Você está na página 1de 21

Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo Rural do GT História

Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS


Encontro dos Pós-Graduandos
da História do Mundo Rural
19 e 20 de maio de 2021

Caderno de
Programação
e
Resumos

Realização

Apoio

1
Comissão Organizadora

GT História Agrária – ANPUH/PR GT História Rural – ANPUH/RS


Coordenador: Marcio Antônio Both da Coordenadora: Ironita Adenir Policarpo
Silva (UNIOESTE) Machado (UPF)
Vice coordenador: Fábio Pontarolo (UFFS) Vice coordenadora: Júlia Leite Gregory
Secretário: Cezar Felipe Cardozo Farias (UNISINOS)
(UNIOESTE) Secretário: Áxsel Batistella de Oliveira
(UPF)
Comissão Científica

Alessandra Isabel de Carvalho (UEPG)


Anderson Freitas (UFGD)
Caroline Gonzaga (UFPR)
Éder da Silva Novak (UFGD)
Jayra Barros Medeiros (UFPI)
João Carlos Corso (UNICENTRO)
João Carlos Tedesco (UPF)
Liliane da Cosa Freitag (UNESPAR)
Luís Augusto Farinatti (UFSM)
Marcos Gerhardt (UPF)
Rodrigo Kummer (UTFPR)
Selma Martins Duarte (UNIOESTE)

Diretoria da ANPUH/PR (2020-2022) Diretoria da ANPUH/RS (2020-2022)

Presidenta: Claudia Priori (UNESPAR) Presidente: Luiz Alberto Grijó (UFRGS)


Vice-Presidenta: Ana Lúcia da Silva (UEM) Vice-Presidente: Alba Cristina Couto dos
Primeiro-Secretário: Hélio Sochodolak Santos Salatino (IFRS- Restinga)
(UNICENTRO) Primeira-Secretária: Rosane Marcia
Segunda-Secretária: Yonissa Marmitt Wadi Neumann (FURG/PUC-RS)
(UNIOESTE) Segundo-Secretário: Marcelo Vianna (IFRS-
Primeiro-Tesoureiro: José Roberto Braga Osório/UNISINOS)
Portella (UFPR) Primeira-Tesoureira: Marluce Dias
Segundo-Tesoureiro: Edson Armando Silva Fagundes (UNISINOS)
(UEPG) Segundo-Tesoureiro: Douglas Souza Angeli
(UFRGS)

Autor da Arte de Capa

Higor Pereira
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Apresentação
O mundo rural, a história agrária, as questões fundiárias e seus protagonistas estão no
centro de pesquisas e de discussões acadêmicas dos grupos de trabalho, GT História Agrária
da ANPUH/PR e do GT História Rural da ANPUH/RS. Do mesmo modo, a história da ocupação
e da territorialização do sul do Brasil é elemento comum aos dois grupos. Assim, constituem
os motivos e justificam a aproximação e a articulação entre eles, a qual tomou formato mais
preciso desde 2020. A partir de então, entre as atividades propostas para o ano de 2021,
destaca-se o grupo de estudos constituído pelos pesquisadores integrantes dos GTs, os quais
se reúnem mensalmente para debater os resultados de suas pesquisas e, igualmente, o
Encontro dos Pós-Graduandos do Mundo Rural que ocorrerá ente os dias 19 e 20 de maio e
que deu origem a esse caderno de programação e resumos.
Convém explicitar que a realização de atividades articuladas em rede colaborativa,
entre pesquisadores que somam seus esforços a uma análise mais completa e capaz de
síntese, pode ser a opção mais produtiva, auxiliando no alcance de objetivos acadêmicos da
produção de conhecimento, relevantes e significativos frente as demandas sociais. As redes
de colaboração em pesquisa e intercâmbio de conhecimento acadêmico sempre existiram e
foram importantes para o desenvolvimento científico. E, no atual momento, com a aceleração
dos meios de comunicação, tais redes e a produção de conhecimento vem crescendo
rapidamente. Por esse viés, estas colaborações promovem a flexibilização, reflexão e
elaboração de conhecimentos necessários a um amplo e multifacetado contexto de desafios
emergentes.
A temática que orienta o evento é a “história do mundo rural”. Neste escopo, serão
discutidos assuntos referentes à ocupação humana de espaços, a territorialização e
desterritorialização, a colonização, a imigração, a ocupação e os encontros nas fronteiras, a
história agrária e a história ambiental, a história da propriedade e do acesso à terra. Além
disso, serão debatidas questões relacionadas as diferentes visões de mundo e de relação com
o espaço, assim como as noções de pertencimento societários, institucionais e individuais,
manejadas por diferentes grupos: indígenas, quilombolas, faxinaleiros, comunidades
tradicionais de fundo de pasto, povos ribeirinhos, movimentos sociais, etc.
Desse modo, o objetivo do encontro é proporcionar um lugar de debate,
contemplando os resultados finais ou parciais das pesquisas dos pós-graduandos.
Agradecemos a todos e todas que participarão das atividades do Encontro de pós-graduandos
que pesquisam temas relacionados à História do Mundo Rural, seja na condição de
ouvintes/as ou de apresentadores/as de trabalhos. Assim, encerramos esta breve
apresentação na expectativa que este seja o primeiro de muitos outros encontros.
Desde já, agrademos a parceria e a sua participação!

GT História Agrária – ANPUH/PR


GT História Rural – ANPUH/RS
Outono de 2021

3
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Texto completo para publicação nos anais


Diretrizes para autores
1. Os textos serão aceitos preferencialmente em português;
2. Não é permitida a publicação de orientador com orientando e o conteúdo dos textos devem
obrigatoriamente ter sido comunicado no I Encontro dos Pós-Graduandos do Mundo Rural
ocorrido em 19 e 20 de maio de 2021.
3. Os textos deverão ser encaminhados para o e-mail nehmurupf@gmail.com até o dia 30 de
junho de 2021.
4. Pedimos ATENÇÃO: A correção de concordância, gramática e ortografia é de
RESPONSABILIDADE do(a) autor(a). Os coordenadores do I Encontro dos Pós-Graduandos do
Mundo Rural e, respectivamente, dos Anais não realizam correção ortográfica. Textos com
excesso de problemas ortográficos e gramaticais serão devolvidos para providências do(a)
autor(a) ou recusados.
5. Os organizadores terão a responsabilidade de auxiliar o processo editorial, garantindo a
qualidade do material.
6. Apresentação do texto para efeito de padronização gráfica: os trabalhos deverão seguir,
rigorosamente, as normas abaixo especificadas, sob o risco de não serem aceitos,
independentemente da adequação do conteúdo.
1. Os textos deverão ter entre 25.0000 e 45.000 caracteres com espaços, incluídas as notas e
referências;
2. Os textos deverão vir em português;
3. Os textos deverão ser digitados no editor de texto Word for Windows em formato A4, fonte
Times New Roman 12, espaçamento entrelinhas de 1,5, margens de 2,5 cm, parágrafo de 1,5
cm (primeira linha). Os subtítulos deverão ter fonte de tamanho 13, com alinhamento à
esquerda, espaço simples, espaçamento de 6 pts antes e depois.
4. Ilustrações, tabelas e outros recursos visuais deverão ter identificação completa (legenda e
fonte) e ser numeradas consecutivamente, inseridas o mais próximo possível da menção no
texto. Por se tratar de publicação em preto e branco, recomenda-se, na elaboração de
gráficos, uso de texturas no lugar de cores. Em caso de fotos ou ilustrações mais elaboradas,
deverá ser enviado arquivo anexo com os originais. Tabelas e quadros deverão estar no
formato de texto, não como figura. Imagens e/ou ilustrações deverão ser enviadas como
“Documentos suplementares” em arquivo à parte, no formato JPG ou TIF, em alta resolução
(no mínimo 200 dpi). O autor é responsável pela autorização de publicação da imagem, bem
como pelas referências correspondentes.
5. Siglas: na primeira vez em que forem mencionadas, devem, antes de constar entre
parênteses, ser escritas por extenso, conforme exemplo: Instituto Brasileira de Geografia e
Estatística (IBGE).
6. Notas de fim: deverão ser utilizadas apenas as de caráter explicativo e/ou aditivo e para
indicação de fontes primárias. Não serão aceitas notas de rodapé (converter em notas de fim).
7. Destaques: deverá ser usado itálico para palavras estrangeiras com emprego não
convencional, neologismos e títulos de obras/periódicos.
8. Citações: deverão obedecer à forma (SOBRENOME DO AUTOR, ano) ou (SOBRENOME DO
AUTOR, ano, p. xx). Diferentes títulos do mesmo autor, publicados no mesmo ano, deverão
ser diferenciados adicionando-se uma letra depois da data (SOBRENOME DO AUTOR, ano, p.
xx). As citações com mais de três linhas deverão constar em novo parágrafo, em corpo 10, sem

