Você está na página 1de 85

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS

III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA
II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL

CONFLITOS
SOCIOAMBIENTAIS:
UMA REFLEXÃO EM PERSPECTIVA HISTÓRICA
25 A 28 DE OUTUBRO DE 2023
LOCAL: AUDITÓRIO DO PPGSOF/UFRR

CADERNO DE RESUMOS
III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS
III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA
II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA
II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL

CADERNO DE RESUMOS

CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS:
UMA REFLEXÃO EM PERSPECTIVA HISTÓRIA
25 a 28 de outubro
LOCAL: AUDITÓRIO DO PPGSOF/UFRR

Boa Vista-Roraima
2023
REITOR
José Geraldo Ticianeli

VICE-REITOR
Silvestre Lopes da Nóbrega

INSTITUIÇÕES ORGANIZADORAS
Universidade Federal de Roraima
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG)
Programa de Pós-Graduação Sociedade e Fronteiras (UFRR/PPGSOF)
Programa de Mestrado Profissional em História (ProfHistória/UFRR)

INSTITUIÇÕES CO-ORGANIZADORAS
Programa Nacional de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD
Amazônia): Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e
Sociedade na Amazônia (PDTSA) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará (Unifesspa)
Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais (PPGPS) da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG Amazônia Legal):
Subprojeto ‘Cooperação Científica na Amazônia: Fronteiras, Territorialidades e
Diversidades Socioambientais’

EDITORAÇÃO:

ORGANIZADORES DIAGRAMAÇÃO
Márcia Maria de Oliveira Norah Shallymar Gamboa Vela
Antônio Eduardo de Oliveira Junior
João Paulo Roberti Junior CAPA
Tiago Siqueira Reis Antônio Eduardo de Oliveira Junior

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca Central da Universidade Federal de Roraima

Ficha Catalográfica elaborada pela: Bibliotecária/Documentalista:


COMISSÃO ORGANIZADORA

Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)


Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
Antonio Eduardo de Oliveira Junior (PPGSOF/Turma 2022)
Marcella Albaine Farias da Costa (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Alessandra Rufino Santos (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTÓRIA/UFRR)
Hstéffany Pereira Muniz Araújo (SEED/RR)
Greyce Kelle Fidelis Paulino (PPGSOF/Turma 2023)
Jacilene Leite de Araújo (PPGSOF/Turma 2023)
Suelen Marcia Silva Alves (PPGSOF/Turma 2023)
Beatriz Santos da Silva (UFRR)
Ruti Rodrigues Albuquerque (PPGSOF/Turma 2023)
Victoria Rosa da Silva Uchoa (UFRR)
João Pedro Malmegrim Moraes (PPGSOF/Turma 2023)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
Maxim Repetto (PPGSOF/UFRR)
COMITÊ CIENTÍFICO

Alessandra Rufino Santos (PROFHISTÓRIA/UFRR)


Amarildo Ferreira Júnior (PPGSOF/UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
Ananda Machado (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Adrián Padilla Fernández (PPGEDUC/UFRR)
Carla Monteiro de Souza (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Douglas Verbicaro Soares (PPGSOF/UFRR)
Edma do Socorro Silva Moreira (PDTSA/ Unifesspa)
Evânio Mascarenhas Paulo (PPGSOF/UFRR)
Fernando César Costa Xavier (PPGSOF/UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAT/UFRR)
Hstéffany Pereira Muniz Araújo (SEED/RR)
João Carlos Jarochinski Silva (PPGSOF/UFRR)
João Paulo Roberti Junior (PDPG/PPGSOF/UFRR)
Marcella Albaine Farias da Costa (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
Marcos Antonio de Oliveira (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Maria Luiza Fernandes (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTÓRIA/UFRR)
Maxim Repetto (PPGSOF/Educanorte/PPGEDUC)
Monalisa Pavonne Oliveira (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Norah Shallymar Gamboa Vela (PPGCOM/UFRR)
Raimunda Gomes da Silva (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)
Tiago Siqueira Reis (PDPG/PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DOS TEXTOS COMPLETOS
NOS ANAIS DO SEMINÁRIO
Os Anais do evento serão publicados no endereço eletrônico do Se-
minário do PPGSOF (www.ufrr.br/ppgsof). Nos Anais constarão as infor-
mações do evento e os textos ou artigos completos apresentados oral-
mente nos Grupos de Trabalho. Os trabalhos completos a serem publi-
cados nos Anais do seminário serão avaliados pelos coordenadores de
cada GT. Serão aceitas pesquisas concluídas ou em andamento (com
resultados parciais), devendo ser apresentadas em forma de artigo
científico (trabalho completo) e enviadas obedecendo ao calendário
da programação, de acordo com o seguinte formato: entre 10 e 15 lau-
das; Título do trabalho em negrito, fonte Times New Roman, tamanho 12,
centralizado; abaixo do título nome dos autores e filiação acadêmica
à direita. Para o corpo do trabalho, fonte Times New Roman, tamanho
12, espaço entre linhas 1,5. No final do texto deverão constar as notas e
as referências, conforme as Normas da ABNT. Deve-se incluir nome dos
autores e e-mail, Instituição/Programa de Pós/Centro em que foi ou está
sendo desenvolvido e agências de fomento, quando for o caso. Os tra-
balhos que não atendam as normas da ABNT não serão considerados
para publicação. A revisão dos textos é de exclusiva responsabilidade
dos autores e coordenadores de GTs. A organização final dos Anais es-
tará a cargo de uma comissão organizadora. A data para apresentar
textos completos para edição dos anais será até o dia 30/11/2023, im-
preterivelmente. Todos os textos completos deverão ser enviados pelo
link: https://forms.gle/svwUmRzdRjeEZ17g9

CRONOGRAMA GERAL DO EVENTO

Atividades Datas:
Prazos de inscrição no evento 20/10/2023
Evento 25/10/23 – 28/10/223
Atividades/Pesquisa de Campo 27 e 28/10/2023
Prazo para apresentar texto completo para Até dia 30/11/2023
publicação nos anais
Programação
Dia 25/10/2023:
Mesa de Abertura com representantes institucionais
Local: Auditório do PPGSOF
Horário: 18h30min

Palestra de Abertura
Horário: 19h
Local: Auditório do PPGSOF
Tema: ‘Conflitos socioambientais: uma reflexão em perspectiva históri-
ca’
Conferencista: Profa. Dra. Valéria Moreira Coelho de Melo (Profhistória/
Unifesspa)

Dia 26/09/2023:
Mesa Redonda 1: Comunidades tradicionais e a luta pela terra
Horário: 19h
Local: Auditório do PPGSOF
Palestrantes:
Profa. Dra. Adriana Gomes dos Santos (CAP/UFRR)
Prof. Dr. Jerônimo Silva e Silva (PDTSA/Unifesspa)
Prof. Dr. Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)

27/10/2023:
Mesa Redonda 2: Migrações e Educação
Tema 01: Migração e desafios educacionais
Palestrante: Prof. Dr. Fernando César Costa Xavier (PPGSOF/UFRR):
Tema 02: BNCC e o ensino de história
Palestrante: Profa. Dra. Renata Maldonado da Silva (PPGPS/UENF)
Atividades de Campo (área rural de Boa Vista)
Coordenador: Prof. Dr. Maxim Repetto (PPGSOF/Educanorte/PPGEDUC)

Dia 26/10/2023:
Visita a Associação de Mulheres que trabalham com o Projeto de
Agroecologia no Projeto de Assentamento (PA)Nova Amazônia
Horário de encontro no PPGSOF: 07h30min
Saída para atividade de campo: 07h45min
Inicio de reunião: 09h
Retorno: 11h
Almoço em Boa Vista

Dia 27/10/2023:
Visita a Terra Indígena Serra da Moça
Horário de encontro no PPGSOF: 07h30min
Saída para atividade de campo: 07h45min
Inicio de reunião: 09h
Encerramento: 12h

Atividade de campo Etnografia na Fronteira


Coordenadora: Profa. Dra. Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/
UFRR)

Dia 28/10/2023:
Etnografia nas fronteiras
Horário de encontro no PPGSOF: 07h30min
Saída para atividade de campo: 07h45min
Retorno: 17h
A atividade de campo Etnografia na fronteira Brasil/Guiana é parte da
programação do III Colóquio Sociedade e Fronteiras que, realizar-se-á
no período de 25 a 28 de outubro. Dessa forma, para garantir o desen-
volvimento da referida atividade de campo, uma visita a Bonfim será
realizada com o objetivo de encontrar grupos de migrantes, agentes
humanitários e sociedade civil, bem como a observação da infraestru-
tura local. No dia 28/10, a caravana da UFRR será esperada na cidade
de Bonfim e as atividades serão desenvolvidas durante todo o dia e en-
volvem: reuniões, excursões pelos espaços e locais em que a popula-
ção migrante se movimenta; observação do trânsito na fronteira entre
Bonfim e Lethem (ponte). A presente viagem está em consonância com
os objetivos do PPGSOF de dar visibilidade ao programa e, ao mesmo
tempo socializar a produção do conhecimento na Pós-Graduação.

Apresentação dos Grupos de Trabalhos

Dias 26 e 27/10/2023
Horário: 14h30min as 17h30min

GT01: Fronteiras, territórios e Práticas de Mobilidade Humana


Local: Sala 32 - CCH
Coordenadores/as:
Profa. Dra. Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
Profa. Dra. Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
Prof. Dr. Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)

GT02: Processos Sociais e Conflitos Socioambientais na Amazônia


Local: Sala 33 - CCH
Coordenadores/as:
Profa. Dra. Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
Profa. Dra. Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTÓRIA/UFRR)

GT03: Produção de Conhecimento e processos educativos


Local: Sala 50 - CCH
Coordenadores/as:
Alessandra Rufino Santos (PROFHISTÓRIA/UFRR)
Hstéffany Pereira Muniz Araújo (SEED-RR)
Marcella Albaine Farias da Costa (PROFHISTÓRIA/UFRR)
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 17
Márcia Maria de Oliveira
Antônio Eduardo de Oliveira Junior
João Paulo Roberti Junior
Tiago Siqueira Reis

GT01: Fronteiras, Territórios e Práticas de Mobilidade Humana 20


ITAIPU BINACIONAL X AVÁ-GUARANI: O DISCURSO DO PROGRESSO
NO PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS NA REGIÃO OESTE
DO PARANÁ ....................................................................................................................... 22
Anderson Frigo (UNILA)
Max André de Araújo Ferreira (Unioeste/UFRR)  
OS CAMINHOS DO SOL NASCENTE NAS TERRAS DE MAKUNAÍMA:
TRAJETÓRIA DOS MIGRANTES JAPONESES EM RORAIMA,
UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR (1961)........................................................ 23
Tina tuner Silveira dos Santos (PPGSOF/UFRR
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
INFÂNCIA MIGRANTE: O AUMENTO DE CRIANÇAS NOS PROCESSOS
MIGRATÓRIOS EM RORAIMA NOS ÚLTIMOS ANOS.............................................. 24
Sarah Letícia Leonel da Silva (PPGSOF/UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/ UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
DESAFIOS E NECESSIDADES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
REFUGIADOS E MIGRANTES NO BRASIL: GARANTINDO PROTEÇÃO
SOCIAL E ACESSO À EDUCAÇÃO .............................................................................. 25
Ângela Karinne Bezerra Mota (PPGSOF/UFRR)
Mariana Cardoso dos Santos (PPGSOF/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/UFRR)
João Carlos Jarochinski Silva (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
O IMPACTO DA MIGRAÇÃO E DAS EXPERIÊNCIAS NOS ABRIGOS
DE ACOLHIDA: UM ESTUDO SOBRE TRAUMA PSICOSSOCIAL ........................ 26
Isabeau Cristina de Sousa Bezerra (PPGSOF/UFRR)
João Carlos Jarochinski Silva (PPGSOF/UFRR)
Eliane Silvia Costa (UFBA)
OS MAPAS DA MOBILIDADE DE INDÍGENAS E´ÑEPÁ DE CARUTO: UMA
CONTRIBUIÇÃO À COMPREENSÃO DAS CAUSAS, DINÂMICAS
E VIVÊNCIAS DO SEU DESLOCAMENTO .................................................................  27
Marielys Briceño (Educanorte/UFRR)
Alberto Conejero (Educador E´ñepá da Comunidade Caruto)
Maxim Repetto (Educanorte/PPGSOF/PPGEDUC/UFRR)
MIGRAÇÃO E POPULAÇÕES EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE EM RORAIMA ... 28
Rafaela Gomes de Lemos Rocha (PPGSOF/UFRR)
Francine dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
GEOPOLÍTICA DAS FRONTEIRAS AMAZÔNICAS ................................................. 29
Delmo de Oliveira Torres Arguelhes (CEDEPEM/UFF)
Ricardo Salvador De Toma-García CEDEPEM/PPGSOF/UFRR)
O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE MÍDIA E MIGRAÇÕES
INTERNACIONAIS NO BRASIL ..................................................................................... 30
Paulo Henrique Rodrigues da Costa (PPGEO/UFRR)
Elói Martins Senhoras (PPGEO/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
SINCRETISMOS MIGRATÓRIOS: UMA APROXIMAÇÃO ..................................... 31
Ricardo Salvador De Toma-García (URGS/PPGSOF/UFRR)
OS DESAFIOS DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA NO CONTEXTO
DA MIGRAÇÃO E COVID-19 EM BOA VISTA (RR) .............................................. 32
Matheus Moura Souza (UFRR)
Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR)
Luyandria Santos Maia (UFRR)
AJUDA HUMANITÁRIA E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO SOCIOECONÔMICA
DA POPULAÇÃO MIGRANTE: UMA ANÁLISE PRELIMINAR DO PROCESSO
DE INTERIORIZAÇÃO DOS MIGRANTES VENEZUELANOS NO BRASIL ............ 33
Lyandréson Santos Maia (Ciências Sociais/UFRR)
Luyandria Santos Maia (UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAR/UFRR)
PARENTALIDADE TRANSNACIONAL E OS DESAFIOS DA MIGRAÇÃO
NO CAMPO DA FAMÍLIA ............................................................................................... 34
Suelen Márcia Silva Alves (PPGSOF/UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/ UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
APOROFOBIA E XENOFOBIA NOS PROCESSOS MIGRATÓRIOS
EM RORAIMA .................................................................................................................... 35
João Pedro Malmegrim Moraes (PPGSOF/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/SPM)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)
ESPAÇOS PÚBLICOS: MEMÓRIA, TEMPO E AFETO NA CIDADE
DE BOA VISTA - RR ........................................................................................................ 36
Nikson Dias de Oliveira (Dinter UFRJ/UFRR)
OBSERVATÓRIO DE DIREITOS HUMANOS DA UFRR: EXPERIÊNCIAS
A PARTIR DOS ATENDIMENTOS AOS WARAO EM BOA VISTA/ RR ................. 37
Mávera Teixeira dos Santos (Direito/UFRR)
Priscilla Cardoso Rodrigues (Direito/UFRR)
A CONSTRUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO MIGRANTE
VENEZUELANO NA COLUNA POLICIAL DO JORNAL FOLHA DE BOA VISTA
(2021-2022) ................................................................................................................................ 38
Fernando Augusto Cunha Tavares (Ciências Sociais/UFRR)
Rhanderson Hugo de Oliveira Vieira (Ciências Sociais/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (Ciências Sociais/UFRR)
MIGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO: O PAPEL DO JORNALISMO NA
CONSCIENTIZAÇÃO DA MOBILIDADE HUMANA NA SOCIEDADE
RORAIMENSE........................................................................................................................ 39
Yasmim Trindade Rebelo (Jornalismo/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/UFRR)
MULHERES QUE MIGRAM: ITINERÁRIOS ETNOGRÁFICOS DESDE
A FRONTEIRA BRASIL E VENEZUELA ............................................................................. 40
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/ProfHistória)
Caterine Reginensi (PPGPS/UENF)
AS VIVÊNCIAS DE MULHERES VENEZUELANAS EM RORAIMA E SUAS
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO ÀS VULNERABILIDADES ............................ 41
Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR)
Luyandria Santos Maia (UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
A INFLUÊNCIA DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA NA CONSTRUÇÃO
DO ESPAÇO URBANO NA MARGEM ESQUERDA DO RIO CAUAMÉ ................. 42
Felipe Rhuan dos Santos Paixão (PPGEO/UFRR)
Altiva Barbosa da Silva (PPGEO/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
COMPREENSÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS MIGRANTES
VENEZUELANOS EM NOTICIÁRIOS ONLINE:PUBLICAÇÕES DA FOLHA
DE BOA VISTA EM 2020, BOA VISTA, RORAIMA ..................................................... 43
Liliana de Castro e Silva (PRONAT/UFRR)
O JORNAL FOLHA DE BOA VISTA COMO INSTRUMENTO DE ESTIGMA
EM CONTEXTO MIGRATÓRIO: UMA ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES
NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2017 ............................................................................... 44
Maria Luiza Alves Monteiro (Ciências Sociais/UFRR)
Gabriela Olinda Lima Murillo (Ciências Sociais/UFRR)
Aynê Gomes Nunes (Ciências Sociais/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (Ciências Sociais/UFRR)
MEDIDA PROTETIVA DE AFASTAMENTO DO AGRESSOR MIGRANTE
EM CONTEXTO DE ABRIGAMENTO EM BOA VISTA................................................. 45
Martha Klívia de Luna Torres (PPGSOF/UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA NA MÍDIA
DE RORAIMA ........................................................................................................................ 46
Norah Gamboa Vela (PPGCOM/GEIFRON/UFRR)
AS MAZELAS SOCIAIS RESULTANTES DO CONTATO COM OS POVOS
YANOMAMI EM RORAIMA: UMA ANÁLISE SOBRE OS DESLOCAMENTOS
POPULACIONAIS ................................................................................................................ 47
Anderson Cauper Andrade Vasconcelos (PPGSOF/UFRR)
Amarildo Ferreira Júnior (PPGSOF/IFRR)
Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)
OPERAÇÃO ACOLHIDA: UMA ANÁLISE DA INTERIORIZAÇÃO POR VAGA
DE EMPREGO SINALIZADA (VES) ................................................................................. 48
Rayssa Reis Pessoa Picanço (UFRR)
João Carlos Jarochinski da Silva (PPGSOF/UFRR)
Fernanda Gabriela Silva Cordeiro de Lima (PPGSOF/UFRR)
GT02: Processos Sociais e Conflitos Socioambientais
na Amazônia .................................................................................................................. 49

