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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIÊNCIA POLÍTICA

REGIONAL NORTE

Boletim Regional
(n. 1/out./nov./dez./2023/jan./2024)

Caras/os associadas/os,

É com grata satisfação que apresentamos o boletim n. 1 da primeira diretoria da


ABCP Regional Norte. Eleita no mês de agosto de 2023 e empossada em
outubro do mesmo ano, a gestão exercerá um mandato de dois anos durante o
biênio 2023-2025. O presente boletim conta com um editorial, seguido por
seções específicas para a divulgação de eventos acadêmicos, lançamento de
livros e publicações, editais de bolsas de pesquisas, concursos e processos
seletivos para docentes. Por fim, finalizamos com a seção de entrevista, neste
número com os professores do PPGCP/UFPA, Profa. Dolores Silva e o Prof. Dr.
Bruno Rubiatti, cujo programa acaba de lançar edital para a primeira turma de
doutorado, recém aprovado pela CAPES. Ressaltamos ainda que a partir do
segundo número, o boletim terá periodicidade trimestral.

Saudações amazônidas,

Eugênia Rosa Cabral (UFPA) - diretora

João Paulo Saraiva Leão Viana (UNIR) - vice-diretor

Geyza Alves Pimentel (UFRR) - secretária executiva

Rodolfo Marques (UNAMA) - diretor suplente

Aline Ramos Barbosa (IFRO) - vice-diretora suplente

Sabrina Areco (UFAC) - secretária executiva suplente


1. Editorial

É com alegria e muita disposição ao trabalho que a primeira diretoria da ABCP


Regional Norte tomou posse em outubro de 2023. Inicialmente, gostaríamos de
agradecer o apoio da comunidade da Ciência Política na Amazônia e reiterar o
nosso compromisso com o avanço da institucionalização da área na região. Para
tanto, ratificamos nossos propósitos em dar visibilidade à produção científica dos
pesquisadores amazônidas da Ciência Política, além de trabalhar no intuito de
integrar nossos colegas do Norte. Entre nossos objetivos principais, elencamos
o incentivo à realização de eventos, a promoção de cooperação acadêmica com
as demais diretorias e cientistas políticos de outras regionais e, principalmente,
entre os politólogos nortistas, e a aproximação da área com o estado e a
sociedade organizada.

Não obstante, estamos cientes dos desafios que temos pela frente. O processo
tardio de institucionalização de nossa disciplina na Amazônia iniciou-se apenas
na segunda metade da década de 1990, no estado do Pará. Os cursos de
especialização ofertados pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em meados
da década de 1990, seguidos pelo Minter celebrado entre a UFPA e o antigo
IUPERJ, atual IESP-UERJ, podem ser reconhecidos como um marco nessa
incipiente trajetória. De lá pra cá, o campo avançou consideravelmente na região
Norte, porém ainda estamos distantes de um nível satisfatório de consolidação
acadêmica.

Somente em 2023 foi aprovado o primeiro programa de doutorado, na própria


UFPA, instituição fundadora do primeiro curso de mestrado, no ano de 2008. O
único PPG acadêmico da região, PPGCP/UFPA, acaba de abrir edital para sua
primeira turma de doutoramento. No Amapá, o mestrado profissional em Estudos
de Fronteira da Unifap avança em sua caminhada institucional. Em Rondônia, a
UNIR obteve recentemente a aprovação pela CAPES do mestrado profissional
em Políticas Públicas que lançará em breve o edital de sua turma pioneira. O
PPGPP/UNIR será o segundo programa de pós-graduação profissional da área
de Ciência Política na Amazônia.

Se é notório que não há desenvolvimento científico sem recursos financeiros,


também não nos falta vontade de avançar e consolidar nossa área, num contexto
mundial de evidência da Amazônia, das pautas do meio ambiente e da defesa
dos povos originários. Ao mesmo tempo em que, como diz a expressão popular,
“arregaçamos as mangas”, convidamos nossos associados da regional Norte a
colaborar com a gestão. Inclusive, é ponto primordial de nosso programa uma
política de incentivo ao aumento do número de filiados da ABCP Norte.

Aproveitamos a oportunidade para convidar a comunidade da Ciência Política


brasileira, em especial da região Norte, para o I Encontro do Laboratório de
Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (LEGAL), e o I Encontro de Política e
Meio Ambiente, este último organizado pela ABCP Nacional e o Programa de
Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará
(PPGCP/UFPA). Ambos os eventos ocorrerão na UFPA, nos dias 11 de março e
12 a 15 de março, respectivamente. Aguardamos ansiosos por esse momento
histórico para os cientistas políticos do Norte do Brasil.

