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TEORIA GERAL DOS RECURSOS A doutrina costuma relacionar o

cabimento a três princípios


NO NOVO CPC processuais, sendo eles:
Meios de impugnação ás decisões judiciais
a) Princípio da Taxatividade:
TÍTULO II
DOS RECURSOS Só há os recursos previstos em
lei em rol taxativo.
CAPÍTULO V

PRESSUPOSTOS DO RECURSO b) Princípio da Singularidade ou


Unirecorribilidade
1.0) INTRODUÇÃO
Só é possível impugnar uma
Os pressupostos dos recursos dizem decisão com um recurso de cada
respeitos aos requisitos que devem ser vez, não sendo possível se valer de
examinados para que o recurso seja dois recursos ao mesmo tempo.
conhecido.
Porém cabe recurso especial e
Os requisitos de admissibilidade do extraordinário contra o mesmo
recurso se dividem em dois grupos: - acórdão.
a) Pressupostos Intrínsecos e b)
Pressupostos Extrínsecos. c) Princípio da Fungibilidade

INTRÍNSECOS Recurso indevidamente


interposto pode ser aceito como
a) CABIMENTO recurso correto. Logo os recursos
b) LEGITIMIDADE são fungíveis entre si. Princípio
c) INTERESSE esse que não tem previsão expressa
d) INEXISTÊNCIA DE FATOS no novo CPC.
EXTINTIVOS
A doutrina e a jurisprudência
EXTRÍNSECOS definem alguns pressupostos para a
aplicação deste princípio, sendo
a) TEMPESTIVIDADE esses:
b) PREPARO
c) REGULARIDADE FORMAL Inexistência de erro grosseiro:
d) INEXISTÊNCIA DE FATOS Um erro é grosseiro quando ele não
IMPEDITIVOS está lastreado nem na lei e nem na
doutrina, não deve restar dúvida
2.0) PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS – alguma de que o recurso é inviável.
(DIREITO DE RECORRER) Para que se aplique a fungibilidade
deve-se haver divergência entre lei
2.1) CABIMENTO e doutrina.

O recurso é cabível quando a Exemplo: - 1.024 do NCPC - §


decisão for recorrível e o recurso for 3o O órgão julgador conhecerá dos
o correto previsto em lei. embargos de declaração como
agravo interno se entender ser este
o recurso cabível, desde que diretamente ligado à utilidade e a
determine previamente a intimação necessidade. Logo o recurso para
do recorrente para, no prazo de 5 ser válido deverá ser útil e
(cinco) dias, complementar as necessário.
razões recursais, de modo a ajustá-
las às exigências do art. 1.021, § 1o. O recurso tem de poder propiciar
algum proveito para o recorrente
2.2) LEGITIMIDADE melhorando a situação do recorrente,
sendo necessário para tanto, onde não
A legitimidade para o recurso está se possa alcançar tal proveito sem o
prevista no Art. 996 do CPC. recurso.

Art. 996.  O recurso pode ser


 Melhora a situação do
interposto pela parte vencida, pelo
recorrente: Útil
terceiro prejudicado e pelo
Ministério Público, como parte ou
 Se o proveito somente puder ser
como fiscal da ordem jurídica.
alcançado pelo recurso:
a) Parte (Qualquer Parte) vencida Necessário.
- Denunciado
- Assistente interessado 2.3.1) RECURSO E SUCUMBÊNCIA