O CAMINHO EPISTÉMICO DOS POVOS INDIGENAS E SUA IMPORTÂNCIA


PARA A COMPREENSÃO DO TERRICIDIO NA AMAZONIA ................................. 51
Teddy Keyari Njaya (PROFHISTORIA/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTORIA/UFRR)
OPERAÇÃO ACOLHIDA: ANÁLISE DOS ASPECTOS DE PLANEJAMENTO E
ORÇAMENTO .................................................................................................................... 52
Vinícius Ribeiro Nascimento (FGV)
Max André de Araújo Ferreira (UFRR)
Luciana Mara Gonçalves Araújo (UFRR)
A ROTATIVIDADE DOS MIGRANTES VENEZUELANOS NO MERCADO
DE TRABALHO RORAIMENSE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERCEPÇÃO
DOS GESTORES EMPRESARIAIS DA CIDADE DE BOA VISTA/RR ....................... 53
Amanda Vitória de Almeida Pires (PPGSOF/UFRR)
José dos Santos Dias (PRONAT/UFRR)
COMUNIDADE WARAO A JANOKO: REFLEXÕES SOBRE O USO DO ESPAÇO.. 54
Tácio José Natal Raposo (UNICAMP)
Marielys Briceno (Educanorte/PGEDA/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)
PROJETO DE OCUPAÇÃO DA AMAZONIA E O GARIMPO COMO INDUTOR
DO PROGRESSO .............................................................................................................. 55
Joel Valerio (PPGSOF/UFRR)
Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)
Tácio Jose Natal Raposo (PPGSOF/UFRR)
A LUTA DOS POVOS INDÍGENAS PELA TERRA EM RORAIMA ........................... 56
Beatriz Santos da Silva (UFRR)
Jaci Guilherme Vieira (UFRR)
ANÁLISE DOS IMPACTOS DA EXPANSÃO URBANA NA ÁREA DO IGARAPÉ
CARRAPATO SOB A ÓTICA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................... 57
Liliana de Castro e Silva (PRONAT/UFRR)
Ana Clara Teles Silva (Direito/UFRR)
Gabriel Cleber Moraes Batista (Direito/UFRR)
AS PERSPECTIVAS E OS DESAFIOS DO TRABALHO HUMANITÁRIO
NA CIDADE DE BOA VISTA/RR .................................................................................... 58
Luyandria Santos Maia (UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
Halaine Cristina Pessoa Bento (UFC)
O ECOSSISTEMA DO CRIME TRANSFRONTEIRIÇO EM RORAIMA .................... 59
Jacilene Leite de Araújo (PPGSOF/UFRR)
Rodrigo Pereira Chagas (UFRR/PPGSOF)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)
CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE EM RORAIMA ....................................................... 60
Tiago Siqueira Reis (PDPG/UFRR)
TECENDO RESPONSABILIDADE: COLETA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS
SÓLIDOS PARA A SUSTENTABILIDADE EM JOÃO DE BARRO ............................ 61
Jose Enrique Belisario Rodriguez
Evânio Paulo Mascarenha
Cosma da Silva dos Santos

GT03: Produção de Conhecimento e Processos Educativos ...... 62


DESAFIOS DE GESTÃO NO PROFHISTÓRIA/UFRR E A FORMAÇÃO
DE PROFESSORES NA AMAZÔNIA .............................................................................. 64
Alessandra Rufino Santos (ProfHistória/UFRR)
Marcella Albaine Farias da Costa (ProfHistória/UFRR)
O ENSINO DE HISTÓRIA EM RORAIMA COMO COLETIVIDADE CRIATIVA .... 65
Artur Henrique Medeiros Pessoa (UFRR)
Jessinara Maciel Lima (UFRR)
Marcella Albaine Farias da Costa (ProfHistória/UFRR)
APROXIMAÇÕES ENTRE O ENSINO DE HISTÓRIA E O ENSINO DE BIOLOGIA
NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO (LEDUCARR):
A VALORIZAÇÃO DA REALIDADE DOS ACADÊMICOS ........................................ 66
Arlene Oliveira Souza (LEDUCARR/ CNM/ PRONAT-UFRR)
Alessandra Rufino Santos (ProfHistória/UFRR)
Benedito Carlos Costa Barbosa (UFRR)
Maria Aparecida Silva de Sousa (SEED-RR/PRONAT-UFRR)
CADERNO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA PARA DOCÊNCIA E ESTUDANTES
DO 6º ANO FINAL DA ETAPA ENSINO FUNDAMENTAL......................................... 67
Benone Costa Filho (SEED/RR- Profhistória/UFRR)
O OLHAR SOBRE OS POVOS INDÍGENAS EM RORAIMA...................................... 68
Antonio da Silva Ferreira (UFRR)
HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM POÉTICA:
POEMA, POEMA MUSICADO E CORDEL ................................................................... 69
Benone Costa Filho (SEED/RR - Profhistória/UFRR)
Gisele de Oliveira Parente (Profhistória/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (Profhistória/UFRR)
Rejane Conceição de Araújo (Profhistória/UFRR)
AGENDA AMBIENTAL E GUIA PEDAGÓGICA: LABORATÓRIO
DE SUSTENTABILIDADE E CONVIVÊNCIA COM A AMAZÔNIA ......................... 70
Marielys Briceno (PPGSOF/UFRR)
Tácio José Natal Raposo (UNICAMP)
Maxim Repetto (PPGSOF/EDUCANORTE-UFRR)
A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NOS FILMES ANTINAZISTAS
DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945) .................................................... 71
John Keith Gaskin Briglia (CHIS/UFRR)
UM OLHAR SEM ESTEREÓTIPOS ................................................................................. 72
Luiza Yzanira Souza Santos (CHIS/UFRR)
CONSTRUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO
DE HISTÓRIA DE RORAIMA ........................................................................................... 73
André Nonato Alves King e Campos (Profhistória/UFRR)
Marcos Antônio de Oliveira (Profhistória/UFRR)
Alessandra Rufino Santos (Profhistória/UFRR)
RESUMO DAS EXPERIÊNCIAS NO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS
DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID .......................................................................... 74
Rafael Gutierrez delcarlos Mendonça (CHIS/UFRR)
ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA: EXPERIÊNCIA E CONTRIBUIÇÃO PARA
REFLEXÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ............................................................................ 75
Alexandra Regina Khalida Souza Mamed (CHIS/UFRR)
Carlos Murilo da Silva Cavalcante (CHIS/UFRR)
Rayane Batista Campos Da Silva (CHIS/UFRR)
(ESCRE)VIVÊNCIAS DA PRÁXIS DOCENTE NA FORMAÇÃO INICIAL
E OS DESAFIOS DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA............................................. 76
Francisco Marcos Mendes Nogueira (UERR/CAp/UFRR)
OLÍMPIADA DE HISTÓRIA DE RORAIMA (OHR)......................................................... 77
Francieliton de Melo Paixão (Profhistória/UFRR)
Marcella Albaine Farias da Costa (Profhistória/UFRR)
VIVÊNCIAS DE PROFESSORAS RECÉM INGRESSANTES NA REDE PÚBLICA
DE EDUCAÇÃO BÁSICA E O IMPACTO DO PROFHISTÓRIA NAS SUAS
PRÁTICAS DOCENTES ...................................................................................................... 78
Mariangela Aguiar de Oliveira (Profhistória/UFRR)
Natalia da Silva Cruz (Profhistória/UFRR)
Thaymara Souza Lucena (Profhistória/UFRR)
VIVENCIANDO A EDUCAÇÃO BÁSICA ...................................................................... 79
Clissiane Inacio Feitoza (CHIS/UFRR)
PROGRAMA DE LEITURA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
DE RORAIMA ........................................................................................................................ 80
Kátia Nascimento Medeiros (PPGSOF/UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAT/GEIFRON-UFRR)
A VALORIZAÇÃO FEMININA NAS SALAS DE AULA RORAIMENSES ..................... 81
Ana Carolina dos Santos Guerra (CHIS/UFRR)
Elen Keila Lima da Costa (CHIS/UFRR)
OFICINA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA ............. 82
Antônio Eduardo de Oliveira Junior (PPGSOF/UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAT/GEIFRON-UFRR)
QUE ACOLHIMENTO É ESSE? MIGRANTES VENEZUELANOS NA ESCOLA
ESTADUAL MARIA DAS DORES BRASIL DE BOA VISTA – RR .................................. 83
Rosivan Nunes Guimarães (PPGSOF/UFRR)
Adrián Padilla Fernández (PPGEDUC/UFRR)
MÍDIAS DIGITAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA: COMPARTILHANDO
EXPERIÊNCIAS DE DOCENTES DA REDE PÚBLICA DE RORAIMA .......................... 84
Denis Renan Nojoza Moura (ProfiHistória/UFRR)
Carla Monteiro de Souza
APRESENTAÇÃO

Márcia Maria de Oliveira


Antônio Eduardo de Oliveira Junior
João Paulo Roberti Junior
Tiago Siqueira Reis

A Universidade Federal de Roraima (UFRR), a Pró-Reitoria de Pesqui-


sa e Pós-Graduação (PRPPG), o Programa de Pós-Graduação Socieda-
de e Fronteiras (UFRR/PPGSOF) e o Programa de Mestrado Profissional
em História (ProfHistória/UFRR) juntamente com o Programa Nacional
de Cooperação Acadêmica na Amazônia (PROCAD Amazônia), do qual
fazem parte o PPGSOF/UFRR, o Programa de Pós-Graduação em Dinâ-
micas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e o Programa de Pós-Gra-
duação em Políticas Sociais (PPGPS) da Universidade Estadual do Nor-
te Fluminense Darcy Ribeiro (UENF); o Programa de Desenvolvimento da
Pós-Graduação (PDPG Amazônia Legal) com o Subprojeto ‘Cooperação
Científica na Amazônia: Fronteiras, Territorialidades e Diversidades So-
cioambientais’ do qual fazem parte o PPGSOF, o PPGL, o PPGANTS, o PPG-
COM e o PPGEDUC, se somam para a realização do multievento:
III Colóquio Internacional Sociedade e Fronteiras; III Seminário Mis-
são PROCAD Amazônia, II Seminário ProfHistória e o II Seminário PDPG
Amazônia Legal.
Com o tema ‘Conflitos Socioambientais: uma reflexão em perspec-
tiva histórica’, o evento acontecerá no período entre 25 e 28 de outubro
de 2023, no auditório do PPGSOF e contará com conferência de abertura,
mesas redondas, apresentação de trabalhos de pesquisa em três gru-
pos de trabalhos e com trabalho de campo em Terras Indígenas e na
fronteira com a Guiana.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 17


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
Desde sua primeira versão, o objetivo do Colóquio do PPGSOF é for-
talecer as Linhas de Pesquisas do PPGSOF a partir da ampliação da pro-
dução intelectual, dos grupos de pesquisas e do diálogo interdisciplinar.
Com a soma dos demais eventos, se objetiva fortalecer e socializar a
produção do conhecimento científico mediante as discussões sobre a
temática central ‘Conflitos Socioambientais: uma reflexão em perspec-
tiva histórica’. A temática desponta para visibilizar que ao analisarmos
os conflitos em uma perspectiva histórica, compreendemos a comple-
xidade e a evolução desse cenário, assim como os desafios que persis-
tem ao longo do tempo. Refletir sobre os conflitos socioambientais na
Amazônia ao longo do tempo nos lembra da necessidade urgente de
respeitar o conhecimento tradicional, enquanto promovemos práticas
sustentáveis e políticas que protejam esse ecossistema vital. A perspec-
tiva histórica nos alerta e ao mesmo tempo nos inspira a trabalhar na
construção de um horizonte futuro que reifica o papel da universidade e
da pesquisa científica nesta construção.
O evento com suas múltiplas atividades prevê otimizar o diálogo in-
terinstitucional com as diversas instituições de pesquisa, organizações
civis e outras entidades que participarão de forma ativa e efetiva das
atividades propostas.
Além dos momentos de estudo e aprofundamento nos debates, da
imersão nas pesquisas de campo, o evento gera impacto social trans-
cendendo os muros da universidade ou das instituições de pesquisa
chegando ao alcance da população e repercutindo diretamente no de-
senvolvimento regional ao proporcionar uma integração entre a acade-
mia e a sociedade civil de maneira sólida e contínua. É importante res-
saltar que os eventos científicos desempenham um papel crucial tam-
bém no fortalecimento da pós-graduação, especialmente no contexto
da Amazônia e das regiões de fronteira. Essas áreas enfrentam desafios
únicos e complexos, tornando a pesquisa científica de extrema impor-
tância para o desenvolvimento e a compreensão científica.
O evento oferece um espaço de intercâmbio de conhecimento, no
qual pesquisadores, professores, estudantes de pós-graduação, de
graduação e membros da comunidade externa têm a oportunidade
de compartilhar suas incursões científicas. Isso fomenta o diálogo entre
instituições acadêmicas e permite a colaboração entre especialistas de
diversas áreas, fortalecendo a qualidade e a relevância das pesquisas
desenvolvidas na região amazônica e em suas fronteiras.

18 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
Servindo também como plataforma para a divulgação de suas res-
pectivas pesquisas que abordam questões críticas relacionadas ao
meio ambiente, biodiversidade, mudanças climáticas, questões so-
cioeconômicas na e da Amazônia. Ao destacar os desafios e delinear
o panorama da região a partir dos diversos trabalhos apresentados, o
evento incentiva e propicia a mobilidade acadêmica fortalecendo a in-
terdisciplinaridade do conhecimento aqui produzido.
O evento também conta com um número expressivo de inscrições de
estudantes do Ensino Médio, da Graduação, da Pós-Graduação e de inú-
meros egressos que retornam ao PPGSOF para socializar a continuidade
de seus estudos em nível de doutorado ou para socializar outras pesqui-
sas. Este conjunto de participantes das mais diversas instâncias do co-
nhecimento promovem um encontro de saberes e de conhecimentos de
alto nível e qualidade científica.
Além disso, o evento contará ainda com a participação de profis-
sionais pesquisadores e docentes das diversas áreas do conhecimento
cumprindo assim com o objetivo de promover o diálogo interdisciplinar
e ampliar os espaços para compartilhar a produção científica. Sendo
assim, os trabalhos aqui reunidos buscam dar visibilidade às pesquisas
e pesquisadores/as que fazem parte da rede acadêmica instituída nes-
ta região.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 19


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
GT01: FRONTEIRAS, TERRITÓRIOS E PRÁTICAS
DE MOBILIDADE HUMANA
Coordenação:
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/SPM)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

Ementa: O GT I receberá trabalhos que versem sobre os aspectos


teórico-metodológico e empíricos das mobilidades em seus mais di-
versos aspectos que vão desde as políticas migratórias e governança,
direitos humanos e direitos humanitários, cooperação e política huma-
nitária, práticas humanitárias de gestão e assistência, mercado labo-
ral. e transfronteiriços. Trabalhos que abordem aspectos da capacidade
subjetiva de ação dos sujeitos envolvidos nos processos de mobilidade,
sejam populações tradicionais, indígenas, nacionais ou transnacionais;
suas experiências migratórias e as mais diversificadas formas e dispo-
sitivos de sujeição e de subjetivação dos processos de violências, racis-
mos e estigmas; da interseccionalidade de gênero, etnia, raça, classe
social; as negociações e contestações de específicas relações de poder
e as numerosas fronteiras que estruturam os espaços percorridos pelos
migrantes. A fronteira, aqui nessa linha refere-se não apenas as frontei-
ras concretas, mas também simbólicas e subjetivas.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 21


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
ITAIPU BINACIONAL X AVÁ-GUARANI: O DISCURSO DO PROGRESSO
NO PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS NA REGIÃO OESTE DO
PARANÁ

Anderson Frigo (UNILA)


Max André de Araújo Ferreira (Unioeste/UFRR)  

O artigo explora as consequências do desenvolvimento econômi-


co brasileiro sobre os povos indígenas, focando na construção da Usi-
na Hidrelétrica de Itaipu e seu impacto sobre a cultura e território dos
Avá-Guarani. A pesquisa analisa o discurso institucional da Itaipu Bina-
cional em contraposição ao conteúdo do Boletim Luta Indígena, veícu-
lo de comunicação ligado ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
que denunciava as violações aos direitos dos povos indígenas. O estudo
contextualiza a criação de Itaipu na década de 1960, durante o governo
militar, visando o desenvolvimento e a integração entre Brasil e Para-
guai. No entanto, a construção da usina teve implicações profundas no
meio ambiente e na vida dos povos Guarani. A análise da metodologia
destaca a abordagem qualitativa por meio da Análise de Discurso, com
foco no Boletim Luta Indígena como fonte de resistência e denúncia das
violações. Além disso, a pesquisa recorre a fontes documentais, biblio-
gráficas e dados primários coletados em arquivos nacionais e sites ofi-
ciais. O trabalho aponta a ausência de autocrítica institucional e revela
a importância do Boletim Luta Indígena como registro histórico da luta
dos povos indígenas contra o apagamento de sua cultura e modo de
vida.  

