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TJ-SP: Escrevente
TJ-SP: Escrevente
TJ-SP
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
REVISADO
2021
Escrevente
4 Língua Portuguesa
4 Direito Penal
4 Direito Processual Penal CONTEÚDO
4 Direito Processual Civil
4 Direito Constitucional
ON-LINE
4 Direito Administrativo
4 Normas da Corregedoria Geral da 10 horas de
4
Justiça
Estatuto da Pessoa com Deficiência e Videoaulas
Resolução 230/16 do CNJ
4 Matemática
4 Informática
4 Raciocínio Lógico
Tribunal de Justiça de São Paulo
TJ-SP
Escrevente
NV-005MR-21
Cód.: 7908428800338
Obra Produção Editorial
Carolina Gomes
Tribunal de Justiça de São Paulo Josiane Inácio
Organização
Projeto Gráfico
Edição:
Março/2021
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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
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BÔNUS:
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à Língua Portuguesa - Colocação Pronominal
à Direito Penal - Dos Crimes Contra a Administração Pública: Conceitos Iniciais
à Direito Processual Penal - Sujeitos Processuais
à Direito Processual Civil - Da Tutela Provisória
à Direito Constitucional - Remédios Constitucionais
Direito Administrativo - Lei n° 8.429/1992: Lei da Improbidade Administrativa
à
à Matemática - Porcentagem
à Informática - Word 2016 - Fonte, Parágrafo e Estilo
à Raciocínio Lógico - Sequências e Sucessões
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LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
ANÁLISE, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS VERBAIS,
NÃO VERBAIS, LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS............................................................................. 13
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO.............................................................................................................. 23
SENTIDO PRÓPRIO............................................................................................................................................28
SINÔNIMOS........................................................................................................................................................29
ANTÔNIMOS......................................................................................................................................................29
CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 30
ARTIGOS.............................................................................................................................................................30
NUMERAIS.........................................................................................................................................................30
SUBSTANTIVOS.................................................................................................................................................31
ADJETIVOS........................................................................................................................................................32
ADVÉRBIOS........................................................................................................................................................35
PRONOMES........................................................................................................................................................37
VERBOS..............................................................................................................................................................40
PREPOSIÇÕES...................................................................................................................................................44
CONJUNÇÕES....................................................................................................................................................46
INTERJEIÇÕES...................................................................................................................................................47
CRASE.................................................................................................................................................. 55
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 57
DIREITO PENAL...................................................................................................................65
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA............................................................................................... 65
DA FALSIDADE DOCUMENTAL..........................................................................................................................66
DE OUTRAS FALSIDADES..................................................................................................................................72
DO JUIZ...............................................................................................................................................................97
DO MINISTÉRIO PÚBLICO.................................................................................................................................97
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL.............................................................................................................................100
DO PROCESSO SUMÁRIO................................................................................................................................114
DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................115
DA APELAÇÃO.................................................................................................................................................117
DA REVISÃO.....................................................................................................................................................120
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO...................................................................................................................121
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL........................................................................................................................122
DOS PRAZOS....................................................................................................................................................144
DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................146
DA CITAÇÃO.....................................................................................................................................................147
DAS CARTAS....................................................................................................................................................152
DAS INTIMAÇÕES............................................................................................................................................153
DA TUTELA PROVISÓRIA.................................................................................................................155
DISPOSIÇÕES GERAIS.....................................................................................................................................155
DA TUTELA DE URGÊNCIA..............................................................................................................................156
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA..............................................................................................................160
DO PROCEDIMENTO COMUM..........................................................................................................162
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA................................................................................................194
DOS RECURSOS.................................................................................................................................205
DA NACIONALIDADE.......................................................................................................................................237
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO......................................................................................................240
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................................................240
DO PODER JUDICIÁRIO...................................................................................................................................249
DO PROCESSO ELETRÔNICO...........................................................................................................294
MATEMÁTICA.................................................................................................................... 311
OPERAÇÕES COM NÚMEROS REAIS..............................................................................................311
RAZÃO E PROPORÇÃO.....................................................................................................................314
PORCENTAGEM.................................................................................................................................317
SISTEMA DE EQUAÇÕES..................................................................................................................324
EQUAÇÃO DO 1º E 2º GRAUS..........................................................................................................................324
TABELAS E GRÁFICOS....................................................................................................................................328
NOÇÕES DE GEOMETRIA.................................................................................................................332
RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA......................................................................................338
INFORMÁTICA.................................................................................................................. 347
MS-WINDOWS 10..............................................................................................................................347
ÁREA DE TRABALHO.......................................................................................................................................349
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA.............................................................................................................................352
PROGRAMAS E APLICATIVOS........................................................................................................................356
MS-OFFICE 2016...............................................................................................................................361
MS-WORD 2016.................................................................................................................................362
SELEÇÃO..........................................................................................................................................................364
MS-EXCEL 2016................................................................................................................................368
ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS..............................................................................................................................381
DIAGRAMAS LÓGICOS.....................................................................................................................398
SEQUÊNCIAS.....................................................................................................................................402
Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sempre
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a
estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de pra-
ticar seus conhecimentos realizando os exercícios de
LÍNGUA PORTUGUESA cada tópico, bem como, a seleção de exercícios finais,
selecionados especialmente para que este material
cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-
16 pai-a-vender-na-web.ghtml
Note que há presença de muitos adjetivos, locu- O infográfico acima apresenta as informações per-
ções e substantivos que buscam levar o leitor a ima- tinentes sobre o panorama mundial da situação da
ginar o objeto descrito. O gênero acima apresenta a água no ano de 2016. O gênero foi construído com o
descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
etc) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin-
queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin-
está organizado de forma esquematizada em seções gir esse objetivo.
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira Assim como os tipos textuais apresentados ante-
que facilita a leitura (o pedido, no caso) do cliente. riormente, os textos expositivos também apresentam
Organização do texto descritivo: uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
mentativos que são classificados como expositivos,
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem
para a argumentação, uma vez que o fato exposto
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento
sobre uma questão não é posto em debate.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte-
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
Expositivo
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo sença de verbos de estado;
textual, é muito comum a presença de dados, informa- z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem organizam a informação;
para embasar o assunto do qual o texto trata. Para lus- z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir: z Presença de figuras de linguagem como metáfora
e comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao
final do texto.
Instrucional ou Injuntivo
inteligente fora da Terra é muito rara.” Decepcionante. de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Pol-
7º Mas antes de lamentar a solidão da humanidade trona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos,
no Cosmos, saiba que ela pode ser uma boa notícia. talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fós-
Porque, se aliens inteligentes realmente existirem, não foro. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltro-
serão necessariamente bondosos. “Se eles algum dia na. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos,
nos visitarem, acho que o resultado será o mesmo que meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos.
quando Cristóvão Colombo chegou à América. Não foi Coberta, cama, travesseiro.
bom para os índios nativos”, afirmou, certa vez, o físi- Disponível em: <https://tinyurl.com/y4e7n4u7>. Acesso em: 17 jul.
co Stephen Hawking. 2019.
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por- de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, tar seu conhecimento de mundo.
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver- Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
bo-objeto (SVO) etc. conhecimento de mundo que é relevante para a com-
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento cérebro associar informações, a fim de compreender
sobre como pronunciar português, passando pelo conhe- o novo texto que está em processo de interpretação.
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15). cício para atestarmos a importância da ativação do
Um exemplo em que a interpretação textual é preju- conhecimento de mundo em um processo de interpre-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: 21
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- O pensamento dedutivo parte do conhecimento
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que geral, visando ao conhecimento particular, assim,
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- para a lógica dedutiva as premissas verdadeiras
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
não podem gerar enunciados falsos. Resposta:
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
Certo.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e 3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica, leia
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). o texto a seguir sobre os tipos de inferência:
A dedução e a indução são conhecidas com o nome
Agora tente responder as seguintes perguntas de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir
sobre o texto: de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedução,
Quem é o herói de que trata o texto? entende-se como inferências mediatas.
Quem são as três irmãs? (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Qual é o planeta inexplorado? Adaptado.
Certamente, você não conseguiu responder nenhu-
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
afetada. O texto se chama “A descoberta da América observe a seguinte inferência:
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque Sócrates é homem e mortal
responder às questões; certamente você não terá mais Platão é homem e mortal
as mesmas dificuldades. Aristóteles é homem e mortal
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao vol- Logo, todos os homens são mortais.
tar seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo
do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimen- A inferência expressa o raciocínio:
to prévio que é essencial para a interpretação de
questões. a) Dialético.
b) Disjuntivo.
c) Indutivo.
EXERCÍCIOS COMENTADOS d) Conjuntivo.
e) Argumentativo.
1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o
necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega- O raciocínio é indutivo porque parte de premissas
-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. particulares para outras mais genéricas. Resposta:
Indução é um processo lógico que parte do particular Letra C.
para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
PONTO DE VISTA DO AUTOR
a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar
também; Nesse tópico, a banca busca avaliar a capacidade do
b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter
candidato de relacionar aspectos semânticos e inter-
chovido durante toda a noite;
pretativos com valores sintáticos, por isso é importante
c) A torcida do Corinthians está presente em todos os
jogos; domingo não deve ser diferente; estar atento aos operadores de sentido que organizam o
d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros; significado de textos e orações. Como vamos fazer isso?
o lucro desse restaurante deve ser alto; Analisando aspectos sintáticos e recursos semânticos.
e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o
meu automóvel enguiçou ontem. RECURSOS QUE AUXILIAM A ANÁLISE TEXTUAL
Porém, mas, todavia, contudo, no entanto, embora, RELAÇÕES ENTRE IDEIAS E RECURSOS DE COESÃO
ainda que, posto que etc.
Ex.: “No Brasil ainda vigora uma memória de infla- Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi-
ção descontrolada e isto é como uma planta que está zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e
sufocada, porém viva...” coerente. Porém, como fazer para que essa organiza-
O uso de “porém” orienta para conclusões contrá- ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro
rias ao que o autor do texto demonstra inicialmente, é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
e por que buscar esse padrão é importante.
marcado, inclusive pelo termo “ainda”.
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
Veja no quadro abaixo alguns dos marcadores argu-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
mentativos mais utilizados:
das e organizadas harmoniosamente de maneira que
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
CONCORDÂNCIA DISCORDÂNCIA ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se
chama de coesão textual. Os articuladores responsá-
“portanto’, “logo”, “por “mas”, “porém”, “contudo”,
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto
conseguinte”, “pois”, “em “todavia”, “no entanto”, “em-
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser
decorrência”, “consequen- bora”, “ainda que”, “posto
articulados de forma que garanta uma relação lógica
temente”, “e”, “também”, que”, “apesar de (que)”
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
“ainda”, “nem” (= e não),
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
“não só...”, “mas também”,
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada
“tanto...como”, “além dis-
diretamente à significação do texto, aos sentidos que
so”, “além de”, “a par de”
ele produz para o leitor.
LÍNGUA PORTUGUESA
Na realidade, o que a banca deseja avaliar no can- Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa-
didato nesse tópico é a sua capacidade de analisar as perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro-
relações lógico-semânticas do texto que constituem as na forma e na articulação dução de sentido/relação
relações de coerência entre as informações, os fatos e entre as ideias lógica
opiniões apresentados no texto, ou seja, se o conteúdo
dos enunciados tem sentido a partir do contexto. Fonte: Elaborado pela autora.
Sobre a coerência, devemos saber que ela pode ser:
Coerência narrativa: apresenta fatos em sequên- Podemos usar uma metáfora muito interessante
cia cronológica; logo, em um texto escrito predomi- quando se trata de compreender os processos de coe-
nantemente no tempo passado, a presença de fatos são e coerência. 23
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo
prédio, tal qual uma boa construção precisa de um bom Creed.
alicerce para manter-se em pé; um texto bem construí-
do depende da organização das nossas ideias, da forma Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em:
como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre- 30/09/2020. Adaptado.
cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos,
a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. A partir da leitura, podemos perceber que todos os
Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin- termos destacados fazem referência a um mesmo refe-
cipais formas de marcação, em um texto, de processos rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-
que buscam organizar as ideias em um texto, princi- do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas
palmente, os processos de coesão que, como dissemos, gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti- Já os processos referenciais catafóricos apontam
cas que os processos envolvendo a coerência. para porções textuais que ainda não foram mencio-
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a
características da coerência em um texto e como esse seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos
processo liga-se não apenas às formas gramaticais, são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, Dica
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus- Em provas de concursos e seleções, ainda se
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico encontra a terminologia “expressões referenciais
que se encontra mais na mente que no texto”. catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) material. No entanto, é importante salientar que,
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e para linguistas e estudiosos, as anáforas são os
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- processos referenciais que recuperam e/ou apon-
são. A autora afirma que a coerência: tam para porções textuais.
[...] Não está no texto em si; não nos é possível USO DE PRONOMES OU PRONOMINALIZAÇÃO
apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o Utilizar pronomes para manter a coesão de um
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá-
tivos e interacionais e na materialidade linguística,
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
confere sentido ao que lê (2013, p.31).
a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste
estudo os principais pronomes utilizados em recursos
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão
textuais para manter a coesão.
importantes para uma boa compreensão e elaboração
A pronominalização é a base de recursos anafóri-
textual. É importante destacar que esses processos
de coesão não podem ser dissociados da construção cos e recuperam porções textuais ou ainda um nome
de sentidos implícita no processo de organização da específico a que o autor faz referência no texto. Veja-
coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar mos dois exemplos:
seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden
com fins estritamente didáticos. foi quente, com diversas interrupções e acusações
pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indi-
COESÃO REFERENCIAL cação de Trump da juíza conservadora Amy Barrett
para a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader
A coesão é marcada por processos referenciais Ginsburg. O presidente defendeu que tem esse direi-
to, pois os republicanos têm maioria no Senado [Casa
relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
que ratifica essa escolha] e criticou os democratas,
inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
dizendo “que eles ainda não aceitaram que perderam
cessos marcados pela referenciação caracterizam-se
a eleição”. […].
pela construção de referentes em um texto, os quais
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA
se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões
processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que
vras, das quais falaremos a seguir.
uma vacina aparecesse. Biden atacou o republicano
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
dizendo que Trump “não tem um plano para essa
sos referenciais que envolvem o uso de expressões
tragédia”. Já Trump começou sua resposta atacando
anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
a China - “deveriam ter fechado suas fronteiras no
“as expressões que retomam referentes já apresenta-
começo” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia
dos no texto por outras expressões são chamadas de e da própria China e, com pouca modéstia, disse que
anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir: fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA.
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bair-
ro, que vivia de suas discretas lutas, no início de sua Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
carreira. Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.
jovem promissor, mas nunca se interessou realmente
em evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa peração da informação apresentada é feita a partir de
amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descen- muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono-
24 dente de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o mes destacados recupera o assunto informado e ajuda
o leitor a construir seu posicionamento. É importante incluindo substantivos, adjetivos e outras classes
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- nominais.
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal Essas expressões recuperam informações median-
destacado no texto refere-se ao termo “republicanos”, te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses Vejamos um exemplo:
pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex-
to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs-
tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
maior, fazendo referência ao momento de pandemia chior foi um cantor, compositor, músico, produtor,
pelo qual o mundo passa. artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem-
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner,
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher. internacional, em meados da década de 1970.
Não é possível saber qual dos homens estava Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em:
acompanhado. 30/09/2020. Adaptado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras
relacionadas neste capítulo com os processos de coe- Todas as marcações em negrito fazem referência ao
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
escolares. O interesse das principais bancas de con- dores que servem para ligar ideias e construir o texto.
cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta-
tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise USO DE ADJETIVOS
de processos coesivos visa analisar a capacidade do
candidato de reconhecer a que e qual elemento está Os adjetivos também são considerados expressões
construindo as referências textuais. nominalizadoras que fazem referência a uma porção
textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
USO DE NUMERAIS acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor,
músico, produtor, artista plástico e professor” apre-
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
categorias gramaticais concorre para a progressão tex- Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro- sobre essa personalidade, referida anteriormente.
cesso é o uso de numerais. É importante recordar que não podemos identifi-
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias que ela está inserida. No exemplo mencionado, as
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati- palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante- ta, professor são substantivos que funcionam como
riores numa relação de coesão.
adjetivos e colaboram na construção textual.
Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
As formas destacadas são numerais ordinais que USO DE VERBOS VICÁRIOS
recuperam informação no texto, evitando a repetição
de termos e auxiliando no desenvolvimento textual. O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários
USO DE ADVÉRBIOS são verbos usados em substituição de outros que já
foram muito utilizados no texto.
Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe- Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós
ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o esperávamos.
processo de coesão. As formas adverbias que marcam O verbo “acontecer” foi substituído na segunda
tempo e espaço podem também ser denominadas de oração pelo verbo “foi”.
marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
Percebam que esses advérbios só podem ser asso- ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
ciados a um referente se forem instaurados no discur- Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
so, isto é, se mantiverem associação com as pessoas Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o
que produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê fizemos”
LÍNGUA PORTUGUESA
“hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por
sala compreenderá que a marcação temporal refere- falta de interesse”
-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”
isso, esses elementos são conhecidos como dêiticos.
Independentemente de como são chamados, esses
USO DE ELIPSE
elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
to, auxiliando também a construção da coesão textual.
A elipse é uma forma de omissão de uma informa-
USO DE NOMINALIZAÇÃO ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos
a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de
As expressões que retomam ideias e nomes, já apre- linguagem de uma gramática; neste material, iremos
sentados no texto, mediante outras formas de expressão, nos deter a maiores aspectos da elipse também nes-
podem ser analisadas como processos nominalizadores, sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades 25
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro- mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as ideias
pósito de manter a coesão textual. ligadas não estabelecem uma relação de adversidade,
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como como demonstra a conjunção “mas”.
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên- Conjunções Subordinativas
cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu-
zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
recuperável por marcas do próprio contexto verbal”. nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo: sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas,
estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
“O Brasil evoluiu bastante desde o terem o sentido apreendido. Exemplos de conjunções
início do século XXI. O país propor- subordinativas atuando na coesão:
cionou a inclusão social de muitas
pessoas. A nação obteve notorieda- SEM ELIPSE
de internacional por causa disso. A Como não havia estudado
pátria, porém, ainda enfrenta certas CAUSAL suficiente, resolvi não fazer essa
adversidades...” prova.
“O Brasil evoluiu bastante desde o iní- Falaram tão mal do filme que ele
cio do século XXI e proporcionou a in- CONSECUTIVA
nem entrou em cartaz.
clusão social de muitas pessoas, por
COM ELIPSE
causa disso obteve notoriedade inter- COMPARATIVA Trabalhou como um escravo.
nacional, porém ainda enfrenta certas
adversidades...” Conforme o Ministro da Eco-
CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão
acabar.
COESÃO SEQUENCIAL
Ainda que vivamos um período
A coesão sequencial é responsável por organi- CONCESSIVA de poucos concursos, não pode-
zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a mos desanimar.
manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a
promover a evolução do debate assumido pelo autor. Se estudarmos, conseguiremos
CONDICIONAL
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a par- ser aprovados!
tir de locuções que marcam tempo, conjunções, desi-
À proporção que aumentava
nências e modos verbais. Neste material, iremos nos
PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais
deter, sobretudo, aos processos de conjunções que são
forte o candidato se tornava.
utilizadas para garantir a progressão textual.
Estudava sempre com afinco, a
Conjunções Coordenativas FINAL
fim de ser aprovado.
Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo 1. (QUADRIX – 2019) Quanto ao texto, julgue o item:
Castelão. Ceará no Castelão. Na linha 3, o pronome “ele” substitui o termo “modelo”.
REFERÊNCIAS
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti- Os numerais entre parênteses foram grafados correta-
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição. mente, conforme apresentados em destaque, em:
Os numerais podem ser:
a) 1 e 2, apenas.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois b) 2 e 3, apenas.
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os c) 1 e 3, apenas.
30 meninos eram bons em português. d) 1, 2, e 3.
Todas as frases colocam adequadamente os nume- z Sobrecomuns: designam seres de forma geral que
rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res- não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne-
posta: Letra D. ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.
SUBSTANTIVOS
Os substantivos biformes, como o nome indi-
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma ca, designam os substantivos que apresentam duas
característica básica dessa classe é admitir um deter- formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio- professor/professora.
nam-se em gênero, número e grau. Destacamos que alguns substantivos apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for-
Tipos de Substantivos mas diferentes no masculino e no feminino:
A classificação dos substantivos admite nove tipos Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
diferentes de substantivos. São eles:
Outros substantivos modificam o radical para
z Simples: Formados a partir de um único radical. designar formas diferentes no masculino e no femini-
Ex.: vento, escola; no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.
Substantivo + preposição + substantivo.
Ex.: canas-de-açúcar;
EXERCÍCIO COMENTADO
Substantivo + substantivo (com função adjetiva). 1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir:
Ex.: navios-escola. Organiza-se o sentido, nos versos 1 e 3, por meio de
sequências verbais, das quais se destaca o uso recor-
Palavra invariável + palavra invariável. rente do substantivo “seco” devidamente flexionado.
Ex.: abaixo-assinados. Terra seca árvore seca
E a bomba de gasolina
Verbo + substantivo. Casa seca paiol seco
Ex.: guarda-roupas. E a bomba de gasolina
Redução + substantivo.
Ex.: bel-prazeres. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos A palavra “seco” no contexto mencionado não é
substantivo, e sim funciona como adjetivo. Respos-
formados por verbo + advérbio e verbo + substan-
ta: Errado.
tivo plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os
saca-rolha.
ADJETIVOS
Variação de Grau Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação podem indicar:
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
diminuição. z Qualidade: professor chato.
z Estado: aluno triste.
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi- z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
xos aos substantivos indicar um grau aumentativo.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, Locuções Adjetivas
fogaréu, boqueirão, poetastro.
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi- adjetivos, indicando as mesmas características deles.
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. Elas são formadas por preposição + substantivo,
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
32 pequenina, papelucho. tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas Variação de Grau
com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
importantes para seu estudo: O adjetivo pode variar em dois graus: Compara-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
z Voo de águia / aquilino; respectivas categorias.
z Poder de aluno / discente;
z Cor de chumbo / plúmbeo; z Grau comparativo: exprime a característica de
z Bodas de cobre / cúprico; um ser, comparando-o com outro da mesma classe
nos seguintes sentidos:
z Sangue de baço / esplênico;
z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão quanto;
z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
Superioridade: mais do que;
É importante destacar que mais do que “decorar” Inferioridade: menos do que.
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é funda- Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios
mental reconhecer as principais características de uma (comparativo de igualdade);
locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresen- O amor é mais suficiente do que o dinheiro
tar valor de posse. Ex.: Viu o crime pela abertura da (comparativo de superioridade);
porta; A abertura de conta pode ser realizada on-line. Homens são menos engajados do que mulhe-
Quando a locução adjetiva é composta pela pre- res (comparativo de inferioridade).
posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan- z Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de vo, é importante considerar que o valor semântico
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para desse grau apresenta variações, podendo indicar:
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- Característica de um ser elevada ao último
zando o substantivo “abertura”. grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo);
ta”, o que indica o valor de passividade da locução, Característica de um ser relacionada com
demonstrando seu caráter adverbial. outros indivíduos da mesma classe: Superla-
As locuções adjetivas também desempenham fun- tivo relativo, que pode ser de superioridade (O
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, mais) ou de inferioridade (O menos)
numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
com açúcar. absoluto analítico).
Já as locuções adverbiais desempenham função O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos, sintético).
orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de O candidato é o mais humilde dos concorren-
fome; agiu com rapidez. tes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os con-
correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
Adjetivo de Relação
inferioridade).
No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar
Ao compararmos duas qualidades de um mesmo
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de
ser, devemos empregar a forma analítica (mais alta,
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
mais magra, mais bonito etc.).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características:
Ex.: A modelo é mais alta que magra.
Porém, se uma mesma característica se referir
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- a seres diferentes, empregamos a forma sintética
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino (melhor, pior, menor etc.).
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve. Formação dos Adjetivos
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti- Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
LÍNGUA PORTUGUESA
z Invariável: adjetivos compostos como azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas de cor +
de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa,
camisas amarelo-ouro.
z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados; adjeti-
vo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.
Adjetivos Pátrios
Os adjetivos pátrios também são conhecidos como gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade dos seres.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.
Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo -eiro,
costumeiramente usado para designar profissões.
O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercializavam o pau-brasil, esse
ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
Veja abaixo alguns deles:
34
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que possuem marcas
diferentes de outros adjetivos, como a de não poder ser empregado antes do substantivo a que se refere, nem receber
grau superlativo. Assinale a opção que indica o adjetivo do texto que não está incluído nessa categoria:
a) Herói nacional.
b) Guerra mundial.
c) Diferença social.
d) Povo cordial.
e) Traço cultural.
Como vimos, uma outra característica dos adjetivos de relação é a objetividade. Esses adjetivos não denotam
questões subjetivas, tal qual o adjetivo “cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de relação. Resposta: Letra D.
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em alguns
casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista exaustiva com as funções dos
advérbios, porém; decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na
resolução de questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas por um advérbio e, a partir
delas, consiga interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).
Locuções Adverbiais
As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:
Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
LÍNGUA PORTUGUESA
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetivas. Isso torna tal estrutura agramatical, por
isso, inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto. 35
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
GRAU SUPERLATIVO
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso
a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
36 ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, PRONOMES DO PRONOMES DO
não, é porque etc. PESSOAS
CASO RETO CASO OBLÍQUO
Pronomes de Tratamento
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis-
curso; algumas informações relevantes sobre eles são: Os pronomes de tratamento são formas que expres-
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
PRONOMES DO PRONOMES DO
PESSOAS
CASO RETO CASO OBLÍQUO
apresentam algumas peculiaridades importantes:
Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: z Indicativo: exprime atitude de certeza. Ex.: Estu-
Não me submeto a essas condições. dei muito para ser aprovado.
Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel. z Subjuntivo: exprime atitude de dúvida, desejo ou
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se possibilidade. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
apresente como um rico investidor, ele nada tem. z Imperativo: designa ordem, convite, conselho, súpli-
Gerúndio precedido da preposição em. Ex: Em ca ou pedido. Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.
se tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.
Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Tempos
Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos. O tempo designa o recorte temporal em que a ação
Orações interrogativas, exclamativas, opta- verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.
Porém, existem ramificações específicas.
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
Casos que atraem o pronome para mesóclise: atual, como também uma ação habitual. Ex.:
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que Estudo todos os dias no mesmo horário.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum Uma ação passada.
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
jos agora...” Uma ação futura.
Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo.
z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado.
Casos que atraem o pronome para ênclise:
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
Ex.: Estudava todos os dias.
to honrada com esse título. Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou-
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor. tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans-
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o bordara da banheira.
quanto sou importante.
z Futuro do presente: indica um fato que deve ser
Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse cader- realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda-
no! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo). rei bastante ano que vem.
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou z Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se de nada em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
40 (correto). muito, se tivesse me planejado.
A partir dessas informações, podemos também iden- determinados contextos. São chamadas nominais pois
tificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for-
mados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são valor indica duração de uma ação e, por vezes,
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões. Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais compadeceu.
dos tempos simples e compostos, respectivamente: z Particípio: é marcado pelas terminações -ado,
Flexões modo-temporais – tempos simples -ido, -do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente
ao adjetivo, pode flexionar-se, em alguns casos, em
número e gênero.
MODO MODO Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
TEMPO
INDICATIVO SUBJUNTIVO
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
-e(1ªconjugação) do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
Presente * e -a ( 2ª e 3ª nado. Pode ser pessoal ou impessoal.
conjugações)
Pretérito -ra(3ª pessoa do Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
*
perfeito plural) jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
-va (1ª conjuga- É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
Pretérito Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
ção) -ia (2ª e 3ª -sse
imperfeito que ele ensina.
conjugações)
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
Pretérito do verbo, servindo para indicar apenas a con-
mais-que-per- -ra * jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª
feito conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Futuro -rá e -re -r
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou
Futuro do orações reduzidas.
-ria *
pretérito
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
* Nem todas as formas verbais apresentam desi- bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
nências modo-temporais. + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar
para pagar as contas; Haver de + verbo principal
Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
(Indicativo)
Não confunda locuções verbais com tempos com-
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER postos. O particípio formador de tempo composto na
(presente do indicativo) + verbo principal particí- voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realiza-
pio. Ex.: Tenho estudado. do sua missão.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver- Classificação dos Verbos
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado.
z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do Os verbos são classificados quanto a sua forma de
indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.: conjugação e podem ser divididos em: regulares, irre-
Terei saído. gulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronomi-
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER nais, reflexivos, impessoais e os auxiliares, além das
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no formas nominais. Vamos conhecer as particularida-
particípio. Ex.: Teria estudado. des de cada um a seguir:
z Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal. transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – pas- de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
siva analítica; Detiveram-se os criminosos – pas- na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
siva sintética.
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver- cidade, auxiliando a construção dessas vozes
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo cipais características são:
tempo, porém percebemos que há uma ação com- Sujeito recebe e pratica a ação;
partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos funcionará, sintaticamente, como objeto direto
se olharam antes do julgamento. ou indireto; 43
o sujeito da frase poderá estar explícito ou Conjugação de Alguns Verbos
implícito. Ex.: Ele se via no espelho / Deu-se um
presente de aniversário. Vamos agora conhecer algumas conjugações de
verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será to de questões em concursos.
parte integrante dos verbos pronominais, acompa- Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo
nhando-o em todas as suas flexões. Quando o SE as mesmas desinências desse verbo, as formas
exerce essa função, jamais terá uma função sin-
tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar PRESENTE - INDICATIVO
explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da
mãe, quando olhou a filha. Eu Adiro
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE
Tu Aderes
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no
sentido e na compreensão global do texto. A partícu- Ele/Você Adere
la de realce não exerce função sintática, pois é desne-
cessária. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Nós Aderimos
z Conjunção: o SE será conjunção condicional, Vós Aderis
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
SE exerce função de conjunção integrante, ape- Eles/Vocês Aderem
nas ligando as orações e poderá ser substituída
pela conjunção caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser PRESENTE - INDICATIVO
aprovado.
Eu Ponho
Conjugação de Verbos Derivados Tu Pões
Ele/Você Põe
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com- Nós Pomos
preensão dessas conjugações verbais. Vós Pondes
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
Eles/Vocês Põem
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor,
ção são, predominantemente, regulares.
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en-
trepor, supor.
PRESENTE - INDICATIVO
PREPOSIÇÕES
PRESENTE - INDICATIVO
Eu Passeio Conceito
A preposição “para” indicará finalidade quando puder Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
ser substituída pela locução “a fim de”, como ocorre dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
nos itens II e III. Resposta: Letra D. apresentadas em um texto; porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
CONJUNÇÕES subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
para terem o sentido apreendido.
Assim como as preposições, as conjunções também
são invariáveis e também auxiliam na organização
z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
ções. Por manterem relação direta com a organização
etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca se arrumava.
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser:
z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de
coordenativas ou subordinativas.
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
Conjunções Coordenativas Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de
As conjunções coordenativas são aquelas que mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não como um touro.
fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas z Conformativa: Conforme, como, segundo, de
conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora- acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con-
ção. As conjunções coordenadas podem ser: forme o planejado.
z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes-
z Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também, mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que
não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.: aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.
Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o pre- z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que,
ferido, não só da filha, senão de toda família. a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse
z Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre- falar com você, teria respondido sua mensagem.
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.: z Proporcional: À proporção que, à medida que,
Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a popu- quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
lação, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”). Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser
aprovado.
Importante: a conjunção E pode apresentar z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro-
valor adversativo, principalmente quando é
fessora dá exemplos para que você aprenda!
antecedido por vírgula: Estava querendo dor-
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,
mir, e o barulho não deixava.
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che-
z Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,
ora...ora, já...já. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja guei à cidade, fui assaltado.
por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Os valores semânticos das conjunções não se
Importante: a palavra senão pode funcionar prendem às formas morfológicas desses elementos.
como conjunção alternativa: Saia agora, senão O valor das conjunções é construído contextualmen-
chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou). te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você,
z Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início por que você não a procura? (SE = causal = já que);
da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
46 mais leve que a enxada! puro no campo. (quando = causal = já que).
Conjunções Integrantes de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
As conjunções integrantes fazem parte das orações expresso no texto.
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
uma oração principal à outra, subordinada. Existem va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões, por
exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen-
z Quando é possível substituir o que pelo pronome dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
isso, estamos diante de uma conjunção integrante. Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso. papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
z Sempre haverá conjunção integrante em orações que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
substantivas e, consequentemente, em períodos Ora bolas! Valha-me Deus!
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.
Perguntei = isso.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Brasil é um país desigual (certo).
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
EXERCÍCIO COMENTADO Observe o exemplo:
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O uso da conjunção A pequena garota andava sozinha pela cidade.
“embora” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o A: Artigo, feminino, singular;
sentido original do texto: Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
Garota: Substantivo, feminino, singular.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques- adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
tão para sabermos que o item está errado, pois número (singular) do substantivo.
conquanto, assim como embora, é uma conjunção Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
concessiva. Resposta: Errado. cia: verbal e nominal.
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
verbo fica no singular ou no plural. número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões. palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
chegou. (Duas horas deram...)
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, badaladas soaram)
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
Mais de um aluno compareceu à aula. da escola soou dez badaladas)
Mais de cinco alunos compareceram à aula.
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
A expressão mais de um tem particularidades: verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo dem-se casas de veraneio aqui.
recíproco se), se houver coletivo especificado ou se Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.: interessada.
Mais de um irmão se abraçaram.
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Majestade está preocupada?
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Suas Excelências precisam de algo?
vam presentes.
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
z Quando o sujeito é formado po um número per- exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
numerado ou com o número inteiro, mas pode Concordância Verbal com o Sujeito Composto
concordar com o especificador dele. Se o numeral
vier precedido de um determinante, o verbo con- � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 ticais diferentes
48 das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com � Em indicações de horas, datas, tempo, distância
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- (predicativo), o verbo concorda com o predicativo
garam ontem. Ex.: São nove horas.
É frio aqui.
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- � O verbo fica no singular quando precede termos
ter o espírito esportivo. como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
menos etc. junto a especificações de preço, peso,
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no quantidade, distância, e também quando seguido
singular do pronome o
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
davam. (preferencialmente no singular) Divertimentos é o que não lhe falta.
� Gradação entre os núcleos do sujeito Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
me acalmar. (preferencialmente no singular) ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Núcleos do sujeito no infinitivo ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
verbo concordará com o termo não preposiciona-
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
do entre eles.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu- Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
mitivo (nada, tudo, ninguém) São eles que sempre chegam cedo.
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu. É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
trução adequada)
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
nem um nem outro
(construção inadequada)
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
foco nos estudos. Concordância do Infinitivo
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
bem como, assim como, tanto quanto to esclarecido)
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
final. implícito “nós”)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim (dois pronomes implícitos: eu, nós)
como; não só... mas também etc.) Até me encontrarem, vocês terão de procurar
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua muito. (preposição no início da oração)
popularidade em alta. Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
(verbos pronominais)
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
co núcleo, o verbo fica no singular concordando indicando tempo)
com o núcleo único. Mas, se houver determinante Estudo para me considerarem capaz de aprova-
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
sujeito passa a ser composto. Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
combustíveis aumentaram. particípio)
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Concordância Verbal do Verbo Ser Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
ção verbal)
� Concorda com o sujeito Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
Ex.: Nós somos unha e carne. sendo sujeito do infinitivo)
LÍNGUA PORTUGUESA
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se � Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou preposição a, rege indiferentemente objeto direto
advérbio) exige complemento preposicionado, esse e objeto indireto.
nome é um termo regente, e seu complemento é um Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
termo regido, pois há uma relação de dependência Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
entre o nome e seu complemento. indireto)
O nome exige um complemento nominal sempre ini- Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em rege apenas objeto direto:
forma de pronome oblíquo átono. Ajudaram o ladrão a fugir.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
LÍNGUA PORTUGUESA
Justificativa do erro no item II: a palavra “desde” Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
é uma preposição que “designa o ponto de partida
de um movimento ou extensão (no espaço, no tem-
� Entre o sujeito e o verbo
po ou numa série), para assinalar especialmente a
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
distância” (ROCHA LIMA, 1997). Portanto, a forma
ram a explicação. (errado)
correta é “desde as 8h”.As outras alternativas estão
Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
corretas: na I, cabe crase antes do pronome relativo;
sertaram minha visão. (errado)
na III, há paralelismo – no primeiro termo, “a pista”
tem artigo, no segundo, deverá ter também, além da � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
preposição a, originando a crase. Resposta: Letra B. dicativo do sujeito:
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
PONTUAÇÃO dem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
Outro tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere- (errado)
mos a seguir as regras sobre seus usos. � Entre um substantivo e seu complemento nominal
ou adjunto adnominal.
Uso de Vírgula Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
pelos alunos. (errado)
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e passiva:
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
qualquer ambiguidade. professor para a feira. (errado)
Quando se trata de separar termos de uma mesma � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
� Para separar os termos de mesma função
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta.
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que a) Morte de florestas; chuvas ácidas, e animais marinhos
já apareceu na frase) do verbo cobertos por petróleo, são questões ambientais que
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. teriam suficiente relevância para alarmar a população,
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, e automaticamente, motivar encontros e discussões.
filmes de terror. b) Ao final, conclui o autor, que todos esses elementos
� Para separar palavras ou locuções explicativas, apontados são faces de uma nova abordagem meto-
retificativas dológica para a proteção do meio ambiente.
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 c) Não é justo e razoável que o servidor tenha que des-
anos. pender recursos financeiros com o recolhimento das
custas judiciais – que serão destinadas ao seu deve-
� Para separar datas e nomes de lugar
dor – para obter o que lhe é devido e, depois, reclamar
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985.
a restituição, se julgada procedente a sua pretensão.
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto d) Outra providência muito recomendada, é evitar polari-
e, nem, ou. zação entre os setores de planejamento e produção,
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma
coordenada.
A vírgula também é facultativa quando a expres- e) Segundo Meirelles o ato administrativo – vinculado ou
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, discricionário –, há que ser praticado com a observân-
mas uma palavra só. Exemplos: cia formal e ideológica da lei. 57
No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a � Serve também para colocar em relevo certas
restituição, se julgada procedente a sua pretensão”, expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula colchetes:
justifica-se pela condicional “se julgada procedente Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
a sua pretensão”. Resposta: Letra C. ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
Uso de Ponto e Vírgula vamos jantar. (oração intercalada)
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
e vírgula (;): na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � É empregado para marcar o fim de uma frase com
discurso de interlocutor: Ex.: entonação exclamativa:
– Bom dia, Maria! Ex.: Que linda mulher!
58 – Bom dia, Pedro! Coitada dessa criança!
� Aparece após uma interjeição: Usam-se nos seguintes casos:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
� Para incluir num texto uma observação de nature-
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos: za elucidativa:
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?” Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.
marcar uma ênfase: � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
metros em 20 segundos!!! que pareça, o texto original é assim mesmo:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
Reticências do.” (Machado de Assis)
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda
São usadas para:
Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
� Assinalar interrupção do pensamento:
Ex.: ― Estou ciente de que... � Para suprimir parte de um texto (assim como
― Pode dizer... parênteses)
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
� Indicar partes suprimidas de um texto: desceu as escadas apressadamente. ou
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
desceu as escadas apressadamente. (Também pode ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e vel segundo as normas da ABNT)
depois desceu as escadas apressadamente.)
� Para sugerir prolongamento da fala: Asterisco
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... � É colocado à direita e no canto superior de uma
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
� Para indicar hesitação: comentário qualquer sobre o termo em uma nota
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha de rodapé:
vergonha. Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- triste acrescido do sufixo -eza*.
mente com outras intenções: *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! vo, o que origina um novo substantivo.
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão
Uso das Aspas ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
tuição a um substantivo próprio:
São usadas em citações ou em algum termo que Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
precisa ser destacado no texto. Pode ser substituído nhado aos responsáveis.
por itálico ou negrito, que têm a mesma função de
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
destaque.
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
Usam-se nos seguintes casos:
é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere.
� Antes e depois de citações:
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
afirma Dad Squarisi, 64. tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
da gramática.
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- * Edifício elaborou projeto o engenheiro.
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas: Uso da Barra
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
substituída pela conjunção “ou”:
LÍNGUA PORTUGUESA
Embora não existam regras muito definidas sobre 3. (VUNESP – 2013) Considere a norma-padrão da lín-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- gua portuguesa para responder à questão. Conside-
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- re as frases.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. Os navios____________ as posições estabelecidas pelo
comando de guerra. Estas senhoras_____________ à
Identificação e Função do Parágrafo praça todos os dias e trazem seus cachorros. A locali-
zação desta loja não nos__________.
Um parágrafo é o conjunto de um ou mais períodos As lacunas devem ser preenchidas, correta e respecti-
cujas orações se prendem pelo mesmo grupo de ideias vamente, pelas formas verbais
e centro de interesse. Assim, um parágrafo é uma uni-
dade de sentido, inserida num todo textual coeso. a) mantêm … vem … convém
Como identificar um parágrafo? A primeira linha b) mantém … vêm … convêm
do parágrafo é iniciada um pouco à frente da margem
c) mantêm … vêm … convém
esquerda da folha, ponto onde se iniciam as restantes
d) mantém … vem … convém
linhas do parágrafo.
e) mantêm … vêm … convêm
Exemplos de parágrafos:
Meu dia começou como habitualmente. Acordei,
troquei de roupa, tomei o café da manhã e fui trabalhar. 4. (VUNESP – 2012) O texto desta questão será utilizado
Chegando ao trabalho, algo inesperado aconteceu: para responder as questões a seguir.
o escritório estava alagado. Todos os funcionários Ainda vamos ver sites como o Google com a mesma
foram dispensados, porque não havia condições para nostalgia que hoje dedicamos a máquinas de escrever
que fizéssemos nosso trabalho. e discos de vinil. Os atuais mecanismos de busca na
rede já estão ultrapassados por projetos inovadores,
que deixam esta tarefa mais fácil e precisa. Como
você ainda não foi informado? Ainda são iniciativas
HORA DE PRATICAR! experimentais. Falta mais dedicação dos pesquisado-
res e investidores dispostos a deixá-las acessíveis ao
1. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa em que a grande público.
acentuação e a grafia das palavras estão de acordo Em “iniciativas experimentais”, o adjetivo é uma pala-
com a norma-padrão da língua portuguesa. vra formada por sufixação. Outro adjetivo do texto
com essa mesma formação está destacado em:
a) A atendente da companhia aérea fez uma rúbrica na
passagem para retificar o horário do voo. a) Falta mais dedicação dos pesquisadores e investidores…
b) À excessão dos quibes, os salgados servidos na ceri- b) … dispostos a deixá-las acessíveis ao grande público.
mônia de inauguração estavam saborosos. c) … dispostos a deixá-las acessíveis ao grande público.
c) Atualmente, é mister acabar com privilégios concedi- d) Os atuais mecanismos de busca na rede já estão
dos a clãs inescrupulosos. ultrapassados...
d) Pela fronteira, tem entrado no país muitos refugiados, e) Ainda vamos ver sites como o Google com a mesma
60 e é imprecindível acolhê-los adequadamente. nostalgia...
5. (VUNESP – 2012) No texto, a expressão “esta tarefa” d) desafiaram ele ... soltar-lhes ... dar-lhes-á
diz respeito e) desafiaram-o ... soltar-nos ... os dará
6. (VUNESP – 2012) As informações textuais permi- a) Passou o tempo, diz o ativista Joel Simon, em que
tem inferir que muitas pessoas atualmente se acreditava ser impossível censurar ou controlar a
informação na internet.
a) desconhecem o que seja um mecanismo de busca b) Todavia, a própria sensação de que exista uma tão
como o Google. ampla liberdade se vê passível de contestações.
b) tornaram iniciativas experimentais acessíveis ao gran- c) A guerra da informação e da contrainformação, se não
de público.
ameaça diretamente a vida de jornalistas, não deixa,
c) sentem saudades das máquinas de escrever e dos dis-
entretanto, de pôr em risco a verdade dos fatos.
cos de vinil.
d) Notícias falsas e quantidade nauseante de calúnias e
d) trocaram o Google por máquinas de escrever e discos
ofensas circulam pelas redes sociais – tornando-as,
de vinil.
ainda que livres, inconfiáveis em larga medida.
e) substituíram o Google por mecanismos inovadores de
buscas. e) O diretor do Comitê de Proteção aos Jornalistas, ONG
com sede em Nova York, talvez surpreenda quem
7. (VUNESP – 2013) Assinale a alternativa cujas pala- comemora as facilidades dos meios eletrônicos.
vras se apresentam flexionadas de acordo com a
norma-padrão. 11. (VUNESP – 2012) O texto desta questão será utilizado
para responder as questões a seguir
a) Os tabeliãos devem preparar o documento.
b) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. Leia o texto, para responder à questão.
c) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
d) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos. Nas últimas três décadas, as milícias, organizações
e) Cuidado com os degrais, que são perigosos! criminosas lideradas por policiais e ex-policiais, vêm
se alastrando no Rio de Janeiro. Elas avançaram
8. (VUNESP – 2017) Leia o poema de Mario Quintana sobre os domínios do tráfico, passaram a comandar
para responder à questão. territórios da cidade e consolidaram seu poder à base
Outra estatística Leio que certa cidade, do assistencialismo e do medo. Como têm centenas
E olhe que não das maiores, Tem quatro milhões de de milhares de pessoas sob seu jugo, essas gangues
almas... de farda ganham força em períodos eleitorais, quan-
Mas isso deve ser para atenuar a situação. O que a do são procuradas por candidatos em busca de apoio,
cidade tem, no duro, arbitram sobre quem faz campanha em seu pedaço e
São quatro milhões de bocas! lançam nomes egressos de suas próprias fileiras.
No poema, o eu lírico estabelece uma interlocução Observe a expressão destacada na passagem – Como
direta com o leitor, quando emprega o verbo no impe- têm centenas de milhares de pessoas sob seu jugo,
rativo em: essas gangues de farda ganham força em períodos
eleitorais
a) Mas isso deve ser para atenuar a situação. … – e assinale a alternativa contendo aquela que subs-
b) Tem quatro milhões de almas... titui a original, sem prejuízo de sentido.
c) São quatro milhões de bocas!
d) E olhe que não das maiores,
a) Porque.
e) Leio que certa cidade,
b) Contanto que.
c) Conforme.
9. (VUNESP – 2017) O texto desta questão será utilizado
d) Logo.
para responder as questões a seguir:
e) Por que.
Muita gente não gosta de Floriano Peixoto, o “Marechal
de Ferro”. Em 1892, um senador-almirante e políticos
sediciosos___________. Ele avisara: “Vão discutindo, 12. (VUNESP – 2012) A passagem do texto em que se
LÍNGUA PORTUGUESA
que eu vou mandando prender”. Encheu a cadeia, e o encontra adjunto adverbial expressando circunstân-
advogado Rui Barbosa bateu às portas do Supremo cia de modo é:
Tribunal Federal para___________. Floriano avisou: “Se
os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu a) …no Rio de Janeiro.
não sei quem amanhã_____________ o habeas corpus b) …em períodos eleitorais…
de que, por sua vez, necessitarão”. c) …à base do assistencialismo e do medo.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do d) …de suas próprias fileiras.
texto devem ser preenchidas, respectivamente, com: e) …sobre os domínios do tráfico…
a) desafiaram-no ... soltá-los ... lhes dará 13. (VUNESP – 2012) Assinale a alternativa em que os
b) desafiaram-no ... soltar-os ... dá-los-á pronomes estão empregados e colocados na frase
c) desafiaram-lhe ... soltar eles ... dará à eles de acordo com a norma-padrão. 61
a) Nos surpreende, a cada dia, constatar a invasão das agora contínuo, uma tela diante passam mamadeira,
milícias, que espalham-se pelas favelas, ditando-as berço, carrinho, pudim, avó, banho, Lego, minhoca.
suas leis. Outro dia me meti numa encrenca ____________ resol-
b) Depois de invadir vários territórios da cidade, as milí- vi falar que “amanhã” seria aniversário dele e ele iria
cias dominaram eles e ali instalaram-se. ganhar presente. Ele abriu um sorriso, pediu o presen-
c) Há candidatos que usam as gangues: as procuram te. Eu disse“amanhã”. Ele pediu de novo, educadamen-
movidos pelo interesse em ter elas como aliadas. te, mas já sem o sorriso. Não entendia ______________
d) Quase nunca vê-se reação das comunidades diante do eu não lhe dava o presente. Repeti, educadamente (e
terror que as milícias as impõem. sorrindo muitíssimo), que o presente seria dado “ama-
e) Milicianos instalam-se nas comunidades e impõem nhã”. Foi aquela choradeira. Claro.
seu poder; consolidam-no pela prática do terror.
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto
14. (VUNESP – 2013) Considere a norma-padrão da lín- devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
gua portuguesa para responder à questão. com:
Analise o contexto e assinale a alternativa cujo termo
em destaque está correto.
a) de que … na qual … porquê … porquê
b) que … à qual … porquê … porque
a) Iremos à sessão de eletrodomésticos, pois precisa-
c) de que … da qual … porque … por que
mos de um novo micro-ondas.
d) em que … na qual … por que … por que
b) O rapaz agiu com boa intensão, porém não foi com-
e) que … a qual … porque … porque
preendido pela amiga.
c) Ao ver o paciente, o médico fez-lhe um comprimento
caloroso. 17. (VUNESP – 2013) Considere a norma-padrão da lín-
d) Assinou um cheque calção como garantia de que o gua portuguesa para responder à questão.
tratamento seria pago. Analise as expressões em destaque e assinale a corre-
d) Peça ao auxiliar para discriminar todos os produtos ta quanto à regência verbal.
odontológicos que foram entregues hoje.
a) Escolheu de viajar pelo Nordeste nas próximas férias.
15. (VUNESP – 2010) Assinale a alternativa correta b) Para um papa suceder em outro, fazem-se reuniões
quanto à pontuação. com integrantes do clero.
c) Muito esperançosos, os sócios procederam à escolha
a) Participe do 21.º Curso Estado de Jornalismo. Lá esta- do novo presidente do clube.
rão presentes, alguns dos mais importantes profissio- d) O banco opôs-se pela sustação dos cheques, pois o
nais da área do jornalismo, no Brasil e no mundo. É cliente não informou a agência.
bom lembrar esse é o último curso no gênero reconhe- e) Ele interveio para a discussão dando opiniões bastan-
cido, como extensão universitária. Por isso, atenção te sensatas.
focas o curso oferece 30 vagas gratuitas.
b) Participe, do 21.º Curso Estado de Jornalismo. Lá 18. (VUNESP – 2017) Leia o texto para responder à questão.
estarão presentes alguns dos mais importantes pro- Surgiu a Maria da Anália, pediu se eu podia vender um
fissionais da área do jornalismo no Brasil e, no mun- pedaço de toucinho.
do. É bom lembrar; esse é o último curso no gênero, Não vou vender. Quando você engordou e matou o teu
reconhecido como extensão universitária. Por isso porco, eu não fui aborrecer-te.
atenção focas, o curso oferece 30 vagas gratuitas. Ela começou a dizer que queria só o toucinho. Perpas-
c) Participe do 21.º Curso Estado de Jornalismo. Lá, sei o olhar no povo. Fitavam o toucinho igual a raposa
estarão presentes alguns dos mais importantes pro- quando fita uma galinha. Pensei: e se eles invadir o
fissionais da área do jornalismo, no Brasil e no mundo. quintal? Resolvi levar o toucinho para dentro de casa
É bom lembrar esse é o último curso, no gênero reco- o mais depressa possível. Fitei as tabuas do barraco,
nhecido, como extensão universitária. Por isso aten-
que já estão podres. Se eles invadir, adeus barraco.
ção, focas o curso oferece 30 vagas gratuitas.
Juro que fiquei com medo...
d) Participe do 21.º Curso Estado de Jornalismo. Lá
A Maria da Anália visava ________________ um pedaço
estarão presentes, alguns dos mais importantes pro-
de toucinho, mas seu pedido não chegou____________
fissionais da área do jornalismo no Brasil e no mundo.
sensibilizar a dona do porco que, vendo-se
É bom lembrar: esse é o último curso no gênero reco-
nhecido como extensão universitária. Por isso aten- _____________ mercê de uma invasão em seu quintal,
ção, focas o curso oferece, 30 vagas gratuitas. decidiu recolher-se____________ sua casa.
e) Participe do 21.º Curso Estado de Jornalismo. Lá esta-
rão presentes alguns dos mais importantes profissio- Assinale a alternativa cujos termos preenchem, corre-
nais da área do jornalismo, no Brasil e no mundo. É ta e respectivamente, as lacunas do enunciado confor-
bom lembrar: esse é o último curso no gênero reco- me a norma-padrão.
nhecido como extensão universitária. Por isso, aten-
ção, focas, o curso oferece 30 vagas gratuitas. a) a … a … à … à
b) à … à … à … à
16. (VUNESP – 2017) Leia o texto para responder à questão. c) a … a … a … a
d) a … à … a … à
Com quase quatro anos, minha filha começa a com- e) à … a … a … a
preender um elemento fundamental da existência:
o tempo. Meu filho, de dois, não tem a menor ideia 19. (VUNESP – 2017) O texto desta questão será utilizado
62 _________haja um antes e um depois. Sua vida é um para responder as questões a seguir
Na passagem “Perpassei o olhar no povo. Fitavam
18 A
o toucinho igual a raposa quando fita uma galinha.
Pensei: e se eles invadir o quintal?”, os termos desta- 19 D
cados denotam a seguinte figura de sintaxe:
20 B
a) pleonasmo, já que ocorre a repetição, para fins de cla-
reza, de um termo anteriormente expresso.
b) zeugma, já que o termo “povo” não aparece na última
oração, mas está implícito.
c) anacoluto, já que existe a quebra da estruturação lógi-
ANOTAÇÕES
ca e sintática da oração.
d) silepse de número, já que se alternam entre as expres-
sões o singular e o plural.
e) silepse de pessoa, já que se tem a terceira pessoa do
singular e a terceira do plural.
9 GABARITO
1 C
2 E
3 C
4 B
5 D
6 C
7 D
8 D
9 A
10 E
LÍNGUA PORTUGUESA
11 A
12 C
13 E
14 E
15 E
16 C
17 C
63
ANOTAÇÕES
64
É um tipo penal bastante extenso, que irá se con-
figurar quando o agente falsificar, fabricando-os ou
alterando-os:
recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados z Aquele que usar os papéis, depois de alterados
ou alterados, a que se referem este artigo e o seu (após a supressão de carimbo ou sinal indicativo
§ 2º depois de conhecer a falsidade ou alteração, de inutilização, quando legítimos, com o fim de
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois torna-los utilizáveis), incorrerá na pena de reclu-
anos, ou multa. são de um a quatro anos e multa;
§ 5º Equipara-se à atividade comercial, para os fins z Aquele que usar ou restituir à circulação, embora
do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio recebido de boa-fé, qualquer dos papeis falsifica-
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em dos ou alterados, depois de conhecer a falsidade
vias, praças ou outros logradouros públicos e em ou alteração, incorrerá na pena de detenção, de
residências. seis meses a dois anos, ou multa. 65
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Qualquer forma de
comércio irregular ou De acordo com o art. 232, do CPP, documentos são
Equipara-se a clandestino, inclusive quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos
atividade o exercido em vias, ou particulares.
comercial praças ou outros O CPP estabelece requisitos para que um papel
logradouros públicos e seja considerado documento: forma escrita, autor
em residências certo, possuir conteúdo de relevância jurídica e valor
probatório.
z É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado Selo ou sinal atribuído
Selo público destinado
mediante a execução de quaisquer um dos verbos por lei a entidade de
previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, forne- a autenticar atos
direito público, ou a
cer, possuir ou guardar; oficiais da Uniâo, de
autoridade, ou sinal
z É crime comum, que poderá ser praticado por Estado ou de Município
público de tabelião
qualquer agente;
z Entretanto, caso o crime seja praticado por fun-
cionário público, prevalecendo-se este do cargo, a São condutas equiparadas ao crime de falsifica-
pena será aumentada da sexta parte (1/6). ção de selo ou sinal público, incorrendo nas mesmas
penas o agente que:
A pena do crime de petrechos de falsificação será
aumentada de 1/6 (um sexto) se o agente é funcionário z Faz uso de selo ou de sinal falsificado, isto é, não
público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo. sejam verdadeiros e que o uso seja indevido e que
sobrevenha o resultado, por exemplo, obter vanta-
z Assim como o crime de petrecho para falsificação gem econômica;
de moeda, o objeto deve ser destinado especial- z Utiliza indevidamente o selo ou o sinal verdadeiro
mente para falsificar os papéis previstos no art.
em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou
293, caso o objeto tenha outras finalidades (tem
alheio;
outras utilidades e também serve para falsificar
papéis), não há que se falar na prática deste tipo z Só incorre no uso do selo ou do sinal quem não foi
penal; a responsável pela falsificação;
z Só poderá ser praticado dolosamente; z Altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
z Admite a modalidade tentada; logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos uti-
z No verbo guardar, trata-se de crime permanente, lizados ou identificadores de órgãos ou entidades
66 protraindo-se a conduta no tempo. da Administração Pública.
Sobre esse crime, é importante que você leve em consideração as seguintes disposições:
Trata-se de crime de forma livre, que pode ser praticado de qualquer modo pelo agente.
Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao por-
tador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3° Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
§ 4° Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3°, nome do segurado e seus dados
pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
A sua conduta típica é: falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público
verdadeiro.
O crime pode ser praticado das seguintes formas:
Falsificar, total
Alterar documento
ou parcialmente,
público verdadeiro
documento público
Trata-se de falsidade material, na qual o agente cria um documento público falso ou modifica o documento
público verdadeiro, tornando-se falsos em seu aspecto material, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não.
São condutas equiparadas ao crime de falsificação de documento público, incorrendo nas mesmas penas o
agente que insere ou faz inserir, estão descritas nos incisos do § 3º, do art. 297, do CP, vejamos:
Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência
social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
Incorre, também, nas mesmas penas, quem omite, nos documentos mencionados ao lado, nome do segurado e seus
DIREITO PENAL
Importante!
Cleber Masson (2018) destaca que se a falsidade lançada na Carteira de Trabalho e Previdência Social
relacionar-se com os direitos trabalhistas do empregado, incidirá o crime definido no art. 49 do Decreto-lei
5.452/1943. Por seu turno, se a falsidade atingir a Previdência Social, estará caracterizado o crime tipificado
no art. 297, § 3º, II, do CP.
67
É de suma importância você saber que não se FALSIFICAÇÃO
pode confundir a falsidade material com a falsidade ALTERAÇÃO
PARCIAL
ideológica.
A falsidade diz respeito
às informações Parte do documento,
Falsidade Falsidade
falsamente inseridas ou que dele pode ser
Material Ideológica
retiradas do papel, o que individualizada, é criada
O agente cria O agente falsifica ocorre posteriormente falsamente.
um documento a declaração que à criação do documento.
falso ou modifica deveria constar no
um documento documento público
O título ao portador é documento de crédito que
verdadeiro. ou privado, que são não informa o seu beneficiário, a exemplo do cheque
verdadeiros. no valor de até R$ 100,00 (cem reais). O endosso é uma
O documento é
materialmente falso. O documento é forma de transferir a propriedade de um título (do
materialmente endossante para o endossatário), como os cheques em
Altera-se o geral e as notas promissórias, que constituem exem-
verdadeiro, com o
aspecto formal plos de títulos transmissíveis por endosso.
conteúdo falso.
do documento,
podendo o conteúdo Altera-se o Súmula 17
ser verdadeiro ou conteúdo do
não. documento, mas Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
o aspecto formal potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Crimes: falsificação
continua intacto.
de documento
Essa súmula se refere à aplicação do princípio da
público ou Crime: falsidade
consunção ou absorção. Quando o crime de falsifica-
particular. ideológica.
ção de documento público for meio para praticar o
Por exemplo, criar Por exemplo, alterar crime de estelionato, será por este absorvido.
uma certidão de data de nascimento Por exemplo, agente que, para obter ilícita van-
nascimento. em certidão de tagem em prejuízo de terceiro, altera sua carteira de
nascimento. identidade verdadeira, responderá apenas pelo crime
de estelionato caso a potencialidade lesiva da falsifica-
ção fique exaurida com a prática do estelionato.
Sobre o crime de falsificação de documento públi-
Caso a falsificação ou alteração sejam grosseiras,
co, é importante que você leve em consideração as
haverá atipicidade deste crime, podendo configurar
seguintes informações:
outra infração penal.
z O crime é comum, podendo ser praticado por qual-
Falsificação de documento particular
quer pessoa;
z Na hipótese de o agente ser funcionário público e,
ainda, se prevaleça do cargo para praticar o delito, Art. 298 Falsificar, no todo ou em parte, documento
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
a pena será aumentada em um sexto;
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
z O delito é doloso, não exige fim especial;
z Não admite a modalidade culposa;
z Admite a tentativa; O crime de falsificação de documento particular
z O objeto material do crime é o documento público. é praticado quando o agente age de acordo com o
núcleo do tipo, ou seja, falsifica, no todo ou em parte,
É muito importante que você saiba o que é docu- documento particular ou altera (segundo núcleo do
mento público, para fins de configuração deste crime, tipo) documento particular verdadeiro.
já que existe, também, o crime de falsificação de docu- A conduta é muito semelhante ao crime de falsifi-
mento particular, sendo os dois apenados de formas cação de documento público, sendo diferente no que
diferentes, sendo aquele mais grave do que este. se refere ao objeto material do crime. Estes crimes
Para fins de concurso público, pode-se conceituar também se diferenciam em relação à pena cominada.
documento público como aquele emitido por funcio-
nário público, no exercício de suas funções, a serviço FALSIFICAÇÃO OBJETO
PENA
da União, estados-membros, Distrito Federal ou muni- DE DOCUMENTO MATERIAL
cípios (emitido por órgãos ou entidades públicas).
Porém, o Código Penal equipara alguns outros Documento Reclusão, de dois a
Público
documentos, embora emitidos por particulares, a público seis anos, e multa
documento público.
Documento Reclusão, de um a
Particular
Particular cinco anos, e multa
z F alsificação total: criação de todo o material escri-
to que representa o documento.
z Falsificação parcial: há uma criação de uma par- Já estudamos o documento público e agora esta-
te falsa do documento público verdadeiro, a qual mos compreendendo o documento particular. Mas, o
pode dele ser individualizada. que é documento particular?
z Alteração de documento público: inserir ou supri- Documento particular é aquele que não é docu-
mir falsamente informações escritas no pró- mento público, nem equiparado a documento públi-
prio corpo do documento verdadeiro, após a sua co, por exemplo, cartão de identificação de veículo de
68 criação. moradores de condomínio residencial.
Neste delito, a falsidade também pode ser mate- z Documento particular: reclusão, de um a três anos,
rial, alterando-se a forma estrutural do documento, e multa.
podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não.
É importante destacar sobre o crime de falsifica- O tipo penal deste crime apresenta causa de aumen-
ção de documento particular o seguinte: to de pena, um sexto.
É crime comum:
Se o agente é funcionário público, e comete o cri-
me prevalecendo-se do cargo.
z Admite a tentativa;
z É delito doloso, sem a necessidade de exigir especial
fim; z Se a falsificação ou alteração é de assentamento de
z Aplica-se a Súmula 17 do STJ: quando o falso se registo civil.
exaure no estelionato, sem mais potencialidade
lesiva, é por este absorvido; Em relação ao crime de falsidade ideológica, é
z Na hipótese de a falsificação ser grosseira, não irá importante que você leve em consideração as seguin-
se configurar este crime, mas poderá se configurar tes informações:
outro tipo penal.
z Não admite a modalidade culposa – só pode ser
Para fins de aplicação deste crime, equipara-se a praticado dolosamente;
documento público o cartão de crédito ou de débito.
z Exige-se dolo específico (especial fim de agir): fim
de prejudicar direito, criar, obrigação ou alterar a
Falsificação de cartão
verdade sobre fato juridicamente relevante.
z É crime comum;
Art. 298 [...]
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
equipara-se a documento particular o cartão de Atenção: se praticado por funcionário público, que
crédito ou débito. se prevalece do cargo, haverá aumento de pena de 1/6
(um sexto).
Falsidade ideológica Não basta que seja praticado por funcionário
público, para se aplicar a causa de aumento da pena,
Art. 299 Omitir, em documento público ou parti- mas, também, que ele se prevaleça do cargo para pra-
cular, declaração que dele devia constar, ou nele ticar o crime.
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa Caso a conduta seja praticada sem uma das fina-
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar lidades específicas vistas acima, o crime não irá se
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre configurar.
fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
z Admite a modalidade tentada nas condutas comis-
documento é público, e reclusão de um a três anos,
e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de
sivas, mas não admite, segundo posicionamen-
réis, se o documento é particular. to doutrinário majoritário, na conduta omissiva
Parágrafo único - Se o agente é funcionário públi- (omitir);
co, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou z Nesse crime, a forma do documento segue intacta;
se a falsificação ou alteração é de assentamento de o que se falsifica é o conteúdo das informações con-
registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. tidas no documento público ou particular (com a
omissão de declaração ou com a declaração falsa).
Configura-se com a prática da seguinte conduta
típica: omitir, em documento público ou particular, Falso reconhecimento de firma ou letra
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia Art. 300 Reconhecer, como verdadeira, no exercício
ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar, obri- de função pública, firma ou letra que o não seja:
gação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
relevante. documento é público; e de um a três anos, e multa,
se o documento é particular.
uso de documento falso é firmada em razão da enti- A pena do crime será diferente, a depender da
dade ou órgão ao qual foi apresentado o documen-
natureza do documento destruído, suprimido ou
to público, não importando a qualificação do órgão
ocultado.
expedidor.
Assim, caso o agente utilize uma carteira de iden- Documento Público Documento Particular
tidade falsa, não será relevante para fins de análise
de competência para processo e julgamento o órgão Reclusão, de dois a Reclusão, de um a
expedidor do documento (unidade da federação que seis anos, e multa cinco anos, e multa
o expediu), mas sim o órgão ou entidade ao qual foi 71
Em relação aos tipos penais que apresentam penas Mas, o fato de Carlos Eduardo Diogo se atribuir fal-
como visto acima, você deve ter um cuidado redobra- sa identidade para evitar prisão não está de acordo
do ao analisar o tipo penal e possíveis questões de pro- com o princípio do Direito Processual Penal que per-
va sobre o tema. mite que o indivíduo não seja compelido a produzir
Sobre esse crime, faz-se necessário ficar atento às provas contra si mesmo, podendo, inclusive, mentir?
seguintes informações: Caso ele seja responsabilizado penalmente, não have-
ria violação ao princípio da não autoincriminação?
Por muito tempo, este assunto foi divergente.
z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
O entendimento que predomina atualmente é o de
quer agente;
que a responsabilização penal por falsa identidade,
z Não admite a modalidade culposa;
ainda que diante de situação de alegada autodefesa,
z É necessário que o agente pratique as condutas des- não viola o princípio da não autoincriminação, sendo,
critas no tipo penal em benefício próprio ou alheio portanto, fato típico.
ou em prejuízo alheio (finalidade específica);
z Exige-se, para configuração deste tipo penal, que o STJ - Súmula 522
agente não possa dispor do documento público ou
particular; A conduta de atribuir-se falsa identidade perante
z Admite a tentativa. autoridade policial é típica, ainda que em situação
de alegada autodefesa.
DE OUTRAS FALSIDADES
Sobre o crime de falsa identidade, é importante
Falsa identidade que você leve em consideração:
Art. 307 Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
quer pessoa;
identidade para obter vantagem, em proveito pró-
z Não admite a modalidade culposa – o elemento
prio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
subjetivo exigido é sempre o dolo;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa,
z Exige dolo específico: o agente deve praticar a con-
se o fato não constitui elemento de crime mais grave. duta com o fim de obter vantagem, em proveito
Art. 308 Usar, como próprio, passaporte, título de próprio ou alheio, ou para causar dano;
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer docu- z Não admite tentativa. Parte da doutrina a admite,
mento de identidade alheia ou ceder a outrem, para ainda que de difícil configuração, caso o crime seja
que dele se utilize, documento dessa natureza, pró- praticado de forma escrita;
prio ou de terceiro: z Trata-se de crime subsidiário, respondendo o
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e agente por ele apenas se o fato não constituir ele-
multa, se o fato não constitui elemento de crime mento de crime mais grave;
mais grave. z Não se exige que o agente atribua a si ou a tercei-
ro nome de pessoa real, podendo ocorrer caso o
Figura típica: atribuir-se ou atribuir a terceiro fal- nome seja inexistente;
z É crime formal, que se consuma independente-
sa identidade para obter vantagem, em proveito pró-
mente de o agente conseguir obter a vantagem ou
prio ou alheio, ou para causar dano a outrem.
efetivamente causar dano.
O crime pode ser praticado das seguintes formas:
Conduta típica: usar, como próprio, passaporte,
Falsa identidade título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza,
Atribuir-se Atribuir a terceiro próprio ou de terceiros.
Esse crime pode ser praticado das seguintes
formas:
O agente atribui a O agente atribuiu
falsa identidade a si falsa identidade a z Quando o agente faz uso de documento de identi-
próprio uma outra pessoa ficação alheio;
z Quando o agente cede, para que outro utilize,
documento de identificação próprio ou alheio.
Nesse crime, o agente se passa por outra pessoa.
Por exemplo, um indivíduo, chamado Carlos O tipo penal apresenta hipótese de interpretação
Eduardo Diogo, sabendo que se encontra, em seu des- analógica, já que exemplifica quais são os documentos
favor, um mandado de prisão em aberto, com a fina- de identidade, a exemplo do passaporte, título de elei-
lidade de não ser preso e de que não se descubra a tor e caderneta de reservista (fórmulas casuísticas), e
por fim, amplia as possibilidades ao utilizar a expres-
sua condição de procurado, ao ser abordado por uma
são “qualquer documento de identidade (fórmula
equipe policial, atribui a si próprio o nome de Antô-
genérica)”.
nio Carlos dos Céus, contra quem não existe nenhuma Sobre esse crime, é importante que você leve para
medida judicial. a sua prova o seguinte:
No exemplo acima, configurou-se o crime de falsa
identidade, já que o agente, com a finalidade de obter z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
72 proveito próprio, atribuiu a si mesmo falsa identidade. quer indivíduo;
z Não admite a modalidade culposa – só pode ser divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si
praticado dolosamente; ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
z Admite-se a modalidade tentada; certame, conteúdo sigiloso de:
z É crime subsidiário, não respondendo o agente
por ele se o fato constituir elemento de crime mais z Concurso público (segundo Sanches, instrumento
grave. de acesso a cargos e empregos públicos);
z Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches,
Os crimes a seguir apresentam condutas bastante abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos);
parecidas. Cuidado para não as confundir: z Processo seletivo para ingresso no ensino superior
(conforme Sanches, engloba vestibulares e outras
Falsificação de Uso de documento formas de avaliação para ingresso no ensino supe-
documento Público falso rior, a exemplo do ENEM);
ou Particular z Exame ou processo seletivo previstos em lei (con-
Conduta: fazer uso forme ensina Rogério Sanches, a exemplo do exa-
Conduta: falsificar, de qualquer dos me da OAB).
no todo ou em parte, papéis falsificados
documento público ou alterados, a que
ou particular ou se referem os artigos Fraudes em certames de interesse público
alterar documento 297 a 302 (incluindo
público ou particular documento público
Conduta: utilizar ou divulgar, indevidamente,
verdadeiro ou particular)
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou
de comprometer a credibilidade do certame,
conteúdo sigiloso de
Processo
Falsa identidade Uso de documento de Exame ou
seletivo
identidade alheio Avaliação processo
Conduta: atribuir-se Concurso para
ou exame seletivo
ou atribuir a terceiro Conduta: usar, público ingresso
públicos previstos
falsa identidade para como próprio, no ensino
em lei
obter vantagem, em passaporte, título de superior
proveito próprio eleitor, caderneta
ou alheio, ou para de reservista ou
O crime de fraude em certames de interesse público
causar dano a qualquer documento
outrem de identidade alheia apresenta uma forma equiparada, uma forma qualifi-
ou ceder a outrem, cada e uma forma majorada (com aumento de pena):
para que dele se
utilize, documento z Forma equiparada: incorre nas mesmas penas o
dessa natureza, agente que permite ou facilita, por qualquer meio,
próprio ou de o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
terceiro ções sigilosas relacionadas a concurso público;
avaliação ou exame públicos; processo seletivo
para ingresso no ensino superior; ou exame ou
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE
PÚBLICO processo seletivo previstos em lei.
z Forma qualificada: se da ação ou omissão resultar
Fraudes em certames de interesse público dano à administração pública;
z Forma majorada: a pena será aumentada de 1/3
Art. 311-A Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o (um terço) se o fato é cometido por funcionário
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer público.
a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I - concurso público; Sobre esse crime, é importante ficar atento às
II - avaliação ou exame públicos;
seguintes informações:
III - processo seletivo para ingresso no ensino supe-
rior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: z Este crime se aplica a certames de interesse públi-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. co de maneira geral, e não apenas a concursos
§ 1° Nas mesmas penas incorre quem permite ou públicos em sentido estrito.
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
DIREITO PENAL
EXERCÍCIOS COMENTADOS
DOS CRIMES CONTRA A
1. (CESPE-CEBRASPE — 2020) Ainda com relação a
aspectos legais que concernem aos procedimentos ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
policiais, julgue o item seguinte. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO
Para que o crime de falsidade ideológica se configure, PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
é necessário que o objeto da conduta seja a inserção
de declarações falsas em documentos públicos, não Trata-se de crimes próprios, que exigem uma con-
se configurando esse tipo penal no caso de documen- dição especial do sujeito ativo: ser funcionário público.
tos particulares. Nos crimes contra a Administração Pública, o bem
jurídico genericamente tutelado é a moralidade ou
probidade administrativa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Os crimes praticados por funcionário público con-
tra a administração em geral são chamados de crimes
No crime de falsidade ideológica, o agente tem o funcionais. Os crimes funcionais são aqueles prati-
documento verdadeiro, mas inseriu dados falsos. O cados contra a administração pública por indivíduo
documento é formalmente perfeito e emana da pes- que se encontra investido em uma função pública. São
soa competente, mas o conteúdo ou a informação divididos em funcionais próprios ou puros e funcio-
é falsa. Assim dispõe o art. 299, do CP, omitir, em nais impróprios ou impuros.
documento público ou particular, declaração que Os crimes funcionais próprios são aqueles que
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir serão atípicos caso não sejam praticados por funcio-
nários públicos. Segundo a doutrina, neste caso, ocor-
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
rerá uma hipótese de atipicidade absoluta.
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou Vejamos a conduta que define o crime de preva-
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevan- ricação será atípica caso não seja praticada por um
te. Resposta: Errado. funcionário público.
Os crimes funcionais impróprios são aqueles que
serão desclassificados para outras infrações penais
2. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item seguin- caso não sejam praticados por funcionários públicos.
te, relativos a institutos complementares do direito Segundo a doutrina, neste caso, ocorrerá uma
empresarial, teoria geral dos títulos de crédito, res- hipótese de atipicidade relativa.
Já a conduta que define o crime de peculato-furto,
ponsabilidade dos sócios, falência e recuperação
praticada por meio do verbo subtrair, será desclassi-
empresarial. ficada para o crime de furto, caso não seja praticada
Os livros comerciais, os títulos ao portador e os trans- por um funcionário público.
missíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, O Código Penal responde a esta pergunta em seu
a documento público, sendo a sua falsificação tipifica- art. 327.
da como crime.
pantes de cargos em comissão ou de função de direção dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
ou assessoramento de órgão da administração direta, punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a
sociedade de economia mista, empresa pública ou pena imposta.
fundação instituída pelo poder público.
É importante saber que a pena não será aumen- O crime de peculato, previsto no art. 312, do CP, é
tada caso o funcionário público ocupe cargo em dividido da seguinte forma:
comissão ou função de direção ou assessoramento em
autarquias, por falta de previsão legal. Lembre-se que z Peculato-apropriação;
o nosso ordenamento jurídico não admite a analogia z Peculato-desvio;
para prejudicar o agente. z Peculato-furto; 75
z Peculato culposo; É importante mencionar que é necessário, para
z Peculato mediante erro de outrem. que não seja típica a conduta do peculato de uso, que
o bem seja infungível e não consumível, a exemplo de
Parte da doutrina apresenta, ainda, a seguinte um carro oficial ou de um computador.
divisão para o crime de peculato: Caso o bem seja fungível e consumível, a exemplo
do dinheiro, a conduta será típica.
z Próprio: peculato-apropriação e peculato-desvio; Se a conduta relacionada ao Peculato de Uso for
praticada por Prefeito, o fato será típico, independen-
z Impróprio: peculato-furto.
temente da natureza do bem, por expressa previsão
legal no Artigo 1º, II, do Decreto-Lei nº 201/1967.
O peculato-apropriação irá se configurar quando
O Peculato-furto irá se configurar quando o fun-
o funcionário público se apropriar de dinheiro, valor
cionário público, embora não tendo a posse do dinhei-
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
ro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
de que tem a posse em razão do cargo, por exemplo,
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
vereador que se apropria de bens (aparelho de celu-
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
lar, notebook) do qual tem posse em razão do cargo
funcionário.
(eletivo) que ocupa.
O peculato-furto pode ser praticado de duas
É muito importante que você fique atento, em rela-
formas:
ção ao peculato apropriação, ao seguinte:
z Subtraindo o dinheiro, valor ou bem;
z Para que se configure, é necessário que o agente
z Concorrendo para que seja subtraído o dinheiro,
tenha a posse do bem em razão do seu cargo;
valor ou bem.
z O bem pode ser público ou particular (imagine um
objeto particular apreendido numa delegacia de
É importante mencionar que:
polícia);
z O sujeito passivo é a administração pública, con-
z Para que se configure este crime, é necessário que
tudo, no caso de bem particular, o dono do bem
o funcionário público não tenha a posse da coisa;
também será sujeito passivo do delito.
z O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de
o bem ser arrebatado pelo próprio funcionário
O peculato-desvio irá se configurar quando o
público;
funcionário público desviar, em proveito próprio ou
z O segundo é o verbo “concorrer”, que significa
alheio, dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
induzir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a
público ou particular.
realizar a subtração, por exemplo, o funcionário
Segundo posicionamento majoritário, apesar de
público distrai os demais para que o seu amigo,
algumas posições jurisprudenciais em sentido con-
que é ladrão, ingresse na repartição para surru-
trário, para que se configure o peculato-desvio, é
piar os bens.
necessário que o bem seja desviado para integrar o
z Para que se configure o peculato-furto é necessário
patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
que o ato seja doloso;
ceiros, não se configurando o tipo penal caso ocorra
z A qualidade de funcionário público deve acarretar
mero desvio de finalidade.
alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso
não haja facilidade, o agente responderá por furto
Importante! normalmente.
É importante que você saiba que parte da doutri- Vamos trazer dois exemplos:
na, minoritária, defende que, para que se configu- Exemplo 1: Carlos é funcionário público. Certo dia,
re o peculato-desvio, não é necessário a intenção na hora de sair, valendo-se do fato de estar sozinho
de assenhoramento (apoderar-se) por parte do na repartição, Carlos subtrai um notebook do órgão
funcionário público, podendo se configurar com público. Está certamente configurado o crime de pecu-
o mero uso irregular da coisa pública, em provei- lato-furto, já que a condição de funcionário público de
to próprio ou alheio. Carlos foi uma facilidade para que ele subtraísse o bem.
Exemplo 2: Michele é funcionária pública de Tri-
bunal Federal. Certo dia, ao passar em frente a uma
Com base no que foi exposto logo acima, é impor- escola que se encontra próxima a sua casa, Michele
tante mencionar que: o peculato de uso, em regra, é percebe que o vigilante esqueceu a porta dos fundos
considerado figura atípica. aberta, estando próximo um aparelho celular da esco-
Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de coi- la. Michele entra pela porta e subtrai o aparelho. Não
sa infungível, sem a intenção de incorporá-lo ao patri- há que se falar em peculato-furto, já que a qualidade
mônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral de funcionária pública de Michele em nada contri-
restituição a quem de direito é atípico. buiu para a prática da subtração, podendo qualquer
É necessário sabermos o que se trata de infungível. pessoa, na mesma situação, praticar a conduta deli-
O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os móveis tuosa apresentada pelo exemplo. Michele responderá
que podem substituir-se por outros da mesma espécie, pelo crime de furto.
qualidade e quantidade. Observe que:
O Código Civil não define os bens infungíveis,
mas podemos compreender que são os bens que não z Admite a modalidade tentada, já que se trata de
podem ser substituídos por outros da mesma espécie, crime plurissubsistente (atos múltiplos, ou seja, o
76 quantidade e qualidade. autor entra no local, o autor subtrai a coisa);
z O bem subtraído pode ser público ou particular. O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente,
z O sujeito passivo é a administração pública. Caso isto é, posterior ao recebimento da coisa.
o bem seja particular, também será sujeito passivo Num primeiro momento, o funcionário público
da infração penal o dono do bem. toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro
z É crime material. alheio, mas posteriormente, após detectar o erro,
apropria-se da coisa.
O peculato culposo, previsto no art. 312, § 2º, con- É importante levar em consideração as seguintes
figura-se quando o funcionário público concorre cul- características do crime de peculato mediante erro de
posamente para o crime de outrem. outrem:
Dos crimes praticados por funcionário público
contra a administração em geral, o peculato é o úni- z É crime material, que se consuma quando o agen-
co que prevê expressamente a possibilidade de ser te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti-
cometido na modalidade culposa. lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder
No peculato culposo, o funcionário público não por erro de outra pessoa, passando a agir como se
tem intenção em praticar o crime, contudo, por culpa, dono fosse;
acaba concorrendo para a subtração da coisa. z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali-
Neste sentido, Damásio ensina que no peculato dade tentada;
culposo podem ocorrer as seguintes situações: z O funcionário público deve receber a coisa em
razão do cargo que exerce;
z u m funcionário, por culpa, concorre para que z O sujeito passivo é a administração pública. Caso o
outro funcionário cometa peculato (caput ou §1º); bem seja particular, também será sujeito passivo o
z um funcionário, por culpa, concorre para que outro dono do bem.
funcionário ou um particular cometam o fato; e z Parte da doutrina entende que se a pessoa for
z um funcionário, por culpa, concorre para que um induzida a erro, irá se configurar o crime de este-
particular cometa o fato (furto etc.). lionato, previsto no art. 171, do CP, sendo neces-
sário, portanto, para caracterização do crime de
peculato mediante erro de outrem, que a vítima
Vejamos: José, agente de polícia legislativa, esque-
entregue a coisa por erro próprio.
ce, por omissão, já que queria assistir a um jogo de
futebol, de trancar uma porta da Câmara Legislativa
do Distrito Federal, ao qual somente ele tem acesso. Inserção de dados falsos em sistemas de informação
No ambiente em que a porta se encontra, há vários
objetos de valor considerável para o Poder Legislativo O crime de inserção de dados falsos em sistemas
distrital. Simba, também policial legislativo, aprovei- de informação está previsto no art. 313-A, do CP.
tando-se do fato de a porta estar aberta, ingressa no
local e subtrai uma câmera fotográfica. Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
Neste exemplo, José poderá ser responsabiliza- zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
do criminalmente pelo crime de peculato culposo, já indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
que concorreu culposamente para o crime de outrem matizados ou bancos de dados da Administração
(peculato-furto de Simba). O agente foi omisso ao dei- Pública com o fim de obter vantagem indevida para
xar de trancar a porta, fator que contribuiu para a si ou para outrem ou para causar dano:
prática da subtração. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
Sobre o peculato culposo, é importante saber que no § multa.
3º do art. 312, do CP, dispõe que:
Dica
z se a reparação do dano resultante do peculato cul-
poso ocorrer antes da sentença transitar em julga- Inserção de dados falsos em sistemas de infor-
do, extingue a punibilidade. mação é chamado de peculato eletrônico.
z se a reparação do dano resultante do peculato cul-
poso ocorrer após a sentença transitar em julgado, Sujeito ativo é apenas o funcionário público auto-
a pena será reduzida da metade. rizado a inserir ou excluir dados do sistema. Outros
funcionários, que não dispõem desta competência,
O peculato mediante erro de outrem respondem pelo crime do art. 313-B, do CP.
Está previsto no art. 313, do CP, configurando se A fraude no sistema informatizado ou em bancos
quando o funcionário público se apropriar de dinhei- de dados pelo funcionário competente, para obter
ro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, vantagem para si ou para outrem, caracteriza o delito
recebeu por erro de outrem. em análise, sendo que o estelionato, por ser um crime
menos grave, é absorvido.
A conduta que define este tipo penal é a seguinte:
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti-
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
z Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevi-
DIREITO PENAL
z Obter vantagem indevida para si ou para outrem; Está previsto no artigo 314 do Código Penal.
z Causar dano.
Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer docu-
O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico, mento, de que tem a guarda em razão do cargo;
que consiste no fim de obter vantagem indevida para sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
si ou para outrem ou causar dano à Administração
constitui crime mais grave.
Pública ou a uma terceira pessoa.
Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar
Este crime se configurará quando o agente extra-
dano, haverá o crime do art. 313-B do CP.
viar livro oficial ou qualquer documento, de que tem
O crime se consuma com a conduta, independente-
a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
mente do resultado. Trata-se de crime formal, que se
total ou parcialmente.
caracteriza ainda que a vantagem ou o dano almejado
Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer
não se verifique. desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar
Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser (tornar imprestável).
surpreendido antes de ultimar a conduta, por exem- Sobre este crime, é importante que você saiba:
plo, agente é flagrado quando iniciava a supressão dos
dados corretos. z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvi-
do quando o fato constitui crime mais grave), res-
Modificação ou alteração não autorizada de pondendo por ele, o funcionário público, apenas se
sistemas de informação não se configurar crime mais grave;
z Não admite a modalidade culposa;
O crime de modificação ou alteração não autoriza- z Admite tentativa.
da de sistemas de informação está previsto no Artigo z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser
313-B, do Código Penal. parciais ou totais.
não devida pela pessoa. O particular, por temer qual- CORRUPÇÃO PASSIVA
do particular, ou seja,
quer represália por parte do funcionário público pode além de não ocorrer inti-
ou não pagar a vantagem indevida. midação, há uma conduta
Vamos exemplificar: funcionário público, agen- inicial do terceiro. Autor,
te de trânsito, exige de particular a quantia de R$ sugerimos que destaque
2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de que há uma confusão
levá-lo indevidamente ao pátio do Detran. entre esses dois crimes,
A vantagem indevida, segundo posicionamento para melhor compreen-
majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo são do leitor.
ser qualquer outra vantagem. 79
Excesso de exação Art. 316 [...]
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio
O excesso de exação, previsto no art. 316, § 1º, do ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
CP, é uma forma de concussão. Configura-se quando recolher aos cofres públicos:
o funcionário público exige tributo ou contribuição Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
social, que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-
do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou Quando observamos a forma qualificada do exces-
gravoso, que a lei não autoriza. so de exação, é possível compreender que o tipo penal
não exige que o funcionário público tenha a intenção
Art. 316 [...] de ficar para si ou para outro aquilo que recebeu. Caso
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição o faça, responderá pelo crime na forma qualificada.
social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan- Na concussão propriamente dita, exige-se que o
do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou funcionário público pratique a conduta visando obter
gravoso, que a lei não autoriza: a vantagem indevida para si ou para outrem, consti-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. tuindo-se, assim, elemento de distinção entre os tipos
penais.
Exação significa correção, exatidão.
São dois os delitos que recebem o nome de excesso Corrupção passiva
de exação:
Art. 317 Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
z Exigência indevida de tributo ou contribuição social;
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
z Cobrança devida de tributo ou contribuição social,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
mas de forma vexatória ou gravosa.
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
O núcleo do tipo é o verbo exigir que, diferente- multa.
mente do crime de concussão, não significa uma § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em con-
ameaça, mas sim a simples cobrança indevida. sequência da vantagem ou promessa, o funcionário
A cobrança é indevida quando o tributo ou con- retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou
tribuição social não existe ou então já foi pago, bem o pratica infringindo dever funcional.
como na hipótese em que a cobrança é excessiva, em § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
valor maior que o devido. retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, que consiste cedendo a pedido ou influência de outrem:
no fato de o agente ter consciência, ou dúvida, que se Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
trata de uma cobrança indevida.
Na segunda modalidade criminosa, cobrança A corrupção passiva, prevista no art. 317 do Código
vexatória ou gravosa, o tributo ou contribuição social Penal, irá se configurar quando o funcionário público
é devido. O problema reside no “modus operandi” da solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
cobrança, que é feita de forma vexatória, humilhante, indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
ou gravosa, vale dizer, com a imposição de medidas assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
totalmente desnecessárias. aceitar promessa de tal vantagem.