Nos vemos em Belém!

2. Eventos

ABCP Norte inicia a série de eventos on-line: Seminários da Regional Norte

No dia 07 de dezembro de 2023, a diretoria Regional Norte da ABCP realizou


seu primeiro seminário on-line. O evento, intitulado O conflito Israel-Palestina em
debate, contou com a participação dos professores doutores Leonardo Avritzer
(UFMG) e Jawdat Abu El-Haj (UFC). A mediação ficou sob responsabilidade do
diretor suplente da regional, Prof. Dr. Rodolfo Marques (UNAMA). Interessados
no tema, podem acessar o seminário na íntegra pelo canal da ABCP no YouTube,
através do link:

https://www.youtube.com/watch?v=E-soIzmPn6o
Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará comemora
66 anos

No dia 7 de dezembro ocorreu o evento em comemoração aos 66 anos da


Faculdade de Ciências Sociais da UFPA.

LEGAL-RR realiza I Seminário sobre pesquisa geopolítica em Roraima


O I Seminário “A pesquisa geopolítica em Roraima: eleições, eleitorado e
legislativo” aconteceu no dia 16 de novembro no Campus Boa Vista Zona Oeste
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima
(IFRR/CBVZO).
O objetivo foi apresentar a realidade, as especificidades e os desdobramentos
dos processos eleitorais no Estado de Roraima, como também a produção
legislativa dos parlamentos do Estado analisada pelo Laboratório de Estudos
Geopolíticos da Amazônia Legal (LEGAL-RR).
Segundo o coordenador do LEGAL Roraima, Roberto Ramos Santos, o
seminário é uma oportunidade de apresentar a política de Roraima através da
pesquisa. “O seminário apresentou ao público temas que são relevantes para a
compreensão do status sócio-político de Roraima, discutindo, por exemplo,
comportamento eleitoral dos municípios indígenas, os resultado das eleições
presidenciais no estado e a produção legislativa, tanto na Assembleia Legislativa
de Roraima, quanto na Câmara Municipal de Boa Vista. Além desses temas, a
ideia do Seminário é mostrar ao público a metodologia e a coleta de dados nas
áreas de estudo do Legal”, destacou.
O evento foi realizado pelo LEGAL Roraima em parceria com o Projeto Gestão
Pública em Debate, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública do
IFRR/CBVZO.
O I Seminário “A pesquisa geopolítica em Roraima: eleições, eleitorado e
legislativo” teve o apoio da Iniciativa Amazônia +10, da Governança Pan-
Amazônica: Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, do Instituto
Clima e Sociedade (ICS), do Núcleo de Pesquisas Eleitorais e Políticas da
Amazônia (NUPEPA) e da UFRR.
Seminário do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal,
organizado pela equipe do LEGAL-AM
Nos dias 07 e 08 de novembro, foi realizado na Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), campus Manaus, a atividade intitulada "Seminário do
Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal", organizado pela
equipe do Legal/Amazonas, sob coordenação dos Profs. Drs. Marilene Corrêa e
Ludolf Waldmann Jr, ambos da UFAM.
O evento, organizado em forma híbrida, teve como palestrantes principais o Prof.
Robério Braga (Academia Amazonense de Letras e ex-secretário de Cultura do
Amazonas), o Prof. Dr. Fabiano Santos (IESP/UERJ, coordenador nacional do
Legal) e o Prof. Dr. Jairo Nicolau (UFRJ). Participaram da atividade cerca de 120
ouvintes, que incluíam alunos da graduação e pós-graduação da UFAM
(turmas/campi Manaus, Parintins, São Gabriel da Cachoeira e Benjamin
Constant), além de professores e discentes de IES de Roraima, Pará, Rondônia,
Mato Grosso, Maranhão e Rio de Janeiro.