Palavras-chave: Luta Indígena; Avá-Guarani; Itaipu Binacional.

22 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OS CAMINHOS DO SOL NASCENTE NAS TERRAS DE MAKUNAÍMA:
TRAJETÓRIA DOS MIGRANTES JAPONESES EM RORAIMA, UMA
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR (1961)

Tina tuner Silveira dos Santos (PPGSOF/UFRR


Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

O presente texto é resultado do trabalho de conclusão de curso, de-


fendido em 2022, no curso de história, na Universidade Federal de Rorai-
ma e, retomado durante o mestrado no âmbito do programa de Pós-
-graduação em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF), na Universidade Fe-
deral de Roraima (UFRR). Portanto, o objeto do presente texto é a análise
da migração japonesa para Boa Vista – Roraima (RR), no período de 1951
a 1961, a partir da política do Governo Federal de estímulo a colonização
e o desenvolvimento agrícola da região. Apesar da fundação da Asso-
ciação Nipobrasileira de Roraima (ANIR) em 2008, que dispõe de aproxi-
madamente 100 famílias nikkeis associadas, o tema ainda é pouco dis-
cutido, de modo que a pesquisa buscou abordar o processo a partir da
memória como ferramenta para reconstrução da trajetória das famílias
migrantes para Roraima, fundamentada a partir de LE GOFF (1990) e
BLOCH (2001). Os trabalhos desenvolvidos pelos autores HOMMA (2021),
MUTO (2010) e NISHIKIDO (2020), e as entrevistas narrativas devidamente
autorizadas pelos membros das famílias evidenciam os percalços, ex-
pectativas e a realidade vividos pelos migrantes de Kobe a Belém, e no
caso deste texto, de Belém para Boa Vista.

Palavras-Chave: Migração japonesa, memória e comunidade nikkei.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 23


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
INFÂNCIA MIGRANTE: O AUMENTO DE CRIANÇAS NOS PROCESSOS
MIGRATÓRIOS EM RORAIMA NOS ÚLTIMOS ANOS

Sarah Letícia Leonel da Silva (PPGSOF/UFRR)


Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/ UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)

O presente estudo tem por proposta temática analisar o crescimen-


to da presença de crianças nos processos migratórios internacionais à
Roraima nos últimos anos, destacando a migração venezuelana em vir-
tude da posição territorial do Estado, que faz fronteira direta com o País.
A pesquisa buscará evidenciar os aspectos e características da infância
migrante no Estado. O estudo adotará a metodologia descritiva de ca-
ráter qualitativo, através de revisão bibliográfica de artigos científicos,
relatórios de organizações e instituições que trabalham a pauta migra-
tória, dados públicos de fontes governamentais e não-governamentais,
além de matérias de veículos midiáticos acerca do tema. Busca-se evi-
denciar, a partir desse estudo, o aumento do número de crianças nos
processos migratórios internacionais em Roraima, potencializado pelo
crescimento da feminização das migrações, fenômeno que aponta o
maior número de mulheres nas movimentações nas fronteiras ao redor
do mundo. Por fim, pretende-se ainda, elucidar as causas desse cresci-
mento e os impactos das migrações na vida de crianças, bem como ob-
servar o trato das instituições competentes com esse grupo vulnerável
especialmente quando migram sozinhas. De acordo com a Resolução
Conjunta n°1/2017 do CONANDA, CONARE, CNIg e DPU, crianças e adoles-
centes desacompanhadas são aquelas que cruzam a fronteira do Brasil
sem o acompanhamento de nenhuma pessoa adulta e as separadas
são aquelas que o fazem acompanhadas de pessoa adulta que não é
sua responsável legal ou cuidadora principal. Os resultados preliminares
apontam o crescimento deste público, o que justifica a realização desta
pesquisa para aprofundar este tema nos estudos migratórios em diálo-
go interdisciplinar.

Palavras-chave: Infância migrante; migração venezuelana;


Roraima;

24 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
DESAFIOS E NECESSIDADES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES REFUGIADOS
E MIGRANTES NO BRASIL: GARANTINDO PROTEÇÃO SOCIAL E ACESSO À
EDUCAÇÃO

Ângela Karinne Bezerra Mota (PPGSOF/UFRR)


Mariana Cardoso dos Santos (PPGSOF/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/UFRR)
João Carlos Jarochinski Silva (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

O acesso à educação formal para crianças e adolescentes, é um


exemplo de necessidade específica de proteção mencionada altamen-
te por famílias venezuelanas no norte do país. De acordo com estudo de
necessidades elaborado em 2022, 18% das crianças venezuelanas não
estão matriculadas na escola. Essa porcentagem é mais alta nos estados
que mais recebem migrantes venezuelanos, caso de Roraima e Amazo-
nas (27%); aumentando ainda mais quando recortamos em crianças
vivendo nos abrigos temporários (63%). Portanto, o acesso à educação
formal, direito fundamental para o desenvolvimento de crianças e ado-
lescentes e para sua integração na comunidade de acolhida, não está
sendo atendido. A questão da educação pode ser entendida principal-
mente de duas formas: falta de vagas nas escolas públicas, devido ao
aumento da demanda; e processos complexos de matrícula, que criam
barreiras para a população migrante. Para levantamento e análise dos
dados, foi utilizado o método qualitativo com abordagem descritiva de-
dutiva. Estudos qualitativos se concentram nas experiências humanas,
fazendo com que possamos perceber a subjetividade que acompanha
nossa sociedade. Os dados utilizados são secundários, advindos de ins-
tituições atuantes no contexto da resposta ao movimento migratório in-
tenso de venezuelanos na fronteira norte do Brasil. A escolha se deu pela
atuação ativa e constante dessas organizações na coleta e publicação
de dados, como a Plataforma de Coordenação Interagência para Refu-
giados e Migrantes da Venezuela (R4V), Alto Comissariado da Organiza-
ção das Nações Unidas para Refugiados, agências da Organização das
Nações Unidas e o governo brasileiro.

Palavras-chave: crianças, migração, proteção, educação, proteção


social.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 25


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O IMPACTO DA MIGRAÇÃO E DAS EXPERIÊNCIAS NOS ABRIGOS DE
ACOLHIDA: UM ESTUDO SOBRE TRAUMA PSICOSSOCIAL

Isabeau Cristina de Sousa Bezerra (PPGSOF/UFRR)


João Carlos Jarochinski Silva (PPGSOF/UFRR)
Eliane Silvia Costa (UFBA)

Partindo da constatação de que os abrigos constituem uma das


principais políticas implementadas no contexto migratório vivido no
estado de Roraima, o objetivo deste estudo foi investigar as possíveis
consequências psicológicas causadas nessa população pelas violên-
cias vividas no processo migratório, sendo considerado o abrigamento
como fator agravante para a instauração de um possível trauma psi-
cossocial. As análises tiveram como base principal os conceitos de vio-
lência e trauma psicossocial, desenvolvidos por Ignácio Martín-Baró, em
que o foco das análises recai não no indivíduo, mas nas relações sociais
violentas a que está submetido. Foucault aparece, também, enquanto
referencial na construção de uma compreensão dos abrigos como es-
paços de controle e exercício do poder, espaços que são tomados como
possíveis agravantes na instauração de um possível trauma psicosso-
cial. São evidenciadas, assim, as vulnerabilidades a que a saúde mental
dos sujeitos está submetida, porém buscamos nesse processo, eviden-
ciar também as formas de resistência individual e coletiva implementa-
das por essa população no enfrentamento das dificuldades. A pesquisa
adota como metodologia a observação participante, o campo-tema e
a análise de entrevistas realizadas com imigrante em estudos e maté-
rias jornalísticas. Ao longo da pesquisa chegamos à conclusão de que
o ambiente em que o migrante abrigado se encontra é propício sim à
instauração de um trauma psicossocial, reforçando a importância de
ações não só de cuidado individual à saúde mental, mas principalmen-
te de intervenções nas condições de vida dessa população, de forma a
permitir o acesso destas à saúde, educação, moradia, e integração real
à sociedade local.

Palavras-chave: Migração, Abrigos de Acolhida, Trauma Psicosso-


cial.

26 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OS MAPAS DA MOBILIDADE DE INDÍGENAS E´ÑEPÁ DE CARUTO: UMA
CONTRIBUIÇÃO À COMPREENSÃO DAS CAUSAS, DINÂMICAS E VIVÊNCIAS
DO SEU DESLOCAMENTO  

Marielys Briceño (Educanorte/UFRR)


Alberto Conejero (Educador E´ñepá da Comunidade Caruto)
Maxim Repetto (Educanorte/PPGSOF/PPGEDUC/UFRR)

Entre os anos 2021 e 2022 foi desenvolvida uma pesquisa de mestra-


do do Programa de Pós-graduação em Sociedades e Fronteiras com o
título: “O Deslocamento internacional de indígenas venezuelanos E´ñe-
pá e os processos de reconfiguração espacial, territorial e identitária”.
A pesquisa, colaborativa, contou entre as atividades com uma oficina
para elaboração de mapas utilizando a cartografia social como ferra-
menta para a representação dos territórios a partir dos sentidos, sen-
timentos e percepções dos espaços. O objetivo da oficina foi contribuir
na analises sobre os itinerários de deslocamento do grupo participante,
um grupo de indígenas E´ñepá provenientes da comunidade de Caruto
para então localizados no Abrigo oficial “Jardim Floresta”. Os resultados
da oficina foram correlacionados com as histórias de vida de três mem-
bros do grupo, contribuindo na compreensão das causas, dinâmicas e
vivências do deslocamento local, nacional e internacional ao longo de
4 décadas. Como produto técnico foi elaborada uma cartilha intitula-
da: “Mapas Culturais da Mobilidade dos indígenas E´ñepá de Caruto. A
oficina foi desenvolvida como uma ação de Extensão do Programa La-
boratórios Socionaturais Vivos e contou com o apoio da Fundação Fé e
Alegria do Brasil, unidade Roraima.

Palavras-chave: Deslocamento Internacional; Povos indígenas mi-


grantes; Mapas Culturais

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 27


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
MIGRAÇÃO E POPULAÇÕES EM PRIVAÇÃO DE LIBERDADE EM RORAIMA

Rafaela Gomes de Lemos Rocha (PPGSOF/UFRR)


Francine dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)

Esta comunicação de pesquisa apresenta a complexa tensão entre


migração, criminalidade e o sistema prisional na cidade de Boa Vista/
RR, com foco especial na população migrante venezuelana e guianense
para esta região. A pesquisa apresenta a condição dos migrantes priva-
dos de liberdade e investiga as razões por trás do aumento significati-
vo da população carcerária em Boa Vista, especialmente de migrantes,
que representam 63,01% dos encarcerados na cidade - dados de 2020.
A intensificação da migração, resultado de crises políticas, econômicas
e humanitárias, trouxe desafios consideráveis para a integração social
dos migrantes, levando a situações de marginalização e exclusão. A
pesquisa busca compreender como esses desafios podem estar rela-
cionados ao possível aumento da criminalidade e, por conseguinte, ao
crescimento da população carcerária. Além disso, o estudo explora teo-
rias sociológicas de autores como Howard Becker e Erving Goffman para
entender o estigma associado aos migrantes e como isso pode afetar
sua interação com a sociedade e o sistema de justiça criminal. A análise
inclui também o conceito de anatomopolítica em Foucault, examinando
como as instituições sociais, incluindo prisões, controlam e disciplinam
os corpos dos indivíduos. A pesquisa é interdisciplinar e dialoga com a
sociologia, criminologia, políticas públicas e Direito Internacional, e visa
contribuir para uma compreensão mais ampla e profunda dos proble-
mas estudados, bem como orientar futuras políticas públicas e inter-
venções sociais na região.

Palavras-chave: migração, sistema prisional e encarceramento.

28 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
GEOPOLÍTICA DAS FRONTEIRAS AMAZÔNICAS

Delmo de Oliveira Torres Arguelhes (CEDEPEM/UFF)


Ricardo Salvador De Toma-García CEDEPEM/PPGSOF/UFRR)

O campo de estudo da geopolítica aborda, a princípio, relações de


poder a partir de espaços geográficos. Poder não é um objeto palpável,
mas uma relação entre partes, pois ele não se dá, não se adquire e nem
se transfere; só existe em ato (Foucault, 2005: 21). Discutir o poder, im-
plica reconhecer a existência de limites, e também das fronteiras con-
figuradas entre cada uma das categorias de poder que são exercidas
por diversos atores sobre o espaço. Fronteira pode ser definida como
“uma linha de demarcação traçada entre dois bens imóveis onde se
queira evitar o surgimento de controvérsias” (Zientara, 1989: 307). Sob a
visão da política internacional, seria a separação entre duas soberanias,
sobre a discussão das dinâmicas Pan-Amazônicas, o assunto torna-se
sumamente complexo. Entre os geopolitologos brasileiros que iniciaram
a discussão dessas questões, merece destaque o general Mario Travas-
sos, quem apresentou avaliações sobre os problemas de interconexão
entre a Bacia amazônica e a Bacia Platina. Neste trabalho retomaremos
uma parte dessa discussão ilustrando as transições no pensamento ge-
opolítico inerente aos grandes problemas amazônicos.

Palavras-chave: Amazônia; Geopolítica; Fronteiras.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 29


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE MÍDIA E MIGRAÇÕES
INTERNACIONAIS NO BRASIL

Paulo Henrique Rodrigues da Costa (PPGEO/UFRR)


Elói Martins Senhoras (PPGEO/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

Essa pesquisa objetiva compreender a dinâmica de produção da


mídia em contextos de movimentos migratórios internacionais no Bra-
sil. Para tanto, mapeia-se a forma como os estudos sobre a temática
mídia e migração são realizados dentro do território nacional, de forma
a sistematizar a maneira como a imprensa brasileira veicula e cons-
trói a imagem dos imigrantes. Os procedimentos metodológicos utiliza-
dos são caracterizados em sua natureza como um estudo exploratório,
descritivo e explicativo quanto aos fins e quati-qualitativo quanto aos
meios, sendo utilizado o método histórico-teórico-dedutivo. Os proce-
dimentos metodológicos de levantamento de dados foram os de revi-
são bibliográfica e documental, bem como o levantamento referencial
por meio de uma revisão sistemática com enfoque bibliométrico com
base nos estudos que refletem o estado da arte de pesquisas dessa te-
mática no Brasil realizado na plataforma científica Google Acadêmico,
utilizando a busca por palavras-chave. Por sua vez os procedimentos
de análises de dados foram de hermenêutica internacionalista e jorna-
lística. Justifica-se essa pesquisa, sobretudo, pela finalidade pessoal e
laboral deste pesquisador com a temática, para além, da compreensão
dos impactos desses fatores. Concluiu-se nessa pesquisa que a cons-
trução da imagem dos imigrantes e refugiados na mass media brasi-
leira segue sete padrões que estereotipam a sua imagem, dificultando
assim no seu processo de integração e acolhimento local. Para além,
evidencia-se o mito da cordialidade e hospitalidade brasileira pautada
em anos de políticas de seletividade e escalonamento étnico.

Palavras-chave: Migração internacional; Mídia e migração; Estere-


ótipos.

30 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
SINCRETISMOS MIGRATÓRIOS: UMA APROXIMAÇÃO

Ricardo Salvador De Toma-García (URGS/PPGSOF/UFRR)

É difícil determinar o momento exato em que uma pessoa se identifica


como migrante. Esse momento pode emanar da autopercepção do
indivíduo diante das realidades experimentadas na sociedade receptora
ou como resultado da distinção expressamente realizada por algum
terceiro. Em alguns casos, o migrante pode sentir deslocado o seu
senso de pertencimento a uma sociedade sem sequer ter abandonado
o seu país de origem. Em outros casos, o migrante opta por dissimular
ou negar suas origens, cultura e identidade por medo a ser vítima de
manifestações xenófobas na sociedade onde pretende inserir-se.
Também existem casos onde o migrante não necessariamente se
autopercebe como tal. Diante de tudo isso, resulta complexo identificar
se a condição de migrante é assumida pela pessoa como parte de um
estágio circunstancial ou como uma realidade permanente. Por outro
lado, independentemente do status legal concedido pelo Estado recep-
tor mediante um ato administrativo, a pessoa que experimenta as ad-
versidades desse processo passa por transições identitárias durante sua
inserção na sociedade receptora, tal condição será categorizada como
um sincretismo migratório. A discussão dessa categoria conceitual no
III Colóquio Internacional Sociedade e Fronteiras, da Universidade Fede-
ral de Roraima (PPGSOF-UFRR), visa enriquecer um projeto de pesquisa
proposto oficialmente ante a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB).  

