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Comissão Organizadora
Higor Pereira
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
Apresentação
O mundo rural, a história agrária, as questões fundiárias e seus protagonistas estão no
centro de pesquisas e de discussões acadêmicas dos grupos de trabalho, GT História Agrária
da ANPUH/PR e do GT História Rural da ANPUH/RS. Do mesmo modo, a história da ocupação
e da territorialização do sul do Brasil é elemento comum aos dois grupos. Assim, constituem
os motivos e justificam a aproximação e a articulação entre eles, a qual tomou formato mais
preciso desde 2020. A partir de então, entre as atividades propostas para o ano de 2021,
destaca-se o grupo de estudos constituído pelos pesquisadores integrantes dos GTs, os quais
se reúnem mensalmente para debater os resultados de suas pesquisas e, igualmente, o
Encontro dos Pós-Graduandos do Mundo Rural que ocorrerá ente os dias 19 e 20 de maio e
que deu origem a esse caderno de programação e resumos.
Convém explicitar que a realização de atividades articuladas em rede colaborativa,
entre pesquisadores que somam seus esforços a uma análise mais completa e capaz de
síntese, pode ser a opção mais produtiva, auxiliando no alcance de objetivos acadêmicos da
produção de conhecimento, relevantes e significativos frente as demandas sociais. As redes
de colaboração em pesquisa e intercâmbio de conhecimento acadêmico sempre existiram e
foram importantes para o desenvolvimento científico. E, no atual momento, com a aceleração
dos meios de comunicação, tais redes e a produção de conhecimento vem crescendo
rapidamente. Por esse viés, estas colaborações promovem a flexibilização, reflexão e
elaboração de conhecimentos necessários a um amplo e multifacetado contexto de desafios
emergentes.
A temática que orienta o evento é a “história do mundo rural”. Neste escopo, serão
discutidos assuntos referentes à ocupação humana de espaços, a territorialização e
desterritorialização, a colonização, a imigração, a ocupação e os encontros nas fronteiras, a
história agrária e a história ambiental, a história da propriedade e do acesso à terra. Além
disso, serão debatidas questões relacionadas as diferentes visões de mundo e de relação com
o espaço, assim como as noções de pertencimento societários, institucionais e individuais,
manejadas por diferentes grupos: indígenas, quilombolas, faxinaleiros, comunidades
tradicionais de fundo de pasto, povos ribeirinhos, movimentos sociais, etc.
Desse modo, o objetivo do encontro é proporcionar um lugar de debate,
contemplando os resultados finais ou parciais das pesquisas dos pós-graduandos.
Agradecemos a todos e todas que participarão das atividades do Encontro de pós-graduandos
que pesquisam temas relacionados à História do Mundo Rural, seja na condição de
ouvintes/as ou de apresentadores/as de trabalhos. Assim, encerramos esta breve
apresentação na expectativa que este seja o primeiro de muitos outros encontros.
Desde já, agrademos a parceria e a sua participação!
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Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
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Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
aspas, alinhamento justificado, margem esquerda de 2,5 cm, sem deslocamento de primeira
linha, com espaçamento simples e 6 pt antes e depois.
9. Deverá ser adotado uso de aspas duplas para citações diretas no corpo de texto (trechos
com até três linhas). No caso de mais de três autores, indicar sobrenome do primeiro seguido
da expressão latina et al. (sem itálico). A referência reduzida deverá ser incluída após a citação,
e não ao lado do nome do autor, conforme exemplo: De acordo com Freire (1987, p. 69), “[...]
o educador problematizador (re)faz, constantemente, seu ato cognoscente, na
cognoscitividade dos educandos” (1987, p. 69).