Coordenação estadual do LEGAL-TO realiza o I seminário do Laboratório


de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal no estado.
As mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável estiveram no centro
das discussões do 1º Seminário do Laboratório de Estudos Geopolíticos da
Amazônia (LEGAL Tocantins), que foi realizado no dia 11 de dezembro, às 19
horas, no miniauditório de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins
(UFT), em Palmas. O evento foi uma realização do grupo de pesquisa LEGAL
Tocantins, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Ambiente (PPGCiamb/UFT).
A programação foi composta por duas mesas-redondas, com os temas A Pauta
Ambiental na Assembleia Legislativa do Tocantins e na Câmara Municipal de
Palmas e Governança e Agenda Ambiental: REED+ Jurisdicional e
Desenvolvimento Sustentável no Tocantins. As explanações e os debates foram
mediados pela professora e coordenadora da pesquisa no estado, Cynthia Mara
Miranda (PPGCiamb/UFT), com a participação de pesquisadoras e
pesquisadores com vinculação ao grupo e convidados: Liana Vidigal
(PPGCOM/UFT), Daniela Soares (coordenadora do curso de Jornalismo),
Phillipe Farias (Doutorando em Ciências do Ambiente da UFT), Albertina Vieira
(Doutoranda do PPGCOM/UFPA), Cristiano Viana (Mestre em Comunicação) e
Andréa Lopes (mestranda no PPGCOM/UFT).
Fonte: adaptado do site da UFT

I Encontro Nacional “POLÍTICA E MEIO AMBIENTE NA AMAZÔNIA: desafios


políticos e da governança” a ser realizado na Universidade Federal do Pará,
entre os dias 12 e 15 de março de 2024.

Organizado pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPA, o


evento conta com o apoio da CAPES (Programa de Apoio a Eventos no País -
PAEP / CAPES, Edital Nº 11/2023); da Associação Brasileira de Ciência Política
(ABCP), dos parceiros(as) do projeto de Cooperação Acadêmica “PROCAD-
Amazônia” da CAPES, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) e da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); parceiros do Projeto
Interinstitucional “Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal
(LEGAL)”, que envolve pesquisares(as) de todos os Estados da Amazônia Legal,
liderados pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). O evento conta também com o apoio da UFPA.

3. Lançamento de livros e publicações

Covid-19 no Brasil: algumas contribuições sobre (des)-coordenação e


opinião pública.

Organizadoras: Natália Guimarães Duarte Sátyro e Eugênia Rosa Cabral,


Editora Fino Traço, Belo Horizonte, 2023. ISBN: 978-85-8054-614-9.

Resultado da parceria institucional entre o Programa de Pós-Graduação em


Ciência Política /Fafich / UFMG e o Programa de Pós-Graduação em Ciência
Política - UFPa sob a coordenação das professoras Eugênia Rosa Cabral
(PPGCP / UFPA) e Natália Sátyro (PPGCP /UFMG). O livro é uma produção que,
conforme as palavras da Natália Sátyro “...joga luz no que foi vivido por todos
nós no período pandêmico da perspectiva da Ciência Política. Apresenta
análises de diferentes políticas, de diversos entes federativos, que ajudam a
entender o que ocorreu nos estados e municípios e a relação destes com a
negação, por parte de Bolsonaro, do papel de coordenador federativo, além de
sua negação da gravidade da situação”.

Além da coorganizadora, professora Eugênia Rosa Cabral, também colaboram


com a coletânea os cientistas políticos associados da ABCP Norte: Ivan Mattos
e Silva, Bruno Rubiatti, André Buna, Gustavo Ribeiro e Lucas Okado.

Partidos e instituições políticas no Brasil contemporâneo


Coordenação: Bruno de Castro Rubiatti e Rodrigo Dolandeli dos Santos.
Editora Atena, dez. 2023. ISBN: 978-65-258-2006-4.
O livro busca contribuir com as discussões e ampliar as abordagens sobre o
arranjo institucional brasileiro. Em seus nove capítulos, produzidos em sua maior
parte por pesquisadoras e pesquisadores que produzem estudos a partir da
Amazônia, são abordados debates contemporâneos que visam à análise e
compreensão do funcionamento e as transformações recentes do sistema
político brasileiro. Divididos em três partes, os capítulos abordam tanto questões
referentes à organização e competição partidária quanto a atuação do
Legislativo e seus impactos sobre as políticas adotadas no país.