Palavras chave: Migrações; Refugio; Sincretismos Migratórios

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 31


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OS DESAFIOS DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA NO CONTEXTO DA
MIGRAÇÃO E COVID-19 EM BOA VISTA (RR)

Matheus Moura Souza (UFRR)


Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR)
Luyandria Santos Maia (UFRR)

Desde 2015, o estado de Roraima tem sido via de ingresso de famí-


lias venezuelanas em busca de melhores condições de vida devido à
crise econômica, política e social que aflige o país de origem. Especi-
ficamente, no ano de 2020, com a chegada da pandemia COVID-19 no
Brasil, a população acolhida e migrante passou a vivenciar novos de-
safios, tendo em vista os novos cuidados sanitários e de saúde. Com
essa conjuntura, tornou-se fundamental o trabalho realizado pelas po-
líticas públicas, sociedade civil e agências internacionais para prestar
o devido apoio frente às vulnerabilidades vivenciadas pelas famílias na
capital de Roraima, Boa Vista. Nesse sentido, percebe-se a relevância
da Psicologia Social Comunitária como uma área para compreender o
histórico-social e pensar nas possibilidades de intervenções comunitá-
rias. Assim, o presente trabalho tem como objetivo apresentar os de-
safios enfrentados por esse campo científico ao atuar no contexto de
migração e COVID-19 em comunidades de Boa Vista (RR). Através de
visitas, rodas de conversas e ações de saúde de uma organização não-
-governamental para moradores e profissionais da saúde, foi possível
entender a relevância da informação para o cuidado e prevenção das
vulnerabilidades, os impactos da pandemia para os trabalhadores e
as melhorias das atividades nas comunidades. Por fim, espera-se que
com os desafios da Psicologia Social Comunitária ao olhar a migração e
COVID-19 possam suscitar novas reflexões, novas formas de atuação e
avanços nas políticas públicas brasileiras.

Palavras-chave: Psicologia Social Comunitária; Migração; COVID-19.

32 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
AJUDA HUMANITÁRIA E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO SOCIOECONÔMICA
DA POPULAÇÃO MIGRANTE: UMA ANÁLISE PRELIMINAR DO PROCESSO DE
INTERIORIZAÇÃO DOS MIGRANTES VENEZUELANOS NO BRASIL

Lyandréson Santos Maia (Ciências Sociais/UFRR)


Luyandria Santos Maia (UFRR)
Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAR/UFRR)

O estado de Roraima é o recebedor da maior parte dos migrantes


venezuelanos, dentre os 499.650 migrantes atualmente no Brasil (R4V,
outubro de 2023). A economia do estado voltada para agricultura, extra-
tivismo, comércio e o setor de serviço público, pouco insere os migran-
tes. Desta forma, o objetivo geral deste projeto foi identificar e analisar as
estratégias do governo, por meio da Operação Acolhida, para promover
a inclusão socioeconômica da população migrante em outros estados
da federação. Para tal fim fizemos uso da metodologia qualitativa e os
instrumentos de coleta de informações foram o levantamento docu-
mental e bibliográfico em portais na internet, sites das agencias intra-
governamentais e relatórios publicados nos canais oficiais do Governo
Federal e Agências da ONU. Os resultados apontaram que desde feve-
reiro de 2018, o Governo Federal implementou a Estratégia de Interioriza-
ção como mecanismo de resposta à crise humanitária venezuelana, em
cooperação com agências da ONU e organizações da sociedade civil,
a fim de assegurar melhores perspectivas de inserção socioeconômica
à população venezuelana e aliviar o impacto no estado de Roraima..
Consideramos que o processo de interiorização promovido pelo gover-
no federal com a presença do Estado e de outros atores institucionais,
podem garantir os direitos humanos dos migrantes. No entanto, a falta
de acompanhamento e avaliação mais sistemática do processo não
tem conseguido evitar, por exemplo, as precárias condições de trabalho.

Palavras-chave: Migração; Trabalho; Interiorização.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 33


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
PARENTALIDADE TRANSNACIONAL E OS DESAFIOS DA MIGRAÇÃO NO
CAMPO DA FAMÍLIA

Suelen Márcia Silva Alves (PPGSOF/UFRR)


Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/ UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)

A presente Comunicação de pesquisa apresenta algumas análises


sobre as dificuldades enfrentadas pelos migrantes no que se refere ao
contato familiar, em especial em relação aos filhos deixados no país de
origem no que se denomina “famílias transnacionais”. Estes arranjos fa-
miliares não são historicamente novos, tendo origem no início do Sé-
culo XX, em que homens migravam em busca de melhores condições
de trabalho, deixando suas esposas e filhos no país de origem, em des-
conformidade com o modelo tradicional de família nuclear, marcado
pela co-residência. Aborda-se como o rompimento desse vínculo físico
e intersubjetivo com a família pode significar fator de sofrimento para
o migrante e para a prole, inclusive com perda da autoridade parental
em razão do distanciamento, exigindo uma nova forma de construção
de vínculos. No que tange ao exercício da maternidade, o impacto da
migração é ainda maior, tendo em vista que, tradicionalmente, de acor-
do com os papeis de gênero socialmente atribuídos, incumbe à mãe a
maior presença na vida dos filhos e, quando migram na ausência destes,
é vista como uma mãe que abandona, com consequentes marcas nas
experiências de vida dos envolvidos. A pesquisa é de cunho bibliográfi-
co e documental, recorrendo-se da abordagem qualitativa para análise
dos dados, conceitos e definições fundamentais frente à psicologia e
ciências humanas, coletando materiais a partir em artigos, revistas ele-
trônicas e impressos que abordem a consequência da migração no seio
dos arranjos familiares, bem como maneiras de suplantar ou diminuir os
impactos negativos da separação familiar.

Palavras-Chave: Migração transnacional. Família. Parentalidade.

34 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
APOROFOBIA E XENOFOBIA NOS PROCESSOS MIGRATÓRIOS EM RORAIMA

João Pedro Malmegrim Moraes (PPGSOF/UFRR)


Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/SPM)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)

Esta comunicação de pesquisa é um recorte do Projeto de Disserta-


ção em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Socieda-
de e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima e tem como objetivo
investigar e analisar a aporofobia enquanto conceito no campo teórico
e suas implicações contextuais. A pesquisa busca entender os elemen-
tos que definem a histórica aversão aos pobres e, de modo especial aos
migrantes em situação de pobreza. Enquanto atitude comportamental
e prática social, a aporofobia é histórica no Brasil e resume a construção
social do medo e da rejeição aos pobres, geralmente manifestada atra-
vés do rechaço, do nojo e da fobia. No caso dos migrantes a aporofobia
se materializa com o agravante da xenofobia, o que resulta em sujeitos
duplamente estigmatizados e criminalizados por causa da migração e
da pobreza. A metodologia de caráter qualitativo se orienta pela pers-
pectiva decolonial com previsão de pluralidade de vozes e caminhos
metodológicos que partem dos migrantes como ‘lugar de fala’ com
uma abordagem plural e aberta ao direito e a outros modos de análise
e de produção do conhecimento. Se realizará pesquisa de campo em
espaços ocupados majoritariamente pela população migrante, com
entrevistas semiestruturadas, pesquisa bibliográfica e documental. Os
resultados preliminares apontam a resistência de parte da sociedade
para com esta população migrante, que se utiliza de diversos discursos
preconceituosos e os reproduz nas mais diversas esferas, a fim de vali-
dar a rejeição ao pobre.

Palavras-chave: aporofobia; migração; pobreza; xenofobia.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 35


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
ESPAÇOS PÚBLICOS: MEMÓRIA, TEMPO E AFETO NA CIDADE DE BOA VISTA
- RR

Nikson Dias de Oliveira (Dinter UFRJ/UFRR)

A cidade é um espaço de troca democrática onde a relação entre os


cidadãos e território deve permitir relações de afeto, trocas e criação de
memórias. Em Boa Vista, capital de Roraima, é evidente a relação afetiva
próxima com suas praças. Os espaços públicos na cidade são usados​​
para gerar e alimentar memórias, sendo palco de festas de aniversário,
casamentos, chás temáticos, encontros diversos e eventos do calendá-
rio festivo local. Esses ritos festivos ocorrem em várias praças da cidade,
mas há uma “praça mãe” que atrai os moradores de todos os bairros,
mesmo em dias rotineiros, para um passeio descompromissado. Este
artigo busca compreender como ocorre a relação entre os usuários e os
espaços públicos, como as praças moldam a vida cotidiana e o motivo
pelo qual alguns lugares são mais frequentados que outros.
Palavras-chave: Espaços Urbano; Boa Vista; Psicologia Ambiental.

36 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OBSERVATÓRIO DE DIREITOS HUMANOS DA UFRR: EXPERIÊNCIAS A
PARTIR DOS ATENDIMENTOS AOS WARAO EM BOA VISTA/ RR

Mávera Teixeira dos Santos (Direito/UFRR)


Priscilla Cardoso Rodrigues (Direito/UFRR)

O presente trabalho versa sobre o atendimento aos povos indíge-


nas Warao em Boa Vista/Roraima, tem como objetivo realizar o moni-
toramento de situações de ameaças ou violações de direitos humanos
ocorridas no estado de Roraima. A orientação e assessoria jurídica aos
indígenas é uma das linhas de pesquisa do Observatório de Direitos
Humanos da UFRR, no qual ficamos com o atendimento aos indígenas
do povo Warao. O primeiro atendimento visa conhecer a realidade dos
diversos grupos Warao que vivem nos abrigos da Operação Acolhida,
ocupações espontâneas e comunidades indígenas, para depois, atra-
vés de levantamento e coletas dados realizar um relatório das deman-
das solicitadas e, partir destas, adotar as medidas judiciais e/ou extra-
judiciais cabíveis. As atividades e pesquisas foram realizadas a partir
da experiência nesses meses no ODH/ UFRR, e não apresenta todas as
atividades das demais linhas de pesquisa. Para além dessas demandas,
nossa contribuição nos leva a reflexão sobre migração, atendimentos a
pessoas com realidades distintas, um cenário para construímos bases
solidas que possam nos dar arcabouço para enfrentar possíveis viola-
ções de direitos humanos, mas também para construir nossa base jurí-
dica e social na defesa dos mais vulneráveis.

Palavras-chave: Povos Indígenas Warao; Grupos Vulneráveis; Viola-


ção de Direitos Humanos, atendimentos no NPJ.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 37


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A CONSTRUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO MIGRANTE
VENEZUELANO NA COLUNA POLICIAL DO JORNAL FOLHA DE BOA VISTA
(2021-2022)

Fernando Augusto Cunha Tavares (Ciências Sociais/UFRR)


Rhanderson Hugo de Oliveira Vieira (Ciências Sociais/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (Ciências Sociais/UFRR)

O presente estudo busca compreender como se deu a construção


da representação social do migrante de nacionalidade venezuelana na
coluna Policial do jornal Folha de Boa Vista nos anos de 2021 e 2022. O es-
tudo usa como metodologia de coleta de dados e investigação a Análise
de Conteúdo proposta por Bardin. A opção pelo jornal Folha de Boa Vista
foi dada por sua relevância em contexto regional, sendo este um meio
de comunicação de longo período de inserção e produção no estado
de Roraima e de referência em informação da sociedade roraimense.
Através da midiatização das matérias, focamos no texto das manche-
tes das reportagens. No levantamento, observou-se o uso da palavra
“venezuelano” como uma categoria de associação e representação da
criminalidade e de atos ilegais, produzindo um discurso midiático es-
tigmatizador dos sujeitos em migração. Em contraposição, nas demais
matérias, a identidade dos sujeitos transgressores estavam vinculadas
a categorias de grau de parentesco com a vítima, idade ou geracional.
Compreendendo a produção de informações nas mídias como um es-
paço de reprodução de opinião, destacamos que o uso da categoria
“venezuelano” como um dispositivo reproduz estigmas dos sujeitos em
mobilidade de nacionalidade venezuelana em Roraima, construindo o
que Bauman chamou de “pânico moral”, revelando mecanismos de ex-
clusão dos migrantes a partir do discurso de aumento de casos de vio-
lência associados a chamada “crise migratória”.

Palavras-chave: Representação; Venezuelano; Folha de Boa Vista.

38 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
MIGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO: O PAPEL DO JORNALISMO NA
CONSCIENTIZAÇÃO DA MOBILIDADE HUMANA NA SOCIEDADE
RORAIMENSE

Yasmim Trindade Rebelo (Jornalismo/UFRR)


Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/UFRR)

A mobilidade humana desempenha um papel crucial no desenvol-


vimento socioeconômico das cidades e países. Quando gerenciada de
forma eficaz, a mobilidade pode impulsionar o crescimento econômico,
contribuir para a diversidade cultural e facilitar as trocas de conheci-
mento e inovação. Boa Vista, capital de Roraima, vive dinâmicas espe-
cíficas de mobilidade e desenvolvimento socioeconômico devido à sua
localização na região fronteiriça com a Guina e a Venezuela. Estudos
como os de BEZERRA (2020) e MOTA (2019) demonstram que o movi-
mento de refugiados e migrantes venezuelanos que chegam à Roraima
tem sido pauta frequente na imprensa a partir de 2016, com uma cober-
tura centrada sobre os impactos na infraestrutura, serviços públicos e
mercado de trabalho, desencadeando rejeição e xenofobia. Diante dis-
so, essa pesquisa, em estágio inicial, se questiona: de que forma, os veí-
culos de comunicação abordam a mobilidade humana sob a perspec-
tiva do desenvolvimento local? Portanto, o objetivo é analisar a manei-
ra e a frequência com que o jornalismo articula os temas da migração
e do desenvolvimento socioeconômico. É importante que o jornalismo
ofereça uma pluralidade de perspectivas sobre o fenômeno migratório,
contribuindo para o reconhecimento de transformações que se dão de
forma positiva. Utilizamos técnicas de levantamento de dados, por meio
da pesquisa quanti-qualitativa em dois jornais locais, folhaweb e G1Ro-
raima, com recorte entre junho de 2022 a junho de 2023, e a análise de
conteúdo como suporte para interpretação dessa abordagem.
Palavras-chave: Migração transnacional; Desenvolvimento socioe-
conômico; Jornalismo.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 39


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
MULHERES QUE MIGRAM: ITINERÁRIOS ETNOGRÁFICOS DESDE A
FRONTEIRA BRASIL E VENEZUELA

Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/ProfHistória)


Caterine Reginensi (PPGPS/UENF)

Nesta comunicação há um recorte da pesquisa desenvolvida no


Pós-doutorado com o apoio do PROCAD-AM no convênio da edição 2018
– 2022 entre as Universidades Federal de Roraima/UFRR; Universidade
Federal Sul e Sudeste do Pará e a Universidade Estadual Norte fluminen-
se/UENF. Trata-se de uma pesquisa realizada com o método dos itinerá-
rios etnográficos com entrevistas do tipo depoimento, que abordam um
tema, o qual a interlocutora(o) seguirá sua narrativa, ao mesmo tem-
po em que ambas pesquisadoras e interlocutora fazem um registro de
imagens dos atuais deslocamentos que constituem a vida cotidiana no
local de destino. Portanto, esta é uma comunicação de Ensaio Fotográ-
fico. São mulheres venezuelanas que migraram para o Brasil desde 2016,
em busca de melhores condições de vida diante a crise humanitária
que tem levado milhares de venezuelanos a migrar. As redes de ami-
zade e vizinhança favoreceram a realização das entrevistas e o deslo-
car-se para o registro de imagens. Estas foram produzidas nos locais de
acolhimento, as vezes com repetições e consentimento documentado,
na cidade de Boa Vista/RR, porta de entrada da migração venezuelana
para o Brasil. E, também na cidade de Campos de Goytacazes/RJ para
onde encontramos alguns itinerários desenhados a partir de redes so-
ciais articuladas por meio da religião.

Palavras-chave: Mulheres; Migrantes; Métodos Itinerários;

40 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
AS VIVÊNCIAS DE MULHERES VENEZUELANAS EM RORAIMA E SUAS
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO ÀS VULNERABILIDADES

Halaine Cristina Pessoa Bento (UFRR)


Luyandria Santos Maia (UFRR)
Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)

A migração para uma população em situação de vulnerabilidade


envolve aspectos sociais, econômicos, culturais, linguísticos e, também,
afetivos que necessitam de melhores esclarecimentos. Assim, ao cons-
tatar a intensificação da migração de mulheres venezuelanas em busca
de melhores condições de vida no Brasil, por meio do estado de Rorai-
ma, o presente estudo tem por objetivo apresentar as vivências dessas
mulheres na cidade de Boa Vista (RR) e suas estratégias de enfrenta-
mento às vulnerabilidades. Para isto, fundamentada na Psicologia Social
de base sócio-histórica e da Psicologia Ambiental, esta pesquisa utilizou
do Instrumento Gerador dos Mapas Afetivos (IGMA) e de entrevistas se-
miestruturadas para levantamento dos dados. As participantes foram
dezesseis venezuelanas, maiores de idade, na condição de residentes
ou refugiadas no Brasil, distribuídas entre pardas, pretas, indígenas e
brancas, residindo em casa própria, alugada ou ocupação urbana. Pos-
teriormente, as informações foram tratadas, transcritas e analisadas
sob a perspectiva da Análise de Conteúdo. No IGMA e nas entrevistas, foi
possível entender suas vivências quanto à situação de rua, preconcei-
tos, violências baseadas em gênero, dificuldades com o idioma, desem-
prego, perdas familiares e sentimentos de medo e depressão. Nas suas
estratégias para lidar com as vulnerabilidades, muitas delas começa-
ram a fazer cursos, utilizar os serviços públicos para denúncia, buscar
emprego e redes de apoio comunitário. Por fim, com os resultados da
pesquisa foi possível um maior aprofundamento sobre a temática apre-
sentada, propiciando o fortalecimento de ações e de possíveis políticas
públicas que atendam a esta população migrante no Brasil.

