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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA -CET

CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA


DISCIPLINA: IMUNOLOGIA CLÍNICA
PROFESSORA: ESTER MIRANDA

DOENÇAS AUTOIMUNE

RICARDO OLIVEIRA DA SILVA

Teresina -PI
2020
RICARDO OLIVEIRA DA SILVA

DOENÇAS AUTOIMUNE

TRABALHO DESEMPENHADO, COMO REQUISITO

DE OBTENÇÃO DE NOTA DA DISCIPLINA DE

IMUNOLOGIA CLINICA, MINISTRADA PELA

PROFESSORA ESTER MIRANDA.

TERESINA – PI
2020
DOENÇAS AUTOIMUNES

Doenças autoimunes é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico


ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Ou seja, as células acabam
agindo contra o próprio organismo, o ataque dos anticorpos (células de defesa) a tecidos
originalmente saudáveis do corpo causa uma série de prejuízos à saúde. Em alguns
casos, eles destroem células necessárias ao bom funcionamento do organismo. Em
outras situações, causam um estado crônico de inflamação (BRITISH, 2016).
Uma doença autoimune ocorre por causa do mau funcionamento do sistema
imunológico, em que o sistema ataca, por engano, tecidos saudáveis do próprio corpo.
Geralmente são crônicas, não transmissíveis e podem ser controladas com tratamento .
Essas doenças não têm causas conhecidas e estima-se que são provocadas por fatores
externos, como predisposição genética e o uso de alguns medicamentos. Seus sintomas,
como fadiga, dores musculares e febre baixa, podem aparecer e desaparecer
continuamente, sem causa aparente (ARNSON, 2007).
De acordo com Winkelmann (2013) não se sabe porque algo desencadeia uma
reação ou doença autoimune em uma pessoa e não em outra. Entretanto, às vezes há
causas hereditárias. Algumas pessoas têm genes que as tornam um pouco mais
suscetíveis a desenvolver uma doença autoimune. Esta suscetibilidade ligeiramente
aumentada para desenvolver uma doença autoimune é herdada, e não a própria
doença. Nas pessoas propensas a apresentar uma doença autoimune, um fator
desencadeante, como uma infecção viral ou uma lesão tecidual, pode dar origem a
doenças.
Os sintomas variam segundo a doença e a parte do corpo afetada. Algumas
doenças autoimunes afetam determinados tipos de tecidos em todo o corpo, como os
vasos sanguíneos, a cartilagem ou a pele. Existem outras doenças autoimunes que
afetam um determinado órgão. Praticamente qualquer órgão, incluindo os rins, os
pulmões, o coração e o cérebro, pode ser afetado. A inflamação decorrente e a lesão
nos tecidos podem causar dor, deformações nas articulações, fraqueza, icterícia,
prurido, dificuldade respiratória, acúmulo de líquido (edema), delírio e até a morte
(FILHO,2018).
O diagnóstico das doenças autoimunes é normalmente feito através da
observação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa, que varia de acordo com a
doença, e por meio de exames imunológicos, moleculares e de imagem. Algumas
doenças autoimunes desaparecem inexplicavelmente da mesma forma como aparecem.
Entretanto, a maioria das doenças autoimunes é crônica, é frequentemente necessário
tomar fármacos durante toda a vida para controlar os sintomas, entre eles fármacos
que suprimem o sistema imunológico, incluindo corticosteroides, plasmaferese e
imunoglobulina intravenosa.

LUPÚS
Definição

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de


origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e
progressiva e variam com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos 2 tipos
principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele
(geralmente avermelhadas ou eritematosas e daí o nome lúpus eritematoso),
principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e nos
braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos
(SATO,2006).
Por ser uma doença do sistema imunológico, que é responsável pela produção de
anticorpos e organização dos mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a
pessoa tem LES ela pode ter diferentes tipos sintomas em vários locais do corpo.
Alguns sintomas são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e
desânimo.
Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação da
pleura, hipertensão e problemas nos rins (BEZERRA, 2004).