4
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

aspas, alinhamento justificado, margem esquerda de 2,5 cm, sem deslocamento de primeira
linha, com espaçamento simples e 6 pt antes e depois.
9. Deverá ser adotado uso de aspas duplas para citações diretas no corpo de texto (trechos
com até três linhas). No caso de mais de três autores, indicar sobrenome do primeiro seguido
da expressão latina et al. (sem itálico). A referência reduzida deverá ser incluída após a citação,
e não ao lado do nome do autor, conforme exemplo: De acordo com Freire (1987, p. 69), “[...]
o educador problematizador (re)faz, constantemente, seu ato cognoscente, na
cognoscitividade dos educandos” (1987, p. 69).
10. Referências: deverão constar, exclusivamente, os textos citados, em ordem alfabética pelo
nome do autor, seguindo as normas da ABNT. Deverá ser adotado o mesmo padrão em todas
as referências: logo após o sobrenome, que será grafado em caixa alta, apresentar o nome
completo ou apenas as iniciais, sem misturar os dois tipos de registro (FREIRE, Paulo ou
FREIRE, P.). As fontes primárias deverão constar unicamente nas notas de fim. Não é
necessário referenciar epígrafe. Exemplos de referências mais recorrentes: Livros:
SOBRENOME, Nome. Título do livro: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Capítulos de Livros:
SOBRENOME, Nome. Título do capítulo. In: SOBRENOME, Nome (Org.). Título do livro:
subtítulo. Cidade: Editora, ano. p. xx-yy. (página inicial - final). Artigos em periódicos:
SOBRENOME, Nome. Título do artigo. Nome do Periódico, Cidade: Editora, v. ___, n. ___, p.
xx-yy (página inicial - final), mês abreviado. ano. Textos de publicações em eventos:
SOBRENOME, Nome. Título. In: NOME DO EVENTO, número da edição do evento, ano em que
o evento ocorreu, cidade de realização do evento. Título dos Anais. Cidade: Editora, ano. p.
xx-yy (página inicial - final). Teses / Dissertações: SOBRENOME, Nome. Título da D/T. Ano.
Dissertação/Tese (Mestrado em.../Doutorado em...) – Nome do Programa de Pós Graduação
ou Faculdade, Nome da IES, Cidade, Ano. Sites: [Informações variáveis]. Disponível em:
<httpp:// ...>. Acesso em: dd. mm. aaaa.

5
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Programação
19/05
13:30 – 18h.

Seção I: Estudos coloniais e século XIX


Coordenadores: Áxsel de Oliveira (UPF) e Júlia Leite Gregory (UNISINOS)
Link: https://meet.google.com/cix-nedo-vgy

Movimentos Migratórios na formação territorial da Capitania de São Pedro do Rio Grande


(Fronteira do Rio Pardo, c.1755-1790) - Leandro Rosa de Oliveira (UFRGS)

Curralinho: o meio ambiente influenciando a ocupação e o uso do solo - Antonio Gabriel Pinto
de Almeida Junior (UNEB)

A propriedade urbana: os terrenos foreiros em Passo Fundo - Diego Jose Baccin (UPF)

“As ruas serão limpas todos os fins de semana pelos habitantes”: posturas em prol da
civilidade, as margens do Rio Parnaíba, na década de 1870 - Jayra Barros Medeiros (UFPI)

Comércio de Cativos e o Cativeiro na Região de Passo Fundo/RS (1850-1888) - Áxsel Batistella


de Oliveira (UPF)

Das salas de redação à pequena propriedade rural: o caso do imigrante alemão Martin Fischer
- Dirceu Adolfo Dirk (UPF)

Sessão II: Agricultura e questões fundiárias no século XX e XXI (Grupo I)


Coordenadores: Fábio Pontarolo (UFFS-Laranjeiras do Sul) e Simone Lopes Dickel (UPF)
Link: https://meet.google.com/dxi-nzon-azs

Entre a produção e a reprodução: a atuação das mulheres rurais nas atividades econômicas
de Porto Novo (1926-1965) - Carlise Schneiders (UPF)

Os contratos das colonizadoras polonesas no Paraná (1930-1934) - Rhuan Targino Zaleski


Trindade (UNICENTRO)

A formação da colônia Manoel Ribas na região central do estado do Paraná (1942 - 1963) -
Cezar Felipe Cardozo Farias (UNIOESTE)

Colonização e reforma agrária em terras do Ivinhema: a SOMECO s/a frente as ocupações da


gleba Santa Idalina (1984-1986) - Rogério Ribeiro Antônio (UFGD)

A história comparativa enquanto possibilidade de pesquisa do processo de expansão colonial


da região florestal das missões - Mauro Marx Wesz (UFSM)

6
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Cooperativismo e relações de gênero: história dos movimentos sociais e do crédito em


comunidades coloniais no interior do Rio Grande do Sul. - Josei Fernandes Pereira (UPF)

Mulheres e MAB: uma luta por direitos e pelo acesso a terra - Jordan Brasil dos Santos (UFPEL)

Seção III: Agricultura e questões fundiárias no século XX e XXI (Grupo II)


Coordenadores: Indaia Dias Lopes (UPF) e Ironita Policarpo Adernir Machado (UPF)
Link: https://meet.google.com/poo-ctnj-xoe

A grilagem da Terra Indígena de Mangueirinha no sudoeste do Paraná - Eduarda Bertuol


(UFFS-Chapecó)

Relações sociais de dominação e resistência nos Postos do SPI e FUNAI (1947-1985) - Selma
Martins Duarte (UFRGS)

Contribuições e limitações do PRONAF no sul do Brasil - Indaia Dias Lopes (UPF)

“Refazendo o passado”: um relato sobre a organização sindical dos trabalhadores rurais de


Santo Antonio de Jesus/Bahia - Laiane de Jesus Santos Macêdo (UEB)

História ambiental e a colônia de Porto Novo (Itapiranga) - Natan Roberto Kickow (UPF)

As desapropriações de terra por Interesse Social de imóveis pertencentes a bancos no Rio


Grande do Sul (1960-2009) - Caroline da Silva (UPF)

20/05
13:30 – 18h.

