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Relatório sobre o desenvolvimento mundial -

temas principais
Os. últimos 25 anos têm sido de progresso substancial nos grande problema por muitas décadas.
países em desenvolvimento. Mas ainda há 800 milhões de Os problemas que afligem os paises em de-
senvolvimento diferem em grau e espécie: o
pessoas vivendo em pobreza absoluta nesses países, sem que influi na seleção de instrumentos políticos
acesso aos recursos básicos para uma vida produtiva. Este adequados. Há, entretanto, um reconheci-
fato sozinho representa uma indicação precisa do muito que mento cada vez maior de que as estratégias de
desenvolvimento precisam dar a mesma Im-
ainda resta por fazer. portância a dois objetivos : acelerar o cresci-
Este resumo apresenta os principais temas do Relatório mento econômico e diminuir a pobreza.
sobre o desenvolvimento mundial publicado pelo Banco em O crescimento econômico rápido é funda-
mental para toda estratégia de desenvolvi-
agosto de 1978. mento, não só para acompanhar o crescimen-
to demográfico e criar emprego para a cres-
cente força de trabalho, como também para
Rachei Weaving gerar maiores poupanças para investimentos.
Será impossivel alcançar progresso substan-
cial na diminuição da pobreza se não houver
crescimento mais rápido, principalmente nos
o Relatório sobre o desenvolvimento mun- rio não pretende discutir em detalhe as ques- paises de baixa renda - com renda per capita
dial1978 é a primeira de uma série de análises tões que atualmente sejam objeto de ativas ne- inferior a USS 250 em 1976. Porém, só o cres-
de questões relacionadas ao desenvol vimento gociações internacionais. O anexo estatístico, cimento não basta. Devido à tendência para
feitas pelo pessoal do Banco, em decorrência Indicadores do desenvolvimento mundial, que os pobres compartilhem menos do que
do discurso do Presidente do Banco, Robert fornece dados selecionados, econômicos e so- exige sua proporção dos beneficios do cresci-
McNamara, perante a Junta de Governadores ciais, de 125 paises . O relatario será submeti- mento, pois apenas têm acesso limitado aos
em 1977. do ao Comitê Conjunto de Desenvolvimento bens de produção, à educação e ao emprego,
'Conforme declarou o Sr . McNamara no seu do Banco e do Fundo e á Comissão Indepen- torna-se necessária uma atuação deliberada
discurso, um requisito indispensável para um dente sobre questões de Desenvolvimento In- nos setores que afetam a distribuição dos au-
enfoque mais eficaz dos muitos problemas ternacional, presidida por Willy Brandt. mentos da renda. Esses setores abrangem a es-
que os países membros em desenvolvimento O desenvolvimento não tem sido até agora trutura dos incentivos econômicos, a distri-
enfrentam é a melhor compreensão dos fato- suficientemente rápido nem contou com ba- buição de investimentos, a institucionalização
res internos e internacionais que afetam seu ses suficientemente amplas para reduzir o nú- e programas especiais para aumentar a produ-
progresso. Após uma visão geral do desenvol- mero de pessoas em pobreza absoluta. Mesmo tividade dos pobres e suas oportunidades de
vimento nos últimos 25 anos, o relatório dis- a manutenção das taxas atuais do progresso emprego.
cute questões políticas atuais e o desenvolvi- exigirá aumentos consideráveis do fluxo de ca- Os pobres sofrem não apenas de baixa ren-
mento projetado em setores da economia in- pital para os paises em desenvolvimento, resis- da, mas também de acesso inadequado aos
ternacional que influem nas perspectivas dos tência decisiva às pressões protecionistas con- serviços públicos indispensáveis para sua saú-
países em desenvolvimento . Neste contexto, tra suas exportações e esforços vigorosos para de e produtividade . Muitos desses serviços,
analisa os problemas e as opções que defron- elevar o crescimento da produtividade agríco- tais como o saneamento e o abastecimento de
tam as lideranças em diferentes grupos de paí- la. Com base nas projeções atuais, é evidente água potável não podem ser adquiridos de ma-
ses em desenvolvimento. No entanto, o relató- que a pobreza absoluta continuará sendo um neira individual, por isso a distribuição mais

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ampla de serviços deve ser fator importante do aumento d as pressões protecionistas con- dem pôr em risco volumes de produção para
das estratégias para amenizar a pobreza. tra as importações provenientes do s países em exportação muito mais importantes: as expor-
Embora a responsabilidade principal do de- dese nvolvimento . tações de países em desenvolvimento para paí-
senvolvimento bem sucedido recaia sobre os ses ind ustriali zados elevaram-se a cerca de S 26
próprios países em desenvolvímento, as medi- bilhões em 1975, mas o fluxo inverso foi de
das que podem executar de modo efetivo e as S 123 bilhões.