Vulnerabilidades, cultura, tecnologia e resistências na Amazônia


Organização: Dra. Cynthia Mara Miranda (UFT), Dra. Maíra Evangelista de
Sousa (Unama) e Dr. Carlos Alberto de Carvalho (UFMG).
Editada pelo Selo PPGCOM UFMG.
O e-book traz a memória da primeira edição da disciplina proveniente do
Programa de Cooperação Acadêmica na Amazônia (Procad-Amazônia) que
envolveu PPGCOM/UFT, PPGCLC/Unama e PPGCOM/UFMG. A obra conta
com 13 artigos de discentes e docentes das três instituições, e é dividida em três
seções: Vulnerabilidades, resistência e educação; Práticas de linguagens e
manifestações culturais; e, por fim, Plataformas digitais e tecnologias.
A produção desta coletânea é um dos frutos da disciplina interinstitucional
“Seminários Procad/AM”, ministrada, no segundo semestre de 2021, como parte
do projeto de pesquisa “Narrativa e acontecimento midiáticos: desafios
metodológicos para apreensão das experiências glocais amazônicas”. O projeto
é desenvolvido com recursos do Procad-Amazônia, financiado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Iniciado em 2018 e com finalização prevista para 2025, tem permitido a
articulação e o intercâmbio de experiências acadêmicas e de pesquisa entre os
três Programas de Pós-Graduação. A coordenação geral do projeto é de Liana
Vidigal Rocha (UFT).

O livro pode ser baixado gratuitamente em:


https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/vulnerabilidades-cultura-tecnologia-
e-resistencias-na-amazonia/
Fonte: seloppgcomufmg.com.br

Publicação de artigos em periódicos internacionais


Organização partidária e mudanças estratégicas do Partido Social Liberal
(PSL) nas eleições presidenciais brasileiras (Análise Social, Lisboa)
O Prof. Dr. Rodrigo Dolandeli dos Santos (UFPA; LEGAL-PA) publicou
recentemente, em coautoria com os cientistas políticos Vítor Sandes-Freitas
(UFPI) e Vítor Vasquez (UESC), artigo no periódico português Análise Social -
Revista do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Para acesso
ao texto basta clicar no link abaixo.
https://revistas.rcaap.pt/analisesocial/article/view/33843

HIV/AIDS, Human Rights, and structural discrimination: elucidating


relationships, enabling resistance
O Prof. Dr. Vinícius Valentin Raduan Miguel (UNIR) publicou no mês de janeiro
estudo na Revista Caribeña de las Ciências Sociales. Abaixo o link para acesso
ao artigo.
https://ojs.southfloridapublishing.com/ojs/index.php/rccs/article/view/3473/2559
4. Editais

Edital para processo seletivo de doutorado em Ciência Política da UFPA


O processo de seleção de candidatos(as) à primeira turma do curso de
Doutorado em Ciência Política da Universidade Federal do Pará está em
andamento (Edital 01/2024 – PPGCP/UFPA). São 10 vagas ofertadas para quais
estão concorrendo 23 pessoas, que tiveram suas inscrições homologadas. O
processo se dará em cinco etapas: análise do pré-projeto de pesquisa; arguição
oral dos(as); análise do Currículo Lattes e da trajetória acadêmica; procedimento
de Heteroidentificação (Banca e Recursos), exclusiva a candidatos(as)
inscritos(as) às vagas destinadas a pessoas negras; exame de proficiência em
duas línguas estrangeiras. A divulgação do resultado final ocorrerá no dia
18/03/2024, no site do Programa.
https://www.ppgcp.propesp.ufpa.br/index.php/br/

Chamada pública para professor visitante


Entre janeiro e fevereiro de 2024 o PPGCP / UFPA abrirá processo seletivo
simplificado (PSS) para o preenchimento de 01 (uma) vaga de Professor(a)
Visitante Pleno, no tema da Ciência Política, para atuar no Magistério Superior
em regime de trabalho de 40 horas semanais com Dedicação Exclusiva. A
remuneração será correspondente à categoria Associado I.

Concurso público para professor do Magistério Superior (UFPA)


Em 2023 ocorreu mais um concurso público para professor efetivo de Ciência
Política, da UFPA (EDITAL No. 77/ 2023). Inscreveram-se 45 candidatos(as);
quatro foram aprovados(as) e; o primeiro colocado, Luiz Fernando Vieira
Vasconcellos de Miranda, egresso da Universidade Federal Fluminense (UFF),
já assinou o Termo de Posse e já está na ativa.

Processo seletivo simplificado para professor substituto (UNIR)


Entre os meses de novembro e dezembro de 2023, foi realizado pelo Núcleo de
Ciências Humanas da Universidade Federal de Rondônia (NCH/UNIR) processo
seletivo simplificado (Edital n. 3/NCH/UNIR/2023) para professor substituto na
área de Ciência Política, com uma vaga destinada ao Departamento Acadêmico
de Ciências Sociais (DACS). As duas candidatas inscritas no certame foram
aprovadas. O resultado foi o seguinte:
Primeira colocada: Karen Elena Costa dal Castel
Segunda colocada: Bruna Quinsan Camargo
No dia 18 de janeiro de 2024, a candidata Karen Elena Costa dal Castel foi
convocada para entrega da documentação necessária à posse na UNIR, como
consta em: https://www.unir.br/noticia/exibir/10730

