
especialm ente a Deus, esta desobediê ncia é ·considera da como por que motivo atraiçoam os assim a Nosso Senhor 7 Por
n.ma revolta, uma rebelião 2. h) :e, uma ingratidão para com um vil prazer, que nos degrada e nos abat!e ao nível dos
o mais insigne dos benfeitore s, uma impiedade para com o irracionai s, por um .orgulho insensato , pelo qual usurpa-
mais amável dos pais: "Filias enutrivi et exaltavi; ipsi au-
tem spreverun t me" 3. e) :e, uma falta de fidelidade, uma es- mos uma glória que não pertence mais que a Deus , por
pécie de adultério, pois Deus é o esposo das nossas almas um interesse, um lucro passageiro, a que sacrificam os um
e exige com razão à mais inviolável fidelidade : "Tu autem bem eterno I
fornicata es cum amatoribu s ~ultis" 4. d) :e, uma injustiça,
visto que violamos abertamen te os direitos de Deus sobre 716. B) Deus é também nosso último /im : criou,·
nós: "Omnis qui facit peccatum et iniquitate m facit, et pec- -nos e não pôde criar-nos senão para Si mesmo, visto
catum est iniquitas" 5.
que não há bem maior que Ele, e por conseguin te não
ll. O que é o pecado mortal em si mesmo.
pc,díamos encontrar fora dele a nossa perfeição e felici-
dade. Por outra parte, é just.o e necessári o que . havendo
. O pecado mortal é o mal, o mal que só é mal, pois saído de Deus . a Deus tornemos ; sendo proprieda de sua
todos os outros males não são mais que consequê ncias devemos reverenciá-lo, louvá-lo, servi-lo e glorificá-lo 1 ;
Oll castigos desse único verdadeir o mal. sendo objecto do seu amor. devemos amá-lo com toda a
715. 1. 0 Da parte de Deus, é um crime de lesa- nossa alma ; adorando -o e amando-o , é que encontrar e-
majestad e divina : de facto, ofende a Deus em todos mos a nossa felicidade e perfeição . Tem, pois, Deus
seus atributos, mas sobretudo como nosso primeiro prin- estricto direito a que toda a no!"rsa Yída, com todos os
cfpio, nosso último [im, nosso Pai e nosso benfeitor. nossos pensamen tos, desejos e ncções, seja inteirame nte
A) Deus, sendo como é nosso primeiro princípio, crientada para a sua maior glória.
nosso Criador, de quem temos tudo quanto somos e Ora. pelo pecado mortal, afastamo -nos voluntàri a-
quanto possvímo s, é por isso mesmo o nosso Soberano mentc dele, para nos compraze rmos num hem criarlo ;
1.
Senhor. a quem devemos obediênc ia absoluta. Ora, pelo
1 É o pensamento que S. Inácio desenvolve na sua meditação
fundamental, à frente dos Exercícios Espirituais, comentando estas pala-
I Om. II, 17; III, 11-19. - 2 Jer. II, 4-8. - ~ Is. 1, 2. - 4 Jer. vras : « Creatus est homo ad Jtunc finem ut Domittum Deum surun lau-
III, 1. - 5 / ]o. III, 4. det ac revereatur, dque serviens tande.m salvus jiat ».

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410 CAP!TUL O II DA PENITÊN CIA 411

fozemos -lhc a injúria cte lhe preferir uma rias !>lias criatu- cc,m um heijo . e ús vezes por bem menos de trinta dinhei-
ras, nu antes a nos·sa satisfaç ão egoísta : é que , ele Íélclo ros : L1i Cll qtw causei a sua prisão. a sua condena ção à
~rn {lltima análise. não é tanto a essa criatura que nos morte ; eu estava lá com <1 tnrba a vociferar: "Nem l,w,c,
prendem os, quanto ao prazer que nela se nos depara, se.d Barabba n . .. Cruci/ig e eum'' 1 ; eu estava lá com os
Ora isto é uma injustiça flagrant e, porque tende a privar soldado s, para o açoitar com minhas imortificações, para
a Deus dos seus direitos imprescritíveis sobre nós, da- o coroar de espinho s com meus pecados internos de sen -
quela glória externa que lhe devemo s procura r ; é uma sualidad e e orgulho, para impor uma pesada cruz sobre
espécie de idolatria, que levanta no templo do nosso co- os sens ombros e para o crucificar. Como muito bem ex-
ração um ídolo ao lado do verdade iro Deus ; é despreza r plica M. Olier 2 , "a nossa avareza crava a sua caridade ,
a fonte .de água xiva, a úni_ca que pode des~e_dentar as u nossa cólera a sua doçura, a nossa impaciê ncia a sua
nossa~- almas, e preferir essa água lodosa que se encontr a • paciênc ia: o nosso orgulho· -a sua humilda de ; e âssim
nc fundo das cisterna s fendidas , segundo a enérgica ex- com nossos vícios atenazam os, manieta mos e despeda ça-
pressão .de Jeremia s 1 : "Duo enim mala /ecil po pulus mos a Jesus Cristo que habita em nós". Como devemos
meus: me dereliqu crunt /ontem aquae vivae, et fo derunt odiar o pecado que tão cruelme nte cravou na cruz o
stbi cisternas, ·ci.sternas dissipatas, quae continer e non va-- nosso divino Salvado r.
font aquae". b) Actualm ente, é cerlo que não lhe podemo s infli-
717. C) Deus é também para nós um Pai que nos gir novas torturas , visto Ele já não poder sofrer; mas as
adoptou por filhos e nos tratg.. com solicitud e inteiram en- nossas faltas presente s continua m a ofendê-l o ; porquan -
te paterna l ( n. 0 94), cnmulan do-nós dos seus benefíci os to, ao cometê- las volunJtàriamente, despreza mos o seu
mais preciosos, dotando -nos dum organism o .sobrena tural, amor e benefíci os, tornamo s inútil, no que nos toca, o
para nos fazer viver duma vida semelha nte à sua, e libe- seu sangue tão generos amente derrama do, privamo-lo da-
ralizand o-nos as graças actuais mais abundan tes para quele amor, daquele reconhe cimento , daquela obediên -
"
H,zer ren der os seus dons e aument ar em nós a vida , so- cia, a que tem direito. Não será isto correspo nder ao seu
brenatu ral. Ora, pelo pecado mortal. desprezamos• ess·es ,,.mor com a mais negra das ingratid ões, e por isso mesmo
dons, abusam os até deles, para os voltarm os contra o cha,nar sobre nós os mais severos castigos 7 ·
nosso benfeito r e Pai, profana mos as suas graças e ofen-
demo-lo assim no próprio moment o em que Ele nos en- 111. Os efeitos do pecado mortal.
che dos seus bens. Não é isto uma ingratidão tanto mais
culpáve l, quanto mais recebem os, a bradar vinganç a con- Quis Deus que a lei tivesse uma sanção, que a feli-
tia nós? cidad°e fosse, afinal, a recompe nsa da virtude, e o sofri-
mento o castigo do pecado. Vendo, pois, os efeitos do
718. 2. 0 Da parte de Jesus Cristo, nosso Reden-
tor, o pecado é urna espécie de deicídio. a) De facto, foi pecado, poderem os julgar, em certa medida, da sua cul-
pabilida de. Ora , esses efeitos podemo -los estudar nesta
a pecado que causou os sofrimen tos e a morte do nosso
divino Salvado r : "Chrislu s passus est pro rwbis. . . 2 vida ou na outra.
Lavit n.os a pecca/.is nostris in sanguin e suo" 3 . Para que 719. 1. 0 Para nos capacita rmos do~ tremend os efei-
este pensam ento faça impressã o em nossas almas, con- tos do pecado mortal nesta vida, relembre mos o que é
vém recordar a p arte pessoal que tivemos na dolorosa t{ma alma em estado de graça : nessa alma habita a
Paixão do Salvador. Fui eu que traf o meu divino Mestre SS.m~. Trinrlad e , que nela tem as suas complac ências e
]er. II, 13. - 1 ]o. XVIII, 40; XIX, 6. - 2 Catéch. chrétien, Ie Part. 1 leç. 11.
1 2 / Petr. II, 21. - s Apoc. I, s.

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412 CAPlT ULO II DA PENIT eNCIA 413

a adnrn a das suas .2__.·1·aças. , das suas vir se Deus, por um excesso de misericórdia, não vier com sua
· l u d e'- , d os seus
dons : sob o influx o da graça acl ual, os seus a elos bons graça retirá-la do fundo do abismo.
}unam -se meritórios da _vida eterna ; possui a santa 721. Se, por infelic idade, o pecad or se obslin a atÉ'
li- o fim na resistê ncia à graça, então é o infern o com todos
, •erdad e dos filhos de Deus , partic ipa da força, da vir-
tude de Deus, e goza, em certos mome ntos sobre tudo, os seus horrores. A) ,'-\ntes de tudo a pena de dano,
duma felici dade que é como um anteg osto dé!- celest pena justam enle merec ida. A graça não cessar a de bater
e a,, coraç ão do pecad or; ele, porém , morre u volun tària-
bem-a ven_~urança. Ora . que faz o pecad o morta l 7
a) bxpul sa a Deus da nossa alma, e, como a posse mente na sua culpa , isto é, volun tàriam ente separa do de
de Deus é uma anlec ipaçã o da f ehcid ade do céu, a sua Deus ; e, como as suas disposições já não podem muda r,
.perda é C:omo o prelúd io ela. eterna repr:.o~·ação : perde por toda a eterni dade ficará separ ado de Deus. Enqu an-
a Deus , não é, afinal perde r todos os bens de
que Ele
r to vivia na terra, abso·r\-:ido como· andav a pelos negócios
é fonte ? e prazer es. não tinha tempo de se deter a pensa r no
horror da sua situaç ão. Agora , porém , que já não há
, b) Com Deus perde mos a graça santi/ icanle, que para ele nem negócios nem prazer es, encon tra-se o infeliz
fazia viver a nossa alma duma vida semel hante à de consl anlem ente diante dn pnrnr osa realid ade. Pelo mais
Deus ; é, pois , uma espéc ie de suicíd io espiri tual. Com íntim0 da sua nature za, pelas aspira ções do seu espírit
a graça , perde mos i~trnlmente o glorioso cortejo de virtu- o
e coraçã o, por todas as energias do seu ser irresistivel-
des e rians que a acom panh avam . Se, na sua infini mente se sente atraíd o para Aque le que é o seu primeiro
ta
miser icórdi a, Deus no_s deixa a fé e a esper ança, essas princí pio e último fim, a fonte única da sup. p erteiç ão
virtud es já não são inform adas pela carida de e não ficam e
f elicid ade, para aquel e Pai tão amáv el ,e tão aman te que
em nús senão para nos inspir arem temor saluta r e desejo o tinha adapt ado por filho, para aquel e Reden tor que
arden te de repara ção e penitê ncia ; entr,ementes, mos- o
tinha amad o alé morrer por ele numa cmz ; mas, por ou-
tram- nos o triste estado da nossa alma e excita m nela tro lado, sente- se-ine xoràv elmen te repeli do por uma força
punge ntíssi mos remorsos. insup eráve l, e essa força não é outra senão o seu pecad o.
720. e) Perde mos lambé m os mérito s passados, A morte gelou-o, imobilizou-o nas suas disposições; como
acrnn ulado s à custa de quant os esforços I Esses mérito no própri o instan te da morte rejeito u a Deus, eterna mente
s
só com labori osa penitê ncia os poder emos recup erar ; ficará separ ado de Deus. Nem felicid ade, nem perfei
e, -
e.~qu anto perma necem os em estado de pecad o morta ção para todo o sempr e I O infeliz fica preso ao seu pe-
l.
nao podem os merec er nada para o céu. Que despe rdício rndo, e pelo pecad o a tudo quant o existe de ignóbil
e
de bens sobre natura is 1 degra dante : "Disc edite a me, maled icti''.
,1) A tudo i~to acr·esce a escrav idão tirânic a, a que 722. 8) A esta pena de dano, a mais treme nda sem
dorav ante o pecador se tem de curva r : em vez da liber~ comp araçã o, acresc e a pena de sentid o. Tendo o corpo
da_de que disfrutava, ei-lo escravo do pecado, das paixõe sido cúmp lice da alma, partic ipará do seu suplício. Já
s o
r_~ms; dese_:1cadeadas pela perda da graça, dos hábitos que deses pero eterno , que tortur a a alma do réprobo , lhe pro-
riao .ardar ao a formar-se com as recaídas tão difíceis de evi-
tar. ~stá. escr~to: "quem faz o pecado, é servo do pecad duz no corpo uma febre intens a, uma sede inexti nguív el
omn1s qui facit pecca tum servus est pecca ti" 1. E então o, que nada pode mitigar. Mas além disso ha\rer á fogo real,
gra-
du~lmente vão enfraquecendo as forças morais, vão dimi- se hem que difere nte do fogo- mater ial que vemos na
numdo as graças actuais, até que por fim sobrevém o desa- teirn, o qual será. instru mento da justiç a divina para cas-
lento e por vezes o desesp ero; está perdida e;sa-p obre alma,
tigar o corpo e os sentid os. "É justo, ef ecti\'a mente , que
o
1 jo. VIJI, 34; cf. li Petr. II, 19. home m seja castig ado por onde pecou : "per quae pecca
t

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414 CAPITULO II DA PENIT ÊNCI A 415
quis, pn lwec e/ lorqu etur" 1 ; e, já que o répro humi ldade , amor , que são mais durad oiros e
bo quis Yoluntúrios
gozu r deso rden adam ente das criatu ras, nelas que os peca dos de fragilidade.
enco ntrar á
um instr umen to de suplí cio. Esse fogo, atead o Com relaç ão a estas faltas , Ludo o que nos cump
e dirigido re
por um braço inteli gente , to1tu rará tanto mais fazer , é dimin uir-lh es o núme ro e evitar o
as suas desal ento.
Yítimas quan to ma,is inten same nte elas tiver em
quer ido a) Pela vigilâ ncia é que se cons egue diminuí-Ias ; pro-
goza r por praze res veda dos. curem os remo ntar à caus a e suprimi-la, mas
sem ansie-
72'.l. C) Tant a uma como oulra pena não terá dade nem preo cupa ção, apoia ndo- nos na graça
fim · divin a
é_ isto o que leva ao parox ismo o castigo dos rr.ais aind a que em nossos esforços ; esmeremo
répro bos: -nos parti-
Porq uanto , se os meno res sofri ment os. só pelo cular ment e em elimi nar qual quer a[eição ao peca
facto da do ve-
sua conH rrnid ade, se torna m quas e intolérá,;eis, nial,- pois que: segu ndo nola S. Fran cisco .d.e Sales 1
que dizer • "se-
desta s pena s, já tão inten sas em si mesm as que, c, coraçê.o se lhe apeg a, bem depre ssa
decorri- se perd e a suavi~
dos milh ões sobre milh ões de sécul os, estar ão dadé da devo ção e até mesm o toda a devo ção"
semp re no .
seu come ço 7 72.23. b) Mas é miste r evUar com cuida do o desa-
E cont udo Deus é juslo , Deus é bom até nos Íc.::nfo, o despeito dos que "se zang am de se have
casti gos rem zan-
que tem de infligir aos cond enad os ! Para ser gado , se aflig em de se have rem afligido " 2 ; es·ses
tão alroz - movi-
ment ~ ~uni do, é miste r qu e o peca do mort al seja ment os vêm afina l do nosso amor próprio que
um mal se pertu rba
aborn mave l, o único verd a deiro mal. Por cons eguin e inou ieta de nos ver tão impe rfeito
s. Para_ evital' este
te an-
~-es n:iorrer do que manchar-s·e com um só peca defei to, é preciso olhar as nos·sas falta s com benig
do m~rt al. nidad e,
potir1 , rz· quam foe dari '·. E , para mel· h or conse guir-
· s_ mo como olham os as dos outro s, odiar sem dúvi da
os nossos
mos evita-lo, tenhíl;mos tamb ém horro r ao peca defei tos e fraqu ezas, mas com um ódio tranq
do venia l. uilo, com
uma cons ciênc ia muit o viva da nossa fraqu eza
' e miséria,
§ II. Do peca do ·v enia l deli bera do com uma vont ade firme e seren a de faz,er sel'vi
t es.tas
falta s à glória de Deus , cump rindo com mais
fidel idade
Sob o aspec to da perfe ição, há grand íssim a difer e amor o deve r prese nte.
ença
entre as falta s venia is de surpr esa e as que se Qua nto aos peca dos venia is de prop ósito delib
come tem e-
de prop ósito delib erado , com delib eraçã o e pleno rado , esses são um grandíssimo ohstá culo ao
cons en- nosso pro-
time nto. gresso espir itual e deve m ser comb atido s com
vigor. Para
724. Das falta s de surp resa. Até os Sant diss~ nos conv ence rmos , vejam os a sua nwlíc ía
os come - e os seus
tem às vezes essas faltas·, deixa ndo- se arrás tar, efeito s.
um mo-- I. J\Ialí cio do pecad o venia l del{l, erado .
m. .en~o, por irrefl exão ou fraqu eza de vont ade,
a negh -
1
"'aencr· ns nos exercíc·ws cspm· ·t·ua1s,
· a nupr
· u d"encia s, a juízos 7'26. Este peca do é um mal moral. em si
ou palav ras, contr árias à carid ade, a uma leve o maio r
ment ira, 1 · mal depo is do peca do mort al. É certo que nos
para sf desc ulpar em, etc. São lame ntáve is s~Íu • não afast a
dúvi da do últim o fou, mas retar da o nosso avan ço, faz-n
essas altas , e as alma s fervorosas d enlor am-n os per-
as com der um temp o preci oso, e sobre tudo é rnna
smY tlfa ; mas não são obstá culo à perfe ição ofens a de
: Deus N. Deus . É. nisto sobre tudo que consi ste a s•ua
en º:; malíc ia.
que conh ece a nossa fraqu eza, facil ment e as 727. 1. 0 É uma deso bediê ncia a Deus , em
ex- maté ria
cusa : ipse cogn ovit Jigm entu m nostr um ". E.
depo is, re- leve, sem dúvi da, mas vohm tària ment e come tida
pararam-s·e quas e imed iatam ente com actos de com re-
contr ição,
1 Sap. XI, 17.
1 Vie dtvote , L. I, eh. XXII.
2 S. fR. DE S.uEs 1 Vie devote, P. III, eh. IX.

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416 CAPITULO II DA PENITSNCIA 417

fle.xflo. / \os olhos da fé, é verdadeiramenle coisa abomi- lado queremos conservar a sua amizade, por outro r·ega-
n{tvcl, pois nitrata a majestade infinila de Deus. kamos-lhe a nossa e só lhe damos um coração divididu.
É evidente que isto é uma indelicadeza, uma falta de
A) f=
uma injúria, um insu1 lo a Üeus : num dos
fervor e de generosidade que não pode deixar de dimi-
pratos da ba laní;a colocamos a vontade de Deus, a sua
nuir a nossa intimidade com Deus.
glória ; no outro, o nosso capricho, o nosso prazer, a nos-
sn gloríola, e ousamos preferir-nos a Deus ! Que ultrage ! li. Efeitos do pecado venial deliberado.
Uma vontade infinitamente sábia, infinitamente reda.
sacrificada à nosS!a, tão sujeita ao erro e ao capricho I 7:29. 1. 0 Nesta vida, o pecado venial. cometido
"É diz Santa T epesa 1 , como se se dissesse : Senhor, ape- amiudadas ,·ezes e de propósito deliberado, priva-nos a
sar desta acçâo Vos desagradar, não deixarei de· a fazer. alma de ·rrwilas graças, clirninlli progressivamenté o fervor
Não ignoro que Vós a vedes, sei perfeitamente que Vós e predispõe-nos para o pecado mortal.
ct não quereis : mas eu prefiro a minha fantasia e a mi- A) O rJecado venial priva a alma, não, da graça
nha' inclinação à Vossa vontade. E s.eria coisa de nada santificante, nem do amor divino, senão duma nova graça
µ1oceder desta sorte 7 Quanto a mim. por mais leve que que e!a teria recebido, se houvesse resistido à tentação,
seja a falta em si mesma, acho, pelo contrário , que é e , por isso mesmo, dum grau de glória que poderia a~qui-
grave e muito grave". rir pela sua fidelidade, dum grau de amor que Deus lhe
728. 8) Daqui, por nossa culpa, uma diminuição queriçi dar. E n~o é isto uma perda imensa, a perda dum
do glória extrínseca de Deus. Fomos criados pqra pro- tesoiro mais pre_çioso que o mundo. inteiro 7
curar a s,ua glória, obedecendo perfeita e
amorosamente 7'.10. É uma diminuição d-e fervor, isto '·é, daquela
às suas ordens ; ora, com recusarmos obed·ecer-lhe, a-inda generosidade que se dá co,mpletainente a Deus•. Esta dis-
mesmo em matéria leve, roubamos-lhe uma porção dessa 119siç&o sup'õ,e efectivamente um ideal ~fouado e um es-
glória ; em vez de proclamarmos, como I'v1aria SS.ma, que forço constante para dele nos aproximarmos. Ora, o há-
o queremos glorificar em todas as nossas acções "Magni- bito do pecado venial é incompatível com estes dois
ficai anima mea Dominum", negamo-nos· positivamente estados de ahna. ·
a glorificá-lo nesta ou naquela coisa. a) Nada tanto deprime o nosso ideal como o apego ao
C) E, por isso mesmo, é uma ingratidão; cumula- pecado : em vez de estarmos prontos a .fazer tudo por Deus,
e de pormos a mira nas alturas, detemo~nos deliberadamente
dos dos mais copiosos benefícios, por sermos seus amigos, ao longo do caminho, a meia encosta, para disf<ruta_rmos dai~
e sabendo que Ele exige em retorno o nosso reconheci- gum deleitezinho proibido; assim perdemos · uill tempo pre~
mento e. amor. · recusamos fazer-lhe tal siacrificiozinho ; cioso ; deixamos de olhar para o alto, para nos, divertirmos a
em lugar de procurarmos agradar-lhe, não receamos dar- colher algumas flores que bem de~ressa murchar-ão. Começa-
mos então a sentir cansaço, e os cimos da perfeição, aqueles
.. Ihe desgosto. Donde procede evidentemente um resfria-
mesmos a que éramos pessoalmente chamados,, parecem-nos
mento da amizade de Deus a nosso respeito. Ele ama- excessivamente longínquos e escarpados ; vamo-nos dizendo
-r;os sem reserva e, em retorno, exige que o amemos com então a rtós mesmos que não é riecessáric:i pôr a mira tão
toda a nossa alma: "Di/iges Dominum Deurn tuum ex alto, que nos podemos salvar com menos .dispêndio ; e o
ideal que havíamos entrevisto, deixa de ter- encantos para
foto carde> tuo et in tota anima tua et in tota mente nós. Afinal, vamos repetindo, gstes movimentos de compla~
tua " 2 . E nós não lhe damos s1erião uma parte de nós cência em nós mesmos, estas pequeninas sensualidades, estas
mesmos, nós fazemos as nossas reservas, e, se por um amizades sensíveis, estas maledicências·, são inevitáveis ; não
há remédio senão resignar~se com elas. I,) E então, o fervor,
l Chemitt de la perfection, eh, XLI, p. 296·297.-2 Mt. XXII!, 3'l. o entusiasmo pelas alturas esmorece ; antes caminhávamos a
27
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418 CAPíTULO II DA PENITf:lNCIA 419
passo ligeiro, sustentados pela esperança de chegar ao fon ;
agora come.çamos a sentir o peso do dia e do cansaço, e, tem lhe será tirado : qui enim habet, dabiiur ei et abun-
quando queremos retomar a subida, sentimos que o apego ao dabit ; qui autem non lwbel, e/ quod habet auferetur ab
pecado venial nos impede de avançar. A avezinha presa à ec," 1 Ora, pelo apego ao pecado venial, resistimos à
terra eni vão pretende levantar voo e recai maguada sobre o graça, pomos obstáculos, à sua acção em nossa alma, e
solo. Assim as nossas almas, retidas por laços a que não
querem renunciar, recaem bem depressa mais ou menos feri- por isso mesmo recebemo-la em muilo menor abundância,
das pelo vã<;>.. esforço '. qne tentara,r;n., 1.As vezes quer-nos pa- Mas, se com graças mais copiosas não fomos capazes de ·
recer que vanios retomar o fervor ; mas ai l outros laços nos resistir às más inclinações da natureza, fá-lo-emos' com
prendem, e já não temos a constância I1:ecessária para os graças e forças minguadas'? 2) Por outra parte, quando
cortarmos todos, uns depois dos outros. Há, pois, um res~
friamento de. caridade que é dev:eras para inquietar. uma alma tem falta de recolhimento e generosida de, mal
percebe efses movimentós interior~· da graça -que a solici-
731. B) O grande perigo que então nos ameaça
tam ao bem, porque bem depressa são ubafados pelo tu~
é de resvalar pouco a pouco ao pecado mortal·. É que as
nossas tendências ao prazer proibido aumentam, ao passo
multo das paixões que despertam. 3) ·Finalmente graça a
não nos pode santificar senão exigindo saG:rifícips ; ora,
que as graças de Deus diminuem, até que enfim chega
os hábitos de prazeres adquiridos pelo apego às. faltas
o momento em que são para temer todas as capitulações.
veniais tornam estes sacrifícios muito mais dificultos·os.
·· a} As nossas tendências ao prazer mau vão aumen-
755. Póde-se, pois, conclu,ir, com o P. L. Lallemant 2:
tando : quanto mais se concede a ·este pérfido inimigo, "A ruína .das almas vem da multiplicação dos pecados ve-
tanto mais ele reclama; tanto mais insaciável se torna. niais, que causam a diminuição das luzes e inspirações divi'i'
Hoje, a preguiça faz~nos cortar à meditação cinco minu~ nas, das graças e consolações interiores, do fervor e coragem
tos _; amanhã, já reclama dez. Hoje, a sensualidade nã9 exige para resistir aos ataques do inimigo. Do'nde se segue a ce~
senão umas pequeninas
1
imprudências ; amanhã, cobra arrojo gu,eira, a fraqueza, as quedas frequentes, o- hábito, a iii.sensi-
e pede um pou co_maii Em que ponto se para,rá nesta ladeira bilidade ; porque, uma vez contraída essa enfermidade pecai
perigosa?· A c'o'nsciêrtcia procura· tranquilizar-se sob color que -se sem sentim~nto do próprio pecado",
estas faltás' não, passam de veniais ; :mas ai! pouco ,a pooco
lá se vão elas.,aproxim~ndo das culpas graves, e renovam-se 7'54.Ós._efeitos· do pecado venialn~ 3outr~·vida
a& imprudências que perturbam mais profundapiente a ima- mostram fuem quanto o devemos -temer .. É para . expiar
ginação e os sentidos. É o fogo encoberto debaixo da cinza, que rnuitas almas pâssani lantos,·anos no Purgatório. Ora,
que _pode transformar~se em fogo de incêndio; é a serpente o que sofrem elas nesse lugar de expiação 7
reanimada com o calor do seio, que se prepara para morder
e envenenar· a sua, vítima. ,;...., O perJgo é tanto n~ais próximo A) Sofrem o mais incomportávél dos male~ a pri-
quanto menos_ ,o receamos, à força de nos expormos : vamo- Pação de Deus, Certo que não é eterna esta pena, • e é
~nos familiarizando com ele, vamos deixando cair, uma após isso o que a distingue das penas do inferno. Ml}s,· por
outra, .. as .. tdncheiras que ·defendiam a cidadela do coração,
até que : chega, o momento em que o inimigo, num assalto tempo mais ou menos longo, proporcionado ao núm~ro
mais furioso, . penetra na praça. e ü1tensidade das suas faltas, essas almas' que amam a
7~'2. b) ~ E é tanto mais para temer esse perigo, Deus, e, separadas de todos os prazeres e distracções da
quanto é certo que as graças·· de Deus vão geralmente terra, pensam constantemente em Deus e ardentemente
diminuindo em proporção c9m as nossas infidelidades.
1 Mt. XIII, 12. - 2 La doctrine spituelle, Ule Princi pe, eh. II, a.-
l) .E na verdade; é lei providencial •que as graças nos são 1, § 3. - 9 Não falamos dos castigos temporais, com que Deus pune o
pecado : a S. Escritura refere-se a eles muitas vezes, sobretudo o Ant!go
dadas, segvndo a noss·a cooperação "secundum cujusque Testamento. Mas, quando se trata de determinar se tal ou qual pena é
d_ispositiónem et cooperationem". Tal é, em- última .aná- castigo do pecado venial, achamo-nos .muitas vezes reduzidos a mer,as
conjecturas. Não se deve, pois, insistir neste ponto,· como fazem certos
lise, o s~nlido da scnte~ça evangélica. "Ao que· tei:n, dar- autores espirituais que atribuem ·a faltas veniais castigos tremendos:i
assim , .por ex., a mulher de Lot é transformada em estátua de .sal por
-se-lhe-á e abundará; mas ao que não tem, ,até o que uma falta de curiosidade, Oza é ferido de morte por haver tocado a arca.
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420 CAP íTUL O
DA PEN ITSN CIA 421
II
des ejam ver a· sua - . face, sao - pnv · a das e!a sua visl ART. II. Mo nvo s
pos se{ e ·d
· a e d a sua _E MEIOS DE REP ARA R o PECA DO
sofr em ·m d 1z1v
· , eis lorm enlo s. A
gora com pree n dem
qud fra e Deu s não pod em ser felizes,; e eis
que dian - 1. ;\'loti!Jos de peni téuc ia.
te l ~d~s sde leva nta. com o obs tácu
lo intr ansp onív el. essa
. mu b ao T- e f alt as vem·a1s· que nao - exp iara· m su f·ic1e · nt e- Trê s mot ivos prin cipa is nos obri gam
men·d d d ao pen
te. a faze r pen itên -
. · nt '-' ra das es t ao" , a I·ias,
· essas a l mas da nec es- cia de noss os pec ado s ; um dev er
de just iça para com
81 8 e _ª pur eza exig ida Deu s ; um dev er resu ltan te da noss
par a con tem plar a face de Deu s a inco rpor ação cm .Je-
que lena m verg onh a · de apa rece sus Cris to ; um deYer de interesse
r dian te dele sem essa pessoal e de cari dad e.
pu11eza l ' nem · 1·.ii rn ais• con sen t·mam . em entr ar no ceu , , enq uan -
t -ne as perm ane eess e qua lqu ér· vest
ígio dó pec ado ven ial 1. 1.º UM DEV ER DE JUST IÇ:\ PAR
l\~emh pois , num esta do viol ento A COM DEUS
que reco nhe cem . ser
mm lo em mer ecid o, mas que não
deix a de as tort urar . 756. O pec ado é uma verd ade ira
T 7~3f B) Ade mai s, seg und o a dou inju stiç a, visto
trin a de San to rou bar a Deu s uma porç ão da glór
0 ~ 1 ~d_s, dpe ia extr ínse ca .a que
netr a-as um fogo sub til, que lhes Ele tem dire ito ; exige, pois, de
acbv. 1 a .e e lhes {' emb araç a a just iça, uma reparação,
az exp errm • ent ar so fnme · n t os f'1s1c · os, que con sist irá em rest ituir a Deu s,
par a·dexp 1are na med ida do possí-
_ rn os· p raze res culpave , 1s. em que havia . m con - vel, a bon ra e glór ia de que o priv
amo s por nos sa culp a.
senl
. t ! ·- o. Nao · h'a d'uv1·d a que ace itam .
er ~ pro va : tão bem com pree nde m
sari a par a se unir em a Deu s 1· .
de to do o cora ção
que ela lhes é nec es-
Ora , a ofen sa, infi nita com o é, obje
jam ais será com plet ame nte repa rada
cliv ame nte ao m·e nós,
. A obri gaç ão de ex•
· · · ' 'Ven do· d' s
. . . piar abra nge , pois , a nos sa vida inte
ira ; e essa obri gaç ão
ci~ ·-:d
~- . r' 1z · anta Cat·arin a de
tó~i ' · ·· ·' é tant o mai s exte nsa qup.nlo mai
Gén
~ d es inad o a , lhes tirar · as man chasova 2, que o purga~ nefí cios rece bido s, qua ndo mai s
ores lenh am sido os be-
descobreeram qu~ . é por :efei to dum , prec ipita m-s e •nele graves e num eros as a"!,
a grande misericórdia que
ou~ : ôbs m um ~1~10,: ond se pod em nos sas falt as.
de . esta :rvi m em' s1 tnesemas livr ar dos imp edJm ento s
i•. Mas esta acei taçã o não imp e- É obse rvaç ão de Bos suet i : "Nã
alm s ª mas_ .de · sofr er mui to : ''.Este con tent ame nto das t:vo de rece ar que a bon dad e de Deu
o tem os nós just o ni.o~
dos \~u ~u: rta o no p_urgatórto., n~o s, tão indi gna men te des•
Uies tir13: uma parc ela prez ada, se con vert a em furo r imp
reta rdad o 0c rimentos_ ; long e d~ss just a vin gan ça é tão gran de con tra
lacâ vel ? . Pois , se_ a su~
o, o amo r que .~e enco ntra
feiç ão d ' aus a-lh es pen a, e a pen
a cres ce à med a sua cólera tant o mais tem eros a os . gent~os. . . nao ser_a
Deu s as torn ou capa zes" 3.. · ida da per-
r :.
. 0 amo r de
'• E não o· 6s_tante. 1).eu
htm em mis eric ord idso l Am a esta s
s é não .. som ente jl1sto sen ão
-
vos ? " Dev emo s, pois, acre scen ta
Deu s con tra nós mesmos : '·E assi
con
sens ível é a urn pai ter filhos péd idos tra nos, qua nto mais
ele.
, do que ter mau s ser~
torn ar o pa~tido de
m é que, tom and o cont ra
alm as com am~ r sin- nós o part ido da just iça divi na, obri
cero
t d . tem , o '_ pat·J ern aI ; deseJ-a ar dente men te dar-se- Ihe por gam os a sua mise ricó rdia
o a ,.a ele1 ni ade ,. C'e a tom ar o noss o part ido con
d~d - f·~z, , tra a sua ju-stiça. Qua nto mai s
b I· _ · ,, o nao e que h, · mpa t·b·I
. a mco · dep lora rmo s a misé ria em que caím
. ,, e la,· .,so uta .enlr·e a sna m . f.m1.l a san t I·d a d
1 1 1-
xim arem os do bem que perd emo s : os, tant o mai~ nos apr ':
. e e a men or Deu s rece bera compass1~
~adcu a, ~dr nen or pec ado ven ial. Nun vam ente o· sacr ifíci o do cora ção con
ca será , pois , dem a- trito que lhe ofer ecer mos
sia·do d,o o io ao pelá sati sfaç ão dbs Iiossos crimes ;
.. . pec a d.o vem.a l : nun ca sera. excessIV .o o pen as que nos imp omo s não são
e, sem . con side rar _que as
CU! a () em o ev ·t . . . ving anç a pr<;,porc1onada,
,, • • .. · . · · 1 ar e repa ·.· . . d r. sõnt ente olhà rá este b'om pai a que
rar por mew •\,A
e pernter:i •
,cia é- volu ntár ia . Por outr~
l '.die ela· . d · · part e torn arem os mai s efic az a noss
;i.quele ,:em i,qué.'leu esse desc obri . . . · a peni tênc ia, unin do-a a
pela Impetuos idad e dn~o ntra, neler outr o p u_rg~!ór í~ mais terr_ível que de Jesu s Cris to.
~e
livrar · mais ràpi da O atno r que ,existe entr prec1 plta na .v1vam~nte,. !mpelt da
CAT- 'RIN- ' ' DE GÉN ov:e J.:e• de e Deus e ela, -e a fim de se
tudo 1 Premier panégyrique de S. Fr. de
clt.. ~ e. Xll Tod o o que a sepa ra do Sumo Bem (St.a Pau/e, éd. · Lébarq, t. U,
·
1 -urgatório,
este trata di nho e. IX). - 2: Op.·clt., e. VIII. - >,
s Op. p. 24-25.
do Purgatório é dign o -de se ler.
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2. o UM DEVER RESULTANTE DA NOSSA <le coração, com instância, fervor e perseveran~a'. mas sobre:
INCORPORAÇÃ O EM CRISTO tudo com humilde confiança de que esse Espmto nos sera
com unicado". É certo que nem sempre sentiremos a ope~
ração deste divino Espírito, pois q1:1e Ele act1:1a muitas vezes
757. Pefo baptisrno fomos incorporados em Cristo de modo insensível ; mas, se o pedirmos humildemente, rece~
(n .º 1-43): participando , pois , da sua vida, devemos, par- bê~lo~emos, e Ele operará em nós, para nos t.o rnar conformes
hcipar das suas disposições . Ora, Jesus, S'e bem que im- a Jesus penitente, e nos- fazer detestar e_ expiar os nosso~ ~e~
pecável, tomoá sobre si mesmo . como cabeça dum corpo cados com Ele. É então muito mais eficaz a nossa pemten~
eia, porque participa da própria virtude do Sal':"ador : ?ão
místico, o pes'o e, por assim dizer, a responsabilid ade somos nós sõmente que reparamos, é Ele que _exp1~ em nqs _e
dos nossos pecados, "posuil Dominus in eo iniquitatem connosco. "Toda a penitência exterior que nao sai c:Jo Esp1~
omnium noslrurn' · 1 . Eis o motivo por que levou uma rito dé Jesus Cristo, diz M. 0lier l, não é penitência real ~
vida pe.J.1itenle desde o primeiro insitante da sua· concei- verdadeira. Podemos exercer sobre nós mesmos rigores, e ate
sumamente violérito.s ; mas, .se· eles não êmanam de· Cristo
ção até ao Calvário. Sabendo perfeitamente que seu Pai lesus penitente em nós, não podem ser penitências cristãs, É
não podia ser aplacado pelos holocaustos da Antiga Lei, por Ele só que se· faz penitência : Ele começ~u.!.a nest~ ~un~
oferece-se a Si mesmo como hóstia, pata substituir todas do em sua própria pessoa, e contmua~a em nos. ·.. ~mmando
as vítimas : lodas as suas acções serão imoladas pela es- a nossa alma das disposições interiores de amqmlaménto,
confusão, dor, contrição, zelo contra nós _mesmos, ~ for~a
pada da obediência, e, após uma longa vida , que não é para cumprirmos em nós a pena e a me?1da da satisfaçao
~erião nm contínuo martírio, rt10Úe na cn~z, vítima da sua que Deus Padre quer receber de Jesus_Cristo ~ - nossa ca_r-
obediéncia e do seu amor "/actus obediens usque ad ne". Esta união com Jesus penitente nao nos dispensa, p~1s,
mortem, mor!ern autem crucis". Qüer, porém, que os seus dos sentimentos e das obras de penitência, lI!<;IS d~:-).~es .mmto
maior valor.
membros. para serem purificados dos própri'Os pecados,
se unam ao seu sacrifício e sejam 'vítimas expiatórias com o
UM DEVER DE CARIDADE
Ele : "Para · ser · o Salvador do género humano, quis ser a

.ma vítima. Í'1as a unidade do seu corpo místico faz que, A penitência é um dever de caridade, tanto para
tendo-se a cabeça imolado, todos os membros devem ser connosco como para com o próximo.
também hóstias vivas'.' ?-_ E na v.erdade, é por demais
7.59. A) Càm relação ' a nós mesmos. _O pecado
evidente que, se Jesus , a mesma inocência, expiou os
.deixa em nossa almà .consequêncià s funestas, contra as
!?~ssos pecados com tão rigorósa penitêncin. nós , que so-
<.mais importa reagir. a) Ainda quando ª · fUlpa ou a falta
rrios culpados, nos devemos associar· ao seu sacrifício com
~os é perdoada, ficamos geralmente sujeitos a uma ?ena,
t&nto mais generosidade quanto maiores pecadores te-
mos sido. mais ou menos longa, segundo a gravidade e o numero
dos nossos pecados, como também segundo o . fervor da
'7:'H~. É
para nos facihtàr esse .dever que Jesus peni- nossa contrição no momento da volta a Deus,. Esta pena
tente vem viver em nós pelo seu divino Espírito, com as tem que ser expiada ou neste mundo ou no óutro. Ora,
suas disposiç9es de hóstia. {; muito mais útil padecê-la nesta vid·a : quanto mais
::Assim, diz M., 0lier 3, ao ler os Salmos, é mister hon- pronta e perfeitamente pagamos esta dívida, tanto mais
rar em David o espírito de penitência e respeitar com grande .apta fica a nossa alma para a união divina. Por o~tro
religião e qutetµde as disposições do Espírito interior de Je~
SU.!i CristC>, fonte de penitência, derramado neste Santo. Irn~
ludo , na terra é mais fácil esta expiação, porque a vida
porta orar para ter parte . nessas disposições com rendimento presente é o tempo da misericórdia : e é tamb~m mais
fecunda, visto serem os actos satisfatórios juntamente me-
l Is. LIII, 6. - 2 BossuE'r, 1er Sermon. poar la Pàrijication, éd.
Lébarq. t, IV, p. 52. - 3 ln.troduction, eh. VII. ·
1 Op. cit., eh. VII, Ue section.

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4t4 CAPiTU LO II DA PENIT8 NCIA 425
ritórios (n .0 :209). É , pois, amar a nossa alma fazer pron- pro populi " 2. Mas há também, fora do sacerdó cio, almas
ia e genero sa penitê ncia. genero sas que, tanto no claus~r? como no mu?do , se sentem
atraída s a oferece r-se como vitimas , Pª:~ e_xp1arem o~ peca-
b) Mas deixa- nos, além disso, o p ecado uma deplo- dos dos outros. É, sem dúvida uma nob1h~s1ma vo~aça o, que
rável f acilidá de para comet er novas faltas, precis ament e se associa à obra redento ra de Cristo ; e da mat~r conve-
porqu e aumer}~a em nós o amor desord enado do prazer . niência corresp onder- lhe genero sament e, te1:do cmdad o de
consul tar uni pruden te directo r, para determmar_ com ele as
Ora, nada melho r corrige esta desord em que a virtud e da
obras de repara ção a que a alma se consag rara 1.
penitê n'cia ; fazend o-nos suport ar com fortale za as penas
que a · Provid ência nos envia, estimu lando- nos o ardor 742. Digam os, ao termin ar, que o espírit o de peni-
para ahraça,rinos é\S privaç ões e auster idades compa tíveis tência não é um dever imposto- somen te aos princip iantes,
com a n~s~a saúde , . vai gradu_almente enfraq ue~en do o e para um tempo assaz limitad o. Uma ~ez_ 9~e. uma al~na
amor do prazer e aumen tando o temor do pecad o. que cómpr eende u o que é o peca:dô, o ultraJe mf,rnt o que el_e
exrite tais ~epara ções : levando--nos . a pratica r actos de inflige à Majes tade divina , crê-se obriga da a, fazer p~m-
virtud e, contrá rios aos nossos maus hábitos., ajuda- nos a t€ncia toda a uida, pois que a mesma vida e excess iva-
corrigir-nos d eles, .e assim nos dá ~nais segura nça para o mente curta para repara r uma ofensa infinit a. Não nos
foturo 1. É, pois . um ado de carida de para conno sco f a- devem os, pois, cansar jamais de fazer penitê ncia.
~:er pe~itc1ncia:. g tão import ant~ este ponto que o P. Faper, depois de
haver por muito. te.m po reflecti do sobre a causa _por que
740. B) E é també m um aclo de carida de para com tantas almas fazem tão poucos Pl'.ogressos, chegou a conch:-
o próxhn'd. à) Em virtttd e da nossa incorp oração em ~ã·o que esta causa era "a ausênc ia duma dor constançr, exc1~
Cristo , som::>s todos irmãos , to-dos solidár ios uns · dos ou- tadél, pel~ lembrç1nça do _peca~o " 2 • !!_ isto, afinal, o que se
c~lhê do exemp lo dos Santos , que nao cessara m . nunca. de
tros ( n. 0 148). Ora, poden do as nossas obras satisfa tórias expiar as faltas, por vezes bem l.eves, em que outror a ~aviam
sei úteis aos demai s, não nos levará a carida de a fazer caído. Ig·ualmente o mostra _o modo como De~s se ha _pa~a
pe,nitê ncia não somen te por nós mesmo s, senão també m com as almas que quer elevar à contem pla~~º · OepOlS . e
pelos nossos irmãos ? Não é este o melho r meio de obter b~vere m trabalh ado mi,iito tempo em se pupf1c ar<por me10
d~s exercíc ios actívos da .penitência, envia:l hes De_us, para
a sua conver são, ou, se estão conver tidos, a sua persev e- comple tar a sua purific ação, essas provaç oes. pas_swas que
rança ? ·Nâê:i" if 'este o melho r serviço que lhes podem os drncre veremo s na via unitiva . 'E: que, de facto, soment e os
presta r, ser, iço mil vezes mais útil que todos os bens
1 coraçõ es perfeit amente puros ou purific ados podem che~ar
fl 5 doçura s da união divina : "Beati mundo carde, quoma
tempo rais que nos fosse possív el dar-lh es 7 Não é corres- m
'ipsi Deum vi·db e .un t .1 "
ponde r assim à vontad e divina que , ten,do-nos adapta do
1
a todos por filh 0~ . nos exige qHe amem os ao nosso pró- ll. A prática Ja penitên du.
ximo como à nó~ mesmo s e expiem os as suas faltas como
(,~piam os . as nossas ? Para exerci tar a penitê ncia de modo mais perfeit o, é
_. , 741. ,l>) Este dE;ver . da rep~ra ção incumb e mais rPister eviden temen te unir-se a Jesus penite nte e rogar-lh)e
parti-
cularm ente aos sacerd otes : para eles é um dever de estado ~ue viva em nós com o seu espírit o de hóstia ( n.º 738 :
oferec er vítima s hão sómen te por si próprio s, senão também
f1elas almas de qhe têm cargo, "prius pro suis delictis, deinde 1 p P ws L' ldée réparatrice, L. UI ; L. CAPELLE
, Les Amdes glé1e-
. • ' : ' 1· d
reuses. -2 E isto que. e< eAs~~-onstra longam ente ·no Progresso a
~orno cai em rufna qualque r cultoa ma,
1 . é exactam ente o qtte nos ensina, ·o Concilio e._ XIX, e aci:sce ni: sentimentos duma criatura para com se~ Criador que
de Trento (Sess.
XIV, e. 8): e Procul dubio enim magttopere a peccato re,•ocan nao tem por ase . • . ...
t, et quasi - d- sultado nenhum , •se nao se fazem
freno i/ttodam coerce1tt hae satisfactoriae poenae, cautioresque et vigi!rm- assim ~Jmo as pe111tecc1_:1-~onao asªs1~eperdeu o princípi o do seu cresci-
tiores ln faturam poenitentes efficiun t : medentur quoque peccato em umao com Jesus ns •.. arou d um pesar constap te de hav!!r
reiiquiis, et vitiosos habitas, mate vivendo comparatos, ru,u mente a , santidad e, -~~fpi~e diep~rog resso é não s·o mente o amor•
tum acfiotLibus tollcmt •• - i Hebr. VII, 27 . cotttraríis virtu- pecado, E q ue o prt _ senao
· amor nascido do ·
0 perdao • •

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426 CAPiTUL O II . DA PENITt!NCIA 427

e, depois, as·scciar-se aos seus sentime ntos e ubras d e pe- 745. Daqui nasce um temor salutar do pecado , um
nit ên:cia . horror profund o de todas as ocasiões que a ele ·nos po-
dE;m levar. ,~ que, apesar da nossa vontade , ficamos ex-
745. Estes sentime ntos enconlra m-se admiràv elmen-
te expresso s nos · Salmos · e particul armente no MisererB. postos à tentação e às recaídas .
Ficamos , pois; extremam ente desconfi ados de nós mes-
,l a) É, r;~ li>r-tm:~iro lugar, a lembrança lwbitua l e do- f. mos, e do fundo do coração renovam os a súplica de S. Filipe
orosa dos próprios pecados : '· peccatu m rneum contra me de Néri : "Meu Deus, desconfiai _de Filipe, aliás ele vos
r::_st . serrwer " l . É certo que não convém renovar a memó- atraiçoa ria"; e acrescen tamos: "Não nos deixeis cair em ten-
n_a d~es ,por miúdo, porque isso poderia perturba r a ima- tação, et ne nos inducas in tentation em". Esta desconfi ança
faz-nos·· prever as ocasiões perigosa s em ·que poderíam os su-
gi~él.çao e ,criél.r novas tentaçõe s : importa , porém, relem- cumbir, os meios positivos de assegura r a persever ança, e
bta~l_o~ por junto, e sobretu dõ -aliment ar a ·respeito deles torna-no s vigilante s para. afastarm os ·as, menores· imprudên-
sentime ntos de contrição e humilha ção. cias. Mas ao mesmo tempo evita com todo o cuid.a do o
. desalent o ; quanto mais claramen te conheceinós a nossà insu-
te ~f,1:_~demos a Deus _em sua presença "et malum coram ficiência, tanto mais confiada mente nos lançamo s no seio de
_fect ·, a Deus, que e a mesma, santidad e e odeia a ini- Deus, convenc idos de que pela eficácia da sua graça saire-
quidade, a Deus, todo amor, que nós ultrajam os, profanan do mos vencedo res, sobretud o se a estes sentimentos junt~rmos
0 ~ se~s, do_ns. Nada mais nos resta do ·que apelar para a sua
as obr-as de penitência.
mtsencord1a.~ a ~mplorar perdão, e é nosso dever fazê-lo mui-
t~s ':ezes: .fi.f1serere m_ei, Deus, secutidi.zm magnam míseri- IH. As obras J.e penit~nci a.
cordian:, t~am 3. Esperam os, sem dúvida,: haver já recebido
0 p~rd~o , m~s, ansiosos de mais perfeita pureza, pedimos 746. As obras, por muito custqsas que sejam. afigu-
~t.mildem_ente· :a,,Deus_ que nos purifique ?inda mais no sangue
· e seu Filho : · ·~mpltus lava me · ab" itiiquitate mea et a pec- rar-se-no s-ão muito fácei.s , se trou:x:ermos, inc~l!s.~n temente
cato · meo-_ mu~a. me" 4• Pára nos úrtirmos a Ele mais intima- diante dos olhos este pensam ento : eu sou_um escapadiço
:rte, _9uerem~~ que. noss?s.. pe~ado~ sejam destruído s,' que elo inferno, um e$capadiço do purgatório, e, sie não fora
_e es nao restem ma~ ves~1g~os,_ide~ejamos q~e o nosso espí- a misericó rdia divina, já lá estaria a sofrer o castigo que
rito1 e ~ pdossob coraçao seJa'tn renoVádos e nos seja retituída
a a egr1a a · oa consciên cia 5. por demais tenho merecid o ; por consegu inte, para mim
não há nada excessiv amente humilha nte ou crucifica nte.
, ' 744. ·. L)· · E~ta lembran ça, dolorosa é acompa nhada As principa is obras de penitênc ia, que devemos exe-
dur~1 ~entrme n!? te _confusão perpétu a : "operui t con}usio
cutar, são:
Jocie,,i mewn . Esta confusã o trazemo-'fa diante de
747. 1. 0 A aceitaçã o, ao princ1p10 resignada, de-
~e_u s, como Jesus Cristo, que trouxe na presenç a de seu
pois cardeal e jubilosa de todas as cruzes que a Provi-
d ai ª. v~rgonh a das no~~as ofensas , sobretud o no jardim
dência se dignar enviar-n os. O Concílio de Trento nos
}ª agoma e do Calvário . Trazem o-la também diante dos ensina que é grande prova· de amor para connosc o di-
~omens , corridos de nos vermos carregad os de crimes na
a8sembl eia dos santos. Trazemo -la, enfim, diante de nós gnar-se Deus aceitar como satisfaçã,o por nossos pecados
a paciênd a com que nos sujeitam os a todos os males
mesmos , sen: nos podem1 os sofrer nem · suportar em nossa
tempora is que nos inílige 1 . Assim pois, se ternos, qu_e
ve~_gonha, ,?1zendo sinceram ente com o pródigo : "Meu
pa1, pequei çontra o céu e contra vós" 7 e com suportar tribulaç ões físicas ou morais,. por exemplo , in-
cano
"M l) . , o pu bl·1- tempériE:s das estações , visitas da doença, reveses da for-
. . d: " 8eu eus, t en d e compaix
. ao
- d e mim
· que ·sou
peca or . · , 1 < Sed etiam (qaod maximum atn.oris argume!ttlLm est' tempora-
l/bus flageWs a Deo inflictis et a nobis patienter toleratis apud Deum
1 Pi: L, 5. - 2 Ps. L, 6, - 3; Ps L 3
L, 10-14. - G Ps. LXVIII, 8. - 7 Lc.XV, ',s.' = 4 i• ,
Ps. ?{VIII,
8 Lc.
.
L, 4. - 13.
5 P,s.
Patrem per Christ11m jesttm satisfacere vafeamus •· (Sess. XIV, cap. 9,
DENZING, 906),

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428 CAPITULO II DA PENIT6NC IA 429

tuna, desgraças, humilhaç ões , em lugar de nos entregar-


1
E:clá em cumprir esses deveres crislãmen te, gef.lerosamen-
mos às· queixas amargas, a que a natureza nos inclina, te . por Deu;;. cm cspírilo de reparação e penitênci a.
aceitemo s todos esses sofriment os com doce resignaçã o, 74.9. 3.º Há ainda outras obras, especialm ente re-
µersuadid os de que bem os merecem os por nossos peca- comenda das pela S. Escritura, como o jejum e a esmola.
dos, e que a paciência no meio das tribulaçõ es é um dos
A)· O jejum ·era na Antiga Lei; 'um· dos . grand~s
inelhores meids;, de- expiação. Ao princípio não passare-
meios de i;!xpi.ação ; era o que significav a a expres.sao
mos àlém ·da siWLples r'esigna:ção ; mas, .depois de experi-
"afligir a s~ia alma" i ;· mas para obdter o seu _ef~ito, de~ia
menta1m qs qu~ assim. se mitigam e tornam fecundas ·as
ser acompan hado de sentiment os e compu~ç ~o e mise-
r;oss:~s .doJ)e;s; po.uc~ a pouco chegarem os a suportá-l as
ricórdia 7 • Na 'Lei Nova, o jejum é urna prati,ca de luto
coraj@sa e até jubilosam ente, ditosos por assim podermos
{' pen.i.lência ; & é p,or i&So qu~ os . f\póst_o~os ~ão iejuam,
abré. iâr o riosso · purgatóri o, assem"elhàr-nos mai;. ao Oi- •
1

{;nquanto · o Esposo está colm . eles, mas. J~luarao,. quan~o


a
Vinô' Crücifica do e·. glorificar Deus qu~ ha,;íamos ofen-
Ele se ausentar 3 . Cristo Nosso Senhor, querendo expiar
dido. Então ~ paciência prodiizirá todos os seus frutos e r:
os. nossos pecados, jejua quarenta dias e quarenta noites,
purificàrá completa mente a nossa alma, precisam ente
~ ensina aos seus apóstolos que há certos demónios _qu e
pfüque será uma, obra de amor : "réiníttun tur ei pcccata
não podem ser lançados senão pelo jejum e pela oraçao 4 ·
multa, quoniam dilexU multum" 1. ·
Fiel a estas lições, inslittliu a lgreja, o jejum da Quares-
748. 2.º A esta paciência acrescent aremos o cum- ma das Viaílias e das Têmpora s, para dar aos fiéis oca-
primento fiel dos deveres de estado em espírito de peni- 5iã~ de expiar as suas cu,lpas. !'vfoitos pecados vêrí)., · com
tênéia e reparação . O sacrifício mais agradáve l à Deus ef eitq, directa ou _i,r:iidfrectamente da sensualfd ade, dos
·é ó da ób'ediênd a "melior est obedientia' quam victimae" 2 • s:;xç~s~o~ na co\11i_g~ ~ bebida, e nad'3- .hfÍ maj.s ~f~caz_para
Üf~. o deve~ de''estado é para I1ÓS a expressão manifesta 0 ~. r;eparar que a privação de alimento, que V!il ~ ra~z do
da vontade de Deus. · Cumpri-l o o mais perfeitam ente mal. ' µi,ortificando o él.mor do prí;\ier ,se~1~w1l.. E1!? o mo-
possíveL é pois oferecer a Deus o sacrifício mais comple- tivo por que os Santos o praticaram tiio frequ_entemen~e,
to, um holocaus to perpétuo, já. que este dever se apodera até mesmo fora dos tempos fixados pela lgreJa ; O'S/ cris-
de hós todos' desde pela manhã até à noüe. Isto é sobre-
tudo verda:de para pessoas· que vivem em comunid ade : ·
tãos generosos imitam-l).QS oµ, ao. m~nos ii.P:1'ºximam-se 0
jeju~ propriam ente dito, priva_ndo-se ge,i;i,lgumas·tg~1.arias
4,
obedecen do fielmente à sua regra. geral ou particülar , a cada refeição, para ass im mortifica rem a sensualid ade.
1

cumprind o animosam ente o que lhes é prescrito ou acon- 750. B) A esmola é ob.Ú ·de carida~e :e; m~_vi}ção :
selhado pelos superiore s, multiplic am os actos· de obe-
por este duplo tí~~lo, tem ~rande eficâc~a- pa~~ /emir os
diência. de sacrifício e de amor, e bem podem repetir
nossos pecados : peccata el(!.f;!n1.os.yn_is. r.e,drme . Quan-
com S. João Berchma ns, que a vida comum é para elas d0 0 homem se. priya, d-µin b~IJ}-, ,pp.r(l :</ Bar a Jesus na
a maior de- .todas as penitênci as : mea maxima paeniten- . pesm~: do· pobre: Deus :o,ãq s~ deix?-- veàc&r em ge_nerosi-
tic uita conimtmis. Mas é também verdade para as pes-
..
d& de, e de Lom gra,qp. n9§ i rer:rlite '1-\Wçt. .p,ar!:e. da pena de-
soas do mundó que vivem cristãmen te. Quantas ocasiões l vi da , aos noss.o;i :pecados. Por1. ç9p.~egµtljite, quanto mais
se não apresenta m aos pais e mães de família, que obser- f!en~ros·cis formos, cada qual segundo as suas posses,
vam todos os seus · deveres de esposos e edt1cadores , ·de
{fuanto mais perlei~a for outrossim.- ~ inte;1-9~0~ c!)m ~u~
oferecer a Deus numeroso s e austeros sacrifícios, que
9errpbS.~ esmola, tanto mais perfe1~í).r;nente ~erao pe:rdoa-
grândeme nte servem para lhes purificar as ahnas ? ! Tudo • l , ! : , . ,\1\{., ..

1 Mt. IX, 2. - 2 Reg. XV, 22.


· · · : 1·
IX, 14-15. -'-
/.e~. XVI,
4
29, 31 ;. ~xm,
Mt XVII, 2Q. ~ -ri ._.
\A L.VF(Yy. .-:
it,:~2:. ~
D1n, IV, 2 ,·. . . . ..
li Mi.

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430 CAPfTUL O III A MORTIFI CAÇÃO 431
das as nossas dívidas espiritua is. ,. . . ., O que dizemos da ART. I. NATURE ZA DA MORTIFIC AÇÃO
esmola corporal , com mais força de razão se aplica à
esmola espiritual, que tende a fazer bem às almas e, por Explica dos os nomes bíblicos e moderno s que desi-
isso mesmo, a glorificar a Deus. E assim é esta .uma das gnam a mortific ação, daremos a slia definiçã o.
obras de penitênc ia que o Salmist a promete , quando diz 751. l. Expres sões híhlicas . para designa r a mor-
ao Senhor que, para reparar o· seu pecado, ensinará aos
tificaçã o. Encontr amos sete expressões principa is nos
pecador es os c~minho s do arrepen dimento : "Doceb o iní- Livros Santos, para designar a mortific ação sob os seus
quos vias tuas et impÚ ad te convert entur" 1•
4. 0 Restam enfim as privaçõe s e mortifica ções volun- diversos aspectos .
tárias que nos impomos a nós mesmos em exoiação das nos~ 1.º A Dalavra renúncia: "qui non renuntía t omnibus
sas faltas, em particula r as que. vão à raiz do 'mal, castigan do ouae po;siJet non potest m.eüs esse díscipulus,. · i apre-
e disciplinando as faculdades que contribuiram para no-las
&~nta-nos 'a mortific ação como um acto de desprendi.men- ·
fazer cometer. É o que vamos expor, tratando da mortifi~
a~o. · to dos bens exteriores, para seguirmos a Cristo. Assim fi-
ZE·ram os Apóstol os : "relictis omnibus , secuf i sunt
CAPI TULO III eum." 2 .
2.º É também uma abnegação ou renúnci a a si
.A. nwrti{ic ação 2
• mesmo : "Si quis vult post me venire, abneget ~em.etí-
pswn" 3 . • . E na verdade , o mais terrível dos nossos ini-
751. A mortific ação contriQUi, · como a penitênc ia, migos é o amor· próprio desorde nado ; eis o motivo por
para nos · purifica r das -faltas pass_adas; mas o seu fon que é forçoso desapeg ar-nos de nós mesmos ,
principa l é premuni r-nos contra as do presente e do futu-
ro; diminui ndo o amor do prazer, fonte dos nossos peca-
3.º Mas a mortific ação tem um lado positivo : é um
&do que fere e atrofia as más tendênc ias da nature:z:a :
dos. Vamos, pois, explicar a s1Ua natureza , a sua necessi-
dade e a sua prática. ', "1vlorti/icate ergo membra vestra ..: . 4 Si autem Spiritu
facta ·carnis morté./icaveritís, vívetis ... 5 .
Seus diversos nomes. 4.º Mais ainda, é uma crucificação da carne e das
Naturez a { Sua definição. rnas concupi scências , pela qual crnvamo s. por assim ,di-
zer, as nossas faculdad es à lei evangéli ca! aplicand o-as à
Necess1'd ad e fl. para a salvação. oração, ao trabalho : "Qui. .. su~t Ch~i_s~!, cari,em suam
para a per fe1çao.
.~
cruci/ ixerunt cum. vitiis et concupiscentiis . . . •
Princípios gerais. 5.º Esta crucifix ã~. quando persever a, produz uma
e_spécie de morte e de enterramento, pelo qual parecem os

l
Mortificação dos· sentido s exteriores.
Prática , Mortificação dos sentic:los interiores. morrer complet amente a nós mesmos e. sepultar -nos com
. Mortificaçâo das paixões . · Jesus Cristo, para vivermos com Ele duma vida nova:
Mqrtificação das faculdades superiores. '·Morlu i enim estis vos et vita vestra est abscond ita cum
Christo in Deo . .. 7 Consepu lti enim ~l~Jrws cum il_lo per
8
J I -••. '
~ ,
J P~. L, 15. - li S. ToMAs, cujos principais textos são citados
por baptism.um in mortem
TH. DE VALLGORNE RAf op. _cit., q. II, disp. II-IV; PHILIP.
A S. TR!NITATE,
op. clt., I P., Tr. I, d1sc. 1-V; AL'!AREZ DE PAz, t. II, a. 1-6: RODRI-
6.º Para ,exprimir esta morte espiritua l, S. Paulo
GUEZ, Exercícios de Perfeição, P. II, Tr. I e II, Da 11iõrtificaç
modéstia; TRoNSoN, Exam. particuliers, CXXXIX -CLXIX; MGR.ão,GAY, Da
Tr. VIIJ. De /11. mortificat ion.; MEYNARD, Tr. de la vie intefieur, L. I 1 Lc . XIV, 33. - 2 Lc. V, 11. - 3 Lc. IX, 23. - ' Col. III,
eh. II-IV; A. CHEVRIER, Le veritaóle disciple, IIe P., p: 119-323. - 5 Rom: VIII, 13, - 6 Oa/. V, 24.-7 Col, III, 3,-8 Rom. VIII, 5.4.

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432 CAPi TULO III
A MORTIFÍCAÇÃO
433
:::crve-se dout ia expr essã o: com o , depo is do
bapt ismo , há que um· com plex o de virtu des, o primeiro
cm nós dois hom ens, o hom em velh o que grau de toda s
fica, ou a trí- as virlu des, que consiste em venc er os obstá
plice conc upis cênc ia, e o hom em novo ou culo s., no in-
o hom em rege- tuito de resta bele cer o equilíbrio das facu
nera do, decl ara o Apó stolo que é nosso deve ldad es, a s;uâ
r des po;a r- .ordem hierá rquic a. Assi m se vê melh or que
-1~9s elo hom9rt1,, velho, para nos revestirmos a mort ifica - ·
do novo : ex- cão não é. um fim, senã o um meio ; o hom em·
µoÍianl es P9S ueie rem hon1inem .. . et indue_ntes não se tnor-
novu m" 1• tif ica senã u rara viver uma vida superior, não
7. 0
E, com o isto se não faz sem com bate r, decl se desp oja
ara dos bens exteriores senã o para melh or cons
aind a que a vida é um com bate "bon um egui r os b~ns
ce,;tamen cer- respirituais., não se renu ncia. a si mesm o senã
i~~i",. qu~ .Js ~ristãos são lutad ores ou atlet o para pos-
as que casti- suir a Deu s, não luta senã o para goza r da paz,
9Çl:Q1 o seu corp o e .o. redu zem a -serv não morre
idão. a -si mesm o senã o para vtver· da ·vida de Cris
to, da ,'ida
De tqda s estas expr essõ es e outr as anál ogas de Deu s. A uniã o com Deu s é, pois; o fim
, resu lta da mort ifica -
que a mort ifica ção com pree nde u.m dupl o ção. Assi m, melh or se com pree nde a sua
elem ento : um nece s~da de.
m,gaiir:10, o desp rend imen to, a renú ncia
, o desp ojam ento ;
e outro positivo. a luta cont ra as más tend ART. II.
ênci as, o es- NECE SSIDA DE DA MORT IFICA ÇÃO
forço para as mort ifica r ou atrof iar, a cruc
ifica ção, a
mort e da carn e , do hor; em velh o e das Esta nece ssida de pode -se es.tudar sob dtipl
suas concupis- o àspe cto :
cênc ias, a fim de vive rmos da v.ida de C~is <'. salva ção e a perfeição.
to.
'
755. II. Exp ress ões mQdern as. • Hoje vai se prefe-
rindo o uso de expr essõ es mitig adas , que l. Ne,·e ssida de da mort i/icaç ão P(fF'f o salv{l
çãp.
indic am o fim
qi.1e se , pr~t ende _9--tingir, ante s que o esfor
ço que para
isso s,e \em de emp rega r. Üi.z-se que é mist
er reformar-se
Há mort ifica ções necessáriás para
sent ido que, se ríãq se faze m, há perigo de·
a
~alvciçõ.o, nest e
a si mesm o, gove.m ar-se CJ. si mesm o, fazer a cair nó pe--
educ ação da ce do mort al. ' ·
von:tade, orientar a sua ~lrn,a paro ))eu s. Esta · · ·
s expressões
são exac tas, cont anto que se saib a most rar 755. 1.º Noss o Senh or Jes~ s Cris to fala disto
que ning uém cla-
pode refor mar- se ·e gove rnar- sé a si mesm o, rissi mam ente , a prop ósito das falta s cont ra
sem com bate r a casti dade :
. e mort ifica r as más tend ênci as que erri nós "To do aque le que olha r para uma mulh er
exis.tem : que· com conc upis-
nfio se faz u educ ação da vont ade, senã o -cênc ia, ad conc upis cend am eam, ja. ,com
mort ifica ndo ,· eteu adul tério
clisciphnap.do as f acul qade s inferiores, e que 0

(,Om ela em seu cora ção" 1• Há,- pois, olhar


'não há pos- ~s .graViemente
sibil idad e de algu ém se orien tar para Deu s peca mino so, , os que são inspi rado s por mau
senã o desa pe- s desejos ; e a
gand o-se das criat uras e desp ojan do-s e dos mort ifica ção de tais olha res impõ e-se sob pena
próprios ví- . de peca do
cios. Por outro s term os, é nece ssári o sabe r, D!Ortal. É, afina l, o que Noss o Ser;i.hor a~re
com o faz a S. scel)ta çom es-
Escr itura , reun ir os dois aspe ctos da m.ot tas enér gica s palav ras.: ''Se ó teu olho · d}rei
tificàção, mos- to te esca n-
triu o fim , pata cons olar, mas não dissr daliz a, árran ca-o , e lanç a-o para long e de ti
mula r ·o esforço ; porq ue me-
nece ssári o pél.ra o ating ir. lhor te é qt1e per'eça um só dos teus ·membros
do que ser
t,)do O teu i:0rp o' lanç ~db na geen à!' 2 • Não
7S-í. lll. Defi niçã o. Pode -se,. ppis , defin se' trata aqui
ir a mor- de vasa r os próprfos olhos, senã o de àrrah car à_
Ufica ção : a luta cont ra as má_s incli'nações, vista des-
par'a as sub- ses obje ctos que são caus a de escândalo;,,......,
rn-eter à vont ade, :e esta a Deus. É men os-.u ina S. Paul o dá-
.
virtu de -nos .ª r~zijp,_) ~~~t~s graves prescrições : Se
: \ .. . \ vive rdes se-
l · 'Co./. III 9.
1 Mt. V, 28. - 2 Mt. V, 29,
28
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434 CAP1TUW III
A MORTIFIC AÇÃO
435
guncb él ca_rnE:, morrereis ; mas se, pelo Espírito, · fizerdes
li. NN·Pssitlude ela 11101·/ificnção puru e, perfeição. •. : •
morrer as obras' da carne , vivereis : si enim secundw n
t:arnem vixeriUs, nwrif3min i; si auJem Spiritu Jacta carnis
758. Esta necessida de promana da natureza da: pier~
morti/icav eritis; vivetis'~ 1.,
feição, que, como acima dissemos ( n. 05 321-327} . con-
.Como ..~Gjm~, .dissemos (n. 05 193-227) , a tríplice con- siste no amor de Deus qlé o sacri}kio e imolação de nós
cupiscênc ia q\te permanec e em nós, excitada pelo mundo mesmos, de tal sorte que, segundo' a Imitação, · a medida
e pdo demóni<v.,, le:vé!--hos muitas vezes ao mal e põe-nos do nosso prngresso espiritual depende da violênçia qt~~
a s.alvação ~m perigo-,,.se não temos cuidado de a mortifi-
:i 'hós mesmos nos fazemos : /anlúm profici13s qumúu1ti
ficar. Donde resulta a necessida de absoluta de combater ti.bi ipsi · vim intuleris . _1 Bastará, rois, recorciaf _sm:n,à,~ià~
irlcessàn temente as tendêp.cia s perversas que em nós ~xis- inerite.. alguns rn.otiYos que poderoo.- influir sobre ·a n.óssa •
Íêrrii, de evit~i:. as ocasiões próximas de peca.do·; is.to . é, vontade, para a _ajudar a crn~pl'ir esle dever. Ess.es tnoti.,.
I
esses objectos ou pessoas que, dada a nossa experiênc ia vos ti;am-se Ja p~rte d~ Deus, d.e lesus Ç~ri~to e da ,·n~-s~
passada, cànstitue rn para nós um perigo s.ério e provável sa santificação pessoal 2. 1
de pec.ado, , e ,de renunciar : por isso mesmo a ·mµHos pro -
zeres a que a natureza nos arrasta 2 . Há. pois, mortifica - I.
0
DA PARTE DE Drns ·
ções_ 9.ecessá,:nas.1 s~rn à.s . quais viríamos a cair no _p.ecado
mortal'. · · · · · . , · 759. A) O fim da mort.ifica:ção, como dissen~os, é
unir-nos com Deus. Ora, é impossíve l conseguir · 'essà
756. 2. º Outras há que a Igreja prescreve , para de- união, sem .nos ·desprend ermos do,amor desordenado das
termina.ti- ~bttctetaí tl~fite'' â · obti~á'çãd' geti.H,- qu~· temos de criaturas, 1,
nos mortifica r, tantas vezes inculcad a no Evangelh o : tal Como diz :com razão S. João ·da Cruz, "a·alma apegada
~ a !~bsú'Jin cip d.ª~- ~êxt°r:\·~~feir.as·. o ,.;e'ii-1.1~ da Quaresm a, , à cdatura tpma;se, semelhant e 'a ela; quanto mais· cresee a

d~~' 1rriporas )e '\JigiliaI :Estas 'leis" ·obi-i'g am s:ób: pena de afej\&q, )';'R,~º _mai~. ,se af~nna a. identida<;le, já que, q amoi;-
pecado grave aos que não estão legitimam ente· excusado s estàbelece uma relação de igualdade entre o _que ama e 01 que
ê a'f uadcL. Portanto, quem ama uma c'riaturà, abaterse áo ·s~h
ou dlspensad os.,E neste ponto qu'éremos fazer uma ·à1ser- nivéli e até mais abaixo, porque o· amor não se contenta ·de
vação·qu e n:ão de'ixa de ter irrtp01tâtl.cia : há pessoas que; nívehir, senão, que estabelece uma certa escrav:ídão, , É ,,por
por boas , razões," estão •dispensa das destas leis ; mas nem e~se motivo que uma alma, escrava . dupi objectp fe>~a., ,<l:tt
por isso -se fulguem dis.pensa das da lei geral da mortifica - Qeus, se: torna incai;,az de pura união e transfor1pc1çã9. __ e~
Deus, po'rque a ·bai'xeza da criatura -,é mais di~farite · da ·sooe-:-
t;â'0, que, pot ;eohsegui nte,:,·deve~n praticar poi< 'butra for-
rania do Criador que as trevas da luz'·'. Ora a alma, que se
ma qualquét .;. Setn o ·que, •não tardariam a sentir as revol- não mortifka, não tarda em apegarrse desordena damente às
ta.sr.da carna. · · :. 1
·• ·· • criaturas. Após a queda original. sente-se atraída para elas,
', : :1 :;!·· .· . •. . 1 . ' 1• • cativada pelos seus enç;;intos, e, fm. lugar de ~~ servir delas
. 757. '.?, º
~lérn destas rqortifica çõ~s prescrit!:J.S pela como de degraus para subir ao Criador, comprazrs e nelas,
-1~;drv~~ª ,~· ~ql~s~ásti~a .há ~utras qµ;e, com ~ par~cer do considera
. • ;
ndo-as
' .. ..
como um fim. Para
.
quebrar
'
este em,apto,
c>:bsolutamente necessário d~s~pegarrse de. tudol o que,. ( não
~ .
é
própri,o dteçtp:r;,,, qi.da qual deve tOf\1ar ern Ce'\Jf1!s circuns-- é
Deus, ou, a,J menos, de tudó o que não é' értcaraclo 2:omd
tfi,n.çias- _parti cµ lares ; q1,1ando as tentações s.e tornem mais meio de· subir para Deus. Eis o motivo por ·qae-::M. Olier 31
imporbfn ª~: rscollú~r- se-ã9 entre as .q~e depo~s indicare- comparan do a condição dos _c ristãos com a d~ Adão inocente,
i
.! mos Cn-º--17?7 ss.J1:.i . .. djz._,que há uma gr~nde- diferença entre !3mbos : '.'.f\..,dãq):>,~,s-~
r ..
:·. ·· ' : ·•t • \ •~ · ., ' • · ·: · l1
1 Rom. VIH, 13 . _: 2 Tratamos mais por extensõ destas ócasiões
i 1 : - ; r • •~ :·, , 1 • . . . , 1 De lmit., L. I, e. XXV, ri. II.,_ 2 ós rhotivos de penitêliclà,
de pecado em a nossa Syn.opsis Theologiae mora/is, De Paenitentia, que deixámos expostos (136 ss.), são análogos aos que indicamos aqui,
n. 524-536. pois que ·a penitência, afinal, outra coisa não é senão a m6rtificação
·/ em quanto repara as faltas passadas. - B Cat. chrétlen, I P.,,. Jeç,: IV,

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CAPiTULO III' A MORTIFIC AÇÃO 437
436

cava a Deus, servia~o e ad,orava~o nas suas criaturas; os prazer e honras, senão vida mortifica da. É afinal o que
cris'tãos, pelo contrário, são obrigados a buscar a Deus peJa nos diz claramen te o nosso divino Chefe : "Si quis vult
fé, a servi~lo, a adorá~lo retirado em si mesmo e na sua sau~ posl me venirc, abnegei semelipsu m; e/ toUal crucem .
tidade, separado de toda a criatura". É nisto que consiste a
graça do ha:ptismo. suam quoh·dic; et sequatur· me " 1. I) 01s,
· se h·a ulguem
, que
deva seguir a Jesus, é segurame nte aquele que lende . à
760. B)' · No ,dia' do
nosso baptismo firmou-se entre perfeição . Ora, como seguir a Jesus que, desde a entrada
De~lS. e a) Do seu lado,
n,ós'' uih ' ·v~rdadei ro confrato. no mundo abraçou a cruz, que toda a sua vida suspirou
purifíccil.r-nos Deus da mácula original e adoptou-nos por pelo sofriment o e humilhaç ão, que desposou a p'obreza
filhô~1• comur,icou-1-ios . uma participa ção da suá.' vida e no presépio e a leve por companh eira até o Calvário. se
empenhou -~e" a· qar-no's todas as graças necessári as P8:ra amamos o prazer, as homas! _as riquez~s, se não levamos
a cótiservar e acrescent ar. E bem· sabemos nós · com que· a nossa cruz dê· cada dia, a que o próprio Deus nos esco-
lib~rahda d~ cumpriu Deus as suas promessa s. h) Do lhe e envia 7 É urna vergonha , exclama S. Bernardo , que,
nosso lado, comprom etemo-no s a viver como verdadeir os rlebaixo duma cabeça coroada de espinhos, sejamos mem•-
filhos· de Deus, a aproxima r-nos da perfeição do nosso hros delicados , com temor dos menores -sofrimentos : .'.' pu-
Pai celeste, cultivan,d o essa vida $obrenatu ral. Ora, tudo 1
cleat sub spinato capi.le 1nem.b~um. Jieri delicat.i.t ;n" 2 •
isso é impossíve l sem a prática d'~ morüfica ção: Porquan- Para sermos, pois, conforme s a Jesus Cristo e nos aproxi-
to, duma parte, o Espírito Santo, que nos foi daàó no marmos da sua perfeição , é necessári o levar a nossa crµz
baplismo , "nos leva a buscar o desprezo, a pobreza, os cem Ele. . . ·· . . . ·
snfrtme.ntos, e por outra, a nossa c.arne deseja a honra, o
76'l. B) Se aspiram9s ao aposlo_lado, aí temo$ novo
prazer, as riquezas" 1• Há, pois, em nós um conflito,, uma
motivo para crucificar a carne . . Foi p~la cruz qu~ Jes,us
ll;lta incessant ~ ; neffi; pode.mos . ser fiéis a Deus, sem re-
Crislo salvou o mundo ; será, pois, p<rli:l . cruz que, hav~
nunciarm os ao ainor d·e:S~rdenado ·da: honra; do ·prazer e
mos de colaborar com Ele ~a salva_ção de nossos irmãos,
da.s ' riquézas> ·É por issd'''que o sdcertlote ,' 'ao àdmii)tstrar.:.
e o nosso zelo será tanto mais fecundo quanto maior for
::#_õs º 'bàptis·t? º· ~raç_a 4'ras, cruzes sobre !}qS, umi3, s<;>hr~ a parte que tivermos nos sofriment os do Salvador.. Era
9 ,cora_ção,. para imprirnir em :nós, o amor da cruz, outra
est~. s~gurame nte , o motivo que animava S. Paulo, quan-
sobre· os• 0mbros, para,' nos dar a força· de a levar. Falta-
do completa va em sua carne a ~a~'<:â? _do ,divino Mestre,
ríantó's, pois; 'à.s promessa'.s · do nosso baptismó , se nã1
:t fim d,e obter graças para a lgreJa .. E isto que sustentou
carr,egáss'eqlOS ,com a nossç1 crµz, ' combaten do o' desejo da no passado e sustenta ainda no presente tantas ahnas
hànr~ com a humildad e, o amor do prazer. com a morti-
que se oferecem como vítimai;. para ser, D.~us glorificado
fic~ção, a sede das riquezas com a•:pobreza.
e as talmas salvas. É áspero, sem. -púvidq, .. o sofrimen to;
mas,· ao contempl armos Jesus c_aminhando diante de nós
2.º DA PARTE DE JEsus · Cilisro
com a cruz aos ombros, para nos salvar a nós e aos n?s-
·.· · 761. A)· Somo.s-lhe incorporadàs• pelo b~ptisnio, e, sos irmãos, ao Yermos a s.ua agonia, a sua condenaç ão in-
ê01i'i~ ti:i,1s, 'd~vemos rec~ber dele. o m~~ún'.ento e as' i~spi~ ;ustíssima , a flagelaçã o, a coroação .de espinhos, a cru-
raçõé~, e;. por::cons eguinte, co~/ormar~nos com Ele. Ora, ,::;fixão, ao cuvirmos as mofas, os insultos, as calúnias,
como ·- diz a
1mitação , a sua vida inteira hão -foi senão que Ele aceita em silêncio, como ousar-e:r;nos queixar-n os?
ldn~d). martírio : ''T ota vita Chrisli crux /uit 'et mart);_ Ainda não chegámos a derramar o sangue :"nondum . us:-
ri4m,".::?, A, n~ssa, por conseguin te, n,ão pç:i_de s~r.yida de
. . .~ . .-,-\
1 Lc. IX, 23. - Ler o belo comentário deste texto, na Carta cir-
cular aos amigos da Cruz, de S. L GRIGNION DE MoNrFoRr .-2. Sermo V,
" ' ·. l OUE:R, Cat. chrét., I Part., leç. VII. - 2 De. /,nit., L. II, infesta amtiium Sanctorum, n. 6 - li Col. I, 24.
e> XII, n. ·,.

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438 CAPiTU LO III A MORTIF ICAÇÃO 439
que ocf sanguin em. restitisti.s ''. 1 . E se estimam os no seu pois. a luta contra o amor· próprio tanto como contra a
justo valor a nossa alma e a de nossos irmãos :não val•erá sensua lidade e a cobiça.
a pena suporta r alguns sofrime ntos passage iros por uma 764. B) Não basta ·evitar o pecado ; é mister
glória que jamais findará , e · para cooper ar · com Cristo .o.rançar na perfeiç ão. Ora, qual é ainda aqui o grar'idí;-
Senhor Nosso na salvàçã o dessas almas, pelas quais Ele simo obstácu lo , senão o amor do pra:z;er 'e o horro~ da
derram ou, até à última gota, o seu sangue ? · cruz? Quanto s desejad ~m ser melhor es, tender ~ sá.'nti-
:1 Estes fuotiivos . por! m~is elevado s que sejam, são com- .dade se não fosse o temor do esforço · necessá rio· para
preend id0s · por alguma s almas generosas, fogo desde o adiaI~l ar e das provaç ões que Deus ehVia 'aos seus me-
começo da hrn conversfto ; propor-lhos, é adianta r a obra lhores amigo~ 7 É neces·sátio, pois,' recorda r-lhes o·· que
ela sua ,purific ação e santific ação. S. Paulo tantas yezes ~e'pé~ia aos primeiros 'c.r~stãos, a sa- ~ .
~ .
her, que a •vida é um combat e, que devéri-ibs' ter viergonha
3.º DÁ PARTE DA ,NOSSA SANTIFI CAÇAO ' .de ser menos corajosos q_ue os que lutani'' po'tum a .recorri~
pensa terrestre, e, para se 'prepar arem para a vitória, s'e
. 76~, A) Necess itanios 'de a
assegurai: perse;e~ança: privam de muitos prazere s ' lícitos é se impõem duro? , e
ora, n mortifi cação é, sem dúvida alguma , um dos me- penoso s exercícios,· e tudo isso por uma coroa perece'doi-
lhores meios de preserv ação do pe~ado .· Ó qu~ nos faz ra , enquan to a coroa, que nos está promet ida,· é irhortàl,
sucumb ir 'à tentaçã o é o amor do prazer ~u o. horror da "et ;fli qutdern ut corrµptibilem càronciln ad:tptd.nt, nos
pena. da luta, h.prror di//icul tatis, labor cerlamii1is. Ora, ·tJtifem in.corruptain" 1.;:.:.;Temos rriedd"do sofrimento' ':' rrtas
~ mortifi caç•io co111bate esta dupla tendên c'ih, ·qu~· em i;f reflecti m·os ·nas terrívei~ penas do Pütgató tio (r'tOÕ734)
tealr<;làde é· uma só. Desqui tando-d .os de alguns prazere s ~ue teremo s de padece r durante, longo·s anos>l e quiser:
Iêgltihíos, . a mortifi cação arma-n os a Vontade contra o~ mos vi,;er na imôrtif icaçãd e cbíü::eder~nós todos .os pra-
pi-azet1es ilífitos, tornand a.:nos fãcrl a vitória sohne'· a sen- zues qüe · nos lisonjei àm' 7 Quarit ô ~ais prudbt es · não
ilt'taltdà'~e ~·'o · ah16r' 'propl'iÔ ', ·!.' ctt,/cH:do ·contra · suci:rri. pro- ·sã~ os homen s dô sééulo 7, I Quanto s se não intpõerti' á:s-
priam sensqalitaf.em el c'otitrd. súUm amare~ car~dletn. et pE:ros trabalh os, e quant~ s ·vezes se não Slijeitâm· a passos
núm~a num", . corrib · diz êoin · razãó S. Iriátio. ' Se, pelo humilh antes, pará ganhar em um po'úco de'"din heiro" e
conlrÉl.rio, capitül àrnos diant~· do· prazer, coilêecleiido-nos .assegu rarem üma aposen tação honros a 1, E nós não liâví~~
todas 'as alegrias permiti das, como saberem os resistir no mos de nos dar à mortifi cação, para à~segutar rimii apo-
momen to em que a sensual idarlc, ávida de novos ·gozos, .sentaç ão eterna na cidad-~ do céu? ,g isto r~zólív el? ·· .,
peügos os ou ilícitos, se s·ente como arrasta da pêlo hábito . · É'., pois, nec:essátid"convehtetrrib-no~ de · éíp~;-~ãb. ~~
1e ceder às suas exJgên cias? A ·ladeira é' tão escol'rega- perfeiç ão nem virtud1 poss~vél ~em. mo,±iflsáç_~<t ·• Como
dia, em tha:Wria de sensua lidade sobretu do é tal a·fasci - ser casto, ::;em morhfic,<,l.r ,essa sen11µahdí;\;d.e•.1q\,le,no.s tnch-
nação da yerlige m , que não há nacla mais fácil qüe res•- na tão fortem ente aos prazere s perigosos•,1.e :perversos.?
valar ao' ahi.s1po. Até mesmo tratand o-se de orgulho , o Como i:1uardar a ' tempera nça:; senão , rêprh'idndo .ª~ gulà 7
declive é 'mais· ráJ1ido que se imagin a : mente- se , por i'
Como ~ra:bdar a· pobtez á ou· áté . in•esm1o. ;Jus'tJça; ~em
eiempl o, em rúatéria leve, para dar uma desculp a e evi- -combater a cobiça 7 C~uio ser.hum iL~e.,m ~nso é ·caritati- ·
tar as'sim uma hümill iação ; e ;depois , nó sagrado tribu- ;o, s~m domi~~~ e~sas· paixões de orgulho . ide ;cólera, :de
nal, cotr'e-se perigo de faltar 'Et sinceri dade por medo inveja e de ciúme que dormita m no fut\~lo :d·e'todo· o cár'a-
duma y;mfis~ijo hu~il~a _nte. A própria seg~trança exige, ~ão human o? Nã9 h~; UlUa só vir~n4~,. CJ1;1e,_;no ~s,tfdo dé
"\ " . ·,, . ' ·\ ,.
1 Hebr. XII, 4.. · 1 / Cor. IX, 25.

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\..,nt'. f 1"\.JJ...O III
A MOR TIFI CAÇ ÃO
44'1
z:iatureza deca ída. se poss a prat icar mui
to tem po sem es- É este um fenómeno psic ológ ico
forço, sem luta e. por con segu inte . sem que asso
mortiÍic 4 ção. Po- mas que cons ola as alma s de boa vont mbr a os mun dano s,
de-se, pois, dize r com M. Tro nsom 1, ade. É certo que se
que , ''ass im como a não pode exig ir a prin cipia ntes este amo
irnortificação é a origem dos vícios ~ poré m, aleg ando os exemplos dos Sant r da crti:{, ; . po<k•se,
a cau sa de todo s os, fazer~lhes com~
os mal es, ass_im a mor uf'ié ação pree nder que o amo r de Deu s e das
é o fund anie nto das vir- alma s adoç a considerà.-
tude s e a font e· de todo s os ben s".· velm ente o sofr imen to e a mor tific ação
. •• reso lver em a entr ar gene ros~ men te na , e que, se eles se
1,. : ·- .
765~ .. C) Pode-$e até acre scen tar que.· a prát ica dos . pequ enos
sacrifícios, que estã o ao seu alca nce,
mor tific ação , bém a amar, a dese jar a crtllZ, e a enco
cheg arão um dia tam~
apes ar de tqda s q.S priv açõe s e sofr ime ntra r nela verd adei ras
ntos que impõe, é, cons olaç ões espi ritua is.
aind a mes mo nest ~ mun do, a font e ,dos · ·
maiores bens, e
. que , afin aL_ ~s .cristãos, mor tific a~o s 766. É prec isam ente o que obse rva
·.são em geral .ma is o auto r da Imit ação
• folizes que os mun dan os qu~ &e ~ntr de Gristo, num ·text o que resu me )'érf
eitam
egam a todo s os pra- da mor tific ação : "J n , croce salus, in cru'c ente a·s · utili dade s •
e
zeres. É p q1:1e ensi na o próprio Cris to
Sen hor Nos so. ao tectio ab . hostibus, in croc e inf,usio supe vita, in cruc e pro~
dizer-nos que os que deix am tudo , para cr:uce robu r men tis, j_n cruc e gaudium rnae suavitatis, in
o seguirem. r~ce- spir itus, in cr.uce vir-
~E.m ein reto mo cent o por tutís summa, ÍI'. cruc é pcrfe ctio sanctitatis" 1
um qind a mesmo nest a ·vid a: é efec tivam ente o amo r âe Deu s leva .. Ü amo r da cru.z
Qui reliquerit dom um vel /ratres . 1- • cen. do até à 'imo laçã o : ora
tupl um accipíet, este amo r, com o já dissemos, é indu bitàv
e~ vita m aetern.am poss ideb it" 2 • S. Pau elme nte o com pênd io
lo não se exp rime de todas• as virtu des, a próp ria essê ncia
drversarq~nte. qua ndo , depois de hav er isso mes mo o escu do qiais pode roso da perf eiçã o, e por
fala do da mod és- .cont ra qs nç,ssos inimi-
Va, isto é, da: mod eraç ~o em toda s as.
coisas, acre scen ta
gos espi ritua is, uma fonte de forç a
meio de aum enta r em nós a vida espi
e cons olaç ão, o melhor
que que m a prat fca _goza daq uela paz ritua l e: asse gura r 'a
verd adei ra que salv ação .
sup era toda ..a. con sola ção : "•pa x Dei
, qua e exsu pera t
onv,1.en:, __.~en.sum, . custoef,iat coFçla r1t3;3
tr0, et intellig.entias ART. III. PRA TICA DA MOR TIFIC AÇÃ O
vestras ·. -E não ~ .ele mes mo um. vtyo
e:,çemplo disto? OhT
qua µtq . n,ã<? t~ve ele ,que sofrer T As.
prov açõe s t.errívêis. 767 . Prin cipi os. 1. 0 A mor tific ação
por que houv,e d_ e ,pas sar na preg ação do Eva nge lho. bem dev e abra çar
o hom em inteiro, corpo e almç1. ; porq
com o n~ luta• con tw si mes mo .. descreve ue o hom eln inteiro.
-no-Ias ele long a- se não está bem disciplinado, é que é
men te .: mas acre scen ta que abu nda
e sup erab und a de peca do. É certo que , fala ndo ~om rigo
uma -ocasião de
aleg ria no meio·; das suas trib ulaç õ_es r, só a von tade é
: supe rabu ndo gau- que peca ; mas a von tade tem por cúm
dio in omn t tr-ibu[atíone nostra 3 • plic es e instrumen-
tos o corpo com os seus sentid.o~ exteriore
. . .O IDeiin;io se diga de todqs. os deJD s e a alm a cqrn
ais .San tos : é certo que toda s as sua.s facu ldad es. É, por corn
hou vera m de pas:5ar igualm~nte por long ieguinte, o hom~rn
laçõ es: mas'·'os ni"ártires, no meio " das as e dolorosas tribu~ todo qu'e dev e ser disciplinado ou mor
tific ado.
suas· tortuiras diziam
que• ~ amais 'hav iam ' esta do em setnelha 768 . A mor tific ação com bate o prazer.·
n te festim, "~unquam
t~ 1ucunde ~pulati sumus". Ao ler as vida É certo q~e
s dos Santos, duas o praz er em si não é um rnaL; é um berr
c01sas ~o~ e,~p~~tam: .ª~ terrív:eis prov açõe s que padeceram,
a.s morttf~caçoes· que livremente se impu bord ina ao fim pàra que Deu s o inst ituiu
i, qua ndo se su-
. ·Ora Deu s qui~
e, por outro lado, <!, paciência, a aleg seram a s.i mes mos ; vinc ular certo praz er ao dese mpe nho
meio dest es sofr imen tos. E assim, cheg ria, a serenidade no do dever, a fim de
focilitar o seu cum prim ento . Ass im, por
am a amar. a cruz , a exem plo, encon-
c~ssar de .a_ten:1er, a suspirar até por
didos os d1as ..;eQ1. que não tiveram
ela, a contar como per~ trarmos cel'to gosto no comer e beb~r.
quase nad a que sofr er. no, trab alho ; e nou -
tros deveres d~ste género. Don de se ded
uz que , no plan o
l Exam . . partic'u!iers, Ier . Ex. de la M~rt divino, o prazer não é um fim senã o
29 i Me, IX, 29-30, onde se diz : ificatio~·. ·_ Í! Mt. XIX urH ·meio. Gos tar o
- 5 // Cor. VII, 4. e centies tantu m nunc ln. tempore hoc .'
• 1 De Inzit., L. II, e. XII, n. 2.

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I....Ab'l l ULÜ 111
A MORTI F:ICAÇ ÃO 443
prazer , com o fim de melho r cümp rir o dever . não é pois. 770. 4 .0 Há uma cerla jerarquia nas mortificações :
proibi do : é ;1 ordem estabe lecida por D eus. Mus quere in teriores valem , evide nleme nte, mais que as exterio-
r <1~
o praze r por si niesmo, como fim, sem relaçã o algum res, por comb aterem muis direct amen te a raiz do mal.
a
com o dever , é pelo meno s arriscaclo, pois se corre perigo Mas impor ta não esque cer que estas facilit am muito
de escorr egar dos pre.Íer~s lícitos aos ilícitos. Goza r o pra- a
prátic a daque las; quem quises se discip linar a imaginaç~o
zer, excluÍrido- à .dever, é pecad o mais ou meno s grave ,
, sem mortif icar os olhos, não chega ria a grand es resulta-
porqu e é a ,;iolaç ã~ da ordem ·estab elecid a por Deus . dos, precis ament e. porqu e estes fornec em àquel a as ima-
A
morti ficaçã o ·c~nsístirá, pois, em nos privar mos dos pra ze- gc·ns sensíveis que lhe dão pç1.sto. Foi, erro dos moder nizan-
res maus, contrá rios à ordem provid encial , ou à lei tes mofar das auster idade s dos século s cristãos. De feito,
de
Deus ~u da Igreja ; em,'re nunci armos até aos prazé).'es p<k os Santo s de todas ¾,é(>o,cas, tanto .O§ _que f'oraq beatif
rtgosos, -para .nôs não expor mos ªº pecad o·; · e ainda érn: . i-
cados · ou canon izado s ne~tes último s tempo s como os ou-
-
nos abster mos de algun s_prazeres lícitos, para melho r as- . • . • • • J

tros, castig aram àsper amen le o própri o corpo e os senti-


segura rmos o império da · vonta de sobre a sensib ilidad dos. exteriores, bem persq adido s que, no estado de natu-
e.
Neste 'mesmo intuito , ;áQ $Ômente nos privar~mos· de al- reza decaí da, é o home m todo. que deve ser mortificado,
guns praze res, mas .-até. nos infligiremos algum as mortif
i- para p~rten cer totalm ente a Deus .
caçõe s positi vas, porqu e é um facto da exper iêneia que Vamo s, pois , perco rrer suces sivam ente todos os géne-
n§.o há nad·a mais eficaz para amort ecer a inclin ação ros de mortificaçã'o, come çando pelos exteriores, para
ao
pra,,:er do que· in;ipor-se algum trabal ho o:n sofom ento .de chega r aos interiores : é esla a ordem lógica ; na prátic a,
super eroga ção. porém , _é mister saber comb inar e dosar uns e outrqs .
769. 3. 0 Mas a morti ficaçã o deve- se pratic ar com
prudênc'ia 'ou discriç'ão :' deve ser·
propó rciona 'da às forças § I. Da ,;n,1ortific.a~ão do corp o e dos
fisic~s e morais de c:ada um e ao cump rimen \o dos deve- .. se,nt idos exter nos
res de estado . · 1) É miste r poupa r as' 'forças Ífsica s; · por-
,, 771. 1.º Sua razão de ser. a) Nosso Senho r Je-
j
q,uanto, segun do S. Franc isco de Sales 1 , ''estaJllOS expos
- sus Cristo ha,1ia recom endad o aos seus discípulos a prá-
tos a grand es tentaç ões ern dois estado s, a saber_. quand
o tica mode rada: do· jejum e abstin ência, a. mortif icação da
o corpo está dema siada mente nutrid o, ou exces sivam ente ·
abatid o": é que, · efecti vamen te, neste último caso fàcil- vi.sta e do tacto. S. Paulo comp reend ia tã.o bem. a neces-
~ente s~cai em 1).eu~asteriia; que obriga depoi s a cuida - sidad e de mortif icar o cqrpo, que o castig ava severamen.-
dos perigosos. 2) :t>pte dso püupa r <;1-s forças morais, isto te, para· escap ar ao pecad o e· à reprov ação : • ''. Casti go
é. nRo se impor ao princípi~ exces siva·s privaç ões que não corpu s rneum et in seruitutern redigo, ne /orte, cum · aliis
se poder ão contin uar por muito tempo e que, no mome praedtcà.verim,' ipse reprobus e/ficia r",. A p~ópria Igreja
n- interv eio .pare!,, pres~t'ever, ,aos fiéis · c.ertos dias. de ,jejm,"Q.
to · em que 3e deixa m, podem condu zir ao relaxa mento e
.
3 )· Impor ta sobre tudo que esteja m em harmo nia com ahstin êncta.
os
dever es de est~do , pois que estes, por obriga tórios , devem t
h) . Qual é a razão de tudo isto ? i'ndubitáv.~1 que
o corpo , b,~111 discip linado , é um servid or útil, neces sário
preva lecer ;à s obras de super eroga ção, Assim , por exemp lo.
seria mau •para uma rpãe de famíli a pratic ar auster i~ade até, cujas forças impor ta poupa r, para as coloca r ao ser-
s
que -a imped issem de cump rir os seus dever es para com viço d.a alma. No estado , porérr:i~ de h~tur eza d,ecaí da.
o
o marid o e JS filhos. corpo b ,isca gozos $enúm is, sem fazer caso do que é per-
mitido ou vedad o ; tem até inclin ação espec ial para os
1 Vie dévote, me P., eh. XXIII .· praze res ilícitos e muita s vezes se revolt a contra as f acul-

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444 CAPITU LO III
A MORTIIUCAÇÃO 445
dades superi ores que lhos querem interdi zer. Inimigo pe-
que o munda nismo e a af eclaçã o estaria m compl etame nte
rigosíssimo. porque nos acomp anha por toda a parte, à
desloc ados entre eles e não poderi am deixar de escand a-
mesa, no leito, nas jomad as, e muitas vezes até encon tra
lirnr os próprios munda nos.
cúmpl ices, dispostqs a excita r-lhe a sensua lidade e luxú-
775. B) A compo stura do porte exterior é igualm en-
ria. É que, na verdad e, os seus sentid os são outras tan-
te uma excele nte mortif icação ao alcanc e de todüs. Evi-
tas portas aberta s, pelas quais sorrate iramen te se insinu a
tar com cuidad o as posições moles e .efemi nadas, conser-
o subtil venen o do prazer vedad o. É, pois; absolu tamen te
var o corpo direito sem violên cia e afecta ção, nem cur-
necess ário vela:r sobre ele, domin á-lo. reduzi -lo à servi-
vado nem inclina do para um lado ou outro ; não mudar
dão; se não, ver-nos-emo·s atraiço ados por ele.
cem demas iada frequê ncia de posiçã o ; não cruzar nem
772. 2. 0 Modé stia do corpo:.. . Para mortif icar o 0s pés nem as pernas : não .se apoiar .indole nteme nte na.
corpo~ comec emos por· ~bserv ar perfoít arrtent e as regras
da modés tia e urban idade ; nistú se encon tra abund ante
o
cadeir a ou sobre· · genüfl exório ; evitar• os , m?vim entos
brusco s e os gestos desord enados ·: eis aqui',· entre cente-
matéri a de mortif icação . O princíp io , que nos deve servir nas de outros , meios de nos mortif icarmo s sem perigo
de reg;a, é o· de S. Paulo ·: '!Não sabeis que os vossos para a saúde, :sem atrair as atençõ es, os quais nos dão
corpos são memb ros de Cristo ? Não sabeis que o vosso sobre o próprio corpo grandíssimo _domínio.
corpo é templo· do Espíri to Santo que reside em vós ? 774. C) fiá outras mortificações positiv as qu~ os
Nesctt is quonia m corpora vestra m,embra sunt Christi? . .. pen~-
tentes genero sos se compra zem em se impor a s1 m~s~o s.
Jvl emhra vestra templu m sunt Spiritu s Sane ti 1. para, ,lnace_rarem. 9 corpo, acal.mc1reJrt' i9s.,seus ardo~e.s ~·1n,tem~
~.t\) É mister, pois, respei tar o nosso corpo como um e
pestiv.o s estiinuilarem o desejo da piedad e :. _os ~ais comy9 s
são os pequen os cilícios de ferro com qµe. se apert~ m os bra-
templo santo. como· um memb ro de Cristo . Nada desses ços, as cadeia s com que se cingem os nns, as cm~ur_as ou
trajes ··m~is ·ou menos indec'é ntes , que ' não são feitos senão escapu lários . de crina, e alguns 'bons golpes de discipl ina,
para provoc ar a curios idâde e a volúpi a. Cada qual traga quand o é possiy el. toI!lác-la,. sem atrair . atençõ es 1,. . Em tudo
o vestid o reclam ado _pela sua condiç ão, simple s e _modes- isto, é mister consul tar com todo o cuid~q ? o par~ce r .do
prôp'r io dfrecto r, evitar, tudo o que porven tura cheiras se a
to, mas sempr e asseád o e decent e. singula ridade ou lisonje asse a. vaidad e, setn fal~r do que
Nada mais ponderado que os conselhos de S. Francisco pudess e ser contrá rio à higiene ou à limpez a ; o directo r não
de Sales a este propósito 2 . "Sede asseada, Filotea, e nada permit irá estas co~~as senão com mµita discriç~o, .e . sà~ent e
haja em vós destoante e mal posto . .. mas fogi o mais possí~ por algum tempo, para exp~1:i~ncia _;. ca~o note _m convem e~te
vel das vaidad es e afectações, das curiosidades e loucuras. de . qualqu er gén,ero, é su.prum-las imedia tament e. . . .
Propendei. sempre, quanto for possív el, para a parte da sin~ 775. 3.º Modé stia dos olhos~ A) ", Há ol:Ii~re.~ gra-
·1 geleza e modéstia, que 1)em dúvida é o maior adorno da for~
1 mosura e a melhor desculpa da fealdade . .. As mulheres vãs vem.en te culp,ad~s'. que ofe~de m nã~ sàme11te_ o pt_tdor,
1
fazem duvidar da sua castidade ; pelo menos, se a têm, não mas até .a c~iHd ad~ em si mesma .2 e que, por co.i:i,seguin-
1

•I
transparece entre tantas superfluidades e bagate las". . . S. te é forços o' evitar.' Outro s . há que s~o perig,osos, por
1 Luís diz numa palavra, "que cada qual se deve vestir con~ e;emp lo, fixar a ' vista seri'i razão em pessoa s ,ou objectos
forme '? seu est~do, de sorte q~e as pessoas sisudas e p~ ho-
mens de bem não possam dizer: é de mais ; nem os jovens : Que natura ln\ent e hão-d e sliscitar tentações." Assim , a S.
é de menos". ·
1 . Voltar às práticas de mortificação corpora l é um
Quant o aos religiosos e religosas, bem como aos ecle- eficazes ara recuperar a alegria e, com ela, o. fervor: dos meios ma_ls
nossas nfortificações corpor'ais, maceremos a nos~a carne, • façamos
Voltemos as
&iásticos, todo·s estes têm sobre a formá e matéri a dos rer algumas gotas do nossq sangue,. e se~emos fehz~s. ,como nu~ca. s°r-
es írtto ·dos ' Santos respira a alegna, se os monges e os ~elig1os e~ o
e
vestid os regras a que s~ devem confor mar . . inútil dizer ~rlatura s animadas dessa franca jovialidade que .o mundo
car é unicamente porque os seus c~rpos,, como o ~e S. Paulo,
os sa_?
nao sab1:_ expli-
tig~dos e reduzidos à servidão com mflextvel severidade •· (f' ABER,sao cl?-s-
1 / Cor. VI, 15, 19. - ll Vie dévofe,' IIIe P., eh. XXIV. Samt
Sacrement, t. I, p. 228,229). - 2 · Mt. V, 28.

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446 CAPíT ULO III A MORT IFICAÇ ÃO 447
Escrit ura nos adver te que não deten hamo s o olhar nnma C) E, como os meios negativos não bastam , -have-
donze la . não seja caso que a sua formosura seja pura nós mos de ler cuida do de dirigir a conve rsa para assuntos
cbject o ctc escân dalo: "\!irg ine.m ne conspicias, ne .forte não sómen lê inofensivos, mas até bons, hones tos e, de
scandalizeris •iri decore illius" 1 • E hoje, então , que a li- vez em quand o, edific antes, sem contu do nos tornarmos
oença das vitrinas, a imodé stia do trajar e a imora lidade pesad os aos outros com observações dema siado sérias que
das exibiç ões teatra is e de certos• sa:lões criam tantos pe- não venha m natura lment e.
rigos, que recato não é preciso para evitar o pecad o 7
! 779. 5.o Mortif icação dos outro·s sentido s. O qu~
disse-
776. B) É p~r iss~ que o cristão sincero·. que quer mos da ·vista, do ouvid o e da lín'gua, aplica -se aos outros
srntid os ; voltar emos a tratar do gosto, ao falar da gula,
salvar a sua '-'~lma .. c~ste o que custa~. vai mais longe e
; . do tacto a .pr'Opósite> _da castid ade. Quaqt ~ ª'? olf~to,
para ·fs-i:ar seguro cfe· não sucum bir à sensu alidad e, mortt- baste
•. dizer guie o uso imode rado de perfu'!1es nao e. muitas
vezes
fici!"cC~urio~idcid~ dos olhos, _~vítando, por exemplo, olhar mais qtie um pretex to para satisfa zer a sensua lidade e talvez
pela janela , para ver quem passa , cons~ rvand o os olhos para excita r a luxúri a. Um ·cristão sério não usa de perf~
senão com muita moder.ação, por motiv os de grand e utilida es
mode sfame nte baixo s, sem afecta'ção·, nàs viagiens ou pas -
7 de ; os religio:-,os e eclesiásticos devem ter como ,norm a
seios. Pelo contrário; comp raz-se em os
algum object o, imag~m- pied~ sa. ca'.{11panário, cruz, está-
desca nsar sobre uisar nunca deles.
não

tua, parà . se.. excita . r·


. ao ~mor d.~ Deus Da ·mort ificaç ão dos ;sent idos inter nos
: . , .~ . . .
~-. do~ Santo
.
s. § II.
· 777. ; 4. ·~orfificaçã'<f do tmvidp ·e . da língu a.
0 l .·

Os dois sentid os internos,. que é preciso morJ;ificar,


1X · ~sta'.' mo.r;tifi ciç,~Q,. ~x\g~ 'qq~ ·nao $.ê ; dig~ ,ne,m · oiç~ são · a imaginação e a memória, que geralm ente. actctam
nada contr;;\·jo à,. ç~ricl~d.e, . à pur,eza;- à . h umild a d~
e de har~o nia, pois que .o tr9-b:alhq da m_emória é acomp a-
às ·,d~máis virtud es :cris:bõs;; ,porquanto·, como• diz.,S:dPaulo.
a:s conve rsas' tnái'. éoirompei'tj· os ;bóns costutn~§', '' corrllm nhado qe ii;nagens sensív,eii;. ,.
:
p.tinf ni'ç)/ês: q~Jtú)f :E'
:~9ll9g~iâ·'. P~i0a''. /. 1qqai~t~s (alwà.s; 780. 1.:> Princ ípio. São duas, faculd ades preciosas;
'I na.. verda dt:i, n&,p. tên:i-.,stc:1,o, pre,r.ert;dfl.s .por tere.m :escut ado aue não somen te forrrecem à intelig ência os materiais de
cónversas desonestas·; ou . c0l1trárias 'à carida de?. I .As. ~ue esta neces sita para trabal har, senijo que lhe perini-
p·alavrlis ·lúbricas ·:exdtt íth ·:a •·1ct1hósi'da'dé'1 mórbi da,· re,,ol- t~m expor a verda de com irp.ag~ns e factos que a. tomam
t~·in as ·pá'ix}q.ies·
1
, . inflç.r;nªrh. dé~ib .i·e pfovo cá~ a,Ô:pecado. mais perceptiv~l. \11ais viva e, ·por. isso mesmo, II].é.is inte-
As pala,~rás p'ouco . c~;fràú~;~s susc)tarn diyisões .a.té nas ressan te ; um re~umo pálido . e . frio nl:ío teria er:i,cantos
fé:míliàs; 'desc:onfiahçaS: · inhniú1d~s : \á.hc'óres. ·t: ri;~essá- para O comu m dos ~orta is. Não se trata, pois, d.e ..é).~rofiar
rio, pois, velai· ·sobre 'as mínün as palavras·,. ·para evitar tais estas faculd ades, senão . de as di~dp linar. e su~or dmar a
escAndalos, e saber fecha.r os ouví'dos a tuclo qüant o pos- sua activi dade ao império díi razão e da yontà df ; aliás,
sa pertu rhat a purez a, ·a carida de e a1·p~i. deixa das a si mesm1;1.s; povoa m a alma durµ sem-número
de lernbranças e imagens que, a dissipam, despe rdiçam
· 778. B) .• ;Mas, .par,a. ,znelhor con'seguirmos ~ste fim
as suas en~rgias, fazt;:m-lhe perde r tempo precioso na
mortificaremos, de vez em quand o, a curiosidade, evitan
- craçã p F! no trabal ho, e criam mil tent~çp_~s contra ,çl. pure.-
do Jazer perguht_as acerc a do que a possa lisonjear, ou
zu, carida de, bumi ldade e demais virtud es. É, pois, neces-
reprim indo esse' prµrido de falar qúe ar.ráSta · a co~versas
sário discipliná-las e pô-las ao serviço das faculd ades
não sàment~·- tnqteis. mas atê perigo sas : t11r multif:oquio-
non deerit r,eécatum:' 3• superiores.
., .ci ·· ·
· ·
·, ·
781. 2.º Regr as que se devem segui r. A) Para
1 Eccli, IX, 5. - 2 / Cor. XV, 33. - 3 Prov. X, 19. reprimir os e:xtravios da memória e da imagi nação , apli-

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448 CAPIT ULO III
A MORT IFICAÇ ÃO
449
c,;r-nos-emos, antes de mais nada, a af ugenl ar impla cà-
velme nte, desde o principio, isto é, logo que a cousc iéncia § III. Da mort ificaç ão das paixo es .
nos adver te, as image ns ou lembr anças perigosas, que,
record ando- nos um .passa do escab roso , ou Lransportando 784. As paixõ es, no sentid o filosó.fico do termo , não
- são neces sá;ia e· absol utame nte más : são forças vivas,
-nos ao meio das seduç ões do prese nte ou do futuro
, se- muita s vezes impet uosas , que se poder µ utiliza r para
rh.•m para nós uma fonte de tentaç ões. Mas, como há ~
muita s vezes uma .espéc ie de d~.terrp.ini~1no psicol ógico bem como para o ~aL conta nto que as .saibamos discipli~
,
que nós.-fa7. .passa r dos. devan eios fúteis aos perigosos, pre- nar e
orient ar para um fim nobre . Mas, na lingua gem
munir -nos-e mos contra esta engre nagem , morti ficand o popular e em .certos autore s espirituais,, · émpte'ga~se esta
os palav ra em sentid o pejora tivo, '. para;: design ar .as paixõ es
. . pertsame-o.tos inútei$,'·que já nos fazem:.-perder tempo
pre- más. Vamo s pois : ·r. º record ar as ·prin'cipa.is •noçõe s psico-
ciosó, e pr,"!param o é'aminho a outros rnàis perigoso~ ain-. :
dç1, : a mo~ti/icação . dos pensamentos inút~is. dizem · os lógica s sobre as paixõ es ; 2. º indica r os seus bons
e maus
Santo ~. é a morte dos pensarnentos maus. efeito s; 3. 0 traçar regras para o seu bom uso. ·
782. B) Para melho r se vir a este result ado, o meio l. A psicolo gia das pab:õe s.,
positi vo mais condu cente , é aplica r inteir amen te a alma
Não fazem os aqui mais que relem brar à que _se 'expõe
toda ao dever presen te, aos .nosso s trabal hos, ~stud os
e mais- longa mente ' ·na Psicologia. ·
ocupa çães habitu ais. É, afinal , o melho r meio de conse . _, .
-
guir fazer bem o que se faz, conce ntrand o toda a activi 783. l. 0 ·· -No~ã o. Âs paixõ es são' mo~im entos i~-
-
da de na acçã~ presen te : age quod agis: ,-, Lemb rem-s petuo sos · do · apetit e' sensit ivd' 'p·ara o · ~em sensív~l ·' com
e
os joven s que, para progr~direm nos estudo s , tomo nos reper0ÍSS<ÍO mdis bu meriÓs Jorte sobre ·o' prgq_n;~~mp: ,.:
demai.s dever es do próprio estado , é mistê t dar mais lugar .!1) Na base da paixão , li~. pois, •tml çerto.,ccfa~e_cimen-
ao trabal ho da intelig ência e .da reflexã,ç,,, e meno s _às fa- to, ao menos sensível, dum bem ,~$perado OJ.ll• :adqum do
ou
culda des s_ensíyeis : , deste . modo ass~g mação o futuro dum mal contrár.io a este bem : deste conhe c~~en to é
e que
brotam . os movim entos do apetit e sensiti vo.
evitar ão os devàn ~ios perigosos.
li) Estes moyim entos são imp~tu osos e· dtsti:1gu_em,se
78'}. C) Ê utilíssimo, ·enfim , set•.rir-se da irhagi na- a<sim dos estado s afectiv os agraçláveis ou desagr adave1 s
que
çí"10 e da memó ria, para · ahm_eptar a pieda de, busca são c:al~os, tranqu ílos, seni ·aqúde ardor, aquela ve,emê
ndo nçia_
nos Livros Santo s, nas · oraçõ es · litúrg icas e· nos autore oue há nas paixõe s.
s
espiri tuais os rhais belos textos , as· ma:is formosas comp . e) ,Pié_çi&atpen.t e _porque ;:;ão impef>.uoso; e ·aotú~ m f~rte-
a- mente sobre Q ap,eJite. :i~nsitivo, é, que_ têm ~e_per,c,lfssao {l~e
rações · e image ns ; titilízar a i1nag inação par~ andar na 1 no
,,igan ísmo físico, por cam,a da est~e~ta un~~?· ~n~r!e .º
prese nça de Oeqs , e repres entar- se por miiído os mistérios e ·a· alma. Assim; a · cólera faz .afluir _o sangu e ao cerebr cor'po
o
de· Cristo Senho r Nosfto e da SS;ma. Virge m. R~ssh n, em disten de os nervó s; o ·niedo fai ei'npalidece'r, o aiiior dil~ta e
coraçã o; o temor' tontra i,o: •Nétn em todos,_ -porém, se
o
lugar de 'átrofoi.rtnos d· imagi nação , a 'povoaremos de pie- apre-
dosas · repres e~taç ões que de~ter rarão as que poder iam ser sentam no mesmo grau estes ·efeitós fisiológicos·,. tjtié depen
,
dem do temperi;l.I)lento de cada um e da dntensid~de da
perigo sas e nos porão em condi ç:õ,es de melho r comp reen- xão, bem como do domín io que cada qual ·adqmre. sobre pai:
der e explic ar aos nossos ouvin tes as ce,nas evang élicas s1-
[, . ___.·__
mesmo.
. . ·. ~ .
, 1' s. TH01'L I, ,Jr,: q; ~2~;s';
S1,JARE.Z, .disp;_1 1I; SENALJ~T,:_De l'usage
1 des passio ns: DEst'uRtr, La méd~cln_e des pa_ssions,: ,BELOU
sions; TH. Rrn o-r, La psycholop;1e âes sent!ments; La /og1qu~ I~o, Des pas:
1/ · timent s; PAYOT, L'éducation de la vo/ollte; P. des sett.
'1 H. D. NoBLE, L'.éducatiott des passions ,· e os autores JANVIE~ , C_areme 1905,
Já citados acerca
i da mortijrcaçt'io; ·
29
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· CAP1TULO III· A MORTIF.lCAÇÃO 451
_786. Diferem, pois, as paixõ es dos sentim entos , que são
~ov1mentos da vonta de, e, pot conseguinte, supõem conhe- ll. Os efeilo s das paixõe s.
c!m~nto da inteligência e-, com serem fortes, não têm
1.:ncia das paixões. Assim é que há amor -paix ão e amor-a vio- 78S. Os Estói cos prete ndiam que as paixo es são
mento, tçmor , passio nal e temor intelectuí:l,l. - Acres senti-
centemos radic alme nte más e que, por conse guint e, devem
~ue no, hpipem, ani1!1al raçicn al. as paixõ es e os s.entime ser su-
s~ ~ombinam :muitas vezes, quase sempre, em doses ntos primi das; os Epicu.reus divin izam as paixõ es e procl
varia amam
d1ss1mas, .f que· ' é _pela vonta de, ai.Dxiliada pela \1raça - a altas vozes que é um deve \ segui -las. É o
, · que que os nossos
ch~gamos a transf ormar em nobre s sentimentos as ipode rnos epicu ristas cham am: viver a sua vida.
~ais ardçn tes, subor dinan do estas àqueles. paixõ es O Cris-.
· · . tianismo conse rva o meio entre · esses dois exces sos : nada
' · 787. · 2.º O seu núme ro. Enum eram -se geral ment do que Deus pôs na natur eza huma na é mau. O
própr io
e
onze· paixõ es, qu_e deriv am todas ·do am'1r, como Çrist o Senh or Noss o teve paixõ ~s ,bem orden ad&s
excel en- .:.am ou
teme nte demo nstra B<Yssuet 1 : "As nossa s derna is não some nte com a vonta de, senão tp.rn.bém com
paixõ es o cora--:
refere m-se todas única ment e: ao amor que a todas ção e choro u ~obre Láza ro e' sobre Jerus além, a
encer ra infiel ';
e excit a". deixo u-se possu ir d'uma saµta cólera , sofre u o- temor
, ~
1) O amor ' é ·'á' paixã o de ~e unir a uma pesso a triste za, o tédio ; mas sqube conse rvar essas paix9
ou de es com.
po~s.uir umr,1 coisa .quie agrad a. _ o ir~pério da vonta de e subor diná- las a . Deus . Quan
do,
2) O ódio é a pai~ã o de afasta r· de ,nós qualq uer, pelo contr ário. as paixõ es sã,9 desorden<).das, produ
coisa zem
que no~ desag ra~a ; nasce do amor, neste sentid o que os mais perni cioso s efeito s ; é prects o . pois, morti
ID_?S o q~e se opoe. ao que amamos. Assim;' por exemp odia- 1 ficá-l as,
na,o ode10 a doença, senão pprqu e amo a saúde ; não lo, eu discip liná-l as. · - , . . ,,, ;: " ·
odeio . 789 . .· Efeitos qas pai:,çp~s: ~fosorde~adas.
uma ~e,ssoa,_ s~não porqu~ e!a me põe algµm obstâ~ Chil-:-
posse ·elo que amo. uJo à
· · · ·' mam -se des;r den,adas as pafxõ es que tende m para
·' .., · 3) ,, ;-<D; )deseí~ d:on,siste em procllirar ; ·o ·bem ausen . um
te e bem sensí vel proib ido, ou até mesl.)10 para, um bem
nasce · de· attiarmos esse ~:bem. · ;:·. · .·/ per-, ·
' .. mitid o, mas com, dema sjada sofre guidã o e serq., ,o
· ·· 4) · '.'A ·aver1ã9 (çu fug~) l;va::nos a afasta referi r
r o · mal q~~ a Deus . Ora, estas paixõ es desor denad as :
se avizin ha de nós. · · ·· · ·
: _· 5) -!,l ·dlegria não é" mais que a fruiçã o do bem , a) Cega m a alma, lança ndo-s e para o seu objed o
pres~nte. com impe tuosi dade, sem consu ltar a razão , deixa
_" 6) A'-~~i'#_éfa, pelo contrá rio, · aflige -se e ndo~ se
mal presente. ·· · · desvi a-se do
· · -·· · · guiar pelo instin to ou pelo praze r. Ora, nisto há
um ele-·
7) A _audácia (ousa dia ou corag em) esforç a-sé ment o pertu rbado r que tende a falsea r o juízo e
a ,obsc u-
unir ao' obJecto amado, cuja aquis ição é difiml tb.fa. ~o/ se recer a recta razão . Com o o ?,peti te·sen sitivo é cego,
' por
8) O, t~rrior impele_-nos a fugir dum:mal difícil de evitar nat~r eza, se a alma se deixa guiar por ele, cegç1.
. .se, a si
:: . 9) ~ -e:.,spet'fl~Ça tendE; :Com,.ardor p~rà o objec rnesm a: em vez de se deixa r condu zir pelo deyer
to amado, , dei-
fU~a . agmsi,çao ~ · pos1ív~l, se bçm que difict1
-ltosa. · . xa-se f asain ar pelo praze r do mom ento. É como urria,_
. --:-)OJ (J-dese~pero -~ai;ce n.~• 'al_ma, quand o a aquisição do vem que a impe de de ver a verda de ; obce cada
nu-;
oh1eotQ amad o parec e impos sível. : . pela
. .· poeir a que as paixõ es levan tam, a alma já não vê
·· 1I) A có'lera:'repele violen tameh té o que nos faz mal e clara:.
excita o des-ejo ,da vinga nça. · · • · ·
ment e a vonta de divin a nem o dever que s~
lhe impõ e e
debca de ser apta pa~a julg~ r rectam ent:e. ,d~s co-isa
As_ s~is pri:11eiras paixões, que tên~ orige m no apetit s.
e
co~c!.,1p1sfwel, ~~o comummente cham adas pelos
modernos , 79Ó. h) Fatigam a álma e -faze m sofrer>
~a~,:1{~1;,5 de gozq ; as outra s cinco; que se refere m ao;
1rascw.el, . denominam-se paj:xões comb ativas . ....
·apetit e 1 )· As pabá>,es. diz S. Jo·ã o da Cruz 'i, "são como
' ·
. '/ Subid~ dei Monte Ca;melo, L. Í, VI; ler os capítu
. 1 be la CoriaisSance de Dieu et de soi-même, eh. I, n. v ·1. deste livro, em que o Santo explica marave.ilhosam los VI-X~Í;
ente os e efeitos noc1- !,,

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vn.C-.l.J. UL,U 111
A MORTI FICAÇÃ O
453
rapazi tos inquie los e descon tenlad içus . que sempr e estão até dele se purific ar. Qual será, pois, a fealdad e da · que de
pedind o à mãe ora isto ora aquilo. e nã o acaba m de ficar todo está, desord enada em suas própria s paixõe s e entregu e
satisfeitos. E. assim como se cansa e fa liga u que cava por 2 seus apetite s. é quão distanc iada estará
da pureza de Deus!
cobiça do tesoiro, assim se cansa e fatiga a alma por Não se pode explica r com palavr as, nem ainda compre en-
.
der-se com o entend imento a varied ade de imuodí cie que a
conseg uir o que seus apetite s lhe pedem ; e, ainda que o varied ade de apetite s causam na alma . .. " Cada apetite der
consig a por fim, sempr e se cansa, porqu e nunca se satis- põe, a ;,eu modo, a sua parte especia l de impure za e fealdad e
fa2; .. ; E• can~a-s,e e aflige-se -a alma, com seus apetite s, na alma. . . .
porqu e é, ferida. agitad a e pertur bada por eles. como a 795. Concl usão. Quem quiser, pois, chegar à união
água pefo~ ventos ". com Deus , tem que mortificar todas as paixõe s , ainda as
· 2) Daqu i um sofrimento tanto mais intenso quanto mais · peque nas, em quanto são volunt árias e desord ena:
mais vivৠsão as pê.ixões : porqu e efas at'orrruenfám a po- das. É que a união perfeita· supõe quE: ém nós não· h~
bte alma, até serem CO!ltentadas , •e,' como o apetite vem nada cc;mtririo à vontad e de Deus. nenhu m apego volun-
com· o comer , redam arii as paixõe s cada V E!Z mais ; S'e. a tário à ·criatu ra e a nós !mesmos. Tanto que. de propósito
consci'ência protes ta, irhpacientám~se, ·agilam.:sê, solicit am delibe rado. nos deixam os extrav iar · por qualquer'··paixão;
a \rontà de para que ·ceda: aôs · seus capric hos que inces -
santet nente renasc em : é uma tortura: inexprimível.
deixa de haver união perfeit a entre a nossa vontad e. e
de Deus. lslo é sobret udo verdad e d~s jJaixõe~ .cni ape-
a
.79'1 . . e) Enfrac{ciece'rti a và'ntade. Solidt ada em sen- gos habitu ais. que paralisam a vontad e. alé mesrno· quan:.
tidos diversos p~r essas paixõe s rebeld es, vê-se: forç~d a a' do são leves. É observa.cão de S. João da CrÚz 1 : " 'oiie
às
v011tade a; disp.~tsar· 1 próprüúr Jor-çàs, qtré 'por isJà 'mes- a ' avezin ha esteja f)res~ a um fio . delgad o 'Olli gros·~·o,
tí1'0' vão· enfraq uecend o. Tudo·· o que ce'~e às paixõe s pouco impor ta: não· Jhe será" possível voar. sênã~ dev~is
, au:..
nle:r).la.' nelas •as ,,exwêrid8;S e diminu i .~rn •si as energias. de o haver qhebra do". · · ' · '· · ; ·· · · ·
$ étnelh anté's -às gorrré1eíràs'_'• irniteis ' ·e ' vórazes que brotam
1
794. Utilidades ,,das . patxõés · b~m ''C?rd~na4~~-
d~ tronco 1 duma• árvote}·O's· 'apetité's "·qué' se não domin~rrL Quand o, pelo contrário, estã,p as paixõe s bem ordena das,
vão-se desenv olveRd o e -rouba ndo força à alma. como o~ isto é, orient adas p·a ra o bem, moder adas e subme tidas à
rebent os pfi.rasitas;à árvoi'~ :- E ,não tard~r á\:i mo~e nto em vontad e, têm as ..mais precios~s .-utilid ades, porque são
que a. -alma enfraq uecida :caia no relaxa mento e na tibie• forças vivas ard•ent-es, que nos vêm estimu lar a activid ade
za, dispos ta a, todas as dapitu lações . .. ·,, · . da intelig ência e da vontad e e pr~star-lhes de:ise modo
, 792. d) Maculam · á; ,alma: Quan do está, ceden do podero so auxílio·.
às paixões.; se une 'à's criatur as . abate- se •à.o nível délas e a) Actua m sobre a intelig ência'. excita ndo em nós
ct,ritrai a sua ·malíc ia e as SUB;S manch ;s ; em vez de ser ardor no trabalho', desejo de conhe cer a verdad e. ' Quan.:.
irt1MgerJi ·f iel' de Deus, lbtr'l.'à-s·e imagern das coisas a ·que do um object o nos apaixo na , no bom sentid o da palavr a,
se ape~a ; grãos de pó, manch as d1e lodo vêm cmbac iar- somos todos olhos e ouvidos; para·o conhe cermo s !bem; o
..:Ihe' a belez. r ;e opor-:se ·à. união perfei ta é9m Deús. , espírito apreen de mais fàcilm ente a verdad e, . a memória
. · , "Um só apetite· desÓrdenadQ, diz s: João d~ Cruz 1, é mais tenaz para o reter. Eis aqui, por· exemp lo, um
ainda -quand o não seja ' de matéri a de peca do · mortal : básta invent or anima do de ardent e patriot ismo : vede como tra-
para pôr um~ ~Ima: .tã,o,escµira, manchc1da .e 'feia; g'ue d~lttod o balha corp mais ard9r, tenaci dade. e perspi cácia, µrecfsa,-
nenhum pode convir, com Dei;s e,m qualqu er. uniãQ (íntima ),
t • • . \ : • • ' ,, ' ~ ~.. .• • i mente po~que quer presta r serviço à' ·süà. pátria . Do mes-
vos dos apetites », i. é, das paixões, Mais não fazem0s que resumir mo modo um estuda nte, susten tado pela riobre ambiç ão
lfrevem ente o pensam ento. -lhe
•. . ·, .
, , 1 Subida del;Mon te Carmelo, L. I, e. IX.
I Subida dei Monte Carmelo, L. -I, e. XI.

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454 CAPiTULO III A \IIORTIFÍCAÇÃO 455

de por·~ sua ciência ao serviço dos seus compatriotas, faz pondente. mormente se é acompanhada de vivas emoções
mais esforços e chega a resultados mais apreciáveis. Mas <:• forles convicções.
wbretudo quem ama apaixonadamente a J-esus Cristo, Assim, pensar no prazer sensível, representado-o viva-
estuda o Evangelho com mais entusiasmo, compreende-o mente com a imaginação, provoca um desejo e muitas vezes
e encontra nele m,aior sabor ; as palavras do divino M-es- um acto sensual ; pelo contrário, pensar em nobres acções,
tre· são para ele oráculos, que inundam a sua alma de
. ,· representar-se a si próprio . os felizes resulta_d os qu~ produ,-
zem, excita o desejo de _praticar actos des~_e género. Isto, é
luzes deslumbrantes. · scbretudo verdade da 1deia que não permanece abstracta, friá,
incolor, mas que, sendo acompanhada de imagens ;s•ensíveis~
795. Jl) _ Actuam igualmente sobre a c;ontade,' para
se torna concreta, viva, ·- e, por ·isso mesmo, arrebatadora ; é
a aqast.ar e ciecuplar as suas energias : o que se faz com nesse -'s entido guie se pode .,dizer que a ideia é ilmà fo,rça,- um
amor faz-se melhor, com Íú.ais aphcaçâo", constânêia, e primeiro· impulso, um coineç9 de acção. QuErm d~sejar, pois,
-~eliz êxito: Que ·tentativas não faz o amor de mãf para dominar as paixões más, tem que afastar com ctiidé\do· qllal-
?alvar um_ filho ? Q1,1e de actos heróicos inspirados pelo qtier pensamento, qualquer imaginàção que ·te'presénte o pré/-!.
zer mat11 como atraente; quem, pelo contrário,. quiser cultivar
amor ·da pátria? f Do mesmo modo, quando um santo ·a::. boas paixões ou os bons sentimentos, tem que alimentar
est.á apat~onado de amor de Deus e d.as almas, não re- em si pensamentos e imagens que mostrem o lado belo do
cua diante de nenhum esforço, sacrifício ou humilhação, dever e da virtude, tomand.o essas reflexões, quanto possí..
para salvar os seus irmãos. Não há dúvida que quem vcl, concretas e vivas.
impera estes ado~ de zelo é a vontade. mas a vontade. 797. h) A influência d~ma ideia prolonga-s:e en,
inspirada, estimulada, sustentada por uma santa paixão. quanto não é eclipsada por outra _ideia mais forte q1:Je a
,Ora, quanqo os dois, apetites, sensitivo e intelectual, por suplante ; assim, um desejo_ sensual coI1:tipµç\ ~ sqlicitar a
oul'ros termos, quando o coração e a vont~de trabalham vontade, enquanto não é expulso por um pensaµiento
na, mesma direcção e unem as suas forças, o.s resultados mais nobre que se apodelle da alma.· Quem· pretende,
são :·evidenterliente muitó mais l apreciá\reis . e '. duradoiros. pois, diese·mbaraçar-se dell tem que se entregar, por meio
l~porla. pois. ver como se podem utilizar as paixões. duma leitur::i. ou estudo interessante. a uma série de pen-
,,
samentos totalmente diferentes ou contrários; quem, · p~lo
III. Do Í>om uso das paixões. contrário, quer intensificar. um bom desejo, pt'olon~a-Q;
meditando· sobre coisas q'µe. o. possarh altmentar. . .- . .
•,i ·Recordados os princípios psicológicos que podem fa-- '. e) ·A influência duma ideia aumenta. associad~ a_
cilitar-nos a tarefa, indicaremos como se resiste às paixões outras ideias ci:mexas, que a· enriquecem e l4é. d.ão m~iôt
más, como 3e orientam as paixões para o bem, e como <.1mplidão. Assim,_ o pensamento e d.es·ejo 'de' ~~lv~r'.a pró-
se. moderam. pria alma toma-se mais intenso e eficaz, se for , associado
' t
à ideia de trabalhar para salvar a alma dos nossos .irmãos,
;I. o ·PRINCÍPIOS PSICOLÓGICOS QUE SE DEVEM UTILIZAR 1
como se vê, por exemplo. em S. Francis.co Xavier.
., 79~~ Pa,ra ' dominar .as paixões. é preciso. antes de 798. d) Enfim, a ideia atinge a má?Cima, potência,
tu_do, çontar com a graç_a de Deus e, por con.sieguinte, quando se torna habit;µa[,. absori,entl3, uma espécie de
com a oração e os sacramentos ; mas é mister usar tam- ideia fixa que inspira todos os pensamentos e todas as
bém d:utna táctica judiciosa, fundada na psicologia. acções. É isto ó que' sé nota, sob o •a specto natural. na.:
queles que não têm senão uma ide~a, ,por ~xelllplo, a de
a) Qualquer ideia tende a provocar.. o acto corres-
fazer est~ ou aquela descoberta : e, sob o asp.ecto sobreé
1 A, Evi,11w 1 Le gouver1temett~ de soí·même, t. I, 3e Principe. nõ.turaL naqueles que se deixam penetrar de tal modó

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dum a max rma eva ngé lica , que esta . _ri 457
se torn a a regra da futu ro dum a liga ção peri gosa , dum
a ami zade dem asia do sen-
sua vida , por exe mpl o : Ven de tud síve l (n. 0 603) ; mas sobr etud o cons
o e dá-o aos pob res ; ider açõe s sobrenaáutais,
ov: que imp orta ao hom em gan tais como a impossibilidade de ava
har o universo, se vem a nça r na perfeição, eh:..
perd:-r a sua alm a ; ou. aind a : par a qua nto se man têm esses apeg os, as
mim a Yida a salv ação em peri go, o escâ nda lo cade ias que se forjam,
E necessário, pois, ter a mir a em arreigar é Cris to. que se pod e dar, etc.
pro fun da- Tra tand o-se de paix ões com bati vas,
men te na alm a algu mas idei as dire
ctrizes, dom inad oras , ódio, depo is de term os fugido, um como a· c:ólera,
momento, para diminuir a
o
abso rven tes, · dep ois redu zi-l as à uni paix ão, podenios mui tas veze s tom
dad e por meio dum a ar a ofen siva , pón do-~ os
dtvi sa ou máx ima , que as con cret ize em frente da dific ulda de, conv ence
e con serv e ince ssan - ndo -nós pela razã o· e so-
tem ente pres ente s ao espírito, por bret udo pela fé que entr egar -se à cóle
exe mpl o : Deu s meu s dum homem . e dum cris tão ; que perm ra ou ao ódio é indi gno
ét omn ia T Ad maj ore m Dei glor anec er calmo, · senh or
iam T Deu s só basta ! de si, é tudo qua nto há de mai s nob
Qu em tem ]esus tem tud o T Ess e re, dign o e conforme ao
cwri Jesu dulcis para - Eva nge l~o.
ditr1,1,s ! Com urh à divi sa dest as, será
mai s fáci l tniunfa~ 801 . e,,\ Procuriir~se-á, enfi m, faze r acto ; ·positiy,o
das· paix ões más e util izar as boa s. s
con trár ios à paix ão.
2•,º CoM O COM BAT ER AS PÀIX Que m exp erim enta r anti pati a para
ÓES DES ORD ENA DAS com uma pessoa, pro~
cede rá como se quis esse gan har- lhe
a simp atia , esfo rçar -se- á
por lhe pres tar serv iço, ser amá vel
799 . Tan to que a con sciê ncia nos para com ela,: e•sobr etud o
adv erte que em orar por ela. Não há nad a que abi;
nos sa alm a se leva nta um mov ime nto ande o cora çao <.orno µma
des ord ena do, é ne- oraç ão sinc era por um inimigo. Que
m,
oéssário ape lar par a todo s os mei os afei ção exce ssiv a para com uma pess pelo cont rário , sent e
natu rais e sob rena tu- com panh ia, ou, send o isso imp ossí oa, deve evit ar a sua
rais, par a o refr ear e dom inar . vel, teste mun har- lhe ess_a
fria cort esia , essa espé cie de indi
. a) Logo des de o prin cípi o, é fere nça que se tem para
mister usa r do pod er com O comum dos homens. Este s
acto s con trári os acab am
de inib ição da von tade , aux ilia da pela por enfr aqu ecer e faze r desa pare cer
graça, par a trav ar a paix~o. mor men te se
esse mov ime nto. se sabe m cult ivar as boa s paix ões.
Assim, por exem plo, imp orta evit o
exte rior es, que não faze m senã o estimar os acto s ou gest os 3· CoM o oRIE NTA R As PAIXÕES
PAR A o BEM
paix ão : quem se sent e inva dido pela ular ow inte nsif icar a
gest os deso rden ado s, os clam ores , cólera, dev e evit ar os 802 . Dis sem os acim a que as paix
cala ndo -se até que volt e ões em si não são
o soss ego. Tra tand o-se dum a afei
ção dem asia dam ente viva ,
más ; pod em, pois, ser orie ntad as par
'dev_em-se evit ar os enco ntro s com a o bem , toda s sem
a pess oa ama da; é prec iso exc epç ão algu ma.
f~~1r de lhe fala r, e sobr etud o de exp
amd a 'mes mo indi rect o, a afei ção que rimi r de qua lque r modo, a) O amo r e a alegria pod em- se
nort ear. para às_ aféi;.
Ass im, vai enfr aqu ecen do a paix ão se sent e para com ela. ções pura s e legí tima s da família,
para as ami zade s boas. ~
pou co a pou co. sobr·ena tura is; mas sobr etud o para
800 . b) · Mai s aind a : trat and o-se Nos so Sen hor Jesus Cns -
dum a paix ão de to, que é de todo s os ami gos o mai
s ternQ, o ?1ais gene~~s<?,
gozo, é nec essá rio esq uec er o obje cto mai s dedi cado . É, pois, nest e sent
dess a paix ão. 0 ido que imp orta dmg ir
o noss o cora ção, lendo, med itan do,
Par a o cons egui rmo s : 1) cum pre- pon d? em prát ica os dois
belo s capí tulo s da Imit ação gue têm
a ima gina ção e o espí rito a qua lque nos apli car fort e~e nte enca nto de tant as alm as. De amQre
sido e con tinu am _sendo
r
nos pos sa dist rair do obje cto ama do: ocu paçã o hon esta que 0 JeS'U supe r omma. De
a soluçá!) dum prob lem a, . .o jogo , por exemplo, o estu do, familiari amicitia Jesu.
o pass eio .com outr os, a b) O ódío e a aver são voltam~se
con vers ação , etc. 2) Qua ndo com eça cop tra o peca do, o
é ape lar ·par a · às· refle xõe s de
a rest abel ecer -se a paz, víci o e tudo qua nto a ele conduz, para
orde m moral, que poss am o abo rrec er e evit ar :
arm ar a von tade con tra a sedu ção "Jni quit atem odío hab ui" I.
do prazer_: con side raçõ es
natu rais , com o os inco nve nien tes,
para o pres ente e para o
1 Ps. CXVIII, 163.

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A MOR TIFI CAÇ ÃO
459
e) O dese jo tran sfor ma- se num
amb ição natu ral de hon rar a sua fam a legí tima ambição, a º CoM o SE DEV EM MOD ERA R AS P AIXÕ
biçã o sobr enat ural de vir ~ ser um ília e o seu país, a am- 4- Es
sant o, um apóstolo.
804 . a) Até mes mo qua ndo as paix ões estão_
d) A trist eza, em vez de deg ene orie n-
vert e-se num a doc e resi gna ção em rar em melancolia, con- ta das para o bem, 1·mp' orta sab er moderá-las, isto e, sub-
que par a o cris.tão são uma sem ente pres ença das prov açõe s dire cção da razã o e da von ta de , ·
me t e tas a
A _, ,

de glória, ou num a terna as qua1sSpor


d 1 1 graç a em
f:;Ompaixão ·par a com Jesus que sofr
fom as' alm as afüta:s. e e é ofendido, ou para seu turn o dev em ser guia as pe a
o quê , as paix ões s-e ria~ por _vezes
f,
e e P: a.
exce ssiv as, por que e
. d
. ~) A e~ pera nça torn a-se espe ranç c:ua natu reza são dem àsia do imp etuo
a cristã, con fian ça • sas . f d
inab aláv el em Deu s, e multiplica .
ó·bê m.' · as noss as ener gias para Assun, por exe mPlo ' o dese. jo de orar com ervo r po e
·t O amo r para com Jesus
deg ener ar em ~ont~~são de es~md~•
. f) • -O desespe_ro ·tran sfor ma- em Cr-isto pod e trad uzu -se por mÍ10 a . esforços. de sensibilidade
o zelo inte mpe stiv o vem
rlós mesmos, fund ada em nossa ;e just~ desc onfi ança de que consomem o corp o e a a m indi
tem pera da pela con fian ça em imp otên cia e pecados, mas a dar em esgot~mednto nervoso, ªdis gna ção conv erte -se em
Deu s. . sipa ção. Esta mos muito
co1era. a aleg• ria egen•era emt .
. g), · O temoc-, 'em luga r de ser um
qU'e ehfr aquece· a alma, é no cris tão
sent ime nto dep rime nte
cris tão teme ; ó pec ado e o inferno, uma fonte de ene rgia : o
particulari_n~~t<"d e~p~s-\º~:S
que a ~ct1v1 a e e ri movimentos
contagiosa. Ora estes .
~~::os
exce ssos nest e secu .
con tem porâ neo s se tom a
arde ntes , aind a qua ndo
1o, em

mas este tem or legítimo astal'U o espí rito e o corp o


arma:.id ·de cora gem con tra o mal ; tend em. para o bem; fati~am e g
tem
trem e de o ofen der e desp reza o resp e sobr etud o a Deu s,
eito hum ano . e, em tod.o c.~so, nao po em ter muit~ dura doir os, viol enta
non dura nt ; e con tudo o que az ma ior bem é a continuidade
, . h) A cóle ra, ~m vez de nos . .
roubar. o domínio sobr e no esfo rço.
);lós, mesmos, .gão é sen..ão uma just
a
n9s torn a mai~ fortes· cpn tra o m~l e sant a indignaçãç,, que 805 h) Imp orta , pois , sug eita r a pro, . t" ·d 'de
.· pna ac lh1 a d ,
ao juíz~ dum pru den te dire ctor e
· · . 'i) A aud ácia con vert e-se em segu ir os con se os ª
intr epid ez dian te das difi-
culd ades e peri gos : qua nto mai s se.h edo ria.
tant o mai s digni'i dos noss os esfo rçosdific ulto sa é uma coisa, 1) Hab itua lme nte, é nece ssan . .
o ter, 1:ª
. ' culú11ra dos nos-
nos pare ce. .
sos . desejos e p~1xoes, u - ma: cert a mod eraç ao e tranql.14·1.t d a de ,
80~ . Par ~ se che gar a este feliz resu t . é nece ssár io pou par a monta-
ltad o, n~d a vale evit and o a tens ao perm anen eda carr
tant o com o a med itaç ão, aco mpa eira , e por consequência
nha da de pied oso s afec - da, para se. cheg ar ao t~rmo consome as forças ; a nossa
tos e gen eros as reso luçõ es. É por evit ar a azaf ama excess1v~ qu~ de
ela que se f~rm a um pob re máq uina hum ana nao p esta r con stan tem ente sob
ideal e se radi cam pro fun das con - .
vicç ões qu,e dele nos pres sao, aliá s arre ben ta.
apro xim am cad a dia .. E na verd ade dum gran de es orço que é indi spen save1 fa-
f . ,
, o qllíe imp orta é pro- 2) A t .
n es . . d"
voc ar·~ con serv ar.n a alm a /deias
e se,;,timentos con form es zer-se, ou de~01~ dum s~sf ~Andí o con side ráve l de . energ1~,
onh a algu m t'epoiso às am'b1~
à.s vtrt udé s que se que rem . prat icar requ er a prudenc1a que 1 . !,ai s arde
, afas tar pelo con trár io nte e mais puro. É o
a$ ima gen s é·im pres sões
con form es aos víci os que se pre- ções mais legítimas, ao zNe o S nho r Jesus Cris to ; de tem-
1
exem p o que n os deix ou osso e
tend em evib3,r.. Ora , par a atin gir . os seus disc ípulos ao descc;lnso :_."V
este resu ltad o, nad a me- pos em tempos_ cç>dnv1dat " e-
Iho~ .qu e f~ze r todo s os dias med
itaç ão, seg und o o mé- nite seoc-sum zn eser um locu m et requ iesc ite pusi llum 1,
todo . indi cad o (n.º 679. ss); nes te . , . . d·r·· ·d I d
trat o ínti mo com Deu s, h.ss 1m I ig1 as e mod erad as, as paix ões , ong e e
infi nita ver dad e e bon dad e, lorn a-se . . . , . ·tO , . f i ão serã o mei os e 1cac1ss1mos f· , .
vel a virt ude , nià:is odio so o víci
dia a dia mai s amá~
-1:eréin obs I taou ª
.per e ç ca ' d d·
a ia · e a v1·t'r·
o, e a von t~d e . fort ifi- o 1a obti da
cad a . por essa s con vicç ões, arra sta pabra delaªs np~i ;it; :::- ~d~ :cip lina
as paix ões par a o bem , so re e , r m~l hor as facu ldad es
em vez de se deix ar arra star a sup erio res.
si ni.esma por elas par a
o mal .
l Me. VI, 31.

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CAI;' ITi,JI4QCI III
A MOR TIFI CAÇ ÃO
463
tal é a con fian ça que tem na próp
ria inte ligê ncia ; cust a-lh e ligência, estu dar o que é mai s nec
1ece ber os cmi nam ento s da fé, ou essá rio e fazê-lo corri'
ao men os que r subm etê- mét odo , con slán cia e espírito sob
-los à críti ca e inte rpre taçã o · da rena tura l. isto é, com
próp ria razã o. Do mes mo
mod o é tal a con fian ça que tem no
seu juíz o que não gost a , desejo de con hec er, ama r e prat icar
a verd ade .
de con sult ar os outr os, espe cial men f
te os supe rior es. Daí .
imp rudê ncia s lam entá veis ; daí, um t,.
aferi-o tal às próp rias ll. Mor tific ação , ou educ ação da vont
idei as, que o leva a cond enar . em ade. ·
tom cate góri co as opin iões
que não são conf orm es às suas . É
esta
freq uent es de!c:.sas divi sões que se obse uma das caus as mai s 811 . 1.º Nec essi dad e. A von tade
é no hom em à.
veze s até entr e auto res Céi;tólicos. rvam entr e cris tãos , às facu ldad e-m estr a, a rain ha de toda
S. Ago stin ho 1 estig mat i- s as dem ais facu lda-
zav a já no. seu tem po essa s desg des, a que as gov erna ; é ela ,,:1:ue.
raça
troe m a paz, a con córd ia e a cari dad das divi sões que des- som ente aos seus acto s próprios ( ou
-p~r ser livre, dá não
e
res, inim!ci_ pacis, caritatis, expe des, : "sun t unit atís divi so- elícit.os). mas aind a
. êt:ntés sibi \·t mag ni in ocul is ,suis . vaoi.tate tum ente s ·pia- a0s acto s da::, outr a~ facu ldad es q"ue
". ela man êla ( actos iin-
pera dos ), libe rdad e. mér ito ou dem
. 8_10. Par a cura r este orgu lhó do érito . Reg ular a von-
espírito·: 1) é pre- tade é, pois, regu lar o hom etn todo
ciso, ' ante s de tud o, sub met er-s e, com . Ora ·a von tade está
doc ilid ade infa ntil , bem regu lada , · s~ é assa z dóci.l _·par
aos e~s inam ento s da fé :' não· há dúv a obe dec er· a Deu s :
ida qu-e é perm itid o tal é 9 seu dup lo pap el. ·
bus car aqu ela inte ligê ncia dos noss
os dog mas , que se Tan to um como outr o é difícil ; porq
obt ém por- mei o>d e pac ient e e labo ue mui tas veze s as
rios a inve stig ação , tlti- facu ldad es infr.riorés revoltarri~s'e con
hz~ ndo os trab 'aih os dos San tos Pad tra a _vontade e não se
ies e Dou tore s, so- subm etem 30 seu imp ério , senã o qua
ndo se· sab~ _,alia r a pru-:
bre tud o de S, ..A~cistjp.ho 'é, s~I)-to T dênc ia com a firmeza. É que., efec
tiva men te; a 'vont~de ~ãq
om,ás ; mas é nec essá -
rio .fa.zê-lo c,om pied ade ,-e sob ried ade tem podei- a~so luto sobr e as facu
do Vat ican ó 2, inspirandc!>'-nos na
,. -çomo diz o Con cíli o uma espé cie de pod er mor al, podldad es seri~~v'f~~i· L~as sim_
er de persuasao, para as
max1ma de S. Ans el- cond uzir à subm issã o (n. 0 56).
mo : Jrdes quaerehs" intellectu'in': E~t ãá, evita-se esse
rito . hip~rçr.iticc/ que, ;~t.etn~a'.,e, trí}niíniz espí- Som ente , pois, com difi culd ade 'e esfo
a os nossos dog mas .. rços tnui tas ve-
a pr~textQ ,J.e,.. os exp_licéi.rt·,· .~nt ão, zes reno vad os, é que se che ga a sub
sub met e-se o próp rio met er à von tade as
jlií.zo· · não som ente às verd ade s de facu ldad es sensíveis e as paix ões.
fé sen ão tam bém às ,...., E não cus ta men os
dire cçõ es pon tifíc i~s; iha~ 'tatr).bém. sub met er perf eita men te a próp ria
eritão, nas que stõe s von tade à de ·Deu s :
livr eme nte disc utid as. ·ae~jca-~é. i~~ nós aspi ram os a uma cert a auto nom
outr os a libe rdad e que ia, e, como a von tade ;
se ,rec lam a par a .as próp rias opin divi na nos nãc- pod e sant ific ar, sem
iõ.es, e não -se trat am nos exigir sacrifícios.
com des dém tran scen den te ·as ~pin mui tas vezes· recu amo s dian te do
iões con trár ias. É as- esforço e pref erim os
sim que se consEigue a paz 1dos espí os nossos cap rich os à san ta von tade
ritos. de Deu s. Por conse-
. guin te, aind a nes te pon to é ·indispe
2) Nas discu,ssões trav ada s com nsável a, mor tific ação ;
busc ar, não çi ~atisfµção do orgu lho os outr os, é mist er
e o triun fo, das próp r'ias 812 . 2.º Me ios prá tico s. Par a ·se
idéias,.· mas a verd ade. É raro . que conseguir a edu -
não haja ; nas opin iões caç ão da vo!.1tade, é mis ter torn á-la
adv ersa s, uma part e de verd ade assa z dócil par a obe-
que até entã o nos hav ia dec er a Deu s ·em toda s 1,1s coisas,
esca pa~ o : escu tar as razõ es çl.os adv e assa z. forte para i~-
imp arci álid adc. e conceder~lhes o ersá rios com aten ção ~ pera r ao corpo e à sens ibil idad e. Par
que há de ju-sto nas suas a se atin gir este fim,
obse rvaç ões é' aind a o mel hor mei o é nec essá rio eliminar os obstáculos
de nos aprq xim arm os da e lànç ar mão dos
ve·rdade, bem com o de salv agu arda
ê cari dad e. rmo s as leis da hum ilda de mei os positivos.
.·, ·
A) Os prin cipa is . obst ácul os
Erri resu mo : é mister,_ par á disc ipli : a) inte~iores são : 1)~ a
nar a.;p rópr ia inte - irre flex ão : não refle ctim o_s ante s
ánte s segu imo s o imp ulso do momento de prati~a~ uma ~cçao,
capr icho ; por cons egui nte, reflectir , a pa1xao, a r'otlp.a,
1 Se rrt1o III -Paschae; n. 4. - 2 DENZ 0
ING,, n. 1796.
ante s de pass ar ao acto

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· CAPITU LO IV ,.
'. LUTA CONTRA OS PECADO S CAPITA IS
467
se.: modelo , mas ainda o nosso colaboraclor, ·e apoiar-nos: Eis como essas Lendências se prende m com a tríplice
com confidllÇa nele, seguros de que nele podem os em- concup iscênci a : da soberba nascem o orgulho, a inue;a
preend er e realizar tudo na ordem da salvaçã o : ''Omni a e a cólera ; a con,cuptscência da carne produz a gula, a
f;Ossum in µ,o qui m(l confor tai" 1 • Então, a nossa vontad e luxúria e a preguiça ; enfim, a concup iscênci a dos olhos
será forte, porque particip ará da força do mesmo Deus : identifi ca-se com a auareza ou amor desorde nado das
Domin us Jortitudp rnea;. será livre : porque a verdad eira riqueza s.
liberda de não consist e em nos entvegarmos às paixões , que
819. A. luta contra os sete pecado s capitais ocupou
nos tiraniza m, senão em ass~gu rar o triunfo da razão e da sempre um lugar importa nte na espiritu alidade cristã. Cas~
vontad e sobre o instinto e a sensua lidade. siano trata deles longam ente nas suas Colaçõe s e Institui~
817. CQncl usão. Assim se r·ealizará o ob}ectivo ções 1; distingu e oito em lugar de sete, porque separa o orgu~
ql!e· hav(a,mo!l' assinad o· ·à mortifi cação : sÚbme ter os no's~ lho e .a vanglór ia. S . Gregóri o Magno l distingu e clarame nte
os sete pecados capitais que faz derivar todos do orgulho .
~os seritiçlos e faculda des inferior es à. vontad e e esta a Santo Tomás põe~nos também em conexã o com o orgulho
1
Deus. e mostra como se podem classific ar filosoficamente,. tendo
· Por esse meio mais facilme nte podere mas comba ter e em conta os fins especiais a que o homem aspira_. A vontade
desarre ígar )S sete ví-cíos ou pecado s capitai s. pode tender pata um óbjecto por um duplo movime nto: a
conquis ta dum bem aparent e ou a fuga dum ·mal aparent e.
Ora o hem aparent e, procura do ,pela vontade , pode ser:
CAP ITUL O. IV 1) o lom,;or ou a honra, bens . espiritu ais, desorde nadame nte
proçura dos : é o fim especia l do vaidosq ; 2) os bens corpo~
Luta. contra os pecado s :capitp.is 2 reis, que tem por· fim a conserv ação· do indivídu o, ou da
espécie , agencia dos' de modo excessi vo ; são os fi1:1s respecti-'•
81'8. Esta luta, · em substân ~ia, não é senão uma vos do guloso e do luxurios o ; 3) os bens exterior es, desor-
denada mente amados , são o fim do avarentp.,...-,, O mal apa~
e's pécie de mortifi cação. . · . · rente,· que se deseja evitar, pode ser ;, .1) o ~s{~rçoi pec~ssá rio
Para compl~ tar a p~rific ação d~ ~lma e impedi r que para a· aquisiç ão do bem, esforço, de cjue foge o pregu_içoso ~
venha a recair rio pecado , é ind-ispensá'.vel comba ter a 2) A diminui ção da excelên cia pess~al , que temem e' fogem
,,rigem _d o mal em nós, que é a ~ríplice concup iscênci a. o -invej0s o e o colérico, ainda que de modo diverso, AssiIJ?-
se tira a distinçã o dos sete pecado s capitais dos sete fins
JA a descrev emos nos seus traços gerais ( n. os 193-20 9 )°;
especia is que no~teiam a activida de do pecador .
mas, como ela é a raiz dos sete pecado s capitais, import a
conhec er e comba ter essas ID,ás tendên cias. De facto, são Na prática seguire mos, por ser a mais simples , a di~
antes tendên cias que pecado s ; cha,mar:n-se contud o peca- visão que põe em conexã o os vícios capitai s com a,trípli~
40s, porque nos levam aÓ pecç1.do. e capitais, porque são ce concup iscênci a. , 'i
fonte ou cabeça dum sem número :de 'pecado s. ·
AR T. l. 0 ORGULH O E os VÍCIOS ANEXOS 3
1 Phil. IV, 13. - l! CASSIANus, De coetzobiorum ittstitutls, L. V,
e. I, P. L., XLIX, 202 sq . ; Collationes, coll. V, e. X, ibid., 621
S. JoÃO CLIM.\co, A Escada do Paraíso, grad. XXII, P. a., LXXXVI
948 sq.; S. · Ü.REóóRIO MAGNO, Moral, L. XXXI, e. XLV, P. L.,
sq. ;
II , § I. O orgulh o em si mesm o
670 sq ; s. THOMAS, I, II, q. 84, à. 3-4 ; De mato, q. 8, a. I ; s.LXXVI,
BaNA-
VENTURA, ln. li Setettt. dist. XLII, dub. III ; MELCHIOR CANb, 820. O orgulho é um desvio daquel e ~entimento le-
sur sol-m?me, trad. por M •. Legendre Paris, 1923; •. NOEL La víctolre
ALEXANmu,,
D_e peccat1s1 (Theol. cursus_ M1gn~,. XI, 707-IJ68 ); ÁLVAREZ DE.PAZ, i;ítimo que nos ~eva a estimar o que há de bom em., nós,
L1b. I, P. 2.a. De extlnct1one- v1ttorum ; PHIL. DE St.e TR1N1ti:.:, t. II,
Tr. II, àisc. li, et III De vifiorum eradicati one et passionu m Ie P. 1
morti-
ficatione ; CARD. BoNA , Marzuductio ad caelam, cap; III-IX; ALIBERT, 1 De coenobiomm institutis, L. V, e. I; Collat., col'. V,
e'. X.
Physio!ogie des Passion.s, 1827 : DESCURET la liféd!.cln.e des Passion.s, - 2 .Moral., L. XXXI, e. 45 , .P. L. LXX V[, e. 620-622. . · · . -, ,'
Paris, 1860; PAULHAN, lcs caracteres, Paris, 1 s s. THo'M., II, II, q. 162 et• 132 ; 'de Maio, q._ -~-9 ; _Bo~suET, Tr'.
Thérapeutique des pédzés capitaax, Paris, Alcan, 1922. J. LAUMONIER 1 La
1902; de /a Coni:upíscence, e. 10-23 ; . Sermon· sar. L' Amb1t1on; BouRDA~0?1;
Carême, Serm. porir le mercrcdt de Ia 2e sem.; ALIBERT, op. clt., t . , -,

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468 CAPiTU LO IV
LUTA CONTR A OS PECAD OS CAPITA IS
469
a procur ar a eslima dos outros na medid a em qtte ela é
amem de forma tão desord enada que chegu em a consi-
útil às boas relaçõ es que devem os mante r com des . Não
Aerar-s e primei rn princíp io rle si nwsmn s.
há dúvida que podem os e cleuern.os eslima r o que Deus
pôs em nós de bom, reconh ecendo que Ele é o prirneiro a) É o pecado dos ateus que volu.nt àriame nte rejeitam
a Deus, por r..ão querer em senhor ; ni Dieu, ni maifre. É de-
princip io e o último Jim de Ludo : é um sentim ento que les que fala o Salmis ta, quando asseve ra : ."Disse o insensa to
honra a Deus e nos leva a respeil ar-nos a nós mesmo s. em seu coraçãc , : não há Deus. Dixit insipiens in coráe suo
:
Pode-s e outros sim d,esejar que os outros vejam esse bem. non est Deus'· I. Foi equiva lentem ente o pecado de Lúcifer-,
que o &preciem e dêem por ele glória a Deus, do mesmo que: pretend endo ser autóno mo, recuso u subme ter-se a Deus;
o dos nossos primei ros pa.i.s, que, desejan do ser como deuses,
modo que devem os reconh ecer e estima r as qualid ades quisera m conhec er por si mesmo s o bem e o mal ; o dos here-
do próxim o: esta mútua estima não faz senão favore cer jes, que, como Lutero , se negara m a reconh ecer a autorid ade
&s ·b oas relaçõ es que existem entre os lioinen s. · ·
da Igreja estabel ecida pe,r Deus ; e o· dos racionàlistas que,·
Mas pode haver desvio ou excess o nestas duas ten- ufanos da própria razão, não querem submet ê-la à fé. :8
outross im .::> pecado de certos intelectuais, que, demasi ada-
dência s. Por vezes esquec e o homerri que Deus é autor mente orgulh osos para aceitar·em . a interpr etação tradici onal
desses dons, e atrílJu i-os a si mesmo : o que é eviden te- dos dogma s, os atenua m e deform am, para os harmon izare:m
mente desord em, porque r; negar, ao menos implic itamen - com as suas exigên cias.
te, que Deus é o nosso primei ro princíp io. Assim mesmo , 82'2. B) É maior o númer o cios que caem impllci .-
pode alguém ser tentad o a operar para si próprio, ou tamen te neste defeito , proced endo como se os dons rta~
para ganha r a eslima dos outros , em lugar de trabal har turais e sobren aturais , que Deus nos libetal izou, fossem
para· Deus. e de lhe refor.ir toda a honra do que faz : é
tambP,m desord em, porqu e é negar, implic itamen te ao
compl eta'me nle riossos. Recon hece-s e, é ,;erdad e, em
teo~
ria que Del,ls é o nosso primei ro princíp io ; mas na prá-
meno~ , que Deus é o nosso último }im. Tal é a dupla de- tica, tem-se da própvia pessoa uma estima desme surada ;
sor?eW ,:.cr~~ se enco~tr?- neste, yício. Pode-s e,. p oi_s,_ defi- como se cada um fosse autor das qualid ad.es que possui .
nir: um amor desord enado de si nwsmo que Jaz que o a) Há quem se compra z~ nas suas · qualida des e mere-
b01~em se eslime explíc ita ou implic itamen te, como se óment os, come se fosse único autor deles: "A alma, vendo- sé
fosse b seu primeiro princíp io ou último fim. É uma es- bela, diz Bot',suet 2 , deleito u-se em si mesma e adorme ceu
na contem plação da própria excelên cia : deixou um moment.o
pécie de idolatr ia, porqu e o homem se consid era como o
de se referir a Deus : esquec eu a própria depend êncià ; pri-
seu própri o Deus, segund o faz notar Bossu et ( n.º 204). meiram ente demoro u-se e depois entregou•-se a si mesma
:
,_, P.ara melho r comba termos o orgulh o, expore mos : 1. 0 Mas, procnr ando ser livre até se emanc ipar de Deus e das
as suas forma.g princip ais; 2. 0 os de feitos que ele gera ; leis da justiça , tornou -se o homem cativo do seu pecado ".
3. 0 a sua malíci a ; 4. 0 os seus reméd ios. 825. JJ) Mais grave é o orgulh o dos que se atribue m
a si mesmo s a prática das virtude s, como os Estóico s ; dos
I. que imagin am que os dons gratuit os de Deus são fruto do_
As princip ais formas Jo or!1nlho. s
nossos meteci mentos e que as nossas boas obras nos per-
8'21. 1." A primei ra forma consis te em se c~nsid erar a tencem mais que a Deus, quando em realida de é Ele a sua
causa princip al ; ou, enfim, dos que nelas se compra zem,
si mesmo o homem , explíc ita ou implic itamen te, como como se fo~su11 unicam ente suas 3.
seu primeiro princípio.
824. C) É este mesmo princíp io que faz que o
·A) Há relativ ament e pouco s que explic itamen te se orgulh oso exagere as suas qualic fodes pessoais.
n p. 23-57; DÊscuR!lT 1 op. cit., t. II, p. 191-240 ; PAULH~N , Les Caracte a) Fecl1am-se os olhos sobre os próprio s defeito s, e
1 p. 167 ; BBAUDENON, Formation à l'Humilité, Paris, 1902; res, n::miram-se as qualida des com óculos de aumen to ; por esse
j THOMA S, L'éducatiott d~s sentimettts. Paris. Alcan,
p. 33-35;
1904, p.• 113·124, 133-
---- -
1 Ps XIII, 1. - 2 Tr. de la Concupiscence, eh. XI. -
• -148; LA.UMONIER, op. cit., eh. VII. 3 lbid.,
eh. XXIII; J. J. ÜLIER. lntrod., eh. VII.

