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Capacitação didática na ECA-USP: a


experiência no PAE (em conjunto
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Caetano) @ Anai...
Liliane Caetano, Simone Carvalho

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Isabel Crist ina de Moura CARVALHO
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 1
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

REITOR
Marco Antonio Zago

VICE-REITOR
Vahan Agopyan

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Antonio Carlos Hernandes

PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Carlos Gilberto Carlotti Junior

PRÓ-REITOR DE PESQUISA
José Eduardo Krieger

PRÓ-REITOR DE CULTURA E
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Marcelo de Andrade Romero

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes

PRÓ-REITOR ADJUNTO DE GRADUAÇÃO


Prof. Dr. Gerson A. Yukio Tomanari

ASSESSOR TÉCNICO DE GABINETE


Prof. Dr. Enos Picazzio

ASSESSORA TÉCNICA DE GABINETE


Profa. Dra. Regina Melo Silveira

ASSESSORA TÉCNICA DE GABINETE


Profa. Dra. Sonia Maria Vanzella Castellar

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 2
APOIO

Universidade de São Paulo


Pró-Reitoria de Graduação

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


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Anais do 2o Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Pró-Reitoria de Graduação
Rua da Reitoria, 374 – 2º andar
Cidade Universitária
São Paulo/SP
Telefone: (11) 3091-2310
E-mail: cong.prg.usp@gmail.com

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Congresso
Congressode deGraduação
GraduaçãodadaUniversidade
UniversidadededeSão Paulo
São (1.(2.
Paulo : 2015 : São
: 2016 :
Paulo, SP)
Piracicaba, SP)
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Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
25 a 27 de maio de 2015, Centro de Convenções Rebouças, São
: 05 e 06 de
Paulo/SP. julhoPaulo
-- São de 2016, Campus USP
: Pró-Reitoria “Luiz de Queiroz”,
de Graduação Piracicaba/
da Universidade de
SP. – São Paulo
São Paulo, 2015. : Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São
Paulo,
p. 2016.
358 p.
Disponível em: <http://www.congressograduacao.usp.br>
Disponível em: <http://www.congressograduacao.usp.br>

1. Graduação
1. Graduação (Congressos).
(Congressos). I.I. Título.
Título.
CDD378.154
CDD 378.154

Depósito Legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto Nº 10.944, de 14 de


Depósito
dezembroLegal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto Nº 10.944, de 14 de
de 2004.
dezembro de 2004.

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Comitê Organizador
Prof. Dr. Edmund Chada Baracat – Presidente do Comitê
Faculdade de Medicina

Prof. Dr. Arlindo Ornelas Figueira Neto


Escola de Comunicações e Artes

Profa. Dra. Juliana P. Rodrigues


Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Prof. Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo


Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Profa. Dra. Regina Melo Silveira


Escola Politécnica

Profa. Dra. Rosebelly Nunes Marques


Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

Equipe de Apoio Técnico da ESALQ

Sra. Carmem Pilotto


Sra. Raquel Degaspari

Equipe de Apoio Técnico da PRG

Sra. Luciana Delini de Campos


Sr. Daniel Gonçalves Konno
Sr. André Amado
Sra. Patrícia Rosa

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Comitê cientíico
Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes Profa. Dra. Lucia Pereira Barroso
Pró-Reitor de Graduação Instituto de Matemática e Estatística

Prof. Dr. Gerson Y. Tomanari Profa. Dra. Márcia Caruso Bícego


Pró-Reitor Adjunto de Graduação Instituto Oceanográico

Profa. Dra. Silvia Regina Ferreira de Laurentiz Profa. Dra. Márcia Helena da Silva Melo Bertolla
Escola de Comunicações e Artes Instituto de Psicologia

Prof. Dr. Cristiano Roque Antunes Barreira Prof. Dr. Renato Sanches Freire
Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto Instituto de Química

Profa. Dra. Cecília Helena de Siqueira Sigaud Prof. Dr. Sergio Paulo Campana Filho
Escola de Enfermagem Instituto de Química de São Carlos

Profa. Dra. Diovana Aparecida dos Santos Napoleão Profa. Dra. Maria Antonieta Del Tedesco Lins
Escola de Engenharia de Lorena Instituto de Relações Internacionais

Profa. Dra. Tania Marcourakis Profa. Dra. Regina Monteiro


Faculdade de Ciências Farmacêuticas Representante dos Institutos Especializados (IEE)

Prof. Dr. Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho Prof. Dr. Quirino Augusto de Camargo Carmello
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (CLC)

Prof. Dr. Marcos Garcia Neira Profa. Dra. Carmen Sílvia Favaro-Trindade
Faculdade de Educação Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos

Prof. Dr. Joaquim Cezar Felipe Prof. Dr. Antonio Herbert Lancha Jr
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Escola de Educação Física e Esporte

Profa. Dra. Déborah de Oliveira Prof. Dr. Júlio Cerca Serrão


Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências Humanas Escola de Educação Física e Esporte

Prof. Dr. Edmund Chada Baracat Profa. Dra. Maria Tereza Nunes
Faculdade de Medicina Instituto de Ciências Biomédicas

Prof. Dr. Celso Rodrigues Profa. Dra. Sílvia Helena Galvão de Miranda
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Profa. Dra. Helena de Freitas Oliveira Paranhos Profa. Dra. Luciana Mara Monti Fonseca
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

Prof. Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria Profa. Dra. Sônia Maria Vanzella Castellar
Faculdade de Odontologia de Bauru Faculdade de Educação

Profa. Dra. Adelaide Cássia Nardocci Prof. Dr. Enos Picazzio


Faculdade de Saúde Pública Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas

Prof. Dr. Miguel Antonio Buzzar Prof. Dr. Arlindo Ornelas Figueira Neto
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos Escola de Comunicações e Artes

Prof. Dr. Sergio Ferreira de Oliveira Profa. Dra. Juliana P. Rodrigues


Instituto de Ciências Biomédicas Escola de Artes, Ciências e Humanidades

Profa. Dra. Simone do Rocio Senger de Souza Profa. Dra. Rosebelly Nunes Marques
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Prof. Dr. Oscar José Pinto Éboli Prof. Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo
Instituto de Física Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

Prof. Dr. Luis Gustavo Marcassa Profa. Dra. Regina Melo Silveira
Instituto de Física de São Carlos Escola Politécnica

Prof. Dr. Ginaldo Ademar da Cruz Campanha


Instituto de Geociências

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Temas
Metodologias ativas de ensino-
aprendizagem

Tecnologias como recurso didático

Inovações em aulas de laboratório e


trabalhos de campo

Elaboração, aplicação e avaliação de


materiais didáticos

Avaliação e indicadores de
aprendizagem na graduação

Experiências em mudanças curriculares

Esportes e demais práticas corporais no


ensino de graduação

Experiências em sala de aula

Multi, inter e transdisciplinaridade no


ensino de graduação

Tutoria acadêmica

Formação Inicial de professores

Jogos didáticos e vídeos para o ensino


de graduação

Laboratórios e aulas virtuais

Temas diversos
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Sumário
29 Apresentação

Apresentações Orais
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
31 Uso da metodologia CANVAS em processos de ensino e aprendizado em
Engenharia Florestal e Gestão Ambiental
Weber Antônio Neves do Amaral e Francides Gomes da Silva Junior

32 Laboratório de Excel para Visualizar Conceitos de Cálculo e Física: Comparação


com um Semestre Convencional
George C. Cardoso

33 Laboratório de Eletricidade e Magnetismo em uma Perspectiva Investigativa


Tomaz Catunda, Victor Travagin Sanches, Jéssica Fabiana Mariano dos Santos e Gláucia Grüninger
Gomes Costa.

35 A Utilização de Jogos em Trabalhos de Disciplinas de Programação no Curso de


Ciência da Computação como Instrumento Prático de Ensino
Maurício Acconcia Dias

36 Desaios Didáticos da Disciplina Sistema Terra e Inserção de Novas Práticas de


Ensino
C. Bourotte, V.T.S. Martins, F.R.D. Andrade, E.A. Del Lama e D.C. Bacci

38 O Desenvolvimento de Jogos Educativos pelos Estudantes como Estratégia de


Ensino
L. Reginato, M. Souza, T. Nunes e E. Cornacchione

39 Análise Exploratória de uma Experiência de Sala de Aula Invertida


Franscisco José Esposito Aranha Filho, Carla Campana, Marcus Vinícius Peinado Gomes

41 Ensino, Pesquisa e Extensão em “Pedagogia da voz”


Maria Yuka de Almeida Prado

42 Experiência de Criação de Pessoas Jurídicas como Estratégia de Ensino para os


Alunos do Primeiro Semestre do Curso de Direito
Iara Pereira Ribeiro

43 Educomunicação, Ethos e Práxis: Um Balanço das Ações Pedagógicas na Disciplina


“Legislação & Ética” do CCA-ECA/USP
Marciel A. Consani

45 Desenvolvimento de Planos de Negócios Inovadores como Instrumento de


Ensino-Aprendizagem: um Estudo de Caso na FZEA/USP
Celso da Costa Carrer; Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro; Ivan Roberto Ross e César
Gonçalves de Lima.

47 Praticando Gestão como Ciência em um Laboratório Vivencial


Antonio Carlos Aidar Sauaia,

48 Simulação como Estratégia de Ensino de Direito Internacional


Caio Gracco Pinheiro Dias e Deíse Camargo Maito

50 Laboratório de Gestão: Indícios e Evidências da Prática do Pensamento Cientíico


na Educação Gerencial
Maria Carolina Conejero e Antonio Carlos Aidar Sauaia

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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 8
52 Disciplina de Atenção Básica a Saúde: O Processo de Ensino-Aprendizagem para
além dos Muros da Universidade de São Paulo
Vania dos Santos e Harnoldo Colares Coelho

54 Ensino da Consulta de Enfermagem em Pediatra: Contribuições da Utilização da


Simulação
Cecília Helena de Siqueira Sigaud, Aurea Tamami Minagawa Toriyama, Maria De La Ó Ramallo Veríssimo

55 Construção e Avaliação do Cenário de Simulação Robótica sobre a Avaliação


Clínica da Oxigenação e Circulação do Bebê Pré-Termo
Danielle Monteiro Vilela Dias, José Carlos Amado Martins, Luciana Mara Monti Fonseca

57 O Canteiro Experimental da FAUUSP


Reginaldo Ronconi

58 Aprendizado Baseado em Projetos: Uma Nova Maneira de Ensinar Ergonomia


Bruna Maceiras Astoli, Daniel Guzzo da Costa, Carina Campese, Janaina Mascarenhas Hornos da Costa

60 Processos Colaborativos de Construção do Conhecimento e Aprendizagem em


Ação
Euler Sandeville Júnior

61 Pedra de Toque
Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim

63 Celulares em Sala de Aula para a Ativação dos Estudantes


Mary Caroline Skelton-Macedo; Rielson José Alves Cardoso; João Humberto Antoniazzi; Giulio Gavini

64 Uso das “Co-Creation Cards” em Workshop Internacional para Estudantes de


Design e Potencialidades no Ensino de Graduação em Projetos Focados em
Criatividade e Inovação
Cristiane Aun Bertoldi, Daniela Kutschat Hanns e Sara Miriam Goldchmit

66 Perguntas, Hipóteses e o Método Cientíico: Utilizando a Anatomia Vegetal para


a Construção de Conceitos em Ciência
Milton Groppo, Elenice Mouro Varanda, José Ricardo Barosela & Carolina Ferreira

68 O Uso do Teatro de Augusto Boal no Curso de Licenciatura em Ensino de Ciências:


Discutindo o Tema da Avaliação
Nelio Bizzo e Paulo H. Nico Monteiro

69 A Extensão Universitária como Facilitador no Desenvolvimento das Metodologias


Ativas para o Ensino de Solos
Caroline Andreato, Mariana Prudenciatto Ortelani e Antonio Carlos de Azevedo

71 Estudos de Caso em Toxicologia Ambiental


Helene Mariko Ueno

72 Ambientalização Curricular - A Experiência do Campus “Luiz de Queiroz/USP


Piracicaba
M. Sorrentino, L.E.A. Camargo, A. Meira, A.A.D. Coelho, M. Cooper, E.N. Botelho, M.H. Raymundo e L.F.
Silva

Tecnologias como recurso didático


74 Uso da Bioimpressão 3D para Desmitiicar e Divulgar o Conhecimento da
Anatomia Animal Equina
Brunna Pereira Saragiotto; Janaina Santos Ferreira; Franceliusa Delys de Oliveira; Paulo Ramos da Silva
Santos; Antônio Chaves de Assis Neto

75 Blogs como Veículos de Divulgação Cientíica: uma Experiência com Alunos de


Graduação
Milton Groppo, Melissa Bars Closel, Flávio Alicino Bockmann, Annie Schmaltz Hsiou, Wilfried Klein, Tiana
Kohlsdorf & Max Cardoso Langer

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 9
76 Desenvolvimento de Aplicativos Móveis para o Ensino de Técnicas Radiográicas
A.J.O. Júnior, F.T. Réa, C.O. Santos e F.H.T. Codognotto

77 Blogs e Microblog para Ensino e Difusão em Organização e Representação do


Conhecimento
Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos

80 Desenvolvimento de Plataforma Digital para Ensino de Graduação (Caso do


Ensino de Atendimento ao Paciente Traumatizado)
Gerson Alves Pereira Júnior, Marcelo Alexandre Santos, José Carlos Bueno de Moraes, Bruno de Azevedo
Mendonça, Filipe Andrade Bernardi, André Antonelli Senju, Eduardo A. Gula

82 Avaliação do Uso de Sistemas Interativos de Respostas em Aulas de Radiologia


Odontológica
Christiano de Oliveira Santos, Camila Tirapelli, Solange Aparecida Caldeira Monteiro

83 Educar por Projetos: Atendendo a População com um Blog


Mary Caroline Skelton Macedo, Laura Nardello, João Humberto Antoniazzi

84 Ensino do Câncer com o Uso de Modelos Baseados em Agentes


A.J.C.P. Santos, A.A.B. Silva e H.M. Garay

86 Uso de Ferramentas de Visualização de Dados Cientíicos em Ensino Interdisciplinar


Filipi Nascimento Silva, Luciano da Fontoura Costa

88 Automatizando o Processo de Edição e Correção de Grande Volume de Provas:


Relato de Experiência em PCS3110
Anarosa A. F. Brandão, Fabio Levy Siqueira, Romero Tori, Anna Helena Reali Costa

90 “Inteligência práxis” - Estudo sobre o Uso das Tecnologias de Informação


para a Gestão da Análise do Conteúdo de Texto das Dissertações, Relatórios e
Indicadores de Produção Animal na FZEA – Faculdade de Zootecnia e Engenharia
de Alimentos da Universidade de São Paulo
Melquizedek Fernandes dos Santos

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo


91 Avaliação da Implantação de Laboratório de Circuitos Elétricos no Âmbito da
Nova Estrutura Curricular da Escola Politécnica
Leopoldo Rideki Yoshioka, Elisabete Galeazzo, Vitor Heloiz Nascimento

93 Laboratórios de Engenharia de Projetos, Temática: Pneumática


Carlos Alberto Fortulan, Jéssika de Oliveira Alves

95 Laboratório Didático no Ensino de Engenharia com Sistemas Inteligentes de


Transportes (ITS)
Claudio Luiz Marte; Larissa Lourenço Ramos Zipoli; Letícia Alves Chijo; Pedro Henrique Linhares
Fernandes

96 Competition Based Learning: Uma Experiência no Laboratório de Medidas e


Circuitos
Elmer Pablo Tito Cari

98 Modelos Físicos Didáticos de Apoio ao Ensino de Mecânica dos Solos: Estudo do


Fenômeno da Areia Movediça
Jefferson Lins da Silva, Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva, Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi,
Samira Tessarolli de Souza, Oscar dos Santos Neto, Clever Aparecido Valentin

99 Modelos Físicos Didáticos de Apoio ao Ensino de Mecânica dos Solos: Estimativa


do Ângulo de Atrito de Solos Secos
Jefferson Lins da Silva, Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi, Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva,
Clever Aparecido Valentin, Samira Tessarolli de Souza

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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 10
101 Modelos Físicos Didáticos de Apoio ao Ensino de Mecânica dos Solos: Muro de
Solo Envelopado com Geossintéticos
Jefferson Lins da Silva, Samira Tessarolli de Souza, Yara Barbosa Franco, Clever Aparecido Valentin,
Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva, Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi

102 Uso do Arduíno como Recurso Tecnológico em Aulas de Eletrônica


Demóstenes Zegarra Rodríguez, Renata Lopes Rosa, Graça Bressan

104 Intervenções Proissionais em Lazer: Investigações e Relexões sobre Educação


não Formal e Animação Sociocultural
Juliana Pedreschi Rodrigues, Lívia Cristina Toneto, Luiz Wilson Pina

105 As Práticas Orientadas e Visitas Técnicas como Aplicação de Conteúdo e Relexão


sobre a Realidade: O Caso do Curso de Gestão Ambiental da ESALQ
Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz

107 Desenvolvimento Mútuo de Estudantes e de Proissionais Estágio em Heliópolis


Elie Ghanem

108 Conhecendo a Biodiversidade Urbana de São Paulo (SP): Trabalhos de Campo


em Biogeograia
Yuri Tavares Rocha

Elaboração, aplicação e avaliação de materiais didáticos


110 Ensino de Macroeconomia em Graduação: Pesquisa com Professores sobre
Material Didático Utilizado
Roseli da Silva

111 E-Book “Planejamento do Ensino”: Apoio para a Formação de Estudantes do


Curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem
Fernanda dos Santos Nogueira de Góes; Luciane Sa de Andrade; Adriana Katia Corrêa; Maria José Clapis;
Maria Conceição Bernardo de Mello e Souza; Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves; Marta Angélica
Iossi Silva; Rosangela Andrade Aukar de Camargo

114 Mineração de Dados Educacionais na Identiicação de Alunos com Alto Risco de


Evasão
Luciano Antonio Digiampietri, Fábio Nakano, Marcelo de Souza Lauretto

115 Análise Quantitativa para Revisão de Pré-requisitos na Matriz Curricular do


Curso de Sistemas de Informação da EACH/USP
Marcelo de Souza Lauretto, Luciano Antonio Digiampietri, Fábio Nakano

117 A Avaliação de Competências e as Estratégias Utilizadas em Atividades Clínicas


Simuladas na Graduação em Saúde: Scoping Review
Fernanda Berchelli Girão Miranda, Alessandra Mazzo, José Carlos Amado Martins, César Eduardo
Pedersoli, César Kayzuka Cotta Filho, Anaísa Bianchini

118 Satisfação e Autoconiança de Graduandos de Enfermagem com Práticas Clínicas


Simuladas
Alessandra Mazzo, Juliana Constantino Franzon, Rodrigo Guimarães de Almeida, Fernanda Berchelli
Girão Miranda, Rui Carlos Negrão Baptista

Experiência em sala de aula


119 Uso de Oicinas Temáticas no Ensino de Ciências Agrárias Promovendo a
Motivação e a Criatividade
Rosebelly Nunes Marques, Naissa Maria Silvestre Dias

121 Avaliação Heurística Colaborativa para Ensino de Usabilidade em Sistemas


Interativos
André de Lima Salgado e Renata Pontin de Mattos Fortes

122 Flipped class no ensino de graduação: uma experiência na FEA-RP (USP)


José Dutra de Oliveira Neto, Gilvania de Sousa Gomes e Luiz Antônio Titton

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 11
124 Processo Experimental em Educacão Visual
Vicente Gil Filho, Elza Emiko Nariyoshi Gil e Eunice Liu,

126 Dramatização como Estratégia de Ensino-Aprendizagem da Disciplina Princípios


de Administração (EACH-USP)
Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias, Natália Cetrulo Molina, Laysce Moura e Amanda Lopes
Evangelista

128 Formação Inicial de Professores de Química com Foco na Promoção da


Argumentação
Ariane Baffa Lourenço, Lamonielli Fagá Michaliski e Salete Linhares Queiroz

129 Melhoria do Aprendizado nas Disciplinas de Organização e Arquiteturas de


Computadores
Cíntia Borges Margi

131 O Cubo Mágico no Ensino da Matemática e do Raciocínio Lógico


Lucy Mari Tabuti, Ricardo Luis de Azevedo da Rocha, Ricardo Nakamura

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação


132 O CEA - Centro de Estatística Aplicada da USP: Uma Experiência que Reúne
Ensino, Pesquisa e Extensão
Lúcia Pereira Barroso

134 Habitação Social: Uma Abordagem Transdisciplinar


Bruno Luís Damineli; Luís Espallargas Gimenez; Márcio Minto Fabricio; Rosana Maria Caram; Telma de
Barros Correia

135 Ensino, Extensão e Interdisciplinaridade em Saúde: A Jornada Cientíica dos


Acadêmicos de Farmácia e Bioquímica
João Victor Cabral-Costa, Beatriz J. Angelo, Caroline A. G. de Abreu, Beatriz L. Bueno, Gabriel P. Roth,
Jeanine G. Vargas, Sabrina Epiphanio, Alice H. Serpentino, Primavera Borelli.

137 Simulação Interproissional no Ensino de Trauma nas Graduações de Medicina e


Enfermagem
Gerson Alves Pereira Júnior, Maria Célia Barcelos Dalri, Renata Karina Reis, Kelly Graziani Giacchero
Vedana, Aline Aparecida Monroe, Cesar Eduardo Pedersoli

139 O Sucesso e seu Preço: A Inluência da Graduação em Biologia no


Desenvolvimento da Personalidade Ética
Caio César Coelho Rodrigues, Giovani Ducatti Moral Gonçalves, Luis Claudio Sturion, Muriel Donzellini
Trombe, Ricardo Leite Camargo

140 Formação dos Proissionais da Saúde para o Trabalho em Equipe: A Experiência


da Disciplina “Prática, Formação e Educação Interproissional em Saúde”
Marina Peduzzi, Fatima Correa Oliver, Ana Claudia Camargo Gonçalves Germani, Celia Sivalli Campos, Eucenir
Fredini Rocha, Yara Carvalho, Juliana Russo Antunes, Nara Letícia Zandonadi de Oliveira

142 Projeto Interdisciplinar de Intervenções Urbanas na Comunidade Portelinha na


Ponta do São Francisco, São Luís – MA
Fabiana Aquino de Moraes Rêgo, José Antônio Viana Lopes, Márcio Henrique Smith Fonseca e Marcio
Rodrigo da Silva Pereira

143 Teoria e Prática Transdisciplinar: Projetos e Políticas na Bacia do Simeão - São


Carlos
Tomás Antonio Moreira, Luciana Bongiovanni M. Schenk, Renato Luiz S. Anelli, Marcel Fantin, Luciano
Bernardino da Costa, Kelen Almeida Dornelles, Priscilla Kakazu

Formação Inicial de professores


145 Os Cursos de Licenciatura (Exatas) na USP: A Reconiguração do Currículo e a
Formação de Professores
Noeli Prestes Padilha Rivas e Glaucia Maria da Silva

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 12
146 A Disciplina de Didática nos Cursos de Pedagogia no Estado de São Paulo: O
que Dizem as Matrizes Curriculares
Cristina Cinto Araujo Pedroso e Noeli Prestes Padilha Rivas

148 Escolas Campo: Formação em Diálogo - Estágios da FEUSP nas Escolas Públicas
Gislaine Oliveira, Jany Elizabeth Pereira, Marina Capusso, Sandra Torquato Bronzate

Jogos didáticos e vídeos para o ensino de graduação


149 Análise do Comportamento e Educação: Jogo de Tabuleiro como Instrumento
Pedagógico
Lucas Roberto Pedrão Paulino; Paula Daniele Ferraresi

150 STOP MOTION como Ferramenta de Ensino em Reconstrução Facial Forense


Alice Aquino Zanin, Marta Regina Pinheiro Flores*, Rodolfo Francisco Haltenhoff Melani

Laboratórios e aulas virtuais


152 O uso da Análise de Sentimentos em Learning Analytics
Renata Lopes Rosa, Graça Bressan, Demóstenes Zegarra Rodríguez

Temas diversos
153 Evasão na Graduação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:
Identiicação e Possíveis Causas
Lucas Anastasi Fiorani, Osvaldo Shigueru Nakao

156 Acompanhamento Longitudinal de Características Sócio Demográicas e


Psicológicas de Estudantes e a Produção de Dados para o Planejamento
Educacional em Cursos de Graduação da Área da Saúde: a Experiência da FMRP-
USP
Maria Paula Panúncio-Pinto, Victor Evangelista Ferraz e Luiz Ernesto de Almeida Troncon

157 A Disciplina Recursos Didáticos em Geociências: Mudanças e Contribuições para


o Ensino de Geociências
C. Bourotte e L. Martins

158 Análise das Atividades Realizadas pelo PET Fonoaudiologia


I.A. Quadros, G.R. Luccas, W.Q. Blasca e G. Berretin-Felix

160 Análise do Rendimento Acadêmico de Alunos Ingressantes ba USP Egressos de


Escolas Públicas Medalistas da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas
Euclydes Marega Junior

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 13
Pôsteres
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
163 Pirâmide Problematizadora: Uma Proposta De Metodologia Ativa De Ensino-
Aprendizagem
Wesley Martins, Elisa Maria Bezerra Maia, Adriana Zilly, Luciana Mara Monti Fonseca, Reinaldo Antonio
da Silva-Sobrinho

163 Educação em Saúde e Comunidade


Cláudia Medeiros de Castro, Jacqueline Isaac Machado Brigagão, Elisabete Franco Cruz, Kátia dos Anjos

164 Pesquisador Protagonista - Ensino E Pesquisa Colaborativas


Lucilene Cury e Maurício Barbosa da Cruz Felício

165 A Inserção Da Estratégia De Ensino E Aprendizagem “Estudo De Caso” Nas


Disciplinas Do Curso De Direito Para Construção De Atitude Prática Crítico-
Relexiva Dos Discentes
Dayane Thomazi Maia; Dimas Siloé Tafelli; Fábio Donha Yarid; Juliana de Almeida Nascimento; Tamirys
Fernandes Mendes

167 Colaborando para as aulas inovadoras sobre Usabilidade Móvel


Renata Pontin de Mattos Fortes, André de Lima Salgado, Helena do Amparo Teixeira Aravechia, Ana Paula dos Reis
Lima, Rafael Rozendo da Silva, Gustavo Santos Schimiti, Raphael de Andrade Morraye e Caue Pereira Cermak

168 Avaliação Objetiva e Estruturada de Habilidades Clínicas (OSCE) em Farmácia:


Percepção dos Graduandos Sobre os Métodos Avaliativos
Rutinéia de Fátima Micheletto, Márcia Mendes Ruiz Cantano e Regina Célia Garcia de Andrade

168 Aplicação Da ABP Por Meio De Elaboração De Projeto Interdisciplinar A Alunos


Ingressantes Do Curso De Engenharia Ambiental Da EEL-USP
Danúbia Caporusso Bargos; Graziela Zamponi

169 Precisamos Falar Sobre O Seminário Na Faculdade De Direito: Propostas Para


Um Ensino Participativo
Ariel Engel Pesso

170 Engenharia de Biossistemas: Grupo de Estudos com a Missão de Ensinar com


Pesquisa
Fabrício Rossi; Tamara Maria Gomes

170 Adote uma Bactéria na Odontologia – Ampliando Horizontes do Ensino de


Microbiologia
M.A.F. Piantola, A.C.R. Moreno, R.A. Santos, H.A. Matielo, T.F. Floriano, T.A. Silva, R.F. Souza; L.C.S. Ferreira;
e R.C.C. Ferreira

171 Ensino Baseado em Projetos: Experiências e Aprendizados de 11 Anos de


Estratégia de Aprendizado Cooperativo no Curso de Engenharia de Alimentos da
Universidade de São Paulo
Fausto Makishi, Rogers Ribeiro, Alessandra Lopes de Oliveira e Cynthia Ditchield

172 Relexões e Possibilidades do Ensino da Técnica Anestésica em Graduação de


Odontologia sob a Ótica Construtivista
Alex de Freitas Rodrigues, Andrea Barros Tolentino, Neide Pena Coto, Oswaldo Crivello-Junior

173 Ateliê da Alimentação: Uma Experiência de Ensino do Aluno de Graduação na


Atenção Primária à Saúde
B. Ramos, G.F. Di Biagio, M.M. Machado e M.T.B. Fernandes

174 O Programa de Formação de Professores e o Clube de Matemática, Ciências e


Geograia: Um Projeto para Formação de Professores
Afonso Martins Andrade

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 14
175 Terapia Ocupacional e Metodologias Participativas: Integração Ensino e Serviço
Territorial de Atenção à Saúde
Marta Aoki, Vanessa Andrade Caldeira, Fátima Corrêa Oliver

176 Inovação de Ensino em Experimentação Agrícola: Experiência em Sala de Aula


Débora Maria Ferreira Canuto, Reinaldo Silva de Oliveira

176 Experiências sobre o Ensino de Computação Aplicada á Engenharia por meio de


Metodologias Ativas
Fabiano Fernandes Bargos e Wendell de Queiróz Lamas

177 Simulação Clínica com Recursos da Dramatização – Ganhos Percebidos por


Estudantes: Revisão Sistemática
Elaine Cristina Negri; Alessandra Mazzo

178 Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem: Abordagens e Experiências em Disciplinas


Teórico-Experimentais da Área de Química Analítica Instrumental
Julie Paulín García, Deyber Arley Vargas Medina, Álvaro José dos Santos Neto

179 O Impacto do PBL na Formação de um Monitor


Nadjila T Machado, Ivana Brito e Eunice A. Silva

180 LEGOs in Cell and Tissue Biology: Learning by Creating


Matthew Thomas Ferreira, M. Lopes e M.I. Borella

180 Ensino Prático e Integrado de Eletrônica e Programação de Computadores


Empregando o Microcontrolador Arduino
Rodrigo T. Menezes, Giovani T. Azevedo, Denis V. Bernardes, Lukas A. Costa, Carlos Y. Shigue

181 Utilização de Metodologias Ativas no Ensino Epidemiológico de Dengue


João Henrique de Morais Ribeiro, Érica Gomes Pereira, Eloá Otrenti, Suely Itsuko Ciosak

182 Construção do Conhecimento (PBL): – Técnica Interproximal -Erros Radiográicos


P.C.A. Watanabe, L.C. Pardini, M.R. Bianchi, R. Barban e A.J. Camargo

183 Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) com Suporte da Aprendizagem


Cooperativa: Metodologias de Ensino Aplicadas à Disciplina de Resíduos Químicos
Mayumi S. Kawamoto, Maria Olímpia de Oliveira Rezende

184 Fazendas Típicas Aplicadas ao Ensino de Administração Agrícola


S. De Zen, M.D. Iguma, M. Crespoline dos Santos e G.R. Ribeiro

184 Estágio Voluntário: Uma Experiência de Ensino para a Gestão da Água e


Tecnologias de Irrigação em Nível de Parcela
Maria Alejandra Moreno Pizani, Asdrúbal Jesús Farías Ramírez, Maritza Maria Romero Barrios

185 Disciplinas Optativas: Oportunidades de Vivências e Aprendizado


Aline Piruna Martins dos Santos, Fernanda Campos de Almeida Carrer, Maria Ercília de Araujo, Reinaldo
Brito e Dias, Neide Pena Coto, Juliana Rodrigues Almeida, Cleusa Aparecida Campanini Geraldini, Dorival
Pedroso da Silva

186 Grupo Vivencial de Sonhos com Estudantes de Psicologia da USP


Pauline de Mello Martines e Laura Villares de Freitas

187 Ensino de Neurociências – Teoria e Prática


Luiz Menna-Barreto e Evany Bettine

188 A Construção de Documentários como Prática Pedagógica: O Território como


Objeto de Estudo
Henrique Rizzo, Fernanda Campos de Almeida Carrer, Julie Silvia Martins, Andrea Melani, Maristela
Cayetano, Maria Ercilia de Araujo

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 15
189 Contribuição para a Aprendizagem Através da Interação de Estudantes em
Diferentes Níveis de Ensino
Patricia Angélica Alves Marques, Juliana Zucolotto, Maria Alejandra Moreno Pizani, Stephanie do Carmo,
Hugo Thaner dos Santos, Giovanni Bruno Papa, Jessica Camila Miranda Cardoso, Yane Gabrielle dos
Santos Iácope, Maria da Penha Tubardini, Vânia Galindo Massabni

189 Projeto Desaio: Dinamizando o Ensino-Aprendizagem das Relações Públicas


Ana Cristina da Costa Piletti Grohs e Maria Aparecida Ferrari

190 A Disciplina EFB0101 no Campus USP de Bauru


Alexandre Sassaki Rosa

191 Estudo de Métodos Educacionais


Gaspar Sortino

191 Mapas Conceituais como Instrumento Didático no Curso de Ciências Contábeis:


Análise da Percepção Discente
Elisabeth de O. Vendramin, João P.R. de Lima, Raissa S. de Farias e Adriana M.P. de Araújo

192 Desenvolvimento de Atividades Práticas como Recurso de Ensino-Aprendizagem


nas Disciplinas de Engenharia
Lucrécio Fábio dos Santos

193 O Valor de Simuladores Artesanais no Treinamento de Alunos do Curso de


Medicina Veterinária para Detecção Ultrassonográica de Corpos Estranhos
Radiotransparentes
Carolina Mariano Beraldo, Érika Rondon Lopes, Maria Cristina Ferrarini Nunes Soares Hage

193 Dispositivo para a Exibição do Índice Ultravioleta Baseado no Princípio de


Persistência da Visão
Fabrício. de A. Brito; Felipe M. da Silva; Guilherme A. Momesso; Zhi M. Mar; Liliane Ventura

Tecnologias como recurso didático


195 Tecnologia da Informação em Disciplinas de um Curso de Graduação em
Administração
Catarina Barbosa Careta e Caio Cesar Coelho Rodrigues

196 Ensino e Tecnologia: Uma Ferramenta para Avaliação de Ações Educativas


Wesley Martins, Adriana Zilly, Luciana Mara Monti Fonseca, Paulo César Morales Mayer e Reinaldo
Antonio da Silva-Sobrinho

197 Experiência com o Uso das Ferramentas Questionário e Wiki da Plataforma


Moodle em Curso Optativo na Engenharia de Petróleo
Jean Vicente Ferrari

197 Experiência do Uso do Facebook como Ferramenta Pedagógica para Disciplina


de Irrigação
Marcos Antonio Correa Matos do Amaral, Rubens Duarte Coelho e Sérgio Nascimento Duarte

198 Ensinando Jovens a Pensar na Juventude: A Diversidade da Tecnologia


Educacional como Forma de Respeito à Diversidade Individual
Dafne Herrero, Ivan França Junior

199 Animações Baseadas no Software Powerpoint como Recurso Didático no Ensino


de Química
Marcos Canto Machado, Marcos Yassuo Kamogawa

200 A Educação em Saúde de Crianças com Diabetes Mellitus Tipo 1 e sua Família:
Desenvolvimento Participativo de Tecnologia para a Aprendizagem
Priscilla Ramos de Queiroz Amaral, Luana Silva Bernardo, Valéria de Cássia Sparapani, Lucila Castanheira
Nascimento, Luciana Mara Monti Fonseca

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 16
201 Análise de Estilos de Vídeos-Aulas Utilizadas em MOOCS
Thiago T. Varella, Jéssica Silvério, Giuliano S. Olguin e Antonio C. Seabra

201 Material Didático como Ferramenta de Ensino para Capacitação de


Fonoaudiólogos e Preparação de Cuidadores (Elaboração, Aplicação e Avaliação)
Caroline Antonelli Mendes; Ana Caroline Zentil Polzin; Gabriela Zuin Ferreira; Thais Alves Guerra; Letícia
Fabiano Oliveira; Luciana Paula Maximino; Jeniffer Cássia Rillo Dutka; e Maria Inês Pegorarokrook

202 “Learning Analytics” para os Moodles da USP


Ewout ter Haar, Vinícius dos Santos Ignácio, Matheus Getaruck, Théo Garcia de Andrade Lapido

203 Coleta de Sangue a Vácuo em Modelo Anatômico, Simulador de Realidade


Virtual e Situação Real: Avaliação de Graduandos em Enfermagem
Simone de Godoy, Isabel Amélia Costa Mendes, Leila Maria Marchi-Alves, Adrielle Naiara Toneti, Valtuir
Duarte de Souza Junior, Paula Cristina Nogueira

204 Uso da Digitalização e Bioimpressão 3D para Desmitiicar e Divulgar o Ensino


da Anatomia Animal na FMVZ/USP
Beatriz Laura Rojas Gouveia, Brenda Mendonça De Alcântara, Brunna Pereira Saragiotto, Érica Esther
Domanski Baumel, Janaina Santos Ferreira, João Vinicius Pacheco Bertti, José Carlos Rosa Júnior,
Leonardo Henrique Dias Tazawa, Nathália da Silva Ramos Elias, Paulo Ramos da Silva Santos, Franceliusa
Delys de Oliveira, Antônio Chaves de Assis Neto

205 Relato de Experiência na Realização de Workshops Simulados Direcionados aos


Graduandos e Proissionais de Enfermagem
Beatriz Maria Jorge, Alessandra Mazzo, Juliana Constantino Franzon, Rachel Cristina Rodrigues dos
Santos, Laís Fumincelli, Cezar Kayzuka Cotta Filho, Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida

206 Peril dos Docentes em Formação quanto ao Uso de Ambientes Virtuais na Sala
de Aula
Maria Gabriela Cavalheiro, Kaique Cesar de Paula Silva, Bruna Tozetti Alves, Francely Tineli Farinha,
Gesiane Cristina Bom, Maria de Lourdes Merighi Tabaquim, Maria Aparecida Miranda de Paula Machado

207 Sala de Aula e Mídias Sociais: Um Diálogo Possível?


Anna Flavia de Souza Silva; Sandra Helena da Cruz

207 Inserção de Geotecnologias no Ensino de Turismo: Inovações Didáticas nas


Aulas Teóricas e Práticas da Disciplina de Dimensão Espacial do Turismo
Grislayne Guedes Lopes da Silva, Fábio Alves Ortiz, Reinaldo Miranda de Sá Teles

208 Material de Apoio Didático para a Formação de Professores em Licenciatura


Semipresencial
Enos Picazzio, Sonia Maria Vanzella Castellar

209 Uso do Software Livre Scilab para Modelagem Computacional


César Henrique Comin, Luciano da Fontoura Costa

210 O Uso da Tecnologia como Recurso Didático: Um Levantamento dos Documentários


de Divulgação Cientíica Desenvolvidos por Alunos de Graduação no Estado de São
Paulo
Daniela Dias Gomide, Izabel Cristina Rossi Landro, Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin,
Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, José do Carmo Teodoro Junior, Mariana Hortolani Rodrigues,
Wanderleia Quinhoneiro Blasca

211 A Tecnologia como Recurso em Programas de Educação em Saúde para Jovens


de Escolas Públicas
Izabel Cristina Rossi Landro, Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin, Daniela Dias Gomide,
Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, José do Carmo Teodoro Junior, Mariana Hortolani Rodrigues,
Wanderleia Quinhoneiro Blasca

212 O Exercício da Escrita por Meio da Elaboração do Portfólio e o Uso do Moodle


no Ensino de Graduação em Enfermagem
Luciane Sá de Andrade, Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves e Marta Angélica Iossi Silva

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 17
213 Academia Digital
Dalmo Roberto Lopes Machado

214 Vídeos, Software e Website como Recursos Didáticos numa Disciplina sobre
Percepção e Psicofísica em um Curso de Psicologia
Gabriel Arantes Tiraboschi e Sérgio Sheiji Fukusima

215 Educação, Softwares Livres e Estruturas de Poder: Uma Análise Social do Trato
com Tecnologias de Informação na Educação Brasileira
Diego dos Santos Ferrari Lopez

216 Uso de Mapas Conceituais como Instrumento Didático no Curso de Ciências


Contábeis: Análise da Percepção Discente
Elisabeth de Oliveira Vendramin, João Paulo Resende de Lima, Raíssa Silveira Farias e Adriana Maria
Procópio de Araujo

217 Proposta da Criação de um Ambiente na Plataforma Moodle sobre o Sistema


Vestibular: Relato de Experiência
Bárbara Camilo Rosa, Thaís Saters, Gabriele Ramos de Luccas, Amanda Maffei, Bruna Camilo Rosa,
Daniela Monfredini, Giuliana Delladona, Valdirene Silva, Giédre Berretin-Felix

218 Desenvolvimento de um Blog como Apoio a um Curso de Atualização Online


para Enfermeiros Sobre o Ambiente Sensorial nas Unidades Neonatais
Fernanda Salim Ferreira de Castro, Manuel Ángel Calvo Calvo, Luciana Mara Monti Fonseca

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo


219 Vivências de Campo e Interfaces Tecnológicas: O Facebook como Suporte ao
Ensino de Lazer e Turismo
Thiago Allis

220 Percepção do Aluno de Graduação em Odontologia Frente à Atividade


Laboratorial de Diagnóstico de Lesões de Cárie Dentária: Estudo Randomizado e
Controlado
Fernanda Rosche Ferreira, Maria Eduarda Franco Viganó, Isaac Murisi Pedroza-Uribe, Elisabeth de
Souza Rocha, Isabela Floriano, Daniela Prócida Raggio, Marcelo Bonecker, José Carlos Imparato, Fausto
Medeiros Mendes, Mariana Minatel Braga

221 Parques Urbanos e seus Usos: Construindo um Campo de Análise em Lazer e


Turismo
Reinaldo Pacheco e Sidnei Raimundo

222 Experimentos com Geradores e Circuitos em Corrente Alternada


Carlos Renato Menegatti, Giovani Teixeira de Azevedo, Carlos José Todero Peixoto

222 Ensino de Interpretação Radiográica Odontológica uma Experiência de 45


Anos
Ana Lúcia A. Capelozza, Isabel R. F. R. Bullen, Cássia M.F. Rubira, Paulo S.S. Santos e José H. Damante

223 Atividades Baseadas em Problemas como Complemento Importante ao


Aprendizado Tradicional da Disciplina de Laboratório de Físico-Química
Lucas Henrique Eiras dos Santos e Artur de Jesus Motheo

224 Metodologia de Apoio a Melhoria de Processos Organizacionais em um Hospital


Público Através da Integração Universidade Empresa
Eduardo Ferro dos Santos; Suzana Wirthmann Trovó; Marcos Antônio Carvalho Pereira; Messias Borges
da Silva; Maria Auxiliadora Motta Barreto

225 Avaliação do Emprego de Radiograia Digital no Ensino de Graduação da FORP/


USP
Fabiana Almeida Curylofo-Zotti, Gabriela Jayme, Plauto Christopher Aranha Watanabe, Silmara
Aparecida Milori Corona

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 18
225 Conhecendo o Territorio na Estratégia de Saúde da Família
S.F. Mestriner, W. Mestriner Jr., M.G.C. Watanabe e F. Silveira

226 Campo-Escola São Paulo: Estudo das Condições Necessárias para o


Estabelecimento de um Campo para Atividades Didáticas de Exploração e
Produção de Petróleo
Vitor Emanoel Siqueira Santos, Hirdan Katarina de Medeiros Costa, Edmilson Moutinho dos Santos,
Ricardo Cabral de Azevedo

227 Projeto “Huka Katu” - Conhecimentos, Saberes e Estratégias (Aprendizados) no


Âmbito do Subsistema de Saúde Indígena
Wilson Mestriner Jr, Soraya Fernandes Mestriner, Marlívia de Carvalho Watanabe, Luana Pinho de
Mesquita

228 Uso de Serious Game como Ferramenta Auxiliar para Ensino de Conceitos de Saúde Auditiva
em Projeto Desenvolvido por Alunos do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de
Odontologia de Bauru
Mariana Hortolani Rodrigues, Alan Vitor Ostanik, Daniela Dias Gomide, Izabel Cristina Rossi Landro,
Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin, Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, José do Carmo
Teodoro Junior, Wanderleia Quinhoneiro Blasca

228 Institucionalização do Modelo Educativo de Formação Interproissional


Simone Rennó Junqueira, Celso Zilbovicius, Yara Maria de Carvalho, Samuel Cecconi, Mariana Cipullo
das Neves, Karina Cerf, Karyna Leme Roque, Lígia Ferreira Gomes

229 Laboratório de Fotojornalismo


Wagner Souza e Silva

230 Método de Ensino do Radiojornalismo na USP – Estudo De Caso Sobre o


Programa “Você No Esporte”
Carlos Augusto Tavares Júnior, Luciano Victor Barros Maluly

230 O Uso das Redes Sociais e Aplicativos como Recursos Colaborativos de


Aprendizagem no JornalLaboratório Jornal do Campus
Alexandre Barbosa

Elaboração, aplicação e avaliação de materiais didáticos


231 Construção e Implantação dos Laboratórios de ensino de física na Escola de
Engenharia de Lorena em parceria com o Instituto de Física de São Carlos e a Pró-
Reitoria de Graduação da USP
Carlos José Todero Peixoto e Carlos Renato Menegatti

232 A Matemática e a Formação de Pedagogas: a Ausência de Autores com Formação


Matemática em Publicações para o 1o Ciclo do Ensino Fundamental
Afonso Martins Andrade

233 Coleção Temática de Minerais: Formação Teórica versus Prática Docente


Gianna Maria Garda

234 Comunicação Discente Durante o Processo de Avaliação: Inluências na


Convergência das Respostas
Luiz Eugenio Nigro Mazzilli; Mary Caroline Skelton Macedo; Rogério Nogueira de Oliveira

234 Produção Coletiva de Material Didático no Ensino de Pacote Estatístico na


Análise de Dados: Relato de Experiência
Gabriela dos Santos Buccini; Denise Pimentel Bergamaschi

235 Repositório de Odontologia - Banco de Bens Educacionais FOUSP


Mary Caroline Skelton Macedo; Maria Sebastiana Verônica Costa Ramos; Maria Claudia Pestana; Fabio
Kakuta; Robson Brandão; Jonatas Pontes; Leandro Costa, João Humberto Antoniazzi

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 19
236 Possibilidades e Desaios na Aplicação de uma Sequência Didática sobre as
Fases da Lua para os Anos Finais do Ensino Fundamental
Ester Aparecida Ely de Almeida e Elysandra Figueredo Cypriano

236 Representação Algébrica como Auxiliar e Complementar da Abordagem por


Gráicos da Teoria Macroeconômico Keynesiana de Curto Prazo
José R.N. Chiappin

237 Aprendendo a Ensinar Sistemas Operacionais


Paulo Sérgio Lopes de Souza, Sarita Mazzini Bruschi

Avaliação e indicadores de aprendizagem na graduação


239 Desenvolvimento de Rubrica Online para Avaliação de Competências Gerenciais
na Graduação em Enfermagem
Marta Cristiane Alves Pereira, Yolanda Dora Martinez Évora, Carlos Alberto Seixas, Sandra Aparecida
Bento, Chris Mayara dos Santos Tibes, ,Ursula Marcondes Westin

240 Peril de Adesão Discente ao Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA) no


Curso de Graduação da FCF-USP
Fernanda Pereira Zapparolli, Rosario Dominguez Crespo Hirata

241 Avaliação Global de Disciplina versus Médias Finais


Gianna Maria Garda

241 Avaliação Continuada da Docência, por Disciplina, pelo Estudante de Graduação


Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro, Lia de Alencar Coelho

242 Instrumento de Avaliação do Continuum de Autodeterminação de Alunos do


Ensino Superior
Lisliê L. Vidal, Edna R. C. Neves

243 “Conhecer, Avaliar, Melhorar! Uma alternativa de Avaliação de Cursos”


Arlindo Ornelas Figueira Neto, Bruna Magalhães Kater, Carolina Reis Gaudêncio, Felipe Rodrigues de
Freitas, Gabriel Furlan Passos, Laura Hanek de Albuquerque Ferreira Pinto e Sergio Barbosa Júnior

244 Teste de Progresso nos cursos de Odontologia do Estado de São Paulo


Mary Caroline Skelton-Macedo; Elaine Quedas Assis Boger; Marco Antonio Manfredini; Cláudio Miyake

245 A Percepção dos Ingressantes de Odontologia sobre o Cuidado em Saúde


Camille Rudoi Batista, Dorival Pedroso da Silva, Mariana Gabriel, Brunna dos Santos, Dalton de Paula
Ramos, Maria Ercilia de Araujo, Fernanda Campos de Almeida Carrer

245 Percepção do Ensino de Periodontia por Alunos de Graduação Após


Implementação de Novo Currículo
M. Vertuan, C.A. Damante, I.A. Hallgren, S.L.A. Greghi, A.C.P. Sant’Ana, M.L.R. Rezende e M.S.
RagghiantiZangrando

246 Aperfeiçoando Competências com Automatização de Tarefas


Fabriciu Alarcão Veiga Benini

247 A Inluência do Estágio Curricular na Formação Discente na Universidade de


São Paulo
Adaci Aparecida Oliveira Rosa da Silva e Asa Fujino

Experiências em mudanças curriculares


248 Lei 10.639/03: Uma Análise Curricular da Formação Inicial do Professor de
Literatura da Educação Básica (Primeiras Leituras)
Denise Cenci

249 Inclusão de BIM e PBL em Nova Disciplina da Engenharia Civil


Jacqueline Vergely Ferreira, Sérgio Leal Ferreira

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 20
250 Experiência de Graduandos na Clínica Ampliada de Saúde Bucal: Um Olhar para
Além do Dente
Carolina Rogel de Souza, Carlos Botazzo, Graciela Soares Fonsêca, Fabiana Schneider Pires, Simone
Rennó Junqueira, Brunna Rodrigues Machado Dos Santos, André Serra Da Clara, Eduardo Felipe De
Souza Pinheiro, Diego Santos Manarão

251 Reformulação da Matriz Curricular do Curso de Medicina Veterinária da


Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
Eliana Reiko Matushima, Sílvia Renata Gaido Cortopassi, Mayra Elena Ortiz Ávila Assumpção, Wilson
Roberto Fernandes, Francisco de Palma Rennó, Rodrigo Martins Soares

252 Estamos Fazendo nosso Dever de Casa? Uma Análise da Matriz Curricular dos
Cursos de Engenharia de Alimentos no Brasil
Vivian-Lara Silva; Fausto Makishi; Marcus Magossi; Izabel Cristina Freitas Moraes; Carmen Silvia Fávaro
Trindade; Paulo José do Amaral Sobral

252 Perspectivas de Estudantes sobre a Atuação na Área de Terapia Ocupacional


em Saúde Mental: Subsídios para o Aprimoramento das Atividades Práticas
Curriculares
Leonardo Martins Kebbe

253 A Educação Ambiental em Busca de uma Universidade Sustentável: Os Caminhos


para a Curricular do Ensino Superior
Larissa Cardillo Acconcia Dias; Luciana Bongiovanni Martins Schenk

254 Fundamentos Biológicos


Luiz Menna-Barreto, Mário Pedrazzoli Neto, Michele Schultz, Ivana Brito e Fabiana S. Evangelista

255 Gestão Educacional: Monitoramento das Disciplinas Obrigatórias no Curso de


Nutrição
Cláudia Maria Bógus, Ana Maria Cervato Mancuso, Milene Vancini, Beatriz Pancotto

256 O Processo de Reestruturação Curricular do Curso de Graduação em Farmácia-


Bioquímica da FCFRP-USP
Márcia M.R. Cantano e Sérgio de Albuquerque

256 Proposta Conceitual de um Centro de Pesquisa em Educação e Aprendizagem


para Engenharia (CEPEDAPE)
Luís Carlos Passarini; Nídia Pavan Kuri

258 Ciclo Continuo de 7 Fases para Aprimoramento do Ensino e Aprendizagem de


Engenharia
Luís Carlos Passarini

259 Seria o Momento de Alterar a Divisão dos Cursos Relacionados à Computação?


Maurício Acconcia Dias

260 Projetos Interativos na Graduação de Educação Física


Lívia Cristina Toneto, Everton Crivoi do Carmo

Esportes e demais práticas corporais no ensino de graduação


261 Peril, Alterações nas Capacidades Físicas e Composição Corporal dos
Participantes da Disciplina Aspectos Biodinâmicos da Prática Esportiva I 2015 –
Campus São Carlos
Gizele de Cássia Martins, Andreza Marques Simões de Oliveira e Evert Bacchini

262 O Movimento Corporal no Processo de Aprendizagem


Maria José Camila Piffer Nunes e Marcelo Campos Tiago

263 Odontologia do Esporte: Uma Disciplina Optativa Completando 10 Anos de


Sucesso
Daniela Cunha Oliveira, Ayran Luzzi di Fonzo, Andrea Barros Tolentino, Reinaldo Brito e Dias, Cleusa
Aparecida Campanini Geraldini, Dorival Pedroso da Silva, Neide Pena Coto

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 21
263 Criação de Jogos: Relato de uma Experiência Com Alunos do Curso de Educação
Física e Saúde
Mariana Harumi Cruz Tsukamoto, Fabiana Guedes e Mauro Henrique André

264 A Tripla Docência e a Educação Física no Cieja: Contribuições Importantes para


a Futura Docência
Marcos R. das Neves e Beatriz Ribeiro

264 A Disciplina EFB0101 no Campus USP de Bauru


Alexandre Sassaki Rosa

265 Corpo e Consciência Jurídica: Um Corpo Reconhecendo o Outro


Bruno Garrote Marques

266 Efeitos da Tematização das Práticas Corporais com o Auxílio das Novas TIC no
Processo de Subjetivação dos Licenciandos
Marcos Garcia Neira

268 Análise Biomecânica do Joelho de Jogadores de Futsal Proissional: Comparação


entre Testes Funcionais e Correlação com Desempenho no Dinamômetro
Isocinético
Arthur Manzini Vieira e Paulo Roberto Pereira Santiago

Experiências em sala de aula


268 Teorias e Práticas da Leitura em Sala de Aula – As Diferentes Facetas do Ato de Ler
Thiago Mio Salla

269 Consulta ao Descritores em Ciências da Saúde: Uma Experiência em Sala de Aula


Patrícia Ribeiro Mattar Damiance, Evete Polidoro Alquati, Leila Maria Vieira e José Roberto de Magalhães
Bastos

270 Proposta de Abordagem Motivacional em Bioquímica Básica para Alunos de


Odontologia
Maria Carolina Bonjovanni de Paiva, Ana Carolina dos Santos Ré, Erika Reiko Hashimoto Kawakita,
Romena Sanglard Silveira, Jennifer Mayumi Hashimoto, Renata Sant’Anna Consiglieri, Giovani Vargas
Rechia, Carem Gledes Vargas Rechia, Carolina Patrícia Aires

271 A Relação Professor/Aluno e o Estagiário PAE em Sala de Aula


Jacqueline Mary Gerage, Sandra Helena da Cruz

272 A Dialética entre Criação Arquitetônica e Desenho Paramétrico: Experiências


Didáticas
Thiago H. Omena, Arthur H. Lara e Cláudia T. de A. Oliveira

272 Libras como Língua de Interlocução: Usos e Ensino


Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez

273 Oicina de Treinamento para o Preparo de Alunos para Identiicação da


Hipernasalidade de Fala
Thais Alves Guerra; Gabriela Aparecida Prearo; Mariana Jales Felix Silva-Mori; Maria Inês Pegoraro-
Krook; e Jeniffer de Cássia Rillo Dutka

274 Habilidades Sociais Comunicativas dos Universitários na Relação Interpessoal com


Colegas e Professores
Márcia Terezinha van Melis e Dagma Venturini Marques Abramides

275 A Caracterização Ambiental Dentro (e Fora) da Sala de Aula


Marco Aurélio Soares de Castro e Maria Clara Fava

276 Utilização de Dispositivos de Interatividade no Ensino de Graduação da


Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
Lucas Ribeiro Teixeira, Ana Carolina Fragoso Motta, Christiano Oliveira-Santos, Silmara Aparecida Milori
Corona, Fábio Lourenço Romano, Maria José Alves da Rocha

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 22
276 Experiência de Docência Através da Monitora na Disciplina de Morfologia e
Anatomia de Plantas Vasculares (BIB – 313)
Antônio Azeredo Coutinho Neto

277 Gestão de Projetos em Gerontologia: Praticando em Sala de Aula


Maria Luisa Trindade Bestetti, Tássia Monique Chiarelli

278 Ensino de Morfologia Vegetal: Da Aula Expositiva à Participativa


Marcilio de Almeida, Eveline Calderan Meneghetti, Vânia Galindo Massabni

279 Desenvolvimento de Módulos Demonstrativos de Instrumentação e Controle


de Variáveis de Processos para Ensino em Sala de Aula
Arnaldo Márcio Ramalho Prata

280 Avaliação no Ensino Superior: Proposta de Uso do Portfólio como Instrumento


Avaliador em Educação Ambiental
Denise de La Corte Bacci

281 Atributos que Caracterizam um Bom Modelo Proissional (role model) em


Terapia Ocupacional: Produzindo Dados para a Gestão Educacional em Saúde
Luciana Costa Silva, Maria Paula Panúncio-Pinto e Luiz Ernesto de Almeida Troncon

281 Clínica Ampliada de Promoção de Saúde: O Ensino Baseado no Território


Mariana Gabriel, Cristiane de Aguiar, Victória Niz Varela Chagas, Amanda Costa Rodrigues, Tainá Mautone
Caetano, Carollina Ruiz Rodrigues, Ana Lucia Correa Figueiredo, Fernanda Campos de Almeida Carrer

282 Avaliação da aprendizagem: A Metodologia Cientíica na Faculdade de


Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP)
Paulo Roberto da Silva, Márcia Cristina Lopes, Lúcia Maria S. V. Costa Ramos, Maria Cláudia Pestana,
Vânia M. B. de Oliveira Funaro, Glauci Elaine Damasio Fidelis, Edgard Michel Crosato, Maria Gabriela
Haye Biazevic

283 Capacitação Didática na ECA-USP: A Experiência no PAE


Simone Alves de Carvalho, Liliane Moiteiro Caetano, Tariana Machado Brocardo

284 Experiência da Abordagem do Professor Relexivo no Ensino de Genética


L.S. Menegatto

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação


285 O Ensino da História da Ciência: Um Estudo de Caso da Institucionalização da
Genética no Brasil (1934-1960)
Dayana de Oliveira Formiga

286 O Desaio da Interdisciplinaridade para o Ensino da Abordagem Qualitativa de


Investigação em Nutrição
Paula Galdino Cardin de Carvalho; Cristiane da Silva Cabral; Érica Peçanha do Nascimento

287 Introduzindo o Design de Interação no Curso de Editoração: Criatividade na


Concepção de Produtos Editorias Digitais de Última Geração
Maria Laura Martinez

288 Relato de experiência de alunos da Liga de Simulação Clínica e Tecnologia


Mateus Henrique Gonçalves Meska, Alessandra Mazzo, Leonardo Orlandin, Anaísa Bianchini, Cristiano
Alves Santos, Fernanda Berchelli Girão Miranda

289 Vivências Clínicas em Tratamento Interdisciplinar Intensivo em Clínica Escola


em Ambiente Hospitalar
Gabriela Zuin Ferereira, Ana Caroline Zentil Polzin; Caroline Antonelli Mendes; Thais Alves Guerra; Laura
Graziela Peruchi; Luciana Paula Maximino; Maria Inês Pegoraro-Krook; Jeniffer de Cassia Rillo Dutka

290 Simpliicação da Técnica de Prova dos Dentes Artiiciais em Próteses do Tipo


Protocolo em Mandíbula
Mônica Danielle Ribeiro Bastos, V. Pedrazzi e Paulo Linares Calei

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 23
291 Integração entre diferentes níveis de educação do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
Reinaldo Silva de Oliveira1, Débora Maria Ferreira Canuto2

291 Ensino de Desenvolvimento de Jogos para Turmas Mistas de Alunos de


Engenharia e Design
Ricardo Nakamura

292 Percepções sobre o Ensino e Aprendizagem da Mecanização Agrícola no Curso


de Engenharia Agronômica
Leandro M. Gimenez

293 Processo de Destilação: Contextualização de um Mesmo Tema para Alunos de Diferentes


Formações (Engenharia Química e Química)
F.M. Penha e M. Teles Dos Santos

294 Multidisciplinaridade e Interdisciplinaridade na Formação de Proissionais da


Saúde: A Realidade dos Cursos de Graduação da FMRP-USP
Marcelo Riberto e Maria Paula Panúncio-Pinto

295 A Educação Ambiental enquanto Disciplina para o Curso de Ciências Biológicas na FFCLRP/
USP: Um Estudo de Caso
Fernanda da Rocha Brando, Gabriela Cristina Sganzerla Iglesias, Giselle Alves Martins e Silvia Sayuri
Mandai

Tutoria acadêmica
296 Relexões Sobre A Relação Aluno-Educador/Tutor No Curso Semipresencial De
Licenciatura Em Ciências Da USP
Marcos Canto Machado, Gianni Queiroz Haddad, Felipe Morais Del Lama, Rosebelly Nunes Marques

296 CoC Bacharelado e CG da EEUSP como Instâncias de Acompanhamento dos


Estudantes de Enfermagem
Célia Maria Sivalli Campos, Cecília Helena de Siqueira Sigaud, Valéria Marli Leonello, Aurea Tamami
Minagawa Toriyama, Paula Cristina Nogueira

297 Tutoria em Curso de Formação à Distância de Pesquisadores em Álcool e Outras


Drogas Psicoativas: Relato de Experiência de Pós-Graduandos junto à Escola de
Enfermagem de Ribeirão da Preto da USP
Anna Maria Meyer Maciel Rodríguez, Anderson Vulczak, Fernanda Capella Rugno, Jéssica David Dias, Rafael
Rodrigues Dias, Edilaine Cristina da Silva Gherardi Donato, Margarita Antônia Villar Luis

298 O Programa de Tutoria como Espaço para Formação dos Professores-Tutores


do Curso de Farmácia-Bioquímica da FCFRP-USP
Márcia Mendes Ruiz Cantano

Formação Inicial de professores


299 Professor, Pibidian@S E Alun@S: Construindo Currículos De Educação Física Na
Perspectiva Cultural
Pedro Xavier Russo Bonetto, Carol Rodrigues Cunha, Larissa Ferreira da Silva, Karina Andrade e Adriana
Martins

300 O PIBID Pedagogia Implicações na Formação dos Estudantes de Pedagogia


Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez e Marcos Garcia Neira

301 Núcleo de Avaliação Institucional da FEUSP: Estágio, Formação e Ação em Escolas Públicas
Renato Melo Ribeiro, Afonso Martins Andrade

301 Formação inicial de professores para a educação de surdos na produção cientíica


na Pós-Graduação
Melaine Duarte Ribeiro Muttão, Ana Claudia Balieiro Lodi

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 24
302 O Programa de Formação de Professores e a Pós-Graduação: Estabelecendo
Pontes entre a Pós-Graduação e a Escola Pública
Afonso Martins Andrade, Renato Melo Ribeiro

303 A Avaliação e o Currículo Cultural de Educação Física: Recalculando a Rota


Marcos Garcia Neira, Arthur Müller, Renan Moser, Mariana Freire, Milena Andrade Toschi

304 Brincadeiras no Currículo Cultural: Uma Experiência de Formação de Professores


Marcos Garcia Neira, Dayane Maria de Oliveira Portapila e Priscila Sales Luz

305 Lutando Contra os Preconceitos:


305 Uma Experiência de Formação de Professores no Âmbito do PIBID
Marcos Garcia Neira Alessandro Marques da Cruz

306 O Trabalho Colaborativo para a Construção de Práticas Corporais Inclusivas: O PIBID no CIEJA
Aluna Jessica Nunes Herculano
Marcos Garcia Neira, Jacqueline Cristina Jesus Martins, Matheus Rodrigues Pesso Salgado, Sheila Perina,
João Luís de Abreu Vieira, Stefi Lorena Pesso Salgado e Ana Paula Vicente Ferreira

307 As Disciplinas de Psicologia nos Cursos de Formação de Professores


Edna Rosa Correia Neves e Rogério Elias Marim

307 O Papel do PIBID na Formação de Professores


Marcos Garcia Neira, Felipe Nunes Quaresma, Aline Aparecida Gama Vieira e Juliana Saes Ferreira

308 O Programa de Aperfeiçoamento de Ensino e a Formação Docente de Pós-Graduandos


João Henrique de Morais Ribeiro, Érica Gomes Pereira, Eloá Otrenti, Suely Itsuko Ciosak

309 Ética na Educação Superior: Formando Professores


Dalton Luiz de Paula Ramos; Luiz Eugenio Mazzilli; Rogério Nogueira Oliveira; Mary Caroline Skelton
Macedo

309 Formação Inicial Docente: Uma Experiência do PIBID nas Aulas de Educação
Física
Jorge Luiz de Oliveira Junior, Ronnie de Almeida Alves da Silva, Bruna Dal Belo Benetti, Carla Santiago
Almeida

310 Ao Ler as Cartas de Euler: Relexões a Respeito da Leitura dos Mestres na


Formação Matemática e em História da Matemática de Professores
Guilherme Augusto Vaz

310 Um Estudo de Caso, com Ingressantes de 2015 do Curso de Licenciatura Em


Matemática do IME-USP, Sobre a Transição do Ensino Médio para o Superior
Thiago Augusto Corrêa Peleias e David Pires Dias

311 Luz, Câmera e (Inov)Ação: Uso de Filmes no Despertar da Dimensão Estética em


Licenciandos de Enfermagem
Alfredo A. Pina-Oliveira, Denise M. de Almeida, Cláudia Prado, Maria de Fátima P. Fernandes e Maria
P.S.S. Nóbrega

312 Implicações do Paradigma da Psicologia Humanista no Processo de Formação


em Pedagogia
Gabriel Pinheiro Silva, Rute Alves Gonçalves, Karina da Costa, Elisangela Leandro da Silva, Nathália
Rodrigues Campos, José Maria Montiel, Daniel Bartholomeu

313 A formação do Professor para a Educação Superior: Dilemas entre o Ensino e a


Pesquisa
Márcia Mendes Ruiz Cantano, Noeli Prestes Padilha Rivas

313 O Magistério da Educação Básica Como “Futuro Possível” na Percepção de


Licenciandos de História
Máximo Augusto Campos Masson

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 25
315 Didática, Práticas de Ensino e Estágio Supervisionado: Articulações e
Possibilidades de Formação no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
Cristina Cinto Araújo Pedroso, Clarice Sumi Kawasaki e Sheila Maria Mazer-Gonçalves

316 Estágio Supervisionado e a Experiência da Monitoria na Licenciatura em


Educomunicação
Maria Cristina Palma Mungioli, Radamés Alves Rocha da Silva

318 Promoção da Saúde na Educação Básica: a Construção do Conhecimento na Formação


do Enfermeiro Licenciado
Marta Angélica Iossi Silva, Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves, Luciane Sá de Andrade, Estela Maria
Leite Meirelles Monteiro

319 Articulando a Formação Inicial e Continuada de Professores em uma Disciplina


de Licenciatura
Rosana Louro Ferreira Silva

320 Fisiologia para o Ensino Médio:


320 Um Curso de Extensão em Saúde Oferecido por Licenciandos
Hamilton Haddad, Beatriz Pachedo Jordão, Lucile Maria Floeter-Winter, Regina P. Markus

321 Formação de Docentes de Engenharia


José Aquiles Baesso Grimoni, Luciana Guidon Coelho, Osvaldo Shigueru Nakao

322 A Tríade Ensino, Pesquisa e Extensão e a Formação de Professores


David P. Dias

323 Ensino e Pesquisa na Disciplina de Filosoia para Ciências Biológicas


Caio S. Nagayoshi, Hamilton Haddad Jr.

Jogos didáticos e vídeos para o ensino de graduação


325 Fortalecimento dos Conteúdos de Ciências Agrárias Valorizando o Ensino e a Pesquisa
Rosebelly Nunes Marques, Caio Cugler Siqueira, Jéssica Lima Guin, Ivan Henrique Chagas, Rodrigo Iwata
Fujiwara

326 A Construção do Serious Game e-BABY –Avaliação da Termorregulação: Design


Participativo
Luciana Mara Monti Fonseca, Marisa Ruino Ferreira Luizari, Adriana de Morais Leite, Carmen Gracinda
Silvan Scochi, Fernanda Santos Nogueira de Góes, e Mayra Jardim Medeiros Freire

326 Como meu Professor se Sente com meus Comportamentos em Sala de Aula?
Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves Titto, Marcelo Roberto Dozena, Arlindo Saran Netto, Sarita
Bonagurio Gallo

327 Professor por um Dia: Demonstrando o que Absorvemos das Metodologias Utilizadas
durante a Graduação
Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves Titto, Marcelo Roberto Dozena, Pedro Henrique Cerqueira
Luz, Lucio Francelino de Araújo, Lilian Elgalise Techio Pereira

328 O Design Emocional no Desenvolvimento de Tecnologias Educacionais para a


Enfermagem
Luciana Mara Monti Fonseca, Natália Del` Angelo Aredes, Fernanda dos Santos Nogueira Goes, Débora
Falleiros de Mello, José Carlos Amado Martins, Manuel Alves Rodrigues

329 E-BABY Integridade da Pele do Recém-Nascido Prematuro: Desenvolvimento


de um Jogo Educativo
Natália Del Angelo Aredes, Luciana Mara Monti Fonseca

330 Digitalização do Aprendizado em Biossegurança


Cristina Northleet de Albuquerque, Vanessa Oliveira, Cláudio Filho, Walther Lang

331 Modelagem de Jogos Cientíicos para Utilização em Sala de Aula


Eduardo Rezende Triboni, Gabriel Weber Martins

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 26
331 Processo Ensino-Aprendizado em Prótese Parcial Removível: Recurso Midiático
– Vídeo
Valéria Oliveira Pagnano, Priscilla Neves Raile, Patrícia Almeida Curylofo, Luiz Carlos Pardini

331 Uso de Jogo de Tabuleiro em Aula de Biossegurança


Cristina Northleet de Albuquerque, Vanessa Oliveira, Stefanie Kraschowetz, Victoria Brigatto

Laboratórios e aulas virtuais


332 Sistema OPC - Laboratório Didático de Automação Virtual Integrando no
Mesmo Sistema, TIA PORTAL SIEMENS, PLC-SIM, FLUIDSIM e a IHM SIMATIC
TOUCH
Marcel Tavares Coelho, Aliny Christiny Alves Pires Dutra, César Augusto Della Piazza, Giovanni Costa
Morengue, Laércio Novais de Matos, Luis Fernando Quintino, Paulo Lopes, Vitor José da Silva Santos,
Wesley Oliveira

333 Laboratórios e a Difusão do Ensino de Arqueologia Clássica no Brasil


Juliana Figueira da Hora

334 Técnica de Desenho de Estruturas Metálicas de Prótese - e-aulas USP


Roberto Chaib Stegun, Bruno Costa

Temas diversos
335 Participação da Sociedade nas Políticas de Transporte Público da Cidade de São Paulo
Elisângela da Silva Manuel, Elizeu Chiodi Pereira, Wilian Concenzza de Sara

336 Estudo do Necrochorume nos Cemitérios


Caroline Lucchi; Fernanda Alves; Fernanda Zingaro; Gabriela Pereira; Julianna Arita; Letícia Maria; Vinicios
Gonsalo; Fábio Campos

337 Show de Ciências: Integração de Estratégias e Metodologias para Popularização da


Ciência e Tecnologia
Sandra G. Schneider, Carlos Y. Shigue e Carlos A. M. Santos

338 Compreendendo Relações entre Estratégias de Aprendizagem e o Ano Escolar


de Estudantes
Lisliê Lopes Vidal, Edna Rosa Correia Neves

338 A Arte Contemporânea nos Espaços e Tempos do Ensino Médio


Carla Cristina Piffer Nunes , Therezinha Lourdes Lopes

339 Capacitação dos Ingressantes para Utilização dos Serviços da Biblioteca, um


Relato de Sucesso
Roberta Ariboni Brandi, Marcelo Roberto Dozena, Girlei Aparecido de Lima, Vanessa Rodrigues

340 O Bibliotecário e o Docente: Parceria de Sucesso na Capacitação dos Alunos de


Graduação
Marcelo Roberto Dozena, Roberta Ariboni Brandi, Vanessa Rodrigues, Girlei Aparecido de Lima

341 Desgastes de Jovens na Contemporaneidade: Em Foco os Graduandos de


Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP – Revisão Integrativa
Jenypher Pereira de Sá Oliveira, Natália Caroline Peccin Gonçalves, Vânia Ferreira Gomes Dias, Rafaela
Cristina Gomes Machado, Celia Maria Sivalli Campos

341 Desenvolvimento de um Sistema de Gerenciamento de TCCs


Monica Inez Elias Jorge, Priscila C Alves Skappel, Ana Maria Cervato-Mancuso, Leni Pires, Adelaide
Cassia Nardocci

342 Universidade, Mercado de Trabalho e Engenharia de Alimentos: Uma Análise


dos Atributos de Valorização Proissional e dos Atuais Desaios à Formação de
Graduação no Brasil
Mariana Campos Granado Silva, Fausto Makishi, Vivian Lara dos Santos Silva

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 27
343 Literatura Negra na Graduação: O Ensino em Foco nas Instituições da Bahia
Claudia Rocha da Silva

344 Estágio Proissional em Terapia Ocupacional em Saúde Mental: Percepções Compartilhadas


por Estudantes de um Curso de Graduação
Leonardo Martins Kebbe, Clara de Freitas Smaira

345 Pesquisando a Motivação de Alunos do Ensino Fundamental e Suas Percepções Acerca


dos Deveres de Casa
Edna Rosa Correia Neves

346 Avaliação Institucional como Processo Investigativo da Prática Docente na


Graduação
Alessandra Bizerra; André Morandini; Renata Pardini; Ricardo Pinto da Rocha; Rosana Louro Ferreira
Silva; Sônia Godoy Bueno Carvalho Lopes

347 Diagnóstico Psicopedagógico: Um Relato de Experiência


Edna Rosa Correia Neves, Kelly Cristine Zaneti Dos Santos, Giovanna Maria Ponce De Leon Rocha, Lisliê
Lopes Vidal

347 Concepções de Estagiárias de Pedagogia Sobre o Desenvolvimento Sexual


Infantil e o Papel do Professor
Edna Rosa Correia Neves, Mariana De Oliveira Farias, Rogério Elias Marim

348 Construindo Narrativas no Acompanhamento de Famílias na Atenção Básica


Luana Pinho de Mesquita, Thamara Cristiane de Oliveira, Carla Ferreira de Oliveira, Silvia Matumoto

348 Integração Ensino - Serviço: Uma Experiência de Estágio Não Obrigatório da


FORP/USP em Parceria Com o Município de Sertãozinho
S.F. Mestriner; V.A.C. Amadeu; M.G.C. Watanabe; L.P. Mesquita; e W. Mestriner Jr.