taxas de crescimento que podem alcançar so- Tais considerações não podem minorar a
Aumento do protecionismo
frem a influência de fatores externos: os mer- preocupação por certas empresas ou regiões
cados para suas exportações, os preços das im- que tenham dificuldades em resisti r á concor-
portações e a disponibilidade de capital inter- rência das importações. Entretanto, esses ca-
nacional para ajudar a financiar o investime n- sos requ erem medidas especiais para suavizar
to. Segundo as cláu sulas do acordo Multi- o processo de reajuste, em vez de amplas me-
A interdependência na economia mundial fibras, h á pouco tempo renego ciado, vários didas protecionistas que impediriam o reajus-
não é novidade. Mas a naturezã. dos vínculos países industrializados introduziram novas e te. A maioria .das tentativas do s paises indus-
econômicos entre os países muda constante- rigorosas restrições ás importações de têxteis e trializados de facilitar o reajuste é, atualmen-
mente; ora, os vínculos que surgem entre os confecções, cujo crescimento de 20 por cento te, muito limitada . O processo pode ser dificil
países em desenvolvimento e os industrializa- ao ano entre 1970-75 fizera dessas importa- e penoso, mas com um planejamento prévio
dos talvez não sejam ainda compreendidos de ções as categorias de crescimento mais rápido adequado podem-se projetar medidas que fa-
todo. À medida que a vantagem comparativa entre as exportações indust rializadas dos paí- cilitem a transição e reduzam os custos sociais.
nacional continua deslocando-se, os bens in- ses em dese nvolvimento . Em muitos merca- As barreiras á importação também são co-
dustriali zados provenientes de países em de- dos importantes , as importações de outros muns nos países em dese nvo lvimento. Embo-
senvolvimento tornam-se cada vez mais capa- produtos de interess.e para os países em desen- ra se justifique essa medida durante o estágio
zes de concorrer nos países industrializados.. vo lvimento, notadamente calçados e produ- inicial da industrialização, seus efeitos negati-
Não se reconheceu plenamente que os países tos eletrôOlicos, estào sendo cada vez mais afe- vos no rendimento e cresci mento industri.ilis se
em desenvol vimento compram agora um tadas. tornam cada vez mais evidentes, á medida que
quarto das exportações dos países industriali - At é que ponto os novos obstáculos afetarão os países avançam no seu processo de desen -
zado s, nem tampouco que seu mercado de im- o crescimento das exportações de bens indus- volvimento.
portação tem sido de importância vital para as trializados dos países em desenvolvimento de- Enquanto a especialização internacional
indústrias de exportação dos países industria- penderá em parte do rigor da administração aumenta, a participação ativa dos países em
lizados durante a atual recessão. O s países em das restrições quantitativas. É possível que o desenvolvimento nas deliberaçõ es do comér-
desenvolvim en to têm conseguido manter o total dessas exportações continue crescendo á cio internacional se tornará cada vez mais im-
crescimento de se u mercado durante as recen~ mesma razão que entre 1960-7 5 - acima de 12 portante. No passado, o objeti vo principal
tes convulsões da economia ínternacional, to- por cento ao ano - desde que os países em de- dos países em desenvolvimento era o de obter
mando empréstimo s ao ní ve l internacional. se nvol vimento mai s avançados possam acele- preferências alfandegárias especiais. A análise
Sua capacidade de serviço d a dívida depend e rar sua diversificação com referência a têxteis sugere ser bem mais importante concentrar-se
das di vísas obtidas com suas exportações, a e confecçõ.:s, no sentido de produtos técnicos na resistência ás pressões favoráveis a barrei-
maioria das quai s ainda é enviada aos paí- e outros produtos industriali zados. Porém, ras não-alfandegárias a suas importações.sem
ses índustríalizados. A migração ir1ternacio- quanto mais restritivas forem as condições do dúvida, seu poder de negociação se fortalece -
nal de mão-de-obra em grande escala e o cres- comércio internacional, menor será o número ria e as pressões protecionistas nos paises in-
cimento do turismo têm contribuído também de países em desenvolvimento a ter flexibilida- dustrializados seriam dirigidas mai s eficaz-
para reforçar os vínculos econômicos estabe- de suficiente para aproveitar as oportunida- mente se as barreiras não-alfandegárias pudes-
lecidos entre países industrializados e palses des remanescentes para expandir suas expor- sem ser negociadas á base de concessões recí-
em desenvolvimento . tações de produtos industrializados. procas por parte dos países em desenvol vi-
Para dar certa perspecti va á análise de ques- Para os países industrializados, o protecio- mento.
