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UFRRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

TÓPICOS IV
PROFESSORA: CARLY MACHADO
NOME: AYANDRA DE ASSIS SÁ VASCONCELOS 201234505-9

RESENHA - A CIDADE: SUGESTÕES PARA A INVESTIGAÇÃO DO


COMPORTAMENTO HUMANO NO MEIO URBANO (ROBERT EZRA PARK)

A cidade é um produto da natureza e das particularidades das pessoas que nela vivem.
Há forças que atuam nela e que fazem com que pessoas se agrupem e que dá ordem à
população e às instituições, Robert Park denomina esse fenômeno como Ecologia
Humana. Assim, transportes, comunicação, linhas de bonde etc, são fatores primários na
organização ecológica da cidade. Ele cita também que a cidade é organicamente
relacionada, uma vez que os interesses se tornam comuns e se incorporam.

I. A planta da cidade e a organização local


Costumes e hábitos de pessoas estão enraizados na cidade, ou seja, há uma organização
moral e uma física, que se compreende como os espaços urbanos determinados. Essas
duas organizações são interagidas e fazem com que uma se acomode à outra. A planta de
uma cidade se baseia na sua estrutura e em sua ordem moral. Gostos, interesses etc, em
comum entre as pessoas classificam a população. Assim, a cidade se organiza, mesmo
sem controle, a população de acordo com suas características em comum. Até a
distribuição de lojas se organizam a partir dessa organização moral já estabelecida. Os
quarteirões são locais que atribuem valor aos habitantes, lá podem estar incluso os
sentimentos, tradições e as histórias dos moradores que ali moram e moravam. Esses
locais se tornam grandes centros urbanos e as pessoas que moram em zonas mais
periféricas vão para esses centros por conta de trabalho e até mesmo para não ficar longe
de tudo, e com isso crescem os cortiços em volta.
A vizinhança é como um controle político. A aproximidade entre os vizinhos formam o
sentimento local, onde abre portas para participação ativa em governo. É uma
organização informal, se forma sozinho de acordo com seus moradores. Porém, esse
sentimento local pode ser afetado quando algo que deixa a população abalada acontece, e
assim divide as atenções aos objetos de interesses de cada um.
Mesmo morando na mesma vizinhança, pessoas da mesma raça ou mesma vocação,
vivem em grupos separados. Essa distância tende a reforçar mais a diferença entre esses
grupos, o que influencia na distribuição desses grupos na cidade e aumenta o
descontentamento entre elas.

II. A organização industrial e a ordem moral


As pessoas veêm, inconscientemente, as suas vocações perante todas as oportunidades,
entre seus interesses e tarefas que a vida na cidade oferece. Assim, desenvolvem seus
talentos e oferece oportunidades à todas vocações. Escolas técnicas profissionais e
comerciais estão na cidade para ajudar as pessoas a aprimorarem suas vocações, já que
elas precisam de uma estimulo para encontrarem a sua carreira profissional. Com isso, a
antiga organização social de escolha de profissões é deixada, uma vez que eram
escolhidas a partir de parentes. Além disso, o que muda também é a organização
econômica. Hoje em dia, a escolha é feita por interesses em cargos ocupacionais
importantes e pela sua própria vocação.
Sindicatos de profissionais são criados a partir de interesses em comum entre pessoas da
mesma profissão. Até mesmo as profissões, assim como a cidade, são divididas em
classes profissionais. E cada tipo de profissão existente é fruto das condições da cidade.
Suas experiências irão influenciar o indivíduo a escolher a sua profissão.
O sucesso individual de uma pessoa no trabalho depende de contatos que ela terá com
outras pessoas importantes que atuam na mesma área. Isso faz com que uma organização
social se crie e nela o indivíduo se torna dependente dela para ascender na carreira.
Robert Park chama de organização industrial essa organização de interesses comuns, com
sentimento de solidariedade uns aos outros, onde sentimentos e hábitos também são
comuns. Os interesses são racionais e móveis, por isso provocam mudanças, e eles são
movimentados a partir dos meios e fins de tal acontecimento. Então, podemos medir
mobilidade urbana a partir desses interesses. Esses reajustes na mobilidade urbana
interfere nas condições materiais de vida, porém essa necessidade foi o bastante para criar
organizações resposáveis para cada tipo de reajuste.
Os jornais e meios de comunicação são responsáveis, também, por reajustes sociais.
Eles passam as informações do que estão acontecendo e as pessoas se organizam para
viver de acordo com essas mudanças que afetam vários campos sociais, como a parte
financeira. Então cabem aos especialistas no assunto a delimitar uma ordem e uma
organização social para que todos possam segui-las para que, assim, a condição
financeira se estabeleça bem.