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'tlU CAP! TULO IV
LUTA CONT RA OS PECA DOS CAPI TAIS
471
proc esso cheg a o home m a atrib uir~s e quali
dade s que não receber felici taçõe s pelos seus prete nsos
poss ui ou que ao meno s não têm mais que triun fos, como se
virtu de ; e ;:ist-.im é que, dand o esmo la por a apar ência da tives sem direi to a toda a honr a que daí prov
osten tação , julga rá ém.
que é carit ativo , quan do não pass a de orgu b) Proc edem por egoísmo, pelos próp rios
lhoso ; imag inará dando-se-1!1es muit o pouc o da glóri a de Deus inter esses ,
que é um santo , porq ue tem cons olaçõ es sensí , e aind a meno s
veis, ou escre~ de bem do próx imo. E assim, vão até o exce
veu belos prns amen tos ou. . exce lente s resol sso de imag inar
uçõe s, quan do na pràti came nte que os outro s deve m orga nizar
reali dade estú aind a nos prim eiros degr a sua vida para
aus da escad a da lhes agra dare m e .pres tarem serv iço; fazem
perfe ição. Outr os crêem ter uma gran de alma -se assim centro
, po1·que fazem e, a bem dizer, fim dos demais. Não será
pouc o ·caso das pequ enas regra s, quer endo isto usur par in-
-se santi ficar pelos cons cient emen te os direi tos de Deus ?
gran des meio s. ·
. li) ' Daí a prefe rir-se injus tanie nle . aos dema e) Sem irem tão longe , há pesso as piedo
is não vai busc am a si mesm as, se queix am de Deus , sas, que se
mais que um pass o : exam inam -se à lente quan do Ele as não
os defei tos alhei os, inun da de cons olaçõ es, se desal entam , quan
!!OS próp rios nem se. sonh a ; vê-se ·o argueir<1 do se vêe1Jl. na
vizin ho, nos pi·óp rios não se enxe rga a trave nos olhos- do ·arid ez, e imag inam assim .falsa ment e· que
o fim da pieda de é
.
pho cheg a muit as veze s o .orgu lhoso , como Por este cami - goza r das cons olaçõ es, send o que em reali
dade a glóri a de
o Faris eu 1, a Deus deve 1;er o noss o fim supre mo em todas
~~sp reza r os irmã os ; outra s, , :Sem ir tão as acçõ es, mas
longe , rebai xa~o s ·s obre tudo nà oraç ão e nos exerc ícios espir
iiiJu:starttente no próp rio con'ceito; julga ndo- ituai s.
se melh or que
eles, quan do na reali dade lhes é infer ior. 826. É, pois, forçoso conf essar que o orgu lho,
Do mesm o princí~ sob
pio vem proc urar domi nar os dema is e -faze uma ou outn form a, é defe ito muit o com um,
r , recon hece r a até mesmo
sua supe riori dade sobr e .eles . .
entre as pess oas que se dão à perfe ição , defe
e) Com relaç ão aos Supe riore s, tradu z-se ito que nos
pelo espír ito .d e crític a e revo lta, que leva o orgu lho segu e atrav és de toda s as fases da vida espir
a espia r os seus
itual e que
mais pequ enino s gesto s ou passo s, para os só conn osco morrerá. Os princ ipian tes quas
cens urar; quere~se e nem sequ er
julga r, sente nciar de tudo . Dest e modo se dão por ele, porq ue não se estu dam as·s az
torna mtvito mais prof unda men -
difíc il a obed iênci a ; sente -se enor me dific te. Impo rta cham ar-lh es a aten ção para este
uldad e em acata r a pont o, indi-
s,ua auto ridad e e decisões, . em pedir -lhes as
licen ças nece ssá- car-l hes as form as mais ordin árias deste defe
rias ; aspir a-se à indep endê ncia, isto é, em ito, para as
últim a análi se, a t0ma rem por maté ria do exam e parti cula r.
ser seu prim eiro prinç ípio. ·
825. 2. 0A segu nda forma do orgu lho consiste em II. Os defei tos que nasce m do orgulJio.
se cóns idera r um a si m esmo expl ícita ou
impl icita men te
cc.mo seu últim o fim, faze ndo as próp rias Os princ ipais são a presunção. a am.bição
acçõ es sem as e a van-
referir a Deu s e dese jand o ser louv ado, com glória.
o se elas fos-
nE-m com pleta men te suas . Este defe ito deriv 827. 1. 0 A presunção é o dese jo e a espe
a do primei- ranç a
ro : pois, :.ruem se cons idera com o seu prim deso rden ada de quer er fazer coisas além
eiro princ ípio, das próprias
quer ser tamb ém seu últim o fim. Aqu i seria forças. Nasc ·~ de ter o hom em opin ião dem
mist er reno- asiad o subi da
var as disti nçõe s já feita s . Jt si mesmo, das suas facu ldad es natq rais, da sua
A) Expl icita ment e, pouq uíssi mos são os
ciên-
que se consi~ da , força s, virtu des.
dera m seu últim o fim, exce pto os ateus e
os incré dulos . a) Sob o aspe cto intelectual, crê-s e o presu
B) Muit os são, porém , os que proc edem nços o capa z
na prática, de discu tir e resol ver os mais intrin cado
como se estiv essem imbu ídos desse erro. a) s prob lema s, as
Quer em ques tões mais árdu as, ou, ao menos, de empr
vado s, cump rime ntado s pelas suas boas obra ser lou- eend er estud os
s,. como se fos~ em desp ropo rção com os seus talen tos. --
sem os seus auton •s princ ipais e tives sem Pers uade -se fàcil-
o direi to de proc e- ment e que . tem muit a discr ição e sabe doria
der por sua conta , para satis fação da próp , e, em vez de sabe r
ria vaida de. Em <ltwidar, decid e com enton o as ques tões
luga r de refer irem tudo a Deus , enten dem mais contr over sas.
aqtes que deve m h) Sob o aspe cto moral, imag ina que tem
basta nte luz
para se guia r e que não há gran de utilid ade
1 Lc. XVIII, 9-14, em cons ultar u~m
<lirector. Persu ade~ se que, apes ar das falta
s pass adas , nao

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LAl:-'IlU LO lV LUTA CONTR A OS PECAD OS CAPITA IS 473
tem que temer recaída s, e lança-s e imprud enteme nte nas oca- mesmo eclesii:sticas e religiosas, a ambição, as intriga s os
siões de pecado , em que sucum be ; daí desânimos e despei tos enredos, as solicitações secreta s. as promessas e os manejos
que são muitas vezes causa de novas quedas . mais criminosos, os pactos simoníacos e os outros desmandos
<-') Sob o aspect o espiritu al, é mais que medíoc re o seu tão comuns nesta maté·ria, e Deus sabe se com tudo isso se
gosto das virtude s ocultas e crucificantes, prefere as virtu- terá conseg uido pouco mais que encobr ir ou p~liar· .~sses
des brilhan tes ; e, em vez de constru ir sobre o fundam ento vícios, longe de se havere m inteira mente ~esarre1g~do ·. E'.
sólido da humildade, afaga sonhos de grande za de alma, como nota S. Gregór io 1, não passam assim as coisas, ate
força de carácte r, magna nimida de, zelo apostó lico, triunfos mesmo entre 0 , membros do clero, que qn~rem ser chamados
imagin ários com que a fantasi a doira o futuro. Logo, porém, doutor es e i:,rncuram àvidam ente os primeiros lugares e os
às primei ras t(:ntações graves se perceb e quão fraca e vaci- cumpri mentos ? . .
É, pois, mais comum do que se poder~a 1ulgar a, pn_me1
. .
lante é ainda a vontad e. Às vezes chega- se até a menos pre- ra
zar as oraçõe s comuns e as que se acoimam de pequen as vista este defeito, que se relacio na .tambem com a vaidad e.
práticas- d~1ed ade•; tem aspir-ações talvez a graças extrao r-
dinária s, quem ainda está nos princíp ios da vida espiritual. 829. '-5.º A vaidad e é \-j amor desorél.enado da ·esti-
ma dos outros. Distin gue-se do org~lh o, que se compr az
828. 2.º Esta presun ção, junta ao orgulh o, gera a na sua própri a excelê ncia. Mas geralrnenLe a vaidad e ~e-
ambiçã o, islo é, o amor desord enado das honras, das riva do orgulh o : quem se estima a si mesmo de maner ra
digniclacles da autori dade sobre os outros. Como presum e excess iva, deseja natura lmente ser estima do dos outros.
demas iado das própri as forças e se julga superi or aos de-
mais, quer o ambic ioso domin á-los, govern á-los, impor- 830. A) !Ylalícia da vaidade. Há um desejo de
-lhes as suas própri as ideias. ser estima do qlle não é desord em : deseja r que as nossas
qualid ades, natura is ou sobren a~urai s, sejam re~onhe_ci-
.A desord em da an::i:bição pode~s e manif estar de três das, para Deus ser por elas glorifi cado e a nossa mf~ue:1.-
manei ras, diz Santo Tomás 1 : 1) buscan do as honra s
cia para O bem ser por esse modo aumen tada, em s1 n~o
que se não merec em e ultrap assam os nossos meios ; 2)
é pecad o. A ordem pede, efectiv ament e, . que o bem seJa
buscan do-as para si, para a própri a glória, e não para a
estima do, contan to que se reconh eça que Deus é o autor
glória de Üeus ; 3) parand o no gozo das honras por si
de todo O bem e que só Ele deve ser. por isso louvad o e
mesma s, sem as fazer servir a0 bem dos outros , em con-
enoran decido 2 • Quand o muito, pode-s e dizer que é arris-
trário da ordem estabe lecida por Deus, que exige que os
cado demor ar o pensam ento em desejo s desses , porque se
superi ores trabal hem pelo bem dos inferio res.
corre peri'.P de deseja r a estima dos outros para fins
Esta ambiçã o estend e-se a todos os campo s : 1) ao cam-
po político , em que o ambicioso aspira a govern ar os outros, egoísta s. . d
e muitas vezes à custa de quanta s baixez as, de quanto s com- A desord em consis te, pois, em querer ser estima ,º
promissos, de quanta s covard ias quie cometem, para obterem por si m.esrr,o, sem referir essa honra a Deus, que e~n nos
os votos dos eleitores ; 2) ao campo intelectual, procur ando pôs tudo quanto há de bom ; ou em querer ser estnna do
cem obstina ção impor aos outros as própria s ideias, até mes-
mo nas questõ es livrem ente contro vertida s; 3) à vida civil, 1 < Videri doctores appetun t, ttanJcend1:re ceteros _conclp
buscan do com avidez os primei ros lugare s 2, as funções de attestante veritate, primas salutat1ones tn foro, pnmos n iscunJ,coen1s
mais brilho, a-'> homen agens da multid ão ; 4) e até mesmo à ~!~~~Jtus prim~s in convent ibus.cat hedras q1;1aerbunt ». (PiqstoSral.t'op·rJ~
:vida eclesiástica ; pois, como diz Bossue t 3, .. quanta s precau...- e./, fi· ií"
' LXXVII 14) - 2 E o que muito ~m exp 1ca an
q 132 a' 1 . ·« Quod autem aliquis bonum suum cognoscaJ
ções se houver am de tomar, para i~pedi r nas eleições, até : !ppr~be t ~on ~st pec~atum ... Similite! eti~n:1 non ~st i:>Mecctahtu 0
1· · 1't b opera sua approb an: d1c1tur entm f a • V , q1~ ) ·•
1 1 Sum Theol,, II, II, q. 131 ·a. 1. -(·li Não é somente entre
os
~i~~
i_ 1;~ }es~:an~o~am hominibus. Et ideo
nominat ahqu1d v1t1osum .•. ' Potest autem ªf
Pftità'f i~~~;\j ~li~i:e~ ~
1
sábios e ricos que se encontra este defeito ; Bossuet g or a . . quaerít
.1 fala (Tr. de ͪ 1 1
G_oncupiscerm:, eh. XVI) desses camponeses que nas _igrejas disputan'i à ;roºri:~ dge e:o pt!~~ \~~J1q~!t ci:iiir~ °Jl;::iu~~ªsi~~~ ~~t!1f: ~ i! yai~~1~
l
viva força os bancos mais honrosos, a ponto de dizerem que não irão caduca . alio modo ex parte ejus a quo qms gloriam quaf 1!,
mais à igreja, se .não lhes fazem a vontade. - 3. ~u aqui .
eh. XVI. . Tr. de la Concup ., nis cuj~ts judiéititi1 non est certum_; terti_o modo ex e Pª;
appetitum gloriae suae non refert 1n deb11um finem.•• • 1psms · · ·.

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por coisas uiis que não me rec A c.slentação con sist e em atra
em lou vor ; ou enf im em 2) ir sob re si á aten ç~o
pro cur ar a esti ma · daq uel es, cu; or cert as man eira s de pro ce der, pelo faus to que alar deia
o #l'ifério não tem valor, ,
dos mu ndà nos , por exe mp lo, que pela s sing ular idad es que dão que
não apr eci am sen ão as p fala r.
coisas vãs. , A hº ocâ sia tom a os exte A •

31 rior es ou as aparenc~as
,tpI
da virt ude , ocu tan do so b essa más cara víci os secr etos mui to
Nin gué m des crev eu mel hor este
de Sale s : "Cb ama ttlo s vã a gló def eito que S. Fra ncis co reai s.
ria qu-e nos atri buím os, ou
por cois a que não exis te em nós
,
m. A mal ícia do orgulTto.
nós , mas nã-o é hos sa, ou por cois ou por cois a que está em
a
sa, mas que r.ão mer·ece que dela que está em nós e é nos - Par a bem se julg ar des ta mal ícia
àa raça , o fav or àos gran des , a nos glor iem os. A nob reza , P?d e-se con side rar
hon ra pop ular , são cois as -, . mesmo ou nos seu s efeitos.
0 org ulh o en" si
gue não estã o em nós , sen ão em ·
esti ma de out rem . Há 91:1em todo
nos sos pre dec esso res ou na
8'5'l. 1.º Em s1· m.esmo : A) O org u o pro, pria
lh ·
· se .env aide ça e- pav one ie,· •. d·t o qué ·consciente e vol unt . -
por se ver em cim a dum bom àna ..
nc, cha péu , por esta r ves tido sua
cav alo, por lev ar um pen ach o t
me n e I o, me nte us~ rpa ,
nptu osa men te, mas que m não , ·t d·
ain da me smo imp1ici ·am en te, ' os ue1 os •t de De us , e pe-
v~ esta lou cur a ? É que, se há d d· San to To-
gló ria nes sas cois as, essa gló~ cad o gra ve o mai s grave ate dos
ria é par a o cav alo, par a a ave pec a os, IZ d ' .
ou
miram~se .e remiram~se, por tere par a o alfa iate . . . Out ros má s, porqt~e não s,e que r sub me
ter ao sup rem o omm10
m o big ode fris ado , a bar ba
bem pen tead a, os cab elos ane
lado s, mão s mui to finas, por de De us
sab erem dan çar, toca r, can tar . . ser ittd epe nde nte, recu sar o b e dºA ·
; mas não será de ânim o vil. a) A'.,sl.Ill, que rer 1enc1a
qt:e rer encar·ecer o seu val or e t ntes
legí tim os em mat éria gra~
acre sce ntar a rep uta ção com a Deu s ou aos seusl rep rese n
cois as tão frív olas e ridí cula s
? Out ros, por um pou co de '\'e, ~
é pec ado mor ta ' por que e
revo ltar ~se con tra Deu s, nos so
ciéncia, qu•erem ser hon rad os e
resp eita dos do mun do, com o legí tim o sob eran o.
se cad a qu3} tive sse obr igaç ão , - . atri bui r,se a si mes mo o
de ir à esc ola a cas a dele s e
té~los· por mestl"es ; é por isso h) ~ falt a gra ve tamb~m sob que
quie os cha mam ped ante s. Ou~ retu do os don s da gra~ a,
tros nar cisa mrs e exta siad os na vem man ifos tam e~te ~e. Deu ~te
pró pria form osu ra e crêe m por que é neg ar 1mphc1tame . ue Deu s seja o prim eiro
que tod a a gente. os gala ntei há ~m nós.. Mu itos con tud o o
a. Tud o isto é extr ema men te prin cípi o de tod o O bem iu~
vão , insensat.:> e imp erti nen te,
e a gló ria que se tom a de tão fazem, diz~ndo, por exe mp o. etu filho das min has obr as.
frac os mot ivos cha ma~ se vã, lo'u 1
s01. em que r ope rar para si,
ca e frív ola" .
e) P ec:a am· da gra vem en e qu
8'51. B) De fei tos que . deriva
m da vaidade. A com exclusão de Deus, por q~e . so equ ival e a neg ar, Ihe o
is
vai dad e pr-:>duz vár ios deJeitos,
que são com o a sua ma - d..irei·to de se-· nos so últi mo fim.
nife staç ão e:d .eri or; em par ticu 855 . B) O org ulh o a.tenu~ º, d qua nto reco-
lar a ;ac lôn cia, a oste nta -
imeiro pnnc1p10 e u tim o f-im, lhe
. q.ue. c?ln·
ção e a Tlipocrisia.
!lhe ça a De us com olh pr' d ·do
1) A jact ânc ia é o háb ito de - d,
nao a. t u do e que d,e e ev1lóri,
ant es lhe rou ba imp hci -
pod e reve cter em seu fav or, n.o fala r de si ou do que
tam ent e umc1. par te ª suda g a, é falt a venia. l b em ca-
intu ito de se faze r esti mar . alor iam das sua s boa s
Há algu ns que fala m de si mes . d
triu nfo s com um a can dur a que
mos , de sua fam ília , de seu s rac ten za J.. T a l e, do cas o os que se "' . l d
out ros têm ema hab ilid ade rara
faz sorri;r a que m os esc uta ; cm ahd ade s e virt u es, com o se estivessem persuaaii os que
par a faze rem des liza r a · d , . . ou ent ão o dos
con ver sa par a um assu nto em tu o isso Ihes perten ce ·d como pro pno ,
aind a falam tiro.idamente dos
que pos sam 'bri lhar ; out ros - ,' nbi cios os sem con tu do
seu s defe itos com a esp eran ça · cme sao p1.e sun ços
- os va1 osos, ar ,
sec reta de que os des culp arão , , d ' , .
con lran o a t1ma l e1· div ina. ou h u-
qua lida des 1.
pon do em. rele vo as sua s boa s foz ere m na · a que s e·a J p d .
con t~d o estes pec ado s
ma na em ma t'ena . gra ve o em
. . . elin do- nos a ado s gra vem
1. < Aq1c1~e que se vjtu pera \~ . degenera,r eni morlé!;IS, im~d d ent e
e. XIX). busca ind_irectamente , diz S. Fran cisc o de S.ale .
s (esp rit., , · Ass im a va1 a e, que em si não pas sa de
o louv or, e faz com o o qqe :yai. rem ando , repreens1v_G19,·
o qual volta . as cos~as cont ra o luga
as forças. · Ficaria bem desg r a que pret end· e gh~g com toda s . uan do lev a a con trai r d. iv1- , •
si mesmo, pois é por orgu lhoosi.o so, se. acre dita ssem no' ar que . falt a ven ial. , torna.-sde g~ave, q
exc itar · nos out ros
que quer ser tido por humní11l i.l de •·
q.lz de das que se não po era o pag ar,
ou a

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LL'l~ \...,Ul-...l.1'/"\. Vü C-L:.'---l""U-'...._,"-' '--'r1o.L.LJ.r,..1.v "ti'

ámor desordE-nado. É preciso , pois, examinar também 'J 't oslentação, para serem Yislos dos homens, e, por esta
orgulho nos seus resultados. 1 nzão, nflo r,o diam esperar recompens a alguma de Deus :
j

854. 2.º Em seus. efeitos: A) O orgulho que se ''aléoauin mErcedem. non habebitis apud Patrem vestrum
cão reprime chega por vezes .a e}eilos desastrosos. Quan- aui i;i ccielis est . .. amen, amem dico uobis, receperunt
tas guerras não foram ateadas pelo orgulho dos gover-
1 d
merce em suam " l .
nantes e às vezes dos mesmos povos 7 1 ,......, Sem ir tão 856. h) É, além disso, fonte de numerosas faltas:
longe, quantas divisões nas famílias, quantos ódios entre 1 ) faltas pe~soais : por presunção. expõe-se um ao perigo
particulare s se devem atribuir a este vício 7 I Os Santos em que sucumbe ; por . orgulho, não pede instanteme nte
Padres ensinam com razão que ele é a raiz de todos os as aracas ele que pr.ecisa, e cai ; depois vem o desalento.
outros .VICIOS, e que ademais corrompe muitos actos vir- cor;endo até perigo de dissimular os pecados na confis-
timsos, porque nos leva a • praticá-los c"oin intenção são; 2) faltâs contra o próximo : por orgulho, não se
ei;roísta 2 • auer ceder, até mesmo quando se não tem razão, empre-
85S. 8) Encarando esses efeitos pelo lado da per- gam-se picuinhas mo-rdazes na conversaçã o, , travam:se
Jciçãó, que é o que nos interessa. pode-se dizer que o or- discussões ásperas e violentas que acarretam dissençoes
g~ilho é ::> SE.u maior inimigo, porque produz em nossa E' discórdi,.1s : daí', palavras amargas, injustas até, cçmtra

alma uma lastimosa esterilida de e é /onte de numerosos os rivais. para os abater, crílicas acerbas contra os Supe-
pecados. a) Priva-nos. ef ecl:ivament e, doe muitas graças e riores, recUB:i de obedecer às suas ordens. .
merecimen to,: · 8'.',7. e) · É, enfim, uma causa-de in/elicidacle para
1) De muitas g~aças, porque Deu~. que dá com li- quem cede habitualme nte ao orgulho : como o orgulhoso
beralidade a sua graça aos humildes,·. recusa-a aos so- quer ser grande em tudo e dominar os seus ~emelhante s,
berbo~: D,.ms fuperbis resistit, humilíbus autem dat gra- p&ra ele deixa de haver mais paz e rep0iso. Ena verd~-
tiam /·. Pesêriios bem -~tas palavras: Déus resiste aos de como ror um lado não pode sossegar, enquanto nao
wherbos. vorque, diz IVI. Olier 4, como o soberbo ataca co;segue triunfar de seus rivais, e por outro jamais o
directamen te e aborrece . a soberania divina. Deus lhe consegue rompletam ente, vive · p.erturbado , agitado, infe-
resiste às pretensões insolentes e horríveis ; e, como se liz. lmporb, pois , buscar remédio para este vício tão pe-
quer conservar no que é. abate e destrói o que se eleva rigoso.
contra Si".
lV. Os remédios do · orgitHto.
2) Dz muitos merecimen tos : uma das condições
essenciais Jo mérito é a pureza de intenção ; ora O orcru- . 8'.',8. .h dissemqs (n.º 20_7) que o remédip mais efi.
Ihoso opera para si, ou para agradar aos homens, em lu- caz contra e, orgulho é reconhecer que Deus é. ,o autor
gar de tra!)alhar para Deus, e assim merece a censura di- de todo- o bem, e que, por conseguint e, ~.ó a D~us per·
rigida aos Fariseus, que faziam as suas boas obras com tence toda u honra e glória. De nós mesmos r;i.ão somos
mais que nada e pecado, e, por conseguint e, não mere·
. . 1 • H_omin;m efficit daemonem contumeliosu m, blasphemum , µe r-
Jurum, fac1t ut aµpetantur caedes ... > (S. CRYS0STOMus, ilt ep. l[ ad cemos senão esquecimen to e desprezo ( n. 0 208 ).. .
Thess:, C. I, hom: I , ~- 2. P. a., 471). - 2 • Alia vitja eas sol um vir-
tutes tm ~etunt ~~1bus 1psa destruuntur ... ; superbia autem, quam vitio- 8'.',9. t. 0 · Não somos mais que nada : É esla uma
rum radtcem d1x~mus, nequaquam ul!i~s virtutis exstinctlone contenta,
contra cuncta ammae membra se eng1t, et quasi g eneralis •ac pestifer
convi:cção fundam~nta l que os principiant es devem haurir
m?rbu~ . corp~s omne co!rumpit, ut q uidq uid iJla invadent agitur, de meditação, reflectindo lentamente . à luz divina, nos
eba'f!lSI esse v1rtus ostend1tur 1 non per hoc Deo,<tSed,:soli vànae g!oriae
serv1atur "· (S. GREGORIUs, /;foral., L. XXXIV 33 n. 48 p L LXXVI
. 744). - · S fac. IV, 6. - 4 lntroductioti, eh.VI, I.re Se~t. • •• ' 1 Mt. VI, '1-2.

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................ .._~1..,u .lV
LUTA CONT RA OS PECA DOS CAPIT AIS
479
p€ns amen tos segu intes : não sou nada , não posso
nada , 1.:iuir um a si mesmo a meno r parce la deste dom
não · valh o nuda . essencial-
ínenl e divü10 f "Qu id aute m lwbe s quod non accep
listi ?
A) Não sou nada : aprou ve, é certo, à Bond ~i aulm n occepisti, quid gloria
ris quasi non acceperis? 1
ade
divin a escol her-m e entre milh ões e milh ões de 841. B) Não poss o nada por mim mesm o :
possíveis, é certo
para me dar a exist ência , a vida, uma alma espir que receb i · de Deus facul dade s preci osas que
itual e me per-:
imor tal, e por esses bene fício s devo -lhe dar graça mite m conh ecer e amar a verd ade e a bond ade.
s todo s Estas
os dias. M::i.~ : a} eu saí do nada , e pelo meu próp f acuid ades foram aperf eiçoa das pelas v.irtudes
rio peso sobre natu-
tend o para o nada, aond e me preci pitar ia infal rais e pelos dons do Espírito Sant o ; ,e mal pode
ivelm ente, ríam os
se o meu Cria dor mie não cons ervas se pela admi rar em excesso esses dons da .natu reza e
sua acçã o da graça
ince ssan te; o meu ser não me perte nce, pois, qne tão perfe itam ente se comp letam e harm onif~
mas é todo m. Mas.
intei rame nté de Deus , e à Deus é q~e eu devo de mini mesm o, d'e minh a próp ria inicia tiva, não
· fazer dele posso
hom enag em, · nada para os pôr em acçã o e Os aperf eiçoa r:
nada , na .
h) Este ser que Deus rr,.e deu é uma reali dade viva. ordem natural, sem o concurso de Deu s; nada ,
na ordem
um imen so bene fício , de que jama is 'lhe pode rei sobrenatural, sem a graça aclua l, nem sequ er form
dar gra- ar u1'?-
ças exoessivas ; mas, por· mais admi rável que b0m pens amen to salut ar, um bom desejo sobre
seja, este natur al. E,
ser, comp arad o ao Ser divino, é um puro nada sabe ndo isto, pode ria eu enva idece r-me desta s facuJ
, tanq uam d?'des
nihil um ante te" 1, tão impe rfeito é I 1 ) É um ser natur ais e s0bre natur ais, como se elas fossem inteir
conti n- amen -
gente, que pode ria desa parec er, sem que nada te pro:-iriedadc minh a 7 Aind a aqui s:eria in~ra tidão
falta sse à , _lou-
perfe ição do mun do ; 2) é um ser de empréstim cura, injus tiça. .
o, que
nãd me :é dado senã o com a r.eserva expre ssa 842. C) Não valh o nada ·: . se cons idero
do sobe rano o . que
domí nio de Deus .; 3) é· um ser Jrági[ que não . . Deus pôs em mim e o que hm mim opera pela
pode sub- sua graça,
sistir por si mesm o e nece ssita de se11, suste ntad nfio há duvi da que sou de a:ltíssimo preço , sou
o a cada rim valo r:
insta nte. por Aqu ele que o criou. É, · po"is, um · · empt t eni m éstis pretio_ magno· ~ . . . tanti vales
s-er essen - qua~!!
cialm ente depe nden te. d,e Deus , sém outra razão Deu s: valh o o que ·custe1, e custer o sang ue dum
de exis- Deu s.
tir mais que dar glória ao seu autor . Esqu ecer esta Mas a honr a da·'m inha reden ção e santi ficaç ão
depe n- é é\. mim .
dênc ia, proc eder como se ,as nossa s qual idad que deve ref e,rir-se ou é a Deus 7 A respo sta
es fosse m não pode
comp letam ente nos~as e ,enya.idecer-nps delas . ofere cer a rne~or dúvi da. ,-, Apes ar de tudo , diz
é pois erro, o amor
louc ura e injus tiça incon cebív eis. próp rio venc ido, a;inda assim tenh o algum a c~isa
.g;ue é
minh a e me dá valor : é o meu livve cons entim
840. ' E e, qu.e dizem os do hom em na orde m ento ao
êla' na- conc wso e à graça de Deus .,_, Cert o que temo
turez a, mais verd ade é aind a na orde m da graça s nisso
: esta o.lguma parte , mas não a principal: es·se livre
parti cipaç ão da vida divin a, que faz a minh a consenti-
dign idad e ment o não t:- mais que o exercício das facul
e gran deza , f um dom essen cialm ente gratu ito . dade s que
que tenh Deus nos deu gratuitarn,ente, e, no próp rio mom
clé Deu~ e de Jesus · Cristo, que não posso cons ervaro que o damo s, é Deus que o oper a em nós, com~
ento em
muit o terripo sem a graça divin a, que não aume . caus a
nta em princ ipal : "ope ralur in nabis et velle et perf icere 3
mim senã o com o conc urso -sobrenatural de . E,
Deus ( n. os por urna vez que consentimos em segu ir o· impu
126~ 128) ; é; pois, caso para dizer : (, ." gratia Deo lso da
super graça , quan tas veze s lhe não resistimos, quan
ínenarrabili dono ejus" 2 • Que ingra tidão e }nju tas vezes
.l stiça atri- não coop e:am os com ela senão impe rfeita ment
e I Verd a-
'1 1 Ps. XXXVIII, 6. - ll li Cor. IX, 15. 1 / Cor. IV, ·1. - 2 / Cor. IV, 7, - S Phil. II, 13.
1

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il'-'il 480 CAPITULO IV
ti\] LUTA CONTRA OS PECADOS CAPITAIS 481
'!
li -ieiramente que não temos neste ponto nada de que nos Deus. Ora isto, como dissemos ( n. º 715), é uma ofensa
uf nnar. senão de que nos humilhar. i,. Majestade divina, ofensa que merece humilhações tão
Quando um grande mestre pintou uma obra prima, .é a profundas que, nem mesmo com uma vida inteira passa-
de que atribuímos, e não aos artistas da terceira ou quarta da na prática da humildade, poderíamos por nós mesmos
ordem que foram seu.s colaboradores. Com mais força de ra~
zão devemos atribuir os nossos méritos a Deus, como causa restituir a Deus toda a glória d-e que injustamente o
"i
~ti: primária e principal, pois que, segundo canta a Igreja, depois despojámos. Se a alguém parecer exagerada esta lingua-
~::', de S. Agostinho, Deus coroa os seuis dons, quando coroa os
li
gem, lembre-se das lágrimas e ·penitência austera dos
·.: nossos méritos. "coronando merita caronas dona t,ua " I _ Santos, que não tinham coll).etido senão faltas veniais, e
\ Assim pois, seja qual for a luz a que nos considere- que nunca se podiam persuadir que f aztam d,emais para
.! • . mos, seja qual for o preço. imenso dos dons.que há em purificar a. sua alma e repe.r:ar os ultrajes infligidos à
ij nós, e até mesmo dos nossos próprios méritos, não temos Majestade dh1,ina. Estes Santos viam nisto mais claro do
i

o direito de nos jactar deles, mas o dever de os referir a que nós ; se não pensamos como eles, é porque· estamos
:1 0bcecados pelo orgulho.
Deus na mais sentida homenagem de acção de graças,
'J
:1 pedindo-Ih~ ao mesmo tempo perdão do mau uso que Devemos, pois, Como pecadore~, não sàmente não
!I
deles temoc; feito. procurar a. estima dos outros, mas desprezar-nos a nós
:1 · 845. J. 0 Sou pecador, e, corno tal, mereço o eles .. mesmos e aceitar todas as humilhações que a Deus
prezo, todos os desprezos com que aprouver a Deus es-
aprouver enviar-nos.
magar-me. Para disso nos convencermos, basta recordar
o que dissemos do pecado mortal e venial. § II. A inveja
A) Se tive a infelicidade de cometer um só pecado
843. A inveja é, ao mesmo tempo, pmxao e vfdo
niortal, mereço eternas humilhações, pois que mereci o
capital. Como paixão,_ é uma espécie de tristeza profun-
inf crno. Posso ter, é certo , a doce confiança de que
da que se experimenta na sensibilidade. à vista do pem
Deus já me perdoou : mas nem por isso deixa de , conti-
que se observa nos outros ; esta impressão é acompanha-
rmar éJ. ser , ·erdade que corn.eti um crime de lesa-majes-
da duma 1:onstrição do coração que lhe diminui a activi-
tade divina, uma espécie de deicídio, e suicídio espiritual
dade e produz um sentimento de angústia. ·
( n. º 719) , e que, para expiar a ofensa à Majestade di-
A.qui ocupamo-nos sobretudo da inveja, em quanto
vina. devo eslar disposto a aceitar, a desejar até todas as
vício capital, e exporemos : 1. 0 a sua natureza; 2. 0 1 a sua
humilhações possíveis, :as maledicências, as calúnias, as
malícia; .'3.'1 os seus remédios. ·
injúrias, os i1~sultos : tudo isso fica muito aquém do que
merece aquele que uma só vez ofendeu a infinita Majes- 846. 1. 0 Natureza.· A) A''invefa é uma tendêri'-'
tade de Dem. E, se o ofendi muitas vezes, qual não deve cic,. a entristecer-se do bem de outrem, como se fosse um
ser a ,minha resignação, a· minha alegria até, quando te- golpe vibrado à nossa superioridade. Muitas vezes '3
nho ocasião ·de expiar os meus peca.dos por meio de opró- éicompanhada do desejo de ver o próximo privado do
brios de curla duração I ? bem que n0.s faz sombra.
Nasce. pois, do orgulho este vício, que não pode tole-
844. B) Todos nós temos {cometido pecados ve-
rar superiores niem rivais. Quando um está convencido
r:iais, e, sem dúvida, de propósito ' deliberado, preferindo
a nossa vontade e o nosso prazer à vontade e f!lória de 1 S. CYPRIANUS, De zelo et livorc, P. L. IV, 637-652; S. OREGDR.
Moral, L. V, e. 46, P. L. LXXV, 727-730 ; S; TttoM., II, II, q. 36 De
1 Prefácio de todos os Santos. Maio, q. 10 ; ALIBERT, op. cit., t. I, p. 331-340 ; Di!SCURET, t. II, p. 241-
·274; LAUMDNIER, op. cit., eh. v.
31

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LUTA CONTRA OS PE<rADOS CAFIT AIS 483
da própria superiorida de. entristec.e-se, áo ver que outros menos pow..:') reflectidos e Yoluntários : neste último caso,
são tão bem ou· melhor dotados que ele, ou que ao me- não passa de venial a falta.
nos alcançr).m maiores lriunfos. Objedo da inveja são so-
t.reludo as qualidades brilhantes ; contudo em homens 819. B) Nos &eus efeitos, é a inveju muitas vezes
sérios também o podem ser as qualidades sólidas e até a sobremane in culpá,·el :
virtude . . a) Excita sentimento s de ódio : corre-se risco de
. Manife1-ta-se- este defeito· pela mágua que um sente, odiar aque~~s de que se tem inveja ou ciúme, e, por éon~
;:to oµvir louvar os· outros ; e então procura-se atenuar sequência, de falar mal deles, de os desacredita r, calu-
ess•es elogios, criticando os que são louvados. niar, ou de lhes desejar mal.
1 ·84'7.' B) : Muitas vezes confunde-se a inveja com o b) Tende a semear divisões, não somente entre es-
• ciúme; · quando se ,distinguem ; define-se este· como um• amor t.-éJnhos, mas até no seio -das famílias ( recorde-se ,a histó-
exç:essivo do seu, próprio bem, acompanha do do temor de ria. de José), ou entre famílias aliadas ; e estas divisõe.~
que nos seja arrebatado por outros. Este era, por exemplo, podem ir muito Íonge e criar inimizades e escând_alos.
o primeiro do seu curso ; notando os progressos dum condis-
a
cípulo, começa · ter-lhe dúme, porque receia que ele lhe É ela que por vezes divide os católicos duma regiã~:
leve o primeiro lugar. Aquele possui a afeição dum amigo: com grandíssimo detrimento do bem da Igreja.
collleçando a tetner que ela lhe seja disputada por um rival.
entra a ter ciúmes. Aoueloutro tem uma numerosa clientela,
e) Impele à conquista imoderada elas riq~eza../e· 44~
honras : pa~a so,brepujar aqueles a queni _tem inv~ja, en~
e entra a recear que ela diminua por causa ·dum concorrente .
Daí aquel~ ciúme que por vezes grassa entre profissionai s trega-se o invejoso a excessos de trabalho, a. rr:ianopras
artistas, literatos, e às ve.z;es até sacerdotes. ,_, Numa pala- mais ou menos leais, em que se ·encontra· compromet ida
vra, tem-se inveja do bem- ·de outrem e ciúme do seu pró- a honradez. · ; .. ;
PZ:i<?. bem.
,.': · : • • 1..

. . .'·C) Há qifereriça entre a inv~ja e ..a emulação : esta é


d) Perturb1i a alma d~ fnvej.oso: n~o há'.' P~Z ne'!Il
sosseg~;, e~quanto se não consegue echps~r. domi~a,r .Qp
\lffi ~e~timento · 1ouvável ·que nos _levá á. imitar, igualar, e,
sê 'p'ossívé1 ·Joi·, a sobrepüja~ ·as' qualidades dos outros, mas próprios ~•ivais ; e, como é muito raro que se ·chégu:e · a
por ·meios leais. , · _' · •· · · . alcançá:l~'.. vive-se em perpétuas angústia~. . · ·. · <; e . ,
• 1 , • • , •• _: • • .: ,
; 1••· . : ', . . . .
S48. . l\'l~licia: . Pode-se. estudar esta malícia em si 850. Remédios . São negatil'os ou positivos. ·
r ,
e nos seus CJ eítos. A) . Os meios negativos consistem : a) em deiSpre~ar
·, f . . , , · t ,

os primeiros sentimento s de inveja ou ciúme que se le.-


; . A) . si, é a inyeja pecado mortal, de sua nalu-
ENi
varitam no coração, em os esmag!:lr, .como coisa ignqbil, à
reza, porqu-e é diL'ectamente oposto à virtude da carída-
maneira de queffi; esmaga um réptil ven~noso; b). e~~1

r1
d1e,_\q~1e ~xr~~ nos regozjjefi\~S do bem dos outros. Quanto
i;i-u1.is, .impo_rJ"{nte é o h.ern qüe se i11veja, tanto mais grave
ef; o p·ecad.o. ; e ~ssim; djz: S. T om~s 1, ter inveja dos bens
divertir o pensam.ent o para outra coisa qualquer; e, de-
pois de restabeleci do o sossego, reflectir . então que . as
qualidades do próximo não diminuem. qS nossas, antes
~-~píritµa.is. d~ próx(Wº·· e~tristec~r-se dos seus progresso~
ou dos seus' triunfos apostólicos ~ gravíssimo pecado. E nos são incentivo para as imitarmos.
i~to verdade, qt1ando -esles. rriovim,entos de inv·eja são 8S1. B) Entre os meios positivos, dois há mais im-
plenamente ' consentido s; muitas .vezes, porém, 'na.o pas- portantes:
sam de impressões, ou sentiméntó s . irrdlectido s, . ou ao a) O primeiro tira-se da nossa incorporação em
:.-• . 1 . < Est .tàmen lnvidia quae •intc:r
. ' . . .
gravissima p.eccata computatur,
Cristo : em virtude de.ste dogma , somos todos irmãos , t6-
scHícet invide1ttia jratern.ae gfat.iae, secundum:. quod ali quis dolet .·de
dos membros do corpo ;nístíco que tem a Jesus. por ca-
ipso ~ugmento gratiae •· (Sum. theol., II, II., q. 36, a. 4 ad 2) . . beça, e. !a!ltà as qualidàctes ·corno os lrhmfos cl'oi11 d<::~i;_es

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':1:0':I: ..._,n,.t'"' ..L J. l.JLU l. V
LUTA CONTR A OS PECADO S CAPITA IS 485
membr os redund am sobre os demais ; eni vez. pois, de in prouocatione1n carilaUs el bonorw n operum ? " 1 E
nos entrisle c ermos, devemo s antes regozijar-nos da supe- não é isto entrar no espírilo da Igreja, que, propon do os
riorida de dos nossos irmãos, s·egundo a bela doutrin a de Santos à nossa imitaçã o, nos provoc a a uma nobre e
S. Paulo 1 , já que ele contrib ui para o bem comum e até santa emulação?,.._, Assim não será pam nós a inveja
mesmo pai\l o nosso bem particu lar. Se são as virtude s senão uma ocasião de pratica r a virtude .
dos outros que invejamos, "em lugar de lhes termos in-
veja · e ciúme por essas virlude s, o que muitas vezes su- § III. .
A ira 9
·
cede por sugestã o do diabo e do amor próprio, devemo s
unir-no s ao Espírit o Santo de Jesus Cristo no Santíss imo A ira é uma aberraç ão daquel e sentim ento instintivo
Sacram ento, honran do nele o manan cial destas virtude s que nos leva a defend er-nos, quando s~mos atacad9 s, re-
e pedínd a-lhe a graça· de partici par e comun gar nelas ; e pelindo a força com· a força. Diremo s : 1. 0 .a, sua ·natu-
vereis quanto esta prática vos será útil e vantajo sa" 2 . N,za ; 2. 0 a. sua malícia ; 3. 0 os seus remédios.
8S'l. b) O segund o meio é cultiva r a emulaç ão, 1. Nalure~ a da ira.
esse ·sentim ento louváv el e cristão, que nos leva a imitar
e sobrep ujar até, apoiand o-nos na graça de Deus, as vir- 8S5. Há ira-paixão e ira-sentimento.
tudes do próxim o. l. 0
A ira, conside rada como paixão, é urria neces-
Para Se!· boa ê se distinguiT da inveja, deve ser a emu~
lação· cristã: 1) honesta no seu objecto , istó é, ter por objec~
sidad.e violent a de reacção , determ inada ·por sofri-
mento ou contrar iedade física ou moral. Esta contrarie-
mn
te não os triunfos, senão as virtudes dos outros, para as
. l
imitar; 2) r.obre na sua intençã o, não procurando triunfar dade desenc adeia uma emoção viol-enta que dist~rtde as
dos outros, humilhá~los, dominá~los, senão tornar~se melhor, forças no intuito de veh.oer a dificul dade : sentem-'se en-
·se i possível, para que· Deus seja mais honrad o e a; Igreja tão impuls os de descarr egar a cólera sobre ,pessoa s, ani-
mais 'respeitada ; 3) leal nos seus meios de acção, utilizando, mais ou coisas.
para chegar a seus fin.s, não a intriga, a astúcia, ou qualque r
outro process o ilíci~o, senão o esforço , o trabalho, o bom Distin'] uem-se duas formas princfpais : a cólera rubra ou
uso dos dons divinos. expansi va rio.s fortes, e a cólera branca ·ou pálida, ou espas-
módica nos fracos. Na primeira, bate o coração com vio~ên-
Assim rntend ida, é a emulaç ão- remédi o eficaz con- cia e impele o sangue para a periferia : acelera -se .a respi~
tra a in~eja, porque não f.ere em nada a caridad e ração, purpure ia-se o rosto, incha o pescoço, desenham~se ·a:s
e-' é, ao veias sob a pele ; er'içam~se os cabelosO-faísca o olhar, saltam
mesmo tempo, um excelen te · estimul o. E na Vierda.d e,
das órbitas as pupilas , dilatam -se as , narinas , enrouqu ece a
conside rar como modelo s os melhor es dentre os nossos voz, entreco rtada, exubera nte. Aumen ta a força muscular,
irmãos para os imit~r, ou até mesmo para os sobrepu jar; é, todo o corpo se distend e para a luta, e· o gesto irtesistl vel
afinal, 11econhecer a nossa imperf eição e querer dar-lhe fere, quebran ta ou afasta violenta mente o obstál:'.,ulo. - Na
remédi o, aprove itando os exempl os dos que nos rodeiam . cólera bra:ica, contrai~se o coração, torna~se a respiraç ão
difícil, cobre-s e a face de palidez extrema , goteja a fronte
Não t, na realida de. aproxim ar-se do que fazia S. Paulo; suor frio, cerram- se as maxilas, guarda~se , um · silêncio im~
quando convid ava os seus discípu los a ser seus imitado - pressio nante ; mas a agi_tação, contida no interior , ac:aba por
res como el; o era de Cristo : "/m,itat ores mei estofe sicut estalar brutalm ente, descarr egando -se por meio de golpes
et -ego Christi " 3 , e seguir os conselh os que dava aos violento s.
cristãos de se conside rarem mútua, mente, ·para se excita- 8S4. '~.º A ira conside rada corno sentimcmto, é um
rem à cariddd e e às boas obras : 'consid eremus invicem desej~ ardente de r~pelir e castigar um agress~r.'
1 Hebr., X, 24. - 2 S. GREGOR, Moral, L.· V, e. 45, P. L.
. l Rom. XII, 15-16. - 2 J. J. ÜLIER, Catéch:; chrét., IIe P., leç. LXXV,
727-730; S. THoM., II, II, q. 158; De Malo, q. 12; DEscuRET , op. clt.,
XIII. - S / Cor. XI, 1. t-57; THoMAs, op. cit., eh. IX, p. 94-103; LAUMONIER, op. clt., eh.t. II,
VI.

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CAPíTULO IV lUTA CONTRA OS PECADOS CAPITAIS
486 487

A) l-1:.í uma cólera. legílima, urna sanla indignação , II. Malici.a du ira.
que nãu é senão o desejo ardente, mas racional. de in-
Podemo- la considerar em si mesma e nos seus e/eilos.
fligir aos criminosos o juslo castigo. foi assim qLte Crislo
Senhor Nos:io entrou em justa cólera contra os v,endi- 857. i." Em si mesma, pode sugerir ainda várias
lhões que cum o seu tráfico contamina vam a casa de s.eu distinções : ,._,
Pai 1 ; o sumo sacerdote Heli, pelo contrário, foi severa A) Quando a cólera é simplesmen te um movimento
rnenle cemurado por não ler reprimido o mau procedi- transitório ele paixão, é de sua natmeza pecado venial:
menlo de seus filhos. rorque enc5.o há excesso na maneira por que ela se exe~-
Para ser legítima, a cólera tem que ser : a) justa no seu ce, neste sentido que ultrapassa a medida, mas não há,
ábjec.to, não trndo em vista: senão castigar a qu_em o me~·e~e ..
e na i:nedida em que o merece; h) moderada no seu exercicio, • fü'Si_m o -supomos, violação- .das grandes· virtudes da jus-
não indo mais longe do que reclama a ofensa cometida e tiça ou da caridade.,......., Há casos contudo em que é tal o
seguindo 3 ordem que demanda a justiça ; e) ca_ritativa na .excesso, que o colérico perde o domínio de si mesmo e
sua fotençií.o, não se. deixando arrastar a sentimentos de se deixa arrastar a graves insultos contra · o próximo. Se
ódio, não procurando senão a restauração da ordem e a estes movimento s, posto que passionais, são deliberados
emenda do culpado. Qualquer destas condições que fa~ta, ha~
verá excesso repreensível. ~ É sobretudo nos superiores e e voluntários , constituem falta grave; muitas v:ezes, po-
pai.s que a ,ólera · é legítima ; mas os simples cidadãos_ têm rém, não passam de semi-volun tários.
por vezes direito e dever de se deixarem !nflamar. de c~lera
santa, para defenderem os interesses da cidade e 1mped1rem 858. B) A cólera, que chega a ódio e rancor,
0
triunfo dos maus ; é que, efectivamente, há homens que a -c~uando é deliberada e voluntária, é pecado mortal de sua
doçura deixa insensíveis, e nada temem senão o castigo. natureza, porque viola gravemente a caridade e m4itas
855. B) Tvlas a cólera, que é vício capital, é um vezes a jmtiça. É neste sentido que N. S.. J.esus Cristo
desejo violento e imoderado de castigar o próximo. sem Jiss e : ''Todo aquele que se irar contra seu irmão, será
1

atender às l[ês condições indicadas. Muitas vezes é a réu no juízo. E o que diss·er a seu irmão : raca, será réu
cólera acompanh ada de ódio, que procura não somente no conselho. E o que lhe chama insensato, será réu do
t~-pelir a agr~gsão, mas ainda tirar dela vingança; é um fogo elo inferno" 1 • Mas, se .o movimento de ódio· não é
sentimento mais reflectido, mais duradoiro, e qqe por isso deliberado , ou s-e não .se lhe dá senão cons!entimento im-
rn_esmo tem mais graves consequênc ias. perfeito não passará de leve a falta~
856. 3.:) A cólera tem graus: a) ao princípio, é apenas 839. 2." Os efeitos · da cólera, qúando· não ·s'ãô',re~
um movimento de impaciência : mostra~se _mau humor à pri~
i11efra contrarieda de, ao primeiro revés: b) depois, é arreba~ primidos, são às vezes terríveis.
tamento, que faz que um se irrite desmedidamente e ma1:i~ A) Séneca descreveu~os em ter~os expr~ssiyos : atri'."
foste o descontentamento com gestos desordenados ; e) as hui-lhes traições, assassínios, envenenamentos, divis·ê5es irité~,-
vazes, vai at"é à violência e t:radu,z~se não sõmente por pala~ tinas nas famílias, dissenções e lutas civis, guerras· cóm i:odàs
vras, mas · até por golpes ; d) pode chegar ao furor, que é a.'I suas funestas consequências 2. Ainda quando.não chega a
11ma loucüra passageira ; o colérico .nesse caso já não é _se~ tais excessos, é fonte dum sem,.;número de faltas, porque nos
nhor de si mrsmo, mas deixa~se arrebatar a palavras incoe~ faz perder o senhorio de nós mesmos, e em particular per.-
rrntes, a gestos tão desordenad os que ar:ites se diriam um turba a paz das famílias e cria inimizades tremendas, ·
verdadeiro acesso de loucura; e) ~nfim, degenera por vezes . .
em ódio impla_cáve1 que não respirà mais que vingança e vai 860. B) Sob o aspecto da perfeição, é a ira, diz
at~ desejar a morte do adversário. Importa discernir estes
graus, para apreciar a sua· malícia. 1 .Mt. V, 22. - 2_ « Videbis caedes ac venena, et reorum mutuas
sordes: et urbium clades, et totarum exitla. gentiurn, .• Aspice tot me·
moriae proditos duces ••. • (De ira, L. 1, n. 2). .
l ]ó. II, 13-17,

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l...f\1:'.l.lUL U .lV - •t· LUTA CONTRA OS PECADOS CAPITAI S 489
S. Gregório 1, um grande obstácu lo ao progresso espm- peto, mais nos perturba remos. e) Para ·melhor sofrear a
tual. É que, de facto, se a não reprimim os, faz-nos per- ira, é útil divertir a atenção , isto é, pensar em qualque r
der: 1) a sabedoria ou a pondera ção ; 2) a amabilid ade, ccisa diver~:1 do que a possa excitar; é rnecessário, pois,
que faz o encant9 das. relaççies sociais ; 3) a preocup a- desterra r :-i. lembran ça das injúrias recebida s, afastar as
ção da justiça, porque a paixão impede de reconhe cer os imsp,eitas, etc. d) "Devem os invocar o auxílio de Deus,
direitos do próximo ; 4) o recolhim ento interior, tão ne- quando nos vemos agitados pela cólera, à imitação dos
cessário à união íntima com Deus, à paz da alma, à da- Apóstol os, combali dos pelo vento e tempest ade no meio
didade , às inspiraç ões da graça. Importa , pois, encon- d~ mar, porque Deus mandar á às nossas paix'ó~s que
trar-lhe o remédio . sossegu e~ e sobr.evirá grande tranquil idade" 1
8(>5. 2.º Quando a cólera· é;c_cita em nós•.s.entimen-
· · III. Remédio s contra a ira.
tos de ódto, rancor ou vinganç a, é impossí vel curá-los
Estes remédio s devem combate r a paixão da cólera e radicalm ente com outro remédio que não seja a caridade
o sentime nto do ódio que às vezes ·dela resulta. fundada no amor de Deus. É caso, então, de nos 1em-
brarmos qu~ somos todos filhos do mesmo Pai celestia l
861. 1. 0 Para triunfar da paixão, não se deve des-
·incorporados no mesmo Cristo, chamad os à mesma feli-
curar meio nenhum .
cidade etemu., e ;que estas grandes verdade s são incoin-
A) Há meios higiénico s, que contribu em para prevenir i:,atíveis com qualque r sentime nto de ódio. Assim pois :
ou moderar . a cólera : tais são um• regime alimentí cio emo~
.liente, b~nho~ tépidos, duclias, absten.ção .de bebidas exci~ a) Recorda remos as palavras do Pai Nosso: perdoai- nos
tantes, e em · particular das alcoólica s: por cau.sa da união às nossas ofensas, assim como nós perdoam os' a quem
íntima entre o corpo e a alin.á/ é mister saber moderar o nos terri. ofendid o ;' e como desejam ôs vivamen te receber
mesmo ·.corpo. ·Mas, ·como nesta matéria, é preciso ter em o perdão dwino, de mais bom grado •perdoaremos aos
conta o tertipetam~nto··e o estado , de saúde,. requer a prudên~
eia que se con~ulte um médicq 2_. .., nossos ·inimigoi,. b) Não esquece remos .os exeTTiplos de
Cristo Senl1::>r Nosso, chaman do· a Judas ·reU: amigo, ain-
862. B) -· Mas os remédio s 'morais são ainda melho- da no moment o da traição, e orando do alto da cruz
res.· ·a) Par1' prevenir - a cólera, é· bom acostum ar-nos a pelos próprios verdugo s ; e pedir-lh e-emos ânimo para es-
reflectir , anles de fazer qualque r coisa, para nos não qüecer e perdo8:r, e) Evitarem os pensar nas injúrias rece-
deixarm os dominar pelo~' primeiro s ímpetos da paixão: bidas e em tudo que a elas se refira. Os p~rteito s ora-
trabalho de longa duração , mas eficaríss imo. b) Quando rão pela convers ão de quem os ofendeu , e encontra tão
esta paixão, e-. despeito de Jqdas •as· cautelas , nos .sobres- nesta prece bálsamo suavíssi mo pal'a as feridas da sua
saltou o coraçã,;>, "melhor · é sacudi-l a com presteza que
alma. ·,
querer n_egociar com· ela ; 'porque, por pouco lugar que Tais são os principa is meios para triunfar dos três
Ihe dêmos, se faz. senhora , de toda a praça, havendo -se primeiro s reçados capitais, o orgulho. a inveja, e a ira :
como a _$ erpente que introduz fàcilrne nte todo o corpo. vemos agot":l tratar dos defeitos que derivam da sensuali -
por onde potle meter a cabeça ... É mister, logo que a dade ou da concupi scência da carne: gula, luxúria e
S-êntirdes, c.onvocar prontan? ~nte vossas forças, não áspe- p,-eguíça.
ra nem impetuo samente , más suave e ainda assim seria-
mente 3• Aliás, se quiserm os reprimir a cólera com Ím-

l Moral, 1, e.·, P. L LXXV; 724. - 2 Cf. DÊscURET,


des passions i' ], LAUMONJE.R, La- thérapeutique •.. p. 167-174, La médicine
- S S, FR.
DE SALES, Vie dévote, IIIe P. eh. -VIII:
1 . 1 s. FR. DE SALES, ibid.

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4~U CAPITULO IV LUTA CONTRA OS PE€ADOS CAPITAIS 491

AR T. II. Dos PECADOS ANEXOS À SENSUALIDA DE <:umprir os r,ossos deveres de estado ou obedecer às
leis
divinas ou eclesiásticas: por exemplo, quando prejudica a
§ I. Da gula 1
saúde, quando dá origem a despesas loucas que põem
em risco os interesses da família, quando leva a faltar às
A guld não é senão o abuso do prazer legítimo que leis da abstinência ou do jejum: b) O mesmo se diga,
Deus quis acompanha sse o comer e o beber, tão neces- quando se torna ~ousa d-e faltas graves.
sários à conservaçã o· do indivíduo. Exponham os : 1.º a Dêmos alguns exemplos. "Os ext,essos da mesa, diz o
sua natureza; 2,º a sua malícia; 3.0 os seus remédios. P. Janvier 1, dispõem à incontinência, que é filha da gula.
Incontinênc i~ dos olhos e dos oUJVidos, que vão •buscar pasto
864. 1. º Natureza. A gula é o amor desordenad o doentio aos espectáculo s e canções licenciosas ; incontinência
dos p~azeres da :mesa, da bebida ~~ da comida .. A desor- 02 imaginação, qv:e se perturba .; incontinçncia· d~ m_emória
dem consiste em procurar o prazer do alimento, por si que busca tio passado recordações capazes de excitar a con-
_rhe~n:i,o, consid,erando·-o explícita on implicitam ente como cnpiscência ; incontinência do pensamento que, extravian,
do-se, se derrama sobre os objectos ilícitos; incontinência do
um fi~. a exemplo daqueles que fazem do seu ventre um
coraçRo, que aspira às afeições. carnais ; it;icontinência da
deus, quorum Deus venter est" 2 ; ou em procurar com vontade, qu~ abdica para se escravizar aos sentidos .. . A in-
excesso, sem respeitar: as regras que dita a sobriedade . temperança da mesa leva à intemperança da língua. Que· de
algumas v:ezes até com prejuízo da saúde. faltas não comete a língua no decurso dos banquetes pom-
posos e prolongado s ! Faltas contra a .gravidade l . ... Faltas
865. Os teólogos assinalam quatro maneiras diversas de
faltar a essas regras : centra a disçz-.ição ! Atraiçoam- se os seg~~dos qu~ hav1a1pro-
messa de guardar, segredos profissionai s qµe são .sagrados,
. . Praeprop~r e: isto .é, comer antes de se~tir necessidade , e entreaa-se a malignidade a .reputaçãô dum marido, duma
fora das horas marcadas para as refeições, e isto sem motivo esposa,~ duma mãe, a honra d'uma fa11?-íli~, :.qliàndo. ~ãb é o
1egítimo, só para satisfazer à gula. futuro duma nação. Faltas contra à JU~tiça ·.e caridade I A
· Laute ét stti~iose : buscar iguarias e:ic:quisitas ou prepa- maledícência, a calúnia, :~ detraéção, sob as suas formas mais
radas cotn demasiado _apur?., para gozar -delas mais ; é O pe- inexcusávei s, exprimem-s e com uma liperdade desconcerta n-
cado dos gulosos ou gastrohomo s. te. . . Faltas contt'a a prudência l Toinam:..se compromissos
Nimis: ~ ultrapassar os limites do apetite ou da neces- que não ~.ed possível guardar, sem ofender,- todas as leis da
/
sidade, enfartar-se de comida ou bebida, com risco de arrui- moral ....
nar ~- saúde ; é evidente que só o prazer desordenad o pode 867. B) A gula não passa de falta venial, quando
explicar este excesso, que no mundo se chama glutonaria.
nlguém cede aos prazeres da mesa imoderadam~'{lte, . mas
Arderitzr : comer com avidez, com sofreguidão , como fa-
zem certos a1,imais ; · é esta maneira de proceder é conside- sem cair em excessos gni.ves, sem se -expor a infringir
rada no mundo como grassaria. ' qualquer preceito importante . Assim, por exemplo, seria
866. 2.C· A malícia da gula vem de escravizar a pecado ver~iaI comer ou beber mais que de _costµme, por
1
alma ao corpo, materíalizá r o homem, enfraquece r a sua prazer, para fazer honra a um lauto banquete ou agradar
: i
t ~ 1
• 1
vtda intelectual e moral, preparando -o , por um pendor a um amigo, sem cometer excesso notável.
i ínsensfvel, o.o. prazer da volúp.ia , qüe, em substância , é do 868. C) Sob o aspecto da perfeição, é a gula um
mesmo gé.:-1E.ro. Para lhe determinar mos com precisão tl obstáculo sfrio : 1) alimenta a imortificaç ão, qllle enfra-
culpabilida de, importa fazer esta distinção. · · · q-uece a vontad.e e desenvolve o amor do prazer sensual
A) A gula é falta grave : a) q,.µando chega a exces- que prepar:1 a alma para capitulaçõe s perigosas; 2) é
i
,! sos tais que nos torne incapazes, por tempo notável, de fonte de muitas faltas, produzindo urna alegria excessi-
va , que leva à dissipação, à loquacidad e, aos gracejos de
. 1 S. !HoM., II, II, q. 148; de Maio, q. 14; J~uGEY, De quatuor
v,rtut. cardm., 1876, p. 569-574; LAUMONIER, op. cit., eh. II.-2 Phil. III, 19. 1 Carême, 1921, Retraite pascale, Exces de table.

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'-'~C.l ..lU.L. U J.V
LUTA CON TRA OS 'PECA DOS CAPI TAIS
493
gosto duvi doso . à falta de reca to e mod éstia Ê bom, contudo, obse rvar que a medi
, e abre assim da nãQ ·a mesma
a alma aos-a ssalt os do dem ónio . Impo rta , pois, _ d H · temperamentos que, para se preseérvare
869. 3.º Rem édio s. O princ ípio que nos
com batê -la. pabra .tol º.s. /~ri ~ecessidade de mais copiosa alimentaç
tu ercu ose, le ' t . rio que para comb
m_ da
ao ;
deve di- outros há pe o con ra ' , aterem o artritismo,
rigir na Im~ cont,rà a , w:1Ia, é que o· praz er . 'd moderar o apetite. Sigam~se, . st ·. t
não meio, e · que, por cons egui nte, deve ser
não é /im, se- prec1samelhoes dum médico experimentado. pois, ne e- pon o
oi; cons .
subo rdin ado .- ·
f, recta razá o ilum inad a pela fé ( n: 0 193) 871. A sobr ieda de junt a o cristão a práti ca
. Ora, a fé diz- de algu-
mas mor tt·f.,ca ço-es •. A) Com o é fácil
-nos que •é:.necessário sant ifica r os praz eres
da mesa com escorregar por esta
pure za cl e intenção, sobr ieda de e mo11ti/i-ca
ção. la d eira e ,:;on<'eder dem ais à sens µa li da d·e: conv , .
' em pnva r-
1 ) · Ante s de .tudo , é preciso toma r as ref de vez em quan do, de algu ns acep r_p es de
eáções com -nos , que gos-
, .os. D ss"' mod o se
intenção recta e. ·sobrenatu~al, · não .corrio o
~nimã.I que •. lamo s, u, t ei,s · ·até·, mas• não neceI·d ssarr . e .., •
não busc a mais qt,1e o praz er, nãq con;ió o filósofo
que se
·,dqu ire dom ínio sobr e a sens ua i a d e, pnva · d
n o-a , .
de al-
ljmit a a uma inten ção hone sta, senã o com e e satis façõ es legít imas ; dese
o cristão, para mba raça -se o e$pmto
melh or tr~b alha r na glória' de Deu s : com gduma .. ·d- o:o senti dos dá-se -lhe .mais liber
espír ito de re- a servr ao s , . dade para a
stud o e - _
c:onhecimento para com à bond ade' de Deu s oraç ão e para O e evita m-se mmt as tenla çoes pe
que se dign a
conceder-n~)S o pão de cada dia ; com espír rigosas.
ito de lmmil.
dàde, dize ndo- nos a nós mesmos, com S. Vice B) É uma excelenl:.e práti ca habituar -se a n~f- _ t
o~a r
Paulo, que · não mere cemo s o pão que com emo snte ; com
de
refei ção alau ma, ' sem nela faze r qual quer
moi l •l r~~ r
tispírito. de áTfl-9r, emp rega ndo as.fo rças , que· .E (sas pequºenas mortificações, têm a vant agem
· ~. o I I- .
recu pera mos,
no serviço de Deu s -e das alma s. Assi m ·cum car a vonh.dt:. sem danO' .para a s8;u, d·e, : , por ISSO que
lv •

prim os a re- e . .
. com enda ção feita: por S. Paul o aos prim eiros ~:::o gera lmen te prefe rívei s às, morlificaçoes
cristãos, que l mab1s impo~-
em muit às cofuu;nida-des se r<ecorda•· iao princ
ípio ·das re- • ª t que ~ó. raram ente se prat·icam . As a mas oas am-
1an es ·d d
feiçõ es : "Qu e~ çi;ma is, qt1er 'b;~bã_is: faie i
tudo para gló- roam ~sm mort l.fica ções . com umb. mo t·ivo de cari a e ,·
( 1,
ria de Deu.~:, sive. ergo rn,andu-éati!i, sive bibit . . m um b d · h para os po res ·: e, pol' consegum
d·erxa ·
-
is. . . omnia · oca m o . ' f
in gloriam Dei /acit e" 1 .
·
.
te para Jesu s que. vive nos pobr es ,. e , com o az no ar t
.
870. 2) E~ta pure za de inten ção nos fará guai:dar S , \!"1cen t e 1L'· erre
. r l o que se deix a não deve ser o p10r.
, h · • Ét
senã o o mais esco lhid o\po r pouc ochi n o que
a ·sobriedndt~ ou a ;usta med ida : e na
verd ad.e, se quer e- bém exce lente práti ca nabi tuar- se a com er
seJa. ªj~
mos com er para adqu-irir as forças nece ssári um pouc o
as ao cum - que não '.igrada.
prim ento Jós noss os deve res de estad o, evita .
remo s todo s .;.

os·. excesso3 que pode riam comprometer~nos C) Entr e as mortificações mais úteis , cont a-
a saúd e. Ora,
dize m-no s os higie nista s, "a s.obriedade ( ou mos8~~- que 'se r~f,er em a bebi das alcoólí~a~
frug alida de) i·.•.· . .
é a cond içã0 esse ncia l do vigor físico e mor Record-Pmos a este ._propósito os prin pp10 s:
al" . Já que ;·, .
com emo s para · viver, deve mos com er sàdi .
. 1
sàdi ame nte vive r. Fuja mos , pois, de com
ame nte ·para a ) Em sr , o uso mod erad o dod álcoo l .ou dos licores
. !' er ou bebe r f
espir ituos os não é mal : não se po em, dpolrs r o~
dem ais . . . ,Dev emo s leva ntar- nos da mes
sens ação d,~ leve za e vigor, ficar Ufl pouc
a com uma
o aqué m do
t·.
"'
,).:
secu lares ou os sf).cer dot es que us am e es com mo
, oens ura de~
,
apet ite, e evita r ficar ento rpec idos com os f~
lauta mesa .
exce ssos da l'oÇ1.;;) Abst er-se , poré m, dessas bebt.das
. d
~o~ edspbír.it~ dl
mo rtific ação ou para ar b om exem plo ' . e IIl u itave
I / Cor. X, 31.
1 La Vie spiritpelle, trad . Berna dot, ne P.,
eh. III.

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LUTA CONT l~.A OS 1:'ECA lJOS CAPI
TAIS ·495
men te dignÍ&simo de elogio. É por isso que pens ame ntos , desejos. E com toda a razã
há sace rdot es o: porq ue. se
e SJeculares · cons agra dos a obra s de · zelo, ulgu érn se c1emoru, de prop ósito delib erad
que se priv am o, em imagens,
de qual quer licor, para mais fàcil men te leva em pens ame ntos desonestos, ou em mau s
rem outro s a desejos. logo
imitá-los. - os senti dos se pertu rbam , prod uzin do-s e mov
imen tos orgâ-
e) Há casos em que esta abst inên cia é mora nicos, que muit as veze s serão prelú dio de acto
lmen te s contrários à
nece ssári a, para evita r exce ssos : 1) quan pure za. Que m quisier, pois, evita r esses
do, por atav is- actos , tem d~
mo, se herd oú uma certa prop ensã o para com bate r pens ame ntos e imag inaçõ es perig
as bebi das al- osas.
coól icas, nest e ca~o o simp les uso pode criar · 874. · 2.º Gravidade destas faltas. A) Tod a a
uma incli na-
ção quas e irresislível, do mesm o mod o que vez que se quer ou proc ura di1•ectamcnte o
bast a uma praz er mau , o
faísc a par_a atea r um incê ndio em maté rias praz er. :7olupiuoso, há. peca do 1Jl-Ortal. É 9ue,
infla máv eis · de facto , é
2) se se leve a infehcicíacle de cont r~i; hábi tos i'nve nravíssima deso rdem pôr em risco· a cons erva
tera~ ção e prop a-
dos · de alco olism o: entã o, o únic o remé dio ~ação da r:1ça hum ana. Ora. uma vez que
efica z será se assen tasse
muit as vezç s a· abst ençã o com pleta . e:omo prin dpio , que é lícito proc urar o praz
er da carn e
em pens ame ntos : pala vras ou acçõ es fora do
uso legítimo
§ II. A luxú ria 1 do matr imón io, seria impossível pôr freio
ao furor desta
paix ão, cuja s exig ência s aum enta m com
• 87~. 1. º Natu reza . Assi m como quis Deu
as satisfaç-ões
s que que se lhe conc edem , e dent ro em brev e
<;ndasse anex o um praz er sens ível ao alim seria frust rado
ento , para ._ aju- o fim do Ciiad.or. É isto, afina l, o' que most
dar o homen~ a con_servar a vida , assim ligou r~ a_ expe-
um praz er riênc ia : quan tos jove ns nãQ. há que se toma
especial- aos acto s pelos. -quais se prop aga ram inca pa-
a espé cie hu- zes de trans mitir a vida , porq ue abus aram
man a ... 1- do seu corpo T
Assi m pois. no praz er mau , direc tame nte
Este praz er .é, .con segu intem ente . perm itido quer ido, não
às pes- há ligeireZd. de maté ria.
soas . casa das,. cont anto que usem dele para
o nobi líssim o B) Há casos. poré m, em que esse prazer, sem
ftm para q<ite foi insti tuído o matr imón io, ser
a trans miss ão directamenf:~ proc urad o, se prod uz em cons
da vida ;. forn do matr imón io, é rigor equê ncia de
osam ente inter dito cHta s acçõc3, aliá~ boas , ou ao men os
esse praz er. A desp eito dess a proib ição , há indif eren tes. Se
infel izme nte não se cons ente ness e prazer, e,· por outro
cm nós, a parti r sobr etud o dos anos da pube lado , há razã o
rdad ie ou da sufic iente psra prati car a acçã o que o ocas
adol esd: ncia , uma tend ênci a mais ou men iona , não há
os viole nta a culp a, e. pol' cons egui nte, não há que recea
expe rime n~ar esse pra_zer, até mesm o fora r. Se, po-
do matr imón io rém, os acto s que dete rmin am essas sens açõe
legítimo. 3 esta tend ênci a deso rden ada s, não são
que se cham a nem nece ssáli os nem seria men te tJteis, tais
luxú ria, e é cond ena'd a em dois prec eitos como as leitu -
do Decá logo : ras perig osas , as repre senta ções . teatr ais, as
6 ° Gua rdar cast ídad e; 9.º Não dese jar a mulh conversas le-
er do pró- vian as , as dí1nças lasci vas. é evid ente que
ximo . entregar-se a
essas co'isl.ls é peca do de impr udên cia, mais
Não são, pois, som ente proib idos os acto ou men os
s exter nos grave, segu ndo a grav idad e da deso rdem assim
senã o tambéD1 os actos inter nos cons entid os, produzid,1
imag inaç ões: e do perigo que há de cons entim ento .
1 S. THoM. II, II, q.
153·154 · S ALPlfoNsus 875. C) Sob o ·as_I)ecto da perfeição, não
CAPEL LMAN~ , Medic ina P_astoraps L III n 412
; ANTONELLI, Mediditid pa\to~"alis~ 484 • há, de-
~ae, 190~ , SuRBLED, Vie de Jeune Ro~ pois do orqu lho, obst ácul o maio r. ao progresso
homm e,
Ji,lle, Pa_ns, 1903 ; FoNSfGRIVES, Conse ils aax Paris , 1900; Vie de jeane espir itual
paren ts et--au.t maftr es sur que o vício impu ro. a) Solit árias ou come
l 1du_cati_on de la_purete; ]. GUIBE La puret{, Paris, 1910 • M. DuaoURG ti.das cor:i ?u-
S1.tleme et neuvieme ConzmandemRT, ents. lras pesso'.:ls, não tard am essas falta s em prod
' ' uzir habi tas

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l..At'l 1 ULU lV
lUTA CONTR A OS PECAD OS CAPIT AIS
497
tirânic os, quP. parali sam todo o ardor para a perfei
ção e nfto expor n,os às penas eterna s. A esses motivos se
po-
ir1clinam -1 vonta de para as alegri as grosseiras. Gosto da dem a cresce ntar mais dois , tirados de S. Paulo : 1) Somo
oraçã o . desejo de qualq uer virtud e auster a, aspira ções s
templ os vivo:; da SS.ma Trind ade , templ os santif icados
r:ohres e generosas, tudo isso desap arece . h) A alma pela presen ça do Deus de toda a santid ade e por uma
é
invad ida pelo egoísm o : o amor,. que se tinha para com pürtic ipaçã o da vida divina ( n .05 97-10 6) . Ora, nada
os pais ou amigos, estiola -se e desap arece quase comp le- conta mina mais este templ o que o vício impur o que pro-
tame nte; não resta mais que o desejo de gozar, a todo lana a um l.r mpo o corpo e a alma do home m baptiz ado.
o 0

preço dos prazE;res maus : é uma verda deira obS1essã~. '2) •Somo s memb ros de Jesus Cristo , em quem somos in-
e) Romp e-se, então , o ~qµilíbrio das faculd ades : é corpo rados pelo baptis mo ; e, por conse guinte . devemos
o
corpo , é a volúp ia que .man da: a vonta de torna- se escra- respei tar o nosso corpo como corpo do própri o Cristo: .E
va de:o;ta ignom inidsa paixã o, e dentro ein breve revol ta-se·
contra Deus, que proíb e·~ castig a esses praze res maus.
· h~vía mos J;o prof anâr com actos contrá rios à purez a 7 I
Não seria uma espéc ie de sacrilégio abom ináve l procu rar
d) Os tristes efeitos desta abdica ção da vonta de bem esse praze r grosseiro que nos abate ao nível dos irra-
depres sa se fazem sentir : a intelig ência embot a-se e enfra-
quece, porqu e a vida desceu da cabeç a para os sentid ciona is? l
os: 877. L) Há muitos que dizem que é impos sível
desap areceu o gosto dos estudo s sérios ; a imagi nação já prati:, ar
não a contin ência. Assim pensa va Agost inho antes da conve
pode repres entar senão baixez as ; o coraçã o murch a pouco rsao.
pouco , seca, endure ce; não tem oUJf:ros encan~os senão os a Conve rtido, rorém , a Deus e susten tado pelos exemplos
pra- dos
zeres grosse iros. e) Muita,s v~zes até o própri o corpo é Santo s e pela graça dos Sacram entos, compreendew que
pro- nada
funda mente atingi do : o sistem a nervo so, sobre- excita do há impos sível. quand o se sabe orar e lutar. E é be?1 verdad
por de nós mesmos, somos tão fracos, e o prazer mau e por vezes e:
estes abuso s, irrita- se, énfraq uete e "torna -se impró prio
para
a sua 'missã o de regula ção e defesa " .l ; os divers os órgão
s já
tão atraen te aue acabar íamos por sucum bir ; mas, desde
que
não funcio nam senão imper feit mente ; a nutriç ão faz-se nos 'apoia m~s ·na graça divina e fazem os esforç os enérgi
1 mal, cos,
as forças enfraq uecem , não anda longe a tuberc ulose. saímo s vitorio sos das mais violen tas tentaç ões. ,...:.., E não
se
Giga que a contin êQda nos jovens é um obstác ulo à _saúde
É evider1te que uma alma assim desreq uihbra da, a :
os médic os hones tos respon dem com o Congr esso mt~r~
cional de Bruxe las l : "É necess ário sobret udo ensina r a-
anima r um e.arpo débil, não .só não pode pensa r mais em a Ju-
perfei ção, senão que de dia ·para dja se afasta dela para ventu de mascu lina que a castid ade e a contin ência não
sõ-
mente não são nociva s, mas ainda que estas virt_u~ s.
mais longe. Muito feliz será ela, se puder entrar em si recom endáv eis sob o aspect o puram ente médic o e h1g1em 7 s~?
a co •
tempo de asseg urar ao mer,ios a s&lvação. E com efeito, não se conhe ce doenç a algum a que proven
Impor ta, pois, indic.a r algun s reméd ios para este vício d; contin ência. ao passo que são inume ráveis as que tem
~a
gros~eiro. erigem na luxúri a.
8'76. 3.G Remé dios. -Para resistir a paixã o tão pe- 878. B) A fuga das ocasi ões. É um axiom a es-
rigosa, reque rem-s e : convi cções profu ndas, a fuga das p_iritual que e:. castid ade se conse rv~ sobretud_o pela fug~

' ,11
; i
ocasiões, ,3. morti f icaçãq (e a oração; '
· A) Convi cções profu ndas, tanto sobre a necessi-
dade de cornh ater este vício como sobre a possib ilidad
~
r:
;,.-;::
das 0 casiõe s perigo sas: quem esta conve ncido da. pro-
pria fraqu eza, não se expõe inútiln:,~nte ~o perigo.
dc, estas ocas10es não são necessarias, e dever evita-las
S:rnn-
:·/ e ~ 1:: . r.om cuidad fl, sob pena· de nelas sucum bir : quem se ex-
.!i de o venc,~r. ·· · - ,,.:
\.
nõe ao perigo, nele perec e: "qui amat pericu lum, in illo
· ., 1

'
a) O que dissemos da gravi daae do p·ecado da lu- ~erib it" 2 . Tratan do-se , pois , de leitur as, visitas, encon
-
. ,i xúria mostra. bem como é neces sário evit~-lo, para nos
1 Segund o Congresso da Conf. Interna cional., 1902.
tos outros testemu nhos em F. E sc LAN DE, Le probleme de Vejam-se ~1t1i·
1 LAUMONJER, op . cit., p. 111; point de vue scientifique, 1919, p. 122·136. - :rl Eccli. III, la
27.
chastete au
32

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A,J..__,Ã~" .._..._.. .. -..J..-'-'#'- .._.__,~. r,LJV~
-- '-..t/"'\.C-J.J.J-\.1..:J 4'J':J
tros, repre senta ções perigosas , a que nos pode tornar forte por uma educação viril, segundo os
mos furta r princípios
sem incon venie nte notáv el, não há que vacil expostos (n. 0 s 811-816) .
ar : em vez
de as irrt1'.)S busc ar, é fugir delas , como de serpe 880. d) O coraç ão deve ser tamb ém mort ifica
nte peri- do
gosa. Se não se pode m evitar essas ocasi ões , então pela luta contr a as amiz ades sensí veis e perig
é for- osas ( n.º 5
tihca r a vont ade com dispo siçõe s interiores que 600-604) . Qua nto às pesso as que se prep aram
torne1n para o
o perig o meno s próxi mo. ,. matr imón io, (: claro que virá um mom ento em
É por isso que S. Fran cisco de Sales decla ra que, que lhes é
se perm itido hgare m-se por um amor legítimo, mas
não é possí vel evita r as danç as, é nece ssári o que liem
ao meno s Je perm anec er casto e sobre natur al ; deve m, pois,
qrne sejam acom panh adas de modé stia, dign idade evita r
e recta quais quer sinai s de afeiç ão contrários às leis da
inten ção ; ~. para que estas perig osas recre açõe decê ncia.
s não des- refle ctind o que a sua união , para ser aben
perte m !nau s afec_tos , é bom pens aI . que, enqu çoad a por
anto vai -Deu s , há-d e ser pma . Aqu elas; porém , qlle
corre ndo o baile , estão muit as alma s arde ndo são aind a
no infer no muit o nova s para pens arem no matri móni o, deve
pelos peca dos come tidos na danç a ou p or caus m preca -
a da dan- ver-se contr a essas afeiç ões sensíveis e sen·s
Çc 1_. Qua nto mais verda deiro
uais, que,
é isto hoje em dia, que amol ecen do o coraç ão , o prep aram a perigosas
essas danç as exóti cas e lúbri cas invad iram tanto capit ula-
s salõe s ! cões. Não sr! brinc a impu neme nte com o fogo.
E , depois,
879. C) Há, porém , ocasi ões que s,e não ~e se exige da pesso a, que se quer espo sar, um
pode m coraç áo
evita r : são e.s que enco ntram os cada dia em puro , não é de justi ça que o que se ofere ce o seja
nós e fora tamb ém?
de nós e que não é possível venc er senã o pela mort ifi- 881. e) Enfim , uma das mort ificaç ões mais
cílçâo. Já disse mos o que é esta virtu de úteis é
e corno se pra- a aplic ação enérg ica e cons tante ao dever de
tica (n. 05 754- 815) . Não pode mos, pois, senã estado. A
o recqr dar ocios idade f má cons elhei ra ; o traba lho, pelo
apen as algum as das suas presc riçõe s que se refer contr ário,
em mai'> abso rvend o a noss a activ idade intei rame nte, afast
clirec tame nte à casti dade . a-nos a
imag inaçã o, ü espírito e p coraç ão dos objec tos
perigosos ;
. a) Com os olhos é necessário ter resgo volta remo s u. este pont o ( n. º 887) .
ordo
ticular, porque os olhares imprudentes inflamam µiuito par-
e estes arras tam a vontade. Eis o motivo por Ós desejos, 8_8 2. . D) A oraç ão. a) O Conc ílio de
Tren to
Senh or Jesus Cristo declara que todo aquele que Noss o H1sina que Deus não man da nada impossível,
mas que
olhos numa mulher com concupiscência já cometeu que põe os
exige façam os o que pode mos e oremos para
em seu cotaç ão : "qui vider ít muliercm ad concu adult ério ~raça de fazer o que por nós mesmos não pode
alcan çar .!i
eam jam moec hatus est eam in corde suo" 2; e pisce ndam 1
acrescenta que, mos •
se o nosso olho direito é ocasião de escândalo, é Esta presc rição aplic a-se sobre tudo à casti dade
arran cá-lo 3 que ofe-
isto é, afast ar energicamente o olhar do objec rece_. para a maio r parle dos cristãos , aind a quan
to que no; do vivem
escandaliZ3.. Esta modéstia dos olhos é tanto mais no santo estad o do matr imón io, dific uldad es
ria hoje em dia, quanto é mais certo o perigo de necessá- Para de1as triun far, é miste r orar frequ entem ente
especiais.
quase por toda a parte pessoas e objectos capazes enco ntrar e medi -
tentações. de excit ar tar sohre ns €;tandes verd ades ; estas ascen ções
frequ entes
b) O sentido do ta.cto é ainda mais perigoso da alma para Deu s d-e sapeg am-n os pouc o a
po;qu e pouc o das
facilmente prnv oca impressões sensuais que tende elegr ias :;ensuais e levam -nos para as alegrias
pura s e
zeres maus ; é necessário, pois, abster-se desse m a pra- santa s.
carícias que não podem deixar de excit ar as paixõ s toques ou
es. h) À oraçã o deve-se junta r a recepção /requ ente
e) Quan to à imag inaçã o e à memó ria, recor dos sacramentos. 1 ) Qua ndo um se confessa frequ
regra s traçaciaB (n. 0 781). Quan to à vonta de, trate- dem-se as
se de a ente-
ment e e acus a franc amen te as falta s ou impr
udên cias
1 Vie dévote, III P., eh, XXX III.-2 Mt. V, 1 Sess. VI, De justificatione, e, XI.
28.-8 Mt. V, 29.

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CAPI TULO IV LUTA CONT RA OS PECA DOS CAPI TAIS
501
com elida s e,intra a pure za, a graça da abso lviçã B) Há graus diver sos na pregu iça. a) O desle
o. junta ixado ou
com os cons elhos que se receb em , Íorlir ica singu indol ente n 3o se move para cump rir o seu deve
larm ente lentid ão, mole za e indife rença ; tudo o que faz,
r senão com
f., vont ade contr a as tent.a,;ões.
2) Es.la graça corro bora- se mal feito. h) O ocioso não recus a absol utam ente
fica semp re
aind a com a comu nhão Jruq wmle : a união o traba lho,
ínbm a com mas anda semp re atras ado, vagu eia por toda
Aqu ele, qu8 é o Deus de toda a santi dade , a parte sem
amor tece a fazer nada, adia indef inida ment e a taref a de,
que se encarre~
conc upisc ência , toma a alma mais sensí vel aos gara. e) O verda deiro pregui~oso, esse ~ão quér
bens espi- aue fatigu e, e most ra avers ao pronu nciad a
fazer nada
ritua is· e desa pega -a assim dos praze res gross para qualq uer
eiros. Pela t;:aba lho sério do corpo ou do espír ito.
confissã.o e comu nhão frequ ente é que S. Filip
e de Néri
cura va ~s joven s, escra vos do vício impu ro; e C) A pregu iça nos exerc ícios de . ~ied~ de
aind a hoje chama~se
não há rern.édio mais efica z, tanto para pl'ese acéd ia: é 11 m certo fastio das coisa s espm tuai~
rvar como ~ue leva a
fozê~Ias desle ixada ment e,. a encurt_á~Ias, e
-para fortif icar a ~1 iTtude. Se tan.Los joven s· e ate as .veze,s · a
donz elas es- • Õmiti-las pot vãos pretexto_s. _É ª. m~e da
capa m ao contá gio do ·vício , é porq ue ·e ncon tram tibiez a, de que
na prá- falare mos 3 propó sito da via zlumrnatwa.
tica da l'etigião uma arma conlr;a as tenta ções
que os 885. !.º 1\-lalícia. A) Para comp reend ermo
assed iam. f~ certo que esta arma exige corag em s a
, energ ia, malí cia da pregu iça, cump re-no s recor dar que
esfor ços tnuit as veze s renov ados ; mas co~ a o home m
oraçã o, com foi feito para o traba lho. Qua ndo Deus criou o nosso
os· sacra ment os e com uma vont ade firme triun
fa-se de nrrmeiro pai. pô-lo num paraí so de delíc ias,
todo s os obstá culos . par~, que
~ele traha lhass e: "ut opera relur et custo direi 1
illurn. . É:
§ III. . t
A preg mça aue, efect iv;1ment e, 0 home m não é, como Deus
, um s·er
perfe ito ; terr; nume rosas facul dade s que, para
s:~ ~pe~-
885. A preg uiça 6 um v1c10 anex o à sensu alida de, feiço-arem, nece ssita m de oper ar: é, pois, uma
ext~en:cta
porq ue v.em, afina i, do amor do praze r. em ·quan du sua naii;.reza traba lhar, para culti var as
to este poten cias,
nos leva •'l. evita r o esfor ço ot.i o incóm odo. Há, prov er as' necess1·d a_ d es d o
efect iva- corpo e alma , e tend. er assim
ment e, em todos nós uma tend ência ao meno para O se:.1 fim. A lei do traba lho prece de, pms,
r esforço, a culpa
que nos pdral isa ou dimi nui a àctiv tdade . Expo original. Mas, depo is que o hom em peco n, torno
1. 0 a sua r,atu reza; 2.º a ·suà malí cia; 3. 0
nha.m os :
elé O traba lho não some nte uma lei da natur eza,
u-se Pª,:ª
os seus re- sen~o
médi os. bmb érn -..im castigo, isto é, torno u-se peno so,
como meIO
que é de . repar ar a sua f·a1 C
884. 1. 0 Natureza . A) A preg uiça é uma tendê
n- ta. om o sum, d O .rosto . .
have -
A

cia à ociosidarle ou ao rrienos à neglir:1ência, ao mos de come r O nosso pão, tanto o pã? da •

torpor na mteh gencm


acçã o. Às veze s é uma dispo sição mórb ida que como o pao _ que nos a}·1me1,t O "'orpo - in sudo re vu 1
vem do .
a . ,. . .. . tus
man estad o da saúd e. As mais das vezes , porém tui vesceris pane " 2 .
, é uma •
doé.n ça da vonta ~e, que teme e recus a o esfor Ora, 3. esta dupl a lei, natur al e posit iva, ~
ço. O pre-
p regu içoso falta ; come te, pois , um peca do,
que ?
guiço so quer 'e vitar qual quer traba lho, tudo . cuJa gravi-
quan to lhe
pode pertu rbar o sossego e arras tar consi go fadig da de se mede pela gravi dade dos deve res que
as. Ver- descur~.
dade iro pa.ra~ita, vive, quan to pode , a expe nsas &) Quand:::i chega a omitir os deve res religiosos nece~
dos ou- sa-
tros . Man so e resig nado , enqu anto o não inqu rios à próp ria salva ção, há falta grave. O m~e~m
ietam , im- ~ se c~iga,
pacie nta-s e P. irrita-se, se o quer em tirar da uand.o desp reza voln ntàri amen te . ern mate na
sua inérc ia. 0 rr:npcntan-
t~ algum dos seus deveres de eslado. h) Qua
1 S. ndo este
II, II, q. 35 : de M alo, q. 11 :_ NoE ALEXANDRE,
THoJ.1 ., to~por O náo leva a descu rar senão cleveres, religi
cit., p. 1148-1170;
MELCH IOR CANo , Víctoi
op. osos ou
W. fABER 1 Le progres, eh. XIV; LAuMO NIER reop.
sur·•. soi-même, eh. X;
Soyez des hommes. Paris 1908 XI, p. 185. 1 cit., eh. III; V urLLER MET 1
1 1 aen. II, 15. _ 2 Oen. III, 19.

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502 CAPITUL O IV 1 UT A CONTRA OS PECADOS CAPITAI S 503

civis. rir! !nenor importâ ncia, não passa de uenicd o pe- tomarão o predomí nio em nossa alma, expondo -a ao pe -
.
crtdo. Mas [·. ladeira é resvalad·ia.; se não se luta conlra cada!.
a negligên cia _. não tarda esta em se agravar, tornand o-se 888. C) Não é, pois . somente a perfeiçã o da nossa
mais f unesra e culpáve l. alma que eslá aqui em jogo , mas até a sua eterna salva-
ção. Porque, além das faltas positiva s em que nos faz
886. B) Quanto à perfeiçã o, é a preguiça espm-
cair a ociosidade•, só o facto de não cumprir mos os nos-
tual um do.; obstácul os mais sérios, por causa dos seus
sos deveres importa ntes é causa suficien te de reprovaç ão.
funestos resultados.
Fomos criados para servir a Deus e cumprir os nossos
a)Toma-n os a vida mais ou menos esléríl. Pode-se . deveres de estado, somos operários envia dos por Deus
~Jectiva menle, aplicar à alma o que a S. Escritur a diz do para trabalha r na sua vinha. Ora o Senhor não exige so-
Campo do pre·guiçoso : ' · •· mente ;os obreiros que se abstenh am de fazer máI ; quer·
" Passei perto do campo dum preguiço so que trabalhe m. Por consegu inte. se, sem cometermos
e perto da vinha dum insensato . . , actos positivos contra as leis divinas, cruzamo s os braços,
B eis que os espinhos ali crescia~ por toda a parte, em vez de trabalha rmos, não nos há-de o Senhor expro-
as silvas cobriam~lhe a superfíci e,
e o muro_ de pedra estava por terra ... brar. como aos obreiros, a nossa ociosida de : "quid statis
Um pouco de sono, um pouco de sonolênc ia, tota die otiosi ?" A árvore estéril, s·ó pelo facto de não
um pouco cruzar as mãos J,>ara dormir, produzi r fruto, merece ser cortada e lançada no fogo :
e a tua 'pobreza virá como um vagabun do "omnis ergo arbor, quae non Jacit fructum bonum, exci-
e a tua indigênc ia como um homem armado" I
~ . ' . d.etur et in ignem mittetur " 2 •
E exacr.am ente o qrne se encontr a na alma do . pregui- 889. 3:- Remédios. A) Para curar o preguiçoso,
çoso: em. Iu:;:ar das virtudes , são os vícios que lá crescem, é necessár io antes de tudo inculcar -lhe convicções pro-
e '. os muros, que a ;ffiOrlificação _tinha elevado para prote- fundas sobre a necessid ade do trabalho , fazer-lh e com-
ger, a ,~irtude, ca.em ,pouco a pouco, prepara ndo o cami- preende r que ricos é pobres estão sujeitos a esta lei e
nho à inva,:ão do in.imigo, i~to é, do pecado. . que basta faltar a ela para incorrer na eterna condena -
887·. b) Dentro em bteve, efectiva mente, se tornam ção. É esta cl lição que nos dá Nosso Senhor Jesus Cristo
mais veemen tes e importu nas as tentações : "porque a na paráboh da figueira estéril. Três anos a fio vem o
ociosida de ensinou muito mal, multam malitiam docuit dono buscar os frutos; não os encontra ndo, dá ordem ao
ól.ibsifas" ,2 . Foi ela que, com o orgulho , perdeu Sodoma : pomarei ro que corte a árvore : "succid e illam, ,u t quid
"Eis qttal foi o crime de Sodoma ·: o orgulho , a abundâ n- etiam terrarn O<XC.Lpat ?" 3• '
cia e o repoiso sem ClLidados em que vivia com suas fi- E ninguén! diga : eu sou rico, não tenho necessid ade de
lhas! ' - 3 • É que, na verdade , ci espírito e o coração do trabalha r. -- Sr: não precisais de trabalha r para vós mesmos,
homem não podem estar inactivo s : se não se absorve m dcvçis fazê-lo para os outros. E: Deus, vosso Senhor, que
vo-lo manda: se vos deu braços, cérebro, inteligên cia, recur~
nc. estudo ou, em qualque r outro trabalho , são lo-go inva- sos, foi para que os utilizásseis para sua glória e para bem
didos por um sem-núm ero de imagens , pensame ntos. de- de vossos irmãos. E certo que não são as Obras de carida?e
sejos e afecto.<: ; ora, no estado de naturez a decaída . o ou zelo que faltam: quantos pobres para socorrer , qqantos
que domina . E;m nós, quando não reagimo s contra ela, é ignorant es para instruir, quantos corações aflitos para con-
; ! solar, qu0.11tas empresa s para fundar, a fim de dar trabalho
a · tríplice concupi scência ; serão, p~is, pensam entos sen- e pão aos que o não têm 1 E quem pretende fundar uma
8üais, ambicio sos, orgulhosos egoístas, int'~resseiros . que
1 MELCHIOR CANO, La victolre sur soi-même, eh. X. - 2 Mt. III,
1 Prov. XXIV, 30-31. - 2 Ecclí., XXXIII, 29.-S Ezech., XVI, 49. 10. - B Lc. XIII, 7 .

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~
, _ .._, .A. l, ......,...., ... , _,. .,,.~ ., .....,...., .1. '-'..._.c-i.L.'"-'~ '4r'\.r L l. r\J.~ :>U:)

família numerosa , não tem que sofrer e trabalhar para asse-


gurar o futu!l"o dos filhos ? ~ Ninguém esqueça. pois, a gran- 891. I .' Naturez a. A avareza é o amor desorde-
de lei da solidaried ade cristã, em virtude da anal o trabalho r,udo elosbens ela terra. Para mostrar onde se encontra a
de cada um é útil para todos, enquanto a pr~guiça danifica desorcÍem Ja a\'arezct, importa recordar, primeiro, o fim
o bem geral, como o particular . para que Deus deu ao homem os bens temporais .
890. B) Às convicçõe s cumpre juntar o esforço A) O fhn, que Deus se propôs, é duplo : a nossa
conseque nte e metódico, aplicando as regras traçadas utilidade pessoal e a dos nossos irmãos.
acerca da · educação da vontade ( n. 0 81 '2). E , como o a) Os bens da tena são-nos concedid os para ocor-
preguiços o recua instintiva mente perante o esforço, im- rEiem às necessida des temporais do homem, tanto da
porta mostrar-l he que não há, afinal, ninguém mais infe- alma com'J dc, corpo, para conservar em a nossa vida e a
liz que o ocioso : não sabendo corno empregar ou, segun- dos que dependem de nós, e _para nos ~arem meios de
do a ima expressão , matar o tempo, enfada-se : ·desgos- · cultivarm os o. inteligênc ia e demais faculdade s.
ta-s·e de tudo, e acaba por ter horror à vida. Não vale
Entre e:.:~es bens : 1) uns são necessários para o pre-
mais fazer um esforço para se tornar útil e conquista r sente ou parn o futuro : é um dever adquirí-lo s por meio d_o
um pouco de fe1ic.idade, ocupando -se em fazer felizes à trabalho honesto ; 2) os outros são úteis para aumentar grà;.
volta de si mesmo ? dualmente os nossos recursos, assegurar o nosso bem-estar
ou O dos ouhos, contribuir para o bem público, favorecen do
Entre os preguiços os, há alguns que desenvolv em uma as ciências Ot' as artes. Não é proibido desejá~los para um
certa actividade , mas unicamen te em jogos, desportos , reu- fim honesto, contanto que se reserve uma parte para os po-
niões mundanas . A estes é necessário lembrar-lh es a serie- bres e para a$ boas obras.
dade da vida e o dever de se tornarem úteis, para que diri-
jam a actividade para um campo mais nobre e tenham hor- h) São-nos também d~dos estes bens para socorr_ermos
ror de ser pB.rasitas. O matrimón io cristão, com as obriga- os nossos irmãos que estão na indigência . Somos,_ pms_. em
ções de família que traz consigo, é muitas vezes excelente certa medida, tesoureiro s da Providênc ia, e devemos dispor
remédio : um pai de família sente a necessida de de tra!halhar de supérflu:) para assistir aos pobres.
para os filhos e de não confiar a estranhos a administr ação 892. . Agora já nos é mais fácil mostrar onde se en-
! dos seus bens.
1 c.ontra a desordem no amor. dos bens da terra.
l\1as o que nunca se deve cessar de lhes recordar é o a) E,3tá muitas vezes na intenção : desejam-s e as ri-
/im da vida 1 : estamos aqui, na terra, não para vivermos quezas, por si mesmas, corno fim, ou por fins intermédi os
como parasitas, senão para conquista rmos, pelo trabalho e que se erigem em fim último, por exemplo, para alcan-
pela virtude, um lugar no céu. E Deus não cessa de nos çar prazeres ou honras. Parar ali, não encarar a rique~a
dizer : Que fazeis aqui, preguiços os ? Ide ta.mbém traba- como meio de agenciar bens superiore s, é uma espécie
lhar na minha vinha. ''Quid hic stalis fota clie otiosi? . .. de idolatria, e, culto do bezerro de oiro; não se vive mais
lte et vos m vineam meam" 2 .
que para o dinheiro.
1 1

ART. III. h) Manifest a-se ainda na maneira de as adquirir :


A AVAREZA 3
procuram -se com avidez, por toda a espécie de me~os,
A avareza está em conexão com a concupfsc êncfa dos com prejuízo dos direitos doutrem, com dano da saude
olhos, de que já falámos ( n. 0 199). Exporem os : 1. 0 a própria ou dos empregad os, por meio de especulaç ões te-
sua naturezJ. ; 2. 0 a sua malícia; 3. 0 os· seus remédios. merárias, ,:om risco de perder o fruto das próprias eco-
. ' nomias.
: 1
1 ÜLLE-LAPRUNE. Le prix de la vie.-2 Mt. XX , 6, 8.-S s. THOM.,
II, II, q. 113; MELCHIOR CAN0 1 op. cit., eh. XII-XI II; M 1.ss1LLON, Discours
bynodaux, de !'avarice des prêtres ; MoNSABRE, Retr'aites pascales, 1892-
e) Apaiece também na maneira de usar_ deles:
-1894 ; Les /dotes, la richesse; L~UMONIER, op. cit., eh. VIII . . 3 ) Só se despende m de má vontade, .com mesqumh ez; o

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506 CAPITULO IV LUTA CONTRA OS PECADO S CAPITA IS
1
li 501
j
que se quer é acumul ar, para maior seguran ça, ou parn J. . çu 6 acomp anhada de excessiva confian ça em si mesmo ,
gozar da infruên cia que dá a riquez a; '2) nüo se dá na sua acliv~d ade pessoa l: quer o homem ser a sun pro-
nada ou quase nada aos pobres e às boas obras : capíta- vidência, e assim cai numa espécie de idolatri a, f az-endo
li::::ar, eis o fim sup11emo que se procura a todo o transe. do dinheir o o seu Deus. Ora, ningué m pode servir ao
3) Alguns chegam desle modo a amar o dinheir o como mesmo tempo a dois senhore s, a Deus e à Riquez a ·
um ídolo, a aferrol há-lo no cofre, a apalpá- lo com amor : ,. non pote,tis D·eo seruire et mamno nae" 1•
é o tipo clássico do avaren to. É, pois, grave de sua natureza este pecado, pelas razões
895. C) Este defeito não é geralme nte o dos jovens, que acabam os de indicar ; é~o também , sempre que leva a
~ue, ain~a kviano s e impr_evidentes, não pensam em capita, faltar aos deveres graves da justiça, pelos meios fraudul en,
hzar; ha contudo excepço es entre os caracte res sombrio s tos que porven tura se empreg uem, para adquiri r e reter a
-riqueza ; da caridade, quando se não dão as esmolas n2ces,
· inquieto s, cakulad ores. Na idade· madura óu na vellrice
que ele se manifes ta : então é que se desenvo lve o temor de
é sárias ; da religião, quando alguém se deixa de tal modo
vfr a passar míngua , fundado por vezes no receio das doen, absorve r pelos negócio s que menosp reza os deveres religio,
~as o_u?ºs acident es que podem produz ir a impotên cia ou a sos. ,- Não passa, porém, de pecado venial, quando nos não
leva a faltar a qualque r das grandes virtude s cristãs, nem
mcapac 1dade de trabalh ar. Os solteirõ es e solteiro nas estão
particu larment e exposto s a este vício, por não terem filhos muito menos ao1> devei•es para com Deus.
que os socorra m na ve1hice. · · 896. B) Sob o aspecto da perfeição, é gravíssimo
894. D) A civiliza ção modern a desenvo lveu outra for, obstácu lo o amor desord enado das riqueza s.
ma do amor insaciáv el das riqueza s, a plutocracia, a sede
de chegar a ser milioná rio ou até bilionár io, não para .asse, a) ·Ê paixão que tende a suplantar a Deus em nosso
gurar o selll fut~ro ou o de seus filhos, senão para adquiri r coraçã o: este coração , que é templo de Deus, é inva-
esse poder d0mznador que o dinheir o conquis ta. Quem tem à ,dido por toda a sorte de desejos inflama dos das coisas da
s~ disposiç ão somas enorme s, goza de grandís sima influên , terra, de inquiet ações, de preocu pações absorv'entes. Ora,
eia, exer_ce um. poder muitas vezes mais eficaz que os gover~
nantes, e o re1 do ferro, do aço, do petróleo , da finança , e para nos unirmo s a. Deus, é mister despren der o coração
:m_anda aos sober~mos como aos povos. Esta domina ção de de qualque:.- criatura ou preocu pação terrena ; porque
oiro degen~ ra mwtas vezes em tirania intolerá vel. Deus quer •·lodo o espírito, todo o coração , todo o tempo
895. ~- 0 Sua J\rlalícia. A) A avarez a é um sinal e todas as forças de suas pobres criatur as"· 2 • ,_, É sobre-
de descon fiança de Deus, que promet eu velar sobre nós tudo necessá rio esvaziá-lo do orgulho ; ora o apego às
com paterna l solicitu de, não nos deixan do jamais passar riqueza s dc-senvolve esse orgulho , porque o homem tem
falta 9,° necessá rio, contan to que tenham os confian ça mais confian ça nos b.ens terrenos que em Deus.
Deixar prende r o coração ao dinheir o é, pois, levan-
nele. Convid a-nos a olhar para as aves do céu, que não
semeia m nem colhem , para os lírios dos campos que não lar um obstácu lo ao amor de Deus ; porque onde está o
trabalh am nem fiam, não certam ente para nos incitar à nosso tesoiro. lá- está também o nosso coraçã o: ..ubi the-
preguiç a, senão para acalma r as nossas preocu pações e soums vester, ibi et cor vestrum erit". Despre ndê-lo é
nos. estimul ar à confian ça em nosso Pai celestia l 1. Ora 0 abrir a Deus a porta do coração : uma alma despoj ada
o.varentó, em lugar de pôr a sua confian ça em Deus, co- dos bens da terra é rica do próprio Deus : toto Deo di-
loca-a na multid ão d?;s suas niquezas e faz injúria a Deus. ves est.
de~con fiando dele : Ecce homo (!Ui non posuit Deum h) A avareza condu-z igualme nte à imortifi cação e à
sensual idade : quem .te.m dinheiro e o ama, quer gozar dele
ad1utorem su.um, sed speravit in multitu dine divitiar um e compra r· com ele ·muitos prazere s ; ou então, se se priva
suarum et praeva luit in vanitat e sua 2 • Esta descon fian- desses prazere s, ê para apegar o coração ao cliriheiro. Em

1 .Mi. VII, 24-34. - 2 Ps. LI, 9. 1 Mt. VI, 24. - l! J.-J. OLIER, lntrod. atix vertus, eh. II, 1,re Sect.

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CAPl TULO IV
LUTA CONT RA AS TENT AÇÕE S
509
ambo s os r.asos, é semp re um ídolo que nos
afast a de Deus . zend o uso deles senão confo rme o parec er dum
Impo rta, pois, comb ater esta triste inclin ação. prud ente
director. De~-se modo , sem sairmos do 0.stado
897. 3.'· Remédios. A) O melh or remé em que a
dio é. a ProYidênci1. nos colocou, pode mos prali car o
conv icção p10f unda . fund ada na razão e na desp rendi -
fé, que as ment o de esp[rito e do coraç ão .
rique zas não são fim, senã o meio s que nos dá
a Provi-
dênc ia, para acud irmo s às nossa s nece ssida des
e R~ de CoNC LUSÃ o
nosso s irmão s ; que Deus nunc a deixa de ser
o sobe rano
Se~h or delas ; que nós,· a bem dizer, não passa 899. E assim, a luta contr a os s.ele peca dos capit
mos de ais
mero s admi nistr adore s, e que um dia have mos acab a de desar reiga r em nós as tendê ncias más
de dar que re-
cont a delas ao Juiz Supr emo. ,_., E depo is, são sulta m da cqnc upisc ência . Ficar ão semp re em
bens que nós, sem
• passam; qu-2· não lé,ar erno s conn osco para a dúvi da: algum as ·dessas tend ência s: para nos exérc
outra ·,•ida . itarem
c-nd·e não corre essa moe da; se somo s prud entes na paciê ncia e desp ertar em o senti ment o da desco
, para o nfian ça
céu e não para a terra é que trata remo s de em nós mesm os; serão , porém , muit o méno
capit aliza r: s perigosas, e
"Não queir ais entes oirar para vós tesoiros na· apoia dos .lü. graça de Deus , mais Íàcil ment e delas
terra , onde triun-
a ferru gem e a traça os destro'em e os ladrõ es f &remos. Apes ar de todos os nossos esforços, elevar-
os desen -
terra m e furta m. Ente soira i antes para vós -se-ão aind a com certe za tenta ções em nossa alma
tesoiros no , que a
céu, onde nem a ferru gem nem a traça os Prov idênc ia divin a perm itirá, para nos dar ocasi
destr oem e ão d·e
cnde os ladrõ es não os desen terra m. nem furta
m" 1. nova s vitórias.
B) Para melh or desa pega r o coraç ão, não há meio
mais efica z que depositar os seus bens no ban'C
o do céu, CA PIT UL O V
cons agran do uma parbe gene rosa aos pobr es
e às boas
obras . Dar a.os, pobr es é empr estar a Deus , é Luta cont ra as tenta ções .
receb er o
cêµtu plo, aind a mesm o neste mun do, tend o a
cons olaçã o
de fazer ditosos à roda de si-, mas sobre tudo no 900. A desp eito de todos os esforços que fizerm
céu. onde os
Jesus , que cons idera como dado a Si mesm o para desar reiga r os vícios, pode mos e deve mos
o que foi conta r
dado ao meno r dos seus, se enca rrega rá de restit ce:m a \enta çúo, porq ue nos não falta m inimigos espir
uir em ituais,
rique zas impe reced oiras os bens temp orais que a conc upisc ência , o mun do e o demó nio ( n. 05
houv er- 193- 227) ,
mos sacri ficad o por Ele. Prud entes são , pois, aque oue não cessa m de nos arma r cilad as. É. pois,
les que neces sário
camb iam os tesoiros da terra pelos do; céu. trata r da tenta ção, tanto da tentaçQ.o em geral,
Proc urar a como das
Deus , tend er à santi dade , eis aqui em que tentaç·ões principais dos principiantes.
cons iste a
prud ência cristã ; "Bus cai prim eiro o reino de
Deus e a
~.Uª justiça., e tudo isto vos será dado por acréscimo : ART. 1. DA TENTAÇÃO EM GERAL 1
Quae rite prim um regn um Dei et justitiam ejus
; et haec
cmni a adjic ientu r uobis'.' 2. 901. i\ tenta ção é uma solicitação para o mal,
pro-
898. Cj Os per/eilos vão mais longe: vend em venie nte dos nossos inimigos espirituais, Expo remo
tudo . s : 1. 0
1 ; para o darem aos pobre s. ou para o pore m em
comu m, 1RoDRIG UEZ Exercícios de perfeição,
II P., Tr. 3.o; S. fR. DE
entra ndo num a cong regaç ão. ,_., Pode tàmh ém SALES Vie dévote,1 IVe P., eh. III-X ; ScARA MELLI,
algum , sem art. X; ScHRA,,1 1 /ttstit. • theo(. myst. § CXXXVII-.CGllide ascét., t. II,
9.hdicar o, domí nio, despojar-se dos rend imen tos, Progrês, eh. XVI ; P. DE SMEDT, Notre vie Stirna XLIX ; ,W. FABER,
'·• .
não fa- t., IIIe P., eh. III;
R1BET, L' Ascüi que, eh. X; _MG_R.
GAY, Vie et vertus chrét., t. I, tr. XII!;
1 Mt. VI, 19-20. - LEHF.N, La voie de la paix mtrr., I!Ie
2 Mt. VI, 33. P,, eh.
Aband on, p. 332-343 ; BauNET EAU, Les Tentatio1zs IV; DoM LEHOD EY, Le samt
du jeurze homme, 1912.

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511
1 ,,
os fins providenciais da tentaç ão; 2. 0 a psicologia da car mais perfei tamen te uma alma, para a elevar à con.
tentaç ão ; 3.º a maneira como nos devem os portar na templa ção, permit e que ela passe por horríveis tentaç ões,
tentaç ão. como veremos, ao tratar da via unitiva .
1. Os /ins pl'Ovid enciais da tentaçã o. 904. 3. 0 J~, enfim, um meio de progresso espiritual.
a) A tentaç ão é uma como azorragada. que nos desper ta
902. Deus não nos tenta direct ament e: "Ning uém, no mome nto em que íamos a cair no sono da tibieza ;
quand o é tentad o, diga: é Deus que me tenta; porqu e faz-nos compr eender a necess idade .de não parar a meia
Deus não pode ser tentad o por mal algum , e ele própri o encost a, senão de pôr a mira mais alto; para se esconju-
a. ningué m tenta " 1. Mas permit e que sejamo s tentad os rar mais segura mente qualqu er perigo.
pelos. nossos inimigos espirit uais, dando -nos contud o as h) É tamb~ ~ escola de _fo1,mifdade •e descon fjança
graças necessári'as para resistir : "'Fidelis Deus ·qui non • de nós mesm os: compr eende- se, então, melho r a própria
patietu r vos tentari supra id quod f¾Otestis, sed /aciet etiam fraque za ~ impotê ncia, sente-s e mais a necess idade da
e.um tentati one proven tum " 2 • E tem para isso· excele n- graça e or.i-se com mais fervor. Vê-se melho r a urgênc ia
tes ràzões . impret erível de mortificar o amor do prazer , fonte das
1. 0 Quere -nos fazer merec er o céu. Teria podido cer- nossas tentaç ões, e abraça m-se com mais genero sidade as
tamen te conced er-nos o céu como um dom ; mas quis peque nas cruzes de cada dia. para se amorte cer o ardor
~àbiam ente que o merec êssem os como re,compensa. Quer da concu piscên cia.
até que o prémio seja propor cionad o ao mérito , por con- e) É, enfim, escola de amor de Deus. É que, para
seguin te, à dificu ldade vencid a. Ora, é indubi tável que resistir com mais segura nça, lança- se o homem nos braços
uma das dificu ldades mais penos as é a tentaç ão, que de Deus, em busca de força e protec ção ; e depois , os,
põe em risco a .nossa Jrági{ vJrtu_d.e. Cq~b atê-la energi- auxílio s que Ele conced e não podem deixar de lhe exci-
camen te é um dos actos mais meritó rios ; e, depois de, tar na alma um vivo reconh ecime nto e de o levar a ha~
com a graç-1 de Deus, haverm os dela triunfa do, podem os ver-se com Deus como um filho que em todas as dificul-
dizer com S. Paulo q1,1e comba temos o bom comba te e dades recorre ~o mais amant e d~ pais.
que só nos resta recebe r a coroa de justiça que Deus nos Há, pois . na tentaç ão numer osas utilida des, e é por
prepar ou. Será tanto . maior a honra e a alegria em a isso que D~,us permit e que os seus amigos sejam tentad os:
possui r, quanto mais tiverm os feito para a merece r. ''porqu e eras aceito a Deus, diz o anjo a Tobias , for
905. ~- 0 É, ·além disso, um meio de puri/icação. necess ário que a tentaç ão te provas se : quia accept us eras
1) Vem, efectiv ament e, record ar-nos que, se outror a su- Deo, necesse fuit ut tentatio probaret te" 1 .
cumbi mos, foj por falta de vigilân cia e energi a, e assim
é para nós ocasiã o de renova r actós dé arrepe ndime nto. 11. A 11sicologia da tentaçã o.
confus ão e humil hação , que contri buem para nos purifi-
. car a alma. ,2) Obriga -nós, ao mesmo tempo , a faz~r es- Descr':=veremos : 1. 0 a /requ~ncia da tentaç ão; 2. 0 as
forços enérgicos e consta ntes, para não recaírrnos ; e as- suas diversas /ases ; 3. 0 os sinais e os graus de con-
sim no'S faz expiar as covard ias e capitu lações passad as, sentim ento.
com actos contrá rios ; ora, tudo isto nos torna mais pura 903. l .° Frequ ência das tentaç ões. A frequê n-
a alma. Eis o motivo por que, quand o Deus quer purifi- cia e violên cia das tentaç ões variam em extrem o : há
1 fac, I, 13. - li l Cor. X, 13.
1 Tob. XII, 13.

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512 CAPIT ULO V LUTA CONTR A AS TENT AÇõES
513
almas que são amiud ada e violen tamen te tentad as ; ou- tas Yezes, cliz S. Franc isco de Sales 1 , que a parte infe-
tras há qu~ o são apena s raras vezes e sem se sentir em rior se deleil a na tentaç ão sem o conse ntime nto, antes
prof undam<:nle abala das. Muita s são as causa s que ex- cc,ntra a vonta de da superior. É esta a guerra qüe
o
plicam esta divers idade . apósto lo S. Paulo descreve, quand o diz que a sua ca;ne
a) Em prime iro lugar, o tempe ramen to e o carác ter: _tem apetit es contra o espírito ... Esta deleit ação da parle
há pessoa s extrem ament e apaixo nadas e ao mesmo inferior, enqua nto a vonta de não conse nte, não é falta·
tempo
f1acas de vontad e, freque nteme nte acome tidas e pertur mas é um perigo, porqu e ·a vonta de se encon tra assi~
badas
pela tentaç ão ; outras , bem equili bradas e enérgi cas, que
não solici tada a dar a sua adesã o. Propõ e-se então a altern a-
são tentad as senão raram ente e conse rvam a sereni dade
no tiva : Yai a vonta de consentir, sim ou não 7
meio da tentaç ão.
h) A eciucaç~o origin a outras difere nças : há almas
· eciuca das rio temor e amor de Deus, no cumpr imento
.. e) Se a. v.ontade rei::usa o ass:entimento, se comb.ate
e repele a tentaç ão, fica vitoriosa e faz um acto sobre-
habi~
tual do dever au5ter o, que não recebe ram quase senão
exemp los ; outras , pelo contrá rio, foram educa das no
bons mane ira meritório. Se, pelo contrá rio, se co~pr az na de-
amor leitaç ão, se nela se goza voluntàriamente, se consente
do prazer e no horror de qualqu er sofrim ento, e não
viram
quase senão exemp los de vida mund ana e sensua l.
É evi~
nela, está comet ido o pecad o interior: ·
dente que as segun das serão mais violen tamen te tentad
\
Tudo depen de, pois, do livre consentimento. da von--
as
que as primei l'as. lúde ; e é por isso que, para maior clarez a, vamo s indica
r
e) É necess ário també m ter em conta os desígn ios da os sinais p<Jr onde se pode recon 4eéer se houve consenti-
Provi dênci a: há almas que Deus chama a um alto grau
santid ade e que preser va de toda a mácul a com o mais
de mento e em que medid a o houve . .
des~
velado carinh o ; outras , guie destin a també m à perfei ção,i 907. 3.º Sinai s de conse ntim~ nto. P,ara ~~lho r
mas
que quer fazer passar por árdua s prova ções, a fim explicarmo5 este· ponto impor tante, ·Yejamos eis sinais d·
de as e
robust ecer na virtud e ; outras enfim, que Deus não chama
estado tão elevad o e que serão mais freque nteme nte
a não-c onsen timen to, de _consentimento imper feito e de
tenta~ pleno conse ntime nto.
das; se bem que nunca acima das suas forças . . ' . .
.
906. ? .e As três fases da tenta ção. Confo rme a ~) Pode- se assen tar que não houve cor;isentimento,
doutr ina tradic ional, expos ta já por S. Agost inho, há S('. a d esp eito -da sugest.ão. e do ptaze
r instin tivo que a
três fases na tentaç ão : a sugestão. a deleitação e o con- ;1companh a, a alma ,sente desco ntenta mento , desgosto de
c;entimerdo. ~e Yer as~im tentad a, se luta para não sucum bir,, se na
parte super ior sente um :vivo horror do i:naL .propo sto .2
a) A sugestão consis te na propos1çao dalgu m mal : •

a imagi nação ou o espírito repres enta-n os, mais ou meno h) Pode--se ter culpa da tentaç ão na -causa, quand o
s se preYê que esta ou aquel a acção , que podem os evitar
vivam ente, os encan tos do fruto proibi do.: às vezes esta ,
rcpres entaç ã0 é sobre manei ra sedut ora, impõe -se com te- nos é fonte de tentaç ões : "Se eu sei, diz S .. Fran.Gtsco de
nncicl ade e torna- se uma espéc ie de obses são. Por 1)1ais Sales 3 • que algum a conve rsação me ocasio na tentaç ão
e
perigo sa qLT.C. seja esta suges tão, não é pecad o, conta nto queda , e d ela me e~pon ho volun tàriam ente, serei sem
que se não haja provo cado ou nela se não consin ta livre- dúvid a aL:wma culpa do· de todas as tentaç ões que nela
mente ; nã0 há falta, senão quand o a vonta de lhe dá l Vie dévote, IV.e Part., eh. III. - 2 S. francis
conse ntime nto. (Vie dévote, IV.e P. 1 eh. IV) que uma vez que Santa co de Sales refere
\ Catarin a de Sena
fora· violentamente tentada :contra a castida de, Cristo Senhor
Nosso lhe
. h). À suges tão junta- se a deleitação : instin tivam en- pergun tara: • Dize-m e; esses impuros pensamentos
vam-te prazer ou tristeza ; amargu ra ou d&leltaçãodo? -teu coração da-
te, sente- se inclin ada a parte inferi or da alma para o mal Santa : e Suma tristeza e amargu ra >, E Nosso Senhor eonsoloRespondeu a
centand o que essas penas eram um grande mérito u.;.a, acres-
sugeri do, exper iment ando um certo prazer . "Suce de mui- e lucro espiritu al. -
:i Vie dévote, 1, e., eh. VI. · ·
33
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LUT A CON TRA AS, TEN T AÇõE
S
me vierem·'. Mas , entã o, não há culp
a senã o na med ida sent ime nto, porq ue u pessoa de que se
em que hou ve previsão, e, se esta não lrala tem o háh íto
pass ou de vag a e de não cons enti r, no passo que no
con fusa , fica. prop orci ona lme nte dim segu ndo se formará
inuí da a culp abi- juíz o inte iram ente contrário.
lida de. ., .
908 . e) Pod e-se con side rar que o con lJI. Com o proc eder na tenta ção.
sent ime nto é
imp erfe ito.
-· · -Par a tríu nf ar das tent açõe s e fazê
1) Qua ndo se não repe le a tent ação tão -las servir ao bem
men.te' como se· ·dá pelo seu cará cter
pron ta- espi ritua l da ribssa alm a, três coisas prin
perigoso 1 ; há nisto cipais se deve m
obse rvar : 1. º prevenir a tent ação ; 2. º
uma falt a de imp rudê ncia que ,· sem combarn-la vigoro:.
ser grave, exp õe ao sarn ente ; 3. 0 agradecer a Deu s depo
perigo de cons enti r na tent ação . is ·da. vitôrfo.; ou
leva ntar -se após a que da.
· 2) Qua ndo ..se h~sita um inst ante : dese
jar-s e:ia pro- 9·11. t.º . Pre ven ir a tent açã o.
var um pou co do praz er ved ado , mas Conhec:~rnos o
não se que reria prov érbi o: ~1ais vale prevenir qué
cfen der a Deu s ; em sum a, apó s um rem edia r; é tam~
mom ento de hesi ta- bém· o que 'àcon'sêlha a sabe dori a crist
ção, -repele-se a tent ação ; tam bém aqu ã. Qu~ ndó Cris to
i há peca do. nni al Sen hor· NofiSO · 'con duzi u os três apóstolo
de imp rudê ncia . · · . s ·ao jard im das
Oliv eira s, disse~lhes : "Vig iai e orai,
3) Se iiãt1 se rech aça a tent ação senã para não entr arde s
o a mei as: re- em tent ação : uigilate et orat e ul non
siste-se, mas com indo lênc ia, inco mpl intretis · in te1Ííatio~
etam ente ,; ora se- nem " l ; vigilância e. oração, eis, pois
mi-resistência é sem i-co nsen time nto : , os dois grand~s
falta veni al. meios de prev enir a tent ação ,
909 . d) O cànsentfrrienfo é plen o .~· intei ·
ro, qu~ ndo 912 . A) · Vigi ar é estai: de atal aia em
a, von tade , enfr aqu ecid a pela s primeira torno da pró~
s concessões, se priá alm a, para não se ·deix ar colh er
deix a arra star a sabo rear volu ntàr iam de ~obressalto. E ;J
ente · o praz er mau , lão'.'fácil sucu mbi r rium mom ento d~
sem emb argo dos prot esto s da con sciê surp~esa T Esta \ 1 igi~
ncia que reco nhe ce lânc ia imp lica · d'uas disposições prin cipa
o mal . Ent~ o. se a mat éria é grave, is:. desc onfi ança
é mor tal o pect:tdo : de si mesm,J e con fian ça em Deu s.
pec ado de pen sam ento ou de dele itaç ·
ão morosa, com o a)' É, pois, necessãrio evit ar a presunçà
dize m os teólogos. Se ao pen sam ento ó orgulhosa
se ajun ta •o dese;o ciue nos lanç a para o mei'o dos perigos,
éons enti do. mais grave aind a : é· a falt a pret exto de qóe
a: Enf im, se do · ;om os assa z fortes para deles triun far.
dese jo se ·pas sa à exec uçã o, ou ao Foi o pec ído' 'dé
men os a proc urar S. Ped ro· que , no mom ento em que Jesu
meios para pôr por obra o mau .pro s pted izia a.'fugá
jecto, é, pec ado de dos apóstolos, excla1nava : "Ai nda
a-cção. . qua nJo sejais· pard
todo s uma ocasião de que da, para mim
9·10. Nos diversos casos que acab amo nun ca o sereis" 2.
s de expor, há Ref hcta mos , pelo contrário, qne aqu ele
por veze s dúv idas que se elev am acer que julga esta r de
ca do cons enti - pé ·dev e tei.· cuid ado , não vá càir : "ltac
men to ou sem i-co nsen time nto dad o. jue· qui se e;âsti-
Dev e-se entã o dis- mat stare, víde at ne cad at" 3 ; porq ue,
ting uir ·entr~. as con sciê nc.ias deli cada sê o espírito está
s e as cons ciên cias pron to, a carn e é fraca, e segu ranç a
rf'la xad as; no primeiro caso, julg a-se não !se enco ntra se-
que não hou ve con- não na desc onfi ança hum ilde dn próp
ria fraq ueza .·
· :. 1 e Somos às vezes sobressal
· h) Ma.s devem-se evilar igua lme nte esse
çao, antes de poderlJ!OS _.sequer_ ~artado s por um titilamento ,de deleita- s -vãos ter-
rores que não faze m serião aum enta
pode passar de b_em hge1ra ven1altdade por ele; isto, quan do muito, não r 'o perigo :, é b~~
d': tf'.rmos adYert,do no mal em 1 a qual se faz maior, se, depo verd ade que .sorrios fracos por nós mes
ca1mos, nos demorarmos por neglis
genc1a,• algum temp o, a negociar que
ou repelir >. Vie dévate, l. e., eh.com
i-
a deleitação, s·e a devemos aceitar .
·:
mos,. mas invencí-
' '. .. .
VI. . . 1 Mt. XXVI, 41. - 2 Me. XIV, 29. -
O / Cor. X, 12.

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..; '.
516 CAP1TUI.O V
LUTA CONTR A AS T ENT AÇÕES
517
veis naque le que nos confor la : "Deus que é fie[ não
devar ràpidi.'.menl e o corn çno a Deus, para resistirmos
permit irá que sejais tenlad os mais do que podem as vos-
com mais vigor.
sas forças ; entes fará que tireis ainda vantag em da mes-
ma tentaç ão , para a poderd es suporLar" 1• 914. ] .r. Resist ir à tentaç ão. Esla resistência será
e) Esta justa'. ·desco nfianç a de nós mesmo s faz-no s diversa confor me a natme za das tentaçõ es. Há umas ·que
cu/,lar ,ocasiões perigosas, tal compa nhia, la[ diverti mento , são frequ~ ntes, mas pouco gra,ve s : pará essas a melho r
,etç., em que.a nossa experi ência nos mostro u q'-!,e nos vi- táctica é o desprezo, como lão bem explic a S. Franci séo
Ir;tPs ..expos,tos. a cair. Comb ate a ociosid ade, que é de Sales 1 .
uma
das • ~~;;·iões ii:nais perigo sas ( n. º 885) , bem coqi,o essa " Quant o a essas• pequen as .tentaç ões de vaidad e, sus-
~noleza habitu al, que afroux a as energi as dç1_ ?Onta,de e. peitas, tristeza , ciúme, inveja, ~feiçõ~sitas e outras seme-
a pfopar a a todas as c;apitu{açõés 2 • Tem horror desses lhantes nJnhar ias; -que, como mósca s e· moslJuitos, . nos ·andam
passan do por diante dos olhos, e umas vezes nos pica·m nas
Iúté,ls . de~an eios cii.ie 'i:>~vo~m a ·'alma de fantas mas que
faces, outras no nariz . .. a melhor resistência. que lhes -poqe-
não tardam . a tornar~se· perigosos. Numa palavr a, prática mos fazer é n~o nos afligirm os,; porque nada disto nos pode
·a ·mortif icação sob as diferen tes formas que assina lámos causar dano,. ainda qué nos pode enfada r, contan to qué t~~
(n.º5 767-8 i7), e ~plica-se àos· dever ~ ·de e~tado. à.vida nhain·o s firm~· resoluç ão de querer servir a Deus. Despre zai;
h1terior e
o.o .. aposlo I~do. E, então , no meio desta vida
pois, est~s pequen os assalto s e não •vos ponhai s nem sequer a
consid erar o qµie querein . dizer; .deixai -os zunir -~- roda: d~
intens a·, resla pouco lugar para tentaç'õ~s. · ouvido s, quanto quiser e~ .. . · c9mo se faz co~ as fPi9SC~s ,':':
· d) A vigilân cia deve exerce r-se espcci almen t~ sobre Aqui cc.upamo-no.s sobret udo das tentaç ões •graves i
o ponto /racc da alma, visto ser geralm ente desse lado é precis0 comba te-las pronta mente;- · energi camen te,
. qu~ ~e.m o· assalto . Para f~rtific ar esse ponto vulner ável, constâ ncia P, l1u,mildade. · ' ' · " ,·· · ·
com
é lanc~r mão ~º .éxarne particular, que por tempo notá- ··.
vel . concen tra a atençã o sohre · esse defeito , ou melho r A) ?ron~a~ente, sem dis.c ntir' ;~om 'o inimigo, s·~ ~
áind~' sobre a virlt~de contrá ria (n. º 468) ·. . hesita ção ãlgum a ; • ao princípio,: como •a tentaç ão não
. firmou ainda o · pé • sàlidar ríente. em riossa alma, é ha:s~
. . )U~. B) .. À vigilân cia é p~~ciso ajunta r a or.o._ção, tante fádl 'r Eçhaçá -la ; se 'espera'rmos que lance raízes_. na
,que, cçilocanc;lo a Deus do. noss.o htdo, nos torna invenc í-
~lma·. será m.uito roais difícil: Por conseg uinte. 1:iada de
v,eis . .Afinal , Üetis acha-s e int~res sado em nossa vitória.
·parlam entar com Q',ten tador; asso'Ciem_os a ideia de pta'"
·porq~;e é .n EI~. que o demón io quer atingir em no~sa
zer ilícito a ludo qüanto há de mais repúgh ante, á. um:a
pesso~ , ~ ::i. sua obra que ele quer destru ir em nós ; po- •
serpen te, ':l um traidor que nos quer apanh ~; de sdbres-
d~rrios iiwocá-Io cçnn santa confia nça, seguro s de que Ele
salto , e lemb1ein0Jnos da palavr a dos nossos Livtos San-
n.a dà ip..ais deseja çrue socorrer-nos. Contr a' a tentaç ão é
tos : "Foge dos pecado s cômo da vista duma cobra ; porl.
boa toda ·a _oração : vocal ou menta l, privad a ou públic a.
·q ue se te aproxi mares d·eles, apoderàr"~e-ão de ti ; quasi a
sqf fqr,m.a de ado;aç ão o·u · de petiçã o. É bofr\, sobret udo Jacie colubri' fuge peccata" 2 . · E Íoge-se, otahdo · e apli-
nas h91:~·s ~e paz, orar para o tempo da tentaç ão. No
cando o espírito a ·qualqu er outro assunt o.
mome nlo (;m que esta se aprese nta, não há mais senão
91 S. B) 'Energicçrrriérile; não co;~, ·~noleza e como
· · · 1 Cor. X, 13. - 51 Esta moleza é muito
'/· .de · má vonted e, o 'que'' parece ri~ cqnviq ar a :tentaç ão a
ÇlAy, ; Vie .et .v.~rtq$ chrét., tr .. VIII, p. 525-526: < bem descrita por MGR.
Dorme e fica por con-
seguinte :exposta aos golpes do inimigo , a alma preguiç osa, a alma voltar ; mas com ·força e vigor, testem imhan do . o ,horror
mole, covarde, pusilâni me, em que .qualqu er sacrifíci o amedro nta, que
qualque r trabalho sério p rostra, que, rica -talvez d-e. desejos, que tal propos iç~o· nos causa : "arr~d a, Satann s. uade
de resoluções e mals_ ainda de obras, que em tudo se poupa, segue fica pobre
sempr~ os seus ca-prichos e se deixa levar a sabor das corrente quase
s ». 1 Vie dlvote, IV .e P., eh. lX. - 2,. E_cc{i, XXI, 2. .

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518 CAPITULO ·v LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES
5i9
Satan a" 1 C, porém , divers a a táclic a que se deve em- A) Se tivemos a felicid ade de triunf ar, dêmo s gra-
pregn r segun do n género de tentaç ões. Se se trata de pra- ças ele -todo e, coraç ão Àque le que nos deu a vitóri a:
é
zeres atraentes, é neces sário afasta r-se e fugir, apli~a ndo um dever de gratid ão e ·o melho r meio de obter novas
fottem cnte ü. atenç ão a um assi'.mto difere nte, que nos mercê s em tempo oportu no. Ai I dos ingrat os que ;se
pos:m absorver· o espírito ; a resistê ncia direct a não faria atribu íssem a si mesm os a vifórl.a, sem pensa rem· em dar
geralm ente senão aume ntar o peligo. Se a tentaç ão
é graças a Deus r Não· tardar iam em exper iment ar a sua
repr/4Jridncia em cump rir o própri o dever. antipa tia, ódio, fraqu eza.
respei to huma no , o melho r é muita s vezes afron tar a ten-
919. BJ Se, pelo contrário, tivéssemos a infelic i,
tação ; consid erar franca mente a dificü ldade , de rosto,
e dade de sucumbir, não perca mos a corag em ; lembr emo-
r:p·elay para os princí pios da fé, _para dela triunf ar.
-nos do acolh iment o feito ao pródigo, e como ele yamo
·.. 9t6. C) · Com ~onsl â;;id : é qu; . às vezes ·a te~ta- lançar -nos aos p~s do repre~enlémte de Deus , · com este
s
ção;· ,venci da por·tn n · insta:nte; volta com novo furbr, e grito elo coraç ão : Pai, p~que i ·centra o céu e contra vós
o _:
êlérn/inio r~con duz do . deserto sete é,spíritos"r>iores do que já não sou digno de ser ~ham ado' vosso filho 1 . E
ele. A ~st:1 pertin á.c ia do '. _inirrii'iio ~·mis ter:·opor rest~t~ Deu~ .
n- mais miseric,1rdioso ainda qU:e o pai do p·ródigo, nos dará
cia não meno s tenaz : quem comb ate até. o.· fim- é que o ósculo d:; paz e restitu;irá, a sua amiza de.
ge.nha a vitória. Mas então , para haver maior segt~rànça
de triunf ar. impor ta dar a conhe cer a tentaç ão ao direc- t\'las, para evitar recaíd as, tirará vanta gem o pecad or
tor espiri tual. arrepe ndido da própria•folta:, para se hnrrii lhar profu nda-
mente na prese nça de Deus, recon hecer a sua impot ên-
8 este o consel ho que dão os Santos,· em partic ular
S. Inácio e S. Franc isco de Sales : ''. p,órque , notai, diz este cia para pratic ar o bem, coloc ar toda a· sua cohfia nça
último, que a prime ira condiç ão que o malign o propõ
e
em Deus , tornar -se mais circun specto , evitan do cuida do-
alma que 'quer engan ar, é o silêncio, como fazem àqueleà samen te as ocasiõ es de pecad o, e voltar à prátic a da pe-
s
que querem.-seduzir: 1as mulheres. e as donz~las, que por
en~ nitênc ia. Uma falta assim repar ada não será obstá culo
trada proibe m g~e. ~las , conwn iquem as propos ta~ aos
marid os; pelo ,contrário, Deus, em suas inspira ções, pais ou
reque r
sério à perfei ção 2 • Como nota com razão S. ·Agos tinho,
sobre todas as coisas que as façam os retohheé:er pelos nossos os que assim se levan tam, tornam -se com a queda máis
superi ores e direct ores" 2. E na verdad e, parece que humil des, mais prude ntes, mais fervor osos: "e.x casu hu-
·anda
vincul ada um,~ graça especi al a esta manif estaçã o da
ciênci a : tentaç ão descoberta: é tentGção meio . vencid a ..
cons~ miliores, cautiores, Jerventiores" 3

· 917. D) Com humil dade: . é ela, , efecti vame nte,


que atréj.i. a graça, e a graça ~-- que .nos da. a . vitória . O de- ART. II. DAS PRINCIPAIS TENTAÇÓES
DOS PRINCIPIANTES
mónio , que pecou por I orgulh o, foge diaflte dum acto
sincer o de ]mmi ldade , : e a tríplic e concu piscên cia, que . •I •• ; ..

Os princi piante s são atr~itos a toda a sorte de tenta-


tira a SUl;l, fNça da sober ba, é,fàci lment e venci da, quan- ções, que brotam das fontes indica das. Há, ' cohtu dó, al-
do, por assiJU dizer, a decap itamo s pela humil dade. guma s que niais partic ularm ente lhes pàrec em 'dizer res-
918. 3." Após a tenta ção, é neces sário ~vitar minu- peito : 1. 0 as ilusões prove niente s das cpnso lações e das
cioso exaro~ sobre se consentiriiôs' ou não : '~sta i~pru secur as; 2. 0 • a incon stdne ia; '.3. 0 o fervor indis/jreto; 4. 0
-
dênci a poder ia fazer voltar a tenJaç ão e crtar novo pe- às vezes, os escrúpulos.
rigo.' E depoi s. é muito fácil ver, pelo testem unho da
cons'ciência, sem profu ndo exam e, se fti:ámos vitoriosos. , '

1 Lc. XV, 21.-2 T1ssoT, L'art d'utiliser ses fautes d'apres S. Fr.
1 Mt. IV, 10. - 2 Vie dl.vote, IV.e P., eh. VII. de Sales. - S De corrept. et gratla, cap. I.

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LUTA CONTRA AS TENTAÇõES

§ I. Ilus ões dos prin cip ian tes ace rca 2) do dE:rnónio, que , actu ando sobr e o siste
ê:l. ma ner-
das con sola çõe s 1 1 i vc,so , a imu gina ção e a sens ibili dade , pode
prod uzir cer-
/,, lns emo ções sensíveis , de que em segu ida
se servirá para
920 . Geia lme nte Deu s, na sua bon dade , conc impelir a alm a a aust erid ades indis creta
ede s, à vaid ade, . à
cons olaç ões sen$íveis aos, prin cipia ntes , pres unçã o, segu ida bem depr essa de desa
para os atra ir ao lento ;
.seu serv iço; depo is, priv a-o dela s por um 3) da próp ria nalureza : há temp eram ento s
temp o , a fim de imag ina-
os prov ar e conf irma r na virtu de. Ora , tivos, emotivos, optim istas , que, dan do-s
há algu ns que se e à pied ade, nela
Julg am cheg udos já° a certo grau de sant enco ntra m natu ralm ente past o para a sens
idad e, qua ndo ibili dade .
têm mui tas cons olaç qes : mas , se esta s
vêm a desa pare - 922. 2. 0 Utilidades. As cons olaç ões ofer
cer, dand o luga r às se.curas e ari_d ezes , imag ecem in-
inam -se _perdj. du~ itàv elme nte as suas vant agen s : ,. . . . ,
dás. lmporr;1, pois. a fim de prev enir junt
arne nte a pre- a) Fac ilita m o conh ecim ento de Deu s: a
sunç ijo e·o desa lent o. e~pl icar- lhes a verd imagina-
adei ra doü trina çào, auxi liad a pela graça, com praz -se em
sc,b,:e as cons olaç ões e as secu ras. repr esen tar as
ama bilid ades divi nas, o cora ção sabo reia-
as ; e entã d · ·a
cilma sent e gosto na oraç ão e em long
I. As cons olaçõ es. as meditaçlõ;es, e
com pree nde melh or a bon dade de Deu
s.
921. , 1." N~t ure za e prov en1e ncia . a) b) Con tribu em para fortalecer a von tade
As cons ola- : esta ; não
cões ., sensíveis são einoções : suav es que encontrand::>.. jii., nas f acui dade s inferiores
a/ec tam a scm- ; obst ácul os, an-
~ibilidade ,~ . /azen1, experimentarr . certa tes pelo cont rário auxi liare s preciosos, desp
alegria sent ida. rend e-se mais
Entã o, .dilflta-se o cora ção, bate ndo com fàci lm ente dfü: criat uras , ama a Deu s com
mais vive za , cir- mais ardo r e
cula com mais rapi dez o sàngµ.e, infla ma- tom a enér gica s reso luçõ es que mais fàci
se o_. rosto, en- lmen te observa,
tern ece- se a voz e exteri<;>riza-se ,às, veze graç as aos auxí lios alca nçad os pela oraç
s , em lágr imas
c;.ta alegria. __, Dist ingu em~ se das cons olaç ões
espirituais, Deu s de mod o sensível, sUporta gene rosa
ão ; ama ndo a
men te os pequ e-
co~c edid as gera lmen te às almas• ern prog nos sacrifícios de cada dia: impo ndo- se
resso, cons ola- até vo-lu'ntària-
ções de orde m supe rior que actu am sobr rnen te algu mas mor tific açõe s,
e a inteligência.
ilum inan do-! l. e sobr e a vont ade, · atra indo
-a e) Aju dam -nos a contrair hábitos de reco lhim
r. virtu de. JVluitas vezes, é claro, há uma certaà com oraç ão· e
oraç ão. obed iênc ia, amo r· de Deu s que
ento :
bina - até .~f;rt o ppnt o
ção de amh as,; 9 que vam os dize r pode pers ever arão , depo is de desa pare cida s as
-se apli car tant o consol~çõ~s '.
a uma s com o a outr as .. , .
923. 3.-" Perigos. Têm , cont udo, léitnbém
b) De três font es pod em brot ar esta s con sola os se.us
ções :- perigos esta s cons olaç ões : ,-,
1 ). 'de ·Deu s, ·q ue proc·ede para'. conn a) Prov ocam uma espécie de gula espi
osco · com o a ritual, que
n1ãe ~a·r; cprn _.S.~l.l filho , í;l.traindo-nos a fc1z que a alm a se pren da mais às cons
Si por meio das olaç ões de Deu s
suav idad es que nos faz .. enco ntra r em seu que ao Deu s das conso_lações, a tal pon~
serviço , a fim o q~e, mal desa~
d~~. nos d ~s-pr~nd.e.r mais · fàcilmer:üe dos pare cem , logo se desc uram os exercíçio
falsos prazeyes ~ espi ritua is e os
de mun do; devePes de efta do . Até no mom ento em
que dela s dfs-
Íruta m essas alma s, está longe de ser sólid
1 S. PR. DE SALES, Vie dévot a a suá devo-
Les secrets de la vie spirltuel/e, tr.e, VI
IV.e P., eh. XIII-XV,; f. GurLLORt, ção : quan tas vezes, no meio de uma . torre
nte de lágrimas
DoM · LE!lODf;Y, Le ._saint. Abandott, p. i W. FABER, ~roges, eh. XXIII_; rnbr e a Paix ão do Salv ador , lhe recu sam
344· ss.; P • . DE'-SHEDT Notre v1e
sur1z.at., III.e P., eh. V. 1 o sacrifício de
tal amiz ade sens ível, de tal priv ação I Ora
não há virtu de

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522 CAPITULO V
LUTA CONTRA AS TENTAÇ õES
523
sólida senão quando o amor <le Deus vai até o sacrifício lacte opus e:sf et non solido cibo". Sobretu do não nos
inclusiv amente (n.º 321): "Há muitas almas que têm
envaide çamos com elas: seria o melhor meie de as perder.
destas ternuras e consolaç ões, e nem por isso deixam de
ser muito viciosas ; e por consegu inte não têm verdade iro e)Tendo-a s recebido com humilda de, empre'gue-
a.mor de Deus nem muito menos verdade ira devoção " 1• mo-las cuidado samente segundo a intenção daquele que
no-las dá. Ora Deus concede -no-las, diz S. Francisc o de
· h) Favorecen't · muitas vezes a soberba sob uma ou Sales, "para nos fazer suaves para com todos e amorosos
outra forrou : 1 ) a vã complac ência em si mesmo : quan- para com Ele. A mãe dá confeito s ao menino, para que
do um sence consolaç ão e facilida de na oração, crê fa- ele a beije ; beijemo s, pois, a este Salvado r que tantas
cilmente que já é santo, sendo que não ·passa arnda de suavida des nos dá. Ora beijar o Salvado r é obedece r-lhe,
noviço na perfoiçã o I 2) a vaidade : sente o ·homem de• guardar seus mandam entos: executa r sua vontade ,- seguir
sejo de falar aos outros destas consolaç ões, para se dar os seus desejos, enfim abraçá-l o tername nte com obe-
importâ ncia ; e então muitas vezes Deus o priva dessas diência e humilda de" 1.
consolaç õe3 por tempo notável ; 3) a presunção : julgan- d) •Havemo s, -enfim, de nos persuad ir que estas con-
do-se forte, invencív el, expqe-s e por vezes ao perigo ou solações não durarão sempre, e pedir humilde mente a
ao menos começa a repoisar, quando seria necessár io re- Deus a graça de o servir nç1. secura, q~~ndo no-Ia quiser
dobr_ar de esforços pa_ra avançar . enviar. E, entretan to, em vez de quererm os prolong ar com
924. 4
l' Como procede r nas consola ções. Para esforços de cabeça estas consolações, o que importa é
se tirar proveito das · consolaç ões divinas e escapar aos moderá- las (~ unir-nos forteme nte ao Deus das conso-
perigos que acabam os de assinala r, eis as regras que de- l~ções.. · ·
vemos seguir : ~ II. Das secaras.

. a) Não há dúvida que se podem desejar estas con- Para nos fin~ar na virtude,· de tempos em tempos
solações condicio nalment e,. com intenção de as utilizar envia-no s Deus securas. Exponh amos :_ 1. 0 a sua natu-
para amar a Deus e cumprir a sua santa vontade . É reza; 2.º 8 seu /im providen cial: 3. 0 a"maneira de pro_ce-
assim que ,:t Igreja, no dia do Penteco stes, nos faz pedir der a seu respeito .
na Colecta a graça da c'onsolação espiritu al : "et de e jus
925. 1. 0 Nahcre za. As securas são uma privação
seniper cçmsolatione gaudere ". E na verdade , como a
das consolações sensíveis e · espirituais, que facilitav am
consolaç ã~ é um dom de Deus, que tem por fim auxi-
e. oração ~ a prática das virtudes . Apesar de esforços
liar-nos na obra da nossa santifica ção. deve-se estimar
muitas vezes renovad os, não se sente gosto na oração.
muito e pode-se pedir com submiss ão à vontade santís-
experim enta-se nela até _enfado, cansaço , e o :tem!')o pa-
sjma de Deus.
rece que não tem fim ; dir-se-iam adormec idas a fé e a
b) Quàndo nos são dadas estas consolaç ões, rece- esperan ça, e a alma, .- privada de toda a alegria, vive
bamo-la s .::om gratidão e humilda de; reconhe cendo-n os in- numa espécie de torpor ; não opera já senão a golpes de
dignos delas / atribuin do tudo a Deus. Se lhe. aprouve r vontade . l~ este, sem dúvida, um estado sumame nte pe-
tratar-no s como filhos mimosos, ber?dito seJa o seu nome; noso ; mas também tem suas utilidad es.
confesse mos, porém, que somos ainda muito imperfe itos, 926. Fim provide ncial. a) Quando Deus nos
pois temos necessid a.de do leite dos m~riinos, " quibr.ts envia securas, é para nos desprender· de tudo quanto é
1 S, FR. DF. SALES, Vie dévote, IV.e P ., eh. XIII. 1 Vie dévote, IV.e P., eh. XIII.

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I'
524 CAPITULO V IUTA CONTRA AS TENT AÇõES 525
1
r-riR-l<.> dl(, me:-;11H1 tia doc:uru que se encontra na pieda- .lcsus rruc. no Jardim das Oli\'eiras. se dignou senlir o
rle. p,trii ap1 C'Jlrl,,rm,,s ,1 ,unar a T)eus sr'i, t' por .~i tl/c',111 11. i<;diu e a l1ié'lcza por amor de nós. e repelir co111 LL,
b) Quer lamLém fwmi/lwr-1ws, mostrando-nos que "uenim/ame11. 11011 niea volw1tas seJ tua /iat" 1 . 3) 0la~
as consolações nos nüo são devidas, antes são favores o que sobretudo importa é não perder nunca o ânimo,
efsenciRlmentE: gratuitos. nem cerc.~ar nada dos seus exercícios, dos seus e~forços.
das suas resoluções ; antes i~tar a N. S. Jesus Cristo
e) Co:11 elas também nos puri/ica mais, tanto das
que. mergulhado na agonia, or~u mais longamente, ''fac-
falta~ passadas como das afeições presentes e de qual-
ius in. agoniu. prolixius orabat".
quer inclinação egoísta : quando se tem de sef\'ir a Deus
sem gosto, po: convicção e vontade, sofre-se muito, e este 9·29. Conselho ao director. Para ser bem com-
sofrimento é: ·expiatório e r'ej:>arador. • preendida- pelos dir~gidos esta_ doutrina sobre a&, çonsola-
cões e secLiró.s, é necesário repeti-la muitas vezes ; por-
d) Robustece-nos, enfim, na virtude : porquanto,
~ue, apes3.r de tudo. eles crêem que vão· muito melhor.
pára continuar a orar e a praticar o bem, é preciso exer-
quando tudo corre à medida dos seus desejos, do que
r:itar com energia e constância a vontade, e por meio
quando é necessário remar contra a corrente. Pouco a
deste exercício é que se fortifica a virtude.
pouco, porém, faz-se luz ; e as almas, que já não se en-
9'27. 3." Maneira ele proceder. a) Como as se- vaidecem no momento da consolação, nem perdem o
curas vêm à<; vezes das nossas faltas. é preciso antes de ânimo no tempo da secura, estão dispostas para fo:zerem
tudo examinar seriamenlc, mas sem excessiva inquieta- progressos muito mais rápidos e constantes.
cão, 'se delas não somos r~spônsáveis: 1) por certos mo-
.:,imentos müis ou menos consentidos de vã complacência § II. A inconstância dos principiantes
e de orgullu : 2) por uma espécie de preguiça espiritual,
ou, ao contrário, por urna contensão de espírito intem- 9,o. 1. 0 O mal. Quando uma alma se dá a Deus
pestiva ; 5) pela busca das consdações humanas, de e começa a progredir nos caminhos espirituais, é susten-
amizades demasiado sen•síveis, de prazeres mundanos, Lada pela graça do Senhor, pelo atractivo· da novidade e
porque Deus não quer nada dum coração diYidido ; por um certo entusiasmo pela virtude que aplana as difi-
,} ) pela falta de lealdade com o director ; "porquanto, culdades. Nãc tarda, porém, o momento, em que a graça
uma vez que mentis ao Espírito Santo, diz S. Fnancisco de Deus nos é dada sob forma menos sensÍYel. em que
de Sales, não é maravilha que Ele vqs recuse a sua con- nos cansamos de ·estar sempre a recomeçar os mesmos
solação" 1 . r~E, encontrada a causa destas aridezes. é esforços, em que o nosso ardor parece quebrantado pela
humilhar-se e esforçar-se por suprimi-la. continuidade dos mesmos obstáculos. Então é que ,·em
928. h) Se não lhes demos causa, importa utilizar e, perigo d3. inconstância e do relaxamento:
bem esta provação. 1) O melhor meio para o conseguir, Esta disposição manifesta-se : 1) nos exercícios espin-
(, persuadirmo-nos que servir a Deus serp gosto e senti- tuais, qu~ se fazem com 111enos aplicação, se encurtam ou
mento é mais meritório que f'azé-lo com muita consola- descuram; 2) na prática das virtudes : entrara-se com toda
ção; que basla querer amar a Deus; para o amar, e que, a alma no caminho da penitência e da 'mortificação, mas
acha-se depois que é custoso, enfadonho, e afrouxam-se os
enfim, o aclo mais perfeito de arn_or é conformar a pró- esforços ; 3) na santificação habitual das acções : tinha-se um
pria vontade com a de Deus. 2) .· Para tornar este ado acostumado a renovar amiúde o oferecimento das obras, para
mais meritório ainda, não há nada melh<ilr que unir-se a ter segurançi de as fazer com a pu,reza de intenção, mas can-

1 Vie dévote, IV.e P. eh. XIX. 1 Lc. XXII, 42.

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:! s2-se desse exerc1c10, descura-o, e o resultado é que dentro
l em breve a rotina, a curiosidade, a vaidade, a sensualidade imprudêncid.;, csfori,:us penliJu~ ~e111 r:onta:
j magni pas-
j inspiram muitas das suas acções. Com tais disposições é sus extra r;[am ".
i
!Í impossível avançar, porque sem esforço continuado n;"ío se
', consegue nada. h) l'-1uitas vez1::~ insi11uu -;;e a pre;;u11çüo : querer-
-se-ia chegar à perfeição dum sa !to, sair prontamente dos
951. '2." O Remédio. A) É necessário conven-
exerc1cros Ja penitência e alcançar depressa a união com
cumo-nos de que a obra /tia perfeição é obra de grande
Deus ; mas, ai J quantos obstáculos imprevistos se lev~n-
fôlego, que exige muita constância, e que somente são
lam ,1 E' .então esmorece-se, recua-se, e cai-se até por ve-
bem sucedidos aqueles que voltam incessantemente ao
zes em laltêls graves.
trebalho com novo ardor, a despeito dos reveses parciais
cjue e:xperinientam. É isto o que fazem os homens de ne- e) Üulras vezes é a curiosidade que domina: anda-:;
gócio, quando quer~m triunfaF; é o que deve f'1?:er toda -~e a rebuscar incessantemente novos meios .de perfei<;ão,
a alma que quer progredir. Todas as manhãs se deve <:.Í1saiam-se · algum tempo e Jentro em breve põem-se de
perguntar a ~,i mesma, se não pode fazer um pouco mais pãrte, antes mesmo de poderem produzir os seus efeitos.
e sobretudo um pouco mellwr por Deus ; e todas as noi- Fazem-se a cada passo novos projectos de reforma para
tes se deve examinar com cuidado, se realizou ao menos si e para os outros, e depois não se executam por esque-
em parte o programa da manhã. cimento.
B) Para assegurar a constância, não há nada mais O resultado mais evidente desta actividade excessiva
eficaz que o exame particular fielmente praticado ( n. 0 é a perda do recolhimento interior, a agitação e pertur-
468); quem concenlrar a atenção sobre um ponto, uma bação, sem nenhum resultado sério.
virtude e der conta ao próprio confessor dos progressos 9~5. J. < Os Remédios. a) O reinédio principal
realizados, pode ter a certeza de ir avançando, ainda •~ submeter-sTe com inteira depend~ncici à acção de Deus,
quando não tenha disso consciência. 1cflectir maduramente antes de operar, orar para obter a
O que dissemos acerca da educação da vontade ( n. 0 luz divina, consultar o próprio director e ater-se à sua
812), é· também um excelente meio de triunfar da in- decisão. Assim como, na ordem da natureza, não são as
constância. 1- forças violentas que obtêm os melhores resultados senão
as forças Lem disciplinadas, assim, na vida sobre~atural,
§ III. O fervor indiscreto dos pnnc1p1antes não são os esforços febris, senão os esforços calmos e
bem regulados que nos fazern progredir : quem vai sem
Muitos principiantes, cheios de boa vontade, dão-se pressa não tropeça.
com ardor ou entusiasmo excessivo ao trabalho da pró-
pria perfeição, e acabam por se fatigar e esgotar em h) Mf.l_s, para assim nos submetermos à acção de
esforços inúteis. Deus, é necessário combater as causas deste ardor ex-
cessivo : 1 ) n vivacidade de carácter, que impele às de-
95'l. 1.c As causas. a) A causa principal deste (:isões de':Ilasiadà apressadas: 2) a presunção. que vem
defeito é substituir a própria actividade à de Deus : em da excessiva estima de si mesmo ; 3) a curiosidade, que
vez de reflectir, antes de operar, em vez de pedir e se- anda sempre à busca de qualquer novidade. Dirigir-se-á,
guir as luzes do Espírito Santo , precipita-se o homem na pois, sucessivmnente o ataque contra esses defeitos por
acção com ardor febril ; em vez de consultar o director, meio do exame particular, e então Deus retornará o seu
faz primeiro o que quer, e só depois é que lhe vai dar
lugar na alma e a guiará com paz e suavidade na senda
conta do facto consumado ; donde um sem-número de da perfeição.