349 A Escola como Direito e Punição: O Adolescente em Liberdade Assistida


Patrícia Ferreira de Andrade, Marian Ávila Lima e Dias

350 O Estudo da Teoria do Vínculo na Aprendizagem e a Formação de Pedagogos e


Psicopedagogos
Gabriel Pinheiro Silva, Karina da Costa, Elisangela Leandro da Silva, Nathália Rodrigues Campos, José
Maria Montiel, Daniel Bartholomeu

350 A Inserção de Novos Alunos nos Laboratórios de Investigação Médica (LIM)


Candidatos a Pós-Graduandos: Conquistas do I Workshop em Doenças Infecciosas
e Parasitárias
Marcelo Andreetta Corral, Gabriela Rodrigues e Fonseca, Lais Calissi Brisolla Tavares, Roseli Antonia
Santo, Letícia Claudi de Oliveira, Silvia Figueiredo Costa, Anna S. Levin

351 Experiências Obtidas na Execução do Programa Uniicado de Bolsas de Estudos


da USP na Área de Ensino e Eiciência Energética
Fernando de Lima Caneppele; José Antonio Rabi; Lucas Vicente Pizeta Bragagnolo; Vitor Garavazo
Ferreira

352 Projeto 10 Anos de Experiência da Disciplina Optativa AUP0479 - Design para a


Sustentabilidade: Ensino e Aprendizado
Maria Cecília Loschiavo dos Santos, Tatiana Sakurai e Verena Ferreira Tidei de Lima

354 Liga de Telessaúde FOB/USP: Atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão


G.R. Luccas, I.A. Quadros, W.Q. Blasca e G. Berretin-Felix

355 Peril de Reprodução Social dos Estudantes de Graduação em Enfermagem


Vânia Ferreira Gomes Dias, Eloá Otrenti, Daniela Miori Pascon, Vera Lucia Mira, Everson Cristiano de
Abreu Meireles

356 Benefícios Resultantes da Elaboração de Cursos de Extensão Realizados por


Alunos de Pós-Graduação
Bianca de Miranda Peres e Júlia Helena Ortiz

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Apresentação
O Congresso de Graduação valoriza
o ensino e o trabalho docente
Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes
Pró-Reitor de Graduação
Presidente do Comitê Cientíico
A expressão valorizar o ensino de graduação é de ensino superior de dentro e de fora do Esta-
usada com frequência por professores, gestores do de São Paulo. Em seus 81 anos de idade, era
acadêmicos e demais proissionais envolvidos a primeira vez que a universidade se reunia em
com o ensino superior. Entretanto, as (poucas) um evento dedicado à graduação, com todos os
ações que se tornam reais e sólidas acontecem seus contornos e interfaces. A segunda edição
de maneira dispersas e não são capazes de do evento foi rica e cheia de exemplos que de-
congregar os docentes para compartilharem as monstraram a grandeza do ensino de gradua-
suas experiências pedagógicas e atividades com ção da USP.
os estudantes. O Congresso de Graduação da Os dois Congressos mostraram-se ser um
USP surgiu exatamente com essa missão: so- ambiente acadêmico estimulante, geradores de
cializar o trabalho relacionado à docência, dar várias ações subsequentes que foram criadas
visibilidade aos feitos e projetos e, ao mesmo nas Unidades de Ensino, bem como na Pró-rei-
tempo, garantir que a produção em ensino seja toria de Graduação. Entre as ações da PRG, con-
um quesito de igual (ou maior) importância na cretizou-se a de se ter um locus editorial para
carreira docente. que todos os conteúdos de excelente qualidade
Desde a nossa chegada à Pró-reitoria de Gra- pudessem ser compartilhados. E, assim, a Revis-
duação (PRG), em 2014, buscamos estimular e ta de Graduação USP, ou simplesmente a Grad+,
induzir a discussão, nas mais diferentes instân- hoje é uma realidade. Se por ora tal periódico
cias universitárias, a respeito das múltiplas face- apenas inicia a sua caminhada, temos a con-
tas que compõem o ensino de graduação. Não vicção de que ele se irmará como um espaço
por acaso, ao longo desse período, o ensino se privilegiado de relexão e compartilhamento de
consolidou como tema central das decisões de ideias, experiências pedagógicas e práticas de
todas as Unidades de Ensino. E valorizar o en- ensino, quer no âmbito da Universidade de São
sino e o professor deixou de ser somente uma Paulo, quer para além dela.
frase no discurso e passou a ganhar concretude. Esse Livro de Resumos revela toda a riqueza
Nesta perspectiva, construiu-se coletivamente dos trabalhos apresentados na bela Escola Su-
um novo direcionamento ao passo que a possi- perior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ).
bilidade de novos horizontes começou a ser ma- Que ele sirva de referência e estímulo aos do-
terializada. Buscou-se pôr em prática ações que centes e pesquisadores de nossa universidade e
pudessem congregar os professores a comparti- aos demais interessados no tema.
lhar as melhores práticas pedagógicas, de modo Aproveito para registrar o meu profundo
a destacar os docentes vocacionados ao ensino, agradecimento aos membros da Comitê Orga-
bem como disponibilizar ferramentas digitais, nizador, aos do Comitê Cientíico, aos colabora-
entre outras iniciativas com impacto direto na dores da Pró-reitoria de Graduação, aos patro-
formação dos estudantes. cinadores, à direção da ESALQ e aos monitores
Entre as ações emergiu o Congresso de Gra- que abrilhantaram ainda mais o 20 Congresso
duação. A primeira versão do evento ocorreu de Graduação da USP. A união desses esforços
em 2015 e contou com mais de quatrocentos foi fundamental para o sucesso alcançado.
trabalhos apresentados, incluindo os da comu- Como sugerido por muitos, até o 30 Congres-
nidade uspiana e os de várias outras instituições so de Graduação!
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 29
Apresentações
Orais

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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 30
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Uso da metodologia CANVAS em processos de


ensino e aprendizado em Engenharia Florestal e
Gestão Ambiental
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
Weber Antônio Neves do Amaral e Francides Gomes da Silva Junior
wana@usp.br

Resumo vencias em sala de aula, entendimento das


Este trabalho descreve o processo de utili- demandas da sociedade e em especial para
zação da metodologia CANVAS, ou modelo o formação de proissionais melhor capa-
de geração de negócios, co-criado por Oste- citados e formados. Este artigo descreve o
rwalder & Pigneur (2010), para os cursos de processo de trazer para a sala de aula, uma
graduação em Engenharia Florestal e Gestão metodologia (CANVAS) adotada amplamen-
Ambiental da ESALQ, USP, especialmente em te por empreendedores, empresas e organi-
disciplinas dos últimos anos destes cursos. A zações do terceiro setor, a qual foi adaptada
escolha desta metodologia teve como ob- para o ensino de disciplinas dos Cursos de
jetivo proporcionar aos alunos, em etapas Engenharia Florestal e Gestão Ambiental, da
avançadas de seus cursos de graduação, ESALQ, USP.
uma oportunidade de converterem ideias
e conceitos adquiridos no componente te- Metodologia
órico da disciplina em planos de negócios, As disciplinas, onde a metodologia CANVAS
criando um ambiente coletivo de discussão foi adotada, eram estruturadas em trêscom-
das melhores soluções para problemas en- ponentes principais, os quais reletiam tam-
frentados pela sociedade. bém na estrutura das aulas: 1) componente
teórico; 2) componente do estudo de caso; 3)
Introdução componente do modelo CANVAS. Em todas as
Um dos grandes desaios do ensino de aulas, estes três elementos estavam presentes,
graduação, particularmente dentro das dis- sendo que a cada semana, os alunos, indivi-
ciplinas das etapas avançadas de Cursos dualmente reportavam por escrito, dentro do
de graduação, é o de conciliar uma sólida modelo CANVAS, o progresso feito na elabo-
formação academia e proissional com as ração do modelo de negócios para os temas
transformações constantes que ocorrem na previamente escolhidos. Nas últimas quatro
sociedade e nos mercados, aumentando a semanas de aulas, os alunos, apresentavam
empregabilidade destes proissionais, e tor- uma vídeo curto (máximo de 5 minutos) sobre
nando-os mais aptos a se adaptarem as estas um tema central que unia os modelos de ne-
mudanças. O conjunto de ferramentas dentro gócios individuais, baseados em roteiro com
do modelo CANVAS traz a lexibilidade ne- o formato de “contar estórias”, além de uma
cessária dentro destes processos complexos apresentação individual dos planos de negó-
que envolvem a formação de futuros prois- cios, estruturados no formato do CANVAS.
sionais e podem ser uteis como metodologia
complementar para ensino-aprendizagem. Resultado
Os resultados obtidos nos últimos três
Descrição anos com adoção da metodologia CANVAS
A necessidade de atualização das práticas nas disciplinas de graduação dos Cursos de
de ensino-aprendizagem demanda a busca Engenharia Florestal e Gestão Ambiental da
de novas ferramentas para transmissão de ESALQ, USP, puderam ser qualiicados: a) pela
conhecimento, troca de experiências e vi- motivação e engajamento dos alunos com os
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 31
problemas sugeridos e as soluções de negó- negócios (CANVAS ou modelo de geração
cios propostos pelos menos; b) envolvimento de negócios), como metodologia comple-
direto dos alunos com os problemas escolhi- mentar de ensino-aprendizagem em disci-
dos durante todo o semestre; c) pelo retorno plinas de graduação, mostrou-se útil para: i)
obtido dos alunos após terem cursado a dis- proporcionar uma visão interdisciplinar para
ciplina sobre a aplicabilidade do método em a resolução de problemas; ii) para explicitar
diversas outras situações das vidas proissio- as relações e conexões entre vários temas e
nal dos ex-alunos; e pelo uso da própria me- abordagens adotadas em outras disciplinas
todologia pelos egressos de ambos Cursos na dos dois cursos de Graduação, onde esta
criação de projetos e novos negócios. metodologia foi testada; iii) expor os alunos
a uma ferramenta adotada pelo mercado e
Conclusões pelo terceiro setor para criação coletiva de
A adaptação de ferramentas para o de- modelos de negócios, aplicados a diversas
senvolvimento de estratégias e modelos de áreas da economia e empreendedorismo.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Laboratório de Excel para Visualizar


Conceitos de Cálculo e Física:
Comparação com um Semestre Convencional
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
George C. Cardoso
gcc@usp.br

Resumo em praticamente qualquer computador. Dois


Utilizamos atividades de laboratório com- semestres em anos subsequentes são avalia-
putacional com Excel para introduzir concei- dos, sendo o primeiro deles sem uso do Excel.
tos de cálculo e física para alunos de Biologia A comparação quantitativa dos dois se-
antes de introduzir tais conceitos de maneira mestres é feita pela normalização das notas
formal. Comparamos o interesse e nível de dos alunos por notas de uma avaliação de 16
aprendizado dos alunos de um semestre questões sobre matemática básica, aplicada
convencional com um semestre com a me- no início de cada semestre.
todologia aqui apresentada. Apresentamos Para cada tema da disciplina, antes de in-
também as formas como o aprendizado ica troduzir métodos analíticos convencionais
enriquecido pelo uso do Excel. utilizamos práticas de laboratório usando
o Excel. Essas práticas acontecem na sema-
O Trabalho na anterior às aulas teóricas onde o tópico
No ensino de ciências exatas para alunos é desenvolvido com mais rigor. Os cálculos
calouros, conceitos simples podem ser de di- numéricos e visualização gráica proporcio-
fícil compreensão quando a linguagem ma- nados pelo Excel são capazes de fazer o abs-
temática acaba funcionando como uma lín- trato se tornar acessível.
gua estrangeira desconhecida. Um exemplo A metodologia foi empregada na discipli-
é a identiicação dos pontos críticos de uma na Fundamentos de Física e Matemática para
função usando o cálculo. calouros de Biologia na FFCLRP (USP Ribeirão
Neste trabalho discutimos as diferenças en- Preto), cuja carga horária é de 4 horas sema-
contradas no aprendizado de turmas antes e nais. Para os laboratórios, a turma de 70 alunos
depois da introdução da planilha Microsoft é dividida em duas turmas de 35 alunos. O tó-
Excel como ferramenta auxiliar. O Excel foi pico é apresentado de forma intuitiva usando
escolhido por ser uma ferramenta disponível o Excel como ferramenta de visualização, e ao
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 32
inal, os alunos têm cerca de 45 minutos para relevância do assunto para problemas prá-
praticar exemplos sob orientação do docente e ticos. Problemas com solução analítica sim-
de um monitor. Uma lista de problemas em Ex- ples não são comuns no contexto de Biolo-
cel é dada para o estudo extraclasse. Solicita-se gia; assim, um curso que só inclui conceitos
um relatório de pesquisa bibliográica sobre simples resolvíveis com lápis e papel pode
tópicos do tema (por exemplo: “Integrais de levar a acreditar que a matemática e a física
Riemann”) que deve utilizar pelo menos 6 dos não são relevantes para a Biologia. O uso de
exemplos trabalhados – o que evita o plágio. Excel, possibilitou, por exemplo, que os alu-
O relatório ajuda os alunos a se prepararem nos montassem e analisassem com interesse
para a aula teórica com os conceitos básicos e e satisfação modelos com equações diferen-
a linguagem formal do tema. Isso caminha no ciais acopladas do tipo Lotka-Volterra e mo-
sentido das tendências da lipped classroom ou delos epidemiológicos para planejamento
“aula invertida” que é um método que incen- de vacinação de populações.
tiva os estudantes a estudar o tópico com an- Ao inal do semestre, os alunos tiveram um
tecedência para participar ativamente na aula. bom aprendizado da parte analítica da disci-
O uso do computador no curso possibi- plina, de como aplicar o cálculo e a física em
litou aplicações interessantes que normal- problemas reais e também de uma das princi-
mente seriam muito complexas para o cál- pais ferramentas de trabalho do mundo mo-
culo analítico, aumentando a percepção de derno que é a planilha Microsoft-Excel.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Laboratório de Eletricidade e
Magnetismo em uma Perspectiva
Investigativa
Instituto de Física de São Carlos
Tomaz Catunda, Victor Travagin Sanches, Jéssica Fabiana Mariano dos Santos e
Gláucia Grüninger Gomes Costa.
tomaz@ifsc.usp.br

Resumo permitem que o estudante desempenhe um


Este trabalho apresenta uma análise dos re- papel ativo no processo de ensino e apren-
sultados obtidos comparando os resultados dizagem, ao invés de simplesmente seguir
dos pré e pós-testes após a reestruturação roteiros fechados com a inalidade de com-
realizada nos roteiros experimentais do provar teorias. Em nossa instituição, desde
Laboratório de Física: Eletricidade e Magne- 2006 temos realizado um estudo sistemático
tismo, oferecido pelo Instituto de Física de sobre o conhecimento dos estudantes nos
São Carlos. Esta reestruturação tem se mos- conceitos circuitos elétricos na disciplina de
trado efetiva, visto que os resultados nos Laboratório de Física: Eletricidade e Magnetis-
apontam turmas engajadas e com melhoras mo a partir da aplicação de pré- ou pós-tes-
signiicativas nos resultados dos pós-testes. te. Inicialmente composto por uma questão
dissertativa (QD) que envolvia a classiicação
Introdução do brilho de lâmpadas em circuitos simples
É bem conhecido pela literatura que as em três situações: I) circuito com duas lâmpa-
estratégias que utilizam Atividades Investi- das em série e outro com duas lâmpadas em
gativas (AIs) são mais eicientes que os mo- paralelo; II) Duas lâmpadas em série ligadas
dos tradicionais de ensino (aprendizagem em paralelo com duas lâmpadas em paralelo
passiva), por melhorarem a compreensão e III) uma lâmpada em série com duas lâmpa-
conceitual dos estudantes. Estas atividades das em paralelo. Nela, observamos que ape-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 33
nas ~13% dos estudantes conseguiam res- poderia ser o ganho normalizado pelo ga-
ponder e justiicar adequadamente. Isto nos nho máximo possível, nomeando-o g. Em
levou a uma reestruturação dos roteiros da outras palavras, g = (Sf – Si)/(100 – Si), onde
práticas iniciada em 2007. A reestruturação Si(%) é a pontuação do pré-teste e Sf(%) a do
foi realizada adaptando algumas atividades pós. Os valores por nós encontrado estavam
dos Tutoriais em Física Introdutória e de- entre 0,6 e 0,8. Esses valores são considera-
senvolvendo outras a partir da metodologia dos, por Hake, de turmas engajadas, o que
PODS (predizer-observar-discutir-sinteti- nos leva a crer que o curso está se tornando
zar). Nela, os estudantes fazem predições, mais atraente.
discutem-nas em pequenos grupos, fazem Já na análise dos dados referentes ao teste
observações por meio dos experimentos DIRECT, as variações obtidas entre os resul-
que realizam e comparam os resultados com tados do pré- e pós-teste foram todas posi-
suas previsões. Notamos que a porcentagem tivas, sugerindo que as turmas melhoraram
de alunos que respondiam adequadamente após passarem pelas AIs. No entanto, os
à QD subiu para ~47%. Desde 2013, tam- alunos ainda apresentavam diiculdades em
bém estamos aplicando o teste de múltipla conceitos como: entender o comportamento
escolha DIRECT (ENGELHARDT, BEICHNER, da tensão quando são associadas duas ba-
2004), que consta de 28 questões, divididas terias em série ou em paralelo; transpor um
em 11 objetivos propostos pelos autores. Ele desenho realístico a partir de um diagrama
nos permite veriicar o conhecimento dos es- esquemático de circuito; aplicar o conceito
tudantes sobre conceitos de corrente elétrica, de diferença de potencial a uma variedade
voltagem, potência, energia, circuitos elétricos de circuitos; e, analisar curto-circuito. Tais di-
série e paralelo. Pelas respostas, identiicamos iculdades concordam com o encontrado na
quais destes conceitos os alunos ainda apre- literatura. Para tentar sanar estas diiculdades,
sentavam diiculdades, mesmo após as aulas estamos propondo novas AIs nos roteiros.
e, propusemos novas atividades nos roteiros.
Desde 2006, alcançamos um total de Conclusões
1897 alunos, no entanto, neste trabalho As atividades experimentais investigati-
apresentaremos uma avaliação segundo vas utilizando a metodologia PODS, contri-
metodologias qualitativas dos resultados buíram para transformar o laboratório em
da reformulação dos roteiros apenas entre um ambiente de aprendizagem ativa, em
2013 e 2015. que o estudante é solicitado a raciocinar
constantemente. Além disso, se mostrou
Metodologia uma ferramenta motivadora, ocasionando
O estudo foi realizado com estudantes maior envolvimento destes na realização
do 3° período de bacharelado em Química das atividades, tornando-os mais ativos,
e modalidades de engenharia, e alunos do engajados e com uma melhoria signiicativa
4° período dos cursos de Física, Física Com- na aprendizagem.
putacional e Física Biomolecular, totalizando A reestruturação do curso não ocasionou
562 estudantes, no período de 2013 a 2015. prejuízos no cumprimento do programa da
Para avaliarmos os possíveis benefícios na disciplina, visto que a carga horária não foi
aprendizagem, utilizamos os dados obtidos alterada. Notamos também que houve uma
com o pré- e pós-teste, composto pela QD melhora na qualidade da argumentação
e o DIRECT, comparando com os resultados dos alunos nas respostas dadas à questão
encontrados na literatura. dissertativa no pós-teste comparadas às do
pré-teste.
Resultados
Na avaliação da QD, utilizamos os cálcu-
los sugeridos por Hake que na procura de
uma medida da efetividade na promoção do
entendimento conceitual, deiniu que esta
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 34
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

A Utilização de Jogos em Trabalhos de


Disciplinas de Programação no Curso
de Ciência da Computação como
Instrumento Prático de Ensino
Universidade Estadual Paulista Campus Rio Claro
Maurício Acconcia Dias
macccdias@gmail.com

Resumo pensar em um peril comum para as turmas


Atualmente os alunos que ingressam no ingressantes em cursos de Ciência da Com-
curso de Ciência da Computação possuem putação: uma turma extremamente hetero-
um peril onde uma porcentagem relevante já gênea em todas as áreas do conhecimento
possui os conhecimentos básicos de compu- abordadas no curso. Alguns alunos já sabem
tação, e este fato é um desaio para os profes- os conceitos básicos e não possuem a base
sores das disciplinas iniciais de programação necessária na área de exatas, outros apre-
no sentido da motivação e da frequência. Este sentam um rendimento altíssimo em disci-
trabalho apresenta um estudo de caso onde plinas como cálculo e geometria analítica,
o tema de jogos foi usado de forma intensi- e possuem um sério problema com lógica
va na primeira disciplina de programação do e abstração que são requisitos básicos para
curso. Os resultados são interessantes, porém formar a base das disciplinas de programa-
alguns cuidados devem ser tomados. ção. O desaio maior, neste caso, é apresen-
tar o conteúdo inicial de programação à uma
O Trabalho turma heterogênea de forma que os que já
O semestre inicial do curso de Ciência da detém o conhecimento não iquem desinte-
Computação é normalmente composto por ressados, e que os que não possuem o co-
matérias como cálculo, geometria analítica, nhecimento ou a facilidade com o assunto
introdução à Ciência da Computação e dis- possam acompanhar e consigam também
ciplinas de introdução a programação. O se interessar pela programação. A análise
aluno, portanto, cursa, efetivamente, pou- apresentada aqui ocorreu em uma turma de
cas matérias de programação. Este fato não primeiro período de Ciência da Computa-
era um problema quando a base curricular ção da UNESP campus Rio Claro, onde atuei
dos cursos foi desenvolvida, pois o acesso como professor substituto. Aim de atingir o
a informação sobre programação e a pos- objetivo de interessar os alunos e tentando
sibilidade de se aprender a programar em alcançar um baixo índice de evasão, os quais
casa, sem uma maior orientação por parte em sua maioria já possuíam conhecimentos
de professores, era um cenário. Atualmente, básicos de programação, adotei a estratégia
uma quantidade signiicativa dos alunos do de utilizar jogos como o tema de todas as
curso de Ciência da Computação entra na aulas e trabalhos. Esta estratégia teve duas
faculdade possuindo certos conhecimentos consequências imediatas: a primeira foi uma
como desenvolvimento de sites, programa- ótima recepção por parte dos alunos, e a se-
ção básica e até robótica. Estes tópicos estão gunda foi a necessidade de introduzir alguns
sendo abordados em um número signiicati- conceitos da teoria de jogos para que fosse
vo de colégios de ensino fundamental e mé- possível trabalhar com vários tipos de varie-
dio, além dos ensinos médios técnicos e dos dades. As aulas necessárias para a teoria de
alunos que frequentam algum tipo de curso jogos não causaram maiores problemas para
técnico antes de ingressar no ensino supe- a apresentação dos conteúdos da ementa
rior. De posse destas informações é possível e o tempo foi suiciente. Todos os concei-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 35
tos básicos foram apresentados durante o pressivo, porém esta estratégia apresentou
desenvolvimento de um jogo de cartas que um outro problema que pôde ser notado no
durou todo o período. Em cada aula, uma período seguinte: os alunos, em disciplinas
parte do jogo era desenvolvida e as decisões subsequentes onde são abordados tópicos
de projeto eram tomadas em conjunto com mais avançados de programação, não obti-
a turma de modo que o desenvolvimento veram resultados expressivos como na disci-
foi feito quase que totalmente em conjunto plina analisada neste trabalho.
com a mesma. Um resultado interessante foi Uma análise inicial, a im de auxiliar outras
que os conceitos iniciais foram apresentados disciplinas e também à outras universidades, é
e utilizados quase que imediatamente para que o estilo de codiicação massiva acontecen-
a solução de problemas de desenvolvimento do em todos dias letivos, e o conteúdo sendo
do jogo e os alunos aprenderem a absorve- exposto de forma a solucionar problemas de
ram sem maiores problemas. Apesar das au- design do jogo pode ter condicionado os alu-
las serem às sextas-feiras durante o período nos que apresentaram diiculdades com o mo-
noturno, o índice de evasão foi quase nulo e delo tradicional, que já é constante no curso.
todos os alunos implementavam o jogo si- É necessário que os professores de um curso
multaneamente à implementação desenvol- mais prático como o de Ciências da Computa-
vida em aula, além de terem realizado vários ção repensem em novos métodos expositivos
trabalhos práticos de desenvolvimento de que possam acompanhar essa geração que
jogos. Esta disciplina possuía um alto índi- também busca por atividades mais práticas.
ce de reprovação, chegando próximo a 50%, Assim, a conclusão é que a estratégia de
em anos anteriores e a estratégia adotada desenvolvimento de jogos é um caminho a
resultou em um índice alto de aprovações, ser considerado para as disciplinas de progra-
menos de 10% da turma. O resultado foi ex- mação ministrada aos alunos ingressantes.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Desaios Didáticos da Disciplina


Sistema Terra e Inserção de Novas
Práticas de Ensino
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
C. Bourotte, V.T.S. Martins, F.R.D. Andrade, E.A. Del Lama e D.C. Bacci
chrisbourotte@usp.br

Introdução údos escassos, incompletos e/ou errôneos,


A disciplina Sistema Terra, anual até 2015, durante a Educação Básica. A compreensão
é ministrada no primeiro ano do Curso de Li- sistêmica do planeta não depende somente
cenciatura em Geociências e Educação Am- do entendimento de conteúdos especíicos,
biental (LiGEA) do Instituto de Geociências mas também do desenvolvimento de uma
da USP, com duração de 4h/semana (6a, das capacidade de integrar conceitos e entender
19:00 as 23:00) e 37,5 horas de aulas de cam- como múltiplas evidências explicam um fe-
po, distribuídas ao longo do ano. Esta dis- nômeno. Ressaltamos ainda que os alunos
ciplina introdutória aborda, com uma visão ingressantes apresentam um peril variado,
sistêmica e integrada, os principais processos sendo compostos por aqueles que: i) con-
geológicos responsáveis pela dinâmica ter- cluíram o Ensino Médio recentemente e es-
restre. Como disciplina introdutória do curso, tão cursando a primeira graduação; ii) atuam
é frequente ter que desconstruir os conheci- como professores da rede de Ensino e; iii) já
mentos prévios dos alunos ingressantes que são graduados em outras áreas de conheci-
aprenderam de forma fragmentada conte- mento e buscam ampliar seus conhecimen-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 36
tos em Geociências. Os desaios colocados consiste no sorteio de palavras pertencentes
aqui são portanto, tornar o ensino do Siste- a diferentes categorias temáticas abordadas
ma Terra mais atraente, dinâmico e integra- na disciplina (Processos da dinâmica interna
dor, para os alunos ingressantes e propor- da Terra, Processos da dinâmica externa da
cionar uma base sólida para a construção Terra, Materiais Terrestres, Ação do Homem
do conhecimento, lidando com os diferentes e Tempo Geológico) e na redação de um tex-
níveis de conhecimento entre os alunos. As- to relacionando de forma coerente, lógica e
sim, desenvolveram-se práticas pedagógicas didática todas as palavras sorteadas. Ainda
que permitem participação ativa, relexão, foram propostas atividades de produção de
comprometimento, ao invés das tradicionais conhecimentos, como o recurso didático re-
aulas que apenas transmitem conteúdos por lacionado a saída de campo de três dias no
meio de aulas expositivas. Parque Estadual do Alto Ribeira, que foi con-
siderada como parte do processo de avalia-
Metodologia ção da disciplina, em substituição aos rela-
Os conteúdos programáticos foram reade- tórios inais exigidos após a aula de campo,
quados para abordar em um primeiro mo- com o qual o aluno não se envolvia, apenas
mento conceitos que constroem o planeta reproduzia textos existentes.
e, em um segundo momento conceitos que
destroem e deformam os materiais terres- Resultados
tres. Assim, o aluno adquire elementos bási- Para avaliar o aprendizado a partir destas
cos para os conceitos que vem em seguida. mudanças e averiguar o grau de satisfação e
Alguns conceitos como Tempo Geológico, aproveitamento dos conteúdos, um questio-
Intemperismo e Erosão foram abordados nas nário semi-estruturado foi aplicado aos alu-
duas etapas da disciplina, com profundida- nos de 2015 aprovados na disciplina,. 56%
des diferentes, o que permitiu que o aluno dos alunos responderam o questionário. As
izesse a integração dos conceitos desde o respostas demonstraram um elevado índice
começo da disciplina e não apenas na aula de satisfação (85 a 100%) com o uso de vídeo,
em que esse assunto foi abordado. As au- animações, atividades práticas, exercícios em
las de campo foram também melhor distri- sala e atividades no Museu de Geociências.
buídas ao longo da disciplina, de forma a O que pode ser destacado nas respostas é
atender essa nova abordagem e permitindo que para 70 a 95% dos alunos, as atividades
ao aluno organizar as múltiplas evidências, facilitaram o entendimento do conceito/pro-
a partir de sua observação individual e in- cesso abordado; para 55 a 100% dos alunos,
tegrar os conceitos das aulas. As atividades as atividades serviram como motivação para
práticas se tornaram mais investigativas e estudar e 65 a 100% dos alunos indicaram
deram ao aluno maior autonomia e prota- que, como futuros professores, usariam tais
gonismo. Muitos conceitos foram aborda- atividades como práticas pedagógicas com
dos apenas após observações de atividades seus futuros alunos. Sobre o jogo, 65% dos
práticas, com a construção do conhecimento alunos aprovaram e indicaram que foi um
partindo da observação do aluno e não de recurso pedagógico facilitador do entendi-
uma deinição do docente. A proposta de in- mento. Em comentários adicionais, os alu-
tercalar momentos de investigação, de abor- nos apontaram a necessidade de realizar a
dagem conceitual e momentos de síntese atividade em grupos menores (2-3 alunos),
promoveu maior compreensão por parte pois nos grupos maiores (5-6 alunos) houve
dos alunos. Além do uso de vídeos e anima- diiculdades devido às diferenças de conhe-
ções para ilustrar e/ou complementar o con- cimentos prévios e adquiridos e velocidades
teúdo abordado, foram introduzidos novos de raciocínio diferentes. Finalmente, a intro-
recursos didáticos (kit de areias, pigmentos dução de novas práticas pedagógicas, além
minerais, mapas, testes de permeabilidade e de tornar a aula mais dinâmica e menos can-
porosidade e o jogo “Sistema Terra”). O jogo, sativa para os professores e os alunos, des-
elaborado pelos professores da disciplina, pertou maior atenção, maior envolvimento e
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 37
promoveu uma aprendizagem mais signii- vir como meios e práticas educativas replicá-
cativa. Além disso, os recursos didáticos e as veis e adaptáveis pelos futuros professores
atividades práticas elaborados poderão ser- formados no curso.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

O Desenvolvimento de Jogos
Educativos pelos Estudantes como
Estratégia de Ensino
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
L. Reginato, M. Souza, T. Nunes e E. Cornacchione
tania.nunes@usp.br

Resumo mento desse método para o ensino de te-


O uso de jogos como instrumento de en- mas relacionados à contabilidade.
sino tem apresentado maior relevância como
estratégia utilizada pelos docentes ao redor Descrição do Projeto e Método
do mundo. Na disciplina Jogos de Empresas Utilizar como espaço a disciplina de Jogos
II, ministrada na FEA-USP para os estudantes de Empresas II no período de um semestre
do 8o semestre do Bacharelado em Ciências para o desenvolvimento de projetos de jo-
Contábeis, foi proposto que os graduandos gos criados pelos próprios graduandos, pro-
desenvolvessem projetos próprios de jogos. piciando, assim, sua participação ativa, tal
As propostas possuíam temáticas variadas como a elaboração de novas estratégias de
dentro do universo contábil e corporativo ensino na área contábil. Partindo de aulas de-
(contabilidade societária, de custos, audito- senvolvidas presencialmente e em ambiente
ria, contabilidade governamental, ética, entre virtual, foram incluídas também, atividades
outras), bem como mecânicas diversas para de planejamento, criação, revisão, e apresen-
os jogos, que podiam ser digitais, ou mesmo tação de resultados. Os projetos foram ela-
de cartas, ou tabuleiro. Ao término do cur- borados tendo como ponto de partida a aná-
so, sete dos projetos foram incubados pelo lise de um jogo de tabuleiro. Os estudantes
Grupo de Estudos de Tecnologia da Educa- dispunham de total liberdade para a escolha
ção na Contabilidade (GETEC), com a parti- do assunto a ser abordado, desde que ligado
cipação dos respectivos autores dos jogos. à área de contabilidade. Ao inal da disciplina,
Dessa forma, visa-se diversiicar as técnicas o produto inal foi apresentado e julgado por
de ensino, promovendo a participação mais uma comissão de professores e proissionais
ativa dos estudantes. da área de Negócios e de jogos. As propos-
tas apresentadas tiveram temáticas diversas:
Introdução custos, auditoria, mercado inanceiro, con-
A gamiication é uma estratégia educa- tabilidade pública, contabilidade inanceira,
cional que faz uso de jogos como forma de entre outras. Os melhores projetos foram in-
tornar o ensino mais atrativo aos estudantes, dicados para incubação, por mais seis meses,
e sua utilização tem recebido maior desta- pelo laboratório GETEC, com apoio de equipe
que com o passar dos anos1. No Brasil, sua especializada (contadores, game designers,
expressividade pode ser percebida na pro- artistas, programadores).
dução acadêmica que, em se tratando de
games, apresenta a concentração de estu- Resultados
dos na área de Educação, de forma que, no No total, foram 31 projetos desenvolvidos
período de 1994 a 2010, foram defendidas durante o semestre letivo, dos quais nove
23 dissertações sobre essa temática2. Assim, foram selecionados para a apresentação i-
visualizamos a oportunidade de aproveita- nal no evento comemorativo SAGA (Serious
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 38
Accounting Games Accolade) e, desses, sete Os próximos passos incluem testes da ver-
foram incubados pelo GETEC, com a partici- são beta dos jogos com o público-alvo, para
pação de seus idealizadores. veriicação de eventual sucesso no atingi-
idealizadores. mento dos objetivos de aprendizagem pro-
postos em cada jogo.

Referências
1
Moncada, S. M., & Moncada, T. P. (2014).
Gamiication of learning in accounting
education. Journal of Higher Education
Theory and Pratice, v. 14(3).
2
Alves, Linn. (2013). Games e educação:
desvendando o labirinto da pesquisa. Revista
da FAEEBA – Educação e Contemporaneida-
de, Salvador, v. 22, n. 40, p. 177-186.
Figura
Figura 1 -1Protótipo
- Protótipodo
do“Pirâmide
“PirâmideCorporativa”,
Corporativa”,um
um
dos jogos desenvolvidos na disciplina Jogos de Em-
presas II, da FEA-USP.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Análise Exploratória de uma


Experiência de Sala de Aula Invertida
Fundação Getúlio Vargas
Gamification of learning in accounting education.
Franscisco José Esposito Aranha Filho, Carla Campana, Marcus Vinícius Peinado Gomes
carla.campana.psico@gmail.com

Resumo ensino na sala de aula, inluenciado por um


Este trabalho apresenta a implementação novo padrão de interação com o professor
experimental de uma disciplina oferecida na e com os colegas, pode inluenciar positiva-
modalidade de sala de aula invertida. Com mente a percepção do aluno sobre a expe-
base em entrevistas em profundidade rea- riência; (iv) a percepção de menor aprendi-
lizadas com um grupo de alunos, o estudo zado ocorre não apenas entre os alunos que
tem como objetivos: (i) identiicar os prin- não se adaptam ao método, mas também
cipais eixos organizadores de vivência dos entre aqueles que se engajam e; (v) a visão
alunos e, a partir destes eixos, (ii) problema- tradicional dos alunos sobre educação tem
tizar a implantação da metodologia de sala grande inluência negativa na implementa-
de aula invertida. A pesquisa contribui para ção da sala de aula invertida.
a literatura ao identiicar que: (i) a percep-
ção dos alunos sobre o aumento da carga Introdução
de trabalho, apontada na literatura como No primeiro semestre de 2015 foi realiza-
decorrente do aumento das atividades ex- da implementação experimental de uma dis-
tra-sala, também decorre das atividades em ciplina de Estatística em regime de sala de
sala; (ii) a tensão inerente à implantação de aula invertida (lipped classroom), no curso
uma disciplina de classe invertida num pro- de graduação em administração de empre-
grama tradicional pode provocar a sensação, sas de uma das principais escolas de negó-
bastante prevalente entre os alunos, de não cios do Brasil. O método de execução dessa
estar aprendendo por “não assistir aulas” (i.e. metodologia consiste na reorganização das
preleções), gerando sentimentos negativos, atividades escolares de maneira que a aqui-
de ansiedade e apreensão; (iii) o ambiente de sição do conteúdo, tradicionalmente realiza-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 39
da na sala de aula por meio de exposição, Resultados
ocorra como atividade extraclasse, mediada Articulando os objetivos deste trabalho,
por ferramentas como vídeos, textos e pes- elementos teóricos identiicados nos artigos
quisas. Dessa forma o tempo em sala pode abordados na revisão da literatura e padrões
ser aproveitado para a realização de tarefas identiicados nas entrevistas por meio de
de maior complexidade ou relevância, como uma análise preliminar, postulamos a ado-
discussões, trabalhos em grupo e debates, ção de seis dimensões, para organizar nos-
sempre com a mediação ativa do professor. sos achados, sendo elas: a opinião sobre o
método; visão de ensino; papel do aluno,
Descrição do Projeto papel do professor, carga emocional; carga
Para a classe invertida utilizou-se como prin- de trabalho.
cipal suporte um ambiente virtual de aprendi- A pesquisa contribui para a literatura ao
zagem, no qual materiais icaram à disposição reconhecer que: (i) a percepção sobre o au-
do aluno, entre eles o programa da disciplina, mento da carga de trabalho também pode
os objetivos especíicos, um calendário aula decorrer das atividades em sala; (ii) o ambien-
a aula e materiais complementares para cada te de ensino na sala de aula, inluenciado por
aula. Como leitura principal adotou-se um li- um novo padrão de interação com o profes-
vro texto usado tradicionalmente na discipli- sor e com os demais alunos, pode inluenciar
na. O conteúdo foi dividido em cinco blocos positivamente a percepção do aluno sobre a
e, para cada bloco, foi criado um roteiro geral experiência; (iii) além da carga de trabalho,
que delimitava um passo-a-passo que os alu- também a tensão inerente ao processo de
nos deveriam seguir. Os materiais dividiam-se transformação do ensino tradicional, pro-
em leituras prévias de capítulos do livro-texto, vocam sentimentos negativos muito preva-
tutoriais para uso de softwares, vídeos concei- lentes entre os alunos, destacando-se como
tuais e aplicados à resolução de problemas fator causal o estranhamento com o fato de
e materiais de suporte às atividades que de- não haver preleções; (iv) a percepção de me-
veriam ser realizadas. Durante as aulas não nor aprendizado ocorre não apenas entre os
havia exposição dos conteúdos, apenas uma alunos que não se adaptam ao método, mas
síntese dos temas preparados em casa. Os também entre aqueles que se engajam e; (v)
alunos trabalhavam em grupos, utilizando o a visão tradicional dos alunos sobre educa-
ambiente virtual de aprendizagem. Os exer- ção tem grande inluência negativa na imple-
cícios reletiam situações-problema comuns mentação da sala de aula invertida.
no cotidiano dos alunos e na atuação de um
administrador. O professor permanecia todo
o tempo à disposição para auxiliar os alunos e
discutir a resolução dos problemas.

Metodologia do Estudo
Foram realizadas entrevistas com seis alu-
nos do curso em dois momentos distintos: um
mês após o início das aulas e ao inal do se-
mestre. O roteiro foi semiestruturado e abor-
dou os seguintes tópicos: i) as impressões em
relação à experiência; ii) sua comparação com
outras disciplinas; iii) a relação do aluno com
o conhecimento; iv) a opinião sobre o uso de
tecnologias na sala de aula; (vi) as impressões
sobre disciplinas que adotam menos prele-
ções e requerem uma maior a participação
dos alunos com atividades práticas em sala de
aula; vii) o papel do aluno e do professor no
processo de ensino-aprendizagem.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Ensino, Pesquisa e Extensão


em “Pedagogia da voz”
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
Maria Yuka de Almeida Prado
yuka@usp.br

Introdução e ao Laboratório de Pesquisa em Performan-


Não basta saber cantar, há que se reletir em ce e Ciências do Canto (LAPPECC), este, por
como, porque e para que se canta, assim são sua vez, interligado ao Laboratório de Voz do
instigados os calouros do curso de Bachare- curso de fonoaudiologia do Departamento
lado em Canto e Arte Lírica. A compreensão de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Ci-
do canto requer investigações em amplo rurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de
espectro interdisciplinar. A voz manifesta as Medicina de Ribeirão Preto. A disciplina tem
mais profundas emoções: dor, medo, alegria, como objetivo principal introduzir métodos
surpresa, prazer, utilizando uma variedade práticos ao ensino do canto aos alunos do
ininita de timbres vocais que se expressam curso de Bacharelado em Canto e Arte Lírica.
instintivamente ao longo de nossas vidas Para tanto, faz-se necessário abordar e dis-
até o suspiro inal. A voz cantada representa cutir aspectos fundamentais para a forma-
todos esses sentimentos que, muitas vezes, ção do futuro professor de canto por meio
nem mesmo as palavras podem expressar. da análise e aplicação prática de diversas
O cantor, por sua vez, é um músico diferen- estratégias de ensino especíicas para o de-
ciado, pois seu corpo é o seu instrumento. senvolvimento da voz cantada. A disciplina
Assim, necessita de cuidados especiais para contempla a colaboração dos professores do
manter seu corpo e sua mente em perfeita Departamento de Oftalmologia, Otorrinola-
ordem, pois simplesmente, estar saudável ringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço
pode ser pouco para um cantor proissional. da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Portanto, sua saúde física e psíquica, e – USP para abordagens na área da saúde vo-
principalmente a que afeta os órgãos que cal, processos de fonação vocal e anatomo-
compõem o trato vocal, é uma preocupação isiologia vocal.
constante no desempenho de excelência de
sua arte. É nesse contexto que advém a in- Metodologia
terface do fonoaudiólogo com o professor A disciplina, além de abordar os aspectos
de canto, favorecendo a performance pro- fundamentais teóricos do canto e da voz,
issional, tanto na construção desse “instru- propicia vivências de ensino do canto ao alu-
mento” como na busca e a manutenção da no de Bacharelado em Canto por meio do
voz saudável. Com base nessas premissas é ensino de técnicas vocais básicas aos alunos
que se fundem o ensino, a pesquisa e a ex- de outros instrumentos do departamento
tensão em torno da disciplina “Pedagogia de música, aos alunos dos cursos de outros
da voz”. departamentos e unidades do campus de
Ribeirão Preto, assim como pessoas interes-
Descrição do Projeto sadas da comunidade devidamente inscritos
“Pedagogia da Voz” é uma das disciplinas como alunos especiais. Os alunos do Bacha-
do curso de Bacharelado em Canto e Arte Lí- relado monitoram esses “alunos” em horário
rica do Departamento de Música da Faculda- especíico, semanalmente, sem a presença
de de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão do docente. O docente, por sua vez, supervi-
Preto, atrelado ao Núcleo de Apoio à Pesqui- siona em aula o processo de ensino e apren-
sa em Ciências da Performance (NAP-CIPEM) dizagem desses alunos.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 41
Resultados que monitoram porque estão vivenciando o
Os alunos de canto saem preparados para processo e para tanto sentem a necessida-
o mercado de trabalho como professores de de imediata do conhecimento. Aí incluem
técnicas vocais básicas, muitas vezes sui- os estudos interdisciplinares que são essen-
cientes para orientar cantores amadores de ciais no estudo do canto e da voz. Ainda, os
corais, igrejas, bares e bandas. Outros alunos, alunos de canto, mesmo sendo do curso de
prosseguem os estudos em suas pesquisas bacharelado, devem estar preparados para a
resultando em inúmeros trabalhos publica- didática musical, em muitos casos, um alicer-
dos internacionalmente em congressos e ce primordial para o mercado de trabalho.
artigos em revistas especializadas. E outros, Como Extensão, a disciplina “Pedagogia da
buscam o aperfeiçoamento para seguir a voz” vem preencher uma lacuna na comuni-
carreira proissional de cantor. dade porque há uma demanda de cursos so-
bre canto e voz, principalmente pelos canto-
Conclusões res de corais, de igrejas, de bares, de bandas
Como Ensino e Pesquisa a disciplina esti- e outros na cidade de Ribeirão Preto que não
mula um interesse real e voraz pelas ques- têm acesso principalmente a conhecimentos
tões vocais e didáticas pelos alunos de canto sobre cuidados vocais básicos.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Experiência de Criação de Pessoas


Jurídicas como Estratégia de Ensino
para os Alunos do Primeiro Semestre
do Curso de Direito
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Iara Pereira Ribeiro
iararibeiro@usp.br

Resumo forma dinâmica, com a interação dos alunos,


Experiência didática para o ensino do tema foi proposto que criassem as espécies de pes-
“pessoas jurídicas de direito privado” para alu- soas jurídicas previstas na legislação brasilei-
nos do primeiro semestre do curso de direito. ra, a saber, associação, fundação, sociedade,
organização religiosa, partido político e EIRELI
Introdução (empresa individual de responsabilidade li-
O curso de direito é essencialmente teórico mitada). A tarefa de criar uma pessoa jurídica
e abstrato. A prática, em regra, se inicia a partir consiste em decidir sobre o que se quer cons-
do terceiro ou quarto ano por meio de estágios tituir; se for o caso, realizar ata de reunião;
obrigatórios ou voluntários. O desaio do pro- elaborar ato constitutivo; e registrar o ato
fessor de direito é o de se distanciar da leitura constitutivo no órgão competente, que dife-
da lei e ensinar o funcionamento do sistema re conforme a pessoa criada, podendo ser no
jurídico, demonstrando como ocorre a atuação Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, na
do proissional do direito. O objetivo do projeto Junta Comercial, na Ordem dos Advogados
proposto aos alunos do primeiro semestre de do Brasil ou no Tribunal Superior Eleitoral. Es-
direito civil foi que por meio de uma experiência sas atividades só podem ser satisfatoriamen-
testassem o conhecimento abstrato adquirido te desenvolvidas com o estudo da legislação,
em sala de aula de modo concreto. doutrina e pesquisa de modelos compatíveis

Descrição do Projeto Metodologia


Para que o conteúdo fosse transmitido de O trabalho foi desenvolvido na disciplina de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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direito civil, em turmas de direito do primeiro professor. Na apresentação os alunos justiica-
semestre com aproximadamente 50 alunos. ram suas escolhas e ações com fundamento
Os alunos foram divididos em seis grupos, li- no direito empresarial, no direito tributário e
derados por um aluno-monitor dos anos mais em outras legislações especíicas. Demons-
avançados. Cada grupo icou com a tarefa de traram compreender como ocorre a atuação
criar uma pessoa jurídica especíica, já determi- proissional na criação de pessoas jurídicas e
nada pelo monitor, mas coube ao grupo deci- o impacto na economia e sociedade, compre-
dir dentro da espécie escolhida o que queriam endendo as dimensões políticas, sociológicas e
criar. Com todos os documentos necessários, econômicas das pessoas jurídicas. Assimilaram
especialmente o ato constitutivo, tentaram re- a importância do tema não só para o direito
gistrar a pessoa jurídica criada, e se dirigiram civil como para outras disciplinas.
ao Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas,
à Junta Comercial, à Seccional da Ordem dos Conclusões
Advogados do Brasil, ou entraram em contato Os alunos iniciaram o projeto, preocupa-
por telefone ou e-mail, como no caso do Tribu- dos com o erro, com o não saber fazer; des-
nal Superior Eleitoral, situado em Brasília. O tra- cobriram ao inal, após idas e vindas, como,
balho inalizou com uma roda de conversa em por exemplo, irem ao cartório em dia e horá-
sala de aula em que apresentaram um relatório rio errados, tentarem registrar em um órgão
das atividades, oportunidade em que narraram e serem encaminhados para outro, faltar um
qual a pessoa jurídica criada, o motivo e os ob- documento ou uma assinatura, que o erro
jetivos; como foram recebidos ou atendidos faz parte do fazer e do aprendizado. Que ao
pelos órgãos de registros, com quem falaram, aluno se permite o erro, sendo o erro uma
se a documentação estava correta, se estava das etapas do ensino, que superar essa etapa
incompleta, o que faltava; qual era o custo do o encoraja para os demais desaios que virão
registro de cada pessoa jurídica; e outras infor- na Universidade e no mercado de trabalho.
mações que julgassem pertinentes. Por im, a sinergia entre os alunos, e destes
com os órgãos públicos e com a comunida-
Resultados de para obtenção de resultados se ajusta a
Observou-se no momento da roda de con- uma sociedade hodierna em que o compar-
versa que os alunos alcançaram um aprofun- tilhamento de ideias, esforços e participação
damento do tema “pessoas jurídicas de direito é exigido de todos nos vários campos de
privado” que não seria possível alcançar com atuação, como na Universidade, no trabalho
o método tradicional limitado à explicação do e na vida cotidiana.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Educomunicação, Ethos e Práxis:


Um Balanço das Ações
Pedagógicas na Disciplina
“Legislação & Ética” do CCA-ECA/USP
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Marciel A. Consani
mconsani@usp.br

Resumo da ECA/USP. No texto, ressaltamos dois im-


Este relato trata da disciplina CCA0306 Le- portantes aspectos pedagógicos que consi-
gislação e Ética no âmbito a Educomunicação, deramos inovadores, sendo (1) o emprego de
obrigatória no curso de Licenciatura do De- uma metodologia que conjuga a discussão
partamento de Comunicação e Artes (CCA) teórica com a produção de conhecimento e
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(2) o direcionamento crescente para interven- da ilosoia passando pelo Direito à Comuni-
ções sociais concretas e signiicativas. Nesta cação até o marco legal da Educomunicação.
abordagem, evidencia-se o diálogo promo- Mesmo lidando com grande carga de conte-
vido entre a ação docente e as vertentes da údos “teóricos”, o que se almeja, ao longo do
Pesquisa e da Extensão Universitária. curso, é demonstrar a presença cotidiana das
Aqui, analisaremos criticamente o histórico decisões morais no âmbito da educação e da
das últimas três edições da disciplina e avalia- comunicação.
remos as produções que delas se originaram As estratégias utilizadas em aula e que bali-
como exemplos de uma práxis educomunica- zam os parâmetros de avaliação na disciplina
tiva. Nossa expectativa é de que o compar- são análises de questões legais controversas,
tilhamento de tais vivências estimule o reen- ichamentos de textos, resenhas de ilmes
quadramento epistemológico das disciplinas realizados individualmente e seminários em
de graduação que usualmente enfatizam os grupo. Ao inal do semestre, a título de ava-
conteúdos, ampliando-as nas dimensões pro- liação principal, os alunos devem eleger um
cedimental e atitudinal. trabalho de intervenção concreta que será o
Palavras-Chave: Graduação, Ética, Comuni- principal objeto de avaliação da turma. Sem-
cação, Direito e Didática. pre observando os pressupostos dialógicos e
colaborativos da educomunicação, este pro-
Introdução jeto deve ser fruto de uma proposta discutida
Temos acompanhado a disciplina CCA 0306 e adotada em consenso por toda a classe.
– Legislação e Ética no âmbito da Educomu- Assim, na edição de 2013, o esforço do grupo
nicação desde sua ativação, no ano de 20121 consistiu na elaboração de três distintas pro-
Prof. Titular Ismar de Oliveira Soares que, até postas do que poderia ser considerado o “Có-
aquele ano, era o docente oicial da matéria. digo de Ética do Educomunicador”, fortemen-
A partir de nosso ingresso efetivo no curso te inspirado no código de ética dos jornalistas.
de Licenciatura em Educomunicação da ECA- Já em 2014, o trabalho produzido consistiu na
-USP, em 2013, pudemos reavaliar a ementa reformulação do marco legal da Educomuni-
daquela disciplina bem como as dinâmicas cação, partindo de uma demanda levantada
empregadas na sala de aula. Essa reavaliação pela Secretaria Municipal de Educação de São
procurou levar em conta a idiossincrasia dos Paulo — a reforma da Lei no 13.941, de 28 de
ingressantes no curso, assim como o peril es- dezembro de 2004 — que dá suporte aos pro-
perado para o educomunicador egresso. jetos educomunicativos nas escolas públicas.
Já havíamos trabalhado, anteriormente, No ano de 2015, o trabalho de fechamento
em uma IES privada com a disciplinas de da disciplina consistiu na organização de um
Legislação e Ética em Comunicação Social, evento temático — o I Educomunicando: a Éti-
sempre considerando a possibilidade de ca na Interface Comunicação/Educação — no
ampliar a discussão para além das análises qual todos os alunos se envolveram, divididos
de marco legal e da metodologia expositiva em comissões de Coordenação, Programação,
acrescida por debates mais ou menos orien- Logística e Comunicação.
tados. Longe de reprovar tais ferramentas Note-se que, da proposta inicial do curso, à
didáticas, alimentamos a ambição de aproxi- produção inal, os parâmetros e a modalidade
mar os conteúdos ditos “teóricos” da Ética e de avaliação são construídas conjuntamente
do Direito de uma intervenção prática social-
mente relevante. Resultados e Conclusões
As diversas estratégias pedagógicas alinha-
Descrição do Projeto/Metodologia das à disciplina CCA 0306 tem incrementado
Na disciplina “CCA 0306” predomina o o grau de participação e de engajamento
debate que parte do panorama geral da re- dos alunos da Licenciatura em Educomuni-
lação Ética/Direito/Comunicação/Educação cação. O emprego de metodologias variadas
em direção aos seus tópicos mais especíicos. tais como Sala de Aula invertida, Resolução
Avançamos também, das grandes questões de Problemas e Leitura Crítica da Mídia, mas,
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principalmente, de uma abordagem direcio- estimulando vivências signiicativas e a pro-
nada para além dos muros da universidade, dução de conhecimento voltada para de-
ou seja, para o todo da sociedade, têm se mandas sociais concretas e relevantes.
mostrado eicazes e consonantes com as ex-
petativas dos futuros educomunicadores. Nota
1
Isto nos leva a concluir que nossa experi- Ver https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/
ência pode ser compartilhada com outras obterDisciplina?sgldis=CCA0306&cod-
licenciaturas e cursos de graduação da USP, cur=27570&codhab=4 .

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Desenvolvimento de Planos
de Negócios Inovadores como
Instrumento de Ensino-
Aprendizagem: um Estudo de
Caso na FZEA/USP
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo
Celso da Costa Carrer; Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro;
Ivan Roberto Ross e César Gonçalves de Lima.
celsocarrer@usp.br

Resumo mentos tradicionais e nem sempre eicazes,


A partir da década de 1990, as disciplinas formando ainda prioritariamente empregados
envolvendo a temática de empreendedorismo para um mundo que precisa cada vez mais de
passaram a ser uma importante relexão para a empreendedores ou pelo menos de intra-em-
inovação da matriz curricular de diversos cur- preendedores. No Brasil e no mundo, o recen-
sos de graduação. Tendo em vista a importân- te avanço das sociedades que assumem a ino-
cia do aprendizado em empreendedorismo, vação como diferencial competitivo no mundo
analisou-se uma base de dados de planos de corporativo, coloca em pauta a necessidade de
negócios gerados por estudantes de cursos de transformações na formação dos proissionais
graduação da FZEA/USP, como atividade de a serem integrados à nova realidade do mun-
disciplinas obrigatórias de empreendedoris- do do trabalho. Considerando a possibilidade
mo, no período de 2003 a 2014. Através das de criar um ambiente acadêmico mais prepa-
análises foram identiicados o potencial de rado para as demandas atuais de formação,
inovação existente nos planos de negócios e cresce a necessidade de que sejam adotados
o efeito da indução à inovação nos cursos de procedimentos metodológicos direcionados à
graduação nos anos analisados. Este trabalho educação empreendedora, na qual técnicas de
originou a dissertação de mestrado proissio- confecção de planos de negócios inovadores
nal de um dos autores. assumem papel destacado na formação dos
futuros proissionais.
Introdução
A educação, uma das áreas que mais con- Descrição do Projeto
tribui para o crescimento econômico do país, O presente estudo buscou conhecer melhor
deve preparar o ser humano para as mudanças o universo de ideias dos graduandos e as va-
no mundo do trabalho (Santos, 2000). Apesar riáveis mais relevantes e relacionadas com o
disso, as instituições de ensino em sua gran- potencial de inovação dos planos de negócios
de maioria, ainda utilizam um sistema formal como técnica de aprendizado em empreende-
de educação baseado em técnicas e procedi- dorismo, gestão e projetos.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 45
Metodologia bém pelo estímulo pela indução a inovação.
Inicialmente, o PN é apresentado de forma
introdutória mostrando sua importância no Conclusões
planejamento no processo empreendedor. Foi comprovado o crescimento de aspec-
Depois de feita esta introdução, os alunos tos inovadores dentro dos planos e que o
deinem grupos com o objetivo de desen- método de indução à inovação auxilia no
volver um projeto com aplicabilidade prá- processo educativo, contribuindo para um
tica. A construção do PN é feita em partes, maior potencial da viabilidade dos planos
se iniciando pelo levantamento de mercado, construídos, ao mesmo tempo que estimula
plano técnico, plano de marketing e plano o processo empreendedor dos estudantes.
de viabilidade econômica. Ao inal da disci- A metodologia exigiu grande comprometi-
plina os planos desenvolvidos são apresen- mento dos estudantes que concluíram pela
tados em seminários, onde são discutidas efetividade do processo de aprendizagem
situações práticas que, de modo geral, não na área de empreendedorismo, projetos e
existiriam dentro de sala de aula. Foram ana- visão de negócios.
lisados 112 planos de negócios realizados de
2003 a 2014 em três disciplinas obrigatórias Referências
de empreendedorismo na FZEA/USP. As fer- SANTOS, L. 2000. Empreendedorismo no
ramentas estatísticas utilizadas nesse estudo ensino fundamental: uma aplicação. Disser-
foram: a regressão linear simples, correlação tação de mestrado da UFSC - Universidade
linear de Pearson, análise de componentes Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC.
principais (ACP) e análise fatorial (AF).

Resultados
A inovação inclui a gestão de processos,
estruturas e recursos para administrar signi-
icativos níveis de criatividade, desenvolven-
do novos conceitos e maneiras de fazer e
transformá-los em realidades. A análise dos
dados apontou para uma correlação positiva
(0,641) e signiicativa (p-valor = 0,002) entre
as variáveis “presença de INOVAÇÃO” e a
“Taxa de retorno do investimento”, indicando
que o processo de indução à inovação fun-
cionou bem e mudou o enfoque dos planos
que passaram a ter maiores expectativas de
retorno inanceiro com a agregação de va-
lor a partir da maior presença de inovação.
No decorrer das análises dos dados ica evi-
dente a diminuição do desenvolvimento de
planos envolvendo os elos da cadeia de in-
sumos, produção e distribuição e aumento
expressivo do número de planos para o elo
de serviços, principalmente após a indução
à inovação que ocorreu nas disciplinas de
empreendedorismo da FZEA/USP. Foi identi-
icado também nos planos analisados no pe-
ríodo de 2011 a 2014, aumento no potencial
de incubação, uma vez que a incubação de
empresas é essencial para a sobrevivência de
uma empresa iniciante no mercado e tam-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Praticando Gestão como Ciência


em um Laboratório Vivencial
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
da Universidade de São Paulo
Antonio Carlos Aidar Sauaia,
asauaia@usp.br

Resumo Descrição do Projeto


Proissionais de todas as áreas iniciam a Em meados dos anos 80 as práticas geren-
carreira em funções técnicas, onde seu co- ciais na formação de gestores eram modes-
nhecimento especializado supre as demandas tas, apêndices nas disciplinas de conteúdo
organizacionais. Na medida em que as res- da FEA/USP/SP, em turmas mistas de gradu-
ponsabilidades crescem, surgem convites para ação em Administração e Contabilidade. Du-
gerenciar projetos, coordenar recursos e pes- rante 20 anos os estudos na pós-graduação
soas. O proissional que entregou resultados strico sensu e lato sensu (1986 a 2006) pre-
técnicos excelentes acaba promovido ao nível pararam os fundamentos teóricos da nova
da imediata incompetência, atrevendo-se em disciplina Laboratório de Gestão (SAUAIA,
tarefas desconhecidas a gerenciar recursos e 2008, 2010; 2013), apoiada sobre três pilares
pessoas com peris variados. O proissional e a conceituais: simulador organizacional (arte-
organização correm um risco desnecessário, já fato que reúne as árvores de conhecimento);
que o Laboratório de Gestão tem propiciado, jogo de empresas (vivência que constrói sig-
desde 2006, formação gerencial protegida. niicados); pesquisa teórico-empírica (mapa
da aprendizagem cientíica).
Introdução 1o. Pilar: o simulador organizacional (arte-
As instituições de ensino superior se inspi- fato a ser estudado) descreve, por meio de
ram, desde sempre, no modelo das preleções, regras econômicas, o contexto de uma orga-
sustentadas por oradores habilidosos e elo- nização que produz e comercializa um bem
quentes que mantêm a audiência silenciosa. em mercado doméstico. A complexidade é
Este modelo pedagógico de formação vem variada e parametrizável, para atender ini-
sendo complementado por métodos moder- ciantes e veteranos.
nos de ensino e aprendizagem. A sociedade 2o. Pilar: o jogo de empresas (vivência em
contemporânea, empoderada pelas tecnolo- grupo, sob incerteza) reúne pessoas em gru-
gias de informação e comunicação, desen- pos formados pelo educador, para retirá-las
volve de maneira autodidata processos para- da zona de conforto, induzindo equilibração e
lelos em que cada aprendiz tem a liberdade aprendizagem em um dos seis papéis geren-
de escolher seu próprio caminho. Numa sala ciais (planejamento; marketing; produção; RH;
de aula expositiva geralmente há um só ca- inanças; presidência). Em ambiente controlado,
minho, uma só verdade, uma só resposta ao os grupos competem a partir do capital intelec-
problema proposto, a do professor. tual. Coletam dados do problema dinâmico e
Aprender gestão pressupõe liberdade de não estruturado, tomam decisões estratégicas
escolha, para analisar suas consequências. A e operacionais, analisam os resultados publica-
sociedade contemporânea valoriza as ações dos a cada ciclo numa plataforma MOODLE, e
empreendedoras de proissionais técnicos discutem com base em quadros teóricos, para
que se destacam entre os demais. A habilida- enfrentar novos ciclos de decisão.
de gerencial, antes um privilégio de poucos, já 3o. Pilar - a pesquisa teórico-empírica tan-
pode ser exercitada, sem risco, em ambientes gibiliza a vivência intangível, individual e co-
educacionais projetados para este im. letiva, em um mapa que descreve a criação
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cientíica, crítica e relexiva, individual de pois propicia o exercício da complexidade
cada gestor, compartilhada nos indicadores proposta por Bloom et al. (2000) no processo
publicados e em sucessivos seminários de de aprendizagem que evolui continuamente:
melhores práticas. assimilando as regras do simulador, compre-
endendo as funções gerenciais; praticando
Resultados a tomada de decisão; analisando os resulta-
Neste contexto laboratorial pratica-se dos; discutindo tais resultados com base nas
o método cientíico para recuperar o cará- teorias; criando conhecimento de autoria
ter sistêmico e dinâmico das organizações, por meio da pesquisa cientíica, teórico-em-
perdido na fragmentação do conhecimento pírica. O momento adequado para uma pes-
em disciplinas de conteúdo. As diversas es- soa aproximar-se do Laboratório de Gestão
tratégias ativas ali combinadas têm apoiado dependerá da curiosidade, da maturidade e
processos acadêmicos importantes, de ensi- da utilidade percebida pelo interessado ao
no-aprendizagem: prática gerencial e inicia- longo de sua carreira acadêmica ou prois-
ção cientíica em larga escala na graduação; sional. Superada a fase técnica da carreira,
orientação de pesquisadores da pós-gradu- invariavelmente os desaios gerenciais surgi-
ação na FEA/USP/SP e em outras unidades rão, seja para coordenar recursos materiais,
USP (Educação, Engenharias, Enfermagem, seja para liderar pessoas. A gestão pública e
Relações Públicas); sensibilização e treina- a gestão privada já se beneiciam deste am-
mento de docentes interessados em replicar biente de prática, que abrevia o tempo de
esta metodologia, na USP e fora dela. aprendizagem e praticamente elimina o risco
do insucesso, pois neste ambiente protegido
Conclusões se aprende fazendo, pelos erros a serem exa-
A adoção desta metodologia se justiica, minados e pelos acertos a serem repetidos.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Simulação como Estratégia de


Ensino de Direito Internacional
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Caio Gracco Pinheiro Dias e Deíse Camargo Maito
dcmaito@usp.br

Resumo com aulas expositivas, apesar das críticas à


Relata-se a experiência dos autores com o eicácia pedagógica e adequação do méto-
uso de Simulação no ensino de Direito Interna- do às necessidades formativas atuais do pro-
cional com as turmas do 3o Ano da Faculdade issional do direito. No Direito Internacional,
de Direito de Ribeirão Preto, em que se simu- o problema se agrava pela imensa distância
lou a negociação de um tratado internacional. entre a experiência cotidiana dos discentes e
A atividade avaliou o aproveitamento das aulas o conteúdo teórico ministrado. Daí a opção
expositivas pelos discentes e sua capacidade por uma metodologia participativa e, no caso
de auto-aprendizado, além de fazê-los viven- aqui relatado, pela simulação como estraté-
ciar problemas práticos das negociações inter- gia pedagógica para dar maior concretude ao
nacionais. No presente trabalho analisa-se essa material lecionado – o Direito dos Tratados.
estratégia, suas limitações e os ganhos e dii- A atividade foi planejada em conjunto pelos
culdades que tiveram os alunos da disciplina. autores como parte do Estágio de Docên-
cia da coautora no âmbito do Programa de
Introdução Aperfeiçoamento de Ensino e conduzida no
O ensino do Direito no Brasil ainda é mar- ambiente virtual de aprendizagem Moodle,
cado pelo predomínio do método coimbrão, integrando as atividades do Laboratório de
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Prática Jurídica Simulada, projeto contempla- nhecimentos teóricos e estratégias práticas
do no 2o Edital do Programa Pró-Inovação no construídas em outros momentos do curso.
Ensino Prático de Graduação (Pró-Inovalab). Nesse sentido, além da adequação ao papel
desempenhado na simulação e do emprego
Descrição do Projeto correto do conteúdo teórico relativo ao caso
A atividade simulou uma negociação entre simulado, observa-se a resposta dos parti-
representantes dos EUA e de Cuba, na sequ- cipantes à forma como se desenrola a inte-
ência da visita do Presidente Barack Obama ração entre eles. O Moodle foi usado como
a Havana, visando a celebração de um tra- meio para a negociação entre os grupos por
tado de dispensa de vistos de turismo para facilitar o acompanhamento e avaliação de
nacionais dos dois países. Cada turma, com suas interações.
cerca de 50 alunos, foi dividida em 10 gru-
pos, organizados pelos alunos com a única Resultados Obtidos
limitação do número de integrantes (máximo (1) A escolha do ambiente virtual permitiu
de 5), que foram aleatoriamente pareados, a aprendizagem extra-classe, bem como a
resultando em cinco pares de grupos por avaliação e ensino continuados. (2) A duração
sala, cada par realizando uma negociação da atividade, que se deu em paralelo a aulas
separada e independente dos demais. Cada teóricas sobre o tema da simulação, também
grupo, representando, um, os negociadores permitiu observar o quanto as aulas contri-
dos EUA e, o outro, os de Cuba, recebeu ins- buíram para a melhoria do desempenho nas
truções especíicas que delineavam os inte- negociações. (3) Notou-se uma hesitação dos
resses primários e secundários que o grupo alunos em iniciar as tratativas, que só come-
deveria buscar contemplar no texto do tra- çaram por provocação dos autores, que pas-
tado. As negociações se deram por meio de saram a exigir ao menos um contato semanal
um fórum acessível somente aos integrantes entre as duplas de grupos no fórum virtual, o
do grupo, ao docente e à estagiária no site que poderia ter sido exigido desde o início. (4)
do curso no Moodle. A atividade durou um O elemento de imprevisibilidade poderia ter
mês, com o intuito de garantir uma avaliação sido mais bem explorado, uma vez que os alu-
continuada e analisar a evolução dos alunos nos trocaram as instruções dos grupos entre
na aprendizagem da matéria. A avaliação da si; isso poderia ter sido evitado com a adoção
atividade levou em conta roleplay e regulari- de um sistema de pontuação comparativa, ou
dade dos contatos entre os grupos durante a com a alteração pontual das instruções ou
negociação (20%), coerência entre o teor do do contexto da simulação durante seu curso,
tratado e os objetivos de cada grupo na ne- por meio de “notícias” e outros artifícios, re-
gociação (30%) e a correção formal e técnica forçando o aspecto de jogo não-cooperativo
do texto inal da minuta de tratado (50%). de informação imperfeita que caracteriza as
negociações internacionais.
Metodologia Utilizada
A simulação visa desenvolver as habili-
dades necessárias a uma interação bem-
-sucedida entre os diversos atores de uma
situação-problema e requer que cada par-
ticipante deina uma estratégia de ação e a
adeque segundo as exigências que derivam
do confronto com os interesses e estratégias
dos demais atores, que o participante só vai
conhecer com a interação com os demais,
destacando-se, nesta estratégia de ensino,
o elemento da imprevisibilidade; isso de-
manda pensamento estratégico e constante
atenção da parte dos alunos, ativando co-
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Laboratório de Gestão:
Indícios e Evidências da Prática
do Pensamento Cientíico
na Educação Gerencial
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
Maria Carolina Conejero e Antonio Carlos Aidar Sauaia
mcconejero@hotmail.com

Resumo no-aprendizagem de Administração, mobili-


O jogo de empresas com frequência tem zando os estudantes para o desenvolvimen-
sido orientado para educação gerencial e to de responsabilidade individual e coletiva
treinamento e propiciado aos graduandos (DEMO, 2011).
de Administração inúmeras oportunidades
para a prática gerencial, entretanto, faltam Descrição do Projeto
aos estudantes experiências de aprendiza- A disciplina EAD-672, Laboratório de Gestão
gem cientíica. da FEA/USP/SP, traz a integração de três pilares
Este estudo tem como objetivo elencar conceituais (SAUAIA, 2006; 2008; 2010; 2013):
os indícios (aspectos subjetivos) e as evi- simulador organizacional, jogo de empresas
dências (aspectos objetivos) da prática do e pesquisa aplicada. O processo de constru-
pensamento cientíico que fundamentam ção de aprendizagem na dinâmica do jogo de
uma experiência de aprendizagem cientíica empresas com pesquisa é caracterizado pela
no campo da Administração. Foi conduzida capacidade de um indivíduo em analisar, expli-
uma pesquisa de campo laboratorial, descri- car, desdobrar, justiicar, induzir ou aplicar leis,
tiva, qualitativa, bibliográica, participativa e transformando informações em práticas ge-
documental (GONSALVES, 2007, p.66), com renciais que sejam úteis sob uma perspectiva
duas turmas de graduandos da FEA/USP/SP. pessoal, proissional, social ou política. Trata-se
Este estudo permitiu mostrar aos líderes de de um conhecimento que explica os fenôme-
instituições de ensino superior que o Labo- nos sociais, podendo ser uma expressão que
ratório de Gestão é um ambiente inovador lembra laboratório, instrumental de pesquisa,
de educação gerencial com pesquisa. trabalho programado, metódico e sistemático,
e evidencia caráteres de autoridade e respeita-
Introdução bilidade (DEMO, 2011).
As estratégias centradas no participante
são denominadas metodologias ativas de Método
aprendizagem por enfatizarem o desenvol- Para coleta de dados foram utilizados do-
vimento de competências cognitivas e rela- cumentos internos da FEA/USP/SP, informa-
cionais, além da ação do estudante (LEBRUN, ções disponíveis no portal SIMULAB (www.
2002, p. 93-94), englobando a identiicação simulab.com.br), plano de ensino e material
e/ou resolução de problemas, o ensino com de apoio metodológico da disciplina EAD-
pesquisa, o jogo de empresas, os laborató- 672. A observação participante foi utilizada
rios reais e os laboratórios virtuais (VIEIRA, para elencar os indícios (aspectos subjetivos)
R.M.; VIEIRA, C., 2005, p.21). A prática do enquanto que a análise de conteúdo de 110
pensamento cientíico por meio das ativi- relatórios individuais de pesquisa aplicada
dades de descoberta, problematização e foi utilizada para elencar as evidências (as-
questionamento (SALOMON, 2010) traz uma pectos objetivos) da prática do pensamento
nova perspectiva para o processo de ensi- cientíico no Laboratório de Gestão.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Resultados educacionais que propiciem a formação de
Foram elencados indícios (aspectos subjeti- administradores com conhecimento de marca
vos) e evidências (aspectos objetivos) da prática cientíica. Aos dirigentes, coordenadores e pro-
do pensamento cientíico, conforme Quadro 1: fessores caberá atualizar os planos de ensino; e,

Pensamento Cientíico Indícios (Aspectos subjetivos) Evidências (Aspectos objeti-


(SALOMON, 2010) – Observação participante vos) – Análise de conteúdo

Tentativa/ação de desen-
Assinatura de contratos de
volvimento de contratos de
parceria com fornecedores;
parcerias;
Projetos aprovados de inova-
Projetos de inovação ligados
ção sustentável;
à sustentabilidade;
Planilha em Excel para apoio
Esforço/ação dos estudantes
Questionamento à decisão no jogo de empre-
em elaborar uma planilha de
sas de forma racional;
apoio para decifrar as regras
Acertos e erros críticos nas
econômicas; e
enquetes da TIR; e
Esquecimento e esforço dos
Produção de relatório cientí-
estudantes em participar das
ico.
enquetes da TIR.
Esforço/ação dos estudantes Problemas de pesquisa iden-
em encontrar um problema tiicados e não identiicados;
de pesquisa ou conlito or- Não preenchimento de cam-
ganizacional no contexto do pos nos formulários de deci-
Problematização
jogo de empresas; e são; e
Esquecimento e esforço dos Problemas de relacionamen-
estudantes em preencher nos to entre diretorias das áreas
formulários de decisão. funcionais.
Esforço/ação dos estudantes
em elaborar resumos do li- Alinhamento e desalinha-
vro-texto, buscando compre- mento de estratégias nas áre-
ensão sobre a integração das as funcionais relacionadas; e
Descoberta
áreas funcionais; e Uso e não uso dos tem-
Esforço/ação dos estudantes plates (material de apoio
em assimilar a importância da disciplina).
do uso dos templates.

Quadro 1 – Indícios e evidências da prática do pensamento cientíico no Laboratório de Gestão. FONTE:


DADOS DESTA PESQUISA.

Conclusões por im, aos estudantes caberá uma participa-


Este estudo permitiu mostrar aos líderes de ção mais ativa nos seus processos de formação.
instituições de ensino superior que o Labora-
tório de Gestão é um ambiente inovador de
educação gerencial com pesquisa, entenden-
do que diante da complexidade do contexto
organizacional e da sociedade atual tornou-se
latente a preocupação de reformular métodos
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 51
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Disciplina de Atenção Básica a Saúde:


O Processo de Ensino-Aprendizagem
para além dos Muros da
Universidade de São Paulo
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Vania dos Santos e Harnoldo Colares Coelho
vasantos@usp.br

Resumo Metodologia
A disciplina de Práticas de Atenção Básica Disciplina eletiva com 4 créditos (60 horas),
a Saúde (PABS), tem o objetivo de permitir ministrada para os períodos integral (15 vagas)
o contato do aluno com os cenários de prá- e noturno (10 vagas), preferencialmente para
ticas, visando uma formação humanística, os alunos do 3° semestre. Realizada extramu-
critica e relexiva, preparando-o para atuar ros, tem como cenários de prática, unidades
na sociedade e tem alcançado os objetivos de saúde (municipais e estaduais), nos 03 ní-
propostos. veis de complexidade (baixa, média e alta) e
equipamentos sociais. Em cerca de 50 a 60%
Introdução da carga horária os alunos permanecem em
A formação proissional oferecida em cur- Unidade de Saúde da Família (USF), acompa-
sos de graduação na área da Saúde sempre nhando as atividades executadas, com abor-
esteve centrada na doença, em prejuízo dos dagem principal nas visitas domiciliares (VD),
aspectos biopsicossociais do indivíduo e da onde acompanham os agentes comunitários
coletividade. Na área de farmácia a formação de saúde, com foco em pacientes idosos,
é voltada para a síntese, desenvolvimento e crianças, acamados, de saúde mental, com
produção de medicamentos e exames labo- problemas de adesão ao tratamento, entre
ratoriais, enquanto que a abordagem sobre outros. Atuam ainda junto a Unidade Distrital
o processo saúde-doença e suas causas mul- de Saúde, a um Hospital Psiquiátrico e a uma
tifatoriais e a discussão sobre as políticas de Unidade de Saúde Rural. Realizam também vi-
saúde, principalmente a referente à ABS, tem sitas a equipamentos sociais de abrangência
pouco espaço no processo educativo. Pou- das unidades, tais como lar de crianças órfãs,
cas são as atividades interdisciplinares, com círculo operário (idosos), entre outros. Após
inserção praticamente nula do aluno em tra- cada atividade, ocorre uma discussão sobre o
balhos de equipe de saúde no setor público. que foi observado pelos alunos e o aprofun-
damento da base teórica. No caso das VD os
Descrição do Projeto casos são discutidos por todos, com base no
Disciplina com foco na ABS, oferecida des- prontuário do paciente e na observação reali-
de 2012, e realizada em cenários de práticas zada pelos alunos. Tem-se também um grupo,
em saúde, no serviço público, tendo como da disciplina, na mídia social facebook, como
base o conteúdo teórico das disciplinas: O forma de aprofundar a interação com os alu-
Farmacêutico, a Saúde e a Sociedade e Epi- nos e alguns tópicos discutidos em aula.
demiologia. É ministrada por dois docentes
da área de Saúde Pública, contando com o Resultados
suporte de 02 farmacêuticos do Serviço Far- Apresenta-se na tabela 1, o resultado da
macêutico da FCFRP e dos proissionais das avaliação institucional realizadas pelos alu-
unidades. nos nos anos de 2014 e 2015, composto por
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 52
05 questões: 1. Foi ressaltada a importância média institucional da FCFRP.
desta disciplina para a sua formação?; 2. Os
recursos didáticos utilizados (lousa, livros,
slides, etc.) foram adequados?; 3. O conte-
údo abordado na disciplina é atualizado e

Período Ano Perguntas Realizadas

1 2 3 4 5

ND: 93,7 ND: 77,7 ND: 85,4 ND: 75,0 ND: 60,0
Int. 2015
MD: 85,6 MD: 81,0 MD: 85,2 MD: 81,5 MD: 81,5

ND: 100 ND: 85,7 ND: 89,2 ND: 92,9 ND: 83,2
Not. 2015
MD: 85,6 MD: 81,0 MD: 85,2 MD: 81,5 MD: 81,5

ND: 93,2 ND: 88,5 ND: 98,0 ND: 90,4 ND: 86,5
Int. 2014
MD: 85,9 MD: 83,2 MD: 85,1 MD: 81,7 MD: 81,8

ND: 96,9 ND: 93,7 ND: 100 ND: 96,9 ND: 87,5
Not. 2014
MD: 85,9 MD: 83,2 MD: 85,1 MD: 81,7 MD: 81,8

Tabela 1. Resultado da Avaliação Institucional para a Disciplina de Práticas de Atenção Básica a Saúde, para os
período integral e noturno, nos anos de 2014 e 2015.
Legenda: ND – Média da disciplina; MD: Média Geral da Faculdade.

adequado aos objetivos do curso?; 4. Foi de-


monstrada a integração desta disciplina com
outras, dentro da Estrutura Curricular?; 5. Os
métodos e critérios de avaliação foram con-
dizentes com o ensino ministrado?
Embora não se tenha dados sistematiza-
dos, a disciplina tem sido muito bem pro-
curada pelos alunos, com uma média de 3
alunos/vaga, independente do período.

Conclusões
A disciplina é de grande complexidade,
por envolver serviços de saúde sob gestão da
Secretaria Municipal de Saúde e um grande
número de variáveis. Apesar de tradicionais
em outros cursos de saúde, a forma como
o conteúdo é ministrado é bastante inova-
dor para os Cursos de Farmácia e tem obtido
excelente aprovação dos alunos, com dados
de 85,0% dos indicadores avaliados acima da
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 53
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Ensino da Consulta de Enfermagem


em Pediatra: Contribuições
da Utilização da Simulação
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
Cecília Helena de Siqueira Sigaud, Aurea Tamami Minagawa Toriyama,
Maria De La Ó Ramallo Veríssimo
csigaud@usp.br

Introdução como o protocolo de atenção de enferma-


A simulação enquanto prática pedagó- gem à criança. Após 15 minutos de preparo,
gica vem ganhando força na educação nas inicia-se a atividade de simulação da consul-
últimas décadas. Na área da saúde, é cada ta de enfermagem com o Est E conduzindo
vez mais utilizada para a formação de prois- a entrevista e o exame físico da criança, en-
sionais, dado seu potencial de incrementar quanto o Est A registra observações acerca
o diálogo teoria-prática e possibilitar apren- do desempenho do colega. Terminada a si-
dizado seguro de habilidades cognitivas, mulação, ambos compartilham entre si suas
procedimentais e atitudinais, mostrando-se percepções sobre o exercício dos papeis, in-
uma abordagem inovadora. cluindo os sentimentos experimentados no
processo, bem como os acertos e equívo-
Descrição do Projeto cos observados, e reletem sobre sugestões
Para o ensino da consulta de enfermagem para superação das diiculdades identiica-
em pediatria, tem sido desenvolvida ativida- das. Em seguida, faz-se o compartilhamento
de de simulação em laboratório, em que um dos aprendizados das duplas de estudantes
estudante assume o papel de acompanhante no grupo ampliado (8 a 10 duplas em cada
(Est A) da criança (manequim), e outro de- sala), com a mediação do professor, que vai
sempenha o papel de enfermeiro (Est E). A trazendo subsídios para complementar o
atividade simulada é realizada após estudos aprendizado, segundo a necessidade do gru-
iniciais sobre os inúmeros temas envolvidos po. A atividade é realizada novamente, com
na realização da consulta de enfermagem, troca de papeis entre os estudantes e forne-
constituindo-se um momento de integração cimento de novos roteiros. Cada atividade
de conhecimentos e habilidades. de simulação foi desenhada de forma a pos-
sibilitar o alcance de objetivos especíicos de
Metodologia aprendizagem, que se complementam para
Para o Est A, oferece-se um roteiro com abranger uma gama ampla de oportunida-
a descrição da situação familiar e de vida des de aprendizado.
da criança, bem como seus dados de saú-
de (crescimento, desenvolvimento, hábi- Resultados
tos de vida e história pregressa de saúde), A atividade vem sendo realizada há cinco
que será o guia norteador de sua atuação. anos, sempre com avaliações positivas dos
Ao Est E, disponibilizam-se os instrumentos docentes e discentes. Os estudantes reve-
para a realização do levantamento de infor- lam signiicativo ganho com esse trabalho,
mações necessárias para a sistematização da uma vez que se sentem mais protegidos
assistência na consulta de enfermagem, tais para iniciar suas atividades como enfermei-
como roteiros de entrevista, avaliação física ros. Como resultado, o ambiente simulado e
e avaliação do desenvolvimento infantil, bem protegido aumenta a coniança e habilida-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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de dos discentes para a prática proissional. no grupo possibilita identiicar a presença
A atuação nos dois papeis, de enfermeiro e de certas emoções e diiculdades, e avançar
acompanhante da criança, também é consi- para a construção de propostas alternativas
derada importante, pois cada estudante tem de enfrentamento mais amadurecidas. A sín-
oportunidade de observar seu próprio de- tese do grupo relete um aprendizado signi-
sempenho e ser observado por um colega, icativo e mais elaborado, se comparado às
o que reverte em um conjunto de elementos trocas de conhecimento nas duplas. Os pro-
denso sobre as ações realizadas. Nota-se que fessores, por sua vez, têm a possibilidade de
a observação da atuação do colega, o com- avaliar o domínio dos estudantes em relação
partilhamento de percepções entre eles e a aos conhecimentos e habilidades esperadas.
relexão decorrente disso possibilitam gran- Do ponto de vista ético-legal, o contexto da
de aprendizado por meio da identiicação de simulação possibilita aprendizado seguro da
acertos e equívocos nas condutas, conscien- prática proissional, uma vez que evita os ris-
tizando a ambos sobre os comportamentos cos inerentes ao aprendizado da prática com
e ações mais apropriados, e outros que de- usuários dos serviços de saúde. Os princípios
vem ser evitados. Na segunda experiência, éticos e morais que regem as relações so-
o aprendizado continua, pois são muitas as ciais e a prática docente na atualidade não
habilidades a serem desenvolvidas. A dispo- permitem expor o estudante e os usuários a
nibilidade de tempo e a possibilidade de re- situações de risco.
petir as experiências no ambiente simulado
se colocam a favor dos estudantes, propor- Conclusões
cionando o desenvolvimento do raciocínio O aprendizado por meio da simulação
clínico, do pensamento crítico e da tomada mostra-se efetivo, pois reúne recursos ade-
de decisões. A retroalimentação recebida quados em um ambiente com baixo poten-
dos colegas e do professor oferece oportu- cial de estresse. Isso favorece o desenvolvi-
nidade para a relexão sobre seus conheci- mento integral das capacidades cognitivas,
mentos, habilidades e emoções, fortalecen- afetivas e psicomotoras, com aprendizagem
do seu aprendizado. A discussão ampliada signiicativa e contínua.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Construção e Avaliação do Cenário


de Simulação Robótica sobre a
Avaliação Clínica da Oxigenação
e Circulação do Bebê Pré-Termo
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Danielle Monteiro Vilela Dias, José Carlos Amado Martins,
Luciana Mara Monti Fonseca
dani51vilela@yahoo.com.br

Introdução dizagem por meio deste método; e exige re-


A aplicação da simulação clínica em cui- cursos adequados relacionados à tecnologia
dados de saúde no ensino em enfermagem e ao preparo do corpo docente (ISSEMBERG,
é complexa e está alicerçada em três pontos et al.; 2005).
principais: é um método de aprendizagem
eicaz para a aquisição de conhecimento, de- Objetivos
senvolve habilidades pertinentes e aprimora Construir e avaliar o cenário de simulação
comportamentos proissionais; na atualida- robótica sobre a avaliação clínica da oxige-
de há um incentivo e apoio ao ensino-apren- nação e circulação junto a especialistas.
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 55
Material e Métodos o caso clínico do bebê que foi passado para
Estudo descritivo e exploratório sobre o os participantes da simulação no formato
desenvolvimento do cenário de simulação de “passagem de plantão de enfermagem”
de média-idelidade, para tanto, optamos Era esperado que os alunos identiicassem a
pelo método proposto por Jeffries (2007), apneia do bebê e realizassem intervenções
que auxilia na criação da atividade de simu- para a resolução deste problema respiratório
lação robótica é um modelo composto pelos em um tempo máximo de aproximadamente
diferentes elementos que compõem uma si- 12 minutos. Durante o decorrer da cena, os
mulação, como a identiicação do tema, os sete especialistas completaram o checklist e
objetivos da simulação, os participantes, os após leitura e avaliação das indicações e su-
cenário de simulação e o processo de debrie- gestões, foram implementados pontos im-
ing. Este estudo foi aprovado pelo Comitê portantes no cenário da simulação robótica
de Ética em Pesquisa conforme parecer nú- como a colocação de um relógio de parede
mero 469.579. em local visível; disponibilização do prontuá-
rio completo do bebê; colocação de identii-
Resultados cação do bebê na incubadora e solicitação de
Para a escolha do tema da simulação i- que o estudante narrasse verbalmente todas
zemos um levantamento na literatura para as suas ações na cena. Todas as sugestões
veriicar a patologia que mais acomete os dadas pelos especialistas foram acatadas e
bebês pré-termos, a apneia da prematurida- colocadas no cenário de simulação clínica. O
de ocorre em 74% desses bebês. Partindo do processo de debrieing do presente estudo
novo conceito de apneia, a repercussão que foi realizado logo após o im do cenário, no
pode ter os episódios de apneia na vida do laboratório em que havia ocorrido à simula-
bebê prematuro e a intrínseca relação entre ção. Os dois estudantes foram convidados e
os achados da avaliação clínica da necessida- se sentarem junto aos que assistiram a cena
de humana básica de oxigenação e circulação e foram estimulados, pelos pesquisadores,
para o cuidado desta clientela, optamos pela a verbalizarem sobre o ocorrido, Para esta
apneia do pré-termo para ser a temática do discussão de debrieing foram utilizadas as
cenário de simulação robótica. Para avaliar fases 1, 2 e 3. O tempo utilizado para cada
se os objetivos traçados na simulação seriam fase, foi a fase 1, cinco minutos, a fase 2, dez
alcançados foi desenvolvido um quadro em minutos e a faze 3, cinco minutos, totalizan-
forma de checklist contendo os passos e o do um debrieing de 20 minutos.
tempo a serem alcançados dos objetivos, e a
avaliação da ação feita pelo estudante. Para Conclusões
a avaliação do cenário foram convidados um O desenvolvimento do cenário foi pensado
grupo de sete especialistas na área da neo- e construído para que os estudantes vivencias-
natologia, esse grupo foi composto por dois sem uma situação real da prática clínica, e pu-
enfermeiros, um docentes e quatro alunos dessem intervir utilizando os materiais e equi-
de pós-graduação. Para a realização da si- pamentos disponíveis. A utilização do método
mulação foram convidados dois estudantes de Jeffries (2007) para a construção do cenário
de enfermagem. Os especialistas após ob- proposto trouxe maior estrutura no desen-
servarem a simulação clínica, responderam volvimento das atividades propostas para o
o questionário em forma de checklist. O ce- ensino-aprendizado dos alunos, os objetivos
nário foi composto por um simulador neo- foram traçados trazendo a especiicidade da
natal de média idelidade, uma incubadora avaliação clínica da oxigenação e circulação
um monitor cardíaco, uma mesa auxiliar que do bebê pré-termo. A opinião e sugestões
continha materiais de enfermagem, uma ré- dadas pelos especialistas na área conferiram
gua de gazes na parede do laboratório de mais realismo no cenário, assim consegui-
simulação, montada com frasco de aspiração mos reproduzindo os aspectos principais de
e o prontuário hospitalar do bebê na mesa um cenário clínico real, para que, quando um
auxiliar. A atividade simulada teve início com cenário semelhante ocorrer em um contexto
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clínico real, a situação poder ser gerenciada situação o estudante pode reletir sobre suas
facilmente e com êxito. O mesmo foi observa- ações pontuando os aspectos positivos e ne-
do com a utilização do debrieing estruturado, gativos, e construindo um novo conhecimen-
com perguntas e tempo programados, nessa to gerado pela experiência vivenciada.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

O Canteiro Experimental
da FAUUSP
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Reginaldo Ronconi
ronconi@usp.br

Resumo o conhecido “cone de aprendizado” onde


O Canteiro Experimental da FAUUSP é organizava as possibilidades de interação
um laboratório didático onde os estudantes com os processos de transmissão de conhe-
conseguem adentrar nas questões que en- cimentos. Podemos observar que as ativida-
volvem a materialização dos projetos. Sua des de caráter ativo são mais interessantes
proposta pedagógica valoriza os aspectos do ponto de vista da retenção do conheci-
emancipadores (ganhos de autonomia) que mento. 2 - Caminhando na mesma direção
o estudante vivencia. Traz o aspecto da cons- encontramos o método conhecido como
trução de soluções como metodologia de PBL – Problem Based Learnig, cujo desen-
trabalho. Convive hoje com o Laboratório de volvimento começou na Universidade Mac
Culturas Construtivas no qual os pesquisa- Master (1969), no curso de medicina e que
dores de mestrado e doutorado, em contato propõe apresentar um problema aos estu-
com os estudantes da graduação, trabalham dantes e incentivar que eles criem sua pró-
seus temas de pesquisa. pria organização de trabalho para elaborar
Esse artigo mostra um pouco do traba- uma solução.
lho realizado e propõe uma relexão para a
construção desse espaço. O Canteiro Experimental
Vejo o Canteiro Experimental como uma
Introdução proposta pedagógica cuja meta é colaborar
Considero o Canteiro Experimental um para a autonomia do estudante de Arquite-
equipamento muito importante para os cur- tura e Urbanismo, autonomia aqui entendida
sos de arquitetura e urbanismo. Nem todas como a capacidade de mobilizar os próprios
as escolas possuem esse espaço. Porém o recursos sem a interferência dos outros. Por
Canteiro Experimental é uma demanda fre- tanto, o Canteiro Experimental mais que um
quentemente exposta pelos estudantes em espaço para construção de obras é um es-
seus encontros regionais e nacionais. paço de produção do conhecimento e um
Como a abordagem pedagógica e a forma espaço emancipador para o estudante. O
do Canteiro podem variar muito é importan- Canteiro Experimental não é o lugar da ati-
te discutir esses aspectos. Duas ideias são vidade prática em detrimento da atividade
importantes para entender a proposta do intelectual – é local da atividade plena.
Canteiro Experimental da FAU. 1- Sabemos
que a melhor forma de reter um aprendiza- O Canteiro Experimental da FAUUSP
do se dá por meio de atividades que envol- Procurarei indicar os pontos que acho
vam o objeto de aprendizado e que sejam importantes para o estabelecimento desse
vivenciadas. Edgard Dale trabalhou esse as- equipamento em qualquer instituição. Não
sunto desde a primeira edição de seu livro há nessas indicações a intenção de estabele-
1948 quando apresentou entre seus estudos cer uma receita ou modelo, trata-se de uma
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 57
contribuição ao debate, oriunda do trabalho perimental e pertence ao departamento de
como professor e coordenador. O Canteiro projeto. É dirigida para os estudantes dos úl-
Experimental da FAUUSP foi inaugurado em timos semestres.
1998. Ocupa uma área de 3.000 m2 sendo
destes 380 m2 de área coberta. A deinição Finalizando
de seu projeto arquitetônico e de sua infra- O Canteiro Experimental da FAUUSP cres-
estrutura foi objeto de um trabalho especíi- ceu, ganhou almoxarifado, um escritório para
co e realizado de acordo com a disponibili- apoio durante o atendimento dos estudan-
dade de recursos existentes. tes. Conta hoje com infraestrutura de dados
e comunicação, estabeleceu o diálogo com a
Como tem operado o Canteiro Experi- Pós-graduação por meio do Laboratório de
mental da FAUUSP. Culturas Construtivas. Mas se por um lado
Hoje quatro disciplinas utilizam o equipa- esses ganhos esses, conseguidos durante a
mento. Três delas do departamento de Tec- imensa crise pela qual passa a universidade
nologia da Construção. São duas disciplinas de São Paulo, e que reletem um interesse
obrigatórias para os estudantes do primeiro da unidade, por outro lado, o ainda pequeno
ano (primeiro e segundo semestre) e uma número de disciplinas que usam o Canteiro
delas, optativa e é dirigida para os estudan- mostra que precisamos aumentar seu diálo-
tes do inal do curso. A quarta disciplina está go com o curso e ganhar relevância no pro-
na segunda edição utilizando o Canteiro Ex- jeto pedagógico como um todo.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Aprendizado Baseado em Projetos:


Uma Nova Maneira de
Ensinar Ergonomia
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Bruna Maceiras Astoli, Daniel Guzzo da Costa, Carina Campese,
Janaina Mascarenhas Hornos da Costa
guzzoo@gmail.com

Resumo Introdução
O ensino de ergonomia em cursos de en- Ergonomia pode ser utilizada para en-
genharia tem falhado em trazer os fatores tender ambientes, tarefas, organizações e
humanos como direcionadores nos projetos produtos no entendimento da relação física
de novos sistemas e produtos. Acredita-se destes com as pessoas, dos fatores cogni-
que isto pode estar relacionado ao modo tivos para interagir com eles e para o apri-
que o ensino de ergonomia ocorre: com moramento de sistemas sociotécnicos (IEA,
grande foco em teoria e sem a introdução 2015). Para aplicar ergonomia é necessário
em projetos reais. Propomos e aplicamos traduzir as necessidades e restrições do cor-
um framework para o ensino de ergonomia po e cognição humana como requisitos para
por meio de uma abordagem de aprendiza- conceptualização e desenvolvimento dos di-
do baseado em projeto. Os resultados são ferentes sistemas que interagimos.
promissores em moldar futuros engenhei- Woodcock (2007) apresenta uma critica
ros capazes de desenvolver sistemas mais de que as pessoas e organizações estão fa-
adaptados ao ser humano. Este manuscrito lhando em inserir os fatores humanos entre
é baseado no artigo Project-based learning: as restrições dos projetos. Mills e Treagust
A new way to teach Ergonomics apresentado (2003) airmam que os programas de en-
na DESIGN Conference de 2016. genharia atuais não conseguem fazer com
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 58
que os alunos desenvolvam as habilidades ria de Materiais e Manufatura da Escola de
necessárias no dia a dia de um engenheiro. Engenharia de São Carlos no segundo se-
Engenheiros são considerável parte das pes- mestre de 2015. Uma parceria foi realizada
soas responsáveis por aplicar ergonomia no com uma empresa multinacional, que apre-
desenvolvimento destes sistemas, e talvez sentou um desaio de ergonomia aos alunos
não estejam sendo suicientemente prepara- da disciplina. A empresa facilitou a interação
dos para isso. com os usuários do produto em questão
para entendimento das necessidades e tam-
Descrição do Projeto bém para teste de conceito, após a prototi-
Neste trabalho buscamos contribuir para pagem dos conceitos desenvolvidos. Por im,
o ensino de Ergonomia em um curso de en- cada um dos nove grupos de alunos apre-
genharia, colocando tal disciplina como uma sentou a solução para uma banca de jura-
restrição de um projeto de desenvolvimento dos formados por engenheiros da empresa
de produto. Busca-se, deste modo, trazer os e professores da EESC/USP.
fatores humanos como um grande direcio-
nador de um projeto e quebrar com a ideia Conclusão
de ergonomia como um aspecto posterior Após entrevistar os três membros envol-
à conceptualização de um produto, ape- vidos da empresa parceira, buscamos avaliar
nas para a deinição de estações de traba- o desempenho dos alunos quanto ao en-
lho. Utilizamos uma metodologia de design tendimento das necessidades dos usuários,
como apoio para a disciplina. Dunne e Martin a implementação de fatores humanos nas
(2006) apresentam tais metodologias como soluções apresentadas e na utilização de ha-
algo que além de facilitar o desenvolvimento bilidades interpessoais para apresentar tais
de um novo conceito, permite o ensino de soluções. Foi apontado um entendimento
outras disciplinas. profundo do problema apresentado, bem
como dos usuários dos produtos. O ambien-
Metodologia te realista criado em torno da disciplina foi
Com base na revisão da literatura de ergo- bastante elogiado. Os alunos também foram
nomia e de aprendizado baseado em proje- entrevistados e mostraram-se bastante mo-
to, propõe-se um framework de curso base- tivados por terem sido apresentados a um
ado nos alunos para o ensino da disciplina problema real com o envolvimento de uma
de ergonomia em cursos de engenharia. O empresa.
framework possui duas componentes: Acredita-se que há espaço para utilizar o
• Componente teórica, onde professores framework apresentado para ensinar outras
e monitores são responsáveis por apresen- disciplinas. É possível também utilizar tal es-
tar conteúdo, discutir e avaliar os alunos em trutura para comparar com os resultados ob-
relação a ergonomia e fatores humanos; tidos com cursos tradicionais e buscar com-
• Componente prática, onde uma empre- parar e melhorar continuamente o framework
sa parceira e usuários reais são inseridos de aprendizado baseado em projeto.
nas diferentes fases do desenvolvimen-
to do produto em direção a uma solução
que contemple e insira os fatores humanos
como restrição.
Tal framework está sendo utilizado pelo
terceiro semestre. Apresentamos os resulta-
dos da segunda aplicação por meio de um
estudo de caso.