Palavras-chave: Migração. Mulheres Venezuelanas. Vivências.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 41


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A INFLUÊNCIA DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA NA CONSTRUÇÃO DO
ESPAÇO URBANO NA MARGEM ESQUERDA DO RIO CAUAMÉ

Felipe Rhuan dos Santos Paixão (PPGEO/UFRR)


Altiva Barbosa da Silva (PPGEO/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

Boa Vista é a capital brasileira com acelerada taxa de crescimen-


to desde os anos com a vinda de migrantes de vários estados, sobre-
tudo do Nordeste brasileiro. A esta migração acrescentou-se nos últi-
mos anos o forte fluxo de imigrantes vindo da Venezuela, ocasionando
um estrangulamento de alguns serviços oferecidos à população, bem
como impacto na infraestrutura urbana da cidade. Segundo dados do
IBGE (2022), Boa Vista alcançou uma taxa de crescimento de 45,4% entre
2010 e 2022, e um dos fatores que influenciam seu rápido crescimento
urbano deve-se ao fato de ser uma cidade média, que oferece uma sé-
rie de atrativos, vinculados a um crescimento econômico com oportu-
nidade de emprego e renda nos setores que se deslocam das cidades
grandes, com esgotamento de oportunidades para a população. Neste
cenário, e tendo em vista o caos urbano que se observa nas metrópoles
brasileiras, Boa Vista pode oferecer a oportunidade de corrigir os erros
cometidos nas cidades grandes, a partir de um melhor planejamento
feito com a participação popular. Nosso objetivo é analisar o impacto
da migração venezuelana na margem esquerda do rio Cauamé, onde
estão localizados os bairros Said Salomão, Pedra Pintada e Monte Cristo,
região que atualmente é um dos principais vetores de crescimento na
capital, e que pode ainda ser planejado para oferecer cidadania a todos.

Palavras-chave: Migração venezuelana; crescimento econômico;


expansão urbana;

42 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
COMPREENSÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE OS MIGRANTES
VENEZUELANOS EM NOTICIÁRIOS ONLINE:PUBLICAÇÕES DA FOLHA DE
BOA VISTA EM 2020, BOA VISTA, RORAIMA

Liliana de Castro e Silva (PRONAT/UFRR)


                                                                                                        
A pesquisa foi desenvolvida a partir do minicurso da técnica da me-
todologia de Análise de Conteúdo oferecido pelo Programa de Pós-gra-
duação em Sociedade e Fronteiras (PPGSOF/UFRR) aos alunos do curso
de ciências sociais e demais discentes e público em geral. Tendo como
objetivo compreender as representações sociais sobre os migrantes ve-
nezuelanos, em noticiários online, com intuito de sensibilizar a comuni-
dade em geral sobre os efeitos das formas violentas de pensar o “ou-
tro”. A pesquisa adotou o método da análise de conteúdo, aperfeiçoada
por Bandin (2001). O método de Análise do conteúdo é uma técnica de
análise das comunicações, que se utiliza de procedimentos sistemá-
ticos para compreensão e análise das descrições das mensagens. Os
resultados obtidos revelaram que as representações sociais sobre os
migrantes venezuelanos em matérias jornalísticas, reascendem o “es-
pírito xenofóbico” de parte da população roraimense, uma vez que esse
processo deslocamentos forçados (migração), reforçou a presença do
“outro” e alimentou o medo consciente ou inconsciente que esse contin-
gente numérico de migrantes causa (ou pode causar) ao nacional. Fato
que evidencia a necessidade de reflexão sobre os efeitos dessa forma
de violência sofrida pelos migrantes venezuelanos.

Palavras-chave: Método científico; Migração venezuelana; Roraima.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 43


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O JORNAL FOLHA DE BOA VISTA COMO INSTRUMENTO DE ESTIGMA EM
CONTEXTO MIGRATÓRIO: UMA ANÁLISE DAS PUBLICAÇÕES NO SEGUNDO
SEMESTRE DE 2017

Maria Luiza Alves Monteiro (Ciências Sociais/UFRR)


Gabriela Olinda Lima Murillo (Ciências Sociais/UFRR)
Aynê Gomes Nunes (Ciências Sociais/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (Ciências Sociais/UFRR)

Nesta comunicação de pesquisa apresentamos um apanhado geral


de um levantamento de dados que apontou o aparecimento de com-
portamentos sociais marcados pela xenofobia por parte de leitores e
comentaristas nas mídias digitais do Jornal Folha de Boa Vista no se-
gundo semestre de 2017. Nesse período a dinâmica migratória havia se
intensificado significativamente em Roraima. Buscamos entender aqui
como a sociedade roraimense vem reagindo aos processos migratórios
no ambiente virtual e subjetivo. Observou-se que a xenofobia afeta não
apenas a percepção pública, mas também a integração e os direitos
dos migrantes venezuelanos em Roraima, evidenciando a necessidade
de uma abordagem humanitária e uma compreensão crítica das ques-
tões migratórias. A pesquisa objetivou analisar de forma compreensiva
e hermenêutica o conteúdo em que o jornal propõe e induz os leitores
uma visão e opinião xenófoba ao tratar os migrantes venezuelanos de
forma tendenciosa e sensacionalista.

Palavras-chave: migração venezuelana, xenofobia, representações


sociais, análise de conteúdo.

44 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
MEDIDA PROTETIVA DE AFASTAMENTO DO AGRESSOR MIGRANTE EM
CONTEXTO DE ABRIGAMENTO EM BOA VISTA

Martha Klívia de Luna Torres (PPGSOF/UFRR)


Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/UFRR)

O Estado de Roraima é o estado brasileiro com maior índice de vio-


lência de gênero. Aliado a isso, desde 2015, passa por um intenso pro-
cesso migratório oriundo da Venezuela. Assim, a presente pesquisa tem
por objetivo analisar como as medidas protetivas relativas à violência
de gênero em que se determina o afastamento do agressor são cum-
pridas e sua eficácia dentro do contexto dos abrigos de migrantes ve-
nezuelanos na capital roraimense. Para alcançar o objetivo, foi desen-
volvido um trabalho teórico com abordagens acerca da migração, da
violência de gênero, das medidas protetivas de urgência. Além disso,
foram coletados dados sobre as medidas protetivas de urgência con-
cedidas às mulheres migrantes que, entre 2019 e 2022, teve um cresci-
mento substancial. Quanto às ocorrências nos abrigos, em que pese a
burocracia que impediu a pesquisa de trazer dados mais esmiuçados,
restou evidenciada a ação das administrações dos abrigos, com arrimo
em diretrizes internacionais, no combate e punição dos agressores, bem
como no apoio à vítima da violência. De tudo que se observou, a neces-
sidade do fortalecimento das políticas públicas plurais, interrelacionais
e integrativas é latente para a promoção e concretização da tão sonha-
da igualdade de gênero. Assim, a pesquisa trilhou pela área de concen-
tração de Sociedade e Fronteira da Amazônia e pela linha de pesquisa
Fronteiras e práticas de mobilidade humana.
Palavras-chave: Violência de gênero. Migração venezuelana. Medi-
das protetivas de urgência.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 45


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DA MIGRAÇÃO VENEZUELANA NA MÍDIA DE
RORAIMA

Norah Gamboa Vela (PPGCOM/GEIFRON/UFRR)

Durante os últimos anos tem sido notorio o aumento da migração


venezuelana, tanto para Brasil quanto para outros países da região, mo-
tivado á grave situação económica que vive o país, especialmente des-
de 2015. No caso brasileiro, o estado de Roraima é a principal porta de
entrada desta migração, por ser a fronteira terrestre com a Venezuela.
Pacaraima e Boa Vista, capital do estado, apresentam a maior quanti-
dade de migrantes e refugiados, dos que permanecem no país. Neste
contexto, refletimos sobre como é construída a imagem da migração
venezuelana en algumas mídias no estado de Roraima, partindo da pre-
missa que as mídias constituim sistemas de poder e de formação de
opinião, que produzem seus discursos, suas narrativas e, por meio delas,
incidem nas formas de visualilizar e entender o mundo. É com esa vis-
são que, no contexto migratório atual, tentamos fazer uma leitura críti-
ca de discursos transmidiáticos, com informações presentes nos portais
de Folha de Boa Vista e G1 Roraima, priorizando manchetes de notícias
e fotografias, estrutura informativa permanente na mídia digital, com
uma amostra do que foi publicado entre os anos 2020 e 2022, que tra-
tan deste fenômeno social. Entre os resultados podemos apontar a des-
contextualização e falta de informação sobre as causas da migração; o
migrante como um fator de perturbação à estabilidade da sociedade
de recepção; a invisibilização da voz do sujeito migrante; a imagem fo-
tográfica com ênfase em situações de miséria e caos; elementos que
contribuem a reforçar aspectos xenofóbicos preconceituosos e de re-
jeição geral para essa população migrante, o qual pode-se considerar
como violência simbólica.

Palavras-chave: Migração venezuelana; violência simbólica; dis-


cursos transmidiáticos.

46 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
AS MAZELAS SOCIAIS RESULTANTES DO CONTATO COM OS POVOS
YANOMAMI EM RORAIMA: UMA ANÁLISE SOBRE OS DESLOCAMENTOS
POPULACIONAIS

Anderson Cauper Andrade Vasconcelos (PPGSOF/UFRR)


Amarildo Ferreira Júnior (PPGSOF/IFRR)
Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)
Vângela Maria Isidoro de Morais (PPGCOM/PPGSOF/UFRR)

Esta pesquisa, em desenvolvimento no Programa de Pós-Gradua-


ção em Sociedade e Fronteiras – PPGSOF, da Universidade Federal de
Roraima – UFRR, tem como objetivo fornecer uma análise abrangente
das mazelas sociais resultantes do contato com os povos Yanomami
em Roraima, com um enfoque específico nos deslocamentos popula-
cionais, com o intuito de promover a conscientização, a sensibilização
da sociedade e a busca por medidas adequadas para proteger os direi-
tos e a cultura dessas comunidades indígenas. Investigar as mudanças
na dinâmica populacional das comunidades Yanomami em decorrên-
cia do contato com a sociedade envolvente, identificando as principais
causas e consequências dos deslocamentos, como a perda de território,
migrações forçadas, entre outros. Buscando subsidiar a construção de
possíveis políticas públicas e/ou propostas de ações para minimizar os
problemas oriundos da situação de vulnerabilidade social dos grupos
Yanomami nos deslocamentos populacionais, com o recorte nos deslo-
camentos dos indígenas Yanomami nas sedes urbanas dos municípios
do Estado de Roraima.

Palavras-chave: Yanomami; deslocamento; vulnerabilidade.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 47


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OPERAÇÃO ACOLHIDA: UMA ANÁLISE DA INTERIORIZAÇÃO POR VAGA DE
EMPREGO SINALIZADA (VES)

Rayssa Reis Pessoa Picanço (UFRR)


João Carlos Jarochinski da Silva (PPGSOF/UFRR)
Fernanda Gabriela Silva Cordeiro de Lima (PPGSOF/UFRR)
                                                                                                          
Em razão da crise humanitária e econômica que vem ocorrendo na
Venezuela e, consequentemente, movimento migratório dos cidadãos
venezuelanos desde 2016 para países de fronteira, incluindo o Brasil,
agências humanitárias da Organização das Nações Unidas (ONU) se
instalaram no estado de Roraima, para assim conseguir intermediar a
chegada desses migrantes e dar o suporte que precisam. Sendo assim,
com o forte fluxo migratório que vem ocorrendo desde então, o governo
brasileiro, juntamente com as organizações internacionais e da socie-
dade civil presentes, montaram a Operação Acolhida, com o objetivo
de dar suporte aos migrantes. Os objetivos específicos desta pesquisa
se dividem em contextualizar a diáspora venezuelana, que ocasionou
no fluxo migratório para o Brasil. Além de levantar informações sobre
o que é a Operação Acolhida, quem são seus parceiros, quais seus ei-
xos de atuação e a Estratégia de Interiorização, onde será aprofunda-
do as modalidades existentes, com foco no VES e quais são os dados
atualizados sobre este projeto. Como metodologia para esta pesquisa,
foram utilizadas fontes primárias, pelo método documental através de
dados disponibilizados em relatórios e sites oficiais. Também utilizou-
-se de fontes secundárias, a partir do método bibliográfico de artigos
científicos disponíveis nas plataformas Google acadêmico e portal de
periódicos CAPES, além de livros que auxiliaram no embasamento da
abordagem teórica.

Palavras-chave: Venezuela; Operação Acolhida; Estratégia de Inte-


riorização.

48 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
GT02: PROCESSOS SOCIAIS E CONFLITOS
SOCIOAMBIENTAIS NA AMAZÔNIA
Coordenação
Profa. Dra. Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
Profa. Dra. Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTÓRIA/UFRR)

Ementa: O GT II receberá trabalhos que versem sobre os processos


sociais e socioambientais, na forma de estudos críticos sobre a diversi-
dade sociocultural, econômica, ambiental e política, presentes nas ter-
ritorialidades da Amazônia, nos diferentes momentos e processos da
dinâmica de intervenção, ocupação e expansão da economia de mer-
cado, que impactam e/ou impactaram na estrutura da economia tra-
dicional. Entende-se que os conflitos socioambientais trouxeram novas
condições de vida para as comunidades tradicionais da região, assim
como fomentar diferentes ações e políticas, no sentido de mitigar ou
minimizar os efeitos adversos da modernização e/ou progresso. No foco
destes estudos pode-se identificar os processos de ocupação da Ama-
zônia que causaram impactos negativos à sociobiodiversidade, como: a
implementação de projetos sociais, políticos e econômicos, para aten-
der as diferentes demandas da sociedade. Neste contexto, inserem-se
as hidrelétricas, mineração, agronegócio, assentamentos de reforma
agrária, criação de áreas de reservas ambientais, terras indígenas ou
de outras populações amazônicas, que repercutem em processos de
degradação ou conservação dos recursos naturais. Assim, objetiva-se
evidenciar a diversidade étnica, sociocultural, econômica e ambiental,
presentes nos conhecimentos tradicionais e científicos que permeiam
essa realidade.

50 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O CAMINHO EPISTÉMICO DOS POVOS INDIGENAS E SUA IMPORTÂNCIA
PARA A COMPREENSÃO DO TERRICIDIO NA AMAZONIA

Teddy Keyari Njaya (PROFHISTORIA/UFRR)


Mariana Cunha Pereira (PPGSOF/PROFHISTORIA/UFRR)

Esta proposta de comunicação traz reflexões iniciais da dissertação


de Mestrado em andamento no Programa de Pós-Graduação em socie-
dade e Fronteiras (PPGSOF), com o título: Estudo sobre terricídio a partir
dos saberes indígenas da etnorregião São Marcos em Roraima, entre os
Anos 2000-2022. O conceito da terra para os povos indígenas da Ama-
zônia vai além da denominação do espaço delimitado pelo Estado. É um
lugar místico onde narram seus contos, lendas e suas tradições que são
representadas em figuras de natureza consideradas como lugares da
herança ancestral das tradições. Do ponto de vista ocidental, a terra é
compreendida como um espaço a ser ocupado ou conquistado/coloni-
zado, mas para os povos indígenas, a terra é entendida como espaço/
território de vivência. Essa outra perspectiva muda o conceito e a convi-
vência com a terra como lugar sagrado. Muitos movimentos sociais, es-
pecialmente os camponeses e indígenas vêm lutando para apresentar
este outro conceito e esta outra forma de convivência com o território.
No campo epistemológico a pesquisa busca responder como os sabe-
res indígenas compreendem o terricídio na Amazônia? A metodologia
da pesquisa se pauta no estudo é bibliográfico e documental em textos,
livros, artigos em revistas eletrônicas, websites e impressos de caráter
científico.

Palavras-chave: Terra, Terricidio, Povos Indígenas

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 51


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OPERAÇÃO ACOLHIDA: ANÁLISE DOS ASPECTOS DE PLANEJAMENTO E
ORÇAMENTO

Vinícius Ribeiro Nascimento (FGV)


Max André de Araújo Ferreira (UFRR)
Luciana Mara Gonçalves Araújo (UFRR)

A Operação Acolhida consiste em importante ação governamental e


emprega milhões de reais em recursos federais. Seu planejamento deve
ser realizado de forma a ser o mais eficiente e eficaz em seu objetivo.
Nesse contexto, essa pesquisa busca identificar quais os aspectos de
planejamento e orçamento devem ser considerados para a Operação
Acolhida. Durante a pesquisa, foram identificados os aspectos legais,
doutrinários e metodológicos referentes ao planejamento e orçamen-
to público. A pesquisa é caracterizada como qualitativa, exploratória,
bibliográfica e documental. Com dados obtidos através do Portal de
Transparência e da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, foi
possível identificar omissão do Governo Federal no processo de planeja-
mento orçamentário da operação, bem como a utilização inadequada
de créditos extraordinários para alocação de recursos a serem utiliza-
dos na operação.