Seção I: Estudos coloniais e século XIX


Coordenadores: Marcio Antônio Both da Silva (UNIOESTE) e Júlia Leite Gregory (UNISINOS)
Link: https://meet.google.com/mzq-akaq-eim

“Adiante rios de muita caça, mel e gavirobas”: indícios de florestas culturais no ambiente
monçoeiro (séculos XVIII e XIX) - João Carlos Candido Silva Libardi Santos (USP)

Um estudo sobre as famílias de produtores agrícolas na freguesia de São João de Itaboraí entre
a segunda metade do século XVIII e o século XIX - Welton de Abreu Oliveira (UFF)

“Não as tendo, as quer possuir”: os requerimentos de terra ao Governador e a apropriação de


terras em Santo Antônio da Patrulha de 1800-1820 - Vanessa Ames Schommer (UFRGS)

História Agrária: questões e contribuições para o estudo do cotidiano dos "homens livres e
pobres" na Colônia Militar do Jataí (1851-1897) - Carlos Henrique Ferreira Leite (UERJ)

A agricultura sob o olhar dos presidentes estaduais: discursos políticos em Mato Grosso no
início do regime republicano brasileiro - Vinicius Rajão da Fonseca (UNIOESTE)

7
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

“Mulher é tudo na casa”: Mulheres e memórias no Faxinal Barra Bonita - Claudete Maria
Petriw (UNICENTRO)

Seção II: Agricultura e questões fundiárias no século XX e XXI (Grupo III)


Coordenadores: Fábio Pontarolo (UFFS-Laranjeiras do Sul) e Ironita Policarpo Adernir
Machado (UPF)
Link: https://meet.google.com/xse-emfv-wab

A roça vai virar cidade?- Nelson de Lima Junior (UFGD)

A revolução verde e o processo de modernização agrícola em Soledade/RS de 1960 a 1990 -


Márcio Comin (UPF)

Os impactos da Revolução Verde na agricultura analisados através dos Censos Agropecuários


do IBGE - Tamara Juriatti (UFSM)

Evolução agrícola x degradação ambiental - Alesandro Luiz Serafini (UFFS)

O que a sojicultura trouxe? - Saionara Solange Frantz (UFFS-Chapecó)

Uma resistência histórica contra a construção da Barragem de Itapiranga - Rudinei José Cenci
(UFFS-Chapecó)

A questão agrária no vale do Limpopo – Sul de Moçambique: diálogos entre a posse tradicional
da terra versus moderna, na região de Ximbongweni, Ca. 1820-1990 - Manuel Henriques
Matine (UFRGS)

Seção III: Agricultura e questões fundiárias no século XX e XXI (Grupo IV)


Coordenadores: Cezar Felipe Cardozo (UNIOESTE) e Áxsel de Oliveira (UPF)
Link: https://meet.google.com/mux-gdjm-fbh

Luta e Memória: a luta pela criação da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi em
defesa de um modo de vida - Luiz Antonio Nascimento de Souza (UFMA)

Sitiantes do café: formação do trabalho familiar de sitiantes em uma região da retaguarda da


franja pioneira paulista – Itápolis, 1920-1940 - Anderson Pereira dos Santos (USP)

Às margens do Ribeirão Vermelho: o uso da fotografia para recuperação histórica da


Comunidade Rural do Deizinho, Rolândia-PR - Cássia Maria Popolin (UEM)

Mazzaropi: a interpretação do homem do campo do século XX, na tela do cinema brasileiro -


José Eustáquio Rodrigues da Cunha Júnior (UFG)

O Brasil rural pelas lentes de Leon Hirszman e do CPC da UNE - Maíra Santana Marinho da
Cunha (UERJ)

8
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Índice alfabético
Anderson Pereira dos Santos ............................................................................................... 11
Antonio Gabriel Pinto de Almeida Junior ........................................................................... 11
Áxsel Batistella de Oliveira .................................................................................................. 11
Carlise Schneiders ............................................................................................................... 12
Carlos Henrique Ferreira Leite .......................................................................................... 12
Caroline da Silva ................................................................................................................. 12
Cássia Maria Popolin ........................................................................................................... 13
Cezar Felipe Cardozo Farias ............................................................................................... 13
Claudete Maria Petriw ........................................................................................................ 13
Diego Jose Baccin ............................................................................................................... 14
Dirceu Adolfo Dirk ............................................................................................................. 14
Eduarda Bertuol ................................................................................................................. 14
Indaia Dias Lopes ................................................................................................................ 15
Jayra Barros Medeiros ......................................................................................................... 15
João Carlos Cândido Santos ................................................................................................ 15
Jordan Brasil dos Santos ...................................................................................................... 15
José Eustáquio Rodrigues da Cunha Júnior ........................................................................ 16
Josei Fernandes Pereira ...................................................................................................... 16
Laiane de Jesus Santos Macêdo ........................................................................................... 17
Leandro Rosa de Oliveira .................................................................................................... 17
Luiz Antonio Nascimento de Souza .................................................................................... 17
Maíra Santana Marinho da Cunha ...................................................................................... 18
Manuel Henriques Matine .................................................................................................. 18
Márcio Comin ..................................................................................................................... 18
Mauro Marx Wesz .............................................................................................................. 19
Natan Roberto Kickow ....................................................................................................... 19
Nelson de Lima Junior ........................................................................................................ 19
Rhuan Targino Zaleski Trindade ....................................................................................... 19
Rogério Ribeiro Antônio .................................................................................................... 20
Rudinei José Cenci ............................................................................................................. 20
Saionara Solange Frantz ..................................................................................................... 20
Selma Martins Duarte ......................................................................................................... 21
Tamara Juriatti .................................................................................................................... 21
Vanessa Ames Schommer ................................................................................................... 21
Vinicius Rajão da Fonseca ................................................................................................... 22
Welton de Abreu Oliveira ................................................................................................... 22