Epidemiologia

O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém as


mulheres são muito mais acometidas. Ocorre principalmente entre 20 e 45 anos, sendo
um pouco mais frequente em pessoas mestiças e nos afro-descendentes (Starfield,2002).
No Brasil, não dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que
existem cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Acredita-se
assim que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença. Desta forma, em uma
cidade como o Rio de Janeiro teríamos cerca de 4.000 pessoas com lúpus e em São
Paulo aproximadamente 6.000. Por essa razão, para os reumatologistas, o lúpus é uma
doença razoavelmente comum no seu dia-a-dia (Starfield,2002).

Mecanismo Imunológico

Embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-se que fatores genéticos,
hormonais e ambientais participam de seu desenvolvimento. Portanto, pessoas que
nascem com susceptibilidade genética para desenvolver a doença, em algum momento,
após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por
outros micro-organismos), passam a apresentar alterações imunológicas (BRITISH,
2016).
A principal delas é o desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com
proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele,
mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc.). Dessa forma, entendemos que o tipo
de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa tem
e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características
genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações clínicas
(sintomas) específicas e muito pessoais (BRITISH, 2016).

Diagnóstico e Sintomatologia

Os sintomas do LES são diversos e tipicamente variam em intensidade de acordo


com a fase de atividade ou remissão da doença. É muito comum que a pessoa apresente
manifestações gerais como cansaço, desânimo, febre baixa, emagrecimento e perda de
apetite. As manifestações podem ocorrer devido a inflamação na pele, articulações, rins,
nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio)
(MOK, 2013).
Outras manifestações podem ocorrer devido a diminuição das células do sangue
(glóbulos vermelhos e brancos), devido a anticorpos contra essas células. Esses
sintomas podem surgir isoladamente, ou em conjunto e podem ocorrer ao mesmo tempo
ou de forma sequencial. Crianças, adolescentes ou mesmo adultos podem apresentar
inchação dos gânglios (ínguas), que geralmente é acompanhada por febre e pode ser
confundida com os sintomas de infecções como a rubéola ou mononucleose (CUTOLO,
2007).
O diagnóstico é feito através do reconhecimento pelo médico de um ou mais dos
sintomas acima. Ao mesmo tempo, como algumas alterações nos exames de sangue e
urina são muito características, eles também são habitualmente utilizados para a
definição final do diagnóstico. Exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o
diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade
do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a
presença do exame chamado FAN (fator ou anticorpo antinuclear), principalmente com
títulos elevados, em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o
diagnóstico com muita certeza. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e
anti-DNA são muito específicos, mas ocorrem em apenas 40% a 50% das pessoas com
LES. Ao mesmo tempo, alguns exames de sangue e/ou de urina podem ser solicitados
para auxiliar não no diagnóstico do LES, mas para identificar se há ou não sinais de
atividade da doença (MOK,2013).

Tratamento

O tratamento da pessoa com LES depende do tipo de manifestação apresentada e


deve portanto, ser individualizado. Dessa forma a pessoa com LES pode necessitar de
um, dois ou mais medicamentos em uma fase (ativa da doença) e, poucos ou nenhum
medicamento em outras fases (não ativas ou em remissão). Ao mesmo tempo, o
tratamento sempre inclui remédios para regular as alterações imunológicas do LES e de
medicamentos gerais para regular alterações que a pessoa apresente em consequência da
inflamação causada pelo LES, como hipertensão, inchaço nas pernas, febre, dor
(WAHONO,2014).
Os medicamentos que agem na modulação do sistema imunológico no LES
incluem os corticóides (cortisona), os antimaláricos e os imunossupressores, em especial
a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetil.
É necessário enfatizar a importância do uso dos fotoprotetores que devem ser
aplicados diariamente em todas as áreas expostas à claridade. O produto deve ser
reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o seu efeito protetor. Em alguns casos
podem ser usados cremes com corticosteroides ou com tacrolimus aplicados nas lesões
de pele (EBERS, 2008).
Os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios
e/ou doses baixas dos corticóides (prednisona - 5 a 20 mg/dia). Na vigência de
manifestações mais graves do LES, as doses dos corticóides podem ser bem mais
elevadas (prednisona - 60 a 80 mg/dia). Geralmente, quando há envolvimento dos rins,
do sistema nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o emprego dos
imunossupressores em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento.
Um aspecto importante no uso desses medicamentos é a atenção necessária quanto ao
risco aumentado de infecções, já que eles diminuem a capacidade do indivíduo de
defender-se contra infecções, incluindo a tuberculose (WINKELMANN, 2013).
Em pacientes com LES grave, com rápida evolução, pode-se utilizar altas doses
de glicocorticóide por via endovenosa. O uso da cloroquina (ou hidroxicloroquina) está
indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido
mesmo que a doença esteja sob controle (remissão), pois auxiliam na manutenção do
controle do LES.