O crime se consuma com a simples cobrança vexa- A doutrina classifica a corrupção passiva em pró-
tória ou gravosa, independentemente do recebimento. pria ou imprópria, antecedente ou subsequente.
Admite-se a tentativa quando a cobrança vexató- Corrupção passiva:
ria ou gravosa é realizada por escrito, mas, por cir-
cunstâncias alheias à vontade do agente, é descoberta z Própria: Quando o funcionário público pratica os
antes que a vítima tomasse conhecimento. verbos do tipo penal para praticar ato ilícito, por
Vejamos: exemplo, oficial de justiça recebe dinheiro para
José, funcionário público da prefeitura do Municí- retardar o cumprimento do mandado de citação.
pio de Simplicidade, sabendo que seu vizinho, Márcio, z Imprópria: Quando o funcionário público pratica
deve dez mil reais em tributo, para cobrá-lo, coloca os verbos do tipo penal para praticar ato lícito, por
uma faixa enorme na entrada da rua, com a seguinte exemplo, escrevente solicita dinheiro para que a
escrita: Márcio, deixe de ser irresponsável e pague os certidão seja expedida dentro do prazo.
dez mil reais que você deve de tributo à prefeitura. z Antecedente: Quando a vantagem indevida é
No exemplo, José cobrou imposto devido, fazendo entregue ao funcionário público antes de sua ação
uso de meio vexatório, não autorizado por lei, confi- ou omissão, por exemplo, juiz recebe vantagem
gurando-se, assim, o excesso de exação. indevida para prolatar sentença absolutória.
Sobre o excesso de exação, é importante mencionar: z Subsequente: Quando a vantagem indevida é
entregue ao funcionário público depois de sua
z Não admite a modalidade culposa, pois a expres- ação ou omissão, por exemplo, após retardar o
são “que sabe” é dolo direto, e a expressão “devia processo até levá-lo à prescrição, o juiz solicita
saber” é dolo eventual; vantagem indevida ao réu.
z Admite a tentativa quando for possível fracionar o
iter criminis, a exemplo do excesso de exação pra- Observe que a corrupção passiva pode ser direta
ticado mediante carta endereçada à vítima; ou indireta:
z Se o funcionário desviar, em proveito próprio ou
de outrem, o que recebeu indevidamente para z Direta: quando é o próprio funcionário público
recolher aos cofres públicos, responderá por que solicita, recebe ou aceita promessa de vanta-
80 excesso de exação na modalidade qualificada. gem indevida.
z Indireta: quando uma interposta pessoa, em con- O crime de prevaricação é dividido em:
luio com o funcionário público, solicita, recebe
ou aceita promessa de vantagem indevida. Nesse z Própria – prevista no art. 319 do Código Penal;
caso, tanto o “testa de ferro” quanto o funcionário z Imprópria – prevista no art. 319-A do Código
público responderão por corrupção passiva. Penal.
Entende a doutrina majoritária que o mero pre- A prevaricação própria irá se configurar quando
sente recebido pelo funcionário público, por grati- o funcionário público retardar ou deixar de praticar,
dão ou amizade, por exemplo, uma lembrancinha de indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-
natal, não configura o crime de corrupção passiva. posição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
A vantagem indevida, segundo posicionamento sentimento pessoal.
majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo O crime em estudo não se confunde com a corrup-
ser qualquer outra vantagem. ção passiva privilegiada, em que o agente age ou deixa
Sobre a corrupção passiva, leve em consideração de agir cedendo a pedido ou influência de outrem.
que: Na prevaricação não existe este pedido ou influên-
cia. O agente toma a iniciativa de agir ou se omitir para
z Não pode ser praticada na modalidade culposa; satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, se
z Trata-se de crime formal, quando praticada por um fiscal flagra um desconhecido cometendo irregu-
meio dos verbos solicitar e aceitar promessa, que laridade e deixa de autuá-lo em razão de insistentes
se consuma com a conduta, sendo o efetivo recebi- pedidos deste, há corrupção passiva privilegiada, mas,
mento da vantagem mero exaurimento do crime. se o fiscal deixa de autuar porque percebe que a pes-
Quando praticada por meio do verbo receber, é
soa é um antigo amigo, configura-se a prevaricação.
crime material, que exige o efetivo recebimento
A prevaricação poderá ser praticada de 3 (três) for-
para se consumar (at. 317, § 2º, do CP).
mas diferentes:
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for
possível fracionar o iter criminis, a exemplo da cor-
rupção passiva praticada mediante emprego de carta; z Retardar indevidamente a prática de ato de ofício;
z É possível se praticar a corrupção passiva indireta- z Deixar de praticar indevidamente ato de ofício;
mente, quando, por exemplo, o funcionário públi- z Praticar ato de ofício contra disposição expressa
co exige a vantagem indevida por meio de outra de lei.
pessoa.
O crime de prevaricação exige um fim específico
O particular que paga a vantagem indevida soli- de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
citada pelo funcionário público não pratica crime Você pode entender interesse ou sentimento pes-
algum, por falta de tipicidade penal. soal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio,
A corrupção passiva possui uma forma privilegiada. amizade, preguiça, entre outros.
Observe que na corrupção passiva privilegiada, Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
o agente pratica a conduta não com a finalidade de
conseguir alguma vantagem indevida, mas sim com z Não admite a forma culposa;
a finalidade de ceder a pedido ou influência de outro. z Pode ser praticado de forma omissiva (retardar ou
A pena da corrupção passiva será aumentada de deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
1/3 (um terço): se, em consequência da vantagem ou z Admite tentativa apenas quando praticado de for-
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar ma comissiva.
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever z Tentativa na prevaricação:
funcional. z Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício: não admite tentativa:
z Praticar ato de ofício contra disposição expressa
Importante! de lei: admite tentativa.
Não seja surpreendido por pegadinhas em pro-
va. A corrupção passiva e a concussão se dife- A prevaricação imprópria irá se configurar quan-
do o diretor de penitenciária e/ou agente público dei-
renciam nos verbos que configuram o tipo penal
xar de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a
incriminador.
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
� Corrupção passiva: solicitar, receber ou aceitar a comunicação com outros presos ou com o ambiente
promessa. externo.
� Concussão: exigir. A prevaricação imprópria só poderá ser pratica-
da pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário
público que tem o dever funcional de impedir que o
Prevaricação preso tenha acesso a aparelho de comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo.
Art. 319 Retardar ou deixar de praticar, indevida-
DIREITO PENAL
Art. 329 Opor-se à execução de ato legal, mediante Vitor Eduardo Rios Gonçalves destaca que:
violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: a) Deve haver uma ordem: significa determinação,
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. mandamento. O não atendimento de mero pedido
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se ou solicitação não caracteriza o crime.
executa: b) A ordem deve ser legal: material e formalmente.
Pena - reclusão, de um a três anos. Pode até ser injusta, só não pode ser ilegal.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem pre- c) Deve ser emanada de funcionário público com-
juízo das correspondentes à violência. petente para proferi-la. Ex.: delegado de polícia
requisita informação bancária e o gerente do ban-
A conduta típica deste crime é: opor-se à execução co não atende. Não há crime, pois o gerente só está
de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcio- obrigado a fornecer a informação se houver deter-
nário competente para executá-lo ou a quem lhe este-
minação judicial.
ja prestando auxílio.
d) É necessário que o destinatário tenha o dever jurí-
Sobre a conduta típica, três informações são muito
importantes: dico de cumprir a ordem. Além disso, não haverá
crime se a recusa se der por motivo de força maior
z Exige-se que o ato praticado pelo funcionário ou por ser impossível por algum motivo o seu
público seja legal; cumprimento.
z Se o ato praticado por funcionário público for ile-
gal, não há que se falar em resistência. A ordem deve ser legal. Caso de trate de ordem
z Exige-se que o funcionário público seja competen- ilegal, não há que se falar na configuração deste tipo
te para executar o ato; penal.
z Não se exige que a violência ou ameaça seja empre- Sobre a desobediência, é importante que você leve
gada diretamente contra o funcionário competen- em consideração:
te, podendo ser empregada contra o terceiro que
esteja auxiliando o funcionário. z Não admite a culpa;
z Pode ser praticado tanto na forma omissiva quan-
Sobre a resistência, é importante que você leve em to na forma comissiva;
consideração: z Na forma omissiva, não admite tentativa, na forma
comissiva, admite;
z Deve ser praticado dolosamente; z Deve haver ordem emanada por funcionário
z A oposição constitui um ato positivo, devendo o público, não caracterizando este crime a mera
agente empregar violência ou grave ameaça. solicitação.
cipal, ou por entidade paraestatal. z Violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
Afastar ou procurar afastar concorrente ou lici- determinação legal ou por ordem de funcionário
tante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou público, para identificar ou cerrar (encobrir) qual-
oferecimento de vantagem. quer objeto.
Trata-se de tipo penal misto alternativo (crime de
ação múltipla), que poderá ser praticado mediante a Sobre o crime de inutilização de edital ou de sinal,
execução de vários verbos: leve em consideração:
Consuma-se o crime em estudo no instante em que Parte da doutrina não admite o dolo eventual nes-
o livro oficial, processo ou documento é subtraído, te crime, já que o tipo penal exige que o agente saiba
mediante seu apoderamento pelo agente, seguido da que o fato é imputado contra pessoa inocente.
inversão da sua posse e sua consequente retirada da A denunciação caluniosa poderá se configurar
esfera de vigilância da vítima, ou então inutilizado, quando o agente imputa crime que realmente acon-
total ou parcialmente. teceu contra pessoa que sabe ser inocente ou quando
Observe que se o documento se destina a fazer prova imputa a alguém a prática de crime que não existiu
de relação jurídica, e o agente visa beneficiar a si pró- (neste caso não há dúvidas sobre a inocência da pes-
prio ou a terceiro, o fato constituirá crime mais grave.
soa, já que o fato sequer aconteceu).
Sobre o este tipo penal, é importante que você
fique atento ao seguinte:
z É necessário que o fato imputado seja crime ou
z É crime comum; contravenção penal (no caso de contravenção
z Admite tentativa; penal, a pena será reduzida de metade), não se
z É crime subsidiário, respondendo o agente por ele configurando este tipo penal caso o agente impute
88 apenas caso não se configure um crime mais grave; infração administrativa ou civil;
z É crime comum; z É crime comum;
z Admite a forma tentada, por exemplo, o agente z Admite tentativa;
narra ao delegado de polícia que o autor de deter- z Se o fato imputado for infração administrativa ou
minado crime foi a pessoa A, mas o delegado não civil, não irá se configurar o crime;
inicia qualquer investigação porque o verdadeiro z A maioria da doutrina, não se configura o crime
autor do crime é B, que se apresenta e confessa ter quando o agente se limita a comunicar ilícito penal
cometido o delito antes mesmo de a autoridade ter diverso do que realmente ocorreu, desde que o
iniciado qualquer investigação;
fato comunicado e o que realmente ocorreu sejam
z A pessoa contra quem se imputa o crime deve
crimes da mesma natureza;
ser determinada, sendo ela, assim como o Estado,
sujeito passivo da prática delituosa; z Se o agente faz a comunicação falsa para tentar
z Em regra, a denunciação caluniosa absorve o cri- ocultar outro crime por ele praticado responde
me de calúnia. também pela comunicação falsa de crime.
A pena será aumentada de 1/6 (sexta parte), caso Comunicação Falsa de Crime ou Contravenção:
o agente se sirva de anonimato ou de nome suposto.
No caso de denunciação caluniosa privilegiada, a z O agente não aponta pessoa certa e determinada
pena será diminuída de metade, caso a imputação seja como autora da infração penal, mas apenas comu-
de prática de contravenção penal. nica fato inexistente.
Observe as principais diferenças entre a denuncia-
ção caluniosa e o crime de calúnia.
Denunciação Caluniosa
Denunciação Caluniosa:
z O agente aponta pessoa certa e determinada como
z É crime contra a administração da justiça; autora da infração penal.
z A ação penal é pública incondicionada, se discu-
te na doutrina e jurisprudência se o processo por Exemplo: José Carlos viu uma publicação no Face-
denunciação caluniosa pode ser iniciado antes do book relacionada a um aborto. De imediato, ligou em
desfecho do procedimento ou ação originários; uma delegacia de polícia e comunicou o crime ao dele-
z Punida pelo fato de o agente movimentar falsa- gado de polícia, que iniciou as investigações sobre o
mente o aparato estatal, tentando prejudicar a víti- fato. Entretanto, não sabia José Carlos que o aborto
ma perante o Estado; não existiu, já que a publicação se tratava de uma
z É admitida a imputação falsa de crime ou contra- brincadeira por parte daquele que a realizou.
venção penal.
Não há que se falar em figura típica da comunica-
Calúnia: ção falsa de crime, já que o agente não teve dolo de
comunicar falsamente o fato que não existiu.
z É crime contra a honra;
z A ação penal é privada; Autoacusação falsa
z Punida pelo fato de o agente ofender a honra obje-
tiva da vítima; Art. 341 Acusar-se, perante a autoridade, de crime
z É admitida a imputação falsa apenas de crime. inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou
Comunicação falsa de crime ou contravenção
multa.
Art. 340 Provocar a ação de autoridade, comuni-
cando-lhe a ocorrência de crime ou de contraven- Este crime se configura quando o agente se acusar,
ção que sabe não se ter verificado: perante a autoridade, de crime inexistente ou pratica-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. do por outrem.
É possível a configuração deste tipo penal quando
Configura-se este tipo penal quando o agente pro- o agente se acusar de:
vocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocor-
rência de crime ou de contravenção penal que sabe z Crime não existente (a conduta criminosa sequer
não se ter verificado. foi praticada, sequer existiu);
z Crime existente, mas praticado por outra pessoa
(a conduta criminosa foi realmente realizada, mas
Importante! foi outro indivíduo que a praticou).
Ao contrário do que ocorre no crime de denuncia-
ção caluniosa, no crime de falsa comunicação de Sobre a autoacusação falsa, é importante levar em
consideração:
crime ou contravenção, o agente não individualiza
o autor, imputando a alguém o fato que não existiu,
DIREITO PENAL
Exercício arbitrário das próprias razões 1. o crime é formal e se consuma quando o agente
emprega o meio executório;
Art. 345 Fazer justiça pelas próprias mãos, para
DIREITO PENAL
Exploração de prestígio z É crime comum, que pode ser praticado por qual-
quer pessoa;
Está previsto no art. 357, do CP. z Não admite a forma culpada;
z Admite tentativa quando o agente não consegue,
Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer por circunstâncias alheias a sua vontade, impedir,
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, perturbar ou fraudar a arrematação judicial.
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, z As condutas relacionadas ao licitante foram revo-
perito, tradutor, intérprete ou testemunha: gadas pela Lei nº 8.666/1993, Lei de Licitações, com
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. possível tipificação nos arts. 93 e 95 da citada lei,
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um vejamos:
terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro
ou utilidade também se destina a qualquer das pes- Art. 93 Impedir, perturbar ou fraudar a realização
soas referidas neste artigo. de qualquer ato de procedimento licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
O crime de exploração de prestígio tem como e multa.
figura típica a seguinte conduta: solicitar ou receber Art. 95 Afastar ou procurar afastar licitante, por
dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
influir em juiz, jurado, órgão do ministério público, mento de vantagem de qualquer tipo:
funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
testemunha. ta, além da pena correspondente à violência.
De forma alguma, você poderá confundir este tipo Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
penal com o crime de tráfico de influência, previsto no abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem
92 art. 332 do CP. oferecida.
z No caso de emprego de violência, responderá o z Não admite a forma culposa;
agente, também, por ela. z É crime formal, que não exige o prejuízo;
c) crime de advocacia administrativa, não sendo possível do CP), assinale a alternativa correta.
o arrependimento posterior, somente o arrependimen-
to eficaz, se o funcionário voluntariamente desistir de a) Para se configurar, o crime de usurpação de função
atender ao advogado e efetuar o registro. pública exige que o agente, enquanto na função, obte-
d) crime de prevaricação, sendo possível o arrependi- nha vantagem.
mento posterior até o recebimento da denúncia, redu- b) Não há previsão de modalidade culposa.
zindo- se a pena de um a dois terços. c) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em
c) crime de advocacia administrativa, sendo possível o razão de vantagem indevida, não é punido pelo crime
arrependimento posterior até o recebimento da denún- de impedimento, perturbação ou fraude de concorrên-
cia, reduzindo-se a pena de um a dois terços. cia, já que se trata de conduta atípica. 95
d) O crime de desacato não se configura se o funcionário
público não estiver no exercício da função, ainda que o
ANOTAÇÕES
desacato seja em razão dela.
e) Para se configurar, o crime de corrupção ativa exige o
retardo ou a omissão do ato de ofício, pelo funcioná-
rio público, em razão do recebimento ou promessa de
vantagem indevida.
9 GABARITO
1 B
2 E
3 A
4 B
5 C
6 E
7 D
8 B
9 D
10 B
11 E
12 B
13 B
14 C
15 B
16 B
17 A
18 A
19 B
20 C
96
z Suspeições: Consistem em circunstâncias subjeti-
vas que são relacionadas a fatos externos ao pro-
cesso, capazes de prejudicar a imparcialidade do
magistrado.
PENAL
fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qual-
quer deles;
II - Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
estiver respondendo a processo por fato análogo,
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - Se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo,
DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar
ASSISTENTES E AUXILIARES DA demanda ou responder a processo que tenha de ser
JUSTIÇA julgado por qualquer das partes;
IV - Se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
DO JUIZ
qualquer das partes;
VI - Se for sócio, acionista ou administrador de
No processo penal, o juiz é quem:
sociedade interessada no processo.
z Recebe a denúncia ou queixa;
z Cita o acusado; Ainda sobre o assunto impedimento e suspeição,
z Realiza a instrução do processo; importante se faz conhecer os seguintes dispositivos:
z Decide pela absolvição ou condenação.
Art. 255 O impedimento ou suspeição decorrente
Em suma, o juiz é quem aplica o direito ao caso de parentesco por afinidade cessará pela dissolu-
concreto, de maneira substitutiva (substitui a vontade ção do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo
das partes) e imparcial. Sem o Estado-Juiz, não teria sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvi-
fim o conflito entre a pretensão punitiva do Estado e o do o casamento sem descendentes, não funcionará
interesse do acusado na manutenção de sua liberdade. como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 251 Ao juiz incumbirá prover à regularidade do Art. 256 A suspeição não poderá ser declarada nem
processo e manter a ordem no curso dos respectivos reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. propósito der motivo para criá-la.
Ademais, apenas o ser humano e a pessoa jurídica Os auxiliares da justiça são pessoas que, embora
(ex.: crimes ambientais) podem figurar como acusa- não façam parte da relação processual, intervêm no
dos no processo penal. Ou seja, os animais não podem curso do processo, mediante a prática de atos que per-
praticar infrações penais, porque lhes falta capacida- mitem o desenvolvimento regular do feito. Ex.: auxi-
de de entendimento e de autodeterminação. liam o juiz.
No processo penal, a defesa técnica é obrigató- De acordo com o Código de Processo Penal:
ria, pois a liberdade está em jogo, um dos bens mais
importantes do ser humano. Quando o acusado não Art. 274 As prescrições sobre suspeição dos juízes
tiver advogado, o juiz nomeará a ele um profissional estendem-se aos serventuários e funcionários da
com capacidade postulatória, para a sua defesa. justiça, no que lhes for aplicável.
A Defensoria Pública é figura essencial para a con-
cretização do devido processo legal, pois vale lembrar O CPP evita que pessoas influenciadas por suas
que grande parte da população carcerária não tem emoções hajam de forma parcial, o que contami-
condições de contratar um advogado. Nesse sentido,
naria a justiça do trâmite processual e da decisão
dispõe a Constituição Federal:
jurisdicional.
Art. 134 A Defensoria Pública é instituição perma-
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do
regime democrático, fundamentalmente, a orienta- DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
ção jurídica, a promoção dos direitos humanos e a
defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,
dos direitos individuais e coletivos, de forma inte- CITAÇÃO INTIMAÇÃO NOTIFICAÇÃO
gral e gratuita, aos necessitados, na forma do inci- Meio de ciência Consiste em Ciência dada quan-
so LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. do acusado, para comunicação to à determinação
que tenha a opor- sobre um ato judicial que impõe o
Para complementar o exposto, veja o que dispõem tunidade de se já realizado, cumprimento de de-
os artigos 261 e seguintes: defender. Ou seja, ex.: as partes terminada providên-
a citação funciona são intimadas cia, ex.: notificação
Art. 261 Nenhum acusado, ainda que ausente ou como um chama- da sentença de testemunha para
foragido, será processado ou julgado sem defensor. mento a juízo. prolatada. que se compareça à
Parágrafo único. A defesa técnica, quando reali- audiência.
zada por defensor público ou dativo, será sempre
exercida através de manifestação fundamentada. A citação pode ser real (pessoal) ou ficta. Em regra,
Art. 262 Ao acusado menor dar-se-á curador. a citação real ocorre por meio de mandado judicial
Art. 263 Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomea-
judicial entregue por oficial de justiça. Já a citação por
do defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a
edital e a citação por hora certa são consideradas fic-
todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si
mesmo defender-se, caso tenha habilitação. tas, pois presumem a ciência do acusado.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, A consequência do desatendimento da citação ficta
será obrigado a pagar os honorários do defensor possui duas situações diferentes no CPP. Veja a tabela
98 dativo, arbitrados pelo juiz. a seguir:
CITAÇÃO POR EDITAL CITAÇÃO POR HORA O prazo que terminar em domingo ou dia feriado
(ART. 361) CERTA (ART. 362) considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
Se o réu não for encontra- Verificando que o réu se Não correrão os prazos, se houver impedimento do
do, será citado por edital, oculta para não ser ci- juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela
com o prazo de 15 (quinze) tado, o oficial de justiça parte contrária.
dias. Se o acusado, citado certificará a ocorrência e Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
por edital, não comparecer, procederá à citação com
nem constituir advogado, hora certa. Ao réu citado z da intimação;
ficarão suspensos o pro- por hora certa que não se z da audiência ou sessão em que for proferida a
cesso e o curso do prazo apresentar será nomeado decisão, se a ela estiver presente à parte;
prescricional, podendo o defensor dativo. z do dia em que a parte manifestar nos autos ciência
juiz determinar a produ- inequívoca da sentença ou despacho.
ção antecipada das provas
consideradas urgentes e, Feitas tais considerações é de fundamental impor-
se for o caso, decretar pri- tância saber o que dispõe os capítulos das Citações e
são preventiva. Intimações em mente. Vejamos:
Quando o réu estiver fora do território da juris- Art. 351 A citação inicial far-se-á por mandado,
dição do juiz processante, será citado mediante quando o réu estiver no território sujeito à jurisdi-
precatória (Art. 353). ção do juiz que a houver ordenado.
Art. 352 O mandado de citação indicará:
De acordo com a Súmula nº 710 STF, o prazo no I - o nome do juiz;
Código de Processo Penal (CPP) é contado da data da II - o nome do querelante nas ações iniciadas por
intimação. Ou seja, diferente do Código de Processo queixa;
Civil (CPC), não se considera o prazo iniciado a partir III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus
da juntada do mandado. A intimação pode ocorrer: sinais característicos;
IV - a residência do réu, se for conhecida;
z Por publicação: quando direcionada a defensor V - o fim para que é feita a citação;
constituído, advogado e assistente de acusação.
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu
z Por mandado, escrivão, via postal: quando não
deverá comparecer;
há órgão de publicação na comarca.
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353 Quando o réu estiver fora do território da
Vale lembrar que a intimação pessoal feita pelo
jurisdição do juiz processante, será citado median-
escrivão dispensa a intimação por publicação.
te precatória.
A intimação do Ministério Público e da Defenso-
ria Pública sempre é pessoal (entrega dos autos), sob Art. 354 A precatória indicará:
pena de nulidade. I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
A única ressalva feita é nos processos eletrônicos, II - a sede da jurisdição de um e de outro;
pois a comunicação eletrônica é inerente ao processo Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as
digital. especificações;
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu
Embora o Ministério Público, na esfera ação crimi- deverá comparecer.
nal, não possua o benefício do prazo em dobro, a Art. 355 A precatória será devolvida ao juiz depre-
sua intimação, entretanto, é sempre pessoal, na cante, independentemente de traslado, depois de
pessoa do agente do parquet com atribuições lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por man-
para recebê-la. (STJ, REsp. no 192.049/DF Quinta dado do juiz deprecado.
Turma; Rel. Felix Fischer, m. v., RJSTJ no 115/461). § 1° Verificado que o réu se encontra em território
A intimação deve preponderar, inclusive, em rela- sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o
ção a que é realizada mediante entrega do proces- juiz deprecado os autos para efetivação da diligên-
so em setor administrativo do Ministério Público, cia, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
formalizada a carga pelo servidor. (Precedente: HC § 2° Certificado pelo oficial de justiça que o réu se
DIREITO PROCESSUAL PENAL
no 83.255/SP e HC no 83.391-SP, vide também infor- oculta para não ser citado, a precatória será ime-
mativo nº 284) diatamente devolvida, para o fim previsto no art.
362.
Diferente do CPC, todos os prazos correrão em Art. 356 Se houver urgência, a precatória, que con-
cartório e serão contínuos e peremptórios, não se terá em resumo os requisitos enumerados no art.
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois
Todavia, igual o CPC, não se computará no prazo o dia de reconhecida a firma do juiz, o que a estação
do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. Isso expedidora mencionará.
se justifica, uma vez que tanto o CPC quanto o CPP são Art. 357 São requisitos da citação por mandado:
diplomas processuais (disciplinam a marcha proces- I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e
sual), não se tratando de direito material, como é o entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e
código penal e o código civil. hora da citação;
A terminação dos prazos será certificada nos autos II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da
pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, contrafé, e sua aceitação ou recusa.
ainda que omitida aquela formalidade, se feita a pro- Art. 358 A citação do militar far-se-á por intermé-
va do dia em que começou a contagem. dio do chefe do respectivo serviço. 99
Art. 359 O dia designado para funcionário público Art. 368 Estando o acusado no estrangeiro, em
comparecer em juízo, como acusado, será notifica- lugar sabido, será citado mediante carta rogató-
do assim a ele como ao chefe de sua repartição. ria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição
Art. 360 Se o réu estiver preso, será pessoalmen- até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº
te citado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
9.271, de 17.4.1996)
1º.12.2003)
Art. 361 Se o réu não for encontrado, será citado Art. 369 As citações que houverem de ser feitas em
por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. legações estrangeiras serão efetuadas mediante
Art. 362 Verificando que o réu se oculta para não carta rogatória. (Redação dada pela Lei nº 9.271,
ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrên- de 17.4.1996)
cia e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de DAS INTIMAÇÕES
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 370 Nas intimações dos acusados, das tes-
Parágrafo único. Completada a citação com hora
temunhas e demais pessoas que devam tomar
certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á
nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº conhecimento de qualquer ato, será observado, no
11.719, de 2008). que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior.
Art. 363 O processo terá completada a sua for- (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
mação quando realizada a citação do acusado. § 1° A intimação do defensor constituído, do advo-
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). gado do querelante e do assistente far-se-á por
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.719, de publicação no órgão incumbido da publicidade dos
2008). atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.719,
nulidade, o nome do acusado. (Incluído Lei nº 9.271,
de 2008).
§ 1° Não sendo encontrado o acusado, será pro- de 17.4.1996)
cedida a citação por edital. (Incluído pela Lei nº § 2° Caso não haja órgão de publicação dos atos
11.719, de 2008). judiciais na comarca, a intimação far-se-á direta-
§ 2° (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de mente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
2008). com comprovante de recebimento, ou por qualquer
§ 3° (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.719, de outro meio idôneo. (Redação dada pela Lei nº 9.271,
2008). de 17.4.1996)
§ 4° Comparecendo o acusado citado por edital, em § 3° A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dis-
qualquer tempo, o processo observará o disposto
pensará a aplicação a que alude o § 1°. Incluído
nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008). pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Art. 364 No caso do artigo anterior, no I, o prazo § 4° A intimação do Ministério Público e do defen-
será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noven- sor nomeado será pessoal. (Incluído pela Lei nº
ta) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no 9.271, de 17.4.1996)
caso de no II, o prazo será de trinta dias. Art. 371 Será admissível a intimação por despacho
Art. 365 O edital de citação indicará: na petição em que for requerida, observado o dis-
I - o nome do juiz que a determinar; posto no art. 357.
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus
Art. 372 Adiada, por qualquer motivo, a instrução
sinais característicos, bem como sua residência e
profissão, se constarem do processo; criminal, o juiz marcará desde logo, na presença
III - o fim para que é feita a citação; das partes e testemunhas, dia e hora para seu pros-
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu seguimento, do que se lavrará termo nos autos.
deverá comparecer;
V - o prazo, que será contado do dia da publica-
ção do edital na imprensa, se houver, ou da sua
afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
edifício onde funcionar o juízo e será publicado
pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publica-
ção provada por exemplar do jornal ou certidão do O procedimento será comum ou especial. O pro-
escrivão, da qual conste a página do jornal com a
data da publicação.
cedimento comum é a regra do Código de Processo
Art. 366 Se o acusado, citado por edital, não com- Penal, sendo o procedimento especial residual, por
parecer, nem constituir advogado, ficarão suspen- exemplo o Tribunal do Júri, crimes de responsabili-
sos o processo e o curso do prazo prescricional, dade dos funcionários públicos etc. O Procedimento
podendo o juiz determinar a produção antecipada Especial possui regras específicas dispostas no CPP ou
das provas consideradas urgentes e, se for o caso,
na lei especial. O procedimento comum é usado quan-
decretar prisão preventiva, nos termos do dispos-
to no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de do no rito processual não exigir nenhuma especifici-
17.4.1996) dade para o crime sob análise. A seguir veja como é
§ 1° (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). feita a divisão procedimental no processo penal:
§ 2° (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 367 O processo seguirá sem a presença do acu- z Procedimento comum (regra): ordinário (san-
sado que, citado ou intimado pessoalmente para
ção máxima igual ou superior a 4 anos), sumário
qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado, ou, no caso de mudança de residência, (sanção máxima inferior a 4 anos), sumaríssimo
não comunicar o novo endereço ao juízo. (Redação (infrações penais de menor potencial ofensivo –
100 dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) contravenção é igual ou inferior a 2 anos).
z Procedimento especial. Inclusive, o Supremo Tribunal Federal, no Habeas
Corpus nº 84.580, relatado pelo Ministro Celso de Melo,
julgado em 25/08/2009, atualizou a sua jurisprudência
para deixar assentado em nosso ordenamento jurídi-
Procedimento comum ordinário. Ex.: roubo.
co, no referente à denúncia, os princípios sintetizados
na ementa a seguir:
Procedimento comum sumário. Ex.: crimes de menor “HABEAS CORPUS’” - CRIME CONTRA O SISTEMA
potencial ofensivo, quando a causa for complexa FINANCEIRO NACIONAL - RESPONSABILIDADE
PENAL DOS CONTROLADORES E ADMINISTRA-
DORES DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - LEI Nº
Procedimento comum sumaríssimo. 7.492/86 (ART. 17) - DENÚNCIA QUE NÃO ATRIBUI
Ex.: Contravenção COMPORTAMENTO ESPECÍFICO E INDIVIDUALI-
ZADO AOS DIRETORES DA INSTITUIÇÃO FINAN-
CEIRA - INEXISTÊNCIA, OUTROSSIM, DE DADOS
Dentro do procedimento comum, existe a tríplice PROBATÓRIOS MÍNIMOS QUE VINCULEM OS
divisão: ordinário, sumário e sumaríssimo. Um cri- PACIENTES AO EVENTO DELITUOSO - INÉPCIA
me é enquadrado dentro do procedimento ordinário, DA DENÚNCIA - PEDIDO DEFERIDO. PROCESSO
quando a pena máxima for igual ou superior a 4 anos, PENAL ACUSATÓRIO - OBRIGAÇÃO DE O MINIS-
ou seja, trata-se de procedimento adequado para os TÉRIO PÚBLICO FORMULAR DENÚNCIA JURIDI-
crimes mais graves do ordenamento jurídico. O pro- CAMENTE APTA. - O sistema jurídico vigente no
cedimento sumário é um meio termo dentro do siste- Brasil - tendo presente a natureza dialógica do pro-
ma comum, uma vez que se aplica aos crimes de pena cesso penal acusatório, hoje impregnado, em sua
máxima inferior a 4 anos. Por fim, é previsto o proce- estrutura formal, de caráter essencialmente demo-
dimento sumaríssimo, considerado mais simplificado crático - impõe, ao Ministério Público, notadamen-
pela doutrina e pela jurisprudência. O procedimento te no denominado «reato societario”, a obrigação
sumaríssimo destina-se às infrações penais de menor de expor, na denúncia, de maneira precisa, objetiva
potencial ofensivo – ou seja, contravenções penais e e individualizada, a participação de cada acusa-
crimes com pena igual ou inferior a 2 anos. do na suposta prática delituosa. - O ordenamento
positivo brasileiro - cujos fundamentos repousam,
Dica dentre outros expressivos vetores condicionantes
da atividade de persecução estatal, no postulado
As disposições do procedimento ordinário apli- essencial do direito penal da culpa e no princípio
cam-se subsidiariamente aos procedimentos constitucional do «due process of law” (com todos
especial, sumário e sumaríssimo (Art. 394, § 5º). os consectários que dele resultam) - repudia as
imputações criminais genéricas e não tolera, por-
No procedimento ordinário e sumário, o juiz rece- que ineptas, as acusações que não individualizam
be a denúncia ou queixa e cita o acusado para res- nem especificam, de maneira concreta, a conduta
ponder à acusação no prazo de dez dias. Se a citação penal atribuída ao denunciado. Precedentes.
ocorrer por edital, o prazo de dez dias começa a cor-
rer a partir do comparecimento do acusado ou seu A falta de pressuposto processual e condição da
advogado. ação pode ser exemplificada pela falta de possibilida-
Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o de jurídica do pedido (fato atípico), falta de legitimida-
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomea- de para agir (MP ajuizando queixa-crime ou ofendido
rá defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos ajuizando denúncia), ausência de interesse proces-
autos por dez dias (art. 396). Isso ocorre porque no sual (utilidade, necessidade, adequação da ação) ou
processo penal, à revelia, não existe confissão ficta/ falta de justa causa (indícios suficientes de autoria ou
presumida com a consequente presunção de veraci- materialidade do crime).
dade dos fatos narrados na peça acusatória. Assim, é
indispensável que a resposta à acusação seja apresen-
tada por advogado, sob pena de nulidade absoluta. APÓS A RESPOSTA À ACUSAÇÃO, O JUIZ ABSOLVE
A denúncia ou queixa será rejeitada quando a peça SUMARIAMENTE NAS SEGUINTES HIPÓTESES:
DIREITO PROCESSUAL PENAL
acusatória for manifestamente inepta, faltar pressu- Manifesta causa excludente da ilicitude – Ex.: o agente
posto processual ou condição para o exercício da ação atuou em legítima defesa;
penal, ou faltar justa causa para o exercício da ação
Manifesta causa excludente de culpabilidade, salvo
penal (art. 395).
inimputabilidade – Ex.: o agente agiu sob coação moral
irresistível;
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA
Evidentemente, o fato não é crime – Ex.: crime impossível;
Por inépcia;
A punibilidade do agente já está extinta – Ex.: o crime
Falta de pressuposto processual ou condição da ação; prescreveu.
Falta de justa causa.
Caso recebida a denúncia ou queixa, e não sendo
Por exemplo, a denúncia ou queixa são considera- o caso de absolvição sumária, o juiz designará dia e
das ineptas quando não for devidamente individuali- hora para a audiência, ordenando a intimação do acu-
zada a conduta do acusado, bem como quando o fato sado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o
não for concretamente exposto. caso, do querelante e do assistente. 101
A audiência deve ser realizada em 60 dias, no procedimento ordinário, e em 30 dias, no procedimen-
PRAZO DA AUDIÊNCIA
to sumário.
ORDEM DE PRODUÇÃO DE Utilize do recurso (quadro abaixo): OTTARIO – ofendido, testemunha de acusação e testemunha
PROVA EM AUDIÊNCIA de defesa, antes do assistente técnico o perito, acareações, reconhecimento de pessoas e coi-
sas, interrogatório, outras diligências.
PROVAS QUE PODEM SER
Irrelevantes, impertinentes e protelatórias.
INDEFERIDAS PELO JUIZ
EVENTUAL
ESCLARECIMENTO DO Mediante requerimento da parte.
PERITO NA AUDIÊNCIA
8 testemunhas – não contam testemunhas que não prestam o compromisso de dizer a
verdade e testemunhas referidas.
Nº DE TESTEMUNHAS
Obs.: no procedimento sumário, o nº de testemunhas cai para 5 (cinco).
Obs.: a parte pode desistir da sua testemunha, salvo o juiz insistir em ouvi-la.
Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e,
FINAL DA AUDIÊNCIA a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias
ou fatos apurados na instrução.
20 minutos para acusação e 20 minutos para a defesa (para cada acusado), prorrogável por
mais 10 minutos. Sentença a seguir.
Obs.: o assistente de acusação recebe 10 minutos, e nesse caso a defesa também receberá 10
ALEGAÇÕES FINAIS minutos.
Substituição de alegações finais por memoriais, em caso complexo ou elevado, nº de acusados
(prazo de cinco dias sucessivos).
Prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
O procedimento sumaríssimo obedece ao que está estabelecido no Juizado Especial Criminal (JECRIM), assim,
a denúncia pode ser oral (reduzida a termo). O rol de testemunhas não pode ultrapassar 3 (três), busca-se a conci-
liação e a transação penal, caso o juiz rejeite a denúncia, cabe apelação e a sentença dispensa o relatório.
O fendido;
T estemunha de acusação;
T estemunha de defesa;
A ntes do assistente técnico o perito + acareação;
R econhecimento de pessoas e coisas;
I nterrogatório;
O utras diligências.
Art. 394 O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1° O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos
de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena
privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
§ 2° Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei
especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 3° Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos
arts. 406 a 497 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 4° As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau,
ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 5° Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedi-
mento ordinário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 394-A Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as ins-
tâncias. (Incluído pela Lei nº 13.285, de 2016).
Art. 395 A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719,
de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 396 Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminar-
mente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento
102 pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 396-A Na resposta, o acusado poderá argüir Art. 403 Não havendo requerimento de diligências,
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações
defesa, oferecer documentos e justificações, especi- finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamen-
ficar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, te, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por
qualificando-as e requerendo sua intimação, quan- mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
do necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1° A exceção será processada em apartado, nos
§ 1° Havendo mais de um acusado, o tempo previs-
termos dos arts. 95 a 112 deste Código. (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008). to para a defesa de cada um será individual. (Incluí-
§ 2° Não apresentada a resposta no prazo legal, ou do pela Lei nº 11.719, de 2008).
se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz § 2° Ao assistente do Ministério Público, após a
nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)
vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei minutos, prorrogando-se por igual período o tem-
nº 11.719, de 2008). po de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº
Art. 397 Após o cumprimento do disposto no art. 11.719, de 2008).
396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá § 3° O juiz poderá, considerada a complexidade do
absolver sumariamente o acusado quando verifi- caso ou o número de acusados, conceder às partes
car: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a
I - a existência manifesta de causa excludente da
apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o pra-
ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
zo de 10 (dez) dias para proferir a sentença. (Incluí-
2008).
II - a existência manifesta de causa excludente da do pela Lei nº 11.719, de 2008).
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; Art. 404 Ordenado diligência considerada impres-
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). cindível, de ofício ou a requerimento da parte, a
III - que o fato narrado evidentemente não constitui audiência será concluída sem as alegações finais.
crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligên-
Lei nº 11.719, de 2008). cia determinada, as partes apresentarão, no prazo
Art. 398 (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais,
Art. 399 Recebida a denúncia ou queixa, o juiz por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz
designará dia e hora para a audiência, ordenando a
proferirá a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719,
intimação do acusado, de seu defensor, do Ministé-
de 2008).
rio Público e, se for o caso, do querelante e do assis-
tente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 405 Do ocorrido em audiência será lavrado
§ 1° O acusado preso será requisitado para com- termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas
parecer ao interrogatório, devendo o poder público partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes
providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei nela ocorridos. (Redação dada pela Lei nº 11.719,
nº 11.719, de 2008). de 2008).
§ 2° O juiz que presidiu a instrução deverá proferir § 1° Sempre que possível, o registro dos depoimen-
a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). tos do investigado, indiciado, ofendido e testemu-
Art. 400 Na audiência de instrução e julgamento, nhas será feito pelos meios ou recursos de gravação
a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) magnética, estenotipia, digital ou técnica similar,
dias, proceder-se-á à tomada de declarações do inclusive audiovisual, destinada a obter maior
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas
fidelidade das informações . (Incluído pela Lei nº
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalva-
do o disposto no art. 222 deste Código, bem como 11.719, de 2008).
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao § 2º No caso de registro por meio audiovisual, será
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- encaminhado às partes cópia do registro original,
-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela Lei sem necessidade de transcrição. (Incluído pela Lei
nº 11.719, de 2008). nº 11.719, de 2008).
§ 1° As provas serão produzidas numa só audiên-
cia, podendo o juiz indeferir as consideradas irre- DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS
levantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2° Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
prévio requerimento das partes. (Incluído pela Lei Seção I – Da acusação e da instrução preliminar
nº 11.719, de 2008).
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 401 Na instrução poderão ser inquiridas até Nos crimes dolosos contra a vida, utiliza-se o pro-
8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação e 8 cedimento especial do Código de Processo Penal rela-
(oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei nº 11.719, tivo ao Tribunal do Júri.
de 2008). No procedimento especial do Tribunal do Júri, o
§ 1° Nesse número não se compreendem as que não
juiz recebe a denúncia ou queixa e cita o acusado para
prestem compromisso e as referidas. (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008). responder à acusação em 10 (dez) dias.
§ 2° A parte poderá desistir da inquirição de qual- O prazo de 10 (dez) dias para responder à acusação
quer das testemunhas arroladas, ressalvado o dis- se inicia a partir do cumprimento do mandado ou do
posto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei nº comparecimento em juízo.
11.719, de 2008). Na primeira fase do tribunal do júri, a acusação
Art. 402 Produzidas as provas, ao final da audiên- pode arrolar até 8 (oito) testemunhas na denúncia ou
cia, o Ministério Público, o querelante e o assistente
e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências
queixa. O mesmo vale para o acusado na resposta à
cuja necessidade se origine de circunstâncias ou acusação.
fatos apurados na instrução. (Redação dada pela Vale lembrar que diante da ausência de advogado,
Lei nº 11.719, de 2008). o próprio juiz nomeia um defensor para o réu. 103
Após apresentada a defesa, o juiz ouve a acusação § 6° Ao assistente do Ministério Público, após a
em 5 (cinco) dias. Então, o juiz tem 10 (dez) dias para manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)
ouvir as testemunhas e cumprir as diligências que minutos, prorrogando-se por igual período o tem-
foram requeridas pelas partes. po de manifestação da defesa. (Incluído pela Lei nº
11.689, de 2008)
Na audiência, o prazo de alegações orais é de 20
§ 7° Nenhum ato será adiado, salvo quando impres-
minutos para a acusação e 20 minutos para a defesa. O
cindível à prova faltante, determinando o juiz a
assistente de acusação recebe mais 10 minutos, e con- condução coercitiva de quem deva comparecer.
sequentemente a defesa também. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 8 A testemunha que comparecer será inquirida,
Art. 406 O juiz, ao receber a denúncia ou a quei- independentemente da suspensão da audiência,
xa, ordenará a citação do acusado para responder observada em qualquer caso a ordem estabelecida
a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689,
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) de 2008)
§ 1° O prazo previsto no caput deste artigo será § 9° Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua
contado a partir do efetivo cumprimento do man- decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que
dado ou do comparecimento, em juízo, do acusa- os autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído
do ou de defensor constituído, no caso de citação pela Lei nº 11.689, de 2008)
inválida ou por edital. (Redação dada pela Lei nº Art. 412 O procedimento será concluído no prazo
11.689, de 2008) máximo de 90 (noventa) dias.
§ 2° A acusação deverá arrolar testemunhas, até o
máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. Seção II – Da pronúncia, da impronúncia e da
§ 3° Na resposta, o acusado poderá argüir preli- absolvição sumária
minares e alegar tudo que interesse a sua defesa,
oferecer documentos e justificações, especificar as Após os debates, o juiz dá imediatamente a sua deci-
provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o são ou em 10 (dez) dias. Todo o procedimento da pri-
máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo meira fase do tribunal do júri deve acabar no total de
sua intimação, quando necessário. (Incluído pela 90 (noventa) dias. Ao final da primeira fase, o juiz pode:
Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 407 As exceções serão processadas em apar- � Pronunciar o réu;
tado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. � Impronunciar o réu;
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) � Absolvição sumária;
Art. 408 Não apresentada a resposta no prazo � Desclassificar o crime.
legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em
até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos. O juiz pronuncia o acusado caso esteja convencido
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) da materialidade do crime e indícios da autoria. Se é
Art. 409 Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o um crime afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança
Ministério Público ou o querelante sobre prelimina- para que o indivíduo fique em liberdade provisória.
res e documentos, em 5 (cinco) dias. (Redação dada Aliás, o juiz precisa decidir motivadamente se é caso
pela Lei nº 11.689, de 2008)
manter/revogar/substituir a prisão anteriormente
Art. 410 O juiz determinará a inquirição das teste-
decretada, ou se é caso de iniciar uma prisão/medida
munhas e a realização das diligências requeridas
diversa.
pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 413 O juiz, fundamentadamente, pronunciará
Art. 411 Na audiência de instrução, proceder-se-á
o acusado, se convencido da materialidade do fato
à tomada de declarações do ofendido, se possível,
e da existência de indícios suficientes de autoria ou
à inquirição das testemunhas arroladas pela acu- de participação.
sação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos § 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao indicação da materialidade do fato e da existência
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- de indícios suficientes de autoria ou de participação,
-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o deba- devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que
te. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) julgar incurso o acusado e especificar as circunstân-
§ 1° Os esclarecimentos dos peritos dependerão cias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
de prévio requerimento e de deferimento pelo juiz. § 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) valor da fiança para a concessão ou manutenção
§ 2° As provas serão produzidas em uma só audiên- da liberdade provisória.
cia, podendo o juiz indeferir as consideradas irre- § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
levantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído manutenção, revogação ou substituição da prisão
pela Lei nº 11.689, de 2008) ou medida restritiva de liberdade anteriormente
§ 3° Encerrada a instrução probatória, observar-se- decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a
-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste Código. necessidade da decretação da prisão ou imposição
(Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) de quaisquer das medidas previstas no Título IX do
§ 4° As alegações serão orais, concedendo-se a pala- Livro I deste Código.
vra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo
prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais Ocorre a impronúncia, se o juiz não se convenceu
10 (dez). (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) da materialidade do fato nem dos indícios de autoria.
§ 5° Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo pre- A decisão da impronúncia não é definitiva, podendo
visto para a acusação e a defesa de cada um deles ser formulada nova denúncia ou queixa assim que
será individual. (Incluído pela Lei nº 11.689, de aparecer nova prova (desde que ainda não extinta a
104 2008) punibilidade).
Neste sentido, veja o que dispõe o CPP: Sobre a decisão de pronúncia ainda é importante
saber:
Art. 414 Não se convencendo da materialidade do
fato ou da existência de indícios suficientes de auto- Art. 420 A intimação da decisão de pronúncia será
ria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, feita:
impronunciará o acusado. I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção e ao Ministério Público;
da punibilidade, poderá ser formulada nova denún- II – ao defensor constituído, ao querelante e ao
cia ou queixa se houver prova nova. assistente do Ministério Público, na forma do dis-
Art. 415 O juiz, fundamentadamente, absolverá des- posto no § 1o do art. 370 deste Código.
de logo o acusado, quando: Parágrafo único. Será intimado por edital o acusa-
do solto que não for encontrado.
I – provada a inexistência do fato;
Art. 421 Preclusa a decisão de pronúncia, os autos
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal
III – o fato não constituir infração penal;
do Júri.
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de
§ 1° Ainda que preclusa a decisão de pronúncia,
exclusão do crime. havendo circunstância superveniente que altere a
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso classificação do crime, o juiz ordenará a remessa
IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilida- dos autos ao Ministério Público.
de prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no § 2° Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz
2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, sal- para decisão.
vo quando esta for a única tese defensiva.
Art. 416 Contra a sentença de impronúncia ou de Seção III – Da preparação do processo para
absolvição sumária caberá apelação. julgamento em plenário
Art. 417 Se houver indícios de autoria ou de partici-
pação de outras pessoas não incluídas na acusação, O procedimento especial do Tribunal do Júri é
o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, repartido em duas fases, na primeira fase só há o juiz.
determinará o retorno dos autos ao Ministério Já na segunda fase, o juiz togado estará acompanhado
Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que cou- do conselho de sentença, quem de fato julga o fato.
ber, o art. 80 deste Código. No momento em que o presidente do tribunal
do júri recebe os autos, ele determina a intimação
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO FIM DA 1ª FASE DO da acusação e da defesa para que em 5 (cinco) dias
TRIBUNAL DO JÚRI apresentem o rol de até 5 (cinco) testemunhas, apre-
sentem documentos, requeiram diligências. Depois, o
Se ficar provado que o fato não existiu.
juiz presidente ordena as diligências, sana nulidades,
Se ficar provado que ele não é autor/partícipe. esclarece fatos, faz relatório do processo e o incluem
Se o fato não for uma infração penal. em pauta.
Causa de isenção de pena ou exclusão do crime. Obs. Neste sentido, veja o que dispõe o Código de Pro-
A inimputabilidade só é usada caso seja vista como a cesso Penal:
única tese de defesa.
Art. 422 Ao receber os autos, o presidente do Tri-
bunal do Júri determinará a intimação do órgão
O CPP prevê a possibilidade de desclassificação na
do Ministério Público ou do querelante, no caso
primeira fase do Júri:
de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cin-
co) dias, apresentarem rol de testemunhas que
Art. 418 O juiz poderá dar ao fato definição jurídica
irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco),
diversa da constante da acusação, embora o acusa- oportunidade em que poderão juntar documentos e
do fique sujeito a pena mais grave. requerer diligência.
Art. 419 Quando o juiz se convencer, em discordân- Art. 423 Deliberando sobre os requerimentos de
cia com a acusação, da existência de crime diver- provas a serem produzidas ou exibidas no plenário
so dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Seção X – Da reunião e das sessões do tribunal do júri Art. 453 O Tribunal do Júri reunir-se-á para as ses-
sões de instrução e julgamento nos períodos e na
forma estabelecida pela lei local de organização
Caso o MP não compareça, o juiz adia o julgamento
judiciária.
para o primeiro dia desimpedido e cientifica as partes Art. 454 Até o momento de abertura dos trabalhos
e testemunhas. Se a falta não tem motivo legítimo, o da sessão, o juiz presidente decidirá os casos de
fato é imediatamente comunicado ao PGJ. isenção e dispensa de jurados e o pedido de adia-
mento de julgamento, mandando consignar em ata
z Se a falta imotivada é do advogado, o fato é comu- as deliberações.
nicado ao presidente da OAB, com a data designa- Art. 455 Se o Ministério Público não comparecer, o
da para a nova sessão. Ademais, o julgamento só juiz presidente adiará o julgamento para o primei-
vai ser adiado uma vez, inclusive, o juiz intimará ro dia desimpedido da mesma reunião, cientifica-
a defensoria para o novo julgamento, pois se o das as partes e as testemunhas.
advogado não comparecer o defensor entra em seu Parágrafo único. Se a ausência não for justificada,
lugar. O julgamento adiado e o novo julgamento o fato será imediatamente comunicado ao Procura-
precisam de pelo menos 10 dias de distância entre dor-Geral de Justiça com a data designada para a
um e outro; nova sessão.
z O julgamento não é adiado pelo não compare- Art. 456 Se a falta, sem escusa legítima, for do
advogado do acusado, e se outro não for por este
cimento do acusado solto, nem de assistente ou
constituído, o fato será imediatamente comunicado
advogado de querelante;
ao presidente da seccional da Ordem dos Advoga-
z Eventuais pedidos de adiamento e justificações dos do Brasil, com a data designada para a nova
devem ser decididos pelo presidente do tribunal sessão.
do júri; § 1° Não havendo escusa legítima, o julgamento
z Se o acusado preso não for conduzido, o julgamen- será adiado somente uma vez, devendo o acusado
to deve ser adiado, salvo se há pedido de dispensa ser julgado quando chamado novamente.
subscrito por ele e seu advogado; § 2° Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz inti-
z Se a testemunha deixa de comparecer imotivada- mará a Defensoria Pública para o novo julgamento,
mente o juiz aplica multa (1 a 10 s.m.); que será adiado para o primeiro dia desimpedido,
z A falta de comparecimento da testemunha não observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
adia o julgamento. Exceção: a parte requereu a Art. 457 O julgamento não será adiado pelo não
DIREITO PROCESSUAL PENAL
trarrazões e das demais peças necessárias à III – dirigir os debates, intervindo em caso de abu-
compreensão da controvérsia. (Incluído pela so, excesso de linguagem ou mediante requerimen-
Lei nº 13.964, de 2019) to de uma das partes;
Art. 493 A sentença será lida em plenário pelo pre- IV – resolver as questões incidentes que não depen-
sidente antes de encerrada a sessão de instrução e dam de pronunciamento do júri;
julgamento. V – nomear defensor ao acusado, quando conside-
rá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Con-
selho e designar novo dia para o julgamento, com a
Seção XV – Da ata dos trabalhos
nomeação ou a constituição de novo defensor;
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar
A função da ata é conter todas as ocorrências, a realização do julgamento, o qual prosseguirá sem
como, por exemplo, data e hora da instalação dos tra- a sua presença;
balhos, jurados que deixaram de comparecer etc. VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável
à realização das diligências requeridas ou entendi-
Art. 494 De cada sessão de julgamento o escrivão das necessárias, mantida a incomunicabilidade dos
lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes. jurados; 113
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, Art. 532 Na instrução, poderão ser inquiridas até
para proferir sentença e para repouso ou refeição 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5
dos jurados; (cinco) pela defesa.
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público Art. 533 Aplica-se ao procedimento sumário o dis-
e a defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a posto nos parágrafos do art. 400 deste Código.
arguição de extinção de punibilidade; Art. 534 As alegações finais serão orais, conceden-
X – resolver as questões de direito suscitadas no do-se a palavra, respectivamente, à acusação e à
curso do julgamento; defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogá-
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das veis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir,
partes ou de qualquer jurado, as diligências desti- sentença.
nadas a sanar nulidade ou a suprir falta que preju- § 1° Havendo mais de um acusado, o tempo previs-
dique o esclarecimento da verdade; to para a defesa de cada um será individual.
XII – regulamentar, durante os debates, a interven- § 2° Ao assistente do Ministério Público, após a
ção de uma das partes, quando a outra estiver com manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)
a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos minutos, prorrogando-se por igual período o tempo
para cada aparte requerido, que serão acrescidos de manifestação da defesa.
Art. 535 Nenhum ato será adiado, salvo quan-
ao tempo desta última.
do imprescindível a prova faltante, determinan-
do o juiz a condução coercitiva de quem deva
comparecer.
Art. 536 A testemunha que comparecer será inquiri-
DOS PROCESSOS ESPECIAIS da, independentemente da suspensão da audiência,
observada em qualquer caso a ordem estabelecida
no art. 531 deste Código.
DO PROCESSO SUMÁRIO
Art. 538 Nas infrações penais de menor potencial
ofensivo, quando o juizado especial criminal enca-
Em primeiro lugar é necessário lembrar da divisão minhar ao juízo comum as peças existentes para
feita pelo CPP: a adoção de outro procedimento, observar-se-á o
procedimento sumário previsto neste Capítulo.
Art. 394 O procedimento será comum ou especial.§
1º O procedimento comum será ordinário, sumário DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS
ou sumaríssimo: EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4
Este procedimento tem se tornado cada vez menos
(quatro) anos de pena privativa de liberdade;
utilizado, uma vez que os autos, atualmente, em sua
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja
maioria, são eletrônicos.
sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro)
anos de pena privativa de liberdade;
No entanto, vale conhecer a literalidade do CPP:
III - sumaríssimo, para as infrações penais de
menor potencial ofensivo, na forma da lei. Art. 541 Os autos originais de processo penal
extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda
instância, serão restaurados.
Após esse refresco de memória, vale apontar as
principais características do rito sumário:
O procedimento é voltado a recolher o máximo de
informações contidas nos autos originais:
z Prazo para a realização da AIDJ = 30 dias;
z Nº de testemunhas = até 5 (cinco); Art. 541 [...]
z Alegações finais em 20 minutos, prorrogáveis por § 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou cer-
mais 10 minutos (para cada acusado). O assistente tidão do processo, será uma ou outra considerada
de acusação tem 10 minutos e a defesa receberá o como original.
mesmo tempo para se defender; § 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do pro-
z Prazo de contestação = 10 dias; cesso, o juiz mandará, de ofício, ou a requerimento
z Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, de qualquer das partes, que:
quando o juizado especial criminal encaminhar ao a) o escrivão certifique o estado do processo, segun-
juízo comum as peças existentes para a adoção de do a sua lembrança, e reproduza o que houver a
outro procedimento, em razão da complexidade respeito em seus protocolos e registros;
da causa, será utilizado o procedimento sumário. b) sejam requisitadas cópias do que constar a res-
peito no Instituto Médico-Legal, no Instituto de
Identificação e Estatística ou em estabelecimentos
As disposições atinentes ao procedimento sumário congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou
estão elencadas nos artigos 531 a 538, do CPP. Vejamos: cadeias;
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não
Art. 531 Na audiência de instrução e julgamento, a forem encontradas, por edital, com o prazo de dez
ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, dias, para o processo de restauração dos autos.
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, § 3º Proceder-se-á à restauração na primeira ins-
se possível, à inquirição das testemunhas arroladas tância, ainda que os autos se tenham extraviado na
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalva- segunda.
do o disposto no art. 222 deste Código, bem como Art. 542 No dia designado, as partes serão ouvi-
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao das, mencionando-se em termo circunstanciado os
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- pontos em que estiverem acordes e a exibição e a
-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, final- conferência das certidões e mais reproduções do
114 mente, ao debate. processo apresentadas e conferidas.
Art. 543 O juiz determinará as diligências necessá- II - da que absolver desde logo o réu com fundamen-
rias para a restauração, observando-se o seguinte: to na existência de circunstância que exclua o cri-
I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, me ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.
reinquirir-se-ão as testemunhas podendo ser subs-
tituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem Na Teoria Geral dos Recursos, é importante saber
em lugar não sabido; sobre a produção dos efeitos:
II - os exames periciais, quando possível, serão
repetidos, e de preferência pelos mesmos peritos; z Efeito Obstativo: a interposição do recurso tem o
III - a prova documental será reproduzida por meio condão de impedir a geração da preclusão tempo-
de cópia autêntica ou, quando impossível, por meio ral, com o consequente trânsito em julgado;
de testemunhas; z Efeito Devolutivo: transferência do conhecimen-
IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos to da matéria impugnada ao órgão jurisdicional,
do processo, que deverá ser restaurado, as autori- objetivando a reforma, a invalidação, a integração
dades, os serventuários, os peritos e mais pessoas ou o esclarecimento da decisão impugnada;
que tenham nele funcionado; z Efeito Suspensivo: impossibilidade de a decisão
V - o Ministério Público e as partes poderão ofere- impugnada produzir seus efeitos regulares enquan-
cer testemunhas e produzir documentos, para pro- to não houver a apreciação do recurso interposto;
var o teor do processo extraviado ou destruído. z Efeito Regressivo/ Iterativo/ Diferido: devolução
Art. 544 Realizadas as diligências que, salvo motivo da matéria impugnada, para fins de reexame, ao
de força maior, deverão concluir-se dentro de vinte mesmo órgão jurisdicional que prolatou a decisão
dias, serão os autos conclusos para julgamento. recorrida, isto é, ao próprio juízo a qu;
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de z Efeito Extensivo: possibilidade de se estender o resul-
subirem os autos conclusos para sentença, o juiz tado favorável do recurso interposto por um dos acu-
poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autori- sados aos outros que não tenham recorrido;
dades ou de repartições todos os esclarecimentos z Efeito Substitutivo: o julgamento do recurso subs-
para a restauração.
titui a decisão recorrida, salvo se o recurso não for
recebido;
Art. 545 Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos
z Efeito Translativo: devolve à instância superior o
autos originais, não serão novamente cobrados.
conhecimento integral da causa, ou seja, todo o
Art. 546 Os causadores de extravio de autos res-
processo sobe para a segunda instância.
ponderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo da
responsabilidade criminal.
De acordo com o princípio da vedação da reforma-
Art. 547 Julgada a restauração, os autos respecti-
tio in pejus, havendo recurso exclusivo da defesa, o
vos valerão pelos originais.
Tribunal não pode piorar a situação do acusado.
Parágrafo único. Se no curso da restauração apare-
Em prestígio à boa-fé, o CPP dispõe que:
cerem os autos originais, nestes continuará o pro-
cesso, apensos a eles os autos da restauração.
Art. 575 Não serão prejudicados os recursos que,
Art. 548 Até à decisão que julgue restaurados os
por erro, falta ou omissão dos funcionários, não
autos, a sentença condenatória em execução conti-
tiverem seguimento ou não forem apresentados
nuará a produzir efeito, desde que conste da respec-
dentro do prazo.
tiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária,
onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro
Em decorrência da obrigatoriedade inerente à pro-
que torne a sua existência inequívoca.
positura da ação penal pelo Ministério Público, este
não poderá desistir do recurso interposto (art. 576).
Após julgada a restauração, os autos desta passam
a valer como se originais o fossem. Ademais, os causa-
Art. 576 O Ministério Público não poderá desistir
dores de extravio de autos responderão pelas custas, de recurso que haja interposto.
em dobro, sem prejuízo da responsabilidade criminal.
Todavia, o MP pode pedir a absolvição ao juiz, em
alegações finais, uma vez que é o fiscal da lei.
Sobre a legitimidade recursal:
DOS RECURSOS EM GERAL
Art. 577 O recurso poderá ser interposto pelo
DISPOSIÇÕES GERAIS Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu,
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Mais conhecido como RESE, visa impugnar deci- XIII - que anular o processo da instrução criminal,
sões interlocutórias. O rol do art. 581 do CPP deve ser no todo ou em parte;
lido com calma, pois alguns dispositivos são impugna-
dos via embargos em execução. A interposição do RESE somente será possível se
essa anulação não ocorrer na sentença, uma vez que
Art. 581 Caberá recurso, no sentido estrito, da deci- é residual.
são, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o
Consiste na rejeição da peça acusatória, por falta
de justa causa, falta de condições da ação, pelo fato excluir;
narrado não constituir crime ou quando já estiver
extinta a punibilidade. Na verdade, a lista poderá ser alterada, de ofício
II - que concluir pela incompetência do juízo; ou mediante reclamação de qualquer um do povo ao
Provocado acerca de sua incompetência, o recurso juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua
cabível contra a decisão que concluir pela incompe- publicação definitiva. Assim, a doutrina passa a ter
tência do juízo é o RESE, bem como quando o juiz de
dúvidas sobre a aplicabilidade do RESE neste caso.
ofício declina sua competência.
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de
suspeição; XV - que denegar a apelação (recusar o recurso) ou
Ex.: exceção de incompetência, litispendência, ile- a julgar deserta (por falta de pagamento das custas
gitimidade de parte e coisa julgada. A exceção de – preparo);
suspeição não cabe, porque é julgada pelo Tribunal,
o que é incompatível com a sistemática do RESE. Destina-se à impugnação da denegação da apela-
IV – que pronunciar o réu; ção pelo juízo a quo, por ausência de pressupostos de
Válido para o Tribunal do Júri. admissibilidade recursal, ex.: é intempestiva.
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar
inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em vir-
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provi-
tude de questão prejudicial;
sória ou relaxar a prisão em flagrante;
As decisões judiciais relativas à fiança somente
poderão ser impugnadas por meio de RESE. Ex.: é determinada a suspensão do processo, em
No caso de prisão é usado o habeas corpus, em razão de questão prejudicial relacionada ao estado
caso de indeferimento ou revogação da prisão, bem civil das pessoas, com a consequente suspensão da
como de liberdade provisória e relaxamento da pri- prescrição – o recurso cabível é o RESE.
são, o recurso adequado é o RESE.
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu
valor;
Novamente, a questão da fiança é tratada por meio Por se tratar de uma decisão do juiz das execuções,
do RESE. o recurso cabível é o agravo em execução.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro
116 modo, extinta a punibilidade; XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
Tanto na hipótese de procedência como no caso de Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em
improcedência do pedido do incidente de falsidade de traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qual-
documento cabe o RESE. quer deles se conformar com a decisão ou todos
não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
XIX - que decretar medida de segurança, depois de Art. 584 Os recursos terão efeito suspensivo nos
transitar a sentença em julgado; casos de perda da fiança, de concessão de livramen-
to condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.
Faz parte da execução penal, sendo cabível o agra- § 1º Ao recurso interposto de sentença de impro-
vo em execução. núncia ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-
-á o disposto nos arts. 596 e 598.
XX - que impuser medida de segurança por trans- § 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somen-
gressão de outra; te o julgamento.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a
fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da
Faz parte da execução penal, sendo cabível o agra-
metade do seu valor.
vo em execução.
Art. 585 O réu não poderá recorrer da pronúncia
senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segu-
casos em que a lei a admitir.
rança, nos casos do art. 774;
Art. 586 O recurso voluntário poderá ser interpos-
to no prazo de cinco dias.
Faz parte da execução penal, sendo cabível o agra-
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo
vo em execução. será de vinte dias, contado da data da publicação
definitiva da lista de jurados.
XXII - que revogar a medida de segurança; Art. 587 Quando o recurso houver de subir por ins-
trumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou
Faz parte da execução penal, sendo cabível o agra- em requerimento avulso, as peças dos autos de que
vo em execução. pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferi-
XXIII - que deixar de revogar a medida de seguran- do e concertado no prazo de cinco dias, e dele cons-
ça, nos casos em que a lei admita a revogação; tarão sempre a decisão recorrida, a certidão de
sua intimação, se por outra forma não for possível
Faz parte da execução penal, sendo cabível o agra- verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo
vo em execução. de interposição.
Art. 588 Dentro de dois dias, contados da interposi-
XXIV - que converter a multa em detenção ou em ção do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraí-
prisão simples. do o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este
oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista
Não é mais possível converter multa em prisão. ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será inti-
XXV - que recusar homologação à proposta de acor- mado do prazo na pessoa do defensor.
do de não persecução penal, previsto no art. 28-A Art. 589 Com a resposta do recorrido ou sem ela,
desta Lei. será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois
dias, reformará ou sustentará o seu despacho,
Essa é uma novidade do Pacote Anticrime. mandando instruir o recurso com os traslados que
O RESE impugna decisões de juiz singular. Ade- Ihe parecerem necessários.
mais, prevalece o entendimento de que o rol deve ser Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho
interpretado extensivamente. O RESE é considerado recorrido, a parte contrária, por simples petição,
um recurso residual, utilizado quando não for hipó- poderá recorrer da nova decisão, se couber recur-
tese dos demais instrumentos recursais, ex.: apelação. so, não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Nes-
te caso, independentemente de novos arrazoados,
O RESE pode ser interposto por petição ou termo
subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
nos autos, no prazo de 5 dias. Os autos seguintes são
Art. 590 Quando for impossível ao escrivão extrair
conclusos para que o juiz faça o juízo de admissibili-
o traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo
dade. Denegado o RESE, cabe carta testemunhável. O
até o dobro.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
do dos termos essenciais do processo. Vejamos: relator, serão julgados na primeira sessão.
Art. 613 As apelações interpostas das sentenças
Art. 603 A apelação subirá nos autos originais e, proferidas em processos por crime a que a lei comi-
a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que ne pena de reclusão, deverão ser processadas e jul-
forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em car- gadas pela forma estabelecida no Art. 610, com as
tório traslado dos termos essenciais do processo seguintes modificações:
referidos no art. 564, n. III. I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao
revisor, que terá igual prazo para o exame do pro-
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI cesso e pedirá designação de dia para o julgamento;
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
III - o tempo para os debates será de um quarto de
O protesto por novo júri foi extinto pela Lei
hora.
11.689/04. Consistia em um recurso privativo da defe- Art. 614 No caso de impossibilidade de observân-
sa, com vistas à realização de novo julgamento, a ser cia de qualquer dos prazos marcados nos arts. 610
utilizado uma única vez, quando a condenação no Tri- e 613, os motivos da demora serão declarados nos
bunal do Júri superasse 20 anos de reclusão. autos. 119
Art. 615 O tribunal decidirá por maioria de votos. Art. 620 Os embargos de declaração serão deduzi-
§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de dos em requerimento de que constem os pontos em
recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou
turma, não tiver tomado parte na votação, proferi- omisso.
rá o voto de desempate; no caso contrário, prevale- § 1° O requerimento será apresentado pelo relator e
cerá a decisão mais favorável ao réu. julgado, independentemente de revisão, na primei-
§ 2º O acórdão será apresentado à conferência ra sessão.
na primeira sessão seguinte à do julgamento, ou § 2° Se não preenchidas as condições enumera-
no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de das neste artigo, o relator indeferirá desde logo o
lavrá-lo. requerimento.
Art. 616 No julgamento das apelações poderá o
tribunal, câmara ou turma proceder a novo inter- DA REVISÃO
rogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou
determinar outras diligências. Em situações excepcionais, a coisa julgada pode ser
Art. 617 O tribunal, câmara ou turma atenderá nas afastada pela revisão criminal. É ajuizada após o trân-
suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, sito em julgado e visa a desconstituição da coisa julga-
no que for aplicável, não podendo, porém, ser agra-
da (sentença condenatória ou absolutória imprópria).
vada a pena, quando somente o réu houver apelado
A revisão dos processos findos será admitida (art.
da sentença.
621):
Art. 618 Os regimentos dos Tribunais de Apelação
estabelecerão as normas complementares para o
processo e julgamento dos recursos e apelações. z Quando a sentença condenatória for contrária
ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos
O quórum de decisão do tribunal é de maioria autos;
dos votos, havendo empate de votos no julgamento z Quando a sentença condenatória se fundar em
de recursos. Se o presidente do tribunal, câmara ou depoimentos, exames ou documentos comprova-
turma não tiver tomado parte na votação, proferirá o damente falsos;
voto de desempate; caso contrário, prevalecerá a deci- z Quando, após a sentença, se descobrirem novas
são mais favorável ao réu. provas de inocência do condenado ou de circuns-
tância que determine ou autorize diminuição
DOS EMBARGOS especial da pena;
z Nulidades.
Os embargos de declaração são os recursos que
visam esclarecer e integrar a decisão judicial. As CASOS DE REVISÃO CRIMINAL
hipóteses de cabimento são obscuridade, ambigui- Quando a sentença condenatória for contra ao texto de
dade, contradição e omissão. O prazo dos embargos lei ou à evidência dos autos.
de declaração no processo penal é de 2 (dois) dias e
pode ser oferecido contra qualquer decisão judicial Quando a sentença condenatória tiver como fundamen-
to prova falsa.
(sentença, acórdão, decisão interlocutória). Com a
interposição dos embargos de declaração, o prazo dos Se após a sentença descobrirem novas provas de ino-
demais recursos fica interrompido, que só começará a cência ou que diminuam a pena.
fluir após a decisão do embargo. Momento de requerimento da revisão criminal: A qual-
quer tempo, antes ou depois da extinção da pena.
z Ambiguidade: a decisão permite diversas Não é permitida a reiteração do pedido, salvo se funda-
interpretações; do em novas provas.
� Obscuridade: a redação da decisão não é clara;
� Contradição: na decisão existem afirmações que A revisão criminal pode vir a ser requerida pelo
se contradizem; réu pessoalmente, seu advogado, seu representante
z Omissão: a decisão deixa de apreciar algum ponto; legal e pelo CADI – cônjuge, ascendente, descendente,
irmão, em caso de morte do réu. O processo e julga-
Alguns pontos que merecem atenção: mento da revisão criminal ocorre no STF, quando ele
proferir a condenação. Nos demais casos, ocorre no
z Os embargos de declaração podem ser utilizados TRF ou no TJ. O relator designado não pode ter se pro-
com a finalidade de prequestionamento, exigência nunciado no processo.
do RE e REsp; A revisão criminal só é admitida a favor do conde-
z No JECRIM o prazo é de 5 dias. nado e não pode agravar a situação dele.
§ 2º O relator poderá determinar que se apensem matéria de fato. Ademais, é exigência constitucional o
os autos originais, se daí não advier dificuldade à prequestionamento, isto é, que a questão já tenha sido
execução normal da sentença. discutida preteritamente.
§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruí- O REsp é de competência do STJ, cabendo nos
do o pedido e inconveniente ao interesse da justiça seguintes casos (art. 105, III, CF):
que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in
limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou
z Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
para o tribunal, conforme o caso (art. 624, parágra-
vigência: Ex.: o acórdão não obedece a uma lei
fo único).
§ 4º Interposto o recurso por petição e independen-
federal;
temente de termo, o relator apresentará o processo z Julgar válido ato de governo local, contestado em
em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar face de lei federal: Ex.: o ato de governo contraria
parte na discussão. uma lei federal;
§ 5º Se o requerimento não for indeferido in limi- z Dar à lei federal interpretação divergente da que
ne, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, lhe foi atribuída em outro tribunal. Ex.: o tribunal
que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida, questionado contraria uma lei federal. 121
O RE é julgado pelo STF, nos seguintes casos (art. substituto do escrivão ou do secretário do tribunal.
102, III, CF): Se o testemunhante não for atendido, poderá recla-
mar ao presidente do tribunal ad quem, que avoca-
z Contrariar dispositivo da CF. Ex.: negar vigência; rá os autos, para o efeito do julgamento do recurso
z Declarar inconstitucionalidade de tratado ou lei e imposição da pena;
federal. Ex.: em controle de constitucionalidade Art. 643 Extraído e autuado o instrumento, obser-
difusa; var-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de
z Julgar válida a lei ou o ato de governo local contes- recurso em sentido estrito, ou o processo estabe-
lecido para o recurso extraordinário, se deste se
tado em face da CF. Ex.: o acórdão declara a vali-
tratar.
dade de lei ou ato de governo local contestado em
Art. 644 O tribunal, câmara ou turma a que compe-
face da CF;
tir o julgamento da carta, se desta tomar conheci-
z Julgar válida lei local contestada em face de lei
mento, mandará processar o recurso, ou, se estiver
federal. Ex.: lei local x lei federal. suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
Art. 645 O processo da carta testemunhável na
Ainda acerca do Recurso Extraordinário, veja o instância superior seguirá o processo do recurso
que dispõe o CPP: denegado.
Art. 646 A carta testemunhável não terá efeito
Art. 637 O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo.
suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os
autos do traslado, os originais baixarão à primeira O processo da carta testemunhável na instância
instância, para a execução da sentença.
superior seguirá o processo do recurso denegado, por
Art. 638 O recurso extraordinário e o recurso espe-
exemplo: se o objetivo da carta testemunhável é des-
cial serão processados e julgados no Supremo Tri-
bunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça na trancar o RESE, seguirá o rito do RESE. Ademais, a car-
forma estabelecida por leis especiais, pela lei proces- ta testemunhável não terá efeito suspensivo.
sual civil e pelos respectivos regimentos internos.
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO
Importante!
A Lei 9.099/95 regula os juizados especiais cri- Infrações de menor
minais no âmbito dos Estados. O funcionamento potencial ofensivo
dos juizados especiais federais está previsto na
Lei nº 10.259/01.
Policial Judicial
z autor do fato;
z vítima (caso haja, pode ser crime cuja vítima é o
A fase preliminar policial é a realizada pela Estado) e seus advogados;
autoridade policial: o Delegado de Polícia lavra o z membro do Ministério Público; e
Termo Circunstanciado (ou Termo Circunstanciado z Juiz.
de Ocorrência) que é um procedimento mais simples
e célere do que o inquérito policial (trata-se do resu- A audiência divide-se em dois momentos a compo-
mo das declarações dos envolvidos e testemunhas, sição civil dos danos e a transação penal.
acompanhados, eventualmente, de exames de corpo
de delito, nas infrações que deixam vestígios). Composição civil dos danos
Objetivo do termo é colher, de forma resumida,
elementos de autoria e materialidade. No termo cir- Nesta primeira fase o membro do MP não parti-
cipa (exceto se a vítima for incapaz). Nada mais é do
cunstanciado a autoridade policial toma o compro-
que uma tentativa de conciliação, realizada pelo Juiz
misso do envolvido em comparecer ao Juizado.
ou por colaborador, que visa obter um acordo entre 127
autor e vítima para a composição dos danos civis. Caso não importará em reincidência, sendo registra-
haja acordo, aí sim acompanhado pelo MP, é lavrado da apenas para impedir novamente o mesmo bene-
termo, que será homologado pelo juiz. fício no prazo de cinco anos.
A homologação do acordo de composição gera os § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior
seguintes efeitos, dependendo do tipo de ação previs- caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
ta (art. 74 da Lei nº 9.099/95): § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º
deste artigo não constará de certidão de ante-
z Ação penal de inciativa privada cedentes criminais, salvo para os fins previs-
tos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis,
Provoca a renúncia ao direito de queixa (extin- cabendo aos interessados propor ação cabível no
gue a punibilidade do agente) juízo cível.
z Ação penal pública condicionada à representação A transação penal nada mais é que um acordo feito
entre o Ministério Público (titular da ação penal) e o
Gera a renúncia ao direito de representar (tam- autor do fato. Por meio desse acordo, o autor do fato
bém extingue a punibilidade) (que está acompanhado de advogado), se comprome-
te a cumprir imediatamente uma pena de multa ou
z Ação penal pública incondicionada restritiva de direitos e, por outro lado, o MP não dá
prosseguimento, deixando de deflagar a ação penal.
Não impede a continuidade: passa-se para Para que seja possível a transação, não pode ter
a segunda fase (pode servir para diminuir a
sido condenado anteriormente, pela prática de crime, à
pena, se configurar arrependimento posterior,
previsto no art. 16 do CP). pena privativa de liberdade e nem pode ter sido bene-
ficiado, nos útlimos 5 anos, pela transação penal. Além
disso, seus antecedentes, conduta social, personalida-
Dica de, assim como os motivos e circunstância da infração
A composição civil é o primeiro instituto despe- devem ser favoráveis ao agente (art. 76, § 2º, III). Por
nalizador da Lei nº 9.099/95 (note que o espírito fim, o autor da infração deve aceitar a transação (deve
da Lei nº 9.099/95 é despenalizar e desencarce- ser assinada, também por seu advogado).
rar: afastar a pena e evitar a restrição da liberda- Atente-se para o fato de que: a condenação ante-
de do agente). rior deve ser pela prática de crime, à pena privativa
de liberdade, por sentença definitiva. Deste modo,
Não havendo composição civil ou sendo o caso de caso o agente for condenado anteriormente por con-
ação penal pública incondicionada, passa-se para a travenção penal, mesmo que por pena restritiva de
segunda fase da audiência. direitos ou multa, não poderá esta, impedir a conces-
são da transação penal.
Transação Penal No caso de transação referente a crime ambiental
(de menor potencial ofensivo) deve, ainda, haver a pré-
Art. 75 Não obtida a composição dos danos civis, via composição do dano ambiental (exceto caso haja
será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade impossibilidade comprovada de realizá-la). É o que pre-
de exercer o direito de representação verbal, que vê o art. 27 da Lei nº 9.605/98, Lei de Crimes Ambientais:
será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da represen- Art. 27 Nos crimes ambientais de menor potencial
tação na audiência preliminar não implica deca- ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
dência do direito, que poderá ser exercido no prazo restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76
previsto em lei. da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somen-
Art. 76 Havendo representação ou tratando-se de te poderá ser formulada desde que tenha havido a
crime de ação penal pública incondicionada, não prévia composição do dano ambiental, de que trata
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprova-
poderá propor a aplicação imediata de pena res- da impossibilidade.
tritiva de direitos ou multas, a ser especificada
na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
A transação deve ser homologada por sentença do
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. juiz (sentença condenatória imprópria).
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: Da sentença cabe o recurso de apelação.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela
prática de crime, à pena privativa de liberdade, por A sentença:
sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no z impõe o cumprimento da pena imposta (multa
prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restri- ou restritiva de direitos);
tiva ou multa, nos termos deste artigo; z impede nova transação no prazo de 5 anos
III - não indicarem os antecedentes, a conduta z não gera efeito civil: se a vítima pretender indeni-
social e a personalidade do agente, bem como os
zação, deve ingressar com ação de conhecimento.
motivos e as circunstâncias, ser necessária e sufi-
ciente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu Em casos de descumprimento da transação penal
defensor, será submetida à apreciação do Juiz. pelo agente, o Ministério Público poderá dar continui-
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Públi- dade a persecução penal, oferecendo a denúncia ou
co aceita pelo autor da infração, o Juiz aplica- realizando a requisição de inquérito policial. É o que
128 rá a pena restritiva de direitos ou multa, que rege a Súmula Vinculante n.35, vejamos:
Súmula Vinculante n. 35 STF A homologação da conciliação e de oferecimento de proposta pelo
transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitan- Art. 80 Nenhum ato será adiado, determinando o
do-se ao Ministério Público a continuidade da perse- Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva
cução penal mediante oferecimento de denúncia ou de quem deva comparecer.
requisição de inquérito policial. Art. 81 Aberta a audiência, será dada a palavra ao
defensor para responder à acusação, após o que o
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; haven-
do recebimento, serão ouvidas a vítima e as teste-
munhas de acusação e defesa, interrogando-se a
Art. 77 Na ação penal de iniciativa pública, quando
seguir o acusado, se presente, passando-se imedia-
não houver aplicação de pena, pela ausência do autor
tamente aos debates orais e à prolação da sentença.
do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência
no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar
ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não hou- ou excluir as que considerar excessivas, imperti-
ver necessidade de diligências imprescindíveis. nentes ou protelatórias.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será ela- § 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado
borada com base no termo de ocorrência referido termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo
no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito poli- breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
cial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito audiência e a sentença.
quando a materialidade do crime estiver aferida § 3º A sentença, dispensado o relatório, menciona-
por boletim médico ou prova equivalente. rá os elementos de convicção do Juiz.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso Art. 82 Da decisão de rejeição da denúncia ou quei-
não permitirem a formulação da denúncia, o Minis- xa e da sentença caberá apelação, que poderá ser
tério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha- julgada por turma composta de três Juízes em exer-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo cício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na
único do art. 66 desta Lei. sede do Juizado.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá § 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias,
ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verifi- contados da ciência da sentença pelo Ministério
car se a complexidade e as circunstâncias do caso Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita,
determinam a adoção das providências previstas da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
no parágrafo único do art. 66 desta Lei. § 2º O recorrido será intimado para oferecer res-
Art. 78 Oferecida a denúncia ou queixa, será redu- posta escrita no prazo de dez dias.
zida a termo, entregando-se cópia ao acusado, § 3º As partes poderão requerer a transcrição da
que com ela ficará citado e imediatamente gravação da fita magnética a que alude o § 3º do
cientificado da designação de dia e hora para art. 65 desta Lei.
a audiência de instrução e julgamento, da qual § 4º As partes serão intimadas da data da sessão de
também tomarão ciência o Ministério Público, o julgamento pela imprensa.
ofendido, o responsável civil e seus advogados. § 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fun-
damentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Se for, portanto, o caso de dar prosseguimen- Art. 83 Cabem embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contra-
to (caso proposta não seja aceita ou o autor do fato
dição ou omissão.
não preencha os requisitos legais), o oferecimento de § 1º Os embargos de declaração serão opostos por
denúncia se dará de forma oral (que será reduzida a escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, conta-
escrito). O denunciado já sai citado e ciente da data dos da ciência da decisão.
audiência de instrução e julgamento. § 2º Os embargos de declaração interrompem o
À partir daí, o procedimento sumaríssimo se con- prazo para a interposição de recurso.
centra na audiência de instrução e julgamento, cujos 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
pontos principais vamos ver logo a seguir:
Por último, cabe tratar do art. 89 da Lei, que, con-
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO forme visto nos tópicos acima, trata da suspensão
condicional do processo, também chamado de sur-
(arts. 79 ao 83 da Lei nº 9.099/95) sis processual.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
z Se, na fase preliminar não foi tentada a composi- SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
ção ou a transação, vai ser feita a tentativa de apli-
car esses dois institutos (art. 79) Art. 88 Além das hipóteses do Código Penal e da
z Não sendo o caso, a defesa responde a inicial legislação especial, dependerá de representação a
(denúncia ou a queixa). ação penal relativa aos crimes de lesões corporais
z Após apreciação, o juiz recebe ou rejeita a inicial; leves e lesões culposas.
z Recebida a inicial, verifica-se se é o caso da sus- Art. 89 Nos crimes em que a pena mínima comi-
pensão do processo (art. 89). nada for igual ou inferior a um ano, abrangi-
z Se não for o caso, o juiz ouve as testemunhas e inter- das ou não por esta Lei, o Ministério Público,
roga o acusado; na sequência, acusação e defesa se ao oferecer a denúncia, poderá propor a sus-
manifestam e o juiz prolata a sentença (cujo recurso pensão do processo, por dois a quatro anos,
cabível é a apelação, no prazo de 10 dias) desde que o acusado não esteja sendo proces-
sado ou não tenha sido condenado por outro
Art. 79 No dia e hora designados para a audiên- crime, presentes os demais requisitos que
cia de instrução e julgamento, se na fase prelimi- autorizariam a suspensão condicional da
nar não tiver havido possibilidade de tentativa de pena (art. 77 do Código Penal). 129
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defen- no § 1º do art. 89 (reparar o dano, salvo impossibili-
sor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, dade de fazê-lo; proibição de frequentar determina-
poderá suspender o processo, submetendo o acu- dos lugares; proibição de ausentar-se da comarca sem
sado a período de prova, sob as seguintes condições: autorização; e comparecimento mensal em juízo para
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de justificar as atividades), sem prejuízo de outras condi-
fazê-lo; ções fixadas pelo juiz.
II - proibição de freqüentar determinados lugares; Mas qual a vantagem de se aceitar o sursis proces-
III - proibição de ausentar-se da comarca onde resi-
sual? Se cumpridas as condições, ao final do período de
de, sem autorização do Juiz;
prova é declarada extinta a punibilidade do beneficiário.
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juí-
Se o beneficiário descumpre alguma condição a
zo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades. suspensão:
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a
que fica subordinada a suspensão, desde que ade- Art. 89 [...]
quadas ao fato e à situação pessoal do acusado. § 3º A suspensão será revogada se, no curso do
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do pra- prazo, o beneficiário vier a ser processado por
zo, o beneficiário vier a ser processado por outro outro crime ou não efetuar, sem motivo justifi-
crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a cado, a reparação do dano.
reparação do dano. § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acu-
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier sado vier a ser processado, no curso do prazo,
a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, por contravenção, ou descumprir qualquer
ou descumprir qualquer outra condição imposta. outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz decla-
rará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de
suspensão do processo. EXERCÍCIOS COMENTADOS
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista
neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulte- 1. (IBADE — 2017) No que concerne à legislação que dis-
riores termos. põe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais
(Lei 9099/95), pode-se afirmar que
A suspensão condicional do processo consiste
em mais uma medida despenalizadora prevista na a) a composição dos danos civis será reduzida a escrito
Lei nº 9.099/95. e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrí-
Essa possibilidade, prevista no art. 89, é cabível vel, não pode ser executado no juízo civil competente.
no caso de crimes abrangidos ou não pela Lei nº
b) a autoridade policial que tomar conhecimento da ocor-
9.099/95, cuja pena MÍNIMA cominada seja igual ou
rência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
inferior a um ano.
em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juizado, com o
O art. 89 da Lei nº 9.099/95 é de grande importância,
uma vez que se aplica não só aos crimes sujeitos ao rito autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisi-
dos juizados especiais criminais, mas a qualquer crime ções dos exames periciais necessários.
que se encaixe nos requisitos previstos no artigo. c) ao autor do fato que, após a lavratura do termo cir-
Para que se aplique o benefício, devem estar pre- cunstanciado , for imediatamente encaminhado ao jui-
sentes os seguintes requisitos: zado ou assumir o compromisso de a ele comparecer,
não se imporá prisão em flagrante, podendo-se exigir
z Pena mínima igual ou inferior a um ano (levan- fiança a critério da autoridade policial.
do-se em conta as causas de aumento e diminuição d) consideram-se infrações penais de menor potencial
de pena); ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções
z que o acusado não tenha sido condenado penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não
anteriormente; superior a 1 (um) ano, cumulada ou não com multa.
z que o acusado não esteja respondendo a outro e) havendo representação ou tratando-se de crime de
processo criminal; ação penal pública incondicionada, não sendo caso
z que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. de arquivamento, o Ministério Público poderá propor
a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
Dica multas, a ser especificada na proposta.