9
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Resumos
Sitiantes do café formação do trabalho familiar de sitiantes em uma região da
retaguarda da franja pioneira paulista – Itápolis, 1920-1940
Anderson Pereira dos Santos
(USP)
Nesta pesquisa, nosso principal objetivo foi compreender como foram gestadas a pequena
propriedade e as relações de trabalho familiar de sitiantes no Oeste Paulista, na primeira
metade do século XX. Para tanto, tomamos como área de estudo o município de Itápolis,
localizado na porção centro-norte paulista, na retaguarda da franja pioneira descrita por
Pierre Monbeig, e como recorte temporal a década de 1930. Para a realização da pesquisa,
partimos de extensa revisão bibliográfica sobre a literatura relativa às relações de
sociabilidade de sitiantes, dialogando com autores como Caio Prado Júnior, Nice Lecocq
Muller e José de Souza Martins. De forma distinta, dialogando com Karl Marx e
fundamentados na perspectiva teórica crítica do valor, buscamos analisar a formação da
pequena propriedade e das relações familiares de sitiantes a partir da lógica contraditória
da reprodução crítica do capital no campo. A pesquisa em jornais locais e nas publicações
do Diário Oficial de São Paulo nos permitiu acessar aspectos negativos e críticos à esta
realidade. Concluímos que a formação da pequena propriedade em São Paulo e das relações
familiares de sitiantes, na retaguarda da franja pioneira, ao longo da década de 1930, se
deu negativamente, gestadas pela crise da reprodução social capitalista.
Curralinho: o meio ambiente influenciando a ocupação e o uso do solo.
Antonio Gabriel Pinto de Almeida Junior
(UNEB)
Nas décadas finais do século XVII, a Capitania da Bahia passava por uma forte crise
econômica, diante dessa realidade, a administração colonial adotou a conquista dos
territórios ocupados pelas populações nativas como solução, através do uso de tropas
armadas. Seus integrantes se deslocavam através das áreas desconhecidas seguindo as
margens dos rios ou através das trilhas inicialmente construídas pelos nativos.
Um desses caminhos cortava uma área de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga,
num território localizado entre a Serra do Guariru e o Rio Paraguaçu, mais precisamente nas
imediações da nascente do Rio Jaguaribe. A diferença dos biomas foi determinante para a
ocupação desses territórios e para a implantação das atividades econômicas. A
apresentação abordará essa dicotomia.
Comércio de cativos e o cativeiro na região de Passo Fundo/RS (1850-1888)
Áxsel Batistella de Oliveira
(UPF)
O trabalho proposto compreende a análise em torno do comércio de cativos na região de
Passo Fundo, no estado do Rio grande do Sul nos anos de 1850 a 1888). Para o referido
estudo utilizamos como fontes de pesquisa os contratos de compra e venda de cativos
disponíveis no Arquivo Público do Rio Grande do Sul, adicionados com os dados
historiográficos. Através da leitura analítica destes contratos, procurou-se evidenciar os
perfis dos cativos na região, assim como, problematizar o seu papel do cativeiro e a sua
importância socioeconômica para a formação e manutenção das grandes propriedades.

10
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Busco compreender como os cativos estavam inseridos no cenário histórico do Rio Grande
do Sul como mão de obra escrava.
Entre o produção e a reprodução: a atuação das mulheres rurais nas atividades
econômicas de Porto Novo (1926-1965)
Carlise Schneiders
(UPF)
O trabalho de reprodução social é essencial para a sobrevivência dos grupos humanos ao
longo da história e fundamental para a manutenção da produtividade capitalista. Na
realidade específica de Porto Novo, uma colônia teuto-brasileira de confissão católica, tal
como em quase todas as sociedades, o encargo de reprodução social recaiu sobre a mulher.
Essa colônia foi instaurada a partir de 1926 no oeste de Santa Catarina, um ambiente
rústico, de mata densa e imensas dificuldades para a adaptabilidade dos novos habitantes.
Dessa forma, objetiva-se analisar a partir de revisão bibliográfica e pela perspectiva da
História Social a atuação e importância dessas mulheres rurais nos trabalhos da colônia,
tanto os de reprodução social quanto os de produção capitalista.
História Agrária: questões e contribuições para o estudo do cotidiano dos "homens
livres e pobres" na Colônia Militar do Jataí (1851-1897)
Carlos Henrique Ferreira Leite
(UERJ)
O presente trabalho faz parte das pesquisas que estão sendo desenvolvidas para a nossa
tese de doutorado, que tem como objetivo geral investigar e problematizar o cotidiano dos
colonos na Colônia Militar do Jataí, criada pelo governo imperial na segunda metade do
século XIX. No presente trabalho, busca-se refletir sobre como os avanços dos estudos sobre
o rural nas últimas décadas, podem contribuir para uma compreensão do cotidiano dos
"homens livres e pobres" que habitaram este núcleo. Pretende-se demonstrar, que o
interesse, a relevância e a viabilidade de se analisar a história da terra, de seus homens e
suas relações no contexto específico de uma colônia militar, são frutos dos novos
questionamentos e avanços teórico-metodológicos ocorridos na historiografia nas últimas
décadas, protagonizados também e especialmente, pelo já consolidado campo da História
Agrária e pelas pesquisas desenvolvidas sobre as colônias militares do Brasil Império.
As desapropriações de terra por Interesse Social de imóveis pertencentes a bancos no
Rio Grande do Sul (1960-2009)
Caroline da Silva
(UPF)
A questão agrária sul-rio-grandense envolvendo a desapropriação de terras por interesse
social é um tema novo e necessário no meio acadêmico. Isso porque, a partir do estudo de
Processos Administrativos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrário (Incra) e
de Processos Judiciais da 4a região, é possível adentrar num mundo de litígios envolvendo
a posse da terra. No estudo em questão, são 133 imóveis rurais que, por algum motivo,
deixaram de cumprir com a função social. Destes processos, 17 deles envolviam bancos,
que acabaram por ter seus imóveis desapropriados por não estarem cumprindo com a
função social da propriedade. Nosso objetivo é caracterizar legal e historicamente esses
processos de desapropriação, bem como, as questões relacionadas ao crédito rural, política
agrária vigente no período, entre outros. Cabe ressaltar, que nossa pesquisa encontra-se
em andamento e em análise destas fontes.
Às margens do Ribeirão Vermelho: o uso da fotografia para recuperação histórica da
Comunidade Rural do Deizinho, Rolândia-PR

