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Controvérsias Recentes Sobre Multiplicadores Fiscais
Controvérsias Recentes Sobre Multiplicadores Fiscais
Resumo:
Abstract:
What´s is the fiscal multiplier´s size? Far from converging to a single response,
recent research has, as a whole, highlighted the magnitude of a number of
factors that can affect the size of the multiplier. The goal of this paper is to show
how various transmissions mechanisms affect the multipliers emphasizing the
main controversies between economists. The paper presents new fiscal
multipliers estimates that are useful as reference for a broader agenda.
1. Introdução
1
Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA cedido para a Secretaria Executiva do Ministério da
Fazenda. As opiniões expressas e os possíveis erros e omissões são de responsabilidade do autor e não
da Instituição.
governo americano foi justificado diante do estabelecimento de
multiplicadores fiscais substanciais (Berstein e Romer, 2009). Diante dessa
justificativa o debate econômico foi canalizado para a discussão a respeito
do verdadeiro multiplicador fiscal das várias economias que adotaram
políticas expansionistas.
Atualmente, uma miríade de resultados está disponível aos
pesquisadores e analistas sem uma conclusão definitiva sobre a questão. O
perigo dessa situação é a conclusão de que multiplicadores fiscais sejam
inúteis para guiar a política econômica. Esse artigo sustenta que a
conclusão a respeito desse debate não gira em torno do multiplicador fiscal
correto, mas das condições econômicas que tornam o multiplicador maior
ou menor e que isso deve ser utilizado para guiar a política econômica.
Para tanto, o artigo conta com mais cinco seções além desta introdução. A
próxima seção apresenta os principais canais de transmissão que afetam o
tamanho do multiplicador fiscal. A terceira seção realiza uma breve
consolidação dos principais resultados teóricos e empíricos apontando os
principais pontos de convergência entre eles. A quarta seção descreve
alguns pontos da literatura sobre consolidações fiscais expansionistas que
ajudaram a criar uma série de confusões no debate fiscal recente.
A quinta seção apresenta evidências empíricas para o Brasil baseada
em um conjunto de dados inteiramente novo e inexplorado encontrando
multiplicadores médios ligeiramente acima da unidade para o consumo do
governo e para o investimento público. A análise preliminar desses dados
sugere que os multiplicadores fiscais durante a crise financeira podem ter
sido bem maiores que os estimados em decorrência das circunstâncias da
economia naquele momento e da própria forma de condução da política
fiscal. Por último, conclui-se que as estimativas apresentadas nesse artigo
podem ser utilizadas como referência para estudos futuros que foquem em
condições específicas da economia para avaliar as condições que tornam
os multiplicadores fiscais maiores ou menores.
2. Principais canais de transmissão: Teoria e evidência
2
Para efeitos da presente análise, por modelos keynesianos deve-se entender modelos econométricos
de grande escala nos termos de Sims (1980), mas baseados na teoria da demanda efetiva (e, portanto,
não ricardianos).
3
Em outro artigo, Modigliani (1975) utiliza o modelo do MIT e da Universidade da Pensilvânia
(conhecido como MPS) para simular os efeitos de intervenções de política econômica e também
concluem por um multiplicador próximo de 2. Esse modelo é particularmente importante porque foi
posteriormente adotado pelo Federal Reserve. Para maiores detalhes ver, Federal Reserve Board (1996).
Todavia essa descrição do modelo keynesiano é bastante estilizada
sendo possível encontrar na literatura formulações mais sofisticadas. Por
exemplo, Fair (1984) apresenta um modelo keynesiano mais completo da
economia norte-americana concluindo que o multiplicador fiscal é próximo
de 1,3 no curto prazo4. O mecanismo de transmissão desse modelo é
equivalente ao descrito em sua forma mais simplificada (função consumo
dependente da renda disponível, por exemplo) com efeitos positivos sobre o
emprego e salários5.
O efeito da política fiscal sobre o mercado de trabalho é um ponto de
controvérsia entre os modelos keynesianos e os modelos neoclássicos. Tal
efeito, é um dos principais fatores explicativos para as diferenças entre os
multiplicadores entre modelos dessas duas naturezas.
6
Para evidências para o Brasil, ver Cavalcanti e Silva (2010).
o hiato de produção, pois a produção teria condições de responder de forma
rápida e quantitativamente relevante ao impulso fiscal. Esses efeitos são de
difícil caracterização em modelos econômicos, mas de fácil aferição em
modelo econométricos de dependência de regime. Nesse sentido, as
evidências disponíveis indicam que o multiplicador fiscal é maior em
períodos de recessão (Mitnik e Seemler, 2011 e Auerbach e
Gorodnichenko, 2011).
