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Brasil sustentável
Potencialidades do mercado habitacional
A BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
Índice
Apresentação 3
Moradias e sustentabilidade 4
Moradias e
sustentabilidade
290,4
241,7 290,4
203,6
241,7
165,2
203,6
165,2 99,8
69,2
99,8
25,3
69,2
25,3
Investimento Valor das Vendas de materiais Crédito
habitacional construções de construção** imobiliário***
Investimento Valor das Vendas de materiais
(%) ao ano Crédito
habitacional construções de construção** imobiliário***
4,4% (%) ao ano3,9% 4,8% 11,2%
Fonte: FGV 4,4% 3,9% 4,8% 11,2%
(*) A preços de 2007. (**) Para construção e reforma de moradias. (***) Concedido no ano.
44
O investimento habitacional em R$ bilhões* 446,7
350
300
350
250
300
200
250
150
200
100
150
50
100
50
1971 a 1976 a 1981 a 1986 a 1991 a 1996 a 2001 a 2006 a 2011 a 2016 a 2021 a 202
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 20
1971 a 1976 a 1981 a 1986 a 1991 a 1996 a 2001 a 2006 a 2011 a 2016 a 2021 a 2026 a
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030
Fonte: FGV
(*) A preços de 2007.
6 BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
Habitação no
contexto mundial
pela sua dimensão – representavam crescimento econômico de 3,62%. habitação. É importante notar
6,2% de seu PIB em 2005 e, A comparação com a economia que o crescimento da economia
na prática, o mercado habitacional brasileira é eloquente. A taxa média global foi alimentado em boa
americano é superior ao conjunto de crescimento do Brasil entre medida pela aplicação de recursos
de 15 países da União Europeia. 1995 e 2005 foi de 2,38%, com em moradia.
O setor cresceu a uma taxa uma contribuição de 0,27 ponto
surpreendente no período 1985- percentual dos investimentos em Na União Europeia, a unificação
2005, tendo sido responsável por habitação. A análise mostra que dos mercados de capitais
uma parcela expressiva dos bons a expansão do PIB mexicano foi teve contribuição decisiva, ao
resultados da economia americana. superior à brasileira sobretudo criar um ambiente de maior
O investimento habitacional pelo bom desempenho de seu mobilidade de poupanças. Esse
per capita mais que dobrou mercado imobiliário. processo levou à criação de novos
e foi responsável por 0,49 ponto produtos e à redução das taxas
percentual, ou 16%, do crescimento A observação do conjunto de de juros, o que favoreceu o
de 3,1% do PIB. De 1995 a 2005, países permite uma generalização: mercado de crédito hipotecário.
a contribuição do segmento economias com maior investimento A partir de meados da década de
housing foi ainda maior: de 0,60 habitacional sustentam taxas de 1980, no âmbito de cada país,
ponto percentual, ou 18%, de crescimento mais elevadas. foram postas em prática políticas
uma evolução do PIB de 3,31% que possibilitaram o bom
ao ano. desempenho do mercado
A importância imobiliário. Na Espanha, o governo
Uma referência particularmente dos avanços privilegiou a desregulamentação
importante para o contexto do mercado hipotecário e a
brasileiro é o México, país com institucionais agilização do processo de registro
o qual o Brasil guarda semelhanças dos imóveis. De maneira geral,
socioeconômicas. Os investimentos Em todos os países em que houve os países da União Europeia
habitacionais mexicanos ainda aumento dos investimentos eliminaram os controles sobre as
são baixos na comparação com habitacionais, ocorreram taxas de juros.
as economias desenvolvidas, mas previamente mudanças institucionais
seu crescimento continuado a importantes que possibilitaram uma Mesmo um mercado consolidado
partir dos últimos anos da década melhora no funcionamento dos como o americano, cujo modelo
de 1990 permitiu a obtenção sistemas de financiamento. Esses de financiamento habitacional
de resultados expressivos. aperfeiçoamentos aconteceram de serve de referência para boa
Os investimentos em habitação forma intensa nos últimos anos, em parte do mundo, implantou,
aumentaram 33% entre 1995 e um contexto econômico mundial nesse período, transformações
2005 e responderam por 0,50 favorável que contribuiu para o em seu sistema de hipotecas
ponto percentual da taxa de aumento dos investimentos em securitizadas.