tões de politica e para sugerir o alcance d as nismo pode representar uma autoderrota a O comércio de produtos man u f at urados en-
medid as que poderão ser neces sárias, longo prazo: não se just ifica paga r os custos tre países em desenvolvimento tem importan-
empregou-se um modelo quantitativo na ela- do cresci mento reduzido e de maior inflação te potencial para o crescimento: os países em
boração do Relatório sobre o desenvolvimen- para evitar o desemprego que poderia advir do desenvolvimento ainda recebem aproximada-
to mundial com a finalidade de projetar as ta- aumento das importações provenientes de mente apenas 15 por cento de suas importa-
xas de crescimento dos grupos d'e países em de- países em desenvolvimento. No fim de contas , ções de produtos industrializados de outros
senvolvimento no período de 1975-85, o nível de emprego é bem mais afetado pelo países em desenvolvimento . A maior parte da
basea ndo -se em certas hipótese's acerca de crescimento da economia, em sua totalidade, expansão desse comércio tem-se baseado até
suas diretrizes e tendências internas no con- do que pelas importações procedentes dos paí- agora no tratamento preferencial decorrente
texto da economia internacional. A marcha ses em desenvolvimento. Essas importações de acordos regionais. A expansão mais rápida
vacilante da recuperação econômica nos paí- representam apenas pequena proporção da exige uma liberalização mais generalizada das
ses industrializados e a crescente incerteza que oferta total nos países industrializados. Por importações, como também mudanças na es-
afeta os movimentos internacionais de comér- exemplo, até em confecção, que é o grupo de trutura dos incentivos industriais e medidas
cio e capital tornam hoje a conjuntura inter- produtos que mais tem contribuído para o in- para fortalecer as instituições ligadas ao trans-
nacional menos favorável ao progresso dos cremento das exportações dos países em de- porte, comunicações e crédito para a exporta-
países em desenvolvimento do que tem sido senvolvímento, e para0 qual o aumento dape- ção.
durante os últimos 25 anos. netração de mercado tem sido maís rápido, os
A maioria dos observadores concorda em países em desenvolvimento atenderam a ape-
que as economias industrializadas crescerão nas 7 por cento do consumo dos Estados Uni-
mais lentamente na próxima década do que os dos em 1976, a partir de menos de 3 por cento Fluxos de capital para os
5 por cento ao ano que mantiveram nos pri- em 1970.
meiros . anos da década de 1970. Supõe-se
países menos desenvolvidos
Os estudos também têm demonstrado que o
este estudo uma taxa de crescimento emprego preservado pela proteção contra as
média de 4,2 por cento ao ano entre importações dos países em desenvolvimento
e 19~5, para todo o grupo (Tabela 1) . O se vê neutralizado pelas perdas de emprego Ainda que a receita do comércio aumente
. malS lento de sua atividade econômica nas indústrias que exportam para esses mes- continuamente, os recursos disponíveis dos
no crescimento mais lento do co- mos países. As limitações às importações pro- países em desenvolvimento devem ser suple-
L"l.llal~lonal, sendo uma das causas cedentes dos países em desenvolvimento po- mentados por um influxo adequado do capital
'. ) ~ .