11
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Cássia Maria Popolin


(UEM)
O desbravamento do norte do Paraná comemorou 90 anos em 2019. Muitos registros ainda
continuam latentes, com pouco ou nenhum material inventariado em suportes
consultáveis, deixando uma lacuna na história das cidades da região, é o caso da
comunidade rural Deizinho do Vermelho, em Rolândia, objeto da tese de doutorado que
ainda está em andamento. Essa comunicação é resultado parcial da pesquisa que tem como
um dos objetivos recuperar fotografias, documentos, memórias e histórias e disponibilizar
o acervo em plataforma virtual de acesso fácil, para democratizar o resultado da pesquisa
e contribuir para a preservação da história da comunidade rural, de Rolândia e
consequentemente da região. Duas fotografias de 1954 foram o ponto de partida: da
inauguração da capela e da primeira turma da Primeira comunhão realizada na capela. Os
principais aportes teóricos dessa pesquisa se concentram nos referenciais da História
Cultural e nos procedimentos metodológicos sugeridos pela Micro-História e a História Oral,
desenvolvidos a partir das proposições de Peter Burke (2004), Thompson (2002).Portelli
(2016) e Ginszburg (1989) e para a reflexão fotográfica, Dubois, Sontag, Kossoy e Boni.
A formação da Ccolônia Manoel ribas na região central do Estado do Paraná
(1942 - 1963)
Cezar Felipe Cardozo Farias
(UNIOESTE)
A presente comunicação visa analisar a formação da Colônia Manoel Ribas na região Central
do Estado do Paraná, entre os anos de 1942-1963. Seu concessionário, Edmundo J. Hauer,
assinou o termo de contrato de concessão de terras com o Estado do Paraná no início da
década de 1940, para demarcar e localizar colonos na região central do estado, entre os rios
Ivaí e Corumbataí. Seu contrato foi renovado em 1950 e ra/retificado em 1955, tendo sido
extinto mutuamente em 1963. A área demarcada possuía 41.140 hectares, que mais tarde
dariam origem a cinco glebas: Corumbataí, Barra Azul, Ariranha, Munhoz, Santo Antonio e
Rio do Padre. A titulação era efetuada pelo Governo do Estado do Paraná, através dos
pedidos do concessionário. Nesta colônia foram projetadas duas sedes: Vila Manoel Ribas
e Barra Azul. A proposta consiste em trabalhar com as perspectivas do campo da História
Agrária ao investigarmos os mecanismos de acesso à terra na constituição de uma história
social da propriedade, em uma região considerada “despovoada”.
“Mulher é tudo na casa”: Mulheres e memórias no Faxinal Barra Bonita
Claudete Maria Petriw
(UNICENTRO)
A pesquisa de mestrado teve o objetivo de analisar as relações de gênero, a construção de
si e do lugar presentes na memória (re)construída, de forma incessante, de mulheres e
homens do Faxinal Barra Bonita em Prudentópolis/PR. Para isso, utilizamos o aporte
teórico-metodológico da história oral. As fontes utilizadas para análise foram entrevistas
realizadas com 21 (vinte e uma) pessoas, no período de março de 2018 a março de
2019. Considerando a noção conceitual de lugar sob a ótica de Michel de Certeau (1998),
buscamos compreender como a memória se articula com o gênero para pensar e construir
a história do faxinal. Ainda, analisamos a forma como as pessoas foram construindo suas
subjetividades, organizam os fazeres, as práticas, os valores culturais a partir das relações
de gênero manifestas nas memórias relativas à infância, juventude e ao cotidiano atual.
A propriedade urbana: os terrenos foreiros em Passo Fundo
Diego Jose Baccin

12
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

(UPF)
Pretendo apresentar uma comunicação que identifica à forma de se procedeu o processo
de das terras urbana em Passo Fundo, analiso o processo de ocupação, apossamento e
assenhoreamento dos espaços regionais na formação do território citadino. Em destaque
analisarei a formação da propriedade privada urbana a partir do instituto enfitêutico na
dinâmica do processo de aforamento urbano e dos litígios por legitimidade possessões que
envolveram a administração publica e a poder eclesiástico.
Das salas de redação à pequena propriedade rural: o caso do imigrante alemão Martin
Fischer
Dirceu Adolfo Dirk
(UPF)
Segundo as estatísticas, a maior parte do contingente de imigrantes alemães, que entraram
no Brasil, dirigiu-se para os estados do sul do país. Um número expressivo destes dedicou-
se às atividades agrícolas e acabaram tornando-se proprietários de terras por ocasião da
sua chegada ou posteriormente. Outros exerceram atividades profissionais no meio urbano,
seja pela não adaptação e experiência às condições da vida rural, ou porque já buscaram as
cidades quando da sua entrada no país. Nesta comunicação, busca-se identificar, a partir de
resultados parciais de pesquisa documental, os motivos que levaram o jornalista Martin
Fischer a abandonar as salas de redação da Agência Noticiosa Alemã (DNB), em Buenos
Aires, para se tornar um pequeno colono plantador de cana-de-açúcar e milho em Iraí, no
norte do Rio Grande do Sul, em meados da década de 1930. Estabelece-se um diálogo sobre
imigração, colonização, intelectualidade e pequena propriedade rural.
A Grilagem da Terra Indígena de Mangueirinha no Sudoeste do Paraná
Eduarda Bertuol
(UFFS/Campus Chapecó)
A região sudoeste do Estado do Paraná tem a sua história permeada por conflitos
relacionados à posse de terra. As decisões do governo do Estado, voltando-se ao interesse
de empresários e políticos desconsideraram e violaram tanto populações tradicionais desse
território, quanto os próprios indivíduos priorizados e selecionados para a ocupação dessas
terras, os colonos. Dentro desse cenário de conflito agrário se situa a Reserva Indígena de
Mangueirinha, localizada nas cidades de Chopinzinho, Coronel Vivida e Mangueirinha.
Historicamente foram concedidos aos indígenas 16.375 hectares de terra pela União por
meio de decreto nº 64 de 1903 pelos serviços prestados por esses à Colônia Militar do
Chopin. Já em 1949 o governo do Estado do Paraná, juntamente com a União, firmou um
acordo e, com o discurso oficial de regularização das terras indígenas obstruiu 8.975
hectares da posse dos Kaingang e Guarani de Mangueirinha sendo estes expulsos das terras
que ficaram em litígio judicial, mais tarde passando para a posse da firma Slaviero e Filhos
S. A. Indústria e Comércio de Madeiras. Esse trabalho é parte da pesquisa que está sendo
realizada no Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira
Sul que procura analisar o processo de grilagem dessa terra indígena, protagonizado pelo
Estado, bem como o conflito entre indígenas e não indígenas pela posse da terra que se
instaurou na região a partir do acordo de 1949.
Contribuições e limitações do PRONAF no sul do Brasil
Indaia Dias Lopes
(UPF)
Este trabalho tem como objetivo analisar historicamente o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), buscando compreender a construção desse

13
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

programa, seu funcionamento e as contribuições e limitações da política pública na


percepção de atores sociais regionais do Sul do Brasil. O Pronaf foi criado no ano de 1995 e
representou um importante avanço nas lutas empreendidas pela agricultura familiar. Foram
realizadas diversas mudanças em seu desenho inicial e a cada ano o Pronaf passa por
aprimoramentos. Porém, em seus vinte e cinco anos de funcionamento, a região Sul do país
é a que mais concentra os recursos do programa. Em parte, esse desempenho é associado
ao forte histórico de organização dos agricultores familiares dessa região, mas ainda assim
há diversos obstáculos enfrentados por alguns agricultores.
“as ruas serão limpas todos os fins de semana pelos habitantes”: posturas em prol da
civilidade, as margens do Rio Parnaíba, na década de 1870
Jayra Barros Medeiros
(UFPI)
A presente pesquisa discute a instalação de códigos de posturas, no Piauí, na década de
1870. Com destaque para o “código de posturas da Comarca Municipal da vila da União”,
do ano de 1878. As referidas posturas possuíam 15 capítulos. Dos quais, destacamos, “os
portos e passagens”; “incêndios”; “vagabundos, embriagados, tumultos e escravos
abandonados”. Para analisarmos os capítulos do referido código utilizamos como
metodologia as fontes documentais e bibliográficas referentes ao período Imperial e
associamos aos capítulos do código em estudo. É importante destacarmos que teremos
como fio condutor, a vila de União, localizada as margens do Rio Parnaíba, e que tem seus
começos ligados as fazendas piauienses. Das quais, destacamos, a fazenda Estanhado, que
no ano de 1853, pela resolução nº 362, um ano depois da transferência da capital do Piauí,
de Oeiras para as margens do Rio Parnaíba teve suas terras mescladas a outras fazendas da
região.
“Adiante rios de muita caça, mel e gavirobas”: indícios de florestas culturais no
ambiente monçoeiro (séculos XVIII e XIX)
João Carlos Cândido Santos
(USP)
Este trabalho identificou possíveis elementos caracterizadores de florestas culturais a partir
da flora citada em documentos que abordam as viagens entre Araritaguaba/Porto Feliz e
Cuiabá no período de 1720 a 1820. Em um primeiro momento houve a apresentação do
conceito de floresta cultural, advindo da Ecologia Histórica, no qual a leitura e análise do
conteúdo das fontes esteve baseado. Por fim, expôs-se elementos que poderiam ser
indicativos de sua presença no espaço da rota das monções.
Mulheres e MAB: uma luta por direitos e pelo acesso a terra
Jordan Brasil dos Santos
(UFPEL)
A construção das barragens no sul do Brasil trouxe para a região um clima de apreensão por
parte das famílias atingidas. Além das perdas econômicas, as famílias tiveram perdas que
não foram possíveis medir economicamente. O presente estudo é parte da dissertação de
mestrado do autor e visa compreender o papel das mulheres na luta por seus direitos,
dentro do MAB, tendo como pano de fundo a questão de gênero nos movimentos sociais.
A partir das entrevistas com homens e mulheres, envolvidos nessa luta, percebeu-se a
importância da mulher na reivindicação de garantias das formas de vida básicas e nas
mobilizações contra a construção das barragens. O objetivo geral é compreender o papel
das mulheres no MAB tendo como pano de fundo a questão de gênero nos movimentos
sociais. Percebeu-se, que no começo do movimento, não existiu a preocupação das