b) Ministério Público – Custos Legis Significativa parte da doutrina


– Fiscal da Lei. Legitimidade processualística civil, como Nelson
autônoma recorre mesmo que Nery, Tereza Wambier, Arruda Avim,
ninguém recorra. costumam dizer que há interesse
quando houver sucumbência, de fato
c) Terceiro Prejudicado: É aquele este raciocínio certo, porém é que em
que não está no processo. Como se alguns casos, pode ocorrer de não ter
conta o prazo? O prazo para recurso havido sucumbência e mesmo assim
de terceiro é o mesmo prazo de que existir o interesse recursal.
dispõe a parte, logo começa a
contar do dia que a parte é O novo código de processo civil
intimada. não firmou entendimento concreto
acerca do interesse recursal, uma vez
Pode recorrer como terceiro que no art. 966, caput, coloca que o
todo aquele que poderia ter recurso pode ser interposto para a parte
intervindo no processo e até então vencida, mas em seguida no Parágrafo
não interveio – Assistente único do mesmo artigo, fala que o
Litisconsorcial. terceiro deve demostrar possibilidade
de a decisão sobre tal relação jurídica
sobumetida a apreciação judicial
atingir direito seu que afirme ser titular
ou que possa discutir em juízo como
2.3) INTERESSE RECURSAL
substituto processual.
Para que o recurso seja
Neste caso o terceiro que embora
admitido é preciso que haja
não sucumba tem interesse.
interesse, interesse este que está
Respeitando toda a nobre doutrina propuser, o recurso em si proposto é
supracitada, posiciono-me à luz dos inadmissível.
conhecimentos de Barbosa
A renúncia é sempre expressa, e
parafraseados por Fredie Didier, no
independe de consentimento da outra
sentido de que o interesse recursal existe
parte.
no sentido de o recurso dever ser útil e
necessário, uma vez que em se tratando Art. 999 do NCPC.  A renúncia ao
de um ato postulatório, a ideia de direito de recorrer independe da
interesse deve ser traduzida do interesse aceitação da outra parte.
de agir da ação, cujo trata-se de uma
condição da ação. 2.4.2) ACEITAÇÃO DA DECISÃO

Mas de todo modo, o entendimento Se a parte aceita a decisão não


firmado da doutrina já citada, não está poderá recorrer. A aceitação pode ser
errado, porém não está de todo certo, expressa ou tácita. (A aceitação tácita
sendo mais completo junta-lo ao sentido se dá quando o sujeito pratica atos
de interesse como condição da ação. incompatíveis com a vontade de
recorrer).
Art. 966 NCPC: Parágrafo único.
Cumpre ao terceiro demonstrar a (Ex.: Sujeito cumpre
possibilidade de a decisão sobre a espontaneamente a decisão).
relação jurídica submetida à apreciação
judicial atingir direito de que se afirme Art. 1.000.  A parte que aceitar
titular ou que possa discutir em juízo expressa ou tacitamente a decisão não
como substituto processual. poderá recorrer.

Parágrafo único. Considera-se


2.4) INEXISTÊNCIA DE FATO
aceitação tácita a prática, sem
EXTINTIVO
nenhuma reserva, de ato incompatível
Este requisito é um requisito com a vontade de recorrer.
negativo, uma fez que são fatos que não
3.0) PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
podem ocorrer para que o recurso possa
ser admitido, exatamente por isso que o
3.1) TEMPESTIVIDADE
requisito é “inexistência”.

2.4.1) RENÚNCIA
O recurso deve ser interposto no
prazo. O prazo de todos os recursos no
A renúncia do direito de recorrer NOVO CPC é de 15 dias, exceto os
somente é possível se feita antes de se Embargos de Declaração que é de 5
propor o recurso, diferente da dias.
desistência que só é viável após o
Os recursos dispõem de prazos,
recurso ter sido interposto.
esses prazos são próprios, fatais e
A renúncia extingue o direito de improrrogáveis.
recorrer. Logo não é possível que um
O NCPC uniformizou os prazos
sujeito renuncie ao recurso e depois
recursais, sendo que de todos os
venha a propor um recurso, se o
recursos previstos no art. 994, apenas
um tem prazo de 5 dias cujo é os ao da disponibilização da informação
embargos de declaração, e o resto dos no Diário da Justiça eletrônico.
recursos possuem 15 dias. (Exclui-se o primeiro dia).

Todos os prazos serão contados em § 3o A contagem do prazo terá início


dias úteis. no primeiro dia útil que seguir ao da
publicação.
Art. 219.  Na contagem de prazo em
3.1.2) INICIO DA CONTAGEM DO
dias, estabelecido por lei ou pelo
PRAZO – ART. 1.003 DO NCPC
juiz, computar-se-ão somente os
dias úteis.
No caso dos recursos o inicio da
Parágrafo único.  O disposto neste
contagem do prazo conta-se da data em
artigo aplica-se somente aos prazos
que os advogados, a sociedade de
processuais.
advogados, a Advocacia Pública, a
3.1.1) FORMA DE CONTAGEM DO Defensoria Pública ou o Ministério
PRAZO RECURSAL Público são intimados da decisão.