ARTRITE REUMATOIDE

Definição

A artrite reumatóide é uma doença autoimune, sendo conseqüência de uma


resposta imune exacerbada contra antígenos de tecidos próprios (ROSE, 1993). Em
outras palavras, o sistema imunológico ataca as células do próprio organismo, não as
reconhecendo como próprias, mas sim como corpos estranhos ou patógenos.

O fenômeno da autoimunidade parece ocorrer devido a uma falha nos


mecanismos normais de tolerância, apesar de ainda não estar claro se os estados
fisiológicos de tolerância dependem da ausência de células autorreativas ou da
supressão ativa por células supressoras antígeno-específicas (SINHA et al., 1990).

Epidemiologia

A artrite reumatóide (AR) é uma artropatia autoimune, de caráter inflamatório


com prevalência em torno de 1% em populações caucasóides (FELDMANN et al. 1996)
e entre 0,2-1% na população brasileira. Estudos epidemiológicos mostram que a
incidência da doença predomina entre 35-65 anos e afeta três vezes mais mulheres do
que homens (SYMMONS et al., 1994). Em coorte retrospectivo realizado em quatro
hospitais universitários do Estado de São Paulo, a maioria dos pacientes em tratamento
encontrava-se entre 30 e 60 anos, sendo a relação entre mulher e homem de 5 para 1
(LOUZADA et al., 2007).

Mecanismo Imunológico

AR é uma doença imunomediada, com fisiopatologia bastante complexa.


Acredita-se que o evento inicial seja provavelmente a ativação de células T dependente
de antígenos, desencadeando uma resposta imunológica essencialmente do tipo Th1.
Essa ativação leva a múltiplos efeitos, incluindo ativação e proliferação de células
endoteliais e sinoviais, recrutamento e ativação de células pró-inflamatórias, secreção de
Emcitocinas e proteases a partir de macrófagos e células sinoviais fibroblastos-like e
produção de autoanticorpo (LOUZADA et al., 2007).

Diagnóstico e Sintomatologia

Na maioria dos pacientes as manifestações da AR são claras e bem definidas,


constituindo-se principalmente nas alterações músculo esquelético, além destas, alguns
pacientes sofrem com as manifestações extra articulares e praticamente todos,
experimentam algum sintoma geral inespecífico (BRASINGTON, 2008).

Os sintomas gerais inespecíficos mais comuns são a fadiga, a astenia e a


hiporexia, resultados do efeito de citocinas e mediadores inflamatórios
(BRASINGTON, 2008). Como conseqüência, ocorre perda ponderal, à custa
principalmente da perda de massa muscular (COSTA et al., 2008) . A febre é rara e,
quando presente, não é superior a 38°C. Mialgias também são comuns.

Até setembro de 2010, o diagnóstico de AR era feito utilizando-se os critério de


classificação estabelecidos em 1987 pelo Colégio Americano de Reumatologia
(American College of Rheumatology – ACR) (ARNETT et al., 1988). Esses
critériosservem como um guia, mas são insuficientes em algumas ocasiões, como os
casos oligoarticulares, os com inflamação menos evidente e fator reumatóide negativo e
quando as alterações radiológicas ainda não surgiram. Os critérios contemplam
indivíduos com quadro clínico bem estabelecido para AR.

Tratamento

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o


controle da atividade da doença e para prevenir incapacidade funcional e lesão articular
irreversível Os objetivos principais do tratamento são: prevenir ou controlar a lesão
articular, prevenir a perda de função e diminuir a dor, tentando maximizar a qualidade
de vida destes pacientes. A remissão completa, apesar de ser o objetivo final do
tratamento, raramente é alcançada (AMERICAN,2002).