10. Referências: deverão constar, exclusivamente, os textos citados, em ordem alfabética pelo
nome do autor, seguindo as normas da ABNT. Deverá ser adotado o mesmo padrão em todas
as referências: logo após o sobrenome, que será grafado em caixa alta, apresentar o nome
completo ou apenas as iniciais, sem misturar os dois tipos de registro (FREIRE, Paulo ou
FREIRE, P.). As fontes primárias deverão constar unicamente nas notas de fim. Não é
necessário referenciar epígrafe. Exemplos de referências mais recorrentes: Livros:
SOBRENOME, Nome. Título do livro: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Capítulos de Livros:
SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome (Org.). Título do livro:
subtítulo. Cidade: Editora, ano. p. xx-yy. (página inicial - final). Artigos em periódicos:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do Periódico, Cidade: Editora, v. ___, n. ___, p.
xx-yy (página inicial - final), mês abreviado. ano. Textos de publicações em eventos:
SOBRENOME, Nome. Título. In: NOME DO EVENTO, número da edição do evento, ano em que
o evento ocorreu, cidade de realização do evento. Título dos Anais. Cidade: Editora, ano. p.
xx-yy (página inicial - final). Teses / Dissertações: SOBRENOME, Nome. Título da D/T. Ano.
Dissertação/Tese (Mestrado em.../Doutorado em...) – Nome do Programa de Pós Graduação
ou Faculdade, Nome da IES, Cidade, Ano. Sites: [Informações variáveis]. Disponível em:
<httpp:// ...>. Acesso em: dd. mm. aaaa.
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Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
Programação
19/05
13:30 – 18h.
Curralinho: o meio ambiente influenciando a ocupação e o uso do solo - Antonio Gabriel Pinto
de Almeida Junior (UNEB)
A propriedade urbana: os terrenos foreiros em Passo Fundo - Diego Jose Baccin (UPF)
“As ruas serão limpas todos os fins de semana pelos habitantes”: posturas em prol da
civilidade, as margens do Rio Parnaíba, na década de 1870 - Jayra Barros Medeiros (UFPI)
Das salas de redação à pequena propriedade rural: o caso do imigrante alemão Martin Fischer
- Dirceu Adolfo Dirk (UPF)
Entre a produção e a reprodução: a atuação das mulheres rurais nas atividades econômicas
de Porto Novo (1926-1965) - Carlise Schneiders (UPF)
A formação da colônia Manoel Ribas na região central do estado do Paraná (1942 - 1963) -
Cezar Felipe Cardozo Farias (UNIOESTE)
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Mulheres e MAB: uma luta por direitos e pelo acesso a terra - Jordan Brasil dos Santos (UFPEL)
Relações sociais de dominação e resistência nos Postos do SPI e FUNAI (1947-1985) - Selma
Martins Duarte (UFRGS)
História ambiental e a colônia de Porto Novo (Itapiranga) - Natan Roberto Kickow (UPF)
20/05
13:30 – 18h.
“Adiante rios de muita caça, mel e gavirobas”: indícios de florestas culturais no ambiente
monçoeiro (séculos XVIII e XIX) - João Carlos Candido Silva Libardi Santos (USP)
Um estudo sobre as famílias de produtores agrícolas na freguesia de São João de Itaboraí entre
a segunda metade do século XVIII e o século XIX - Welton de Abreu Oliveira (UFF)
História Agrária: questões e contribuições para o estudo do cotidiano dos "homens livres e
pobres" na Colônia Militar do Jataí (1851-1897) - Carlos Henrique Ferreira Leite (UERJ)
A agricultura sob o olhar dos presidentes estaduais: discursos políticos em Mato Grosso no
início do regime republicano brasileiro - Vinicius Rajão da Fonseca (UNIOESTE)
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“Mulher é tudo na casa”: Mulheres e memórias no Faxinal Barra Bonita - Claudete Maria
Petriw (UNICENTRO)
Uma resistência histórica contra a construção da Barragem de Itapiranga - Rudinei José Cenci
(UFFS-Chapecó)
A questão agrária no vale do Limpopo – Sul de Moçambique: diálogos entre a posse tradicional
da terra versus moderna, na região de Ximbongweni, Ca. 1820-1990 - Manuel Henriques
Matine (UFRGS)
Luta e Memória: a luta pela criação da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi em
defesa de um modo de vida - Luiz Antonio Nascimento de Souza (UFMA)
O Brasil rural pelas lentes de Leon Hirszman e do CPC da UNE - Maíra Santana Marinho da
Cunha (UERJ)
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Índice alfabético
Anderson Pereira dos Santos ............................................................................................... 11
Antonio Gabriel Pinto de Almeida Junior ........................................................................... 11
Áxsel Batistella de Oliveira .................................................................................................. 11
Carlise Schneiders ............................................................................................................... 12
Carlos Henrique Ferreira Leite .......................................................................................... 12
Caroline da Silva ................................................................................................................. 12
Cássia Maria Popolin ........................................................................................................... 13
Cezar Felipe Cardozo Farias ............................................................................................... 13
Claudete Maria Petriw ........................................................................................................ 13
Diego Jose Baccin ............................................................................................................... 14