8 BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
Inovações tecnológicas deram contrato – são rígidas, portanto. acesso rápido e desburocratizado
origem a ferramentas mais Em algumas economias, o Estado ao crédito e, ao mesmo tempo,
rápidas de aprovação do crédito possui um papel mais forte como proporcionam garantias sólidas
que, em conjunto com a redução garantidor dos empréstimos, além aos investidores. A presença
das taxas de juros, conseguiram de ser provedor de parte dos do Estado depende muito da
popularizar sua utilização e recursos destinados à moradia experiência histórica do país, mas,
favoreceram o boom verificado das famílias de baixa renda; em para atender as famílias de baixa
até 2005. Entre as lições que os outras, sua atuação é bem mais renda, o mais usual é que sirva de
países desenvolvidos oferecem discreta. Um aspecto que está provedor parcial dos recursos.
está a importância da construção presente em praticamente todas
de um aparato regulatório as boas soluções é a existência
confiável. Há questões de de um mercado secundário Crises e a busca de
consenso e outras nem tanto. sólido de títulos, responsável
Um exemplo são as taxas de por elevar os fundos do sistema. novos mercados
juros: em algumas nações essas Outra característica comum é
alíquotas são flexíveis, em outras a existência de um conjunto O crescimento da demanda
não se alteram ao longo do de medidas que asseguram um por imóveis verificado no
3.000
2.500
2.000
2.113
1.500
1.000
500
Mapa da habitação
O investimento habitacional em países selecionados
União Europeia
Investimento Crescimento Contribuição para
habitacional econômico entre o crescimento País
per capita em 1995 e 2005 (pontos
US$*, 2005 (% ao ano) percentuais) Irlanda 5.388,14 7,48% 1,21
Portugal 2.283,61 2,35% 1,13
União Europeia 1.672,75 2,24% 0,34 Grécia 2.133,78 3,92% 0,72
Turquia 405,09 4,13% 0,58 Noruega 5.390,72 2,83% 0,72
Islândia 3.608,19 4,31% 0,58
Canadá 2.178,24 3,34% 0,45 União Europeia
Espanha 2.406,00 3,63% 0,53
Japão 1.199,61 1,20% 0,19
Investimento Crescimento Contribuição para Holanda 2.072,00 2,28% 0,35
Austrália 2.246,51
habitacional 3,56% entre
econômico 0,57
o crescimento Áustria 1.443,51 2,21% 0,30
País
Nova Zelândia per capita em
1.668,18 1995
3,05%e 2005 (pontos
0,45 Alemanha 1.537,50 1,37% 0,30
US$*, 2005 (% ao ano) percentuais) Irlanda
Grã-Bretanha 5.388,14
1.315,60 7,48%
2,79% 1,21
0,30
Coreia do Sul 1.320,24 4,44% 0,64 Portugal 2.283,61 2,35% 1,13
França 1.396,13 2,14% 0,28
União Europeia
México 1.672,75
495,24 2,24%
3,62% 0,34
0,50 Grécia 2.133,78 3,92% 0,72
Dinamarca 1.671,04 2,10% 0,28
Turquia
Estados Unidos 405,09
2.582,51 4,13%
3,31% 0,58
0,60 Noruega
Itália 5.390,72
1.236,88 2,83%
1,27% 0,72
0,22
Islândia
Finlândia 3.608,19
1.810,58 4,31%
3,46% 0,58
0,16
Canadá
Brasil 2.178,24
241,67 3,34%
2,38% 0,45
0,27 Espanha
Suécia 2.406,00
922,07 3,63%
2,73% 0,53
0,10
Japão 1.199,61 1,20% 0,19 Holanda 2.072,00 2,28% 0,35
Austrália 2.246,51 3,56% 0,57 Áustria 1.443,51 2,21% 0,30
Fonte:Nova
FGV eZelândia
OCDE 1.668,18 3,05% 0,45 Alemanha 1.537,50 1,37% 0,30
(*) US$ de 2005 ajustados à Paridade do Poder de Compra. Grã-Bretanha 1.315,60 2,79% 0,30
Coreia do Sul 1.320,24 4,44% 0,64
França 1.396,13 2,14% 0,28