A abordagem terapêutica começa com a educação do paciente e de seus


familiares sobre sua doença, as possibilidades de tratamento, com seus riscos e
beneficios. O acompanhamento multidisciplinar é necessário, preferencialmente sob a
orientação do reumatologista. O tratamento deve ser considerado um processo
dinâmico, sendo constantemente reavaliado. As decisões quanto ao planejamento
terapêutico devem ser sempre compartilhadas com o paciente. A avaliação por um
reumatologistas é altamente recomendável quando o médico responsável pelo paciente
não se sentir seguro no tratamento da doença (AMERICAN,2002).

VITILIGO

Definição

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões


formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela
formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da
doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem
estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar
entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença (ARNSON, 2007).

A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja,


manchas brancas na pele com uma distribuição característica.  O tamanho das manchas
é variável. O vitiligo possui diversas opções terapêuticas, que variam conforme o
quadro clínico de cada paciente. O dermatologista é o profissional mais indicado para
realizar o diagnóstico e tratamento da doença (ARNSON, 2007).

Epidemiologia

Caracterizado pela perda da pigmentação da pele, o vitiligo acomete cerca de


0,5% da população mundial. As causas ainda são desconhecidas, mas já se sabe que
fatores emocionais podem desencadear ou agravar essa doença autoimune. De acordo
com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as lesões se formam devido à
diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela formação da
melanina, pigmento que dá cor à pele. O tamanho das manchas brancas é variável
(VIRGILHO, 2017).

Mecanismo Imunológico

A morte dos melanócitos, evidenciada nos pacientes com vitiligo induz uma
resposta imune humoral a partir da liberação dos antígenos intracelulares e há muitos
dados sobre este tipo de resposta. Entretanto evidências mais recentes têm feito
referência sobre o papel da célula T citotóxica na eliminação dos melanócitos da
camada basal da epiderme. A questão sobre a forma como a resposta imune é iniciada
permanece. Os trabalhos que correlacionam o papel da célula T citotóxica no vitiligo
apontam para resultados divergentes (BELLET, 2005).

Persiste indefinido se as alterações imunológicas são a causa ou a conseqüência


da doença. Se elas representam um epifenômeno interessante, porém irrelevante, ou são,
de fato, responsáveis pela injúria ao melanócito in vivo. Admitindo-se que as alterações
imunológicas são a principal causa da lesão ao melanócito, como elas ocorrem. De
qualquer forma, a descoberta e descrição dos fenômenos imunológicos são importantes
para se entender o mecanismo de surgimento do vitiligo. Muitas terapêuticas existem
para esta doença, com resultados variáveis, diversas com embasamento cientíco; outras,
nem tanto (BELLET,2005).
Diagnóstico e Sintomatologia

A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do


surgimento de manchas brancas na pele. Em alguns casos, relatam sentir sensibilidade
e dor na área afetada.  Entretanto, uma grande preocupação dos dermatologistas são os
sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença.
Quando o vitiligo é detectado, o dermatologista pode classificá-lo por dois tipos:
Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo, normalmente
quando o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração.
Não segmentar ou Bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do
corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos (GAUTHIER,2003).

Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés,


nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve.
Depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração
dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas


hipopigmentadas têm, geralmente, localização e distribuição características. A biópsia
cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos
bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood pode ajudar na detecção da doença
em pacientes de pele branca (GAUTHIER,2003).

Análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a


presença de outras doenças autoimunes como hepatite autoimune e doença de Addison
ou doenças da tireoide. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30%
dos pacientes têm algum parente com a doença (ABBAS, 2003).
É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. Ele irá
determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há alguma doença autoimune
associada e indicar a terapêutica mais adequada.

Tratamento

O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e


também a repigmentação da pele. Existem medicamentos que induzem à repigmentação
das regiões afetadas como tacrolimus derivados de vitamina D e corticosteroides
(ABBAS, 2003).

A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada


para quase todas as formas de vitiligo, com resultados excelentes, principalmente para
lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A
(PUVA). Também se pode empregar tecnologias como o laser, bem como técnicas
cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Algumas novas medicações estão em fase
de pesquisas e/ou estudos e devem surgir lançamentos em médio prazo. Muito cuidado
com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos,
pois podem levar à frustração e também a reações adversas graves (KEMP,2001).