14
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

discussões de gênero, mas de garantias de sobrevivência mantendo o estilo de vida


camponesa e por segurança alimentar. Com o avanço das discussões de gênero na
sociedade e nos movimentos sociais as mulheres passam a ocupar um lugar de liderança no
movimento trazendo a tona outras pautas referente as suas demandas. Esse processo,
acredita-se, que é fundamental para compreender a importância do papel da mulher nos
movimentos sociais.
Mazzaropi: a interpretação do homem do campo do século XX, na tela do cinema
brasileiro.
José Eustáquio Rodrigues da Cunha Júnior
(UFG/Morrinhos)
O personagem criado pelo então produtor e cineasta Amacio Mazzaropi, interpreta um
personagem com características do meio rural das décadas de 30 a 70 do século XX.
Algumas indagações surgem quando pensamos na representação que este personagem
tinha, para levar centenas de pessoas todos os anos aos cinemas brasileiros, sendo um
sucesso de bilheteria, nas décadas de 50, 60 e 70. Seu personagem tinha características
típicas no homem do campo, como uso de arma, vestimentas, modo de falar, maneira de
gesticular, representava bem a cultura do caipira. Essa caracterização deste personagem vai
além de uma simples interpretação, discute temas relevantes, como êxodo rural, o
crescimento latifundiário, capitalismo, a força da elite sobre o proletariado (patrão x
empregado), a "preguiça do homem do campo", a falta de perspectiva de melhoria de vida,
a representação da "família tradicional" com a autoridade do pai. Outro fator relevante é a
analogia feita com relação as obras de Monteiro Lobato, que não media esforço para criticar
a maneira em que o homem do campo vivia.
Cooperativismo e relações de gênero: história dos movimentos sociais e do crédito em
comunidades coloniais no interior do Rio Grande do Sul.
Josei Fernandes Pereira
(UPF)
Este projeto propõe-se a realizar um estudo das relações de gênero na região noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul, no decorrer do século XX, analisados da perspectiva de um
movimento social rural que foi fundamental para o desenvolvimento destas comunidades:
o cooperativismo. Para tanto, buscará ampliar a leitura sobre o potencial transformador da
realidade social que o movimento cooperativista demonstrou, considerando a hipótese de
que tais instituições tenham oferecido oportunidades de ascensão econômica e social para
mulheres, do campo e da cidade, nestas comunidades rurais. Propõem uma abordagem a
partir da História Social, com ênfase no domínio das relações de gênero, com o objetivo de
analisá-las no interior das relações sócio-econômicas, paralelamente à lógica da dominação
simbólica vigente nas sociedades capitalistas (SCOTT, 1995), procurando compreender
como a relação entre os gêneros atua através das estruturas sócio-econômicas. Para isso,
parte das seguintes perguntas: qual foi o perfil predominante dos dirigentes das
cooperativas ao longo do tempo e do espaço que orientam o estudo? Em que momento as
mulheres passam a ocupar estes espaços, utilizando-se de forma direta dos serviços ou
ocupando, formal ou informalmente, lugares de destaque na gestão destas instituições? E
que fatores possibilitaram que essas mudanças ocorressem? O recorte espacial do estudo
corresponde a região de Ijuí, primeira colônia fundada após a proclamação da República,
dentro de uma nova realidade multicultural que integrava diferentes origens étnicas num
mesmo espaço. O recorte cronológico abrangerá o século XX, iniciando com as primeiras
experiências das caixas de crédito rural (Raiffeisen bank), a partir dos anos 1920; e

15
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

desdobrando-se até a segunda metade do século, onde ampliaremos a análise para abordar
o surgimento de novas modalidades de cooperativas agrícolas que ganham destaque no
desenvolvimento econômico regional a partir dos anos 1960.
“Refazendo o passado”: Um relato sobre a organização sindical dos trabalhadores rurais
de Santo Antonio de Jesus/Bahia.
Laiane de Jesus Santos Macêdo
(UNEB/Campus V)
O artigo faz parte da dissertação de mestrado, pesquisa que se encontra em fase de
elaboração. Ele analisa através de um relato oral de memória o processo de organização do
Sindicato dos trabalhadores rurais de Santo Antônio de Jesus na Bahia (1963-1964). A
narrativa do entrevistado remete as movimentações e articulações para criação da
instituição influenciada pela conjuntura política e social dos anos de 1960.Temos por
objetivo evidenciar os trabalhadores rurais da cidade como agentes históricos ativos nas
suas lutas e vivências.
Movimentos migratórios na formação territorial da Capitania de São Pedro do Rio
Grande (fronteira do Rio Pardo, c.1755-1790)
Leandro Rosa de Oliveira
(UFRGS)
O presente trabalho tem por objetivo averiguar movimentos migratórios efetuados a partir
de Rio Pardo durante a segunda metade do século XVIII, considerando o papel dessa
localidade enquanto ponto de partida para a expansão das possessões lusas rumo ao sul e
ao oeste, algo já bastante aventado pela historiografia. Partindo das proposições de Antônio
Carlos Robert Moraes e Sérgio Odilon Nadalin, pretendemos observar o papel de Rio Pardo
enquanto “centro social de irradiação” dos movimentos migratórios e de formação
territorial na Fronteira do Rio Pardo, movimentos os quais compreendemos enquanto
retroalimentares. Para tanto, lançaremos mão do cruzamento de registros paroquiais
(efetuados entre 1755 e 1790) com algumas listas da “Relação de Moradores que têm
campos e animais no Continente”, datada de 1784.
Luta e memória: a luta pela criação da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi em
defesa de um modo de vida
Luiz Antonio Nascimento de Souza
(UFAM)
Esta apresentação tem como base o estudo sobre a luta empreendida por camponeses de
comunidades ribeirinhas, grupos e organizações sociais em defesa de espaços e recursos
naturais de uso comum ameaçados por interesses privados orientados por processos
econômicos de mercado. A luta em defesa da criação de uma unidade de conservação foi
iniciada em 2002, embora a luta pela preservação da área date do início dos anos noventa,
e culminou, em 2018, com a criação da unidade de conservação de uso sustentável Reserva
Extrativista Baixo Rio Branco- Jauaperi, localizada na calha do rio Jauaperi, divisor natural
dos estados do Amazonas e Roraima e afluente do rio Negro.
O Brasil rural pelas lentes de Leon Hirszman e do CPC da UNE
Maíra Santana Marinho da Cunha
(UERJ)
O objetivo principal centra-se em analisar o filme Maioria Absoluta (1964) do cineasta
brasileiro Leon Hirszman (1937-1987) e a forma como os segmentos agrários são
representados pelo artista. O curta a ser trabalhado é, ao mesmo tempo, vestígio político e
estético de um momento transformador na concepção do cinema brasileiro.

