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BERNARDO SOARES – LIVRO DO DESASSOSSEGO

Imaginário Urbano/Quotidiano – Lisboa (local de trabalho)

 Cidade tem um papel fundamental (descrita física e


humana) – foco em instantâneos do dia a dia, na rotina
quotidiana, descrevendo os espaços, as pessoas com quem
se cruza e a azáfama das ruas
 A vida diária do “eu” é marcada pelo fracasso e pela
angústia, está confinada às ruas da Baixa de Lisboa. Este
imaginário urbano é invadido por um mundo de sensações
vindas da memória e do sonho, permitindo ao sujeito
recriar a realidade, uma outra “cidade”;

Deambulação e Sonho: o observador acidental

 Sujeito em permanente deambulação por Lisboa e


enquanto observador acidental, capta situações do
quotidiano, focando-se em pormenores banais que narra e
descreve, registando as suas percepções
 Fascínio pela cidade – influência de Cesário Verde
 Narrador – transeunte – revela uma relação de entrega e
evasão. Os caminhos percorridos são moldados pelo sonho,
transpondo “paisagens interiores” paralelas
 Relação com a realidade dá lugar à insatisfação, ao tédio,
levando ao sonho, por causa do desassossego

Perceção e Transfiguração Poética do Real

 Observação da realidade e a captação do real pelo sujeito –


divagações subjectivas e transfiguração do real (de forma
artística e imaginativa)
 O “eu” cria uma ilusão de um novo “mundo” , à imagem do
seu mundo interior.
 O Livro do Desassossego integra uma dimensão poética
pelo facto de o sujeito projectar o seu mundo interior na
representação objectiva do real

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