Resultados
O caso tratado ocorreu com a disciplina
ministrada para o segundo ano de Engenha-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 59
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Processos Colaborativos de
Construção do Conhecimento
e Aprendizagem em Ação
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Euler Sandeville Júnior
esandeville@gmail.com

Resumo processos criativos (em regiões como Brasi-


Entre 2002 e 2015, foi realizada uma série lândia, Grajaú, Heliópolis, Pantanal e outras).
de pesquisas e disciplinas experimentais, en- A partir de 2010, destaca-se a construção do
volvendo a graduação da FAU USP, e a pós- projeto Universidade Livre e Colaborativa na
-graduação da FAU e do PROCAM USP e a região dos Distritos de Perus e Anhanguera,
livre participação de moradores. O trabalho em São Paulo.
desenvolveu formas partilhadas de constru-
ção de conhecimento, de ação e de políticas Descrição e Metodologia
públicas. Em todas as fases valorizou-se a capaci-
dade interpretativa dos processos urbanos
Introdução e ambientais, relacionando escalas regionais
Trabalhos nessa direção, por este docente e locais, acompanhando políticas públicas,
na USP, tiveram início em 2001 e geraram o realizando estudos de percepção e de me-
Núcleo de Estudos da Paisagem (2003) e, a mória da paisagem com moradores, estudos
partir de 2005, o Laboratório conhecido hoje de conectividade ambiental urbana, estudos
como Labcidade. Este Núcleo manteve nes- colaborativos de potencialidades de paisa-
se período duas linhas de pesquisa e ensino: gem a partir de uma equipe interdisciplinar
“Arte, Natureza e Cidade. Poéticas e Repre- de pesquisadores (advogados, geógrafos,
sentações” (http://anaturezaeotempo.net. artistas, arquitetos, biólogos), de estudantes
br/) na linha de história da cultura, e “Paisa- de graduação e de pesquisadores de diversas
gem, Cultura e Participação Social” (http:// áreas nas disciplinas de pós-graduação, en-
espiral.fau.usp.br/), à qual este trabalho se volvendo também extensão em pré-iniciação
vincula. Sua fundamentação e resultados cientíica no 2o grau. Foram pesquisas e ações
até 2010 estão relatados na Livre Docência exploratórias que se entrelaçaram com outras
“Paisagens Partilhadas” (FAU USP, 2011). Ba- pesquisas docentes, suas atividades didáticas
seado na proposição das Paisagens como e de orientação, constituindo uma base empí-
Experiências Partilhadas e na Espiral da Sen- rica de aplicação e diálogo. A ênfase em todos
sibilidade e do Conhecimento, o Núcleo in- os processos foi na construção de processos
tegrou pesquisa, ensino e processos cola- autogestionados e independentes na trans-
borativos de construção de conhecimentos formação do ambiente, sobretudo a partir
com comunidades sujeitas a processos de da ação no âmbito cultural, do aprendizado
exclusão e fragilidade ambiental. De início, (educação) livre, e da pesquisa participante.
buscou-se a experimentação da base teórica As disciplinas tiveram um papel estratégico
adotada com atenção à pesquisa participan- tanto na construção dos trabalhos, sobretudo
te (trabalhos com deicientes visuais, comu- em sua última fase, quanto de possibilitar o
nidades rurais, de pescadores, quilombolas, trabalho colaborativo entre alunos, pesqui-
e comunidades em situação de urbanização sadores e moradores. Teve ainda a intencio-
periférica). Assumiu-se a partir de 2008 o nalidade de procurar caminhos alternativos e
foco na Região Metropolitana de São Pau- formas inovadoras de trabalho, em processos
lo, incluindo processos de pesquisa-ação e de baixíssimo custo (sem qualquer forma de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 60
subsídio ou fomento), o que não limitou, pelo ção e pós com oicinas comunitárias realiza-
contrário, agilizou os resultados alcançados. das em Perus e Anhanguera (2012-2015), vá-
Para as disciplinas desenvolveram-se méto- rias com a participação da Profa. Sueli Furlan
dos de trabalho colaborativo, em que não se (FFLCH), ao lado de outras ações, resultando
hierarquizavam os participantes com base em em um fortalecimento dos movimentos em
sua formação, e com estratégias de lidar com torno da reapropriação da Fábrica de Cimen-
acontecimentos em curso, por vezes em rápi- to Perus, iniciada com a luta de trabalhado-
da transformação, decorrentes do trato com res e moradores ainda nos anos 1980, e hoje
realidades da dinâmica urbana e das políticas de reconhecimento nacional por sua origi-
públicas. nalidade, além da colaboração com aldeias
guaranis no Jaraguá, de inúmeras ativida-
Resultados des com escolas municipais para formação
Além dos resultados acadêmicos, uma de professores e alunos, da criação de um
série de resultados para a gestão da trans- instrumento urbanístico inovador no Plano
formação foram obtidos. Destaco dois: a dis- Diretor aprovado em 2014 - o Território de
ciplina de pós ministrada em 2007 em Ati- Interesse da Cultura e da Paisagem - sen-
baia (para a qual convidei o professor Sérgio do aprovados o TICP Perus Jaraguá e o TICP
Tadeu, IB), com participação de lideranças Paulista Luz, também com a criação do Par-
locais, que resultou em uma série de ações que Municipal “A Luta dos Queixadas”, entre
integradas do Poder Público e do Ministério outras importantes consequências.
Público, construídas ainda no âmbito da dis-
ciplina e que levaram a um engajamento nas Conclusão
questões de preservação da Pedra Grande, Demonstrou-se ser possível desenvol-
já tombada pelo Condephaat e transforma- ver programas experimentais sem a distin-
da em decorrência dessas ações em Monu- ção pesquisa-ensino-extensão, levando a
mento Natural, inicialmente pela Prefeitura, processos de aprendizagem em situações
contribuindo para sua inclusão no Decreto no de exclusão ou fragilidade ambiental e no
55.662, de 30 de março de 2010, que criou o tempo real dos processos urbanos, de baixo
Parque Estadual de Itaberaba, o Parque Es- custo, integrativos de conhecimentos e sa-
tadual de Itapetinga, a Floresta Estadual de beres, sendo ainda capazes de gerar resulta-
Guarulhos, o Monumento Natural Estadual dos para as populações envolvidas e um rico
da Pedra Grande; e as disciplinas de gradua- aprendizado e experiência para os alunos.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Pedra de Toque
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim
aamorim@usp.br

Palavras chave: matéria, forma, estrutura ção arquitetônica com a concepção da estru-
Resumo tura; que possa relacionar as propriedades
Este trabalho relata a adoção de um dis- dos materiais às formas estruturais, compo-
positivo teórico de análise de obras arquite- sitivas e espaciais; que conheça as condições
tônicas, a que chamo de Pedra de Toque. É físicas que atuam na estabilidade externa e
utilizada no estudo dos edifícios, durante o interna das formas pensadas e que relacio-
curso de Arquitetura e envolve as disciplinas nem o edifício a seu tempo e lugar.
de Projeto, Tecnologia e História. É de se esperar que o estudo dos edifícios
Seu principal objetivo é fazer com que o que compõem o Repertório Arquitetônico
estudante seja capaz de relacionar a concep- Moderno, o qual tem como lema a verdade
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 61
dos materiais e a explicitação da estrutura, O que não se pode deixar de ver é que
facilite a aplicação deste dispositivo analítico sempre haverá um discurso estrutural e cons-
e dele colha frutos. trutivo em todas as formas produzidas. Esta
Sabemos contudo que, a exceção de se- conversa poderá se dar de forma eloquente
lecionada literatura especializada em as- ou de maneira discreta e imperceptível.
suntos estruturais, raríssimos são os artigos O que não se pode admitir na produção
de revistas ou livros sobre arquitetos e suas atual da Arquitetura, marcada pelo ambien-
obras que desvendam esta rica e imbricada te como grande protagonista do desenho, é
relação entre a procura formal e as soluções que o arquiteto ignore as decisões estruturais
estruturais. Tudo leva a crer que depois de e construtivas inerentes da forma projetada.
compreendida, de dominada – pelo menos O desaio é saber como habilitar o estu-
nos seus princípios básicos – a estrutura que dante a analisar toda e qualquer obra sem
possibilita a forma corre o risco de torna-se perder o enfoque tecnológico e arquitetôni-
uma explicação secundária, como se passas- co? Sem se perder na imposição do gosto?
se a ser um conhecimento menor. Este é o papel da “pedra de toque”, com a
Já que a explicação da lógica estrutural qual vamos analisar obras e formas a im de
que mantém estável uma forma arquitetôni- sondar a maneira de pensar de determina-
ca pode vir a fazer parte do discurso velado dos arquitetos.
do arquiteto, em privilégio do discurso poé- Esta “pedra de toque” é composta de cinco
tico, que este ensinamento faça parte inten- pontos de análise: forma, matéria, estrutura,
samente dos assuntos abordados na Escola, meio e canteiro.
sob pena de ser esquecido ou mal encami- O objetivo desta “pedra de toque” é elen-
nhado. E sabemos que o esquecimento é o car, num primeiro instante, um time de arqui-
grande algoz das conquistas da humanidade tetos que trabalham com estes cinco pontos
que não foram registradas e ou continua- de maneira equânime.
mente estudadas e ou periodicamente pra- Em outras palavras, quais são obras onde a
ticadas e veriicadas. forma guarda grande relação com a estrutura.
Em suma, o objetivo é fazer com que a ob- Por sua vez, quando a estrutura avança as po-
servação, a análise e o raciocínio estruturais tencialidades do material, sem grandes ma-
alimentem a dimensão intuitiva do futuro ar- labarismos ou vulgarização da solução. Onde
quiteto, considerando-se a intuição um atri- os recursos utilizados para a obra e sua ma-
buto expansível. nutenção não exaurem os recursos do plane-
Sem o conhecimento sobre a estrutura, o ta nem os recursos do cliente. Se existe uma
arquiteto perderá a possibilidade de um di- sabedoria na construção na qual a mão de
álogo com a Engenharia, diálogo este que obra pode se aperfeiçoar no seu saber fazer.
conduz a avanços estruturais e construtivos A eleição de arquitetos que assim conce-
da forma e a aperfeiçoamentos culturais de bem, normalmente vem acompanhada de
um povo e seu tempo. estudos aprofundados de suas obras. Em

FORMA

ESTRUTURA MATÉRIA

MEIO CANTEIRO

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 62
especial, nas disciplinas que unem Tecnolo-
gia e Projeto, deste quadro vêm as referên-
cias das propostas projectuais.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Celulares em Sala de Aula para a


Ativação dos Estudantes
*Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
**São Leopoldo Mandic
Mary Caroline Skelton-Macedo*; Rielson José Alves Cardoso**;
João Humberto Antoniazzi*; Giulio Gavini*
mary@usp.br

Resumo lulares nas atividades didáticas em todos os


Muitos docentes ainda se irritam com os níveis do ensino.
estudantes que escolhem seus celulares ao Além do guia da UNESCO, os dados de
invés de se interessarem pelos assuntos apre- uso dos celulares ao redor do mundo e no
sentados durante uma aula teórica. Alguns Brasil apontam para o repensar da atividade
processos na justiça já foram movidos por docente, a im de que se planeje introduzir
alunos contra professores que retiram seus tais equipamentos na sala de aula como par-
equipamentos e esse é um dado preocupan- te das atividades de ativação dos estudantes,
te. Há diversos aspectos a serem discutidos em prol da aprendizagem desejada e plane-
nessa questão: quanto aos docentes: a atu- jada.
alização do professor quanto a abordagens Alguns dados importantes: a média de
pedagógicas, quanto a metodologias ativas, horas online no Brasil é de 35,6h (2013), a
quanto ao empoderamento no uso das tec- maior parte por adolescentes e jovens; o
nologias, quanto ao uso do equipamento no smartphone foi o principal dispositivo móvel
processo de ensino-aprendizagem; quanto usado para adquirir e compartilhar conteúdo
aos estudantes: o respeito, a motivação, o entre usuários de internet no mundo todo
envolvimento; quanto a instituição: incenti- em 2014; o Learning in the mobile enterpri-
vo ao aprimoramento docente, infraestrutu- se (evento em 2014), constatou que 26% dos
ra para o uso dos equipamentos atuais de aplicativos mais procurados para mobile são
potencial educacional. Baseado nessa preo- focados em educação e treinamentos.
cupação e na necessidade de soluções que Tais dados projetam a necessidade de se
atendam a todos os atores, foi realizado um investor no prepare docente para o uso dos
levantamento de dados para compreender a smartphones em sala de aula e a adequação
questão, suas limitações e potenciais, trazen- das salas de aula para inalidade didática.
do ao docente a perspectiva de uso otimiza-
do na ação de ativação dos estudantes, sob Descrição do Projeto
infraestrutura apropriada. Baseando-se nos dados levantados, as
possibilidades de uso dos celulares e o po-
Introdução tencial no processo de ensino-aprendizagem
A UNESCO, preocupada com a não assimi- foi estabelecido e experimentado em sala de
lação do mobile em sala de aula, publicou, aula de uma disciplina de Pós-Graduação (45
em 2013 um guia no qual aponta que tais alunos). A reação dos alunos foi observada
aparelhos podem auxiliar a aprendizagem. e então a experiência foi extrapolada para a
O guia foi lançado durante uma Mobile Le- estruturação de uma atividade de graduação,
arning Week, trazendo recomendações para com apoio e envolvimento dos alunos, no seu
ajudar os governos a inserirem o uso de ce- congresso universitário (CUBO – Congresso
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 63
Universitário Brasileiro de Odontologia). ticipou da discussão posterior ao resultado
projetado. Houve momentos nos quais os
Metodologia Utilizada professores tiveram que pedir a palavra para
Foram desenhadas questões estruturan- introduzir aspectos importantes para o de-
tes sobre um conteúdo previamente indica- bate ou corrigir caminhos.
do para leitura aos alunos, montadas numa É possível utilizar o celular em sala de aula
plataforma de votação eletrônica gratuita. As com foco na ativação dos alunos de pós-gra-
questões foram projetadas em sala de aula duação e de graduação, porém o professor
com wii robusto para suportar a votação em deve estar preparado pedagogicamente
tempo real. Os alunos baixaram o aplicativo para o momento de ativação, a im de extrair
e votavam nas respostas que mais conside- o melhor em aprendizagem e permitir aos
rassem apropriadas, havendo discussão pos- estudantes participarem ativamente de sua
terior sobre as respostas obtidas. própria construção.
Sugere-se apropriação da metodologia em
Resultados Obtidos oicinas para os docentes e a adequação das
Todos os alunos presentes (33) participa- salas de aula para suporte ao uso de aplica-
ram da votação eletrônica e a maioria par- tivos cabíveis ao processo de aprendizagem.
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Uso das “Co-Creation Cards” em


Workshop Internacional para Estudantes
de Design e Potencialidades no Ensino
de Graduação em Projetos Focados
em Criatividade e Inovação
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Cristiane Aun Bertoldi, Daniela Kutschat Hanns e Sara Miriam Goldchmit
craun@usp.br

Resumo
Este trabalho parte da experiência do Introdução
workshop “How design methods can support O workshop internacional “How design
MAC” voltado para estudantes de graduação methods can support MAC” para estudan-
em design da FAU USP e DSK, Dinamarca, tes de graduação em design da FAU USP e
para avaliar o uso do material didático Co- DSK, pautou-se no desaio de projetar cria-
-Creation Cards e apontar potencialidades de tivamente maneiras de trazer visitantes ao
uso no ensino de graduação na solução de MAC USP. A proposta didática baseou-se no
problemas complexos. Selecionaram-se três uso das “Co-creation Cards” (FRIIS 2015) –
métodos: Fact and Inspiration Finding, Expe- plataforma metodológica para o ensino de
rience Mapping e Lotus Blossom, que asso- projeto que associa saberes da antropologia,
ciam recursos visuais diagramáticos para or- psicologia e design, sistematizados em 89
ganizar conteúdos, indicar caminhos, auxiliar cartões que contem: deinição do método,
o raciocínio projetual e promover a geração exemplo e porque do uso, modo de aplicar e
de ideias originais e adequadas ao problema. referências. Os métodos priorizam o uso de
Este estudo foi realizado a partir da análise desenhos, diagramas e mapas, aos conteú-
de material gerado: fotograias, depoimen- dos textuais.
tos, relatórios e apontamentos produzidos Descrição do Projeto
em observação não participativa, enfocando Este estudo foi realizado a partir da con-
a análise das etapas de trabalho das equipes. cepção, planejamento e implementação do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 64
workshop “How design methods can support meio de diagrama que é continuamente pre-
MAC”, decorrente de uma cooperação interna- enchido, favorecendo a apuração de idéias.
cional de pesquisa da Design Skolen Kolding
(DSK, Dinamarca) e a Faculdade de Arquitetu- Conclusões
ra e Urbanismo da Universidade de São Paulo As três ferramentas analisadas mostra-
(FAU USP, Brasil). Durante dez dias, 38 alunos ram-se muito apropriadas para o ensino de
dinamarqueses e 11 alunos brasileiros traba- projeto, assim como para processo de ensi-
lharam oito horas diárias no MAC USP com o no-aprendizagem em que haja necessidade
desaio de trazer mais visitantes para o museu da compreensão de contextos complexos,
por meio de projeto. Duas professoras da DSK favorecendo a criatividade e a inovação.
conduziram o workshop empregando as Co-
-Creation Cards para produzir conhecimentos Referências
e soluções ao problema dado, considerando FRIIS, Silje Kamille. Co-Creation Cards. U
diversidade cultural e colaboração. A equipe Press: Købenjaven, 2015.
da FAUUSP, formada por três professoras e
uma doutoranda, deu suporte ao workshop e
atuou na observação do fenômeno em estudo.

Metodologia Utilizada
Nesta pesquisa utilizou-se: observação
não participativa , registro fotográico, análi-
se de relatórios dos alunos da FAU USP e de
etapas de trabalho. Seleção e análise de três
ferramentas pautadas no uso de recursos vi-
suais diagramáticos: Fact and Inspiration Fin-
ding, Experience Mapping, Lotus Blossom.

Resultados Obtidos
As Co-Creation Cards dão ritmo ao traba-
lho, ao deinir tarefas menores e apresen-
tações intermediárias. A atividade projetual
adquire aspecto de jogo, tornando as horas
de trabalho dinâmicas e estimulantes. A sin-
cronia do trabalho conjunto, a exposição si-
multânea de desenhos e diagramas ao longo
do processo, ajudam a integrar os membros
das equipes e tornar as ideias tangíveis em
ambiente lúdico e focado. A ferramenta Fact
and Inspiration Finding organiza e expõe as
perguntas – “o que sabemos?”, “o que pre-
cisamos saber?” e “como vamos descobrir?”
– auxiliando a coleta de dados sobre uma
dada situação, evitando ideias e soluções co-
nhecidas. A ferramenta Experience Mapping
parte da narrativa de usuários sobre uma ex-
periência, criando empatia dos designers ao
contexto e usuários para a geração de uma
linha do tempo com desenhos, mapas e fo-
tograias. A ferramenta Lotus Blossom orga-
niza idéias levantadas no brainstorming por

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 65
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Perguntas, Hipóteses e o Método


Cientíico: Utilizando a Anatomia
Vegetal para a Construção de
Conceitos em Ciência
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Milton Groppo, Elenice Mouro Varanda, José Ricardo Barosela & Carolina Ferreira
groppo@ffclrp.usp.br

Resumo painéis. A abordagem utilizada demonstrou


Tópicos voltados para a disciplina de ana- que os alunos tiveram interesse nas ativida-
tomia vegetal são muitas vezes vistos como des, conseguindo relacionar o conteúdo das
meramente descritivos, com um conteúdo aulas à investigação cientíica realizada, bem
voltado principalmente para o reconhecimen- como diferenciar conceitos como pergunta e
to de estruturas, células e tecidos vegetais. En- hipótese cientíica.
tretanto, é possível trabalhar assuntos ligados
à anatomia vegetal não só do ponto de vis- Introdução
ta de apreensão do conteúdo, mas também Tópicos voltados para a disciplina de ana-
como material para a construção de pergun- tomia vegetal são muitas vezes vistos como
tas e hipóteses em ciência, na construção de meramente descritivos, com um conteúdo
conceitos cientíicos e ainda treinamento em voltado principalmente para o reconheci-
escrita cientíica. Para tanto, alunos da turma mento de estruturas, células e tecidos vege-
da disciplina de Anatomia Vegetal do Curso tais. Entretanto, é possível trabalhar assun-
de Ciências Biológicas da FFCLRP-USP (Cam- tos ligados à anatomia vegetal não só do
pus de Ribeirão Preto) foram divididos em 12 ponto de vista de apreensão do conteúdo,
grupos de cinco a seis alunos. Depois de algu- mas também como material para a constru-
mas aulas voltadas à apreensão de conteúdo ção de perguntas e hipóteses em ciência, na
mínimo sobre células, tecidos e órgãos vege- construção de conceitos cientíicos e ainda
tais, bem como de técnicas de corte à mão treinamento em escrita cientíica. Esta nova
livre, coloração e observação de estruturas, abordagem, que abarca tanto o conteúdo
cada grupo escolheu um grande tema ligado como o treinamento em metodologia cientí-
à anatomia vegetal, elaborando um projeto ica e também a divulgação da ciência pode
de investigação para ser trabalhado ao longo ser vantajosa para os alunos de graduação. A
do semestre letivo. Este projeto começou pela disciplina “Anatomia Vegetal” é regularmen-
escolha de subtemas, com a observação de te oferecida aos alunos do 1o semestre do
fenômenos (como a polinização) ou estrutu- Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas
ras das plantas, que foram usados com pano do Departamento de Biologia, FFCLRP-USP
de fundo na elaboração de perguntas espe- (Ribeirão Preto) e a seus alunos foi propos-
cíicas em cada uma das propostas. Depois ta uma atividade que seria desenvolvida ao
disso foram construídas hipóteses que seriam longo do semestre que desenvolveria uma
testadas em cada grupo, com o estabeleci- proposta de estudo cientíico com base em
mento de metodologias para testar estas hi- anatomia vegetal.
póteses. A consulta de bibliograia especiali-
zada foi estimulada para embasar os estudos. Descrição do Projeto
Os resultados foram divulgados em forma de O Projeto desenvolvido junto à disciplina
relatórios em formato de artigo cientíico e de “Anatomia Vegetal” é calcado na proposta
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 66
de escolha de proposta para a realização de conseguindo relacionar o conteúdo das au-
projetos desenvolvidos ao longo de um se- las à investigação cientíica realizada, bem
mestre letivo, com a observação de fenôme- como diferenciar conceitos como pergunta
nos ou estruturas das plantas, que suscitaram e hipótese cientíica.
perguntas que poderiam ser respondidas e a
elaboração de hipóteses, que foram testadas
por meio de metodologia cientíica adequa-
da. No inal, os resultados dos projetos fo-
ram divulgados como relatórios cientíicos
e na exposição de painéis, ambos parte do
treinamento de divulgação da ciência.

Metodologia
Depois de algumas aulas prévias voltadas
à apreensão de conteúdo mínimo sobre cé-
lulas, tecidos e órgãos vegetais, bem como
de técnicas de corte à mão livre, coloração
e observação de estruturas, cada grupo (12
grupos com cinco ou seis alunos) escolheu
um grande tema ligado à anatomia vege-
tal, elaborando um projeto de investigação
para ser trabalhado ao longo do semestre
letivo. Os grandes temas que poderiam ser
escolhidos eram ligados às plantas xeróitas
ou aquáticas, anatomia da madeira, epíitas,
polinização, secreções, plantas parasitas, de-
senvolvimento de órgãos vegetais, evolução
de tecidos vasculares, plantas trepadeiras,
herbivoria ou ainda diferenças entre plantas
C3 e C4. Depois das escolhas de subtemas
dentro destes grandes temas foram feitas
observações empíricas de fenômenos (como
a polinização) ou estruturas das plantas, que
foram usados com pano de fundo na elabo-
ração de perguntas especíicas e elaboração
de hipóteses em cada uma das propostas.
Foram depois estabelecidas metodologias
para testar estas hipóteses com a consulta
concomitante de bibliograia especializada.

Resultados
Os resultados foram divulgados na forma
de relatórios cientíicos e painéis. A ativida-
de proposta se mostrou eiciente não só na
apreensão do conteúdo especíico da disci-
plina, mas também no entendimento do mé-
todo cientíico e na divulgação da ciência.

Conclusão
A abordagem utilizada demonstrou que
os alunos tiveram interesse nas atividades,
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

O Uso do Teatro de Augusto Boal no Curso


de Licenciatura em Ensino de Ciências:
Discutindo o Tema da Avaliação
Instituto Butantan
Nelio Bizzo e Paulo H. Nico Monteiro
paulo.monteiro@butantan.gov.br

Resumo to de temas controversos, como por exem-


O presente trabalho tem como objetivo plo, a aplicação de avaliações de larga escala.
apresentar e discutir as possibilidades de uti- A partir dessas premissas, o presente tra-
lização de uma atividade baseada no teatro balho apresenta e discute as possibilidades
de Augusto Boal em sala de aula. Para tanto, é da utilização de uma estratégia baseada no
apresentada a experiência desenvolvida junto teatro de Augusto Boal, onde a plateia (no
aos alunos do sétimo semestre do curso de caso, os alunos) deve posicionar-se frente a
Licenciatura em Ciências Naturais nos anos uma questão colocada pelo professor sem
de 2014 e 2015. Os resultados foram bastante que haja conhecimento anterior sobre essa
positivos no que diz respeito ao envolvimento proposta, no Curso de Licenciatura em Ci-
dos alunos, assim como propiciaram discus- ências Naturais (modalidade semipresencial)
sões bastante pertinentes. Aspectos como o oferecido pela USP em convênio com a UNI-
vínculo do professor com o grupo-classe ou a VESP (LCN), no sétimo semestre das turmas
criação de um ambiente propício à aprendiza- de 2014 e 2015.
gem devem ser levados em conta no planeja-
mento de atividades dessa natureza. A Proposta: Surpresa e o Posicionamen-
to Crítico
Introdução Simulando uma quebra na rotina do cur-
A discussão de temas relacionados à ava- so, foi proposto que em lugar de realizar as
liação pedagógica sempre apresenta situa- questões propostas para a aula, fosse discu-
ções desaiadoras em sala de aula, na me- tido um manifesto, na forma de uma carta-
dida em que os alunos trazem concepções -aberta sobre o ENEM, cuja redação estaria
prévias e opiniões bastante arraigadas sobre em fase inal de elaboração. O manifesto é
o tema o que pode gerar um ambiente pou- uma adaptação de outro, este sim verda-
co favorável à aprendizagem. Em se tratan- deiro, assinado por mais de 100 educadores
do de sistemas de avaliação de larga escala e publicado no site do jornal The Guardian
como por exemplo, o Exame Nacional do En- em maio de 2014 referente ao exame PISA/
sino Médio (ENEM), que inluencia o ingres- OECD, que foi apresentado de maneira si-
so em universidades públicas e privadas, ou mulada, como se fosse um manifesto que
o Sistema de Avaliação de Rendimento Es- os professores da USP estariam escrevendo.
colar do Estado de São Paulo (SARESP) que, A classe foi dividida em grupos que deve-
em última instância, inluencia a remunera- riam se posicionar quanto a assinar ou não a
ção dos professores por meio do pagamento adesão de maneira coletiva. Os alunos pude-
de “bônus por rendimento”, a discussão da ram mudar de grupo se sua posição pessoal
avaliação toma contornos que extrapolam a não estivesse de acordo com a posição dos
sala de aula. O uso de estratégias pedagógi- demais colegas, permitindo a formação de
cas ativas nas quais é necessário o posicio- consenso nos diferentes grupos. Foi pedi-
namento crítico dos alunos frente a um tema do uma posição escrita de cada grupo, a ser
polêmico pode ser entendido um caminho lida diante da classe com vistas a inluenciar
bastante interessante para o desenvolvimen- a tomada coletiva de posição, favorável ou
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contrária. Ao inal da aula a simulação foi re- como bastante relevante e signiicativa.
velada, assim como foi discutida a razão da O momento de “revelação” da estratégia é
aplicação dessa técnica, seus limites e possi- fundamental para seu sucesso, pois o profes-
bilidades. Além disso, foi pedido aos alunos sor deve ser capaz de expor com clareza seus
que façam uma avaliação da atividade como objetivos com essa proposta. Deve-se cuidar
um todo e discutam suas possibilidades de para que os alunos compreendam que o ob-
utilização em outros contextos. jetivo foi o de discutir uma estratégia peda-
gógica que pode ser utilizada em diversos
Resultados e Discussão: Possibilidades, contexto e que não se trata de uma farsa ou
Limites e Cuidados de que os alunos foram “enganados”.
Essa proposta foi aplicada em duas turmas Nesse sentido, a despeito do grande po-
de peris bastante diferentes do curso de LCN tencial da estratégia para a discussão de
com resultados bastante positivos. Deve-se temas controversos, é fundamental que o
ressaltar o grande envolvimento do grupo professor, ao arriscar-se em atividades des-
com o tema. Num primeiro momento hou- sa natureza, seja capaz de conduzir a ativi-
ve um estranhamento e a sensação de que dade de maneira consciente e tenha clareza
“estava atrapalhando o curso”, algo que logo de seus objetivos. Além disso, deve haver
em seguida foi substituído por uma discussão um ambiente de coniança recíproca, assim
bastante interessante engajada. Além disso, como um ambiente favorável à aprendiza-
discussões de pontos de vistas diferentes e gem. A utilização dessa estratégia no Curso
antagônicos puderam ser expostas com cla- de Licenciatura em Ciências Naturais mos-
reza e possibilidade de argumentação. Rela- trou-se bastante positiva e profícua, forta-
tos dos alunos, realizados ao inal da ativida- lecendo, inclusive, os vínculos de coniança
de apontaram que a atividade foi considerada entre professores e alunos.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

A Extensão Universitária como


Facilitador no Desenvolvimento
das Metodologias Ativas
para o Ensino de Solos
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
Caroline Andreato, Mariana Prudenciatto Ortelani e Antonio Carlos de Azevedo
caroline.andreato@usp.br; mariprudenciatto@gmail.com; aazevedo@usp.br

Entre os docentes do ensino superior, mui- aprendizagem, em contraposição ao méto-


to tem se discutido sobre as diiculdades e do jesuítico (Anastasious, 2007). Este con-
conlitos gerados no processo de ensino- texto apresenta uma oportunidade ímpar de
-aprendizagem pelo que, em resumo e numa articulação de programas de extensão com
abordagem livre, ser tomado como a che- os processos de aprendizagem. Assim, o pre-
gada do “cérebro novo”, ou geração Y (por sente trabalho tem como objetivo apresen-
exemplo, Caruso, 2014). Várias metodologias tar relações preliminares entre o desenvol-
têm sido estabelecidas, com graus variados vimento das demonstrações interativas no
de sucesso, na superação deste desaio, em contexto do projeto de extensão e as pos-
seu conjunto tomadas como metodologias sibilidades de aplicação deste material en-
ativas, como a “gamiicação” (Alves, 2014), e quanto facilitadores das metodologias ativas
a peer instruction (Manzur, 2015). Uma ca- de aprendizagem nas disciplinas de gradua-
racterística comum à estas metodologias é o ção. Para tanto, contextualizaremos o proje-
engajamento do estudante no processo de to de extensão em questão e apontaremos
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 69
algumas relexões teóricas acerca das meto- “Ninguém é sujeito da autonomia de nin-
dologias ativas de ensino-aprendizagem. O guém”. A frase de Paulo Freire (2006) nos
trabalho desenvolvido neste contexto visa possibilita compreender que diicilmente os
contribuir para a efetivação do tripé ensi- alunos terão autonomia em seus processos
nopesquisa-extensão possibilitando maior de ensinoaprendizagem, se a aula expositi-
integração entre os três setores da universi- va centrada na igura do professor continuar
dade e a melhoria da qualiicação proissio- a ser o principal local de desenvolvimento e
nal do aluno de graduação. compreensão dos conteúdos dos cursos de
O trabalho aqui apresentado é desenvol- graduação.
vido no contexto do Programa de Extensão Conclui-se com o trabalho desenvolvido
Solo na Escola, na ESALQ- USP. O programa que a extensão universitária, quando reali-
é uma iniciativa extensionista criada em 2006 zada em parceria ao desenvolvimento dos
com o objetivo de, através da produção de conteúdos no curso de graduação é um
demonstrações interativas e realização de espaço formativo de extrema importância
visitas monitoradas, difundir os conteúdos para a promoção da autonomia dos alunos.
de solos para alunos do ensino fundamental Conclui-se também que utilização das de-
ao ensino superior. Neste sentido, o progra- monstrações criadas no projeto, no contexto
ma contribuirá para o ensino ao possibilitar das aulas de graduação dos cursos de En-
que o professor trabalhe conteúdos, outro- genharia Agronômica, Engenharia Florestal e
ra bastante abstratos, através de dinâmicas Gestão Ambiental possibilita a maior partici-
práticas que facilitam a compreensão e visu- pação dos alunos na dinâmica da aula, des-
alização dos conteúdos. No trabalho desen- centralizando a igura do professor e crian-
volvido, concebe-se que a estação de visitas do espaços de construção colaborativa do
do Solo na Escola seria um local de efetiva conhecimento. Neste sentido, reairmamos
contribuição para o ensino de graduação, com o desenvolvimento deste trabalho a im-
uma vez que a recepção de escolas é feita portância da efetivação do tripé ensino-pes-
por graduando engajados no projeto, e uma quisa-extensão para a qualiicação do ensino
vez que as explicações das demonstrações de graduação nas universidades brasileiras.
devem ser adequadas aos diversos níveis de
ensino que o projeto atende. Este exercício Referências
de adequação requer um conhecimento so- Alves, F. 2014. GAmiication, Como criar
lido dos fundamentos das demonstrações, experiências de aprendizagem engajadoras.
bem como de habilidades de comunicação e DVS editora. 200p.
adaptação deste conhecimento para intera- Anastasiou, L. G. C.; Alves, L. P. (orgs.).
ção com os estudantes visitantes. 2007. Processos de ensinagem na universi-
Segundo Mitre (2008), as metodologias dade: pressupostos para as estratégias de
ativas estão alicerçadas em um princípio te- trabalho em aula. 7. ed. Joinville: UNIVILLE.
órico signiicativo: a autonomia, algo muito Caruso, C. 2014. Understanding Y. John
explicitado nas proposições de Paulo Freire, WIley & Sons. 288 p.
nesta perspectiva o aluno é sujeito ativo de Freire P. 2006. Pedagogia da autonomia:
seus processos de aprendizagem em con- saberes necessários à prática educativa. 33ª
traposição as metodologias tradicionais do ed. São Paulo: Paz e Terra.
aluno passivo nos ambientes de aula. Neste Manzur, E. 2015 Peer instruction: a revolu-
sentido, a metodologia desenvolvida coloca ção da aprendizagem ativa. tradução: Ana-
o projeto de extensão como espaço de par- tólio Laschuk. – Porto Alegre : Penso, 2015.
ceria ao ensino desenvolvido nas aulas; e as e-PUB by Bookman.
demonstrações desenvolvidas para o ensino Mitre, S. et al. 2008. Metodologias ativas
de solo como catalisadoras do potencial do de ensino-aprendizagem na formação pro-
aluno de autogestionar os mecanismos e issional em saúde: debates atuais. Ciência e
conexões que o levam a compreensão dos Saude Coletiva. vol. 13 ago/set 2008
conteúdos.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 70
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Estudos de Caso em
Toxicologia Ambiental
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Helene Mariko Ueno
papoula@usp.br

Resumo propor ações e/ou criticar as ações tomadas.


Apresenta-se relato dos estudos de caso Embora o cenário seja hipotético, o texto traz
como parte da avaliação na disciplina Toxi- informações com embasamento cientíico
cologia Ambiental, ministrada no curso de em cenários verossímeis ou mesmo de casos
Bacharelado em Gestão Ambiental na Escola reais adaptados para tornar a complexidade
de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). da prova compatível com sua duração e nível
Os estudos de caso permitem aprendizagem de formação dos alunos. Os temas podem
baseada em problemas e exigem integração ser os dos estudos de caso, que também fa-
de conceitos básicos da disciplina com os de zem parte da avaliação. Os alunos deinem
outras. Apresentam-se na disciplina de for- os temas a partir de lista de textos de revisão
ma coerente com o conteúdo ministrado, da literatura, selecionados pela professora. A
constituindo oportunidade de reforço e apli- lista inclui temas importantes em Toxicologia
cação de conceitos. A avaliação da atividade Ambiental: contaminação (caracterização,
por parte dos alunos é positiva e reconhe- remediação, regulação) de vários comparti-
cida como importante, apesar de algumas mentos ambientais, saúde ocupacional, toxi-
diiculdades relatadas. cidade de substâncias de uso industrial, agrí-
cola, alimentar, medicamentos, saneantes,
Introdução entre outros produtos potencialmente pre-
Como todos os cursos de graduação da judiciais à saúde humana e biota, avaliação e
EACH, o curso de Bacharelado em Gestão gerenciamento de riscos ambientais, conlito
Ambiental (GA) beneicia-se do chamado Ci- de interesses, entre outros.
clo Básico, que é um conjunto de disciplinas
de caráter amplo e interdisciplinar, incluindo Metodologia
disciplinas com metodologia de aprendiza- No início do curso, apresenta-se a lista de
gem baseada em problemas (ABP), com tur- textos. Os alunos constituem grupos de tra-
mas que agregam alunos de vários cursos balho livremente e indicam o texto selecio-
da EACH. Valendo-se da abordagem ABP, a nado. Demonstra-se, em sala de aula, como
disciplina Toxicologia Ambiental, especíica obter o texto, utilizando os recursos do Siste-
do curso de GA, propõe seminários que cor- ma Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi). Os
respondem a estudos de caso. alunos devem responder questões que exi-
gem pesquisas adicionais: informações bási-
Descrição do Projeto cas para caracterização do toxicante, incor-
A avaliação da disciplina Toxicologia Am- porando os conceitos discutidos nas aulas;
biental baseia-se em prova com consulta caracterização do problema-tema do texto e
e elaboração e apresentação de estudo de situação do Brasil em relação ao tema; desa-
caso. Na prova, a consulta é permitida para ios e perspectivas em relação à problemáti-
valorizar a aplicação de conceitos, mais do ca-tema, novamente destacando o contexto
que a memorização dos mesmos. A prova nacional; papel do gestor ambiental em rela-
apresenta um texto que descreve situação- ção ao tema.
-problema sobre a qual o aluno deve iden- Além da entrega do trabalho escrito, os
tiicar causas e consequências, bem como alunos devem apresentar seu estudo. O
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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cronograma de apresentações prevê 2 ou recursos SIBi. Outras diiculdades se relacio-
3 apresentações por aula de temas que se nam a problemas de organização, participa-
correlacionem e permitam uma aula para ção e dinâmica de trabalho entre os colegas
direcionar a discussão, revisar os conceitos, do grupo. Apesar da atividade ser considera-
corrigir eventuais erros e ampliar o debate. da ‘difícil’, os alunos reconhecem crescimen-
Desse modo, as apresentações são feitas no to e oportunidade de aplicar conceitos. Eles
meio do semestre, para garantir tempo de também consideram que o texto base é fun-
preparo e aprendizagem de conceitos bási- damental, e a lista é abrangente o suiciente
cos da disciplina; e se mantém como cená- para dar liberdade de escolha; é frequente o
rios de discussão para conteúdos ministra- relato de temas que ‘eu nem imaginava’ e a
dos posteriormente. admissão de que sem a lista prévia, eles per-
Ao entregarem o trabalho escrito, os alu- deriam tempo buscando temas, que os te-
nos também fazem avaliação da atividade, mas poderiam ser repetitivos ou que algum
do grupo e auto-avaliação. tema importante deixasse de ser discutido.

Resultados Conclusões
Ao todo, são trabalhados cerca de 10 se- Estudos de caso baseados em estudos de
minários por turma. A lista de textos fornece revisão da literatura e servindo de base para
cerca de 30 textos e é atualizada anualmen- pesquisas adicionais sobre o tema tem se
te. Dentre as diiculdades relatadas pelos mostrado adequados para aprendizagem ati-
alunos, destaca-se a barreira de idioma; a va e efetiva, segundo relatos dos alunos pró-
diiculdade de encontrar referências é su- prios de graduação, alimentando um ciclo de
perada na aula de demonstração de uso de motivação entre estudantes e professor.

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem

Ambientalização Curricular
- A Experiência do Campus
“Luiz de Queiroz/USP Piracicaba
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
M. Sorrentino, L.E.A. Camargo, A. Meira, A.A.D. Coelho, M. Cooper,
E.N. Botelho, M.H. Raymundo e L.F. Silva
planod@usp.br

Resumo zação para docentes e organização de ações


De 2009 a 2012 foi elaborado por membros socioambientais para estudantes de gradu-
da comunidade do campus “Luiz de Quei- ação. Esse trabalho tem contribuído para a
roz” (ESALQ) da USP Piracicaba o Programa internalização na dimensão ambiental no
Universitário de Educação Ambiental (PUEA), ensino da graduação e espera-se a inserção
aprovado pela instituição em 2013, com o dessa temática nos projetos políticos peda-
propósito de trazer a dimensão da Educação gógicos (PPP) dos cursos da graduação.
Ambiental para o ensino, pesquisa, extensão
e gestão universitária. Especiicamente para Introdução e Descrição do Projeto
o ensino foram desenvolvidas entrevistas É indiscutível a importância da Educação
com docentes da graduação referente as Ambiental na sensibilização, formação e
potencialidades e necessidades para trazer a fortalecimento de pessoas, comunidades e
dimensão ambiental para os currículos; além instituições comprometidas com o enfren-
de articulações com as COC (Conselhos de tamento responsável, solidário e justo da
Cursos); ações formativas sobre ambientali- gravíssima crise socioambiental planetária.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 72
Disso emerge o conceito de ambientalização centes referem-se a necessidade de melhor
que pode ser entendido como a prática de apropriação dos conteúdos ambientais pe-
internalizar a educação ambiental no coti- los docentes da ESALQ; o privilégio dado a
diano das pessoas e das instituições. Existem dimensão da pesquisa, as resistências insti-
diversos documentos que fundamentam tal tucionais para incluir a dimensão ambiental
necessidade como a Constituição Federal de no ensino, entre outros. As sugestões dos
1988 (art.225); a Política Nacional do Meio docentes para a internalização da dimensão
Ambiente; a Lei de Diretrizes e Bases da Edu- ambiental no ensino foram: desenvolvimen-
cação Nacional; e as Diretrizes Curriculares to de processos formativos e participativos,
Nacionais para a Educação Ambiental. A Po- inserção da dimensão ambiental nos pro-
lítica Nacional de Educação Ambiental sub- jetos políticos pedagógicos dos cursos da
sidia de forma geral todo esse plano, sendo graduação. Sendo a universidade o espaço
que merece especial destaque a determina- privilegiado e de grande responsabilidade
ção de que a Educação Ambiental deve estar na formação de proissionais e produção de
presente em todos os níveis da educação for- conhecimentos, cabe à mesma desenvolver
mal. A USP é referência dentro e fora do país processos que atinja a totalidade de suas ati-
pela qualidade de sua produção acadêmica vidades, visando-se à construção de “valores
e assumiu recentemente na ESALQ a respon- sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
sabilidade com a educação ambiental em e competências” orientadas para a sustenta-
suas atividades de pesquisa, extensão, ensi- bilidade socioambiental.
no e gestão através da criação do PUEA. O
objetivo deste trabalho é apresentar o PUEA Conclusões
da ESALQ e seus desdobramentos com re- O PUEA tem contribuído para a interna-
lação as diretrizes de ensino-aprendizagem. lização de valores, princípios e desenvolvi-
mento de práticas que levam à melhoria da
Metodologia formação ambiental da graduação. Existem
Foram realizados desde 2004 seminários diversos desaios a serem enfrentados para
e encontros elaborados no âmbito do Plano que dimensão ambiental seja incorporada na
Diretor Socioambiental do campus. De 2009 a instituição. Espera-se que a ambientalização
2012 foi elaborado o PUEA, com a participação ocorra gradativamente por meio dos proces-
da Universidade Federal de São Carlos, outras sos de formação dos docentes e na revisão
unidades da USP e Universidade Autônoma do PPP dos cursos. Espera-se contribuir para
de Madri/Espanha. O PUEA foi produzido de que os cursos de graduação da ESALQ sejam
forma participativa por cerca de 200 membros exemplos de formação e inovações do campo
da comunidade com diretrizes e metas para a socioambiental e que essa experiência possa
ambientalização do ensino-aprendizagem; da ser replicada para outras Unidades da USP.
pesquisa; da extensão e gestão e foi aprovado
pela Congregação da ESALQ em 2013. Entre
2014 e 2015 para a implementação das diretri-
zes e metas referentes a ensino-aprendizagem
foram realizadas entrevistas semi-estruturada
com 33 de 44 docentes que lecionam para os
ingressantes da graduação para identiicar ex-
pectativas, demandas, necessidades, percep-
ções, estruturas e experiências para incorporar
a dimensão socioambiental no ensino-apren-
dizagem; além de reuniões de trabalho com as
COCs sobre a dimensão ambiental.

Resultados
Os maiores desaios apontados pelos do-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 73
Tecnologias como recurso didático

Uso da Bioimpressão 3D para


Desmitiicar e Divulgar o Conhecimento
da Anatomia Animal Equina
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
Brunna Pereira Saragiotto; Janaina Santos Ferreira; Franceliusa Delys de Oliveira;
Paulo Ramos da Silva Santos; Antônio Chaves de Assis Neto
pauloramos@usp.br

Resumo com laminite. Áreas de pesquisa e educação


A utilização de tecnologias em 3D benei- também são grandes beneiciárias, podendo
ciou várias áreas do conhecimento tais como contar, por exemplo, com a criação de mode-
a médica, permitindo a impressão de órgãos los didáticos e realísticos que simulam o fun-
e próteses, a arquitetura, imprimindo moldes cionamento de sistemas. Nas áreas da saúde,
e maquetes de prédios e até mesmo o entre- a tecnologia tridimensional já se desenvolve
tenimento, utilizando protótipos e cenários amplamente na medicina e odontologia, hu-
em 3D. Neste trabalho, o objetivo principal mana e veterinária, desde medições 3D até
foi o escaneamento do esqueleto da espécie impressões 3D de réplicas e próteses a partir
equina visando a geração de arquivos em PDF de modelos reais. Baseado na aplicabilidade
e impressão 3D para disponibilização como da tecnologia treidimensional, este trabalho
ferramentas de estudo para os estudantes utilizou o escaneamento e edição 3D, asso-
de graduação. Os ossos foram escaneados ciados à impressão 3D de ossos da espécie
e em seguida foram gerados arquivos digi- equina com a inalidade de gerar material
tais em PDF, editados e impressos em 3D. O didático para as aulas da gradução.
material gerado foi apresentado durante au-
las da disciplina de Anatomia Descritiva dos Materiais e Métodos
Animais Domésticos I, na FMVZ-USP e foram Os ossos utilizados no presente projeto fo-
disponibilizados em telas interativas que são ram obtidos de um animal da espécie equina
utilizadas durante as aulas práticas. Com isso, que veio a óbito no Hospital Veterinário da
o projeto vem auxiliando na desmitiicação, Faculdade de Medicina Veterinária e Zoo-
difusão, preservação e valorização do estudo tecnia da Universidade de São Paulo (HO-
da Anatomia das espécies domésticas. VET-USP). Esses ossos foram, desarticulados,
descarnados e submetidos ao processo de
Introdução maceração. As peças do membro pélvico
O desenvolvimento de softwares, modelos equino que compõe o presente estudo são:
computacionais e o emprego de engenharia osso Coxal, o Fêmur, a Patela, a Tíbia, a Fíbu-
elétrica, reversa e 3D têm se mostrado tec- la, todos os ossos que compõe o Tarso (Talus,
nologias emergentes cada vez mais comple- Calcâneo, Osso Central do Tarso, Primeiro e
xas e de grande aplicabilidade em diferen- Segundo Ossos Társicos - fusionados -, Ter-
tes setores. Dentro da Medicina Veterinária, ceiro Osso Társico, Quarto Osso Társico) e os
essas técnicas também vem sendo altamen- dois sesamóides proximais. Posteriormente,
te difundidas. Por exemplo, para a espécie os ossos foram escaneados utilizando-se um
equina, há o desenvolvimento de técnicas de escaner 3D de alta resolução (3D Go!SCAN”,
impressão 3D utilizando titânio como maté- Creaform). Feita a digitalização dos ossos,
ria-prima para obtenção de ferraduras mais o próximo passo foi editar as imagens ad-
leves e mais resistentes para melhorar o de- quiridas no software Geomagic Studio para
sempenho de cavalos em corridas, além de a impressão 3D. Em seguida, foram feitas as
poderem ser usadas para reabilitar cavalos impressões 3D dos modelos digitalizados e
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 74
editados na impressora “Mojo 3D Printer” ponibilizados em telas interativas localizadas
(Stratasys). no Laboratório de Anatomia da Faculdade.

Resultados Conclusões
O material gerado foi apresentado pela A impressão 3D dos ossos se mostra útil
equipe colaboradora durante as aulas da dis- para o estudo da Anatomia Animal uma vez
ciplina de Anatomia Descritiva dos Animais que é idedigno às estruturas in vivo, de fácil
Domésticos I, na FMVZ-USP. Os ossos im- obtenção e permite interatividade durante a
pressos compõem agora o acervo de material aula. Em virtude da inexistência de trabalhos
didático para estudo podendo, futuramente, utilizando a tecnologia 3D na área da Anato-
substituir completamente o material de ori- mia, aplicada ao processo de ensino-aprendi-
gem biológica. Os arquivos em PDF gerados zagem, constatou-se o pioneirismo deste pro-
após o escaneamento tiveram os principais jeto. Com isso, este trabalho vem auxiliando na
acidentes ósseos identiicados e estão sen- desmitiicação, difusão, preservação e valoriza-
do utilizados como guia de estudo nas aulas ção do estudo da Anatomia dos equinos, com
práticas da disciplina, uma vez que foram dis- aplicabilidade também em outras espécies.

Tecnologias como recurso didático

Blogs como Veículos de Divulgação Cientíica:


uma Experiência com Alunos de Graduação
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Milton Groppo, Melissa Bars Closel, Flávio Alicino Bockmann, Annie Schmaltz
Hsiou, Wilfried Klein, Tiana Kohlsdorf & Max Cardoso Langer
groppo@ffclrp.usp.br

Resumo diferentes aulas ministradas pelos docentes


A divulgação cientíica tem um papel im- da disciplina. Os alunos eram estimulados a
portante na difusão do conhecimento cien- buscar fontes de dados primárias e reunir i-
tíico para o público leigo fora do ambiente guras que deixassem os textos mais atraentes
acadêmico. Alunos do 1o semestre do Cur- e compreensíveis, além de serem alertados
so de Bacharelado em Ciências Biológicas sobre práticas de má-conduta literária, como
do Departamento de Biologia, FFCLRP-USP plágios e cópia de textos sem citação ade-
(campus Ribeirão Preto) foram orientados quada. Após a edição os textos eram disponi-
a produzirem textos de divulgação cientí- bilizados em um blog da disciplina (http://di-
ica junto à disciplina Diversidade da Vida. versidadedavidarp.blogspot.com.br/) icando
Esta disciplina tem cunho multidisciplinar e disponíveis para um público mais amplo. O
abrange assuntos tão distantes (mas relacio- treinamento conferido aos alunos foi impor-
nados) quanto a origem da vida, classiica- tante na sua formação como divulgadores de
ção biológica e a relação do homem, sua cul- ciência em um país com (ainda) pouca tradi-
tura e religião com os outros seres vivos. O ção em divulgação da ciência.
desaio da atividade era estimular os alunos
a escrever de maneira a despertar o interesse Introdução
de um público não acadêmico em temas que A divulgação cientíica tem um papel im-
abarcassem a ciência, mas sem o uso de um portante na difusão do conhecimento cien-
linguajar excessivamente técnico. O método tíico para o público leigo fora do ambiente
consistiu no sorteio de grupos pré-estabe- acadêmico. A disciplina “Diversidade da Vida”
lecidos de alunos que deveriam desenvolver é regularmente oferecida aos alunos do 1o
e aprofundar um dos aspectos tratados nas semestre do Curso de Bacharelado em Ciên-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 75
cias Biológicas do Departamento de Biologia, pecto que tangenciasse o tema da aula. Por
FFCLRP-USP (Ribeirão Preto). Esta disciplina é exemplo, se a aula sorteada para o grupo
ministrada por seis docentes com especialida- foi sobre “Diversidade no Tempo”, o grupo
des diferentes, sendo abordados vários temas poderia desenvolver um tópico sobre a es-
ligados à diversidade biológica, como a dei- cavação de algum sítio fossilífero especíico
nição de vida, documentação da origem da e interessante, com o Tempo sendo usado
vida, a diversidade no tempo, a classiicação como pano de fundo. Os alunos foram es-
Biológica e os diferentes níveis de organização timulados a buscar fontes de dados primá-
biológica, endossimbiose, a forma e a função rias e reunir iguras que deixassem os textos
de grupos viventes e extintos, a evolução cul- mais atraentes e compreensíveis, além de se-
tural, a diversidade e o homem, a responsabi- rem alertados sobre práticas de má-conduta
lidade do Homem na manutenção da diver- cientíica, como plágios e cópia de texto sem
sidade biológica e a diversidade e Religião. citação adequada. Após a edição os textos
Dentro da proposta de divulgação cientíica, o eram disponibilizados em um blog da disci-
objetivo era a produção, por parte dos alunos, plina (http://diversidadedavidarp.blogspot.
de textos de divulgação cientíica com temas com.br/) icando disponíveis para um públi-
tangenciais às aulas ministradas pelos docen- co mais amplo.
tes na Disciplina que seriam posteriormente
disponibilizados em um blog da disciplina. Resultados
Os textos produzidos pelos alunos estão
Descrição do Projeto sendo inseridos no blog da disciplina. Até
O Projeto do “Blog da Diversidade da Vida” o momento seis textos foram produzidos e
foi pensado como um modo de estímulo e disponibilizados no blog. Até o inal do 1o se-
treinamento na confecção de textos de di- mestre de 2016 um total de 12 textos esta-
vulgação cientíica junto aos alunos da Dis- rão disponíveis, número que deverá aumen-
ciplina de Graduação “Diversidade da Vida”. tar com novos oferecimentos da disciplina a
cada ano junto ao Curso de Bacharelado em
Metodologia Ciências Biológicas da FFCLRP-USP.
Após cada uma das aulas ministradas pe-
los docentes grupos de alunos eram sor- Conclusão
teados e tinham como tarefa produzir um O treinamento conferido aos alunos foi
texto de divulgação cientíica. Estes textos importante na sua formação como divul-
não seriam compilações das aulas assistidas, gadores de ciência em um país com (ainda)
mas sim o desenvolvimento de algum as- pouca tradição neste quesito.

Tecnologias como recurso didático

Desenvolvimento de Aplicativos Móveis


para o Ensino de Técnicas Radiográicas
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
A.J.O. Júnior, F.T. Réa, C.O. Santos e F.H.T. Codognotto
oliveirach@usp.br

Visando evitar erros de técnica e reduzir dose não existem posicionadores especíicos. Atu-
de radiação empregada em exames radiográ- almente, a disponibilidade de tablets e celula-
icos intrabucais, deve-se utilizar posicionado- res com acesso à internet tem permitido que
res que auxiliam no correto emprego de angu- estudantes e proissionais utilizem recursos de
lações do cabeçote e posicionamento do ilme aplicativos destes dispositivos para acessar in-
ou sensor. Contudo, existem situações onde o formações via digital. O objetivo deste traba-
uso destes posicionadores não é viável e/ou lho é apresentar aplicativos (Android) desen-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 76
volvidos por alunos da FORP-USP, voltados FORP. Nestas versões, é possível obter orien-
para o ensino prático da realização de técnicas tações para realização das técnicas radiográ-
radiográicas pelo método da bissetriz sem o icas intrabucais, particularmente método da
uso de posicionadores e técnica radiográica bissetriz, sem o uso de posicionadores, para
oclusal. Foram utilizadas imagens (fotograias ser empregada nas circunstâncias onde o uso
realizadas no contexto clínico e trabalhadas dos mesmos não for possível e técnica oclusal.
com efeitos gráicos para demonstrar carac- Os aplicativos desenvolvidos constituem uma
terísticas das técnicas) e textos explicativos, ferramenta relevante na prática, de fácil dis-
que alimentaram os aplicativos desenvolvidos seminação, sendo utilizados por estudantes
através de plataforma gratuita do MIT App In- de odontologia e proissionais que buscam
ventor 2. Os aplicativos estão disponíveis para aprimorar a qualidade das radiograias e da
download através da loja do Google Play com interpretação radiográica, atingindo de forma
os seguintes títulos 1RADIO FORP e 2OCLUSAL rápida e gratuita o público alvo.

Tecnologias como recurso didático

Blogs e Microblog para Ensino e


Difusão em Organização e
Representação do Conhecimento
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Cibele Araújo Camargo Marques dos Santos
cibeleac@usp.br

Resumo Introdução
Analisa o uso de blogs e do microblog Twit- O presente trabalho é parte das ativi-
ter em temas de Organização e Representa- dades realizadas em projeto do Programa
ção do Conhecimento (ORC) para apoiar o de Bolsas Uniicadas intitulado Ensino em
ensino de graduação e a difusão da informa- Organização e Representação do Conhe-
ção para estudantes e bibliotecários, incluin- cimento: questões teóricas e recursos de
do a análise dos benefícios que estes recursos Ambiente Virtual de Aprendizagem e Web.
podem oferecer para estudantes envolvidos Relaciona-se à pesquisa teórica sobre uso
em cursos híbridos, que utilizam um ambien- de blogs e microblog no ensino superior e
te virtual de aprendizagem integrado com na área de Ciência da Informação e a análise
o uso da tecnologia social e aula presencial. dos acessos a estes recursos didáticos digi-
Objetiva mostrar os benefícios da tecnologia tais, através de estatísticas disponíveis nas
social para os estudantes, usando três blogs ferramentas.
sobre construção de linguagem documen-
tária, linguística documentária e indexação, Métodos
bem como um Twitter sobre indexação e lin- Estudo exploratório baseado em pesquisa
guagem documentária. Trabalhou-se com a bibliográica no ensino de ORC com o uso de
premissa que os estudantes nativos digitais blog e Twitter com ênfase no ensino superior
têm sua aprendizagem facilitada em ORC se e nos cursos de Biblioteconomia, realizada na
uma ou mais ferramentas de ensino utilizar base de dados LISA especializada em Ciên-
os ambientes de compartilhamento a que os cia da Informação da qual foram seleciona-
estudantes estão acostumados. Apresenta-se dos 26 artigos e entre os estudos brasileiros
a revisão bibliográica, os Blogs e o Twitter e a quando foram identiicados 3 artigos. Anali-
análise de acesso dos mesmos, como subsídio sa também o acesso a essas ferramentas, no
para participação de estudantes, melhorias de caso dos blogs utilizando as ferramentas que
layout e deinição de política de conteúdo. o Blogger disponibiliza.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 77
Referencial Teórico acreditamos que esta familiaridade com estas
Cursos híbridos que misturam elementos ferramentas advinda do dia-a-dia é que per-
de aula presencial com recursos educacionais mite que tornem a aprendizagem mais agra-
online e ambientes virtuais de aprendizagem dável e eiciente. Wright (2008) lembra que o
como apoio aos cursos apresentam achados, blog, além de mídia, é também um estilo de
segundo a literatura, de que os blogs são re- conteúdo, e como os primeiros blogs foram
cursos bem aceitos para compartilhar conhe- construídos como comunicação pessoal com
cimentos relacionados aos cursos indicando honestidade e autoridade, existe uma ideia de
que os estudantes encontram poucas barrei- que estes princípios persistem na ferramenta,
ras técnicas. Agosto, Copeland e Zach (2013) o que a torna mais acessível ao estudante. A
testaram os benefícios potenciais do uso de despeito das atitudes dos alunos e dos pro-
blogs na interação de alunos de um curso por fessores, a colaboração verdadeira só ocorre
um semestre. Feliz, Ricoy e Feliz (2013) consi- com participação, interação e síntese. O uso
deraram que as aplicações Web 2.0 estimulam da tecnologia social não garante por si só a
milhões de pessoas e que as mídias sociais colaboração. Além da apropriação pelo gru-
atraem a atenção de usuários de diferentes po das tecnologias selecionadas, estas de-
países, idades e classes sociais inclusive estu- vem ser integradas ao ambiente de ensino /
dantes, sendo que no Brasil a pesquisa sobre aprendizagem (seja online, presencial, ou hí-
o uso destes recursos para ensino e pesqui- brido) de maneira a participar dos resultados
sa de Ciência da Informação pode ser visua- de aprendizagem, de forma que os critérios
lizada nos trabalhos realizados por Lopez et para seleção de tecnologias incluam propor-
al. (2011); Freire, Lima e Costa Junior (2012); cionar colaboração, forte apoio da presença
Freire, Santos e Nascimento (2014). Os estu- social, melhora nas curvas de aprendizagem, e
dantes universitários da atualidade cresceram facilidade na interação do aluno na mídia e no
expostos a diversos tipos de tecnologias nos curso (AGOSTO, COPELAND e ZACH, 2013).
diversos aspectos de suas vidas, em um dia Para Bledsoe, Harmeyer e Wu (2014), existem
típico utilizam computadores, redes sociais inúmeras vantagens para a utilização Twitter
online, celulares, mensagens de textos, áudio, e hashtags, marcadores temáticos, como re-
vídeo, Twitter, RSS, wikis, blogs, ambientes cursos pedagógicos no ensino que trazem ao
virtuais de aprendizagem e muitos outros, e mesmo tempo resultados signiicativos e re-
a forma como os estudantes integram estes levantes para a aprendizagem de seus alunos.
instrumentos em suas vidas tem sido o foco Apesar das restrições inerentes ao número de
de pesquisas. Familiarizados com a segunda caracteres por tweet (140), as possibilidades
geração de tecnologias, localizam, usam infor- de aprendizagem acadêmica e comunicação
mação, e produzem conteúdos em diversos via Twitter são limitadas. Pesquisas futuras são
formatos e aplicativos (CASSIDY et al., 2011). necessárias, no entanto, para explorar for-
Estudos que usam blogs para apoiar o ensino mas em que esta ferramenta de mídia social
superior analisam a facilitação nos processos pode ser eicazmente utilizada para criar um
de aprendizagem, o aumento da interação e ambiente que conduza para a aprendizagem.
do controle do aluno sobre estes processos Além disso, os recomendam mais estudos
(AGOSTO, COPELAND e ZACH, 2013). No en- sobre o valor de hashtags na promoção do
tanto, estas aplicações, segundo Feliz, Ricoy envolvimento dos alunos. Finalmente, es-
e Feliz (2013) não estão sendo usadas ade- tudos especíicos podem produzir insights
quadamente no campo educacional, de for- sobre o Twitter no ensino com novos desig-
ma que muitos professores têm diiculdade ns de programas para ampliar o alcance de
de integrar estes recursos em sua prática. Em práticas de microblogging. A combinação de
muitos casos, para estes autores, as mídias tecnologias sociais em uma escala maior para
sociais são estimuladas para a comunicação cursos presenciais, especialmente as menos
diária, limitadas lazer e entretenimento, não familiares do que os blogs para a maioria dos
estando ainda estabelecidas como um am- estudantes podem apresentar desvantagens
biente didático para a aprendizagem. Porém, ou problemas de resistência tecnológica, se-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 78
gundo Agosto, Copeland e Zach (2013), de Referências
forma que os estudantes tendem a ser mais AGOSTO, D. E.; COPELAND, A. J.; ZACH, L.
frequentes em tecnologias já conhecidas e Testing the beneits of blended education: us-
usadas por eles, além disso, outro ponto a ing social technology to foster collaboration
ser analisado é o nível de exigência e engaja- and knowledge sharing in face-to-face LIS
mento necessário ao instrutor para sustentar Courses. Journal of Education for Library & In-
a participação on-line ativa entre os alunos no formation Science, v. 54, n. 1, p. 94-107, 2013.
estudo. BLEDSOE, T. S.; HARMEYER, D.; WU, S. F.
Utilizing Twitter and #hashtags toward en-
Resultados hancing student learning in an online course
No uso dos blogs foi possível veriicar environment. International Journal of Dis-
que o “Elab.LD”, sobre elaboração e ges- tance Education Technologies, v. 12, n. 3, p.
tão de linguagens documentárias, foi o 75-83, Jul. 2014.
mais acessado entre os três utilizados (com CASSIDY, E. D. et al. Higher education and
66.422 acessos desde 2010), “Linguística e emerging technologies: student usage, pref-
Documentação” (com 8.588 acessos) e o erences, and lessons for library services. Ref-
“Indexação e Resumos” (com 7.616). Estes erence & User Services Quarterly, v. 50, n. 4,
blogs foram criados para facilitar o aces- p. 380-391, Jul 2011.
so a documentos utilizados em disciplinas FELIZ, T.; RICOY, C.; FELIZ, S. Analysis of the
da área de Organização e Representação use of Twitter as a learning strategy in mas-
do Conhecimento (antes do início do uso ter’s studies. Open Learning, v. 28, n. 3, p.
de Ambientes Virtuais de Aprendizagem) 201-215, Nov 2013.
e para divulgar informações da área para FREIRE, I. M.; LIMA, A. P. L. de; COSTA JUNIOR,
estudantes e proissionais. No projeto do M. P da. Social media Web: with an eye on CI
Programa de Bolsas Uniicadas, estão sen- for academic and frofessional training. Biblion-
do pesquisadas: as formas de identiicação line, v. 8, n. special edition, p. 175-184, 2012.
de notícias de interesse, melhoria de layout, FREIRE, I. M.; SANTOS, R. N. R dos.; NAS-
estratégias de marketing para aumentar CIMENTO, B. O. N do. Information manage-
acessos, possibilidades de integração com ment in Blog De Olho Na CI. Informacao &
AVA e a participação mais ativa dos demais Informacao, v. 19, n. 1, p. 95-111, 2014.
alunos. As análises estatísticas utilizando os LOPEZ, A. P. A. et al. Blogs como ferramen-
recursos do Blogger indicam predominân- ta de ensino-aprendizagem de Diplomáti-
cia de acessos no Brasil, pequena interação ca e Tipologia Documental: uma estratégia
através de comentários e pelos posts mais didática para construção de conhecimento.
acessados, predominância nos temas e ma- Perspectivas em Gestão & Conhecimento, v.
teriais voltados para informações de ensino. 1, n. n. esp., 2011.
Quando ao Twitter, o IndexLds, a análise es- WRIGHT, J. Blog marketing: a nova e revo-
tatística foi feita pelo Twitter Statistics, que lucionária maneira de aumentar vendas, esta-
indicou 117 impressões orgânicas nos últi- belecer sua marca e alcançar resultados excep-
mos 91 dias. cionais. São Paulo: M. Books do Brasil, 2008.

Considerações
A literatura da área é signiicativa e permite
a realização de diversos estudos, que no Bra-
sil, principalmente no uso das redes ou mídias
sociais para atividades do ensino superior po-
dem ser desenvolvidos. As análises estatísticas
permitiram identiicar pontos para melhoria
de interação com os alunos e demais usuários
bem como a necessidade de compartilha-
mento das informações entre as mídias.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 79
Tecnologias como recurso didático

Desenvolvimento de Plataforma Digital


para Ensino de Graduação
(Caso do Ensino de Atendimento
ao Paciente Traumatizado)
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Gerson Alves Pereira Júnior, Marcelo Alexandre Santos, José Carlos Bueno de
Moraes, Bruno de Azevedo Mendonça, Filipe Andrade Bernardi, André Antonelli
Senju, Eduardo A. Gula
gersonapj@fmrp.usp.br

Resumo da (Flipped Classroom) virou referência a um


O projeto apresentado desenvolveu uma modelo de aprendizagem que reorganiza o
plataforma digital educacional interativa, de tempo gasto dentro e fora da classe; assim, o
fácil manuseio, intuitiva, de modo a permitir valioso tempo presencial de aula é dedicado
a análise, monitoramento e seguimento do a uma aprendizagem mais ativa, com proje-
desempenho individual e coletivo. Utilizou tos baseados no aprendizado e nos quais os
o blended learning que transmite à distância alunos trabalham em conjunto ou isolada-
pela internet a maior parte dos conteúdos, e mente para resolver os desaios locais e glo-
também conta com sessões presenciais, po- bais (ou outras aplicações do mundo real),
dendo ser estruturado com atividades sín- obtendo uma compreensão mais profunda
cronas ou assíncronas. do assunto.

Introdução Descrição do Projeto


Os paradigmas da educação estão mu- O projeto aprovado no Programa Pró-
dando para incluir mais modelos de apren- -Ensino 2013, intitulado “Projeto de apoio
dizagem online, mista ou híbrida e cola- didático ao estudo do atendimento ao trau-
borativa. A aprendizagem online ampliou ma por ensino a distância (EaD)” está sendo
o potencial de colaboração, incorporando utilizado gradativamente pelos alunos do 5o
pontos de conexão que os alunos podem ano da Faculdade de Medicina de Ribeirão
acessar fora da sala de aula para se reunirem Preto para o estudo do atendimento aos pa-
e trocarem ideias sobre um assunto ou pro- cientes traumatizados, com oportunidade de
jeto, como uma modalidade alternativa para discussão dos casos vivenciados durante os
superar limites de tempo e espaço. Pensar a plantões na Unidade de Emergência do Hos-
prática pedagógica para a educação online é pital das Clínicas de Ribeirão Preto. O pro-
antes de qualquer coisa pensar um desenho jeto compreende a abordagem de tópicos
didático interativo cuja arquitetura deve en- do atendimento ao traumatizado, sendo que
volver o planejamento, a produção e a ope- cada um destes tópicos é desenvolvido em
ratividade de conteúdos e de situações de sessões com o seguinte formato: 1) Calendá-
aprendizagem, que estruturam processos de rio de atividades, 2) Textos selecionados para
construção do conhecimento na sala de aula estudo prévio, 3) Pré-teste de veriicação dos
online. Estes conteúdos e situações de apren- conhecimentos, 4) Aula gravada em vídeo e
dizagem devem contemplar o potencial pe- editada, 5) Pós-teste de veriicação dos co-
dagógico, comunicacional e tecnológico do nhecimentos, 5) Envio de situações/casos clí-
computador, bem como das disposições de nicos para estudo e/ou discussão em grupo,
interatividade próprias dos ambientes de 6) Chats com horário marcado para discus-
aprendizagem online. A Sala de Aula Inverti- são do estudo em grupos e tira-dúvidas com
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o professor, e 7) Preenchimento do portfólio dido para outras disciplinas de graduação e
ao inal de cada sessão, contendo relexões pós-graduação, além de projetos de pesqui-
sobre o estudo do tópico e a avaliação de sa. O uso desta plataforma também permite
pontos positivos e negativos. Ao término uma excelente oportunidade de educação
do conjunto de cada três sessões online é interproissional.
programado um encontro presencial englo-
bando todos os alunos e o professor para
discussão de situações práticas de atendi-
mento, retirada de dúvidas e discussão de
novos casos

Resultados e Conclusões
O conceito de Sala de Aula Invertida (Fli-
pped Classroom) como um modelo de apren-
dizagem reorganiza o tempo gasto dentro e
fora da classe; transferindo o protagonismo
no processo de aprendizado, dos educado-
res para os alunos com o desenho didático
de atividades programadas: estudo prévio,
pré-teste, acesso aos vídeos, pós-teste, aces-
so aos casos clínicos como exercícios, fórum
de dúvidas, chat e webfólio. A lexibilidade e
a facilidade operacional da plataforma digital
que se encontra em constante desenvolvi-
mento com inclusão de novas ferramentas e
funções têm tornado sua utilização cada vez
maior em disciplinas regulares e optativas da
graduação. Os diferentes tipos de materiais
de ensino tem sido postados e disponibiliza-
dos gradativamente para os alunos. Isto faz
com que possam se preparar melhor com
autonomia de acesso aos diversos materiais
e controle do tempo de estudo, valorizando
o precioso tempo presencial para retirada de
dúvidas do estudo prévio, discussão de ca-
sos clínicos vivenciados na prática assisten-
cial e foco nas atividades práticas simuladas.
O projeto procura trabalhar aprimoran-
do todas as tendências apontadas e mini-
mizando os desaios, antecipando todas as
implicações discutidas. Deste modo, prevê o
desenvolvimento de um ambiente virtual de
aprendizagem com facilitação da interface
para professores e alunos; aprendizado onli-
ne, híbrido e colaborativo; utilizando diversas
ferramentas de informática de modo intera-
tivo, uso de diferentes formas de avaliação
no formato digital com resultados integra-
dos à um sistema de análise do desempe-
nho individual e coletivo dos alunos. O uso
da plataforma digital criada tem sido expan-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 81
Tecnologias como recurso didático

Avaliação do Uso de Sistemas


Interativos de Respostas em Aulas
de Radiologia Odontológica
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Christiano de Oliveira Santos, Camila Tirapelli, Solange Aparecida Caldeira Monteiro
oliveirach@usp.br

Introdução Métodos
Métodos de ensino que estimulam a par- Quatro aulas com temas de radiologia
ticipação ativa do estudante produzem re- odontológica foram ministradas em duas
sultados mais satisfatórios que modelos turmas de estudantes, com e sem SIR de for-
unidirecionais convencionais. Os indivíduos ma alternada. Conteúdo e formato das aulas
aprendem de maneiras diferentes, portanto, para cada turma eram idênticos, variando-se
incorporar diferentes abordagens de ensino apenas a forma como os estudantes respon-
permite um maior envolvimento e participa- diam a questões interativas durante a aula.
ção dos estudantes no processo educativo. A Os estudantes foram divididos em dois gru-
utilização de sistemas interativos de resposta pos: Grupo SIR (sistema interativo de respos-
(SIR), como por exemplo, clickers, pode re- tas) e LM (método de resposta levantando
presentar uma boa estratégia de interação as mãos para escolha da resposta). Avaliou-
para salas de aula com um grande número -se a PT e DE, comparando-se os grupos.
de estudantes. Estudos prévios se buscaram A unanimidade de respostas foi analisada
avaliar a eicácia de SIR em aulas de diferen- para ambos os grupos. Questionários foram
tes áreas do conhecimento, com resultados aplicados posteriormente para avaliar as im-
variados. A inluência da ARS no desempe- pressões dos estudantes sobre o uso de SIR
nho dos alunos em avaliações de conheci- nas aulas e sobre a relevância para eles de
mento (provas) é particularmente contro- características dos SIR que são comumente
versa. O impacto do uso de SIR em aulas de relatadas na literatura.
radiologia odontológica nunca foi demons-
trado previamente. Resultados
A PT média dos grupos SIR e LM foram
Descrição do Projeto 97,6% e 47,3%, respectivamente, e esta
Foi realizado um estudo crossover con- diferença foi estatisticamente signiicati-
trolado com estudantes de graduação em va (p <0,05). A DE média para o grupo SIR
odontologia. Este trabalho teve como obje- (77%) foi ligeiramente superior ao grupo LM
tivos: 1)avaliar o impacto de sistemas intera- (75,1%), porém, a diferença não foi estatisti-
tivos de resposta (SIR) na participação dos camente signiicativa. Houve correlação po-
estudantes (PT) durante aulas de radiologia sitiva entre PT e DE. Com SIR, apenas 5,7%
odontológica em um curso de graduação; 2) das perguntas foram unânimes, enquanto
avaliar o impacto de sistemas interativos de que 51,4% foram unânimes com o método
resposta (SIR) no desempenho dos estudan- de LM. A maioria dos estudantes relataram
tes em resultados de avaliações de conhe- que o uso SIR teve inluência positiva sobre
cimento (DE); 3) analisar o peril de votação a sua atenção (92%), participação (96%), par-
dos estudantes ao utilizar SIR, através de ticipação da colega de classe (82,7%), inte-
análises de unanimidade das respostas; 4) resse (74,7%), e aprendizagem (86,7%). Em
avaliar a percepção dos estudantes em rela- uma escala de 5 pontos sobre a relevância
ção ao uso de SIR em aula. de aspectos do uso de SIR, o “anonimato das
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respostas” teve uma média de 3.6, enquanto ram duas vezes mais às perguntas interativas
que outros itens (aula mais dinâmica, partici- em aula. No entanto, não foi possível obser-
pação mais ativa, demonstração imediata do var um efeito isolado do uso de SIR no de-
resultado de votação) receberam uma média sempenho dos estudantes nas avaliações de
de 4.6 ou superior. aprendizado da disciplina. O SIR é bem acei-
to pelos estudantes, e estes acreditam que o
Conclusões sistema inluencia positivamente os seus de-
O SIR aumentou signiicativamente a par- sempenhos. Dentre as vantagens do uso de
ticipação dos estudantes em aulas de radio- SIR, o anonimato foi considerado o menos
logia odontológica, ou seja, estes responde- relevante pelos estudantes.

Tecnologias como recurso didático

Educar por Projetos:


Atendendo a População com um Blog
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Mary Caroline Skelton Macedo, Laura Nardello, João Humberto Antoniazzi
mary@usp.br

Resumo A Disciplina de Teleodontologia se baseia


A Disciplina de Teleodontologia é optativa no desenho de projetos: os alunos são ex-
na Graduação e se desenvolve por meio de postos a possibilidades reais, no contesto da
projetos propostos pelos alunos para aten- telessaúde, e desaiados a desenharem um
der a necessidades odontológicas de uma projeto que leve conhecimento a uma de-
população deinida. Este trabalho de criação terminada população. Dessa maneira, apren-
de um blog foi realizado por alunas de gra- dem a utilizar ferramentas eletrônicas sim-
duação, como tarefa no ano de 2010, e tem ples, a interagir com o público e assim gerar
se mantido no ar por tarefa da professora novos interesses e aplicações.
responsável. O público-alvo é a criança e o
cuidador, com conteúdo de saúde bucal in- Descrição do Projeto
fantil, com páginas sobre higiene bucal, tro- Quatro alunas da Disciplina de Teleodon-
ca de dentição e dentição mista. Os dados tologia, em 2010, desenvolveram um blog
de acesso mostram a evolução do interesse com informações sobre saúde bucal (higiene
e acesso à informação odontológica de qua- bucal, alimentação, informações sobre a tro-
lidade, proporcionando aos alunos observa- ca de dentições), com foco nas crianças e nos
rem a importância de se utilizar a tecnologia seus cuidadores. Foram coletadas informa-
para aproximar atores na Odontologia. ções, projetados desenhos e imagens para a
ilustração das páginas e para a apresentação
Introdução foi utilizada a plataforma Wordpress.
Os estudantes estão habituados ao uso O blog permanece aberto ao longo dos
das tecnologias sempre voltados ao rela- anos, gerenciado pela professora orientadora.
cionamento interpessoal em redes sociais e Os resultados mostram um alcance amplo
buscas especíicas por entretenimento (ga- atingindo pais e adolescentes, além dos as-
mes, vídeos, etc). É necessário associar o uso suntos mais demandados.
das tecnologias com a possibilidade de gerar
luxo de conhecimento para a população ge- Metodologia Utilizada
ral, promovendo saúde bucal nessa atitude, Deinida a população com a qual as alunas
e para proissionais, promovendo troca de gostariam de trabalhar, os assuntos pertinen-
informações, segunda opinião e atualização tes a serem divulgados foram estruturados e
proissional. a linguagem com que seriam apresentados
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 83
foi tratada apropriadamente. As páginas fo- do correção de informações; apoio à decisão
ram montadas e o blog foi colocado na in- no relacionamento ético com o proissional;
ternet aberta para veriicação do interesse da apoio aos pais que vivem em outros países.
população alvo. Em praticamente todas as respostas foi in-
dicado que se visite o proissional cirurgião-
Resultados Obtidos -dentista ou um especialista para que o qua-
Até o segundo semestre de 2015 foram dro possa ser avaliado com critério e atenção
recebidas 397 perguntas, a maior parte de por meio de exames apropriados e investiga-
pais (43,57%) seguidos dos adolescentes ção assegurada. Duas perguntas foram rela-
(15,87%). Dos assuntos demandados, a tro- cionadas a ilhos com necessidades especiais.
ca de dentição alcançou o maior interesse Conclui-se que a interação com a socieda-
(83,63%). As visualizações cresceram ao lon- de por meio de uma ferramenta eletrônica de
go dos anos (61,29% de 2010 até 2015). interação direta assíncrona (blog) correspon-
Observa-se que conteúdos relativos a saú- de a uma atividade de aprendizagem para
de bucal de crianças e adolescentes são de alunos de graduação e também assume um
interesse da população geral, proporcionan- carater de extensão na atividade universitária.

Tecnologias como recurso didático

Ensino do Câncer com o Uso de


Modelos Baseados em Agentes
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
A.J.C.P. Santos, A.A.B. Silva e H.M. Garay
andersoncorrea@usp.br

Introdução como altamente efetivas na formação de


Esse trabalho propôs a criação de uma fer- cientistas e alunos com capacidade de racio-
ramenta que integra os conceitos transdisci- cínio mais apurada.
plinares dos Sistemas Complexos e os prin-
cipais conhecimentos de câncer para tornar Metodologia Utilizada
o ensino do câncer na graduação mais didá- Para desenvolver o presente trabalho, ini-
tico e interativo, além de estimular os alu- cialmente foram utilizadas pesquisas em da-
nos a serem mais ativos em seu processo de dos secundários, entrevistas em profundidade
aprendizado. Inicialmente, para mostrar que e participação em aulas, palestras e seminá-
a ferramenta é adequada para o ensino do rios. Em seguida, foi criada uma ferramenta
câncer, são deinidos conceitualmente os utilizando simulações multi-agente na plata-
Sistemas Complexos e o câncer e, em segui- forma NetLogo e conceitos gerais do processo
da, é mostrado como estes se relacionam. de formação do câncer. O modelo que serviu
Palavras-Chaves: Sistemas Complexos. de base para a criação da ferramenta foi o mo-
Modelagem Baseada em Agentes. Tumori- delo teórico de Hanahan & Weinberg (2011).
gênese. Software didático. Câncer. NetLogo.
“Hallmarks of Cancer”. Resultados Obtidos
O resultado desse processo foi uma ferra-
Descrição do Projeto menta capaz de ensinar sobre o câncer atra-
No presente trabalho foi desenvolvida vés de muita interatividade e experimentação.
uma ferramenta para tornar o ensino do Trata-se de uma ferramenta de simulação dos
câncer na graduação mais efetivo, uma vez diversos estágios do câncer com o uso de
que as novas gerações de alunos estão cada modelagem baseada em agentes. Essa fer-
vez mais interessadas em tecnologia e assu- ramenta vem para reforçar as abordagens de
mindo as abordagens de aprendizado ativo aprendizado ativo. Foi elaborada ao inal do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 84
trabalho, uma discussão sobre a problemá- no, como também de pesquisa no Brasil. Ao
tica do ensino no Brasil e como isso afeta a utilizar essa ferramenta, é esperado que os
aceitação de novas metodologias de ensino alunos desenvolvessem uma visão cientíica
conforme a que é apresentada neste trabalho. do conhecimento. Existem também, algumas
formas interessantes de se estender o uso da
Conclusão ferramenta desenvolvida. Na pesquisa cien-
A ferramenta aqui criada tem potencial tíica, na clínica médica, no melhoramento
para mudar não apenas as formas de ensi- de exames diagnósticos, entre outras.