Dirceu Adolfo Dirk ............................................................................................................. 14
Eduarda Bertuol ................................................................................................................. 14
Indaia Dias Lopes ................................................................................................................ 15
Jayra Barros Medeiros ......................................................................................................... 15
João Carlos Cândido Santos ................................................................................................ 15
Jordan Brasil dos Santos ...................................................................................................... 15
José Eustáquio Rodrigues da Cunha Júnior ........................................................................ 16
Josei Fernandes Pereira ...................................................................................................... 16
Laiane de Jesus Santos Macêdo ........................................................................................... 17
Leandro Rosa de Oliveira .................................................................................................... 17
Luiz Antonio Nascimento de Souza .................................................................................... 17
Maíra Santana Marinho da Cunha ...................................................................................... 18
Manuel Henriques Matine .................................................................................................. 18
Márcio Comin ..................................................................................................................... 18
Mauro Marx Wesz .............................................................................................................. 19
Natan Roberto Kickow ....................................................................................................... 19
Nelson de Lima Junior ........................................................................................................ 19
Rhuan Targino Zaleski Trindade ....................................................................................... 19
Rogério Ribeiro Antônio .................................................................................................... 20
Rudinei José Cenci ............................................................................................................. 20
Saionara Solange Frantz ..................................................................................................... 20
Selma Martins Duarte ......................................................................................................... 21
Tamara Juriatti .................................................................................................................... 21
Vanessa Ames Schommer ................................................................................................... 21
Vinicius Rajão da Fonseca ................................................................................................... 22
Welton de Abreu Oliveira ................................................................................................... 22
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Resumos
Sitiantes do café formação do trabalho familiar de sitiantes em uma região da
retaguarda da franja pioneira paulista – Itápolis, 1920-1940
Anderson Pereira dos Santos
(USP)
Nesta pesquisa, nosso principal objetivo foi compreender como foram gestadas a pequena
propriedade e as relações de trabalho familiar de sitiantes no Oeste Paulista, na primeira
metade do século XX. Para tanto, tomamos como área de estudo o município de Itápolis,
localizado na porção centro-norte paulista, na retaguarda da franja pioneira descrita por
Pierre Monbeig, e como recorte temporal a década de 1930. Para a realização da pesquisa,
partimos de extensa revisão bibliográfica sobre a literatura relativa às relações de
sociabilidade de sitiantes, dialogando com autores como Caio Prado Júnior, Nice Lecocq
Muller e José de Souza Martins. De forma distinta, dialogando com Karl Marx e
fundamentados na perspectiva teórica crítica do valor, buscamos analisar a formação da
pequena propriedade e das relações familiares de sitiantes a partir da lógica contraditória
da reprodução crítica do capital no campo. A pesquisa em jornais locais e nas publicações
do Diário Oficial de São Paulo nos permitiu acessar aspectos negativos e críticos à esta
realidade. Concluímos que a formação da pequena propriedade em São Paulo e das relações
familiares de sitiantes, na retaguarda da franja pioneira, ao longo da década de 1930, se
deu negativamente, gestadas pela crise da reprodução social capitalista.
Curralinho: o meio ambiente influenciando a ocupação e o uso do solo.
Antonio Gabriel Pinto de Almeida Junior
(UNEB)
Nas décadas finais do século XVII, a Capitania da Bahia passava por uma forte crise
econômica, diante dessa realidade, a administração colonial adotou a conquista dos
territórios ocupados pelas populações nativas como solução, através do uso de tropas
armadas. Seus integrantes se deslocavam através das áreas desconhecidas seguindo as
margens dos rios ou através das trilhas inicialmente construídas pelos nativos.