Por último, um debate mais recente surgiu com a impossibilidade de
administrar choques macroeconômicos por meio da política monetária.
Nesse contexto, a política fiscal seria o principal instrumento para
administrar a demanda agregada e estimular o crescimento econômico. De
certa forma, essa situação se constitui como um caso particular da anterior,
pois só se justificaria dentro de um contexto de hiato de produto que não
conseguiria ser resolvido totalmente via política monetária.
Outras considerações importantes sobre o tamanho dos multiplicadores
fiscais podem ser destacados tais como o tamanho da dívida pública
(Favero e Giavazzi, 2007), a composição da expansão fiscal entre
investimentos, consumo do governo e os programas de transferências
direta de renda (Hall, 2010).
VAR com
Almunia, Bénétrix e Eichengreen
decomposição de 1,20-2,50
(2009)
cholesky
Multiplicador válido para
VAR com
períodos de grande
Krenn-Gordon (2010) decomposição de 1,80
ociosidade baseado em
cholesky
evidência narrativa
Estima o modelo
Cogan, Cwik, Taylor, Wieland (2010) Smets-Wouters 0,64
(2007)
Utiliza o valor presente
dos gastos militares
Ramey (2011a) VAR estrutural 0,60-1,0
baseado em evidência
narrativa
VAR estrutural e
O multiplicador é maior
Auerbach e Gorodnichenko (2011) dependência de -0,3 - 3,6
em perídos de recessão
regime
Faz associação indireta
VAR com regime relacionando o choque de
Mittnik e Semmler (2011) 0,70-1,60
de threshold demanda a um choque
fiscal
Outro tipo de argumento é o de que a política fiscal não seria eficaz por
conta de algum tipo de consideração ricardiana. Dentro da lógica utilizada, o
aumento do gasto teria que ser financiado de alguma forma por outros
indivíduos o que eliminaria o efeito líquido do impulso fiscal. Nas palavras
de Lucas (2009):
Assim, pode-se dizer que uma parte relevante do debate ainda não tem
se beneficiado dos resultados mais recentes gerando toda essa
controvérsia. Em parte isso é resultado de algumas evidências que ficaram
famosas, mas que aos poucos têm sido revisitadas como a idéia de que as
contrações fiscais são expansionistas.
Não é difícil concluir que as evidências para o Brasil são muito escassas.
Cavalcanti e Silva (2010), por exemplo, mostram que o impacto da política
fiscal é relevante para a economia brasileira, mas ressaltam que o efeito da
política fiscal se torna menor quando se incorpora a dinâmica da dívida
pública. No entanto, ressaltam que esse tipo de ponderação só se torna
relevante em momentos de maior restrição fiscal. Em estudo relativamente
similar, do ponto de vista metodológico, Peres e Ellery (2009) concluem que
a política fiscal brasileira possui efeitos próximos aos postulados em
modelos keynesianos.
O grande problema dessa literatura aplicada ao Brasil é que estas estão
limitadas à disponibilidade dos dados. Com efeito, Cavalcanti e Silva (2010)
estimam as despesas primárias pela diferença entre a carga tributária bruta
e o resultado primário e, portanto, não conseguem separar as
transferências de renda, o consumo do governo e os investimentos
públicos. Peres e Ellery (2009), por sua vez, decompõem os gastos
correntes dos investimentos, mas se restringem a analisar o Governo
Federal.
Melhores estimativas, portanto, dependem de informações mais precisas
sobre a dinâmica do setor público no Brasil. Essas informações encontram-
se, atualmente, disponíveis a partir de uma série de pesquisas realizadas
pelo IPEA que divulgaram estimativas trimestrais dos investimentos
públicos e da carga tributária líquida das administrações públicas7. Essas
informações foram deflacionadas, respectivamente, pelo INCC e pelo
deflator do PIB e ambas dessazonalizadas pelo X12-arima. A vantagem das
evidências a serem reportadas é, portanto, o uso de informações
inteiramente novas para análise dos multiplicadores fiscais.
Além dessas novas informações será utilizado o consumo do governo e
o PIB, calculados pelo IBGE. Vale ressaltar que, curiosamente, os dados de
consumo do governo ainda não foram utilizados nesse tipo de análise
sendo importante destacar que as outras séries são ainda mais relevantes.
No caso dos investimentos públicos e da carga tributária líquida, não existe
outra base de dados que consolide informações dos três entes da
federação em base trimestral para o Brasil.