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528 CAP1TU LO V LUTA CONTRA AS TENT AÇõES

-
529
§ IV. Os escrúp ulos
1
z~m o mesmo resultad o : um espírito meticulos~. que se
af uga nas mó.is ridícula s insignif icância s, que desejar ia
934. O escrúpu lo é uma c.loenc,:a física e murnL que ler certeza cJbsoluta em todas as coisas ; um espírito mal
produz uma espécie de loucura na consciê ncia e lhe fa z E.sclarecido, que se represe nta a Deus como um juiz não
,. r1::cear, por molivo s foteis. ter ofendid o a Deus. Não é sóment e severo, mas implac ável ; que, nos actos huma-
tnf ermidad•~ exclusi va dos princip iantes ; tanto se encon- r,os, confun dP a impressão com o consen timento e ima-
tra neles coroo nas almas mais adianta das. Import a, pois, gina haver pecado , porque a fantasi a foi. longa e forte-
dizer alg~mlél coisa acerca dela, expond o : 1.º a sua natu- mente imp,es sionada ; um espírito obstina do, que prefere
reza; 2.º e, seu objecto ; 3. 0 os seus inconuenien·tes e o seu próprio juízo ao do confessor, precisa mente porque
vantag ens; LJ. 0 os seus remédi os.
. . . .
se deixa guiai
razão.
.
. pelas suas·. i_mpressões muito mais
. que pela

1. Natnre:r n do escrúpu lo. Quand o estas duas causas, física e moral, se encon-
tram reunida s, é muito mais profun do o mal, muito mais
, 9'.'>5. A palavra escrúpu lo ( do latim scrupul us, pe-
difícil de curar. ·
drinha ) desümo u durant e muito tempo um peso minús-
culo, que Hã~ fazia inclina r senão as balanç as mais sensí- 9':>7. h). O escrúpu lo pode também provir duma
ve·is. Em senlido moral. designa uma razão insigni ficante , inferue nção preternatural de Deus ou do demóni o.
de que ~àmen te se preocu pam as consciê ncias mais deli-
1) De,.ts permite essas· obsessões, umas vezes para
cadas. Daqlli passou a exprim ir a inquiet ação excessi va, nos castigar, sobretu do da soberba , dos movim entos de
que experim entam certas consciên_cias, pelos motivo s v5. compla cência ; outras, para nos provar, para nos fazer
mais fúteis, de havere m ofendid o a Deus. Para melhor expiar as faltas passad as, para nos desape gar das conso-
lhe c~nhec ermos à ·naturez a, expliqu emos a sua prove- bções espiritu ais e nos levar a um grau mais elevado de
niência, os seus graus, a distinçã o entre. ele e a consciê n- santida de ; é o que sucede particu larmen te às almas que
cia del icaclct. · Deus quer dispor para a contem plação, como diremos,
9~6. 1.º Proven iência. O escrúpu lo proYérn umR, Bo tratar da via unitiva .
vezes duma ca.usa purame nte natural. outras duma inter-
venção sobrenatural. '2) O demóni o vem também por vezes enxerta r a
sua acção sobre uma predisp osição mórbid a do nossos sis-
a) Sob o aspecto natural, é muilas vezes o escrú- tema nervoso , para nos lançar a perturb ação na alma:
pulo uma cíoença física e moral. 1 ) A .doença física, que
persuad e-nos que estamo s em pecado mórtal, para nos
contrib ui ·:)are. produz ir esta desord em, é uma espéci'e
impedi r de comung ar, ou para nos embara çar no cÍ.ünpri-
de depress ão nervosa que torna' mais difícil a acertad a
mento dos nossos deveres de estado ; ·sobret udo. porfia
epre~iação:. das coisas morais, e tende a produz ir, sem mo·
engana r-nos sobre a gravida de desta ou daquel a acção,
bvo sério, e, pensam ento obsessor de que se comete u um para nos fazer pecar formalm ente, ainda quando não há
pecado . 2) 'Mas há também causas · morais, gue produ-
matéria de pecado , morme nte de pecado grave.
l S. lGNAT, Exercit. splrit., Regulae de serupulis_; ÁLVA~I!~ DE 9'.>8. 2." Graus . Há, eviden tement e, muitos graus
PAz, t. II, Iib. I, P. III, e. Xll, . § V : ScARAMELLI, Ouide Ascetique
ú. II, àrt. XI; ScHRAM, ltLst. theol. mystitae, t. I, § 73-83 i S. ~LP!{ON-, no escrúpu lo : a) ao princípio não é mais que uma cons-
sus, Theal. moralis, tr. Il De eonseientla, n. 10·]9; LoMBE~, Pmx mte-
rieure, II.e Part., eh. Vil; W. fABER, Progresl eh. X\ II; ciência meticul osa, excessi vament e tímida, que vê peca-
L'Ange conducteur des âmes scrupuleuses,· P. DE 1:EHEM 1 _La. vaie pua01s,
do onde o não há; b) depois, são escrúpu los passage iros
pnix intirieur e, ,IV.e Part.; A. Ev~urn, Le gotfV. de soi-meme , t.d~ II,
la
L'obsess ion et Ie serupule ; DoM LEHOOEY, Le samt Abaridan, p. 407-414. que se expõem ao director, aceitan do, porém, imedia ta-
34
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531
rncnLc u. ,oluç8.u L{ Lte ele dá ; e) enfim, o escrúpulo prà- ginação esLá cheia de imagens peri \:)osas ou obscenas, e,
priamr.mtç dito, tenaz, a companh ado de obstinaçã o. e.orno produzem certa impressão, receía haver cànsentído,
terr. até certe:rn, apesar de tudo aquilo lhe desagrada r infíni-
939. 3.0 Diferenç a entre o escrúpul o e a cons~ télmente ; e) aos pensamen tos de blasfêmia : porque estas
ciência delicada . Imporia distinguir bem a consciênc ia ideias lhe perpassam pelo espírito, fica persuadid o que hou-
€scrnpulo sn, da consciênc ia delicada ou timorata. ve consentiffirnto, não obstante o horror que lhe causam;
·. : a) O ponto de partida não é o mesmo: a consciên- d) à caridade : ouviu murmurações, sem protestar energica-
mente ; faltou ao dever da correcção fraterna por mero res-
cia · delica:da ama a Deus com fervor- e; para lhe agradar, peito humanc., escandalizou o próximo com pàlavr'as indis-
aue·r evitar as · tneno~es faltas, as merrores in;,.perfeições cretas, viu um tumulto e não foi observar se não haveria
~ohlhtári as ; ·o escrupulo so é guiado por um certo egoís- qualquer acidente de alguém que necessitasse da intervençã o
tnb, que lhe faz desejar com ;excessiva ansiedad e a segu- dum padre, para lhe dar a absolvição, e em tudo isto vê
g, avíssimos pecados mortais ; e) às espécies consagrad as, que
1 rança de ~star em graça. ·
r h) · A ·consciên cia delicada, · por ter horror ao pecado
teme· haver tocado indevidamente e quer pu;rihcar .as mãos, · ·
os vestidos ; f)' às palavras da consagração, à recitação inte;..
e ·conhecer ·a 'própria fraqueza. s_ente um temo,; fu,ndado, gral do ofício divino, etc ....
mas não perturbad or. de desagrad ar a Deus ; o escru-
puloso a hm<_mta ·receios Í(!,teis de pecar em fodas as cir- 111. lnwnvenie nles e utilidC1des elo esc,·úpnlo.
cunstânci as. . 1
94'2. 1. e Quando alguém tem a desdita de se dei-
.. . _e) ., A consc~ência timorata sabe manter a distinção
enfré o pecado· mortal e o venial e; em caso de dúvida,
xar dominar pelos escrúpulo s, são deploráve is os efeitos
que eles produzem no corpo e na alma : ~
s\:;bd1et~-~e 'iine'd iatarri~nt e ao juízo do seu director ; o
d~6~:i:.i:n~1lóso . disçtit~- '.àspera~1ente com ele e não se su- a) Enfraque cem gradualm enle e · desequihb ram o
jeita' sénãG> . c·o m dificulda de às suas· decisõ~s. Sistema nervoso : os temores, às angústias incessant es
.
':'' · As~'tiil ·~;dio·.; é necessári o evitar com todo 9 , cu tdad0: exercem um;:t acção deprimen te ·sobre a saúde do corpo ;
~ · ~icn'.ipulo,. assi~~ não há· n~da mais precioso que a podem converter -se numa verdadeir a obsessão e produzir
cori;~iênc ia delicada. urna espécie de monoideí smo, muito próximo da loucura.
h) Cegam o espírito e falseiam o; 1mzo: perde-se
·. II: .ÜÍ,jecto do escrúpulo. pouc~ a pouco a facuidade de discernir o que é pecado
do que o não é, o que é ~rave do que é leve ; torna-se a
. . ,940. 1. ~ Às· ve,zes é univers~l o escrúpulo e recaí alma navio sem leme.
sobre .t.oda à sorte de obJectos ; antes da acção, aumenta
i d·~~rn~sur~dflrnente os. p~rigos que se podem encontra~ e) A indevoçã o do coração é muitas vezes conse-

i. n~~t~ .oQ na.auela ocasi&.o, aliás bem inocent~ ; depois qu,ência do E:scrúpulo : à força de ,·iver na agi~ação e
1 d~O:~çr;ão; ..Pº;º~ a alma de inquietaç ões ~al . fundadas
confusão . toma-se o escrupulo so medonha mente egoísta,
e fà:_cilmente persuade a COl)Sciênçia que caiu em culpa entra a d~sconfia r de toda a
gente, até de. Deus, que
grave. comeca ~ cihar com~ demasiad o severn; queixa-se de
;~i oue o. Senhor nos deixe nesse infeliz estado, acusa-o in.-
941. . '2.t' As mais das vezes, porém, refere~se a ,,
·."..;
j~stamen te : ( manifesto que a verdadeir a devoção, ein
certo núm'ero de matérias particüla res: ~ . ....,:r_ tal estado, é impossíve l.
a) :·à~' ~c;~fissões passadas: aind,a depois• de muitas ~on-
fi~sões gerais, não fica satisfeito o escrupuloso, com medo cl) Vêm por fim os desfaleci mentos e as quedas.
de não haver acu.sado tudo, de não ter· tldo dor, querendo 1) O escrupulo so gasta as energias em esforços inúteis
sempre volt:ar ao princípio; h) aos maus pe,;samen tos: a ima-. sobre ninha.rias, e depois já não tem força para fotar -em

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533
i:,ontos de grande imporlância, porque 6 impossí,·cl fixar 945. 1\nLes Je Luc.lo, é preciso ganhar-lhe a con-
a al.e[l(,:ão com toch a intensidade, em toda a linha. Da- fiança, já que fàcilmenle se obedece hqueie em quem se
qui surpresas, desfalecimentos e à::; vezes faltas graves. ~epositou confiança. iv·Ias nem sempre 6 fácil consegui-lo.
2) E depois, é natural buscar alívio às máguas ; e, como
1
i,,
E certo que os escrupulosos scnlcm i11sl:intivamente ne•
se não encontra na piedade, vai-se procurar noutra parte, e,essidade du1;1 guia; alguns, porém. não ousam entregar-
nas leitura:;, nas amizades perigosas, o que tantas vezes -se-lhe completamente; querem, sim, consultá-lo, mas
é ocasião de faltas deploráveis, que lançam a alma no discutir tambt°'m as razões. Ora, com escrupulosos não se
mais profundo desalento. discute ; fala-se-lhes com autoridade, dizendo-lhes com
94~. 2. 0 Quem souber, porém, aceitar os escrúpu- leda a clareza o que devem azer. r
los como provação, e corrigir-se de1les pouco a pouco, com Para inspirar esla confiança, deve o c.lirector mere-
e auxílio dum pfodente director, encontrará 'neles precio- ct--la pela rna competêncfo e dedicação:
sas utilidades. a) Deixará, primeiro, falar o penitente, intercalando
apenas algumas observações, para mostrar que compreen-
al Servem para purificar a alma, porque esta se deu tudo perf eitarnente ; fará em seguida algumas per-
eplica a evitar os menores pecados, a·s mais pequeninas
guntas, a que o escrupuloso não terá mais que responder
.! imperfeições voluntárias, e assim se adquire uma grande
sim ou não, e dirigirá assim por si mesmo o exame metó-
pureza de coração.
dico daquela consciência. Depois acrescentará : com-
h) Ajudam-nos a praticar a fwmíldade e a obediên: preendo .J sec caso, o seu sofrimento tem estes e estes
eia, ob1:igando-nos a submeter as nossas dúvidas ao di- caracteres ... ,....., f: já um alívio imenso para o penitente,
rector espir-itual com toda a simplicidade e a seguir os ver que é bem compreendido, e às vezes é o bastante
seus avisos com plena docilidade não só da vontade se- para que ele deposite no director absoluta confiança. .
não também do juízo. h) À competência é necessário juntar a dedicação.
e) Contribuem para nos aperfeiçoar na pureza de Mostrar-se-á, pois, o direclor pacieq.te, escutando, sem
intenção, desapegando-nos das consolações espirituais e pestanejar, as longas explicações do escrupuloso, pelo me-
tinindo-nos unicamente a Deus, que amamos tanto mais nos •ao principio; bondoso, interessando-se por esta alma e
quanto mais Ele nos prova. manifestando o desejo e a esperança de a curar ; manso;
não falando· em tom severo e áspern, mas com bondade,
IV. Remédios do escrúpulo. ainda quar..do se veja forçado a empregar linguagem im-
perativa. Nada ganha mais a confiança dQ que este misto
944. 13 logo desdo o princípio que se deve combater de firmeza e bondade.
o escrúpuh, antes que ele. tenha lançado profundas raí- 946. " e. Uma vez conquistada a confiança, come-
zes na alma. Ora o maior, ou, a bem dizer, o único remé- ce-se a exercer .a autortdade, exigindo ol>ediência. Dir~
dio é a obediência plena e absoluta a um director ex- -se á ao escrupuloso ; se quer curar, tem que obedecer às
perimentado: Como a luz da c:onsciê~cia se ofuscou, é cegas ; obedecendo, está completamente seguro, ainda
mister recor:-rer a outra luz. Um escrupuloso é um navio que o direct0r se engane, porque Deus neste mundo não
sem leme nem bússola ; é necessário, pois. lomá-lo a re- lhe exige senão uma coisa : obedecer. Isto é tão verdade
boque. Deve, por conseguinte, o &irector, ganhar a con- que, se não está resolvido a obedecer, não tem remédio
fiança do escrupuloso e saber exercer a sua autoridade senão procurar oulro director : só a obediência cega. o
.sobre ele para o curar. '·- curará. mas esta curá-lo-á certamente .

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535
.i) /\u dar él~ Sllas ur(lcri s. clcve o clireclo r falar deci-
, . ü~si1:1 pralicá-!a
<'.i n lL _ , , apesar
· de tudo . Na~o d arei,· pois
· ,
dido, com clareza e preci>-ão, c•vitando qualquer equívo- a
!1 cc : de f nrmri culerrnrirn. llào no condicional : se isto o
_ . _ cil t~ricao
.m1111ma ·. l as probabilidades por ma 1·8 f t
. . ores que
j Sé/ctll1. llél_o gare1 Irgado senão pela evidência dara
,11 e p r
'. inquieta, r1ão o faça ; mas (!e modo absoluto : faça isto, f ; certa ; fora disso não há pecado" Quando
evile aquilo, despreze tal 1.entação. I~so se api·esc:nlar, ,afmnando
. • 0 escrupu-
que cometeu uma falta ve-
h) Qm,.se nunca se elevem motivar as decisões, so- nral ou morcal, dir-lhe-á o confessor : Pode afirmar ·
. l . com
bretudo ao princípio ; mais tarde, quando o escrupuloso Juramento, que viu caramente, antes do acto , que ia
puder comp1 fender e senlir a força das razões, dar-se-ão c:•meter pecado, e que, tendo-se visto com toda a evidên-
brevemente: para [he ir formando pouco a pouco a cons- •-Cra , lhe deu pleno consentimento 7 ,_, Esta pergunta dará
ciência. Mas sohrcLudo não se permita a mínima discus- mais precisão à regra e f á-la-á compreender melhor. ·
5Õo sobre u substância da.decisão: se naquele momento
SC' opuser qualquer ohstúcolo à sua execução, tome-se
f
. 9~8, . . É necessário, enfim, aplicar-este princípio
geral as druculdades particulares que se apresentam.
em contá. ; rnas a decisão fica de pé. a) Relativamente às confissões gerais, depois de ha-
e). Desclizel'-se, nunca ; antes da decisão, reflecte-se ·ver permit~do uma, não mais consentirá que O penitente
bem.· e não se dão ordens que não se possam manter ; volte a repetir nada, a não ser que haja euid~ncia sobre
do.da, porém , a ordem, não se revoga, enquanto não hou- -estes dois pontos: 1) um pecado mortal certamente come-
ver um fado novo que torne a mudança necessária. tido, e 2) a certeza de que esse pecado · riu~ca /oi acu-
d) Para haver segurança de que a ordem é bem ·s ado em n~nhuma confissão válida. ,......, Algum tempo de-
compreendidu., manda-se repetir, e então nada mais resta pois, ordenarú até o confessor que nunca mais se volte
que fazê-la e::\:.ecutar. É difí~il. visto o escrupuloso recuar sobre o passado ; se algum pecado tivesse sido omitido
muitas veze.,; diante da execução, como o condenado -está perdort do com os outros. ·
diante do suplício. !','Ias declara-se-lhe redondamente que b) No c1ue diz respeito aos pecados int-ern~s de pen-
ele terá de dar conta d:e si ; se não fez o que se lhe disse. ,samentos '~ desejos, dar-se-á esta regra : durante a crise,
não se lhe dc:rá atenção , enquanto o não houver execu- :desviar a atenção, pensando noutra coisa ; após a crise,
tado. É, JJOL , conveniente repetir várias vezes a mesma nada de examinar-se, para ver se houve pecado ( o que
prescrição·. até ser bem executada ; e faz-se tudo isso, sem poderi_a renovar a tentação), mas continuar o seu cami-
impaciência, mas com firmeza crescente, até que o es- I!ho, cumprindo os deveres do próprio estado, e comun-
crupuloso acabe por obedecer. ·gar, enquard:;rnão tiver evidência de. haver dado .pleno
947. 3." Quando parecer oporluno, incúlque o di- •consentimen lo ( n. 0 909) .
rector o princípio geral que permitirá .ªº escrupuloso 949. e) A comunhão é muitas vezes uma tortura
desprezar !odas as dúvidas ; se for necessário, ditar-lho-á para os escrr;.pulosos : receiam não estar em graça ou em
por esta· forma ou qualquer outra análoga : "Para mim, jejum. Ora 1) o receio de não estarem .em graça prova
em ponto de obrigação ele consciência, só tem peso a evi- •Ctue não têm certeza disso ; logo, devem comungar, e a
d~ncia, isto É:, uma certeza crue exclua qualquer dúvida, ·comunhão lhes restituirá a graça, caso a houvessern per-
uma certez:t tranquila e plena, tão clara como dois e dois dido : 2) o jejum eucarístico não deve impedir os escru-
são quatro: não posso, pois, cometer pecado mortal nem pulosos de comungar, senão quando estiverem absoluta-
venial, a núc ser que tenha certe:ta absoluta de que a .mente certos de o hav~rem q(Jebrado.
acção · qu~ vóu praticar é para mim proibida sob pena d) A con/issão é para eles · ainda maior torturá ;
de pecado mortal ou venial, e, sabendo":.o bem, queira :importa, pois, simplificar-lha. Dir-se-lhes-á, pois : 1) não

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há obngaçac senãu de acusar os pecados certamente a) de nós mesmos, do espírito que nos leva para o
mortais ; 2) quanto às faltas veniais, não mencione se- -{' bem, da carne que nos impele para o mal ;
rião as que lhe vierem à memória após cinco minulos de h) do m11ndo, em quanto actua, pelos sentidos, sobre
éls nossas faculdades internas, para as arrastar para o mal
E:xame ; 3) quanto à contrição, consagre sele minutos a (n.º 212);
pedi-la a Deus e a excitar-se a ela, e tê-la-á. ,_, Mas eu
e) dos anjos bons, que suscitam em nós bons pensa-
não a sinto. ~ Nem é necessário ; a contrição é um acto mentos;
da vontad,;, que nãc tem que ver com a sensibilidade. ,. . . ., rl) dos demónios que, ao contrário, actuam sobre os
Em certos casos até, quando ·o escrúpulo é muito intenso, nossos sentidos externos ou internos, para nos i~elirem ao
prescrever-se-á aos penitentes que se contentem com esta mal;
acusação genérica : acuso-me de todos os pecados come- e) de Deus, o único que pode penetrar no mais íntimo
da alma e nunca nos leva senão para o bem.
tidos desde ;::,. minha -última confissão e de todos os da
minha vida passada. 9.'12. Na prática, porém, basta saber se· ~sses movimen-
tos vêm Jo bom ou do mau princípio:· do bom princípio,
950. J.c Resposta às dificuldades. Às vezes dirá ii;to é, de Deus, dos anjos bons ou do espírito auxiliado pela
o penitente : ,_, V. R. trata-me como' escrupuloso ; ora graça ; do mau princípio, a saber, do demónio, do mundo ou
eu não o ;-;ou. ,-, Responder-se-á: Não é ao penitente que da carne. As regras, que nos permitem distinguir um do ou-
tro, chamam-se regras sobre o discernimento dos espíritos.
compete Julg&r. é ao confessor. Está bem certo de que
Já S. Paulo havia lançado o fundamento dessas regras, ao
não é escrúpuloso 7 Depois das suas confissões fica em distingudr no homem a carne e o espírito, e, fora dele, o
paz, tranquilo, como toda a gente 7 Não tem porventura Espírito de Deus, que nos leva para o bem, e os anjos répro-
dt'.lvidas . .insiedades qu~ a inaior parle da gente não tem? bos que nos solicitam ao mal. Desde então, os autores espi-
rituais, como Cassiano, S . Bernardo, Santo Tomás, o autor
Não é, pois, ·normal esse seu estado de alma; essa espécie
oa Imitação ( L. III, c. 54-55). S. Inácio, traçaram regras para
de désequilít.rio, sob o aspecto· físico e moral, em que se discernir os movimentos contrários da natureza e da graça.
encontra, justifica um tratamento particular. Obedeça ,
. 955. Regias de S. Inácio, que convêm particuilarmente
então . sem discutir, s·e quer sara'r; aliás, não pode deixar aos principiantes :
de se ir' '-igmvando o seu estado. Referem-se as duas primeiras à ·maneira di-~ersa de pro-
·Por est~s meios e outros análogos é que se acaba, ceder que adoptam o bom e o mau espírito paira com os
pecadores e para com as pessoas fervorosas.
com a graça de Deus, por curar esta dolorosa enfermi-
1. 0 P.imeira regra. Aos pecadores, que não põem freio
dade do escrúpulo. algum às SUélS paixões, propõe o demónio praz'eres aparentes
e voluptuosidades, para os reter e mergulhar cad"1 vez m~is
APÊNDICE So'BRE O DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS l profondamenJe no vício; o bom espírito, pelo co11trário, exci-
ta-lhes na cof.lsciência perturbação e remorso, par? os fazer
951. Dos diversos espíritos que actuam em nós. No sair de estado tão lastimoso.
àecorter dás páginas precedentes, falámos váriàs vezes dos
Seg;nd3: regra . . Quando se trata de pessoas sincera-
movimentos · diversos que nos impelem ao bem ou ao mal.
mente cotiveitidas, suscita-làes o demónio tristeza e tormen-
Importa, evidentemente, reconhecer qual é a origem desses
tos de consciência, obstáculos de toda a sorte, para as desa-
-movimentos .. .
lentar e impedir . os progressos. O bom espírito, ao contrário,
Óra, t~õrii::awente, podem provir de cinco princípios di-
ferentes : dá-lhes coragem, forças, santas inspirações, para os fazer
·
avançar na virtude. Julgar-se-á, pois, da árvore pelos seus
frutos; tudo o que põe travas ao progresso, vem do demónio;
1 S. TttoM., I, II, q. 80 1 a. 4 : De lm{tadone Christí , L. III, e. 54.
De diversis motibus naturae et gratiae; S. lGNA.Tius, Exercit. spirit., tudo o que o favorece, vem de Deus.
Regulae aliquot, etc. ; ScARAMl!LLI, Du discernement des esprits, trad. 954. 2.o A terceira regra . refere-se às consolações espi-
Brassevin , Paris, 1910,; Ct-.i,o. BoNA, De discretiope spirituum; R,IBET,
l'Ascf.tlqae, eh. XL ; J\1.pR. A. CttoLLET, Discern.emént des esprits, Dict. rituais. Vêm dó bom éspírito: 1) quando produzem movi~
de T!téo!., t •. IV, 1375,1415 1 corri Abundante bibliografia. mentas intemos de fervor : primeiro, uma centelha, depois,

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LUTA CONTR A AS TENT AÇõES
539
uma chama , por fim, uma fornalha ardent e de amor divino
; dos resídu os e ocasiões do p erndo , se posstl.m unir
2) quand o fazem derram ar lágrim as, que são verdad a
eira-
mente a expres são da compu nção interio r ou do amor D eus.
de
N. Senho r Je&us Cristo ; 3) quand o aumen tam a fé, a
espe- 958. lJuru realiz arem este fim , recorrem à oraçã o:
rança , a carida de, ou pacifi cam e tranqu ilizam a alma
, cump rindo para com Deus os seus deveres de religião!
955. 3. 0 As regras seguin tes (4. 2 -9.a) dizem respei
to às inclin am-no e. perdo ar-lhe s todas as faltas passa das ; in-
descon solaçõ es espirit uais : 1) as descon solaçõ es são
trevas
no espírit o, ou inclin ações da vonta de às coisas baixas vocan do-o com confia nça, em união com o Verbo lncar-
terren as, que tornam a alma triste, tíbia e pregu içosa; 2) e
i' não cado . obtêm. graças de contr~ção e bom propó sito, que
1 ~e deve, então, mudar nada nas resolu ções tomad as lhes puriL::um mais e mais a alma e os preser vam de fu-
antes,
como sugere e espírít o malign o, senão persev erar firme
nas turas reinci dência s. Este result ado alcanç a-se mais segu-
decisõ es anteri ores ; 3) deve até aprov eitar-s e delas a
alma, ramen te ainda pela medttc;ição : as conv.icções inapa láveis
pqra se afervo rar mais, dar mais tempo à aração , ao
exame
de consci ência, e fazer mais penitê ncia; 4) ter confia nça que n~la se adqui rem por meio de longa s e sérias refle-
no
socorr o divino . que, posto que não sentid o, realm ente xões, os ex.ames sobre nós mesm os que nos mostr am me-
nos é
outorg ado, para ajuda r as nossas faculd ades natura is
e pra- lhor nossas misérias e pobre za, as orações arden tes que
ticar, o bem; 5) ter paciên cia e espera r que a conso
lação brotam enlão do fundo deste pobre coraçã o, as resolu
há-de voltat·, reflec tir que a descon solaçã o pode ser um -
cas-
tigo da nossa tibiez a; uma prnva,, com que Deus nos ções que ali se tomam e se tratam de pôr em prátic a
quer :
fazer tocar com o dedo o que p·odemos, quand o somos tudo isto purifi ca a alma, inspir ando- lhe horror ao peca-
pri-
vados de conwl ações; uma lição, pela qual preten de o Senho
mostr ar-nos que somos inc·apa zes de conse guir por nós r do e às ocasiões dele, e tornan do-a mais forte contra as
mes- tentàç ões e mais gener osa no exercício da penitê ncia.
mos conso lações e curar- nos ·assim do nosso orgulh o.
956. 4." A regra undéc ima volta a falar das
conso la- 959. · É que, na verda de, comp reend endo melho r a
ções, para r.ci~. adver tir que é mister fazerm os então alma a grand eza da ofens a feita a Deus pelo pecad o
provi- _e
sões de corage m, para nos haverm os bem no tempo da
conso lação ; e para nos avisar de que nos devem os humil
des- 0 estríct o dever da repara ção, estra corajo samen te a tri-
har, lhar O camin ho da penit ência : em união com Jesus, que
ao vermo s o pouco que podem os, quand o nos encon tramo
privad os da conso lação· sensív el; e que, pelo contrá rio, s por nós quts ser penite nte, alime nta em seu coraç ão sen-
po-
demos muito no tempo da descon solaçã o, se nos apoiam timen tos rle confu são, dor, humil hação , e não cessa de
os
em Deus.
se exprobra;: a si mesm a o própri o pecad o. Co~,, , es~es
957. 5. 0 As três última s vegras ( 12.a-14.a) expõe sentimentoc; , entreg a-se às auster idade s da pemtenc1a,
m, para
os descob rirem, os ardis com que o demón io nos procur
seduz ir : a) proced e como uma mulhe r de mau génio,
a. ê,ceita gener osame nte as cruzes provid enciai s que D~_us
que é lhe envia , ê.bi;aça algum as privaç ões, dá esmolas, e assim
fraca, quand o se lhe resiste , mas furios a e cruel, quand
o se
lhe mostt' à medo; é, pois, necess ário resisti r vigoro samen repara o passa do.
te ao
demón io ; J) porta- se como um seduto r que pede segred
1
A fim ae evitar o pecad o para o futuro , entrega-se à
o à
pesso a que solicit a ao mal ; por conseg uinte, o melho
r meio morti ficaçã o. discip linand o os sentid os intern os e exter-
de o vence r é desco brir tudo ao direct or espiri tual; e)
imita nos , a intelig ência e a vonta dé, numa palav ra, todas as
um capitã o, que, para rende r uma praça, a assalt a pelo
sítio
mais fraco; impor ta, pois, vigiar este ponto fraco no suas faculd ades, para as subm eter a Deus , não fazen do
exame
<le consci ência . nada senão em confo rmida de com sua · santís sima von-
tade.
5íNTES E DESTE PRIME IRf> LIVRO
É certo crue há nela, profu ndam ente enraiz adas, ten-
dênci as más que se cham am os sete pecad os capit ais;
O fim, que devem ter diante dos olhes os princi pian- mas, apoiad;.1 na graça divina , trabal ha por desca rregá- los
tes, é a puri/icação da alma, para que, desem baraç ados u 1 ao meno s enfraq uecê- los ; para isso vai lutan do ge-

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q nerus üm cnle contr a cada um deles em partic ular,
e temp o
;Il' i' vi rá em que haja alcan çado sobre eles domí
nio sufici ente.
1\pes ar de tudo, eleva r-se-ã o da parte inferi or da alma
!

I ' lentac;ões, muita s vezes terríveis, que serão excit adas


LIV RO II
1 '. pelo
demó nio e pelo mund,o. Sem perde r, contu do, o
ânim o,
1
1
1 apoia da naqu ele que venc eu o mund o e a carne ,
lutar á logo desde o princ ípio e pelo temp o que
a alma A vi a ilu m in at iv a
i cessá rio contr a os assalt os do inimigo ; e, com a graça
for ne-
de
ou o est ad o da s alm as
i Deuf;, não serão as mais das vezes esses ataqu es
senão em pro gre sso
ocasi ões -:le vitória. Caso sobre venh a uma qued a
infeli z,
e. alma, pµmi lhada .• mas cheiéJ. de confi ança, lança r-se-á
logo nos bm.ços da miser icórd ia divin a, para implo
rar per-
dão. Urna qued a assim repar ada não será obstá culo 961. Purif icada a alma das faltas passa das por meio
ao
prog1;esso et.piritual. · de longa e labor iosa penit ência . propo rcion ada
i'
ao seu
960. Ueve mos, contu do, acres centa r, que as purifi núme ro e gravi dade ; confi rmad a na virtud e pelo
- exercí-
cações acEvas, que descr evem os neste primeiro livro: cio da medi tação , morti ficaç ão e resist ência às inclin
não a-
basta m para torna r uma alma perfe itame nte pura. ções más e às tenta ções . temp o é de entra r na via
E por ilum i-
isso que cSSG traba lho de purif icaçã o conti nuará , duran uatiYa, assim cham ada por con:sistir princ ipalm ente
te em
2, via ilumi nativ a, pelo exerc
ício positivo das virtud es mo- imitar a No~so Senh or f,esus Cristo pela prática positi
va
rais e teolo gais. E não será comp leto senão quan d-as virtu dM ;cristãs; ora, Jesus é a luz do mund o, e
do vie- quem
rem, na vb. unitiv a, essas purifi caçõe s passivas, tão O seaue não anda em treva s : "Qui sequi tur me
bem non
descr itas por S. João da Cruz , ·. que dão à alma a ambulát in tenebris, sed habe bit lume n vitae " 1
purez a
de coração perfeita, norm alme nte nece~sária à conte
m-
plaçã o. Dela s falare mos no terceiro livro.
INT RO DU ÇÃ O 2

Ante s d2 descr everm os as virtud es que devem prati-


cai' as alma:, em progresso, temos três quest ões prelim
ina-
res que eluci dar: 1.º a quem é que convé m a via
ilumi-
nativ a; 2.º qual é o progr ama que se deve seguir
nesta
via ; 3,0 qua.I é a difer ença entre as almas piedosas
e as
a.lmas fervorosas que trilha m esta via.
. - - ,~ -
I. A. quem é que convé m a via ilumin ativa.

962. Sunta Teres a descr eve ·assim os habit antes das


terceiras moradas 3 , isto é , as alma s em progr esso:
"Têm
· ·1 Jo. VII[ 12. -- 2 PHIL. A SS. TruNITA
P. II ; LE GAuo:ER, De perfect. vitae spir,, _P. TE, Sum. Theo/. myst.,
/ftStlt. myst., § CIII ; A. SAUDREAU, Les degres, t.II.a, s~ct_. H .ª.i S~HRAM,
I. ;V1e 1l_lummat1ve. -
s Château, tro!síemes demeures, eh. I, p. 80.
·

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r, vJ.r, J.LUJYHNA !'lVA
54l
grande desejo de não ofender a divina Majestad e ; evi-
964. C) É necessár!o, enfim, ter adquirido , pela
tam ainda c,s pecados veniais ; amam a penitênci a ; têm
médita~:ão, c~nu1cçóes pro}unda s sobre todas as grandes
as suas hon:.s de recolhimer-1to ; empregam ulilmente o
verdades, n Í-nn Je se poder consügrar mais tempo aos
tempo ; exercitam -se em obras de caridade para com o
piedosos afedos e à oração pro~riam ente dita. Ê que,
próximo. Tudo rrel.:3-s está bem regulado ; as suas pala-
efectivamenLc, por meio destes atectos e petições é que
vras, os seu; hábitos, o governo de suas casas, se as têm
ólraímos s. nós as virtudes de N. S. Jesus Cristo e as
para dirigir'·\ •· podemos prr-,ticar sem excessivas dificulda des.
_Desta · descrição se podem deduzir as conclusõe s se-
Reconhec em-se. pois, os prohcient es por estes dois
g-uintes.
I! sinais particula res : 1) experime ntam uma grande dificul-
. 965. l. ° Como a via ilm;.n_inativa consiste na imit'1,- c.a de em fazer oração purament e discursiv a; a inspiraçã o
ção de N. S. Jesus C11isto,. para nela entrar, é necessári o do Espírito Sinto leva-os á juntar aos· raciocínio s muitos
realizar as três condições seguintes . que nos permitem afectos ; 2) têm desejo ardente e habitual de se unir' a
segujr o divino Mestre pela prática positiva das virtudes Nosso Senhor, de O conhecer, amar e imitar.
de que Ele nos deu exemplo. 96.5. 2." Do que acabamos de dizer derivam as
diferença s principai ,,•ntre as duas vias, purgativa e ilu-
A) É preciso ter alcançad o já oerta pureza de cora- mínativa.
r;ão, para puder asp.irar, sem demasiad a temerida de, a
~ssa união habitual com Nosso . Senhçir que a imitação A) O /im, tanto numa como noutra, não há dúvida
das suas virtudes deixa supor : enquanto a alma perma- que é o esforço e l luta; mas os principia ntes lutam con-
nece · expo:~ta a cair, de tempos ~ tempos, em pecado tra o pecado e suas causas, ao passo que as almas em
rnortal, deve .a ntes de tud9 lutar ·en.~rgicamente contra as progresso lutam por adornar a alma, ·adquirind o as virtu-
ocasrõ.es · de pecado, contra as tendência s más da natu- des de N. S. Jesus Cristo. Não há contudo oposição
reza e conLN as tentações ; depois de vencidas essas difi- entre estas duas orientaçõ es; uma prepara a outra. De-
culdades , é que se pode ocupar com . mais proveito da semba~·açando-se do pecado e suas causas, já a alma pra-
parte positiva das virtudes. É .igualmen te necessári o que tica as virtudes no seu primeiro grau, que é sobretudo
tenha horror ao pecado venial de propósito deliberad o negativo ; por outro lado, as virtudes positivas, que se
e se esforce por evitá-lo. exercitam na via iluminati va, aperfeiço am o desprend i-
mento de nós mesmos e das criaturas. No primeiro caso,
. B) É, além disso, indispens ável que tenha mortifi- atende-se de preferência,_ ao lado negativo, no segundo
cado as oaixões. Para seguir a N. S. Jesus Cristo, im- ao positivo : ambos se completa m mútuame nte. Não dei-
porta, na verdade, renunciar não somente ao pecado Ya, pois, o proficien te de fazer penitênci a e de se morti-
mortal senão também ao pecado·v enial de propósUo .deli- ficar, mas fa:z tudo isso com o fim de se unir e tornar
berado, sobretud o ao que se comete frequente mente e a mais semelhan te a N. S. Jesus Cristo.
que se tem afocto. Ora, pelo combate geúeroso contra
B) Os me_ios, se bem que permanec em substanci al-
as paixões 8 vícios capitais, é que um chega a est~ domí- mente os n1esmos, diferem na maneira .como se aplicam :
râo de si •nestno que permite praticar o lado positivo das a meditaçã o que era discursiva, torna-se a/ecfiua; o pen-
virtudes e aproxima r-se assim pro'gressivai.nente do divino i.amento, que habitualm ente se dirigia para Deus, con-
Modelo. Então sim, é que se pode ter vida bem regul{lda, centra-se mais em N. S. Jesus Cristo, que a alma quer
momento s de recolhime nto, e empregar Q, tempo no ·cum- conhecer , amar e imitar: Jesus torna-se verdadeir amente
p.rim:ento dos deveres do própr.io estado. . o centro J3. nossa vida.

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A VIA ILU MIN ATI VA
ii. Prouromc1 par a a vida ilm
nin aliv a.
545
h) · E como O não am ar, se me
dita rmo s freq nen te-
966 . Dt>rivn se c~te pro gra m a do me nte no am or que Ele nos tes tem unh ou
que Ie\·a,nos dito.
tes tem unh ar na lnc arn açã o, na e não cessa de
0
i. O fim direclo é conformar-nos a N car isti a 7 San to Tom ás res um
Re den ção e na SS. Eu-
Cristo , de mo do que faç am os . S. Jesus iu, num a estrofe de ma ra-
del e o centro da nossa vida. vilh osa concisão, os grandes ben
efíc ios do Sal vad or par a
A) Faz em o-lo centro dos nossos con nos co:
pensamentos. De li- i
cia mo -no s no est udo da sua vid Se nascens ded it socium,
a e mistérios. O Eva nge -
lho tem par a nós enc ant os nov Con ves cen s in edulium,
os ; lemo-lo dev aga r, af ec- Se moriens in pretium,
tuo sam ent e. ach and o inte res
se nas ma is peq uen ina s Se regnans dat in pra emi um
circ uns tân cid s da vid a do .Sa l
lva dor,. sob retu do nas sua s
vir tud es . N;l ~ enc ont ram os ass
unt os de ora ção ine sgo tá- No dia do seu ~as cim ent ~. faz
vejs_ Me dit ar cad a um a das -se nosso com pan hei ro
pal avr as, ana lisá -las por de via gem , nosso amigo, nosso
irmão, e jam ais nos dei xa
miú do, apl icá -las a nós me smo sós. l~s titu ind o a Euc aris tia,
s , é o nosso ma ior em pe- tom a-s e nosso alim ent o e
nho~ Qu and c que rem os pra tica sac ia de 3eJJ corpo, san gue , alm
r um a virt ude , é em / esu s a e div ind ade as nossac;
que prin cip iam os por est udá alm as que c1ele têm fome e sed
-la , rec ord and o a sua dou - e. l'vlorrendo na cruz, pag a
trin a e exe mp los e enc ont ran o pre ço do nosso resgate, livr
do ali o mo tivo mais pod e- a-nos da ser vid ão do pec a-
roso p ara em nós rep rod uzi rmo do, restitui-nos a vid a esp irit
s as sua s disposiçõ,es e ual e dá- nos o ma ior sin al
virt ude s. É Ele ain da o cen tro de am or que é possível dar
dos nossos pen sam ent os a amigos. Enf im, no céu ,
na san ta Mi ssa e na Co mu dá- se a ~i me sm o em rec om
nhã o ; as ora çõe s litú rgic as pen sa ; possuí-lo-emos por
são par a nós exc ele nte meio tod a a ete rni dad e, e a nossa bem
de O estt ida r: En fim , por -av ent ura nça con fun dir-
me io de piedosas leituras, faz -se -á com a sua glória. - Jam
em os esforços por me lho r ais lograremos, pois, reco-
con hec er o ens ino do divino Me nhe cer suf icie nte me nte a sua
stre , sob retu do a sua dou - inf init a bon dad e, jamais
triría esp irit ual ; o que , afin O pod ere mo s am ar qua nto dev
al, bus cam os nos livros é emos.
Jes us : / e;:;wn qua ere ns in libr
is. 968. C) Ora , o am or con duz
à imi taç ão. Precisa-
967 . B) Est e con hec ime nto me nte por que nos sentimos atra
ído s par a o amigo pel a
con duz ao am or. e.J e-
sus tor na-.:;e des se mo do cen tro €st ima que tem os das sua s virt
dos nos sos afe cto s. a) E ude s, que rem os rep rod uzi r
na ver dar te, como ser ia pos sív cm nós essR.s me sm as virt ude
el est uda r tod os os . dia s s, a fim de não fazermos
Aq uel e que é a pró pria bel eza com Ele sen ão um só cor açã
e bon dad e, sem nos sen - o e um a só alm a. ~ que ,
tirmos arr eba tad os de am or par efe ctiv am ent e, sentimos que
a com Ele 7 "D epo is que essa uni ão, par a ser ínti ma
con hec i a Jes us Cri sto , dizia e pro.funda, não se pod e rea
Lac ord aire , nad a me par e- liza r sem com par tici paç ão
ceu ass az bel o, par a o olh ar dos pen sam ent os, sen tim ent os
com con cup isc ênc ia." 1• Se e virt ude s do amigo. Co -
O!, apó sto los no Tab or,
ao ver em a hum ani dad e de N. pia -se ins tint iva me nte o que se
S. am a. As sim se tor na Jes us
Jesu·s Cri slo . tran sfig ura da, se cen tro das nos sas acç ões , da
sen tira m tão arr eba tad os nos sa vid a inte ira. Qu and o
de adrniraçêio e am or que exc oramos, atra ímo s a nós Jesus
lam ara m: "Bo m é esta rmo s Cri sto com seu espírito de
Equi ; lwn um est nos hic ess e" 2 religião, par a glorificarmos a
, qua nto ma is nos De us .e ped irm os eficaz-
n10s nós ext asi ar per ant e a bel dev e- me nte as graças necessárias.
eza div ina que res pla nde ce Qu and o trabalhamos, uni-
em Jesus. res sus cita do ? mo -no s ao div ino Op erá rio de
· Na zar é, par a trab alh arm os,
com o Ele , pel a· glória de De
1
us e sal vaç ão das almas.
CHOCARNE, Vie du P. Lacordaire, t. II, 119.
- 2 Mt. XVII, 4.
1 Hin o de Laudes do ·ss. Sacramento.
. 35
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LL V V\.\..)' .l.l
A VIA ILUMINA TIVA
547
Quando qunemo s alcançar uma virtude, alraímos a nós b) As vir! udes murais têm por .objeclo directo um
jesus, modelo perfeito dessa virtude, e com Ele nos es- bem criado, e por motivo tun &em fwnesto. Assim, a jus-
forçamos por a exercitar. Até as recreações tomamo s em tiça tem por objedo dar a cada um o que lhe é devido,
união com Jesus e no seu espírito, com o fon de melhor e o seu motivo é a honestid ade desse acto. Estas virtudes
trabalha rmos em seguida pelos grandes interesses de Deug prepara m a nossa união com Deus, afastand o os obstá-
E da sua Igreja.
culos, tais como a injustiça , e até principi.a m essa união :
969< 2. 0 Mas, para atingir esse fim, são necessár ios porqnan to. quem é justo, une-se a Deus . que é a própria.
meios, e esses meios serão, além da prece e da oração justiça.
afectiva , o esforço constan te para exercita r as virtudes Mas sã0 as virtudes teologais que, por mais directa-
cristãs. qµe melhor Q-Os fazem. conhece r, amar e. tmitar a
N. S. Jesus Cristo, a saber, as virtudes teologai s e morais.
mente
. unifican
. ..
tes, consum am essa união. . .
971. C) Donde resulta que, se pretende rmos estu-
O que se pret~nd e alcança r é a virtude sólida, fundad a
dar as virtudes , segundo a ordem de dignidade, devemo s
não em emoções , senão em convicçõ es profund as. começar pelas virtudes teologai s; se quisermos, porém,
A) Praticam -se essas virludes paralelamente, neste seguir a ordem psicológica, que vai do menos ao mais
sentido, que não é possível exercita rmo-nos nas virtudes perfeito , como aqui procede mos, havemo s de principi ar
morais , sem nos exercita rmos nas teologais, e reciproc a- pelas virtudes morais, sem contudo esquece rmos a obser-
mente. Assim, por exemplo , ninguém pode cultivar a vação há pouco feita, acerca ·do desenvo lvimento para-
prudênc ia cristã, sem ser guiado pelas luzes da fé, sus- lelo das virtudes cristãs. ·
tentado pela esperan ça e estimula do pelo amor de Deus.
Do mesmo modo a /é e a esperan ça supõem a prudênc ia, TJJ. Duas . categoria s Jc almas em 11ro11resso,
a _fortaleza e a tempera nça ; e assim das demais virtudes .
Há, contudo , algumas que convêm mais a este ou Na vü ilumina tiva podem- se bem distinguir catego-
àquele estágio da via ilumina tiva. Assim, por exemplo , rias de almas, mormen te duas principa is : as almas pie-
os que entram nesta via atenqem especial mente a certas dosas e as almas fervorosas. ·
virtudes morais, de que sentem mais n:ecessidade, para
972. 1. 0 As primeiras· têm boa Yontade; ardor para
triunfar em da sensual idade ou do orgulho. Mais tarde,
o bem, e fazem sérios esforços para evitar as faltas deli-
domina do·s estes vícios, dár-se-ã o mais de propósit o às
beradas . São, porém, ainda vaidosas e presunço sas; pouco
virtudes teologais, que mais directam ente unem à alma habitua das à abnegaç ão, não têm energia nem constân -
com Deus.
cia, mormen te nas provaçõ es. Daí um oscilar constan té
. 9'70. B) Para melhor se compree nder esta doutrina , no seu procede r: disposta s a sofr:er tudo, quando as pro-
é mister indicar .de$de já brevem ênte a diferenç a entre· vas vêm ainda longe, dão mostras de bem-po uco funda-
estag virtudes . das na paciênc ia nos queixum es com que recebem- a dor
a) As virtudes teologais têm por objecto directo o ou a .aridez: ; muito prontas a tomar genero'Sas resoluções,
próprio Deus e por motivo um atributo divino. Assim, s6 imperfe itament e as cumprem , sobretud o quando se
pela fé, creio em Deus apoiado na sua autorida de divi- lhes apresen tam dificuld ades imprevistas. É por isso que
na : pela. caridad e amo-O por causá da sua infinita bon- sé lentame nte progride m ; necessit am de cultivar as viltu-
dade. Já poi: aqui se vê que estas virtudes nos urnem 11 des da fortaleza , constân cia e humilda de.
directam ente a Deus : a fé eleva-no s a comung ar no seu 97'.l. 2.0 As almas ·{ervor.osas são mais humilde s ·e
pensam ento, a caridad e no seu amor. r,enerosas. Desconf iadas de si mesmas e confiada s em

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L!Vl~V H
549
Deus, acoslumadas já à abnegac.:ão cristã, são mais enér- CAP. I - DA ORAÇÃO AFECTIVA PRÓPRIA DESTA VIA.
gicus e constantes. O seu espírilo Je renúncia , contudo, CAP. II - DAS VIRTUDES MORAIS.
não é absolulo nem universal : é grande o desejo de per- CAP. III - DAS VIRTUDES TEOLOGAIS.
feição que éL:; anima ; mas a sua virtude não está ainda CAP. IV - D A R E s Is TÊ N e I A Às e o N T R A - o F EN s I v As
suficientemen te confirmada pela provação. Quando se DO INIMIGO.
lhes apresentam a consolação e o gozo, aceitam-nos de
bom grado, descansando neles com complacência ; não CAPiTUL O l
tf>m ainda amor à cruz. As resoluções enérgicas, tomadas
pela manhã, só parcialmente as executam, porque lhe,; Da oração a/ectiva 1

f dta ainda constância nos esforços. Fizeram no amor di-
vino progressos suficientes para renuncia~e·m às . coi;as 975. As almas em ·p·rogresso continuam ·a fazer os
pe~igosas, rr..as têm por vezes excessivo afecto ao que ~xerc1c10s especiais dos principiantes ( n. 0 657), aumen:-
Deus lhes permite amar, pais, amigos, consolações gue tando o seu número e duração, e aproximandoc se, desse
experimentam nos exercícios espirituais. Têm, por conse- modo, da oração habitual já descrita, (n. 0 522). a qual
g•uinte, que desapegar-se ainda mais perfeitamente d!:: se não realiza completamen te senão na via unitiva. Aph.-
tudo o que dificulta a sua união com Deus. . cam-se principalment e à oração a/ecti.va, que pouco ,1
Não trataremos à parte destas duas categorias. de pouco substitui para elas a meditação discursiva. Expo;-
almas; o chrector, porém, escolherá, entre as virtudes qn~ remos pois : 1. 0 a sua; natureza ; 2. 0 as suas utilidades ;
descrevemos, as que melhor convenham a cada uma. 3.º as suas cliJiculdaéles / 4.º o método que nela P,º_de i~
~~guir.
DIVISÃO DO LIVRO SEGUNDO
ART. I. NATUREZA DA ORAÇÃO AFECTJVA
974. S•énd~ o /i~, que· se devem propor as almas
érri progresso, fazer de Jesus o centro da súa vida: 976. 1.º Definição. A oração afectiv~ é, çorno ~
1. 0 devem aplicar-se com cuidado à oração a/ectiva, para expressão indka, aquela em que predominam ~s piedoso~
dela haurirern o conhecimento , o amor e a imitação do afectos,., ü;lo É:, os diversos actos de vontade, ·pelos qti~i~
seu divino modelo. 2.º Praticarão também de modo es·' exp~imimos a Deus o nosso amor e o desejo de 'O gló:-
pecial, mas não exclusivo; as virtudes morais que, desem-
baraçando-a, dos obstáculos_ que se opõem à união com
rifiqn. Ne3te.' oração tem maior parte ~ cornção. que . o
espíritQ. . '·
Deus, as começarão a unir com Aquele que é o exemplar Os principiantes, como dissemos ( n. 0 · 668), necessi-
de toda a perfeição. 3. 0 Então as virtudes teologais, ·que tam de arraig~r convicções : insistem, ·pois, nát~ralmen.~e
haviam já praticado na via purgativa e paralelament e no' discurso, dando apenas lugar muito restrito ao~ afec-
com as virtudes morais, desenvolvem- se nelas e tornam- tos. Â m~Jída, porém, ·que' issas convicçõe~ lançam raf-
-se o móbil. principal da sua vida. 4.° Como, porém, a z~s prqt~ndas na_ alma, .b~st~ pouco t~rnpo para as reno~
luta está longe do seu termo, haverá ainda contra-ofensi-
vas do inimig0, que será necessário prever e combater vi- s'a ~ 'que Ú primeiras puríficaçõés passivas e a quietude perter.Ícem à yía
toriosamente 1. Quatro · capítulos .por conseguinte : iluminativa. Cf. P. ÜAl!RIGou-LAGRANGE, Perfect. chrét. et contenzplation.,
t. I, p. VIII.-:- 1 s. •THOM. DE VAL.GORf'jERA, q. II, disp. VI, com nume-
rosas citações de S. Tomás ; · R.ot>RIGOEZ1 · P. I, Tr. da oração ; CRAssrt,
1 Não tratamos, pois, ll/i via iluminativa, ela purificação passiva Instr. familieres sur l'oraisott ,· CouRBoN, lnst. fan,ll. sur l'oraisott, 2.e
dos sentidos nem da oração de quietude, que,. pre'cisanlente por serem partie; VEN. L!BERMANN, Ecrlts Spir:ituels, Insttúct. sur l'oraison, De l'o-
já um princípio de contrmplação ittfusa pertencem à yia unUiva. Pre- raison. d'affection i.R.. DE MAUMIGNY, Oraison menta/e, t. I, 3,e P. Orai-
venimos, contudo, os leitores de que ha1 autores de boa notá que pen- sem affective f D. v. LHEODEY, Les Voies de l'or; menta/e, 2.e P. 'eh. VIII.

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...,...,,.
Htr, e então dão-se mais largas aos afeclos. Arreba tada
11hece que t: i.empo de deixar a medita ção pela oração
do H.l11or de Deus e da beleza da virtude , eleva-se mais
,decliv a. Imprud ente seria fazê-lo cedo demais ; porque
hwilrne nlc Et alma, por meio de piedoso s afectos, para o
(:filão , não e,tando ainda a alma bastan te adianta da para
autor de lodo o bem, a fim de o adorar, bendize r, amar
manter esses afectos , cairia na distracç ão ou na aridez.
e dar-lhe graças ; para N. S. Jesus Cristo, seu Salvad or
Mas por outro lado seria também deplorá vel fazê-lo
modelo , chefe, amigo e innão, a fim de lhe oferece r os
lClrde demais ; porqua nto, como bem reconh ecem todos os
seus sentim entos mais afecluo sos; para a SS.ma Virgem ,
eutores espirituais, a oração afectiv a é mais frutuos a que
Mãe de Jesus e Mãe nossa, dispen sadora dos favores di-
a medita ção, po,is é sobretu do por actos da vontad e que
vinos , a firn de lhe exprim ir o amor mais filial, mais
.glorificamos tL Deus e atraímos a nós as virtude s.
confiad o, mais generoso ( n. 0 166).
B) Estes sinais são os seguintes : 1) quando , apesar
Outros sentim entos 4rptarr;_ espqnt âneam epte do seu
.de toda •a boa vontad e, só com muito custo e com pouco,
cotação , sentim entos d.e vergon ha, confus ão e humilh a-
proveit o, se conseg ue faz,er algum raciocínio, e por outro
ção à vista das própria s misérias, desejos ardente s de pro-
lado a alma se sente inclina da aos afectos ; 2) quando
ceder melhor , orações cheias de confian ça para obter essa
&s convicçõe.i;; lançara m já raízes tão profun das que a
graç~, sentim entos de zelo da glória de Deu,s, que a le-
.alma se sente persua dida logo desde o começo da ora-
~D.m a orar por todos os grande s interesses da Igreja e
,ção; 3) qunndo o coração , despren dido do pecado , se
das almas.
.eleva fàcilme nte para Deus ou para Cristo Senhor Nosso.
977. 2. 0 . Passag em da medita ção à oração afec- Corno, porém, ningué m é bom juiz em causa própria, é
tiva. Não é de 'chofre que se chega a esta oração. Há necessá rio submet er esses sinais ao juízo do divector.
um período de lransiç ão, em que se entrem eiam mc;1.is ou
979. 4.;) Meios para cultiva r os afectos . A) O
menos as conside rações e os afectos . Segue-se, outro, em
,exercício dd virtude da •caridade é o meio mais eficaz
que se fazem ainda· conside rações, mas em forin:a de co-
·para multipl tcar e prolong ar os afectos, que brotam dum
lóquio : Ajudai -me, ó meu Deus, a compre ender bem a
coração em que domina o amor de Deu~. É ele que nos
necess idade de tal vMude . E réflect:e-se, alguns minuto s.
faz admirar as per/eições divinas ; ilumina do pela fé, põe-
Depois , continu a-sé: Graças , meu Deus, pelas. vossas di-
-nos diante dos olhos a beleza, a bondad e, a misericórdia
vinas luzes ; por vossa infinita bondad e, penetra i-me à
infinita de Deus ; e então nasce espont âneame nte um
alma destas convicç ões, pois que influem · mais eficaz-
·sentimento de reverên cia e admira ção, que por sua v.ez
mente na minha vida. . . Ajudai -me a ver quão longe
,provoca o reconhecimento, o louvor, a compla c~nda ;
estou desta virtude . . . o que devo fazer, para melhor a
.quanto mais se ama a Deus, tanto mais se prolongam
pratic~ r. . . hoje mesmo. Chega , enfim, o momen to em
estes diversos actos. O mesmo se diga do amor para com
que (5~; raciocínios cessam quase por comple to ou ao me-
nos se fazem tão ràpidai nérite que a maiior parte da ora-
N. S. Jesus Cristo: ao renovarmos a memór ia dos bene-
fícios que essinal ámos ( n.º 967), os tormen tos · que por
ção se passa em piedosó s colóquios. As vezes, contud o,
nós padece u o nosso amável Salvad or, o amor que nos
sente-s e a qecess idade d~ · voltar momen tâneam ente às
testem unha ainda agora na S. Eucaris tia, facilme nte nos
conside rações, para dar sµficie nte ocupaç ão ao espírito.
-d<::i:xamos domina r pelos sentime ntos de admira ção, ado-
Em tudo tsto nos cnmpre seguir o~ movirn,ehtos dç1.: graça,
ração, reconh ecimen to, compai xão, amor, e sentimos á
.conforme ,'.) parece r do directo r -bev:i inform ado. ·
necessi dad-; de louvar e bendiz er a Quem tanto nos ama.
978,. Sinais qu~ ·justifi ca~ .e sta passag em.
980. B) Para foment ar este amor divino, aconse -
A) .Import a conhec~~ o~· sinais, pot· onde se teco- lhar-se -á aos princip iantes que medite m muitas vezes as

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grandes verdades que nos recordam quanto Deus fez e
não cessa da fazer por nós : ,-, virtudes pekJ. repetição dos mesmc,s uclos. ,. . . . , E por_ i:so
Smo aumentam o nosso conhecimento das perferçoes
a) A habitação das três divinas Pessoas em nossa alma me - e:; B 1 "
e a sua acçã<.' paterna! sobre nós (n. os 92- 130) ; divinas. Pon1uanto, como bem nolR ,,. oaventura,, a
1) A nossa incorporação em Cristo e o seu papel em
melhor mél.neira de conhecer a Deus é experimentar a
nossa vida cristã (n. 0 s 132-153); a sua vida, os- seus mis- d oçura do ~~et·. amor ,· este modo de conhecimento
. .- é _muito
.
térios, sobrett.:do a sua dolorosa Paixão e o seu amor na mais excelente, nobre e deleitável que a mvestrg~çao por
Eucaristia ;
via de raciocínio". E na verdade, assim como se julga ·
e) A parte da SS.ma Virgem, dos Anjos e dos Santos melhor da excelência duma árvore, saboreando os seus
na vida -cristã (n. 0 s 154-189); aqui encontraremos um meio
precioso para variar os afecto~, dirigindo-nos ora à nossa frutos, assim melhor se aprecia a excelência dos atribu'"
l\1ãe do céu, era aos SS. Anjos, sobretudo ao nosso Anjo da tos _divinos, experimentando a suav.idade do amor d~
guarda, º!'~ aos Sant9s, mormenJe àqueles que nos.inspiram D¼us. Este c~nhecimento aum~~ta, por seu tµrno, _ª noss.a
maior .devoção ; ·
c.aridade e fervor, e dá-nos entusiasmo para praticarmos
d) · As orações vocais que, como o Pai-Nosso, a Ave- mais perfeitamente todas as virtudes.
Marja, o Adoro te devote, latens Deitas, .etc.. . . estão re-
passadas de sentimentos de amor, gratidão, conformidade 982. 2. 0 Aumentando a caridade, aperfeiçoa po:r
com a vontade de Deus ; -isso mesmo a oração afectiva- todas as: virtudes que del~
~) As principais virtudes, como a religião para com ·
se d.envam : a) a conformidade com ·d a dvontade de Deus:T
Deus, a obediência para com os' superiores, a humildade, a oue ventura. _não é fazer a vonta e e quem se ama,.
fortaleza, a temperança, e sobretudo as três virtudes teolo-
gais. Consideraremos estas virtudes, não em seu, carácter
b) 0 des-ejo da glória de Deus e.,da salvação das almas:
1 i abstracto, ser.'ão em quanto praticadas por N. S. Jesus Cristo, quem ama não pode conter-sê que não louve_ e f_aça
1 e esmerar-nos-emos em as praticar com o fim de nos pare- l~uvar O objecto da sua afeição ; e) o amor do ~d~ncro e
cermos com Ele e de lhe testemunharmos o nosso amor ; recolh.im.ento : quem ama quer encontrar-se· so com o
f) Não deixaremos de meditar sobre a. penitência, mor- Amado, para pensar nele mais amiúde e renovar-lhe.º
tific,;ição, pecado, novíssimos ; mas fá-lo-emos de modo di-
verso dos principiantes. Assim, por exemplo, consideraremos: seu amo r.. ,. d) 0 dese1·0 da comunhão frequente l : anseia
b· t
a Jesus como perfeito modelo de penitência e mortificação, e. alma possuir, o ma,is perfeitamente possíve ', o 0 _J:c o
.como carregado dos nossos pecados e expiando-os com um do seu amor, e por isso a sua maior ventm~a. e rece~e-1~
um·da.. com Ele todo o diá.' e) o espirita
longo martírio, e esforçar-nos-emos por atraí-lo a nós com
todas as suas virtudes. Ao meditarmos na morte, no céu ou
.
e f rcar e
. . de sacri~ ·f'
no· inferno, fá-lo-emos p 9 ra nos desapegarmos das coisas-
ff cio : bem sabe a alma que unir-se ao drvmo · ·~ucr 1,-
criadas e TIOS unirmos a Jesus, assegurando por esse meio a cado, e, po:- Ele, a Deus, só é possível na p~opoi:_ç_a,o em
graça duma boa morte e um excelente lugar no céu,, junto a. · que renuI).ciar. a si m~sma e l;lS, ~uas com_~~Iidade~_., ,papi
Jesus.
levar a sua cruz sem desmaios, e aceitar !<?:9.él-i'> ~~ prgy~~
que a Providê~cia lhe enviar. 11 • ,
. ART. II. UTILIDADES DA ORAÇÃO AFECTIVA 985. 3. Encontra-se também nela muit~s ve,zes .a
0

consolação espiritual ; é que, efectivamente, 11-ao. ha ~Ie_'"


Fluem dq. própria natureza desta oração. gria mais pur~ e suave que a que, se dis~rut9- na -·comp1;t;
. 98L 1.º A principal é união mais íntima e habitua[ nhia dum 0 migo ; e, como Jesus e .o mars terno _e gene,-
com Deus.. Multiplicando os afectos, produz em nós esta dos amigos,: antegosta-se na sua presenç·a afo:1ma
oração um aumento de amor de Déus. E deste módo são- coisa das alef(rias do céu : esse cum .l esu d~ leis.
roso · · pqrq, disus
. ;:
cs afectos, •'l um tempo, e/eito e causa : nascem do amor d . 35 1 q 2 . < Optimus enim modus cognos-
1 Sent. L. III, t~t. tu, a. lnl~edi~is • multo enim excelleptior et
de Deus,:-mas também o aperfeiçoam, vis'tb crescerem as cendi Deum est exper11nen m ' t.. . . ·u nis >·
nobilior et delectabilior est quam per argmen um rnqu1s1 o .

1
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555
f~ cerlo que,ª. pnr ri.est as alegriüs, hii. muiLétS vezes securas
e outras trihvlações ; mas a alma aceita-as com doce resi- desde o f)l'lnc1pro, seguindo os conselhos dum director
criterioso, a,1 qual se não deixará de dar conta desse es~
gnac.ão, repeti~do uma e muilus ve:,es a Deu~ que, ape-
tado. Ora o remédio é estar bem convencido que o ver-
sar de tudo, C quer amar e servir. Ora, o pensamento de
.cladeiro amor de Deus consiste muito mais na vontade
qu~ se sofr(; por Deus é já um alívio às nossas penas,
uma verdadeira consolação. qne na sensibilidade, que a generosidade desse amor não
está nos transportes violentos 1 , mas sim no propósito
Pode-3e. acrescentar que a oração afectiva é menos
-custosa que a discursiva : nesta última, depressa a alma calmo e decidido de nada recusar a Deus. Não esqueça-
se fatiga a seguir raciocínios, ao passo que, deixando de- 'i mos que o amor é um ado da vontade ; certo que muitas
vezes se repE:rcute na sensibilidade, produzindo nela emo-
safogar-s~· o coração em sentimentos .de amor, gratidão e
ções, mais ou menos fortes; estas porém, longe de consti-
louvor, d1sfruta doce repoiso. que lhe permite reservai. os
esforços pa'ra o tempo da acção. tuírem a ,·0rc~adeira devctção, não passam· de manifesta-
0
ções acideatais, que deyem fie.a r subordinadas à ~ontç1.de
. 984. 4. Enfim, a oração afectiva, simplificando -se, e ser por ela moderadas ; aliás·, tomam o predomínio ,......,
isto. é, diminuindo o número e diversidade dos afectos o que é umn desordem,......., e, em lugar de favo1.1ecerem a
para intensificar alguns deles, pouco a pouco nos condu~ piedade sólida., fazem-na degenerar em amor sensível e
e. or~ç_ão de simplicidade, que é já uma contemplação por vezes st:nsuàL porque as emoções violentas são, afinal,
-édqm:rd~, e prepara assdm para a contemplação infusa iodas do mesmo género e fàcilmente se pass~ duma a
-OU propriamente dita as almas que a ela são chamadas:. outra. É necessário, pois, tiender a espiritualizar os afec-
Dela falaremos na via unitiva. tos, a serená-los, a · colocá-los a9 serviço da vontade: en-
tão se experimentar á uma paz que supera todo o senti-
ART. III. Os INCONVENIENT ES n PERIGOS rn1ento : " pax Dei quae exsuperat .omn.em sensum " 2 •
DA ORAÇÃO AFECTIV A
987. '2.º O sl/gundo defeito é o org~(ho e a presun-
cão. Por ter bons e nobres sentimentos, santos desejos,
_ As melhores coisas têm seus inconveniente s e perigos:
Í,elos projectos d.e adiantamento ~~piritual ; por experi-
nao foge a essa lei a oração atectiva que, se não se faz
mentar fervor sensível e, nesses momentos, desprezar os
-conforme as regras da discrição, conduz a abusos. V amos
prazeres; os bens e vaidades do século, crê-se a alma fà-
indicar os prinoipais, com os· remédios competentes.
cilmente muito mais adiantada do que em realidade está,
.. , .98!3.
, , l_. º 0 primeiro
- é a contensão do espírito, que e chega talvez a perguntar-se a si mesma .se1não está já
~ngma .cans~?? é extenuação. Há pessoas que, preten- a topetar os píncaros da perfeição e contemplação : por
dendo ~nt"Jns1f1car os afectos, fazem esforços de cabeça vezes irá ab ao extremo de conter a respiração, _na. ex-
e coraçao, esfalfando-se , excitando-se violentament e para pectativa da.-, comu~icações divinas. ,......, Tais · sentimentos
p10du7tirem actos' ou transportes de amot, em que a na- mosham antes claramente que ainda está muito longe
tureza tem muito maior parte que a graça. Com tais es- desses altíssimos pínc!;lr9s ; porque os s·a ntos, os fervoro-
forços fattga-,se o sistema nervoso, aflui o sangue ao cére- sos desconfi11m de si mesmos.' têm-se sempre como os
bro, cQnsom0 as forças uma espécie de febre lenta, e bem piores e de hom grado julgam que os Ol.ltros são melhores
dep~essa vem o esgotamento. Pode até suceder que daí que eles. ~ necessário, pois, voltar à prática da humil-
se sigam desordens fisiológicas e (!1.re aos piedosos afec-
to.s se misturem sensações mais ou menos sensuais. 1 Há sem dúvida Santos, que têm por vezes desses ímpetos de
amor que se traduzem no exterior por manifestações sensíveis : m~s
não são eles que os excitam , é a graça <!_e Deus, e seria p_re~unçao
986. 'é este um grave de/eito, que importa remediar querer excitar em si mesmo violentas emoçoes, a pretexto de 1m1t_ar os
Santos. - 2 .Phil. IV, 7, : .

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uacte, da desco nbanç a de si mesm o, tendo em r.onta
o
557
que Jircm ~s mais tarde desta virtud e. E se não , quand
o
se desen volve m estas rnanif eslaçã es de orgulh o . Deus
se
I. o A CONTE MPLAÇ ÃO INACI ANA
encar rega muita s vezes de recon duzir estas almas a justos
sentim entos da sua indig nidad e e incap acida de. privan 989. 'l rnta-se aqui, não da conte mplaç ão infusa.
-
do-as de coP.solações e graças de predil ecção : então com- nC'm seque r da conte mplaç ão adquirida, mas sim dum
preen dem que estão ainda muito longe do fim suspir ado. métod o de orução a/ectiua. Conte mplar um ohject o não é
vê-lo de passa gem , senão olhar· para e~ pausa dame nte
988. 3.<• Há també m almas que põem toda a sua e
com gosto, até se ficar plena mente satisfe ito ; é
devoç ão em procurar conso lações espirituais, descu rando fitá-lo
com admiração, com amor, como à mãe que conte mpla
os ·dever es do própri o estado e a prátic a das virtud es or-
o filhin ho. Esta conte mplaç ão pode versa,r sobre os mis-
dinári as : conta nt? que façam belas oraçõ es. já se imagi-
Délm perfeita-s:,......, E uma gra.nde ilusãÔ. Não há· perfei ção térios -de N. S. Jesus. Cristo ou. sobre os atribu tos•Ji vinos
.
sem confo rmi.da de com à vonta de divina ; ora, essa von- Quan do se medit a sobre um mistério·: 1) vêem- se as
pessoas, que nele interv êm, a SS.mª Trind ade. N. S. Jesus
tade é que cump ramos fielme nte. além dos mand amen tos,
Cristo , a SS_ma Virge m, os home ns conte mplan do o seu
o..c;: dever es de estado , ·que pratiq uemo s tanto as grand es·,
interio r e exteri or ; .2) escutam-se as palavras, pergu n-
como as peque nas virtud es da modés tia,- doçur a, conde
s- tundo a quem é que são · dirig..idas, o que exprim em,
cPndê ncia, amab ilidad e. Ter-se algué m como santo, por ;
amar a oraçã 0 e sobre tudo as suas conso lações . é esque~
3) considerfzm-se as acções, a sua nab;re za e citcunstân~
cias : e tuclo isto, para se rende rem as devid as home na-
cerqu e só é perfei to quem faz a vonta de de Deus: "Nem
gens a Deus. a Jesus, a N. Senho ra, e para melho r se
todo o que me diz : Senho r, Senho r, entrar á no reino dos
conhe cer, amar e· imitar 'à. N. $. Jesus Cristo .
céus, serião quem faz a vontq.de de meu Pai" 1.
Quan do, porém , Se sabem - afasta r os obstác ulos e
'. ., .
990. Para ser mais frutuo sa esta · oração , contem .
pla-,se o
mistério, não _como um aconte cimen to passad o, senão como
perigo s pelos .meios indicà dos, não, há dúvid a que a ora- se se estivess·~ deseniolando actualmente, diante dos nossos
ção àfechiva· é utilíss ima, · tanto· aq nósso progresso espi- olhos : o qÚe não é mero jogo de fantas ia, visto ele subsis
tir
ritual como ao zelo apostó lico. Vejam os, pois , os métod na verda de pela graça que lhe anda a'.nexa. Dema is, não
os vemos assisti r como simples espect adores , senão to'man
_de-'
qúe melho r nos permn em cultiv á la. dc
7 nele parte activa, por exemplo, unindo -nos aos sentimentos
da Virge m SS.ma no instan te do nascim ento de seu divino
ART. IV. MÉTO DOS DE.ÓR AÇÃO AFECTIVA Filho. Procuraremos, além disso, tirar fruto prátic o,
por
exemp lo, conhecimento mais íntimo de Jesus, amor maís
neroso para com Ele.. ge-
Reduz erti-se estes método~ a doi·s tipos : o métod o de · ·. ·
É fácil, como se vê, fazer entrar neste métod o todos
S. Inácio ê o _de S . .Sul;:lcío. · · ·· sentim entos de admir ação, adoraç ão, reconhecimento, amor
os
de Deus, bem como de compunção, confus~o• . contri ção
vista. dos nossos peca~fos,,-~ .enfim tódas as. súplicas que à
I. Os métod os ele s: Inácio 2.
çlemos fazer por nós .e· pelos, demai s.
po-
. .
· Para que a multiplicidade destes afecto s não prejud ique
Eµtre os ·m~to dos I~~ciá.110.i_, · hi
três. que se refere m
ii oraçã o afecti va:: 1. 0 a conte mplaç ão; 2. 0 a· aplica çdo
r,-. paz e tranqu ilidad e da alma, não se esqueç
a esta observ a-
ção tão judicio sa dé S: Inácio 1: "Se eiperl tnenta r num ponto
dos ~~n_tidos ; 3;'? ·o segun do modo de orar. o's sentim ento, qu·e quería 'hcifa r· ~m i:ríim,' ali me detere
i'e
--·-.- ·~·_.. . . ; . \ .
repois arei, sem, preten der' passar adi~nte,·, até. que minha . àlma
fique plenam ente satísfe ita ; . porqu e nãô' é 'a àlbundância
; G"NMY.t '.PVItl! 21.d- l~ S. -l~NtATI~s, . Exercit. spirit., 2. da
M Au,,,r , ra tque e or. men ale, t. I, V.e .Parti~~• Sem. ; R. DE
. · 1 · Exerc. spiritft~ts; :1,e àíiiÍoL, .. 4:e 'à ddit.;
DÚRÀND, Médit ... et
Jectures po1ir une retraite de 8 Otl 10 piurs, p. 256-259. ·

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_ .. u. "'-.._ UJ... ,V 1
DA OR AÇ ÃO AFE CTJ
VA 559
ciênci~ que sac ia e sat isfa
z
gos to int eri or das ver dad es a alma, sen ão o sen tim ent o ~ Te rm ina -sé por nm piecloso '
que me dita ". colóriuio com Jes us, com
sua Mã e . p•d ind o a grnça
de am ar com ma ior genero
dad e o no:;so divino Sal vad si-
2.º A APL ICA ÇÃ O DOS CIN CO
SENTIDOS or.
99 2. A ora ção sob re os atr
ibutos divinos faz-se, con-
991. Po r est e no me se des sid era ndo cad a um desses
ign a um mo do mu ito sim - atr ibu tos com sen tim ent os
p~es e afe ctu oso de me dit cdó raç ão, lou vor e am or, ·e de
ar. Co nsi ste em exe rci tar con clu ind o pel o dom tot al
Ci.~ C~ _sentido~ ima os de
gin ativ os ou esp iritu ais
sob nós me sm os o. De us 1 .
rm ste no de N. S. Jes us Cri re qua lqu ei:
sto . a fim de gra var mo s ma
pr?f~~da_mente, na alm a is
tod as as cir cun stâ nci as des 3.º Ü SEG UN DO MO DO DE OR
mr ste no .e. exc itar mo s no cor se AR
açã o pie dos os sentl'tnentos 99 5. Es te seg und o mo do ·de
boa s res olu çõe s. e ora r con sis te erp. per -
correr len tam ent e um a ora
To me mo s um exemplo, tira ção voc al. como o Pat-Noss
do do mistério do Na sci me nto a Av e-M ari a, a Sal ve- Ra inh o,
. · 1) Ap lica ção da vista: . a, etc .. par a con sid era r e sa-
Ve jo o Me nin o Jesus no pre bor ear a :;ignificação de cad
~10 , a palha_ sob re
que est á dei sé- a pal avr a.
vem • • • V ~Jo as sua s mã ~zi tad o, os pan inh os que o env ol- Assim, no Pa-i-Nosso con sid
era -se a pri me ira pal avr
nha s trem end o de frio, os diz end o : ó me u De us, Vó
tho ~ mareJª.?<:>s de lág rim as.
_. . É o meu De us : ado ro- o
seu s s, o Ete rno , o Om nip ote nte a.
..e viv a.,_ , -:V eJo a SS.'.'1ª com Cri ado r de tod as as coisas, , o

Vir
,~ura celesti~l ~- .. Ve Jo- a ge1:11: que mo dés tia, que formo- sois me u Pai. Soi s meu Pai s ada pta ste s-m e por filho, Vó s
b!a ços , enf aix a-l o nos pan inh tom ar o Me nin o Jesus em
seu s bap tism o uma par tici paç ão , por que me comunicastes no
da vos sa vid a divina, e cad
ta- lo nas pal hm has : é o seu os, est rei tá- lo ao cor açã o, e dei - a ides aum ent and o em min
ha alm a. . . Soi s meu Pai , a dia
Fil ho e é, seu De us ! Ad mir me am ais como nun ca hou por que
oro ... . Pen so na sag rad a o e ve
eu rec ebo . . . Te nho a me sm C? mu nhã o: é o mesmo Jesus que pri o filh o. . . porquie ten des pai ou mãe· que am ass e o pró -
a · fé, o me sm o am or ? par a comigo a mais pat ern
sol icit ude . . . :.: . al
. . 2) .· Ao liéa ção do ou_
Ill:fante ... 03 gemidos que
vido. Oiç o o~
vag ído s do div
lhe _~rr anc a o sof rim ent o ... ino
E fica-se a alm a nes ta pri
con tra nele~ significaçpes e me ira pal avr a, enq uan to en-
frio, sof re sob ret udo da ing sen tim ent os que lhe tra gam
rat idã o· dos hom ens ... Esc Te m gum a luz, força ou con sol
açã . a_l-
pal avr as d.) seu Co raç ão
a9
uto as. oi; dua s pal avr as for neç am o. Se aco nte cer até que um a
res pos ta des ta, res pos ta che Co raç ão de sua san ta Mã e, a tem po da ora ção , não se devma tér ia suficiente par a tod o o
am or ; e uno -me aos seu s ia . ,de fé, ado raç ão, hum ilda e p·as sar adi ant e ; sab ore iam
sen tim ent os. . . de, aqu ela s pal avr as, tira -se del -se
• as qua lqu er con clu são prá tica
3) Ap~ic~ção do olfacto. p~de-se gra ça par a a cum pri , e
des do_ i:resep10, o bom odo Re spi ro o per fum e das vir tu- Eis aqu i três ma nei ras sim
r. ,
me~ .d1vmo Sal vad or se digr de Jesus Cri sto , e sup lico ao ple s e fác eis de pra tic ar a
esp mtu ial que me per mit a ne con ced er- me aqu ele sen ora ção afe cti va.
tido
da de ... res pir ar o per fum e da sua hum ·
· . il-
.
4) Ap lica ção do gosto. Go II. O mé toJ o Je S. Sul píc io.
Jesu~, Ma ria e Jos~, a ~eli~id sto a ven tur a de est ar com
sen tir esse gozo, f1care1 sile ade de os am ar, e, par a me Já nob'.i.mos (n. º 70 1). qu e est e mé tod
nci osa me nte mesmo jun tin holho r tiv o; as alm as adi ant ada s o é ~u ito afec-
me u Sal vad or. do não têm . pois, ma is qu e util
5) Ap lica ção do tacto. zá-lo, ate nd wd o às seg uin i-
Co m pie dos o res pei to to~ tes obs erv açõ es.
pre sép io,__ as pal hin has em
que o me u Sal vad or est á o o 99 4. 1. 0 O primeiro pon
to, a adoração, qu e par a
nad o: ~e1Jo-as ~?m am or. . recli-
perm1tir-m'l, be11ar-lhe-ei os. E, se o div ino Inf ant e se dig nar cs pri nci pia nte s era bas tan
te cur to. vai-se pro lon gan
sag rad os pés 1. ma is e ma is, e por vez es ocu do
pa po r sli. só ma is de me tad
. 1 S. Iná cio não a ir tão lon ge : out ros -...san
e
afo itos ; podemo-los imious
tar, se Deus nos der essa tos foram mais- 1 Ver a última contemplaç
Inspiração. ão de S. Inácio, Ex.
A. 458-459 ; R.. DE MAUMIGNY, spir., 4.ª Sem. -
2 DuR AND , op. cit., p.
1. e., eh. VI.

fia http://www.obrascatolicas.com
da oru ç5o . f,; ent ão que a al 561
ma . in llti11 üd a do am or de vai rep elin do mu itas vezes no
De us, adm ira, ado ra, lou va, decurso do dia, e que nos
ben diz , agr ade ce . já às lrês aju da não s<'•mente a pô-la
div ina s Pes soa s, já a cad a um em prá tica mas tam bém a
a del
N. S. .Jesus Cristo, mo del o pcr f eitoas em par ticu lar, já a nos lem bra rmo s af ect uns am ent
e daq uel e que no-la ins-
da vir tud e que pre- piro u.
ten de atra :r a si me sm a. Re nde
tam bém , seg und o as cir-
cunstânci9-s, as sua s hom ena gen 997 . Há casos, con tud o,
s de ven era ção , rec onh e- em que a alma, por esta r na
c"imento e am or à SS.ma Vir arid ez, não pod e pro duz ir sen
gem e aos San tos ; e. ao ão com gra nde cus to afectos
Lzê -lo , sen te-s e atr aíd a a imi des te género. Ent ão, ent reg and
tar sua s virt ude s. de Deu s, pro test a que o que r o-s e tran qui lam ent e à von tad e ?i:i.
995 . 2." O seg und o pon to. amar, per man ece r-lh e fiel, man
ter- se, cus te o que cus tar, em -
ou comunb,ão, tom a-s e sua
tam bém qu1:1.se com ple tam ent rec onh ece humildemente a sua pre sen ça e no seu serviço;
d eràções, que se faz em , são mu
e af ectivo. As bre ves consi- une -se com a von tad e a N. S. ind ign ida de e inc apa cid ade ,
ito cur tas , e essas mesm~s as hom ena gen s . que lhe trib uta Jesus Cri sto, ofe rec e a Deu s
tom am for mà de col óqu ios co me nto s que exp erim ent a por não , acr esc ettt and o-lh es ·os· sofri-
~ De us ou com N, S. Jes us pod er faz er mais par a hon-
Cri sto : : "A jud ai- me , ó me u De rar a sua div ina . Ma jest ade .
us. a con ven cer -me cad a
vez ma is ... •·, são aco mp an: had ain da mais mt>ritórios que os Est es act os de von tad e são
as e seg uid as de efu sõe s pie dos os afectos.
de gratidã.J rel as luz es rec ebi
das . de desejos ard ent es de Tai s são os principais mé tod os
praticai· a: virl:úde sob re que de ora ção af ectivas :
se me dita . Qu and o a alm a cad a qua l esc olh erá o que me
se exa min a ace rca des sa vir lho r lhe convier, e em cad a
tud e, fá-lo sob o olh ar de mé tod o tom1'1.rá o que me lho
Jes us e com par and o-s e com ess r se coa dun ar act ual me nte
e divino Mo del o ; o resul- com as nec H's ida des e inspira
tad o · é que se vêe m mu ito me ções sob ren atu rais de sua
lho r os próprios def eito s e alm a, seg uin do nisso os mo
misérias, por cau sa do con tra ste vimentos da •graça. Ass im
ent re Ele e nós ; e ent ão. ava nça rá lH prá tica das virt ude
os sen tim ent os de hum ilh açã s.
o e con fus ão são ma is pro-
fun dos , a con fian ça em De us
é maior, por que o hom em
se enc ont ra em · fre nte do div CA PI TU LO II·
ino Mé dic o das alm as, e
esp ont âne am ent e sai este grit
o do cor açã o : "Se nho r,
ved e o que am ais, tão doe nte Da s vir tud es mo rai s 1
: ~cce que m am as in/irma-
tw· " 1. Da i orações ard ent es,
par a obt er a gra ça de pra -
tica r est a ou aqu ela vir tud e, An tes de descrevermos cad a
ora çõe s não som ent e por si , um a del as, :importa re-
sen ão tam bém pel os dem ais , cor dar sum ària me nte as noções
pel a Igreja inteira.; orações teológicas sob re as virt u-
rep ass ada s de con fian ça, por des infusas.
que , em vir tud e da nossa
inc orp ora çã, ) em Cri sto , sab em
os que estas ora çõe s são
apo iad as po:- Ele . Noç ÕE S PRELIMINARES ..
SOBRE AS VIRTUDES INF
.. , USAS
996 . 3. 0 A me sm a cooperaçã
o, no terceiro pon to,
torn a-s e m':ús afe ctu osa : a res Falaremof., primeiro, das virt ude
olu ção tom ada sub me te-s e s infu sas em geral. e,
P Jes us Crü :to, par a
rec ebe r a sua apr ova ção ; que em seg uid a, das vir tud es morais
rem os em particular.
pra ticá -la, par a nos inc orp ora
rmo s ma is per feit am ent e 1 s. THOMAS, I, II, q.
riele, con tan do par a isso com m'etapftys., XLI V; de Pas 55-67 ; II, i1, q. 48-1
a sua col abo raç ão, de~con- A S. THO MA, Cursus
sionibus et habitibus ,· De 70; SuAREZ1 Disput.
}ide, etc. ; JoANNES
(i~ 1do de nós mesmos. Pren<l theol-.,. Tr. de Pa~sionibus, habitibu
e-s~ essa res olu ção 1:l- um etc. · ÁLVA REZ DE PAZ t. s et virtutibus,
1I, lib. III, de adep tion e virt
ram alh ete esp irit ual , a um a SS. 1'R!N ITAT E, P . II,
1 utum ; PHIL . A
pie dos a inv oca ção , que se ção; dive rsos· trat ado s;tr.S. II,FR.dis . I, II; RooRIGUEZ, Exercícios
de perfei-
ftttrod. à la vie et aux vertusDE SALES 1 VM dévote, pas sim ; J. J. Om R,
1 jo. XI, 4. tus chrétien , tr. VI, VII, IX, ckré t.; MoR . GAY, De la vie
:e. DE SMEDT,tzesNot X, XI ; 'RrnET, Les vertus etet des ver-
re vie stirnature/le, t. II. /es dDM ,'
36

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Das virtu des infu sas em gera 1
563
l • r,ossa alm a o pap el de Jac ulda des
998 . Há virt ude s nalu rais , isto
J
.1 nos torn are m cap aze s de praticar
sobrenaturais, e assim
acto s meritórios .
é, háb itos bon s,
adq uiri dos por actos freq uen tem Há, pois, dife ren ça essencial entr e as
ent e rep etid os, que faci - virt ude s infusas
lita m a prá tica do bem hon esto . e as virt ude s adq uiri das , sob o tríp
Ass im, por exe mpl o , os lice asp ecto da origem,
incr édu los e pag ãos pod em, com de modo cl.~ exe rcíc io e do fim.
·o con cur so nat ura l de
Dem :, adq niri r ~s virt ude s mor ais a) Com rela ção à origem, as
fort alez a e '. tem per anç a, e ape rfei
de pru dên cia, just iça, rem~se pela repe tiçã o dos mesmos virt ude s natu rais adqµi-
çoa r-se nela s. Não é. acto s ; as virt ude s sobre-
natu rais vem de Deu s que as
por ém. desse.s virt ude s que fala mo dep õe em nos sa alm a ao
s aqu i ; que rem os tra- mesmo tempo que a graç a hab itua
tar das virt ude s sob ren atur ais ou l.
infu sas , tais com o exis- · b) Sob o aspe cto do exercíci
o, _como as virt ude s nat ~
tem no cristão. rais se adq uire m pelá repe tiçã o
dos mesmos acto s, .dão -no s
· ·· 999 . Ele ~~d os ao esta do · sob a !acilidacle. de pro duz ir acto s sem
ren atur al, e ten do por elha ntes com pron tidã o e
aleg ria; as virt ude s sobrenatu,rais,
ú.nico fim a visã o hea tífi ca. par a dep osit ada s em nos sa alma
ela dev emo s ten der p~r por Deu s, não nos dão mai s que
meiQ de acto s pra tica dos sob o o pod er de faze r acto s me-
infl uxo de pr_incípios e ritó rios , com uma cert a tend ênc ia
a
motivos sob ren atur ais, vísto ser não virá sen ão mai s tard e, à forç prod uzi- los ; a facilidade
ind ispe nsá vel que haj a a de reno var acto s ..
pioporçã.o entr e o fim e os acto e) Rel ativ ame nte ao fim, as virt
s que a ele co·n-duzem. par a o bem hon esto e orie ntam -nos ude s natu rais tendem
Ass im, pois, par a nós, as virt ude
s que no mu ndo se eh.a-< - pas so que a.s virt ude s infu sas tem par a Deu s Cria dor ; ao
roa m natu rais , dev em s,er pra tica tura l e levam~nos par a Deu s Uno por fim o bem sobrena~
das de mo do sob ren a- e Trin o, tal como a fé
tura l. Com o not a com razã o o no- lo dá a con hec er. };, assim, os
P. Gar rigo u-L agr ang e 2 ; mot ivos que insp iram essas
con form e San to To más , ·'as virt virt ude s dev em ser sob rena tura is
e
ude s morais cristãs são Deu s: prat ico a prud ênc ia, justiça, cifr am- se na ami zad e de
infu sas e esse ncia lme nte dist inta fort alez a e tem pera nça ,
s, pelo seu ob; ecto /or- par a esta r em harm onia com Deu
mal, das maic: alta s virt ude $ m:or s.
a~s adqUJiridas, des crit as
pelo s mai ore s filósofos . . . Há dife 100 1. Do nde resµ lta que os a_ct
ren ça infi nita entr e a os des las virt ude s
t·em per anç a aris toté lica , reg ula da sob ren atw ais são mui to mais perf
sàm ent e pel a rect a ra- eitos que O& das virtu-
zão , e a tem per anç a cristã, reg ula des adq uiri dss 1 : a nos sa lem per
da pel a fé div ina e pel a anç a, por exe mpl o, não
pru dtn cia sob,tenfl.tural ».:.
Hav end o já .mos trad o com o esta
nos leva sóm ent e à sob ried ade
gua rda r a dig nid ade hum ana , mas
nec essá ria par a salva-
s virt ude s nos são tam bém às mortifica-
c.omunicadac; pelo Esp írito San to ções positivas pela s qua is nos con
que viv e em nós (n. 9 form amo s ma~s per feit a-
121 -12 2), não nos rest a mai s que !,
men te com o nosso divino Sal vad
des crev er: 1.º a sua or ; a nos sa hum ilda de
r;at ure za; 2 ° o seu inc rem ent o; não sôm ent e no~ faz evit ar os exc
3, 0 o seu e,;i.frq.queci- essos de org ulh o e cóle-
men to; 4. 0 o nex o que exis te m., ·contrários à hon esti dad e, sen ão
ent re· elas ; 5. 0 a ord em que nos faz abr aça r
que segu:iren~os na sua exp osiç ão. hum ilha çõe s que nos torn em mai
s siernelhantes ao nosso
divi no t\·fodelo.
r. 0 NAT URE ZA riAs VIRT UDE S INFUSAS Há, porc;, diferen'ça esse ncia l entr
e as virt ude s adq ui-
rida s e as ,infusas : o seu princípi
100 0. A) As virt ude s infu sas o e o seu mot ivo formal
acç ão que Deu s insere em nós, .
são prt11,cíp'ios .. ,4~ não são os mesmos.
para des emp enh are m em
100 2. B) · Dis sem os que a facil-id
ade de exe rcer as
. 1' ;s. THOM AS, 1,
II, q.
btj_S, diss. III; J. A S. THoM.1. 62--6 '
3 ; SuA!'(EZ, De passfo1tibtts et
, op. cit., disp . XVIi: L.
!tal!!ti-:
virt ude s infu sas se adq uire pel a
rep etiç ão dos mesmos
irifusis1 P. }ANVIER; Carême, 1905 ;
B!LL OT, De v1rf.
et contemplation, p. 72-75, - li Op. P. GARR IGOU -L'-G Ri\-N GE, Perj
ecf, chret.
cit., p. 64.
. 1 Sam . theol., II, II, q. 63, a. 4; H.
·· 1921, p. 103-104. NoBLE, Vie spiritaeJle, Nov .

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,_,,.,.., Vlt< l ULJl:i.S MO RA IS
act os, qu e petmit.e ope rar 565
, com
des e pra z~r ( prom.ptius, /acilius, ma is pro nti dão , fac ilid a- aum ent o de fé, esp era nça
e car ida de : "D a nobis fide
dclcctabílius). Trê s cau - ei· caritatis aug me ntu m" . i, spei
sas pri nci pai s con cor rem
pa ra esl e fel iz res ult ado
a) O !1ábito dim inu i os : B) Est e inc rem ent o rea
obs tác ulo s ou não po r aumE:nto de graU liza -se , seg und o Sa nto
má nat ure za, e assim, com o me sm o as res istê nci as da
esf orç o, obt êm -se J ou qua nti dad e, sen ão pel To má s,
mais per feit a e act iva da a
res res ult ado s ; b) tor na
dóc eis as fac uld ade s, ape me lho - vir tud e: é nes te sen tid o que posse
no seu exe rcí cio , fá- las ma rfe iço a-a s tud es lan çam raí zes ma is as vir -
pro fun das em nos sa alm a,
mo tiv os que nos lev am ao is pro nta s pa ra apr een der em os do- se ma is sól ida s e ope
ran tes .
tom an-
o bem per ceb ido ; exp eri me bem, ma is apt as par-a rea liza rem
nta mo s até cer to pra zer em
cit ar fac uld ade s tão ma leá exe r-
os ded os sob re urri tec lad
vei s, com o um art ista em
pas sea r
3.º Do ENF RA QU ECI ME NTO DA
o S VIR TUD ES
·act ual , que nos é ou tor bem sen sív el; e) En fim , a gra ça
gad a com tan to ma is Um a act ivi dad e, qu e se
qua nto ma is fiel me nte a lib
ela cor res pon dem os, vem erd ade nã o exe rce ou q~~ só com
fac ilit ar sin gul arm ent e• a •ta mb ém moler.a se exe rci ta, não tar
nos sa tar éfa e faz er- no-
la am ar. da a éri fra qu ece r ou a per
-se até com ple tam ent e. der -
De pas sag em no tem os qu
e, um a vez ad qu iri da est
fac ilid ade , nã o se per de, a 10 04 . A)
logo qu e se tem a inf eli
cid ade
Da dim inu içã o d.as vir tud es. As vir-
de per der a vir tud e inf usa tud es inf usa s nã o são , a
po r um pe cad o mo rta l : sen bem di-zer, sus cep tív eis de
a f aci lid ad~ res ult ado de do nu içã o com·J o nã o é a dimi-
act os fre qu en tem en te rep gra ça san tifi can te de qu
per sis te dur nnl .e alg um tem eti do s, pen dem . O pe cad o ven ial e de-
po , em vir tud e das leis psi não as po de d-i mi nui r, com
l6g ica s qu e reg em os háb co- tam po uco d_ecresce a gra o
ito s adq uir ido s. ça hah ilu al. Qu an do , por
se com ete , sob ret ud o de ém,
pro pós ito del ibe rad o, em bar
2.
0
bo INC REM ENT O DA S VIR con sid erà vel me nte o ~xereí aça
TU DE S INF USA S cio das vir tud es, dim inu ind
fac ilid ade ad qu iri da pel os o a
act os pre ced enl es. Es ta fac
1005. A) As vir tud es inf usa da de vem , efect iva me nte
, du m cer to ard or e con
ili-
no ssa alm a, e de fac to s po de m cre sce r em stà nci a
cre sce m na pro po rçã o em no esf orç o ; ora as fal tas
qu e ven iai s del ibe rad as qu ebr
é'.utnenta a gra ça hab itu al, ent usi asm o e par ali sam , am o
do nd e pro ma na m. Es te cre em par te, a no ssa act ivi
me nto ve, n dir ect am ent e sci- (n. 0 73 0). As sim , po r exe dad e
de De us. po is qu e só Ele ; ;i ·-~ mp lo, os pec ado s ven iai s
a um én tar em nó s a vid a
div ina e os diversos ele me
· po de
' int em per anç a., sem dim inu
íre m em si a vir tud e inf usa
d-~
qu e a con sti tue m. Or a,
De us pro du z em nó s est
nto s sob rie dad e. faz em per der
po uco a po nco a fac ilid ade
da
me nto , qu an do rec ebe mo e au - se tin ha adq uir ido de mo qu e
s os sac ram ent os e faz em rtif ica r a sen sua lid ade . Al
obras on orações. os boas disso , o abu so das gra ças ém
origina um a dim inu içã o
a) Os sac ram ent os, em gra ças act uaü : qu e nos fac das
ção , produz;e.n em nós um vir tud e da sua me sm a ins ilit ava m o exe rdc io das
aum ent o de gra ça habitu titui- eles, e po r esse mo tiv o, pra vir tu:
iss o me sm o, dfü ; vir tud es al, e, por tic am o-l as com me no s ard
inf usa s que lhe são ane xas En fim , com o dis sem os, (n. 0 or.
por ção das nos sas dis pos , em pro- 73 1), as fal tas ven iai s del
içõ es (n. 0 s 259 -26 1). her ada s pre par am o cam i-
L) As nos sas boas obr as inh o às fal tas gaves-, e, po
me rec em não sàm ent e me sm o, à pe rda das vir tud r isso
ria , ma s tam bém um acr ésc
imo da gra ça ha,bitual, e, a gló - es. ·
mesmo, das vir tud es inf po r iss o
usa
gra nde par te,- do fer vor das s ; est e aum ent o dep end e, em
10 05 . B) Da perdá das
nos sas dis pos içõ e~ (n. 0 '23 vir tud es. Po de- se as~en-
7). tar com o pr inc ípi o qu e as
e) A ora ção , alé m do seu vir tud es se per dem por- to-do o
um val or imp efr ató rio , que val or ,p1 erit ório , tem act o qu e rlestróí o seu ob;
ade ma is ecto formal ou motivo, po rqu e
gra ça e de vir tud es, em pro sol icit a e obt ém um aum ent o de assim se arr uín a a vir tud
e pel a bas e.
por ção do fer vor fOm que
Im por ta, pois, uni r-s e às se ora . a) As sim . po r exe mp lo,
ora çõe s da Igr eja e ped ir, a caridade
·co m Ela, pec ado per de- se po r tod o o
mo rta l de qua lqu er nat ure
za que sej a, por que est e pe-

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566 CAP1TULO II DAS VIRTUDES MORAIS
567
cado destrói em nós o objecto formal ou a base desta virtude, maus : posto que pratique muito sinceramente a caridade, não
visto sE.'r directamente oposto à infinita bondade de Deus. fica logo per.feitamente prudente, casto ou temperante; neces~
h) As virtudes morais infusas perdem-se pelo pecado sitará de tempo e esforços, para se desembaraçar dos hábitos
mortal ; é qut: de tal modo estão ligadas à caridade que, .antigos e formar outros novos.
desaparec eado esta, desaparecem também elas. Contudo a
facilidade que se havia adquirido de fazer actos de prudên- 1007. B) Sendo.a Cé!-ridade a forma, o último com~ '
cia, justiça, etc., subsiste durante algum tempo depois da plemento d~ todas as virtudes, nunca estas são perteit!l~
perda das virtudes infusas, em virtude da persistência dos sem aquela ; assim, a fé e a esperança , que ficam na
hábitos adquiridos. .alma do pecador, com ser~m verdadeir as . virtudes, são
e) Qaanto à fé e esperança , estas subsistem na alma, in/ormes, ish, é, privadas daquela perfeição que a orien-
ainda quand:.) se perdeu a graça por um pecado mortal, con-
tanto. que este não-seja directamente contrário a estas duas• . tG.va para Deus como fim último ; e assim os actos de fé
v.irtudes. :e, que, efectivamente, as outras faltas não destroem é· esperanç~ . feitos ness·e estado, não pôdem merec~; o
em nós a base da fé ou da esperança; e por outro lado, Deus, :eéu, posto qtie sejam sobrenatu rais e preparem a con-
na sua infinita misericórdia, quer que estas virtudes perma- Yersão.
m:çatn em nó;, tomo uma última tábua de salvação : enquanto
se crê e esper-a, fica relativam ente fácil a conversão. . 1008. C) Quanto às virtudes morais, se se pos-
:suem na sua perfeição , isto é, informad as pela caridade,
4.º Do NEXO ENTRE AS VIRTUDES e em grau um tanto el~vado, são verdadeir amente cone-
xas, neste sentido que não se pode possuir uma, sem
1006. Diz-se frequente mente que as virludes · são possuir as outras. Assim; todas· as virtudes, para serem
conexas: isto exige algumas explicaçõ es. perfeitas, mp>õ.em a prudênci a ; a mesma prudênci a não
A) Primeiram ente, a caridade, bem çompreen dida se pode pi:atic;ar perfeitam ente sem o concurso da forta,.
e praticada , encerra to-das as virtudes, não sómente a fé leza da jmtiça e da. temperan ça : ~m ~ará~ter fraco, in-
e a esperanç a ( o que ;é evidente) ! senão também as vir- clinado à injustiça e à intemper ança. não terá, prudência
·fodes rµorais como explicám os ( n. 0 318), comentan do -em várias circuni;;tâncias ; a justiçç. não se pode praticar
a S. Paulo · Caritas patiens est, caritas benigna est . .. perfeitam ente sem a fortaleza d,e alma •e a t,emperança, a
Isto é Verdade, neste sentido que quem ama a Deus, e fortaleza deve ser temperad á pela pn,idência_ é jl,lsttqa, e
ao próximo por Deus, está disposto a praticar éada uma não subsistiritt muito tempo sem a temperan ça, e assim
d.as virtudes, tanto que a consciênc ia nos faça conhecer por diante 1 • · · . · .·
e~sa obrigação . Não ~-e pode, efectivam ente, amar a Deus Mas, se as virtudes morais não existem ·senão e~
a valer, sobre todas as coisas, sem querer observar os seus 5 rau tnferior, a presença duma delas não :iínpltda:1· neces-
mandame ntos e até mesmo alguns conselhos . Ademais , é sàriamen te a prática da outra. Assim, por exen1plo, há
próprio da caridade ordenar todos os nossos actos para pessoas que são pudicas, sem serem humildes ; outras há
Deus, último fim. e p·or consegui nte regulá-los segundo -que são humtldes , sem ·serem misericord.iosas, -ou. miseri-
os virtudes . cristãs. E pode-se dizer que ·quanto mais a -c:ordiosas. sem praticarem a justiça 2 .
caridade aumenta tanto mais · crescem também radical-
mente as demais virtudes. II. As virtudes morais.
Contud•:> o amor de Qeus, apesf!r de inclinar a vontade
para os actos das virtudes morais e facilitar a sua prática, Explique mos sumàriam ente a sua natureza; o seu nú-
n~o dá imediata e necessàriamente a perfei\ão de todas essas 1nero, e o seu carácter ·corri.um.
virtudes, por exemplo, prudência, humildade; obediência, cas-
_tidade. Ora suponharnós, por exemplo, um .pecador que se 1 q, S. AuousrIN., Epi#. 167 ad Hieron., P. L., XXXIII, 7;35. -
converte sinceramente, depois de haver con,.traído hábitos ~ s; GREGOR., Moral., L. XXII, t:. I. . ,.

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LJA ~ VIR TUD ES MO RAI S
1009. 1.• 0 A sua nat ure za. 569
Ch am am -se morais es- z<:.:res, sem ultr apa ssa rm os a
tas vir tud es, por dois motivo me did a, precisamos da tem'-
s : a) par a se dis ting uir em
das vir tud es r,w·c.mente intelec per anç a.
tuais, que nos ape rfe iço am
a int elig ênc ia sem rel açã o As sim poii,, a iusli.ça reg ula
alg um a com a · vid a mo ral, as nossas relações com o
como a ciê nci a, a arte , etc. ; p1ó xim o, a fortaleza e a tem
b) par a se dif ere nça rem das per anç a as relações con nos co,
vir tud es teoiogais, que tam bém º prudência dirige as out ras três virtud
reg ula m, é cerlo, os nos- es.
sos cos tum es, ma s, como já 1012. B) Ap erf eiç oam tod
dissemos, têm a De us direc- as as nossas fac uld ade s
bm en te po'r obfecto, ao pas so n1.orais : a inte ligê nci a é reg ula
que as vir tud es morais , vi- da pel a pru dê~ cia , a von-
sam dir ect am ent e um bem sob tad e pel a jus tiça , o ape tite
11enatural cria do, por exe m- irascível pel a for tale za, o
plo , o dom ínio das nos sas pai ape tite concupiscív,el pel a tem
xõe s. Im por ta , con tud o, não per anç a. No tem os con tud o
esq uec er que as vir tud es mo que , como o ape tite Jr:ascív
rais sobrienaJurais são tam - el e con cup isc íve i não são
1 l5éin ver dad êir am ent e um a par rns cep tíve is de mo ral ida de, ·
1
tici paç ão da vid a de De us se.n ão me dia nte a u'ontacl~. a
1 e nos prep.:1ram à vis ão bea tífi for tale za e n tem per anç a res
ca. De ma is . essas vir tud es, ide m tan to nes ta fac uld ade
i à me did a que se ape rfe iço
am , e sob ret udo qua ndo são sup eri or como nas inferiores,
1
com ple tad a., pel os don s do que rec ebe m a sua dir ecç ão
Esp írit o San to, aca bam de se da von tad e.
:! apr oxi ma r de tal mo do das vir
tud es teo log ais que são por 1015. C) Ac !'es cen tem os,
ela s como tot alm ent e imp reg enf im, que cad a um a
nad as, nem são ma is que ma des tas vir tad es pod e ser con
nif est açõ es div ers as da car ida - sid era da como um género
1 de que as inf orm a. que con tém par tes inlegrante
1010. 2. 0 O seu núm ero . iS sub;ectiuas e potenciais.
As vir tud es mo rais , con - a) As par tes inte gra nte s
são com
sid era das nas sua s diversas r.ec ess ário s à prá tica da virt plemento,s_ úteis ou
ram ific aço es, são num ero sís- ude , a tal pon to que não ser
sim as ; ma s tod as se red uze m per feit a sem esses ele me nto
s; assim, a pac iên cia e a con
ia
às qua tro vir tud es cardiais, tân cia são par tes inte gra nte s-
ass im chq mn das ( da pal avr s da . for tale za. ·
a cardin.es. gon zos ), por se-
rem , digarúos assim, os qua h) As pzr tes sub jec tiva s são~
tro gonzos em que gir am to- ren tes esp éci es sub ord ina das por assim dizer, as dife-
das as dem ais . à vir tud e prin cip al ; assim,
. btie dad e e a cas tida de são par a so-
Est as qua tro vir tud es cor r~s tes sub jec tiva s da tem per anç
pon dem efe ctiv am ent e a e) As par tes potenciais· (ou a.
tod as as nec ess ida des da alm
a e ape rte iço am tod as as pri nci pal um a cer ta sem elh anç ane xas ) têm com ·a vir tud e
sua s fac uld ade s morais. nam ent e tod as as con diç ões a, sem atin gire m con tud o ple-
da vir tud e. Assim, a vir tud e
religião é um a ane xa da just da
1011. A) . Co rre spo nde m iça, por que vis a a trib uta r
a tod as as necessidades De us o cult.J que lhe é dev ido a
da alma. . per feiç ão deliejada nem com , ma s não o pod e faz er com a
estr ita igu ald ade ; a obe diê nci
pre sta aos st.:,periores a ·sub a
a) Cu mp re- nos , ant es de tud o, ain da aqu i r.ão há dire ito ·abs
mis são que lhes é dev ida ,
ma s
esc olh er os meios. olu tam ent e rigo ros o, nem rela
nec ess ário s ou úte is à con sec ção de igu al a igu al. ...
uçã o do nosso fim sob ren a-
tur al : é o- po.pel da pru dên cia
. Par a fac ilit ar a nos sa tar efa
h) e a dos leitores, não en-
É-noc, tam bém nec ess ário res trar em os na enu me raç ão de
peitar os direi.tos de- tod as essas divisões e sub di-
out rem : é o que faz a justiça Yisões ; esc olh ere mo s, por ém
. , as vir tud es pri nci pai s, que
e) Par a def end erm os a nossa imp ort a ver dad eir am ent e cul
pessoa e os nos sos tivar, sem insistirmos sen ão
ben s con tra os perigos que nos nos ele me nto s ma is essenciais
am ea~ am , sem me do nem sob o dup lo asp ect o teó rico
vw lên cia , nec ess itam os da Jor e prá tico .
taleza.
,1) Para. usarmos dos ben s des te mun~l 1014. 3.º Seu carácter com
um . a) To das as vir•
o e dos pra - lud es mor:üs se apl ica m a
conservar o me io termo ent re

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DAS VIRTUDE S MORAIS
57i
os excessos opostos : in mec/io stat virtus. E na verdade ,
todas elas devem seguir us regras lraçadas pela recta .em qualque r circunst ância, os melhore s meios para atin-
razão ilumina da pela fé. Ora. pode-se faltar a essa regra, gir os nos50., fins, subordin ando-os ao nosso fim último.
quer ultrapas sando a medida. quer ficando aquém ; a Não P.. pois, nem a prudênc ia ela carne, nem a pru-
virtude consistirá, pois. em evitar esses dois excessos. -dência purarnente humana ; é a pruqênc ia cristã.
h) As virtudes teologais , em si, não consistem no meio A) Nãci é a prudênci a da carne: esta torna-no s enge-
termo, porque. no dizer de S. Bernardo , a medida de amar r.hosos para encontra r os meios de alcançar um fim mau, dé
a Deus, é á'rná-lo sem medida; mas, consider adas com relação .satisfaze r .'ls nossas paixões, de enriquec er, de subir às hon-
·a nôs, deven~ também essas virtudes atender ao ju,sto meio, rarias. ê condena da por S. Paulo, porque é inimiga de Deus,
ou, por outro1, termos, ser regidas pela prudênci a, que nos •em r1:>volta contra a sua lei, e inimiga do homem que conduz
~ morte etern,-, 1,
indica em que circunstâ ncias podemos e devemos praticar as
virtudes teologais ; é eJa, por exemplo ; que nos- mostra o que . .Nem tampouo o. é a prudênci a purap1en te humana, que..
se deve ou não deve crer, como se deve evitar juntamen te a busca· os melhores meios para atingir um fim natural, sem· os
·presunç ão e o desesper o. subordin ar ao fim supremo , como a prudênci a do industria l,
do comercia nte, do artista, do operário , que procl.l!ram ganhar
dinheiro ou conquist ar glória, sem se preocupa rem de Deus e
DIVISÁO DO SEGUNDO CAPÍTUL O
-da f elicidadi! eterna·. A esses é necessár io recordar que de
nada lhes vale ganhar o mundo inteiro, se vêm a perder a
1015. Neste segundo capítulo tratarem os sucessiv a- .alma 2 •
mente das quatro virtudes carcliais e das virtudes princi-
pais em conexão com elas. 1017. B) É a prudênc ia cristã, que, apoiand o-se
nos princípio s da fé, tudo refere ao fim sobrena tural, isto
1. Da prudênc ia. é, a Deus, conheci do e amado na terrà e possuíd o no
céu. Certo que a prudênc ia não se ocupa directarn ente
lI. Da justiça { ~: r eligião.
obediên cia. ciesse f'im, que lhe é proposto pela fé ; mas tem-no in-
III. Da fortaleza. cessante mente diantG! dos olhos, para procurar , à sua luz,
f da castidade. os melhore s rr:eios de orientar todas as nossas acções para
IV. Da temperança da humilda de. esse fim. Ocupa-s e, pois, de todos os pormeno res da
1 da mansidão. nossa vida : regula os nossos pensame ntos, para os impe•
dir de se extravia rem fora de Deus ; regula as nossas
ART. I. DA VIRTUDE DA PRUDÊNC IA intençõe s, para afastar o que lhes possa corromp er a
pureza : 11egula os nossos a/ectos, sent'imentos e volições,
Exporem ot : 1.º a sua naturez a; 2. 0 a sua necessid a- para os unir a Deus ; regula até os nossos actos exterio-
de, -; 3 .º os ffl(jios de nela nos àperfeiç oarmos. res e a execuçã o das nossas resoluções, para as referir ao
ao nosso último fim 3 •
l. Sua nalure!Za,
l018. C) Esta virtude reside, própriam ente falando, na
inteligên cia, visto juJgar e discernir o que, em cada circuns-
. Para mE'lhor a compree ndermos , dêmos a sua defini- tância particula r, é mais apto para obter o nosso fim ; é uma
'ção, os sell.s ele,rientos corislitutivos, as suas -espécies. ciência de aplicação, que ao conhecim ento dos princípio s
1O16. t. 0 Definiç ão : é uma virtude moral e so- junta o das realidad es positivas em cujo meio temos de orga~
nizar a no:,sa vida 4. Contudo , a vontade intervém para
henatur al, que inclina a nossa inteligên cia, a escolher.
· l Rom. VIII, 6-8. - ll Mt. XVI, 2~. - S • Prud~1_1tia es_t e! vera
. 1 CASSIAN., Co/lationes, Il ; S. J. CwtAcus, Scalà~ XXVI; TttoM. et perfecta quae ad bonum finem totius vitae recte co11s1ltatur, JUdtcat et
I_I, II, q. ;47-56; . CH. DE SMEDT, Notre vie sarnatureJle, t. II, .S,
p. 1-33 ; praecipit •. (S. TttoM., II,_ II., q_. 47 ~ 7~): -: 4. • !deo necesse est _quod
P. ]ANVIER, Carême, 1917. pru·dens et cognoscat univer:salia pnnc1p1a rabonrs et cognoscat smgu-
Ja:tia, circa quae sunt operation es •· (S. fHoM., II, II., q. 47, a. 3).

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'--'U' ll ULU II
DAS VIRT UDE S MOR AIS
ord~ nar â in~eligência que se apliq ue 573
à cons idera ção do.<, que se nos apre sent am ; as expe riênc ias,
n:ot1vo,; e ~azoes que lhe perm item faze que eles tenta ram
r uma eleição escla re- para os reso lvere m, escla rece rão a noss
cida, ~• mais tarde , para impe rar a exec a inex periê ncia e nos
esco lhido s. ução dos meios assim poup arão um sem- núm ero de extra vias ;
ao verm os o que deu
bom resu ltado e o que se malo grou , com
1019. D) A regr a da prud ênci a crist pree nder emo s melh or
ã não é a ra- os esco lhos que se deve m evita r e os meio
s que é opor tuno
zão só,.m as sim a razã o ilum inad a pela adap tar. Mas é tamb ém nece ssári o cons
fé. A sua expres- ultar a noss a própria
s~o !;la.is nobr e enco ntra -se no Serm ão cxpe dênc ia: desd e a infân cia, estiv emo
s já
do monte, ou outra , em cont acto com anál ogas dific talve z, uma vez
N. S. Jesn s Cris to com plet a e aper feiç oa a lei ond e pois, inter roga r-no s a nós mesmos, para
ulda des ; devemos,
anti ga, verm os o que nos
dese mba raça ndo -a das falsa s inter pret açõe deu bom resu ltado e o que nos foi caus
s dos dout ores a de fraca sso,· e de-
juda icos . A. prud ênci a sobr enat ural tira, pois digamo-11os reso lutam ente : não me
pois, a sua luz quer o expo r aos mes-
mos perig os nem cair nas mesmas tenta
e i~pi raçô es das. máx imas svangélicas-,
que são diam e-· · .. . - ç~é:5.
tralm ente opos tas às _do mun do. Para 2) Mas é prec iso aten der tamlbém ao
faze r a apli caçã o <lições dive rsas em que vive mos : cada
pres ente , às coo~
dess as máx imas às acçõ es de cada dia, século, cada homem
inspira-se nos tem os seus traço s parti cula res, e nós mesm
exem plos do';Í Sant os, que vive ram em conf os, na idad e ma-
orm idad e com ciuira, já não temo s os mesmos gost os que
tínha mos na moci-
o Eva ngel ho, e nos ensi nam ento s da Igrej dade . Aqu i inter virá, pois, a intel igên cia,
a infa lível , que para nos auxi liar
nos vem Juia r nos casos duvi doso s. Assi 2 inter preta i· as expe riênc
ias pass adas , acom odan do-a s às
m temos a cer- circu nstân cia:; pres ente s.
teza mor al de não nos extr avia rmo s.
Por outr o lado , os meios que ela emp rega 3) Enfi m, até o futur o é prud ente inter
roga r: ante s de
não são so- nos decid irmo s, é útil prev er, quan to poss
men te meio s honestos, senã o meios sobr ível, as cons equê n-
enaturq.is, a ora- cias dos nos~m. acto s sobre· nós mesm os
ção e o.,; sacr ame ntos que, mul tipli cand e
Pela mem ória do pass ado e pela prev isão sobr e os oUJtros.
o as nossas ener - do futur o é que
gias para ü bem , nos faze m cheg ar a melh or podemo.!' orga niza r' o pres ente .
resu ltado s mui to
mais apreciá.veis. Apli cand o tudo isto a uma virtu de dete
dade , a histó ria me reco rdar á tudo quan rmin ada, a casti -
Eis o que mais fàci lmen te aind a com pree to fizer am os Sant os,
nder emo s para se cons ~rva rem pu~os no meio dos
estu dand o os elementos cons titut ivos dest perig os do mun do ;
a virtu de. • a minh a expe riênc ia me dirá quai s foram
as minh as tenta -
1020. ~ 0 Elem ento s con stitu tivo s. ções, os mela s emp rega dos para lhes resis
tir, os. triun fos e os
Para se pro- reve ses ; e daí poder·ei concluir, com gran
cede r com prud ênci a, três cond içõe s são de prob abili dade , o
part icul arm ente resu ltado que teria no futur o tal ou tal
pass o, tal ou• tal lei-
nece ssár ias : deliberar com mad urez a, deci tura, tal ou tal fami liarid ade.
dir com sabe-
dori a e exec utar com firm eza.
10l'.l. h) Não bast a reflectir, é mist er
A) Prim eira men te imp õe-s e mad ura delib sultar os hom ens criteriosos e expe rime ntad
sabe r con-
eração, os :
para bu~c ar os meios mais adeq uado s ao uma pala -
fim que se pre- vra, uma obse rvaç ão dum amigo, dum
pa~ente, às vezes
tend_e, delibf>r~~ão que deve ser prop orci
onad a à impor- até, dum c1iado, abre -nos os olhos e
tânc ia da d€c1sao que se há-d e toma r. mos tra uma face
Para a faze r com das coisas, que haví amo s esqu ecid o ou
men
mais pond ·emç ão, é preciso re/lectir pess
sultar os hom ens de são critério.
oalmente e con- hf.. mais sabe dori a em duas cabe ças que numospr ezad o :
a só, e da
disc ussã o faí~ca a luz. Qua nto mais verd
ade é isto ain"da
1021. Refi ectir -se-á sobr~ o pass ado, da pala vra dum dire ctor que nos conh ece,
turo . pres ente e fu- e que, por ser
desinteressa.de na ques tão, vê melh or que
\ nós o que é
1) A · mem ória do pass ado será de gran díssi útil ao bem da noss a alma f Con sulta
dade : com o. a ess~ncia da natu reza ma utili- r-se- á, pois, com
hum ana•. perm anec e a emp enho e docilidade um hom em de são
:11esma atrav es das idad es, impo rta cons critério e expe-
ultar a história, para , riência; o que, aliás, nos não imp edir á de
a sua luz ver com o os noss os pais reso exer cer a nossa
lvera m os prob lema s sagacidade pess oal, qúe nos faz ver com
rapi dez e exac -

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575
Udão o que há de fund ado , assim nos cons a:,.; coisas como as havía mos prev isto ; porq
elho s que nos ue
dão corno DliS noss as próp rias observac_'ríes. àoria é limitada e falível. É necessário, pois, a noss a sabe~
Não nos esqu eçam os. poré m . de recor rer moral. como nos negócios, ter reservas, cerca tanto na vida
.,í dos cons elhd ros, ao Pai das luz es , e um
ao melh or ções : o inimigo espiritual tem contra~ofensiv r-se de preca u-
Ven i, Sanc te as, como acima
explicámos (n. 0 900) ; em tais casos é que se
1
J
Spiri tus, recit ado com conf ianç a , nos
será por veze s mais às reser vas de energia, à oraçã o, aos sacra tem de recor rer
ment
selhos dum direc tor. Assim, não seremos vítim os, aos con-
1
útil que muit as delib eraç ões.
tf.ncias impr tvist as ; não nos deixaremos pertu as de circlUils~
102~. B) Apó s a delib eraç ão, é mist er julga n graç a de Deus, acab arem os por leva r a bom rbar, e, com
r bem ,
isto é, decid ir quai s, entre os meio s suge termo os pro-
ridos , são verd a- j ectos sàbiamc-nte traça dos.
deira men te os mais efica zes. Para o cons egui
rmos : a) po- 10'2S. 3. 0 As Jiver sas espéc ies de prud
ência
remo s de parte com cuid ado prec once itos,
paix ões e im- cia varia , segu ndo os objectos sobre os quais . A pru<lên-
pressQes, que são elem ento s pertu rbad ores . indiv idua l, quan do. regu la o pro<:edimento se exer ce: é
dô · juízo , e • pessoal, e é dessa
colo car-n os-E mas reso lutam ente em pres que have mos trata do; é social, quan do tem
ença da etem i- por objecto o
bem da socie dade ; e, como se distinguem três
dude, para apre ciar toda s as coisa s à luz da fé; h) ciedades, a família, o Esta do, o exército, espéc ies de so-
não assim se distin-
nos deteremo1: na cons idera ção supe rfici al guem também três espécies de prud ência ; a
das razõ es que prud
nos incli n'im para este ou para aque le
lado , senã o que tica, que regu la as relaç ões dos esposos entre ência domé s-
trata remo s de as exam inar a fund o, com cem os filho:, ou recip roca ment e; a prud ência si e dos pai.s
sand o bem os prós e os cont ras; e) enfim
perspicácia, pe- por fim o bem público e o bom gove rno do civil, que tem
Esta do ; a pru~
, julga remo s ciência milit a,.. que se ocup a do coma ndo dos
com de.cisão sem nos deix armo s cair em exércitos.
hesit açõe s ex. Não enta: remo s aqui em porm enor es; os princ
cessi vas ; uma vez que tenh amo s refle ctido ípios ge~
, conf orme a rais exposto:; basta m para o fim que nos
impo rtünc ia relat iva do negó cio, e toma do esposos cristãos, aos governantes, aos chefe prop omos . Aos
o parti do que s militares é que
melh or nos pare ceu, Deu s não nos expr comp ete estt:d ar profu ndam ente a aplic ação
obar á o noss o destes principios
proc eder , visto que . fizem os tudo para à sua situa ção parti cular .
conh ecer a sua
vont ade ; ':) pode mos cont ar com sua graç
a para a exe-
cuçã o das noss as resol uç'õe s. 11. Nece ssida de da pmdê ncia.
1024. C) E na verd ade, não deve have r A ·prud ênci a não é men os nece ssarr a para o noss
delo ngas o
nc. reali zaçã o do proje cto asse ntad o. Para gove rno pessoal, que para a direc ção do
o que três dema is.
coisa s se requ erem : prov idên cia, circu
nspe cção e pre- 1026. 1.º Para o noss o gove rno pess oal. ou
cauç ões. para n
noss a santi ficcç ão. É ela, efec tivam ente ,
a) Prev idênc ia : prev er é calcu lar de antem que nos perm ite
ços nece ssári os para reali zarm os os noss ão os esfor~ evita r o peca do e praticar as virtu des. A)
os desígnios, os Para evita r o
cbstá culo s que enco ntrar emos , os meios de 1.1ecado, com o já disse mos, é nece ssári o conh
os vencer, a fim ecer as suas
de prop orcio nar o esforço ao resul tado que caus as e ocüsiões, procura,r e man ipula r bem
se prete nde obter . os remédios, .
. h) Circ unsp ecçá o: é nece ssári o abrir Ora, é isso prec isam ente o que faz a virtu
bem os olhos, de da prud ên-
cons idera r as coisas e as pesso as à direi ta e cia, com o pode mos conc luir do estu do dos
à esquerda, para seus elem en-
de tudo tirar o melhor parti do poss ível ;
atend
circu nstân cias, para nos adap tarm os a elas; er a todas as tos cons titut ivos : insp irand o-se da expe riênc
ia do pass ado
acontecimentoi,, para deles tirarm os prov eito, obse rvar os t· do estad o actu al da alma , vê o que
se são favo rá- para nos é ou po-
veis, para prev enirm os as suas cons~quências deria ser no futu ro caus a ou ocasifto d~
são contr ários . funestas, se peca do ; e por
isso mesm o suge re os melh ores meio s que
e) Prec auçõ es : "vid ete quom odo caute
se deve m to-
ambu letís ". mar, para supr imir ou aten uar essas caus
Aind a quan do se proc urou prev er tudo , nem as, 9- estr!3,tégia
sempre sucedem que melh ores resu ltado s dá para venc er
as tenta ções e

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DAS VIR TU DE S MO RA
até mesmo pa ra de las tira IS
r pro\·eito. Se m est a pru 577
qu an tos pe cad os se nã o dê nc ia, cul pab ilid ade , int err og ar
com ete ria m r qu an tos se os ·pe nit ent es com precis
tem po r fal ta d·e pru dê come- reza, cad a um seg11111do
a
ã~ e cla-
nc ia f .conta tod as as cir cun stâ nci sua ida de e condição, tendo em
1027. B) Para praticar ,e~candalizar, dei xar cer tas as ; dou tor , qu e sai ba ins tru ir sem
as uírt.udes, e fac ilit ar ass seg un do os res ult ado s dif almas na bo a fé ou esclarecê-las,
a ur:i.ião co m De us , nã o · im ere nte s que se podem pre
é me no s ne ces sár ia a pru àzc o, que pos sa com sag
Co m raz ão se co mp ara m
as vir tud es a um carro qu
dê nc ia. aci dad e exp lor ar as cau sas ver ; mé -
mi dad e, des cob rir e pre scr da
co nd uz a De us , e a pru e nos
pa i, ass az dedicado, . pa
eve r ace rta dam ent e os rem enf er-
dê nc ia ao coc hei ro qu e ra ins pir ar confiança, e édios ;
auriga vir tub m; serve, po o dirige_ vc:,do, pa ra não ins pir ar ass az reser-
r assim dizer, de olhos à sim pat ia dem_é_lsiadamente
dm a, par:'!. ver em o cam no ssa e) Em tudo o. qu e se hum ana .
inh o qu e se de ve seg uir r~f ere a baptismos, pri me
oh stá cü los qu e se de ve m e os com unh ões , casamentos, ira s
evitar; ext
<lência nã o é nec ess ári a pa rem a-u nçã o, ftm~rais, qµe pru--
· 1) É i1éc,e ssá na .pa r~ o com as reg ras divirtàs e ra con cil iar os desejos das famílias • .
exerctc'io de tod âs as vir litú rgi cas I Na s · vis ita s aos
des ·: da s vir tud es morais, tu·- -011 nas vis ita s de doe nte s
qu e se de ve m co nse rva r apo sto lad o, qu e dis cri ção
me io' ·termo, ev ita nd o os nu m J) O r..i.esmo se dig
se impõe !
excessos co ntr ári os; até
da s yir túd es teologais, q,u me sm o par óq uia s, das questões a da adm ini str açã o tem por al das
e' s·e de ve m pra tic ar em. de
nia s, do din hei ro do cul to tab ela s pa ra as · diversas cerimó-
pp orl un o e po r meios ap tem po
cias da vid a. As sim , é à
rop ria do s às diversas cir
cu nst ân - :sos nec ess ári os à igr eja ; pa ra sab er ob th tod os os rec ur-
,
pru dê nc ia qu e co mp ete par oq uia no s, sem com pro sem ind isp or nem esc and ali zar os
investi- me
gar qu ais são os perigos qu
e am ea ça m a fé e os me ter ess e qu e um pad re dev ter a rep uta çãq de perfeito desin-
os afa sta r, com o po d·e s· ios dé e possuir. ·
e r cu ltiv ad a essa fé e tor
ma is prá tic a ; com o · se nar-se Ill. Os me ios de se ape rfe iço
de ve conciliar' a co nfi an ar nes ta 11irtoJ.e.
De us com o tem or dos ça em
juízos divinos, e~Hando
rne nte a pre sun ção e o de jun ta- 10 29 . Há um me io ger
ses pe ro ; com o po de a car al qu e se ap lic a a tod as
inf orm ar tod as as nossas ida de vir tud es, morais e teolog as
acç õe s, sem em ba raç ar o ais : é a oração, pe la qu
cício dos nossos , de ve res exer- mo s a nós Jes us e sua s vir al atr aí-
de ·estado. E qu an ta pru tud es. Mencioná.mo-lo um
nã o é pre ctH na prá tic a dê nc ia po r tod as, pa ra não termo a vez
da ca rid ad e fra ter na r s qu e nos rep eti r ; e nã o
mo s sen ão dos meios pró f alare-
2) M::iis ne ces sár ia é ain da prios a ca da vir tud e. ·
· .
pa ra ó exercício de certo
r,úmero de vir tud es qu e 10 50 . 1. 0 O pr inc ípi o
pa rec em contraditórias, a
jus tiç a geral. qu e preside .a todos
e a bo nd ad e, a do çu ra · e os de ma is e se ap lic á á tod
a foi tal eza , as san tas au ste as as alma.s, é re/erir tod
des e o cu ida do leg íti~ o rid a- juí zqs e dec;is.õe~ ao /im os os
da saú de , à de dic açã o ao . últ im o sobrenatural. 'É
ximo e a .ca sti dà de , a vid . pró- ac on sel ha S. Inácio, log o qu e
a int eri or e as relações . o à fre nte · dos Exercícios
tuais, na mo.d ita ção fun da espiri-
. t 02 tt 2'. 0 Qu an do se
lado. não, 6 menos ne ces sár iatraata de pra tic ar o ap ost o-
me nta l.
a) No tem os, con tud o, que
est e pri ncí pio .nã o ser á en-
pru dê nc ia. - . ten did o po r tod as as alm
: a)' No pú lpi to sug ere ··~ tes, con sid era nd o o fim as do ~e sm o mo do : os pri nci pia n-
pru dên cia ao s'a cer do te do
drv e diz er e o· qu e dev
e cal ar, a ma nei ra êle o o qu e sa[1,1ação, 0S per fei tos rta homem, insistem nat ura lm ent e na 1
'gló
nã o me lin dra r' os ouv int es, dizer, pa ra nei ra em si é melhor, ma ria .de Deus; est a seg un da ma.: i
pa lav ra div ina . par,a per sua pa ra ad ap tar à sua int eli gên cia a go sta da po r tod as as alm
s não po der ia ser com pre
end ida e
dir , c;omover e con ver ter as. \
ma is necess~ri!), tal vez no. . Ê ain da ;I
~a r crianç'.ls e de lhe s catecisr;rzo,, qu and o se tra ta b) Pa ra con cre tiz ar est
cturará tod a a vid a. . im pri mi r na \alma um car de for- ,.Io com qu alq uer ,;náxim e pri ncí pto , podemos rel
acioná,.
áct er qite a qu e no -lo por iha viv am
do s olhos, po r exe mp lo : ent
b) No con fes sio nár io Qu id ho c ad aet ern ita tem e dia ~te
é a pru dên cia 'J.ue per mi EJeternum no n est , nih il
es( . - Qu id pro des t ho ? ,..., Q~ qd
con fés sór s.i~· júi z per spi te ao mi ni? • . .
caz e ínt egr o, qu e sai ba Na prá tica , penetrarmo,.n
dis cer nir a xim as, repeti,.la até se nos os bem de qu alq uer des tas
tor nar familiar-, hab i.tuat'n1o má'."
-no:S 'â

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37
DAS VIRT UDES MOR AIS
vive r dela, eis o meio de estab elece r em
nós as base s da
579
'.1,)1j,.. prud ência critctã . .
um mom ento , para se porem na pres ença de
Deu s, im-
1031 . '2. 0 Arm ados deste princípio, aplic plora ndo a sua luz e seguindo-a fielmente.
am-se os
principiant<>s a desembaraçar-se dos defe d) Paff_ com bate rem a leviandade de espírito, à
itos cont rários
à prud ênci 'l cristã 1• · prec ipita ção nos juízos ou a inconsideração,
aplicam-se a
·a) E assim, -combatem Vigorosamente a prudênci nunc a Jazerem nada sem reflexão, sem se
perg unta rem
a por que motivos procedem, qua'is serão as cons
da carne, que busc a àvid ame nte os meios de equências,
satis faze r a. boas ou fune stas, dos seus actos, e tudo à luz
tripl ice conc upis cênc ia, mort ifica ndo o amo da eterni-
r do praz er e dade . Esta reflexão será paut ada pela impo
refle ctíhd o que as falsas alegrias deste mun rtânc ia da
do, segu idas decisão que se há-d e tomar, e, nas coisas grav
muit as . ve.zes de amargos desgostos, não es, consul-
são nada em . tam um hom em de são Juízo e expe riênt ía.
corrip•arnção das ~Iegrias ete;n as. · Assi m toma-
· rão pouc o a pouc o o hábi to de não deci dir
nem faze r
· ·. · b) Regeitan{· co~ caid adó a astúcia, o dol~. a /rau nada , sem o referirem a Deu s e ao seu fim
de. ultimo.
até mesm o nas diligências para alca nçar uni
fam hone sto, e) Enfi m, para evitarem a indecisão, a
sabe ndo bem que a melh or das polít icas é hesit ação
ainda: a hon- excessiva na:, determinações: · terão cuid ado
rade z, ,....., q~e o fim rrão' justifica, os rrieios, de eliminar
,-., e que; se-:- as caus as desta enfe rmid ade espiritual ( espír
gund o o Evan gelh o, a simp licid ade da pom ito dema~
ba se deve- siado complexo ou perp lexo , falta de inici
aliar à p_rud~,n~iél. .da_ serp ente . É isto tanto ativa , etc.) ,
mais nece ssá- pedi ndo a um direc tor criterioso lhes trace
rio, quan to é certo que por vezes se assa cam regras fixas,
estes defe i- tm virtu de das quai s se decidirão expe ditam
tos. injus tame nte quas e sernpre, aos devotos, ente nos ca-
aós sace r- s.os ordinários, ~ cons ultar ão nos casos mais
dQtes, aos rebgioso&.: Cultivar~se~á, · pois, com difíceis.
cuid ado a
lealdé!-de perf eita e a simp licid ade evan gélic 10$$ . .3. 0
Qua nto às alm as- em prog ress o. estas
a. .
aper feiço am-s e na prud ênci a· de três mod os
10~2. e) Tnib alh~ m por mort ifica r os prec :
once itoi a) Estu dand o as acções e palavras de·N . S: ·Jesu
e às paixões., que são os elem ento s pertu rbad s
ores do juí- Cris to no Evan gelh o, para nela s enco ntrar em
zo : os preconceitos, qu·e fazem que se tome ;~m a l!nhà
uma · deci são de proc eder , e atraí rem a si, pela ora~ão e
por motivos prec once btdo s, que pod·eni ser imita ção, as
falsos ou de- disposiçõe3 do divino Mod elo. 1 ) E assim,
sarra zoad os; as paixões, orgulho, sens ualid admirar-se-á
ade, volú pia. a sua prud ênci a na vida ocul ta: Jesus fica trint
rnli~itude excessiva dos bens do mun do, a anos no
que agita m a exercícjo daqu elas virtu des que tanto nos cust
alma e lhe faze m esco lher não o que é melh am, . ,a hu-
or, senã o o nüld ade, li obed iênc ia, a pobr eza, prev endo
aue · é mais · agra dáve l e útil sob o aspe cto bem que.
dos interesses. sem esta ·lição de -coisas, não teríamos sahid
temp orais . Para se .einaqcipàrem dést as influ _o prati car
ênci as per- t-.~sas virtu des tão necessárias·. Não men os se
turb ador as, lembram-s.e das máx imas evaz ig~li adm irará a
cas:' 'Qua e- sua prud ênei a na vida pública : Jesus: luta
r,it~. primµm· regrJ.um Dei et ;ustitiam ejus". Evi. cont ra o de-
t am, pois . mónio, de tal mod o que lhe d~sconcerta os
toma r uma decisão sob o influ xo dum a . paix cálcu los e o
ão viva, es- conf unde por meio de respostas que não sofre
pera ndo lher. volte a ·serenidade à alma . m répli ca :
Se, porém, é grad ua o ensino segu ndo as circunstâncias,
forçá toma r uma decisão rápid a, ,~c~ lhem não manifes-
• . ~
-se ao ipen os t&ndo senã o prog ressi vam ente a sua qual idad
• ' J - ' e de Messias
1 · Pará não · tratat inos várias vezes das mesmas virtud e Filh o de Deu s; usa de comparações fami
mos, quanto possívd, o· grau es indica- liares, para
ren~es e11t~dios ~de· perf~ição. de .cada
.,
virtude eorrelf>ondente ~os dife- ir..elh or dar a com pree nder o seu pens ame
nto. de pará -
bola s para o vela r ou revelar, conforme o exig
iam as cir-

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._,,, t..tu V 1.!'.. 1. Ul...JC ~ lVlU KAlS
581
c1mslucias ; desrnascc1.ra hàb ilm enle
os adversários e res- Pacífica, con serv and o a paz de alm
pon de às sua s perg unta s cap cios as mod eraç ão, a pon dera ção, que perm a, a sere nida de, a
com que stôe s que os item tom ar acer tada s de~
emb araç am; form a prog ress ivam ente cisõ es ;
os ap Mlolos . wpo r-
tand o-lh es os defe itos e ada ptan do Mod esta , chei a de cond esce ndên cia
o ensi no ao que eles para com os dem ais.
pod iam perc ebe r ''no n poteslis pol'l e. por isso mes mo, suadibilis, deix
are mod o" 1 ; sab e. ando -se pers uad ir, cede ndo
con tudo , dizer-lhes verd ade s ama rgas às boas razõ es : o que evit a os
, com o o pren únc io arre bata men tos a que dão
da sua Pai xão , a fim de os prep mar gem as con tend as ;
arar ao escâ nda lo da
cru z; até no meio da sua dolo rosa Plena misericordia et {ruct-ibus ban
Pai xão , resp ond e com córd ia para com os desg raça dos, is, chei a de miseri~
sere nida de tant o aos juízes com o aos com praz endo -se em lhes
servos, sab end o ca- faze r bem, pois que é um sina l da
sabe dori a cris tã acum ular
lnr-se em tem po opo rtun o .. . ; num teso iros para e céu ;
a pala vra , sab e con-
ciliar em toda s as coisas a pru dên cia
mai.s .per feit a com a ,.ig. Non judican1!_, sine !Jimulatione, sem·
parc ialid âde nem
fi;~ eza e fide lida de à~ dever. ~,· . dup licid ade nem hipo cris ia, defe itos
que pert urba m a alm a e
o juíz o.
2) Qua nto ao seu ensino, resu me- se
nes tas pala - 10~6. Qua nto aos per.feitos, esses
vras: .' 'Bu scai primeiro o reino de Deu prat icam a pru-
s e a sua just iça .. .
Sed e pru den tes com o serp ente s e sim dên cia de mod o emi nen te, sob o infl
ples como pom bas .. . uxo do dom de con-
Vig iai e orai : "Qu aer ite ergo prim um selho, conforme explicaremos, ao
reg num Dei et jus- trat ar da uía unitiua.
titiarn ejus . . . Esto fe ergo pru den
tes sicu t serpentes et
sim plic es sicu l colw nba e . .. 2 Vig ilat ART. II. DA VIRT UDE DA JUSTIÇA l
e et orate " 3 •
Me dita r esta dou trin a e este s exe
mpl os, e sup lica r Dep ois c!e hav erm os reco rdad o brev
arde nt~ inen le a N. S. Jesu s Cris to eme nte a dou trin a
que nos com uniq ue fro!ógica sob re a justiça, trat arem os
urn a par te do. sua prudênc!ia, tal é suc essi vam ente da.;
o meio prin cipa l de se virt ude s de religião e obe diên cia,
ape rtei çoa r a alm a nes ta virt ude . que têm com ela co-
· nex ão.·
,1014. b) Culti'.v-arão -em seg uida os
elem ento s cons- § I. A jus tiça pro pri am ent e dita
ti-lutivos da pru dên cia de que falá
mos , a sabe r, o bom
sen so . o háb ito de refl exã o, a do-c
ilidade em con sult ar Exp orem os : 1. 0 a sua natu reza ; 2. 0
os outros, o espírito de dec isão , o espí as regras princi-
rito de prev idên cia pais que se dev em segu ir, para a prat
e circ uns pec ção . icar.
· 105 3. Dar ão, enfim, à sua pru dên I. Nature,:;a da justi ça.
cia as qua lida -
des que assf nala S. Tia go 4 , que , d
epois de hav er distin- 10~7. 1.º Def iniç ão. t\ pala vra
guid o ·entr e a verd ade ira e ·a fals à just iça significa
sab edo ria, acre scen ta : mui tas vezes , na S. Esc ritu ra, o· con
"Qu ae aute m desu rsum· est sap ient junt o das virt ude s
ia, prim um quid em cris tãs: e assim é que N. S. Jesu s
pud ica est, dein de paci/íca, mod esta Cris to pro clam a bem -
, suadibilis, plen a -ave ntur ado s os que têm fome e sed
misericnrdta et /ruc tibu s banis, non e de justiça, isto é,
judicans, sine simu- de san tida de : "Be ati qui esuriunt
l etio ne ". el sitiu nt just itia m" 2 •
Ma s no sent ido restrito, em que a
Pud ica, desv elan do~ se por gua rdar emp rega mos aqu i, de-
aqu ela pure za de sign a aqu ela virt ude moral sobrena
corp o e cora ção, que nos une a
Deu s, e, por isso mes mo, à
tural, que nos inclina
eter na Sab edo ria ;
1 s. THOM ., II, II., q. 56-1
22; DOM . SoTo, De
LEssrns, De justi tia; Ao. TANOUERE justi tia et jure ;
1 jo. XVI, 12.-11 ·Mt. VI, 33.- 8 virtu te justi tiae, com os num eros Y, Synopsis theol. moralis, t. III, De
Me. XIII , 33. -4 fac. III, 13-18. os auto res citad os; P. JANVIl!R, Carê
1918. - 2 Mt. V, 6. me,

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DAS VIRTUDES MORAIS 583
a vontade a dar constantemen te aos outros tudo o que os cidadãos têm obrigação de sacrificar uma parte dos seus
lhes é estritamente devido. bens, da sua liberdade, e até mesmo de arriscar a própria
É urna virtude que resi de na vontade e regula os nos- vida para a defesa da cidade. - Mas a sociedade tem igual~
sos deveres rigorosos para com o próximo; assim se dis- mente deveres para com os súbditos : deve distrtbuir os bens
sociais e os cargos, não conforme o capricho e o favor, mas
tingue da caridade, virtude teologal, que nos faz consi- segundo as capacidades de cada cidadão, tomando em conta
derar os outros como irmãos em Jesus Cristo, e nos as regras d<:: equidade. A todos deve a soma de protecção e
inclina a lhes prestar serviços que a estrita justiça não assistência indispensável para serem salvaguardados os direi~
reclama. tos e interesses essenciais de cada cidadão : o favoritismo
para com uns e a perseguição para cotn outros são abusos
10~8. 2.º Excelência. A justiça faz reinar a ordem contrários à justiça distributiva. que as sociedades devem
E: a paz tan!.o na vida individual como na vida social. aos súbditos.
fr~cisament.:: porque respeita os direilôs de cadá um. faz 1040: h) A segunda, que ·s_e chama ·particular, re-
reinar a honradez nos negócios, reprime a fraude, pro- gula os direitos e deveres· dos cidadãos entre si. Deve
~ege os direitos dos pequenos e humildes, refreia as rapi- respeitar todos os direitos : não somente q direito de pro~
nas é injustiças dos fortes, e· assim estabelece a ordem príedade, mas ainda os direitos que eles têm sobre os
1
na sociedade . Sem ela, seria a anarquia, a luta entre bens do ccrpo e da alma, vida, liberdade, honra, fama.
os interesses rivais, a opressão dos fracos pelos fortes, o Não podemos entrar em todos estes pormenores, que
triunfo do mal. expusemos em nossa Teologia Moral 1 ; bastar-nos-á re-
Se é tão excelente a justiça natural, quanto mais a copilar as regras principais que nos devem guiar na prá-
justiça çristã que é uma participação da justiça do pró- tica desta virtude.
prio Deus 7 O Espírito Santo. comunicando-no-la, fá-Ia
penetrar até às profundezas da nossa alma. torna-a ina- II. Regras principais para praticar a justiça.
balável, inacessível à corrupção, e acrescenta-lhe tama-
nha solicitude pelos direitos de outrem, que nos causam 1041. 1. 0 Princípio~ É evidente que as pessoas
ho:ror, não somente a injustiça própriamente dita, mas piedosas, os religiosos e os sacerdotes são obrigados a
ate as menores indelicadezas. praticar a ju~tiça com perfeição e delicadeza muito maior
que as pessoas do mundo : o seu dever é dar bom exem-
10~9. :5 ° As principais espécies. Distinguem-se
plo em matéria de honradez ~omó em todas as demçtjs
duas espécies principais : a justiça geral, que nos pres-
virtudes. Proceder diversamente, seria escandalizar. o pró-
crev~ dar fts socie~ades o que lhes devemos, e a justiça
ximo e dar pretexto a nossos adversários, para cond.ena-
particular, que nos faz dar aos indivíduos o que lhes
pertence. .. rem a religião. Seria também pôr um obstáculo ao pro-
gresso espiritual : porque o Deus de toda a, justiça não
a) A primeira, que se chama também justiça legal, por~
que se funda na exacta observância das leis, obriga~nos a p·ode admitir em sua intimidade os que violam manifes-
reconhece~ os grandes benefícios que recebemos da socie~ tamente os seus mandamentos formais sobre a ju~tiça.
dade, suporta1_1do os encargos legítimos que ela nos impõe,
e prestando~lhe os serviços que ela espera de nós. Como 0
1042. 2. 0 Aplicações. A) Deve-se·, antes de
hem comum prevalece ao bem particular, hã casos em que tudo, respeitar o direito de propriedade no que se refere
1 , -
aos bens teniporais.
E observaçao de BossuEr, Sermon Sur la justice ed Lebarq . a) Evitar-se-ão, pois, com o maior cuidado os peque~
t: V, p. 161 : « Quando nomeio a justiça, nomeio ao m~sm~ tempo ~
vinculo sa~rado ~a ~ociedade humana, o freio necessário da licença •.• nos roubos, que, por um pendor escorregadio, conduzem mui.-
Quau~o reina ·a Justiça, encontra-se a fé nos trataüos, a limpeza nos tas vezes a maiores injustiças ; e inculcâr~s~~ã es~e princípio
n~góctos, a o~dem no E~tado, a terra em repoiso, e até o céu, por assim
dizer, nos brilha agradavelmente e nos envia mais doces influências •.
1 Synopsis theologiae moralls, t. III. De virtute justitiae.

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DA S VIR TUD ES MO RAI S
des de a infâ nci a, a fim de 585
ins pir ar um a espec1e de hor maledicência, oue ma nife sta
ins tint ivo às ma is peq uen as ror aos out ros as falt as ou def
inju stiç as. Co m mo r for ça sec reto s do pró xim o; Sej am eito
raz ão se evi tarã o esses rou
bos com etid os pel os com erc
de mu ito em bor a rea is esses def s
ou ind ust riai s que pra tica m ian tes tos ; mas, enq uan to não são ei-
hab itua lme nte a fraude sob do dom ínip púb lico , não tem
qua lida de ou qua ntid ade das re a dire ito de os rev ela r. Se o os
faz
os seu s cor ico rrrn tes faz em
me rca dor ias, sob pre tex to
que xim o que, a,) ver -se atin gid em os : 1) con tris tam os o pró -
o me smo , ou ven dem por pr"e o na sua rep uta ção , sof re
exa ger ado s, ou com pra m ços isso tan to ma is qua nto mais com
apr
sim plic ida de dos que com
a pre ços irri sór ios , abu san
do da na esti ma dos seu s sem elh ant eci a a hon ra ; 2) abatemo-lo·
es
yar -se lon ge des sas esp ecu laç
eles cpn trat am ; é dev er con
ser dad e, 0 crit ério de que ele tem ; 3) enf raq uec em os a aut ori-
ões teTTJ.erárias, des ses neg óci - neg óci os ou exe rce r leg ítim
nec ess ida de par a ger ir os seu
esc uro s, em que se arr isc a
a os. a infl uên cia, e des te mo do cau s
sob pre tex to de gra nde s luc pró pri a for tun a e a dos out ros mo s mu itas vez es pre juíz os
qua
sa-
ros . Ne m se dig a que aqu ele, cujse irre par áve is.
b) Te rá hor ror de con trai as falt as se div ulg am , já não
r dív ida s, que m não est á se- tem dire ito à fam a ; con ser
gur o de as pod er pag a.r ; e, va- o, enq uan to as falt as não
se alg um as con trai u, terá com púb lica s ; e, sej a comÓ for, são
pon fo de· hon ra sal dá- las qua o não se dev e pePder de vis
nto · ant es. pal avr a de Jes us Cri sto : "Q ta a ·
e) Qu and o se ped e empr-estado uem de vós esti ver sem pec
atir e-lh e a prim eira ped ra" 1 ad_?,
trat á-lo com ma is cui dad o ain um obj ecto , é dev er . É de not ar que
os San tos sao
da que se nos per ten ces se a ext rem am ent e mis eric ord ioso
me smo s, e não esq uec er res nós s, e bus cam tod os os meios
titu sal vag uar dar a. rep uta ção de de
i Qu ant os fur tos inc ons cie nte í-lo , log o que sej a pos sív el. seu s irm ãos . Imi tem o-lo s.
s se não cometem, qua ndo e) · · E dei te mo do ma is seg
des pre zam ess as pre cau çõe se uro s est are ~os de evi tar a
s! calúnia qu~. por me ip de
. d) Se se cau sou vàl unt àri imp uta çõe s me ntir osa s, acu
am ent e alg.um dano, é dev pró xim o de falt as que ele não sa o-
de jus tiça rep ará -lo . Se foi
inv olu ntà ria men te, não há obrer inju stiç a, tan to ma is gra ve quacom eteu . O que é s_egurament:
gaç ão estr ita, ma s as pes soa i- nto é cer to que mm tas vez es
s, que asp iram à per feiç ão, ins pir ada pel a _maldade ou e
-lo- ão, qua nto lho per mit am fã- pel a inv eja . E q4e de ma les
os seu s rec urs os. aca rre ta ! Dem·asiado bem nã?
aco lhid a, infe lizm ent e, pel a
e) Qu and o se rec ebe u em cia, circ ula ràp ida me nte de ma h-
dep ósi to alg um a som a de boc a em boc a, des trói a rep
nhe iro ou val ore s pár a boa taç ão e a· allitoridade daq uel u-
s obr as, é. :mi ster torn ar tod di- es
vez es lhe s qm sa pre juíz o i::o que del a são víti ma s, e p~r
pre cau çõe s leg ais nec ess ária as as.
s par a, em cas o de mo rte súb ni;iderável até me smo nos neg
ser em bem em pre gad as esta ita, cio s tem por ais. o-
s som as,· seg und o as inte nçõ
dos doa dor es .• • Rec om end es
açã
par a os sac era ote s, que rec o par ticu larm ent e imp ort ant e 1044. É, poi s, dever estrito
ebe m esti pên dio s de mis sas reparar as ma led icê n-
esm ola s : dev em não sàm ent ou cia s e as calúnias. É difí cil.
e con ser var as sua s con tas sem dúv ida , poi s cus ta retr
ord em , ma s ter por leg atá rio em tar- se, e, dep ois , a ret rat açã a-
tam ent ário um. pad re que pos uni ver sal ou por exe cut or tes- faz ma is que pal i3.r a inj ust
o, por sin cer a que sej a, não
sa ass egu rar a cel ebr açã o iça com etid a : a me ntir ~,
mis sas ou o bom em pre go das. ain -
das esm ola s. da qua ndo st! des diz , dei xa
mu itas vez es ves tígi os ind elé
104~. B) Nã o é me nos nec vei s. lsso, por ém , não é raz -
ess ário respeitar a rep u- ão par a não nep ara r a inju
tação e honra do pró xim o. com etid a ; é dev er até apl stiç a
ica r-se a isso com tan to
a) Evi tar- se- ão, poi s, os juíz ene rgi a e con stâ nci a qua nto ma is
xim o : con den ar os nos sos os tem erá rios sob re o pró - ma ior é o ma l. Ma s a difi
irm ãos por sim ple s apa rên cia cul dad e dum a rep ara ção -
por mo tivo s ma is ou me nos s ou dev e-n os lev ar a abs term o-n
fúteis, sem con hec er a fun do de tud o qua nto de per to os
sua s inte nçõ es, é ~u rpa r o as ou de lon ge nos pud ess e
dire faz er
pre mo dos viv os e dos mo rtos ito de Deu s, úni co juiz su- C6ir nes se grn ve def eito .
o pró xim o, poi s se con den a , é com ete r inju stiç a par a com Eis o mo tivo por que as pes ·,
sem ser ourvido, nem con hec soa s, que asp ira m à per fei-
os mo tivo s sec reto s das sua ido s ção , cul tiv am não som ent
s acç ões , e as ma is das vez e a jus tiça , sen ão tam bém
o imp ério de pre con cei tos es sob a
ou
e a car ida de exi gem , ao con de qual!=Juer pai xão . A jus tiça car ida de que , faz end o-n os
ver. a De us no pró xim o,
trár io, qlie nos abs ten ham os lev a a evi tar sol kit am ent nos
jul gar e inte rpr ete mo s, o de e tud o qua nto o pos sa con
ma is _favoràvelmente pos sív tris -
acç ões do pró xim o. el, as. tar. · Vo ltar em os a est e pon
,_ to, ma is adi ant e.
h) Co m mo r for ça de raz
ão nos dev em os abs ter da.
1 Jo. VIII, 7.

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UA.~ V UU ULJl::l~ MORAIS
li
1
587

§ II. A virtud e de r~ligião 1 o nossos ser diante daquele que é a plenitud e do ser e a
fonte de tudo quanto há de bom na criatura; É acompa-
1045. Esta virtude é anexa da ;ustiça, porque nos nhado ou seguido da admiração respeitosa, que experi-
f~z presta,r_ ,a D~u.s ? culto que H\e é d_e vido; como , po- mentam os h. vista das suas infinitas perfeições. 2) E.
rem, lhe nao p9demo s tributar as· homena gens infinitas d c:omo Ele 8 autor de todos os bens que possuímos, teste-
que tem direito,. não preench e a ,:nossa religião todas as munharp.os-lhe por eles · a 'nossa gratidão. 3) Lembra ndo-
condições da virtude• da justiça; ' e assim; nãb é, êm sen,. -nos, porém, que somos pec~dores, entramos em senti-
tid9 próI?,rto 1 l}rn/ ado· de justiça,' m_a s àprox.íma-.s.e dela o mentos de peniMncia, para repararmos a ofensa cometid a
mais possífel. ,....., Exporem os : 1. 0 a sua natweza : 2. 0 a contra sua infinita Majesta de. 4) E, porque n:ecessítamos
sua necessid ade; 3. 0 .a sua prática. . incessan temente do seu auxílio, para fazermqs ·o: bem e
_
; r. .• ' • &
; .. e .
«tingirmos o noss6 fim, dirigimos.;Ihe :as noss·a~ orações ou
l. N ature%a da virtude ·da' religião. súplicas, 11econhecendo assim que Ele é a -fonte -de todo
. :. . :•: . . .
o bem. · ·
1-046. · A religião é úma virtude moral sdbrenâlural
qu~ nos in_clina a vontade .a preS'tar •a Deus o culto que ·. · 1048. Estes sentime ntos internos 'ínariifestain-se por
l~e 1! devi,do, por. cáusa -da SLLa é~ceWmf{cí; in/itiita e do actos externos. que têm tanto mais valor quanto os actos
s_elL .supne,:n,;i domínio sobre nóS: ,, . . , ·. , internos ,' de que são a expressão, são mais p~rteitós. 1) O
• . .
• 1 1
principal · desses adas ·é ·inconte stàvelm ente o sacrifício',
: . ~):/ $ uma_".i~1!de esPecia l ·distinta .das "tr~s. virtudes ado extemo e social, pelo qua·l o sacerdote oferece a
t~àlog~;is que; têm ·o p róprio 'D~hs:': r'hr ,obiecto directo Deus, em nome da ·I'grefa, itma •vítima:' hnoladà, 'para rie-
ao , passo. q-µe o . objecto -Yfópr.to de( religíijo :é o c~lt0 , d~
I tonliece r b seu supremo domíriio i ·reparar . a o/ensà' fétia
Deus, tanto :interno tomo éxtemo; .;Mas pressupõe' a ·•vir-
tude da /é, que nos ilumina acerca dos direitos· dé Detzs.
às~a M_âfestad~ e entrar eni 'cdtnr.mhão côm Ele~ Não 1'â
na Lei nova mais .que um único sàcrifício, o da missa,
e,1·quando atinge ·a sua petteiçã o, é in/or.mada pela: ;curí-: que: rertbvªn do ó · sachfíd o do Calvárib , tributa a Deus
dade, e· -acaba ·por •rião : ser mais cjue a expressão e mani- homena gens trifinitas e obtém para os. homens todas as
festação · das. três -v,irtud·es teologais. .. , ·graças de que preêisai-h. Indicám os acima os· seus efeitos
-_.. ~) . O _seü obfecto /orirúil'o'u motiv8 é reconhe cer a e ã.s disposições necessárias para dele _se tira'r muito fruto
excelên cia infinita de Deus, prin1eiro pri~cfpic/ e iiltimo { n. os 27't~276). 2) A este ado principa l ,se 'Í:Íjüntam ·: as
fim o Set· perfeito , d Ctiádor ·'de q~em tudo depende e preces públicas, oferecid as em nome da lgreji'p· efos shís
para o qual tudo deve gra~ita;r.: _. ' · ·- · ' representántP.s, em particul ar o Ofício divino. asi bênçãos
do SS.mº Sacram ento ; as oraçõies vocais, pr.ivadas: os
. ...ç) , Os· actos, a q1,1e -~;s J~va a. p~Jigião. são internos ;uramen tos e os votos, feitos ,com discrição•, · em honra de
e exfe,;T),og._ , . ,
.. · •• · ... , Deus, e cercado s de todks as condiçó'esid~scritas nos tra-
1047. Pelos actos internos, subrr1etemos· a Deus a tados de 'Teologia moral ; os adas sobrena turais exbemos
nossa, alnia;-éo m as' 1suas facttldades·, mas sobretud o à intc- f eitàs par':i · glória· de Deus•. e q~e. segundo a expressão
l!gênciá' e .a vontade(' ' l ) O p'tltrieiro e mais importa nte de S. Pedro, são sacrifícios espirituais, agradáv eis a Deus
<lesses ados é a adoraçã ~; que: prostfa inteiramente'· todo "o/ferre spir.ituales hostías, acceptabiles Deo" '-. _ ·
, '., \
1
Donde se pode concluir que a :virtude da religião é
S. THOMAS,' lf, il.,
q; 81 ; Su~REZ;: ;e vJrtute. et s~at~- religiosis a ·mais" excelen te das virtudes moraisi porqtie; fazendo~
t •. I, L. II; Bot10UILLO N1 De virtute rellgionis ; J. J,,OLIER, /ntrod, à /~
v,e et aux verlus, eh. I i MGR. D'HULST1 Carême 1893 Conf I • CH DE
SMEDr, op. clt., p. 35-104; R.1eEr, Les vertas, eh. 'xxI.' · · · ' · 1 I Petr. II, 5,

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-- ... . . . . _.LJ...., .,l..1

DA S VIR TUD ES MO RAI S


-nos pra tica r o cul to div ino , 589
apr oxi ma -no s de De us ma is am or par a com o seu Cri ado
qne as oul ras vir tud es. r e San tifi cad or. É o que nos
dec lar a S. Pa11lo 1 : "D ele .
por Ele e par a Ele são tod as
li. Nec ess ida de da virt ude as coisas : a E[e a glória par
dn 1·eli!Jiâo. a tod os os séculos ! · · · Por-
qua nto , se vivemos , par a o Sen
Par a pro ced erm os com ord em hor vivemos; se morremos,
. mo stra rem os: 1. 0 que par a o Sen hor morremos ...
tod as as criâturas dev em dar " E rec ord and o a seu s discí-
glória a De us ; 2. 0 que é pul os que tan to o nosso cor
um dev er esp eci al para o ho po com o ~ nos sa alm a são
me m; 3. 0 sob ret udo par a o tem plo do Esp írit o San to, acr
sacerdote. esc ent a : glorificai e trazei
l'l De us em vos s;
corpo : glori/icate et portate
Deum. in
104 9. . l. 0 To das as criatur corpore vestro " 2 .
as devem. dar glória a
De us. _S.e tod a a Qbra dev e
_proclamar a glória .do -artista
que a fez, qua nto ma is dev tOSt. . 3.º Mu ito pat ic:1 larm
e a cri atu ra anu nci ar a gló ria ent e se imp 6.e esl e· de-
do seu Cri ado r 7 Por que , enf ver aos sacerdotes. É que ,
im, o art ista não faz ma is ,inf eliz me nte , a ma ior ia dos
que modeh1r a sua obr a, e, hom ens , 3.bwrvidos nos seu
aca bad a ela , ter min ado est s neg óci os e pra zer es, bem
o seu pap el. O art ista div ino á pou co tem po con sag ram à
não som ent e mo del ou as ado raç ão. Era , pois, mister
suas cri atu ras , sen ão que as que , ent re eles, fossem esc
tiro u int eir am ent e do nad a, olh ido s del ega dos especiais,
dei xan do nel as não som ent bem ace itos por De us que pud
e o sin ete do seu crénio ma ess em não som ent e em seu
ain da um ref lex o das sua s s nom e ma s C:;m nom e de tod
per fei çõe s ; e con ti~ ua ~ ocu a a soc ied ade , trib uta r ao
par -se delac,, coriservando~as - Alt íss imo as hom ena gen s de
e aju dan do- as com o seu relig.ião a· que tem direito. É
con cur so e a sua wa ça, de rne cis am ent e est a a mis são
sor te que est ão num a int eir do sac erd ote cat ólic o : esco-
dep end ênc ia dele. De vem , a lhi do pel o pró pri o De us, ent
pois, mu ito ma is que ,as obr re, os hom ens ; é como o me
du m arl ista , pro cla ma r a gló as dia dor de rt>ligião ent re o céu -
ria do seu aut or. É o que . e a terr a, enc arr ega do de
faz em . a seu mo do, os seres glo rifi car a De us, de lhe
ina nim ado s que , ma nif est an- tran sm itir as hom enà gen s de
do- nos a pré,pria bel eza e har ti)das as cri atu ras e de· faz er
mo nia , nos con vid am a crlo- em seg uid a bai xar sobre a
rifi car a De us: "C ael i ena tnr a um a enc hen te de graças
rrant gloriam De i . .. 1 i;s e e bên ção s. É, pois , o seu
fecit nos ef non ípsi nos " 2 dev er de est ado , a sua profiss
; é est a. por ém ,
hom ena gem ão, um ver dad eir o dev er de
que não hon ra a De us sen ão jus tiça , com o exp lica S. Pau 3
não ter nad a de livre.
mu ito imp erf eita me nte , por üJ ex ex hom ini bus assumptuslo pro: hom "O rnn is nam que Pon-
ini bus constituitur
in iisi'quae sun t ad De um ,
10.50. 2.° Co mp ~te , poi ut of/e.rat don a et sacri{icia
s, ao ho me m glorificar a pro pec caf ü". Eis o motivo
De us consci€.rn.temente, em pre por que a Igreja lhe con fia
sta r o seu cor açã o e a sua dois gra nde s meios de pra tica
voz a ess as cri atu ras ina nim r a vir tud e da religião. o
ada s, par a lhe trib uta r um a -o{ício div ino e a san ta mis
hom ena gem int elig ent e e livr sa. De ve- se, pois, des em pe-
e. Cu mp re- lhe a ele , que é .nh ar des te dup lo dev er com
o rei da cri açã o, con tem pla tan to mais fervor qua nto é
r tod as essas ma rav ilh as, par <;erto que , glo rifi can do a De
as ref erir a De us e ser assim a us , O dis põe ao me sm o tem
o pon tífi ce da cria ção . Ma s po a f avo ràv elm ent e ate nde -
dev e sob ret udo lou vá- lo em r as nos sas súp lica s ; por ess
seu pró pri o nom e : ma is per me io tra bal ha, tan to na pró pri e
feit o que os seres sem raz ão, - a san tifi caç ão com o na das
cri ado à ima gem e sem e- alm as que lhe são con fia das
lha nça de De us, par tici pan (n. 08 393-401 ) . As sµas orn-
te da sua:· vid a, dev e viv er em çÕes têm tan to ma is efi các ia
,. per pét ua adm ira ção , lou vor
, ado raç ão, acç ão de gra ças ~ lgr eja e Jes us Cri sto que ora
qua nto é ind ubi táv el que é
e com Ele e nel e ; ora , as
I Ps. XVI II, 2. - 2 Ps, XCIX,
.. .
3.
1 Rom. XI, 36; XIV, 7-8. -
2 l Cor. VI, 20. - 3 Hebr. V, 1.