Palavras-chave: Operação Acolhida; orçamento público, planeja-


mento.

52 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A ROTATIVIDADE DOS MIGRANTES VENEZUELANOS NO MERCADO DE
TRABALHO RORAIMENSE: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS
GESTORES EMPRESARIAIS DA CIDADE DE BOA VISTA/RR

Amanda Vitória de Almeida Pires (PPGSOF/UFRR)


José dos Santos Dias (PRONAT/UFRR)

Diante do contexto de migração moldado em decorrência da crise


política e econômica que se instaurou na Venezuela, o município de Boa
Vista/RR teve sua realidade alterada e o mercado de trabalho modelado
com a nova conjuntura social. O presente trabalho, de natureza descri-
tiva-analítica, buscou identificar e analisar os fatores que influenciaram
na rotatividade dos migrantes de nacionalidade venezuelana no merca-
do de trabalho roraimense, a partir da visão dos gestores das empresas.
A pesquisa justificou-se pela ausência de estudos que identificassem os
fatores relacionados à rotatividade de migrantes no mercado de traba-
lho roraimense, diante do atual cenário de migração venezuelana. Para
atingir o objetivo da pesquisa, foi realizada a aplicação de questionários
estruturados com questões de múltipla escolha, em empresas de diver-
sos ramos de atuação, de forma a demonstrar se houve a existência de
preferência na contratação de migrantes venezuelanos, bem como a
incidência de fatores que denunciassem o processo de admissões se-
guidas de demissões nas empresas entrevistadas. Os resultados foram
obtidos por meio de uma abordagem quantitativa, em que demons-
traram não haver um expressivo índice de rotatividade nas empresas
participantes da pesquisa, contudo, foi identificada a existência de fato-
res que podem vir a influenciar na disposição desses fatores, tais como
dificuldade a linguística enfrentada por empregados venezuelanos e os
níveis de satisfação pessoal e/ou profissional dos migrantes.

Palavras-chave: Rotatividade; migração venezuelana; Gestores


Empresariais.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 53


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
COMUNIDADE WARAO A JANOKO : REFLEXÕES SOBRE O USO DO ESPAÇO

Tácio José Natal Raposo (UNICAMP)


Marielys Briceno (Educanorte/PGEDA/UFRR)
Márcia Maria de Oliveira (PPGSOF/UFRR)

Entre os anos 2022-2023 o Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre


Fronteiras: Processos Sociais e Simbólicos (GEIFRON/UFRR) em parceria
interinstitucional com a Fundação Fé e Alegria, Laboratórios Socionatu-
rais Vivos e Programa de Pós-graduação em Sociedades e Fronteiras
colaborou no acolhimento de um grupo de indígenas Kariña e Warao
deslocados da Venezuela e assentados nas proximidades da sede do
município de Cantá, na Comunidade Warao a Janoko. Utilizando o mé-
todo de análise da realidade e técnicas de pesquisa participativa, a in-
tervenção possibilitou reflexões comunitárias sobre as formas de uso do
espaço, considerando as tradições e costumes desses povos originá-
rios. Objetivando minimizar as adversidades vividas por esses grupos, as
ações do GEIFRON de extensão, ensino e pesquisa, procurou estabelecer
as potencialidades e os desafios a serem perseguidos por eles nesse
novo contexto. Sobre esse aspecto evidencia-se os modos específicos
de uso do espaço na Comunidade marcado por áreas de relações fa-
miliares permitindo privacidades específicas e com todo espaço comu-
nitário tido como um território de convivência e reciprocidade.

Palavras-chave: convivência; espacialidades; território.

54 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
PROJETO DE OCUPAÇÃO DA AMAZONIA E O GARIMPO COMO INDUTOR
DO PROGRESSO

Joel Valerio (PPGSOF/UFRR)


Rodrigo Pereira Chagas (PPGSOF/UFRR)
Tácio Jose Natal Raposo (PPGSOF/UFRR)

Comunicação de Pesquisa apresentado ao Programa de Pós-Gra-


duação em Sociedade e Fronteiras da Universidade Federal de Roraima,
que pretende ser um estudo interdisciplinar sobre o garimpo no estado
de Roraima. Insere-se na Linha de Pesquisa 03 que trata a questão das
territorialidades e conflitos socioambientais na Amazônia, com o intui-
to de entender as estratégias políticas da manutenção dessa atividade
criminosa que promove a contaminação e destruição do meio ambien-
te, envolve o recrutamento de mão de obra de migrantes nacionais e
internacionais que são submetidos a trabalhos degradantes e análogos
a escravidão e causam frequentes conflitos com os povos indígenas,
especialmente na Terra Indígena Yanomami. Pautada na metodologia
qualitativa se propõe utilizar métodos e técnicas de pesquisa explorató-
ria com revisão de documentos históricos que permitirão contextualizar
o início da exploração garimpeira na Amazonia, até o último movimento
de invasão nas terras indígenas de Roraima. A pesquisa objetiva com-
preender como funcionam as estratégias políticas e quais são os inte-
resses econômicos para a manutenção do garimpo ilegal em Roraima.
Busca identificar os processos de cooptação da mão de obra que pro-
move o desenvolvimento criminoso da atividade garimpeira; mapear as
rotas dos fornecedores e financiadores do mercado do ouro e da explo-
ração neocolonialista dos recursos minerais; traçar um paralelo entre
o crescimento e manutenção da atividade garimpeira e os projetos de
incentivo a ocupações da Amazônia.

Palavras-chave: Conflitos socioambientais; Garimpo Ilegal; Interdis-


ciplinaridade.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 55


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A LUTA DOS POVOS INDÍGENAS PELA TERRA EM RORAIMA

Beatriz Santos da Silva (UFRR)


Jaci Guilherme Vieira (UFRR)

A luta pela terra tem tido muita evidência, principalmente com o


ressurgimento dos debates sobre o Marco Temporal. Porém, a luta in-
dígena pela terra não se iniciou agora, ela vem acontecendo há mui-
tos anos. Com isto, o objetivo deste trabalho é mostrar um pouco da
luta pelos territórios na construção do atual estado de Roraima, mostrar
também um pouco da resistência dos povos indígenas neste processo.
Cabe aqui salientar que, o aparecimento de não indígenas dentro das
comunidades e aos derredores trouxe consigo o desaparecimento de
indígenas, pelo contato com doenças que os mesmos não tinham imu-
nidade como também por serem mantidos sob maus tratos nas fazen-
das em que trabalhavam. Além dos fazendeiros, garimpeiros também
adentraram à essas terras. Houve ainda o auxílio da Igreja Católica na
tentativa de organizar as comunidades, desempenhando projetos de
extrema importância para esses povos, tais como o Projeto do Gado e
Projeto da Cantina e principalmente a participação na demarcação das
T.I.s. Aconteceu em 1972 uma das primeiras reuniões entre as lideranças
indígenas e a Igreja Católica, com o objetivo de discutir as dificulda-
des enfrentadas dentro das comunidades, a partir de então nascem as
Assembleias dos Povos Indígenas, que trouxe uma melhor organização
dentro das comunidades.

Palavras-chave: Luta; Povos Indígenas; Terras Indígenas.

56 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
ANÁLISE DOS IMPACTOS DA EXPANSÃO URBANA NA ÁREA DO IGARAPÉ
CARRAPATO SOB A ÓTICA DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Liliana de Castro e Silva (PRONAT/UFRR)


Ana Clara Teles Silva (Direito/UFRR)
Gabriel Cleber Moraes Batista (Direito/UFRR)

Estudar a questão da aplicabilidade da legislação frente à ocupação


desordenada da cidade de Boa Vista (RR) diante do igarapé Carrapato
é uma tarefa de extrema importância, em razão dos impactos da urba-
nização em sua área. O objetivo deste estudo foi analisar os impactos
da expansão urbana na área do igarapé Carrapato sob a ótica da le-
gislação ambiental. Os procedimentos metodológicos contemplaram a
abordagem qualitativa, do tipo descritiva e explicativa, com ênfase nos
princípios que regem as legislações hídricas, as ambientais, e na possi-
bilidade do desenvolvimento de uma percepção crítica da realidade do
igarapé Carrapato. A pesquisa foi realizada sob a perspectiva sociocog-
nitiva que tem sua base teórica na Teoria Social Cognitiva, fundamenta-
da por Bandura (1986). Os resultados obtidos revelaram que existe uma
ampla gama de legislações, as quais dispõem sobre a preservação e
a conservação dos recursos naturais, em especial, os recursos hídricos.
No entanto, falta efetividade destas. Em razão disso, averiguou-se os im-
pactos no igarapé, como eles decorrem, tendo como influência a Teo-
ria Social Cognitiva e os perigos da degradação para geração atual e
futura, caso a conservação do igarapé não seja uma prioridade para o
Poder Público.

Palavras-Chave: Impactos ambientais; Legislação hídrica; Recursos


hídricos.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 57


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
AS PERSPECTIVAS E OS DESAFIOS DO TRABALHO HUMANITÁRIO NA
CIDADE DE BOA VISTA/RR

Luyandria Santos Maia (UFRR)


Ana Lúcia de Sousa (PPGSOF/UFRR)
Halaine Cristina Pessoa Bento (UFC)

O trabalhador humanitário nas migrações é definido como a pes-


soa, pertencente às organizações da sociedade civil ou das agências
das Organizações das Nações Unidas (ONU), que desempenha suas
funções, de modo remunerado ou voluntário, atuando em diversos con-
textos de emergência e ação humanitária. Importante ressaltar a rele-
vância de entender os serviços prestados e os desafios enfrentados por
esses trabalhadores no extremo Norte do Brasil, sobretudo no estado de
Roraima, por conta da intensificação das migrações internacionais dos
países vizinhos nos últimos oito anos, desde 2015. Nesse sentido, o obje-
tivo do presente estudo é compreender as dinâmicas profissionais dos
trabalhadores humanitários da sociedade civil, que atuam com migra-
ção na cidade de Boa Vista/RR. Para isso, realizou-se o levantamento
das instituições da sociedade civil presentes na capital de Boa Vista e,
posteriormente, a realização de entrevistas semiestruturadas com três
trabalhadores humanitários. Após a categorização das entrevistas e
as análises dos dados, foram discutidos os seguintes eixos de reflexão:
condições de atuação e os seus impactos no cotidiano do trabalha-
dor. Por fim, o estudo foi uma oportunidade de maior aprofundamento
acerca do trabalho humanitário em Boa Vista/RR, e oportunizou discutir
sobre políticas públicas voltadas à atuação humanitária no campo das
migrações.

Palavras-chave: Migração Humana. Trabalhadores Humanitários.


Organizações da Sociedade Civil.

58 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O ECOSSISTEMA DO CRIME TRANSFRONTEIRIÇO EM RORAIMA

Jacilene Leite de Araújo (PPGSOF/UFRR)


Rodrigo Pereira Chagas (UFRR/PPGSOF)
Tácio José Natal Raposo (SEED/PPGSOF/UFRR)

Trata-se de comunicação de pesquisa realizada no Projeto de Dis-


sertação no Programa de Pós-graduação em Sociedade e Fronteira da
Universidade Federal de Roraima, que tem como objetivo analisar a di-
nâmica dos crimes transfronteiriços interceptados em Roraima, consi-
derando a ação em rede do crime organizado e o surgimento de um
novo ecossistema do crime disputado pelas organizações criminosas
presentes no sistema prisional do estado. Pretende-se com essa pesqui-
sa entender como o Estado de Roraima se tornou rota estratégica para
o crime organizado, bem como se a atuação pré-existente de organiza-
ções criminosas dentro do sistema prisional roraimense impulsionou a
ascensão dos crimes transfronteiriços. A metodologia de pesquisa qua-
litativa, utiliza-se do método exploratório, fazendo uso dos instrumentos
de coleta de dados visa levantar dados oficiais e estatísticas relaciona-
das ao crime organizado em Roraima, incluindo informações sobre tipos
de crimes, áreas afetadas, fluxos de drogas e armas, entre outros.

Palavras-chaves: Roraima; crimes transfronteiriços; organizações


criminosas.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 59


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE EM RORAIMA

Tiago Siqueira Reis (PDPG/UFRR)

O presente trabalho tem por objetivo compreender como se esta-


belece o controle social na saúde pública de Roraima. Tomamos como
ponto de partida a análise das Conferências Estaduais de Saúde, ocorri-
das no estado entre os anos de 1992, quando da realização da primeira
edição, e 2023, referente a sua mais recente edição. O controle social é
entendido como a participação da população, especialmente a partir
de organizações coletivas na elaboração, implementação e fiscalização
de políticas públicas, tendo como marco a Constituição Federal Brasilei-
ra de 1988, quando instituiu no arcabouço legal da saúde pública o con-
trole social. O controle social se exerce institucionalmente no arcabouço
legal da saúde pública brasileira por meio dos conselhos de saúde e
das conferências de saúde em seus níveis federal, estadual e municipal.
Desse modo, nossa intenção é pesquisar como se organiza a luta social
e compreender a dinâmica do controle social no estado a partir das
conferências estaduais de saúde em Roraima.

Palavras-chave: Controle Social; Saúde; Roraima.

60 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
TECENDO RESPONSABILIDADE: COLETA E RECICLAGEM DE RESÍDUOS
SÓLIDOS PARA A SUSTENTABILIDADE EM JOÃO DE BARRO

Jose Enrique Belisario Rodriguez (PPGSOF/UFRR)


Evânio Paulo Mascarenha (PPGSOF/UFRR)
Cosma da Silva dos Santos

O artigo descreve um projeto de pesquisa e extensão realizado na


comunidade do loteamento João de Barro, em Boa Vista, Roraima, Brasil.
Nessa comunidade, desafios como gestão de resíduos sólidos, acesso à
água potável, saneamento básico precário, infraestrutura deficiente e
falta de conscientização ambiental são evidentes. O principal objetivo
do projeto é promover o desenvolvimento sustentável na comunidade,
fortalecendo a sustentabilidade e a responsabilidade social. Isso é rea-
lizado por meio da implementação de um plano de coleta e reciclagem
de resíduos sólidos. O projeto enfatiza a participação ativa dos morado-
res na identificação de problemas e busca por soluções, empregando
abordagens pedagógicas ecológicas para criar uma cultura sustentá-
vel. Resultados destacam o impacto positivo do projeto, incluindo a for-
mação da Associação de Mulheres de João de Barro, capacitando mu-
lheres da comunidade e promovendo igualdade de gênero. Um Clube
de Jovens para conscientização ambiental foi estabelecido, juntamente
com cursos de capacitação, gerando novas oportunidades de empre-
go e empreendedorismo. Um diagnóstico abrangente da comunidade
forneceu dados demográficos, socioeconômicos e de saúde, orientan-
do futuras iniciativas e programas. O artigo enfatiza a importância de
“soluções climáticas justas em relação ao gênero,” reconhecendo que
as mudanças climáticas afetam mulheres e grupos marginalizados de
forma desigual.

Palavras-chave: Desafios Socioambientais, Sustentabilidade, Edu-


cação Ambiental, Gestão de Resíduos Sólidos.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 61


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
GT03: PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO E PROCESSOS
EDUCATIVOS
Coordenação:
Alessandra Rufino (ProfHistória UFRR)
Hstéffany Pereira Muniz Araújo (SEED-RR)
Marcella Albaine (ProfHistória UFRR)

Ementa: O GT III receberá trabalhos que versem sobre a diversidade


social e a produção de saberes em diferentes espaços da Amazônia.
Envolve debates sobre diversidade social em um sentido amplo - ét-
nica, racial, de gênero, religiosa, de nacionalidades, de formas de vida,
populações tradicionais da Amazônia, entre outras - e reflexões sobre
os processos educativos, debates sobre cultura e interculturalidade em
perspectiva histórica e crítica, buscando entender as relações, as in-
terações, as diferenças e os conflitos sociais existentes entre diversos
grupos humanos e suas concepções e práticas de vida. O GT também
busca desenvolver reflexões sobre educação e interculturalidade, en-
volvendo a formação de professores, os debates sobre currículo e inter-
culturalidade, assim como processos de formação e reprodução social
dos conhecimentos.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 63


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
DESAFIOS DE GESTÃO NO PROFHISTÓRIA/UFRR E A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES NA AMAZÔNIA

Alessandra Rufino Santos (ProfHistória/UFRR)


Marcella Albaine Farias da Costa (ProfHistória/UFRR)

Esta comunicação tem por objetivo problematizar a experiência de


gestão à frente dos cargos de coordenação e vice-coordenação do
Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória) na Universida-
de Federal de Roraima. Além de propor reflexões sobre os desafios de
um mestrado profissional para a formação continuada dos docentes de
História do estado de Roraima. Por se tratar de uma iniciativa em rede
que abarca atualmente 39 instituições, uma série de desafios são postos
a nível nacional, mas também a nível local, considerando nossa espe-
cificidade roraimense de um lugar de fronteiras. Intencionamos pensar
a produção de conhecimento e os processos educativos na Amazônia
com base na experiência de gestão que tem nos tensionado a conhe-
cer e lidar com outras áreas de conhecimento para além da História e
seu ensino, aprimorando, portanto, capacidades como relações inter-
pessoais, funções administrativas, entre outras, visando a qualidade na
formação dos nossos alunos do curso.