Um ponto que merece atenção é com relação à interpretação dos
resultados a serem obtidos. Como o multiplicador fiscal, não é um
parâmetro estrutural e seu valor pode variar conforme a estrutura da
economia a das circunstâncias econômicas, os valores aqui encontrados
devem ser considerados multiplicadores médios para o período de
referência. Os multiplicadores podem ser maiores ou menores em função
de situações específicas. Com relação a esse ponto, os dados sugerem que
7
Para análise das metodologias e fonte de informações que geraram esse conjunto de dados ver, Dos
Santos e Costa (2008) e Dos Santos et al (2011).
esse é o caso da resposta fiscal anticíclica durante a crise o que requer
uma reflexão mais detalhada.
A Figura 1 apresenta a evolução da taxa de crescimento do consumo do
governo. É importante destacar que a série apresenta uma observação
aberrante logo no seu início e que depois possui comportamento bastante
regular com crescimento médio positivo e rápida reversão para a média,
apresentando, portanto, baixa persistência. Durante o ano de 2009, o
consumo do governo cresceu a taxa positivas, mas moderadas e
decrescentes até o final de 2010. Conforme mostra a literatura, esse
comportamento mais persistente pode ter sido importante para a
recuperação anticíclica.
A Figura 2 apresenta a evolução da taxa de crescimento dos
investimentos públicos. Diferentemente do consumo do governo, os
investimentos públicos possuem elevada volatilidade. Uma característica
marcante é a elevação da taxa de crescimento dos investimentos públicos
após 2006. Enquanto a taxa de crescimento entre 1996 e 2005 foi de 0,2%
ao trimestre, a taxa de crescimento entre 2006 e 2011 foi de 2,2% ao
trimestre. Além disso, a volatilidade da série se reduziu substancialmente. É
possível perceber que seu comportamento durante os anos de 2009-10 foi
bastante expansionista sendo revertido no ano seguinte como resultado da
expansão anticíclica e de seu posterior processo de moderação.
Novamente, esse comportamento sugere um multiplicador fiscal elevado.
A Figura 3 descreve a evolução da carga tributária líquida que assim
como o investimento apresenta elevada volatilidade. Enquanto são
conhecidos os efeitos de reformas tributárias anteriores que geraram
substancial ganho de arrecadação, é importante notar sua dinâmica no
período da crise internacional. Essa foi a primeira variável fiscal a refletir os
efeitos da crise. No quarto trimestre de 2008, a carga tributária líquida caiu
11% após, seguidos trimestres de elevação substancial. A sua recuperação
se deu apenas no terceiro trimestre de 2009 quando volta a apresentar
crescimento positivo. Essa queda foi prolongada, não apenas por conta dos
estabilizadores automáticos, mas também pelo aumento das transferências
de renda e por uma série de desonerações feitas com o objetivo de
administrar a demanda agregada.
O objetivo da análise empírica é identificar o multiplicador médio da
política fiscal sobre o PIB. O período amostral coberto pela análise será
entre o segundo trimestre de 1996 até o segundo trimestre de 2011. Os
modelos apresentados são baseados em uma defasagem conforme
definido conjuntamente pelos critérios de Akaike, Schwarz e Hanna-Quinn.
O primeiro exercício foi realizado no vetor de variáveis composto pelo
consumo do governo, PIB e carga tributária líquida. O VAR foi identificado
de forma equivalente a Blanchard e Perroti (2002) que assume que o
consumo do governo é estritamente exógeno, que o PIB é afetado
simultaneamente pelo consumo do governo e apenas posteriormente pela
carga tributária líquida. A carga tributária líquida, por sua vez, seria afetada
pelo PIB e pelo consumo do governo de forma contemporânea.
Os resultados (Figura 4) mostram que, de fato, o consumo do governo
possui baixa persistência. O consumo do governo possui impacto
significativo sobre o PIB, mas de curta duração, possivelmente refletindo
sua pequena persistência. O multiplicador de curto prazo do consumo do
governo é 1,11. Não foi constatado efeito significativo da carga tributária
líquida.
O segundo exercício inclui o investimento público no VAR anterior. Os
critérios de adequação do modelo mantiveram a indicação por uma
defasagem. A identificação tentou seguir a abordagem anterior com as
despesas de investimento afetando o PIB de forma contemporânea, mas
não sendo afetadas pelo PIB e pela carga tributária líquida.