Tecnologias como recurso didático

E-Books: Discussão de Práticas e


Aprimoramento do Uso na Universidade
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
SILVA, ADACI A. O. ROSA DA; BACALGINI, BRUNA
adaci.rs@gmail.com

Resumo institucionais, organizacionais e conceituais,


A produção cientíica na Universidade tem e de aprendizagem. Trata-se de uma pes-
revelado pesquisas expressivas em moda- quisa exploratória e documental que buscou
lidades que se comunicam em relação ao veriicar quais motivos podem interferir no
objeto qualidade no ensino superior, em es- amplo uso do recurso do livro eletrônico,
pecial, ao associar temas sobre novos recur- considerando que este recurso é ofereci-
sos didáticos e o uso das tecnologias. Nes- do nas bibliotecas universitárias brasileiras,
te contexto, há um tema em pleno debate: contudo a utilização dos e-books, conforme
busca-se avaliar como os livros eletrônicos estudos recentes, ainda não se tornou uma
(e-books) têm sido utilizados nos cursos ofe- prática fortalecida no ambiente acadêmico.
recidos pela universidade e contribuição das (BACALGINI, SILVA, 2013).
bibliotecas universitárias quanto à adoção
deste meio de ensino. E-Books: Práticas e Aprimoramento
Reconhece-se que a coniguração da so-
Introdução ciedade do conhecimento reúne aspectos
Partindo do pressuposto que cabe à pes- que exigem um largo espectro de conhe-
quisa cientíica na universidade trazer ao cimento e de habilidades genuínos para
debate a critica de seus instrumentos de en- atuação dentro de uma nova racionalidade
sino, na expectativa de integrar educadores marcada pelo ambiente virtual, proporcio-
aos novos processos didáticos, este estudo nado pela internet. Novos paradigmas de
teve por objetivo compreender a evolução velocidade e transformação demandam que
no uso do recurso e-book pelos usuários os indivíduos e instituições estabeleçam uma
das bibliotecas universitárias, como também nova relação com a informação e o saber,
as contradições que ainda travam seu ple- são relações de aprendizado e compartilha-
no desenvolvimento. O estudo considerou mento permanentes. (FUJINO, 2011). Assim,
questões pertinentes à intersecção entre as proissionais da informação, em especial, os
áreas da Educação, Ciência da Informação e bibliotecários, atuam no ambiente com a ta-
Engenharia de Produção. refa de implementar mudanças que compa-
Coloca-se em pauta questões relaciona- tibilizem os recursos das bibliotecas com as
das à gestão do serviço de oferecimento exigências dos usuários e as transformações
de e-books, avançando para outros desdo- do ambiente externo. (FINNEMANN, 2014).
bramentos, como os aspectos comerciais, Com o surgimento dos e-books houve uma
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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ruptura no processo de ensino capitaneado causar prejuízos às propostas bibliográicas
pelo livro impresso; a partir dessa nova práti- nos currículos das disciplinas dos cursos ofe-
ca, apontam-se três níveis possíveis de análi- recidos pela universidade.
se: (i) por séculos, o livro impresso foi o meio Conclui-se este estudo airmando que ao
mais utilizado como suporte de documento se analisar os e-books nas bibliotecas, a partir
em atividades de ensino, de modo que bi- da perspectiva da Produção de Serviço, trouxe
bliotecas universitárias e a cadeia produtiva um novo olhar à problemática, não focada em
editorial atuavam em ambiente estável; na usabilidade, questões técnicas, do usuário ou
dimensão atual, todos os componentes da de alguma atividade especíica da biblioteca,
cadeia produtiva do livro precisam repensar já existentes no Brasil, mas sim em produção e
estratégias e estruturas; (ii) o ambiente con- gestão de serviço de fornecimento de e-books.
trolado da produção editorial foi substituído Registra-se a transformação no conceito de
por relações de risco: a autenticidade e pre- serviço de biblioteca universitária, antes difu-
servação digital, mesmo de obras que estão sora para a versão de produtora de informa-
em domínio público e que não apresentam ção, e colaboradora na formação das compe-
restrições de distribuição, demandam recur- tências informacionais dos universitários.
sos que garantam que ela não sofreu alte-
rações, assim como cuidados para manter o Referências Bibliográicas
acesso à obra e não cair em risco de obso- BACALGINI, B.; SILVA, M. T. da. Rede de
lescência tecnológica; (iii) o acesso é garanti- produção de livros eletrônicos e bibliotecas
do à biblioteca, mas não a posse do livro. O universitárias: estudo de caso de bases de
livro eletrônico geralmente ica no servidor dados utilizadas pela USP, Unesp e Unicamp.
ou na plataforma do fornecedor (mesmo em In: Anais... Salvador: ENEGEP, 2013.
caso de aquisição perpétua), eventualmente FUJINO, A. Ciência da Informação: relações
podendo ocorrer cobrança de taxa de manu- entre pesquisa, ensino e prática proissional.
tenção das plataformas para que a biblioteca Revista
continue a ter acesso ao título. A garantia de EDICIC, v.1, n.1, p.224-261, jan./mar.2011.
acesso ao livro depende do contrato com o Disponível em: < http://www.edicic.org>.
fornecedor, o qual pode deter o direito de FINNEMANN, N. O. Research libraries and
interromper o acesso ao título ou trocá-lo the internet: On the transformative dynamic
por outro (caso o fornecedor deixe de tra- between institutions and digital. Journal of
balhar com determinada editora), podendo Documentation, v. 70, n. 2, p.202-220, 2014.

Tecnologias como recurso didático

Uso de Ferramentas de Visualização de


Dados Cientíicos em Ensino Interdisciplinar
Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo
Filipi Nascimento Silva, Luciano da Fontoura Costa
ilipi@ifsc.usp.br, luciano@ifsc.usp.br

Resumo de ferramentas de visualização no ensino de


O conhecimento cientíico tem se tornado tópicos interdisciplinares. Como exemplo de
cada vez mais interdisciplinar. Este aspecto caso, ao longo de um minicurso e de aulas
implica novos desaios para o ensino de gra- do curso de Física Computacional, ambos do
duação. Desta forma, torna-se necessária a IFSC-USP, uma ferramenta de visualização in-
implantação de novas técnicas, destinadas a terativa foi empregada no ensino de redes
aprimorar o ensino de conceitos interdisci- complexas, uma área recente e altamente in-
plinares. Neste trabalho, é abordado o uso terdisciplinar. Como resultado, os alunos pu-
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deram familiarizar-se com diversos aspectos dessa abordagem apresenta potencial para
intrincados deste tema. tornar as aulas mais participativas [3].
Tendo em vista seu conteúdo interdisci-
Introdução plinar, a disciplina Modelagem Matemático
O advento da era da informação mudou a Computacional, do curso de Física Compu-
forma de “fazer” ciência. Ao longo dos últi- tacional do Instituto de Física de São Carlos,
mos anos, o dilúvio de dados gerados a par- é uma candidata natural para se explorar a
tir de experimentos ou aqueles provenien- aplicação de ferramentas de visualização
tes da mineração de dados, culminou em com o objetivo de aprimorar o processo
diversos avanços cientíicos e tecnológicos de ensino. Nesta disciplina são abordados
[1]. Ao mesmo tempo, as áreas cientíicas se os conceitos usados na modelagem de sis-
tornaram cada vez mais interligadas [2] dan- temas reais através de matemática, física e
do origem a novas áreas interdisciplinares computação.
de ensino e pesquisa. Com isso, o entrelaça- Como exemplo de caso, a ferramenta de
mento e a capacidade de comunicação entre visualização interativa Network 3D [4], desen-
pesquisadores de diferentes áreas tornam-se volvida pelos autores deste trabalho, foi em-
características essenciais para o desenvolvi- pregada na exposição do conceito de redes
mento cientíico. Em vista disso, as tarefas complexas [5]. Isto foi realizado em duas opor-
de processamento, modelagem e interpreta- tunidades: a primeira, através de aulas minis-
ção de dados têm se tornado cada vez mais tradas no minicurso da 5a Semana Integrada
complexas. Similarmente, muitos aspectos do Instituto de Física de São Carlos (SIFSC) sob
dessas novas áreas também são difíceis de o título “Introdução à visualização interativa de
serem abordados ao longo de um curso de dados e redes complexas”; e durante o estágio
graduação. no programa de aperfeiçoamento de ensino
A nova abordagem cientíica carrega uma (PAE) do autor deste trabalho, sob supervisão
necessidade imediata da busca e desenvol- do professor responsável.
vimento de novas ferramentas e técnicas que Redes complexas é uma área de pesquisa
contribuam para o ensino de conceitos inter- altamente interdisciplinar, envolvendo a re-
disciplinares, principalmente na graduação. presentação e modelagem de sistemas físi-
Permitindo que, ao inal de sua formação, cos, biológicos, matemáticos e até mesmo
os alunos possam desenvolver estes conhe- aplicável em ciências sociais e artes [5]. Ape-
cimentos de maneira efetiva, seja através de sar da ferramenta ter sido desenvolvido com
especialização, pós-graduação ou dentro do a inalidade de investigação cientíica, a faci-
mercado de trabalho. Uma abordagem que lidade de uso, aliada à capacidade de intera-
engloba muitas destas características é a visu- ção, permite a sua utilização em sala de aula,
alização de dados, amplamente usada na pes- tanto pelo docente, quanto pelos alunos.
quisa cientíica, tanto no processo de divulga- Ao longo das aulas e do minicurso, os alu-
ção como na interpretação de resultados. nos foram apresentados a diversas visualiza-
ções geradas pela ferramenta empregada,
Metodologia tanto de modelos de redes quanto de redes
Enquanto técnicas tradicionais de visuali- reais. Devido à sua generalidade, foi possível
zação diicilmente se mostram suicientes na a exploração de diversos tipos de dados. Em
tarefa de interpretar sistemas complexos, a particular, foram considerados dados da Wi-
visualização interativa de dados permite ex- kipédia, redes biológicas e de revistas cien-
plorar conjuntamente diversas relações dos tíicas. Para cada visualização, os alunos fo-
dados provenientes destes sistemas. Desta ram incentivados a participar da exploração
forma, não se limita a um conjunto peque- interativa das redes, enquanto eram apre-
no de características isoladas de um sistema, sentados aos diversos conceitos necessários
tornando-se uma ferramenta, que, em teo- para a compreensão, tanto da área de redes
ria, é adequada para o ensino interdisciplinar. complexas em si, quanto das características
Além disso, a interatividade característica independentes de cada rede.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 87
Resultados ciplinarity of scientiic journals and ields. Jour-
A utilização de visualizações interativas, nal of Informetrics, v. 7, n. 2, p. 469 – 477, 2013.
aplicada no ensino de redes complexas, [3] SALEM, S. Peril, evolução e perspecti-
mostrou-se eicaz e promoveu a atenção e vas da pesquisa em ensino de física no Brasil.
participação dos alunos ao longo das aulas. Tese (Doutorado em Ensino de Física) - Ensi-
Foi possível apresentar e explorar com faci- no de Ciências, Universidade de São Paulo,
lidade, e intuitivamente, os principais mo- São Paulo, 2012.
delos de redes complexas, assim como os [4] SILVA, F. N.; COSTA, L. da F. Network 3D
conceitos de “hubs”, comunidades e outras http://cyvision.ifsc.usp.br/Cyvision/?page=-
características topológicas. Recentemente, a SOF T WARE&subpage=NET WORKS3D
ferramenta de visualização também pôde se (Acesso em 11/05/2016).
empregada na tarefa de sumarização de áre- [5] COSTA, L. da F.; et al. Analyzing and
as cientíicas [6]. modeling real-world phenomena with com-
plex networks: a survey of applications. Ad-
Notas vances in Physics, v. 60, n. 3, p. 329–412, 2011.
[1] BELL, G.; HEY, T.; SZALAY, A. Beyond the [6] SILVA, F. N.; et al. Using network science
data deluge. Science, v. 323, n. 5919, p. 1297– and text analytics to produce surveys in a sci-
1298, 2009. entiic topic. Journal of Informetrics, v. 10, n.
[2] SILVA, F. N.; et al. Quantifying the interdis- 2, p. 487 – 502, 2016.

Tecnologias como recurso didático

Automatizando o Processo de Edição e


Correção de Grande Volume de Provas:
Relato de Experiência em PCS3110
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Anarosa A. F. Brandão, Fabio Levy Siqueira, Romero Tori, Anna Helena Reali Costa
anarosa.brandao@usp.br

Resumo icas das grandes áreas após o terceiro ano,


A aplicação de um grande volume de pro- os professores enfrentam dois desaios: (i) a
vas em uma disciplina de graduação apre- necessidade de criação de avaliações com
senta alguns desaios para os professores. grau de diiculdade idêntico e que diicultem
Neste artigo é apresentada a experiência do a prática de “cola” entre os alunos; e (ii) pa-
uso da ferramenta Auto Multiple Choice na dronização da correção das avaliações para
disciplina PCS3110 - Algoritmos e Estruturas todas as turmas. Neste artigo relatamos a ex-
de Dados para Engenharia Elétrica, compa- periência de introdução de uma ferramenta
rando os resultados com os de um ofereci- para apoiar a edição de múltiplas avaliações
mento anterior. com questões de múltipla escolha ou disser-
tativas, e posterior correção automática, na
Introdução disciplina PCS31101
O oferecimento de disciplinas para 200
alunos ou mais é algo recorrente no Ciclo Descrição da Ferramenta
Básico da Escola Politécnica da USP. A dis- A ferramenta Auto Multiple Choice (AMC)
ciplina PCS3110 - Algoritmos e Estruturas é um software para criar e gerenciar ques-
de Dados para Engenharia Elétrica faz parte tionários de múltipla escolha2 A ferramenta
deste grupo, sendo oferecida para 4 turmas embaralha as questões e suas respectivas
de 50 (ou mais) alunos cada. Devido à con- alternativas, gerando várias versões distin-
corrência por vagas em habilitações especí- tas da mesma prova. A correção é feita au-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 88
tomaticamente pela ferramenta que analisa aplicação das provas e correção das ques-
a partir de imagens das provas (obtidas por tões escritas, as provas eram digitalizadas e
qualquer scanner) se as alternativas corretas posteriormente processadas pelo AMC para
foram assinaladas. A prova corrigida, com gerar arquivos PDF individualizados de pro-
marcações das respostas corretas anotadas vas corrigidas. Estes arquivos eram então en-
pela ferramenta, pode ser enviada por e-mail caminhados via email para os alunos, através
para cada aluno. Além disso, a ferramenta do endereço cadastrado no sistema Júpiter.
gera uma planilha com as notas de cada alu- Além disso, como o AMC gera automati-
no em cada questão. camente uma planilha detalhada de notas
Para o uso descrito neste artigo foram questão a questão, foi eliminada a necessi-
criados alguns scripts auxiliares para impri- dade de “fechamento” de notas pela coor-
mir a prova em frente e verso e grampeá-la denação.
automaticamente, usar um template especí-
ico e enviar as provas corrigidas usando um Resultados Obtidos
e-mail USP. Os principais benefícios do uso da ferra-
menta foram a diminuição do trabalho do
Comparação coordenador e a diminuição de problemas
No primeiro oferecimento de PCS3110, em com alunos. Por exemplo, planejava-se uma
2014, foram mantidas algumas práticas usa- semana para a preparação da prova. Com
das por outras disciplinas do departamento. a ferramenta o tempo diminuiu para 1 dia,
As provas eram planejadas com 2 questões sendo a parte da manhã usada para a coni-
dissertativas e 8 testes, criando três versões guração da ferramenta e a tarde para impres-
de provas ao alternar a ordem dos testes e são do material. Como os alunos recebem as
de suas alternativas. Além de preparar ma- provas corrigidas por e-mail, poucos alunos
nualmente as versões, o coordenador era solicitaram revisão – podendo a mesma ser
também responsável por organizar as provas feita por e-mail. Uma evidência desses be-
de forma a facilitar a distribuição delas no nefícios é que 6 disciplinas da Poli usam ou
dia da prova, evitando que alunos sentados pretendem usar essa ferramenta neste ano,
próximos usassem a mesma versão de prova. frente a 2 que usaram no ano passado. Ainda
Para corrigir automaticamente os testes usa- assim, a ferramenta apresenta algumas res-
va-se uma máquina leitora de folhas óticas. trições, como o uso de LaTex como formato
Porém, como havia três versões de prova, era único de edição.
necessário ter três versões de folhas óticas
e juntá-las ao respectivo enunciado. Duran- Notas
1
te a aplicação da prova era necessário cui- Agradecemos o professor Dr. Bruno de
dado do aplicador ao trocar uma folha ótica Carvalho Albertini pela apresentação da fer-
rasurada por um aluno, já que ela precisaria ramenta, auxílio na coniguração e prepara-
ser de uma mesma versão. A correção au- ção de alguns dos scripts usados.
2
tomática, apesar de prática, exigia um esfor- http://home.gna.org/auto-qcm/
ço adicional do coordenador. Era necessário
separar as folhas óticas das demais folhas
da prova, mas as folhas deveriam manter-se
ordenadas para facilitar a revisão de provas.
Além disso, o resultado da correção automá-
tica precisava ser cuidadosamente analisado,
atentando para falhas de leitura e de proble-
mas de preenchimento dos alunos.
No segundo oferecimento, em 2015, ado-
tou-se a mesma estrutura de prova do ofe-
recimento anterior, mas com o uso do AMC
foram geradas 240 provas distintas. Após a
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Tecnologias como recurso didático

“Inteligência práxis” - Estudo sobre o


Uso das Tecnologias de Informação para
a Gestão da Análise do Conteúdo de
Texto das Dissertações, Relatórios e
Indicadores de Produção Animal na
FZEA – Faculdade de Zootecnia e Engenharia
de Alimentos da Universidade de São Paulo
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
da Universidade de São Paulo
Melquizedek Fernandes dos Santos
melquizedekfs@usp.br

Resumo Descrição do Projeto


A idéia principal desta pesquisa foi o de- O objetivo deste estudo é apresentar uma
senvolvimento de uma tecnologia portátil nova tecnologia de software especialista,
para a descoberta do conteúdo de textos denominada Inteligência Práxis (IP), para a
sem ter que ler ... à partir de qualquer docu- gestão da análise do conteúdo de textos das
mento de texto ou fragmentos combinados, dissertações, relatórios e indicadores da pro-
analisando seu conteúdo para obtenção de dução animal na FZEA – Faculdade de Zoo-
resultados mais aprofundados, buscando as tecnia e Engenharia de Alimentos da Univer-
idéias (ideologias) contidas para ins de estu- sidade de São Paulo.
dos, acompanhamento e comprovação, con-
comitantemente: Metodologia Utilizada
- Realiza a síntese de Brain-storming para A Inteligência Práxis é uma Metodologia
visualização das idéias apresentadas pelo não paramétrica de comparação direta da
conjunto da coletividade reunida. análise do conteúdo de textos (CORPUS), re-
- Fundamenta e aperfeiçoa a busca da cla- alizada através do computador. Produzindo a
reza das idéias contidas pela análise do con- evidência empírica que pode ser notada e re-
teúdos de textos, inovando pela metodolo- presentada graicamente. O processamento
gia desenvolvida. da análise do conteúdo de texto (CORPUS),
- Demonstra resultados gráicos para ava- consiste em transformar todo o conteúdo
liação e validação da análise realizada pela para letras maiúsculas e ordenar as palavras
visualização das principais idéias contidas no em um dicionário de evidências para criação
corpus do texto em análise. do gráico linear e da nuvem de palavras que
compõem o texto analisado. Uma outra for-
Introdução ma de explicar a Metodologia da Inteligência
Vivemos num mundo de oportunidades e Práxis, é que ela apresenta uma imagem da-
possibilidades. Toda tecnologia disponível, quilo que 1000 palavras tentam dizer através
deve ser usada para a evolução humana. da narrativa encontrada no corpus de texto.
E sua aplicação deve ser direcionada para
possibilitar soluções nas diversas áreas do Metodologia Utilizada
conhecimento da pesquisa e da gestão, via- Após a análise das informações, icou evi-
bilizando de uma forma geral a oportuni- dente que a ferramenta é muito interessante
dade de minimizar o esforço realizado no e útil, pois possibilita ao pesquisador apri-
trabalho. morar textos, selecionar as palavras-chave
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 90
e direcionar o resumo e a conclusão para o informação em pouco texto). Deve-se con-
foco de interesse da pesquisa (relevância), siderar ainda que um pesquisador, quando
particularmente quando os textos são mais executa buscas de trabalhos cientíicos rela-
complexos. Estas melhorias são importantes, cionadas a uma determinada área de interes-
considerando que um artigo cientíico deve se, utiliza como ferramenta, bases de dados
proporcionar informações de profundidade que empregam palavras-chave para localizar
cientíica de maneira concisa e clara (muita os principais artigos relacionados a ela.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Avaliação da Implantação de Laboratório


de Circuitos Elétricos no Âmbito da Nova
Estrutura Curricular da Escola Politécnica
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Leopoldo Rideki Yoshioka, Elisabete Galeazzo, Vitor Heloiz Nascimento
leopoldo.yoshioka@usp.br

Introdução cos foi planejada para acompanhar de perto


Cada vez mais, os futuros engenheiros de- e dar suporte ao curso de teoria de Circuitos
vem estar preparados para solucionar pro- Elétricos I. Algumas experiências foram pen-
blemas ou superar desaios rapidamente. sadas para exempliicar conceitos em que
Precisam ser capazes de transformar uma os alunos têm mais diiculdade, mostrando
boa ideia em um produto, um processo ou como os conceitos abstratos são usados em
um serviço. Diante desse cenário, a Escola situações práticas. Em outros casos, a ênfa-
Politécnica da Universidade de São Paulo se de alguns experimentos foi mostrar os li-
está implantando uma nova estrutura cur- mites de validade da teoria – ou seja, fazer
ricular (EC3) para os alunos ingressantes a os alunos compreenderem que todo mo-
partir 2014. Dentro dessa nova estrutura foi delo teórico é uma aproximação, que vale
concebido e implantado o laboratório de apenas dentro de determinadas condições.
Circuitos Elétricos, que atende os alunos do Procuramos preparar um curso instigante
terceiro semestre do curso de Engenharia e divertido, que ajudasse tanto a entender
Elétrica e de Computação (exceto pelos alu- a teoria quanto a enxergar como aplicar os
nos do curso de Engenharia de Computação novos conceitos aprendidos durante o pri-
Quadrimestral, que fazem a disciplina no pri- meiro ano e meio na Poli. Nesse sentido, os
meiro quadrimestre do terceiro ano). conceitos aplicados no laboratório não se
limitam ao curso de Circuitos Elétricos, mas
Objetivo também a todos os outros cursos: Cálculo,
Este trabalho descreve as estratégias ado- Física, Álgebra Linear, Mecânica, etc. Outra
tadas e os resultados de avaliação realizados preocupação foi com relação à conduta do
junto aos alunos durante os dois primeiros aluno, pois numa disciplina de laboratório
anos da implantação (2015 e 2016) do La- a atitude e o comportamento fazem toda
boratório de Circuitos Elétricos no âmbito da diferença. A cada aula eles estão diante de
nova estrutura curricular da Escola Politécnica. problemas que precisam ser resolvidos na-
quele exato momento. Precisam responder
Método a perguntas do tipo “Por que o circuito não
A Análise de Circuitos Elétricos é um dos funciona como esperado?”; “Qual é a causa
pilares de conhecimento de um Engenheiro do problema?”; “O modelo considerado está
Eletricista, qualquer que seja a sua ênfase. A correto ou não?”; “O resultado é aceitável,
disciplina de Laboratório de Circuitos Elétri- está dentro da incerteza (tolerância)?”, entre
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outras. Por outro lado, podem desfrutar de uma apresentação inal do projeto onde os
uma grande satisfação ao superarem um de- grupos devem demonstrar o funcionamento
saio, ao compreenderem um conceito, asso- do equipamento para um grupo de avaliado-
ciando a teoria à prática ou ao conirmarem res. A nota de projeto consiste de notas dos
a validade de um modelo. O maior inimigo quatro relatórios (60%) e da apresentação i-
é a passividade enquanto o maior aliado é a nal (40%). A nota de apresentação leva em
capacidade de aprender com os erros. Outro consideração os seguintes quesitos: a) acaba-
aspecto importante do laboratório é quanto mento do protótipo (hardware e software); b)
ao engajamento do aluno nas atividades ex- exatidão das medições; c) facilidade de ope-
perimentais, na análise dos resultados e na ração; d) respostas às arguições dos Exami-
confecção dos relatórios. nadores; e) grau de Inovação.
O laboratório de Circuitos Elétricos consis-
te de 10 experiências realizadas em bancadas Resultados
com até três alunos (duas salas com total de No primeiro ano, efetuou-se uma avalia-
20 bancadas), duas provas práticas individu- ção da disciplina no inal do semestre por
ais e um projeto a ser realizado ao longo do meio de uma enquete. Esta primeira enque-
semestre. As aulas são ministradas por um te teve participação de cerca de 25% dos
total de 10 professores, contando com auxí- alunos inscritos, e diversos problemas foram
lio de técnicos e especialistas de laboratório apontados sob seu ponto de vista. Notamos
(funcionários com formação superior) e mo- que muitos dos problemas que os alunos
nitores (alunos de pós-graduação). A partir descreveram poderiam ter sido resolvidos ao
das diretrizes da EC3 o grupo de professores longo do semestre letivo, caso aplicássemos
realizou ao longo de um ano a preparação um meio de comunicação mais eiciente.
dos novos experimentos e a elaboração dos Por esta razão, a sistemática de avaliação foi
materiais didáticos. Toda comunicação e a aprimorada no segundo ano, efetuando-se
disponibilização da documentação para os enquetes ao inal de cada experiência. Para
alunos é feita através do Moodle Stoa da USP. que isso fosse possível e contássemos com a
Na semana anterior à experiência são dis- participação de muitos alunos, as pesquisas
ponibilizados os documentos: 1) Introdução foram realizadas online utilizando o aplicati-
Teórica; 2) Guia Experimental; 3) Template de vo GoogleForms, disponibilizando-as através
Relatório; e 4) Materiais Adicionais. de um link na página do Stoa. Cada enquete,
Como destacado, uma das principais ativi- consistindo de dez itens, incluiu avaliações
dades desta disciplina é o projeto. Nos dois quanto às diiculdades encontradas, qualida-
primeiros anos, o projeto do curso consistiu de do material didático, tempo de execução,
em implementar um multímetro digital a par- luidez da aula e interação com os profes-
tir de uma plataforma de desenvolvimento sores, entre outas questões, e a participa-
(FRDM-KL25Z). Vale ressaltar que no segundo ção do aluno ocorreu de forma voluntária
semestre os alunos passaram por uma disci- e anônima. Por meio das respostas obtidas
plina chamada “Introdução à Engenharia Elé- foi possível obter e avaliar as opiniões dos
trica” onde tiveram um contato inicial com o alunos a cada aula experimental realizada, já
kit de desenvolvimento. O projeto é onde os que à medida do possível algumas diicul-
alunos podem efetivamente aplicar os apren- dades apontadas ou problemas relaciona-
dizados de teoria e de laboratório. É dividido dos ao aprendizado puderam ser corrigidos.
em quatro etapas. 1) Análise e Planejamento, Poder-se-ia esperar que somente alunos
2) Implementação de funções de medição de que tiveram diiculdades ou os que se sen-
tensão e corrente em corrente contínua (CC) tiram prejudicados em algum experimento
e corrente alternada (CA); 3) Medição de fre- participassem deste processo, no entanto,
quência, fase e representação fasorial; 4) Me- respostas reportando qualidade das aulas,
dição de Impedâncias. Cada uma das etapas dedicação dos professores ou interesse no
é concluída com a entrega de relatório de assunto abordado também foram destaca-
projeto via Stoa. No inal de semestre é feita das, motivando o professor. A realimentação
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do aluno, opinando sobre o experimento tribuíram para a elaboração das apostilas e
que acabara de realizar, é importante para com sugestões sobre as experiências. Os re-
o professor avaliar se a estratégia didática sultados das avaliações realizadas junto aos
adotada para a aula atingiu ou não seu ob- alunos indicam que o laboratório está pro-
jetivo, antes mesmo de aplicar-se outros mé- duzindo os efeitos esperados. Por exemplo,
todos de avaliação. Notamos também que conceitos que exigem um grau elevado de
fazer o aluno participar das enquetes depen- abstração como fasores e resposta em fre-
de bastante do entusiasmo do professor em quência puderam ser assimilados com eicá-
convencê-lo a fazer parte deste processo de cia através dos experimentos. A inclusão das
ensino e aprendizagem. atividades de projeto concomitantemente
com as experiências também foram positi-
Conclusão vas. Ao longo do semestre pôde-se observar
Disciplinas de laboratório têm um papel a evolução dos alunos em relação ao domí-
formativo relevante para os alunos de En- nio dos aspectos procedimentais, bem como
genharia. Para alunos da área de Engenharia a sua capacidade de associação das obser-
Elétrica o Laboratório de Circuitos Elétricos vações com os conceitos teóricos envolvi-
tem o papel de prover os conhecimentos bá- dos. Por outro lado, observou-se também a
sicos necessários para o prosseguimento em necessidade de aprimoramento dos experi-
disciplinas mais especializadas. A implanta- mentos, como redução do tempo necessário
ção desta nova disciplina exigiu um envol- para a execução. Para as próximas edições
vimento intenso dos docentes responsáveis está se estudando o uso mais frequente de
pelas aulas práticas e também dos docentes ferramentas de simulação, principalmente na
responsáveis pelas aulas de teoria, que con- etapa de preparação para o laboratório.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Laboratórios de Engenharia de
Projetos, Temática: Pneumática
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Carlos Alberto Fortulan, Jéssika de Oliveira Alves
cfortula@sc.usp.br

Resumo Eng. de Materiais e Manufatura, teve aceita-


A disciplina Laboratórios de Engenharia ção e participação muito expressiva por par-
de Projetos (SEM 0523) oferece ao aluno o te dos alunos.
contato com a parte experimental do curso.
É constituída por um conjunto de temáti- Introdução
cas que são estruturadas por uma série de Dizia o ilósofo chinês Confúcio (551 - 479
práticas de laboratórios que reúnem e com- a.C): “Ouço, esqueço; Vejo, me lembro; Faço,
plementam conhecimentos relevantes para aprendo), hoje, se vive a era digital, com o
a vida proissional do futuro engenheiro. O acesso imediato e irrestrito à internet, onde
presente estudo trata do projeto e desenvol- as informações estão disponíveis, e icou
vimento de um banco didático de uma má- mais fácil “ver”, logo... se lembrar, entretanto
quina de silkscreen envolvendo conceitos de para o aprender ainda é preciso “fazer”. Nes-
pneumática, automação, mecânica e segu- te sentido, projetos com associação de teoria
rança. O resultado é a montagem de um de e prática em bancos experimentais têm sido
banco didático que reúne teoria, simulação aplicados em grandes centros de ensino e se
e aplicação na impressão em camiseta com mostram altamente motivadores e dinâmi-
símbolo da equipe. A execução deste proje- cos onde, diversos e simultâneos conceitos
to, em diversas turmas da Eng. Mecânica e podem ser desenvolvidos, sendo também,
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 93
muito aplicados na formação continuada e banco didático, seguida da fabricação de uma
de especialização de proissionais. tela serigráica com a “arte” da turma e experi-
A aplicação deste projeto estimula a mentação na impressão de camisetas.
aprendizagem dos conceitos de pneumática, Durante a participação do projeto, os alu-
de controle e automação, de projeto mecâ- nos instalam os componentes, sempre res-
nico, de circuito elétrico básico e introduz, peitando as normas de segurança em oici-
através da experimentação, noções de segu- na onde, todo o processo é acompanhado e
rança preconizadas pela NR-12 (Segurança supervisionado. Noções do programa PPRPS
no trabalho em máquinas e equipamentos) são estimulados com a simulação de tempo-
aplicadas pelo PPRPS (Programa de Preven- rizadores na programação lógica pelo acio-
ção de Riscos de Prensas e Similares) no qual namento bi-manual simultâneo e outros, o
se enfatiza a responsabilidade técnica do en- objetivo é conscientizar os alunos na obriga-
genheiro projetista. ção de projeto visando segurança do ope-
rador (soluções fool proof, ou seja, soluções
Descrição do Projeto de projeto que asseguram a integridade do
A temática em pneumática estruturada operador devido a sua própria falha e ou até
na prática silkscreen, foi dividida em 2 aulas mesmo pela negligência).
tutoriais e 2 aulas experimentais. Nas aulas
tutoriais, em ambiente informatizado, os Resultados
alunos recebem informações teóricas expo- A Figura 1 ilustra o resultado dos tutoriais,
sitivas e executam individualmente tutoriais prática e camisetas souvenir.
com integração de diagramas pneumático,
diagramas elétricos e programação lógica; Conclusões
nas aulas práticas, em equipe, fazem a mon- A montagem do banco didático foi reali-
tagem do banco, a programação em CLP zada com sucesso e aprendizado efetivo dos
(Controlador Lógico Programável) e inali- alunos. A proposta de impressão de camise-
zam com a impressão em camiseta de um ta se apresentou como elemento motivador
desenho símbolo da equipe. para o empenho dos alunos pela conclusão

a) b) c)

Figura 1. Imagens do projeto, em: (a) diagramas dos tutoriais; (b) banco experimental e (c) camisetas
impressas.

Metodologia do experimento.
Foram empregados componentes de reuso
a exemplo de uma bancada pneumática ob-
soleta, de válvulas controladoras de luxo, de
um cabeçote de impressão serigráica e de
chaves botoeiras. Foram adicionados cilindros
pneumáticos, sensores indutivos, válvulas dire-
cionais e um CLP. Com o auxílio de softwares
foi simulado a geração e o funcionamento dos
sistemas pneumático e elétrico associados à
programação do CLP (linguagem Ladder). Pos-
teriormente, foi realizada a montagem física do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Laboratório Didático no Ensino de


Engenharia com Sistemas Inteligentes
de Transportes (ITS)
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Claudio Luiz Marte; Larissa Lourenço Ramos Zipoli; Letícia Alves Chijo;
Pedro Henrique Linhares Fernandes
claudio.marte@usp.br

Resumo com diferentes realidades.


Quantiicar, através de ferramentas com-
putacionais, o benefício trazido pela apli- Descrição do Projeto
cação de funcionalidades ITS na operação Para que se possa medir a aplicação de
de faixas e corredores de ônibus em distin- funcionalidades ITS em cenários distintos é
tos cenários. Estabelecer a metodologia de necessário que uma mesma metodologia
aplicação de funcionalidades ITS, em aulas possa ser aplicada. No Programa Uniicado
práticas de laboratório, com procedimentos de Bolsas – USP 2015/2016, especiicamente
experimentais (roteiros). Os procedimentos no “Projeto de Laboratório Didático no En-
experimentais (roteiros) retratam a forma de sino de Engenharia com Sistemas Inteligen-
manipulação de dados de movimentação de tes de Transportes”, foram eleitas funciona-
ônibus em bancos de dados, a construção de lidades ITS aplicadas a Faixas e Corredores
mapas de densidade (temperatura) em SIG, de Ônibus, cujos resultados pudessem ser
visando identiicar pontos de retardamentos quantiicados através de ferramentas com-
destes (em paradas de ônibus e semáforos), putacionais. E, visando construir a metodo-
a construção e calibração da rede de simu- logia empregada para a obtenção de resul-
lação e a proposição de cenários futuros, tados trazidos pela aplicação de ferramentas
visando medir a aplicação de funcionalida- ITS à operação dos ônibus, de forma a se
des ITS. Numa turma com menor número poder reproduzir em aulas práticas de labo-
de alunos, neste primeiro semestre de 2016, ratório, foram elaborados roteiros ou proce-
houve avaliação discente positiva quanto a dimentos experimentais. Estes roteiros foram
contribuição da parte prática no aprendiza- aplicados em sala de aula, de forma expe-
do de conceitos teóricos. Os roteiros consti- rimental, durante este primeiro semestre de
tuem uma metodologia integrada, desde a 2016. Esses roteiros tratam dados provindos
manipulação dos dados disponíveis (coleta) da movimentação de veículos em geral e
até a avaliação de resultados pela aplicação também dos ônibus, tomando-se como es-
de funcionalidades ITS. tudo de caso dois complexos viários da Ci-
dade de São Paulo: os Corredores Rebouças
Introdução e Radial Leste.
Para o desenvolvimento de habilidades
em ITS há a necessidade de quantiicar o Metodologia
benefício trazido por determinadas funcio- Quatro procedimentos experimentais (ro-
nalidades. É possível encontrar na literatura teiros) já foram elaborados. O primeiro mos-
a aplicação de ferramentas computacionais, tra como se procede a manipulação de ban-
como Bancos de Dados, SIG e Simuladores cos de dados, com o software SQL Server,
de Tráfego, mostrando os resultados, mas com a movimentação dos ônibus, utilizando
sem detalhar como esses foram alcançados. comandos na linguagem Structured Query
O que diiculta comparar a aplicação dessas Language (SQL). O segundo roteiro ilustra
funcionalidades ITS em cenários (cidades) como podem ser elaboradas estimativas de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 95
densidade (ou mapas de temperatura), com vil da EPUSP, em ambos os semestres, desde
o SIG QGIS, a partir dos dados previamente 2011. Neste primeiro semestre de 2016 foi
tratados no banco de dados anterior. O ter- possível montar uma turma com um núme-
ceiro roteiro descreve como construir uma ro menor de alunos, em relação as versões
rede de simulação, com o software VISSIM, anteriores da oferta desta disciplina, o que
num trecho especíico de um dos corredo- possibilitou a implantação dos laboratórios
res, retratando a situação atual, com a fai- como numa fase piloto, com avaliação dis-
xa de ônibus à direita e pistas reversíveis no cente positiva quanto a contribuição da parte
canteiro central. O quarto roteiro se refere à prática no aprendizado de conceitos teóricos.
calibração do modelo, que consiste em obter
na rede de simulação maior verossimilhança Conclusões
com a situação observada pelos órgãos de As contribuições resultantes dos roteiros
tráfego e transporte1. A calibração é feita até também estão em: propiciar aos alunos ex-
se obter resultados estaticamente represen- periência prática com ferramentas compu-
tativos de um trecho especíico. O quinto ro- tacionais, em especial o microssimulador de
teiro retrata a etapa inal do estudo de ITS tráfego; trazer um estudo de caso em várias
num corredor de ônibus: avaliar diferentes etapas (metodologia); os alunos poderem
funcionalidades ITS em cenários futuros na avaliar a aplicação de melhorias no transpor-
operação do sistema de transporte público. te público, obtidas com funcionalidades ITS,
Com este objetivo, neste último roteiro os que demandam menor investimento em in-
alunos realizam simulações e fazem as aná- fraestrutura.
lises necessárias para avaliar o desempenho
dos ônibus e demais veículos no trecho es- Nota
1
colhido. Dados referentes à movimentação dos
veículos em geral, provindos da Companhia
Resultados de Engenharia de Tráfego (CET/SP). Dados
A disciplina de graduação, eletiva, em ITS referentes à movimentação dos ônibus, da
(PTR2580), é ofertada ao Curso de Enga Ci- empresa gerenciadora – a SPTrans.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Competition Based Learning: Uma


Experiência no Laboratório de Medidas e Circuitos
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Elmer Pablo Tito Cari
elmerpab@sc.usp.br

Resumo dizado em sala de aula tem sofrido grandes


Neste trabalho é descrito a experiência no mudanças em universidades de referência. A
laboratório de medidas e circuitos no qual im de acompanhar estas mudanças, o de-
grupos de dois estudantes constroem e me- partamento de Engenharia Elétrica tem re-
dem um indutor e participam de uma com- alizado workshops para estimular aos pro-
petição do trabalho realizado. Os estudan- fessores na realização de novas propostas
tes aprendem o objetivo da disciplina bem de aprendizado. Entre elas, o aprendizado
como são motivados à criatividade e compe- baseado em problema (PBL) tem sido bem
tição. No total 70% dos estudantes atingiram aceito. O aprendizado em disciplinas tra-
os objetivos totalmente e 30% parcialmente. dicionais muitas vezes foca-se apenas em
coisas especíicas (aprendizado por partes),
Introdução enquanto que na prática a solução de um
Nos últimos anos, a abordagem do apren- problema precisa do conhecimento de mui-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 96
tas áreas (aprendizado integral). Além disso, um indutor com maior indutância e menor
a neurociência descreve que as bases bioló- resistência receberia a nota dez no inal do
gicas para facilitar o aprendizado precisam projeto.
de motivação. O trabalho foi feito em grupos de dois es-
Assim, neste trabalho é descrito uma ex- tudantes e os instrumentos utilizados foram
periência, como parte da disciplina do labo- equipamentos de medidas entre eles o osci-
ratório de medias de circuitos (33% da nota), loscópio.
no qual os estudantes precisam resolver um Cabe destacar que, como cada grupo fez
problema (PBL). Além disso, é estimulada a seu próprio indutor, não houve um padrão
competição no projeto. Assim, esta proposta do valor que deveria ser achado. Portanto,
é descrita como “aprendizado baseado em cada grupo teve seus próprios problemas
competição” (CBL). para estimar a indutância.

Descrição do Projeto Resultados


O projeto consiste em construir e medir Houve participação de 100% de parte dos
um indutor. Foram dadas algumas caracte- estudantes e houve aprendizado de outras
estimular a competitividade,
competitividade, foi indicado que o grupo que conseguisse criar um indutor com
rísticas que o estudante deveria satisfazer: áreas além da disciplina: Os estudantes tam-
maior indutância e menor resistência
- O indutor deve ter o maior valor possível receberia
béma nota dez no final
aprenderam do projeto. de sistemas”,
“identiicação
e menorO trabalho foi feito em grupos de dois estudantes
resistência. “Física” e e“Equações
os instrumentos utilizados
diferenciais”. Alémforam
dis-
equipamentos
- A medida de medidas
da indutância deveentre eles em
ser feita o osciloscópio.
so, os estudantes foram estimulados a novas
formaCabe
experimental
destacar que,usando
comocorrente
cada grupo contí- descobertas
fez seu próprio porque
indutor, mostraram
não houve criatividade
um padrão do valor
nua e que
corrente alternada.
deveria ser achado. Portanto, na construção do indutor. Do
Portanto, cada grupo teve seus próprios problemas para estimartotal de 32 es-a
- No inal do projeto a medida da indutân- tudantes (duas turmas de 16 alunos”, 70%
indutância.
cia deve ser validada usando um equipa- conseguiram os objetivos completamente e
mento V. Resultados
chamado “ponte RLC”. Caso o valor 30% parcialmente.
obtido no item anterior estiver próximo do Por outro lado houve diiculdade para ob-
medido Houve
comparticipação
a ponte RLC, de o100% de parte
projeto estariados estudantes e houve
ter o material paraaprendizado
prendizado
a realizaçãodeda outras áreas
experiên-
além caso
concluído, da disciplina:
contrárioOsosestudantes
estudantes também
de- aprenderam “identificação
cia (não tinham empresasdeque sistemas”,
vendessem “Física”
io
veriame realizar
“Equações diferenciais”.
novamente . Além disso, os estudantes
as medidas. esmaltadoforam
na estimulados
cidade) lados a novas
o que descobertas
atrasou a expe-
porque mostraram criatividade na construção do indutor. Do total de 32 estudanteshouve
riência em duas semanas. Além disso, (duas
Metodologia diiculdade no uso do laboratório em horá-
turmas de 16 alunos), ), 70% conseguiram os objetivos completamente e 30% parcialmente.
O método utilizado para realizar esta ex- rios fora da aula. Para contornar este proble-
Por outro lado houve ificuldade
dificuldade
periência está baseado na solução de um para obter o
mamaterial para a realização
foi orientado da experiência
aos técnicos (não
de laborató-
tinham
problema empresas
proposto quequeconsistia
vendessem na fio
cons-esmaltado na cidade)
rio permitir o que atrasou
o ingresso a experiência
aos estudantes em
dessa
truçãoduas semanas.deAlém
e medição um disso,
indutor.h
houve
Alémdificuldade
dis- no uso do em
disciplina laboratório em horários
alguns horários fora da aula.
especíicos. Na
so, a im de estimular a competitividade,
Para contornar este problema foi orientado foi igura
aos abaixodeélaboratório
técnicos mostrado
labora alguns indutores
tório permitir o ingresso
indicado que o grupo que conseguisse criar criados.
aos estudantes dessa disciplina em alguns horários específicos. Na figura abaixo é mostrado
alguns indutores criados.

Figura 1: Indutores criados


Figura 1: Indutores criados

VI. Conclusões Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 97

A experiência realizada do problema baseada em competição tem fornecido resultados


Conclusões em turmas futuras será a criação de um se-
A experiência realizada do problema base- gundo projeto de valor similar ao primeiro
ada em competição tem fornecido resultados (33% da nota) no qual os estudantes criarão
satisfatórios no aprendizado do estudante. um capacitor caseiro e farão as medidas no
Como trabalhos futuros desta abordagem laboratório.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Modelos Físicos Didáticos de Apoio


ao Ensino de Mecânica dos Solos:
Estudo do Fenômeno da Areia Movediça
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Jefferson Lins da Silva, Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva,
Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi, Samira Tessarolli de Souza,
Oscar dos Santos Neto, Clever Aparecido Valentin
jefferson@sc.usp.br

Resumo no valor deste parâmetro. Quanto maior este


Acreditando que o ensino de qualquer as- coeiciente, maior a permeabilidade do ma-
sunto relacionado à Mecânica dos Solos pode terial.
ser facilitado e melhor compreendido ao unir- Quando o solo é submetido a um luxo as-
-se teoria e prática, o presente trabalho trata cendente de luido (geralmente água), esse
da elaboração de um modelo físico que simu- luido preenche os vazios entre as partículas
le, da maneira mais clara e didática possível, o do solo, chegando a saturá-lo. Em situações
fenômeno da areia movediça, que pode ocor- em que o gradiente hidráulico é superior ao
rer quando as partículas de areia são subme- crítico, o material pode ser desestabilizado.
tidas a um luxo ascendente de água. Isso faz com que o solo se comporte como
O modelo permite compreender isicamen- um líquido viscoso, podendo submergir (in-
te o processo do luxo ascendente da água teira ou parcialmente) corpos físicos que
em solos, a saturação completa do solo e a porventura estejam apoiados sobre ele. Po-
desestabilização de objetos apoiados sobre a rém, esse fenômeno ocorre em solos areno-
areia, se estendendo para o conceito da con- sos, por estes apresentarem maior capacida-
dutividade hidráulica de solos, porque possi- de de percolação que solos argilosos.
bilita a percepção da diferença entre a perco-
lação da água em diferentes tipos de areia. O Descrição do Projeto
objetivo é auxiliar o aprendizado nas aulas de O projeto do modelo foi feito levando-se
Mecânica dos Solos ministradas para os estu- em consideração os materiais utilizados, sua
dantes do curso de Engenharia Civil da Escola geometria, custo-benefício, facilidade de
de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). produção e reprodução. Por im, escolheu-se
um tubo de PVC de 30 cm de diâmetro e 30
Introdução cm de altura como corpo do modelo, onde
Condutividade hidráulica é a proprieda- ica o solo. O sistema hidráulico, também de
de que o solo apresenta de permitir o lu- PVC, foi projetado de maneira a ser conec-
xo da água através de seu esqueleto sólido tado a uma fonte externa de luxo constante
(os grãos), sendo o grau de permeabilidade de água. Este luxo ocorre por uma abertura
expresso numericamente pelo “coeiciente na base do tubo de PVC, viabilizando a simu-
de condutividade hidráulica”. Fatores como lação e o escape da água em excesso por um
temperatura, granulometria do solo, índice sistema de escape na parte superior, rente à
de vazios e grau de saturação inluenciam superfície da areia. Um objeto relativamente
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 98
denso ica apoiado sobre o solo no modelo modelo com cada tipo de areia. Durante os
com a inalidade de ilustrar o efeito do fenô- testes, alguns obstáculos surgiram, como a
meno de areia movediça. formação de bolsões de ar na areia mais ina.
A simulação do fenômeno consiste em co- Com base nas observações dos testes, me-
nectar ao modelo uma mangueira, por onde lhorou-se o modelo inicial e estabeleceu-se
entra a água. Assim, o luxo de água mode- um procedimento padrão para a realização
rado entra no modelo pela base, saturando das simulações da forma mais semelhante
a areia. Após saturá-la, inicia-se uma fase ao fenômeno observado na natureza.
com luxo maior de água (maior gradiente
hidráulico), que desestabiliza a areia e faz o Resultados e Conclusões
objeto inicialmente apoiado submergir, de Após a realização de testes, o modelo foi
acordo com sua densidade. ajustado e inalizado, de maneira a represen-
tar o fenômeno da areia movediça da forma
Metodologia mais didática possível. As areias utilizadas fo-
Após a montagem inicial do modelo, ob- ram compatíveis para o uso no modelo, re-
jetivando compreender características físicas presentando bem o fenômeno. Esses testes
dos solos, e suas inluências durante o fenô- permitiram o aprendizado de cuidados que
meno, realizaram-se ensaios em dois tipos se deve ter ao manusear o equipamento de-
de areia. Os ensaios para avaliar as caracterís- senvolvido. Tomando esses cuidados, e se-
ticas físicas das areias foram: granulometria, guindo o procedimento padrão, o objetivo
massa especíica dos sólidos, teor de umida- da ilustração do fenômeno da areia movedi-
de e índice de vazios máximo e mínimo. Com ça foi atingido, com resultados coerentes e
estes resultados, foram realizados testes do dentro do esperado.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Modelos Físicos Didáticos de Apoio


ao Ensino de Mecânica dos Solos:
Estimativa do Ângulo de Atrito de Solos Secos
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Jefferson Lins da Silva, Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi,
Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva,
Clever Aparecido Valentin, Samira Tessarolli de Souza
jefferson@sc.usp.br

Resumo boração de um modelo físico simples para


O ângulo de atrito é uma propriedade a estimativa desse parâmetro, bem como a
característica dos solos, sendo de suma im- realização de testes para diferentes amostras
portância na área geotécnica para análise de solo a im de ratiicar a aplicabilidade do
da resistência de tais materiais. A determi- modelo. O protótipo servirá como apoio ao
nação desse parâmetro pode ser efetuada ensino de Geotecnia para alunos do Curso
por meio de ensaios consagrados, como o de Engenharia Civil da Escola de Engenharia
ensaio de cisalhamento direto e o ensaio de de São Carlos (EESC-USP).
compressão triaxial. Para solos secos despe-
jados de forma completamente solta sobre Introdução
uma superfície horizontal, a inclinação do Na situação em que o fator de segurança
talude que se forma é uma aproximação do (FS) de uma estrutura de solo, submetida a
ângulo de atrito interno do solo em análise. algum esforço de compressão ou cisalha-
O presente trabalho teve por objetivo a ela- mento, se aproxima do valor unitário, nota-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 99
-se que a resistência ao cisalhamento de solo possuíam maior valor de coesão. Ademais,
se aproxima da solicitação a ele imposta. os resultados dos ângulos de atrito para es-
Nessa situação, considera-se que o ângulo tes solos apresentaram maiores diferenças
da inclinação do talude formado se aproxi- entre os dois métodos de determinação, in-
ma de seu ângulo de atrito interno. dicando variações da ordem de 17% e 31%,
Baseado na aproximação citada e na co- dependendo da coesão do solo. Nesse pa-
nhecida célula de Hele-Shaw, é possível ela- norama, constatou-se que solos com certa
borar um modelo que forneça uma estima- fração de argila em sua composição tende-
tiva do ângulo de atrito de solos secos com riam a possuir maior coesão, o que implicaria
base no ângulo de inclinação formado pelo perda de precisão da estimativa. Por outro
seu basculamento. lado, os ensaios realizados com diferentes
tipos de areias – materiais com coesão pra-
Descrição do Projeto ticamente nula – apresentaram resultados
O projeto envolveu a confecção e o teste bem consistentes, com erros inferiores a 2%.
no modelo proposto. Para a elaboração do Tendo por base a análise desses casos, deve-
modelo, construiu-se um dispositivo emba- -se constatar que o parâmetro de resistência
sado na célula de Hele-Shaw, com dimensões analisado pode ser estimado pelo procedi-
maiores para possibilitar um fácil manuseio e mento proposto, especialmente para solos
visualização do procedimento. Consiste em secos pouco coesivos.
uma caixa de dimensões 35 cm x 25 cm x
4 cm com um funil acoplado na extremida-
de, por meio do qual é inserida determinada
quantidade de solo, formando um pequeno
talude. Assim, medindo-se a altura e o des-
locamento horizontal dos grãos que formam
o montante, é possível calcular o ângulo de
inclinação do solo em repouso.

Metodologia
Primeiramente, elaborou-se o projeto e
construiu-se o modelo didático. Com o dis-
positivo inalizado, iniciaram-se os testes.
Para tanto, analisou-se a classiicação granu-
lométrica, segundo a norma da ABNT NBR
7181, de quatro amostras de diferentes tipos
de solo. Prosseguiu-se com a determinação
experimental, por meio de ensaios de cisa-
lhamento direto e de compressão triaxial, do
ângulo de atrito e da coesão das diferentes
amostras. Por im, determinou-se o ângulo
de atrito dos solos secos por meio dos en-
saios realizados a partir do modelo construí-
do. Dessa forma, os dados teóricos serviram
como parâmetros de referência para a medi-
ção da coniabilidade dos resultados obtidos
segundo a proposta do trabalho.

Resultados e Conclusões
De acordo com os resultados dos ensaios
convencionais de resistência, percebeu-se
que os solos com algum percentual de argila
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 100
Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Modelos Físicos Didáticos de Apoio


ao Ensino de Mecânica dos Solos:
Muro de Solo Envelopado com Geossintéticos
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Jefferson Lins da Silva, Samira Tessarolli de Souza, Yara Barbosa Franco,
Clever Aparecido Valentin, Bruno Ken Marchezepe, Caio Corte da Silva,
Luiz Gustavo Buzon, Tiago Fedrizzi
jefferson@sc.usp.br

Resumo elucidar o ensino de Mecânica dos Solos aos


Analisou-se o comportamento, por meio alunos do curso Engenharia Civil da EESC-
de modelos reduzidos de muros de solo, -USP.
com solo do tipo areia argilosa com vestí- As caixas que continham os muros eram
gio de silte, compactado com e sem reforço de madeira e possuíam dimensões internas
interno, solicitados por uma sobrecarga. Foi 35 x 50 x 38,5 cm, com as faces superior e
utilizado como reforço um geotêxtil não te- frontal abertas. As três faces laterais foram
cido e a sobrecarga foi aplicada na superfície revestidas com tecido de ibra de vidro com
do solo contido pelo muro. Através de LVDTs PTFE (telon) para reduzir o atrito lateral na
posicionados na face e células de tensão to- interface solo-caixa e a identiicação das cé-
tal localizadas no interior do muro, obtive- lulas de tensão total (CT) foi feita seguindo a
ram-se, respectivamente, os deslocamentos nomenclatura: CTij, onde i refere-se ao nível
frontais da face do muro e o acréscimo de (altura) da CT no muro e j à posição horizon-
tensão horizontal transmitida ao solo, devi- tal da CT em relação à face do muro. O solo
do à sobrecarga. Os resultados mostraram utilizado é uma areia argilosa com vestígio
a melhoria de desempenho do muro enve- de silte, segundo a classiicação da ABNT, e
lopado com geossintéticos em relação ao o geotêxtil foi representado por uma manta
muro de solo não reforçado. Em termos di- polimérica de poliéster de reduzida massa
dáticos, este muro servirá como base para por unidade de área.
aulas práticas da disciplina Mecânica dos So-
los do Curso de Engenharia Civil da Escola de Metodologia
Engenharia de São Carlos (ESC-USP). Foi calculada a massa de solo necessária
em cada camada para um grau de compac-
Introdução tação de 90% e fez-se marcação da altura
A im de possibilitar experiência prática correspondente ao volume dessa massa na
aos alunos do curso de Engenharia Civil da caixa. Colocou-se um anteparo removível.
Escola de Engenharia de São Carlos (EESC- Para permitir a compactação das camadas,
-USP), modelos reduzidos foram elaborados inseriu-se a massa referente à camada e
para complementar a aprendizagem sobre compactou-se até atingir a marca. O proces-
muros de contenção de solo envelopado so foi repetido, atentando-se para a colo-
com geotêxtil. Este tema é um tópico da dis- cação das células de tensão total nos locais
ciplina de Mecânica dos Solos que aborda as previamente deinidos. No caso do ensaio
aplicações dos geossintéticos na construção com reforço, a cada camada posicionou-se
civil e suas principais funções. o geotêxtil, que foi encaixado nas laterais,
forrando o fundo e deixando uma sobra na
Descrição do Projeto parte frontal para posterior envelopamento
O projeto consiste no desenvolvimento na camada de solo superior. Após todas as
de modelos físicos didáticos para ilustrar e camadas inalizadas, retirou-se o anteparo e
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 101
posicionou-se o LVDT nas alturas previstas. As células de tensão total apresentaram no
Posicionada a caixa sob a máquina univer- primeiro ensaio acréscimos de tensões ho-
sal, aplicou-se uma sobrecarga à velocida- rizontais crescentes com a carga aplicada.
de constante de 2 mm/min na superfície da Para o segundo ensaio, o mesmo compor-
massa de solo contida pelo muro. Os limi- tamento crescente só foi notado a partir de
tes de execução dos ensaios foram, para o 300 kPa, carga essa em que o outro ensaio
Ensaio 1, o deslocamento excessivo da face, já havia sido encerrado devido ao excessivo
que atingiu o curso limite dos LVDTs, e para deslocamento.
o Ensaio 2, a ruptura da caixa devido a alta Conclui-se, portanto que o muro de solo
sobrecarga. com reforço suportou cargas muito mais ele-
vadas e que o acréscimo de tensões horizon-
Resultados e Conclusões tais gerado internamente é bem menor, o que
Foi observado que para os dois ensaios ressalta o papel do geossintético como refor-
realizados, as leituras dos LVDTs mostraram ço no suporte aos esforços gerados em um
deslocamentos crescentes com o aumento muro. Em termos didáticos, o protótipo suge-
da carga aplicada. A diferença é que os des- rido é essencial para a elucidação do compor-
locamentos no muro não reforçado foram tamento de estruturas de contenção para os
muito maiores do que no muro envelopado. alunos de Engenharia Civil da EESC-USP.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Uso do Arduíno como Recurso


Tecnológico em Aulas de Eletrônica
Universidade Federal de Lavras; Escola Politécnica
da Universidade de São Paulo
Demóstenes Zegarra Rodríguez, Renata Lopes Rosa, Graça Bressan
dzegarrar@gmail.com

Resumo forma sólida. O Arduíno é um protótipo de


Conceitos teóricos e práticos de disciplinas baixo custo com uso de um hardware livre e
como circuitos elétricos, linguagem de pro- também pode ser utilizado em diversas apli-
gramação e arquitetura de computadores cações da Internet das coisas (IoT).
em cursos de ciências da computação de-
vem possuir um foco na construção e funcio- Introdução
namento de computadores em geral. Muitas O Arduíno foi inicialmente desenvol-
vezes a demonstração da arquitetura de vido por um grupo de designers na Itália
computadores se vê limitada devido à escas- em 2005 com o objetivo de obter um pro-
sez de recursos econômicos para se montar tótipo pequeno de hardware e de baixo
um computador e existe a diiculdade em se custo, que fosse utilizado em várias áre-
encontrar protótipos ergonômicos de uma as, assim como no mercado de vestimen-
arquitetura lógica de programação e de har- tas [1]. A Figura 1 mostra várias áreas que
dware. O uso do Arduíno como ferramenta fazem uso do Arduíno e seus respectivos
de aprendizagem na disciplina de eletrônica módulos e shields dependendo do uso e
e arquitetura de computadores possibilita aplicação. A placa do Arduíno consiste de
a aplicação do conhecimento e tem se tor- um microcontrolador, Atmel AVR de 8 bits,
nado, segundo os resultados obtidos nesse com componentes que podem ser adicio-
trabalho, uma boa ferramenta de aprendi- nados com o intuito de facilitar a progra-
zagem. Conceitos que antes eram expostos mação e incorporação de outros circuitos.
de forma teórica izeram com que o apren- A CPU pode ser interligada a outros mó-
dizado em aula fosse concretizado de uma dulos expansivos, conhecidos como shields
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 102
Figura 1 - Tipos de Arduíno e respectivos módulos, boards, shields e kits.

permitindo o uso dele em diversas aplica-


ções. Assim, a implementação de projetos Resultados e Conclusões
complexos e de aplicações reais podem ser Os resultados demonstraram que o uso
efetuadas pelos alunos de graduação, os do Arduíno facilitou a concretização dos
O intuito
quais terãodo umaprojeto é facilitar
motivação o aprendizado
maior. O baixo do aluno com
conceitos o usoe,desobretudo
teóricos um protótipo simples e
aumentou
didático
custo e no final
do Arduíno do curso
e seus avaliar
diversos o desempenho
módulos dos alunos.
a motivação O uso
do aluno de Arduíno permite
na implementação de a
implementação
possibilitam de projetosdeque
a elaboração abrangem
diversos au-a eletrônica
projetosanalógica
eletrônicose mais
digital, motivando
complexos, de ao aluno
apli-
nade
las construção de aplicações práticas reais de uma
laboratório. maior
cações complexidade.
reais e de baixo custo. Anteriormente
ao uso do Arduíno, os projetos de eletrônica
Objetivos não eram focados a aplicações reais, o que
O intuito do projeto é facilitar o aprendi- não motivava aos alunos na implementação
Nas do
zado aulas de eletrônica
aluno com o usofoi de utilizado
um protótipoo Arduíno deUNO e seu
circuitos. uso facilitou
Portanto, o entendimento
veriicou-se que o Ar- de
simples e didático
conceitos e notais
teóricos, inal como:
do curso avaliar
conversão AD/DA, arquitetura
duíno trata-se de umasimples de um
ferramenta sistema
ergonô-
o desempenho dos alunos. O uso de Ardu- mica de fácil assimilação e uso.
embarcado, interfaces de entrada e saída, e demais conceitos de processadores.
íno permite a implementação de projetos
que Arduíno
abrangem foiautilizado
eletrônicaemanalógica e di- paraBibliograia
aulas práticas a implementação de diversos sensores, como:
gital, motivando ao aluno na construção de [1] L. Buechley and M. Eisenberg, “The
temperatura, umidade, pressão,
aplicações práticas reais de uma maior com-
luminosidade, ultrassom, inclinação, gases (CO 2 ), álcool,
LilyPad Arduino: Toward Wearable Engineer-
entre outros; despertando um interesse maioringdoforaluno
plexidade. na construção
Everyone,” de dispositivos
in IEEE Pervasive Comput- de
aplicações práticas reais e elaborando placas deing, circuitos
vol. 7, de
no.baixo
2, pp. custo.
12-15, April-June 2008.
Metodologia
Nas aulas de eletrônica foi utilizado o Ar-
duíno UNO e seu uso facilitou o entendi-
mento de conceitos teóricos, tais como: con-
Os resultados
versão AD/DA, demonstraram
arquitetura simplesque odeuso umdo Arduíno facilitou a concretização dos conceitos
teóricosembarcado,
sistema e, sobretudo aumentou
interfaces a motivação
de entrada e do aluno na implementação de projetos
saída, e demais conceitos de processadores.
eletrônicos mais complexos, de aplicações reais e de baixo custo. Anteriormente ao uso do
O Arduíno foi utilizado em aulas práticas
Arduíno, os projetos de eletrônica não eram focados a aplicações reais, o que não motivava
para a implementação de diversos sensores,
aos alunos
como: na implementação
temperatura, de circuitos.
umidade, pressão, lumi- Portanto, verificou-se que o Arduíno -se de
uma ferramenta
nosidade, ergonômica
ultrassom, inclinação,degases
fácil assimilação
(CO2), e uso.
álcool, entre outros; despertando um inte-
resse maior do aluno na construção de dis-
positivos de aplicações práticas reais e ela-
[1] L. Buechley
borando placas deand M. Eisenberg,
circuitos de baixo "The
custo.LilyPad Arduino: Toward Wearable Engineering for
Everyone," in IEEE Pervasive Computing, vol. Anais
7, no. 2, pp. 12-15, April-June 2008.
do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 103
Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Intervenções Proissionais em Lazer:


Investigações e Relexões sobre Educação
não Formal e Animação Sociocultural
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Juliana Pedreschi Rodrigues, Lívia Cristina Toneto, Luiz Wilson Pina
julianaprodrigues@usp.br

Resumo culturais para agendamento, planejamento


A presente comunicação oral tem como da atividade e monitoria durante as visitas.
objetivo compartilhar a experiência da dis- Todos os deslocamentos são realizados com
ciplina “Intervenções proissionais em lazer: transporte público e, quando possível, com
investigações e relexões sobre educação ônibus da universidade. Participaram da dis-
não formal e animação sociocultural”. Pre- ciplina um professor convidado, pesquisador
tende-se apresentar um breve relato sobre e com grande experiência proissional em
as estratégias de desenvolvimento das aulas planejamento e gestão do lazer e uma bol-
que são ministradas em cinco inais de se- sista de doutorado do Programa de Aperfei-
mana, aos sábados, em equipamentos cul- çoamento de Ensino – PAE.
turais públicos e privados da cidade de São
Paulo tendo em vista o estabelecimento de Descrição do Projeto
um diálogo entre a percepção dos estudan- A disciplina que tem ênfase em experiên-
tes, com os equipamentos e proissionais cias práticas faz-se relevante na medida em
que neles atuam. Como forma de avaliação que apresenta o lazer, as práticas não formais
propõe-se ao estudante elaboração de um de educação e as estratégias de animação
artigo cientíico com propostas de supera- sociocultural como áreas de conhecimento
ção das lacunas observadas. acadêmico que se articulam e devem per-
manecer em um constante diálogo. Assim
Introdução sendo, como objetivo principal a disciplina
Intervenções proissionais em lazer: in- busca oferecer experiências proissionais va-
vestigações e relexões sobre educação não riadas, por meio da observação, do contato
formal e animação sociocultural, é uma dis- com especialistas e da participação nas ati-
ciplina com ênfase na prática oferecida anu- vidades oferecidas nos equipamentos cultu-
almente no curso de bacharelado de Lazer e rais, possibilidades do estudante, ao inal da
Turismo da Escola de Artes, Ciências e Huma- disciplina, reletir sobre os locais visitados e
nidades da Universidade de São Paulo com elaborar propostas para superar desaios e
o objetivo investigar as relações existentes problemas observados. Como complemen-
entre o lazer, a educação não formal e a ani- to das atividades práticas, a etapa teórica da
mação sociocultural a partir de experiências disciplina propõe o estudo e relexões sobre
de práticas proissionais desenvolvidas em o processo histórico do lazer no Brasil e no
equipamentos culturais da cidade de São mundo, a análise dos conceitos e âmbitos da
Paulo e região metropolitana, considerados Educação não formal e sobre a organização
locais privilegiados para a aprendizagem, de espaços e equipamentos culturais e, ina-
pesquisa e campo de interesse proissional mente, a investigação das matrizes da anima-
aos estudantes do curso de lazer e turismo. ção sociocultural em países Iberoamericanos
Para o desenvolvimento das atividades e sua aplicação nas experiências observadas.
práticas, as visitas técnicas, desenvolvidas
ao longo da disciplina, fez-se necessário o Metodologia
contato prévio com gestores dos espaços As estratégias de desenvolvimento da dis-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 104
ciplina de sessenta horas contemplam na e/ou discussões sobre aspectos da formação
etapa prática, quarenta horas dividida em e a atuação proissional nesses locais.
cinco encontros de oitos horas/aula, desti-
nadas às visitas técnicas e, posteriormente as Resultados e Conclusões
visitas, vinte horas são divididas entre orien- Ao longo da disciplina pode-se notar o
tações para o desenvolvimento de pesqui- engajamento, entusiasmo e participação
sa de campo com os proissionais, gestores ativa de todo o grupo de estudantes e, ao
dos espaços visitados, e para a elaboração inal dela, a partir das observações nota-se
do artigo cientíico. Para o desenvolvimen- o despertar do grupo para o debate, para a
to da disciplina são elaborados, previamen- necessidade de aprofundamento de seus co-
te, protocolos de observação, de registro de nhecimentos sobre gestão de equipamentos
atividades e os instrumentos para possíveis culturais, sobre a educação não formal e a
coletas de dados. Propõe-se ao grupo uma animação sociocultural. A partir das visitas
pesquisa qualitativa de caráter exploratório, técnicas e do contato próximo com prois-
com levantamento bibliográico, análise de sionais experientes, os estudantes mostram-
documentos das instituições visitadas e in- -se capazes de reletir sobre as experiências
tervenção em campo, para a coleta de dados vividas e de construírem novos conhecimen-
através de entrevistas estruturadas e semies- tos por meio dos artigos cientíicos, elabora-
truturadas, direcionadas aos gestores e edu- dos individualmente ou em dupla, propondo
cadores responsáveis pela coordenação de diferentes possibilidades de intervenções
atividades e programações dos equipamen- proissionais em lazer.
tos visitados. Assim, com base no referen- Por im, vale destacar que, ao inal do ano
cial teórico, nas observações e pesquisas de de 2015, das dez pesquisas desenvolvidas
campo são elaborados os artigos cientíicos pelos estudantes, três foram submetidas e
que devem ter como proposta a solução de aprovadas para apresentação em um con-
problemas notados, possíveis estratégias de gresso internacional de animação sociocul-
intervenção proissional nos locais visitados tural realizado em Portugal.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

As Práticas Orientadas e Visitas Técnicas


como Aplicação de Conteúdo e Relexão
sobre a Realidade: O Caso do Curso
de Gestão Ambiental da ESALQ
Laboratório de Ensino de Sociologia da Universidade de São Paulo
Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz
otmmquei@usp.br

Resumo atenta da sociedade, seus modos de vida e


Práticas orientadas e visitas técnicas são maneiras de apropriação dos diferentes re-
atividades realizadas visando a aplicação de cursos existentes, naturais ou artiiciais, pro-
conteúdo teórico visto em sala de aula, con- curando ampliar os seus olhares.
igurando-se como momentos importantes
de contato com a realidade, abrindo-se es- Introdução
paço para relexões. São atividades interdis- Práticas orientadas e visitas técnicas são
ciplinares que podem acontecem nas áreas atividades realizadas visando a aplicação de
urbanas e rurais, dependendo do assunto a conteúdo teórico visto em sala de aula. “Esta
ser tratado. São iniciativas que buscam sen- atividade pedagógica se concretiza pela
sibilizar os estudantes para observação mais imersão orientada na complexidade de um
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 105
determinado espaço geográico, do estabe- para prática da cidadania.
lecimento de um diálogo inteligente com o
mundo, com o intuito de veriicar e de pro- Metodologia
duzir novos conhecimentos” (LOPES; PON- O processo de escolha dos lugares a se-
TUSCHKA, 2009, p. 173). rem visitados e o planejamento da ativida-
Práticas orientadas e visitas técnicas coni- de (levantamento bibliográico, contato com
guram-se como uma das principais maneiras responsáveis nas entidades, agendamento
de orientar os estudantes para a análise de local e transporte) são realizados com an-
seu entorno imediato e diferenças regionais, tecedência pela docente. A formulação do
obtendo novas visões que podem auxiliar na roteiro de observação e de investigação das
realização de analogias com espaços mais práticas também recebe atenção da docen-
amplos, acendendo a curiosidade. te e é discutido com os estudantes antes da
execução da atividade. Relatórios das práti-
Descrição da Atividade cas feitos pelos discentes são avaliados, ve-
O curso Gestão Ambiental da Esalq nasceu riicando-se também a atitude dos mesmos
em 2002, primeiro do país, tendo, nos dias durante a prática, sua atenção, respeito com
atuais, um projeto pedagógico voltado para a os demais, participação nos diálogos etc.
formação de proissionais com embasamento
nas áreas de Administração, Ciências Huma- Resultados
nas e Ciências do Ambiente. “O [...] objetivo do Os resultados são extremamente satis-
Bacharelado em Gestão Ambiental da ESALQ/ fatórios e observados pelo entusiasmo dos
USP é propiciar uma formação humanística estudantes durante e após a realização das
[...] que habilite o proissional [...] a compreen- atividades, com o nítido envolvimento com
der o meio natural, social, político, econômico os assuntos tratados, pela qualidade dos re-
e cultural [...] e a tomar decisões em um mun- latórios e solicitação de retorno.
do diversiicado e interdependente”(GESTÃO
AMBIENTAL, 2006,p.4). Conclusões
Como docente do curso de Gestão Am- A realização de práticas orientadas e vi-
biental da Esalq desde 2006, tenho autonomia sitas técnicas enriquecem o processo ensi-
para isso e venho realizando diversas práticas no-aprendizagem no contexto do curso de
didáticas e pedagógicas com os estudantes Gestão Ambiental da Esalq, fundamentais
ingressantes, disciplina LES0111 Introdução à para uma aproximação com a realidade mul-
Gestão Ambiental e para formandos a disci- tidimensional em que vivemos, alternativa
plina LES 0303 Gestão Turística de Ambientes para à compartimentalização do conheci-
Naturais. Alguns exemplos: visitas com estu- mento presente na Universidade.
dantes do primeiro semestre: Museu da Água
e Imalora (Instituto de Manejo e Certiicação Referências
Florestal e Agrícola) de Piracicaba; Institu- GESTÃO AMBIENTAL. ESCOLA SUPERIOR
to Estre de Educação Ambiental de Paulínia; DE AGRICULTURA „LUIZ DE QUEIROZ‟.
Assentamento Rural de Americana; práticas Universidade de São Paulo – Campus de
orientadas com sétimo semestre: Bairros ru- Piracicaba. Projeto Pedagógico. 2006. Dis-
rais de Santana e Santa Olímpia, Piracicaba ponível em: http://www4.esalq.usp.br/gra-
(em processo de turistiicação) e Estância duacao/sites/www4.esalq.usp.br.graduacao/
hidromineral e climática de Campos do Jor- iles/ProjPedagGestAmb.pdf < acessado em
dão, SP, principal destino turístico de inverno 22mai2016>
paulista, destacando visita ao Parque Estadu- LOPES, C.S.; PONTUSCHKA, N. N. Estudo do
al local. O objetivo das atividades é oferecer meio: teoria e prática. Geograia (Londrina) v.
oportunidades para observações críticas da 18, n. 2, 2009.p.173 – 191. Disponível em: ht-
realidade, incentivando o diálogo com diver- tps://moodle.ufsc.br/pluginile.php/561488/
sos atores sociais que fazem parte do mundo mod_resource/content/1/estudo%20do%20
cada vez mais complexo, buscando o preparo meio.pdf <acessado em 21mai2016>
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Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Desenvolvimento Mútuo de Estudantes


e de Proissionais Estágio em Heliópolis
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Elie Ghanem
elie@usp.br

Resumo Feusp passou a inanciar 16 bolsas para es-


Apresenta e analisa o projeto Estágio em tudantes de graduação, ampliando as alter-
Heliópolis, realizado desde 2014, por estudan- nativas de estágio remunerado e, com isso,
tes de pedagogia e outras licenciaturas da Fa- viabilizando condições para um preparo
culdade de Educação da USP. O projeto visa a mais sólido de proissionais da educação. Em
contribuir na formação teórico-prática de es- 2015, com a criação do Programa Uniicado
tudantes no cotidiano de escolas públicas. Foi de Bolsas, da reitoria, o projeto foi submeti-
elaborado em resposta à demanda da Unas, do solicitando 50 bolsas. A meta original era
associação local, frente à USP para que hou- chegar a 100 bolsistas. O projeto foi apro-
vesse colaboração na educação de suas crian- vado, autorizadas 30 bolsas. Contudo, como
ças e jovens. Atua em quatro frentes principais a divulgação do novo programa se deu em
e está baseado em três grandes orientações: julho, preencheram-se somente 27 vagas.
aprendizagem mútua, relexão sobre a prática Com base na orientação de fazer do está-
e combinação com extensão e pesquisa. gio uma oportunidade de aprendizado tanto
de quem estagia quanto de proissionais que
Introdução recebem estágios, foram compostas ativida-
Heliópolis é conhecida como uma das maio- des no CEU (Centro Educacional Uniicado)
res áreas de habitação irregular e de vulnerabi- Heliópolis, divididas entre: curso preparató-
lidade social do município de São Paulo. Mas rio para ingresso em escolas técnicas; cur-
também é um exemplo de auto-organização e so preparatório para ingresso na educação
de mobilização por direitos universais, particu- superior; atividades literárias e artísticas na
larmente por educação. As muitas associações biblioteca; agência comunitária de notícias.
de moradores ali existentes constituíram a
Unas (União de Núcleos, Associações e Socie- Metodologia
dades de Moradores de Heliópolis e São João A orientação seguida pelas atividades pro-
Clímaco) em 1990, com a missão de contribuir cura ir além do convencional estágio de ob-
para transformar Heliópolis e região num bair- servação, restituindo a perspectiva de que o
ro educador promovendo a cidadania e o de- estágio é uma parte prática da formação, em
senvolvimento integral da comunidade. situação real de trabalho. Trata-se, portanto,
No sentido da realização dessa missão, a de estágio de intervenção. Esta, por sua vez,
Unas demandou colaboração da USP para deve ter duas características fundamentais:
incrementar a educação na localidade, espe- i) superar a separação entre quem concebe
cialmente a educação infantil, o ensino fun- e quem executa as atividades educacionais,
damental e médio das escolas municipais, compatibilizando teoria e prática; ii) fazer do
estaduais e dos centros educacionais comuni- planejamento, da implementação e da avalia-
tários conveniados. Em resposta, a Feusp (Fa- ção de atividades um processo que destina o
culdade de Educação da USP) criou o projeto maior tempo possível ao diálogo entre esta-
de Estágio Heliópolis. giário(a) e docentes das escolas básicas, vol-
tado à aprendizagem mútua, de modo que a
Descrição do Projeto universidade e as escolas se beneiciem igual-
Para que se cumprissem os estágios, a mente da experiência.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 107
Também para que sejam produzidos e com- mática e de formular projetos de investiga-
partilhados aprendizados com a experiência, ção cientíica.
são organizados encontros de estudantes e
docentes da universidade com proissionais, Resultados
estudantes e familiares das escolas que aco- As atividades ainda estão em andamento.
lhem as práticas de estágio, bem como téc- Seus principais resultados têm sido detectados
nicos das diretorias regionais de educação às em termos de aprendizado de práticas educa-
quais as escolas estão vinculadas. cionais criativas em contexto de pobreza, no
O estágio atende à dimensão do ensino contato direto de estudantes com proissio-
por compor uma parte prática dos estu- nais que lidam com crianças e adolescentes.
dos universitários centrada em situações de
trabalho proissional. Seguindo o princípio Conclusões
constitucional (art. 207) de indissociabili- A avaliação depende, todavia, da continui-
dade entre ensino, pesquisa e extensão, as dade das atividades por mais dois meses. En-
atividades são, ao mesmo tempo, formas de tretanto, os relatórios parciais permitem ver a
compartilhar saberes da universidade com forte vinculação entre a orientação adotada e
demais segmentos da sociedade, como tam- o simultâneo engajamento entusiasta de estu-
bém momentos de reunir informação siste- dantes e proissionais locais em sua formação.

Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo

Conhecendo a Biodiversidade Urbana


de São Paulo (SP): Trabalhos de
Campo em Biogeograia
Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo
Yuri Tavares Rocha
yuritr@usp.br

Resumo Google Earth. Os dados coletados pelos alu-


São Paulo (SP), centro da maior região nos são revisados, obtendo-se diagnóstico
metropolitana da América do Sul, é uma das espécies encontradas, sua frequência e
das maiores cidades do mundo. Apresenta localização geográica, gerando banco de
fauna e lora nativas que conseguiram se dados e mapeamento da biodiversidade
adaptar às suas transformações e espécies paulistana. Em seis anos (de 2010 a 2015),
que foram introduzidas por valores cultu- 283 alunos realizaram seus trabalhos de
rais, estéticos e ecológicos. Assim, a biodi- campo de Biogeograia Urbana e mapea-
versidade da cidade de São Paulo é menor ram e identiicaram 97 espécies de animais
que a original da Floresta Atlântica e seu e 133 espécies de plantas arbóreas. Esse
conhecimento é fundamental para ações de tipo de trabalho de campo constitui uma
planejamento e gestão. Desde 2010, foi ini- prática que pode ser utilizada na futura atu-
ciada realização de trabalhos de campo, no ação proissional desses alunos de gradua-
meio urbano, dos alunos da disciplina Bio- ção, caso atuem como professores, e execu-
geograia, nas turmas sob minha responsa- tar essa mesma prática com seus alunos, já
bilidade, do bacharelado em Geograia. Tem que é simples, viável em termos de tempo
a inalidade de treinar a observação e iden- e investimento inanceiro e muito eiciente
tiicação de espécies de animais e plantas para ampliar os conhecimentos biogeográ-
encontradas no meio urbano e em seu ma- icos e da biodiversidade da paisagem ur-
peamento pelas ferramentas Google Maps/ bana paulistana.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 108
Introdução pública, na circunvizinhança de sua residên-
A identiicação de espécies e o estudo de cia (rua, avenida, praça, parque, etc.), ade-
suas áreas de distribuição são obrigatórios quada ao projeto e aprovada pelo docente.
na Biogeograia. A Biogeograia Cultural es- Os alunos recebem instruções para observar,
tuda a interferência antrópica na distribui- descrever e registrar os aspectos físicos da
ção dos seres vivos nas escalas temporal e área de estudo, das plantas e dos animais
espacial; pode ser dividida em Biogeograia encontrados. As técnicas biogeográicas a
Agrícola, que estuda a alteração da distri- serem utilizadas são indicadas por Rocha
buição geográica de plantas cultivadas e (2011). O mapeamento dos locais estudados
animais criados pela humanidade; e, em Bio- e das plantas e animais encontrados são fei-
geograia Urbana, que estuda a distribuição tos pelas ferramentas Google Maps/Google
geográica de plantas e animais presentes Earth. Os dados coletados pelos alunos são
na paisagem urbana. O número e a dimen- revisados em “plantões” no Laboratório de
são das cidades, que constituem um dos Climatologia e Biogeograia, tendo-se iden-
anthropogenic biomes, aumentaram após o tiicação de espécies, sua frequência e loca-
século XIX, o que provocou e intensiicou a lização geográica, gerando mapeamento da
alteração do ambiente natural e a diminui- biodiversidade urbana amostrada e formando
ção da biodiversidade. São Paulo (SP) é uma banco de dados, que é ampliado pelas turmas
das maiores cidades do mundo e centro da que desenvolvem o projeto a cada ano.
maior região metropolitana da América do
Sul. Apresenta fauna e lora nativas que con- Resultados Obtidos
seguiram se adaptar às suas transformações Em seis anos (de 2010 a 2015), 283 alu-
e espécies que foram introduzidas por seus nos realizaram seus trabalhos de campo de
valores culturais, estéticos e ecológicos. O Biogeograia Urbana e mapearam e identi-
projeto “Biodiversidade urbana de São Paulo icaram: 97 espécies de animais distribuídas
(SP)”, desenvolvido desde 2010, tem objeti- em 58 famílias (53 espécies de aves, 24 de
vo de capacitar os alunos na identiicação e insetos, nove de mamíferos, cinco de répteis,
mapeamento de espécies encontradas em duas de anfíbios e uma espécie de aracnídeo,
São Paulo, formando banco de dados dessa de crustáceo, de quilópode e de molusco),
biodiversidade urbana, ampliado a cada ano. sendo 78% de espécies brasileiras (de várias
regiões naturais) e 22% de espécies exóticas
Descrição do Projeto (de várias regiões do mundo); e, 133 espé-
Capacitar os alunos no uso de técnicas bio- cies de plantas arbóreas, distribuídas em 47
geográicas de campo e laboratório e identi- famílias (as com maior diversidade são: Le-
icar e mapear espécies de plantas e animais guminosae, com 23 espécies; Arecaceae, 18;
encontradas no ambiente urbano, utilizando Myrtaceae, 9; Bignoniaceae; 8; Moraceae, 7;
os trabalhos de campo como prática peda- Malvaceae, 6; e, Lauraceae, 4), sendo 59% de
gógica, simples e viável em termos de tem- espécies exóticas (de várias regiões do mun-
po, de tecnologia e investimento inanceiro e do) e 41% de espécies brasileiras (de várias
muito eiciente para ampliar os conhecimen- regiões naturais).
tos biogeográicos e da biodiversidade urba-
na. Tem sido desenvolvido de 2010 a 2015,
com alunos das turmas sob minha respon-
sabilidade da disciplina obrigatória FLG 0356
- Biogeograia (CA: 4/CT: 2), do bacharelado
em Geograia, do Departamento de Geogra-
ia/FFLCH/USP.