As circunstâncias judiciais (ou inominadas) estão A alternativa E reproduz o que consta no art. 76,
previstas no art. 59 do Código Penal. São elas: caput, da Lei nº 9.099/95: “Art. 76. Havendo repre-
� Culpabilidade sentação ou tratando-se de crime de ação penal
� Antecedentes pública incondicionada, não sendo caso de arqui-
� Conduta social vamento, o Ministério Público poderá propor a
� Personalidade aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
� Motivos do crime multas, a ser especificada na proposta.” A letra A
� Circunstâncias do crime está errada, pois a composição civil, uma vez homo-
logada, tem eficácia no juízo cível (art. 74, caput).
� Consequências do crime A alternativa B está incorreta, pois o art. 69 da Lei
� Comportamento da vítima estabelece o encaminhamento imediato do termo
circunstanciado, e não em 24 horas como consta. A
Aceitando a proposta de suspensão, o acusado fica letra C está errrada pois no caso do autor ser enca-
sujeito a um período de prova, ficando o processo sus- minhado imediatamente ao juizado ou assumir o
penso por um prazo de 2 a 4 anos, durante o qual o compromisso de comparecer, a ele não será impos-
130 beneficiário tem que cumprir as condições previstas ta a prisão em flagrante nem se exigirá fiança (art.
69, parágrafo único). Por fim, a alternativa D está Letra da lei. A alternativa B aponta corretamente
incorreta um vez que as infrações de menor poten- o que consta no art. 63, da Lei nº 9.099/95: “Art. 63.
cial ofensivo consistem nas infrações a que a lei A competência do Juizado será determinada pelo
comina pena máxima não superior a 2 anos, cumu- lugar em que foi praticada a infração penal.” Res-
lada ou não com multa (art. 61). Resposta: Letra E. posta: Letra B.
2. (VUNESP — 2015) Com relação aos Juizados Espe-
ciais Criminais, instituídos pela Lei no 9.099/95, pode–
se afirmar que
HORA DE PRATICAR!
a) têm competência para crimes e contravenções penais
cuja pena máxima não seja superior a um ano. 1. (VUNESP – 2018) A respeito das causas de impedi-
b) se o autor do fato não for localizado para sua citação pes- mento e suspeição do juiz, de acordo com o Código
soal, os autos serão redistribuídos para o juízo comum. de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
c) têm competência para processar e julgar crime e con-
travenções penais que se iniciam por ação penal públi- a) Ainda que dissolvido o casamento, sem descenden-
ca, com exclusão das ações penais privadas. tes, que ensejava impedimento ou suspeição, não fun-
d) não têm competência para processar e julgar réus cionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o
reincidentes. genro ou enteado de quem for parte no processo.
e) não têm competência para processar e julgar delitos b) O juiz será impedido se for credor ou devedor de qual-
praticados com violência ou ameaça à pessoa. quer das partes.
c) A suspeição poderá ser reconhecida ou declarada ain-
A questão trata da hipótese prevista art. .66, pará- da que a parte injurie, de propósito, o juiz.
grafo único, da Lei nº 9.099/95: caso não seja possí- d) O juiz será suspeito, podendo ser recusado por qual-
vel a citação pessoal do autor (no próprio juizado quer das partes, se já tiver funcionado como juiz de
ou por meio de oficial de justiça), os autos serão outra instância, pronunciando-se de fato ou de direito
encaminhados ao Juízo Comum (não existe citação sobre a questão.
por edital). A letra A está errada, pois os juizados e) Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo
especiais criminais tem competência para conciliar, processo os juízes que forem entre si parentes, con-
julgar e executar infrações (crimes ou contraven- sanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o
ções) cuja pena máxima não seja superior a dois quarto grau.
anos (art. 61). A letra C está errada, não há qualquer
hipótese na Lei de exclusão de infração pela nature- 2. (VUNESP – 2017) Nos exatos termos do art. 253 do
za da ação penal (pública ou privada). A alternativa
CPP, nos juízos coletivos, não poderão servir no mes-
D está incorreta porque a Lei não exclui os reinci-
mo processo os juízes que forem entre si parentes,
dentes de sua competência (lembre-se que a reinci-
dência afasta benefícios). Por último, a letra E está
a) consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
errada pois apenas estão excluídos da competência
o terceiro grau, inclusive, bem como amigos íntimos.
dos juizados especiais criminais as infrações come-
b) consanguíneos, excluídos os parentes afins.
tidas no âmbito da violência doméstica e familiar
c) consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
contra a mulher, confome o art. 41 da Lei Maria da
o quarto grau, inclusive.
Penha. Resposta: Letra B.
d) consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
3. (CESPE-CEBRASPE — 2020) Luís foi denunciado pela o terceiro grau, inclusive.
prática de crime de menor potencial ofensivo em um e) consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até
juizado especial criminal de Belém – PA, mas não foi o terceiro grau, inclusive, bem como amigos íntimos
encontrado para ser citado pessoalmente. ou inimigos capitais.
Nessa situação hipotética,
3. (VUNESP – 2015) Ao Ministério Público compete, de
a) será determinada a citação por edital, com prazo de acordo com o art. 257 do CPP, fiscalizar a execução
cinco dias. da lei e promover, privativamente, a ação penal
b) será nomeado defensor dativo para representar Luís
na audiência de conciliação. a) pública.
c) o processo ficará suspenso até que Luís seja encontrado. b) pública incondicionada, e manifestar-se como custos
d) o processo será encaminhado ao juízo comum. legis, nas ações penais públicas condicionadas.
DIREITO PROCESSUAL PENAL
e) a vítima será intimada para informar o endereço atua- c) privada, quando houver representação da vítima.
lizado de Luís. d) pública condicionada, e manifestar-se como custos
legis, nas ações penais públicas incondicionadas.
A alternativa D dá a solução correta, nos termo e) pública e, quando houver representação da vítima, pro-
do art. 66, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95, que mover em seu nome a ação penal privada.
estabelece que, não sendo encontrado o acusado
para ser citado, o Juiz encaminha as peças existen-
4. (VUNESP – 2018) A respeito do acusado e do defen-
tes para o Juízo comum. Resposta: Letra D.
sor, é correto afirmar que
4. (CESPE-CEBRASPE — 2019) A competência do juiza-
do especial criminal será determinada pelo a) se o defensor constituído pelo acusado não puder
comparecer à audiência, por motivo justificado, prova-
a) domicílio do autor da infração penal. do até a abertura da audiência, nomear-se-á defensor
b) lugar em que foi praticada a infração penal. dativo, para a realização do ato, que não será adiado.
c) lugar em que foi encontrado o autor do fato. b) o acusado, ainda que tenha habilitação, não poderá a
d) lugar em que se consumou a infração penal. si mesmo defender, sendo-lhe nomeado defensor, pelo
e) domicílio da vítima da infração penal. juiz, caso não o tenha. 131
c) o acusado, ainda que possua defensor nomeado pelo Juiz, 8. (VUNESP – 2018) Com relação à citação do acusa-
poderá, a todo tempo, nomear outro, de sua confiança. do, assinale a alternativa correta.
d) o acusado ausente não poderá ser processado sem
defensor. Já o foragido, existindo sentença condena- a) Completada a citação por hora certa, não compare-
tória, ainda que não transitada em julgado, sim. cendo o réu, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.
e) a constituição de defensor dependerá de instrumento b) A citação inicial do acusado far-se-á pessoalmente,
de mandato, ainda que a nomeação se der por ocasião por intermédio de mandado judicial, carta precatória
do interrogatório. ou hora certa.
c) A citação do réu preso far-se-á na pessoa do Diretor do
5. (VUNESP – 2018) Em relação ao acusado e seu estabelecimento prisional.
defensor, é correto afirmar que d) Estando o acusado no estrangeiro, suspende-se o pro-
cesso e o prazo prescricional até que retorne ao País.
a) se não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado um pelo juiz. e) Ao acusado, citado por edital, que não comparecer ou
constituir advogado, será nomeado defensor, prosse-
Porém, o acusado, que não for pobre, será obrigado
guindo o processo.
a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados
pelo juiz.
9. (VUNESP – 2018) O art. 366 do Código de Processo
b) a constituição de defensor dependerá de instrumento
Penal determina: “Se o acusado, citado por edital,
de mandato, mesmo se o acusado o indicar por oca-
não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
sião do interrogatório.
suspensos o processo e o curso do prazo prescri-
c) o defensor não poderá abandonar o processo senão
cional, podendo o juiz determinar a produção ante-
por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, cipada das provas consideradas urgentes e, se for o
sob pena de multa de 1 (um) a 10 (dez) salários míni- caso, decretar prisão preventiva.”
mos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Assinale a alternativa que contenha uma legislação
d) a impossibilidade de identificação do acusado com o que possui um regramento próprio, não se aplicando
seu verdadeiro nome ou outros qualificativos suspen- o citado dispositivo:
derá a ação penal.
e) se for nomeado defensor dativo ao acusado, este a) Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento).
deverá seguir no processo até o final, não podendo ser b) Lei nº 8.072/90 (Crimes Hediondos).
constituído novo defensor. c) Lei nº 12.850/13 (Organizações Criminosas).
d) Lei nº 11.340/06 (Violência Doméstica e Familiar con-
6. (VUNESP – 2017) Determina o art. 261 do CPP que tra Mulher).
e) Lei nº 9.613/98 (Lavagem ou Ocultação de Bens, Direi-
a) salvo nos processos contravencionais e nos de rito tos e Valores).
sumaríssimo, nenhum acusado será processado ou
julgado sem defensor. 10. (VUNESP – 2017) Estabelece o CPP em seu art. 353
b) salvo nos casos de força maior, nenhum acusado, ain- que, quando o réu estiver fora do território da juris-
da que ausente ou foragido, será processado ou julga- dição do juiz processante, será citado mediante
do sem defensor.
c) nenhum acusado, com exceção do foragido, será pro- a) qualquer meio que o juiz entenda idôneo.
cessado ou julgado sem defensor. b) edital.
d) nenhum acusado, com exceção do revel, será proces- c) precatória.
sado ou julgado sem defensor. d) carta com aviso de recebimento, “de mão própria”.
e) nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será e) videoconferência.
processado ou julgado sem defensor.
11. (VUNESP – 2017) A, indiciado nos autos do inqué-
7. (VUNESP – 2015) No que concerne à estruturação rito policial, no qual foi representado por defensor
da defesa de acusados em juízo criminal, é correto constituído, encerrada a investigação, foi denuncia-
afirmar (CPP, art. 263): do pelo Ministério Público pela prática de crime de
estelionato previdenciário. Residente em jurisdição
diversa de onde tramita o processo, teve a citação
a) o acusado que é Advogado pode apresentar defesa
ordenada por Carta Precatória. No Juízo deprecado,
“em nome próprio”, sem necessidade de constituição
o Oficial de Justiça tentou por diversas vezes citar
de outro profissional.
A, no endereço de sua residência e trabalho, sem
b) o acusado que não constituir Advogado será obriga-
êxito. Desconfiado de que A estaria se ocultando, o
toriamente defendido por Procurador Municipal ou Oficial de Justiça o citou, com hora certa. Devolvida
Estadual. a carta precatória, o Ministério Público Federal, por
c) o Juiz não pode indicar Advogado de forma compulsó- achar prematura a citação com hora certa, já que a
ria a um acusado, que sempre tem o direito inalienável informação dada nos endereços diligenciados pelo
de articular a própria defesa, ainda que não seja habili- Sr. Oficial de Justiça foi de que A estaria em viagem,
tado para tanto. no exterior, pleiteou a expedição de nova carta pre-
d) se for indicado um Defensor Público ao acusado, este catória, para mais uma tentativa de citação pessoal.
não pode desconstituí-lo para nomear um profissional Expedida nova Carta Precatória, A não foi citado.
de sua confiança. Desta feita, segundo certificou o Oficial de Justiça,
e) apenas nos crimes mais graves o acusado deve obri- A não mais trabalhava e residia nos endereços ante-
gatoriamente ser assistido por Advogado, podendo riormente diligenciados. A informação dada ao Ofi-
articular a própria defesa, mesmo sem habilitação, cial de Justiça foi de que A teria se mudado para os
132 nos casos em que não está em risco sua liberdade. Estados Unidos. Devolvida a carta precatória, após
expedição de ofícios, obteve-se o endereço de A, no c) Sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
exterior. Expedida carta rogatória, o Juiz determi- máxima cominada seja inferior a 5 (cinco) anos de
nou a suspensão do prazo prescricional, aguardan- pena privativa de liberdade.
do-se o cumprimento da citação de A. d) Sumaríssimo, quando tiver por objeto crime cuja san-
A respeito da situação hipotética, nos termos do Códi- ção máxima cominada seja inferior a 3 (três) anos de
go de Processo Penal, é correto afirmar que: pena privativa de liberdade.
e) Ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
a) a modalidade de citação com hora certa não se aplica máxima cominada for igual ou superior a 3 (três) anos
ao processo penal, sendo prevista apenas no proces- de pena privativa de liberdade.
so cível.
b) a citação com hora certa se aplica ao processo penal 15. (VUNESP – 2015) Nas infrações penais de menor
e, tal qual ocorre na modalidade de citação por Edital, potencial ofensivo, quando o juizado especial cri-
não comparecendo o acusado, suspende-se o proces- minal encaminhar ao juízo comum as peças exis-
so e o curso do prazo prescricional. tentes para a adoção de outro procedimento, de
c) uma vez que A foi representado no inquérito policial acordo com o art. 538 do CPP, o rito adotado será
por defensor constituído, sua citação poderia ter sido
feita na pessoa do advogado, mediante intimação no a) o ordinário.
Diário Oficial. b) o sumário.
d) a expedição de carta rogatória para citação do réu não c) livremente estabelecido pelo juiz.
implica suspensão do prazo prescricional. Tal se dá d) o sumaríssimo.
apenas nas modalidades de citação por Edital e com e) o especial.
hora certa.
e) enquanto não localizado o acusado, a formação do 16. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa cuja pena,
processo não estará completa. hipoteticamente, atrairia a competência dos Juiza-
dos Especiais Criminais, nos termos do art. 61 da
12. (VUNESP – 2015) Em que momento a lei processual Lei no 9.099/95.
penal (CPP, art. 363) considera que o processo com-
pleta sua formação? a) Reclusão de 1 a 2 anos.
b) Detenção de 1 a 3 anos.
a) Constituição de defensor após a citação. c) Reclusão de 1 a 3 anos, e multa.
b) Citação do acusado. d) Prisão simples de 2 a 4 anos, e multa.
c) Recebimento da denúncia. e) Detenção de 2 a 4 anos, e multa.
d) Apresentação de resposta escrita.
e) Juntada do mandado de citação aos autos. 17. (VUNESP – 2018) A respeito da Lei no 9.099/95 (arts.
60 a 83; 88 e 89), assinale a alternativa correta.
13. (VUNESP – 2015) Nos termos do artigo 366 do Códi-
go de Processo Penal, se o acusado, citado por edi- a) Reunidos os processos, por força de conexão ou con-
tal, não comparecer nem constituir advogado: tinência, perante o juízo comum ou tribunal do júri,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da
a) será determinada vista ao Ministério Público, sob pena composição dos danos civis.
b) Nos crimes em que a pena mínima cominada for infe-
de nulidade absoluta.
rior a 02 (dois) anos, o Ministério Público, ao oferecer
b) os autos permanecerão arquivados em Cartório, por
denúncia, poderá propor a suspensão condicional do
período de 180 (cento e oitenta) dias, para renovação processo ao acusado que não esteja sendo processa-
de diligências de localização, pela imprescindibilidade do ou não tenha sido condenado por outro crime.
da citação pessoal no processo penal. c) O acordo de composição civil entre o acusado e a víti-
c) será determinada vista à Defensoria Pública, para ofe- ma, nos casos de ação penal pública, condicionada e
recimento de resposta, em respeito ao princípio da incondicionada, implica extinção da punibilidade ao
ampla defesa. autor do fato.
d) ficará suspenso o processo, podendo o juiz determi- d) Não sendo encontrado o acusado, o feito permanece-
nar a produção antecipada das provas consideradas rá no Juizado Especial Criminal, mas ficará suspenso,
urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva, até que seja localizado.
nos termos do artigo 312. e) São consideradas infrações de menor potencial ofen-
sivo as contravenções e os crimes a que a lei comine
DIREITO PROCESSUAL PENAL
9 GABARITO
1 A
2 D
3 A
4 C
5 A
6 E
7 A
8 A
9 E
134
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do
conhecimento do fato, a parte alegará o impedimen-
to ou a suspeição, em petição específica dirigida ao
juiz do processo, na qual indicará o fundamento da
recusa, podendo instruí-la com documentos em que
DIREITO PROCESSUAL se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição
de justiça são responsáveis, civil e regressivamente, por qualquer das partes, na ocasião de realização de
quando: ato de comunicação que lhe couber.
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no c) Manter sob sua guarda e responsabilidade os bens
prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que móveis de pequeno valor penhorados.
estão subordinados; d) Auxiliar o juiz na manutenção da ordem.
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa. e) Comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo,
designar servidor para substituí-lo.
Da mesma forma que estabelece a responsabi-
lidade do juiz, o CPC/2015 também trata da respon- A função está no art. 152, III, do CPC. “Art. 152.
sabilidade desses auxiliares. Os atos passíveis de Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria
responsabilização decorrem de atuações dolosas [...] III - comparecer às audiências ou, não poden-
ou culposas, ativas ou omissivas. O inciso primeiro do fazê-lo, designar servidor para substituí-lo”. As
refere-se à atuação omissiva, enquanto o outro inci- demais funções citadas não se referem ao escrivão,
so refere-se às condutas ativas, pressupondo um agir mas ao oficial de justiça (A, B e D) ou do depositário.
contrário à lei, dolosa ou culposamente. Resposta: Letra E. 137
3. (CONSULPLAN – 2017) Relativamente aos deveres- e) Mesmo quando a lei exigir iniciativa das partes, deverá
-poderes do juiz e a forma de condução do processo, o juiz conhecer de quaisquer questões, ainda que não
julgue as afirmações: suscitadas por elas, em razão do princípio publicístico
do processo.
I. O juiz pode determinar, a qualquer tempo, o compa-
recimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre A hipótese está prevista no art. 139, IV, do CPC.
os fatos da causa, hipótese em que incidirá a pena de “Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as
confesso. disposições deste Código, incumbindo-lhe: [...] IV -
II. Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à digni- determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,
dade da justiça e indeferir postulações meramente mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para
protelatórias. assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusi-
III. Promover, a qualquer tempo, a autocomposição, prefe- ve nas ações que tenham por objeto prestação pecu-
rencialmente com auxílio de conciliadores e mediado- niária”. Resposta: Letra C.
res judiciais.
IV. Dilatar os prazos processuais, adequando-os às
necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito.
DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR
Está correto o que se afirma em: DOS ATOS PROCESSUAIS
a) I e II, apenas. O procedimento – rito seguido pelo processo –
b) II, III e IV, apenas. estrutura-se em atos processuais. Isso quer dizer que
c) III e IV, apenas. a forma pela qual o processo aparece (realidade apa-
d) I, II, III e IV. rente do processo) é por meio dos atos processuais.
Assim, tanto as partes como o juiz e seus auxiliares
A questão exige conhecimento do art. 139 do CPC, (escrivão, oficial de justiça, distribuidor etc.) praticam
que estabelece os poderes do juiz. No item I da ques- atos processuais (exemplos: petição inicial, contesta-
tão, a referência é ao inciso VIII, contudo, pela lei, ção, certidões, termos, sentença, decisões interlocutó-
não incidirá a pena de confesso. Resposta: Letra B. rias, despachos etc.). Posto isso, podemos conceituar
ato processual como todo comportamento humano
4. (PREFEITURA DE MONDAÍ-SC – 2019) Com base no voluntário capaz de produzir efeitos jurídicos no
Código de Processo Civil, assinale a única alternativa processo.
que contém hipótese de impedimento do juiz: O estudo dos atos processuais leva em conta a for-
ma (as formalidades) pelas quais eles são praticados,
a) Quando qualquer das partes for sua credora ou deve- assim como o tempo e o lugar. Abordaremos todos
dora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes
esses pontos na sequência.
destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive.
b) Quando for interessado no julgamento do processo
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
em favor de qualquer das partes.
c) Quando for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das
partes ou de seus advogados. Como se sabe, o processo obedece a alguns requisi-
d) Quando for sócio ou membro de direção ou de admi- tos, que são as formalidades. Para que o ato seja váli-
nistração de pessoa jurídica parte no processo. do, às vezes a lei estabelece quais requisitos devem
ser seguidos, por exemplo, quando fala dos requisitos
Hipótese prevista no art. 144, V, do CPC. “Art. 144. da petição inicial (art. 319) ou da sentença (art. 489).
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer Assim, se tais requisitos são descumpridos, deve-se
suas funções no processo: [...] V - quando for sócio verificar se o ato deve ser anulado, o que será aborda-
ou membro de direção ou de administração de pes- do no tópico das nulidades processuais.
soa jurídica parte no processo”. As demais hipóte- Por ora, deve-se salientar que, como regra, preva-
ses referem-se à suspeição. Resposta: Letra D. lece a liberdade das formas, isto é: os atos não têm
forma específica, a não ser quando exigida por lei,
5. (FCC – 2018) Em relação aos poderes, deveres e à res- segundo o art. 188 do CPC: Os atos e os termos proces-
ponsabilidade do juiz, é correto afirmar: suais independem de forma determinada, salvo quando
a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os
a) Quando houver lacuna ou obscuridade no ordenamen- que, realizados de outro modo, lhe preencham a finali-
to jurídico, caberá ao juiz remeter as partes ao juízo dade essencial. Caso a lei estabeleça a formalidade, o
arbitral, de ofício ou a requerimento da parte. critério será o da legalidade das formas.
b) Não é possível ao juiz diminuir ou dilatar os prazos Eles podem ser praticados em autos físicos ou na
processuais, que são peremptórios. forma eletrônica, como regulamentado a partir do
c) Cabe ao juiz determinar todas as medidas indutivas, art. 193. Como regra, os atos serão públicos, permitin-
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessá- do que qualquer pessoa a eles tenha acesso. Mas há
rias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, processos que tramitam em segredo de justiça, como
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação aqueles estabelecidos pelo art. 189 do CPC:
pecuniária.
d) O julgamento por equidade, no atual ordenamento Art. 189 Os atos processuais são públicos, todavia
processual civil, tornou-se regra geral, em busca da tramitam em segredo de justiça os processos:
138 melhor realização da justiça. I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de cor- § 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prá-
pos, divórcio, separação, união estável, filiação, ali- tica de ato processual ou a realização de audiência
mentos e guarda de crianças e adolescentes; cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
III - em que constem dados protegidos pelo direito
constitucional à intimidade; Veja que o calendário vincula as partes e o juiz, tra-
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre tando-se de ato que produz efeitos em relação a todos
cumprimento de carta arbitral, desde que a confi- os sujeitos do processo.
dencialidade estipulada na arbitragem seja com-
provada perante o juízo.
Art. 192 Em todos os atos e termos do processo é
obrigatório o uso da língua portuguesa.
Nesses casos, o acesso aos autos se dará somente Parágrafo único. O documento redigido em lín-
às partes e seus procuradores, além dos membros do gua estrangeira somente poderá ser juntado aos
Poder Judiciário (juiz e auxiliares). autos quando acompanhado de versão para a lín-
Uma questão interessante diz respeito aos negó- gua portuguesa tramitada por via diplomática ou
cios jurídicos processuais, espécie de ato processual pela autoridade central, ou firmada por tradutor
pela qual as partes dispõem sobre mudanças no pro- juramentado.
cedimento para ajustá-lo às particularidades de seu
caso. O art. 192 determina que nos atos e termos do pro-
Imagine que as partes queiram estipular a mudan- cesso se observe a língua portuguesa ou, caso assim
ça dos prazos, que todos que se derem no curso da não seja, deverão vir acompanhados da respectiva
fase de conhecimento – etapa destinada a certificar tradução.
o direito controvertido – sejam de cinco dias, ou que
não haverá recurso contra decisões interlocutórias Da Prática Eletrônica dos Atos Processuais
(como o agravo de instrumento), reservando o duplo
grau de jurisdição apenas para o recurso contra a sen- Os atos processuais podem ser praticados em
tença (apelação). autos físicos ou eletrônicos. Autos dizem respeito à
Veja a expressa disposição do art. 190 do CPC, que
documentação dos atos processuais, cabendo aqui
trata dos negócios jurídicos processuais:
diferenciar alguns termos já citados:
Art. 190 Versando o processo sobre direitos que
admitam autocomposição, é lícito às partes ple- z Processo: Instrumento pelo qual o Estado atua
namente capazes estipular mudanças no procedi- para aplicar o ordenamento jurídico;
mento para ajustá-lo às especificidades da causa z Procedimento: Algo mais formal, sendo visto
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, facul- como a sequência de atos processuais que permi-
dades e deveres processuais, antes ou durante o tirão ao Estado aplicar o Direito. É a forma como o
processo. processo se exterioriza;
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz z Autos: Documentação dos atos processuais. Os autos
controlará a validade das convenções previstas
é que são consultados pelos sujeitos do processo.
neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos
casos de nulidade ou de inserção abusiva em con-
trato de adesão ou em que alguma parte se encon- Atualmente, os atos processuais podem ser prati-
tre em manifesta situação de vulnerabilidade. cados de forma eletrônica; o CPC/2015 trata dessa prá-
tica em seus arts. 193 a 199. Mas antes de o CPC/2015
Veja que o Código dá ao juiz o poder de controlar a tratar dessa questão, já existia a Lei nº 11.419/2006,
validade do negócio jurídico processual, que declara- regulando a informatização do processo judicial civil,
rá eventuais nulidades ou abusividades, além da desi- penal, trabalhista e nos juizados especiais, em qual-
gualdade caso uma das partes esteja em situação de quer grau de jurisdição.
manifesta vulnerabilidade. A prática eletrônica de atos processuais pode ser
O CPC/2015 ainda trata da calendarização proces- total ou parcial, como diz o art. 193 do CPC:
sual como mais uma oportunidade de as partes defi-
nirem o tempo para a prática de atos processuais. Art. 193 Os atos processuais podem ser total ou
As partes podem definir data para a prática de atos parcialmente digitais, de forma a permitir que
processuais, como uma audiência, a produção de uma sejam produzidos, comunicados, armazenados e
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
prova etc. Claramente, pode haver um ganho na efi- validados por meio eletrônico, na forma da lei.
ciência do processo, contribuindo decisivamente para Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se,
a garantia da razoável duração do processo, que é no que for cabível, à prática de atos notariais e de
princípio constitucional garantido no inciso LXXVIII registro.
do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
Essa possibilidade de instituir calendário para a Esse tratamento misto do CPC deve-se, evidente-
prática de atos processuais está definida no art. 191 mente, à diversidade de níveis de informatização exis-
do CPC: tente no sistema jurisdicional. A duplicidade é notada,
inclusive, em regra do próprio CPC, como a do § 2º do
Art. 191 De comum acordo, o juiz e as partes
art. 229, que fixa prazo em dobro para o litisconsórcio
podem fixar calendário para a prática dos atos pro-
cessuais, quando for o caso. quando as partes tiverem diferente procuradores, o
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os que se aplica apenas em autos físicos (de papel) (BAH-
prazos nele previstos somente serão modificados IA, A.; NUNES, D.; PEDRON, F. Q. Teoria geral do pro-
em casos excepcionais, devidamente justificados. cesso. Salvador: JusPodivm, 2020, p.741). 139
Dica É fato que o sistema utilizado para o processo ele-
trônico pode apresentar erros ou problemas técnicos,
As disposições sobre a prática eletrônica dos
tornando-se temporariamente indisponível. Se isso
atos processuais podem ser aplicadas aos ser- ocorrer, haverá a denominada justa causa, permitin-
viços notariais e de registro. do que a prática do ato ocorra em momento posterior.
O CPC/2015 diz que, verificada a justa causa, o juiz per-
Nessa temática, é importante conhecer alguns ter- mitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar
mos próprios do processo eletrônico, como os mencio- (§ 2º do art. 223,). Já a Lei nº 11.419/2006 diz que a
nados no § 2º do art. 1º da Lei nº 11.419/2006: indisponibilidade do sistema prorroga o prazo para o
próximo dia útil subsequente à resolução do proble-
Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação de ma (§ 2º do art. 10).
processos judiciais, comunicação de atos e trans-
missão de peças processuais será admitido nos ter- Art. 197 Os tribunais divulgarão as informações
mos desta Lei. constantes de seu sistema de automação em pági-
[...] na própria na rede mundial de computadores,
§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se: gozando a divulgação de presunção de veracidade
I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamen- e confiabilidade.
to ou tráfego de documentos e arquivos digitais; Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do
II - transmissão eletrônica toda forma de comu- sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça
nicação a distância com a utilização de redes de responsável pelo registro dos andamentos, poderá
comunicação, preferencialmente a rede mundial de ser configurada a justa causa prevista no art. 223,
computadores; caput e § 1º.
III - assinatura eletrônica as seguintes formas de
identificação inequívoca do signatário: O processo eletrônico, como medida eficaz de pres-
a) assinatura digital baseada em certificado digital tação jurisdicional, é um direito não só das partes, mas
emitido por Autoridade Certificadora credenciada,
de todos os jurisdicionados, isto é, de todos aqueles que
na forma de lei específica;
se servem do Poder Judiciário na busca de seus direi-
b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciá-
tos. Por isso, o CPC/2015 ainda trata da acessibilidade
rio, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.
ampla ao sistema, como se dá nos arts. 198 e 199:
Vale destacar a importância dos arts. 194 e 195 do Art. 198 As unidades do Poder Judiciário deverão
CPC, no sentido de que a forma eletrônica dos atos pro- manter gratuitamente, à disposição dos interessa-
cessuais deve garantir o devido processo legal, princí- dos, equipamentos necessários à prática de atos
pio máximo do Direito Processual. Assim dispõem: processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e
aos documentos dele constantes.
Art. 194 Os sistemas de automação processual Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por
respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a meio não eletrônico no local onde não estiverem dis-
participação das partes e de seus procuradores, ponibilizados os equipamentos previstos no caput.
inclusive nas audiências e sessões de julgamento, Art. 199 As unidades do Poder Judiciário assegu-
observadas as garantias da disponibilidade, inde- rarão às pessoas com deficiência acessibilidade
pendência da plataforma computacional, acessibi- aos seus sítios na rede mundial de computadores,
lidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à
dados e informações que o Poder Judiciário admi- comunicação eletrônica dos atos processuais e à
nistre no exercício de suas funções. assinatura eletrônica.
Art. 195 O registro de ato processual eletrônico
deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão Veja que a prática do ato processual por meio
aos requisitos de autenticidade, integridade, tempo- eletrônico exige da parte ainda mais um requisito: o
ralidade, não repúdio, conservação e, nos casos que certificado emitido por Autoridade Certificadora cre-
tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, denciada na forma da lei específica.
observada a infraestrutura de chaves públicas uni-
ficada nacionalmente, nos termos da lei. Atos das Partes
A previsão das funções e atos praticados pelo escri- CERTIFICO e dou fé de que em cumprimento às
vão ou chefe de secretaria está entre os arts. 150 e 153, Normas de Serviço da E. Corregedoria Geral da Jus-
além dos arts. 206 a 211, todos do CPC. Além dessas tiça, formei o « nº »º volume dos autos do processo
normas, as leis de organização judiciárias podem dis- nº « nº » que se inicia às folhas « nº ». Nada mais.
por sobre as funções desses profissionais. São Paulo, « dia » de « mês » de « ano ». Eu, _________
Incumbe ao escrivão ou chefe de secretaria, nos « nome » (« matrícula »), « cargo », subscrevi.
termos do art. 152 do CPC:
Assim, os atos de citação, penhora, avaliação, bus- São prazos materiais aqueles que se relacionam ao
ca e apreensão, por exemplo, poderão ser realizados exercício de um direito material, como o de reclamar
fora da sede do juízo. Já as audiências, juntada de a anulação de um contrato ou vício em um produto.
documentos, expedição de mandados e ofícios são Também são de direito material os prazos prescricio-
praticados, em regra, na sede do juízo. nais (arts. 205 e 206 do Código Civil) e decadenciais
(art. 26 do Código de Defesa do Consumidor). Já os pra-
DOS PRAZOS zos processuais referem-se às providências a serem
tomadas dentro do processo, como o prazo de contes-
O processo se movimenta por impulso oficial, isto tação, de impugnação, de indicar assistente técnico,
é, o órgão judiciário tem o dever de dar andamento ao de pagar a quantia objeto da execução etc.
processo, uma vez iniciado. Para possibilitar isso, a lei Um instituto a ser levado em conta em matéria de
estabelece prazos para a prática dos atos processuais. prazos é a chamada preclusão. A preclusão pode ser
Prazo é o lapso temporal (compreendido entre o definida como “a perda de uma situação jurídica ati-
termo inicial e o termo final) para a prática dos atos va processual: seja a perda de poder processual das
processuais. Os prazos legais são estabelecidos pela partes, seja a perda de um poder do juiz” (DIDIER JR.,
lei. Caso nem a lei nem o juiz estipulem o prazo, ele 2016, p. 425). Considerando que o processo se desen-
será de 5 dias para a prática do ato processual. volve progressivamente (isto é, para frente, visando
um fim, que é o provimento jurisdicional), a preclusão
Art. 218 Os atos processuais serão realizados nos funciona como um meio de manter essa marcha.
prazos prescritos em lei. A preclusão refere-se à impossibilidade, por exem-
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os plo, de praticar um ato processual, seja porque já se
prazos em consideração à complexidade do ato. praticou (preclusão consumativa), seja porque decor-
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as reu o prazo ou momento para sua prática (preclusão
intimações somente obrigarão a comparecimento temporal). Esta pode ser verificada no art. 223 do CPC:
após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determina- Art. 223 Decorrido o prazo, extingue-se o direito de
do pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a praticar ou de emendar o ato processual, indepen-
prática de ato processual a cargo da parte. dentemente de declaração judicial, ficando assegu-
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado rado, porém, à parte provar que não o realizou por
antes do termo inicial do prazo. justa causa.
Uma inovação trazida pelo CPC/2015 diz respeito A preclusão consumativa impede que a parte cor-
à contagem de prazo somente em dias úteis (art. 219), rija, modifique, altere ou complemente o ato proces-
o que se aplica somente a prazos de natureza proces- sual já praticado. O CPC possui alguns dispositivos dos
sual, não aos de natureza material. quais é possível extrair essa noção:
Art. 219 Na contagem de prazo em dias, estabeleci- Art. 200 Os atos das partes consistentes em decla-
do por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os rações unilaterais ou bilaterais de vontade produ-
dias úteis. zem imediatamente a constituição, modificação ou
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se extinção de direitos processuais.
somente aos prazos processuais. Art. 494 Publicada a sentença, o juiz só poderá
Art. 220 Suspende-se o curso do prazo processual alterá-la:
nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da
de janeiro, inclusive. parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados II - por meio de embargos de declaração.
instituídos por lei, os juízes, os membros do Minis-
tério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Há, ainda, a chamada preclusão lógica, que veda
Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas comportamento contraditório no processo, ou seja,
atribuições durante o período previsto no caput . afasta a possibilidade de se postular algo em afron-
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realiza-
ta ou incompatibilidade com posição anteriormen-
rão audiências nem sessões de julgamento.
te adotada ou ato praticado. Podemos verificar essa
Art. 221 Suspende-se o curso do prazo por obstá-
culo criado em detrimento da parte ou ocorrendo noção no art. 276 do CPC:
qualquer das hipóteses do art. 313 , devendo o pra-
zo ser restituído por tempo igual ao que faltava Art. 276 Quando a lei prescrever determinada for-
para sua complementação. ma sob pena de nulidade, a decretação desta não
Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
a execução de programa instituído pelo Poder Judi-
ciário para promover a autocomposição, incum- É importante saber que, também se fala na pre-
bindo aos tribunais especificar, com antecedência, clusão para o juiz pro judicato, no sentido de que
144 a duração dos trabalhos. não poderia o juiz modificar seu entendimento sem
motivo ou fundamentação idônea, pois isso ofende- juízo. Além disso, tais entidades não possuem a auto-
ria a segurança jurídica. A questão é polêmica. De nomia de escolherem as causas em que vão litigar,
um lado, deve sim o juiz evitar comportamentos con- pois sua atuação decorre da lei e da Constituição.
traditórios, que traduzam insegurança jurídica, caso Assim, é uma forma de otimizar o fluxo de trabalho
revise decisões já proferidas. Mas, por outro, há pre- desses profissionais.
visão legal para, por exemplo, o juiz rever decisões de A contagem do prazo respeita o art. 231 do CPC,
natureza provisória, como a tutela de urgência, desde que assim estabelece:
que o faça fundamentadamente e em observância ao
devido processo legal. Art. 231 Salvo disposição em sentido diverso, con-
A contagem dos prazos deve ser orientada pelo art. sidera-se dia do começo do prazo:
223 do CPC, segundo o qual, em regra, os prazos serão I - a data de juntada aos autos do aviso de recebi-
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia mento, quando a citação ou a intimação for pelo
do vencimento. O § 3º do mencionado dispositivo esta- correio;
belece que a contagem do prazo terá início no primei- II - a data de juntada aos autos do mandado cum-
ro dia útil que seguir ao da publicação. Tratamos de prido, quando a citação ou a intimação for por ofi-
exemplificar por completo essa contagem no calendá- cial de justiça;
rio adiante reproduzido, no qual é possível verificar a III - a data de ocorrência da citação ou da intima-
data da intimação, o termo inicial do prazo e o termo ção, quando ela se der por ato do escrivão ou do
final. chefe de secretaria;
Os prazos podem ser classificados da seguinte IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada
forma: pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por
edital;
z Peremptórios: São imperativos e não admitem V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação
prorrogação. Exemplos: contestar, recorrer; ou da intimação ou ao término do prazo para que
z Dilatórios: Admitem prorrogação; a consulta se dê, quando a citação ou a intimação
z Próprios: Das partes, sujeitos à preclusão; for eletrônica;
z Impróprios: Do juiz e seus auxiliares. VI - a data de juntada do comunicado de que trata
o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada
Nessa última hipótese, veja-se o disposto no art. da carta aos autos de origem devidamente cumpri-
226 do CPC: da, quando a citação ou a intimação se realizar em
cumprimento de carta;
Art. 226 O juiz proferirá: VII - a data de publicação, quando a intimação se
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por
dias; meio da retirada dos autos, em carga, do cartório
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.
ou da secretaria.
Art. 218 [...] § 4º. Será considerado tempestivo o ato
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do come-
praticado antes do termo inicial do prazo.
ço do prazo para contestar corresponderá à última
das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
Exemplo do art. 218: se a parte apresentar o
recurso depois de prolatada a sentença, mas antes
A forma de computar o prazo está estabelecida
de sua publicação oficial, o recurso será considerado
tempestivo. no art. 224 do CPC, dispondo que, em regra, os prazos
Os prazos para os litisconsortes que tiverem dife- serão contados excluindo o dia do começo e incluindo
rentes procuradores, de escritórios de advocacia dis- o dia do vencimento, não se iniciando ou encerrando
tintos, serão contados em dobro para todas as suas em dia não útil.
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, inde-
pendentemente de requerimento. Litisconsórcio é a Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos
pluralidade de partes na relação processual. Ele pode serão contados excluindo o dia do começo e incluin-
ser ativo (pluralidades de autores), passivo (pluralida- do o dia do vencimento.
de de réus) ou misto (pluralidade de autores e réus) § 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo
quando: serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte,
se coincidirem com dia em que o expediente forense
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
z Entre as partes houver comunhão de direitos ou for encerrado antes ou iniciado depois da hora nor-
de obrigações relativamente à lide; mal ou houver indisponibilidade da comunicação
z Entre as causas houver conexão pelo pedido ou eletrônica.
pela causa de pedir; § 2º Considera-se como data de publicação o pri-
z Ocorrer afinidade de questões por ponto comum meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
de fato ou de direito. informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro
Porém, a regra do prazo em dobro não se aplica se dia útil que seguir ao da publicação.
o processo for eletrônico, pois, evidentemente, o aces-
so pode se dar simultaneamente. Suponha o seguinte exemplo: o dia do começo do
Já os prazos para a Fazenda Pública, o Ministério prazo, contemplando alguma das hipóteses do art. 231,
Público e a Defensoria Pública são contados em dobro como a juntada do mandado, se deu em 08/03/2021.
(arts. 180, 183 e 186). Trata-se de uma prerrogativa Considerando um prazo de 15 dias, o termo inicial do
concedida pela lei a determinados sujeitos, devido prazo se dará no próximo dia útil seguinte, 09/03/2021,
ao interesse público que, como regra, defendem em e seu termo final, em 29/03/2021. 145
◄ FEVEREIRO MARÇO ABRIL ► § 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instau-
ração de processo administrativo, na forma da lei.
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb § 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a
1 2 3 4 5 6 Defensoria Pública poderá representar ao juiz con-
tra o serventuário que injustificadamente exceder
7 8 9 10 11 12 13
os prazos previstos em lei.
14 15 16 17 18 19 20 Art. 234 Os advogados públicos ou privados, o
defensor público e o membro do Ministério Públi-
21 22 23 24 25 26 27 co devem restituir os autos no prazo do ato a ser
praticado.
28 29 30 31
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos
do advogado que exceder prazo legal.
É importante salientar que o CPC ainda prevê a § 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos
no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista
possibilidade da parte renunciar prazo que somente
fora de cartório e incorrerá em multa correspon-
a ele aproveita. Vejamos: dente à metade do salário-mínimo.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à
Art. 225 A parte poderá renunciar ao prazo esta- seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para
belecido exclusivamente em seu favor, desde que o procedimento disciplinar e imposição de multa.
faça de maneira expressa. § 4º Se a situação envolver membro do Ministério
Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia
Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao
Outras disposições do Código de Processo Civil
agente público responsável pelo ato.
ralativas aos prazos que são essenciais para o seu § 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao
estudo: órgão competente responsável pela instauração
de procedimento disciplinar contra o membro que
Art. 227 Em qualquer grau de jurisdição, havendo atuou no feito.
motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual Art. 235 Qualquer parte, o Ministério Público ou a
tempo, os prazos a que está submetido. Defensoria Pública poderá representar ao correge-
dor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça
Art. 228 Incumbirá ao serventuário remeter os
contra juiz ou relator que injustificadamente exce-
autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar der os prazos previstos em lei, regulamento ou regi-
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, con- mento interno.
tado da data em que: § 1º Distribuída a representação ao órgão compe-
I - houver concluído o ato processual anterior, se tente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso
lhe foi imposto pela lei; de arquivamento liminar, será instaurado proce-
II - tiver ciência da ordem, quando determinada dimento para apuração da responsabilidade, com
pelo juiz. intimação do representado por meio eletrônico
para, querendo, apresentar justificativa no prazo
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará
de 15 (quinze) dias.
o dia e a hora em que teve ciência da ordem referida § 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabí-
no inciso II. veis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apre-
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada sentação ou não da justificativa de que trata o § 1º,
de petições ou de manifestações em geral ocorrerá se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator
de forma automática, independentemente de ato de no Conselho Nacional de Justiça determinará a inti-
serventuário da justiça. mação do representado por meio eletrônico para
Art. 229 Os litisconsortes que tiverem diferentes que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao
procuradores, de escritórios de advocacia distin-
substituto legal do juiz ou do relator contra o qual
tos, terão prazos contados em dobro para todas as se representou para decisão em 10 (dez) dias.
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, haven-
do apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por ape-
nas um deles.
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos proces- PROCESSUAIS
sos em autos eletrônicos.
Art. 230 O prazo para a parte, o procurador, a DISPOSIÇÕES GERAIS
Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Minis-
tério Público será contado da citação, da intimação Como decorrência do princípio do devido processo
ou da notificação. legal, o processo se dá em contraditório, necessitando
comunicar às partes para que possam se manifestar.
Além disso, poderá ser necessária a intimação de ter-
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
ceiros para que compareçam ou atuem no processo,
como as testemunhas e os peritos. Para que se efetive
Dos artigos 233 artigos até 235 estão expressas as esses princípios, é necessária a comunicação dos atos
disposições relativas à verificação dos prazos e das processuais.
penalidades aplicáveis às partes. Vejamos: Como regra, os atos processuais serão cumpridos
por ordem judicial. Por vezes, é necessária a prática
Art. 233 Incumbe ao juiz verificar se o serventuário de ato fora dos limites territoriais da unidade onde
excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabeleci- o juiz atua. Se possível, poderão ser praticados por
146 dos em lei. videoconferência ou recurso tecnológico equivalente
de transmissão de áudio e imagem em tempo real (art. DA CITAÇÃO
236 do CPC).
Conceito
Art. 236 Os atos processuais serão cumpridos por
ordem judicial. A citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o
§ 1º Será expedida carta para a prática de atos fora executado ou o interessado para integrar a relação pro-
dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da cessual (Art. 238). A relação jurídica processual será,
seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as então, formada pelos sujeitos parciais (autor e réu) e
hipóteses previstas em lei. pelo Estado-juiz (sujeito imparcial). Com a citação, for-
§ 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele ma-se a relação jurídica processual:
vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos
limites territoriais do local de sua sede.
Juiz
§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por
meio de videoconferência ou outro recurso tecno-
lógico de transmissão de sons e imagens em tempo
real.
Autor Réu
Todavia, poderá também ser necessária a expedi-
ção das seguintes cartas (art. 237):
Indispensabilidade da Citação
a) carta de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º
do art. 236. É a carta expedida por órgãos judiciá- A citação é ato de comunicação diretamente rela-
rio superior para ser cumprida por órgãos inferior cionado ao contraditório e à ampla defesa, pois, por
a ele vinculado. meio dela, dá-se a oportunidade à parte demandada
de integrar a relação processual. Por isso, o CPC/2015
Exemplo: o Ministro do STF expede carta de ordem considera-a indispensável, exceto se for o caso de
para que o juízo da Comarca de São Paulo ouça uma indeferimento da petição inicial (art. 331) ou rejeição
testemunha localizada nessa cidade; liminar do pedido (art. 332).
Acerca da citação é importante saber:
b) carta rogatória, para que órgão jurisdicional
estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica Art. 239 Para a validade do processo é indispensá-
internacional, relativo a processo em curso perante vel a citação do réu ou do executado, ressalvadas
órgão jurisdicional brasileiro. as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou
de improcedência liminar do pedido.
Exemplo: juízo da Comarca de São Paulo expede § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do
uma carta rogatória para que seja ouvida uma teste- executado supre a falta ou a nulidade da citação,
munha residente na Alemanha, pela autoridade judi- fluindo a partir desta data o prazo para apresen-
ciária alemã; tação de contestação ou de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se
c) carta precatória, para que órgão jurisdicional de processo de:
brasileiro pratique ou determine o cumprimento, I - conhecimento, o réu será considerado revel;
na área de sua competência territorial, de ato rela- II - execução, o feito terá seguimento.
tivo a pedido de cooperação judiciária formulado
por órgão jurisdicional de competência territorial O indeferimento da petição inicial ocorre quando
diversa. a postulação do autor não satisfizer requisitos míni-
mos, como estudaremos no tópico relativo à petição
Exemplo: juízo da Comarca de São Paulo expede inicial. A rejeição liminar do pedido ocorrerá quando
carta precatória para oitiva de testemunha na Comar- a pretensão do autor contrariar entendimentos vincu-
ca de Ribeirão Preto; lantes dos tribunais. Também trataremos dessas hipó-
teses no item relativo ao procedimento comum.
d) carta arbitral, para que órgão do Poder Judi- O comparecimento espontâneo do réu ou executa-
ciário pratique ou determine o cumprimento, na do supre a falta ou nulidade de citação, bem como dá
área de sua competência territorial, de ato objeto início à fluência do prazo de defesa (§ 1º do art. 239).
de pedido de cooperação judiciária formulado por Entende-se por comparecimento espontâneo quando
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação o réu apresenta defesa ou constitui procurador nos
de tutela provisória.
autos, presumindo-se que tomou conhecimento da
pretensão do autor.
Exemplo: juízo arbitral solicita cooperação do
Judiciário a fim de oficiar órgão público para obten- Efeitos da Citação
ção de valores em instituição financeira para integrar
inventário ou negociação. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo
Se o ato relativo a processo em curso na justiça incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a
federal ou em tribunal superior houver de ser pratica- coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o dis-
do em local onde não haja vara federal, a carta poderá posto nos arts. 397 e 398 do Código Civil (caput do art.
ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca. 240, do CPC).
(Parágrafo único, do art. 237, do CPC). Outro importante efeito decorre do despacho
A citação e a intimação são os mais importantes judicial que ordena a citação, capaz de interromper
atos de comunicação, sobre os quais passaremos a tra- o curso do prazo prescricional, sendo a interrupção
tar adiante. retroativa à data da propositura da ação. 147
Art. 240 [...] Art. 202 A interrupção da prescrição, que somente
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo des- poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
pacho que ordena a citação, ainda que proferido I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que
por juízo incompetente, retroagirá à data de pro- ordenar a citação, se o interessado a promover no
positura da ação. prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez)
III - por protesto cambial;
dias, as providências necessárias para viabilizar a IV - pela apresentação do título de crédito em juízo
citação, sob pena de não se aplicar o disposto no de inventário ou em concurso de credores;
§ 1º. V - por qualquer ato judicial que constitua em mora
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora impu- o devedor;
tável exclusivamente ao serviço judiciário. VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extraju-
§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se dicial, que importe reconhecimento do direito pelo
à decadência e aos demais prazos extintivos previs- devedor.
tos em lei. Parágrafo único. A prescrição interrompida reco-
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de meça a correr da data do ato que a interrompeu, ou
do último ato do processo para a interromper.
mérito proferida em favor do réu antes da cita-
ção, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria
O efeito, como se vê, é o recomeço da contagem
comunicar-lhe o resultado do julgamento.
do prazo, desde seu início. Imagine um prazo de cin-
co anos para exercício da cobrança de uma dívida. No
A citação válida é aquela realizada com conformi- quarto ano desse prazo, ocorre uma das causas inter-
dade aos requisitos legais. A seguir, serão abordadas ruptivas, motivo pelo qual o prazo quinquenal mencio-
as diversas espécies de citação; em cada uma delas, nado volta a correr do início. E uma das hipóteses de
há alguns requisitos a serem observados. Para que a interrupção é justamente pelo despacho que ordena a
citação se aperfeiçoe, devem ser observadas as forma- citação, desde que esta se materialize no prazo assina-
lidades inerentes a cada modalidade citatória. lado e de forma válida. É evidente que eventuais atra-
O Código ainda trata da citação ordenada por juízo sos decorrentes do próprio judiciário não prejudicarão
incompetente. As regras de competência definem qual a parte autora pela consumação da prescrição.
órgão judiciário é subjetivamente capaz a analisar o Assim, proferido o despacho ordenando a citação e
litígio, conforme regras estabelecidas na Constituição sendo esta realizada, seu efeito interruptivo retroagi-
Federal e na lei. Se for incompetente, haverá descum- rá à dada da propositura da ação. Vejamos: se a consu-
mação do prazo prescricional de uma pretensão esteja
primento de um pressuposto processual de validade.
prevista para 16/04/2021 e a parte propõe a ação em
Entretanto, mesmo o juízo incompetente poderá orde-
15/04/2021, mas o despacho e a citação somente ocor-
nar a citação do réu, até porque, em alguns casos, a rem, respectivamente em 23 e 30/04/2021, podemos
incompetência poderá ser arguida (alegada) pelo réu falar em interrupção da prescrição? É certo que sim,
quando comparecer ao processo. pois o efeito interruptivo retroage (retorna a momen-
Com a citação, forma-se a relação jurídica processual, to passado) à data da propositura da ação.
consolidando-se os elementos da ação: parte, causa de
pedir e pedido. Com isso, é possível verificar se existem Impedimento Legal para a Citação
ações idênticas em andamento, envolvendo os mesmos
elementos. Se houver, estaremos diante da litispendên- Apesar de ser um dos atos mais importantes do
cia, devendo a ação posterior ser extinta em virtude da processo, a citação não poderá ser realizada em qual-
identidade com ação anteriormente proposta. quer ocasião. O CPC/2015 dispõe de alguns casos em
O bem eventual objeto do litígio é a mencionada “coi- que não poderá ser realizada a citação, exceto para
sa litigiosa”, a qual estará sujeita aos rumos que forem evitar o perecimento do direito.
tomados no processo, como, por exemplo, a partilha, a O perecimento é a perda do direito que leva à
reintegração de posse e a busca e apreensão, que são inutilidade do processo, pois já não é mais capaz de
atos que atingem o bem. Assim, eventual mudança na tutelá-lo. O perecimento de um bem pode ser enten-
titularidade da coisa litigiosa não tem o condão de afetar dido como sua deterioração ou inutilidade depois de
o processo e os direitos das partes sobre esse bem. decorrido certo tempo. Em relação ao direito, pode-
A constituição em mora é efeito decorrente do mos lembrar da prescrição e da decadência, que são
atraso no cumprimento de uma obrigação. Sendo ela causas extintivas de uma pretensão e do próprio direi-
dependente da provocação do autor, eventuais juros to, respectivamente.
moratórios (encargo decorrente da mora no importe
de 1% sobre o valor da obrigação, por exemplo) somen- Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o
te incidirão a partir da citação, momento em que, caso perecimento do direito:
confirmada a pretensão do autor ao final, poderá mar- I - de quem estiver participando de ato de culto
car o momento em que o réu está em atraso. religioso;
Do mesmo modo, a citação dá causa para a inter- II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer
parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha
rupção do prazo prescricional. A prescrição é o prazo
reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia
dado pela lei (normalmente, normas de direito mate-
do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
rial, como o Código Civil, Código de Defesa do Consu- III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes
midor etc.) para o exercício de uma pretensão, a qual ao casamento;
será extinta pela prescrição (art. 189 do Código Civil). IV - de doente, enquanto grave o seu estado;
A interrupção da prescrição ocorrerá antes de con- Art. 245 Não se fará citação quando se verificar que
sumado seu prazo, nas hipóteses estabelecidas pelo o citando é mentalmente incapaz ou está impossibi-
148 Código Civil, a saber: litado de recebê-la.
Por parentes consanguíneos, deve-se entender Neste sentido, vejamos o que dispõe o CPC:
aqueles que têm vínculo biológico e natural, pois liga
as pessoas de mesmo sangue. A seguir, exemplifica- Art. 246 A citação será feita:
mos os diversos graus de parentesco, salientando que I - pelo correio;
o CPC/2015 faz referência apenas até o segundo grau: II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citan-
LINHA RETA LINHA RETA do comparecer em cartório;
LINHA COLATERAL
(ASCENDENTES) (DESCENDENTES) IV - por edital;
1º grau: não existe V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
4º grau: trisavós 1º grau: filhos parente de primeiro § 1º Com exceção das microempresas e das empre-
grau sas de pequeno porte, as empresas públicas e priva-
3º grau: bisavós 2º grau: netos 2º grau: irmãos das são obrigadas a manter cadastro nos sistemas
3º grau: tios e de processo em autos eletrônicos, para efeito de
2º grau: avós 3º grau: bisnetos recebimento de citações e intimações, as quais
sobrinhos
4º grau: tios avós,
serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
1º grau: pais 4º grau: trinetos primos, sobrinhos § 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Esta-
netos dos, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entida-
des da administração indireta.
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinan-
Já o parentesco por afinidade é constituído com o
tes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver
casamento ou união estável, e se limita aos ascenden- por objeto unidade autônoma de prédio em condo-
tes, descendentes e irmãos do cônjuge. mínio, caso em que tal citação é dispensada.
Pelo Correio Trata-se de citação real pois sua validade está con-
dicionada à entrega de correspondência à pessoa a
Real
Por Oficial de ser citada. Pode se realizar para qualquer comarca do
Justiça
país, exceto (art. 247):
Por Meio
Eletrônico Art. 247 A citação será feita pelo correio para qual
MODALIDADES DE quer comarca do país, exceto:
CITAÇÃO I - Nas ações de estado, observado o disposto no §
Por Edital
3º do art. 695;
II - Quando o citando for incapaz;
Ficta Por Hora Certa III - Quando o citando for pessoa de direito público;
IV - Quando o citando residir em local não atendido
pela entrega domiciliar de correspondência;
Por Escrivão ou
Chefe de Secretária
V - Quando o autor, justificadamente, a requerer de
outra forma. 149
A citação por correio deve observar alguns requi- Para que o oficial de justiça cumpra essa citação, é
sitos (caput do art. 248): cópias da petição inicial e do necessária a expedição de um mandado de citação,
despacho do juiz e comunicar o prazo para resposta, o ato de comunicação que será objeto de cumprimento
endereço do juízo e o respectivo cartório. pelo referido auxiliar.
Como já previsto pelo CPC/2015, cabe ressaltar a Os requisitos do mandado estão no art. 250 do CPC:
aplicação da Súmula nº 429 do Superior Tribunal de
Justiça: A citação postal, quando autorizada por lei, Art. 250 O mandado que o oficial de justiça tiver de
exige o aviso de recebimento. cumprir conterá:
E complementa o Código de Processo Civil: I - os nomes do autor e do citando e seus respectivos
domicílios ou residências;
Art. 248 Deferida a citação pelo correio, o escrivão II - a finalidade da citação, com todas as especifi-
ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias cações constantes da petição inicial, bem como a
da petição inicial e do despacho do juiz e comuni- menção do prazo para contestar, sob pena de reve-
cará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o lia, ou para embargar a execução;
respectivo cartório. III - a aplicação de sanção para o caso de descum-
§ 1º A carta será registrada para entrega ao citan- primento da ordem, se houver;
do, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que IV - se for o caso, a intimação do citando para com-
assine o recibo; parecer, acompanhado de advogado ou de defensor
§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será váli- público, à audiência de conciliação ou de media-
da a entrega do mandado a pessoa com poderes ção, com a menção do dia, da hora e do lugar do
de gerência geral ou de administração ou, ainda, comparecimento;
a funcionário responsável pelo recebimento de V - a cópia da petição inicial, do despacho ou da
correspondências; decisão que deferir tutela provisória;
§ 3º Da carta de citação no processo de conheci- VI - a assinatura do escrivão ou do chefe de secre-
mento constarão os requisitos do art. 250; taria e a declaração de que o subscreve por ordem
§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos do juiz.
com controle de acesso, será válida a entrega do
mandado a funcionário da portaria responsável A citação será por mandado quando não puder ser
pelo recebimento de correspondência, que, entre- realizada por correio (exceções do art. 247) ou quando
tanto, poderá recusar o recebimento, se declarar,
frustrada a citação por correio (art. 249), assim enten-
por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário
dida aquela que não é recebida pelo citando ou, por
da correspondência está ausente.
qualquer outro motivo, não se faz exitosa devido à
mudança de endereço, como visto acima.
Condomínio edilício diz respeito aos condomínios
verticais e aos horizontais, ou seja, coexistem partes
Art. 249 A citação será feita por meio de oficial de
comuns (de uso de todos, como ruas, recepções, ele-
justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em
vadores, áreas de lazer) e áreas exclusivas (unidades
lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.
autônomas pertencentes a cada proprietário). Já em
relação aos loteamentos com controle de acesso, a lei
Ações de estado, referidas no inciso primeiro
contempla qualquer tipo de habitação cujo ingresso
supra, dizem respeito aos direitos da personalidade,
dependa de autorização, como ocorre em portarias ou
como alteração de nome, sexo, nacionalidade etc.,
qualquer outro mecanismo de limitação de acesso.
cabendo referenciar o § 3º do art. 695, (A citação será
feita na pessoa do réu), que trata das ações de família.
z Citação por Oficial de Justiça (por Mandado)
A citação do incapaz, assim considerado pela lei civil
(arts. 3º e 4º do Código Civil), também será realizada
O oficial de justiça é um auxiliar do juízo, cujas pessoalmente.
atribuições estão arroladas no art. 154 do CPC: A citação das pessoas jurídicas de direito público
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios, além
Art. 154 Incumbe ao oficial de justiça: das autarquias e fundações públicas de direito públi-
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras,
co) não poderá ser realizada pelos correios. O inciso
arrestos e demais diligências próprias do seu ofício,
IV diz respeito à impossibilidade fática ou material
sempre que possível na presença de 2 (duas) teste-
munhas, certificando no mandado o ocorrido, com
da citação postal, em locais não atendidos pelo servi-
menção ao lugar, ao dia e à hora; ço de correio. E o último inciso trata da manifestação
II - executar as ordens do juiz a que estiver do autor pela citação de outro modo, ainda que a lei
subordinado; admita a citação postal.
III - entregar o mandado em cartório após seu A lei ainda estabelece a forma de cumprimento do
cumprimento; mandado de citação:
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
V - efetuar avaliações, quando for o caso; Art. 251 Incumbe ao oficial de justiça procurar o
VI - certificar, em mandado, proposta de autocom- citando e, onde o encontrar, citá-lo:
posição apresentada por qualquer das partes, na I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
ocasião de realização de ato de comunicação que II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
lhe couber. III - obtendo a nota de ciente ou certificando que o
citando não a apôs no mandado.
Veja que dentre as funções está a de realizar pes-
soalmente as citações. Desse fato, conclui-se que a Ainda se permite a citação por oficial de justiça
citação realizada pelo oficial de justiça é uma das em comarcas contíguas de fácil comunicação e nas
modalidades de citação pessoal, já que vai ao encontro que se situem na mesma região metropolitana. Con-
150 do citando, deixando-o ciente da pretensão do autor. tíguas são as comarcas que fazem fronteira, tanto as
vizinhas quanto as que compõem uma mesma região z Citação por Edital
metropolitana.
Há casos em que a citação pessoal ou por carta não
Art. 255 Nas comarcas contíguas de fácil comuni- se consuma, mas o processo não pode tramitar sem a
cação e nas que se situem na mesma região metro- citação, que é requisito de validade da relação proces-
politana, o oficial de justiça poderá efetuar, em sual. Por isso, a lei traz modalidade de citação ficta,
qualquer delas, citações, intimações, notificações, pela qual se publica edital de citação, nas hipóteses do
penhoras e quaisquer outros atos executivos. art. 256 do CPC:
O oficial de justiça possui fé-pública, pelo que se Art. 256 A citação por edital será feita:
presume a legalidade e a veracidade de seus atos. I - quando desconhecido ou incerto o citando;
Assim, eventual questionamento sobre o certificado II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar
pelo Oficial de Justiça deve ser provado pela parte que em que se encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.
alega, já que o mencionado auxiliar possui a presun-
ção em seu favor.
A citação é ficta porque não se dá pessoalmente ao
citando, baseando-se em uma presunção de conheci-
z Citação por Meio Eletrônico
mento por ele.
Desconhecido será o réu quando não se souber
A citação por meio eletrônico pretende ser mais efi- quem deverá ser citado. Incerto, quando não se sabe
ciente, já que a comunicação ao citando torna-se faci- sequer se haverá réu, como ocorre em usucapião
litada, dispensando a expedição de carta ou mandado, (DIDIER JR., 2016).
por exemplo. O processo em autos eletrônicos foi regula- Local ignorado baseia-se no desconhecimento de
mentado pela Lei nº 11.419/2006, a qual previu a comu- onde se encontra o réu. Incerto, quando não se sabe
nicação dos atos por meio eletrônico, assim dispondo: o endereço, apesar do conhecimento de que ele possa
estar em determinado território ou localidade. Ina-
Art. 9º No processo eletrônico, todas as citações, cessível será quando, por fatores alheios, não se possa
intimações e notificações, inclusive da Fazenda chegar onde o réu se encontra. No caso de ser inaces-
Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma sível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de
desta Lei. sua citação será divulgada também pelo rádio, se na
§ 1º As citações, intimações, notificações e remes- comarca houver emissora de radiodifusão.
sas que viabilizem o acesso à íntegra do processo O réu será considerado em local ignorado ou incer-
correspondente serão consideradas vista pessoal
to se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclu-
do interessado para todos os efeitos legais.
sive mediante requisição pelo juízo de informações
§ 2º Quando, por motivo técnico, for inviável o uso
sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públi-
do meio eletrônico para a realização de citação,
intimação ou notificação, esses atos processuais
cos ou de concessionárias de serviços públicos. Aqui,
poderão ser praticados segundo as regras ordiná- poderá haver requisição de informações a instituições
rias, digitalizando-se o documento físico, que deve- financeiras, prestadores de serviços de energia elétri-
rá ser posteriormente destruído. ca, de fornecimento de água, empresas de telefonia etc.
Além das hipóteses acima, a lei exige a publicação
Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o de edital nos casos do art. 259 do CPC:
executado ou o interessado para integrar a relação
Art. 259 Serão publicados editais:
processual. A intimação é o ato pelo qual se dá ciência
I - na ação de usucapião de imóvel;
a alguém dos atos e dos termos do processo. Notifica-
II - na ação de recuperação ou substituição de título
ção é o ato que dá ciência a alguém de uma intenção ao portador;
ou propósito capaz de produzir efeitos jurídicos, como III - em qualquer ação em que seja necessária,
o previsto no art. 726 do CPC. Fala-se em notificação, por determinação legal, a provocação, para par-
ainda, no mandado de segurança (inciso I do art. 7º da ticipação no processo, de interessados incertos ou
Lei nº 12.016/2009), à qual a jurisprudência dá o mes- desconhecidos.
mo efeito da citação. A remessa diz respeito ao envio
de documentos (remessa dos autos). Usucapião é a ação destinada a promover a aquisi-
Já o Código de Processo Civil adota a citação prefe- ção de propriedade móvel ou imóvel em virtude da pos-
rencialmente por esse meio para as empresas públi- se prolongada e sem interrupção, durante determinado
cas e privadas, bem como aos entes e entidades da prazo fixado em lei. A ação de recuperação ou substitui-
Administração Pública Direta – União, Estados, Dis- ção de título ao portador destina-se a resguardar o direi-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
trito Federal e Municípios – e Indireta – autarquias, to daquele que, sendo portador de um título de crédito,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades o tenha perdido ou teve a posse dele retirada.
de economia mista. Há a presunção de que o réu tomou conhecimento
pela publicação de edital, daí falar em citação ficta. O
prazo para defesa inicia-se, assim, no dia útil seguinte
Importante! ao fim da dilação assinada pelo juiz (inciso IV do art.
231 do CPC). Os requisitos do edital estão arrolados no
A citação preferencial por meio eletrônico não se art. 257 do CPC:
aplica às microempresas e empresas de peque-
no porte (§ 1º art. 246 do CPC), assim definidas Art. 257 São requisitos da citação por edital:
pela Lei Complementar 123/2006. Essa lei define I - a afirmação do autor ou a certidão do ofi-
que a microempresa (ME) deve ter o faturamento cial informando a presença das circunstâncias
de até R$ 360 mil por ano, enquanto a empresa autorizadoras;
de pequeno porte (EPP) deve possuir como limi- II - a publicação do edital na rede mundial de com-
te de faturamento até R$ 4,8 milhões por ano. putadores, no sítio do respectivo tribunal e na 151
plataforma de editais do Conselho Nacional de Jus- se tenha ocultado em outra comarca, seção ou sub-
tiça, que deve ser certificada nos autos; seção judiciárias.
III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará § 2º A citação com hora certa será efetivada mes-
entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data mo que a pessoa da família ou o vizinho que houver
da publicação única ou, havendo mais de uma, da sido intimado esteja ausente, ou se, embora presen-
primeira; te, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a
IV - a advertência de que será nomeado curador receber o mandado.
especial em caso de revelia. § 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a deixará contrafé com qualquer pessoa da família ou
publicação do edital seja feita também em jornal vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
local de ampla circulação ou por outros meios, con- § 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a
siderando as peculiaridades da comarca, da seção advertência de que será nomeado curador especial
ou da subseção judiciárias. se houver revelia.
Veja que, no inciso III, estabelece-se o prazo do edi- Para entender o conceito de domicílio, deve-se
tal, cujo término dará início ao prazo para a defesa, na observar o que diz o Código Civil a partir do art. 70,
forma do citado inciso IV do art. 231 do CPC. cabendo mencionar que domicílio é onde a pessoa
estabelece sua residência (elemento objetivo) com
Dica ânimo definitivo (elemento subjetivo).
Na hora designada, o oficial retornará ao local a
O juiz nomeará curador especial ao réu revel fim de efetuar a citação e, se o citando não estiver pre-
citado por edital ou com hora certa, enquanto sente, o oficial de justiça procurará informar-se sobre
não for constituído advogado. Revelia é o fato as razões da ausência, dando por feita a citação, ainda
processual decorrente da não apresentação de que o citando se tenha ocultado em outra comarca,
seção ou subseção judiciárias. Comarca é a unidade
defesa pelo réu. Logo, se ele for citado por edital
judiciária da justiça estadual, enquanto seções ou sub-
e não apresentar defesa, deve-se nomear cura- seções são unidades judiciárias da justiça federal.
dor especial, que consiste na nomeação de um
defensor para que o defenda no processo. Art. 254 Feita a citação com hora certa, o escrivão
ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou
Por fim, o art. 258 do CPC traz uma punição para interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da
aquele que requerer a citação por edital de má-fé. data da juntada do mandado aos autos, carta, tele-
Vejamos: grama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de
tudo ciência.
Art. 258 A parte que requerer a citação por edital,
alegando dolosamente a ocorrência das circuns- z Citação pelo Escrivão ou Chefe de Secretaria
tâncias autorizadoras para sua realização, incor-
rerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo. Além de todas as hipóteses citadas, a citação pode-
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do rá ser realizada pelo escrivão ou chefe de secretaria
citando. sempre que o citando comparecer em cartório (inciso
III do art. 246 do CPC).
z Citação por Hora Certa
DAS CARTAS
A citação por hora certa também é realizada por
oficial de justiça, mas baseia-se em pressupostos O CPC/2015 trata dos requisitos das cartas acima
diversos da citação pessoal. Decorre, na verdade, da citadas:
frustração da citação pessoal por suspeita de oculta-
ção do citando. A questão está bem regulamentada no Art. 260 São requisitos das cartas de ordem, preca-
tória e rogatória:
CPC:
I - a indicação dos juízes de origem e de cumpri-
mento do ato;
Art. 252 Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de II - o inteiro teor da petição, do despacho judicial e
justiça houver procurado o citando em seu domicí- do instrumento do mandato conferido ao advogado;
lio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo III - a menção do ato processual que lhe constitui
suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da o objeto;
família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, IV - o encerramento com a assinatura do juiz.
no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a cita- § 1º O juiz mandará trasladar para a carta quais-
ção, na hora que designar. quer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos desenho ou gráfico, sempre que esses documentos
loteamentos com controle de acesso, será válida a devam ser examinados, na diligência, pelas partes,
intimação a que se refere o caput feita a funcioná- pelos peritos ou pelas testemunhas.
rio da portaria responsável pelo recebimento de § 2º Quando o objeto da carta for exame pericial
sobre documento, este será remetido em original,
correspondência.
ficando nos autos reprodução fotográfica.
Art. 253 No dia e na hora designados, o oficial de § 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos
justiça, independentemente de novo despacho, com- requisitos a que se refere o caput e será instruída
parecerá ao domicílio ou à residência do citando a com a convenção de arbitragem e com as provas da
fim de realizar a diligência. nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o pra-
justiça procurará informar-se das razões da ausên- zo para cumprimento, atendendo à facilidade das
152 cia, dando por feita a citação, ainda que o citando comunicações e à natureza da diligência.
§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ou no cartório do juízo deprecante, a importância
ato de expedição da carta. correspondente às despesas que serão feitas no juí-
§ 2º Expedida a carta, as partes acompanharão zo em que houver de praticar-se o ato.
o cumprimento da diligência perante o juízo des-
tinatário, ao qual compete a prática dos atos de O juiz poderá recusar-se ao cumprimento da carta
comunicação.
§ 3º A parte a quem interessar o cumprimento da
precatória ou arbitral, devolvendo-a com decisão fun-
diligência cooperará para que o prazo a que se refe- damentada. As hipóteses de recusa estão arroladas no
re o caput seja cumprido. art. 267 do CPC:
Veja que em todas as cartas temos dois tipos de juízos: Art. 267 O juiz recusará cumprimento a carta
o de origem (aquele que expede a carta e solicita a coope- precatória ou arbitral, devolvendo-a com decisão
ração), e o de cumprimento do ato (destinatário da solici- motivada quando:
tação, que cumprirá o ato preestabelecido). Por exemplo, I - a carta não estiver revestida dos requisitos
podemos falar em juízo deprecante (que expede a carta) e legais;
juízo deprecado (incumbido de cumprir o ato). II - faltar ao juiz competência em razão da matéria
Em todas as cartas, o juiz fixará o prazo para cum- ou da hierarquia;
primento, atendendo à facilidade das comunicações e III - o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.
à natureza da diligência. Esse prazo pode ser dilata- Parágrafo único. No caso de incompetência em
do, diante das dificuldades do ato. Se for constatado razão da matéria ou da hierarquia, o juiz depreca-
que o ato deva ser praticado em localidade diversa da do, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter
destinatária da carta, esta assumirá caráter itineran- a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
te, podendo ser remetida ao novo juízo que lhe dará
cumprimento, comunicando-se ao órgão expedidos Por fim, dispõe o art. 268 sobre a procedência após
(art. 262 do CPC). atingida a finalidade da carta:
Portanto, as cartas podem possuir caráter itineran-
te, isto é, tramitar por mais de um juízo. Imagine uma Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo
carta precatória expedida de São Paulo para Campi- de origem no prazo de 10 (dez) dias, independente-
nas destinada à citação do réu. O juízo de Campinas mente de traslado, pagas as custas pela parte.
constata a mudança de endereço do réu, que passou a
residir em Belo Horizonte. Em vez de devolver a carta DAS INTIMAÇÕES
ao juízo de origem (São Paulo) poderá remeter ao juí-
zo de Belo Horizonte, pelo que passará a carta a pos- Conceito
suir caráter itinerante. Veja o art. 262 do CPC:
O conceito de intimação está expresso no artigo
Art. 262 A carta tem caráter itinerante, podendo, 269 do CPC, que assim dispõe:
antes ou depois de lhe ser ordenado o cumprimen-
to, ser encaminhada a juízo diverso do que dela Art. 269 Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a
consta, a fim de se praticar o ato. alguém dos atos e dos termos do processo.
Parágrafo único. O encaminhamento da carta a § 1º É facultado aos advogados promover a intima-
outro juízo será imediatamente comunicado ao ção do advogado da outra parte por meio do cor-
órgão expedidor, que intimará as partes. reio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de
intimação e do aviso de recebimento.
Preferencialmente, as cartas devem ser expedidas § 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com
por meio eletrônico, além do telefone ou telegrama, cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
na forma dos arts. 263 do CPC e seguintes: § 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e de suas respectivas autar-
Art. 264 A carta de ordem e a carta precatória por quias e fundações de direito público será realizada
meio eletrônico, por telefone ou por telegrama con- perante o órgão de Advocacia Pública responsável
terão, em resumo substancial, os requisitos mencio- por sua representação judicial.
nados no art. 250, especialmente no que se refere à
aferição da autenticidade. Veja-se que a intimação pode se dirigir a qualquer
Art. 265 O secretário do tribunal, o escrivão ou o pessoa, seja às partes e seus procuradores, seja tercei-
chefe de secretaria do juízo deprecante transmiti- ros alheios ao processo, como a testemunha, o perito
rá, por telefone, a carta de ordem ou a carta preca- etc. Assim, a intimação diferencia-se da citação, a qual
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
tória ao juízo em que houver de se cumprir o ato, é dirigida ao réu (polo passivo). A intimação é ato de
por intermédio do escrivão do primeiro ofício da comunicação de qualquer ato processual, como desig-
primeira vara, se houver na comarca mais de um nação de audiência, publicação de sentença ou acór-
ofício ou de uma vara, observando-se, quanto aos dão, ordens judiciais dirigidas às partes, intimação de
requisitos, o disposto no art. 264. testemunhas para comparecimento em audiência ou
§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo de perito para atuar no processo etc.
dia ou no dia útil imediato, telefonará ou enviará O advogado pode promover a intimação do advo-
mensagem eletrônica ao secretário do tribunal, ao gado da outra parte por meio do correio, juntando aos
escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo depre- autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso
cante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando- de recebimento.
-lhe que os confirme.
§ 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de Intimação da Fazenda Pública
secretaria submeterá a carta a despacho.
Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisi- A intimação da União, dos Estados, do Distrito Fede-
tados por meio eletrônico e de telegrama, devendo a ral, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e
parte depositar, contudo, na secretaria do tribunal fundações de direito público será realizada perante o 153
órgão de Advocacia Pública responsável por sua repre- Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrôni-
sentação judicial. Os órgãos de advocacia pública co, consideram-se feitas as intimações pela publica-
podem ser a própria Advocacia Geral da União ou dos ção dos atos no órgão oficial.
Estados, e as Procuradorias dos respectivos órgãos. § 1º Os advogados poderão requerer que, na inti-
Por exemplo, nos processos em que o Municí- mação a eles dirigida, figure apenas o nome da
pio for parte, será representado pela respetiva pro- sociedade a que pertençam, desde que devidamente
curadoria jurídica, enquanto nos estados tem-se a registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
advocacia geral do respectivo estado como órgão de § 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da
representação. publicação constem os nomes das partes e de seus
advogados, com o respectivo número de inscrição
Forma das Intimações na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim
requerido, da sociedade de advogados.
Como ato garantidor do contraditório e da ampla § 3º A grafia dos nomes das partes não deve conter
defesa, as intimações também possuem requisitos a abreviaturas.
serem observados, sobretudo com relação ao meio de § 4º A grafia dos nomes dos advogados deve cor-
comunicação do ato aos interessados. responder ao nome completo e ser a mesma que
Conforme o art. 270 do CPC, as intimações realizam- constar da procuração ou que estiver registrada na
-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma
Ordem dos Advogados do Brasil.
da lei, sendo exigido do Ministério Público, da Defen-
§ 5º Constando dos autos pedido expresso para que
soria Pública e da Advocacia Pública que mantenham
as comunicações dos atos processuais sejam feitas
cadastro atualizado junto aos sistemas de processos
em nome dos advogados indicados, o seu desaten-
eletrônicos para recebimento de suas intimações.Em
regras o juiz determinará as intimações pendentes de ofí- dimento implicará nulidade.
cio, conforme dispõe o art. 271, do CPC: § 6º A retirada dos autos do cartório ou da secre-
taria em carga pelo advogado, por pessoa creden-
ciada a pedido do advogado ou da sociedade de
Art. 271 O juiz determinará de ofício as intima-
ções em processos pendentes, salvo disposição em advogados, pela Advocacia Pública, pela Defenso-
contrário. ria Pública ou pelo Ministério Público implicará
intimação de qualquer decisão contida no processo
retirado, ainda que pendente de publicação.
Não sendo possível a intimação por meio eletrôni-
§ 7º O advogado e a sociedade de advogados deve-
co, poderá ser realizada por uma das formas de cita-
rão requerer o respectivo credenciamento para a
ção estudadas, especificamente por carta, oficial de
retirada de autos por preposto.
justiça ou pelo próprio escrivão ou chefe de secreta-
§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em
ria. Assim dispõe o CPC/2015:
capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba
praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício
Art. 273 Se inviável a intimação por meio eletrôni-
co e não houver na localidade publicação em órgão for reconhecido.
oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secreta- § 9º Não sendo possível a prática imediata do ato
ria intimar de todos os atos do processo os advoga- diante da necessidade de acesso prévio aos autos, a
dos das partes: parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação,
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do caso em que o prazo será contado da intimação da
juízo; decisão que a reconheça.
II - por carta registrada, com aviso de recebimento,
quando forem domiciliados fora do juízo. Uma inovação trazida pelo CPC/2015, anterior-
[...] mente já contemplada na jurisprudência, é a que se
Art. 275 A intimação será feita por oficial de justiça
refere ao pedido expresso das partes e procuradores
quando frustrada a realização por meio eletrônico
ou pelo correio. para que as comunicações dos atos processuais sejam
§ 1º A certidão de intimação deve conter: feitas em nome dos advogados indicados, ocasião em
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa que seu desatendimento implicará nulidade.
intimada, mencionando, quando possível, o núme- No caso dos autos físicos, a retirada dos autos do
ro de seu documento de identidade e o órgão que cartório ou da secretaria em carga (o ato de retirar
o expediu; o processo da secretaria do juízo) pelo advogado,
II - a declaração de entrega da contrafé; por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da
III - a nota de ciente ou a certidão de que o interes-
sociedade de advogados, pela Advocacia Pública, pela
sado não a apôs no mandado.
§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efe- Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implica-
tuada com hora certa ou por edital. rá intimação de qualquer decisão contida no processo
retirado, ainda que pendente de publicação. Trata-se
A contrafé é uma cópia autêntica e fiel da intima- de hipótese de presunção da intimação, pois a retira-
ção que reproduz exatamente os termos da via que da dos autos induz conhecimento inequívoco dos atos
será devolvida ou juntada aos autos do processo. e termos do processo, dando-se por intimada a parte.
Dispõe ainda o art. 272 que se consideram realiza- O CPC/2015 estabelece a forma de arguir (alegar)
das as intimações pela publicação dos atos no órgão a nulidade de intimação, devendo esta ser feita em
oficial, quando não realizadas por meio eletrônico. capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba pra-
Para assegurar a validade do ato de intimação, sob ticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for
pena de nulidade, é indispensável que da publicação reconhecido. Não sendo possível a prática imediata do
constem os nomes das partes e de seus advogados, ato diante da necessidade de acesso prévio aos autos,
com o respectivo número de inscrição na Ordem dos a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação,
Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da socie- caso em que o prazo será contado da intimação da
154 dade de advogados. decisão que a reconheça.
Aqui, deve-se ficar atento, pois a decisão que em provisória, porque, evidentemente, poderá ser
eventualmente reconhecer a nulidade dará início à modificada ao longo da tramitação do processo, caso
contagem do prazo para a prática do ato que ficara deixem de existir os requisitos que a fundamentaram,
impossibilitado diante do vício. A alegação se dá em o que pode ocorrer após a instrução probatória, por
preliminar, isto é, como tópico inaugural da mani- exemplo, ou na sentença, ocasião em que o juiz torna-
festação da parte, antes que sejam discutidas outras rá sem efeito a tutela concedida, revogando-a. Aqui,
questões pertinentes. nota-se o efeito do tempo no processo, que poderá ser
Não dispondo a lei de outro modo, as intimações danoso à utilidade dos bens jurídicos e dos direitos
serão feitas às partes, aos seus representantes legais, perseguidos pelas partes. Veja o que diz o CPC (2015):
aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo
correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo Art. 296 A tutela provisória conserva sua eficácia
escrivão ou chefe de secretaria (art. 274). Estando a na pendência do processo, mas pode, a qualquer
parte representada por advogado, a intimação será, tempo, ser revogada ou modificada.
por regra, dirigida ao seu procurador. É interessan- Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrá-
te notar nesse ponto uma cláusula que remete à boa- rio, a tutela provisória conservará a eficácia duran-
te o período de suspensão do processo.
-fé da parte, que deverá comunicar ao juízo eventual
mudança de endereço, sob pena de serem considera-
das válidas as intimações dirigidas ao endereço cons- A tutela provisória é o gênero, do qual decorrem
tante dos autos: duas espécies:
Toda ação busca a tutela de um direito material, isto Quanto ao momento das tutelas de urgência,
é, um direito subjetivo ou fundamental, útil aos sujeitos podem ser anteriores à propositura da ação princi-
do processo. Sabe-se que algumas questões podem cau- pal ou serem formuladas juntamente com a petição
sar grave risco à parte, caso se aguarde o provimento inicial ou durante o curso da ação. No primeiro caso,
jurisdicional. Neste sentido, a tutela provisória consti- fala-se em tutela antecedente.
tui um mecanismo processual bastante eficiente. Nos demais, em tutela incidental, a qual ocorre
Imagine um autor que necessite da concessão de quando já está em curso a ação. Mas, se for formula-
um medicamento ou tratamento cuja falta o levará, da concomitantemente à propositura da ação, deve a
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
rapidamente, à morte ou ao agravamento da saúde. tutela de urgência vir formulada em tópico próprio da
Imagine, ainda, um consumidor que teve seu nome petição inicial.
inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, mesmo a
dívida estando paga ou, pior, quando sequer existiu Dica
contrato entre as partes. Essas duas hipóteses são
comuns no Poder Judiciário, assim como o são os pedi- Admite-se a tutela de urgência antecipada recur-
dos de tutela de urgência relativos a elas, seja para a sal quando se busca antecipar o provimento
concessão liminar de um medicamento, seja para jurisdicional a ser concedido no recurso.
autorizar a retirada liminar do nome de um consumi-
dor dos órgãos restritivos. Quando a tutela for requerida em caráter ante-
A tutela provisória é o “provimento jurisdicional cedente, a parte deve recolhê-la no início do proce-
que visa adiantar os efeitos da decisão final no pro- dimento, enquanto que, se for em caráter incidental,
cesso para assegurar o seu resultado prático.”1 Fala-se dispensam-se as custas processuais (Art. 295).
1 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de direito processual civil. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2017, p. 418). 155
Art. 295 A tutela provisória requerida em caráter Art. 300 A tutela de urgência será concedida quan-
incidental independe do pagamento de custas. do houver elementos que evidenciem a probabili-
dade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
O recolhimento das custas processuais constitui resultado útil do processo.
requisito processual objetivo de validade, pois, sem o
devido preparo da ação, não podem as partes deman- A probabilidade do direito é o primeiro requisito,
darem. Assim, a regra é a onerosidade do processo, segundo o qual se deve concluir pela plausibilidade
do direito invocado pela parte, de modo que, ainda em
sendo a gratuidade admitida excepcionalmente.
análise inicial e perfunctória, o juiz se permita con-
O poder geral de cautela está presente nas tutelas
vencer de que é provável que a parte, ao final, ven-
provisórias, sendo que o juiz poderá determinar as
cerá a ação. Essa probabilidade traz a robusta ideia
medidas que considerar adequadas para sua efetiva-
de um direito suficientemente comprovado e seguro,
ção (Art. 297). ao contrário de uma alegação frágil, duvidosa e por
demais controvertida.
Art. 297 O juiz poderá determinar as medidas que O segundo requisito relaciona-se aos efeitos preju-
considerar adequadas para efetivação da tutela diciais que a demora do provimento final pode causar
provisória. à parte e seu direito. O perigo de dano remete à ideia
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória de que a demora no desenrolar do processo poderá
observará as normas referentes ao cumprimento agravar ou ceifar por completo o direito da parte, cor-
provisório da sentença, no que couber. rendo-se o risco de o direito invocado não mais poder
ser protegido ao final. A questão assemelha-se ao ris-
Como de praxe, qualificando-se como elemento co ao resultado útil do processo. Nesse caso, “a tutela
para a validade do pronunciamento judicial, na deci- do direito corre o perigo de não poder ser realizada
são que conceder, negar, modificar ou revogar a tute- – daí a necessidade de satisfazer ou acautelar imedia-
la provisória, o juiz motivará seu convencimento de tamente o direito.”2
modo claro e preciso (Art. 298). A tutela de urgência pode ser concedida liminar-
mente (sem oitiva da parte contrária) ou após justi-
Art. 298 Na decisão que conceder, negar, modificar ficação prévia, ocasião em que poderá ser designada
ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu audiência para esse fim. É importante destacar que a
convencimento de modo claro e preciso. decisão liminar, embora tomada sem a oitiva da par-
te adversa, estará sujeita ao contraditório diferido no
A competência para o requerimento de tutela pro- tempo ou postergado. Nesse caso, a intimação ocor-
visória se estrutura da seguinte forma: rerá após a decisão tomada, ocasião em que a parte
poderá se manifestar e interpor recurso.
z Quando antecedente, deve ser dirigida do juí- A exigência de prévia garantia do juízo está disci-
zo ou tribunal competente para a causa/pedido plina pelo art. 300, § 1º, do CPC, que assim dispõe:
principal;
Art. 300 [...]
z Quando incidental, deve ser dirigida do juízo ou
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz
tribunal em que tramita a causa principal.
pode, conforme o caso, exigir caução real ou fide-
jussória idônea para ressarcir os danos que a outra
Em matéria de recursos, são cabíveis: parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser disci-
plinada se a parte economicamente hipossuficiente
z Agravo de instrumento, se concedida no curso da não puder oferecê-la.
ação como decisão interlocutória;
z Apelação, se concedida na sentença. Dica
Art. 299 A tutela provisória será requerida ao juízo Evidentemente, se a parte é hipossuficiente, a
da causa e, quando antecedente, ao juízo competen- exigência de caução (garantia de valor econômi-
te para conhecer do pedido principal. co) pode ser um obstáculo à tutela de seu direito,
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, a qual, durante o nosso estudo, temos verificado
na ação de competência originária de tribunal e que se trata de uma tutela urgente.
nos recursos a tutela provisória será requerida ao
órgão jurisdicional competente para apreciar o A tutela de urgência de natureza antecipada não
mérito. será concedida quando houver perigo de irreversibili-
dade dos efeitos da decisão.