Bolsa de estágio de pós-doutorado

Em 2023, o PPGCP da UFPA ofertou uma vaga para Estágio Pós-Doutoral, com
o apoio do PDPG – PÓS-DOUTORADO ESTRATÉGICO, Edital Nº 16/2022 da
CAPES. Para essa vaga foi selecionada a cientista política Naiara Sandi de
Almeida Alcantara, egressa do PPGCP da Universidade Federal do Paraná
(UFPR). Ao longo do ano a bolsista destacou-se, tanto nas atividades de ensino,
quanto na pesquisa. O PPGCP agradece à CAPES e à bolsista!

A bolsa do PDPG / CAPES oportunizou o aperfeiçoamento da jovem doutora,


por meio da sua atuação no ensino de graduação e de mestrado e na pesquisa
“Valores e Atitudes Ambientais sobre a Amazônia”; contribuiu para a ampliação
do conhecimento de discentes e docentes do PPGCP, especialmente na adoção
de tecnologias de levantamento e tratamento de dados; estimulou a integração
e cooperação com outros programas relacionados à área de conhecimento do
programa. Ou seja, contribuiu com o desenvolvimento do Programa de Pós-
Graduação.

Em janeiro de 2024 o PPGCP publicará nova chamada para Estágio Pós-


Doutoral, considerando que dispõe de mais uma bolsa do Edital Nº 16/2022
PDPG /CAPES, Pós-Doutorado Estratégico, para o período 2023-2025.
5. Entrevista
O Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal
do Pará (PPGCP/UFPA): passado e presente

No ano de 2023, o mais tradicional programa de pós-graduação em Ciência


Política da região Norte teve seu doutorado aprovado pela CAPES. Pouco mais
de 15 anos depois da fundação do curso de mestrado, o pioneiro PPGCP da
UFPA acaba de abrir edital para sua primeira turma de doutoramento. Nesta
primeira edição, o boletim da Diretoria ABCP Regional Norte traz na sua seção
de entrevista um bate papo com dois professores/pesquisadores de grande
relevância para a história da Ciência Política no Pará. A Profa. Dra. Dolores Silva
e o Prof. Dr. Bruno Rubiatti comentarão um pouco sobre o processo de
institucionalização da área no estado, além das perspectivas para o futuro da
disciplina no Pará e na Amazônia. Vamos com ambos!

Entrevista com a Profa. Dra. Dolores Silva

ABCP Norte: Profa. Dolores Silva, em sua entrevista ao boletim da antiga


diretoria da ABCP Regional Centro-Norte em 2018, você enfatizou, como
egressa do curso de Ciências Sociais da UFPA, sua formação nos
momentos de institucionalização da Ciência Política no Pará, à época do
Minter com o antigo IUPERJ e posteriormente o doutorado no Rio. Comente
um pouco sobre a importância desse processo para o avanço da disciplina
no Pará.

Dolores Silva: As iniciativas do antigo Departamento de Ciência Política (DCP),


no sentido de oferecer formação na área, foram de fundamental importância para
materializarmos os passos futuros quem culminam com a realização do
doutorado. Sob a liderança da professora Luzia Álvares, em meados da década
de 1990 foram realizados dois cursos de especialização em Ciência Política, em
1994 e 1995, e eu fui aluna da primeira turma. Pessoalmente, essa experiência
para mim foi muito importante, pois foi o momento em que eu descobri que meus
anseios acadêmicos se enquadravam no foco analítico da Ciência Política. Na
época, o curso de Ciências Sociais, do qual eu era recém-formada, tinha um
maior número de disciplinas e de pesquisas na área de Sociologia e Antropologia
e minhas atividades como estudante e bolsista de iniciação científica sempre
estiveram atreladas a essas áreas de investigação. Por isso, a oportunidade de
estudar mais política abriu um caminho que me identifiquei e acredito que
aconteceu o mesmo com outros colegas.

Após os dois cursos de especialização, o DCP procurou parcerias institucionais


para realizar um Minter e encontrou no antigo IUPERJ o ânimo para realizar esse
projeto, que foi muito bem-sucedido e pavimentou os passos seguintes que
culminaram no primeiro doutorado da área de CP da região Norte. Depois do
Minter foi realizado um Dinter, também com o IUPERJ, e parte dos doutores
formados nessas turmas vieram a ser docentes do curso de mestrado em
Ciência Política da Universidade Federal do Pará, iniciado no ano de 2008.