·e~terno. Os paises mais pob~es, cuja popu- ao ano durante 1970-75', mas ainda resta dúvi- pende das medidas que f~re~ ' " .....
hição na maior parte vive na pobreza e cuja da se de fato os fluxos aumentarão tão rápido aumentar a base de capital dessas inst
capacidade de serviço da dívida externa é quanto se necessita. Para atingir esse cresci-
limitada, muito dependem da Assistência mento será necessário que um grande número Questões de política em países
Oficial para o Desen volvi mento (AOD), em de bancos participe na concessão de crédito a
condições altamente concessionais . Os flu xos paises em desenvol vimento , inclusive bancos menos desenvolvidos
da AOD ficaram consideravelmente abaixo menores dos Estados Unidos e bancos da Eu- Os países de rendas médías constituem um
das expectativas, das necessidades e da capaci- ropa e do Japão. grupo heterogêneo em sua estrutura econômi- -
dade de utilizá- los eficazmente . A assistência
prestad a por membros da Organização do s
Países Exportadores de Petróleo aumentou Tabela I
consideravelmente nos últimos anos, po rém a Crescimento do produto interno bruto 1960-85
(Ia~as percentuais anuais do crescimento, a preços de 1975)
AOD do Comitê de Auxílio para o Desenvol-
vimento da Organização de Cooperação e De-
se nvolvimento Econômico cresce u, em
média , apenas 1,4 por cento ao ano, entre 1960-70 1970-75 1975-85
1960-75. Os grandes países da Ásia Meridio-
nal ficaram entre os mais gravemente afetados
pelo lento cresci mento desses fluxo s. Ásia de baixa renda 2,4 3,9 5,1
Os fluxos anuais liquidos da AOD proce- África de baixa renda 4,3 2,8 4,1
dentes do Comitê de Auxílio para o Desenvol- Renda média 6,3 6,4 5,9
vimento crescerão conforme se prevê , de USS Todos os paises em desenvolvimento 5,5 5,9 5,7
14 bilhões em 1975 para USS 44 bilhões em Países industrializados 4,9 2,8 4,2
Economias de planejamento
1985 (a preços correntes). Isso implica um
centralizado 6,8 6,4 5,1
crescimento de 5 por cento ao ano em termos
reais, mas ainda assim continuará longe de
atingir a meta internacionalmente aceita, que
é de 0,7 por cento do 'produto nacional bruto Outra possível fonte de in stabilidade é o fa- ca, experiência de desenvolvimento e nível de
(PNB) dos países doadores: o vo lume da AOD to de que os empréstimos a paí ses em desen- renda per capita, mas em ge ral seu crescimen-
crescerá apenas de 0,36 por cento do PNB dos volvimento, provenientes de fontes privadas, to econômico depende mais intimamente das
doadores em 1975paraO,3gem 1985.Atéesta têm gera lmente vencimentos a prazo menor, condições econômicas int ernacion ais, do que
previsão será dificil de atingir, a menos que principalmente se comparados aos períodos o dos países de baixas rendas. As perspecti vas
três grandes contribuintes - os Estados Uni- de gestação dos investimentos que financiam. incertas para o comércio e fluxo s de capitalle-
dos, a República Federal da Alemanha e o J a- O aumento calculado em desembolsos brutos vam a crer que crescerão, em média, mais len-
pão - aumentem substancialmente sua parti- de bancos privados para 1975-85 corresponde tamente do que nos últimos 15 ano s, confor-
cipação . Esses tres paises declararam-se a fa- ao triplo do aumento de desembolsos me indica a Tabela 1. As iniciati vas para sus- '.
vor de um maior esforço para ajudar os países líquidos. Seriam convenientes medidas que tentar o crescimento dos rendim entos decor-
carentes, ma s essas declarações devem aínda melhorassem o acesso do s países em desenvol- rentes das exportações precisarão se r suple-
se traduzír em fatos concretos . vim ento aos mercados de título s a longo mentadas por medidas que promovam um a
O crédíto internacional em condições de prazo, como também se deveria incrementar a expansão da demanda interna de base .mais
mercado, de fontes públicas ou privadas, é de proporção de empréstimos pruvenicntes de ampla, incluindo a aceleração do desenvolvi-
especial importância para os paises de renda fontes oficiais que os concedem a ta xas de mento agrícola. No capitulo 7 do relatório
média - que são aqueles paises em desenvol- mercado, mas com vencimentos mai s lon gos. discutem-se algumas das principais questões
vimento cuja rendapercapitaé superior a US$ Durante 1970-75, os empréstimos brutos con- de política que enfrentam os países de rendas
250 ao ano. As perspectivas em relação a esses cedidos por in st ituições financeiras int erna- médias.