DA TUTELA DE URGÊNCIA Isso significa que a tutela de urgência será concedi-
da se for possível o retorno ao status quo ante em caso
de revogação ou reforma da decisão que a concedeu.
Disposições Gerais
Reversível é aquela tutela que pode ser desfeita, caso
revogada ou modificada. Assim, a ação que pede a bai-
Conforme o art. 300 do CPC, a tutela de urgência xa de restrição nos órgãos de proteção ao crédito em
será concedida quando houver elementos que eviden- nome do consumidor é reversível, pois, uma vez não
ciem a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o constatada a sua alegação ao longo do processo, é pos-
perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo sível novamente inserir o gravame. No entanto, não
(periculum in mora). seria reversível a decisão que concede tratamento ou
2 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. O novo processo civil. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p.
156 231.
procedimento médico cirúrgico. Por isso, atente-se ao § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º
fato de que o requisito da irreversibilidade não pode deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem inci-
ser visto como absoluto, sob pena de ferir o acesso à dência de novas custas processuais.
justiça e à tutela adequada dos direitos. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste
De qualquer modo, o CPC (2015) é claro ao regular artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que
a recomposição de eventuais danos causados à parte deve levar em consideração o pedido de tutela final.
adversa em virtude de prejuízo decorrente da conces- § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que
são da tutela de urgência: pretende valer-se do benefício previsto no caput deste
artigo.
Art. 302 Independentemente da reparação por § 6º Caso entenda que não há elementos para a con-
dano processual, a parte responde pelo prejuízo cessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional
que a efetivação da tutela de urgência causar à par- determinará a emenda da petição inicial em até 5
te adversa, se: (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o pro-
I - a sentença lhe for desfavorável; cesso ser extinto sem resolução de mérito.
II - obtida liminarmente a tutela em caráter ante-
cedente, não fornecer os meios necessários para a z Procedimento
citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em A petição inicial da tutela antecipada requerida em
qualquer hipótese legal; caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou pres- exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e
crição da pretensão do autor.
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos
O autor também terá de indicar o valor da causa, que
autos em que a medida tiver sido concedida, sem-
pre que possível. deve levar em consideração o pedido de tutela final.
Nos casos em que a urgência for contemporânea à
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se
Do Procedimento da Tutela Antecipada Requerida
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação
em Caráter Antecedente
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do
z Definição da tutela antecipada
risco ao resultado útil do processo. Nesse caso, o autor
limita-se a formular o pedido de tutela de urgência,
A tutela antecipada refere-se à proteção do direito relatando as circunstâncias que tornam seu direito
material em caráter antecipado ao provimento final. provável e o motivo pelo qual a demora do processo
Trata-se da proteção de um direito feito de forma adian- pode lhe causar grave prejuízo. Aqui, ele não elabora
tada à sentença, ou seja, a tutela vem antes do provi- a petição inicial por completo, devendo informar ao
mento jurisdicional definitivo, desde que preenchidos juiz, o qual trará a totalidade das questões fáticas e
os requisitos anteriormente estudados. O que se anteci- jurídicas em momento posterior. Assim, a tutela é for-
pa é a própria tutela jurisdicional, no todo ou em parte. mulada antes de se propor a ação principal.
Embora assim seja, não significa que a tutela será Imagine que houve o protesto indevido de um
definitiva, pois, como vimos, trata-se de uma medida título em nome do autor. Imediatamente, ele propõe
caracterizada pela provisoriedade. Tutela definitiva a tutela antecipada para sustar (suspender) os efeitos
somente ocorrerá quando a cognição por exauriente, do protesto, informando, na petição de tutela, que for-
o que ocorre na sentença. Por cognição exauriente mulará, posteriormente, o pedido principal de anula-
entenda-se a possibilidade de o juiz aprofundar-se no ção do título e eventual indenização por danos morais.
caso, conhecer do direito discutido e todas as contro- Pode, ainda, ser formulada essa tutela para submeter
vérsias a ele relacionadas e, somente ao final, estar uma pessoa à cirurgia de urgência, garantindo, desde
apto a julgar plenamente o caso. logo, o seu direito. Desse caso hipotético, surgem duas
Na tutela provisória, a cognição é perfunctória, possibilidades:
superficial, baseada em elementos indicativos de que
o direito do autor prevalecerá sobre o do réu.
Se concedida a tutela antecipada;
Art. 303 Nos casos em que a urgência for contem-
O autor deverá aditar a petição inicial, com a com-
porânea à propositura da ação, a petição inicial
plementação de sua argumentação, a juntada de novos
pode limitar-se ao requerimento da tutela anteci-
documentos e a confirmação do pedido de tutela final,
pada e à indicação do pedido de tutela final, com a
em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o
exposição da lide, do direito que se busca realizar e
juiz fixar, o que deverá ocorrer nos mesmos autos,
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
de 5 (cinco) dias.
ção final da demanda, ou ulterior decisão judicial,
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo
deve ser mantida.
legal, observar-se-á o procedimento comum.
(TJMG - Agravo de Instrumento-Cv 1.0396.18.005374-8/002,
Relator(a): Des.(a) Márcio Idalmo Santos Miranda , 9ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 03/03/2020, publicação da súmula em z Pedido principal
10/03/2020)
Ponto importante a se destacar diz respeito à
Além disso, pode ser utilizada para a exibição de formulação do pedido principal. Pela sistemática do
documentos: Código revogado, havia necessidade de instaurar
nova relação processual, ou seja, propor a ação prin-
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXIBIÇÃO cipal autônoma. Já com o CPC (2015) aboliu-se essa
INCIDENTAL DE DOCUMENTOS - ART. 397 DO CPC exigência, determinando que:
- DOCUMENTOS PESSOAIS - TUTELA DE URGÊNCIA
- PROBABILIDADE DO DIREITO - PERIGO DE DANO Art. 308 Efetivada a tutela cautelar, o pedido prin-
- ART. 300 DO CPC - REQUISITOS - PRESENÇA. cipal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 159
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos Entretanto, não impede que, sob novo fundamen-
mesmos autos em que deduzido o pedido de tute- to (fato ou alegação nova), seja formulada nova tutela
la cautelar, não dependendo do adiantamento de cautelar.
novas custas processuais.
Como vimos, essas tutelas podem se dar em cará-
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjun-
tamente com o pedido de tutela cautelar.
ter antecedente ou incidental. Nesses casos, a causa
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momen- para a formulação do pedido nasce durante a trami-
to de formulação do pedido principal. tação do processo. As tutelas de urgência podem ser
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes anteriores à propositura da ação principal ou serem
serão intimadas para a audiência de conciliação ou formuladas juntamente com a petição inicial ou
de mediação, na forma do art. 334, por seus advo- durante o curso da ação. No primeiro caso, fala-se em
gados ou pessoalmente, sem necessidade de nova
tutela antecedente e, nos demais, em tutela incidental,
citação do réu.
que ocorre quando já está em curso a ação. Mas, se for
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para
contestação será contado na forma do art. 335. formulada concomitantemente à propositura da ação,
deve a tutela de urgência vir formulada em tópico
A tutela cautelar pode ser formulada conjunta- próprio da petição inicial.
mente ao próprio pedido principal. Além do que
poderá o autor, quando do pedido principal, comple-
mentar sua narrativa, trazendo fatos, fundamentos
jurídicos, circunstâncias e relatos pertinentes à defesa DA TUTELA DA EVIDÊNCIA
do seu direito.
De acordo com o art. 308 do CPC, apresentado o
As tutelas de evidência constituem medidas que
pedido principal, as partes serão intimadas para
têm por objetivo dar maior efetividade aos direitos e
a audiência de conciliação ou de mediação e, não
havendo autocomposição, se for o caso, o prazo para à própria tutela jurisdicional, garantindo maior cele-
contestação será contado na forma do art. 335 do CPC. ridade se levarmos em conta seus requisitos. Para a
O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que concessão da tutela de evidência, dispensa-se a prova
a parte formule o pedido principal, nem influi no jul- do periculum in mora, consistente no perigo de dano
gamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for ou de risco ao resultado útil do processo. Essa é sua
o reconhecimento de decadência ou de prescrição. Por principal característica. Entretanto, a lei estabelece as
lógica, o pedido principal poderá ser formulado nos condições em que isso será possível, a saber:
próprios autos, por medida de economia e celeridade.
Se não formulado o pedido principal no prazo Art. 311 A tutela da evidência será concedida, inde-
legal, o processo será extinto e estará cessada a eficá- pendentemente da demonstração de perigo de dano
cia da tutela eventualmente concedida. ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa
Art. 310 O indeferimento da tutela cautelar não ou o manifesto propósito protelatório da parte;
obsta a que a parte formule o pedido principal, nem II - as alegações de fato puderem ser comprovadas
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
apenas documentalmente e houver tese firmada
indeferimento for o reconhecimento de decadência
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
ou de prescrição.
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em
z Causas que fazem cessar a eficácia da tutela
prova documental adequada do contrato de depósi-
cautelar
to, caso em que será decretada a ordem de entrega
do objeto custodiado, sob cominação de multa;
O CPC (2015) trata das hipóteses que extinguem a
IV - a petição inicial for instruída com prova docu-
tutela cautelar concedida:
mental suficiente dos fatos constitutivos do direito
Art. 309 Cessa a eficácia da tutela concedida em do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
caráter antecedente, se: gerar dúvida razoável.
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o
legal; juiz poderá decidir liminarmente.
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal A tutela de evidência é uma espécie de tutela
formulado pelo autor ou extinguir o processo sem provisória, cabível quando o direito for ou se tor-
resolução de mérito. nar evidente pelos elementos do caso, nas hipóteses
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a
já delineadas. Seguindo o que diz Elpídio Donizetti,
eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte reno-
var o pedido, salvo sob novo fundamento. inverte-se o ônus do tempo do processo, que passa a
ser suportado pela parte demandada, já que garantido
O CPC prevê que, se por qualquer motivo, cessar o direito de forma antecipada (ob. cit., p. 461).
a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte reno-
var o pedido, salvo sob novo fundamento (Art. 309, Dica
parágrafo único). Veja que impede que a parte, a qual
teve sua tutela sem efeito, repita o pedido, tratando-se A tutela de evidência prescinde (dispensa) de
de efetiva punição àquele que deu causa ou teve seu demonstração de perigo de dano ou de risco ao
160 direito negado. resultado útil do processo.
revogada. A letra D está incorreta, pois poderá ser
EXERCÍCIOS COMENTADOS concedida a tutela de urgência liminarmente ou
após justificação prévia. Resposta: Letra E.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Paulo ajuizou demanda
contra determinada empresa, com pedido de tute- 3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Caio ajuizou ação contra
la provisória de urgência antecipada na modalidade determinada sociedade empresária e apresentou pedi-
antecedente, referente ao cumprimento de obrigação do único de repetição de valor decorrente de cobrança
de fazer. A ação foi distribuída a uma vara cível da indevida, requerendo, ainda, a concessão de tutela de
comarca de Salvador – BA, e, ao examinar a petição urgência. Após a apresentação de defesa pela ré, o juiz
inicial, o juiz concedeu a tutela requerida. Posterior- prolatou sentença em que concedeu a tutela provisó-
mente, o réu, devidamente comunicado do ocorrido, ria e, no mesmo pronunciamento, julgou o pedido pro-
não apresentou recurso nem qualquer outra medida cedente de forma definitiva. A sociedade empresária
que demonstrasse seu inconformismo. interpôs recurso de apelação requerendo a reforma
Nessa situação hipotética, de acordo com o CPC, a total da sentença.
decisão interlocutória prolatada pelo magistrado Considerando essa situação hipotética, julgue o item
seguinte.
a) Tornou-se estável e o processo deve ser extinto, mas O juiz está autorizado pelo ordenamento processual a
qualquer das partes poderá demandar a outra para conceder a tutela provisória no momento de prolação
rever, reformar ou invalidar a tutela estabilizada. de sua sentença.
b) Fez coisa julgada material e somente poderá ser des-
constituída com o ajuizamento de ação rescisória pela ( ) CERTO ( ) ERRADO
parte interessada.
c) Produzirá seus regulares efeitos apenas até sua con- A tutela provisória pode ser concedida na sentença,
firmação em sentença de mérito, que deve ser obriga- ocasião em que será atacada por recurso de apela-
toriamente prolatada pelo magistrado.
ção (art. 1.012, §1º, V, do CPC). Resposta: Certo.
d) É nula de pleno direito: a tutela provisória antecedente
somente pode ser deferida no caso de medida caute-
lar, e não em caso de tutela antecipada. 4. (CONSULPLAN – 2019) Sabe-se que a tutela provisó-
e) É válida, porém ineficaz: a sua implementação somen- ria pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
te pode ocorrer após a devida confirmação em senten- Sendo uma tutela provisória de urgência, cautelar ou
ça ou pelo tribunal. antecipada, pode ser concedida em caráter antece-
dente ou incidental. Neste diapasão, é correto afirmar
Trata-se de aplicação do art. 304 do CPC: “Art. 304. que:
A tutela antecipada, concedida nos termos do art.
303, torna-se estável se da decisão que a conceder a) Uma vez antecipada a tutela, ela conserva sua eficácia
não for interposto o respectivo recurso”. A questão até o trânsito em julgado da sentença, não podendo
trata da estabilização da tutela antecipada. Veja ser revogada ou modificada.
que, mesmo depois de concedida e intimado o réu, b) Não cabe recurso de agravo de instrumento contra a
não houve interposição do recurso. Esse é o caso decisão que concede, denega ou posterga indevida-
que autoriza a estabilização. Resposta: Letra A. mente a apreciação do pedido de tutela provisória.
c) Apenas pode ser concedido provisoriamente aquilo
2. (FCC – 2020) A tutela provisória que pode sê-lo definitivamente; entretanto, a técnica
antecipatória pode se prestar a uma tutela do direito
a) da evidência será concedida sempre e unicamente que se encontra fora da moldura da tutela final.
quando caracterizado o abuso do direito de defesa ou
d) Como o código prevê a possibilidade de estabilização
o manifesto propósito protelatório da parte.
da tutela satisfativa de urgência, o conceito de provi-
b) observará o rol taxativo previsto na norma processual.
c) conserva sua eficácia na pendência do processo, mas soriedade adequado ao direito brasileiro deve sofrer
pode a qualquer tempo ser modificada, embora não um acréscimo: provisória é aquela decisão que ten-
revogada. dencialmente não dura para sempre e potencialmente
d) de urgência de natureza antecipada só poderá ser con- será substituída por outra com objeto coincidente no
cedida após justificação prévia. todo ou em parte.
e) de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, A tutela provisória perdura enquanto tramitar o
registro de protesto contra alienação de bem e qual-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O CPC (2015) estabelece os requisitos da petição A causa de pedir compõe os “elementos da ação”, ao
inicial, cujo descumprimento poderá levar ao seu lado das partes e do pedido. Veja o esquema a seguir:
indeferimento, caso não emendada. Os requisitos
estão dispostos no art. 319 do CPC, os quais passare-
Partes
mos a tratar de forma detalhada:
(um rebanho, uma biblioteca); III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de
z Quando não for possível determinar, desde logo, as procedimento.
consequências do ato ou do fato, como a extensão § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo
de um dano, o qual deverá ser especificado durante diverso de procedimento, será admitida a cumula-
a instrução ou em fase de liquidação de sentença; ção se o autor empregar o procedimento comum,
sem prejuízo do emprego das técnicas proces-
z Quando a determinação do objeto ou do valor da
suais diferenciadas previstas nos procedimentos
condenação depender de ato que deva ser pratica-
especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos
do pelo réu.
cumulados, que não forem incompatíveis com as
disposições sobre o procedimento comum.
É importante saber que, o Código admite a formu- § 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações
lação de pedido alternativo. O pedido será alternativo de pedidos de que trata o art. 326 .
quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder Art. 328 Na obrigação indivisível com pluralidade
cumprir a prestação de mais de um modo. Exemplo: de credores, aquele que não participou do processo
ao comprar um produto que se verifica, posterior- receberá sua parte, deduzidas as despesas na pro-
mente, avariado, poderá o autor exigir a devolução do porção de seu crédito. 165
Cumulação sucessiva: o segundo pedido ou outro Não sendo possível o deferimento, aplica-se o art.
posterior depende da procedência do primeiro 330 do CPC:
(ex.: investigação de paternidade e alimentos);
Cumulação subsidiária: trata-se de utilização Art. 330 A petição inicial será indeferida quando:
do princípio da eventualidade, na hipótese de o I - for inepta;
juízo não acolher o pedido principal, pede-se o II - a parte for manifestamente ilegítima;
acolhimento do(s) subsidiário(s) (ex.: anulação III - o autor carecer de interesse processual;
de cláusula contratual ou, na impossibilidade, a IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e
redução dos juros). 321.
Art. 321 O juiz, ao verificar que a petição inicial Conforme Fredie Didier Jr. (2016), os pressupostos
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou processuais podem ser classificados em:
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que z Subjetivos
o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou
a complete, indicando com precisão o que deve ser Juiz: órgão investido de jurisdição;
166 corrigido ou completado Parte: capacidade de ser parte.
z Objetivos § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar
o réu para responder ao recurso.
Existência de demanda. § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o
prazo para a contestação começará a correr da
Quanto aos requisitos de validade: intimação do retorno dos autos, observado o dis-
posto no art. 334.
z Subjetivos § 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença.
Competência e imparcialidade do Juízo;
Partes: capacidade processual, capacidade pos-
tulatória, legitimidade. Importante!
Em caso de indeferimento da petição inicial, o
z Objetivos recurso de apelação contra a sentença extinti-
va possui efeito regressivo. Isso quer dizer que
Intrínsecos: respeito ao formalismo processual;
poderá o juiz que indeferiu a inicial se retratar,
Extrínsecos: negativos e positivos
Negativos: inexistência de perempção, litispen- reconsiderando seu entendimento e acatando o
dência, coisa julgada ou convenção de arbitragem; processamento da inicial (Art. 331 do CPC).
Positivos: interesse de agir.
Essa análise da petição inicial diz respeito à
z O autor carecer de interesse processual: do
apreciação de seus elementos formais, isto é, seus
mesmo modo, trata-se de ausência de pressuposto
requisitos aparentes, consistentes nos requisitos esta-
processual ou, para alguns, causa de carência de
belecidos pela lei para a formatação da postulação
ação, já que o interesse processual é tratado por
inicial. Contudo, se no aspecto substancial (quanto ao
determinada parte da doutrina jurídica como con-
dição da ação; próprio direito material, aquilo que se pretende com a
ação) a postulação for flagrantemente improcedente,
Condição da ação compreende alguns requisitos o juiz poderá rejeitar liminarmente o pedido. É o caso
necessários para que o autor possa exercer valida- de aplicação do art. 332, que cuida da improcedência
mente a ação. Esses requisitos seriam, pela dicção do liminar do pedido:
antigo CPC (1973), a possibilidade jurídica do pedido,
o interesse de agir e a legitimidade. O interesse e a Art. 332 Nas causas que dispensem a fase instru-
legitimidade, ainda hoje, são necessários à postula- tória, o juiz, independentemente da citação do réu,
ção. Já se o pedido for juridicamente impossível (ex.: julgará liminarmente improcedente o pedido que
cobrar dívida de jogo), deve ser a ação julgada impro- contrariar:
cedente, com análise do mérito. I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Fede-
ral ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Fede-
z Não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321:
ral ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
o art. 106 trata das hipóteses em que o advogado
mento de recursos repetitivos;
postula em causa própria (o advogado pode ser
III - entendimento firmado em incidente de reso-
parte se postular em causa própria). Nesses casos,
lução de demandas repetitivas ou de assunção de
deverá:
competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça
I - declarar, na petição inicial ou na contestação,
sobre direito local.
o endereço, seu número de inscrição na Ordem
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente
dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
advogados da qual participa, para o recebimento
ocorrência de decadência ou de prescrição.
de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. § 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241 .
O art. 321 trata da determinação de emenda da
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se
petição inicial. Vejamos:
em 5 (cinco) dias.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Esses auxiliares da justiça possuem funções impor- z A data da audiência de conciliação ou de media-
tantes e bem definidas em lei, a saber: ção, ou da última sessão de conciliação, quando
qualquer parte não comparecer ou, comparecen-
Art. 165 [...] do, não houver autocomposição;
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmen- z A data do protocolo do pedido de cancelamento
te nos casos em que não houver vínculo anterior da audiência de conciliação ou de mediação, apre-
entre as partes, poderá sugerir soluções para o lití- sentado pelo réu quando ocorrer a hipótese do art.
gio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de 334, § 4º, inciso I;
constrangimento ou intimidação para que as par- z A data prevista no art. 231, de acordo com o modo
tes conciliem. como foi feita a citação nos demais casos.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos
casos em que houver vínculo anterior entre as par-
O Ministério Público e a Advocacia Pública terão
tes, auxiliará aos interessados a compreender as
prazo em dobro, conforme o art. 180 e o art. 183 do CPC.
questões e os interesses em conflito, de modo que
eles possam, pelo restabelecimento da comunica-
ção, identificar, por si próprios, soluções consen- Concentração da Defesa e Ônus da Impugnação
suais que gerem benefícios mútuos. Específica dos Fatos
Art. 335 O réu poderá oferecer contestação, por Art. 336 Incumbe ao réu alegar, na contestação,
petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato
e de direito com que impugna o pedido do autor e
inicial será a data:
especificando as provas que pretende produzir.
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou
da última sessão de conciliação, quando qualquer
parte não comparecer ou, comparecendo, não hou- Se o réu não se atentar a essa regra, a consequên-
ver autocomposição; cia será a preclusão e a presunção de veracidade das
II - do protocolo do pedido de cancelamento da questões de fato não impugnadas. Se o autor discor-
audiência de conciliação ou de mediação apresen- re sobre um fato (culpa no acidente de trânsito por
tado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. exemplo) e o réu não o questiona, não apresenta dis-
334, § 4º, inciso I; cordância, presume-se verdadeira a alegação. Entre-
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo tanto, ainda pode haver uma saída quanto a questões:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A revelia produz algumas consequências proces- (STJ, EDcl no AgInt nos EDcl no AREsp 1562715/SP, Rel. Ministro
suais consistentes em certos efeitos jurídicos danosos MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/03/2021, DJe
04/03/2021)
ao réu, como a presunção de veracidade das alegações
de fato formuladas pelo autor (efeito material). Além
dessas, há, ainda, efeitos processuais, como a fluência Para que ocorra revelia, o réu deve ser citado.
dos prazos contra o revel que não tenha patrono nos Então, somente é possível falar em todos esses efeitos
autos a partir da data de publicação do ato decisório se o réu for validamente citado.
no órgão oficial, conforme art. 346, CPC. Vejamos:
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, veri-
Art. 346 Os prazos contra o revel que não tenha ficando a inocorrência do efeito da revelia previsto
patrono nos autos fluirão da data de publicação do no art. 344 , ordenará que o autor especifique as
ato decisório no órgão oficial. provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver
Parágrafo único. O revel poderá intervir no proces- indicado.
so em qualquer fase, recebendo-o no estado em que Art. 349 Ao réu revel será lícita a produção de pro-
se encontrar. vas, contrapostas às alegações do autor, desde que
se faça representar nos autos a tempo de praticar
Quer dizer que fica dispensada a intimação do réu os atos processuais indispensáveis a essa produção.
de cada ato processual para que se inicie a fluência
do prazo, o que ocorrerá, automaticamente, depois da Esse dispositivo permite que o réu produza pro-
publicação do ato no diário oficial, ou seja, indepen- vas, desde que participe do processo tempestivamen-
dentemente da intimação pessoal do réu. te, isto é, antes ou durante a fase probatória.
No entanto, há exceções em que os efeitos não inci- De todo modo, o revel poderá intervir no processo
dirão, as quais estão dispostas nos incisos do art. 345 em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se
encontrar.
Art. 345 A revelia não produz o efeito mencionado
no art. 344 se: DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO
I - havendo pluralidade de réus, algum deles con- SANEAMENTO (INSERIR ESSE ARTIGO NO
testar a ação; SUMÁRIO)
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de Art. 347 Findo o prazo para a contestação, o juiz
instrumento que a lei considere indispensável à
tomará, conforme o caso, as providências prelimi-
prova do ato;
nares constantes das seções deste Capítulo.
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor
forem inverossímeis ou estiverem em contradição
com prova constante dos autos. DA RÉPLICA
O simples fato de o réu ser revel não significa que Diante dos fatos e fundamentos trazidos pelo réu na
será sucumbente ou que o autor terá sua pretensão aco- contestação, o autor poderá ser intimado para manifestar-
lhida. Inicialmente, a presunção de veracidade ocorre -se, oferecendo a réplica ou a impugnação à contestação.
somente sobre as questões de fato, não as de Direito. O CPC (2015) admite essa providência nos seguin-
Então, se o autor formula pretensão não respaldada tes dispositivos:
pelo ordenamento jurídico, ainda que seja o réu revel,
não terá seu pedido acolhido. Já com relação às ques- Art. 350 Se o réu alegar fato impeditivo, modificati-
tões de fato, importa observar as hipóteses do art. 345. vo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido
Além disso, a presunção é relativa, conforme firmado no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz
em entendimento do Superior Tribunal de Justiça: a produção de prova.
Art. 351 Se o réu alegar qualquer das matérias enu-
meradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARA-
autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe
ÇÃO NO AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE
a produção de prova.
DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPE-
CIAL. RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO
NCPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCONSI- Os dispositivos tratam do teor das defesas de méri-
DERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍ- to e processuais. Pela leitura do art. 350, o réu pode
DICA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL alegar o objetivo litigioso, trazendo fatos novos para o
NÃO CONFIGURADA. TRIBUNAL ESTADUAL QUE debate. Já na hipótese do art. 351, a referência é sobre
NÃO RECONHECEU OS REQUISITOS PARA A DES- as defesas processuais, as quais podem impedir ou
172 CONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE retardar a análise do mérito. Nessa fase, poderá o juiz
identificar eventuais nulidades e providenciar sua I - mostrar-se incontroverso;
correção desde logo. Na forma do art. 352, do CPC: II - estiver em condições de imediato julgamento,
nos termos do art. 355.
Art. 352 Verificando a existência de irregularidades § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito
ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua corre- poderá reconhecer a existência de obrigação líqui-
ção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. da ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo,
Por outro lado, cumpridass as providências preli- a obrigação reconhecida na decisão que julgar par-
cialmente o mérito, independentemente de caução,
minares ou sendo elas desnecessárias, o juiz seguirá
ainda que haja recurso contra essa interposto.
para o Julgamento Conforme o Estado do Processo.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em jul-
gado da decisão, a execução será definitiva.
Art. 353 Cumpridas as providências preliminares § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que
ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgar parcialmente o mérito poderão ser proces-
julgamento conforme o estado do processo, obser- sados em autos suplementares, a requerimento da
vando o que dispõe o Capítulo X. parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é
Do Julgamento Conforme o Estado do Processo impugnável por agravo de instrumento.
Ultrapassada a fase postulatória, chega-se ao Não sendo o caso de julgamento parcial, poderá
momento no qual o juiz deve observar se há causas proferir sentença pela plena apreciação do litígio, deci-
que justificam o julgamento antecipado da ação, na dindo todas as questões de direito material pertinen-
forma dos arts. 485 e 487, II e III, do CPC. tes, efetivamente solucionando a controvérsia, ocasião
Conforme dispõe o art. 354: na qual se fala em julgamento antecipado do mérito.
O julgamento é antecipado, pois contornará a fase
Art. 354 Ocorrendo qualquer das hipóteses previs- instrutória/probatória, ante sua dispensabilidade. O
tas nos arts. 485 e 487, incisos II e III , o juiz profe-
art. 355 prevê essa hipótese:
rirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput
Art. 355 O juiz julgará antecipadamente o pedi-
pode dizer respeito a apenas parcela do proces-
do, proferindo sentença com resolução de mérito,
so, caso em que será impugnável por agravo de
quando:
instrumento.
I - não houver necessidade de produção de outras
provas;
Na hipótese desse artigo, pode ocorrer que apenas II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art.
uma parcela do pedido possa estar em condições de 344 e não houver requerimento de prova, na forma
imediato julgamento e a outra parcela ainda demande do art. 349 .
dilação probatória (produção de outras provas neces-
sárias). Nesse caso, poderá ocorrer o julgamento par-
Se não for o caso das hipóteses anteriores, sendo
cial (inclusive do mérito). Cabe frisar que os incisos II
impossível ou inaplicável o julgamento antecipado do
e III do art. 487 referem-se, respectivamente, ao reco-
nhecimento de decadência e prescrição, bem como às feito, deverá, então, o juiz cumprir com a providência
hipóteses de autocomposição. do art. 357 do CPC, que trata do saneamento e da orga-
Somente esclarecendo, prescrição é a extinção da nização do processo.
pretensão à prestação devida em função da violação Trata-se de medida essencial para a adequada ins-
de um direito ou interesse. Pela prescrição, esvai-se trução processual, efetivando-se o devido processo
o direito de exigir um posicionamento da parte con- legal. Ressalta-se a importância dessa etapa, porque,
trária (como, por exemplo, o pagamento da dívida, o além de resolver questões processuais pendentes
cumprimento de obrigação de fazer, de entregar coisa (como as expostas no art. 357), o juiz pode planejar
como seguirá a instrução. Vejamos:
etc). Já a decadência é a perda efetiva de um direito
que não foi requerido no prazo legal, esvaindo-se o
Art. 357 Não ocorrendo nenhuma das hipóteses
próprio direito, como o de requerer a anulação de um
deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de sanea-
contrato em virtude de vício, como o prazo estabele-
mento e de organização do processo:
cido no art. 178 do Código Civil (Art. 178 É de quatro I - resolver as questões processuais pendentes, se
anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação houver;
do negócio jurídico [...]). II - delimitar as questões de fato sobre as quais
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Art. 369 As partes têm o direito de empregar todos Art. 371 O juiz apreciará a prova constante dos
os meios legais, bem como os moralmente legíti- autos, independentemente do sujeito que a tiver
mos, ainda que não especificados neste Código, promovido, e indicará na decisão as razões da for-
para provar a verdade dos fatos em que se funda o mação de seu convencimento.
pedido ou a defesa e influir eficazmente na convic-
ção do juiz. Requerimento Produção
Art. 376 A parte que alegar direito municipal, esta- razões que justificam a necessidade de antecipação
dual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á da prova e mencionará com precisão os fatos sobre
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. os quais a prova há de recair.
Art. 377 A carta precatória, a carta rogatória e o § 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento
auxílio direto suspenderão o julgamento da cau- da parte, a citação de interessados na produção da
sa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente
“b”, quando, tendo sido requeridos antes da deci- caráter contencioso.
são de saneamento, a prova neles solicitada for § 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência
imprescindível. ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas
Parágrafo único. A carta precatória e a carta roga- consequências jurídicas.
tória não devolvidas no prazo ou concedidas sem § 3º Os interessados poderão requerer a produção
efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a de qualquer prova no mesmo procedimento, desde
qualquer momento. que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua pro-
Art. 378 Ninguém se exime do dever de colaborar dução conjunta acarretar excessiva demora.
com o Poder Judiciário para o descobrimento da § 4º Neste procedimento, não se admitirá defe-
verdade. sa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir 177
totalmente a produção da prova pleiteada pelo Ocorre que tais hipóteses não se aplicam às ações
requerente originário. de estado e de família, ocasião em que deverá a parte
Art. 383 Os autos permanecerão em cartório duran- depor.Para complementar o entendimento é de extre-
te 1 (um) mês para extração de cópias e certidões ma relevãncia ter as seguintes disposições em mente:
pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão Art. 385 Cabe à parte requerer o depoimento pes-
entregues ao promovente da medida. soal da outra parte, a fim de que esta seja interro-
gada na audiência de instrução e julgamento, sem
Na petição, o requerente apresentará as razões prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
que justificam a necessidade de antecipação da prova § 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar
depoimento pessoal e advertida da pena de confes-
e mencionará, com precisão, os fatos sobre os quais a
so, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a
prova há de recair. O juiz determinará, de ofício ou a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
requerimento da parte, a citação de interessados na § 2º É vedado a quem ainda não depôs assistir ao
produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se interrogatório da outra parte.
inexistente caráter contencioso. Nesse procedimento, § 3º O depoimento pessoal da parte que residir
não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra deci- em comarca, seção ou subseção judiciária diversa
são que indeferir totalmente a produção da prova daquela onde tramita o processo poderá ser colhido
pleiteada pelo requerente originário. por meio de videoconferência ou outro recurso tec-
nológico de transmissão de sons e imagens em tem-
Meios de Prova po real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a
realização da audiência de instrução e julgamento.
Art. 386 Quando a parte, sem motivo justificado,
z Da Ata Notarial deixar de responder ao que lhe for perguntado ou
empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
A ata notarial foi introduzida no CPC (2015) como circunstâncias e os elementos de prova, declarará,
meio de prova autônomo, assim tipificada: na sentença, se houve recusa de depor.
Art. 387 A parte responderá pessoalmente sobre os
Art. 384 A existência e o modo de existir de algum fatos articulados, não podendo servir-se de escritos
fato podem ser atestados ou documentados, a anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz,
requerimento do interessado, mediante ata lavrada todavia, a consulta a notas breves, desde que objeti-
por tabelião. vem completar esclarecimentos.
Parágrafo único. Dados representados por imagem Art. 388 A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
constar da ata notarial. II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva
guardar sigilo;
Veja que ela pode ser utilizada para a prova de III - acerca dos quais não possa responder sem
desonra própria, de seu cônjuge, de seu companhei-
qualquer fato, desde que seja possível atestá-lo ou
ro ou de parente em grau sucessível;
documentá-lo. Atualmente, tem sido muito utilizada
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou
para a degravação de áudio e vídeo, qualificando-se
das pessoas referidas no inciso III.
como um meio idôneo para esse fim. Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às
ações de estado e de família.
z Do Depoimento Pessoal
Da Confissão
O depoimento pessoal é prestado pelas próprias
partes. Somente ocorrerá o depoimento pessoal se a A confissão é um meio de prova, a qual poderá ser
parte contrária requerer. Assim, cabe ao autor reque- judicial (se obtida em juízo, como em uma audiência)
rer o depoimento pessoal do réu e vice-versa. No ou extrajudicial (se obtida fora do processo, como em
entanto, pode, também, o juiz ordenar o depoimento um documento no qual o devedor confesse a dívida).
de ofício. Configura-se quando a parte admite a verdade de fato
Se a parte pessoalmente intimada a prestar depoi- contrário ao seu interesse e favorável ao do adversá-
mento pessoal e advertida da pena de confesso não rio. Como a confissão induz à renúncia, ela não atinge
comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o fatos relativos a direitos indisponíveis, bem como será
juiz aplicar-lhe-á a pena. ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do
Apesar do direito de não produzir prova contra si direito a que se referem os fatos confessados.
mesmo, o juiz pode entender que houve recusa em
depor quando a parte, sem motivo justificado, deixar Art. 389 Há confissão, judicial ou extrajudicial,
de responder ao que lhe for perguntado ou empregar quando a parte admite a verdade de fato contrário
evasivas ao juiz. Entretanto, a parte não é obrigada a ao seu interesse e favorável ao do adversário.
depor sobre fatos: Art. 390 A confissão judicial pode ser espontânea
ou provocada.
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela pró-
z Criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
pria parte ou por representante com poder especial.
z Dos quais, por segredo de estado ou profissão, § 2º A confissão provocada constará do termo de
deva guardar sigilo; depoimento pessoal.
z Acerca dos quais não possa responder sem deson- Art. 391 A confissão judicial faz prova contra o con-
ra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou fitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.
de parente em grau sucessível; Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre
z Que coloquem em perigo a vida do depoente ou bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis
178 das pessoas referidas no item anterior. alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro
não valerá sem a do outro, salvo se o regime de II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coi-
casamento for o de separação absoluta de bens. sa, no processo, com o intuito de constituir prova;
Art. 392 Não vale como confissão a admissão, em III - o documento, por seu conteúdo, for comum às
juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis. partes.
§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não
for capaz de dispor do direito a que se referem os Se não houver exibição ou a recusa for ilegítima, o
fatos confessados. juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio
§ 2º A confissão feita por um representante somen- do documento ou da coisa, a parte pretendia provar
te é eficaz nos limites em que este pode vincular o
representado. Art. 400 Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como
Art. 393 A confissão é irrevogável, mas pode ser verdadeiros os fatos que, por meio do documento
anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. ou da coisa, a parte pretendia provar se:
Parágrafo único. A legitimidade para a ação pre- I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer
vista no caput é exclusiva do confitente e pode ser nenhuma declaração no prazo do art. 398 ;
transferida a seus herdeiros se ele falecer após a
II - a recusa for havida por ilegítima.
propositura.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode
Art. 394 A confissão extrajudicial, quando feita
oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamen-
não exija prova literal. tais ou sub-rogatórias para que o documento seja
Art. 395 A confissão é, em regra, indivisível, não exibido.
podendo a parte que a quiser invocar como prova Art. 401 Quando o documento ou a coisa estiver em
aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para
que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando responder no prazo de 15 (quinze) dias.
o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de Art. 402 Se o terceiro negar a obrigação de exibir
constituir fundamento de defesa de direito material ou a posse do documento ou da coisa, o juiz desig-
ou de reconvenção. nará audiência especial, tomando-lhe o depoimen-
to, bem como o das partes e, se necessário, o de
Da Exibição de Documento ou Coisa testemunhas, e em seguida proferirá decisão.
Art. 403 Se o terceiro, sem justo motivo, se recu-
Antes de falarmos da prova documental em si, sar a efetuar a exibição, o juiz ordenar-lhe-á que
importa observar o que diz o CPC (2015) sobre a exi- proceda ao respectivo depósito em cartório ou em
bição de documento ou coisa. Os documentos, como outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias,
regra, devem ser apresentados pela própria parte na impondo ao requerente que o ressarça pelas despe-
sua postulação. Entretanto, pode ocorrer da parte não sas que tiver.
os possuir, o que justificará a determinação para que Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem,
a outra o exiba. o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitan-
do, se necessário, força policial, sem prejuízo da
responsabilidade por crime de desobediência, paga-
Art. 396 O juiz pode ordenar que a parte exiba
mento de multa e outras medidas indutivas, coerci-
documento ou coisa que se encontre em seu poder.
tivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar a efetivação da decisão.
Trata-se da determinação judicial para que a parte
Art. 404 A parte e o terceiro se escusam de exibir,
apresente o objeto da prova que será útil ao proces-
em juízo, o documento ou a coisa se:
so, como um contrato por exemplo. Mas, para que a I - concernente a negócios da própria vida da
determinação seja viável, deve conter o que dispõe o família;
art. 397. Vejamos: II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte
Art. 397 O pedido formulado pela parte conterá: ou ao terceiro, bem como a seus parentes consan-
I - a individuação, tão completa quanto possível, do guíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes repre-
documento ou da coisa; sentar perigo de ação penal;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a
relacionam com o documento ou com a coisa; cujo respeito, por estado ou profissão, devam guar-
III - as circunstâncias em que se funda o requerente dar segredo;
para afirmar que o documento ou a coisa existe e se V - subsistirem outros motivos graves que, segundo
acha em poder da parte contrária. o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da
exibição;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Logo, se a determinação para a exibição for genéri- VI - houver disposição legal que justifique a recusa
ca, não haverá obrigação para a parte em apresentá-lo. da exibição.
Do mesmo modo, poderá haver recusa se o requerido Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os
afirmar que não possui o documento ou a coisa, então incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas
o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer uma parcela do documento, a parte ou o terceiro
meio, que a declaração não corresponde à verdade. A
exibirá a outra em cartório, para dela ser extraí-
recusa não produzirá efeitos, contudo, se:
da cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto
circunstanciado.
Art. 398 O requerido dará sua resposta nos 5 (cin-
co) dias subsequentes à sua intimação.
Da Prova Documental
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não
possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que
o requerente prove, por qualquer meio, que a decla- Da Força Probante dos Documentos
ração não corresponde à verdade.
Art. 399 O juiz não admitirá a recusa se: Tratando da prova documental em si, o CPC (2015)
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir; discorre, inicialmente, sobre a força probante dos 179
documentos. Importante observar que documento III - não houver impugnação da parte contra quem
não é somente um documento escrito, mas poderá ser: foi produzido o documento.
Art. 412 O documento particular de cuja autenti-
z Uma fotografia; cidade não se duvida prova que o seu autor fez a
z Um e-mail ou; declaração que lhe é atribuída.
z Um print de documentos eletrônicos; Parágrafo único. O documento particular admitido
expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado
Os documentos podem ser públicos (elaborados à parte que pretende utilizar-se dele aceitar os fatos
por agente público no exercício da função) ou parti- que lhe são favoráveis e recusar os que são contrá-
culares (produzidos por particulares). Sobre ambos, é rios ao seu interesse, salvo se provar que estes não
importante o que dispõem os seguintes dispositivos: ocorreram.
Art. 413 O telegrama, o radiograma ou qualquer
outro meio de transmissão tem a mesma força
Art. 405 O documento público faz prova não só da
sua formação, mas também dos fatos que o escri- probatória do documento particular se o original
vão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor constante da estação expedidora tiver sido assina-
declarar que ocorreram em sua presença. do pelo remetente.
[...] Parágrafo único. A firma do remetente poderá
Art. 424 A cópia de documento particular tem o mes- ser reconhecida pelo tabelião, declarando-se essa
mo valor probante que o original, cabendo ao escri- circunstância no original depositado na estação
vão, intimadas as partes, proceder à conferência e expedidora.
certificar a conformidade entre a cópia e o original. Art. 414 O telegrama ou o radiograma presume-se
conforme com o original, provando as datas de sua
Há, ainda, os documentos solenes, os quais exigem expedição e de seu recebimento pelo destinatário.
forma especial, como a escritura pública e os não sole- Art. 415 As cartas e os registros domésticos pro-
nes (sem forma especial). vam contra quem os escreveu quando:
I - enunciam o recebimento de um crédito;
Art. 406 Quando a lei exigir instrumento público II - contêm anotação que visa a suprir a falta de
como da substância do ato, nenhuma outra prova, título em favor de quem é apontado como credor;
por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. III - expressam conhecimento de fatos para os quais
não se exija determinada prova.
Ainda, sobre a prova documental: Art. 416 A nota escrita pelo credor em qualquer
parte de documento representativo de obrigação,
ainda que não assinada, faz prova em benefício do
Art. 407 O documento feito por oficial público
devedor.
incompetente ou sem a observância das formalida-
Parágrafo único. Aplica-se essa regra tanto para o
des legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mes-
documento que o credor conservar em seu poder
ma eficácia probatória do documento particular.
quanto para aquele que se achar em poder do deve-
Art. 408 As declarações constantes do documento
dor ou de terceiro.
particular escrito e assinado ou somente assinado
Art. 417 Os livros empresariais provam contra seu
presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demons-
Parágrafo único. Quando, todavia, contiver decla-
trar, por todos os meios permitidos em direito, que
ração de ciência de determinado fato, o documento
os lançamentos não correspondem à verdade dos
particular prova a ciência, mas não o fato em si,
fatos.
incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em Art. 418 Os livros empresariais que preencham os
sua veracidade. requisitos exigidos por lei provam a favor de seu
Art. 409 A data do documento particular, quando a autor no litígio entre empresários.
seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se
litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito. dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são
Parágrafo único. Em relação a terceiros, conside- favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe
rar-se-á datado o documento particular: são contrários, ambos serão considerados em con-
I - no dia em que foi registrado; junto, como unidade.
II - desde a morte de algum dos signatários; Art. 420 O juiz pode ordenar, a requerimento da
III - a partir da impossibilidade física que sobreveio parte, a exibição integral dos livros empresariais e
a qualquer dos signatários; dos documentos do arquivo:
IV - da sua apresentação em repartição pública ou I - na liquidação de sociedade;
em juízo; II - na sucessão por morte de sócio;
V - do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, III - quando e como determinar a lei.
a anterioridade da formação do documento. Art. 421 O juiz pode, de ofício, ordenar à parte
Art. 410. Considera-se autor do documento a exibição parcial dos livros e dos documentos,
particular: extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio,
I - aquele que o fez e o assinou; bem como reproduções autenticadas.
II - aquele por conta de quem ele foi feito, estando Art. 422 Qualquer reprodução mecânica, como a
assinado; fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou
III - aquele que, mandando compô-lo, não o firmou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos
porque, conforme a experiência comum, não se cos- fatos ou das coisas representadas, se a sua confor-
tuma assinar, como livros empresariais e assentos midade com o documento original não for impug-
domésticos. nada por aquele contra quem foi produzida.
Art. 411 Considera-se autêntico o documento quando: § 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede
I - o tabelião reconhecer a firma do signatário; mundial de computadores fazem prova das ima-
II - a autoria estiver identificada por qualquer outro gens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser
meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos apresentada a respectiva autenticação eletrônica
180 termos da lei; ou, não sendo possível, realizada perícia.
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal Art. 429 Incumbe o ônus da prova quando:
ou revista, será exigido um exemplar original do I - se tratar de falsidade de documento ou de preen-
periódico, caso impugnada a veracidade pela outra chimento abusivo, à parte que a arguir;
parte. II - se tratar de impugnação da autenticidade, à
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma parte que produziu o documento.
impressa de mensagem eletrônica.
Art. 423 As reproduções dos documentos particu- Da Arguição de Falsidade
lares, fotográficas ou obtidas por outros processos
de repetição, valem como certidões sempre que o Art. 430 A falsidade deve ser suscitada na contes-
escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua con- tação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias,
formidade com o original. contado a partir da intimação da juntada do docu-
Art. 424 A cópia de documento particular tem o mento aos autos.
mesmo valor probante que o original, cabendo ao Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será
escrivão, intimadas as partes, proceder à confe- resolvida como questão incidental, salvo se a parte
rência e certificar a conformidade entre a cópia e requerer que o juiz a decida como questão princi-
o original. pal, nos termos do inciso II do art. 19.
Art. 425 Fazem a mesma prova que os originais: Art. 431 A parte arguirá a falsidade expondo os
motivos em que funda a sua pretensão e os meios
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos,
com que provará o alegado.
do protocolo das audiências ou de outro livro
Art. 432 Depois de ouvida a outra parte no prazo
a cargo do escrivão ou do chefe de secretaria, se de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial.
extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele Parágrafo único. Não se procederá ao exame peri-
subscritas; cial se a parte que produziu o documento concor-
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial dar em retirá-lo.
público de instrumentos ou documentos lançados Art. 433. A declaração sobre a falsidade do docu-
em suas notas; mento, quando suscitada como questão principal,
III - as reproduções dos documentos públicos, desde constará da parte dispositiva da sentença e sobre
que autenticadas por oficial público ou conferidas ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.
em cartório com os respectivos originais;
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio Pode ser arguida a falsidade de documento, a qual
processo judicial declaradas autênticas pelo advo- será resolvida como questão incidental, isto é, deve-
gado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes -se primeiro certificar a falsidade ou a veracidade do
for impugnada a autenticidade; documento para que seja possível, então, analisar as
V - os extratos digitais de bancos de dados públicos demais questões.
e privados, desde que atestado pelo seu emitente,
sob as penas da lei, que as informações conferem Da Produção da Prova Documental
com o que consta na origem;
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer docu- A prova documental deverá ser juntada no ato da
mento público ou particular, quando juntadas aos petição inicial ou da contestação, sob pena de preclu-
autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo são. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos
Ministério Público e seus auxiliares, pela Defenso- autos documentos novos, quando destinados a fazer
ria Pública e seus auxiliares, pelas procuradorias, prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou
pelas repartições públicas em geral e por advoga-
para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
dos, ressalvada a alegação motivada e fundamen-
Admite-se, também, a juntada posterior de documen-
tada de adulteração.
tos formados após a petição inicial ou a contestação,
§ 1º Os originais dos documentos digitalizados
mencionados no inciso VI deverão ser preservados
bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis
pelo seu detentor até o final do prazo para proposi- ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os
tura de ação rescisória. produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-
§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo -los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer
extrajudicial ou de documento relevante à instru- caso, avaliar a conduta da parte.
ção do processo, o juiz poderá determinar seu depó-
sito em cartório ou secretaria. Art. 434 Incumbe à parte instruir a petição inicial
Art. 426 O juiz apreciará fundamentadamente a fé ou a contestação com os documentos destinados a
que deva merecer o documento, quando em pon- provar suas alegações.
to substancial e sem ressalva contiver entrelinha, Parágrafo único. Quando o documento consistir em
emenda, borrão ou cancelamento. reprodução cinematográfica ou fonográfica, a par-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Art. 427 Cessa a fé do documento público ou parti- te deverá trazê-lo nos termos do caput , mas sua
cular sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade. exposição será realizada em audiência, intimando-
Parágrafo único. A falsidade consiste em: -se previamente as partes.
I - formar documento não verdadeiro; Art. 435 É lícito às partes, em qualquer tempo,
II - alterar documento verdadeiro. juntar aos autos documentos novos, quando desti-
Art. 428 Cessa a fé do documento particular nados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos
quando: articulados ou para contrapô-los aos que foram
I - for impugnada sua autenticidade e enquanto não produzidos nos autos.
se comprovar sua veracidade; Parágrafo único. Admite-se também a juntada
II - assinado em branco, for impugnado seu conteú- posterior de documentos formados após a petição
do, por preenchimento abusivo. inicial ou a contestação, bem como dos que se tor-
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que naram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após
recebeu documento assinado com texto não escrito esses atos, cabendo à parte que os produzir com-
no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si provar o motivo que a impediu de juntá-los ante-
ou por meio de outrem, violando o pacto feito com riormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso,
o signatário. avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º . 181
Art. 436 A parte, intimada a falar sobre documento quando houver começo de prova por escrito, ema-
constante dos autos, poderá: nado da parte contra a qual se pretende produzir
I - impugnar a admissibilidade da prova documental; a prova.
II - impugnar sua autenticidade; Art. 445 Também se admite a prova testemunhal
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração quando o credor não pode ou não podia, moral ou
do incidente de arguição de falsidade; materialmente, obter a prova escrita da obriga-
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo. ção, em casos como o de parentesco, de depósito
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão
a impugnação deverá basear-se em argumentação das práticas comerciais do local onde contraída a
específica, não se admitindo alegação genérica de obrigação.
falsidade. Art. 446 É lícito à parte provar com testemunhas:
Art. 437 O réu manifestar-se-á na contestação I - nos contratos simulados, a divergência entre a
sobre os documentos anexados à inicial, e o autor vontade real e a vontade declarada;
manifestar-se-á na réplica sobre os documentos II - nos contratos em geral, os vícios de consentimento.
anexados à contestação.
§ 1º Sempre que uma das partes requerer a jun- A prova testemunhal será obtida pela inquirição
tada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu
do juiz às testemunhas, ou seja, pessoas diversas das
respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15
partes no processo.
(quinze) dias para adotar qualquer das posturas
Dispensa-se a prova testemunhal sobre fatos já
indicadas no art. 436 .
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar provados por documento ou confissão da parte, bem
o prazo para manifestação sobre a prova documen- como os que somente por documento ou por exame
tal produzida, levando em consideração a quanti- pericial puderem ser provados.
dade e a complexidade da documentação.
Art. 438 O juiz requisitará às repartições públicas, Art. 447 Podem depor como testemunhas todas
em qualquer tempo ou grau de jurisdição: as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou
I - as certidões necessárias à prova das alegações suspeitas.
das partes; I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - os procedimentos administrativos nas causas II - o que, acometido por enfermidade ou retarda-
em que forem interessados a União, os Estados, mento mental, ao tempo em que ocorreram os fa-
o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da tos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que
administração indireta. deve depor, não está habilitado a transmitir as
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, percepções;
no prazo máximo e improrrogável de 1 (um) mês, III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
certidões ou reproduções fotográficas das peças IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato de-
que indicar e das que forem indicadas pelas partes, pender dos sentidos que lhes faltam.
e, em seguida, devolverá os autos à repartição de § 2º impedidos são:
origem. I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o des-
§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos cendente em qualquer grau e o colateral, até o ter-
os documentos em meio eletrônico, conforme dis- ceiro grau, de alguma das partes, por consangui-
posto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se nidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse
trata de extrato fiel do que consta em seu banco de público ou, tratando-se de causa relativa ao estado
dados ou no documento digitalizado. da pessoa, não se puder obter de outro modo a pro-
va que o juiz repute necessária ao julgamento do
Dos Documentos Eletrônicos mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como
Art. 439 A utilização de documentos eletrônicos no
o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o
processo convencional dependerá de sua conversão
juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham
à forma impressa e da verificação de sua autentici-
assistido as partes.
dade, na forma da lei.
Art. 440 O juiz apreciará o valor probante do docu-
mento eletrônico não convertido, assegurado às E os suspeitos:
partes o acesso ao seu teor.
Art. 441 Serão admitidos documentos eletrônicos Art. 447 [...]
produzidos e conservados com a observância da § São suspeitos:
legislação específica. I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
Da Prova Testemunhal § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoi-
mento das testemunhas menores, impedidas ou
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão pres-
tados independentemente de compromisso, e o juiz
Art. 442 A prova testemunhal é sempre admissível,
não dispondo a lei de modo diverso. lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Art. 443 O juiz indeferirá a inquirição de testemu-
nhas sobre fatos: A testemunha pode se escusar de depor? Sobre
I - já provados por documento ou confissão da isso, prevê o art. 448 que:
parte;
II - que só por documento ou por exame pericial Art. 448 A testemunha não é obrigada a depor sobre
puderem ser provados. fatos:
Art. 444 Nos casos em que a lei exigir prova escri- I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao
182 ta da obrigação, é admissível a prova testemunhal seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes
consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do
até o terceiro grau; Tribunal de Contas da União;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva IV - o procurador-geral da República e os conselhei-
guardar sigilo. ros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V - o advogado-geral da União, o procurador-ge-
Onde devem ser ouvidas? Salvo disposição espe- ral do Estado, o procurador-geral do Município, o
cial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas defensor público-geral federal e o defensor público-
na sede do juízo. -geral do Estado;
Em qual ato processual serão ouvidas as testemu- VI - os senadores e os deputados federais;
nhas? As testemunhas depõem, na audiência de ins- VII - os governadores dos Estados e do Distrito
trução e julgamento, perante o juiz da causa, exceto Federal;
as que prestam depoimento antecipadamente e as que VIII - o prefeito;
são inquiridas por carta. IX - os deputados estaduais e distritais;
X - os desembargadores dos Tribunais de Justiça,
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Art. 449 Salvo disposição especial em contrário, as
Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais
testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo.
Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha,
dos Estados e do Distrito Federal;
por enfermidade ou por outro motivo relevante,
estiver impossibilitada de comparecer, mas não de XI - o procurador-geral de justiça;
prestar depoimento, o juiz designará, conforme as XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado,
circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la. concede idêntica prerrogativa a agente diplomático
do Brasil.
§ 1º O juiz solicitará à autoridade que indique dia,
Da Produção da Prova Testemunhal
hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe
cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela
Nos artigos seguintes constam as informações parte que a arrolou como testemunha.
acerca do procedimento de produção das provas tes- § 2º Passado 1 (um) mês sem manifestação da auto-
temunhais. Vejamos: ridade, o juiz designará dia, hora e local para o
depoimento, preferencialmente na sede do juízo.
Art. 450 O rol de testemunhas conterá, sempre que § 3º O juiz também designará dia, hora e local para
possível, o nome, a profissão, o estado civil, a idade, o depoimento, quando a autoridade não compare-
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físi- cer, injustificadamente, à sessão agendada para a
cas, o número de registro de identidade e o endere- colheita de seu testemunho no dia, hora e local por
ço completo da residência e do local de trabalho. ela mesma indicados.
Art. 451 Depois de apresentado o rol de que tratam Art. 455 Cabe ao advogado da parte informar ou
os §§ 4º e 5º do art. 357 , a parte só pode substituir intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da
a testemunha: hora e do local da audiência designada, dispensan-
I - que falecer; do-se a intimação do juízo.
II - que, por enfermidade, não estiver em condições § 1º A intimação deverá ser realizada por carta
de depor; com aviso de recebimento, cumprindo ao advo-
III - que, tendo mudado de residência ou de local de
gado juntar aos autos, com antecedência de pelo
trabalho, não for encontrada.
menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da
Art. 452 Quando for arrolado como testemunha, o
correspondência de intimação e do comprovante de
juiz da causa:
recebimento.
I - declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de
§ 2º A parte pode comprometer-se a levar a teste-
fatos que possam influir na decisão, caso em que
munha à audiência, independentemente da inti-
será vedado à parte que o incluiu no rol desistir de
mação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso a
seu depoimento;
testemunha não compareça, que a parte desistiu de
II - se nada souber, mandará excluir o seu nome.
Art. 453 As testemunhas depõem, na audiência de sua inquirição.
instrução e julgamento, perante o juiz da causa, § 3º A inércia na realização da intimação a que se
exceto: refere o § 1º importa desistência da inquirição da
I - as que prestam depoimento antecipadamente; testemunha.
II - as que são inquiridas por carta. § 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em comarca, I - for frustrada a intimação prevista no § 1º deste
seção ou subseção judiciária diversa daquela onde artigo;
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
tramita o processo poderá ser realizada por meio II - sua necessidade for devidamente demonstrada
de videoconferência ou outro recurso tecnológico pela parte ao juiz;
de transmissão e recepção de sons e imagens em III - figurar no rol de testemunhas servidor públi-
tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante co ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará
a audiência de instrução e julgamento. ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em
§ 2º Os juízos deverão manter equipamento para a que servir;
transmissão e recepção de sons e imagens a que se IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Minis-
refere o § 1º. tério Público ou pela Defensoria Pública;
Art. 454 São inquiridos em sua residência ou onde V - a testemunha for uma daquelas previstas no art.
exercem sua função: 454 .
I - o presidente e o vice-presidente da República; § 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º
II - os ministros de Estado; ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo justi-
III - os ministros do Supremo Tribunal Federal, ficado será conduzida e responderá pelas despesas
os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça do adiamento.
e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Art. 456 O juiz inquirirá as testemunhas separada
Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as 183
do réu, e providenciará para que uma não ouça o Art. 463 O depoimento prestado em juízo é conside-
depoimento das outras. rado serviço público.
Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao
estabelecida no caput se as partes concordarem. regime da legislação trabalhista, não sofre, por
Art. 457 Antes de depor, a testemunha será qualifi- comparecer à audiência, perda de salário nem des-
cada, declarará ou confirmará seus dados e infor- conto no tempo de serviço.
mará se tem relações de parentesco com a parte ou
interesse no objeto do processo. Uma inovação trazida pelo CPC (2015) foi a de que
§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, o advogado da parte deve intimar a testemunha da
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a
audiência (art. 455).
suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
O juiz inquirirá as testemunhas separada e suces-
fatos que lhe são imputados, provar a contradita
com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), sivamente, primeiro as do autor e, depois, as do réu e
apresentadas no ato e inquiridas em separado. providenciará para que umas não ouçam o depoimen-
§ 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que to das outras. É lícito à parte contraditar a testemu-
se refere o § 1º, o juiz dispensará a testemunha ou nha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou
lhe tomará o depoimento como informante. a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
§ 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a escu- fatos que lhe são imputados, provar a contradita com
se de depor, alegando os motivos previstos neste documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apre-
Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as sentadas no ato e inquiridas em separado.
partes.
Art. 458 Ao início da inquirição, a testemunha pres- Da Prova Pericial
tará o compromisso de dizer a verdade do que sou-
ber e lhe for perguntado.
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que A prova pericial destina-se à prova fato que exija
incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, conhecimento técnico, como de engenheiros, contado-
cala ou oculta a verdade. res, médicos etc.
Art. 459 As perguntas serão formuladas pelas par- Antes de adentrar na explicação, vamos à leitura
tes diretamente à testemunha, começando pela que do que dispõem os artigos 464 ao 471:
a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que pude-
rem induzir a resposta, não tiverem relação com as Art. 464 A prova pericial consiste em exame, visto-
questões de fato objeto da atividade probatória ou ria ou avaliação.
importarem repetição de outra já respondida. § 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
§ 1º O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes I - a prova do fato não depender de conhecimento
quanto depois da inquirição feita pelas partes. especial de técnico;
§ 2º As testemunhas devem ser tratadas com urba- II - for desnecessária em vista de outras provas
nidade, não se lhes fazendo perguntas ou conside- produzidas;
rações impertinentes, capciosas ou vexatórias. III - a verificação for impraticável.
§ 3º As perguntas que o juiz indeferir serão trans- § 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz
critas no termo, se a parte o requerer. poderá, em substituição à perícia, determinar a
Art. 460 O depoimento poderá ser documentado produção de prova técnica simplificada, quando o
por meio de gravação. ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 1º Quando digitado ou registrado por taquigrafia, § 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas
estenotipia ou outro método idôneo de documen- na inquirição de especialista, pelo juiz, sobre pon-
tação, o depoimento será assinado pelo juiz, pelo to controvertido da causa que demande especial
depoente e pelos procuradores. conhecimento científico ou técnico.
§ 2º Se houver recurso em processo em autos não
§ 4° Durante a arguição, o especialista, que deverá
eletrônicos, o depoimento somente será digitado
ter formação acadêmica específica na área objeto
quando for impossível o envio de sua documenta-
de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer
ção eletrônica.
recurso tecnológico de transmissão de sons e ima-
§ 3º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á
gens com o fim de esclarecer os pontos controver-
o disposto neste Código e na legislação específica
tidos da causa.
sobre a prática eletrônica de atos processuais.
Art. 465 O juiz nomeará perito especializado no
Art. 461 O juiz pode ordenar, de ofício ou a reque-
rimento da parte: objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para
I - a inquirição de testemunhas referidas nas decla- a entrega do laudo.
rações da parte ou das testemunhas; § 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas contados da intimação do despacho de nomeação
ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato do perito:
determinado que possa influir na decisão da causa, I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito,
divergirem as suas declarações. se for o caso;
§ 1º Os acareados serão reperguntados para que II - indicar assistente técnico;
expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a III - apresentar quesitos.
termo o ato de acareação. § 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em
§ 2º A acareação pode ser realizada por videocon- 5 (cinco) dias:
ferência ou por outro recurso tecnológico de trans- I - proposta de honorários;
missão de sons e imagens em tempo real. II - currículo, com comprovação de especialização;
Art. 462 A testemunha pode requerer ao juiz o III - contatos profissionais, em especial o endereço
pagamento da despesa que efetuou para compare- eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações
cimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo pessoais.
que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de § 3º As partes serão intimadas da proposta de hono-
184 3 (três) dias. rários para, querendo, manifestar-se no prazo comum
de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, § 3º A perícia consensual substitui, para todos os
intimando-se as partes para os fins do art. 95 . efeitos, a que seria realizada por perito nomeado
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até pelo juiz.
cinquenta por cento dos honorários arbitrados a
favor do perito no início dos trabalhos, devendo o A perícia pode ser:
remanescente ser pago apenas ao final, depois de
entregue o laudo e prestados todos os esclareci- z Exame: pode recair sobre bens móveis, semoven-
mentos necessários. tes, livros comerciais, documentos e pessoas, como
§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente,
o exame de DNA;
o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente
z Vistoria: recai sobre imóveis;
arbitrada para o trabalho.
z Avaliação: destina-se a mensurar o valor de um
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-
-á proceder à nomeação de perito e à indicação de
bem, direito ou obrigação.
assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar
a perícia. A produção da prova pericial será indeferida quando:
Art. 466 O perito cumprirá escrupulosamente o
encargo que lhe foi cometido, independentemente z A prova do fato não depender de conhecimento
de termo de compromisso. especial de técnico;
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da par- z For desnecessária, em vista de outras provas
te e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. produzidas;
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das z A verificação for impraticável.
partes o acesso e o acompanhamento das diligên-
cias e dos exames que realizar, com prévia comu- Se deferida, o juiz nomeará perito especializado no
nicação, comprovada nos autos, com antecedência objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a
mínima de 5 (cinco) dias. entrega do laudo. As partes serão intimadas do des-
Art. 467 O perito pode escusar-se ou ser recusado
pacho de nomeação, momento em que, dentro de 15
por impedimento ou suspeição.
(quinze) dias, poderão:
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao
julgar procedente a impugnação, nomeará novo
perito. z Arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se
Art. 468 O perito pode ser substituído quando: for o caso;
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico; z Indicar assistente técnico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encar- z Apresentar quesitos.
go no prazo que lhe foi assinado.
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará Os assistentes técnicos são de confiança da par-
a ocorrência à corporação profissional respectiva, te e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição.
podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada ten- Os quesitos são das indagações feitas ao perito, no
do em vista o valor da causa e o possível prejuízo sentido de esclarecer as questões técnicas, objeto da
decorrente do atraso no processo. prova pericial. Poderão ser formulados quesitos com-
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 plementares se necessário. O juiz poderá indeferir os
(quinze) dias, os valores recebidos pelo trabalho quesitos que julgar impertinentes ou mesmo formular
não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar outros que entender serem necessários ao esclareci-
como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos. mento da causa.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que
trata o § 2º, a parte que tiver realizado o adianta- Art. 472 O juiz poderá dispensar prova pericial
mento dos honorários poderá promover execução quando as partes, na inicial e na contestação, apre-
contra o perito, na forma dos arts. 513 e seguin- sentarem, sobre as questões de fato, pareceres téc-
tes deste Código , com fundamento na decisão que nicos ou documentos elucidativos que considerar
determinar a devolução do numerário. suficientes.
Art. 469 As partes poderão apresentar quesitos
suplementares durante a diligência, que poderão São requisitos do laudo pericial:
ser respondidos pelo perito previamente ou na
audiência de instrução e julgamento. z A exposição do objeto da perícia;
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária z A análise técnica ou científica realizada pelo perito;
ciência da juntada dos quesitos aos autos. z A indicação do método utilizado, esclarecendo-o
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Princípio da Congruência, Adstrição ou Correlação z Ex nunc: ocorre nas sentenças constitutivas, sendo
seus efeitos dali em diante (Ex.: ação de divórcio).
Tais princípios mencionados são sinônimos e utili-
zados para falar do mesmo objeto. O juiz deve ater sua
decisão ao objetivo litigioso, sobre as questões efetiva-
Dica
mente levadas pelas partes e colocas em debate, sob Ex tunc: bate na testa (a cabeça vai para trás.
pena de ofender o princípio da congruência, confor- Logo, retroage);
me dispõe o art. 492. Ex nunc: bate na nuca (a cabeça vai para frente.
Logo, não retroage).
Art. 492 É vedado ao juiz proferir decisão de natu-
reza diversa da pedida, bem como condenar a parte
em quantidade superior ou em objeto diverso do Para complementar o entendimento:
que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda Art. 492 É vedado ao juiz proferir decisão de natu-
que resolva relação jurídica condicional. reza diversa da pedida, bem como condenar a parte
em quantidade superior ou em objeto diverso do
Ainda sobre a extensão das sentenças: que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda
Art. 491 Na ação relativa à obrigação de pagar que resolva relação jurídica condicional.
quantia, ainda que formulado pedido genérico, Art. 493 Se, depois da propositura da ação, algum
a decisão definirá desde logo a extensão da obri- fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direi-
gação, o índice de correção monetária, a taxa de to influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz
juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da tomá-lo em consideração, de ofício ou a requeri-
capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: mento da parte, no momento de proferir a decisão.
I - não for possível determinar, de modo definitivo, Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo,
o montante devido; o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
II - a apuração do valor devido depender da produ- Art. 494 Publicada a sentença, o juiz só poderá
ção de prova de realização demorada ou excessiva- alterá-la:
mente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;
apuração do valor devido por liquidação. II - por meio de embargos de declaração.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando Art. 495 A decisão que condenar o réu ao paga-
o acórdão alterar a sentença.
mento de prestação consistente em dinheiro e a que
determinar a conversão de prestação de fazer, de
Podem, ainda, surgir alguns vícios: não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniá-
ria valerão como título constitutivo de hipoteca
z Sentença “ultra petita”: quando o juiz dá algo judiciária.
além do pedido pelo autor. Ex.: pede-se indeniza- § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
ção por danos morais de R$10.000,00 e o juiz con- I - embora a condenação seja genérica;
dena em R$15.000,00; II - ainda que o credor possa promover o cumpri-
z Sentença “extra petita”: o juiz dá algo diverso do mento provisório da sentença ou esteja pendente
que foi pedido. Ex.: pede a devolução do dinheiro, arresto sobre bem do devedor;
mas o juiz condena ao conserto do produto; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de
z Sentença “citra petita”: quando há omissão do efeito suspensivo.
juiz em relação a algum dos pedidos. Ex.: pede-se § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada
indenização por danos morais e materiais, mas, na mediante apresentação de cópia da sentença peran-
sentença, o juiz aprecia apenas os danos morais e te o cartório de registro imobiliário, independente-
se omite sobre os materiais. mente de ordem judicial, de declaração expressa do
juiz ou de demonstração de urgência.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
A alteração da sentença pelo próprio juiz somente § 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de
ocorrerá para corrigir, de ofício ou a requerimento da realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juí-
parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo, bem zo da causa, que determinará a intimação da outra
como por meio de embargos de declaração. parte para que tome ciência do ato.
Para estudo dos tipos de ação, remetemos à classi- § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída,
ficação das ações, que corresponderá à classificação implicará, para o credor hipotecário, o direito
das sentenças (meramente declaratória, constitutiva, de preferência, quanto ao pagamento, em rela-
condenatória, mandamental, executiva lato sensu). ção a outros credores, observada a prioridade no
Os principais efeitos da sentença são: registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da deci-
z Ex tunc: ocorre nas sentenças de natureza decla- são que impôs o pagamento de quantia, a parte res-
ratória, pois seus efeitos são retroativos ao fato ponderá, independentemente de culpa, pelos danos
ou situação que se pretende declará-la existente que a outra parte tiver sofrido em razão da consti-
ou inexistente (Ex.: investigação de paternidade; tuição da garantia, devendo o valor da indenização
declaração de nulidade absoluta de um contrato); ser liquidado e executado nos próprios autos. 189
Da Remessa Necessária Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado
em 16/9/2014, DJe 24/9/2014.
Existem sentenças cujos efeitos somente se pro- IV - Recurso especial parcialmente provido.
duzirão depois de confirmadas pelo tribunal. São as
hipóteses do art. 496 do CPC, que se referem à remessa (stj, REsp 1745633/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA
necessária: TURMA, julgado em 12/03/2019, DJe 18/03/2019)
Art. 496 Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações
não produzindo efeito senão depois de confirmada de Fazer, de Não Fazer e de Entregar Coisa
pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito A obrigação de fazer impõe uma conduta ativa ao
Federal, os Municípios e suas respectivas autar- devedor, como a construção de um muro, de uma cer-
quias e fundações de direito público; ca. A obrigação de não fazer impõe uma abstenção,
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os como não ofender, cessar agressão, cessar a difama-
embargos à execução fiscal. ção, não oferecer obstáculo ao exercício de um direito.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não inter- Já a obrigação de entregar coisa impõe a transferência
posta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
da posse ou da propriedade de um bem. Nesse tipo
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o
de obrigação (fazer, não fazer ou de entregar coisa), a
presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
decisão do juiz deve se preocupar em conceder tutela
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tri-
bunal julgará a remessa necessária.
específica ou determinar providências que assegurem
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalen-
a condenação ou o proveito econômico obtido na te. Sendo o caso, deverá fixar o prazo para o cumpri-
causa for de valor certo e líquido inferior a: mento da obrigação.
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e Se for impossível a tutela específica ou o resul-
as respectivas autarquias e fundações de direito tado prático equivalente, a obrigação se converterá
público; em perdas e danos, o que pode ocorrer, também, por
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Esta- requerimento do próprio credor.
dos, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e Feitos estes apontamentos, vamos às disposições
fundações de direito público e os Municípios que do CPC:
constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os Art. 497 Na ação que tenha por objeto a prestação
demais Municípios e respectivas autarquias e fun- de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o
dações de direito público. pedido, concederá a tutela específica ou determina-
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo rá providências que assegurem a obtenção de tutela
quando a sentença estiver fundada em: pelo resultado prático equivalente.
I - súmula de tribunal superior; Parágrafo único. Para a concessão da tutela espe-
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Fede- cífica destinada a inibir a prática, a reiteração ou
ral ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga- a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
mento de recursos repetitivos; irrelevante a demonstração da ocorrência de dano
III - entendimento firmado em incidente de reso-
ou da existência de culpa ou dolo.
lução de demandas repetitivas ou de assunção de
Art. 498 Na ação que tenha por objeto a entrega de
competência;
coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará
IV - entendimento coincidente com orientação vin-
culante firmada no âmbito administrativo do pró- o prazo para o cumprimento da obrigação.
prio ente público, consolidada em manifestação, Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa
parecer ou súmula administrativa. determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor
individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a
Conforme entendimento do STJ, é proibido ao tri- escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entre-
bunal agravar a decisão quando do julgamento da gará individualizada, no prazo fixado pelo juiz.
remessa necessária, logo sua decisão poderá manter a Art. 499 A obrigação somente será convertida em
de instância inferior ou melhorar a situação da Fazen- perdas e danos se o autor o requerer ou se impossí-
da Pública. Mas, nunca agravar. vel a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDA- Art. 500 A indenização por perdas e danos dar-se-
DE CONCEDIDO JUDICIALMENTE. PAGAMENTO -á sem prejuízo da multa fixada periodicamente
DE PARCELAS PRETÉRITAS DO BENEFÍCIO COIN- para compelir o réu ao cumprimento específico da
CIDENTES COM PERÍODO EM QUE HOUVE EXER- obrigação.
CÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA. CABIMENTO. Art. 501 Na ação que tenha por objeto a emissão de
PRECEDENTES. REEXAME NECESSÁRIO. AGRAVA- declaração de vontade, a sentença que julgar proce-
MENTO DA SITUAÇÃO DA FAZENDA NACIONAL. dente o pedido, uma vez transitada em julgado, pro-
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 45/STJ. duzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
[...]
III - De acordo com o Enunciado n. 45 da Súmula do
Da Coisa Julgada
STJ, “no reexame necessário, é defeso, ao Tribunal,
agravar a condenação imposta a Fazenda Pública”.
Nesse sentido são os julgados: REsp n. 1.600.115/ A coisa julgada é um instituto garantidor de segu-
GO, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Tur- rança jurídica, com guarida constitucional.
ma, julgado em 18/8/2016, DJe 12/9/2016; AgRg no
AREsp n. 762.129/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Art. 5º [...]
Marques, Segunda Turma, julgado em 17/11/2015, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o
190 DJe 24/11/2015; e AgRg no AREsp n. 522.357/SP, Rel. ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Segundo Rennan Thamay4, “a coisa julgada se Limites da Coisa Julgada
traduz na imutabilidade do comando decisório da
decisão de mérito, sendo efetivamente a res iudicata A coisa julgada material dá à sentença a mesma
substancial, ou seja, a coisa julgada material.” força da lei, tornando-se imperativa nos seus limites.
Veja que o conceito é semelhante ao adotado pelo Vejamos:
CPC (2015):
Art. 502 Denomina-se coisa julgada material a
Art. 502 Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a deci-
autoridade que torna imutável e indiscutível a deci- são de mérito não mais sujeita a recurso.
são de mérito não mais sujeita a recurso. Art. 503 A decisão que julgar total ou parcialmen-
te o mérito tem força de lei nos limites da questão
principal expressamente decidida.
Tal conceito trata, efetivamente, da coisa julgada
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de
material, ou seja, da efetiva coisa julgada.
questão prejudicial, decidida expressa e incidente-
mente no processo, se:
Coisa Julgada Material e Formal I - dessa resolução depender o julgamento do
mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio
Material
e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
COISA JULGADA III - o juízo tiver competência em razão da matéria
e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
Formal
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo
houver restrições probatórias ou limitações à cog-
nição que impeçam o aprofundamento da análise
A coisa julgada material é a que decorre da senten- da questão prejudicial.
ça de mérito, impedindo a rediscussão do comando
decisório. Implica dizer que não poderá a parte pro- Assim, a coisa julgada ocorre sobre o dispositivo
por ação sobre questão já abrangida pela coisa julga- da sentença, mas poderá abranger a fundamentação
da, por isso se fala em garantia de segurança jurídica. para contemplar questão prejudicial na hipótese do §
É o que se depreende, também, do art. 508 do CPC, 1º mencionado. Nesse caso, fala-se em limites objeti-
o qual faz referência à eficácia preclusiva da coisa vos da coisa julgada.
julgada. Tais efeitos não se projetam sobre:
Art. 508 Transitada em julgado a decisão de méri- Art. 504 Não fazem coisa julgada:
to, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas I - os motivos, ainda que importantes para deter-
as alegações e as defesas que a parte poderia opor minar o alcance da parte dispositiva da sentença;
tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. II - a verdade dos fatos, estabelecida como funda-
mento da sentença.
Já a coisa julgada formal decorre das sentenças que Art. 505 Nenhum juiz decidirá novamente as ques-
não resolvem o mérito (sentenças terminativas). Nesse tões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
caso, não se impede a propositura de nova ação, até mes- I - se, tratando-se de relação jurídica de trato conti-
mo porque o mérito não se resolverá. O que se impede nuado, sobreveio modificação no estado de fato ou
é a reabertura da ação extinta, por isso é que podemos de direito, caso em que poderá a parte pedir a revi-
falar que a coisa julgada formal produz efeitos apenas são do que foi estatuído na sentença;
em relação à ação em que foi proferida a decisão. II - nos demais casos prescritos em lei.
Há casos em que, mesmo sendo proferida sentença
de mérito, ainda haverá possibilidade de propositura Já os limites subjetivos da coisa julgada atingem as
de nova ação. É o caso da improcedência por falta de partes da relação jurídica processual, não prejudican-
provas. Vejamos as legislações seguintes: do terceiros (Art. 506).
z Lei nº 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública): Art. 506 A sentença faz coisa julgada às partes
entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.
Art. 16 A sentença civil fará coisa julgada erga Art. 507 É vedado à parte discutir no curso do pro-
omnes, nos limites da competência territorial cesso as questões já decididas a cujo respeito se
operou a preclusão.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Art. 18 A sentença terá eficácia de coisa julgada Como regra, a sentença condenatória deve contem-
oponível “erga omnes”, exceto no caso de haver plar uma obrigação líquida (cujo valor encontra-se
sido a ação julgada improcedente por deficiência de definido), passível de pronta satisfação. Entretanto,
prova; neste caso, qualquer cidadão poderá inten- pode ocorrer da obrigação ser ilíquida, caso em que
tar outra ação com idêntico fundamento, valendo- será necessária sua liquidação. Imagine a hipótese na
-se de nova prova. qual o juiz constata que o dano causado a um imóvel
4 THAMAY, R. Coisa julgada. 2. ed. São Paulo. Thomson Reuters Brasil, 2020, p. 89. 191
deve ser atribuído ao proprietário vizinho, condenan-
do-o à reparação em valor a ser obtido em liquidação.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Nesse caso, será necessário avançar para a fase de
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito do procedi-
liquidação, destinada a definir o quantum debeatur (o
mento comum, julgue os itens a seguir, de acordo com
valor devido). A liquidação pode ser:
o Código de Processo Civil (CPC).
Art. 509 Quando a sentença condenar ao pagamen-
I. Para que ocorra a cumulação de pedidos na petição
to de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquida-
inicial, é imprescindível que entre eles haja conexão.
ção, a requerimento do credor ou do devedor:
II. O magistrado é autorizado a julgar a demanda impro-
I - por arbitramento, quando determinado pela sen-
cedente de forma liminar se o pedido do autor con-
tença, convencionado pelas partes ou exigido pela
trariar enunciado de súmula de tribunal de justiça
natureza do objeto da liquidação;
sobre direito local e se a causa dispensar instrução
II - pelo procedimento comum, quando houver ne-
probatória.
cessidade de alegar e provar fato novo.
III. A intimação para réplica do autor é prevista na hipó-
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida
tese de o réu apresentar, em sua contestação, defesa
e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simul-
taneamente a execução daquela e, em autos aparta-
indireta. Na hipótese de o demandado utilizar somente
dos, a liquidação desta.
defesa direta, não deve haver intimação para réplica.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas
de cálculo aritmético, o credor poderá promover, Assinale a opção correta.
desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e a) Apenas o item I está certo.
colocará à disposição dos interessados programa b) Apenas o item III está certo.
de atualização financeira. c) Apenas os itens I e II estão certos.
Art. 510 Na liquidação por arbitramento, o juiz in- d) Apenas os itens II e III estão certos.
timará as partes para a apresentação de pareceres e) Todos os itens estão certos.
ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e,
caso não possa decidir de plano, nomeará perito, Trata-se de interpretação e aplicação dos arts. 327,
observando-se, no que couber, o procedimento da 332, IV, 350, todos do CPC.
prova pericial. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único proces-
Art. 511 Na liquidação pelo procedimento comum, so, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda
o juiz determinará a intimação do requerido, na que entre eles não haja conexão.
pessoa de seu advogado ou da sociedade de advoga- Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instru-
dos a que estiver vinculado, para, querendo, apre- tória, o juiz, independentemente da citação do réu,
sentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, julgará liminarmente improcedente o pedido que
observando-se, a seguir, no que couber, o disposto contrariar:
no Livro I da Parte Especial deste Código . I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Fede-
Art. 512 A liquidação poderá ser realizada na pen- ral ou do Superior Tribunal de Justiça;
dência de recurso, processando-se em autos apar- II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Fede-
tados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante ral ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julga-
instruir o pedido com cópias das peças processuais mento de recursos repetitivos;
pertinentes. III - entendimento firmado em incidente de reso-
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide lução de demandas repetitivas ou de assunção de
ou modificar a sentença que a julgou. competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça
Observe-se que a iliquidez não se supre por meros sobre direito local.
cálculos aritméticos, hipótese em que o credor pode- Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificati-
ria promover, desde logo, o cumprimento da sentença vo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido
Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a
partes para a apresentação de pareceres ou documen- produção de prova. Resposta: Letra D.
tos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa
decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no 2. (FCC – 2020) Indeferida a inicial, o autor
que couber, o procedimento da prova pericial. Seria
o caso de avaliar um imóvel ou mensurar eventuais a) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco
dias, retratar-se; se não houver retratação, o juiz man-
danos ocorridos por ato ilícito.
dará citar o réu para responder ao recurso.
Já na liquidação pelo procedimento comum, o juiz
b) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediata-
determinará a intimação do requerido, na pessoa de
mente, sem citação do réu para resposta ao recurso.
seu advogado ou da sociedade de advogados a que c) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito
estiver vinculado, para, querendo, apresentar contes- líquido e certo à prestação jurisdicional.
tação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, no d) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajui-
que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial do zar nova demanda sobre a mesma matéria, não sendo
CPC (2015). Aqui, seria um caso de comprovação de possível o juízo de retratação.
fato relacionado ao quantum debeatur. e) poderá apelar, com possibilidade de retratação
A liquidação poderá ser realizada na pendência de do juiz em cinco dias; não havendo retratação, os
recurso, processando-se em autos apartados no juízo autos subirão imediatamente, não havendo citação
de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido do réu porque não chegou a se constituir a relação
192 com cópias das peças processuais pertinentes. jurídico-processual.
Trata-se de aplicação do art. 331, § 1º, do CPC: Se vencimento, pois prestações sucessivas consideram-
não houver retratação, o juiz mandará citar o réu -se incluídas no pedido. Resposta: Letra B.
para responder ao recurso. A letra “B” está errada,
porque a subida dos autos ao Tribunal não se dá de 5. (TJ-AP – 2019) Considerando que duas pessoas
imediato, sendo necessária, ainda, a citação do réu envolvidas em um acidente de trânsito sem vítimas
antes disso. A letra “C” está incorreta, porque não tenham, em razão do estresse e dos danos causados
é o caso de impetração de mandado de segurança, aos veículos, discutido, assinale a opção correta no
já que o CPC prevê recurso cabível. A letra “D” está que se refere aos métodos extrajudiciais de soluções
incorreta, porque cabe recurso com juízo de retra- de conflitos:
tação. A letra “E” está incorreta, porque exige a
citação do réu para responder ao recurso. Resposta: a) O conciliador busca a solução para o conflito, mas
Letra A. não pode tomar decisões, que cabem às partes,
cooperativamente;
3. (FGV – 2019) Vencida e não cumprida determinada b) O papel do conciliador, que deverá atuar na resolução
obrigação contratual, o credor ajuizou ação em que desse conflito, é questionar os envolvidos na tentativa
pleiteava a condenação do devedor a pagá-la. Depois de investigar aspectos intrínsecos que poderiam inter-
de contestada a demanda, e encerrada a fase instrutó- ferir no acordo;
ria, o juiz reputou configurados os fatos constitutivos c) A aceitação das diferenças pessoais deve ser priorida-
do direito alegado pelo autor, vindo a acolher a sua pre- de na resolução desse conflito;
tensão. Além do pagamento da obrigação contratual, d) A mediação é um processo inadequado para solucio-
foi o réu condenado a pagar juros moratórios legais, nar esse conflito.
correção monetária e honorários de sucumbência,
itens que não haviam sido objeto de pedido na inicial. Trata-se de aplicação do art. 165, § 2º, do CPC (O
Nesse quadro, a sentença proferida foi: conciliador, que atuará preferencialmente nos casos
em que não houver vínculo anterior entre as partes,
a) nula, por ultra petita. poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada
b) nula, por extra petita. a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou
c) nula, por citra petita. intimidação para que as partes conciliem).
d) válida. O conciliador não toma decisão, a qual cabe exclusi-
e) válida, embora o seu excesso deva ser podado pelo vamente às partes, com fundamento no princípio da
tribunal. autonomia da vontade, considerando tratar-se de
meio autocompositivo, cuja resolução é construída
Trata-se de aplicação do art. 332, § 1º, do CPC, pois pelos próprios envolvidos. Resposta: Letra A.
compreendem-se os juros legais, a correção monetá-
ria e as verbas de sucumbência, inclusive os honorá- 6. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No curso de ação cível, é
rios advocatícios. Resposta: Letra D. defeso ao juiz conhecer de ofício
A intimação pode ser direcionada ao advogado, em Quando é atribuída classificação judicial ao títu-
regra. Caberá, excepcionalmente, intimação pessoal lo que se origina de esfera diversa, como a criminal,
por carta com AR (notadamente se for representado arbitral ou estrangeira (incisos VI, VII, VIII, IX), ainda
pela Defensoria, não tiver procurador constituído ou será caso de cumprimento de sentença, mas será pre-
já tiver se passado um ano da decisão sem nenhuma ciso citação, devido a não existência do processo de
providência do credor), por meio eletrônico (no caso
conhecimento cível. É a única distinção em relação ao
de empresa cadastrada que não tenha procurador
procedimento do cumprimento de sentença vincula-
constituído nos autos), ou por edital (no caso de réu
revel na fase de conhecimento). do à fase de conhecimento, que em regra começa com
a intimação do devedor, conforme o art. 513.
