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Resenha Crítica: Equilíbrio fiscal e política econômica keynesiana.

Curso: Ciências Econômicas

Disciplina: Economia Política

Nome: Alana Ramos Raimundo Santana

Referências Bibliográficas: CARVALHO, Fernando José Cardim de.


Equilíbrio fiscal e política econômica keynesiana. Revista Análise Econômica,
Porto Alegre, ano 26, n. 50, p. 7-25, setembro de 2008.

O artigo coloca em pauta a política econômica keynesiana e a questão do


equilíbrio fiscal, objetivando iluminar a principal crítica ao pensamento keynesiano: o
desequilíbrio fiscal que suas políticas gerariam.

Começando com uma introdução acerca da história e das bases da política


econômica de Keynes, o texto segue para demonstrar o problema que esta se
propõe a resolver (as falhas de mercado), prosseguindo para o funcionamento da
política fiscal keynesiana e as limitações da mesma.

Dessa forma, traz pontos extremamente importantes para elucidar a política


fiscal proposta por Keynes: como as falhas de mercado, a impossibilidade da
manutenção natural da demanda agregada (de modo a alcançar o pleno emprego)
em tempos de crise tendo em vista as expectativas dos produtores -, a exploração
da potencialidade do Estado de se endividar, a existência do efeito multiplicador e o
aumento da arrecadação a médio-longo prazo, dado ao aquecimento da economia –
na tentativa de comprovar a sustentabilidade da proposta keynesiana. Sendo assim,
Carvalho se debruça tanto nas bases da teoria – para esclarecer erros comuns de
sua intepretação dos críticos – quanto se propõe a falar sobre suas dificuldades e
limitações.
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Apesar da abordagem didática com pensamentos bem encadeados, o texto


falha ao deixar de incluir na discussão questões modernas acerca da discussão
sobre os efeitos e a sustentabilidade das políticas fiscais de cunho keynesiano, se
restringindo a questionamentos clássicos e facilmente refutáveis a partir da simples
leitura do que A Teoria Geral apresenta. O autor não está errado ao se debruçar no
esclarecimento da proposta de Keynes – a qual, de fato, gera concepções erradas a
cerca da teoria e, consequentemente, críticas mal fundamentadas.

Entretanto, ainda na questão que o texto se propõe a tratar (equilíbrio fiscal


e política econômica keynesiana), há omissão acerca das críticas mais modernas e
bem estruturadas – como a baseada na teoria hayekiana dos ciclos econômicos,
que explicita e sustenta que as intervenções por meio de políticas fiscais de base
keynesianas geram distorções econômicas.

Em resumo, o autor opta por defender o pensamento keynesiana a partir de


uma seleção enviesada das críticas acerca da política keynesiana e do equilíbrio
fiscal. Desenvolve bem os pontos que toca, mas é omisso ao tocar apenas nas
críticas, dentro do que se propõe a discutir, que são mal fundamentadas e mais
fáceis de refutar.

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