México 495,24 3,62% 0,50 Dinamarca 1.671,04 2,10% 0,28
Estados Unidos 2.582,51 3,31% 0,60 Itália 1.236,88 1,27% 0,22
Finlândia 1.810,58 3,46% 0,16
Brasil
1.400 241,67 2,38% 0,27
Suécia 922,07 2,73% 0,10
800
600
1.400 México
495
400
1.200 Coreia do Sul
1.320
200
Brasil
1.000 241
800
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
600 México
495
400
200
Brasil
241
Pode-se afirmar que o grande ciclo Lei 10.931, de 2 de agosto construtoras e incorporadoras
de expansão dos investimentos de 2004: responsável pelo brasileiras uma excelente
habitacionais nos países aprimoramento do Patrimônio oportunidade de entrar no
desenvolvidos está chegando ao de Afetação, cujo objetivo é mercado. Em 2007, quando os
fim. Se nos Estados Unidos a crise proteger o adquirente de Estados Unidos já se ressentiam
é mais conjuntural, na Europa há imóveis; a lei também dos subprime, o setor imobiliário
aspectos estruturais que indicam estabeleceu para os casos de brasileiro continuou recebendo
algo mais duradouro. Isso explica disputa judicial a continuidade recursos do exterior, num volume
por que os investidores procuram de pagamento da parcela da de R$ 8,3 bilhões nos IPOs.
novos mercados em países como o prestação sob a qual não
México, o Brasil, a China e a Índia. há discordância (o chamado Para entender as motivações
Ao alocar seus capitais, eles levam valor incontroverso). dessa entrada de dinheiro, deve-
em consideração a estabilidade se levar em conta que os fatores
econômica, o nível de renda, a Essas mudanças, associadas a de risco que desencadearam
expectativa de desenvolvimento um ambiente macroeconômico a crise imobiliária nos países
econômico, as tendências de favorável ao crescimento da renda desenvolvidos não estão presentes
crescimento populacional, os e à queda dos juros, expandiram no Brasil, onde as condições de
sistemas de financiamento e os a oferta de crédito e atraíram o concessão de crédito habitacional
ambientes institucional e jurídico. capital externo. Entre 2002 e são muito mais restritivas e há um
O Brasil oferece boas condições 2007, o fluxo anual de crédito grande horizonte de demanda.
em todos esses aspectos. imobiliário passou de R$ 4,8 No rescaldo da crise nos mercados
bilhões para R$ 25 bilhões. Essa norte-americano e europeu, o
prosperidade atrai o investidor Brasil poderá ter um papel de
Avanços do estrangeiro, que identifica na destaque, o que o credencia a um
mercado brasileiro captação primária (IPOs) de rápido crescimento.
O sistema de financiamento
habitacional brasileiro tem
verificado aprimoramentos que
vão ao encontro de soluções
consensualmente aceitas por seus
agentes. Os aperfeiçoamentos
promoveram uma desregulamentação
importante e fortaleceram as
garantias oferecidas para os
investidores. Entre os avanços no
plano legal, vale destacar:
Necessidades
criam oportunidades
100 3,5%
91,1%
3,0%
80
2,5%
60
2,0%
1,5%
40
1,0%
20 0,7%
0,5%
Em 2017, a idade média do – esse crescimento, de 58%, essa tendência muda, e 78% dos
brasileiro será de 32,5 anos, representa mais que o dobro 19,9 milhões de novas famílias
sua expectativa de vida, de 74,7 do ritmo de aumento populacional terão rendimentos entre R$ 2 mil
anos e 51,5% da população terá mundial. A redução da taxa de e R$ 8 mil.
