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Surrealismo

Introdução
O Surrealismo moldou o curso da história da
arte. Artistas visuais, poetas, dramaturgos,
compositores e cineastas procuraram
romper com a tradição e explorar novas
formas de expressão.

René Magritte. O Filho do Homem (1964) 

O Surrealismo foi um movimento artístico, literário e político que teve origem


em Paris na década de 20, sob o contexto das vanguardas europeias no
período entreguerras. O movimento era caracterizado pela expressão do
pensamento de maneira espontânea e automática, pregando a revolta contra
tudo aquilo que reprimia a liberdade.
Seus membros rejeitavam a visão racional sobre a vida. Acreditavam na
afirmação do valor do inconsciente e dos sonhos, realizando arte a partir do
inesperado, do estranho, do não-convencional.
O Surrealismo foi, cronologicamente, o último movimento da vanguarda
europeia do início do século XX. A palavra “surrealista” (além da realidade) foi
cunhada pelo poeta de vanguarda francês Guillaume Apollinaire, em uma peça
apresentada em 1917. Mas foi André Breton, líder do movimento, que, em seu
Manifesto Surrealista (1924), definiu-o como:
[…] automatismo psíquico puro, pelo qual se propõe expressar, verbalmente,
por escrito ou por qualquer outra maneira, o funcionamento real do
pensamento. Ditado de pensamento na ausência de todo controle exercido
pela razão, fora de toda preocupação estética e moral.
Marco inicial
O marco inicial do Surrealismo foi a publicação do Manifeste du
Surréalisme (Manifesto do Surrealismo), do francês André Breton, em 1924. 

André Breton - escritor e


psicanalista francês

Manifeste du Surréalisme, de
Andre Breton

Outros marcos importantes do surrealismo (1929)


 Publicação da revista A Revolução Socialista
 Publicação do segundo Manifesto Surrealista
Princípios básicos do Surrealismo
No Manifesto do Surrealismo, foram apontados os princípios básicos do
movimento surrealista: a ausência da lógica, o resgate das emoções, a
exaltação da liberdade de criação, do impulso humano, a adoção de uma
realidade superior, entre outros.
Expansão Surrealista
A década de 30 é denominada como o período de expansão surrealista pelo
mundo, onde os artistas, cineastas, dramaturgos e escritores assimilaram as
ideias e o estilo do surrealismo e as colocaram em prática através de suas
obras.
Os artistas do surrealismo que mais se destacaram foram: o escultor italiano
Alberto Giacometti, o dramaturgo francês Antonin Artaud, os pintores
espanhóis Salvador Dalí e Joan Miró, o belga René Magritte, o alemão Max
Ernst, e o cineasta espanhol Luis Buñuel e os escritores franceses Paul Éluard,
Louis Aragon e Jacques Prévert.
No campo das artes plásticas, destacaram-se:
Salvador Dalí e a obra “A Persistência da Memória”, de 1931. A Persistência da
Memória é considerada a obra síntese do período surrealista, pois agrega os
elementos característicos do movimento, como o rompimento com a razão, a
liberação da imaginação, a estética onírica, etc.

Persistência da Memória, Salvador


Dalí, 1931.

O Carnaval de Arlequim, Joan Miró,


1924.
Os artistas do surrealismo que mais se destacaram foram: o escultor italiano
Alberto Giacometti, o dramaturgo francês Antonin Artaud, os pintores
espanhóis Salvador Dalí e Joan Miró, o belga René Magritte, o alemão Max
Ernst, e o cineasta espanhol Luis Buñuel e os escritores franceses Paul Éluard,
Louis Aragon e Jacques Prévert.
As bases da psicanálise: o modelo freudiano
O fascínio pelo inconsciente e por todas as formas que vão além da realidade
objetiva aproxima os surrealistas da teoria psicanalítica de Sigmund Freud.
Freud propôs um modelo explicativo para a estrutura de nosso “sistema”
psíquico. O comportamento humano é visto, nessa teoria, como o resultado da
interação entre três partes: id, ego e superego.
O id seria o lado mais agressivo e animalesco, dominado pelos desejos de
natureza sexual e livre das imposições culturais e sociais. O id leva a buscar
sempre o prazer.
O ego, domínio da percepção, do pensamento e do controle motor, é o
encarregado de encontrar formas de alcançar a realização do desejo contido
no id.
O superego funciona como o censor do id. É nele que ficam guardadas as
proibições, as regras socialmente impostas ao indivíduo.
Os surrealistas veem a teoria de Freud como sinal de que há muito a ser
descoberto sobre o ser humano. Eles acreditam que a razão não é o melhor
instrumento para essas descobertas, porque ela ignora nosso universo
inconsciente. Por isso, as manifestações artísticas que produzem são um
desafio evidente à organização racional do mundo.

Características do Surrealismo
Como principais características do movimento surrealista, podemos destacar:
 Pintura com elementos surreais;
 Formas baseadas na fantasia (sonhos, inconsciente);
 Busca da perfeição do desenho e das cores, dentro da dimensão do
imaginário;
 Impressão espacial, possuindo ilusões ópticas;
 Dissociação entre imagens e legendas, conjugadas para construção de
cenas de sonho ou de ironia.
O Surrealismo na literatura
Os autores do surrealismo inovaram e renunciaram o romance e a poesia em
estilos clássicos, que representavam os valores sociais burgueses da época.
As poesias e textos deste movimento são caracterizados pela liberdade e livre
associação de ideias, o uso da escrita automática, que consistia em escrever
tudo aquilo que vem à mente, sem cortes e, em frases feitas com palavras
recortadas de revistas, jornais e imagens demonstravam as ideias do
inconsciente.
Entre os principais escritores estão: Paul Éluard, Louis Aragon, Jacques
Prévert e André Breton.
Surrealismo no Brasil
No Brasil, o movimento chegou na década de 1930 e foi absorvido pelo
movimento Modernista. É possível observar características surrealistas nas
pinturas Nu, de Ismael Nery, e Abaporu, de Tarsila do Amaral.

Nu, de Ismael Nery,


1927

Abaporu, de Tarsila
do Amaral, 1928

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