Um desses caminhos cortava uma área de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga,
num território localizado entre a Serra do Guariru e o Rio Paraguaçu, mais precisamente nas
imediações da nascente do Rio Jaguaribe. A diferença dos biomas foi determinante para a
ocupação desses territórios e para a implantação das atividades econômicas. A
apresentação abordará essa dicotomia.
Comércio de cativos e o cativeiro na região de Passo Fundo/RS (1850-1888)
Áxsel Batistella de Oliveira
(UPF)
O trabalho proposto compreende a análise em torno do comércio de cativos na região de
Passo Fundo, no estado do Rio grande do Sul nos anos de 1850 a 1888). Para o referido
estudo utilizamos como fontes de pesquisa os contratos de compra e venda de cativos
disponíveis no Arquivo Público do Rio Grande do Sul, adicionados com os dados
historiográficos. Através da leitura analítica destes contratos, procurou-se evidenciar os
perfis dos cativos na região, assim como, problematizar o seu papel do cativeiro e a sua
importância socioeconômica para a formação e manutenção das grandes propriedades.
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Busco compreender como os cativos estavam inseridos no cenário histórico do Rio Grande
do Sul como mão de obra escrava.
Entre o produção e a reprodução: a atuação das mulheres rurais nas atividades
econômicas de Porto Novo (1926-1965)
Carlise Schneiders
(UPF)
O trabalho de reprodução social é essencial para a sobrevivência dos grupos humanos ao
longo da história e fundamental para a manutenção da produtividade capitalista. Na
realidade específica de Porto Novo, uma colônia teuto-brasileira de confissão católica, tal
como em quase todas as sociedades, o encargo de reprodução social recaiu sobre a mulher.
Essa colônia foi instaurada a partir de 1926 no oeste de Santa Catarina, um ambiente
rústico, de mata densa e imensas dificuldades para a adaptabilidade dos novos habitantes.
Dessa forma, objetiva-se analisar a partir de revisão bibliográfica e pela perspectiva da
História Social a atuação e importância dessas mulheres rurais nos trabalhos da colônia,
tanto os de reprodução social quanto os de produção capitalista.
História Agrária: questões e contribuições para o estudo do cotidiano dos "homens
livres e pobres" na Colônia Militar do Jataí (1851-1897)
Carlos Henrique Ferreira Leite
(UERJ)
O presente trabalho faz parte das pesquisas que estão sendo desenvolvidas para a nossa
tese de doutorado, que tem como objetivo geral investigar e problematizar o cotidiano dos
colonos na Colônia Militar do Jataí, criada pelo governo imperial na segunda metade do
século XIX. No presente trabalho, busca-se refletir sobre como os avanços dos estudos sobre
o rural nas últimas décadas, podem contribuir para uma compreensão do cotidiano dos
"homens livres e pobres" que habitaram este núcleo. Pretende-se demonstrar, que o
interesse, a relevância e a viabilidade de se analisar a história da terra, de seus homens e
suas relações no contexto específico de uma colônia militar, são frutos dos novos
questionamentos e avanços teórico-metodológicos ocorridos na historiografia nas últimas
décadas, protagonizados também e especialmente, pelo já consolidado campo da História
Agrária e pelas pesquisas desenvolvidas sobre as colônias militares do Brasil Império.
As desapropriações de terra por Interesse Social de imóveis pertencentes a bancos no
Rio Grande do Sul (1960-2009)
Caroline da Silva
(UPF)
A questão agrária sul-rio-grandense envolvendo a desapropriação de terras por interesse
social é um tema novo e necessário no meio acadêmico. Isso porque, a partir do estudo de
Processos Administrativos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrário (Incra) e
de Processos Judiciais da 4a região, é possível adentrar num mundo de litígios envolvendo
a posse da terra. No estudo em questão, são 133 imóveis rurais que, por algum motivo,
deixaram de cumprir com a função social. Destes processos, 17 deles envolviam bancos,
que acabaram por ter seus imóveis desapropriados por não estarem cumprindo com a
função social da propriedade. Nosso objetivo é caracterizar legal e historicamente esses
processos de desapropriação, bem como, as questões relacionadas ao crédito rural, política
agrária vigente no período, entre outros. Cabe ressaltar, que nossa pesquisa encontra-se
em andamento e em análise destas fontes.