 ADVOGADOS
A contagem do prazo recursal se  SOCIEDADE DE
opera da seguinte forma: - Exclui-se o ADVOGADOS
primeiro dia em que começa a correr o  ADVOCACIA PÚBLICA
prazo, não computam-se aos prazos os  DEFENSÓRIA PÚBLICA
sábados, domingos e feriados, porém  MINISTÉRIO PÚBLICO
inclui-se o dia final, sendo que caso o
dia final caia em um final de semana 3.1.3) PRAZO RECURSAL EM DOBRO
(sábado ou domingo) o último dia será a
segunda, e caso caia em um feriado o
último dia será o posterior da mesma É importante destacar que gozam de
forma caso caia em um dia que não haja prazo em dobro os:
expediente forense por outro motivo a
a) Litisconsortes que tiverem
não ser esses.
diferentes procuradores, de escritórios
Art. 224.  Salvo disposição em de advocacia distintos. (Art. 229 do
contrário, os prazos serão contados NCPC).
excluindo o dia do começo e incluindo o
dia do vencimento.
Art. 229.  Os litisconsortes que tiverem
o
§ 1  Os dias do começo e do diferentes procuradores, de escritórios
vencimento do prazo serão protraídos de advocacia distintos, terão prazos
para o primeiro dia útil seguinte, se
contados em dobro para todas as suas
coincidirem com dia em que o
expediente forense for encerrado antes manifestações, em qualquer juízo ou
ou iniciado depois da hora normal ou tribunal, independentemente de
houver indisponibilidade da requerimento.
comunicação eletrônica.
SÚMULA 641 DO STJ – litisconsórcio
§ 2o Considera-se como data de simples:
publicação o primeiro dia útil seguinte
NÃO SE CONTA EM DOBRO O a) Juizados Especiais Federais –
PRAZO PARA RECORRER, Art. 9° lei n° 10.259/2001.
QUANDO SÓ UM DOS
LITISCONSORTES HAJA b) Juizados Especiais da
SUCUMBIDO. Fazenda Pública – Art. 7° da
Lei n. 12.153/2009, para as
b) União, Estados, Distrito Federal, sociedades de economia mista
Estados e suas respectivas autarquias. e empresas públicas.
(Art. 229 do NCPC).
3.1.4) PRORROGAÇÃO DO PRAZO
Art. 183 NCPC. A União, os Estados,
o Distrito Federal, os Municípios e
suas respectivas autarquias e fundações Art. 222.  Na comarca, seção ou
de direito público gozarão de prazo em subseção judiciária onde for difícil o
dobro para todas as suas transporte, o juiz poderá prorrogar os
manifestações processuais, cuja prazos por até 2 (dois) meses.
contagem terá início a partir da
intimação pessoal. 3.1.5) INTERRUPÇÃO DO PRAZO

1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
c) Defensoria Pública (Art. 186 do
NCPC). Art. 1.026.  Os embargos de
declaração não possuem efeito
Art. 186 NCPC.  A Defensoria
suspensivo e interrompem o
Pública gozará de prazo em dobro para
prazo para a interposição de
todas as suas manifestações
recurso.
processuais.
2. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
§ 4o Não se aplica o benefício da
contagem em dobro quando a lei Art. 1.044 - § 1o A interposição de
estabelecer, de forma expressa, prazo embargos de divergência no
próprio para a Defensoria Pública. Superior Tribunal de Justiça
interrompe o prazo para
Lei complementar 80/94 – Art. 44, I e
interposição de recurso
Art. 128, I.
extraordinário por qualquer das
d) Fazenda Pública e Ministério partes.
Público só para recorrer. (Para
3.1.6) RECURSO INTERPOSTO POR
apresentar contrarrazões o prazo é
CORREIO
simples).
NCPC - 1.003 § 4o Para aferição da
A fazenda pública e o Ministério
tempestividade do recurso remetido
Público somente gozam de prazo em
pelo correio, será considerada como
dobro para recorrerem, uma vez que
data de interposição a data de
para apresentarem contrarrazões ou
postagem.
outras manifestações processuais que
não seja a de recorrer, o prazo a ser
seguido não será em dobro.