30 anos ou mais. No Brasil de 2030, natalidade também terá reflexos
que terá 91,1% da população nas no tamanho das famílias, que Esses dois ciclos, com dinâmicas
cidades, a idade média será de passará de 3,1 pessoas, em 2007, distintas, têm implicações na
36 anos e quase 60% da população para 2,4 em 2030. A distribuição forma de condução da política
terá 30 anos ou mais. Portanto, por faixa de renda mostra que habitacional e nos negócios
haverá mais adultos aptos a o crescimento das famílias será das empresas da construção.
formar família e a demandar mais acentuado nas parcelas Na primeira fase, que vai até
moradia. Vale notar que, em 2007, de maior poder aquisitivo. 2017, a política habitacional
alguns países que iniciaram esse Entre 2007 e 2030, haverá um fundamentada em subsídios ganha
amadurecimento mais cedo, como encolhimento do número de famílias mais relevância como mecanismo
o Chile e a Coreia do Sul, já com renda até R$ 1 mil, e sua de complementação da renda das
possuíam uma expectativa de vida participação no total passará de famílias mais pobres. Na segunda
superior à que os brasileiros terão 53% para 31%. fase, em que as faixas de menor
em 2030: 78,6 anos. renda diminuem, os subsídios
Ao longo desses 23 anos, podem-se tornam-se menos importantes.
antever dois períodos distintos. Após 2017, os mecanismos
As novas famílias Dos 15,3 milhões de novas famílias de mercado e as condições do
que se formarão na próxima década, crédito passarão a ser ainda mais
Entre 2007 e 2030, o número 57% estarão na base da pirâmide preponderantes no atendimento
de famílias no Brasil passará de social, com renda familiar inferior das necessidades habitacionais.
60,3 milhões para 95,5 milhões a R$ 2 mil. De 2017 em diante, Para as empresas, construtoras
15
População e famílias
Em milhões
Pessoas
Anos Famílias População por família
2007 60,3 189,1 3,1
2017 75,6 211,2 2,8
2030 95,5 233,6 2,4
Em milhões
Fonte: IBGE e FGV Pessoas
Anos Famílias População por família
2007 60,3 189,1 3,1
Em milhões
2017 75,6 211,2 2,8
Taxa de crescimento
2030
Classes de renda 2007
95,5 2030
233,6
(%) ao ano
2,4
-0,4%
Distribuição
até R$ 1.000 das famílias por31,7
classes de renda 29,1
de R$ 1.000 a R$ 2.000 15,5 27,6 2,5%
de R$ 2.000 a R$ 4.000 8,4 21,8 4,2%
de R$ 4.000 a R$ 8.000 3,3 11,0 5,4%
Em milhões
de R$ 8.000 a R$ 16.000 1,1 4,3 6,1%
Taxa de crescimento
de R$ de
Classes 16.000
rendaa R$ 32.000 2007
0,3 2030
1,3 (%) ao ano 7,4%
mais de R$ 32.000 0,0 0,3 10,1%
até R$ 1.000 31,7 29,1 -0,4%
Total 60,3 95,4 2,0%
de R$ 1.000 a R$ 2.000 15,5 27,6 2,5%
de R$ 2.000 a R$ 4.000 8,4 21,8 4,2%
de R$ 4.000 a R$ 8.000 3,3 11,0 5,4%
de R$ 8.000 a R$ 16.000 1,1 4,3 6,1%
de R$ 16.000 a R$ 32.000 0,3 1,3 7,4%
mais de R$ 32.000 0,0 0,3 10,1%
Total 60,3 95,4 2,0%
ou indústrias, haverá alteração as famílias que vivem atualmente Em 2005, a carência brasileira
no perfil de seu público-alvo e, em moradias inadequadas de moradias atingiu 7,8 milhões
portanto, no leque de produtos a ou coabitam com outras, por de domicílios, o que equivale a
serem oferecidos. carência de renda. O déficit 14,7% da demanda. O déficit por
habitacional é a medida coabitação representou a maior
das carências de moradia e parcela do problema: 4,3 milhões
O passivo compreende duas dimensões: de domicílios. Em termos
habitacional absolutos, o problema habitacional
inadequação: composta pelos assume dimensão mais crítica
Em boa parte dos países em domicílios improvisados, pelas nas regiões Sudeste e Nordeste,
desenvolvimento, as necessidades casas rústicas, pelas moradias nessa ordem. Em termos
habitacionais correntes não são em favelas e pelos cortiços; relativos, ou seja, considerando
completamente satisfeitas. Assim, a relação entre déficit e número
além do acréscimo de demanda coabitação: corresponde de domicílios, constata-se que os
ocasionada pela formação de novas ao número de casas em que há piores resultados estão nas regiões
famílias, devem ser consideradas mais de uma família residente. Norte e Nordeste.