fluxos dependem de uma combinação de fatos cionais a taxas de juros correntes no mercado Nos países de baixas rendas da Ásia e África
e·de psicologia - cresceram com extrema ra- aumentaram de 8,5 por cento ao ano em ter- subsaariana, onde vive a maioria dos pobres
pídez durante os últimos anos, e tem havido mos reais. Sua futura taxa de crescimento de- do mundo, mais de três quartos da população
certa especulação quanto á capacidade de ser- depende da agricultura. O potencial agrícola
viço da dívida dos países em desenvolvimento. Rachei Weaving nestes países é de tal ordem que, com esforços
A concentração de crédito num pequeno nú- vigorosos para difundir mai s amplamente as
mero de países tornou os países financiadores tecnologias de produção hoje conhecidas e
sensiveis a eventos nesses paises. Embora não maiores investimentos na infra-estrutura,

'.•
pareçam prováveis dificuldades de monta no quase poderiam dobrar a sua taxa de cresci-
se rviço da dívida, os diferentes paises podem mento nesse seto r. As perspectivas de tal ace-
chegar a ter problemas de liquidez. As mudan- leração variam de país para país devido *s di-
ças dos regu lamento s que governam o crédito ferenças de disponibilidade de tecnologia ade-
privado poderão talvez causar mais dificulda- Cidadã britânica, quada e de potencial de irrigação. Os países de
des. H á o perigo de que as medidas destinadas ingressou no Banco baixa renda poderíam, talvez, expandir suas
a manter a estabilidade do sistema bancário em 1975 como uma ~ . economias em 5 por cento ao ' ano entre 1975-
nos paises que exportam capital possam dar ;1, .' 85, em comparação com 3,1 por cento ao ano,
diretora de ",,~. ,
lugar áquelas crises de débito que essas medi- que tem sido a taxa dos últimos 15 anos. O su-
publicações do bemprego, contudo, continuará sendo um
das pretendiam evitar, ao se alterar abrupta- Serviço da Política
mente a disponibilidade de capital para certos problema grave na Ásia de baixa renda, o que
de Desenvolvimento. Formou-se na requer maior ênfase na criação de empregos
países . As necessidades dos países em desen-
volvimento em relação aos desembolsos liqui-
Universidade de Kent (Reino Unido) e não-agrícolas em zonas rurais e uma amplia-
dos de capital nas condições do mercado terão posteriormente trabalhou na ção sistemática dos programas de obras públi-
um crescimento calculado de USS 25 bilhões Universidade de Makerere em Uganda e cas de grande escala. As estratégias de desen-
em 1975 para USS 78 bilhões em 1985 (a preços no Instituto dos Estudos sobre volvimento nos países de baixa renda são
correntes), conforme indica a Tabela 2. Esse Desenvolvimento na Universidade de abordadas no capítulo 5 quanto á Ásia de bai-
aumento de 4,8 por cento ao ano em termos Sussex (Reino Unido). xa renda, e no capitulo 6, quanto á África sub-
reais é comparável á expansão de 20 por cento saariana.

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1~1k'~~';:-".- >:i: ,';:, _ _
Para não se des~erdiçarem recursos, os pro-
gramas de melhofla das condições dos pobres
precisam ter objetivos claramente definido s e
T.bd.2 p~anos de e~ecução realist.as . Se os programas
, ~_ .. .il.~..,"'!; ,:':" Capillllll médio e longo prazo , nas condições do mercado, para os paises sao con~e bldo s ~em ??Jetl~os, planos e proje-
:?,~}f( ".,'"
~;':~ .;,..'. ; '~ .. ._ , tos p reCISOS, .se.ra di ~lc ll atflbuir as responsabi-
I -, •
. ' .. ' .': - . ' em desenvolvimento, 1970-85 .