Não gozam de prazo em dobro:


3.2) PREPARO
1° EXCEÇÃO: JUIZADOS
ESTADUAIS
Preparo é o pagamento das despesas
relacionadas ao processamento do Nos juizados especiais estaduais
recurso. admitisse que se faça o preparo em até
48horas depois do recurso, caso em que
Essas dispensas se dividem em duas o preparo é efeito após o recurso.
sendo:
2° EXCEÇÃO: JUSTIÇA FEDERAL
a) Taxas: Valor que se paga como
custa judicial. Na justiça federal o preparo da
apelação pode ser feito em até 5 dias
b) Despesas postais: Postes de após a interposição da apelação. (Art.
remeça e retorno dos autos. 14, II da Lei n. 9.289/96).
3.2.1) MOMENTO DO PREPARO

Em regra o preparo deve ser feito 3.2.2) JUÍZO DE ADMISSIBILDIDADE


antes de se recorrer, uma vez que na NEGATIVO POR DESERÇÃO
hora da interposição do recurso o
preparo deve ser comprovado, porém há O preparo é pressuposto extrínseco
duas exceções a esta regra. do recurso, uma vez que ele condiciona
a sua propositura, como visto em regra,
No ato da interposição o recorrente o recurso sem preparo não poderá ser
comprovará o preparo, porém, deve-se interposto, salvo as exceções.
ater para o fato de que o recorrente
somente irá precisar comprovar o O preparo é verificado no juízo de
preparo se assim a lei exigir, como admissibilidade, se o recurso não for
coloca o art. 1.007 do NCPC. conhecido por falta de preparo será
invalido por “Deserção”.
Art. 1.007.  No ato de interposição do
recurso, o recorrente comprovará, Deserção é o nome que se dá ao
quando exigido pela legislação juízo de admissibilidade negativo em
pertinente, o respectivo preparo, razão da falta de preparo.
inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção. O NCPC, seguindo um processo
mais constitucional, amplo e justo a
Observação: todos, traz algumas “REGRAS” que
devem ser observadas para que o recurso
 O preparo deve ser feito seja admitido por deserção.
antes de se interpor o
recurso.

1° REGRA: VALOR DO PREPARO


 E comprovado no momento
INSUFICIENTE - (Art. 1.007, § 2°).
da interposição do recurso.
Se o valor do preparo ao tempo da
interposição do recurso for insuficiente,
não poderá o recurso ser inadmitido
por deserção, sem que antes intime o
recorrente na pessoa de seu advogado
para suprir o valor restante dentro do impedimento, pois não fez o preparo
prazo de 5 DIAS. devido o banco está fechado.

“Se o preparo é insuficiente não Analisadas as três regras, o recurso


poderá ser considerado deserto o somente pode não ser admitido por juiz
recurso, sem que antes a parte tenha de admissibilidade negativo por
deserção, caso essas três regras tenham
sido intimida para completa-lo”.
sido observadas antes.
NCPC - Art. 1.007. § 2o A insuficiência
no valor do preparo, inclusive porte de
3.2.3) DISPENSABILIDADE DE
remessa e de retorno, implicará deserção
PREPARO
se o recorrente, intimado na pessoa de
seu advogado, não vier a supri-lo no Há casos, em que a lei confere, que é
prazo de 5 (cinco) dias. dispensável o preparo para a propositura
do recurso.
2° REGRA: VALOR DO PREPARO EM
DOBRO – (Art. 1.007, § 4). A dispensabilidade de preparo é dividida
deve ser vista por duas óticas, sendo
O recorrente que não comprovar,
elas:
no ato de interposição do recurso, o
recolhimento do preparo, inclusive porte  Sujeitos que não precisam de
de remessa e de retorno, será intimado, preparo.
na pessoa de seu advogado, para realizar
o recolhimento em dobro, sob pena de  Recursos que não precisam de
deserção. preparo.

Obs.: Não é concedido nenhum prazo a


SUJEITOS
mais para o recolhimento em dobro do
preparo, uma vez intimado, e o SÃO DISPENSADOS DE PREPARO,
recorrente não tendo recolhido o INCLUSIVE PORTE DE REMESSE E
preparo em dobro, o recurso não será DE TERONO, OS RECURSOS
conhecido por deserção. INTERPOSTOS POR:

3° REGRA: JUSTO IMPEDIMENTO –  Ministério Público


(Art. 1007, §6°).  União
 Distrito Federal
Caso o recorrente comprove justo  Estados
impedimento para não ter juntado o  Municípios
preparo no momento da interposição do
 Pelos que gozam de isenção
recurso, será lhe dado o prazo de 5 dias
legal. (Beneficiários da Justiça
para efetuar o preparo.
Gratuita Lei n°1.060 de 1950).
Ex.: Se o expediente do Banco termina
Art. 1.007 - § 1o São dispensados
ás 16h e o expediente forense termina ás
de preparo, inclusive porte de
19h, o recorrente em tese teria até ás 19
remessa e de retorno, os recursos
para fazer o depósito do preparo no
interpostos pelo Ministério Público,
banco, pois ainda possui 3h para interpor
pela União, pelo Distrito Federal,
recurso. Neste caso, evidencia-se justo
pelos Estados, pelos Municípios, e
respectivas autarquias, e pelos que
gozam de isenção legal.