Muitos dos doutores formados pelo IUPERJ já eram docentes da UFPA e se não
tivessem essa oportunidade de obter o título em Ciência Política, em Belém,
talvez fossem fazer doutorados em outras áreas afins, em face das dificuldades
de saírem para o sudeste, onde estavam as universidades e cursos mais
renomados, para obter essa formação. Foi a vontade dos egressos do Minter e
Dinter das turmas UFPA-IUPERJ, que se juntaram a alguns professores-
doutores formados em instituições de fora da região, que materializou a pós-
graduação stricto sensu em Ciência Política na região Norte.

Creio que, institucionalmente, todo esse processo e desafios enfrentados para


realizar esses projetos de formação com o apoio da CAPES e de torná-lo
permanente com a criação de cursos acadêmicos regulares fortalece a área de
Ciência Política, fomentando novas linhas de investigação e a produção de
conhecimento, também, sobre a realidade local. A Amazônia e o meio ambiente,
por exemplo, são há muito investigados pelos pesquisadores da região, e a CP
não pode prescindir de abraçar as contribuições de analistas locais. Hoje
podemos ver nos eventos e em publicações análises sistemáticas sobre o Pará
e a região amazônica como um todo, nas diversas subáreas de CP; isso é muito
importante para a produção de conhecimento, saímos de deduções e passarmos
a ver o que tem de específico na periferia, enriquece nossa área de
conhecimento e fortalece a importância da disciplina na região.

ABCP Norte: Na sua visão de docente e ex-coordenadora do PPGCP/UFPA,


quais as principais dificuldades enfrentadas pelo programa no decorrer
desses anos?

Dolores Silva: Uma grande dificuldade foi formar um quadro docente mínimo,
sintonizado com as exigências do sistema de pós-graduação atual. Passamos
longos anos lutando por vagas para a realização de concurso público,
professores antigos se aposentaram ou saíram do PPGCP e ficamos atuando
com um número reduzido de docentes. Hoje conseguimos formar um quadro
mínimo, qualificado e comprometido com as exigências da CAPES.

Temos, também, um público-alvo com especificidades que dificultam atender


exigências que pontuam no sistema de pós-graduação. Boa parte dele é formado
de profissionais que já estão no serviço público ou privado e não conseguem a
dedicação de tempo integral desejável pela pós-graduação. Derivam disso
obstáculos na hora de publicar, de participar de congressos e de compor equipes
de pesquisas regulares, executando atividades mais duradouras e produtivas
academicamente.

Além disso, temos a falta de recursos que é muito reduzido para os pequenos
Programas. Estamos enfrentando essas dificuldades através de projetos
aprovados em editais com o PROCAD Amazônia, que fomentam muitas
oportunidades acadêmicas para docentes e discentes.

ABCP Norte: Desde sua formação na pós-graduação, você tem se dedicado


ao estudo da questão ambiental sob a perspectiva das instituições
políticas, especialmente, na relação Executivo-Legislativo. A área,
inclusive, ganhou força recentemente com a fundação do LEGAL, do qual
você é membro do conselho científico. Como observa o desenvolvimento
no PPGCP/UFPA dessa agenda de pesquisa de grande relevância para a
Ciência Política na Amazônia?

Dolores Silva: Acho muito importante que a temática ‘meio ambiente” tenha se
tornado um objeto relevante de pesquisa na Ciência Política brasileira. Temos
grandes nomes na Ciência Política internacional que produziram excelentes
trabalhos que nos ajudam a refletir sobre esse tema, como Ronald Inglehart e
John Dryzek, mas dentro da área de CP no Brasil essa temática não ganhou
ainda grande relevo.

Acho que ainda não estão claras as conexões e complexidades que esse objeto
de pesquisa tem com a concretude das relações políticas, tanto do ponto de vista
institucional quanto como um ativo valorativo estratégico nas relações de poder,
assim como não são exploradas ainda suas ligações com as desigualdades
sociais e políticas.

ABCP Norte: No âmbito geral, quais suas perspectivas para a avanço da


ciência política no Pará e na Amazônia?