16
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

Partimos da hipótese de que essa produção é constituída pela ideia que estamos
denominando de Utopia agrária, isto é, uma construção narrativa que mobilizava um
imaginário agrário, elevando o campo e o camponês como figuras centrais para a superação
do chamado subdesenvolvimento brasileiro. Nesse sentido, o campo cumpre um duplo
papel: um negativo, como símbolo e sintoma do atraso brasileiro; e um positivo, ligado à
ideia do camponês como uma classe mais potente ou mesmo revolucionária na ação política
para a superação da condição de subdesenvolvimento e das desigualdades.
A questão agrária no vale do Limpopo – Sul de Moçambique: diálogos entre a posse
tradicional da terra versus moderna, na região de Ximbongweni, Ca. 1820-1990.
Manuel Henriques Matine
(UFRGS)
O rio Limpopo constitui um dos maiores cursos de água da região da África Austral, que
nascendo no hiterland do continente, desagua suas águas no Oceano Índico, através do
território de Moçambique, formando uma Bacia hidrográfica de 78.750Km 2. Na margem
esquerda do seu curso médio, existem, dentre várias, as terras férteis de Ximbongweni, cuja
ocupação e cultivo data do período anterior à 1820, – formação do Império de Gaza, a
primeira unidade política no Sul de Moçambique. Tanto no pré-Império, quanto no Império,
a distribuição da terra, baseava-se em regras tradicionais e centrada nos anciãos. Este status
quo da terra foi “legitimado” pelo colonialismo português, porém “rechaçado” no pós-
independência em 1975, com a abolição do conselho de anciãos e, o início da redistribuição
definitiva e equitativa da terra. O trabalho busca compreender, a partir de Ximbongweni, a
posse consuetudinária e as normas modernas da terra.
A Revolução Verde e o processo de modernização agrícola em Soledade/RS de 1960 a
1990
Márcio Comin
(UPF)
O artigo se propõe a interpretar o processo de modernização da agricultura no município
de Soledade/RS entre os anos de 1960 a 1990 partindo de uma contextualização da
Revolução Verde. O presente estudo baseou-se na análise de jornais e também nos censos
agropecuários de 1960 a 1985 do IBGE. Na pesquisa em foco, verificou-se que a Revolução
Verde propiciou um modelo de desenvolvimento agrícola baseado na adoção de pacotes
tecnológicos que resultaram no aumento da produtividade, fenômeno este que se mostrou
conservador, excludente e protagonista em problemas ambientais.

A História comparativa enquanto possibilidade de pesquisa do processo de expansão


colonial da Região Florestal Das Missões
Mauro Marx Wesz
(UFSM)
A proposta desta comunicação é discutir aspectos de minha pesquisa em andamento no
curso de Doutorado em História do PPGH da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). Essa investigação consiste em construir um modelo explicativo acerca das
características da colonização na chamada Região Florestal das Missões nas primeiras
décadas do século XX. Para isso, utilizo como referencial do processo de reordenamento
do espaço agrário, as colônias de Serro Azul (atual Cerro Largo), fundada em 1902, Santa
Lúcia (atual Caibaté) em 1925, e Roque Gonzáles em 1927. Dessa forma, procuro
identificar o modelo produtivo estabelecido, grupos sociais, e elementos relacionados ao
contexto que influenciaram na criação dessas comunidades rurais.

17
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

História ambiental e a colônia de Porto Novo (Itapiranga)


Natan Roberto Kickow
(UPF)
A proposta de participação tem como objetivo de apresentar e debater uma pesquisa em
andamento acerca das transformações socioambientais ocorridas em um fragmento da
Floresta Estacional Decidual - FED no oeste de Santa Catarina a partir do processo de
colonização e desflorestamento que se iniciou na década de 1920 e que perdurou até
meados da década de 1970 na região em que foi instalada a colônia de Porto Novo
(Itapiranga).
A roça vai virar cidade?
Nelson de Lima Junior
(UFGD)
O presente trabalho, trás uma discussão inicial acerca do projeto de pesquisa que vem
sendo desenvolvido no PPGH/UFGD, tendo como norte o processo de formação do
município de Novo Horizonte do Sul a partir das trajetórias de famílias brasiguaias
assentadas no Projeto de Assentamento Novo Horizonte. O recorte temporal estabelecido
inicia-se em 1986, momento que as famílias brasiguaias conquistaram a posse das terras,
perpassando a formação do assentamento, do núcleo urbano, as discussões políticas em
torno da emancipação que se concretiza em 1991. As fontes que dão sustentação para o
trabalho são as narrativas orais, fontes imagéticas, jornalistas e documentais, como por
exemplo, a ATA do movimento pela emancipação.
Os contratos das colonizadoras polonesas no Paraná (1930-1934)
Rhuan Targino Zaleski Trindade
(UNICENTRO/Irati)
As relações de propriedade, questões de colonização e configuração da terra no Paraná,
estão inseridas no bojo da ação de diversas entidades privadas, colonizadoras, as quais
compraram ou obtiveram concessões de terras naquele estado. Estas, depois, as
repassaram na forma de venda para colonos europeus, os quais ocupariam aquelas regiões
desde o final do século XIX até as primeiras décadas do XX. A Polônia, transferiu parte de
seus interesses colonizadores a entidades semi-privadas, colonizadoras as quais obtiveram
extensões de terras no Paraná, interessado naquela política de concessões, ao longo dos
anos 1930. Analisamos aqui, os contratos das colonizadoras Sociedade de Colonização de
Varsóvia, ocorrido em 1930 e da Liga Marítima e Colonial de Varsóvia, em 1934, pensando
na lógica da história da reconfiguração da terra naquela região, capitalização agrária e
questões de identidades, a fim de analisar a ação daquelas colonizadoras no estado do
Paraná e seus vínculos com a Polônia no início dos anos 1930.
Colonização e reforma agrária em terras do Ivinhema: a SOMECO S/A frente as
ocupações da Gleba Santa Idalina (1984-1986)
Rogério Ribeiro Antônio
(UFGD)
A SOMECO S/A adquiriu terras na região do rio Ivinhema no final dos anos de 1950 e, em
1961 iniciou seu projeto de colonização, cujos trabalhos se estenderam até final dos anos
de 1980, loteando ao todo onze núcleos rurais e edificando a cidade de Ivinhema. Num
contexto de lutas pela terra em Mato Grosso do Sul, em 1984, um grupo de trabalhadores
sem-terra ocuparam a gleba Santa Idalina, de propriedade da empresa, mas por
determinação judicial foram retirados daquelas terras. Em 1985, após vistoria do INCRA
considerando aquela área passível de desapropriação, e após a aprovação do PNRA, por