;~'~~Q : .'~ - .~ . (Em bilh~c:s de dõbrcs correnlC:s dos E.U.A .)
li dades administrativas ou avaliar a eficácia
'B!.!-:.:( :, I-' , -' .
dos di.ferentes e~foques pa ra minorar a pobre-
'l.ij-.::i/.(~:'J' ·· . Desem bol sos liquidos Debito pendem!! c dcsembob ad o za; alem diSSO, e Impossível tirar proveito da
~.Y:~~: experi~nda. O êxi to torna-se mais provável
I 1970 1975 1985 1970 1975 1985 quando os governos estabelecem metas expli-
I CIt~S para o aumento da renda dos grupos
i m,als pobr~s.e para a distribuição dos serv iços
1 privado 4,7 21,7 67,6 17,3 90,6 358,3
publicos baslcos, e depois controlam os traba-
i oficial, incluindo
lhos regularmente .
_1_,3_ ~ ~ ~ ~ ~
I mult ilateral
TOTAL 6,0 25,1 78,2 31,0 116,3 468,1 As medidas desen volvimentistas necessá-
i Nota: :1 pr~os de
rias exigirão, sobretudo nos paises mais po-
! 1975 10,0 25,1 40,1 51,4 116,3 239,9 bres, grand es in vestimentos na indústria e na
!. agricu ltura, financiados prin cipalmente com
I recursos internos. Porém, é extremamente di-
1 fíci l elevar a poupança interna, devido aos
i
i baixiss im os ni veis da renda desses paises, que
precisam urgentemente de maiores fluxo s de
assistê nc ia concessionais para que se efetuem
Tabela 3 os investimentos necessá ri os . .
Previsão do declinio da pobreza Ilbso1uta, 1975-2000
Nenhuma medida no âmbito internacional
pode tomar o lugar de planos de ação internos
,- imple mentados com vigor, para alcançar os
I
1975 Res ultado sirnubdo p:lr3 o ano :000 pobres. Mas, a menos que os paises em desen-
vo lvimento possam ter mercados permanen-
Percentagem N? absoluto P.:r cenl lgcm N? ab~ o lulO
da de pobres da de pobres
tes garantidos para suas exportações e um
popula~~o (em milhões) popul3~âo (em milhões) maior acesso ao capital internacional, sob
condições condizentes com suas poss ibilida-
des, nã o se pode esperar que diminua o núme-
Pa íses de baixa renda 52 630 27 540 ro de pessoas reduzidas á pobreza absoluta . É
Países de renda média I 4
16 140 60 óbvio que os paises industrializados também
Todos os países em têm gra nde interesse por uma econom ia inter-
desenvolvimento 37 770 17 600 nacional que apóie os esfo rços dos países em
desenvolvimento para suste ntar o crescimento
rápido e minorar a pobreza o mai s rápido pos-
. NOla : Admite-se Que 3.5 la:'<OlS de crescimento na Tabela I scrjo mant idas Jtê o Cinal do século c que os 60 por cento mais pobres
sível.
.. da populac;10 recebem 18-25 por ecnl O dos aumentos da reccil3.

Manual de referêncía

o Banco espera que os Indicadores do


As projeções ilustrativas da Tabela 3 mos- cresc imento a fim de capacita r os pobres a au- desenvolvimento mundial sejam uma
tram que, ainda que as tt!nd ências comparati- mentarem sua produti vidade e renda. Tais obra de referência acessível e concisa para
vamente favoráveis projetadas na tabela já modificações apresentam doi s aspectos essen-' estudiosos do desenvolvimento, órgãos
mencionada persistissem até o final deste sé- ciais: o primeiro é elevar a produtividade da- diretivos e autoridades em nível nacional
culo, cerca de 17 por cento da população dos queles que ti ve rem algum acesso aos bens de e internacional. Por sua própria
países em dese nvo lvimento ainda continua- produção , como a terra; o seg undo é aumen- natureza, a obra não se destina afornecer
ria na pobreza absoluta, no ano 2000. Com tar as oportunidades de emprego em zonas ur- séries cronológicas históricas e valores
o rápido crescimento da população que agora banas e rurais, principalmente estimulando básicos. Para eSJesfins, as várias publica-
parece inevitável isso signi ficaria 600 milhões métodos de produção de uso intensivo de ções estatísticas do Escritório Estatístico
de pessoas. As hipóteses sobre o progresso fu- mão-d e-obra, seja em indústrias modernas ou da ONU e de suas agências especializa-
turo podem, natura lmente, variar de inúme- em pequenas empresas . das, assim como as World tables do pró-
ros modos. No entanto, é dolorosamente cla- Além de acelerar o crescimento de sua prio Banco, são fontes de consulta bem
ro que a pobreza absoluta ainda continuará renda, é necessário que serviços públicos es-
mais apropriadas.