Dolores Silva: Acho que demos um grande passo conseguindo aprovar o


doutorado no PPGP/UFPA, essa conquista é fruto de uma década de trabalho
para nos alinharmos com as exigências da CAPES e de conquistas paulatinas,
materializadas em vagas para contratação de docentes, melhoramento de
espaços para realizar nossas atividades, aprovação de projetos em editais de
fomento de agencias externas e incentivos à produção acadêmica de docentes
e discentes.
Acredito que vamos crescer com o doutorado e expandir o fortalecimento da área
pela região amazônica. Isso exige algum tempo, claro, precisamos formar
doutores e sedimentar uma expertise local em pesquisa, para que se estabeleça
um corpo de investigadores com formação consistente na região. Muitos
egressos do mestrado em CP foram fazer doutorado em programas
nacionalmente reconhecidos pela sua qualidade e tradição em pesquisa, tais
como a UFMG e a UnB, o que somado aos novos doutores formados pelo
PPGCP/UFPA disponibilizará recursos humanos qualificados no estado do Pará
e região.
Acho que o grande desafio será a formação de um mercado de trabalho para
esses especialistas que atenda as expectativas de anos de dedicação aos
estudos e pesquisas. A Ciência Política se fortalecerá cada vez mais à medida
que os profissionais formados em mestres e doutores se sintam financeiramente
recompensados pela dedicação à pós-graduação.

ABCP Norte: Muito obrigado, Profa. Dolores!

Dolores Silva: Eu é que agradeço a oportunidade.

Entrevista com o Prof. Dr. Bruno Rubiatti

ABCP Norte: Prof. Bruno Rubiatti, como um dos quadros importantes de


uma nova geração de professores/pesquisadores do PPGCP/UFPA, e agora
ocupando a coordenação do programa, você fez parte do processo de
consolidação do mestrado e diretamente da fundação do doutorado. Como
observa esse momento atual de expansão da pós-graduação na área de
Ciência Política no Pará e na Amazônia, e quais as principais dificuldades
enfrentadas pela área na região?

Prof. Bruno Rubiatti: Eu entrei como professor da UFPA e do PPGCP em 2016,


por isso acompanhei boa parte dos esforços de consolidação e renovação do
quadro docente do programa, que se materializou na melhoria da avaliação do
programa junto à CAPES e, agora, na abertura e seleção da primeira turma de
doutorado.

Acredito que a ciência política da região amazônica tem muito espaço ainda para
crescer, e a abertura de um curso de doutorado na região pode contribuir para o
fortalecimento da área. Mesmo tendo poucos cursos de pós-graduação na área,
há cientistas políticos em todos os estados da região, atuando na graduação e
em programas interdisciplinares e profissionais, além dos que atuam fora do
âmbito acadêmico. Dessa forma, o doutorado, em parceria com a Regional Norte
da ABCP, pode vir a fortalecer redes de pesquisa na região, promovendo
intercâmbio entre os pesquisadores e servindo também como polo formador de
novos cientistas políticos para atuarem na região amazônica.

Além disso, em uma perspectiva imediata, a Ciência Política da região pode se


beneficiar da centralidade que a questão ambiental e de proteção à Amazônia
alcançou: o tema hoje faz parte do debate público e a realização de eventos
como a COP 30 em Belém pode potencializar ainda mais o interesse pelo tema
e pela produção feita aqui na região.

Nesse sentido, o PPGCP, em parceria com a ABCP, está promovendo entre os


dias 12 e 15 de março desse ano o “I Encontro de Política e Meio Ambiente na
Amazônia”. Esperamos com essa iniciativa criar um espaço para o diálogo entre
os pesquisadores do tema na região e fortalecer as redes de pesquisa já
existentes, além de potencializar novas.

Quando penso em dificuldades enfrentadas pela Ciência Política da região


Norte, um ponto principal me vem à mente: a forma como a Ciência Política se
desenvolveu no país. Há um predomínio de programas fortes e tradicionais nas
regiões sudeste e sul, em especial no Sudeste. Essa concentração acaba
gerando problemas para o desenvolvimento da área em outras regiões, seja pela
própria valorização das agendas de pesquisa – que muitas vezes não valoriza
questões importantes para a região amazônica –, seja pela própria concentração
de recursos e financiamento de pesquisa.

Todavia, muitos pesquisadores da região têm conseguido contornar essas


dificuldades e mostrar que existe uma Ciência Política de qualidade
desenvolvida na região. Por isso, acredito que a área tem muito espaço para se
desenvolver mais ainda na Amazônia e superar esses entraves atualmente
postos.
ABCP Norte: Sobre o programa, especificamente, há um perfil
predominante? Quais as principais linhas de pesquisa? E qual a sua visão
acerca desse processo de institucionalização que hoje culmina com a
primeira turma de doutorado?