3.4) INEXISTÊNCIA DE FATO


IMPEDITIVO

RECURSOS Assim como a inexistência de fato


extintivo (pressuposto intrínseco), este
 Embargos de Declaração p
pressuposto também é um requisito
Art. 1.023 do NCPC;
negativo, uma vez que consubstancia a
não ocorrência de alguns fatos para
Art. 1.023.  Os embargos
que se possa interpor um recurso.
serão opostos, no prazo de 5
(cinco) dias, em petição
Como visto anteriormente, a renuncia e
dirigida ao juiz, com
a aceitação da decisão extinguem o
indicação do erro,
direito de recorrer, caso que devem ser
obscuridade, contradição ou
manifestadas anterior a interposição do
omissão, e não se sujeitam a
recurso.
preparo.

Qualquer fato negativo que sobrevém


 Recursos da ECA interpostos
após o recurso já ter sido interposto,
por criança ou adolescente. Art.
não irá extinguir o direito de recorrer,
198, I da ECA). I - os recursos
mas sim impedir.
serão interpostos
independentemente de preparo
Logo a desistência, que é praticada
após a interposição de um recurso,
 AUTOS ELETRÔNICOS -
impede que recurso seja julgado, salvo
Art. 1.007 - § 3o É
exceções evidenciadas nos recursos
dispensado o recolhimento
repetitivos de repercussão geral.
do porte de remessa e de
retorno no processo em
3.4.1) DESISTÊNCIA DO RECURSO
autos eletrônicos.
A desistência de um recurso somente
3.3) REGULARIDADE FORMAL é possível se o recurso for interposto, ao
passo que se isso ocorre, ou seja,
propõem-se um recurso e seguida dele
O recurso, como todo ato postulatório
se desiste, não poderá novamente o
deve preencher uma série de
propor.
regularidades para ser considerado
apto a ser proposto. Logo a desistência do recurso impede
que se recorra novamente. A desistência
Obriga-se, então a respeitar as formas
suprime então o direito de recorrer.
previstas em lei para sua interposição
(Escrito ou eletrônico, com A desistência do recurso não depende
impugnação especifica, munindo-se de de aceitação do recorrido nem de
documentos essenciais, com homologação, podendo ser apresentada
endereçamento correto). até o inicio da votação.
Art. 998.  O recorrente poderá, a Desistência  Fato impeditivo
qualquer tempo, sem a anuência do
recorrido ou dos litisconsortes, desistir Porém, não somente se verificam
do recurso. diferenças entre a desistência e a
renúncia, mas também semelhanças,
Vale destacar que a lei em si ainda caso em que tanto na desistência quanto
não determinou um sentido para a na renúncia, não há a necessidade da
expressão “Qualquer Tempo”. Sendo concordância da outra parte. Sendo que
que vários são os sentidos dados na para se desistir ou renúnciar é necessário
jurisprudência para esta expressão. que o procurador do desistente ou do
renunciante deve ter poderes especiais
Um deles é o que o recorrente poderá para isso.
desistir até o último minuto antes de se
dar início ao julgamento.

É importante, também salientar que,


uma vez desistido do recurso, não há,
mas como voltar atrás.

Porém, a própria jurisprudência já se


mostrou diversa quanto à este
entendimento, sendo que no julgamento
do REesp. 1.308.830/RS, a Rel. Min.
Fátima Nancy Andrighi, não acatou a
vontade de desistir do recurso do
recorrente, e julgou o recurso contra a
vontade das partes.

Em suma, à luz do princípio da


consumação concretizado no instituto
da preclusão consumativa, com a
interposição do recurso o inconformado
exaure o respectivo direito de recorrer,
não podendo ser novamente exercido
contra a decisão já recorrida (REsp
866.006/PR, Rel. Min. Hélio Quaglia
Barbosa, j. 3.4.2007. STJ).

DESISTÊNCIA X RENÚNCIA

A desistência recursal se caracteriza


somente nos casos em que já há um
recurso interposto, ao passo que, a
renuncia para se materializar deve ser
feita antes da propositura do recurso.

A desistência é um fato impeditivo


do direito de recorro, e a renúncia é um
fato extintivo do direito de recorrer.

Renúncia  Fato Extintivo.

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