sendo um problema de enormes dimen sões no senciais, como água e esgoto, seja m mais aces- O Banco tem o propósito de atualizare
final deste século. síveis aos pobres. Tanto nos países de renda melhorar o alcance dos Indicadores do
média como nos de baixa renda há muito cam - desenvolvimento mundial e de publicá-
É premente agir contra a pobreza. Nos paí- po para ampliar a prestação de serviços públi- los anualmente. Para servir melhor às ne-
ses de baixa renda, onde a pobreza extrema cos essenciais com as mesmas verbas: adap- cessidades dos usuários, o Banco aprecia-
afeta a massa populacional, é essencial elevar tando-se experiências bem sucedidas de siste- ria receber comentários e sugestões desti-
as taxas de crescimento com medidas que esti- temas de distribuição a baixo custo, usando-se nadas a facilitar o aprimoramento desta .
mulem a agricultura como pedra fundamental tecnologias adequadas e modelos padroniza- obra. Os leitores podem escrever a The ~
. das políticas de ação. Em alguns dos países em dos, e aproveitando-se, sobretudo, os esfor- World Bank, Publications Unit -1818 H ·,
volvimento mais avançados, 'a questão ços de.auto-ajuda por parte das comunidades Street, N_ w., Washington, D.é.,:20433/i
que defrontam as lideranças é a ma- que serão beneficiadas. Contudo, para atingir E. U.A ., so/~citando exempl~rf!.s ern .ejp..i~~
qual diferentes setores da sociedade toda a população serão necessários maiores
.nhol, frances, inglês ou japonês :(breve- .
_mente haverá traduç6es érii 6;:ájje-'r"(jíe~.
no crescimento. Na maioria dos recursos adicionais para investimento e cus-
·::mão).:, ,,y~:: :, ~;;;''.1St;:),~?d·<ili~4~· .
é necessário modificar-se o padrão de teio,
Indicadores do desenvolvimento mundial

O Banco Mundial tem acumulado , através dados . A fim de ressaltar a transformação ções Unidas, junto com dados dos arqui-
dos anos, uma considerável base de dados econômica e social ocorrida nos últimos 15 vos do Banco Mundial. O volume contém
econômicos e sociais, Esses elementos fo- anos e para enfatizar mais ainda recentes lima série de observações técnicas que des-
ram levantados diretamente de fontes na- desempenhos econômicos, as taxas de cres- crevem os conceitos básicos e a meto dolo-
cionais ou recolhidos pelas missões opera- cimento foram calculadas para os dois pe- gia empregada no cálculo dos indicadores
cionais do Banco, ou então procedem das ríodos que vão de 1960 a 1970 e de 1970 a apresentados no volume. Em geral usa-
Nações Unidas (ONU) e seus organismos 1975 ou 1976, sempre que os dados dispo- ram-se fontes de circulação internacional,
especializados. Se bem que esses dados se- niveis o permitiram. Do mesmo modo, to- pois assim se dispõe de uma base para fazer
jam utilizados comumente pelo Banco nas dos os coeficientes apresentados no ma- comparações em nivel internacional.
suas próprias operações, em pesquisas ou nual foram calculados para 1960 e 1975 ou , Inclui-se uma bibliografia das fontes de da-
planos de ação, eles foram colocados à dis - 1976, a fim de indicar as mudanças estrutu- dos, a fim de indicar as fontes principais
posição do público através de fitas magné- rai s desses países nos últimos 15 anos. Ou- utilizadas na preparação deste volume.