O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com um


dermatologista, conforme as características de cada paciente. Os resultados podem
variar consideravelmente entre uma pessoa e outra.  Por isso, somente um profissional
qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter
um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentação completa, sem
nenhuma diferenciação de cor (KEMP,2001).

PSORÍASE
Definição

A psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada pela


presença de manchas róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas.
Sua causa é ainda desconhecida e embora exista uma predisposição familiar, não é
necessariamente transmitida aos descendentes. Atinge homens e mulheres, em qualquer
idade, podendo ocorrer desde formas localizadas e discretas, até formas muito severas
acometendo grande área da superfície corporal. A psoríase está sujeita a melhoras dos
sintomas e a recaídas, relacionadas a diversos fatores: traumas (físico, químico,
queimadura solar), infecções, drogas, estresse emocional (Mackenzie,2006).

Epidemiologia

A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, que acomete igualmente homens


e mulheres. Estima-se que de 1 a 3% da população mundial apresente a doença, ou
seja, mais de 125 milhões de pessoas no mundo e mais de 5 milhões apenas no Brasil. A
psoríase manifesta-se principalmente por lesões cutâneas, geralmente como placas
avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação, que podem surgir em
qualquer local do corpo. Existem várias formas da doença, sendo a mais frequente a
psoríase em placa, que ocorre em 80% a 90% dos pacientes, com as lesões podendo
surgir em qualquer parte da pele, sendo mais frequentes no couro cabeludo, cotovelos e
joelhos (LOWES,2007).

Mecanismo Imunológico

A imunopatogênese da psoríase é complexa e envolve alterações do sistema


imunológico inato (queratinócitos, células dendríticas - CD, macrófagos, neutrófilos,
mastócitos, células endoteliais) e adquirido (linfócitos T). As células do sistema imune
inato (SII) ativadas produzem fatores de crescimento, citocinas e quimiocinas, que
atuam sobre as células do sistema imune adquirido (SIA) e vice-versa. Inicialmente,
ocorre ativação das células do SII (CD e queratinócitos). Vários fatores ambientais
como o trauma mecânico, infecções, medicamentos e estresse emocional são
considerados desencadeantes da doença (MENTER, 2008).

O trauma mecânico, por exemplo, pode ativar os queratinócitos, visto que


passam a liberar citocinas (IL-1 e o TNF-α) e proteínas de choque térmico. Estas
substâncias ativam as CD (célula de Langerhans - CL - e CD residentes) na epiderme e
derme. A ligação de antígenos de agentes infecciosos aos receptores toll like, nas CD e
queratinócitos, também pode levar à ativação dessas células. As CD e os queratinócitos
ativados produzem inúmeras quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento
(GUTTMAN,2007).
Uma vez ativada, a CD processa um antígeno (ambiental ou endógeno, ainda
não definido), e migra para o lifonodo regional onde o apresenta aos linfócitos T (LT).
Para que a ativação do LT ocorra, é necessária a ligação do antígeno (acoplado à
molécula do complexo de histocompatibilidade principal na membrana da CD) ao
receptor de membrana do LT, além da ligação de proteínas da membrana plasmática da
CD (ICAM-1; LFA-3; CD80/CD86) à proteínas da membrana do LT (respectivamente
LFA-1; CD2; CD28) (MENTER, 2008).

Portanto, para a ativação linfocitária ocorrer deve ser estabelecida uma “sinapse
imunológica” entre proteínas da membrana da célula apresentadora de antígeno (APC) e
do LT. Os LT ativados dos doentes com psoríase diferenciam-se, preferencialmente em
LTCD4+ tipo1 (LTh1; produtores de INF-γ, TNF-α e IL-2) e tipo 17 (LTh17;
produtores de IL-17, TNF-α, IL-6; IL-22) e LTCD8+ tipo 1 (LTc1; produtores de TNF-
α, INF-γ, perforinas e granzima B). Os LT ativados migram para a pele através da
ligação de moléculas de adesão expressas na sua membrana plasmática (CLA e LFA-1)
às moléculas de adesão presentes na membrana da célula endotelial cutânea ativada (E-
selectina e ICAM-1). Os LTc1 concentram-se na epiderme e os LTh na derme.1,3 Na
derme os LTh se encontram e interagem com as CD e macrófagos, formando novas
“sinapses imunológicas” (GUTTMAN,2007).