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...,,.. ., v 11<.1 uu cs MO RA IS
ora çõe s de Cri sto são sem pre ·, 591
ate ndi das : "cx ow litu .s est
pro sua reverentia" 1 . te clari/icavi super terram" 1
; mo rre u par a cum
seu divino ben epl áci to, par pri r o
a o con ten tar inte iram ent e,
III. Prá tica da virt ude da reli pro tes tan dv áSsim que não
giã o. vê nad a que me reç a viver
sub sist ir dia nte de De us. De e
1052. Par a bem pra tica r poi s da mo rte , con tin ua a
est a vir tud e , é nec ess ári o su·a obr a não sàm ent e na Euc
cul tiv ar a ver dad eir a devoçã c:uistia, ond e não cessa ,le
o, aqu ela ado rar a SS .mª Tri nda de, ma
da von tad e que jaz nos entreguem disposição hab itu al çé.es, ond e, pelo seu divino
s tam bém em nossos cora-
os pronta e generosa- espírito, pro cur a a glória do
me nte a tud o qua nto ·é do ser Ún ico que me rec e ser ado rad
1 viço de De us: É, em última. o ·e res pei tad o. De vem os,
• 1 ená lise , um a ma nif est açã o pois, com desejos ard ent es , atra
i de am or de De us, e ass im í-lo a nós e dar -no s a Ele .
! t que a religião se liga à carida é ·.,
d·e. .' par a que em nós, con nos co
. ': .· e por nós pra tiq ue a vir tud e
105 5. 1. Q • Os pri nci pia nte s da reijgião.
exe
a) observandc. bem as leis de De rci tam est a virt~rde : · "En tão , esc rev e M. Oli er 2
· ·
ora ção e san tifi caç ão dos dom
us e da Igr eja sob re a na terr a ent re as mã os dos sàc ; vem Ele a nós e se dei xa
ing os e fes tas ; h) evi tan do erd ote s com o hós tia de lou vor
par ~ nos tor nar par tici pan tes ,
a dis sip açã o hab itu al, ext ern a e int ern a, do seu esp írit o de hós tia, nos
fon te de num e- apl ica r .aos seu s lou vor es . e
rosas dis trac çõe s na ora ção nos com uni car inte rior me nte
, por me io da vig ilân cia em sen tim ent os da sua reli giã o. os.
Dif und e-s e em nós , ins inu a-s
lut ar con tra <:1 alu viã o dos em nós, em bal sam a-n os a alm e
a;
dev ane ios inú teis ; e) rec olh
div erti me nto s mu nda nos , dos nas do seu esp írit o reli gio so enc he- a das dis pos içõ es inter~
;
end o-s e int eri orm ent e ant es e da SU<,i não faz ma is que de sor te que da nos sa alm a
da ora ção '. par a a 'faz er ma
is ate nta me nte , e pra tica ndo me smo esp írit o de· res pei to, um a, . que Ele ani ma com um
º san to exercício da pre sen ça de De us (n. - e ext ern o de· tod as as coi sas
am or, lou vor , sac rifí cio inte
à gló ria de De us seu Pai
rno
º 44 6). ".
103 4. ~- 0 Os pro fic ien tes 1056. e) Nã o se d~ve esq
esf orç am -se por ent rar uec er, por ém . que Jes us
no espírito d~ religião, em ped e a nd:.Sà"colaboração.
uni ão com Jes us, o gra nde Vis to que nos vem faz er co-
Re ligi oso do Pai , que , tan to mu nga r no seu est ado e -esp
na vid a com o na mo rte, glo írito de hós tia, é· mis ter qu~
rifi cou a De us inf ini tam ent - com Ele e · nel e viv am os em
e (n. 0 151 ). espírito de sacrifício, crucifi-
can do as ten dên cia s da nat
u) Est e espírito de religião com ure za cor rom pid a e obe de-
pre end e dua s. dis po- cen do pro nta me nte às ins pir
sições pri nci pai s, reverência açõ es dá gra ça ; ent ão, tod as
e amor. A reverência é um as nos sas acç ões agr ada rão
sen tim ent o pro fun do. mis to a De us e ser ão out ras tan tas
de res pei to e de tem or, pel hós tias . outros tan tos act os .de
qu al rec onh ece mo s a De us o religião, lou van do e glori-
com o nosso Cri ado r e sup re- fic and o a De us, nosso Cri ado
mo Sen hor , e nos sen tim os r e nos so Pai . Po r esse ·meio-
ditosos em pro cla ma r a nos sa pro cla ma ~oc ; prà tic am ent e o
dep end ênc ia abs olu ta par a . tud o de Deus. e o ·na da da.
com Ele . O am or dirige-se ao_ cri atu ra, já que imo lam os até
Pai am abi líss imo e am ant íss às últ ima s par cel as tod o o
imo que se dig nou ada pta r- ~osso ser, tod as as nos sas acç
-no s por fiíhos e não ces sa ões , à glória do nosso su-
nur a. pat ern al: É des te dup
de nos env olv er em sua ter
- pre mo Sen hor . .'
1

lo sen tim ent o que bro tam to- . i,


dos o~ dem ais .: adm ira ção , d) · Faz em o-l o mu ito par ticu 1ar
acç ão de gra ças , louvor. me nte nos act os que ,
em sen tid o pró pri o, se cha ma
103 5. h) . No Sag rad o Co raç m act os de religião, na assis-
ão de Jesus é que va- t~n cia à Sa nta Mi ssa , na rec
mo s hau rir estes sen tim ent os itaç ão das ora çõe s litú rgi cas
de religião. Est e div ino Me - ou de outr~s, con for me exp licá
dia dor não viv eu sen ão par mo s (n. 05 274, 284, 52 3).
a glorificii.r a seu Pai : "C go N. B. ,_, Os per.feitos pra tica
m est a: vir tud e sob o in-
flu xo do dom da . pie dad e
1 Hebr. V, 7. 1 de que tra tar em os ádiante~
1· Jo. XVII, 4• .:... 2 /n.trod. à la
vie et aux vertus, eh. I.

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§ III. Da virt ude da obed iênc ia 1
10.59. B) D evem os por isso mesm o obed ecer
aos
Esta virlu de é anex a da justiç a. pois que a obed xepr esen tantc s legít imos de Deu s : é este o pont
iên- o que é
~ia é uma home nage m . um acto de subm issão necessário r.om preen der hem. a) Vend o que o
devid o aos home m se
~upe riore s ; mas d1slin gue-s e dela. porq ue impl não pode basta r a si mesmo para a sua cultu
ica desi- ra física ,
gnal dade entre st~periores e inferiores. Expo nham intel ectua l e mora l. quis Deus que vivesse em
os : 1.º a sociedade.
süa nature.z a e Jund amen lo; 2. 0 os seus grau Ora. a socie dade não pode subsistir sem autor
s; 3.º as idade que
i-uas qual idad es; 4. 0 a sua excel ência . coor dene os esforços dos seus mem bros para
o bem co-
mum . Quer Deus , por cons eguin te, que haja
uma socie-
I. Nature::;a e funda mento da o1,edi ência . dade hierá rquic a, com superiores enca rrega dos
de mand ar
e inferi ores obrig ados a obed ecer. Para
_ 1057 . 1. 0 Defi niçã o. A _o bediê ncia é u:cn.a toma r esta obe-
virtu de. diênc ia mais fácil. deleg a a sua auto ridad e nos
.moral sobrenatural qu.e nos inclfria a· subm eter superio-
a nossa res legítimos : "No n · est enim potestas nisi o Deo
vont ade à dos superiores legítimos, em quan to " 1. de
são repre- tal sorte que obed ecer- lhes a eles é obed ecer
.sent anle s de Deus . Estas últim as palav ras é que a Deus ,
se de- assim como deso bede cer-l hes a eles, é correr ao
vem ·explic:1.í antes de mais nada , pois são enco ntro
a base da da sua cond enaç ão : "/taq ue . qui resistit potes
-obed iênci a cristã . · tati, Dei
ordinationi resistit, qui auJem resistunt, ipsi sibi
damn a-
1058. , 2.º Fund ame nto de~t a virtu de. A obed tionern acqu irunt ' ' 2 • O dever dos superiores é
iên- não exer-
cia fund a-se no supre mo domí nio de Deu s e cerem a sua auto ridad e senão como deleg ados
na subm is- de Deus ,
são abso luta que lhe deve a criat ura. para proc urare m _a sua glória e prom overe m o
bem geral
At Ante s de tudo , é evide nte que deve mos obed
e-
da comu nida de ; se falta m a essa obrig ação. são
respon-
•Cer a Ueus (n. 0 481 ). sáveis desse abus o de autor idade dian te de Deus
e dos
_ ! ) Criados por Deus, devemos estar em inteira depen- seus repre 3enla ntes . Mas o deve r dos inferiores
é obed e-
-denc1a,, da sua vontade. Toda s as criaturas obed cer aos 11epresentantes de Deus , como ao própr
ecem à io Deu s:
VOZ: Omn ia serviiJrzt tibi" 2 ; mas as criatu ras racio sua "Qu i vos audi t me audit, et qui vos spernit,
têm disso maior obrig ação que as outra
nais me sper-
s, por haverem rece- ntt" 3 • E a razão é evi.d ente: sem esta subm
bido mais dele, particularmente o dom da liberdade, issãó não
podemos melhor reconhecer que submetendo livremque não ho.v.eria, nas diversas comu nidad es, senã o deso
rdem e
nossa vonta de à do nosso Criador. 2) Filho s .de ente a anarq ~ia, e tudo sofre ria com isso.
Deus , deve-
m~s o.bedecer ao nosso Pai celestial, como _fez o própr
Cnst ~ · q~e, t~ndo entr~do no mundo por obediênci io Jesus 1060. h) Mas quais são os superiores legíti
mos ?
,ohed1enc1a sam de~e , factus obed iens usque ad a, só por São aque les que estão coloc ados por Deus à
frent e da~
mort em" 3.
: ) R.e~gat:d.o s da servidão_do pecado, não nos diversas socie dade s.
Ja a nos mesmos, senã!?_ a Jesus Cristo, que deu o perte ncemos
1) Na ordem natural, podem-se distinguir três
para_ nos faz~~ seus : 1am non estis vestri, empt. seu sangue de sociedades : a sociedade doméstica ou familiar, ,espé.cies
i enim estis
_pretw magn o '1 ; devemos, pois, obedecer a
suas leis. sidem os pais, ,mormente o pai de famíli& ; a sociea ,que pre~
governada pelos detentores le'gítimos da autoridadedade ·civil,
·1 S. J. Crn1~ cus, Séata, IV; S. THOMAS, II, II., q. 104-10 os sistemas reconhecido& nas diversas nações ; a- , · segu'ndo
THE!UNE DE Sl~N/'!E , Dialogue, t . II, tr.ad. Hurtaud, p . 251-320; 5 • FR.
s:S CA- ·sociedade
.SALES , Vle devoff , ~.e P ., . eh . XI ; EntretieltS X-XI ; .RODRI GUEZ DE profissional, em que há :patrões e. op·erárfos, -;
Tr. V,. Da obed1enc1a ; J~ l· ÜLIER, lntrod . c::h.1 , p. III, c~f.os :·di{r_itos
e d~veres respectivos . são detç~minado~_/ p~l9 '~p9t
sance , S. L1ouo,R1, [:a vtrctable épouse, eh. III; TRONSON, De t'obéis-
trabalho ·4. tâJô de
tus, tr.·XI , De I obe1s sance; Ctt. DE SMEDT, VII ; MoR, ÜAY, Vie et ver- . ·,•; ·· :-- ·,
p. 124-.151 ; .RIBE'f, Vertas , eh. XXIX D. NfJtre. vte sunta turelle, t. II-,
.du /zoine , <?onf. XII, p. 334-389. - 2 ;Ps. C. MARMION, Le Chris t idéal
XCVI II, 91. - s Phil. II, 8. 1 R.om. XIII, -1. -_ 2 Rom_. XIH,
- li Co, . VI, 'lO.
._ Encic llca de LEÃO XIII; Rerum ·novaritm2. e
-· S L~. )_(, l~; -:- 4 Cf.. a
o noss9 _T r. De Justttia,
onde fazemos o comen tário dela.
38

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· -- • - _ _ ,,_,u 1.VlV.t( .f\.1~

2) Na orde m sobrenatural, os supe riores hierá rqui- 595


cos são : o S. Pont iÍice , cuj9- auto ridad e é um supe rior de comu nida de que porv entur a desse
imed iata na Igreja unive ~sal ; os · Bispos, que
supre ma e f?.;~ do que \he perm item as Cons tituiç ões e Regras,orden qu:
t êm jurisd i- sab1am enl:2 deter mina ram os limil es da sua
ção nas suas respe ctiva s dioae ses, e, sob a sua autor idade .
autor ida-
de, os párocos e vigários, cada qual dentr o
dos limit es ll. Os graus d,1 obedi ência .
ll'aça dos peb Códi go de Dire ito Canó nico .
~ Além dis-
so há na Igrej a, comu nidad es · parti cular es 1062 . 0
1. Üs prin cipia ntes aplic am-s e antes de
com Cons ti-
tuiçõ es e Regr as, apro vada s pelo S. Pont ífice tudo a obse rvar fiêlm ente os mand amen tos de
ou pelos Deu s e da
Bisp os, te~d~ à fr1ente Supe riore s, nome ados lgrej a e a subm eter- se, ao meno s exter name nte,
em confo r- às orden s
mida de com as Con• stitui ções ou Regr as; enco dos super iores legíti mos com · dilig ência , pont
ntram o-no s. ualid ade e
pois, tamb ém aqui dian te de autor idade s legíti espír ito sobr matu ral.
cons egui nte; quem quer que entra nurp a dessa
mas. Por
s comu ni- 0
106~. 2. As •alm as mais adia ntad as: a) medi
·
... . .
dade s. por · esse mesm o facto- se obrig a a obse tàin
rvar os seus. com desv elo os exem plos que '.Jesus nos dá
regu lame ntos e a obed ecer aos $upe riore .s que desd e o pri-
man dam meiro insta nte da sua vida, em que se ofere ce
dentr o dos limit es defin idos pela regra . para fazer
em tudo a vont ade de seu Pai, até o últim
1061 . C) Há, pois, limit es traça dos ao exerc o, em que
ício morr e vítim d da sua obed iênci a. Supl icam -lhe
d&, autor idade . que venh a
viver nelas com esse espír ito de obed iênci a e
esfor çam- se
1) É evide nte, em prim eiro lugar , que não é nem por se unir a Ele, a . fim de se sub_meterem aos
super iores ,
obrig atóri o nem perm itido obed ecer a .um como Ele mesm o estav a sujei to· a Mari a e
supe rior que- a José : "et
porv entur a mand asse qual quer coisa mani f,esta erat subd itus illis" 1 .
ment e con-
trária às leis divin as ou ecles iástic as ; seria então
o caso . L) Não se conte ntam de obedecer exter
de repet ir a palav ra de S . Pedr o 1 : "Imp orta
obed ecer sujeitam internamente a vontade, ainda mesmnamente, mas
o nas coisas
antes a Dc-u:; que aos home ns,' obed ire opor tet custosas, contr árias à sua inclinação ; fazem-no
j quam homi nibu s": palav ra hber tado ra que
Deo magi s coraç ão sem se queixarem, •ditosas por desse modóde todo o
·. ! asseg ura a aproximar-3e mais perfeitamente -do divin o Mode poderem
liber dade cdntr a toda a tiran ia 2 • O mesm o se
diga, caso sopre tudo usar de estratagemas, para trazerem lo. Evita m
,i
o que é man dado ' fosse noto riam ente impo ssíve o superior a
·i
' 1 l : ad im- quere r o que elas querem. Porq uanto , como nota
possibil e n&mo tenetur. Mas, como estam os sujei nardo , quem quer que, descoberta ou disfarçada
2 S. Ber-
tos a nos. cura que 3eu padre espiritual lhe orden e o que ment e, pro-
iludi r, em caso de dúvi da deve mos presu mir ele ·quer, a
que o supe - si mesmo se engan a, se acaso se lisonjeia de obed
rior tem razão : tn dubi o prae sump tio stat pro iente
superiore. que naqu ilo não obedece ele ao Prela do, mas o Prela ; por-
2) Se um supe rior man da fora das suas atrib uiçõe s, do a ele.
0
por e.xempfo, se Qm pai se opõe à, vo,ca ção, :Il,1ad 1064 . 3. As alma s perf eitas vão aind a mais adian
uramente- -
te : sujei tam o própr io juízo ao do super ior, sem
est~t dada , d~ seu filho , ultra passa os seus direit exam ina-
os, e não rem sequ er as razõe s por que ele man da.
há obrig ação de lhe obed ecer. O mesm o' suce .
deria com .
É o que excelentemente explica S. Ináci o 3
prete nde fazer perfe ita e inteira oblaç ão de :Si "Mas quem
:
1 Act. V, ·29 . ...:__ 2 É a doufri na de S. PR, DE SALF.s, mesmo, além
rituels, eh. XI, p. 170-171 : Etttretiens spi- da vonta de é necessário que 9fereça o entendime
< Muito s
quais julgar am que ela consi!!tia em séfazer engan aram redon damen te ••• os
sõmente tendo um querer, mas também um mesm nto. . . não
que nos pudesse ser mandado, ainda que a torto e a direito tudo o o sentir
de Deus e da santa Igreja ; no que erraramfosse contra os manda mento s
enormemente ... porque no
com seu Superior, sujeitando o própr io jµizo
ao · .gele, .em
que respei ta os manda mento s de Peus, assim quan to a vonta de devo ta pode inclin ar o enten
têm poder <le dar jamais algum· precei contrácomo os Superiores não dimento ...
não' têm punca obriga ção nenhum~ de toobede rio, assim os Inferiores
cer eqi tal caso, a11~e11, se
obedecessem, pecariam ~. 1 Lc. II, 51. - 2 Serm. de diversis, XXXV,
· . trad. Broui x, 1870, p. 464. 4. - S Lettre CXX,

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596 CAP1 TULO II DAS VIRT UDES MORA IS
597
Assim coma pode errar a nossa vonta de, assim
o pode o obede ce, senão nela a Crist o nosso Rede ntor,
enten dime nto no que nos convé m. E assim como por quem se
, para nossa obede ce. Porta nto, nem porqu e o Supe rior seja
vonta de se n~o desvi ar do bem, é acert ado confo muito pru-
rmá-l a com dente , nem porqu e muito bom, ou quali ficad o
a do Supe rior; assim tamb ém para não errar em quais quer
o enten dime nto, outro s dons de Deus Noss o Senh or, senão porqu
se deve unir com o dele" . Acre scent a contu
do:
não se tira, se algw na coisa se vos repre senta "Com isto vezes e autor idade , deve ser obed ecido ... Nem e tem suas:
pelo contrá,'.._
sse
do que ao Supe rior, e, fazen do oraçã o, vos parec difer ente r!o, por ser a pesso a meno s prude nte, se lhe há-de .qeixar
esse diant e de obed ecer em o que é Supe rior, pois
do divin o acata ment o conv ir que lha n:pre sentá repre senta a pesso a
sseis , que o daqu ele que é infalí vel sabed oria, e supri rá o
possa is faz~r. Cont udo, se nisto quere is proce que falta a seu
der sem sus- minis tro ... " 1 .
peita de amor e juízo própr io, devei s estar indif
erent es, antes
e depo is de a repre senta rdes, não some nte para Nad a muis acert ado que este princípio : porq
a ex_ecução uunto , ·
de tom~r. ou deixa r a coisa d~ que se trata, ~e hoje ob~dccemos ao superior, porqU:e nos agrad
mas. qinda para arr1 as
mais vos conte ntard es e terde s por- melh or quan
to
orden ar". - É o· _que se cham a obed iênci a cega, o Supe rior suas quali dade s, que faremos aman hã, se tiverm
os um
que faz es- supe rior que nos pareç a desprovido desses <lotes
teja o home m nas mãos dos super iores "peri 7 E não
nde ac bacu lus,
perin ,de ac cada ver" 1 ; mas com as reser vas perde remo s o merecimento, sujei tando -nos a um
que faz S. Iná- home m
cio e as que nós fizemos mais acima , não tem que estim amos , em vez de nos subm eterm os ao
nada de desar - próprio
razoa do esta obedi ência , visto como é a Deus
que sujei tamo s Deus 7 Não olhemos, pois, para os defeitos dos
a nossa vonta de e enten dime nto, como vamo s nossos
ainda expli car .superiores, n que torna a obed iênci a mais difíci
com mais preci são, expo ndo as quali dades l, nem
da obed iênci a.
pará as suas quali dade s, o que a torna menos
meritória·,
lll. As qualiJ.aJ.es J.a obedi ência . mas consideremos a Deus que vive e man da
em suas
pessoas.
A obed iênci a, para ser per/eita, deve ser : sobre
natu- 1066 . ~-º Univ ersa l na exten são; isto é. de~e
ral na intenç~~. universal na exten são, inteira ~os
n~- ~xe- obed ecer a todas as ordens do supe rior legítimo,
cuçã o. semp re
que man da legitimamente. Assi m pois, como diz
1065 . 1. 0 Solu enat ural na, inten ção: o que S. Fran -·
quer cisco de Sales 2 , a obed iênci a "submete~se amor
dizer · quê d.ev·emos ver o próprio Deus ou Jesus osarneri.t"e
. Crist o a fazer tudo quan to lhe é mand ado, tudo simp
·nos superiores, já que estes não têm autor ida,d e lesmen-.
senã o por te, s·em olhar nunc a se a orde m é bem ou mal
Ele. · N ãô há nada que torne mais fácil a obed dada ,
iênci a ; cont anto que quem man da tenh a pode r de mand
pois, quem hav.ia de recus ar obed ecer ~ Deus ar, e,,o
7 É exac - r prece ito sirva para unir o nosso espírito com D
tame nte o que reco mend a S. Paul o aos servos ' eus .
: "Obe de- Acre scen ta, porém, que, se um supe rior man dar
cei a vossos senh ores temp orais com temo r e tnem algum a
or e com coisa mani festa ment e contr ária à lei de Deus ,
singe lo coraç ão, como a CrJsto ; não os servi ·é ob.riga-
ndo só em ção nega r-se a obed ecer ; tal obed iênci a, d-iz · Sant
sm; prese nç~. como qu~~ quer comp ;azer a hom~ o To-
ns; mas más, seria indis creta : ·· obed ienti a. . . indiscreta
antes , com::> servos de Crist o, que fazem nisso , quae·
a vont ade etiam in illícitis obed it" 3:
de Deus J~ coraç ão e com boa vont ade, como ·
quem Fora deste caso, o verda deiro obed iente não se
serve ao Senh or, e não a h:omens" 2 • ainda que o super ior se enga ne e mand e coisa
extra via,
s meno s boas
.i;: igual ment e o que S. Ináci o escre via aos que as que se desej am fazer : é que nesse caso
seus Religio-,, Deus , a quem
sos de Portu gal : "Tod os queri a que vos exerc se obed ece e que vê o fundo dos coraç ões,
itásse is em recom pensa a
recon hecer em qualq uer Supe rior a Crist o Noss obed iênci a, asseg urand o o bom êxito daqu ilo
o Senh or, 'e que se em-
rever encia r e obed ecer nele a sua Divin a preen de. "O verda deiro obedi ente, diz S. Franc
Maje isco de Sa-
toda a devo ção. . . nunc a olhan do para a p~sso stade com
a a quem se
1 Carta de S. Inácio sobre a virtud
i Entretlens spirit., eh. XI, p. 170. - S eS. da obediêricia, n. 3, 4. -
THoM. 1 II, II., q. 104, a.
1 - S. IGNAT, Constitut. VI, § I, reg. 36. - 2 Eph-.
VI, 5-7. 3 1 ad. 3.

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598 CAP !TUL O II DAS VIR TUD ES MOR AIS
599
le:,, 1 , com enta ndo a pala vra : "vir
obe dien s loqu etur vict o- .se vê N. S. Jesus Cristo na pess oa de que m man
r:ias", fica rá ven cedo r em toda s as da,, corri
1
.,j dific ulda des a que foi .o
leva do pela obed iênc ia, e sair á com não amá-lo , corno não fazer de
11 que entr ar por obe diên cia, por mai
hon ra dos cam inho s em todo o coração o pe-
s •queno sacrifício recl ama ndo por Aqu
11 ser" . Por outr os term os, o supe rior peri goso s que poss am ele que morreu ví-
dan do : nós não nos eng anam os, obe pod e eng anar -se, man -
tim a da sua obe diên cia por nós 7 ,_ Eis
dece ndo . o motivo por que
·· -é necessário volt ar sem pre ao
1067. 3. Inte ira na exe cuç ão, e,
0
princípio geral ·que assen-
por con segu inte , tám os : ver a Deu s na pess oa do supe
pontual, sem restrição, constante, e rior. Ent ão, n)elhor
até alegre. -compreendemos tam bém a exc elên cia
e os frutos da obe-
a) Pon tua l: por que o amo r, que pres ide diên cia.
à obe diên -
cia perf eita , nos faz obe dec er pro ntam
ente : "o obe dien te IV. A exce lênc ia da oLed iênc ia.
ama o preceit,!), e, des d~ que o p~r
ceb e de longe, seja
e1ê qua l for, que r seja con form e o
seu gosto que r não , 1068. Do que levamds dito, se deri
abra ça-o , acaricia-o e ama'-o lem ame
nte" 2 • .d.a obe diên cia. San to Tom ás não
a
va exc elên cia
É exac tam ente o que diz S. Ber hes ita em ·dizer que
nard o 3 : "O vetd adei r'o .d epo is da virt ude da 11eligião, é ela
obe dien te não con hece dila ções ; tem a mais perf eita de
horr or ao dia de ama~ toda s as virt ude s morais, por que mai
nhã ; igno ra _as tard ança ,s ; prev ine s que as outr as nos
o prec ei.to ; tem os olho s
fixo s, os ouv idos aten tos, a líng ua une a Deu s, nest e sent ido que nos
pron ta a fala r, as mão s des pren de da nossa
disp osta s a trab alha r, os pes prep von tade própria, que é o mai or obs
arad os a cam inha r ; esta tácu lo à união' divi-
todo reco lhid o para perc ebe r ime
diat ame nte a von tade de na 1 . É além disso mãe e gua rda
quem manda". das virt ude s, e lrans-
h) Sem . restrição : por que Jaz er sde cçõ f arm a os nossos actos ordinários em ,actos virtu
osos.
es,,..O.~~de- 1069; 1. 0 A obe diên cia uhe-nos a
cer. e,m certç.s coisas. e des obe dec er Deu s e faz-nos
em outr as, é perd er
o mér ito da. obe diên cia, é mos trar -comungar hab itua lme nte em sua vida
que nos suje itam os no . .
que a,gra,da, ~. por con seg uint e, que a) É qµe. de façt o, subm~~~ dire
esta submis~ão não
é sob rena tura l. Rec ord emo s, pois, tade à von tade divi na, e por isso c~~~ent~ ;a noss a vo~ -
o que diz N. S. Jesu s m'eshío toda s as dem ais
Cri sto : "um só jota ou um só til facu ldad es, em qua nto esta s estã o
da Lei não pass ará, suje itas à von tade . Esta
:submissão, é tant o. mai s mer itóri a
sem que tud o seja . cum prid o, iota qua nto mai s livre men te se
unu m aut unu$ ape x faz: as cria tura s inan ima das obed
ecem. ~ Deu s por · nece ssi-
non praeteribit a lege, don ec omn ia .dad e de natu rez· ~; o hom em, pol'.ém,
/ian t" 4 • ,obe
Exi ge-n os t.ambém .constânc(a ; da sua von tade . Des se mod o faz hom det~ ppr ~ivre ,el~içã<>,
en~gen:i ao seu sup re~o
méritos desta v!rt ude : ''.porque faze e é este um dos gran des Sen hor do que tem de mai s cato \
e imo la a inâi s exce lent e
r alegremente uma cois a das vítim as : "per: obed ient iam mac
qu~ se man da . uma vez, qua ndo tatur· 'ptoprià · volu ntas n 2 :
e com o se quis er, isso não
cu~ ta nad a ; mas , qua ndo se vos Ent ra assi m em com unh ão com Deu
diz s,
t0do o tempo da voss a vida ,.•aqui : Fare is isso sem pre, e von tade mai s do que a dele , répe ti~d pois i;ião t~m. ,Put ra
o
( que está a difi culd ade" 5 • sim que há virtude, aqui Jesu s no mom ento da sua ·ago nia a· p_alavra ~er óka de
· :" '~noti mei i vôlu ntas , sed
tua fiat" 3 • Com unh ão sobr ema neir
e) Alegr-e : "hil are m en;im datarem dilig porq ue une a von tade , o noss o bem
a mer itóri a e sant ifica nte,
it Deu s" 6 • mai s prec i~o . à von -
· A obe diên cm. rião pod e ser aLegre tade divi na, sem pre boa e sant a.
nas coisas custosas, se .
não for insp irad a pelo amo r; ·é .'-
que , efec tiva men te, a . b) E, com o a. ~on tade é a rain
qué m ama , nada: é · pen oso , por que dad es, unin do,-a a , Deu s, unim os-l ha de toda s _as .facu l-
essé tal não pen sa· no he
sofrin:i,ento·, rrí~i naq uele · por quem-,s nos sa alma. Este sacr ifíci o é mai or toda s ,as pote ncia s da
ofre. Ora , · qua ndo res que faze mos pela pob reza ; que
que o· das ben s exterio,,
o dos bens ·do corp o que
. 1 Vrays Entret. spirit,, eh. XI, ,ofe rece mos pela cast idad e e mor tific
S Sermo de dlversls, XLI, 7; lei: p. 191. - 2 lbid. , p. 178. - ação ; é, com toda a ver-
todo este serm ão so'br a obediênci
- 4 Mt. V, 18. - 5 S.
FR, DE SALES, Entret., spirit., eeh. a.
1 S, T HOM, II 1 I·1, 1
G // Cor. IX, 'l. XI, 182. - •
l.. XXV, e. 10. - S Lc. XX I,
1041 a. 3. -'- 2 s. ÜREGORIUS Mor al.,
42.

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UA.:> V1J:<.1UUl::l.:> MVKAl::. 601
dade, o mais excelente d ·r .
qnam vfctimae" 1_ os sacri 1c10s: « melior est obedientia
··por ela se imolam em todos os tempos e se estendem como
- e) E: também o mais constante e d d . vítimas sobre o altar a vontade e juízo próprio, de sorte que
n. h,ao
t sacramental não t·1camos tmt"d os a Dura Oiro:. pela comu- no homem. em lugar do livre arbítrio, não há mais que a
ms antes; mas a obediência habitual eus mais que alguns vontade de Jesus Cristo Nosso Senhor, que nos é intimada
alma e. Deus uma espécie d h:stabelece entre a nossa por aquele que manda ; e não é sàmente o desejo da vida,
nos faz permanecer nele e comEuln ao espiritual perene, que como sucede ao mártir, que é imolado pela obediência, senão
g ueremos tudo. quanto El ' como e perman ece em nos . pois
todos os desejos ao mesmo tempo". É o que dizia S. Pacómio
que Ele deseja: "unum v!l[~ue;; e nada!! iesejamos se~ão o a um jovem religioso que desejava o martírio : "Assaz morre
a mai s rea,1 a mais íntima, a mais
, num ·t· . a f"ma,
no ed,. o qu e e, l
mártir quem bem se mortifica ; é maior martírio perseverar
1070. 2 o É b, pra ica e todas as uniões. toda a vida em obediência, que morrer dum só golpe pela
· tam em por canse · t b d espada" 1 .
mãe e guarda de tod · ' . d gum e, a o e iência
as as virtu es segund b I 1072. e) A obediência dá-nos assim perfeita ssgu-
pressão de S. Agostinho . "Ob d· , . . o a e a ex-
nali ma ter quodãmm d · e um.tia· m creatüra ratio- rnnça; deixa dos ã · nós mesmos: não sabêríamos talvez
. o o est custosque -virtutem" 2
a) Confunde-se, efectivamente co
que o amor, como ensina Santo To , , m a cari a e, já
·J d determinar-nos sobre o que é mais perfeito ; a obediên-
cia, traçando-nos o nosso dever para cada instante, mos-
tudo a união das vont d :. "/ h mas, _produz antes de ha-nos o CRminho n1a-is seg,trro para nos santificarmos ;
ª es · n oc cantas D · f
est, quia amicitia facit idem velle ac nolle" aeiEper _ect~
f a zen dó o qué ela prescreve, realizamos tão plenam~nt~
essa mesma a doutrin d S J _ ? • nao e quanto é possível a condição essencial exigida pela per-
·declarado aup quem prªet ed '
- , en e amar a 0
ª
0 0
- Depois de haver
- d
feição, o cumprimento da vontadte de Deus : "Quae pla-
os seus mandamentos é um t" eus e nao guar a cita sunt ei /acio semper".
quem guarda a sua p~lavra :~n Ir?so, acrescenta: "Mas Daí um sentimento de paz profunda e inalterável: "pax
a .caridade de D , r··'. esse e que verdadeiramente
eus e per e1ta ; e po • , ,
multa diligentibus legem · tuatn, , Domine"; quem não quer
1 senão cumprir a vontade de Deus, expressa pel~s superiores,
nnecemos que estâinos' I .. · . r aqm e que nos co- não se preocupa nem do que se há-de fazer, nem dos meios
, .· . . h. . "'''.'.. ne. ~ '. qr.u
e1us, vere, m oc carita~ D ·. f autem tservat . verbum
· · · ·· • ~ ei per ecta est · h de o• realizar; não tem mais que receber as ·ordens de quem
quoniam in ipso sumus., 4 Ê . , e m oc scirrms tem o lugar de· Deus e executá-las o menos mal que puder ;
divino Mestre· quando n . >d- est~ mesma a doutrina do a Providência encarrega-se do resto. Não nos exige o êxito
damentos é . , , I . "S· ods l IZ. que guardar os seus feliz, mas simplesmente o esforço para cumprir as ordens re-
" , ama- o : i i igitis m d man- cebidas. E, depois, podemos estar sem cuidado acerca do
vate s_ A ob'edie".n·. d. d . , e, man ata mea ser-
. · cia ver a eira e p • ,I. resultado final: é claro que, se fizermos a vontade de Deus.
1rse, um,acto- excelente d ·d d, ois, em u tuna anú- Deus se encarregará de fazer a nossa, isto é, de atenqer as
. e carz a e nossas súplicas e favorecer os nossos projectos. E:, por conse-
d 1011 ... b) ,,faz-nos também pra~ic d . . guinte, a paz nesta vida ; e quando thegarmos ao termo, será
es, em quanto. são toda . d d .. ~r as emais virtu- ainda a obediência que nos abrirá a porta do céu : perdido
selhadas: "Ad obedien/ man ~ as ou ao menos acon- pela desobediência de nossos primeiros pais, reconquistado
t . zam pertment om t pela obediência de Jesus Cr.i&to, o céµ é re.servado àqueles
um, prout sunt in praecept " 6 nes ac us virtu-
A o . que se deixam conduzir pelos representante~ deste divino
ssim, por exemplo f . . Salvador. Não há inferno para os verdadeiros obedientes:
pe~i~!ncia, tantas vezes· ~re:cz;~os pr~icar a mortificação e "Quid enim odit aut punit Deus praeter propriam volunta-
Fhg1ao, a caridade ·e todas as I ?~ ~o van?elho, a justiça, a tem? Cesset voluntas propria_.et. infemus- non-· erit" 2 •
-~z-nos até semelhantes aos ~1~):. es contidas ,no Decálogo,
v1 a por Deus ; é que na v d ~ ires que sacrificam a sua 1075. Enfim, a obediência transforma em virtudes
____·_ , . er a e, com~ explica S. Inácio 1 e méritos as ocupaçêíes mais ordinárias da vida, refeições,
1
I Reg. XV 22. - 2 D C, • • recreios, trabalhos ; tudo quanto é feito com espírito de
II, II, q. 104, a. 3: - 4 e ,v,t. Dei, L. XIV, e. 12 _ s
II, q. 104, a. 3, ad 2 - ~Joé II, 5 .. - 5 Jo. XIV, 15. -~ S
· • arta citada, JY. 235 _236 • •
l-HOM.,
THoM.,
II,
1 Citado por S. fR. DE SALES, •Entret. spirit., 183. - 2 S. BERNAR-'
ous, Sermo Ili in tempore paschali, 3.

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CAPtTULO lI
DA S VIR TU DE S MO RA IS
603
-0hedi ênc ia par tic ipa do mé
rito des ta vir tud e, agr ada
De us e será rec om pen sad o a l. Def iniç ão,
por Ele . Pel o contrário , tud
qu ant o é feito em oposiç ão o
com a vo nta de dos . Su per io- 1076. Es ta vir tud e, qu e se
res, po r mais exc ele nte qu e ,,; cha ma força de alma,
por ven tur a par eça em si me for ça de car áct er, ou vir ilid
mo , não é afi nal sen ão um s- ade cristã , é _um a vir tu~ e mo
· act o de des obe diê nci a. E ral sobrenatural qu e rob ust -
a~sim é qu e se c9m par a mu ece a alm a na con qui sta do
ita s vezes o ob edi ent e ao via be m árduo, sem sê deixar aba
j-intc qu e ent rou em um nav - lar pelo medo, nem sequer
io, con du zid a poi:- · um exce-
len te piloto : tod os os .dia pe.lo temor dá morte .
s , ain da mesmo des can san
ava nça para. o porto , e assim, do A) O seu oh jec to é reprim
sem fad iga nem preocupa~ ir a.s impressões do te-
ÇÕe.5, che ga ao ter mo ' .; mor, qu e ten de ·a · pâr ah~·a r
rad à eternidade~ ·
sus pir ado , ao por to da berri-a
ventu- ft
os ·no s·s?s ··e·sf,ór:os par a o f)_em ..
•ê mo der ar a· aud áci a _ql}~:. .~e;m..
107.4. Co ncl uam os com est as pal
• ·
avr as que De us dir ige
T. ver t~r i; em tem eri dad e : ~la,. f~c1lmente s~.
Et ide,o forh tud o_ e~_t ctrca~ºn!t-:-
:a San ta Ca tar ina de Sen mo res et audacias, qua si coh
a 1 :
vir tu1 e que ~ncerra em si tod "C om o é sua ve e .gforiosa est a . a" 1 .
thi tiva tim oru m et aud act a-
dad a à luz pel a car ida de: So ~s as vir tud es ! Foi çon ceb ida e rum mo deraft't;
san tíss ima fé. ; . Ela é o pró bre ·ela est á lan çad a a ped ra da 1011. B) Os. seus actos red .
pri o cen tro da alma, que nen uzem~.se· a·dois princi-
tem pes tad e pod e atin gir ... hum a pai s : em pre e~d er e tolerar
As pri vaç ões não lhe cau sam coisas difrcultosa,s : ardua
,ção nen hum a ; ppr qµe a obe afli
ma is que a mim só, que pos diê nci a lhe ens ino u a não des ~ aggreái et sustin~re.
eja r
seu s des ejo s. . . ó obe diê nci so, se quiser, rea liza r tod os os ,
, · a} A for tal eza con!',,iste, apt es , ,
.sem cus to e che gas sem .per a que lev as a cab o a tra ves sia der e exe cut ar coisas dificul
.de.,tudo, em :empreen-
i go ao por to de sal vaç ão !
s(!onformas ao Ve rbo , me u Tu te tosçi$ .: exis\e.m efect1vabme~te
gem na bar ea . d.a san tíss ima
Fil ho uni gên ito ; .tu tom as
passa~ no caminho da vir tud e e per ,
··Gróz,-. pronta a tud o sof rer feição, numerosos o stacu-
que afa sta r~t e da, .ob edi énc ant es los difíceis de vencer, qu e
ia do Ve~bo e a inf rin gir inc ess ant em ent e renascem.
dou triná ! -.Cé mo -a tua lon
ga- per sev era nça te faz gra
a sua necessário não ter m edo del É
Tã o gra nde que vai s da -ter nde ! es , jr até ao seu . encontro,
faz er cor ajo sam ent e o esforç
ti-s ó que .é pos sív el abri~lol'.. ra ao céu, poi s que -é por ti e por o necessário par a os ven c~r
, é pri me iro act :
O o da vir tud·e da f ortalez9;. . • ,,,
ART. III. A VIR TUD E DA FOR TAL EZA
il
Est
tam ent e a ·cumprir o nos so
1
~ act o ,sup õe : j decisão, par
a nos resolverrµqs P~ºf)
cor age m, gen ero sid ade que ?ev _
e r, cus te o q~ _c~~ t~ • _
1075.· A ju!it'iça',.- ·corn'p let faç a esf
ada pel a religião e obe- dif icu lda des e· vá cre sce ndo orç os _P~'?porciona_, -~~: as
<liência, ·regqla · as no~sas rel
ações córn os dem aís : a for
- con stâ nci a, par a con tin uar com estas, vu·i~iter egent> ' 3}
tal eza e a tf;mper:ança reg ula o esforço até .º. f1~, · aão o
m . as relações connosco. f: a per sist ênc ia . e. as contra~ stante
da fortaleza qu e· va.mos; ·itr ofensiv_as do m1m1go.. . ,
atar, déscrevendo : 1. 0 a sua h) Ma s . .
na tur eza ·; 2. 0 as vir tud es é tam bém 'precis0 -sa ber tole
i::tltadá.s, · a :ela an ex as; 3. 0 os rar por _De us as'.
me l.os de a pra tica r. . num~rosas e árd uas provaç
. .. . . . ões . ·qu e Ele nos ,e~via,dos so-
. frimentos , as doe nça s, as zom
barias, as cal um as e qu e
§ I. somos vítimas.
Na tu re za -·da vi rtu d·e da for Sus ten tar um ass alto é mu
tal ez a itas vez es ma is difícil .,~inda
ue aco me ter : "su stin ere ditf
i~i{
Ex por em os : 1. 0 a sua. de/
t~i çãa ; 2. 0 os se~s- ·; au s. qS . T
ant o ornas , z . e apr ese nta trêsiusraz_es_! qu,a m agf!r~di ' d!z
oes : 1) resistir supoe
' . . .
som os ata cad os ·po r um inim ' ··
igo eno r, ao ' pas so que
1 Dialogue, trad. Hurtat
U , q. 123-140 ; seus com td, t: II, p. 259-260
enta dores, em par ticu lar . ..._, 2 ·s. THOM., II,
~~ !m ata ca se sen te sup eri sup
or ao adv ers ári o ; 2) quem
sus.-
Tho m.; P. JAN VIER, Car ême Cajetan. e J. a
CH. DE SMEDT Notre , 192 0; :RrnE
vle surn.at., t . Il, p. T,210·Ver tas, eh. XXXVII-XLIIS.• s. . s.
1
-267. 1 T.HOM,, II, II ., q 123 , a. 3. _ 11 THo M. , Il, Ü, • q. 123 ,
' a. 6, ad. 1. ·

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'-',...t'.J.I ULO II
DAS VIRTU DES MORAI S
tenta o embate está · - b 605
por causa delas Ja a raç.?s com as dificuldades e
o mal resent ' -que~ ataca nao faz mais que prevê- las ;sofre
ora,
passam de falsos amigos, e que deseja r agrada r-lhes seria
supõe ~ue_ ui: 1i~a~ ~~~r: s~n{1 ~:í~er :~rt~; e~basuteportar perder a estima e amiza de de N,. S. Jesus C~isto : ''Si
t empo notave l po adhuc homin ibus placerem, Ch.risti servus non e~sem" 1 •
leito por um '1 r exemp1o, quando alguém está cravad, o porno Com maior força de razão se não deve sacrifi car o dever
violentas ou ª10~~~= 1e~etç~, o~ quando alguém experimenta
difícil faz um esf . açoes~, quem empreende uma coisa ac desejo duma vã popular.idade : os aplaus os do's ho-
tanto tempo. orço momentaneo, que gerp]mente não dura mens passam : não há nada durado iro, não há nada ver-
dadeir ament e digno de nós senão a aprova ção de Deus,
II. juiz infalív el. Concl uamos , pois, com S. Paulo que a
Graus da virtude Ja /ortale,:a.
glória que se deve procur ar é unicam ente a que vem da
.. . 1078. J: l.•
O
prmc1 Os
· ·p1aute
· s Iutam corajo sârôen fo fidelid ade a De.us e ao dever : ,, Q.ui autem gl<:'Jriatur, in
cdontdra os rversos tem~re s cuie se opõ,em ao cumpr imento Domin o ulorietur. N on enim qui seipsu m comme ndat,
o ever: ,_. ille probat us est, sed quem Deus comm endat" 2 •
h 1) O ,., 1080. 2. 0 As almas adian tadas exerci ta~ a parte
d ornem te~temorbensdasmaisfadiga s e perigos : lembra m-se que
precio sos que a fortun a, a saú- 1
1
t positiv a d:1 virtud e da fortale za, esmera ndo-se por imitar
e, a . repu~a çao e a vida ; os bens da graça, que não são a força de alma de que Jesus Cristo nos deu exemp lo
em s 1 sena0 os prelúd ios da felicid ade eterna . donde duran te a \'ida.
cone 1uem que é nec
essario sacri f icar genero samen
. . , . , te os 1 ) Esta virtude aparece na sua vida oculta : desde o
ppnme1ros, para conqu istarem os bens que não p primeiro instante, propõe-se N. S. Jesus Cristo a seu Pai para
ersuad e
m-se qu~· o único ma I verdad eiro é o pecadoerecem .
, e
substituir todas as vítimas da Antiga Lei, imolando-se a Si
;ue. por_c;rseg umte, esse mal deve ser evitad o ·a todo mesmo pelos homens. Bem sabe , que assim a sua vida será
! anse, ~m a mesmo com risco de suport ar todos os males0
emporazs, que podem desaba r sobre nós.
um martír io; mas escolhe-o liyremente. É por isso que, desde
o nascimento abraça com ardor a pobreza, a mortificação e
a obediência submetendo~se às persegudções e ao exilio, en-
cerrando~se durant e trinta anos na mais completa obscuri-
. 1079. 2) O te~or das críticas e zombarias, ou, por dade, a fim de nos merecer a graça de santificar as acções
outros termos , o respeito humai io, que nos leva à descu- mais ordiná rias e de nos iiispir'ar o amor da humildade. É
rar o nosso dev
. f _ ,d ; erdpor me d O dos jmzos
·, d esf
·,
a varáve is que
assim que nos ensina a pratica r a fortaleza, a coragem nas
se arao e no_s, . os motejo s . que teremo s . de sofrer, das mil pequeninas .coisas da vida comum.
2) .A.parece na sua vida públic a: no longo jejum que
ameaç as pronu nciada s contra nós, das injúria s e irijust·- se impõe, antes de começár o seu ministério ; ·na luta vitorio-
ças de que seremo s vítima s. Quant os homen s intr, ·d 1 sa que susten ta contra o demónio ; na sua pregação, ein que,
no campo d • b t Ih
e a a a, recuam d iante . dessas crít' ep1 . os, contràriamente aos preconceitos judaicos anuncia um reino
ameaç as T E
· : hquan import a f armar os jovens no despre
t . inteiramente espiritual fundado na humildade, no sacrifício,
do respeit ° 1cas ou
z•) na abnega ção e juntamente no amor de Deus; no vigor com
f. o umano n 1
. ·- , , essa mascu a corage m que sabe·
,
que estigmatiza o escândalo e condena .as i~terpretações ca-
a rontar a opmra o public a e seguir as suas convic ções suísticas dos IDoutores da· lei, no cuidad o extremo com que
sem temor e sem tacha. evita uma popula ridade de maus quilates e rejeita a realeza
que se lhe quer' oferecer ; na maneira ao mesmo tempo suave
z
3) O
temor de desagradar aos amigo s que , ,
· f <" forte, com que forma os apóstolos, lhes ·rectifica
•d• I
. ~s ~ais orm1 ave. que . o de incorre r na ,vinganeçaas ve- os precon~
ceitas, corrige as imperfeições e repree nde· aquele que esco-
dos
~nymgos. dE, contud o, é necess ário lembra r-se que mais lhera para chefe do colégio apostólico ; •naquele espírito de
decisão que mostra, dirigindo-se a Jerusalém, sabendo perfei-
a e_ agra :r a ~eus que aos homen s, que àquele s, que tamente que ia ao encontro do sofrimento, da humilh,ação e
nos impedi;:;m de cumpr ir inteira mente o nosso dever, não
1 Qal. I, 10. - 2 // Cor. X, 17-18.
,.
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ovo CAP fTUL O II DAS VIRT UDE S MORAIS
607
da mor te. Assi m no~ dá exem plo dess
cons tant e que deve mos prat icar ein todaa cora gem sere na e l. A 11iag nnni mída Je.
com o próx imo . s as noss as rela ções
1085. l .º Nat ure za. A mag nan imid
3) Apa rece na ~ua Paix ão : naqu ela ade, que se
agon ia dolo rosa , cha ma tam bém gran deza de alm a, ou
em que, não,,obstan~e a arid ez e o tédio nob reza de cará c-
long ame nte facta m agon ia prol ixiu , não cess a de orar ter, é um3. disposição ·nobre e generosa
s orab at"; na sere ni- para emp reen der
dad~ !'er~ eita que mos tra no mom ento coisas grarules por Deu s e pelo próximo.
Dife re da ambi-
no stl_en~10 que sabe guar dar no meio da sua inju 5ta pris ão, ção, que é, pelo contrário, esse ncia lme
ª. q.mos1da~e- de Her ode s; na dign idaddas calú nias e pera nte
e com que se man tém cura elevar-s~ acim a dos outros pela
nte egoí~ta, e pro-
d1ap.te dos Jm~e~ ; ~a paci_ência heró auto rida de ou pela s
ica hon ras ; o desi nter esse é o ca.rácter disti
n:1e10 dos suph c1os 1merec1dos que lhe de que dá prov a no ntivo da mag na-
infli
rJ_?S. de que .o satu ram ; e sobre~u~'? na_q gem, das zom ba- nim idad e, a qua l pret end e pres tar serv
iço aos outros.
ç~o com que se entr ega nas mao s de uela ser:C ºª resig na..
seu Pai. ante s de ex- a) Sup õe: por· cons egui~te, qma ;[m
pira r. ~ assim nos ensi na a paci ênci a
1
a nobre, com
no meio das mais dura s um idea l ekv ado e idei as generosas ;
prov açoe s. uma alma coraiosa,
que sabe pôr a sua vida em harm onia
com ,as suas . con-
Há aqu i, com o se vê, ~~p la mat éria vicções.
de imi taçã o; e
para ~elh or cons egui rmo s esse resu ltad h) i'--lanif esta-se não sàm ente por sent ime ntos
o, dev
ª. N. S. Jesu s Cris to ';l,ue ven ha viver em nós emo s ped ir bres . senã o tam bém por nob res acçõ
no-
com a ple- es, e em toda s as
mtu de da sua fqrça, in plen itud ine orde ns: na orde m militar, por acçõ es
virtutis tuae ". Mas bril han tes ; na or-
é pr!é!ciso coopi::~ar com Ele no dem cívica, por gran des refo rma s ou
exercí,cio dest a virt ude . gran~es emp resa s
prat ican do-a não som ente n11s gran indu stria is, comerciais. etc.; na or~e
des. ocas iões senão· m sobr enat ural , por
tam bém ness as mil peq uen inas cois um idea l elev ado de perf eiçã o, que ince
as que com ~õe m a ssan tem ente pro-
tram a da n~~sa vida , lem bran do-n os que cura mos real izar , por ~sforços generoso
o exer cício cons - s para nos venc,er-
tant e das Bequeq.fi/> virtµ des exig(! tant mos e sobr epu jarm os a nós mes mos , para
o e mai s heroísmo• adqu irirm os vir-
que as acçõe~ de ~$pavento. tude s sóli das, prat icar mos o apo stol ado
em toda s as suas
formas, fund and o e dirig indo obra s
1081. :í.º As q.hnas per.feitas cult ivam de zelo ; tudo isto,
não som en- sem tem or de com prom eter a faze nda
te a virt ude . mas tam bém o·do m da . a saúd e, a repu -
fortaleza, com o ex-
. p~icar~~os, ao trata r da vi~ unit iva. taçã o, a próp ria vida .
Man têm aqu ela
d1spos1çao gene rosa de se imo lar por t 084 . 2. l' O defe ito opo sto é a pusi
Deu s, e sofr er 0 lani mid ade
mar tírio (l fogo lento, que cons iste num que , por tem or excessivo · dum· revé
esforço ince ssan - s, hesi ta e fica na
tem ente reno vad o de f a?.er tudo por Deu inac ção. Par a evit ar situ açõe s desa grad
s, de tudo sofr er ávei s, ·~omete-se
p.ela sua glória. em real idad e a mai or das inép cias , que
é não faze r nad a
ou qua se nad a, leva ndo 'âssim uma
vida in(1til. É. evi-
§ II. As vir tud es alia das da fort alez a den te que vale mai s. expor--s~ a algu mas
peq uen as hum i-
lhaç ões que fica r na inac ção.
. 108 2. . A virt ude da fort alez a .an.dam
ane xas qua tro 11. A nuin ificê ncia ou
VIrtudes : dua s que nos ajud am a prat rriag nific fncia ,
icar coisas árdu as,
a sabe r,.~ mag nan imid ade e a mag tii/i 108 5. Lº Nat ure za. Que m tem
cênc ia; dua s que alm a nob re e
nas .aux iliam a bem sofrer, a paciênci cora ção gran de, prat ita. a mag nifi cênc
a e a constdncia. ia, que nos leva a
Seg und o San to Tom ás, são ao mes mo emp reen der obras grandi.osas e, por isso
tem po part es inte - mesmo, a -fazer
grantes e ane xas da virt ude da fort alez grandes despesas, que essas obra s exig
a. em.

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608 CAPITULO II DAS VIRTUDES MORAIS 609
a) Às vezes é o orgu lho ou a amb ição que cora ção, não sabe prop orci onar as desp esas
insp ira à imp ortâ ncia
essas obra s, e ness e caso não é virtu da obra que se há-d e emp reen der e se algu
de. Mas , qua ndo ma cois a faz,
prcl ende m~s a glória de Deu s ou o bem é sem pre pequ ena e acan hada . b) A
dos nossos sem e- profusão, pelo con-
l!iantes, sobr enat ural izam os esse dese jo natu trário, impe le-no s a faze r desp esas exce
ral das .gran- ssivas, a prod iga-
deza s . e, em vez de capi taliz arm os cons lizar dinhefro sem cont a, sem prop orçã o
tant eme nte os com a obra em-
nossos have res, desp ende mos fida lgam pree ndid a, indo até por veze s além dos
ente o dinh eiro próprios recursos .
em gran des e nobr es emp resa s, obra s de Cha ma- se tam bém prodi.galidade.
arte, mon ume n-
tos público:;, cons truç ões de igrejas, hosp É à prud ênci a que com pete cons erva r o
itais , escolas e meio term o
univ ersid ades , num a pala vra, tudo quan entr e estes dois excessos.
to favo rece .o bem
púb lico : é e.ó.tão .um a virtu de, que I"tos
faz triun far do
: ,:
·te\
..
apeg o natu ral ao dinh eiro e do dese jo lll. A pad inda
de aum enta r os . . 1•
rend imen tos. · ~ ~:-~
·
1086 . C) É uma exce lent e virtu de, que 1088. 1. 0 Nat ure za. A paci ênci a é uma
se deve virtu de
reco men dar aos ricos, mos tran do-l hes que cristã que nos faz suportar com igua ldad
o melh or em- e de alma, por
preg o das riqu ezas , que a Prov idên cia Gmor de Deu s e em uniã o com Jesus Cris
lhes conf iou é to, os sofrimen-
imit ar a libe 1ali dade e mag nific ênci a de fog, físicos ou morais. To dos nós pade cem
Deu s nas s~as os sufic iente -
o~ras. Qua ntas insti tuiçõ es cató licas men te para sermos sant os, se o soubermo
vege tam hoje em 'S faze r corajo-
dia por faI!u de recursos f Não seria esse sam ente e por moti vos sobr enat urai s; mui
um nobr e em- tos, poré m. não
pre~ o dos tund os que se pud eram acum sofr em senã o quei xand o-se . prag ueja ndo,
ular , e o melh or ama ldiç oand o
me10 de se prep arar num a rica habi taçã até por veze s a Prov idên cia ; outr os sofr
o no céu 7 E em por orgu lho
quan tas outr as insti tuiçõ es não falta aind ou cobi ça e perd em assim o fruto da paci
a criar 7 f Cad a ênci a. O verda-
gera ção traz ó seu cont inge nte de nece deiro motivo que nos deve inspirar, é a
ssid ades nova s : subm issão à von-
.or~ .são igrejas e escolas que é nece ssár tade de Deu s (n. 0 487 ), e. para nos ajud
io cons truir , ora ar a isso, a es-
~ 1~rstro~ d~ cult o que subv
enci onar ; uma s veze s, são mi- pera nça da reco mpe nsa eter na que coro
ará a noss a pa-
sf..'nas publ icas que recl ama m auxí lio ; ciên cia ( n ,0 491 ) . Mas o estím ulo mais
outr as , são obra s pode roso é a
n?J:1s ~ue fund ar , patr ~nat os, sind icato med itaçã o de / esus, sofr endo e mor rend
s, caix as de pre- o por nós. Se
~br enci a e de apos en~ ª?ª~ '. ete .. Eis aqui Ele, a próp ria inoc ênci a, supo rtou tão hero
um vast o cam po icam e~te tan-
0 _ erto a toda s as acbv 1dad es e a toda s as tas tortu ras físicas e mor ais, por nosso amo
·. 1 bolsas.
Nem . sequ er é nece ssári o ser rico para prati
virtu _e. S .. Vice nte de Paul o não o era car esta
gata r e sant ifica r, não é justo que nós,
dos, e com noss os peca dos lhe caus ámo
r, para n:os res-
que somos culp a-
; e cont udo, have rá s os sofri men tos,
um so 1om em que t~~h~ p_raticado tanto nos suje item os gene rosa men te a pade cer
com o e e u_m_a . mumf1cencia verd adei ramee tão acer tada men te com Ele e pela s
toda s as m1serias do seu século, e fund nte real pára com suas mes mas inte nçõe s, para cola bora rmo
s com Ele na
ado obra s que tives~ obra da noss a purif.icação, e term os part
sem resu ltado tão ?ura doi~ o ? Que m tem e na sua glória.
tra r~cursos na _caridade publ ica, e pare alma nobr e encon~ depo is de a have rmo s tido nos seus
ce que a Prov idên cia sôfr imen tos ? As
se ~?e ao serv iço das gran des dedicaçõ alma s nobr es e gene rosa s· acre scen tam
es, quan do se sabe aind a um moti vo
con ~ar nela e obse rvar as leis da pçud
mov imen tos do Espí rito Sant o. ênci a ou segu ir os de apos tola do : sofr em, para com plet arem
.. . , a Paix ão do
to87 . 2. 0 Os de fex·t divin o Salv ador e trab alha rem assim
os opo. stos.. . quin hez na rede nção das
são .,a mes
e a · pro/usão. 1 S. fR. DE SALES, Vie divote,
IIIe
eh. IX; W. F ABER, Progres, eh. IX; D. P., eh . III; J. J. ÜLIER 1 ltttrod.,
a) A mes quin hez ou miséria trav a os arfa nque IIIe Part. 1 eh. III-V .
V. LEHODEY 1 Le sain.t abaridon.,
s do
39
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t.

610 CAPITULO II DAS VIRTUDES MORAIS 611

almas (n.º 149). Aqui está o segredo da paciência he- alma, como S . Paulo, a alegrar-se das suas mrsenas .e
rói ca dos Santos e do seu amor à cruz. tribulaçõe s, sabendo bem que sofrer com Cristo, é con,
A 108?·. 2.º Os · graus da paciência correspon dem aos solá-lo e completa r a sua paixão, é amá-lo mais _perfot-
lres estagws da vida espiritual . tamente na terra e preparar- se para gozar mais do seq
&mor na eternidad e : "Liben.ler gloriabor in in}irm.itati-
. a) Ao princípio, aceita a alma o sofriment o, como 1
bus meis, u.t inhabitet in me virtus Christi . . . super~~
vmdo de Deus, sem murmúrio nem revolta, sustentad a 2
bundo gaudio in omni tribulatione nosfra" •
pela esperança dos bens celestes ; aceita-o, para reparar
as suas faltas e purificar o coração, para dominar as suas 109t. e) E isto leva-nos ao terceiro grau, o desejo
inclinaçõe_s. desordenp.das, em _p·a rticular a tristeza e 0 e amor do sofrimento, por Deus, que desejamo s assim
abatimen to; aceita-o, apesar das repugnân cias d~ sensi- glorificar, e pe1as almas, por cufa· santificaça.Õ ·queremo s·
bilidade, e, se pede que o calix se afaste, · acrescent a que, trabalhar . É o que convém aos perfeitos e sobretudo· às
suceda o que suceder, se sujeita à vontade divina. almas de eleição , aos varões apostólico s, aos religiosos e
sacerdot~ s. Era esta a disposiçã o de N. S. Jesus C:tísto,
1090. b) No segundo grau, abraça a alma os sofri-
'ao oferecer-se a seu Pai como vítima desde a sua entrada
mentos com ardor e determin ação, em união com Jesus ,.
/ no mundo, disposiçã o que Ele exprimia , proclama ndo o
Cristo, e para mais se conforma r com aquele divino Che-
seu desejo de ser baptizado col'n o baptismo doloroso da
f~. !\ssuas delícias são percorrer em companh ia dele a
sua Pa.ixão : · 'Baptismo habeo baptizari ; ef quomodo
vm dolorosa que Ele trilhou do presépio ao Calvário.
coarctor usquedum perÍicià.tur" 3 •
Admira- O, louva-O, ama-O em todos os estados doloro-
Por amor para com Ele, e para melhor se·Ihe · forrta:rem
sos em que se encontro u : nas privações a que Ele se
semelhant es, entram as almas perfeitas nos mesmos senti~
condenou à sua entrada no mundo ; na resignaçã o no mentos: « porque, diz• S. Inácio. 5 , como os mundanos , que
humilde presépio que lhe serve de berço. onde sofre seguem ao mundo, amam e buscam com tanta diligência
ainda mais da ingratidã o dos homens que do frio da honr·as, fama e estima de grande nome na terra, conforme o
estação ; nos sofriment os do exílio ; nos obscuros traba- ~mndo lhes ensina ; assim os que caminham em espírito, e
seguem deveras a Cristó No·sso Senhor, àmam ~ desejam
lhos da vida oculta ; nos labores, fadigas e humilhaç ões intensame nte tudo o contrário, que é vestir~se do mesmo
da vida pública; mas sobretudo nos sofriment os físicos trajo e libré do seu, Senhor por seu amor e reverência . ; tanto
e morais da ~.ua longa e dolorosa Paixão. Armados deste que, quando fosse sem ofensa alguma de sua divina Majes-
pensame nto Christo igitur passo in carne, et vos eadem tade e sem pecado do próximo, folgariam de passar injúrias,
1
cogitatione annamin (' , sentimo-n os mais corajosos em
e
.falsos testemunh os, afrontas sel' tidos e julgados por doidos
(não dando eles ocasião alguma para isso), porque .desejam
frente da dor ou da tristeza ; estendem o-nos amorosam en- parecer-se e imitar dalgum mqdo a nosso Criador e Senhor
~.e sobre a cruz, ao lado de Jesus e por amor dele : Jesus Cristo, ves.tindo-se do seu trajo e libré; pois .Ele a ves~
Christo con{ixus sum cruci'' ; quando sofremos mais
2 tiu por nosso maior proveito espiritual, dando-nos exemplo,
para que ·em todas as coisas a nós possíveis, mediante sua
lançamos um . olhar compassi vo e amoroso sobre Ele e divina graça, o queiramos imitar e seguir,. pois é para o·s
ou~imo-lo di~er: "Beati qui lugent. . . beati qui pe:se- homens o verdadeir o caminho da vida». Não há eviçlente~
cutione~i patiuntur propter justitiam " 3 ; a esperanç a de mente senão o. amor de Deus e do divino Crucificad o que
comparti lhar a sua glória no céu t0rna mais suportáve is possa fazer amar deste modo a:s cruzes e as humilhaçõ es.
a~ :rucifixõe s que com Ele se sofrem : "Si tamen com- 1092. Deverem os ir mais além, oferecend o-nos a
patrmur, ut et conglori/ icemur" 4 • Chega a,té por .vezes a · Deus como vítimas e pedindo positivam ente sofriment os

VIII \ / Petr. IV, 1. - 2 Gal. II, 19, - 3 Mt. V, 5, 10.-"-- 4 Rom. l // Cor. XII, 9. - 2 1/ Cor. VII, 4. ~ li Lc. XII, 50.·- 4 Cq~·
1 •
'
titut. Soe. jesu, Examen generale, e. IV, n. 44.
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612 CAP1TULO II DAS VIRT UDES MORAIS 613

a, quer para da vont ade, e


~b~=;~ii°nais,fquer 1_mr_a rer:arar a glória divin reno var os esforços, diste nde as energias
lento ; entã o
e aind a fu~ ~vor msrgne ( Sant os houv e
que o fizer am prod uz um certo abat imen to mora l ou desa
em insp irada s priva do reto-
hlOJe, ha alma s gene rosa s que se sent
, d o amo r do praz er e a saud ade de estar dele
Gera lmen te poré m - a-se ir ao sabo r ·das
a esse _erorsmo. mam o pred omín io, e a alma deix
e:ta~ :tm: ~!~
:c;ts :Iha r sem :Ihan tes pedi do~, porq u; s~ª;r suas más tend ênci as.
uma gene ro-
sidad sao: .e fiut ~s veze s são insp irado s por 109-1. 2. º Para reagi.r cont ra esta fraq
ueza : 1) é
ep mde Sec r da que vem da pres unçã o. "Faz em-s e o-no s que a pre-
.
d rz o e me t d f , nece ssan o, em prim eiro luga r, lemb0rarm
. em mom ento s e ervor sens ível e
i
que se obté m
. . d
~ serv eran ça é um dom de Deu s (n. 127), i'
:-{::t dez p~ss a o o temp o dess e fervor ... , sente -s~
os actr> s heró icos ·d pela oraç ão : deve mos, por cons egui nte, pedi
-lo com ins-
b a. ~~as iado fraca para e:itecutar tânc ia, em uniã o ~om Aq~ e1e -que foi cons tante até à
su ~Iss u? e acei taçã o que tão enér gico s se havi am fer·toe amo s com ra-
em 1magma - D · · de morte, e por inter cess ão daqu ela que· cham
de I t çao., dai nasc em tenta ções viole ntíss imas zão Virg em fiel.
cont ra a divin a Prov idên -
. sa en o ou at: e murm úrios s
cia. ·· 0 que e fonte de ·t f d
mm os ena os ed emb a r aço8 - 2) É preciso, em segu ida, reno var as convicçõe
fim da recom-
para os d irect ores dess as alma s,, · N-ao se evem por sobr e a brev idad e da vida e a dura ção sem
· t d temo s toda a
cons
-egu m e, pe ir espo ntân eam ente sofri men
to . , pens a que coro ará os nossos esforços : se

;:~;:f1;~P::•:te~;
a sua apro vaçã o.
0; ;!:Je~:e::~: f.~:~Jev:d;~ d~;~ 0
na a sem
etern idad e para desc ansa r, vale bem a pena
esforços e pass ar _algu mas cont rarie dade s
apes ar de tudo, nos senti rmos fraco s e vaci
faze r algu ns
na terra. Se,
lante s. é pedi r
cuja nece ssida de
com insis tênc ia a graç a da cons tânc ia.
oraç ão de S.
IV. A const dncia . tão viv:l men te expe rime ntam os, repe tindo a
quod vis".
Ago stinh o: "Da , Dom ine, quod jube'S, et ;ube
so/re1r09alt: A/· cons~ânc ia no esfor ço consiste em lutar e 3) É porm o-no s, enfim, cora josam ente à obra
com
e o im ~em sucu m b·ir ao cansaço, ao desalento nte de Deu s,
ou à moleza. , ~ novo ardo r, apoi ados na graç a omn ipote
noss as tenta ti-
apes ar do pouc o resu ltado apar ente das
d e o esforço e
. - 1. ºA expe riênc ia most ra, efec tivam ent e, que, e- vas, lemb rand o-no s de que Deu s nos exig
pois de esfor ças reite rado s , a al ma se cansa de t· não o resu ltado . Não esqu eçam os, cont udo,
que temo s às
pra icar
o 1ern, ou se enfa stia de ter d stantemente veze s nece ssida de dum a certa expa nsão ,
repoiso e dis-
a vont ade em tens ão . é b e con,:ervdaer cSon anto Tom ás . tracç ão : hom o non potest diu vívere síne alíqu a cansola-
,,Diu . . t [- . d,ff o serv açao
h~ legítimo:
2 inEs,is :e_re a icuc i . ícili spec íalem dif/i culta t
ª tione. A cons tânc ia não exclu i, pois, o desc anso
be-t" · cont udo nã , 'I·d d em
otíare, quo melíus labores : tudo está em tomá
-lo em con-
tem sané..'. d , o e so I a a virtu e enqu anto não ndo as prescri-
form idad e com a vont ade de Deu s, segu
olida da por
hábi tos ;~fu ~d= :~~ tee: ~~; !d:~ o está cons ções da regra ou dum prud ente director.
. Esse sent imen to de. éansac: pro d uz mmt. as veze s o
desânimo . e a mole za. f .,.o
, o asbo , que se expe rime nta em
·, § IIL Mei ~s de adq uiri r ou ape rfei çoa r
1 Notre vie sumaturetle t II
_;à~n;~ºa~ q P.sesCapel le, que estu- a virt ude da fort alez a
f$uVIis)pecialmente sua esta questã'o (Le; , nereu 192{) 3e p eh
- resum e a doutr ina
siçôes":, l) E, o própt i~
Crll!to Senhor Nosso que escol he:~ tres pr?po 2) avisa-as antecipa- Rem etem os, ante s de tudo , o leito r para
o que dis-
de sofre r . 3) 1~~se I~ima sl;_
ga~en }e do que terão i.' · 1vre conse ntime nto,_ 0
811 ) , acres-
semos acer ca da educ ação da vont ade ( n.
. HOM,, II, II., q. 137, a. es o
'-

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CAPfTULO · II •·.
1.
DAS VIRTUDES MORAIS 615

centando alg~rmas observaçõe s que mais de perto se ref e- brusco da. paixão, pela rotina ou interesse pessoal ; mas,
rem ao n0sso assunto. · entes de fazermos qualquer coisa, digamos : quid hoc ad
0 aetemitatm n ? Esta acção, que vou praticar, aproxima-m e
1093. 1. O segredo da nossa fortaleza reside na de Deus, da minha eternidade bem-avent urada ? Se sim,
descon/ian ça de nós mesmos e na con/íança absoluta em
faço-a ; _.se não, abstenho-m e. Assim, referindo tudo ao
pe~s. l_!1capazes, sem o auxílio da graça, de fazer qual-
último fim, vivemos conforme as nossas convicçõ.es, e so-
quer corsa boa, na ordem_·sobrenaturaL participare mos da
mos fortes.
força d0 próprio Deus e seremos invencíveis , se tivermos
~uidado de nos apoiar em Jesus Cristo : "qui manet íri 1097. 3. 0 Para melhor se vencer.e m as dificuldade s,
me et ego in eo. htc /ert /ructum multu.m. . . 1 Omnia -é bom orevê-las, encará-las de frente, e armar-se de cora-
possum _ih -ev, qui me cohfortat" 2 • Eis o motívo por que . gern cotitra elas ; rrras se·m as ·exagerar, e contando com o
os humrldes e que são fortes, quando à. consciência da auxílio que Deus não deixará de nos dar em tempo opor-
sua fraqueza ajuntam a confiança em Deus. São: pois, hmo. Dificuldad e prevista é dificuldade meio vencida.
estes ;os do~s sentimento s que se devem cultivar nas al- 4. 0 Enfim não esqueçamo s que não há nada
109S.
mas. fratando -se de orgulhosos e p~esunçosos, é insistir -que nos torne intrépidos como o amor de Deus: "/ortis
na ~esconfían ça de si mesmos ; a tímidos e pessimistas est ut mors dilectio" 1 . Se o amor torna a mãe corajosa
;propoe-se com insist.çnda a confiança em Deus expli- e denodada, quando se trata de defender a seus filhos,
c~ndo-Ihes estas consolador as palavras de S. Pa~lo : ln- que não fará o amor de Deus, quando se encontra pro-
firma mundi .elegit Deus ut con/undat /ortia. : . et ea fundament e enraizado na alma 7 Não foi ele que fez os
q_~e nem sunt, ut •ea quae su'}t destrueret: 0 que era mártires, as virgens, os missionários, os santos 7 Quando
f1~aco aos ol~os do mundo, escolheu-o Deus para confun- S. Paulo conta as provações que passou, as perseguições
drr os f~rtes, . . o que não é nada , para reduzir a nada -e sofrimentos que sÜportou, perguntamo -nos qual era a
e que é 3 •
::, força maravilhos a, que lhe sustentava a coragem no meio
., , 1_09~. 2/' A esta çlupla dispo1)ição é mister juntar .d.e tantas adversidad es. Ele p_róprio no-lo diz : era .o à.mor
f.'.(;)~pi.cçoes profundas e Q hábito de proceder em con/or- ,de Cristo : "Caritas enim Chrísti urget nos" .2 ...E. eis
11ndacl~ com essas convicções. · aqui o motivo por que está sem inquietação quanto ao
· J:. ~) · Convicções , fundadas nas grandes verdades, em futuro ; porquanto, que há aí que o possa separar do
particular o fim · do homem e do cristão·, · a necessidad e .amor. de Cristo : ,. quis nos separabit a cciritate Christi'' ?
clé s~crih~ar ~udo para alcançar esse fim ; 0 horror que E enumera as diferentes tribulações que pode prever,
nos devê mspirar o pecado; ·único obstáculo ao nosso fim· acrescenta ndo que "nem a morte, nem a vida, nem os
a. necessidad e de sujeitar a nossa vontade à de De ' anjos. . . nem as coisas presentes, nem as futuras, nem a
pa.ra evitarmos o pecado e c·onseguümos O nosso desti:~· violência ... nem criatura alguma nos poderá separar do
3
etc. Estas co~vicções é que são, efectivame nte os princí~ amor de Deus em Jesus Cristo Nosso Senhor" • O que
p~os dir_ectores do nosso proceder, e os motor;s que nos S. Paulo dizià, qualquer cristão o pqde dizer, contanto
daq O rmpulso : ~e~ess4:rio i para . triunfar dos obstáculos. que ame lealmente o seu Deus ; e então participará da
força do próprio Deus : "quia tu es Deus, fortitudo
B) Eis o motivo por qµe import~ habituar-no s a mea" 4 •
proceder conforme es·sas convicções ; não nos deixaremos
pois, arrastar pela inspiração do momentô, pelo ímpet;
. . 1 Ca1tt. VIII, 6, - li //·Cor. V, 14. - S Rom. VIII, 38·39, -
1 Jo. XV, 5. -'- 2 . Phil. IV, 13. - ·a / Cor. I, 27-28. 4 Ps. XLII, 2.
'
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616 CAPITULO II
DAS VIRTUDES MORAIS 617 ·
ART. IV A VIRTUDE DA TEMPERANÇA
ptuosos. Ora estes prazeres não têm senão· um único fim :
Se 3. fortaleza é n , · perpetuar a raça humana , transmitind o a vida pelo uso
não o é ecessarrn, para reprimir o temor
- menos a temperança , para rnoder . l· . legítimo do matrimónio . Fora dele, toda a luxúria é estri-
çao ao prazer qu t- f' ·I ar essa me ma-
tamente proibida.
e ao ac1 mente nos afasta de Deus.
A castidade chamarse com razão virtude angélica, por~
turaf 099. A temperanç a é uma virtude moral sobrena-
que nos aproxima dos anjos, que são puros por natureza.
tudo qu: m~dera a atracção para o prazer sensível, sobre- É uma virtude austera, porque ninguém chega a praticárla,
h:~:~~'J:j/º
1.i.

90sto elo lacto, e o contém nos sem disciplinar e domar o próprio corpo e sentidos por meio
limite~d~ e
da mortificação . É uma virtude delicada, que as mais pequer
O seu objecto é moderar tod , nas faltas voluntárias embaciam ; e por isso mesmo difícil,
.. sobrehrdo o que anda anexô às d o o prazd se.n_s1v~L mas porque não pode guardárla :.enãQ quem luta generosil e
vida orgânica : o comer b b uas gran es funçoes da constanteme nte contra a mais tirânica das paixões.
do indivíd e e er, que conservam a vida 1101. 2. 0 Graus. 1) Tem muitos graus : o pri-
uo, e os actos que têm f·
da espécie A t f por 1m a conservaçã o meiro consiste em evitar com cuidado consentir em qual-
· n emperança az n d
um fim honesto e sobrendtur al -e os u_sar o prazlehr para quer pepsament o, imaginação , sensação, ou acção con-
dera o us d , . por isso mesmo e mo- trária a esta virtude.
. o, segun o as prescrições da razão e d f, E ,
precisamen te porque o , a e. 2) O segundo tende a afastar imediata e energica-
cilmente para aié~ dos ~::tr a~raente I-
e nos arrasta fà_ mente qualquer pensament o, imagem ou impressão que
-nos à mortificaçã o . ~- os imites, a temperanç a Ieva-
porvenhtra pudesse deslustrar o bri1ho desta virtude.
mitidas, a fim d , am a mes_mo ,em certas coisas per-
paixão. e assegurar o imperio da razão sobre a .3) O terceiro, que não se adquire geralmente senão
epós longos esforços na prática do .p-mor de Deus, con:..
- E à !uzl destes princípios que resolverem os as ques- siste em dominar a tal ponto os ·sentidos e pensament os
t oes parbcu ares. que, quando se tem, por dever, que versar questões rela-
Como já falámos suficientem ente d tivas à castidade, se faz isso com tanta serenidade e paz,
d evem seguir, para moderar o as regras .que se como se se tratasse de assunto totalmente diverso.
nutrição (n.º 86 4 ) t t pra~edr que acompanh a a
• ra aremos aqm a castidad 4) Há pesso~s, enfim, que, por privilégio especial,
gu la o prazer anexo à - d e, que re-
em seguida de duas ~:pdgaçaI - espécie. l
Falaremos chegam a não experiment ar movimento algum desordê-
·nado, como se conta de Santo Tomás, depois da sua vi-
humildade e a mansidão. ª es a ia as a temperanç a, a
tória numa circunstânc ia crítica.
1102. 3. 0 Espécies. Há duas espécies de casti-
§ I.Da Castidad e 2
dade : a castidade conjuga[ que convém às pessoas legi-
1100. 1.º Noção. A. castid d t /· timamente casadas, e a continência que é própria das
mir tudo quanto há de d d a e em por im repri- que o não são. Depois de tratàrmos br:everil.ente da pri-
esor enado nos prazeres volu- meira, insistiremos na segunda, sobretudo em quanto con-
. ! S. THoM; II, II., q. 141-170 · S vém às pessoas obrigadas ao celibato religioso ou ecle-
;.r~~i~3:~t: t; JR.lBET, Vet'lus, eh. XC.II~~{t~}W·. ªcide ascétiqae, IIIe
XII. s J 'e . ANVIER, Carême, 1921 et 1922 Í! t·
DE SMED"!:z. t. II, siástico.
RODRIGUEZ• p uÍÍtus, Scala, Oradus XV . S. T;;;M II >.SN>.Nus, c.;ol/at., 1. Da castidade conjugal.
IIIe p Xll · , tr. IV, Da castidade'. s p ., SS>.' LLEs,·, q.Vie151-156
XI~~ dévote,
;
Ue Pa~t I -XIII; ]. ]. OueR, ltztrodacti~n ·eh
X . y •1 nstr. III,. Chasteté du prêtre. M. • ,.., • lGUORI, Selva~
taie §ALl!:1fertMus reltgieuses, Chasteté; P. D~=UR~AY, V.C'ie et. v_ertus, tr. 1105. 1. 0 Princípio. Os esposos cristãos não esc.
• , GR. LELONG, Le saint Pretre, 12e ci;J: 'ltarite sacerdo-
quecerão jamais que, segundo a doutrina de S. Paufo, Q

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.,·.,.
DAS VI RT UD ES MO 619
RAIS
.
rn atr in v'.>,li o
en re ,r1sto crie stã o e, , bo Io da
t e a su a sim
lg . . . "M un iã
- . o sa n ta qu e ex ist e
co nte nd a. Se, pois. um
deles es tá en co ler iza
m u ere s, co mo e - IeJa · l an do ser en o, pa ni qu e a do , fique o ou tro
Ih t s pa z vo lte o ma is de
n~esm o po r Ela risf·o am ou -1 [g. · . am ai· as vossas 1105
pr es sa po ssí ve l.
· d . 3." De ve r conjug
~ois, am ar -se , res
_, · ª im e a sa ntreJífiac e se en tre go u a Si
e
a sa nt id ad e do tál am
al. O s esposos respe
ita rão
" 1
..:i91 ) . O primeiro pe ita r-s e, sa nt ifi ca r- ar . : . . De ve m ,
o co nj ug al pe la pu re
za de intenção
- f ·t d e hone:,tldade da s su
os co ra cõ es e e er o es te am or ése m ut ua m en te ( n. º as relações.
A ) A su a in ten çã o se
d-
um ao- c•u · tro' . , po r co ns ea um .
te
ª ·- . d
ur na o m iss olú ve l rá a do jo ve m To bi as
d "' . , a f-d I·d
r e I acIe in vi ol áv el €;~posou a Sa ra : "T
u sa be s, se nh or , q'üe
. qu an do
tis fa ze r o m eu ap eti nã o é pa ra sa-
· --J t o4. '2. ° Fi de te qu e eu to mo a m
in ha irm ã po r es-
aq ui da lin gu aa em d lid ad e
S F m,.
po sa , inas un ic am en
· ':1 tua
mo s o se u pe ns"'am en e · ranc1sco .de S IServir-nos-emos
)
ª te u no me se ja be nd
te po r am or dos filho
s, pe lo s qu1 ais o
to 2. ito pe los sé cu lo s do
s sé cu lo s" . Eis
-:dé al- " Co ns erv
• • . a :'s. ou resur'n}re- pe rfe ita me nt e ex pr es
so o.
fim pr im or di al do ·m
atr im ón io
- _- - ~~ or pa_r·ai • poIS,
·· 0-
m vo ssama
. os , um
rid
cÚstã'.o : te r filhos, qu
e se ed uc ar ão no t'e
mu lhe res vo s aseco s mu lh ter
no , De ns , qu e se fo rm ar mor e am or de
vo ss o ex em pl Cjam fiéis . e~es .. . Se quco ns tan te e co r- ão na pi ed ad e e ·vi da
cristã , pa ra fa-
. . o. om qu e ca • en sm aI- lhe s es sa ere is qu e vo ssa s ze r d.eles um di a cid
ad ão s do cé u. O fim
qu ere is vo s ex igi r
a pu
ra diz S G . . fid e 1I·da de - p'e - au xt lià.r-s~ m ut ua m en se cu nd ár io é
he sm os vi v~is .em im dic ící a d . re ga no Na zia nz en o lo
~
_onra an da Irt se pa ràv pudicicia?" .. ;;:;"sas -mulheres, se vó
3 tn un f ar da s pa ix õe s.
te a su po rta r os tra ba
su bo rd in an do o· pt az
lh os da vi da . e
tid ad e, co ns erv ai cio elm en te 1· as vo s, mUJlheres, cu ; 1106. B) CU:mprir-s er ao de,ter.
qu e es pé cie alg um a sa me nf a Iad a co m a pu dic íci a e hone ·a e-á, po is, 'fiel e fra~c
re pu t - T de d·
·:, - aça2'. emei tod Isso uç ao em
le ª- vo ss a gló ria -e nã o.
pe rm it .
's- de ve r co nj ug al 2 ; tu
do -q ua nt o fa vo re ce
amente o
a pa
a ca sta de in 1 e a n d da vi da é nã o só líc a tr\} -nsmissão
Q; am , na o pe rm ita is ca n ur a da vo ss ais ito , ma s. h~ ne sto ; qu
d nu
ue m qu er qú e ve nh nc a qu alq u su ~os, po r pe qu en os qu ea porém, qu e pu se ss e vo alq ue r ac çã o,
- ~v e se r-v os su sp eit a lo uv ar ,er ga fn tei o à ro da
de vó s. pr im or di al. se ria fa lta
lunt~riaIDe"te obstácu
lo a esse &ID
o. . . ma s a vo ss a grave. po ts tri a· ca nt r:i
atr ev e a acresceQ.tar or mo su ra e do na ire , o fim_primá-
o rio do ma tri mó ni o. i'e
ân or me me nte , _p or qu despr~z~e dao vo ss o lo uv or alg ué m se r-s e- á e~ co µt~ .-~.sta
ao1 ·m_enos me io • ne
a gu em es_tá de sg os tos
e
-er, ma s qu e vo s tem é ev ide nte e ;o ss ': ma :id o, of en de -v
1· á
gó cio copo m r me io pe
q e na o so vo s qu
drd id · er pe r
a po is es tá já feito-
os
de S. Pa ul o: "N ão
tal ve z ele co m um ac
card:es à or aç ão . E de
vos defraud.e\.s . um:
or do po r al gu ~ terilp
-re
~º-
co me nd aç ã9
·ou tro , _sen ão
o·. pa ra vo s apli-
_ o com oº se?un_ º ..
pr im eir o co.
me rci an te, qu an do
vos te nt e Sa ta ná s po
no vo to rn ai a co abit?
H . po rq ue nã o
-~ r yossa in c~ nt in ên cia
a pr at) ic aNda
ad a as se gu ra me lh or
verdadeir d t , . C) .A moderàçáó - '' _ª. - .
-
em co m um . _es a m ut ua fid eli da de qu e- impõe-se · ·no ' ciu:hpriw
- . a ev oç ao em p t· l de ve r, cotno no us o en'tó ' de ste
. ' ar rcu ar a or aç ão do ali me nt o ; há .mesm
á hi gi en e e as co tni c} câ so s em q~ é
: O" - "E ass im , de ve en iêh cia s· -e'JC.iged· ·se·
se jam co nf eit m as m Ih gu m tem po a co nt in pra.ti qu ê -po r: al-
ad os co ên cia·. O · ·q ui· ·n ãd · có
me m se m de vo çã o é m o a~uc:resd de ~e jar ~u e se us ma --
qu em ho uv er to m ad i\s eg uir â -se nã o
ma rid os de ve m de se um an i a ev oç ao , po rq ue rid os 0 ,o há bi t~ de stibond
ina\• o pr az er ao
jar uemal se ve ro , ás o ho
pe ro e ru de ! e o;
de ve r e de bu sc ar na
P,~;que se m a de vo re ce pç ão ,fr eq ue nt e ,d0
su1e1ta a ca ir ou a çã o ~ m~Ths ~u lh er es se
jam de vo tas , re mé di o aos ap eti tes s• sa cr am en to s
dé sm a· e~ e so br em an eir a vio len tos da concup
rnr na vi rtu de ''. frá gil e hreh1-se. po ré m .to do i.scênoia. · Le m-
- e) En fim , o ap s ,qu e nã o .h á na da i1I
t~o . gr oio mú tuo d pe la or aç ão se ob tém 1possíveL e·.qi e
an de qu e a:mbo s se ·nã ·.e . um pe se mp re -a gr aç a de pr
su bit am en te, pa ra qu lo ou tro de ve se r de s .m ais au ste ra s. at ic ar· ás virtu-
- . .. . - - e ne les seº 1:.,rnte~ fº ·, ·- · ) .- ·-·'.' •. ·· ;. · · _., ~• •
na o ve Ja ne mmedis sm o tem po e
se nç ão ne m
1 E_ph. : V,
XXXVII1 7. . - - 25 . :.:._ :i Vie .
- devote, me
- . . - -
P.,., eh. XX?(VrtJ . ~ . 1 ,·T ob. · v111. 9.
· •· ·- ·-· ·-·· .
S Or at. XXXIX. - 3 / Cor.
+- i ,·s. fR. :oE SAU:S·, · :Vie
<diiwte, 1u e P ., e.
Vl l, 5.
,;•; ; .:· · ·:_

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620 CAP.tTUL O II
DAS VIRTUDE S MORAIS 621

II. Da continên cia ou do celibato. O que explica assim M. Olíer: "Deus não pode sofrer a
soberba numa alma, humilha~a até o extremo ; e, cioso de lhe
d J J07. A continên cia .a bsoluta é um d fazer reconhecer a sua fraquez_a e que não tem poder algum
as as pessoas que não esl:ão ~nid I I ever para to-
mo matrimó nio Deve ser t·
a
pe
por
:?
os aços de legíti-
todos antes do
por si própria, para resistir ao mal e manter~se no bem . ...
permite que seja acometida por estas horríveis tentações e
matrimó nio ass~m co . prta dica que algumas vezes até caia nelas até o fim, porque são as
' mo por o os os qu es t-ao no santo mais VE.'rgonhosas de todas e deixam após si uma confusão
esta do de viuvez 1 M h ,· 1, d·isso eI d I
1 . as a a em d
a ma_sd ·e e eição, maior". Quem está, pelo contrário, persuadi do de que não é
c lamadus a praticar a continên ci t capaz de ser casto por si mesmo, repete a Deus esta humilde
sacerrÍócio, quer mesmo no a, o a a v1 a, quer no oração de S. Filipe de Néri: "Meu Deus, desconfiai de
conveni ente _traçar regras es ~u~do. A essas pessoas é Filipe; aliás ele vos atraiçoaria".
pureza perfeita .. . pec1ais µara a conserv ação da
i 1Ó9. a) Est~ desconf i~nça deve ser uniüe•rsal": 1) é
- Ora, a castidad e é uma virtude frág•} d I- d necessfi.ria aos que já cometeram faltas graves : porque a
nao se pode conserv ar se não , . z e e ica a, que
d e protegid a por outras vir- crise voltará e, sem a graça, correria m perigo de sucumb ir
tudes ; · é uma praç
defesa de obras ava: d
guÉrra qtr _necessita para sua
de novo; mas não o é menos aos que conservaram a ino-
cência: porque mais cedo ou mais tarde virá a crise, e
de quatro : 1. º a hum~ld: d~ sses ortes são em número
será tanto mais temeros a quanto menos experiên cia hou-
de si mesmo e a fuga d · q~_e prod~z a desconf iança
ver da luta. 2) Deve persever ar até o /im da vida : Salo-
ti/icação oue comb t ads o_casroes pderigosas ; 2. º .a mor-
- '
ma I na · sua raiz . 3 º
ª en o[· o amor
- o prazer, atmge o mão já não era novo, quando se deixou arrastar pelo amor
· • · a ap icaçao a d d das mulhere s ; anciãos eram os que tentaram a casta
que previne os perigos d- ocrosr . ·dosd everes e estado,
D-eus, que, enchend o o a - a e. 4 o d Suzana. O demónio , que nos ataca na idade madura, é
. , . o amor é
, f . . coraçao . o impede d se entregar tant9 m:=t.is formidá vel quanto mais vencido o julgávam os
as a erções perigosa s N t d e
j&.; e a . experiên cia mostra que, t;n.quanto nos resta um
a alma não sómente ;ep ºr· cen ro estedqua drilátero, pode
e rr os ataques o in . . pouco de calor vital, o fogo da concupi scência, que incu~
aperf eiçoar-s e na pureza. imrgo, mas até
Lava por debaixo da cinza, se reacend e com novo ardor.
3) Impõe-s e até às almas mais santas : o demónio suspira
r. o A HUMILDA DE .
' GUARDA DA CASTIDA DE mais ardente mente por fazê-las cair a elas do que a al-
mas vuliares , e arma-lh es laços mais pérfidos . É observa-
1t08. Esta virtude produ t " d·
põem ao abrigo de m ·t z_ res rsposições que nos ção de S. Jerónim o 1. que dali conclui que ·ninguém se
ur os perigos .. a d escon f iança d e
,
nos mesmos e a conf-zança em D eus . a f deve dar por seguro pelos longos anos passado s na casti~
. d 2
_ · uga as ocasiões
perigosa s, a sincerid ad e na ·con f·rs.sao. dade, pela_ santidad e ou sabedor ia •

A) A desconf iança de nós · 1110. b)Esta vigilânc ia. contudo , deve ser acom-
de con/ian ça em Deus 11.,f ·t Imesmos, acompa
f .
nhada panhad d de absoluta confiança em Deus. Porque Deus
. J.V• u1 as a mas cae
t e. na impurez a· por o Ih . m. e ectzvam en- não permitir á que sejamos tentados acima das nossas for-
d S 9 I rgu o e presunç ão É 1
de ' . idau o a propósit o dos filósofos ·pag-. o servIação ças. nem nos pede o impossív el : umas vezes nos dá ime-
o-se a sua sabedor ia d .. aos que, g orian- diatame nte a graça de r€sistir às tentaçõe s, outras a de-
espécie de torpez . "p' se ezxaraml arrastar aD toda a orar, para obter graça mais eficaz •
3

as . 1 1·//os
ropterea ir d l·d·t
.
passiones igno
<
· · " 2.
mimae ª eus in
·- 1 Epistola XXII àd Eustochium, P. L. XXII, 396. - 2 Ep. UI, ad
Nepotianu m, P. L. XXII, 531-532 :' « Nec in praeterita castitate confidas;
p I Ver os excelentes conseJh d
os e S. FR. SALES, Víe dévote, IIIe nec David sanctior, nec Salomone potes- esse sanctior. Memento semper
., eh. XI. - li R.om. I, 26, DE
quod; paradisi colonum de possessione sua mulier·eje cerit •. - li ,Nam
Deus imposslbi lia non jubet, sed jubendo monet et faceré quod possís,
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CA PIT UL O II DA S VIR TU DE S MO RA IS 6á3
É necessario, pois, diz
M. Oli er 1 , "re tira r-s e inte , .
me nte a Jesus Cristo, par a
enc ont rar nele a força de resisti
rior~ Ih es faz er can crn s, e · se não h á cu ida do, dei xam o-n os
à ten taç ão. . . Ele que r r -, f ilia b nti dos É
que sej am os ·ten~ados, par a
do adv erti dos , por ess a via que, sen~ arr ast ar <· ~m - rid ade- s qu e pertur aro os se
, ·e dev e des pre zar , um a esp : .
dad e que temos do seu aux da nos sa frnqueza e da necesi;i~ um a adverlencDra qu e nao ·1~
ra nos faz er com pre end er
ect e
hau rir a força que nos falt ílio, nos retiremos a Ele, par a d e aviso . qu e eus nos ca , pa
vio len ta, dev em ~n os lan çara". Se a ten taç ão se tor na mais , t de d f l
nos ete rmos, qu e ª té J.á se ·oi ong e de-
ao céu, par a inv oca r a assistê de joelhos e lev ant ar as mã os · qu e e em po d est as cri anç as têm anj os d
M. Oli er, que devemos lev ncia de De us. ·'.D~go, ac:rescenta ma is. ,-, Le mb rem o-n os e
qfue d Det1s . qu e são tem a
mente por que est a pos içã o ant ar as mãos ao céu, não sõ~ gua r d a qu e co ne t mp lam n ace e plo s
d Cri sto . Entã o ,
. •
olhos de De us, ma s ain da por por si mesnia é já ora ção
aos viv os a
J SS ma Tri nd ade e me b. -
m 1.os e
tên cia exp res sa o não se toc que é nec ess ário dar por peni~ . l
ser á ma is fác i tra ta- ,1 nto res pei to sem d e1x .
os com sa d d· ar-
sof rer ant es tod os os ma rtír ar nun ca dur ant e esse tempo, e mo s de lhe s tes tem unh ar - ,
da carne, e até mesmo do dem ios inte rno s e tod os 06· incóm a l~a iot e icaç_ap.
odos • .
ónio, do· que tocar~se" . . - ) De mo do geral.
lev a-n os a hu mi lda de a
Qu em ho uv er tom ado tod
con tar inf ali vel me nte com
as est as pre cau çõe s, po de . 11 Ud -
eY1tar o csero
e . de agr ada r, qu e inf
eli zm ent e tantas_dqude-
o aux ílio de De us : "F ide . ·un tam ent e da vai a e
est De us qu i no n patietur vos tentar lis das prepara:dEsdse ddesefJo_c~u
lestis, sed faciel eti am cum i supra id qu od po-
e d a nec ecs1 a e e a e1çao,e :;J es ta -s e pel o cul to exa -
ten tat ion e proventurn''. _, ~ , . .
Nã o se dev e, poi s , tem er ger ado da prdopna p ess oa, fp elo a uro mi nuc ios o no traJar,
dem asi ado a ten taç ão, ant t t d p lin gu age m ado cic ada ,
ela vir, po rqu e ser ia ess e o es de
me io de a atr air ; nem qu and pe1o por e . eng . d.
oso e a ec a o .
h, bit o de elo gia r as pes soa l
nos ass ult a, por que , apo ian
do- nos em De us, som os inv
o olh are s aca ncr n ores, i Ê t· ma nei r~s de pro ced
s pe as
cív eis . en- qu ali dad es externads . b
bem dep res sa not a as , so a; do nu m jov em clérigo , nu m
re u
er são

111 1. B) A fug a da s oca sac erd ote ou religioso . .


siõ es pe rig osa s. a) A
sim pat ia mú tua , qu e exi ste .
ent re as pes soa s de dif ere
nte . ., C) Dá -no s enf im , a hu
sexo. cri a às pes soa s con sag 11 b. mi lda de par a co~1 .º
rig osa s ; é nec ess ári o, poi
rad as aà cel iba to oca siõ es pe- nos so dir ect or a elaze za , d con sci ên cia tão nec ess ana
s, sup dm ir os enc ont ros inú e
e afa sta r e per igo , qu and tei s par a evi tar os laç os do inim
o ess es enc ont ros são · nec igo . . d ' ritos diz
2
rios • Eis o mo tiv o por qu ess á- Na reg ra 13 sobre O ..discermmento os esp i
e a dir ecç ão esp irit ual das d inim igo da nat ure '
lhe res se não dev e faz er mu - S. lnácio com ra zão que , qua n o o za
dis sem os ( n. 0 54 6). ,....., Ter
sen ão no con fes sio nár io,
com o hum ana que r eng ana r umba lma ·UiSta com seus em buse t
s e
nos qu e sal vag uar dar du as . s, d ese 1· a quer a soª1u ta ml ente que ela o escute e
art i.f'ic10
coi- , descobre tu do a um n
sas : a nos sa vir tud e e a gua rde seg red o. Ma s, se eta 1
exi gem éX lre ma res erv a.
nos sa rep uta ção ; urn a e
ou tra a :~ a espiritual que reconhco ~
fessor esclarecido, o~ a o~ eça
_ os eng ano s e os ard is doodinri~nieo tem nisso gra nde desgosto;
b) Às crianças, qu e têm ext eri g , malícia ficará desarmada
or agr adá vel , car áct er por que bem sa be que t aasa sua ,
jov iál e afe ctu oso , po dem
tam bém ser um a oca siã o do momento ~~ que ~re~~d ten tati vas forem desco b.er tas e
gos a : gos tam os nat ura lm ent per i- pos tas ao sol . Ê so o à . castidade que se apl ica
e de 'fix ar nel as a vis ta, es~e
de sáb io conselho : quandod a . 1 tem cui dad o de descob ri:
a
com can dur a e humilda e _as ma ten taç ões a um director, e
.et pete re quo d non possis, sua
cap , II, DEN Z., 804). et adj uva t ut possis ». (Tride s e se exp õe tom a os meios
nt., sess. VI, adv ert i d a a t emp o dos per igo _ s da qu b rta é ten'.taç ão ven ·da
1 ltttrodactiott, eh. XII. sug erid os por ele, e ten taç ao
já ao seu caro Nepociano: - lt Era o que S. Jerónimo recomen esco e ci ·
• Hospitiolum tuum aut dava . . .
mulierum pedes terant ... Si raro aut numquam
vlsftatur, aut virgo, numqua pro pter officium clericarns, aut vidu S J ónimo descreve mui. ta
rum contubernio non infamer m solus introeas. Tales hab a a te to ben~ es excentricidade : « Omms
1 a pell e . non
is ... Solus cum sola, secreto socios quo - . a . d/~ est ibu s, si ben e olea
nt , .s\t tJ~ . ::n uli s - r~d lan folleat.
1
arbitro vel teste non sed
pro bab ilite r fingi -potest, eas
XXII, ·531 -532 ). ·
... Caveto omnes susµ
ne fingatur, ante devita >.icio
eto et absque
nês, et qui dqu id
(Ep ist., LII, P. L~
!h:7:: e~~~~:~~ ~ítit;;ef::r:~!~~tf~::n~1:::~ª. :vr:;11:.iJf1l
cum vlderis, sp)onso~ ~~~:Cic
t: . et ·ne

P. L., XXII, 414_. - es spirituels, trad . Jennesseaux,


p.

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624 CAP1TULO II
DAS VIRTUDES MORAIS 625
Mas se, confiada nas suas próprias luzes, não diz nada,
sdb pretexto de que não é pecado, facilmente cai nos laços excita a imaginação e acende o apetite, o apetite solícita
do sedutor. a vontade, e. se esta consente, entra o pecado na alma.

1116. h) A língua e o ouvido mortificam-se pela


2.º A MORTIFICAÇÃO GUARDA DA CASTIDADE
reserua nas conversas. Ora, esta reserva nem sempre exis-
,Iá
expusemos a necessidade e os exercícios principais te, aindi entre pessoas cristãs : o hábito de ler romances
da mortiticação ( n. os 735-790). Recordemos aqui o que e de ir ao teatro faz que se fale com excessiva liberdade
se refere mais directamente ao nosso assunto. Como o de mufü.1s coisas que se deviam calar; gostac.se também
veneno da impureza se insinua através de todas as fen- de andar em dia com os escandalozin hos.mundano s: ou-
c1as, é necêssário saber mortificar ·os sentiJo~ ext,ernos: os tras vezes graceja-se levfahamente ~obre coisas mais ou
sentidos internos e as afeições do coração. menos escabrosas. Uma certa curiosidade doentia faz que
muitos se comprazam nessas histórias ou gracejos ; a ima-
1114. f\.)
O corpo, como já dissemos ( n. 0 771 ) , ss.), ginação apascenta-se de tudo isso, representando -nos por
necessita de ser disciplinado e, se preciso for, castigado, miúdo as cenas d:escritas, os sentidos agitam-se, e muita§
para se conservar sujeito à alma: "Castigo corpus meum vezes a vontade acaba por se deixar vencer do prazer cri-
et in seruitutem redtgo, n-e f orle cum aliis praedicaverim, minoso. É-:, pois, com razão, que S . .Paulo censura as más .
ipse reprobus efficiar" 1 . companhias, como fonte de depravação : "corrumpunt
E deste princípio que se deriva a necessidade da sobrie~ mores bonos colloquia prava" 1 . E acrescenta : "Nem
dade, e às ve~.es do jejum, ou de algumas práticas exteriores palavras torpes, nem loucas, nem cho·carrices, que são im-
de penitência ; bem como em certas ocasiões, sobretudo na
primavera, a oportunidade dum regime emoliente, para acal~ pertinentes" 2 • Mostra, etE:ictivamente, a experiência que
n~ar a ebuliçã~ do sangue e os ardores da conclllpiscência. muitas almas puras foram pervertidas pela curiosidade
I'-iada se deve descurar para assegurar o predomínio dà alma doentia excitada por conversas ..imprudentes.
sobre o corpo.,...., Não se prolongue o sono em demasia; em
geral ninguém deve ficar na cama pela manhã, depois de 1117. e) O facto é muito particularmen te perigoso
acordado, se não é possível tornar a adormecer. (n.G 879).
No corpo, cada i:im dos sentidos necessita de ser mor-
. . Bem o tinha compreendido ~erreyve 3 , quando escrev~a:
ti&cado. ·
··Mais que nunca, Senhor, vos consagro . as minhas mãos;
1115. a) O santo Job tinha ·feito um pacto com consagro~vo~las até o .escrúpulo. Estas inãos .vão receber
dentro de três· dias a consagração sacerdotal. Daqui a quatro
seus olho~. para os não deix.ar vaguear sobre pessoas que dias, terão tocado, .sustentado,. levado ·,o vosso. corpo e o
lhe poderiam ser ocasião de tentação : "Pepi.gi Joedus vosso sangue. Quero--as respeitar, venerar como instrumentos
cum oculis meis, ut ne cogitarem. quidem de virgine" 2 • s~grados do vosso serviço e dos vossos altaresi ./' Quem se
O Eclesiástico recomenda solicitamente que não fixemos Ir:mbra, .efec.t;iv_a mente, que teye pela maohã nas suas. mão,& '
b , Deus . de toda a santidade, s~nte~se· mais incliriadô ·a
· 1

· os olhos numa donzela, que os desviemos da mulher ata- .:!b'ster~se de : fado quanto lhes possa ntarichar a· püt~z~i
viada : "porque muitos são· seduzidos pela sua beleza, e Grande recató, pois, para ', consigo mesmo ;. para ··c:óm ·· os
a paixão ·nela se. inflama como uma fogueira" 3 • To dos cütros dêem-se· os sipçiis ordiµáríos de c:or.tE;~iat ,tp.~s, '. !'.;aµtelfi.
estes conselhos são eminentemen te psicológicos : o olhar o.ão se insinue nisso . qualquer sentimento . apaixonado, .q,ue
traísse uma afeição desordenada: ~ A um sàcérdote que per~
guntava se era conveniente tomar o pulso a uma m'oribunda,
. : 1 I Cor. I~,. 27. - 2 Job. XXXI, I. - !I Eccli, ~ 4 5, 8, g: «Vir- S. Vicertté .de Pau'lo: "á 'tl.ib!'ssár.iõ;,. evitar . isso
tm_em ne consp1c1a~, ne forte scaudalízeris in decore 11lius •.• Averte :respóndeu
-·- . • . . J ... ,_ . • • • .- . •.

ac1em 1u~m. a mulI!!rl: cornp!a, e~ ne circunspicias spiciem alienam. . .. , !' ~i •• • ·.: _". i ',:f , J.1· : ~/I : •. '\ . d

P_ropte! spec1em ~ultens rnultt penerunt, et ex hoc COl;lcupigcentia qull,. ··· .,-.;· · ' " • -~ •· • . : ~ r • :'- ~:r . • , · . - · ·
s1 : ognts exardesc1 t •. , · ·,. ·· 1 f Cor. XV, 33. - l! Eph. :V,; 4,. - .s -M,ditaiions .sur (es ss:· Or~
dres, p . . 105, ed . 1874, . ·.... .., . • ..., ..... ' . . .. .

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626 CAP1T ULO II ' DAS VIRTU DES MORA IS 627
.
absol utame nte : o espíri to mali not· be m se pode servir desse pouc o, acaba por se coloc ar a imag inaçã o ao serviç
o da
prete xto para tentar ·o viv g
O diabo,
nesse momento lança mão 1e ~o~; a rnor~bunda. apanh ar vonta de
uma alma ... Nunc a vos atrev . s os meios, para que, em
la nem É isto · partic ularm ente neces sário ao sacerd ote,
_mulher, seja qual for o pretex t;.~s / tocar nem donze virtud e da sua mesm a profis são, r,eceb e confid ên~ia s sobre
graça de estado , par~
matér ias delicadas. É certo que tem
Ht8.. B) Os sentid os internos não são meno
gosls 1ue os ex~ernos, e, ainda quan do baixa mos
as emnra nçq.s impo rtuna s e as imaa ens ob
os :rt::-
,
. não se deleit ar n!:!ssa
fessio nário, se não
s
ponha
coisas

ouviu ; aliás, verá a sua virtud e


,
volun
conta
tàriam
nto

sujeit a
que,
ente
a
a
ao

uma
dente
sair
r'ecor dar
rude
s
do

que
o
co~-
que
prova
vão
.
ce ,. º sesso ras não
d· e Deus não. se obrig ou a socor rer os impru
ssam ae nos perse guir. S. Jerón imo lame ntava -se busca r o perig o: "qui ama~ pericu /um in illo perib it"
1.

ardor do sol e d isso


na suadsolidãlo, onde . a d-e speito do a no- e~ . Ü coração não neces sita meno s de ser
b reza a c - • d ·H20 .
nobrei·. ·
meio 'das d=I~ ia:e d:IR :::sr o~a . o ~ela -imag inadç ão •ao morti ficad o que a imag inaçã o. É uma da;· m.ai~
f . por isso recom en a com s. Pelos
inst"' n . . . mas tamb ém uma das mais perig osas ..facu ldade
"N ªt era_que se a_uge ntem imed iatam ente essas imag ens.
D volos ou pelo sacer dócio , consa gram os o coraç ão
a Deus
- _1 _o ·o sinas cogitationes crescere lar domé stico. Mâs este
f-t.osfis, inter /ice; nequ itia ne ziz . ·.. um parvl~ds est e renun ciam os às alegri as do
in semin e' · s É , '. ama crescant, e i atur coraç ão fica abert o às afeiçõ ~s. e, se temo s graça s espe-
I . necessar10. afoga r o inimigo antes d qu\:! exi-
ciais pa.ra o discip linar, são graça s de comb ate,.
e el cresc er, e arranIcar a cizân ia ' antes d e e Ia, se ,esen-
d e
-
vo ver . I-, , giem da nossa parte muita vigilâ ncia e _esforç os.
o tem;1 :.
. .,
:r;·
Es ªír:t: ªs invad ida, sitiad a pela tenta ção, e
p - anto. torna -se um antro d d , Além dos perigo s comuns, encon tra-os
dais no .exercício do seu minis tério. Apeg
o sacer
amo-n
qote
os
espe~
incons ~
mo~: : ne post Trinitatis lwspi tium ib· d e [mo-
pesso as a qUe fazem os bem; estas-, por seu
nes sa tent
' -i aemo cientementt- às·
et sírenae nidi/ icent " 4. ·· lado, sentém-se levad as a .exprimir-nos a sua. gratid se não
ão. Daí
afeições mutuas, sobre natur ais ao prínc: ípio, mas que,
1119• Pira· evitar essas · · . sensíveis,
gir da leitur a desses roma n image ns perigo sas, impo
rta fu- há cautela, fàcilmente degen eram em natur ais,
tas vezes , diz S.
descrevem em !cores vivas . çes ol' peças de teatro , onde se absor vente s. É que é facílimo iludir-se : ''.Mui Deus,
es huma nas, Franc isco de Sales, pensa mos · amar unia pesso a por
sobre tudo a paixã o do am e rea istas as J?ª!xõ que a
podem e amam o-la por nós mesm os; dizem os que é por Deus
deixa r df' pertu rbar a im ?r. ~ssas descr1çoes não pela conso lação que
e~\r:ç ~~ ~ os se~tid o3 ; _aviv am-se amamos, mas em realid ade amam o-la
com persistê_ncía nos moO: dao a tentaç ão eLcontramos nas relações com ela",. Um texto célebr e, ,atri-
uma forma mais· Viva e sedUJt evane 10, pe~9s
~or vezes arrast am o con-
sentim ento. Ora como n 0 t a ºsra,Jeeronim buído a S. Agos tinho, mostr a-nos os graus sucessivos"Amo r
· · d quais se passa do amor espiri tual ao amor carna l:
d e-se· não sõmen' te pelos -act . . - o, ·a v1rgm ade per- m, obse~
intern os; "Peri t ergo et men~ s v~i;~:~8;,,
~as também pelos: spit"italis gener at affect uosum , affect uosus obseq uiosu
quios us famili arem, familia i-is cama lem".

. ~lém _ disso, exort am-n os -~s Santo s ~


morti fic ·· 1121. Para evitar tal desgr aça, é precis o
tempo s a tempo s se não recon hecem os talvez em
exam inar de
n:ós alguns
es e devan eios inúte is. Most ra ef r ar as exces sivam ente natu-
imag maço dos sinais carac terísti cos duma 2 amiza de
a exper iênci a que tudo iss~ é bem d ' ec IVad en:r
ral e sensível. O P. de Valuy resum e-os assim : "Quà tido o
o e os olhos ou o seu génio
imag ens sensú ais e perig osas e que e!r~~ ~s seg~i rosto duma pesso a começ a a cativa r
. .....- Sauda ções ternas ,
e_gu mte,l e simpá tico agita e faz palpit ar o coraç ão
quere mos preve nir estas últim as, é n~c~s sár•o s ternos , pr'ese ntinho s repeti dos ... ,-
. - E r - nao nos -e- palav ras ternas, olhare
termo s voiun tàriam ente nas pr·rme\r as. ntao, pouc o a Não sei que sorrisos trocados, mais eloqwentes que familia-
as pala~
vras, um certo à vonta de que tende pouco a pouco à
imentos
ridade , condescendências e atenções estud adas, oferec
1
· Ml!INARD, Vertus de S. Vincent c1i p,aut, eh. XIX, p. 306.~2 <O quo-
t1e~ ego ipse ln erenio constitut . e. olhos nem
~olitudine quae exausta etc. Agen ciar entrev istas secret as, sem
sohs a~doribus horrld um mona~~-et m iUatatvasta de serviç os,
R.omams interesse deliclis •. _ 8 }Z .P[a~s hab1ta culum, pu.tabam me
i_ ,
4 S. HIERONIM,, Epist. XXII n. 6 %1si
XXXIII, n. 7, P. L., XXII, 3981 -
, ' • • I, 398,-5 Ep/st. clt., n. V. 1 Eccli. III, 27. - 2 Verlus religieuses, p. 73-74.
'-

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628 CAP1TULO II DAS VIRTUDES MORAIS 629
ouvidos . que ·incomodem ; prolongá-las sem fim, renová-las
sem m?hvo. Falar pouco das coisas de Deus, e muito de si e
e salutares pensamentos 1 , procura o coração castas e no~
da amizade qu~ tem um ao outro. - Louvar-se, lisonjear-se, bres afeiçõe~ ; não pensamos sen5.o nas almas ; ~: a ' pró.~
excusa:-s~, reciprocamente. - Queixar-se amargamente das pria multiplicidade das ocupações nos põe na feliz ne-
advert~ncias dos superiores, dos obstáculos · que põem às ·cessidade de não termos nenhuma intimidade com tal ou
_e~tr~v1stas, das suspeitas que parecem formar ... _ Na au-
tal pessoa. Se, num dad'o momento , se apresenta a ten-
~~nc1~ da_ pessoa, experimentar inquietação e tristeza. - Es-
~-~ r d1~tr~1_do ~as orações com a lembrança da pessoá atnada, taç.ãc, o domínio que adquirimos sohre nós mesmos pelo
rE:_c~menda-la algrtmas· vezes a Deus com fervor extra0rdil- tra:balho assíduo, permite divertir o pensamento muito
n:r10, ter à sua imagem profundamente gravada na alma, mais rapidamente: o estudo. as obras de zelo chamam
eutar preocupado com ela de dia, de noite, até em sonho. -
por nós, e depressa nos arrancamos aos devaneios, para
;E'erguntar. com grande solicitude onde está ela, que faz, quan-
do. Yoltara, s1: não . tem . afeição para com• outro. - A s1:tà nos .ocuparmos das realiJ~de~ que aL~on1 em o· intlhor dà
volta, entrar em transportes de alegz;ia desusadá. _ Sofrer nossa -·vida. · , ;.
uma .espécie de martírio, quando é força separar-se dela de · .112~ É prestai·, pois, um· grande serviço aôs semimt,:.
novo .. Re~?rrer a mil expedientes, para ter ocasião de se e
risfas. sacerdotes ensiná-los a amar o es·tudo, a fugir da
aproximar .
ociosidade, até mesmo nas férias, a saber Ui1:ili2;ar todos qs ·
_E ninguém se tranquilize com a piedade das pessoas momentos da vida. Quando se pode ajudá-los· a ~raçar um
plano de estudos . para o seu ·ministério, a preparar um çursó
assim am~_das. porque, quanto mais santas, mais atraen- seguido de instruções, a interessar-se em qualquer questãô
tes são : quo sanctiores sunt, eo magis alltcíunt". Por especial, faz-se-lhes um grande benefício. Se não há um
outra parte'. imaginam essas pessoas que a ·afeição para programa traçado de antemão, corre-se risco de· despe'rdiçar
com um sacerdote não tem nada de perigoso, e deixam-se o 'tempo ; com um programa, dá-se a gente ao. trabalho com
muito mais ardor e método. ·
levar sem tez:nor: é necessário, pois. que o sacerdote as
saiba· conservar a distância respeitosa. . (•·

4-º Ü AMOR ARDENTE PARA COM JESUS .


3•º A . ÁPLICAÇÃO AOS ESTUDOS E DEVERES DE ESTADO E SUA SANTA MÃE

. 1:122. · Uma das_ ·modiftcações mais úteis é fugir da 1124. Se o trabalho nos preserva o espírito dos pen-
~cro.;;rdad€.., aplicando-se com ardor aos estudos eclesiás- samentos perigosos, o amor de Deus resguarda-nos o cora:-
hcos e ao cumprimento fiel dos deveres de estado. Por ção das afeições sensíveis, e evita-nos assim um sem-nú,.
essy. ~e~c se ç1.fastam os ,perigos da ociosidady: "multam mero de tentaç'<:5.es. .. .
_ma,.itiam. docr.r.it otiositas 1 . Se há um demónio que ten- O coração do homerri ;é feito para amar_; o sacerd•ócio
_ta. uma. P,e&soa ocupada. há cem para tentar uma pessoa ou o estado religioso não nos tira esté lado afectuoso da
OCIOSO.. E na verdade, que: há-de f a~er, quem não se nossa natureza, mas ajuda,nos, a ·.sobrenaturalizá-lo. Se
o~upa em ~ualquér coisa útil.? Devaneiéi, éntreg~-se a amarmos a Deus com todá a alma, se am~TIJlOS a Jesus
Je~t~ras lev~anas, faz longas · visitas, sustenta conversas sobre todas as coisas, sentiremos muito menos o desejo
_mais ou men?s perigosas ; a imaginação enche-se de vãos de nos expandir sobre as criaturas. Assim o observa S.
f a~tasmas, · o coração deixa-se arrastar por afeições sensí- Joê.0 Clímaco : "É virtu'óso aquele que tem a tal ponto
vets, e a alm~ .. aberta a todas as tentações, acaba por gravadas no espírito as ,belezas celestes que não se digna
cair. Ao contrarro, quando nos absorvemos no esfodo ou lançar os olhos sob_re 3s belezas. da Jeirra, e assim . não
,nas obras do nosso ministério, enche-se O espírito die boris
1 e Ama sci~~tiam Sc~ipturarum·, ef carnl,;it'ia non ·amabls ... Ft~ .
1 Eccli. XXXIII, 29. cito aliquid operis, ut te sem per diabolus inveniat occupatum ». (S. HIE•
ltONY/lms, Epist. CXXV, P. L., XXII, 1078).
' ,

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630 CAPfT ULO II
DAS VIRTUDES MORAIS 631

sente" o Mdor desse forJ,,o que a b rasa o coraça-0 mo tempo o refúgio seguro dos pecad ores ; que encon tra-
tros 1 • dos ou- Temos . se A invocarmos, a graça do arrepe ndime nto, se-
guida da graça da absolv ição : e que ningu ém melho
t~~~· •
t 125. Mas, para produ zir esse res lt d r
p1~J~z s~~;n~1~ ?do, genero so, abs~r !e~te. º E~ã :
o espírit o e o 1
n~ ice vantag em : 1) enche de tal modo
â! que a Virge m ftel nos pode assegu rar a persev eranç a.

1
afeiçõ es huma n;sº~ ª;:º' o~u~ quase se nã~ p_ensa mais II. A Humildade
rechaç amo-la s, repeti nlo as ~:1~::::s nas
d~e s:smu am ~ e~ ,,nós'.
!t1Íu~ :sp;;~ :~:u5? i ÉAngeli servitt nt, cujus puf;'Í,ri~d~n,eml~~~ Esta virtud e poder ia, sob certos aspec tos. ;c.onsiderar-
.

· • • e1aro que em pr d -se anexa da justiç a, pois que nos inclin a a tratar- nos
possui ·a plenit ude da beleza
. t d • d • b d desençda ague1e que nós m~~mO!:l como Il}~recemos. Çonsi dera-s e, cpritu do, ge~
a
as ena uras esapa recem e não a on a e e o poder t d
disso, Jesus, que não pode sof Ce~d elcant • . ' o as ralme nte anexa da tempe rança , porqu e mode rá o senti-
nos e,xpro bará viv~m ente as ~er 1 o os ~~ nosso
os. 2 ) Mas. além .
t~vermos a infelic idàde de ca· assas affe1çoes natura is o,
coraçã
; se
mento que temos da nossa própr ia excelê ncia. Expor e-
mos : 1.º a sua natur eza; 2. 0 · os seus graus; 3.º' a sua
pelas suas cen
3) Enfim PI suras, serem os ir 1:essa raquez a, estimu lados
mais fortes para as comba ter excel ~ncia ; 4. 0 os meios de ·a pratic ar.
• "-J•e mesm o
coraçã o daque les que seproteg e com o m . .
Ihe en t regam. · v·ais· cioso
d 1· .
esve o .o
. · l. Sua
qµxíli o no mome nto da tentaç - • f ir~•f.P01~, em nosso nature!l:a,
seduçõ es das çriatu ras. ao e nos ortt reara cot1tra as
t t27. 1. 0 A humil dade é uma virtud e que os pa-
or ~ste amor generoso para com Jesus, alcança~se gãos não conhe ceram : para eles, a humi ldade design ava
na
e açao . nas fervor osas comunh'õ•es e visitas ªº
SS.mº Sa-
rn_~en,to _: torna- se habit ual e perma nente pela vid d
algo de vil, abject o, servil. ignóbil. O mesm o não pas-
sava entre os Jud·eu s : ilumin ados pela fé, os melhores
unrao mhm a com N
(n.º 153). Js
. ._. 'esus e.
,nsto, que descrev emos
a e .dentr e eles, os justos, cônscios do próprj o n:ada e miséri
a,
aceita vam com paciê ncia a
prova ção como méio de ex-
1126. Ao piaçã o. Deus , então , inclin ava-se para eles, para os so-
grand e devoç ão amor para com J esus acresc ente-s e uma
para com a Virge m Imacu lada. O seu correr ; comp razia- se em escuta r as oraçõ es dos humil des,
nf_omca réspir
' ·, a ·purez a,f e parec e que invoca'-1a com con- ~ perdo ava ao pecad or contrito e ·humi lhado . Quan do.
~a nç ~ Ja pôr em uga a tentaç ão. Mas sobre tudo se pojs, N. S. Jesus Cristo veio prega r a humil dade e man-
~:; 1°nE ?r~ os, totalrhen~-e a esta boa Mãe ( n.ºª , 170 sidão , puder am os Judeu s comp reend er a súa lingua gem.
1
d. d6 .. ~ a , e ara. sobr~ nos . como sobre coisa e pro rie-
t a;: e :,Ua, _e nos aJubddara a· rêpuls ar vitori osame nte· as ~en-
_ Nós, porém , çompreendcmo-la: melho r aindâ , depoi s de
havem os medit ado os exemp los de humil dade que Ele
..aç
, d.,esd· mais pertu
- r a oras . Rec1·t emos, pois,. com muita nos deu na sua vida ocultá , públi ca e padec ente, e não
~1e
tões · a e a oraça o4 O Dorhina .tão eficaz cessa de nos d.ar na sua vida eucar ística . ·
' cont as suaes-
. . . !~pm às, ·o , ue mari~ stella, sobre tudo a raestrof e : "'
Pode--se defini r a humil dade : uma virfud e ·sobrena-
tural que. pelo conhecimento que nos dá ele nós mesmos,
Virgo singularis,
Inter omries mitis.
·Nos culp'is soluto s S.
l Ct.SSlAN US, Collat. xvm, e. XI; s. J.
BERNt.R ous, De gradibus humllitatís et superb
CLIMACl,JS, Scala, XXV;
'iae; THOMA S, II, II.,
Mites fac et castqs. .q. :61; Roo!UGU EZ, P. Ili' Tr. III, Da humild ade: S. S.fR. OE SALES, Vie
dé1•ote, !II.e P., eh . IV-V l; J. J. OúER 1 Itttroductiott, eh,
V.; L TRoN-
:soN, Tr. de l'humil ité; Sct.RAMELLI, Ould.e
.E, se algum dia fôssemos venci dos na luta n- -
ascétíque,
S. L1GUOR1 , La vérltable épouse, ·eh. XI; MoR. GAY, Vie tr. III, art. XI;
queça mos que o Coraç ão Imacu lado de ~,...a. n· ; ao es V. LIBERMANN, Ecrits splrít., De l'humi lité; BEAUDENOM 1 et vertas, tr. VI;
1v11 a e ao· mes- J'humilité; €H. DE SMEDT, Notre vie surnat. Formatlon à
, t·. II; p. 305-342; D. CoLUMB A
1 Scala, Oradus XV, 1. Mt.RM10 N Le Christ idéal du moine, ~I, ·P·
1 277-333 .

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'.,.:\' \,;t\P ITUL O II DAS VIRTUDES MORAIS 633
b inclinaba .nos. es funarmos em nosso just
nos pec ado con serv amo s em nós a con
usca o valor cup iscê ncia que nos
de·f ·n r oS aBalim ento d e ~, desp1.ezo, Mais . con cisa men· tee ª levé'. ao pE,cado.
i. .e . ._ . ernab r o 1 ·. vir. l µs qua homo verissim a
agm twn e, • si i ipsi vilescit". Est a · a) Ao entr arm os no mun do, vimos já
def- . , - con tam inad os
,.om pree r-d , d h ·Ih.ª sui com a mác ula original, de_ que só
- , miç ao me or se
·I•d edra, qua n o ouv erm os exp osto a mis eric órdi a divin~
o fun dam ento nos pod e puri fica r. h) E qua ntas falt
d a num1 a e. as actu ais não teI110S
nós com etid o des de o prim eiro desp
erta r da nos sa razão-1
l 1~28 . 2.º Fun dam e~t o. A hum .Se com etem os um só pec ado mortal,
ilda de tem um d - mer ecem os por esse
p o fun dam ento : á ver dad e e a jus'u mot ivo e1 ema s hum ilha çõe s. Ma s,
az qos con heç amo s a nó ça : ·a verd ad u aind a qua ndo não ha-
.f·ust: .. . . . . ·1-· .
s mes mos tais qua . e, que jamo& com etid o senã o falt as veniaís,
dev emo -nos lem brar
1' . i_ça, qu~ nos m~ ~na a trat ar-n is som os ; a que a men ot dela s é umn ofen sa de
esse e_onhecimento. os em con form idad Deu s, uma deso be-
. . . • . .. . .. . e com • . diên cia volu ntár ia_. à s~a lei, um acto
1 de ;êvo lta pelo qu~ l
,Tom
..· . A)
' . ..'',Pa~~ nos conhec~nJ'c; 5 nó.·5 ·
preferi.mos a nos sa von ta ,le à sua :
uma vid a inte ira pati-
, . · ·~
. mes mos ,
. - d· S sad a na pen itên cia e hum ilha ção - não
ant o
é?,S, e nec essa no .ver- o ·q·ue
o que nos pert e
e uan
. em . rio's per t enc e a D eus
1z
e) l\1as, além disso, conservamos em nós,
bas tari a a expiá-l~.
,
q
to ha· d-e b nce a n?s , com· o próp· rio ··; ora, tud o de rege nera dos , tend ênc ias pro fun
aind a de pois
qua nto h;) d om vem de De
d f .· us . e., D eus pert enc e, tud o das para o pec ado ,
--m'tn d "· e mau ou e e1tu
ª • par a tod a a .espécie de pec ado s, d~
tal sorte que , .. seg und o
oso vem nós : .. I n ho-
(d·. e . duo poshsunt_ c~nsid-erari, scili_cet id de o test~1m.mho de S. Ago stin ho;· se
não tem os com etid o
l quo cst orm ms H · • quo d est Dei et ·tod oil: ls :ctimes do mun do, à graça, 1
de Deu s o dev emo s •
·tinê t'ád • de/ ectw n . . ·J Dom~ms aut~ m ~~t qui dqu id · · Dev emo s, pois , por justiça, ama r
,fot· .: , f / . . • , se,, . ei est qmd qui d per per- ·as humilhações, acei tar
em e,. per ectm nem 2 · • . . . tine t ad sa- ·todas as afro ntas ; se nos dizem que som os avaros, desones-
•· -
;A
· ,;i /, 'Jus tiça e~ig
"D' :·, , .- . ; D . .. , ' is, imp erio e' po·· . .· · . · ·
,tos, ;:oi:uull~osos. · -devemos conv ir
em nós a tendência a todo s esse s iifssC;l, por.que conservamos
d~fe'ftos. "E a:;sim, c011c!µi
sam ente que se dê a M. Olier 2 , em qualquer enfermid
1·. e~~ .·... ,;e,•.,a .1. .eus so
1· . ,. . tod a a h qnr a e gI,ona . : "R egí sae e outra aflição, é mister pormo~nos
ade, perseguição, desprezo
·B°-~~r:id ~ni,~7wrt a i .e~ itwi sibili, sÓli. Deo hon or et glàr·•
c
,tra ·,nós mesmos. ,e dizer que tudo
do partido de Deu s con--
ene ictw et · clar"ta t · ~- i,s so merecemos . justamente
·hbfid?~t,otr:t.ii :', t 1'· ~· de sDapientía, ~! gratiarum acti o.
w. · · · e- ainda mais, que Ele tem dir~itç, a
usar de todas as criat'll'.,8$
-··· ··. •: , , •. - 8 e· orti tu o ·para. no~ castigar,· e que adoramos·
_eo nostr.o 4 . Ele exer ce agora sobre nós, ' pois
à _Ç}~ande mi~ericórdia :q4e
.:;, " I)l~ q!h ~Aú vid a1.que ~lgl,l~a 'cn~ no tempo da sua justiça ·nos tratsabemos perfeitamente que
sa b~· h, . · ,
a ~ ~~_ nos , .º
l~oss.o_. _$er _n.~tur.al e : :sobvetu do ará mai s rigorosamente'·'..
,p_rerui.tun~H,... r4. h,~. ·:Id º. . . Eis· ·a qui, pois, o dup lo fun dam ento
",~çn -: · ,r. , - , l>"f'\ . rnl t a.de,, na.
' r n1.ra - , .. s__ n_ossos pnvlleg
o· .nos .. imp ede. de
10s so- ..não · sen dc de nós mes mos mai s que
da hum tlda de :
• . · , · nada,· dev emo s ama r
·;e •·par··a•J m~g ,. ~ss1m coro.o,. quá ndo sé d · - .os ver e
arti sta · . ·· · - , , )11- Vlff? · - um . d :O• -esq uec ime nto· e o aba tim
ento ; pec nde res; mer ecem 0s
• O- ,!,q ue opm t<:m ,. que vai a·no ssa hom ro. qua
.~e~ ,·e.n M par a a .tela,.~S$irn:tam1-·, en ·to.d os os- desp rezo s e hum ilha çõe s.
· ·
9.ll,,d ons e . d D · · '' · ~err,,.· qua n d o a dmir . amo
· a-
·mes •· · · mos
-- • , gra'ças • e. .eus em nos . é
q d a EI e· e nao - à
s n: . bs diverso; graus de J,m~iJ~ade.
. , . . - . ue se eve d irigi·r · ·a· nos · . ,1

sa admiraçã·o. . nós
.. J ,.d-' H2,9. B)'. Por outra···p .,rte Há dif.E:rentes clas sific açõe s, seg und
o os diversos pon -
ca ores con.aen
. . ., I·d d tos de. vigta em que nos colo cam os.
d -
'.l • .. ·
som os de nós ~ . a U/~'U iaça o. a-no s ,
·
h
.
.
...
-U , a nos sa qua
- P . .
i a
,fm certo sen tido ,e não e p~-
Não indi care mos se-
_c__~...:.-.::.:·c:...
• •.:...· : • ., esm os sen ao pe? . 1,. ~ Orat iae wae. qep\lt0 et quae
ado, por que ; nas cido s no non facere potui; qut etiam cumqu~ noµ ..feél mala : quld p~i~
~ \ •. : .- . t;· '- ·-. . ··· dimissa esse fateor ; et quae mea gratultum facmus ama vi? ·Et ortmia ntlhi
- · l . f)e :,irandibus° liu.;z
fe~i •· (Confess., lib.-.11, ·e, 7 ; P. spon te feci mala 1 et quae te duce non
'
1'l \'(
a. 3. - 5 / Tim. i; l'Í, ':": i' ~p;c~'.v~17it Sum. Tlle~~•'. II; II., q. t(il.,i
tien, Ire Part., leç. XVIII,
L., LX,XXII, 681) ..... 2 ·cat,ch.', chr'-
· ·

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'\,,,.lr 1.rJ.J .Ul.V 11
DA S VIR TUD ES MORAIS 635
não os pri ncipais , que se pod
em red . t e hum ilha çõe s de
S. Ben to, os de S . Inácio e os de M. uzi r a três : os de compens.i. Ce1este e nos so fnm en os
Olier.
1 HO. 1. 0 Os doze gr"-us de Jes us .
S. Bento. Cas sia no A con fiss ão das Jaltas secretas, in_c
hav ia dis ting uid o dez graus na 5) luindo os peT
prá tica da hum ild ade . S. · . 1 fora da confissao sac ram ent
Ben to com ple ta est a divisão, sarnentos, ao Shper~ld de um a·
acr esc ent and o-l he mais dois freio poderoso : a ide ia de
graus. ?ar a com pre end erm os o É esle acto de um i ª ·f l
fun dam ent o des ta classifi- falt as mais ocu ltas tra-
caç ão, é mis ter rec ord ar que S. que ser á necessário ma rn ehs ar
Be nto enc ara est a vir tud e as b
, . mo
cotno um a dis pos içã o hab itu
al da alm a, que reg ula o va muib.1s vezes o desP en O par a o a 1s ·
con jun to das rela çõe s do mo
nge com De us na ver dad e 6) À. ace itaç ão cordial de tod as , . -
, as pnu af?~ es, ocu-
da sua dup la qua lid ade de cria poções vis, consi d era n d o-se m . ferior ao seu o 1c10.
tur a pec ado ra e de fi!qo
ado ptiv o•· 1 ." Fun da- se· na rev . . . •, . d • -
com pre end e, alé m da hum ild
erê nci a par â coin De us, e,
7) Julgar-se smcers.ro ent. e.:Sidoóm fun do º coraçao. º
ade pro pri am ent e dita , a nib us se . infe rio rem
obe dtê ncia, a pac iên cia e a últi mo de tod os os hom ~ns .
mo dés tia. En tre esses doz e · t·nno cordis cre a d t aff ect u" 'É. raro este
-graus; set e referem-se aos act et vi liore.m in h , n· ·
os internos, e cinco aos ex- t ega m 1 t·nd o que se os outros
ternos. gra u; os S ano s c a re ec I , Ih
tive sse m tido tan tas graças. com eles seriam me ores.
11~ t. o , ,
En tre os act os infernos cla ssif 11'>2. Est es act os internos ma
ica : nife stam -se por . actos
1) O temor de De us, sem pre pre ext ern os. Eis os prin cip ais :
sen te aos olhos de
nos so espírito, e faz end o-n os . d ,t --
tem or dos castigos primeiro, dep
prati;car os ma nda me nto s: 8) A fuga da ilngulart·dade: -o fazer na a ex rao r
ois tem or rev ere nci al, que ~aaut oriz ado pel a reg ra
dinário, ma s con ten tar- sd do
f~e
rem ata na ado raç ão : "tim or
Do min i sanctus, permanens comum, pelos exe mp l?s os ~n ose e pelos costumes legíti-
iti sa(!culum sae cul (' 2 • mos : que rer singular1,zar~se e, \ec tíva me nte , sina l de org u-
.... e
2) A obediência, ou submissão da lho ou vai dad e. .
nos sa von tad e à . 9) O silêncio: sab er calarb nto nos não interro-
de De us : é claro, que·; se tem enquaza-o de dar o parecer,
os rev erê nci a e tem or de o há
gam, ou enq uan t o n ã ·- d a oa ra um ~
Deus, faremos a sua von tad e em f 1 r De facto, na ans1 · d
tud o. Est a obe diê nci a e ced er aos out ros ocas~a o ~d ada . a e
é sem dúv ida um ·act o de hu 0
há mu ita vai a .
mil dad e, visto ser a expres- a1
tom ar a p avr a, .
e.
são da r..ossa dep end ênc ia par
a com De us. 10) A moderação no· rir:_ S. B nto não con den a o rir,
': ·tua
· -3 )· A obe diê nci a a.os Superio em qua nto e exp ress a~ 0 de. aleg
_ ria esp m l• mas .
tão sõmente
res por am or de De us, - . t
o riso de ma ptn a, . gax.na a 1 ·
h d
a a es .... ·,...;den te ou zomb et eira
·
,
pr-o am ore De i.. É ma is-d ific ulto ~ t rud dosamente, que mos-
so sub me ter- se aos Sup e- ou a disposição hab itua l a;; ~ P:º
riores quf. ao pró prio De us : Je ªDeu s ~ poú ca humildade.
de fac to. é nec ess ário mais tra pou co resp eito da pre ç
espírito de fé, par a ver a De • uan do se fala, fazê.-lo
us nos Sup erio res , e mais 11) A reserva nas pal~vras
sua ve e humildemente, sem grit · q a gra vid ade e sobrie-
per feit a õbn ega ção , por que esta os, com
obe diê nci a se apl ica a
ma ior núm ero · de coisas. dél-de do homem s_ist~do.
. dar, assentar~se, esta r de
.12) A. modeséta no por te.
.· 4) A obediência paciente, ain pé, olh ar mo1estament~, sem ige ªº·ã o a cab eça ligeiramente
da nas coisas ma is cta \ ·~a pró pria ind ign ida de
dif icu ltos as, sup ort and o as injú inc lina da, o pensllmento em
rias sem que ixu me s, tacita eus .
conscientia, ain da me sm o e sob .
retudçi qua ndo a hu,:n.ilha- 1 Segundo o Código 1;1e Direitod 6 i can 530 os Superio-
çãó ver p dos Sup erio res : par . C~o~oc~igum; os s~us infe!ior
a o con~_eguir, pen sar na re- res reUg19sos nao - podem hoJe forçar, e .. • t es
i"nc • mas
a ~an ifes tar-lhes s~tbg~~~ eir ia , acrescen ª 0 e

0 digo que • e pro-
filial con-
. 1 D. COLUMBA. MA.RMION
, Le ve1toso para os te; com os_ seus ~upen~~~~~~
- 2 Ps. XVIII, 10. Christ, idéa l du m'õine, 1922, p. 299. fi e expor-lhes tam bém. .! se. os Superiores sao sac '
as dúvidas
eª:f s1ed ade s da sua consc1enc1a
>.

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· CAPITULO · II DAS VIRTUDES ' MORAIS 637'
,de levan t&t os olh,os ao céu : "Dom ine, non
pecc ator levar e oculo s meos ad caelu m ".
sum dign us ego Ele, prefira, abra ce a pobre:za . com Jesu s Cris~o
. pobre,
. ante s que as riquezas; os oprobnos com _Jesus
,Depoi~ de ~.aver: expl icad ~ os difer ente s grau Cnst_o deles
s de hu- satu rado , ante s que as honr as ; o d.eseJo de
milélade, acre scen ta S. Bent o gue eles leva m ser tido por
ao amo r de hom em inúti l e insensato, por amo r de Jesu
.Pel~~· ao amó.r perfe it~ que excl ui o temo s Cris to, que
r: ''Erg o his primeiro foi tido como tal ante s que pass ar
omm bus fwmi litat ís .gr.adibus asce nsis, mon por hom em
sábio e prud ente aos olhos do muil do" ... ~
carit atem Dei i>.erveniet ilfa.m. quae per/e cta
achu s mox ad o grau ~~s
foris mitti t perfeitos, é o amo r da cruz e da humilh.a.çao,
timo rem" . O amo r de . ·De'us: eis . pois o em, _uma~
termo aond e com Jesu s Cris to e por seu amo r; quem cheg
a la, .esta
guia a hum ilda de: o cam inho é árdu o, inas
aond e, cond uz. são· o mais remo ntad o ç1 amo
os pínc aros no cam inho da santi dade .. · . . . . .
9 r diyino . . · 11'5-i. ·3.º Ós·t rê~ ·.grauS" ·del1.11mddade
, segu n~o · ·
.· 11~'.>;·. '2. 0 · 'Os .três ~~au~ de S .. Inác io. ~I. Olie r. Dep ois d~ have r expost,o no Cateci~mo cris-
Para o fim
.da segu nd~ semci.na dos };:xercíci~s, ante s das tão, a nece ssida de da hum ildad e e a man e.
regras sobre ira d~ comba-
·a eleição, prop õe S. ldác io ao exer citan te ter orgu lho, expl ica . tvt Olie r,
três graus de O na :lntrqduçáo,. o_s, três
humiléfa-de, qtte são, . afina l, três graus de abne ~raus de hum ildad e intem ~ que conv êm às
gaçã o . alma s 1ª . f~r-
1) O pr.imeiro "con siste em me abat er e humilha~ vorosas.
. • . .
quan to E:m mim caib a1. para obed ecer em
tudo· à lei de . a) O primeiro é comprazer-~e no conheciII)J~nto
de si
Deufl N. Senh or: de sorte que; hem que mesm o, da sua vilez a e baix eza, dos seus defe
me fizessem itos e pe~
sen.hqr d~ .todas as , coisas criad as nest e mun cado s. O mero conh écim ento · das próprias misé
do, nem que ri~s. não é
me ame aças sem de m.e tirar a vida temp oral. humild'l.de ; há pesisoas .que nota m os próp
1:ha· se·quer em · deliberação a poss ibihd ade de eu não po-
trans gred ir ma~ se ~ntristeéem com isso, e busc am em si
rios defeitos;
algu ,na pe~-
um man dam ento de Deü s ou dos hom ens,'
que me ôbri- f eiçãoqu~ as ponh a. a: coberto da conf usão que experx~
gue sob pen~ de peca do mort al". Este grau men tam : é um efeito da soberba. Mas , .quan
é essencial a do a •alma
fodo .o c~rs.t~ô' qu~ qu~r..cons erva r o estad o sé com praz no ó:mh ecim ento das pr6pr~as mis~
d~,g ~ça. ria~, quán~
.,2) O segu ~do gra~1 ·de hum ildad e é mais perfe Jo ama a sua própria vileza e abje cçao , enta
ito o e verd~-:
que o prÍmeiro. Consiste· erri · me enco ntrar deira men te hum ilde.
num a intéira . > . :'
·indi fe'ren a ·~~ vont ad~ e: afecto entre as Que ~ teve a infel icida de de come ter um
7
brez a, as ·honr as: ~ o desprez9,' o desejo de long
rique zas e a po- detes tá~lo sem .dúvi da, mas ao mesmo temp
peca do: déV'é
a vida ou o amar a vilez a a
que se enco ntra redu z\da pelo peca do. P~r~
:71da curta , cqntàntçi, quf"daf' pr(?venha. ,para suas misé rias, deve O homem rdlec tir que se. co111p~a~er e~
D~u s glória este senti ment o
igua l e igua l utili dade para a salva ção da honr a a Deus , preci same nte porq ue a no~1,
minh a alma . a pequ enez faz
.Alé m disso, ._ aind a q11anJo ..se trata sse de ganh r~alç ar a sua gran qeza , como os nosso s P~':a
do inteiro; ou de salvar a minh a própria vida , arnãoo mun - bress air a sua santi dade . A alma prote sta assimdos faz;m so~
.que nao vale
:m
_I~ria , re!eit~_r _qual quer p.en~~mento de comet~r pata
_es~e fnll _ u.m. ~?. peca do' v.enial . É disposiçã
vaci- nada . que é incap az por si mesm a de fazer
tudo vem de Deus , tudo depe nde dele e tudo o bem, mas que
deve ser ope~
o
P~!f~i~~; ,:; qt;ié, 1;1,ãd _çheg am:;s:enãó qi_ui\ó poucos. já.• muit o rado por Ele em nós.
'; ' . h) O segu ndo grau · é ·gostar de. ser conh
3) O primeiro grau de hum ildad e é perf~ itíss i~o. ecid o por
ui.l, por nbjecto, por nada e peca do, e de pass ar por ~al
?~i-~,
. E~ce rrd. 05, . prirnejros, e além dísso, supondo. que 0
Jouv or J~ ·gl~na_·· d_~. ·t,'lajestade. · divin a sejam
no conc eito de todos . ·f: que, ef~ctivarnent
e, se, con e-
igqais; quer cend o e ama ndo a nos~a miséria, qujséssernos
que, ·para · eu. _1~1t~r · mais perf eitam ente a ser estima'-
"'Jesus Cristo dos dos hom ens, . seríamos hipácritas, dese jand
o pare cer
Noss o Senh or;· e me torn ar de facto mais
sem elha nte\ melh or do que 'somõs.
,,,
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O.J õ
CA PIT UL O II
DA S VIRTUDES MO
É est a, infelizmente, RAIS 639
que s~ntimos, qu an do a no ssa ten dê nc ia; da í
na sce a pe na T
se de sco ;. · , qu e t"m a De us
o cu ida do que temos
ad qu iri r a est im a do s de sai r
bre m as no ssa s imperfe
be m em no ssa
ho me ns. Or a, ap ete cer s em pre sas e
ições,
1 é inferior às vir tu d es
p: ;;b je ~t o dir ec to, inf
/eo logms d ·_
ser lad rão , po rqu e é de ess a estima, é
ao Se r supremo. A alm sej ar ap rop ria r-n os do que pe rte nc e
d'
e~o~-at é a c~rtat~ vi rt
como_ a pr ub enc1. a, a religiao e a JUS rça eg a .
í5 q: :rd :~
.
. ma ; é su pe rio r às ou
qu iet a do qu e po ssa m a humilde, pe lo co ntr ári o, nã o se in- rdesperto ~o ( ::e ~~ :~ :i, tra s virtu-
de
e pre fer iri a mil afr on tas la pe ns ar ; sofre, qu an do a · lou va m. es mo rai s ;e z a ob ed iên cia ), po
r cadus·a dd?
a
da rem na ve rda de e est um só lou vo r, vi&to aq ue las se fUIIl- seu ca rác ter nh. ive rsal ,
e na me nti ra. e po rqu e nos su bm ete à or em . 1-
e) O terceiro gra u é qu ere vin a em tod as as coisa
r. ser nã o so me nte co nh s. h
1157 . 2 .º Se , po rém·,· se consr•dera a um1 a d e em
cid o, se nã o trçitado po e- ·ld
r vil, ab jec to e .de sp rez , h ·f _
ce be r co m ~legrta tod os íve l ; é re- qu an lc e a e av e qdue abre os tesoiros da gra ça, e O un
síveis ;. ~u mà pa lav ra, e
os de sp rez os hu mi lha
çõ es po s- dcimento da s ·vi rtu es, e, ., d· do
no ize r . s .Sll.ntos , tl.ma dlis
é de sej ar ser trà tad o' co
Or a, qu é de sp rez o nã o mo me rec e. vir tud es ma is ex ce len tes .
é de vid o ao na da . . .
A) É'· a ch av e qu e ·abre os t esm·ros da gra ça · "hu-
em si. de rec om en dá ve qu e na da tem
l, e so br etu do qu e co nfu
de vid a ao pe ca do . qu
e no s afa sta do ve rda
são nã o é '{- b
m1 L us o.
ut em dat gra t·iam " 2 · a) De us sab e. e fect · .
1va-
qu e é De us '?I de iro be m. l hu mi lde se nã o co mp
me nte . ~u~ a :em :ão raz na s gra ças
E assim, ·qu an do De se de sv an ec e co m ela s,
rep uls as int eri ore s, de ve us no s en via ari de zes , de sam pa ros e qu e lhe da. q D . t d . g·lór ia qu an tes ~e lo
mo ' · ref ere a .eu e de las pro ve m ;
nó s, e co nfe ssa r qu e El s tom ar o pa rti do de De us co ntr a
e
co nt ran o s O
ª ª·
fl . ela a ab un dâ nc ia d os
as no ssa s ob ras e pe sso tem raz ão de rej eit ar co m de sdé m po de , pois, dfazer a udf
f s.e us f.a-
as, Do me sm o modo, ·, a , um en tad a a su a .glória., Vê-
tra tad os pe los no sso s
sup eri ore s, igu ais e até se somos ma l- vorcs, pm . ess e lmo o ser a a
t , _. a . .
res , dê ve mo -no s alegra me sm o inf eri o- -se obrl·n, .do pe co n ret ira r a su a gra ça ao
T
va nta jos a pa ra nó s e dis so co mo da co isa ma is jus ta, ma is 6" b ,,e,.. De, us superbisranres o, s
O
. . ·•• 3 . . ..,
Cr ist o. Ne m seq ue r se ma is co nfo rm e ao de sej o ,· de Jes us , porqll!e . estes, 'I a mo-
,
so d os isftt
lug ar no cé u; é .ce rto de ve , po r soberba, asp ira r a um alt o no po hz arn paFa seu pro t e faz em de la um trt u o de
tan to co mo El e de sej a, qu e de ve mo s qu ere r am ar a Deus. glória pa ra si me sm os ve i o D s nã o po de su po rta r :
de gló ria e felicidade
e ser fiéis, pa ra 'ch eg arm
os ao po nto "'GI • me am alte.ri ;noon qu e .~~ .
qu e El e no s pre pa ra ; .oriam dabo ·
lug ar qu e oc up are mo s mas, qu an to ao - 'b) D ld d .
mã os de De us. no céu, é pre cis o ent
regair-nos na s , or ou tro l ª do• a hu mi a e esv az ia- no s a alm.a
.
· de am or pró pri o e vang~ . ne la pa ra a
. "E ntã o est am os em · ve ó~ia, e a~ :D ~: :p ::~ am
rd ad eir o an iqu ila me nto gra ça um a va sta capaci en te de -
, e nã o- daded,. q r B
tem os .m ais qu e De us
que viv e e rei na em nós me
sm os ".
h
sej a en c er ; po rqu e, como iz :::,. ern ar o, d bâ. est rei ta
115.5. Co nc lu sã o. Ca afinidadf.. en tre a gra ça . h ···Id ad e . "S em pe r
solet
da um do s asp ec tos qu e a um i h .·l· ..
pu se mo s. se gu nd o S. e ex- esse gra t'iae diV inae familiaris vir tus um i itas .
s
Be nto , S. In•á çio e M .
a su a raz ão de ser ; . Ol ier , tem. B) É: tam bé m o fun.dmne d d
qu e me lho r co rre sp on
pe rte nc e ao dir ec tor
ac on se lha r o. 1 fi~ - -
nto . e to as as v1·r~
da ao es tad o de alm a - e
tud es ; e .. se na o ª ma ao me no s a nu tri z de tod as elas,
do pe nit en te~ '
sob um d. u plol asp ec to a sab er .. sem ela nã o há vir tud e
III. A exc elê nci a ela hw .
só l\d a, co m e a to d as . . t de s se tor na m ma · f
nildade. as vir u is pro un -
Pa ra co mp ree nd er a lin da s e pe rfe ita s.
gu ag em d~s Sa nto s a
pó sil o, é ne ce ssá rio dis est e pro-· 1) Co mo o org udho é O ma ior ob stá cu lo à f,e, .e- e~ rto
tin gu ir en tre a hu mi lda
de em si, e· qu e a hu mi lda de tor ?a f - ma is pro nta mais fac .
a hu mi ld ad e co mo fun
da me nto da s ou tra s "'Virtu ma is firme, e até ma is a los s~ d e_ ,, Ab sco nd ist i haec a 1l,
d:es. esc arec1 a . sa--
11 56 . 1. ° Co ns ide rad a .
em si, a hu mi lda de , diz Sa 161 '· a 4 - 2 1 Pet
nto - tII,
4 11 Cor. X,11., q. ó Sup;r Mlssus est, r. V, 5. - li 1 Petr. V, 5. -
5. - hOm. IV, 9.

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DAS VIRTUUb :; MUt<.l-U~ U:-S&
640 CAP1TUL O li

pienfibu s et prudentib.us, et revelasti ea parvulis " 1 • Copio é todas as virtudes crescem e se enraízam mais prof~nda~
mais fácil cativar a inteligên cia sob a autorida de da fé, t lma Podemo s concluir com S. Agostin ho .
quando temos consciên cia da dependê ncia em que estamos de men e na a . 7 C ot te abaixar. Sonhas
Deus ! "ln. captívita tem redigent es omnem intellectu m in ob- "Des•ejas elevar-te . omeça p ' , 7E b
·f' . se levante ate o ceu
1iequi11m Christi" :.:. E reciproc amente a fé, mostrand o-nos a construi r um e d1 rcio que h •ld d E uanto
sta e-
infinita perfeiçã o de Deus e o nosso nada, confirma -nos na lece rirreiro o fundam ento sohre a um1 a _e. q
. Pl
humildad e. ma:s e eva d a h'a -d e se~. a construção. mais profund ?s têm
. ?. A · ·
2) O mesmo se diga da esperanç a: o orgulhos o confia . ·
que .ser os a l1cerces .
. M aguns esse vis . mmi:mo m _
em si mesmo e presume demasia do das próprias forças; quase . C ·t
. l •t
magnam fabricam construe re ce si u im - d· ·s?
nt-'i'n pensa em implorar o auxílio div.ino. O humilde, pelo crpe. ~g1 as - · . ·l· . ''. 1
De fundam ento prius cogita humi i_~at~~ . .
contrário , põe toda a confianç a em Deus, porque desconfi a de
si tp~smo. A e~peranç a, P.ºr sua vez, torna-'1.os mais humil-·
des, porquie nos mostra que os bens celestiai s estão de tal IV. A prdtica -~ª ~~tld;.de.
modo acima das nossas forças que, sem o auxílio omnipo-
tente da graça, os não poderiam os alcançar . 1140. Os prin_cipidntes ~embat e~ sobret~d~ ?.·o'igt'.x-
. d· , (n os . Os proficie ntes ,.es,-
3') A caridade tem por inimiga o egoísmo ; é, pois, no 1hº como m xcamos . 8 38-844) d . d
vácuo de nós mesmos que aumenta o amor' de _Deus ; e este, for~am-se por imttar a humil a e e N . S d J C.t
. . esus -ris o.
por sua VE;Z, torna mais profund a a humildad e, porque nos
·
sentimos ditosos em nos eclipsarm os diante daquele que ama- 1141. 1.º Esforçam-se ?ºr a t rmr- a St· os sentimen
' ~ S-
inas: E assim, com razãci diz S. Agostinh o que não há nada tos de Jesus humilde . É expres~am~mte odque ~ºsctz. l.
mais sublime que a caridade , mas que só quem é humilde a
pratica : "Nihil excelsius via carit,J.tis, et non in illa ambu- P aulo.. "Hoc enim sentite in_ vobis qlfo et m r~s ,q
. . · m in arma Dei -_esset. . .- exmamv
cu •· · ·t eme
i· s
Jtépsu~"
esu · uiq
< d. ·-
f'
fant nisi humiles". 1 • Do mesmo modo, para exercitar a ca- • ·, - ·
riéfade ''j,ar;.1. c"om ó pràximo , não há meio mais seguro que a É necessário, pois,_ meditar muitasdvehzes'. ·ª1 ~ ffidl~
humildad e; que lança um véu sobre os seus defeitos, e nos ·
rar e esmerar-:.se em u.epro duzir · os exemplo s e um1 oa e
faz ter· compaix ão das suas misérias , em vez de nos indi-
. .d , bli-
que Jesus nos ; deu na sua vida oculta, na s:ua vdr ª. P~d
gnarmos contra ele.
cct, na sue. v1··d.a pa d· . ecen te, e. que não ·cessa ' e nos ar
1159. 4) A t·eligião é tanto mais perfeitam ente prati-
q~da quanto mais claramen te se vê que tudo se deve aniqui-
na sua vida eucarística. .
lar e sacrifica r a Deus. . . A) Na vida oculta, o que Jesus :sobretudo pratica~
_e" ·_; 5) . A _prudênci a exige-a: os humildes folgam de reflec- a humi.lda de de obscurid ade. à) Pratica~a, a_nteds dMe ,n,~s
tir e consulta r antes . de empreen derem qualquer coisa. . d o-se. d urant e· nove meses no sero .e arr~,
~- . . . cer encenan .· ; , . , ..
;- · 6) A justiça não se pode praticar sem humildad e, por- onde. oculta o~ seus atrihuto& di,Y,~nos da .. madn~ir~ ; ;mais
que o· orgulho exagera os seus direitos em detrimen to dos l · ., . . ·t se-metipsum ;. submete u 0tSe a . um
do próximo . COdI·np ed.tª:. c':xma,7:wi__ t -edictum a Caesare " s ; sofrendo.
7) A fortaleza cristã, como vem .n~o de. nós mesmos, e ito e esar exu . d ' h -: ' d · ,·, é vítima
senão de Deus, verdadei ramente só existe naqueles que, sera se queixar, as repuls~s d~& 'de:1 ,.°"s8:~: .,e4 ~!1-e ·d do
~õnscios da própria fraqueza , se apoiam' D:º único q_u e os sua 1vlãe--''non erat eis _locus, ~n .. iversor;o -,-_ ., pa _ecen
pode fortificar . · . · ·. s~Lr~tudo d~ ingratidã(i) dos homens . que_ nap J?~nsam e~
-·rar
8) A temperan ça e a castidade, já vimos que supõem a Ih e prepa. _ um lugar- nos ·
seus' cotaçoe s: m propria
'.'-- s ·b) -p 't'ca-a no nas-
humildad e. A mansidão e a paciência não
senão quando se sabem aceitar ;as huqlilhaç ões.
se
praticam bem, v~nif_ et SUi ·eum non receperu_nf, . .' ,'.. r~ I ··- -· 1 en-
cim.iinto , onde 11-0~ apar,e_ce corµo um 111.~mno po r.e.
. Assim pois, se pode dizer que se_m humilda de não h~ faixado . colocad o numa manged oira; ·sobre l.lDS retraços
virtt{de ··sólida· e duradoi ra. e que por ela-:-- ao contrário.
Sermo 10 de Verbls Domin l • - lll n_'hil. II, 5-7_, ....., S Lc, .II, t,
1 , ~0-
1 Mt . XI, 25. ~ 2 // Cór. X, ·s.·-~ · s Enarrat. ln. Ps .. t4l., e. 7, - 4 Lc. II, 7. - 5 fo. I, 11 · 41
'
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642 · CAPITU LO .II DAS VIRTU DES. MORAI S 643

de palha : '· ínveníe.tis in/o.ntem, pannis ínvolu tum, p'osi- . •. ; ·m de si mesmo, mas toma o parece r de seu Pat:
!3-1Elga nmg?~dr'co quemq uam" 1 ; não fala senão para exprim ir
:fum in praesepio" 1. E este menin o é o. Filho de Deus, go non Ju · "A · . l ,, -2
igual :iO Pai; -a Sabed oria incria da r a doutrin a daquel e que O e~v-iodu: . m~1~~ ~í;';e,? t';;ão·· f~z
"M ca doctrina non est mea, se . e1us qui r - . ' . . .
.. d
:,, , ·· ·e) Prátic a-a :ettl. todas· as circu11stâncias que seguem
o ·nad a e si. mesmo • ·mas únicam ente por deferen · ·d
cia para ~ºll:1
.nasdmeiitc~ : ' admo _1;1.oi men.ino vulgar , é circunc,idado, resga- . p .. '':Non possurri a meipso facere qu1
-seu ai qua_ m__.; ._ P a ter
,tado pelo .preço . de cJua:, _rolas; é obriga do a fugir parn o . tem ·m mE: manen .s ipse. .
fac1t opera . " 4 E a · ·m nao' e a sua
~s1 - . . •
au
Egipto , .'\ fim de escapa r à pers·e guição de Herode s, Ele que -própria gléria que .Ele. b usca, e- a d e seü Pai ; nao viveu na
."m
;çorri uina só palavr a · podia reduzi r a pó esse cruel _tirano terra senão · para ·o g lon"f'icar.. "Ego .
non quaero g1Orla .
! . .. . : ,, ª M . ·nda :o
·d) · F. •qúe obscUr'ida'de, que a~agat nento na sua vida de Naza- meam .. •
5 Ego te clarific avi super
terram . , ais ai , · .
ré! Escondido_in.ima pequen a povoa ção da Galilei a, ajudan do se nhor do mundo faz~se- servo - d os. homens .. ·.'Non, vem
,_; ·d· .. d m,1-
a sua .tpãe nos cuidad os domésticos, aprend iz e operár io, passa nistrari,. sed min1strare ,, 1 . N Ull14'1 palavr
. . · a esqueci o e s1.
trinta ano~ a obedec~r. Ele o Senho r do mundo , " et erat mesmo, sacrific a-se consta ntemen te _por oeus •. pel~s homens.
e
Bossue t 3 : "º
subditu s illis" 2 • Côtnpreértae:..se; ~ni:ão,· a: exclam ação de
meu Deus, eu pasmo . e torno a
tiili gôlpe ! Vem, otgulh o, Vefri ·tnOfrer diante pasm,çi r ! Mais
dest~ espectéi-·
U 4'.l. C) É isto mesmo o que aparec e a~nda mais
na wa vida padecente, em que pratic~ a hum1l dade de
cuilo ! ·Jesus; · •filho dum· carpint eiro; carpin teiro Ele próprio , abjecçâo. ..
_c onheci do por .este ·exercíci0,' -é· não se fala d_e qualqu er outro-
empreg o ou acção" . - . Jesus, a mes.ma santida de, quis t9mar sobre
nossas iniquidad~~~ \8;he~ i \~~n~ ;~~;;;e ~~!tu~ v~:c; ~~r!~
t ~leso
-d:
. .