Palavras-Chave: ProfHistória; Formação docente; Amazônia.

64 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O ENSINO DE HISTÓRIA EM RORAIMA COMO COLETIVIDADE CRIATIVA

Artur Henrique Medeiros Pessoa (UFRR)


Jessinara Maciel Lima (UFRR)
Marcella Albaine Farias da Costa (ProfHistória/UFRR)

Temos por objetivo apresentar os resultados da execução da


atividade pedagógica “Patrimônio Cultural e Humanidades Digi-
tais: uma proposta pedagógica gamificada”, realizada em uma
escola da rede estadual de ensino de Roraima, em maio de 2023.
A mesma foi planejada de maneira colaborativa por membros do
Laboratório de Ensino de História e Humanidades Digitais (LABEHD)
da Universidade Federal de Roraima (UFRR) como parte do projeto
de pesquisa de mesmo nome, com o objetivo de contribuir com
os estudantes da educação básica no processo de construção de
um pensamento crítico acerca do que é patrimônio cultural? Ela
teve duração aproximada de cinquenta minutos, sendo feita em
4 turmas de 3ª série do Ensino Médio, totalizando, assim, 75 alu-
nos que produziram ativamente sobre a temática. É sobre as suas
produções que pretendemos dedicar a nossa apresentação, pen-
sando na sua potencialidade para avançarmos nas proposições
do campo do Ensino de História em território roraimense.

Palavras-Chave: Coletividade; LABEHD UFRR; Atividade peda-


gógica.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 65


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
APROXIMAÇÕES ENTRE O ENSINO DE HISTÓRIA E O ENSINO DE BIOLOGIA
NA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO (LEDUCARR): A
VALORIZAÇÃO DA REALIDADE DOS ACADÊMICOS

Arlene Oliveira Souza (LEDUCARR/ CNM/ PRONAT-UFRR)


Alessandra Rufino Santos (ProfHistória/UFRR)
Benedito Carlos Costa Barbosa (UFRR)
Maria Aparecida Silva de Sousa (SEED-RR/PRONAT-UFRR)

A Educação do Campo no estado de Roraima está voltada


para um conjunto da classe trabalhadora do campo, estando as-
sociada aos camponeses, povos indígenas, povos tradicionais e
assalariados rurais. Nesse contexto, discutir as aproximações en-
tre o ensino de História e o ensino de Biologia na licenciatura em
Educação do Campo da Universidade Federal de Roraima (UFRR)
implica discutir o sentido e o significado da identidade campone-
sa a partir do que pressupõe os conceitos da História e da Biolo-
gia. Assim sendo, conceitos como fonte histórica e biodiversidade
contribuem para que sejam valorizadas as aprendizagens sobre
os locais em que vivem os acadêmicos das áreas de Ciências
Humanas e Sociais (CHS) e Ciências da Natureza e Matemática
(CNM) do curso na licenciatura em Educação do Campo (LEDU-
CARR) da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Além disso, as
aproximações entre o ensino de História e o ensino de Biologia
contribuem para efetivar o enfoque interdisciplinar e a pedagogia
da alternância como elementos-chaves na formação docente na
Educação do Campo.

Palavras-Chave: Biologia; Educação do Campo; História; In-


terdisciplinaridade; Pedagogia da Alternância.

66 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
CADERNO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA PARA DOCÊNCIA E ESTUDANTES DO
6º ANO FINAL DA ETAPA ENSINO FUNDAMENTAL

Benone Costa Filho (SEED/RR- Profhistória/UFRR)

Este ensaio discorre sobre a pretensão de um projeto de pro-


dução de um caderno de estudos de História para docentes e es-
tudantes do 6º ano final da etapa ensino fundamental. Tem como
objetivo avaliativo ser um trabalho de conclusão da Disciplina de
Teoria da História, ministrada pela Professora Carla Monteiro, do
Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Fe-
deral de Roraima. Nele vamos perceber que na etapa do Ensino
Fundamental, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018),
obrigatoriamente orienta que a aprendizagem escolar docente
com os/as estudantes seja feita por componentes do local para o
global, por meio de competências (dos conhecimentos históricos
acumulados ao longo dos tempos) e de habilidades (de mobili-
zação desses conhecimentos). Assim, o Documento Curricular do
Ensino Fundamental de Roraima (2019) elaborado à luz da BNCC,
segue essa normativa, da História Local (de Roraima) para a His-
tória Global (do mundo), conforme o organizador curricular do
componente de História para o 6° ano dos anos finais desta etapa.

Palavras-Chave: Ensino de História; Caderno de estudos 6ºano;


BNCC/DCERR-EF.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 67


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
O OLHAR SOBRE OS POVOS INDÍGENAS EM RORAIMA

Antonio da Silva Ferreira (UFRR)

Em Roraima manifestam-se visões pejorativas e preconceituosas


sobre os povos indígenas, suas culturas e seus modos de vida. Dito isso,
realizamos uma análise sobre a visão que os alunos do Ensino Médio do
Colégio de Aplicação da UFRR possuem dos povos indígenas, com o ob-
jetivo de trazer ao conhecimento, expondo as diversidades culturais, or-
ganização social e a misticidade, em especial, a do povo Macuxi. A pes-
quisa foi desenvolvida em três fases, na primeira realizamos uma pes-
quisa qualitativa, com pequenos folhetos dados a cada um dos alunos,
que se expressaram com respostas variadas. Após serem coletadas as
amostras qualitativas, foi realizada uma intervenção em sala, com uma
aula expositiva e dialogada. Em seguida, após discutir sobre as diver-
sidades dos povos indígenas, o enfoque foi sobre os Macuxi, expondo-
-se sobre sua cultura, origem, mitologia e seus meios de subsistência e
foram projetadas imagens das obras do artista indígena Jaider Esbell,
avidamente analisadas pelos alunos. Na última etapa, foi desenvolvida
uma ilustração pelos discentes inspirados nas obras de Jaider Esbell,
com a utilização de cartolinas. As imagens foram expostas à comunida-
de em um evento no Colégio, possibilitando o diálogo com a comunida-
de e buscando a reflexão sobre as vivências dos povos indígenas.

Palavras-Chave: Indígenas; Macuxi; Cultura.

68 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM POÉTICA:
POEMA, POEMA MUSICADO E CORDEL

Benone Costa Filho (SEED/RR - Profhistória/UFRR)


Gisele de Oliveira Parente (Profhistória/UFRR)
Mariana Cunha Pereira (Profhistória/UFRR)
Rejane Conceição de Araújo (Profhistória/UFRR)

Esta comunicação tem por objetivo mostrar um primeiro exercício do


que será a proposta de trabalho final da disciplina de História da África e
da Cultura Afro-brasileira, a qual estamos cursando neste semestre no
PROFHISTORIA/UFRR. Pretende-se aqui demonstrar uma das ações pe-
dagógicas que é possível realizar em sala de aula com alunos da edu-
cação básica, quando a intenção é implementar a Lei 10.639/03. Nessa
comunicação mostraremos como por meio da ação poética pedagó-
gica é possível discutir/apresentar o conteúdo da lei, qual seja, o Ensino
de História da África e da Cultura Afro-brasileira. Serão apresentados,
portanto, quatro poesias de diferentes aspectos (poema, poema mu-
sicalizado e cordel) criados pra discutir negritude, etnicidade e cultura
afro-brasileira na escola pública de Roraima. A metodologia de produ-
ção dessa primeira comunicação, foi a discussão da temática em um
primeiro momento da disciplina, bem como a releitura das experiências
vividas por cada um de nós em nossas vivências de sala de aula ou de
pessoa negra. Portanto, são conceitos importantes para serem narrados
no mesmo instante da apresentação poética as discussões teóricas so-
bre: relações racializadas, memória e cultura afro-brasileira.

Palavras-Chave: Ensino de História. História da África. Cultura Afro-


-brasileira.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 69


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
AGENDA AMBIENTAL E GUIA PEDAGÓGICA: LABORATÓRIO DE
SUSTENTABILIDADE E CONVIVÊNCIA COM A AMAZÔNIA

Marielys Briceno (PPGSOF/UFRR)


Tácio José Natal Raposo (UNICAMP)
Maxim Repetto (PPGSOF/EDUCANORTE-UFRR)

Entre os anos 2022-2023 foram realizadas ações socioeducativas de


sensibilização para o cuidado do meio ambiente com grupos de mi-
grantes venezuelanos, indígenas e não indígenas de entre 6 e 70 anos
de idade. O lócus do trabalho foram três centros de atuação da Funda-
ção Fé e Alegria Unidade Roraima: Centro de Convivência e Fortaleci-
mento de Vínculos São Francisco Xavier, Casa de Passagem José María
Vélaz e Comunidade Warao a Janoko. As ações estiveram orientadas
em três eixos centrais: ações de sensibilização para a convivência com
Amazônia; ações de reciclagem, compostagem com introdução de mi-
nhoca para a preservação do meio ambiente e; ações alternativas de
obtenção de alimentos preservando a biodiversidade. Objetivou-se fo-
mentar espaços de formação, acompanhamento e construção de co-
nhecimentos para a promoção de capacidades, competências, habili-
dades e cuidado com a Casa Comum em consonância com a Política
de Proteção Ambiental no Brasil. As referidas ações foram desenvolvidas
em parceria interinstitucional entre a Fundação e o Programas Labo-
ratórios Socionaturais Vivos, o Programa de Pós-graduação em Socie-
dades e Fronteiras e o Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras:
Processos Sociais e Simbólicos (GEIFRON/UFRR). O projeto contou com
apoio de Accenture.

Palavras-Chave: Migração; Ações socioeducativas; Cuidado do


meio ambiente.

70 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NOS FILMES ANTINAZISTAS DA
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1939-1945)

John Keith Gaskin Briglia (CHIS/UFRR)

O presente trabalho tem como objetivo analisar a representação


da mulher nos filmes hollywoodianos antinazistas produzidos durante
a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Argumentamos que estas são
produções complexas e que nos ajudam a observar aspectos da estru-
tura de organização social e de gênero vivenciada ao longo do confli-
to. Partindo dessa linha, procuramos investigar as seguintes películas:
Casei-me com um nazista (1940), E as luzes brilharão outra vez (1942)
e, Ser ou não ser (1942). A escolha do momento histórico retratado e
de produção busca examinar valores e sentidos do período. Para mais,
baseado no entendimento de que os esforços de guerra possibilitam a
quebra de barreiras morais e de gênero, o presente estudo norteia-se
na compreensão de filme enquanto um agente da história, assim como,
toda aparelhagem teórica e metodológica da relação História e Cinema
para viabilizar reflexões acerca da representação dessas mulheres. Ten-
do em vista todo o exposto, é possível concluir que o cinema foi utilizado
como instrumento de poder, visando à formação da opinião pública e
tendo a mulher, apesar de protagonista, não desempenhando papéis
centrais nas películas.

Palavras-Chave: Segunda Guerra Mundial; Mulher; Cinema.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 71


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
UM OLHAR SEM ESTEREÓTIPOS

Luiza Yzanira Souza Santos (CHIS/UFRR)

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)


tem como objetivo proporcionar a vivência e experiência do acadêmico
de licenciatura em sala de aula. Um dos 3 subprojetos, administrados
pelo curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Ro-
raima (UFRR), é desenvolvido no Colégio Estadual Militarizado Professora
Conceição Costa e Silva, que fica localizado no bairro Jardim Equatorial,
uma região periférica da capital Boa Vista. O colégio tem como projeto
de estudo, através do PIBID e juntamente com os alunos da rede de en-
sino, o estudo dos Patrimônios do Estado de Roraima em um olhar mais
afetivo, buscando entender e forma um pensamento mais sólido sobre
os patrimônios não somente institucionalizados, mas que memórias e
até mesmo uma roupa herdada de gerações se torna um patrimônio
pessoal e familiar. O estudo, no primeiro semestre do ano de 2023, foi
realizado através de uma oficina em três fases. Na primeira, realizamos
uma aula explicativa com imagens e vídeos sobre o que era patrimônio.
Em seguida, expormos os objetos e matérias que são nossos patrimônios
afetivos para conhecimento e entendimento dos alunos. Na última fase,
foi realizado os desenhos com a utilização de cartolinas por cada aluno
presente, informando o que era patrimônio afetivo na visão e vivência
de cada um. O segundo semestre foi tempo de mudança e quebras de
rotina, já que agora o objeto de estudo será no Colégio de Aplicação
da Universidade Federal de Roraima (UFRR), que tem foco a pesquisa “A
História da África”, em que será realizado um documento sobre a história
do Congo e a busca por rupturas desses estereótipos.

Palavras-Chave: Escola militarizada; Periferia; Estereótipo.

72 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
CONSTRUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE
HISTÓRIA DE RORAIMA

André Nonato Alves King e Campos (Profhistória/UFRR)


Marcos Antônio de Oliveira (Profhistória/UFRR)
Alessandra Rufino Santos (Profhistória/UFRR)

O primeiro passo na elaboração da sequência de ensino foi lançar


uma questão problema que desequilibrasse os alunos, para que, poste-
riormente, pudéssemos mensurar o grau de conhecimento ou de des-
conhecimento que o estudante tinha acerca do tema, neste caso, sobre
a história local. De acordo com Hermeto (2012), baseado no modelo de
sequência de ensino de Horlando (2005), para que a sequência de ensi-
no tenha sentido prático, ela deve ser construída de acordo com as ne-
cessidades de aprendizagem que os alunos apresentam. A sequência
seguiu os seguintes passos: problematização inicial, desenvolvimento
da narrativa do ensino, aplicação dos novos conhecimentos e reflexão
sobre o que foi apreendido. A questão problema se deu em torno de um
questionário composto por cinco perguntas: Você já estudou a História
de Roraima? O que você sabe sobre a História de Roraima ou de Boa
Vista? Como você gostaria de aprender a História de Roraima? O que
você gostaria de saber sobre a História de Roraima? Como você se vê
sendo morador de Boa Vista- RR? Destaque pontos positivos e negati-
vos. O objetivo desse questionário foi de apresentar aos alunos a lacuna
que existe no que tange ao ensino da História de Roraima. A partir das
respostas deste questionário, pudemos dar continuidade no trabalho.

Palavras-Chave: Sequência de ensino; História de Roraima; Ensino


de História.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 73


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
RESUMO DAS EXPERIÊNCIAS NO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS
DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – PIBID

Rafael Gutierrez delcarlos Mendonça (CHIS/UFRR)

O presente trabalho tem como objetivo apresentar o relato de expe-


riência enquanto voluntário do Programa Institucional de Bolsa de Ini-
ciação à Docência (PIBID), do subprojeto na área de História da UFRR. No
projeto, desenvolvido no Colégio de Aplicação da UFRR, estamos traba-
lhando com oficinas pedagógicas e produção de material didático so-
bre questões étnico-raciais vinculadas à discussão da Lei 11.645 de 2008.
Participei diretamente de duas ações do projeto em curso: a primeira
delas foi a visita à comunidade indígena Macuxi localizada na Reserva
São Marcos na qual nos proporcionou a experiência de observação das
relações sociais, culturais e históricas da comunidade indígena; a se-
gunda foi o desenvolvimento de uma oficina com os alunos da 3ª série
do Ensino Médio na qual conduzi uma atividade de revisão, realizada em
grupo e em formato de jogo, com os alunos com conteúdo importante
para a prova do ENEM. As diversas ações realizadas pela equipe do PIBID,
no Colégio de Aplicação, têm me proporcionado conhecimentos e con-
tribuído na minha formação docente.

Palavras-Chave: Formação docente; Educação Básica; experiên-


cias.

74 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
ENSINO DE HISTÓRIA INDÍGENA: EXPERIÊNCIA E CONTRIBUIÇÃO PARA
REFLEXÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Alexandra Regina Khalida Souza Mamed (CHIS/UFRR)


Carlos Murilo da Silva Cavalcante (CHIS/UFRR)
Rayane Batista Campos Da Silva (CHIS/UFRR)

O presente trabalho visa apresentar o relato de experiência dos bol-


sistas da CAPES do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Do-
cência (PIBID), do subprojeto na área de História, da UFRR, ao realizarem
a oficina pedagógica “Leituras das resistências: O olhar sobre os povos
indígenas”, no Colégio de Aplicação da UFRR. A oficina surgiu com a fina-
lidade de trabalhar a questão étnico-racial e compreender a visão dos
discentes do Ensino Médio do CAp/UFRR sobre os povos indígenas, para
isso utilizamos um método capaz de dimensionar esta perspectiva. En-
tão, realizamos o processo de pesquisa inicial se utilizando de uma per-
gunta norteadora que consistia em saber quais eram as primeiras três
palavras que os alunos pensavam relacionada à temática indígena. As
palavras foram escritas em uma folha pelos estudantes e com as res-
postas realizamos a tabulação dos dados, identificando limitações na
compreensão sobre os povos indígenas. Após essa primeira evidência
recorremos a intervenções pontuais em sala de aula, organizada pelos
bolsistas, com o objetivo de promover o rompimento dos estereótipos
anteriormente constatados, proporcionando espaços para a valoriza-
ção dos povos originários em sua diversidade étnico-cultural. Ao final,
logramos êxito na introdução de debates atuais referentes a temática, e
os alunos demonstraram alcançar os objetivos da oficina.