Às margens do Ribeirão Vermelho: o uso da fotografia para recuperação histórica da
Comunidade Rural do Deizinho, Rolândia-PR
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(UPF)
Pretendo apresentar uma comunicação que identifica à forma de se procedeu o processo
de das terras urbana em Passo Fundo, analiso o processo de ocupação, apossamento e
assenhoreamento dos espaços regionais na formação do território citadino. Em destaque
analisarei a formação da propriedade privada urbana a partir do instituto enfitêutico na
dinâmica do processo de aforamento urbano e dos litígios por legitimidade possessões que
envolveram a administração publica e a poder eclesiástico.
Das salas de redação à pequena propriedade rural: o caso do imigrante alemão Martin
Fischer
Dirceu Adolfo Dirk
(UPF)
Segundo as estatísticas, a maior parte do contingente de imigrantes alemães, que entraram
no Brasil, dirigiu-se para os estados do sul do país. Um número expressivo destes dedicou-
se às atividades agrícolas e acabaram tornando-se proprietários de terras por ocasião da
sua chegada ou posteriormente. Outros exerceram atividades profissionais no meio urbano,
seja pela não adaptação e experiência às condições da vida rural, ou porque já buscaram as
cidades quando da sua entrada no país. Nesta comunicação, busca-se identificar, a partir de
resultados parciais de pesquisa documental, os motivos que levaram o jornalista Martin
Fischer a abandonar as salas de redação da Agência Noticiosa Alemã (DNB), em Buenos
Aires, para se tornar um pequeno colono plantador de cana-de-açúcar e milho em Iraí, no
norte do Rio Grande do Sul, em meados da década de 1930. Estabelece-se um diálogo sobre
imigração, colonização, intelectualidade e pequena propriedade rural.
A Grilagem da Terra Indígena de Mangueirinha no Sudoeste do Paraná
Eduarda Bertuol
(UFFS/Campus Chapecó)
A região sudoeste do Estado do Paraná tem a sua história permeada por conflitos
relacionados à posse de terra. As decisões do governo do Estado, voltando-se ao interesse
de empresários e políticos desconsideraram e violaram tanto populações tradicionais desse
território, quanto os próprios indivíduos priorizados e selecionados para a ocupação dessas
terras, os colonos. Dentro desse cenário de conflito agrário se situa a Reserva Indígena de
Mangueirinha, localizada nas cidades de Chopinzinho, Coronel Vivida e Mangueirinha.
Historicamente foram concedidos aos indígenas 16.375 hectares de terra pela União por
meio de decreto nº 64 de 1903 pelos serviços prestados por esses à Colônia Militar do
Chopin. Já em 1949 o governo do Estado do Paraná, juntamente com a União, firmou um
acordo e, com o discurso oficial de regularização das terras indígenas obstruiu 8.975
hectares da posse dos Kaingang e Guarani de Mangueirinha sendo estes expulsos das terras
que ficaram em litígio judicial, mais tarde passando para a posse da firma Slaviero e Filhos
S. A. Indústria e Comércio de Madeiras. Esse trabalho é parte da pesquisa que está sendo
realizada no Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira
Sul que procura analisar o processo de grilagem dessa terra indígena, protagonizado pelo
Estado, bem como o conflito entre indígenas e não indígenas pela posse da terra que se
instaurou na região a partir do acordo de 1949.
Contribuições e limitações do PRONAF no sul do Brasil
Indaia Dias Lopes
(UPF)
Este trabalho tem como objetivo analisar historicamente o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), buscando compreender a construção desse
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desdobrando-se até a segunda metade do século, onde ampliaremos a análise para abordar
o surgimento de novas modalidades de cooperativas agrícolas que ganham destaque no
desenvolvimento econômico regional a partir dos anos 1960.
“Refazendo o passado”: Um relato sobre a organização sindical dos trabalhadores rurais
de Santo Antonio de Jesus/Bahia.