Metodologia Utilizada
Os alunos selecionam a área para realiza-
ção de seu trabalho de campo, devendo ser:
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Elaboração, aplicação e avaliação de materiais didáticos

Ensino de Macroeconomia em
Graduação: Pesquisa com Professores
sobre Material Didático Utilizado
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão da Universidade de São Paulo
Roseli da Silva
roselisilva@usp.br

Resumo res para Ensino-Aprendizagem em Gradua-


Com o objetivo de mapear a avaliação ção – área: Macroeconomia. O objetivo geral
dos professores de macroeconomia sobre os do projeto inovar tanto as técnicas quanto o
pontos fortes e fracos do material didático material didático a serem utilizados das dis-
por eles adotado, realizamos uma pesquisa ciplinas da área de Macroeconomia, princi-
ampla que se iniciou pela seleção das univer- palmente para os cursos de Economia, a par-
sidades que possuem cursos de economia tir da experiência adquirida principalmente
listados entre os melhores de acordo com o nos últimos cinco anos com as inovações
Rank Universitário da Folha, numa amostra introduzidas em disciplinas por mim minis-
de 31 cursos de economia, a partir do total tradas e também a partir de uma extensa
de 117, entre instituições públicas e privadas. pesquisa curricular sobre o conteúdo da área
Da deinição das instituições a serem pes- nas melhores universidades do país e refe-
quisadas, uma lista de 130 professores fo- rências importantes no exterior, além de um
ram contatados e convidados a participar da levantamento por meio de questionários em
pesquisa online, com questionário produzi- amostragem seletiva, para coletar a opinião
do pela equipe. Obtivemos um participação de colegas da área, sobre as principais falhas
de 60%, com 78 respostas completas no pe- e vantagens dos materiais didáticos adota-
ríodo de 4 semanas em que o questionário dos por eles recentemente.
esteve disponível para acesso. Em síntese, as
respostas apontam para a concentração de Metodologia
uso de dois principais livros-textos, traduzi- A pesquisa com professores de macroeco-
dos para o português, e os principais pontos nomia partiu de uma base de dados listando
falhos apontados por pelo menos 50% dos os professores das principais faculdades de
entrevistados foram: “O livro utiliza principal- Economia do país. Para isso, a princípio, se-
mente instrumental gráico, o que considero lecionou-se a partir da lista publicada pela
suiciente para o aprendizado do estudante”; revista EXAME.com, em 23 de dezembro de
e “O material de apoio ao professor online 2014, as melhores universidades do país,
é adequado (slides, bancos de questões) e separando-as por região. Em seguida, com
eu normalmente o utilizo em sala de aula”. o auxílio do Ranking Universitário da Folha
Como pontos fortes, os pesquisados apon- (para o curso de economia), foram separa-
taram “O livro utiliza formalização matemá- das entre as que possuem economia dentre
tica como apoio à compreensão da teoria os melhores cursos e as que apenas o ofere-
com intensidade que considero adequada”. cem, fazendo distinção entre privadas e pú-
blicas. Ao analisar a base de dados comple-
Introdução ta, foram encontradas 117 universidades que
A pesquisa de que trata esta comunicação contém economia dentre as melhores, sen-
oral constitui uma etapa já realizada de um do 59 (50,42%) públicas e 58 (49,57%) priva-
projeto em andamento, aprovado no Edital das. Dentre essas universidades, 15 (12,82%)
Uniicado USP-2015, sob o título: Desenvol- são do Centro Oeste, 5 (4,27%) do Norte, 11
vimento de Atividades e Materiais Inovado- (9,40%) do Nordeste, 48 (41,02%) do Sudes-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 110
total de 31, cerca de 26,49% da base de dados inicial. Das selecionadas, 2 (6,45%) são do
Centro Oeste, 0 (0%) do Norte, 11 (35,48%) do Nordeste, 22 (70,96%) do Sudeste e 4 (12, %)
do Sul, buscando-se manter um grau de representatividade das regiões. A partir disso, foram
te eselecionados
38 (32,47%)130 professores,
do Sul. dentre eles 31 (23,84%)
Após a consolidação de universidades privadas e 99
Resultados
da (76,15%)
base de dados, selecionamos as principais O questionário
de públicas. Sendo 3 (2,30%) do Centro Oeste, 14 (10,76%) também doabria espaço
Nordeste, para
104
universidades resultando em um total de 31, que os pesquisados se manifestassem sobre
(80%) do Sudeste e 9 (6,92 %) do
cerca de 26,49% da base de dados inicial. Sul, destes obtivemos
o uso de71 repostas
técnicas completas
inovadoras e consideradas
na área, obje-
Dasválidas
selecionadas, 2
para análise. (6,45%) são do Centro tivo principal do projeto, indicando abertura
Oeste, 0 (0%) do Norte, 11 (35,48%) do Nor- para adoção de tais técnicas, em geral, po-
deste, 22 (70,96%) questionário também abria espaçorém
do Sudeste e 4 (12,\%) paraadmitindo que não se
que os pesquisados considera o mate-
manifestassem
do Sul, buscando-se manter um grau de re- rial de apoio adequado e/ou não o utiliza
sobre o uso de técnicas inovadoras
presentatividade das regiões. A partir disso, na área, objetivo principal docomo
normalmente, projeto, indicando
já aparece nasabertura
questões
foram selecionados 130 professores, dentre objetivas abaixo. Dois livros
para adoção de tais técnicas, em geral, porém admitindo que não considera o material de foram mais indi-
eles 31 (23,84%) de universidades privadas e cados como livros-texto utilizados por cerca
99 apoio adequado
(76,15%) e/ou não
de públicas. o utiliza
Sendo normalmente,
3 (2,30%) do de como já aparece
65% dos nas questões
entrevistados objetivas da
e, os resultados
abaixo.
Centro Dois14
Oeste, livros foramdo
(10,76%) mais indicados104
Nordeste, como livros-texto utilizados
parte objetiva por cerca de
do questionário 65%
são dos
sintetiza-
(80%) do Sudeste e 9 (6,92\%) do Sul, destes dos na tabela abaixo.
entrevistados e, os resultados da parte objetiva do questionário são sintetizados na tabela
obtivemos 71 repostas completas e conside-
abaixo.
radas válidas para análise.

Informe seu grau de aderência às afirmações sobre a bibliografia


adotada, sendo 1 igual a discordo totalmente e 5, concordo totalmente 1 2 3 4 5
O livro utiliza principalmente instrumental gráfico, o que considero suficiente para
o aprendizado do estudante. 24% 31% 23% 17% 6%
O livro utiliza formalização matemática como apoio à compreensão da teoria
com intensidade que considero adequada. 8% 18% 23% 39% 11%
O livro trata primeiro as questões de flutuações de curto prazo seguidas da
análise do equilíbrio de longo prazo, que considero ser a abordagem mais
didática. 30% 15% 20% 21% 14%
O livro apresenta quantidade suficiente de exercícios para a compreensão dos
conceitos e teorias. 13% 21% 25% 32% 8%
Os exercícios fornecem o aprofundamento necessário para avaliar o
conhecimento dos alunos sobre os conceitos apresentados. 17% 15% 34% 20% 14%
Os exercícios fornecem estímulo para que os alunos pesquisem mais sobre os
assuntos. 10% 28% 31% 24% 7%
O material de apoio ao professor online é adequado (slides, bancos de
questões) e eu normalmente o utilizo em sala de aula. 28% 24% 15% 24% 8%

Elaboração, aplicação e avaliação de materiais didáticos

E-Book “Planejamento do Ensino”: Apoio


para a Formação de Estudantes do Curso de
Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Fernanda dos Santos Nogueira de Góes; Luciane Sa de Andrade; Adriana Katia
Corrêa; Maria José Clapis; Maria Conceição Bernardo de Mello e Souza;
Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves; Marta Angélica Iossi Silva; Rosangela
Andrade Aukar de Camargo
fersngoes@eerp.usp.br.

Resumo construção do e-book foram utilizados qua-


Objetivo: Relatar a construção de material tro fases sequenciais: deinição do escopo,
digital (e-book) sobre planejamento do en- planejamento, produção e implementação.
sino no contexto da Educação Básica e Pro- Resultados: foi produzido um e-book de 11
issional em Enfermagem para ser utilizado páginas, no qual foi reunido texto e mídias
como recurso auxiliar por alunos de gradu- como links para vídeos armazenados na in-
ação em enfermagem. Metodologia: Para a ternet. A validação de conteúdo e aparência
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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foi realizada por 08 especialistas. Conclu- Cabe ressaltar que a produção do material
sões: desenvolver o material digital possibi- didático digital foi viabilizada por apoio da
litou a integração de professores e poderá Pró-Reitoria de Graduação da Universidade
contribuir para suprir a lacuna existente de de São Paulo.
materiais educativos e inovação no processo
ensino aprendizagem da formação em licen- Metodologia
ciatura em enfermagem além de atender ao Foi utilizado referencial pedagógico da
novo peril de alunos que se apresenta. problematização, considerando o aluno
Palavras-Chave: Educação em enferma- como ser político, social, intelectual, livre e
gem; Planejamento de Ensino: E-book. autônomo (FREIRE, 2003).
Para o desenvolvimento tecnológico do
Introdução material didático foi utilizado o modelo pro-
As diretrizes curriculares para os cursos de posto por Bernardo (1996). Esse Modelo
graduação em enfermagem apresentaram apresenta quatro fases sequenciais de de-
novas possibilidades para a proissão, desa- senvolvimento: deinição do escopo, plane-
iando enfermeiros e enfermeiras para um jamento, produção e implementação, o que
processo de (re)construção de suas identi- facilita didaticamente a construção.
dades, até então muito ligadas ao contexto
hospitalar, ao modelo biomédico e à atenção Resultados
curativa. Na deinição do escopo o grupo de do-
A esse contexto soma-se que o curso de centes decidiu estruturar o conteúdo do ma-
Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem terial didático digital (e-book) considerando
da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/ as etapas de elaboração de uma aula/disci-
USP traz os desaios de formar professores, plina: identiicação, objetivos educacionais,
renovando metodologias e formas de inte- conteúdos de ensino, métodos e estratégias
grar as diferentes disciplinas e também a su- e avaliação. Também foram integrados tex-
peração da lógica disciplinar de formação. tos, imagens, vídeos, links para a internet.
Do mesmo modo, na sociedade da infor- Na apresentação do e-book, optou-se pela
mação, o modelo de educação deve pre- utilização de um vídeo apresentando ao alu-
conizar um ensino que considere o aluno no o propósito do e-book. No planejamento
como sujeito ativo e capaz de determinar o foi feita a opção pelo desenvolvimento do
seu autoaprendizado, bem como favorecer a conteúdo em diferentes linguagens compu-
experimentação, o pensamento relexivo, o tacionais compatíveis para sistemas Ipads®,
levantamento e a solução de hipóteses, com Android® e também Moodle Stoa da USP e
estratégias interativas e participativas (FON- também a deinição de conteúdos e mídias
SECA, 2009). que foram incluídas. A produção foi realiza-
Nesta perspectiva o desenvolvimento de da por uma equipe técnica, a qual reuniu o
conteúdos didáticos que utilizem suportes conteúdo, adequou layout e realizou ajus-
tecnológicos que podem ampliar a ação do tes inais. A validação foi realizada por 08
professor, comportar conteúdos para apro- especialistas em conteúdo os quais foram
fundamento e ixação de conhecimentos convidados para navegar no ebook e res-
trabalhados no contexto da aula universitária ponder a um questionário disponibilizado
podem estimular a formação de estudantes no MoodleStoa. No momento alguns erros
que atendam as diretrizes nacionais e inter- estão sendo corrigidos e o e-book será im-
nacionais de ensino. plementado via Ipads (adquiridos para esse
Assim, tem-se a proposta de relatar a pro- im) e publicação na Apple Store, PlayStore e
dução de material digital (e-book) sobre pla- Moodle Stoa.
nejamento do ensino no contexto da Edu-
cação Básica e Proissional em Enfermagem Discussão
para ser utilizado como recurso auxiliar por As tecnologias aumentam as possibilida-
alunos de graduação em enfermagem. des de aprofundamento de conhecimentos
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 112
que não estariam dependentes apenas da re- BERNARDO, V. Metodologia para desen-
lação face a face entre alunos e professores, volvimento de projeto multimídia aplicado
considerando que a aprendizagem poderia ao ensino da medicina. 1996. 124 f. Disser-
ocorrer em ambientes que transcendem a tação (Mestrado) – Escola Paulista de Medi-
sala de aula (ALONSO, 2005). Esta ação re- cina, Universidade Federal de São Paulo, São
quer a elaboração de materiais especíicos, Paulo, 1996.
onde o corpo docente numa ação planejada COGO, A. L. P. Construção coletiva do co-
no contexto de seus cursos, buscaria codii- nhecimento em ambiente virtual: aprendi-
car as mensagens pedagógicas, apresentan- zagem da anamnese e do exame físico de
do-as em diferentes formas, segundo o meio enfermagem. 2009. 161 f. Tese (Doutorado
técnico escolhido (ALONSO, 2005). em Enfermagem) – Escola de Enfermagem,
Assim, vislumbra-se que em ambiente de Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
educação auxiliado por materiais didáticos Porto Alegre, 2009.
digitais a enfermagem pode se beneiciar FONSECA, L. M. M. et al. Inovação tecnoló-
de práticas pedagógicas nas quais o aluno é gica no ensino da semiotécnica e semiologia
sujeito de seu aprendizado, o qual pode ser em enfermagem neonatal: do desenvolvi-
cooperativo, facilitando o convívio mútuo mento à utilização de um software educa-
(COGO, 2009). cional. Texto e Contexto Enfermagem, Flo-
A utilização da tecnologia no processo de rianópolis, v. 18, p. 549-558, 2009.
ensino-aprendizagem está plenamente jus- FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: sa-
tiicada se levar em conta que um dos ob- beres necessários à prática educativa. 28.ed.
jetivos básicos da educação é preparar os São Paulo: Editora Paz e Terra, 2003.
estudantes para serem cidadãos de uma MAIZTEGUI, A. et al. Papel de la tecnología
sociedade plural, democrática e tecnologi- en la educación cientíica: una dimensión
camente avançada (MAIZTEGUI et al., 2002). olvidada. Revista Iberoamericana de
Educación, n. 28, 2002. Disponível em http://
Conclusões www.campus-oei.org/. Acesso em 10 de abril
Foi possível integrar diferentes professores de 2008.
para discussão e consenso de bases teóricas
que estruturam o plano de aula. Além disso,
a produção dessa tecnologia digital propor-
cionará aos discentes conteúdos didáticos
relacionados à formação docente os quais
possam ser disponibilizados em tecnologias
móveis favorecendo o uso e atendendo ao
novo peril de alunos que se apresenta.
A produção do e-book “Planejamento do
Ensino”, ao considerar as inúmeras possibi-
lidades do uso da tecnologia na educação,
colaborou para suprir a lacuna existente pela
escassez de materiais educativos e inovação
no processo ensino aprendizagem da forma-
ção em licenciatura em enfermagem.

Referências
ALONSO, K.M. Algumas considerações so-
bre educação a distância, aprendizagens e a
gestão de sistemas não presenciais de ensi-
no. In: Preti, O. et alii (org.). Educação a dis-
tância: ressigniicando práticas. Brasília: Liber
Livro Editora, 2005.
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Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação

Mineração de Dados Educacionais


na Identiicação de Alunos com
Alto Risco de Evasão
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Luciano Antonio Digiampietri, Fábio Nakano, Marcelo de Souza Lauretto
fabionakano@usp.br

Introdução icador tenta identiicar se esse aluno irá ou


A evasão de estudantes no Ensino Supe- não se formar. Foram obtidos 1.027 históri-
rior é uma questão crítica nas universidades cos acadêmicos de ex-alunos do Bacharela-
brasileiras, tendo como consequências a for- do em Sistemas de Informação da USP, sendo
mação de proissionais abaixo da capacida- que 627 se formaram e 400 foram desligados
de instalada (limitando, portanto, o impacto compulsoriamente. A inalidade dessa base
social das instituições), frustração dos alunos foi construir classiicadores capazes de dis-
que não conseguem concluir sua graduação tinguir adequadamente entre os egressos e
e signiicativo desperdício de recursos. Par- os desligados, a im de prever com boa taxa
ticularmente na Escola de Artes, Ciências e de acerto se um novo aluno (não pertencen-
Humanidades (EACH/USP), a taxa estimada te a esse conjunto) teria alto ou baixo risco
de evasão em 2013 foi de 12%, enquanto no de evasão. Três variáveis (atributos) foram
Bacharelado em Sistemas de Informação da inicialmente consideradas como preditores:
EACH/USP essa a taxa foi de 13,3%. Além da a nota obtida pela primeira vez que o aluno
ampla pesquisa corrente sobre as causas da cursou a disciplina; o semestre em que o alu-
evasão, há um crescente interesse em ferra- no obteve nota 3,0 ou superior na disciplina;
mentas de acompanhamento individual da e o semestre em que o aluno foi aprovado na
trajetória e desempenho dos estudantes, disciplina. Foram utilizados os seletores de
para a identiicação precoce daqueles com atributos e o classiicador Rotation Forest dis-
alto potencial de desistência ou desliga- poníveis no arcabouço Weka. Para se obter
mento compulsório. Tais instrumentos têm classiicadores capazes de identiicar preco-
importância tanto na tomada de ações in- cemente (no inal do 1o ano) alunos com alto
dividuais (aconselhamento e orientação do risco de evasão, foram consideradas apenas
aluno) como também na previsão de reten- as cinco disciplinas especíicas do primeiro
ções futuras, planejamento de oferecimento ano do curso: ACH0021- Tratamento e Aná-
de turmas extras, entre outras. lise de Dados/Informações; ACH2001-Intro-
dução à Programação; ACH2011-Cálculo I;
Objetivo ACH2002-Introdução à Análise de Algorit-
Neste trabalho apresentamos uma me- mos; e ACH2012-Cálculo II.
todologia baseada em mineração de dados
para a identiicação de alunos com elevado Resultados
risco de evasão, com base em seu histórico A Tabela 1 apresenta as acurácias con-
escolar nas disciplinas do primeiro ano do siderando as disciplinas individualmente
curso. e alguns subconjuntos de disciplinas e de
acordo com as três variáveis analisadas. As
Método células são coloridas em uma escala do ver-
A identiicação de alunos com alto risco de melho para o verde, em ordem crescente de
evasão foi modelada como um problema de acurácia. Observa-se que, individualmente,
classiicação binária, no qual, dadas as infor- a disciplina Introdução à Análise de Algorit-
mações do histórico de um aluno, o classi- mos (ACH2002) é a que permite uma classi-
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A Tabela 1 apresenta acurácia considerando as disciplinas individualmente e
alguns subconjuntos de disciplinas e de acordo com as três variáveis analisadas. As células
icação mais precisa,
são coloridas em umseguida
escala por Cálculo IIpara o Conclusões
do vermelho verde, em ordem crescente de acurácia.
(ACH2012). Também nota-se que a informa- Dentre as diversas atividades que visam a
Observa-se que, individualmente, a disciplina Introdução à Análise de Algoritmos
ção que tornou a classiicação acurada foi o reduzir a evasão está a identiicação preco-
(ACH2002) é a que permite
semestre em que o aluno foi aprovado emuma classificação maisalunos
ce dos precisa,
comseguida
maior por Cálculo II de
probabilidade
ACH2002,
(ACH2012).comTambém
acurácianota-se
acima quede 89%. Ou
a informação evasão. Nestea trabalho
que tornou foi apresentada
classificação acurada foi ouma
seja, sabendo-se em qual semestre o alu- metodologia baseada em mineração de da-
nosemestre em quenesta
foi aprovado o aluno foi aprovado
disciplina, em ACH2002,
é possível com acurácia
dos para classiicaracima de 89%.
alunos Ou seja,
quanto ao seu
prever, com 89%
sabendo-se de precisão,
em qual semestre se o aluno
o aluno foi irá risco
aprovado de evasão,
nesta a partir
disciplina, de seu
é possível histórico
prever, com es-
ou não se formar. Para os conjuntos com colar. Com base nos históricos acadêmicos
89%dedeuma
mais precisão, se o aluno
disciplina, irá ouque
observa-se não osse formar. Para osdoconjuntos
de alunos Bachareladocom de
maisSistemas
de uma de
disciplina,
melhores observa-se
conjuntos sãoque os melhores
aqueles formados conjuntos são aqueles
Informação formados foram
da EACH-USP, por todas as
construí-
por todas as disciplinas (obtendo acurácia dos modelos capazes de predizer o resul-
disciplinas (obtendo acur de 91,72% para o semestre em que o aluno obteve aprovação
de 91,72% para o semestre em que o alu- tado do aluno no curso com uma acurácia
nonessas
obtevedisciplinas)
aprovaçãoe nessas
o conjunto formadoe por
disciplinas) o ACH2002
superior ea ACH2012 (obtendo acurácia
90%. O desempenho obtidodeé si-
conjunto formado por ACH2002 e ACH2012 milar aos encontrados na literatura e motiva
91,63% considerando o mesmo tipo de informação).
(obtendo acurácia de 91,63% considerando o aprofundamento e extensão dos estudos
o mesmo tipo de informação). realizados.

ACH 0021, ACH ACH ACH


ACH ACH ACH ACH ACH ACH 0021,
2001, 2011, 2001, 2002, 2001,
0021 2001 2011 2002 2012 2001, 2011.
2002, 2012. 2011. 2012. 2002.

Nota obtida 65,92% 74,10% 69,13% 82,28% 75,95% 70,30% 79,07% 71,18% 79,84% 78,09%
Semestre da
obtenção da 67,09% 76,83% 76,05% 84,62% 82,47% 81,01% 88,32% 81,30% 87,83% 84,32%
nota 3,0
Semestre de
68,06% 76,34% 76,05% 89,09% 86,76% 79,65% 91,72% 79,55% 91,63% 88,22%
aprovação

Tabela 1 – %Acertos na predição de evasão em função dos atributos e conjuntos de disciplinas


Dentre as diversas atividades que visam a reduzir a evasão está a identificação
precoce dos
Avaliação alunos comdemaior
e Indicadores probabilidade
aprendizagem de evasão. Neste trabalho foi apresentada uma
na graduação

metodologia baseada em mineração de dados para classificar alunos quanto ao seu risco de
Análise Quantitativa para Revisão de
evasão, a partir de seu histórico
Pré-requisitos na Matriz escolar. Com base nos históricos
Curricular acadêmicos de alunos do
do Curso
Bacharelado
de Sistemas de Sistemas
de deInformação
Informação da EACH-USP, foram construídos modelos capazes
da EACH/USP
de predizer
Escola o resultado
de Artes, Ciênciasdoealuno no curso com
Humanidades da uma acurácia superior
Universidade de SãoaPaulo
90%. O desempenho
Marcelo
obtidodeé Souza
similarLauretto, Luciano Antonio
aos encontrados Digiampietri,
na literatura e motivaFábio Nakano
o aprofundamento e extensão dos
marcelolauretto@usp.br
estudos realizados.
Introdução dada disciplina, diminuindo assim suas chan-
A reprovação sucessiva em disciplinas ces de reprovação na mesma.
pode ser um gatilho para que alunos eva-
dam de um curso de graduação. Uma causa Objetivo
potencial de reprovação em uma disciplina é Este artigo apresenta um estudo de caso
a falta de preparo adequado do aluno, que de uma análise quantitativa de desempe-
poderia ser propiciado nas disciplinas pre- nhos em disciplinas, conduzido sobre os his-
viamente cursadas. Assim, a alteração de tóricos escolares dos alunos do Bacharelado
pré-requisitos pode ser utilizada para ga- em Sistemas de Informação da USP. A análi-
rantir uma melhor base de conhecimentos se é baseada em indicadores de associações
ao aluno antes deste matricular-se em uma visando a identiicar potenciais relações de
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 115
dependências entre disciplinas e, dessa for- tre os que foram aprovados em COO. Esses
ma, apoiar revisões nos pré-requisitos ado- dois resultados são indicativos de possível
tados no Projeto Pedagógico do Curso. necessidade de inclusão de novos pré-requi-
sitos na grade curricular do curso: Cálculo II
Método como pré-requisito para Matemática Discre-
O estudo de caso foi conduzido a partir de ta e Computação Orientada a Objetos como
históricos acadêmicos de 1.361 alunos com pré-requisito para Organização de Compu-
matrículas ativas ou egressos do Bachare- tadores Digitais. Esses achados deverão ser
lado em Sistemas de Informação da EACH/ validados com base na análise das ementas
USP, ingressantes entre 2005 e 2015. Os de- das disciplinas e na consulta aos docentes
sempenhos dos alunos foram confrontados responsáveis pelas disciplinas.
par a par de disciplinas (Da, Dd), com o ob- Parte das estratégias de análise aqui apre-
jetivo de identiicar potencial dependência sentadas já haviam sido aplicadas em 2009,
da disciplina Dd em relação ao conteúdo an- e auxiliaram na revisão do pré-requisito en-
teriormente aprendido na disciplina Da. Para tre Cálculo I e Cálculo II. Até 2009, Cálculo II,
avaliar a associação entre as disciplinas Da e que tinha uma taxa de reprovação média de
Dd, calculou-se o risco relativo de reprovação 30,4%, possuía Cálculo I como pré-requisito
na disciplina Dd de um aluno que não tenha fraco. A análise dos históricos acadêmicos de
atingido o pré-requisito fraco na disciplina 2005 a 2009 indicou que o risco de reprova-
Da (ou seja, não cursou ou tirou nota infe- ção em Cálculo II entre aqueles que tinham
rior a 3,0 em Da) em relação a um aluno que obtido notas entre 3,0 e 5,0 em Cálculo I era
foi aprovado em Da. Essa medida é calculada 2,86 vezes maior do que o dos alunos que ti-
por: vessem sido aprovados em Cálculo I. A partir
RR03/Apr = %ReprDd|03Da ÷ %ReprDd|AprDa, dessa constatação, o pré-requisito de Cálculo
Onde %ReprDd|03Da é a porcentagem dos I para Cálculo II foi alterado para forte, com
alunos reprovados na disciplina Dd dentre os uma redução de 52,6% na taxa de reprovação
que não cursaram ou obtiveram notas infe- em Cálculo II entre 2010 e 2015. Nota-se que
riores a 3,0 na disciplina Da e %ReprDd|AprDa essa expressiva redução parece conirmar a
é a porcentagem dos alunos reprovados na hipótese de que a obrigatoriedade de o aluno
disciplina Dd dentre os que foram aprova- obter uma base mais sólida em Cálculo I antes
dos na disciplina Da. Ao todo foram analisa- de se matricular em Cálculo II diminui seu ris-
dos 1.260 pares de disciplinas. Para garantir co de reprovação nesta disciplina, conforme
maior robustez à análise, foram consideradas sugerido pela análise realizada.
exclusivamente as disciplinas especíicas do
curso (obrigatórias ou optativas) nas quais Conclusões
ao menos 15% dos alunos do estudo tives- Este trabalho apresentou uma abordagem
sem se matriculado. quantitativa, conduzida no Bacharelado em
Sistemas de Informação da USP, para o cálcu-
Resultados lo do risco relativo de se cursar uma discipli-
As análises permitiram observar duas si- na dado o desempenho dos alunos em dis-
tuações relevantes: a primeira é que o risco ciplinas anteriores. A abordagem empregada
de reprovação em Matemática Discreta (MD) é facilmente replicável em diversos cursos e
dentre os que não cursaram ou obtiveram universidades, tendo auxiliado na revisão de
nota inferior a 3,0 em Cálculo II é igual a 5,8 pré-requisitos de duas disciplinas do curso.
vezes a chance de reprovação entre os que Trabalhos futuros deverão incluir medidas de
haviam sido aprovados em Cálculo II; a se- desempenho normalizadas para a inluência
gunda é que o risco de reprovação em Or- de aptidões individuais dos alunos nos re-
ganização de Computadores Digitais (OCD) sultados, bem como incluir intervalos esta-
dentre os que tiraram nota inferior a 3,0 em tísticos para a obtenção de indicadores mais
Computação Orientada a Objetos (COO) é robustos e menos suscetíveis à variabilidade
igual a 4,1 vezes a chance de reprovação en- induzida por subgrupos muito pequenos.
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Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação

A Avaliação de Competências e as Estratégias


Utilizadas em Atividades Clínicas Simuladas
na Graduação em Saúde: Scoping Review
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Fernanda Berchelli Girão Miranda, Alessandra Mazzo, José Carlos Amado Martins,
César Eduardo Pedersoli, César Kayzuka Cotta Filho, Anaísa Bianchini
fernanda.berchelli@usp.br

Introdução Sul, dois (15%) do Brasil. Entre os estudos


Nos últimos anos, dentre as inúmeras es- avaliados sete (54%) foram realizados com
tratégias que tem sido utilizadas para o al- graduandos de enfermagem e quatro (31%)
cançar o desenvolvimento de competências de medicina, na maioria dos estudos foi utili-
de estudantes na área da saúde, destaca-se zada a metodologia quase-experimental. Os
o uso da simulação clínica. A avaliação de principais itens que compõem avaliação de
competência pode ser descrita como um competências foram: conhecimento, habili-
processo contínuo, que envolve habilidades dades técnicas e não técnicas, comunicação,
técnicas, raciocínio clínico, capacidade de re- proissionalismo, exame físico/ atendimento
solver problemas, comportamento psicoló- clínico, liderança, tomada de decisão, atitu-
gico e social para se adaptar aos novos am- de e gestão. Em relação as estratégias para a
bientes e condições. avaliação os estudos utilizaram OSCE (Objec-
tive Structured Clinical Examination), cená-
Objetivos rios simulados de alta idelidade (cuidados
Identiicar na literatura publicada como primários, comunicação, materno infantil,
se realiza a avaliação de competências dos cardiologia, pacientes críticos e emergência)
graduandos da área da saúde em atividades e vídeos/entrevista. A maioria dos estudos
clinicas simuladas. utilizaram pacientes simulados e simulado-
res de alta idelidade.
Metodologia
Estudo realizado através de Scoping Re- Conclusões
view proposta pelo Instituto Joanna Briggs Os estudos mostram que a avaliação de
(JBI). As buscas foram realizadas nas bases alunos durante a formação em ambientes
Web of Science, PubMed, LILACS, CINAHL clínicos simulados, possui grande valia por
e SCOPUS, com os descritores do DeCS e acontecer em um ambiente seguro, contro-
MeSH. Com base na questão que respon- lado e ético. Os estudos apresentaram a ava-
de o objetivo do estudo, para a seleção dos liação de competência, porém, não apresen-
artigos foram utilizadas as estratégias PICO tam a avaliação de maneira estruturada, com
(P=alunos; I=atividade simulada; O=avalia- o alicerce nas três dimensões distintas que
ção de competências) Assim, 2.936 estudos deinem o conceito de competência, como
foram encontrados, destes 13 selecionados os conhecimentos, habilidades e atitudes em
por responderem a questão da pesquisa. um único individuo.

Resultados
Os artigos foram publicados entre o pe-
ríodo de 2003 a 2015, sendo 11 estudos na
língua inglesa e dois na língua portuguesa,
seis estudos (46%) provenientes dos Estados
Unidos da América, três (23%) da Coreia do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação

Satisfação e Autoconiança de
Graduandos de Enfermagem com
Práticas Clínicas Simuladas
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Alessandra Mazzo1, Juliana Constantino Franzon1, Rodrigo Guimarães de Almeida1,
Fernanda Berchelli Girão Miranda1, Rui Carlos Negrão Baptista2
amazzo@eerp.usp.br

Introdução factionand Self-Conidence in Learning), já


A simulação sempre esteve presente na traduzida e validada no Brasil. O instrumen-
formação dos proissionais da área de saúde. to têm como objetivo mensurar a satisfa-
Todavia, após o desenvolvimento da ciberné- ção e autoconiança adquirida através da
tica e da aeronáutica, tem possibilitado o uso simulação. Os dados foram coletados du-
e o incremento de recursos que superam as rante um Workshop teórico-prático sobre
antigas estratégias e levam a uma ininidade “Assistência de enfermagem na necessidade
de possibilidades na formação do proissio- de eliminação”. O evento contou atividades
nal. Tem o propósito de praticar, aprender, teórico-práticas com práticas simuladas de
avaliar, testar ou desenvolver a compreensão baixa de alta idelidade e seus respectivos
dos sistemas ou ações humanas. Proporcio- debrieings. Os dados foram analisados no
na aos estudantes corrigir seus erros sem ris- programa SPSS (Statistical Package for So-
cos ao paciente e melhora o desempenho, cial Science). Foi utilizada estatísticas des-
evitando as falhas e as diiculdades e têm critiva e testes paramétricos. Foi assumido
sido associada a elevados níveis de auto- como valor crítico de signiicância p<0,05.
coniança e satisfação. A satisfação e a auto- Este projeto foi aprovado pelo Comitê de
coniança diante da simulação clínica é uma Ética em Pesquisa da EERP/USP, sob Parecer
boa forma de avaliar o processo de ensino 119/2016.
aprendizagem, o que pode gerar melhorias
na qualidade do ação. Resultados
Participaram do estudo 82 graduandos de
Objetivo enfermagem. Entre eles 74 (90,2%) eram do
Identiicar as implicações do uso da simu- gênero feminino e 8 (9,8%) do gênero mas-
lação da baixa de alta idelidade na satis- culino. Quanto a idade, a média foi de 22,8
fação e na autoconiança do estudante de anos, a mediana de 21 anos, a idade mínima
graduação em Enfermagem nos cuidados de 18 anos e a máxima de 38 anos. A maior
às eliminações. parte dos estudantes cursavam o 2o (53,7%).
A média dos conceitos auto atribuídos pelos
Metodologia estudantes no assunto do workshop antes
Estudo quantitativo quase-experimental, das atividades foi 5,2 e após as atividades
realizado com 82 alunos de graduação em de 8,5. A ESAA demonstrou adequação na
enfermagem, maiores de 18 anos. Como cri- aplicabilidade (Alfa Cronbach 0,849). Foram
tério de inclusão no estudo os alunos deve- elevados os valores e houve aumento signii-
riam ter como pré-requisito o curso de dis- cativo da satisfação e da autoconiança após
ciplina de Semiologia e Semiotécnica. Para a simulação de alta idelidade. Os dados re-
a coleta de dados foi utilizado um questio- lacionados a satisfação e autoconiança en-
nário e Escala de Satisfação e Autoconian- contram-se na Tabela 1.
ça no Aprendizado (ESAA) (Student Satis-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 118
Baixa Fidelidade Desvio
N Média Padrão Mínimo Máximo
Satisfação 82 4,6 0,378 3,7 5,0

Autoconiança 82 4,1 0,485 2,3 5,0

Alta Fidelidade
Satisfação 82 4,8 0,307 3,3 5,0

Autoconiança 82 4,4 0,513 2,3 5,0


Estatística do teste
Simulação baixa X alta idelidade p valor
(Teste t)
Satisfação -5,287 0,000
Autoconiança -6,342 0,000

Tabela 1. Valores atribuídos para a satisfação e autoconiança com a simulação de baixa e de alta
idelidade segundo a ESAA. Ribeirão Preto, 2016.

Conclusão minação. Tais fatos indicam que para o ensino


O uso da simulação clínica tem proporcio- da avaliação das necessidades de eliminação
nado elevados níveis de conhecimento, satis- é recomendado além do treino de habilida-
fação e autoconiança entre os estudantes de des o uso de cenários complexos representa-
enfermagem. Nesse estudo quando compa- dos pela simulação de alta idelidade.
radas a simulação de baixa idelidade com a
simulação de alta idelidade, foi identiicado Referência
na simulação de alta idelidade, maiores ní- MARTINS, J. C. A.; MAZZO, A. et al. A si-
veis de autoconiança e satisfação dos estu- mulação no ensino de enfermagem. Ribeirão
dantes na avaliação das necessidades de eli- Preto : SOBRACEN, 2014, v.1. p. 306.

Experiência em sala de aula

Uso de Oicinas Temáticas no Ensino


de Ciências Agrárias Promovendo
a Motivação e a Criatividade
Laboratório de Ensino de Sociologia da Universidade de São Paulo
Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo
Rosebelly Nunes Marques1, Naissa Maria Silvestre Dias2
rosebelly.esalq@usp.br

Resumo avaliação. Os resultados apresentam ganhos


Este trabalho apresenta a experiência pe- positivos na metodologia adotada, promo-
dagógica realizadas nas aulas da disciplina vendo a criatividade dos alunos e trazendo
LES 0342 - Instrumentação para o Ensino de motivação para as aulas.
Ciências Agrárias, no uso de oicinas temáti-
cas para elaborar e avaliar o kit didático pro- Introdução
duzido pelos alunos, como instrumento de A formação prática do Engenheiro Flores-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 119
tal e Agronômico é desenvolvida ao longo do os kits produzidos pelo grupo, para ajustes e
curso em diversas disciplinas contempladas reorganização, com sugestões dos próprios
em seu projeto político pedagógico, promo- colegas e 4)Oicina de Kits inais, quando os
vendo a capacidade técnico-cientíica e sólida kits elaborados foram reajustados, atenden-
formação de conteúdos especíicos. A for- do as sugestões feitas pelos grupos, pela do-
mação destes proissionais envolve analisar cente e pela estagiária PAE.
problemas, propor soluções objetivas, desen-
volver a liderança e a capacidade de trabalhar Resultados e Discussão
em equipe. Para contribuir para os processos O que se observa é que cada oicina cola-
educativos e formação humana dos enge- bora com um processo importante na forma-
nheiros, o curso de Licenciatura em Ciências ção destes futuros proissionais. A oicina 1
Agrárias da ESALQ/USP destaca preparação teve apenas o propósito de apresentar como
para atender a demanda na área de educação. se utiliza um recurso para ensinar conteúdos,
A disciplina LES 0342 - Instrumentação para como materiais pedagógicos, jogos didáti-
o Ensino de Ciências Agrárias tem por obje- cos, experimentos, cartilhas, etc. Nota-se que
tivo apoiar e impulsionar o desenvolvimen- por compor alguns kits comerciais, há certa
to de recursos didáticos que sejam auxiliem desmotivação dos alunos, por se considera-
o processo de ensino e aprendizagem dos rem muito aquém de produzir algo naque-
conteúdos da área de ciências agrárias. O pla- les formatos. Há ainda neste momento uma
nejamento da disciplina consiste em traduzir grande parte que não está convencido em
em termos concretos e operacionais as ações fazer o kit de maneira prazerosa. Na oicina
do professor em sala de aula para orientar os 2, conhecem materiais elaborados por outros
alunos a atingirem os objetivos educacionais colegas que cursaram a disciplina em outros
propostos. Este trabalho tem por foco prin- anos, tendo um processo reverso, aparece a
cipal discutir a experiência metodológica no motivação intrínseca, ou seja, prazer vincula-
uso de oicinas temáticas para desenvolver a do ao processo de construir seu próprio kit.
criatividade através de práticas motivadoras Discutem, criam e também começa a surgir a
em sala de aula. O público foram alunos de criatividade. Na Oicina 3, a motivação extrín-
Engenharia Floresta e Agronômica, que cur- seca domina, pois a ação de elaborar seu kit
sam Licenciatura em Ciências Agrárias. está vinculada a conseguir um bom resultado.
Isso é bastante positivo, pois mesmo ouvindo
Metodologia as sugestões dos colegas, na interação dos
Um dos instrumentos avaliativos da disci- kits, todos estão interessados em saber o que
plina é a confecção de um kit didático (em podem melhorar no seu material e apresentar
grupo) que seja motivador para o ensino de na oicina 4.
conteúdos agrários e facilite a aprendiza-
gem. Os alunos nas aulas teóricas conhecem Considerações Finais
aspectos da prática docente e de metodo- O uso das oicinas trouxe aspectos posi-
logias para o ensino. Na parte prática são tivos em relação ao trabalho em grupo, li-
convidados a participar de oicinas e ativi- derança, autonomia e principalmente o de-
dades práticas. As oicinas temáticas são or- senvolvimento da criatividade dos alunos,
ganizadas em quatro momentos: 1)Oicina pouco explorado durante a graduação, pelas
Diagnóstica, em que os alunos têm contato aulas, em sua maioria, expositivas. A tomada
com diversos recursos didáticos produzidos de decisões e o empreendedorismo foram
de vários conteúdos (química, física, biolo- aspectos também observados, alguns alunos
gia, matemática, etc), e alguns em formato querem socializar seus kits em escolas e na
comercial; 2)Oicina de aproximação, em própria universidade. Em suma, metodolo-
que os alunos interagem com kits produzi- gias que proporcionem a participação ativa
dos pelos colegas que já cursaram a disci- do aluno, em que há um comprometimento
plina em outros oferecimentos; 3)Oicina de mútuo dos envolvidos tem se mostrado efe-
Protótipos, quando apresentam para a sala tiva, garantindo a aprendizagem efetiva.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 120
Experiência em sala de aula

Avaliação Heurística Colaborativa para


Ensino de Usabilidade em Sistemas Interativos
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
André de Lima Salgado1 e Renata Pontin de Mattos Fortes2
1
alsalgado@usp.br, 2renata@icmc.usp.br

Métodos de avaliação de usabilidade são princípios de usabilidade (heurísticas) - por


de papel essencial no ciclo de desenvolvi- múltiplos especialistas que, após a inspeção,
mento de software interativo. Usabilidade é se reúnem para discutir os problemas de
um conceito fundamental na área de IHC (In- usabilidade encontrados (NIELSEN; MOL-
teração Humano-Computador) que propicia ICH, 1990). Nesse contexto, as heurísticas se
uma visão integrada sobre a utilidade, a fac- apresentam como regras práticas e simplii-
ilidade de uso e satisfação no uso dos siste- cadas, que representam uma orientação re-
mas. Ensinar esse conceito em uma discipli- sumida sobre boas práticas de usabilidade.
na requer formas para sensibilizar o caráter Observa-se que, em geral, heurísticas são ex-
subjetivo de se analisar os fatores humanos pressadas de modo genérico, suscitando dif-
inluenciados por sistemas com pouca us- erentes interpretações, as quais, nem sempre
abilidade. Neste contexto, os métodos para possuem indicação de estarem certo ou er-
avaliação de usabilidade podem ser classii- rado; tal atribuição requer que os alunos de
cados em relação à participação de usuários Computação sintam-se coniantes para ex-
inais durante a condução dos mesmos. Os pressarem seus pontos de vista. Existem, ain-
métodos que requerem a participação de da, indícios da escassez de proissionais com
usuários inais são conhecidos como “aval- larga experiência na área de usabilidade no
iação com base em usuários” e os que re- mercado brasileiro (UXPA CURITIBA, 2016).
querem a participação de especialistas na Portanto, a formação de proissionais quali-
inspeção da usabilidade de interfaces, sem a icados na área de usabilidade é uma impor-
presença de usuários inais, são conhecidos tante via para potencializar as capacidades
como “inspeção por especialistas”. A escolha de tais organizações no desenvolvimento
do método mais adequado para avaliação da de software usáveis. Essa formação também
usabilidade, durante diferentes estágios do representa um diferencial valioso no currícu-
ciclo de desenvolvimento da interface, deve lo de proissionais recém formados. Nesse
ser feita com base em critérios como ética e contexto, iniciativas que visem melhorar a
custo. É comum aplicar métodos de inspeção formação de proissionais da área de usabil-
por especialistas durante os estágios iniciais idade são bem vindas tanto para o mercado
do ciclo de desenvolvimento, visto que estes brasileiro quanto para a academia. Recen-
estágios apresentam protótipos de baixa i- temente, Petrie e Buykx (2010) propuseram
delidade, nos quais poucas funcionalidades uma variante colaborativa para a AH. No
foram implementadas, fato que pode ser método colaborativo, a sessão de inspeção
constrangedor para usuários inais durante é realizada em conjunto, não mais de ma-
métodos de avaliação com base em usuári- neira individual. Assim, as autoras do mét-
os. O método tradicional de Avaliação Heu- odo colaborativo propuseram a utilização
rística (AH) é um dos métodos de avaliação do mesmo como forma de treinamento do
de usabilidade mais populares no mercado avaliadores novatos a partir da composição
e na literatura; ele propõe a realização de de grupos mistos de especialistas e novatos.
inspeções de usabilidade individuais - con- O objetivo deste estudo foi explorar as
siderando-se um conjunto pré-deinido de recomendações de Petrie e Buykx sobre o uso
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 121
de Avaliação Heurística Colaborativa (AHC), A utilização do método de AHC como fer-
disseminadas na literatura cientíica da área ramenta de apoio ao ensino de métodos de
de IHC, para melhoria no acompanhamen- inspeção de usabilidade obteve resultados
to do aprendizado de novatos na prática de iniciais satisfatórios. A professora e o es-
métodos de inspeção. tagiário PAE destacaram que a utilização da
Durante o curso de Interação Usuário-Com- AHC possibilitou um acompanhamento mais
putador (SCC-0260), os alunos da disciplina personalizado dos alunos que constituíam
foram incentivados a se organizar em grupos cada grupo, à medida que eram acompan-
para prática de inspeção de usabilidade com hados de perto, durante suas performanc-
AHC. A partir dessa divisão, a professora da es, para expressarem além de suas dúvidas,
disciplina e o estagiário PAE (ambos com am- também suas interpretações imprecisas so-
pla experiência em usabilidade) acompanha- bre as heurísticas e os respectivos fatores
ram cada grupo durante tempo determinado. problemáticos encontrados nas interfaces.
A estratégia de ensino foi idealizada de modo Dessa forma, foi possível auxiliar com mais
a comprovar resultados cientíicos do método precisão e identiicar as principais diicul-
AHC, mas principalmente almejar uma nova dades encontradas pelos alunos, durante a
proposta de apoio ao processo de aprendiza- realização da inspeção. Segundo os especial-
do por parte dos alunos de curso da área de istas, a utilização colaborativa de um méto-
Computação, que em geral, possuem limitada do de inspeção ofereceu uma nova vertente
experiência com as questões de subjetividade no ensino de usabilidade, permitindo iden-
e fatores humanos no decorrer de sua for- tiicação eiciente (em tempo reduzido) de
mação. Em particular, o objeto utilizado para várias diiculdades encontradas pelos alunos,
ser submetido à avaliação pelos grupos de como: listagem incorreta de problemas, indi-
alunos foi planejado para que fosse um siste- cação errada de heurísticas e atribuição erra-
ma interativo de amplo impacto social. da de graus de severidade.

Experiência em sala de aula

Flipped class no ensino de graduação:


uma experiência na FEA-RP (USP)
Laboratório de Ensino de Sociologia da Universidade de São Paulo
Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo
José Dutra de Oliveira Neto, Gilvania de Sousa Gomes e Luiz Antônio Titton
gigilvania@yahoo.com.br

Os recursos tecnológicos, se conhecidos Introdução


e utilizados adequadamente, podem servir O emprego das tecnologias permite aces-
como instrumentos para aprendizagem ati- sar diferentes estilos de aprendizagem, pois
va ao proporcionarem a interação dos es- os docentes podem valer-se de áudios e ví-
tudantes com os conteúdos de estudo, de deos, com e sem legendas, jogos, quizzes,
forma dinâmica, lúdica e divertida. Além dis- bate-papos e explorar os ambientes virtuais
so, aos alunos tímidos, possibilitam a partici- de aprendizagem para receber atividades
pação intensa em atividades em que possam postadas pelos alunos, dar feedbacks, apre-
manifestar suas dúvidas, opiniões e sugestões sentar o status do desenvolvimento indivi-
sem que seja necessária uma exposição pes- dual e da classe. Também durante as aulas,
soal ante os colegas de classe. Ademais, os os professores podem (e devem) integrar
estudantes tem a possibilidade de realizar em suas explanações, as diversas classes
seus estudos e atividades em horário e local de habilidades presentes nos indivíduos da
de sua preferência, de forma assíncrona. turma e transitar por técnicas de ensino que
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 122
cubram as distintas formas de processar o dade de votos recebida por cada uma delas.
conhecimento, transformando-o em apren- Dessa maneira, os alunos poderiam constatar
dizagem, inventivamente. se suas dúvidas eram semelhantes às dos co-
Então, como poderíamos utilizar tecnolo- legas ou mesmo quais as principais diiculda-
gia para dinamizar as aulas e motivar os es- des a turma encontrou nos estudos prévios e
tudantes a engajar-se na construção de seu no desenvolvimento da lição de casa.
próprio conhecimento? Nosso objetivo aqui Ao professor, o benefício do uso do Sli.
é relatar uma experiência brasileira bem su- do® esteve em poder coletar, previamente
cedida da utilização de tecnologias no pro- à aula, as principais dúvidas ou diiculdades
cesso de ensino-aprendizagem. dos alunos. Estas informações permitem ao
professor preparar e focar a aula nas diicul-
Materiais e Métodos dades dos estudantes.
A experiência foi realizada na Faculdade Durante a aula: No início da aula, o pro-
de Economia, Administração e Contabilidade fessor, ministrou um teste a partir das princi-
de Ribeirão Preto (FEA-RP) da Universidade pais dúvidas ou diiculdades mais votadas no
de São Paulo, no ano de 2015, no curso de programa Sli.do®. Para isto, foi empregado
graduação em contabilidade. A disciplina de o software gratuito EXITix®, com uma inter-
metodologia de pesquisa foi ministrada por face visual que ajudou promover o engaja-
um mesmo professor a duas turmas que to- mento do alunos na atividade, uma vez que
talizaram 78 estudantes. A composição dos os resultados individuais apareciam de forma
participantes foi de 60% do sexo masculino e anônima ,em tempo real, no projetor da sala
40% feminino, com idades similares. de aula.
O professor utilizou, em suas aulas, a me- O professor, por meio do EXITtix®, acom-
todologia da sala de aula invertida. Nesse panhava o desempenho individual dos alu-
formato, antes de cada aula, os alunos tive- nos no computador exclusivo do professor,
ram acesso ao material, previamente dispo- em tempo real, durante a resolução do teste.
nibilizado em uma plataforma virtual. Tam- Na mesma perspectiva, era possível acom-
bém aí, deveriam depositar a respectiva lição panhar o desempenho de toda a classe para
de casa. Nesse momento surge a primeira o conjunto de questões. O mesmo software
possibilidade do uso de um recurso para permitia visualizar a versão do professor, bem
identiicar as principais diiculdades durante como a versão do aluno.
a fase de estudos autônomos. O resultado do teste permitiu fazer o le-
Para ajudar a responder a essas questões, o vantamento dos conhecimentos individuais
professor propôs uma atividade que consis- em relação as dúvidas elencadas pelo estu-
tia na postagem de dúvidas ou diiculdades dantes no software SLI.DO e customizar as
sobre a atividade a ser desenvolvida antes da atividades a serem desenvolvidas em sala de
aula. Além disto, foi solicitado que os alunos aula para sanar as dúvidas dos estudantes.
votassem as diiculdades postadas pela clas- Ou seja, a aula é focada nas diiculdades dos
se. Foi utilizado, para isso, um software cha- alunos e o papel do professor passa a ser o
mado Sli.do® em sua versão gratuita. de facilitador no processo de aprendizagem.
Antes da aula: Utilizando o programa on- As atividades em sala de aula foram foca-
line Sli.do® seja no smartphone ou no com- das nas dúvidas postada pelos estudantes.
putador, as dúvidas foram postadas de forma A proposta da atividade era que os alunos,
anônima ou identiicada. Além disto, os es- sem a ajuda do professor, poderiam resolver
tudantes registravam seu voto naquelas dú- todas as dúvidas como uma comunidade de
vidas ou diiculdades que consideram como aprendizagem. A proposta era avaliar o papel
mais importantes em relação ao assunto da da colaboração na solução de dúvidas dos
atividade a ser desenvolvida em casa. O sof- estudantes.
tware utilizado é uma ferramenta visual que O mesmo teste foi ministrado uma segun-
apresenta em tempo real o ranking das cinco da vez, ao inal da aula ministrada pelo pro-
questões mais votadas, bem como a quanti- fessor, sem modiicações de conteúdo, mu-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 123
dando apenas a ordem das questões. Neste diiculdades por ele percebidas, tornando a
segundo teste, a ansiedade dos estudantes aula focada nas diiculdades dos estudantes.
para melhorar o seu desempenho foi supe- Aos estudantes, a utilização do Sli.do® e
rior, o que foi considerado como um fator de EXITtix® produziu um maior engajamento,
motivação à participação na atividade decor- uma vez que existiu a oportunidade de sanar
rente do uso do software. diiculdades particulares de maneira anônima
Os alunos tiveram um desempenho supe- ou não. O instrumento visual, mostrando os
rior no segundo teste, indicando que as ati- resultados individuais, incentivou os estudan-
vidades colaborativas realizadas em sala de tes a uma maior participação em sala de aula
aula, focando nas dúvidas e diiculdades dos com o intuito de melhorar a nota. Além disso,
estudantes, favoreceram o aprendizado do as pesquisas junto aos estudantes demons-
aluno. traram que os alunos apontaram como bené-
ico o uso de ambas as tecnologias nas aulas.
Conclusões e Recomendações
O uso desses softwares possibilitou que Referências
o docente intensiicasse as interações estu- Exit Ticket. (2016). EXITTix [Software]. Ver-
dantes-estudantes. Além disso, por meio do sion 4.0.6. Leadership Public Schools.
acompanhamento das interações pessoais e Sli.do s.r.o. (2016). Sli.do Audience and
virtuais entre os alunos, o professor pôde ade- Conference Made Easy. [Software]. In https://
quar sua aula com o intuito de sanar quaisquer www.sli.do/home. At 02/01/2016.

Experiência em sala de aula

Processo Experimental em Educacão Visual


Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Vicente Gil Filho, Elza Emiko Nariyoshi Gil e Eunice Liu,
euniceliu@usp.br

Resumo importantes na resolução de problemas. Cada


Processo experimental de educação visu- um pode possuir processos particulares e o
al proposto em disciplinas de graduação do ensino que estimula o desenvolvimento de tais
curso de Arquitetura e Design da FAUUSP, processos, conduzindo alunos a experimenta-
como metodologia de educação criativa na rem, avaliarem e escolherem, intensivamente,
realização de projetos gráicos e solução de educa o aluno a desenvolver a capacidade de
problemas, questionando suposições, expe- ver e pensar de forma diferente. Conforme o
rimentando idéias, estabelecendo relações, docente Vicente Gil Filho, da Faculdade de Ar-
apropriando-se do inusitado. quitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo, na disciplina criativa e experimental, aci-
Introdução dentes podem conduzir a ótimas soluções, di-
“Desde Aristóteles, o pensamento lógico ferentes de sua intenção original, e “um traba-
tem sido exaltado como a forma mais efetiva lho sem percepção, intuição e espontaneidade
de usar a mente, mas não é de muita ajuda na é privado de humanidade.” Em disciplinas de
geração de novas idéias. Você tem a chance de Design Gráico de Projeto Visual, do departa-
olhar as coisas de ângulos diferentes se você mento de Projeto da FAUUSP, o docente pro-
manobra a mente como aquele pássaro aus- põe um tema ou conceito e fornece alguns
traliano que — de acordo com Ripley — pode elementos gráicos (imagem e tipograia) para
voar de cabeça para baixo e para trás. Virar os tradução visual da idéia.
problemas de cabeça para baixo podem, fre-
quentemente, convertê-los em soluções.” (Fle- Descrição do Projeto
tcher, 2001). Processos criativos são livres e são Exposição da experiência de educação vi-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 124
sual a partir de processo experimental no em des, no entanto, existem respostas melhores,
desenvolvimento de projetos gráicos, reali- por corresponderem ao sentido comunica-
zados por alunos em disciplinas da FAUUSP do de forma mais eicaz, por representarem
ao longo de anos, onde a tarefa do professor melhor, expressarem mais, e principalmente
é a de formular problemas e ajudar os alunos por serem criativas, divertidas e inteligentes.
a resolvê-los, e dos alunos, enfrentar o desa- É resultado de uma ininidade de experimen-
io de traduzir idéia em imagem, desenvol- tações com soluções distintas e escolhas re-
vendo a educação de síntese visual. alizadas ao longo do processo, que ao mes-
mo tempo que educam o olhar, o qualiicam
Metodologia a melhor decidir entre uma solução e outra.
Dado um tema, por meio de conteúdo ver- Edward de Bono diz que “se devem consi-
bal (palavra, conceito verbal ou texto), os alu- derar as coisas não apenas naquilo que são,
nos devem responder visualmente à expres- mas também no que poderiam ser. Em geral,
são do tema proposto, atendendo também à a mesma coisa pode ser examinada sob mui-
exigências restritivas como formato, o não uso tos aspectos, e às vezes os pontos de vista
de computador e a obrigatoriedade de inser- menos óbvios vêm a revelar-se os mais úteis.
ção de algum elemento gráico, por exemplo. Vale sempre a pena, quando se compreende
Os exercícios são desenvolvidos em atelier, uma coisa naquilo que ela é, aprofundar seu
realizados individualmente, e o aluno é esti- exame para ver o que poderia ser.” (Munari,
mulado a equacionar respostas visuais usan- 2002). Em um exercício acadêmico de design
do raciocínio e criatividade para traduzir con- gráico, não existe o certo e o errado, mas o
ceitos e conteúdos visualmente. É necessário novo, o que comunica. Por isso, se o conceito
estar atento aos incidentes, às coincidências, não se revela em sua totalidade, na solução,
aos jogos possíveis, embora alguns conceitos mas, em contrapartida, há traços do novo
sejam transmitidos de forma rigorosa. Duran- no experimento, deve-se considerar que o
te o desenvolvimento, o professor circula por trabalho atingiu seus objetivos didáticos. A
entre as mesas conversando com os alunos experimentação é importante tanto como
individualmente e discutindo conceitos visu- processo educativo como processo de proje-
ais como equilíbrio, ritmo, sintaxe de formas, tar, Alan Fletcher cita o que considera alguns
organização de campo, relações cromáticas, atributos da criatividade “desaiar suposi-
alinhamentos, e qualidade do resultado, pre- ções, ser receptivo a novas idéias, reconhe-
zando por desenvolvimento de linguagens cer semelhanças e diferenças, fazer conexões
individuais dos alunos e formação de reper- improváveis, assumir riscos, basear-se em
tório. A noção e conhecimento dos concei- idéias para gerar melhores idéias, olhar para
tos, como de malha gráica, por exemplo, é as coisas de novas maneiras, aproveitar-se
fundamental até mesmo para eventualmen- do inesperado, ter chances” (Fletcher, 2001).
te transgredí-los. Os alunos realizam recorte,
colagem, cópias serox, reduzidas e ampliadas Referências
para se obter elementos gráicos, dentre ou- FILHO, Vicente Gil. Programa da disciplina
tras técnicas livres manuais. A manipulação de Projeto Visual, 2015.
material, favorece a educação da percepção a FLETCHER, Alan. The Art of Looking Si-
acidentes, efeitos e possíveis elementos gera- deways. Londres: Phaidon Press, 2001. 534P.
dos para o projeto criativo. Posteriormente, os MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas.
trabalhos são expostos na parede, discutidos São Paulo: Martins Fontes, 2002. 378 P.
coletivamente, digitalizados, projetados, co-
mentados um a um pelo docente, que aponta
possíveis melhores soluções.

Resultados e Relexão
Em design, não existe uma única resposta
para uma questão, mas ininitas possibilida-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Experiência em sala de aula

Dramatização como Estratégia de


Ensino-Aprendizagem da Disciplina
Princípios de Administração (EACH-USP)
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias, Natália Cetrulo Molina,
Laysce Moura e Amanda Lopes Evangelista
sgdias@usp.br, molinacetrulo@gmail.com, laysce@gmail.com, amanda.lopes.e@hotmail.com

A disciplina Princípios de Administração, improvisação e disponibilidade - necessárias


do curso de gestão Ambiental da Escola de à atuação proissional, certamente sem pre-
Escola de Artes, Ciências e Humanidades judicar o lado técnico-cientíico (PINHEIRO;
da Universidade de São Paulo (EACH-USP), VIERA; MOTTA, 2010). Fischer et al (2007)
tem como objetivo possibilitar ao aluno o coadunam com essa ideia e apontam o dis-
conhecimento de administração de empre- curso e a retórica como inerentes ao ato de
sas públicas e privadas e seus relexos sobre ensinar, de aprender e de gerir e todas essas
a questão ambiental. Nesse sentido, é im- ações são permeadas pela razão e sensibili-
portante que os alunos conheçam as ideias dade. Dessa forma, propõem que os recur-
fundamentais das principais escolas de Ad- sos estéticos têm “um papel múltiplo: são
ministração, bem como as tendências con- inspiradores, potencializadores e facilitado-
temporâneas. A im de proporcionar uma res da aprendizagem e, também, representa-
participação ativa dos discentes no proces- ções da experiência humana e contraponto
so de ensino-aprendizagem, optou-se pela sensível e crítico aos conceitos, princípios e
utilização de técnicas de dramatização para generalizações das teorias” (FISCHER et al,
trabalhar os temas em sala de aula. O cam- 2007, p. 937). É com base nessas asserções
po da Administração tem como centro a ra- que a presente estratégia de ensino aprendi-
zão e, portanto, preocupa-se principalmen- zagem se desenvolve. A arte (estética) pode
te com os aspectos técnicos formais. O seu ser uma fonte de conhecimento, mesmo que
objetivo maior é traduzido nos termos ei- numa área dominada pelo racional-analíti-
ciência, eicácia e efetividade. Porém, esta é co, e, portanto, pode ser utilizada como um
uma visão reducionista que contempla ape- recurso de ensino para trabalhar dimensões
nas uma dimensão que é caracterizada pela esquecidas na área de administração. A es-
razão instrumental. Guerreiro Ramos (1989) tratégia de ensino-aprendizagem foi imple-
aborda essa questão quando aponta que a mentada em oito turmas do curso de Gestão
teoria organizacional apresenta alguns pon- Ambiental nos anos de 2013, 2014, 2015 e
tos cegos, principalmente pelo fato de que 2016. No primeiro dia de aula, os alunos são
os aspectos substantivos não são conside- divididos em grupos para cada grande tema
rados. Um dos pontos abordados pelo au- da disciplina: Escola Clássica da Administra-
tor é que a teoria organizacional não há a ção - Taylor e Ford; Fayol e Weber; Escola de
compreensão do papel da interação simbó- Relações Humanas; Enfoque sistêmico; Esco-
lica (baseadas em valores e signiicados do la da Qualidade e Modelo Japonês; Escola da
mundo) no conjunto dos relacionamentos Estratégia e novos modelos organizacionais.
interpessoais. Nesse sentido, a dimensão es- O conteúdo de cada escola de administração
quecida dos sentimentos, valores e signiica- é apresentado em sala pela professora em
dos também precisa ser considerada. É pre- aulas dialogadas. Na aula seguinte, os alunos
ciso desenvolver as competências “voláteis” utilizam os quinze primeiros minutos da aula
- atributos originados na criação artística, para desenvolver uma apresentação drama-
como criatividade, percepção e consciência, tizada sobre o tema da aula anterior. O de-
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saio é que usem a criatividade para passar o Referências
conteúdo aprendido a todos de forma dinâ- FISCHER, T.; DAVEL, Eduardo; VERGARA,
mica, interativa e organizada. Assim, é possí- Sylvia; GHADIRI, Philip D. . Razão e sensibi-
vel identiicar se o conteúdo foi compreen- lidade no ensino de administração: a litera-
dido pelo grupo e também reforçá-lo para tura como recurso estético. Revista de Admi-
todos demais alunos. O grupo deve apresen- nistração Pública, v. 41, n. 5, p. 935-956, set./
tar à professora e aos monitores da disciplina out., 2007.
um esboço escrito sobre o que pretende fa- RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência
zer em sala, uma semana antes de sua apre- das organizações: uma reconceituação da ri-
sentação. Desta forma, é possível auxiliar o queza das nações. Rio de Janeiro: Editora da
grupo com sugestões para enriquecer a ati- Fundação Getúlio Vargas, 1989. (Capítulo 6).
vidade e aumentar o aprendizado. Neste es- PINHEIRO, Ivan Antônio; VIEIRA, Luciano
boço, o grupo deve resumir o que pretende José Martins; MOTTA, Paulo Cesar Delayti.
fazer, detalhando as atividades, os recursos Construindo pontes entre saberes: da lite-
necessários e quais os objetivos que preten- ratura à gestão. Organização & Sociedade,
de atingir em termos de aprendizado. Desde Salvador, v.17, out./dez., 2010, p. 641-664.
o primeiro ano desta experiência didática, o
uso de técnicas de dramatização como es-
tratégia de ensino-aprendizagem na discipli-
na de Princípios de Administração tem pro-
porcionado resultados criativos envolvendo
teatros, vídeos, músicas, mímicas, jogos,
gincanas dentre outras atividades. Como
exemplo, tem-se o “Bolo burrocrático”, uma
receita de bolo que abordava os princípios
da teoria de Weber; “Kaizen Game”, um jogo
de erros e acertos em formato de programa
de auditório sobre a Escola da Qualidade e
o Modelo Japonês, cuja resposta errada re-
sultava em uma “torta na cara”; uma músi-
ca em versão hip hop do sistema Toyota de
Produção; história em quadrinhos sobre mo-
tivação no trabalho, ilustrando conceitos da
Escola das Relações Humanas, dentre outras
interessantes e criativas propostas apresen-
tadas. Ao inal da disciplina os alunos rela-
taram que o envolvimento na produção da
dramatização e a participação das atividades
propostas pelos demais grupos contribuiu
para aprendizado das principais caracterís-
ticas das Escolas da Administração. Os gra-
duandos, em sua maioria, demonstraram
motivação e dedicação no desenvolvimen-
to das atividades e evidenciaram uma boa
avaliação da técnica de ensino-aprendiza-
gem utilizada. Conclui-se que a utilização
de técnicas de dramatização para trabalhar
as ideias fundamentais das principais escolas
de Administração, bem como as tendências
contemporâneas, foi adequada aos objetivos
da disciplina Princípios de Administração.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Experiência em sala de aula

Formação Inicial de Professores de Química


com Foco na Promoção da Argumentação
1
Universidade Federal da Grande Dourados, 2Universidade de São Paulo
Ariane Baffa Lourenço1,2, Lamonielli Fagá Michaliski2 e Salete Linhares Queiroz2
arianebaffa@gmail.com

Introdução Supovitz e Turner1 no que tange à realização


O período de formação inicial de professo- de programas de formação de professores
res conigura-se como um espaço favorável à capazes de promover o desenvolvimento
orientação de processos educativos contem- proissional. Os pressupostos contemplam
porâneos, os quais podem subsidiar futuras que os participantes devem: se envolver em
ações dos licenciandos. Um desses proces- processo de investigação; participar de ati-
sos está relacionado à prática e à aprendi- vidades realizadas de forma contínua e em
zagem da argumentação em ambientes de longo prazo; se envolver em tarefas concre-
ensino, que podem fomentar o envolvimen- tas de ensino; adquirir e aprofundar os con-
to dos alunos em raciocínios críticos sobre teúdos em foco e estabelecer relações entre
questões cientíicas e a compreensão sobre as diretrizes curriculares em voga e as ações
a natureza da ciência. Embora recomendada, realizadas nos programas de formação. Para
a promoção da argumentação em salas de analisar a efetividade da dinâmica nos pauta-
aulas de ciências ainda não é amplamente mos no quadro analítico de Simon, Erduran
difundida. Para que isso ocorra, sugere-se a e Osborne2, onde são apresentadas ações/
sua abordagem em cursos de Licenciatura, declarações/solicitações a partir das quais os
tendo em vista o oferecimento de elementos professores podem fomentar a argumenta-
que auxiliem os futuros professores no de- ção na sua prática pedagógica.
senvolvimento de ações argumentativas.
Resultados
Objetivos Os resultados da experiência serão des-
Oferecer subsídios a licenciandos em quí- critos em três âmbitos: apresentação da di-
mica para a promoção e relexão sobre ati- nâmica de formação; análise das ações de
vidades argumentativas durante o estágio licenciandos em momento de regência e
supervisionado (ES). desdobramentos da experiência. As ativida-
des desenvolvidas na dinâmica envolveram:
Metodologia oicina de leitura; aulas expositivas dialoga-
As atividades descritas a seguir foram de- das sobre a temática; jogo argumentativo;
senvolvidas na disciplina de Prática de Ensi- investigação de prática docente argumenta-
no em Química (PEQ) do curso de Licencia- tiva por meio da exposição e discussão de
tura em Ciências Exatas da Universidade de um vídeo de aula; elaboração de critérios
São Paulo, campus de São Carlos. A discipli- favoráveis ao desencadeamento da argu-
na tem como objetivo principal preparar o mentação; implementação de regências em
licenciando para o exercício do magistério perspectiva argumentativa e análise coletiva
no ensino médio. No começo do semestre sobre episódios extraídos das regências.
os licenciandos foram informados que no ES Com relação à análise das ações dos licen-
iriam desenvolver regências que deveriam ciandos, apresentamos sumariamente os re-
possibilitar a ocorrência da argumentação, sultados publicados no artigo3 “Licenciandos
e que para isso iriam participar de uma di- em química e argumentação cientíica: ten-
nâmica de formação. Para a elaboração da dências nas ações discursivas em sala de aula”.
dinâmica nos pautamos nos pressupostos de No referido artigo analisamos as regências de
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quatro licenciandas usando o referencial de ção de Base de Conhecimento sobre a Argu-
Simon, Erduran e Osborne2 e identiicamos mentação”, sendo o primeiro desenvolvido
declarações/ações/solicitações em seus dis- com apoio da FAPESP e do CNPq.
cursos, as quais se coniguraram como ações
pró-argumentação docente, sendo: falar e Conclusões
ouvir, posicionar-se na construção dos argu- As atividades desenvolvidas na disciplina
mentos, justiicar com evidências e construir de PEQ não só contribuiram para uma for-
argumentos. Identiicamos também que as mação mais adequada dos licenciandos no
estratégias utilizadas pelas licenciandas para que tange à promoção de argumentação em
o desenvolvimento de uma prática argumen- aulas de química, como também para subsi-
tativa envolveram atividade experimental, diar as discussões sobre o desenvolvimento
estratégia lúdica e o método cooperativo de das habilidades de futuros professores para
aprendizagem jigsaw. Estratégias estas que a promoção da argumentação.
favorecem a participação ativa dos alunos.
Com relação ao âmbito de desdobramen- Notas
1
tos da experiência, as atividades desenvol- Supovitz, J. A., Turner, H. M.; Journal of Re-
vidas na disciplina serviram de base para search in Science Teaching 2000, 37, 963.
2
elaboração de dois projetos de pós-douto- Simon, S.; Erduran, S.; Osborne. J.; Inter-
ramento: “Disciplina de Prática de Ensino de national Journal of Science Education 2006,
Química: Espaço para a Formação de Base de 28, 235.
3
Conhecimento de Licenciandos sobre a Ar- Lourenço, A. B.; Ferreira, J; Queiroz, S.
gumentação” e “Capacitação de Mediadores L. Química Nova 2016, prelo. http://dx.doi.
de Museus e Centros de Ciências: a Forma- org/10.5935/0100-4042.20160035

Experiência em sala de aula

Melhoria do Aprendizado nas Disciplinas de


Organização e Arquiteturas de Computadores
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Cíntia Borges Margi
cintia@usp.br

Resumo tivos são aqueles nos quais os alunos atuam


Este artigo descreve as experiências didáti- ativamente no processo [1].
cas decorrentes da mudança da metodologia Nas disciplinas de Organização e Arquite-
de ensino-aprendizagem na disciplina de gra- tura de Computadores tem-se buscado for-
duação Arquitetura de Computadores ao longo mas alternativas ao método expositivo para
de 5 oferecimentos anuais. Observou-se uma melhorar o processo de ensino-aprendi-
melhora nas notas das turmas, fato corrobora- zagem. Desta forma, utiliza-se além de au-
do pelas informações fornecidas pelos alunos. las expositivas dialogadas, mídias de apoio
(como vídeos e áudio), material de leitura
Introdução complementar, exercícios com simuladores e
Tradicionalmente, o processo de ensino- emuladores de processadores, e desenvolvi-
-aprendizagem em Engenharia baseia-se em mento de projetos. Outro aspecto importan-
aulas expositivas e indicações de exercícios te no projeto é utilizar de forma mais efetiva
a serem feitos após a aula, ou experimentos o tempo em sala de aula.
guiados a serem realizados em laboratório
(com ou sem acompanhamento do docen- Projeto de Ensino Aplicado
te). Diversos estudos demonstram que os O projeto de ensino concebido para as
métodos de ensino-aprendizagem mais efe- disciplinas de Organização e Arquitetura de
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Computadores começa pela criação dos pla- movida e sua nota substituída pela média de
nos de aula, que são disponibilizados aos provinhas realizadas a cada 15 dias.
alunos antes das aulas. O plano de aula in-
dica claramente os objetivos daquela aula, Metodologia Utilizada e Resultados Obtidos
quais as estratégias de ensino que serão em- A avaliação da efetividade do projeto de
pregadas para atingir os objetivos de apren- ensino está sendo realizada através da ob-
dizagem, e quais as tarefas após a aula. servação das notas dos alunos matriculados
As principais estratégias de ensino usadas na disciplina, bem como através de conversas
são: aulas expositivas dialogadas, resolução (voluntárias) com os alunos. A Figura 1 indica
de problemas e exercícios, discussões em a média e desvio padrão de cada turma ao
grupo. Em algumas aulas, o laboratório di- longo do período 2010–2015, sendo que em
dático é utilizado para permitir a busca de 2010 este projeto de ensino não foi aplicado.
informações online para fomentar e subsi- O número médio de alunos por turma é 30,
diar as discussões. Em outras aulas, utiliza-se mas em 2013 haviam 16 alunos matriculados.
o laboratório didático para executar ativida- Os alunos, em momento inicial, indicam
des de simulação para elucidar e demonstrar que ocorreu do aumento da carga de ativi-
os conceitos aprendidos. Todas as aulas in- dades. Porém ao longo do semestre, a maio-
cluem a resolução de alguns exercícios rela- ria indica que está aproveitando melhor o
cionados ao tema da aula. Dentre as tarefas tempo e sala de aula, e que essa dedicação
apontadas em cada aula, estão inclusas: ler continuada torna os estudos para provas e
seções do livro-texto, realizar exercícios, as- provinhas, e mesmo a execução do projeto,
sistir vídeos de apoio, ler artigos cientíicos mais tranquila e proveitosa.
ou de divulgação técnica, executar exercícios
com simuladores e emuladores de processa- Referências
dores, descrever projetos em VHDL. [1] Léa das Graças Camargos Anastasiou e
Ao longo dos anos, o modo de avaliação Leonir Pessate Alves. Processos de Ensinagem
da disciplina também foi alterado. A discipli- na Universidade - Pressupostos para as estra-
na contava com duas provas e um projeto tégias de trabalho em aula. Editora: UniVILLE,
como as principais notas que compõe a mé- 2007. ISBN:97885-87977-1.
dia inal. EM 2015, a primeira prova foi re-

Figura 1: Evoluação das notas inais da disciplia ao longo dos oferecimentos.

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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 130
Experiência em sala de aula

O Cubo Mágico no Ensino da


Matemática e do Raciocínio Lógico
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Lucy Mari Tabuti, Ricardo Luis de Azevedo da Rocha, Ricardo Nakamura
lucymari@gmail.com

Resumo vimento do raciocínio lógico, Ramos (2013)


O raciocínio lógico é extremamente im- direcionou-se aos “problemas que mobili-
portante para o desenvolvimento dos alunos zam o jogador a pensar, levantar hipóteses,
por inluenciar diretamente na avaliação de experimentar, planejar, testar, realizar cálcu-
problemas, na busca por soluções e na to- los”, contribuindo para “o desenvolvimento
mada de decisões. As competências e habi- do raciocínio lógico, do planejamento, da
lidades do raciocínio lógico, que devem ser percepção visual e da atenção”. Esses jogos
desenvolvidas nos estudantes da educação de lógica estimulam o desenvolvimento
básica e universitária, servem de base para de estratégias e do raciocínio lógico para a
a resolução de problemas do dia a dia. Nes- aprendizagem e a educação matemática de
te contexto, observa-se que são necessários forma integral.
critérios e metodologias que possam ser uti- Diante desta situação, o presente trabalho
lizados para desenvolver o aprendizado des- veriica a importância da utilização de puzzles
tes conceitos. O presente trabalho apresenta de lógica para o desenvolvimento do racio-
uma metodologia de utilização de um jogo cínio lógico direcionados ao aprendizado de
de lógica para o ensino da matemática e do conceitos matemáticos e utiliza o Cubo Má-
raciocínio lógico e como o projeto apresen- gico neste estudo, pois é um desses jogos de
tou resultados otimistas e satisfatórios de lógica conhecido mundialmente e que enri-
aprendizado dos conceitos matemáticos. que o aprendizado de conceitos matemáticos.