· ." 1142. B)' N~ sUa vida pública, não cessa· Jesus de 0


se fora cultPª?t~; s E) D' oiide aquele s sentim entos de tristeza
priti~a ~- ~: ~;q~~ cimen tó ef~ si mesmo na medid a co~pa - peccat um CCl • a .. ' d as or .
t.fye~ _- c~rri · a' sua missã~ : :É cirf:o que tem de proda mar ·ab~timento, tédio que expe.r imen1 n~, jarpd~fpa!!re
vendo- se coberto dos nossos J:Je~a os: coe r d ,;,i~rte~" ·a.
!I{d~~~:
por pal!élvra_s e por· actos que ~ o· Filho de Deus; mas· fá-lo moestu s esse. . . T ristis est anima mea usque ~ . .:
~e .:rv~odo dis~reto, moder ~do, ~saz claram ente, para que h) Daqui os opróbr ios de que foi satu-rado : traí~o po~
.
:o{'h_o;-h~n·~ ' ~e· boa ~ont~ di pos~am compr eender , sem - o tem ata com ele senão palavr as de amiz~cte..
:aciuE!Ie_ e~plen d~r: contud o: que force o assent imento . A Judas, na d ·d p . t·1 ?" io Desam parado por seus aposto--
.,Amice , a qut venrs • . • d -. - · malfei-
sh~ humil dàdé ·apare ce em ·1:octo o seu proced er. . los; não cessa de ·os ~ar ; preso, ma:~: ~ :e c~~~ad:g-em, sU:-
a) R~deia -se de apósto los ignora ntes, pouco cultiva dos,
e por Js~o tn·esmo, pouco estima dos : pescad ores e um .publi- :l~:!~~
to;;t:u~ ~ ~:~dlh :1:!~~ r~~! se q_~eixar; injusta ment:
~ano!. Mostr~ acentu ada prtferê itcia para aquele s que o mundo ~a1unia~o, não_ s_e justific ~ fem !ª:u:f~ :~P~~ :ª :e:~~~1J~d-~
d_~spreza : o·i. pobres , c:>s peq1do rés, os aflitos, os menino s, os
deserd ados 'deste, mundo .. Vive' de esmola s e não tem casa
própria >b): 'Ü' sé~·· en$in~(é simples; ao alcanc e de_todos, e as
-d~jõ:~:~_s!~/~r: 0

as:~:r'~i~~ t~ lheT~ :\:rt/


mas diz a ~erd~d~, apesar la~r~ :·ão fará um milagt.e, par~
c~:: 1!~:'0;~;
suas comparações,-·como as suas parálbolas, são derivac las da
yid~.. otqip.~ria ·;. procur a nãCl . .fçrzer~se · admira r, . senão instrui r
~erode s, nao hdira
vmgar ª· sua onr~.
0ª p~:o a 'quem havia feito ·tanto bem,
su~ não deixa de sofrer pela su_a
~-, mo~er p~. c9raçõ es. : e)'. Só rarame nte _opera milagr es, e prefere -lhe Ba_rrabas, e Je d d por
âiiidà récome nda muitas .vezes· àquele s que sara que não 'di- ·conve rsão ! In1ustamente con ena o . Pilatos .
, cala~se, de1-
m rei de
~am' nada 'a ningué m. Nada· de austeri dades afectad as : toma xa~se flagela r, coroar de ~spinhos, v~1p~ ~:t~~º Wi~ ~arreg am
as·: suas refeições' como toda · a gente, assiste às bodas · de tE-atro ; aceita sem murmu no a I?esa a . 1 r'
.J • ~ . crucifi car sem uma pa av a deprO:
.
-
Cf;!ná e a. à1guns .banqu etes. a que é convid ado. Foge a po- sobre .os om bros, 1:1e1xa se . . . ·mi os ora por
pularid ad.e, . nã9 -receia .desagn ~dar a_ seus discípu los . ( durus tE:sto. Irisulta do sarcàst icamen tep P.ºrp!~:=d~ndàsg c~nsol ações
est hic sermo 4 ; e, quando o querem fazer rei, foge .. d) Se eles e desculp a-os. perant e seu J;~cí ulos ferido na sua di-
penetrar.mm: ()S. séi.ts .senfjrn°iit'ztos. mais íllti,Jtos~ vemos . tbtiio celestiaís, desam parado de seus t - p na ~ua honra, dir-se, ia
quer ·- viver em dependêrtcit!i ·do·'seu Pal e das homett s·=--• não gnidad e de. ho_mem, _na sua repu açao, .. - '._
. XIV - s ]o. VII
. , .. 1:,Lc. Il;,12, ,-2.·Lc . li, !>L·.- -S Elévations, XXe . Semajne
, Se 1.
1 Jo. vrn,5 1s. Vi2u1;0• _ 6 • 1010: xvn, l4 , _ ',/
1_6. - 4 ]o. V,
Mt. xx, 2s'. :::-
Elév. - 4 ]o. VI, 61. .. . -. · : ·· · :. · 30; XIV, 10. -21 '~· Me
8 /ICor. V, .- ·
'xrv 33-34. _ 10 Mt. XXVI, 50.
,
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,,.d"'U >"J.J. UL U ll.
DA S VIR TU DE S MO RA IS 645
que sof reu
pod e rep etir tod os os gén ero s de h ·th
com ma is raz ão que o Surj11. aça-o,,S. ma gm
. -
ave l, e cen do afe ctu osa e alegreme
no~ h?mo, opprobriurn hom nte o nosso na da e o nosso
pot nos pec ado res em nos inu m et :bJ;~~:o: pleb'!1,,v;rmEisfe~ pec ado . ditosos de assim pro
cla ma r a ple nit ud e e santida-
cam ent e tod os est~s ins'u1tos 1
"Q . o uga r, que sup ort ouis tão. o1 de do ser divino. Da qu i n:a
scem aqu ele s sentimentos de
ui cttm malediceret \l s, sem um a pal avr a d her ôi-
ado raç ão, louvm', temor filial
non comminabatur trad~bat ur
P?d erí am os, ent ã.o ,' nós sol
non l d.
a.u~:
tar ·~m~~ JU icant1 se inj
.
e que ixa
e ~cd~at : . cum pateretur :
, de cor açã o : Tu solus Sanctu
e amor ; daq ui, aqu ele grito
s, tu solus Do min us, tu solus
nos que som os tão cul pad ust e" 2. Alt iss imu s. Est es sentimentos
sem os inj ust am ent e acu sad
os Ja· d s um a pal avr a de
que ixa , brotam-nos do coração, não
os '7 m a qua ndo alg um a som ent e qu and o estamos em
vez fôs- ora ção , ma s ain da qua1:ido
con tem pk mo s as obras de De
f er é! ::: ~x fplo ~ J;ª h:~ jJ: us, obras naturais, em qu e
J:. ríS tíc a rep rod uz estes di- se reflectem as perfeiçóes
do Cri ado r, obras sobrenatu
rais; em qu e.o s olhos da fé -
- a) Jest:1s no sac rár io est
sep io, •.
ma is ain da que no C ál e•!C. d·d . . dei ra sem elh anç a, um a par
nos descohr:.ern vm a vierd.a.-
ºn ,!. o, ma is tic ipa ção da vid a divina:
e.~ ahv
deitas, at hic latet simul que no pre
· um ano . e'!, cru~e lat eba t sol -
un
f d d o a sua pri são de m - El
am tas 3 E t d da 1146. b) Pel o espírito de gra
pri nci pal de tod o o bem , . con u o, o tidão, qu e vê em De us
.. b aq or e f
ue se aze no que e a cau sa pri me ira e a fonte de tod os os dons
pir a, ro ust ece , mu ndo é El nat ura is e sobrenaturais, qu
a.~· Vir gen s. ·. . E con sol a tod . adm ira mo s em nós e nos out é
que r estair os os d~d.tssiona-n_~ ., e que ins - ros. En tão , como ·a hu mi lde
·tep uta ri.. •
.., esc oo 1 o, nes cm etospro má rtir es, Virgem Ma ria , e com Ela ,
glorificamos a De us de tod
nihilo o bem qu e dep osi tou em nós o
·, ' 'L) E qua nta s afr ont as : ".fyfognif icàt anitna ;mea
sa,c ram ent o do seú am or n-' qua · t •
los · Qúl;. rec ~sà m cré~ na 'su , !1 os ms u 1tos ·nao
._
rec ebe no
Do mi nu m ... Fecit mi hi ma
gna qtt i pot ens est, et sane-
nam ó seu cbr po sa rad o :º som ent e ͪ
J?art~ dos incrédu--
nie se~ iça , . os im~t~s que
tum nom en ejus". E assim, etó.
véz de nos en\ra.idecérmos
fra que za ,e cov ard ia,g faz e~ pro fa- desses dons, referimos a De
us tod a a ho nra qu e lhes
pri as alm as que · lhe são con c~ ~n ~d a dos c:1staos que, pôr' dev ida , e reconhecemos que é
e dei xam só ·no sac r - . d hõe s sacrtlegas,: das pró
-
mü ità s vezes be m :mdigno
!?-ecum?" ;4 E'. ~_:igra as e por vez es O esq
em: ve/ d~ o ~-e no~ potui~tis uec em foi o uso qu e deles fizemos: ,
: Ve nit e ad me omnes . u· una hora vig
reficiam. vos " 5. que.1~a~, nao ces sa de nos ilare •H47. e) Pe lo espírito de
dependência, qu e· nos
1
q · laborati~ · et onerati est diz er:
is ~t ego lev á a confessar a nossa inc
apa cid ade de faz er seja o_ qu
. - C?h Tlsem dú vid a ,na vid a de Jes for de b.om, por .nós mesmqs. Ne sta e
us há par a nós tód os convicção, jam àif co:
os
práexe me çan Ôs um a obra, sem. nbs
t· mp. d ost nec
d essários.;_ pormos sob a infl~~nciá ·e ·
refI:~~~~10: p ara, nos. sus
q~ eoE I;s n;s é:; ;:c et hu mi
de O 'í ·t . . h. .
ten tar e f ortificar na
lda de ; . e, qµ,ando
. direcção 1
do- Espírito Sa nto e implorar
ún ica qu e p·o de -remediar a mos a su~ '. graça, ·.a
nos sa inc apa cid ade; ·É o qu
. ; m1 ar, como es1tar em ao .mesmo tem po a gra ça
O seguir ?
fazerrL em par tic ula r, os dir~ç~,ores d~ alm e
as tr? e;:h,c~ éxer:.
1143. 2 ° V · cício das sua s del ica das f.un
. ... . eJamos, poi.s, como po. çoes, em v ez Qy ·se ensober-
o s•eu exemplo,. praticar a dem · . .,· hec ere m da con fia nça qu e lhe
pará' com hu mi lda de par os, segDum-'d s testemunh?-m os dirigidoa.
,. . , . o pro ,, . o confoRsam •ing ênu am ent e a
ximo e para: connosco. a com eus sua tnc ápá cid ade e tomará
. , conse_lho com Deu~. ant es .
b~ ~t~ io d.Peatrr~ com dD e~ s. de dar ein ,a9s outros ·o seu
es .mo os : ,-, ~a nif est a-s e a hu mi lda de, ~o- par ece r.
· · 1,148~ B)
· · a) , Para com -o prôximo~ 'o pri ~à pio qu e
ple nit ud ~Pef o' espírit
do ser e do derf'rel. i~-ião, qu~
· h
- - -.- ª pe eiçao. O qu e faz onr a ,em De u_s a nos dev e.g uia r é.e ste ·; ver o
qu e De us nel e dep 0si tou ,d-e
emos, rec onh e- bem , sob o· du plo asp ect o
1 Ps. XXI, 7. - 2 / nat ura l e sobrenatura:l ; ;admi~
Tomás. - 4 Mt X:X:VI R t II .2 ,, rá-lo sea i inv,eja nem ciú me
·· • 40 · - e 5r. Mt.
' ·' · - s Hino Adoro Te_, de
XI, 28. S!ln·to ; lan çar , ao contrário, um
, éu sob re os seus
·r 1 def eit os e escusá.:.los na ):n,e did
a do. pos-
'
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646 . · CAPtTU LO II DAS VJRTUD ES : MORAIS 647,

sível, ao menos quando nã0 estamos, por dever de estado para julgar o seu procedimentct,;· nem tampou co conhece a :me.:
encarr~gados de os reformar. · <lida da graça que Deus lhe oUitorga, elemento a que se deve
s das atender na aprecia ção. das acçõe&· alheias, julgando-'Ilos, pois,
. · Em . vittude deste princíp io : a) regozijamo-no -severamente a nós mesmos e não julgand o os outros senão
~i~tqdes, dos tri,1;1nfos do próximo, pois que tudo isso glo- ,com benigni dade, chegam os à persuas ão prática de que, afi-
rrf1~a 1-a Deus, dum omni modo . .. Christu s annunt ie- nal. nos devemos colocar abaixo de todos os outros.
t_qr • P.o demos, e, certo , deseJar · as suas virtude·s, mas · ·t tSO . . C) _Para connos co, ~is o princíp io que dev~
,então. dirijamo-!}os ao Espírito Santo, para que se .digne mos seouii- : sem deixarm os' de reconh ecer o bem qúe há
tornar- nos particip antes .delas ; assim se estabel ece uma em nó; para darmos graças a Deus, devemo s sobretu do
nobre emulaç ão : "consid ercmws invi~em in provocatio- çonside rar o que há de defeitu oso, o ,posso nada, a nossa
nf,m.,,. çarilatis et. bonoru m. operum '' 2 , inc1:tpacidade, o nosso peoe.Jo, -a fim de- fios conservarmos
• • • . - ·

b)' ·. Se virmos: o próxim o cair em qualqu er falta, em iiàbHu aJment e em sentime]Rtos .ele hl;l;milhação e, con.fusão,
nos _indigna rmos. oremos pela sua con-
y~z '"de .com .isso A 1uz deste princípio,. ma~ focilme nte prati catemo$ a
Yf rsao ·; ,e
digamo s sinceúu:nente :que, sem a graça de burn,ild1=1-de, .que se deve : est.~n.der- a:d hqmem ,todo : ao,
pe~s, ha\ería mos caído em faltas muito mais graves ain-· espíri_to; ijO coração , ao- ?Xterior. , · ...
qa (n.º 1129). · '
. . · á) A· lwmildad-e de ekpíri.fo, que · compre ende · prin_~
dpalm ente quatro coisas .; ,...., :; ,< . .,; . '
,y_ ;.1149. . c) É ist~ o . qQ~ n:os . permi_te· olharm o-nos
~Q~Q j,~/eri_ ~res ao~.1e mais '\n humilit ate supe,:iores sibi 1) Um~ justa desconf iaiii,i' dt( 'riós· :mêsmos, 'qti~ nos
invcr:em-ar.bctrantes ". Podem os, efectiy a_m ente, conside - leva a não e:icagerar os nossos .tal.ent()s, illas a ,bumilhar~nos
<le haverm.os tão. mal aprovei tàdo;:QS .qtte Nosso, ~enhor nes
r.ar:- ~qLrel!-Ido, senão exclusi vament e, o que há de bom <leu, É o conselh o do SábiQ: '-'.Não ,procures sabei'·'. coisas, mais
:vo~;outrQs e; o. _que há d~ _maq em nós. .
dific:u:ltqsas do· que as~,qµe :ptb.em tia· tu~ ~ap~~id~de;, e":1~-<?
. _Eis o \?nselh o que dava S. VicerÚe d~ ·P~ulo 4 . a seu~ e,specules as que são·sc;,bre ,as,:tuas . forças;' intelettua1s:, .alt(Drl!
disci~u los : . Se nos es(orça rmos por chegar ao conheci mento t~ ne qrit1.esie,is" 1 ; é o .que $ ;,Paulo ,réc!ilm.-end.a.vá·; a:os. Ro.miv.
de 'no~ mesmos; enco1;1trarem0s que em tudo quanto pensa~ n.os : "Em. virtude da graça: que. m.e foi , dada,,1P~ili -.tPd~'Ss:os
~ 0~ •. di,zemos -c,. i,azem9s, .quer na substân cia quer nas circuns.:. que .· estão entre vós que nãQ :-saibam <m.tis~-dan$.e.:il'.on~em
ta~Cl?S, e~tamos cheio_s e cerçàdo s de motivos de confusã o e -s,aher, Jllé\!i,qu e saibam com modera ção;. e c!!da um.ne m~~
. _d e~pn:zo ; e, se . nos não quisermos lisonjea r, · ver-nos -emos e . Jlledid,a .da fé . que Deus lhe teparttu :~; ..2 -n,oa,:,tt.ltCS r.fflp~tll
não soment e mais pervers os que os outros homens, mas pio- ,qvam oportet sed Sflpere ad_ $ol:,riet aterrí' .,; : c-í'.:.·:·:i use _1oq
res .d~ ·al9:um m~~ que os•'demónios do inferno ; porque, .se · 2) ·.. :No uso ·que fazemõs ·dos ·nc,s§bs· tãlentó.~ 0,~~~•!jf r~
~st~s _mfolrzr-s es~mto s fü,:essem à sua disposição. as graças e ,curar brilhar; nem atrair a estima dos hq_mens, mas··ser •tiffl~
:n:ieiÇ>s , que ,nos sao dados, para nos tornarm os melhore s fa~ fazer bem. _ . . . :;;,. ./ n,
~:.~r1
,del_es mil e mil vezes melhor uso do que nós". . , . · J?, ~ gqe recomen da_v~ · ~: ,,Yic~nte d~ Pau\o' 1
a.,~,e~ II_I,if:;
. .. ~uestI°,~ou~se, para_ exp_lica_r como é possíve l chegar a .sionáriós, f! acresce ntava_: Proced~ r. d_1versallle~t~. : e _ p~~~
esta ,pe:-suasao que,. em s1, obJectiva:mei:ite, nem sempre é con- gar...:se a sj mesmo e não ·.a: Jesus. Cristo ·; e· uma ,pessoa · que
for,IQe, .a .verdac!e. Notemo s,. antes de tµdo, que ela existe em prega· par.à buscar aplauso s e elogios, : paraº <!o~quistar: a es-.
~~os os. Santo&, _e_que, por conseguinte, deve ter fundam ~nto tima ou dar q4e falar , de ,${, . qu,~. faz essa •.pessoa?-.; .• Um
~ol1do. Esse_ f.undamento é o seguinte . Em face de si mesmo .sacrilégio, sim; um sacrilég io 1. P~is. quê ? :Servir~SE; ; da·.P,ªl~:
e .o h_ome~ JUJZ, e, quando se conhece a fundo, vê claranie rité vra .de Deus e das coisas diviqas, para àdquirir. honra e esti...
WWe mt11to culpado e qu_e _há ~!11 si muitas tendênc ias más • mação ?! Sim, é um saérllég io'!" ·, ' .
tl~rt~e e~~d~i _q~e se deve desp'rez an Quanto aos ; óutros: tt5t. 3) Pratica r a docilidade intelectual, suh,me~endo:
por~~• nao _e Jucz, nem o pG>de ser, visto .·não · ·c onhece r as
-t:os não 3Ó. às.deci sões .oficiajs:da lgreja; .mas aceitan do ate
Ei.tails r inte,p,çQes qtJe são um dos . ·elementos, ll!ais .essenci ais ,cordialmente as ·direcçõ es: pontifíc iàs;;.ain da .. quaildo :,não .infa"'
v.··/us· J;lud
er
'l, ,.I, IS.:- 2 • ~H~b~.
e'f · oct, spint. de· S:
~.21, -·3 .. Phil.
Vliu:ent, . p. 207·. . . .
I·I, 3. - 4 · ivtAYNAR~1
. : · , ;; , :: _ . 1 Eçcli, III, .22 • ...,., 2 · Rom • .XII, 3, ·. ., .

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CAPITULO II
DAS VIRTUDES , MORAIS 649
líveis, dizendo-nos que há mais .
que em nossos próprios juízos. sabedoria nessas resoluções: nam à humildade; vivenda sumptuosa e trajos ricos sugerem
facilmente sentimentos contrários a esta virtude.
4) Esta docilidade fará evita . b f' - 2) O porte, o andar, a fisionomia, o modo de proceder
sas próprias ideias b t r a o s maçao em n os-
dubitàvelmen te di/e~t redponbos controvertidos. Temos in- modesto e humilde, sem afectação, ajudam a praticar a hu~
mildade 1 ; as ocupações humildes, como o trabalho manual,
oisas I·1vremente
1 0 e a ra çar nas c ·
d iscuti d as O s•st ' o consertar os seus vestidos, produzem o mesmo resultado.
mas não é
d , . e~a qude· nos parecer mais bem fundado .
e Jus iça erxar a mesma liberdad . , 3) O mesmo se diga da condescendência que se mostra
t ros ?. · e aos ou- para com os outros, bein como dos sinais de deferência e
cortesia. ·
·:b) A humildade d -
1132·
vez de desejarmos a glóri
• · ª E:
. h
coraçao exige que, em
• nos contentemos
4) Nas conversações, leva-nos a humildade a deixar
falar os outros sobre as coisas que 0s interessam, e a falar
da cchdição em q as onras
f- pouco '1a nossa parte-: Sobretudo impede de falar de si mesmo •.
ue nos encontramo e de tudo quanto se refere ao eu : é preciso ser santo, para
oca Ita às funções· de . . I d s. e pre rramos a vida 2
reputat-i. Vai m . I esp ~ndor : ª'11;ª nesciri et pro nihilo poder falar mal de si sem pensamento reservado · · ; e falar
ais onge am a · escond t d bem de si não é senão jactância. ,......., Tampouco devemos, sob
possa - f azer amar e est· d e u o quanto nós pretexto de ht,1mildade, fazer extravagâncias . Como diz ·~'
somente nos post d rmar, de eseja o último lugar não Francisco de Sales 3 , "se alguns grandes sei;-vos de Deus
•• r . os O m"Qn o, mas até simularam ser loucos, pará .se tornarem mais abjectoi; _diante
recumve rn novíssimo loco .. i D . n~ sua estima :
. eseJa ate que a nossa do mundo, devem-.:se adirtfrar, mas não imitar; pofque eles
memqria p.ere.ca inteiram t . tiveram motivos para passarem a esses excessos, que •fües
. · · ~- · en e na terra.
Escutemos a s v·.
. 1cente de · Paul 2 . "N-
·. .. · foram tã_o particulares e extraordinários que ninguém deve
jam . ,:1 .
.. a1s. ançar: os olhos nem : fixá-1 . . ~ . . - ao devemos tirar deles consequência alguma para si".
nos, ma~~ ~plicar-nos a conhe . os no q~e .ha de bom em A humildade é, pois, uma virtude muitq . prática e
tuos?; _e ·e · ésse; um rand . _c:er o que ha de mau e defei-
Nem 'º dótn, de '·con;erte; itletol p.ara conservar. a humildade• santific;a,dbra, que abraça o homerq todo inteirélmente ;
lento. s' ex t eriores1: que·,há•' • em
as n.a· mas·.•-· nem ·t od os os outros ·ta- ajuda-nos a praticar as demais virtudes, sobr~tudo a man-
senão os seus 'portadores e co:s, sao :para ,nós; não somos sidão.
f ente condenar-nos: Eis- o mot· tudo isso podemos perfeita-
1sonj'ear: 1_1em comprazer -em si ;o por que ninguém se deve
§ III. .. A mansidão
·,
3

alguma estima própria · vend . esE;º• hem conceber por isso


por seu meio ; antes, ~e : d~v~ fue .
eus op~ra grandes coisa's . _1134.. Je-~ps Cristo associa justamente a inansidãoJ
porque é quase irnpossívél praticá-la i;em esta.
cendo-se por ~m pobr. . tr mmtlhar tanto mais, recdnhe- humildade,. .
·: -~ -ms upi~qto de que Deus se d"1gna . ~

Jançar mão''
- . ··
i
1 É o que explica excelentemente MGR. GAY, Vie et vértus, t. I,
1155.. e) A humz·Idª·de exterior - d - de l'humilité, p. 357-358.- • Há -um .hábito de humildade ext,erior em que
qU'E: a ffi9-nifestação dos ;s'e' ., . . .' . eve ser mais -~ªº . a alma sinceramente humilde conserva sempre o corpo. E um não sei
quê de moderado, reservado, sereno, que dá à fision9mia inteira e a
de-se dizer tamb , . . ntimentqs mten9res : mas po- ,· todos os passos essa beleza inefável, essa harmonia; esse :encanto que
reagem so1re ,as :m, que_l s ..aç_tos externos de humildad'e se exprime pela palavra modéstia. Modesto é o olhar, . modesta é a voz,
modesto o ri r, modestos são todos os movimentos. S. :-Paulo dizia '[Phil.
intensificar Não osdas . IS~osrções, para as robuste,c er e IV, 5): A vossa modéstia a _todqs se mostre, porq1,1e o Senhor está pró-
ximo!, Aqui está, efectivamente,. o segredo dessa arrebatadora e santa
panhá.;.fos d' , .
ds d e_ve~os, pois, desdenhar,·m as acom- modéstia. Deus está perto desta alma e ela jamais o esquece : viv_e na
por ~onsea~~t- veetabª teir9s fein~imentos de hurqildade e sua presença e opera sob a sua vista, na companhia dos anjos. bons •·
a er a a rn · · • ll <e Muitas vezes diz,eirtos que não somos nada, que somoil'à· mesma
• ª _ao mesmo tempo que 0
15 ,
c?rP?- . _ miséria e·o lixo do mundo ; · mas· quanto sentiríamos· que nos executas-
sem pela palavra: e · nos j>ííblicassem -p or tais' ·quais dizemos ser ! Pelo
l.) '
Uma habitação ·pobr · · · · . '
dos e . remendados; ; contanto. :~e
ve~t1o,s m~destos, meio poí-
am a esteJam..Jimpos; incli-
contrário,' outra~ vezeii' 'fazetttos que fugimos '.e n-os ·escondemos, ··para
que vão em nosso seguimeftto e nos busquem ; tomamos ar_es de querer
ser os -últimos a sentar-nos no fim da mesa, lúas com, o intento ·de pas-
sar ·mais vantajosamehte' •à cabeceira. A verdadeit'a humildade não mos-_
tra que o é e ·g asta :·pouclls · palavras de humildade•. (S. PR; DE SALES, :Vle
1 Lc. XIV, 10. - 2 MAYNARD Vi' dévote, IIJe P., eh. V).'-'-2 ' Vle dévote, l. c: eh. V.~s S. J. CLIMACUSi
1 ertus et doctrine, p. 21•8.
Scala, X.XVI ; S. FR. DE SALES, Vle dévote, P. III e, eh. Vlll; IX; J. J.

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_ ............ '-'.&...'-' • .11
DAS VIRTUDES MORAIS 651·
T ~ataremos : 1. º da sua naturez a . 2 º d . .. .
3. da sua prática. . ' · a sua excelenc ia ; do cristão; porque pressupõe nele o ahiqúila mento de
tudo quanto é próprio, e a morte a•todo o .inter-ess·e". .

.· '·· .E assim. acres~é~ta ele, ''a 'v~rdadeira mansidã o não se


encontra quase nunca senão na·s almas inocentes, nas quais
Jesus Cristo fez moradà' cóhtíriua desde a regenera ção sartta'':
Quanto aos penitenffcs, • não se encon_tra , neles a doçura.. em
j?erfE;ição senão rara~ent e, 'porquê' _muito P':)UCOS ~ àba]ham
tom suficient e energia e é:onstâi1cia em destruir•·os defeitos
que contraíra m. E assim, nos diz · Bossüet-' que No -verdadeiro1
sin&l d:a _i~(?cência oµ ço~~eryadíi ou· recup~ràda.é_ a doçura" •
· : 111s; · 21· 0 A fo~x.imà. ·utíltdad e dÍcl ·wiihstdãó é ·f az~r
teinâr a paz na _. almá, píiz cor:n Deus, , com ·o· próxiitti:i- e
connosco.
a) · Com ,Deus, porque nos faz aceit'ar ~odos b~ ·àçon-
tec:ímeti.fos, ainda ·os . mais desagradáveis,·,cóm paz .e sere~
nidade , como mei9s de progredir nas ·. virln~i;s, é sobr~
tudo· no ai:nor de'. Deus : :•sabemos, efectivaiheht.e, diz S.
Paulo, ·que 'tddas as cois'.as ·dónçorrem '. para: bem,' d·os ·que
àmâm ·a Deus: "diligentibils Deum 'omriíJ éobperantiir
1

2 · ; , .: •. ; • · .': • 1.
in boT].um" •
:) :·~)-, ,'.!,Çq~ ·.9 prô~i0,_o-.d;órq~-e/ pp~vepi~dg::~ ·refr~~nd8
qs. ,m.oYJmep.tos _ de, cól~rt1.; nos faz SllPQ!'til~iQª: d~feito11 _qp_
próximo, e nos permite rriaiiter c0m. ·ele ,boàsi ,relações ,-:ou
à:ó '' men~s · fic~r. isentós·' él~<:pertprbação inlér.iór. · ~é~u:tttis
$(tgi,tii:n ,'qortr~ '#~~- ;:: :;'-;\·.·. :._ / ·) ..·, ,:::~t/'?1:; i-.: •·_. \ '.,'.~Fi:,:-.:
0

:.

'. ·.: e) Para cbnnósco: qüahdo cdi:tiÊ:itembs-,'tlirrní·falta:·ou


um equívoco, não nos impacie ntamos nem irritami i ~; ;~,ié?
não · q.u~ r,os reprte~ndetnós' com , tr~nctuHididk e ~ ôtrtpat-
xãcr, . serh hos" ésp~ntartno's: das ' ho~sas ·faltáJ:, a'proveit ari:e
do.:.hós .da : expei'iê~'cia adqüitida.; . parai.-~e'rmós mais 'Vigi.i
lantes~ Assirti se evita: o def~ito- daquifo s·fqúe "te~do·-se
encoleri zado: se agastam de se- havetem à:gastado ; sé ~mo~
finam de se haverem 'amofinadci;-se':despeihitn 1 ·d-e:i.si:l ·ha:~
verem- dest:>eitàdo'·' .li. Assim se COhsetVEf>'. à. p·az, ·crt.ie: é um
~Ôs ·1~ri~:_rn~i~ - ►f~ci~f~r\1·· . :~;·/::: . .::;:-)~'\\' 1
/~ ~:} . :":' -~- \ .:: : :;~

,. - . .. . :<~ 1 h ·.\:., :~\., ,-_-;J :):, :.".i·..-. . ; ;·~ J.'\':, rr< ..•: r·;.rr:.., _·,
::~ : . .~1·:·
' ·-; _--.- -·'. :. <·: - 1 ,:<:.~;:.~·•,. ~ .s.:·: ..=- ··~.::.:_~ .:-b ·}b:.:!~:_, 1_.: r~1: :·:-;e>,~ :.::~::•
1
1
, ; . ·l. - Médit:-: sur /' EvangilBi --Sermo,n;,;Ul~ , Jour. ~ 0 -:l·,,R'i,m., YIL1, 28.
0

- S s. PR. DE SALl!S, Vie dévote, me p .: çl;t.- ~X( . c, 1._ !. .. - . '.


<_" - ; ; ; ; f
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- --iliiiiiiiiiíiiiiiiiiii-.__ ___
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652 CAPfTUL'o II DAS VIRT UDE S MUKAi::i

mas ao mesmo tempo


UI. Prát ica da virtu de da man sid-ao. Mal co com a espada, Jesus cens ura- o;
expi ar com uma trí-
perd oa-l he a tríplice nega ção e faz-lha
1139. 1 ° Os • . . . plice prof issão de_ amor.
tend o a cólet~ e d pn_ncd1pia~tes prat icam -na, comdba- 2) Além disso, acon selh a a man sidã
o aos obre iros apos -
o eser o ad. vmg ança h que não só a prud ên-
. .
0 s mov ime ntos apa i d · , l , em com o to os tólicos ; terã o a simplicidade da pom ba no meio dos lobos,
. xon a os a a ma ( n. os 861 -863 ) . cia da serp ente ; serã o· como . cord eiro s
. . f . . a face esqu erda a
.! 160: 2.º .. As almas adia:ntadas
atra ir a SI a man sidã o d J .. e. es orça m-s e por não resistirão ao mal, mas apre sent arãoo manto, a túnica a
quem os ferir na dire ita ; pref erirã o dar os perseguem .
nos ensi na . por pafa vras •e~ eexsus lrist
~, man sidã o que Ele entr ar em demandas e orar ão pelo s que
s culp ado s,
.A) : . : emp os
ncia
.
. . 116'.5. e) Aos pecad~res, ai~d a aos mai
s lrga tant a imp ortâ s _vê o men or ~inal
. Jesu
anu ncia da p I p fa esta vrrt ude que perd oa de bom grad o, tant o q:ue nele
qurs qu~ ela fosse_ · ·' · · • _:.
e OIS rn etas com o µlll dos de 1;m epen dim ento . • ·
cara cter es do Mes sias . m· a conl issão e con-
o çulr_nprimento dess prof e- a É' com infin ita délic adéz a que obté
eia foss e assi nala do ·p ~{osqEuevan 'peç ador à e ao bàm
ge rstas 2 vers ão da Sam arita na, perd oa ã mul her os justo s, senã o os
co . .d l d . ·. ladr.ão : porq ue Ele veio cham ar; · não
·d 1161. B) Ofe rece -se-senos . _mo _m~ e o essa , man - peca dore s, para a peni~ência. Gomo indo -a ao apri sco so-
bom past or, vai el'n
sr ão, con vi9a ndo -n, o s a
man so e hum ilde d cora çao - r sseu s d1sc 1pul os, porq ue · é
.. · busc a da ovel hà tresm alha da, reco nduz pela s suas ovelhas.
. .e . bre os omb ros ; dá até ·à próp ria vida ibas e Fa.riseus, é
. d a) Real;?:'?-. perf eita men te ~· id_ea ,E e mçi.nsidão tra-
Id . - Se por vezes fala · dúra men te aos Escr uportável, _impe-
.,ins
ça o pelo s. Pr9 fetas . Qua ndo re porq ue el~.s impõem aos ,out ros um jugo
s.
com .con tend as, ,f3.nimosidade ~ - gb
~ vang.elho. não é dind o7os a~l?iµl de ef:itrar no rein o d
, e Deu
de a sua mansi-
• esa l1im
_ ento, · sen~ o com . d) .l\té aos próp rios inimigos se , esten
paz e sere nida de. , rece be aind a o doce nome de
... . . dão : Judas, que O atra içoa s verd ugos e :pede a
1:.~e m brados, nem grito s inút . n~m pala':ras Qe cóle ra : amigo; e na· Cru z :ora o Red ento r pelo m o· que fazem.
o ru1 o pass a e nãó faz ben:i .Á.1s: seu Pai que lhes' perdoe, porq ue não sabe
suav es que não' acabará de . h' s~as ~ane1ras serã& tão
rafr. a . cana mei o' rachada 1164~ C) Para imitq.r a N. S:.JJsus Çris
to: a) ev·i~
n_em extinguirá ,a :mecha que ªq~ed 10 a wnega i t - a, f.aisca- vras ou acçõ es inju -
zmh.a de f.•e e amo r que rest a n 1 d , s o e, tare mos ·as disp utas , oS gritos, as pala
o peca dor. Para atra ir rmo s ôs tími dos. Es-
os h omens, não será nem tr· ª· a ma .turb ulen to : tuqo nele rios as ou ásperà.s; para · não afug enta
resp irará ama bilid ade, e con I~~e nem mal · corri mal '; por
les que estã o sobre- forç ar-n os-e mos por ná;o pag ar nun c:a
Carr eg!d o~ de trab alho s a :~ ará .·:que usca r ,descanso ~o seu não que brar ou desp eda çar nad a por
arre bata men to, por
. or~ç!io, . . ' irem
. '
· não fala r, qua ndo esta niós irad os.
1162• .I,) Pam com os a , [ · ar éóm •délic:adé zà a
d· d pq$ lo os : 1) o seu proc e- b) Procurare'mos, ao cont rário , trat
dim ento é. che IO ·
e oçu ra . t Ih se apro xim am; cons erva r pára•·com·_todós
a- es os d~fe itos, a todo s os que de nós c~s em e enfa -
igno rânc ta, a -rud eza . t t . , supo i:
.
do nos,
sem blan te aleg re. e afáv el, ·aind a quan
não . lhe~ rev~ Iand , ra ad:-osd· com toda a circ unsp ecçã o · dem, acol her com part icul ar . b~n dade os popr es, , os aflitos,
· o a ver a e s e u-~o gra dua Imen te. ·na os doentes, os pecadore s, os_ tími dos, as criap .fas ; adoç ar com
med.i d.a em ,que a pod I ·o s obri gado s a dar ;
pÍe . tem evar , eh . deix a ao Esp írito San to pala vras meig as as repr eens ões que som ndo até algu mas
o cuid ado de . com itude , faze
- ar a St,I& ,0 ra. pres tar serv iço com sant a solic etud o faze ndo- o com
Defe nde- os cont ra as - . .. .. . veze s mais do que se nos pede, e, sobr
m1ustas dos ..Fari seus se tant o for nece ssá-
que lhes expr ohra m o nã~c~sajçoes
; mas repr eend e-os a maio r delicadeza~ Esta rem os pron tos;
Je uare m a retri buir e a apre sent ar
quan do falta m à doçu ra a pequ enin os que s~ rio, a supo rtar um_a _J:?9._(~t~pa ..sem ar na direita.
, oti r; com qs qúem . ·nos esbo fete
c~mprimem à roda dele quer em cham ar fogo do a face esqu erda a
ceu sobr e uma cida de d Sq ando ( t6S. 3. 0 Os pe;rfeitos esfo rçam -se por
imit ar a do-
a ama ria. Qua ndo Ped ro fere a 1
rva M. Olie r : "Ele
. l P, ÓiEVR !ER L d' • ... _ çura do. mes mo Deu s . . segu ndo obse
x{, 54. - 2 Is. XLII, ·J-4; Mt. .'
XII, 17-21. - s .Mt'. 2J~ciple, p. 345-3 1 /11,troductioit, eh. X;
,...
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· CAPITULO •III
AS VIR TUD ES TEO LOG AIS -655
é a doç ura por ess ênc ia, e,
qua ndo que r tor nar uni a alm a - :.. E ·m
par tici pan te del a, de ta:l mo do se est abe
lec e nes sa alm a as vir tud es mo rais .d f~s~ da exo rta ·os Tes salo nic ens es a
que não teJn ma is nad a ,da car caridade e do capacE!t~ da
ne nem de si me sm a ; ma s revestir-se do arnez ª l
es a o ra da fé , O tra.balhó da_
b
est á tád a per,dida em .:Detis,,
no . seu ser, na sua vid a. na ·esp era nço 2, , e lou va .ne d .
ca-
. . ' J,,
sua _suh stâ nei a .. nas ·su as per "ri da d e e a Lrm . f- eza a esp era n ça s
·
Por opo siçã o :aó: ;
e a car i da de..per ....
feiç ões : de sor te que tud o
'qu ant o ope ra• é com doç ura ; carismas que pas sam , a f e, , esp era nça
a -
e até me sm o q~a ndo ope ra 4 . . .
com zel9. é__sem.pte :cçim doç ma nec em , · · ·· .
ura , por que a am arg ura e o .
aze dum e já. nã~> têm .. 8 2· o O seu p~p el . e; uru_r-nos a De us e Jesus a s;. ..
nhe 'à ·ten ham' eri.f De'. par te nel a, ass im com o é imp oss
us" .· '
íve l
e. 116
L ,.'
.ns o, pu ra. nos
,, . f aze r part· ·pa nte s da vid a .düv
1c1
. .
ma. ao,
,.. í t66~ "'C~~~liisão~ . T~1:minam·o~ '~qu ' . . . . . um tem·po . um·f.ica dora e transforma doras. .

ª s
m~-d~m!)-~Ja.~~ ~ongos, ã exp
t,_pa~.a não ser- · pois, f , ~.
) _ A~ sim a e une -no s .a De us ·verdad/3 in,iri,ita, e
.. .J:,. . ..
osi ção dás vir tud es car dia is. ·f a d. .
~Y·EI.as díscfrili;:iam, :~branda,m· ·_f3 ape rfe iço am "t .m
az-nos en rar e . comt.i.nhão com o pen sam ent ol w~no:
tod as as D
nos sas f acu ida des ,. sub me ten do- .
poi s µos d,él a con . hec er a eus com o Ele se rev e ou a s1
da von tad e; Ass itn se res tab ele
as ao imp ério da raz ão e ,. . . e ara par a a .visão beati'f-ica-.
ce pou co 'ª pou co m nos sa me smo , e por esse m.e10· os pr
alm a â ord em'. primíti.va. à sub
mis são ·d o cor po à alm a, . b) A esperança. une~nos aP De u rema beatitude;
us, s ._P, ., ._ l
.d as 'fac'uld ad~ ·{ iI?-ferior~~ à. von
.. • ! . - ... .. ,. . tad e: ".· . . . e lev a-n os a am a- o como bom
, l para nós ; por .e a espera.-
h) · Faz em mais ain da : não . som · eza e segurança, a feli .. cid ade : do c~u. be ~
ent e -su prim em os mo s, com,. f1 ~ , · ·.
. , . s · ~ra lá che gar ' l
obs tác ulo s à uni ão div:íha ,: sen com o qs me ios nec ess ;~º -. _l? ; .po r e a nos
ão· ·•qu e já co;neçàm ess a l
lihião. :Po rqu e'· a ,prüd~ncia, ·q~ e adq
uir imo s, . e já '·um a pre pàr am õs !i~- par~ :ª _p-osse p ena. ··da eter. nà: ·hem-av..ent u:.
i . ::
parttç~p~çao.,_d~ .iab ed~ ria .de. ran ça. ·_·_ _
D~ us, : ..~ _nos~a. justi_ça, um a
pà. rttc ipa ção . da sua jus tiça ;
a. nos sa fortaleza vem . de
·. · : . o"
e) . A. caridade une -no s ª . eubs 6,;dade :i'n{tntta: ·;• t:
Qe u~ e uqe -nq s {l Oe ~s ; .a nos ·· . . , ·l . , . h~ável -em si
sa temperança f ª?:~nos par - faz -no s am a- o • co mo inf.init ·El
am ent e om e · . 1
ticj par do bel o eq~fü¼ri9 : da ent re,• e e no, s um a san ta am1
h,~ on ia que nel e existe. me smo , · e es t a bel ece . ·. . , .d . . .da poi s com · ·
za0\e;
Qu and o qbecl-eC:~mo~ :aqs, /io.s .q , . onc ede viv er Jª a sua vi, . . . eça mo s·~
sos)~1,1periores, é a Ele .qu e
obedec,emos ; , a ç_q.stiJ,ade não
é sen ão · um me io de nos
ue
·. . nos l .e El . . ·. .
na ·s·
am á- o com o . .e se a~. .a ' .. I .-roes,... . . . -
mo .
. .. , .
. . . ..
·•
~pr oxi ~ar mo ~ =d~· su~ pur eza · . , . na
p~r fei ta; se a humildade . Est á virt ude com pre en d.e sem pre · terr a • · as.. . outri;ts ·
·m
faz o vác uo em nos sa 'alm a, é
par a a enc her de De us ; e dc.-as virt u d es t eolog ais . é por ass1 diz er, a alm f.
a, a 'for; ma
. . d, spe
,a .ma ns( ião n,ão .é sen ão .um a ou a vid ~ daq uel ~s v1r_tuf es, . de tal sor te ,qµe - ~ e ~-a e . ~
in~~in.P-De us. par tici paç ão da doç ura do . ·mórfas, .serii cái:ida~e; Assim
· · · : As sim pre par ada pel as vir
. . . ·
ran ça são imp erfe itas , m orme~e
z. Jê, .seg un~ o o test e~u nho ·elo s: Pau lo, não . é ..complfta,
tud es mo rais , vai -se ape r- sen ão qua ndo se mar_ufe~~ª- ,P am or e pel as ob~a~ . fi~es
5 • a
f'eiço·ar est a união. com ·o~ us
pel q uae per cari_tatem epe r~1 ur t . , t esp era nça não e perfo1ta
;t~rri_ \> pr:ó.pr,i,o :oe us por · ohi~cto. às vir tud es teologais. que -
sen ao qua n dº· nos dá :um..a~t'f' ego s o .
. da bem~aventura11ça do
. . 'd d. . .
· céu pela posse, ?ª .gra ça sat1 i i,cànt e e da car i a e.
. .. . . .
:=·· · , 6
-J: ; . CA PI TU LO UI ART. I. A VIR TUD E DA FE
.. : .·.-:
. · · · · ·· · · . :1 o a nature:za
A·s . virtude~ .te,ofoiJ~is •· T A
vam os exp or . ·
. . res .c01sas :f,•
··
d. ·,. ·. 3 º a sua: prática
da fé·.: 2.º 9
.
séµ pap el san ti LCª or , · . '. progressiv a: .. .
116 7·. · 1. 0 S . Pau lo me nci . ._ · · • . . . . , ; ...,.
ona as trê s vir tud es teo lo- . ; ·· ·
·· . · ·. .
·g:ais e agr upa -as tod as três com L- t II p 401-402. '. . · .
o três ele me ntõ s essenciais. 1 P
- •
P~AT,
La Théo[()gield~,.{s:•s l?t '3 ·..,. l
.i Cor.• XllCJ, _lt3a.te-:
da vid a cris tã, faz end o rea lça
r a sua- sup erio rid a9e sob re . ·_ i ' Thess.6
V 8
5 aal . V, 6. - II . Áuou
- s
s uu; . .
1#1NUS, Enc hirtd lon de ,...Fid . Spli et an
!
S. THOMAS, 11, 1 q. 1-16 .' JoANtiE.S, A S. THOM '
'
D~
.
fide ; .SuA~Eõ1\ De•

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656 CAPITU LO III
AS VIRTU DES TEOLO GAIS 657
I. Nature za da /é. verdad e não é intrins ecame nte eviden te, não é possível
Não podem os aqui mais que record ar sumàr iamen te a nossa adesão sem o influx o da vontad e que ordena à
o qu·e deixám os expost o em nossa Teolog ia dogmà tica e intelio ência estude os motivos de crer, e, quand o estes
m&al são ~~nvincentes, lhe manda ainda que dê o seu assen-
· , ,
timent o. E. como se trata ·dum acto sobren atural, deve
1 !
1169. l. 0
Signif icação na S. Escrit ura. A pala- intervi r a graça, já p ara ilumin ar a intelig ência, já para
1 vra /é. signifi ca indubi tàvelm ente as mais das vezes uma auxilia r a vontad e. É assim, afinal, que a fé se toma um
1 adesão da. in_tl!.[ig~ncia à verdade, mas funda d~ na cor~-
1
acto livre, sobrenatural e meritório.
Jíança : é clarq que; p ara dar crédito a alguém , é neces-
1
sário ter ,confia nça nele. . B) O objecto material da nossa fé é todo o com-
_ _ _
·A) No. ,Antigo Testam ento ~presenta~se:rios, ~ fé com~ . plexo das verdad es revela das,• tanto as -que a ra:aão de
virtude essencial, donde depende ·a salvaç ão ou ruína do form a algum a pode descobrir, corno as que pode atingir,
povo : ·''Çre_de em Ya~he h vosso Deus e sereis salvos" 1 mas que melho r c9nhe ce pela fé.
;
"se não cr~tdes, não subsistireis" 2 • Esta . fé é um assenti~ Todas estas verdades se agrupam em tomo de Deus e de
menio à pal~vra de Deus, ,ma~ acorop~mhado .de confiança, Jesus Cristo ; de Deus, na Unidad e da sua Nature za e na
de entrega total, de amor. - - -' Trinda de das suas pessoa s, nosso primei ro princíp io e último
B) No Testament~ Novo, é a fé de ·tal modo ·~ssencial fim; de Jesus Cristo,' nosso Redentor e Mediador, QUJe não é
que crer é profes"iiar o
crisflánismo, e não crer é não ser
cristão : "Qui credid erit et baptizatus~fuerit, salvus ·erit; qui
outro senão o Filho etemo de Deus feito homem, para nos
salvar, e, por conseguinte, da · obra · redentora e de tudo
vero non crediderit; co11dem.nabitur;' 3 • ,A fé é a aceitação quanto a ela se refere. Nós, cremos , ,por outros termos ,. o
do Evang elho, pregad o por Jesus Cristo e s·eus apósto los; que um dia havem os de ver no céu1 : H aec est autem .v~t~
supõe conseguintemente a pregaç ão : "[ides ex ,auditu" 4 • aeterna ·ut cognoscant te solum De.um verum et quem mtststt
Esta fé ·não' é, pois, nem uma intuição db toração; nem 'uma ]esum Christum" 1 . ··
visão din~cta ~'videmus rlunc,p er speculum, in aenigmate" · 5 ;
é:, ;u_r,na ades~o ,a }Im testemw.ih.o, .ade$ão livre e esclare t t7t. C) - O ob;ecto formal, ou qu~ comum mente
cida, se chama O motivo da nossa fé, é a autoridade divino
visto coµiq por um lado o h~mem pode recusar~se a crer, e
por oútro não . crê sem ·razões'; sein a . convit ção íntima de manif estada pela -revelação, que nos comun ica alguns dos
que Deus revelou 8 • Esta fé ·é acomp'arihada de esperança e segred os de Deus. E assim, a fé é uma virtud e inteira~
aimrfeiçoa~se pela. caridade;: "f.ides quae . per, ca.ritatem ope~
r.atur~' 1 • mente sobren atural, tanto no seu object o como no seu
motivo , que nos faz entrar em comun hão com o pensa-
_·:; :1170. · · 2.º'])efiidção. -·A fé é umá..:v'irtude teolbgal
q,Ú~ -!iryçliri~ -~- ~~S$,(L ·~~telig~nc.ia, ~ob"" e/ inf[l!,X.O ela , uôn~ mento divino.
tadé;.e·,da .graça, a dar .fi~~e -assen úment ;,_}1s ·.verd~des D) Muita s vezes é-nos propos ta a verdad e revel~ da
revela.tias, 'por causa ·da áutort dade de Deus, .· autênt icame nte pela ]greta, !institu ída por ·Jesus Cnsto
como intérpr ete oficial da sua doutri na; então; e.s~'li ver-
A:) ··1::: po,is,: 'àntes ·;d'.~ '-~i+4o um ~~to de,_ inteligê.hdà dade diz-se de fé católica ; se não há decisã o aiif~nt ica
pois se trata de conhe cer uma verdad e. Mas. como esta
. . ,, da Igreja, é simple sment e de fé divina. . .
,• · .
fide; ]. DE Luco, De virtute fidei dívinae ; SALMANT
ICENsEs, De fides ,
E) Nada mais firme que a adesa~ de f_ê ·: terido
Sf::AR4ME LLI, Ouide ascétique, t . IV, art. I ; BILLOT,
thesis IX-XXIV; BAINVEL , La foi et l'âcte de foi: HuGoN,
De vlrtutibus infusís ,· plena confra nça na autori dade divina , mmto mais que em
la foi,•-Mc it. 0AY1 :Vie ' etvérlu s, t, I, tt, .III j 'Là lumiere et
surrzat., t. I, p. 170-271 ; McR. D'HuLST , Câ'rême, CH. DE SMEDT1 Notre vie nossas própri as luzes, com toda a nossa alma cremos a
1892; P. }ANVlER, Carê-
mes 1911 et 1912 ,· P. ÜARRIGOU-LAGRANGE, De Revelatione, t. I, e. XIV- verdad e re,rela da ; e com tanto maior segura nça o faze--
-XV ; S. HARENT 1•Dict. 'de Th~ol. / au rnot ./-pl. . . .
1 li Para!. · XX, 20. ·- 2 ls. ,VII; 9. - 3 Mc5XV mos, quanto é certo que a graça divina' vem .facilita r e
I, 16; - _4 Rom.
X; 17.•'-' f> . l ,Cor. XIII, 12, - ô Phil. III, 8-10 j l ·.,Petr. III,, J?• -
'l • Oal., V, ·.6i'
1 Jo. XVII, 3. 42

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I 658 CAPITU LO III AS VIRTUD ES TEOLOG AIS (>59
fortific ar d -
1 o nosso assenti mento. E assim é u da nossa inteligê ncia e vem aumen lar-lhe tanto a acui-
da fé é mais viva e firme q I _ q e a aesesao ra-
cionais . ue a ac esao às verdad dad e como o campo de acção.
tl74. B) É também o fundam ento da vida esprrr-
li. Papel santific ador da virtuJe da /é. tual: esta compar ação nos mostra que a santida de é d0mo
um edifício vastíssi mo. elevadí ssimo, cujo fundam ento é
1172, A fé, assim ex lic d - a fé. Ora, quanto mais largos e profun dos são os alicer-.
mente deixar de desemp ª J;
a, ~ao pode evident e- ces, tanto mais se pode elevar em altura o edifício , sem
nossa santific ação . f den ar papel importa ntíssim o em nada perder de solidez . Importa , pois, robuste cer a fé das
. azen o-nos comun .
d
. ivino, é o fundam ento d ·d b gar no pensam ento pessoas piedosa s e sobretu do dos semina ristas e sacerdo -
Deus de· modo m mo .· t , t· 8;. ~r ~ so rena.tu ral e une~nos a tes, para -sobre esta ba-6e inabalá "el se pod~r levanta r o
m rmo. ·
templo da perfeiç ão ~ristã.
1175. 1. º É o fundamento da .d
.
, . nos~a vr a sobren a- C) É, enfim, a raiz da santidad e. As raízes vão buscar
turaI. Dissem os que a humild ad
no solo os sucos necessá rios à nutriçã o e crescim ento duma ·
base das virtude s e ex I- , e e consrd erada como a
árvore ; assim a fé, que mergulh a as suas raízes até o rp.ais
em que sentido ( n. º
1 138); a fé porém , /p redamos
h [d íntimo da alma, e que aí se nutre das verdade s divinas, for~
de, que, como ' • e o un amento da , .
nece à perfeiçã o uin rico alimento. As raízes, quando são
dissemo s f . d h ·dpropr m u m i a-
, or escon ecr· da do s pagaos
. f
-
, e, profund as, dão também soiidez' ~- arvore que .sustent am;
por conseg uinte é de modo assim a alma, consoli dada na fé, resiste às tempest ades espi~
todas ,as virtud . mars pro un o ainda funda-
mento de rituais. Nada, pois, mais- importa nte, para chegar à mais alta
. Para melhor o dar a e~om r
que comen tar as palavra
?J,firma que a fé é .
s
,
d: C~
.
d

ncr
~rI,· nãdo temos senão
ro e Tr.ento que
o prmcrp ro o fund ament o e a raiz de
perfeiçã o, que ter uma fé · profund a. .
1175. 2.() A une-no s a Deus e faz-nos com.~n-

gar no seu pensam ento e na sua vida ; é o conhec imento
... '.

to d a a justific ação e p . ' com que Deus se conhec e, empres tado parcial mente ao
"!iumana e salutis inifium , or frssodmesmo , d a sant·f· r reação :
homem : "por ela, diz Mgr. Gay 1, a luz de Deus torna-s e
justi/ic ationis ''. .· ' un amentu rn et radix fotius
a nossa luz, a sua sabedo ria a nossa sabedo ria, a sua
, ciência .a nossa ciência , o· seu espírito o nosso espírito ; ti.
A) É o princípio da s.alva - ·
terioso empreg ado por Deus çao, p~r~t~e e o meio mis- sua vida a nossa vida".
no modo como EI h para nos mrc1ar na sua vida Directa mente, une a nossa inteligê ncia à sabedo ria
e se con ece a Si mes . , d ,
.
parte a pnmeir a disposi ç-ao so1renatur a l mo , e a nossa divina ; mas, como o acto de fé se não pode fazer, seín
l
- d
nao po e . nem esperar nem , , sem a qua se interve nção da voritad y, tem esta a sua parte nos dítosos
tomada de posse d D amar ; e,. por assim dizer a efeitos que a fé produz em nossa alma. Pode-s e, pois,
e eus e das · d. . '
apreen d er o sobren atural . corsa~ rvmas. Para dizer que a fé é uma fonte de luz para a inteligê ncia,
, . e vrver dele e ef t·rvamen te uma /orça e uma consolação para a vontad e, um princíp io
necessar10_. antes de tudo co h ,. I0 .~ . ec
praeco gnitum "· or , ' hn ece- nd volitum quim de méritos para a alma toda.
, a, nos con ecemo -lo pe la · f,e, nova l uz
acresce nta d a ~l da
<
-
razao, que nos p ern11·t 1176. A) É uma luz que nos ilumina a inteligê ncia
mun o novo ' O mund o so1renatu ra I É e penetra r[ num
d e disting ue o cristão do filósofo, como a razão disting ue o
.
pio que nos permite d b . .~ como um te escó-
, homem do animal . Há em nós um tríplice conhec imento :
- d esco nr as dcoisas Iongmq
nao po emos ver a olh d
esarma est
uas que o conhec imento sensível, que se opera pelos sentido s ; o
, , . o O •
a compa ração ,
.
porem , e imperfer·t·rssrma porqu t ,I ,..... conhec imento racional, que se adquire pela inteligê ncia ;
trumen to exterio r, enqua~ to f ~ o e escopio é um ins-
a e penetra no mais íntimo 1 De la vie et des yértus ... , t. I, p. 150.

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660 . CAPITULO III AS VIR TUD ES TEO LOG AIS 661
;eI: nfée c&; ;\~1 :Sp irit _ua l ~u sobren · em Si e nos faz part icip ante s da
atural, que se alca nça sua via (n.º 8 188,.189); e,
I imo e mm to sup erio
então, de olhos fitos no auto r da
nos sa fé, que ao gozo e
d) r aos dois prim eiro s
..... V

ao triunfo preferiu a cruz e a


D Estendde o cí:culo dos nossos con humilhação, "pr opo sito sibi
fie.cimentos acer~ gau dio, sust inui t crucem, con fusi
e~ e eus -e as comas div inas one con tem pta" 1 , sentimo-
: pel -no s com cora gem par a leva r valo
tao pou ca - · a razã o con h rosa men te a nos sa cruz em
·d :, coISas ace rca d a nat ure za de De, ece mos seguimento de Jesus.
v1 a ínti ma ; pel a. fé, apr end emo d b) Põe -no s ince ssan tem ente 'dia nte dos
vivo d s que EI ~is e aDsua olhos a eter-
d
, que e to a a eter nid ade gera e e
amo r reCÍ ·um Filh um eus
d
na rec omp ens a que será o frut o dos
sofr ime ntos dum dia :
p, J!>ro
E co do Pai e do F'lh "!n Om enta neu m et leve tri.bulat
, 1 0 pro ce d e o, e que
um a terc eirao ionis nostrae aetern.um
-ess oa, o . spír gloriae pon dus operatur in noh is" 2
par a nos salv ar ito San to ; Ique o Filh f h ; e, com o S. Pau
lo;
filh os ad° t'. , e luo aq ue es ,qtrn o se ez ome m, dizer!lôs : "O s !lofrimentos do tem
crêe m nel e se torn am po pre sen te não têm • ·
h b. op ivos e eus ; que o Esp írito San to vem pro por ção com a glória futu ra, non
sun t condignae. pàs-
.ti: _1t~r em 1;1ossas alm as, san tific á-Ia siones huj us temporis ad Juturam 3
s e dot á-la s d gloriam" ; · como ele,
f~;a~1srr~o soh~e,n~turaEL . que nos
. mes e merrtor10s. . . tud o isto per mit
não é
e faze r acto s
.. , .
d; até nos regozijamos no mei o das
cad a um a dela s, pac ien tem ent e sup
4
trib ulaç ões , por que
orta da, nos ,gra nge atá
part~ das revelações que ,n~s fora um grau a mai s na visão e amo r
m feitas. mats que uma de Deu s,
>. l A1u~a-nEos a ·. pro fun dar e) Se por vez es sen tim os a nos
as ver dad es já con hec i- sa fraq uez a, a fé ..nos
d·'·as pe a raza
. o.I assim , q u8:n t o mai
. . .s prec isa
. e· per f· ·tà
reco rda que , sen do o próprio Deu
s a nos sa forç a e·ap oio ;
não
tura l éI a mor a eva ngé lica
·' com par ad . .. I er nad a tem os que tem er, ain da qua
ndo o mu ndo e o demó-
ª com a. mor a na- nio se coli gue m cqn tra nós : "Et
; _ J hciec e.st vid oría quae
, · Rel~ia-s ser~t;ã,o .d~ m·onte ~ N S J . vinc it mun dum , fidelS nostra" 5 •
logo desd e e oprin cípi o, pro clam .
bres , os man sos, os pers e uido s . ar b · _· esus Cris to ous a,
O É exa ctam ente o que apa rece
na tran sfor maç ã6 mar avi-
ame m a seus , inim igos ;r • . em ave ntu, rado s os po-
exi9 e que os s·eus disc ípul os
lhosa pro duz ida pelo Esp írito San
arm ado s desde esse momento da to na alma dbs Apóstolos ;
uma sa_ntidade interior, fund ad.s antx~ es e lhes faça m bem. A
san tida de que preg a, ~ão ~ma por força de Deu s, aqueles que
antes eram tímidos e covardes,
ava
xim o por Deu s. Par a . nos es/ '
dad e lega l ou exte rior , -~ encontro de toda a sorte de pro vaç nçam corajosamente ao
no amo r de Deu s e do. pró - ões, dos açoites, ,4os cár,.
mai s perf eito idea l Deu s e ceres; da pró pria morte, ditosos
xmu lar o ardo r, prop õe-r ios o por sofrerem pelo nome de
• Jesu s: " iban t gau den tes. . . quo
pare ce esta r longe· de nós as de
sua s perf eiçõ es . .. D niam dign i hab iti sun t pro
tSeu p,róprio Filh o e, viven,do Jce d _ , -e, com o eus nom ine Jesu con tum elia m pati " 6
E::x:emplo con cret o da vid a o ceu_ e faz- se hom em o •
a 1178 . . C) A fé é tam bém um a font
terr a. Par a nos dar . a for perf 1:1ossa vida , nos ofer ece um e de c01ísolação,
eita ~ue_ dev emo s lçva r na não som ent e no meio das trib ulaç
emp resa , não se con tent a d~a e cohn ões e hum ilha çõe s, se-
. . . sta~1cf1a nec essá não tam bém qua ndo pas sam os
rio vem v1ver em nós come amat e ar a rent e m· rias ·El
a tal
- pel a dor de iperder os
P
po_del.l)QS, pois, dar por des c 1s . ' as e pr<_>- nossos par ent es e amígos. Não
sua s graç as e virt ude s. somos daq uele s que se
prxo é a nos sa forç a assi m u pa
' ª·- nos sa fraq uez a ; Ele Não
co~ o e a nos pró -
entr iste cem sem esp eran ça ; sab emo
s que a. mor te não é
sa luz ! mai s que um son o, logo seg uid o
1177. Qu e a fé seja um prin da ress urre ição , e que
mos tr~ exc elen tem ent e o a~t or da cípi o de for a , troc amo s um a hab itaç ão tran sitó
ria por um a cida d~ per-
. . ·· . . Epf•stol a aosçH,.eebiº•
reuqu1e
s . man ent e.
· ; A fe . da-n os, efec tiva men t
fortifiç am sing ular men te a et • - ·· ·
Deu s fez e não . 2essa d f von ~º? ,ficç o~s pro fund ~s que
a e . -a) mos tra- nos o que
O que sob retu
do nos con s0la é o dog ma da Com
ção dos San tos : na esp eran ça unic a-
de nos ver ~os um dia reuni,.
eni nos sa alm a, par a -a :an~ti~~a~º~ dos aos que nos- deix aram . fica mos -lhe s unid os intim
nos, Jcomo viv~ e ope ra
' orno ame nte
esu~- nos mco rpo ra
1 Hebr. Xll, 2. - 2 II Cor.
1 Hebr., e. XI. IV, 17. - 3 Rom. VIII, 18. -
4 Rom. V, 3-5. - 6 I ]o. V, 4. - G
Act. V1 41,

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662 . CAPfTU LO III AS VIRTUD ES TEOLOG AIS 663

em ~risto Jesus; oramos , para lhes abrevia r o tempo de pro- 118'.l.B) Recitarão com humild ade e firme convic-
vaçao e apressa r a sua entrada . .
doravan te seguros da sua . . n_? ceuÍ e e!es, por sua part<>, ção os actos de }é, dizend o com os Apósto los: "adaug e
mente, para que nos vam ~1 optar ua sa valçao, oram ardente - nobis /idem''
1
Mas à oração, hão-de ajuntar o estudo,
.
os JUn com e es um dia.
ou a leitura de livros apropri ados, que os esclare çam e
1179. D) É , en f m , uma fonte de copiosos mérito .
a ) o act ; ., · · · . , s . confirm em na fé. Lê-se muito em nossos dias ; mas quão
b e, de /e !ª
por sr e sobrem aneira meritór io, porque
, poucos , até entre os cristãos intelige ntes, lêem:• livros sérios
su, met.e .9. autorrd ade divina O que há d e me Ih or em nos
~ . t I· A .
f, , t t . .' sobre a religião e a piedad e? r Não é isto uma aberra-
e. nossa m e rgencia e vontad e. Est
t· · , · ª e e an o mars merr- ção ? Tudo se quer saber, excepto o único necessá rio.
ona .quanto e certo que hoje está mais sujeita a nume-
1183. C) Evitarã o tudo quanto lhes possa pertur-
ros_os -ª~aque s e o.s qu~ con~es sam a sua fé estffeo em certos
pQ.r.~es exposto s a mais zombar ias e persegu ições.· ·bar inutilm ente a fé: a) es~ [ei,turas imprud entes, onde
1) Mas, além disso é a f · t são atacada s, escarne aidas ou postas em dúvida as ver-
nossos meritór ios, visto c~ e _que orna os outros actos dades da fé.·
tenção ·sobrenatu,ral e sem ;;1º
o -fªºdpo dem ser sem uma in-
~ graça (n.os 126, 239). O maior número dos livros, que actualm ente se publicam,
Ora, é a fé que, orienta ndo aux110
]fsus Cristo, nos· permite r~c~âss a a ma para Deus e N. S. não já sàmente os livros de doutrin a, mas· até os romances,
edr
brenatu rais; é ela tambén { que, esco rmdo-n embt~d o por motivos so- as peças teatrais contêm ataques , ora abertos , ora disfarça~
.
.'d a d e e a omnipo tênc·a d' . f
os a nossa m-. dos contra a nossa fé. Se não se anda com cautela, sorve-s e
capac1
para obter a graça. J tvma, n~s az orar com ardor, pouco a pouco o veneno da descren ça, perde*se ao menos .a
virgind ade da fé, e pode· chegar um momen to em que, aba*
lada por hesitaçõ es e dúvidas , já não saiba como se há-de
IlL Prática da virtude da /é. -defender. É indispe nsável, respeita r sobre esta matéria as sá*
bias prescriç ões da Igreja, que ordena um catálog o dos H*
-U-8~.
;e uma Sen~o ~ fé ªº mesmo tempo um dom de Deus vros maus ou perigos os, não as desdenh ando, s-ob pretext o
.lwre d. ~ ·d I , de que estamos _.suficientemente imuniza dos contra o perigo.
.d · · . , _q._ esao. . a nossa a ma. para nela progred ir
Em realidad e nunca o estamos ; Balmes, ·esse espírito tão
evr ef
tement e necessá rio apoiar- nos na oração e· nos .n~s~ profund o e tão bem equilibr ado, que tão engenh osamen te
~os _es or_ços pessoais. Sob este duplo influxo , tornar- se-á -ele fendeu a Igreja, obrigad o2 a ler livros heréticos, para o~·
. .
cl f e mais esclare cida e simples ma1·s· f·ume e operati va. refutar, dizia a seus amigos : "Vós sabeis se os sentimentos·
V · I- . . · e doutrin as ortodox as têm em mim fundas raízes. Pois bem,
<d am_o~ ªPr rcar. este pnncíp io aos difererÍtes ctraus da
vr a espmtu a . º não me sucede fazer uso dum Hvro proibido, sem sentir a
necessi dade de me retempe rar na leitura da Bíblia, da · Imi-
1181. , 1. f, .0 s
0
· · · f · · tação ou de Luís de Granad a. Que hã-de acontec er a ~si;a
. I·d pr1nc1piantes es orçar-se.ião por con-
so r ar a sua e. • juventu de insensa ta que tudo ousa ler sem preser:vatiyo q~
d d.om. experiê ncia? Aterra- me só esta ideia!" A mesma razão nos
A) · Darão graças a De que deve levar, evident emente, a fugir do trato cóm os íncrédu -
e· f d . d us por este gran e
. I
o un amento e todos os outros e com tod los ou das suas conferê ncias.
repetirã o a palavra de S. Paulo . "(' t' D a a a _ma
b) Evitarã o outross im esse orgulho intelectual, que
no.rrabili dono. ejus" i E. ta t . "!ra idas eoserão super me-
. . n o mais ar entes essas tudo quer abater ao seu nível, não ace,tan_do senão o
graças quanto maior é o número de . ,d I d que compre ende. Lem1ra r-se-ão de · que· há ·acima de
vêem rodead os . Hão-de . mcre u os e que se
.· d · pdors, orar, para obterem a .0crraça nós um Espírito infinita mente intelige nte· que vê o que a
·t d ·
nossa fraca razão não p~de alcança r, e:que nos faz uma
de. conserv ar esse · om a
ca. . . . . - . . . . ·. . espe1 o . bs perigos que º!l cer-
m: , p~nsar a9 oµtross rm em implora r o auxílio de Deus grande honra, manife stando- nos o seu . · pensam ento.
para a conver são dos m · f- -. hereJes
rers ,
. · e apóstat as. Quand o chegam os, pois," a averigu ar: que Ele falou, a
1 // Cor. IX, 15. J. Ba/mes, p. 44.
1 Lc. XVII, 5. - A. DE BLANCHB•RAFFJN 1

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AS VIR TU DE S TE OL OG
AIS 665
ún ica po siç ão rac ion al
é ac olh er co m gra tid ão .
me nto de luz . Se nos inc esse su ple - mentas, ex1~e a pru dên cia que se con tin ue a ade rir '1: .essa
gé nio qu e se dig na co mu
lin am os dia nte du m ho
me m de ve rda de , ate que a luz ass a dis sip ar as nu ven s : a d1hcul-
nic ar- no s alg un s dos seu d de nã o d~strói as proP - faz sen ão mo str ar a
Era-
cim en tos , co m qu an lo s co nh e- va s ; na o
ma is co nfi an ça no s nã q~eza do no sso esp írit o.
inc lin ar dia nte da Sa be o de ve mo s . . -
do ria inf ini ta. . 2 º As alm as ad ian tad as pradtrcafr_
11 86. .
t 184. D) Qu an to às ten
taç õe s co ntr a a fé, im po me nt e ~ fé , ma s ..
f, .
o espírito de e ou a v1·da e e . ust us
n ~aJo so~
dis tin gu ir en tre as qu e rta .. 1 .
pe rm an ec em vagas e as c.u tem ex }ide viVLt .
um ob jec to preciso. qu e têm ·

a) Qu an do são vagas, co A)
.
l_.êem co m a mo r o .'an . .,
to Evangelho, ditosas po r
mo est a : Qu em sabe . N S Jes us Cr ist o pa sso a pa sso , po r sa bo
tud o isto é verdade?,.... se seg mr em a · · , . .-
., é repeli-las, <;qmo se eQ as ma xim as. po r arn 1 ~irarem os seu
s exem-
mo sca s jm po rtu na s. xo tam rea rem as. su n
d . J sus co me ça a tor na r-s
plos. pa ra os rep ro uzi e
1) Es tam os· de po sse rem t. e ela s bu sca m- no na s suao
pri ed ad e em bo a -e,l egí tim da ve rda de , temos títu los de pro - d pe ns am s
a ma is, em ou tro s mome a forma: iss o nos bas ta. 2) De ma is
cen tro os seu s lh
lei tur as e t ra ])a d en .osnd; oe co nh ecê -lo me lh ot
os, eseJa pa ra
fé se· ap oia va em ,ba ntos, vim os cla ram ent e qu e a no ssa me lho r O · am are m.
ses
po de m pô r em dú vid a cad sól ida s: iss o no s bas ta. Nã o se
nas. coi sas da vid a, ord iná a dia. ve rda de s um a ve z pro va da s ; 18 7 B) Ha bit ua m- se
a en ca rar tud o, -~
das , ne ssa s-i de ias lou cas ria , ninguiém se det ém ne ssa s dú vi- 1 , . d fé . coisas pessoa julgar
mo s dir eit os pa ra a frente qu e no s atr av ess am o esp íri to; va - tud o a luz ª ·s, àco nte cim en tos .
1 ). V em em tod as as o b · d.. .
ou tro s ma is int eli gen tes , e a cer tez a vo lta depois . 3) En fim , A

e ras ivm as a mã o do Cr iad or, e


' .:.
qu
con vén cid os de qu e ela s e eu crê em est as ver dad es, e est ão . . ''l se fecít nos et no " 2 • ,
ou ve m- na s rep eti r· P n ipsi nos , e
est ão bem pro va da s ; sub . d t
.seu juí zo, mu ito ma is sáb me
io do qu e o desses ex tra to- me ao ... e, po is , qu, e- ad mi ram po r to a a pa r e. 2) As pesDsoas,
El
qu e sen tem um pra zer
ma
pe la ba se tod os os fun dam lig no em se singuJarizar, mi na nd o
va ga nte s
qu e as cer ca m , app are ce m- lhes co mo im ag en s de eus,
bo m sen so ·aj un ta- se um ent os da cer tez a. A est as raz õe s de f i·lhos d o mes mo ai cel es te, i·rm~aos de Jes us risto·.
e
incredulitatem me am " 1 . a ora ção ': "C red o, Domine, ad juv a 3) Os acontecimentos, qu e
pa ra .º
s inc réd ulo s são mm.tas
ve zes tão desconce~ta~
t d or eles à
118.5. h) Se as tentaç.õe t~s, são ;:d :p: eo :d~ ~a ~~
s se ap~esentam de mo luz de ste gra nd e prmcx - p~ ra ?S
preciso e alv eja m: um po nto do pw
pa rti
cu lar , de ve mo s co nti nu esc olh ido s , qu e os be ns , qu e l - dis tri bu ído s erri
a cre r fir me me nte ,
pois est am os de po sse ar e os ~ª- es sao
da ve rda de ; vis ta da no ssa sal v_a çã o
ma s ha ve mo s de· ap rov eit ar a pri me ira oca e perfe1çao .
siãO', pa ra elu - .
cid ar a· dif icu lda de ,. qu 188 . C). Ivlas so bre tud
er po r me io do est ud o 1 · o se esmera)m em ~r':?~
d~rs
ter no s 1n tel igê nc ia e do pe sso àl. se t do confo rm e os prm . , . d fé . 1 ·os seu
cu m~ nto s à no ssa dis po e!?- . u c1p10s a s JUtZv
siç ão , qu er . , . h. , ,
fun ~a m- se na s maximal do Ev an ge l o e na o na s d. o
co ns ult an do um ho me m . - . .
ins tru ído qu e no s po ssa s .
a res olv er ma is fac ilm en
te o pro ble ma . Ac res ce
aju da r d .
mu n o . 2.)- . as su as pa a.vras sa
- o ins pi~ ~das pe lo espírito
ora çã o ao est ud o, a do cil nte mo s a . t- e 1 , ·t mu nd an o ; po rqu e co n f·on na m
ida de à inv est iga ção lea cris ao na o pe o •espu1 o
me nt~ n.ã o tar da rá mu ito l. e ge ral - l . , os triu n fan d0.· ass im
. . do
a sol.u çã o. as su~s pa a vra s co m os seu s JUI
. 3) as sua s Zacçõ,e ,
~ ap ro~ im am -se ,. o
g necessáriÓ, con tud o, ad
luç ão far á àes ap are cer ve rti r que nem sem pre ess
tod a a dif icu lda de. Há a so-
res pe ito ~uml
ma is possiv.e , as e d
ª:J° , d N S .Jes us Cr ist o.
qa e se co mp ra- ,
ob jec çõe s . his tór ica s, crí mu
tic as, exegéticas.;, q;.:e nã ita s vez es t -· · . é qu e ev ita m deixar
resolv,idas ~e!lão po r lon o po dem ser ze m em oml ar po r mo e 1o e ass im .
-s·e
go
que, se um a ·ve rda de est s an os de est ud o. g ref lec tir en tão arr ast ar pe os _ex e;n p l.os d~s mu n'd an os. Nu ma . pa la~ ra vi-
á pro va da com bo ns e .. . . . , .
sólidos arg u; .i ve m da vid a da té / .
1 Me, IX, 23.
1 Rorn. l, ·17 • _ 2 Ps. XClX,
3.

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'-,l'"\.l'll UL O III
AS VI RT UD ES TE OL
OG AI S 667
1189. D ) Es fo rça m-
se . en fim . po r propag b,
no de si esta /é ,de qu e es.tão pe ne tra
ar em tor- . B) M as há tar o em u~ es pe ra nç a sobrenatural,
orações, pe di nd o a De do s : 1) pe las su as a da s di fic ul da de s da
us se d ign e en vi ar ob qu e su ste nt a O cn.s tão T no me w sal-
tólicos , pa ra tra ba lh
ar em na ev an ge liz aç
reiros ap os - -
va ça o e pe r e1çao. f . - em por o Je .b·· cto tod a'S as ve r a des
d
à vi da ete rn a e ao s
he rej es : " Ro ga te erg
o Do mi nu m messis ut
ão dos infiéis e re ve lad as qu e se refere meios d_e a
fm d
rios in me ss em su am 1
" ; 2) pe los se us ex
mitta.t opera- co ns eg ui. r; e, como se un a no po de r e bo nd ad e divina,
pr in do tão pe rfe ita me em plo s, cu m- te m fir me za i.nabaláye . .
nt e tod os os se us de ve · · l.
;
!
' qu e as tes tem un ha s res de es tad o 2 º El em en to s es se • • . S 1·
e an a tsamos
da su a vi da se se nt em 11 91 . nc nn s.
j~ ita r ; 3) pe las su as
palavras, co nf es sa nd o
lev ad as a os . d ·, mo~ qu e .en . três ele me nto s princ . .
co m simplici- es ta virtu e, 'e · ce rra 1pa1s:
da de . ma s se m res pe ito
hu m an o , qu e en co nt · a) O amor e o dese1.0 . d b m: só'brenatural, isto e,,
.energias pa ra f az ~r em ra m pa su a fé •. . o ,.6 . .
sq as pe na s ; 4) pe las
e>· be m e co n; ol aç õe s
no me io de de De us , no ss a su pr · · . be m- av ,en tur an ça .
em a . to . o desejo ~a
su as obras, co nt rib ui Ei s a ·génese deste .s.e
su as ge ne ro sid ad es , sa nd o co m as nj:imen . . ó Deus· pofeliciqade é
un ive rs~ l; ora, a fé mo
tru çã o e ed uc aç ão mo
crifícios e ac çã o pe ss
ral e religiosa do se u
oa l pa ra a ins- nossa felicidade;· amam stra-n~~ 1:i:ni de fazer a
a fonte da nossa ·_bea~
3. Os pe rfe ito s,
0 pr óx im o. titude. É um amor ~~o~lo, PC:f8' mas so br en atu tal , pois se
dim en to, aperfeiçoam cultivando os dons de ciência e enten~ dirige a De as co~hec1 teressia ofé Como este 'b~m é difí~il
tra tar da via un iti va . ainda a su a fé, como explicaremos, ao do
ele ~lcançar~ exper11D;en pe . st~ tiv ain en te tei;n~~ de o nao
i; atingir ; e e p~ra . trm tf~9Je~~e temor qtre .intervem um se,
na fundada .de o obter.
ART. II. gundo e1emen t°~· a esperança .
A VIR TU DE DA ES PE
RA NÇ A h) Es ta es pe ra nç a na ', f d
_ vid eri tem en te, em
De sc re ve re mo s: 1. 0
a su a na tu re za ; 2. 0 no ssa·s pr op , . f ., qu eosa~eo raund1c · ª·1 :e nt e ins uf ici en tes
na s orças , a
au xíl io da ·sua
sa nt i/i.ca do r j 3.~ a ma o se u pa pe l . nó .
ne ira de a praticar. pa ra al ca nç ar es t e .be m . ma s em eu s, D
.

. . ·. .
, .
. m os to da s as gr aç as ne -.
J '
orrinipotên. cw . e. de le qu e es fpe.ra;.,
· t':<
I. Natqr.esa da esp era 2 ce ssá ria s pa ra ad qu iri ·
ne stà vi da e a salva -
nç a •
r - a per e1çao
i ! . 11 90 . 1. 0 Di ve rs os
se nt id os . A ) N a or de çã o na ou tra .
ral, a es pe ra nç a de sig m na tu - .. . · colaboração ; do nd
na du as coisas : um a e) M as a gr aç a_ exige e
se nt im en to . pa ixã o e um a n~ ssa lso ·um sério
um ter ce iro el em en t o . um certo im pu , esforço
. . t ·l· ios de salva ça- o
a) A es pe ran ça é, pa ra te n der pa ra D us e u 1 1zar os me
(n. 0 787) ; é, nesse sen com efeito, uma das onze pa1xoes e E ,
q1,1t,,tende pa ra um be tido, , um mo vim en to da sensibilidade, po sto s ao. . nosso a lca nc e sses es f·orços dev'em se r tan to ·
m s~ ns íve l au sen te, , • . . t ma is elev a do ,
ma is -~nerg 1cos e co ns tan tes . qu an ᥼ e o
çar, mas nã o sem dif
iculdade. L) É tambémg.ue se pode..alc an , ·· ·
ios mais nobres do co um dos se nti me n, ~b jec t~ .da no ss a esp .
be m ho ne sto ausente, raç ão humano, que se dirige pa ra o ~r~n~a. E ha rm on
ia co
op õe m à sua aquisiçã a despeito das dificwldades que se H 9l ~ 3 .° De find1ç ao . m
m o qu e
l f· ·r a es pe ra
gr an de pa pe l ,na vid o. Es te sentimento desempenha um ac abam os de dizer, . po e-se a'e mi nç a: um a uir. -
na s suas empr_esas difa hu ma na ; é ele que su ste nta o homem
f
tu de tedloga l qu e dn. os az ese1ar a De us
d . co mo nosso .bem
mareante, quando pa rte icultosas, o lavrador,
pa ra uma viagem longín
qu an do semeia, o . f·
su pr em o, •e ag ua rd ar co m trme co nf ia nç a. · por ca us a a
• . •· d
ca do r e o in'dustrial,
qu an do se Iançani em qua, o mer~ bondà.de e do po er d'· . b m- av en tu ra nç a etern
a e
algum negócio. LVfnO, a ' '~ . '
. 1· :M t. IX, 38. ob jec to da no ss a es pe . .
sob ret uà o Ca eta no et- · 2 S. THOMAS, I!, il, q. 17-22, Come ran ça . . . . . l
João de S. A) . O ohjecto primário da no ss a espe-
SAL ES, Amour de
u, I., II, eh. XVTo má s; SúAREZ de Sp e; ntadores, e. esse~c1~ .
Cu o. 8IL LO T1 op.Dle -XV 1 S. FR. DE
cit., th. XX V- XX II ; ScA R.AMEL ~I, op. clt., art . II ; , ·, . De us · em , bem-aven~
ra nç a e o pr op no qu an to e ª no ss a : -
SMEDT, op. cit.,
t. I, p. 272-364 ; Mo X; MGR. ÚA Y, t'; I, tr. V; CH. DE .· ' t ssu ído pe la v1sao mt . ,
VIER, Carême, 191
3. R. o'HuLsr, Carême, tu ra nç a ; é De us ·ete m-
1892 ,· P. JAN• rna d~~n- e PP or qu e co mo
tiv a e pe lo am or se . diz Cr ist o
m 1v1sao. , . .
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668 CAPITULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 669
Senhor Nosso , a vida etern , h .
de Deus e daquele q·ue Ela e o. con ~cimento, a visão faltam dois elementos essenciais à felicidade, ,-, a perfei-
vz•t a aeterna . 'ut eognoscant
· e envwu [ ·· Hae c es t autem ção e a duração.
.. · te, so um De
que.m nusisfi ]esum Christum" i lvf um v::rum, et A) Nenhum desses bens é assaz per/eito para nos
mos alcançar este object . as, como nao pode- satisfazer : depois de nos haverem deparado algt.ms mo-
igualmente por objecto o sem o . socorro da graça, '!!em mentos de gozo, bem depressa produzem a saciedade e o
Iios sobrenatura is nece ~ ~ossa esperança todos os auxí- enfado. O nosso coração é grande demais, tem aspira-
. · · ssarios para evitar d
cer as tentações e adquirir as v ·rt d . . o peca o, ven- ções demasiado vastas e · elevadas para se contentar dos
mo os bens de ~rd t II u es cnstãs, e até mes- bens materiais, que não passam de meios para chegar a
, · · · · em empora na med·d
• , • ª r' - um fim mais nobre. Tampouco nos bastam os bens natu-
uteis OU necessários à ~OSS . I af em qqe são
· sa 'laçao e pet eição. .
rais ·do espírito e do coraçãô : a n·ossa- inteligência jamars·
tt9'.5. B) Quanto ªº motivo e . . se dá por satisfeita ·sem o cor;i.hecin;iento da causa pri-
nossa esperança depend d . m que se apora a
meira ; e o nosso coração, qµe busca, um amigo perfeito,
mos esta vtrtud•e:,. a) s e o asp~_c t9 sob o qual ~ncara-
. · · e se pensa co E t não o encontra senão em Deus. Só Deus é a plenitude
acto · principal é :o dº·"'e • ' · m sco o, que o seu
. ..., /O ou o amor de D ·d d
cons1 era 0
do ser, plenitude de beleza, ·bortda:de, poder '; Deus, que
como nossa felicidad e, o .mo t·1vo será a eus, b d se basta plename.n te a Si mesmo, basta evideriteme pte }l
·· ·. 1
connosco; Lfs~ se opih.a
. .
S r:sua, onaa e pa~a
. , , com anlo amas q . ,. noss~· felicidade. Tu,do . está em o aléapçar,;- qra~é-_ preci-
ra!)ça consiste essenciaim ent . , ue a espe-
o deste bem samente , a esperança que no-lo mostra inclinando~ se para
1 difícil de aicanç.a r q · , • e na dexpectaçã
, · ue e a posse e D Ieus, o mohvo . nós . a fitn de se nos dar; uma vez que isto compreend e-
1 ? .auxiIio omnipoien te d e D eus . que s·erá
m9,s , desapegam -se dos be~s 1 terreno~ os nos~bs éotaç<'fes,
·a1·mas,· as arr~nca aos ben d t , . elvant a as nossas
,/1/ , . na- s a erra e as feva para o ceu. para , se lançarem para .Qeús, como o ferro se lança para
·
As promessas divinas •
,
A
.
A _ .
o vem s·e. nao con . o iman:
1 d esse auxílio.
i
· . . irmar a certeza
:t19S. B) Mas, ainda quando os bénid~rten os rios

j Pode-se, pois, dizer que o motivo ad d


:bast~ss~m, não duram mais que um instante e dépre~sa
mente a bondade ~ omnipotênc ia de . De:~~a o é junta-
nos escapam. Bem o sabemos, e i es_te pensament o . nos
perturba a alegria, aindu quando os possuímos ; Deus,
II. Papel Ja pelo cor:i.trário, pennanece eternament e; e a morte, .que
e~peranfª em nossa santificação ,
nos separa de tudo,, não faz senão unir-nos mais p ert~i-
j AA esperança contribui para
tres maneiras principais . 1 º
•,. , • .o"une-nos a
·f·
a nossa ·saDntr reação, ·de
eu . n o d,
tarnene ao Sumo Bem. E assim, não o·b sfante o horr~r
natural que ·e la nos inspira, vem·o~la ·aproxim;ir-se · com
/ ef icacia as nossas oraço-es ,.... , .
.:>,,, ,e um prm , · d
s, ..:.. a
1
d a d e fecunda. · cipio e aclivi- confiançà, 'graças à esper~nç!l que temos de nos irmos
unir µ·ara sempre com •J Unico que pode · fazer a no~sa
I 1194. i.º Un~-nos a Deus d ,· felicidade. · ·
1 bens terrenos Somos I·1 1. ·d· · ' esapegando -nos dos
·· · a c a os pelos prazeres sensweis , 1196. 2. 0 Ê ela também qq.e, junta com a humil-
pe las satisfações· do Ih · · . .. f . n~s.
j orgu O pe 1a ascin - d
en f~m ;pe Ias alegrias naturai; se b . açao . a riqueza,
' dade. dá e/icácia às nossas oraçoes e
mesmo todas as graças 'que necessitam os..
obtém por isso
.
!
esprrito e do · coração
.
. mostra-nos
o .. em 1u~ mais puras, do
· . . ra,i, a. d esperança ._A) Nada mai; enternec~d o·r. que_ ~s· insistentes .expr-
f e, vrva, ' .
· · d
, apora a numa
---,--·- . . que a to as essas alcegrias terrenas tações da Sagrada Escritura à confiança em D~us . O
1 Jo ..XVII, 3. Eclesiástico resume nestes. ,termos a doutrina do Antigo
1"1esfoinento : "Quem jamais esperou no :~~_n hor é foí cpn~

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0/U CAPtTULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 671
fundido ? Quem permaneceu fiel aos seus preceitos e foi
rado, e sustenta-nos os e~forços, até podermos chegar ao
desamparado? Quem o invocou e não recebeu dele se-
fim desejado.
não desdém 7 Porque o Senhor é compassivo e misericor-
dioso :, Scitote quia nullus speravit in Domino et con{usus h) Aumenta-nos as energias pela perspectiva /uma
est. QrLis enim permansit in mandatis ejus, et derelictus - se avantajará muito aos nossos es orços.
est,- aut quis invocavit eum, el despexit illum ? Quoniam - rSeconipensa qud O undo trabalham com tanto afã, para
pius et misericors est Deus, et remittet in die fribulationis
_t;1.,· adquirirem
e as pessoas m d -
riquezas perece 01ras, se os
atletas se conde-
f f .
peccata '' 1 •. ❖º- nam a :exercícios de treino tão penosos, se az~ml es orç~s
B) Mas é sobretudo no Testamento Novo que brilha
, ! deses erados para ganharem uma coroa corruphve, quan o
..
em todo o esplendo-r .
à eficácia da _confiança.
t':risto Senhor Nosso opera os seus milagres em favor
l ) ~. mais ~ão ·devemos nós trabalhar e sofrer_ por _um~ _coro~
r. . 1morta
-. --~ . l ri.r "O mnis. autem qui in agon~ ·contendit
·b·l a6 omm
dos que nele têm confiança. Recorde-se o seu proceder para
. t bus se a bst·me t . Et illi quidem ut,, corrupti, -i em coronam
com o centurião· 2 , para com o paralítico que, não podendo accipiant, nos autem incorruptam 1
acercar-se do Senhor, se:faz baixar pelo tecto 3 , para com os
4
cegos de Jericó , para ·com a Cananeia 5 que, por três vezes 1198 Dá-nos aque la coragem, aquela constância d .
duramente repelida com desdém, não se cansa de reiterar a ·
ue a certeza do triunfo pro duz. Se nao
- h. -~' ~a a- mais
h,
súplica, para com a pecadora 6 , para com o leproso que vem des~nirnador que lutar sem esperança da vrtorra, ':ªº da
dar graças a quem :o curou ·1 • Demais, como deixar de ter " _. que nos esforce comod'a segurança o
confiança,, se Cristo Senhor Nosso em pessoa nos afirma na~d a ao con t rano,
com autoridade que tud<;>, quanto pedirmos ao Pai em seu . 1· O é esta a certeza que nos a a esperança.
noine nos será concedido: "Amen, amen dica vobis, si quid
trmn
· · o. d ra , t po derosos a l·ia dos : Deus· ,
ôs
Fracos e nos mesmos, em S ( os 188 189)
petieritis Patt'em in nomine meo, dabit vobis?" 8 AqUIÍ temo,; Jesus Cristo, a Virgem SS.mª e os antos n. - .
o segredo da nossa força : quando oramos em nome de Jesus,
isto é, confiando nos seus méritos e satisfações,• o seu sangue . . or nós, quem contra nós ? ,,Si Deus
DeuiS está
Or~, se . p 7" 2 Se Jesus, que venceu o mundo
orações. mais ·eloquentemente
advoga · · por nós que as nossas pobres pro nobrs, quis contra n?s . comunica a sua força divina,
e o demónio, vive em nos e ?ºs m Ele 7 Se a Virgem
' C) Por'outro lado, nada há que tànto honre a Deus não estamos seguros de triunfar ~o infern~I n~s SU\Stenta
Imaculada, que esmag~m a se~en neão obter~mos todos os
como a co'nfiança : com ela proclamamos o seu poder e com a sua poderosa mtercess~ , . de Deus oram por nós,
bondade, e Ele, que se não deixa vencer em generosida- 'l· · d · · is 7 Se os amigos .
aux1 tos eseJave . . licas nos não dêem abso1uta se-
de, responde a esta tonfiânça com uma efusão abundante será possível que tantas. sup t da vitória podemos recuar
de graças. Concluamos, pois, com o Concílio de Trento, gurança ? E, se temfos a cerc:::ár-ios
diante de alguns es orços ne para ~onquistar a eter-
que devemos pôr todos · em Deus confiança inabalável : na posse de DeuiS.
"ln Dei auxilio /irmissimam spem collocare et reponere
omnes debent" 9 • • III. Prática progressiva da espemnça.
0
1197. 3. A esperança: é, enfim, um princípio de 1199. 1. º Princípio geral. Pa~·~ progredir nest~
actividade fecunda. a) Produz, com efeito, santos dese- . t de e' indispensável torná-la mais soh1adnos seus fun
jos, em particular o desejo do céu, o desejo· de possuir a ~ru ' d . lt
d amenos
t e mais fecun a nos . seus resu a ,as. ,
Deus. Ora, o deS1ejo imprime à alma o impulso, o movi-
;mento, o ardor necessários para alcançar o bem suspi- A) Para a tornar me.is sólida importa. mdeditdar aDmrú-
d b os motivos em que se f un da, O po er e eus
1 Eccl/. II, ll-12. - ll Mt. VIII, 10-13. - 3 ~- IX, 2. - 4 Mt. ume ·dsoo a~e sua bondade e às magníficas promessas que nos
IX, 29. - li Mt. XV, 28. - G Lc. VII, 50. - 7 Lc. XVII, 19 - 8 /o.
XVI, 23. - 9 Trid., sess. VI, Cap. 13.
1 / Cor. IX, 25. - :>. Rom. VIII, 3 1.

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/
I .
C...\P1TULO III
AS VIR TU DE S TE OL OG
fez ( n. 0 11 93 ) . Se fos
AIS 673
se ne ces sár ia ma is alg um 1\. .
pa ra fim tar a no ssa co
nfi an ça , nã o ter íam os sen
a coi sa . é nec e"s ári o est arm os be
ss1m Pº:1s)1,·a da l)rópria m con ven cid os
rec ord ar est as pa lav ras ão qu e i
de S. Pa ulo 1 : "E le, de qu e , na l, san tifi caç ão, tud o d ep en
d·e
qu e nã o d De us . ma s é p1•eciso tra ba h
po up ou seu pró prio Fil ho
t l ar, com o se tu do d
co mo nã o no s d eu c~ m
. ma s por nó s tod os o en
El e io da s as coi sas ? Qu
tre go u ; ,'
nes se som en te de no,s. f: qu e de fac to. De us · na o en-
- ep
no s
em acu - . , .
s~r á os esc olh ido s de De
us 7 É De us qu e os jus rec usa jam ais a sua gra ça, , e, po r con seg uin te, na pra't·1ca,
Q1,1em os conde~1ará ? tif ica I nã o tem os <1u e no s pre d f
Jes us Cr ist o mo rre u, ma
is oc up ar sen ão O no sso es orço
res sus cit ou , est á à ·mã o ain da
dir eit a de De us , int erc pes soa l.
nó s !" As sim po is, da e~ e po r
c,e rta a no ssa esp era nç a.
pa rte de De us , é ab sol
uta me nte
1201. 2.º Ap lic aç õe
s aos diversos g~au~ _d a d
Da no ssa pa rte , co ntu do . ·t l É'. fácil de ve r com vi a
. tem os • esp m ua . o s~ ç1.plica o ppnc1p10 _en
raz ão ,de tem er; po.rqu e • . . d d d ).m-
á ios a vi a cn.s t-a.
est am os ·lo ng e de co rre cia do aos dif ere nte s est
sem pr~ e pe rfe ita me nte spo nd er
à gra ça de De us . To do A) Os principiantes ter ão
esf orç o de ve , po is, ter o no sso ·a mi ra, an tes de tud o . em
e~ vis ta faz er a no ssa evi tar os dois exc ess os con
ma is fir me , tor na nd o-a ma esp era nç a trá rio s à esp era nç a : a pre
is fec un da . sun-
ção e O desespero.
1'100. B) Pa ra alc an çar
rar c.o m De us na ob~a .dç1
est e fim, é pre cis o co lab
no ssa san tif ica ção : "D ei
o- a) A presu!2~ão con ~st eal
as gra ças necessarias pa ra
. .
::n e:~. cmu: de· De us o ceu
seIJl,-qu~rê~ empregar
_
e
su.mus ad jut ore s" 2 • De en im os meios que Ele nos p~e o ' tlm as vez es pre.sÍ,l!lle-se da
us N. Se nh or, co nc ed en sdcreve~.
su a ·gra ça, nã o qu er sub
sti tui r a su a acç ão à no
do -no s a bonda d e d·1vi•na .. De us .e emas1ada·mente bom pa rá me con-
ssa ; . qu er den ar ; e desprez_am-sb ?s mandamentos. É esq
sim plesm en te sup rir a .no
ssa ins ufi ciê nc ia. Nã o há ~e~~o e san to e odeia a iniuecer que,
qu e . é a ca us a pri nc ipa l
; ma s, lon ge de sup rim ir
dú vid a
a no ssa
se De us é bom,_ e taro ~~
lniquítate17J odto ha~ ui. b tra s vezes presume a _alm e :
quidad
a ex~
act iyi da de , qu er · pro vo cessivamente das pro pri as f:r as or orgulho, e lança-se no
cá- la, est im ulá -Ia , tbr ná -la
meio dos perigos _e das oc~ .. 5 'cÍe pecado ; esquece demais
efk az . . ' . . . · ma is
.
que quem se exp oe ao p~r s1iesnele sucumbe. Cr ist o Senhor
Oi.te bem o cot,npreende _g 'mas com a condição
No sso p~o~ete-nos a. ~~' que sai-
gra ça de be µs é que sou ra S. Pa ulo , ao esc rev er : "P ela v:1~Íate .et ora te ut non
tem sid o vã 'em mtm, .;in o.qu e sou, mas a sua gra ça nã o
tes· ten_h o tral?alhado mais
bamo~ v1g1~r 2 ~
ten tat wn em ,
rªp. ulo ~ão cheio de confiança
íntretis í11
na graça
mente 9ue todos eles, nã o ·copiosa- de Deus, adverte-1· \0sa, con • d d ue é preciso op era
comigó : Gt ati a a'utem De eu, contudo, m~s a graçil de De us nossa sal vaç ão com tem?~. tu o, e .
q "C um me tu et tremore
r a
it1 me vac ua no n fult,
i si.ún id qu od sum , et gra ,e 3 tremor . .
sed a. bu nda nti us illis om nib tia eju s ves tra m salutem ope ram int ..
non · ego · âut~m sed gratia us lab ora vi: · . des âni mo e
fazia, exo rta va os outro De i me cum " 3 • E o que ele pró pri o h) Ou tro s, pe1o con t rar1 • ·0 são atre1tos ao
aut em exh ort am ur ne in s a fazê-lo também : "A dju va nte s . tal vez ao dese spe ro . Mu ita s vez•es ten ta dos e às. vezes venci~
sob ret ud o ao ·seu car o disvac uu m gra tia m De i recipiatis" ·1 ; dos na luta, ou torturda d?s elo escrúpulo, desanimam, 1m .
ag1~
.
p f ma r e começam a des
est a inststente rec om end cípulo Tim óte o ·ié que ele dir igi a nan d o que se nã o
.
po era
. - o re or • esperar
Ch ris ti Jesu'· 6 , po rqu e açã o : "L ab ora sic ut bon us miles da salvação. É d1s pos1çao p g osí
eri ssima con tra a qu a1 e. m1·s
ele S Pau.lo ten tad o também -
'1 na sua pró pri a,' santificaç ·tin ha ,de tra bal har nã o sõmente ter premunir-se rec ord and
o qdµ e . e
1
S. Pe dro nã _o· fala dçmtro ão, mas também na dos ou tro s. sabendo pe r fe1·ta mente que e s1 .me smo • não po dia resistir,
f - gra ça de De " t·
1 que são cha ma do s sem dú modo ; rec ord a a seu s discípulos se ent reg a comCahbs_o~u
ta,,c~nÀa ~~ :;p lo do Apóst us : gra ta
vid a alg um a à sal vaç ão, ma De i per Jes um
.l n~cess ário ass egu rar a sua
o~ ras : "Q ua pro pter, fratre vo caç ão pel a prá tic a das bo as
s que é
e seremos livres.
ris um .
·
olo , oi.:emos,

ra cei-tam ves tra m voc ati s, ma gis sát.agite ut per De po is de evi tad os os esc
one m et ele cti one m f aci ati ban6a op e- O'l B) olh os, res ta pra -
. t'l d·
ar o .es pre.·n dím en to dos · bens terrenos, P ara pe nsa r
s" •
.... llc
1 Rom . VII I, 32-
III, 13-14. - 4. li Cor. 34. - 2 / Cor. Ili, 9.
VI, 1. - 6 11 Tim. II,- 3.S / Cor. XV, 10; Phil.
- 6 // Petr. '·I, 10. 1 Ps. CVIII, 163. - 2 Me . XIV, 38. :_ s Phil. II, 12. - 4. Rom .
VII, 24-25.
48
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'--/-\t'll ULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 675
muitas vezes no céu e para o desejar. Ê o que nos pede
S. Paulo : "Si consurrexistis cum Christo, quae sursum . nças terrenas, e, duro· desdenhar essas1
sunt quaerite, ubi Ch.ristus est in dextera Dei sedens, às nossas Iespera
. •eiras que nos t omarn pelo ladod sensíve
promessas isonJ
quae surswn sunt sapite, non quae super ferram" 1 . Res- d , . é d,uro esqmvar . -se ao enlace o prazer,
d .
suscitados com Jesus Cristo, nosso chefe, já não devemos de nos, mesmos
f I· .d de , que se nos oferece : tu não po1 enas .
buscar e gostar as coisas da terra, mas sim as do céu, izer
- a e,, icr
1 a
O .· tão porem, , re flecte qu'e as a egnas
cnde nos espera Jesus. O céu é a pátria, a terra não é bastar-roe · crrs ' ortarn os nossos voos para
mundanas são enganosas, quelc s faz mortificações po-
mais que um desterro ; o céu é o nosso fim, a felicidade p
Deus ; para esca ar aos. bseus aço , amiza d e mais m , t··r-
ver~adeira, ao passo que a terra nos não pode. dar senão
alegrias efémeras.
b t do vai uscar, numa t·f·
silivas, e Nso Sre u C . l .· s mais puras e san i r~
ma com • · · .Jesus nsto,
.1 l a egna d· ,, 2
t . ''esc,e•cum Jesu au eis para isus .
1203. 3. º ·Os prolicient~s exercitam não sàmente can es . -, · f·
a esperança, mas a con.fiança /ilia[ ~m Deus, apoiando-se ) Se é o sentimento das suas misérias 1 . e'dimper.
S Vi-et-
em Jesus Cristo, centro da sua vida. . . t!1· m editam estas pa avras e .
çõese que'-' os mqme
.
A) Incorporado.s nesta divina cabeça, esperam com cente de Paulo:,........,
irwencéve[ confiança o -céu, onde Jesus lhes prepara um
lugar "quia v,ado parare vobis locum," 2, e onde estão já "Represen tais-me as_ v°Jst
s 7misérias. em as
E quem não se en-
T do está conhecer
contra, infelizmente, cheio e as . nha como VÓS fazeis,; sem
em esperança 3na pessoa do seu Salvador "spe enim salvi e amar a a~jecção qu: as tcº1:-J:bele~er o fundam4:nto be1:11
/dcti sumús" • a) Esperam-no até mesmo no meio das se deter mais que pai a /1e as m Deus ; porque entao o edi-
adversidades e provações desta vida; com o Salmista re- firme duma grande con iançad e sorte que, ao rugir a tempfs-
petem : "Non timebo mala, quoniam, tu mecum es" 4 • fício leva~ta:se sobre rocha, ~isérias atraem, efectiva~ente,
tade, fica unovel. 3._ As no!~ªJo a· irtvocamos com humildade,
E coqi efeito· Cristo Senhor Nosso, que neles vive, vem a misericórdia divma: qu lhor disposição para rece-
reconfortá-los, dizendo-lhes como· outrora· aos apóstolos : e não fazem senao_ - por-nos
. S na me acrescentava que, quar:-
Vicente d
"Pax uobis, ego sum, nolite timere" r._ bermas as graças divinas. . a uma criatura, não cessa _e
Se são as intrigas e as perseguições que os inquietam,
do Deus começou a faz<?
~
bf~ se ela se não torna exces~1-
recordam o que S. Viqmte ·de Paulo dizia aos s·ews : "Ainda vamente indigna dele. ss1m, as misericórdias passadas sao
lho continuar a fazer aAte ,
q_uandó a terra inteira se levantasse para nos arruinar, não penhor das futuras. h b· 1 te
sucederá senão o que aprouver a Deus, em quem havemos
colocado a .Aossa esperança" 6 . Se são perdas temporais, t nos. B) A esperança f az-nos viver a b rtua
I men-
dizem-se a si mesmos, com o mesmo Santo : "Tudo o que ""
em espírito no ceu e
, para o ceu.
.
, Segundo a e a oraçao
d· da Ascenião, e-
d
Deu.s· faz, fã-lo para nosso maior bem, e, por conseguinte, q da recitar no Ia t
devemos esperar que esta perda nos seja proveitosa, por ue a Igreja nos man , · , ·t "ípsi quoqu-e men e
7 h b ., ceu em espm o
vemos a itar Ja no ,, r dizer que é para o
fasa que vem de Deus" - , Se são sofrimentos físicos ou.
morais, consideram-nos como bênçãos divinas, destinadas a
nos fazer comprar o céu a troco de algumas dores passa-
geiras.
in coelestibus habitemus ; o que
mpr.e operar e so
G~:.,
é para o céu qne
_ .
céu
. que nos
d· . cu
. .
nossos d ese1os
. e os nossos coraçoesd .
devemos mgir os . te ibi nostra fixa sint cor a
· 1204. h) ·Sabem, por meio desta confiança, furtar-se "ut inter mundanda~ ,?ªÊet~on:o as alegrias da comunhão-
ao abraço elos prazeres e dos triunfos, mais perigosos u[Ji vera sunt gau w · ' t nça do céu, à sagrada
ainda que o do sofrimento. "Quandõ a vida parece sorrir t da bem-aven ura d
sãoesaum antegos
é que . ent retanto ' -as verda eiras con-
o b uscar,
irem.os
I Cot. III, 1-2. - 2 Jo. XIV, 2. - s R.om. ViII, 24. - 4 Ps. miaçoes
so - de que précisa. d · nosso coraçao.
-XXII, 4. - f> Lc. XXIV,
7 Ibidem. 36. - 6 MAYNARD, Vértus et doctrine ... p. 10.
1 MGR.
e. VIII,
'
n. 2__D sHU~ST,
·
Carême 1892, . p. 201. -12 De lmitat., L.
,liAYNARD, Víe et doctrine; P· I ·
II,
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0/tl
CAPITULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 677
, 1206. C) Este pensamento nos f- , d· Podem-se distinguir no amor, qualquer que seja, -quatro
\ ezes com a confianç a o d om d a p
.
mai$ precioso d·e lod d , erseverança ina[ o
r
ara pe rr rnuita, ' ., elementos principais : 1) uma certa simpatia para com o
objecto amado, que resulta de se notar p1 op orção entre ele e
podemos merecer . mos os d
· ons. E Iinctubitável que o ~ão nós : esta proporção não implica semelhança completa entre
d·Ia divina. Demais, n- as po emos a e , I d os dois amigos, mas uma proporção tal que um complete o
L ança- o a misericór-
- • ao eremos p . · f outro; 1) um movimento ou impulso da alma 'para o objecto
nao unir-nos às orações ' sar-a ISSO que azer se-
da pe Ir a ·graça duma boa
d · , em que a ant I .
a greJa nos man-
amado, para se aproximar dele e gozar da sua presença ;
3) uma certa união ou conwnhão dos espíritos e dos cora-
-f.1aria, que tantas vezes recitmorte, por exem p Io, a A ve- ções, para se comunicarem mutuamente os bens que possuem ;
?, protecção especial d S h amos , na quaf imploramos 4) um sentimento de alegria, prazer ou felicidade, que se
ct . r a en ora para
rn. nora mortis nostrae,.
I d
a 1ora a morte : experimenta na posse do objecto amado.
'4º0 .. • . •. J ... 1209. 2. 0 O.amor cristão é o.que.é sobrenaturali-
D . s perfeitos praticam f
a eus, que descreveremos a a tcon iança pela entrega total zado no seu princípio, no seu motivo e no seu ob;ecto.
' o ratar da Via u nr·t rua · . a) É sobrenaturalizado no seu princípio, pela vir-
tude infusa da caridade, que reside na vontade ; esta
ART. III. A VIRTUDE DA CARIDADE 1 V!rtude, posta em acção por uma graça actual, transfonna
o amor honesto e eleva-o a um grau superior.
.. 1207. A virtude da carid d . b
tifica o sentimento d . a e so renaturaliza e san- h) Fornece-nos, então, a fé um motivo sobrenatural,
e o amor para com D para santificar as nossas áfeições : dirige-as primeiro pàra
º.:11 o próximo. Depois de ;I u eus, amor para
,.iar,es .sobre . o amor t t g mas observações prelirni- Deus, em quem nos .mostra o bem supremo, infinito, o
, ra aremos. .. 1. o d a ;ªri d a d e para único que corresponde ~s nossas legítimas aspirações· ;
cpm .D - eus; 2. º da caridade.
S Coração de Jesus d lpadra com o proximo; 3.º do depois, para as criaturas,. que nos representa como um
, mo e o uma e doutra . reflexo das perfeições divinas, de tal so-rte que, aman-
do-às, amamos o próprio Deus.
.
Observações pre [·nninarcs.
e) O objecto do nosso amor torna-se, assim, sobre-:
1° O natural : o Deus , que amamos , não é o Deus abstracto
t dA1208. . amor em gera[ , .
da razão, senão o Deus vivo da fé, o Pai que gera uni
en encia da nossa alm• . be um movimento, uma
qual tendemos. é se,isfr~cf:ra o e~. Se o bem, para o Filho, de toda a eternidade, e nos adapta por filhos ; o
cobmo a,grad~veI, será tamb, perce,Indlo pela imaginação Filho, igual ao Pai, que incarnando se faz nosso irmão :
o , r · em sensrve 0 o· Espírito Santo: amor mútuo do Pai e do Filho, '~ue
.. em e nonesto e conhecid I - nosso amor; se
_estnna, será o nosso am . º. pe ~ razao como digno d'e vem difundir em nossas almas· a divina cari.dade. As pró-
tu l r or racwna/ . ~ b b
. ~ ~e o em é so rena- prias ·criaturas nos ~parecem nãci. em seu ser natural, 'mas
. ra e percenido pela fé s ,
Vê-se, pois que . , era crrstao o nosso amor. tais como a revelação no-las mostra : assim, os homens
' o amor sup- h
- oe o· con ecim/ento, mas · são para nós filhos de Deus, nosso Pai comum, irmãos
nem sempre ystá em
como noutra parte exppl~oporçao com esse conhecimento em Jesus Cristo, templos vivos do Espírito Santo. Tudo,
1caremos. , pois, é sobrenatural ho amar cristão. . . ·
l S. BERNARDUs D d' .
SALMATICT::NSES
, ,.l Segundo Santo .To.más 1, a caridade acrescenta ao
tr XIX e zligendo Deo . S: T
mour de Died. i\iAsso' ~e Taritate theofogica', sHºtAs, II, II, q. 23-44 . amor. a ideia duma certa perfeição, proveniente duma
t. IIl tratté XII; Cu.º;•
Careme 1892 , p J
s~·
art. III ;_ CAR~. BILL uu , r .. de l'amollr de híe~t • R. DE SALES, De l'a~
cit., th. xxx1-xxxv '. ~RAMELL!, op. cit.,
E i,aor, op. clt t l 3 ' R. ÜAY, op cit
gra nde estima do· obJecto amado. E assim. toda · a cari-
da de é amor, mas nem todo o amor é caridade.
Peifect. chrét'., t." l "~iil!Rr1'1Carême 19/s' et· 191~·. J5·o493 ; MaR. D'Huts;;
1 • . , · . ' · • ARRIGOU-LAGRANGE,

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678 CAPITULO III
AS VIRTUDES TEOLOGA IS 679
· 1210. 3.º Pode-se cl fi .· ·d
teologa[ que nos faz · · e Dll' ª
can ade : uma virtude a. tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu
toda; as coisas por ª!J1:ªr a eus corno Ele se ama, sobre espírito". É dizer que devemos amar a Deus sobre todas
de De~s. ' i mesmo, e ao próximo por amor as coisas e com todas potências da nossa alma.
É o que explica excelentem ente S. Francisco de Sales 1 :
-i:.Í
· · es ta virtu d e um d I b·
Tem , pois,
próximo. Mas estes d . ob·Jedosupnão o o Jecto: Deus e o ":f: o amor que deve prevalece r sobre todos os nossos amores
ois f e reinar sobre todas as nossas paixões : e é o que Deus
u_5n só, porque não amamos as criatura az:m mais que reclama de nós, que entre tcidos os nossos amores ' o seu seja
sao uma expressão um fI . d s, sfenao em quanto
d o mais cordial. dominand o sobre todo o nosso coração ; o
, · re exo as per · -
e, pois, Deus que nelas ama . ~1çoes ivinas ; mais afeiçoado , ocupando toda a nossa alma ; o mais geral,
Santo Tomás i amamos 1;1~s . e asszm, acres·centa empregan do todas as nossas potências ; o mais elevado, en-
nele ou ·ao ·men~s ·par o prloxzmQ,. porque Deus está chendo todo o nosso espírito, e o mais firme, popdo em exer-
h, a que ne e esteja E· por que não cício toda á nossa força e vigor". E conclui com um mag1ii-
a mais que uma só e m . d d. Is fico rapto de amor : "Eu sou Vosso, Senhor, e não devo ser
esma virtu e a caridade. senão para Vós ; a minha alma é Vossa, e não deve viver
senão para Vós ; a minha vontade é Vossa, e não devo amar
§ I. Do amor de Deus senão para Vós ; o meu amor é Vosso, e não dev:e tender
senão para Vós. Devo amar-Vos como meu prlmeirci princi-
·f. Exporem os : 1. º a SUéi nature . 2 o seu pape[ san- pio, pois sou de Vós ; devo amar-Vos como meu fim e meu
ti icador . 3 o a m . za · · o repoiso, pois sou para Vós ; devo runar-Vos mais que ·o meu
. ' . aneira progressiva de o praticar. ser, pois o meu ser subsiste por Vós ; devo amar-Vos mais
que à mim mesmo, pois sou tudo para Vós e em Vós". .
I. Sua nature,:;a,
1215. B) O p;~ceito da · c~ridade é, pois, sobr~~n~-
1211. O primeiro objecto da ·d d d neira extenso; em si, não tem limites, porque a medida
por ser a plenitude do d b can a e e Deus, que, ·de amar a Deus é amá-lo• sem medida; obriga-nos; pois,
infinitam ente amável ÉsD a .eiez_a e da bondade, é a tender incessant emente para · a pet/eição ( n. ºª ~53-
infinita realidade d . eusf, considera do em toda a
. as suas per eições e nao - t l b -361 ) • e a nossa candà.de deve ir sempre crescendo até
d1vino em particula r D . · a atri uto
à morte. Segundo a d9utrina de Sa~to Tomás , a per-
2

buto só. como a mi~eric~ ~1s. ª.


c_onsideração dum atri-
feição da caridade é imperada como /im; é, pois, necessá-
corrsidera ção d·e todas as e Ê'.
f~cilment e nos conduz à rio querer alcançá-la -; mas, acrescent a Caetano, ºpreci-
cessário conhecê-I as po p r e1çoes. E depois, não é ne-
D J\ • r menores· as alm • I samente porque é fim, basta, para não faltar ao preceitó,
eus LVosso Senhor tal ual a· t, as s~mp es amam viver em estado de atingir ~m dia essa perfeição ... ainda
a
sem analisar .os seus atrib
p I dar a noçãou doos.
i e no-lo da a conhecer , que seja na eternidad e. Quem. quer que .possui, até;mes-
ara e uci d mo no grau mais fraco, a càridade, e caminha assim para
mos o ·preceito. que no I . ~mor e Deus, explicare - o céu, está na via da caridade perfeita, e, por conse-
. df - o zmpoe , o. moti
. ,. vo em que se
apora e os i -erentes graus pel guinte. evita a transgress ão do preceito, que' é dé neces-
puro. . os quais cnegamo s ao amor ·
. sidade de salvação" .
121 2. 1.º O preceito . A) J· r Sem embargo, as almas. que aspiram à perfeição, não
a rormulad o no Antigo ; vão subindo
Testamen to e reriovad
' o
. ·1·
e proc amado
N osso como o resum . d L . d ª\ por rzsto ennor
l e. s -se dão por contentes desse primeiro grau
cada vei mais alto, esforçand o-se por amar a Deus não
ac Senhor teu De o a to. der e tos Profetas.: "Amarás sômente com toda a sua alma, mas a.inda com todas as
us com O O _
eu cora(.ao, com toda
1 Amour de Dieu, L. X, eh. VI, X. - 2 Sum. theol., II, II, 3·
1 Sic enim pro 1·
<
ut Jn eo Deus sit •· (Q;.dfs~.~ad~a~:j!~itt~~• 4tia in eo' Deus est vel f 184, a. 3; Coment. de Caetano, sobre este artigo; CARD. MERCIER1 v,e
interieure, 1919, p. 98 ; P. 0ARRIGou-LAGRANGE1 Per/ect. chrltlenne, t. I,
p. 217-227 .
. ,$
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d;t
AS VI RT UD ES
su as forças. É es TE OL OG AI S 681
te . af in a l, o id ea
tiv o de ca ri da d e. l a qu e no s le va
o m o- D e fa ct o, co nd uz ra tid ão fà ci lm en te
a ao am or
1214. 2. 0 O m po rq ue e, um s en tim en to nogb1·1·is~~imo· e as sim a Es cr itu rapu ro ,
. e os
ot fr o d a ca ri da de Sa nt os no s pr<;>p f .
te m en te os b~ ne ' d
se re ce be u ou se nã o é o be m qu e líem re qu ~o r de fíc io s D s
feição, ao m en os
es pe ra d<: D eu s ,
m as a su a in finit a per- pa ra no s ex~1tar ca rid ad e. As sim e eu '
S. Jo ão , de po is de em ao t, t ue o é qu e
co m o m ot iv o }i na ha ve r 1 o Dq s am or pe rfe ito de ste rl' a ?
O ut ro s m ot iv os se lm en te pr ed om in an te m or , no s ex o rta a am ar a "p or qu e D eu s fo
po de m , pois , ju nt te . eueu, i o pr i-
te m or sa lu ta r, .d e ar a es te , m ot iv os
de m ei ro a no s am • . D s pr io r di lex it no s,, i E
es pe ra nç a, de gr qu an ta s al m as , ar : ~u or ia m a r~n.d°éram a am •
m ot iv o · in di ca do at id ão , co nt an to ef ec aT
se ja ve rd ad ei ra m
en te pr ed om in an
qu e o co in o m ai s pu ro t1 va m en te, dp no am or qu e El e a D eu s
co ns eg uí ilt e o am te . Po r am or , pe ns no s. te m
or de si m es m o,
em qu an to su bo rd te•st em un ha do de sd e toc;la 8: an ~d de e m ed ita nd o no am or
nn os co na su a a1xa~ o e .,na S.· Eu
ao am or de Deus, in ad o de ·Je su s pa ra co . et er ni pª ·
co nc ili a- se co m a · •ca ris tia ?
~ois; os Sa nt os co ca rid ad e. Q ua nd · ··· .
nd en am tã o .à sp er o, .
_m e·s m o. ou o am am en te o am or de . Se se qu er .umd ·t 'ri ü pa ra di st in gr nr o amor
õr ·p ró"pr io , tra ta -s si •. . t cn e d ' d· pu ro
de si mes{Ilo. e do am or desord do am or m eressa o, po 'e-E se iz er qu e ó pr ün ei ro con-
enado
si st e em am ar a D eu s po r le se r bom em si e em
Lh
12 f5 , A) . N ão e
Bo lg en i qu e pr et se po de , po ré m ,
ad m iti r a op m rn qu er er 1em . e. qu e O se au n o d co ns is te em am ar a . D
en de qu e a ca rid o de em qu an to é bo m , º , · b eu s,
tó ria é a qUe te m
po r m 9t iv o a bo
ad é ún ic a pos sív
el e o_br ig a- para no s e em no s qu er er em a no,s
no sc o, po rq µe , d.i nd
z el e, ·nó s nã o po ad e de D eu s para co n- m es m os .
pé rc eb ém os co m derp.os am ar Sf nã
o co nf or m e às no o o qu e 3.º Q ua nt o ao
çõ es . . O au to r co ss
nf un di u o qu e nã a~ n.e ce ss id ad es e as pi ra - 12 17 . . s gr au s do am ?r d· t'n gu e
, .
cn m 'o V er da de iro o pa
m ot iv o da ca rid ad '~sa de co nd iç ão pr év ia au at ro S. B er na rd z O ho m em ama.:s·e . pr im ei rais I
am or po r si m es e. É be m ve rd ad · o · m en be ,
m o ·su põ e qu e o a si mesrri·o po • • po rq ue e' ·c ar ne e in ca pa z de
r s1 ~e s m o ,d
ob je ct o am ad o se e qu e o
ço m a no ss a ná tu ha rm on iz a ·
re za e as pi ra çõ es · ve rs a e si. n~es1n~ 2) D ep oi s, sen-
o am am os , nã o
i ; m as o m ot iv o,
ç_ãÓ de D eu s, am es ta ço nv en iê nc ia , se nã o a in fin
pe lo qu al ºC'Ost.ar ou t ra . c01s· af' di .L

tin do a su a in su •1 · · co m eç a a bu,_,·c ar a D eu s pe la

·
ad a po r si ' m es m ita pe rfe i-
. .A in da aq ui ex a.
põ e pe rfe ita m en te f é e a am a- , l co m1c 1encia.
o um aux1;l.10 ne ce ss ár io . ne st e se gu n do
w

o - . d
cis-co de Sa le s 1 gi au , am a a .Deu na o am
es ta do ut rin a .S. •
: "M ás , se
po r im ag in aç ão Fr an - s, b a por, D eu s · m as po r si 'mes-
ve l." hoUJvesse um
ne nh um a es pé ci e
a in fin ita bo nd ad
e
de ' co isa im po ss í- m o. -'.'í) ·oen tro em re ve , po re m .
, à fo rç a de tr at ar f
e re-·
de re la çã o, e co co m qu e nã o tiv és se m os D . né ce ss ár ió va i ve n d'o
co m un ic aç ão al gu m qu e nã o pu dé
ss em qu en ,ta r_ ª· eu s co m o um ar nm o l

a nó s m es m os .. . m a, es tim á- la -ía m os ce rta m en te m os te r po uc ~ ª, P ou co .co m o


D . é su av e . e co m eç. a a , l
· m as , pr óp ria m en ai s qu e
E eu s · am a- ó
. qu e bem pa u co
m os , po is qu e am te fa la nd o, nã o po r si m es m o. 4) fim o úl tim o gr au
or di z un iã o ; e m ui tp m en a am ar ía - s
tei, ;ca rid ad e pa ra os po de ria m as n , . rn es .
e a a111izade riã o
co m ela , vi sto a ·
ca rid ad e se r um a a1ca nç am na t.erra é am ar -s e a s1 m Ó un ic am en te po
, r
po
da m en to. a co m un de se r sé nã o re cí pr oc a, po is te m
am iz ad e,
D euS, e , po r co ns eg ui nt e, am
. . . D eu s ex clus.iv am·. t
ic aç ão e_ ' po r- fim po r fun~ ar a en e
a un iã o" . po r ·si m es m o.
1216. B) O is cu tiu ~s e se 'r
ba st a pa ra a ca ri o m ot iv o de gr at
id ão nã o D ei.xa n d o de pa te o pn...m . . ·ro gr au . qu e nã
e1 , o é mai~
da de pe rf ei ta . A d d
au e o am o r de si m es m u, res t am trê s gr au s e am .
J
gu ir : se a gr at id ã9 qu i. é op or tu no or e
se nã o el ev a a'cim di st in - D eu s qu e co rr es d . trê s g_
ra us d f . -
e pe r e1çao qu e
bi do , pa ra re m on a do be ne fíc io re po n em aos - .
ta r ao pr óp rio be ce - '
mC>tivo de ca ri da nf ei to r, nã o ba st já ex pu se m os. ..( ' os 34 0 62 4- 62 6) ·
de , vi st o :fi ca r se a co m o n; . . ._:, ·
se -d ó am or do =be nd o in te re ss ad a ;
ne fíc io passarriós m as , ll. . Pa pe l sa nl i ica d
· ·

e o .;i.m~wos p9 r ao ám or do be nf
.f

or
1
a0
am or -de Deus.
ca us a da SU fi in fin ei to r
de-'se estt~· m ob vo ita. bo nd ad e, · co rif . ·d d ·, em si a m
• ·, .•• ··:~· --·J.' : ., . co m · o da ·c an da un - 1n1
""
s
. 1 º A ca n e e ª
ais éxcelen.te
~ • ..- .. !; . . -
de . . . · .. .
m es m o a m ai.s . t ·Ji·cante da s. vi. . .d .. ., e.º
1 Amour de Dieu ·, . . • po r ISS O • sa n 1. rtu es ; Jª
, L. X, eh. X. •.
',
1 f Jo: IV, 19. - '2 ·D e di/lgendo De.o, 'XV . . Epist-. XI, n.
e. i 8.

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~n.C-J.J.UJ.,U III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 683
provámos, mostrando qu
d f l
e e a constitui , . ·
a per eição, que encerra todas . . da propria essência simpatia ou conatural idade, que melhor nos faz com-
perfeição especial f d as vrrtu es e lhes dá uma preender e gostar a Deus e as coisas divinas; é por causa
D , azen o converg·
eus, amado sobre tod . (ir os seus actos para '' .,. desta simpatia mútua que os amigos se compreendem, se
É · as as corsas n.ºª 31 0_319 )
o que declara S Pa 1 . . . adivinham e se unem mais e mais intimamente. Quantas
falar as línguas dos h . u o em 1mguagem lírica . "Se almas ignorantes, mas abrasadas em amor de Deus, gos-
dad omens e dos anjo · eu
E e, sou como o métal qu Si, mas .não tiver cari~
tam e praticam melhor que muitos sábios as grandes ver-
. ' se. eu tiver o dom de rof s?a ou c_omo o sino que. tine
~1os e quanto se pode sab~r ecia e c.o nhecer todos os misté~ dades cristãs I É um dos efeitos da caridade.
e transportar montanhas ~: se ~ver toda a fé, até o ponto 1221. Centuplica as nossas energias para o bem;
nata. E, se eu distribuir t~dos so~iao tiver caridade, não sou
po re~, e se en~regar o e . meus bens no sustento dos comunicando-nos umll força indomável, para vencer os
tedav1a não tiver caridad: ~a~~r~o para ser queimado: ·se obstácufos e nos levar aos actos de ·virhrde mai~ · exce-
. A caridade é pacient . . isto me aproveita. lentes·; porque "o amor é forte como a morte, /ortis ut
VeJosa, não obra temerá~~ e benigna ;. ª. caridade não é in~ mors dilectio" 1 . Que força intrépida não dá à mãe o
ensob~rbece, não é ambiciosanem_ precipitadamente, não se
!11~eresses, não se irrita - • nao_ busca os seus próprios
amor para com seu filho I
InJ_ustiça, antes se alegr~ :~o suspeita mal, não folga com a Ninguém talvez descreveu melhor que o autor da Imita-
cre, tudo espera, tudo sofre. m a verdade ; tudo tolera, tudo ção os admiráveis efeitos do amor divino 2 ; alivia as nossas
dores e as nossas carga~ : "nam onus sine onere portat et
. A caridqde jamais há~de aca omne amarum dulce ac sapidum efficit"; eleva-nos até Deus,
a ~e, a esperança, a caridade bar .. : A~ora permanecem
maior delas é a caridade.. i ' estas tres v1rtudes ; porém a porque nasceu de Deus : "quia amor ex Deo natus est, nec
potest 11isi ·in Deo .. .. -quiescere ; dá-nos asas. para· voar com
1219. M · . alegria aos actos mais perfeitos, ao dom total de nós mes-
, ars que as outras virt d s f
e a caridade unificante
a) ,,
t f u e , e ectivamente
e rans armante.
mos : 'amans volat, ourrit et laetatur. . . dat. •omnia pro omni-
bus"; e por isso nos estimula a fazer grandes coisas e a
.~ a alma inteira que ela u D aspirar ao mais perfeito: "amor Jesu nobi!is ad magna ope-
as suas faculdades . o e , ·t l ne a eus, com todas randa impellit, et ad desideranda semper perfectiora excita(';
ria frequente de o· _sprri o, peda estima e pela memó-
. -~ a a, vontade dzv·.eus . a vonta e p l b . _
vigia sem cessar, jamais se queixa das suas fadigas, nem se
f er1 , e a su missao per- deixa perturbar pelo temor ; mas, como viva chama, eleva-se
r.ossos afectos ao ;nma ; ºd·c~ração, subordinando todos os sempre mais alto e pa&Sa com toda a segurança no meio das
d d or rvrno . as n dificuldades: "amor vigilat... fatigatus non lassatur, territus
o-as to as . ao serviço d .D , d ossas. energias, pon- non cotzturbatur, sed sicut vivax flamma ... sursum erumpit
b) U e eus e as almas secureque perlransit".
nindo-a toda inteiramente D .
ma-a ; o amor faz-nos . d , a eus, transfor- 1222. e) Produz também uma grande alegria e di-
D sair
para eus e leva-nos a . ·t, eI nos mesm os, Ievanta-nos latação da alma: é, efectivamente, a posse inicial do
suas divinas perfe· - rmr a-- o, a reproduzir em nós as Bem Supremo, inchoatio vitae aeternae in nobis; e esta
1
me1nar-nos àquele
rçoes ; queremo f ct·
s, e e rvamente asse- posse enche-nos a alma de alegria : "dans vera cordis
a quem amámo '
como um modelo e d . s, porque o estimamos gaudia" 3 •
ese1amos parecend 0
e Ie, penetrar máís e ma· · -nos mais com E assim, continua a Imitação de Cristo, não há nada
. rs na sua intimidade
1~o 2°
• · N os seus e/eitos · ;b· . · mais suave que o amor, nada mais agradável, nada melhor
no céu e na terra : "Nihil dulcius est amare. . . nihil jucun-
muito eficazmente para . contn UI a caridade dius, nihil v.lenius nec melius in caelo et in terra". A causa
a) E a nossa santificação. . principal desta alegria é que começamos a tomar mais viva-
.,stabelece entre a noss I D
----- a a ma e eus uma certa mente consciência da presença de Jesus e de Deoo em nós:
1 l Cor... XII!, 1-3. Cf p . '
. . Ru, op. c,t., t. ll, p. 404·408. 1 Cant. VIII, 6. - 2 De /mltat. L. III, e. V, n. 3. - s Hino da
festa do SS. Nome de Jesus.

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68 4 CA P1T UL O III
AS VIR TU DE S TE OL OG 685
AIS
"E sse cum Jesu dulcís par
juc11nda suitt omnia, te adí sus .. . 1 Te siq uid em
aut em abs ent e fas tid iun t pra~sente2 , e huµülhação . que sao - . - um princípio de am
or e, sob a
cun cta " •
1225. d) Es ta ale gri a acç ão da graça, ~e tr'aFsflª mam às vezes em perfeito am?r.
é seg uid a de pa z pro
fun da : "P orq ue, como diz S. ran orcisco de Sales, o amor ~m
qu an do tem os a co nv icç perfe1to
ão de qu e De us est á em
nó deseja-O e r~c lam a-0 , - a enitência bu sca -O e en co rtr a-0 ,
o amor perfeito abr aça O ~ est rei ta- O" . Em todo o__ç:aso, os
nó s exe rce um a acç ão , s e em
my1a. sol ici tu de pa tie ma l
ent reg a-
mo -no s a El e co m do ce
co nfi an ça, po mo s em sua nossos pecados são-~os rem t'd tan to mais completamente
co m Loda a seg ura nç a o
cu ida do de tod os os nosso
s mã os
quanto mais · ·ntenso e o noseo1 s
aC::.or.
s int e- t . . ind a em seu pri
resses , e assim go zam os 1'216. h) Pra tic am me iro gra u. o
"Tu /ac
de pe rfe ita pa z e ser en
is cor tra nq uil lum et pa cem ida de : am or de con formi a e _ •
d d com
ª ' d d·
a uonta e ivm a• ob ed ece n-
·
ma gn am lae titi am qu e . d
/estiuam.' ' :i . Or a, nã o há
drisposição ma is fav orà vel ~o ~os seu s ma n da;,.me nto s e aos d a lgreJ·a., e sup ort an o
. , 'ões ue ã "Providê nç lh
pro gre sro esp irit ual qu e
a pa z üie rio r·: in silen
ao
C ora1asam1:nte as pro , aç ia . es env. ia,
.
tio q l (
pa ra os aju dar a· pu n-f'ica a a ma n. ' 7) ·· ..
qu iet e pro/icit an im a de et ·o ,..,.4
vo ta. r
As sim pois, po r qu alq ue s·e am or de gra tid ão o seu
r lad o qu e se co nsi de re e) De ntr o em breve, t~~
~:- dos seus pecados, não cessa
rid ad e , em si me sm a ou
vir tud es é ela a ma is un
no s seu s efe ito s , de tod
a ca-
as as
amor. Ao verem que d
De us de os cumular, ed~ p f' cios e que lhes ou tor ga um
ene
da de iro vín cu lo da per
ifi can te e san tif ica nte ;
é o ver- per dão tão liberal. log?d_q i ;rr e endem, exprimem-lhe
fei ção . Ve jam os, po is, uel :va m ,{ sua bondade,
com o a uma sincera e viv a gratt e esfor,
ha ve mo s de pra tic ar. ªº~
çam-se po r melho~ se apr ei~ rem das suas graças. É este
o a excelente pre par açã o
UI. ·A prá tica pro gre ssiv a Jo am
já um no bre sentiment
am cr pu ro : fàcilmente nds o, wr
e_
s do benefício recebido ~o
~a ra o
or de De us.
amor do benfeitor, e ese evamo que a sua bondade seJa
1224. Pr inc ípi o ge mi . reconhecida e lou vad a po J~mJs a ter ra: é já o am
Se nd o o am or o do m de r o a or de
me sm o, ser á tan to ma is si caridade.
pe rfe ito o no sso am or pa { t' cam
De us , · qu ç.n to ~a is co ra co m nn7 2 .º Os P
1,.,. . ro ici en tes pra t ·dOdam or de com-
sem reserva ,e sem re-torno
mp let àm en te no s der mo
s a . EJ.e, . l" . d co nf orrm a e co m a uon-
: ex tq_ta an im a, ex tat o placência. de be ne vo enc
carde, tad e de De us, e po r ess ta, : e he aa m ao am or de a,m
ex tot is viribus. E. com o a via c ,., t-
ne ste mu nd o é im po ssí vel
-no s , sem no s · sac rif ica rm -da r-
os, tan to ma is pe rfe ito :w de.
no sso am or, qu an to ma
is ge ne ros am en te . pra tic
_ser á o A) O amor de co mp lace,.ncw. 1 na sce da fé e da re-
l d·t açã o con ven ce-
fle xão . a) p el a f e, sabe mos e pe a me I
espírito de sacrifício po r arm os o
am or de De us ( n. 0 32 1). l .
12 25 . . 1. 0 Os pr inc ipi ·t de do· ser e da per fei ção
m~ -no s de qu e De us dé a ,
an tes exe rci tam . o am or plrn bu d de Or a, po r
De us . esf orç an do -st:: po r de da s-abedoria. do. po ~r, . po uc o
cad o mo rta l e sua s cau sas
evi tar o pec ad o, sob ret ud
o o pe - be m d1sp . os t este1amos, na o po
ª ~n ª d~mos de ixa r de nos
. os qu e f · f .- ,
mos de
co mp raz er ne"·ta I·n ini ta pe r e1çao ,. gozar-nos-e
.
a) Pra tic am , pois, ·o am , t- b
or pe nit en te, ·do en do . de tod os os ens, sen-
am arg am en te de tererD-
ofe nd ido a De us e de lhe
-se ve r qu e o nosso De1·us e ao rico . d .
r0u ba do a sua .gl óri a (n. 08 ter em t.ir-nos-emo;-,.. ma1·s Cit osos . com a f eh cid ad e . ivi na qu e
74.'.?-745) . ·f t os a no ssa ale gri a po r ac t
Es te amor próduz dois efe
íto s: ·1) sep ara -no s cad a co m a no ssa e ma m es- are m l - os
mais do pecado e· da cri vez de ad mi raç ão , ap rov aça o co ng rat u aça o.
prendido; 2) reconcilia-noatura, a que a deleitação nos ha via e
· traímos a no, s as. per fei çõe s da di-
afa sta nd o o- pec ado , o má s e une:.-nos co.,m Deus, nã o sõmen·te h) l)or ess a vta ª D .
infiltrando-nos ho cor a:çã ximo obstáculo à união divina.; trias vin da de : l) eus t orna-s e o nosso eus , a hm en tam o-nd os
o ··i:lq~les sentimentos· de - b d
da s sua s pe r ferç· oep
- s da sua on a , de da su a do çu ra, a
.... · t:ontriçâo cor açã o ali me nta -se das
1 De lmltat. L. II;· su a vid a div ina . ,orq ua · t
XXXIV, n. 1. - S De lmi e. VÜI,, ··ti. 2. _:: z De Jm itd t . . L. m, ..e. n o, o .
tat. L. III, e. XXXIV, n: 1.
· ·, 1 S. FR. DE S11.LES, v· L V eh. 1-V.
Amow· de ,eu, . '
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686
CAPITULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 687
coisas em que se deleit . .
oerfeiço~es d· . a , e assim enriquecemos com as 1'251. C) Pelo que diz respeito à sua glória extrín-
. ivmas que o f
do-se nelas. amor az nossas , comprazen- seco, dc:;ejamos de modo absoluto engrandecê-la em nós
'12·28 . e nos demais ; e para isso, conhecê-lo e amá-lo melhor,
e) Mas, atraindo a nó
· d· . f . r
para melhor o fazer conhecido e amado. E, para não ser
atraímos próprio D
O d s as_ ivmas per eiç_ões,
eus, e amo-nos znteiramente El puramente especulativo este amor, esforçamo-nos por es-
como exce Ientemente explica S. Francisco d S I ,ª1 e, tudar por miúdo as belezas ·e perfeições divinas, para as
"P e a es
or este santo amor de 1 . louvar e glorificar, sacrificando· para isso estudos ou ocu-
bens que há em Deus com fcomp acência, gozamos dos
. - d • pações que porventura nos agradassem mais.
P erf e1çoes ivinas são m . o fse ossem nosso. s,. mas, como as
tran d o neste possue.tn"'n ais artes_ que O nos so . _.
espinto, en- Cheios, então, de estima e admiração para com Deus,
. não dizenios sómente quº Das 1 dttsejamos ql.le o seu santo nome.seja bendito,· exaltado, lou-
re~1procament e; de· sorte que
eia, mas também que ;ós :~~~t°Jso
_por esta complacên-
t'ªda p~r'petuamente no seu sagrado e~f-. !!, ~sBsim, _a alma
vado, honrado, adorado por toda a terra. E, como somos
incapazes de o fazer perfeitamente pÇ>r nós ipesmos, convida-
. eus SeJa Deus que a su .b d s1 encio: asta-me que mos todas as criaturas a louvar e bendizer o seu, Criador :
perfeição seja i~ensa. q a on ade seja infinita, que a sua " Benedicite omnia opera Domini Domino " 1 ; subimos em
. • ue
para m~m, já que o meu eu morra ou vi
muito Am va: pouco importa
espírito ao céu, para nos juntarmos a.os coros dos. Anjos e
duma vida eternamente triunfa ado vive eternamente dos Santos, cantando com eles: "Sanctus, Sanctus, Sanctus
hasta que Aquele, que ama ma~te. . . Pa_ra a alma que ama, Domin~s . .. " Unimó-nos também à Santís,sima Virg~m que,
lado de bens eternos, pois ela vÍue a s~ mesma, seja cumu- elevada acima dos Anjos, rende mais louvor a Deus que
que naquele que anima". ve mais naquele que ama todas as criaturas, e com Ela repeU--o.os : M agníficat animá
meà Dominum. Mas sobretudo nos unimos ao Verbo Incar~
1229- d) Transfarma-se est naçlo, o grande Religioso do Pai, que, por ser Deus e Ho~
e condofoncia quando t Ie amJor em compCLixão mem, oferece_ à Santíssima Trindade louvores infinitos.
Uma a Ima d , con emp a a esus pad d Enfim, unimo~nos ao próprio Deus, isto é, às três divi~
evota vend I . b· d ecen o. nas Pes·soas que se louvám e felicitam mutuamente. "Então
nas em que este, d· . o aque e. a ismo e tédios e pe- exclamamos : " Glória ao Padre e ao Filho e ao Espírito
, I ivmo amante está Ih d
po de <eixar de compartilhar. a su d mergu a o, não Santo"; e, para qqe se saiba que não é a glória dos louvores
rosa. Eis o que atraiu sob S F a ~r santame~te amo- criados que desejamos a Deus, mas a glória essencial e eterna
que Ele tem em Si mesmo, por Si · mesmo, de Si mesmo,
tigmas e sobre Santa Ca::ri~a dnssco de Assis os es- acrescentamos : "Assim como era no princípio, e agora, e
Saivador, tendo a complaceAn . e d e~da as chagas do sempre . .. ", como se disséssemos por modo de desejo : Para
c,a pro uz1 o a co • - sempre seja Deus glorificado com a glória que tinha antes
e adcompaixão uma ferida semelhante a' mpa1xao,
ama o. do- objecto de toda a criatura, na sua infinita eternidade e eterna infi-
nidade" 2 •
12'.>o. B) D d São sobretudo os Religiosos e os Sacerdotes que se
de benevolência i~t::or e dom~Iacência nasce o amor
sentêm obrigados, pelos seus votos e pelo seu sacerdócio,
e fá.zer gl ·f ' 1' um ese1o ardente de glorificar
on icar aque e que amamos O d d . a promover assim a glória de Deus ; devorados pelo de-
modos se pode praticar, relativamente ~ D que e ois sejo d,e O glorificar, não cessam, até no meio da~ suas
a
) No que toca a sua perfc· - . - eus. ocupações, de o bendizer e louvar, e, no seu ministério,
mos exercitar senão de modo h. tça_o. mfrz~seca, não o pode- não têm outra ambição mais que estender o reino de
p1o : Se, por absurdo e ipotetzco, dizendo, por exem~
não cessaria de o d • . u vo~ pudesse ,procurai· algum bem Deus e fazer louvar eternamente Aquele que amam
'd
v1 a. Se, sendo o qu ese3ar,
.
ainda a t d .
roca a mmha própria
• como sua única herança.
d b e so1s pud - ·
e em, eu Vo-1o desejari~ de ~s~e1s receber algum aumento 12~2- C) O amor d,e benevolência manifesta-se
o o o meu coração.
1 Amoar de Diea, L. V, eh. III. l Dan. III, 57. - 2 S, FR. DE SALES, Amour de D/eu, L. V,
eh, XII.

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688 CAPfTULO III AS VIRTUDES TEOLOGAIS 689.

pelo amor de con/ormidade : para estender em profun- quem quer que O amou, O ama'ou amará temporalmente;
é declarada e reconhecida mutuamente, já que Deus não
deza o rJ'eino ·d e D eus, nao
- h'a na d a mais e.f icaz que
pode ignorar o amor que Lhe temos, pois que Ele mesmo
cumprir a sua santíssima vontade : /iat voluntas tua sicut no-lo dá, nem tão--pouco nós podemos ignorar o que Ele nos
in caelo et in terra. É que o amor é antes de tudo a tem. pois tanto o publicou ... ; e enfim estamos em perpétua
união, a fusão de duas vontades numa só : unum velle comu~licação com Ele, quê não cessa de falar aos nossos
corações por meio de inspiraçõe.s, atractivos e movimentos
unum nolle ; e, como só a vontade de Deus é boa e sá~ sagrados". E acrescenta: "Esta amizade não é simples ami".
bia, nós é que devemos, evidentemente, conformar a zade senão amizade de dilecção, pela qual fazemos eleição
nossa vontade com a dele: "non mea voluntas sed tua de Deus, para O amar com amor particular".
/ial" 1 . ,
12.34. Esta amizade consiste no .dom que Deus .nos
• . Esta conformidade compreende, -como acima expusêmos·· faz de Si mesmo e no que nós Ihe fazemos da nossa pes-
(n.c,s 480-1-92), a obediência aos mandamentos, aos conse- soa. Vejamos, pois, o que é o amor de Deus para con-
l~os, às inspira~ões da graça, e a humilde, afectuosa submis-
sao aos acontecimentos ·providenciais, felizes ou infelizes aos nosco, para compreendermos qual· deve ser o nosso amor
reves:s• às ~umilh~ções, às p~ovações de todo· o género.' que para com Ele.
nos sao enviadas somente para nossa santificação e glória de a) O seu amor para connoscti é: 1) eterno: "in cari-
f .
D~us. P,r~dtt.~, por se~ turno, a santa indiferença para tudo tate perpetua dilexi te" 1 ; 2) desinteressado, porque, bastan~
qu.anto nao e do serviço de Deus: perslladidos que Deus é do-se plenamente a si mesmo, não nos ama senão para :nos
tudo e a criatura nada, não queremos senão Deus, o seu fazer bem ; 3) generoso : porque , se dá todo inteiramente,
amor e a· sua glória, e ficamos indiferentes pela vontade a vindo Ele próprio habitar como amigo em nossa alma (n. 011
tudo o mais. Não é a insensibilidade estóica, visto continuar- 92-97) ; 4) preveniente : porque não sõmente é o primeiro a
~os a ~en~ir inclinação para as coisas que nos agradam ; mas nos ~mar, mas ainda nos solicita, mendiga o nosso amor,
e u~a mdiferença' de estima e dé' vontade. N_em tão-pouco é como se tivesse necessidade de nós : "As minhas delícias são
o derx~-col!er dos Quietistas ; não somos indiferentes à nossa estar com os filhos dos homens. . . meu filho, dá-me o teu
sal':.ação, _desejamp-Ja ardentemente, mas não a desejamos coração : Deliciae meae esse cum filiis hominum. . . praeb~,
senao em conformidade com a vontade divina.
fili mi, cor tuum mihi" 2 . Poderíamos jamais sonhar tal deh~
_ Esta entrega total produz uma paz profunda : sabemos cadeza de sentimentos ?
gu~ ?ada. nos sucederá que não seja útil à nossa santificação:
drlig·entrbus Deum ómnia cooperantur in bonum" 2 ; e é este 12'.;5. h) Devemos, pois, corresponder a este amor
o motivo por que abraçamos coni alegria as provações· e as com o mais perfeito amor possível : . "sic nos amantem
cruzes por amor do divino Crucificado e para mais com Ele
nos parecermos. quis non redamaret ?"
E assim, a conformidade perfeita com a vontade de 1) Há-de ser este amor sempre progressivo ; não t~n_d~
D~us, diz Bossuet 3 , "faz-nos repoisar na dor como na ale- podido amar a Deus de toda a eternidade . ~em po_dendo
gna, ~egundo apraz Aquele que sabe o que nos é bom. Faz- jamais amá-lo tanto quanto Ele m~r~ce, devei_n?s. ao men~s
-nos repoisar, não em nosso próprio contentamento, mas no amá-lo cada dia mais, não· pondo hm1te algum a noss.a afe1~
de Deus, suplkando-lhe se digne contentar-se e fazer ~empre ção para com Ele, não lhe recusando· nenhum dos. sacrWcio:;-
de nós o que lhe agra~ar". que Ele nos peça, e procurando sempre agradar:-lhe : quae
placita sunt ei' facio semper" 3 • 2) Há-de ser gener?so, tr~~
12:5'.'i. D) Esta conformidade conduz-nos à amizade <luzindo-se não só por piedosos afectos, frequentes Jaculato~
cc,m Deu,s. A amizade implica, além da benevolência, a rias, actos muito simples de amor : "Eu VOS<cl!DO com todo o
reciprocidade ou o dom mútuo dos dois amigos. Ora, é meu coração"; mas também por actos, e sobretudo pelo dom
isso precisamente o que se realiza 1:i.a caridade. total de nós mesmos. É necessário que Deus seja o centro de
todo o nosso ser : da nossa inteli{lência. por meio de refie~
.. .Ê uma verdadeira amizade, diz S. Francisco de Sales 4,
xões frequentes sobre Ele ; da nossa vontade, pela. ~~ilde
porque é recíproca, visto Deus ter amad~ eternamente a submissão aos seus mínimos desejos; da nossa sensibdrdade,
1
Lc. II, 42. - 2 R.om. VIII, 28. ~ 3 Elévations, XIIe Sem., 7e
Elév. - 4 Amour de Dleu, L. II, eh. XII. 1 Jer. XXXI, 3.·- 2 Prov. VIII, 31; XXXII, ·26. - S Jo Vlff, 29.

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690 CAP1TULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 691
não p~rmitindo _que o nosso coração se extravie em afeições
9ue _seJ~~ pbstaculo ao amor de Deus ; de todas as nossas exemplo, para a sua conversão. Que poderoso motivo para
acç?es, esforçando-nos por fazê-las para lhe agradar. 3) Será nos levar a amá-los como irmãos, e como as divergências de
desint~ressado : a Deus, muito mais que aos seus dons deve- opiniões que nos separam, são pequeninas diante de tudo
mos nos am~r; e esta é a razão por que Q havemos de amar <}Uanto a eles nos une !
tanto na .aridez como na· consolação, repetindo-lhe muitas
vezes ~ue O queremos amar e amá-lo por si mesmo. e assim 11. Pa,,el santif icaclor da cm·idade fraterna.
que, nao obstante a _nossa impotência, havemos de nos esfor-
çar por corresp:orrder à sua amizade.
1238. l. 0 Suposto que o: arnor sobrenatural do p1'ó-
§ II. ximo não é mais que um modo de amar a Deus, seria
Da ·cari_dade para com o pl'óximo preciso repetir aqui tudo quanto expusemos acerca dos
maravilhosos· efeitos do amor de Ü1:!us.
Oepofs de'·expormos a ,;âtur~za desta. ,:irtude e ~ s•eu
papel santi./icador, indicarei-nos a maneira de a praticar. Baste-nos citar alguns textos de S . João: "O que ama a
seu irmão, permanece na luz, e não há nele escândalo. Mas
aquele que tem ódio a seu, irmão está em trevas" 1 • Ora, per~
I. Nat~resa da caridade fraterna. 'lll.anecer ha luz é, no estilo de S . João, permanecer ein Deus,
fonte de toda a luz, e estar nas trevas é estar em pecado.
1236. · A .caridade. fraterna é . indubitàvelmente uma E continua: "Nós sabemos que fomos trasladados da morte
virtude teologal, como acima dissemos, contanto . que se para a vida, porque amamos a nossos irmãos ... Todo o que
~rrie' ó próprio Deus no próximo, du, pdr· outros termos, tem ódio a seu irmão;· é homicida" 2 • E conclui ·assini·: "Ca-
~-e _ame o próximo por q;~~~··S-e amássemos o próximo
ríssimos, amemo-nos uns aos 01U1tros, porque a car_idade vêm
·de Deus. E todo o que . 'ama, é nascido de Deus e conhece a
unr,c qmente por si mesmo~•:ºU:· P.Or caus~ dos serviços que Deus. Quem não ama, não conhece a Deus, porque Deus-~
nos pode p°restar; não· seria caridade. . . . caridade ... _Se nos amarmos uns ·aos outros, permanece Deus ·
· : ,. A) q qu~ __d·eve~os; pois,. _v.er no próximo é Denis, em nós e a s-ua caridade é em nós perfeita. . . Deus é ·cari~
dade, e a&sim aquele que permanece na caridade, permanece
que niele se mariifesta pelos ·dons naturais, que são uma em Deus, e Deus nele . . . Se alguém, pois, disser : eu amo a
participação _do_ seu ser e atributos, e pelos dons sobre- Deus·, e aborrecer a seu irmão, é um mentiroso. Porque
naturais, que sãó .un:ia patl:icípàção da. sua natureza e da aquele que não ama o irmão a qlllem vê, como pode amar· a
6 Deus a quem não vê ? E nós temos de Deus este manda~
sua vida ( n. 445). Sendo a caridade uma virtude so-
mento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão" 3 •
h~e~atural, o que devemos olhar com motivo da nossa Não se pode afirmar mais explicitamente qué amar é>
candade são as qualidades sobrenàturáis : se considerar- próximo é amar a Deus e gozar de todos os privilégios vin~
mo11, pois, também as suas qualidades naturais, dev~mos culados ao amor diyino,
co:ntemplú-Ias com os olhos da fé, em ,quanto sobvenatu- t2l9. 2. 0 Demais, Jesus nos diz que considera como
ra1izadas J?ela graça. - -
feito a Si mesmo . todo o sen~iço . prestado ao ~n\~J1or dos
. 12~7. B) Para melhor compreendermos o verdadei- se:us : " Amen dica uobis, quamdiu .fecistis -uni ex his
ro motivo da caridade fraterna, podemos analizá-ló con- /ratribus meis minimis, mihi }ecistis '' 4 . Ora , é evidente
1

siderando os ·homens nas suas relações com Deus ; então que Jesus não se deixa vencer em generosidade e reMbui
n~~ aparecerão_ corria /ilhas de , Deus, membros de Jesüs 'centuplicado, em graças d,e toda a espécie, o menor ser-
Cristo, cQ-erdeiros do mesmo reino celeste (nos 93 142- viço que se lhe faz .na pessoa de seus irmãos.
~149). " . '
Como é consolador este pensamento para aqueles que
_ Ainda q~an~o não se ~hcontrem ein estíldo de graça ou praticam a caridade fraterna e dão esmola corporal ou espi-
na_o ten?am fe, sao chamados a possuir estes dons sobr·enatu~
ra1s.- e e nosso dever···contribui'r, ao menos pela oração e ·pelo 1 / jo. II, 10-11. - 2 I ]o. IIJ, 14· 15. - S / Jo. IV, 7,. 8, 12, 1_6,
20, 21. - 4 .Mt. XXV, 40.

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\..,At' 11UL U 111
AS VIRT UDES TEOL OGA IS 693
ritua l o.o prox11no ; e mais aind a para aque
intei rame nte devo tada às obra s de carid ade les cuja vida é cuidadosamente por conservar a unidade
e
A câda instante prestam servi ço a Jesus na ou apos tolad o ! vínculo da paz. Não há mais que. um só corp espírito pelo
irmãos ; e, por conseguinte, também a cada pesso a de seus rito, como fostes chamados por voss a vocao !: um só espí:
lhes culti va a alma, para a ador nar e santificarinsta nte Jesus esperança. Não há mais que um Senhor, umçao a um~ so
. todos, qUJe é sobre todos, que oper a por todos Deus, P~1 de
todo s. . . confessando a verdade, continuem . que esta em
os
lll. Práti ca da caridaJ.e {rate rna. todos os respeitos, na caridade, em ~.nião com a crescer, ~
a cabeça. Crist o .. ·. 1 E acrescenta : . P?r~a_nto, Aqu :le que e
1240. O prin cípio que nos deve guia r
cons tante - consideração em Cristo, se algum refr1geno se h~ alguma
men te, é ver a Deu s ou a Jesu s no próx imo 1 fazei completo o meu gozo, de sorte que_ s!nta de caridade . . .
: " in omn i-
bus Christu.s " ; e torna r assim a noss a carid tendo uma mesma caridade, um mesmo amm is o mesmo,
sobr enat ural nos seus moti vos e meio s de
ade mais pensamentos. Nad a façais por espírito de rival o, os mesmos
acçã o, mais · va.TJ.glória : mas com· humildade, tendo 'tada idad e ne~ por
un"iveisal na st.ia· exte nsão : mais gen~rosa e por superiores ; não atendendo cada um aos· um aos ~ut~os
activ a no seu seus prop nos
exer cício . interesses, senã o aos dos outros" 2
. fl41 . 1. 0 Os prin cipia ntes aspir am sobr etud o a Que m pode ria deix ar de se senl:ir e11;t
evita r os de/e.ítos cont rário s à carid ade ernecido. ao
e a praticar os escu tar estas insta ntes súpl icas do Apó stolo
acto s que são de preceito. ? Esqu ecen do
as cade ias de que se enco ntra carre gado ,
. A) Evit am, pois, com o maio r cuid ado, para não pens a mais
não que em repri mir as discó rdias que pertu rbam
cont ri~ta rem a Jesu s e ao próx imo : . a comu ni-
dade crif.tã, e lemb rar-l hes que, pois têm tanto
a) Os juízo s temerários, as maledicên s laços que
cont rária s à justiça e carid ade ( n. 0 1043) ; cias e calún ias os unem , é mist er pôr de parte tudo quan
L)
to o~ divide;
natti rais que, sendo consentidas, dão muitas as antip atias Não é verd ade que, após vinte sécu los de
crist ianis mo, e
vezes caus a a
falta s de· carid ade ; e) as pala vras áspe ras, zomb aind& extre mam ente opor tuno para todo s
<lenhosas, que não podem deix ar de gera r eteiras, des, nós este apelo
ou, atiça r inimi, insis tente 7
zade s ; e até mesmo essas pecu inha s e graças
custa do próx imo e causam muit as vezes pungque se dizem à 114~. Há sob1\etudo um mal que ~ força
ridas ; d) as rixas e dispu tas áspe ras e orgu entíssimas fe, cust e · 0 que custa r, o escândalo, isto é,
evitar.
lhosas, em que tudo quan to
cada um quer fazer triun far a sua opin ião e
humi
ximo ; e) as rivalidades, as discórdias, os mexe lhar o pró~ pude sse, com algu ma prob abili dade , leva
r os outro s ·ao
.-fazem senã o semear dissensões entre os mem ricos que não peca do. A tal pont o é isto verd ade que deve
mos :.abste r-
família crist ã. bros da gran de
-nos 12 uidu dosa men te de tudo quan to, indif
eren te ou .~té
1242. Para nos cons erva rmos resolutam mesm o perm itido em si, poss a vir a ser,
por caus a das
de toda s estas faltas, tão cont rária s à carid ente afast ados circu nstân cias, ocas ião de falta para os outro
eficaz que medi tar estas pala vras tão enterade, nada mais s. É este o
S. Paul o dirig ia sobre este mesmo assu nto aosnecedoras, que prin cípio .que S. Pau~ o incu lca a pro? ósíto
primeiros cris~ d~s ca!n es ofe-
tãos- : "E assim vos rogo, eu prisioneiro recid as aos ídolo s. Supo sto que os 1dolos
no Senhor, que nao sao nada ,
ande is como convém à voca ção, com que
haveis sido cha~
em si não são pr9ib idas ess.ai, carn es;. mas, com
macios, com toda a humildade e mansidão, o vári,os
com paciência, crist ãos estav am conv enci dos que o eram ,
suportando~vos uns aos outros com caridade, pede o Apo s-
traba lhan do tolo aos mais escla rec.i dos que resp eitem os
escrú pulo s de
sens irmã os : "por que o /ra.co, esse irmã o
1 É o que perfe itame nte explic a S. JoÃo EuoEs
, Le Royaume de
por quem mor-
J_ésus, ze P. 1 § 35, p. 259: e Conte mplai ,,o vosso próxi reu Cris to. se perd eria pela tua ciên cia. E
Deus nele ; isto é, olhai-o como uma mo em Deus e assim , peca ndo
bond ade de Deus, que é uma partic ipaçãcoisa que saiu do coraç ão e da contre. voss os irmã os pelo escâ ndal o dado
à sua .cons_ciên-
torna r para dentr o de Deus, para ser umodia de Deus, que foi criada para
cia fraca , peca ríeis cont ra Crist o. Se um alim
alojad a dentr o do seio de
Deqs para glorif icar a Deus eterna mente ento esca n-
efeito etern amen te glorificado, ou por miser, e na q1lal Deus strá com
icórd ia ou por justiç a •·
1 Eph. IV, 1-16. - 2 Phil. II, 1-4.