A interação entre essas células leva a produção de inúmeras citocinas, que


mantêm e amplificam o processo inflamatório. As CD e os macrófagos ativados
produzem IL12 e IL-23.4 A IL-12 favorece a proliferação dos LTh1 e a IL-23 dos
LTh17. A proliferação dos Th17 e Th1, na psoríase, é também atribuída à diminuição de
LT reguladores (responsáveis pela supressão da ativação desses linfócitos)
(LOWES,2007).

Na psoríase as CD dérmicas mais abundantes são do tipo mielóide (CD11c+).


Estas células funcionam como APC para os LT e também como células inflamatórias
(CDi), grandes produtoras de IL-20, sintetase indutora da produção de óxido nítrico
(iNOS), bem como de IL-23 e TNF-α. 1,5 A IL-20 estimula a proliferação dos
queratinócitos e o óxido nítrico a vasodilatação. A IL-23 favorece a proliferação dos
LTh17 e conseqüente produção de IL22 e IL6 (que estimulam a proliferação dos
queratinócitos), além de IL-17 e TNF-α. A IL-17 estimula o queratinócito a produzir
defensivas (proteínas que impedem a infecção das lesões) e IL-8. O TNF-α estimula no
queratinócito a produção de IL-8 e IP-10 (proteínas quimiotáticas para neutrófilos e LT
respectivamente), de IL-1 e do próprio TNF-α, além de fatores de crescimentos que
favorecem a angiogênese. Assim, as citocinas Th17 estimulam os queratinócitos a
proliferar e a produzir inúmeras proteínas inflamatórias (GUTTMAN,2007).

A proliferação dos LTh1, induzida pela IL-12, leva a produção de TNF-α e INF-
γ. O INF-γ também estimula a produção de IL-12, IL-8, IP-10, IL-23, defensinas e
iNOS pelos queratinócitos e CD. Interferons, TNFs e IL-20 são ativadores de fatores de
transcrição (STAT-1, STAT-3 e fator nuclear κB) os quais, por sua vez, na psoríase,
controlam vários grupos de genes que codificam diversos mediadores inflamatórios
(LOWES,2007).

Diagnóstico e Sintomatologia

Durante a evolução das lesões podem mudar de tamanho, forma e localização e,


em casos excepcionais, acometer toda a pele (psoríase eritrodérmica). Ela também pode
manifestar-se em áreas de dobras (psoríase invertida), nas palmas das mãos e plantas
dos pés (psoríase palmoplantar), ou apresentar bolhas com pus (psoríase pustulosa).
Também é comum o acometimento das unhas, podendo levar ao descolamento,
surgimento de manchas e outras deformidades. Pode surgir em qualquer fase da vida,
sendo mais frequente o seu aparecimento antes dos 30 anos ou após os 50 anos
(Nickoloff, 2004).

A forma que surge mais precocemente apresenta um componente genético mais


marcado, sendo mais frequente em familiares de pacientes com psoríase. A causa da
psoríase é desconhecida: ela é multifatorial, ou seja, são necessários vários fatores
atuando em conjunto para o seu surgimento. Sabe-se que a hereditariedade tem um
papel fundamental. Aproximadamente, um terço dos pacientes apresentam parentes com
psoríase, e filhos de pais com psoríase possuem maior chance de desenvolver a doença.
Logo, existe uma predisposição genética para o seu desenvolvimento. Nas pessoas
geneticamente predispostas, vários fatores desencadeadores ou agravantes são
necessários para o desenvolvimento da doença (LOWES,2007).
O estresse emocional é um fator desencadeante bastante conhecido e, por esse
motivo, muitas vezes a psoríase é considerada uma doença puramente de fundo
emocional, o que não é verdade, sendo o estresse apenas um dos fatores desencadeantes.
Sabe-se que a redução da ansiedade é importante no controle da doença. Também o seu
conhecimento, a troca de experiências com outros pacientes e a superação de
preconceitos são atitudes que ajudam o melhor convívio com a doença, reduzindo assim
o estresse por ela provocado (NICKOLOFF, 2004).