III. Relações secundárias e controle social


Mudanças de hábitos, sentimentos e caráter da população andam em conjunto com
mudanças na organização insdustrial e na distribuição populacional. Essas mudanças
ocorrem por causa do crescimento populacional, então crescem as relações primárias, que
são diretas, e as secundádias, que são indiretas. Esses grupos de relação primária são
fundamentais na formação social e dos ideais de cada indivíduo. A vizinhança se organiza
em volta de instituições como escolas e igrejas pelo bem estar delas, lá eles mantêm
relações diretas e indiretas de acordo com seus interesses, que geralmente são iguais.
As crises são intensificadas pelo meio urbano, e está relacionado à qualquer mudança de
hábito que envolve adaptação maior, eficiência reduzida ou morte. Diante dessas
mudanças, as pessoas sofrem de problema de assimilação, pois elas não sabem como agir
e tentam se organizar de novo perante essas mudanças repentinas.
As mudanças sociais podem se dar por:
1) Quando algo deixa de ser particular de um indivíduo e se torna algo do controle
municipal;
2) Quando juízes de tribunais municipais e criminais deixa de assumirem um cargo que
apenas aplicava a lei e que agora devem aplicar métodos para reencaminhar os indivíduos
à sociedade e ajustar o mal que ele fez;
3) E quando há mudanças e divergências entre diferentes grupos sociais;
Para estudar os vícios e o tráfico de bebida é necessário analisar os casos através de três
olhares:
1) De que forma surgiu o comércio de acordo com a natureza humana;
2) Quais são o fatores que levam pessoas a se tornarem viciadas a algo;
3) Quais são os efeitos do trabalho de eliminação e controle do tráfico e de vícios;
Há duas mudanças fortes de épocas para esses problemas, uma que quer colocar bebidas
alcoólicas na categoria de drogas mais perigosas e outra que quer fazer do assunto um
tabu, que impede o discurso sobre o problema ser dissiminado.
Robert Park conta que há a necessidade de aumentar o poder no Governo as custas das
leis. Porém, por um lado, com o crescimento populacional e das cidades, tornou-se cada
vez mais problemático o fato do governo citadino, pois não queriam mais deixar o
controle nas mãos de uma pessoa que foi apenas selecionada a partir de uma maquinaria
comum da política de bairro. Eleição se tornou um problema, então surgiram dois tipos
de organizações para dar ordem. Uma é a organização que tem como representantes o
chefe político e a maquinaria política. A segunda é pelas ligas dos eleitores
independentes.
A maquinaria política e o chefe político são invenções de partidos, pois eles viam a
necessidade de ganhar poder através da invenção da maquinaria para levar o chefe
político ao poder. Esses dois tipos de organização foram criados para o controle do voto
popular. A máquina política se baseia em relações primárias, e as organizações para um
bom governo são relações secundárias, ela tenta manter uma ordem social e
administrativa.
Agências de propaganda tentam manter a boa imagem do governo, sendo de relação
secundária e de extrema imprtância. Ou seja, a propaganda se tornou um meio de
organização social utilizando-se da Propaganda Social. A opinião pública é importante
para o controle social quando a sociedade se baseia em relações secundárias. Essas
opiniões podem se tornar moda e substiuem opiniões próprias, quando a opinião pública
se fixa.

IV. O temperamento e o meio urbano.


Os transportes e os meios de comunicação são responsáveis pela Mobilização do
Homem Individual, segundo Robert Park, eles aumentaram as oportunidades das pessoas
em relação ao contato e associação aos seus semelhantes, mas, por outro lado, tornou
essas pessoas instáveis e mais transitórias. A segregação urbana também é capaz de
facilitar a mobilidade das pessoas, essa segregação determina regiões morais que
mostram ondem devem circular ou não.
As vizinhanças tendem a criar uma região moral, que não é mais do que fruto das
restrições que a vida urbana impõe e também nas possibilidades que essas condições
oferecem. Essa região quando é imposta à outras pessoas que já têm as suas
estabelecidas, pode ser oprimida ou pode substituir a sua. As regiões se diferem de outras
porque viam que seus interesses eram mais imediatos e mais fundamentais, por isso há
um isolamento delas com base na qual é mais intelectual.

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