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694 CAPI TULO III AS VIRT UD?5 T~O~ OGA IS 695
dalizo a meu irmão, abster-me-ei para semp treva s aume ntari am o nosso resse ntim ento;
re de carn e, a
para o não esca ndal izar" 1 . ria à lemb rança , ao desp ertar , e se torna ria cóler a nos vi~
mais amar ga".
Não have mos, pois, de refle ctir se o nosso
. ~sta s pa!a vras nece ssita m de ser medi adve rsári o não
tem mais culpa que nós, se não é a ele que
Cr,st aos e crist ãs há que se perm item leitutadas aind a hoje. par-s e ; na prim eira ocas ião dissipe?1os: ~u~lq
cump re anteci~
ras, espe ctácu los,
?anç as mai~ ou. meno s incon venie ntes, sob
·pret exto que tudo com uma franc a ex;plicação. Se_ o noss o m1m1 u~r eq~ív ~co
isso lhes. nao faz m~l. Pode ria ser cont estad
a esta asser ção ; a pedir descu lpa, apressemo~nos em perd oar q? e o pr1me1~0
:
:porque, infel izme nte, muit as das pesso as,
que falam desse perd oard es aos home ns as ofensas, que tende porq ue se vos
modo , anda m tanta s veze s iludi das. Mas, em s deles, tamb ém
todo caso, pen~ voss o Pai celes tial vos perd oará os voss os
sam. el~s . porvE'.ntura no escân dalo que daí peca dos ; mas, se
resul ta para os não perd oard es aos homens, tão-p ouco voss
serv1ça1s e empr egad os ou para o públi co o Pai vos per~
que dali toma pre~ doar á os voss os peca dos" 1 • E: de justiç a,
texto , para se entre gar com maio r risco a pois tós pedim~s
praze res mais pe~ a Deus que nos perd oe as noss as ofens as,
rigos os ainda.? · ·
assim como nos
• · perdóainos a quem nos tem ·ofencJ,ido.
•·
1244. B) Não hão- de os principianbes evita 1246. 2. 0 Os prof icien tes esforçam-se por
r
sàme nte atrai r a
estas falta s ; hão- de prati:car o que está si as disposições tão caridosas do Cora ção
orde nado , em de Jesus.
parti c~la r, sofrer com paci ência as fraq ueza
s do próx imo A) Não esqu ecem que o preceito da carid ade é
e perdoar as injúrias. o
seu µreceito, e que a sua obse rvân cia será o
sinal distin-:
a) Sofr erão com. pac··e
.r 'ric·ia o prox
' imo
· apes ar e{os tiva dos cristãos : "Dou -vos um man dam ento
novo : que
de/e ilos. VO$ amei s uns aos outr os: que,
como eu vos amei, vos
. Acas o não temo s nós tamb ém os nosso s, amei$ uns aos outros : ut díligatis invic em
sicut dilexi
e força do a supo rtar? Dem àis, estam os expo que o prox1mo vos " -.
., .
stos a exag erar
esses_ def~it?~• sobr etud o quan do se trata Este mand amen to é novo , diz Boss uet 3 , "Por
nos e antip atica . Não deve ríam os nós pelo duma pesso a que que Jesus
contr ário atenu á~ Crist o lhe acres centa esta circu ns.t ância impo
~los, e perg untar ~nos a nós mesm os se nos amem os uns aos outro s, como Ele nos amou rtant e : que nos
fica bem nota r o . Ele nos preve~
argu eiro nos olho s do vizin ho, quan do há niu com o seu amor , quan do nós nem sequ
talve z uma trave er pens ávam os
nos nosso s. Assim , pois, em vez de cond enar nele : foi Ele o prim eiro a vir a nós ; não
os defei tos dos . nos .repele pe~as
.º lftro s, examinemo~nos, para ver se os não noss as infid elida des e ingra tidõe s ; amar--nos
temo s semelhan~ para nos fa~er
tes ou talve z mais grav es ; e pens emos . sa!ltó s e felizes, sem inter esse ; porq ue não
antes de tudo , em pr~c isa. de nos·,
nos corri gir : medi ce, cuca teipsum. nem dos nosso s servi ços para nada ". A carid
. ade sera a nota
12~.5. b) É tamb ém um deve r perdoar as injúr disti ntiva dos ' cristã os : "Nis to conh ecerã
ias e o todo s que sois
reconciliar-nos com os inimigos, com aque les meus discí pulos , se tiver des amor uns aos 4
outr o( ,. . .
que nos fi- 1'147. B) E ~ssim se esforçarn os proficie~tes
zeram a nós ou a quem n'ós · fizemos algu por.s e
m mal. Tão aproximar.em dos exem plos do Salv ador .
aper tada é esta obri~ ação qu~ N. S. Jesu · · · · · · · ··
s Cris to não
hesi ta e1n dize r : "Se; · enqu anto estás faze a) A sua carid ade é prev enie nte : Ele foi o ·pri;?
ndo a tua eiro
ofer ta .dian te do altar . te lemb rares que teu a nos ama r quan do nós éramos aind a seus inim
irmã o tem igos, cum
qual quer coisa cont ra ti. deix a a tua ofert adh uc peccatores esse mus" 5 ; v~io a nós;
a dian te do que éramos
altar e vai primeiro recon·ciliar-te com leu irmã peca.dores, conv enci do de que os doen tes é
o " 2• que prec isam
. Porq ue, segu ndo nota Boss uet 3 , "o p~im do méd ico ; a sua graç a prev enie nte é:·que
eiro dom que se va,i busc ar a
'ha~de ofere cer a Deus é um cora ção puro Sam arita na, a Mad alen a, o bom ladrã o, para
inim izade cont ra seu irmã o". E acres centa
de toda a friez a e os conver-
que nem se deve ter. É para prev enir e cura r a; ·noss~~ pena
espe rar .P~lo dia da comu nhão , mas obse s que nos di-:
rvar o que diz S. rige este terno conv ite : "Vin de ,a mim .todo
Paul o: I'~ão s~ ponh a o S'Ol sobr e a vossa s os que tra-
-"ira"; porq ue "as
1 Mt. VI, 14-JS; - I! ]o. XIII, 34. - S Médlt
1 · l Cor. VIII, 13. - 2 Mt. V, 2~-24. - 3 atio1t,S 1 -La Cene, Ie
Médi tat., XIVe jour. ,( Part., 75e jour. ~ 4 ]o. XllI, 35,. - 5 Ro'f'.
V, 8,

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-': 1
vn.l"'l!ULV lll
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 697
balhais e estais sobrecarregados e eu vo·s aliv-iarei : ve-
vida. Há-de, enfim, ser apostólica,
nite ad me omnes qui laboraiis et onerati estis, et ego ganhar hoQes!amente a ar meio da oração e do exemplo, e
re[iciam vos" J _ fazendo bem as J:!~:~a~ente, por meio de sábios conselhos.
algumas vezesd elo impõe-se sobretudo aos sacerdotes, aos
Devemos imitar estas divinas finezas, indo ao encontro --1.E~te deve~ t~~s os cristãos de escol ; não esqueça~ hque
dos nossos irmãos1 para conh_ecer e aliviar as suas m1serias, re 1g1osos e ecador dos seus descamm os,
tomo fazem os que visitam os. pobres, para socorrerem as "quem lograr converter um p . - lt'd- de pe~
suas necessidades ·e os pecadores, para os reconduzirem · salvará uma alma da morte e cobrira uma mu 1 ao
pouco a pbuto à prática da virtude, sem se deixarem desa- cados" 1 ,
lentar pelas suas pr/meiràs resistências.
· 1248. :_· h) A
sua caridade foi dompassiva. Quando
1250. 3. º Os perfeitos amam o próximo até_ imo-
laçtlo- de si mesmos : "Tendo Jesus dado ~ sua vr a por
J
vê a multidão, que o se'guira· ao deserto, exposta a pade-. , Lambe'm nós devemos
nos, • . dar
. a nossa
. · vida por nossos
- ,_, 2
cer- fome, multiplica os pães e os peixes. p;ra a. sustentar: ~MS d
mas sobretudo, quando vê as almas privadas de alimento a) É: o que fazem os obreiros apo~tólicos_: sem er-
espiritual. compadece-se da sua sorbe e quer se peçam a ~amarem o sangue por seus irmãos, dao a V11da . gota a
Deu-; obreiros apostólicos. para trabalharem na seara : t trabalhando incessantemente pelaf: almas, rmola~-
.'_'rogaie ergo Dominum messis ut mitlat operarias in mes-
2
sem suam'' • Deixando um momento as noventa e nove
J~-:~
.
nas suas orações, os seus estudo~. nas suas pro-
Prrns recrea ço-es . • deixando-se
· comer .vivos, f· segundo
I - a
ovelhas fiéis, corre após aquela que se tresmalhara, re- _ d p· r-.h . que não e, a ma . senao a
conduzindo-a aos ombros para o aprisco. Tanto que um exprcssao o . L evner, .. lhor von-
tradução desta palavra de . S. Paulo : ~a m~
pecador dá um sinal de arrependimento. apressa-se a tade despenderei o meu e me despenderei a mim mesrr:io
perdoar. . Cheio de compaixão para com os do~ntes e en- pelas vossas a lmas, am . da quando , por , " avos amar mais,
fermos, cura-os em grande •número, e muitas vezes lhes houvesse de ser menos amado por vos .
t'é$tituí ao : mesmo tempo a saúde da :alma. perdoan-do-
lfiês os pecadós. · · · · · ·· · · ' .· · 1"'.H b) Eis o que impeliu sacerdotes santos a fazerem
t..... de
· seruidao
. _ para com as. a 1ma.8 ,. com esse .voto se
. . A exemplo de Cristo Nosso Senhor, devemos ter gra.nde o vo o . - imo como um superior, que
compaixão de todos os infelizes e socorrê-los na medida das obrigavam a . co~s1_derar .º prox btemperar a todos os seus
tem direito de ex1g1r ser'v1ços, e a o
nossas poi;seS) quando esse_s r~cursós se esgotarem, demos ao desejos legítimos. ' · . .
menos a _esmolél do.nosso . tempo, duma boa palavra, de boas
maneiras. Não nos deixemos enfadar · com os defeitos dos ) Esta caridade mani f esta~se am • d a por uma- . santa 11-
solhe
e • •
citude em prevenir os mm1mos - .. - . dese1· os. do prox1mo e em
t mbém pela
pàbfos ; mas à esmola corpor~I juntemos alguns bons conse-
lhos que algum dia produzirão seus frutos. · poss1ve1s; as vezes ª . . ·
prestar toddos os
aceitação um serviço o s~rv1çf:recido· é este efectivamente, o meio
• ' · ·
U49.. e) · A sua caridade fo-i generosa : por nosso de tomar feliz quem o oferece. . - .
amor se dignou passar trabalhos, padecer e morrer: "dile- f. um amor espec1al1ss1mo
xit nos· et tradidit semetipsum pro nobis" 3 • d) Man~f:st~-se, en in:, c~~;idéram então como execu;.
para com o~ inrmigosd.~~:a: sobre nós e como tais se vene.:.
; · · Devemos; pois, estar dispostos a prestar serviço a nos-sos tores das vmgança~ 1 r eles e fazendo-lhes bem em
~rm~os , ·à custa • dos mais penosos sacrifícios, preparados a ram, pedindo ~~ec~almen1 p~ conselho de Cristo Senhor
trat4-19s nas suas doenças! ainda que sejam repugnantes, .e a todas as ocas1oes, segun o f . b que vos
fazer çoi eles sac1•ifícios pecuniários. Há-de ser esta caridade N 0 sso. "Amai a vossos inimigos, aze1 em aos . ,.
cordial e simpá,tica: porque <l:inan~ira ,de dar vale mais ainda • . . 1 vos perseguem e ca1umam 4 •
odeiam,se e orai_ pe os lque d
q~ c-:que se· dà:- f.lá,.,de ser ·inteligente, dando aos pobres não Assim aproxima_a a ma aque le q·ue faz brilhar o seu sol
sõmente um pedaço de pão, mas, se é possível, os meios de tanto sobre os maus como sobre os bons.
-....
1 Mt. XI, 28. - 2· Mt. IX, 38. - 8 Ephes.- V, 3.
1 Jac. V, 20.-2 /Jo.
· III, 16.- 3 /1 Cor. XH, 15.-4 Mt. V, 44 ·

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698 CAPíTULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 699

§ III. O Sagrado Coração de Jesus causa me:ritória, a /onte das graças que nos p2.nnit.em
modelo e ÍOqte de caridade 1 amar a Deus e a nossos irmãos e praticar todas as outras
Yirtudes 1 .
. 1252. 1. () Observações preliminares. Para con-
ch:r O
que levamos dito acerca da caridade, nada melhor
po lm 0 .s fazer que convidar os leitores a buscar no Sa-
1255. 2. 0 O Coracão de Jesus fonte e modelo de
amo:r pam com Deus.·· O amor é o dom total de si
mesmo ; ora, sendo assim, quão perfeito não é o amor de
gra/º. C~ração de Je_su~ a }cmte ~ o modelo da caridade Jesus para com seu Pai f Desde o primeiro instante da
per _ert~ . nas Ladai,nhas aprovadas oficialmente pela T.ncarnação, oferece-se e dá-se como vítima, pa,ra.reparar
1gre1a '.nvocamo-lo, efectivamente, como fornalha ardente a glória de Deus. ultrajado por nossos pecados.
l ~ cand~d~,. plenitud~ de bond_ade e amor: ''forR<JX ar- •No seu nascimento, como no- dia da apresentação n<.,
e ens caritatis ... bonitate et amare plenúm". Templo, renova esta oblação. Durante a vida oculta, teste~
Há, :ºm
efeito, na devoção ao Sagrado Coração de
~sus -~ors elementos essenciais : um elemento sensível, o
munha o seu amor para com Deus, obedecendo a Maria e a
José, em quem vê os representantes· da autoridade divina :
e quem nos dirá os actos de puro amor que da pequenina
1
yºr çao de carne, hipostàticamente unido à Pessoa do
~ er o ; u~ elemento espiritual, simbolizado pelo Cora-
casa de Nazaré se elevavam incessantemente para a adorável
Trindade? No decurso da sua vida pública, não busca mais
rw mutenal, e que outro não é senão o amor do Verbo
n~arnado para com Deus e para com os ho~ens. Estes
que o beneplácito e a glória de seu Pai : "Quae placita sunt
ei facio semper. . . 2 Ego honorifico Patrem" 3 ; na última
Ceia, pode~se dar a si mesmo testemllll1ho de que gJorificou
do1~ elementos não fazem mais que um, como não fazem à seu Pai durante a vida inteira : "Ego te clarificavi super:
mais que um o sinal e a coisa significada Or·a terram"; e no dia seguinte, levava o dom de si mesmo até à
· ·f- d I c
1igm ica o- pe o oração de Jesus é sem dúvida 0
·
o amor , imolação do Calvário: "factus obediens usque ac(_ modem,
numan I b
o, mas rea mente tam ém o amor divino 1·,
amor niortcm autem crucis". Quem poderia jamais col}.tar os actos
em 'P't
1
- d h , a que intemos de amor que brotavam incessantem~nte do sew
. . d~lS- 8
ISr,ª ?~)eraço~s ivinas e umanas andam unidas Coração e fizeram da sua vida inteira um acto contínuo de
e ~~- isso uve1s. É o s·eu amor para com os homens : "Eis çar~daqe perfeita ?
h~"!-1
1 º. Coração que tanto amÓu os homens"; mas é tam- 1'lS4. Ivlas quem poderia sobretud9 exprimir a per-
em ~ seu amor para com Deus, porque, já o mostrámos /eição deste amor?
~ carD,d~de pa~a com os homens deriva da caridade par~ "B, diz S. João Eudes· 4 , um amor digno de tal Pai e de
com eus e hra dela. o seu motivo v.erdadeiro. tal Filho ; .. é um amor que iguala perfeitissimamel\~e as per-
feições inefáveis do seu objecto tão amado ; é um Filho infi-
. dPol dem~s,. pois, coqsrderar o Coração de Jesus como o nitamente amante, que ama a um Pai infinitam.eQte amável.
mo e O mais perfeito
, do amor . para com Deus · e d o amor é um Deus que ama a um Deus. . . Numa palavra, o divino
P~radcom o proxímo, e até como O modelo de todas as Coração de Jesus, considerado segundo a sua divip.dade ou
ucrtu es visto segundo a sua humanidade, é infinitamente mais abrasç1do de
E · d ª can·dª d e as conter e aperfeiçoar tüda:,. ~mor para com seu Pai, e ama-o infinitamente mais a cada
·, como, urante a sua vida mortal, Jesus mereceu para momento que todos os corações dos Anjos e.dos Santos jun-
nos a graça ~e imitarmos as suas virtudes, é também a tamente O podem amar por toda a eternidade.
Ora, este amor nós o podemos fazer nosso, unindo-nos
1 Bx. J. EunEs Le Coear adm" bl de ,·
L. IV et L. XII; J. CROISET La dév !ra e la T. S. Mere de Diell, ao Sagrado Coração de Jesus, e oferecê-lo ao Eterno Pa-
-MARIE, Oeavres ed. Oaath~y . p
0 0
;t n atl S, Coear ,• STE MARGUERITE-
au S, Coeur; DALGAIRNS Dev;tio"ns to tlLI~E"J, EJc1J.ence de la dévotion
Glories of the Sacred Heart. J. 8 T e acre , eart ,· MANNING, The 1 Nesta brev~ expÓ~lção, sein insistirmos nas diferenças acessórias
P. LE ÜORÉ, Les Sacrés Coe~rs ei ERRIEN, La devotton all S. Coear ,· entre ·a devoção ensinada por S. João Eudes e a de Paray-le-Mo11ial,
J. BAINVEL1 La dévotion aa 5 e le V. l_. Elld_es ,·. 'l.e Sacré Coear ,· tentamos conciliar o que há de comum nestas duas formas da mesma
Le Sacré Coear,.exposé historique°~~rdo1::r::i:/'sto1re ,· LE ÜARRIGUl!T, devoção. - 2 ]o. VIII, 29. - 8 ]o. VIII, 49. - 4 Le Coeur admirable,
L. XII, eh, II.
1
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"JUU CAPITULO III AS VIRTUDES TEOLOGAIS 701

::· e~~~:n~oa c°/? S. João Eudes : "ó meu Salvador. eu em particular, que não podendo mais conter em si mesmo
. f· . g \ os, para me unir ao amor eter . as chamas de sua ardente caridade, é força que as di-
e m mito que Vós tend V p . Ó no, imenso
eu Vos ofereco d es a . osso a1. Pai adorável, funda por teu meio, e que se lhes manifeste a eles, para
VosRo F·Ih
-
Jto o este amor eterno, imenso, infinito de
I o . esus, como um amor que m rt
os enriquecer de seus preciosos tesoiros" 1 • E foi então
E·u Vos amo com V F'·lh V ,,e p,e ence ... que Jesus lhe pediu o coração, para o unir ao Seu, e
o osso I o os ama . pôr nele uma centelha do seu amor. O que fez de modo
12SS 3 ° O C
ara e . .
- d J
oraçao e esus fonte de amor maravilhoso para a Santa, fá-lo para nós de modo ordi-
p om os homens. Diss1;mos (n º 1247) nário na sagrada comunhão, e cada vez que unimos o
Jesus os amou na terra; resta-nos ex l· . , - quanto nosso coração ao Seu ; porque Ele veio à terra trazer o
de os amar, agora que está no céu. p icar como nao cessa fogo sagrado. da . caridade. _e nada tanto deseja como
• a) P~rq.ue nos ama, é qu: .no~- santifica pelos sacr~ ateá-lo em no~sos corações : "ignern veni rnittere in fer-
ram, et quid valo nisi ut accendatur ?" 2 •
tmentas: f sao, efectivamente , d·iz C: Joao
- E. . u d es i " t -
L..;.

ant~_s antes inexauríveis de graça e santid d , ou :ªs 1237. 4. 0 O Coração de Jesus fonte e modelo de
a sua origem no ocean . d S d a e, que tem todas as virtudes. Muitas vezes na S. Escritura o cora-
nosso Salvador . e tod o imenso o agra o Coração de
ção designa todos os sentimentos internos do homem, por
são outras tant~s cha:i~s ªJe!::çd:~inqauef delelshp.~ocedem, oposição a seus actos externos : "O homem não vê se-
1256 , orna a . não o que se manifesta no exterior, Deus, porém, vê o
dá - _- Mas edso.bretudo na Eucaristia que Ele nos
a maior prova e amor. coração: "Homo videt ea quqe parent, Deus autern in-
1 ) Há dezanove séculos q t- tuetur cor" 3 • Por via de consequência, simboliza o Cora-
como um pai' que não quer du~ es a conn<:sco, noite e dia, ção de Jesus não sàmente o amor, mas todos os senti-
amigo que· tem as suas d ]' . e1xar seus filhos, como um
mentos internos da sua alma. Foi sem dúvida assim que
como um médico que se co:~~1:-:a em estar com seus amigos,
dos seus doentes. 2) E está al· constant:mente à cabeceira os grandes místicos da idade média e, após eles, S. João
vando e glorificando a seu P~tedre _?ctivo, adorando, lou-- Eudes encararam a devoção ao Sagrado Coração de Je-
mente graças por todos. os b p r nEI; d~ndo-lhe perene- sus. O mesmo se diga de Santa Margarida Maria. É in-
prodigalizar, amando-O or e?s que e nao ce~sa de nos
e satisfações para repara! nos, oferecendo os seus méritos dubitável que a Santa insiste principalmente, e ceim
os nossos pecados e p d. d . razão, no amor de que está cheio este divino Coração ;
san t emente novas graças ara nó ·" ' . e m o mces--
pellandum pro nobis" ·2 ~) N- s, semper vwens ad inter-- mas nos seus diversos escritos mostra-nos este Coração
altar o sacrifício do Cal~. . f'o 1cessa d~ renovar sobre o como o modelo de todas as virtudes ; e o P. de la Co-
dia, em toda à. párte onde a~1_0, a- o u~ milhão de vezes por
lombiere, seu confessor e intérprete, resume o seu pensa~
isto por amor para connosé:: ;~ sacer ote para consagrar, e
os _frutos do seu sacrifício (~.os 271
se imolar, dá-se todo inteiramente
1J~r ª c~da um de nós
d ' e nao contente de
mento num acto de consagração, que se encontra ao fim
do seu livro Retraites spirituelles 4 •
para lhe comunicar as suas a ca a alma que comunga, "Este oferecimento faz-se para honrar este divino Cora~
suas virtudes (n.os 277-28l).graças, as suas disposições e as ção, sede de todas as virtudes, mananc;ial de todas as bên~
çãos e refúgio de todas as almas santas. As principais vil'tu-
Ora, este .. divino Coração deseja vivamente comuni- des que. nele se· prete!).dem honrar são : em primeiro luqar,
car-nos os seus sentimentos de carid ·d . "O d· . um amor ardentíssimo para com Deus s·eu Pai, juntamente
Cora - d·
, çao, IZia · EI S e ·
e a anta Marua ·d M •ª meu ,rvmo com um profundíssimo respeito e a maior humildade que ja-
apaixonado de hb n a arra, ,esta tão mais existiu ; em segundo lugar, uma paciência infinita nos
amor para com os omens, e para contigo males, uma dor extrema dos pecados cujo peso carregar.a
1 /b"d
1 h
·, e · VIII. Aqui quase n- f
'
densar o seu pensamento. _ 2 Hebr ªvºr azemos outra coisa senão con- J Primeira das grandes revelações, 1673. - 2· Lc, XII, 49. -
. 1, 25. 3 / Reg. XVI, 7. - 4 Oeuvres completes, Grenoble, 1901, VI, p. 124.

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\JAl-'ITULO III
AS VIRTUDES TEOLOGAIS 703
sobre Si mesmo, a confian .
a confusão dum grand · . ça dum filho terníssimo aliada com crevê-lo, mas não me é possível, tão arrebatador é Ele! Eu
compaixão, sobreman:~~m~ p~cador; em terceiro lugar, uma o vi como um céu, todo cheio de luz, de amor, de acção de
apesar de todos estes m _ens1vel, das nossas misérias e graças e de louvor. Ele exaltava a Deus, exprimia as suas
vel d ovunentos uma ig Id d , ,
, causa a por uma conform·d d, - ua a e inalterá- grandezas e magnificências". Para M . Olier, o Interior de
tade de Deus que não . 1 a e tao perfeita com a von- Jesus e o Seu Sacratíssimo Coração são uma e a mesma
acontecimento ". podia ser perturbada por nenhum coisa : é o centro de todas as suas disposições· e virtudes, é o
. d santuário do amot e da religião, em que Deus é glorificado e
De mais a mais, como tod
caridade e nela encontram as a~ ~rrtu es derivam da as almas fervorosas se deliciam em recolher-se.
318-319) sendo c , C~ sua ultima perfeição ( n. os 1'2.59. Conclusão. Para que a devoção ao Sagrado
d I d , omo e o oração d J
e o a divina caridad-e é- t b , .
1258 I)
f
l
esus . ante e mo-
, o am em e todas âs virtudes.
Coração de Jesus produza estes felizes resultados, deve
consistir em dois actos essenci~is : amor e reparação.
astarte vem a · · •d • d
·
ção de Jesus com a devo ~01~c1 i~ a evoção ao Cora-
-
1. 0 o· amor é o· primeiro ê principal destes cteveres,
exposta por M . OI- ç ~- ad Vidu Interior de Jesus segundo Santa Margarida Maria e S. João Eudes.
·d . • 1er e pratrca a em S S I , . E . Ddndo conta ao P. Croiset da segunda grande aparição,
v1 a . mterior, diz ele con . t " T. • u prcro. sca 1

mentas internos par~ co~r~oda nestas ?1sposições e senti- escreve Santa Margarida Maria 1 : "Ele me deu a conhecer
que o grande desejo que tinha de ser amado pelos homens e
na sua religião para cor,,;_ Deus s as corsas : por exemplo, de os retirar do caminho da perdição O havia levado a for.-
próximo, no seu - aniquilamenl , no seu ª"1:ºr para com o mar este desígnio de manifestar o seu Coração aos homens,
seu horror do pecado o para consigo mesmo, no com todos os tesoiros de amor, misericórdia, graça, santifica-
das suas máximas" i , e na sua condenação do mundo e ção e salvação, para que todos os que quisessem tributar-lhe
e procu'l"ar-lhe toda a honra, glória e amor que estivessem em
Ora, estas· disposi~ões enc -- seu poder, Ele os enriquecesse com abundância e profusão
de Jesus, e é lá . que se de~emº~Y~i/e
uma pessoa piedosa, que gostava e er.
E ~agrado Coração
e por isso que a
destes divinos tesoiros do Coração de Deus que deles é a
fonte". E numa carta a sóror de la Barge, concluí assim:
de Jesu~, _escreve M. Olier : "P ,d:
se r'e~o1her no Coração
seu amavel Coração ao- q 1 eraer-vos md vezes ao dia Iio
"Amemos, pois, esse único amor de nossas almas, já que Ele
at 'd ' ua vos- senti,.s· e d foi o primeiro ? n_os amar e nos ama ainda com tanto ardor
F·Í~1
1 o e
ad. ·o· Não há recinto mais esCoih'cl ao poCerosamente
eus ; é a pedra r . r o que o oração do
que se inflama continuamenté ·no Santíssimo Sacramento.
Não é necessário mais que amá-lo, este Santo dos .Santos,
tesoiro do próprio D p ec1osa do escrínio de Jesus . e· para se fazer santa uma alma. Quem nos impedirá, pois, .de o
eus em que r lh d ' o
e_ comunica todas· as graç F ~co e to os os seus dons ser, já que t~mos corações para amar e corpos para sofrer? . . _.
0 st
sim_o e neste adorável r::e~i~r ~/e ~ <=:oração Sacratís- -Nãb hé'í senão o seu puro amor que nos leve a fazer tudo ·o
todos os mistérios V d .q pr1me1ro se operaram que lhe agrada ; não há senão este perfeito amor que nos
···
S en h or Nosso, abrindo-vos e e,o po1s a que _vos chama Cristo .
se' leve a fazê-lo do modo que llie agrada ; e não pode hav.er
. aproveitar-vos dessa graça e é u Cotaçao, e como deveis senão este amor perfeito -que nos leve a fazer todas· as coisas,
. ,. alcançado em vossa vida .;t;:. uma das maiores que tendes quando lhe agrada" 2 • ' ·
1 tura desse lugar de delíci~s ao dvos arranque jamais a cria-
mada para o tempo e para ~ ~~ e _queira D eus estejais abis- 1'260. 2. 0 Mas o segundo destes actos é a repara-
esposa.!; de Jesus" 2, E ·n out . e~n1dade com todas as santas ção ; porque o amor é u lt rajado pela~ ingratidões dos
ção não é o Coração d rJa pai t,e acrescenta a : "Que cora homens , como o próprio Cristo Senhor Nosso declara na
en tr . 1 . . e esus . Que d -
con a ne e contido a trasbord . b oceano e amor se tercetrâ grande aparição:,.......,
nancia1 fecundo e idexaurível dar so re. toda a terra ! ó ma-
profundo e inesgotável de toda : to~o. -o amor ! ó abismo ,:; ·,: "Eis àqui este Coração que tanto tem amado os homens,
de todos os corações r ó J ·. rehqrno ! Ó divino centr:o que nada poupou até se esgotar e consumir para lhes teste-
V osso eoração que eu ·· ·· vi aind,
esus so fr e1I que :.u V os adore em munhar o seui amor; e, em paga. não recebo da maior parte
a esta manha. Quereria des- deles senão ingratidões pelas suas . irreverências e sacrilégios
e pelas friezas e desprezos que têm para comigo neste sa-
s E:wl?tc'!~ coh~létien, IIe P., leç. I. - 2 ....
lettres, t, II, lettre 426. -
m. ,,er, t. , 186-187, 193.
1 Lettres inédltes, IV, p. 142. - li Lettre cvm, t . II, p. 227.

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704 CAP ITUL O IV AS CON TRA -OFE NSIV AS DO INIM 705
IGO
c_ra_?1ento de amor". E entã o pede-lhe
. t1does pelo fervor do seu amo r: ''Mi que repa re essas in ra- 1. Da incli naçã o ao orgu lho.
nha filha
cora
. ção· que t e de1,. para que pe lo teu ardo r , eu ven h og ao
dzas que tenh o recebido dos corações tíbio
s e
repa res as injú-
frouxos que me
1264. De seis man eira s prin cipa is se man ifes
ta esta
esonram no Santíssimo Sacr ame nto" . prop ensã o:
1261. Este s dois acto s nos sant ifica 1) Aspirando ao fervor e fiéis a
rão em extr emo : seus exercícios com ,
o amo r. unin d~-n os inti mam ente ao p'tazem-se este s principiantes nas suas
Sag rado Cor ação de si mesmos excessiva
obra s, estimando.:se a
Jesu s, far- nos- a com ung ar nas suas mente ; presunçosos, formam muitos
jectos, não executando, porém, quase pro,
virtu des e dar- nos- á nenhum.
orag em de as prat icar , a desp eito de
1º: : a reparação, faze ndo que nos com pad
todo s os obst ácu-
eçam os dos so-
2) Fàlam de espi rit.u alida de, antes
aps outros que para as porem eles
assim, condenam severamente os qué
. para darem lições
mesmi;>s em prática : e
f nme ntos , Ele Jesu s, esti mul ará -ain da o noss o ferv or· não aprovam. seu gé,. o
nos le~a ra a pad ecer cora josa men te e riero de espiritualidade.
por amo r toda s as 3) Algu ns não podem suportar riva ·
prov açoe s, a que Ele se dign ar asso is a seu lado ; se
ciar -nos . · por acas o se lhes apresenta um riva
J Ass im ente ndid a, a dev oção ao Sag rado Cor l, condenam,no e rebai,
ação de xam ,no.
es~s não terá nad a de afec tado , nem 4) .. Buscam as boas graças e a intim
de efem inad o. idade ,do director,
sera_ o próp rio espírito do cris tian ismo e, se este não apro va· o seu espírito, proc
, uma feliz combi~ uram outro que ·lheS'
naç ao ~e amo r e·. sacr ifíci o, aco mpa sêja mais favorável. E, pará mdh or
nha da do exer cício o conseguirem, atenuam
progres~1vo das virt ude s mor ais e as próptiás faltas e; se vêm a tropeçar
teol ogai s. Será uma mais notàvelmente,
çonfessam-na a outro que não . ao dire
com o smt ese da via_ ilum inat íva e uma ctor ordin_ário!
feliz iniciação da . 5) Se têm a desgraça de cometer
via unií iva. um pecado grave,
exas pera m,se contra. si mesmos e desa
t?,imam, irrit~_dos de não
· serem ainda santos. . . .
CA PIT UL O 6) Gostam de se sitigulariz~r por meio . ·
IV ções exteriores de piedade, e de bom
de demonstra,
grado contam aos de,
màis as suas boas obras e triunfos.
As con tra- o/en siva s do ini~ ig~
Do orgu lho nasc e a inve ja, que se man
ifes ta por mo-
. .· 1~6'.l. En~ uan to çtnd amo s trí;l.balh vim ento s de desa grad o .à vist a do
ando na aqu isiç ão bem espi ritua l . dos
das virtu des, nao . fica m inao tivo s os outr os: sofr em com ouv ir elogiá-los,
nossos inim igos espi- sent em trisbez;a por
ri:t~ais : volt am sorr atei ram ente ao ataq çau sa da virt ude dele s e não perd
ue, já- faze ndo re- em ocas ião de os
nas~er_ em, nós, em form a mai s-at enu de;primir. · ·
ada , os sete peca dos .· . . .. .. , .
capi tms, ja leva ndo -nos · à tibie za.
11• .. Do~ 'p~~~Jos . 'J~ se~~~lid~~é~ ,-· , .

126:t A) . A · gu.l~ e_spirltual ~~-~if est~


ART. L REN ASC IMEN TO DOS PECADOS
CAPITAIS
;~e; .d~ ·:dois .
mbd os·: ' •. : •: -.·.·:. ·, ..
1265. S. João da Cru z desc reve .:'. ; ·.a).· .,Pel o gost,o: · exce~sivo .,~as .co1_1sqJ~ç
mar avil hosa men te õ_-és: . b':lsc~r;n- ·
es~es _P:c ados capi tais, com o exis tem -nas·· atê nas a{1steridadés, na disciplin
nas que ele cha ma a, por exem p1o, e
prm cipw ntes , isto é, nos que estão,~a ,- ím:p ortu~~n:t o direc~or para que lhes
perm ita mac eraç ões,
pon to de entr ar na
~oh tem p}aç ão, pela noit e dos sent idos 1 · cg'tii: a ·,esp éran ç~ cqµsegu'frerp. i;l.S!ltµ{ : c6nsolaçpe'S.
9e, . .
mos sena o cond ensa i· a sua anál ise psic
. Qua se não fare -

olág ica . .
::~;t~ f ,.Ê-erri' virt üdé ·dó mêsmo p,;tnétpi6 que c~rtas pes-
s'óàs faze m esforçü's de cab eça na óra:
ção ou ,com tmh ão,
1 Noche oscura, L. I, e. II-VII. pR~a 'alc-~nçàr~m. d:~o ção .sen síve t oá
dese jam éon( essa r-
45
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706 CAPtTULO IV
AS CONTRA-OFENSIVl<\.S
DO INI MIG O 707
-se am iúd e, no int uit o de- enc
ont rar em alg um a con sol açã o ' la
nes te exe rcíc io. Mu ita s vez es me lho r que a_que , e a. esc olh a aca ba por dar a pre ferê
nci
são inf rut ífer os esses esfor- u é cur ios o ou rico " • Tu do isto é evi den tem ent e, con~-
ços e des ejo s ; e ent ão apo der ao ~ e ·r·t de obr eza e mo stra ao'
a-s e o des ale nto des tas al- trl_ ârio ao e~p1 11.ºroporptância a mesmo tem po que
ma s, ma is pre sas às con sol açõ
es que ao pró pri o De us. 1ga exc ess iva coisas ace ssó rias ; des cur and o se
e há de prin cip al na dev oça_ __ · o
. 1266. B) A luxúria esp qu o. ,.··
dua s for ma s pri nci pai s : ·a)
irit ua l apr ese nta -se sob
·1 269 . e
on cIusa - 0 • ú ma nif est o que est as imp er f· ei-.
bus cam -se am iza des sensíveis.
ao progresso esp irit nal: .,E-is a
1.:.,
- -
ou sen sua is, sàb pre tex to de
dev oçã o, nem se que r re-
çoes sao
_ mm·to· p1·e1·ud icia is· - D
mm cia r a ela s•, por que afi nal
· d· S
raz ao por , que , IZ · Joã o da Cru z, eus , par a, os , com~·
, diz-se, ess as rel açõ es não .· ·
gir, os int rod uz na noi te esc · · •d· lo O falaremos.
faz em' ;ien ãb' alim ent àr a' piie ur~ , e que
dade, IJ) As vez es as conso: .Q uan , l que nel a
g -
nao ent ram , essa,~ ..~s forç ar._
laç ões sen~ív~is; ~u e se exp to as a ma s , . ·
eri me nta m na ora ç~o e com •
des tes estorvos, pra tica 1:do o
nhãq,_ oca sjp nam , em pes soa s de u'- -se-ão por se: des em baraç~r ·.
um nEttur~l ter~10 e - ue disi;;emos .sobr~ o apr ove
afecti:ios·o, del eita çõe s dou tro itam ent o d~: c?nsola,çoes e
gén ero , que ;po dem deg e- q ·d ( os 921 -93 3) sob re a obe
ner ar. num a fon te de ten taç d1_enc1a, for tale za,
tem ,pe ran ça ,..h.
ão ou inq uie taç ão 1 . an _ ezes n m1·Ídade ~ doç ura (n. ºs 105 7,
·.. _-•· 1_2.67. C) A pieguiça lev .u - -- 107 9, 1127!
a a alm a : ·a) a ·e nfa stia r- 115 4).
~-~e dos . exe rcíc ios :espirít;
m,üs, qua ndo não -~n con tra_
gosto, sensív,el,; .e , a enc urt á-lo nel es ART. 'II.
s ou sup rim i-lo s ; b) a dei - A TIBIEZA l
xar -se lev ar do des âni mo , qua
ndo rec3/1é' do sup eri or ou
dir edo r ord ens · ·ou cdti.sdhos
qúe par eça m dem asi ado S~ não'· se réa ge con tra os de,f~ít~s _qu~
cus tos os : ,;-tjl lére ria um a . esp . ! 1 ·., - -. .:, . se ta,rda em ç:air na ac~ bat nos d.~
irit ual ida de IIHl;is ac~modatí-: ass m~ ar, nao . , tib1~za , doe nça . espt.
eia , . que não viesse per tur bar rilua:l per igo sís sim a/ Va ., , l ·º a sua nt!l ture za;
-lh e os cóm~dcis e descon~ mo s _exp or · .,,d,-
cert~i~Ih~- os ·peq uen os cálculo ~'. - 2.º oi( 'séu s p'etigos'; _3 .º . os ·
. , .. .
seh s reme
' :,
t?S;
III. A avareir;a esp irit ual .
• • . i
>
1'. N'1f~ ezo dq tiLi eza .
' · '.1268. ·Esta: a;a r~z a · é; ass . 1~70. 1_ó' No ção . ·, A 'tib iez
im des cri ta pàr S. Joã o ~ é um a
da Cr uz : . · -:"
tua l que po d e .inv a d. ir . . . • · nte s ou os perfeitos,
doe nça es~iri:-
~. { . i
os prmc1p
s ·q·ue .sobtet'u-do_ ··se ,;frià,nifes 1a d . 'l' .l.
• .
· . a) "H á prin cip ian tes .que ' . .
d
de con selh os e pre cei tos esp não se can sam de se enf art ar• ma tà , no ecu rs~ a~ -viad i ~ '
irit '·f\ . t· ' -
e ler bom núm ero .,de trat adouai s; hão -de por for ça pos sui r· niinafiva·'. Sup õe', e ect 1va
men e, ,<;:fU· e a a lm ad·nav 1a a qm
. l "·e nte se-
tQdo o tem po, •güe · ass ini·'lhé s esp eci ais ; nis so em pre gam . ~o
no . um cer to ; gra
_., - u d:e . ferv or . e_ , que gr~ ua_Jil
s fa:lth par a â obr a. que é o -
primeir<;> dev er : mortifícar~se seu dei x~ cai r na rela xaç ão.
peg o inte rio r -do espír1to'.: ·I, )· e exe rcit ar~ se no per feit o desa~
Alé ~ disso, car reg am -se -de- ·e . t tib
ons1s e a . iez a num. a -esp
· · · ·· l ·
éci e de re q~ament<;> _ehsp i-
os de cur ios ida de que lhe s fica ~
gens, ros ário s, cnvzes, obj ect ima ·t l ue am ort ece as ene as . · d · ·t d · ·
- ª von ª · e! msp1ra_ or-
pqr _b. ow preçç,. Ent ão, dei
niudà'...s'e e . torr ia-s e à .mu dar xa- se isto par a pre fer ir aqu
m
ilo, :~~:~ ~sforço 'e con duz assrgi im ao afr oux am_e nto ' da ~l
·d°'
; est a dis pos içã o' de coi~as
é . t- . É uma esp éci e de lan gui dez ou t()rp
c~rsda_., .' mo· rte ma s que a Or, que d nao
a
é
. :1 S'AN TA TER ES4, escrev~
ndo a seu irm ão Lourenço de am a a ela condl;lz, sem se . ar por
se lhe ~avi~ gueixad Cepeda, que ,
i,ente as }1.ossas f;9rças mo-
conselho : < Quá nto oàsdemls Fºi;ttrariedaqes dest~- género,
dti he ~st_e sáb isso, enf raquec end o gradu~lrr: · · · ··
d_issq ~so nenhum. Posto que s de que vos queixais, nao deveis fazeior
erla
-,_ "'
pois Deu s· tne _preserv sem nã_o possa fala r por experiência pró pria , rais. p o d e-~e -~9-q1para - essas doe nça s de def mb am ent o
-·. _
' ', ·
r a
que - se ·passa. E· a mesou pre de semelhantes . - .
o . movi_m~l!tO na naturezama intensidade _elas delíciaspaixq_es, faço il;[éfa do
da alma que pro duz .. .. , ·. '-'. .
.,
. Com a graç a _de Deus isso ·
ti . dim enta P. I cap . n; BoURDA
:,

nãó !uqufetàrdes. (Carta 138,


ed. Vicente de la Fuente). pas sará , se ·vos •' I,.
1 !
_ 1 BELLECIUS, ~o h~ vlrt:d•! 1 .m:~111 gera ~
l' todoJ os autores de r~
· · LOUÊ, R.etraitef 3.ewiou;~B;:
tlrds esptrltu asi • ,
'L ~r~gres, eh. xxv.
'
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708 CAPfT lJLO IV
AS CONT RA-OF ENSIV AS DO INIMI GO 709
que, como a tísica , conso mem pouc o a pouc o
algum dos erturb adora s ; comet em~se impru dênci as, _brinca-se
órgão s vitais . p eri o multip licam -se os pecad os venia is, de que com ':
ª?ena s h_a
~rre~ e~dim ento ; vai~se escor regan do Pº: ulll tchv
. · 12'71. Suas causa s, Duas são as causa s princ goso vai-se costea ndo o abism o . . . Feliz d~ a m~, e pe:1-
ipais . se nao
qne conti ·ibuem para o seu desen volvi ment o resv~ la imper ceptiv elmen te até o fundo !
: ·alime nto . . .. .
espiritual d e-feituoso, ê a invas ão clalgum gérm en mórbido. h) P tró lado O orgul ho que nunca fora bem r'epn-
A)
, or ou : . t' .
ues . não cessa a alma de se com-'
Par~ viver e progr edir, neces sita · a nossa alma mido, r::~~ ·::~~~~ :a:q sua~ qualid ades, nos seus
de ·boa alime ntaçã o espir itual ; ·ora, o que a · alime praze_r tiriunf~:i
nta são p lhor se exalta r, compara~se a outro s ma1~
os dtvets cis exerc ícios, · medi taçõe s, leit'ur as, oraçõ exJen ores. ari;l.J me · íritos
es,· exa- r~lax ados ainda , des_prez~ndf~~. comod esp ' Este acanh ados e
orgul ho pr~
me~, cutnp -rirti. entG~ os · de":er es ·de est~d o, prátic . 1 vê mais 1e1s ao ever.
_a das Vir~ metic ~ ó~o,s, os·um~uee ·'hlovimentos de impac iência e
tudes ;-·que ã 1>õein em comu nhão <éom Deus vaca mveJa,. c1 • _. . . •de cólera,
, · fonte da durez a nas relaçõ es com o P:ox1mo.
vida ·sobre natur al. Se a alma ; por _cons eguifi te, . . . . .
faz coín R d a cobiça : . há neces sidad e de dmhe1m,
neglig ên'cia ' es'Ses exerc ícios , se se entre ga vol{u itària .. e) , cacen e:-se .. arece r com mais esplen".
ment e
às· distra cções , se não reage contr a a 'rotin a e par<'l agenc iar m~t. p~a.., =~iir! :ª ~~~as , r-ecorre~se
o torpo r, ~alvez . a
priva -se por isso mesm o d e muita s graça s, alime dof ; . _p<!-r_a 'ose coº d!;~cados pouco hones tos, que roçam
nta-s e proce ssos p u ' - pela
mal, enfra quec e, torna -se incap az de pratic ar as
virtud ies
cristã s, po~ pouc a· dJi?~ ildad e que ofere çam. injus: .~;~. . Dond ~ numer~sos pecaclos Úe~~ais
.d~'lib~jf
, Notem os de passçigem que este estad o é totalm dos . de que apena s se faz escrú pulo, porqu e_ a lt~z
vers·b dá" aridez ou das prova ções divin as : nestas ente di~ ' d·
.?
, ·en;i-' lugar enten 1ment o e . a del1·c adeza de
- . . consc iênci
. . a vao esmo re-
de acolh eras· distra cções ,· sente~se a · alma aflita e ,d . , , . _ ·p ouco . é que se vive, ef.ect.1vam.,··· .-

.
hu.rililhada º
por as, 'ter, faz esforç os sétfos para 1hes dimin uir
o· númel"O ;
c en pouc o ª : .
dissip ~ção habit ual, fazem -se mal os exarheds de
. . ·. , ente, em
,.. "'n..
na tibiez a, pelo ç~t;itf ário, · deixa;-se ir fàcilm ente,
-atr'ás do_s -. .. 'Assi m vai dimin Uindo o horro r ao• peca Q vema
c~~rl ~~
pensa mento s inútei s, tem neles gosto , não faz quase , , ~o
nenhu m eia.
esforç o para os repeli r, e dentr o em breve as distra
cções in~ rarea n dei mais e mais as graça .
s e
d D~us -d que se bra
vadem completamen.te. •as nossa s ••orações. 'd . v:..:.z meno s . prove ito ·: numa palav ra,,_ Vàl e . ,.
enfra
,. .
qn~
:É então que, vendo o p9_ ca .a "'
4 co fruto que tira dos seµ~ exer~ cendo _to do·· o organ ismo espiri tua l , e es·t a ··ane1m· prepa ra
-~í'dos : come·ç a à .. àlma a ehcur tâ-los ,· ate 'ácab ar por ~ . r, ,
suprim í- v ergo~hosas t:apit ula?õ es.
-los. E assim. o exattr n,de cons.ciência -. que se tomo , . . t,-
u enfado~
nlio, incóm odo, unia simpl es r9tfna , acaba por . . 1'274. Seus ~iaus . Do que l-evar~o~ eXP~f~?· rebul
se omiti r ; a
entã_o _já a _alma .n ão !'.~rara ..nas sqas _faltas e. defeito crue há ~~ito s graus de ubiez':'- ; na pratic a,_porer :nd
xando que· tomem o prédo mhiio . Não foz mais esforç S', 9-Ei!~ 1 · ash1
os para guil' \ a tib ieza • come d
- · ·
adqU,irir as virtud es, ~ ·dentr o em breve , tende m a Ji'stin ça a, .e . ~, t·b·ez
I I
a• consu ma a.. · . , ·.
-.. , ' ' ·. . . •
rever decer • · ·. , inda· horro
os vícios e más tendê ncias. No prime iro caso, conserva~se a . ~ '•1 . r ao . pe-:-
, . ª ) ., . .,·:,, . . . come tam · impr:udenc1 ~s qt!f a e e

t
caao morta l. poS o que ~e f' ci·Imen·te·
. .i'.172. B). O . resul~ ado de'sta ·apa\i a ·espir itual" ~ o · · d·· · • mas ca1~se a 110 pécád o •'venial de
po d em con u71r , ue corres ponde · i:,,q d e-
e'rif~ aquec iment o · prqg.r essivo dà alm~. umá espéc pr9.pósito ,deLtber(J.dO, mq~e p~~ dno -inui to pouco
ie; de o em.p enha
éhi~h1.i~ eh)lriiual, que prepa rá o cami nho à i~vas ão daI- feito pred? ~inan te.; por .ºu o ~iit:s vezes ape'nas s'e fazeiii
~um génn en: i1iórbido, Ísto 'é, duma das três con.c nos exerqc10~ es\tA .~f~r '~:ed e ·cair nesta s ne·glig
upis,é ên- ênciâ~ ~ul-
cras, ou às vezes das três junta ment e reuni das·.· p~r -~efa ~o~n~- ando de haver horro r instin tivo
ao
., . .· - • ; • r 1 . . ,..
· ·' pave1s1'. vai e;x ·lado. ·à'tal ponto aumenter o àinor· pec~tlo
, . <L) _ •Com o e~tão mal guard adas ~s . . _~ : : • .. ·
porta s qa_ a;m?, f~cil~ morta , pot ou ro ~? ptazer_
men"te 'se ab'rem 'os senti'dos intern os e . extern os
a's suges - ue se· chega· a ter pena'·d e. .q Ue •- este· .
ou aquel e prate r. seja
. ' . . - . dá• a'S·.
tões perig osas da curios idade . e. sensua~iqacté; surgin q . •· ... sob· ecadó ·grave ri Se se. -repe.lem, p~lS,. am
cl.6 fre- pt01b1d~ - _P rli· molez~r. 'àté· •êheg ar"o ·mom . . ..
quent es· ~e.p,t'qçqes,. que m~,ità:S' vezes nãd ·s~b repk:ff tettM.ções-, e so c0 ~ ento em .que à
que a meias. Às vezes deixa -se .o coraç ão. prend~i<a.
ràf mai~ alma se pergt1;nta, nao sem , raza-o, se está ainda em graça ; é
-afoiçqes
a tihiez a consumada.
'
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CAPITULO IV

, ll. Os pe rig os da tib AS CO NT RA -O FE


ie: a. NS IV AS DO IN IM IG O
127'5. 711
O. qu e co n t·t · na s, o é tam bé m
é o en fra qu ec im en to s l UI o pe rig o
. pr · . d fespecia r. d ·coisas pe qq en as , o na
é
s gr an de s, e qu e qu em é.
i~ jus to na s
pe rig os o qu e um pe ogresswo as or ç d esI·· te es ta do ze r qu e a ap lic aç ão também na s gr an de s 1 ; o ·qu e qu er di-
as a a m·a, ma is
ca do m rt . I . I . :.,, ou ne gli gê nc ia, com qu e
qu e Je su s 'C ris to ·s·. ac çõ es , se en co nt ra se fazem ce rta s
e· nr or . No a md.~u ad o. É
ne ste se nt id o rtas acções an álo ga
as tu as ob ra s, qu'e, -· n s.
nã o · e' osso . &· 1z h) Po r es te ca mi nh
io : "C
; t'h ·
f
va Iera qu e os ses fri ao I . on h eç o me nt o de to do o es for o de pr es sa se ch eg
a ao aborreci-
o ou s ne t m
E ro
. ~ ne m q t M. vo nt ad e, de ix a- se a ço : como se en co nt ra fro ux a a mola da
ne m qu en té ne m fri
o , es
qu en e
to u as sim •· p ue n .,e. h ais re za , até ca ir no de
alm a ir re sv ala nd o
pe
m in ha bo ca . Tu di
zes .
a. , 'd . . _?t qu e_es tí fo. sle ixo e no am or do lo de cli ve da na tu -
. po nt o . _e te vo.m ita r da um a in cli na çã o pe rig pr az er . Or a: é es ta
co n h ec es •q ue és um . so u rico , e en riq . . me nte as· faltas grav os a que, se nã o se ve nc e, ar ra sta fatal-
cego e nu " i . É f- co ·t d - . ue.cr-m e. e na- o es .
d . ' I r ªd ·ºf e _ um mi sie ráv • e) g que, ·efectiv
. oe nç as cr ón ica s a m a , .a I er en ça qu . el e po br e .e abusa da s graças e amente, .quem proc
ede. de ste modo,
d,as, •na-o dei xa m · emuac1:1rudas ,. ies tas u, Ibm . e ,Se no ta en tre as e oo r iss o me sm o
resiste às inspiraçõe
escuta mais fàcilmen s do Es pí rit o Sa nt o ;
. · i·t as um
as pr im eir as , po. r ha as ve ze s r t . I , · a ve·. ·z cu.ra - às· ten dê nc ias má s e te a vo z do pr az er,
cede
ve re m Ie ·t, as o a fgu.m· d I acaba pór cair em
P,ü, de1•xam-no d ur
pe ca do s mortais.
ep or áv el ; t'.178~ E é ta nt o
fraque7.a Va m os d. ar ite m ui tonatem en
m te en ra quec1·do· · ma is difícil de repá
,I -~ -:- qu an to é ce rto qu e rar es ta qu ed a.
111iúdo. · ec ar ar es te popo em es ta do d·e gr ancorde · é qu as e in se ns ív el
; va i-se o ho m em
. nt0 · ,· · de ix an do escorregar,
um po uc o . ma po r assim dizer, pa
is po r ab ism o, se m ab al o r~ o fu nd o dô
·. 1276. . 1. ~ :.O pr im ne m co mo çã o. ·E nt ão
eir a ef eit pr oc ur a a al m á
co ns ciê nc ia . à f a , b·b ·
c1.e ,d e .ce.gueira. ,d.a o d ., ilu di r-s e a si m es m
. . .. a; tra ta de se pe rs
ua di r qu e a fa lta
p~ r ,e· pa lia r as · pr óp re za e um a .e~pé- nã o pa ss a de ve ni al.
ria qu e, se a m at ér ia é
o Jurzo, te nd o po r lev s fait.as, . a ca fç ª de que11er de s·c ul - co ns en tim en to pe rfe
ito : é um a fa lta de
gr av e, nã o ho uv e
as sim va i ' f o· ·n n an d.. es pe d ª··ª m a po_r fa lse ar po de se r m or ta l. su rp re sa , qu e nã o
. · ,ca, . ,os .qu e erp, al
. .
f. im , já nã o sa be ,rec~µm a consci~ · Isi s.· dã o graves . e
0
E as sim se fal se
nhec~~ a ~ n,c~a re _ ·
ax a a, . gu· e·· ;po ·· nã o pa ss a de pe rfu ia a consciência, a co nf iss ão qu e se faz
cia s ou dos pe c~ do r nc
tem en te. O co nf es so tó ria , como as que se faz iam pr ec ed en
en er gi a pa ra os de te
~Iusões cu lp ad as :
ao ho m em , m as ·
s qu e cometg ª:~ 9ª
sta r e b
"H á 'ta l . c: :in h~ r_e
:r ~e da.s,,imprucfon-
,1a nélo t~rn ~u fici en
ss a .:?}P ª; ~.;ti_f em
te
pr inc ípi o du ma lo ng r é en ga na do , e bem po de se r es te
ca i do alto, tem fo rça a sé rie de sa cri lég ios . Qu an do um
pa ra ric oc he tar ; se
o
a ba la
-

<lo ab ism o, lá fica


se
·d t , .. O tt · ter m I ., ~u e pa re ce ; as sim su ce de às ve re sv ala pe lo fundo
vi e ur no bi as ! Im po rta , pois, ze
• . , ni in i ,·usta· n· . o . ev a a m or te t . .. re
di ito
. in di ca t os remédios. s co m as alm as tl-
mo rte in , 2; Ju lg a- s·e , ouissima .au te. -.• ·, , :· .es'd via · • qu ae
riéà: ª al m a .~ , ~rus _ri-cún,t ad · III. Os rem éd ios Ja
na ·re ah qà de é p~ br uiteH.
. 12..,,~ . º e e rq ise rá v~ r:r cr uelhe ?f.J?dul ho
. .. . os _o os e ~él
o ; m as 1279. O pr óp rio Cr
, L L • 2.
gressivo ela vo nt ad e Se gu e-, c;e dâ · tii eus. . ist o Se nh or No ss o
- 1 · . .• . :· re m éd io s : '-'A co M elh in di ca estes
· ., q O
en 1r ~9 ue o- te qu,e m e co mp re
. a} . A . fo rç à de ~c me nto pt o- no fogo, pa ra te en s -oiró· ac ris ol ad o
. faz er con~essõe . - riq ue ce re s (o oiro
or gu lh o em coisas .. •· .. :. :.- : . fervor), e ro up as br da ca rid ad e e do
ce de r ao pr az er. ,em pe qu en as h s ·ª '.se ns ~a lid aµ e .. e an ca s, pa ra te vestire
co
es pi rit ua l tu do an da isa s ~a i~ -~g a-s e po r es se ,~aminho ao a ve rg on ha da tu a s e nã o ap ar ec er
tr·a va d -a nu de z ( pu re za de co
aq ue le qu e nã o tra I t~ort,é,rntes. É, qu e colírio pa ra os te us nscMncia) , e um
ta na . vid a olhos, pa ra po de re s
, l de pr es sa -c~ir-á em ru co
ln a a
m c~ d d ns t,n a a S. Es cr
. a º· do .pouco iti mi qu e cc,nsigo me sm o e ·co
m o próprio co nf es so
ver ( a /ranql.U3za
· · · · . • , qu e!:quem ~ fiel na q~ e. teJJJ, hem les qu e eq am o, re r). 'P or qu e àq ue -
l 1 Apoc. III , 15-17.
- 2
Prov. XLV, 12. - !l
.

Eccll. XIX,. 1.
s·\ :o1·s
· a~ . pe q4 e- de ze lo · e fa ze re ni
pr ee nd o- os e corrijo-
os ; ar m a- te, pois,
tê nc ia . · Ei s ' qu e et
i : es to u de pé •à
1 lc. XVI, 12.
' - Em sen tid lite ral
os bens temporai s e as grandes oso ben , as coisas pequenas
designam
http://www.obrascatolicas.com s do céu.
·
_. ........ ...... '-./L V
l.V ,..
.. AS CO NT RA -OF EN SIV
AS DO INI MI GO
·'713
po rta e ba to ; se alg ué m nh ada de paz . É pró pri o
po rta , ent rar ei em , ou vir a mi nh do
. " i
su a cas a e cea rei ªcovo z e me abr ir a gri a com mo tiv os especioso ma u esp írit o com bat er ést a ale-
m.igo . Nu nc a se m l l s, subtilezas, ilu sõe s; dir
tei ram en te dis po st de v e . d e e e e e co-
ráb ula que def end e um a
cau sa má. --- Es ta reg ra fun-se-ia uni.
.. po is, . ~s.esperar ; Jes que De us é aut or da paz
me sm o a su a int imoida dno s res titm r a s us est á in- , ao pas so que o demóni da-se em
. d per tur baç ão na · alma, pa o lan ça .!!
ua am ra a des ale nta r.
1280. 1 o n a e. ,se. no s con ver ter mo srza Pa re e. até h) Só De us pod e dar
a verdadeirfl consolação,
. . . r:, ne ces san o rec orr er _ · a ISSO : haj a pre ced ido cau sa alg
um a cap az de a pro duz ir,
sem qu e
den te ccm /es sor, a brm . do- Ih. e fran .,d Ele po de pen etr ar no ínt po rqu e só
am
cam .. t iLL le a um .pru -
d o-Ih e sin cer am en te q d pa ra Si. ,-, Dizemos qu e imo da alm a pa ra a atr air e vo lta r
ue sac u a O n en e ta a ma e pe din - a. con sol açã o nã o tev e cau sa
d o e seg uin do os seu s c Ih dente, qu and o nad a se apr prece~
2 (\ S b · on se os co m oss o orp or, rec eb en - cer . __, Assim, po r exemp ese nto u que a · pud ess e fazer nas:..
. energ ia - e co
nst ân cia . des ola ção ; sen ão qu and o,
lo. est ava a alm a me rgu
lha
• 0 a su a dir ecç ão It , · em um mo me nto se enc on da na
vorosa do s exe~êíci~s de v I
i;d :à ara a a ma à prá tic
. seg ada , cheia· de alegria
•, força e bb a vo nta de ; tal tra sos-
seg ura m a fid eh da d a /er - de S. Fra nci sco de Sa les foi"ô ca!lo
pd _e, mo rm en te apó s os vio len tos escrúpufo
co nsc iên cia e o ofe rcaos e em ars do s qu e as- hav iam ass alt ado . s' que o
. t f , a ora çao -
, o ex am e de
1a s ob ras ( n. º 52 .3- 52 ~)
f
~0 e~ equ ez; ite me nte ren ov
e) Quançlo foi pre ced ida
a cop.solação de alg um a
e o fer vo r sen sív el sen ão
se esf orç a po r na da .
. or, id
qu e se tra ta, nã o
a genDerosi a e da vo nta
ad o sa. · po de est a pro vir do
primeiro, se tor na I alm
bom ou do ma u. esp írit o
pro ced e do demónio, se a mais esc lar eci da e for te no bem ;
pro
: vem
cau-
do
1 ecu sar a eus . de qu e pra zer ou da honxa, pre du z rel axa me to, mo léi a , am or do
sun ção . Po r oi;itros termo
3.º Re tom se- á tam bé m
tu des e dev erear-
ex am e pa rti cu lar
s de cs-tado
so
b
re os
,
f: , .
pr rlc a ass í~u a da
zen o suc ess iva me nte
_ .
s vir-
da ârv óre pelos frutos.
cl) É prq pri o d~ anj o
luz, ent rar pri me iro com
os
·
ma ~ transfigurl?r-;~ e~ a:
s, julga~si

sen tim ent os ·da al1J1a p~e


~j~ _d e
co nta de tud o na con fis po t . •. o aca ban do po r lhe ins pir ar dosa,
vê · qu e um a alm~ se ent os seu s pró pri os. ~ Assim, ·qu and o .
• - ( º~ os prm crp ais ,
- sao n. 265, 468, 47 e da nd o reg a à vir tud e, ~uger_e:..~h
9). sen tim ent ós conformes às e · prirÍ).eir9 "'
'.É po r est e cam inh o ue sua
esq ue ça a alma: qu e as '
faqit s~ _vo Idtara, ao fer vor apo ian do -se no seu am or- s disposições' vfr fuo sas ; . depóis;
pe esp írit o e ob ras d · · as pa ssa ; e nã o vã com pla cên cia ou pre sunpró pri o, sugere-lhe· s:e;itimen~os dé
IO. . e pe mt. en ~ · ª~ ~x,·rgem rep ara ção ção
a lev ar em seg uid a ao des , exc ess os rias penitências. pa ra
cia , · ' ale nto , ou, ão con trá rio ;
.alívios ao seu gén ero de ·a
vid a, sob pre tex to de ~aú alg uns
AP ÊN DIC E : R" ' : est udo s. E assim · a faz ir de ou de
EGR.AS SO BR E o dec ain do pou.co' a .·po. uco.
DIS CER NIM EN TO 128 5. 2.
·•'

DO S ESP ÍRI TO ;i, PA RA Re gra s sob re 9s de~ejo


A VIA ILU ~UN AT 0 !! ou pro jec t~s -. ,il-) .,E
IVA no sso s desejos e pro jec tos
. d~ vem
m
o pri ncí pio , o me io e o os exa mi nar co ~ ~uid.a do ,~e
1281. Já tra çám os, seg un fim
do S I , . qu alq uer destes mo me nto ten 4em a~ bem ; .pqrqu~. se . e~
b re o dis cer nim en to d , .- . nac10, as reg s
pad or ou menos· bo m dç, há · alg um ele me nto .,rtau, dissi--
( n. os 95 3-9 57 ) É , t·Io
s esp mt os , pa ra os pri nc ras so- pro po sto , ou se estes des que aqu ilo que jl;l no s hav íam os
.
a via i lu.m ina tiv·a ouu I Pesumir as q ipi an tes ejo
p du S d
e o an to á pa rn enf raq uec em a alm a, é pro s no s 'inquieté;lni, per tur bam ou
cícios. Di ze m re; p ·t rito , inimigo do no sso va de qq e pro ced eni do ma
ara a seg un a sem an a u espí.-
. er
pa is : 1. º às c:onsolaçõe o ess as vegra d . .
do s Ex er- adi
E a raz ão disto é que, pàc ant am ent o e éterní:l salvação'. -
r o1e . s d f
· cro . . . ~ a ms po nto s pri nci -
a
qu e não ha ja nel a coi sa um a acç ão: ser \)oa, é necessáriQ
e utu ro. s es pir itu ms . 2 o
p . . aos dese10s . ou De us ou ao bem egp idt alg um a con trá ria à vo nta
ual da alm a ; se, ppis, em de de
bo 12s 2' 1.o Regr as soo1 do s seu s elementos, se vê qua lqu er
· alg um defeito, ·é sinal do
tad : ~sp í~~ o, qu and o . se re as co . I - . esp írit o
apr
' ar- e a verdadeic-a aleoxim~•sd ai;;oes. la) É pró pri o do maligno.
gri a es ~~a ma de bo f h) Ut na vez des cob ert
a est a int erv enç ão do ini
a mp
pm ua , a que é aco vo n- útil · rec on str uir a série dos migo, é
a- bon s pen sam ent os, pa ra des cob
t Apoc. III, 18-20. com o po UJCo a po uco o ma rir
." pe r tur bar e arr ast ar ao lig no se ins inu ou na alm
mal. Es ta exp eri ênc ia ·no a, par a a
s for nec erá

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AS CONTRA-OFENSIVAS DO INIMIGO 715
meios, para mais ta d
inimigo • · .
r e nos acautelarmos dos a1·t1·t !CIOS do
dida em que a nossa-fraquieza o permite: "Qui sequitur
b e) Há outra regra, tirada da . me, non ambulat in tenebris, sr.d habebít lumen vitae " 1 .
om e do mau espírito . o ri . ":aneira de proceder do
a alma que vai progredinJo ~~;o mflui suavemente sobre f,çizer dele à centro dos nos~os pensame~tos, dos nossos
~m~ esponj? ; o ·segundo ope~a rui1 o orvalho que penetra ~ft3ctos, · da nossa vida· inteira, tal é o ideal de que nos
e ~mporaJ qi."e cai ,sobre uma pedr~samente, como a chuva e,gforçamos por nos acercàr to·dos os dias.
) Até mesmo qu~nd · . ,.. ,É para esse f·im que a nossa oração se torna a/ectiua
mister saber distinguir entreº oª t;::t:olaç~o _vem de Deus. é
~ o que a se,gue : no primeiro op P p~oprro da consolação
ê tertios ince_s santemertte a Jesus Cristo d-iarite dos olhos,
~ g:aça ; no segundo, forma' re era a a ma sob a inspiração .pàra O adorar,' no coração, para O an;iar e .atrair a nós'.
sa<:> ~med!atamente inspirados ~~luJ5ões e projectos que não nas mãos, para praticar as virtudes em un.iã.o com Ele.
gumte, devem ser cuidados p eu_1S, e que, por canse- As vi_rtudes qu~ exercitamos, são. ~s ':irtudes t_~ç,logais e
•. gra1L_precedérites. • amente. exammados segundõ as· re-
as virtudes morais, que se praticam paralelamente, auxi-
1284 3 ° A . . ·
· ·
dem-s•e acrescentar estas
I regras tra ad
ç as po-
S I
por . nácio
lí~ndo-se mutuamente'. Há, contudà, como duas fases no
ma.
_adgumas, que resultam do que d~s•envolvimento da nossa vida: na primeira esforçamo-
dissemos neste Ir·v rs
. ro segun o. --nos sobretudo por conseguir as virtudes morais, na segun-
. a) Asp,i<rar a uma perf . - .
pações actuais, praticando :~çt':-z.;s <li
int~mpestiva, fora das . ocu-
e espavénto, singulari-
da as virtudes teologais.
· 1286. 2. 0 É, efuctivamente, necessário; antes de
:ando-se, é o sinete do mau :;p~
e certo, a uma elevada f . ~t o,; porque o bom leva-nos tudo; abrandar às nossas··.faculdades, para as tinir a Deus.
nossos deveres de estado p:r e1çao. 'dmas compatível com o;
Ora, é isso o que f a2íem â.s virtudes morais :
-~); . O ~esprez'a dá/ e tma v1 a humilde e ocuI.ta.
1 ) A pmdência ábranda o 'nosso entendimento, acostu~
.!ªfl!.1f1ç:ar ,e m . coisas gra.nd:t~ã~ef;::nas e o desejo de se ma-o a reflectir, antes de operai, a tornar conselho de,· Deus
~p1r1to, q_ue nos inclina à fidelidade . am . o cunho do bom ~ •de seus .representantes, e assim o faz .participante da sabe-
~stado ~" B,~ P..eqqenas virtud"s . "· t perfeita aos deveres .de .
~On praeceribit a . lege ''clon ' ' :'. . lOf~ unum aut unus apex
doria di~ina.
· · ' ec 0 mma iant" 1 2) A justiça abranda a vontaqe, hab\\uando-a a respei-
'. e) As reflexões lisonjeira b . . , tar os direitos de Deus e do próximo pela prática da honra~
Julgam.o s ter pro~edido bem . s dso :e nos mesmos, quando
pela p1edaqe e virtude _. , o ese10 de sermos estimados dez perfeita, da religião e da obediência àos superiores ;
phr~c:,ir,a antes de . tudo 'a~:;d opo~tos ao espírito cristão que assim nos aproximamos da justiça divina.
omrmbus , placeffem· . ar somente a Deu.s ·. "Sr· adh uc 3) A fortaleza abranda as paixões violentas, modera e
-· . . • , servus Ch · r
,po1s, a falsa humildade . . rcs t non . e'Ssem" 2. Assim refreia os seus extravias e dirige as s:ias forças vivas para
a fals d · ' que se censura pa ra pescar louvores , o bem sobrenatural difícil de realizar ; leva-nos a praticar a
. a .. oçura, que não é af• 1 .. .
d ar aos ·1, · d e agira-•
mais que o d ese10
• omens, são· •
contrãr·,na, ; . . magnanimidade, a munificência, a paciência e a constância,
d) Q . . Ias ao espmto de Deus . e assim nos aproxima da força do próprio Deus.
d . . .:·, ue1xar-se, impacientar d 1 '< .. .
.as proyações f! aridezes . -se, . e~a entar-se no meio 4) Para amortecer e disciplinar o amor do prazer, aju-
no ; o espírito ·ae Deus 1'. ~ l;IID •dps sma1s do espírito huma- da-nos a temperança a mortificar a gula pela sobr-iedade, a
cruz, à re:iignação, à entr!~:-~i~/elo contrário, ao amor da vencer a luxúria pela castidade, a dominar a soberba pela
rar na oração, .rio meio das . ' a Deu~, e faz-nos perseve~ humildade e a cólera pela mansidão. Assim melhor poderá
.. . ·. ~~curas e distracções. a alma pratica,r as virtudes unificantes.
SfNT~SE DO LIVRO SEGUND.O 1287. 3. 0 Vem então a segunda /ase ·da via ilumi-
nativa que nos une directamente a Deus.
.. 128S.. 1.º O fim. da via ilu ,, . , I
1) A fé, com suas claridades, temperadas por certa
seg:uir a Jesus Cristo . ·t d , mmatwa e evar-nos a
, rmr an o as suas virtudes obscuridade. submete e une a nossa inteligência a Deus, fa~
.,. , na me- zendo-nos comungar no pensamento divino.
1 Mt. v, 1s. _ 2 aa/. I, ·10.
. 1 ]o. VIII, 12.

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CAP ITUL O IV

2) A espe ranç a, com o pod eros


noss a vont ade, desapegé;l..:a das cois a .alav anca , soer gue a
as terre nas, orie nta os
seus dese jos e amb içõe s para o céu,
e une- nos a Deu s, font e
da no~~sa felicidade, infin itam ente pode
roso e bom , de quem LI VR O II I
espe ram os com conf ianç a todo s os au,x
atin girm os o noss o -fim sobr enat ural
.
3) A caridade elev a-no s mais alto aind
ílios nece ssár ios para
..
D a via· un 1t 1v a
.

a Deu s por Si mesm o, por ser infin a, faz- nos ama r


itam ente bom em Si, e o
próx imo por Deu s, com o um refie xo
ções. Ut!é, pois, toda a noss a alma íntei de sqas divi nas· perf ei-
ram ente a Deu s.
É · no Sagr~do Cor ação de Jesus qüe . ·. .
. vam os hauc tr 1289~ . Purr frca da a ª.l mad, a dorn ada pelo exercício
este
. dup lo amo r : estr eita men te. a Ele unid
os. triun fare - . d
posi tivo as ~ir• t d. está tne. ura para •ª .uniã.o.·hab ·
itua l
mo~ · do noss p egoísmó, e, faze ndo noss lJ es., por outr os term os, pàra à. via
os o amo r e todo s e íntim a com Deu s, otr,
os s,e~timentos de Jesu s. ViV'ieIT).os para
Deu s, como Ele wiit íva.
próp rio ,:ive u : · '.' Ego vivo prqpler ·Pàt
rem " 1 . ·
1288. 4. 0
No decurso, poré m, das nossas asce nsõe s OBSERV AÇOES PRE Llr- 11N ARE ~ i.
para Deus.. este jam os certos. de que
não hão-die falta r . ... . , .
contra-o/en$iVas .aQ inimigo,; O,S sete peca nores das ques tões ,
dos capitq,is ten- . Ant es d e en. tr arm os .nos .porm e
o .. ·fim a que se
d
tarã o insi nuar -se, em form a aten uad a, . • por brev eme 1 eve
nQssa .alm ~ .. e,: se ~ão ..tive,rmo~ .qrnt ela.
far-nos-ão cair na cum pre- nos ex . nte
.
• ·
ract-
0
eres distm
. ttvb
. , s·;
. . o •
far-nos-ão cair na ten der nest a vra • . 2 .o os seus ca d 3t ' a
, . l - . u·
tibie za, Mas. .~s alm as vigilà.nte:5, apoi
0;das em Jesu s Cris - _
noç ao •geral d·á. con temd· p açao, q e ·'é um os cára c eres
... .. , .
to,,, repe lem ,ess es.. ,assa ltos. apr.oveitami.;~ .. 4
g~rais d·e sta ·vra ;• · · a .
wrsa_ , opo rtun o segu u. ·
· o que .e
P
e· atê deles, para .,
se con firm arem na virtu de, e assi m ·
se prep aram para '- a~
aleg rias é pró'Pbtçõe;s da via' 'liniÚvti. .· ,O
. f. .. q1ie• se deve . tend er. .-'
. ~ ~-. ' • .. .•! . .• . • •' . ! .• .
I. nn a , . .·,,
: ., E f· · ·- s·é sena · -
o a uma ·- . íntim a · e1 hab i-
' 1290. ste ·1m nao e ·st Está '
0
perf .eita meh te ex-
, 1 · D
tua com eus p or Jesu s l'v1 rr º·
.. .
Olie r pôs no·. f·ronhsp1c
· ' 10
·
presSó •nes tas pala~~as -~puei 1 : . s et
. orn ·. ultim us· fin. fi:;huius
de' Piefas · •Semm ,, mor m J D ...
. ,. . sum me D eo in . Christo- . esu, ormno
lnstitu.ti err.t vrvere F'l" . .
·,, nastro, ita ut m . t ·ora I n eJus m t I· ma cordíiFn ostr pen e-
ducia liiter
. . t
eri b . d· d p aulu s -fi de
....>. tren t et licea cuil i et icere quo
. . .
..· ,· , se p~aedi•cabat: Viv o; 1am. non e go . vivit . vero m me
··
, .
,, 2
Chr istu s ' · i D •
us O Déu s vivo; a rin- T .
. Viv,e r unic ame nte hpabr~ e , , para O louv ar, ser-
da de ..:ian~1ss
o , .
1ma, que a .rta f· ., do p'. er feito
l . ,em nos, . crrs. t- .
. . ama r ta e o rm ao ,
vir, reve renc iar e - , d' senã t d.
. d
vive r e man eira nao me wcr e. o inte nsa, com o ~>

1 PHIL, A
.
S~t TRINÍ~AT~is';;,"r ~dA. rne p Tr. I, dis. I;
SAuDR;Áu,, Les "fg~~~~~d~ction.
TH.Vl:
1 Jo. VI, 58. VALG ORNE RA, op, Cl :•
uniti ve ; Prolo gue • . J·
G~RR IGOU -LAGR ANGE , op. c,t., t .
.•
- 2 Gal. li, 20. ..