16 BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
Norte
1.071,8
BRASIL Centro-Oeste
9,2%
Total:
Coabitação 7.833,0
Inadequação 355,9
Sul
Centro-Oeste 8,6%
Coabitação Inadequação 717,3
355,9 9,2%
1.587,2 1.363,5
4.303,2 3.529,8 97,3
14,7% Déficit
relativo
211,3
258,5 12,4%
Sudeste
2.950,7
506,0
Há uma concentração da carência para o setor é, nesse sentido, torno de 50 anos, chega-se a uma
habitacional nas faixas de menor um fator crítico que influencia os taxa de depreciação de 3% ao ano.
renda familiar, o que vale tanto para cenários possíveis para o mercado
o déficit por inadequação quanto imobiliário brasileiro. Para calcular o valor dos
por coabitação. Cerca de 10% das investimentos requeridos para
moradias das famílias com renda
até R$ 1 mil eram inadequadas
A reposição repor a depreciação, é necessário
ainda determinar o valor do estoque
e percentual similar apresentava de moradias habitacional, estimado a partir do
coabitação. Somados os déficits fluxo de investimentos em cerca
por inadequação e por coabitação, A conservação de moradias também de R$ 2 trilhões em 2007. Para
chega-se a um total de quase 20% gera necessidades diretamente 2008, o valor do investimento
dos domicílios dessa classe de renda. relacionadas ao volume e à idade do necessário para repor a depreciação
estoque habitacional. A depreciação dos imóveis é de R$ 59 bilhões.
O passivo habitacional é uma é definida usualmente como uma A necessidade de reposição varia
questão particularmente grave taxa que se aplica sobre o valor de de acordo com a faixa de renda
nos países em desenvolvimento. um ativo. Tendo em vista a evolução – assim, cerca de 60% desse
Alguns, como o Chile e o México, das moradias no Brasil entre 1940 investimento deve ser destinado
têm sido mais bem-sucedidos nas e 2005, estima-se uma idade média à recuperação dos imóveis das
políticas de redução do déficit de dos imóveis brasileiros de 35 anos famílias com rendimento médio até
moradias. A política governamental e, considerando uma vida útil em R$ 2 mil.
TOTAL
R$ 1.968,9
BILHÕES
667,7
(33,9%)
501,9
(25,5%)
398,1
(20,2%)
234,7
(11,9%) 36,8 6,3
(1,9%)
123,4 (0,3%)
(6,3%)
Renda até De R$ 1.000 De R$ 2.000 De R$ 4.000 De R$ 8.000 De R$ 16.000 Mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000
Fonte: FGV
(*)Em R$ bilhões.
18 BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
PIB
28,230
Capital habitacional
26,739
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
Fonte: FGV
2,5% do total de domicílios – nesse reformas) ao estoque habitacional pontos percentuais em relação
contingente, estarão muitas famílias do País. a 2005 – o que coloca o Brasil,
que coabitam por opção. Assim, 23 anos depois, em um patamar
considerando o atendimento O fluxo anual de investimentos de esforço de formação de capital
da demanda por moradias e as habitacionais será de aproximados habitacional equivalente ao
construções e reformas para a R$ 316 bilhões, sendo R$ 219 irlandês e espanhol de hoje.
erradicação progressiva do passivo bilhões, entre 2008 e 2017, Com isso, o estoque habitacional
habitacional, o cenário de referência e R$ 390 bilhões, no período per capita atingirá R$ 28,2 mil,
indica que, a cada ano, haverá um 2018-2030. Esse montante de a preços de 2007, e será superior
acréscimo médio de 1,745 milhão de investimentos representará 7,3% ao PIB per capita em 2030, de
domicílios adequados (novas casas e do PIB, um crescimento de 4,3 R$ 26,7 mil.
A BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
População e
MORADIAS
O futuro do
investimento
habitacional
no Brasil
Investimento
habitacional
Média anual em R$ bilhões, por
faixa de renda, de 2008 a 2030
82,6 (26,1%)
de R$ 2.000
a R$ 4.000 Anos 2007 2017 2030
Moradias (milhões) 56,2 72,4 93,1
63,1 (20,0%) População (milhões) 189,1 211,2 233,6
de R$ 4.000
a R$ 8.000
Fonte: FGV
5,9% R$ 18,8 bi
Norte
R$ 47,9 bi 15,2%
Nordeste
R$ 19,6 bi
Centro-Oeste
R$ 182,9 bi
6,2% Sudeste
R$ 46,7 bi
Sul
57,9%
TOTAL
14,8%
R$ 315,9
bilhões
22 BRASIL SUSTENTÁVEL POTENCIALIDADES DO MERCADO HABITACIONAL
A hipótese de mobilidade social, ano – quanto do atendimento que surgem no percurso até
com crescimento sustentado das necessidades habitacionais, 2030. O crescimento do fluxo de
da renda média e uma política levando a uma redução mais rápida investimento habitacional leva,
habitacional eficaz, como do déficit de moradias, no bojo indiscutivelmente, a uma melhora
pressupõe o cenário de referência, de uma política habitacional mais ampla do bem-estar das famílias.
significa a diminuição do número de efetiva. Nessas circunstâncias, os Mas, além disso, a elevação do
moradias na faixa de renda até resultados seriam sensivelmente investimento traz benefícios para
R$ 1 mil. Assim, o investimento diferentes: o déficit habitacional a cadeia produtiva diretamente
médio habitacional será maior nas por inadequação seria eliminado envolvida e para toda a sociedade,
faixas de renda entre R$ 2 mil e até 2017, restando apenas a em virtude do aumento do emprego
R$ 4 mil, que representará 26,2% parcela de coabitação por opção. e da renda gerado pelas obras.
do total. Alternativamente, O fluxo anual de investimentos
considera-se também um habitacionais seria de R$ 346,1 Assim, quando se observa o
cenário que contempla avanços bilhões, valor 10% superior ao do complexo processo de produção
institucionais e um crescimento cenário de referência. habitacional de uma perspectiva
econômico mais vigoroso, de mais abrangente, considerando
4,6% ao ano. Haveria uma Nos dois cenários projetados neste todos os elos envolvidos, nota-se que
ampliação rápida tanto do volume estudo, cresce substancialmente a atividade de construir ou reformar
de subsídios – com uma taxa de a proporção do investimento compreende um amplo conjunto de
juros real para o financiamento habitacional em relação ao PIB, agentes e setores que se beneficiam
habitacional abaixo de 7,5% ao a fim de atender às necessidades desse círculo virtuoso.
2007 a 2030
Cenário de Cenário com
Indicadores 1990-2007 referência avanços
Fonte: FGV
(*) Valor a preços de 2007.
(**) Valores referentes ao ano de 2017.
23
55,8 TOTAL
(28,7%)
45,0 R$ 194,4
(23,1%) BILHÕES
36,4
(18,7%) 33,1
(17,0%)
1,0 16,1
(0,5%)
(8,3%) 7,0
(3,6%)
Renda até De R$ 1.000 De R$ 2.000 De R$ 4.000 De R$ 8.000 De R$ 16.000 Mais de
R$ 1.000 a R$ 2.000 a R$ 4.000 a R$ 8.000 a R$ 16.000 a R$ 32.000 R$ 32.000
Fonte: FGV
* Em R$ bilhões.
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