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser
promovido em face do fiador, do coobrigado Da Competência
ou do corresponsável que não tiver participa-
do da fase de conhecimento. Em regra, a competência da fase de conhecimento
vinculará, obviamente, sua fase posterior – a de exe-
Não significa que não é cabível a execução, mas cução –, já que se trata de um só processo (processo
será necessário promover, antes dela, processo de sincrético). Assim, presume-se que a fase de execução
conhecimento autônomo, sempre que o fiador, o coo- permanecerá na do local da fase de conhecimento,
brigado ou o corresponsável não tiverem participado havendo, portanto, competência absoluta. Entretanto,
da fase de conhecimento. o CPC traz dois tipos de exceção, os títulos executivos
judiciais provenientes de outras esferas judiciais – vis-
Art. 514 Quando o juiz decidir relação jurídica to no tópico anterior – e a hipótese do parágrafo único
sujeita a condição ou termo, o cumprimento da do art. 516.
sentença dependerá de demonstração de que se
realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Art. 516 O cumprimento da sentença efetuar-se-á
perante:
Do Cumprimento de Sentença e a Fase de I - os tribunais, nas causas de sua competência
Conhecimento originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de
Como já mencionado, a regra é que haja cumpri- jurisdição;
mento de sentença se houver a fase de conhecimen- III - o juízo cível competente, quando se tratar
to, contudo, há ainda a possibilidade da existência de de sentença penal condenatória, de sentença
um processo autônomo de cumprimento de sentença, arbitral, de sentença estrangeira ou de acór-
dão proferido pelo Tribunal Marítimo.
ou seja, sem que tenha havido sua respectiva fase de
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II
conhecimento, isso se dá devido à classificação atri-
e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
buída ao título executivo, vejamos o art. 515.
atual domicílio do executado, pelo juízo do
local onde se encontrem os bens sujeitos à exe-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Art. 515 São títulos executivos judiciais, cujo cum- cução ou pelo juízo do local onde deva ser exe-
primento dar-se-á de acordo com os artigos previs- cutada a obrigação de fazer ou de não fazer,
tos neste Título: casos em que a remessa dos autos do processo
I - as decisões proferidas no processo civil que será solicitada ao juízo de origem.
reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar
quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição
O parágrafo único traz uma faculdade unilateral,
judicial; ou seja, a competência somente poderá ser alterada
III - a decisão homologatória de autocomposição por conveniência do exequente.
extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamen- Do Protesto da Decisão Objeto de Cumprimento
te em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal; Art. 517 A decisão judicial transitada em jul-
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as cus- gado poderá ser levada a protesto, nos termos
tas, emolumentos ou honorários tiverem sido apro- da lei, depois de transcorrido o prazo para paga-
vados por decisão judicial; mento voluntário previsto no art. 523. 195
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente Cumprimento de Sentença de Obrigação de Pagar
apresentar certidão de teor da decisão. Quantia Certa
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser for-
necida no prazo de 3 (três) dias e indicará o A obrigação de pagar quantia certa é aquela que
nome e a qualificação do exequente e do execu- se quantifica em dinheiro, que é devido pelo devedor
tado, o número do processo, o valor da dívida ao credor. Se o título executivo for judicial, caberá o
e a data de decurso do prazo para pagamento cumprimento de sentença, que pode ser provisório ou
voluntário. definitivo. Se o título executivo for extrajudicial, cabe-
§ 3o O executado que tiver proposto ação resci- rá a ação de execução. É importante frisar que embo-
sória para impugnar a decisão exequenda pode ra existam distinções entre os procedimentos, os atos
requerer, a suas expensas e sob sua responsabi- essenciais da execução por quantia certa – penhora,
lidade, a anotação da propositura da ação à
avaliação e expropriação – seguem as mesmas regras,
margem do título protestado.
as quais serão estudadas no capítulo 3 deste módulo.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será
cancelado por determinação do juiz, median-
Em suma, o objetivo da execução por quantia cer-
te ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 ta, tanto feita em ação autônoma, quanto em cum-
(três) dias, contado da data de protocolo do reque- primento de sentença é a expropriação de bens do
rimento, desde que comprovada a satisfação executado, com vistas a pagar o crédito devido. Há
integral da obrigação. outras formas de execução por quantia, como as de
prestação de alimentos e contra a Fazenda Pública,
O art. 517 disciplina a possibilidade de protesto do mas nelas o pagamento do crédito se sujeita a regras
título executivo judicial, sendo mais uma forma de próprias.
constranger o devedor a arcar com a sua obrigação. A execução por quantia certa realiza-se pela expro-
priação de bens do executado. A expropriação consis-
te na retirada do bem ou de frutos e rendimentos de
Importante! tal bem da propriedade do devedor, podendo ocorrer
por adjudicação (transferência do bem do patrimônio
A publicidade, em regra se dá a todas as deci- do devedor para o patrimônio do credor), por aliena-
sões, assim como a possibilidade dos exe- ção (venda do bem em particular ou em hasta pública
quentes protestá-las (meio este de divulgação). e utilização do valor obtido na venda para pagamento
Entretanto, às decisões provenientes de proces- do credor) e por apropriação de frutos e rendimentos
so que tramitam em segredo de justiça não se (frutos e rendimentos que seriam devidos ao devedor
dão publicidade. Faz-se, portanto, pensar que a vão para o credor até que satisfeito esteja o débito). A
decisão que tem por objeto alimentos (ação esta expropriação apenas irá ocorrer se o executado não
que tramita em segredo de justiça), não pode- remir a execução, isto é, se não efetuar o pagamento
ria ser protestada, contudo, tal hipótese foge à ou consignar a importância devida ao credor, devida-
regra. mente atualizada.
superveniente da obrigação ou justa causa obrigação de entregar coisa no prazo assinalado, cabe
para o descumprimento. a expedição de mandado de busca e apreensão para
§ 2o O valor da multa será devido ao exequente.
bens móveis e de imissão na posse para bens imóveis
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cum-
em favor do credor.
primento provisório, devendo ser depositada em
Não é possível neste momento apresentar defesa
juízo, permitido o levantamento do valor após
quanto a eventuais benfeitorias realizadas, questão
o trânsito em julgado da sentença favorável à
parte.
que deveria ter sido discutida na fase de conhecimen-
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se to – o mesmo quanto ao direito de retenção que pode
configurar o descumprimento da decisão e eventualmente ser exercido pelo possuidor de boa-fé.
incidirá enquanto não for cumprida a decisão
que a tiver cominado. Cumprimento de Sentença de Obrigação de Prestar
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que cou- Alimentos
ber, ao cumprimento de sentença que reconheça
deveres de fazer e de não fazer de natureza A execução de alimentos é outra espécie de execu-
não obrigacional. ção sujeita a regime especial. O credor de alimentos 199
tem duas possibilidades: a de promover a execução A prisão não pode ser domiciliar, em regra, mas o
por quantia certa comum e a de executar pelo rito da devedor não pode ficar com os presos comuns.
prisão civil. O CPC aborda uma terceira forma de exe-
cução da pensão alimentícia, mediante expedição de § 5o O cumprimento da pena não exime o execu-
ofício ao empregador para efetuar o desconto na folha tado do pagamento das prestações vencidas e
de pagamento do alimentante. vincendas.
O quarto capítulo do título que trata do cumpri- § 6o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspen-
mento de sentença aborda o cumprimento de senten- derá o cumprimento da ordem de prisão.
ça que reconheça a exigibilidade de prestar alimentos.
Esta prisão civil não é uma pena, mas um meio de
Art. 528 No cumprimento de sentença que conde- coerção, de modo que será suspenso o cumprimento
ne ao pagamento de prestação alimentícia ou de da ordem de prisão assim que o devedor pagar o débi-
decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, to. Também por isso que o cumprimento da prisão
a requerimento do exequente, mandará intimar o não exime o devedor de pagar pela dívida, apesar de
executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, não ser possível novo decreto de prisão pelas mesmas
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a prestações.
impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1o Caso o executado, no prazo referido no caput, § 7o O débito alimentar que autoriza a prisão
não efetue o pagamento, não prove que o efe- civil do alimentante é o que compreende até as 3
tuou ou não apresente justificativa da impossi- (três) prestações anteriores ao ajuizamento
bilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar da execução e as que se vencerem no curso do
o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que processo.
couber, o disposto no art. 517.
Art. 531 O disposto neste Capítulo aplica-se aos A constituição de capital pode ser representada
alimentos definitivos ou provisórios. por imóveis, títulos da dívida pública ou aplicações
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem
financeiras em banco oficial, cuja renda assegure o
como a dos alimentos fixados em sentença ainda
pagamento do valor mensal da pensão. Estes bens
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
primento voluntário, automaticamente começa a cor- judicial for apenas provisório, isto é, se não tiver ain-
rer o prazo para a impugnação à execução, em todas da transitado em julgado a decisão, basta a alegação
modalidades de obrigação, não sendo necessária nova de inexigibilidade do título no cumprimento. Contu-
intimação do executado. do, se o título executivo judicial for definitivo, tendo
transitado em julgado a decisão que o formou, será
Art. 525 Transcorrido o prazo previsto no art. preciso propor ação rescisória para, então, questionar
523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o pra- a inexigibilidade do título.
zo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, IV – penhora incorreta ou avaliação errônea;
apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 11 As questões relativas a fato superveniente ao
término do prazo para apresentação da impugna-
Além disso, no caso específico do cumprimento ção, assim como aquelas relativas à validade e à
de sentença para obrigação de pagar quantia certa, a adequação da penhora, da avaliação e dos atos exe-
apresentação da impugnação à execução não impede cutivos subsequentes, podem ser arguidas por sim-
que os atos de penhora prossigam. ples petição, tendo o executado, em qualquer dos 203
casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular § 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refe-
esta arguição, contado da comprovada ciência do re o § 6o não impedirá a efetivação dos atos
fato ou da intimação do ato. de substituição, de reforço ou de redução da
penhora e de avaliação dos bens
A penhora pode já ter acontecido no momento da § 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impug-
impugnação, bem como da avaliação do bem penhora- nação disser respeito apenas a parte do objeto da exe-
do. Neste caso, o executado deve aproveitar a impug- cução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
nação para questionar os atos. Contudo, se os atos de § 9o A concessão de efeito suspensivo à impug-
penhora e avaliação forem posteriores à impugnação, nação deduzida por um dos executados não
será possível questionar mediante exceção de pré- suspenderá a execução contra os que não
-executividade, isto é, petição simples nos autos. impugnaram, quando o respectivo fundamento
disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à
V – excesso de execução ou cumulação indevi-
impugnação, é lícito ao exequente requerer o
da de execuções;
prosseguimento da execução, oferecendo e pres-
tando, nos próprios autos, caução suficiente e idô-
Uma das mais comuns alegações na impugnação nea a ser arbitrada pelo juiz.
à execução é justamente a de excesso de execução,
isto é, a de que o valor apresentado pelo credor no
A impugnação, em regra, não tem efeito suspensi-
demonstrativo anexo ao seu requerimento está incor-
vo. Tal efeito pode ser atribuído pelo juiz se ficar pro-
reto, acima do devido. Sobre esta alegação, os §§ 4o e
vado que o prosseguimento da execução pode gerar
5o do artigo destacam que deve ser acompanhada de
grave dano de difícil reparação ao executado. O efei-
demonstrativo que declare o valor que pensa o execu-
to pode ser concedido total ou parcialmente. Atos de
tado ser o devido.
substituição, reforço ou redução da penhora não são
afetados pelo efeito suspensivo, mas apenas os atos de
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente,
expropriação.
em excesso de execução, pleiteia quantia superior
Se for concedido o efeito suspensivo, a impugnação
à resultante da sentença, cumprir-lhe-á decla-
será autuada nos próprios autos. Ainda que seja conce-
rar de imediato o valor que entende correto,
apresentando demonstrativo discriminado e atua-
dido, o exequente poderá optar por garantir a execução
lizado de seu cálculo. mediante caução e dar seguimento. Se não for concedi-
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor do, será autuada em autos apartados, prosseguindo o
correto ou não apresentado o demonstrativo, cumprimento simultaneamente à impugnação.
a impugnação será liminarmente rejeitada, se
o excesso de execução for o seu único fundamento, Da Impugnação à Execução no Cumprimento de
ou, se houver outro, a impugnação será processa- Sentença por Obrigação de Pagar Quantia contra a
da, mas o juiz não examinará a alegação de Fazenda Pública
excesso de execução.
No caso de cumprimento de sentença de obrigação
Se o executado não juntar à impugnação o demons- de pagar quantia contra a Fazenda Pública, o meca-
trativo de cálculo, apontando especificamente qual nismo de defesa também é a impugnação à execução,
valor entende ser excessivo, haverá rejeição liminar sendo idênticos os argumentos que podem ser levan-
da impugnação em caso de impugnação fundada ape- tados, exceto quanto à penhora incorreta ou avaliação
nas no excesso de execução ou então não será exami- errônea, eis que o sistema de cumprimento contra a
nada tal alegação se houverem outros fundamentos Fazenda não tem tais atos, substituídos por precató-
na impugnação. rios e requisições de pequeno valor.
Também devido à natureza específica do cumpri-
VI – incompetência absoluta ou relativa do juí- mento contra a Fazenda Pública não há possibilida-
zo da execução; de de rejeição liminar da impugnação, caso o único
VII – qualquer causa modificativa ou extinti- argumento levantado pela Fazenda seja excesso de
va da obrigação, como pagamento, novação,
execução.
compensação, transação ou prescrição, desde que
Enquanto pendente a impugnação, atos executivos
supervenientes à sentença.
não poderão ser praticados. Noutras palavras, não
§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição
observará o disposto nos arts. 146 e 148.
será expedido o precatório e nem ordenado o paga-
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. mento de obrigação de pequeno valor enquanto pen-
dente de julgamento a impugnação apresentada pela
Para alegação de impedimento ou suspeição do juiz Fazenda Pública.
e dos auxiliares da justiça será seguida a regra geral. Em que pese a permanência de certas prerrogati-
É válida a regra do prazo em dobro para litisconsortes vas, nota-se uma evolução na disciplina. A maior ino-
com advogados diversos, de escritórios distintos. vação nas execuções contra a Fazenda Pública está na
vedação à apresentação de embargos quando houver
§ 6o A apresentação de impugnação não impe- título executivo judicial.
de a prática dos atos executivos, inclusive os A impugnação à execução, cujo rol de matérias ale-
de expropriação, podendo o juiz, a requerimento gáveis é limitado, será interposta pela Fazenda Públi-
do executado e desde que garantido o juízo com ca com respeito à regra do prazo processual em dobro
penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir- (terá 30 dias, em vez de 15 dias).
-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem
relevantes e se o prosseguimento da execução for Art. 535 A Fazenda Pública será intimada na
manifestamente suscetível de causar ao executado pessoa de seu representante judicial, por car-
204 grave dano de difícil ou incerta reparação. ga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no
prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
impugnar a execução, podendo arguir:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de z Legitimidade: O recurso pode ser interposto pela
conhecimento, o processo correu à revelia; parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo
II – ilegitimidade de parte; Ministério Público, como parte ou como fiscal da
III – inexequibilidade do título ou inexigibilida- ordem jurídica (art. 996). A legitimidade tem rela-
de da obrigação; ção também com o interesse recursal, já que traduz
IV – excesso de execução ou cumulação indevi- na necessidade de ainda se buscar o direito não
da de execuções; reconhecido, por quem legitimamente o persiga;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo
da execução; Art. 996 O recurso pode ser interposto pela parte
VI – qualquer causa modificativa ou extintiva vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministé-
da obrigação, como pagamento, novação, compen- rio Público, como parte ou como fiscal da ordem
sação, transação ou prescrição, desde que superve- jurídica.
nientes ao trânsito em julgado da sentença. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição ob- possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica
servará o disposto nos arts. 146 e 148 (regra geral). submetida à apreciação judicial atingir direito de
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso que se afirme titular ou que possa discutir em juízo
de execução, pleiteia quantia superior à resultan- como substituto processual.
te do título, cumprirá à executada declarar de
imediato o valor que entende correto, sob pena
z Interesse: Para se recorrer, deve ter havido um pre-
de não conhecimento da arguição. juízo, ainda que parcial. A parte que aceitar expres-
sa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer;
z Tempestividade: O recurso deve ser interposto no
prazo legal, sob pena de preclusão temporal. Exce-
DOS RECURSOS tuados os embargos de declaração, o prazo para
interpor os recursos e para responder-lhes é de 15
Verificou-se até aqui o procedimento inicial da dias. Sobre a tempestividade, convém observar o
fase de conhecimento, desde a postulação até a fase termo inicial do prazo recursal, tratado pelo CPC
decisória. Na sentença, o Poder Judiciário entrega a nas disposições gerais sobre os recursos:
prestação jurisdicional, esgotando a jurisdição dessa
instância originária (na qual tramitou inicialmente a Art. 1.003 O prazo para interposição de recurso con-
ação). As decisões, por sua vez, podem conter erros ta-se da data em que os advogados, a sociedade de
que desafiam a interposição de recursos, que, como se advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Públi-
conceituará a seguir, são instrumentos que garantem ca ou o Ministério Público são intimados da decisão.
o direito a uma nova análise sobre a questão decidida. § 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão
Mas, para o recurso, depende de provocação da intimados em audiência quando nesta for proferida
parte, isto é: o ato de interposição do recurso provoca a decisão.
o exercício da jurisdição pelo órgão hierarquicamente § 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI,
superior. É certo que existem exceções, como decisões ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra
que somente produzem eficácia depois de confirma- decisão proferida anteriormente à citação.
das em instância superior, ou mesmo recursos des- § 3º No prazo para interposição de recurso, a peti-
tinados ao próprio juiz da causa. Contudo, o recurso ção será protocolada em cartório ou conforme as
será o meio adequado para se impugnar uma decisão, normas de organização judiciária, ressalvado o
a forma pela qual a parte manifesta sua irresignação disposto em regra especial.
contra uma decisão judicial. § 4º Para aferição da tempestividade do recurso
remetido pelo correio, será considerada como data
Conceito de interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o pra-
zo para interpor os recursos e para responder-lhes
Recurso é o meio processual próprio para se impug-
é de 15 (quinze) dias.
nar uma decisão judicial. O recurso trata do exercício
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feria-
do duplo grau de jurisdição, incluído na cláusula do
do local no ato de interposição do recurso.
devido processo legal. O duplo grau de jurisdição está
previsto no art. 8º da Convenção Americana dos Direi-
tos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica): alínea Dois pontos aqui merecem atenção. Um deles diz
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
“h” do inciso 2 do art. 8º: respeito à interposição ou protocolo por correio, sen-
do considerada a data da postagem. Muitos tribunais
Art. 8º Garantias judiciais regulamentaram o denominado “protocolo postal” a
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a fim de dar maior segurança a eventuais protocolos
que se presuma sua inocência, enquanto não for realizados pelo correio.
legalmente comprovada sua culpa. Durante o pro- Outro ponto refere-se à comprovação do feriado
cesso, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, local no ato da interposição. Assim, juntamente com
às seguintes garantias mínimas:
o recurso e demais pressupostos pertinentes à admis-
[...]
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal sibilidade, deve-se instruir com o ato oficial que esta-
superior. beleceu o feriado local, sob pena de ser considerado o
dia como útil, integrando, assim, a contagem do prazo.
Já o direito de recorrer decorre da própria estrutu- Ainda no que se refere à tempestividade, o CPC/2015
ração dos órgãos judiciários na Constituição Federal de dispõe sobre eventuais fatos que possam impossibilitar
1988, atribuindo a eles competência recursal, ou seja, a interposição tempestiva do recurso, garantindo ao in-
para apreciar recursos oriundos de instâncias inferiores. teressado a restituição do prazo: 205
Art. 1.004 Se, durante o prazo para a interposição recolhimento insuficiente, o que implicará a deserção
do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de sem oportunidade de complementar.
seu advogado ou ocorrer motivo de força maior
que suspenda o curso do processo, será tal prazo PROCESSAMENTO E DISPOSIÇÕES GERAIS
restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do
sucessor, contra quem começará a correr nova-
mente depois da intimação.
Uma vez interposto o recurso, será necessário pro-
cessá-lo, isto é, dar o devido andamento para que seja
z Cabimento (singularidade): O recurso deve ter apreciado pelo órgão competente. O processamento
previsão legal de cabimento. Dos despachos, não se dá em duas etapas: primeiro, admitindo-o, pela
cabe recurso; análise de seus pressupostos, ocasião em que será
z Adequação: Em regra, para cada espécie de deci- conhecido para julgamento. Uma vez conhecido, será
são há um recurso adequado previsto em lei; apreciado seu mérito, ocasião em que se falará no seu
z Motivação/fundamentação: A parte deve expor provimento ou não. Assim, tem-se que:
as razões de seu inconformismo. A decisão pode
ser impugnada no todo ou em parte; z Juízo de admissibilidade: Incumbido de verificar o
z Preparo: O recorrente deve recolher as despesas preenchimento dos pressupostos de admissibilidade;
processuais relativas ao processamento do recurso. z Juízo de mérito: Incumbido da análise da preten-
são recursal, podendo dar ou negar provimento ao
Art. 1.007 No ato de interposição do recurso, o recurso.
recorrente comprovará, quando exigido pela legis-
lação pertinente, o respectivo preparo, inclusive Dica
porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de Juízo a quo é o órgão judiciário que proferiu a
remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo decisão recorrida. Juízo ad quem é o órgão judi-
Ministério Público, pela União, pelo Distrito Fede-
ciário incumbido de apreciar o recurso.
ral, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas
autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive A interposição do recurso não impede que a deci-
porte de remessa e de retorno, implicará deserção são produza efeitos, a não ser que a lei diga o contrá-
se o recorrente, intimado na pessoa de seu advoga- rio ou que decisão judicial atribua ao recurso o efeito
do, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. suspensivo, impossibilitando a produção dos efeitos
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remes- da decisão recorrida enquanto discutida em instância
sa e de retorno no processo em autos eletrônicos. superior. Sobre essa questão, veja o que dispõe o CPC:
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de
interposição do recurso, o recolhimento do prepa- Art. 995 Os recursos não impedem a eficácia da
ro, inclusive porte de remessa e de retorno, será decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial
intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar em sentido diverso.
o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida
§ 5º É vedada a complementação se houver insu- poderá ser suspensa por decisão do relator, se da
ficiência parcial do preparo, inclusive porte de imediata produção de seus efeitos houver risco de
remessa e de retorno, no recolhimento realizado na
dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
forma do § 4º.
ficar demonstrada a probabilidade de provimento
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o
do recurso.
relator relevará a pena de deserção, por decisão
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias
para efetuar o preparo. O recurso deve ser interposto por cada parte inte-
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de cus- ressada, dentro do prazo e em observância aos demais
tas não implicará a aplicação da pena de deserção, pressupostos de admissibilidade. Mas imagine a situa-
cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ção em que ambas as partes são sucumbentes, isto é,
ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o nem o autor conseguiu tudo que queria, nem o réu
vício no prazo de 5 (cinco) dias. conseguiu afastar totalmente a pretensão do autor; o
exemplo pode ser uma ação de indenização em que
Fala-se em recurso deserto quando não satisfeito o foram pedidos dez mil, mas acolhidos apenas cinco
preparo. Mas há questões importantes sobre o prepa- mil pelo juiz (caso de procedência parcial). E se, nes-
ro, que veremos agora. São dispensados de preparo, sa hipótese, apenas uma das partes recorre, enquan-
inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos to a outra deixa passar seu prazo? Nada poderá fazer
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo além de apresentar suas contrarrazões? Bem, poderá
Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e ela apresentar, no prazo das contrarrazões, o recurso
respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção adesivo. Veja o que diz o CPC:
legal. Tratando-se de pessoa jurídica de direito públi-
co interno, dispensa-se o preparo, não havendo que se Art. 997 Cada parte interporá o recurso indepen-
falar em deserção. dentemente, no prazo e com observância das exi-
Se o valor do preparo for insuficiente, o recorrente gências legais.
será intimado na pessoa de seu advogado para supri- § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso inter-
-lo no prazo de 5 dias, sob pena de deserção. Mas e posto por qualquer deles poderá aderir o outro.
se sequer houver preparo para o recurso, isso impli- § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recur-
cará na sua imediata inadmissibilidade? Não, pois o so independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
CPC/2015 determina a intimação do advogado para regras deste quanto aos requisitos de admissibili-
recolhê-lo em dobro, sob pena de deserção. Mas, nessa dade e julgamento no tribunal, salvo disposição
206 hipótese de recolhimento em dobro, não poderá haver legal diversa, observado, ainda, o seguinte:
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recur- § 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI,
so independente fora interposto, no prazo de que a ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra
parte dispõe para responder; decisão proferida anteriormente à citação.
II - será admissível na apelação, no recurso extraor- § 3º No prazo para interposição de recurso, a peti-
dinário e no recurso especial; ção será protocolada em cartório ou conforme as
III - não será conhecido, se houver desistência normas de organização judiciária, ressalvado o
do recurso principal ou se for ele considerado disposto em regra especial.
inadmissível. § 4º Para aferição da tempestividade do recurso
remetido pelo correio, será considerada como data
O recurso adesivo será apreciado como recurso de interposição a data de postagem.
autônomo, mas ficará subordinado à admissibilidade § 5º Excetuados os embargos de declaração, o pra-
do recurso principal. E somente poderá ser interposto zo para interpor os recursos e para responder-lhes
adesivamente ao recurso de apelação, extraordinário é de 15 (quinze) dias.
e ao especial. § 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feria-
O CPC/2015 admite a desistência do recurso, moda- do local no ato de interposição do recurso.
lidade de ato dispositivo unilateral pelo qual o recor- Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição
rente abre mão do recurso já interposto. Mas essa do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de
faculdade não surtirá efeitos nos casos em que a ques- seu advogado ou ocorrer motivo de força maior
tão tenha repercussão geral já reconhecida ou sido que suspenda o curso do processo, será tal prazo
objeto de julgamento de recursos extraordinários ou restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do
especiais repetitivos. sucessor, contra quem começará a correr nova-
mente depois da intimação.
Art. 998 O recorrente poderá, a qualquer tempo,
sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, Uma vez sendo dado provimento ao recurso (aco-
desistir do recurso. lhida a pretensão recursal), o julgamento proferido
Parágrafo único. A desistência do recurso não pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que
impede a análise de questão cuja repercussão geral tiver sido objeto de recurso de acordo com art. 1.008:
já tenha sido reconhecida e daquela objeto de jul-
gamento de recursos extraordinários ou especiais Art. 1.008 O julgamento proferido pelo tribunal
repetitivos. substituirá a decisão impugnada no que tiver sido
Art. 999 A renúncia ao direito de recorrer indepen- objeto de recurso.
de da aceitação da outra parte.
Art. 1.000 A parte que aceitar expressa ou tacita-
Vejamos, agora, as disposições dos arts. 1.005 e 1.006,
mente a decisão não poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a costumam ser abordados em provas pela letra da lei:
prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível
com a vontade de recorrer. Art. 1.005 O recurso interposto por um dos litis-
Art. 1.001 Dos despachos não cabe recurso. consortes a todos aproveita, salvo se distintos ou
opostos os seus interesses.
Mas não confunda desistência com renúncia. En- Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o
quanto a desistência opera efeitos sobre o recurso já recurso interposto por um devedor aproveitará aos
interposto, pela renúncia a parte abre mão do direito outros quando as defesas opostas ao credor lhes
de recorrer, antes de interposto o recurso. Existe ain- forem comuns.
Art. 1.006 Certificado o trânsito em julgado, com
da a renúncia tácita, que ocorre quando a parte prati-
menção expressa da data de sua ocorrência, o escri-
ca ato não condizente ou incompatível com o direito
vão ou o chefe de secretaria, independentemente de
de recorrer, como o cumprimento da decisão.
despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo
A decisão pode ser total ou parcialmente impug-
de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.
nada. Lembre-se que dissemos que o recurso exige
nova provocação da parte, aqui denominada de inter-
posição (o ato de apresentar o recurso). Nessa inter-
RECURSOS EM ESPÉCIE
posição, a parte pode tratar de todos os pontos objeto
da decisão, ou apenas de alguns deles. Imagine que a
O Código tipifica as espécies de recurso, que tra-
sentença tenha condenado o réu em danos morais e
materiais. No recurso, o réu diverge apenas dos danos taremos na sequência, valendo destacar que os des-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
morais, razão pela qual se tornará incontroversa a pachos são irrecorríveis, ou seja, os recursos abaixo
condenação sobre os danos materiais, transitando em arrolados buscam impugnar decisões interlocutória,
julgado essa parte da decisão. O CPC/2015 dispõe nes- sentenças ou acórdãos, observado o cabimento de
se sentido: cada um deles.
Art. 1.002 A decisão pode ser impugnada no todo Art. 994 São cabíveis os seguintes recursos:
ou em parte. I - apelação;
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso II - agravo de instrumento;
conta-se da data em que os advogados, a sociedade III - agravo interno;
de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria IV - embargos de declaração;
Pública ou o Ministério Público são intimados da V - recurso ordinário;
decisão. VI - recurso especial;
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão VII - recurso extraordinário;
intimados em audiência quando nesta for proferida VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
a decisão. IX - embargos de divergência. 207
Recurso de Apelação I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
É o recurso cabível contra sentença, contemplando III - extingue sem resolução do mérito ou julga
ainda as questões resolvidas na fase de conhecimento, improcedentes os embargos do executado;
se a decisão a seu respeito não comportar agravo de IV - julga procedente o pedido de instituição de
instrumento, devendo ser suscitadas em preliminar arbitragem;
de apelação. A fase de conhecimento vai desde a pos- V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
tulação inicial, passando pelas fases organizatória e VI - decreta a interdição.
instrutória, findando na decisória. § 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promo-
Antes da sentença (fase decisória), podem ser ver o pedido de cumprimento provisório depois de
proferidas decisões dispondo sobre questões inter- publicada a sentença.
mediária, que normalmente comportam agravo de § 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas
instrumento. hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requeri-
mento dirigido ao:
Art. 1.009 Da sentença cabe apelação. I - tribunal, no período compreendido entre a inter-
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimen- posição da apelação e sua distribuição, ficando o
to, se a decisão a seu respeito não comportar agra- relator designado para seu exame prevento para
vo de instrumento, não são cobertas pela preclusão julgá-la;
e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, II - relator, se já distribuída a apelação.
eventualmente interposta contra a decisão final, ou § 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença
nas contrarrazões. poderá ser suspensa pelo relator se o apelante
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscita- demonstrar a probabilidade de provimento do
das em contrarrazões, o recorrente será intimado recurso ou se, sendo relevante a fundamentação,
para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
delas.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mes- O cumprimento de sentença pode ser:
mo quando as questões mencionadas no art. 1.015
integrarem capítulo da sentença. z Definitivo: Quando a decisão judicial já houver
transitado em julgado;
Ocorre que o CPC/2015 prevê hipóteses de cabi- z Provisório: Quando pendente o trânsito em julga-
mento do agravo de instrumento, sendo possível que do e o recurso de eventual decisão não for recebi-
algumas outras questões não estejam contempladas do no efeito suspensivo.
nessas hipóteses. Para possibilitar o reexame dessas
questões, o CPC/2015 garante o direito de a parte invo- O efeito suspensivo atribuído ao recurso impedirá
cá-las no próprio recurso de apelação, como questão que a decisão recorrida produza efeitos de imediato.
preliminar, ou seja, antes de discutir o próprio mérito Consequentemente, impedirá a exigibilidade dessa
recursal relacionado à sentença. decisão por meio do cumprimento ou execução da
São requisitos da apelação: sentença.
O efeito devolutivo, comum a todos os recursos,
Art. 1.010 A apelação, interposta por petição diri-
transfere ao tribunal o conhecimento da matéria im-
gida ao juízo de primeiro grau, conterá:
pugnada na apelação. Diz-se devolutivo porque retor-
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito; na ao Judiciário a apreciação das questões objeto do
III - as razões do pedido de reforma ou de decreta- recurso. Abre-se nova oportunidade de discussão des-
ção de nulidade; sas questões. Como todo recurso pretende o reexame
IV - o pedido de nova decisão. de alguma questão, todo recurso possuirá efeito devo-
§ 1º O apelado será intimado para apresentar con- lutivo. Aqui, utiliza-se a expressão tantum devolutum
trarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. quantum apellatum.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz Em relação à extensão e à profundidade do efeito
intimará o apelante para apresentar contrarrazões. devolutivo, o CPC/2015 possibilita que o tribunal apre-
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, cie todas as questões suscitadas e discutidas no pro-
os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, inde- cesso, ainda que não tenham sido solucionadas, desde
pendentemente de juízo de admissibilidade. que relativas ao capítulo impugnado. Imagine que ao
apreciar o pedido de condenação em dano moral, o
juízo recorrido tenha deixado de apreciar questões e
Importante! fatos relevantes, mas que, pelo fato de esse pedido ser
O juízo de admissibilidade da apelação será reali- objeto do recurso, cabe ao tribunal a análise das ques-
zado pelo tribunal (juízo ad quem), e não pelo juiz tões relativas ao dano moral, assim como dos fatos
que proferiu a decisão recorrida (juízo a quo). que o autor trouxe para possivelmente comprová-lo.
O processamento do recurso de apelação no tribu-
nal deve observar o art. 1.011 do CPC:
A apelação terá efeito suspensivo, impedindo a
execução provisória da sentença, salvo em relação a Art. 1.011 Recebido o recurso de apelação no tribu-
sentença que: nal e distribuído imediatamente, o relator:
I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóte-
Art. 1.012 A apelação terá efeito suspensivo. ses do art. 932, incisos III a V;
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, II - se não for o caso de decisão monocrática, ela-
começa a produzir efeitos imediatamente após a borará seu voto para julgamento do recurso pelo
208 sua publicação a sentença que: órgão colegiado.
Se o processo estiver em condições de imediato jul- 2. Não cabe, em recurso especial, reexaminar maté-
gamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito ria fático-probatória (Súmula 7/STJ).
quando: 3. Agravo interno a que se nega provimento.
Art. 1.013 A apelação devolverá ao tribunal o (STJ, AgInt no REsp 1779371/PR, Rel. Ministra MARIA ISABEL
conhecimento da matéria impugnada. GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 08/02/2021, DJe
11/02/2021)
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julga-
mento pelo tribunal todas as questões suscitadas
e discutidas no processo, ainda que não tenham Vejamos, agora, uma exceção a regra geral da proi-
sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo bição de inovar na apelação. Isto é, quando as ques-
impugnado. tões de fato não foram possíveis serem arguidos no
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um processo, por motivo de força maior, as questões de
fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a fatos poderão ser alegadas nas razões recursais:
apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos
demais. Art. 1.014 As questões de fato não propostas no juí-
§ 3º Se o processo estiver em condições de imedia- zo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se
to julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de
mérito quando: força maior.
I - reformar sentença fundada no art. 485 ;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela Recurso de Agravo de Instrumento
congruente com os limites do pedido ou da causa
de pedir;
O recurso de agravo visa atacar decisões interlocu-
III - constatar a omissão no exame de um dos pedi-
tórias, nas hipóteses de cabimento estabelecida pelo
dos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de art. 1.015 do CPC, junto às quais serão mencionados
fundamentação. exemplos relacionados a cada inciso:
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a
decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, Art. 1.015 Cabe agravo de instrumento contra as
julgará o mérito, examinando as demais questões, decisões interlocutórias que versarem sobre:
sem determinar o retorno do processo ao juízo de I - tutelas provisórias (decisões provisórias proferi-
primeiro grau. das no curso da ação ou mesmo em caráter liminar
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, conce- – no início da ação – baseadas na urgência ou na
de ou revoga a tutela provisória é impugnável na evidência);
apelação. II - mérito do processo (decisões que julgam ques-
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no tões de direito material no curso do processo, como
juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, prescrição e decadência);
se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo III - rejeição da alegação de convenção de arbi-
de força maior. tragem (se houver convenção de arbitragem, não
poderá haver interferência do Poder Judiciário; a
Nesses casos, não se cogita supressão de instância, inexistência de convenção de arbitragem é pressu-
que seria o caso do tribunal decidir questão não apre- posto processual);
ciada pelo juízo a quo. A supressão de instância seria IV - incidente de desconsideração da personalidade
a análise, por um tribunal, de uma matéria não apre- jurídica (pedido que busca afastar a proteção patri-
ciada em instância inferior, violando o duplo grau de monial de pessoa jurídica a fim de atingir bens dos
sócios);
jurisdição. Assim, é possível recorrer daquilo que foi
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou
objeto de pronunciamento na decisão recorrida.
acolhimento do pedido de sua revogação (quando
As hipóteses acima elencadas, nas quais não incide
houver pedido da parte para não exigibilidade de
a supressão de instância, estão arroladas no § 3º do custas processuais e outras verbas);
art. 1.013 do CPC. Tais decisões comportam o denomi- VI - exibição ou posse de documento ou coisa (deci-
nado efeito translativo. são que determine a apresentação de documento ou
Uma questão que demanda discussão diz respei- coisa);
to à apresentação de documento novo na apelação. VII - exclusão de litisconsorte (decisão que retira da
Como regra, os documentos devem ser apresentados lide um sujeito quando houver litisconsórcio – plu-
na petição inicial, na contestação ou na fase instrutó- ralidade de partes);
ria. Mas a jurisprudência tem reconhecido o direito à
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
sa as razões de convencimento;
Os incisos citados resumem à apreciação do pedi- z Mostrar-se congruente, no sentido de que a deci-
do de tutela de urgência recursal, além de recursos são deve observar a compatibilidade entre seus
manifestamente inadmissíveis, bem como aqueles elementos, de modo a evitar contradições. Por
que estejam contrários aos precedentes judiciais. isso, os embargos de declaração serão julgados
Assim, o agravo interno é um recurso aplicável aos pelo próprio juiz ou tribuna que proferiu a deci-
tribunais contra decisão proferida pelo relator, cuja são, tratando-se de uma oportunidade para suprir
análise será realizada pelo órgão colegiado, observadas, os vícios de fundamentação.
quanto ao processamento, as regras do regimento inter-
no do tribunal, conforme dispõe o art. 1.021 do CPC: Logo, os embargos de declaração são o recurso cabí-
vel contra qualquer decisão judicial para (art. 1.022):
Art. 1.021 Contra decisão proferida pelo relator
caberá agravo interno para o respectivo órgão Art. 1.022 Cabem embargos de declaração contra
colegiado, observadas, quanto ao processamento, qualquer decisão judicial para:
as regras do regimento interno do tribunal. I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; 211
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão
o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a prolator da decisão embargada decidi-los-á
requerimento; monocraticamente.
III - corrigir erro material. § 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão declaração como agravo interno se entender ser este
que: o recurso cabível, desde que determine previamente
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cin-
julgamento de casos repetitivos ou em incidente co) dias, complementar as razões recursais, de modo
de assunção de competência aplicável ao caso sob a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º.
julgamento; § 4º Caso o acolhimento dos embargos de declara-
II - incorra em qualquer das condutas descritas no
ção implique modificação da decisão embargada,
art. 489, § 1º
o embargado que já tiver interposto outro recurso
contra a decisão originária tem o direito de com-
Os embargos serão opostos, no prazo de 5 dias, em plementar ou alterar suas razões, nos exatos limi-
petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obs- tes da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias,
curidade, contradição ou omissão, e não se sujeitam contado da intimação da decisão dos embargos de
a preparo. declaração.
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados
Art. 1.023 Os embargos serão opostos, no prazo de ou não alterarem a conclusão do julgamento ante-
5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indi- rior, o recurso interposto pela outra parte antes da
cação do erro, obscuridade, contradição ou omis- publicação do julgamento dos embargos de decla-
são, e não se sujeitam a preparo. ração será processado e julgado independentemen-
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art.
te de ratificação.
229 .
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo,
manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os O § 1º diz respeito aos embargos opostos em relação
embargos opostos, caso seu eventual acolhimento a decisões colegiadas, ocasião em que também serão
implique a modificação da decisão embargada. julgados pelo colegiado. Já o § 2º trata dos embargos
em relação a decisões monocráticas, que serão julga-
Os embargos de declaração não possuem efeito dos também monocraticamente. O § 3º trata expres-
suspensivo e interrompem o prazo para a interposi- samente da fungibilidade recursal, ao verificar que o
ção de recurso. A interrupção devolve a integralida- recurso cabível seria não os embargos de declaração,
de do prazo interrompido à parte, que reiniciará no mas o agravo interno, conforme vimos anteriormen-
dia útil subsequente à decisão judicial que apreciar os te. Isso não levará automaticamente à inadmissibili-
embargos. dade do recurso, mas à intimação do recorrente para
que complemente suas razões recursais.
Art. 1.026 Os embargos de declaração não pos- Os embargos podem surtir efeitos infringentes,
suem efeito suspensivo e interrompem o prazo para consistentes na modificação da decisão recorrida.
a interposição de recurso. Normalmente, os embargos de declaração não impli-
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada cam modificação drástica e considerável na decisão
poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator
recorrida, mas visam simplesmente suprir os erros
se demonstrada a probabilidade de provimento do
constantes no art. 1.022 do CPC. Porém, quando pos-
recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se
houver risco de dano grave ou de difícil reparação. suírem efeitos infringentes, o embargado que já tiver
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os interposto outro recurso contra a decisão originária
embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em tem o direito de complementar ou alterar suas razões,
decisão fundamentada, condenará o embargante nos exatos limites da modificação, no prazo de 15
a pagar ao embargado multa não excedente a dois dias, contado da intimação da decisão dos embargos
por cento sobre o valor atualizado da causa. de declaração. Isso porque a decisão que a outra par-
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração te considerou em seu recurso já não é mais a mesma,
manifestamente protelatórios, a multa será eleva- tendo sido modificada posteriormente por força dos
da a até dez por cento sobre o valor atualizado da embargos de declaração.
causa, e a interposição de qualquer recurso ficará Essa hipótese pode ocorrer quando ambas as par-
condicionada ao depósito prévio do valor da multa,
tes recorrem da mesma decisão, uma por meio de
à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
recurso de apelação e a outra apresentando apenas
gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de decla- os embargos de declaração, que serão apreciados pri-
ração se os 2 (dois) anteriores houverem sido con- meiro, já que julgados pelo mesmo juiz que proferiu
siderados protelatórios. a decisão.
Mas, se dos embargos não resultar modificação da
O CPC/2015 dispõe acerca do processamento dos decisão, a outra parte não necessitará ratificar (confir-
embargos de declaração nos tribunais: mar) o recurso que haja interposto.
O art. 1.025 trata dos embargos de declaração para
Art. 1.024 O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) fins de pré-questionamento:
dias.
§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embar- Art. 1.025 Consideram-se incluídos no acórdão os
gos em mesa na sessão subsequente, proferindo elementos que o embargante suscitou, para fins
voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será de pré-questionamento, ainda que os embargos de
o recurso incluído em pauta automaticamente. declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o
§ 2º Quando os embargos de declaração forem tribunal superior considere existentes erro, omis-
212 opostos contra decisão de relator ou outra são, contradição ou obscuridade.
O pré-questionamento é requisito para interposi- a) os mandados de segurança decididos em única
ção do recurso especial ou do extraordinário, e trata, instância pelos tribunais regionais federais ou pelos
em suma, da necessidade prévia alegação e análise tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Fede-
pelo órgão julgador da matéria que será levada ao ral e Territórios, quando denegatória a decisão;
órgão superior (STJ ou STF). Dizem as súmulas 282 e b) os processos em que forem partes, de um lado,
356 do STF e súmula 211 do STJ: Estado estrangeiro ou organismo internacional e,
de outro, Município ou pessoa residente ou domici-
Súmula 282: É inadmissível o recurso extraordiná- liada no País.
rio, quando não ventilada, na decisão recorrida, a
questão federal suscitada. Sobre os remédios constitucionais aqui citados,
Súmula 356: O ponto omisso da decisão, sobre o
qual não foram opostos embargos declaratórios,
veja a tabela a seguir:
não pode ser objeto de recurso extraordinário, por
faltar o requisito do prequestionamento. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
Súmula 211 (STJ): Inadmissível recurso especial Remédio Constitucio-
quanto à questão que, a despeito da oposição de Liberdade/Direito Assegurado
nal (art. 5º)
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tri-
bunal a quo. Direito à informação pessoal
constante em órgão público Habeas data (LXXII)
É importante notar que os embargos de declara- Direito à regulamentação de
ção não podem ser utilizados como medida meramen- Mandado de injunção
norma constitucional quando
te protelatória, a fim de apenas retardar o trânsito (LXXI)
a omissão lhe viola direitos
em julgado de decisões. Caso isso ocorra, poderá ser
imposta multa na forma do § 2º do art. 1.026 do CPC Direito líquido e certo contra
Mandado de seguran-
(Quando manifestamente protelatórios os embargos de ato ilegal ou abuso de poder
ça (LXIX)
declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamen- de autoridade pública
tada, condenará o embargante a pagar ao embargado
multa não excedente a dois por cento sobre o valor Recursos Especial e Extraordinário
atualizado da causa).
Na reiteração de embargos de declaração mani- São recursos também destinados ao STF e ao
festamente protelatórios, a multa será elevada a até
STJ, em casos de afronta à normas constitucional ou
dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a
federal, respectivamente. Tais recursos possibilitam
interposição de qualquer recurso ficará condicionada
ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da apreciação apenas de questões de direito, não sendo
Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da cabíveis para análise de matéria fática ou apreciação
justiça, que a recolherão ao final. de provas (Súmula 7 do STJ e Súmula 279 do STF).
É possível a oposição de sucessivos embargos de As questões de fato dizem respeito às matérias pas-
declaração, mas esse direito encontra limite no § 4º síveis de comprovação por testemunhas, documentos
do art. 1.026: Não serão admitidos novos embargos de perícia etc. Logo, a esses tribunais não é possível levar
declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido con- discussões que demandem apreciação de matéria fáti-
siderados protelatórios. ca. A competência para julgar o recurso extraordiná-
rio e o especial está prevista na própria Constituição
Dica Federal de 1988, nos arts. 102 e 105, respectivamente:
Embargos de declaração manifestados com
Art. 102 Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre-
notório propósito de prequestionamento não
cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
têm caráter protelatório.
[...]
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as
Recurso Ordinário Constitucional
causas decididas em única ou última instância,
quando a decisão recorrida:
Há processo cuja competência originária (para
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
processar como instância inicial) é dos Tribunais
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou
(Tribunais de Justiça ou Tribunais Regionais Fede-
lei federal;
rais, além dos próprios tribunais superiores, assim
c) julgar válida lei ou ato de governo local contesta-
entendidos o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Agravo em Recursos Especial e Extraordinário A divergência pode ser a respeito de questões pro-
cessuais ou de questões de direito material (§ 2º do
Trata-se de mais uma espécie de agravo, agora com art. 1.043), além de teses contidas tanto em julgamen-
a finalidade de contornar a inadmissibilidade de um tos de recursos quanto de ações de competência ori-
recurso especial ou extraordinário. ginária, ou seja, iniciadas nessas Cortes. A prova da
O cabimento está previsto no art. 1.042, segundo divergência está prevista no § 4º do art. 1.043:
o qual cabe agravo contra decisão do presidente ou
do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmi- Art. 1.043 [...]
tir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo § 4º O recorrente provará a divergência com cer-
quando fundada na aplicação de entendimento firma- tidão, cópia ou citação de repositório oficial ou
do em regime de repercussão geral ou em julgamento credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia
de recursos repetitivos. Trata-se de recurso para des- eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente,
trancar o Recurso Especial (RESP) ou Recurso Extraor- ou com a reprodução de julgado disponível na rede
dinário (REXT) inadmitido pelo tribunal. mundial de computadores, indicando a respectiva
Esse recurso será interposto no prazo de 15 dias, fonte, e mencionará as circunstâncias que identifi-
sendo esse o prazo para contrarrazões (§ 3º do art. cam ou assemelham os casos confrontados.
1.042). Será dirigido ao presidente ou ao vice-presi-
dente do tribunal de origem e independe do pagamen- O procedimento será definido nos regimentos
to de custas e despesas postais, aplicando-se a ele o internos do STF e do STJ.
regime de repercussão geral e de recursos repetitivos,
inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e
do juízo de retratação.
Uma vez apresentadas as contrarrazões e não EXERCÍCIOS COMENTADOS
havendo a retratação (efeito regressivo), serão os
autos remetidos ao tribunal superior competente. 1. (MS-CONCURSOS – 2020) Assinale a alternativa cor-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sendo admitido, poderá ser o agravo julgado em con- reta, no que diz respeito aos Recursos expressos no
junto ao recurso especial ou ao extraordinário inad- Código de Processo Civil.
mitido, assegurando-se a sustentação oral.
Na hipótese de interposição conjunta de recursos a) A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de
extraordinário e especial, o agravante deverá inter- primeiro grau, conterá: I- os nomes e a qualificação
por um agravo para cada recurso não admitido. Nesse das partes; II- a exposição do fato e do direito; III- as
caso, o recurso será remetido primeiramente ao STJ e, razões do pedido de reforma, ou de decretação de nuli-
depois, remetido ao STF, caso ainda pertinente a dis- dade; IV- o pedido de novo processo.
cussão constitucional. b) O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao
tribunal competente, por meio de carta com os seguin-
Embargos de Divergência tes requisitos: I- os nomes das partes; II- a exposição
do fato e do direito; III- as razões do pedido de reforma,
Trata-se de mais uma espécie de embargos, ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; IV- o
porém, com finalidade de uniformizar entendimentos nome e o endereço completo dos advogados constan-
jurisprudenciais. tes do processo. 215
c) Contra decisão proferida pelo juiz caberá agravo inter- infrutífera, apenas Maria constituiu procurador, que
no para juiz de instância superior, observadas, quanto apresentou contestação. O juiz decretou a revelia de
ao processamento, as regras do regimento interno do Fátima e, finda a fase instrutória, julgou procedente o
tribunal. pedido formulado por João em face de ambas as rés.
d) Cabem embargos de declaração contra qualquer deci- Maria, para interpor o recurso de apelação, deverá
são judicial: I- esclarecer obscuridade, ou eliminar observar o prazo:
contradição; II- suprir omissão de ponto, ou questão
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício, ou a a) Simples de 10 dias úteis.
requerimento; III- corrigir erro material. b) Simples de 15 dias úteis.
e) Os embargos de declaração possuem efeito suspensi- c) Dobrado de 20 dias úteis.
vo e não interrompem o prazo para a interposição de d) Dobrado de 30 dias úteis.
recurso. e) Dobrado de 30 dias corridos.
Trata-se de aplicação do art. 1.022 do CPC: “Art. Trata-se de aplicação do § 5º do art. 1.003 do CPC.
1.022 Cabem embargos de declaração contra qual- A questão exige o conhecimento do prazo geral dos
quer decisão judicial para: recursos, uniformizado pelo CPC em quinze dias.
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; Resposta: Letra B.
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre
o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Tanto nos recursos de
requerimento;
apelação quanto nos de agravo de instrumento, disci-
III - corrigir erro material.”
plinados pelo CPC,
A letra “A” erra ao mencionar o “pedido de novo
processo”. A letra “B”, ao falar que o recurso será
dirigido por meio de carta. A Letra “C” erra, pois a) O julgamento de mérito é realizado na forma cole-
não se refere à hipótese de cabimento do agravo giada, sendo vedado o exame monocrático desses
interno. A letra “E” erra porque o efeito é interrupti- recursos.
vo e não suspensivo. Resposta: Letra D. b) A forma de interposição é efetivada junto ao órgão
prolator da decisão.
2. (FGV – 2020) Tendo sido ajuizada demanda em que c) O juízo de admissibilidade é realizado diretamente
se pedia a condenação do réu ao pagamento de obri- pelo tribunal.
gação contratual no montante de cem mil reais, o juiz d) Há efeito suspensivo imediato, por decorrência de pre-
da causa, depois de concluída a instrução, acolheu em visão legal.
parte o pedido do autor, condenando o demandado a e) É sempre permitido o juízo de retratação pelo órgão
lhe pagar a importância de oitenta mil reais. prolator da decisão.
Inconformado, o réu interpôs apelação, pugnando pela
reforma integral do julgado, ao passo que o deman- O juízo de admissibilidade dos recursos citados
dante não recorreu. Todavia, ao ser intimado para será realizado pelo juízo ad quem. Nos dois recur-
ofertar contrarrazões recursais, o autor, no prazo de sos citados (apelação e agravo de instrumento), o
que dispunha para tanto, optou por também aviar a juízo de admissibilidade é realizado pelo tribunal e
apelação, na modalidade adesiva, em que requeria ao não pelo juízo prolator da decisão. Hipótese diver-
tribunal o acolhimento integral de seu pleito, isto é, a sa ocorre que o recurso especial e o extraordinário,
condenação do réu ao pagamento do débito de cem cuja admissibilidade será apreciada pelo próprio
mil reais. órgão prolator. Resposta: Letra C.
Levando-se em conta que, após a interposição do
recurso adesivo pela parte autora, o réu desistiu de 5. (FGV – 2020) Quanto ao agravo de instrumento, é cor-
seu apelo, e que os elementos de prova carreados reto afirmar que:
aos autos demonstravam que o débito do devedor era
mesmo de cem mil reais, o tribunal deverá: a) É recurso manejável perante o juízo a quo, que, sem
exercer o controle de admissibilidade, o encaminhará
a) Deixar de conhecer de ambos os recursos. ao tribunal.
b) Conhecer de ambos os recursos, negando-lhes b) É cabível para impugnar decisões interlocutórias pro-
provimento.
feridas na fase de cumprimento de sentença.
c) Conhecer de ambos os recursos, dando provimento ao
c) É interponível no prazo de 10 (dez) dias, a contar da
do autor, mas negando provimento ao do réu.
intimação da decisão interlocutória.
d) Conhecer do recurso do autor, dando-lhe provimento,
d) O seu desfecho, por votação não unânime que con-
mas deixando de conhecer do recurso do réu.
firme a decisão, enseja a técnica do julgamento
e) Conhecer do recurso do autor, negando-lhe provimen-
to, mas deixando de conhecer do recurso do réu. complementar.
e) É cabível para impugnar decisão indeferitória da gra-
tuidade de justiça, ainda que este tema conste em
Trata-se de aplicação do§ 2º do art. 997 do CPC: O
recurso adesivo fica subordinado ao recurso inde- tópico da sentença.
pendente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras
deste quanto aos requisitos de admissibilidade e jul- Trata-se de aplicação do parágrafo único do art.
gamento no tribunal, salvo disposição legal diversa. 1.015 do CPC: “Também caberá agravo de instru-
Como o apelo principal sofreu desistência, o recurso mento contra decisões interlocutórias proferidas na
adesivo fica a ele subordinado, impossibilitado de fase de liquidação de sentença ou de cumprimento
análise. Resposta: Letra A. de sentença, no processo de execução e no processo
de inventário”. Decisões interlocutórias proferidas
3. (FGV – 2018) Maria e Fátima foram citadas em uma no curso da fase satisfativa (cumprimento de sen-
demanda indenizatória proposta por João, sob o rito tença ou execução) são impugnáveis por agravo de
216 comum. Após audiência de mediação, que restou instrumento. Resposta: Letra B.
procedimento dos juizados especiais dispensa a cita-
LEI Nº 9.099 DE 26/09/1995 ção por edital, ou seja, a citação será sempre pessoal.
A Lei 9.099/1995 é a grande responsável pela dis- DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
posição referente aos Juizados Especiais Cíveis e Cri-
minais. Ela foi criada com o objetivo de dar celeridade O Juizado Especial Criminal será composto por
aos procedimentos judiciais menores, uma vez que, juízes leigos ou togados, que possuem competência
desprovidos de complexidade, são passíveis de ser para julgamento, conciliação e execução das infrações
submetidos a uma legislação especial. penais, possuindo menor potencial ofensivo, respeita-
Para iniciarmos, é de suma importância seu conhe- das as regras de conexão e continência.
cimento referente ao disposto no texto constitucional,
em especial no artigo 98, inciso I e parágrafo 1º: z Juiz Togado: é um magistrado de carreira, lotado
no Juizado Especial.
Art. 98 A União, no Distrito Federal e nos Territó- z Juiz Leigo: é um auxiliar da justiça recrutado, sen-
rios, e os Estados criarão: do advogados com mais de cinco anos de experiên-
I - juizados especiais, providos por juízes togados,
cia, em regra.
ou togados e leigos, competentes para a concilia-
ção, o julgamento e a execução de causas cíveis de
Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
menor complexidade e infrações penais de menor
potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras
e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas de conexão e continência, observar-se-ão os institutos
em lei, a transação e o julgamento de recursos por da transação penal e da composição dos danos civis,
turmas de juízes de primeiro grau; (...) conforme é dito no artigo 60, parágrafo único.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados Portanto, qual a composição do Juizado Especial
especiais no âmbito da Justiça Federal. (...) Criminal? Lembrem-se: é composto por juízes leigos
Nota-se que para disciplinar o texto constitucional, ou togados.
criou-se a Lei 9.099/1995.
Competência do Juizado Especial Criminal
Diante da base constitucional, podemos adentrar
na Lei em estudo, partindo do artigo 1º: Com relação à competência do Juizado Especial
Criminal, trata-se de uma atribuição, visando o jul-
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, gamento, a execução e a conciliação das infrações
órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela penais que possuam o menor potencial ofensivo,
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos respeitadas as regras de conexão e continência.
Estados, para conciliação, processo, julgamento e Consideram-se infrações penais de menor potencial
execução, nas causas de sua competência. ofensivo os crimes em que a Lei apresente pena máxi-
ma não superior a 2 anos, cumulada ou não com mul-
Com isso, orientar-se-á os processos pelos crité- ta. Além disso, há, também, contravenções penais.
rios da simplicidade, oralidade, economia processual, Para te ajudar na assimilação do conteúdo, obser-
informalidade e celeridade, buscando, sempre que ve a tabela a seguir:
possível, a conciliação ou a transação. Para que você
assimile bem tais critérios, observe o fluxograma:
INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Conforme artigo 61, consideram-se infrações penais Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, para determinar as provas a serem produzidas,
cumulada ou não com multa. Resposta: Errado. para apreciá-las e para dar especial valor às regras
de experiência comum ou técnica.
Competência Territorial do Juizado Especial Criminal Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
A competência do Juizado deverá ser determinada sociais da lei e às exigências do bem comum.
pelo lugar em que foi praticada a infração penal, con- Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxi-
forme o artigo 63. Portanto, a teoria adotada para a fixa- liares da Justiça, recrutados, os primeiros, pre-
ção da competência dos Juizados Especiais Criminais é ferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os
a teoria da atividade, a qual leva em conta o lugar em segundos, entre advogados com mais de cinco anos
de experiência.
que foi praticada a ação e não a ocorrência do resultado.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos
Como exemplo, imagine que Pedregundo, imputá-
de exercer a advocacia perante os Juizados Espe-
vel, escreve uma carta, em Cascavel/PR, contendo pala-
ciais, enquanto no desempenho de suas funções.
vras injuriosas contra Frenesvalda, que mora em Foz
de Iguaçu/PR. Em ato contínuo, o sujeito ativo (Pedre-
Das Partes
gundo) remete a carta ao destinatário, Frenesvalda, a
qual é sujeito passivo do crime de injúria. Verifica-se, Art. 8º Não poderão ser partes, no processo insti-
portanto, que Pedregundo praticou a ação em Casca- tuído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
vel/PR, então a justiça competente é o Juizado Especial jurídicas de direito público, as empresas públicas
Criminal de Cascavel/PR, tendo em vista que o crime da União, a massa falida e o insolvente civil.
de injúria é uma infração de menor potencial ofensivo, § 1° Somente serão admitidas a propor ação peran-
por ter uma pena de detenção de um a seis meses. te o Juizado Especial: (Redação dada pela Lei nº
12.126, de 2009)
Da Competência I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessio-
nários de direito de pessoas jurídicas; (Incluído
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência pela Lei nº 12.126, de 2009)
para conciliação, processo e julgamento das causas II - as pessoas enquadradas como microempreen-
cíveis de menor complexidade, assim consideradas: dedores individuais, microempresas e empresas de
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes pequeno porte na forma da Lei Complementar no
o salário mínimo; 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
de Processo Civil; III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organi-
III - a ação de despejo para uso próprio; zação da Sociedade Civil de Interesse Público, nos
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
valor não excedente ao fixado no inciso I deste (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009)
artigo. IV - as sociedades de crédito ao microempreende-
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a dor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14
execução: de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.126,
I - dos seus julgados; de 2009)
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, inde-
até quarenta vezes o salário mínimo, observado o pendentemente de assistência, inclusive para fins
218 disposto no § 1º do art. 8º desta Lei. de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários míni- Art. 68 A de intimação do autor do fato e do man-
mos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo dado de citação do acusado, deverá ser constado
ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a a necessidade do comparecimento, além de uma
assistência é obrigatória. informação referente a conduta de levar advogado,
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das com a finalidade de ser acompanhado, tendo como
partes comparecer assistida por advogado, ou se o a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á desig-
réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a nado defensor público.
outra parte, se quiser, assistência judiciária presta-
da por órgão instituído junto ao Juizado Especial,
Ainda sobre os atos processuais, veja o que dispõe
na forma da lei local.
a Lei 9.009, de 1995:
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patro-
cínio por advogado, quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, sal- Art. 12 Os atos processuais serão públicos e pode-
vo quanto aos poderes especiais. rão realizar-se em horário noturno, conforme dis-
§ 4° O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma puserem as normas de organização judiciária.
individual, poderá ser representado por preposto Art. 12-A Na contagem de prazo em dias, estabe-
credenciado, munido de carta de preposição com lecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qual-
poderes para transigir, sem haver necessidade de quer ato processual, inclusive para a interposição
vínculo empregatício.(Redação dada pela Lei nº de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis.
12.137, de 2009) (Incluído pela Lei nº 13.728, de 2018)
Art. 10 Não se admitirá, no processo, qualquer for- Art. 13 Os atos processuais serão válidos sempre
ma de intervenção de terceiro nem de assistência. que preencherem as finalidades para as quais forem
Admitir-se-á o litisconsórcio. realizados, atendidos os critérios indicados no art.
Art. 11 O Ministério Público intervirá nos casos 2º desta Lei.
previstos em lei. § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo.
Dos Atos Processuais § 2º A prática de atos processuais em outras comar-
cas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo
Serão validados os atos processuais sempre que de comunicação.
existirem e preencherem as finalidades para as quais § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
foram realizados, valendo ressaltar que deverão aten- registrados resumidamente, em notas manuscritas,
der aos critérios de oralidade, simplicidade, informa- datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os
lidade, economia processual e celeridade (art. 65). demais atos poderão ser gravados em fita magnéti-
ca ou equivalente, que será inutilizada após o trân-
Artigo 65 [...] sito em julgado da decisão.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que § 4º As normas locais disporão sobre a conserva-
tenha havido prejuízo. Poderá ser solicitado por ção das peças do processo e demais documentos
qualquer meio hábil de comunicação, a prática de que o instruem.
atos processuais, como por exemplo, correios.
Do pedido
Ademais, em regra, será objeto de registro escri-
to, exclusivamente, os atos havidos por essenciais. No Art. 14 O processo instaurar-se-á com a apresen-
entanto, possuímos uma exceção que corresponde à tação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
audiência de instrução e julgamento, que autoriza Juizado.
que o ato seja gravado em fita magnética ou equi- § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
valente (§ 3º). linguagem acessível:
Com relação à citação do acusado, ela se dará de I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
forma pessoal e far-se-á no próprio Juizado quando II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
existir a possibilidade de sua realização em cartório. III - o objeto e seu valor.
Mas, quando não for possível, será realizada por meio § 2º É lícito formular pedido genérico quando não
de oficial de justiça. for possível determinar, desde logo, a extensão da
obrigação.
Art. 65 [...] § 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sis-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes tema de fichas ou formulários impressos.
ao Juízo comum para adoção do procedimento pre- Art. 15 Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei
visto em lei. poderão ser alternativos ou cumulados; nesta últi-
ma hipótese, desde que conexos e a soma não ultra-
A intimação será expedida na forma de corres- passe o limite fixado naquele dispositivo.
pondência, devendo conter o aviso de recebimento Art. 16 Registrado o pedido, independentemente
pessoal ou, no caso de pessoa jurídica ou firma indi- de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado
vidual, será efetuado mediante entrega ao encarrega- designará a sessão de conciliação, a realizar-se no
do da recepção, que deverá, de forma obrigatória, ser prazo de quinze dias.
identificado ou, sendo necessário, por oficial de jus- Art. 17 Comparecendo inicialmente ambas as partes,
tiça, no entanto, independentemente de mandado ou instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
de comunicação, conforme dispõe o art. 67. Os atos Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos,
praticados em audiência considerar-se-ão desde logo poderá ser dispensada a contestação formal e
cientes as partes, os interessados e defensores. ambos serão apreciados na mesma sentença. 219
Das Citações e Intimações z Interesses difusos e coletivos;
z Causas sobre bens imóveis;
Art. 18. A citação far-se-á: z Impugnação de pena de demissão de servidor;
I - por correspondência, com aviso de recebimento z Sanção disciplinar aplicada a militares.
em mão própria;
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma indivi- Também não é de competência dos Juizados Espe-
dual, mediante entrega ao encarregado da recep-
ciais da Fazenda obrigações vincendas em que a soma
ção, que será obrigatoriamente identificado;
de 12 parcelas vincendas (e eventuais parcelas venci-
III - sendo necessário, por oficial de justiça, inde-
pendentemente de mandado ou carta precatória. das) ultrapassem 60 salários mínimos.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia Os autores, no Juizado, são pessoas físicas, ME e
e hora para comparecimento do citando e adver- EPP. Os réus, do outro lado, são os entes federativos
tência de que, não comparecendo este, conside- – Estados, DF, Municípios, autarquias, fundações e
rar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será empresas públicas. Não há prazo diferenciado. A par-
proferido julgamento, de plano. te ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de
§ 2º Não se fará citação por edital. que disponha para o esclarecimento da causa, até a
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta audiência.
ou nulidade da citação. A citação para a audiência de conciliação preci-
Art. 19. As intimações serão feitas na forma previs- sa ser feita com 30 dias de antecedência. Em caso de
ta para citação, ou por qualquer outro meio idôneo exame técnico, o laudo precisa ser apresentado 5 dias
de comunicação.
antes da audiência. Ademais, não há reexame neces-
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-
sário em nenhuma hipótese desta lei.
-se-ão desde logo cientes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças A obrigação de pagar deve ser concretizada em 60
de endereço ocorridas no curso do processo, repu- dias, se não for caso de precatório. Por outro lado, se
tando-se efica o montante da condenação exceder o valor definido
como obrigação de pequeno valor o pagamento é feito
por precatório. Desatendida a ordem de pagamento,
Das Citações e Intimações
é legítimo o juiz determinar o sequestro de bens, dis-
pensada a audiência da Fazenda.
Art. 18 A citação far-se-á:
O pagamento não pode ser feito de modo parcela-
I - por correspondência, com aviso de recebimento
em mão própria; do (metade em requisição de pequeno valor e metade
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma indivi- em precatório). Todavia, o exequente pode renunciar
dual, mediante entrega ao encarregado da recep- ao crédito do valor excedente, para que consiga rece-
ção, que será obrigatoriamente identificado; ber o pagamento sem necessidade de precatório.
III - sendo necessário, por oficial de justiça, inde- Os conciliadores são preferencialmente bacharéis
pendentemente de mandado ou carta precatória. em Direito. Os juízes leigos são advogados com mais
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia de 2 anos de experiência, que não podem advogar
e hora para comparecimento do citando e adver- em nenhum Juizado Especial da Fazenda. Ambos são
tência de que, não comparecendo este, conside- auxiliares da justiça. O conciliador, sob supervisão do
rar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será juiz, conduz a audiência de conciliação. Quando não
proferido julgamento, de plano.
for obtida a conciliação o juiz presidirá a instrução. O
§ 2º Não se fará citação por edital.
juiz pode dispensar novos depoimentos, caso entenda
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta
ou nulidade da citação.
suficiente para o julgamento o que já consta nos autos
Art. 19 As intimações serão feitas na forma previs- e não haja impugnação das partes.
ta para citação, ou por qualquer outro meio idôneo As Turmas Recursais são compostas por juízes do
de comunicação. 1º grau, com mandato de 2 anos, em regra, sem recon-
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar- dução. Cabe pedido de uniformização de interpreta-
-se-ão desde logo cientes as partes. ção da lei em caso de divergência entre decisões das
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de Turmas Recursais, sobre questões de direito material.
endereço ocorridas no curso do processo, reputan- O pedido fundado em divergência entre Turmas do
do-se eficazes as intimações enviadas ao local ante- mesmo Estado será julgado em reunião conjunta das
riormente indicado, na ausência da comunicação. Turmas em conflito, sob a presidência de desembarga-
dor indicado pelo TJ. Quando as Turmas de diferentes
Estados derem a lei federal interpretações divergen-
tes, ou quando a decisão proferida estiver em contra-
LEI Nº 12.153 DE 22/12/2009 riedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça,
o pedido será por este julgado.
A finalidade dos Juizados Especiais da Fazenda Os pedidos de uniformização fundados em ques-
Pública é conciliar, processar, julgar e executar as cau- tões idênticas e recebidos subsequentemente em
sas cíveis de interesse dos Estados, Municípios e DF, até quaisquer das Turmas Recursais ficarão retidos nos
o valor de 60 salários mínimos (competência absoluta). autos, aguardando pronunciamento do STJ.
Não está inserida na competência do Juizado: Se houver receio de dano de difícil reparação,
poderá o relator conceder, de ofício ou a requeri-
z Mandado de Segurança; mento do interessado, medida liminar determinando
z Desapropriação; a suspensão dos processos nos quais a controvérsia
z Divisão e demarcação de terras; esteja estabelecida.
z Ação popular por improbidade administrativa; Publicado o acórdão, os pedidos serão apreciados
220 z Execuções fiscais; pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de
retratação ou os declararão prejudicados (se veicula- Art. 8° Os representantes judiciais dos réus pre-
rem tese não acolhida pelo STJ). sentes à audiência poderão conciliar, transigir ou
Os instrumentos processuais, nos últimos anos, desistir nos processos da competência dos Juizados
observaram a necessidade de uniformizar o entendi- Especiais, nos termos e nas hipóteses previstas na
mento dos tribunais, em prol da segurança jurídica lei do respectivo ente da Federação.
dos jurisdicionais, isso também foi pensado pelos Jui- Art. 9° A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a
zados Especiais da Fazenda Pública. documentação de que disponha para o esclareci-
Feitos estes apontamentos, vamos às disposições mento da causa, apresentando-a até a instalação
da audiência de conciliação.
da Lei 12.153, de 2009:
Art. 10 Para efetuar o exame técnico necessário
à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz
Art. 1° Os Juizados Especiais da Fazenda Pública,
nomeará pessoa habilitada, que apresentará o lau-
órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema
do até 5 (cinco) dias antes da audiência.
dos Juizados Especiais, serão criados pela União,
Art. 11 Nas causas de que trata esta Lei, não have-
no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Esta-
rá reexame necessário.
dos, para conciliação, processo, julgamento e exe-
Art. 12 O cumprimento do acordo ou da sentença,
cução, nas causas de sua competência.
com trânsito em julgado, que imponham obriga-
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais
ção de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa,
dos Estados e do Distrito Federal é formado pelos
será efetuado mediante ofício do juiz à autoridade
Juizados Especiais Cíveis, Juizados Especiais Crimi-
citada para a causa, com cópia da sentença ou do
nais e Juizados Especiais da Fazenda Pública.
acordo.
Art. 2° É de competência dos Juizados Especiais da
Art. 13 Tratando-se de obrigação de pagar quan-
Fazenda Pública processar, conciliar e julgar cau-
tia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o
sas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Fede-
pagamento será efetuado:
ral, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de
60 (sessenta) salários mínimos. I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado
§ 1º Não se incluem na competência do Juizado da entrega da requisição do juiz à autoridade cita-
Especial da Fazenda Pública: da para a causa, independentemente de precató-
I – as ações de mandado de segurança, de desapro- rio, na hipótese do § 3º do art. 100 da Constituição
priação, de divisão e demarcação, populares, por Federal; ou
improbidade administrativa, execuções fiscais e II – mediante precatório, caso o montante da con-
as demandas sobre direitos ou interesses difusos e denação exceda o valor definido como obrigação de
coletivos; pequeno valor.
II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Dis- § 1º Desatendida a requisição judicial, o juiz, ime-
trito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e diatamente, determinará o sequestro do numerário
fundações públicas a eles vinculadas; suficiente ao cumprimento da decisão, dispensada
III – as causas que tenham como objeto a impug- a audiência da Fazenda Pública.
nação da pena de demissão imposta a servidores § 2º As obrigações definidas como de pequeno valor
públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a a serem pagas independentemente de precatório
militares. terão como limite o que for estabelecido na lei do
§ 2º Quando a pretensão versar sobre obrigações respectivo ente da Federação.
vincendas, para fins de competência do Juizado § 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata
Especial, a soma de 12 (doze) parcelas vincendas e o § 2º, os valores serão:
de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder I – 40 (quarenta) salários mínimos, quanto aos
o valor referido no caput deste artigo. Estados e ao Distrito Federal;
§ 3º (VETADO) II – 30 (trinta) salários mínimos, quanto aos
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especial Municípios.
da Fazenda Pública, a sua competência é absoluta. § 4º São vedados o fracionamento, a repartição ou
Art. 3° O juiz poderá, de ofício ou a requerimento a quebra do valor da execução, de modo que o paga-
das partes, deferir quaisquer providências caute- mento se faça, em parte, na forma estabelecida no
lares e antecipatórias no curso do processo, para inciso I do caput e, em parte, mediante expedição
evitar dano de difícil ou de incerta reparação. de precatório, bem como a expedição de precatório
Art. 4° Exceto nos casos do art. 3o, somente será complementar ou suplementar do valor pago.
admitido recurso contra a sentença. § 5º Se o valor da execução ultrapassar o estabe-
Art. 5° Podem ser partes no Juizado Especial da lecido para pagamento independentemente do pre-
Fazenda Pública: catório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
I – como autores, as pessoas físicas e as microem- do precatório, sendo facultada à parte exequen-
presas e empresas de pequeno porte, assim defini- te a renúncia ao crédito do valor excedente, para
das na Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro que possa optar pelo pagamento do saldo sem o
de 2006; precatório.
II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os § 6º O saque do valor depositado poderá ser fei-
Territórios e os Municípios, bem como autarquias, to pela parte autora, pessoalmente, em qualquer
fundações e empresas públicas a eles vinculadas. agência do banco depositário, independentemente
Art. 6° Quanto às citações e intimações, aplicam-se de alvará.
as disposições contidas na Lei no 5.869, de 11 de § 7º O saque por meio de procurador somente pode-
janeiro de 1973 – Código de Processo Civil. rá ser feito na agência destinatária do depósito,
Art. 7° Não haverá prazo diferenciado para a prá- mediante procuração específica, com firma reco-
tica de qualquer ato processual pelas pessoas jurí- nhecida, da qual constem o valor originalmente
dicas de direito público, inclusive a interposição de depositado e sua procedência.
recursos, devendo a citação para a audiência de Art. 14 Os Juizados Especiais da Fazenda Públi-
conciliação ser efetuada com antecedência mínima ca serão instalados pelos Tribunais de Justiça dos
de 30 (trinta) dias. Estados e do Distrito Federal. 221
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados § 3º Se necessário, o relator pedirá informações
Especiais Adjuntos, cabendo ao Tribunal designar ao Presidente da Turma Recursal ou Presidente da
a Vara onde funcionará. Turma de Uniformização e, nos casos previstos em
Art. 15 Serão designados, na forma da legislação lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de 5 (cin-
dos Estados e do Distrito Federal, conciliadores co) dias.
e juízes leigos dos Juizados Especiais da Fazenda § 4º (VETADO)
Pública, observadas as atribuições previstas nos § 5º Decorridos os prazos referidos nos §§ 3º e 4o, o
arts. 22, 37 e 40 da Lei no 9.099, de 26 de setembro relator incluirá o pedido em pauta na sessão, com
de 1995. preferência sobre todos os demais feitos, ressalva-
§ 1º Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da
dos os processos com réus presos, os habeas corpus
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente,
e os mandados de segurança.
entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre
§ 6º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos reti-
advogados com mais de 2 (dois) anos de experiência.
§ 2º Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a dos referidos no § 1º serão apreciados pelas Turmas
advocacia perante todos os Juizados Especiais da Recursais, que poderão exercer juízo de retratação
Fazenda Pública instalados em território nacional, ou os declararão prejudicados, se veicularem tese
enquanto no desempenho de suas funções. não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 16 Cabe ao conciliador, sob a supervisão do Art. 20 Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal
juiz, conduzir a audiência de conciliação. de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbi-
§ 1º Poderá o conciliador, para fins de encami- to de suas competências, expedirão normas regu-
nhamento da composição amigável, ouvir as par- lamentando os procedimentos a serem adotados
tes e testemunhas sobre os contornos fáticos da para o processamento e o julgamento do pedido de
controvérsia. uniformização e do recurso extraordinário.
§ 2º Não obtida a conciliação, caberá ao juiz pre- Art. 21 O recurso extraordinário, para os efeitos
sidir a instrução do processo, podendo dispensar desta Lei, será processado e julgado segundo o
novos depoimentos, se entender suficientes para o estabelecido no art. 19, além da observância das
julgamento da causa os esclarecimentos já cons- normas do Regimento.
tantes dos autos, e não houver impugnação das Art. 22 Os Juizados Especiais da Fazenda Pública
partes. serão instalados no prazo de até 2 (dois) anos da
Art. 17 As Turmas Recursais do Sistema dos Juiza- vigência desta Lei, podendo haver o aproveitamen-
dos Especiais são compostas por juízes em exercício
to total ou parcial das estruturas das atuais Varas
no primeiro grau de jurisdição, na forma da legisla-
da Fazenda Pública.
ção dos Estados e do Distrito Federal, com manda-
Art. 23 Os Tribunais de Justiça poderão limitar,
to de 2 (dois) anos, e integradas, preferencialmente,
por juízes do Sistema dos Juizados Especiais. por até 5 (cinco) anos, a partir da entrada em vigor
§ 1º A designação dos juízes das Turmas Recursais desta Lei, a competência dos Juizados Especiais da
obedecerá aos critérios de antiguidade e merecimento. Fazenda Pública, atendendo à necessidade da orga-
§ 2º Não será permitida a recondução, salvo quando nização dos serviços judiciários e administrativos.
não houver outro juiz na sede da Turma Recursal. Art. 24 Não serão remetidas aos Juizados Especiais
Art. 18 Caberá pedido de uniformização de inter- da Fazenda Pública as demandas ajuizadas até a
pretação de lei quando houver divergência entre data de sua instalação, assim como as ajuizadas
decisões proferidas por Turmas Recursais sobre fora do Juizado Especial por força do disposto no
questões de direito material. art. 23.
§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas Art. 25 Competirá aos Tribunais de Justiça prestar
do mesmo Estado será julgado em reunião conjun- o suporte administrativo necessário ao funciona-
ta das Turmas em conflito, sob a presidência de mento dos Juizados Especiais.
desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça. Art. 26 O disposto no art. 16 aplica-se aos Juizados
§ 2º No caso do § 1º, a reunião de juízes domicilia- Especiais Federais instituídos pela Lei no 10.259, de
dos em cidades diversas poderá ser feita por meio 12 de julho de 2001.
eletrônico. Art. 27 Aplica-se subsidiariamente o disposto nas
§ 3º Quando as Turmas de diferentes Estados derem Leis nos 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de
a lei federal interpretações divergentes, ou quando
Processo Civil, 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
a decisão proferida estiver em contrariedade com
10.259, de 12 de julho de 2001.
súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido
Art. 28 Esta Lei entra em vigor após decorridos 6
será por este julgado.
Art. 19 Quando a orientação acolhida pelas Tur- (seis) meses de sua publicação oficial.
mas de Uniformização de que trata o § 1º do art. 18 Brasília, 22 de dezembro de 2009; 188o da Indepen-
contrariar súmula do Superior Tribunal de Justiça, dência e 121o da República.
a parte interessada poderá provocar a manifesta-
ção deste, que dirimirá a divergência.
§ 1º Eventuais pedidos de uniformização fundados
em questões idênticas e recebidos subsequente- HORA DE PRATICAR!
mente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão
retidos nos autos, aguardando pronunciamento do 1. (VUNESP – 2018) Legalmente, incumbe ao escrivão
Superior Tribunal de Justiça. ou ao chefe de secretaria:
§ 2º Nos casos do caput deste artigo e do § 3º do
art. 18, presente a plausibilidade do direito invo-
cado e havendo fundado receio de dano de difícil
a) auxiliar o juiz na manutenção da ordem.
reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou b) manter sob sua guarda e responsabilidade os bens
a requerimento do interessado, medida liminar móveis de pequeno valor penhorados.
determinando a suspensão dos processos nos quais c) comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo,
222 a controvérsia esteja estabelecida. designar servidor para substituí-lo.
d) certificar proposta de autocomposição apresentada b) o réu tem interesse em pleitear a provisória de evidên-
por qualquer das partes, na ocasião de realização de cia, independentemente da presença dos requisitos da
ato de comunicação que lhe couber. e) efetuar avalia- verossimilhança, da alegação e do risco de dano.
ções, quando for o caso. c) por se tratar de assunto que deve aguardar a cognição
exauriente, o pedido de tutela provisória do réu deverá
2. (VUNESP – 2018) Processa(m)-se durante as férias ser indeferido.
forenses, onde as houver, e não se suspendem pela d) o réu não tem legitimidade para requerer tutela provi-
superveniência delas: sória nesse caso, pois esse pedido deve ser formulado
exclusivamente pelo autor dessa demanda.
a) a realização de audiência cujas datas tiverem sido e) para que seja concedida a tutela pretendida, será
designadas. necessária a presença dos requisitos da verossimi-
b) o registro de ato processual eletrônico e a respectiva lhança, da alegação e do risco de dano.
intimação eletrônica da parte.
c) a homologação de desistência de ação. 6. (VUNESP – 2018) Nas causas que dispensem a fase
d) os processos que versem sobre arbitragem, inclusive instrutória, o juiz, independentemente da citação do
sobre cumprimento de carta arbitral. réu, poderá julgar liminarmente improcedente o pedido
e) os procedimentos de jurisdição voluntária e os neces-
sários à conservação de direitos, quando puderem ser a) que não indicar o fundamento legal.
prejudicados pelo adiamento. b) que contraria enunciado de súmula de tribunal de jus-
tiça sobre direito local
3. (VUNESP – 2017) Luís ingressou com uma ação contra c) que tiver petição inicial inepta.
Mirela. Em 09.03 (sexta-feira), na audiência de instru- d) que tenha parte manifestamente ilegítima
ção e julgamento, o juiz julgou a ação improcedente, e) cujo autor carecer de interesse processual.
saindo as partes intimadas de tal decisão nessa data. A
parte sucumbente pretende recorrer da decisão do juiz. 7. (VUNESP – 2017) Numa audiência de instrução e jul-
Levando em consideração que, durante o prazo do gamento, o juiz determinou que primeiro se ouvissem
recurso, não há qualquer feriado, é correto afirmar que
as testemunhas das partes, e, após isso, fossem pres-
tados os esclarecimentos dos peritos. Além disso, no
a) o recurso a ser manejado por Luís é o de agravo de momento dos debates orais, numa ação em que havia
instrumento, e ele terá 15 dias úteis para fazer tal peça
interesse de menores, concedeu prazo de 40 minutos
processual, contados a partir de 09.03.
para o advogado do autor e de 30 minutos para o advo-
b) tanto Luís quanto Mirela têm interesse de agir no
gado do réu e para o promotor de justiça se pronun-
recurso de apelação, e eles terão prazo comum de 15
ciarem. Diante dessa situação, é correto afirmar que
dias úteis, contados de 12.03 (segunda-feira), para
o juiz
apresentar tal peça processual.
c) Luís deverá interpor recurso de agravo de instrumento,
a) somente errou ao inverter a ordem de oitiva do peri-
e terá, para isso, prazo fatal até 30.03 (sexta- -feira).
to, tento em vista que a lei determina que, obrigato-
d) Luís deverá interpor recurso de apelação, e terá, para
isso, prazo fatal até 30.03 (sexta-feira). riamente, sejam ouvidos primeiro o perito e depois as
e) Mirela deverá manejar recurso de apelação no pra- testemunhas.
zo de 15 dias corridos, contados a partir de 12.03 b) acertou em todos os seus atos, pois a ordem da oitiva
(segunda-feira). é passível de modificação a critério do juiz, bem como
os prazos para debates orais devem ser estipulados
4. (VUNESP – 2018) Se a tutela antecipada for concedi- pelo magistrado.
da nos casos em que a urgência for contemporânea c) errou na questão da inversão da ordem das provas em
à propositura da ação e a petição inicial limitar-se ao audiência, bem como ao conceder prazo maior para
requerimento da tutela antecipada e à indicação do uma das partes em detrimento das outras, ferindo o
pedido de tutela final, com a exposição da lide, do princípio da igualdade processual.
direito que se busca realizar e do perigo de dano ou d) errou unicamente ao conceder prazo para o minis-
do risco ao resultado útil do processo, e a decisão se tério público, tendo em vista que somente as partes
tornar estável, o juiz deverá devem participar dos debates orais, cabendo ao pro-
motor apenas manifestar-se por escrito por meio de
a) sanear o feito. memoriais.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
9. (VUNESP – 2017) Lucas Bastos propôs ação contra a a) para a validade do processo é indispensável a citação
empresa Limiar Ltda., pois teve seu nome negativado do réu ou do executado, ainda que seja caso de indefe-
indevidamente. Requereu liminar, que foi indeferida rimento da petição inicial ou de improcedência liminar
pelo juiz de primeiro grau. Fez agravo de instrumento do pedido.
contra a decisão do juiz singular e requereu a declara- b) o comparecimento espontâneo do réu supre a falta
ção de efeito ativo ao recurso, pois estava pretendendo ou a nulidade da citação, fluindo a partir da decisão
comprar uma casa e precisava de seu nome sem restri- de deferimento de seu ingresso no feito o prazo para
ções. O relator indeferiu monocraticamente esse efeito. apresentação de contestação.
c) a citação dos Estados, e de suas respectivas autar-
Diante dessa decisão do relator, é correto afirmar que
quias e fundações de direito público, será realizada
Lucas
perante o órgão de Advocacia Pública responsável por
sua representação judicial.
a) poderá manejar agravo retido, pois, apenas com o jul-
d) poderá ser realizado pelo correio, em se tratando de
gamento de outro recurso, essa situação poderá ser
ações de estado.
rediscutida. e) a citação válida, desde que ordenada por juízo com-
b) tem como única forma recursal à sua disposição o petente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e
pedido de retratação, claramente prescrito na nova constitui em mora o devedor.
sistemática processual.
c) poderá manejar agravo interno, que é recurso cabível 13. (VUNESP – 2017) Quanto ao procedimento da ação de
contra as decisões proferidas pelo relator. usucapião de bem imóvel, assinale a alternativa correta.
d) poderá manejar outro agravo de instrumento, por se
tratar de decisão interlocutória que analisa tutela a) É ação de jurisdição voluntária, destinada a declarar a
provisória. propriedade, cuja sentença terá efeito ex tunc.
e) por estar diante de uma decisão irrecorrível, não tem b) Tratando-se de unidade autônoma situada em condo-
meios de rediscutir a decisão do relator. mínio, a citação dos confinantes é dispensada.
c) Sendo cabível usucapião extrajudicial, não será possí-
10. (VUNESP – 2018) Conforme o Código de Processo Civil vel a propositura de ação judicial.
vigente, é correto afirmar, sobre os atos processuais, d) O procedimento é especial e a sentença tem natureza
que constitutiva.
e) A citação dos confinantes poderá ser feita pessoal-
a) o direito de consultar os autos de processo que tramite mente ou por edital, se o caso.
em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos
é restrito e exclusivo aos procuradores das partes. 14. (VUNESP – 2017) Sobre as nulidades processuais,
b) tramitam em segredo de justiça os processos em que assinale a alternativa correta.
constem dados protegidos pelo direito constitucional
à propriedade. a) É anulável o processo quando o Ministério Público não
c) quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição for intimado a acompanhar feito em que deveria intervir.
em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada b) A nulidade do ato deve ser alegada em qualquer caso
no horário de funcionamento do fórum ou tribunal,con- na primeira oportunidade em que couber à parte falar
forme o disposto na lei de organização judiciária local. nos autos, sob pena de preclusão.
d) é preferencial o uso da língua portuguesa, sendo c) O erro de forma do processo acarreta a nulidade dos atos
admitida a juntada de documento redigido em língua que já foram praticados, sem qualquer aproveitamento.
estrangeira, por pedido justificado de forma funda- d) As citações e as intimações serão nulas quando feitas
sem observância das prescrições legais.
mentada pela parte.
e) A nulidade de uma parte do ato prejudicará as outras,
e) serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 19 (deze-
mesmo que delas seja independente.
nove) horas.
15. (VUNESP – 2018) Considerando as regras do Código
11. (VUNESP – 2018) Com relação aos prazos proces-
de Processo Civil de 2015, o instituto de tutela provisó-
suais, é correto afirmar que
ria de urgência define que
a) inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo a) são suas espécies: a tutela de urgência, na modalida-
juiz, será de 10 (dez) dias o prazo para a prática de ato de cautelar e antecipada; e a tutela de evidência.
processual a cargo da parte. b) a tutela de urgência deve ser concedida pelo magis-
b) não será considerado tempestivo o ato praticado trado em nível de cognição sumária, sendo que os
antes do termo inicial do prazo. requisitos para o deferimento da tutela antecipada são
c) na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou diversos da cautelar.