18
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

força de decreto presidencial, a gleba Santa Idalina foi desapropriada. Em 1986, o Instituto
procede com o assentamento de famílias brasileiras que retornaram do Paraguai e estavam
acampadas na gleba desde que souberam da desapropriação.
Uma resistência histórica contra a construção da barragem de Itapiranga
Rudinei José Cenci
(UFFS/Chapecó)
Este trabalho está vinculado à linha de pesquisa História dos movimentos e relações sociais
do curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS;
tem como objeto de estudo o Movimento dos Atingidos por Barragens- MAB, mais
especificamente como esse movimento se consolidou e fez resistência à construção da
barragem de Itapiranga ao longo de mais de 40 anos. Um fator importante a destacar é que
nesse processo de resistência participaram vários movimentos e entidades da região e
algumas dessas entidades no processo de edificação de outras barragens se colocam a favor
e muitas vezes legitimam a construção, é a partir disso que existe um diferencial em relação
a tantas outras obras já construídas no país, a pesquisa busca entender como diferentes
atores da sociedade se articulam e atuam no processo de resistência.
O que a sojicultura trouxe?
Saionara Solange Frantz
(UFFS/Chapecó )
O objetivo central da pesquisa em desenvolvimento é investigar através da imprensa escrita
o processo de introdução e a produção da sojicultora no oeste de Santa Catarina, entre as
décadas de 1960 e 1980. A partir disso, pretende-se contextualizar a região oeste em
termos de ocupação do espaço, procurando evidenciar os principais cultivos até a década
de 1960 e como ocorreu a introdução da soja. Como estruturou-se com a vinda de
descendentes de italianos e alemães e com a abertura de estradas, um mercado regular
para produtos agrícolas. A partir de incentivos, a agricultura se volta para a produção de
excedentes, e a soja, nesse sentido, surge como produto exclusivamente para atender as
demandas que o mercado oferece.
Relações sociais de dominação e resistência nos Postos do SPI e FUNAI (1947-1985)
Selma Martins Duarte
(UFRGS)
Serão analisadas as relações sociais de dominação e resistência e com ênfase à exploração
do trabalho indígena nos Postos do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI). Se partirá de uma análise interseccional com a preocupação de
compreender a exploração indígena a partir do entrelaçamento dos marcadores de gênero,
raça/etnia, classe e geracional. As fontes da pesquisa são os Relatórios Anuais dos
Ministérios, nos quais o SPI e a FUNAI estiveram alocados, bem como, serão analisados os
documentos que compõem o Relatório Figueiredo. Se por um lado, genericamente no senso
comum se negue que os indígenas exerceram e exercem funções de trabalho - pois aos
indígenas muitas vezes se atribui rótulos de preguiçosos que não querem trabalhar -, as
fontes históricas apontam para outra direção, em que os trabalhadores indígenas vêm
sendo sistematicamente explorados e precarizados, inclusive pelos órgãos indigenistas do
Estado.
Os impactos da Revolução Verde na agricultura analisados através dos Censos
Agropecuários do IBGE
Tamara Juriatti
(UFSM)

19
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

O trabalho busca analisar quais mudanças ocorreram na agricultura da década de 1970 à


1980, no município de Constantina/RS, através da modernização e constante
mercantilização da agricultura pelo processo de implementação da Revolução Verde. A
pesquisa será elaborada através da comparação das informações dos censos agropecuários
do IBGE dos anos de 1970, 1980 e 1985. O estudo contará com a síntese de textos que
tratem do tema da Revolução Verde, modernização da agricultura, processos de
mercantilização, ações dos governos ditatoriais do período voltadas para o meio rural e luta
de classes no campo, estes textos serão fundamentais para a seleção e observação dos
dados do IBGE. A pesquisa ainda não foi concluída, mas durante seu andamento é possível
perceber que os censos possuíam algumas brechas que dificultam a diferenciação da grande
e pequena propriedade e que ao longo de 15 anos ocorreram mudanças significativas no
trabalho agrícola.
“Não as tendo, as quer possuir”: os requerimentos de terra ao Governador e a
apropriação de terras em Santo Antônio da Patrulha de 1800-1820
Vanessa Ames Schommer
(UFRGS)
O acesso à terra na América Portuguesa possuía três formas legais: a concessão de sesmaria,
a doação de datas e a arrematação em praça pública. No Rio Grande de São Pedro houve
também a distribuição de terras por despachos do governador (Marcelino de Figueiredo)
sendo previstos através de um edital, de 1780, o qual visava dar um verniz de
regulamentação para as terras conquistadas em direção à fronteira. Mas esse edital foi
também acionado em regiões que estavam longe da fronteira como Santo Antônio da
Patrulha. Essa prática também subverteu o tempo e durou por muitos mais anos que o
previsto. É a partir desses documentos que pretendemos identificar qual a tônica da
apropriação de terras em Santo Antônio da Patrulha nas primeiras décadas do século XIX,
ou seja, quem eram os sujeitos que requeriam terras, quem as recebia e sob quais
alegações.
A agricultura sob o olhar dos presidentes estaduais: discursos políticos em Mato Grosso
no início do regime republicano brasileiro
Vinicius Rajão da Fonseca
(UNIOESTE)
O presente artigo aborda narrativas sobre questões agrárias em Mato Grosso no início do
período republicano brasileiro. Serão discutidos os discursos que identificam Mato Grosso
como um território improdutivo, especialmente no quesito agricultura, bem como as
interpretações sobre os fatores que corroboravam para isso, segundo os políticos mato-
grossenses. O ponto central é refletir sobre a constituição de verdades que procuraram
responsabilizar a população local (camponeses e índios) por tal atraso. Para tanto,
documentos da Assembleia Legislativa e do Departamento de Terras foram o foco desse
estudo.
Um estudo sobre as famílias de produtores agrícolas na freguesia de São João de
Itaboraí entre a segunda metade do século XVIII e o século XIX
Welton de Abreu Oliveira
(UFF)
No estudo proposto, escolhemos analisar as famílias s, cujos membros mantinha relações
intra e extrafamiliares – como o caso do Barão senhoriais na Vila São João de Itaboraí ao
longo do século XIX, no período de maior produção de açúcar e gêneros alimentícios. Nossa
escolha recaiu sobre produtores agrícolas que guardavam parentesco entre si e exerciam,

20
Caderno de programação e resumos – Encontro dos Pós-Graduandos da História do Mundo
Rural do GT História Agrária da ANPUH/PR e GT História Rural da ANPUH/RS

à época, forte influência na economia e na política local. A princípio, a investigação


priorizará os Alvarez de Azevedo e os Rodrigues Torrede Itapacorá e do Visconde de
Itaboraí, partícipes de mesmo grupo político. Os Alvarez de Azevedo podem ser
considerados como uma das primeiras famílias de colonos a “povoarem” a área da Vila,
visto que seus primeiros membros chegaram à região durante o século XVII.

21

Você também pode gostar