Os dermatologistas são habitualmente os médicos que diagnosticam e tratam


a psoríase. Não há exames de sangue capazes de comprovar a psoríase, por isso,
o diagnostico é realizado por meio da apresentação clínica dos sinais e sintomas do
paciente.

Tratamento

Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente


na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos
de psoríase leve.

Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente


indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave e/ou com artrite psoriásica.

Tratamentos biológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento


de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem diversas classes de tratamentos
biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como
adalimumabe, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou
anti-interleucina 17 (secuquinumabe) (LOWES,2007).

Fototerapia: consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente


e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais
especializados.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na


autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento
psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até
o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de
atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem
autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação
(MACKENZIE,2006).

ESCLEROSE MÚLTIPLA

Definição

A EM é uma doença autoimune do sistema nervoso central caracterizada pelo


reconhecimento inadequado de autoepítopos em fibras nervosas mielinizadas por
células imunológicas adaptativas, gerando uma resposta imunológica inflamatória
mediada por linfócitos e macrófagos e que resulta em áreas localizadas de inflamação e
desmielinização (MARQUES ET AL.2010).
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervos
ópticos e a medula espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema
imunológico do corpo confunde células saudáveis com "intrusas", e as ataca provocando
lesões. O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos,
conhecida como mielina.

Os danos à mielina causam interferência na comunicação entre o cérebro,


medula espinhal e outras áreas do sistema nervosa central. Esta condição pode resultar
na deterioração dos próprios nervos, em um processo potencialmente irreversível
(MARQUES ET AL.2010).

Ao longo do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai


causando lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral. Em
geral, pacientes com esclerose múltipla apresentam perda de volume cerebral até cinco
vezes mais rápida do que o normal.

Epidemiologia

A EM é tipicamente diagnosticada entre 20 e 50 anos. Embora a maioria dos


casos seja diagnosticada nesta faixa etária, a EM pode ser desenvolvida na infância
assim como após os 60 anos de idade. A doença é mais comum em mulheres (taxa de 2-
3:1), e aparece mais frequentemente em caucasianos (particularmente do norte da
Europa e seus ancestrais) que em hispânicos e americanos (ORBACH,2007).

Mecanismo Imunológico

Na esclerose múltipla, as lesões ocorrem quando células


chamadas leucócitos cruzam a barreira de proteção do cérebro. Para que os leucócitos
atravessem esta barreira é necessária a interação entre moléculas especiais, chamadas
moléculas de adesão, encontradas na superfície das células inflamatórias e células que
revestem a parede dos vasos sanguíneos (MARQUES ET AL.2010).

Diagnóstico e Sintomatologia

Os sintomas variam amplamente, dependendo da quantidade de danos e os


nervos que são afetados. A esclerose múltipla (EM) se caracteriza por ser uma doença
potencialmente debilitante. Pessoas com casos graves de esclerose múltipla podem
perder a capacidade de andar ou falar claramente.

Nos estágios iniciais da doença, a esclerose múltipla pode ser de difícil


diagnóstico, uma vez que os sintomas aparecem com intervalos e o paciente pode ficar
meses ou anos sem qualquer sinal da doença (ORBACH,2007).

Pessoas com esclerose múltipla tendem a apresentar os primeiros sintomas na


faixa dos 20 a 40 anos. Alguns podem ir e vir, enquanto outros permanecem.

Não há duas pessoas que apresentem rigorosamente os mesmos sintomas de esclerose


múltipla. Isso porque as manifestações irão depender dos nervos que são afetados. No
entanto, os primeiros sintomas de esclerose múltipla no geral são: Visão turva ou dupla,
Fadiga, Formigamentos, Perda de força, Falta de equilíbrio, Espasmos musculares,
Dores crônicas, Depressão, Dificuldade cognitivas, Problemas sexuais, Incontinência
urinária (GREGORI,2002).

Você pode ter um único sintoma e, em seguida, passar meses ou anos sem
qualquer outro. O problema também pode acontecer apenas uma vez, ir embora e nunca
mais voltar. Para algumas pessoas, os sintomas tornam-se piores dentro de semanas ou
meses.