Introdução Descrição do Projeto


Ao longo dos últimos anos, observou-se Para Fraiman (2015), “entender a maneira
que a utilização dos jogos de lógica tradicio- que os alunos aprendem pode ser muito útil
nais é importante para o desenvolvimento para o desaio diário de educar”, por isso, “é
lógico e cognitivo da criança e do adolescen- tão importante que o educador pense fora
te, independente da área de conhecimento da caixa e estimule seus educandos a buscar
em que um dia ingressarão. o máximo de conhecimento, da melhor for-
Os tradicionais quebra-cabeças, além de ma que puderem”.
serem dos mais antigos dos jogos, são jogos Neste sentido, este projeto utiliza o cubo
de lógica que desaiam o jogador por apre- mágico para o desenvolvimento das com-
sentarem problemas que envolvem raciocí- petências de análise, síntese e inferência
nio e paciência. Cuperschmid e Hildebrand do raciocínio lógico e dos conceitos mate-
(2013) compartilham a ideia de que os jogos máticos que envolvem os elementos de um
de lógica desaiam mais a mente do que os Cubo Mágico como vértices, arestas e faces,
relexos, pois estimulam intelectualmente na unidades de medida, área, volume e capaci-
resolução de problemas. Além disso, para dade, cálculos de área supericial, volume e
Fraiman (2013), os jogos de lógica podem capacidade, análise combinatória, probabili-
ser utilizados no processo de ensino apren- dade e matrizes.
dizagem, otimizando o trabalho e o tempo
de professores e estudantes. Metodologia Utilizada
Para os jogos que estimulam o desenvol- Com a utilização de um Cubo Mágico os
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 131
alunos foram convidados a explorar os ele- Resultados Obtidos
mentos matemáticos envolvidos no prisma Atividades de resolução de problemas
para a identiicação dos oito vértices, das seis que envolveram os conceitos matemáticos
faces e das 12 arestas. Registrando a medida, envolvidos neste projeto foram realizadas
com auxílio de régua, do valor da aresta em antes e depois do desenvolvimento deste
centímetros, calcularam a área de uma das projeto. A análise do desempenho dos estu-
faces em centímetros quadrados, concluindo dantes apresentou resultados signiicativos e
que a área supericial era seis vezes a área satisfatórios na construção dos conhecimen-
de uma das faces. Ainda com a medida da tos envolvidos quando aplicados após o de-
aresta, calcularam o volume, em centímetros senvolvimento deste projeto.
cúbicos, por veriicarem as três dimensões e
também a capacidade em litros. Referência Bibliográica
Os alunos foram capazes de realizar, den- CUPERSCHMID, A. R. M. & HILDEBRAND,
tre vários outros cálculos, cálculos da pro- H. R., 2013. Heurísticas de jogabilidde - usa-
babilidade de a face vermelha estar posicio- bilidade e entretenimento em jogos digitais.
nada na face superior do cubo, bem como, Campinas: Marketing Aumentado.
cálculos de análise combinatória para saber FRAIMAN, L., 2013. Como ensinar bem as
de quantas formas diferentes pode-se obter crianças e adolescentes de hoje. 1a edição ed.
faces de uma ou duas cores, identiicando a São Paulo: Esfera.
posição das cores a partir da manipulação FRAIMAN, L., 2015. Valores essenciais em
com matrizes. um mundo cada vez mais digital. Educação
Além disso, os alunos desenvolveram as Digital. Thomson Reuters. , pp 15-30(São
competências e habilidades do raciocínio ló- Paulo).
gico na aplicação dos algoritmos de resolu- RAMOS, D. K., 2013. Jogos Cognitivos Ele-
ção do cubo mágico que foram motivados trônicos: Contribuições à Aprendizagem no
pelo campeonato de Cubo Mágico promovi- Contexto Escolar. Florianópolis, s.n., pp. V
dos pelos estudantes. 1u7. N.1 p. 19-32.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

O CEA - Centro de Estatística Aplicada


da USP: Uma Experiência que Reúne
Ensino, Pesquisa e Extensão
Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo
Lúcia Pereira Barroso
lbarroso@ime.usp.br

Resumo Introdução
As disciplinas Estatística Aplicada I e Esta- Estatísticos quase sempre trabalham em
tística Aplicada II são oferecidas para os alu- equipes interdisciplinares e uma primeira di-
nos do Bacharelado em Estatística do Institu- iculdade encontrada é o entendimento mú-
to de Matemática e Estatística da USP e são tuo, uma vez que proissionais de diferentes
vistas como um tipo de Residência em Esta- áreas costumam fazer uso de diferentes lin-
tística. As atividades desenvolvidas reúnem guagens, próprias de suas áreas.
ensino, pesquisa e extensão e estão ligadas Neste trabalho é apresentada uma expe-
ao CEA - Centro de Estatística Aplicada. Nes- riência interessante no ensino de estatística
te trabalho pretende-se compartilhar as ex- aplicada, desenvolvida na Universidade de
periências adquiridas. São Paulo, em duas disciplinas oferecidas
para os estudantes do último ano do Bacha-
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relado em Estatística. As atividades são de- e conclusões. Nessas ocasiões, os estudantes
senvolvidas no CEA, com atendimento a pes- aprendem a fazer uma apresentação oral utili-
quisadores de outras áreas, em trabalhos de zando recursos audiovisuais e computacionais.
dissertações de mestrado, teses de doutora- Relatório inal: os alunos, supervisionados
do e publicações em revistas especializadas, por um professor, preparam um relatório que
envolvendo, portanto, pesquisa e extensão. deve incluir resumo, introdução, descrição
As atividades oferecidas pelo CEA são do experimento, descrição de variáveis, aná-
basicamente de dois tipos: consultoria de lise descritiva do conjunto de dados, análise
projeto e análise estatística de projeto. Na inferencial do conjunto de dados, conclu-
consultoria é feita uma entrevista com o sões e bibliograia. Nesta etapa da atividade,
pesquisador que está desenvolvendo o ex- os alunos têm a oportunidade de aprender a
perimento e são discutidos aspectos como preparar um relatório técnico.
o planejamento do experimento, determina- Apresentação dos resultados em sessão
ção do tamanho de amostra, indicação de pôster: no inal do semestre, os projetos ana-
técnicas de análise estatística e até mesmo lisados são expostos no saguão do Instituto
a realização de análises rápidas. Na segunda de Matemática e Estatística, onde toda comu-
modalidade, a análise estatística do conjunto nidade tem a oportunidade de conhecer os
de dados é feita no CEA pelos alunos do úl- trabalhos desenvolvidos durante o semestre.
timo ano do Bacharelado em Estatística e os Esta atividade não só permite que os alunos
pesquisadores recebem um relatório com- aprendam a fazer uma apresentação no for-
pleto no inal do semestre, com as análises mato de pôster, mas também incentiva os alu-
e as conclusões. nos que estão iniciando o curso de estatística.
Todas as etapas desenvolvidas neste pro-
A Experiência cesso são acompanhadas e avaliadas pelos
Ambas as disciplinas mencionadas são mi- professores responsáveis pelas disciplinas.
nistradas por dois professores do Departa-
mento de Estatística da USP. Os alunos têm Conclusões
que participar de consultorias e são respon- Nessas disciplinas, os alunos têm a opor-
sáveis por um projeto, que é desenvolvido tunidade de aprender como conversar com
durante o semestre, sob a supervisão de um pesquisadores de outras áreas, fazer relató-
professor. A análise é acompanhada pelo rios técnicos, fazer apresentações oral e em
pesquisador, e com isso os alunos podem sessão pôster, além de fazer a análise estatís-
aprender com a interação com o pesquisa- tica, propriamente dita. Nas apresentações,
dor e o supervisor. A experiência de ensino os alunos conhecem os projetos de seus co-
de estatística aplicada tem diversos aspectos: legas, oportunidade em que podem discu-
Realização de entrevista: as entrevistas tir e dar sugestões sobre os diferentes pro-
com os pesquisadores são conduzidas pelos blemas tratados no semestre. O trabalho é
professores, com a participação dos alunos, um serviço de extensão e muitas vezes gera
que têm a oportunidade de conversar e in- publicações, englobando assim ensino, pes-
teragir com proissionais de outras áreas e quisa e extensão.
aprendem como obter informações impor-
tantes e necessárias para a compreensão ge-
ral do projeto.
Análise estatística: o aluno, supervisiona-
do por um professor, faz a análise dos dados.
Apresentação oral dos resultados: a apre-
sentação dos resultados da análise estatística
é feita em duas ocasiões, no meio do semestre
com a apresentação do problema tratado e da
análise preliminar e outra no inal do semes-
tre, com a apresentação da análise completa
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Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Habitação Social: Uma


Abordagem Transdisciplinar
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos da Universidade de São Paulo
Bruno Luís Damineli; Luís Espallargas Gimenez; Márcio Minto Fabricio;
Rosana Maria Caram; Telma de Barros Correia
marcio@sc.usp.br

Resumo Descrição do Projeto


Na perspectiva de transdisciplinaridade, a A disciplina reuniu professores de projeto,
disciplina optativa Habitação social: história, tecnologia da construção e de teoria e histó-
técnica e projeto buscou oferecer uma visão ria e alunos dos cinco anos do curso de gra-
abrangente da Habitação de Interesse Social duação em arquitetura e urbanismo do IAU-
(HIS) no Brasil. Reuniu professores de projeto, -USP. Abordou a habitação como questão de
tecnologia da construção e de teoria e histó- higiene, econômica, social e ambiental, o de-
ria da arquitetura e do urbanismo. Nela foram senvolvimento de programas e projetos de
matriculados alunos dos cinco anos do curso habitação social e o desempenho de materiais
de Graduação em Arquitetura e Urbanismo do e estruturas. O programa de aulas expositivas
IAU-USP. Abordou a habitação como questão envolveu os temas: 1. Habitação como ques-
de conforto e higiene e como questão econô- tão sanitária e social; 2. Programa arquitetôni-
mica, social e ambiental. Tratou do desenvolvi- co de HIS e Lançamento do Exercício Projetual;
mento de programas e projetos de habitação 3. Desenvolvimento do Projeto de HIS: Solu-
social e do desempenho de materiais e estru- ções Espaciais e Funcionais; 4. Habitação como
turas. A disciplina constou de oito aulas exposi- questão de economia e conforto; 5.Desenvol-
tivas, seis aulas práticas e uma visita de campo. vimento do Projeto de HIS: Soluções Espaciais
Seu produto foram nove projetos de conjuntos e Funcionais; 6. Desenvolvimento do Projeto
habitacionais, compostos por cerca de mil uni- de HIS: Conforto Ambiental em HIS; 7. NBR
dades reunidas em grupos de moradias térreas 15575-1:2013 Ediicações habitacionais — De-
e sobrados, em lâminas de quatro andares e sempenho / Habitabilidade e Flexibilidade em
em prédios de oito pavimentos. O curso articu- HIS; 8. Norma de Desempenho, materiais e
lou abordagens teóricas e práticas e, ao reunir detalhamento de HIS. A visita a conjunto ha-
alunos cursando diferentes anos, permitiu uma bitacional em São Carlos visou conhecer a área
rica troca de experiências entre eles. de projeto. Seis aulas práticas foram dedicadas
ao desenvolvimento de projetos arquitetôni-
Introdução cos detalhados, à sua implantação e ao desen-
A disciplina buscou oferecer uma visão volvimento das soluções técnico-construtivas
abrangente da Habitação de Interesse Social adotadas e a discussões das propostas. Uma
no Brasil, articulando abordagens diversas, destas aulas práticas foi dedicada à apresen-
através das quais a arquitetura e o urbanismo tação dos projetos das habitações elaborados
tratam o tema. Discutiu projetos habitacio- pelas equipe e à discussão coletiva das propos-
nais contemporâneos em suas relações com tas. Outra aula aos atendimentos e ajustes nos
estratégias de mercado, políticas públicas, projetos das unidades. As duas aulas seguintes
tecnologias e mudanças na vida cotidiana. foram dedicadas à discussão e ao projeto de
Seu objetivo foi estabelecer relações entre implantação e as duas últimas aulas ao desen-
história, técnica e projeto de HIS no Brasil e volvimento das soluções técnico-construtivas.
aplicar esta abordagem ao desenvolvimento
de programas e projeto detalhados de con- Metodologia
juntos habitacionais. As aulas expositivas envolveram professo-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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res de diferentes áreas que enfocaram o tema coletivos existentes poderiam ser deslocados,
da moradia social sob diversas perspectivas: mas deveriam ser considerados. O exercício
o conforto foi abordado do ponto de vista deveria, ainda, contemplar em sua proposta
da história e da técnica; a economia foi tra- número equivalente de unidades - cerca de
tada do ponto de vista da história, do proje- mil - do conjunto existente.
to, dos materiais e da técnica. Sempre numa
perspectiva de abordagem transdisciplinar Resultados
do tema. A visita a conjunto habitacional em O produto da disciplina foram nove pro-
São Carlos visou conhecer a área de projeto jetos de conjuntos habitacionais, compos-
e a proposta implantada de um conjunto ha- tos por cerca de mil unidades reunidas em
bitacional no local. A partir do conjunto de grupos de moradias térreas e sobrados, em
informações teóricas e do conhecimento do lâminas de quatro antares e em prédios de
terreno real e do conjunto nele implantado, oito andares. Todas as soluções empregadas
os alunos foram reunidos em equipes de três foram amplamente avaliadas em conjunto
ou quatro componentes, com membros em com os professores em termos de suas solu-
diferentes estágios do curso. Em um primeiro ções espaciais e técnicas.
momento cada equipe projetou uma tipo-
logia habitacional: duas equipes projetaram Conclusões
casas térreas, duas equipes sobrados, duas A disciplina permitiu tratar o tema da mo-
equipes prédios em lâminas de quatro pavi- radia social em diferentes perspectivas: his-
mentos e três equipes prédios de oito pavi- tórica, projetual, ambiental e tecnológica,
mentos. Depois de apresentadas e discutidas articulando abordagens teóricas e práticas.
em conjunto as propostas habitacionais, cada Permitiu, ainda, avaliar um projeto implan-
grupo passou a desenvolver a implantação tado de HIS, comparando-o com alternativas
das moradias no terreno, utilizando projetos projetuais desenvolvidas pelos alunos. Ao
habitacionais desenvolvidos pelas diversas reunir alunos cursando diferentes anos, pro-
equipes. Para isto foi considerado o terreno e piciou, também, uma rica troca de experiên-
o sistema viário existente. Os equipamentos cias entre eles.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Ensino, Extensão e Interdisciplinaridade


em Saúde: A Jornada Cientíica dos
Acadêmicos de Farmácia e Bioquímica
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo
João Victor Cabral-Costa, Beatriz J. Angelo, Caroline A. G. de Abreu,
Beatriz L. Bueno, Gabriel P. Roth, Jeanine G. Vargas, Sabrina Epiphanio,
Alice H. Serpentino, Primavera Borelli.
jvccosta@gmail.com

Resumo volvimento. A JCAFB possibilita a vivência do


A Jornada Cientíica dos Acadêmicos de papel do farmacêutico enquanto proissional
Farmácia e Bioquímica (JCAFB) da Faculda- de saúde, por meio de aprendizado cientíi-
de de Ciências Farmacêuticas da Universida- co, humanitário e social, integrando a pes-
de de São Paulo (FCF-USP) é um projeto de quisa, o ensino e a extensão universitária.
Educação para a Saúde, multi e interdiscipli-
nar, caracterizado pela prestação de serviços Introdução
voluntários de assistência farmacêutica a A Jornada Cientíica dos Acadêmicos de
comunidades com baixos índices de desen- Farmácia e Bioquímica (JCAFB) da Faculdade
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 135
de Ciências Farmacêuticas da Universidade de Farmácia e Bioquímica da instituição, sen-
de São Paulo (FCF-USP), idealizada em 1964, do gerido por uma comissão coordenadora
é um projeto de Educação para a Saúde, mul- composta por estudantes, que é responsável
ti e interdisciplinar, caracterizado pela pres- pela elaboração e organização do projeto,
tação de serviços voluntários de assistência pelo contato com a prefeitura da cidade e
farmacêutica a comunidades com baixos patrocinadores, bem como por toda logísti-
índices de desenvolvimento. O trabalho visa ca. Todas as atividades são acordadas com a
melhorar as condições de vida da popula- coordenação docente, aprovadas pelo Comi-
ção, buscando soluções locais. Apoiam este tê de Ética de Pesquisa em seres humanos da
projeto a FCF-USP, a Pró-Reitoria de Cultu- FCF-USP e pela Comissão de Uso de Animais
ra e Extensão Universitária/USP e empresas da FMVZ/USP. A equipe ica alojada em es-
privadas. A JCAFB iniciou as suas atividades cola municipal, cedida pela prefeitura, onde
em 1966, realizando atividades em diversas também é montado um laboratório para a
cidades do estado de São Paulo e de Minas realização de exames clínicos laboratoriais.
Gerais. Posteriormente, foi incorporada ao
Projeto Rondon, tendo sido retomada de Descrição do Projeto
forma independente em 2002, ampliando os A JCAFB qualiica cerca de 150 estudan-
projetos desenvolvidos. tes/ano por meio de treinamentos teóricos
e práticos. São selecionados, em média, 45
Descrição do Projeto estudantes/ano para a execução do projeto
A Jornada é um projeto educacional mul- na cidade alvo, ou seja, ao inal do ciclo de
tidisciplinar, que visa melhorar as condições quatro anos, cerca de 200 jornadeiros par-
de saúde da população atendida, permitindo ticipam das atividades in loco. Os estudan-
aos graduandos o contato com a essência da tes são acompanhados pelas coordenadoras
proissão farmacêutica e da cidadania, além docentes do projeto e por uma farmacêutica
de possibilitar experiência em planejamento responsável pelas análises laboratoriais, por
estratégico e logístico, relações interpessoais, residentes do programa de Residência em
e aprofundamento nas áreas técnicas espe- Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica da
cíicas. Os critérios de escolha das localida- HU-FCF/USP e, neste último ano, por residen-
des atendidas baseiam-se no baixo índice tes do Programa de Residência e Aprimora-
de desenvolvimento humano (IDH), infraes- mento do HOVET/FMVZ/USP, possibilitando
trutura de saneamento básico e de atendi- a integração de saberes. Também participam
mento médico insatisfatórios. São realizados estudantes responsáveis pela coordenação
contatos prévios com o prefeito e os secretá- da Jornada Universitária da Saúde oriundos
rios de saúde, educação, saneamento e meio de diferentes cursos da área da saúde, in-
ambiente, havendo concordância do poder tensiicando a inter e a multidisciplinaridade.
público para a atuação. As atividades da JCA- Neste último ciclo (2013-2016), realizado em
FB são desenvolvidas em janeiro por quatro Santa Cruz da Esperança (cerca de 1.900 ha-
anos em cada cidade alvo. Os inscritos no bitantes), foram realizadas 880 aferições de
projeto passam por um programa de quali- pressão arterial, 898 exames de glicemia, 797
icação constituído por aulas teóricas e prá- exames parasitológicos, 763 de anemia, 614
ticas (parasitoses intestinais, diabetes, hiper- de colesterol e 390 de urina, sempre segui-
colesterolemia, hipertensão arterial, anemias, dos de orientações a respeito da relevância
uso racional de medicamentos, cuidados ao dos resultados e cuidados necessários. Ain-
paciente, qualidade da água, atenção à saúde da, foram avaliados, vermifugados e vacina-
do idoso, zoonoses e saúde animal) durante dos 200 cães e gatos. Neste período, foram
um semestre. Para a execução do projeto, os realizadas cerca de 80 determinações da
estudantes são selecionados por critérios ob- qualidade físico-químico e microbiológica
jetivos de desempenho. O projeto é essen- da água utilizada para consumo. Todos estes
cialmente elaborado pelos graduandos da resultados foram enviados à prefeitura a im
FCF-USP, com apoio do Centro Acadêmico de fornecer subsídios para o planejamento
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 136
de suas ações estratégicas. Além disso, di- visando como objetivo inal a promoção da
versas atividades educativas voltadas para saúde. Também foram realizadas atividades
as diferentes faixas etárias foram realizadas, especíicas aos agentes comunitários de saú-
incluindo palestras (alimentação saudável, de, incluindo demandas e carências locais.
cuidados com o meio ambiente, gravidez na
adolescência, drogas de abuso), oicinas ( jar- Conclusão
dinagem, fotograia e vídeo, confecção de Preservando a indissociabilidade entre a
caixa para medicamentos, customização de pesquisa, ensino e a extensão universitária,
camisetas, montagem de brinquedos com a Jornada proporciona aos estudantes a vi-
material reciclável), feiras de conhecimento e vência do papel do farmacêutico enquanto
atividades recreativas (bailes, show de talen- proissional da saúde, possibilitando apren-
tos, teatros, concurso de culinária), sempre dizado cientíico, humanitário e social.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Simulação Interproissional no Ensino


de Trauma nas Graduações
de Medicina e Enfermagem
Faculdade de Medicina e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Gerson Alves Pereira Júnior, Maria Célia Barcelos Dalri, Renata Karina Reis,
Kelly Graziani Giacchero Vedana, Aline Aparecida Monroe, Cesar Eduardo Pedersoli
gersonapj@fmrp.usp.br

Resumo proissionais deve fazer cada vez mais parte


A incorporação da simulação como ferra- da experiência de ensino para estudantes e
menta fundamental nos diversos níveis de proissionais da saúde, criando um entendi-
formação é atualmente uma necessidade. A mento comum sobre o que isso realmente
aprendizagem de competências com simu- signiica e que é uma meta ainda a ser al-
lação garante um ambiente de ensino com cançada. Esta estratégia permite a discussão
maior segurança para os pacientes na prática de signiicados e modelos para cada termo:
clínica, uma aprendizagem maior, mais rápida interproissional e aprendizado em conjunto.
e mais permanente no tempo. Neste estudo
apresenta-se a experiência de um projeto pi- Descrição do Projeto
loto da simulação interproissional para ensi- Nos Programas de Estímulo ao Ensino de
no de trauma nas graduações de medicina e Graduação (PEEG 1o e 2o semestre de 2015),
enfermagem com a utilização de um mesmo aprovados para o curso de enfermagem
caso clínico que consistia de um paciente ví- (EERP-USP) e medicina (FMRP-USP), intitu-
tima de acidente motociclístico atendido em lado “Simulação interproissional no ensino
todos os cenários pré e intra-hospitalar, mos- de trauma nas graduações de medicina e en-
trando sua evolução desfavorável. fermagem” e realizado conjuntamente pela
equipe docente interproissional foram uti-
Introdução lizados os conceitos e informações da simu-
Embora o trabalho nos serviços de saúde lação como estratégia de ensino com apli-
seja realizado por equipes inter e multipro- cabilidade prática, incluindo a construção de
issionais, a formação na graduação é feita habilidades de análise, interpretação, raciocí-
dentro de cursos isolados das proissões da nio, síntese, planejamento das ações, toma-
saúde. Esta é uma falha no ensino de gra- da de decisões, habilidades de comunicação
duação. O aprendizado em equipes inter- e psicomotoras.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 137
Metodologia des técnicas enfrentadas por alunos de me-
A equipe multiproissional do projeto tra- dicina e enfermagem nos diversos cenários
balhou conjuntamente na elaboração dos sequenciais de aprendizagem, tanto na atu-
seguintes itens: 1) preparo dos cenários e ação individual, quanto coletiva, 3) diiculda-
aplicação das atividades práticas, 2) utiliza- des pelas diferenças de conteúdo, momen-
ção e aperfeiçoamento do check-list inter- to da formação e metodologias de ensino a
proissional, 3) estruturação da técnica de respeito da inserção do atendimento ao pa-
debrieing a ser utilizada e 4) avaliação do ciente traumatizado nas matrizes curriculares
uso dos casos simulados pelos alunos de dos cursos de medicina e enfermagem, 4) di-
medicina e enfermagem. iculdades de agenda para realização de ati-
Estas simulações gravadas foram realizadas vidades de ensino conjuntas pelas atividades
na área externa e no Laboratório de Habilida- programadas no curso de medicina e enfer-
des e Simulação da EERP-USP e contaram com magem, 5) diiculdades quanto à deinição
a disponibilidade da ambulância de suporte exata dos papéis exclusivos a cada categoria
avançado (USA) do Serviço de Atendimento proissional e as atividades que podem ser
Móvel de Urgência (SAMU). Foram gravadas compartilhadas, considerando a discussão
situações clínicas nos seguintes ambientes: 1) sobre a Lei do Ato Médico e 6) diiculdades
estudantes de medicina e enfermagem pre- sobre o adequado instrumento para avalia-
senciando acidente motociclístico, realizando ção de atividades inteproissionais. Os próxi-
o primeiro atendimento e acionando o siste- mos passos são: 1) conseguir um alinhamen-
ma de urgência e emergência, 2) atendimento to do ensino de urgência e emergência nas
pré-hospitalar móvel na cena do trauma com matrizes curriculares dos cursos da área da
equipe do SAMU composta por estudantes saúde, medicina e enfermagem no caso, de
de medicina e enfermagem, 3) comunicação forma que haja a possibilidade dos alunos
da cena pela equipe para a Central de Regu- estarem juntos para realização de atividades
lação de Urgência, também composta por interproissionais, 2) inclusão de outros cur-
estudantes de medicina e enfermagem, e sos da área da sáude nestas atividades inter-
encaminhamento para hospital de referência proissionais e 3) operacionalização destas
em trauma, 4) transporte do paciente trauma- disciplinas interproissionais.
tizado grave para o Pronto Socorro hospita-
lar com passagem do caso entre as equipes,
compostas por estudantes da medicina e en-
fermagem, 5) atendimento na sala de trauma
hospitalar com estudantes como equipe mul-
tiproissional deinindo as condutas diagnós-
ticas e terapêuticas, 6) comunicação de más
notícias aos familiares, tendo dois tipos de
família: de baixo e de alto nível sociocultural
e econômico, 7) debrieing com estudantes,
professores e demais participantes, e 8) gra-
vação dos mesmos casos pelos proissionais
do SAMU no ambiente pré-hospitalar e pelos
docentes no ambiente hospitalar como forma
de feedback para os estudantes.

Resultados e Conclusões
Os resultados podem ser mapeados em
diversos pontos de vista: 1) diiculdade de
montagem e aplicação dos casos simulados
frente às demandas das atividades de ensino
atuais nos cursos de graduação, 2) diiculda-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 138
Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

O Sucesso e seu Preço: A Inluência


da Graduação em Biologia no
Desenvolvimento da Personalidade Ética
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
Caio César Coelho Rodrigues, Giovani Ducatti Moral Gonçalves, Luis
Claudio Sturion, Muriel Donzellini Trombe, Ricardo Leite Camargo
ricardocamargo@usp.br

Resumo uma concepção de ética do Professor Yves


O ensino superior é uma fonte de forma- de La Taille (2006) e em seus conceitos acer-
ção não só técnica como também relexiva ca da construção da personalidade ética. O
e a ética é uma das disciplinas transversais autor mostra a importância da razão no de-
deste processo, tem-se um estudo com a senvolvimento da moralidade e o papel da
concepção de ética como um projeto de vida afetividade na tomada de ações, mostrando
que deve englobar um sentimento de dever o conlito que pode existir entre aquilo que é
moral para com o outro. Busca-se, então, por considerado norma de conduta obrigatória e
meio de um questionário aberto, entender aquilo que o indivíduo considera como ideal
como é a discussão sobre o projeto de vida de vida, como ele quer viver e o que ele con-
e as suas preocupações com o outro dentro sidera como felicidade. Ética é deinida como
do ensino de graduação em biologia. Como resposta à pergunta “que vida quero viver?”
resultado principal tem-se que essa relexão e moral como resposta à “como devo agir?”,
não ocorre para todos os alunos, de forma sendo a ética uma pergunta com cunho sub-
que muitos deles entendem que o ensino jetivo que não exclui a moral mas o engloba
superior exempliica como sucesso a própria de forma que o sentimento de obrigatorie-
carreira acadêmica e traz poucas discussões dade das ações morais serem necessárias a
sobre como o sucesso de uma pessoa pode um plano de vida ético.
afetar o seu entorno.
Metodologia Utilizada
Introdução Utilizou-se como ferramenta de coleta um
A necessidade de uma relexão e forma- questionário aberto que foi respondido por
ção moral e ética é evidente em qualquer um total de dez alunos do curso de Ciências
âmbito da sociedade atual. Nesse universo Biológicas, da Escola Superior de Agricultura
faz-se um recorte para o papel da universi- “Luiz de Queiroz” (ESALQ) campus da Uni-
dade na formação de pessoas, tanto no as- versidade de São Paulo (USP).
pecto técnico quanto no sentido social. Com O questionário se inicia com um cabeça-
atenção ao último temos as relexões morais lho para o preenchimento de dados de per-
e ética de cada indivíduo que englobam o il, em sequência haviam treze questões a
projeto de vida e nele está contido o sucesso serem respondidas classiicadas em quatro
proissional e suas possíveis consequências. grandes dimensões. A primeira dimensão
Com isso investiga-se, nesse trabalho, e em aborda os projetos de vida do indivíduo. A
meio aos alunos de graduação em biologia seguir, indaga-se sobre as relexões pessoais
a existência de discussões sobre o sucesso que surgem na universidade para se alcan-
proissional e as suas consequências dentro çar o sucesso proissional. O próximo tópico
da Universidade. tratou da preocupação que a universidade
demonstra com os prováveis ônus provindos
Descrição do Projeto do sucesso proissional. Por im, a quarta
A construção do trabalho se baseou em dimensão proporcionou aos respondentes
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 139
que esses expressassem sua opinião sobre a a relexão sobre o ônus desse sucesso só é
necessidade desse tipo de relexão no am- encontrada por alunos que a procuram e em
biente. atividades não obrigatórias, como grupos de
extensão ou palestras. Existe uma demanda
Resultados Obtidos para que essa discussão seja obrigatória.
Quanto à formação do projeto de vida,
percebeu-se que existe uma inluência dos “[...] com certeza, e deveria ser mais abor-
namorados(as) e das pessoas próximas na dado em disciplinas obrigatórias, não só em
proposição e no acompanhamento da reali- palestras (forma como mais tenho visto ativi-
zação do projeto. Mas a preocupação na sua dades extracurriculares) as quais não atingem
proposição se ateve no curto prazo, em ge- todos os alunos e muitas vezes tem vagas
ral, os participantes não tem preocupações limitadas demais para ser acessível a todos os
quanto ao longo prazo em seu projeto de alunos. A palestra de “ética e valores” foi um
vida, e mais, não possuem a perspectiva de bom exemplo de palestra que deveria ocorrer
que o seu projeto pode inluenciar pessoas mais vezes.”.(E5)
distantes do seu círculo social.
O conceito de sucesso dado pela Universi- Referências
dade e professores no caso do curso de bio- LA TAILLE, Y. Moral e ética Dimensões inte-
logia é voltado para a carreira acadêmica e lectuais e afetivas, Porto alegre: artmed, 2006.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Formação dos Proissionais da Saúde para


o Trabalho em Equipe: A Experiência da
Disciplina “Prática, Formação e Educação
Interproissional em Saúde”
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo
Marina Peduzzi, Fatima Correa Oliver, Ana Claudia Camargo Gonçalves Germani, Celia Sivalli Campos,
Eucenir Fredini Rocha, Yara Carvalho, Juliana Russo Antunes, Nara Letícia Zandonadi de Oliveira
marinape@usp.br

Frente às mudanças na concepção de (WHO, 2010; (Frenk et al.,2010). No Brasil o


saúde e doença e a crescente complexida- debate sobre EIP é recente, mas já foi re-
de dos serviços, há décadas, vê-se a neces- alizado o I Colóquio Internacional de Edu-
sidade de formação dos proissionais de cação e Trabalho Interproissional em Saú-
saúde com competências para o trabalho de, em 2015, na cidade de Natal-RN. Neste
em equipe, em substituição ao modelo tra- reuniram-se diversas Universidades para
dicional de práticas proissionais isoladas e discussão das iniciativas de formação que
independentes. A Educação Interproissio- contemplam a abordagem da EIP em suas
nal (EIP) busca compreender e contribuir diferentes modalidades: cursos de gradu-
para mudanças tanto da formação como ação em saúde com currículos integrados,
das práticas de saúde, reconhecendo sua disciplinas obrigatórias que integram estu-
relação recíproca, e propondo aprendizado dantes de diferentes cursos, disciplinas ele-
compartilhado entre alunos de diferentes tivas e Bacharelado
cursos, com destaque para interação en- Interdisciplinar (Azevedo et al, 2016). Este
tre estudantes e destes com proissionais trabalho tem por objetivo apresentar a pro-
de saúde, usuários, família e comunidade. posta da disciplina Prática, Formação e Edu-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 140
cação Interproissional em Saúde (PFEIPS), (murais, relatos, júri, dramatizações, outros)
no que se refere ao seu potencial para de- e exposições dialogadas apoiadas em leitu-
senvolver competências para o trabalho em ras prévias e materiais audiovisuais trazidos
equipe integrado e colaborativo. pelos alunos. A avaliação do aprendizado
Oferecida anualmente desde o ano de é contínua e formativa com solicitação de
2012, a disciplina PFEIPS tem caráter eleti- textos relacionados aos temas estudados,
vo e está vinculada à Escola de Enfermagem elaboração de “currículo ideal” e relexão
da USP (EEUSP), sendo ministrada por do- permanente sobre as dinâmicas e estudos
centes desta Escola e dos cursos de Terapia realizados.
Ocupacional, Medicina e Educação Física. A Os resultados mostram aumento da pro-
disciplina contempla alunos dos 14 cursos cura pela disciplina, pois no ano de 2012
de graduação em saúde da USP, com carga havia 31 matriculados e no ano de 2016 são
horária de 45 horas e encontros semanais 56 estudantes, com um crescimento de 87%.
no período noturno para possibilitar a par- Entre os anos de 2012 e 2015 houve 125
ticipação de estudantes dos diversos cur- alunos matriculados e apenas 25 (20%) não
sos e dois campus da capital. Estruturada concluíram. Até 2016 estiveram matricula-
em três eixos a disciplina busca promover dos 184 estudantes, dos cursos de Nutrição
o aprendizado dos estudantes sobre os ele- (16,3%) Fonoaudiologia (11,8%), Psicolo-
mentos da formação e da prática interpro- gia (11,8%) e Enfermagem (11,8%), Terapia
issional para ampliar a qualidade da aten- Ocupacional (8,6%), Farmácia (8%), Geron-
ção à saúde. O primeiro eixo (cinco aulas) tologia (6,4%) Educação Física e Esporte
visa promover o reconhecimento do papel (5,9%), Educação Física e Saúde (5,4%), Me-
das diferentes proissões e das competên- dicina (4,9%) Obstetrícia (4,3%), Saúde
cias especíicas, comuns e colaborativas que Pública (2,7%), Fisioterapia (1,6%) Odon-
fundamentam o trabalho em equipe. O se- tologia (0,5%). Ao longo dos anos os estu-
gundo eixo (sete aulas) busca o desenvol- dantes têm reairmado a importância dos
vimento de competências colaborativas a temas tratados, surpreendem-se com os es-
partir da discussão de três temas comuns tereótipos que tinham sobre as proissões
aos cursos de graduação em saúde: corpo, e com as descobertas compartilhadas que
necessidades de saúde e cuidado em saú- lhes permitem compreender seu papel pro-
de; no intuito de possibilitar a abordagem issional no SUS e no trabalho colaborativo.
ampliada do processo saúde doença com o Destaca-se o interesse crescente dos es-
reconhecimento das suas múltiplas dimen- tudantes e sua apreciação de que a discipli-
sões e da necessidade de mudança de foco na constitui iniciativa que deve permanecer
da atenção à saúde para os usuários, família e ampliar-se para o conjunto dos estudan-
e comunidade. No terceiro eixo (três aulas) tes dos cursos da área da saúde.
são discutidas as Diretrizes Curriculares Na-
cionais (DCN) dos cursos de graduação em Referências
saúde à luz das competências colaborativas Azevedo GD, Batista NA, Batista SHSS,
e trabalho em equipe. Os estudantes têm Bellini MIB, Câmara AMCS, Costa MV,
contato com as DCN dos respectivos cursos Cyrino AP, Cyrino EG, Peduzzi M, Reeves S.
e, em grupo, elaboram um “currículo ideal” Interprofessional education in Brazil: Build-
que lhes permitiriam desenvolver o apren- ing synergic network of educational and
dizado para o trabalho em equipe. healthcare processes. Journal ofInterprofes-
A disciplina utiliza o modelo de ensino sional care 2016, 30(2):135-37.
aprendizagem centrado nos estudantes Frenck J, Chen L, Bhutta ZA, Crisp N, Ev-
com metodologias ativas em todas as au- ans T, Fineberg H, Garcia P, et al. Health pro-
las. Aplicam-se as seguintes estratégias: es- fessionals for a new century: transforming
tudo de casos de pessoas, família e comu- education to strengthen health systems in
nidades com enfoque na identiicação de an independent world. The Lancet 2010.
práticas colaborativas; dinâmicas de grupo 376:1923-1957.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 141
World Health Organization. Framework Ciência e Saúde Coletiva. vol. 13 ago/set
for action on interprofessional education & 2008.
collaborative practice. Geneva: WHO; 2010.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Projeto Interdisciplinar de Intervenções


Urbanas na Comunidade Portelinha na
Ponta do São Francisco, São Luís – MA
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco
Fabiana Aquino de Moraes Rêgo, José Antônio Viana Lopes,
Márcio Henrique Smith Fonseca e Marcio Rodrigo da Silva Pereira
marciopereira@usp.br

Resumo um novo padrão habitacional verticalizado.


O presente trabalho foi desenvolvido no 2o Entretanto, com o passar dos anos surgem as
semestre de 2015 como forma de atender um primeiras ocupações espontâneas em locais
projeto interdisciplinar da Unidade de Ensino situados entre a Lagoa da Jansen e o Rio Ba-
Superior Dom Bosco – UNDB, voltado para o canga. A falta de capital para adquirir unidades
curso de Arquitetura e Urbanismo, engloban- habitacionais contribuiu de maneira signiica-
do as seguintes disciplinas: Antropologia da tiva para a consolidação dessas ocupações em
Casa, Projeto de Arquitetura: Habitação e Estu- áreas, que não eram de interesses imobiliário,
do das Cidades. O projeto interdisciplinar teve entre elas: mangues, beiras de rios e igarapés.
como objetivo promover a integração entre São consolidados os bairros da Ilhinha e a co-
diferentes áreas do conhecimento – arquitetu- munidade da Portelinha, entre os bairros do
ra, urbanismo e ciências sociais – com a ina- São Francisco e da Ponta D’areia. Desse modo,
lidade de abordar um tema de estudo espe- iniciou-se um processo de segregação socio-
cíico, contribuindo na formação dos futuros espacial resultando numa série de problemas
proissionais que irão atuar em nossas cidades. urbanos, em que as desigualdades sociais são
reletidas na paisagem urbana da cidade de
Introdução São Luís até os dias de hoje.
O objeto de estudo do projeto interdiscipli-
nar foi a comunidade da Portelinha, situada na Descrição do Projeto
margem do Rio Bacanga, próximo ponto de O projeto teve como objeto de estudo a Co-
encontro com a baía de São Marcos. A área munidade da Portelinha, que ica situada na
é caracterizada pela presença de palaitas e Ponta do São Francisco, na cidade de São Luís
ediicações precárias, com uso residencial e – MA. Tinha como objetivo proporcionar aos
comercial, pela falta de saneamento básico e estudantes de arquitetura e urbanismo realizar
pelo alto índice de violência urbana. Essa ocu- uma leitura de uma área especíica da cidade,
pação teve início por volta da década de 1970, considerando aspectos econômicos, sociais,
quando foi construída a ponte do São Fran- urbanos e ambientais para elaboração de um
cisco, com a inalidade de permitir a ligação problema de pesquisa. A partir da problema-
entre o centro histórico de São Luís e a orla tização proposta, foram desenvolvidas propo-
marítima. Com esses novos eixos de expansão sições de intervenções urbanas com a inali-
territorial na parte norte da Ilha, alguns bairros dade de apresentar soluções urbanísticas que
foram propostos – São Francisco, Renascença atenderiam ao interesse daquela população.
e Ponta D’areia – com o objetivo de ocupação
da orla, tendo como ponto de atração e exclu- Metodologia
sividade, a vista para o mar, caracterizados por O projeto interdisciplinar foi dividido em
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02 etapas: diagnósticos e proposição de in- urbana presente naquela comunidade. Assim,
tervenções. Na primeira etapa, as equipes de foram produzidos mapas e plantas urbanísti-
estudantes realizaram um diagnóstico da lo- cas com proposições de ordenamento do solo
calidade, com coleta de dados considerando urbano para um ambiente construído de qua-
os aspectos econômicos, sociais, urbanos e lidade, que atende os anseios da comunidade.
ambientais, que são fatores preponderantes
a serem observados para permitir uma rele- Conclusões
xão das reais representações sociais daque- Instituir o princípio de que o arquiteto e
la comunidade em relação ao território em urbanista possui um papel social para a for-
que ocupam. Na segunda etapa, cada grupo mação de uma cidade mais justa e que ofe-
apresentou propostas de intervenções urba- reça qualidade de vida para sua população,
nas que foram defendidas de forma oral em é fundamental para a criação de novos mo-
sala de aula. delos urbanísticos a serem praticados nas
sociedades contemporâneas. Assim, o proje-
Resultados to interdisciplinar fomentou uma nova rele-
Os resultados estabeleceram diretrizes para xão em que os estudantes possam vivenciar
futuras intervenções urbanas na localidade, aspectos além da sala de aula e que repre-
que possam ser propostas pelo Poder Público sentam o cotidiano das cidades brasileiras,
e até mesmo pela própria comunidade. Foram permitindo que a interdisciplinaridade seja
apresentados melhorias urbanas, tendo em um importante instrumento no processo de
vista reduzir a desigualdade social e a violência construção do conhecimento cientíico.

Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação

Teoria e Prática Transdisciplinar: Projetos


e Políticas na Bacia do Simeão - São Carlos
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos da Universidade de São Paulo
Tomás Antonio Moreira, Luciana Bongiovanni M. Schenk, Renato Luiz S. Anelli,
Marcel Fantin, Luciano Bernardino da Costa, Kelen Almeida Dornelles, Priscilla Kakazu
tomas_moreira@sc.usp.br

Resumo canalizada e tamponada. O Córrego do Si-


Experiência interdisciplinar e multidis- meão, que tributa suas águas no Córrego
ciplinar é uma demanda crescente e im- do Gregório, um dos principais córregos
portante nas atividades de graduação, seja que estruturam a cidade, foi responsável
por parte dos docentes como dos alunos. por contribuição de grande número de en-
O Instituto de Arquitetura e Urbanismo chente, provocando não apenas o dramá-
da Universidade de São Paulo deiniu esta tico alagamento da área central da cidade,
prática como estrutura do curso. A presen- mas colocou em primeiro plano, com forte
te proposta procura contemplar a experi- repercussão na mídia e sociedade, a ques-
ência de pensar a cidade a partir da inte- tão da relação rio – cidade. Para desenvol-
gração de diferentes campos disciplinares, vimento da experiência interdisciplinar e
tendo como ponto de partida a cidade de multidisciplinar deiniu-se a realização do
São Carlos, que vive o paradigmático mo- palmilhar do território, a extração de da-
mento de revisão do Plano Diretor. Desta dos a partir da sistematização realizada em
maneira, tem-se como objetivo desenvol- SIG, a leitura e interpretação do conforto
ver uma experiência de teoria e prática na ambiental urbano, as bases de projeto de
Bacia Hidrográica do Córrego do Simeão, infraestrutura urbana e instrumentos ur-
que percorre porção do território urbani- banísticos de políticas publicas, bem como
zado da cidade em registro pouco visível, a leitura de dados já sistematizados com
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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a experiência de campo. Como conclusões como pela estrutura de leitura, análise e
destacam-se a integração dos alunos na proposições de ações de planejamento,
abordagem interdisciplinar e multidisci- projeto e política urbanas. A disciplina foi
plinar a partir de diferentes abordagens organizada em aulas teóricas, práticas, vi-
sobre o mesmo objeto, a conceituação do sita de campo e workshop intensivo. Foi
projeto rio-cidade em múltiplas leituras e realizada uma aproximação com o cam-
a compreensão do processo como base po, cotejando a perspectiva de percepção
estrutural e estruturante para o planeja- sensível e direta do espaço urbano, além
mento urbano. da extração de dados ambientais, sociais,
Palavras-Chaves: Urbanismo, Projeto e econômicos, dados georeferenciados do
Políticas Urbanas, Bacia Hidrográica, Cór- território da cidade de São Carlos, bem
rego do Simião. como de projeto e de instrumentos urba-
nísticos de planejamento urbano. A análise
Introdução centrou-se na comparação, confrontação
A experiência de pensar a integração rio- e compatibilização de dados do palmilhar
-cidade a partir da integração de diferen- do território com os demais dados, de ma-
tes campos disciplinares é fruto da realida- neira a alcançar a proposição de projetos
de vivida na cidade de São Carlos com as que rearticulassem o corpo de água à vida
últimas inundações, bem como da propos- da cidade.
ta de estruturação didática interdisciplinar
e multidisciplinar do curso de arquitetura Resultados
e urbanismo. A Bacia Hidrográica do Cór- Os principais resultados foram: a in-
rego do Simeão, que percorre porção do tegração dos alunos, de diversos anos
território urbanizado da cidade, é urbani- do curso, na abordagem interdisciplinar
zada na sua quase totalidade. Em uma de e multidisciplinar a partir de diferentes
suas bordas tem-se a presença da Av. São abordagens sobre o mesmo objeto; a con-
Carlos, eixo estruturante de mobilidade da ceituação do projeto rio-cidade em múlti-
cidade. Participa da composição da área plas leituras e a compreensão do processo
central e histórica e apresenta questões como base estrutural e estruturante para
urbanas contemporâneas relacionadas a o planejamento urbano; as propostas para
centralidades, com forte presença de edi- um território com problemas infraestru-
fícios vazios e de aspecto abandonado. turas e sociais, somando-se para tanto a
Do ponto da nascente nas proximidades analise e proposição de pensar políticas
da via férrea uma grande diversidade de públicas que os tornem possíveis, em ou-
usos e ocupações pode ser observada, o tras palavras, a investigação de cenários e
que garante à bacia natureza complexa e a possibilidade de alcança-los.
multifacetada.

Descrição do Projeto
A disciplina pretendeu reconhecer, rele-
tir e analisar o território da bacia, promo-
vendo um levantamento e síntese dos pro-
cessos de analise, tendo como horizonte
o estabelecimento de diretrizes de projeto
que envolvesse ações de planejamento,
projeto e política urbanas.

Metodologia
A experiência é construída tendo em
vista a diversidade de formação e abor-
dagem dos professores responsáveis, bem
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 144
Formação Inicial de professores

Os Cursos de Licenciatura (Exatas) na USP:


A Reconiguração do Currículo
e a Formação de Professores
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Noeli Prestes Padilha Rivas e Glaucia Maria da Silva
noerivas@ffclrp.usp.br, glauciams@ffclrp.usp.br

Introdução São Carlos); v) Matemática (período diurno e


O presente trabalho analisa o processo noturno, campus de São Paulo); vi) Química
de construção do currículo de sete Cursos (período noturno, campus de Ribeirão Pre-
de Licenciatura da área de Ciências Exatas e to); vii) Química (período diurno e noturno,
da Terra a partir do estudo do Programa de campus de São Paulo). As matrizes curricu-
Formação de Professores da USP (PFPUSP). A lares de cada curso foram obtidas no Siste-
formação inicial de nível superior de profes- ma Júpiter Web (https://uspdigital.usp.br/
sores para a educação básica, consubstancia- jupiterweb/). O currículo atual dos referidos
da nos cursos de licenciatura, é inluenciada, cursos de licenciatura foi analisado a partir
entre outros fatores, pelas políticas públicas dos Blocos (I, II, III e IV) previstos no PFPUSP.
que induzem ao delineamento de percursos
formativos desses proissionais pelas insti- Resultados
tuições formadoras, públicas e privadas. As Percebe-se, uma preocupação em corres-
políticas de educação constituem-se, geral- ponsabilizar as disciplinas, ditas especíicas,
mente, em “complexos processos de decisão, pela formação docente do futuro professor.
dependentes de territorialidades diferentes Em consequência dessa nova visão, o Bloco
e interligadas com o objectivo de responder I, de Formação Especíica, foi reestruturado
airmativamente às amplas mudanças so- procurando romper com o ensino secciona-
cioeconómicas” (PACHECO, 2009, p. 106). O do e restrito a um conjunto isolado de dis-
estudo dos processos geradores de mudan- ciplinas, estando presente nos diversos mo-
ças nos Cursos de Licenciatura tem contribu- mentos formativos e incentivando a relexão
ído para a localização de pontos críticos das sistemática sobre os compromissos da uni-
propostas vigentes, para a ressigniicação da versidade com a educação básica. No Bloco
concepção de professor que atua na educa- II, de Iniciação à Licenciatura, todos os cursos
ção básica e do papel da Universidade. analisados possuem duas ou mais disciplinas
introdutórias que, geralmente, são oferecidas
Metodologia pela área da Educação e pelas unidades de
Analisaram-se os currículos de todos os origem. Este conjunto de disciplinas, de acor-
cursos de licenciatura, presenciais, da área do com o PFPUSP, tem o papel de sensibili-
de Ciências Exatas e da Terra oferecidos pela zar e introduzir o estudante no estudo siste-
USP em seus distintos campi. Esses cursos, mático de questões do campo da Educação,
num total de sete, correspondem às Licen- presentes na sociedade, relacionando-as com
ciaturas em: i) Ciências Exatas, com habilita- sua área de conhecimento e com o universo
ção em Física, Matemática e Química (perío- do conhecimento humano, seja ele histórico,
do noturno, campus de São Carlos), ii) Física social ou cultural. O Bloco III, de Fundamentos
(período diurno e noturno, campus de São Teóricos e Práticos da Educação, é formado
Paulo); iii) Geociências e Educação Ambien- por disciplinas que devem propiciar o apro-
tal (período diurno, campus de São Paulo); fundamento e a ampliação do conhecimento
iv) Matemática (período diurno, campus de do licenciando referente à Filosoia, Sociolo-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 145
gia, Psicologia, História da Educação, Didática, técnica, incorporando em sua proposta pe-
Política e Gestão da Educação Brasileira, além dagógica as dimensões continuum, lexibi-
da Língua Brasileira de Sinais. Essas discipli- lidade e pluralidade. Assim considerado, a
nas são de responsabilidade da Faculdade implantação do Programa de Formação de
de Educação no campus de São Paulo e do Professores e a institucionalização da CIL na
Departamento de Educação, Informação e Universidade de São Paulo tem representado
Comunicação no campus de Ribeirão Preto. espaços signiicativos de estudos e propostas
No entanto, no campus de São Carlos não há de formação de professores e pesquisadores
um Departamento especíico de Educação, para esse nível de escolarização. O desaio
icando essas disciplinas sob a responsabili- que se coloca reside no tensionamento entre
dade de docentes contratados para ministrar os interesses da universidade no contexto de
tais disciplinas. O Bloco IV, de Fundamentos complexidade das demandas contemporâ-
Metodológicos do Ensino engloba disciplinas neas e a realidade da escola pública brasileira.
que procuram articular os conteúdos cientíi-
cos especíicos da área de conhecimento das Referências Bibliográicas
Ciências Exatas e da Terra aos saberes peda- PACHECO, J. Processos e práticas de edu-
gógicos, buscando superar a instrumentalida- cação e formação. Para uma análise da rea-
de técnica na formação docente. lidade portuguesa em contextos de globali-
zação. Revista Portuguesa de Educação, v.22,
Conclusão n.1, p. 105-143, 2009.
Os currículos redimensionados, na ótica do USP. Programa de Formação de professores
PFPUSP, trazem avanços na medida em que na USP. São Paulo: Pró-Reitoria de Gradua-
superam o modelo “3+1” e a racionalidade ção, 2004.

Formação Inicial de professores

A Disciplina de Didática nos Cursos de


Pedagogia no Estado de São Paulo: O que
Dizem as Matrizes Curriculares
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Cristina Cinto Araujo Pedroso e Noeli Prestes Padilha Rivas
cpedroso@ffclrp.usp.br

Resumo da pedagogia e a redução do campo da pe-


O presente trabalho trata de uma pesqui- dagogia à docência, na medida em que há
sa qualitativa que objetivou analisar o lugar um alargamento do conceito de Didática.
da disciplina de Didática na matriz curricular
de 144 cursos de Pedagogia de instituições Introdução
públicas e privadas do Estado de São Pau- Este estudo teve como objetivo analisar
lo. Constatamos nas matrizes curriculares a o lugar da disciplina de Didática, enquanto
diversidade de nomenclatura de disciplinas campo disciplinar, na matriz curricular dos
em torno do campo da Didática, muitas sem cursos de Pedagogia de instituições públicas
aderência e conexão com a docência na e privadas do Estado de São Paulo. Parte do
perspectiva da polivalência nos anos iniciais princípio de que a Didática, enquanto campo
da educação básica reletindo a dispersão, o teórico, disciplinas e de práticas pedagógi-
campo amplo e impreciso do peril do egres- cas, é o eixo articulador dos conhecimentos
so deinido pelas DCN dos cursos de Peda- que compõe o curso de Pedagogia.
gogia. As análises reforçam a indeinição do A Didática trata do ensino em suas múl-
campo pedagógico, a dispersão do objeto tiplas determinações. Nesse sentido, a cada
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 146
momento histórico, as formas de concreti- sos investigados, o campo da Didática tem
zação do processo de ensino são recriadas, ocupado um espaço menor em relação aos
ressigniicadas e se transformam no tempo conteúdos especíicos e às metodologias de
e no espaço, em um processo de conigu- ensino. Esse dado pode indicar que o campo
ração. Nesse trabalho entendemos o campo da Didática está possivelmente sendo ocu-
da Didática na perspectiva crítica e multidi- pado por temas emergentes os quais têm
mensional a partir dos estudos de Candau tensionado o currículo dos cursos de Peda-
(2009), Pimenta et al (2013, 2015). Para Can- gogia e “que possivelmente mostram maior
dau (2009) o objeto da didática é o estudo relação com as demandas do mercado e
dos processos de ensino-aprendizagem em com o amplo campo de atuação proissional
situações sociais concretas, articulando as do pedagogo, impossibilitado pelas DCNs”
três dimensões: humanista, técnica e polí- (PIMENTA et al., 2014, p.30). Muitas dessas
tico-social. A autora ressalta que a Didática disciplinas tratam de temas “sem aderência
deve superar a dimensão meramente instru- e conexão com a docência na perspectiva as
mental, na qual se conigura como “[...] um polivalência n dos anos iniciais da educação
apêndice de orientações mecânicas e tec- básica reletindo a dispersão, o campo am-
nológicas [...]” (CANDAU, 2009, p. 30). A Di- plo e impreciso do peril do egresso deinido
dática em uma perspectiva de multidimen- pelas DCN dos cursos de Pedagogia” (GO-
sionalidade considera a convergência dos MES; LIMA, 2015, p. 13224).
fundamentos pedagógicos que subsidiam a Por im, as análises apontaram que os co-
proposta multirreferencial. Assim, segundo nhecimentos relacionados à Didática dispu-
Pimenta et al (2014, p.8) a “multirreferencia- tam lugar no âmbito do currículo dos cursos
lidade permite a compreensão das totalida- de Pedagogia com outros blocos de conheci-
des no todo e a multidimensionalidade do mentos por meio dos quais se pretende su-
todo às totalidades”. Portanto, este estudo postamente garantir também a formação do
se justiica na necessidade de se investigar Pedagogo generalista, ou seja, daquele que
como os cursos de Pedagogia estão tratan- poderá atuar como professor, gestor e pesqui-
do os conhecimentos referentes ao campo sador e nas outras áreas nas quais sejam ne-
da Didática, considerando que as Diretrizes cessários conhecimentos pedagógicos, como
Curriculares Nacionais do Curso de Pedago- por exemplo, nos contextos não-escolares.
gia, de 2006, alargaram o conceito de Peda- As análises reforçam a indeinição do campo
gogia e de Didática, com consequente dis- pedagógico, a dispersão do objeto da peda-
persão dessa formação. gogia e a redução do campo da pedagogia à
docência, na medida em que há um alarga-
Percurso Metodológico mento do conceito de Didática. Concluindo,
O estudo foi realizado na Faculdade de os cursos de Pedagogia, em sua maioria, não
Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Pre- estão formando, de maneira satisfatória, o
to, da Universidade de São Paulo. Trata-se pedagogo e nem tampouco o professor para
de uma pesquisa exploratório-descritiva, na a educação infantil e os anos iniciais da edu-
qual se busca a descrição e análise dos da- cação básica (PIMENTA; FUSARI, 2014).
dos de forma articulada (LUDKE e ANDRÉ,
1986). Para tanto foi utilizado como objeto
de estudo 144 matrizes curriculares dos cur-
sos de Pedagogia oferecidos por instituições
públicas e privadas do Estado de São Pau-
lo. Como procedimento utilizou-se a análise
documental.

Resultados e Conclusões
Os dados analisados evidenciaram que na
formação do pedagogo realizada pelos cur-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 147
Formação Inicial de professores

Escolas Campo: Formação em


Diálogo - Estágios da FEUSP nas
Escolas Públicas
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
Gislaine Oliveira, Jany Elizabeth Pereira, Marina Capusso, Sandra Torquato Bronzate
ecampo.fe@usp.br

Resumo licenciandos, docentes e escolas.


O Projeto Escolas Campo busca fomentar
e consolidar a relação entre a universida- Metodologia Utilizada
de e escolas da rede pública de ensino por Após o planejamento com a escola e reu-
meio de ações que objetivam a qualiicação niões com docentes da FEUSP, foram reali-
das experiências de estágio dos licencian- zadas as seguintes ações: 1) divulgação do
dos e a contribuição com a escola no que Projeto aos docentes e estudantes; 2) aber-
tange às relexões sobre a formação inicial tura de inscrições para o estágio no Projeto;
e continuada de professores e às práticas 3) reunião de recepção dos estagiários nas
pedagógicas. Essas ações são organizadas Escolas Campo; 4) reuniões de acompanha-
pelos educadores do Programa de Forma- mento dos estágios com as educadoras na
ção de Professores, que mediam a relação FEUSP; 5) reunião de devolutiva dos estágios
de estudantes, docentes e proissionais das nas Escolas Campo; 6) Avaliação do Projeto
escolas. A avaliação do Projeto pelos sujei- por todos os sujeitos envolvidos. As reuniões
tos envolvidos demonstrou, dentre outras de recepção e de devolutiva na escola pre-
questões, a importância da iniciativa con- veem a participação de todos os estudantes
junta entre a universidade e as escolas para inscritos, da equipe gestora e professores das
o desenvolvimento dos estágios. escolas e dos educadores do PFP-FE. Para
o desenvolvimento do Projeto é necessária
Introdução comunicação permanente entre educadores
Em 2015 o Programa de Formação de Pro- do PFP-FE e equipes das escolas.
fessores da Faculdade de Educação (PFP-FE)
iniciou o Projeto Escolas Campo tendo como Resultados Obtidos
referência as orientações contidas no docu- Na avaliação do Projeto, foi possível cons-
mento fundador do Programa (USP, 2004) tatar que o estágio realizado no âmbito do
com o objetivo de qualiicar as experiências Projeto Escolas Campo foi signiicativo para
de estágio e fomentar um processo de pro- a formação dos futuros professores, na me-
gressiva articulação entre a Faculdade de dida em que experimentaram uma imersão
Educação e escolas da rede pública de ensino. no contexto escolar, com acesso à docu-
mentação, espaços e atividades da escola,
Descrição do Projeto e se sentiram amparados para o desenvol-
O PFP-FE disponibiliza aos estudantes um vimento de suas propostas de estágio. De
Guia de Escolas para realização dos estágios. acordo com os estudantes, os educadores
Dentre essas escolas foram selecionadas cin- tiveram um papel importante enquanto me-
co unidades para participarem do Projeto Es- diadores nesse processo, acompanhando o
colas Campo, no qual os estágios de diferen- desenvolvimento do Projeto e auxiliando na
tes disciplinas foram planejados em acordo relação entre a proposta de estágio de cada
com as escolas e mediados pelos educado- licenciando e a realidade da escola. Essa me-
res do PFP-FE, que fazem o acompanhamen- diação possibilitou mais um espaço em que
to dos estágios por meio de encontros com os estudantes estabeleceram diálogo com
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 148
questões teóricas discutidas nas disciplinas, portância das atividades de observação, seja
problematizando e contribuindo com rele- na formação do estagiário, seja na possibi-
xões no desenvolvimento dos estágios. lidade de a escola ter acesso a outro olhar
Algumas escolas demonstraram interesse sobre o trabalho desenvolvido.
por propostas de estágio alinhadas aos seus Outros aspectos explicitados pela avalia-
projetos político pedagógicos. No âmbito do ção se referem à visão das escolas sobre o
Projeto, essas escolas receberam estagiários seu papel de coformadoras dos futuros pro-
com diferentes propostas, mas observaram fessores, à possibilidade de integração da
que aquelas relacionadas ao trabalho já reali- formação inicial com a formação continu-
zado ou que contemplavam alguma ação de ada e à importância de ações dos docentes
intervenção trouxeram maior contribuição à junto às escolas para o desenvolvimento de
comunidade escolar. Ao mesmo tempo, foi projetos vinculados aos estágios.
apontado pelos licenciandos que os está-
gios nos quais puderam realizar atividades Referências
de intervenção foram os que lhes renderam UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Pró-Rei-
maior satisfação e aprendizado. No entanto, toria de Graduação. Programa de Forma-
as avaliações também demonstraram a im- ção de Professores-USP. São Paulo, 2004.

Jogos didáticos e vídeos para o ensino de graduação

Análise do Comportamento
e Educação: Jogo de Tabuleiro
como Instrumento Pedagógico
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Lucas Roberto Pedrão Paulino; Paula Daniele Ferraresi
lucasrppaulino@gmail.com

Resumo zão ixa e intermitente, extinção, punição,


Sob o tema da importância do lúdico no entre outros). Eles podem ser usados não
processo de ensino e aprendizagem, o pre- apenas no entretenimento, mas também na
sente trabalho tem por objetivo apresentar educação. Aqui, o jogo foi elaborado tendo
um relato de experiência docente com o em vista questões “cognitivas” (como man-
uso de jogo de tabuleiro. O jogo foi aplica- ter a atenção dos alunos por mais tempo?);
do durante uma das aulas da disciplina com sociais (como promover interação?); edu-
o objetivo de dinamizar, aprimorar e discutir cativas (como melhorar a aprendizagem de
o tema das aulas. conteúdos?); e mesmo valorativas (como
promover cooperação?).
Introdução
A familiarização com os jogos parece re- Descrição do Projeto
corrente em todas as culturas humanas. Da O Jogo, inventado e elaborado pelo docen-
infância ao adulto, da amarelinha ao xadrez, te, foi feito com material de baixo custo: car-
todos jogam. A perspectiva teórica que per- tolina, lápis, caneta e folha A4. As casas foram
meia esse trabalho é o Behaviorismo Radical desenhadas à mão e o tabuleiro ornamenta-
e os princípios da aprendizagem compor- do com iguras impressas e coladas de pira-
tamentais não são apenas utilizados com tas e tesouros. O tabuleiro continha 21 casas
eiciência no mundo dos jogos atuais, mas para cartas especiais e 54 para cartas comuns,
são a eles elementos imprescindíveis. Den- totalizando 75 casas. As cartas comuns conti-
tre esses princípios podemos citar como nham perguntas acerca dos textos estudados
exemplo os esquemas de reforçamento (ra- e as cartas especiais continham textos com
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 149
referências atuais sobre seriados e ilmes e va um tesouro (caixa de bombom, pacote
instruções para interação entre os jogadores de bala ou chiclete) e deveria decidir como
e grupos, por exemplo, “Quando outro grupo reparti-lo com os outros grupos.
avançar casas, lembre-os de que se ‘esque-
ceram de mim’. Seu grupo avança o mesmo Resultados
número de casas”. As cartas eram recortadas Foi possível observar diferenças entre a
de folhas A4 (dez por folha). Foram utilizados primeira e segunda etapa. Na primeira eta-
dados e rolhas de garrafa como peças. pa, muitos alunos chegaram atrasados, não
liam ou liam rapidamente, saiam mais cedo
Metodologia ou não faziam ou traziam resumo. Nos mo-
Na primeira etapa, foram fornecidos qua- mentos propostos para leitura e resumo,
tro artigos sobre o tema no início das aulas. elas foram feitas de forma solitária e na-
A cada aula um texto era lido e discutido, queles para discussão, muitos alunos não
depois um resumo era requisitado. Na se- participaram. Na segunda etapa, os alunos
gunda etapa (aulas posteriores) o jogo foi chegaram mais próximo do horário do iní-
proposto. Os participantes foram separados cio da aula. Todos participaram ativamente
em grupos. Cada grupo era representado e engajadamente na brincadeira. Todos in-
no tabuleiro por uma peça. O jogo ocorreu teragiram, buscaram conjuntamente no tex-
em turnos. Um grupo diferente jogava por to a resposta das perguntas e as discutiram.
turno seguindo a mesma ordem após todos Muitas vezes os alunos preferiram continu-
jogarem. A cada turno um participante lan- ar a jogar, mesmo após o im formal da aula.
çava dados, avançava a peça e executava o
que a casa correspondente requisitava. Se o Conclusão
grupo caísse na casa comum, deveria pegar O jogo foi aceito por todos e se mostrou
uma carta de pergunta do monte e respon- um instrumento pedagógico útil para lidar
dê-la, se caísse na casa especial, deveria pe- com o conteúdo das aulas de forma des-
gar uma carta com um efeito para ser usado contraída, dinâmica, criativa e interativa. As
durante algum momento do jogo. De forma questões cognitivas, sociais, educativas e va-
geral, cada resposta aceita por todos como lorativas foram trabalhadas integralmente.
correta gerava o avanço de uma casa, salvo Além do jogo se mostrar como uma alterna-
sob efeito das cartas especiais. O grupo que tiva à aula tradicional, sua elaboração pode
atingisse o im do tabuleiro primeiro ganha- ser feita com baixos recursos inanceiros.

Jogos didáticos e vídeos para o ensino de graduação

STOP MOTION como Ferramenta de


Ensino em Reconstrução Facial Forense
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
Alice Aquino Zanin, Marta Regina Pinheiro Flores*, Rodolfo Francisco Haltenhoff Melani
alicezanin2@gmail.com

Introdução em importante metodologia em identiica-


A Reconstrução Facial Forense (RFF) é um ção humana para ins forenses. Atualmen-
processo dinâmico de elaboração da face te, duas técnicas de RFF são mais utilizadas: a
de indivíduos sobre crânios - tendo como Americana e a Russa. Na técnica Americana, a
base tabelas populacionais especíicas de espessura tecidual média é determinada por
espessura de tecidos moles - que visa a meio da utilização de cilindros de borracha e
construção de um modelo facial passível de marcada em 21 pontos craniométricos. Pos-
reconhecimento. Esse processo compõe-se teriormente, argila é utilizada para o preen-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 150
chimento dos espaços entre os marcadores minutos. O vídeo foi disponibilizado para os
de forma a restabelecer os contornos faciais alunos no youtube (https://www.youtube.
do crânio. Na técnica Russa, músculos faciais com/watch?v=aA4rlJxTss0) e no Ambiente
são reproduzidos em argila e inseridos no Virtual de Aprendizagem da Disciplina Odon-
crânio de acordo com sua origem e inserção. tologia Forense da Faculdade de Odontolo-
As tecnologias digitais introduzem um novo gia de São Paulo - FOUSP (www.moodle1.
contexto às dinâmicas de ensino, viabilizando studi.com.br). Após a apresentação do vídeo
o uso de ferramentas tecnológicas que mobi- e uma introdução às técnicas, os alunos fo-
lizam os mais variados sentidos empregados ram divididos em grupos e receberam a ré-
na aprendizagem. A animação stop motion plica do crânio para realizar a Reconstrução
consiste na realização de tomada fotográi- Facial Forense em laboratório.
ca de um cenário ixo, movendo os objetos
ligeiramente e tomando nova foto a cada Resultados e Conclusão
movimento. Posteriormente, essas imagens O stop motion aumentou a capacidade de
são sequenciadas e registradas na forma de síntese da informação das técnicas de RFF e
vídeo. Essa técnica viabiliza a construção de proporcionou aos alunos um material didá-
uma narrativa visual e/ou auditiva contínua e tico multissensorial, permitindo o acompa-
dinâmica, proporcionando-lhes movimento. nhamento das etapas de forma contextua-
As potencialidades e possibilidades da ima- lizada, que, associada à prática de laborató-
gem podem ser exploradas com a utilização rio, propiciou uma experiência concreta de
dessa ferramenta, permitindo uma melhor or- aprendizagem. Buscou-se, assim, referenciar
ganização e visualização da RFF. o cone de Dale e sua graduação da experi-
ência de aprendizagem (em porcentagens).
Descrição do Projeto Os estudantes puderam, através do vídeo, ler
Apresentar uma técnica de animação em (10%), ver (20%), assistir a um ilme ou de-
stop motion como ferramenta no processo monstração (50%), na prática de laboratório,
de aprendizagem em Reconstrução Facial puderam participar da discussão em grupo
Forense. (70%) e simular uma experiência real (90%).

Metodologia
A RFF foi executada em um crânio fototi-
pado da tomograia de um indivíduo femi-
nino, utilizando a técnica de reconstrução
Americana. As imagens da reconstrução fo-
ram realizadas no estúdio do Centro de Pro-
duções Digitais Prof. Edmir Matson (CPDigi),
da Faculdade de Odontologia da Universi-
dade de São Paulo, por meio da utilização
de uma câmera fotográica da marca NIKON,
modelo D80, sendo seus parâmetros esta-
belecidos em: ISO 800; f/5.6; distância focal
80 mm; tempo de exposição 1/30s; e, luz
contínua sem lash. As imagens geradas, de
2.896 x 1.944 pixels, foram tratadas utilizan-
do o Adobe Photoshop Lightroom©, a im
de realizar pequenas alterações no tamanho
da imagem para compor no quadro. Para a
edição do vídeo e a criação da time lapse foi
utilizado o software Adobe Premiere©. No
vídeo, foram utilizadas 403 fotograias, com
3 fotogramas por segundo, totalizando 2:44
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 151
Laboratórios e aulas virtuais

O uso da Análise de Sentimentos


em Learning Analytics
1
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
2
Universidade Federal de Lavras
Renata Lopes Rosa, Graça Bressan1, Demóstenes Zegarra Rodríguez2
rrosa77@gmail.com

Resumo virtual de aula ou mesmo por meio da extra-


Nos últimos anos, a análise de sentimentos ção de mensagens na rede social. A análise
vem sendo utilizada em várias áreas, inclusi- de sentimentos [1] possibilita que as frases
ve na área educacional para se ter o conhe- das pessoas sejam analisadas e quantiica-
cimento do nível de satisfação de estudantes das sentimentalmente para medir o nível de
em cursos presenciais ou remotos. A análise satisfação do usuário sobre um assunto.
de sentimentos e de emoção de textos dos
estudantes tem como objetivo melhorar o Objetivos
ambiente de aprendizagem, propiciando a O intuito do presente artigo é demonstrar
aplicação do learning analytics. Este artigo que a análise de sentimentos é de grande
tem como objetivo calcular a polaridade de utilidade na melhora do desempenho do
sentimentos extraídos dos textos escritos na learning analytics. O estudo pretende iden-
rede social, Twitter, utilizando algumas pala- tiicar os fatores que estão relacionados ao
vras-chave, como por exemplo: “aula”, “clas- nível de satisfação e insatisfação dos alunos
se”, “aula boa”, “aula ruim” e “sala de aula”. em aula. Toda a análise foi realizada com
Os estudos mostraram que os estudantes, as frases extraídas do Twiter, o que pode
em sua maioria de nível médio de escolari- ser estendido para ambientes virtuais de
dade, utilizam a rede social para se expressar aprendizagem.
de forma positiva ou negativa sobre diversos
aspectos das aulas. Os resultados demons- Metodologia
traram a utilidade de análise de sentimentos Um script na linguagem Hypertext Pre-
no learning analytics. processor (PHP) e Software Development
Kit (SDK) foi utilizado para a busca e extra-
Introdução ção das frases na rede social. Os resultados
Learning analytics, também denomina- foram armazenados em um banco de dados
da de analítica de aprendizagem, se refere na linguagem MYSQL. As mensagens foram
às ações de extrair, analisar, medir e apre- coletadas por dos semanas e foram obtidas
sentar dados sobre alunos de um ambiente 100 frases diárias, muitas delas eram repe-
de aula. O learning analytics é utilizado em tidas, pois no Twitter as pessoas costumam
cursos à distância ou semipresencial, porém repetir as frases mais populares, portanto
também pode auxiliar nos cursos presen- no total foram obtidas 657 frases diferentes.
ciais que utilizem um ambiente virtual de Palavras-chave foram utilizadas para ex-
interação e disponibilização de materiais tração das frases, as quais foram “aula”, “clas-
didáticos ou até mesmo que façam uso da se”, “aula boa”, “aula ruim” e “sala de aula”, os
rede social para formar grupos de estudo. comentários dos estudantes foram captura-
Um dos fatores analíticos da aprendiza- dos e analisados automaticamente por um
gem é justamente medir a satisfação dos script de cálculo de sentimentos, utilizando
alunos referente aos conteúdos apresenta- um dicionário de palavras e seus respectivos
dos que pode ser feito por meio de fóruns, valores de sentimento de -5 a +5. Exemplo:
de um ambiente interativo de um sistema amo = + 5; odeio = - 5; gostar = +4.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 152
Resultados e Conclusões dem ser extraídos por meio da análise de sen-
A captura das mensagens na rede social timentos, pontuando os sentimentos das fra-
mostraram que os pontos positivos relacio- ses presentes não somente nas redes sociais,
nados à aula foram: os colegas de aula, o como também em fóruns e discussões de alu-
uso de aulas mais interativas, o uso de ví- nos em um ambiente virtual de aprendizagem.
deos em aula e a opção de ofertar aulas em
horários de preferência do aluno. Os pontos Bibliograia
negativos de acordo com as frases extraí- [1] ROSA, R. L.; RODRÍGUEZ, D. Z.; BRES-
das da rede social foram: horários restritos SAN, G. Análise de Sentimentos e Afetivi-
de aula, avaliações, as faltas que fazem com dade nas Redes Sociais - Métricas de Senti-
que os alunos percam o andamento da dis- mentos e Afetividade. 1. ed. Novas Edições
ciplina e a ausência de professores. Acadêmicas/OmniScriptum GmbH, 116 p,
O estudo mostrou que vários indicativos po- 2015.

Temas diversos

Evasão na Graduação da Escola Politécnica


da Universidade de São Paulo:
Identiicação e Possíveis Causas
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Lucas Anastasi Fiorani, Osvaldo Shigueru Nakao
iorani@.usp.br, osvaldo.nakao@poli.usp.br

Resumo sando prejuízo milionário à instituição. Al-


A pesquisa caracterizou (estatísticas des- guns pesquisadores apontam, por meio de
critivas) a evasão na Escola Politécnica da modelos empíricos e teóricos, as causas da
Universidade de São Paulo – SP, na Univer- evasão no ensino superior, inexistindo, no
sidade de São Paulo e no contexto das Insti- entanto, qualquer trabalho particularizado
tuições de Ensino Superior Brasileiras a partir para a Escola Politécnica da Universidade de
de banco de dados interno, o qual permitiu São Paulo, embora seja fundamental, para
inferir sobre as suas causas (estatística in- que se mitiguem os efeitos da evasão, pro-
ferencial). Ao inal, apresentam-se os resul- ceder-se às análises das suas origens com
tados obtidos nas estatísticas descritivas base nos dados disponíveis. Neste contex-
(taxas de evasão, período de permanência to, Alves (2.008), Nakao, Grimoni e Turbino
dos alunos e ano do curso em que ocorre o (2.009) e Silva Filho et al. (2.007) mostram
maior número de evasões) e inferenciais (re- que, embora a evasão no ensino superior
lação entre as variáveis do banco de dados tenha motivos variados, as causas são sem-
e a evasão), com as conclusões do trabalho. pre externas e/ou internas, de modo que é
imprescindível compreender o comporta-
Introdução mento e as características do curso especí-
A evasão escolar no ensino superior atin- ico objeto do estudo.
ge as universidades privadas e públicas no Assim, ante o desperdício inanceiro causa-
Brasil, trazendo prejuízos sociais e inancei- do pela evasão e à necessidade de se realizar,
ros, em especial às universidades públicas na própria IES (EPUSP), o levantamento e o
que são inanciadas pelos contribuintes. O apontamento das causas da evasão, conside-
percentual de alunos evadidos nas univer- rando, ainda, que inexistia (para e dentro) da
sidades públicas brasileiras gira em torno EPUSP trabalho acadêmico neste sentido, de-
de 12%, ao passo que na Escola Politécnica senvolveu-se pesquisa (inédita) no programa
da Universidade de São Paulo é 15%, cau- de Pós Graduação da POLI-CIVIL, cujos resul-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 153
tados permitirão a adoção de medidas para da é dada razão entre o número de alunos
reduzir evasão na EPUSP e mitigar os seus evadidos e o número de alunos matricula-
relexos, como perdas econômicas, sociais e dos no ano de ingresso (“n”) do curso em
pressões “sociais” sobre a instituição no que estudo, de modo que matematicamente é
tange ao número de vagas ociosas. Tx. E.n = T.E.n/T.I.n, com: T. E.n = número to-
tal de alunos evadidos3; T.I.n = número total
Descrição do Projeto e seus Objetivos de alunos do curso em análise ingressan-
A pesquisa1 visou deinir taxa de evasão e tes. Dentro desta conceituação, analisou-
apresentar a sua formulação de cálculo, con- -se banco de dados da EPUSP com 12.371
textualizando-a, mediante análise dos bancos alunos que ingressaram entre 2000 e 2014
de dados do INEP2, da USP2 e da EPUSP, no na graduação, permitindo, com uso de fer-
panorama geral da evasão no contexto nacio- ramentas e hipóteses estatísticas, tratar as
nal2, na USP2 e e na EPUSP, com ênfase no cur- mais de 225.238 células com informações
so de engenharia civil2. Tratados, os bancos de computadas. Desenvolvidas as análises des-
dados dos alunos da EPUSP permitiram obter critivas, com médias e agrupamento de va-
estatísticas descritivas e inferenciais sobre as riáveis, aplicaram-se testes de hipóteses (χ2
variáveis de interesse (tempo de permanência, e t-student) que embasaram, com inferência
tipo de ingresso, ano de ingresso e repetência estatística, as conclusões sobre as causas da
no curso básico), com as conseguintes conclu- evasão dos graduandos na escola.
sões sobre as causas da evasão.
Resumo dos resultados4
Metodologia
A conceituação de taxa de evasão utiliza-

Estatística Valor Análise


Resultado médio geral que varia dentro das categorias
Taxa de evasão
15,00% de ingresso: 17,45% (1a chamada da FUVEST), 23,63%
GERAL (EPUSP)
(transferência externa) e 33,33% (transferência USP)
A maior incidência de evasão se dá no inal do 2o ano de
Indecência de eva-
25,03% curso (25,03%), sendo que nos 3 (três) primeiros anos
são (maior)
ocorrem mais da metade da evasão dos alunos (51,51%)
Entre os alunos evadidos (e até mesmo entre os gradua-
Repetências Álgebras e dos) as maiores repetências nas disciplinas do 1o ano de
(maiores) Cálculos curso (ciclo básico) são os cálculos (MAT2453, MAT2454
e MAP2121) e as álgebras (MAT2457 e MAT 2458)
Na média, o aluno evadido permanece ativo na EPUSP
Tempo de evasão 4,00 anos
(ainda que não esteja cursando aulas) por 4 anos

Passado o período de graduação regular (5 anos), o alu-


Probabilidade de A partir do
no que não se graduou, a cada ano que permanece na
evasão (Maior) 6o ano
EPUSP, tem maior probabilidade de evasão

Embora sejam mais reprovados em cálculos e álgebras


Disciplinas
Persistência (matemática), os alunos evadidos (re)matriculam-se com
de
(maior) maior intensidade nas disciplinas do ciclo básico ministra-
engenharia
das pela EPUSP

Tabela 1 – Estatísticas descritivas


Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 154
Inferência Resultado
Há diferenças nas incidências de evasão entre os alunos que in-
Relação entre o tipo de
gressam pelo vestibular (inclusive entre as suas várias “chama-
ingresso e a evasão
das”) e por transferências (externa e USP, inclusive entre elas)
Relação entre as disci-
Há diferenças comportamentais e de sucesso entre os alunos gra-
plinas do ciclo básico e
duados e evadidos frente às disciplinas do ciclo básico da EPUSP.
a evasão
Tabela 2 – Inferência estatística

Conclusões sobre as causas da evasão e


sugestões para mitigação

Fator Descrição Mitigação


Alunos que não tem vocação Identiicado o aluno potencialmente dotado
Déicit acadêmica para com a enge- de déicit vocacional, se ele não tiver nenhu-
vocacional do nharia ou para com qualquer ma outra aptidão aparente, deve-se esti-
graduando outro curso de graduação (e mulá-lo a inalizar o curso, de modo a não
universidade) desperdiçar a monta nele investida até então
Discentes que tem aumenta-
Criação de programas de orientação, na
do seu nível de insatisfação
qual os alunos repetentes possam ser es-
Falta de frente à EPUSP, em vista da
timulados a perseverar e identiicar o as
persistência redução de sua autoestima
causas pela qual não foi bem sucedido ao
por repetências nas discipli-
cursar as disciplinas do ciclo básico
nas do ciclo básico
Alunos que se sentem deslo-
Criação de comissões e palestras
cados no ambiente universi-
fundamentando os objetivos da EPUSP e
Ambientação tário e na EPUSP, sentindo-se
esclarecendo dúvidas sobre (o “por quê”
à EPUSP insatisfeitos por não concor-
de) certas posturas que, muitas vezes, são
dar (ou entender) a cultura
impopulares frente ao corpo discente.
da escola e seus objetivos
Discentes que ingressam na
EPUSP com lacunas dos en-
Criação de reforços escolares para alunos
sinos médio e fundamental
nestas situação, colocando-os em condi-
Deiciências apresentam maior incidência
ções de acompanhar o nível de qualidade
na formação de repetência frente a outros
(que não pode ser reduzido) das discipli-
predecessora melhor preparados, o que
nas ministradas no 1o ano do ciclo básico
lhes causa redução da auto-
da EPUSP
estima e aumento da sua in-
satisfação para com a EPUSP
Tabela 3 – Causas da evasão e sugestão de mitigação
Notas transferência interna, transferência para outra
1
Há outros, que não são apresentados no re- IES, desistência, reopção e jubilamento.
sumo, mas poderão sê-los na apresentação oral. 4
O trabalho conta diversos gráicos que re-
2
Não apresentado por necessidade de sín- sumem os resultados numéricos que, neste
tese, mas poderá sê-lo na apresentação oral. resumo, não são apresentados por necessi-
3
Contabilizados independentemente do dade síntese.
fato gerador do desligamento: abandono,
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 155
Temas diversos

Acompanhamento Longitudinal de
Características Sócio Demográicas e
Psicológicas de Estudantes e a Produção de
Dados para o Planejamento Educacional em
Cursos de Graduação da Área da Saúde:
a Experiência da FMRP-USP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Maria Paula Panúncio-Pinto, Victor Evangelista Ferraz e Luiz Ernesto de Almeida Troncon
mapaula@fmrp.usp.br, vferraz@fmrp.usp.br, ledatron@fmrp.usp.br

Resumo Descrição do Projeto


A necessidade constante de rever currícu- O projeto consiste na aplicação de deter-
los e alinhar a formação de proissionais da minados formulários, escalas e instrumen-
saúde à realidade social do país coloca em tos, em momentos especíicos dos cursos
evidencia a importância de conhecer melhor (no ingresso, obrigatoriamente; com reapli-
os estudantes do ponto de vista sócio demo- cação em intervalos que façam sentido no
gráico e psicológico. Para atender a esta ne- contexto dos diferentes currículos, duração
cessidade está em desenvolvimento na FMRP de cada curso, peril inal desejado). Preten-
um projeto de acompanhamento longitudinal de-se, assim, constituir banco de dados lon-
dos estudantes que pretende constituir banco gitudinal com informações dos estudantes
de dados referentes às características pesso- de todos os cursos da Unidade.
ais dos mesmos, visando produzir e armaze-
nar informações para o planejamento educa- Objetivos
cional e de apoio ao estudante. Geral: Realizar acompanhamento longitu-
dinal de características pessoais dos estu-
Introdução dantes da FMRP-USP, referentes aos aspec-
Compreender como aspectos sociais e tos sócio demográicos e psicológicos dos
psicológicos afetam o desenvolvimento estudantes dos sete cursos da FMRP-USP,
acadêmico dos estudantes e a sua capaci- bem como documentar eventuais mudan-
dade de aquisição de habilidades e compe- ças a medida em que ocorre a progressão
tências ao longo da graduação é uma meta do estudante desde o início ao inal dos
importante, embora difícil de alcançar, e cursos, bem como ao longo do tempo, no
que ganha relevância, uma vez que dados suceder das turmas.
sobre a evolução dos estudantes são funda- Especíicos: (1)Delinear o peril sócio-de-
mentais para subsidiar o planejamento edu- mográico e de características psicossociais
cacional, em qualquer escola. Para atender da população de estudantes dos cursos da
a essa importante meta o Centro de Apoio FMRP; (2) documentar mudanças esperadas
Educacional e Psicológico-CAEP da FMR- do peril dos estudantes ao longo do tempo,
P-USP apresentou a proposta de iniciar o a medida em que progridem nos cursos; (3)
projeto de acompanhamento longitudinal identiicar eventuais mudanças no peril de
da demanda dos estudantes de graduação características dos estudantes, em associa-
de todos os sete cursos da Unidade. A pro- ção a intervenções no sistema de admissão
posta foi aceita pela Comissão de Gradua- ou nos modelos curriculares aprovadas pela
ção e pelas Comissões Coordenadoras dos unidade ou pela Universidade de São Paulo;
cursos e o projeto teve início no primeiro (4) compreender como aspectos sócio-de-
semestre de 2016. mográicos e psicológicos afetam o desen-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 156
volvimento dos estudantes ao longo de sua mantidos em banco, estruturado e adminis-
formação na graduação; (5) identiicar mo- trado pelo CAEP e icarão disponíveis para
mentos de vulnerabilidade comuns à maioria utilização em ações institucionais.
dos estudantes de cada curso e prever, con-
sequentemente, ações institucionais para Resultados
abordar tais situações; (6) utilizar as informa- 280 estudantes ingressantes dos sete cur-
ções provenientes do banco de dados para sos de graduação da FMRP foram aborda-
subsidiar medidas de aperfeiçoamento da dos com sucesso, 90% da população aceitou
organização curricular e de adequada sele- participar do projeto, assinando consenti-
ção de métodos de ensino e aprendizagem. mento para o armazenamento e utilização
dos seus dados, respondendo aos 06 instru-
Metodologia mentos. Foi possível identiicar que o tempo
Para esta abordagem inicial foram dei- necessário para a aplicação coletiva dos 06
nidos 06 instrumentos: questionário sócio instrumentos é em média 90 minutos.
demográico; NEO-FFI Five Factory Inven-
tory (investiga cinco traços ou dimensões Considerações Finais
da personalidade: instabilidade emocional, Uma ação institucional deste porte deman-
extroversão, sociabilidade, escrupulosida- da planejamento que envolve a aquisição dos
de, abertura para experiências); JSPE-S,Je- instrumentos, e a deinição de estratégias para
fferson Scale Of Physician Empathy (auto sua aplicação, anualmente no ingresso das tur-
relato considerando Tomada de Perspec- mas e ao longo dos cursos, sua reaplicação no
tiva; Compaixão; Assumir a perspectiva do momento oportuno de acordo de com cada
outro); Escala de ajustamento social; Escala currículo. Consideramos estar avançando de
de motivação acadêmica e Índice de Estilos forma importante ao institucionalizar uma
de Aprendizagem. Os dados obtidos serão ação com essas características e alcance.

Temas diversos

A Disciplina Recursos Didáticos em


Geociências: Mudanças e Contribuições
para o Ensino de Geociências
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
C. Bourotte e L. Martins
chrisbourotte@usp.br

A disciplina Recursos Didáticos em Geo- trabalhos realizados em grupo como nova


ciências é uma disciplina noturna de duas prática de ensino introduzida recentemen-
horas ministrada no 3o ano do Curso de Li- te na disciplina. Durante o semestre, são
cenciatura em Geociências e Educação Am- apresentados, discutidos e elaborados dife-
biental (LiGEA) do Instituto de Geociências rentes tipos de recursos didáticos (folhetos,
da USP. O objetivo principal da disciplina é jogos, maquetes, entre outros) e seu uso e
promover um contato com diversos tipos aplicações no ensino de Geociências e Edu-
de recursos didáticos, bem como elaborar e cação Ambiental.
se possível aplicar, um recurso didático vol- A partir do ano de 2014, a disciplina foi
tado para o ensino de Geociências e Educa- assumida pelas autoras que decidiram pro-
ção Ambiental, seja no âmbito dos estágios por algumas mudanças tanto de conteúdo
supervisionados obrigatórios (50 horas ao como de práticas de ensino. A carga de au-
longo do semestre em espaço de educação las teóricas foi gradativamente diminuída e
formal ou não formal), seja no âmbito de substituída por atividades práticas e mais
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 157
participativas em sala de aula e no Labora- de adequar e diminuir a carga de trabalho
tório de Recursos Didáticos do Instituto de fora da sala de aula sobrecarregando os alu-
Geociências. A partir de 2015, uma temática nos, conforme pôde ser avaliado no ano an-
foi adotada como eixo norteador de todas terior, a disciplina foi estruturada em torno
as atividades da disciplina. Naquele ano, dos principais tipos de recursos didáticos a
a temática escolhida foi o solo, de acordo serem trabalhados dedicando pelo menos
com o Ano Internacional do Solo estabele- duas aulas práticas para cada recurso, com
cido pela ONU. Os alunos formaram grupos uma abordagem muito mais dinâmica, pro-
de trabalho e elaboraram um recurso didá- dutiva, ativa e criativa, durante as quais os
tico e um folder de apresentação de seus próprios alunos idealizam, planejam, proje-
respectivos recursos sobre os seguintes te- tam e elaboram os recursos propostos. Des-
mas: ciclo do nitrogênio (produção de um ta forma, os diferentes grupos se organiza-
recurso interativo sobre o ciclo com uso de ram em torno de temas secundários relacio-
imã), solo e construção civil (produção de nados com a Água, a saber: reservatórios e
uma maquete de uma casa com a fabrica- quantidade de água no planeta, água sub-
ção de tijolos de barro) e o solo com produ- terrânea, água e mudanças climáticas, água
ção de um jogo de tabuleiro, intitulado “a e movimentos de massa, rios e atividades
corrida dos solos”. Como responsável pela humanas, e produziram jogos de dominó,
disciplina de Pedologia ministrada para o jogos de tabuleiro e jogos da memória com
LiGEA e pelo projeto “Solo na Escola” sedia- propostas muito criativas e inovadoras que
do no Parque Cientec, a Profa. Déborah de após os ajustes necessários poderão ser uti-
Oliveira (FFLCH) foi convidada a participar lizados em atividades futuras e para públi-
da disciplina. Desta forma, os recursos pro- cos variados.
duzidos pelos alunos puderam incremen- Com base nesse breve relato, podemos
tar os recursos já existentes e utilizados no airmar que a disciplina promove compro-
projeto e nas oicinas oferecidas ao público metimento, autonomia, iniciativa, tem auxi-
visitante do parque Cientec. O Prof. Marciel liado na expressão da criatividade, na troca
Consani do Curso de Licenciatura em Edu- de conhecimento, na formulação de novas
comunicação da ECA também colaborou ideias e propostas de soluções/alternativas
com algumas atividades da disciplina e sua para o Ensino de Geociências. Finalmente,
contribuição foi muito importante para a na busca constante do aprimoramento da
confecção dos folders. disciplina, iniciativas de parcerias e inter-
Este ano, a temática norteadora não foi venção de professores de cursos voltados
imposta mas discutida e escolhida entre os para outras áreas do conhecimento (ECA,
alunos, que optaram para o tema da Água FAU, por exemplo) estão sendo procuradas
por ser um tema de atualidade (crise hídri- e propostas pelas docentes, buscando uma
ca) e abordado no Ensino Básico. No intuito maior interdisciplinaridade.