Laiane de Jesus Santos Macêdo
(UNEB/Campus V)
O artigo faz parte da dissertação de mestrado, pesquisa que se encontra em fase de
elaboração. Ele analisa através de um relato oral de memória o processo de organização do
Sindicato dos trabalhadores rurais de Santo Antônio de Jesus na Bahia (1963-1964). A
narrativa do entrevistado remete as movimentações e articulações para criação da
instituição influenciada pela conjuntura política e social dos anos de 1960.Temos por
objetivo evidenciar os trabalhadores rurais da cidade como agentes históricos ativos nas
suas lutas e vivências.
Movimentos migratórios na formação territorial da Capitania de São Pedro do Rio
Grande (fronteira do Rio Pardo, c.1755-1790)
Leandro Rosa de Oliveira
(UFRGS)
O presente trabalho tem por objetivo averiguar movimentos migratórios efetuados a partir
de Rio Pardo durante a segunda metade do século XVIII, considerando o papel dessa
localidade enquanto ponto de partida para a expansão das possessões lusas rumo ao sul e
ao oeste, algo já bastante aventado pela historiografia. Partindo das proposições de Antônio
Carlos Robert Moraes e Sérgio Odilon Nadalin, pretendemos observar o papel de Rio Pardo
enquanto “centro social de irradiação” dos movimentos migratórios e de formação
territorial na Fronteira do Rio Pardo, movimentos os quais compreendemos enquanto
retroalimentares. Para tanto, lançaremos mão do cruzamento de registros paroquiais
(efetuados entre 1755 e 1790) com algumas listas da “Relação de Moradores que têm
campos e animais no Continente”, datada de 1784.
Luta e memória: a luta pela criação da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi em
defesa de um modo de vida
Luiz Antonio Nascimento de Souza
(UFAM)
Esta apresentação tem como base o estudo sobre a luta empreendida por camponeses de
comunidades ribeirinhas, grupos e organizações sociais em defesa de espaços e recursos
naturais de uso comum ameaçados por interesses privados orientados por processos
econômicos de mercado. A luta em defesa da criação de uma unidade de conservação foi
iniciada em 2002, embora a luta pela preservação da área date do início dos anos noventa,
e culminou, em 2018, com a criação da unidade de conservação de uso sustentável Reserva
Extrativista Baixo Rio Branco- Jauaperi, localizada na calha do rio Jauaperi, divisor natural
dos estados do Amazonas e Roraima e afluente do rio Negro.
O Brasil rural pelas lentes de Leon Hirszman e do CPC da UNE
Maíra Santana Marinho da Cunha
(UERJ)
O objetivo principal centra-se em analisar o filme Maioria Absoluta (1964) do cineasta
brasileiro Leon Hirszman (1937-1987) e a forma como os segmentos agrários são
representados pelo artista. O curta a ser trabalhado é, ao mesmo tempo, vestígio político e
estético de um momento transformador na concepção do cinema brasileiro.
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Partimos da hipótese de que essa produção é constituída pela ideia que estamos
denominando de Utopia agrária, isto é, uma construção narrativa que mobilizava um
imaginário agrário, elevando o campo e o camponês como figuras centrais para a superação
do chamado subdesenvolvimento brasileiro. Nesse sentido, o campo cumpre um duplo
papel: um negativo, como símbolo e sintoma do atraso brasileiro; e um positivo, ligado à
ideia do camponês como uma classe mais potente ou mesmo revolucionária na ação política
para a superação da condição de subdesenvolvimento e das desigualdades.
A questão agrária no vale do Limpopo – Sul de Moçambique: diálogos entre a posse
tradicional da terra versus moderna, na região de Ximbongweni, Ca. 1820-1990.
Manuel Henriques Matine
(UFRGS)
O rio Limpopo constitui um dos maiores cursos de água da região da África Austral, que
nascendo no hiterland do continente, desagua suas águas no Oceano Índico, através do
território de Moçambique, formando uma Bacia hidrográfica de 78.750Km 2. Na margem
esquerda do seu curso médio, existem, dentre várias, as terras férteis de Ximbongweni, cuja
ocupação e cultivo data do período anterior à 1820, – formação do Império de Gaza, a
primeira unidade política no Sul de Moçambique. Tanto no pré-Império, quanto no Império,
a distribuição da terra, baseava-se em regras tradicionais e centrada nos anciãos. Este status
quo da terra foi “legitimado” pelo colonialismo português, porém “rechaçado” no pós-
independência em 1975, com a abolição do conselho de anciãos e, o início da redistribuição
definitiva e equitativa da terra. O trabalho busca compreender, a partir de Ximbongweni, a
posse consuetudinária e as normas modernas da terra.