O diagnóstico de esclerose múltipla pode ser difícil, uma vez que é grande a
variedade e remissão dos sintomas. Em geral, os primeiros médicos a serem procurados
variam de acordo com o sintoma apresentado. Por isso que apenas após diferentes
sintomas o paciente é encaminhado ao neurologista, que com a ajuda de exames
complementares consegue chegar ao diagnóstico. Os critérios para diagnosticar
esclerose múltipla são: Sintomas e sinais indicando doença cerebral ou da medula
espinal, Evidência de duas ou mais lesões - ou áreas anormais no cérebro - a partir de
um exame de ressonância magnética, Evidência objetiva de doença do cérebro ou da
medula espinhal em exame médico, Dois ou mais episódios com sintomas que dura pelo
menos 24 horas, e ocorrem em pelo menos um mês de intervalo, Nenhuma outra
explicação para os sintomas (GREGORI,2002).

O diagnóstico é basicamente clínico e deve ser complementado por ressonância


magnética e pelo exame do líquor. Pode ser, no entanto, que o médico peça vários
exames para excluir outras condições que podem ter sinais e sintomas semelhantes.

Tratamento

A esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento
geralmente se concentra em manejar as crises, controlar os sintomas e reduzir a
progressão da doença. Hoje, no Brasil, já existem diversas opções de tratamento, através
de cápsula oral diária ou injeções diárias, semanais e mensais. Há 3 tipos de
betainterferonas disponíveis para tratamento da esclerose múltipla (GREGORI,2002).

Interferon

Interferon é um grupo de proteínas - alfa, beta e gama - produzida pelo corpo e


parte do sistema imunológico. Eles atuam controlando as atividades desse sistema de
diversas formas, além de possuir propriedades antivirais. (Lembre-se das teorias sobre a
relação entre esclerose múltipla e infecções por vírus). Até agora, os especialistas
descobriram que o interferon-beta ou betainterferona é eficaz no tratamento da esclerose
múltipla.
Como ele funciona: retardando o processo da esclerose múltipla, reduzindo o
número de crises e diminuindo suas complicações. A betainterferona é administrada via
subcutânea ou intramuscular, podendo ser aplicado diariamente, uma vez por semana ou
três vezes por semana, dependendo da betainterferona escolhida.

Acetato de glatirâmer

O acetato de glatirâmer é uma proteína que tem o objetivo de reduzir o número


de crises da esclerose múltipla. Não se sabe exatamente como ela funciona, mas os
médicos acreditam que ela seja capaz do bloquear o ataque de seu sistema imunológico
na mielina, através de um desvio da imunidade, reduzindo o processo auto-imune.

Fingolimode

O fingolimode é um medicamento oral, tendo sido a primeira droga oral para


esclerose múltipla no mundo. Trata-se do primeiro princípio ativo de uma nova classe
terapêutica, os moduladores de receptores esfingosina-1-fosfato (S1PR). Esses
medicamentos determinam aprisionamento seletivo dos linfócitos "doentes" nos
gânglios linfáticos, evitando que entrem no sistema nervoso central e destruam a
mielina.

Ele possui uma eficácia superior às betainterferonas e ao acetato de glatirâmer


no controle dos surtos. Por ser oral, o medicamento facilita também a adesão ao
tratamento. Mais de 100 mil pacientes já foram tratados com fingolimode no mundo.

Natalizumabe

O medicamento natalizumabe é ministrado por infusão intravenosa uma vez a


cada 4 semanas. Acredita-se que sua eficácia está no bloqueio da interação entre as
moléculas de adesão expressa pelas células inflamatórias e as moléculas dos vasos
sanguíneos e das células do parênquima cerebral. No entanto, o mecanismo específico
pelo qual o natalizumabe exerce seus efeitos na esclerose múltipla não foi definido
inteiramente.

Mitoxantrona

Este medicamento imunossupressor geralmente é utilizado para tratar a esclerose


múltipla muito grave. É ministrado via intravenosa e pode ser usado uma vez a cada três
meses ou quatro vezes ao ano.
Por ser pode ser prejudicial para o coração e está associada ao desenvolvimento
de câncer no sangue, como a leucemia, é prescrito baseado na avaliação clínica e
exames de ressonância magnética. Devido aos altos riscos de efeitos colaterais a
mitoxantrona praticamente não é mais utilizada.

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