TEORIA GERAL DOS RECURSOS como já aludido no inicio deste

capítulo.
NO NOVO CPC
Sendo que, a remessa necessária é
Meios de impugnação às decisões judiciais
desprovida de voluntariedade para a
TÍTULO II sua aplicação, pois a decisão
DOS RECURSOS sentenciada é sempre revista por um
órgão superior independente da vontade
REMESSA NECESSÁRIA de uma das partes.

CAPÍTULO VII.I Como também, lhe falta a

tipicidade, a dialeticidade, interesse,
1.0) INTRODUÇÃO
legitimidade e tempestividade.
A remessa necessária, como
A remessa necessária, tem a
analisado no capítulo I, não é tida
virtude de suspender os efeitos os da
como uma das espécies recursais, uma
sentença até que sobre ela se pronuncie
vez que, não se encontra no rol dos
a instância superior.
recursos previstos no art. 994 do
NCPC.
Apesar de não ser considerado um
recurso, possui dois dos efeitos
Trata-se, portanto, de um
relacionados peculiar aos recursos,
Sucedâneo Recursal, tendo natureza de
cujo é o efeito obstativo, já que impede
condição de eficácia da sentença nas
o transito em julgado e mantêm o
causas contra a Fazenda Pública e no
processo vivo, pois sempre é
julgamento procedente, no todo ou em
submetido a duplo grau de jurisdição e
parte, de embargos à execução fiscal.
o efeito suspensivo, uma vez que,
suspende à eficácia da decisão,
Encontra-se positivada na seção
impedido desde já, a execução
III, do Capítulo XIII – “Da sentença e
provisória.
da coisa julgada”. Em um único artigo,
sendo o Art. 496 do NCPC.
3.0) NATUREZA JURÍDICA
2.0) CONCEITO
A natureza jurídica da remessa
necessária é a de condição de eficácia
Algumas decisões judiciais
da sentença proferida contra os entes
dependem, obrigatoriamente, de
federativos e das que julguem, seja
revisão pelo órgão hierarquicamente
total ou parcial, embargos à execução
superior para produzirem efeitos.
fiscal. Sendo que, a sentença somente é
Estando sujeitas sempre ao duplo grau
considerada valida, caso seja submetida
de jurisdição, não produzindo efeitos
a o duplo grau de jurisdição.
senão depois de confirmadas pelo
tribunal, conforme expressa o art. 496
Porém, há de se observar que, a
do NCPC.
remessa necessária somente se
materializa, caso um dos beneficiários
dela, não interponha apelação,
Porém, não se deve confundir a
conforme, dispõe o §1° do Art. 496 do
remessa necessária com um recurso,
NCPC.

§ 1o Nos casos previstos neste
artigo, não interposta à apelação no
prazo legal, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao tribunal, e, se não o fizer,
o presidente do respectivo tribunal
avocá-los-á.
Cabendo ao Tribunal, em
qualquer dos dois casos, sempre julgar
a remessa necessária. §° do art. 496 do
NCPC. § 2o Em qualquer dos casos
referidos no § 1o, o tribunal julgará a
remessa necessária.
4.0) BENEFICIÁRIOS
Os beneficiários da necessária
são aqueles descritos nos incisos I e II
art. 496 do NCPC: - “Art. 496.  Está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não
produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença”:
1. Nas causas contra a Fazenda
Pública
I - proferida contra a União, os
Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito
público;
2. Julgamento dos embargos à remessa necessária não é aplicável,
execução fiscal
II - que julgar procedentes, no
todo ou em parte, os embargos à
execução fiscal.
5.0) INAPLICABILIDADE DA
REMESSA NECESSÁRIA
A remessa necessária é
inaplicável em dois casos, que se
subdividem em vários outros. As
hipótese de inaplicabilidade da remessa
necessária estão previstas nos
parágrafos §3° e §4° do art. 496 do
NCPC.
A primeira hipótese em que a
remessa necessária não é aplicável, está
prevista no §3° do art. 496 do NCPC,
sendo nos casos em que a condenação
ou proveito econômico obtido na causa
for de valor líquido e certo, a:
a) I - 1.000 (mil) salários-mínimos
para a União e as respectivas
autarquias e fundações de direito
público.
b) II - 500 (quinhentos) salários-
mínimos para os Estados, o Distrito
Federal, as respectivas autarquias e
fundações de direito público e os
Municípios que constituam capitais
dos Estados;
c) III - 100 (cem) salários-mínimos
para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações
de direito público.
A segunda hipótese em que a
encontra-se no §4° do art. 496 do
NCPC, sendo nos casos em que a
sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos.
III - entendimento firmado em
incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de
competência;

IV - entendimento coincidente com

orientação vinculante firmada no
âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.