Os resultados indicam efeitos similares aos anteriores, com o consumo
do governo sendo significativo na determinação do PIB, mas de forma
pouco persistente. O multiplicador do consumo do governo é um pouco
menor, igual a 0,99. O investimento público, por sua vez, possui efeito
ligeiramente maior sobre o PIB em relação ao consumo do governo e com
durabilidade um pouco maior, refletindo, provavelmente o fato de que seus
choques são mais elevados. O multiplicador do investimento, nesse modelo,
é de 1,26. Mais uma vez o efeito da carga tributária líquida não foi
significativo.
Tabela 2 – Multiplicadores Fiscais no Brasil
Modelo 1 Modelo 2
% médio
Política Fiscal Elasticidade Elasticidade
Multiplicador Multiplicador do PIB
contemporânea* contemporânea*
consumo do
0,223 (0,062) 1,11 0,199 (0,062) 0,99 0,202
governo
n.a. n.a. 0,025 (0,014) 1,26 0,020
investimento
* Desvio padrão entre parêntesis.
6. Conclusões
Referências Bibliográficas
-5
-10
-15
-20
1996Q2
1996Q4
1997Q2
1997Q4
1998Q2
1998Q4
1999Q2
1999Q4
2000Q2
2000Q4
2001Q2
2001Q4
2002Q2
2002Q4
2003Q2
2003Q4
2004Q2
2004Q4
2005Q2
2005Q4
2006Q2
2006Q4
2007Q2
2007Q4
2008Q2
2008Q4
2009Q2
2009Q4
2010Q2
2010Q4
2011Q2
Fonte: IBGE.
Crescimento
15 médio de
2,20%
-5
Crescimento
médio de
-15 0,14%
-2
-7
A carga tributária líquida cresce de
forma muito instável até 2004. A partir
-12 desse ano apresenta menor volatilidade
e se tornando mais correlacionada com
o ciclo econômico.
-17
1996Q2
1996Q4
1997Q2
1997Q4
1998Q2
1998Q4
1999Q2
1999Q4
2000Q2
2000Q4
2001Q2
2001Q4
2002Q2
2002Q4
2003Q2
2003Q4
2004Q2
2004Q4
2005Q2
2005Q4
2006Q2
2006Q4
2007Q2
2007Q4
2008Q2
2008Q4
2009Q2
2009Q4
2010Q2
2010Q4
2011Q2
Fonte: Dos Santos et al. (2008).
Figura 4 – Funções de impulso resposta no modelo 1
Resposta do consumo do governo à inovação no Resposta do consumo do governo à inovação na carga
4 0.8
consumo do governo tributária líquida
3 0.6
2 0.4
0.2
1
0
0
-0.2
-1
-0.4
-2 -0.6
-3 -0.8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Resposta do PIB à inovação no consumo do governo Resposta do PIB à inovações na carga tributária líquida
0.5
1
0.4
0.8
0.3
0.6
0.4 0.2
0.2 0.1
0 0
-0.2 -0.1
-0.4 -0.2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Resposta da carga tributária líquida à inovação no Resposta da carga tributária líquida à inovações na carga
consumo do governo tributária líquida
2.5 6
2 5
1.5 4
1 3
2
0.5
1
0
0
-0.5 -1
-1 -2
-1.5 -3
-2 -4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Figura 5 – Funções de impulso resposta no modelo 2
Resposta do consumo do governo à inovação do Resposta do consumo do governo à inovação do Resposta do consumo do governo à inovação da carga
consumo do governo investimento tributária líquida
0.6
4 0.8
0.4
3 0.6
0.2
2 0.4
0
0.2
1 -0.2
0
0 -0.4 -0.2
-1 -0.6 -0.4
-2 -0.8 -0.6
-3 -1 -0.8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Resposta do investimento à inovação do consumo do Resposta do investimento à inovação do investimento Resposta do investimento à inovação da carga tributária
governo 14 líquida
5 4
12
4 3
10
3
8 2
2
6 1
1
4 0
0
-1 2 -1
-2 0 -2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
-2
Resposta do PIB à inovação do consumo do governo Resposta do PIB à inovação do investimento Resposta do PIB à inovação na carga tributária líquida
1 0.6 0.4
0.5
0.8 0.3
0.4
0.6 0.3 0.2
0 -0.1 -0.1
-0.2
-0.2 -0.2
-0.3
-0.4 -0.4 -0.3
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Resposta da carga tributária líquida à inovação do Resposta da carga tributária líquida à inovação do Resposta da carga tributária líquida à inovação na carga
consumo do governo investimento tributária líquida
2.5 2 6
2 1.5 5
1.5 4
1
1 3
0.5 2
0.5
0 1
0
-0.5 0
-0.5 -1
-1 -1
-2
-1.5 -1.5 -3
-2 -2 -4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12