ticas e publicações. O Banco fez um grande tra característica da apresentação é que fo- Os indicadores relacionados com o PNB
esforço no campo da divulgação de dados ram calculados os valores médios para os baseiam-se em dados do Banco, e a meto-
ao compilar e publicar ás
World tables no indicadores apropriados dos cinco grupos dologia de base utilizada no cálculo do
final de 1976. O volume continha estatísti- de países, valores esses que oferecemime- PNBper capita foi a empregada no World
cas econômicas e sociais com séries crono- diato ponto de referência para se fazerem Bank atlas. De acordo com este método, o
lógicas , quando apropriado . Elaborou-se comparações mais amplas . PNB, em unidades da moeda nacional ;
um anexo estatistico paralelamente à ela- A escolha dos indicadores foi ditada pe- expressa-se primeiro em preços méd ios
boração do Relatório sobre o desenvolvi- los dados disponíveis sobre grande número ponderados do período-base, 1974-76, 10-
mento mundial. O principal objetivo da de países, a disponibilidade de séries cro- go convertidos em dólares americanos às
publicação dos Indicadores do desenvolvi- no lógicas que permitam medir o cresci- taxas de câmbio médias ponderadas para
mento mundial, que é o referido anexo, é mento e a mudança, e a pertinência dos da- esse período . As estimativas resultantes
o de fornecer, de modo simples, dados ge- dos quanto aos principais processos do de- são ajustadas de acordo com a inflação nos
rais sobre o desenvolvimento mundial. senvolvímento. E.U.A. entre 1974-76, sendo então dividi-
As 18 tabelas fornecem cinco amplas es- das pelo número de habitantes em meados
pécies de informação. A Tabela 1 apresen- do ano . Elegeu-se o período-base de três '
Conteúdo ta uma visão geral do crescimento econô- anos a fim de reduzir o impacto de subvalo-
mico, o perfil demográfico e dados sobre rizações ou supervalorizações temporárias
energia, alimentos e taxas de inflação. As de determinada moeda nacional em rei a-
Os Indicadores do desenvolvimento Tabelas de 2 a 5 fornecem dados sobre o ção ao dólar americano, e assim obter um '
mundial fornecem dados sobre um total de cr'escimento e a estrutura da produção e da maior grau de comparabilidade do PNB
125 países com população superior a 1 demanda. Nas tabelas de 6 a 12 encon- per capita entre os países.
milhão de habitantes. Além disso" nas no- tram-se detalhes sobre o comércio exterior, Em quase todos os casos, as taxas dé '
tas técnicas das tabelas principais pres- sua estrutura 'e direção, balanços de paga- crescimento apresentadas no volume fo-' '
tam-se algumas informações sobre outros mentos, fluxos de capital, dívida e ajuda. ra'in calculadas em termos reais, empre-
28 Estados membros das Nações Unidas As quatro tabelas seguintes dão 'informa- / gando-se o método de mínimos quadra-
ou do Banco Mundi'a l. ções sobre crescimento demo&ráfico, es~ dos. Desse modo foram levadas em conta-
Os 125 países incluídos no estudo foram trutura e desenvolvimento da força de tra- todas as observações feitas no período con- "
agrupados em cinco categorias: países de balho e estimativas demográficas projeta- siderado. As taxas de crescimento resul~ '. I
baixa renda, países em desenvolvimento de das para o ano 2000. ' Além disso, tantesnãoestão,portanto,distorcidaSpôr.'-'!
renda média, países industrializados, paí- apresentam-se estimativas dá população fatores ciclicos ou variações excepcionais : I
ses exportadores de petróleo com superávit estacionária hipotética e as datas em que em determinado ano . " .. ,'" "
de capital, e economias de planejamento cada país atingirá esse nível, bas'e'adas em ' Emborase tenhatomadci todo o cuidado .
centralizado . Dentro de cada grupo, os uma série de hipóteses, nas Tabelas 17 e i8, possível para'garantir aprecisão, as esta'tís~ :'
. países são classificados segundo seus níveis que contêm indicadores sociais com' áigu- ." ticas, especialmente ' as 'q ue se referem) .';
de produto nacional bruto (PNB)percapi- mas informações sobre serviços sanitários e'" países em desenvolviménto, ' são, por -süá)'
' ta, começando pelos mais pobres . O volu- educacion·ais. Não .foi possív'e i' fori'Íecêr . própria natureza', 'freqÜefltemente ''' e' , ~
me contém 18 tabelas que compreendem maiores inforinações 'sobre'os" ·, "" ', sujeítas a consideráveis margens '"< I

.. aproximadamente 80 indicadores econô- sociais em ' virtude' dá '. ' ~ .. Assim, ' " ,éncarecidamente
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