A Revolução Verde e o processo de modernização agrícola em Soledade/RS de 1960 a
1990
Márcio Comin
(UPF)
O artigo se propõe a interpretar o processo de modernização da agricultura no município
de Soledade/RS entre os anos de 1960 a 1990 partindo de uma contextualização da
Revolução Verde. O presente estudo baseou-se na análise de jornais e também nos censos
agropecuários de 1960 a 1985 do IBGE. Na pesquisa em foco, verificou-se que a Revolução
Verde propiciou um modelo de desenvolvimento agrícola baseado na adoção de pacotes
tecnológicos que resultaram no aumento da produtividade, fenômeno este que se mostrou
conservador, excludente e protagonista em problemas ambientais.
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força de decreto presidencial, a gleba Santa Idalina foi desapropriada. Em 1986, o Instituto
procede com o assentamento de famílias brasileiras que retornaram do Paraguai e estavam
acampadas na gleba desde que souberam da desapropriação.
Uma resistência histórica contra a construção da barragem de Itapiranga
Rudinei José Cenci
(UFFS/Chapecó)
Este trabalho está vinculado à linha de pesquisa História dos movimentos e relações sociais
do curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS;
tem como objeto de estudo o Movimento dos Atingidos por Barragens- MAB, mais
especificamente como esse movimento se consolidou e fez resistência à construção da
barragem de Itapiranga ao longo de mais de 40 anos. Um fator importante a destacar é que
nesse processo de resistência participaram vários movimentos e entidades da região e
algumas dessas entidades no processo de edificação de outras barragens se colocam a favor
e muitas vezes legitimam a construção, é a partir disso que existe um diferencial em relação
a tantas outras obras já construídas no país, a pesquisa busca entender como diferentes
atores da sociedade se articulam e atuam no processo de resistência.
O que a sojicultura trouxe?
Saionara Solange Frantz
(UFFS/Chapecó )
O objetivo central da pesquisa em desenvolvimento é investigar através da imprensa escrita
o processo de introdução e a produção da sojicultora no oeste de Santa Catarina, entre as
décadas de 1960 e 1980. A partir disso, pretende-se contextualizar a região oeste em
termos de ocupação do espaço, procurando evidenciar os principais cultivos até a década
de 1960 e como ocorreu a introdução da soja. Como estruturou-se com a vinda de
descendentes de italianos e alemães e com a abertura de estradas, um mercado regular
para produtos agrícolas. A partir de incentivos, a agricultura se volta para a produção de
excedentes, e a soja, nesse sentido, surge como produto exclusivamente para atender as
demandas que o mercado oferece.
Relações sociais de dominação e resistência nos Postos do SPI e FUNAI (1947-1985)
Selma Martins Duarte
(UFRGS)
Serão analisadas as relações sociais de dominação e resistência e com ênfase à exploração
do trabalho indígena nos Postos do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI). Se partirá de uma análise interseccional com a preocupação de
compreender a exploração indígena a partir do entrelaçamento dos marcadores de gênero,
raça/etnia, classe e geracional. As fontes da pesquisa são os Relatórios Anuais dos
Ministérios, nos quais o SPI e a FUNAI estiveram alocados, bem como, serão analisados os
documentos que compõem o Relatório Figueiredo. Se por um lado, genericamente no senso
comum se negue que os indígenas exerceram e exercem funções de trabalho - pois aos
indígenas muitas vezes se atribui rótulos de preguiçosos que não querem trabalhar -, as
fontes históricas apontam para outra direção, em que os trabalhadores indígenas vêm
sendo sistematicamente explorados e precarizados, inclusive pelos órgãos indigenistas do
Estado.
Os impactos da Revolução Verde na agricultura analisados através dos Censos
Agropecuários do IBGE
Tamara Juriatti
(UFSM)
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Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
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Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS
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