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis, seja c) o magistrado deverá apreciar a tutela de urgência, ape-
prazo processual ou material. nas após a prévia manifestação das partes, de acordo
d) quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos com o princípio da cooperação.
em consideração à complexidade do ato. d) a tutela cautelar antecedente possui o mesmo rito pro-
e) se interrompe o curso do prazo processual nos dias cedimental em todo o seu trâmite, que o previsto no
224 compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. Código de Processo Civil de 1973.
e) a sentença que confirma, concede ou revoga a tutela c) Deverá ser concedida, se caracterizado o abuso do direito
provisória de urgência, pode ser impugnada pelo preju- de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
dicado por meio de recurso de apelação a serrecebido d) Caberá, se a petição inicial for instruída com prova
nos efeitos devolutivo e suspensivo. documental suficiente dos fatos constitutivos do direi-
to do autor a que o réu não oponha prova capaz de
16. (VUNESP – 2018) Na decisão que conceder a tute- gerar dúvida razoável.
la provisória, o juiz motivará seu convencimento de e) Tornar-se-á estável, se da decisão que a conceder não
modo claro e preciso, ressaltando-se que: for interposto o respectivo recurso.
a) salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória 20. (VUNESP – 2017) Sobre as tutelas provisórias descri-
vigente conservará a eficácia durante eventual período tas no Código de Processo Civil, é certo afirmar que:
de suspensão do processo
b) a tutela provisória pode fundamentar-se em urgência a) dentre as tutelas de urgência estão as antecipadas e
ou estabilidade. as de evidência, sendo que as cautelares formam um
c) a tutela provisória de urgência pode ser concedida em grupo específico de tutelas provisórias que indepen-
caráter antecedente ou evidente. dem de risco para serem concedidas.
d) a tutela provisória requerida em caráter antecedente b) quando a tutela antecipada for deferida em caráter ante-
independe do pagamento de custas. cedente, poderá se estabilizar desde que não seja inter-
e) a tutela de urgência de natureza antecipatória pode ser posto recurso de apelação, sendo que se for deferida em
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de caráter incidental essa estabilização jamais ocorrerá.
bens e registro de protesto contra alienação debem. c) após o prazo de dois anos, contados da data da ciên-
cia da decisão que extinguiu o processo, a tutela ante-
17. (VUNESP – 2018) Sobre as tutelas provisórias, assina- cipada concedida em caráter antecedente, caso tenha
le a alterativa correta. estabilizado, não mais poderá ser discutida.
d) a sistemática do atual Código de Processo Civil con-
a) A tutela de urgência será concedida quando houver templa a possibilidade de ser distribuída tutela provi-
elementos que evidenciem a probabilidade do direi- sória de evidência nominada.
to e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do e) se após o deferimento de liminar em tutela provisória de
processo. urgência antecipada antecedente o autor não emendar a
b) Em regra, a tutela de urgência de natureza antecipada petição em 15 dias, o processo será extinto por sentença
poderá ser concedida mesmo nos casos em que hou- definitiva, revogando-se a liminar outrora deferida.
ver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
c) A tutela da evidência será concedida desde que 9 GABARITO
demonstrado perigo de dano ou de risco ao resulta-
do útil do processo e restar caracterizado o abuso do
direito de defesa. 1 C
d) Na tutela de evidência, o juiz não poderá decidir liminar-
2 E
mente se se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito. 3 D
e) Em regra, o indeferimento da tutela cautelar obsta que
a parte formule o pedido principal. 4 B
5 B
18. (VUNESP – 2018) A tutela de evidência será concedi-
da quando 6 B
226
Note que, a constituição ao determinar o direito à
vida, possui dois aspectos, direito à integridade física
e psíquica.
Importante mencionar que o STF já se posicionou
Direito à liberdade
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando Trata-se de direito fundamental de primeira
incapaz, de seu representante legal dimensão, ou seja, são os direitos fundamentais que
estão ligados ao valor liberdade, sendo eles: os direi-
tos civis e os direitos políticos.
Subentende-se direito à saúde, na vedação à pena
Liberdade de pensamento, prevista no inciso IV
de morte, proibição do aborto e, por fim, direito às da CF, determina a livre manifestação do pensamento,
condições mínimas necessárias para uma existência porém, é importante se atentar à parte final do inciso,
digna, conforme também prevê o princípio da digni- que veda o anonimato, por exemplo: um indivíduo vai
dade da pessoa humana, apresentado no art. 1º, inciso até uma manifestação nas ruas com panos no rosto e
III da CF/88. comete atos ilícitos (como furto).
1 ADPF 54/DF Min Marco Aurélio, julgado em 11.04.2012, DJe 24.04.2013.
2 ADI 3.510/DF, rel. Min. Carlos Brito, julgamento em 29.05.2008, DJe em 05.06.2008 227
Questão muito cobrada em provas. vista a situação excepcional de emergência de saúde.
Ainda sobre a liberdade de pensamento, é impor- Para você entender melhor, vamos estudar por etapas.
tante mencionar que no Brasil a denúncia anônima
é permitida. Contudo, o poder público não pode ini- O que é calamidade pública?
ciar o procedimento formal tendo como base única
uma denúncia anônima. O dicionário Aurélio assim define calamidade:
O STF considerou desnecessária a utilização “desgraça pública; grande infortúnio; catástrofe”. Ou
de diploma de jornalismo e registro profissional no seja, é um estado anormal resultante de um desastre
Ministério do Trabalho como condição para o exercí- de natureza, pandemia ou até financeiro, situações
cio da profissão de jornalista, pois tem na sua essên- em que o Governo Federal deve intervir nos outros
cia a manifestação do pensamento.3 Entes Federativos (entenda entes: Estados - DF e Muni-
Liberdade de consciência e crença está localiza- cípios) para auxiliar no combate à situação.
do nos incisos VI, VII e VIII do art. 5º da CF. É impor- Conforme o Governo Federal, o reconhecimento
tante mencionar que o Brasil não tem religião oficial, do estado de calamidade pública estava previsto para
sendo considerado um Estado laico que tem como durar até 31 de dezembro de 2020, prologando-se
base o pluralismo político. até o início de 2021. Ele é necessário “em virtude do
monitoramento permanente da pandemia Covid-19,
Art. 5° [...] da necessidade de elevação dos gastos públicos para
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul- perspectiva de queda de arrecadação”4
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote- Entenda a explicação sobre calamidade pública:
ção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de z D ecretado estado de Calamidade Pública, através
assistência religiosa nas entidades civis e militares de aprovação das duas casas: Senado Federal e
de internação coletiva; Câmara dos Deputados. Permite que o Executivo
VIII - ninguém será privado de direitos por moti- gaste mais do que o previsto e desobedeça às metas
vo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou fiscais para custear ações de combate à pandemia.
política, salvo se as invocar para eximir-se de obri- z O Governo Federal já pode determinar quais medi-
gação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir das de apoio serão tomadas, com base na lei com-
prestação alternativa, fixada em lei; plementar 101/2020.
z Governo Federal poderá:
Liberdade de locomoção, localizado no inciso
XV da CF, é um tópico muito importante e está ligado Liberar recursos; enviar defesa civil militar;
ao direito de ir e vir. Esse não é um direito absolu- enviar kits emergenciais.
to, pois temos os casos de prisão previstos na lei, ou
z Estados podem:
seja, as diversas situações em que prisões são necessá-
rias deixam claro que o direito a locomoção não é um Parcelar dívidas; atrasar execução de gastos;
direito absoluto. não precisa fazer licitações.
Atualidade! Direito de ir e vir x Coronavírus Agora que entendemos como funciona o estado
(Covid-19) de calamidade pública, vamos à análise do direito de
locomoção que foi restringido.
Aqui temos um tema muito comentado, o isola- Primeiramente, é importante mencionar que
mento, ou seja, a proibição das pessoas de abrirem nenhum direito fundamental pode ser considerado
suas próprias empresas, de permanecerem em pra- absoluto (quando dizemos isso, significa que esse direito
ças, lugares públicos, isto é, seu direito de ir e vir limi- pode ser violado, desde que se cumpra alguns requi-
tado.. entenda: sitos), e a proporcionalidade de cada situação deve ser
observada.
O interesse da coletividade deve ser sempre
Somente grupo de risco deve observado e ter preferência em relação ao direito
ficar isolado em casa. (idosos do particular, com o objetivo de aplicar o denomina-
Vertical
e pessoas com problemas de
saúde) do princípio da supremacia do interesse público
sobre o particular, que inclusive é um dos principais
Isolamento princípios do direito administrativo.
Aqui cabe mencionar também o art. 196 da CF, que
Toda população deve ficar
prevê o direito à saúde como sendo um dever do Esta-
Horizontal isolada em casa e empresas
fechadas do (no sentido de nação politicamente organizada, ou
seja, é um dever do País/Governo Federal).
Se o direito à liberdade de locomoção é um direito Art. 196 A saúde é direito de todos e dever do Esta-
fundamental de ir e vir, pode-se proibir que a pessoas do, garantido mediante políticas sociais e econômi-
se locomovam? Mas e a constituição? cas que visem à redução do risco de doença e de
No caso do covid-19, em 18 de março de 2020, foi outros agravos e ao acesso universal e igualitário
aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que colo- às ações e serviços para sua promoção, proteção e
ca o país em estado de calamidade pública, tendo em recuperação.
veremos a seguir.
Tema muito comentado e, em 2011, o STF se posi-
Igualdade na lei x igualdade perante a lei cionou sobre o reconhecimento da união estável para
casais do mesmo sexo, decisão tomada sob o argu-
A igualdade na lei obriga o legislador a tratar mento que o artigo 3º, inciso IV, da CF veda qual-
todos da mesma forma ao criar as normas; já a igual- quer discriminação em virtude de sexo, raça, cor e
dade perante a lei significa que quem administra o que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou
Estado também deve observar o princípio da igual- discriminado em função de sua orientação sexual.
dade, por exemplo, o poder executivo ao adminis- “O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não
trar e o poder judiciário ao julgar. Importante frisar se presta para desigualação jurídica”: conclui-se, por-
que o princípio da igualdade também tem efeitos aos tanto, que qualquer depreciação da união estável
particulares. homoafetiva colide, com o inciso IV do artigo 3º da CF.6
5 RE 597285, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09.05.2012, DJe 21.05.2012.
6 STF. ADI 4277 e ADPF 132, rel. Min. Ayres Britto, julgado em 05.05.2011, DJe 06.05.2011. 229
Legalidade mesmo no período noturno – fundamentada e
devidamente justificada, se indicado que no interior
Princípio da legalidade está previsto no art. 5º, na casa se está praticando algum crime, ou seja, em
inciso II da CF, e preceitua que “ninguém será obriga- estado de flagrante delito.
do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em É importante frisar que, se o agente policial entrar
virtude de lei”. Note que, quando se fala em princípio na residência e não constatar a ocorrência de crime
da legalidade, se está falando no âmbito particular e em flagrante, não haverá ilicitude na conduta dos
não da administração pública. agentes policiais se forem apresentadas fundadas
No tocante aos particulares, o princípio da lega- razões que os levaram a invadir aquela casa, o que,
lidade quer dizer que apenas a lei tem legitimidade sem dúvida, deve ser objeto de controle – mesmo que
para criar obrigações de fazer, também chamadas de posterior – por parte da própria polícia e, claro, pelo
obrigações positivas, e também as chamadas obriga- Ministério Público (a quem compete exercer o con-
ções de não fazer, chamadas obrigações negativas, e, trole externo da atividade policial, nos termos do art.
nos casos em que a lei não dispuser obrigação algu- 129, VII, da CF) ou mesmo pelo Judiciário, ao analisar-
ma, é dado ao particular fazer o que bem entender, -se a legitimidade de eventual prova colhida durante
ou seja, não havendo qualquer proibição disposta em essa entrada à residência.
lei, o particular está livre para agir, vigorando nesse Sobre a entrada forçada em domicílio, o STF assim
ponto o princípio da autonomia da vontade. considerou:
Em refêrencia ao poder público, o conteúdo do A entrada forçada em domicílio sem mandado
princípio da legalidade é outro: tem a ideia de que o judicial só é lícita, mesmo em período noturno,
Estado se sujeita às leis e, ao mesmo tempo, de que quando amparada em fundadas razões, devida-
governar é atividade cuja realização exige a edição mente justificadas “a posteriori”, que indiquem
de leis; assim, o poder público não pode atuar nem que dentro da casa ocorre situação de flagrante
contrário às leis, nem na ausência da lei. delito, sob pena de responsabilidade disciplinar,
civil e penal do agente ou da autoridade, e de nuli-
Inviolabilidade dade dos atos praticados.
Essa a orientação do Plenário, que reconheceu a
Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da repercussão geral do tema e, por maioria, negou pro-
honra e da imagem das pessoas tem previsão no art. vimento ao recurso extraordinário em que se discutia,
5º, inciso X da CF; vejamos: à luz do art. 5º, XI, LV e LVI, da Constituição, a legalida-
de das provas obtidas mediante invasão de domicílio
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, por autoridades policiais sem o devido mandado de
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o busca e apreensão. O acórdão impugnado assentou
direito a indenização pelo dano material ou moral o caráter permanente do delito de tráfico de drogas
decorrente de sua violação; e manteve condenação criminal fundada em busca
domiciliar sem a apresentação de mandado de busca
Essa proteção se refere às pessoas físicas ou jurí- e apreensão. A Corte asseverou que o texto constitu-
dicas, abrangendo inclusive a proteção necessária à cional trata da inviolabilidade domiciliar e de suas
própria imagem frente aos meios de comunicação em exceções no art. 5º, XI (“a casa é asilo inviolável do
massa (televisão, jornais etc.). indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consen-
Inviolabilidade domiciliar tem previsão no inciso timento do morador, salvo em caso de flagrante delito
XI do art. 5º da CF: ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial”). Seriam estabelecidas, por-
Art. 5º [...] tanto, quatro exceções à inviolabilidade:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do a - flagrante delito;
morador, salvo em caso de flagrante delito ou b -desastre;
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o c) - prestação de socorro; e
dia, por determinação judicial; d) - determinação judicial.
Instrumento de natureza administrativa derivado A nossa carta magna reconhece no seu inciso XXX-
do princípio da publicidade da atuação da adminis- VIII a instituição do júri, que é visto como uma prerro-
tração pública, tem como objetivo a atuação transpa- gativa democrática do cidadão, e que exige que o réu
rente em decorrência da própria indisponibilidade deve ser julgado pelos seus semelhantes. O tribunal
do interesse público, disciplinado nos incisos XXXIII é composto por um juiz togado e vinte cinco jurados
e LXXII do art. 5º da CF e Lei 9507/1997 que regula o que serão sorteados dentre os alistados.
direito de acesso a informações e disciplina o rito pro-
cessual do habeas data. XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
organização que lhe der a lei, assegurados:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos a) a plenitude de defesa;
públicos informações de seu interesse parti- b) o sigilo das votações;
cular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão c) a soberania dos veredictos;
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi- d) a competência para o julgamento dos crimes
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja impres- dolosos contra a vida;
cindível à segurança da sociedade e do Estado;
Destarte, a competência mencionada na alínea “d”
Direito de certidão não é absoluta, pois não abrange os crimes pratica-
dos contra a vida perpetrados por detentores de foro
O Estado é obrigado a fornecer as informações especial por prerrogativa de função, que deverão ser
solicitadas, com exceção nas hipóteses de proteção julgados por tribunais específicos conforme previsto
por sigilo. Caso haja uma violação desse direito, que na Constituição.
é líquido e certo, o remédio constitucional cabível é o Ainda, o foro especial por prerrogativa de fun-
mandado de segurança, tema que também será abor- ção se refere ao órgão competente para julgar ações
penais contra certas autoridades públicas, levando-se
dado no título Garantias Constitucionais.
em conta o cargo ou a função que elas ocupam, de
O direito de certidão tem previsão no inciso XXXIV,
modo a proteger a função e a coisa pública, ou seja,
“b” do art. 5º da CF, e assegura a todos, independente
por ligar-se à função e não à pessoa, essa forma de
do pagamento de taxas, o seguinte: determinar o órgão julgador competente não acompa-
nha a pessoa após o fim do exercício do cargo.
XXXIV - são a todos assegurados, independente-
mente do pagamento de taxas:
Princípio da legalidade penal e da retroatividade da
[...]
lei
b) a obtenção de certidões em repartições públi-
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de
Princípio da legalidade penal, com previsão no
situações de interesse pessoal;
inciso XXXIX do art. 5º da CF, também chamado de
princípio da reserva legal, refere-se à aplicação do
Importante frisar aqui que, conforme entendi- princípio da legalidade, de forma mais específica no
mento dos Tribunais, já se consolidou o entendimen- âmbito do direito penal.
to no sentido de que não se exige do administrado a Nesse sentido, crime será a conduta delituosa pre-
demonstração da finalidade específica do pedido. vista exclusivamente em lei, da mesma forma que a
cominação da pena, que não é admissível à configura-
Direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito ção de crime baseado nos costumes.
Assim prevê o inciso XXXVI do art. 5º da CF: “a lei XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico per- nem pena sem prévia cominação legal;
feito e a coisa julgada”. Entenda:
Direito adquirido é aquele direito que cumpriu Princípio da retroatividade da lei tem previsão no
todos os requisitos previstos em lei, como por exem- inciso XL do art. 5º da CF, consiste em analisar um fato
plo, o homem que cumpriu todos os requisitos exi- passado à luz de um direito presente, estabelece que
gidos para concessão da aposentadoria por idade, os fatos sejam apreciados com base na lei em vigor no
conforme determina o art. 201, § 7º, I da CF, tem o tempo do crime. Assim, a lei aplicável é a lei do tem-
direito adquirido para requerer seu benefício. po do crime, ou seja, na regra geral, as normas penais
não retroagem, salvo se trouxerem algum tipo de
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral benefício para o réu.
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
as seguintes condições: XL - a lei penal não retroagirá, salvo para benefi-
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e ciar o réu;
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, obser-
vado tempo mínimo de contribuição; Cuidado, aqui temos um exemplo de "exceção da
exceção":
Ato jurídico perfeito é o ato já realizado, confor- Crimes praticados durante a vigência de lei tempo-
me a lei vigente ao tempo que se realizou, pois nes- rária ou excepcional não podem ser beneficiados pela
te caso já cumpriu todos os requisitos conforme a lei retroatividade da lei mais benéfica.
vigente na época, tornando-se, portanto, completo. Lei excepcional é a lei criada para regular fatos
Coisa julgada ocorre no âmbito do processo judi- ocorridos dentro de uma situação irregular, a qual
cial, decisão judicial a qual não cabe mais recurso, tor- perde seus efeitos após findar situação irregular que
232 nando-a imutável e indiscutível. a motivou.
Lei temporária vigorou até extinguir-se o prazo de IX – furto qualificado pelo emprego de explo-
duração fixado pelo legislador, por exemplo, uma lei sivo ou de artefato análogo que cause perigo
que fixa a tabela de preços de artigos de consumo. comum (art. 155, § 4º-A).
III – o crime de comércio ilegal de armas de
Crimes fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
IV – o crime de tráfico internacional de arma de
O legislador originário também se preocupou em
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
mencionar e observar crimes de tortura, tráfico ilíci- da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
to de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados V – o crime de organização criminosa, quando
contra ordem constitucional. direcionado;
XLII - a prática do racismo constitui crime Fique atento com os artigos mencionados acima
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de e as novidades legislativas,pois são temas utilizados
reclusão, nos termos da lei;
com frequência pelas bancas examinadoras.
A pena de reclusão é a pena prevista para os casos GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
mais graves, o qual o regime inicial será fechado, em
prisão de segurança máxima.
É importante não confundir direitos fundamentais
com garantias fundamentais. Os direitos fundamen-
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
tais são vantagens, proteção em favor das pessoas,
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
como por exemplo o direito de informação. Já as
tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
garantias fundamentais são instrumentos processuais
afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os para defesa daqueles direitos, conhecidos como ações
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; ou remédios constitucionais, como por exemplo:
habeas data, habeas corpus, Mandado de Segurança,
Crimes hediondos são aqueles que a legislação Mandado de Injunção e a Ação Popular, conforme
entende que geram maior reprovação por parte da veremos a seguir.
sociedade, assim merecem uma rigidez maior. Não
são necessariamente crimes cometidos com alto grau Habeas corpus
de violência ou crueldade, mas sim os crimes previs-
tos expressamente no art. 1º da Lei 8.072/90. Tem como objetivo proteger o direito de ir e vir,
O homicídio qualificado é o primeiro mencionado ou seja, pode ser requerido sempre que alguém sofrer
na legislação, ou seja, quando praticado em circuns- ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
tância que revele perversidade – por exemplo, se o em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder; está fundamentado no art. 5º, LXVIII
crime é praticado por motivo fútil ou torpe.
da CF e art. 647 a 667 do CPP,
Bem como, o homicídio praticado por grupo de
Pode ser habeas corpus preventivo para evitar
extermínio também está no rol dos crimes hediondos,
uma futura violação à liberdade, ou habeas corpus
mesmo que cometido por uma só pessoa do grupo.
repressivo, o qual busca o fim de uma coação já
cometida. Importante frisar também que não existe a
XLIV - constitui crime inafiançável e impres-
necessidade de um advogado para entrar com a ação.
critível a ação de grupos armados, civis ou mili-
tares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático; z Sujeito ativo (impetrante): qualquer pessoa.
z Vítima (paciente): qualquer pessoa, brasileiro ou
estrangeiro.
Entenda: prescrição é a perda do direito de punir
z Sujeito passivo (coator): autoridade ou agen-
do Estado pelo seu não exercício em determinado lap-
te público que cometeu ilegalidade ou abuso de
so de tempo.
poder contra particular.
Em 2015, duas leis incluíram, no rol de cri-
mes hediondos, o assassinato de policiais e o
Habeas corpus também pode ser impetrado por
feminicídio.
estrangeiro (desde que na língua portuguesa) contra
Em 2019, houve alterações na legislação penal e
particular.
processual diante da aprovação da Lei nº 13.964, tam- Não cabe habeas corpus contra punição disciplinar
DIREITO CONSTITUCIONAL
bém chamada de Pacote Anticrime; nessa oportuni- militar, salvo se imposta pela autoridade competente.
dade houve a inclusão de crimes no rol dos crimes Destacamos a seguir algumas Súmulas importan-
hediondos. tes do STF sobre o tema:
Veja quais foram os crimes incluídos:
Súmula 395: Não se conhece de recurso de habeas
II – roubo: corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das
a) circunstanciado pela restrição de liberdade custas, por não estar mais em causa à liberdade de
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); locomoção.
b) circunstanciado pelo emprego de arma de Súmula 431: É nulo o julgamento de recurso crimi-
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de nal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou
arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. publicação da pauta, salvo em habeas corpus.
157, § 2º-B); Súmula 692: Não se conhece de habeas corpus con-
III – extorsão qualificada pela restrição da liber- tra omissão de relator de extradição, se fundado em
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava
morte (art. 158, § 3º); dos autos, nem foi ele provocado a respeito. 233
Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra deci- jurídico-processuais, deverá ter seu mérito aprecia-
são condenatória a pena de multa, ou relativo a do”. (EDcl no MS 22.157/DF, Rel. Ministro Herman
processo em curso por infração penal a que a pena Benjamin, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis Felipe Salo-
pecuniária seja a única cominada. mão, julgado em 14.03.2019, DJe 11.06.2019)
Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a
imposição da pena de exclusão de militar ou de per- Agente ativo: Pessoa física ou jurídica. Agentes
da de patente ou de função pública. políticos podem ser sujeitos ativo ou passivo.
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já Agente passivo: autoridade, pessoa física
extinta a pena privativa de liberdade. revestida de poder público. União, Estados e
DF ingressarão como litisconsortes necessá-
Habeas data rios, por meio de seus procuradores; no caso do
município, através de seu Prefeito.
A previsão no art. 5º, LXXII da CF e Lei 9507/1997 Liminar: cabimento conforme art. 7º, III da Lei
regula o direito de acesso às informações e discipli- 12.016/2009, o juiz poderá determinar a suspen-
na o rito processual do habeas data tem o objetivo são do ato (que causou a violação do direito),
de acessar e retificar informações do impetrante que desde que exista motivo relevante, vejamos:
estão em um órgão público ou de caráter público8,
como por exemplo: entidade privada de caráter públi- Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
co = SPC/SERASA. III - que se suspenda o ato que deu motivo ao
Note que, neste caso, precisa ser demonstrado pedido, quando houver fundamento relevante e
que foram solicitadas as informações em um pri- do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
meiro momento, ou seja, precisa-se esgotar a via medida, caso seja finalmente deferida, sendo facul-
tado exigir do impetrante caução, fiança ou depósi-
administrativa.
to, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à
A doutrina e jurisprudência admitem que cônjuge,
pessoa jurídica.
ascendente, descendente ou irmão podem impetrar
habeas data em favor de terceiro, caso este esteja inca-
z Mandado de Segurança Coletivo
pacitado ou ausente.
Previsto no art. 5º, LXX da CF e no art. 21 da Lei
Mandado de Segurança
12.016/2009, tem o objetivo de proteger certo grupo de
pessoas (corporativo). Os requisitos e o prazo deca-
Agora passaremos à análise do mandado de segu- dencial são os mesmos do Mandado de Segurança
rança, sendo que este pode ser individual ou coletivo: individual.
234 8 Caso a banca da sua prova for a FGV, esta entende que o habeas data é uma ação personalíssima.
z Aplicabilidade: falta de uma norma regulamen- A Ação popular é isenta de custas judiciais e do
tadora de direito, liberdade constitucional e das ônus de sucumbência.
prerrogativas inerentes a nacionalidade, sobera- Sobre o tema, vejamos também art. 5º, §4º da Lei
nia e cidadania. Buscar o exercício do direito para 4.717/1965:
uma pessoa ou certo grupo de pessoas.
Exemplo: Conseguir se aposentar ou exercer o Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é
direito de greve. competente para conhecer da ação, processá-la e
z Agente ativo: Qualquer pessoa. julgá-la o juiz que, de acordo com a organização
z Liminar: Mandado de Injunção não tem liminar. judiciária de cada Estado, o for para as causas que
interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado
Ação Popular ou ao Município.
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá à sus-
É um direito fundamental e individual de todo pensão liminar do ato lesivo impugnado.
cidadão, fundamentado no art. 5º, LXXIII e regulado
pela lei 4.717/1965, e tem como objetivo a proteção Ainda, é possível requerer a condenação por per-
do patrimônio público (erário), histórico, cultural, do das e danos dos responsáveis pela lesão. Cabe a todos
meio ambiente e da moralidade administrativa. Pro- os cidadãos a fiscalização da vida pública, auxiliando
tege o patrimônio público contra, por exemplo, obras o Estado na boa gestão da vida pública.
superfaturadas.
Ação popular pode ter duas formas, a preventi- DOS DIREITOS SOCIAIS
va, que é ajuizada antes da consumação dos efeitos
do ato, e repressiva, que visa corrigir os atos danosos Os direitos sociais têm previsão no art. 6º ao 11º
consumados. da Constituição, e também podem ser encontrados no
título VIII da Constituição Federal, que trata da ordem
z Agente ativo: Qualquer cidadão brasileiro. Se este social.
abandonar ação, outro cidadão poderá assumir. São direitos que pertencem à segunda geração dos
direitos fundamentais, ou seja, da dimensão que tra-
O Ministério Público não pode propor, mas ta dos direitos da democracia e informação, e alguns
pode assumir andamento e dar execução à decisão doutrinadores também os chamam de liberdades
da ação popular (legitimidade extraordinária ou positivas, quando o Estado precisa deixar de ser omis-
superveniente). so com o objetivo de assegurar uma compensação
resultante da desigualdade entre as pessoas.
z Agente passivo: administrador da entidade que Os direitos sociais exigem uma atuação do Estado
lesionou. em face da desigualdade social e tem aplicabilidade
imediata. Nesse sentido, com o objetivo de garantir a
Lei 4.717/1965 igualdade formal (ou também chamada de igualdade
jurídica, conforme prevê na CF/88, significa que todos
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas devem ser tratados da mesma forma).
públicas ou privadas e as entidades referidas no art. Ainda, a Constituição dividiu os direitos sociais em
1º, contra as autoridades, funcionários ou adminis- três espécies:
tradores que houverem autorizado, aprovado, rati-
ficado ou praticado o ato impugnado, ou que, por z D ireitos sociais destinados a toda sociedade; (Art.
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e con- 6º da CF)
tra os beneficiários diretos do mesmo.
z Direitos sociais para os trabalhadores; (Art.7° da
CF)
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para plei- z Direitos sociais coletivos dos trabalhadores. (Art.
tear a anulação ou a declaração de nulidade de atos 8º ao 11º da CF)
lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de Direitos sociais destinados a toda sociedade
sociedades de economia mista (Constituição, art. 141,
§ 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
represente os segurados ausentes, de empresas públicas, alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
de serviços sociais autônomos, de instituições ou funda- o lazer, a segurança, a previdência social, a prote-
DIREITO CONSTITUCIONAL
ções para cuja criação ou custeio o tesouro público haja ção à maternidade e à infância, a assistência aos
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cen- desamparados, na forma desta Constituição.
to do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incor-
poradas ao patrimônio da União, do Distrito Federal,
Direitos garantidos para toda sociedade brasileira,
dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres com exceção, por exemplo, da previdência social, pois
públicos. neste caso só terá benefício quem for contribuinte e
preencher todos os requisitos legais exigidos.
z Liminar: Basta representar os requisitos “fumus
boni iuris” e “periculum in mora”. Direito à propriedade x direito à moradia
Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não Direito de propriedade é um direito individual,
substitui a ação popular. conforme já estudado neste material, já o direito à
Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legiti- moradia é um direito social, localizado no caput do
midade para propor ação popular. art. 6º da CF/88. 235
Direito à segurança, localizado no art. 5º (direi- XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes
to individual) e art. 6º (direito social), entenda a desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
diferença: creches e pré-escolas;
Segurança mencionada no art. 5º da CF se refere à XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
segurança jurídica, já a segurança mencionada no art. coletivos de trabalho;
6º da CF refere-se ao direito à segurança pública. XXVII - proteção em face da automação, na forma
da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
Direitos sociais para os trabalhadores
cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
culpa;
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
condição social:
relações de trabalho, com prazo prescricional de
I - relação de emprego protegida contra despedida
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
até o limite de dois anos após a extinção do contra-
complementar, que preverá indenização compensa-
to de trabalho;
tória, dentre outros direitos;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercí-
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
cio de funções e de critério de admissão por motivo
involuntário;
de sexo, idade, cor ou estado civil;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
tocante a salário e critérios de admissão do traba-
unificado, capaz de atender a suas necessidades
lhador portador de deficiência;
vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
técnico e intelectual ou entre os profissionais
ne, transporte e previdência social, com reajustes
respectivos;
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
insalubre a menores de dezoito e de qualquer traba-
V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
lho a menores de dezesseis anos, salvo na condição
plexidade do trabalho;
de aprendiz, a partir de quatorze anos;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador
convenção ou acordo coletivo;
com vínculo empregatício permanente e o trabalha-
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
dor avulso
para os que percebem remuneração variável;
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
VIII - décimo terceiro salário com base na remune-
trabalhadores domésticos os direitos previstos
ração integral ou no valor da aposentadoria;
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
IX - remuneração do trabalho noturno superior à
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
do diurno;
XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
X - proteção do salário na forma da lei, constituin-
lei e observada a simplificação do cumprimento
do crime sua retenção dolosa;
das obrigações tributárias, principais e acessórias,
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvin-
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari-
culada da remuneração, e, excepcionalmente, par-
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
ticipação na gestão da empresa, conforme definido
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
em lei;
social.
XII - salário-família pago em razão do dependente
do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a O mencionado dispositivo aborda os direitos dos
oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, trabalhadores de uma forma genérica, pois todos são
facultada a compensação de horários e a redução tratados de forma específica em legislação especial.
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva Cabe ressaltar neste tópico que os examinadores
de trabalho; das bancas costumam perguntar datas e questões
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realiza- numéricas. Por exemplo, um tema sempre muito
do em turnos ininterruptos de revezamento, salvo cobrado em provas é sobre a prescrição trabalhista,
negociação coletiva; ou seja, o prazo máximo para entrar com a reclama-
XV - repouso semanal remunerado, preferencial- ção trabalhista após o término do contrato de trabalho
mente aos domingos; para discutir os últimos cinco anos; ou seja, os crédi-
XVI - remuneração do serviço extraordinário tos trabalhistas prescrevem nos últimos cinco anos.
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal;
z Prazo para entrar com reclamação trabalhista: 2
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
menos, um terço a mais do que o salário normal;
anos. Prescrição dos créditos: últimos 5 anos.
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego z Direitos sociais coletivos dos trabalhadores
e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DOS
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, TRABALHADORES
mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; observado o seguinte:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por I - a lei não poderá exigir autorização do Estado
meio de normas de saúde, higiene e segurança; para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades tro no órgão competente, vedadas ao Poder Públi-
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; co a interferência e a intervenção na organização
236 XXIV - aposentadoria; sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização A nacionalidade é considerada pela CF/88 um
sindical, em qualquer grau, representativa de cate- direito fundamental, e tem previsão no título II da CF.
goria profissional ou econômica, na mesma base O Brasil adota dois critérios para definir a aquisi-
territorial, que será definida pelos trabalhadores ção da nacionalidade brasileira:
ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município; z jus solis: atribui nacionalidade ao território onde
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- o indivíduo nasce.
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive z jus sanguinis: atribui a nacionalidade ao vínculo
em questões judiciais ou administrativas; sanguíneo.
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que,
em se tratando de categoria profissional, será des-
Brasileiro nato
contada em folha, para custeio do sistema con-
federativo da representação sindical respectiva,
Conforme prevê o art. 12, inciso I da CF, é conside-
independentemente da contribuição prevista em lei;
rado brasileiro nato:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas z Nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
negociações coletivas de trabalho; desde que estes não estejam a serviço de seu
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser país.
votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- No que diz respeito à necessidade de ambos os
zado a partir do registro da candidatura a cargo de genitores estrangeiros estarem a serviço do país,
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda entende-se que deve haver a verificação do fato do
que suplente, até um ano após o final do mandato, deslocamento desse Estado (país) ao Brasil ter ocorri-
salvo se cometer falta grave nos termos da lei. do em virtude de interesse do seu país. Ainda que um
Parágrafo único. As disposições deste artigo apli- deles não exerça função governamental, por exemplo:
cam-se à organização de sindicatos rurais e de Pais argentinos, a serviço da Argentina – nesse
colônias de pescadores, atendidas as condições que caso o filho nascido no Brasil não será brasileiro nato9.
a lei estabelecer. Pais argentinos a serviço do Uruguai – nesse caso o
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo filho nascido no Brasil será brasileiro nato, pois os pais
aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de não estão a serviço de seu país (no exemplo, Argentina).
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender. z Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira,
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen- desde que qualquer um deles esteja a serviço
ciais e disporá sobre o atendimento das necessida- do Brasil;
des inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis Neste caso o termo a “serviço da República Federati-
às penas da lei. va do Brasil” engloba a serviço da administração direta e
Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha- indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais z Nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe
ou previdenciários sejam objeto de discussão e
brasileira, desde que sejam registrados em repar-
deliberação.
tição brasileira competente (embaixada ou con-
Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos empre-
sulado) ou venham a residir no Brasil e optem,
gados, é assegurada a eleição de um representante
em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira.
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os empregadores.
O filho poderá optar pela nacionalidade brasileira
observando três requisitos cumulativos:
As garantias deste último grupo de direitos sociais
estão divididas em: direito de associação sindical,
z I dade mínima: 18 anos;
direito de greve e direito de representação.
z Residência no Brasil;
Direito de associação sindical tem relação com o
z Obedecendo aos dois requisitos acima, deve-
princípio da liberdade de associação. Direito de gre- -se optar a qualquer tempo pela nacionalidade
ve, citado no art. 9º, não é o mesmo direito de greve
DIREITO CONSTITUCIONAL
brasileira.
assegurado ao servidor público no art. 37 da CF, ou
seja, a greve mencionada no art. 9º é autoaplicável A Constituição Federal em seu art. 12 §3º determi-
(norma de eficácia contida), não sendo necessária lei na quais os cargos que são PRIVATIVOS para brasilei-
para regulamentar o direito de greve. Já o direito de ro nato, vejamos:
representação, está presente no art. 11 da CF.
z �Presidente e Vice-Presidente da República;
DA NACIONALIDADE z �Presidente da Câmara dos Deputados;
z �Presidente do Senado Federal;
Ligação que une um indivíduo a cada território. z �Ministro do STF;
Grande parte dos países determina o modo de aqui- z �Carreira Diplomática;
sição e perda da nacionalidade em suas respectivas z �Oficial das Forças Armadas;
constituições. z �Ministro de Estado da Defesa.
9 Observe nos exemplos como pode ser cobrada a matéria na prova. 237
Naturalizados Importante frisar que o brasileiro nato não pode
ser extraditado. Se for o caso, deve ser entregue ao
Neste caso, o indivíduo não tem vínculo nem de TPI-Tribunal Penal Internacional, sendo que; podem
solo nem de sangue com o Brasil, mas quer tornar- ser entregues ao TPI os brasileiros natos, naturaliza-
-se brasileiro, simplesmente por vontade, ou seja, é o dos e estrangeiros.
estrangeiro que optou pela nacionalidade brasileira Ainda, o Estatuto de Roma do Tribunal Penal
(art. 12, inciso II da CF). Internacional, decreto Lei nº 4388/2002, em seu art.
102, define a diferença entre a entrega e extradição,
vejamos:
z Estrangeiros provenientes de países de língua
portuguesa devem ter um ano de residência no
z P
or “entrega”, entende-se a entrega de uma pessoa
Brasil e idoneidade moral.
por um Estado ao Tribunal nos termos do presente
Ex.: Portugal, Angola, Cabo Verde e etc.
Estatuto.
z Nacionalidade extraordinária: para os demais z
Por “extradição”, entende-se a entrega de uma
estrangeiros, deve-se ter 15 anos de residência pessoa por um Estado a outro Estado, conforme
ininterrupta e ausência de condenação penal. previsto em um tratado, em uma convenção ou no
direito interno.
O Supremo Tribunal Federal entende que a natu-
ralização extraordinária é ato declaratório do Brasil. CONSIDERAÇÕES REFERENTES À NACIONALIDADE
Estrangeiro que provar os requisitos necessários,
ou seja, possuir 15 anos de residência ininterrupta e Extradição
ausência de condenação penal, tem o direito subjetivo
à naturalização. Negado este pedido, caberá Mandado Entrega de um Estado (país) a outro Estado (país)
de Segurança. de pessoa acusada de delito ou já condenada. Note
Importante mencionar também a leitura do Esta- que, conforme a súmula 421 do STF, não há impedi-
tuto do Estrangeiro, a Lei nº 6.815/1980. mento à extradição o fato de o extraditado ser casado
com brasileira ou ter filho brasileiro.
Conforme prevê o art. 22, inciso XV da CF, compete
Perda da Nacionalidade
à União legislar sobre extradição.
A constituição brasileira também dispõe que
Conforme art. 14 §4º da CF/88, tanto o brasilei-
ro nato quanto o naturalizado poderá perder a sua “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
nacionalidade. naturalizado, em caso de crime comum, praticado
Existem dois instrumentos que podem ser usados antes da naturalização, ou de comprovado
para decretar a perda da nacionalidade brasileira: envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei.” Bem como, “não será
z S
entença Judicial transitada em julgado: esta concedida extradição de estrangeiro por crime político
alcança apenas o brasileiro naturalizado que feriu ou de opinião” (art. 5º, incisos LI e LII da CF).
o interesse nacional. Neste caso, o indivíduo que
perdeu a nacionalidade poderá apenas readqui- Ainda, o art. 102, I, g da CF dispõe que o Supremo
ri-la por meio de uma ação, chamada de Ação Tribunal Federal será o responsável por processar e
Rescisória.10 julgar a extradição solicitada pelo Estado estrangeiro.
z
Brasileiro nato e naturalizado que adquire
voluntariamente outra nacionalidade; este ato Expulsão
engloba tanto a aceitação quanto o pedido da natu-
Modo de tirar o estrangeiro do Brasil de modo
ralização oferecida por outro país. Neste caso, exis-
coativo, por infração ou ato que o torne inconve-
tem duas exceções, ou seja, existem dois casos em niente à defesa e à conservação da ordem interna do
que é permitida a dupla cidadania: Estado.
Neste caso, a União é responsável para legislar
R econhecimento da nacionalidade pela lei sobre expulsão, conforme art. 22, inciso XV da CF.
estrangeira; Não ocorrerá a expulsão em duas hipóteses: dife-
Imposição por outro país, como condição de rente da extradição, a expulsão não será admitida
permanência em seu território ou para exer- quando o indivíduo tiver cônjuge brasileiro (desde
cício dos direitos civis. Exemplo: atletas/joga- que não esteja divorciado ou separado de fato) e o
casamento tiver sido celebrado há mais de cinco anos,
dores de futebol quando são “vendidos” e
ou que tenha filho brasileiro, desde que este esteja sob
representam times estrangeiros.
sua guarda e dependência econômica.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilida- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe- Municípios instituirão, no âmbito de sua competên-
nho por comissão instituída para essa finalidade. cia, regime jurídico único e planos de carreira para
os servidores da administração pública direta, das
Após o estágio probatório o servidor público só autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN
perderá o cargo em virtude de sentença transitada em nº 2.135-4)
julgado, mediante processo administrativo, assegura- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
do a ampla defesa, ou mediante procedimento de ava- Municípios instituirão conselho de política de admi-
liação periódica de desempenho, assegurada ampla nistração e remuneração de pessoal, integrado por
defesa. Sobre esse tema, é importante a observância servidores designados pelos respectivos Poderes
do art. 41, § 2º da CF, sobre eventual invalidade da (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
demissão do servidor estável: de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do demais componentes do sistema remuneratório
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual observará: (Redação dada pela Emenda Constitu-
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo cional nº 19, de 1998)
de origem, sem direito a indenização, aproveitado I - a natureza, o grau de responsabilidade e a com-
em outro cargo ou posto em disponibilidade com plexidade dos cargos componentes de cada carreira;
remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela
z Empregados públicos: Os servidores investidos Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em empregos têm regime jurídico de natureza III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela
trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Conso- Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
lidação das Leis do Trabalho). O ingresso também § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal mante-
é por meio de concurso público, entretanto não rão escolas de governo para a formação e o aperfei-
adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Ban- çoamento dos servidores públicos, constituindo-se
cário da Caixa Econômica Federal. a participação nos cursos um dos requisitos para a
z Servidores comissionados: Os servidores investi- promoção na carreira, facultada, para isso, a cele-
dos em funções públicas são os que ocupam car- bração de convênios ou contratos entre os entes
go em comissão e são livremente nomeados ou federados. (Redação dada pela Emenda Constitu-
exonerados por autoridade competente (art. 37, V cional nº 19, de 1998)
da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de cargos § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo
comissionados têm caráter transitório, ou seja, não público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
246 gozam de estabilidade. XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a
lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo
quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela de contribuição e os demais requisitos estabeleci-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) dos em lei complementar do respectivo ente federa-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato tivo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários 103, de 2019)
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão
sivamente por subsídio fixado em parcela única, ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o §
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo esta-
cional, abono, prêmio, verba de representação ou belecido para o Regime Geral de Previdência Social,
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º As regras para cálculo de proventos de apo-
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e sentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre ente federativo. (Redação dada pela Emenda Cons-
a maior e a menor remuneração dos servidores titucional nº 103, de 2019)
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucio- diferenciados para concessão de benefícios em regi-
nal nº 19, de 1998) me próprio de previdência social, ressalvado o dis-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário posto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada
publicarão anualmente os valores do subsídio e pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
da remuneração dos cargos e empregos públicos. § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei comple-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal de contribuição diferenciados para aposentadoria
e dos Municípios disciplinará a aplicação de recur- de servidores com deficiência, previamente sub-
sos orçamentários provenientes da economia com metidos a avaliação biopsicossocial realizada por
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fun- equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluí-
dação, para aplicação no desenvolvimento de pro- do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
gramas de qualidade e produtividade, treinamento § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei comple-
e desenvolvimento, modernização, reaparelhamen- mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
to e racionalização do serviço público, inclusive de contribuição diferenciados para aposentadoria
sob a forma de adicional ou prêmio de produtivi- de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
dade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
de 1998) que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
§ 8º A remuneração dos servidores públicos orga- XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional
do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº nº 103, de 2019)
19, de 1998) § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei comple-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de cará- mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
ter temporário ou vinculadas ao exercício de função de contribuição diferenciados para aposentadoria
de confiança ou de cargo em comissão à remunera- de servidores cujas atividades sejam exercidas com
ção do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Cons- efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
titucional nº 103, de 2019) lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos agentes, vedada a caracterização por categoria
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda
contributivo e solidário, mediante contribuição do Constitucional nº 103, de 2019)
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão ida-
aposentados e de pensionistas, observados critérios de mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. às idades decorrentes da aplicação do disposto
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
de 2019) de efetivo exercício das funções de magistério na
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de educação infantil e no ensino fundamental e médio
previdência social será aposentado: (Redação dada fixado em lei complementar do respectivo ente fede-
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) rativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
I - por incapacidade permanente para o trabalho, nº 103, de 2019)
no cargo em que estiver investido, quando insus- § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
cetível de readaptação, hipótese em que será obri- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
gatória a realização de avaliações periódicas para vedada a percepção de mais de uma aposentado-
DIREITO CONSTITUCIONAL
verificação da continuidade das condições que ria à conta de regime próprio de previdência social,
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma aplicando-se outras vedações, regras e condições
de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada para a acumulação de benefícios previdenciários
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) estabelecidas no Regime Geral de Previdência
II - compulsoriamente, com proventos proporcio- Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) nº 103, de 2019)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quan-
idade, na forma de lei complementar; (Redação do se tratar da única fonte de renda formal auferida
dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) pelo dependente, o benefício de pensão por morte
(Vide Lei Complementar nº 152, de 2015) será concedido nos termos de lei do respectivo ente
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) hipótese de morte dos servidores de que trata o §
anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou
do Distrito Federal e dos Municípios, na idade míni- em razão da função. (Redação dada pela Emenda
ma estabelecida mediante emenda às respectivas Constitucional nº 103, de 2019) 247
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
para preservar-lhes, em caráter permanente, o Constitucional nº 41, 19.12.2003) (Vide ADIN 3133)
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, § 19. Observados critérios a serem estabelecidos
19.12.2003) em lei do respectivo ente federativo, o servidor titu-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, dis- lar de cargo efetivo que tenha completado as exi-
trital ou municipal será contado para fins de aposen- gências para a aposentadoria voluntária e que opte
tadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. por permanecer em atividade poderá fazer jus a um
201, e o tempo de serviço correspondente será conta- abono de permanência equivalente, no máximo, ao
do para fins de disponibilidade. (Redação dada pela valor da sua contribuição previdenciária, até com-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) pletar a idade para aposentadoria compulsória.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer for- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
ma de contagem de tempo de contribuição fictício. de 2019)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de § 20. É vedada a existência de mais de um regime pró-
15/12/98) prio de previdência social e de mais de um órgão ou
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma entidade gestora desse regime em cada ente federati-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando vo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis
públicos, bem como de outras atividades sujeitas pelo seu financiamento, observados os critérios, os
a contribuição para o regime geral de previdência parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei com-
social, e ao montante resultante da adição de pro- plementar de que trata o § 22. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ventos de inatividade com remuneração de cargo
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda
acumulável na forma desta Constituição, cargo em
Constitucional nº 103, de 2019)
comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios
neração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda
de previdência social, lei complementar federal esta-
Constitucional nº 20, de 15/12/98)
belecerá, para os que já existam, normas gerais de
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observa-
organização, de funcionamento e de responsabilida-
dos, em regime próprio de previdência social, no
de em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos,
que couber, os requisitos e critérios fixados para
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
o Regime Geral de Previdência Social. (Redação de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) I - requisitos para sua extinção e consequente
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusi- migração para o Regime Geral de Previdência
vamente, de cargo em comissão declarado em lei de Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
livre nomeação e exoneração, de outro cargo tem- 103, de 2019)
porário, inclusive mandato eletivo, ou de empre- II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utili-
go público, o Regime Geral de Previdência Social. zação dos recursos; (Incluído pela Emenda Consti-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, tucional nº 103, de 2019)
de 2019) III - fiscalização pela União e controle externo e
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
Municípios instituirão, por lei de iniciativa do res- 103, de 2019)
pectivo Poder Executivo, regime de previdência IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
complementar para servidores públicos ocupantes (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
2019)
benefícios do Regime Geral de Previdência Social
V - condições para instituição do fundo com finali-
para o valor das aposentadorias e das pensões em
dade previdenciária de que trata o art. 249 e para
regime próprio de previdência social, ressalvado
vinculação a ele dos recursos provenientes de con-
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda
tribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer
Constitucional nº 103, de 2019)
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
§ 15. O regime de previdência complementar de que
103, de 2019)
trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atua-
na modalidade contribuição definida, observará o
disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio rial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
de entidade fechada de previdência complementar 2019)
ou de entidade aberta de previdência complementar. VII - estruturação do órgão ou entidade gestora
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, do regime, observados os princípios relacionados
de 2019) com governança, controle interno e transparência;
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser apli- VIII - condições e hipóteses para responsabilização
cado ao servidor que tiver ingressado no serviço daqueles que desempenhem atribuições relaciona-
público até a data da publicação do ato de institui- das, direta ou indiretamente, com a gestão do regime;
ção do correspondente regime de previdência com- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
plementar. (Incluído pela Emenda Constitucional IX - condições para adesão a consórcio público;
nº 20, de 15/12/98) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados 2019)
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído definição de alíquota de contribuições ordinárias e
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de cional nº 103, de 2019)
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exer-
de que trata este artigo que superem o limite máxi- cício os servidores nomeados para cargo de pro-
mo estabelecido para os benefícios do regime geral vimento efetivo em virtude de concurso público.
de previdência social de que trata o art. 201, com (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
248 percentual igual ao estabelecido para os servidores de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: 2. (FCC – 2020) De acordo com o artigo 37 da Consti-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, tuição Federal de 1988, os princípios da Administra-
de 1998) ção pública da
I - em virtude de sentença judicial transitada em
julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº a) moralidade e publicidade devem ser obedecidas por
19, de 1998) uma autarquia estadual.
b) legalidade e universalidade devem ser obedecidas por
II - mediante processo administrativo em que lhe
uma assembleia legislativa estadual.
seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
c) eficiência e competência devem ser obedecidas por
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
empresas públicas estaduais.
III - mediante procedimento de avaliação periódi- d) exclusividade e impessoalidade devem ser obe-
ca de desempenho, na forma de lei complementar, decidas por instituições sem fins lucrativos não
assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda governamentais.
Constitucional nº 19, de 1998) e) prudência e eficiência devem ser obedecidas pelos
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do órgãos da administração direta estadual.
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo Conforme art. 37 da CF/88 a Administração pública indi-
de origem, sem direito a indenização, aproveitado reta também deve obediência aos princípios da mora-
em outro cargo ou posto em disponibilidade com lidade e publicidade conforme caput do art. 37 da CF.
remuneração proporcional ao tempo de serviço. Resposta: Letra A.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de ser-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
viço, até seu adequado aproveitamento em outro
DO PODER JUDICIÁRIO
cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
Disposições Gerais
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilida-
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe-
O poder judiciário está consagrado no texto cons-
nho por comissão instituída para essa finalidade.
titucional do art. 92 ao 126 da CF, tem o objetivo de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de exercer a jurisdição (administrar justiça, aplicar o
1998) direito com o objetivo de solucionar conflito de inte-
resses), bem como, no âmbito de sua função atípica
administrativa, como exemplo, podemos citar o art.
92, inciso I - A da CF, incluído pela emenda Constitu-
EXERCÍCIOS COMENTADOS cional nº 45/2004, criando como órgão do poder judi-
ciário também o “Conselho Nacional de Justiça”.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) De acordo com os prin-
cípios e valores que regem a administração pública, o Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
servidor público. I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
a) deverá zelar pelo princípio da supremacia do interesse
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
público, que veda, ao servidor, o questionamento da III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
validade do ato a ser praticado. IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
b) deverá impor a penalidade cabível àquele que deixar V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
de observar a legislação aplicável a um caso concreto, VI - os Tribunais e Juízes Militares;
sendo irrelevante a comprovada boa-fé demonstrada VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
pelo particular. Federal e Territórios.
c) deverá zelar pelos princípios que regem a adminis- § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacio-
nal de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
tração pública e deles não poderá se afastar, sob
Capital Federal. (Vide ADIN 3392)
pena de eventual responsabilização criminal, civil e
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Supe-
administrativa. riores têm jurisdição em todo o território nacional.
d) poderá afastar o comando da lei diante de uma
DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO ADMINISTRATIVO
ve peticionar contra o Estado, exigindo que ele apre-
sente uma resposta ao seu requerimento. As regras
específicas a respeito do processo disciplinar serão
vistas posteriormente.
Art. 258 O ato que demitir o funcionário menciona- Agora vejamos, os artigos 262 e 263, in verbis:
rá sempre a disposição legal em que se fundamenta.
Art. 262 O funcionário que, sem justa causa, deixar
De acordo com o artigo 259, será aplicada a pena de atender a qualquer exigência para cujo cumpri-
de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, mento seja marcado prazo certo, terá suspenso o
se ficar provado que o inativo: pagamento de seu vencimento ou remuneração até
que satisfaça essa exigência.
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em
Art. 259 - Será aplicada a pena de cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que disponibilidade o disposto neste artigo.
o inativo: Art. 263 Deverão constar do assentamento indivi-
I - praticou, quando em atividade, falta grave para dual do funcionário todas as penas que lhe forem
a qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou impostas.
de demissão a bem do serviço público;
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem
prévia autorização do Presidente da República; e Vejamos os artigos 264, 265, 266 e 267:
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
Art. 264 A autoridade que, por qualquer meio, tiver
O artigo 260 trata das pessoas competentes para a conhecimento de irregularidade praticada por ser-
aplicação das penalidades previstas anteriormente. vidor é obrigada a adotar providências visando à
São eles: sua imediata apuração, sem prejuízo das medidas
urgentes que o caso exigir.
I - o Governador; Art. 265 A autoridade realizará apuração prelimi-
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do nar, de natureza simplesmente investigativa, quando
Estado e os Superintendentes de Autarquia; a infração não estiver suficientemente caracterizada
256 III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; ou definida autoria.
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída A seguir, apresentamos um fluxograma mostrando
no prazo de 30 (trinta) dias. como corre o Processo Administrativo Disciplinar:
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autori-
dade deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de
Procedimento
Gabinete relatório das diligências realizadas e defi-
Sindicância Administrativo Recursos
nir o tempo necessário para o término dos trabalhos. Ordinário
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a auto-
ridade deverá opinar fundamentadamente pelo
arquivamento ou pela instauração de sindicância Da sindicância
ou de processo administrativo.
Art. 266 Determinada a instauração de sindicân- A sindicância é o procedimento sumário através
cia ou processo administrativo, ou no seu curso, do qual o Estado ou suas autarquias reúnem elemen-
havendo conveniência para a instrução ou para o tos informativos para determinar a verdade em torno
serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por despacho de possíveis irregularidades que possam configurar,
fundamentado, ordenar as seguintes providências: ou não, ilícitos administrativos.
I - afastamento preventivo do servidor, quando o
recomendar a moralidade administrativa ou a apu- Art. 269 Será instaurada sindicância quando a fal-
ração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou van- ta disciplinar, por sua natureza, possa determinar
tagens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis as penas de repreensão, suspensão ou multa.
uma única vez por igual período; Art. 270 Será obrigatório o processo administra-
II - designação do servidor acusado para o exercí- tivo quando a falta disciplinar, por sua natureza,
cio de atividades exclusivamente burocráticas até possa determinar as penas de demissão, de demis-
decisão final do procedimento; são a bem do serviço público e de cassação de apo-
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, sentadoria ou disponibilidade
armas e algemas; Art. 271 Os procedimentos disciplinares punitivos
IV - proibição do porte de armas; serão realizados pela Procuradoria Geral do Esta-
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade do e presididos por Procurador do Estado confir-
a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do mado na carreira.
Art. 272 São competentes para determinar a ins-
procedimento.
tauração de sindicância as autoridades enumera-
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração
das no artigo 260.
ou presidir sindicância ou processo administrativo
Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o Pro-
poderá representar ao Chefe de Gabinete para pro-
curador do Estado que a presidir comunicará o fato
por a aplicação das medidas previstas neste artigo, ao órgão setorial de pessoal.
bem como sua cessação ou alteração.
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer Comparando com o processo penal, pode-se afir-
momento, por despacho fundamentado, fazer ces- mar que a sindicância seria a “fase investigativa”, pois
sar ou alterar as medidas previstas neste artigo. seu fim não resulta em uma sentença ou decisão: ela
Art. 267 O período de afastamento preventivo com- serve primordialmente para apurar o que ocorreu, e
puta-se como de efetivo exercício, não sendo descon- se é necessário instaurar o processo posteriormente.
tado da pena de suspensão eventualmente aplicada. Apesar disso, é possível que a sindicância resulte na
aplicação de pena de repreensão ou de suspensão
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: (mas nunca de demissão).
SINDICÂNCIA E PROCEDIMENTO ORDINÁRIO O artigo 273 apresenta algumas regras especiais
sobre a sindicância. No mais, aplicam-se as mesmas
Já vimos que o servidor está sujeito a aplicação regras do procedimento administrativo ordinário.
de diversas penas, devido ao seu rigoroso regime Essas regras especiais são as seguintes:
disciplinar. Resta-nos ver agora como essa sanção é Art. 273 Aplicam-se à sindicância as regras previstas
imposta. Para isso, temos o Processo Administrativo nesta lei complementar para o processo administrati-
Disciplinar (ou PAD). vo, com as seguintes modificações:
O PAD é o meio perante o qual a autoridade com- I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão
petente apura as transgressões cometidas pelos agen- arrolar até 3 (três) testemunhas;
tes públicos, aplicando a eles as respectivas sanções. O II - a sindicância deverá estar concluída no prazo
PAD é também garantido para os servidores policiais de 60 (sessenta) dias; (
civis do Estado de São Paulo. III - com o relatório, a sindicância será enviada à
A autoridade que tiver ciência de irregularidade autoridade competente para a decisão.
DIREITO ADMINISTRATIVO
O artigo 295 trata do início da fase de julgamento: O artigo 307 trata do prazo prescricional após a
decretação da sanção disciplinar, para fins de compu-
Art. 295 Recebendo o processo relatado, a auto- tação de reincidência. Não pode ser decretada rein-
ridade que houver determinado sua instauração cidência quando, dentre uma transgressão e outra,
deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o jul- decorreram 5 anos de efetivo exercício contados da
gamento ou determinar a realização de diligência, data da publicação da sanção disciplinar. A reincidên-
sempre que necessária ao esclarecimento de fatos. cia somente será computada quando a primeira infra-
ção for punível ou com repreensão ou suspensão.
A diligência referida no artigo deverá ser cumpri- De acordo com o parágrafo único do artigo 307, a
da em até 15 dias (artigo 296). demissão e a demissão a bem do serviço público cau-
sam a incompatibilidade para nova investidura em
Art. 296 Determinada a diligência, a autoridade cargo, função ou emprego público, pelo prazo de 5 e
encarregada do processo administrativo terá prazo 10 anos, respectivamente.
de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, abrindo
vista à defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias. Art. 307 Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exer-
Art. 297 Quando escaparem à sua alçada as pena- cício, contados do cumprimento da sanção discipli-
lidades e providências que lhe parecerem cabíveis, nar, sem cometimento de nova infração, não mais
a autoridade que determinou a instauração do poderá aquela ser considerada em prejuízo do
processo administrativo deverá propô-las, justifica- infrator, inclusive para efeito de reincidência. (NR)
damente, dentro do prazo para julgamento, à auto- Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem
ridade competente. do serviço público acarretam a incompatibilidade
Art. 298 A autoridade que proferir decisão deter- para nova investidura em cargo, função ou empre-
minará os atos dela decorrentes e as providências go público, pelo prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) anos,
necessárias a sua execução. respectivamente.
Art. 299 As decisões serão sempre publicadas no Art. 308 Verificada a ocorrência de faltas ao ser-
Diário Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) viço que caracterizem abandono de cargo ou fun-
dias, bem como averbadas no registro funcional do ção, bem como inassiduidade, o superior imediato
servidor. comunicará o fato à autoridade competente para
determinar a instauração de processo disciplinar,
As decisões serão sempre publicadas no Diário Ofi- instruindo a representação com cópia da ficha fun-
cial do Estado, dentro do prazo de 8 dias, bem como cional do servidor e atestados de freqüência.
averbadas no registro funcional do servidor (artigo 299). Art. 309 Não será instaurado processo para apurar
abandono de cargo ou função, bem como inassidui-
Art. 300 Terão forma processual resumida, quando dade, se o servidor tiver pedido exoneração.
possível, todos os termos lavrados pelo secretário, Art. 310 Extingue-se o processo instaurado exclu-
quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intima- sivamente para apurar abandono de cargo ou fun-
ção, data de recebimento, bem como certidões e ção, bem como inassiduidade, se o indiciado pedir
compromissos. exoneração até a data designada para o interroga-
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na tório, ou por ocasião deste.
ordem cronológica da apresentação, rubricando o Art. 311 A defesa só poderá versar sobre força maior,
presidente as folhas acrescidas. coação ilegal ou motivo legalmente justificável.
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não
conste do processo, nele deverão figurar por cópia. Se, por exemplo, um funcionário do Estado de São
Art. 301 Constará sempre dos autos da sindicância Paulo for condenado a pena de demissão (por qual-
ou do processo a folha de serviço do indiciado. quer motivo), no ano de 2021, ele somente poderá a
Art. 302 Quando ao funcionário se imputar crime, voltar a ter alguma chance de ingressar em outro car-
praticado na esfera administrativa, a autoridade go público ou em 2026, se a pena for de demissão sim-
que determinou a instauração do processo admi- ples, ou em 2031, se a pena for de demissão a bem do
nistrativo providenciará para que se instaure, serviço público. Não poderá, também, tentar ingres-
simultaneamente, o inquérito policial. sar em um cargo público fora do Estado de São Pau-
Parágrafo único - Quando se tratar de crime pratica- lo, pois a incompatibilidade abrange a Administração
do fora da esfera administrativa, a autoridade poli- Pública como um todo.
cial dará ciência dele à autoridade administrativa. O Art. 312 trata dos recursos dentro do procedi-
Art. 303 As autoridades responsáveis pela condu- mento administrativo, os quais caberão, por uma única
ção do processo administrativo e do inquérito poli- vez, contra a decisão que aplicar penalidade. O prazo
cial se auxiliarão para que os mesmos se concluam para recorrer é de 30 dias, contados da publicação da
dentro dos prazos respectivos. decisão impugnada no Diário Oficial do Estado ou da
Art. 304 Quando o ato atribuído ao funcionário for intimação pessoal do servidor, quando for o caso.
considerado criminoso, serão remetidas à autori- O recurso será apresentado à autoridade que apli-
dade competente cópias autenticadas das peças cou a pena, que terá o prazo de 10 dias para, motiva-
essenciais do processo. damente, manter sua decisão ou reformá-la (§ 3º do
Art. 305 Não será declarada a nulidade de nenhum artigo 312).
ato processual que não houver influído na apura-
ção da verdade substancial ou diretamente na deci- Art. 312 Caberá recurso, por uma única vez, da
260 são do processo ou sindicância. decisão que aplicar penalidade.
§ 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, § 3º - Os pedidos formulados em desacordo com
contados da publicação da decisão impugnada no este artigo serão indeferidos.
Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do § 4º - O ônus da prova cabe ao requerente.
servidor, quando for o caso.
§ 2º - Do recurso deverá constar, além do nome e O Art. 316 apresenta um conteúdo importante: a
qualificação do recorrente, a exposição das razões pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. É
de inconformismo. o que se costuma chamar de proibição da reformatio
§ 3º - O recurso será apresentado à autoridade in pejus, pois, se a revisão foi solicitada pelo próprio
que aplicou a pena, que terá o prazo de 10 (dez) servidor transgressor, seria injusto que da revisão
dias para, motivadamente, manter sua decisão ou resultasse em um agravamento de sua pena.
reformá-la.
§ 4º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmen- Art. 316 A pena imposta não poderá ser agravada
te, será imediatamente encaminhada a reexame pela revisão.
pelo superior hierárquico.
§ 5º - O recurso será apreciado pela autoridade
A revisão não precisa ser requerida pessoalmente
competente ainda que incorretamente denominado
pelo funcionário. Segundo o artigo 317, a instauração
ou endereçado.
de processo revisional poderá ser requerida, se faleci-
do o funcionário ou incapaz, por seu curador, cônju-
O Art. 313, por sua vez, trata do pedido de recon- ge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão,
sideração, contra decisão tomada pelo Governador do sempre por intermédio de advogado.
Estado em única instância, no prazo de 30 dias.
Art. 317 A instauração de processo revisional pode-
Art. 313 Caberá pedido de reconsideração, que
rá ser requerida fundamentadamente pelo interes-
não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo
sado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador,
Governador do Estado em única instância, no pra-
cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou
zo de 30 (trinta) dias.
irmão, sempre por intermédio de advogado.
Parágrafo único - O pedido será instruído com as
O Art. 314 apresenta que os recursos de que trata provas que o requerente possuir ou com indicação
esta lei complementar não têm efeito suspensivo; os daquelas que pretenda produzir.
que forem providos darão lugar às retificações neces- Art. 318 A autoridade que aplicou a penalidade,
sárias, retroagindo seus efeitos à data do ato puniti- ou que a tiver confirmado em grau de recurso,
vo. Todavia, isso não é totalmente verdadeiro: pode o será competente para o exame da admissibilida-
recorrente, desde que esteja expresso e o recurso seja de do pedido de revisão, bem como, caso deferido
interposto dentro do prazo corretamente (tempestivo), o processamento, para a sua decisão final.
requerer a suspensão da decisão que corre contra ele. Art. 319 Deferido o processamento da revisão,
será este realizado por Procurador de Estado
Art. 314 Os recursos de que trata esta lei comple- que não tenha funcionado no procedimento dis-
mentar não têm efeito suspensivo; os que forem ciplinar de que resultou a punição do requerente.
providos darão lugar às retificações necessárias, Art. 320 Recebido o pedido, o presidente provi-
retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. denciará o apensamento dos autos originais e
notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito)
O que o texto do dispositivo expõe é que os recur- dias, oferecer rol de testemunhas, ou requerer
sos não têm efeito suspensivo de ofício. O efeito sus- outras provas que pretenda produzir.
pensivo deve ser concedido toda vez que houver justo Parágrafo único - No processamento da revisão
receio de prejuízo, de reparação difícil ou incerta. serão observadas as normas previstas nesta lei
Apenas o pedido de reconsideração é que não pode, complementar para o processo administrativo.
em hipótese nenhuma, suspender a decisão.
Por fim, a Lei Complementar faz menção à revisão. O Art. 321 dispõe sobre os poderes da decisão que
Poderá ser requerida, a qualquer tempo, a revisão de
julgar procedente a revisão. Ela poderá alterar a clas-
punição disciplinar de que não caiba mais recurso, se
sificação da infração, absolver o punido, modificar a
surgirem fatos ou circunstâncias ainda não aprecia-
pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos
dos, ou vícios insanáveis de procedimento, que pos-
atingidos pela decisão reformada.
sam justificar redução ou anulação da pena aplicada
(artigo 315).
A simples alegação da injustiça da decisão não Art. 321 A decisão que julgar procedente a revisão
poderá alterar a classificação da infração, absolver
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 315 Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão Vejamos agora os artifo 322 e 323, in verbis:
de punição disciplinar de que não caiba mais recur-
so, se surgirem fatos ou circunstâncias ainda não Art. 322 O dia 28 de outubro será consagrado ao
apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento, "Funcionário Público Estadual".
que possam justificar redução ou anulação da pena Art. 323 Os prazos previstos neste Estatuto serão
aplicada. todos contados por dias corridos.
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão Parágrafo único - Não se computará no prazo o dia
não constitui fundamento do pedido. inicial, prorrogando-se o vencimento, que incidir
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo em sábado, domingo, feriado ou facultativo, para o
mesmo fundamento. primeiro dia útil seguinte. 261
O parágrafo único do art. 1° da Lei estende o alcan-
LEI FEDERAL Nº 8.429/92 (LEI DE ce os atos de improbidade administrativa quando pra-
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA) ticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
DISPOSIÇÕES INICIAIS de órgão público bem como daquelas para cuja cria-
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio
A Lei de Improbidade Administrativa dispõe sobre
ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre
de improbidade administrativa no exercício de a contribuição dos cofres públicos.
mandato, cargo, emprego ou função na administração Agentes públicos, segundo o art. 2º da Lei n°
pública direta, indireta ou fundacional e dá outras 8.429/92 é todo aquele que exerce, ainda que tran-
providências. Sendo assim, o grande foco desta ati- sitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
vidade legislativa é seguir os valores empregados de nomeação, designação, contratação ou qualquer
forma ilícita. O administrador emprega esforços no outra forma de investidura ou vínculo, mandato, car-
controle das verbas e no seu uso. É uma lei que visa, go, emprego ou função nas entidades no art. 1º.
objetivamente, “moralizar” o serviço público. De acordo com o artigo 2°, é possível a aplicação
A improbidade administrativa possui base consti- dessa lei àquele que, mesmo não sendo agente públi-
tucional, na forma do § 4º do art. 37: co, induza ou concorra para a prática do ato de impro-
bidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta
Art. 37 [...] ou indireta. Estamos falando do particular. Estamos
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor- falando da pessoa que não sendo funcionária pública
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda induza ou concorra para a improbidade.
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre- Art. 3° Os agentes públicos de qualquer nível ou
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. hierarquia são obrigados a velar pela estrita obser-
vância dos princípios de legalidade, impessoalida-
O estudo de leis esparsas precisa passar pela leitu- de, moralidade e publicidade no trato dos assuntos
ra do texto da lei, desta forma, vamos conciliar a lei- que lhe são afetos.
tura da lei com os esquemas para melhorar o seu
entendimento sobre o conteúdo da Lei 8.429/92.
O art. 1º da Lei estabelece quem são os agentes que Agentes públicos que exerçam
poderão incorrer nas sanções decorrentes de impro- função pública, ainda que transi-
bidade administrativa. toriamente e sem remuneração
Constituem atos de improbidade administrativa: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco-
os que importam em enriquecimento ilícito, os que
nômica, direta ou indireta, a título de comissão,
causam lesão ao erário, os decorrentes de conces- porcentagem, gratificação ou presente de quem
são ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
tributário e os que atentam contra os princípios da atingido ou amparado por ação ou omissão decor-
administração pública. rente das atribuições do agente público; 263
II - perceber vantagem econômica, direta ou indire- causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão (cui-
ta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação dado com as omissões – “não fazer”), dolosa ou culpo-
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de ser- sa (lembre-se que as condutas culposas são divididas
viços pelas entidades referidas no art. 1° por preço em imperícia, imprudência e negligência), que enseje
superior ao valor de mercado; perda patrimonial, desvio, apropriação, malbarata-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indi- mento ou dilapidação dos bens ou haveres das enti-
reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação dades referidas no art. 1º desta Lei. Fique atento aos
de bem público ou o fornecimento de serviço por termos que a lei apresenta:
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veí-
culos, máquinas, equipamentos ou material z Perda patrimonial
de qualquer natureza, de propriedade ou à z Desvio
disposição de qualquer das entidades mencio- z Apropriação
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho z Malbaratamento
de servidores públicos, empregados ou tercei- z Dilapidação dos bens ou haveres
ros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natu- Quando tratamos de atos que causam prejuízo ao
reza, direta ou indireta, para tolerar a exploração erário temos que ficar bastante atentos, pois, neste
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar- caso a lei se apresenta com outra formatação. A pri-
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer meira situação que deve ser anotada é que diferen-
outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal temente dos atos que geram enriquecimento ilícito,
vantagem; aqui podemos responder por uma ação praticada
VI - receber vantagem econômica de qualquer natu- de forma culposa.
reza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa Ou seja, em alguma das modalidades de culpa
sobre medição ou avaliação em obras públicas ou incorremos e criamos um prejuízo para o erário. Por
qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, exemplo, quando um policial bate uma viatura ele
medida, qualidade ou característica de mercado-
age de forma culposa, ocorre um acidente de trânsito,
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
porém esse acidente trouxe prejuízo ao erário e deve-
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exer- rá ser indenizado. Dessa forma, fica claro que um ato
cício de mandato, cargo, emprego ou função que gera prejuízo ao erário poderá ocorrer também
pública, bens de qualquer natureza cujo valor de forma culposa.
seja desproporcional à evolução do patrimô- É importante saber que o prejuízo ao erário é a
nio ou à renda do agente público; única espécie de conduta que admite ação na moda-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer lidade culposa.
atividade de consultoria ou assessoramento Novamente a lei nos apresenta uma listagem de
para pessoa física ou jurídica que tenha inte- atos (art. 10, incisos I ao XXI) que, se praticados,
resse suscetível de ser atingido ou amparado serão considerados como atos de improbidade capa-
por ação ou omissão decorrente das atribui- zes de causar prejuízo ao erário. O termo erário, ou
ções do agente público, durante a atividade; erário público é o conjunto do patrimônio do Estado,
IX - perceber vantagem econômica para interme- sejam valores, sejam bens.
diar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza; I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a
X – receber vantagem econômica de qualquer incorporação ao patrimônio particular, de pessoa
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valo-
de ofício, providência ou declaração a que esteja
res integrantes do acervo patrimonial das entida-
obrigado;
des mencionadas no art. 1º desta lei;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
no art. 1° desta lei; valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a obser-
ou valores integrantes do acervo patrimonial das vância das formalidades legais ou regulamentares
entidades mencionadas no art. 1° desta lei. aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
Dica ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
Atente-se para o fato de que na maioria dos inci- patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
sos é citada a expressão “receber vantagem eco- no art. 1º desta lei, sem observância das formalida-
des legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
nômica”. Preste atenção nas condutas que não
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
expressam claramente que consistem em enri- locação de bem integrante do patrimônio de qual-
quecimento ilícito. Elas estão em negrito para quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
facilitar o seu estudo e memorização. ainda a prestação de serviço por parte delas, por
preço inferior ao de mercado;
As sanções para o enriquecimento ilícito são as V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
mais graves. locação de bem ou serviço por preço superior ao
de mercado;
Atos de Improbidade Administrativa que Causam VI - realizar operação financeira sem observância
Prejuízo ao Erário das normas legais e regulamentares ou aceitar
garantia insuficiente ou inidônea;
Os atos de improbidade que causam prejuízo ao erá- VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
rio são longamente listados no art. 10 da Lei 8.429/92 sem a observância das formalidades legais ou regu-
264 - constituindo ato de improbidade administrativa que lamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou Exemplo: dois municípios desejam atrair um polo
de processo seletivo para celebração de parcerias de tecnologia, para isso começam uma guerra fiscal
com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los e acabam oferecendo vantagens indevidas para as
indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas
empresas que comporiam esse conglomerado.
não autorizadas em lei ou regulamento; Muito bem, dito isso, passamos a tratar dos atos de
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo improbidade administrativa decorrentes de conces-
ou renda, bem como no que diz respeito à conserva- são ou aplicação indevida de benefício financeiro
ção do patrimônio público; ou tributário;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância
das normas pertinentes ou influir de qualquer for-
ma para a sua aplicação irregular;
z Benefício financeiro: desembolsos efetivos.
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que tercei- Exemplo – subvenções sociais (uma ajuda para a
ro se enriqueça ilicitamente; manutenção de instituições públicas ou privadas,
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço normalmente ligadas à arte, cultura ou assistência
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou – sem fins lucrativos).
material de qualquer natureza, de propriedade ou à z Benefício tributário: são vantagens tributárias.
disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi- Por exemplo, diminuição das alíquotas de ISSQN.
dor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades. Os atos de improbidade administrativa, de acor-
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento que do com o art. 10-A, consistem em qualquer ação ou
tenha por objeto a prestação de serviços públicos omissão para conceder, aplicar ou manter benefício
por meio da gestão associada sem observar as for- financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
malidades previstas na lei;
XV - celebrar contrato de rateio de consórcio públi- o caput e o parágrafo 1º do art. 8º-A da Lei Comple-
co sem suficiente e prévia dotação orçamentária, mentar nº 116, de 31 de julho de 2003.
ou sem observar as formalidades previstas na lei. É necessário saber que em se tratando de ato dolo-
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, so de improbidade administrativa, o STF estabelece
para a incorporação, ao patrimônio particular de que o ressarcimento ao erário é imprescritível.
pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração
pública a entidades privadas mediante celebração Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
de parcerias, sem a observância das formalidades Contra os Princípios da Administração Pública (art.
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 11 da Lei 8.429/92)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física
ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou A administração pública precisa defender seus
valores públicos transferidos pela administração princípios e valores, por este motivo estabeleceu san-
pública a entidade privada mediante celebração
de parcerias, sem a observância das formalidades ções para aqueles que realizem atos que atentem con-
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; tra estes princípios.
XVIII - celebrar parcerias da administração pública Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
com entidades privadas sem a observância das forma- honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealda-
lidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; de às instituições consiste em violação aos princípios
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscaliza- da administração pública.
ção e análise das prestações de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entida-
des privadas; Art. 11 Constitui ato de improbidade administrati-
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela va que atenta contra os princípios da administra-
administração pública com entidades privadas sem a ção pública qualquer ação ou omissão que viole os
estrita observância das normas pertinentes ou influir deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade,
de qualquer forma para a sua aplicação irregular. e lealdade às instituições, e notadamente: [...]
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas sem a O art. 37, caput, da Constituição Federal prevê:
estrita observância das normas pertinentes ou influir
de qualquer forma para a sua aplicação irregular.
Art. 37 A administração pública direta e indireta
A leitura do texto da lei é inevitável e a verdade é de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
que tendo conhecimento da “letra da lei” o candidato Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
DIREITO ADMINISTRATIVO
já estaria apto a responder diversas questões. Sendo princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
assim, deve existir um equilíbrio entre doutrina e de, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
posições de tribunais ou questões e o estudo da lei. [...]
Lembre-se que a prova cobrará em muito maior grau
o conhecimento da lei. Portanto, o texto constitucional prevê como prin-
cípios da administração pública o famoso LIMPE:
Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício e eficiência.
Financeiro ou Tributário (art. 10-A da Lei 8.429/92)
Entretanto, você deve estar sempre atento ao que a
literalidade da questão cobra, uma vez que em caso de
Finalmente alcançamos o art. 10-A. Este é o mais
novo dos artigos da lei e acaba sendo menos cobrado esta exigir os princípios expressos da Lei de Impro-
nas provas, porém devemos lembrar que uma das for- bidade Administrativa, o aluno deve ter em mente
mas de cobrança desse ponto é a concessão de vanta- que são os seguintes: honestidade, imparcialidade,
gens tributárias para a implementação de empresas. legalidade, e lealdade às instituições. 265
DAS PENAS
Honestidade
O art. 12 estabelece as sanções aplicadas no caso de
Imparcialidade cometimento de ato de improbidade administrativa.
Princípios
As espécies de sanções são a mesmas, mas serão gra-
da LIA Legalidade duadas de acordo com a modalidade de ato praticado.
A constituição prevê em seu art. 37, § 4º:
Legalidade às Instituições
Os atos de improbidade administrativa importarão
a suspensão dos direitos políticos, a perda da
Nos incisos do art. 11 estão previstas as condutas função pública, a indisponibilidade dos bens e o
que atentam contra os princípios da administração ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre-
pública. vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Em primeiro lugar, importa atentar para o fato de que há independência entre as sanções penais, civis e admi-
nistrativas. Enriquecimento ilícito serão aplicadas as seguintes sanções:
Na hipótese de o agente atentar contra os princípios da administração pública, estará sujeito ao:
E, finalmente, na hipótese prevista no art. 10-A (ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário), o agente estará sujeito à:
Importante!
Na fixação das penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa o juiz levará em conta a extensão do
dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
DECLARAÇÃO DE BENS
Atenção, sempre a posse e o exercício de agente público, de acordo com o art. 13, ficam condicionados à apre-
sentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
no serviço de pessoal competente. Isso servirá para analisar a evolução patrimonial do agente público. Essa 267
declaração compreenderá imóveis, móveis, semoven- De acordo com o art. 16, havendo fundados indícios
tes (animais como bovinos ou equinos), dinheiro, títu- de responsabilidade, a comissão representará ao MP
los, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, competente a decretação do sequestro dos bens do
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patri- agente ou de terceiro que tenha enriquecido ilicita-
moniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de mente ou causado danos ao patrimônio público.
outras pessoas que vivam sob a dependência econô-
mica do declarante, excluídos apenas os objetos e
utensílios de uso doméstico. Indícios fundados
Muitas instituições, sobretudo federais, aceitam que de
seja utilizada cópia do imposto de renda do servidor. responsabilidade
Dessa maneira se alcança o acompanhamento do desen-
O Ministério Público, se
volvimento patrimonial do servidor de forma simples. não intervir no processo
De acordo com o § 1° do art. 13, a declaração de Representação como parte, atuará
bens será anualmente atualizada (e analisada) na MP ou obrigatoriamente, como
data em que o agente público deixar o exercício do Procuradoria fiscal da lei, sob pena de
mandato, cargo, emprego ou função. nulidade (§ 4° do art. 17).
Art. 13 [...]
§ 3° Será punido com a pena de demissão, a bem Pedido de
do serviço público, sem prejuízo de outras san- sequestro dos
ções cabíveis, o agente público que se recusar a bens - tudo de
prestar declaração dos bens, dentro do prazo forma cautelar.
determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4° O declarante, a seu critério, poderá entregar
cópia da declaração anual de bens apresentada à
Delegacia da Receita Federal na conformidade da Em 30 dias deve
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos ser proposta a
de qualquer natureza, com as necessárias atualiza- ação.
ções, para suprir a exigência contida no caput e no
§ 2° deste artigo.
É possível, quando necessário, que o pedido inclua a
investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas ban-
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO
PROCESSO JUDICIAL cárias e aplicações financeiras do indiciado no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais (§2°).
O art. 14 estabelece que qualquer pessoa pode De acordo com o art. 17, a ação principal, que terá
representar à autoridade administrativa competen- o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Públi-
te para que seja instaurada investigação destinada a co ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de 30
apurar a prática de ato de improbidade. (trinta) dias da efetivação da medida cautelar.
A representação, escrita ou reduzida a termo e
assinada, conterá os dados de qualificação do repre-
sentante, as informações sobre o fato e sua autoria Importante!
e a apontará as provas de que tenha conhecimento,
de acordo com o § 1° do art. 14. As ações de improbidade administrativa admi-
Tendo em vista o disposto no § 2°, a autoridade tem a celebração de acordo de não persecução
administrativa poderá rejeitar a representação, em cível, nos termos da Lei de Improbidade Adminis-
despacho fundamentado, se a representação não trativa (§1° do art. 17).
apresentar os requisitos mínimos elencados pela lei.
A rejeição da representação não impede que esta
seja realizada pelo Ministério Público (§ 2°). Fique atento ao uso das medidas cautelares! Elas são
Realizada a representação e atendidos os seus adotadas para evitar um prejuízo irrecuperável ou de
requisitos, a autoridade determinará a imediata apu- difícil recuperação, por isso, sempre será necessário que
ração dos fatos, vide § 3° do art. 14. estejam presentes para sua decretação dois elementos:
No caso de servidores federais será processada na
forma da Lei 8.112/90 e tratando-se de servidor mili- z Fumus Boni Iuris: indícios de ocorrência – Com-
tar, de acordo com os respectivos regulamentos disci- provado.
plinares, consoante dispõe o § 3° do art. 14. z Periculum In Mora: risco da demora – Presumido.
Por conseguinte, uma vez estabelecida a comissão
processante, essa dará conhecimento ao Ministério A Fazenda Pública, em determinados casos promo-
Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da exis- verá as ações necessárias à complementação do ressar-
tência de procedimento administrativo para apurar a cimento ao erário (§2°). A propositura da ação enseja a
prática de ato de improbidade, vejamos: prevenção da jurisdição do juízo para as ações poste-
riormente promovidas, desde que, possuam a mesma
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento causa de pedir ou o mesmo objeto (§5°).
ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de
Contas da existência de procedimento administra- §6° A ação deve ser instruída com documentos ou
tivo para apurar a prática de ato de improbidade. justificações que contenham indícios suficientes da
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal existência do ato de improbidade ou com razões
ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, fundamentadas da impossibilidade de apresenta-
designar representante para acompanhar o ção de qualquer dessas provas, observada a legis-
procedimento administrativo. lação vigente [...].
268
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão
dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
PROPOSITURA DA AÇÃO
Parágrafo único. A autoridade judicial ou admi-
nistrativa competente poderá determinar o afas-
PROPOSITURA DA AÇÃO
Documento ou Ou, com razões tamento do agente público do exercício do cargo,
justificação que fundamentadas da emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
contenham indícios impossibilidade de quando a medida se fizer necessária à instrução
suficientes da exis- apresentação de
processual.
tência do ato de qualquer dessas
Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei
improbidade. provas
independe:
I - Da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, salvo quanto à pena de ressarcimento;
II - Da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão
de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho
de Contas.
Caso a inicial esteja em devida forma, o juiz man-
dará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, De acordo com o art. 22, para apurar qualquer ilí-
para, por rescrito, oferecer manifestação. A manifes- cito previsto na lei de improbidade administrativa, o
tação poderá ser instruída com documentos e justifi- MP, de ofício, ou a requerimento de autoridade admi-
cações, tudo no prazo de 15 dias (§ 7°). nistrativa, ou ainda, mediante representação, poderá
Após o recebimento da manifestação, o juiz, em 30 requisitar a instauração de inquérito policial ou
dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se procedimento administrativo.
convencido da inexistência do ato de improbidade,
da improcedência da ação ou da inadequação da
via eleita (§ 8°). EXERCÍCIO COMENTADO
Art. 17 [...] 1. (UFU-MG — 2020) Sobre as penas da Lei de Improbi-
§ 9° Recebida a petição inicial, o réu será citado dade (Lei 8.429/92), é correto afirmar que a perda da
para apresentar a contestação. função pública e a suspensão dos direitos políticos
§ 10° Da decisão que receber a petição inicial, cabe
agravo de instrumento.
a) são efeitos automáticos da sentença condenatória.
§ 11° Havendo a possibilidade de solução consen-
b) somente poderão ser aplicadas quando ocorrer dano
sual, poderão as partes pedir ao juiz a interrupção
do prazo para a contestação. Essa interrupção será efetivo ao patrimônio público.
por prazo não superior a 90 dias. c) só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
§ 11° Em qualquer fase do processo, reconhecida a condenatória.
inadequação da ação de improbidade, o juiz extin- d) somente poderão ser aplicadas quando se tratar de
guirá o processo sem julgamento do mérito. atos que atentam contra os princípios da Administração
[...] Pública.
Art. 18 A sentença que julga procedente a ação civil
de reparação do dano ou decreta a perda dos bens A perda da função pública e a suspensão dos direitos
havidos ilicitamente determinará o pagamento ou políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da sentença condenatória (art. 20). Resposta: Letra C.
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
PRESCRIÇÃO
DISPOSIÇÕES PENAIS
O Art. 23, que dispõe sobre a prescrição, estabele-
No que se refere às disposições penais, constitui ce que as ações destinadas a levar a efeitos as sanções
crime a representação por ato de improbidade con- previstas na LIA podem ser propostas de acordo com
tra agente público ou terceiro beneficiário, quando o o estabelecido no fluxograma seguinte:
autor da denúncia o sabe inocente (Art. 19).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Art. 19 Constitui crime a representação por ato de
improbidade contra agente público ou terceiro bene-
DIREITO ADMINISTRATIVO
a) contribuiu para enriquecimento ilícito de terceiros inte- 7. (VUNESP – 2017) A Lei de Improbidade Administra-
ressados no processo judicial. tiva prevê que
b) atentou contra os princípios da Administração Pública.
c) causou prejuízo ao erário.
d) importou no seu próprio enriquecimento ilícito, pois rece- a) a utilização de trabalho de servidores públicos na exe-
beu uma gratificação para omissão de sua atribuição. cução de obra ou serviço particular, de interesse privado
e) favoreceu terceiro interessado para frustrar a licitude da autoridade a que estão subordinados, não configura
do processo judicial. ato de improbidade pela ausência de lesividade.
b) frustrar a licitude de concurso público configura ato de
4. (VUNESP – 2019) Constitui um ato de improbidade improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
administrativa que atenta contra os princípios da c) suas disposições são aplicáveis, no que couber, àque-
administração pública, dentre outros, le que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
a) revelar fato ou circunstância de que tenha ciência em se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
razão das atribuições e que deva permanecer em segredo. d) não configura ato de improbidade a aquisição, para si,
b) praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamen- no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
to previsto na sua área de competência.
pública, de bens cujo valor seja desproporcional à evo-
c) celebrar parcerias da administração pública com entida-
lução do patrimônio ou à renda do agente público, pois
des privadas sem a observância das formalidades legais.
d) conceder benefício administrativo sem a observância não importa enriquecimento ilícito.
das formalidades legais ou regulamentos diversos. e) estão sujeitos às suas penas somente os agentes
e) perceber vantagem econômica para intermediar a libe- públicos investidos em cargos efetivos que causem
ração ou aplicação de verba pública para compras de lesão ao erário de forma dolosa e com o propósito de
270 materiais específicos da área de saúde. enriquecer ilicitamente.