Palavras-Chave: História e cultura indígena; Relações Étnico Raciais;


Ensino de História.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 75


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
(ESCRE)VIVÊNCIAS DA PRÁXIS DOCENTE NA FORMAÇÃO INICIAL E OS
DESAFIOS DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Francisco Marcos Mendes Nogueira (UERR/CAp/UFRR)

O presente texto versa sobre a escrita e a reflexão da minha práxis


profissional no Curso de Licenciatura em História da Universidade Es-
tadual de Roraima (UERR), singularmente entre os anos de 2021 a 2023.
Desse modo, busco atravessar questões que norteiam e problematizam
a formação inicial dos futuros professores/professoras de História, con-
siderando, neste caso, o processo de ensino-aprendizagem no curso de
graduação, bem como as estratégias didático-pedagógicos acionadas
com o objetivo de desencadear uma aprendizagem significativa. Trans-
cendendo, por conseguinte, à mera seleção dos conteúdos ensinados
em sala de aula ou à “transmissão” mecânica dos conhecimentos da e
na disciplina de História. A dimensão metodológica se deu pela aborda-
gem qualitativa tendo por fio de Ariadne a escrita de si (autobiografia)
numa relação dialógica entre o inventariar-se que acontece no fazer
pedagógico, nas relações interpessoais e, também, de aprendizagem
dos acadêmicos. Assim, é possível inferir que ninguém nasce professor/
professora. Nós nos tornamos a partir da formação inicial, mas a iden-
tidade profissional se consolidará no chão da escola e nas múltiplas di-
nâmicas socioeducativas vivenciadas no dia a dia.

Palavras-Chave: (Escre)vivências; Práxis Docente; Formação Inicial;


Aprendizagem Significativa.

76 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OLÍMPIADA DE HISTÓRIA DE RORAIMA (OHR)

Francieliton de Melo Paixão (Profhistória/UFRR)


Marcella Albaine Farias da Costa (Profhistória/UFRR)

Esta pesquisa busca trazer reflexões sobre o ensino e a aprendiza-


gem de História de alunos do Ensino Médio, no início do século XXI. A
partir dessas observações, manifestou-se um histórico de vivências de
práxis docente e do uso dos mais variados recursos pedagógicos (fil-
mes, documentários, imagens, fotografias, músicas, documentos) para
motivar discentes e construir ensino mais significativo, crítico, próximo
de sua realidade. Dessa forma, buscamos proporcionar ao aluno uma
perspectiva de ensino de análise crítica, contrapondo-se ao percur-
so cronológico-linear, verbalista, memorístico, de verdades prontas e
acabadas que, segundo Caimi (2009), é uma característica central na
História ensinada. Diante dessas possibilidades, bem como limitações,
questionamos: como contribuir para promover, aos alunos e professores
de Ensino Médio, um processo de ensino e aprendizagem significativo,
por meio de uma olímpiada de história de Roraima? Assim, pretende-
mos desenvolver uma olímpiada com duas fases, com cinco questões
de múltipla escolha, contendo quatro alternativas por questão. Essa
olimpíada está prevista para acontecer nos meses de fevereiro e março
de 2025, de forma on-line, e envolverá equipes formadas com três alu-
nos do Ensino Médio da mesma escola e um professor da disciplina de
História. De um modo geral, será propiciado ao olímpico o contato com
fontes históricas, o conhecimento sobre o ofício do historiador, análise e
compreensão da História de Roraima. Já aos docentes, será propiciado
o acesso a variados recursos, bem como o uso de questões da olímpia-
da em sala de aula, incentivando o ensino da História local, além do uso
da pesquisa na internet com fins pedagógicos.

Palavras-Chave: Ensino; Aprendizagem; Olímpiada.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 77


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
VIVÊNCIAS DE PROFESSORAS RECÉM INGRESSANTES NA REDE PÚBLICA
DE EDUCAÇÃO BÁSICA E O IMPACTO DO PROFHISTÓRIA NAS SUAS
PRÁTICAS DOCENTES

Mariangela Aguiar de Oliveira (Profhistória/UFRR)


Natalia da Silva Cruz (Profhistória/UFRR)
Thaymara Souza Lucena (Profhistória/UFRR)

O intuito do presente trabalho consiste em promover uma reflexão


acerca das experiências vivenciadas por três professoras de história, re-
cém-ingressas na educação básica do Estado de Roraima, todas elas
com menos de dois anos de atuação em sala de aula, porém enriqueci-
das com um vasto repertório de relatos oriundos de contextos distintos.
Essas profissionais atuam em diferentes realidades: uma delas na zona
urbana e periférica de Boa Vista, outra na zona rural da capital e a ter-
ceira na zona rural do município do Cantá. Outro elemento que merece
destaque é a relevância da participação dessas professoras no Mes-
trado Profissional em Ensino de História (Profhistória/UFRR), uma etapa
crucial no início de suas carreiras docentes. Nesse contexto, elas têm a
oportunidade de se inserir no ambiente acadêmico e de compartilhar
experiências com seus pares, incluindo diferentes gerações de professo-
res. Essa interação propicia discussões acerca das relações entre teoria
e prática, dos saberes escolares, e da reflexão sobre as inúmeras pos-
sibilidades de contribuir para um ensino de qualidade, em um processo
que viabiliza a tão necessária integração entre universidade e escola.

Palavras-Chave: Ensino de História; Prática Docente; Profhistória.

78 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
VIVENCIANDO A EDUCAÇÃO BÁSICA

Clissiane Inacio Feitoza (CHIS/UFRR)

O projeto “Mulheres que fazem História, mas não estão no livro de


História”, implementado na Escola Estadual São José, na cidade de Boa
Vista/RR, faz parte do desenvolvimento das oficinas pedagógicas do Pro-
grama Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Foi cons-
truído com o objetivo de proporcionar um processo de reflexão sobre o
papel das mulheres na sociedade, assim foi proposto aos discentes - do
São José- a identificação da figura feminina mais próxima ou de sua
referência. Por isso, houve o incentivo para que escrevessem cartas para
uma mulher de sua família e os bolsistas do PIBID passaram a apoiar
na escrita das cartas feitas pelos estudantes. Este processo nos propor-
cionou uma riqueza de experiência, estabelecimento de laços, vínculos,
momentos únicos de aprendizado e partilha. Ali, compreendi o espaço
social da escola pública São José, localizada no centro da cidade, que
acolhe estudantes de todos os bairros do município de Boa Vista. Este
projeto me impactou positivamente, especialmente pela diversidade
que encontramos e pela possibilidade de lidarmos no exercício da do-
cência em sala de aula.

Palavras-Chave: Escola pública; Experiência de docência; Estu-


dantes.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 79


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
PROGRAMA DE LEITURA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE
RORAIMA

Kátia Nascimento Medeiros (PPGSOF/UFRR)


Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAT/GEIFRON-UFRR)

O programa Estadual Caminhada Literária, implantado pela Secre-


taria de Estado e Educação, instituído por meio do Decreto nº 1018 de
agosto de 2018, denominado Programa Estadual Caminhada Literária
(PECALI) tem como finalidade capacitar professores de escolas públicas
a contação de histórias e a promoção de atividades lúdicas nas biblio-
tecas ou Salas de Leitura entre as 58 escolas da zona urbana e rural da
cidade Boa Vista em Roraima. Entre as escolas escritas, vale ressaltar o
Colégio Militarizado Estadual Professor Severino Cavalcante, localizado
na zona oeste da cidade, bairro Pintolandia, que tem em seu programa
curricular atividades extra sala de aula promovidas na Sala de Leitura
com o objetivo de estimular os alunos dos anos finais do Ensino Fun-
damental e do Ensino Médio, por meio de atividades de contação de
histórias, concurso literário, produção literária entre outras que estimule
a criatividade intelectual, como também desenvolva o lado críticos. Es-
tas ações facilitam também as interações sociais entre a comunidade
escolar na proposta de promover um mundo melhor de oportunidades
aos alunos da rede pública. Neste sentido, ações de promoção de leitura
nas escolas públicas possibilita a capacitação do aluno dentro e fora de
sala de aula. Visto que a leitura promovida por meio de políticas públi-
cas é mais uma ferramenta que auxilia o professor quanto ao ensino e
o desenvolvimento do aprendizado do estudante. Além do estimular os
alunos a serem mais participativos em sala de aula. Pois, conforme des-
crito pela SEED, o objetivo principal do programa é a formação continu-
ada e assessoramento aos mediadores de leitura, professores lotados
nas salas de leitura e bibliotecas, direcionados as práticas que dinami-
zam os espaços.

Palavras-Chave: Escolas públicas. Ensino-aprendizado. Programa


de leitura.

80 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
A VALORIZAÇÃO FEMININA NAS SALAS DE AULA RORAIMENSES

Ana Carolina dos Santos Guerra (CHIS/UFRR)


Elen Keila Lima da Costa (CHIS/UFRR)

Neste trabalho, pretende-se desenvolver as impressões pessoais de


duas bolsistas do PIBID do curso de Licenciatura em História da Univer-
sidade Federal de Roraima (UFRR). “É válido pontuar que a história ensi-
nada nas escolas esteve, por muito tempo, sendo narrada na perspec-
tiva quase exclusivamente de personagens masculinos tratados como
heróis e protagonistas das ações e eventos, mesmo quando se trata da
resistência coletiva” (MONTEIRO e ROVAIS, 2020, p. 208). É nesse contexto
de desvalorização da figura feminina, que entra o nosso projeto “Mulhe-
res que fazem história, mas não estão no livro de História - Vozes femi-
ninas da comunidade da Escola Estadual São José”, que visa a inserção
e valorização das mulheres no ensino escolar, enfatizando-se aquelas
que fazem parte do cotidiano dos alunos, a fim de fazê-los perceber a
importância de suas existências e vivências, pois elas estão fazendo his-
tória todos os dias. O projeto é composto de diversas etapas, destacan-
do-se a produção de duas cartas escritas (em momentos diferentes)
pelos alunos, onde eles se inspiraram em trechos do livro “Cartas Para
Minha Avó” da filósofa Djamila Ribeiro, que retrata suas memórias mais
marcantes com sua avó. As cartas, assim como no livro, tiveram como
destinatário uma mulher do cotidiano do aluno, sendo elas mães, tias,
avós, madrastas, etc. Apesar de usarem a obra como inspiração, os alu-
nos retrataram, de formas variadas, as memórias e afetos direcionados
às destinatárias. Em suma, pretendemos trabalhar essa diversidade de
visões e representações do feminino presentes nas cartas, a partir da
experiência das bolsistas em turmas diferentes do 7º ano.

Palavras-chave: Ensino de História; Valorização Feminina; Produção


de cartas.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 81


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
OFICINA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Antônio Eduardo de Oliveira Junior (PPGSOF/UFRR)


Francilene dos Santos Rodrigues (PPGSOF/PRONAT/GEIFRON-UFRR)

Este relato de experiência busca apresentar os resultados do Projeto


de Extensão Oficinas Sobre Representações Sociais e Coleta de Dados
pelo Método de Análise de Conteúdo, fruto da pesquisa de mestrado
“‘Mente vazia, oficina das ONGs’: representações sociais do movimento
migratório venezuelano em Pacaraima, Brasil”, realizado no Programa
de Pós-graduação em Sociedade e Fronteiras. O projeto em questão
visa promover a pesquisa científica e o diálogo interdisciplinar, princi-
palmente entre os alunos dos cursos de graduação em ciências sociais
e humanas, migrantes e refugiados, e todas as pessoas interessadas
em entender as representações sociais relacionadas à violência e à mi-
gração venezuelana, buscando capacitar alunos nas técnicas de coleta
e análise de dados a partir de fontes como jornais online, redes sociais e,
assim, compreender como a sociedade produz e representa os migran-
tes, particularmente na sociedade roraimense. Além de fornecer conhe-
cimento acadêmico e técnico, o projeto busca contribuir para a forma-
ção de uma consciência crítica sobre o tema da migração venezuelana
na sociedade local. Os resultados do projeto serão compartilhados com
a população migrante de Pacaraima. Este projeto está fundamentado
na compreensão de que a migração internacional é um fenômeno glo-
bal, com um grande número de migrantes internos. Quanto à metodo-
logia, o projeto envolve etapas de formação técnica, coleta e análise de
dados, discussões, leituras, debates, e exposição dos resultados, con-
tribuindo para o aprendizado e formação de discentes. Os resultados
esperados incluem a realização de rodas de conversa com migrantes
venezuelanos, exposições públicas e a incorporação dos dados em dis-
sertações de mestrado. O projeto visa promover o diálogo, a compreen-
são e o comprometimento com a questão dos migrantes venezuelanos,
além de contribuir para combater a violência e a xenofobia.

Palavras-chave: Interdisciplinar, Extensão, Representações Sociais.

82 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
QUE ACOLHIMENTO É ESSE? MIGRANTES VENEZUELANOS NA ESCOLA
ESTADUAL MARIA DAS DORES BRASIL DE BOA VISTA – RR

Rosivan Nunes Guimarães (PPGSOF/UFRR)


Adrián Padilla Fernández (PPGEDUC/UFRR)

A corrente migratória oriunda da Venezuela ocorrida após implica-


ções políticas de causas multifatoriais tem evidenciado uma preocu-
pação no contexto dos serviços de educação, em especial nas relações
do discente migrante nas estruturas educacionais, com os atores que
compõem todo o sistema de ensino local. Assim, essa pesquisa tem
como objetivo geral compreender o processo do acolhimento de dis-
centes venezuelanos em uma escola estadual de Boa Vista/RR à luz das
implicações socioculturais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que
se apoiou nos recursos metodológicos da História Oral, para documen-
tar no contexto migratório os relatos de pessoas ou grupo de pesso-
as referente às suas experiências de vida, que se desenvolveu em um
espaço educacional da escola estadual Maria das Dores Brasil de Boa
Vista, Roraima. Os participantes da pesquisa foram os docentes e dis-
centes de nacionalidade brasileira, discentes oriundos da Venezuela e a
coordenação da escola. Os pesquisados foram abordados e, mediante
aceite em participar do estudo, foram submetidos a uma entrevista se-
miestruturada, que após a materialização das informações coletadas,
foi realizada a análise. Os resultados da pesquisa de campo consta-
taram que a implementação do acolhimento para alunos migrantes e
dos processos que envolve as interações socioculturais se dão de ma-
neira fragmentada, podendo ser melhoradas com discussões, debates
e ações que levem em consideração a interculturalidade e compreen-
dam os sujeitos discentes como protagonistas dessa mudança.

Palavras-chave: Educação. Migração. Interculturalidade. Acolhi-


mento.

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 83


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
MÍDIAS DIGITAIS NO ENSINO DE HISTÓRIA: COMPARTILHANDO
EXPERIÊNCIAS DE DOCENTES DA REDE PÚBLICA DE RORAIMA

Denis Renan Nojoza Moura (ProfiHistória/UFRR)


Carla Monteiro de Souza (ProfiHistória/UFRR)

Esta comunicação apresenta aspectos iniciais da pesquisa que tem


como objetivo investigar as possibilidades de ensino através das Mídias
Digitais utilizadas pelos professores de História, considerando as condi-
ções e características de cada sala de aula. Para tal, buscaremos en-
tender a orientação teórico-metodológica aplicada por professores ao
utilizar essas possibilidades e a relevância destas para o Ensino de His-
tória, analisadas a partir de Luiz Mauro Sá Martino, de Jörn Rüsen e das
contribuições de Luiz Fernando Cerri, considerando ainda a importância
da cultura escolar discutida por Maria Auxiliadora Schmidt e as contri-
buições para a Didática da História na perspectiva de Oldimar Cardoso.
O desenvolvimento desta pesquisa, no âmbito do Mestrado Profissional
em Ensino de História, analisa a importância da produção do saber his-
tórico escolar, compreendendo produções “públicas-digitais” em sua
relação com as metodologias da ciência histórica, como pontua Serge
Noiret. Neste ponto, visa compreender o uso das Mídias Digitais, antes e
depois do período em que o ensino semipresencial foi instaurado para
a manutenção das aulas durante a pandemia de covid-19, entre 2018 e
2022. Analisaremos a utilização desses meios entrevistando professo-
res de História do estado de Roraima, atuantes no Ensino Fundamental
2, e suas perspectivas sobre as Mídias Digitais no processo formativo e
importância na produção e publicização do saber histórico em sala de
aula a partir de atividades desenvolvidas em sala de aula, nos diferentes
regimes de ensino.

Palavras-chave: Ensino de História; Didática da História; Mídias Digi-


tais; História Pública Digital.

84 III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA


II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL
III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOCIEDADE E FRONTEIRAS/III SEMINÁRIO MISSÃO PROCAD AMAZÔNIA 85
II SEMINÁRIO PROFHISTÓRIA/II SEMINÁRIO PDPG AMAZÔNIA LEGAL

Você também pode gostar