Prof. Bruno Rubiatti: O PPGCP atua em duas linhas principais: “Instituições


Políticas e Políticas Públicas” e “Democracia e Sociedade”. Dentro dessas linhas
se desenvolvem trabalhos sobre diversos temas relevantes para a Ciência
Política, como, por exemplo, estudos eleitorais, comportamento político, partidos
e organização partidária, estudos sobre federalismo, políticas públicas, estudos
legislativos, atuação de movimentos sociais, lobby e grupos de pressão,
comunicação política, gênero e política, entre outros temas.

Há certo equilíbrio entre as duas linhas, não havendo predomínio de nenhuma,


o que garante a pluralidade interna do programa.

Como disse anteriormente, desde que eu entrei na UFPA em 2016, pude ver e
participar de todo um processo de fortalecimento do programa, seja a partir da
contratação de novos professores (depois que eu entrei, seis novos professores
foram contratados via concursos públicos para Ciência Política), além do esforço
das coordenações anteriores em recrutar professores atuantes na UFPA, mas
que não estavam no programa. Esse período também foi marcado por uma
reestruturação do próprio programa e atualização de sua estrutura curricular.

Nesse processo pude participar tanto como professor do programa quando como
vice coordenador (função que exerci durante três anos, durante a gestão da
Profa. Dra. Eugênia Rosa Cabral). Então, posso dizer que acompanhei de perto
todo o esforço das diferentes coordenações nesse processo de fortalecimento
do programa. Além disso, é importante destacar que todo esse processo contou
com a colaboração e o trabalho do corpo docente do programa, que colocou a
melhoria da nota da avaliação do PPGCP e a abertura do doutorado como meta.
Então, a conquista do doutorado é resultado de um esforço coletivo, que contou
com coordenações e docentes empenhados em alcançar esse resultado.
ABCP Norte: Comente um pouco sobre a sua agenda de pesquisa,
especificamente, o que você tem pesquisado e orientado nos últimos anos
no âmbito do PPGCP/UFPA.

Prof. Bruno Rubiatti: Atualmente estou envolvido com duas frentes de


pesquisa, ambas na área de Instituições Políticas e Estudos Legislativos.

A primeira, e que desenvolvo a mais tempo, tem como foco o Senado brasileiro
e, em sua atual fase, o sistema de comissões da câmara alta e seu papel no
processo decisório. Essa pesquisa se vincula ao meu grupo de pesquisa:
“Instituições Políticas: Processo Legislativo e Controle” (IPPLC) e já conta com
dissertações e trabalhos de conclusão de curso orientadas (e outras em
andamento), sendo que alguns desses egressos já se encontram em programas
de doutorado dando continuidade a essa agenda de pesquisa. Nessa linha, há
trabalhos sobre CPIs no Senado, comissões específicas da câmara alta,
comissões mistas e outros temas correlatos.

Também desenvolvo pesquisa sobre o Legislativo paraense, essa no âmbito do


Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (LEGAL) – equipe Pará.
Nesse caso, realizo pesquisas e acompanhamento da produção legislativa da
Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA), com foco na questão
ambiental.

ABCP Norte: A seu ver, até que ponto a fundação do doutorado do


PPGCP/UFPA pode exercer influência sobre o avanço da área na Amazônia,
tendo em vista a notória escassez de programas de pós-graduação e
recursos humanos na região?
Prof. Bruno Rubiatti: Acredito que, nesse ponto, a abertura de doutorado pode
ajudar muito. Primeiro pela própria função formativa: ao ser o primeiro doutorado
acadêmico em Ciência Política da região, o PPGCP pode se tornar um lócus
para a formação de doutores em ciência política na e para a região e, dessa
maneira, ajudar a diminuir a escassez de recursos humanos para a área de
Ciência Política. Além disso, o programa pode atuar, em parceria com a Regional
Norte da ABCP, para fortalecer redes de pesquisa na Amazônia Legal, além de
estabelecer cooperações entre as diferentes instituições e grupos que atuam na
Ciência Política da região. Um exemplo dessas cooperações é o próprio
PROCAD estabelecido entre o PPGCP da UFPA, PPGEF da UNIFAP e o PPGCP
da UFMG, proposto pelo nosso programa e atualmente em andamento.
Esperamos que essas e outras formas de cooperação se tornem mais frequentes
e, com isso, se fortaleça a Ciência Política da Amazônia

ABCP Norte: Muito obrigado, Prof. Bruno!

Prof. Bruno Rubiatti: Eu que agradeço a oportunidade. E aproveito para


parabenizar a Regional Norte pela iniciativa.

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