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Economia II

Crescimento e
Desenvolvimento Econômico
Crescimento e Desenvolvimento Econômico

15.1 Crescimento e desenvolvimento

A teoria do crescimento e do desenvolvimento discute estratégias de


longo prazo, nela a oferta ou produção agregada joga um papel
importante na trajetória de crescimento de longo prazo.

Foco: analisar o comportamento do produto potencial ou de pleno


emprego da economia, a longo prazo.

Crescimento econômico: crescimento contínuo da renda per capita ao


longo do tempo.

Desenvolvimento econômico: alterações de composição do produto e


alocação dos recursos pelos diferentes setores da economia de forma a
melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social.
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15.2 Fontes de crescimento:

• aumento na força de trabalho;


• aumento do estoque de capital;
• melhoria na qualidade de mão-de-obra;
• melhoria tecnológica;
• eficiência organizacional.

15.2.1 Capital humano: valor ganho de renda potencial incorporado


nos indivíduos e inclui a habilidade inerente à pessoa, o talento, a
educação e as habilidades adquiridas.

15.2.2 Capital físico: maquinário e equipamentos sofisticados, que


são abundantes em países ricos e escassos em países pobres. A razão
da variação do produto nacional e a variação da capacidade produtiva
resulta na relação produto-capital que envolve o capital físico no
processo de desenvolvimento econômico.
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15.3 Financiamento do desenvolvimento econômico

Para investir um país pode usar sua poupança interna ou ter acesso à
poupança estrangeira por meio de empréstimos ou ajuda financeira.

Economias de mercado: se o governo coletar mais impostos do que


gasta em bens correntes e serviços, os recursos excedentes poderão
ser investidos na infra-estrutura e canalizados para empresas, via
bancos de desenvolvimento ou de fomento.

Países em desenvolvimento: podem conseguir uma poupança


estrangeira por meio de investimento direto no país; tomando
emprestado nos mercados mundiais de capitais ou instituições; ou
recebendo ajuda estrangeira de países industrializados.
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15.4 Um modelo de crescimento econômico

Harrod Domar: destaca a importância de três variáveis básicas para


o crescimento:

• taxa de investimento;
• taxa de poupança;
• relação produto-capital.

Objetivo: enfatizar a atuação das variáveis econômicas estratégicas


para promover o crescimento econômico.
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15.5 Medidas de desenvolvimento econômico

-A magnitude do PIB (ou PNB) é uma importante medida do


desempenho econômico de um país. Contudo, para que ela funcione
efetivamente como indicador do potencial de geração de renda e da
produtividade é preciso relativizá-la pelo tamanho da população do
país. Assim, a mais importante variável de desempenho é o produto
per capita e não o valor absoluto do produto agregado.
- No entanto, esses indicadores mostram-se insuficientes para uma
avaliação acerca da qualidade de vida. Primeiro, porque o produto per
capita, por ser uma média, nada nos diz acerca da distribuição de
renda. Em segundo lugar, porque ele não capta as condições
concretas de vida da população em termos, por exemplo, de
longevidade, condições sanitárias, saúde e nível educacional.
-Ao considerar tanto a distribuição da renda quanto os indicadores
sociais enquanto variáveis importantes, estamos indo além do
conceito de crescimento econômico. Na verdade, estamos
avaliando o desenvolvimento econômico, que mede não apenas o
crescimento do produto per capita, mas o perfil distributivo e os
benefícios sociais trazidos por esse crescimento.
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15.6 Algumas medidas de desenvolvimento econômico – O Índice de Gini

-A distribuição de renda de um país pode ser avaliada a partir do índice de


Gini (IG), que tem como objetivo avaliar o grau de concentração de renda,
podendo variar entre zero e um. Quanto mais próximo de um for o índice, mais
concentrada é a renda do país; quanto mais próximo de zero, menos
concentrada.
-O Brasil tem um dos piores IG do mundo. Entre 135 países está entre os dez
piores. Abaixo tem-se alguns IG:

- Namíbia: 0,700
- África do Sul: 0,650 O IG alto do Brasil indica que
- Paraguai (2008): 0,568 apesar de não ser considerado um
- Guatemala (2008): 0,551 país pobre (ocupa 31ª posição em
- Brasil (2008): 0,544 termos de produto per capita), o
- Argentina (2007): 0,490
país possui uma enorme
- México (2006): 0,479
- China (2007): 0,470 concentração de renda, um
- Estados Unidos (2007): 0,450 problema estrutural, que pode
- Portugal (2008): 0,385 ficar ainda mais grave em
- França (2008): 0,327 momentos de crise conjuntural
- Alemanha (2006): 0,270 como recessão e aumento do
- Noruega (2008): 0,250 desemprego.
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Curva de Lorenz teórica

Define-se o
coeficiente de Gini
como sendo a
relação entre a
área de
concentração,
indicada por  e a
área do triângulo
ABC (igual a 0,5),
ou seja:

G
0,5

Quanto mais próximo G estiver de 1, pior a distribuição. No caso limite, quando


G =1 (=0,5), temos uma situação de concentração máxima (área do triângulo
ABC). Por outro lado, quando G=0 (=0), a distribuição é completamente
igualitária.
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Curvas de Lorenz

Fonte: http://semiramis.weblog.com.pt/arquivo/Lorenz.jpg
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Índice de Gini - 1981 -2007

0.660

0.640
Plano Real Início do governo Lula
0.620

0.600

0.580
IG

0.560

0.540

0.520

0.500

981 983 984 985 986 987 988 989 990 992 993 995 996 997 998 999 001 003 004 005 006 007
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2
Fonte: IBGE, PNAD Anos
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15.7 Algmas medidas de desenvolvimento econômico – O IDH

-O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – foi concebido pelo Programa


das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para medir o bem-estar das
sociedades e a qualidade de vida das populações.
-É estimado para mais de 179 países e considera não apenas a renda per capita
mas também variáveis ligadas à saúde (esperança de vida), à educação (índice
de analfabetismo e taxas de matrícula).
-De acordo com o valor alcançado por seu IDH, os países são classificados
como de baixo desenvolvimento (IDH menor que 0,5), de médio
desenvolvimento (IDH entre 0,5 e 0,8) e alto desenvolvimento (IDH maior do
que 0,8).

O Brasil ocupa a posição de número


70 entre 179 países, estando na
fronteira entre médio e alto IDH. Em
1997 o IDH do Brasil era 0,739,
mostrando uma evolução do nível de
bem-estar brasileiro nós últimos anos.
Destaca-se também que no Brasil há
muitas disparidades regionais.
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Fonte: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3038&lay=pde
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A despeito de sua posição bastante


confortável em termos de produto
agregado e produto per capita, a não
resolução dos problemas de desigualdade
regional e imensa concentração de renda
tem impedido o Brasil de entrar no rol dos
chamados países desenvolvidos.

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