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LlV .KU ili
DA VIA UN ITI V A
o /ervor qu e dá o am or : asp 719
ira r por con seg uin te, a esq
cer -se a si me sm o, par a não ue- 11. O s car act ere s dis tint ivo s da
pen sar ma is sen ão naq uel via uni tiva .
De us qu e se dig na viv er em e
nós , par a O am ar com tod Re sum em -s;e est es car act ere
nos sa alm a, par a faz er con aa s em um _só : .ª nece_ssi~
ver gir para. Ele tod os os nos dad e de tud o simplificar,
pen sam ent os, des ejo s e acç sos ', de red uzi r tud o a u_nic/,ade,
ões . De ste mo do é qu e pod , a, um. _ · z'ntz·ma com Deus isto,
rem os rea liz ar eÚ a o"ração
de Prima, e~ qu e pe di~
e- e, ao pela divina carida de.
De us qu e dir ija, san tifi que os a ..
, rej a e gov .em e a nos sa 12 92 _ l. o A alm a viv e qu ase con sta nte
m. en~ sob-
e o nos so cor po, os nos sos alm a o olh ar de De us : com pra
sen tim ent os. pal avr as e é!iC z-s e em O con te~ pla r v1v
par a tud o sub me ter mo s à ÇÕes, no seu cor açã o, "am bul are e~do
sua san ta vo nta de : "Dirig cum De o tr;i;tus ' ~ par a isso
san.ctificare, regere et gubernare dignar ere et se des ape ga éom ~_ui1ado, .
e, Do m( ne De us, das
• R.ex caeli 13t terrae, hod ie,
corda et corpf:?ra ho str a s~~ tione teneri foris . E •po r estcri atu r~s , nec ª\iqubu;!~ec~.
sus, e mo tiv o qu e e a
sermones et act us nastros in sol idã o e o silê nci o : con stró
dat oru m tuo rum . . . " lege tua et in operib1us ma n- i pou co u pou co nD seu co{
ção um a peq uen ina cela, h~
· na qu al enc ont ra a e~s
fal a. cor açã o a cor açã o. En e
1291. Ma s, com o por nós tão , se est abe lec e ent re De
me sm os somoi; dis so inc a- e a alm a a ma is doc e int im us
paz es, que rem os uni r-n os i ida de.
int im am ent e a Cri sto Jes
Christo Jesu : inc orp ora dos us, in l .. A . t· 'dade diz Mg:r.
nel e pel o bap tism o, que rem 1 1n Gay 1. é a consciência, que
os l 1m1 am• am
est rei tar ·es~a un ião int im têm 8:~ue_es iu~ de tdz. daunçharmonia que ex1·s te entre eles ·.
sac ram ent os e sob ret udo
gad a pel o rec olh im ent o hab
~ pel a rec epç ão fer vor osa
pel a sag rad a com un hão ,
itu al, . a fim de qu e as sua
dos
pro lon -
~~~~'::i::~: /
afinidade e inteira convem•- · se nao da sua
ão, ale gri a e fecundidade.
a ee:p eri ênc la dos seu s en:
ant os mú tuo s, dlhaa
É o
snuçaa
disposições interiores se faç s . . É . uni ão até à uni
enc1a, sem. e 'd. d
am nossas, ins pir em . tod as per feli1.:it~~ U: a simplicida dade e, por tan to, . a um a
nos sas acç ões e pos sam os as de consentida, que t_?rn_a a~ e
sem

qu e viv e em mi m" . Pa ra
rep r e rea liz ar a pal avr
S. Pa ulo : "V ivo ., , ma s já nãoetisou a dre
eu qu e viv o, é Jes us
obt er est e fel iz res ult ado ,
,
totalmente dtransparenJ:.s ;
na liberda e · que _5 : .j~
J: ~:•
f' ·onsequenc1a, e a p e-
oÍ}{a~;~ mutuamente sem
f dez a" Ora, é esta a inti. ,
alm
pre
las

e de se verem ate a u ~1m


seu s 'mé rito s e súp lic as env pel os a pro ~n ofe~ecer às almas inte.--
s~ :~~~: d~ Imitação: "Fr
ia- nos Jes us 0 seu div ino midade que_ Deus_ per~ute /
rito, aqu ele Esp írit o qu e ope Esp í- riores, como equens
siç ões per fei tas de qu e est
rav a em sua alm a as dis po- -illi vis itat io exp hcha ta? b !11t no dul cis
cum om ine m er ' ser mo cin atio , grata
ava ani ma da ; ,e, dei xan do- consolatio, multa pax , fam d . ." 2
con du zir po r est e div ino nos iliaritas stu pen a mm ts .
gen ero sam ent e às sua s ins
Esp írit o, ob ede cen do pro
pir açõ es, pen sam os, fal am
nta e ' 12~5. 2.º O amor de De
us lom a-s e des te md_odo
ope ram os com o far ia Jes
us, se estivess-e em nos so
os e não som ent e a sua v1r . tu d
e pnn • c1p· a1, ma s pod e-s e 1zer,
,
lug ar. a. sua ún[ca virtude, nes . . .
É Ele , poi s, qu e viv e em nós
nós , glo rifi ca a De us, nos
,. é Ele que , con nos co e
po r . d
te sen tid o qu e tod as
vu tu es, qu e a a, lm a pra tic a não são par a ela sen
-ª~ out ras
san tifi ca e nos aju da a san · ao act os
car os nos sos irm ãos . E &ss tifi - de am or.
im, se nes ta via se tor na
do mi nan te a dev oçã o à. pre - d~ . não é par a ela sen ão
San tíss im a Tri nd ade , nem Assim, a pr~ enc~a. um olh ar afec~
isso ces sa a alm a de se
uni r ao Ve rbo Inc arn ado
po r tuo so par a as ~01s~s d1vma s ara nel as enc ont rar a reg ra dos
:!i ta
po r Ele qu e sob e ao Pa i
per me " 1
: ·· nem o ven it ad Pa tre m
, e é
nisi
seus juízos; ª.J~ d?·
st1
_um
ão tão per feit a qua nto pos ·
sível, da rect1 ao ivm a '~~ for(aleza, um dom ínio tot al das
pai xõe s ; a tem per anç a, um esquecimento com ple to ·das ale.-
gri as terrenas, par a pen sar leg rias do céu a. Co m mais
nas a
.
... 1 Elévation:s sur la
- li De imltat., L. II,
vle. · •
1
de N S f, C. 52, élév ., t.' I, p. 429'.
8 · É •0 · que ~xpôe per feit ame nte S.
1 jo. XIV, 6. ·e. I,
ToMAs, II, ~I.., q. 61.1 ~\ .n~ · ~ed am ver o su1ff virtute~ jam asse-

quentium d1vmam s1m1 l u e;; quae vocantur virt utes
n , 1am pur gatl

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720 LIVRO III
DA VIA UNITIV A 721
f<:>rça de razão são para ela as virtudes teologais um exercí-
cio de amor perfeito : a fé já não é sõmente um acto reno- das virtudes e pela aceitação generosa das cruzes provi-
:'ado de tempos a tempos, é o espírito de fé, a vida de fé denciais. e vai-se consumar, na via unitiva, pelas prova-
mformada p~la caridade, fides quae per caritatem opera6ur;
a esperança e a confiança filial, a entrega total a Deus. Nes-
•ções passivas, que logo descreveremos.
ta! al~uras, já não fazem mais que uma todas as virtude~, h) Um grande domínio de si mesmo, adquirido pela
nao sao, ~or assim dizer, mais que formas diversas· da carí-- mortificação das paixões e pelo exercício das virtudes
dade : cantas patiens est, benigna est . ..
morais e teologais que, disciplinando as nossas faculda-
1294. 3.º Uma simplificação análoga se opera na des, as submete pouco a pouco à vontade, e esta à von-
oração : •ós raciocínios vão desaparecendo pouco a pouco, tade divina. Por esta via se encontra restabelecida, em
para darem lugar a piedosos afecto-~;_,estes, por seu turno certa medida, a ordem primitiva ; senhora de si mesma;
se vão simplificando, ·comÕ logo explicaremos,• e transfor~ pode~se a· alma d~r- complet;mente a Deus.
mando''num olhar afectuoso e prolongado sobre Deus. e) Uma necessidade habitual de pensar em Deus,
0
1295. 4. Donde uma simplificação na vida inteira: de se -entreter com Ele, de fazer todas as suas acções
outrora tinha as suas horas de meditação e oração ; agora com o fim de lhe agradar ; a alma sofre, por não poder
a sua vida ~ uma oração perpétua ; quer trabçi.lhe quer se ocupar-se constantemente dele, e se, por dever de estado;
recreie, q_úer esteja só quer acompanhada, incessante- se entrega a ocupações profanas, faz esforços por não
mente se eleva para Deus, conformando a sua vontade perder de vista a sua presença ; volta-se instintivamente
com -~ dele: " Qu.ae placita sunt · ei /acio semper '' ·1 . E para Ele, como a agulha magnética para o Norte·: "oculi
e~t~_,. conformidade rião é para a alma senão um acto de mei semper ad Dorninum" 1 •
am_o t C'? entrega total_ nas _mãos de Deus; a.~ suas orações,
as. suas. acçõei; comuns, os seus sofrimentos, as suas hu- III. Noção geral da contemplação 1!, ·

milhações, tudb está impregnado de amor de Deus: Deus


A força de pensar em Deus, fixa ne1e amorosamente
meus et omnia. '
. . a alma o seu olhar : é a contemplação, que é um dos si-
1296; Conclusão. Daqui se pode ver qúais são as nais característicos desta via.
almas a que·· éonvétn à. via un:ítiva : · são as que· reunem 1297. 1.° Contemplação natural. Contemplar.
as três condições seg.uirites : ,_,
em geral, é olhar um objecto com admiração. Há l,lma
a) .Um~ g~ande pur~za .de çoração_, isto é, nao sà- contemplação natural, que pode ser sensível, imaginativa
i:r,ien\~. a exl?raçao e reparação das falta_s _passadas, senão -0u intelectual.
o desp~en_4ir1;:ento de tudo quanto poderta levar ao peca- 1) :E: sensível, quando se fita longamente e com admi-
do, o horror a qualquer falta venial de propósito delibe- ração um belo espectáculo, por exemplo, a itnensidade do mar
rado e até mesmo a toda a resistência voluntária à graça; ou uma cadeia de montanhas. 2) Chama-se imaginativa,
quando, pela imaginação, alguém se representa longamente,
o que rião ' éxdui, contudo, algumas faltas veníais de com admiração e afecto, uma coisa ou uma pessoa amada.
fragilidade, aliás imediata e
;v·i vament~ .choradas. Esta 3) Denomina-se intelectual ou filosófica, toda a vez que se
pu_riÜçação · da alma, esbàçada- na vii:l. purg~tiva; foi-se detém o espírito com admiração, e pm' meio duma simples
aperfeiçoand0, na via iluminativa __pelo ex•ercício positivo vista. sobre alguma grande· síntese filosófica, por exemplo,
sobre o Ser absolutamente simples e imutável, príncipio e
fim de todbs os seres.
animi ; ita s_ciUcet quod _prudenti~ sola divina intueatur ; temperantia
~<:r,r,enas . cup1d1d11,tes nesc1at ; forlt.tl!,dO passiones _im10ret ; jttstitia cum
.l\ 1!1ª m~nte perp_e~u9 foedere soc1etur, eam_ .sc1licet imitando; quas 1 Ps. XXIV 1 •15. - 2 P. DE GuraERT, R. A. M., avril 1922, Troia
. qu~~e~,rvutut_e~ d1c1mus esse bea.to,:um vd ahquorum in lzac vita per- déjinitiàtts de tftéo'/ogie mystique, p. 162-172; P. GARRIGOU-LAGRANGE, Per/;
. Jep i~stltlontlTt >. -~ 2. jo, VII~, 29. . . .. . . . ,. . et contemplation, t. 11 eh. IV, a. II, p. 272-294 ; ÜABR. DE STE M"'RIE-
·MADEL., La contemplatlon acquise, em Vie spirit., sept. 1923, p, (277].
46
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DA VIA UN ITI V A
723
t'.298. 2.º Co nt em pla çã o sob
bé m u1;1a co nte mp laç ão ren atu ra l. Há tam - gra ça especial. graça op
erante, qu e rws inv ad e e
sobrenatural, e é de la qu
e fal a- receber luz es e af ectos nos fa:z
mo s. \ 1 am os ex po r a su qu e De us op era • em nó s
a no çã o e as sua s espéci com. o
es. no sso con sen tim ent o.
A) No çã o. O ter mo
co nte mp laç ão des ign a, Assim, pois, cle:r1;:;~iínarse
sen tid o próprio, um act em vir tud es infusa.,, ·visto com inf usa , não po r pro ced er
o d e sim ple s vis ta tnt das
ab str ain do dos diversos
ele me nto s af ectivos ou im
;le ctu al pro vém igu alm ent e, sen ão o a con tem pla ção adq uir ida delas
vo s qu e a ac om pa nh am aginati~ du zir est es act os, ain da mepo r nã o est ar em nos so pod er pro r
; ma s, qu an do o ob jec to smo com a gra ça ord iná ria
pla do é be lo e am áv el, co nte m- tud o não é De us só que m ; e con r
é ac om pa nh ad o d;e ad mi op era em nós , sen ão que
raç o nos so con sen tim ent o, o faz com
am or. Eo r ext ens ão , ch am ão e me nte o que Ele no s dá.
nes te sen tid o que recelb
em
:ar ac ter iza da pe lo pre do
a-s e co nte mp laç ão um a
oração Se a no ssa alm a, sob o os lívrer
gra ça op era nte , se diz
mí nio de ste sim ple s olh
ar ; nã o passiva, é po rqu e rec ebe inf lux o da
e, J>::is, nec ess ári ô · qu e nos ; mas, ret:ebendorOS; don s , ~iyir
dár
ora çao , ~a sta qu e sej a fre
est e •acto du re· tod o o tem
po d; - dep ois exp lic are mo s. É cha lhe s o seu con§entiniento 1. como
qu en te e aco mp an ha do de res a, po rqu e o é àup lam ma da sob ren atu ral po r Sa nta Te r
tos. As sim se dis tin gu e a. a/e c- ent
os out ros act os sob ren atu e, não só pel o mesmo títu lo que
ora ção co nte mp lat iva , da rai s, sen ão po rqu e Deus·
ç~o dis cur siv a ( n. 0 • 66 7). ora - nós de ma nei ra especialís op era cm
po r ex clu ir os lon go s rac sima.
m? s.; e da ora ção afe cti iocí-
ua ( n. 0 97 6), po r ex clu ir t'.501. e) Di sti ng ue -se
pL ~i~ ad e do s ~ctos qu e a mu lti- tam bé m um a co nte mp laç
car act eri zam est a. Po de -se mi xta . Ve rem os, efe cti ão
de fmu um a vis ta sim ple . po is, va me
nte , ma is tar de qu e a
s e a/e ctu osa de De us tem pla ção inf usa é po r con-
coisas div ina s; ma is bre ou das vezes. mu ito cu !'ta ; po de
ve me nte , sim ple x int uit us gu int em en te, aco nte cer , con se-
tis, co mo diz Sa nto To má 1 ver ita- qu e na me sm a ora ção ,
s dev ido s à no ssa ini cia tiv os act os
a alb ern em co m os act os
. 12 99 . B) E~ pé cie
s. Po de m- se dis tin gu ir trê zid os sob a acç ão esp eci pro du -
s esp é- al da gra ça op era nte ; é
cies de co nte mp laç ão : a suc ed e sob ret ud o aos qu o qu e
co nte mp laç ão adquirida, e co me çam a en tra r na
tem pla ção inf usa e a co a co n- pla ção inf usa . Ne sse cas con tem -
nte mp laç ão mi xta ~- o é mi xta a co nte mp laç
a} A co nte mp laç ão ad qu iri é, alt em ati Ya me nte act iva ão , isto
qu e um a ora ção af ect iva
da nã o é: afi na l, ma is
sim p[i ficada, e po de -se de
d uz- se est e gén ero à co nle
e pa ssi va ; ma s ger alm ent
mp laç ão inf usa , de qn e
e re-
um a co nte mp laç ão , na qu fin ir : assim dizer. o pri me iro gra é, po r
al a sim pli fic aç ão dos a:C u.
tel ect ua is e a/e cti vo s é tos in-
fruto da nossa ac tiv ida de
lia da pe la graça. Mu ita s au xi- IV. Div isã o do f erc eiro livr
v:ezes até int erv êm ne la o.
do .Es pír ito Sa nto , po r os do ns
for ma lat ent e, sob ret ud 130'2. Na via un itiv a po de m- se
c_iência, en ten dim en to e o os de dis tin gu ir du as for-
sapiência, pa ra no s aju da ma s ou du as fas es dis tin 2
fix ar am oro sam en te o olh rem a tas •
ar em De us , com o ex pli 1. 0 A via un itiv a sim ple
ma is ad ian te. car em os s ou activa, qu e é car act
riz ad a pe la cu ltu ra dos do e-
1~ 00 . b) A co nte mp ns do Es pír ito Sa nto , mo
laç ão inf usa ou pa ssi va rm en te
sencialme~te_ gra tui ta, é es- 1 Pode-se, poi s,
e nã o po de mo s alc an çá- q. 111, a. 2 ad 3, diz dadi7:er _da c.9ntemplação o q?e S. T?MAS 1 I~, I!,
nossos pro pn os esf orç os, Ia pel os :ficat i qni a per motum 1usl:ficac;~o :. • Deu s _non. sm e 11ob1s
au xil iad os pe la gra ça ord
P~~e-se~ pois, de fin ir: um iná ria . con sen tim us ,_ - 2 Est a JI~e'.1_ arb1tn!, dum iusttficamur, _pe1~?s J?~tt-
iust1t1ae
a -contemplação na qu al ou out ra denominação, d1v1sao é hoJe com um me nte adm itid a sob
pli.frcaçao dos act os int ele a sim- ma rço de 1923, p. 645, Num arti go muito not ado da Vie spiritlleum a
ctu ais e aJectivos resulta par a todos, a saber, a uniJ- MARITAIN, com pro cla ma r lle,
du ma ão com Deus pel a car a uni dad e de fim
don s do Esp írit o San
1 Sam. theol., JI, II., q. 180 dos que estã o. sob , o to, reconhece que, de facto,idad,e perfeit_a e pel?s
EL;:N[in ~corztemplation. acqllise, che
a. I et 6. - 11 ,.,,p G contemplação 1m pro pna !eglm<! dos dons açtivos ha c!_uas. viai:, ~ via
1 oF. SrE M me nte dita, e a via dos econ que nao ,tem senao a
~~
z les Carmes, Vie ;pi rÍt. , ;ep t: dominam os don s de ent tem
1
end ime nto e sap iên cia . Vo plativos, em que
-no s desta dou trin a. ltaremos a ocu par -

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CA P!T UL O I

do s do ns ac
co nv er te nu mtivos e pe la sirnpli/icação da oração DA VI A UN IT IV
A SIM PL ES
pr ia m en te di t:. es pe, . d qu e
cr e e co nt em p Iaç ão • se sas, un id as a De us
725
ac tiv a ou im pr à- de m od o ha bi tu al ,
qu e pr at ic am as
rio º A , via un 't'
2. vi rtu de s cristãs co m
· ge ne ro sid ad-e e co ns
p , qu e e ca ra cti wa pa ss wa ou mí sti ca em se nt id o at é co m he ro ici da de
, e nã o go za m co nt
tân cia , às ve ze s
pràpriamente dita. er iz ad a pe la co nt em ph - . ró-
- f
uç ao m us a pou
pl aç ão in fu sa . Es ta
s alm as sã o dó ce is
ud o da co nt em -
3º co rre sp on de m ha bi tu ao Es pí rit o Sa nt o,
tar-s~· f A, I'em d iss · , al m en te às su as in sp
ira çõ es , re ce be m
o, a co nt em pl aç ão at é de te m po s a tem
en om en vê m po r ve ze s ju n- po s lu ze s e in sp ira çõ
ç- , . os ecxtraordiriários co mo v· - q ue na da lh es ve nh es es pe cia is, se m
oe s, ~s qu ai s se op • 1soes e re ve In- a re ve lar a el as m
0b
se ss ao e a po ss es sãõe m as co nt ra fa cç õe s di ab ól ica di re clo r qu e es tão no es m as ou ao se u
o. s a es ta do pa ss iv o pr àp
4 1~0'.>. 2. 0 É o qu ria m en te dito 1 •
u -º . E'"m. ~~ tér ia~ · e re ss alt a ig ua lm en
tã o di fic ul to sa s ~~o
-I
q, ~a Ja op mi oe ~ de es tr~ ~h ar en tre a co nt em pl aç ão
<Jdqui-l'ida e a r-o
nt
te da distinçfio
nu a .. -e mo s nu m scadi~ergentes ou controvertidas ; ex am de qu e se en co nt ra
m vestígios at é em
em pl aç ão infusa, -
pi tu lo es pe cia l. i- 2
dr in o e Ri ca rd o de Cl em en te Al ex an -
c Po r m ?d o de co S. Ví ct or , e qu e se
nclusão, in di ca re m os de sd e o fim do sé cu to rn ou clássica
c!!ader O du·ector . pa co mo de ve pro- lo XV II : as al m as
ra .c_om os co nt em pl na r.o nt em pl aç ão ad qu e pe rm an ec em
. Ca p. I. ati vo s. qu iri da du ra nt e um
D a v~a un~t~va si~ da su a vi da , es tão pe río do no táv ~l
na vi a un iti va sim pl
Ca p: fü. g a vr a ~m trv a m~
C a p l\1 Q os f~ no
pl es ou ac tiv a.
st~ca ou pa ss iv a.
Aq ui, pa ra ev ita
es .
há du as vi as div er r qu alq ue r eq uív oc o, nã o diz em os qu
ge e
p. .
me no s mr sb
ue sto es co nt ro ve rti daco s ex tra or di ná rio s. trá rio , qu e a co nt em nte s, vis to co mo admitimos, pe lo co n-
s. pl aç ão ad qu iri da é
Co nc lu sã o: D a di re siç ão pa ra a co nte um a ex ce len te dis po
mp -
cç ão do s co nt em pl at
iv os . co nc ed er- no -la . M as laç ão inf us a. qu an do api-a:z a De us
ap es ar de pe rm an ec há mudtas alm as qu e a nã o recebem
ere ,
pois, na via un iti va m int im am en te un ida s a De us ; ficam
C A P IT U L O sim ple s, s.em qu e ha ja ne ce ssà ria me ,
I fal ta da su a pa rte 3 nte

D a vi a un iti va si m 15 06 . 3. 0 O qu
e conf'irma es te ar gu
pl es en tre os do ns do Es m en to é qu e,
. 1505. Es ta vi a é pí rit o Sa nt o. un s no
o es ta do da s al m as br et ud o pa ra a ac çã s sã o da do s so-
vr ve m ha bi fe rv or os as ue o e ou tro s so br et
te re m · d tu al m en te na tm iã o ín tim
a pl ação. O ra . su ce de qu ud o pa ra a cont-8m
-
H ab itu aidn a. _rece b d d co m D q e ce rta s alm as , do ta
i ~ o om da co eu s, se m pe ra m en to ma is ad
iv o e, po r ou tra pa
da s de tem -
i' a as Ja a pr at ic ar nt em pl aç ão in fu sa . oc up aç õe s ma is nu rte , ab so rv id as po r
z: tº, r? ~m -s e po r ap as vi rtu de s mo ra is m er os as , cu lti va m
e teo lo aic; de m od o m ais es-
er fe iço á- las , cu lti va
Js pir nd
. a su a or aç ão vai-se sim p[ ·f· d n/ d'-'.
m . ico Sa nt o; o os do 1 Qu an do lemos,
t, PP . Ol iva int e Oi po r exemplo, a bio
grafia de homens com
. ais,. a e selhtornar .
um a oração de sim l ican o mars e
. de tan tos ou tro s, cunh ac, dum M, Mollevaut ou du m o os
sim p. es rec . pl jas vid as foram pu bli cad as, nã .M. de Courson, e
, . t
o . im en o, qu e se ic id ad e ou T,. ad mi rar as sua s vir
tud es, a sua união com Deus, o po dem os de ixar de
T
ch am a co nt em pl aç Es pír ito Santo,
plação infusa. - e2 co ntu do . não vemos qu e tenham. arec sua docilidade ao
prtopdnamente . di ta, , :i~
es a o é adquirida ou activa. ão im - Do M Mf. NA GER 1 La doct. spirftue ebi do a contem
Vie spi rit ., Jan de Clem. d' A/ex.,-
d . : 0
qd t . . Q ue ex ist e ,,.'~tº on de se en co ntr av.um1923, p. 42 4; cfr. Etudes carn,l/e
ors generos euecomo s ra m a experiência, a di sti a sér ie de art s sob re a conte éli tai ne s, 192 0-1922
o nosso art igo re a oração deigo
•N ,
t 1 . nt em plaçao - b
, en:i,•· co m o a di f er
nç ão do s· p. 167-174. - S sob simplicidade, Viempspí lação ad qu iri da ;1
en ça en-•.
re os e on s ac tiv os e co nt em pl em res po sta a um Es ta co nc lus ão é ad tid a pelo P. ÜA rit ., déc . 1920,
at t, II, p. (75]: e E, aass car ta de J. Ma ritmi aln (Perfection. chrRR
no 15 1 04. 1.° A expe . rif·A •
ivo s. .
/t.!
~
nh ece r vá ria s vezes im , não temos tid o a menor dif
IGOU-LAGRANGE
ét. et con .templ.,
1

:r;. . : po de icu lda de


c au str o e no m un do ;jn eia mostra, prftneiro QUJe há fal ta de certas cond suc eder em o reco-
ições qu e não dequ e alm as a~é generos
fssimas, po r
, al m as ve rd ad ei ra
m en te f ervo·ro: tf guem à via mí sti ca sen ão de
pendem da su a vo
pois de tem po mais nta de , nã
; ;,' :. ord iná ria da no ssa
existência na ter ra. longo
o che-
~ f_
dum meio desfavo ráv el, de Isto poéle pro virqu ,
e a du raç ão

físico >. fal ta de direcção, mas o som ente
até do temperamen to
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726 CAP1TULO I DA VIA UNITIVA SIMPLES 727
·1
'" J
pecial os dous activos, e suo assim menos aptas para a l. N alure,:;a dos ,lons do Espirito Santo . .
c011templação propriamente dita.
Esta observação não escapou ao P. Noble 1 : "Não é, 1307. Dissemos ( n. 0 119), como o· Espírito Santo .
diz ele, na fadiga do trabalho ou na azáfama dos negócios habitando a nossa alma, nela produz, além da graça
coinplicados e absoTventes que o pensamento se pode con~
centrar dentro de si mesmo e fixar um olhar imóvel solbre as habitual. hábitos sobrenaturais que aperfeiçoam as nos-
r:alidades espirituais e eternas. Para contemplar, é preciso sas f acuidades e lhes permitem produzir actos sobrenatu-
nao estar apoquentado por tenazes e fatigantes· labores ; ao rais sob o impulso da graça actual. Estes hábitos são as
menos, é necessário poder~lhes dar bastante folga, para que 0 vírtucles e os dons : determinando com mais precrsao a
coração e o espírito se elevem serenamente para Deus. "
diferença entre estas duas espécies de hábitos, melhor
. Estas almas não g9zarão, pois,. habitualmente ao me- veremos ·em que ·consistem ôs dons. •·
nos, da contemplação infusa, mas estarão estreitamente
unidas a Deus na acção, e serão dóceis às inspirações 1508. 1. 0 Diferença entre os dons e as virtudes.
do ~spírito Santo : é este estado que chamamos via uni- A) A diJerença fundamental não vem do objecto ma-
tiva s!mples. terial ou do campo de acção, que na realidade é o mes-
Corno ela é caracterizada : 1. 0 pela cultura dos dons mo, senão da sua mane\ra diferente de operar em nossa
do Espírito Santo, e 2. 0 pela oração de simplicidade, va- alma.
mos tratar sucessivamente destes dois elementos. Deus, diz Santo Tomás 1, pode operar em nós qe duas
maneiras : a) acomodand~se ao modo humano de operar das
ART. 1. Dos DONS Do EsPíRITO SANTO 2 nossas faculdades· : é o que faz nas vfrtudes; então ajuda~nos
a reflectir, a procurar os melhores meios, para chegarmos ao
· Trataremos sucessivamente : 1. 0 dos dons do Espírito nosso fim. Para sobrenaturalizar estas operações, dá~nos gra~
0
Santo em geral; 2. de cada um deles em particular ; 3. 0 ças actuais, mas deixa~nos tomar a iniciativa, segundo as
regras da prudência ou da razão iluminada pela fé : somos
do seu papel na contemplação ; 4. 0 dos frutos e das
nós, pois, que operamos, sob o impulso da graça.
bem-aventuranças que correspondem aos dons.
I,) Mas Deus opera, por meio dos dons, de forma supe-
rior ao modo humano de operar : toma Ele próprio a inicia-
§ I. Dos dons do Espirita Santo em geral tiva ; antes de havermos tido tempo de reflectir e consultar ·
0 as regras da prudência, envia~nos instint0s divinos, ilumina-
Exporemos : 1. a sua natureza ; 2. 0 a sua excefor..- .ções e inspirações, que operam em nós, sem deliberação da
0
cia ; 3. a maneira de os cultivar ; 4. 0 como se podem nossa oarte, mas não sem o nosso consentimento. Esta graça
classi/ícar. . que solicita suavemente, e eficazmente obtém o nosso con-
sentimento, pode ser chamad.a graça operante : por ela somos
· · 1 R~v. des Jet~nes, 25 sept. 1923, p. 613. - É também o que prova mais passivos que .activos, e a nossa activfdade consiste so-
J. Marftam, no artigo citado. Acrescenti, é verdade que as almas 1 em bretudo em consentir livremente na operação de Deus, em
q~e predominam os dons activos, se acha m no estado místico p osto nos deixar conduzir pelo Espírito Sa,nto, em seguir pronta e
nao gozem da contemplação infusa. Nós pensamos que para' evitar generosamente as suas inspirações. ·
qualquer ~quívoco, se ~everia ajuntar que se encoritrám 11 ~ estado mís-
u~o impropriamente dito. - 2 S. THOMAS ln III Sent., dist. XXXIV-
-XXXV; J, II, q. 68 i II, II, qq. 8, 9, 19, 45 52, 121, 139; seus comen- 1 No livro das Sentenças (III Sent., d. 34, q. l, a. l} emp~ega Q
tador~s, sobretudo J~ANNES A ·S. THOMA, ln iam nae, q. 68 i SUAREZ, De Santo Doutor esta expressão:. •.Dona a virtutibus distinguuntur m hoc
gr.cif1p, P. III, cap. \III; DENYS LE CHARTREox, excellent traité de donis <:[UOd virt-utes perficiunt ad actus modo humano, ~ed ~ona ultra huma-
Spzntus S. ,• J. B. DE Sr. IDRE, L'homme ,.spiritllelle, Ie Part. eh. IV rmrn modttrn. > . , Na Suma, Sf:rve-se dum_a expressao d1fere1!t~: « s~cu~-
Des. ~~pt dons ; L. _LALLEMANt, La doctrfne spirituetle, IVe Pridcipe, 11 dum ea [dona] homo díspomtur ut effic1atur prorn.pte mobtlts ab mspz-
doc11Ite à la condmte du S. Esprit ; MaR. PERRIOT L' Ami du Clergé ratioite divínâ > (1 1 II, q. 68, a. 1). Cfr. J. DE GumERT, Dotis du S. Es-
.1892, p. 389-393 ; . FRO?ET, De _!' habitatio11 du S. Esprlt, p. 378-424 ; prit et mode d' agir ultra hurn.ain, em Rev. d' As. et de Mystique, etc.
CARD. B_ILLD1j De_v,rtutzbus injusis (1901), p. 162-i9ô';' GARDEIL, Dons du 1922, p. 394, Não há: dúvida que há aquí uni ponto de vista um pouco
S. Espnt, Vie spirltue{le, t. I, pp. 2291 289, 383; P. 0ARRIGOU-LAGRANGE, diferente • fica sendo contudo verdade que, sob o . influxo dos ~ons,
Perfect. et c_o'!temp/atzon, t. I, eh. IV, a. 5·6, p. 384-417; MGR. LAN-' chegados' ao seu desenvolvimento, somos mais passivos que acuvos,
DRIEUX, Le dtVl/1, mlconllu. magls agimur quarn. agímus.

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728 CAPITU LO I DA VIA UNITIV A SIMPLES 729

1509. B) À luz deste princíp io fundam ental, ~11 e. faz.er vibrar as cordas da nossa alma, c1)contra~se esta sob o
lhor se compre endem as diferen ças entre os dons e as influxo dos dons. É, uma comparação de que se servem os
virtudes. Santos Padres, para exprimirem a acção de Jesu\S na alma
de Maria: "Suavis sima cithara qua Cliristus utitur ad deli~
a) As virtude s inclina m-nos a operar conf arme.mente cias P atris".
à nature za das nossas faculda des : assim, com o auxílio 1311. 2. 0 Defini ção. Do que acabam os de expor,
da graça que recebem os, inquirim os, racioci namos, traba- pode-s e conclui r que os dons do Espírito Santo são háb~-
lhamos , exacta mente como proced emos nos actos de or- tos sobrenaturais que dão às nossas /aculda des tal doci-
dem puram ente natura l; são, pois, energia s primári a e lidade aue obedec em prontam ente às inspil'ações da
diredà mente activas. Os dons, pelo contrár io, confere m- graça. }1as, como logo explica remos, esta docilid ade não
-n?~ uma maleab tlidade , uma recepti vidade que nos per: · / ~o princíp io mais que uma simples recépti vfdade e pre-
rrute receber e seguir as moções da graça operan te: é esta cisa de ser cultiva da, para atingir o seu pleno desenvol-
graça que põe em movim ento as nossas faculda des, sem viment o. Além disso, não entra em exercício, senão quan-
contud o lhes tirar a liberda de, de tal sorte que a alma, . do Deus nos conoed e aquela graça actual que se chama
~orno diz Santo Tomás 1 , é. mais passiva que actin1, operante. Então a nossa alma, com ser passiva sob a
non se habet ut move.ns sed magis ut mota ". acção de Deus, é muito activa para fazer a sua santís-
h) . Nas virtudes, guiamo -nos pelos princíp ios e re~ sima vontad e; e pode-s e dizer dos dons que são conJun-
gras da prudên cia sobrenatural; temos, pois, que reflecti r, tament e "malea bilidad es e energia s. . . quie tornam a
deliber ar, consult ar, escolhe r etc. ( n. 0 1020); sob alma mais· passiva sob a mão de Deus, e ao mesmo t~!Il-
O in-
fl~1~0 dos don,s, _deixamo-nos con1uz ir por uma inspiração po mais activa, para o servir e pratica r as suas obras 1 •
divina que, subitam ente, sem reflexõ es pessoai s, nos im-
pele vivame n.te a fazer isto ou aquilo. 11. Excelên cia dos J.011s.

e) Como a parte da graça é muito maior nos dons, Pode-s e conside rar esta excelên cia em si e com rela-
que. nas virtude s, são os actos, feitos sob o influxo dos
cão às virtudes.
dons, · nofm1alrnente e em igualda de de circuntân•cias,
mais per eitos que os que se fazem sob a acção das vir-
, 151'2. 1.º Em si, é evident e que ,estes dons são ex-
tudes ; por influên cia dos don~ é que se pratica o· terceiro celente s. Quanto mais dóceis e unidos estamo s ao Espí-
grau das virtude s e se fazem actos heróico s. rito Santo, fonte de toda a santida de, tanto mais per-
feitos somos, por isso mesmo . Ora, os dons colocam -nos
1510. C) Servem ,se os autores de diversas compar a,
ções, para melhor darem a compreender esta doutrina. sob a acção directa do Espírito Santo, que,, vivend o· em
a) Pratic~ r as virtudes é navega r á remo, usar dos dons é nossa alma, nos ilumin a a inteligênci_a com suas luzes,
navega r a vela: avança ,se deste modo mais ràpidamente e indican do-lhe com toda a clareza o que devemo s fazer,
CO_!D m~nos esforço. L) f:- criancinha que, sustentada por sua nos inflam a o coração e fortific a a vontad e. para a levar
mae: da alg_un_s passos a frente, é o símbolo do cristão que
prat~ca as v1rtúdes com o auxílio da graça ; a criancinha, que a cumpri r o bem sugerid o. É, pois, uma união tão íntima
a mae ~om~ nos braços, para a fazer avança r mais ràpida~ quanto pode ser na terra.
mente, _e a imagem do cristão que utiliza os dons, corresp on, E assim, são precios os os seus resulta dos. Os dons é
d~ndo a graça operant e que lhe é dada. e) O artista que de,
~tlh~ as cordas d~ harpa, para dela tirar sons harmoniosos, que nos fazem pratica r o grau mais perfeito das virtude s
e a m~a~em do crts!ão que pratica as virtud~t ; mas, quando morais e teologa is, aquele que denom inamos o terceiro
o Espmto Santo vem em pessoa, pelos seus toques divinos. grau ; são eles que inspira m os actos heróico s. Sob o seu
1 Sum. theol., II, II, q. 52. a. 2, 1 MoR. O>.. Y, De (a vie et des vertus cJzrét., t. I, p. 45.

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CAP1 TULO I
DA VIA UNIT IV A SIMPLES
731
influ xo, é que a alma é elev ada, qua ndo
Deu s quer , à Mas , para ating irem o seu dese nvol vime
cont emp laçã o infu sa, visto ser a m!:l.leabi nto norm al e
lida de e docili- com plelo , é mist er hav,er prat icad o prim
dad e, que eles prod uzem , a disposiçúo eiro as virtu des
próxima requ erid a mor ais por temp o notá vel, qll!e varia , segu
para o esta do místico. São, pois, o atalh ndo os desígnios
o prov iden cial, ,de Deu s sobr e nós e a noss a coop eraç ão
para cheg ar à mais alta perf eiçã o. com a graça. É
qúe, de facto , são essas virtu des que, com
l'.515. 2.° Com para dos com as virtu des, o já diss.emos,
são os nos abra ndam pouc o a pouc o a alm a e
dons , diz San to Tom ás 1, mais perf eitos a prep aram para
que as virtu des aque la doci lida de perf eita que o plen o exer
mor ais ou inte lectu ais . É que esta5, efec cício dos dons
tiva men te, não supõ e. Entr etan to, vão estes cres cend o,
têm a Deu s por obje cto imed iato , a0 pass como hábi tos,
o que os dons com a graç a habi tual ; freq uent em.e nte
leva m as virtu des a um grau supe rior ou, ajun tam as suas
conf undi ndo- se ener aias . sem disso .term os cons ciên cia,
com a caridáêle, nos une ~ ·a Deu s. • às das •virt udes ,
· par / no~ faze rem prat icar os acto s sobr
Assi m, a prud ênci a, aper feiço ada pelo enat urai s.
dom de cons elho ,
faz-n os part icipa r da próp ria luz de Deu Há até ocasiões em que, pela sua graç
s ; o dom da forta- a operante, o
leza põe em nós, à noss a disp osiçã o,
a
Deu s. Não são, poré m, os dons supe riore força do próp rio Espí rito San to prov ocar á, de mod o tran
sitório, um fervor
s às virtu des teolo - desu sado , que s·erá com o uma cont emp
gais, sobr etud o à carid ade, visto ser esta laçã o pass agei ra . .
perf eito dos bens sobr enat urais , a fonte o prim eiro e mais Que alm a fervorosa não terá, efec tivam
dond e deriv am os ente , sent ido, em
dons . Pode -se dizer, cont udo, que os -certos mom ento s, algL1ma dess as insp iraçõ
dons aper feiço am as es súbi tas da
virtu des teolo gais no seu exer cício : assim
dime nto torn a a fé mais viva e pene trant , o dom de ente n- graç a, em que não tính amo s senã o que
rece ber e segu ir
e, man ifest ando -lhe a moc ão divi na 7 Era, ao ler o sant o Eva
a harm onia íntim a dos noss os dogm as, ngel ho ou um
e o dom de sapi ênci a
aper feiço a o exer cício da carid ade, livro ~ied oso, ~um a com unh ão ou num a
faze
Deu s e as coisa s divin as. São, pois, meio ndo- nos gost ar a simo Sacr ame nto, num reliro, no mom
visita ao 5ant ís-
s que se refere.rp :\<J ento da eleição
virtu des teolo gais, como a seu fim;
mas acre scen tam- lhes dum esta do de vida , dum a orde naçã o
uma perf eiçã o a mais. ou dum a tom ada
de hábi l.o; afigurava-se~nos, entã o , que
a graç a de Deu s
III. Da cultu ra dos dons elo Espi rita Sant o. nos toca va suav e e forte men te : "satis
suaviter equitat
.quem gratia Dei portat' ·.
1514. l . 0 Des env olvi men to prog ress ivo.
Rec e- 151!1. 2.'1 Mei os para cult ivar os don
bem os os dons do Espí rito San t9, ao mes s. A) A
mo temp o que o prática das virtudes morais é a prim eira
esta do de graç a: são entã o simp les {acu condição neces-
ldades sobrena- sária para a cult ura dos dons. Tal é a dout
turais. Qua ndo cheg a a idad e da razã o e rina de San to
o nosso cora ção Tom ás 1 : "Vir tute s morales et intellectu
se orie nta pal'.a Deu s, com eçam os, sob o ales praeced11.nt
influ xo da graç a dona, quia per hoc quo d hom o bene se hab
actu al. a pôr em acçã o todo o noss o orga et circa ratio-
nism o sobr ena- nem propriam disponitur ad hoc quo d se
tura l, sem exce ptua r os dons do Espí rito bene habe at in
San to : não é Drcline. ad Deu m". E na verd ade, para
crível, efectiv ame nte, que esses dons fiqu adqu irir aque la
em inut iliza dos divi na flex ibili dade que os dons conf erem
e inut ilizá veis dura nte um long o perí odo , é nece ssári o
da noss a vida 2 . ter dom ado as paix ões e vícios próp rios
por meio de hábi -
1 Sum. theoi ., II, II, q. 9 a. 3 ad
3: « Dona sunt perfe ctiora virtu ti- tos de prud ênci a, hum ilda de, obed iênc
bus mora libus et intellectualibu~1 ia, doçu ra; casti-
theol ogicl s ; sed magi s omnia ad; non sunt .autem perfe ctiora virtu
perfe ction em virtu tum theologicatibus
Jade . Pois , como seria poss ível perc eber
, acol her e seguir
ordin antur sicut ad finem >. Cfr. I, rum
gos, como Perri ot (Ami du Clergé, 1892 II, q. 68, a. 8. - 2 Alguns teólo - doci lmen te as insp iraçõ es da graç a, quan
p. 391), pensa m que os dons do a alm a está
inter vem em toda a obra merit ória ; sem 1
ir até esse extre mo, admite-se agit ada pela prud ênci a da carn e, pelo
comu mme nte que influe m frequ entem orgu lho, indocili-
iate1tte, sem termo s disso consciência. ente sobre esses actos em estado
1 Sum. tlleo/.1 I, II, q. 68, a. 8 ad 2.

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·1s2, . CAP tTU LO I
DA VIA UN ITIV A SIMPLE
S 733
da de, cól era ,. lux úria ? An tes • f.;
de alg uém ser con duz ido (
de tud o , o recolíiimento interior
pel ?s inst into s divinos, é necess ~ . , ou o háb ito de pen sar
ário hav,er seg uid o pri- mu itas vezes em De us, que viv
mei ro as regras da pru dên cia e não som ent e per to de
cristã : ant es de obe dec er nós , ma s em nós (n.0 92) . Ass
ades mo vim ent os da graça, é pre .. . . ,' im se che ga gra dua lme nte
ciso ter obs erv ado os ma n- a não per der de vist a a pre sen ça
am ent os e triu nfa do da sob erb a. de
.das ocu paç ões mais absorventes ; retiDeu s, ain da no meio
ra-se a alm a ami u-
~ é J?ºr isso qu: C~~ tano 1 dad as vez es à cela do coração,
~om ?s, diz com raz ao: Not em , o fiel com enta dor de San to par a lá ·encontrar o EspÍ-
rit~ai~ e vele m par a q~ os bem isto os dire ctor es esp i- 1ito San to e pre star ate nçã o à
seu s disc ípul os se exe rcit em sua voz : Au dia m quid
pnm e1r ame nte na vid a acti va,
ante s de lhes pro por em as
loq uat ur in me Do min us De us 1
. Ent ão se rea liza
altura~ ~a con tem plaç ão. e, nec .diz o aut or da Imi taçã o : "Be ata ani o que
essá rio, efec tiva men te, dom ar ma quae Do min um
~s pa1xoe_s. com háb itps -de doç in se loq uen tem aud it, et de ore-
ura , pac iênc ia, etc., de libe ra-
lida de, humild~~e, ~te .. par a a
alm
ejus ver bum ·consolatid-
ca~a'. eleva_r-se a vid a con tem plat a pod er, uma vez pac ifi- nis acc ipit " 2 ; o Esp írito San to fala
ao cor açã o e as sua s
pre ~ia . mm tos que, em vez de iva. Por falt a des ta asc ese pal avr as traz em consigo luz , forç
cam inh ar, vão aos salt os no a e con sola ção .
camnJho de Deu s, er.icontram-se, 1~18. h) E, como este div
gra do lar~ o tem p? da sua vid dep ois de hav ere m con sa- fícios, é mis ter hab itua rmo -no s
ino Esp írit o nos ped e sac ri-
a
tod as as virt ude s, 1~p acie ntes , coléà con tem plaç ão, vaz ios de a
men te as sua s menores insp iraç õesseg uir pro nta e generosa~
co ~ue se ~on ham a pro va. Pes ricos, org ulh óso s, por pou - nei ra clar a e cer ta : "qu ae plac , qua ndo nos fala dé ma~
a vid a ad1 va, nem a vid a con soa s assim não tive ram nem ita
Ali ás ces sari a de se faze r ouv ir, sun t ei facio sem per " •
3
tem
amb as, mas edif icar am sob re arei plat iva. nem a uni ão de men os vez es: "Ho die si voc em ou ao men os fala ria muito
este defe ito fosse raro ". a, e pro uve ra a DeuJS que cjus audieritis, nolite obdu- /
rare cor da vesti-a sic.ut in exa
tent atio nis in des erto , ubi tent cer bat ion e secunduT1t die.4n
1~16. B) Cul tiva m-s·e tam bém Se os sacrifícios, que ave run t m~ patres ves fri" .
os don s , com bat en- nos pede,
do o espírito do mu ndo , que é dia
m-e tral men te opo sto ao desanimemos, mas como S. Ago par ece m dificultosos, não
Esp !rit o ~e De us. É o que nos men te a gra ça de os cum prir : stin ho, peç amo s simples-
ped e S. Pau lo : ." Nó s. "Da . Dom ine, quo d jubes, et
por em , nao rec ebe mo s o esp írit jub e _quo d vis" . O que imp orta
pós ito deli ber ado às sua s div inas não resi stir jam ais cfe pro -
o des te mu ndo , ma s sim é
Ç Esp írit o, que vieni de insp iraç ões : qua nto mais
De us, par a con hec erm os os don dóc eis somos, tan to mais Ele s·
que por De us nos fora m out org s e com pra z em mo ver a nos sa
ado s. . . Mas· o hom em alm a.
nat ura l não per ceb e as coisas 151 9. e) ~ nec essá rio até
do E spírito de De us, por- ir ao enc ont ro dele, invo can -
que são par a ele um a lou cur a, do~O com confiança, em uni ão
nem de as pod e ent end er com o Ver bo Inc arn ado , que
visto ser pel o &p írit o que del as pro met eu nos env iari a o seu Esp
tem hom o non percipit ea qua e
se julg a : "an ima lis mi~ que é o templo mais per feit o e írito . em uni ão com Aqu ele
sun t Spiritus De i : stu lti- a Esp osa do Esp írito San to.
'com o fizeram os Apó stol os que
tia en_im es~ . il!i et non pote:St inte , no Cen ácu lo, ora vam em
lligere, quia spi'ritualiter um ao com Ma ria, "cu m Maria,
examr.natur Ma fre Jesu" 5 •
. Par a me lho r com bat er este esp
mu ndo , é mis ter ler e me dita r írito
as má xim as eva ngé lica s e
do A Igre ja fornece-nos, na sua Litu
çõt"s, par a atra ir a nós o Esp írit rgia , mag nífi cas ora~
San cte Spi ritu s, o hino Ven i Cre o de Deu s : a seq uên cia V i!ni
con for ma r com elas a vid a: o ato r Spi ritu s, e out ras inv o-
mai s per feit am ent e possí- caç.ões que se enc ont ram no Pon
vel ; ent ão esta rá a alm a disp tific al par a a ord ena ção dos
osta a dei xar -se con duz ir sub diác ono s, diác ono s e pre sbít ero
pel o Esp írit o de De us. evid ente men te, uma efic ácia esp s: tod as -essas ora çõe s têm,
1517. C) Seg uem -se os mei tão belo que se não pod em reci ecial, e o seu con teúd o é
gs positivos e directos. tar sem pied osa com oçã o.
que nos põe m sob a acção do e, tam bém háb ito excelente reci tar, ante
Espírito San to : a) An tes das nos sas acções, o Ven i San s de cad a uma
cte
Sem inár ios ; ali ped imo s a div Spiritus, como s·e faz nos
1 ln 2am 2ae q. 182,
a. 1, . § VII ; cfr. ]oREr:"'vte spir ina cari dad e, prin cípi o dos
1920, p. 45-49, e La Contemp
II, 12-14. latzort mustique 1923 p 71 _;_ ., 10 avriI
li / Cor 1 Ps. LXXXIV, 9. - 2 De
~ VIII , 29. - 4 Ps. XCIV, 8 ; ffeb lmit at., L. III, e. I. n. I. - S ]o.
'J ' ' • '
r. III, 7-8. - 5 Act. I, 14.

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DA VI A UN IT IV A
do ns SIM PL ES
m · , e o do m de- sap iên cia "re cta 735
ais pe r f e1·to, sa pe re" qu e , t cs la a divisão qu e seguimos,
co nte m tod os os ou tro
e fer vo r, nã o po de fic s. Re cit ad, a co m se n do o
ar sem efe ito est a or ate nç - nos me str a a na tu re za po r se r a qu e me lho r
aç ão . ao de ca da um dos do ns
do-o da vi rtu de qu e , ap ro xim an -
IV. Cl ass ifi ca çã o do s lh e co rre sp on de .
do ns do Es pír ito Sa
nto .
. 15 20 . O pr of eta
Isaías, an un cia nd o a § II. D e ca da um do s do
~~as,, ~e cla ra qu e o vi nd a do M es - ns em pa rti cu la r
Es pír ito Sa nt o rep ois
es pm to de sa pi ên cia ará so br e El e,
e de en ten di me nt o, es 1. O dom ele
se lho e de fo rta !ez a, pírito ~e co n- conselT10.
espírito de ciê nc ia e
c? mo pe lo ba pb sm o de te m or ' 1 ; e.
somos inc or po rad os em 1'.521. 1. 0 Na tu re za
c1~amos des~es me sm Cr ist o, pa rti - . A ) O do m de co
os do ns .• Se gu nd o a aperfeiçoa a· vir tu de ns elh o
estes do ns em nú me Tr ad içã o s~o- da prud~ncia, 'fa ze nd
ro de se te. prGnta e seguramente, o- no s julgar
' por um a espécie de int
Po de m- se cla ssi fic ar natural, o qu e co nv ém ui.ção sobre-
de dif ere nte s mo do s. fazer, sobretudo no s ca
tosos. Pe la vi rtu de da sos dificul-
A ) . So b o as pe cto da pr ud ên cia ref lec tim os
pe rfe içã o. o me no s pe mos cn id ad os am en te e inv es tig a-
o tem or de De us , o rfe ito é os me lho res me ios pa
ma is pe rfe ito é o do fim, se rv ind o- no s da ra ati ng ir um
m de sa pi ên cia . s lições do pa ss ad o
B) ~e- se co ns id er am -nos dos nossos co nh ec e ap ro ve ita nd o-
a_chrnm, d1st~_nguem-se ~s fa cu ld ad es so br e im en tos pr es en tes , pa
os do ns itl.telectuais e qu e de cis ão ac er tad a. Co ra to ma r um a
twod : os pm~Aeir~s, q_u,~ no~ os do ns afe c-
ilu mi na m a int eli gê nc coisas mu ito di ve rsa me
m o do m de co ns elh
nt e ; o Es pír ito Sa nt o
o, pa ss am as
os , o:is de cre n_cra, ia, sã o· co raç ão e faz -n os co fal a-n os ao
de en ten di in en td , de mp re en de r nu m in sta
c~ ns elh o : o_.s se fu nd sa piê nc ia, e de- cu mp re faz er, e assim nt e o qu e nos.
os , qu e fo rti fic am a se rea liz a a pr om es sa
?1 ed ad e, a io rta iez a vo nt ad e, sã o a Se nh or No sso a s-eus de Cr ist o
e o tem or ·d·e· DP,us.' ,-, ap ós tol os : "Q ua nd o
mt el: ct~ rn is, há trê s En tre os . do ns rem, nã o cu ide is como vo s en tre ga -
so br etu do qu e pr od uz ou o qu e ha ve is de fa
pla?'10 ~nfusa, os do em a co nte m- vos se rá da do na qu ela lar ; po rq ue
ns de ciência, ,Je en ho ra o qu e ha ve is de
sa piê nc ia ; os ou tro s ten di me nt o e de cogitam qu om od o au t diz er : n.olite
ch am am -se activos. qu id loquamin.i; da bit
in illa hora qu.i.d lo qu ur en im vobis
C) S. e se ex am in am os do ns am in i" 1 . É o qu e ve mo
co m as vir tud es qu e na su a co rre sp on dê nc de r de S. Pe dr o, de s no proce-
ap erf eiç oa m, ia po is do Pe nt ec os tes
· Si ne dr tta s, re ce be or ; de tid o pe los
o do m de -conselho ap de m de nã o ma is an
Cr ist o ; im ed iat am en un cia r a Jesus
. .º do m de pi ed ad e aper fe iço a a pr ud ên cia ; m.agis qu mn Twminibus 2
te rep lic a : "O be di re
oportet De o
er fe iço a a religião , : É ne ce ssá rio
ju sti ça : an ex a da oh ed ec ~r an tes a
De us qu e aos ho me
o do m da fortaleza ap ns ".
erf eiç oa a vi rtu de da
o do m die te ~o r ~p erf fo rta lez a; Muitos foram os Sa
eiç oa a vi rtu de da tem
pe ra nç a ; selho. S. An ton ino po nt os que go za ram deste dom de co h;
os do~s de _ciencm ·e ssu
rid ad e lhe deu o título ía~o em tão alto grau que a poste;
en ten ai1 me nt o ap er fe iço
tu de da /e; am a vir- de bom conselheiro,
o do m de tem ~r es tá
. sil ior um ; e, na verd
simples fiéis, mas até
ade. era consultado Antoninus co n;
nã o sõmente pelos
o do m de sa piê nc ia
em co ne xã o co m es pe
ra nç a; por Cosme de M éd ici pe los homens de Estado, em particnlar
s,
co m a vi rtu de da carid
ade. baixador. Admiramos que o escolheu vá ria s ve ze s po r em;
de Se na que, mu ito também este dom numa Sa nt a Catarina
mas ~s i!te~~ :-3 . ?
afirma este númer~ se~:ex:o hebraico não menciona o q_pm de pie dá sábios conselhos
no va ainda e sem · nu
nc
fu~1âri~.zem-no, e, des dad ao s principes, ao s Ca a ter estudado,
de o século III , a Tra diçe ; rdeais, ao mesmo
ão .
1 Mt. X, 19. - 2
Act. V, 29.

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DA VIA UN ITI VA
SIMPLES 737
Su mo Po ntí fic e ; nu ma
art e da gt,1.erra. tra ça Sa nta Jo an a d'A rc que, ign ora nte da sab er co nc ilia r . a vid a
int eri or e o ap os tol ad
pla
me lho res ca bo s de gu no s de ca mp an ha , ad mi rad os pe los se de ve às alm as e a o,. a a!e_ição qu e
err a, e no s ind ica ao om ba e a pru dê nc ia dacas tid ad e perfeita'... a _simphci?ade da
su a sab ed ori a : "V ós
bé m est ive no me u" .
nd
est ive ste s no vo sso co e ia ha uri r a
nse lho , eu tam - f uz esp eci al do Es pír ito ser pe nte , qu e na o e :xc es siv a mn a
Sa nto pa ra no s su ge
op ort un o pro ce de r
O qu e de ve mo s ad ap tar.. rir n~ mo me nto
15'22. B) O objecto
próprio do do m de ' có ns
os sup eri ore s, qu e
de ve m fazer observar_ L) As sim m~smo,
a bo a dir ec çã o da s ac elh o é da de e co ns erv ar, nã a reg ra co ~_fidell.-
o
çõ es pa rti cu lar es . Os
do ns de ciên- seu s su bo rdi na do s, ne ob sta nte , a c~nfia_nça_ ~ afe iça o do s
cia e d·e ef'.tendimento ces
dã o- no s os prm cíp ios rem um a jus ta sev eri da sit am de mm ta discriçao,_ pa ra ~li~...
o do m de co ns elh o su gerais ; ma s de com a bo nd ad e, pa
gere-nos a su a ap lic aç ca rem as pre scr içõ es ra na o muJttph.-
ão aos mi l e av iso s e faz ere m _gu
<'asos pa rti ou lar es qu e am or ain da ma is qu e ar da r.ª reg ra pd r
po
rito Sa nt o mo str a-n os
se nos ap res en lam : a
luz do ·espí- qu e luz nã o pre cis àm r tem or. e) ~u an ~o ao s dir eet ore !, e
· ele
então· o qu e jm po rta faz
er no tem - ca da um -do s seu s di, igi s pa ra dis cer nir o qu e. co nv em a
l- po , lug ar ~- cir cu ns tân . lhe-r os me lho res· meios do s, co nh ec er os seu s de fei tos e es~o--
da ~ em qu e nos en co
nt ra mo s; e, -e co nd uz ir ca da alm a de os ref orm ar, . d;c idi r da s ~o caç od s
i
i se es tam os en ca rre ga do
s de gu iar os outros , qu ao gra u de . p~ rfe iça o
lhe s de ve mo s dar. e co ns elh os vid a a· qu e é ch am ad ou ao gener'o e
a.
1525. :2. 0 Ne ce ss id ad ' 15'24. '3. 0 M eio s de
e. A ) Pa ra tod os é o cu lti va r. A ) Pa ra
sário este do m em ce ne ce s- es te dom, é mister an cu lti va r
rtos casos ma is im po rta tes de tu do ter um se~
cu lto so s , on de se ac ha nte s e difi- fu nd e da no ssa im po .tim en to pro-
em pe nh ad a a no ssa tên cia e recorrer mm tas
sa nti fic aç ão , po r eJCem
plo, na s qu es tõe s de
sa lva çã o e Es pír ito Sa nt o, pa ra qu
e nos fa ça co nh ec er os
vezes ª?
de ce rta s ocasiões de pe vo ca çã o ou . "'T ·a
nhos . , i s tua s Do mi ne demonstra seu s ca~m-
ca do qu e se en ~o ntr am t;ias ed oc e me.·• 1 .. E1e , mi hi : et ser mt os
ex erc íci o da s pr óp ria s no me sm o nã o de ixa rá de nos i lum d ·
fu nç õe s. Co mo a raz ão ou da qu ele mo do . po ina r este
fal íve l e inc ert a nos hu ma na é rq üe se ab ate aos hu mi
se us ca mi nh os , ne m po ld es ; _sobre-
se nã o va ga ro sa me nte , de pr oc ed er tu do se tiv erm os cuid!
im po rta , no s mo me nto l-do de o inv oc ar de
da no ssa v1da . rec eb er s decisivos tod o dia . no começo ma nh a pa ra
as luz es de ste div ino O da s nossas principais ac
qu e nu m só rel an ce ab Co ns elh eir o, pe cia lm en te em tod os çõ es e es-
ra ça tud o, e em tem po os casos dificultosos.
nos· faz ve r co m se gu
ran ça o qu e de ve mo s
op or tun o . B) Al ém disso, é nece
faz ssário ha bi tu ar -n os ,ª
on qu al cir cu ns tân cia er em tal ate nç ão à vo z do Es pír prestar
diz Mgr. La nd rie ux , ela
difícil 1 . " Co m o do m
de co ns elh o,
tem o dis ce rn im en to se
se m no s de ixa rm os inf
ito Sa nto , a julgar_ tu do
lue nc iar pe las _con~1dera
~ su a luz ,
me ios ; vê o se u ca mi gu ro dos na s , e a seg uir as su as çoes hu mc r
nh o, av an ça ne le co m mí nim as inspiraçoes ;
po r ma is árd uo , pe no so se gu ran ça . en tão a no ssa alm a ma en :o nt ra n o
e ári do qu e ele fosse .. leá v,el e d2óciL fal ar- no
es pe rar a ho ra pr op íci 2 . ela sa be çã o mu ito ma is fre qu en s-a ao ·cora-
a" . tem en te •
B) :E: pa rti cu lar me nte
re~ e ao s sacerdotes, ne ce
ssá rio est e do m ao s sup
tan to pa ra a su a san er{o- ll. O , dom de piedade
co mo pa ra ij san tif ica tif .
çã o do s ou tro s. a) ~ às ica çã o pe sso al, fi 'l . 1.º Na tu ~e za
ve ze s tão difícil . Es te do m ap erf eiç oa
5
; •1 • ~ed qu, hum ana rat io de da religião, an ex a a virtu-
c~n tm gen ua q_uaeia occ non pot com pre hen der da justiça. produzindo
urr ere possunt, fit est e sin gul arl a et co raç õe s· um a . afeição em nossos
~int_ tim ida e et inc
111d1g_et homo in inq ert ae pro vid ent iae nosquo d « cogitationes mo rta liu m filial para co m De us e
tra e • (Sa p. IX, . um a terna
J:\end_H, ; qu od fit . peruis ltio ne con sili i dir igi a Deo qui om14) . Et ideo
nia com pre -
.
con sll10 a Deo acc don um con slll i, per _qu E' .
ept o :,. (S. TttoM., II, II, od hom o . dir igi tur q uasi _ 1 Ps. XXIV, 4.
- 2 po r que DoNoso CoRTJ;:S
LANDRIE.U X, op.- 'cit 'q. 52 a. 1 ad qu e o~ melhores conseil . is_ 0 mot 1vt !at ivo s: • dizia
gravíc,simos, diz o., P.p. 163. - « A privação deste1 dom cauI). - 2 M GR.
sa-nos males qu e v1 de perto, e mu helrto~~~° v~~oco:S etin1cas em queEn tre as pessoas
confusos em nossos penSr JuRE, Ire P., eh. VI, § 7, po rqu e .•• m reconheci. u~
\,vel, !_lma ver_da deierasiib
bom senso imperturbi tas e sagacidade uma apt
d?S em nos sas res.9!u samentos, cegos em nossos àés ígn ios , nos tor na maravilhosa_ par a d ar ias aos pro
tda o
rio s em nossas acçoes ções, inconside rados em pre cip ita - árd uo s.. . sao aqu e 1as sol uç t:~ )~~ ~:s um a · vida con tem ble ma s mais
... » . nossas pal avr as, tem pla tiv a e ret l-
erá - rad a ». (Essai sur te catque. .
holmsme, P• 20 0.) -. .
47

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CAP1TULO I
DA VIA l9NITIV A SIMPLES 739
1'evoção par~ com as pess_oas ou coisas divinas, para nus Cristo, saída do seu lado sacratíssimo. perpetuando a sua
~zer cumprir com santo fervor os nossos deveres reli- missão na terra, revestida da sua autoridade infalível ; nossa
giosos. , ·
Mãe, que nos regenerou para a vida da graça e nos alimenta
A virtude d I· ·- -
mente o do . d a r~
Santo:
Y:t d
~ao se a quire sei1ão laboriosa-
m e pce a e e-nos comunicado pelo Espírito
pelos seus sacramentos. Interessamo-nos, pois, por tudo quan~
.to a toca de perto, pelos seus triunfos como pelas suas humi~
lhações ; esposamos todos os seus interesses, e a nossa maior
felicidade é promovê-los ; compadecemo-nos das suas dores:;
numa palavra, temos para com Ela um amor filial. A esse
A) Fa~no~, v~r em Deus um Pai sumamente bom f>
amor acrescentamos· uma obediência cordial, bem convenci-
a~1~nte, e nao Ja somente um Senhor soberano . "A ,-
pi~:1s1 ªr~~Ipticmis /iliorum, in. quo clamamus: Ábba
ter • ata-nos • pois , a a Ima na con f·1ança •e no· a
)1
p:~ dos como estamos, de que submeter-se às suas prescrições é
obedecer ao próprio Deus: "qui vos audit me audit" 1 . 5) O
ch_efe desta I.greja, ·o· Stimo Pontífice{ é p'ara 11ós o lugar~te~
· ·-I
sem exc .uir a reverência que lhe é devida. mor, nente, o representante visível de Jesus Cristo na terra : trans~
Cultiva pois em nós tr· .
· ferimos. pois, para ele a nossa veneração e amor para com
peito filial ~ara ,com Deu~m ip1ice sj°timento : 1) um res- o chefe invisível da Igreja, e é-nos sum-e obedecer-lhe como
santo ardor, como Pai muítoque nos . eva - a adorá-lo com ao próprio Cristo. 6) Estes mesmos sentimentos experimen~
espirituais, em lugar de serem ~:ado ' 1nt~o, os exercícios tamo-los para com os nossos s,uperiores, em quem nos com~
uma como necessidade d 1 a tare a ardua, tornam-se prazemos em ver a Jesus Cristo: "superiori meo imaginem
Deus ; 2) um amor terno : a ema, um voo do coração para Christi imposui"; e, .se Deus nos confia inferiores, transferi~
car-nos por Deus· e pela g nr~so, que nos leva a sacrifi- mos para eles ~- ternura filial que Deus nos testemunha.
d~r: "quae placita sunt etfa~iir::'nz;~)~tui:o ~e Ih: agra- 1.'.'J27. Necessidade. A) Todos os cristãos neces-
1 piedade egoísta, que rocura , -nao e, pois, uma
inerte que fica ocios!' .
uma piedade sentiment~1
e se perde em devaneios . -
~::~º as co_nso1açoes, uma piedade
ieria nec:ssário trabalhar,
~ usca n:1~is que as emoções
sitam deste dom, para cumprir.em com -alegria- e fervor os
seus deveres de religião para cem Deus, -de respejtosa
obediência para. com os S\{periores, de condesoeq~ência
1 seu amor, fazendo a von' teadªe pdi~d~de v3ir_tl que manifesta o para com os inferiores. Sem ele, tratariam com Deus como
i a,~ ectuosa, que vê nos mimd t ivma •. ) . uma o bed·~ .
sapientíssima e infinitamenteª;:fe: Í Jonselhosda expressão
cencca
a
com -um senhor·; oração serra uma targa mats que uma
sobre nós . donde a entr·e
atnantíssim'o, que ~elhor
n
Q~: a as vonta es de Deus
i':'mplebta nas mãos desse Pai
os sa e o que nos convém
consolação, as provações providenciais apareceriaµi cômo
castigos severos ou até injustos. Sob o influxo deste dom,
os prova, para nos purificar e unir a Si "d·z- t·b D e pelo contrário, aparece-nos Deus como um Bai ; é com
omma cooperantur in bonum'' 2. • e cgen e us eum
filial alegria que lhe tributámós as nossas homênagens e
1526. B) Este mesmo sentimento nos leva a amar com doce submissão que beijamos a ·mã? q;ue,. Sie nos fere,
as pessoas_ :, coisas que participam do ser divino d é só para nos purificar e unir mais intimamente consigo.
suas perfe1çoes. e as
1!il8. B) Este dom é mu.itQ mais necessário ainda aos
1) A . sacerdotes, aos religiosos e a todas as pessoas que se cansa~
- , - ss1m, amamos e veneramos a Virgem SS ma
qw~ e Mae de Deus e nossa Mãe (n.ºª 155-156). : t' por~ gram a Deus, vivendo no mµndo,: ~) ,S~1J1 ele, os PUtp.f?rosos
f er1mos para Ela I .
para com- Deus, pir g::ªEf:is:nt~=
melhor reflecte as divinas perfeições 2) D
~°J::, assim rans-
a:e~;;:te~s e amor
' a que
exercícios espirituais, que formam a · urdidura da, sua vida,
bem depressa· se transformariam em jugo in:Suportãvel : por~
que é impossível pensar longatl}ente etn Deus sem O arnar, e
amamos e reverenciamos· nos A . . o mesmo modo
dos atributos divinos 3) · A S E
palavr d D ·
nJ~:
e nos Santos reflexos
· scri. ura aparece-nos como a
é precisamente o dom de piedaoe que. unido à caTidade, põe
na alma estes sentimentos de ternura filial para com Deus.
do céuª a e eus,_ uma carta escrita 'para nós pelo nosso Pai que transformam· os nossos· exercícios numa doce conversa-
, romumcar-nos o seu pensame t d ção com nosso Pai celestial.· É certo que 'as securas vêm às
gnios sobre nós 4) A S t I
·
°
. _ n e os seus esí~
an ª gre1a e para ·nós a Esposa de vezes pert~rbar este trato íntimo ; mas aceitam-se · com pa~
ciênci'a ·e até com alegria, como vindas dum Pai que não se
1 Rom. VIII, 15. - 2 Rom. VIII, 28.
1 Lc. X, !O.

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740 CAPITU LO I
DA VIA UNITIV A SIMPLES
741
esco?d e s~não para se fazer procur ar ; e, como a alma não
dEeseJa n~ais que agrada r-lhe, fica-se conten te de sofrer por sobre as faculda des inferio res .e sobre as dificwldades exter-
. le : ubi amatur, non laborafJur. nas. A virtude não tira uma certa hesitaç ão, um certo receio
dos obstác ulos e dos revese s; o dom substit ui a tudo isso a
.b) Não nos é menos necess ário este dom para tratar-
mos com bondad e e doçua-a as almas que porven tura nos não decisão, a segura nça, a alegria , a espera nça certa do triunfo,
fossem natura lmente simpát icas ; para termos uma ternUTa e assim produz os maiore s resulta dos. Eis o motivo por que
patern al p~ra com aquela s que Ele se digna confiar -nos e de S. Estêvã o diz a S. Escritu ra que estava cheio de forta-
nos revesti mos dos sentim entos de S. Paulo que desej~ va leza, porque estava chei9 do Espírit o Santo : "Stepha.nus
forma~ em seus discípu los o própri o Jesus Cristo: "Filioli mei
imtem plenus gratia et fortifodine, cum autem esset plenus
Spiritu Sancto . .. " 1,
_quos iterum parturio donec formetur Christus in vobis" 1.
. 1529~ 3. 0 Meios de cultiv ar este dom. A) O ri- n'.51. Operar e sofrer, até mesmo no meio das difi-
meiro é medit ar .freque nteme rtte os belos textos da S. ~s- culdad es mai~ ~spinhosas, ij à custa ds esforços por vezes
critura que nos descre vem a bonda de, a misericórdia heróicos, tais são os dois actos, a que rros leva o dom da
patern al .de Deus ~ara com o~. homen s e sobret udo para fortale za .
com. os Justos ( n. 93-96 ) . E sob o título de Pai que a) Operar, isto é, empree nder sem hesitaç ão nem temor
ELe se compr az em ser conhe cido e amado , sobret udo na as coisas mais árduas ; por exemplo, pratica r o recolhimento
nova Lei; devem os, pois, recorrer a Ele, em todas as perfeit o numa vida muito movim entada, como S. Vicent e de
Paulo ou Santa Teresa ; guarda r inviolà velmen te a castida de
nossas dificu ldades , com ardor e confià nça de filhos. no meio dos encont ros mais escabrosos, como Santo Tomás
Assim nos desem penha remos dos nossos · exercícios de de Aquino e S. Carlos Borromeo.....; perman ecer humilde no
P!edad e com amor, procur ando antes de tudo o benep lá- meio das honras , como S. Luís; afronta r os perigos , os tédios,
cito_de Deus e não a nossa consol ação. as fadigas, a própri a morte, como S. Franci sco Xavier ; calcar
. . aos pés o respeit o human o, desprezaT' as honras , como S.
. B) O segund o é transfotniar as nossas acções ordiná- João Crisóst omo, que não temia senão uma coisa: o pecado .
, l'UlS em actos de religião, fazend o-as para L) Não se requer menos fortále za para suportar longas e
agrada r a nosso
!='ai. celesti al _( n. º 527) ; assim se tranfor ma a nossa vida doloro sas enfermidades, como Santa Lidovina, ou sofrimen~
i~!eira em oração , e, por conseg uinte, num acto de piedad e tos morais, como os que toleram certas almas nas provaç ões
f1}ial para com D~us e_ de piedad e fratern a para com pró- passiv as : ou simple smente para observ ar por toda a vida,
ximo. ~~star te cumpn mos perfeit amente a palavr a Ode S. sem quebra , todos os pontos da sua regra. O martíri o é con-
Paul~ : _l!xerce teipSl}-m_ ad pieta.tem. . . pietas autem ad siderad o como o acto ·1,àr excelên cia do dom de fortaleza, e
omma uttlis est: promi~s~or_zem ha.._bens vitae quae nunc .:e st com razão, pois se dá por Deus o bem ~ais caro, a vid_a ;
et f~tura e : a pied:a de .e util para tudo; tem promes sas para mas derram ar o sangue gota a gota, consumindo-se comple-
a _vida presen te e futura " 5• tament e pelas al01:as, · como fazem, após S. Paul9, tantos
humildes sacerd otes e piedos os leigos, é um martíri o ao al~
cance de ·todos, que nem por isso é menos meritó rio.
III. O do111 da /ortalez a.
1552. 2. 0 Neces sidad e. É inútil insistir longam ente
_, . 1~-~o. · .1. º Natureza. É um dom que aperfeiçoa a sobre a necess idade deste dom. Já dissemos ( n. º 360).
vzrtudE! .da 1,ortaleza, dando à vontad e uni impuls o e uma quie em muitas circunstâncias _é mister, para _conservar o
· ener~ia'. que -lhe permite f<:zer ou sofrer alegre e intrepi- estado de graça, pratica r o heroísmo. Ora, é precis ament e
damen t'é · grandes coisas, a despeito de · todos os obstá- o dom da fortale za que n:os toma capaze s de cumpr ir
culos. ·
genero samen te esses 'a ctos dificültosos. ·
·· · ~ .J?ifere da virtude em provir não dos nossos esforço s Quant o mais necess ário é ainda este- dom em certas pro-
·auxilia dos pela graça, _mas da ,acção do Espírit o Santo que fissões, em que o homem está obriga do a expor- se às doença s
· se apoder a da alma pelo alto e lhe dá um intpéri o particu lar e à morte, por exemp lo, o médico ,. o soldad o, o sacerd
ote 1
1 Oal, IV, 19. - 2 / Tim. IV, 7-8.
1 Act. VI, 8 ; VII, 55.

http://www.obrascatolicas.com I
DA VIA UNITIVA SIMPLES 743
0
1555. 3. Meios de o cultivar. A) Como a nossa - . S•· t . "Accipietis
fortaleza não vem de nós mesmos, senão de Deus , é evi- Esp1nto "no· . ·h· uirtutem
,, 1supec-venientis Spiritus
S anc t I. m
. vos et ec-it1s m1 t testes . .
den temente necessário buscá-Ia nele, reconhecendo humil-
dem ente a nossa impotência. Serve-s,e , efectivamente, a lV. O dom de temor.
Providência dos instrumentos mai-s fracos , contanto qu:e
eles tenham consciência da sua fraqueza e Sf: apoiem no 5 Natureza. Não se trata aqui do me~o
1.º
Único que os pode fortificar. Tal é o sentido destas pala-
I .
J -§'> : , lembrança dos nossos pecados, nos rn-
1
vras de S. Paulo : "O qure é insensato aos olhos do ·e. eus qu:~t:istece ou· . nos agita. N.em tão-pouco se
mundo, escolheu-o Deus para confundir os sábios ; e o .qwetad.
t ta Onos temor d o m
. f erno , ·que
. basta para iniciar f uma-
ra a- 0 mas nao
- para consumar a nossa santi icaçao.
. l e ft·[.!Ol que nos I•eva
qáe · é fraco segundo · o mundo, escolheu-o Deus , para t··
convers , temor r.everen'C'la
. a. er
confundir os fortes, e o. que é vil e despreúvel segundo Trata-se qo .
o mundo es"colheu-o Deus , e as coisas que não são , para horror a ·qualquer ofensa de Deus. . d
reduzir a nada aquelas-que são , para que nenhuma carne O dom de temor aperfeiçoa juntamdentde as v1rtu es
se glorie na sua presença". É sobretudo na sagrada comu- -~
da esperança d . a virtu e a esperança,
e a temperança . D ser dele sepa-
rihãb que pÓdeznos haurir em Jesus a fortaleza de que
precisamos para triunfar de todos os obstáculos. Cri- ·s.. f azendo-nosdtemd·er .de~agradar adesae;:g:ndo-nos dos fal-
rado . a virtu e a temperança, d D
sóstomo representa os cristãos, ao saírem da sagrada .sos p~azeres que nos poderiam separar e eus.
mesa, fortes como leões, porque participam da fortaleza . . definir um dom que inclina a nossa
do mesmo Cristo ~enhor Nosso 2 • . · ·
von~d~e;;·r!~:fto filial de Deusf, nos afasta do
em quan to lhe desagrada
, ' e nos az esperar no po
Pd::dd~
1554. É necessário também lançar cuidadosamente
Ínãó 'das rriff' pequeninéis · circunstÁncias em ·q u_e, pela .seu aüxílio. .
~Qntinuídade do esforço,· se pode exercitar a fortalez~ -e
a paciênGia.
, e de três actos principais : a) um Vl.V O
1556. ompreen Deus e por conseguinte, um
, . .. . ( . . . . .sentimento de grandeza de dos , ue ofendem a sua ln-
É q _qµe _fazem os que se supnietem alegreme~te a urpéi extremo he,,rror d~~N~enor~s p~~:ia o \enhor a Santa Cata-
regra 9esde pela .qianhã até à noite, se esforçam por est?r finita Majestade._ aodsa es, . as que a alma suporta oµ
d S 2 que to as as pen , r
ateI1tos ·n as suas orações e recolhiclos por todo o dia adiante, rina e . ena , .d - bastam ;para punir nem seque
gu?rdam o. silênçio, quanao 1h~s df! vontfl?e,.de .f~lar, evitam P ode suportar nesta v1 ª1' nAao f que me é feita a mim,
fixar :a viiita em. ohjectos que lhes excitam a curiosidade, . . a falta o ensa . r
a mais .P~quenu:i, . . atisfa ão infinita. Eis o motivo po
sofrem seni queixumes as intempéries das estações, se· mos-
tram · amáveis· para com aq~eles que lhes são naturalmente
Bem infm1to, exige ~ba s
qu e eu /a
as pena$. desta vida não
qµero que sai as que o .ª 8 ecç.ão ., g isto o que
antipáticos, recebem com paciência e humildade · as . repteen- · - - uma corr ·· ·
são uma puniçao .senao S ntos que se exprohrava~ amar..- .
spes que se lhe dão, se acomodam aos gostos, aos desejos haviam compreendido os a . ' faltas e jamais cuidavam
S ma is pequemnas · con triçao
•-
e temperamentos dos outr'os, suportam sem irritações a con..- gamente
haver as bastante
feito s~ para a/arar. · I,) •Uma. viva•
tradição, 'n•unia palavra, se ap1i.cam a · triunfar das suas pai..-
xõesínhas, pelo vencimento próprio. Fazer tudo isto,· não uma
vez , de passagem, mas habitualmente, fazê-lo não sõmente :Servo ame a abnegação e mO!f! IJ!te~~ito i mente a siJ11as
raro, mesnio
queme lá
a todas as
cp1:gou,
com paciênciá, mas com alegri,;t, é Já het.oísmo ; e então não
d te se eleva a De • · •
l
-criaturas. Este gra 11 de perufes1çao de admirar então que as ~fllçdoes1·0e
. · • am aqueles cuJo e.se
será difícil ser heróico
3
nas grandes circunstâncias, quando !!P~r~~~n 0 não _impr si~ne~5c~wi ~~P~!j;ºfusensiveis à dor que
0 .?i
se apresentarem teremos connosco a fortaleza do mesmo forrn.,al é não sofrer ? 1 sa :s~é ao abrigo de qualquer golp~;. porque i~~
-Outros ..• Mas a su~ _a m . O u corpo sofre, mas a .a ma
~u~~e D~~: ~
8
' . 1 / ·Cor. I, 27-29. - 2 • Ah Ula mensa recedamus tanquam Íco- nd:1 e ~~t':,~;lac~ozê~"tase ~1n~~;lf~i~~~\~':~ád~;,'. ~f1~f~
nes ignem aspirantes ,dlabolo terrlbiles •· (ln ]o4JZ., homil. LXI, 3·
P. L., LIX, 260). - s E a lição que a divina Sabedoria deu um dia ao
q~e os anima fa~ que
-como ,i flição : naoAco
/âire:_
tn
nao ::ssÔ1:uso mais que uma paz prof~nd:de
2 Dldtogue, L. I, eh. 2, p. 1 •
B. H. Suso : e Antes de tudo é necessário, lhe disse ela, que o meu inalterável •· - 1 e• ' • ·
Hurtaud.

E 5 e
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da s menores faltas
DA VI A UN IT IV A
SIMPLES · 745 .....
De us infinito e infinicometidas, po r haverem ofendido um B) E ão é menos úti
ard en te e sincero de astamente bo m; donde nasce um desejo . l est
1 ~e s com o próximo,e dom pa ra nos preservar, ~m
rep ara r, multiplicando no~sas redaç sobretudo com os nosso
fício e amor 1 . actos de sa cri - feri ores essas maneiras altivas e orgulhosas qu s -~~
e) Um cu ida do vig ' . • do esp e se av1z1~
ila nte de ev ita r as oc nham mm to mais íri to pa gã d - ·t
o que o esp1n o cn·s ta-o · o
cado, como se foge du
ma asi
se rp en te : "q ua si a facões de pe - tfemor re;'erenc1.a1 dae De us que é pai. de1es como
no ss ; autoridade mode e- nosso pa i ,
·,
fug e pe cc ata " 2 ; e, po ie co lub ri ar~nos~a exercer
r conseguinte, uma gra stame . como
qu ere r conhecer em tud nd e atl !nção em cumpre a quem a nã o te'm de si mesmo, sen - d nte
ele conformar a nossa o o beneplácito de Deus, pa ra com ao e D eus.
vida. 1558. 3.º M ei os de
É evidente que, pr cu lti va r es se dom. A
tud e da temperança. ev oc ed en do assim, se aperfeiçoa a vir - po rta me di tar fre qu ) Im-
en tem en te a in fin ita
pe ran ça , ele va nd o os ita nd o os prazeres vedados, e a da es - D eu s os se us a t n·bu tos • a su a au to rid ad e so br e nos ;de gr an de z~
olhares pa ra De us com . d.
filial confiança. e.
155-7-. 2. 0 Ne ce ss id çons1 era r à luz d ª fé o qu e é o pe ca d O• (1U ··
ad e. A ) Es te do ~- '· . , ·n da um a of , · e, po r raa 1s
sá rio pa ra ev ita r a
de ma sia da fa mi lia rid
é ~e ce s- l ev e qu e seJ a, e ª 1 en sa à inf in ita ma Je · d
sta e
Pe ss oa s há qu e sã o
ten tad as a es qu ec er
ad e co m De us . d e Deu s. E,n ao , nã o po de rem os d eix ar de co nh
t-
S ec er um
ra .?ºm o up re mo S h
Oe uf i e a in fin ita di stâ a gr an de za de tem or rev ere nc ial pa nã o
nc ia qu e no s se pa ra d en
ce ssa mo s e ~ f en d~r . con fige ti mo re tuo· carnes meas .
co m El e e co m as co de le, e a to m ar or qu e
isas sa nt as lib er da de s ,
in co nv en ien tes , a judicíis em m tuis . . ·" i .
a fal ar- lhe co m ex ce
ssi va ou sa di a. a tra tar t,mu,i ·. . e, q ua nd o ap ar ec en no s
de ig ua l pa ra igu al. co m El e co mo di an te de le se rá co m
um ço raç ão co nt nt o
. h -Ih d
É ce rto qu e o pr óp rio e um1 a o.
ce rta s alm as a um a do De us co nv id a B) Pa ra alimentar
es tu pe nd a : ma s é a
ce in tim id ad e. a um a
El e qu e co mp ete to ma
fam ili ari da de - cuidado os - ex am es de
- co
est7_se~time~~o,
ns c1 en ~~ 1~ e~o~
~o~:C: !~Z:~-~~~
e nã o a nó s. O tem r a di an tei ra , a co mp un ça . o do qu
. t h e ao ex ame
1 ~ndas pr óp ria s faltas
:
m e umt·z·a
or filial, ali ás , . de fo tum -
pe de aq ue la ter na rm a alg um a im - •· co r co ntr itu
t _ '
De li no n de
. spici.es·,, . z• E , pa ra
fa mi lia rid ad e qu e se a1ca nç ar pu re za .de ' rfe
co raç ao mais pe ita ·. convém unil.'~se,
Sa nt os 3 • vê em alg un s incorporar~se ma1~ . e ma . . Jesus pe nit en, te: qu an to maior .
for a pa rte qu:e tiverm is em ódio ao pecado e nas
humilhações, tan tq ma os no se u suas
1 < O qu e eu qu
mú ltip las dum sof ero diz ia De us a San
ta Ca tar ina são as obr is completo se ra. o no rd ão
rim ent o vir il, efe ito
des int eri ore s da alm da paciência e das, ou as. sso pe .
infinitas, isto é; dum a ... Eu , qu e sou inf) tra s vir tu-
.nlto, and o em V. O d.om d.e ciê nc ia.
ob ras de penitê a sentimento Infinito de amor. Exijobus ca de ob ras
títu lo de meios enci e ou tro s exercícios cor
po rai s sej am
, pois, qu e as
. va ço- es
qu e concebe e gernão ocupem na afeição o lug ar pri nci em pr\'!gados a 1~ 59 O bs er
ac er ca , dos trê s dons tntelec-
qu e a .o bra finita asea vir tud e na ver dad e, e é po r esta pal . .. E a alm a • ~ e· d. de . _ . 1
me nto ter á o meu un e ao sen tim ent o da vir tud int eri or
car ida de ; des de eess tuau~. om o pm ciê nc ia ch eg am os ao s trê s.·. O.,O
eh. X, p. 38-39). - agr ado e as minhas côm . l . . . d·
mt e ec tum s, qu e co nc or rem ma is ire cta.r(l en te . pa
pla e mo - flS
cên cia s
P. de Smedt (Notre 2vie Eccll. XXI, 2. - 3 É observaçã(D ialogue, L. I,
>.

ide ia elevada da sup su ma t., t. I, p. 501-502) : • Qu and o jus tíss im a do


co nt em pl aç ao- . 0 do m e ciêd . . ra
fa z J·ulaar
a
no s apr ox im ám os de eri ori dad e q uc uma pes o temos um a · nc ia, qu e no s- .
dez ou até ele per tur baçla ao pri ncí pio senão
com
soa
cer
tem
to
sob re nós ..• , nã o
sen
re cla me nt e da.s co isa •
s cri ad as , na -su a· r~lraç - D "'·
ao co h eu ~,·
mu ito aci ma de nós, ão; mas, se est a pessoa, que contim entq de timi-
sid era mo s como•
do m do en ten di me nt
o, qu e no s ma nlI 'es ta
se mo str a che_ia de
vivo pra zer de nos bo nd ade , se tes tem ha um o .
ín tu na das ve r da de s rev ela da s . o do m de sa
~ a~ om a
nó s •.• , se dá mo strver , de con ver sar ·co osc
as de qu ere r viver nn o, de se saber amun ada po r piê ncia, qu e
re cia r e gostar. Têm d
fntima fam ilia rid ade con nos co em relações da ma is no -la s fa z jul ga r, ap ,
nã o nos tol he de ·conce , o respeito, qu e nos
ins pir
co ntr ári o; qu ant ma ber par a com ela vivíssima afeição •.•
nós, tan to· ma lor otam ior é a ide ia qu e tem
os da
a
sua
a sua sup eri ori dad e,
Mu ito pel o de co mu m, q ue no s dã o um co nh ec ím ~~ to exos
ou na se ex pe rim en ·
to t~es rs
pel"imenta
tA •

I
tal . po rq ue no·s d-ao
sup eri ori dad e sob re
reconhecimento, tan tobém é o nosso am or, tan to mais pro h er as
am or e reconheci ntomais vivo o nosso desejo de lhe tesfun do o no sso cois~s div ina s nã o pe a co n . ec
qu and o a vemos me pela nossa ter nu ra e 'de
dic açã o.
tem un har est e
.
lo rac ioc íni o, ma s po
r um a _lu,z su pe -
ma is apr eci am os de ma is perto, qu
a excelência da:s and o pen etr am os na sua Po r ou tro lad o,
r1or qu e no -l as fa z. ap•.;.eender co mo· se ·de
pa ra com ela aum sua s int im ida de, • '. las hv es se mo s
qu ali dad es ; a nossa ven era ção .. ,. . Es ta lu z qu e .,
con fus ão à vista da ent a, sentimo-nos pen etr
estima, da ter nu ra, da· ado s de ·~r econhe
' 1 '' ex pe ne nc m. , o Es pír ito Sa nt o no s co mu· mc ·.
ela nos mo str a >. dedicação, da delicacim ento e
deza qu e
a,
1 1
i: 1 Ps . CXVIII, 120.
- 2 Ps. L, 19

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Hb CAP ITU LO I
DA VIA UNI TIV A SIM PLE S 747
é sem clúvida a luz da fé, por
ém mais acti va, mai s ilumi- -
nad ora do que é hab itua lme nte tend o uma rela çao ~o~ um com o Pai único, e cad um lhe
gran de família do Paia cele
. e nos dá com o um a ste :
Yd-t{?ªº ::
espécie· de intu ição des tas ver dad .apa reci a ~em a u~ flores e as ave zinh as : "Ta nfo
es, sem elh ant e à que o sol, a . agu a a 1?ª• balá vel e a potê ncia ·dos f.Q;_
terno~ dos primeiros princípios 1 . que sent i~ a so 1 ao t?a ao mesmo hedos,
log:> sen tia e reco nhe cia f tem po quã o forte e'D eus
1'.540. 1. 0 Nat ure za. A ciên cia, A vist a dum a flor na fres~
aqu i, não é a ciên cia /ilosóÍica,
de que fala mos e qua1 o _ap01•o .qire. hnos oabe
erece.
rtos com ingé nua con fiaµça em
zão, ném s'eq uer a ciên cia teológic
que se adq uire pel a ra-
a, que se alca nça pelo
cura mat mal . b1quu~ ·h .
um ninh o de pas sarm os. t~ do isso lhe reve lava a pureza e
trab alh o da razã o sob re os dad os bele za ingé nua de Deu s, d em c orno a tern ura infinita do
da fé, mas a ciência ilo bro tava . E este senti~
dos Santos, que nos faz julg ar rec cora ção divi no, don_de t~~ :q:S péc
tam ent e das coisas cria- men ta enc hia Fran c1D o b ie de aleg ria con tínu a,
das nas sua s rela çõe s com Deu s ao ver e pen sar .em .. e~s, em como dum inces~ante desejo
.. •
• P6de-s•e·, pois, def inir o dom de de lhe rend er graç as ·
ciên cia um dom que, f
sob a acção iluminadora do Espírito h) f:
tam bém o dom de ciên cia que nos
Santo, aperfeiçoa a az ver_ ~om
virt ude da Jé, /aze ndo -no s con hec pro ntid ão e cert eza o que <lz
1 resp eito à nos sa sanbfJCa-
er as coisas criadas
nas sitas relações com Deu s. - 0 e à d.os outr os.
·
ça .
Por qua nto, diz~nos M . Olie r 2 , "De
us é um ser que en~ Ass im escl arec e-no s este dom sob re o esta do da nos sa
che e ocu pa tudo . Apa rece sbb o . t 8 secretos, seus prm . 'pio s seus moti-
Diz -nos , nos céus e na terr a, algu exte rior de toda s as coisas. alm~•- seus· ~ov 1me n_do - odem resu ltar ; enslcina-n os
' . ·
tanibe1:1 ~
ma cois a do que é em si vos e os efeitos que a1 p . . o
niesmo . . . E assim, deb aixo de cad man eira de trat ar com ho prox1m em vist íl da sua salv açao .
a
sa.cn:unento das perf eiçõ es de Deu cria tura , que é com o um
s, dev emo s ado rar o que
;t
assim, o prega.dor con ecf por be; do~ o que dev e dizer a
efo. repr esen t?. . . Hou vera mo~ lo feito . o dire ctor , como dev e
.com faci lida de se a seu s ouvinte~. par a lhes aze~ndo
graç a de Adã o .nos não tive sse sido guia r as alm as, ~ad ~ uma seg . a~ sua s nec essi dad es espi-
rqubou-ncxla,_ e não é rest ituí da em tira da. . . mas o pec ado isto em vir,t1,1de dum a luz
dtf .
Jesu s Cris to sen ão às al~ ritu ais e as i~sp1raçoes da ~çf ~;d
tnéls mui to pur as, a que a fé mos que lhe perm ite pen etra r o. dos corílções ; é o ~om
por toda a par te em que se enc ontrtra a maj esta de de Deu s infu so do disc erni men to os Ísp in·t s Era assim que muitos
rna~se prõ pria men te ciência dos a; . . Est a luz da f~ cha~ o . nda os rins e os cora~
San tos. Sem o aux ílio dos San tos, ilum inad os pord_Aqd e q7õ Í
sent idos , sem a exp eriê ncia da razã
o, mos tra ela a depeodên~ ções. con hec iam _antes as ec ara :; dos pen iten tes, os seus
eia em que se enc ontr a de Deu ensa men tos mais secretos. , i
s toda a cria tura ... Est e d
con hec ime nto é:idquire~se sem fadi . '
só olhà r, pen efra ~se. a cau-'la
se enc ontr a mat éria de oraç ão
ga e num i~st ante . Com um
e
de toda s as cois as em cad a uma
p 1~42. . 2.º Utilidade. É evid ente
.
t,tilíssi mo
que este
.aos. s1·mples cristãos, mas sob retu
do aos re ig10
~ 1~
e con tem plaç ão perp étua ".
1541. O obj ecto do dóm de
ciên cia são, pois, as sos e "sac erd otes . d . t· ·
coisas criadas, mas -em. qua nto nos a) Des ape ga- nos . as cria _u~a mostrando~nos copio
sn, os· -tomar felizes, . e até
con duz em a Deu s. em s1. · mes mas Sq,O
,; - ,
. vas,
!inc apa
. zes
. JUe . . · .
a) . Se con side ram os a sua origem, per:igosas, por que ·tendemafas a nos per vert er ' atra ind ~no s a st,
dizem-nos que tare m de . d
Deus. Ass im • e~a peg a,
vêm de 'De us, que _as criou e con cati van do- nos , par a nlos t
serv a : "ips e /ecit nos elev amo s para o Um co que
et non ípsi nos'': se estu dam os a
sua natureza, vem os dos, ·mui•to mais fàci men e nos
d . . do nos so cora ção , e, com 0
nelru: um a ima gem ou um reflexo
de Deu s : o seu /im é
pod e sac iar todo s os .
Salm ista , exc lam amo s.
•~ol~ eu tive sse as asas da pomba.
: s:m repo iso . .fugiria par a bem
o
levar-nos par a De us: são c,omo batê-las~ia e estabe1ecer-m
deg rau s, par a sub irm os
ao Cri ado r. · long e e fica ria no dese rtoe,..Q ia . d bit m'ihi pen nas sicu t co,
: . urs ,, a 2
Era assim que os san tos enc arav ltzmbae et voa 1 b et requiescam • · ·
o .
cula r S. Fra ncis co de Assis. Con side am as coisas, em part i- d
b) Aju da~ nos a µsar beb· as criaturas, serv indo -nos
rava todo s os sere s com o dela s com o de deg raus . par a su irm par a Deu s. Por inst into
os . .
1 D. JoRE.r, Les dons du S.
Esprit, em
p. 383-393. - 2 Esprit de M. 0/ie r, t. II, p. 346.Vie spirit,, Mar s 1920, ,
S. François d Asstl1. se, p.dé'463-4 66. - Enco
M Olie r.-2 ntra
1 JoERGENSEN, m-se os
mesmos se ntim ento s em Journée chré en.ne Ps. LIV, 7,
.

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l'i:0
CA P1T UL O I
DA VIA UN ITI VA
SIM PL ES 749
na tur al, de sej am os go
za
co nst itu í-l as no sso fim r da s cri atu ras e som os ten tad os a seu mi.s t,eri·o . E1·s o qu e melh or no s f ara-, co mp ree nd er
; gra ças a est e do m, já 0
las ma is do qu e De us nã
ne las pô s, e de ste pá lid o ve mo s ne - a su a ac çã o em nossa
alma.
be lez as div ina s rem on o ref lex o da s
tam os à be lez a inf ini ta 1545. 2.º Eleitos. Es
tin ho , va mo s rep eti nd ;
o : "O pu lch rít ud o sem e, co mo Ag os- te do m pro du z em nós
sem pe r no va , ser o te pe três
cognot1.i, ser o te am av r1 an tiq ua et efeitos principais.
i" . .
1~4~. 3. 0 M efo s de A) . Fa z-n os pe ne tra r no âm d d
o cu lti va r. a) O me ago das ver a es :ev';_-
pre mo é ·abrir co ns tan io su- ~ d e sei.s ma ne ira .
olh am os pa ra as criatu
tem en te os àlhos da
/é, qu an do
l a d o.S,
. 1
s d1·ferentes ' diz Sa nto To ma s .
ras: em lug ar de nos de b t· ·a ·d
1) D esc o br e, no s a su s anct , oculta sob os act ente~,
sombras qu e pa ssa m, ter mo s na s ..
nã o d·evemos · an tes ve or
P. exe mp lo, Jes us sdob as esp éci es eu car íst ica s; é. o qu e f azu ,.
;i
Ca us a primeira, qu e se r ne las a nê f I o san to Cu ra
dig nü u co mu nic ar- lhe s diz er ao cam po • s e qu em a a d'A rs: Eu o
.gem das·s"uas pe rfe içõ es, um a •ima- ~j Q e ele me :ve. we 111 l' av isa et;. il m'·av ise ). · · •
unindo-rios a ·ela e de sp · : ala vra s, oc ult o sob a
tud o o mais 7 Er a assim rez an do 2) Ex pli ca ,no s o seS
nttdho dNasos;o rev ela nd o
ap aix on ad o de am or pa
qu e pro ce dia S. Pa ulo
, o qu aL let ra; e- o qu e ,f e..;~ Cr ist o en or • aos· discí~
ra co m Jesus, es cre via
: "P or s'eu pu los de Em au s o sen fd o da s pro fec ias . E qu·an tas ve zes
am or qu is pe rd er tud o, nã o faz o Es pír 1 ree nd er às alm
a fim de ga nh ar a Cr ist
e avalio tod as as coisas
co mo lixo, sen tid o pro fun doitodeSa nto co; np 1 pa sso do as int eri ore s o
ste ou ag ue e s no sso s. Liv ros
o : propter qu em Ómnia
tú.m /ecí et arbitrar ut sle detrimen- Sa nto s ? ! .
rcora, , ut Ch ris tum lucri/ 3) Ma nif est a a s1g . .. _ . ter ias a do s sinais sen sí,
L) Ne
ciciam" 2 • mf1caçao m1s
ste espíTito é qu e sab vei s ; ass im e- qu e S. Pa ulo no s mo str ba pti sm o de im er,
qu an to é inú til, e até ere mo s pti va r~n os de . , . t ao pe cad a no
de tud o 1 o
olh ar, du ma lei tur a, du alg um a co isa útil, po r· ex em plo , du m são o símbo o a d no ssa mo r e do no sso ent err a~
; ã . esp iri tua l' em Cr·
m po uco · dé co mi da; pa me nto e da no ssa ress ist o.
sac rif íci o a De us. É ra dis so faze.r \.lll"l"eIÇ o a arê nc ias as realidades
ass im qu e no s de spr en 4) Fa z~ no s ap ree nd er
po uc o da s cri atu ras , de mo s po uc o a sob as_ . p de Na za ré o
pa
no s po de co nd uz ir ao ra n_a da ma is ve rm os Mlém do gu e esp idt ua is, mo str an do ~n
os no op era r10 Cr iad or
seu au tor .
do mu nd o. ·
., - . 5) Po r ele ve mo s .·os ·t co nti do s na cau sa, po
r
VI. O dom de ent end im d Jes
efe t os d
us de rra ma O no Ca fvá rio a puri~
ent o. . ex em plo , no san gu e
1344. 1. Na tu re za . fic açã o da no ssa alm ae . a no ssa rec on cil iaç ão co m D eui s, no
0
O dom de'\m ten dim ~n to· dis La do ab ert o de Jes e . to· da Igr eja e do s sacra~
tin gu e-s e do de ciê nc ia, - us o nasc1men .
po rq ue ''O keu ob;ecto . , . .
é mu me nto s. .
ma is va sto : em ve z de ito · · s . a cau s~ nos efe ito
se lim ita r às coisas cri ad 6) Po r ele. enfi?1• ve s, cor da n<:'s
de-se a todas as ve rd ad
es reveladas. Al ém dis
as, est en - aco nte cim en tos ex ter ior mo ac ão dá Pro vid ên cia .
es a
·· • .
olh ar é mu ito ma is ag ud so, o se u ç . . d f . d ..f,
l«:ir de ntr o) o sen tid o
o ; faz-nos pe ne tra r ·(in
tus legene, 1~4 6. B) Mo
_
str a-n os . ·es te dom as ver ad - .·es
d a e
-. 1· f zer co mp ree
ínt im o da s ve rda de s rev sob .m. na
. l t
uz a . · I q· ue sem no- as a n -eF, nos
ce rto qu e no s nã o dá
a co mp ree nd er os misté
ela da s. g . ... ssa '
cre nç a , .· ri.os diz .S
an ta ·To-
faz-nos pe rce be r qu e,
nã o ob sta nte a su a ob
rios, ma s

f
co n irm a' em no . - · d . ' -'
. e o qu e
'
exterius ·ap. paren. .t . uer
. .
sc ur ida de , s "Cógnpscitur qu o e<?,
z i-
sã o críveis, qu e ·se ha rm . t qud_.ae . t recedendum ab
on iza m en tre si e co m r . qu o no
de ma is no br e na raz
ão hu ma na : e co nfi rm
o qu e há .tati no n contraf~dia~..u Ê~
iis qu a_e sunt l ei . . .rau maisn ele es l
va do , fa~--os co~-
motivos de cre dib ili da a assim os t-~- nte po
de . templàr a D euds, - na-~o,.
· cer am e r un ia int mç ao posr-
Po de -se , pois, definir·~
um domq_ue, sob a acçã
. d· t . d·
tiv a 1me ia a _ a , essencia 1v 1 ,
·na sen ão rnostran d o-n
· ·
os
minadora _do Espírito Sa o ilu- o que De us na o e, como d· nte exphcal'emos 3 •
nto, nos dá um a intuiç a rn
tranÚ?. das ve rd ad es rev ão pe ne- .
eladas, se m co ntu do no
s deiscobrir 1 _ 2 II II, q. 8, ª· 3 s < ln hac euam
don um . i~tellectus, Deus · - d modo vide.ri
.
l S. AuGusr., Co nje ss. , L.
·_; 1II, 11, q. 8,
vita, pu rgr t l~l ~s lD
ª;r quo a:
X, e. 27. - 2 Ph il. III, ei vis io: un a.q uld em uam yid~-
8. pot est .:
tur Det •essup ~ . .pe :~c t:t' i n~~ vide~mus
entta , a lia vero imperfecta, per qu '

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750 CAP1 TULO I DA VIA UNIT IVA SIMP LES
751
C) Dá-n os, enfim, a conh ecer maio r núme
ro de verd a-
des, ajud ando -nos a dedu zir dos princ ípios Vil. O dom ,le sapiê ncia
revel ados as con- 1,
clu::ões teoló gicas neles conti das. É assim que
, l
"Et Verb um caro factu m est et habi tauit das palav ras :
i quas e toda a noss a dout rina acerc a do Verb
in nobi s" se tira
o Inca rnad o, bem
Expo remo s a sua natu reza , os seus efeitos
e o meio
como do texto "de qua natu s est Jesus qui voca de o culti var.
se dedu z toda a dout rina sobr e a Virg em SS.m tur Chris tus", . 1548. 1.º Natu reza . É um dom que aper feiço
a. a a
Este dom, tão útil a todo s . os fiéis, é-.o, por
muito parti cular ment e aos sacer dotes e teólo cons eguin te, virtu de da carid ade e resid e junta men te na
inteligência
dar a intel igênc ia das verd ades , que devem gos, para lhes e na vont ade, porq ue nos ·difu nde na alma
luz e amor.
discípulos. expli car a seus
É, pois, cons idera do com razã o como o mais
perfe ito dos
1547. 3.° Cult ura do ddm. dê ente ndim ento dons , como. aque le em que se resu mem todo
. Af A s os outros,
dispo sição princ ipal nece ssári a para o obte do mesm o mod o que a carid ade ence rra
r é uma fé toda s as vir-
viva e simples que solic ite com hum ildad e tude s.
a luz divin a, A) S . Bern ardo cham a-o conh ecim ento sabo
para melh or se com pree nder em as verd ades roso das
revelad'1s : coisas divin as. Há, pois. um dupl o elemento
"'Da mihi intel lectu m et disc am man data no dom de sa-
tua" 1 • Era piên cia: 1) uma luz, que nos ilum ina o enten
dime nto e º. faz
assim que proc edia S. Ans elmo que, depo julga r recta ment e de Deus e das coisas criad
is de have r as, recon duzin do
feito nm acto de fé viva , busc ava o ente estas ao seu prim eiro princ ípio e último fim
; ajuda -nos, pois,
ndim ento dos a julga r as coisas pelas suas caus as mais eleva
nossos mistérios, conf orme a sua máx i~a:
fides quaerens zi-la s à unid ade num a vasta sínte se; 2) um das e a redu-
intellectu.m": é pela fé que cheg amo s à intel gosto sobrena--
igên cia das tural que influ e sobre a vont ade e lhe faz
sab':
verd ades sobr enat urais . divin as por uma espéc ie de secre ta cona turahrear as c~i~as
1
1
1 dade ou ;sim-
B) Dep0 is deste acto de fé, é nece ssan patia .
o habituarmo;..
-nos a pene trar o mais poss ível no cora ção Uma comp araçã o hos ajud ará a comp reend
do mistério, não er melhor
certa ment e para o comp reen der (o que é este dupl o pape l : é como um raio de sol,
impo
para lhe. pene trar o senti do, o alcan ce; a .analo ssíve l}, mas ilum ina e alegr a os olhos da alma , raio de
ra,io de fo~, qll:~
zão ; e, depo is de have rmos estud ado
gia com a ra- calor que aqueee,
certo . núm ero de mis- infla ma de ai:nor e enche de alegr ia o coraç
térios, comp arem o-los uns aos outro s, que ão.
esta comp araçã o t'.549. B) Pode -se, pois, defin ir o dom de sapiê
proje cta muit as vezes uma viva luz sobre ncia
cada um deles. É
as·sim que o pape l do Verb o na Sant íssim a
Trin
um dom que aperfeiçoa a virtu de da caridade,
lhor comp reend er o misté rio da sua união com dade faz me- fazendo-
a .natu reza hu- -nos discernir e ente nder a Deu s e as coisas
mana e a sua acçã o rede ntora ; recip rocam divinas n9s
e a Rede nção proje ctam nova s luzes sobre a
ente Inca rnaç ão seus princípios mais elevados, e fazendo-n
o-los saborear.
os
nos e sobr e .as relaç ões entre o Padr e, o filhoatrib utos divi- Dife re, pois , do dom de ente ndim ento , que·
Sant o. Mas, para melh or as penetrar.l,Dos, é e o Espí rito nos dá a
miste r amar estas conh ecer as verd ades divin as em si mesm
verd ades e estud á-las mais com o cora ção as e nas suas
que relaç ões mútu as, mas não em suas caus as mais
rito, e sobr etud o com humi ldade . Crist o Senh com o espí- elev adas ;
diz, efect ivam ente, naqu ela bela oraç ão dirig ár Noss o no-lo nem no-la s faz gosta r directament-e, ao pass
o que o dom
" Graç as te dou, ó Pai, Senh or do céu e ida a seu Pai : de sapi ênci a no-las faz ama r e sa~?reai: : '.'
gustate et ui-
da
esco ndes tes estas coisas aos sábio s· e enten dido terra . porq ue d ete quon iam suavis _est Dom inus 2 •
tes aos pequ enino s " 2. s e as revelas--
Assim. é este dom que perm ite a S. Paul o
relan ce o plan o divin o da Rede nção , com .a ver dum só
glóri a de Deus
como caus a final prim ária, o Verb o Inca rnad
meri tória e exem plar, a · bem- aven turan ça o como caus a
dos escolhidos
de Oeo qu{d est, vídemus tamen quid como caus a final secu ndár ia, e a graç a divin
donum fntellectus inchoatum, secun dumnon est ... secun da pertin et ad a como caus a
quod habet ur in via •. (I, II,
q. 69, a. 21 ·ad 3; II, II, q. 8, a. 7).-l Ps.
CXVIII, 73.,2 Mt. XI, 25. 1 s. THOMAS, II, li, q, 45. - 2 Ps. XXXIII, 9.

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752 CAP1 TULO I
DA VIA UNIT IVA SIMPLES
753
formal ; é ele que faz brota r de sua alma
acçã o de graç as : "Ben edíct us Deus et Pate este cânti co de p1e ncia nm dos mais preci osos , é nece ssári
o deseiá-la ar-
r Dom iní nosfrí
Jf:::SU e!lt'LS' t't . . , ,, l , dent em ente, pedi-la com instâ ncia e procurá-l
a com ardo r
Merc ê deste dom, S. João redu z toda infat igáv el.
mi.~tério da vida divin a, de que o amor é justaa teolo gia ao
cípio e o term o: Deus caritas est; e Sant ment e o prin~ É exac tame nte o que nos acon selha
o Tom ás resume o livro da Sabedo~
J toda a Sum a neste único pens amen to: Deus ria; quer que a tomemos por espo sa,
por comp anhe ira de
prim eiro princ ípio dond e saem toda s as criaté junta ment e o toda a noss a vida, e sugere~nos uma formosa
alcan çar : "Deu s de nosso~ pais, Senh or de oraç ão ,para a
11
! füu a que toda s volta m, e o caminho que uras, o último mise
Ele torna rem ·2. segu em, para a que pela voss a sabe doria estab elece stes o home ricórdia ...
nar sobre todas as criat uras que fizestes, para m para domi~
na santi dade e na justi ça .. . dai~me a saQedoriarege r o mundo
1
1~50. 2. 0 Efei tos do dom de sap1 enci a. Além do
, · tada pettó do vosso• trono, e não mé rejeit que está sen~
aum ento de càrid ade que prod uz· na eis do nume ro do~
alma : aper feiço a voss os filhos. Porq ue eu sou voss o servo
este dom toda s as outra s virtu des : ,-, e
serva , um homem fraço . e de pouc a dura, e filho de voss a
pouc o capa z de
a) Torn a a fé inab aláve l, pelo conh ecim comp reend er o voss o juízo e as voss as leis ...
expe rime ntal. que nos dá das •verd ades ento · quas e
reve ladas ; assim, sabe doria de voss a santa habi tação do céu; Enviai,;me esta
enviai~a do trono
quem gosto u. long amen te as alegr ias da da voss a glória, para que ela estej a comi•go
comU nos
pode ria duvi dar da prese nça real? 1) Conf !Ilhão, como lhos . e pará. -que eu conh eça o que vos é ·agra meus traba.-
irma a noss a
esper ança : uma vez que se comp reend eu e ela sabe é comp reend e todas as coisas. e me dáve l. Porq ue
gosto u o dogm a
da noss a inco rpora ção em Crist o, co~o prud ência nas minhas obra s e me guat"dará cond uzirá com
não espe rar, se pela sua l_uz,
Aque le que é noss a cabe ça, está já no céu, E assim as minh as obra s vos serão aceit
e os Sant os, que as, gove rnare i o
já reina m com Ele na cidad e bem~ aven turad voss o povo com justiç a e serei d·igno do trono
irmã os? e) Faz~ nos prati car na sua perfe a, são noss os de meu pai" 1 •
mora is ; porq ue uma vez que se gostaTam
ição as virtu des B) Já q~r-e a sapiê ncia. refere tudo a Deu s, deve
as alegr ias do mo-
amor divino, as da terra já não têm mais -nos esfo rçar por ver com o toda s as verd
sabo r para nós ; ades , que estu-
ama; se ª· cruz,. a mort ifica ção, o esforço, dam os, vê~ de Deu s, com o primeiro princ
a temp eranç a, a
humi ldack, a doçu ra, porq ue _s ão outro s tanto ípio, e a Ele
s meios de nos tend em com o a últim o fim. Impo rta, pois,
pare cerm os mais com o Ama do e de lhe habi tuarm o-no s
teste munh armo s o a não nos afog ar em minú cias, mas a redu
noss o amor. zir tudo aos
princ ípios , à unid ade, faze ndo prim eiro
Assi m pois, há esta difer ença entre o · dom sínte ses parti cu-
de sapMn- lares d o que have mos estu dado , e prep aran
cia e dom de ente ndim ento , que este é um do assim uma
olha r do es- sínte se gera l de todo s os noss os conh ecim
pírit_o e aque le é uma expe rime ntaç ão ento s.
do coração ; um ,: t~.5'2. C) Com o este dom nos faz gostar
é luz e o outro é amo r : ·e assim se harm a~ · coisas
oniz am e com- divin as dev,emos tamb ém acos tumà r-nos
pleta m. Mas o mais perfe ito é o dom de a ama r e_·sa~o -
sapi ênci a : por- rear estas coisa s, pond fü·an do que todo
que o cora ção vai mais long e · que o espír o conh ~ctm ento
ito, tem mais que não leva ao amo r é vão. E depo is ,
pene traçã o e com pree nde ou adiv inha o com o não ama r
que a razã o não aque le .. Deu s que é a infin it~ bele za _e
alca nça; . ·e, nos Sant os sobr etud o, há muit a infin i~a . b~~-
as veze s ma.is dàde ? Gus tate et vide te quon iam suauis
amo r que · conh ecim ento . est Dom mus .
l'1 , O mesm o se diga das coisas divin as. em que vem os uma
1531. 3._º Mei os para o · ~ult ivar . A) Send parti cipa ção da bele za e bond-a de de _Deu
1 o· a sa-· s : não pode -
i . l Eph. I, 3. -: 2 _O s simpl e; pratic
mos ama r e gosta r a Deu s, sem que este
amo r trasb orde
am este ~om de s~plêncla a
1 seu modo , sabor eando · longa mente algum a verda de divin a: ·assim aq~e!a sobr e o que · parti ctpa das suas. perfe ições
1: pobrE! - pasto rinha que não podia acaba r o. .
ela; há perto de cinco anos, tanto qu~ pronu Padre Nosso: e porqu e d11:1a :•.; •.•:. ·, • •• A .• •
li
it consi dero que Aque le que está lá em cima ncio est~ palav ra Padre , e
li e fico todo o dia nesse estad o, enqua nto é meu Par, co~eç o a chora r
guard o as mtnha s vacas >.
(H. BREMO ND, t. II, p. 66).
!I
:1
il 48
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,.., . '--f'\t".l .l ULU J. DA VIA UNITIV A SIMPLE S
755
§ III. O papel dos dons na oraçã o tos de amor, superiores aos que habitu almen te experi-
e na conte mpla ção menta mos.
1554. 2.° Com mor força de razão nos auxilia m
Do que acabam os de dizer, resulta que o exercí cio estes dons na contemplação activa, que consis te numa
' '
1
dos dons nos é de ,grand e auxílio na oração . espéci e de intuiçã o afectu osa da verdad e. É, ef~ctiva-
· 1~.5~. ' 1/ )\inda ·antes de terem ·chega do os dons mente , próprio dos dons de entend imento e sapiên.cia, até
ao seu compl eto desenv olvime nto, no mome nto em que mesmo antes . da sua compl eta evoluç ão, facilitai' esta
ós começ amos a cultiva r, acresc entam a sua luz e in- s1mples vista de fé, toman do-nos a intelig ência ·mais p~
fluênc ia . a 'das·. ,,.i~udes, p·ara nos facilit arem a oração . netran te e mais ardent e o amor 1 . Já a sua acção, sem
Sem Il(!S coloca rem no estado passiv o ou mfsHco; abran- os· colocar_ ainda no está do .místico, .é ruais frequ~n.t.e. e
dam já a, nossa alma e a tomam mais sensível à acção eficaz que na: ..oração ordiU:ártâ ; ~· é isto· o que explic a
dó Espíri to· Santo. , ··
como a nossa alma pode fixar ·mais longa e afectu osa-
· · J;: esta a doutrin a co~um d~s teólogo s, que . o P, Mey- rnente os seus olhare s· sobre ~ma ·só e mesma verdad e.
nard 1 assim ,resum e : rnen~ic;mada a opiniã o ·de alguns auto- nss~ 3.º Mas é sobret udo na contemplação infusa
res que julgara m que os doris do Espírit o Santo, reserv ados que os dons desem penha m papel' impor tante ; chegad os
e:xc;lusjvamente aos actos heróico s, .ficavam inactiv os na prá-
fü:a .das virtude s ordi~á rias,. ac;r.escenta : "A sua acção esten- ao seu compl eto desenv olvime nto,'·'c omuni cam à alma
de-se igualm ente a uma mul(id ão de circun stância s em que maràv ilhosa flexibi lidade , que a torna apta p·~ra ' ó estado
a vontad e de . Deus exige de nós certa prontid ão e maior místico ou cont,~mplativo. .
docilid ade no exercíc io das· virtude s ordiná rias da vida cristã, ·
por exemp lo, quando se trata de a alma se desfaz er dos seus A) Três deles, os dons · de crepcia. ·entendüneu:tó e
vício&, de domar as paixõe s, de resistir às tentaçõ es sapiên cia, concor rem de modo especi al para a contem -
a car-
ne, dó mun~o e do Aemón io, sqbretu do quando ~ fraque za e plação ,
enferm idade do sujeito reclam am auxílio mais comple to e .,Expli quemo s o nosso pensam e~to: a) própriamente fa,..
eficaz, e, por conseg uinte, um princíp io de· acção mais ele- lando, são as nossas faculdades superiores, inteligência, e
vado. Este último sentim ento, que julgam os ser .a expres são vontad e, em quanto aperfe içoada s e transfo rmadas pela!! vir~
da verdad e, .é funqa~ o em q~ç os dons não produz em obras tudes teologa is e pelos dons, ~ postas em . acç.&? pela graç8:
de género · particu lar· e distint o das virtude s, mas simple s- actual operan te,· qué são os princíp ios elicitiv os da coq~em~
mente nos vêm em auxilio , pará pratica rmos todas as virtu- plação . É que, efectiv amehte , os dons são enxerta c\os sàbre
de.s mais expedi ta e fàcilmente'.'. Ora, se os dons· do Espí- as nossas faculda des; e por conseg uinte a~ faqilda des .~ os
rito Santo i!:ltervém no exercíc io das virtude s 0rdiná rias, dons' ' concor rem indivis ivehne nte para o mesmo acto. Estai)
facilita m-nos também a oração , acto da virtude de religiã o e faculda des,, assim transform~clas; são ?S princípi9,s . eliciti':'0$
um dos meios mais eficaze s para pratica r as virtude s. da contem plação , isto é, a font~ próxim a donde Jírpta~ , sob
· Estes · ·dons actuam · então em estado latent e, sem ser a acção duma graça oper'an tlt os actos de contem plação ,,
possív el dist{nguir a sua acção ' da das virtud es ; em certos como ·a intelig ência, aperfe içoada ·pela virtude de fé, é o
princípio elicitiv o dos actos de fé.
mome ntos, contud o, manife sta-se mais a sua acção, dan-
do-nos intuiçõ es transitórias que se apode ram da alma h) ·Todos os teólogos reconh ecem que os dons de
mais vivam ente que os raciocínios, e excita ndo rriovimen:... entend imento é ·sapiência são os principias elicitiuos da
contem plação .: alguns , porém:. não atribu em este papel
1 Traltt de la vie intérieure t, I; 'n. 246. Citl} ao dom de ciência. Nós cremos, .com a maiori a dos. auto--
opinião S. Ant6nlo, João de Santo 1Tomás e Suárez. E em apoio da sua
do P. OARRroou-LAGARNGE, op. cit., t. I, p. 404: « Temos também o ensino res, que não se deve exclui r esse dom : porqu e a contem -
que antes aa entrada no estado místico, intervêm sempre dito
latente e bastante frequen te , já manifes to, mas osraro.
dons dum modo já
- Cf. P. J. DE. 1 Tal é o ensino do P. MuNARD , t. I, ·n. 126, 128, que ele apoia
GUIBERT, Rev. d'Ascét. et de Mystique, Oct. 1923,
~- 338. em João de Santo Tomás.

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756 CAPIT ULO I DA VIA UNITI V A SIMPL ES
.,
· I·
plaçã o toma algum as vezes o seu ponto de partid a
757

Jl! cri1üuras, e enlão o dom ele ci{:nci a int ervém , para


nas e) O dom de sapiência, fazend o-nos apreci ar tudo com
relaçã o a Deus e sabore ar as coisas divinas, fi:xa-nos
nos ainda
fazer ver a image m de Deus nas criatu ras. mais amoro samen te o espírit o e o coraçã o sobre o object
o
contem plado, e faz-no s aderir a ele com mais ardor e
"Deus , diz S . João da Cruz 1 , deixou em cada uma das cons.-
tância . Ruysb roeck 1 desc_reve assim o sabor produ zido
suas criatu,ras um vestíg io do que é, não sàmen te fazend por
o-as este dom: "Este sabor é tão forte que parece à alma que
~air do; 11ª?ª• mas ainda dotand o-as de graças e propri edade s céu e a terra e tudo quanto eles encerr am se deve fundir
ó
e
mume rave1s . Aume ntou aipda a sua beleza pela ordem aniqui lar neste sabor insond ável. Estas· delícia s são em
admi- cima
rável. · a depen dência indefe ctível. que as liga umas às e em baixo (isto é, nas faculd ades superi ores e inferio
ou- res),
tras. . . As c;riatU:ras conse rvaram um vestíg io da passag dentro e fora, e abraça ram e penetr aram todo o reino
em da
de Deus, is:tq é, o sinete da sua g1'andeza, do seu poder alma inteira mente . Assim a intelig ência contem pla a simpli
, da ci-
• sua sabed ?ri~~e ?e ou,tros a~i~u t~s divino s:·. Ora, é dade, donde proma nam tqdas estas dçlícias. Depoi s do
p,ópri o que,
do dom de c1enc1a elevar -nos âas criatu ras ao Criad or, a razão i!uminacia se põe a consid erar; sabe, contud o,
trar-n os a beleza de Deus oculta nos símbo los visíve is.
mos- per-
féitam ente que estas incom preens íveis delícia s hão-d e sempr
e
escap ar ao seu conhe cimen to ; porqu anto a sua consid eração
1556. : B) Estes três dons presta m-se mútu o con- se faz à clarid ade duma luz criada e estas delícia s são
sem
curso e act.uam . ou to-dos junta mente , ou um após outro medid a. Éis aqui por que a razão esmor ece nesta consid
e-
na mesm a conte mplaç ão. ração ; mas a intelig ência, que é transf ormad a, graças a
esta
clarid ade sem limites, contem pla e fixa sem cessar a incom.
a) Assim , o dom de cienci a eleva- nos das criatu ras -
preens ível alegri a da bem-a ventur ança" .
Deus, para nos unir a Ele : 1) é acomp anhad o duma luz a
fusa, pela qual vemos claram ente o · nada de tudo quant
in- 1557. C) Os outros quatro dons , sem c1esempenha-
o o rem papel tão impor tante na conte mplaç ão, têm nela,
mund o busca ( honra s, riquez as, prazer es) , o valor do
sofri-
me~to e das humil haçõe s, como meios de subir para Deus
e
contu do, uma certa parte, de duas manéi ras : ,......,
,de O glorifi car, o. reflex o das perfei ções divina s oculto a) Dispõ em-no s para ela, contri buindo també m para
nas
criatu ras, etc. 2) Esta luz é acomp anhad a duma graça tornar a no.ssa alma mais flexível e dócil à acção do Espíri
ql)e to
actua sobre a vontad e, para a despre nder das criatu ras Santo ; J.) coope ram com ela, excita ndo em nosso coraçã
e a q
auxili ar a hão se .servi r ·delas senão como de degra us piedos os afecto s que alimen tam a contem plação : assim,
para o
subir a Deus. dom de temor dá-no s sentim entos de compu nção e despre
ndi-
bf · O dom de entend imento faz-no s penet rar mais mento das criatu ras ; o dom de piedad e, .seritiment9s; de
amor
avant e : mostr ando- nos as harm.o nias secret as qtie existe filial ; o dom de · fortaleza, sentim entos de genero sidade
m e
enti'e á nossa almà e Deus, entre as verdad es revela das constâ ncia ; o dom de ·consel ho per-mite-nos aplica r a
e as nós
nos~as aspira ções inais _profundas, bem conio as relaçõ mesm os e · aos outros as luzes recebi das do Espíri to Santo
es .
de~tas verdad es entre si, fixa-n os o espírit o e o coraç Vê-se , pois, que cada um destes dons desem penha o
ão na
V'icta íntima de Deus, nas ~uias operaç ões imane ntes, nos ·seu papel na conte mplaç ão.
mis-
térios da SS.ma Trind ade, da Incarn ação ou da graça,
e faz-
-no-lo s admir ar em si mesmo s e nas suas mútua s relaçõ
.tal ponto que nos custá despre nder deles o espíri to e o
es, a NOT A : Os c1Nco SENTID OS ESPIRI TUAIS E os DONS
cora-
ção. Ruysb roeck compa ra-o à luz do sol 2 : Assim como
sol, pela sua irradia ção, enche o ar duma clarid ade simple o 1'>58. Algun s SS. Padre s e teólogos, bem como nu-
ilumin a todas as forma s e figura s e faz distin guir todas s, me10sos autore s místicos falam de cinco sentid os espiri-
as
cores ; assim este dom penetr a no espírit o e produ z a simpli tuais 2 , análo gos aos cinco sentid os imaginativos, ele que
cidade , simpli cidade que é atrave ssada pelos raios duma -
sin- já falám os (u.º 991 ). ·
gufar clarid ade. Então somos capaz es de recebe r· o conhe i;"
ci- .;; Eis o belo texto, . onde S. Agost inho os descre ve 3
mento dos atribu tos sublim es que há em Deus, e · '.
são a '.! "ó meu Deus, que é que eu ::imo; quànd o vos amo?
origém de todas as suas obras. ...
t
1 Roya"'me des ámánts, e. XXXIII....;. 2 O P.
I Cantique spirituel, str. V. ~ 2 L'onzement des·noc
les, IIe Livre, e. 66-68. es spirítuel- (ti{
F '
P.ciuLAIN1 Orãces
d'oralson, eh. VI, aduz, para o provar grande número
s Confess. L. X, e. VI. · de texto~.- -

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•C
CAPI TULO I DA VIA UNIT IVA SIMP LES
759
l! uma certa luz, uma certa voz, um certo perfu S. Paul o enum era nove : a carid ade, o gozo
me, um certo
alime nto, um certo abra ço: tudo isto não é expe rime ntado paciê ncia, a mans idão, a bond ade, a fidelidade . a paz, a
senã o pelo que há em mim de inter ior. temp eranç a 1 . Mas não quis· tecer uma , a doçu ra, a
A minh a alma vê lista comp leta; e
brilh ar uma luz que não exist e no espa ço, Sant o Tom ás faz nota r com razão que este
ouve um som que núm ero é simbó-
não se extin gue com o temp o, aspir-a um lico e desig na em reali dade todos os actos
perfu me que o
vent o não leva em suas asas, gosta um alim
ento que a sofre - que a alma enco ntra cons'olação espir itual de virtu de, em
:
guid ão não faz diminuir, abraça~se a um
objec to que a sa- quae cumq ue virtu osa oper a in quib us homo "Sun t fruct us
cieda de lhe não faz aban dona r. Eis o que delec tatur " 2 .
eu amo, quan do 1'>60. Dist ingu em-s e estes frutos das virtu
amo o meu Deus ". des e dos
Que s-e há-d e ente nder por estes senti dos espir dons , como o acto se disti ngue da potê ncia
ituais ? . Nem todos
Pare ce-n os _que tudo isto não são mais que os actos de virtu de mere cem, cont udo, o nom
funç ões ou e de frutos,
oper açõe s .~os ~ons do Espí rito Sant o, em mas únic ame nte aque les que são acom panh
parti cula r dos ados de certa
dons de entendim ento e sapiência. Assi m, . suav idád e espiritu~L Ao princípio. exigem
os senti dos es- os -actos de
pirit uais da vista e do ouvi do referem-se t+ virtu de freq uent eme nte grandes esforços e têm
1 ao dom de por vezes
ente11;dtmento, que nos faz ver a Deu s e as •· r· çerta aspe reza , como um fruto que não
coisas divina;; está mad uro.
11
1 (n.º 1341 ) e ouvir a Deu s que nos fala ao
coração. Os
!.,1 J: Mas , quan do a alma se exer citou long ame nte
na práti ca
1 i outro s três senti dos repo rtam -se ao dom de
sapiência que
~- ·. das virtu des, adqu ire facil idad e de prod uzir
os actos pró-
1
nos faz gostar a Deu s, respirar ou cheirar o prios dela , fá-los sem esforço penoso, e até
i l suas perfe içõe s, e entra r em cont acto com
perf ume das ; f: :l
.! '. :.
como os actos dos hábi tos adqu irido s : é
com praz er,
entã o que se
1
Ele, por umn
espé cie de amp lexo . ou abra ço espir itual . que cham am frutos .
!
/
nõo é senã o um amo r expe rime ntal de Deu
s.
outr a coisa Cult ivan do, pois, as virtu des e os dons,
obtê m os frutos, e por eles as bem -ave ntur ança
é que se
.' Por esta form a se conc ilia sobr e este pont o s, prelú dio
a dout rina da felic idad e etern a.
!j de S . Ago stinh o e de Sant o Tom ás , do P.
Poul ain e do
P. Garr igou -Lag rang e.
II. As l,em~ avent uranç as.
í
l
1
§ IV. Dos f1:utos do Esp írito San to n6 L As bem -ave ntur ança s são o últim o rema
te da
e das bem -av entu ran ças obra divin a em nós. Com o os frutos, s·ão
· actos, mas
dum a perfe ição tal que pare cem proc eder dos.
dons ante s
Com os dons se relac iona m os frutos do que das virtu des 3 ; são frutos. mas tão
Espí rito perte itam ente
Sant o e as bem-aventuranças, que lhes corre mad uros , que nos dão já um . antegosto da
spon dem e bem -ave ntu-
os com pleta m, bem como as graças grat uitam ranç a celes tial ; dond e o seu nom e .de bem-avre
ente dadas, nturanças.
que têm com os dons certa anal ogia ( n, 0 1514 . -.'i . . .
Crist o Senh or Noss o, no serm ão do mont
). e, , redú~las a
oito : a pobr eza de espírito,. a _mansidão; as
I. Os fruto s do Espír ito Sant o,
lágri mas. a fome e
sede de justiç a, a mise ricór dia. a pure za de
coraçÊio, .a paz,
1'5.59. Qua nq.o uma alma corre spon de fielm
ente às
·)f
. r-::·
a paciê ncia no meio das perse guiçõ es.
tamb ém que este núm ero é simbólico· e
Mas p~de -se dizer
não tein nada de
graças actu ais, que põem em mov imen to as l ál .·
limit ativo .
virtu des e os
dons, prod uz actos de virtu de. primeiro impe t;·
::;1::\.
rfeit os e pe- :!'- 1 Oa/, V, 22-23. A Vulgata enumera doze :
nosos, depo is melh ores· e !fiais saborosos, que
cora ção de sant a alegria. São os frutos do Espí
ench em o ;t. rltus est : carltas, pax patlentia, benignltas,
1
suetudo, fides, modestia,
< fruct us autem Spi-
bonitas, longanim!tas, man-
continentla, castitas •; acre.scenta pois
que se pode m defin ir : actos de virtu de que
rito Sant o, <r: . ganimidade, a modéstia, e a continência, e põe a lon-
·a c(istidade em lugar da
cheg aram a .. temp eranç a.-2· Sum. tlteol., I, 11 q. 70, a. 2.-8
1 « Beatitudinés dicun-
certa per/eição e ench em a alma de santá alegr tur solum perfecta opera, quae, etiam
attrlb uuntu r donis quam virtut ibus •· ration e suae perfectionls, magis
:. 1:
ia. · ·. '"::. (Sum. theol., I, II, q. 70, a. 2).

:.
.

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DA VIA UNI TIV A SIM PLE S
761
Não designam estas bem -ave ntur
:'
1 luta e perf eita ; são ante s meios par anç as a felicidade abso- 4) Os Carmelitas, e com eles,
do século XV II em
tura nça eterna, e meios eficacíssim a se che gar à bem-aven- diante, muitos auto res dão-lhe
o nome de contemplação
os
ça aleg rem ente a pob reza , a man : por qua nto, quem abra - adquirida , par a a distinguirem da
con tem plaç ão infusa.
lhação, quem sab e dominar-se a sidã o, a pure za, a humi-
si
pelos seus inimigos e ama r a cruzmesmo a pon to de ora r Vam os exp or: 1. 0 a natu reza
des ta ora ção ; 2.º a:i
Cris to Sen hor Nos so e faz rápi dos , imita perf eita men te a sua s util ida des ; 3.º a maneira
de a faz er; 4. 0 as sua s
~ ~d ciç ~.
pro gres sus nos caminhos
relações com a ·con tem pla ção pro
, pria men te dita .
1562. Co ncl usã o. Os don s do
Esp írito San to in-
trod uze m-n os na via uni tiva , qua
ndo os sab emo s cult ivar .
§ I. Na tur eza da ora ção de sim pli cid
ade
1) Faz em- nos , efec tiva men t.e, praticar
tod as as virtudes, 1364.
mor ajs. e t~óloge.is, no gra u mai Bos sue t desc re,: ~u ip.uito bem
s elev ado , •e assi m no3 · · esta on~ção :
~mem a Deu s e nos tran sfor mam "Ê m~ster hab itua r-se a alma a alimenta
pou co a, pou co nele , r-se dum simples
leva ndo -no s a imi tar as sua s div e amo roso olha r em Deu s e Jesu
inas perf eiçõ es. 2) Pro- e, par a esse fim, é necessário sep ará- s Cris to Sen hor Nos s?:
duz e,m em nós aqu ela mal eab ilid
ade , aqu ela doc tlid ade cínio, do discurso e dà multidão de la suavem!::nte_ ,d()_- racio-
que per mit e ao Esp írito San to apo afectos, par a a con serv ar
der ar-s e da nos_sa alm a em simplicidade, respeito e aten
e ope rar nela livr eme nte. É mod o mais e mais de Deu s seu prim ç~o, .e apr?x_imar~~e desse
já sob o infl uxo late nte des -
tes· don s , e por vez es com o seu med itaç ão é muito boà em seu tem eiro e ultimo fim. . . A
con cur so man ifes to, que de vida espi ritu al ; mas não se dev po, é utilíssima no_ começo
se faz a oração de sim plic ida de,
de que vam os trat ar. alma, pela sua fiqelidade em se more par ar nela, pois que a
tific ar e recolher, receb~
de ord inár io uma ·ora ção mais pur
ART. III. a
cha mar de simplicidade:, a qual con e íntima, que se pode
A ORA ÇÃO DE SIM PLIC IDA DE
1
olha r ou aten ção amo rosa em si, siste num a simpl~s vist~,
1565. A ora ção de sim plíc ida de, par a qualquer. oh1ecto di-
assi m chamad":t vino , que r seja Deu s em si mes
mo,
mistérios. ou qua isqu er outr as verd , que r .''ll~um d~s seus
por Bos sue t, era con hec ida mu ito ade s cristas. Deixand_o,
ante s dele , e tinh a dif e- pois, o rado cíili o, serv e-se a alm
ren tes nom es que ' é boni. recordar a duma ~oce con tem plaç ao
. que a con serv a tran quil a, aten ta e_
1) San ta .Ter esa cha ma- a oração
de reco lhim ento : o e impressões divinas, que o Esp ~uscepttvel das· opera~õe~
mto
que se dev e ente nde r do reco lhim
ento acti vo, por opo siçã o faz pou co e recebe -muito ; o seu ~rab . Sa~ to .lhe comunica •
ao teco lhim ento pas sivo , de que
falareiµos no · cap ítul o se- mais frut uos o ; e, como se apro xim alho e _suave, e contl.!Qo
gun do : a alm a reco lhe em si as
sua s dive rsas faculdades, de toda a luz, de toda a graç a e a de ma!s pert o da fonte
pa-ra a.s con cen trar em Deu s, par de toda a ,yitt ude , abrem-
a o escu tar e ama r. -se-lhe esses tesoiros com mais gen
2) Mu itos a denominam ora
eros idad e . . ·
sim ples presf;nça de Deus, ou de ção de simples olhar, de Ass im pois , com pre end e esta ora
ção dois act~ s esse~-
sim ples entr ega a ·Deu s, ou ciai s : olhar e ama r; olh ar a Deu
uma sim ples vist a de fé, por que a s ou algu:m obJ ecto di-
sarnente em Deu s. con serv a-se · emalm a fixa o olha r afectuo~ vin o com O fim de O ama r,
em sua s mãos, e, por uiná· simples sua . pre_sença, ,.entrega-se e amá-lo, •par a mel hor o
' vist a de fé, fixa nele o con tem plar . Se se com par a ·est a
olha r e a~a -0. ora ção com: a ~~d ita~ ão·
discursiva ou a/e div a, obs erva -se
., 3) Bo~suet ape lida -a .,or açã o nel a µm a tnp hce sirn-
de sim plid d~d e, ·por que plif icação, que bem ;usti/ica a exp
nos faz simplificar tudo, os :raciócí res~ ão emp reg ada por
ção, e até a vid a inte ira. nios ·e· os afec tos da ora- Bossnet..
· · · ' ··
156 5. 1. º A prim eira sim plif icaç
. , _1, . l30SS(!BT, ltfailUre courie ão é a. dúninuiçã,o,
de stmp/e prese/1,Ce de Dlea,; THOMé~,facile pour J<i.ire l'oraiso,i ·en foi, et dep ois, : a suer.essão dos ràciocí~
VEN, AS PE. JEsus, I)e coMemplatio
ne divi ua: ios'. e~~ê tão gra ~de par te
L1B_ERM,.NN, ,. licrits .fipirit., De, l'oraisoti 4'af fectJ tinh am na med itaç ã9 dos prm
. ~issiotmaires. _çh. v; art. . n; p on; lnstru.ct. aux c1prante1?, Obr iga dos a
..POULAIN, Orâces~d'oraiso
.D . V. I,.i;tt<;>DJ,Y,. !--es, vaies de l'i:>raison n, eh. II; adq uiri r con vicç ões pro fun das ,
L'oraison de simplicité, Vie spir it,, , 2. Part ., eh . VIII ; -A, TANQ Ul!RE Y, e :P?r outro•· lad o pou co
déc. 1920, p,
161-174. · hab itua dos aos pied oso s afec tos,
nec essi tava m de refl ec-

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DA VIA UNI TIV A SIMPLES
763
tir long ame nte sob re as verd ade s
fun dam enta is da reli- idei a de Deu s, nosso Pai, por exe mpl
gião e sob re as sua s rela çõe s com o, exc ita no cora ção
a vida espi ritu al. sob re um amo r inte nso que , sem se exp rim
a natu reza e nec essi dad e das prin ir por mul tipl icid ade
cipa is virt ude s cristãs, de pala vras , alim enta dur ante algu
sob re os meios d·e as prat icar , ante ns min utos tod a a
s de faze rem bro tar alm a, pen etra ndo -a e pro duz indo
do cora ção sen tim ento s de grat idão nela disposições gene~
e amo r, de con triç ão, rosas. Não bas tará , sem dúv ida par
hum ilha ção e firm e prop ósit o, súp a pree nch er todo o
lica s arde ntes e pro- tem po da oraç ão, e será nec essá rio
long ada s. a) Che ga, poré m, o mom pas sar a outr os afec -
ento em que esta s tos, par a se não cair nas dist racç ões
con vicç ões lanç aram na alm a tão ou num a espé cie de
pro fun das raízes que ocio sida de; mas cad a um terá luga
faze m, por assi m dizer, part e da nos r tão exte nso que não
sa men tali dad e hab i- será pl'eciso mul tipl icar -lhe s o núm
tual , e algu ns min utos bas tam par ero, como ante s.
a as reav ivar no espí-
rito. EQ.tão, pro nta e Íàd lme nte 1'.568•. h) Ent re .estes afect<~s.
bro tam os pied oso s aca ba um por domi-
afec tos de que falá mos , e a oraç ão nar e apre sent ar-s e ince ssan tem ente
tom a-se a/ect'iva. ao espírito e ao cora-
ção ; o seu obje cto tom a-se com o
t'l6 6. h) 1\-Iais tard e, real iza- o dum a ideia fixa, em
se outr a sim plif ica- torn o da qua l grav itam sem dúv ida
ção :· os pOlJCOS min utos de refl exã outr as idei as, mas em
o são sub stitu ídos por peq uen o núm ero e sub ord inad as
um olhar intu itivo da inteligência. à primeira. Par a uns ,
Con hec emo s sem clifi- será a Pai xão de Cris to Sen hor Nos
culd ade e por urn a esp écie de intu so com os sent ime n-
ição os primeiros prin - tos de amo r e sacr ifíci o que ela
cípios. Ora , dep ois de termos por susc ita : dilexit me et
mui to tem po med itad o tradtdit sem etip sum pro me 1 . Par a outr
sob re as verd ade s fun dam enta is da os, será Jesu s vivo
vida espi ritu al, tor- na Euc aris tia que se tom ará o cen
nam -se par a nós tão cert as e lum inos tro de seus pen sam en-
as com o os primeiros tos e afec tos, e sem cess ar repe tirã
prin cípi os, e apre end emo -las num o : Ado ro te devote,
olh ar sint étic o com fa- latens Deitas. Alg uns há que são a
cili dad ee com plac ênc ia, sem nec essi dad e de
análi~es pelo pen sam ento de Deu s pres ente
tal pon to dom inad os
min ucio sas. Ass im, a idei a de pai na alm a que não pen -
apli cad a a Deu s, que sam em outr a cois a sen ão em O glor
ao prin cípi o nec essJ tava de long as ificar dur ante o dia
refl exõ es, par a nos dar inte iro : Ad eum ven iem us et man
.1 o seu con teúd o, apa rece -nos num sion em apu d · eum fa-
só rela nce tão rica , tão ciemu.s. . . Temp lum Dei san ctum es'l,
fecu nda , que nela nos dete mos long
ame nte· e com amo r,
quo d estis vos . ..
Glorificate et portate Deu m in corp
par a lhe sabo rear mos os múl tipl os ore vesfro" 2 •
elem ento s. g o que perf eita men te exp lica o P . 3
e) Suc ede até por vez es que a alm a se
con tent a do a alm a vem a con side rar que não Mas soul ié : "Qu an-
dum olhar con fuso sob re Deu s e sob de esta r ·na pres ença de Deus, mas sóm ente tem a hon ra
re as coisas divinas, poss uir em si mesma, tão viva men aind a a felicidade de O
que a con serv a, con tudo , sua ve te a pen etr~ este pen sa-
e afec tuos ame nbe na men to que a faz entr ar num reco
pres enç a de ·Deu s, e a torn a mai s lhim ento prof und o. Olh a
e mai s dóc il à acç ão este Deu s .de amo r e maj esta de, e toda
do Esp írito San to; entã o, sem mul
tipl icar os acto s de que se dign a entr ar e hab itar. nela a Trin dad e ado râve l.
inte ligê ncia e de von tade , entr ega Olh a-o com extr ema com plac ênci como em seu templo.
-se a Deu s, par a exf'- a, goza do praz er dest a
cuta r as sua s orde ns. pos~e, e ali enco ntra um repo iso inex
os seus dese jos satisfeitos, tant o qua primível1 ven do todos
156 7. 2.(l Ope ra-s e nos a/ec tos
uma sim plif icaç ão mun do ; pprq uan to, que coisa mai or nto o podem ser nest e
pod e dese jar e espe rar .
aná loga . Ao prin cípi o, eram num eros a .alm a que poss uir a Deu s ?
os, vari ado s e suce -
diam -se com rapi dez : amo r, grat idão 156 9. 3. 0 Den tro em breve se este
alegl'ia com paix ão nde à vida in-
dor das próp rias falt ;s, dese jo de teira ec;ta simplificação : "A prát
p;oc ede r ~el hor , peti~ ica des ta oraçijo, diz
ção de aux ílio , etc. a) Mas , den tro
em brev e, um só e
mes mo afec to se prol ong a dur ante 1 Qal. II, 20.- 2 Jo. XIV, 23 ; / Cor.
cinc o, dez min utos : a ~ la véritable oralson, 3e Part.,
III, 17 ; VI, 20.- ll Traité
eh . X.

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\.,r\t'l l ULV i UA YlA UNIT IVA SIMPLES
765
Bossu el, deve come çar desde o despe rtar, fazen do-se a) Conc entra ndo a atenç ão numa verda de por
um temp o
ado de fé em Deus . que está em toda a parle , notáv el, apren de a conhe cer melh or a Deus , e, como
e em este
Jesus Cristo , cujos olhar es, ainda quan do nos encon olhar é acom panh ado de carid ade, ama- O com mais
trás- in-
semo s abism ados no centr o da terra, jamai s nos deixa tenso amor e une-s e a Ele de modo mais íntim o, atrain
m". do
E conti nua-s e pelo dia adian te esse acto de fé. Com an- p.or essa via a· si ~esm a as perfeiçõ~s divin as e
as virtu-
dar ocup ada nos seus traba lhos ordin ários, une-s e des de Crist o Senh or Nosso .
a alma
a Deus , tem nele fixo o olhar , ama- o . Nas oraçõ es h) Então se torna mais fácil o desprendimento :
litúr-
gicas , como nas vocai s, mais atend:e à pres•ença de quan do pensa mos h?-bitualIT\ente em Deus , não nos
Deus ~pa-
que vive em nós, que ao sentid o partic ular das palav recem já as criatu ras senão como degra us para subirm
ras; os
antes de tudo procu ra testem unha r-lhe o s•eu amor ac- Criad or. Ch~i as de imper feiçõ es e misérias, não
. Sim- têm
plific am-se os ·exam es él~ consciên.cia: num rãpid o valor senão na medi da em que reflect:em as perfe
relan ce ições
vê a alma as própr ias faltas , logo que as come te, divin as e nós brada m subam os à fonte de todo o
e sem bem.
demo ra as detes ta. Üs estud os e obras exterior.es de
zelo e) Facil ita-se mais a humi ldade : à luz divin a 'vê
pratic am-se em espírito de oração-, sob o olhar de a
Deus , alma clara ment e o seu nada e os seus pecad os e alegra
com o desej o aden te d·e O glorificar, ad majo rem -se
DP.í de poder , pela humi lde confi ssão das suas faltas ,
gloriam. Até as acçõe s mais comu ns são pene trada glorifi-
s do car o Únic o que mere ce toda a honra e glória : Solt
espírito de fé e de amor , e assim se torna m hósti Deo
as fre- h.on.or et gloria, mihi a.utem ignominía et con/usio.
quen teme nte ofere cidas a Deus , "off erre spirituales Em
hos- lugar de se prefe rir ao próxi mo, olha- se o home m como
tias, accep tabile s Deo" 1 . o
últim o dás pecad ores, pront o· a sofre r amor osam ente
todas
§ II. as prova s e humi lhaçõ es.
·Uti lida des da oração de simp licid ade
Pode -se, pois, dizer com toda a verda de que a oraçã
o
1570~ A maio r utilida_de desta oraçã o é que por ela de simpl icida de nos ajuda singu larme nte ·a · glorif
icar a
se reduz à unida de a vida inteir a, e assim se aprox Deus e a santif icar a nossa alma.
ima
da vida divin a, para maio r glória de Deus e bem 1512. Solução das dificuldades. a) Objec ta~se
espiri- que este géner o de oraçã o favor ece a ociosidade.
às vezes
tual da alma. Santa Te-
resa respo nde assim a esta objec ção 1 : "Voltar:i,do
0
1. Deus . é. glori/icado por todo o dia adian te. Este àquel es
que discor rem, digo~lhes que não empre guem neste
olhar habit ual e afect uoso da alma para Deus fá-lo exercício,
co- por mais merit ório que aliás seja, todo o tempo da
oraçã o.
nhec er e arriar melh or que todas as consi deraç ões: Como acham nisso gosto , imagi nam que para eles
a alm3 não há
esque cé-'s e. de si mesm a e com mais força de razão domin go e que todos os instan tes perten cem ao
trabal
es- O resto, na sua opiniã o, não passa de perda de tempo ho.
quec e as crii:lturas, ou ao . meno s nã~ as vê senão . Pois
nas bem! eu em mim consi dero esta perda como um lucro
suas relaçõ es com Deus , sob o influx o do dom de deiro. Ponham~se interi ormen te em prese nça de verda -
ciênc ia Jesus, da
( n. e> 134 J ) . Dess e ·mod o se trans forma a vida num mane ira acima indica da ; ali, sem. esforç o de enten
dimen to.
acto permaneçalíl. a falar~l,he, él gozar da sua comp anhia
pÍ·olongado ~à. virtu de da religião, num· acto d·e recon ;· em lugar
he- de se cansa rem a orden ar um discur so, contentem~s
cimei :to e _amor que nos leva a repet ir com Mari e de re~
a: ... A prese ntar as su~s neces sidad es e as razõe s que teria
Cristo
minh_a alma glorifica ao Senh or : magni{icat anim Senho r Nosso d·e ·os'riã o sofrer junto de Sí. Farão
a mP'l , con,tudo,
. _Dom inum ". · · bem em usar de varíed ade, não seja caso que a alma
se fati-
gue pela contin uidad e do mesmo alimento. Estes , de
1571. 2. 0 Por esse mesm o meio é santi ftcad a a alma. que- falo,
1 Vie, eh. XIII, p. 171. - Cf. P.
1 / Petr. II, 5.
OuP0N T, Vie dç, P .. Balthaz,ar
A/varez, eh. XLI.

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LAl'ITULO I DA VIA UNITIVA SIMPLES 767
,.
são extremamente saborosos e proveitosos : uma vez que a atractit10 para simplificar a oração, para fixar o olhar em
alma lhes tomou gosto, encontra neles su.c;tento substancioso
e vivificante, com preciosíssimas utilidades". :E: que, de facto, Deus e conservar-se na sua presença, junto ao fruto que
a alma não fica ociosa; já não raciocina, é certo, mas olha, se colhe deste santo exercício.
ama, louva a Deus; dá-s·e-lhe, e, se fica wn momento em Na prálica, quando vê um dir~ctor que uma alma
silêncio, é para O escutar; se Deus cessa de falar, retoma fervorosa experimenta 5rande dificuldade em faze<r con-
ela os seus piedosos afectos, e assim jamais está ociosa. sideraçfes ou múltiplos afectos, é oportuno expor-lhe as
157:5. b) Outros objectam que concentrar assim a aten- grandes linhas deste modo de oração, exortá-la a ensaiar-
ção numa ideia fixa, é cansar a cabeça e cair na contensão ...-
Seria um ·perigo real, l!e alguém quisesse entrar nesse género -se nela, e pedir-lhe· conta dos resultados obtidos : se são
de oração, antes de estar preparado, e conservar-se nele por bons. anima-se a continuar.
meio de esforços de cabeça. Ora é isso precisamente o gqe se 1'.:.75. 2. 0 Da qr~çã9 em si OJ.esma. Não 'há, prà.-
. deve evitar, diz Bossüet 1 : "l! necessáriÓ ·ter cuidado de não priamente falando, método para este género de oração.
dar tratos à cabeça nem de excitar demasiadamen te o cora-
ção ; antes, tomar o que se apresenta à vista da alma com porque não há quase mais que fazer s-enão olhar e amar.
humjldade e simplicidacle, sem esses esforços violentos, que Podem-se, contudo, dar alguns conselhos às almas que a
são mais imaginários que verdadeiros e sólidos ; deixar-se ela são chamadas, para as ajudar a se conservarem sob
atrair suavemente para Deus, entregando-se ao seu espírito". o olhar de Deus. Esses conselhos serão proporcionado s
Não se trata, pois, de fazer esforços violentos, senão de
seguir suavemente as · inspirações da graça, e, quando se ao carácter, disposições e atractivos sobrenaturais dos
esgotou um pensamento,. de passar a outro, sem querer obsti- dirigidos.
nar-se a ocupar-se do primeiro. Então, a oração de simpli- a) Aos que têm necessidade de fixar os senti.dos
cidade, em lugar de ser um cansaço, é um doce repoiso da
alma, que se entrega à acção do Espírito Santo. :É., aliás·, o sobre algum objecto piedoso, aconselhar-se -á que olhem
que melhor se compreenderá, vendo como se faz esta oração. para a cruz, para o sacrário ou para uma piedosa ima-
gem, própria para concentrar o pensamento em Deus.
§ III. Modo de fazer a oração Como diz o santo Cura d'Ars, "não há necessidade de
1
falar tanto para bem orar. Sabemos que Deus Nosso
de sirrip~icjda de Senhor está ali, no sacrário ; abrimos-lhe o coração ; .go-
zamo-nos em sua santa pres•ença; é a melhor oração'' 1 .
f57 4. 1. 0 Do chamamento a esta oração. Para
' fazer oração de simplicidade. de modo habitual, é neces- b) Os que têm imaginaçcío viva poderão represen- '
sano que se realizem as condições indicadas para a via tar-se uma cena evangélica, não por miúdo, como outrora.
uni tiva ( n. 0 1296) . Tratando-se, porém, de se '.dar uma mas em conjunto, por exemplo, Cristo Senhor Nosso no
alma de vez em quando a este género de oração , basta jardim das Oliveiras ou no Calvário; depois, contem-
sentir-se· atraída a ela pela graça de Deus. plá-lo amorosament e sofrendo por nós, e. repetir~s~ a si
Afinal. pode~-se reduzir á dois os ·sinais distintivos mesmo: "Amou-me e entregou-se por mím: dile'xit me
dum chamamento divino a esta oração : a) um certo et tradidit semettpsum pro me" 2 •
fastio para a oração discursiva ou para a multiplicidad e 1 Vle par MoNNIN, L. V, eh. IV. - 2 Oal. II, 20. - Santa Teresa,
dos afectos, junto ao pouco pToveito que se tira. Supo- na sua Vida, e. XIII, dá-nos um exemplo desta oração; depois de ter
convidado as suas Irmãs a meditar sobre Jesus àtado à coluna; acres-
mos, já se entende, que se trata duma alma fervorosa, centa : e Mas não se deva a alma fatigar sem descanso a cavar o seu
que se esforça por meditar bem , e não duma alma tíbia, assunto ; é neces~árlo também conservar-se junto de Cristo Senhor
Nosso no silêncio do entendimento. Cuidará a alma de se penetrar do
que está resolvida a viver na mediocridade . L) Um certo pensamento de que Ele tem nela os olhos ; far-lhe·á companhia, falar-
-lhe-á, dirigír-lhe-á súplicas; humilhar-se-á a seus pés, encontrará a sua
alegria junto dele, reconhecer-se-á indigna de permanecer em sua pre-
1 Opwcule de la meilleure maniere dé faire oralson, t. VII, éd . sença. Se pode chegar aqui, até mesmo desde o principio da oração,
Vives, p. 501. dela tirará grande proveito . . • ».

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768 CAPITUL O I DA VIA UNITIVÀ SIMPLES 769
1576. e) l lá almas que gostam de percorre r suave- e que não devemo s ter outro movime nto senão o que nos
mente um le ·do dn S. Escritura ou de alguma piedosa .dá Jesus Cristo, nossa vida e nosso tudo ; que, enchend o
oração, saborea ndo-o, alimenl ando-se dele. É o que acon- a nossa alma do seu Espírito , da sua virtude e da sua
selha Santo Inácio nó segundo modo de orar ( n. 0 993) ; força, deve operar em nós e por nós tudo o que deseja" 1 •
e a experiên cia mostra que muitas almás são iniciada s na
oração de simplici dade por este meio. Deve-se -lhes então 1l78. e) Há almas em que domina a vontade , que
aconsel har que façam uma colecção dos mais belos tex- já não podem discorrer e que por outra parte, encontran:.
tos, <ios que já saborea ram, ao lê-los 1 , e os utilizem do-se na aridez e nas distracç ões, têm dificuld ade em
l ! ~- tirar do coração piedosos af ectos. A oração· simplifi~ ada,
i i" segundo as inspiraç ões do Espírito Santo.
l 1 ..
11 n77. d) • As ·almas afectuos as atonselh ar-se-á que
que lhes c~~vém , é as~im descri~a pelo P. Piny 2 ;•• Esta
·, • · oràção consiste em querer passar todo o tempo da oração
façam actos motivad os de am,or de Deus, por exemplo : a ~mar a Deus, e a amá-lo mais que a nós mesmos ; em
"Eu Vos amo com todo o meu coração , ó meu Deus , querer estar ak para lhe dirigir súplicas por espírito de
porque Vós sois a mesma bondad e, Deus caritas est, a -caridad e ; em querer permane cer ali totalme nte entregue
beleza infinita ... "; e saboreia m-se longame nte esbes pou- JJ. sua divina vontade ... É de notar que o amor leva esta
cos pensame nto$, Ou então dirige-se a alma a Jesus, pen- vantaae m sobre os actos da maior parte dàs virtudes · e
sando nos títulos que Ele tem ao nosso amor : "Eu vos sobre ~s outras espécies de uni.ã o, que, se queremos amar~
amo, ó meu Jesus, a Vós que sois a mesma amabili dade ; amamos , que, se queremo s com verdade ira vontade unír~
Vós sois meu Senhor, quero-V os obedece r; meu Pastor, . nos amorosa mente à vontade daquele que amamós ou
quero-V os seguir e aliment a r-me de Vós ; meu Mestre, querem os amar, possuím os imediat amente esta união por
creio em Vós ; meu Redento r, bendigo -Vos e adiro a este acto da nossa vontade : o amor, efectiva mente, não
Vós ; meu Chefe, incorpor o-me em Vós ; o meu mais é s.e não um acto afectivo da nossa vontade ".
fiel Amigo, amo-Vo s sobre todas as coisas, e quero amar-
-Vos sempre ".,-, Pode-se também usar o método primi- 1'..'i79. f) Nesta oração, ,está a alma exposta às dís-
tivo de pração que M. Olter deixou a seus discípul os : tracções e securas, como na oração afectiva . Não há mais
Jesus diante dos olhos: "Conser vemo-no s em reverênc ia que fazer senão humilha r-se e oferecer a Deus a pena_
e respeito para com uma Pessoa tão divina e santa ; e
<Jue com isso experim enta, esforçan do-se, a despeito de
depois que o nosso cora.ção se houver d·erramado em tudo, por se conserva r na pres·enç a de Deus, com· submis-
amor, em louvor e outras homena gens, permane çamos al- são perfeita . à sua vontade : as distracç ões pode:m m,uito
gum tempo em silêncio diante dele ... "; f esus no cora•• hem impedir de se fixar em Deus o pensameflttó~ ím:ts.':não
a vontade , cujo acto persever a virtualm ente, apesar das
ção: suplicar emos ao Espírito de Jesus que venha a nossa
alma, para nos tornar conform es a este divino Modelo : imagina ções vagabun das. ·
"Dar-no s-emos a Ele, para sermos dele, possuído s e ani- t~so. 3.º Da prepara çãô·e daconclus~o. A) Per-.
mados da sua virtude ; e em seguida ficaremo s ainda urn guntara m alguns se, quando se faz oração de simplici-
tempo em silêncio junto dele, para nos deixarm os' embe- dade, é necessár io preparar a matéria. A resposta deve_
ber da sua unção divina ... "; f esus nas mãos, querend 0 ser, em geral. afirmativa. Sabe-se que ~; Francisc o de
"que a sua divina vontade se cumpra em nós, que somos Sales a aconselh ava a Santa ChantaI 8 : Não digo que,
seus membro s, que devemo s ser sujeitos ao nosso Chefe, quando alguém fez a sua prepara ção e na oração é áfraído
por esta espécie de oração (simples · olhar), não deva se-
. .
. ' 1 . O P. S. JuRE 1 compôs uma pequena selecta deste género:Le
i ; Maitre Jésus Chrisf enseigttant /es hotrfmes ,·. também nos. podemos ins- · 1· Íntroduction, eh. IV. - 2 L'oraison. du coeur, eh, I. - S Lettr,
i ! pirar do V. P . CHEVRIER , l.e disciple.
du 11 mars 1610, t. XIV, p. 266.
49
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\.,,A .l:'i! ULO I .~~ t.
DA VIA UN ITI VA SIM
PLES 771
guir essa ins pir açã o ; ma s ~ !i,
tom ar por mé tod o não se ~ ~,,. serva tra nq uil a , ate nta e sus
parar, isso m:e é um po uc o pre- '!
cep tív el das op era çõe s e iin:.
duro, como tam bém sair con presrones divinas, qu e o Es .
ple ts me nle. da pre sen ça de 1- pírito Sa nlo lhe com un iê~
De us sem acç ão de graças É tf;mbém a con clú são qu e ":
sem ofereci_m ent o, 'se m súp ~ se de du z da própri\3- naturei1;1
ltç a. expressa. _Tudo isso pod destê. oração, co mp ara da .
ser úti lm ent e feito, ma s qu e- com a da con tem pla ção .
e isso sej a um a regra, confes define-se, como . dissemos Es ta
qu e ten ho um po uc o de · so, ( n." 129~), um a sim ple s int
rep ug nân cia ". Es te consel ção da ve;dade ; ora, a ui-
sapfen,tíssimo·. / p·repp._rar um ho é oração · de simp1icidade,
iÍssunto ~ã o im ped irá o Es Bossuet, "con~iste nu ma sirn Jjz
rito Sa nto · de no s· sugerir pí-
óhtso: se·· qu ise r; e, se o ,ples vista, olh ar 01,1 atençX1
júlgar. convenirnt.e, .ocup.à.r- não- am oro sa em si, pa ra algm: q
se-á a _alm a· da ma tér ia qu n. objec:,to divino : é, pois,
pt'eparou. . - e razfao - qu e se ch am a c~nt.em com
. • plação.
,. 1~81: · B) · Es t~ pre ;ar açã o est end e-s ·h) É um a con tem pla ção ·a-d
q~irida, nã o inf usa , ao
qú_e, se. torna ao fim . da e à resolução,, menos no~ seus princípios,
.oração : ma is va le cer tam en qu an to per ma nec e fraca
determ.inar um a na. vés per ent e int erm ite nte . É qu e ent ão, e
a à roi te. Po de suced:er ,q efe cti vam ent e, não dura: ma
l2~pfril9 $a ptq s:ugir~ ou~r~. ,óu le~ ue o- qu e algl,lns nü nu tos , da,ndo is
lug ar _a outros pen sam ent ?s
~ dar-se a De us, po r tod o e simplesmen_te a almc1. afe cto s : só po uco a po uc ~
o dia ad ian te; ma s a qu o é q_ue a alm a s_e -acostum
tgm ou po r si q1esm~. terá. e um olh ar e am ar a De us po r a a
_tid,o a ·su a uti lid ade . Ac res qm a vis ta simples de fé,
t~mos. ;contudo, qu e, corno een - tem po un:i pouco ma is notá.v por
tud o se simplifica, a me lho eL,.e de mo do sinté_tico, com
r.ç~:oluç5.o , ~E;r<} muita~ vjez,es r o .artista con tem pla um a ~
:a. ~nesma, po r exemplo, a obra-prin:w., cujos diversos
y).ver ha. bit üal me nte sob. o de m'entos est ud ou ' ant es po r el~ -:;
olh ar de .D eu s ou de lhe miúdo. Pa rec e qu e há ali UII
r_~/'.t.1sq~ r1à~~< QU de fa:1:'~r: não- proces~o psicológico ordiná )
tud o 'po~-amo~.' Po r mais ~ag rio, qu e sup õe evidept_eme
qu e pareç~.m-1est13:s :re~ohw as. urn a . .fé viv a e até me sm o nte
õe,s .· a,9~; q'!.I°e; n,ão. fa.zem . orn a acç ão latente dos. dons
dest(;__modo,_ são pel o con ção, Espírito Sa nto , ma s nã o d~
trárJo mu ito precisas pa ra um a int erv enç ão .especial
àlma.s qcte De us a ela con as De us, . um a graça ope ran te. de
1~. à~ du ziu , po rqu e El e se en car
té1r~_~r,~t~~icas__pelas)'n~pirações reg a
q~ e env iar á mu ita s.
: 1585. ·2.º· A ora ção de
:
sim pli cid ade é üm a dispoS
vé7.es [1 ura nte o dia . cão favorável à con tem pla i-
· · ção inf usà . Põ e, efectivam
~ alm a nu m est ado qu e a· torn:a ente,
('.::'.'i> :._·§•;tv., ' Re la'ç i~' ·'e ~t re mo vim ent os da graça, faci
mu ito · ate nta e· dócil ·aos
l_e n:i,obilis a Sp irit u Sanct
a <;>ração Qu an do , · pois, apr ou ver o.
,;i,, d-e.,s im pl ici da de e.•a'· co nt à 'div ina Bo nd ad e apo
em pl aç ão ín fu sa del a, pa ra pro du zir um rec der ar- se
. ~(':! · olh im ent o mais pro,fund,o,
Pa~a expnm1rmos vis ta mais simples~ um am u~ a
com prec1sao a · do utr ina or mais intenso, ent rar a ent
sp_l?e _)stt::,-Porito, q1,os~rar.emos co mu m na seg un da fas e da ora ção ao
: 1. 0 qu e a ora ção de sim ~e simplici_dade, _\aJ -como
Ph cfd ~1 e )1~q-l\, ~fin_ aL pos -- Bossuet. .a desc~eve em o 0
,..s_eµs pri ncí pio s, n. V do op úsc ulo _j~ ci~
con I~f,i;
· :ão · sen ão um a ado.
,. r:-'hfrn-P:-
1
.,,· ' âé{
, q'ütr, ··da ,· .2, qu e.e, um.a _
0
1· · te d;ispo~
"E m seg uid a, não c~n vém m~ltipli_c
~ir.ª~.. P.ª~á.;. i
a:· c9nt~wpliw.ãp .1nfo_sa po rexcvez e
e ~n mo s out ros act qs div:~rsos
dev etn os ff~ar sim ple sm ent
~~nos; p~r a. produzjr.:.
ou d1spos1çoes d1fe_re.?,tes,
antes
I\ªWf /ie~i-,~ es até va t
>~/::, -'· ;, :r; ._.:.. ' .· · ...
e
exp ost os . a seu s '.divinos olh ate nto s a est a pre sen ça de Deus,
are s; cor itin uan do assim· est
,L ,118'.l.. ;;1 ✓?:, É- urn .á· con vo ta ate nçã o ou exp osi ção
, enq uan to No sso Sen hor a _de...
lem pla ção . · a) · Er a :esté, est a gra ça, sem . nos- api :es _nos f1z~r
dúvi<la,:;o-::pen.s'i3/wehto 8.e Slem: sar mo s a faz er 'ou tra ~ __coi
Bo ssu et qu e, dep ois de ha
ve r que ~ que pas sa em nós , sas ma is
de~crito est a ora ção , acr esc poi
en ta: "D eix an do , pois, a alm com Oe us só e um a un ião s que es~a ora ção .e un1a ora ção
Ó ·-B·lscrírso} 5erve.: a. que con tem emin~nt~mente
.se· dm nà do ce con ter rip laç as out ras ·dis pos içõ es par tod a_s
çio ·qúé_ a. ~on.-_ tic ula res , e que dispoe â
. : : . passividade, isto é, que De , alma à
. '
us se torna o único Sen hor
do set.t
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772 CAPtTULO I DA CONTEMP LAÇÃO INFUSA 773

infe~ior, e que opera ali mais particular mente que de ordi~ trabalha e sofre. 2) Quando chega o momento de orar,
nario: quanto menos a criatura trabalha tanto mais podero~ a sua oração é muito simples ; fixa os olhos da fé naquele
same_nte opera Deus : e, como a operação de Deus é um
repo~so, toma-se-l he a alma de algum modo semelhant e nesta Deus que é seu Pai, que habita nela. que colabora com
oraçao e nela recebe também efeitos maravilho sos ... " ela: e contempl ando-O, ama-O. Umas vezes manifesta-se
Notar-se- ão as expressões por nós sublinhad as, que este é'mor em anseios generosos; outras por meio de puros
tão claramen te indicam a acção poderosa:, especial de actos da vontade, porque tem as suas aridezes e prova-
Deus e a passivida de da alma ; aqui se alude evidente- ções, e não pode mais senão dizer : Meu Deus, eu Vos
mente à contempl ação infusa, e a oração, começad a com amo , ou ao menos Vos quero amar; quero, por amor,
um3. certa actividad e por olhar amoroso sobre Deus, ter- fazer a Vossa vontade, custe o que custar. 3) ·Há mo-
mina pelo repoiso ou quielude , em qu~ ºDeus ope~a muito mentos ·em que os dt>ns de ciência, entendim ento e sa-
mais poderosa mente que a alma. pi€ncia. que habitualm ente não operam nela· senão erri
estado !atente. se manifesta m como um relâmpago e a
· 1~84. Assim pois, há certa continuid ade entre a ora-
i ção afectiva simplific ada, que se pode adquirir pelo espí- põem. um momento . em doce repoiso.
1
rito de f( e a quietude, .oração infusa produzid a com a
f: uma espécie de iniciação na contemplação infusa.
!
colaboraç ão da alma pelos dons do Espírito Santo. Há,
1 porém, uma diferença essencial entre ambas, visto uma CAPIT ULO 11
ser aç/,quirida e a outra infusa; mas há um traço de união,
1
uma ponte : a oração de simplicid ade,-, que começa por Da contemp laçiío infusa
upia simples vista de fé e termina, quando apraz a Deus, Expostas as noções gerais, sobre a contempl ação in-
pelá intervenç ão do Espírito Santo na alma. -É certo que fusa, percorreremos os seus diferentes graus.
Ele não está obrigado, ainda quando a alma chegou à
oração de simplicid ade, a transform á-la em oração infusa, ART. 1. NoçõEs GERAIS soeRE
que sempre fica sendo um dom gratuito, a que nos não A CONTEMPLAÇÃO INFUSA
pode~os elevar por nó~ mesmos; mas fá-lo muitas vezes,
quando encontra a alma bem disposta; porque nada tanto Para darmos a conhecer a contempl ação infusa, ex-
deseja como unir a si mesmo de modo mais perfeito as plicaremo s : 1. 0 · a sua natureza ; 2. 0 as suas utilidade s;
almas generosas que nada lhe querem recusar. 3. 0 os sinais de vocação proxima à contempl ação. -
1 S. THOMAS, II, II, q. 180-182; S. BoNAVENTUR A, De tríplicl via
CONCLUS ÃO DO PRIMEIRO CAPÍTULO ltlnerarlum rruntls ad Deum; H. Suso, Le llvre de la Sagesse ; Le livre
1 de la vérlté; Bx. J. R.uYSBR0ECK, L'ornement des nocas spírituelles; OER-
1
1585, _Esta primeira forma da via unitiva é Já muito soN, La montagne de la contemplation ,· La théologie .mystlqae spécuta-
tlve et pratique j DENYS LE CHARTREUX, De fonte lucis et semltls vltlU;
perfeita. 1) Unida afectuosa e habitualm ente a Deus, es- De contemplatione ,' L. DE Bw1s, lnstitutío spiritualis ,· D. A. BAKER,
Sancta Sophla ; S.te TÉR~E, Vie par e/le-même ,· Chemin de la perfec~
força~se ~ à.lma por exercitar as virtudes no que elas têm tlon; Le Chateau de l'âme; S. JEAN DE LA CR0IX, La montée dll Càr-
1 d.e mais elevado,- com o auxílio dos dons do Espírito mel ,· La ttuit obscure: La vive flamme d'amour ,· S. FR, DE S"LEs, De
l' Amour de Dleu, L. VI-VII; AL'IARFZ DE PAz, De vita spirituall, t. lll,
1 Santo, actuando umas vezes de modo latente, outras de lib. V; M. OooJNEZ, Praxis theologiae mysticae: P. LALLl!MANT, Doctrlne
1
~aneira mais patente. Os dons que nela predomin am spirltuelle, VIIe Príncipe; ScARAMELLI, Direttorio mlstico: R,rnET, La
1 Mystlque divilte: P. DE. MAUMIGNY 1 Pratique de t'oralson. menta/e, t. II;
são, j:>or causa do seu temperam ento, das suas ocupa- P. Pouu1N, Les grâces d'oralson: D. V. LEH0DEY, Les Voies de l!oralson,
me P. ; A. SAUDRF.Au, Les def(rés, t. ll; L'état mystique: A. MEYNA!!D1
1
_ções. e _das inspirações divinas,, os que :levam·r.
mas, operando , permanec e em comunhã o com Deus: é
acç_ão: Tr. de la vie in.térleur, t. II ; P. LAMBALLE, La contemplation.: MGR. FAR~
G1,s, Les Phérwmettes mystlques: F. DE JoRET, La contemplatiott mysfi-
1 que d'apres Saint Thomas: I{, OARRIGou-LAGRANGE1 Pérfect. chrét. et
1 para 'Ele,· é ·com Ele, é sob a acção da sua .graça ·que ela conte mplatiott. ·
!,J~
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1
774 q,PfT ULO II DA CONTEMPLAÇÃO INFU SA
775
§ I. Nat urez a da cont emp laçã o infu sa :f oosa <:: prolongada d·e Deus e· das coi.sas divinas, que ;e
faz soh o ;,i/luxo dos don~ do Espírito Santo e duma
Depo is de darm os a defin ição, expli carem os a _graça actual especial que se apodera de .,nós e
parte nos fáz
de Üéus e a da alma na conte mpla ção. -operar mais passiva que nctivamente.
Para bem . compreende1mos ,esta,. definição, restç1
.-hds
1. Defin ição. -expo r a parte de Deus e a parte do home m na
contem:.
.· · 1'.386. A) Os aut~res antigos , como não distin _plação .
guem ll. • Parte 'de Deus n~ conte ~plàç ãó.
expliciti:i.m~nte entre a, conte mpla ção adqu irida e
a infus a,
• _n~~ dão .ge;aJrp.ente a ·.dist inção _específica entre D~u s tem a_ parte principal. Ji)9i~ _que só .Ele
qrp.a e p~d.e
pt,1tra. Dos diversos artigos de Sant o Tom ás .apoderar-se d·e nós e colocar-nos· nd estado :pass
sobre este ivo. .
~ssunto, pode -se conc luir que a conte mpla ção é : 15R7. 1.. º .É .Déus · quem cham a . a til~a à cont
uma vista em~
simp les intuitiva, de Deus e das coisas divinas plaçã o :· de facto , tod9s os '.místicos são -~~âníÍ:ne~
que pro- , em
cede do amor e tend e ao amor 1 . S. Fran .asseverar que esta é um dom ess~p.cialmente gratz
cisco de Sales útà . .-E
defin e-a : "um a atenç ão amorosa, simples e perm -0 que ensin a Sant a Tere sa, a
anen te qual muit as vezes :chám a, a
do espírito às coisas divin as" 2 • -esta oraçã o sobrenatural ; ora. na sua segurtda relaç
ão ao
B) Os autor es ·mod~rnos fazem geral ment e distin
-
P. Rodrigo Alva rez, expli ca · ass,im;,este termo ·: ''Cha mo
ção entre dois géneros de con,tf.r;r_iplação, e defin ,sobrenotural o que se nã.o pode adqu irir nem por
em ou indú stria,
descr evem a cont empl ação infús a, com Bent o XIV nem por esforço, seja qual for.; o trabá lho que
: "um a para isso
simples vista intel ectua l, acom panh ada dum amo
r suav e ..5e tome. Qua nto a .dispor-se -para 'tsso,, :sim,. pode-se, e.,é
das coisas divihas, que proc ede de Deus , o qual -esse sem dúvida, um gra:nde pont o' 1 .1. Melh or aind
aplic a a q,dá
dum modo espe cial a intel igênc ia a conh ecer e .a comp reend er por esta graciosa comp araçã
a vont ade o : "Deu s
a. amar as coisàs divinas, e concorre para ~ss·es actos com comp raz-s e primeiro em fazer subir a alma . -p ara
Si. de.-
. os dc-ns do Espí rito Sant o, o enten dime nto e a grau ,por degr au ; em, s·eguida, toma es13a pom binh
sapiê ncia, a e co-
~scla~·ecendo .ª intel igênc ia com viva luz e infla loca- a n.o ninh o, para lá r~p-oisa/'. .2 :
mand o a . .
yont ade · em ~mor ". É esta uma noçã o muit o Tal é também a doutr ina de S. João da Cruz , que,
comp leta di13tpi;-
que ind~~ª- ~~lll :º pape l de Deu s e .dos dons do :9t1e' dois m{tQdosi , ~IJl ªcUv o e,out ro , pasl?t:;'.º ,;.Jst.~
Espí rito -é outro senão a conte mpla ção, é, ·diz · ele, · aquel ,, q4~ ,n~9
Sant o, ao mesm o temp o que o pape l das nossa e .en'i' que ·a
s f aculd a- :alma não tein nem iniciativa, riem activ idade
des , ns miais,. não obsta nte serem aplicadas por própr ias''; ·é
Deus ao Deus · que opera nela; enqu anto ela: · se ·cons
~onh e~i_m ehto e amor, colab oram · livre meht e erva passi va..
com:· essa .mente" 3 • E insiste repet idas vezes nesta distio
çijo.:. "E entr~
_m oção .divin~. Note mos, cont udo, que está: d efini os doJs estad os há .toda !:l difereoc;a qµ~ e~~st~
ção não hwna na e a dbra divin a, entre o modo de acçã. , ~.n.t~e a , ol;>r,~
,com preen de ·senã o a cont empl ação suave, ·e '· 1), o natur al · e
âti a,;, cori~ sobre natur al. -- Tais alma s· nãô 'opera in por··•~i
-~ett1.plaçã<Híriqa. Eis o motivo por que,' se-qu erem mesmas, ínas
-estão sob a acção do Espír ito Santo~ •cjuê>
clefinfção que as comp reen da a ambas. podem.osos dizer uma
agent e, o g~a, o -moto r n~ste .estad o, -~ n~o . cessa:
é o · princ ipal
-que· a conte,mplac;ão infus a é uma vista s.tmp sobre elas, ,.~imples .instr umen tos que Ele .leva pa,r.a .de velar
lés, .a/ec- -ção, segundo a Fé e a lei divina, segundo o _a. p~rfel:,-
espirito que
. . l . Sum; thédl.; · li, II, q. 180, a: 3, o et ad - - - -. ,· ... ... . . :
Conteniplatl<;> per~fnet ~d ipsum simpl 1 • a. 7 o et ad 1 : i Oe~vr
·e
icem· es, t. II, Relation LIV, p. ,2.95.~
clpt~:'1 lJab.~t !n a!feqtu, tn quautu_m videllcet intuit um·'ve rit~tls ... prin·
aliqui s ex caritate ad Dei
,p or diante as :citaçôes de Santa Teres a e:de S;2 Vie ·eh. xvm. -oa·q ul
João .da Gruz ~ão:gera:~-
contt::,np~a~10~em. mc1tatur ~ et . qu1a finis respon mente traduz idas do~·· origin ais.es panhd is. O nosso
quod_ e~taitl ter~in us _et fi_n!s vitae contem def princi pio, in de est -dade leva-nos-.não somen te a conse escrúpulo de, fi?el~-
d~m ~étllcet allqui s •~ v1s1one rei ·amat aeplativ rvar-l
ae hab'f!t esse in affecLu,
delect atur, et ipsa ctelectátio .d.ade, mas até · a fugir de retóca r uma ouhes . lodo .··o sabor. de auugu1,.
, outra desarmonia gramatic;tl
rei v1sae amplius exc1tat amorem •· - I! Amou .dos santos autore s. - N. do T. - s Monté
r de Qieu, · L. VI, c'.:• 3, e du Carmel, L. .I;·ch. 13

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llt) CAP1T ULO II DA CONT EMPL AÇÃO INFUS A
777
Deus repar te a cada um" 1 • Ora, se é Deus que tem
toda a vado que as três faculd ades principais, visto ser
inicia tiva, se é Ele quem move as almas e é o agent a própr ia
cipal, ao passo que a alma não é mais que um instru prin-e fonte dessas faculd ades. . . Nesse centro, acres centa
ele, as
é claro qUJe a alma nem se pode inger ir por si mesm mento , própr ias faculd ades super iores são uma só co!sa :
ali reina
a
estad o, nem merecê-lo em sentid o própr io, de condi neste- uma sober ana tranqu ilidad e e um perfei to silêncio,
que. efecti vame nte, não se pode merec er desse modo
gno; é jamai s lá pode chega r uma imagem. Nesse centro porqu e
senão , onde se
que Deus se digno u fazer entra r no objec to do mérito o esconde- a image m divina , é que nós reves timos a
, isto é, forma di~
a graça santif icante e a glória eterna . vina ... ó nobre centro , templo divino donde o Senho
r
se ausen ta ! Retiro admir ável, habit ação da Trind ade jamai s
Esta gratu idade é admit ida até mesm o pela Escol Santí s-
a que- sima, desde este mund o fonte das delícias eterna
pensa que todas as almas são cham adas à conte s 1"
mplaç ão ;
depoi s de haver dito que a medit ação não é super tl90. 4. 0 É nesse centr o da alma que Deus produ z
nosso s esforços, M. Saud reau acres centa : "N~q ior aos. ao mesm o temE<? co_n.Tieci,meJJ,to e amor .•
se
entnt r do mesm o modo na oraçã ó místi ca; seja qual pode.
esforç o que faça, não cp.egará-fâ, quem não foi eleva for o a) Um conh ecim ento que, sem deixa r de ser obs-
favor divin o a um estad o tão merit ório" 2 . 'É do pelo- curo, fere vivam ente a alma, porqu e é exper imen
certo que- tal ou
algun s pensa m que se pode merec er essa graça de quase experimental. Deus pode- o produ zir em nós,
mas esse mérit o de simples conve niênc ia não suprim
congr uo ; de
gratu idade essencial.
e a sua quatr o mane iras princ ipais : ,......,
1~88 . 2. 0 É ainda Deus que escolhe o mom ento
1) Atrai ndo a nossa atenção pela lúz dos dons so-
' e bre uma ideia que já tínha mos, mas que até ·então
l" o modo de conte mpla ção, bem como a sua duraç no,s
' ão. É não havia impre ssion ado. Assim , .por exem plo, bem
!1 Ele só', efect ivam ente, que põe a alma no estad o_passi sa-
vo bíam os já que Deus é amor, m<3:s_ eis que a luz divin
! ot{ místic o, assen horea ndo-s e das suas facul dades a nos
i
, para faz comp reend er e gosta r este'p ensam ento, de tal
actua r nelas , e por elas, com o livre conse ntime modo
nto da que por ele ficam os comp letam ente penet rados
vonta de : é uma espéc ie de · possessão divin a; e, e aba-
corno· lados .
Deus é o sober ano senho r dos seus dons. interv ém
quan -
do e como quer. 2) Fazendo-nos tirar de duas ideias,
mos, uma concl usão que essa mesm a luz torna impre
qlie
já tínha:--
13R9. 3. 0 Na conte mpla ção actua Deus sobre ssio-
tudo nante . Assim , por exem plo, de ser Deus tudo e nós
no que os místicos cham am a /ina ponta da a[ma, não
o cimo- sermos nada , dá-no s o Espír ito Santo a comp reend
dá alma, o cimo da vonta de ou ·o fundo ínHmo da alma. er que
a humi ldade é para nós um dever imper
O que se deve enten der .por es·sas expressões, é tudo o, ioso : Eu sou
que há de mais eleva do na inteli gênci a e na vonta Aque le que é, e tu és aquel e que não é I ..
de ; é 3) Produ zindo em nós espécies in/usas que, por vi-
a inteli gênci a, não em quan to racio cina, senão em
quant o- rem de Deus , repre senta m de riiodo mais perfe ito
perce be a verda de · por meio de um simpl es olhar .e em-
. sob o•
influ xo dos dons super iores de enten dime nto e sapiê polga nte i,.,s coisa s divin as ; é o que se dá .e~ certas
ncia; visões
é a vont- ade no seu acto mais stmpl es, que ou revelações. ·
é amar e gos-
tar as coisa s divin as. 4) Conc edend o de modo transitór.io ~ uma al?1~
. O Ven. L. de Blois 3 pensa que este centro da são beatífica, como Santo Tomá s admit e para Mo1se a vi--
s e S.
onde se opera a conte mplaç ão, é " muito .mais· íntim alma. Paulo 1, e algun s Santo s Padre s para a Santí~sima
Virge m 2 •
o e ele~· Mas é este um favor absolutament~ excep ciona l,
posto
1 Vive firmm,e, Stroph e III, v. 3. n. 8-9-il
dúvid a por grave s teólogos, que explic am di~er samen em
te os
1921 1 p. 19·20. - E o que declar a o ·P. JANVIER L'état mystique IIe éd., texto s da Escri tura, aduzi dos por Santo Toma s.
,ze Instr.) . < A contem plação infusa é uma graça(Carême, 1923, Retrai te,
qual não chega a alma emine nte e especi al, à
pelos seus própri os esforços ; graça que Deus 1 Sum. theol., II, II, q. 175, a 3. ad. 1._~ S
conced e a quem lhe apraz, quando lhe apraz, na medida em que lhe 30, n. 18 : e Non sunt tam facile hujusmod! dts)?en S{!AREZ, ln 1.am, e.
apraz >. - 8 L'insti ttdlon spirit., eh. XII, t. 11 des Oeuvres, p. 101-1O3,- aut extend endae. De Beatis sima autem Vlrgm e p1~ satt(?nes, afferen
dae
ed. 1913. cred1 potesl, et qul-
dem si allcui hoc prlvile gium concessum est, ill1 maxlm
e datum est •·

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CAP 1TU LO II DA CON TEM PLA ÇÃO INF USA 779
. 1591. b) Deu s prodLLz tam bém na alma um inef ;no mom ento da con tem plaç ão, .exe
á- rcer as
TJtd amo r : da- lhe a com pree nde r pnr uma espé
cie de in- .des de mod o discursivo ; dep end e dum suas faculda~
~uiç a o que é Ele e só Ele ·o Bem prin cípi o sup~.:.
sup rem o, e atra i-a assi m rior que· a gov erna , q~e lhe fixa o
de ürna .mant;iira fort e, irresistível, com o olha r, o espírito e Q
o. íma n atra i 0 .coração sob re o obje cto con tem plad
férro, sem con tudo viol enta r a sua o, lhe faz ama r e
libe rdad e ; e entã o a -gostar, lhe sug ere o que dev e faze r
~Jm_a se lanç a par a Deu s com todo
o ardo r com que
l puls o. para a leva r a ope_rar. Não é
e lhe dá um forte im1
corr e par a a felicidad_e, mas livr eme , con t~d o, nos primei.:.
nte, por que esta vist a, ros graus imp otên cia com plet a ; o
:por ser obs cura , não lhe tira a libe fenó men o da liga dur( l
rdad e. da:s faculdades não se pro duz sen ão grad ualm
.. Ent ão,' segu ndo o Ven . L. de Bloi ente e não
s, a alm a sai de si exis te com plet ame nte senã o em cert
mesm~, para se lanç ar to_da .~ntei:a1: os .e stad os mai s ele-
no abismo. do ·ete rno amor. E la, mor 1ente em _D_eus e se perd er vad os -de con tem plaç ão, .em J?ªruc::ul
ta a s1 mesma, vive em ar no ê:Jitase .. Ass im, · ·
Deu s, sem n~d a c_onhecer nem sent na quie tude , orar voc alm ente e med
.s~ enco ntra meb rtad a. Perd e-se
ir, exce pto o amo r de que itar é par a a aJma
na ime nsid ade da soli dão e -Úm can saç-~·. mas não é gera lme nte
tfas trev as divi nas ; mas perd er-s e impossív•el ~: na uniã o
-plena, susp end e Deu s o· enté ndim
Por que a alm a desp e verd eira men te lá, é ante s enco ntra r-se . ent? , n:ão com plet_a-
tudo qua nto é hum ano men te. impedíndó-ci de ope rar, inas
par a se reve stir de Deu s; está toda i~p edin do- b de d1s-
mud ada e tran sfor mad ~ •correr; deté m. o~- pen sam ento s, f_ixan
em Deu s, como o ferr o que sob. a do-o s sob re tal ohjec-
aspe cto do fogo e se mud a nele ·; acçã o do fogo rece be o to . faz exp· irar a pala vra nos lábi os,
mas a essê ncia da alm a ' de sort e que não se
assi m _deificada perm anec e •o· que era,
pod e prof erir _algu ma •sem . um es f
ferr o. mcq nde scen te não deix a de ser do mesmo mod o que 0 orço pe~ oso 2.. ·
Bf1Via até el;ltão senã q frieza, dora ferr o. Nes ta alm a não . ... ·1~95. · b) ~l~;.'
~ea da: das trev as pass ou ao . mai s van te está toda esbr a-
'Ma s ·~ ~u~ não pod e discorrer como
mse nsív el, já não é s·enâo tern ura
viv0 espl end or: outr ora .d.antes, não fica ociosa.' ·Sob ó inf_
... Tod a con sum ida pelo luxo da .moç ão divin~,
fo~o do amo r divi no, toda derr etid ,ope ra, t~n do o olha r em Deu
a pass ou para Deu s, e, s e ama ndo -q, post~ CJ,U;
~m:1~p-se a , Ele . sem intermédio, pqr meio· de açto s :que não s_ão pai:
já não faz mai s que um vez es mai s que rmpli-
esp_m~o com Ele : as~im se fundem ,citos. Ope ra até com mai s acti vida
num só met al o oiro e o de que nun ca ; por que
bton ze: ·Note-se; por~iµ.. que os que
e perd idos em Deu s atin gem · altu
estã o assi m arre bata dos r~é~be um irtflúxo de energia espiritu_a l que
ras dive rsas ; pois cad a um · mul tipl ica as
pen etra tant o mai s ava nte nas prof ~'i,~~s pr<'rprias energias. Seq te-s e com_
und ezas divi nas qua nto o . que tran sfor mad á
Jllaior ·é a sinc edd ade, o ardo r e por um _ser _superior, que é, por assi
o amo r . com que se volt a m dizer; a al~a · d.a
para Deu s, e qua nto mai s com plet a .sua alm a, a leva nta e arre bata par
inte ress e pess oal nest a mes ma busc é a abd icaç ão de todo o a Deu s 1 -e o- efeito da
a de Deus~• 1. ;graça operante, em que ela con sen te.
com f ehc i4ad e.
II. P,irt e da alma, 1594. 2.º ·Ne ste esta do aP,arece
Deu s sob um ,as-
· Pre ven ida pela graç a de Deu s·, pec to nov o , com o uma renlidade
· corr esp ond e a alm a viva q~e se 'a prne nde
l~vr eme nte à moç ão div ina: por um a espé cie de con hec ime nto
,-J
ex~e~ime~ta~ qµe a
ling uag em, hum ana , é incap9-z de .e;xp
, t592~ . 't'. 0 Dei xa-s e livrerrient~ tom ar ,rimir. Ja nao é po;
e mov er por ind uçã o ou ded uçã o que se con hec
Deu s, com o a cria ncin ha que s-e deix á leva r e a Deu s, é P.ºr uma
sim ples intu ição , que, não é con tudo
tla mãe com livr e e jubi loso con sen
nos braç os ,: a clar a visão ~~
tim ento ; é, pois, a um Deu s ; per man ece obs qura e efectu
tem po passiva· e activa. a-se por um a espé cie
· Je con tact o , com Deu s que nos faz s~ntir a ·s ua
a) É passi~a, nes te s~ntid~ ~ue é inca paz pres enç a
de ope - e gos tar _os seu s .fav.ores:
-~ar por inicia~iv<1 próp ria, com o ante
s fa~i a ; já não pod e,
1 L.
1

DE


BLors, L' Institutiott sp/rltuelle., eh.

xn; § II, p. 89-90.


. 1 s TE . THtRESE 2.·, Relat.
~u P. R;d;igÚ~~·beuv
-296 . Ch;m itt de la perfection, eh.
XXXI. - ll
'res,.t: II, p.
S '. TE THi;;RÊSE, 2.c
29t
Rela ,,
L. c. 1 p. 296-297.
·· ··

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. DA CON TEM PLA ÇÃO INF USA

l
. 781
' Nin gué m talv ez des crev eu mel
peri men tal que S. Ber nard o 1 : "Ohor este con hec ime nto ex-
.

\ . É por isso que pod emo s ama r a


inse nsat o, dize ndo esta s cois as), Ver bo veio a mim (sou Deu s, tal qua l é ém
e veio dive rsas vez es. Pos to si mesmo. posto que a nossa inte
.
''
'
que me tenh a visi tado freq uen tem ligê ncia não des cub ra
ente , eu não sent i o mo- na terra a sua nat ure za íntima.
men to prec iso em que Ele che gou A mes ma obs cur idad e,
. Ma s senti, bem me lem bro. em que Ele se envolve , não faz
que Ele esta va lá. As vez es· pud mais que aviv ar o
e pres sent ir a sua che gad a, nosso amo r par a com Ele , e des
mas nun ca pud e sent ir nem a sua ·e jar ard ent eme nte a
che gad a nem a sua saíd a ...
E con tudo conheci que er.a verd sua pres·enç a. Por um voo do cor
ade o que eu tinh a lido, a ação, o místico, que
sab er, que nele vive mos , nos mov não pod e ver a Deu s, tran spõ e o
emo s e somos. Feli z daq uele mistério que lhe vela
em que Ele hab ita, que viv e par
a a face , e am a a Deu s em si mes
Mas , com o ,\leus cam inho s são impEle e é mov ido por Ele t mo, na sua essência
-eis como é que eu pud e con hec ene tráv eis, perg unta r-m e- infi nita 1 . ......, Há , con tud o, sem pre
algu m con hec ime nto
er
Ele é cheio de vid a e ene rgia . tant a sua pres·ença. Com o .que pre ced e o amo r ;. ~e. pois, cert
. per ta a mih ha alm a âdo rme cida o que .est á pres ente ; -des- os místicos• o par ece m
; mov e, emb rand ece, fere o neg ar, é por que insistem no que
meu cora ção , dur o com o a ped par ticu larm ente os aba -
ra
~rra nca r e a destrlllir, a edif icar e e tão doe nte ; põe -se a lou ; mas fica sen do ver dad e sempre,
ain da mesmo no ,es•
árido,_ a ilum inar o que é escu ro, a plan tar, a reg ar o que é tad o místico, que não se pod e ama
r o que de nei;i;hum
a abri r o que está fech ado ,
i a aqu ece r o que está frio, a end mo do se con hec e : "nil vol itum qui
·1 apla nar o que é esca bros o, a tal
irei tar o que está tort o, a n praecognitum .
ben diz ao Sen hor e toda s as min pon to que a min ha alm a 1596. 4.º Na con tem plaç ão·, há
um a mistura de
has potê ncia s louv am o seu goz o e angústia ; alegria inef áve l
san to nome. Ass im pois, entr and de saborear a pre sen ça
o em mim o divi no Esp oso
não dá a sen tir a sua vind a por do hós ped e divino ; ama rgu ra de
sina is exte rior es, pelo sus- o não possuir completa-
surr o da sua voz ou dos seus pas men te. Ora pre dom ina um sen tim
sos ; não é pelos seu s mo- ento ora outro, seg und o
vim ento s, não é pelos meus sen
tido
pres enç a, é, com o já disse, pelo mov s que reco nhe ço a sua os · desígnios de Deu s, as fases da
vid a mistica e os tem-
exp erim enta ndo o hor ror do pec ime nto do meu coração ; per ame nto s. Ass im, há fases par
ado e das afei çõe s carn ais, ticu larm ente dolorosas,
reco nhe ço o pod er da sua gra ça que se cha mam noites, e fases doc
; des cob rind o e dete stan do es e suaves; há ternpe-
as min has falt as ocuatas, adm iro rnrnentos que vêe m e descrevem ,esp
a pro fun dez a da sua sab e- ecialmente as prova-
dor ia ; refo rma ndo a min ha vida ,
exp
e doç ura, e o reno vam ento inte rior erim ento a sua bon dad e ções da vid a mística, como S. Joã
o da Cru z e San ta
,
perceber a sua inco mpa ráv el bele que é o seu fruto. me faz Joa na de Cha nta l ; outros qt.te
za". Ass im, a alma qué se espraiam com mais
con tem pla o Ver bo sen te a um tem com pla cên cia sobre as alegrias e
acç ão santificadora. po a sua pres enç a e a sua ineb riam ento s da con-
tem pla ção , coino San ta Ter esa e
S. Fra ncis co de Sales.
É:, pois, um con hec ime nto 1ntermé t'.'.97. 5.º Est a con tem plaç ão per
dio entr e· a fé ordi- man ece inefável,
nár ia e a visão· bea tífic a, mas que inexprimível, como con fess am unâ
em últi ma aná lise se nim eme nt_e os místicos.
red uz à fé e par tici pa da sua obs
curidadle. t?, à alma, diz S . Joã o da Cru z 2
• tão secr eta (est ~ sabe
t'.'i9:J. 3.º Mu itas vezes a alm a dor ia) para discemi~la, e pôr- lhe -
ama mui to mais do além de que nen hum a von tade lhe ~o~ e pa~a di:ê :lo, qu_e,
que conhece ; é a con tem pla ção será
/vca, por opo siçã o à ach a mod o nem man eira , nem símda ·a alm a de dize-lo, nao
con tem pla ção querúbica, em que ile que lhe qua dre, para
pre dom ina o con hec i- pod er dar a ente nde r con hec ime nto
men to. A von tad e atin ge, efecti esp iritu al tão delicado. E assim, tão subido. e sentiment~
vam ente , o seu obj ecto por mais . von tade que ti~
de man eira dife ren te da inte ligê ves se de dizê-lo, e mai s sign ifica
ncia ; esta não con hec e çõe s que trou xess e, s-em_P.re
sen ão seg und o a representação, a se fica ria secr eto e por dizer .. . Bem
ima gem , a esp écie inte - uma cois a nun ca vist a, cujo sem elha assim _como o que v1s_se
ligível que rec ebe do ohj ecto ; a que , aind a que o ente nde sse e · gos nte tão- pou co nun ca viu-,
von tad e ou o cor açã o tasse, não lhe sab eria dar
ten de par a a rea lida de, tal com
o ela é em si mesma.
1 JoANNF.S A s. THOMA, ln 1am' / q; ' ~70, disp . 18, n. 11-12