8. (VUNESP – 2017) Assinale a alternativa que correta- b) lavrará o protesto no primeiro dia útil subsequente e
mente discorre sobre as penas previstas na Lei de suspenderá os benefícios do art. 73 da Lei Comple-
Improbidade Administrativa. mentar no 123/2006 por um ano.
c) lavrará o protesto no mesmo dia e suspenderá os bene-
a) Na fixação das penas previstas na Lei de Improbida- fícios do art. 73 da Lei Complementar no 123/2006 por
de Administrativa, o juiz levará em conta a extensão um ano.
do dano causado, assim como o proveito patrimonial d) lavrará o protesto no primeiro dia útil subsequente e
obtido pelo agente. suspenderá os benefícios do art. 73 da Lei Comple-
b) A pena de proibição de contratar com o Poder Público mentar no 123/2006 por um ano, salvo na hipótese de
ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití- pagamento em dinheiro, pelo devedor, dentro do referi-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio do prazo.
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, terá
o prazo máximo de 2 (dois) anos. 12. (VUNESP – 2018) De acordo com as Normas de Ser-
c) A aplicação das penas previstas na Lei de Improbi- viço da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de
dade Administrativa impede a aplicação das demais São Paulo, leia as afirmações a seguir com relação
sanções penais, civis e administrativas previstas em ao inventário extrajudicial:
legislação específica.
d) As penas previstas na Lei de Improbidade Administra- I. é possível a sua promoção por cessionários de direi-
tiva deverão ser aplicadas cumulativamente, exceto tos hereditários, mesmo na hipótese de cessão de par-
quando se tratar de ato de improbidade administrati-
te do acervo, desde que todos os herdeiros estejam
va que atente contra os princípios da Administração
presentes e concordes.
Pública.
II. é obrigatória a nomeação de inventariante extrajudi-
e) No caso de condenação por ato de improbidade admi-
cial na escritura pública de inventário e partilha, para
nistrativa decorrente de concessão ou aplicação inde-
vida de benefício financeiro ou tributário, não cabe a representar o espólio com poderes de inventariante,
aplicação da pena de perda da função pública. no cumprimento das obrigações ativas ou passivas
pendentes, observando-se a ordem prevista na legis-
9. (VUNESP – 2019) O Senhor X, servidor público esta- lação processual civil.
dual, recusa-se a prestar a declaração de seus bens III. para a lavratura de escritura de nomeação de inventa-
no prazo determinado, sob a alegação de que essa riante, será obrigatória a apresentação dos documen-
informação está acobertada pelo sigilo fiscal. Con- tos previstos no item 114, do Capítulo XIV, das Normas
siderando-se as disposições da Lei nº 8.429/92, de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça do Estado
pode-se afirmar que, nesse caso, o Senhor X de São Paulo (partes e respectivos cônjuges devem
estar nomeados e qualificados: nacionalidade, profis-
a) será punido, pois o sigilo fiscal é garantia constitucional. são, idade, estado civil, regime de bens, data do casa-
b) será punido com a pena de demissão, a bem do servi- mento, pacto antenupcial e seu registro imobiliário, se
ço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
houver, número do documento de identidade; número
c) não pratica ato de improbidade, pois sua recusa não
de inscrição no CPF/MF, domicílio e residência).
importa em enriquecimento ilícito ou dano ao erário, nem
atenta contra os princípios da Administração Pública.
d) não será punido com multa civil de até cem vezes o A partir da análise, assinale a alternativa com afirma-
valor da remuneração por ele percebida. ções corretas.
e) será punido com suspensão dos direitos políticos de 5
(cinco) a 8 (oito) anos. a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
10. (VUNESP – 2017) No processo judicial de improbi- c) II e III estão corretas.
dade administrativa, o Ministério Público d) Todas as afirmativas estão corretas.
a) é o único legitimado a propor a ação ordinária, dentro 13. (VUNESP – 2018) Conforme as Normas da Corregedo-
de trinta dias da efetivação da medida cautelar. ria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, ao Tabe-
b) poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar
lião de Notas é facultado lavrar os atos notariais
ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao inte-
resse público, a juízo do Procurador Geral de Justiça.
c) se não intervir no processo como parte, atuará obriga- a) nos dias e horários definidos por Provimento da Corre-
toriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. gedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, que
DIREITO ADMINISTRATIVO
d) atuará somente como fiscal da lei, mas promoverá as atenderá às necessidades e peculiaridades locais e ao
ações necessárias à complementação do ressarci- mínimo de oito horas de atendimento ao público.
mento do patrimônio público. b) apenas nos dias e horários definidos por meio de Por-
e) atuará somente como autor, não intervindo se a pes- taria do Juiz Corregedor Permanente, que atenderá às
soa jurídica interessada propuser a ação ordinária. peculiaridades locais e ao mínimo de seis horas de
atendimento ao público.
11. (VUNESP – 2018) Devedor microempresário efetua c) fora do horário e dos dias estabelecidos na Portaria do
pagamento de título no tabelionato de protesto com
Juiz Corregedor Permanente para o atendimento ao
cheque de sua emissão. Comprovada a devolução
do cheque, sem a devida provisão de fundos (alínea público, salvo expressa proibição motivada pelo Juiz
11), no décimo segundo dia útil seguinte, o Tabelião Corregedor Permanente, a ser submetida à Corregedo-
ria Geral da Justiça do Estado de São Paulo.
a) informará ao apresentante sobre o decurso de prazo d) nos dias úteis, assim considerados aqueles nos quais
para eventuais reclamações, restituindo imediatamen- há expediente forense no Foro Judicial de 1 a e 2 a
te o cheque ao apresentante. Instâncias do Estado de São Paulo. 271
14. (VUNESP – 2018) No Estado de São Paulo, de acor- b) revisar as decisões dos Juízes Corregedores Perma-
do com as Normas da Corregedoria Geral da Justi- nentes somente se houver interposição de recurso
ça, nos inventários extrajudiciais, administrativo.
c) revisar as decisões dos Juízes Corregedores Perma-
a) os ônus incidentes sobre os imóveis e os débitos tri- nentes para correção de atos eivados de ilegalidade
butários municipais e da Receita Federal (certidões ou desconformes com a orientação administrativa e/
positivas fiscais municipais ou federais) impedem a ou precedentes administrativos da Corregedoria Geral
lavratura da escritura pública. da Justiça.
b) apenas os ônus reais incidentes sobre os imóveis d) substituir o Juiz Corregedor Permanente e decidir dire-
impedem a lavratura da escritura pública; os débitos tamente a questão posta, desde que não seja de com-
tributários municipais e da Receita Federal (certidões petência exclusiva daquele, por meio do instituto da
positivas fiscais municipais ou federais) não impedem delegação.
a lavratura da escritura pública.
c) os ônus incidentes sobre os imóveis e os débitos tri- 18. (VUNESP – 2018) A reabilitação, de acordo com as
butários municipais (certidões positivas fiscais muni- Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justi-
cipais) não impedem a lavratura da escritura pública; ça, alcançará somente
apenas os débitos tributários da Receita Federal (cer-
tidões positivas fiscais federais) impedem a lavratura a) as penas de multa e suspensão.
da escritura pública. b) as penas de repreensão, multa e suspensão.
d) os ônus incidentes sobre os imóveis não impedem c) as penas de repreensão e multa.
a lavratura da escritura pública; mas os débitos tri- d) a pena de repreensão.
butários municipais e da Receita Federal (certidões
positivas fiscais municipais ou federais) impedem a
19. (VUNESP – 2018) De acordo com as Normas de Ser-
lavratura da escritura pública.
viço da Corregedoria Geral da Justiça, a recepção
de títulos e outros documentos encaminhados por
15. (VUNESP – 2018) Sobre a lavratura de escrituras
via postal é
públicas de separação e divórcio consensuais, e de
acordo com as Normas de Serviço da Corregedoria
a) vedada.
Geral da Justiça do Estado de São Paulo, é correto
b) possível, desde que a firma do apresentante constante
afirmar:
do formulário de apresentação esteja reconhecida por
autenticidade.
a) na partilha em que houver transmissão de propriedade
c) possível, desde que o formulário esteja acompanhado
individual de um cônjuge ao outro, ou a partilha desi-
de xerocópia simples da cédula de identidade do sig-
gual de patrimônio comum, está dispensada a com-
natário, dispensado o reconhecimento de firma.
provação do recolhimento de tributo eventualmente
devido sobre a fração transferida. d) possível, desde que a firma do apresentante constante
b) as partes devem declarar ao Tabelião que o cônjuge do formulário de apresentação esteja reconhecida, por
virago não se encontra em estado gravídico, ou, ao semelhança ou por autenticidade.
menos, que não tenham conhecimento sobre essa
condição. 20. (VUNESP – 2018) Conforme previsão das Normas
c) as escrituras públicas serão levadas a registro no Livro de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça, o
“E” do Registro Civil das Pessoas Naturais. Oficial de Registro de Títulos e Documentos que
d) não é necessário constar que as partes foram orienta- pretenda utilizar sistema de microfilmagemna ser-
das sobre a necessidade de apresentação de seu tras- ventia deverá
lado no Registro Civil do assento de casamento, para
a averbação devida. a) efetuar comunicação ao Juiz Corregedor Permanente.
b) efetuar comunicação ao órgão competente do Minis-
16. (VUNESP – 2018) Nos termos das Normas de Serviço tério da Justiça e ao Juiz Corregedor Permanente.
da Corregedoria da Justiça do Estado de São Paulo, é c) obter autorização do Juiz Corregedor Permanente.
correto afirmar: d) estar autorizado pelo órgão competente do Ministério
da Justiça.
a) não é possível lavrar ata notarial quando o objeto nar-
rado constitua fato ilícito. 9 GABARITO
b) é dispensado o arquivamento dos documentos apre-
sentados para a lavratura da ata notarial.
c) a ata notarial deverá conter a assinatura do solicitante 1 B
e das testemunhas.
2 C
d) a ata notarial é a narração objetiva, fiel e detalhada de
fatos jurídicos presenciados ou verificados pessoal- 3 B
mente pelo Tabelião de Notas.
4 A
17. (VUNESP – 2018) A Corregedoria Geral da Justiça
5 B
do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em
razão da hierarquia perante às Corregedorias Per- 6 C
manentes do Serviço Extrajudicial, pode
7 C
a) revisar as decisões dos Juízes Corregedores Perma-
8 A
272 nentes apenas para correlação de ilegalidades.
9 B
10 C
11 A
12 B
13 C
14 D
15 B
16 D
17 C
18 B
19 B
20 D
ANOTAÇÕES
DIREITO ADMINISTRATIVO
273
ANOTAÇÕES
274
Entretanto, perceba que essa sistemática não
desobriga a visita mensal às Cadeias Públicas, sob
responsabilidade tanto dos Juízes de Varas Privativas
de Execuções Criminais como daqueles que acumulem
outros serviços anexos (art. 14).
NORMAS DA CORREGEDORIA Perante as explicações, importa para a sua prova,
a leitura da letra da lei. Vejamos:
GERAL DA JUSTIÇA Art. 5º A função correcional consiste na orienta-
ção, reorganização e fiscalização dos órgãos e ser-
viços judiciários de primeira instância, bem como
na fiscalização da polícia judiciária, dos estabele-
DA FUNÇÃO CORRECIONAL cimentos prisionais e dos demais estabelecimentos
em relação aos quais, por imposição legal, esses
Esse instrumento normativo é essencial para a prova deveres forem atribuídos ao Poder Judiciário e é
de escrevente do TJ-SP, pois revela um pouco do poder dis- exercida, no Estado de São Paulo, pelo Corregedor
ciplinar do órgão e é objeto de várias questões de prova. Geral da Justiça e, nos limites de suas atribuições,
pelos Juízes de Primeiro Grau.
A Corregedoria é o órgão que zela pela ética e dis-
§ 1º No desempenho da função correcional, pode-
ciplina da instituição. Por exemplo, existem inspeções
rão ser editadas ordens de serviço e demais atos
cotidianas no Tribunal e extraordinárias, em razão de administrativos de orientação e disciplina, corrigi-
algum ponto específico que exija atenção. dos os erros e sancionadas as infrações, após regu-
Assim, vale conhecer as regras a respeito da fun- lar procedimento administrativo disciplinar, sem
ção correcional, fiscalização e controle do Tribunal. prejuízo de apurações civis e criminais.
§ 2º As ordens de serviço e demais atos adminis-
DAS ATRIBUIÇÕES (ART. 5) trativos editados pelo Juiz Corregedor Permanente
serão encaminhados à Corregedoria Geral da Justi-
A primeira subseção trata sobre a Corregedoria ça para revisão hierárquica.
§ 3º Consultas sobre aplicação ou interpretação
Permanente e Correições Ordinárias, Extraordinárias
destas Normas de Serviço serão apreciadas pelo
e Visitas Correcionais.
Juiz Corregedor Permanente que, a requerimento
A atividade correcional é fundamental para o bom do interessado ou de ofício se houver dúvida fun-
desempenho das atividades públicas, como mecanis- dada devidamente justificada, submeterá suas deci-
mo de fiscalização e controle, prezando pelo princípio sões à Corregedoria Geral da Justiça.
da eficiência, legalidade, moralidade, entre outros.
Se não existisse nenhuma fiscalização no Tribunal, Da Corregedoria Permanente e Das Correições
imagine quantos atos de corrupção e desordem even- Ordinárias, Extraordinárias e Visitas Correcionais
tualmente poderiam ocorrer. A função correcional é (Art. 6)
permanente, mas se divide em (art. 6):
Art. 6º A função correcional será exercida em cará-
z Ordinária: Atividade correcional de rotina, já pre- ter permanente e mediante correições ordinárias
vista pelas normas de organização judiciária; ou extraordinárias e visitas correcionais.
§ 1º A correição ordinária consiste na fiscalização
z Extraordinária: Considerada excepcional, realizada
prevista e efetivada segundo estas normas e leis de
a qualquer momento, independente de aviso prévio;
organização judiciária.1
z Visitas Correcionais: Fiscalização no Tribunal dire- § 2º A correição extraordinária consiste em fiscali-
cionada à verificação da regularidade de funciona-
Art. 26 As disposições deste capítulo têm caráter Art. 47 Os servidores dos ofícios de justiça deverão
geral e aplicam-se a todos os ofícios de justiça, no se adaptar continuamente às evoluções do sistema
que não contrariarem as disposições específicas informatizado oficial, utilizando plenamente as fun-
contidas em capítulo próprio. cionalidades disponibilizadas para a realização dos
Art. 27 Os servidores da justiça darão atendimen- atos pertinentes ao serviço (emissão de certidões, ofí-
to prioritário às pessoas portadoras de deficiência, cios, mandados, cargas de autos etc.).
aos idosos, às gestantes, às lactantes e às pessoas Parágrafo único. Para efeito de divisão do trabalho
acompanhadas por crianças de colo, mediante entre os escreventes técnicos judiciários, oficiais de
garantia de lugar privilegiado em filas, distribui- justiça e juízes, e outras providências necessárias à
ção de senhas com numeração adequada ao aten- ordem do serviço, o sistema informatizado atribuirá
dimento preferencial, alocação de espaço para a cada processo distribuído um número de controle
atendimento exclusivo no balcão, ou implantação
interno da unidade judicial, sem prejuízo do número
de qualquer outro sistema que, observadas as pecu-
do processo (número do protocolo que seguirá série
liaridades existentes, assegure a prioridade.
única).
Art. 27-A A prioridade de que trata o artigo 27 se
Art. 48 Iniciada a operação do SAJ/PG, de utilização
aplica às advogadas públicas e privadas, promoto-
obrigatória pelas varas e ofícios de justiça, serão
ras e procuradoras do Ministério Público gestantes
excluídos todos os programas eventualmente em uso.
ou lactantes, e a qualquer pessoa com criança de
colo, inclusive para preferência nas audiências de
primeiro grau de jurisdição e nas sessões de jul- Conforme o art. 49: Os níveis de acesso às informa-
gamento dos Colégios Recursais, desde que haja ções e o respectivo credenciamento (senha) dos funcio-
requerimento prévio, observada a ordem dos reque- nários, para operação do SAJ/PG, serão estabelecidos em
rimentos e respeitados os demais beneficiários da expediente interno pela Corregedoria Geral da Justiça,
Lei nº 10.048/2000 que disciplina o atendimento com a participação da Secretaria de Tecnologia da Infor-
prioritário. mação – STI.
Segundo o art. 83, A escrituração de termos, atos e DA ORDEM DOS SERVIÇOS DOS PROCESSOS EM
papéis em geral observará os critérios da clareza, obje- GERAL
tividade e síntese, sem descuidar da perfeita individua-
lização de pessoas, fatos ou coisas, quando necessária. Da Autuação, Abertura de Volumes e Numeração de
Exemplo: constare, os requisitos de qualificação da Feitos (Art. 87 a 91)
pessoa física (nome completo e o número de inscrição
§ 3° Todas as conclusões ao juiz serão anotadas no z As certidões deverão ser expedidas no prazo de 5
De acordo com o art. 118, na ausência da expedição Pela dicção do art. 122, a carta precatória possui
de confirmação de entrega e leitura pelo destinatário três vias, sendo uma delas contrafé. A comprovação
da mensagem, presumir-se-ão recebidas e lidas as men- do pagamento da taxa judiciária correlata precisa ser
sagens no primeiro dia útil subsequente ao do envio. feita até a distribuição.
No caso de medidas urgentes, se frustrada a entre- Em caso de citação de várias pessoas, o número de
ga, ou se não confirmados o recebimento e a leitura até o petições deve ser compatível com o número de tais
dia seguinte à transmissão, o remetente entrará em con- pessoas. Tratando-se de matéria criminal ou ECA, é
tato telefônico com o destinatário e, se o caso, reenviará preferível que o ato se realize de forma remota, por
a mensagem, de tudo lavrando-se certidão nos autos. exemplo, videoconferência. 287
Art. 123 Constatado que o ato pode ser cumprido Art. 130 Havendo urgência, transmitir-se-á a carta
em endereço de jurisdição diversa daquela cons- precatória por fac-símile (fax), telegrama, telefone,
tante da carta precatória, ou ainda, que o endere- radiograma ou correio eletrônico (e-mail), obser-
ço originário pertence à outra jurisdição, deverá o vando-se as cautelas previstas nos arts. 264 e 265
juízo deprecado encaminhá-la ao juízo competente, do Código de Processo Civil e nos arts. 354 e 356 do
comunicando tal fato ao juízo deprecante. Código de Processo Penal.
Parágrafo único. A via original da carta não será
De acordo com o art. 123, o juízo deprecado pode encaminhada ao juízo deprecado. Será encartada
encaminhar a precatória para outro juízo, se for neces- aos autos, juntamente com a certidão de sua trans-
sário, desde que comunique tal fato ao deprecante. missão, tão-logo ocorra o pedido de confirmação de
seu teor por parte do juízo destinatário.
Art. 124 O juízo deprecado devolverá a carta precató-
ria, independentemente de cumprimento, quando não O art. 130 traz algumas hipóteses de cumprimento
devidamente instruída e não houver regularização no de precatória em urgência.
prazo determinado. Por fim, vale conhecer sobre a carta rogatória:
É obrigação do juízo deprecado devolver a carta
precatória, esteja ela cumprida ou não. Art. 131 As cartas rogatórias cíveis e criminais
Art. 125 As cartas precatórias não serão autuadas, serão expedidas conforme o procedimento, mode-
servindo os encartes remetidos pelo juízo depre- los e formulários aprovados e divulgados pela Cor-
cante como face das mesmas, sobre os quais o ofí- regedoria Geral da Justiça no sítio do Tribunal de
cio de justiça deprecado afixará a etiqueta adesiva Justiça na internet.
remetida pelo ofício do distribuidor, que servirá de
identificação das partes e da natureza do feito, cui-
dando também anotar no alto, à direita, o número CARTA PRECATÓRIA CARTA ROGATÓRIA
do processo.
Instrumento de coopera- Instrumento de coopera-
ção dentro do Brasil ção entre países
A carta precatória não se reveste de nova autua-
ção, prezando pelo princípio da economia processual.
DAS INTIMAÇÕES (ART. 132 A 142)
Art. 126 As cartas precatórias, quando possível,
servirão como mandado. A décima quinta seção versa sobre as intimações,
que consistem em atos judiciais pelos quais se notifica
É viável que uma carta precatória seja utilizada determinada pessoa dos atos do processo. Não se con-
como um mandado, isto é, ordem. fundem com citação, que é o modo de trazer o réu ao
processo, dando conhecimento da lide, para que exer-
Art. 127 Não atendidos pedidos de informações ça o contraditório e ampla defesa.
sobre o cumprimento do ato, cumprirá ao ofício de A regra é a intimação eletrônica, mediante publi-
justiça do juízo deprecante reiterar a solicitação e cação no Diário da Justiça Eletrônico. O parágrafo úni-
estabelecer contato telefônico com o escrivão do
co do art. 132 traz vedação expressa ao servidor dos
juízo deprecado, de tudo certificando nos autos.
ofícios de justiça no sentido de prestar informações
Parágrafo único. Em caso de inércia, os autos serão
conclusos ao juiz do feito para as providências por telefone aos advogados, aos membros do Ministé-
cabíveis. rio Público, às partes e ao público em geral acerca dos
atos e termos do processo.
Nem sempre a comunicação em uma precatória
é fácil, de maneira que, às vezes, o ofício de justiça Art. 132 A intimação dos atos e termos do proces-
pode tentar contato telefônico com o escrivão do juízo so ou de expediente administrativo far-se-á, sempre
deprecado, bem como reiterar a solicitação. que possível, por meio eletrônico e mediante publi-
cação no Diário da Justiça Eletrônico.
Parágrafo único. É vedado ao servidor dos ofícios
Art. 128 É permitida a retirada da carta cumprida
de justiça prestar informações por telefone aos
junto ao juízo deprecado, para a entrega ao juízo
advogados, aos membros do Ministério Público, às
deprecante, desde que nela conste o nome do advo-
partes e ao público em geral acerca dos atos e ter-
gado da parte que tiver interesse no cumprimento
do ato, com o número da respectiva inscrição na mos do processo.
Ordem dos Advogados do Brasil.
De acordo com o art. 133, os despachos, decisões
A carta, uma vez cumprida, pode ser retirada. Isso interlocutórias e sentenças devem ser encaminhados à
ocorre para a entrega ao juízo deprecante. publicação no Diário da Justiça Eletrônico, dentro do
prazo máximo de:
Art. 129 Ao retornar cumprida a precatória, o escri-
vão judicial juntará, aos autos principais, apenas z 3 (três) dias, a contar da devolução dos autos em
as peças essenciais, imprescindíveis à compreensão cartório;
das diligências realizadas no juízo deprecado, espe- z O mesmo prazo deverá ser observado para fins de cumpri-
cialmente as certidões de lavra dos oficiais de justiça mento da intimação por meio eletrônico (parágrafo único).
e os termos do que foi deprecado, salvo determina-
ção judicial em contrário. Art. 133 Os despachos, decisões interlocutórias e
sentenças devem ser encaminhados à publicação
Caso retorne cumprida a precatória, são junta- no Diário da Justiça Eletrônico, dentro do prazo
das apenas peças imprescindíveis à compreensão da máximo de 3 (três) dias, a contar da devolução dos
288 diligência. autos em cartório.
Parágrafo único. O mesmo prazo deverá ser obser- em que lançado o ato publicado. Seu parágrafo único
vado para fins de cumprimento da intimação por dispõe que as publicações feitas no Diário da Justiça Ele-
meio eletrônico trônico comprovam-se mediante certidão, independente-
Art. 134 As intimações de atos ordinatórios, des- mente da juntada do exemplar impresso.
pachos, decisões interlocutórias e sentenças, qual-
quer que seja o meio empregado, consumar-se-ão
de maneira objetiva e precisa, sem ambiguidades e
REGRAS DE INTIMAÇÕES POR EDITAL (ART.141)
omissões, e conterão: I - Extraído o edital, conferido e assinado, serão auten-
I - O número dos autos, o objeto do processo, segun- ticadas as respectivas folhas com a chancela do ofício
do a tabela vigente, e o nome das partes;
de justiça, devendo escrivão rubricar cada uma delas;
II - O resumo ou transcrição daquilo que deva ser
II - As publicações de edital feitas no Diário da Justiça
dado conhecimento, suficientes para o entendimen-
Eletrônico [...] comprovam-se mediante certidão (não
to dos respectivos conteúdos;
III - O nome dos advogados das partes com o núme- é necessária a juntada do exemplar impresso);
ro de suas respectivas inscrições na Ordem dos III - A publicação de edital em jornal de ampla circula-
Advogados do Brasil. ção local será providenciada pela parte ou por agência
de publicidade de sua escolha (comprovada nos autos
mediante a juntada do original);
INTIMAÇÕES PELA IMPRENSA (ART. 135)
z Quando o processo tramitar sob segredo de jus-
Partes representada nos autos por mais de um advoga- tiça, os editais de citação deverão conter o nome
do = o ofício de justiça fará constar o nome de qualquer completo do réu e apenas o conteúdo indispen-
subscritor da peça, com o número da OAB, a não ser sável à finalidade do ato, sem as especificações
que a parte indique outro ou, no máximo, dois nomes, da petição inicial, abreviando-se os nomes das
ou indique o nome da sociedade de advogados a que demais partes envolvidas. A finalidade disto é res-
seu advogado pertença. guardar o segredo de justiça (parágrafo único)
Art. 183 Permite-se a pesquisa histórica, em local Art. 187 Os processos destinados ao rearquiva-
mento dispensam a utilização de caixas/pacotes,
apropriado, mediante solicitação prévia para a Coor-
malotes e submalotes, contudo deverão estar sepa-
denadoria de Gestão Documental e Arquivos que fará
rados de forma distinta, possibilitando identificar
os encaminhamentos necessários para autorizar o
no momento da coleta, quais são novos arquiva-
acesso ao processo objeto da pesquisa mentos (primeiro arquivamento) e quais são os de
retorno para arquivamento (rearquivamento).
Sobre o arquivamento, a norma traz os seguintes
dispositivos: Sobre o desarquivamento, o art. 188 determina
que os requerimentos de desarquivamento de autos,
Art. 184 O arquivo de processos, primeiro arquiva- ressalvadas as exceções legais, serão instruídos com
mento, será feito individualmente dispensando-se o o comprovante de recolhimento da respectiva taxa.
uso de caixas e adotando-se as seguintes cautelas: Segundo o parágrafo único, na ausência da guia de
I – indexar no sistema da empresa terceirizada recolhimento, o advogado (subscritor ou responsável
(SGDAU) cada processo e, se for o caso, seus volu- indicado) será intimado a recolher as respectivas cus-
mes, separadamente; tas, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não prosse-
II – no caso de processos com mais de um volume, guimento da solicitação.
indicar o número do volume que está sendo internado;
III – afixar na capa do processo, no canto supe- Art. 189 Os ofícios de justiça requisitarão, quando
rior esquerdo, a etiqueta de indexação do processo necessário, os processos depositados no Arquivo
Terceirizado, emitindo a solicitação diretamente
(volume a volume);
no sistema da empresa terceirizada (SGDAU) e ano-
IV – indicar no sistema a quantidade de apensos
tando no sistema informatizado oficial a data em
existentes para o processo ou volumes objeto da
que solicitado o desarquivamento do processo.
indexação; § 1º Se o interesse recair sobre processo em apenso,
V - se for o caso de apenso com número autônomo no momento da requisição deverá ser informado no
de distribuição, realizar a indexação do processo sistema o processo principal ao qual ele se encontra
apenso, informando a vinculação (apensamento). apensado.
Parágrafo único. No sistema informatizado oficial § 2º Antes de requisitar o processo, os ofícios de justi-
todos os dados do processo deverão estar anota- ça verificarão se o processo foi de fato remetido para
dos, processo baixado (extinção) ou com decisão guarda no Arquivo Terceirizado, mediante consulta
terminativa. prévia no sistema da empresa terceirizada (SGDAU),
sem prejuízo de certificar-se de que o processo objeto
O art. 184 traz um rol de cautelas ao arquivamen- da solicitação não se encontra no próprio ofício.
to, para fins de registro e organização. O art. 185 espe- § 3º Quando se tratar de requisição de processos por
cifica sobre a remessa dos processos para a guarda em parte dos ofícios de justiça integrantes de Foro Regio-
um arquivo terceirizado. nal, o requisitante deverá mencionar na requisição,
se for o caso, a que vara distrital pertencia o processo
ora solicitado.
Art. 185 A remessa de processos para guarda em
§ 4º Não será permitida a reiteração de requisição
Arquivo Terceirizado será feita pelos ofícios de jus- antes de decorridos 10 (dez) dias úteis contados da
tiça de acordo com a escala de retirada periodica- data de requisição no sistema da empresa terceiriza-
A respeito do rearquivamento, é importante saber que: O ordenamento traz regramento sobre pesquisa
histórica, de maneira que se permite a pesquisa cien-
Art. 186 Para rearquivamento de processos, os ofí- tífica nos processos que se encontram arquivados nas
cios de justiça informarão no sistema da empresa dependências da empresa terceirizada responsável pela
terceirizada (SGDAU) os dados necessários para guarda (189-A).
propiciar a coleta do processo para guarda:
I – Vara/Secretaria (unidade produtora); Art. 189-B Para realização da pesquisa é neces-
II – Número de registro, compreendendo todos os sário o credenciamento junto à Coordenadoria de
números que o processo possui; Gestão Documental e Arquivos – SPI 2.4, através do
III – Classe e Assunto; endereço eletrônico institucional: (spi.gestaodocu-
IV – Nome das partes ativa e passiva, sem abreviações; mental@tjsp.jus.br).
Art. 189-C No pedido de credenciamento deverá
V – Número de documentos, quando houver;
constar o tema da pesquisa e a lista de processos
VI - Nome dos advogados das partes ativa e passi-
com indicação da Comarca, Vara de Origem, núme-
va, sem abreviações e número da OAB;
ro(s) de cada processo, o nome das partes e número
VII – Objeto da ação; da caixa – arquivo (pacote) onde foi guardado
VIII – Data da decisão final (compreende todos os Art. 189-D Deverá ainda ser preenchido e enca-
recursos, data de Acórdão, quando houver); minhado o termo de compromisso, sigilo e confi-
IX – Resultado da ação (procedente, improcedente, dencialidade, conforme modelo oficial disponível
condenado, absolvido, sem julgamento do mérito); no site do Tribunal de Justiça do Estado de São
X – Data do trânsito em julgado; Paulo (http://www.tjsp.jus.br/PrimeiraInstancia/
XI – Data da extinção (baixa definitiva). GestaoDocumental). 293
Art. 189-E Recebido o pedido de credenciamento e o II - no momento da transmissão, caso não tenham
termo de compromisso de sigilo e confidencialidade sido previamente assinados ou rubricados.
devidamente assinado, após autorizada a pesquisa § 3º Fazem a mesma prova que os originais as
pelo Presidente da Comissão Permanente de Avalia- reproduções digitalizadas de qualquer documento,
ção Documental (CPAD), o pesquisador e a empresa público ou particular, quando juntados aos autos
terceirizada serão comunicados da autorização.2 pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo
Art. 189-F A autorização do credenciamento pode- Ministério Público e seus auxiliares, pelas procu-
rá ser pelo prazo de 30 (trinta), 60 (sessenta) ou no radorias, pelas autoridades policiais, pelas repar-
máximo 90 (noventa) dias, renováveis desde que tições públicas em geral e por advogados públicos
justificado o motivo.3 ou privados, ressalvada a alegação motivada e
Art. 189-G Para pesquisa científica, busca e forne- fundamentada de adulteração antes ou durante o
cimento da informação não haverá incidência do processo de digitalização.
pagamento da taxa de desarquivamento, mas deve- § 4º Os originais dos documentos digitalizados,
rão ser ressarcidos eventuais custos gerados com mencionados no § 3º deste artigo, deverão ser
serviços de extração de cópias reprográficas e os preservados pelo seu detentor até o final do prazo
referentes a materiais utilizados, eventualmente, para interposição de ação rescisória1, observadas,
nos termos do art. 12 da Lei 12.527/2011 – Lei de quanto aos ofícios de justiça, as disposições destas
Acesso à Informação Pública. Normas de Serviço.
Art. 1.238 A criação de modelos de grupo ou usuá- Sobre o cumprimento de ordens judiciais, o art.
rio realizar-se-á a partir dos modelos institucionais 1.243 entende que nos ofícios de justiça onde implanta-
ou da autoria intelectual do magistrado e somente do o fluxo por atos, o cumprimento das ordens judiciais
será permitida para as seguintes categorias: dar-se-á pelos subfluxos de documentos.
I - ajuizamentos;
II - atos ordinatórios; Da Expedição de Mandados de Levantamento (Art. 1265)
III - autos;
IV - cartas precatórias/rogatórias;
V - certidões de cartório; Para encerrar nossos estudos sobre esse tema, o art.
VI - decisões; 1.265 diz que Os processos que se encontram na fase de
VII - despachos; expedição de mandados de levantamento serão encami-
VIII - editais; nhados para a fila “ag. análise de cartório urgente”.
IX - expedientes do Distribuidor;
X - formais;
XI - mandados - outros;
XII - ofícios;
XIII - requerimentos;
EXERCÍCIOS COMENTADOS
XIV - sentenças;
1. (VUNESP – 2018) Quanto à escrituração, é correta a
XV - Setor Técnico - Assistente Social;
XVI - Setor Técnico - Psicologia; seguinte afirmação:
XVII - termo;
XVIII - termos de audiência. a) Caberá ao escrivão certificar a autenticidade da firma
§ 1º Na configuração dos modelos de grupo ou do juiz que subscreveu o documento, indicando-lhe
usuário, o ofício de justiça preencherá: nome, cargo e o exercício no juízo, nos atos para os
I - na aba “Informações”, o nome, tipo, área e a clas- quais a lei exige certificação de autenticidade e quan-
sificação “grupo”;
do houver dúvida sobre a autenticidade da firma.
II - na aba “Movimentações”, a movimentação que
reflita o teor do expediente; b) É vedada a utilização de abreviaturas, abreviações,
III - na aba “Compartilhamentos”, o tipo “grupo”; acrônimos, siglas ou símbolos, ainda que elas estejam
IV - na aba “Assinaturas”, o(s) agente(s) que assina- consagradas no Vocabulário Ortográfico da Língua
rá(ão) o documento; Portuguesa da Academia Brasileira de Letras.
V - na aba “Atos do documento”, o tipo de ato, a c) Deve ser evitada a assinatura de atos e termos em
forma, o código do modelo se o caso, o prazo, o tipo
branco, total ou parcialmente.
de seleção (partes a que se destina o documento) e
o modo de finalização. d) São vedadas anotações de “sem efeito” e anotações
§ 2º Em relação às cartas rogatórias deverá ser a lápis nos livros e autos de processo, mesmo que a
observado o procedimento estabelecido no artigo título provisório.
131.2 e) Os mandados, cartas postais, consideradas inclusi-
§ 3º - Sempre que cabível, a fim de possibilitar tra- ve as expedidas por meio eletrônico, ofícios gerais
balho em lote e filtro nas filas de trabalho pela ser- de comunicação, expedidos em cumprimento de ato
ventia judicial, deverão ser utilizados modelos de
judicial, serão assinados pelos escrivães ou chefes de
grupo, que conterão, obrigatoriamente, as seguin-
tes características: seção, declarando que o fazem por ordem do juiz.
a) Vinculação de atos correspondentes, nos termos
do artigo 1.235; Conforme dispõe o parágrafo 1o do art. 84 das NCGJ,
b) Nomeação do modelo com termos que corres- o escrivão certificará a autenticidade da firma do
pondam ao teor do documento, inclusive com a juiz que subscreveu o documento, indicando-lhe o
informação do ato a ele vinculado, se o caso; nome, o cargo e o exercício no juízo, quando, dentre
c) Indicação, no cadastro ou no nome do modelo,
outras hipóteses, houver dúvida sobre a autentici-
quanto à necessidade de análise e cumprimento do
ato judicial pelo cartório; dade da firma. Resposta: Letra A.
d) Indicação, no cadastro ou no nome do mode-
lo, das informações do prazo a ser cumprido em 2. (VUNESP – 2018) Nos termos das Normas da Cor-
decorrência da publicação do ato judicial no Diário regedoria Geral de Justiça, no que tange ao Sistema
Oficial; Informatizado Oficial, assinale a alternativa correta.
e) Vinculação da movimentação específica, a fim
de permitir a extração de dados estatísticos para
a) Nos ofícios de justiça, o registro e controle da movi-
o Tribunal;
f) Vinculação dos atos de encaminhamento aos Por- mentação dos feitos realizar-se-ão pelo sistema
tais de intimação eletrônica, tais como do Ministé- informatizado oficial, sendo facultada a elaboração
rio Público, da Defensoria Pública e da Fazenda de fichas materializadas em papel ou constantes de
Pública, preferindo-se a forma automática, sempre outros sistemas informatizados para auxiliar no con-
que possível; trole do trâmite processual.
g) Marcação do teor do documento para fins de b) Não será admitida exclusão de parte no processo, pro-
publicação e emissão de atos (Ctrl + M).1
cedendo-se à sua baixa, quando necessário.
c) Todas as vítimas identificadas na denúncia ou queixa,
Ademais, o juiz somente lançará no documento assina-
tura eletrônica, mesmo que o ato deva ser praticado junto e também as testemunhas de processo criminal, sejam
à unidade judicial ou extrajudicial de outro Estado da Fede- estas de acusação, defesa ou comuns, terão suas qua-
296 ração (art. 1.239). lificações lançadas no sistema informatizado oficial.
d) Os escrivães judiciais do serviço de distribuição e dos d) para a juntada, na mesma oportunidade, de duas ou
ofícios de justiça realizarão auditoria quinzenal no sis- mais petições ou documentos, será confeccionado
tema SAP/PG, de acordo com os níveis de criticidade um termo de juntada para cada uma das peças, com a
definidos, comunicando ao Corregedor Geral da Justi- devida descrição pormenorizada do conteúdo delas.
ça qualquer irregularidade. e) ao receber a petição inicial ou a denúncia, o ofício de
e) O cadastro no sistema informatizado oficial conterá justiça providenciará, em 48 (quarenta e oito) horas,
exclusivamente as seguintes informações a respeito do a autuação, nela afixando a etiqueta que, gerada pelo
processo, de modo a individualizá-lo com exatidão: qua- sistema informatizado e oriunda do distribuidor, atri-
lificação das partes e de eventuais representantes, advo- bui número ao processo.
gados e os respectivos números de inscrição na OAB.
3. (VUNESP – 2014) Considerando as previsões cons-
A alternativa é a literalidade do parágrafo segundo tantes das Normas da Corregedoria Geral da Justiça
do artigo 54 das NCGJ. Resposta: Letra B. do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assi-
nale a alternativa que corretamente discorre sobre os
livros e classificadores que devem ser mantidos pela
Administração Geral do Fórum.
HORA DE PRATICAR!
a) O livro de registro de feitos administrativos (sindicân-
1. (VUNESP – 2017) Assinale a alternativa que corre- cias, procedimentos disciplinares, representações etc.)
tamente aborda aspectos do sistema informatizado será mantido por 5 (cinco) anos após possibilitado o
oficial previstos nas Normas da Corregedoria Geral de registro e controle pelo sistema informatizado oficial.
Justiça. b) Para fins de fiscalização correcional, a Administração
Geral do Fórum deverá manter um livro de visitas e cor-
a) Quando uma parte estiver vinculada a processos que reições no qual serão lavrados os respectivos termos
tramitam em outros ofícios de justiça, nos quais tenha e o registro de portarias e ordens de serviço, com índi-
havido expedição de certidão de homonímia, as even- ce, bem como o protocolo de autos e papéis em geral.
tuais retificações de seus dados deverão ser aplicadas c) Os procedimentos disciplinares e sindicâncias admi-
a todos os feitos. nistrativas da corregedoria permanente, vinculada a
b) As cartas precatórias serão cadastradas no sistema cada uma das unidades, serão diretamente cadastra-
informatizado diferentemente dos processos comuns, dos no Sistema de Automação da Justiça de Primeiro
consignando-se apenas a indicação completa do Grau e estão sujeitos ao segredo de justiça, utilizando-
juízo deprecante, a natureza da ação e a diligência -se os códigos próprios.
deprecada. d) A Administração Geral do Fórum manterá os seguin-
c) O sistema informatizado atribuirá, a cada processo tes classificadores: registro de feitos administrativos;
distribuído, um número de controle interno da unidade registro de portarias e ordens de serviço, com índice;
judicial, sem prejuízo do número do processo (número registro das decisões terminativas proferidas em fei-
do protocolo que seguirá série única). tos administrativos.
d) As vítimas identificadas na denúncia ou queixa e as e) Haverá em cada serventia judicial, repartições e
testemunhas de processo criminal não terão suas demais estabelecimentos sujeitos à sua fiscalização
qualificações lançadas no sistema informatizado ofi- correcional um livro de registro final no qual serão
cial, exceto quando requererem expressamente ao juí- lavrados os respectivos termos correcionais e puni-
zo tal providência. ções disciplinares aplicadas.
e) O funcionário credenciado poderá ceder a respectiva
6. (VUNESP – 2013) O acesso aos autos judiciais e a) São vedadas as anotações de “sem efeito” nos autos.
administrativos, por meio do exame em balcão do Ofí- b) As certidões em breve relatório ou de inteiro teor serão
cio Judicial ou Seção Administrativa, de processos em expedidas no prazo de 15 (quinze) dias, contados da
andamento ou findos, quando não estejam sujeitos a data do recebimento em cartório do respectivo pedido.
segredo de justiça, é c) Dentre as obrigações dos senhores diretores dos car-
tórios judiciais está a de abrir semanalmente os seus
a) vedado aos estagiários de Direito. e-mails institucionais.
b) assegurado somente aos advogados e estagiários de d) Certidões, alvarás, termos, precatórias, editais e
Direito que possuam procuração juntada aos autos.
outros atos de sua atribuição serão subscritos pelos
c) assegurado somente aos advogados que possuam
procuração juntada aos autos. escreventes-chefes, logo depois de lavrados.
d) vedado ao público em geral. e) Fica vedada a utilização de chancela e de qualquer
e) assegurado ao público em geral. recurso que propicie a reprodução mecânica da assi-
natura do juiz.
7. (VUNESP – 2012) Leia as afirmativas sobre microfil-
magem e digitalização de documentos.
9 GABARITO
I. Quando adotado o arquivamento de documentos sob
a forma de microfilme ou em meio digital, o delegado 1 C
manterá cópia de segurança em local diverso da sede
da unidade do serviço. 2 C
II. Se adotado sistema autorizado de microfilmagem, será
dispensável o arquivamento dos documentos particu- 3 C
lares, que poderão ser devolvidos aos interessados. 4 E
III. Os documentos eletrônicos apresentados aos servi-
ços de registros públicos ou por eles expedidos deve- 5 D
rão atender aos requisitos da ICP-Brasil e à arquitetura
e-PING. 6 E
7 D
Está correto o que se afirma em
8 B
a) I, apenas.
b) II, apenas. 9 B
c) I e III, apenas.
10 E
298 d) I, II e III.
Como resultado, tal decreto passou a ter status de
norma constitucional (mesmo valor normativo das
normas colocadas na Constituição Federal mesmo sem
fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessitou
promover alterações legislativas para “assegurar e pro-
ESTATUTO DA PESSOA COM mover o pleno exercício de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais por todas as pessoas com defi-
DEFICIÊNCIA E RESOLUÇÃO ciência”, em conformidade com o item 1 da Convenção.
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei
230/16 DO CNJ nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à
Convenção.
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em men-
te que, para melhor compreender a Lei nº 13.146/2015,
é primordial entender sua estrutura e identificar as
ESTATUTO DA PESSOA COM ideias mais importantes da legislação, uma vez que as
DEFICIÊNCIA bancas tendem a cobrar o que se denomina “literali-
dade das ideias”, ou seja, os pontos principais de cada
artigo com base em sua estrutura, não havendo, para
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên-
tanto, a necessidade de decorá-los. Considerando os
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen-
concursos anteriores, o estudo deve ter especial aten-
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa ção à parte relativa aos crimes e infrações administra-
parcela da população faz parte de um discurso atual, tivas por ser esse o ponto mais cobrado pelas bancas
resultado da forma como essas pessoas passaram a examinadoras.
ser percebidas. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
É possível visualizar, ao longo da história, que as pes-
soas com deficiência foram encaradas de quatro modos NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
diferentes, conforme cada período temporal. A primeira DEFICIÊNCIA
fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi-
ciência, pois simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até A Lei nº 13.146/2015 é dividida em duas partes:
mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada geral e especial. A parte geral tem, como base, os
princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela,
soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialismo
direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
e pautada na perspectiva médica e biológica de que a Já a parte especial é composta dos meios de proteção,
deficiência era uma patologia e, como tal, deveria ser quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os direitos perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.
humanos, despontando os direitos à inclusão social, com
ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio
em que ela está inserida.
Lei n° 13.146/2015
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993,
a nomenclatura mudou para portadores de necessi-
dades especiais, pessoas com necessidades especiais,
Com exceção da restituição de imposto de renda e Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra-
da tramitação processual prioritária, todos os demais balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente
itens relativos ao atendimento prioritário são exten- acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida-
sivos ao acompanhante da pessoa com deficiência des com as demais pessoas.
ou ao seu atendente pessoal. Como consequência, o § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado
acompanhante tem direito à preferência de atendi- ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir
302 mento, ao socorro, entre outros. ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual- será considerada para o cumprimento da reserva
dade de oportunidades com as demais pessoas, a de vagas prevista em lei, desde que por tempo deter-
condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo minado e concomitante com a inclusão profissional
igual remuneração por trabalho de igual valor. na empresa, observado o disposto em regulamento.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com § 7º A habilitação profissional e a reabilitação pro-
deficiência e qualquer discriminação em razão fissional atenderão à pessoa com deficiência.
de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-
mento, seleção, contratação, admissão, exames Seção III
admissional e periódico, permanência no emprego, Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho
ascensão profissional e reabilitação profissional,
bem como exigência de aptidão plena.
Art. 37 Constitui modo de inclusão da pessoa com
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à partici-
deficiência no trabalho a colocação competitiva,
pação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
em igualdade de oportunidades com as demais pes-
continuada, planos de carreira, promoções, bonifi-
soas, nos termos da legislação trabalhista e previ-
cações e incentivos profissionais oferecidos pelo
denciária, na qual devem ser atendidas as regras
empregador, em igualdade de oportunidades com
de acessibilidade, o fornecimento de recursos de
os demais empregados.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiên- tecnologia assistiva e a adaptação razoável no
cia acessibilidade em cursos de formação e de ambiente de trabalho.
capacitação. Parágrafo único. A colocação competitiva da pes-
Art. 35 É finalidade primordial das políticas públi- soa com deficiência pode ocorrer por meio de traba-
cas de trabalho e emprego promover e garantir lho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
condições de acesso e de permanência da pessoa I - prioridade no atendimento à pessoa com defi-
com deficiência no campo de trabalho. ciência com maior dificuldade de inserção no cam-
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao po de trabalho;
empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluí- II - provisão de suportes individualizados que aten-
dos o cooperativismo e o associativismo, devem dam a necessidades específicas da pessoa com defi-
prever a participação da pessoa com deficiência ciência, inclusive a disponibilização de recursos
e a disponibilização de linhas de crédito, quando de tecnologia assistiva, de agente facilitador e de
necessárias. apoio no ambiente de trabalho;
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da
Seção II pessoa com deficiência apoiada;
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos
empregadores, com vistas à definição de estraté-
Art. 36 O poder público deve implementar serviços gias de inclusão e de superação de barreiras, inclu-
e programas completos de habilitação profissio- sive atitudinais;
nal e de reabilitação profissional para que a pes- V - realização de avaliações periódicas;
soa com deficiência possa ingressar, continuar ou VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
retornar ao campo do trabalho, respeitados sua VII - possibilidade de participação de organizações
livre escolha, sua vocação e seu interesse. da sociedade civil.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base Art. 38 A entidade contratada para a realização de
em critérios previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, processo seletivo público ou privado para cargo,
programa de habilitação ou de reabilitação que função ou emprego está obrigada à observância do
possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua disposto nesta Lei e em outras normas de acessibi-
capacidade e habilidade profissional ou adquirir lidade vigentes.
2. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Tipifica-se como crime con- 5. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Com relação aos crimes,
tra a pessoa deficiente, com a penalidade de detenção: às infrações administrativas e às disposições finais e
transitórias previstos no Estatuto da Pessoa com Defi-
ciência (EPD), assinale a opção correta.
a) o desvio de seus bens com o propósito de alcançar
vantagem indevida para si.
b) o seu abandono em hospitais ou entidades de a) Constitui crime a conduta de obstar o acesso da
abrigamento. pessoa com deficiência a cargo ou emprego público,
c) a utilização, para obtenção de vantagem indevida, de seu ainda que com base em critério restritivo e objetivo
cartão magnético destinado ao recebimento de pensão. previamente definido em lei.
d) a apropriação de seus bens patrimoniais para a conse- b) Na tipificação da conduta de praticar, induzir ou incitar
discriminação de pessoa em razão da deficiência, é
cução de vantagem indevida para terceiros. e. a incita-
admitida a tentativa.
ção de discriminação em razão de sua deficiência.
c) O sujeito passivo dos crimes previstos no EPD é sem-
pre a pessoa com deficiência.
No âmbito da Lei nº 13.146/2015, apenas um crime é d) Para a consumação do crime de desviar bens da pes-
punível com detenção. Trata-se do art. 91: “reter ou soa com deficiência, exige-se o efetivo lucro do agente.
utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico e) Admitem-se tanto a modalidade dolosa quanto a cul-
ou documento de pessoa com deficiência destinados posa no caso do delito de abandono da pessoa com
ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou deficiência, que é crime permanente.
remuneração ou à realização de operações financei-
ras, com o fim de obter vantagem indevida para si A alternativa A está incorreta, pois fala de crité-
ou para outrem”. Todas as alternativas referem-se rio objetivo. Como o crime guarda relação com o
a crimes punidos com reclusão. Resposta: Letra C. sujeito, o critério é subjetivo. A alternativa B está
incorreta, porque não admite a modalidade tenta-
3. (VUNESP — 2020) Em 2015, foi instituída a LBI – Lei da, ou seja, não cabe tentativa. A alternativa C está
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, correta, porque o sujeito passivo dos crimes da Lei
também denominada “Estatuto da Pessoa com Defi- nº 13.146/2015 é sempre a pessoa com deficiência.
ciência”, destinada a assegurar e a promover em con- A letra D está incorreta, pois o desvio também pode
dições de igualdade o que segue: ocorrer para terceiros. Por fim, a letra E está incor-
reta porque o abandono não é crime cuja conduta
a) participação parcial na sociedade, nas escolas e em se prolonga no tempo, ou seja, crime permanente.
todos os ambientes de interação social. Resposta: Letra C.
b) matrícula e permanência com qualidade na escola
comum inclusiva, por meio de impedimentos estruturais.
c) participação nos diversos tempos e espaços escola-
res em igualdade de oportunidades com as demais
crianças com deficiência RESOLUÇÃO Nº 230/2016 DO CNJ
d) inclusão na sociedade para que sejam respeitadas todas
as formas de ser e estar no mundo contemporâneo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é responsável
e) exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por controlar a atuação administrativa e financeira
por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão do Judiciário Brasileiro. Como cada vez mais o direi-
social e cidadania. to das pessoas com deficiência está em pauta, o CNJ
entendeu a necessidade de dispor acerca do tema.
A Lei n.º 13.146/2015 foi criada com o objetivo de O art. 1º da Resolução identifica a finalidade deste
proporcionar a inclusão social e a cidadania da pes- instrumento normativo do Conselho Nacional de Jus-
soa com deficiência no exercício dos direitos e das tiça, qual seja: adequar o Poder Judiciário à Conven-
liberdades fundamentais em igualdade de condições ção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
(art. 1º). Resposta: Letra E. Deficiência e à Lei Brasileira de Inclusão.
4. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Comprovado que o tutor Art. 1º Esta Resolução orienta a adequação das ati-
havia desviado proventos de pessoa deficiente cuja vidades dos órgãos do Poder Judiciário e de seus
tutela exercia, o juiz proferiu sentença condenando-o a serviços auxiliares em relação às determinações
um ano de reclusão. Foi certificado que houve erro na exaradas pela Convenção Internacional sobre os
sentença proferida. Nessa situação, o erro da senten- Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Proto-
ça decorre: colo Facultativo (promulgada por meio do Decreto
nº 6.949/2009) e pela Lei Brasileira de Inclusão da
a) da não aplicação da multa de pelo menos o dobro do Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015).
proveito obtido. Parágrafo único. Para tanto, entre outras medidas,
b) unicamente da não inclusão da pena de multa. convola-se, em resolução, a Recomendação CNJ 27,
c) da não aplicação da causa de aumento de pena e da de 16/12/2009, bem como institui-se as Comissões
304 multa. Permanentes de Acessibilidade e Inclusão.
Sem dúvidas, uma das maiores preocupações da Ex.: Ausência de braile na transmissão de informa-
atualidade é a inclusão. Imagine que um advoga- ção para quem precisa.
do cadeirante chegue atrasado ao fórum para uma
audiência e não haja rampa de acesso? e – “barreiras atitudinais”: atitudes ou comporta-
Ademais, a Convenção Internacional sobre os mentos que impeçam ou prejudiquem a participação
Direitos das Pessoas com Deficiência integra o bloco social da pessoa com deficiência em igualdade de
de Constitucionalidade brasileiro, uma vez que se tra- condições e oportunidades com as demais pessoas; e
ta de tratado de direitos humanos incorporado com o
quórum das emendas constitucionais. Ex.: O advogado cadeirante não consegue chegar
O art. 2º traz um glossário, ou seja, traduz alguns na audiência.
termos técnicos:
f – “barreiras tecnológicas”: as que dificultam ou impe-
Art. 2º Para fins de aplicação desta Resolução,
dem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
consideram-se:
I – “discriminação por motivo de deficiência” signifi-
ca qualquer diferenciação, exclusão ou restrição, por Ex.: O computador do fórum não é adaptado para
ação ou omissão, baseada em deficiência, com o pro- servidor com deficiência.
pósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reco-
nhecimento, o desfrute ou o exercício, em igualdade IV – “adaptação razoável” significa as modificações
de oportunidades com as demais pessoas, de direitos e os ajustes necessários e adequados que não acar-
humanos e liberdades fundamentais nos âmbitos retem ônus desproporcional ou indevido, quando
político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer requeridos em cada caso, a fim de assegurar que
outro, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e as pessoas com deficiência possam gozar ou exer-
de fornecimento de tecnologias assistivas; cer, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, todos os direitos humanos e liberdades
Ex.: Um advogado cadeirante é motivo de piada no fundamentais;
fórum, de maneira que o juiz sempre julga improce-
dente as petições escritas por ele. Ex.: Implantação de medidas que promovam igual-
dade material.
II – “acessibilidade” significa possibilidade e con-
dição de alcance para utilização, com segurança e V – “desenho universal” significa a concepção de
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos produtos, ambientes, programas e serviços a serem
urbanos, edificações, transportes, informação e usados, na maior medida possível, por todas as
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto
bem como de outros serviços e instalações abertos específico. O “desenho universal” não excluirá as
ao público, de uso público ou privados de uso coleti- ajudas técnicas para grupos específicos de pessoas
vo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência, quando necessárias;
com deficiência ou com mobilidade reduzida;
Ex.: Um fórum novo é pensado, durante a sua cria-
Ex.: Um fórum sem rampa de acesso para cadeirante.
ção, para ser funcional a todas as pessoas.
III – “barreiras” significa qualquer entrave, obs-
táculo, atitude ou comportamento que limite ou VI – “tecnologia assistiva” (ou “ajuda técnica”) sig-
impeça a participação social da pessoa, bem como nifica produtos, equipamentos, dispositivos, recur-
sos, metodologias, estratégias, práticas e serviços
d – “barreiras nas comunicações e na informação”: Ex.: Comunicado em Braile para pessoa com
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta- deficiência.
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
o recebimento de mensagens e de informações por VIII – “atendente pessoal” significa pessoa, mem-
intermédio de sistemas de comunicação e de tecno- bro ou não da família, que, com ou sem remunera-
logia da informação; ção, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais 305
à pessoa com deficiência no exercício de suas ati- Art. 7º Os órgãos do Poder Judiciário deverão, com
vidades diárias, excluídas as técnicas ou os proce- urgência, proporcionar aos seus usuários processo
dimentos identificados com profissões legalmente eletrônico adequado e acessível a todos os tipos de
estabelecidas; e deficiência, inclusive às pessoas que tenham defi-
ciência visual, auditiva ou da fala.
Ex.: uma pessoa que auxilia um portador de
deficiência. Ex.: Processo com letras maiores para quem tem
alguma dificuldade visual.
IX – “acompanhante” significa aquele que acom-
panha a pessoa com deficiência, podendo ou não § 1º Devem ser oferecidos todos os recursos de
desempenhar as funções de atendente pessoal. tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa
com deficiência tenha garantido o acesso à justiça,
Ex.: uma pessoa que acompanha a pessoa com sempre que figure em um dos polos da ação ou atue
deficiência na rua. como testemunha, partícipe da lide posta em juízo,
advogado, defensor público, magistrado ou mem-
O art. 4º obriga o Poder Judiciário promover, em
bro do Ministério Público.
busca de acessibilidade:
z Atendimento ao público – pessoal, por telefone ou Ex.: Documento em braile para pessoa portadora
por qualquer meio eletrônico – que seja adequado a de deficiência.
esses usuários, inclusive aceitando e facilitando, em
trâmites oficiais, o uso de línguas de sinais, braille, § 2º A pessoa com deficiência tem garantido o aces-
comunicação aumentativa e alternativa, e de todos so ao conteúdo de todos os atos processuais de seu
os demais meios, modos e formatos acessíveis de interesse, inclusive no exercício da advocacia.
comunicação, à escolha das pessoas com deficiência;
z Adaptações arquitetônicas que permitam a livre Ex.: O advogado necessita de alguma ferramenta
e autônoma movimentação desses usuários, tais de acessibilidade.
como rampas, elevadores e vagas de estaciona-
mento próximas aos locais de atendimento; e A Resolução traz a necessidade de implantação de
z Acesso facilitado para a circulação de transporte Comissões Permanentes de Acessibilidade. O art. 10
público nos locais mais próximos possíveis aos determina que serão instituídas por cada Tribunal, no
postos de atendimento. prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, Comis-
sões Permanentes de Acessibilidade e Inclusão, com
Para que isso ocorra, é essencial a capacitação dos caráter multidisciplinar, com participação de magis-
servidores e demais pessoas que atuem no Poder Judi- trados e servidores, com e sem deficiência.
ciário. Ex.: Pelo menos 5% dos servidores/funcionários/ O objetivo é que essas Comissões fiscalizem, pla-
terceirizados precisam estar capacitados para Libras. nejem, elaborem e acompanhem os projetos arquite-
Ademais, as edificações precisam ser acessíveis. A tônicos de acessibilidade e projetos “pedagógicos” de
construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de treinamento e capacitação dos profissionais e funcio-
uso de edificações deverão ser executadas de modo a
nários que trabalhem com as pessoas com deficiência,
serem acessíveis.
com fixação de metas anuais, direcionados à promo-
Nas licitações é necessário pensar, também, na
ção da acessibilidade para pessoas com deficiência.
acessibilidade. Ex.: o desenho universal é regra de
caráter geral, ou pelo menos será adotado com adap-
Art. 12 É indispensável parecer da Comissão Per-
tação razoável.
manente de Acessibilidade e Inclusão em questões
relacionadas aos direitos das pessoas com deficiên-
cia e nos demais assuntos conexos à acessibilidade
Importante! e inclusão no âmbito dos Tribunais.
É obrigatória a reserva nas áreas de estaciona- Art. 13 Os prazos e as eventuais despesas decorren-
mento abertas ao público, vagas próximas aos tes da implementação desta Resolução serão defini-
dos pelos tribunais, ouvida a respectiva Comissão
acessos de circulação de pedestres, devidamen-
Permanente de Acessibilidade e o órgão interno res-
te sinalizadas, para veículos que transportem ponsável pela elaboração do Planejamento Estraté-
pessoas com deficiência e com comprometi- gico, com vistas à sua efetiva implementação.
mento de mobilidade, desde que devidamente
identificados, em percentual equivalente a 2% Sobre o tratamento prioritário, o art. 16 dispõe em
(dois por cento) do total, garantida, no mínimo, quais situações deve ser dada prioridade para a pes-
1 (uma) vaga. soa com deficiência. Inclusive, estende o benefício ao
Mesmo se todas as vagas disponíveis estiverem acompanhante, com ressalva à tramitação processual,
ocupadas, a Administração deverá agir com o pois não faria sentido a extensão da prioridade.
máximo de empenho para, na medida do possí-
Art. 16 A pessoa com deficiência tem direito a rece-
vel, facilitar o acesso do usuário com deficiên-
ber atendimento prioritário, sobretudo com a fina-
cia às suas dependências, ainda que, para tanto, lidade de:
seja necessário dar acesso a vaga destinada ao I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
público interno do órgão. II - atendimento em todos os serviços de atendimen-
to ao público;
III - disponibilização de recursos, tanto humanos
O art. 7º trata sobre obrigações do Poder Judiciário quanto tecnológicos, que garantam atendimento
306 com vistas à inclusão: em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV - acesso a informações e disponibilização de Art. 26 Se o órgão possibilitar aos seus servidores a
recursos de comunicação acessíveis; realização de trabalho por meio do sistema “home
V - tramitação processual e procedimentos judiciais office”, dever-se-á dar prioridade aos servidores
e administrativos em que for parte ou interessada, com mobilidade comprometida que manifestem
em todos os atos e diligências. interesse na utilização desse sistema.
Parágrafo único. Os direitos previstos neste artigo § 1º A Administração não poderá obrigar o servi-
são extensivos ao acompanhante da pessoa com dor com mobilidade comprometida a utilizar o sis-
deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto tema “home office”, mesmo diante da existência de
quanto ao disposto no inciso V deste artigo (trami- muitos custos para a promoção da acessibilidade
tação processual). do servidor em seu local de trabalho.
§ 2º Os custos inerentes à adaptação do servidor
Obs.: A avaliação da deficiência é biopsicossocial com deficiência ao sistema “home office” deverão
(biológica + psicológica + social). ser suportados exclusivamente pela Administração.
A preocupação com a inclusão pelos tribunais está
em cada detalhe, inclusive nas matérias de eventual Ademais, a eventual concessão de horário especial
edital de concurso público: não deve gerar nenhuma atitude discriminatória.
III – no exercício das suas atribuições, tenha qual- 2. (VUNESP– 2019) Segundo o que estabelece a Lei no
quer outra espécie de atitude discriminatória por 13.146/2015, a pessoa com deficiência, em situação
motivo de deficiência ou descumpra qualquer dos de curatela, que necessitar se submeter à intervenção
termos desta Resolução. cirúrgica
3 B
a) atuantes na educação básica devem, no mínimo, possuir
nível superior e certificado de proficiência na Libras. 4 D
b) quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas
de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, 5 D
devem, no mínimo, possuir pós-graduação. 6 B
c) atuantes na educação básica devem, no mínimo, pos-
suir nível superior, com habilitação, prioritariamente, 7 B
em Tradução e Interpretação em Libras.
d) atuantes na educação básica devem, no mínimo, pos-
suir ensino médio completo e certificado de proficiên-
cia na Libras.
e) quando direcionados à tarefa de interpretar nas salas ANOTAÇÕES
de aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
devem possuir nível superior, com habilitação, neces-
sariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.
310
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10
O conjunto dos números reais contém os núme- Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o
ros racionais (naturais, inteiros e fracionários) e os número inteiro 10 (8 + 2 = 10).
números irracionais, sendo representado pela letra ℜ
. Pode-se ilustrar a relação entre todos os conjuntos � Subtração: subtrair dois números é o mesmo que
com o seguinte diagrama:
diminuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja,
subtrair 7 de 20 significa retirar 7 de 20, restando
13: 20 – 7 = 13.
+ + +
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115.
- - +
z Propriedade associativa: quando é feita a adição
de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles, + - -
primeiramente, e a depois somar o outro, em qual-
- + -
quer ordem, que vamos obter o mesmo resultado. 311
Dica Esquematizando:
9 1 3
fator primo (2) e só ir aumentando quando
nenhum dos números puder ser dividido; 3 1 3
z Se algum dos números não puder ser dividido, bas- 1 1 2×2×2×5×7×3×3 = 2520
ta copiá-lo para a próxima linha;
z O objetivo é fazer com que todos os números che- Logo, após 2520 segundos a música e o slide irão
guem ao valor 1; terminar ao mesmo tempo.
z O MMC será a multiplicação dos fatores primos Slide: 2520/630 = 4 voltas
utilizados. Música: 2520/280 = 9 voltas. Resposta: Letra E. 313
2. (VUNESP – 2017) Um comerciante possui uma caixa Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
com várias canetas e irá colocá-las em pacotinhos, vendo esse tema são resolvidos utilizando essa proprie-
cada um deles com o mesmo número de canetas. É dade fundamental. Porém, algumas questões acabam
possível colocar, em cada pacotinho, ou 6 canetas, ou sendo um pouco mais complexas e pode ser útil conhe-
8 canetas ou 9 canetas e, em qualquer dessas opções, cer algumas propriedades para facilitar. Vamos a elas.
não restará caneta alguma na caixa.
Propriedade das Proporções
Desse modo, o menor número de canetas que pode
haver nessa caixa é z Somas Externas
a) 70. a c a+c
= =
b) 66. b d b+d
c) 64.
d) 72. Vamos entender um pouco melhor resolvendo
e) 68. uma questão-exemplo:
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
MMC (6,8,9): mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
6–8–9 2 está há 3 anos na fábrica e Diego há 2 anos. Quanto
3–4–9 2 cada um vai receber?
Resolução:
3–2–9 2 Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
3–1–9 3 Diego vai receber, temos:
1–1–3 3
C D
=
1–1–1 2×2×2×3×3 = 72 canetas. Resposta: Letra D. 3 2
C D C+D
RAZÃO E PROPORÇÃO 3
=
2 = 3+2
A razão entre duas grandezas é igual a divisão Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas),
entre elas, veja: então podemos substituir na proporção:
2 C D C+D 10.000
5 = = = 2.000
3 2 3+2 = 5
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está Aqui cabe uma observação importante!
para 5). Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
partes dentro da proporção. Veja:
2 4
=
3 6 C
= 2.000
3
Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2
C = 2000 x 3
está para 3 assim como 4 está para 6). C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
Os problemas mais comuns que envolvem razão
e proporção ocorrem quando se aplica uma variável D
= 2.000
qualquer dentro da proporcionalidade e se deseja 2
saber o valor dela. Veja o exemplo: D = 2.000 x 2
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
3 6 Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ber R$4.000.
Para resolvermos esse tipo de problema devemos
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor- z Somas Internas
ção: produto dos meios pelos extremos.
Meio: 3 e x a c a+b c+d
= = =
Extremos: 2 e 6 b d b d
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: É possível, ainda, trocar o numerador pelo denomi-
nador ao efetuar essa soma interna, desde que o mes-
3·X=2.6 mo procedimento seja feito do outro lado da proporção.
3X = 12
X = 12/3 a
=
c
=
a+b
=
c+d
314 X=4 b d a c
Vejamos um exemplo: 2A
= 1.000
4
x 2
= 2A = 4 x 1.000
-
14 x 5
2A = 4.000
x + 14 - x 2+5 A = 2.000
=
x 2
Fazendo a mesma resolução em B:
14 7
= 3B
x 2 = 1.000
9
7 . x = 2 · 14 3B = 9 x 1.000
3B = 9.000
14 · 2
x= =4 B = 3.000
7
a c a + 2b c + 2d
= = = REGRA DA SOCIEDADE
b d b d
=
4 9 4+9
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- a 4, logo:
porção, temos:
2A + 3B X
2A
=
3B
= = 13.000 = 1.000 = 60.000
4
4 9 4+9 13
X = 60.000 x 4
Logo, X = 240.000 315
Inversamente proporcional c) 44 homens.
d) 46 homens.
É um tipo de questão menos recorrente, mas não e) 47 homens.
menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um A razão entre o número de mulheres e o número
quinhão inversamente proporcional a três números. total de alunos é de 5/8:
Vejamos um exemplo:
Exemplo: M 5
=
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes T 8
inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis- A turma tem 120 alunos, então: T = 120
tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res- Fazendo os cálculos:
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
total que dever ser distribuído para facilitar o nosso M
=
5
cálculo, veja: T 8
X X X M 5
+ + = 740.000 =
4 5 6 120 8
8 x M = 5 x 120
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
tiplo comum) entre os denominadores para resolver- 8M = 600
mos a fração. 600
M=
8
4–5–6|2
2–5–3|2 M = 75
1–5–3|3 A quantidade de homens da sala:
1–5–1|5 120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e 2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
multiplicando o resultado pelo numerador temos: com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
15x 12x 10x 21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
+ + = 740.000
60 60 60 soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
37x
= 740.000 ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
60
a) 30.
X = 1.200.000 b) 29.
c) 28.
Agora basta substituir o valor de X nas razões para d) 27.
achar cada parte da divisão inversa. e) 26.
x 1.200.000
= = 300.000 A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
4 4
número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
x 1.200.000
= = 240.000
5 5 120 4x
= total de 9x
121 5x
x 1.200.000
= = 200.000
6 6 No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
Logo, as partes dividas inversamente proporcio- a razão em questão passará a ser de 5/8.
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K,
240K e 200K. 120 4x - 2 5
= =
121 5x + 2 - 1 8
4x - 2
EXERCÍCIOS COMENTADOS
5
=
5x + 1 8
Dica
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Quando o todo varia, a porcentagem também
varia! 1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, uma
bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas
Veja um exemplo: vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira. 920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total antecipar o crédito correspondente ao valor da parcela,
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas a lojista paga para a financeira uma taxa de antecipa-
por Roberto? ção correspondente a 5% do valor da parcela.
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
2 1
=
8 4 ( ) CERTO ( ) ERRADO
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
Valor da bicicleta =1720,00
MATEMÁTICA
a) 10 deputadas.
INVERSAMENTE MULTIPLICA NA HORIZONTAL
b) 14 deputadas.
PROPORCIONAL
c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
e) 25 deputadas. Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
mais como isso tudo funciona:
50 parlamentares
Deputadas = X z Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2
Deputados = 50-X 160 tijolos. Caso queira construir um muro de 30
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7 metros nas mesmas condições do anterior, quan-
parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de tos tijolos serão necessários?
cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o
valor de X. Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
20% x + 10% (50-x) = 7 dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7 proporcional.
2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC) 12 m -------- 2 160 (tijolos)
2x + 50 - x = 70 30 m -------- X (tijolos)
2x - x = 70 - 50
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis- Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
lativa. Resposta: Letra D. e que para fazermos um muro maior vamos precisar
de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
REGRA DE TRÊS SIMPLES E
COMPOSTA 12 m -------- 2 160 (tijolos)
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese- Assim, comprovamos que realmente são necessá-
ja calcular a partir da grandeza explicativa; rios mais tijolos.
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aquela utili-
zada para calcular a variação da grandeza dependente. z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para
corrigir as provas de um vestibular. Considerando
Existem dois tipos principais de proporcionalida- a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pro-
des que aparecem frequentemente em provas de con- fessores para corrigir as provas?
cursos públicos. Veja abaixo:
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumento montar a relação e analisar:
de uma grandeza implica o aumento da outra;
z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen- 5 (prof.) --------- 12 (dias)
to de uma grandeza implica a redução da outra; 30 (prof.) -------- X (dias)
Vamos esquematizar para sabermos quando será Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
direta ou inversamente proporcionais: aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
DIRETAMENTE Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Dessa
+ / + OU - / -
PROPORCIONAL forma, as grandezas são inversamente proporcionais e
vamos resolver multiplicando na horizontal. Observe:
Aqui, as grandezas aumentam ou diminuem juntas
5 (prof.) 12 (dias)
(sinais iguais);
30 (prof.) X (dias)
30 . X = 5 . 12
PROPORCIONAL + / - OU - / + 30X = 60
318 X=2
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias Agora basta resolver a proporção para acharmos
para corrigir as provas. o valor de X.
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min) Analisando isoladamente duas a duas:
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a X (pág.) -------- 30 (linhas)
parte dependente de um lado e igualando às razões da
seguinte forma – se for direta vamos manter a razão, Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor
agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe: diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar
( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver-
40 ? ? ter a razão.
= #
X ? ?
6 30 ?
= #
Analisando isoladamente duas a duas: X 45 ?
6 (imp.) -------- 40 (min)
3 (imp.) --------- X (min) Analisando isoladamente duas a duas:
X 3 2
2000 (panf.) --------- X (min)
6 2
=
Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle- X 6
tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve- 2X = 36
mos manter a razão. X = 18
( ) CERTO ( ) ERRADO 5. (IESES - 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa em
28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumentado para
Com 1 litro ele faz 10 km sete, em quantos dias essa mesma casa ficaria pronta?
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos
dizer que com 1dm³ ele faz 10km a) 18 dias.
Portanto, b) 16 dias.
10 km -------- 1dc³ c) 20 dias.
1.100 km --------- x d) 22 dias.
10x = 1.000
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
Resposta: Errado. 7 (pedreiros) ------------- X (dias)
Perceba que as grandezas são inversamente propor-
3. (VUNESP - 2020) Uma pessoa comprou determinada cionais, então basta multiplicar na horizontal.
quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2 5 . 28=7 . X
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar 7X = 140
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guar- X = 140/7
danapos por dia. O número de guardanapos compra- X = 20 dias . Resposta: Letra C.
dos foi
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipamen-
a) 60. to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, fun-
320 b) 70. cionando 5 horas diárias para esse fim.
Nessa situação, a quantidade de páginas que esse mes- 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
mo equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan- 5 caixas - 20 clientes - x minutos
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a:
10 5 12
= #
a) 2.666. X 3 20
b) 2.160.
c) 1.215. 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
d) 1.500. 60x = 600
e) 1.161. X = 10.
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
Primeiro vamos passar para minutos: Não em menos de 10 como a questão afirma.
5h = 300min. Resposta: Errado.
4h30min= 270min.
min.-----Dias-----Pag. 9. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
300 -------4-------1800 ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
270 -------3-------X do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
Resolvendo temos: des de determinado produto. Para a fabricação de 400
300 (Simplifica por 30)
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
1800 4 trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
X = 3
# 270 (Simplifica por 30) do para a realização do serviço é de
1800 4 10
# a) 5 horas e 54 minutos
X = 3 9
b) 6 horas e 06 minutos.
c) 6 horas e 20 minutos.
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 d) 6 horas e 40 minutos.
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é e) 7 horas e 06 minutos.
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C.
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
7. (VUNESP - 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas 360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os zeros iguais)
operando com a mesma capacidade de produção, x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os zeros iguais)
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6
horas por dia. O número de dias necessários para que 360 3
#
6
=
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- X 5 4
quem dois lotes dessas peças é
x·3·6 = 360·5·4
a) 11. x·18 = 7.200
b) 12. x = 7200/18
c) 13. x = 400
d) 14. Logo, transformando minutos para horas novamen-
e) 15. te temos:
X = 400min
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas X = 6h40min
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas Resposta: Letra D.
Quanto mais dias para entrega do lote, menos
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui- 10. (VUNESP - 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
serem entregues (direta). ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
Resolvendo: refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2) trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5 to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) para a realização desse trabalho será de
8/x = 8/15
8x = 120 a) 6 horas e 40 minutos.
x = 120/8 b) 6 horas e 58 minutos.
x = 15 dias. c) 7 horas e 12 minutos.
Resposta: Letra E. d) 7 horas e 20 minutos.
e) 7 horas e 35 minutos.
8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre-
MATEMÁTICA
sentada uma situação hipotética, seguida de uma 3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida- 2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
de, divisão proporcional, média e porcentagem. Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12 se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai- menos máquinas trabalhando (inversa).
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
4 5000 2
= #
( ) CERTO ( ) ERRADO X 6000 3 321
2·X·5 = 4·6·3 x= /
xi
para dados de uma amostra.
10X = 72 N
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 × Ou:
60 min = 7 horas e 12 minutos)
OBS: Para transformar horas em minutos, basta
μ= /
xi
para dados de uma população.
multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas N
= 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Resposta: Letra C.
Onde: / Xi é o somatório dos dados X1, X2, X3...XN,
e N é a quantidade de dados da amostra/população.
Cada dado é representado por Xi.
Vamos supor que, na faculdade, teremos 4 provas
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES E da disciplina de Estatística. Para calcular a média final
basta somar as 4 notas e dividir por 4.
PONDERADA
Supondo que as notas tenham sido na ordem: 6,0;
7,0; 5,0; 8,0.
Média
Contabilidade 24
QUANTIDADE DE
NOTA Estatística 35
ALUNOS
0–2 5 Física ?
M = C · (1 + i ·J)
Soma
Média = Onde,
Quantidade J = juros
C = capital
6 + 7+ 2 · 5 + 8 · 3 i = taxa em percentual (%)
Média = t = tempo
7
M = montante
6 + 7 + 10 + 24
Média = TAXAS PROPORCIONAIS E EQUIVALENTES
7
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im-
47 portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
Média = de juros é definida. Isto é, não adianta saber apenas
7
que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber se essa
taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas
Média = 6,71
taxas de juros são proporcionais quando guardam a
mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo,
12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam-
bém é proporcional a 1% ao mês.
JUROS SIMPLES Basta efetuar uma regra de três simples. Para
obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
A premissa que é a base da matemática financeira é proporcional à taxa de 12% ao ano:
é a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado
preferem adiantar os seus recebimentos e retardar 12% ao ano ----------------------- 1 ano
os seus pagamentos. Do ponto de vista estritamente Taxa bimestral ------------------ 2 meses
racional, é melhor pagar o mais tarde possível caso
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
não haja incidência de juros (ou caso esses juros
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
sejam inferiores ao que você pode ganhar aplicando temporal, temos:
o dinheiro).
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço 12% ao ano ---------------------- 12 meses
MATEMÁTICA
do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan- Taxa bimestral ------------------ 2 meses
tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma Efetuando a multiplicação cruzada, temos:
remuneração em cima do valor que ele te emprestou,
12% x 2 = Taxa bimestral x 12
pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
Taxa bimestral = 2% ao bimestre
ro por um certo tempo. Esta remuneração é expressa
pela taxa de juros. Duas taxas de juros são equivalentes quando são
Nos juros simples a incidência recorre sempre sobre capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan-
o valor original. Veja um exemplo para melhor entender. te final M, após o mesmo intervalo de tempo. 323
Uma outra informação muito importante e que 498 = 1410 · 12 · i / 100
você deve memorizar é que o cálculo de taxas equi- 49800 = 16920i
valentes quando estamos no regime de juros simples i = 49800/16920
pode ser entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% i = 2,94%. Resposta: Letra D.
ao semestre ou 12% ao ano, e levarão o mesmo capital
inicial C ao mesmo montante M após o mesmo perío-
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Uma pessoa atrasou em
do de tempo.
15 dias o pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja
taxa de juros de mora é de 21% ao mês no regime de
Importante! juros simples.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o
No regime de juros simples, taxas de juros propor- mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente.
cionais são também taxas de juros equivalentes. No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
equivalente à taxa de 252% ao ano.
Juros Compostos
( ) CERTO ( ) ERRADO
Imagine que você pegou um empréstimo de
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- No regime simples, sabemos que taxas propor-
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. cionais são também equivalentes. Como temos 12
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e é, simplesmente:
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. 21% x 12 = 252% ao ano
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também
postos. Podemos montar a seguinte tabela: é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está
certo. Resposta: Certo.
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00
1º MÊS 11.000,00
2º MÊS 12.100,00
SISTEMA DE EQUAÇÕES
3º MÊS 13.310,00
4º MÊS 14.641,00 EQUAÇÃO DO 1º E 2º GRAUS
Para x = 4
10x = 5x + 20 –
10 . 4 = 5 . 4 + 20
40 = 40
40 – 40 = 0
Identificamos que os valores < 0 (valores negati-
vos) são os valores de x < 4.
z Inequação do Primeiro Grau
z Equação do Segundo Grau
Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos: Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2.
> maior que Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
< menor que Onde a, b e c são os coeficientes da equação.
≥ maior que ou igual
≤ menor que ou igual a é sempre o coeficiente do termo em x².
b é sempre o coeficiente do termo em x.
Podemos representar das formas a seguir: c é sempre o coeficiente ou termo independente.
5x -20 = 0
5x = 20 3! 9-8
x = 20 / 5 x=
2
x=4
x= 3!1
4º) Faça o estudo do sinal da equação, identificando os 2
valores de x que representam a solução da inequa- 3+1
ção. Obs.: O gráfico deste tipo de equação é uma x1 = =2
2
reta. 325
3-1 Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a
x2 = =1
2 140 anos:
X1 + X2 + X3 + X4 = 140
Na fórmula de Báskara, podemos usar um discri- 32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
minante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual 74 + 2.X4 = 140
a: 2.X4 = 66
Δ = b2 - 4ac X4 = 33
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. Assim,
Assim, podemos escrever a fórmula de Báskara: S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985.Resposta:
Errado.
-b ! D
x= 2. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em um tanque A, há uma
2a
mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de
O discriminante fornece importantes informações álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão
de uma equação do 2ª grau: misturados homogeneamente com 50 L de álcool.
A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente.
Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A fique
distintas igual à do tanque B é suficiente acrescentar no tanque
Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e A uma quantidade de álcool que é inferior a 25 L.
idênticas
Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais ( ) CERTO ( ) ERRADO
(
40 – 4y – y = 5 - x - y = - 10
-5y = 5 – 40
-5y = -35 (multiplica por -1) x - 2y = 4
5y = 35 -3y = -6
y=7 y = -6 / -3
Logo, voltando na primeira equação acharemos o y= 2
valor de “x”
x = 10 – y Substituindo o valor de “y” na primeira equação
x = 10 – 7 achamos o valor de “x”:
x=3
Assim, x = 3 e y = 7. x + y = 10
x + 2 = 10
Dica x = 10 – 2
x=8
Método da substituição
1 - Isolar uma das variáveis em uma das equações;
Sistemas de equações do 2º grau
2 - Substituir esta variável na outra equação pela
expressão achada no item anterior.
Vamos usar o mesmo método principal para resol-
vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
Há um outro método para resolver um sistema
zamos lá no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou
Método da Substituição. Veja um exemplo:
soma) de equações. Veja:
(
x+y=3
1. Multiplicar uma das equações por um número que
2 2
seja mais conveniente para eliminar uma variável. x -y =-3
2. Somar as duas equações, de forma a ficar apenas
com uma variável. Isolando x na primeira equação, temos que x =
3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
Veja o exemplo abaixo: temos que:
(3 – y)2 – y2 = -3
*
x + y = 10
9 – 6y + y – y2 = -3
4x - y = 5 y=2
Logo, x = 3 – y = 3 – 2 = 1
Nesse exemplo não vamos precisar fazer uma mul-
tiplicação, pois já temos a condição necessária para
eliminarmos o “y” da equação. Então devemos fazer
apenas a soma das equações. Veja: EXERCÍCIOS COMENTADOS
*
x + y = 10 1. (VUNESP – 2018) Em um concurso somente para os
cargos A e B, cada candidato poderia fazer inscrição
4x - y = 5 para um desses cargos. Sabendo que o número de
5x = 15 candidatos inscritos para o cargo A era 3000 unidades
x=3 menor que o número de candidatos inscritos para o
cargo B, e que a razão entre os respectivos números,
Substituindo o valor de “x” na primeira equação nessa ordem, era igual a 0,4, então é verdade que o
achamos o valor de “y”: número de candidatos inscritos para o cargo B corres-
pondeu, do total de candidatos inscritos, a
x + y = 10
3 + y = 10 a) 3/7
y = 10 – 3 b) 5/9
y=7 c) 4/7
d) 2/3
Veja um outro exemplo que vamos precisar e) 5/7
multiplicar:
A = B – 3000
*
MATEMÁTICA
x + y = 10
A/B = 0,4
x - 2y = 4 A = 0,4B
Substituindo essa última equação na primeira,
Multiplicando por -1 a primeira equação, temos: temos:
0,4B = B – 3000
(
- x - y = - 10 3000 = B – 0,4B
x - 2y = 4 3000 = 0,6B
B = 3000/0,6
B = 5000 327
Lembrando que A = 0,4B, podemos obter o valor de VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
A: Masculino 34
A = 0,4 x 5000 Feminino 26
A = 2000
Total Observe que na coluna da esquerda colocamos as
A + B = 5000 + 2000 = 7000 categorias de valores que a variável pode assumir, ou
O número de inscritos para o cargo B, em relação seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
ao total, será: camos o número de Frequências, isto é, o número de
5000/7000 = 5/7. observações (ou repetições) relativas a cada um dos
Resposta: Letra E. valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.
2. (FGV – 2017) O número de balas de menta que Júlia Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-
tinha era o dobro do número de balas de morango. mos ainda representar as frequências relativas (per-
Após dar 5 balas de cada um desses dois sabores centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em
para sua irmã, agora o número de balas de menta que 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
Júlia tem é o triplo do número de balas de morango. O
número total de balas que Júlia tinha inicialmente era: VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS
RELATIVAS (Fri)
a) 42;
Masculino 56,67%
b) 36;
c) 30; Feminino 43,33%
d) 27;
e) 24. Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,
onde Fi é o número de frequências de determinado
Me = 2.Mo valor da variável, e n é o número total de observações.
Após dar 5 balas = Me – 5 e Mo – 5. Agora, as de Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
menta são o triplo das de morango: pode assumir um grande número de valores distintos.
Me – 5 = 3.(Mo – 5) Vamos representar na tabela a variável “Altura dos
Me – 5 = 3.Mo – 15 moradores de Campinas”:
Me = 3.Mo – 10
Na segunda equação podemos substituir Me por VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
2.Mo. 1,51m 12
2.Mo = 3.Mo – 10 1,54m 17
10 = 3.Mo – 2.Mo 1,57m 4
10 = Mo 1,60m 2
O valor de Me é:
1,63m 10
Me = 2.Mo
1,67m 5
Me = 2.10
1,75m 13
Me = 20
Total: 10 + 20 = 30 balas. Resposta: Letra C. 1,81m 15
1,89m 2
Gráficos Estatísticos
Histograma
SALÁRIOS EM FREQUÊNCIA
MATEMÁTICA
MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
15 – 20 17
20 – 25 13
25 – 30 7
Matemática 9,7 4
Física 8,8 4
Química 7,3 2
História 6,0 1
Biologia 5,7 1
1,53 3
1,64 7
Interpretando a fórmula, temos uma lista de 1,71 10
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada 1,77 15
pela fórmula apresentada acima.
1,80 5
Veja um exemplo: Um aluno prestou vestibular
para Engenharia e realizou provas de 1,81 2
Matemática, Física, Química, História e Biologia.
Suponha que o peso de Matemática seja 4, de Física 1,89 1
seja 4, de Química seja 2, de História seja 1 e de Bio-
logia seja 1. Suponha ainda que o estudante obteve as Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
330 seguintes notas: ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.
Mediana Para sair do metro e chegar no centímetro, deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas
Uma outra medida que estudamos em Estatística casas até chegar em centímetro. Logo,
é a mediana (ou valor mediano), que é definida como
número que se encontra no centro de uma série de 5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.
números, estando estes de forma organizada segundo
um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no Medidas de Área (Superfície)
conjunto que o separa em dois subconjuntos de mes-
mo número de elementos. Veja os exemplos abaixo. A unidade principal tomada como referência é o
A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3. metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os diferentes que servem para medir dimensões maiores
dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5. ou menores. A conversão de unidades de superfície
Agora, observe esse outro exemplo abaixo e perce- segue potências de 100. Veja o esquema abaixo:
ba que os dados não estão ordenados.
C: {2;3;3;7;6;6;8;5;5;5} Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Para acharmos a mediana é necessário ordenar (quilômetro
quadrado)
(hectômetro
quadrado)
(decâmetro
quadrado)
(metro (decímetro (centímetro
quadrado) quadrado) quadrado)
(mlímetro
quadrado)
os números primeiro e depois fazer a média entre os
dois termos centrais, pois o número de elementos é ×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
par. Vejamos:
C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre
os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 10. Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quando estudamos o sistema de medidas, nos Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
atentamos ao fato de que ele serve para quantificar (quilômetro
cúbico)
(hectômetro
cúbico)
(decâmetro
cúbico)
(metro
cúbico)
(decímetro (centímetro
cúbico) cúbico)
(mlímetro
cúbico)
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Porém, existem as conversões entre as unidades para
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
uma melhor interpretação e leitura.