Temas diversos

Análise das Atividades Realizadas


pelo PET Fonoaudiologia
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
I.A. Quadros, G.R. Luccas, W.Q. Blasca e G. Berretin-Felix
isabeladequadros@gmail.com

Resumo teadoras o ensino, pesquisa e extensão, bem


O Programa de Educação Tutorial (PET) como a interdisciplinaridade em telessaúde.
em Fonoaudiologia possui como bases nor- Este trabalho tem como objetivo apresentar
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 158
os resultados das atividades realizadas pelo seminários são apresentados por bolsistas
PET Fonoaudiologia nos últimos cinco anos. sob orientação de docentes e/ou pós-gra-
Em síntese, foram oferecidos 33 seminários duandos. Podem abordar assuntos espe-
especíicos e 22 interdisciplinares, 18 reuni- cíicos da Fonoaudiologia ou apresentar
ões clínicas, cinco Meetings Acadêmicos Fo- interdisciplinaridade com outras áreas do
noaudiológicos, quatro oicinas de reforço, conhecimento. As Reuniões Clínicas estimu-
desenvolvidos 20 projetos individuais, cinco lam a participação do corpo docente envol-
coletivos e 18 monograias foram defendi- vido tanto em disciplinas de fundamentos
das, além da participação e organização de quanto proissionalizantes, bem como entre
sete CINEPETs e de quatro edições do curso estudantes de graduação, pós-graduação e
de difusão “Liga de Telessaúde”. proissionais de diferentes instituições de
ensino e/ou pesquisa convidados a discutir
Introdução o caso. Os bolsistas também desenvolve-
O PET é uma iniciativa da Secretaria de ram projetos voltados ao ensino à distância,
Ensino Superior do Ministério da Educação capacitação em saúde, teleprática e exten-
e Cultura – SESu/MEC, e é integrado por são, e seus trabalhos concluídos oralmente,
grupos tutoriais de aprendizagem e busca como também em formato de artigo cien-
propiciar aos alunos, sob orientação de um tíico para uma banca examinadora, com-
Professor Tutor, condições para a realização posta pelo orientador e dois avaliadores.
de atividades extracurriculares que favore- Além dos projetos individuais, os bolsistas
çam a sua formação acadêmica e contribu- também desenvolveram projetos coletivos
am para o curso de graduação em que o vinculados às necessidades do Curso de
Programa está inserido. O objetivo deste Graduação em Fonoaudiologia. A atividade
trabalho, é apresentar os resultados das ati- denominada CINEPET busca trazer relexões
vidades realizadas pelo PET Fonoaudiologia de caráter ilosóicas, sociais, políticas, cul-
nos últimos cinco anos. turais, éticas e cientíicas a partir da apre-
sentação do ilme, seguida de debate entre
Descrição do Projeto expectadores e proissionais convidados. A
O PET Fonoaudiologia, primeiro e único Liga de Telessaúde da FOB/USP possibilita
da área no Brasil, foi criado em 2006. Conta aos alunos de graduação e pós-graduação
com a participação de 12 bolsistas, (quatro do campus USP-Bauru formação teórico
integrantes de cada ano, do segundo ao prática em teleeducação e teleassistência.
quarto ano) do Curso de Graduação em Fo-
noaudiologia da FOB/USP. Resultados
Quanto às atividades de ensino, foram
Metodologia oferecidos 33 seminários especíicos e 22
As bases norteadoras do PET Fonoaudio- interdisciplinares, 18 reuniões clínicas e cin-
logia são representadas pelo ensino, pes- co Meetings Acadêmicos Fonoaudiológi-
quisa e extensão e pela interdisciplinaridade cos, abordando temas não contemplados
em telessaúde. As atividades realizadas são ou contemplados de modo supericial na
organizadas, de acordo com um calendário graduação. Os resumos de tais atividades
e cronograma anual realizado pelas bolsis- são redigidos em formato expandido e são
tas e tutora, sendo: seminários, projetos de publicados no periódico PET Informa. No
pesquisa, atividades de extensão, oicinas ano de 2015 foi realizada uma proposta de
de reforço, atividades cientíicas e culturais, participação dos alunos de Pós-Graduação,
descritas a seguir: em nível de doutorado, como revisores dos
O Meeting Acadêmico representa uma artigos a serem publicados no periódico. Tal
atividade realizada durante dois dias, na proposta está sendo implementada ao lon-
qual proissionais especialistas são convi- go do ano de 2016.
dados a proferirem palestras e conta com A partir de 2014 os seminários e reuniões
80 a 100 expectadores a cada evento. Os clínicas, passaram a contemplar a grade cur-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 159
ricular do curso de graduação como uma Quanto às atividades de extensão, foram
disciplina optativa livre, com carga horária oferecidos 7 CINEPETs, além da organização
de 30 horas distribuídas ao longo do ano. e participação do curso de difusão “Liga de
Contou com 24 estudantes em 2014 e 30 em Telessaúde”, no qual foram oferecidos 20
2015. Além disso, de forma integrada à co- temas, com 244 participantes, em 4 edições.
ordenação do curso de Fonoaudiologia, por Por im, deve-se considerar a participação
meio da aplicação de um questionário, que dos bolsistas em eventos cientíicos da Fo-
buscava identiicar as disciplinas considera- noaudiologia e do PET, bem como na orga-
das de maior diiculdade, foram propostas nização de eventos.
“oicinas de reforço” para oito disciplinas e,
foram efetivamente realizadas quatro. Conclusão
Quanto às atividades de pesquisa, ao longo Por meio das atividades descritas desen-
dos últimos cinco anos, foram desenvolvidos volvidas, o PET Fonoaudiologia oferece aos
20 projetos individuais, cinco coletivos e 18 alunos melhorias na formação acadêmica,
monograias foram defendidas. Os trabalhos estimula a melhoria do ensino de gradua-
desenvolvidos pelos bolsistas, tem sido apre- ção. Além disso, promove a integração da
sentados em eventos cientíicos e publicados formação acadêmica com a futura atividade
em revistar nacionais e internacionais. proissional.

Temas diversos

Análise do Rendimento Acadêmico


de Alunos Ingressantes ba USP Egressos
de Escolas Públicas Medalistas da Olimpíada
Brasileira de Física das Escolas Públicas
Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo
Euclydes Marega Junior
euclydes@ifsc.usp.br

Resumo Introdução
Neste trabalho são apresentados resulta- O governo brasileiro vem nos últimos
dos quantitativos do rendimento acadêmico anos, estimulando ações que visam forta-
de estudantes egressos de escolas públicas lecer e criar novas iniciativas que levem os
e ingressantes na Universidade de São Pau- alunos a ter maior interesse pelo conheci-
lo. Os ingressantes são todos medalhistas da mento. Este é o caso das Olimpíadas Bra-
Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Pú- sileiras de Física, Matemática, Química,
blicas(OBFEP) no estado de São Paulo. A aná- Astronomia e Biologia que recebem anual-
lise do rendimento escolar destes estudantes mente inanciamento do Conselho Nacional
permite concluir que os egressos estão aci- de Desenvolvimento Cientíico. Trata-se de
ma da média quando comparados com ou- eventos de âmbito nacional, nos quais estu-
tros estudantes ingressantes na Universida- dantes do ensino médio e fundamental par-
de de São Paulo nas mais diversas áreas do ticipam de uma série de atividades que têm
conhecimento. Isto mostra claramente que como objetivo estimular o estudo de ciên-
eventos extracurriculares, tais como Olimpí- cias e matemática. Este tipo de competição,
adas do Conhecimento, podem ser um fator além de estimular o desenvolvimento de
motivador ao estudo não só visando o in- habilidades cientíicas e intelectuais, requer
gresso no ensino superior, mas também no persistência, motivação e curiosidade, fato-
decorrer dos estudos após o ingresso em res determinantes para o desenvolvimento
carreiras universitárias. do aluno quanto indivíduo.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 160
A OBFEP (http://www.obfep.org.br) é um estudantes foi realizado um acompanha-
programa permanente da Sociedade Bra- mento do desempenho acadêmico destes
sileira de Física (SBF) para estudantes do nos cursos de origem. Observou-se que o
9o ano do Ensino Fundamental e 1a, 2a, 3ª rendimento é consideravelmente bom em
séries e 4a série (ensino técnico) do Ensino todas as áreas do conhecimento. Isto in-
Médio de escolas públicas municipais, es- dica que o aluno ingressa na Universidade
taduais e federais. A Sociedade Brasileira com uma base sólida de conhecimentos
de Física (SBF) organiza anualmente a OB- que lhe permite desenvolver plenamente o
FEP em colaboração com vários Institutos conteúdo de sua área de conhecimento. Os
e Departamentos de Física de Universida- resultados mostram também que estes es-
des Estaduais (no estado de São Paulo com tudantes não apresentam deiciências signi-
a USP) e Federais e Institutos Federais de icativas venham inviabilizar seu desempe-
Educação, Ciência e Tecnologia, e que a nho no curso, além de que o percentual de
exemplo de quase uma centena de países, desvinculação é muito inferior da média da
tem como objetivo de usar as competições Universidade.
intelectuais como veículos capazes de des-
pertar e estimular o interesse pelas ciências Conclusões
naturais, melhorar seu ensino, incentivar os Há muitas discussões no âmbito acadê-
estudantes a seguirem carreiras cientíico- mico sobre o ingresso de estudantes do sis-
-tecnológicas. São objetivos da OBFEP: (a) tema público de educação no ensino supe-
despertar e estimular o interesse pela Física rior. Eventos extracurriculares, tais como a
e pelas ciências em geral; (b) aproximar as OBFEP, podem vir a ser no futuro uma forma
universidades, institutos de pesquisa e so- alternativa de ingresso na USP.
ciedades cientíicas das escolas públicas; (c)
identiicar estudantes talentosos e incenti-
var seu ingresso nas áreas cientíicas e tec-
nológicas; (d) incentivar o aperfeiçoamento
dos professores das escolas públicas contri-
buindo para sua valorização proissional; (e)
promover a inclusão social por meio da di-
fusão do conhecimento; (f) contribuir para a
melhoria da qualidade da Educação Básica;
(g) proporcionar desaios aos estudantes.

Metodologia e Resultados do Estudo


A OBFEP atinge anualmente uma média
80.000 estudantes no estado sendo cer-
ca de 20.000 alunos da 3a série do ensino
médio. Após a realização de duas fases os
melhores alunos são premiados com meda-
lhas de ouro, prata e bronze. A listagem dos
medalhistas da OBFEP da 3a série oriundos
de escolas do estado de São Paulo foi com-
parada com os alunos selecionados na 1a
chamada do vestibular da FUVEST e assim
identiicados os ingressantes ano a ano. Dos
alunos premiados cerca de 70% ingressam
na 1a chamada da FUVEST, quase o dobro
do geral de ingressantes egressos de esco-
las públicas ingressantes na USP (34,6% no
ano de 2016). A partir da identiicação dos
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Pôsteres

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alunos um estudo de caso sobre problemas
da comunidade em que eles estão inseridos.
Metodologias ativas de Esse estudo de caso pode ser substituído por
dados epidemiológicos; (II) Divisão de gru-
ensino-aprendizagem pos - em grupos de até 4 integrantes; (III)
Elaboração de intervenções - baseado na
problemática do estudo de caso, cada gru-
Pirâmide Problematizadora: po deve elaborar um plano de intervenções
Uma Proposta De Metodologia para resolução do problema levantado em
Ativa De Ensino-Aprendizagem sala; (IV) Socialização das intervenções - um
1
integrante de cada grupo deve socializar as
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto intervenções que seu grupo elaborou; (V)
da Universidade de São Paulo
2
Deinição das intervenções - o docente e os
Universidade Federal do Paraná
3 alunos vão deinir quais intervenções podem
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
ser colocadas em práticas, quais são inviá-
veis, quais precisam ser adaptadas e quais
Wesley Martins1, Elisa Maria Bezerra Maia2,
são repetidas; (VI) Planejamento da ação -
Adriana Zilly3, Luciana Mara Monti Fonseca1,
Reinaldo Antonio da Silva-Sobrinho3
os alunos devem planejar a implementação
wesley.unioeste@gmail.com dessas intervenções; (VII) Ação - os alunos
vão a campo efetivar as intervenções pro-
A utilização das metodologias problema- postas; (VIII) Balanço das atividades realiza-
tizadoras em sala de aula tem aumentado das - avaliar a efetividade das intervenções
gradativamente, uma vez que o mesmo pos- executadas. Vale ressaltar que as fases I e II
sibilita ao estudante a construção do conhe- estão representadas na face “Problema” da
cimento de forma holística, minimizando a pirâmide, as fases III a V na face “Interven-
ocorrência de uma educação fragmentada. ções”, e as fases VI a VIII na face “Ação” da pi-
Assim, o presente estudo tem por objetivo râmide. Muitos são os desaios para executar
apresentar uma estratégia de ensino pro- o método proposto, todavia, a presença de
blematizador baseado nos conceitos de tec- um ambiente de aprendizagem diferenciado
nologia leve. O método tem como objeto pode estimular a agregação de diferentes
simbólico a pirâmide triangular, em que os valores, dentre eles os bioéticos, importantes
principais elementos constitutivos do pro- nas relexões das práticas educativas.
cesso de ensino, no nosso entendimento –
o problema, a intervenção e a ação – estão Educação em Saúde e
colocados em cada um dos três vértices da Comunidade
pirâmide, tendo em princípio, o mesmo va-
lor. As relações entre eles são expressas nas Escola de Artes, Ciências e Humanidades
faces laterais estabelecidas ao longo das três da Universidade de São Paulo
vertentes, e ao mesmo tempo, estão ligados
Cláudia Medeiros de Castro, Jacqueline Isaac Machado
ao planejamento e às preocupações bioéti-
Brigagão, Elisabete Franco Cruz, Kátia dos Anjos
cas. Dessa forma, conceituamos a base da
claudia.medeiros@usp.br
pirâmide sendo o “planejamento”, que inter-
liga cada face lateral até o ápice. Cada lado Introdução
da pirâmide simboliza uma etapa da estraté- A disciplina Educação em Saúde é ofereci-
gia de ensino, sendo então: Face lateral 1 o da para estudantes do terceiro semestre do
“problema”, Face lateral 2 as “intervenções” e Curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ci-
a Face lateral 3 a “ação”. Por im, no ápice de ências e Humanidades (EACH) e tem como
toda a pirâmide situa-se a “bioética”. Para a objetivos proporcionar ao estudante conhe-
execução do método, faz-se necessário se- cer, compreender e problematizar os con-
guir 8 fases, sendo eles: (I) Elaboração de um ceitos de educação em saúde, promoção da
estudo de caso – o docente apresenta aos saúde e vulnerabilidade. Buscamos oferecer
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ferramentas que possibilitem o desenvolvi- de e oferecem orientações sobre os riscos
mento de atividades e materiais educativos para a saúde de enchentes, água para con-
que dialoguem com a pluralidade de senti- sumo humano, saúde dos/as adolescentes e
dos dos diferentes grupos e comunidades. questões que surgem durante as visitas. Até
Nos 10 anos do Curso de Obstetrícia a disci- maio visitamos 110 famílias. No inal do se-
plina abordou o histórico e paradigmas con- mestre os dados serão entregues para UBS
temporâneos da educação em saúde, a edu- referência para a ocupação.
cação crítica e pós-crítica, a promoção de Na UBS, localizada na zona leste, acompa-
saúde e vulnerabilidade, com foco na inter- nhamos três grupos: Grupo de Caminhada,
face entre educação em saúde e obstetrícia. coordenado por Terapeuta Ocupacional, tem
A abordagem teórica em sala de aula sempre como objetivo promover atividade física e
foi complementada pela análise de materiais possibilitar a apropriação do espaço público
educativos, confecção de materiais e dinâmi- pelos/as usuários/as; Roda de Conversa so-
cas de grupo. Após ajuste curricular, no pri- bre Menopausa, coordenado pela professora
meiro semestre de 2016 iniciamos nova fase e estudantes, adota uma perspectiva de gê-
da disciplina e introduzimos atividades jun- nero e busca promover a qualidade de vida
to à comunidade do entorno da EACH, em das mulheres, enfatizando aspectos positivos
Unidade Básica de Saúde (UBS) do SUS do dessa fase; atividades do Grupo de Socializa-
município e mantivemos a discussão e ela- ção, coordenado por Terapeuta Ocupacional,
boração de materiais de educação em saúde. busca desenvolver habilidades sociais e pro-
Neste resumo apresentamos informações mover a inserção social de usuários/as com
preliminares da experiência da articulação transtornos mentais.
teórico-prática em desenvolvimento.
Considerações Finais
Metodologia Nessa disciplina buscamos adotar uma
A disciplina é oferecida por três docentes e postura dialógica, com a valorização do co-
conta com estagiária PAE. A turma é compos- nhecimento em saúde próprio de cada co-
ta por 57 alunas. Nas três primeiras semanas munidade, dos/das estudantes e dos textos
foi realizada leitura de textos sobre educação acadêmicos.
em saúde e os princípios que orientam as
ações nesse campo, em seguida foram for- Pesquisador Protagonista
mados quatro grupos para, em sistema de - Ensino E Pesquisa
rodízio, realizar as seguintes atividades: seis
semanas em sala de aula, para discussão te-
Colaborativas
órica, análise e construção de materiais edu- Escola de Comunicações e Artes da
cativos; três semanas para atividade junto Universidade de São Paulo
aos moradores de uma ocupação em bairro
do entorno da EACH ainda não estão cadas- Lucilene Cury e Maurício Barbosa da Cruz Felício
trados na UBS da região e três semanas de mauricio.felicio@usp.br
participação em grupos educativos da UBS. É comum pensar o ensino no nível da gra-
duação como uma atividade que ocorre em
Resultados sala de aula, com trabalhos de suporte, para
No módulo de comunicação, realizado em aferir o aprendizado do graduando e inicia-
sala de aula, as/os estudantes discutem os -lo, paulatinamente, no campo da pesquisa
múltiplos aspectos da comunicação em saú- cientíica. Contudo, ao oferecer anualmente
de e elaboraram materiais de educação em a matéria sob o título Teoria e Métodos de
saúde em vídeo sobre a temática “violência Pesquisa (noturno) sob a responsabilidade
sexual”. da professora Profa Dra. Lucilene Cury e com
Na ocupação no jardim Keralux, estudan- o acompanhamento de seu orientando na
tes e professora, visitam as moradias, reali- pós-graduação, Maurício Felício, é proposta
zam levantamento das necessidades de saú- uma metodologia de participação ativa de
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todos os alunos para a construção dos ca- de receptor, mas lhe é garantido o reconhe-
minhos não apendas pedagógicos como de cimento do seu papel social de agente e
desenvolvimento da pesquisa. Assim, desde seu papel cientíico de pesquisador, através
o início das aulas, são apresentadas as prin- de uma metodologia aberta que guia sua
cipais metodologias de pesquisa e produ- conduta de modo criativo e amplo, este su-
ção cientíica, mas a teoria é extrapolada e jeito se prepara para agir conscientemente
aplicada na prática através do convite aos em sociedade independentemente da co-
alunos para que proponham uma temática presencialidade e se prepara para atuar de
e, em seguida, se engajem na produção de modo mais profundo com as tecnologias
pesquisa cientíica que responda ao proble- comunicativas que permitem interações vir-
ma levantado por eles. Teoria e prática são tuais sem os contornos enclausurantes das
encadeadas não apenas para permitir que antigas formas de ensino e “participação”.
os alunos se tornem protagonistas de uma Tal metodologia de valorização do estu-
ciência exclusivista, mas sim inclusiva, atra- dante está sendo desenvolvida também na
vés da produção crítica em conjunto com pós-graduação da ECA-USP.
todos os participantes da atividade. Neste
contexto, o aluno deixa de ser tratado como A Inserção Da Estratégia
um recipiente vazio. Respeita-se a individu- De Ensino E Aprendizagem
alidade, e acima de tudo, a capacidade de
cada indivíduo de ser proponente em um
“Estudo De Caso” Nas
grupo de modo aprofundado, apresentan- Disciplinas Do Curso De
do seu repertório, reforçando seus conheci- Direito Para Construção
mentos sobre o campo estudado e fomen-
De Atitude Prática Crítico-
Relexiva Dos Discentes
tando a interdisciplinaridade do saber cien-
tíico. Além das atividades em sala de aula,
atividades a distância são a comprovação Faculdade de Odontologia de Bauru da
desta constatação de integração e comple- Universidade de São Paulo
xiicação da pesquisa cientíica, ao prescin-
dir da copresencialidade, um dos fatores de Dayane Thomazi Maia; Dimas Siloé Tafelli; Fábio
controle, e assim, também fator de coer- Donha Yarid; Juliana de Almeida Nascimento;
ção, a pesquisa cientíica passa a ocorrer de Tamirys Fernandes Mendes
modo contínuo e prescinde do espaço físico dayane_dtm@yahoo.com.br
para apresentar seu olhar sobre a socieda-
de e a comunicação. Desta forma, um dos O ensino jurídico no Brasil tem como tra-
maiores fatores da ciência moderna, defen- dição o enfoque na aplicação de aula expo-
dida pela iluminação francesa, o controle, é sitiva, estritamente teórica, fragmentando o
reduzido nesta relação. Neste mesmo con- saber pela unidisciplinaridade e o dogmatis-
texto, com as variações que isso propicia, mo jurídico. Nesse sentido, a intensiicação
a criatividade, também fator primordial da de atividades que exijam dos alunos uma
ciência, pode alorar antes de voltar a beber postura ativa, de análise, raciocínio, relexão
na fonte regrada da ciência. Com alunos de e solução de problemas, tornam-se funda-
duas habilitações do curso de Comunica- mentais. O estudo de caso é apresentado
ção: Publicidade e Propaganda e Relações como a estratégia de ensino mais adequa-
Públicas, da Escola de Comunicação e Artes da para desenvolver as habilidades prois-
da Universidade de São Paulo, este traba- sionais tão cobradas dos alunos de Direito
lho é aplicado seguindo esta estrutura que e dos próprios professores, que têm o de-
objetiva a relexão e a atuação na constru- saio de transformar alunos em proissionais
ção de uma ciência consciente de si própria, atuantes, durante o período da graduação,
uma metaciência, durante a disciplina de possibilitando ao aluno a análise minuciosa
Graduação para alunos de Comunicação. O de uma situação desaiadora, tendo como
estudante não é mais reduzindo à condição referência a realidade, que leva o aluno a
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investigar, interpretar dados, levantar hipó- gualdades sociais da sociedade moderna.
teses, argumentar e tomar decisão. O ob-
jetivo do presente estudo foi demonstrar a Referências Bibliográicas
metodologia de aplicação da Estratégia de Abreu, M. C., Masetto, M. T. O professor
Ensino e Aprendizagem “Estudo de Caso” universitário em aula. São Paulo: MG Edi-
nos cursos de Direito, através de procedi- tores Associados, 1990.
mentos didáticos baseados na Taxonomia de Almeida, A. P. S., Souza, N. V. D. O. Es-
Bloom. A metodologia utilizada foi o estudo tudo de caso: uma estratégia para con-
de caso da disciplina de Responsabilidade strução de atitude crítico-relexiva em dis-
Civil mediante a aplicação da Taxonomia de cente de Enfermagem. Rev enferm UERJ
Bloom. A população do estudo foi constitu- 2005. Disponível em: <http://www.facenf.
ída por estudantes matriculados e que este- uerj.br/v13n2/v13n2a10.pdf>. Acesso em:
jam cursando a disciplina de Direito Civil, se 3/5/2016.
desenvolvendo em três momentos distintos, Anastasiou, L. G. C., Alves, L. P. Estraté-
sendo: Primeira Etapa (objetivos: Recordar e gias De Ensinagem. Disponível:<http://
Compreender): O professor realiza a divisão w w w. u f m t . b r / p r o e g / a r q u i v o s / 2 d c -
dos grupos com no máximo 05 integrantes; 95cd453e52a78a17dcc157f04dbf6.pdf>.
Explica a Estratégia de Ensino e o roteiro que Acesso em: 3/5/2016.
será desenvolvido; Entrega 01 folha com o Ferrari, J. Quanto vale professor? novas
mesmo caso e um roteiro para cada grupo; estratégias, velhas concepções de avaliação
Os alunos discutem o tema em grupo, ex- no ensino jurídico. Disponível em: <http://
pondo seus pontos de vista. Segunda Etapa www.publicacoesacademicas.uniceub.br/
(objetivos: Aplicar e Analisar): O professor re- index.php/jus/article/viewFile/2366/2058>.
toma os pontos principais, analisando coleti- Acesso em: 3/5/2016.
vamente as soluções propostas e esclarece Ferraz, A. P. C. M., Belhot, R. V. Taxonomia
as dúvidas dos alunos; Os grupos utilizam os de Bloom: revisão teórica e apresentação
dados coletados para completar o problema das adequações do instrumento. Faculdade
e debater as possíveis soluções para o caso de Gestão de Produção de São Carlos, v. 17,
concreto; Os alunos, distinguem, analisam e n. 2, p. 421-431, 2010.
identiicam os componentes do caso propos- Freire, P. Pedagogia da autonomia: sa-
to. Terceira Etapa (objetivos: Avaliar e Criar): beres necessários à prática educativa. São
O professor retoma a formação inicial e dis- Paulo: Paz e Terra; 1996. Taxonomia Digital
cussão em cada grupo, visando a elaboração de Bloom. Video do Prof. Eduardo Koch -
de um relatório devidamente fundamenta- Oicina “Inovando em Sala de Aula - Tendên-
do; Cada grupo avalia as soluções, discernin- cias para uma aula experiencial” da Semana
do as melhores conclusões e elaboram seu Pedagógica da Unigranrio. Disponível em:
relatório inal. A avaliação do Estudo de Caso https://www.youtube.com/watch?v=_1x-
será realizada por meio de ichas individu- N0jGIbdw&feature=youtu.be Acesso em:
ais e coletivas, com critérios, tais como: apli- 3/5/2016.
cação dos conhecimentos no caso prático,
coerência das decisões, participação indivi-
dual nos debates, riqueza na argumentação
e análise do relatório inal. Conclui-se que o
estudo de caso como estratégia de ensino
e aprendizagem para os cursos de Direito é
apontado como um método bastante eicaz,
possibilitando a construção de um peril pro-
issional do operador do direito, questiona-
dor, político e capaz de utilizar a sabedoria
não somente para cuidar, mas também para
ser um agente de mudança, frente às desi-
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layout, componentes, padrões e usabilidade.
Colaborando para as Entretanto, várias soluções tecnológicas im-
plementam as diretrizes mencionadas para
aulas inovadoras sobre o desenvolvimento de aplicativos Web para
Usabilidade Móvel múltiplos dispositivos, como os seguintes
Instituto de Ciências Matemáticas e de frameworks: Polymer, Material UI e Materia-
Computação da Universidade de São Paulo lize. Portanto, os autores discutiram sobre a
deinição do escopo do conteúdo na aula, a
Renata Pontin de Mattos Fortes, André de Lima Salgado, partir da experiência prévia de utilização dos
Helena do Amparo Teixeira Aravechia, Ana Paula dos Reis frameworks no projeto prático da disciplina.
Lima, Rafael Rozendo da Silva, Gustavo Santos Schimiti, Assim, o framework Materialize (disponível
Raphael de Andrade Morraye e Caue Pereira Cermak em materializecss.com) foi escolhido como
renata@icmc.usp.br foco dos exemplos da aula. O framework
Materialize fornece modelos implementa-
O desenvolvimento de aulas dinâmicas é
dos para aplicativos web HTML5 (Hypertext
desaio presente no contexto de ensino de
Markup Language) e seus respectivos docu-
Ciência da Computação. Assim, estratégias
mentos de estilo CSS (Cascade Style Sheet),
para motivação dos alunos é ponto deter-
que respeitam as diretrizes Google Material.
minante para criação de aulas com dinâmi-
A partir dos modelos fornecidos, é possível
cas inovadoras. Uma experiência conjunta
customizar a aplicação e adaptá-la para o
entre Professora, Estagiário PAE e alunos de
uso desejado, a im de construir a interface
graduação, que aceitaram se voluntariar na
planejada. Toda a aula foi preparada usando
preparação e condução de uma aula da dis-
documentação compartilhada, para o desen-
ciplina Interação Usuário-Computador (SCC-
volvimento colaborativo do conteúdo textual
260), foi proposta por meio de uma aula
(durante preparação e discussão de conteú-
colaborativa. Os 43 alunos que cursavam a
do) e slides para ministração da aula. A estru-
disciplina, no primeiro semestre de 2016, fo-
turação da aula foi realizada pela Professora
ram convidados a propor um tema atual e de
(a im de compartilhar esse conhecimento), e
interesse dos mesmos para, junto da Profes-
sua condução, em sala, foi coordenada pela
sora e do Estagiário PAE, preparar e apresen-
Professora da disciplina, e de forma coope-
tar uma aula durante a disciplina. Os alunos
rativa com os demais autores, com objetivo
que se candidataram foram os que mais se
de transmitir coniança tanto aos alunos que
dedicaram com o projeto prático da discipli-
estavam expondo o conteúdo, quanto aos
na, o qual já estabelecia etapas e resultados
parciais. Observava-se, porém, que a cons- que assistiam a aula. A experiência da pre-
tante evolução tecnológica de soluções em paração e condução colaborativa da aula foi
Computação estimulava os alunos a questio- bem recebida pelos alunos autores e com di-
narem como eles deveriam se preparar dian- nâmica motivadora aos demais alunos, que
te dos novos conhecimentos para adoção manifestavam perguntas e sugestões mais
em seus projetos. A proposta de incentivar intensamente na aula. O principal relato po-
a aquisição de conhecimento colaborativo sitivo dessa experiência pelos alunos foi sua
foi, portanto, reforçada nessa proposta de participação no processo de ensino-aprendi-
aula. Após o convite aos alunos, seis deles zagem sobre um tema atual de tecnologia
iniciaram o desenvolvimento de um plano relevante no mercado de Computação.
de aula. O tema escolhido foi Usabilidade
Móvel com foco na adoção de diretrizes da
Google – Google Material Design - para o
desenvolvimento de interfaces para aplicati-
vos móveis. Este conjunto de diretrizes, para
criação de interfaces, é gratuito e apresenta
orientações para características de aplicati-
vos móveis para Android, tais como: estilo,
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rios-SEM, considerou-se uma escala de cinco
Avaliação Objetiva e graus (1: menos frequente; 5: mais habitual).
Com aprovação do CEP/FCFRP (protocolo
Estruturada de Habilidades no 245/2011), esclareceu-se objetivos e assi-
Clínicas (OSCE) em Farmácia: nou-se termo de consentimento.
Percepção dos Graduandos
Resultados
Sobre os Métodos Avaliativos Participaram do estudo 76 graduandos,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de idade média de 23,7 anos, predominando
Ribeirão Preto mulheres (80,3%). O OSCE foi bem aceito
e preferido para ser mais frequente ao lon-
Rutinéia de Fátima Micheletto, Márcia Mendes go da graduação (38,6%), seguido de SEM
Ruiz Cantano e Regina Célia Garcia de Andrade (24,1%). ME e DIS tiveram aceitação menor
randrade@usp.br (35,3% e 21,1%, grau 1), MED apresentou re-
Resumo levância intermediária (59,4%, graus 2 e 3). O
As recentes mudanças no ensino farma- OSCE foi considerado, por 90,1%, importan-
cêutico estimulam a implantação de meto- te para formação proissional. Se a avaliação
dologias ativas no processo ensino-apren- fosse mais frequente, 91,3% acham que suas
dizagem. A adaptação do OSCE (Objective competências seriam melhor trabalhadas, fa-
Structured Clinical Examination) às práticas vorecendo ingresso no mercado de trabalho.
clínicas farmacêuticas, baseado na simulação
cênica é um exemplo bem avaliado pelos es- Conclusões
tudantes da disciplina “Atenção Farmacêuti- Conclui-se que os estudantes da FCFRP/
ca” da Faculdade de Ciências Farmacêuticas USP que realizaram OSCE entendem que ava-
de Ribeirão Preto/USP (FCFRP/USP), para liações que os exponham a situações mais
desenvolvimento de competências e habili- próximas do real e/ou práticas favorecem seu
dades clínicas no espaço formador. desempenho no mercado de trabalho e são
melhores aceitas como formas de avaliação e
Introdução formação. Os dados mostram a necessidade
Diante da necessidade de reformular o en- de mudanças no ambiente formador.
sino do farmacêutico para atender as novas
competências e habilidades clínicas do pro-
Aplicação Da ABP Por Meio
issional, preconizadas pelas Diretrizes Cur- De Elaboração De Projeto
riculares Nacionais do Curso de Graduação Interdisciplinar A Alunos
em Farmácia (Res. CNE no 2/2002), optou-
-se pela implantação da metodologia ativa, Ingressantes Do Curso De
baseada na simulação cênica, denominada Engenharia Ambiental Da
OSCE (Objective Structured Clinical Exami- EEL-USP
nation), que tem como inalidade avaliar de
modo estruturado e objetivo as habilidades Escola de Engenharia de Lorena
clínicas necessárias à prática proissional.
Danúbia Caporusso Bargos; Graziela Zamponi
Metodologia danubiacbargos@usp.br
Aplicou-se questionário, nos anos 2012 e A Aprendizagem Baseada em Problemas
2013, visando conhecer o peril dos gradu- (ABP), metodologia ativa de ensino-apren-
andos da disciplina citada e sua percepção dizagem, tem sido empregada no ensino
sobre os tipos de avaliação a que são sub- das Engenharias para auxiliar os alunos no
metidos no decorrer da graduação. Para ve- desenvolvimento do pensamento crítico
riicar a preferência dentre as sugeridas: Múl- e habilidades para solução de problemas.
tipla Escolha-ME, Discursiva-DIS, Múltipla O presente trabalho objetiva relatar uma
Escolha e Discursiva MED, OSCE e Seminá- iniciativa de aplicação da ABP durante o
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primeiro semestre de 2016 nas disciplinas
Leitura e Produção de Textos Acadêmicos Precisamos Falar Sobre O
e Introdução à Engenharia Ambiental aos
alunos ingressantes do curso de Engenha-
Seminário Na Faculdade De
ria Ambiental da EEL-USP. A iniciativa busca Direito: Propostas Para Um
promover o desenvolvimento de compe- Ensino Participativo
tências e habilidades assentadas sobre a
aprendizagem colaborativa e a interdisci- Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo
plinaridade. Assim, foi proposta inicialmen-
te a elaboração de um projeto de pesquisa
Ariel Engel Pesso
que apresenta uma situação-problema real
ariel.epesso@gmail.com
em forma de um caso, cujo tema é o apro-
veitamento e destinação ambientalmen- O método de ensino que atualmente pre-
te adequada e economicamente viável de valece nas salas de aula das faculdades de
quatro tipos de resíduos gerados em escala direito é a aula expositiva. Alguns professo-
regional, municipal e local. Organizados em res, tentando inovar, fazem uso do chamado
grupos de até 5 membros, os alunos inte- “seminário” em suas aulas, com o objetivo
ragem com as docentes presencialmente e de fomentar o debate e a relexão crítica por
por meio do moodle da USP (STOA) ao lon- parte dos alunos. Ocorre que muitas vezes
go do semestre. Por meio de enquetes, num ele se torna um espaço esvaziado, no qual
primeiro momento, os alunos responderam um grupo apresenta um texto e o resto da
a perguntas relacionadas a experiências sala pouco ou nenhuma atenção presta à ex-
anteriores com o desenvolvimento de pro- posição de seus colegas.
jetos de pesquisa. Os resultados mostram Os docentes sabem de forma clara o que
que a maioria nunca participou de algum ensinar em suas aulas e o porquê ensinar
trabalho escolar que exigisse a resolução de Direito, mas não se preocupam em como o
problemas (56%) nem elaborou um projeto fazer. Buscando responder à pergunta “como
de pesquisa (82%). Essa situação foi conir- estimular a participação dos alunos?”, pro-
mada na apresentação dos projetos em an- põe-se a utilização de métodos de ensino
damento: se, por um lado, os alunos enten- participativo na sala de aula, a saber: o di-
deram o tema e buscaram uma proposta de álogo socrático, a simulação, o role-play, o
solução, por outro, não conseguiram elabo- método de caso, o problem-based learning
rar os procedimentos por desconhecimento (PBL) e, porque não, o próprio seminário
do que venha a ser uma metodologia cien- (com uma nova signiicação).
tíica e/ou do que seria tecnicamente ade- O ensino participativo está calcado em
quado para a resolução do problema. Os uma nova concepção de ensino, que busca
grupos foram orientados, encontrando-se combater algumas práticas do ensino tra-
atualmente na elaboração inal do trabalho. dicional, dentre as quais o professor como
Até o inal do semestre, as atividades serão detentor do conhecimento e o aluno como
acompanhadas por novas enquetes e orien- mero sujeito passivo do processo de apren-
tações presenciais. Para avaliação, os alunos dizagem. Contudo, antes de enfrentarmos
deverão apresentar, no inal do semestre, este problema, é preciso lançar olhos para
os projetos de cada grupo no formato de um outro, de base, muito frequente nos cur-
pôster e de seminários (oral). Espera-se que sos de direito – e, por que não, na universi-
a proposta de integração das duas discipli- dade como um todo – que é a falta de diá-
nas a partir da elaboração de um projeto logo, seja ela entre professores, entre alunos
de pesquisa seja uma estratégia eiciente ou entre professores e alunos. Este trabalho
de estímulo de atitude ativa do discente em sugere que uma das soluções possíveis para
busca do conhecimento e do reconheci- este problema é a escuta ativa, aqui entendi-
mento dos desaios de sua futura proissão. da como o envolvimento de docentes e dis-
centes em uma postura proativa no ensino.
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sua visão sistêmica, instigando o discente à
Engenharia de Biossistemas: busca de novas informações e a geração de
novas hipóteses.
Grupo de Estudos com a O caminhar cientíico conduz o(a) alu-
Missão de Ensinar com no(a) ao ciclo virtuoso de planejar, desen-
Pesquisa volver, avaliar e corrigir eventuais desvios
do objetivo original, o que lhe proporciona
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de um ensino prazeroso e compartilhado com
Alimentos da Universidade de São Paulo
os demais colegas e docentes responsáveis
pelo grupo de estudo.
Fabrício Rossi; Tamara Maria Gomes
fabricio.rossi@usp.br; tamaragomes@usp.br Adote uma Bactéria na
A Engenharia de Biossistemas é uma das Odontologia – Ampliando
proissões mais sintonizada, conectada, com
o mundo atual, pois ela engloba a tecnolo-
Horizontes do Ensino de
gia, precisão e gestão para otimizar proces- Microbiologia
sos e maximizar resultados. O Engenheiro 1
Instituto de Ciências Biomédicas da
de Biossistemas utiliza-se dos recursos da Universidade de São Paulo
engenharia para satisfazer as necessidades 2
Faculdade de Odontologia da
humanas, tais como: alimentos, vestuário Universidade de São Paulo
e energia. Preocupa-se com o bem-estar
e a saúde dos animais de produção e das M.A.F. Piantola1, A.C.R. Moreno1, R.A. Santos1,
plantas. No entanto, formar este proissio- H.A. Matielo1, T.F. Floriano2, T.A. Silva1, R.F. Souza1;
nal com capacidade analítica requer que L.C.S. Ferreira1; e R.C.C. Ferreira1
o processo ensino-aprendizagem seja vi- piantolamarco@usp.br
venciado na resolução de problemas reais.
O projeto Adote uma bactéria tem por
Neste sentido, em maio de 2013 foi criado
o “GEBio – Sistemas e Engenharia”, grupo objetivo utilizar as redes sociais como ferra-
de estudos em Engenharia de Biossistemas, menta para potencializar o ensino de micro-
junto ao departamento de Engenharia de biologia, envolvendo participação ativa dos
Biossistemas, da Faculdade de Zootecnia e alunos no processo de aprendizagem e ex-
Engenharia de Alimentos. plorando as redes sociais como canais de in-
A missão do GEBio é: “Ensinar com pes- teração entre professor-aluno e aluno-aluno,
quisa, possibilitando ao aluno o desenvol- maximizando assim a troca de conhecimen-
vimento dos métodos cientíicos e suas tos relacionados à disciplina. Este projeto
experimentações para aprimoramento dos tem sido desenvolvido há três anos na dis-
conhecimentos em biossistemas e a aplica- ciplina BMM0584-Bacteriologia para o curso
ção de tecnologias inovadoras no agrone- de Ciências Biomédicas do Departamento
gócio, fundamentados na sustentabilidade de Microbiologia do Instituto de Ciências
ambiental, social e econômica.” No grupo Biomédicas da USP. Os resultados obtidos
de estudo são trabalhados valores como: ao longo dos últimos três anos foram apre-
comprometimento, dedicação, senso de sentados no 1o Congresso de Graduação da
equipe, assertividade, qualidade (excelência USP e 28o Congresso Brasileiro de Microbio-
em pesquisa), organização e respeito. logia. Com o objetivo de avaliarmos a apli-
O método de ensino-aprendizagem a par- cabilidade da estratégia proposta em outras
tir do grupo de estudos com o objetivo de disciplinas, avaliamos sua aplicação na disci-
ensinar com pesquisa permite ao aluno(a) plina BMM0571 – Microbiologia Básica, ofe-
a vivência da metodologia cientíica, o que recida para estudantes de Odontologia, com
lhe desperta a visão holística do processo, duração de 3 meses e com características
que congrega os conhecimentos obtidos proissionais especíicas. A metodologia do
durante a graduação, bem como amplia projeto utilizou a plataforma digital da rede
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social Facebook para o desenvolvimento de Além disto, os resultados obtidos demons-
um ambiente de aprendizagem ativo e cola- tram que a metodologia de ensino proposta
borativo. A escolha da plataforma se deve à pode ser adequada a alunos ligados a cursos
familiaridade dos alunos com o seu uso e seu proissionais especíicos e traz perspectivas
caráter informal e gratuito. A turma foi divi- promissoras na forma de ensino atualmente
dida em quatro grupos e cada grupo ado- empregada nesta área.
tou um gênero bacteriano, os grupos foram
acompanhados por um aluno de pós-gradu- Ensino Baseado em Projetos:
ação e um monitor (ambos foram voluntá- Experiências e Aprendizados
rios para esse programa), que atuaram como de 11 Anos de Estratégia de
mediadores. No Facebook, as postagens dos
alunos abordaram temas diversos relacio- Aprendizado Cooperativo
nados aos gêneros bacterianos escolhidos no Curso de Engenharia de
(aspectos históricos, morfologia, isiologia, Alimentos da Universidade
patogênese, impacto social, diagnóstico, tra-
tamento, vacinas, aplicação na odontologia, de São Paulo
etc.). Os mediadores tiveram a função de 1
Instituto de Ciências Biomédicas da
orientar os alunos com relação aos materiais Universidade de São Paulo
postados com o intuito de diagnosticar er- 2
Faculdade de Odontologia da
ros conceituais, esclarecer dúvidas e indicar Universidade de São Paulo
possíveis tópicos pertinentes aos respectivos
temas e assuntos em debate. Durante o perí- Fausto Makishi, Rogers Ribeiro, Alessandra
odo em que foi desenvolvido o projeto, ob- Lopes de Oliveira e Cynthia Ditchield
servou-se um elevado grau de colaboração e faustomakishi@gmail.com
compartilhamento entre os grupos, identii-
O presente trabalho tem como objetivo
cado na forma de troca de informações e de
comentários entre grupos de gêneros bac- retratar a experiência que vem sendo con-
terianos diferentes. Ao inal das postagens duzida nos últimos 11 anos na disciplina de
os alunos apresentaram seminários temáti- ‘Planejamento e Projetos’ do curso de ba-
cos sobre as bactérias adotadas e foram res- charelado em engenharia de alimentos da
ponderam a uma avaliação tradicional, com Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
questões objetivas e dissertativas sobre o Alimentos da Universidade de São Paulo
conteúdo das apresentações. Para efeito de (FZEA/USP). A estratégia de ensino-apren-
avaliação, as postagens no Facebook foram dizado baseada em projetos (Project-Led
consideradas como avaliação formativa, en- Education - PLE) segue movimento peda-
quanto as apresentações dos seminários e a gógico de vanguarda internacional de de-
avaliação tradicional como avaliação somati- senvolvimento de ferramentas e metodolo-
va. Ao inal da disciplina os alunos responde- gias de ensino em graduação com foco em
ram um questionário, anônimo e voluntário, aprendizado centrado no aluno, baseado
sobre a avaliação da disciplina e a aplicação em problema e ensino cooperativo. Recen-
desta estratégia. O resultado foi positivo e temente, a Universidade de Minho tem di-
demonstrou o interesse dos alunos pela mu- vulgado bons resultados desta aplicação no
dança na forma de estudo e aprendizado. ensino de engenharia.
Somado a isto, obtivemos dos alunos uma No caso especiico do curso de engenha-
avaliação positiva do projeto, com suges- ria de alimentos da FZEA/USP, os discentes
tões que poderão ser aplicadas nas próximas são convidados a desenvolver um proje-
turmas desta disciplina. Concluímos que a to de uma indústria de alimentos, desde a
construção ativa e colaborativa do conheci- concepção do produto, passando pelo es-
mento, proporcionada pelo desenvolvimen- tudo e planejamento estratégico de merca-
to deste projeto auxilia o aluno no entendi- do, dimensionamento de equipamentos e
mento de conteúdo proposto pela disciplina. instalações, detalhamento do processo, pla-
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nejamento da produção e análise de viabili- um empreendimento de fato).
dade econômica. Os grupos são escolhidos Como desdobramento tem-se um impor-
de forma a dividir vínculos interpessoais. tante veículo de avaliação de aprendizado,
A ideia é formar equipes heterogêneas de oferecendo feedbacks importantes aos do-
alunos que, preferencialmente, não possu- centes que são demandados pelos alunos
am histórico de trabalho juntos. Acredita- em suas respectivas áreas de especialidade.
-se que essa prática estimule capacidades Ainda que de forma subjetiva, é possível
de liderança, articulação e relacionamento perceber forte amadurecimento proissio-
interpessoal. Os projetos são desenvolvidos nal dos alunos no decorrer do semestre.

Relexões e Possibilidades do
ao longo de um semestre letivo.
Conforme outras metodologias de en-
sino-aprendizagem centradas no aluno, o Ensino da Técnica Anestésica
docente assume o papel de orientador-con-
sultor. As aulas expositivas são reduzidas e
em Graduação de Odontologia
o professor (ou professores) permanece em sob a Ótica Construtivista
sala de aula como facilitador, conduzindo Faculdade de Odontologia da Universidade
discussões grupo a grupo. Cabe ao docente de São Paulo
o papel de fomentar a discussão envolvendo
a identiicação do problema, o delineamento Alex de Freitas Rodrigues, Andrea Barros Tolentino,
da solução proposta e a forma de apresenta- Neide Pena Coto, Oswaldo Crivello-Junior
ção dos resultados alcançados. O professor defreitas@usp.br
deixa de representar um depositório de co-
nhecimentos e exerce a função de tutor na Introdução
busca por informações e conhecimento. As escolas de odontologia oferecem di-
O processo de motivação dos alunos se ferentes modelos para o ensino das técni-
dá à medida em que se cria um estado de cas das anestesias locais. Praticamente há a
pertencimento com o objeto de estudo, no prática de ensinar através de modelos clás-
caso um projeto de indústria de alimentos. sicos de ensino, tradicionais sob a visão da
Os discentes são responsáveis pelo de- pedagogia universitária. Essas práticas se
senvolvimento e apresentação do projeto, repetem de uma forma mais ou menos in-
avaliado em cinco etapas: 1. Identiicação tensa no sentido de passar a informação ao
da oportunidade e análise de mercado; 2. aluno, mostrar na prática a técnica e depois
Detalhamento do processo e instalações; 3. observar o aluno em sua atividade de en-
Análise de viabilidade econômica e plano sino. A escola construtivista é fundamen-
de inanciamento; 4. Apresentação inal do tada no conceito de que nada, a rigor, está
projeto para uma banca avaliadora (forma- pronto, acabado, e de que, especiicamente,
da por docentes e proissionais da indús- o conhecimento não é dado, em nenhuma
tria); e 5. Prova escrita. instância, como algo terminado. Fazer agir,
O objetivo da prova escrita é avaliar com- operar, criar, construir a partir da realidade
portamentos do tipo “carona” (free-rider) vivida por alunos e professores é conceber o
dentro das equipes. Outra ferramenta de- conhecimento. Utilizar a construção própria
senvolvida para diminuir esse tipo de ação que vai se produzindo, dia a dia, como re-
oportunista é a possibilidade de ‘demissão’ sultado da interação entre diferentes fatores.
do integrante que não atende as expecta-
tivas do grupo, mediante justiicativa enca- Proposta
minhada ao docente. Nossa proposta é estudar a possibilidade
Exemplos dos projetos desenvolvidos in- de se ensinar técnicas anestésicas através
cluem: indústria de derivados de tomate, do construtivismo.
sorvetes, sucos, pães congelados, laticínios,
produtos cárneos e micro cervejarias (nes- Metodologia
te caso, um projeto desenvolvido tornou-se A metodologia pressupõe que se deva,
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inicialmente, criar o ambiente construtivista; Introdução
o professor deve conceber o conhecimento A nutrição nos primeiros anos de vida
sob a ótica levantada por Piaget, ou seja, que tem papel fundamental para o crescimento
todo e qualquer desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento saudável do ser humano
só será efetivo se for baseado em uma inte- ao longo dos ciclos da vida. Está associada
ração muito forte entre o sujeito e o objeto. a aspectos de sobrevida e morbidade logo
A primeira das exigências é que o ambiente após o nascimento (vide todos os benefí-
permita, e até obrigue, uma interação muito cios a curto e longo prazo do aleitamento
grande do aprendiz com o objeto de estudo, materno) e ao desenvolvimento de doenças
integrando o objeto de estudo à realidade crônico não comunicáveis, como obesidade,
do sujeito, dentro de suas condições, de for- diabetes tipo 2, hipertensão e doenças car-
ma a estimulá-lo e desaiá-lo, mas ao mesmo diovasculares na vida adulta.
tempo permitindo que as novas situações Criar espaços nos quais o tema da ali-
criadas possam ser adaptadas às estruturas mentação possa ser trabalhado junto à po-
cognitivas existentes, propiciando o seu de- pulação é atuar na prevenção e promoção à
senvolvimento. Outro aspecto primordial nas saúde, área prioritária da atenção primária,
teorias construtivistas é a troca do repasse além de ser uma oportunidade para o alu-
da informação para a busca da formação do no de graduação, que poderá experimentar
aluno; uma nova ordem que retira o poder e a realidade de uma Unidade Básica de Saúde
autoridade do mestre. Desta forma criamos e tentar responder, no âmbito da educação
o espaço construtivista para o ensino de téc- nutricional, às demandas que esta apresenta.
nica anestésica. Atividades desenvolvidas de
forma que nada deva ser ensinado de forma Descrição do Projeto
clássica aos alunos ingressantes do curso. O O Ateliê tem como objetivo ser um espa-
mestre como um facilitador de experiências ço lúdico para a criança e o cuidador, pro-
que devem ser vividas pelos participantes do porcionando a troca de experiências entre
curso. Criar situações de aprendizagem que alunos de graduação da área de saúde e as
facilitem a construção individual do conhe- famílias, com atividades especíicas para as
cimento em relação a temas relacionados à crianças e para os cuidadores. O espaço do
técnica anestésica. Encorajar os estudantes a Ateliê tem um caráter educativo e de criação
desenvolverem seus próprios processos de conjunta, visando estimular os participantes
busca de novos desaios. a descobrirem “novos caminhos” para uma
alimentação saudável e prazerosa.
Conclusão
Acreditamos ao desenvolver esse projeto Metodologia
que haverá condições de oferecimento desde O aluno de graduação participa do Am-
tema em outras formas não clássicas de ensi- bulatório de Nutrição Pediátrica na Atenção
no-aprendizagem desde que haja condições Primária no Centro de Saúde Escola Butan-
físicas e de tempo para respeitar os diferentes tã. A partir das demandas que surgem nas
tempos de aprendizagem de cada aluno. consultas, organizamos o Ateliê da Alimen-
tação que “acontece” na sala de espera da
Ateliê da Alimentação: Uma Pediatria. A abordagem do tema escolhido
Experiência de Ensino do é feita de forma simples a im de que os
cuidadores e as crianças entendam concre-
Aluno de Graduação na tamente o conteúdo da exposição. São uti-
Atenção Primária à Saúde lizados slides, rodas de conversa, prepara-
Faculdade de Medicina da Universidade ções de alimentos para que o objetivo seja
de São Paulo alcançado.

B. Ramos, G.F. Di Biagio, M.M. Machado e M.T.B. Fernandes Resultados


mtbfernandes@gmail.com Foram realizados os seguintes Ateliês: Su-
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cos; Leites; Reaproveitamento de Folhas, Ta- desde 1999 no Laboratório de Matemática,
los e Cascas; Fontes Alternativas de Cálcio; o Clube de Matemática consiste em um es-
Lanches Saudáveis. paço em que os estagiários interagem entre
eles e com educandos da Escola de Aplica-
Conclusões ção da FEUSP (50 a 60 alunos), no desenvol-
A experiência do aluno em preparar tais vimento de atividades orientadoras de ensi-
momentos com a população tem sido mui- no (Leontiev, 1978, 1983, 1988).
to interessante. O aluno precisa sintetizar e Desde 2010 o Clube de Matemática pas-
tornar compreensível para a população o sou a acolher aos alunos e as disciplinas de
conhecimento técnico. É um espaço impor- Metodologia de Ensino de Ciências e Ge-
tante para o aprendizado, pois permite uma ograia. O principal objetivo deste projeto
interação entre o aluno e a população que é criar no Laboratório de Matemática da
frequenta o Centro de Saúde Escola Butantã. FEUSP (LABMAT) um ambiente de discussão
sobre questões de sala de aula e de pesquisa
O Programa de Formação teórico/prática relacionada à educação des-
de Professores e o Clube tas três disciplinas de maneira disciplinar e
de Matemática, Ciências e interdisciplinar.
Em virtude da nova coniguração do Clu-
Geograia: Um Projeto para be, com a participação de outras metodolo-
Formação de Professores gias, tornou-se essencial a criação de uma
estrutura permanente passível de dar su-
Faculdade de Educação da Universidade
porte às atividades de estágio que ali se re-
de São Paulo
alizam. Considerando o elevado número de
atividades desenvolvidas nos semestres, em
Afonso Martins Andrade
2015 os docentes responsáveis (Dr. Manoel
afonso@usp.br
Oriosvaldo de Moura e Dr.a Sonia Maria Van-
Este projeto tem por objetivo orientar a zella Castellar) solicitaram um educador fun-
participação de educadores de matemática cionário (área de Matemática) do Programa
do Programa de Formação de Professores da de Formação de Professores.
FEUSP no Clube de Matemática, Ciências e O trabalho desenvolvido no clube não se
Geograia. As atividades do Clube estão dis- limita a organização das atividades pedagó-
tribuídas basicamente em 4 grupos e são de- gicas produzidas pelos alunos. No decorrer
senvolvidas no decorrer do ano letivo, sendo: do semestre o educador participa do proces-
1a grupo: Preparação das atividades com so de orientação e elaboração das atividades
graduandos (20 a 30 alunos da Pedagogia e de Matemática, Ciências e Geograia, com o
Licenciatura); acompanhamento dos docentes responsá-
2a grupo: Orientação dos graduandos na veis.
aplicação das atividades desenvolvidas e No ano de 2015 foi dado início ao proces-
acompanhamento dos educandos da Escola so de sistematização e catalogação de ati-
de Aplicação; vidades produzidas no âmbito do clube, da
3a grupo: Preparação e coordenação das mesma maneira que se busca “garimpar” as
reuniões de avaliação; atividades produzidas em anos anteriores
4a grupo: Avaliação e revisão das ativida- para posterior publicação no site do LAB-
des pedagógicas de ensino produzidas no MAT (LABEDUC).
Clube e sua publicação digital no LABMAT Em razão da nova estrutura, se busca al-
(LABEDUC). cançar as seguintes metas:
O Clube de Matemática é um projeto de 1) Identiicar os descritores de Matemáti-
estágio da Faculdade de Educação da Uni- ca que não tem tido destaque entre os gra-
versidade de São Paulo (FEUSP) para alunos duandos para a produção de atividades, no
da Pedagogia e da Licenciatura em Mate- sentido de orientar o trabalho e permitir sua
mática, Ciências e Geograia. Desenvolvido utilização.
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2) Elaborar um conjunto detalhado de Cuidados da Pessoa com Deiciência (RCPD),
descritores, para as áreas de Ciências e Ge- compreender o processo saúde-doença-re-
ograia, capazes de subsidiar a elaboração abilitação de pessoas com limitações, suas
de atividades pedagógicas para o 1o ciclo do condições de vida e os recursos territoriais
EF em parceria com os respectivos docentes existentes, assim como compreender e de-
das áreas. sempenhar o papel proissional articulado
3) Avaliar as atividades já catalogadas e ini- às demandas apresentadas pelos usuários.
ciar o processo de revisão do material apro- Por meio de metodologias participativas,
vado para publicação digital no LABMAT. os estudantes são estimulados a articular
saberes teóricos e práticos para identiicar
Terapia Ocupacional e necessidades de saúde da população e pro-
Metodologias Participativas: por intervenções de terapia ocupacional em
diálogo com a diversidade social e cultural
Integração Ensino e Serviço presente no território. Dessa maneira, par-
Territorial de Atenção à Saúde ticipam ativamente de ações desenvolvidas
1
Faculdade de Medicina da Universidade pelas equipes de saúde da família, discutem
de São Paulo casos, realizam visitas domiciliares e demais
2
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo ações compartilhadas entre diferentes pro-
issionais, num exercício contínuo de troca
Marta Aoki1, Vanessa Andrade Caldeira2, Fátima de saberes e desenvolvimento de competên-
Corrêa Oliver1 cias para o trabalho em equipe. Realizam vi-
aoki@usp.br sitas técnicas a diferentes pontos de atenção
que compõem a RCPD do distrito de saúde e
A formação do terapeuta ocupacional fun- discutem o acesso e a integralidade do cui-
damenta-se no estudo crítico e relexivo so- dado. Investem no diagnóstico situacional
bre a ação proissional, por meio do estímulo das pessoas e suas condições de vida para a
à participação ativa em cenários de práticas compreensão das necessidades de saúde. A
vinculados a políticas públicas, dentre elas o partir desse reconhecimento e dos recursos
Sistema Único de Saúde. Desde 1986, estu- locais são construídas alternativas assisten-
dantes da área realizam atividades práticas ciais que promovam a participação social das
em serviços territoriais e de atenção básica pessoas com limitações, como atendimentos
à saúde, importantes campos de atuação individuais, familiares, domiciliares; grupos
proissional. Neste contexto, o Laboratório de convivência, de práticas corporais e de
de Reabilitação com Ênfase no Território, apoio à inclusão no trabalho; prescrição de
em parceria com a Unidade Básica de Saúde equipamentos de ajuda; fóruns de pessoas
com Estratégia de Saúde da Família do Jd. com deiciência e passeios. O ensino prático,
Boa Vista, desenvolvem, desde 2003, ativida- em contexto territorial, tem instigado os es-
des de ensino, pesquisa e extensão, com o tudantes e os proissionais a reletir e buscar
objetivo de promover a participação social e alternativas assistenciais para as necessida-
acesso a direitos de pessoas com limitações des apresentadas pela população que acom-
na realização de atividades cotidianas articu- panham, o que torna o processo de aprendi-
ladas à formação de estudantes. Nesse con- zagem mais signiicativo e estimulante. No-
texto são oferecidas duas disciplinas: Prática ta-se também a aprendizagem de conteúdos
Supervisionada VI – Terapia Ocupacional na de natureza atitudinal e relacional, como o
Atenção Comunitária e Territorial em Reabili- respeito à diversidade, estabelecimento de
tação (150 horas, 4o, 5o. 6o. Semestres) e Está- vínculo interpessoal, grupal e terapêutico, de
gio Supervisionado VI – Terapia Ocupacional processos de comunicação e a construção
na Atenção Comunitária e Territorial em Rea- de postura ético política como proissional,
bilitação (420 horas, 7o. e 8o. Semestres). São temas presentes nas discussões sistemáti-
objetivos das disciplinas: promover o tra- cas entre proissionais e estudantes. Nesse
balho interproissional, conhecer a Rede de percurso formativo há relexão permanente
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sobre os desaios para a construção de um matemáticos que são considerados básicos
cuidado integral à saúde e a responsabilida- e fundamentais. Então, como estagiária PAE
de do proissional enquanto agente transfor- propus ao meu professor supervisor o pla-
mador de realidades. nejamento de um programa de revisão de
conteúdos básicos para o desenvolvimento
Inovação de Ensino em da disciplina, questionários dirigidos com
Experimentação Agrícola: exemplos práticos e também um calendário
com horários especíicos ajustados ao dos
Experiência em Sala de Aula alunos envolvidos, com caráter de suprir as
1
Escola Superior de Agricultura Luiz de deiciências que interferiam no processo de
Queiroz da Universidade de São Paulo ensino-aprendizagem e no andamento da
2
Instituto Federal do Triângulo Mineiro disciplina Experimentação Agrícola. O pro-
grama de revisão foi aceito pelo professor
Débora Maria Ferreira Canuto1, Reinaldo Silva supervisor e teve ampla aceitação dos alu-
de Oliveira2 nos no decorrer de todo o semestre. No úl-
debora.canuto@usp.br timo dia de aula os alunos foram convida-
A contribuição do Programa de Aperfeiço- dos a falar sobre a experiência do contato
amento de Ensino (PAE) para o pós-graduan- com a didática de revisão prática dos tópicos
do tem sido um instrumento técnico capaz abordados e se estas táticas surtiram algu-
de promover o aprimoramento de práticas ma inferência na aprendizagem e foi veriica-
pedagógicas e de melhoria das metodo- do que várias opiniões dos discentes foram
logias no ensino-aprendizagem. Em 2014 transformadas e que o objetivo do progra-
participei como estagiária voluntária do PAE ma de revisão e sua expectativa foi atendi-
na disciplina de Experimentação Agrícola da da quanto ao processo de ensino-aprendi-
Universidade Estadual de São Paulo (UNESP/ zagem e que alguns conceitos estatísticos
FCAV) Campus Jaboticabal, Jaboticabal-SP, quando bem ajustados dentro do cotidiano
onde tive a oportunidade de trabalhar dife- são mais compreensíveis. Com isto é possível
rentes recursos educacionais com o objetivo airmar que o PAE conseguiu proporcionar a
de facilitar a aprendizagem dos graduandos estagiária um aprendizado tanto prático – no
inserindo fatos cotidianos e identiicando tocante da escolha, preparo e divulgação de
quais as principais problemáticas dentro do materiais- quanto teórico – na escolha de
ensino de estatística e como contribuir em didáticas de ensino, no pensar docente, nas
caráter de transformar a visão do aluno so- metodologias que poderiam ser utilizadas.
bre a disciplina e sua necessidade de atuação Experiências sobre o Ensino
no campo de formação. No primeiro dia de
aula foi apresentado os conteúdos a serem de Computação Aplicada
abordados durante o semestre e indicados á Engenharia por meio de
possíveis sistemas de avaliação e ensino a
serem seguidos, os alunos foram convida-
Metodologias Ativas
dos a participar de uma discussão no qual Escola de Engenharia de Lorena da
a perspectiva da disciplina foi apontada por Universidade de São Paulo
cada um deles e foi construído um objeti-
vo comum entre todos envolvidos, docen- Fabiano Fernandes Bargos e Wendell de Queiróz
te, estagiários e alunos. De acordo com os Lamas
apontamentos foi possível observar que a fabianobargos@usp.br
disciplina Experimentação Agrícola era “mal
vista” pela maioria dos alunos, principalmen- Resumo
te pela forma com que era passada em sala O emprego de métodos ativos de ensino-
de aula, e também a maioria dos alunos ci- -aprendizagem é uma realidade em diversas
taram apresentar baixo ou nenhum embasa- áreas do conhecimento. Porém, em alguns
mento teórico em determinados conceitos campos, como ciências básicas e engenha-
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ria, o emprego desses métodos, ainda que o índice de reprovação. Entretanto, algumas
crescente, ocupa um menor espaço em com- estratégias devem ser adotadas para inibir
paração à forma tradicional. Esse trabalho o plágio entre os códigos, principalmente
tem como objetivo relatar uma iniciativa de quando os métodos ativos são aplicados em
aplicação de métodos ativos, principalmen- turmas com grande número de alunos.
te a Aprendizagem Baseada em Problemas
(ABP), na disciplina obrigatória Computação Simulação Clínica com
Aplicada à Engenharia que integra o ciclo Recursos da Dramatização
básico dos cursos de engenharia da escola. A – Ganhos Percebidos por
disciplina oferece uma introdução a algorit-
mos e a programação de computadores em Estudantes: Revisão Sistemática
linguagem de alto nível e tem apresentado Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
um alto índice de reprovação e trancamen- da Universidade de São Paulo
tos. Busca-se com essa iniciativa gerar um
maior interesse dos alunos pelo conteúdo Elaine Cristina Negri; Alessandra Mazzo
proposto, aprimorar a aprendizagem e dar elainenegri@usp.br.
mais dinamismo às aulas. O método propos-
to foi aplicado durante um semestre em seis Introdução
turmas da disciplina que oferecia um total Nos últimos anos, o ensino em saúde e de
de 288 vagas. Foram propostas algumas ati- enfermagem tem sofrido transformações,
vidades que, devido a capacidade física dos adequando competências, pensamento
laboratórios de informática, foram realizadas crítico e habilidades para tomada de deci-
em algumas ocasiões em duplas e, em ou- sões (CARVALHO, 2008; SILVA et al., 2010),
tras, individualmente. As atividades envol- motivados pelas necessidades de uma so-
viam a solução computacional de problemas ciedade de acesso ás tecnologias de infor-
reais de engenharia e eram acompanhadas mações e comunicações, gerada pelas no-
por testes diários de avaliação. O ambiente vas conigurações do mundo globalizado
virtual de aprendizagem da universidade foi e por um acelerado processo de moderni-
utilizado tanto para entrega das atividades zação cientíica e tecnológica (SILVA, et al.,
quanto para coleta de dados por meio de en- 2010; TEIXEIRA, et al., 2011). As instituições
quetes e questionários. Ao inal do semestre de ensino têm repensado as práticas edu-
foi aplicada uma prova individual no formato cativas e empregado estratégias inovado-
tradicional. Os resultados mostram que os ras que estimulem o desenvolvimento de
alunos que alegaram ter operado o compu- proissionais competentes, e destacado a
tador durante as aulas obtiveram notas aci- simulação como uma ferramenta neces-
ma da média nos testes e, entre os que não sária e valorizada no processo de ensino
operaram, as médias foram abaixo da média aprendizagem (CARVALHO, 2008; SILVA et
da turma. Observou-se, ainda, um maior en- al., 2010; TEIXEIRA et al., 2011; MARMOL
gajamento e interesse dos alunos, que pode et al, 2012). Em simulação é permitido à
ser evidenciado pelo aumento por busca de utilização de ferramentas, como a técnica
auxílio com o docente e com os monitores da da dramatização sendo que as técnicas ex-
disciplina. O índice de reprovação também ploradas podem ser Role player ou jogos
apresentou diminuição. O ponto negativo da de papéis, pacientes simulados (simulated
aplicação do método foi o alto índice de có- patients), modelos mistos e pacientes pa-
digos plagiados em algumas das atividades dronizados (standardized patients).
propostas. Conclui-se com este trabalho que
a aplicação de métodos ativos na disciplina Objetivos
é promissora, podendo melhorar o envolvi- Identiicar na literatura quais os ganhos
mento do aluno com a disciplina, aprimoran- percebidos por estudantes com o uso da
do a sua aprendizagem, aumentando o en- simulação clínica realizada com recursos da
gajamento e consequentemente diminuindo dramatização.
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Material E Métodos
Foi realizada uma Scoping Reviews, atra- Metodologias Ativas de
vés das orientações metodológicas do Insti-
tuto Joanna Briggs. A pergunta de pesquisa
Ensino-Aprendizagem:
utilizada para a busca foi “Quais os ganhos Abordagens e Experiências
percebidos pelos estudantes com o uso da em Disciplinas Teórico-
simulação clínica realizada com recursos da
dramatização?”. As pesquisas foram realiza-
Experimentais da Área de
das nas seguintes bases de dados: Literatura Química Analítica Instrumental
Latino-Americana e do Caribe em Ciências Instituto de Química de São Carlos
da Saúde (LILACS), Web of Science, National
Library of Medicine (PubMed), Cumulative Julie Paulín García, Deyber Arley Vargas Medina,
Index to Nursing and Allied Health Literatu- Álvaro José dos Santos Neto
re (CINAHL), The Cochrane Library, SCOPUS, alvarojsn@iqsc.usp.br
Scientiic Electronic Library Online (Scielo).
Dentre os 4991 artigos encontrados, após Neste trabalho descrevem-se atividades
leitura exaustiva dos títulos e resumos, 43, e são feitos relatos do desenvolvimento de
compuseram a amostra. metodologias ativas de ensino-aprendiza-
gem em disciplinas de Análise Instrumental
Resultados no âmbito dos cursos de Licenciatura em Ci-
A maioria dos artigos foram publicados ências Exatas e Bacharelado em Química da
na língua inglesa. A maior parte dos artigos USP-São Carlos. Essas iniciativas tiverem o
foi realizado com estudantes de medicina 19 trabalho conjunto de docentes e estagiários
(44,2%), 12 (28%) enfermagem, 03 (7,0%) far- PAE das disciplinas e os presentes relatos
mácia, 03 (7,0%) interproissional, 02 (4,6%) referem-se às aplicações do ano de 2015.
isioterapia, 02 (4,6%) odontologia, 01 (2,3%) Com o objetivo de melhorar o rendimento,
radiologia e 01 (2,3%) estudantes de vete- resgatar a autoestima e motivar os alunos
rinária. Entre os métodos de dramatização de licenciatura na disciplina Fundamentos
utilizados, 20 (46,51%) utilizaram paciente de Análise Instrumental, foram planejadas
simulado, 15 (34,9%) troca de papéis ou role diferentes atividades baseadas em meto-
play, 04 (9,3%) paciente estandardizados. Os dologias ativas que permitissem o cumpri-
ganhos percebidos pelos sujeitos foram: ha- mento das quatro etapas do ciclo do apren-
bilidade/autoconiança em comunicação 18 dizado. O ciclo começa com a coleta de
(41,8%), satisfação 16 (37,2%), aprendiza- informações, seguida de relexão, criação e
gem/conhecimento 13 (30,2%), habilidade e teste ativo (explicar e falar sobre o que foi
autoconiança 16 (37,2%), empatia 04 (9,3%), aprendido; ouvir o que alguém entendeu
realismo 03 (7,0%), diminuição do nível de sobre o assunto; pesquisar o tema na web/
ansiedade 3 (7,0%), e pensamento crítico 3 biblioteca; planejar experimentos)1. O redu-
(7,0%). zido número de alunos da turma (9) permi-
tiu que, além das aulas expositivas, fossem
Conclusões desenvolvidas atividades empregando as
As evidências cientíicas reforçam que a seguintes metodologias: World Coffee, Jig-
simulação clínica realizada com recursos da saw, Gallery Walk e quizzes. Estas atividades
dramatização é uma ferramenta que traz ga- estimularam os alunos a serem mais partici-
nhos signiicativos e positivos na formação pativos e tornaram as aulas mais dinâmicas,
dos estudantes. permitindo uma melhor interação da tríade
aluno-professor-estagiário e resultando em
maior eiciência do processo de aprendiza-
do. Adicionalmente, por serem alunos do
curso de licenciatura, essa vivência também
fortalece a capacitação desses alunos como
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 178
futuros multiplicadores dessas abordagens. baseiam-se neste método (SOARES, 2008);
Nas disciplinas de Análise Instrumental I e dentre elas, a disciplina de Resolução de
II do bacharelado em química, os principais Problemas I (RP-I), ministrada para turmas
objetivos foram melhorar a compreensão mistas, formadas por alunos ingressantes
dos alunos acerca dos diferentes assun- de todos os cursos da EACH. Os trabalhos
tos (técnicas analíticas) abordados, além desenvolvidos na disciplina de RP-I visam
de estimular o acesso a esses assuntos por a construção de projetos cientíicos, a par-
diferentes etapas do ciclo do aprendizado. tir da problematização de questões sociais,
Nesta disciplina os alunos participam ativa- políticas, culturais e biológicas (UVINHA,
mente em um Ambiente Virtual MOODLE o 2014).
qual contém vídeo-aulas e vídeo-tutoriais
que precedem as aulas práticas. Além des- Objetivo
ses vídeos, os alunos participam de questio- O presente trabalho tem como objeti-
nários online, prévios e posteriores às aulas vo a descrição, realizada pela monitora da
práticas. Complementarmente, os alunos, disciplina, das diferentes estratégias peda-
organizados em pequenos subgrupos de 3 gógicas utilizadas por duas docentes no
ou 4 constituintes, tiveram a experiência de desenvolvimento da disciplina RPI, com o
participar ativamente em arguições, no de- intuito de aprofundar as bases do seu co-
senvolvimento de projetos, em estudos de nhecimento referente à construção de um
casos e na confecção de vídeos. O desem- projeto cientíico.
penho, a motivação e o feedback dos alu-
nos, por meio da percepção (caráter subje- Método
tivo) dos docentes e estagiários, bem como Cada turma da disciplina RPI é composta
obtidos pelo resultado do aprendizado e da por 60 alunos, 03 docentes e 01 monitor. A
avaliação institucional das disciplinas têm monitora acompanhou o desenvolvimento
sido estimulantes para que o processo seja das atividades de duas docentes respon-
constantemente aprimorado e que sirva de sáveis por dois grupos de 20 alunos cada,
modelo para outras disciplinas da unidade. divididos em dois subgrupos. As estratégias
pedagógicas visaram: (1) Compreender e
Referência elaborar um problema; (2) Elaborar um pla-
1 Hendel, Ronni, et al. “The Neuroscience no para resolver o problema; (3) Executar o
of Learning: A New Paradigm for Corporate plano; (4) Veriicar se a solução obtida está
Education.” (2011). correta. Para isso, cada docente desenvol-
veu: mediações para discussão da temática
O Impacto do PBL na escolhida por cada grupo; busca e discus-
Formação de um Monitor são de trabalhos cientíicos relacionados à
temática, seguidos de arguição individu-
Escola de Artes, Ciências e Humanidades al ou em grupo, visando a interpretação e
da Universidade de São Paulo análise crítica; escolha de palavra chaves;
exposição com suporte visual orientando as
Nadjila T Machado, Ivana Brito e Eunice A. Silva
buscas bibliográicas (realizado pela moni-
nadjila.machado@usp.br
tora) e prática textual para a construção do
Introdução trabalho, sob orientação constante.
A Aprendizagem Baseada em Problemas
(PBL) signiica aprendizagem ativa e inte- Resultados
grada, que aproxima a teoria da prática (SO- As estratégias pedagógicas realizadas
ARES, 2008). O PBL iniciou-se em 1965 na pelas docentes foram estimuladoras para
McMaster University no Canadá (SCHMIDT, o aprofundamento do conhecimento da
1993; WALSH, 2005). Algumas disciplinas monitora sobre a produção de um projeto
da Escola de Artes, Ciências e Humanidades cientíico. Por meio do método resolução
da Universidade de São Paulo (EACH-USP) de problemas pode-se aprofundar e acres-
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centar os conhecimentos da monitora, uma gami and balloons in a group work setting,
vez que as discussões auxiliaram na apren- we observed and evaluated more than 50
dizagem de como criar estratégias para re- undergraduate students. Without any addi-
solver problemas de pesquisas, raciocinar tional instruction, we asked them to create
de um ponto de vista lógico os problemas e and present one of four types of tissues –
veriicar se as estratégias elaboradas foram epithelial, connective, muscle, nervous – in
válidas. Ainda, este aprendizado contribuiu an hour and a half.
para o desenvolvimento e análise crítica do
seu próprio projeto de mestrado. Foi des- Results
tacada a contribuição dos erros, em função All students participated voluntarily. The
do protagonismo do aluno e monitor, no students created by mutually teaching and
cenário da aprendizagem. A vivência en- learning from one another through casual
quanto monitora evidenciou a importância conversation. Through their metaphorical
do aluno, monitor e professor na constru- creations and their conidence in speaking
ção do conhecimento por meio do PBL. we evaluated which concepts were not ac-
quired over the previous 7 weeks of lectures.
Conclusões
O acompanhamento da disciplina RPI Discussion
contribuiu signiicativamente para a forma- This small study’s aim was not only to see
ção da monitora, tanto para pesquisadora what the students knew, but also to success-
quanto para docência no ensino superior, fully stimulate in them a sense of curiosity
em diferentes aspectos: na capacidade de and fun in learning by mutuality. Based on
reconhecer a importância do respeito à sin- this study we know which concepts need to
gularidade e ao protagonismo do aluno em be reviewed again. We believe that beyond
seu processo de aprendizagem; na apren- the lectures, complementary playful activi-
dizagem, por meio diferentes estratégias ties will help students consolidate informa-
pedagógicas, da construção e resolução de tion with an experiential knowledge and will
problemas de pesquisas. help teachers evaluate the conceptual sta-
tus of their students.
LEGOs in Cell and Tissue
Biology: Learning by Creating Ensino Prático e Integrado de
Eletrônica e Programação de
Instituto de Ciências Biomédicas da
Universidade de São Paulo Computadores Empregando
o Microcontrolador Arduino
Matthew Thomas Ferreira, M. Lopes e M.I. Borella
Escola de Engenharia de Lorena da
matthewferreira@usp.br
Universidade de São Paulo
Background
The pedagogical experience in large uni- Rodrigo T. Menezes, Giovani T. Azevedo, Denis V.
versities is challenged by large class sizes, Bernardes, Lukas A. Costa, Carlos Y. Shigue
too much information, too little time and cyshigue@usp.br
apathetic students.
Introdução
Aim O microcontrolador Arduino represen-
The aim of this study was to encourage, ta nos dias atuais uma pequena revolução
stimulate and evaluate the beneits of creating tecnológica e social pela oportunidade
a hands-on experience to consolidate informa- que tem oferecido a “designers”, “hobbis-
tion in a traditionally visual course- histology. tas”, fazedores, curiosos ou qualquer pes-
soa interessada em desenvolver projetos
Methods de automação, com pequeno ou nenhum
Through using LEGO’s, playdough, ori- conhecimento de eletrônica e computação.
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A facilidade em programar e operar o mi- pelo Arduino e transferidos para o compu-
crocontrolador desde a retirada da caixa e a tador pela porta USB de forma gráica em-
colocação em funcionamento requer a au- pregando a linguagem Processing. Ambas
toaprendizagem a partir de livros didáticos, as linguagens, Wiring e Processing, seguem
tutoriais e vídeos, que aliado ao seu baixo a ilosoia de autoria “copyleft” no padrão
custo, pode ser usado para estimular alunos “Creative Commons”. Dessa forma, sendo o
de Engenharia a desenvolverem projetos hardware de baixo custo e o software gra-
desde o seu ingresso no curso de gradua- tuito, permite com investimento de baixo
ção. Neste trabalho será apresentada a me- custo total implementar uma metodologia
todologia e a experiência em desenvolvi- de aprendizagem ativa “mão-na-massa”, na
mento desde 2014 no curso de Engenharia qual os alunos aprendem fazendo.
Física da Escola de Engenharia de Lorena de
ensino prático e integrado de eletrônica e Resultados
programação de computadores empregan- Desde 2014 mais de 100 alunos já fo-
do o microcontrolador Arduino. ram capacitados no uso do Arduino. Além
desses alunos terem aprendido eletrônica
Objetivo e programação de computadores desde o
Capacitar, por meio da aprendizagem ba- início do curso de graduação, também fo-
seada em projeto, os alunos ingressantes de ram estimulados a trabalharem em equi-
Engenharia Física a desenvolverem projetos pe, a desenvolverem projetos aplicados ao
de controle e automação de experimentos contexto de seu curso de graduação e na
cientíicos e aplicados utilizando ferramen- formação de mentalidade empreendedora
tas de hardware e software de baixo custo, enxuta (“Lean startup”).
dentro da concepção de produção enxuta
(“Lean manufacturing”). Utilização de
Metodologias Ativas no
Método
As turmas de 40 alunos são divididas
Ensino Epidemiológico de
em 20 duplas, sendo que cada dupla rece- Dengue
be um kit para ser usado em aula e levado 1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
para casa durante todo o primeiro semestre da Universidade de São Paulo
letivo do curso. O kit contêm num estojo 2
Escola de Enfermagem de São Paulo da
com divisões internas uma placa Arduino, Universidade de São Paulo
um cabo USB, uma “protoboard”, vários ios
“jumpers” para conexão elétrica e diversos João Henrique de Morais Ribeiro1, Érica Gomes
componentes eletrônicos, tais como: re- Pereira2, Eloá Otrenti2, Suely Itsuko Ciosak2
sistores, capacitores, sensores, atuadores, joaoh.mribeiro@usp.br, egpereira@usp.br,
motor, mostrador LCD, diodos, transistores eloaotrenti@usp.br, siciosak@usp.br
e circuitos integrados. Um tutorial acompa-
nha cada kit contendo instruções básicas de Introdução
instalação e montagem de circuitos eletrô- A dengue atualmente vem sendo consi-
nicos empregando os componentes dispo- derada um grave problema de saúde públi-
níveis no kit. O ensino de programação do ca mundial. No Brasil, 802.429 casos suspei-
microcontrolador é feito em computadores tos de dengue foram registrados até a 13a
do laboratório de ensino de informática uti- semana epidemiológica. No município de
lizando as linguagens C++ Wiring e Proces- São Paulo (SP) pode-se observar aumento
sing. Nas aulas são apresentados os concei- importante no número de casos autóctones
tos de eletrônica e programação de forma entre 2014 (29.011 casos) e 2015 (100.432
prática, procurando, por meio de programas casos) sendo 6096 novos casos registrados
simples em Wiring, controlar os dispositivos até a 12o semana epidemiológica de 2016.
eletrônicos e apresentar os dados obtidos Tais características epidemiológicas poten-
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cializam a implicação da universidade na áreas contíguas às calçadas, poda da gra-
formação de proissionais de saúde, es- ma e tratamento das bromélias, conforme
pecialmente enfermeiros, capazes de lidar orientação de órgãos competentes. Essas
com situações epidemiológicas de contin- atividades permitiram que os estudantes
gência para manejo de epidemias. pudessem reletir sobre a importância das
ações do enfermeiro no combate ao inseto
Objetivo e o controle das epidemias.
Relatar a experiência de um processo de
ensino-aprendizagem de dengue, enfocan- Conclusão
do a busca ativa, com alunos do 4o ano da O emprego de metodologias ativas es-
Escola de Enfermagem da USP (EEUSP) na timula processos críticos de ensino-apren-
disciplina Enfermagem em Doenças Trans- dizagem e aproximam o estudante de uma
missíveis com Enfoque em Saúde Coletiva. dada realidade promovendo a curiosidade
e a proposição de soluções/encaminha-
Método mentos adequados para resolver diferentes
A busca ativa de possíveis criadouros do situações, neste caso, a epidemia de den-
mosquito Aedes aegypti foi planejada ten- gue enfrentada pelo país.
do como referência o Método do Arco de
Charles Maguerez. A busca ativa foi realiza- Construção do Conhecimento
da, nas dependências da Instituição, como (PBL): – Técnica Interproximal
segue: os quatro departamentos de ensino,
estacionamentos, jardim externo e interno,
-Erros Radiográicos
roof, foyer, telhados e Centro Acadêmico da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
EEUSP. A cada dia os estudantes divididos Preto da Universidade de São Paulo
em dois grupos guiados por um tutor, visi-
tavam dois setores pré-determinados. P.C.A. Watanabe, L.C. Pardini, M.R. Bianchi, R.
Barban e A.J. Camargo
Resultado watanabe@forp.usp.br
Durante as visitas foram recolhidas garra- Resumo
fas plásticas, copos descartáveis, plásticos e Em Odontologia a radiograia obtida
quando localizada água parada ou acumu- pela Técnica Radiográica (com Radiação
lada nos vasos de planta e outros locais, os Ionizante) é o principal meio auxiliar de
estudantes o descartaram essa água, reali- diagnóstico utilizado pelo cirurgião dentis-
zaram a limpeza do compartimento e o po-
ta (detectar doença – Laudo Radiográico).
sicionaram de maneira a não acumular mais
Entretanto, a execução da técnica exige co-
água. Quando encontrados possíveis focos
nhecer e aplicar princípios formadores da
do mosquito, ponto chave dessa atividade,
imagem radiográica (“Radiograia Inter-
os estudantes foram incentivados a reletir
sobre o problema, suas consequências para proximal”), conteúdo obrigatório de qual-
a saúde da comunidade e propor soluções quer Curso de Graduação em Odontologia.
para sua eliminação do mosquito, conside- O Cirurgião-Dentista, ao executar a Técnica
rando inclusive seu ciclo reprodutivo. Além Radiográica Interproximal poderá produzir
disso, com a identiicação de bromélias no “erros radiográicos” (apinhamento dental;
estacionamento, foi possível ampliar a vi- encurtamento ou alongamento dos dentes;
são dos estudantes sobre a necessidade de imagens excessivamente clara ou escura,
buscar meios alternativos de controle, sem etc), sendo que esta radiograia não serviria
necessariamente eliminar a vegetação pai- para realizar o Laudo Radiográico e, o que
sagística. Em alguns dias, os proissionais traria como consequência principal a “repe-
da EEUSP acompanharam a atividade e pu- tição” da mesma (Expondo o Paciente nova-
deram esclarecer sobre os cuidados rotinei- mente à Radiação Ionizante). Na Graduação
ros realizados, como a retirada de lixo nas (FORP/ Disciplina de Radiologia/ Conteúdo
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Programático) o referencial teórico são as A Aprendizagem Baseada em Projetos
recomendações Conselho Nacional de Edu- (ABP) é uma metodologia de ensino que per-
cação (Resolução CNE/CES 3,2002) para a mite que os estudantes confrontem proble-
formação do proissional (Cirurgião-Dentis- mas reais, que considerem relevantes para a
ta) generalista, humanista, crítica e relexiva, sua formação, deinindo a abordagem apro-
para atuar em todos os níveis de atenção priada e, a partir disso, atuando de forma in-
à saúde, com base no rigor técnico e cien- tegrada e cooperativa com foco no produto a
tíico e para a Radiologia no Brasil, as re- ser entregue como resultado. Uma vez que os
comendações da Portaria 453-ANVISA-MS. alunos são divididos em grupos para a ABP,
A proposta desta pesquisa laboratorial foi eles devem trabalhar cooperativamente em
conscientizar o aluno Graduação da neces- todas as tarefas necessárias para chegar ao
sidade de conhecer, compreender, aplicar, produto inal. Assim, é esperado que os alu-
analisar e avaliar seu aprendizado (utilizan- nos envolvidos na ABP aprendam de forma
do o Ensino Baseado em Problema - PBL). colaborativa e cooperativa, assim como indi-
A metodologia consistiu da colaboração de: vidualmente. Tal qual a ABP, a Aprendizagem
1a) Alunos Pós-Graduação FORP (Realiza- Cooperativa se fundamenta na aprendizagem
va a Técnica Interproximal em “Manequim através da interação social para a construção
Odontológico (PI 9054693-3) da Região do conhecimento. Várias tarefas de aprendi-
de Molares aplicavam os conhecimentos zagem cooperativa podem ser implementa-
adquiridos na sua formação acadêmica da das dentro de um projeto de ABP de longo
Graduação). Os Pós-graduandos avaliavam prazo. Destarte, durante a oferta da Discipli-
a ”qualidade de suas radiograias” quanto a na “Resíduos Químicos: Coleta, Tratamento e
presença de “erros radiográicos” e 2a) Alu- Descarte”, foi proposto um Projeto de Pes-
nos da Graduação FORP (Avaliavam se as quisa voltado para a avaliação e classiicação
radiograias apresentavam “erros radiográ- dos resíduos químicos oriundos de disciplinas
icos”). Como resultados pode-se observar experimentais da grade curricular do Bacha-
que os alunos da Graduação foram mais relado em Química do IQSC-USP, consideran-
críticos e encontraram maior quantidade de do todas as práticas realizadas. Os alunos, di-
“erros radiográicos”. Esta diferença deveu- vididos em pequenos grupos, apresentaram
-se ao fato, segundo a conclusão dos pró- alternativas para o adequado gerenciamen-
prios participantes, que os alunos da gradu- to dos resíduos, bem como alternativas de
ação da FORP estavam mais atualizados e reuso, redução e/ou não geração, à luz dos
informados, em consequência de adotarem Princípios da Química Verde, apresentados
como estratégia de estudo o PBL. nas aulas teóricas. O Projeto foi desenvolvido
ao longo do semestre e seus produtos inais
Aprendizagem Baseada foram um artigo e uma apresentação em for-
em Projetos (ABP) com mato de seminário. Os alunos foram estimu-
lados no sentido da Aprendizagem Coope-
Suporte da Aprendizagem rativa através dos cinco elementos essenciais
Cooperativa: Metodologias de desta e, para garantir o funcionamento desta
Ensino Aplicadas à Disciplina metodologia, ela foi incentivada durante todo
o desenvolvimento do Projeto. Bônus de nota
de Resíduos Químicos foram atribuídos, de forma a estabelecer uma
Instituto de Química de São Carlos da Interdependência Positiva, encorajando o
Universidade de São Paulo grupo a compreender que o sucesso depen-
dia de contribuições de todos os integrantes.
Mayumi S. Kawamoto, Maria Olímpia de Oliveira Ao inal desse processo, os alunos tiveram a
Rezende oportunidade de avaliar tanto a contribuição
maykawamoto@gmail.com individual quanto coletiva, através do preen-
chimento de Formulários e da realização do
Processamento Grupal.
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jeto, os alunos divididos em grupos e cada um
Fazendas Típicas Aplicadas destes tem uma “empresa agrícola” (fazenda)
para estudar os aspectos da produção e ges-
ao Ensino de Administração tão da bovinocultura de corte e leite.
Agrícola O aluno é convidado a desenvolver os se-
Escola Superior de Agricultura Luiz de guintes estudos: a) da região onde está in-
Queiroz da Universidade de São Paulo serida a fazenda (dados climáticos, geográ-
icos, sociais e econômicos); b) estrutura de
S. De Zen, M.D. Iguma, M. Crespoline dos Santos produção (capital físico, humano, inanceiro,
e G.R. Ribeiro ambiental e produtivo). Com base nisso, ele
sergdzen@usp.br é motivado a criar um objetivo, ou seja, um
planejamento de longo prazo para a fazen-
A gestão de empreendimentos agrícolas no da, considerando os gargalos e metas du-
Brasil é fortemente dependente do entendi- rante o processo.
mento das cadeias produtivas regionais. Um Na busca para atingir esse caminho o alu-
dos gargalos a este entendimento é a grande no vai sente a demanda por conhecimentos
heterogeneidade dos sistemas de produção, e habilidades que deverá receber no decor-
que envolve desde os peris de cada atividade rer do curso. A expectativa é que os assuntos,
até questões culturais, sociais e regionais. que eventualmente seriam tratados pelo alu-
O desaio de se produzir sustentavelmen- no com baixo nível de interesse ao longo do
te alimentos seguros em um país continen- programa convencional, se tornem essenciais
tal, que abrange diversos biomas e culturas para atingir seus objetivos e, principalmente,
posiciona o agronegócio como um complexo ter visão da solução integrada da realidade o
sistema estratégico, no ponto de vista pro- empreendimento agropecuário regional.
dutivo (técnico) e organizacional (gestão). A Tal metodologia inovadora de ensino traz,
compreensão desse complexo sistema é es- de maneira prática e teórica, simultaneamen-
sencial para os proissionais que irão trabalhar te, a real dimensão da gestão agrícola do país,
no setor, seja inserido nas empresas fornece- tendo como foco central a criação de deman-
doras de insumos, nas unidades de produção, da pelo conhecimento que será disponibiliza-
na agroindústria, no setor inanceiro, no setor do no curso, proporcionando o aprendizado
público, privado e acadêmico. pela execução (“learn by doing”).
Neste contexto, o estudo das unidades de
produção e do ambiente onde o agronegó- Estágio Voluntário: Uma
cio atua é extremamente importante na con-
dução do processo de ensino desses futu-
Experiência de Ensino
ros proissionais. A utilização do conceito de para a Gestão da Água e
“Typical Farm”, deinido por Plaxico & Tweten, Tecnologias de Irrigação em
1963 como uma metodologia de coleta de Nível de Parcela
dados de fazendas típicas tem se mostrado
muito efetivo na transmissão do conhecimen- Universidad Central de Venezuela
to da realidade do campo para os alunos.
Essa metodologia de pesquisa elaborada e Maria Alejandra Moreno Pizani, Asdrúbal Jesús
aplicado pelo Centro de Estudos Avançados Farías Ramírez, Maritza Maria Romero Barrios
em Economia Aplicada – Cepea (Esalq/USP) morenom76@usp.br
desde 2002, com grupos focais (participação Na atualidade as Universidades devem
de 5 a 10 produtores da região) as caracterís- exercer o papel de formar proissionais sen-
ticas técnicas e econômicas de uma unidade síveis para a aplicação do conhecimento na
produtiva que melhor representa o sistema solução dos problemas presentes em seu
de produção da mesorregião. entorno. O intuito é de despertar nos alu-
Essas fazendas típicas representam a “foto- nos, do último ano do curso de Engenheira
graia” do sistema naquela região. Neste pro- Agronômica da Faculdade de Agronomia da
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Universidade Central da Venezuela (UCV), o foque metodológico de ensino participação
interesse na abordagem das comunidades - ação, com a interação com comunidades
para a identiicação e solução de problemas de irrigantes foi realizado desde uma visão
relacionados à gestão da água para irriga- construtivista, para criar autoconiança co-
ção e às tecnologias de irrigação em nível letiva nos participantes. Finalmente, foram
de parcela. O objetivo deste trabalho foi o realizadas mesas de trabalho e workshops,
de desenvolver uma metodologia de ensi- com a participação ativa dos alunos e as co-
no de participação - ação, onde os alunos munidades de irrigantes, para estabelecer
conseguissem identiicar a problemática as recomendações sobre a gestão da água
envolvida na gestão da água, assim como para irrigação.
os efeitos que as tecnologias de irrigação
aplicadas sem controle podem ocasionar. Resultados
Citam-se problemas tais como salinização As atividades realizadas pelos alunos fo-
dos solos e diminuição do rendimento das ram bem recebidas pelas comunidades en-
culturas. Essa experiência apresentou como volvidas na realização do projeto. Os alunos
resultado a interação entre os professores, aplicaram os conhecimentos adquiridos nas
alunos e membros das comunidades de ir- salas de aula durante seu curso, e através
rigantes no estabelecimento de alternativas da análise de situações reais. Os estudan-
para a solução dos problemas. tes foram vinculados às atividades de en-
sino através da participação - ação. Com
Objetivos Especíicos os alunos envolvidos, foi possível realizar a
Realizar a abordagem dos produtores das indução aos produtores das comunidades
comunidades de irrigantes por meio de vi- de irrigantes nas técnicas apropriadas para
sitas e entrevistas para a identiicação da fazer uma melhor gestão da água, e para a
problemática de manejo do recurso hídri- seleção dos sistemas de irrigação e drena-
co para a irrigação. Avaliar os sistemas de gem em nível de parcela, o qual permitiu
irrigação das comunidades de irrigantes. auxiliar na consolidação do entendimento
Analisar a informação obtida, e propor al- e aprendizagem dos conteúdos teóricos e
ternativas para solução dos problemas. De- práticos previamente ensinados.
senvolver mesas de trabalho vinculando os
pesquisadores, estudantes e produtores, Disciplinas Optativas:
para discutir as metodologias adequadas Oportunidades de Vivências
em relação ao funcionamento e adaptação
dos diferentes métodos de irrigação e siste-
e Aprendizado
mas de drenagem supericial, assim como o Faculdade de Odontologia da Universidade
planejamento básico de operação e conser- de São Paulo
vação da infraestrutura de irrigação.
Aline Piruna Martins dos Santos, Fernanda
Metodologia Campos de Almeida Carrer, Maria Ercília de
Utilizaram-se metodologias de ensino- Araujo, Reinaldo Brito e Dias, Neide Pena Coto,
-aprendizagem com estagiários voluntá- Juliana Rodrigues Almeida, Cleusa Aparecida
rios do último ano do curso de Engenheira Campanini Geraldini, Dorival Pedroso da Silva
Agronômica, que manifestaram interesse fernandacsa@usp.br
em participar na solução de problemáti- A disciplina optativa “Reabilitação Maxilo
cas relacionadas à gestão da água na irri- Facial Complexa – Módulo Intra-oral”, se pro-
gação. Inicialmente, realizou-se a aborda- põe a atuar frente a pacientes que tiveram
gem através de entrevistas e levantamento como sequelas de seus tratamentos grandes
de informação em campo, identiicando os perdas de tecido dentro da cavidade oral,
problemas de gestão da água para irriga- devido a acidentes automobilísticos, armas
ção e estabelecendo os pontos fortes, as de fogo, uso constante de cocaína, câncer
debilidades e os desaios a superar. O en- de boca e suas alterações advindas dos tra-
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tamentos complementares de radioterapia e com esses pacientes, e este fato certamente
quimioterapia. Baseia-se em atividades Clí- irá enriquecer muito o trabalho de reabilita-
nicas e Laboratoriais e aulas Teóricas com- ção, trazendo uma qualidade de vida muito
plementares para alunos de graduação da melhor para todos os pacientes, proporcio-
FOUSP. O desenho da disciplina prevê a ma- nando ao nosso aluno de graduação o de-
trícula de, no máximo 4 alunos por semes- senvolvimento de habilidades e competên-
tre, compostos em duplas no atendimento cias para o trabalho em grupo e em equi-
ambulatorial; iniciando com discussão dos pe multidisciplinar, além de contribuir para
casos clínicos do dia, planejamento conjun- formação do futuro dentista, que terá como
to alunos/professores, e inicio das atividades desaio cuidar integralmente dos seus pa-
clínicas sob supervisão direta. Vale a pena cientes. Esse contato com as Grandes Perdas,
ressaltar que os alunos na sua graduação, possibilita ainda uma grande sensibilização
não trabalham clinicamente com pacientes desse aluno, que passa a viver, na prática,
com essa complexidade, e terão essa pos- os conceitos de vínculo, escuta qualiicada e
sibilidade apenas após a formatura, quan- acolhimento humanizado, com vistas à valo-
do frequentarem as áreas de especialidade rização da singularidade do paciente e para
e pós-graduação. O objetivo da disciplina é tanto, se faz necessário o envolvimento de
trazer os alunos que têm interesse em tra- estudantes, professores e comunidade nesse
balhar com pacientes com maiores diicul- processo, a im de que a universidade possa
dades, difundindo desde cedo na sua for- formar proissionais de saúde comprometi-
mação, a especialidade de reabilitação ma- dos com a construção de um sistema de saú-
xilofacial entre os estudantes, ampliando as de mais justo, eicaz e capaz de responder às
possibilidades de mercado de trabalho para demandas da sociedade.
graduandos em odontologia, mostrando o
uso e indicação de novos materiais não co- Grupo Vivencial de Sonhos
muns no dia a dia da graduação, treinar téc- com Estudantes de
nicas do uso diferenciado de implantes os- Psicologia da USP
teointegráveis, e novos meios de retenção e
estabilidade para as próteses reabilitadoras, Instituto de Psicologia da Universidade de
conhecerão também a interação entre equi- São Paulo
pes multidisciplinares, a atuação conjunta
com fonoaudiólogas, psicólogas e assisten- Pauline de Mello Martines e Laura Villares de Freitas
tes sociais mais diretamente, e cirurgiões de pammema@gmail.com
cabeça e pescoço, radioterapeutas e cirurgi-
Resumo
ões plásticos quando necessário, difundindo No decorrer da formação em Psicologia
a especialidade para outros centros, com faz-se necessário o domínio teórico de as-
vistas à descentralização de conhecimento pectos culturais, históricos, biológicos e psi-
e viabilização de futuros cursos à distância. cológicos do ser humano. Porém, é preciso
Em 09 anos de disciplina, 85 alunos foram considerar o estudante de Psicologia como
matriculados e desenvolveram atividades sujeito e objeto de seu próprio conhecer e
clínico-laboratoriais que resultaram na con- de sua formação e a importância do autoco-
fecção de inúmeras próteses com nível alto nhecimento e do relacionamento com ou-
de complexidade, a maioria delas não execu- tros indivíduos. Pensando nesses aspectos,
tadas durante o curso de graduação regular. o compartilhamento de sonhos em grupo
A disciplina tem carga horária de 30 horas, mostrou-se enquanto possibilidade para a
mas a maioria dos alunos acabam icando o elaboração simbólica da experiência vivida
semestre inteiro acompanhando os pacien- pelos estudantes de Psicologia.
tes que eles entraram em contato. Na fase
atual da disciplina estamos convidando alu- Introdução
nos de graduação das áreas de fonoaudio- Os sonhos possuem grande destaque
logia e psicologia para entrarem em contato dentro do referencial da Psicologia Analítica,
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proposta por Carl Gustav Jung, possuindo solidão e conlito, mas também de reunião.
alto valor na análise terapêutica individual. O grupo atuou enquanto suporte para a
Além disso, o trabalho com o material oníri- elaboração de tais temas e promoveu um
co permite uma compreensão simbólica de movimento de agrupamento e proximida-
vários momentos da vida humana. Pensan- de, construindo coniança e respeito. Os re-
do também nas possibilidades oferecidas cursos expressivos foram mobilizadores de
pelo contexto grupal, como acolhimento, símbolos e a maioria avaliou o grupo como
sustentação e confronto com o diferente, e importante para a formação em Psicologia.
na necessidade de uma formação em Psi-
cologia pautada na experiência, propôs-se Conclusões Parciais
a criação de um grupo vivencial de sonhos O projeto está em fase de inalização, e,
com estudantes do 1o ano de Graduação de acordo com os dados obtidos das análi-
em Psicologia do Instituto de Psicologia da ses realizadas até o momento, aponta para
USP (IPUSP). a consideração do uso de grupos vivenciais
de sonhos com estudantes de Psicologia,
Descrição do projeto visto que colaboram para o processo de
A partir da perspectiva da Psicologia Ana- autoconhecimento e elaboração da experi-
lítica, o projeto busca compreender e rele- ência própria e do outro, permitindo uma
tir sobre o potencial simbólico que se dá em aprendizagem profunda e pautada na expe-
um grupo vivencial de sonhos destinado a riência pessoal.
estudantes ingressantes no 1o ano do cur-
so de graduação em Psicologia da USP. O Ensino de Neurociências –
grupo vivencial foi baseado no comparti- Teoria e Prática
lhamento de sonhos pelos estudantes e no
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
uso de recursos expressivos verbais e não
da Universidade de São Paulo
verbais, visando a mobilizar símbolos pre-
sentes nos sonhos trazidos, mas também
Luiz Menna-Barreto e Evany Bettine
no próprio grupo, considerando a experi-
menna@usp.br
ência sendo vivida no período de entrada
do curso. Resumo
Apresentamos neste painel a fundamen-
Metodologia tação e alguns resultados da experiência no
O delineamento do estudo é de pesquisa ensino de conteúdos de neurociências nas
qualitativa. O grupo vivencial de sonhos foi disciplinas da área biológica dos cursos de Ge-
composto por 13 estudantes do 1o ano do rontologia, Obstetrícia e Educação Física e Es-
IPUSP, a pesquisadora e uma colaboradora- porte da EACH ao longo dos últimos 10 anos.
-observadora, teve duração de 5 encontros
semanais, com 2 horas cada. Os encontros Fundamentação
foram previamente planejados e realizados As disciplinas dos três cursos estão or-
na Sala Ateliê do Centro Escola do Instituto ganizadas segundo uma sequência distinta
de Psicologia da USP. Os encontros e mate- daquela tradicionalmente oferecida nas dis-
riais obtidos estão registrados em gravações ciplinas de neurociências na USP e outras
de áudio, fotograias, desenhos, modela- universidades. Nessas disciplinas nos temas
gens, registros escritos e questionário inal. iniciais são geralmente abordados os con-
teúdos de biofísica envolvendo a gênese
Resultados Parciais dos potenciais de membrana dos neurô-
O projeto está alicerçado em quatro pi- nios, aqui entendidos como conhecimento
lares de análise: sonhos, grupos, recursos básico fundamental para o entendimento
expressivos e a formação do psicólogo. Até do restante dos conteúdos. Na nossa expe-
o momento, vemos que os sonhos com- riência derivada de atuação no ensino de
partilhados trouxeram temas de separação, neurociências no ICB (1978-2004) e mais
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recentemente na EACH (desde 2005), modi- ca Ampliada de Promoção de Saúde (CAPS)
icamos essa sequência, iniciando o ensino propôs aos alunos da turma de 2016 o de-
com o bloco de sistemas sensoriais, seguido senvolvimento de documentários sobre ter-
de sistemas motores e integração sensório- ritórios e seus determinantes sociais, a im
-motora, quando introduzimos o bloco de de possibilitar espaços de relexão sobre o
biofísica no qual detalhamos os processos processo de aprendizagem que envolvem a
envolvidos na gênese e processamento dos problematização e análise crítica do conte-
impulsos nervosos. A partir dessas aulas údo teórico com uma atividade prática, pla-
introduzimos noções das funções autonô- nejada e executada pelos alunos. Com esse
micas para concluir com um ciclo no qual im, foi proposto aos alunos da disciplina que
abordamos as chamadas atividades ner- escolhessem um território e desenvolvessem
vosas superiores. A lógica dessa proposta um documentário produzido a partir de pes-
de sequência de conteúdos está no início quisas e entrevistas no local. A visita ao es-
com problematização (incluindo práticas) paço que compõe a área de abrangência de
das funções acessíveis aos alunos (aspectos uma UBS objetiva conhecer as características
concretos ligados ao cotidiano), conduzin- da estrutura e da dinâmica desse território
do a noções mais abstratas (modelos que enquanto espaço geo-social, atentando para
caracterizam os impulsos nervosos) para aspectos gerais das condições de vida e de
inalizar com relexões sobre funções mais saúde (características das formas de trabalhar
gerais (e novamente concretas) como por e de viver), das famílias e dos grupos sociais,
exemplo a fome, o sono, a memória e a bem como a presença do Estado no bairro.
aprendizagem. Oferecemos cópias do ma- Os produtos desenvolvidos pelos alunos re-
terial utilizado nas aulas, cronograma, rotei- sultaram em 20 ilmes de 10 a 15 minutos,
ros e formato de avaliações. O balanço que que foram expostos e discutidos em sala de
fazemos atualmente dessa experiência nos aula e depois armazenados em canal do you-
estimula a compartilhá-la com outros cole- tube® de acesso restrito. A auto avaliação
gas que atuam na área, tanto na graduação dos alunos em relação ao módulo território
como na pós-graduação. e seus problemas revelou que os mesmos re-
conhecem que a metodologia foi trabalhosa,
A Construção de exigindo esforço e dedicação: “O documen-
Documentários como Prática tário foi o aprendizado mais concreto com
algumas diiculdades, pois muitas pessoas
Pedagógica: O Território não queriam ser entrevistadas ou ilmadas,
como Objeto de Estudo o que me fez repensar sobre suas opiniões”.
Faculdade de Odontologia da Universidade No entanto, icou evidente a percepção de
de São Paulo que o objetivo do aprendizado foi atingido
e da importância do aluno ser protagonista
Henrique Rizzo, Fernanda Campos de Almeida do seu próprio processo de ensino-aprendi-
Carrer, Julie Silvia Martins, Andrea Melani, zagem: “(...) me ensinou coisas que vou levar
Maristela Cayetano, Maria Ercilia de Araujo para a vida porque ir ao território é diferen-
hgmrizzo@gmail.com te de apenas estudá-lo de longe”. Com base
na experiência da construção de documen-
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) tários sobre territórios e seus problemas, foi
para o curso de Odontologia orientam que possível inferir que a ferramenta pedagógica
sejam incluídas atividades complementa- aplicada tem potencial de agregar valor e dar
res e que as Instituições de Ensino Superior sentido às aulas teóricas, sendo esta uma ex-
criem mecanismos de aproveitamento de celente possibilidade de concretizar e viven-
conhecimentos, adquiridos pelo estudante, ciar a teoria na prática.
através de estudos e práticas independentes Palavras-Chave: Ensino Superior, Odonto-
presenciais e/ou à distância. Para contemplar logia, Território, Comunicação em Saúde, Res-
as orientações das DCN, a Disciplina de Clíni- ponsabilidade Social.
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namento prático para a sistematização e
Contribuição para a padronização de interpretação de resulta-
dos obtidos.
Aprendizagem Através da
Interação de Estudantes em Resultados
Diferentes Níveis de Ensino O resultado esperado é propiciar a par-
ticipação dos alunos da pós-graduação na
Escola Superior de Agricultura Luiz de formação didático-pedagógica como pre-
Queiroz da Universidade de São Paulo paração à docência para o ensino superior
e como complemento do desenvolvimento
Patricia Angélica Alves Marques, Juliana Zucolotto, proissional. Para os estudantes de gradua-
Maria Alejandra Moreno Pizani, Stephanie do Carmo, ção prevê o acompanhamento de ativida-
Hugo Thaner dos Santos, Giovanni Bruno Papa,
des e convivência com os procedimentos
Jessica Camila Miranda Cardoso, Yane Gabrielle
e as metodologias adotadas em pesquisa
dos Santos Iácope, Maria da Penha Tubardini, Vânia
cientíica. Espera-se a inserção dos alunos
Galindo Massabni
de ensino médio na USP para o aprimora-
paamarques@usp.br
mento de conhecimentos e preparo para a
Introdução vida proissional ao aluno participante. As
Este trabalho apresenta a importância atividades serão coletivas e motivadoras e
da dinamização do processo de ensino por propiciarão interação entre os membros do
meio da integração da pesquisa e tutoria grupo, favorecendo a troca de experiências
cientíico-acadêmica, tanto na pós-gradua- e compartilhamento do ensino e aprendiza-
ção, junto ao Programa de Aperfeiçoamen- gem. Ademais, espera-se apresentação de
to do Ensino (PAE), quanto na graduação, trabalhos em diferentes meios de divulga-
com o apoio do Programa Uniicado de Bol- ção dos resultados dos projetos aos quais
sas de Estudo para Estudantes de Gradua- os estudantes estão vinculados.