1 Serm. in Cani, LXXIV, 5-6. JoRET, V!e sp/rituelle, sept . 1920 p. nae
455-456. - 2 Noche oscura del
i
1
espl rito, e. 17,

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., '
t (' 782 CAPITULO . II
r .. DA CONTEMPLAÇÃ O INFUSA
1 783
nome, nem dizer o que é, por mais que fizesse, e isto com inteligt ncia chega a Deus ;: então está na treva divina, e,
ser coisa que percebeu com os sentidos ; quanto menos, pois, é lá qu e D eus habita 1 .
se poderá manifestar o que não entrou por eles ?"
Se se pergunta como é que esta intuição negativa nos
· Duas razões principais e;plicãrn esta impossibilida de- pode iluminar acerca de · Deus, pode-se responder que:
de escrevei o que se experimentou ; por uma parte, o es- conhecendo por essa via não o que Ele é, senão o que
pírito está mergulhado na treva divina e não percebe a não é, se tem dele uma altíssima· ideia, que produz nà'
D eus senão de maneira confusa e obscura, posto que parte superior da alrpa uma impressão profunda da tro.ns-
s_obremanetra impressionant e; pqr outra, o fenómeno maiS, cenden cia divina, e ao mesmo tempo um amor intenso
surpreende1;1t,e é o dum amor intenso para com Deus, que· desse Deus , cuja grandeza e bo~dadé nadà pode expri-
mais se experimenta do qu_e. se pode ~escr.ever.. mir, e qm;- é o único que pode encher a alma. Esta con-
n9s. A) . ·y ejamos , antes de mais nada, o que se: templação confus·a e afectuo;a basta 'a , ·fazer brotar da
entende pela .treva divina, expressão · derivada do Ps.- alina, sob o influxo da graça, · actos implícitos de fé,'
-Dionísio 1 : amór, religião , que enchem a alma inteira, e nela produ-
"Libertada do mundo senslvel ·e · do mundo intelectual,. zem geralmente uma grande alegria.
entra a alma na misteriosa obscuridade duma santa igno~
rância e, renunciando a qualquer dado científico, perde~se- 1599. B) O segLmdo _e lemento que torna difícil a
naquele que não pode ser nem visto nem compreendido ; descrição da contemplação, é o amor ardente que nela
toda inteiramente para esse soberano objecto, sem pertencer- se goza, e que não Sy sabe çomo exprimir.
a si mesma ~em a outros ; un\da ao .desconhecido ,pela mais
"É, diz S. Bernardo 2 , o cântico do amor;. ninguém .o
nobre porção ~e si :mesma, e em _razão ,da sua renúncia à
ciÊncia ; haurindo enfim nesta ignorância absoluta um éonhe~ compreende, se a unção lho não explicou, se a experiência,
cimento que o entendimento não saberia ;conquistar". Para lho não ensinou. Os que o provaram, conhecem~no, os que o
chegar a esta contemplação, é miste.r, pois, elevar~se acima não experimentara m não tem mais que desejar, não · ~onhe:-
do conhecimento · sensível, que evidentemente não pode per~ éê-lo, senão · gostá~lo. Não é frémito da boca, é um hmo do
ceber a Deus ; acima do. conhecimento racional, que não co~ coração ; não é murmúrio dos lábios, senão um movim~nto de
alegria ; são as vontades que se harmonizam e não as vozes.
'.i
e.
nhece a Deus senão por indução abstracção ; e unicamente·
Não se cuve tá fora, não res~oa em público; -ninguém o
pela fi;ia ponta da jnteligência ~-'qtie o podemos perceber..
ouve séhão · aqÚiela que o cant'a, e a quem ele ' o canta, o

1 '
Mas na terra ·não o podemos ver directamen:te; não nos.
resta, pois, senão atingi~lo por ·via de negação. esposo . e a esposa. :É um cântico nupcial que exprime os cas;
1
;í tos e deliciosos amplexos das almas, a conformidade _do~ sen;
1 É o que Santo_Tomás explica mais .claramente : "De- timentos e a mútua correspondênc ia dos afectos. A alma
,'
'1:
'1
: 1
n~gaçífo -em negaç;ão, se eleya a
alma mais alto que as. noviça, a alma ainda menina ou· recém~convertida , não pode
cantar esse cântico ; é reservado à alma adiantada e formada
mais excelentes criaturas, unindo-se a Deus na medida
q~e. pelos · progre~sos· r~alizado~ ~ob a acçã?. de De4~~ ~tin;
em que é possível ~este m~ri_do. Porque durante a vida giu a idade perfeita, a idade nubil pelos meritos adqu.~ridos.,
presente a nossa'.· inteligência,: não chega nunca a ver a- e que, p01• suas virtudes, se tor~ou digna do Esposo .
essência divina; mas sómente a conhecer o que ela não-
é. A união do nosso .espírito cÓm Deus, tal qual é pos-
1,too.' 6.·º Quando a c~nt~mplação é q,ri_Ja e fraca,
como na primeira noite de . S .. João da Cruz, não se tem
sível na terra, re~Jiza-se, pois, quando conhecemos que· dela consciênci~; só mais tarde, -e studando os efeitos que
Deus sup~ra as criaturas· mais excelentes" 2 • A própria ela produziu na alma, é que se pode ver!ficar a sua
noção de ser tal como, a conhecemos, é demasiado -im- e~;stência. Quando é saborosa parece mais provável que
perfeita .para se aplicar· a Deus : só
depois de haver eli- se não percebe sempre nos seus princípios, enquanto é
minado
. '· .. . todo o ser que lhe é conhecido, é que. a nossa
. : . .
1 Tkiologie mystique, eh. I, § III, trad. Darboy. ,
1 Commeni. de div. ,iomin., e. xm, lect, 3. - s. T~OM., / Sen.(:;
dist. VIII, q. 1, a. 1, ad 4.-:- 2 Serm, ln. Cant ., I, n·. ll-•12. ., ·

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CAP1TULO II
DA CON TEM PLAÇ ÃO INFU SA
785
!' ' aind a frac a, porq ue é difícil de ver a dife
renç a entr e ela e religião no seu acat ame nto. A tal pont
e a oraç ão de simp licid ade, e por 1
o é isto assim,
vezes se desl iza dum a qul", não pod endo cont er em si mes
à outr a, sem se dar por isso. Mas , quan ma essas disposições,
do se tom a in- se sent e a alma imp elida a conv idar ,toda
tem a, tem-se dela cons ciên cia : o que s as criaturas a
se pod e dizer, é que dê:em graças e louvores a Deu s, com
que toda s as orações sobrenaturais desc o mais a:diante
ritas por San ta dire mos (n. 0 144 4).
Tere~a são dest e género, como observaremo
s, ao expl icar
as dife rent es fases da cont emp laçã o. b) São tant o mais , agra dáve is a Deu s estas
home-
nage ns e honram-:-no tant o mais. quan to
140 L Con clus ão. Do que levamos dito resu é certo que são
lta que mais dire ctam ente inspiradas pela acçã o
o el~mr.nto essencial da cont emp laçã o infu do Espírito San-
sa é a passivi- to : é Ele que ador a em nós, ou ante s nos
. dad e tal-c omo a descrevemos, a qual cons fa~ _adorar copi
iste· em que a sefltimentos ·de gran de · fervor ·ê humild_a
alm a é cond uzid a, actu ada, movida, dirig de. Lev a-no s a
ida pelo Espí - ador ar a Deu s como é em si mesmo, e faz-n
rito San to, em luga r de se cond uzir , mov os con;ipreerr-
er, dirigir por si der que é esse um deve r de esta do, e que
mes ma, sem cont udo perd er a sua libe rdad 1?pmos criados
únic ame nte pata cant ar os seus louvores
activ idad e.
e nem a sua
faze r cant ar com mais ardor, enri quec e a
e;
: · pará no~los
Não se deve, pois, dize r que a cons ciên cia alma de novos
da pres ença bens e dufu a gran de suav idad e.
de Deu s ou a presença de Deu s sent ida ·
é o elem ento . 140'.l; 2.·0 A alma é nela mais sa.ntific
essencial da cont emp laçã o 1, pois que algu
mas veze s f al-
ada. A con.:-
ta, em part icul ar na cont emp laçã o árid a tem plaç ão derr ama ef,e ctiv ame nte tant a luz,
desc rita por S. .t~nto a,rtor e
i;irtudes que com razão a cham am um at<;tl
João da Cru z, a propósito da primeira noit ho maravilhoso
e. Mas é um para se ch~g~r . à perf ~ção .
dos elem ento s prin cipa is. pois se enco ntra
em todo s os A) Faz- nos conhe~er, a Deu s de modo inef
grau s de cont é~p laçã o descritos por San áve le
ta Teresa, desde sobr ema neir a sant ifica nte. "f: entã o que
a: quie tude até, a uniã o tran sfor mad ora. Deu s. . . ocul ta
e quie tam ente and~ pond o na alm a sabe
dori a e ri~tíc~a
amo rosa sem especificação de actos, post
.§ II. Va nta gen s. da con tem pla ção os faz espe cific ar ri~: alma com algu ma ·
o que às. vezes
dura ção" 1 . Este
Esta s utili dade s exce dem aind a as da oraç conh ecim ento é sobr ema neir a sant ifica dor,
ão de sim- porq ue nos dá
plic idad e, prec isam ente porq ue a alma se a conh ecer por experiência o que ante s ·hav
enco ntra mais íamos a:pren-
unid a a Deu s e sob ó influ xo dum a graç dido por meio ·de leituras ou reflexões pess
a mais eficaz. oais,· e ho's faz
ver num a vista sintéttca o que tính amo
1402 . s anal isad o por
1. 0 Deu s é nela mais glorificado 2 • a) acto s sucessivos; '
zend0-nd.r, ·. ,exp erim enta r ~ infin ita tr!l,n
Fa-
scendência de É o q~é explicá muito bem S. João·da 2
Deu s, a cont emp laçã o ,infu sa pros tra todo
o nosso ser intei- ·seu único e simples ser· é todas as vi~~udesêrtiz : "Deu·s em
•seus atributos : porque ê,0mnipotente, é \sábi ,e gran dezas de
ram ente dián te d~ sua M~j esla de, faz-no-lo o, :é •bom, 'ê ,mise,
louv ar e ben- ricordioso, é justo, 'é forte · e· amoroso, etc.,
dize r nã.o · som ente no próprio mom ento e:outros infinitos
em que o con- atributos e virtudes que não•·conhecemõs. Er:se
temp lamo s, ·mas aind a em todo o decurso
do dia : quem :estas coisas em, seu; simples· ser; ·estando•·Ele ndo Ele todas
entr eviu esta gran deza divi na. fica tom ado
de adm iraç ão aima, quando· há Jê!Or nem abrir-lhe a, notíc ·unido 'Com a
ver distintamente!· nele todas estas virtudes;ia, ,começa ela ·à
i · Assim o P. PoULAIN (Oràces d'oraison, eh. E. como cada uma destas .c0isas é.-o mesmeo· grandezas ...
V), c'om dar esta pre-
·em um só suposto ·seu, que é o ·P.ai ou o ~ilho ·ser: de· Deus
1
sença de Deus senti da como o eleme
acrescenta que nos graus Inferiores nto(quie
funda ment al da conte mpla ção, ou o •Espírit<:>
sua· presença senilo de maneira !\SSaz obscu tude) Deus não dá a sentir a
L/am a de amor viva. ,Canc ión 111/v ra. ~ 2 S. JUAN DE . L~ CRUZ, , 1 s. JUAN l>E LA Cl{UZ, Llama de aritor
. 5· et 6. . 1 ,: viva . •canc ión 'UI, vers. 3,
§ VI. - 2 llam a de amor viva. Canc ión III, V, 1.. · ·
50
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786 CAPIT ULO II DA CONT EMPL AÇÃO INFUS A
787
Santo , sendo cada atribu to destes o mesmo Deus, ma,i,s arn~vel que todas as ciências que dele se
e sendo
Deus infini ta luz e infini to fogo divin o. . . daqui
é que em ter . Assim, acres centa ele, Santa Catar ina de Génopudessem
cada um destes atribu tos ( que, como dissemos, são va amou
inume rá- mais a Deus que o subtil teólogo Ocha m ; este conhe
veis) e virtud es suas, luza e dê calor como Deu~ melho r por ciência, aquel a por exper iência , e esta cew-o
"
preen de-se então o que diz Santa Teres a 1 : "Qua ndo- Com- .cia condu ziu-a muito mais avant e no amor seráfico.
exper iên-
nhor o (o enten dimen to) suspe nde e faz parar , dá-lheo Se-
com O que aume nta ainda mais este amor, é que ele facilit
que se espan te e ocupe, e que sem disco rrer enten da conte mplaç ão e esta por seu turrto acres centa o amor a a
mais em : "Por~
um Credo que nós outro s podem os enten der com que, tendo o amor excita do em nós a àtenç ão conte
todas as mplat ivá,
nossa s diligências de terra em muito s anos'' , esta atenç ão faz nasce r recipr ocam ente um amor
maior ·e
Há casos, s·em dúvid a, em que a luz não é tão mais fervoroso, o qual enfim é coroa do de perfeição,
dis- tanto
tinta, em que perm anece obscu ra e confu sa ; mas que goza do que ama ... · o amor estimula os olhos
ainda a fitar
cada vez maj5: atçnta mente . a belez a qío amada._
•entã o, impre ssion a vivam entê a ·alma , cônfo rme força o coraç ão a amá-l o cada vez mais arden tentem e a vista
expus e- ente" 1 •
mos (n. 0 1398 ). 8 o que explic a como os Santo s amara m tanto.
_1404. B) Mas produ z sobre tudo a conte mpla ção 1405. C) Este amor é ·acom panh ado, em seu grau
um amor ardentíssimo, que, segun do S. João da Cruz super ior, da prátic a de todas as virtudes morais, em
,é parti-
carac teriza do por três excel ência s princ ipais. a) Prime cular da humi ldade , da confo rmida de com a vonta
iro, de di-
ama a Deus a alma , não de si mesm a, mas por vina, da entre ga total a Deus , e, por isso mesm o, da
Ele ; o ale-
que é uma excel ência admi rável . porqu e ama assirn gria e paz espiri tual, até mesm o no meio das prova
pelo ções,
Espír ito Santo , como o Pai e o Filho se amam ; o por vezes terríveis, que exper imen tam os místicos.
que o É o
próprio Filho decla ra em S. João : "A fim que que verem os mais por miúd o, anali sando os divers
o amor os
com que Tu me amaste, esteja neles, e eu tamb ém graus de conte mpla ção ( n:º 1440 , etc.)_-
esteja
neles '' 2
\
h) A segun da -excelência é amar a Deus em Deus ; § III. Do cham ame nto ·pró ximo
porqu e nesta união arden te a alma se absor ve em à cont emlp ação
amor
de Deus , e Deus s•e entre ga à alma com grand
e vee-
m.ê ncia. t 406. Deix amos de parte neste mom ento a quest ão
e) A tercei ra excel ência do amor supre mo é que a contr overs a do cham amen tb geral e remo to de todos
os
alma ama a Deus neste estad o pelo que Ele é ; quer bapti zados à conte mpla ção. Ficam os, quan to p·ossí
di- vel. no
zer, ama- o não sàme nte porqu e Ele se mostr a para terreno dos factos, e quer,emos exam inar estas duas
com ques-
ela genervso, bom e glorioso, etc., mas muito mais tões : 1. 0 a quem conce de Deus geral ment e a graça
arden - da
teme nte, porqu e Ele é tudo isto essen cialm ente. conte mpla ção; 2. 0 quais são os sinais do cham amen
to
próximo e indiv idual à conte mpla ção.
Podem os acresc entar, com S. Franc isco . de Sales 3
esse amor para com Deus é tanto· mais arden te quant o , que
é certo l. A quent conce de Deus a contem plação ?
.que se baseia num amor exper iment al. Do mesmo
modo que
aquel e que "com uma vista bem clara sente e ressen
agrad ável esple ndor do belo sol nasce nte", aprec ia te o 1407. l.º Send o a conte mpla ção um dom essen
melho r a -
luz ,que o· cego ·de nascim ento, que dela não conhe ce cialm ente gratu ito (n. 0 ·1387 ), conce de-a _peu s a
mais
a descrição, assim. aquel e que goza de Deus· pela contem que quer, quan do quer e· como quer. Gera lmen te, contu
quem
ção O ama muito melho r que quem O não conhe ce pla~ do, e
mais que de modo normal, não a conce de · senão às alma
pelo estud o: "pd\-que a ·expe riênci a dum bem· no-lo s bem
toma
prepa radas .
1 Vida, XII, (Burgos, 1915), p. 88, - ll ]o. XVII, _2 6.-S
de Dieu, L. VI, eh. 4. Amour
1 lbid., eh. 3.
.'

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788 UA CONTEMPLAÇÃ O INFUSA
CAPíTULO II 789
· · Por excepção, e de maneira extraordinária , concede às tos e véus de todo ... ficando-se na pura desnudez e pobreza
de espírito, logo a alma, já singela e pura, se transformaria
a
vezes Deus a contemplação ' é!;lró.as desprovidas de vir- na singela e pura Sabedoria divina, que é o Filho de Deus" 1.
tudes,. a fim de as· arrancar às garras dO.demónio. l,
Santa Teresa insiste continuamente neste ponto, e recomenda
E o que diz Santa 1·eresa 1 : "Há almas que entende sobretudo a humildade: "Depois de f?zer o que os das mo-
Deqs que por est~ IPE:lio, as pode grangear: para si; já que as raàas pas~adas, humildade. h~mildade ; por esta s~ deixa
vê de todq . perdldas, quer Sm~ Majestade que não fique por vencer o Senhor a guarita dele queretnos .. :" 2 •. "'renho para
Ele; e ainda que _estejç1m em mau estado e falhas de vir- mim que, quando Sua Majestade a faz (a· inerc·ê da contem:.
tudes, dá-lp.e~ gpstos e,,regalos, e. ternura que lhes_ começa a plação) , é a pessoas que vão já dando de mão às coisás do
:i:t1-_over os desej_o3, e ainda as põe em .qontemplação algumas mundo. Não digo que seja por obra os que têm estado, que
:v~zes, poucas e çlqr:a pouco. E ,isto, como digo, faz; porque não podem, senão pelo desejo, pois :bs chama· particular~
as prova se: _som, aquele favo.r se· quererão dispor a gozá-lo mente para que estejam atentos às interiores; e assim creio
mmta.s v.t;i:es . ·, . .. -que, se queremos dar ,}úga:r à -Sua Majestade, nã'tJ, dará •só
isto a quem_ começa a chamar po_r . r,nais': , .3 •
1408. 2. 0 Há almas privilegiadas, que-YDeus chama
à -contemplaçã o desde ra. infância : tal fOi Santa. Rosa de t:410. 4. 0 As principais··virtud;~s que é rrtister pratf-
Lima, e em nossos --dias Santa Teresa de Menino Jesus. car, são : a) grande pure.za de coração e desapego c(om~
Outras , há que· são conduzidas à contemplação e fazem pleto de tudo quanto pode condu~J.r p.O peca,do.-e pertur-
bar a alma. ' ·• .. li!, ' ' '' ' '
nela progressos muito rápidos,• que parecem sem propor-
ção com as · suas virtudes. · · .- . · , • . Como exemplos de imperfeições habitµais, que impedem
a união perfeita com Deus, ci(a S. João da Cruz Upl "cos-
' É o que refere Santá• Teresa 2 : "De uma me lembro tume de falar muito, · um apegozli-lho a· alguma coisa que não
agora ·que em .três : .dias lhe deu o Senhor bens, que, se a acaba nunca de querer· vencer, assim .c6mó a pessoa, vestido,,
experiência de hav~r ,alg4ns anqs já. ( que a exercita), e sem- livro, cela, tal maneira de comida e outras familiar-idadezi~
pre meJhor·ando, mo não fizeram crer, não me parecia possi- ta:; e 'gostozi,tos e,m querer gozar d&s coisas, sab.er e ouvir e
. vel ; e ainda outra em três meses, e ambas erpJTI de pouca nutras semelhantes". E aduz esta ra?~0: ','.O ~~~rno dá, que
idade. Outras :Vi; : que depois de :inuitó .tempd :1fie ·faz Deus esteja uma ave presa a um fio delgado ou a um· fio grosso:
esta mercê ... Não se há-de pôr ta~a a um Senhor tão grande porque, ain!ila que seja delgado, presa se ficarâ a ele como
e tão desejoso de fazú ·mercês".' ' · BQ grosso, enquanto o não quebrar para_ vo~r. . . E assim
.... ,_t,1.09.. ;3. 0
Mas geralmer:i.te, y de modo n.orrp:qh eleva é a· alma que está presa a alguma coisa, que, ainda que maf~
Qeus de preferência , à çonternplação as almas que para virtude tenha, não chegará à liberdade da divina união" 4 •
ela ·se pre,parararn. pelo despren.dtm~nto, ptática das vir- . 1411 .. h) Grande pure~à de espírito, i. é, m01ti~ a
t_u ~es .e ,exerciçio da :or.a ção, sobretudo da oração afectiva. ficação da ·curiosidade, que perturba e inquie~a. dispersa
' . É_.a dqutrina_ de. Santo,,Torrtás 3 , que declara que I)ão ~ d~rram~. a ~lma,, para todas as p~rtes. · Ei~ ~ mo.tiv~ por
SEl- po_~e chegar à_contemplação , senão depois de mortifi- · que aqueles que por dever de ~s,tado têm que ler e estu-
cudas as paixoes pela- prática . das , yirtudes morais (.cf. dar muito, devem mortificar muitas vezes a curiosidade,
n.º 1.315). e deter-se de vez em quando, para purificar a intenção e
S. JoãQ,_,da"Gruz não -•éi. ·menos, categõrJco; desenvolve referir todos os seus estudos aó amor de Deus. ,-, Esta
esta doutrina longamente na Subida do Monte Carmelo e em pureza exige também. que se ;aiba diminuir e, a seu tem-
'i Noi~e e~cqra, mostrat;1.dp ,qu.e, para ,d:1~gar à cont~rnplação,
po _ abandonar o raciocí~io na oração, e simplificar ps
'i
! 1
é pecessái:io: pr~tica~ o despoj~mento. mais completo e uni-
afectos; para chegar pouco a pouco a um simples olh0r
'1 versal, e acrescenta que, se há tão· poucos contemplativos ,
1
é po'.rque há poUJCos que sêjári:J. cbtnplêtarrlente de'sptendidos afectuoso sobre Deus. A este propósito, censura viva-
dé si mesmos e das criaturas;· "se tfràsse· estes impedimen~
1 1 Subida dei Monte Carmelo, (Toledci 1912). L. II, e. XIII, p. 165.
1Camiric· de perfección, (Burgos, 1916), e. ·xvr, p. 11. - 2 Con- - 2 Cuartas moradas. e. II (Burgos, 1917), p. 56. - S · Cuartas mo-
ceptos del amor de Dios (Burgos, 1917), e. VI, p. 262. - S II, II., q. radas, e. III, p. 61. - 4 Subida de/ Monte Carmelo lToledo, 1912),
180, a. 2. L. I, e. XI, p. 80.
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790 CAP !TU LO II DA CON TEM PLA ÇÃO INFU SA 791
men te S . Joã o da Cru z os director C'Ompletamente das coisas divinas todo
es ineptos que , não o bem espiritual
con hec end o senão a med itaç ão disc que 0 med itaç ão discmsiva dela
ursiva, que rem obri- s pod ia tirar. Já não
gar todos os seus pen iten tes a faze r pod e med itar nem discorrer, como
trab alha r ince ssan te- ante s, nem enc ontr a
men te as potê ncia s 1 . já nisso suco e gosto ; tem, pois
, nec essi dad e dum novo
.. 1412 . e) Gra nd·e pure za processo 1 .
çao da von tade prop ria e pela de von tade pela mor tific a-
entr ega tota l a Deu s (no s
480-497). 1414. 2 .º "O segu ndo é qua ndo
vê que lhe não dá
· von tad e nen hum a de pôr a dita ima
. _d) · Pê viva , que nos faça vive gina ção nem o sen-
r em tudo, segu ndo as tido em. outras coisas particulares,
max 1ma s do Eva nge lho ( n. 0 1188). nem exferiores nem
e) Silê ncio religioso, que nos
oraç ões ·tod as as acçõ es (n. 051 522
perm ita tran sfor mar em
intAriores. Não digo que não vá
ou ven ha ( que esta i
l
-529). •· · a,nd a em mui to recolhimento sói
and ar· solt a) . ~enão
. _f). Enf i~, e sobr etud o, amo r arde que não goste a alm a de pô-l a de
a.t e a 1moh~çao de si mes mo e à acei nte e gene roso, que vá propósito em outras
. ,,
as prov açõ es (n. 08 1227-1235}.
taçã o jubi losa de toda s coISas 2 . f
O que o San to exp lica assi m : Suc
ede que nest e nov_o
.estado, a alm a "pon do-s e em oraç ão,
ll. Sina is do cTaam~mcnto próx imo já com o quem tem pró~
à cont emp laçã o. xim a a águ a, beb e sem trab alho em
suav idad e, sem ser ne~
cess ário tirá~la pelo s alca truz es das
. 141 5. Qua ndo uma alm a se. disp pass ada s cons ider açõe s
õe assim par a a e form as e figu ras. De man eira
que, logo em se colo cand o
conten1plação, con scie nte ou inco nsc -diante de Deu s, se põe em acto de
ient eme nte, che ga o pací fica e soss egad a, em que está
notí cia conf usa, amo rosa ,
mom ento em que Deu s lhe faz ·com a alm a beb end o sábe dori a,
pree nde r que dev e amo r e sabo r. E esta é a caus a por
deix ar a med itaç ão discursiva. que sent e a alm a mui to
trab alho e diss abor , qua ndo , esta
Ora , diz S . Joã o · da Cru z 2 , os sinais, que ndo nest e soss ego, a que~
ind icam rem faze r med itar e trab alha r em
part icul ares noti cias . Por~
esse mom ento , ·são três : -que lhe acon tece com o ao men ino
que, esta ndo rece ben do o
1eit e que já tem no peit o cheg ado
. 1. e: . "O primeiro é ver em si e junt o, lhe tiram o peit o
que- já não pod e med i- e lhe faze m que com dili gên da
do seu chu par e man usea r o
tar nem operar com a imaginação, torn e a que rer junt ar e tira r" 3 •
nem gosta disso, com o
ante s. costm_n:ava _; ante s enc ontr a já
soÍél. fixa r o sen tid? e tira r suco . Enq
secu ra no que ante s 1415. 3.º ··oterceiro e mai s 'Certo é, se a alm a
uan to, porém. en- gos ta de estar o sós com aten ção
<'Ontrar suco e pud er discorrer na med amorosa a Deu s sem
itaç ão. não a há- de particular consideração, em paz inte
de~xar. se não for qua ndo a slia alm rior e quie tude e
a se pus er · na paz e des can so, e sem actos e exercícios ·das
qui etud e que se diz ·no terceiro sina potê ncia s, memó-
l". A cau sa des te ria. ente ndim ento e von tade . ao men
fastio, acre scen ta o San to, é que a os discursivos, que
alm a já colh eu qua se é i~ de um em outro , sen ão só com
a notí cia e advertên:..
1 « Virá um ~es~re espir
eia geral amorosa que dizemos , sem
1.
malhar ~om as potencia~ comoitual
part icul ar inteligên-
da de outr a coisa ,, 4 .
que não sabe senão mart
que aqui lo _nem sabe mais que med ferreiro e, porque não ensinaelar mais
e
sa~ suspensoes, ~ue .é ociosidad itar, dirá : Andai, deixai-vos des- "Po rém con vém aqu i sabe r que esta
tai e f_azel a~t?s mter10res, 12orq~ee e perd er tempo, aplicai-vos, medi- vam os fala ndo , é às veze s tão súbt
noti cia gera l, de que
e~ vos estl!-,. que o dem ais ~ mi~t e_r façais de _vossa parte o que il e deli cada , mor men te
c01sas de n_e~c10~ e pasm ~dossao .:.
1lum1msmos, alucmações, ilusõ
Não es e qua ndo é mai s pura , simp les e perf
eita , e mai s espi ritua l e
: 1 ~est res espmtua1~ que coisa seia reco ~nte ndo, pois, como digo, estes inte rior , que a alm a, aind a qu_e está
' .
a b~ lhim
e suas _propriedad~s, •na qual soled ade ento e soledade espi ritua l da
assenta Deus na alma estas vê nem a sent e. E isto s'UCede mais emp rega da nela , não a
iu. idas unç?~s , sob!e_µoem eles ou entre
. co!Y_o dize mos , qua ndo ela
põem
Lix,o exerc1c10 espm tual, que é fazer operar outros unguentos de mais
(. la_ma de amo r vir1a Canci?n a alma como disse mos > 1 As explicações de
III, v. 3, n. 8, p. 45-J-
queixa-se t~mbém desse 1
s d1rectores que fazem traba452). Santa Teres~ -e XII da Sabida del Montecada um destes três sinai s enco
Carmelo, p. 153, ss. - 2 Subidantram -se no
até ao dom mgo . (Vida, e. XIII). - lhar as potências, Carmelo , L. 11, e. XI p. 150, dei Monte
e. Xl, p. 150.
2 Subi da dei Monte Carmelo, L. II, - S Subida dei Monte Carmelo,
,e. XII, p. 154. - 4 Subida dei
Mortte Carmelo, L. II. e. XI, p. L. II,
150.

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1..,A l'll ULO II
DA CON TEM PLA ÇÃO INFU SA
793
em si é mais clar a e pura e simples e
perf
quan do ela pene tra na alma mais limp eita ; e entã o o é, b) Mas é necessário que esse desejo seja humilde
intel igên cias e notí cias pa1•ticu.Jares, em a e alhe ia de outras. aco mpa nha do da convicção que somos ,
que pod ia faze r pres a dela indigníssimos,
o ente ndim ento ou sent ido. . . E esta e do desejo de não usar dela senã o para
é a caus a por que, es- glória ~e Deu s
tand o ela mais pura e perf eita e simp
les, men os a sent e o e bem das almas.
ente ndim ento e mais escu ra lhe pare ce:
rio, quan do ela está no ente ndim
E assim, pelo contrá~
ento menos pura e simples, e) Dev e ser condicional, subo rdin ado
mais clar a e de mais tomo lhe pare ce em tudo à
von tade de Deu s. Não será, pois, nem
es_tar ela ve~tiqc;1 ou mes clad a ou envo ao ente ndim ento , por ansioso nem qui-
lta
inteligí~~is, em que pod e trop eçar mais em algu mas form as mérico : não esqu eçam os que a con tem
plaç ão supõ e nor-
sent ido' • 1 o ente ndim ento ou mal men te a prát ica das virtu des mor
ais e teologais, e
·O- ' que o San to expl ica por uma com para ção que seria pres unç ão desejá-la ante s
: qua pdo de longo exercício
t1irr raio de sof pene tra num • apos ento , perc ebe- o a vist a nas virtudes· que · indicámos. É preciso,
tant o melh or quan to ele está mais além disso, estar-
carr mos bem pers uad idos de que, se a con
desp ojag o dess as molé cula s é men os egad o de argu eiro s ; tem plaç ão proc ura
perc eptív el. O mes mo à alm a alegrias inefáveis, é tam bém
pass a cpm a luz espi ritua l: quan to é aco mpa nha da de
mais viva e pura , tant o temerosas provações, que só as alm as
fnenos perc ebid à e, de taf sort e que se intr épid as pod em
Julga à alma entã o em
trev as i se pe1o coht r?rio est_á· .c~r rega sust enta r com a graç a de Deu s.
da de algu mas espé cies
inteligíveis, é mais fàcil men te perc eptív Melho1 aind a compreenderemos este pon
mais ilum inad a . el. e a alma ju,lga-se to pela des-
crição das difere~tes fa~es da con tem
.·,J41 6. Not en;ws aqu i, com S. João plaç ão.
da Cru z, que
estes três si.naís dev em coexistir con ART. II.
junt ame nte, para se As DIFERENTES FASES DA coNT EMP
I,.~ç Ão
pod er com toda -a sêgu ránç a deix ar a
med itaç ão e entr ar
nâ ·,~ohtemplaç·ão. ,,.,:; Ac_rescente.mos corri 1418. A con tem plaç ão infu sa não é
o mesmo San to. ·a mes ma em
que é Vp.:qtajOSO, ·rl.OS, -'primeiros tem pos todo s : Deu s, que se compraz em div'e
em que Se goz a rsificar seus dons,
da con tem plaç ão, reto mar ' às veze s a ada ptan do-o s aos diversos temperam-eht
med itaç ão discur- os e car~c~eres:
siva ; o que se torn a até n'ecéssário, não enc ade ia a sua acção den tro de
se a alm a vê que moldes rrg~do~ •
está deso cup ada no· repoiso da' con tem qua ndo se lêem os místicos, enco ntra m-s
plaç ão ; nesse caso e neles vanad1s-
impõe-se, efec tiva men te, a med itaç ão, sirnas formas de con tem plaç ão 1 . Pare
enq uan to a alm a ce, con tudo , que
não hou ver adq uiri do o' háb ito _de con atra vés dest a mul tipli cida de há uma
tem plar 2 • cert a unid ade. , q_ue
peim itiu aos auto res espirituais clas
sificar os estad10s
Con clus ão : Do _d esejo da cont emp
laçã o. principais percorridos pelos místicos.
·
Não rela tare mos aqui as dife rent es clas
141•7. Sen do a c~n tem plaç ão infu sa #iça ções _adppta~
um excelente· das pelo s dive rsos autores· 2 ; segu ndo
mei o de perfeição, é perm ittdo dese já-la que se colocam, distinguem_ grau s mais o pont o de. vista'. em
, mo.s hum ilde e ou meno~.•numerosos,
condicionalmente, com santa resignação
na von tade de
Deu s. 1 Cf La Mere Suzanne-Marle
. ·A •
Clerge, 2, out l 923_, P:pai
de Rlan ts de, f',1il(~rey: A"il
488 -=-:2 M, J. Rrntr , Myst tque dtvlne, t. , c • 1:1
~) Q~e se pod e desejar a con te~p laçã X s· classificaç ões Álvarez de Paz conta
o, ded uz-s e · ' enum
· - erada as prmci
verd ade a · • · · d
concentração 1nter10r as 1·orça s -da alma o
l!'í ; a
das suas num eros as utili dad es ( n. 0 140 mtu1çao . 1 ·- udiçã o da palavra de Deus, o ,
plaç ão é como a · rega que faz crescer
2) : " a con tem -
e~pmtu9:l,_ 0 -~~1!~tu~l r /ob~ 0
º
sllê!}«:io, o r1:potso, a ~n1;1 1 / / ári ão
corp oral/ a aparição imagsono [ná·
e fortifica as virtu - na,. a_ v1:5ao _1 , de D~us - Schra curi~ adi divina, a manifestação df: Deus
,
des: é ali que elas obtê m a últi ma perf eiçã m tem
a v1sao tnt~ltiva - O P ·scaramelli disti uma nomenclatura mais co~-
o" ª. ngue doze grau s: o recolhi-
1 Subida dei Monte Carmelo, L.
qe/ Monte Catmelo, L. II, c. XIIl II, c. XII, p. 156-157.-2 Subida
: : ~~?~ rs~l: ~~~i ~d~~ !:~~ l, aasic1!e~~d:riláo~m::%
esp1~11ua ! les o êxtase o rapto a união g:u~~ ~1vf ~~~:
1
aou~ \~
tema VI. . .-5 Congresso carmelita de Mad rid. ID}~ttca Sl~P t' ' . a Trin dade enumera estavel e perfeita, -:-: .
·
aP1hp ~- da ad~ lJS}am o i·mpulso divino o seis:
un1ao rapto
o recolhimento, a qu_1e_tudel.
or mart , , , o matr imón io esp1 ntua •

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794 CAPI TULO II DA CONTEMPLAÇÃO INFU SA 795
e por v_ezes con_ta1~ como graus difere ntes o
dade nao const1tu1 mais que form as varia das que em reali~ l. Da quiet ude árida , ou da noite dos sentid os.
do mesmo
estad o.
1419. Com o Sant a Tere sa e S. João da Cruz 14'20. Disse mos que para a conte mpla ção se
são r.equer
por confi ssão de todos , os dois gran des douto res gran de pure za de coração. Ora, até mesmo
da uniã~ as almas
místi ca, ater-nos--'emos às divisões que eles nos adian tadas estão aind a sujei tas a muit as impe
dão, pro- rfeições 'e
cura ndo comb iná-l as harm ànica ment e. Assi nalam sente m renas cer em si, em form a atenu ada, os
-se os sete pe-
divE.rsos graus por uma acçã o de Deus cada cado~ capit ais (n.º 1264). É .para as purif icar
vez maio r e prep arar
sobre a alma . 1. 0 Qua ndo Deus se apod era da para um grau mais ·elevado de conte mpla ção
fina pont a que Deus
da alma, deixa ndo as facu ldad es inferiores e lhes envia diferientes prov açõe s, cham adas passi
os senti dos vas, por~
livres pam.• se· enfregarern à sua a.ctiv idade -natu que é• 0 mesm o Deus que .as prod uz e a alma
ral, é a não tem
oraçã o de quie tude ; 2. 0 quan do se assen hore ia m~is que. aceitá-las com paci~rÍcfo. . ... .
de toda s . . .
as facul dade s interíores, deix ando sàme nte os· Ning uém melhor descr eveu estas ,prov as que
senti dos
exteriores à sua activ ídade , é a uniã o plena ; Cruz em Noite escura ; chama~as noite, por,que S. João da
3. 0 se se acção divin a em certa medida as faculdades sensí ligan do a
apod era, ao mesm o temp o, das potên cias interi veis, para
ores e dos as subm eter ao espírito, e impedindo o espír ito
s~nti~os ex~eríores, é a uniã o extát ica ( despo de racio dnar,
sórios espi- encontra~se este último numa espécie de noite :
por um lado
ritua is) ; 4. quan do esten de, enfim , a sua acçã já não pode discorrer como outro ra, e
o sobre por outro. a luz da·
todas as f acuid ades inter iores e exter iores , não contémplação;- que recebe, é tão fraca e tão cruci
já de ma-
neir~ trans itória , mas dTe mod o estáv el e perma'nen ele se crê· merg ulhad o numa noite ·escura. O santoficante que
te, é 0 duas noite s: a primeira é desti nada sobretudo: a distingue
matr imón io espir itµa 1. ais são os quatr o graus nos despren-
que dis- der de todo o sensível, e, chama~se a noite dos
tingu e Sant a T~resa. S. João da Cruz acres sentidos ; a
centa -lhes segun da desap ega-n os das consolações espirituais
~s d~as noite s ou ·provações passivas ; mas a priqi e de todo
eira não o: amor:..próprio.
e ma~s que uma espéc ie de quie tude árida e cruci
a segu nda comp reend e o comp lexo das prova
/i'cante; 'i4lt. :- Aqu i não fala~os senã~ 'primeira noite ,
d~
ções que · "Deu s, diz S. ' João da ·Cruz 1 , intro duz· prime
prece dem o ma.trtmónio espir itual e se enco iro a ·almà
ntram na na noite sensitiva, a fim de purif icar 'o sentid o
uniã o plen a e na união extát ica. ou parte irifé:~
rior, pará o açomaja:'r, su~eit~r e unir_ ao espírito,
r.tstô,,escú'..
Trata remo s, pois : recendo-a,' interd izend o-lhe . o seu há~it o de disco
rrer . · ·
É um es_tado de alma comp lexo e uma nüstu ra
lf suav
. árida des.:
I. D a· conc ertan te 'de escur idão e luz·, de secu ra -~ áiii.&r
· quiet
, ude e. intehs<,>
de De~ s.. em es.tado fo.tente, ·de. impotê~cia, real
II.Da uniáo plena . e_. surd~
energ ia que é difícil analisar., sem cair em.:a paren
tes con-
IIL Da. unta
·-o extat, ica
·
. { suav·f·
e tradi ções. É miste r ler o próprio S; João ' da Cruz
auxíl io do fio . cond utor que· vaciô s . proc ürár
· com- o
cruc1 1can te. oferecer.
IV. Da união transformante Para .isso, expo remo s: ( º._os Elem ento s const.itutiv
o~,:des~
ou matrimónio espiritual'. ta noite espir itual ; 2. º as provaçõe~. acessórias
qu'e a
acom panh am; 3. 0 as suas util(d ades .
§. I. A oraç ão de q9-1etude ·
1 Noche oscura túl sentido (Toledo,
Ap~~~enta-se geralm.ente esta oraç ãd primeiro 1912), CaJtCitJn. primem, e. IX,
sob a p. 28 : , Porque, como pone -~ios al al}!1a en esta
form a anda, para term inar n'a form a suav e. oscura noche á fin 4e
enjug arle y purgarle el .·apeut o sensitivo, en nlngu
· '. na cosa la deseJa
engolosinar ni bailar sabor >.

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796 CAPITU LO II DA CONTEMPLAÇ.l\.O INFUSA 797

Üs com Deus), como vê,em si o que antes não via; parece-l?e


il I. o ELEMENTOS CONSTI TUTIVO S DESTA PROVA
daro que está tal. que não só não está para que Deus a veia,
ma.'l que está para que a aborre ça, e que a tem aborre cida" 1 ,
1422. A) O primeiro e mais essenc ial é a contem -
142~. B) E sta contem plação latente produz na alma
plação infusa , que Deus começ a a comun icar à alma,
uma grande aridez , não somen te nas faculd ades sensíveis
mas de modo secreto , obscuro, de que a alma não tem
qu e são privad as •de consol ação, mas tamhé m nas facul-
consci ência, e gue produ z úina impressão doloro sa e an-
d a des superi ores; que já não podem medita r d-e manei ra
gustiosa : "f:, diz o nosso Santo 1 , princíp io de escura e
discur siva éorho antes. É urria situaç ão doloro sa : habi-
seca cont~mplaçã.o ·parç1 o sentid o : a qual contem plação
. tuados à luz,. encont ram-se mergu lhados na escuridão ;
é oculta e secret a · pa~a o mesmo que a tem. De ordiná
- • eles , que sabiam discorrer .e. fa~er brotar _do coraçã,o nu-
rio, júnlam ente com esta secura e vácuo que· faz à.o sen- meros os ~fectos, perdéra.m está facilid ade, e a oração tor-
tido, dá à alma inclina ção e vontad e de estar a sós e em
na-se- lhes sobrem aneira penosa .
quietu de, sem poder pensa r coisa partic ular nem ter von- O mesmo se diga da prática das virtudes : os esfor-
tade de a pensar . ços, que faziam jubilos ament e para crescerem na virtud e,
Para dar a compr eender este estado, empre ga o Santo ~ustam -lhês e aterram-nos.
mais adiante 2 uma compa ração que é útil ter diante dos ·
olhos desde já: ··o fogo .materi al, aplican do-se ao madeir o, t4'l4. Impor ta, porém, distinguir esta aridez purifi-
a primei ra coisa que faz é começ ar a secá-lo, lançan do-lhe a <::adora • da secura causad a pela negligência e tibieza.
humid aqe fora e fazend o-lhe chorar a água que em; :Si tem". S. João da Cruz 2 dá-nos três sinais, para fazer est8: dis-
"Logo o vai pondo negro, escuro e feio, e ainda ·de mau
cheiro ; e indo-o secand o pouco a ·. pouco. o vai tirando à luz tinção .
e lançan do fora todos os_, .acidentes feios e escuro s que tem 1) · Já não s~ encont ra mais ·gostó nas criatur ~s. que em
contrá rios ao fogo. E, finalmente, começ ando a inflam á-lo Deus.' .até se encont ra menos, ao passo que os tib1os, ~ue
por fora e a aquent á-lo, vem a transfo rmá-lo em si e a, não têm gosto para as coisas divinas, o têm para as coisas
pô-lo
tão formoso como o mesmo fogo. No qual termo, Já de j:>arte <la terra. ,.._, Pode suceder, contud o, ac~escE;nta o Sa~t~, que
<;lo madeir o nephum a ~cção n~m paixiio há própric1, de ma- ,esse fastio geral proven ha de_ indisposi~ão _ou ~elanc oh~ na-
dejro, salvo a qu,a ntidad e e gravidacte ,mais éspess a que a do tural; 'é, pois, necess ário quê a este pr1me1ro smal se a Junte
f9,gcj, porque as J?fopried~des qq fogo e acções teip. em · si : o segund o. · ·
porque está seco, 'e seca ; está quente, e aquent a ; estâ claro, 2) · Conserva~se habitu.alinente a memória de J?eus,
com
e esclare ce : está ligeiro muito mais que · anfe's, obrand o o soliciÚide e cuidad o penoso : teme-se não se servir .a _Deus
fogo nele estas proprie dades e efeitos. A est~ mesmo. modo,
pois, havem os de filosof ar àcerca deste Divino fogo de amor
bastan te bem e andar. até para traz por causa
gosto nas coisas divinas ; na. tibieza, pelo ~o.ntrario. nao se
?~
fal~a de
de contem plação . que antes · que una é tranfor me a alma em tem solicitu de alguma interio r pelas c01sas ~1~ma~; do mestno
si, primei ro a purga de todos os acid~ntes contrá rios. Faz-lh e modo, quando a secura vem da fraquez~ _hs1ca, tudo se tra-
sair fora as fealdad es, e põe-na . negra e escura , e assim, pa- <luz em tédio _natura l .e não s~ nota. vestig10 ~lgurn ~~s~e de-
rece pior que antes e mais feia .e . abomin ável qué saía. Por- sejo d~ servir a_ Deus que cara"'deriza ~-~e~ura pur1ftcad~ra,
que, c;omo esta Divina purga anda remov endo todos os maus e qtJ,e a. ccintemplação escy,ra poe na alm,a. ,I'. . •

li':i
e vicioso s humor es, que, por estarem eles mui arraiga · 3) .·. Enfim, vê,.,se a alma na incapacir}.l:ld!:! de. m~dita r ~e
dos e
assenta dos na alma, não os acabav a ela de ver, e assim não modo discursivo, qe tal . sorte quei se ~ ,gu~r fazer, fica e~tr;
entend ia que tinha em si tanto mal, e agora, para lançá-l os rit" 0 esforço ; .." porque , como aqui começ~ :P.tius a _com.um~
fora e aniquil á-los, lhos põe diante dos olhos e os .vê tão
claram ente, ilumin ada por esta escura luz de divina contem - .1 'r; 1 Uma comparação ~ p~de f~~~; comp(e end~r: quand?
plação ( ainda que não é pior que antes nem em si nem para olhos desarmados, um copo de água, nada se ".e nel~ ~e mqu1etase <;1bserva!
.a e examin a com o auxílio dum poderoso m1croscop10, recua-sent~,
b~r~or à vista dos pequenos mç>n;itros que ali. se descobrem. Ora e
1 Nocke oscura <kl sentJdo, Canâdn prlmera e. Xl j p \ :;: ·if· templaç ão é como um microscop10 que nos a1uda ª,/er ~elhor a con:
liNocke, Cancidn. · prímera, e, X, p. 81. - Preferim os, traduzi
mente do original espanhol o que o autor dá em resul\10 : - N.
. 30.-,.
r literal-
r ·1;. : ';.
. . .. sos .def eitos. - li Noche oscur-a dei sentido, Cancl _11, _pnmer a, os n
e. 1~
.'
do T. p. 28-29.
•:
·•.
·,.
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798 CAPITULO II .
·,k :.
·~ }i';
·,
DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 799
• J~
car- se-lhe, não já pelo sentido, como antes fazia por meio do 0
As
2• PROVAÇÕES QUE ACOMPANHAM
discurso que compunha . e dividia as notícias, senão pelo es~
pírito puro, em que não há discurso sucessivamente, comu- ESTA PRIMEIRA NOITE
nicando-se~lhe com acto de simples contemplação, a qual não
alcançam os sentidos ·da parte inferior, nem externos nem 1426. Geralmente fazem delas uma descrição ater-
internos ; daqui é que a imaginação e fantasia não podem radora os autores espirituais, porque descrevem o que
fazer arrimo em alguma consideração, nem achar nela pé já passou na alma dos Santos, que, sendo chamados a altís-
dai em diante" 1 • Observa, contudo, o Santo que esta inca- sima contemplação, houveram de carregar com cruzes
pacidade não é sempre regular, e que às· vezes se pode voltar
à meditação ordinária. muito pesadas. l\1as outros, chamados a um grau menos
Notemos também que esta impotência não existe geral- elevado, são menos provados; é bom sabê-lo, _p ara tran-
.mente sen~o para as coisas e,spiritµais : a alma pode-se. ocu- quilizar ai almas tfmidâs que o n;i.edo da CFUZ poderia
par activamente dos seus estudos ou negócios. impedir de entrar nesta via. Não se esqueça, pois, ~ue
1425. C) A esta aridez junta-se uma necessidade Deus proporciona as graças à grandeza das provaçoes.
dolornsa e persistente de união mais íntima com Deus.
A) Além desta aridez persistente de que f alám~s,
"A qual inflamação do amor aos princípios não se sen- sofre também a alma horríveis tentações ; 1) contra a /e :
te. . . Ainda que às vezes ... · começa logo a sentir-se
não sentindo nada, üpagina que não crê nada ; 2) contra
alguma ânsia de Deus ; .e · quanto mais vai, mais se vai
a esperança : privada de consolações, crê-se abandona~~·
sentindo a alma. afeiçoada e inflamada em amor de
tentada de tédio e desalento ; 3) contra a castidade : a
Deus; sem saber nem entender como e donde lhe nasce
alguns se lhes dá o anjo de Satanás, que é o espí~it? d_e
o tal amor e afeição, senão que vê crescer tanto em si às
luxúria, para que lhes açoite os sentidos com abommave1s
vezes esta chama .e inflamação, que com ânsiéls' de amor
e fortes t~ntações e lhes atribule o espírito com feias
deseja a Deus.-:... Esta solicitude e cuidado põe na alma
advertências e representações mui visíveis na ima~in:-
aquela secreta contemplação, até que com o tempo, ten-
ção , que às vezes lhes é maior pena que m~rrer :
·do purga_do alguw.- ta:nto' o sentido, isfo é, a parte sensi-
4) contra a paciência: no meio de todos estes dissabores,
tiva, das forças 'e afeiç~es naturais por meio das securas
sente-se a alma inclinada a murmurar contra os outros
que nelas põe, Jª vai inflamando no espírito este amor
ou contra si mesma; e apresentam-se à imaginação, pen-
.Divino·. Mas entretanto, enfim, como o que está posto
samentos de blasfêmia de farma tão viva que a lr~gua
·em curá, tudo é padecer nesta· escura noite e seca pur-
parece pronunciar es·sas palavras ímpi!is ; 5) contr~ a
gação do · apetite, curando-se muitas 'imperteições· e exer-
pa:. de alma; assediados de mil escrúpul~s ~ perplex1d_a-
citando~se em muitas vütudes. para fazer-se capaz do
des enredam-se de tal modo nas suas 1derns que n.ao
dito amor" 2 •
podem seguir um conselho nem ceder a um raciocínio ; e
, A alma · está, pois, ori"?ntada para Deus e nã? quer é esta uma das penas mais vivas.
saber mais das criaturas ; más esta orientação é ainda vaga
e confusa, é, como a nostalgia de Deus ausente ·: ela quere-se 1427. . B) É também provada a alma por parte dos
unir a Ele, · pos-sui~lo. Se não tem ainda a experiência da homens ; 1 ) às vezes por parte dos incrédJlos que as sa~
quietude suave, é uma atracção c'onfusa, uma necessidade
surda, um mal:•-esfar indefinível ; se já gostou a união mística. turam de toda a sorte de perseguições : Et omnes _qm
1 '
é um desejo preciso de voltar a essa união 3 • pé E; volunt vivere in Christo Jesu, persecutionem patien-
t ur " 2 ,• 2) mas também por parte dos dsuperiores,
- l dos
.
amigos que, não compreendendo este esta o, sao ma 1m·

1 L. cit., p. 31. - 2· Noche oscura. dei sentido, Cancidn primera,.. 1 Noche oscura dei sentid~, Cancidn primera, e. XVI, P· 48. -
e. XI, p. 35-36. - s DoM LEHoDEY, Les Voies de l'Orai~on, p. 260. 2 // Tim., III, 12.

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CAP1TULO II
· DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 801
pr)es,sionados c~m esses reveses e aridezes persistentes ;
há-de ter o trato com o Altíssimo. O que na pl'Osperidade
3. as vezes ate por parte do director, que ora confunde
de seu gosto e consolação não fazia ; porque aquele fa-
es~c. e.sladc, com a tibieza, ora é incapaz de consolar uma
tal aflição. vor gostoso que sentia, fazia ser o apetite para Deus
alourn tanto mais atrevido do que bastava, e descortês, e
~) Estes sofrimentos íntimos vêm algumas vezes au- p~1co circunspecto" 1 . E assim, ganha com isto a virtude
menta-los males exteriores; 1) a pessoa é vítima de doen- da religião.
ça:\ (stranhas que desconcertam os médicos; 2) já não se 1429. 2. 0 O conh.eci.mento de Deus torna-se mais
s~i nem das empresas, como antes, por causa da impotên- puro e verdadeiro, e o seu amor mais desembaraçado dos
cia em que se encontra, ou pôr andar absorvida nas suas gostos sensíveis. A alma já não busca as consolações :
penas int~riores : sente-se como embotada, a ponto de os quer ágradar' a Deus unicaru.ente : ·'Faz-se ( ã alma) não
out r~s o notarem ; 3 ) so f re a lgumas vezes perdas tem-
presumida nem satisfeita, como porventura no tempo da
poÍais, que a lançam numa situação precária.,......, Numa prosp eridade saía, senão receosa e temerosa de si, não
P& ayra parece que o céu e a terra estão conjurados con- tendo de si satisfação alguma : no que está o santo temor
tra essas pobres almas. . des ., 2 .
que conserva e aumenta as v1rtu
~m muitos casos, podem essas provações ser naturais
on nao sair do padrão das que Deus envia às almas fer- 1450. 3. 0 Por esse meio se cura a. alma dos peca-
vorosas
. , para as aperf e1çoar.
· N
outros, porém, são verda- dos capitfl,i~ sob a sua forma refinada ( cf. n. 0 12<?3).
dezram t ' _,J. h I
d l en e mcsricas : recon ecem-se pe a sua instantanei- a) Assim de pratica a humildade, não sómente com re~
ac e, acuidade e pelos felizes e/eitos que _produzem na lação a Deus 1 mas também com, relação ao próximo : "Com~
l
ama. se vê ( a alma) tão seca e miserável, nem ainda por' prt~
0
meiro movimento lhe passa que vai melhor que os outros
3• nem qu.e .fües . l~ya vantagem, , como antes faz\;;t, . ant s pelo
UTILIDADES DESTA PURIFICAÇÃO
contrárío, conhece que os outros vão me_lhor. E daqui nasce
7
_ f~ já imenso proveito o ser introduzido na contempla- o amor do próximo ; porque os estima, e não os julga como
antes soía, quando se via a si com muito fervor e aos outros
çao passiva, ainda que seja escura e dolorosa. Mas há não· só conhece a sua miséria e a tem diante dos olhos, tanto
outras que S João da Cruz chama acessórias. que' não a deixa nem dá lugar para pôr os olhos em nin~
0 guém ti 3•
1428. 1. O conhecimento experimental de si mes-
1:1
, I
'l
1
"~:t
mr ,d e das suas misérias: "Por onde conhece a alma a
ade. que antes . não conhecia, da sua misé~ia. . . Já
~seu~ ~essoutro traJe ~e ~rahalho, aridez e desamparo,
b) Pratica-se também a s~briedade e:piritua~: ~omo a
alma já se não pode alimentar ae. consolaçoes sens1ve1s, des-
prende-se pouco a pouco delas, bem como de todos os b~ns
criados 1 para não se ocupar majs q1,1e dos bens _eternos i e o
d v _eczdas as_ suas pnmeiras luzes, possui e tem mais princípio da paz espiritual ; porque ª-:
conso~açoes e apeg~
h e~ as esta tao excelente e necessária virtude do co-
}"
às criaturas lhe perturbavam o coraçao. E nesta paz, culti-
va-se· a f01:tàleza, a padêricia, a longanimidade, perseve-
n :Tm:nto próprio, não se tendo já em nada nem tendo rando-se nos, exercícios que não oferecem nem consolação
sa~., açao alguma de si ; porque vê que de si não faz ;j_'.f nem atractivo..
na a _nem pode nada. E esta pbuca satisfação de si e des- ;; ~ '":. e) Q~anto 'aos- vícios espirituais, tais- como a inveja,_ a
0nsolo· que tem de que não serve a Deus, tem e estim:1. .. ~.

.et~ em mais que todas as obras e gostos primeiros que


tm ha · a alma e fazia, por mais que eies fossem ... " Deste
'
cólera, a preguiça, desembaraça-se deles a alma e adqmre
as virtudes opostas, havendo-se ~ornado maleável e humilde
sob a 'a~ção das aridezes e das tentações, irrita-se menos fã-
· . eci ment o proprro
con , · " nasce- Ih e à a Ima tratar com Deus
1 Noche oscura dei sentido, Canción primera, e. XII. - 2 Noche
com mars comedimento e cortés'iá., que .·é O que sempre oscura del sentido, Can,c/61t primera, e. XIII. - s. Noche oscura del sen-
/. tido, CaJtCidlt primera, e. XII.
1 51

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1:SU:t CAP ITUL O II
DA CON TEM PLA ÇÃO INFU SA
803
cilmente contra o próximo e cont ra si
s_ucede à inveja, porque a humildade lhe mesma ; a cari dade b) É preciso. além disso, apes ar da secu ra,
hd~des dos outros ; e quan to mais vê os faz adm irar as qua- rar na oração em uniã o com Cris to Sen
petseue-
mais se?-t_e a necessidade do trab alho e seus defeitos, tant o hor Nos so, que,
do esforço, para deles não obst ante a sua agon ia, con tinu ava
se corrigir. a orar : "fac tus in
agonia prolixius orabat" 1 . Rec orde -se
o que di~ia San ta
145 1.
4. 0 Enf im, mis tura Deu s com esta s arid Ter esa 2 : "Po r mal es que faça que m
ezes a com eçou ( a ora-
algu mas consolações espi ritu ais; qua ção men tal) , não a deix e, pois é o mei
men os pen sa. com unic a-lh e o Sen hor
ndo a alm
mui to vivas e um amo r purí ssim o ; são
a niss o
luze s inte lect uais \iê torn ar-s e a rem edia r, e sem ela será
toso ; e não o tent e o dem ónio pela
o por ond e pod e
mui to mai s dificul-
essas mer cês muito, man eira que a mim
supe rior es a tudo qua nto ela exp erim ( me tent ou) , a deixá~la,; por hum ilda
enta ra ante s, e mai s de" ; e nós pod ere-
santif-icantes. post o que ao prin cípi mos· acre scen tar, sob pret exto de inut
o , por frea r· secr eta ilH:làde.
essa infl uên cia, não julg ue assi m a
alm a. 14'5'5. e) Mas não deve querer voltar
à nieditação
~rn resu mo, essas arid ezes faze m cam discursiva, que m se capa cito u da sua
inha r a alm a imp otên cia para a
com pure za no amo r de Deu s : já não faze r; cum pre deix ar a alm a em repo
proc ede sob a in- iso. até qua ndo
fluê ncia das cons olaç ões, que r agra pare ce que não faz nti.da, con tent
dar a Deu s unic a- and o-se dum · olha r
men te. Já não há pres unç ão nem vã af ectu oso e tran quil o sobre Deu s.
com plac ênci a, com o
no temI?o do fervor sens ível ; acab
am _os mov ime ntos Qua ndo o pintor faz o r~trato -d~m
apre ssad os e os ímp etos natu rais dem a pessoa, não deve
asia do vivos : é já a esta mexer constantemente a cabe ça
paz espi ritua l que com eça a rein ar no ; aliás não poçleria o
cora ção 1 . artis ta acab ar o
seu trabalho. Dô mesmo
quer pint ar o seu retrato em nossa almamodo; quando Deu'.s
vidade das nossas potências, não temo e suspende a acti-
C onclrtsão : modo de proc eder dura nte esta serv ar em paz, e por esta paz o espíritos senijo que nos con--
pro11a.
arde cada vez mais em nós 3 • Este esta de amç,r se atei.a e
do de repoiso não
14'.52. é inacção : é ocup ação dum géne
O dire ctor das alm as. que pass am ro diferente. que exclui a
por esta preg uiça e o torp or ; impor.ta, pois, afas
prov a. deve -se mos trar cheio de bon E se, para o conseguir, é mister volt ar tar as distracções.
dad e e ded icaç ão às considerações, não
para com elas ; esclarecê-las e cons olá- haja receio de o fazer, . logo guie isso
las, dize ndo expl i- seja possível sem es-
cita men te que é uma prov ação puri forço violento.
fica dora . que dela
saír ão mel hore s, mai s pura s, mai s con
firm adas na virtu - 14'.54. d) Qua nto às virtudes, é evid ente
de. mai s agra dáve is a Deu s. q~e é p~~-
ciso con tinu ar a
cultiVá.-las, part icul arm ente às que cor~
a) A disp osiç ão prin cipa l que dev e incu resp ond em a este esta do: hum ilda de,
renú ricia , paci ên-
lcar , é a
entrega total nas mão s de Deu s : é nece cia. cari çlad e para com o próx imo , amo
ssár io beij ar ~ r de Deu s, trad u-
mão qq.e nos fere. reco nhe cend o que zido em su~v e con form idad e com a
tem os mere·cido bem sua sant a· von tade .
essa s prov açõe s ; unir -nos a Jesu s na orà9 ão che ia de con fian ça, e tudo isto
sua ago nia e repe tir por uma espécie
hum ilde men te a sua oraç ão : "Me u de entr ega tota l nas mão s de Deu s. · Se
Pai. se é poss ível . se faz isto animo-
pass e de mim este cáli x f Con tudo , sam ~nt~ . será este esta do urna verd
não- com o· eu que ro, adei ra· min a de oiro
senã o com o Vós quer eis : Pater mi, que se espl orar á para o mai or bem da
si possibile est, tran- alm a . . -
s~at a "!;e calix iste ; veru mta men non . '

2
sicu t ego uolo, sed e) A duração da. prq\tá vari a con form e os
SlCU t tu • desígnios
. de Deu s; o grau d,e uniã o a que Ele
dest ina a alm a e o
1 Noche oscura dei sentido, Canc
XXVI, 39. lón primera, e. XIII. - 2 Mt. 1 Lc. XXi, 43. - 2 Vida,-
Pren sa, 1920) p. 39.- S Noche oscure.a Vlll (Mad-rid,. Apostolado de la
dei sentido, Canci6n primera, e. X.

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804 CAPITULO II DA CONTEMPLAÇA:O INFUS A 805

mai_o~ ou r?eno r núme ro de im perfei ções , que restam para m ent e dita; '3 .0 o sono das potên cias que a comp leta e
punf1 car ; pode- se prolon gar d e dois a quinz e anos, p'.cpa ra a unifio plena das facnld ades .
di-
zem os autore s ~spiri tuais 1 . Mas há inlerv alos de repois
o,
duran te os quais a alma respir a, goza de Deus e retom
a I .º Ü RECOL HIMEN TO PASSIV O
forç~s para novos comb ates.· Por conse guinte , paciência,
confia nça e entrega total nas mãos de Deus, eis em re- ·t4'.56·. A) ·Natureza. Este recolh iment o é as~im ch~--
sumo o que o· direct or acons elharó . a estas almas assim mado , para· o di~tinguir do recolh iment o activo, que :
se
prova das. ?-dquire pel,os nossos próprios esforç as .ajuda dos .da graça
II. Da quje_tud~ suave. (n.~. .1317) ; o recolhimento- passivo não se obtém , efec~
tivam eole ,. .<'-pelõ enten_diâ1ento , pro"curando pensa r den-
tro de si ·em Deus , nem pela imagi nação , imagi nando
-o
em si'' 1 ; mas pela acç ã,o .d.i.r ecta da graça divina , sobre
as nossa s faculd ades . É p~Í
isso que Santa Tere~a lhe
cham a a prime ira. oraçã o sobrenatural por ela experirr{en~
tàda ; " A príme ira o_ração que senti, a meu parec er, so-
bren~ tural ( que ~ssim , cham o eu o que ·com indús tria
ne~ cl~li ~,ê.nn9c\. se pode adq~i ri.r, ainda que muito s,e p~~
cure ; pos~ qt,1e dispor -se para isso, sim, e d~ve die fazer
muito ao cas~} é um recolhin:iento ínterio r que se ' sente
na alma, que parêc e ela tem outros sentid os, como cá os
exteri ores, que ela em si parec e · se quer apa11:ar do bü-
lído dest'es . exteri o'r~ ; e assim afoum as vezes · os leva
~frás',<:le si, q{1e. lhe dá v~~t~d~ de fecha ; ~s -~lhos e nã9_
ou.vir .-nem · ver, nem -enten der, senão .aquil o em que
à
alma entã<i>· s·e ocupa , que ê tratar com Deus a sós. ·Aqui
rtãó se peiélé nerihu m · sentid o nem potên ci~, que tt1'dq
e~tá inteiro , mas está-o para empregar~se -~in Oeus"' 2 • ,
· ' •
.,
. • j
Noutr a parte ,explica isto a Santa por meio duma gra~
ciosa I cç::,mparação : os sentidós e potên cias, haviam saído
do
Càstel o, para ' it ' viver· ·coin gérlte estranha: inimig a; . depois
,
rec:onhec:endo ·a sua :falta, tinham~se acerca do do' Castel
o;
sem · contuq o ·ªA<:lbarem de estar dentro . O graµde Rei
hapita 9 centro do Ça,~te\(), po;r sua g·rancle. · misericórdia que
qtÚÚ; torná~los a Si; "e, como bom pastor , com um silvo,
,
su·ave que quase · o não percebem eles 'nfesmôs-, faz que tão co~
nheçaro a sua voz, e ·que não andem tão· 'perdidos, senão
que
Sé ~.ornem à• sua morad a ; e tem tanta .for.ça este
silvo do pas,,.
tor, que des~mparam. ,as coi.s as exteri ores erp. · que estava
cnleados, e se metem no Castelo. Parece~me que nunca o m
dei
. ! - ;-
. ">_'\'.
· .1 TE"EsA; Castlllo interior, Cuartas Moradas,. e: III, Madrid ,
SANTA
(Apostolado.:de lã ; Prens"IÍl 1920), p: 251. - ll ,. S:t.NTA ' TERESA
espiritua/es, Al Padre Rodrig o Álvarez, (Madrid, 1921), p; 466. , Relaciones
;

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-~1,CJ ..l.UL U l! DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA
807
a entender' como agor a" 1 • S. Fran cisco
outr a com para ção, não menos expr essiv de Sale s 2 dá~nos actu ar, ocup a-a doutro modo e ,instrui-o melh
or do qu~ o
a : "Ta l com o quem pod eria fazer a nossa actívidade. Fora dess
puse sse um peda ço de iman entre vári as e caso, porem,
as suas pont as voltarem~se subi tame nte agul has, veria toda s as nossas potê ncia s são feitas para operar.
para o lado do seu
iman querido, e virem unir~se a ele, assim
Cris to Senh or Nos so faz sent ir no meio também, quan do
da noss a alma a sua 2.º A QUIE TUDE PRÓ PRl~ MEN TE DITA
deliciosíssima presença, toda s as. noss as ·
facu
para esse lado, para virem unir~se á esta. lda.d es se volta m
ÇU!ra ". inco mpa rá\;e l do-- Exp onh amo s a sua natureza, a ·su~ origem
é progres-
:sos, as suas formas diversas, e a maneira de
Pode-se. p~is, definir este recolhimento pass proceder que
ivo : uma se deve observar.
doce e a/ectuosa absorpção da inteligência
e da vont ade
em Deu s, ·prod uzid a por. uma graça· espe
cial 14~8. A) Natureza. Nes ta oração a p~rte
San to;· • · do Espfri'to _ supe-
· · rior da· ~lma, ·inteligência e vont ade, -é tom
ada por_ De~ s,
· 145'7. B) 'Modo de procedei'. Este que lhe faz gostar suavíssimo repo
favor é geral- iso com a mais v:va
me11te o prel údió da oração de q{rietude aleg ria da sua pres ença ; mas o ente n?im
:' pode , cont udo :nto :. ou P?ten-
não ser mais que triinsitório, como suce de cia de raciocinar, a memória e a imagmaç
em certas oca- ao fica m hvres,
~iões em que a alma está mais fervórosa, e são por vezes uma fonbe · de distr
por ,e:X:emplo, no acções. · ·
mom ento dum a tom ada de : hábi to, êlos a} Eis como Sant a Tere sa expl ica o cará
votos: ·Je uma tura l dest a oraç ão, e a mani::ira como a vo~t ~ter sobrena--
orde naçã o. Don de se ·inferem duas con,clusõ ade e tomada p~t
es -~~â ticas :- Deu s 1 : "2 já coisa sob.rçna~~rare que no~
a) Se Deu s nos mergulhá. nest e r~~olhime;;to pode mos procurar, por diligências que me~r nos nos nao
, h~ve-
mos de imp edir suav eme nte o entendim.ento . ôr~se a alma em paz, ou, por melhor f~çam os: forq tS éhum
dizer'... põ.. a o en or,
de discorrer ~om sua pres ença , como fez ao ·justo Sime
mas sem faze r o esforço p~r~ o· susp~nde
. · ., · "Sem . violê ncia algu ma nem ruíd o proc
r. : ·, .. . as . otências. se sossegam. Ente nde a alma ao, porq ue to~as
~i:e atalh ar ~ di~.,. pt . fora de ente nder com,.os sentidos - exter , po~ uma man e ra
corr er do fiitendimento, 'não poré m StJSpeodê-lo, nem o mm o iore~. que es~
pen- ·á muit o ,, perto do seu Deus, que, ~om poUÇochm . . . ho mais
same nto, senã o que é bem· lemb rar-s e ã ,
Deu s, e quem: é, este Deu s. Se· o 'mesmo•
·g'ue está dian te de
•que ·sent e em si ·o
~heg ará a estar feita- uma mesma coisa
Isto ,não é orqu e o vê com os olhos do
com Ele . PºJ ji o.
abso rver , muit o emb ora ; mas não proc ure
porq ue é dado à vont ade ; deix e-a go~13r
~ntender o, que: _é, 'T ã~~p ouco pvia O justo Sime ão mais que
corp o n~m a a ~ª·
s~m o g~o r1os oe!: nJ~
tria mais que algu mas pala vras amo rôsa 1 n~nh wna ind.ú~: Pobt.e,,.1·n
~ •
ho
· · •.
mas dew-se--lhe o mesmo Men mo a
1
s" . · . · E assim o .entende cá q al~a , po&to que nao - m essa e a ri...
b) M~s. se Deu s nos não fala · ao cor~ção.' "se dade ; porq ue aind a ela nao ente nde como co d não
não .c;er . ue se vê no reino ( ao menos d o kn~e.n ~. ªe lhe '
t~mos 'sirtaI algu m de ·que este · ~ivzno Rei
pôs . ~ni· nós os olfio·s .. não h~v:emos ' de ~sta
:i;t.os ouv iu ou hã-d 1 qar) ' :e -par ece que a ~es1!1ª allfia
perto O jf 1e S .w
r 'r:iâ.i~ ali' çqi;no está ÇOp;l acata--
pasm ados .'.'., diz San ta Tere~a 2 • Porq ue, tant men ta, àind a para não ou~~r pedi r .. :
o que a alm a .
A vontade é aqui a c~ti~ ~- e, se ,algu ma .p.~ln·ba. ~ e ter,
sEHesfórçaL·por encadear- o pens ame nto, cave
m maio r se~ . .· .
esta nd o a,s&1m, . e• .vex:. · que há-d e torn ar a ter a . 1. er da d e ...
· · lh · q- .. . , - ·· ·
cura qi1e ante s, e a próprfa violência'. que
se impõe, para nem pare ce 1·ha· h.â- de da~•·· Enfi m
• ' en..
nã6 pens ar e~ -U:ada, lhe tom a· a ímq.gina ~U: ~o i!to d~= ~~o m a satis façã o e delei
ção mais inqµte- - - . mb . bida& ~e qµbl? em si têhã
ta.,_ Dem ais, n.ão dev.emos pens ar mais que esta o tao ': ., ~ _. , .,.e ãabso rta&, q~ n~o. se 1em ram que .
!n.a glóri~ .de mais que aest?J.ar. sen _o .· qu~: · de bom -grado diria m çom S.
.
Deu s. e não nas con:solações ou gostos pess
oais. Qaa ndo Ped ro: "S~~hqr, f,~am os aqm três mora d ,,
Sua as . .
Div ina Maj esta de quer que o ente ndim ento
: ,, ; 'I cesse• de
1
·. : . ' . . .

Castillo interior, Cuartas moradas, e. III, (Mad


í ·• 1 catiiin~ d~ ·pe1Jécci6~, e.
XXXI i~i~d ri:~
não fala mais qdue ,d~ V(_m:r!!hfeºreq:~ prirn
ii;~/;a}!~~d:S ~:U\~
·251. - ll 'Tratado do. amor . rid, 1920), p. 250- clro'lugar, vlsto 'ser a con-
Deus, · t. J,. L. IV; e: •1, (Porto, dades, é toma a princip
p. ; 5()() •..,:.. s ,, Castil/o interior,deGuar tas 1910)
Moradas, e. III, (Madrid, -1920),,
ainda qne de conhecimento; mas,
templação um? ct~/ ~v!~ º~e~ ~I5numirtada
p.25 4.-4 ·L;c. ,p.•2 53. .' .· · .. · :· ·, ~~;::bé;. pela intelfgêncla, está esta
:~n~ ~rfa ~edi da ,,~lJ a acção divina. ·

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DA CON TEM PLA ÇÃO INF USA
809
Cor no só a von tad e .é cati va, pod
tras dua s potê ncia s, acr-escenta em extr avia r-se as ou- gos to não se pod e hav er cá, nem
a San ta 1: "As out ras dua s há riqu eza s, nem ;sen hor ios,
pot ênc ias ajud am a von tade , par nem hon ras, nem deleites que bas
tem a dar ~m ab~ir e fech~r
par a goz ar de tan to bem ; pos a que se vá faze ndo há'bíl de olh os des te con tent ame nto,
por que é ver dad eiro , e conA
to que alg wna s vezes, ain da tent ame nto que se vê que nos
est~ ndo _uni da a von tade , suc con tent a ... ". '
ede des ajud arem mui to ; mas
enta o nao faça cas o delas, sen A cau sa pÍ·incipal des ta aleg ria .é a pre
ão
q~i~.tude .. Po~que, se as que r reco este ja-s e em . seu goz o e sen ça de Q,eµs
rao . A 1ma gma ção sob retu do se lher , ela e elas se per de- sen tida :
ext rav ia mui tas vez es e nos ,.
fati ga pelo seu rtiíd o ens urd ece "Qu er Deu s por sua gran,deza
dor ; é um a ver dad eira tara - que entex:i:dà esta. ~lma
mel a de moi nho : "De ixem os and · está sua Ma jest ade tão per to
e moa mos a nos sa fari nha , não ar esta tara mel a de moi nho , dela que jã ·n ão há. mistef
deix and o de ope rar a von - env iar- lhe men sag eiro s, sen ão
tad e e ente ndi men to" 2_ não a vozes, por que está já tãofala r ela mes ma com Ele. _e
per to, que men ean do os la-
bios a ente nde " 1 •. Não há. dúv
,11l9., h) .. A alegria. espiritual pro duz •DeQs está· sem pre connosco.~
ida, acrescen,ta a San ta, qué
rda . na qui e- · mas trat ~-sé ·dum a pre~ença
tud e é mu ito di/erente da que esp ecia l : "qu er este div in9 Imp
se goza na oração àdi va.
É o que San ta Ter esa exp lica , ente nda mos aqu i ·qU'e nos e11tendeE:rador .e Sen hor no~so que
com par and o os gostos di- ·, e o que faz sua pres enç a,
vino~ pro duz ido s pel a con tem pla e que, .que r .par ticu làrq ient e c9m
mentos ou con sola çõe s da ora.ção
ção , com os con ten ta- i
gra nde sati sfaç ão inte rior e exte
e_çar, ·1' •
o~~ rat. '.na. alm a em
rior
ren ças provenjent.es da origem
acti va. Há dua s dif e-
e dos e/eitos.
t.. . 144 0. · e) Est a dila taç ão
. . . ,
da alm a pro duz , disposi-
1 ) · Os gostos divinos vêm cõ~s r~irtuosas exc elen tes, em par
dtr ~ct a~e nte da acção ticu lar : o temorc.. de o.fen-
.~e Deu s, aó pass'O que os con der a Deu s, que sub stit ui 0 tem or.
teniameáfos vêm da nos'~a do inf.emo. o am or da
a·,ctivid,ade ,at~xiliada pel a gr,;ça. pen.itênçia e das cruzes,. a hum ilda
, : · ' ·. ·' · de, o des pre zo das ale+
· grws do mu ndo : ,-,
_ Pa.l'a o. d_ar. a compree~de_r,
raç ao dos d~is .. ,tanque~ : um e ·:s~r~e-~e a San ta da com pa- 1) "As sim 'es.t a., suav~dape e
des afo go inte rior se vê. no
.a'1'1.mentado por" um aqu edu to
qu~ traz as; agu as de ·longe:; a que lhe fica, par a nã<> esta r tã,o
águ a ent ra nel e·co m:r uíd o: é ~t~d,a S?1:1º An.tes, na~ co1s~~
a rma ge~ . d~s consolações• que dó ·s erv iço de Deus,' sen ão c~m
o outro· ·e.;a ltm enta do por um man se ~os tam na ora ção · acti va ; rito ; assim em não se ar,ig1:11:ttar m?~to ma;1s h.?~~~-ade de esp1:
anc ial que bro ta do mes mo com o tem or- do 11;1ferno, P.º1:
fun do ~ se~ enche··sem :ruído· algu que aind a•q ue lhe fica mai or.c le·n
ão ofe nde r a 0eu s, o serv il
m: ima gem da contemplação~ per de- se aqui: fica _com gra nde
em que a a guia ·da con sola ção "co confiança_ que_o hãAde goz ar.
alm a com· gra ndí ssim a paz , tran rre d<!f 'ma is ínti mo da nos sa 2) O que cos tum ~va ter. par ~
saú de, já lhe par ece que tud o pod e: pemt~nc1~, de P,e.r~er ,~
qui lida de e .sua vid ade '' a,! : faz,
>
. . 2) E ~ssin'l _é . que .as · aleg
seja s de fazê -la que até entã o. era· em Deu s, .~e~ ~ai s ~e
mi,uto supem?.res as da e-ração rias ' da : con t~m plaç ão são
jorr a;. ~q~ela '. _água· :celestial dest etiva : ··''C om o com eça a
·a dos trab alho s já vai; mai s, .temper~O tem or que c?stu1:1av~ ter
do; por que esta ~ai s, v1.va a
pro fun do rle nos mesmos, par ece ~ . man anc ial que· 'dig o, do fé ; e ente nde que, se os pas sa por
I;).e~~• ~u.~ Ma J!st ade lhe
que 'se vài dilà tand ó e alar.:. dar á gra ça, par a que os ~<>fra
gan do .~ado o nos so i1;1terioi-' 1 e co~ pac1.ep.pa:; ,e ~te algt p,ia s
pro duz ihd o :·uh·s . béh~ que não vez es os des eja, por que fi~a tam
se pod~n_i ?{~~r, nem ain da a alm
se lhe da. ah. ·En tend e· um à frag a sab e ·eht end er :que é o que faze r algu ma cois a por Deu s. 3) bem u~a ~ra nde ,vo pta de ~e
rân cia, aiga mos . ago ra, c6m o Com o vai con hec end o mai s
a; sua gra nde za, tel)l-se
se:. p.~qu~l~ f~tido in~erior esti .vou . já . já .po~ mai s miseráv,~L14) Com ?
yes
de1tasse?.1 . :~sc end ente s perf ume sé lim l:Wâsefro aon de se os gos tos .d e o· - q ue·. na~o·, P"'S pro--
s .. :" 4. Ma s · acre sce nta a • e_\.1S1 ;, ve. .. Sall l . de· hxo os
.
do mun do; vai-:-se pou co .a pou _
~an t~ '!u.e tud ó pqu ilo nã.0 pas
sa co afastap-d?, g,ele~,. e e m~i.s .
m1perfe1.t~. Na· s~a, Vid a 5 , afir .. de uni.a- totn p~r àçã o bem sên hor a de si par a '? faze!'., Enf
mel ham.. a~ do ceu ·e que a alm a
ma que esta s' 'à le'g rias ' se asse - niel lior ada . e não d~~xprá ·de ir im, :~fP.}9:?·ª.~ c;1s_.virtu~es fa~a
perd e· o des ejo das cois as da cresceriâ;.;o! ~~ ua,o tom a atra s
terra_: ~e . clar ame nte (a alm jã ~· faz~r: ·ofens~s Pf De us; potq
a) que um mom ento dàq uele
. . sub ida que esteJa uma alm a no
ü,e _,en!~~ 1!4clo s~, p~rde,
cume
?ºr
.
.. . 1 . V.ida, e. XIV (,~idrid, 19~0), .P• 136 144,1 ~ · De fin içã o. · De sta des
Jl"'
r' . .
UlS mor ada.s, e. l (Mad~1d, 1920 .-2 Casti/16 . interior, Cua r- ~ri~ão s~ P?_d·~ conclut~
mor adas , ç, .II _(,Madrid, 1920),. ), p. 244. - :l · Cas tiilo interior Cua rtas.
• • • •
• f • •• ~ • • •

e. XIV, (Ma drtd , I9Z0), p; .137 ,.p, 245-246. - 4 · /bid . p 247 _'i; Vida ·. , .1 · Vida, e. J, p.'·137. -- l! ,
.. L:r'. ·, · , •. t •
' • · · · ·• /bid.,p. 137-138. - 8 · Castlllo lnteriótr;
Cua rtas mor adas , e. Jll (Ma drid
, 1920), P• 255.

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810 CAP1TULO II DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 811
que a quietude é uma oração sobrenatural, incompleta- forte e consciente, e, se a alma corresponde à graça, vem
mente passiva,_ que se prodU'z na parte superior da alma a terminar na união plena e no êxtase. Mas, se é infiel. pode
e lhe faz sentir e gostar a Deus presente junto dela. tornar atrás e recair na oração discursiva ou até perder a
graça.
É uma oração sobrenatural, isto é, infusa, e nisto nos
separamos de alguns Carmelitas que, considerando-a 1445. C) Formas ou variedades da quietude.
como__m:pa oração de transição, pensam que pode ser Distinguem-se três principais: a quietude silenciosa, oran-
1
a~qumda comb· a oração de simplicidade. Mas com eles te e operante .

dizem?s que r1ão é senão incompletamente passiva, pois a) Na quietude silenciosa, contempla a alma a Deus
que _sQ a vontade ( com a inteligência) é cativa, e O en- num silêncio cheio de amor, ~fogando ~ admiração, por
• tendnneqto e a- imaginaçã<> ficam com liberdade de• diva'" assim dizer, qu~lquer ·palavra ; . él vontade,- imersa .em
g~r. Quan~~ aos gostos divinos e às virtudes que deles Deus. e inflamada de amor para cotn Ele, repoisa: delicio-
sao fruto, Ja os explicámos suficientemente (n.º 1439). samente nele numa união serena, tra.:qquila: saborosa. '
14~2. h) Origem. e :progresso da quietude. a) Em Qual ..mãe a olhar com ternµra par8< ,o filhinho, tal. ..a
geral, e concedida a quietude a' .s almas que se exercita- alma contemplando e amando o :;eu Deu~. "Es~~ a alma, çliz
ram já na meditação· por tempo notável e passaram pela Santa Teresa 2 , como criancinha, quando está aos pçitqs .c,le
noite dos sentidos. · sua ~ãe e ela, sem que o filhinho .mov3; o_s lábios, , lhe, lança
o leite na boca para o .r~gahu·". Do ..n:i.~sJAo. mq~o-aqt.ij ,~stá
Po~ vezes, contudo, precede esta última, sobretudo a v~ntade no seu am,or, sem ~sforço do e.J;J,,t~ndiJl).çnt~- .·:
nas_f?nai~ças ou almas inocentes que não precisam de
pun 1caçao especial. . 1444. b) ·As vezes à alma, não podetl~o jf çont'ef o
aqior, exp~nde~s,e n:uma ~rdente ·~úpJica' :,/. -~:'..q~;'i efude
L). Ao p~íncípio, não é dada senão de tempos a tem- ~rante: Ora se difunde ,em doces colóquios; ora se entre-
pos, de maneira, 1,a~t,mte frapa e inconsciente ; dura pou- ga às ·efusões da sua ternura e convida todas &:s ériaturas
cMo, P_qr 1exiempio, d. IZ Santa reresa, o espaço duma Ave:.. a louvar a Deus. : "diz mil desàtino'S ..•
sanfos, atin'ando
-I ana
. 1 •
Dep. ois
· vai-se
· t oman d o mais frequente e pro- . , s .
sempre a contentar a quem a t,em ?-ssi,m . . . :_:
vonga~ao r;'-~is até. êer:,a. de meia hora. Mas, como não
:f de sub1to ne1:-1 · tao-pouco desaparece dre repente,
. Santa Teresa compunha então copias, para pintar o seu
amor e o seu tormento. Âs vezes cor.responde •também Deus
p e, com ~ su~ a.lva ,e o seu crepúsculo, chegar a uma a estes arroubos de amor com afectuosas- carícias ,que pl'o--
hora ou at~ .mais. Alem disso, quando é operante (n ° duzem· uma espécie de embriaguez- espiritual,-/"que, segundo
S. Francisco de Sales ·4 , nos aliena, não ,do -sentimento espir.l~
1445) . e acompanhada . de embriaguez espiritual, pode tual, mas dos sentidos corporais, que nos não embota nem
roiongar-se um ou do,is dias,. sem imped-ir aliás a alma bestializa, mas nos angeliza e diviniza, . fazendo~no~ sair de
. e se entr~gar às ocupações ordinária·s. . nós mesmos .. ·. para nós elevar acima de'ºnós mesihós" .
á .d· e) A quietude sa_b'!ros! pode alternar com a quietude 1445. e) Há casos em que ç1. quietude se tprna
r1 a, enquanto a punficaçao da alma não está terminada operante. Quando a quietude, diz Santa, T ~resa 1,, é pro-
d) Che · . . '
h b ·t . l ~~. enfim o momento em que a quietude se toma funda e de longa duração, como só a vo;nta,de está cativa.
~ i ua : en:ra .nela então geralmente a alma tanto ue se
~~;õ:: rr~,çao;/s vez_eAs é to~ada de improvis~ até na'! ocu~
ais vu gares. ssim mesmo tende a tomar~se mais
ficam as outras f acuidades livres para se ocuparew dq
servico de Deus e fazem-no com muito mais actividade :
---- entã~, _coni. se, oçupar :em obras ext'ér~:íres·, não cessa a
1 S, João da Cruz faz notar /Subida del M t,
e. XIV) que O tempo passa tão rà '·ct on e Carmelo, L. II,
templação, que por vezes há PI amente, quando se goza da con- · 1 Já· CASSIANO havia n~~ado ·estas ·v ~;i;dades, Co/1.L x,· e. 24. ~
não ter durado mais que do1~gi:ºt s_obre. ª sua duração: o que paréce 2 Camino de perfeccid1t, e. · XXXI (Madrid, 1920), p. 130. - B Vida,
prolongado mais. . . res mmutos pode multo bem ter-se 1 e. XVI (Madrid, 1920) 1 p. 153. - 4 Amor de Deus, L. VI, e. VI (Porto,
lt
1910), p. 556. - 5 Camlno de perfección., e. XXXI.
'
l .
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..._,,u-11 ULV 11
DA CON TEM PLA ÇÃO INF USA
813
alm a de ama r a Deu s ard ent eme
nte : é a uni ão de Ma rta h) Tan to. que se sent e a , acç
e de Ma ria. da acç ão e da con tem ão. diyi na, é nec essá rio
plaç ão. ada ptar -se~ lhe O mai s perf eita men
te p<:>ssív~l, c:essando. de
di~c orre r e segu indo dõc ilme nte
o mov ime nto da, graç a • ~
: 3·º... 9 ~ON O ,DAS POT~_NpA S 1\ Se som os chamac;los a uni ~ilên
ciÓ af~c tuos o, olh ~
mos e' ame mos ·sem dize r nad a,
du ·9i_iando mui t? pró.firamos
1446. Est a terc eira fase da qui etu de qua ndo em qua ndo algur;1a~
mai s elev ada , que pre par a a uni
de é um a form a
aviv· ar a chama· do · '.:.-1.or sem faze9ala vra s de _term1r~, p_a r~
r dess es· esfo
ão ple na das fac uld ade s i:1111 • •• . .•
rços •v10l• e_nt9s
interiores. que a pod_éiià'rit extirtgufr. • , ,
· . . ·
Dest'rev~~·a San ta . Ter ~sa no c. XV 2) S~· s~~ os indi ~ád os a faze
II da sua ,Vid a 1 : r actos, s·e os ~:fectos
"Or a pois ; suc ede mui tas vezes· bro tam com o· de nasc ente , orem os
esta man eira de ' uniã o, que pala vras , mas com gran de _desejo suav eme nte, sem: rui,~o ~e
que rb dizer., .·: que colh e Deuis de- ,•ser esctitl;l~O&•..- · Mais . •
a von tade e aind a i o entendi:.. fazem aqu i ao caso uma s palh itas
men ta, a lh_eu ,parec;er, por que não pos tas .com -hum1ldade_-. • e
disc orre , sen ão que está mai s ajud am a acen der (o fog
oc~1pado goz,,i.ndo de Deu s, com O o), do que .mu ita lenh a Jun ta
o
tant o, que nãó sab e p~r a 'dnde olha que m está olha ndo , e vê de razõ es mui dou tas, a nos so
pare cer, que num c_redo a
r
(jun to'c om a:·ii:haginação dev e ser) .. '. A mem ória fica livr e a foga rao- 1 É· nec essá rio sob retu do, âcre scen
• d" S-.t , Fran~
, e elá: cbin o ·se· vê só, é • --- ,
cisc o de Sale s 2, evit ar os ímp etos ta
par a knf var a 'De us ·a guerr.;i · qúie viol ento s. m 1sc!"e os q~e
soss ega r' tudo ·; a mim can sad a me dá, e com o pró cura desas-~ fati gam O cora ção e os nerv os
tem, ·e abó rred da a tén}lo, ; , e ~que~as refl exo es sob re
e mui tas ·veze·s•'suplicó' ao · Sen si mesmo, que fflzem que a alm
hor, se tant o me há~de esto rvar , a . se .mql1:1ete por .sab er . ,se a
ma tire nest es :tem'pos ·. ·_.. Com o tran quil idad e de que goz a é bem
o ente ndim ento ·a não ci'juda , tran quil a. . , . · .
po.uco. p.ei;n i;n,µi!ch .. · não pár111 em 3) Se O ente ndim ento e a ima
par a outr a, que não . pare ce sen ão nq.da, sen ão 9e uma cois a · - · t a 'alm a com isso nem se gina ç~o di~a g~~ • não s~
dest
tes, im~brturias e.' 1desa ssos séga clas as mar ipos itas das noi~
outr o lado : · Em e!xtreino me pare , assi m and a ' dum par a
!~1~ 1
::-! e ( a vontade:) . a goz ar do favo
iq o
pon ha a corl 'er atra s deles ,
r que lhe é :con
ce com uma· .pru den te abe·Iha no •f un d o d seu , reti ro. cedi do,
com para ção ;. por que ;,ajn da que ·não 'lhe· ·vem a màt ar esta lug ar de entr ar na colmei~, .~e . º··. T . . . . . . Se em_
algu m,, ,imp ortu na ~Pi>. 9~1e ,? vêe
tem forç a pat a faze r mal fosse~~ ,~~ ªfe~ h"s .tod as ª
m., .. " Qua.nto ao mefo de pro éurâ umá da~ ~utr as, como
triu nfar dest es dev ane ios, não assi 1 se f ~na o me •
nala a San ta mai s que um
só: ··o últim o remedíé> que enc
ontr ei. . . é ... que não se faça
caso dela -ma is que. dum loUJCo,
·sen
teim a, que ·:só ·De us,l he -pode tira ão deixá-la··· com a sua Or açã o d.e 'tin ião ·pte,na
r". ,:-e,·C0mo se, vê, é p<:>is
uma oraç ão·· de quie tude ,··em que
colh ido por Deu s, mas em que o- mes ino ente ndim ento é 1448. Est a ora·ç ão, que cor resp ond
a ima gina ção con tinu a a di- e à qui nta mo-
vag ar. É uma pre par açã o par a râ.d·â -· cha ma- se união simples ou
l ' a uniã o plen a. , ·· . . união plena. ,das fa:ro!-
dad ;s interiores, por que a alin a é,
- , ' . : 'l ._ i uni_~ª ·a De~ s n~o ·so-
.Cp14p'· l;'RÔÇEDER. NA me. n t e"' pe1a·· von tad e . mas ain da por ·tod as as fac uld ade s
, ·· :. '.
ORAÇÂ,,O DE QUI ETU DE
irit'eriores ; é, pois; má.is -perfeita . . . ',:, t
qu~ ~ - ~r~ ?ªº ºe qme_ u-
·a.. ..
1447. · A disp osiç ão ger~l qúe se dev de .. Vàmo'S des crev er: 1. 0 a sua
e cult i~á r nes te ri.a ture za; 2. os seus
esta .d o
é 'a· d·r humilde -e tôtál"eiúrefl.ª nas e/éifos.
. ! ~ 1 .; ,. •
mão s de Deus ., :, .. ..
em tod as as· fas·es des ta ora ção
i , des de o prin cípi o até l. Natu re-z a da
' ! o' fiirf oraç ão de uniã o.

à) Não dev e, pois, a alm a faze r


à si mes ma nest e· esta do, pro esfo rço por se colo car
cura ndo susp end er as potê ncia s
e até a ,resp ii:aç ão ; seri a perd er
tem po e feitio, por que só
Deu s nos pq~e dat a con tem pl~~
ão.. .
. f.
:
1 Ed. de Madrid ' 1920 p. 160.
1

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814 CAPfTULO II DA CONTEMPLAÇÃ<::l INFUSA 815
i.
1
"Pois. torna?dó; diz Santa Teresa 1 , ao sinal que digo é não se apodera senão da vontade e, d~pois de passada,
o ver~adeiro :. ja ':e~es como esta alma a fez Deus de todo ainda às vezes se duvida se esteve a alma unida a Deus.
louca , para 1mpr1m1r melhor nelà a sabedoria, que nem vê,
nem ouve, nem en~endf? no tempo que está assim, que é sem-
Pode-se, pois, definir: uma umao muito íntima da
pre. curto, .e ~!1e .amc;lé,l 1mu.ito mais curto lhe parece a ela do alma com Deus, acompanhada da suspensão de todas as
~u.e_ deve s~r . __Por_ pu~Fºf termos, não sã.mente a vontade. faculdades interiores e da certeza da presença de Deus
senao tamberr,. Q entendimento e a imaginação ficam sus- na alma,
pensos n<: séu exercício. Assim prossegue a Santa : "Fixa-se
Deus a s1 mesmo no interior daquela alma de maneira que II. Efeitos da oraçãó' de união.
quando torna em -·si. de forma alguma possa duvidar qu;
estev.: ~m: Deus ~-Deus.nela 3 ; com·tanta firmeza lhe fica 1451. 1. ú O efeito principal é uma maravilhosa
esta verdade, .que ainda qüe passem anos s·éni tornar-lhe ·transformãção da alma qué; segundo Santa Teresâ, se
Deus.a fazer.,aquela mercê, nem, lhe esquece nem pode duvi~
dar que esteve· (em Deus) ". pode comparar à metamorfose do bicho da seda.
Estes bichinhos criam-se com folhas de amoreirçt, fiam a
· , ;f 450. ·2. 0 Destes doi~, caracteres derivam-se outros seda, e assim formam pequenos capulhos onde se encerram
três: e morrem: de cada um dos· capulhos s·e escap,a uma maripo-
sinha branca muito g'l"aciosa. Assim a rtossa alma, depois de
a) · A ausênc~a- de distracções, pois que a alma está se haver alimentado de leituras, orações e sacramentos cons"'.
toda inteiramente-absorvida. em Déus. trói a sua pequenina casa, tece o seu capulho com a renún-
cia, morre a si mesma e c.onverte-se numa graciosa borboleta
h) A. a~sênciÍ:Z de Jadiga.,:.. o trahalho. pessoal reduz- branca 1 • Imagem da maravilhosa metamorfose que-, pela
oração de união, se opera em nossa alma ! Esta alrpa,; que
-s.e: a ~~ito 1;ouco ; basta, efedivamente, .entregar-se a~ antes tinha medo da cruz, sente-se cheia âe generosidade e
beneplac1to ;. d_e 'Deus ; o' maná do '-céú cai na alma e disposta a fazer por Deus os mais' penosos sacrifícios,.'
esta não tem' senão qµe o s'abpiear. E assim· esta oração,
por longa que seja, não faz mal à saúde 4. · ·
E aqui Santa Teresa entra em alguns pormenores ;
descreve o zelo arclente que estimula a alma a glorificar
e) Uma abunddnçia de alegria ~xtraordinária. "Cá -a Deus, a tomá-lo conhecido e amado de todas as criatu-
não há sentir, diz Santa Teresa 5 , senão gozar sem en- ras ; o desapego das criaturas chegando até ao desejo de
tende~ o que se goza ; entende-se que se. goza 1,1:i:n bem. sair deste mundo em que Deus é tão o,fendiqo ; a sub-
onde Jtmt,amente se encerram todos os bens, mas não se missão perfeita à vontade de Deus, que já n~o oferece
coi:npreende este bem. Ocupam-se todos os sentidos ( in~ mais r~sistência à graça que a ,cer8: inale, em ciue se .im-
tenores) neste gozq, de man_eira que não fica nenhum prime um sinete ; uma grande caridade para com Q pró-
desocupado para poder. ( ocup,ar-sé) em outra coisa nem ximo, que se manifesta pelas qbras e faz que nos, regozi-
interior nem exteriprmente". . . E acrescenta que um mo- jemos com os elogios que se· dão aos outros 2 •
1!1ento só destas puras delícias basta para nos ·compensar 1452. 2. 0 Esta união é prelúdio doutra, muito mais per.-
de todas as penas deste mundo. feita : é como o primeiro encontro com e> espc;>so, dentro em
Distingue-se, pois, esta oração da quietude, a qual breve segufçlo, se correspondemos à graça, dos d~sposórios
espirituais, e enfim do matrimónio místico. - Mas não .se
f v:dacastulo lt1i{!rior, Moradas quintas, e. I (Madrid, 1920)1 p 264 •
deve cessar, diz-nos a Santa, de progrediu :no caminho do
e · , e. X':'.:III, - 2 Que la hizo Díos boba del todo. - s Dá. distÓ desprendimento e do amor. Qualquer paragem seria seguida
.J f ;ª~t_a ~ razao Castlllo, I. e. p. 262 : e Porque .está Sua divina Majes-
a ~ ª<? J,unto e unido com a essência. da alma, que .não ousará chegar
de relaxamento e retrocesso 3 •
1/ [o JmomoJ ... •· - 4 V~da, c, XVII[ (Madrid, 1920), p. 168): e Esta
,j oraçao não faz mal ~ saude] por comprida que seja : ao menos a mim
nunca mo tez~ nem 11).e lembro de me ter feito vez nenhuma esta mercê
I Castillo interior, Moradas quintas, c, II (Madrid, 1920), p. 266-
1 por mais Incomoda que estivesse, qüe sentisse 'Ítial 'antes ficava conI
-267. - 2 lbid., p. 269, ss, - S lbid,, e. III-IV, ed. e. p. 273, ss.
1 grandes melhoras». - 5 Vi4a, c. XXIII, (Madrid,' 1920), p. 162, sq.

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):
lSlb CAP !TU LO II DA CON TEM PLA ÇÃO _- INFU SA
817
§ III. A. uni ão extátiJca (de spo sór ios 1) A admiraç~o junta~sc o amo
mcn to de amo r faz~se sobr e a von tader. "Or a este arrouba~
esp irit uai s) Deu s por estes atra cti,v os de SUç.vida deste- mod o : move~a
uma agu lha, que o íman atra i, se mov de, e entã o, assim como
Apres~nta-se esta um a o · sob dua s
farmas : a f arm a esqu ecen do a 1>ua -con diçã o insensível., e e. volt a para_ o polo,
suave e a f orina dolorosa. gida pelo amo r ·celeste, se lanç a e elev assim a v:ontade,. atin~
a para Deu s, deix and o
toda s as suas i~cliµaçõ~s t.errenas,
num arro ubo não de conhecimento ~ntr ando por ~ste meio
I. A unicío está tica suav e. mas de gozo, não de

1
f,Í'i.•• ' adm iraç ão mas de afecto, não de 'éiên
cia mas de experiênciat
l45'.l. _A pala vra êxta se não implica não de· vist a mas de gost o e sabo r" 1
nec essà riam ente .
ó fenó men o de levi taçã o, dé que falaremos no cap ítul o t4S 5. ·Dem,ais, a admrr~ção aum énta
seguinte, mas som çnte ·a- suspensào com ·o· amor e
dos sentidos·exterio- -0 amo r <!am ã adm iraç âo :
·
res, que ·caracteriza ·· esta uniã o.
É, pois, m.ais com plet a "O entendimento entr a algUlll~S v~ze
qmV'hs. dulis 'tlniõ_es· prec ede ntes , vist , s em admjraçiio,
o ·conter, além dos ven do o sagr ado deleite que a v~n
el~mentós ·própri.o_s.. d,elas, ~- suipensã
o.;d'as sentidos -exter- êxta se, como a von tade part ilha muitade ex11erimenta qo seu
tas vezt!s ·do -deleite, 'per~
nps, Vamos. -·des~r~v~r : i º .- a su~ natu cebe ndo o ente ndim ento em admira'ç
reza : .2. º· a~ s~as .dÚ;1s ·faculdades se comunicam muttJap ão ; de modo que estas
Jases- ou graus-; ,c'3.? os· seus e./ettos:
;: r men tes. O. olha r parà a bele za obri iente os seus arrouba,,
1·. ,
ga~nos a amá--fa, e o
amá~la forç a-no s a olha r para 'ela " 2
· .i'. 9 ' ·NA:füiü:zA 0

'DA UNI ÃO EXTÁTICA • · .' : •


i._, · : - t ·• !>' . ~I Não é de adm irar qtie uma alma,' 'entr_e
t45·4: ' Doi s elem ento s dni.stítuer'n raçã o e ao amo r de Deus, se sinb ,Cp gue assim, à admi.-
esta . uniã o : ·a or assim 'dize r, fora de
àbsorp'ç ,ió :
.14 ·al-Wi,ci ivi· DeusVa sus.pe,,isão dos .. ~en
•· ~ , · , . .• : udo~ ·
:o ·. , ·. : ....
-si mesma e arre bata d~. tran spor ~ad a
se qeix a arrebatai: ·pela paix ão ~? amo
p.ara Ele. Se! aquele, que
por que a alm a está com plet ame nte . •

çiar tudo , para se dar ao óbje~to ama r hum ano 81~9ª _a lar~
•• , . • ; ·- • . , . ,
<;1-bsorta em Deu s, é do, será de es_pantar que
qué 'os· ._sehüd6s ! ~Slterfoies pare cem
obJecto que / Ele hlà;tiff~stá. i:- · _
prega:dc;>'s nele ou no o amo r divirto, impresso em
no~sa alm a pelo 'pró prio Deus,
nos abso rva de. tal sorte: ·que cheguem
os a esqu ecer tudo,· para
A) A :ci.b~o;pção Jm -Deu s ~~sce. de dua não verm os nem a~a rmo s mais . qu'e
s cau sas o sumo Bem 7
principais, ·à à.dmira.çilo · e o amdr t 456~ · B) · A suspensão dos sentidos é
exp licà S'.: Fr~ nds co de 'Sales. · . '
· ~ori10 perf eita men te o resu ltad o
;" ·· ., des ta absórpção em Deu s; faz-se prog
· ~) "A' admir~ção _dá-s e 'em ·nós, qua'ndo enco '· che ga ao mesmo grau em todos. _
ressívamenfe e·n ão
unia verd ade· 'hov a, ·, que nâo c·ç,Hheda ntra mos . '.
conhecer-; e se} ·à nov a verd ade que mos nem espe ráva mos a) No que resp eita os sent idos exte
rior es: 1) 1l pri.-
se nos dep ara. está junt a mei ram ente a . insensibilidt'lqe,.,m.ais ou.
a: bele za,-. e. a ·bondade; a ,adm iraç ão men os caractçr,í,zada, e
que daí prov ém é suma~ afro uxa men to da vida fí~ica, da resp
men te delicios<;1-·•. Qua11?0,, j>.ois·, apra 0 iraç ão, por . ~op.se.-
ao noss o en,tendimento algu ma espe z. à divina. Bon dad e dar guinte, a dimin'4ição do calo r vita l:
meio ·ele veti ha à' -apr end er; ds, mistcial clar idad e, por CUJO pare ce que não ·ani mà a alm a ao, corp"Nestes.·arroubamento~
con teni pláç ão:e'<traorditiâria ·e muito
érios •divi nos com : uma sent ido falta r i;lele o calo r. n~tu ral o. e assim· se senfe -mw
r'em onfada · entã o ven do ; vai~s~. esJriando,. ainda_
tnais·'.bele ia neles. dó , 'que ihé , fora · que co~ g~a~dísshn~ suayid~d~ _.e de~
dad o iníagih~r, ·e~tr a em eitf ,. ~r . . ' . . .
adm iraç ão: •·-Ora à · âdm iraç füF 'dàs . · 2) $ eip.:sE;guid~,;«m& ':erta im?b
coisas- 'à'gr adáv eis · üne ·e Uidacle q~e faz 'qt1e o
p~ertcle · intensart:lente o esp1fito .ao <:orpo , cÇ>1,1serve _;_i, , atitu de ~m. que ~~1-
pelá •excelênda··da' bele za 'q'áe bele obje tto adm irad o, tant o _s1:r
pein iane ce fixo sobr e -um ob1ecto 10v~ pr~end1do ; q olha r
descobr-e,- coino em· razã o ~1vet _ _ __ .
da nov idad e dessa excelência, por
men te saci ar bast ante men te de ver
'hãó ;'se pod er o·· enténdi~ ·· · 3) E~t~ ·estado, '~ue n·aturalmenÚ devi
a' enfraqm~~ir_ O,
vist o e cuja visã o lhe é tão agra dávo que aind a não tinh a corp o, dá~lhe, ~o contráriJ<?! nov as
fo_rç a~ 4
g cert ~ "~~ no
el" 1, ' ;-. ~ .. .
'. . ;.
•) :; . .. . .,: .
.,
. ..
) '. '
1 Amo r de Deus, t. II, L. Vll, e.
1 Amor de Deus, t..' II,· L, VII, e, IV, (Porto,- 19IO), ·35;,36. L; .e., p. 40-41. .;.-•li ..' Vida, e.. XX, V, p. 40. -:- 2 Amo r de Deus,
p. 181. ~4 V.i,da, c •.)(VH I e XX.
52
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818 CAPITU LO II DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA
819
momento de despertar se sente algum cansaço, seguido, po- saboro sissima mente, mas não atina como, nem quem a feriu ;
rém, dum recrescimento de vigor. roas bem conhece ser coisa preciosa, e jamais quereria s~r
4) Às vezes a suspensão dos sentidos é comple ta; ou~ curada daquela ferida. Queixa~se com palavr as de amor,
tras, porém, é incomp leta e permite ditar as revelações q11e ainda exteriormente, sem poder fazer outra coisa a seu
se recebem, como se vê na vida de Santa Catari na de Sena. Esposo, porquie entende · que está ·presente mas não : se: .quer
L) Os sentido s interiores são suspensos aínda m:ais per~ manifestar de manejra, que deixe gozar~se, e grande perla,
feitamente que na união mística de que já falámos. posto q~te saborosa e d,oce; e ainda que queira não tê~Ia, não
1457._ e) Questt ona-~e se até a liberd ade é suspen sa. pode, mas isto não -'quereria játnais. Muito mais· ·a $atjsfaz.
que o embebecimento' salbor~o. que .carece de pena; . da ora.:.
Respo nde-se comum mente com Santo Tomás . Suárez , ~ão de quietude'', ' · ·· · · · .. · · ·
Santa Teresa . Alvare z de Paz, que a liberd ade perma -
nece ê · que, por côr.iseguinte. ·a alma p ode . merec er no 1439. O r atroub ament o apodera.:.se dit ·alma · com·
êxtase ; é livrem ente, de facto, que a alma recebe os fa- tmpetuosidçi.de ~ ,.fiolêi-íc~a; ;a_ta~ p,onto· que nã9 .lhe· Je
vores ·e spiritu ais que então lhe são dados. ., pode resistir. Dir-se~ia uma águia _poderp sa que nos arr~::
d) Q\mn t~ à du_ração, V.aria o- êxtas·e muitís simo : o 'í batass e nas suas asas : · nã.o ~e sabe para onde se::- vai.:
êx~ase c:ompleto não dura geralm ente mais que alguns
" A despei to do gozo que se experi menta , a 'fraqu eiá'':hü.C
,: tural_ causa, nos princípios; um senl;iment6.i de ,;pavor.
instan tes, às vezes cerca de meia hora; mas , como é pre-
cedido e s·e guido de mome htos em que o êxtase é incom - "Este ( temor é} envolt o em grandíssimo amor ,que s.e
pleto, pode durar vários · di~s. tendo em contà todas as
~ cobra de novo a quem v.emos O· tem tão grande , -a'.· um-
, verme que . não é mais que podríd ão" .1., ·É ,no , arrouba,..
alterna tivas por .que passa.
mento que se conclu em os de_sposórios espirit uais,;'·o . que
<~)
Sai-se do êxtase p9r via de desper tar espontô.neo é uma atençã o delica da da parte de Deus; por(:Jue! se a
«;m provo tiido: 1) no ·primeiro ·caso , experi menta -se uma alma conser vasse o uso dos sentido s,,· perdei.'ia•-,tal vez .,a
certa angús tia , como se se . voltas se de 'outro mund o e só ~ida. vendo -se tão próxim a desta · Supre ma Màjes tade 2 •
' pouco a p.o uco · é que ·a . alma retom a a sua ~cção ·sobre Acaba do o arroub ament o, fica· a vontad e como inebniQ.dci,
o corpo. 2} No segund o caso. é provoc ado o desper tar - e n5.o se pode ocupa r senão de Deus ; . enfast iada ·d-as
pela ordem ou revoc:ação dum superior ; se é.oral, é sem- coisas terrena s, tem um diesejo insaciá vel d·e fazer penf.-'.
pre obede cida : se é só rriental, nem sempr e o é. · tência , a tal ponto que se queixa , quand o não, ;sofre 3 •

2.h As TRÊS FASES DA UNIÃO EXTÁTICA 1460. Ao arroub ament o sué~de o voo do qspirito; o

1458. Há três fases princip ais no êxtase : o êxtase


qual é tão impetu oso que parece ·q ue separá .. espírito
do corpo e que se lhe não p~de 'resistir.
'? .
,,,
. ·· ,, ·. ,·
. '
simp!es," o arroub àment o e o .voo do · ~spírito . . . . .

'.'.Parece~lhe (à alQta) que toda junta esteve ,em- owtra·


a) O êxtase simple s é..uma espéci e de ·d-elíquio que regiã~ muito diferente de.sta e111 que , ~ivemqs,r.fW4~. se lhe
se produ z ·suave mente . e causa à alma uma ferida ao mostra outra luz tão diferente da de ca, quç . se toôa a ~µa
mesmo tempo doloro sa e delicio sa : o Espos o faz-lh e sen- vida ela a estivera fabri'éandó junto· com oµtr~s ~ôisas; fora
tir a suá presen ça, mas só por algum tempo ; ora ela impossível ak~:iç.i~la..S: ;' t àf
ontecr q~~.num inst~~e Ih~.
nam tantas coisas Juntas,_que em ip.u1tos an9_s sue trabalher1si~
querer ia gozar dele consta n~eme nte e sofre desta priva- .;lra
ção. Este gozo, contud o, é mais saboro so que na quie-
em ordená~las. COIµ a
'süa imagin ação e. pfi~same~~o, 11ão_
pgdera de mil parte~ u~.à _só"' 4 • ·. : . _. , . . , . . .. -~ .. • ,
tude. ·
.
Oiçam os a Santa Teresa 1 ; "Sente (a alma) ser ferida ~. ., J ~ ·•, .
1 Vlda, e. XX (Madri~ 1920) 1 p. 183. - 2 Castil/o lnterlor, Mo-
radas sextas, e. IV (~adna11 , 1920), p. 309. - S lbld., P·. _314-315. -
1 Castillo interior, Moradas . sextas, e. II (Madi'id, 1920), p. ,296. " lbld., e. V, p. 319. ·
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820 CAP1TULO · II DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 821

3 ·ç EFEITOS PRINCIPAIS DA UNIÁO EXTÁTICA 11. A noite do espírito,

1461.O efe~to, que resm;ne todos os outros, é uma . 1465. A primeira noite havia purificado a alma,
grande santidade de vi•da, chegando até ao heroísmo, de para a preparar aos gozos da quietude; da união e do
tal modo que, se elà não ·existe é suspeito o êxtase. êxtas•e ; mas, antes das alegrias mais puras e duradoiras
8 9bsery~çã'o de• S.' Francisco de Sales 1: "Quando. pois, do matrimónio espiritual, torna-se mister uma purifi~ação
se vir· unia pessoa ·que na oração ~enha arrqubamentos. . . e mais profunda e. radic~l, que se faz, geralmente, n~ d~-
todavia não tenha êxtase na sua vida, isto é, , que não façà curso .da unia.o extática. Vamos, pai~, expor: 1. 0 a sua
vida alevantada e unida a Deus, pela abnegação das ambi- razão de ser·;· 2. 0 as suas ásperas provações; 3. 0 os seus
ções mundanas_,e mortificação dos desejos e inclinações natu- - • ditosos e[eitos. •. · ·
rais,. por uma 'intima doçura, simplicidade, liúmildade, e só-·
bretudo por uma c<;>Iitínuà caridade, crede. Teótimo. que
todos esses · arroubamenfos são sumamente duvidosos e arris- I. o . RAZÃO, DE SER DA NOITE DO ESPÍRITO
cadps ; s·ã6 ·a·rroubamentos próprios para fazer admirar os
homens, m.~~ não par~ rP~ santificar". . ...
1464. Para se unir a ·alma a· Deus de · maneira tJ'o
1462. B) Quanto às virtudes principais que a uhiá'J íntima e duradoira como o está na união transformadora
extática produ2,· são estas : 1) Desapego perfeito das ou matrimónio espiritual, é necessário estar desembaraça~
criaturas!: Deus faz; por assim dizer, subir a alma· ao da das últimas imperfeições que nela ficam. Ora est11s
alto -dtilma fortaleza, .:donde ela· desc·obre clara.mente o ·imperfeições ·são, · comb , diz S. ·João da Cruz 1 , de duas
nada das coisas -deste mundo. E assirri., dàí por 'diante fá espécies : umas habttuais, outras autuais. · ·' ,.
não quer· ,ter ma:is vontade -própria. : quereria at~ renun-
ciar ad seu lhire-arbítrio, se possível fosse: 2) Dor imensa . . /\) .: As p;imej;as ~~nsist~)Il em . du~~ :coisas: ~) em
dos pe'cados· cometidós :: o- qqe -a aflige, 'não é o temor afetções ·e hábitos imperfeitos ;'-são como raízes, que· fi-
do'·• -iaferno; senão: o ;de ofender ·a Deus. · 3) ·Vista : fre- éâtam no espítit9, lá onde a purificação do sentido nãb
quente, e aJ<Jatuosa da! santa· humanidade de N. S. Jesus pôde p~riittar, _por· exemplo.,. aµliiades . algum tanto viva~
1

Cristo,· e d:a SS.mª Virgem. E quão· excelente· não é esta de mais: que é, portanto, rrecessârio de~arreigar; b) nu~a
comp'anhia de Jesus e Maria I As •visões imaginativas e srrta fr_aqµ..eza de ~spírito, _hebet.u.do mentis, que o tor11p.
intelectuais, que se tornam então mais numeras~; jlCa- sujeito às distracções e· ao .derramamento do espírito para
harn dé desapeg"ar a ~l~a e de a ·mergulhar na humilda- o ·cxberior. Ora ·estas fraqhezas são incompatíveis ·coin li
d~. 4) Enfim, paciência. qdmirável.. p~~ª suportar corajo- ·união perfeita. '
. . . . ·=t ..
samente as novas provações passivas que Deus Nosso '. 'i ··n)~s· imperf('.!tções açtúais;· que s'ão t_ai'nhém · <le
Senhor, lhe envia, o que ·se chamà ·a puti/iç:ação· do· amor.
duas espécies : a) um c~rto orgulho, uma ·v~ êomplac~n~
Abrasada êio.desejo'~é ver a Oeu&, sente~se á al~a como eia em si mes~o, yro;'<rni~~te d~~ ,consol{}-çõ~s1 esP,ir~tuais
trespassá.da . du~~ st=;t~· de:
fogo, · e romp,e ~m. alto~. gritos, ao
ver-:se ~ú~p~r~qa daque1é á_qu~m ª?Jª
d~1eiro 1 /!7:?ty~ió 0 ·que ~ome~a, martiriq
't:iqiaaínente. É uin yer~.
1ii'
:~I~i!;e 'ny~rt_i_~jo do
abundantes qtie se recebem _; este sentimento conduz às
vezes à ihisão e faz-nó~ tomar f a Isas_ ~t~õ~s e _prof ed~~
corpo. gue _e acompanhado dum de~eJo ardente de morrer', comó realidades; L) uma excessiva confiança com Deus,
párà nílnc~ ··mciis. estar separado dô' ·seu A'mádo, martírio. ás que nos faz perder o temor resp.eitoso, salvagual'da de
vezes interrompido por delícias inebrian.tés ; . o que melhor
compreenderemos, depois de havermos estudado a segunda todas ·as virtudes. · ,
noite de S. João da Cruz, a noite do espírito. ··É ,·mister, pois, ·puri{icàr e reformar juntamente estas
q.·, •• ..,, . ·

1 Noche oscura de( spiritu, L. II, e. II.

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822 CAPITULO II · DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 823

tendências ; e é para nos ajudar a ca'nsegui-lo que Deus amor e familiaridade divina. Mas estes momentos são
nos envia as provações da segunda noite. seguidos de contra-ofensivas, em que imagina que Deus
.a não ama, .que é justamente abandonada por Ele : é 0
2 ° PRoVAÇÕ.Es PA NOITE DO ESPÍRITO suplício do desamparo espiritual.

1465. Pará purificar e reformar a alma, deixa Deus


e) Neste estado , é impossível orar; se a alma o faz;
ê com tanta secura que lhe parece que Deus a rião es-
ó entendimento nas trevas, à uoritade na aridez, a me-
cuta. Há casos em que nem sequer já se pode ocupar
mória sem lembranças e os aJectos perdidos na dor e na
angústia. É pela 'luz . da cón~emplação infusa, diz ·s. João dos seus interesses temporais; por causa das contínuas
falhas de memória : é uma ligadura das potências que se
da Cruz 1 , que Deus produz esta purificação, luz viva
estende às·acções naturais.
em si mesma, mas escu;a· e 'dolorosa· para a al~a. por
Para tudo resumir· numa palavra : é uma especre de
causa das suas ignorâncias e da sua impureza.
. • J' • :
ir,./erno, pela dor que se experimenta, e de purgatório,
-A.) ·s~frlmentos do entendnnento. a) Como a luz pela purificação que dela é fruto.
da contempl~ç.ã o é uiva e pur.a, .,d eslumbra-nos ·os olhos
~a inteligência, demasiado fraca .e impura para a supor- 3. 0 DITOSOS EFEITOS DA PURIFICAÇÃO DO ESPÍRITO
h1r : assim co.mo os olhos doentes são ofuscados por uma
luz viva e clara, asstm a ,nossa alma ainda enfermiça é 1467. A) Estes efeitos são assim resumidos. por S.
tortçrada e com·o paralizada pela luz divina, a tal · ponto João da Cruz : 1

que a morte lhe pareceria uma liherta.ção. "Esta ditosa noite, ainda que escurece o espírito, não o
b) Esta dor ~ntensifica;se pelo encontro do div(no e faz senão para lhe dar luz de todas as coisas· ; e ainda que o
dó' Humano na mesma alma ; ·o divino, jstó é, a contemplação humilha e põe miserável, não é senão para o exaltar e levan-
p~rific;adora, invaêie~a, para a renovar, aperfeiçoar, divinizar: tar ; e, ainda que o empobrece e esvazia de toda a posse e
o. hnrrfp.n,<?, .ist.o: é,. a. própria alma com qs seus ,defeitos, expe; afeição natural, não é senão para que divinamente possa
rimenta a impressão dum aniquilamento, duma ro.orte espiri- ·estender-se a gozar e gostar. todas as,·coisas ". Para explicar
tual. pela ·qual é mister passar, para che·g ar à .•,;ressur:reição.
·i ' . . . . . . ; ..
estes efeitos, emprega o Santo a comparação dum pedaço de
,. . . i .

··' e) · A e's ta dor se acrescenta a vista intensa da sua madeira húmida deitada numa fogueira, que já acima expli-
pobreza e ·ttiiséria- : êstârldo ,i p,arte sensitiva dá ~lma mergu- cámos (n. 0 1422).
lhada ria .áridei,. e a parte intelectual nas trevas, ;experimenta t 468. Jl) Reduz em segµida .esses ef.eitos a quatro
~ a\ma a .ircypressão , ang11stiosa qiµn homem ~em apoio, sus-
penso no ar; às vezes até vê abrir-se o inferno pç.r~, a tragar p ontos principais : a) Um amor ardente para com Deus :
para sempre. São expressões figuradas, não há dúvida, mas desde o princípio desta noite, tinha-o a alma na sua parte
qpe pintam o efeito .destél lµz que mostra, qum l;:i_do, a ;Qr81\- superior, mas sem o advertir; chega o momento em que
deza · r a sántidàde de Deus, e, do outro, o nada e as .misé- Deus lhe dá consciência disso, ·e'. então sente-se ela dis-
rias' do; homein. ' ·
posta a o~sar tudo, a empreender tudo, para Lhe agradar.
, . i4~'6~· Bj Os Solriment~s' dá vdntade
não sã~· me-
. , b) U~a luz uivíssima: esta luz não Ih.e mostrava
iios indizíveis : a) a
alma vê-s~ privada de ·toda a felici-
logo ao princípio senão as suas misérias, e era dolorosa ;
d~di i(es'fa ·µ'ê rsµadidà q{re · é para s~mpre ; nem o pró-
~- mas, uma vez eliminadas as imperfeições pela compun-
prio soiifessor á pode consolar. · ,ção , mostra essa luz as riquezas que a alma vai conquis·-
L) Pa;a a susbent~r nesta prova, envia-lhe O,éus in· tar, e assim se torna sumamente consoladora.
tervaios de alívio, em que a alma goza uma paz sµave no
1 Npclie oscura del espirita, canción primera, e. IX (Madrid,
1 Noche oscura dei t!spir.itu, L. II, e. V. 1926), p. 397.

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824 CAPITULO II DA CONTEMPLAÇÃO INFUSA 825
e) Um grande sentimento de segurança; porque B) A serenidade: n:este estéi,do, já não há êxtases
esta luz a preserva do orgulho, o maior obstáculo à sal- nem arroubamentos, ou ao menos muito·pouco; eram fra-
vação ; mostra-lhe que é o próprio Deus que a conduz e quezas, d·esfalecimento:S que desapareceram quase total-
f :'
que o sofrimento que Ele envia é mais útil que o gozo ; mente, para darem· lu~ar a este estado de- ·alma s·ereno e
enfim, põe na vontade a resolução firme de não fazer
!.f
caímo, no qual se encontram dois esposos, seguràs dora-
nada que o possa ofen~er, de não descurar nada do que
contribqa parç1.. a sua glória. .
Kt vante do seu mútuo amor.
C) A indissolubilidade : a:s outras umoes não eram
d) ·Uma/orça maravilhosa para subir os dez degraus mais que transitórias ; éta, de sua natureza, tori;i.a-se per-
do amor divino que d~screve S. João da Cruz 1 com com- manente, como. é o inatri_rnónio cristã·o.
placênéià, e· que é n·ecessário ~editar co~ todo o cuida- 1'471. "Implica esta indissolubilidade a impecabilidade ?
do, para ter. uma ideia das ascensões maravilhosas que Hã sobre· este ponto divergência de pareceres eritre S. João
levam à união trans/ormadona. da Cruz e Santa Teresa. O primeiro é de opinião que, a alma
está então confirmapa em graça : " Penso que e~te estado
nunca sucede, sem, que esteja a alma nele confirmada em
§ IV. A união transformante graça.' . . Deixadas de parte e esquecidas todas as tentações,
.r perturbações e penas, 'solicitude e ~uidados" 1 : -Santa Teresa
ou matrim~nio espiritual está longe de ser tão afirmativa 2 : ,"Parece ·que quer. dizer
que, em chegando a alma a fazer~lhe• Deut esta ~nercê,, ;1,1stá
1469. Após tantas purificações, chega a alma enfim segura da sua salvação e de torn~.r a çair. Nãp dig(? t~: e
a essa união serena e duradoira que se chama uniao em quantas . partes tratar · desta' maúeirâ, ·qué• parece· iestá a
trans/ormante e parecé 'ser o ·último termo da união mís- alma em segurança, se entenda.: enquanto a. divina Majes:..
ti~a,: .a· I?repara.çãÓ. imediata. para a visão beatífica. tade a tiver assim de sua mão, e ela o não ofender; ao menos
sei de certo que, ainda que se1 vê neste es~~~o, e lhe há
· ·V&m·os_ expor : 1. 0 1:).-,_ sua natureza; 2. 0 os sieus e{eitos,. durado · anqs, que não s·e tem p~r séguta, senão · que anda
com muito mais temor· que antes em guardar-'se de ·qualquer
1. N~t;.,.~sa da uniã~ trans/ormante. pequena ofensa de DeuiS", Parece~nos que a linguagem de
Santa Teresa é maii; conforme à da Teologi!l, .que nos ensi,I_lij
0

:' · lncÍi°quemos / 1. 0 os seus principais càrac-teres ; 2. 0 a que· a graça da p~r~~ve rança final não se p~de ~erecer; P_ª:ª
descrição que dela faz Santa Teresa. alguém estar s,egtiro da sua salvaç_ão, seria, pois, necessar1a
uma revelação especial, a respeito não· só do estado de graça
1470. 1.º Os seus principais caracteres são a inti- presente, senão também da perseverança nesse estado até
midade, a serenidade, a indissolubilidade. à morte 3•

A) A intimidade. Por ser mais íntima que as ·outras,. 1472. A descrição. :de·:Sa:nt~ T~resa · c~~té•~ duas
é que esta união se chama matrimónio espiritual. Entre aparições; uma de· Cristo•Senhor N~sso/ 'oiitra ·d1â·S$.m~
esposos já não há segredos : é a fusão de duas vidas Trindade. . ,. . ., ·d·:... :·, .. ·, •
numa só: Ora tal é ~ união, que existe entre a alma e .::\t'É · Jesus que intr~duz a· alma :nesta derradeira
Deus ;,,Santa Teresa explica-a por meio duma compara-
2
morada, por uma d_upl~·· vis~b : uma''}~·qgihâ~a.: oútra
ção : Cá é como se caindo água do céu em um rio ou intelect~e:Ç . : . . . . .·.. -,.· . ,· . . · · ·
fonte on?e fiel!: feito tudo água, que não poderão já . a) . Nuina visão' imaginaria,- que se· 1de{1 depoís da
dividir ,!1em apartar qual é a água do rio, ou a que cafu
1 do céu . 1 Cântico. · espiritual, canción :XXII (Madr_id, 1926)} ·p, .583. -
1
2 Castlllo lriterior, Sétimas Moradas, e. II (Ma~nd, J9~9)'. .-'-:' ll . As v~
1 1 zes o matrimônio'. espiritual é _celebrado cont ce_nmdtuas, '(fspeêlais, t~oca
• N~c'!e oscura dei espiritu, L. II,· e. XIX-XXII. - ll · Castill<> de aneis, cânticos angélicos,: ~~e.·; a exempl? de Santa Teresa, delX/1:-
. interior, Set1mas Moradas, c, II (Madrid, 1920), p. 369: mos de parte· todos os acessorlós.
1
L.
l
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826 CAP!TULO · II · DA CONTEMPLAÇÃO INF USA
827
com unh ão, "se lhe l'ep tese ntou o Sen mais lhe pare ce a deix aram as .três
hor . . . com form a divi nas Pess oas, , senã o
de gran de esp lend or e form osu ra e que noto riam ente vê, da man~ir~ q~e
pois de ress usci tado , e; lhe disse que
maj esta de, como de- inte rior da sua alm a ; · no mais intim .fica dito, qu,e estão no
já era tem po de que fund a que não sabe · dize r como é, o, etn UIDi j cois a muito
sua s coisas tom asse ela por suas , e porq ue não tem letra s,
.Ele teri a cuid ado das sent e 'em, si. esta qivi na comp~nh.1a " i
suas ( dela ) " 1 . " ,Do rav ante zela rás· .
a min ha hon ra, não
som ente por que sou teu Cri ado r, ll. Ef~itos J.a
teu Rei e teu Deu s. uniã o tr~n s/o~ nte.
ma:> aind a por que tu és min h~ verd
ade ira esposa. ,A mi- 14.74. Um a uniã d tão íntima'. e pro fun
nha hon ra é a tu~·: ~ a tua hon ra da 'n ão \·pó de
é a min ha " 2 • detx ar de pro duz ir mar avil hos ôs efei
h) Vem . e~ seg uida a .visá ~ iT1,.t elec tupJ tos de sànt tfic a~ã o'.
: ··É um s~-: Rpsurirem-se num a pals.vra :-., ·.a .alm
gredo t~o gn111de, e um.à mer cê tão
sub lda· ô q~e com uni- a• está de tal · modo
ca'_Deu·ta'.Ji ·à. al~ a riµ~ inst a~te , ei.o transformada que se esquece ;O: si m~sma,
. gran díss imo d~le ite _,para não pensar
que s-ente a .. alm a, .q ue -não sei a que mais que em Deu s .e ,na
sua glória. Don de se segu e : · '
-a 'que que r d· Sen hor· ~an ifes tar-
, o com para r, sen ão
lhe por aqu ele mom ento
Lº A -ent rega ·tótal nas, mão s 1He Deu s, a tal pon
to
~- g_Iór iaJiu.e há. rio céu , por maí~ svh tda 'inan'ejra que pOl que a ;alm a é sob eran ame nte indi fere
não , é · Deu s ; na uniã ~ extá tica , dese
nte ·a tud o qua nto
u.~r hum a . ,yi_s~o nem , gosto e!ipiritu java a · mor te. pár a
al. Não se pod e . dize r se,-uhir ao seu Am'ado : agora: · é indi
mai s que1 qua nto -s e: pod e ente nde ferente à _vid a ' ót.C à
r, fita ·a altrra, digo, o
espjrito ' des ta · ~lma. · fü:iito · uma cois morte,- con tant o; que Deu s sejá: 1glorific,a
a com De~ s ª. do : · \'/\:· sua·1ú~~~~
'.• ·.:115 .. Vt~ão: :Ja::ss~~~ Trindade·.· Um a-v ez .tntr~-
preo cup açã o é de lhe agra dar sém pre
ocasiões e meios de lhe test emu nha
piai s; _d~ 1 enc_d~tr~r
duz idà a :alin a nes ta mor ada , -ma nife r o! se u la'.trtór, É este o
stat n-s·e.:lhe· as três fon da , oração.. e ,q .ma trim ónio ~spiritual
.. d.. . .
Pess\~~s da :SS: m~ "(rt nda de inir na
,yi~ão inte fod uaL p9r pro uztr ;:co n~in uam ente 'ºbras· .,, . ..~, é..-destinado a
'. ,) '. >; :-·. .' -. ·:., ··",·,:•1--·,.·... ·· •:· !
~
1
uma ·qerta /g_p tesi ntàç ãó . ~â vêi dªd
~ - e na· .mi}o •. durn.
cêú'c;lto .'qu e.', Sem elha nte: á :u~ a ,µti~~m tn- i :t 415~ /2} 1
'· Um iTrâfrisJ de.se;o. cl'é _1íjdil,e~êr,
I
Wéi~ se~
-~e.spla~dec~~te. i:Uqu1~taçip, em ~qnformiclade perf
vem.. direfür ,a.o- sen espírito; As três eita CQllli ª- ,vçmt,a de de
divi nas Pes soa s -mos- Deus.
tram-se dist inta s -e:· por u.ma. noç ão ,.L 1~ ; ,J ; ~-}
, admfráv,el q~~ lhe é "Se quis er que (a alm a) pad~çà:-•mú.!
, l,·,· r: •·• : ·; : :, . _! · : ::_: ·. , ' .• . . . . . •• .
c~tTTw1~cá da. :con4€;ce { alm a com ,~d êm.Bóra: ~e .não ,
.ç~r iéza . ~bs.ç,luta ~ú1e não se .tj:lata, como.- c.ostwnav~ ..
t,ocf~s t(ês P.~ó ,são senij.o. um a mes T,em ,tambeip, :estas almas um
mp. s:i.ibstància, um a gran de ·· gozo.. .il).teriqr, gµ~ qo _.s~c;, P~r:s~guf~~$:
mes ma .pot ênc ia, tJma ··,me sma ciên mai s paz 'do ·que lica 'dito, e sem ne~~ ;cdm ip.pito
cia f, um ,só Deu s. u;m~. u~1m1z,a_. e ..com ~
. "De man eira que o que temos que ~hes f~z~m mal ou dese jam faze
r, ante s lhe~. cob :~~ ,a mor
a.lma, poq emo s dizer,, :por vist a, aind por fé, ali o ent~ nde á part icul ar. . . .•, .
a ,que -não é vist a 'é:ôm os . . :,
olhos do ,cor po µem da al~.;i,..porq ue
~ão é visã q ima giná ria. · ·t~! i~ . '~.º A a;µs_ên.ciÇl ,d~ d~~;9s.,<3 ,: : · .' :
Aqu i se lhe com unic am toda s as p~nas,if\fonqr~s.
e lhe dão a ente nde r aqu elas pala vras
três Pess oas e lhe falam. "Os desej :, ·des tas, aln;i.as -~ãlí>',{!ã.o ,jçi.
que diz o Eva nge lho 9 de. regalos nem ~e
gos tos· ::',.· .. ,U:n:i. ~esp,rt~;n,dtµ,ien~q gran
diss era. o Se11hor .: que ;vinha Ele e o
a mor ar co~ a ?lm a, que o ama e
Pad re.e, o Esp íritó San to de estarem .sem pr,e •.ou ,sós ,ou ocupa:d
de t.u,~.9 ..e , p.ese~o .9'~
gµa
Oh! valha~me· Deus!' Quã o diferente rda seus mandam.~ntos. as :iem .e01.s a que ..s~Ja
cois ·' ei
' ·to.:-d·é •-•alguma- a.lmà ·:: rtiemsecl::iras
vras e crê-las, .a ente nde r por esta man a é ouv ir está s pala~ d e prov . . . . . . ..• .J.- ,. ,·1 nem :trabalhq_s
, , , .,N. -.
são .4 E •cada.'di a se espa qta .,iµ~is eira quã o verdadeiras
esta .alm a, porq ue ijun ca
irtte'ri0ré;s,'•s~itâõ '.'#§rti· ~~I~
Se1 'hor , -~~:~
1?-~~órta·;_ ~~1~~ra
• ,

t?f osso
.miriR~ .
gu~ ieri a ~sJar 8:~~R i ~ª~-~0i-l~e .fou-
. l . C~tu o. inter ior, Sétim Mor ada.s , e. II (Mad
.....,. ,~ Re{at_1on JXV , t. , p qe.asOeav
Sétim~s ~,o,r,aqa1>, ..e~ .II, (Mad rid, 1920)
rid, 1920 p. 367 .
res, p. 264. - 3'; Cas_tillo ) 1inter ior,
vóres ~'., \> "'.,',\ \ · ·.; ·,· •. :( . :.\;~
•;:;;/,: !; ·,,::•i/ '.':·; :,; ~-
pressoes qtt\)• q1d1cam bem a difer ençá. p. 368.. ~ 4 Note m ~se estás ex~ Castlllo ln.terlor Sétim as Mora das, e.
1
l (Madtldil,~20), P 3 _
acto de fé e o conhecimento ·ou persu enor rµe que há entre ó sJmp -365 ,.- 2. .C.astlllo,, l(Jf.fr~ r, Séti~ as
àsão_ que dá a contemplação. · . les Mor.a.~~s, :_e'. ._I. :-,:- . . : -~ _v P.' 374 · , ,
4 .: lbid.,· P:· 375, ' • · ·' · .:- · · · · ·
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L..IU 'll ULU 11
DA CO NTE MP L~Ç ÃO INF
USA 829 1
1477. 4. 0 • A ausê1icia de arroubamenfos. "E
gan do aqu i .a alm a, tod ~s os m che - SíNTESE. DO CAPÍTULO SEG
arr oub am ent os se lhe tira m, UNDO
a não ser alg um a vez , e est
a não com aqu ele s arr oilb os
e voo d-e espírito : e são mu 1480. Per cor rid as as qua tro
i rar as vez es; e essas qüa.::e gra nde s fases da C'.} n-
sem pre não em púb lico com tem pla ção , com sua s àlte rna
o ant es, que era .mu i de ord i- tiv as de prb va.çõés -doloros~s
nár io" 1 . É, poi s: · â paz , ã e ale gri as in:ebriantes, par
ser eni dad e perfeita : "N est e ece -m e que se enc ont \a con
tem plo de I?e us, J1estq l'vlora ma da a noç ão 'da con tem pla fir-
da sua , só Ele e a alm a se ç~o inf-µ~a .tal com ? a apre-
goz sen tám os , a sab er, a tom ada
. .:Çom. grandí.,. ssimo silê nci o" 2 •
. . am '
.
de poss-e_prqgressiva da ql_m~
'
. ' por De us, :'co m o·livre _cónsen
1478. 5. 0 •Urn ,zelo ardente, tim~n}9 4esta.
ma s mo der ado , da san -
tifi caç ão das, almas. 0 Nã p . bas
ta ftca
r nes te •doc e tep bis o ;
_-t: 0 • D~ us apodera-se· progressivamynt
é nec ess ário tra bal har , pra e·'dà. alm a ·con-·
tic ar obr as, pad ece r, fazef.: tem pla ti~ a tod a: primeiro, dà
es.çrff-vo d~ se von tad·e; na_ ~u iet ude : de-
De us ·e. do . pró xim o, esfor~ar-s
nas vir tud es , ,so bre tud o, na
c~r 'ê dec res cer . Fazer, o ofío
e po'r pro gre dir
hum ild ade , por que . não cre
s-
poi s, de tod as as potências inte
faculd ad es interiores e dos sen
r~o,res na u~1ao ~le ~a ;
tido~ :xt~:t?res .~º }~ \as e ,
1ª~ .
to de Ma ria e Ma rta ao me s- e 'e nfi m, da alm a inteira,
de mo do nao Jª trans1tono, ma
mo tell}.po, tal é a per fei ç.ão permanentíe no ma trim óni o s
.. Pod e-s e faz er bem às alm as, esp irit ual .
sem sai r dó 'da ust.i:o; e seil;l i'
pôr a Ínira em faz er bem ao
mm ido inteiro, po d~ se faz Or a, se De us ·. s-e /~po der a ·d
a alm ~. é pat a a inu nd~ t
em nos sa. cÇ?mpan-hia. _, ·, i, • ..
~ b~rn às · pe'ssoas que viv em
-. • •.
Je 'lii..z e amor, é par a a fa~er sp.'~u ~g ar, _np,.s,:sua~.- perte1-
·• "E assim ser á ·ma ior a
• , <;ões: . ~f :Est ~: luz é: ao . prin
obr a, 'po
.cípto fra ça .:e -~~l~~osa,; e~-
ma is obr iga das . Pen sai s que rqu e lhes esfiiis a ela s qu ant o -a alma• não, ,es tá suf _
é. pdu co ipro:veito. que sej a icie nté m_~n.t1 ~ú~~1ca~~ -'. ~a
hum ilda de _tão gr!3ndr e mo vos s~ tor na- se ma is for te , inâ is ·co s:
rtíf ic~ ção , ~ o ser vir a. tod as,
um a , gra nde car ida de· _cotn elas rtsola_d_or~:, _:po~to·: q:,o:~ }~rp:pre
, e um .,ain or do S_énhór, quee qifatur~4~ .:~f .~1:;s~~ nda de, _P~>r _G~
ll;s~ ,iaJ i~q qe z,a.. él~t
·esse 'fogo as abr-iÍse a tod as,
as andeis des per tan do? Nã o cotn. ·a•s ., àem ais vir tud es '.s em pre
é sp , espírito, 1?.rp~UZr um a viv
.a _1mpressaQ,; •.P~rq~e: vem . de'
n,j;::
é;lgradáv:eJ,~e,r:.yiço ao
ser ia sen ão mu ito frUJto e mu
i Deus, , .e, dá à alma-.,um conhec~ment .
S~q.Qor:: ~. ,, . .
. inf ini ta gra nde za, boÍ!:qa.de o_·ex~~r:imen~~l--, ~-,
·•· _ Mas sob ret udo ê ·ne ces sár io ê 'he lez a· ·de ,De us ; da_P:q ue-
'pr atic ar 'estas , obr as por nez , do nad a e das• misérias
anítir: '~'O :S~nh9.( nã~ olh a taii da cria tur a. h) ·O amô!': ,~u e
tü, a grç1ri~eza:' d_as · obras é dad o, :à ·ah na con t~m pla tiva
c;omo O .a,i:nor c_orri' :qµ é j e fa~ eni_' '. ' 4 • . ·,· '. . ' _ . :~ , . . . de sacrifícios : esq uêc e..'se .de
, é ard ent e., generoso,' av1d~ :
si me sm a e des eja imolar-,;;e·
1479. Ao term ina r: con vid a a Sa nta por Aq uel e que am a.
e_n lra rem nes tas mo rad as, se as ~uas irm ãs à .. .
d.pro'r:.tver do Sen hor 'do Cas- . OJ _: l l I-. . . ~ ~- ·. ,, , ; . ., ;
tele1 introduzi-las, ·sem f à.zerem for
ça· pbr eht rar. •
1481: ··2: A alm a consente livr em ent : nes ~ª,
0
. ..
1-. • • • • •

· dt~. P?s ses-


' · "Po r · isso . vos avi so, que ~ªº
<1- · ·rnu' · e·-' clã-§e· -ltvtemente; júbilo~~-~ -
nen hu' n pél3,){q17} _i!efc_rdé ' tji~J.&Jir9ft;in d 1··1 .. . ,,,en.t'ed .· ª' De.. J u~...
LV
ach ard es alg um a resistêncilí1• ia foi ça ponhais, se
qiie :101,Ulca vos dei? por que o enf ada teis de ma nei
t;e entra!'. . ~el',Js: ~ mu ito arµ ra Deú'i.'. e ·J~S:us ,Ç~isto, P.~la ,e.n tregg_toto! ç1'..- pe ,?: ~0:Pf _:~ ,crlf;z; ffidli
.,
q~ç:le,. ·CoD?- v9~ t~,i;;pes por tais, que igo ,de humil~ a t dw1~~- ivo n:a .·-~' ·
_nãÇ) .~e r~c ets n~m seq uer Po r ;esse , nie io ,.S8 / Vai, ·p_uri fica
entx;ar n~s (J;'erce1ras (Mor~cia
s), lhe gan har eis ma is dep res sa .. f . _. , , . -·· •-d ·cn~o --~ma1s)·e. :~aIS_' das
· ·. -•Deu" .. "e vai trans!IUfor- ª:S· ·
a ·vo nta de pàr à ' ch~gifr às Qu irti.p ét :eiçoes ,_·_ sê•1YJm ,_u~r ~,.? ·om
ser vir desde ali, con tinu and intas! é de 'tal'nianêira, O, ,pod éis _::d .JJ-
rna n _Gl' ,F·l ''â'e
. ,_ •. e; ~,
· . ~ '-:: ! ··,.;,
e e, .. '. tÁl rtü:iâo ·'qu e se vem a r.ea :, 1
o
vos intr odt tza na mesma Mo a ir mu itas vezes a. ~elas; que ·i'f . ' .• ' '•
n~m ~nt ~ qua r'it_ó'..;:~,_:2.issíyel, d d hzar tao _p,~:
d e.
.. .(\· .· r ..•; . ,.: ! rad a que tem par a Si'.' 5 • o es~jo ar en t: .. el ns to
~ ' . ·. ' -
. ,r.. . Sen hor No sso : "U t et ipsi
_! 1 ·· ibld .:\'; p • .377.
- :i //Jid.; ·p. 377; ~ 11" Cds
.
in nobr.s . un um sm t :.
Moradas, e. IV (Ma drid , 1920 tllfo ititerlor; Séthil'as • . i .
) 1 p. 386 .-4 /bid ,, p. 386.-~Y
/bld. ·p;· 381.

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O.lU CA P!T ULO II DA CON TEM PLA ÇÃO INF
USA 831
Ta l é a ver dad eir a mís tica
; imp ort a distingui-la do Dóu trin a- Cat ólic a. Erros de Molinos.
falso misticismo ou do quietis 2) O act o de contempla- 1
mo . O act o de con tem pla ção
ção não dur a sen ão ,, pouc9
APÊ NPI CE : o FALSO MIS tempo. · pos to q~e ó esta do pod e dur.ar BIJ.OS. inteiros, e
TICISMO ou QUIETlSMO
de aloia que . daí res ulta ain da tod a a vid a·, qté du..-
1482. Ao lad o dos ver dad eir pàs sa dur ar alg uns . di~s._ ran te o sono, sem ·ser reite"'.
os místicos. cuj a dou - ràd ó. · · · ·;
trin a aca bam os· de expor, enc 3) A con tem pla ção con~
ónt rar am -~e às · vezes falsos
místicos, que: sob.'; denom:in~ções diversas,
per ver ter am a
ttém eminentemente os act os
de tod as as .vir tud es cr-istãs,
Vis to ser· per pét ua
templação . dis pen sa de todos
a con..::
noç ão do est ado pas~ivo; ~ .
perigosos soh, o asp e~t o mo ral
caí ram ~m erros dou t;in ais ,; não nos disp~nsa, porém, de , os -actO$ .explíci~os das vir tu...
: tais for am os Mo nta nís tas faz er foi:a · do tem po çla: con:'. des, que não são mais que
·
e o.s . Bf?lJçirdos 1 . Ma s ·o erro
mttis cél ebr e· foi o Qu iet is- tem'j)lação, act bs exp líci tos . ,par,i;i .os · •pri nci pia nte s,• por .
mo; ·q~ e · ~e ~pr ese nto u .. sob des tas virt ude s. · . ,exemplo, dos -. act os · de · fé.-
três formas diversas : · 1. 0 o , ·. esp era nça , religião,
qui etis mo gro~seiro de Mo lin as; 0
2. o qui etis mo ate num lo - caç ão, da confissão, mor tifi,..
etc. . .
~. f3Spir'itµ,alizado de F~ nel on 4) o ·objecto· principal ,da
; 3. 0 as ten dên cia s semi- contempl~ção é · o pró pri o É um a ·ún per feiç ão _pén'~ai
·
-quietistas. eJI1' 'Jesus;·.cr1 sfo 'é nos · seus
Deus, mas Jesus é o seu
obj ect o seci.mdárió; e forà_..do militérios ( 'é . !,letessár~o _e
x. ~ O QU lET ISM o PE Mo uN os 2 act o · conteniplát'ivo rtin~tiém
bas ta per der ,se ?:ª esse,1?-.~1~-
148 ~. · Na sci do em Esp anh
a, em 1640, Mi gue l de Moli~
est á dis pen sad o de p nsa r
em Jesus Cri sto , fy'Ied1a
, '(
7 dor j 1II1
?i'~ ina _: .~uem_. se .s~~E:-,.
,~gen,~· ou, , ~~-·, id~ ià~ . não
qt
nos pas sou a maio,r par te da ado ra a De us eirt esp mto e·
·vid a em Roma, ond e dis'sem necessár'io, nem. d~ ir a , De us
os ~eus err os . em dua s obr as, inou . ver dad ~. -· . . ·-·
Guif:!. .e~pirifu al .e A Oração
que tive ram gra nde vog a : A por El~, ·-
de uie tud e. . ·
O seu_erro fun dam ent al_foi ,qafir ... . .
ma r que a p~~feição . con - 5) _A ent reg a 'tot al !lªs No·· esta do dé :contempla,.
~ti.ste nà pas siv ida de ~ompfota mã os de De us' é ·vrr tud e per
c~nt~mplação ·e· ámor, que, umda alma, nuní ,act,o con tinu o de· ;.
feitíssima : · mas ·nã o·: dev e ii::
ção , é ·ne~essârio ser _lndife-,.
os . out ros a·~tos, e .até mesmoa· vez feito; 'dis pen sa de tod os até à indif&ença rela tiva ,
.. reri te 'à tud o. at~ mesmo à
deixemos a peµ s ç,pe_i-ar, é . a • da ;res istê nci a às tentações-: me nte à sal vaç ão ·ete rna ;·•.-é
pró pri a saritifi~~.;;:ãó /~ ·sa_lva:.
sua divü:ia. · . ção, e per der ·a esperança,
_ precis~. ·pelo··t'ontrá'ri~, d~se-
148 4. . Par a ma is por me ~or iza par a o am or ser ·desintere,s,-
dam ent e dar mo s a com- já:-la. esperã~la-· ~ ped1~la. sad o.
pre end er esses erros, apr ese
nte mo s em dua s colunas· a
doutrina católica e os ·extravia 6) _poq e .,suc~~~/ que: ·.~as .Nã o . é ~ece~s~rió ··1~como-
s de M olinos. . -· pro vàç ões interiores, . a ~ma,. dar,.,se .p~r a res~st_ir ,J'S. ten ~...
gin açã o e a sen sib ilid ade se,., ções : as ímag~naçoes mais
Dou trin a Cat 6ltc a.
Erros de Molino&. jàm pro fun dam ent e. j,e rtu obscenas; , os ada s, que daí
r...
bacias, enq úai ito ·a 'fin~ pon ta · resultam; ·não sã.o ·tep
1) Há un;i estac;lo passivo, da alm·a goz a da -pá'.Z pro -
ree nsi...
em que De us act ua em nós Nã o hã ~ai s que µm a via , veis, por que são óbr a· do ·de:.
pel a sua gra ç~ ope ran te: ma a via inte rio r ou a via da fun da ; m,a s .~ von t~d e, é JDónip, São ~rqvaç_~es pas,.,
não se chega·; lá ·nornial~s · con tem pla ção pas siv a, que sem pre obr Jga da ~ ,resistir, às . siva1? que os m~i;
o m<:>$. San
mente, sen ão dep ois de se homem pod e adq uir ir por sl ten taç ões . experim~ntaram,, e .qqe tç,s · _é.
hav ere m exe rcit ado . lon ga... mesmo, com .a gra ça comum: abs olu tam ent e pre ciso (µg1r.
é mister, pois, ent rar ime de çc;mfe~~~r. 8 por .esse ca,.,
me nté as virtude.i; ·e a medi ... dia..
taç ão. ta~ ent e na via pas siv a, e minho .qu e ·se che ga à ,: pure~
por esse mo do ani qui lar as· . za perfe_ita e· à uni ão íntima
0

sua s paixõ~s. . corri De us 1 • · .. _·_


,· · 1 . Par a · se ver ati
fraldas deis seus llvrós ou'·_d.ae ia ·Molinos 1 b~st:t ler ~s prop·osições ex:
1 P. PouRRAT La spiritua ond
1 Jlté chrétietttte,
t. II, p. 320-321, 327-328. - 2 P. DuooN, Le Quit. I, p. 97-99, 104-107 ; • · i XI (Decreto . de . 28 de s sua~ . declai;~ço_es e con,d~napdast por inf .
Mo/inos, Paris, 1921. étiste espagn,ol Mic hel ~~nN~v . de 1687)', em DÉNZING Agosto e Consttt. Caelest,s tJS or, e 9
ER, Enchirldiort, n. 1221-1288.

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832 · CAPlT ULO II
DA CONT EMPL AÇÃO INFUS A
833
A ç:x:p.osiçã,Q, que fizemos da verda deira doutr ina
lica, dispe nsa-n os da refuta ção deste erro. Mas cató- estad o, posto que não em todo o mome nto, é obrig
da histór ia ado a
do quieti smo se tirará a concl usão· que, semp re. quere r, deseja r e pedir explic itame nte a sua salva
qüe algué m ção etemá ,
quer · 'cheg ar · cedó demais à conte mplaç ão e introm como coisa que Deus quer e deseja que nós queira
eter-se mbs para
nela, de si ·mesmo,- sein ter morti ficado as paixõ es e sua glória ". ,_, O que é verda de é que nos perfei tos·
pratic ado o desejo'
as virtud es · cristãs, ·cai tanto mais hài~o quant o mais alto se <la bem,, avent uranç a é ml.llitas , vezes imper ado .pela·
e que há mome ntos em que eles não pensa m expli<
\::atida:de/
prete ndera eleva r: "quem quer voar como anjo, ?itamerite
·vem a rns- na própr ia salva ção.
tejar comp beljta". · · ·
, , 1 ,,
· . 2) · A segun da propo sição ·não é rilênós falsa . Há
<iúvida Santo s , que tivera m a impre ssão viuiss'tma, s~tn
,O inferi or' de =sua alma, de ·que .-estavam' justaí rlinte ·rçpto' parte
2 \o :· QUIETISMO ATEN UADO DE FÉNEL ON l na·
. • ,·: •f:- '. <ra.dos;
) 0 quieti smo de Molin os foi retom ado, em forma .
.·:. .', 1485. mas não era uma persuasão reflectida da parte' super
ior ; · se
tempêrada;' e - s~m as ,.cons equên cias imora is que dele havia algun s fiz.eraQJ. ,q sa<ZrJ.fício OÇ){ldioionaZ. da sna salva
çãb, não
tirado o seu áutor,• por M.m~ Guyo n, que, viuva era um .sacrifíciQ . absol uto. . ·· · ,
ndo muito 3) Tão~ pouco é exact o qi.Je:a ,alma; no· t;Staélo ·do
nova· 'ainda'./·s·e : lanç0 u com ardor numa pieda de puro
emoti va e amor , seja, indife rente à- suai perfe ição e às prátic
imé/-.Q_~~ativa, Bue . çpam ava a via do amor purc;>,·. Ganh as 'dá yirw
me1,rc ; ~~ suas, id~ias o _, P . Lacoml;>e, barba nita, . ou pri- tude; vimos , pelo contrá rio, que Santa Teres a não
certo ponto , . cj própr io Fénel on, que na Expli cação
,depC>is , até recom endar , nps .mais altos., estas:lo$ de perfei çijo,
:cessa' de
das . o ZEtlo do
mas do~ Santo s .sobre a· vida interior 2 , 1697, formu máxi- progr esso e ~asyi rtude s fuqdam.,~p.tai.s; . . ~-, ·
.- •-, ·. ·.
lou .tim
q_uictzsm<? mftig:(ld_q,i em · qµe se esfoi: çava ppr:' ,escla recer 1) É 'falso , enfim ; •que nos e~tados peiifeitos, se p·erca
a ·a
d<?ptriQ.ªi·Jdo Plf:ro :amo~, "<;arida~~ .P4Ta e sem mistu vista distin ta· de- Jesus': :Crist o, Vimo s ·(n:0 · 147,2)
~,o mo,t iv9 d~ i~tere ss,e própf io . .
ra algum a , que,. : na
. .,; _, união transf orman te; .Sant a Teres a, tinha·: visõe s · da
humani.:-
Todo s os erros contid os nest'é·· livro : podéi h, na dade ,santa ·de,Je sus, Cristo .; .o·que é .verda de ·é que,
opfiii ão tos mo_mentqs transitórios; iDão · se.' pensa" nele· .expli
em cet.:-
de Bossu et, reduz ir-se às quatr o propo siçõe s citam ente.
següi ntes :
1) .''I;I~, nçsta. ;vida, WP, estad o habitu al, ~e. puro, ~or.
no qual 0

o cl~~-~jo._da ,~~1yé!,ç,ã,o :etçr7:1~ já nã9 tfll}.:)µg;:,.r. ~2) ' '), o "TENDÊN_f,IÁ.$ > E_M1·-·cfo1ÊTISTÁ.s'°' l ':::
l'{~s~últim as
prqva :çqes gc1 _vid,a ,in~eriç,r, _pode-, uml;l ;alm?\ : esqµ: .
conve ncida
cçm: pe~sua.s~~.),w'7nc,íufl. e , reflEtçtida,, qu~ es~<\· . . 1487. Encop.tr~m-'s e' '.à s vez~s em ceJ;t~S e
ré,P,fOY~P~ poi· .. P,e1,1s, e, nesta petsµ a_Ç?O, .Ja.z~r
justam ente
a da~e. a.l,iás.,~:,çcelente~. t~nd,êxwi~s I11ai~ oq J,ll;~no
qb~~~·J_;; pie-,
Sfic/lfípió_. abi~l uto, qa SU<!, ,bem- aveµt uranç ~ ,etern ~. Deus . o que, se servis sem _de ~eg~íiS .de -~jrec ção ,para ,as.
s . qµ.t~tis~s
1 3) No alm~s qrc#-,
estad o do puro amor, é .a alma indif~ e~t~ p~ra
própr ia perfe ição e para com os exerc ícios· de virtud
c<;>m a 8Ua nárias1 c:o.ng:uzidaJn .~ 1~buso s. ,, . :- , . •.
e. 4) As . O ·erro. principal, que se. insinu a nestes ·livros , é. que · pá.;
almas cont~ mplât iv'as perde m, eni· certôs:'estad os;
a vistk dis- rece inculc arem- se a todas as almas , até mesm o :à~
tintâ. 'sen,sível ·e r~flec tida : g'e Jestis 1 Cri~tó _.-:: . '!'. ' 8' quai estão
. pouco adiantadas, dispo sições de passiv idade , que
;(\ :1~6.
1

'''f~W~"~â d~vid.~ que est; q~i,ét'i~~ó' l ~wi~ ~ê~~ s' vêm em realid ade senã<? à , v,ia ,µµitjv!i, Prete nde-s
não conw
e chega r
perigo ~o')qu e. J> de.. )'violinos: Mas são , folsa~ as., qu, cedo de mais a simpl ificai a! v~dá esj>ititual, esque
a,trp pr.o po- cendo que,
siçge_§ f.Je . pP51erianLfOndt12;iI: a co11seq11-~nciª~- (ooest para a maior parte das almas , essa simpl ificaç ão ~ão
as_. . se pod;
·· ,;·r t ), -~Ffà lsô qti~· h'àjà fla terra '.úm estad fazer utilnwri,t.t;, s,e9;~0. sl,Eie_qis º$\t;. );i.a ,vere.m,_;_.PA~~a~q
o <-h abitua l · de tação discursit.>a, pelos exam es de consc1enc1a esmiu medrw ~ela
~úto '·ámót'''qâe exclu a·.a esper ança· ; •pórq ue, , c'o'rtlo çados , e
t-àzãà · à 5: 0 ártigo · 'd e ,Iss-'y 4 , " todo o cristã o, di~ fom pela prápic a çl~s, y i~fudfs T!lºr~s1 É o. f?(:Cesso çluma
~ :: . . : . '· .'\(1 ·. •~ " ·) :!=;:_~ : .
em todo o lida<le :· querem~se torna r perfei tas as al~~s '? mais ; PP~ ;'!ua--
mente ~os's tvel.' suprirt1indo os estad ias 'ihte't médio
0 i:ap1d a-
· 1' ' ·f't!:NEl.t'JN, .-'MàxiinÚ des Salnts,
nouv. éd. par A. Chérel, 1911 ; s e suge-
GossELJN,:, Oeuv.tes ·de Fénelori; , t. IV; L. ClwusL rindo •désdé o prirtc ípíó' Ô.s''méios que âãó boin result
É, Bossuet et Féttelon, ado às
189~ .i: :HuvE.LIN, [Jossaef, Fénelon, /e quiétl sme;. almas mais- ·adian tadas..' , . • · , , . · '
(Dict. de Théól. t. V, col. , 2138-2169). - 2 ExpltcA. LYRGENT, Fénelon ·. · . ·· , · · •
des saints sur la vie iitférieufe;' - s Encon trar-seatlon des maxlmes · --1488. , á), E assjm ;,.sob . prete xto .de favor
eaer o amor
de DEN.~J!'GEI:, ·, 1327-1349,, a,~ propos içõ_es de !'~qdo-ão no Em:hirJdlon desinteress-adq, não se d.~ •.f.i ,eseer[!-nÇ? c,rjstã o ·lugar
Inocêncio .Xn. -:- 4 Estes a rtigos fora.m. red1gic;ios n conden_a~a~ por _qtJ.e el~
Issy, -como re'sµltaçlq das .éonfer no Sem1narto, de
ênciíl':1 ç'elebractas .entre !iossúe t, Noajl:-
les, bispo de Ç,h,âlons1. :Fénet on e M, Trons on, 1694:-169~. :, · . •
. i ' P. Jos~. ,·EttldeS re/ig;; déc. :'ia,n; ·p. ·so4: ' Molt. A. PAJIGl!S,
Phén. Mystiques, p. 174-184.
68

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CA PIT ULO III
FE!'-lóMENOS MtS TIC OS EXT
RA OR DIN AR IOS
d.e ve ocu par ; sup õe- se que 835
o des ejo da bem-aventurança
et~rna não é ma is que ace - ART. I. fENÓMENOS MÍSTICOS DIV
ssó rio, que a gló ria de De INOS
tudo. Ora ,. em rea lida de, a us é \
gló
ran i;a ete rna and am inti ma me ria de De us e a bem -av ent u- EXT RAO RDI NÁR IOS l
, nQec;imento e. am or de De us nte liga das , já que é' pel o co- Distinguem-se· ·duas espécies
ei,te .cc;>nbecimento . e !3IDOr que se pro cur a a sua glória, e- nero . os . de ~rdem intelectua
de. f enómep.ôs 'deste· gé~
con stit uem ao me smo tem po
nos sa felicidade. Em vez de
sep ara r este s doi s elementos, a
l e os de ord~m psicp-f;~~?:~
mister, pel o .ç~nti:ário, uni -los é- lógica.
.
e. harmoniz~rµ, _~fPl con tud o e .m ost rar com o se com ple tam
.<,;epar.a.cli=\mente . tJW e out ro, esq uec er que, se se , con sid era § I. ·Fe nó m.erios div ino s int elê ctu
gló ria de Oeus. . p pri nci pal .é, evi den tem ent ~is
· . · e. a
...
\ >!

, ,. ,, l,) . Ins iste -se tam bém
dem ais sob re. o lad o p~s ivO Reduz.em-se· .estes fenómeno
pie dad e : dei xar a De us 'bp da s a dois ·pri~cipais : a'.s
erà r em nós; lançt:ir-se nos ·re ve laç ~s - privadas e;as grá
~F.f!.99S, sem. acr esc ent ar ..que seus çag grft.tuitailiente diidas.
nãq g~a ndo , . dur apt e mu ito Del!IS o não faz. ~er alm ent e sc-
tempo, nos ·ex erc itám os na 1. Rev ela çõe s priv ada s.
d~d e ,activ.a. , . uie -
·• e)· Qu atid o se· vei n a • tra E 1 ° a sua natureza ; 2.' 0 as reg i ~
pro põe m-s e qua se exc his iva me tar dos rtÚdôs de santificação, dis ce: ;;:: r:~ :se ;él ade ira s· revela ra~ par a
tiv a : erit ica -se , ·po r exemplo, nte · os que cón vêm à vià uni - ções dàs fa[sas .. . . '' '
dida em compartimentos, .cóm a me dita ção me tód ica e div i-
ticulares, que, dizem, que bra mo,a dià ma m; as :res olu çõ'es par-
os· ex:ames de :c0hsáiê11cia esm a uni dad e da vid a esp irit ual ;
\

iuçad@s, que: •se· que rem sub


tuir ,por. 'um simples olh ar, •M sti-
as ésq uec em ·qu e Os ptincipiéín
não che gam ger alm ent e à ora tes
ora ção me tqd ica . gue ,par<;1 elesção de sim plic ida de sen ão pel a
1 , as res olu çõe s g~rais
a De us de· tod b 'ê::i cot açã o ' neces~itani de ser· pre de am ar
que, par a con hec er e ref orm cis ada s e
ar
sât io ent tat '~ni-: ihiriudêiicias os pró pri os defeitos, é nec es-
c(?ntentar-sê ;tl'um olh ar süp~rf: exp ost os ·'dé'tri'àis est ão ·etes a
xatâ subsistir: as :;stias ·· pài xõe sicia l sob re ·si mesmos, que dei-·
''e ·fra qüe zas .'
Nu ma pal avr a, esq uec e-s e dem ..
tád ios que per côr rer, ant es asia do· que •ha ·va rió s es-
ao : e.stado pas siv o. de che gar ã · uni ão ·com De
us e
,. . , .>:
.J' ·,:

• . . .· ' l
CA Pt TU LO -lI I
.. ' .... : , .: .

• i 'Fettómenos m:ísticos ·'êi!traordinários


>t4 89 /' "\i\ o de&crevermos a con
tem pla ção , deb táin os
d~ part~ . ô~ /en-óm~nos extra9r
c/,inqri.os q~e. ~ob.retudo a.
par tir da µni ão ext átic a, fre que
nte me nte ·a aco mp anh am ~·
visões , revelações, etc. E, com
o o dem óni o ,ma caq uei a stS•
{')htas divirtas; hã por •ve zes
tam bém :,. nos 1místicos ver da-
àeirós'··oú falsos, 'fen óm eno s
diabólicos. Falá.temos, pois,
suc ess iva me nte dos fen óm eno
s divinos e. pos fen qm ~no s
dt~'b6licos. . ·

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836 CAP ITU LO III FEN óME NO S MíS TIC OS , EXT
RAO RDI NAR IOS
837·
fiéis : o ass ent ime nto , que se . O que fica dito de N. S. Jesu
lhe s dev e dar , não é, poi:,, s Cri sto aplica~se à SS.rna
um act o de fé cat ólic a, ma s um ':1r gem ; ass~m, qua ndo ela apa
act o de fé hum ana , fun - rec eu em Lourdes, o seu cor po
dad o em que esta s rev ela çõe fica v~ no ceu , e_ não hav ia no
críveis 1 , ,-, Nã o se pod em pub
s são prováveis e pia ,ne nle um a ,.arm a sens1vel que a rep lug ar da apa riçã o, mais que
lica r as rev ela çõe s priv a- rese nta va. Eis o que exp lica
como Ela apa rec e ora num a
das sem a apr ova ção da aut or-a nou tra forma;
ori dad e ecl esiá stic a 2 •
Pen sam con tud o vár ios teó log 1492. 2) Vis ões imaginária
s ou imaginativas são
e_stas re_velaçpes são foi tas, e . !:lq os que as pes soa s a quem aqu ela s que são pro duz ida s. :na--
fica r esta s von tad es, pod em uelas, a qu_em peu s faz~sigui~ ima gin açã o por De us ou
cre r nel as com fé ver dàd eira pel os anj os, no est ado de vig
con tan to que tenhaµi pro vas cer ília : ou dur ant e o sono.
tas da sua aut ent icid ade . ' Ass im, apa rec e um anj o vár ias
vez es a S. Jos é dur ant e o
.· '. kt91,1 , ~~. f~z~m ~s rev ela ç!,e s. faz em -$e
B) __ Ç~m~ son o, _e. San ta T~r esa con t~ vár
i~s v1soes ima gm ana s da
de três ·ma nei ras div ers as : por hum ani dad e de Çri sto Sen hor
me io de visões, de pala- No sso , que . tem no est ado
vras sobrenaturais, de :toques de vigília 1 ; mu itas vez es esta
div ino s. s vis ões são aco mp anh ada s
_ , a)_ As vis ões sã~ per dum a vis ão inte lec tua l que lhe
cep çõe s sob ren atu rais dum s· exp lica a stg nifi caç ão z~
obj ect o nat ura lme nte inv isív el Às vez es percorrem-se, em ·vis
par a o hom em . Nã o são ão, regiões lqngírlquà.s 'i
rev ela çõe s, sen ão qua ndo des sEi.o ent ão, as µiais 'da s vez es,
cob rem ver dad es ocu ltas . ima gin ária s. . · . ; .
São de. três esp éci es : sensíveis,
imaginárias 'OU pur am ent e . . 149~. 3) Vis ões inte[eç:,I u_ai
inte lec tua is. s são a_quelas. ~rÍÍ que ,~'
·· espírit,o per ceb e um a ver dad ~
: ,_h;1):l' 'Vfsõês seiisíveís·16u cdrpdr esp irjt ual , s~m . forin.a"i. se·~;
síveis ::tà l foi a visão' da SS ::iµª
fa:m~érn. aparições, são âqi rela em -qu
âi;, que l?e·' êha ma m
Ter esa . e que referimos ( n. 0
,Tr ind àde •qtt te,t eve ,Sa nta
cebem uµl'.a rea lida de obj ect ivas nat e os s'énú<los· per- 1473) .' ·Es tas visõêifª· fâzéfo.:
-~ló-~ ~m . ·~~ o _'ê ~~~essário ql!e
ura lme nte invisível ·ao -se, ora por me io de ideia~ já
coord-ena ou mo difi ca, ora por
adqufr~~as:_ mas.qµJ:D:écil
u~ cor po de c~m e e osso ;
o obj ect o ~er ceb ido sej~
que rep res ent am rtle1hôr ·q úe
me io· 'de
esp~cies in{üsâs
s~n sív el ·ou' 'hu nin'o:Sa. · · ,
bas ta que seJa um a for ma
div ina s. As vez es, são obs cút
ict,é ia,s 'adq_uirid-as ás .cbisas
, · ' ·· · âs ·e. hão· 'tna nif ésh àn irt~H
... ., Ass im. admite~se com'um que a pre sen ça do obj ect o 3 ;
mente; com San to Tom ás, que ·out ras , são clarás, ma s nãd
Irsu s C~isto Sen hor _No sso , dur am ma is que um mo me nfo
apa rec e~ · pes~oalment'e, Sénão dep ois da sua Asc enç ão, não ·: :são com'ó ihtu içõ es 'q-ite
mu
rece,·-,po1s,- ger alm ent e sen ão .nu ito rar as vez es ; . não . apa~ dei xam pro fun da imp res são 4
• ··
ma form a sen síve l que não é ' .
· :- '
o -seu yer dad eiro cor pq.. Qm:md . ' Há vjsões que reu nem doi/
• ·, . ! ' ' . · •. :
!.\ .. ..• • : •.
.-· ,-~ .:•
o ,ap are ce na Euç aris tia, expl~~ ) ou trê,s · G&rac.~~rei, }~·-º _m,~~~-
ca~se o_ fac to · ~e ~ua s ma,neir
as, diz San to To má s: · ou por 010 tem po. , As&im, a vis ão
~a i~p r~s são mir acu losa nds de S,. Pau lo no ,dar oin ho .d,e
quà ndb não se dei xa ver Ihais·órg ãos dos olh os ..1(tal é o caso, Da .ma sco foi ap me sm o tem po
ma ção no -ar amb ien te dum a- que a um · só) ; ou pel a for~
form a sen síve l real, ma s djs~ ful gur ant e, ima gin ativ a, · qua ndo
sensível, qua ndo. viu lu~
lhe ~or am rep r~s ~nt ado s
e.
tjpt a ;do próprio_ cor po . de!,Cr à ima gin açã o os traç os .de An a,n
isto Sen hor No sso ; por qua nto ias, . e intelectual, qua nJQ
a~r esc e~t ~, ele, :o cçr po do Sé!lv~ ,
.form a próp1:ia sen ão em um dor não pod e s_e r vist o na sua com pre end eu a von tad e- de. De
us a seu r~~petto,
pot est irr pro ptia · specie uiderisó lug ar : "Co rpu s Christi 'non . 1494. · h) - As pal avr as sob ren
.
nisi in quo ·loco, in quo de[i~ atu rai s sao · manifes-
niti ve continetur " a. taç ões do pên sam ent o ~iv tno que
• . : ! \ : ~'
• ;_ : • -~ 1
.
·:t- ' :)' , . ' . ' ,
. se faz em ouvir ads seil~
•• J ·, ·, :;
. : ' ,, . · tido s externos, aos ; sen tido s
Qe SeÍ'I!· -l )el beat if., ,L
. · . · . 1 ,_
.reve~at1onibu~ :taÜ têr. ap_prob atis_
rt,
;e. XXXII, n.' 11 : • Siqu idein hisce internos ou dir ect am ent e à
,
assensus_.fide!t qtM{ic.a_~, .4eb~lur_'liccf _lf oti debeatur nec poss it àdhiberi
prnd~nt1ae, ,~egulas ,1 uxta quas tamen' âssensus jide Oellvres, t. II, p. 234 • Com
pleque credib,l{es • .~
1 nempe taleii ·revelatione si hum túiaé, jtixt a
sun t probabl!es diss e, que , depois que : subj preendi, por cert as coisas que
Ele me
2 ;, De~reto 4e Urb ano VIU se comun~car aosi ~o':meW,1tunão !lOS céus não _ desceµ jamais à
de Clem ente XI, 23 de , 13 de Março · de 1625; : ser no. SS.~ ? Sacram~qtô .>,,terr a, para
- É também o que resu. Mai o de ,\q68 .. "7· s ..Suf!1 . theo l., III, q; .79,' .a. 8. 1 Vida, e. :X.Xw,tr. :- li
V!da , e. XXI X. -
· , .,
lta do test emu nho de San ta Ter esa, Rela t. XIII, 4 Cas tl/lo inte rior , Sex
tas Moradas, e. X.
.
~ · Vida, e. XXVII . ....,.
' ,. . .

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838 CAPITULO III FENó MEN OS MÍST ICOS :EXTR AORD INÁR
IOS 839
inteligência. Cha mam -se auricular es, quan do algu ns, diz o Sant o, que levam tal modo
são vibra- e estilo com as
ções mira culo same nte for~ adâs que ressoam alma s que têm as tais coisas, que ou as
fazem errar , ou as
aos ouvidos ; emba raçam com elas, ou não as levam por
imàg inárias, quan do se faze m ouvi r à imag cami nho çle humil-
inaç ão ; inte- dade , e lhes dão mão a que ponh am muit
lect1iais. quan do se dirigem direc tame nte :algu ma mane ira nelas , que é caus a de não o os o~hos de
ao ente ndi- cami nhar pelo
men to 1 • puro e perfe ito espír ito : d~ J:'.\é, ,E;, pão lhes
e~ifi,.Cfl1!1;a F~\ nem
as forta lecem nela, prest~nélo -:se .a long as
1495. e) Os toqu es divi nos são senti men conv ersas ~cer~a
tos espi- ,daqu elas coisà s'. No· qual lhes· dão a senti
utua is deliciosos; impressos · na vont ade por r que gosta m .~
uma espé de .fazem müit o caso daqu ilo. e por cons eguin
te o fazem ·elas,, e
de cont acto .dívino, ,acom panh ados de viva luz ficam~se-lhes as ..<Jhnas ,posta s naqu elas apree
para a in- nsões ,_ e · não•edi~
teligência.· .. . ficad as na Fé,· e vazia s e desp ojad as e desp
r~nd idas .daqu elas
coisa s, para voar em em 'altezp_ de. Fé obsru
· Hã-o s de duà:s espé cies: ~s tocjue·s divin r,a. . . E ._daqll i
:~;· ordin saem muit as impe rfeiç ões pelo men os; porq
e .os toqu es ·divin os subst ancia is, que, áâos , ue a alma já não
se é certo que ating em fica tão humi ld~, p,ensando que aquil o é algum
a vm;1tadé, ),ão tão p'rof undo s . q1.11e pare ce ptod a coisa e que
uzire m-se na tem algu ma cqisa boa .. ~ , qµe Deus faz
próp ria subs tânci a d,a alma ; dond e vêm c~so dela-, e ;:inda
. essas conte nte e algum tanto satisfei~a de si, .
dos:.místicos que decla ram have r expe time ntad oexpr um
essõe s
con-
o.
humi ldàde ... (Alguns confessores)., como que .é contr a .fl
vêem que as ditas
tacto , de subs tânc ia' a subs tând à. Em 'reali alma s têm tail; ' coisa s de Deus , p'edem-lhes'•
dade exerc em-s ~ que rogu eth a
esses toqu es sobr e a fina o~us lhes revel e. ou diga tais -- ou tais coisa
no pont o em ' que estas pot1;t a da vont ade .e 4a intel igêµc ia,
fatul dàde s se· radic àm na próp ria e
ou a outra s, essas alma s são tão nésc ias
s tocan tes a eles
gµe q fazem;· penr
subs tânci a da alma : mas são as :f acald ades sand a que é lícito quer er sab~ -lo por aque
é não a subst ârt- la via., -.,•· e a ver~
cia, que, segu ndo a d6UJt:rina de Sant b Tom dade é que ·Deus nem gosta ' dissb nem ,o·
impr essõ~ s, ,!!'. Esta f:in_a :pon ta de vonta<;le
ás, perce bem estas quer'' 1 •
é c}Jamada pelos Dein ais, e~sas visões e·stão ·s;ijeitas· a :~;u,ita~
místi<1os o vfrti c~ qo_ ;e;,pírito ou o vért~ tlp~õ e~ :
ãincfa o .fundá da alma . . .. . ce da v~nt ade, ou eis o motivo · por que ;é mister dar regras para
. , discemt.r
<. · \ ~ ~
,,_~r
• • 1 '

1496. ,Ç) . l\1odo


• ' • . 1 '. : ! · 'l :as verd adei ras das falsas.
se l1á-«le.,t.er _com . rdaç ão a
1
1 ' , •
.
estas gi;~ç~~ extrao.!(lmár~as. . O~ grandes míst
icos são 2.º
µnân imes ~m ensin ar qt,1e _não se d~,~e.m nem REGR AS PARA O DISCÉRNIMENTO
dese jar nem ~~ .
pedi r e~tes 'f~vores, _ex,frtiordinários. Ê que, de DAS REVELAÇÕES
facto, não
são meios necessários para .cheg ar ,à uniã
ô divina. ; e 1497. ., Pç1,ra .b,~rn d~scernir as verdadeiras teve
às vezes até, por caus a das· nossas tend lações
ênci as más, -e sabe~ ~e-c onhe cer o elemento humano que nela
s~o apte s obst ácul os · à união· divina. É · o s se pode
que triostra insinuar, impo rta traça r regra,c; tão precisas quan
ê'm, 'flarticú{à.r S. ' :foao da Cruz , o qual 'afirma que este vel. Esta s regras dizem respeito à pessoa qµe
to ,possf...
de~eJo dde ,:revélações" •tíra. a pure za da fé, :re~ be reve-
·d esen volv e lações, ao objecto sopt'é que versam, aos efott
uma cútio sida de p'erigosa · que é font e de ilusõ os que pro-
es, emb a- ,clu~em, aos sina~s que as ~iwmpanhan;i., i:
•·
raça o espí'rito com vãos -fantasrriàs, deno ta
muitas· vezes •
• ' 1
·· ·
. •

falta de 'lí'ürnfldàde e ·· submissão ã vont ade ~

Reg~al! reÍat iv~s · ci, ~~s~:o~ /auo~ec,i.~~ d~ ;i:eP,l!


'

Nos~o Seo,hor; qu~ ..; pefo.s re\(elaççies públ icas,


-de Deu s A.) . -., · . . laçõe~,
nos deu
tudo . quan to nos é necess_ário pata nos cond · · 1498. 'É · indu hitá~ el qqe' Deu s pàd~ f~ze
uzir, ~o céu. r re~eI~~
E assim, insur ge~s e com força cont ra esses
direc toi'es
-ções a quem lhe ·apra z, até rriesdio . peéaJ.ore a
s : m?:s nã9
impr uden tes que favo recem este dese jo
das visõe s. "Há
o faz 'hab itual men te senã o a pesS08;S n~? •S?m
' rosas , mas ja elev adas âo estad o 'm/stico'.
e~te ; ervo:. r
l 'S. João da Cruz trata longa mente
l
q~m_àis, até
sobr~n,aturals; suctfssivàs, fo rmais e sqbst das três• espécies de palavras mesm o para ~nte ~reta r a~ verdad~i~as reve
melo, L. II; e. XXVI-XXIX . - ll S. THoM anciais. Subida dei Monte Car- l~ç?es, é ne-
I. II, q. 113, a. s; De .ve-
ritate, q. 28, a. 3 j cfr. GARRIGOU-LAGRANGE,., op.
cit., t. ,II I p. 560. 1 Subida dei Monte Carmelo, L. II, e. XVI.

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CAP1TULO III FENôM ENOS MlSTICOS EXTRAORDINARIOS
841
cessarro conhe cer as boas quali dad,es e os defeitos das 1.500. Note- se bem que a prese nça destas qualid a-
pessoas que se crêem favorecidas de revelações. Ora. para des não nrova a existência duma revelação, mas toma o
esse fim, · é preciso estud ar as suas qualid ades naturais e testem unho da viden te mais crível ; e que a sua ausência,
s09reTiaturais. . . sem provar a sua não existência. a torna pouco provável.
· a) Qualidades natura\s : · 1 ) Sob o . aspecto do Além disso . as ir;i.formações a_ssim obtidas mais fàcil-
temperameri.to, s~p pessoas hem ·-equili brada s ' Oll ~ti:l,~adas mente permitirão descobrir as mentiras ·o~ ilusões das pré-
'de .psico-n~pros~,' 9.~ .de· histeria?. É ·manif esto que, neste tensas videntes. f: que, d~ facto, não 1faltam criaturas
Ílltimo . caso, há motivo para desconfiar das preten sas re- que, por orgulh6 e para se ·darem importância, simulam
velações, :·porqu e ' esses tempe ramen tos estão ST,Ijeitos a volun tàriam ente êxtases e visões . 1 . Outra s,, mais hume -
~alucina'.çõ~s.· , , .. ., "; ; · · ., , · • rosas, cate~ na jlusão, por-vt,~e.za de imaginação. toman-
... 2) . Sob o aspecto mental, trata:..se duma pessoa de do os própri_os pensjlmentos por visões ou .palavras inte-
hom senso.: de 'juízo recto, ou tluma imagi nação exalta da. riores 2
Junta a . uma .·exce,~·siv·~ · serisibilid.él-de ? D4~a _pessoa ins- . L

truída ou ignoránte. 7·De quem r~ç~beu ela:.-a sua instrlt.., 8) Regras rclatt11as ao ' oLtecto das revelaç ões.
·ção 7· O seu ·esph:ito não estará .debil itado· pela doenç a.
porrl0ng"ós· jej'utl$ 7-· .. ·' :.-'. · ··. · · ·· : ·· · . . 1.501. .f: pàra, este .l ado sobretudo que se deve dirigi~
3)' S0b. ·o, . ~~p~c.to .moral:.'...é, a -pes;o a. ,perfeita,me~te a.· atenç ão : porqu e toda a revelação contrária à fé ou
sincera, ou p~l~ · co~~rá~o tem o ·s~slr? de ªll;J?lificar a aos bons costumes deve s~ implacàvelme.nte rejeitada.
confórm,e: a d~{it~ínâ: un;~iürp ;,.~os Dout_ores, fixndada
1

verdad.e. ·ou até às vezes de a inven tar? É de carác ter ~

calmó ·o u ápaix onado ? ' · .. ·, nesta~ palav ras qe S. Paulo : Aind a.' que ,,nós· · mesmos-
. ou •utn •anjo descido do ,céu vos amthciásse ó~tro ·Evan-
A solução destas questões -~ã~ prova~á se~ .dúvid a a
existência ou não . existência duma . rev~lação, mas aju- ·g~lhcr divetsü' d·a:qüelé ' que··nós vos anunéi'árho'~, .:i~ja an~~
tema" :i_ É que. efectivamente. Deus não ~e pode con-
dará muito a j~lgá~ ' dó valor do testem~'nho aduzi do pe-
los videntes. tradizer, nem revelar co·isas contrárias ao que nos ensina
· ' : ' '·. · '
pela sua lg'reja; Dond e um certo número de regras que
1499. -h) · ·Quan to às' ·qualidades· sohre:ríá.hirais.. vamos .recordar.· ' · , · ,· • ··
·examinar-'se-á se a pessoa :: t} é dótada: de virtude· sólida. ·
-longamente prova da, ou somen te dum fervor mais ou me- a) Deve- se ter por falsa qualq uer ré;elaç_ão ~rivada
nos sensíV'el ; '2) se· tem humil dade sincera, profun:da, ou em contradição cc;nn _uma ~~r.dad_ e d-e )~ '.i-~ais,,,~~9,1 Pºf
se 1 pelo contrârio · gostá de ·se éxibi'r, de cohtà r a toda· a exbm.plô.' as"° ptefori~as·\·êvelá.'ç6& espiritistas, q~e negam
gente os seus favores espiri tuais; a verdadeira•hl.'lmtldade vários dos nos~os dogma~, ,em. partic ular a ~tem1da,de das
é a pedra de {o que da santid ade ·; se falta, é p_éssimo · i · Tal foi em partléular, Madalena da Cruz, fràhclsi:ana
si- de C6r•
nal-; · 3yi\sê'-'Hâ 1a. b·bnhecér '·ao 'sé1.t' dtr~ctor' as''suàs révela- dova no séc. 'XVI, que, depois de se ter dado ao
çqes, em vez d~ as comu nicar a outras :wessoE\s,
infâ~cia entrou no convento aos dezassete !lnos1 e f_oidem?n
dessa d~ seu mosteiro. Ajudada pelo demónio, simulo~ tres
1
lo desd a~
vezes ~nó-
'ôs seus con~elhos· COIIl 'docilidade ; 4) se . passo~e ~e segue
jã pelas- menos I místicos, :êxtases, · levitação, ·: es~g!11ªt,• d!~~! ~~eie
várias .. vezes realizadas.• Julgand
todos. os fe
: c~~°J!~~!:•1
o-se pr x1m ··
1provações p~s(v as e pelos· prt~e tros graus ,dâ c~nt~mpla- depois retratou-as, foi ·exorcizada e encerr a~ah~~ *ffr 0 . ,c~~y~ d
çrfo ; s~ 'tefl); sobré tudo êxtase s ri.a sua vida, isto é, se prd- Ordetn,. Cfr. Pouuu1 ,. ·:0rdce s .d 'ora_lson,, . ._e • tfJa~~!
:r · fala disto• várias vezes>: « Sucede: a algumas, pessoas
n. • . . i ue
tica as virtudes em grau 'heróico ·: é que. de· facto, re- ê , e
er::3ad e : que ·o: tratata m comigói e não 'três,ou .:.quatro, senão se _.q
_mu1tfs•
v de tã~ íraca.imaginação,<iu ó entendi
serv~ Deus geralmente -~s:tas visões . pá;~ · ser é .' ue se · embebem de· maneira namento_ tao~eficaz, ou -nao se/
•imagmaçaoc que t_udo qua~ o
as almas per- i:~sa:n ,\1aram en1e lhes· parec~ que o :vêem; _>. '(Mora das sextas,
feitas. 3 Oal. I, 8. · · . · •. · ·.. .
e.~>::~
. .

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842 CAP !TULO III FENóMENOS M1STICOS EXTRAORDI NARIOS 843
penas do inferno. ,_, O mesmo se qiga, se são opostas ao a) Segundo S. Inácio e Santa Teresa, a visão divina
ensino unânime dos SS. Padres e Teólogos , que é uma produz ao princípio um sentimento de assombro e temor.
das formas do magistério ordinário da Igreja. -1-· .. fogo seguido dum sentimenlo profundo e duradoiro de
J· '1. paz,. alegria e segurança. O contrário sucede nas· visões
Se se trata duma opinião controversa entre Teólogos,
<leve:.se desconfiar de qualquer revelação que pretendess~
acaso dar a sua solução, por exemplo, que decidisse a ccn~
}t ,diabólicas ; se ao princípio causam alegria, bem depressa
produzem perturbação, tristezas, desalento; é po~ esse ca-
trovérsia entre Tomistas e Molinistas; Deus não costuma minho. efectivame nte, que o demónio faz cair as almas.
proni.mciar~se acer~a de questões desse género.
1504. b) · As verdadeiras revelações confirmam a
1502. b) ' Deve-se rejeitar igualmente qualquer vi- alma nas virtudes da humildade , obediência, paciência;
. são que porventura fosse contrária às leis da. moral ou da ,cónfomüd ade com ã. · vontade dH,fna; as ff.ílsas geram
decência: por exemplo, aparições de formas humanas orgulho, presunção, desobediên cia.
sem vestidos, linguagem trivial ou imodesta, descrições
·. Escutemos a Santa Teresa 1 : ":8 mercê do Senhor; que
minueiosas ou pormenoriz adas d,e vícios vergonhosos, que traz grandíssima confusão consigo e humildade. Quando
não podem·tlei xar de,•ofénder o pudor 1 . Déüs,' ~ue não fosse do demónio, tudo seria ao contrário ; e., como é coisa
fez revelações senão para bem das almas, não pode evi- que notàvelmen te se entende ser dado por Deus, que não
dentiemente ser autor daquelas que são ·de natureza para bastaria indústria humana para poder~se assim sentir, de ne~
nhnm:modo pode pensar quem .o ,tem que é bem seu, senão
levar ao vício. ' · •dado pela· mão de Deus ... Os tesoiroS'• de que esta graça
', · .I:<: · em virtude do mesmo princípio .que são suspeitas as enriquece, a alma, e os efeitos iilteriores que produz não
ãpariçõ~s ern que se notà falta · 'd e dignidade, de reserva, e, permitem atribuí~la à melancolià., N:_em tã~pouco o demónio
com mais ,f orça, . de razão, aquelai ein que se manifesta o faria tanto bem; nem andada. a ·alma com. tanta paz e- com
ridículo:. este último traço é o sinete das contrafacçõ es huma~ .tão contínuos . desejos de contenta, a .[,)eus, e com tanto des~
nas ou diabólicas ; tais foram as manifestaçõ es do cemitério prezo de tuclo o que a não, leva a .Ele";
de S. l\.:Iedardo. J,505~ e) Aqui se apresenta: a questão de saber se
e) . Tão~pouco se podem admitir, , como· vindas' de :Se podem pedir ·sinais para ·confirmár ·as revel~ções pri-
Deus, exigências impossíveis de realtzar; tendo em conta vadà.s. ii.) Se a.c·oísa é irriporta,nte, podem-se· pedir, mas
as leis providenciais e os milagres que Deus cqstuma fa- !í.um.tlde e condicionq lmenie.; .P·orciue · Deus não é obriga•
zer :. é. que, de facto, D~us n.ão pede o impos·sível 2 • do ~ Jazer milagres, para provar a verdade destas visões.
1) Se se lhe ·pedem esses sinais, é 'bcirri. ·deixar-lhe a: eifco~
' '
C) . . R~gr~s relativas ao~ efeit_os p.rodu,;idos pelas re~el.a ções. lha deles. O bom pároco de Lourdes tinha mandado pe-
.dir à aparição que fizess·e flórescer mria roseh:a brava ern
f~O~. Julga-se da árvore pelos ·seus frutos ; pode-se, plenó in,1.~mo : es.se ~inal níiq foi éonteêlido," :ina.s a Yii--
pois, julgar ças r~velações pelos e./eitos que produzem ,gerp, lrµa~uhtda f ~z brotar uma fonte mtl~grosi;i., que ha-
n~ alma. · :. · .. · · ' · · ' ,·ia de curar os· corpos e:'as almas·. e). Uma vez que o
milagre· p~dido foi bem: averiguado , assim.·· ·como a sua
..·. 1 • Assim, ~ei~~ meado~ do ·s~c, XIX~ uma ,•id~nte, chamada Can- Telaçãó tQrrí' á ap_artç·ão, tem-ie' 1á'.}i uµi.~ prova ~ér;i8: que
çianila·, ganhou. a,confiança dum, piedóso bispo que publicou uma pre~
tensa, revelação ,que continha umf!• pintura horrível dos costumes dos orrasfo.. ~ .~onvicç~o~ .· ,. . . ,. . . . ..
sacerdotes da ·sua diocese ; foi bem. depressa obrigado a pedir a demis-
são. (Pouu.IN 1 op.: clt., e. ,XVII). Talvez por esse,,motivo é que foi proi-
bida a, publicação .do ·Segredo de Melârtia. - 2 ,Assimí' por ex., refe-
re-se na vida ,de Santa G:atarina de ·Bolonha; que o demónio lhe ap~recia
às vezes sob a•, forma de Cristo Crucificado e lhe mandava·, sob pretexto
de perfeição, : coisas·. linpossíveis, para a lançar , no desespero. (Vita .,
altera, cap. II, 10-13, nos Bolandistas, 9 de Março). 1 ·Moradas sextas, cap. VIU.
\

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844 CAPtTULO III FENóMENOS MíSTICOS EXTRAORDINARIOS 845

D) RP.gras para discernir o verdadeiro do falso nas revelações de golpes que Jesus recebeu na flagelação), ou em oposição
privadas.
com os melhores historiadores 1 .
1507. h) Uma revelação divina pode ser mal in-
1506. Uma revelação pode ser verdadeira na subs- terpretacla.
tfmcia e ter,. contudo. misturados •erros acessórios. Deus Por exemplo, tendo Santa Joana d'Arc perguntado às
não multiplica os milagres sem razão, nem corrige os pre~ suas vozes se seria queimada, elas lhe responderam que sr
conceitos ou erros que se podem encontrar no espírito entregasse a Cristo Senhor Nosso, que Ele a ajudaria e ela
dos videntes ; tem em vista o seu bem espirttual e. não a seria libertada por grande vitória ; ora, ela cria que esta
vitória seria a sua libertação do cárcere ; foi em .realidade o
s~a fo~àção intelectual. Isto. melhor o compr~endere~os, seu martírio e a sua entrada no céu. ,:_ S. Norberto havia
analisando • as principais causas de erros que se . ~nc;::pn- _, declarado saber por uma revelação. de maneir,a certíssima,
train em algumas revelações· privadas. que o. Anfiçristo viria no tempo da geração actual (séc. XIll;
apertado por S. Bernardo, disse que ao menos não morreria
a) , A primeira causa é a mistµra da actividade sem _ter visto uma perseguição geral na Igreja 2 • ~ S. Vi-
humana com a aéção sobrenatural d·e Deus, sobretudo cente Fetrer havia anmic.iado o Juízo final como próximo
se a imaginação e o espírito · sãó dotados'· de grancle
I e· :i,ar,~cera _c9n,{irmàr este vàtic!nio com milagres ª· ·
,,ivacidad~ ,. · ,r .. • 1.508. · e) Uma reV1elação pode ser inconsciente-
, . 1) Assim: por exemplo,, enconttam~se nas reveláÇÕêS mente alterada pelo próprio vidente no moment.o em
privadas os · eriros do tempo s-obre as ciências físicas ou his-' .;~. que procura explicá-la, ou, mais frequentemente -·ainda,
tóricas. ·Saqta·:F.rancisc:a Romana afirma que viu .um céu de 'i.{~!J pelos 'seus; secretários/ 1': ! ... : ., •i .. 'd
1
I .: .
cristal entre -o •céu, elas• estrelas e o' empíreo, e atribui 'a cot ,X:~: - ·A p~ópria Santa Brígida ·t~cónhéce que às vezes re-
azul do fümàmento ao céu das estrelas. Mc4ia de' Agredd ' '•:•
creh saber 1por meio de revelação que· esse céu· de cristal se ;. tocava.' â~l s'tlas revela~ões ~' pà:ra melhor se''explicar ·4 .;
dividiu em onze partes· rto::momenli1' da Incarnação 1 • estas explicàções ' nem sem pré' sã.õ I isentas de erros. · Re~
.. ,
', • 2) · Ohtràsi vezes encontram-sé também nessas reve}a.. 1 conhecêl~•eJ hoje que os secretá.rios; que escreveram ila,s
ções às ideias~,e a~é os preçpnceitqs 9µ, s.i&temas dwi direct~ · revelâçõ'e~; dé Maria ·de AgretfüH ie Catarirla Emrtttjrich
res· das vide11tes. fiada em ,seus directores, creu ver Santa e ' de MíiWâ' 'Lataste, as ·tctoéâranf ·numa. rriêdida quê ·e
Coleta quel ~_á nta .f\~a havia sido 'casadatrês vezes e· a vin~~ . difícil 'd~l}rminâr 5 • ,, q( ;.!,·• ' ,,, ' -
visitar com ' stta •1úimerosa' família ·. 2 !,·~s •vezes, as santás dq->:·
mitiicanas ·e-,franciscanas falam, .nasisµas visões, em confoJ.1.,: Por todas estas razões, nunca será'·exce·Jsiva a ··ptu-
miçlade com-,pisistema. partjçular ~~:,s:ua ordem ,IJ-'. (ti· dência,,0~mpregada· no exam,€r P,/:1,S revela(i:qes priv~das.
. 3) Insin~am-se t~mbérri às v~zes erros históricos nJG • , riÍ,1 rl,·! .-1{

revelações : Deus não costum~ • revelar pormenores exactos ·;:f, CoNCLUSÃO: Mooo OE PRoqDER RE.LA'(IVA.ME.NTE.
sobre a vida de Cristo Senhor Nosso ou da Virgem SS.ma -~:~•: ÀS REVELAÇÕES PRIVADAS
quándo para a piedade não há neles mais que interesse me.-
díocre : ora, muitas -videntes, confundindo as suas piedosas 1509. a)
Não nos podemos haver melhor do que
meditações com as revelações, dão pormenores, números, da.-
tas que contra.dizem os docurmentos históricos ou outras re... imitando a pnudente reserva da lgre;a e dos Santos.
velações, A:,;sim nas diversas narrações sobre a Paixão, há
um sem-número de pequeninas circunstâncias, relatadas nas
Ora, a · Igreja não admite . revelações
. ..
senão quando são
'

visões, que são contraditórias (por exemplo, sobre o número 1 ·aoLLANDISTl!S, ·13 de Janeiro, prefãcio à vida da B. Verónica de
Binasco ; S, AF. DE LIGUORI, ReltJgio da Paixão. - 2 S. BERNARD, Let-
tres, LVI. - s O P. FAGES, O P., em Hlstolre de S. V. Ferrer, explica
1 A mfstica cldatú, parte 11, n. 128 ; parte ., n. 122 ; esta passa• que· era uma profecia condicional, como a de Jonas sobre Nlnive, .e que
fj gem é omitida na tradução francesa. - 2 BoLLNADISTl!s, 25 mal, p. 247, o mundo foi salvo precisamente pelas conversões numerosas que fez o
- S Bento XIV (De beatljic., L, III, c. LIII, n. 16) discute um êxtase Santo. - 4 Révélat. sup/émentaires, eh, XLIX.-5 Em Oeuvres de Marie
de Santa Catarina de Sena, em que a Virgem SS.ma lhe teria dito que Lataste encontraram-se, entre as suas revelações, passagens traduzidas
não era imaculada. literalmente da Suma de Sa,ito Tomás.

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'-""!:' l1 ULO III
FEN óME NOS M1STICOS EXT RAO RDIN
ARIO S 847
bem e dev idam ente veri fica das e, aind
a entã o , não as rito. E digo que sem pre é o melh or nos
imp õe à cren ça dos fiéis . Alé m diss
o, qua ndo se trat a opos ição ; porq ue, s·e essas coisas são prin cipio s fazer-lhes
de
dn inst ituiç ão dum a fest a ou de algu
ma fund ação exte-- auxí lio para irem adia nte, e ante s cres Deus, é isso maio r
cem, quan do são pro-
rior, espera longos ano s ante s de se vada s. Isto é assim, Ilias não seja aper
se dec ide senã o depois .de hav er exa
pron unc iar, e não inqu ietan do-a , porq ue verd adei ram ente tand o mui to a alma e
min ado mad ura- ela não pode mais ".
S . João da Cru z ~: aind a mais enér gico
men te a coi~a em si mes ma e nas suas ; depois de ter assina~
relações com o- laào os seis inco nven iente s prin cipa is
Dog ma e &' ' Liturgia. · que have ria em acol her
· favo ràve lmen te t;stas visões. acre scen
ta : "Na da mais agra~
Assitn, a: B. Juli~na de Lieg e, esco dáve l ao demónio que uma aln1a que
busc a reve laçõ es com
faze r instit1,1ii" a festa· do SS.mo Sac;rarnelhid a por Deu s para sofr egui dão ; é dar- lhe toda a facilidad
s~u proj ecto aos teólo gos senã o virít~
nto, não · subm eteu o e enfr aque cer a fé, e por esse mod o ficae para insinuar' erros
e dois anos depo is das a alma, as mais das
prit;i~~ira~ visõ es; e .só deza sseis anos _
depo . veze
. s, expo sta às extr avag ânci as e forte§'_
. tenta ções 1 • • .
Lieg e institúiw a festa na Sua diocese, is é que o _bisp o éte·
.
mor te da Bem -avç ntur ada é que o pap e' seis anos após a tS1 2. Dev e, con tudo o director trata r
com doç ura
a
tuiu paira toda ' a Igre ja (126 4). Do mes Urb ano IV ·a insti - as pessoas que crêem ter revelações- :
assim lhes gan ha-
mo mod o a festa do
Sag rado Cora ç~o de Jesus nãà foi rá a con fian ça e pod erá con hece r mai
àpró;vada senã o mµi to s efic azm ente o's
temp o depo is <las reve laçõ es feita s a San pormenores que lhe perm itirã o; apó s
e por mot ivos· inde pend ente s das
ta Mar gari da-M aria , mad ura reflexão,
reve laçõ es em si mes mas . dar o seu juízo. Se estij.o ilud idas ,
Há nisto para nós uma lição de que
nos cum pre tirar maior será desse
pr.oveito. mod o a s'ua auto rida de para as escl
· arecer e reco ndu -
zir à verd ade.
1s10. b) Não nos pronunci~r~mos,.
pois,, com eer~
teza sobre a existênciii dum a rev.elaç&.o 8 o c9 nselho que dá ~: João da Cruz
qua ndo hou ver prov:as convincentes,
priv ada Senão se\'e ro 'relai: ivarp.ente a visçíés :_.. Se insis , apes,ar de ser tãe>
aqu elas prov as tão nece ssid ade que· há. de se dese mba raça timos. com rigo r na
r
b.~tn res,umidas por Ben to XIV. no
seJ.l livro sobr e as ções, · acre s~en tand o· que os confessores, das v.isõe$ e revela~
Can oniz açõe s. Erp. geral, não nÇ)S con essa s coisas, devem desv iar dela s as long e de favo rece r
tent a-remos dum a almas, não quer isso
só prpv a,: ~xigiremos .vári as ; • e hav dize r que se deve m mos trar désa brid os
são cum ulat ivas e convergentes, se se
emó s de inqu irir se as decl araç õ~s feitas a ·este · prop ósito e repe lir com desdé·.n
.c onfi rma m uma s . Isto seria cerr ar a
port a a qual quer confidéncia; e as
às outr as ; qua nto mais num eros as almas; encólhendo-se e
forem . tant.o mai or . fech ando -se em .si mesmas, não diria
segu ranç a haverá. m mais nada , e quan tos
inco nven ient es di;ií não poc;leriam resu
ltar" 2 .
tSt t. e) Qua.n do um dire ctor rece 131~. Se se trat a de algu ma instituiç
cias acer ca das revelações. terá o
be con fidê n-
çõ0 exterior, terá o dire ctor sum a_
o.u
ão f~nda::.
mai or cuid ado em caut
ela. em a 11;~6i pro-
não man ifes tàr admiração. ·porq ue isso mover, sem ante s hav er exam inad o
anir riàn â os vi- cuid ado sam ente as
den tes a con side rar ime diat ame nte razões pró e contra, à ~uz da prud ênc
essas visões como· ia sobr enat ural .
verd adei ras, e talv ez a env aide cer- se
dela s. Dev ~, . pefo• Tal foi o proc edim ento dos Sant os :
San ta T~re sa, que
cont rário , man ifes tar que tudo aqu ilo teve tant as reve laçõ es, não quis que
-são coisas •rri.enos- os seus dire c_tores fos~
·i mpo rtan tes do , que a prát i~a das 'virti
são é fácil, que é necessário desc onfi
.ides, que ilu- a sem influ enci ados · nas süas decisões unic
que ela réceb~a. Assim,' quan do Cris to ame nte pela s visõ es
Senh or Nos so lhe f'e;
ar delas, e, ao· velo u que fund asse d mos teiro refo rma
princíP,it;,, rejeitá,-las, ante s que dar- do de Ávila, subm eteu
lhes acol him ento . hU11Dildemertte es·se desí gnio ao seu dire
Tâl_.~;a · regr a traç ada pelo~ Sant os. Eis o que ctor e, como .e ste hesi-
tass!!,· tom ou ·o pare cer, de. S. Ped ro de
San ta Tere sa 1 : "Qu er se trate de escr eve Alcâ ntar a, de S. Fran ;
alma s enfe rmas ou sãs, cisc o de Borj a e de S. Luís Belt
sem pre dest as ·cQisas hâ que teme r, até rão 3 •
: • ·. . ' . \ t ., \ • 1
ir ente nden do o espí -
.: ' "' • • ... 1 Subida del Monti Carmelo,
- 2 Subida del Monte Carmelo, L.L. II, e. X. Ler todo este capítulo.
;; . . ' ••

1 CastJllo Interior, Moradas sextas,. e, III . . II, e. XX. - 3 Hlstolre de S.t"


(Madrid, 1920), . Térese par une Carmélite1 eh. XII.

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FEN óME NOS MfS TICO S EXT RAO
RDI NAR IOS
Qua nto -aos próprios vide ntes , não 849
têm eles sen ão Seg und o a observação justíssima de
urn a regra que obs erva r : dar a con S. · Pau lo ·e San -
hec er as sua s revela- tu Tom ás, todo s estes carismas são
ções , a um ·director pon qera do, e muito inferiores à
_segu ir hum ilde men te cari dad e e à graça san tific ante .
em tud o a linh a de pr9 ced er que
ele lhes traç ar : é o
meio mais seguro de não se extr avfa
rem :
§ II. Fen óm eno s psi co- fisi oló gic os
II. As graç as grat uita men te dada s
1,
1516. Des igna m-s e por este nom e
certos fenóme-
·. 1514... . A; .revelações, de que aca nos que infl uem 'jun tam ente sobre a
alm a e sobre o cor-
bam os · de falar, po e se rela cion am mais ou men os
são dadas•·:,sob tetu do par a util idad com o êxta se, de que

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