A unidade principal tomada como referência é o :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife-
rentes que servem para medir dimensões maiores ou
Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3.
menores. A conversão de unidades de comprimento
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo:
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
Km hm dam m dm cm mm cúbico. Logo,
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
MATEMÁTICA
Km hm dam m dm cm mm
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
:10 :10 :10 :10 :10 :10 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2) Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m )2 das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
do que no nosso exemplo tínhamos centímetros e pas-
Medidas de Tempo samos para centímetros quadrados, que neste caso é a
unidade de área.
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como Quadrado
se faz a relação nessa unidade:
Para transformar de uma unidade maior para a
Nada além de um retângulo no qual a base e a altu-
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
1 hora = 60 minutos ra têm o mesmo comprimento, ou seja, todos os lados
4 h = 4 x 60 = 240 minutos do quadrado têm o mesmo comprimento, que chama-
Para transformar de uma unidade menor para a remos de L. Veja:
unidade maior, divide-se por 60. Veja:
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h. L
Para medir ângulos a unidade básica é o grau.
Temos as seguintes relações:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) L L
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes,
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins- L
tante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. A área também será dada pela multiplicação da
base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
mos L x L, ou seja:
NOÇÕES DE GEOMETRIA A = L2
FORMA, PERÍMETRO, ÁREA, VOLUME, ÂNGULO E
TEOREMA DE PITÁGORAS Trapézio
b
b
h h h
B
b
Chamamos o lado “b” maior de base e o lado menor Conhecendo b, B e h, podemos calcular a área do
“h” de altura. trapézio através da fórmula abaixo:
z Área do Retângulo (B + b) # h
A=
2
Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-
cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a Losango
fórmula:
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
332 A=b×h to. Veja abaixo:
Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-
L L
cer a sua altura (h):
L L
a c
Para calcular a área de um losango, vamos preci-
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d) de h
acordo com a figura a seguir:
L L b
d
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
D chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
L L lo utilizando a seguinte fórmula:
b#h
A=
2
Assim, a área do losango é dada pela fórmula
abaixo: Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
h
A A
C
b
Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
A área do paralelogramo também é dada pela mul- três lados com medidas diferentes, tendo tam-
bém os três ângulos internos distintos entre si:
tiplicação da base pela altura:
A=b×h
a B
Triângulo c
b 333
Essas fórmulas são chamadas de relações métricas
do triângulo retângulo.
A
a a Círculo
h
Todos os pontos estão a uma mesma distância em
relação ao centro do círculo ou circunferência. Cha-
A A mamos de raio e geralmente é representada por “r”.
Veja na figura abaixo:
a
a 3
h=
2
r
Para calcular a área do triângulo equilátero usan-
do apenas o valor da medida dos lados (a), usamos a
fórmula a seguir:
2
a 3
A=
4
TEOREMA DE PITÁGORAS
A área de um círculo é dada pela fórmula: A = π ×
r2. Na fórmula, a letra π (“pi”) representa um número
Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°.
irracional que é, aproximadamente, igual a 3,14.
Vejamos um exemplo para calcular a área de um
círculo com 10 centímetros de raio:
B
c A = π × r2
a A = π × (10)2
A = π × 100
A
Substituindo π por 3,14, temos:
b
A = 3,14×100 = 314cm2
Temos as seguintes nomenclaturas para cada lado
do triângulo. Veja: O perímetro de uma circunferência que é a mesma
O ângulo marcado com um ponto é o ângulo reto coisa que o comprimento da circunferência, é dado por:
(90º). Oposto a ele temos o lado “c” do triângulo, que
chamaremos de hipotenusa. Já os lados “a” e “b”, que C=2×π×r
são adjacentes ao ângulo reto, são chamados de catetos.
O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre Para exemplificar, agora vamos calcular o períme-
a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos tro daquela circunferência com 10cm de raio:
quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipote-
nusa: a2 = b2 + c2. C = 2 × 3,14 × 10
Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- C = 6,28 × 10 = 62,8 cm
santes que estão presentes no triângulo retângulo.
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
b h c
n m
C H B
h2 = m×n
b2 = m×a
c2 = n×a
334 b×c = a×h
Repare na figura abaixo. O cubo é um caso particular do paralelepípedo re-
to-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valores
de a = b = c.
A
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-
-retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja:
α V=a×b×c
V = a × a × = a3
Dica
As faces do paralelepípedo são retangulares,
enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
Note que formamos uma região delimitada dentro do
A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
círculo. Essa região é chamada de setor circular. Temos das. Ou seja,
ainda um ângulo central desse setor circular simbolizado
por α. Com base neste ângulo, conseguimos determinar a AT = 6a2
área do setor circular e o comprimento do segmento de
círculo compreendido entre os pontos A e B. Agora no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
Sabemos que o ângulo central de uma volta com- retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
pleta no círculo é 360º. E também sabemos a área des- c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
total de um paralelepípedo é:
ta volta completa, que é a própria área do círculo ( π ×
r2). Vejamos como calcular a área do setor circular, em AT = 2ab + 2ac + 2bc
função do ângulo central “α”:
Prismas
360° ---------------------- π × r2
α ------------------------- Área do setor circular Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
2 Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
a # rr
Logo, área do setor circular = os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
360c não é uma circunferência.
Usando a mesma ideia, podemos calcular o com- O prisma será classificado de acordo com a sua
base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-
primento do segmento circular entre os pontos A e B,
ma será pentagonal.
cujo ângulo central é “α” e que o comprimento da cir-
cunferência inteira é 2 πr. Confira abaixo:
Cilindro
Paralelepípedo reto-retângulo e Cubo
Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são
perpendiculares às bases. Observe a figura seguir::
c a
b
a a
335
Altura
Geratriz
base (círculo)
Geratriz
Base
A distância entre as duas bases é chamada de altu- Vamos extrair algumas informações.
ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro A base de um cone é um círculo, então a área da base é
da base, o cilindro é chamado de equilátero. πr2. Quando “abrimos” um cone, temos a figura a seguir:
Cilindro equilátero: ℎ = 2r
R
H H
Temos, também, a área lateral é dada pela fórmula
R C πrg , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.
Para calcularmos o volume de um cone, basta
R sabermos que equivale a 1/3 do produto entre a área
da base pela altura. Veja:
A área da superfície lateral do cilindro é igual a 2πℎ.
E o volume do cilindro é o produto da área da base 2
pela altura: V = πr2 × ℎ. rr h
V= 3
Esfera Dica
Em um cone equilátero a sua geratriz será igual
Quando estamos estudando a esfera, precisamos
ao diâmetro, ou seja, 2r.
lembrar de que tudo depende e gira em torno do
seu raio, ou seja, é o sólido geométrico mais fácil de
Pirâmides
trabalhar.
A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí-
gono regular, no caso estamos falando apenas de pirâ-
mides regulares.
A = 4 × πr2
Cone
pirâmide pirâmide
336 hexagonal heptagonal
O segmento de reta que liga o centro da base a um Foi dado o perímetro dessa praça, que corresponde
ponto médio da aresta da base é denominado “apótema à soma de todos os lados. Logo:
da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base. E o 2x + 2(x + 20) = 160
segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto médio 2x + 2x + 40 = 160
de uma aresta da base é denominado “apótema da pirâ- 4x = 120
mide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâmide. Veja: x = 30 m
A área, portanto, será:
Área = 30 x (30 + 20)
Área = 30 x 50 = 1500 m²
Como 70% está recoberta por grama, 100 – 70 = 30%
não é recoberta. Logo:
Área não recoberta = 0,3 x 1500 = 450 m². Resposta:
Letra A.
m1
2. (CESPE-CEBRASPE– 2018) Os lados de um terreno qua-
drado medem 100 m. Houve erro na escrituração, e ele
foi registrado como se o comprimento do lado medisse
10% a menos que a medida correta. Nessa situação, dei-
xou-se de registrar uma área do terreno igual a
m
a) 20 m²
b) 100 m²
c) 1.000 m²
A área lateral da pirâmide é dada por:
d) 1.900 m²
e) 2.000 m²
Aℓ = pm′
A área de um quadrado é L². Inicialmente os lados
A área total da pirâmide é dada por:
do quadrado deveriam medir L = 100 m, portanto a
área seria A = 100² = 10000 m². Porém, L foi regis-
AT = Ab + Aℓ trado com 10% a menos, ou seja, 100 – 10% x 100 =
90 m. Logo, a área passou a ser 90² = 8100 m².
O volume da pirâmide é calculado da mesma for- Então, a área que deixou de ser registrada foi de:
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área da 10000 – 8100 = 1900 m². Resposta: Letra D.
base pela altura. Veja:
3. (IDECAN – 2018) A figura a seguir é composta por
Ab # h losangos cujas diagonais medem 6 cm e 4 cm. A área
V= 3 da figura mede
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Uma praça retangular, cujas medi-
das em metros, estão indicadas na figura, tem 160m
de perímetro.
a) 48 cm2.
× b) 50 cm2.
c) 52 cm2.
d) 60 cm2.
e) 64 cm2.
a
a Dizemos que há uma implicação lógica sempre
que a proposição P for verdadeira e a proposição Q for
C verdadeira também. Veja o exemplo abaixo na tabela
verdade:
A
a P^Q⟹P↔Q
a
B P Q P^Q P↔Q
V V V V
Temos 4 vértices A, B, C e V. Também sabemos que V F F F
temos 4 faces. O número de arestas pode ser conta-
F V F F
do ou, então, obtido pela relação:
V+F=A+2 F F F V
4+4=A+2
A = 6 arestas . Podemos notar nitidamente que a conjunção entre
Resposta: Letra D. a proposição P e a proposição Q implica na bicondicio-
nal entre a proposição P e a proposição Q, pois quan-
5. (VUNESP – 2018) Em um reservatório com a forma
do a primeira assume o valor lógico verdadeiro na
de paralelepípedo reto retângulo, com 2,5 m de com-
segunda também encontramos o valor verdade.
primento e 2 m de largura, inicialmente vazio, foram
Vejamos mais um outro exemplo:
despejados 4 m³ de água, e o nível da água nesse
reservatório atingiu uma altura de x metros, conforme P↔Q⇒P→Q⇒Q→P
mostra a figura.
P Q P↔Q P→Q Q→P
V V V V V
V F F F V
F V F V F
F F V V V
×
Note agora que podemos afirmar que temos uma
h implicação realmente entre as proposições, pois
quando a proposição (P ↔ Q) assume valor verdade as
2 proposições (P → Q) e (Q → P) também assumem valor
verdadeiro.
2,5 Com a definição vista sobre a implicação, podemos
chegar a duas conclusões:
Sabe-se que para enchê-lo completamente, sem trans- Toda proposição implica uma tautologia.
bordar, é necessário adicionar mais 3,5 m³ de água. Apenas uma contradição implica outra.
Nessas condições, é correto afirmar que a medida da
altura desse reservatório, indicada por h na figura, é, PROPRIEDADE DE IMPLICAÇÃO LÓGICA
em metros, igual a
Propriedade Reflexiva
a) 1,25.
b) 1,5. Toda proposição composta implica nela mesma,
c) 1,75. uma vez que todas proposições as quais contém a
d) 2,0. mesma coluna final em suas tabelas-verdade, ou seja,
e) 2,5. P ⇒ P.
c) Amanda é biblioteconomista.
d) Carmen é engenheira.
De acordo com essas premissas, é correto afirmar:
e) Brenda é biblioteconomista.
a) Geraldo é bombeiro.
b) Existem bombeiros que são contadores. Note que há 3 amigas, 3 profissões e 3 alturas na
c) Todo contador que também é bombeiro sabe nadar. questão. Precisamos associar cada amiga a uma
d) Geraldo não sabe nadar. altura e profissão já que não sabemos quem é quem.
e) Alguns contadores que sabem nadar, também são Vamos construir uma tabela relacionando as ami-
bombeiros. gas a cada profissão e altura. Veja: 339
AMIGA PROFISSÃO ALTURA Note que sobrou apenas a profissão “médica” para
médica, engenheira, Carmen e, com isso, sobra apenas “engenheira”
Amanda baixa, média, alta para Brenda. Como a engenheira é mais baixa do
biblioteconomista
que Carmen, então Carmen deve ser a mais alta e
médica, engenheira,
Brenda baixa, média, alta Brenda a do meio:
biblioteconomista
médica, engenheira,
Carmen baixa, média, alta AMIGA PROFISSÃO ALTURA
biblioteconomista
médica,
Você também poderia construir a tabela usando Amanda engenheira, baixa, média, alta
apenas as inicias de cada palavra para ganhar tem- biblioteconomista
po na prova, ok? A tabela ficaria assim: médica,
Brenda engenheira, baixa, média, alta
AMIGA PROFISSÃO ALTURA biblioteconomista
A m, e, b b, m, a médica,
Carmen engenheira, baixa, média, alta
B m, e, b b, m, a biblioteconomista
C m, e, b b, m, a
Bom! Agora vamos analisar as informações que a Agora já conseguimos associar cada amiga com
questão nos deu e eliminar os dados que não fazem uma profissão e uma altura. Vejamos: Amanda é a
sentido na tabela. mais baixa e biblioteconomista, Brenda é a de altura
Observe a passagem: “a biblioteconomista, que média e engenheira, e por fim Carmen que é a mais
é a melhor amiga de Brenda, é a mais baixa”. alta e médica. Resposta: Letra C.
Percebemos que Brenda não é a biblioteconomista
(pois ela é amiga da biblioteconomista) e não pode 2. (FUNRIO – 2012) André, Paulo e Raul possuem 30, 35 e 40
ser a mais baixa. Então vamos cortar essas opções anos de idade, não necessariamente nessa ordem. Eles
na tabela relacionada a Brenda. são engenheiro, médico e psicólogo, porém não se sabe
a correta associação entre nomes e profissão. Sabe-se,
porém, que André não tem 40 anos de idade nem é enge-
AMIGA PROFISSÃO ALTURA
nheiro, que Paulo possui 35 anos de idade, que Raul não é
médica, engenheira, médico, e que o médico não possui 30 anos de idade. Res-
Amanda baixa, média, alta
biblioteconomista pectivamente, as profissões de André, Paulo e Raul são:
médica, engenheira,
Brenda baixa, média, alta
biblioteconomista a) psicólogo, engenheiro e médico.
médica, engenheira, b) psicólogo, médico e engenheiro.
Carmen baixa, média, alta c) médico, psicólogo e engenheiro.
biblioteconomista
d) médico, engenheiro e psicólogo.
Nessa outra afirmação, temos: “a engenheira é e) engenheiro, médico e psicólogo
mais baixa do que Carmen”. Vemos que Carmen
não pode ser a engenheira e nem a mais baixa, então Primeiro precisamos montar nossa tabela e depois
cortamos na tabela também. interpretar o que a questão nos fornece.
3. (FCC - 2013) As irmãs Luciana, Rosana e Joana, de IRMÃ IDADE NOME DO CÃO COR DO CÃO
idades diferentes, possuem cada uma delas apenas Nova, do meio, Rex, Bobby, Preto, marrom,
Luciana
um cão de estimação. Os nomes dos cães são: Rex, velha Touro branco
Bobby e Touro. Um dos cães é preto, outro é marrom Nova, do meio, Rex, Bobby, Preto, marrom,
e o outro é branco. A ordem expressa na questão não Rosana
velha Touro branco
representa a ordem das cores nem a ordem das donas.
Sabe-se que Rex, um cão marrom, não é de Joana e Nova, do meio, Rex, Bobby, Preto, marrom,
Joana
pertence à irmã com idade do meio. Rosana, que não velha Touro branco
é a mais nova, tem um cão branco que não é o Touro.
Sendo assim, é possível concluir corretamente que Repare que sobrou para Rosana apenas a opção de
ser a irmã mais velha, e ser dona do Bobby. Com isso,
a) Rex é marrom e é de Rosana.
b) Bobby é branco e é de Luciana. sobra para Joana apenas a opção de ser a irmã mais
c) Touro não é branco e pertence a Rosana. nova, ser dona do Touro, e ser este cão da cor preta:
d) Touro não é marrom e pertence à irmã mais nova.
e) Rosana é a dona de Bobby que é preto. IRMÃ IDADE NOME DO CÃO COR DO CÃO
Nova, do meio, Rex, Bobby, Touro Preto, marrom,
Montando a tabela: Luciana
velha branco
Nova, do Rex, Bobby, Touro Preto, marrom,
Rosana
IRMÃ IDADE NOME DO CÃO COR DO CÃO meio, velha branco
Nova, do Rex, Bobby, Preto, mar- Nova, do Rex, Bobby, Touro Preto, marrom,
Luciana Joana
meio, velha branco
meio, velha Touro rom, branco
Nova, do Rex, Bobby, Preto, mar-
Rosana
meio, velha Touro rom, branco Com isso, podemos analisar as alternativas e achar
Nova, do Rex, Bobby, Preto, mar- como gabarito a alternativa D que diz: Touro não
Joana é marrom e pertence à irmã mais nova. Resposta:
meio, velha Touro rom, branco
Letra D.
Vamos utilizar as informações dadas no enunciado
para “cortar” algumas das possibilidades e marcar 4. (VUNESP - 2019) Carlos, Denis, Elvis e Flávio têm 1,
outras. “Sabe-se que Rex, um cão marrom, não é de 2, 3 ou 4 netos, um veículo de marca diferente, sendo
Joana e pertence à irmã com idade do meio. Rosana, as marcas A, B, C ou D, e moram em cidades distin-
que não é a mais nova, tem um cão branco que não
tas, sendo Sorocaba, Itu, Valinhos, ou Araraquara, não
é o Touro”. Assim, perceba que Rex não é de Joana.
E que Rosana não é a mais nova, e não é dona do necessariamente nessas ordens. Sabe-se que:
Touro. Até aqui temos:
MATEMÁTICA
6. (VUNESP – 2019) Tinha em um carrinho 384 maçãs e 11. (VUNESP – 2019) A média aritmética simples dos
saí pelas ruas. Dei, na primeira rua por que passe, 2/3das números 9, 12, 13, 16, 16 e 24 é a soma de todos
maçãs que tinha no carrinho. Comi metade de uma eles dividida por 6. O maior desses números supera
das maçãs que ainda estavam no carrinho. Na segun- essa média aritmética simples em
da rua por que passei dei 2/3 das maçãs que tinha no
carrinho e, em seguida, novamente comi metade de a) 55%
uma das maçãs que estavam no carrinho. Na tercei- b) 60%
ra rua por que passei dei 2/3das maçãs que tinha no c) 45%
carrinho e, nesse momento, eu ainda tinha no carrinho d) 65%
uma quantidade de maçãs igual a e) 50%
a) 3,0% a) 99,5%
b) 5,0% b) 95%
c) 4,5% c) 100,5%
d) 4,0% d) 100%
344 e) 3,5% e) 105%
14. (VUNESP – 2019) Considere apenas os dados a seguir 19. (VUNESP – 2019) Em uma enquete na qual as pes-
para resolver a questão. Fiz uma viagem que durou 1 soas deveriam escolher apenas um dentre A ou B,
hora e 30 minutos, a 60 km/h. Para ter gasto 20% a a razão entre o número de votos em A e o número
menos do tempo de viagem, a minha velocidade deve- de votos em B foi 7/13.Foram 102 votos a mais em
ria ter sido de B do que em A. O número de pessoas que votaram
nessa enquete foi
a) 70 km/h.
b) 68 km/h. a) 285.
b) 298.
c) 75 km/h.
c) 317.
d) 72 km/h.
d) 352.
e) 64 km/h.
e) 340.
15. (VUNESP – 2019) Considere apenas os dados a seguir 20. (VUNESP – 2017) Os preços de venda de um mes-
para resolver a situação. Suponha que viajando a 65 mo produto nas lojas X, Y e Z são números inteiros
km/h minha viagem durou exatamente 2 horas e 15 representados, respectivamente, por x, y e z. Saben-
minutos. Suponha também que essa mesma viagem do-se que x + y = 200, x + z =150 e y + z = 190, então
fosse feita a 75 km/h. Nesse caso, o tempo de viagem a razão x/y é:
diminuiria em
a) 3/5
a) 18 minutos. b) 4/9
b) 28 minutos. c) 2/3
c) 15 minutos. d) 3/8
d) 13 minutos. e) 1/3
e) 35 minutos.
9 GABARITO
16. (VUNESP – 2019) Após a filmagem, o diretor de um
filme achou que o tempo de duração de 3 horas e 40 1 E
minutos era longo demais. Ele fez cortes e a duração
original foi reduzida em 20%. Consultados, os produto- 2 E
res sugeriram que fossem feitos mais cortes para que
3 E
o tempo de duração, apresentado pelo diretor, fosse
reduzido em 25%. Desse modo, o tempo de duração 4 C
do filme desejado pelos produtores é
5 E
a) 2 horas e 56 minutos. 6 D
b) 2 horas e 12 minutos.
c) 2 horas e 24 minutos. 7 D
d) 2 horas e 42 minutos.
e) 2 horas e 06 minutos. 8 E
9 D
17. (VUNESP – 2019) Considere que 1 mililitro contém 20
gotas e que 1 gota contém 3 microgotas. Um paciente 10 E
está recebendo soro fisiológico na razão de 4 micro-
11 B
gotas a cada 5 segundos.
Nessas condições, o tempo mínimo para que seja 12 C
administrado ao paciente 300 mL de soro é
13 D
a) 6 horas.
14 C
b) 5 horas e 40 minutos.
c) 5 horas e 25 minutos. 15 A
d) 5 horas e 15 minutos.
e) 6 horas e 15 minutos. 16 B
17 E
18. (VUNESP – 2019) Em uma enquete, cada pessoa deve-
ria escolher um dentre prato salgado ou prato doce. 18 A
Um grupo de 168 pessoas participou da enquete e
observou-se que a razão entre o número de votos para 19 E
prato salgado e o número de votos para prato doce 20 C
MATEMÁTICA
346
z Visão de Tarefas – permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB.
z Microsoft Edge – navegador de Internet padrão
do Windows 10. Ele está configurado com o busca-
INFORMÁTICA dor padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado.
z Microsoft Loja – loja de app’s para o usuário bai-
xar novos aplicativos para Windows.
z Windows Mail – aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
MS-WINDOWS 10 e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas.
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS: z Barra de Acesso Rápido – ícones fixados de pro-
WINDOWS 10 gramas para acessar rapidamente.
z Fixar itens – em cada ícone, ao clicar com o botão
O sistema operacional Windows foi desenvolvido direito (secundário) do mouse, será mostrado o
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi-
ra de acesso rápido.
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores
z Central de Ações – centraliza as mensagens de segu-
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), rança e manutenção do Windows, como as atuali-
canetas e mesas digitalizadoras. zações do sistema operacional. Atalho de teclado:
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa
que possui suporte para os dispositivos apontadores ser carregada pelo usuário, ela é carregada automa-
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para ticamente quando o Windows é inicializado.
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- z Mostrar área de trabalho – visualizar rapida-
ma Kinect do videogame X – Box). mente a área de trabalho, ocultando as janelas
Em concursos públicos, as novas tecnologias e que estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
suportes avançados são raramente questionados. As Windows+D (Desktop).
questões aplicadas nas provas envolvem os concei- z Bloquear o computador – com o atalho de tecla-
tos básicos e o modo de operação do sistema opera- do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
cional em um dispositivo computacional padrão (ou
trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
tradicional).
Ctrl+Alt+Del.
O sistema operacional Windows é um software z Gerenciador de Tarefas – para controlar os apli-
proprietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) dispo- cativos, processos e serviços em execução. Atalho
nível e o usuário precisa adquirir uma licença de uso de teclado: Ctrl+Shift+Esc.
da Microsoft. z Minimizar todas as janelas – com o atalho de
O Windows 10 apresenta algumas novidades em teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
relação às versões anteriores, como assistente virtual, minimizar todas as janelas abertas, visualizando
navegador de Internet, locais que centralizam infor- a área de trabalho.
mações etc. z Criptografia com BitLocker – o Windows oferece
o sistema de proteção BitLocker, que criptografa
z Botão Iniciar – permite acesso aos aplicativos ins- os dados de uma unidade de disco, protegendo
talados no computador, com os itens recentes no contra acessos indevidos. Para uso no computador,
uma chave será gravada em um pendrive, e para
início da lista e os demais itens classificados em
acessar o Windows, ele deverá estar conectado.
ordem alfabética. Combina os blocos dinâmicos e z Windows Hello – sistema de reconhecimento
estáticos do Windows 8 com a lista de programas facial ou biometria, para acesso ao computador
do Windows 7. sem a necessidade de uso de senha.
z Pesquisar – com novo atalho de teclado, a opção z Windows Defender – aplicação que integra recur-
pesquisar permite localizar, a partir da digitação sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
de termos, itens no dispositivo, na rede local e na e antispyware.
Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte
atalho de teclado: Windows+S (Search). Dica
z Cortana – assistente virtual. Auxilia em pesquisas
de informações no dispositivo, na rede local e na O botão direito do mouse aciona o menu de con-
Internet. texto, sempre.
A assistente virtual Cortana é uma novidade do No Windows 10, os diretórios são chamados de pas-
Windows 10 que está aparecendo em provas tas e algumas pastas são especiais, contendo coleções
de concursos com regularidade. Semelhante de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo
ao Google Assistente (Android), Siri (Apple) e são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músi-
Alexa (Amazon), essa integra recursos de aces- cas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas para
sibilidade por voz para os usuários do sistema sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam
operacional. a organização dos arquivos e pastas, inserindo apenas
ligações para os itens em seus locais originais. 347
Pasta com Pasta sem Pasta vazia
subpasta subpasta
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Trilhas Circunferência do disco físico (como um hard disk HD ou unidades removíveis ópticas)
Clusters Unidades de armazenamento no disco, identificado pela trilha e setor onde se encontra.
Pastas ou diretórios Estrutura lógica do sistema de arquivos para organização dos dados na unidade de disco
Pode identificar o tipo de arquivo, associando com um software que permita visualização
Extensão
e/ou edição. As pastas podem ter extensões como parte do nome.
Arquivos especiais, que apontam para outros itens computacionais, como unidades, pas-
Atalhos tas, arquivos, dispositivos, sites na Internet, locais na rede etc. Os ícones possuem uma
seta, para diferenciar dos itens originais.
O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
lhões de bytes de capacidade. Os nomes usados são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão listados na
escala a seguir.
Exabyte
(EB)
Petabyte
(PB)
Terabyte
(TB)
Gigabyte trilhão
(GB)
Megabyte
bilhão
(MB)
Kilobyte milhão
(KB) mil
Byte
(B)
Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos comercial-
mente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes de
dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória.
A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
348
Os bits e bytes estão presentes em diversos momen- Lixeira do Windows: Armazena os arquivos
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere- de discos rígidos que foram excluídos, permi-
ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até tindo a recuperação dos dados.
5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps, z Atalhos
ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva- Arquivos que indicam outro local: Extensão
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
LNK, podem ser criados arrastando o item com
para o roteador wireless.
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.
Importante! z Drivers
A interface gráfica do Windows é caracterizada pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do Windows
exibe ícones de pastas, arquivos, programas, atalhos, barra de tarefas (com programas que podem ser executados
e programas que estão sendo executados) e outros componentes do Windows.
A área de trabalho do Windows 10, também conhecida como Desktop, é reconhecida pela presença do papel de
parede ilustrando o fundo da tela. É uma imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP), uma foto (extensão
JPG), além de outros formatos gráficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos que o computador está
pronto para executar tarefas.
Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e estes podem ser ocultados se o usuário escolher ‘Ocultar
ícones da área de trabalho’ no menu de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam atalhos,
arquivos, pastas, unidades de discos e componentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou pela
combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o menu Iniciar será apresentado na interface de blocos que sur-
giu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
(antigo Painel de Controle), programas instalados no computador, apps instalados no computador a partir da
Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou ditar o
nome do recurso que estamos querendo executar e o Windows 10 apresentará a lista de opções semelhantes na
área de trabalho e a possibilidade de buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar o que estamos queren-
do procurar, clicando no microfone no canto direito da caixa de pesquisa.
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma novidade do Windows 10, que permite visualizar os dife-
rentes aplicativos abertos (como o atalho de teclado Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de Trabalho. O
atalho de teclado para Visão de Tarefas é Windows+Tab.
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias áreas de
trabalho independentes, onde os programas abertos em uma não interfere com os programas abertos em outra.
A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário, per-
mitindo o acesso rápido, tanto por clique no mouse, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, Windows+2
para o segundo programa etc.) e também pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que mostrará minia-
turas do que está em execução, e consequente transparência das janelas).
A Área de Notificação mostrará a data, hora, mensagens da Central de Ações (de segurança e manutenção),
processos em execução (aplicativos de segundo plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o atalho de teclado Windows+D mostrará a área de trabalho ao
primeiro clique e mostrará o programa que estava em execução ao segundo clique. Se a opção “Usar Espiar para
visualizar a área de trabalho ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar Área de Trabalho na extremida-
de da barra de tarefas” estiver ativado nas Configurações da Barra de Tarefas, não será necessário clicar. Bastará
apontar para visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface Metro
do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser ativar ou
desativar, pressione e segure o aplicativo (ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o bloco dinâmico
350 e selecione Ativar bloco dinâmico ou Desativar bloco dinâmico.
Navegador padrão
do Windows 10 Atalhos
Itens Excluídos
Barra de Tarefas
Mostrar área de trabalho agora está no canto inferior direito, ao lado do relógio, na área de notificação da
Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: Win+D (Desktop)
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.
Aplicativo que está em execução 1 vez possui um pequeno traço azul abaixo do ícone.
INFORMÁTICA
Aplicativo que está em execução mais de 1 vez possui um pequeno traço segmentado azul no ícone.
351
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar (da origem) e colar (no OPERAÇÕES COM MOUSE
em locais destino). O item será duplicado,
diferentes mantendo o nome e extensão. RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO
Deletar, apagar, enviar para a Li-
Tecla Delete em xeira do Windows, podendo recu- Clique simples no botão
Selecionar o item
um item do disco perar depois, se o item estiver em principal
rígido um disco rígido local interno ou
externo conectado na CPU. Clique simples no botão Exibir o menu de contex-
secundário to do item
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em Lixeira do Windows não armaze- Executar o item, se for
um item do disco na itens de unidades removíveis executável. Abrir o item,
removível (pendrive), ópticas ou unidades se for editável, com o
remotas. programa padrão que
Duplo clique está associado. Nos
Independentemente do local onde programas do compu-
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído tador, poderá abrir um
definitivamente item através da opção
correspondente.
Renomear. Trocar o nome e a ex-
tensão do item. Se houver outro Renomear o item. Se o
item com o mesmo nome no mes- nome já existe em outro
mo local, um sufixo numérico será Duplo clique pausado item, será sugerido nu-
F2
adicionado para diferenciar os merar o item renomeado
itens. Não é permitido renomear com um sufixo.
um item que esteja aberto na me-
mória do computador. Arrastar com botão princi-
pal pressionado e soltar na O item será movido
mesma unidade de disco
É importante saber que a manipulação de arqui-
vos e pastas é o tema mais questionado em provas Arrastar com botão
da Fundação VUNESP, com destaque para as teclas principal pressionado e
O item será copiado
de atalhos dos recursos (como F2 para Renomear) e soltar em outra unidade
ações envolvendo a Lixeira. de disco
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Uma das extensões menos conhecidas e mais ques-
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For-
Adobe Acrobat. Pode ser cria- mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão
do e editado pelos aplicativos de documento de texto com alguma formatação para
Office. Formato de documento múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta
PDF
portável (Portable Document pelos programas editores de textos, como o Microsoft
Format) que poderá ser visua- Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
lizado em várias plataformas. Windows WordPad.
Documento de textos do Micro- Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
(atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
soft Word. Textos com forma-
DOCX ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
tação que podem ser editados
será visualizado e editado por outro programa de
pelo LibreOffice Writer.
354 escolha do usuário.
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenados no Registro do Windows. O
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de
ajustes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exi-
bida a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
a comunicação sem fio do aparelho – que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
demais tipos de uso da rede sem fio.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa-
ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.
Importante!
Um dos temas mais questionado em provas anteriores são os modos de exibição do Windows. Se tem um
computador com Windows 10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos. Prati-
car a disciplina no computador, ajuda na memorização dos recursos.
1. Barra de menus
INFORMÁTICA
6. Barra de Rolagem
Windows Update,
Windows Update for Fornecimento do Windows
A tabela a seguir procura resumir os recursos e Business, Current como um serviço, para manter
novidades do Windows 10. Confira. Branch for Business e o Windows atualizado
Long Term Servicing Windows as a Service – WaaS
Branch
WINDOWS 10 O QUE
Intregração com
Explorador de Gerenciamento de arquivos e Aplicativos Fotos aprimorado
Windows Phone
Arquivos pastas do computador.
O modo tablet deixa o Windo-
Referência ao local no geren- ws mais fácil e intuitivo de usar
ciador de arquivos e pastas Modo tablet
Este Computador com touch em dispositivos tipo
para unidades de discos e pas- conversíveis.
tas Favoritas.
Email, Calendário,
Ferramenta de sistema para Notícias, entre ou- Executar aplicativos Metro
Desfragmentar e organizar os arquivos e pastas tros – também foram (Windows 8 e 8.1) em janelas
Otimizar Unidades do computador, melhorando o melhorados.
tempo de leitura dos dados.
Compartilhar sua rede Wi-Fi com
Win+S Pesquisar Compartilhar Wi-Fi
os amigos sem revelar a senha
Pressionar DEL em um item Sincronizar dados entre seu PC
Envia imediatamente Complemento
selecionado. e smartphone ou tablete, seja
para Telefone
Permite configurar software e iOs ou Android.
Configurações
hardware do computador. Configurações
Analisar o espaço de armaze-
Home, Pro, > Sistema >
Edições do Windows namento em seu PC
Enterprise, Education. Armazenamento
O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma forma-
tação, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com recursos simplificados.
358
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows z Um modelo4 de documento é um arquivo que pode
para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF. ser usado para criar novos arquivos a partir de
uma formatação pré-estabelecida. A extensão é
DOTX.
z Um modelo de documento habilitado para macros
contém além da formatação básica para criação de
outros documentos, comandos programados para
automatização de tarefas. A extensão é DOTM.
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft
Excel 2010 possuem a extensão XLSX.
z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos-
suem a extensão XLSM.
A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a
de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte extensão XLTX.
de alguma tela em exibição. z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas
para macros possuem a extensão XLTM.
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma
planilha que não foi salva, que pode ser recupera-
da pelo usuário, possui a extensão XLSB. (binário)
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated
Values) contém textos separados por vírgula, que
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
dos em mala direta do Word, incorporados a um
banco de dados, etc.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick z Um arquivo com a extensão. contact é um contato,
Notes ) é um aplicativo do Windows 10, que permite a
que pode ser usado no Outlook 2016
inserção de pequenas notas de texto na área de traba-
lho do Windows, como recados do tipo Post-It. z Arquivos compactados com extensão ZIP podem
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft armazenar outros arquivos e pastas.
Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um z Os arquivos compactados podem ser criados
endereço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta
voo, as informações serão mostradas sobre a partida. Compactada.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, rece-
visualização de vídeos, assim como o “Windows bem a extensão HTML e uma pasta será criada
Media Player”. para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.).
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para z O conteúdo de arquivos do Office pode ser trans-
digitar comandos em um terminal de comandos. ferido para outros arquivos do próprio Office atra-
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão vés da Área de Transferência do Windows.
do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans-
como o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google ferido para outros arquivos do Windows, mas a
Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
formatação poderá ser perdida.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é
o recurso do Windows para manter ele sempre atua-
lizado. Está em Configurações (atalho de teclado Win-
dows+I), Atualização e segurança.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Um usuário de um computador com
Windows e o MS-Office deseja elaborar um relatório
no MS-Word, utilizando informações extraídas de uma
planilha elaborada no MS-Excel. Uma das maneiras
de se realizar a transferência das informações para o
MS-Word é selecionando as informações desejadas
no MS-Excel e utilizando
No Windows, não podemos gravar dois arquivos Exibe a lista dos aplicativos em
Alt+Tab
com o mesmo nome e a mesma extensão na mesma execução
pasta. O arquivo de texto formulário tem a extensão Volta para a pasta anterior, que es-
.txt, e o arquivo de figura do Paint tem a extensão Backspace tava sendo exibida no Explorador de
.png. Portanto, poderá ser gravado sem problemas Arquivos.
360 na pasta. Resposta: Letra C.
ATALHO AÇÃO ATALHO AÇÃO
o Windows.
Apresentações
PPTX ODP
Win+I Configurações (Painel de Controle) de Slides
Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)
As extensões do Microsoft Office, para arquivos
Minimiza todas as janelas e mostra a editáveis, terminam em X, em referência ao conteúdo
Win+M área de trabalho, retornando como esta-
formatado com XML, que foi introduzido na versão
vam antes.
2007. As extensões do LibreOffice iniciam com OD, em
referência ao Open Document, do Open Office. 361
Microsoft Office Grande parte das questões de concursos públicos
procuram questionar as diferenças entre os aplica-
tivos. Questiona-se, por exemplo, a respeito de um
Office 2003 Office 2007 Office 365
recurso que é acionado com um atalho de teclado no
Microsoft Word, mas que no LibreOffice Writer tem
Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo um atalho de teclado diferente.
Microsoft Office eram identificados com extensões
de 3 letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões
de concursos ainda apresentam estas extensões nas
alternativas das questões. MICROSOFT WORD 2016
Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup
Language) foi implementado para oferecer portabili-
ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS,
dade aos documentos produzidos. As extensões dos
CABEÇALHOS, COLUNAS, CONTROLE DE QUEBRAS
arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras,
E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, INSERÇÃO DE
como DOCX, XLSX e PPTX.
OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE
Com o avanço dos recursos de computação na nuvem,
TEXTO
o Office foi disponibilizado na versão on-line, que poste-
riormente se chamou 365, e é a versão atual do pacote.
Os documentos produzidos com o editor de textos
Com um novo formato de licenciamento, com assinaturas
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
mensais e anuais, ao invés da venda de licenças de uso,
a instalação do Office 365 no computador disponibiliza a
z Documentos – arquivos DOCX criados pelo Microsoft
última versão do pacote para escritórios.
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
Do ponto de vista prático, qual versão do Microsoft
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha-
Office usar ou estudar?
dos com outros usuários para edição colaborativa.
Para bancas CESPE/Cebraspe e Instituto Quadrix,
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX, con-
você deve ter a última versão disponível. Elas ques- tém formatações que serão aplicadas aos novos
tionam as novidades das últimas versões disponíveis. documentos criados a partir dele. O modelo é usa-
Já outras bancas organizadoras, a versão é indiferen- do para a padronização de documentos.
te. O mais importante será o conceito envolvido e sua z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM
aplicação na formatação de arquivos. (Document Template Macros – modelo de docu-
mento com macros). As macros são códigos desen-
LibreOffice volvidos em Visual Basic for Applications (VBA)
para a automatização de tarefas.
z Páginas – unidades de organização do texto, segun-
Open Office BrOffice LibreOffice do a orientação, o tamanho do papel e margens. As
principais definições estão na guia Layout, mas tam-
bém encontrará algumas definições na guia Design.
O pacote Star Office, deu origem ao Open Offi-
z Seção – divisão de formatação do documento,
ce, com código aberto, livre e gratuito. O formato de
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre
arquivo (ODF – Open Document Format) é usado para
os arquivos produzidos, como ODT (Text – documen- que forem usadas configurações diferentes, como
to de texto), ODS (Sheet – planilha de cálculos) e ODP margens, colunas, tamanho da página, orientação,
(Presentation – apresentação de slides). cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,
O projeto BrOffice.org desenvolveu e ofereceu o as seções serão usadas.
pacote com recursos especificamente úteis para os z Parágrafos – formado por palavras e marcas de
brasileiros. É comum ver esta informação no conteúdo formatação. Finalizado com Enter, contém forma-
programático dos editais de concursos (BrOffice.org), tação independente do parágrafo anterior e do
além das questões que já foram aplicadas pelas bancas. parágrafo seguinte.
O LibreOffice é o pacote atual, disponível para z Linhas – sequência de palavras que pode ser um
download e instalação em diversas plataformas. Está parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
na versão 7 (dezembro/2020), e possui recursos seme- finalizado com Quebra de Linha, a configuração
lhantes às versões anteriores, com uma interface atual permanece na próxima linha.
redesenhada (clean), seguindo a tendência minimalis- z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
ta de outras aplicações (site Google, ícones do Micro- caracteres de formatação, etc.
soft Office, ícones de app’s no smartphone, etc).
Do ponto de vista prático, qual versão do LibreOffi- Os arquivos produzidos nas versões anteriores do
ce usar ou estudar? Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
Para concursos das bancas CESPE/Cebraspe e Ins- vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
tituto Quadrix, você deverá ter a última versão dis- tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
ponível. No site do LibreOffice você poderá fazer o todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
download gratuito. Ao passo que para outras bancas como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
organizadoras é recomendável verificar se o edital Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão
pede uma versão específica (como LibreOffice 5) ou ser editados pelas versões antigas do Office, desde que
se pede várias versões (LibreOffice 5 ou superior). Se instale um pacote de compatibilidade, disponível para
for uma versão específica, serão questionados ícones download no site da Microsoft.
e atalhos de teclado apenas dela. Se for uma versão Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
específica com o “ou superior” complementando, podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
então serão questionados os recursos válidos para Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
todas as versões, e você poderá usar a última versão PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
362 disponível para estudos. se um documento do Word.
O Microsoft Word pode gravar o documento no for- A Faixa de Opções contém guias, que organizam os
mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar ícones em grupos.
documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Word: GUIA GRUPO ITEM ÍCONE
Formas
Importante!
A banca organizadora de concursos CESPE/Cebras-
INFORMÁTICA
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e sub-
linhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as palavras),
subscrito
(como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independente,
que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
INFORMÁTICA
- - Âncoras de objetos
TABELAS
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por células,
e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
366 matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como WORD EXCEL
Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células Atualizar os cam- Atualizar o
em várias outras), alinhamento do texto combinando F9 pos de uma mala resultado das
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direta. fórmulas.
direita) com verticais (topo, meio e base). F11 - Inserir gráfico.
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramen-
tas para manipulação dos textos organizados em tabelas. Finaliza a entrada
O usuário poderá organizar as células nas linhas e Quebra de página na célula e man-
Ctrl+Enter
colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), manual. tém o cursor na
célula atual.
visualizar as linhas de grade, ocultar as linhas de gra-
de, entre outras opções. Quebra de linha
Alt+Enter Repetir digitação.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos manual.
a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no
início da tabela da próxima página, a mesma linha de Finaliza a entrada
na célula e posi-
cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior. Quebra de linha
Shift+Enter ciona o cursor na
As tabelas do Word possuem algumas características manual.
célula acima da
que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes atual, se houver.
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digi-
tando em uma célula, ocorrerá mudança automática Alternar entre
de linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o Shift+F3 maiúsculas e Inserir função.
conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará minúsculas.
alterar as configurações na planilha ou a largura da
coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças ÍNDICES, SUMÁRIO, NOTAS DE RODAPÉ, NOTAS DE
do Word para o Excel. FIM, CITAÇÕES E BIBLIOGRAFIA, LEGENDAS
Mesclar e Centralizar
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
Mesclar através
nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
a criação de uma agenda de compromissos, passan- Mesclar Células
G H
do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de Desfazer Mesclagem de Células
pagamento, ao controle de estoque de produtos e base
de clientes. Diversas funções internas oferecem os E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje,
recursos necessários para a operação.
poderá juntar as informações das células.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar,
ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
disponível na guia Página Inicial:
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para
XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o z Mesclar e Centralizar – Une as células seleciona-
Office 2007, e permanece até hoje. das a uma célula maior e centraliza o conteúdo da
As planilhas de cálculos não são banco de dados. nova célula. Este recurso é usado para criar rótu-
Muitos usuários armazenam informações (dados) em los (títulos) que ocupam várias colunas.
uma planilha de cálculos como se fosse um banco de z Mesclar através – Mesclar cada linha das células
dados, porém o Microsoft Access é o software do paco- selecionadas em uma célula maior.
te Microsoft Office desenvolvido para esta tarefa. Um z Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecio-
banco de dados tem informações armazenadas em nadas em uma única célula, sem centralizar.
registros, separados em tabelas, conectados por rela- z Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedi-
cionamentos, para a realização de consultas. mento realizado para a união de células.
Moeda
R$4,00 O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o
valor da célula com um separador de milhar. Este
Contábil comando alterará o formato da célula para Contábil
R$4,00 sem um símbolo de moeda.
Data Abreviada
04/01/1900 FORMATO
CONTÁBIL SEPARADOR
Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
VALOR CONTÁBIL DE MILHARES
R$4,00 000
Hora
00:00:00
1500 R$1.500,00 1.500,00
Porcentagem
400,00% 16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00
1 Fração
1 R$1,00 1,00
2 4
Científico 400 R$400,00 400,00
102 4,00E+00
Texto
27568 R$27.568,00 27.568,00
ab 4
ß,0 ,00
As informações existentes nas células poderão Os ícones ,00 à,0 são usados para Aumentar casas
ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo
exemplo, na verdade é um número formatado como mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais
data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre (Mostrar valores menos precisos exibindo menos
datas. casas decimais).
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor abso-
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o sím- decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
bolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o ali- Quando um número na casa decimal possui valor
nhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal. do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas
decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da
Moeda função ARRED, para arredondar.
R$4,00
Simbologia específica
Faz a soma de
+ (mais) Adição = 18 + 2
18 e 2
Contábil
Subtrai 5 do valor
R$4,00 - (menos) Subtração = 20 – 5
20
369
OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS Princípios dos operadores relacionais
a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando, não mudará.
Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1
E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
Faz a soma de 15 e 3.
= 15 + 3
Início de fórmula, fun- Compara o valor de A1 com 5, e caso seja
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
ção ou comparação. verdadeiro, mostra 10, caso seja falso,
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
mostra 11.
371
SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de
digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de
cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário poderá ver setas na
planilha indicando a relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
células selecionadas e exibe o valor médio encontrado. célula A1 não é 10”)
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples valor não é negativo”)
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo- =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma não é positivo”)
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
vazias não entram no cálculo da média. É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
z MED(valores) : informa a mediana de uma série vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
de valores.
=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência
negativo”;”Valor é positivo”))
de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados
e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os
INFORMÁTICA
valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5. Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
Se temos uma sequência de valores com quantida- exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
de par, a mediana será a média dos valores que estão igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2). é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
selecionadas. usado somente no início da digitação da célula. 373
As funções CONT são usadas para informar a quanti- z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
dade de células, que atendem às condições especificadas. células2; teste2)
Verifica as células que atendem aos testes e soma
- CONT.NÚM - para contar quantas células possuem as células correspondentes.
números. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão mesmos.
preenchidas.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
estão preenchidas. calcular a média)
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
uma condição específica. a média das células correspondentes.
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a Os intervalos de teste e de média podem ser os
várias condições simultaneamente. mesmos.
z CONT.SE(células;condição): Esta função conta quan- A função PROCV é um membro das funções de pes-
tas vezes aparece um determinado valor (número ou quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que Use a função tirar ou a função arrumar para
indicar qual é o critério a ser contado) remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
z MULT(número;número;número; ... )
Multiplica os números informados nos argumentos.
z Os gráficos de Linhas representam valores com
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
FUNÇÕES LÓGICAS
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
Retorna VERDADEIRO se da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
E (Função E) todos os seus argumentos 100% Empilhada com Marcadores, e 3D.
forem VERDADEIROS
Retorna VERDADEIRO se
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO
funções, e quando aparecem, são as básicas e z Os gráficos de Área representam dados de forma seme-
intermediárias. lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Gráficos Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.
376
Classificação de dados
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
A classificação de dados é uma parte importante Se você tiver formatado ma-
da análise de dados. nual ou condicionalmente um
Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), intervalo de células ou uma
números (dos menores para os maiores ou dos maiores coluna de tabela, por cor de
Classificar por cor
célula ou cor de fonte, poderá
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a de célula, cor de
classificar por essas cores.
mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma fonte ou ícones
Também será possível classifi-
ou mais colunas. Você também poderá classificar por car por um conjunto de ícones
uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) criados ao aplicar uma forma-
ou por formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte tação condicional.
ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de
Você pode usar uma lista per-
classificação é identificada por coluna, mas você tam- sonalizada para classificar em
bém poderá identificar por linhas. uma ordem definida pelo usuá-
Classificar por uma
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, rio. Por exemplo, uma coluna
lista personalizada
a classificação poderá ser de texto, números, datas ou pode conter valores pelos
horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por quais você deseja classificar,
como Alta, Média e Baixa.
uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu-
na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais. Na caixa de diálogo Opções
de Classificação, em Orienta-
Classificar linhas ção, clique em Classificar da
esquerda para a direita e, em
seguida, clique em OK.
CORREIO ELETRÔNICO
Dica
Apesar de existirem diversas opções para com- Receber – POP3 Receber IMAP4
posição, envio e recebimento de mensagens ele-
trônicas, as bancas preferem as questões sobre
o cliente de e-mail Microsoft Outlook, integrante
Usuário
do pacote Microsoft Office. Usuário
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO Remetente Destinatário
Cliente
Webmail
Protocolo SMTP para enviar mensa-
gens e POP3 para receber. As men- Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
Cliente de
sagens são transferidas do servidor (cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
E-mail
para o cliente e são apagadas da (Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
caixa de mensagens remota. e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
378 os e-mails recebidos.
� O cliente de e-mail (se usar IMAP4) copia as mensa-
EXERCÍCIOS COMENTADOS gens que estão no servidor de e-mail para o computador
local, mas mantém as mensagens originais no servidor.
1. (VUNESP – 2020) Um usuário enviou um e-mail por � O webmail (usando IMAP4) acessa as mensagens
meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração padrão, no servidor usando um navegador de Internet, mas
cujos campos estavam como mostrados a seguir. não remove estas mensagens.
� O webmail não necessita de nenhum aplicativo
De: usuario@avare.gov.br específico (cliente de e-mail), bastando apenas um
Para: superior@avare.gov.br navegador de Internet (Internet Explorer, Mozilla
Cc: novo@avare.gov.br Firefox, Google Chrome, Opera, Apple Safari, entre
Cco: protocolo@avare.gov.br outros).
Assunto: cadastrar estagiario@avare.gov.br � Na transferência IMAP4 operando via navegador
web pelo protocolo HTTP, acontece a sobreposição
Considerando que a mensagem foi enviada e recebida dos protocolos, porque todos são da camada 7 do
com sucesso, de acordo com os campos mostrados, a modelo OSI. Resposta: Letra B.
quantidade de contas de e-mail que receberam a men-
sagem foi: 3. (VUNESP – 2019) Um atendente deseja enviar, por
meio do MS-Outlook 2010, em sua configuração
padrão, um e-mail contendo um relatório escrito no
a) 1
MS-Word 2010.
b) 2
O relatório deverá ser inserido no e-mail por meio do
c) 3
recurso de
d) 4
e) 5
a) anexo.
b) Cco.
O correio eletrônico permite a troca de mensagens e c) Agenda.
arquivos entre os usuários cadastrados. d) Cc.
Os campos do e-mail permitem identificar cada um e) Assinatura.
dos envolvidos na comunicação, além do título da
mensagem, conteúdo e anexos. Anexos são arquivos enviados com a mensagem de
O campo DE é para identificar o remetente da e-mail. Os campos CC e CCO são para endereçamen-
mensagem. to de destinatários do e-mail. O item Assinatura per-
O campo PARA identifica o destinatário principal da mite inserir um conteúdo no final da mensagem que
mensagem. estiver sendo redigida. Resposta: Letra A.
O campo CC identifica o destinatário com cópia da
mensagem. 4. (VUNESP – 2019) Observe a seguir os campos de um
O campo CCO é para o destinatário com cópia ocul- e-mail sendo preparado por meio do MS-Outlook 2010,
ta, que receberá a mensagem, mas não terá o seu em sua configuração padrão.
endereço exibido para os outros destinatários.
O campo ASSUNTO é usado para identificar o títu-
lo da mensagem, e caso um endereço seja inserido
nele, não será considerado como um destinatário da
mensagem (na questão, o estagiario@avare.gov.br)
A mensagem foi enviada para três destinatários.
Para: superior@avare.gov.br, Cc: novo@avare.gov.
br e Cco: protocolo@avare.gov.br. Resposta: Letra C. O usuário da conta6@ins.gov.br, ao receber o e-mail,
observa que ele também foi enviado para quantos
2. (VUNESP – 2019) Um usuário do serviço de correio outros destinatários?
eletrônico de uma empresa deseja que as mensagens
recebidas em sua conta sejam mantidas no servidor a) 7
mesmo depois de ter sido realizada a primeira leitu- b) 6
ra dessas mensagens. Para tanto, ele deverá confi- c) 5
gurar o programa de correio eletrônico para utilizar o d) 4
protocolo e) 3
Cada serviço de e-mail possui um limite para o mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
tamanho máximo dos anexos. Quando o usuário pre- verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
cisar transferir arquivos muito grandes, pode utili- taque do título.
zar algum serviço de armazenamento de dados na z Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
nuvem, como o Google Drive, o Microsoft OneDrive, ou navegador de Internet prepara a mensagem para
o WeTransfer (site para envio de arquivos com tama- ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
nho de até 2 GB). ção do e-mail.
Para enviar muitos arquivos como anexo, é possível z Ver código fonte da mensagem: As mensagens
compactar os arquivos em uma pasta compactada. A possuem um cabeçalho com informações técnicas
sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas. 381
z Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em Ao “Responder”, a resposta será enviada para o
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as remetente do e-mail.
próximas mensagens recebidas do mesmo reme- Ao “Encaminhar”, a resposta será enviada para
tente serão excluídas imediatamente ao serem outros destinatários, com os anexos.
armazenadas na Caixa de Entrada. Ao “Responder para todos”, a resposta será
z Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa- enviada para o remetente do e-mail e para outros
gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
destinatários visíveis do e-mail.
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente.
z Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o INTERNET: NAVEGAÇÃO INTERNET,
serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem
estar enviando links maliciosos que tentam captu- CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES,
rar dados dos usuários. BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS
z Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails
do destinatário envia uma confirmação de entre- Internet é a rede mundial de computadores que
ga, informando que a mensagem foi entregue na surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares,
Caixa de Entrada dele com sucesso. para proteger os sistemas de comunicação em caso de
z Confirmação de Leitura: O destinatário pode ataque nuclear, durante a Guerra Fria.
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
enviada para ele. dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que
procuravam proteger as informações secretas de
Dica ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
A Confirmação de Entrega e a Confirmação de Research Projects Agency, era um modelo de troca e
Leitura são opções do correio eletrônico que são compartilhamento de informações que permitisse a
muito usadas em ambientes corporativos, para descentralização das mesmas, sem um ‘nó central’,
oficializar a comunicação entre os usuários. garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
fosse desligado.
A confirmação de entrega é independente da con- A troca de mensagens começou antes da própria
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo- Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar a Internet como conhecemos e usamos.
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
forem marcadas, o remetente poderá receber duas cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
confirmações para a mensagem que enviou, sendo dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do comercial, permitindo o acesso de todos.
próprio destinatário.
Dica
382
CONCEITO USO COMENTÁRIOS Este tópico é muito prático, e nos concursos públi-
cos são questionados os termos usados nos diferentes
Intranet Conexão com Ambiente seguro que exige softwares, como ‘Histórico’, para nomear a lista de
autenticação identificação, podendo estar informações acessadas por um navegador de Internet.
restrito a um local, que poderá
acessar a Internet ou não. A
Intranet utiliza o mesmo proto-
colo da Internet, o TCP, podendo Importante!
usar o UDP também.
Ao navegar na Internet, comece a observar os
Extranet Conexão entre Conexão remota segura, prote- detalhes do seu navegador e as mensagens que
d i s p o s i t i v o s gida com criptografia, entre dois são exibidas. Estes são os itens questionados
ou redes dispositivos, ou duas redes. O em concursos públicos.
acesso remoto é geralmente su-
portado por uma VPN.
Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação
Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
mas também questionam Extranet. A conexão remota As informações armazenadas em servidores web
segura que conecta Intranet’s através de um ambiente são arquivos (recursos), identificados por um endere-
ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em
inseguro que é a Internet, é naturalmente um resulta-
um browser ou navegador de Internet.
do das redes de computadores.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet
utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Internet.
Internet, Intranet e Extranet
Confira a seguir, os principais navegadores de
Redes de Internet disponíveis no mercado.
computadores
z Navegadores de Internet ou browsers, para con- Opera Opera Navegador leve com pro-
teúdo em servidores web. teções extras contra ras-
z Softwares de correio eletrônico, para mensagens treamento e mineração
INFORMÁTICA
de moedas virtuais.
em servidores de e-mail.
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários.
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Micro- Na Internet, as informações (dados) são arma-
soft Bing, para encontrar informações na rede zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os
mundial. servidores são computadores, que utilizam pastas ou
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de What- diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao
sApp e Telegram, como no formato clássico do acessarmos uma informação na Internet, estamos
Facebook e Yahoo Grupos. 383
acessando um arquivo. Mas como é a identificação ‘Caminho’ indica as pastas no servidor, que é um
deste arquivo? Como acessamos estas informações? computador com muitos arquivos em pastas.
Através de um endereço URL. ‘Recurso’ é o nome do arquivo que está sendo
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que acessado.
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra- ‘?’ é para transferir um parâmetro de pesquisa,
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e usado especialmente em sites seguros.
possui a seguinte sintaxe: ‘#’ é para especificar qual é a localização da infor-
protocolo://máquina/caminho/recurso mação dentro do recurso acessado (marcas)
‘Protocolo’ é a especificação do padrão de comu-
Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
nicação que será usado na transferência de dados.
ail?path=/mail/inbox#open
Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – proto-
colo de transferência de hipertexto), ou https (Hyper esquema: https://
Text Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de domínio: outlook.live.com
transferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Pro- porta: 5012
tocolo – protocolo de transferência de arquivos), entre caminho: /owa/
outros. recurso: hotmail
‘://’ faz parte do endereço URL, para identificar que querystring: path=/mail/inbox
é um endereço na rede, e não um endereço local como fragmento: open
‘/’ no Linux ou ‘:\’ no Windows. Quando o usuário digita um endereço URL no seu
‘Máquina’ é o nome do servidor que armazena a navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
informação que desejamos acessar. servidor de nomes de domínios) será contactado para
‘Caminho’ são as pastas e diretórios onde o arqui- traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
vo está armazenado. mação será localizada e transferida para o navegador
‘Recurso’ é o nome do arquivo que desejamos que solicitou o recurso.
acessar.
Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas
características.
Cookies – arquivos de texto transferidos do servidor para o navegador, com informações sobre as preferências
do usuário. Eles não são vírus de computador, pois códigos maliciosos não podem infectar arquivos de texto sem
formatação.
Feeds RSS – quando o site oferece o recurso RSS, o navegador receberá atualizações para a página assinada
pelo usuário. O RSS é muito usado entre sites para troca de conteúdo.
Certificado digital – os navegadores podem utilizar chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, acei-
tam certificados digitais para validação de conexões e transferências com criptografia e segurança.
Corretor ortográfico – permite a correção dos textos digitados em campos de formulários, a partir de dicioná-
rios on-line disponibilizados pelos desenvolvedores dos navegadores.
Atalhos de teclado
z Para acessar a barra de endereços do navegador, pressione F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome é F6.
z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N.
z Para abrir uma nova janela anônima, pressione Ctrl+Shift+N. No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P.
z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4.
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T.
z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W.
z Para reabrir uma guia fechada, pressione Ctrl+Shift+T.
z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar Ctrl + = (igual)
z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar Ctrl + - (menos)
z Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero)
z Para acessar a página inicial do navegador – Alt+Home
z Para visualizar os downloads em andamento ou concluídos – Ctrl+J.
z Localizar um texto no conteúdo textual da página – Ctrl+F.
z Atualizar a página – F5
z Recarregar a página – Ctrl+F5
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm como finalidade apresentar os resultados de endereços
URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pesquisa da
atualidade. No passado, sites como Cadê, Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a acessibilidade das
informações existentes na Internet, indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
Os sites de pesquisas foram incorporados aos navegadores de Internet, e na configuração dos browsers temos
INFORMÁTICA
a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite a busca dos termos digitados diretamente na barra de endereços
do cliente web. Esta funcionalidade transforma a nossa barra de endereços em uma omnibox (caixa de pesquisa
inteligente), que preenche com os termos pesquisados anteriormente e oferece sugestões de termos para comple-
tar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como buscador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm o
Google Buscas como buscador padrão. As configurações podem ser personalizadas pelo usuário.
Os sites de pesquisas incorporam recursos para operações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens, notí-
cias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idioma
para outro, entre inúmeras funcionalidades. 385
Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acentuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras minúscu-
las, mesmo que sejam digitadas entre aspas.
E além de todas estas características, os sites de pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (símbolos)
para refinar os resultados e comandos para selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos concursos públicos,
estes são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais de concursos públicos, esta parte você consegue praticar, até
no seu smartphone. Comece a usar os símbolos e comandos nas suas pesquisas na Internet, e visualize os resul-
tados obtidos.
Aspas duplas Pesquisa exata, na mesma ordem que forem digitados os termos. “Nova Concursos”
Os comandos são seguidos de dois pontos e não possuem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respostas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing oferece
mecanismos similares.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assistentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) permi-
tem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
traduzir ... para ... Google Tradutor. traduzir maçã para japonês
Os resultados apresentados pelas pesquisas do site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura filtrar os
resultados com conteúdo adulto, evitando a sua exibição. Quando desativado, os resultados de conteúdo adulto
serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.bing.com, acesse o menu no canto superior direito e escolha
386 o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.google.com, acesse o menu Configurações no canto inferior direito
e escolha o item Configurações de Pesquisa.
Importante!
As bancas costumam questionar funcionalidades do Microsoft Bing que são idênticas às funcionalidades do
Google Buscas. Ao inserir o nome do navegador da Microsoft na questão, a banca procura desestabilizar o
candidato com a dúvida acerca do recurso questionado.
Um dos principais periféricos do computador é a impressora, que possui diferentes configurações de hardwa-
re e software.
É importante lembrar que, depois dos processadores, as impressoras são um dos itens de hardware mais ques-
tionados em provas de concursos.
Plotter Impressora para grandes dimensões. Impressão de plantas (AutoCAD), banners, outdoors.
z Impressora padrão – quando um sistema operacional possui diversas impressoras instaladas, a impressora
preferencial é conhecida como impressora padrão, e é a primeira na lista da caixa de diálogo Imprimir dos
aplicativos.
z Impressora compartilhada – quando uma impressora está instalada em um único local, e está compartilha-
da, poderá ser instalada nos demais computadores da rede de computadores. No Windows 7 aparecerá com
o símbolo de grupo (usuários). Nas outras versões de Windows, aparecerá com uma mão sobre o dispositivo
compartilhado. No Linux é com uma conexão BNC (cabo coaxial) abaixo do ícone. Opcionalmente, ela será ins-
talada no servidor da rede de computadores, e acessada por todos os computadores daquela rede diretamente.
z Impressora local – Impressora que está conectada e instalada em um computador, que poderá ser comparti-
lhada em rede caso seja configurada. A conexão poderá ser LPT (paralela), COM (serial), USB (atual e popular),
Wi-Fi (sem fio), Bluetooth (curto alcance).
z Impressora de rede – impressora com conexão RJ-45 ou Wi-Fi que pode ser conectada diretamente ao hub ou
switch da rede, sendo compartilhada entre todos os computadores daquela rede.
z Impressora remota – É a impressora de rede que não está instalada localmente.
INFORMÁTICA
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) As impressoras matriciais podem ser utilizadas para impressão em formulários contínuos
com duas vias, sendo a impressão composta por uma ou mais linhas verticais com agulhas.
MÍDIAS
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
O Wikipedia é um site para publicação de conhe- Usuários colaboradores e voluntários que contribuem
cimento no formato colaborativo. com novos conteúdos e revisões.
Saiba: Redes sociais é um tópico pouco questionado em concursos públicos, devido às atualizações que elas
oferecem quase diariamente em seus recursos e operação de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje com as
regras e recursos do Facebook do ano passado, poderá ver a quantidade de funcionalidades que foram alteradas.
Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web. Ou ainda servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso à distância a computadores será realizado utilizando o paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor que fornecerá o acesso ou arquivos e outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.
INFORMÁTICA
Protocolo seguro
O acesso à distância a computadores deverá ser realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private Net-
work), que implementa protocolos seguros na conexão, evitando monitoramento dos dados por terceiros. 389
Intranet
Protocolo seguro Extranet Intranet Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML,
Conexão
segura
etc.
Protocolo mais utilizado para navegação segura,
Conexão
segura tanto na Internet como na Intranet.
Matriz Internet Filial As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
suem comandos adicionais (scripts) que complemen-
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os tam a exibição de conteúdo específico.
que definem a Extranet. Utiliza criptografia, acionando camadas adicionais
Extranet é uma conexão segura entre ambientes
como SSL e TLS na conexão.
seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura.
A troca de dados entre o cliente e o servidor será rea-
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro
lizada por protocolos de transferência. Todas as redes de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.
Compactador
Softwares que rea- de arquivos, As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados
lizam uma tarefa Desfragmenta- com áudio, vídeo e metadados.
Utilitários
para a qual fora dor de Discos, Os metadados são usados para diferentes funções,
projetado. Gerenciadores como identificação da fonte, dados sobre duração da
de Arquivos. transmissão, verificação da qualidade, etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode
Vírus de com-
Software malicioso, putador, worms, baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os
que realiza ações cavalo de Troia, metadados do MP3 para exibir as informações edita-
Malware que comprometem spywares, das sobre autor, disco, nome da música, etc.
a segurança da phishing, phar- Os fluxos de dados devem ser analisados na forma
informação. ming, ransom- de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar
ware, etc. a qualidade e quantidade de dados trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo
e áudio transferidos de um servidor remoto para o
Os softwares que reproduzem conteúdo multimí-
dispositivo local. Popularizado pelo serviço Netflix
dia, como o Windows Media Player e o Groove Music
(além de opções de terceiros como o VNC Player), de filmes e séries, o formato stream fragmenta o con-
reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimí- teúdo em pacotes de dados para serem enviados pelo
dia a partir da extensão dele. canal com protocolos TCP. Estes pacotes de dados são
os contêineres.
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
Importante!
Os navegadores possuem mais recursos em
Internet
comum do que diferenças. As bancas costumam
Cliente
perguntar os itens que são diferentes ou exclusivos.
Dados únicos
13. (VUNESP – 2018) No armazenamento de arquivos a) pressionar a tecla do logotipo do Windows + P, que pro-
digitais, como ofícios digitalizados no MS-Word ou vocará a exibição de todos os programas disponíveis.
planilhas do MS-Excel, é importante fazer cópias de b) digitar o nome do programa ou aplicativo na Caixa de
segurança. Esse procedimento é conhecido como: Pesquisa na Barra de Tarefas.
c) selecionar o ícone Programas e Aplicativos na Barra
a) fragmentação do disco. de Tarefas, que exibe todos os programas ou aplicati-
b) clonar o arquivo. vos instalados.
d) digitar o nome do programa ou aplicativo na Barra de
c) raquear o arquivo.
Pesquisa do Edge.
d) backup do arquivo.
e) selecionar o ícone Busca de Programas no Painel de
e) sincronização de arquivo.
Controle e digitar o nome do programa ou aplicativo.
14. (VUNESP – 2019) No MS-PowerPoint 2016, em por-
19. (VUNESP – 2018) O sistema gerenciador de bancos
tuguês e em sua configuração padrão, a função de dados MS-Access 2010 possui um aplicativo
principal do Slide Mestre é denominado “Analisar desempenho”, que serve para
a análise de tabelas e consultas, por exemplo.
a) controlar a aparência de todos os slides da apresenta- Considerando a configuração padrão do gerenciador,
ção, como cores, fontes e segundo plano. esse aplicativo pode ser acessado por meio da aba
b) controlar os comentários inseridos na apresentação.
c) determinar um tempo máximo para a duração da a) Página Inicial.
apresentação. b) Design.
d) especificar a aparência do primeiro slide, enquanto os c) Criar.
demais slides, denominados “escravos”, possuem for- d) Ferramentas de Banco de Dados.
matação livre. e) Dados Externos.
e) personalizar a aparência da apresentação, quando
impressa. 20. (VUNESP – 2017) No MS-Windows 7, em sua con-
figuração padrão, pode -se alternar entre a janela
15. (VUNESP – 2018) Os pen drives utilizados em com- ou os programas que estejam abertos, por meio do
INFORMÁTICA
1 E
2 B
3 A
4 B
5 B
6 A
7 C
8 A
9 E
10 D
11 D
12 E
13 D
14 A
15 D
16 B
17 E
18 B
19 D
20 A
ANOTAÇÕES
396
z Na linguagem natural:
Se estudar, então vai passar.
z Na linguagem simbólica:
p → q
RACIOCÍNIO LÓGICO
Bicondicional (conectivo “Se e somente se”)
Representação simbólica:
Exemplo:
ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICAS DE
ARGUMENTAÇÃO z Na linguagem natural:
Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
ESTRUTURA LÓGICA dinheiro.
Exemplo:
3. (ESPE-CEBRASPE – 2018) Considere as seguintes pro-
posições: P: O paciente receberá alta; Q: O paciente
z Na linguagem natural:
receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
Tendo como referência essas proposições, julgue o
item a seguir, considerando que a notação ~S significa
z Na linguagem simbólica:
a negação da proposição S.
p ⊻ q
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se
o paciente receber alta, então ele não receberá medi-
Condicional (conectivo “Se então”)
cação ou não receberá visitas.
Representação simbólica: →
Exemplo: ( ) CERTO ( ) ERRADO 397
P: O paciente receberá alta; Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
~P: O paciente não receberá alta; exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
Q: O paciente receberá medicação; que “Nenhum A é B” significa que A e B não tem ele-
R: O paciente receberá visitas. mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: tação com diagrama:
Se o paciente NÃO receber alta, então ele receberá
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado.
A B
DIAGRAMAS LÓGICOS
Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos
Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas, Quando “Nenhum A é B” é verdadeira, os valores
que são elementos que especificam a extensão da vali- lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
dade de um predicado sobre um conjunto de constan- tando o diagrama, serão os seguintes:
tes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões
que indicam que houve quantificação. São exemplos Todo A é B – É falsa.
de quantificadores as expressões: existe, algum, todo,
Algum A é B – É falsa.
pelo menos um, nenhum.
Algum A não é B – é verdadeira.
Esses quantificadores podem ser classificados em
dois tipos:
Quantificador Particular (Afirmativo): “Algum” / “Pelo
Menos um” / “Existe”
z Quantificador Universal
z Quantificador Existencial (particulares)
Exemplo:
Universais temos TODO e NENHUM, já os particula- Algum A é B.
res temos pelo menos um, existe um e o algum. Algum homem joga bola.
Agora, vamos estudar a representação de cada um Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
dos quantificadores através dos diagramas lógicos. exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que “Algum A é B” significa que o conjunto A tem pelo
Quantificador Universal “Todo” (afirmativo) menos um elemento em comum com o conjunto B, ou
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode-
Exemplo: mos fazer quatro representações com diagramas:
Todo A é B. A B
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há z 6ª Regra – De duas premissas afirmativas não se
contato de alguns elementos de A com B pode tirar uma conclusão negativa. Exemplo:
z 1ª Regra – O silogismo tem três termos: o maior, o z 8ª Regra – De duas premissas particulares, nada se
menor e o médio. Exemplo: pode concluir. Exemplo:
Veja que “margaridas” e “Margaridas” é termo Pelo menos, uma premissa tem de ser universal,
equívoco. Não respeitamos esta regra, porque este para que possa existir ligação entre o termo médio e
silogismo tem 4 termos. O termo “margaridas” está os outros termos e ser possível extrair uma conclusão.
empregue em 2 sentidos, valendo por 2 termos. Esquematizando!
Os espanhóis são inteligentes. (Predicado não z De duas premissas nega- z Todo silogismo contém
distribuído) tivas, nada se conclui somente três termos:
Os portugueses não são espanhóis. z De duas premissas afir- maior, médio e menor
Logo, os portugueses não são inteligentes. mativas não pode haver z Os termos da conclusão
conclusão negativa não podem ter extensão
z A conclusão segue sem- maior que os termos
Menor extensão na conclusão do que nas premissas.
pre a premissa mais fraca das premissas
z De duas premissas parti- z O termo médio não pode
z 3ª Regra – O termo médio nunca pode estar na culares, nada se conclui entrar na conclusão
conclusão. Exemplo: z O termo médio deve
ser universal ao menos
Toda planta é ser vivo. uma vez
Todo animal é ser vivo.
Todo ser vivo é animal ou planta.
Vamos analisar:
� Ângela: Eu sou a mais velha;
EXERCÍCIOS COMENTADOS � Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais
jovem;
1. (FCC – 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três � Carol: Eu não sou a mais jovem;
irmãos gêmeos, estavam brincando na casa de seu � Denise: Eu sou a mais jovem.
Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois
tio quando um deles quebrou seu vaso de estimação.
se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem
Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a cada um deles
e automaticamente a Denise estará mentindo tam-
quem havia quebrado o vaso. Leia as respostas de
bém. E se a Denise estiver mentindo e não for a mais
cada um.
jovem, teremos um cenário em que todas as meni-
nas afirmam, de uma forma ou de outra, que não
Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!”
são as mais jovens, e pelo menos uma delas tem que
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!”
ser a mais jovem.
Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” Como o enunciado diz que apenas uma delas está
mentindo, podemos pensar que se Bruna estivesse
Sabendo que somente um dos três falou a verdade, mentindo, ela seria a mais velha e a mais jovem ao
conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que mesmo tempo, o que é logicamente impossível em
disse a verdade são, respectivamente, um grupo de 4 meninas.
Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a
a) Huguinho e Luizinho. Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais
b) Huguinho e Zezinho. jovem. Resposta: Letra D.
c) Zezinho e Huguinho.
d) Luizinho e Zezinho. 3. (VUNESP – 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e
e) Luizinho e Huguinho. Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de
uma pessoa. Na delegacia:
Para esse tipo de questão devemos buscar as infor-
mações contraditórias, pois numa contradição z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
haverá uma “verdade e mentira”. z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos z Rogério disse que tinha sido Paulo;
três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor- z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor;
RACIOCÍNIO LÓGICO
São cinco amigos, e apenas um mente (4 verdadei- A primeira pergunta que podemos fazer para
ros e 1 mentiroso). Analisando as “falas” dos 5 ami- achar a lei de formação é: os números estão aumen-
gos, já foi possível identificar a contradição. Repare tando ou diminuindo?
o que diz Dionésio e Ercílio:
II. Foi o Cleocimar ou o Belarmino, disse Dionésio; Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
IV. O Dionésio está mentindo, disse Ercílio;
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Logo, podemos afirmar que todas os outros dizem
Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8,.. Do
a verdade:
primeiro termo para o segundo, somamos o número
I. Não fui eu nem o Cleocimar, disse Arnaldo;
dois e depois repetimos isso.
III. Foi o Ercílio, disse Cleocimar;
V. Foi o Ercílio ou o Arnaldo, disse Belarmino.
2+2=4
Aqui já achamos a nossa reposta, pois Cleocimar fala
4+2=6
a verdade e disse que foi o Ercílio. Resposta: Letra E.
6+2=8
5. (FCC – 2017) Cássio, Ernesto, Geraldo, Álvaro e Jair
Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
são suspeitos de um crime. A polícia sabe que apenas
pois 8+2 = 10.
um deles cometeu o crime. No interrogatório, os sus-
Caso os números estejam diminuindo, você pode
peitos deram as seguintes declarações:
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
entre os termos.
Cássio: Jair é o culpado do crime.
Agora, observe esta outra sequência:
Ernesto: Geraldo é o culpado do crime.
Geraldo: Foi Cássio quem cometeu o crime.
Álvaro: Ernesto não cometeu o crime. 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
Jair: Eu não cometi o crime.
Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem
Sabe-se que o culpado do crime disse a verdade na a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo per-
sua declaração. Dentre os outros quatro suspeitos, cebido que o 9 não está na sequência. A nossa tendên-
exatamente três mentiram na declaração. Sendo cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
assim, o único inocente que declarou a verdade foi 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encon-
trado deve ser capaz de explicar TODA a sequência!
a) Cássio. Neste caso, estamos diante dos números primos! Sim,
b) Ernesto. aqueles números que só podem ser divididos por eles
c) Geraldo. mesmos ou então pelo número 1. No caso, o próximo
d) Álvaro. seria o 17 e não o 15. A propósito, os próximos núme-
402 e) Jair. ros primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS a10 = 19
É bem comum aparecem questões que envolvem Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
te exemplo: podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
posição 200 é:
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
an = a1 + (n-1)r
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos a200 = 1 + (200-1)2
dizer que temos uma sequência que, de um número a200 = 1 + 2x199
para outro, devemos somar 2 unidades e também a200 = 1 + 198
podemos notar que temos uma sequência que, de um
a200 = 199
número para o outro, basta somar 5 unidades. Elas
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,... Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PA
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
PROGRESSÃO ARITMÉTICA “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9, e assim suces- n # (a1 + an)
sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Progres- Sn =
2
são Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e
termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo pro- 7 # (1 + 13)
S7 =
gressões aritméticas, é importante você saber obter o 2
termo geral e a soma dos termos, conforme veremos
7 # 14
a seguir. S7 =
2
Termo geral da PA 98
S7 = = 49
2
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei-
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
outro termo. Temos a seguinte fórmula: PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente.
an = a1 + (n-1)r Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3
PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o decrescente.
“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1
a posição do termo na PA.
Usando o nosso exemplo anterior, vamos desco- PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
brir o termo de posição 10, tendo, como base, a pro- iguais.
gressão: {1,3,5,7,9,11, 13, ...} Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0.
é, a10;
z a razão da PA é 2, portanto r = 2; PA crescente: se r > 0;
z o termo inicial é 1, logo a1 = 1; PA decrescente: se r < 0;
z n, ou seja, a posição que queremos, é a de número PA constante: se r = 0.
10: n = 10
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o
Logo,
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé-
an = a1 + (n-1)r tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja:
a10 = 1 + (10-1)2
a10 = 1 + 2x9 PA (a1, a2, a3) a2 = (a1 + a3)/2
a10 = 1 + 18 PA (2, 4, 6) 4 = (2+6)/2 4 = 4 403
a4= 346 + (4-1).r
EXERCÍCIOS COMENTADOS a4= 346 + 3r
a4= 346 + 3. (-24)
1. (IBFC – 2015) O total de múltiplos de 4 existentes a4 = 274. Resposta: Letra D.
entre os números 23 e 125 é:
3. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em cada item a seguir é
a) 25. apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
b) 26. assertiva a ser julgada, a respeito de modelos lineares,
c) 27. modelos periódicos e geometria dos sólidos.
d) 28. Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente,
e) 24. considerado apto na avaliação médica das condições
de saúde física e mental, foi convocado para o teste
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o últi- de aptidão física, em que uma das provas consiste em
mo é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma uma corrida de 2.000 metros em até 11 minutos. Como
PA de razão igual a 4. Então, temos as seguintes Manoel não é atleta profissional, ele planeja completar
informações: o percurso no tempo máximo exato, aumentando de
a1 = 24 uma quantidade constante, a cada minuto, a distância
an = 124 percorrida no minuto anterior.
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para Nesse caso, se Manoel, seguindo seu plano, correr 125
obter os múltiplos). metros no primeiro minuto e aumentar de 11 metros a
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos distância percorrida em cada minuto anterior, ele com-
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos): pletará o percurso no tempo regulamentar.
an = a1 + (n-1)r
124 = 24 + (n – 1)4 ( ) CERTO ( ) ERRADO
124 = 24 + 4n – 4
124 – 24 + 4 = 4n Veja que no primeiro minuto ele percorre 125
104 = 4n metros, no segundo 125 + 11 = 136 metros, no ter-
n = 26. Resposta: Letra B. ceiro 125 + 2×11 = 147 metros, e assim por diante.
Estamos diante de uma progressão aritmética (PA)
2. (FCC – 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em de termo inicial a1 = 125 e razão r = 11. O décimo
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá primeiro termo (correspondente ao 11º minuto) é:
em cada dia será diferente e formará uma progressão an= a1 + (n-1).r
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme- a11 = 125 + (11 – 1).11
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km. a11 = 125 + 110 = 235 metros
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô- A soma das distâncias percorridas nos 11 primeiros
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último minutos é dada pela fórmula da soma dos termos
dia de viagem será igual a da PA:
Termo geral da PG
EXERCÍCIOS COMENTADOS
A fórmula a seguir nos permite obter qualquer
termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do 1. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica repre-
primeiro termo (a1) e da razão (q): sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão
Geométrica crescente de razão igual a q, então, é COR-
an = a1 × qn-1 RETO afirmar que o valor de q é igual a:
a5 = 2 × 25-1
a5 = 2 × 24 Vamos substituir os valores que já temos na fórmu-
a5 = 2 × 16 la geral da PG para acharmos a razão:
a5 = 32 an = a1 × qn-1
a6 = a1 × q6-1
Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PG 192 = 6 × q5
192/6 = q5
A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
32 = q5
primeiros termos da progressão geométrica: 5
q= 32
n
a1 # (q - 1) q=2
Sn = Resposta: Letra A. 405
q-1
2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G. Vamos usar a fórmula da soma da PG:
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a: n
a1 # (q - 1)
Sn =
a) 324. q-1
b) 36. n
a1 # (3 - 1)
c) 108. 968 =
3-1
d) 216.
a1 # (243 - 1)
968 = 2
Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto
termo, devemos usar a fórmula do termo geral da 1936 = 242a1
PG. Veja: a1 = 1936 / 242
a4 = a2 × q4-2 a1 = 8
a4 = 12 × 32
a4 = 12 × 9 Resposta: Letra E.
a4 = 108
Resposta: letra C.
5. (VUNESP – 2019) Uma afirmação que corresponda 10. (VUNESP – 2018) Considere a afirmação “Marta não
à negação lógica a afirmação: “Todos os amigos atende ao público interno ou Jéssica cuida de pro-
foram embora e não sobrou o que comer”. cessos administrativos”.
Uma afirmação equivalente à afirmação apresentada é:
a) Se os amigos foram embora, então sobrou o que comer.
b) Todos os inimigos foram embora e há o que comer. a) se Jéssica não cuida de processos administrativos,
c) Pelo menos um amigo não foi embora ou sobrou o que então Marta atende ao público interno.
comer. b) se Marta atende ao público interno, então Jéssica não
d) Alguns amigos foram embora, e sobrou o que comer. cuida de processos administrativos.
e) Nenhum amigo foi embora e sobrou o que comer. c) se Marta não atende ao público interno, então Jéssica
cuida de processos administrativos.
6. (VUNESP – 2019) Considere a afirmação: ‘Se admi- d) se Marta não atende ao público interno, então Jéssica
nistro o remédio nos intervalos previstos e ofereço não cuida de processos administrativos.
nas quantidades corretas, então o paciente está e) se Marta atende ao público interno, então Jéssica cui-
bem cuidado.’ Uma afirmação logicamente equiva- da de processos administrativos.
lente a ela é
11. (VUNESP – 2017) Uma negação lógica para a afir-
a) Não administro o remédio nos intervalos previstos ou mação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
não ofereço nas quantidades corretas e o paciente
não está bem cuidado. a) João não é rico, ou Maria não é pobre.
b) Não administro o remédio nos intervalos previstos e b) Se João é rico, então Maria é pobre.
não ofereço nas quantidades corretas ou o paciente c) João não é rico, e Maria não é pobre.
não está bem cuidado. d) João é rico, e Maria não é pobre.
c) Se o paciente não está bem cuidado, então não admi- e) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
nistro o remédio nos intervalos previstos ou não ofere-
ço nas quantidades corretas. 12. (VUNESP – 2017) Uma afirmação equivalente para
d) Se o paciente está bem cuidado, então administro o “Se estou feliz, então passei no concurso” é:
remédio nos intervalos previstos e ofereço nas quanti-
dades corretas. a) Se não passei no concurso, então não estou feliz.
e) Administro o remédio nos intervalos previstos ou ofe- b) Não passei no concurso e não estou feliz.
reço nas quantidades corretas e o paciente está bem c) Estou feliz e passei no concurso.
cuidado. d) Passei no concurso e não estou feliz.
e) Se passei no concurso, então estou feliz.
7. (VUNESP – 2019) ‘Gosto de ouvir clássicos e amo
cantar forró ou troco isso por uma praia’. Uma afir- 13. (VUNESP – 2019) O irmão de Mário é administrador
mação que corresponda à uma negação lógica des- judiciário, mas o primo dele não. Sendo assim, é
sa afirmação é correto deduzir que
a) Não gosto de ouvir clássicos e amo cantar forró, e tro- a) Henrique é administrador judiciário e, portanto, não é
co isso por uma praia. primo de Mário.
b) Gosto de ouvir clássicos e não amo cantar forró, e tro- b) Se Sérgio é administrador judiciário, então ele é irmão
co isso por uma praia. de Mário.
c) Não gosto de ouvir clássicos e não amo cantar forró c) Mário não é irmão de Cláudio e, portanto, Cláudio não
ou não troco isso por uma praia. é administrador judiciário.
d) Não gosto de ouvir clássicos ou não amo cantar forró, d) Se Ronaldo não é primo de Mário, então ele não é
e não troco isso por uma praia. administrador judiciário.
e) Gosto de ouvir clássicos e amo cantar forró e não tro- e) Se Gilmar não é administrador judiciário, então ele é
co isso por uma praia. primo de Mário.
8. (VUNESP – 2018) Considere falsa a afirmação “Se 14. (VUNESP – 2019) Considere verdadeiras as seguin-
hoje estudo, então amanhã não trabalho.”
RACIOCÍNIO LÓGICO
tes informações:
Nesse caso, é necessariamente verdade que
I. Se Neusa é juíza, então Débora é advogada.
a) Hoje não estudo ou amanhã não trabalho. II. Se Edmilson é administrador judiciário, então Clarice é
b) Hoje não estudo e amanhã trabalho. delegada.
c) Hoje estudo e amanhã trabalho. III. Débora é advogada se, e somente se, Mauro for
d) Amanhã não trabalho. desembargador.
e) Se amanhã trabalho, então hoje não estudo. IV. Todo administrador judiciário é formado em Administração.
9. (VUNESP – 2018) Uma negação lógica para a afir- Sabendo-se que Mauro não é desembargador e que
mação “Se Patrícia não é engenheira, então Maurí- Edmilson não é formado em Administração, é correto
cio é empresário” está contida na alternativa: afirmar que: 407
a) Neusa não é juíza se, e somente se, Clarice não for 20. (VUNESP – 2017) “Existe um lugar em que não há
delegada. poluição” é uma negação lógica da afirmação:
b) Neusa não é juíza e Clarice não é delegada.
c) Clarice é delegada. a) Em alguns lugares, há poluição.
d) Clarice é delegada ou Neusa não é juíza. b) Em todo lugar, há poluição.
e) Neusa é juíza. c) Em alguns lugares, não há poluição.
d) Em todo lugar, não há poluição.
15. (VUNESP – 2019) Se Milton ou Tomas, apenas um e) Em alguns lugares, pode não haver poluição.
deles, é administrador judiciário, então Valéria é
policial. Sabendo-se que Valéria não é policial, con-
clui-se, corretamente, que
9 GABARITO
12 A
17. (VUNESP – 2018) Considere falsa a afirmação “Hélio
é bombeiro e Cláudia é comissária de bordo” e ver- 13 A
dadeira a afirmação “Se Hélio é bombeiro, então
Cláudia é comissária de bordo”. 14 D
Nessas condições, é necessariamente verdade que
15 B
a) Hélio é bombeiro ou Cláudia não é comissária de bordo. 16 E
b) Hélio é bombeiro.
c) Cláudia é comissária de bordo. 17 D
d) Hélio não é bombeiro. 18 E
e) Cláudia não é comissária de bordo.
19 B
18. (VUNESP – 2017) Se Débora é mãe de Hugo, então
Marcelo é baixo. Se Carlos não é filho de Débora, 20 B
então Neusa não é avó dele. Sabendo-se que Mar-
celo é alto ou que Neusa é avó de Carlos, conclui-se
corretamente que
ANOTAÇÕES
a) Débora não é mãe de Hugo, e Carlos é filho de Débora.
b) Hugo e Carlos não são irmãos.
c) Hugo e Carlos são irmãos.
d) Neusa é mãe de Débora.
e) Débora não é mãe de Hugo, ou Carlos é filho de Débora.