Projeto Desaio: Dinamizando


ção e a interação com as Escolas Públicas de
Ensino Médio com intermédio do Programa
de Pré-Iniciação Cientíica (Pré-IC), visando o Ensino-Aprendizagem das
o desenvolvimento de atividades cientíicas Relações Públicas
planejadas para o bolsista na linha de pes-
quisa do orientador. Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo
Objetivo
Desenvolver competências à formação Ana Cristina da Costa Piletti Grohs e Maria Aparecida
dos estudantes dos programas envolvidos Ferrari
e fomentar o engajamento da investigação anacris.piletti@usp.br, maferrar@usp.br
cientíica de forma a contribuir para o aper- O Projeto Desaio trata de uma atividade
feiçoamento acadêmico. didática desenvolvida na disciplina Teoria e
História das Relações Públicas no primeiro
Metodologia
semestre do curso de graduação. Visa mo-
A abordagem descreve experiência so-
bilizar o estudante para a aplicação de con-
bre as vivências acadêmicas, dos estudan-
ceitos de Relações Públicas diante de situa-
tes, destinadas a assistência de pesquisa
na área de manejo de irrigação em plantas ções desaiadoras.
medicinais. Com isso as atividades realiza- Nesta atividade, os estudantes são dividi-
das foram: planejamento das atividades de dos em duas equipes que competem pelos
pesquisa cientíica; estudo dos fundamen- melhores resultados. Cada equipe é subdi-
tos dos métodos para coleta de dados em vida em grupos que representam os inte-
campo; execução de atividades em conjun- resses de quatro públicos, a saber: governo,
to; análise dos resultados obtidos e o trei- empresa, organização não governamental e
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mídia. Estes públicos compartilham o mes- agência de Relações Públicas.
mo contexto político e econômico e apre- O Projeto Desaio é mais uma atividade
sentam situações conlitantes na sua gestão que busca aumentar o nível de engajamen-
e entre os demais subgrupos. Cabe a cada to dos estudantes nas aulas, incentivar a
grupo: estudar o tipo de organização, co- autonomia na criação de soluções de Re-
nhecer a situação problema, mapear os in- lações Públicas, desenvolver resiliência em
teresses dos diversos públicos e propor so- situações de pressão e promover a apren-
luções de Relações Públicas para a organi- dizagem signiicativa (AUSUBEL, NOVAK e
zação que representa. Vale ressaltar que as HANESIAN, 1980) de maneira ativa.
atividades práticas estão relacionadas com
os conteúdos teóricos da disciplina. Como A Disciplina EFB0101 no
critérios de avaliação serão considerados: a) Campus USP de Bauru
a criatividade nas soluções propostas; b) a
coerência das ações com o contexto e si- Prefeitura do Campus USP de Bauru
tuação apresentada; c) a mobilização da
Alexandre Sassaki Rosa
teoria para justiicar as soluções propostas
e d) a dinâmica que cada grupo usou para
trabalhar em conjunto. As avaliações serão Introdução
realizadas pelo professor e estagiário PAE A disciplina optativa EFB 0101 “Aspectos
(Programa de Aperfeiçoamento de Ensino) Biodinâmicos da Prática Esportiva I” é uma
durante a apresentação das soluções pelas iniciativa da Pró-Reitoria de Graduação su-
equipes com a possibilidade de argumen- pervisionada por alguns docentes das Esco-
tação e crítica dos grupos participantes. las de Educação Física da USP de São Paulo
A execução do projeto está prevista para e Ribeirão Preto. No Campus de Bauru ela
ocorrer nos meses de maio e junho de 2016. se iniciou no 1o semestre de 2016, sendo
Aproximar a formação acadêmica da re- realizada por meio de uma parceria entre
alidade proissional é uma das orientações a Seção de Práticas Esportivas (SCPRESP)
das novas Diretrizes Curriculares Nacionais da Prefeitura do Campus e a Faculdade de
para os cursos de graduação em Relações Odontologia (FOB). Oferece 2 créditos-aula
Públicas (2013) e para que isso aconteça é na formação do aluno durante o curso.
importante que atividades práticas façam
parte do plano de aula de todos os docen- Objetivos
tes. Os estudantes ingressantes esperam Promover um ambiente de integração
aulas dinâmicas, interativas e que equili- entre os alunos dos 2 cursos da FOB (Odon-
brem teoria e prática de acordo com ques- tologia e Fonoaudiologia) e criar a cultura
tionário sobre peril e expectativas aplicado da prática regular de exercícios físicos, no
na disciplina no início do semestre. Identi- caso a corrida de rua.
icou-se que 31% deles ainda focam os es-
tudos nos conteúdos exigidos nas discipli- Método
nas com o objetivo de ‘passar nos exames’. Sob coordenação do Prof. Alexandre Sas-
De acordo com Biggs (1999), as estratégias saki Rosa, as atividades práticas ocorrem
ativas contribuem para aumentar o nível de em conjunto e de forma presencial todas as
engajamento deste tipo de estudante nas 3as. feiras, das 18h30 às 19h30 na Pista de
aulas. Veriicou-se na turma do 1o semestre Atletismo. Às 5as. feiras são realizadas: a)
de 2015, por exemplo, que as estratégias orientações com conceitos que norteiam a
de ensino-aprendizagem melhor avaliadas atividade física aeróbia (corrida), propician-
foram aquelas que propiciaram maior pro- do a vivência de um modelo de treinamen-
tagonismo dos estudantes. Entre elas, esta- to nesta modalidade e; b) o monitoramento
vam: desconstrução e estudo de casos, tra- para as práticas à distância.
balho teórico-prático realizado em empresa O conteúdo teórico-prático envolve os
(Projeto Conexão) e visita técnica a uma conceitos de treinamento aeróbio; bases i-
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siológicas e metodológicas do treinamento acompanhar, modiicando-se o sistema de
físico; avaliação, treinamento e reavaliação avaliação atual para pontuação e favorecen-
da capacidade aeróbia, com aulas gravadas e do aos mais bem pontuados escolherem as
disponíveis aos alunos no portal e-Aulas USP. melhores universidades . Os institutos gover-
namentais brasileiros também estão amad-
Resultados urecendo esta ideia, exemplo atual ocorreu
No início do semestre foram aferidos a na chamada on-line do MEC (simulado para
estatura e o peso dos alunos e realizados avaliação internacional dirigido à Educação
alguns testes físicos (lexibilidade e resis- Básica) com a criação de um portal “A hora
tência aeróbia), principalmente o teste dos do PISA”, realizada em 02 de maio de 2016,
12 minutos (tentar percorrer a maior dis- que oferece videoaulas completas com res-
tância possível dentro deste tempo). Esses olução de exercícios.
dados serviram para, além de conhecer o
grupo, fornecer parâmetros para a monta- Mapas Conceituais como
gem das planilhas de orientação das ati- Instrumento Didático no
vidades. No inal do semestre, juntamente Curso de Ciências Contábeis:
com as presenças, os alunos serão reava-
liados e suas melhoras de desempenho, Análise da Percepção Discente
comparados com eles mesmos, servirão de Faculdade de Economia, Administração
base para as respectivas notas na discipli- e Contabilidade de Ribeirão Preto da
na. Espera-se com isso, melhorar o desem- Universidade de São Paulo
penho físico de cada aluno com relação a
ele mesmo, por meio de prática orientada, Elisabeth de O. Vendramin, João P.R. de Lima,
acompanhando sua evolução ao longo do Raissa S. de Farias e Adriana M.P. de Araújo
semestre. jprlima@fearp.usp.br

Estudo de Métodos Formar proissionais qualiicados a atu-


ar em um mercado de trabalho dinâmico e
Educacionais complexo é um desaio para o ensino su-
Instituto Presbiteriano Mackenzie perior, para tal pode-se utilizar as Metodo-
logias Ativas de Aprendizagem (MAA), que
Gaspar Sortino trazem o aluno para o centro do processo
gasparsortino@terra.com.br de ensino-aprendizagem possibilitando-o
Através deste pôster pretende-se demon- desenvolver diversas competências e habili-
strar experiências obtidas em sala de aula dades (ARAUJO; SLOMSKI, 2013). Dentre as
de pesquisas realizadas pelos alunos, so- MAA, encontra-se a técnica dos Mapas Con-
bre métodos utilizados em outros países ceituais (MC) desenvolvida por Novak (2002)
na pós-modernidade (Suécia, Dinamarca, com base teórica na Aprendizagem Signii-
Finlândia, Coréia do Sul etc) não só com a cativa de Ausubel (1968), que é o processo
inalidade de oferecer conhecimento, como que envolve a interação de uma informação
também praticar o conhecimento oferecido. nova com uma estrutura de conhecimento
Preparar os discentes para serem indepen- especíica (MOREIRA, 2015). MCs podem ser
dentes, como também, para avaliações in- utilizados tanto como instrumento de ava-
ternacionais oferecidas pela OCDE, preocu- liação quanto instrumento didático (TOIGO;
pação constante e atual de países que MOREIRA, 2008). O objetivo desta pesquisa
tenham investido em Educação (Exemplo é analisar a percepção discente a respeito
da Alemanha e outros países da Europa que do uso dos MCs como instrumento didá-
estão utilizando métodos fundamentados tico no curso de Ciências Contábeis e para
em meritocracia, passando-se aos alunos tal foi aplicado um questionário dividido em
a responsabilidade de se sentirem madu- três partes, sendo a primeira para veriicar o
ros para frequentarem as aulas que possam conhecimento e uso prévio da metodologia
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pelo aluno, a segunda para captar a percep-
ção sobre as características, vantagens e des- Desenvolvimento de
vantagens do método e a terceira para com-
parar a preferência do aluno a respeito da
Atividades Práticas como
metodologia aplicada em sala de aula. A se- Recurso de Ensino-
gunda etapa do questionário caracteriza-se Aprendizagem nas
pelo uso de airmações em que o aluno as
classiica em uma escala Likert de cinco pon-
Disciplinas de Engenharia
tos. A amostra do estudo compreendeu 121 Escola de Engenharia de Lorena da
alunos de uma Instituição de Ensino Superior Universidade de São Paulo
particular, sendo 49 do 7o semestre e 72 do
5o semestre. A faixa etária predominante da Lucrécio Fábio dos Santos
amostra foi de 19 a 23 anos, que totalizou professorlucrecio@usp.br
52%. A partir das respostas do primeiro bloco Resumo
de questões, veriicou-se que 7% dos alunos A engenharia é uma área do conhecimen-
já conheciam e haviam utilizado o método, to que requer diversas ferramentas de en-
enquanto 14% conheciam, mas nunca o uti- sino para que o aluno seja capaz de enten-
lizaram e 79% não o conhecia. No segundo der e interpretar as disciplinas e reproduzir
bloco de questionamentos percebe-se uma o conhecimento ao longo de sua formação
discordância dos alunos a respeito da dii- e carreira. Dentre outras, Fenômenos de
culdade do método, visto que 38% concor- Transporte é uma disciplina que estuda o
daram que o método possui obstáculos difí- comportamento estático e dinâmico de ga-
ceis de vencer, enquanto 33% discordam da ses e líquidos, cuja compreensão de seus
airmação. A respeito da utilização dos MCs, princípios é essencial para analise de qual-
95% dos alunos airmam que estes servem quer sistema que envolva um luido. A lista
para organizar informações e conhecimen- das possíveis aplicações da mecânica dos
tos; 94,2% ressaltam que os mapas auxiliam luidos é bastante ampla: estudo e desen-
no ordenamento lógico dos conceitos; 81% volvimento de comportas, análise de pres-
veem os mapas como um meio de prepa- sões em equipamentos, projeto de meios
ração para avalições; enquanto 66,12% os de transporte, como aviões, carros, subma-
veem como uma alternativa para a resolução rinos e foguetes e no projeto de maquinas
dos problemas. Ainda neste bloco de ques- de luxo com bombas, turbinas e compres-
tões, 88,4% dos alunos ressaltam o dinamis- sores. Atualmente, tornou-se um desaio fa-
mo da estratégia como um ponto positivo e zer com que o aluno ique atento ao que é
78,5% airmaram que a estratégia proporcio- exposto em sala de aula. Desse modo, este
na um melhor aprendizado, visto que o alu- trabalho compartilha uma experiência reali-
no constrói seu próprio conhecimento. Por zada com uma turma composta por vinte e
im, quando questionados se preferem o uso quatro alunos, os quais foram distribuídos
de MCs ou Aulas Expositivas 24% dos alunos igualmente em seis grupos para que pu-
preferem o uso de MCs, 22% as Aulas Expo- dessem aplicar na prática os conhecimen-
sitivas e 48% airmaram ser indiferentes, pois tos teóricos sobre o tema. Como desaio
ambos os métodos são bons. Conclui-se as- foram propostos três projetos: (A) Carnei-
sim que a percepção discente a respeito do ro hidráulico, (B) Tubo de Pitot e (C) Tubo
uso de MC como uma estratégia de ensino de Venturi. Cada grupo teve como missão
é positiva, dado que os mesmos percebem apresentar os conceitos teóricos, as fases de
as vantagens da técnica, contudo, confor- elaboração do projeto e sua aplicação em
me o último bloco de perguntas, os alunos campo. A composição da nota inal foi três
preferem que a estratégia seja utilizada em pontos para a apresentação teórica do pro-
conjunto com as aulas expositivas, em que jeto, quatro pontos para a aplicação práti-
o professor assume o centro do processo de ca e três pontos para avaliação entre pares.
ensino-aprendizagem. Como foram três projetos para seis grupos,
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os materiais utilizados para confecção dos es casos na rotina hospitalar é ao acaso, nem
protótipos deveriam ser diferentes. Foram sempre é possível que os alunos estejam tre-
agendadas as datas para as apresentações inados para identiicá-los. Portanto, propôs-
teóricas, com base no projeto elaborado por se nesse trabalho produzir simuladores
cada grupo, e para as aplicações práticas em artesanais de corpos estranhos radiotrans-
campo. Foram utilizados diversos materiais parentes passíveis de serem identiicados
para confecção dos modelos (tubos de PVC, ultrassonograicamente e sua apresentação
garrafas pet, conexões metálicas, tubos em aos alunos do curso de medicina veterinária,
acrílico, entre outros). Cada grupo fez ques- inferindo a sua aceitação, aplicabilidade e ut-
tão de mostrar os detalhes das fases da ela- ilidade por meio de questionários do tipo es-
boração do experimento, desde os cálculos, cala visual analógica e perguntas subjetivas.
com as respectivas considerações, até o Para tal foram elaborados e produzidos mod-
funcionamento em campo. Destaca-se que elos com gelatina e objetos imersos (bico de
um dos grupos que projetou o Carneiro Hi- chupeta, bolinha de brinquedo, meia, io de
dráulico realizou a aplicação prática em um nylon e caroço de manga). Para simulação
pequeno sitio, com vistas a abastecer uma de farpas de madeira foi utilizada peça de
caixa d’água de dois mil litros. Pode-se per- carne de açougue com fragmentos de palito
ceber que houve o engajamento total das de dente e farpas de palito de sorvete. No
equipes. Assim, pôde-se concluir que as ati- geral os alunos obtiveram, levando em con-
vidades práticas favoreceram o processo de sideração todos os objetos, 67,8% de acertos
ensino-aprendizagem, bem como se trata e 32,2% de erros. Cem por cento (100%) dos
de um recurso didático que o docente deve alunos responderam que a experiência com o
aplicar, sempre que possível e julgar neces- modelo pode ajudar em uma situação real. A
sário, para melhorar a qualidade de suas resposta dos alunos ao questionário mostrou
aulas e facilitar o aprendizado dos concei- que o projeto teve boa aceitação e os alunos
tos teóricos de uma disciplina que, às vezes, acreditaram que a experiência tem aplicab-
não são tão triviais. ilidade e utilidade na rotina veterinária. O
Palavras-Chave: Projeto. Fenômenos de projeto trata-se de uma proposta lúdica de
Transporte. Experimento. Ensino. aplicação de metodologias ativas de ensino
com a inalidade de encantar e envolver os
O Valor de Simuladores alunos na descoberta do universo do diag-
Artesanais no Treinamento de nóstico por imagem.
Alunos do Curso de Medicina Dispositivo para a Exibição
Veterinária para Detecção do Índice Ultravioleta
Ultrassonográica de Corpos Baseado no Princípio de
Estranhos Radiotransparentes Persistência da Visão
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Universidade de São Paulo Campus São
Alimentos da Universidade de São Paulo
Carlos
Carolina Mariano Beraldo, Érika Rondon Lopes,
Fabrício. de A. Brito; Felipe M. da Silva; Guilherme
Maria Cristina Ferrarini Nunes Soares Hage
A. Momesso; Zhi M. Mar; Liliane Ventura
crishage@usp.br
fabricio.brito@usp.br
Corpos estranhos ingeridos ou perfurantes
Introdução
são comuns na medicina veterinária. Quando
radiotransparentes se tornam um desaio di- A radiação solar é de fundamental impor-
agnóstico, podendo ser investigados ultras- tância para o desenvolvimento das formas de
sonograicamente. Porém, o sucesso em sua vida presentes na Terra. Dentre as faixas do
identiicação depende da habilidade do ul- espectro de radiação solar, a faixa da radia-
trassonograista. Como o aparecimento dess- ção ultravioleta (UV) tem papel importante
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em diversos processos da biosfera. Quando da etapa do projeto, instalou-se o sensor
em doses limitadas, a radiação UV é benéi- SGLux no telhado do prédio do Departa-
ca e promove desenvolvimento de diversas mento de Engenharia Elétrica e de Compu-
espécies. Os problemas aparecem na expo- tação. Em seguida, construiu-se um sistema
sição às maiores doses de tal radiação. Nos que amostrava e quantizava a saída em ten-
seres humanos, a lesões mais comuns são são do sensor, convertia-a em unidades de
encontradas na pele e nos olhos [1]. Sendo IUV e, por meio de um link de rádios XBee,
assim, a im de melhorar o entendimento transmitia-a para as aplicações de exibição
do público geral sobre a intensidade da ra- do índice. Por im, projetou-se o sistema de
diação UV que os atinge, foi criado o índi- exibição, o qual consistia de uma coluna de
ce UV (IUV), o qual representa uma medida LEDs (Light-Emitting Diodes) acoplados a
dos níveis de radiação solar na faixa do UV uma haste engastada em uma base de con-
que efetivamente contribui para a formação creto, de forma que, quando tensionada e
de uma queimadura na pele humana (erite- liberada, a haste podia oscilar livremente.
ma) [2]. O índice é numericamente deinido Baseando-se na posição angular da haste,
por meio de dois parâmetros: a irradiancia no posicionamento dos LEDs na coluna e na
solar na faixa do espectro UV e uma função sequência de caracteres recebidos do link
de ponderação, a curva de ação eritêmica de rádio, sinais de acionamento eram gera-
[3]. Baseando-se nisso, foram construídos dos e as imagens eram formadas no ar pelo
sensores de tecnologia semicondutora ca- princípio de persistência da visão.
pazes de medir irradiancia na faixa do UV
com uma ponderação tal como na curva Resultados
de ação eritêmica, e de gerar uma saída em Dos dados referentes à caracterização do
tensão, a qual pode ser amostrada, quanti- sensor, observou-se uma relação linear entre
zada e lida em uma aplicação microcontro- os resultados dos sensores, isto é, os índices
lada. Dentre essas aplicações, destaca-se o medidos diferiam apenas de um fator multi-
alvo de interesse do projeto, um dispositivo plicativo, possibilitando a utilização do sensor
de exibição interativa do IUV utilizando o SGLux neste projeto. Com relação às demais
princípio de persistência da visão humana, etapas do projeto, até o presente momento,
um fenômeno de retenção da impressão foram construídos apenas os protótipos do
causada por uma imagem na retina, em que sistema de rádio transmissão e do sistema de
imagens alteradas a frequências superiores exibição, os quais sofrerão alterações durante
ao limiar de retenção aparentam ser contí- o andamento do projeto. O protótipo do sis-
nuas, isto é, a transição entre elas deixa de tema de transmissão envia o nível de tensão
ser perceptível [4]. médio medido no sensor, e futuramente será
Palavras-chave: Sensor de Índice ultravio- modiicado de forma a facilitar manutenções
leta; Índice ultravioleta; Persistência da Visão. e ajustes. O atual sistema de exibição pode ser
dividido em três partes: aquisição dos dados
Materiais e Métodos advindos do link de rádio, processamento da
O projeto foi dividido em três etapas: a ca- posição angular da haste e conversão para si-
racterização de um sensor de IUV com base nais de acionamento dos LEDs. Dessas partes,
em um sensor de referência, construção de apenas a primeira e última foram concluídas,
um link de rádios XBee para transmissão sendo que, a projeção das informações ain-
de informações e o desenvolvimento de da representa um problema a ser resolvido,
um sistema de exibição do índice para uso ainal, sem o sistema de posicionamento, os
popular. Primeiramente, realizou-se uma caracteres mostrados aparecem cortados ou
exposição simultânea do sensor de caracte- invertidos horizontalmente, impossibilitando
rísticas desconhecidas (SGLux) e do sensor sua leitura.
de referência (Skye SKU-440), e adquiriu-se,
ao longo de um dia, leituras dos respectivos Conclusões
dispositivos para comparação. Na segun- Apesar de não estar inalizado, o sistema
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 194
de exibição do IUV se apresentou bastan- ção de atividades práticas, especiicamente
te chamativo. A possibilidade de interação por meio de projetos de desenvolvimento
permite uma maior transmissão de infor- de websites e aplicativos para dispositivos
mações ao público geral tanto sobre o ín- móveis, foram necessárias para facilitar a
dice quanto sobre a persistência da visão compreensão da relevância do conteúdo e
humana. fomentar o interesse pela temática.
Na disciplina LES0700, ofertada no pri-
Referências meiro ano do curso, foi solicitado a elabo-
[1] International Commission on Non- ração de um projeto de website para uma
Ionizing Radiation Protection. Guidelines on empresa. Os alunos selecionaram um caso
limits of exposure to ultraviolet radiation of real e realizaram um diagnóstico das ne-
wavelengths between 180 nm and 400 nm cessidades de divulgação da empresa por
(incoherent optical radiation). Publicado em: meio da Internet. O diagnóstico foi conver-
Health Physics 87(2), p.171-186, 2004. tido em requisitos essenciais, que foram in-
[2] Vanicek, K. et al. UV-Index for the corporados ao protótipo do website. A base
public. Brussels, COST-713, 1999. 26p. teórica sobre desenvolvimento de websites
[3] McKinlay, A. F., B. L. Diffey. Human foi introduzida por meio do conteúdo de
Exposure to Ultraviolet Radiation: Risks and lógica e estrutura de dados e programação
Regulations, ed. W. F. Passchier and B. F. M. nas linguagens HTML, CSS e JavaScript. Para
Bosnajakovic, Elsevier, Amsterdam, p.83-87, ampliar a vivência dos alunos na prática de
1987. desenvolvimento de websites, foi orientado
[4] A. C. Hardy. A Study of the Persistence of que os alunos utilizassem o software de de-
Vision. Proceedings of the National Academy senvolvimento Sublime Text. Na disciplina
of Sciences 6(4): 221-224, 1920. LES0750, oferecida no terceiro ano do cur-
so, um projeto de um aplicativo para dis-
positivo móvel (smartphone), voltado priori-
Tecnologias como tariamente para a solução de um problema
recurso didático de gestão, foi solicitado como trabalho de
conclusão da disciplina. Em 2016, a disci-
plina encontra-se em seu segundo ano de
Tecnologia da Informação aplicação no curso. Nas duas aplicações da
em Disciplinas de um disciplina, o conteúdo teórico abrangeu fun-
damentos sobre gestão de projetos de sis-
Curso de Graduação em temas de informação, praticados por meio
Administração do uso dos softwares Gantter (para gestão
do tempo do projeto) e Bizagi Modeler (vol-
Escola Superior de Agricultura Luiz de
tado para a modelagem de processos). Para
Queiroz da Universidade de São Paulo
desenvolvimento dos aplicativos indicou-se
o uso dos softwares de desenvolvimento
Catarina Barbosa Careta e Caio Cesar Coelho
Android Studio e Eclipse, ferramentas que
Rodrigues
apoiam o uso da linguagem de programa-
caretta@usp.br
ção Java.
As disciplinas LES0700 - Tecnologia e Sis- A avaliação dos projetos considerou o
temas de Informação e LES0750 – Desen- protótipo e a documentação dos websites
volvimento de Sistemas de Informação são e aplicativos.
obrigatórias para o Curso de Graduação em A documentação dos projetos objetivou
Administração da ESALQ/USP. A temática ampliar a vivência do futuro administrador
foco das disciplinas - Tecnologia da Infor- com a prática de desenvolvimento de tec-
mação é, um em primeiro momento, per- nologias e a compreensão do papel desse
cebida como um desaio para o aluno de proissional como tradutor de requisitos de
um curso da área de Humanas. A introdu- negócios em funcionalidades tecnológicas.
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 195
Os relatos de satisfação dos alunos quan- pode escolher o tempo de resposta de cada
do da conclusão e apresentação dos proje- questão. Durante a ação educativa, ao iniciar
tos foram indicativos de que a dinâmica de o Kahoot, é projetado a pergunta e as res-
aprendizagem foi bem recebida e trouxe os pectivas alternativas. Os participantes, muni-
ganhos esperados, especiicamente no que dos de algum meio tecnológico com acesso
se refere a introduzir o aluno da área de Hu- à internet (computador, tablet ou smartpho-
manas - a princípio não propenso a explorar ne), deverão acessar o site www.kahoot.it ou
ativamente ferramentas de tecnologia da in- iniciar o aplicativo mobile. O facilitador, an-
formação, na temática foco das disciplinas. tes de aplicar a ferramenta, deverá entrar em
sua conta a im de administrar o momento
Ensino e Tecnologia: Uma em que irá iniciar o quiz e gerar a senha de
Ferramenta para Avaliação de acesso (PIN) aos usuários participantes. Ao
executar a ferramenta, os usuários terão
Ações Educativas acesso à pergunta e às alternativas. A partir
1
Universidade Estadual do Oeste do disso, os aparelhos são sincronizados com a
Paraná pergunta que está sendo feita. Para respon-
2
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto der, cada participante verá iguras geométri-
da Universidade de São Paulo cas de cores diferentes que correspondem
às alternativas da pergunta e, após indicar a
Wesley Martins1, Adriana Zilly1, Luciana Mara alternativa de sua preferência, novamente os
Monti Fonseca2, Paulo César Morales Mayer1 e dados da ferramenta são atualizados, a im
Reinaldo Antonio da Silva-Sobrinho1 de mostrar aos usuários a alternativa corre-
wesley.unioeste@gmail.com, aazilly@hotmail.com, ta e o número de participantes que acertou
lumonti@eerp.usp.br, paulocmayer@gmail.com, a questão. A ferramenta vai computando os
reisobrinho@yahoo.com.br acertos e erros e gera ao inal um ranking
O crescente desenvolvimento tecnológico com os melhores escores. O questionário de-
dos recursos midiáticos torna-se um impor- senvolvido para avaliar ações de promoção
tante aliado no processo ensino-aprendiza- da saúde versa sobre três categorias descri-
gem, além de reletir em mudanças no pa- tas como prioridades na Política Nacional de
norama educacional. Dessa forma, o objetivo Promoção da Saúde, sendo elas: alimentação
do presente estudo é apresentar uma ferra- saudável, redução da morbimortalidade por
menta avaliativa de ações de promoção da acidentes de trânsito e prevenção e controle
saúde, baseado em uma plataforma educa- do tabagismo. Vale ressaltar que o questio-
cional tecnológica já existente. Foi desenvol- nário dispõe de exemplos de questões, po-
vido um questionário estruturado com ques- dendo ser inclusas outras perguntas durante
tões de múltiplas escolhas a ser aplicado por a avaliação, assim como passível de inclusão
meio da plataforma Kahoot, ferramenta de novas temáticas. Espera-se que a ferramenta
ensino que envolve quiz game, para avaliar a possa corroborar com o processo avaliativo
compreensão dos usuários participantes de de ações de promoção à saúde, possibilitan-
ações de educação em saúde. A ferramen- do feedback entre o facilitador da ação e os
ta Kahoot é conhecida em inúmeros países, participantes.
traduzido para diversos idiomas e disponível
em duas versões: website e aplicativo mobile;
e tem por objetivo, facilitar o feedback entre
o facilitador e seu público alvo. Seu funcio-
namento é relativamente simples: após ca-
dastramento no site www.getkahoot.com,
o facilitador cria perguntas acerca do tema
que estará sendo apresentado, cada qual
com até quatro alternativas. Não há limites
na quantidade de perguntas e o responsável
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 196
iguras, vídeos e arquivos. A ferramenta de
Experiência com o Uso das questionário online, no geral, é amplamen-
te aceita pelos alunos, que as utilizam para
Ferramentas Questionário e ixação e revisão dos conceitos. Adicional-
Wiki da Plataforma Moodle mente é uma ferramenta importante ao
em Curso Optativo na professor, por fornecer dados estatísticos
– principalmente provenientes da primei-
Engenharia de Petróleo ra tentativa de resposta – sobre questões
Escola Politécnica da Universidade de São cujos conceitos necessitam ser reforçados
Paulo nas aulas teóricas. O uso da ferramenta
Wiki, ao longo do curso, pode organizar as
Jean Vicente Ferrari informações e conceitos tornando-os facil-
jeanferrari@usp.br mente acessíveis aos alunos num ambiente
Resumo web, além de ser uma atividade em grupo
A disciplina Fundamentos de Corrosão e que visa o compartilhamento de informa-
Proteção na Indústria do Petróleo e Gás é ções adicionais àquelas das notas de aulas
uma optativa oferecida aos alunos a par- teóricas, encorajando o aprendizado ativo.
tir do 5o semestre do curso de Engenharia Apesar de ser uma ferramenta colaborati-
de Petróleo da Escola Politécnica da USP. va livre, no início do desenvolvimento desta
Neste curso, a plataforma Moodle, além de atividade no curso, sugere-se que seja dado
ser utilizada para disponibilização das no- direcionamento de temas/conceitos para
tas de aulas e outros materiais de apoio, inserção de conteúdo pelos alunos.
também é utilizada com as ferramentas
de questionário (quizz) e Wiki. Os quizzes,
Experiência do Uso do
disponibilizados após as aulas teóricas, são Facebook como Ferramenta
compostos por até dez questões, que va- Pedagógica para Disciplina
riam desde as mais simples “verdadeiro ou
falso” até as “discursivas - perguntas de en-
de Irrigação
saio”, que necessitam de correção posterior Escola Superior de Agricultura Luiz de
pelo professor. O conteúdo das questões Queiroz da Universidade de São Paulo
é relacionado tanto com as notas de aulas
disponibilizadas, como também com con- Marcos Antonio Correa Matos do Amaral, Rubens
ceitos discutidos somente nas aulas teóri- Duarte Coelho e Sérgio Nascimento Duarte
cas. O estudante possui até três tentativas marcosamaral@usp.br
para responder ao questionário, com fee- O Facebook surge no início deste século
dback adiado, sendo o método de avalia-
como uma revolução no papel das redes so-
ção a nota mais alta. Já na plataforma Wiki,
ciais pela promoção de ideias, pelo caráter
na página inicial e principal do ambiente,
informativo e conectividade entre os usuá-
chamada “Corrosão e Proteção na Indús-
tria do Petróleo e Gás”, após cada aula te- rios. Estender a rede social como ferramen-
órica, o professor pode adicionar textos e/ ta didático-pedagógica ao ambiente acadê-
ou sugerir links para serem desenvolvidos mico tem como objetivo levar um conteúdo
pelos alunos. Entretanto, outros conteúdos informativo correlato aos temas abordados
podem ser adicionados livremente: neste nas disciplinas para o dia a dia dos estu-
sentido, a contribuição pode ser adiciona- dantes. Notícias aparentemente irrelevantes
da tanto na página principal do ambiente, ou desapercebidas que são divulgadas na
como nas outras criadas (links). Pelo menos mídia, ganham uma nova conotação quan-
a cada duas semanas, solicita-se a inserção do reportadas sobre um olhar mais técnico,
de conteúdo no ambiente, por grupos de revelando os impactos na sociedade e no
alunos. Além de textos, os mesmos são en- meio ambiente. No curso de Agronomia,
corajados a adicionar outros recursos como busca-se constantemente a interdisciplina-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 197
ridade como recurso para contextualização horários pré-agendados, como alternativa
dos temas abordados em sala, contudo, aos alunos que não pudessem participar do
em disciplinas em que o conteúdo envolve plantão de dúvidas presencial. Outro aspec-
a descrição de processos físicos ou etapas to importante foi a facilidade em comunicar
realização de cálculo, é nítido ao professor avisos ao longo da disciplina, dada a maior
que tornar o tema interessante aos alunos frequência dos usuários a rede social quan-
é um grande desaio. Para alguns alunos há do comparado e-mail. Dentre os benefícios
até o questionamento quanto a relevância encontrados entre os alunos estiveram a
de se ter a disciplina na grade curricular motivação para o aprendizado, a visão in-
pela diiculdade destes em identiicar de terdisciplinar para elaboração de projetos
imediato a aplicação prática do conteúdo, de irrigação, integração com colegas de
o gera ao docente uma grande preocupa- áreas de interesse proissional comum, vi-
ção. Esta atividade foi realizada na disciplina são aplicada dos conteúdos aprendidos em
LEB1571-Irrigação, durante a realização da sala, aprofundamento da compreensão do
Etapa de Estágio Supervisionado em Do- papel proissional na sociedade e incentivo
cência do Programa de Aperfeiçoamento a busca de informação.
de Ensino, ministrada aos alunos de gradu-
ação do curso de Engenharia Agronômica Ensinando Jovens a Pensar
da Escola Superior de Agricultura “Luiz de na Juventude: A Diversidade
Queiroz” da Universidade de São Paulo. Pri-
meiramente, foi realizado o levantamento
da Tecnologia Educacional
das áreas de interesse dos alunos no cur- como Forma de Respeito à
so de graduação, no qual dentre os prin- Diversidade Individual
cipais mais citados, podemos exempliicar:
economia, itopatologia, paisagismo, solos Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de São Paulo
e produção vegetal. Partindo disto, criou-se
um grupo fechado no Facebook incluindo
Dafne Herrero, Ivan França Junior
os alunos da disciplina e o professor. Diaria-
ifjunior@usp.br
mente eram postadas notícias, vídeos e ar-
tigos correlacionando os temas abordados Introdução
em sala aos temas de interesse dos alunos. A tecnologia educacional diz respeito aos
Na época, mostrou-se o impacto da crise recursos utilizados durante os processos de
hídrica na produção de alimentos (Econo- ensino e aprendizagem. Ao termos uma dis-
mia), o efeito dos métodos de irrigação na ciplina que discute os “Ciclos de vida e So-
propagação de doenças (Fitopatologia), ciedade”, com enfoque a partir da adoles-
produtos para irrigação de jardins (Paisagis- cência, o desaio consiste em querer ensinar
mo), uso inadequado da irrigação em solos especialistas sobre a sua especialidade, a ju-
salinos (Solos), eiciência do uso da água ventude para os jovens, a intensidade para
em diferentes culturas agrícolas (Produção quem está intensamente envolvido. Como
Vegetal). Entre outras funções do grupo es- podem professores, geralmente adultos ou
tavam a divulgação de novas tecnologias na idosos, ensinar sobre algo que os estudan-
área de irrigação, atualização de catálogos tes estão vivendo intensamente?
de peças para elaboração dos projetos. Foi
possível observar por meio dos comentá- Objetivo
rios, curtidas e visualizações; os avanços Discutir a juventude na ótica da saúde
na compreensão de determinados temas e com jovens graduandos.
abordagens pedagógicas que precisariam
ser reformulas. Outro aspecto relevante do Método
Facebook é a facilidade do esclarecimento Em nossa disciplina, abordamos o tema
de dúvidas. O formato do Facebook possibi- das mudanças, simultaneamente como de-
litava conversas individuais ou em grupo em senvolvimento biológico e transformação
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 198
psicossocial ocorridas na juventude. Abar-
camos temáticas como puberdade, desen- Animações Baseadas no
volvimento sócio cognitivo, sexualidade, Software Powerpoint como
saúde reprodutiva e novos papéis sociais
como proissionais e cidadãos. Para tanto, Recurso Didático no Ensino
recorremos a novas formas de abordagem de Química
para respeitar os canais de aprendizagem 1
Centro de Energia Nuclear na Agricultura
preferenciais e contemporâneos de cada da Universidade de São Paulo
aluno. Utilizamos dinâmicas de trabalho em 2
Escola Superior de Agricultura Luiz de
que discutimos as trajetórias biográicas Queiroz da Universidade de São Paulo
dos estudantes, o uso de música e vídeos
disponíveis na internet, com o objetivo de Marcos Canto Machado1, Marcos Yassuo
mostrar a diversidade de fontes educacio- Kamogawa2
nais que podem aumentar os processos de marcosiq@gmail.com
aprendizado. Além de ilustrar sua acessibili-
Cada vez mais os recursos tecnológicos
dade, porém ponderando sua originalidade
fazem parte do cotidiano das aulas e ofe-
e funcionalidade. O material de apoio, an-
recem novas possibilidades para o ensino
tes usado como elemento secundário, tem
de conteúdos reconhecidamente abstratos,
funcionado como principal facilitador no
que tratam de mecanismos microscópicos
ambiente escolar para apreensão do conte-
údo e para as possibilidades de adaptação e ou reacionais, majoritariamente presentes
acessibilidade no processo de inclusão nes- no currículo de disciplinas como a química.
ta faixa etária. O ensino desta disciplina requer dos pro-
fessores iniciativas para desvincular a visão
Conclusão empírica e de difícil compreensão que esta
Mostramos como o conhecimento pode ciência possui por parte dos alunos, e para
circular livre, instigante e criativamente com tal, frequentemente são utilizadas anima-
o uso das tecnologias, permitindo que as ções digitais como recursos no processo de
competências e deiciências individuais dei- ensino-aprendizagem. Este trabalho teve
xem de ser as centralizadoras do sistema de como objetivo demonstrar a potencialida-
ensino como diiculdade, e passem a ser as de do software Microsoft PowerPoint na
agregadoras para diversiicar as maneiras de elaboração de animações, por possuir am-
apresentação do conteúdo. As atividades são plo acesso e requerer menor treinamento
oferecidas e realizadas pelo sistema Mood- já que as funções são bastante utilizadas.
le Stoa, de forma virtual, respeitando a roti- Para aplicação do conceito, animações fo-
na e horários dos estudantes para entrega e ram desenvolvidas e aplicadas durante um
acesso ao conteúdo. Os textos enviados pela estágio no Programa de Aperfeiçoamento
turma fazem link entre o material discutido em Ensino (PAE) na disciplina de Química
na disciplina e a sua aplicação prática para o do curso de Ciência dos Alimentos (ESALQ)
estudante. Trazendo de forma integral o sen- na aula de “Soluções Tampão”. O tema em
tido para cada aula na rotina contemporânea. questão envolve equilíbrios químicos que
podem ser afetados pela adição de solu-
ções ácidas ou básicas, notavelmente um
conteúdo que necessita de bastante aten-
ção para ser compreendido e aplicado. Para
as animações elaboradas, utilizou-se uma
série de recursos do software, a iniciar pela
criação das imagens e representações, tais
como elipses (moléculas de ácidos, bases e
espécies iônicas) e retângulos (meio reacio-
nal e gráicos de concentração). Na sequên-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 199
cia, foram utilizadas ferramentas de “efeitos cas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
de entrada” de “trajetórias de animação” e Preto da Universidade de São Paulo (AEN-
“efeitos de saída” para simular uma solução DI-HCFMRP-USP) e comparados com os
inicialmente presente (solução tampão), a dados provenientes do estudo de Sparapa-
inserção de soluções ácidas ou básicas e as ni (2010) para a elaboração do game dirigi-
espécies químicas produzidas ou consumi- do às crianças com DM1 e seus familiares.
das, simultaneamente à gráicos que de- Para o desenvolvimento do serious game
monstravam as concentrações das espécies será utilizado o método do Design Partici-
químicas. A abordagem baseou-se em uti- pativo (DP) em que as crianças e seus fami-
lizar as animações logo após os conteúdos liares e proissionais de saúde participarão
teóricos, etapa por etapa e relacionando ativamente de todas as etapas do método,
com as equações químicas estudadas, para da identiicação das necessidades até a ava-
então aplicar o conteúdo em exercícios. O liação do produto inal.
emprego das animações teve um feedback
bastante positivo pela maioria dos alunos, Resultados Preliminares
que alegaram assimilar o conteúdo teóri- Identiicamos as necessidades de apren-
co com maior facilidade após visualizar os dizagem de crianças e familiares e prois-
equilíbrios das espécies envolvidas, inclusi- sionais, e correlacionamos com os resulta-
ve incentivando e sugerindo a utilização do dos do estudo de Sparapani (2010), sendo:
recurso para outros temas. o autocuidado, a dieta alimentar, exercícios
físicos, auto aplicação da insulina e moni-
A Educação em Saúde de torização da glicemia capilar, isiopatologia,
Crianças com Diabetes episódios de urgência e emergência e con-
Mellitus Tipo 1 e sua tagem de carboidratos, identiicadas como
necessidades prioritárias. A seguir serão de-
Família: Desenvolvimento senvolvidos o design do game que será fei-
Participativo de Tecnologia to através da Storyboard Prototyping. Após
para a Aprendizagem isto serão realizados ciclos de avaliação
para validação do mesmo que ocorrerá de
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto acordo com a técnica de Análise de Conte-
da Universidade de São Paulo údo Categorial Temática de Bardin (1977). O
game será inalizado em formato Macrome-
Priscilla Ramos de Queiroz Amaral, Luana Silva
dia Flash 8®, Adobe Dreamweaver CS3® e
Bernardo, Valéria de Cássia Sparapani, Lucila
WampServer®.
Castanheira Nascimento, Luciana Mara Monti
Fonseca
Conclusão
priscilla.amaral@usp.br, luana.bernardo@usp.br,
Durante as primeiras fases de elabora-
coloridaspa@gmail.com, lucila@eerp.usp.br,
lumonti@eerp.usp.br
ção deste material foi vista a sua extrema
importância, bem como o impacto que o
Objetivos mesmo poderá causar na população alvo,
Desenvolver e validar um serious game auxiliando de forma positiva no tratamento
sobre o manejo do Diabetes Mellitus tipo I proposto e servindo como uma importante
(DM1) para crianças e seus familiares. ferramenta em promoção de saúde.
Descritores: Enfermagem Pediátrica, Tec-
Material e Métodos nologia Educacional, Diabetes Mellitus.
Trata-se de um estudo metodológico e
transversal que visa a identiicação das ne-
cessidades de aprendizagem junto às crian-
ças a partir de dados coletados in loco no
Grupo de Diabetes do Ambulatório de En-
docrinologia Infantil do Hospital das Clíni-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 200
uma nova tendência de combinação desses
Análise de Estilos de Vídeos- métodos, resultando em um trabalho cada
vez mais colaborativo, no qual o aluno tem
Aulas Utilizadas em MOOCS acesso a uma experiência de aprendizagem
Escola Politécnica da Universidade de São mais envolvente e adquire outras habilida-
Paulo des, como trabalhar em equipe, desenvolvi-
mento da sua comunicação e criação de ini-
Thiago T. Varella, Jéssica Silvério, Giuliano S. Olguin ciativa para buscar novas informações por si
e Antonio C. Seabra só. Vendo por esse ângulo, temos a ligação
antonio.seabra@usp.br das vídeos-aulas a outras atividades, como,
Este artigo apresenta uma análise sobre por exemplo, tarefas colaborativas, fóruns
estilos de vídeo-aulas utilizadas em cur- online, testes e redações.
sos abertos online e massivos (MOOCs).
Os MOOCS visam difundir disciplinas e
Material Didático como
cursos a qualquer interessado, permitin- Ferramenta de Ensino
do uma maior disseminação de conheci- para Capacitação de
mento. Apresentam dentre suas principais Fonoaudiólogos e Preparação
ferramentas as vídeo-aulas. Já se sabe da
literatura a eiciência do uso de vídeos na de Cuidadores (Elaboração,
aprendizagem, tornando a aprendizagem Aplicação e Avaliação)
mais personalizada, uma vez que o aluno
1
consegue seguir a aula em seu próprio rit- Faculdade de Odontologia de
mo, e por outro lado, o professor otimiza Bauru da Universidade de São Paulo
o tempo de aula, por exemplo, ao explorar Departamento de Fonoaudiologia
elementos gráicos sem precisar utilizar o
2
Hospital de reabilitação de Anomalias
quadro negro. Craniofaciais da Universidade de São Paulo
Para aumentar a eiciência educacional
deste recurso é necessário entendê-lo. Este Caroline Antonelli Mendes1; Ana Caroline Zentil
trabalho apresenta uma revisão de litera- Polzin1; Gabriela Zuin Ferreira1; Thais Alves
tura separando quatro estilos de produção Guerra1; Letícia Fabiano Oliveira1; Luciana Paula
diferentes de aulas digitais: Gravação em Maximino1,2; Jeniffer Cássia Rillo Dutka1,2; e Maria
sala de aula (Live classroom captured/ Pirie Inês Pegorarokrook1,2
– 1996; Odhabi - 2011), Gravação em estú- jdutka@usp.br
dio (Shots at an ofice desk/ Jordan - 2012), Introdução
Apresentação por animações (Animations) O uso de multimídias como ferramenta
e Desenhos digitais (Digital drawing/ Khan de ensino se caracteriza como uma impor-
– 2001; Yoon - 2011). tante estratégia que leva a informação para
Este trabalho também discute os prós e alunos, proissionais, pacientes, cuidadores
contras de cada estilo estudado, comparan- e comunidade em geral, sendo fundamen-
do-os entre si. A análise de eiciência dos tal para sanar a necessidade de atendimen-
métodos foi feita de acordo com sua classi- to especializado. Neste contexto, o uso de
icação nos seguintes tópicos: facilidade de multimídias é uma proposta para promoção
criação e edição, eiciência em mostrar as da saúde, prevenção e correção de altera-
informações e engajamento do aluno. Esta ções da fala decorrentes da disfunção velo-
análise indicou uma facilidade de produção faríngea e issura labiopalatina.
no método de gravação em sala de aula,
apesar do menor engajamento do aluno, e Objetivo
maior transmissão de conhecimento atra- Descrever o uso de multimídias como
vés de animações, porém, com maior dii- ferramenta de ensino para transmissão do
culdade de produção. conhecimento especializado, para desen-
Adicionalmente, foi possível identiicar volver as capacidades dos indivíduos sobre
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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as etapas do desenvolvimento da fala e es-
tratégias fonoterapêuticas. “Learning Analytics” para os
Metodologia
Moodles da USP
No HRAC-USP, um grupo de proissio- Instituto de Física da Universidade de São
nais, vem trabalhando no desenvolvimento Paulo
de ferramentas voltadas para a troca de co-
nhecimentos e experiências. Esta ferramen- Ewout ter Haar, Vinícius dos Santos Ignácio,
ta será disponibilizada em um ambiente vir- Matheus Getaruck, Théo Garcia de Andrade
tual com informações do desenvolvimento Lapido
da fala e do tratamento das alterações de ewout@usp.br
fala decorrentes da disfunção velofaríngea,
O campo de pesquisa e conjunto de prá-
especiicamente para tratamento de distúr- ticas e tecnologias chamado nos últimos
bios causados pelo erro de funcionamento anos de “Learning Analytics” (LA) (BAKER
velofaríngeo na velofaringe hipodinâmica. & SIEMENS, 2014) promete usar os dados
gerados pelas interações entre estudantes e
Resultados Parciais educadores mediadas por tecnologias edu-
A elaboração do material multimídia reú- cacionais para levantar evidências que po-
ne informações básicas a respeito da fala da dem ajudar melhorar o processo de apren-
criança com issura, estratégias terapêuticas dizagem. Os usuários de LA, nessa concep-
e sugestões importantes para prevenção e ção, são pesquisadores na área das ciências
correção das alterações de fala. O conteú- de aprendizagem e também os atores da
do irá permitir o acesso às orientações, com prática educativa como dirigentes, educa-
recursos interativos, vídeos com simulações dores e estudantes. Exemplos de uso de LA
terapêuticas, informações de fácil compre- incluem modelos preditivos de evasão ou
ensão, dinâmicas, além de possibilitar um desempenho para dirigentes e educadores,
estímulo para sua leitura de modo assíncro- modelos de recomendação para a entrega
no. O próximo passo será avaliar e validar o personalizada de material didático para es-
material para ser utilizado pelos fonoaudi- tudantes ou o acompanhamento dos níveis
ólogos como intermédio do ensino-apren- de (des)engajamento do seus estudantes
dizagem, auxiliando também na compreen- para educadores.
são dos cuidadores. Neste trabalho preliminar focamos no
potencial do uso de Learning Analytics para
Considerações Finais melhorar a prática educativa por parte dos
Materiais didáticos, em formato multimí- dirigentes, educadores e sobretudo estu-
dia, podem otimizar o acesso às orienta- dantes, em particular no contexto do ensino
de graduação superior. O objetivo deste tra-
ções relacionadas ao desenvolvimento da
balho é fazer um levantamento e avaliação
fala da criança com issura, de forma prática
das ferramentas de LA disponíveis atual-
e facilitadora. Estes materiais favorecem a
mente para a plataforma Moodle, o softwa-
promoção da saúde, como também a edu-
re usado para implementar os Ambientes
cação continuada e capacitação de alunos Virtuais de Aprendizagem (AVA) em maior
e fonoaudiólogos. Estas ferramentas opor- uso na USP. Classiicamos as ferramentas da
tunizam o Cuidado em Saúde especializado LA pelo seu público alvo principal: dirigen-
no gerenciamento das anomalias cranio- tes, educadores ou estudantes e avaliamos
faciais ampliando acesso à conhecimentos sua eicácia e utilidade levando em conta os
e possibilitando o preparo de alunos, pais interesses desses atores. Um outro recorte
cuidadores e proissionais da saúde. divide as ferramentas em aquelas dispo-
níveis atualmente nos Moodles da USP (e
para qual podemos avaliar o seu uso atual),
plugins do Moodle que existem (e para qual
avaliamos seu potencial para uso na USP)
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e integrações do Moodle com serviços de
Analitcs externas. Coleta de Sangue a Vácuo em
Os primeiros resultados mostram que en-
tre as ferramentas de LA atualmente dispo-
Modelo Anatômico, Simulador
níveis para Moodle praticamente não há ne- de Realidade Virtual e Situação
nhuma com estudantes como seu principal Real: Avaliação de Graduandos
foco. De longe, o tipo de uso previsto pelas
atuais ferramentas é de acompanhamento
em Enfermagem
1
dos estudantes, por educadores, em particu- Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
lar no diz respeito o seu nível de engajamen- da Universidade de São Paulo
2
to com a disciplina, usando o uso das ativi- Escola de Enfermagem da Universidade
dades no AVA como “proxy”. As ferramentas de São Paulo
disponíveis para educadores são pouco usa-
das pelos educadores usuários dos Moodles Simone de Godoy1, Isabel Amélia Costa
da USP, apontando para um problema de Mendes1, Leila Maria Marchi-Alves1, Adrielle
usabilidade. A nossa avaliação dos serviços Naiara Toneti1, Valtuir Duarte de Souza Junior1,
de análise de dados externos revela que são Paula Cristina Nogueira2
essencialmente serviços de geração de rela- sig@eerp.usp.br
tórios voltados para dirigentes. Estudo exploratório-descritivo de aborda-
Levando em conta o contexto da USP, gem quantitativa, cujo objetivo é apresentar
uma universidade com alto grau de autono- a avaliação de graduandos em enfermagem
mia das Unidades e uma grande diversida- que participaram de curso teórico-práti-
de de culturas e práticas educacionais, ava- co sobre coleta de sangue a vácuo, no qual
liamos que os relatórios padronizados ge- foram utilizadas diferentes tecnologias. Ses-
rados pelos atuais serviços externos na área senta e oito alunos com idade entre 18 e
de Learning Analytics não se adequam às 23 anos concluíram o curso, sendo que 40
necessidades e demandas altamente diver- (58.9%) receberam o conteúdo teórico em
sas da USP. A nossa recomendação é que os aula tradicional. Destes, 22 (32.3%) izeram
órgãos centrais da USP criem uma platafor- o treino prático em modelo anatômico e 18
ma de geração de dados, usando formatos (26.4%) em modelo anatômico associado
abertos e padronizados, que pode ser usada a simulador de realidade virtual. Os outros
pelas Unidades ou grupos de pesquisa para 28 (41.1%) receberam o conteúdo teóri-
criar suas próprias aplicações e relatórios, co por meio de ambiente virtual de apren-
contextualizados para as suas necessidades dizagem, sendo que 18 (26.4%) realizaram
a adaptados para as necessidades dos seus o treino prático em modelo anatômico e
estudante e educadores. Nessa concepção, 10 (14.7%) no modelo anatômico associado
o papel dos órgãos centrais é fornecer a in- a simulador de realidade virtual. Ao térmi-
fraestrutura de TI para prover os dados e de no do treinamento, os alunos preencheram
criar normas e procedimentos de comparti- questionário de avaliação do programa de
lhamento de dados que asseguram seu uso ensino composto de duas questões fecha-
adequado, respeitando princípios funda- das e uma aberta. Independentemente do
mentais de ética e privacidade. tipo de treino teórico-prático 68 (100%) dos
participantes concordaram que o programa
Referência de ensino foi bem sucedido quanto a efe-
BAKER, R., & SIEMENS, G. (2014). Educa- tividade da aula tradicional ou curso teóri-
tional data mining and learning analytics. co em ambiente virtual de aprendizagem
Em R. K. Sawyer (Ed.), Cambridge Handbook associados a treino em modelo anatômico
of the Learning Sciences (2nd ed., pp. 253- convencional e simulador de realidade vir-
274). New York: Cambridge University Press. tual e, que os treinos em laboratório foram
suicientes e sem problemas. Entre os que
utilizaram o simulador de realidade virtual
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18 (64.2%) consideraram que ele foi eicaz
para dominar o procedimento e 16 (57.1%) Uso da Digitalização e
concordaram que o simulador os aproximou
Bioimpressão 3D para
Desmitiicar e Divulgar o
da situação real. Quanto a experiência de ter
coletado sangue 66 (97%) consideraram que
o programa de treinamento propiciou domí- Ensino da Anatomia Animal
nio do procedimento; 43 (63.2%) relataram
que ter o sangue colhido por colega per-
na FMVZ/USP
mitiu criar empatia com o paciente e 2 (3%) Faculdade de Medicina Veterinária e
consideraram inapropriada a prática de co- Zootecnia da Universidade de São Paulo
leta de sangue entre colegas. Em relação a
experiência de ter participado no programa Beatriz Laura Rojas Gouveia, Brenda Mendonça
de ensino destacamos comentários como De Alcântara, Brunna Pereira Saragiotto, Érica
“experiência muito próxima a situação real”; Esther Domanski Baumel, Janaina Santos Ferreira,
“programa em etapas ajuda na aprendiza- João Vinicius Pacheco Bertti, José Carlos Rosa
gem”; “aquisição de segurança e autoconi- Júnior, Leonardo Henrique Dias Tazawa, Nathália
ança”; “importância da supervisão para se- da Silva Ramos Elias, Paulo Ramos da Silva
gurança na primeira coleta”; “o simulador de Santos, Franceliusa Delys de Oliveira, Antônio
Chaves de Assis Neto
realidade virtual ajudou na aprendizagem do
antonioassis@usp.br
passo a passo”; “os simuladores não garan-
tem a interação com o paciente”; “palpar no Resumo
simulador de realidade virtual é muito pare- O projeto inicial consiste em utilizar a tec-
cido com o real”; “a ainidade com o colega nologia do Scanner 3D e da impressora 3D
ajuda a perder o medo na hora da coleta” e para o aprendizado, principalmente para os
“sentimento de primeiro contato como en- futuros graduandos, contribuindo para o co-
fermeiro-paciente”. A experiência de desen- nhecimento, valorização e preservação ana-
volvimento e utilização de diferentes tecno- tômica dos animais domésticos utilizando
logias em prol do ensino de graduação em uma interface tridimensional, e assim trans-
enfermagem na coleta de sangue a vácuo foi mitir o conhecimento da anatomia das espé-
considerada positiva pela maioria dos partic- cies de animais domésticos de maneira mais
ipantes. Percebeu-se aceitação do simulador dinâmica. Através do escaneamento, um
de realidade virtual associado ao treino em novo acervo de imagens do aparelho loco-
simulador anatômico convencional, porém motor ósseo pode ser criado para os estudos
recomenda-se avaliação criteriosa sobre a do membros torácicos e pélvico de equinos,
melhor forma de introduzi-lo no ensino da cães e gato e ossos da cabeça e coluna de
temática, considerando o momento curricu- cão produzindo um material interativo que
lar da formação, tempo para alunos e profes- deverá ser disponibilizado nas aulas das dis-
sores se adaptarem a nova tecnologia, cus- cisplinas da graduação e dependências do
tos de aquisição e manutenção desse tipo de Setor de Anatomia, Departamento de Cirur-
material. gia e Museu de Veterinária da FMVZ. Foram
Palavras-chave: Educação em enferma- realizadas macerações dos ossos da cabeça,
gem, coleta de sangue a vácuo. coluna e dos membros de cadáveres de cães,
gatos e equinos doado pelo Hospital Veteri-
nário da FMVZ/USP. Após esse procedimen-
to, foi realizado o escaneamento com Siste-
ma Manual de Escaneamento Macroscópico
3D, da marca Creaform e modelo Go!Scan
3D. As imagens obtidas foram editadas e
preparadas no programa Geomagic para a
fase de impressão. Os resultados obtidos até
o momento são muito satisfatórios, sendo
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o material gerado pela digitalização muito um hospital universitário; 2) Assistência de
semelhante às peças originais. A exposição Enfermagem nas Necessidades de Elimi-
parcial feita aos alunos matriculados na dis- nações, destinado a graduandos de enfer-
ciplina VCI0114 – Anatomia dos Animais Do- magem. Este relato apresenta uma pesqui-
mésticos I do Departamento de Cirurgia da sa descritiva por meio de uma ação ou um
FMVZ/USP foi bastante proveitosa, os alunos conjunto de ações que transmitem uma cir-
mostraram-se bastantes adepitos ao novo cunstância vivenciada no campo proissio-
modelo de ensino que deverá ser testado nal de interesse da comunidade cientíica
em outros segmentos orgânicos e em outras (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).
disciplinas do Departamento.
Palavras-Chaves: Anatomia, Bioimpres- Resultados
são 3D, Escaneamento 3D. As atividades realizadas pela LiST da EER-
P-USP contou com a participação de 53 en-
Relato de Experiência na fermeiros no workshop 1 e teve como obje-
Realização de Workshops tivo avaliar a conduta do enfermeiro frente
ao traumatismo de uretra ocasionado pela
Simulados Direcionados aos inserção do cateter uretral em cenário si-
Graduandos e Proissionais mulado de baixa idelidade. O workshop 2
de Enfermagem contou com 82 alunos de graduação de en-
fermagem e com objetivo de identiicar o
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto impacto da simulação de baixa e alta ideli-
da Universidade de São Paulo dade no conhecimento e satisfação do alu-
no de graduação de enfermagem durante a
Beatriz Maria Jorge, Alessandra Mazzo, Juliana
avaliação das eliminações.
Constantino Franzon, Rachel Cristina Rodrigues
dos Santos, Laís Fumincelli, Cezar Kayzuka Cotta
Conclusão
Filho, Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida
A realização dos workshops ofereceu ex-
beatrizjorge@usp.br
celentes discussões sobre os temas, ofere-
Introdução cendo subsídios para repensar nas práticas
Articular entre teoria e a prática é sempre realizadas e na inserção do futuro proissio-
um desaio e um dos caminhos possíveis nal na prática clínica e capacitação aos alu-
para a superação dessa situação é a cons- nos de graduação de enfermagem.
trução de estratégias de integração entre os
pressupostos teóricos e práticas, caracteriza- Referências
do como workshop (PAVIANI; NIURA, 2009). POLIT, D. F.; BECK, C. T.; HUNGLER, B. P.
Fundamentos de Pesquisa em Enferma-
Objetivo gem. Métodos, avaliação e utilização. 7a ed.
Descrever a experiência de realização de Porto Alegre (RS): Artmed; 2011.
workshops simulados para proporcionar a PAVIANI, N. M. S.; NIURA, M. F. Oicinas
graduandos e proissionais de enfermagem Pedagógicas: relato de uma experiência.
a aproximação entre teoria e prática de en- Conjectura. v. 14, n. 2, p.77-88. 2009.
fermagem. Materiais e Métodos: Trata-se
de um relato de experiência sobre as ativi-
dades desenvolvidas pela Liga de Simula-
ção Clínica e Tecnologia (LiST) da Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP)
e foi realizado por pós-graduandos e gra-
duandos de enfermagem, junto a docente
tutora. Workshop 1) Assistência de Enfer-
magem no traumatismo de uretra: conduta
do enfermeiro, proposto a enfermeiros de
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Métodos
Peril dos Docentes em Foi disponibilizado um questionário online,
por meio da ferramenta Formulários Google,
Formação quanto ao Uso de contendo oito questões direcionadas aos
Ambientes Virtuais na Sala pós-graduandos dos programas de Mestra-
de Aula do/Doutorado do Hospital de Reabilitação
1
de Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP) e
Hospital de reabilitação de Anomalias do campus da Faculdade de Odontologia de
Craniofaciais da Universidade de São Paulo Bauru (FOB-USP). O questionário abordou
2
Faculdade de Odontologia de Bauru da quanto ao uso de redes sociais e ambientes
Universidade de São Paulo
virtuais na rotina dos indivíduos, e como es-
tratégia pedagógica em sala de aula.
Maria Gabriela Cavalheiro1, Kaique Cesar de
Paula Silva1, Bruna Tozetti Alves1, Francely
Resultados
Tineli Farinha1, Gesiane Cristina Bom1, Maria de
Preliminarmente, responderam ao ques-
Lourdes Merighi Tabaquim2, Maria Aparecida
Miranda de Paula Machado2
tionário completo 41 indivíduos (8,9%),
gabcavalheiro@gmail.com sendo 46,7% da amostra composta por es-
tudantes do Programa de Pós-Graduação
Introdução do HRAC-USP; todos os participantes pos-
No Brasil os cursos de pós-graduação suíam conta em redes sociais, sendo o Face-
surgiram com o intuito de suprir a deman- book o mais utilizado, citado por 38 (92,7%)
da pela formação de professores compe- participantes. Desses 41 participantes,
tentes, estimular a pesquisa cientíica, por 75,6% utilizam as redes sociais para bus-
meio da capacitação dos pesquisadores, e car informações, imagens e vídeos. Quando
assegurar o aprimoramento proissional. questionados quanto à frequência da busca
As principais motivações dos estudantes por informações em saúde utilizando a in-
que buscam a pós-graduação stricto sen- ternet, 61% referiram que sempre utilizam,
su são relacionadas à preparação para a 19,5%quase sempre, 17,1% às vezes e 2,4%
carreira docente e ao desenvolvimento nunca. Ainda do total dos indivíduos parti-
de pesquisas cientíicas. Um dos grandes cipantes, 80,5% referiram que coniam nos
desaios do professor no ensino superior conteúdos encontrados na internet depen-
dendo de sua origem, 17,1% airmaram que
se refere à interação entre a mudança do
quase sempre coniam nesses conteúdos e
peril do aluno que ingressa atualmente na
2,4% não coniam em conteúdos adquiridos
universidade, em sua maioria com alto de-
pela internet. Também, 90,2% relataram que
sempenho no uso de tecnologias virtuais, e já utilizaram recursos virtuais em apresenta-
a utilização que o docente faz dessas ferra- ções e aulas. Grande parte dos pós-gradu-
mentas digitais que modiicam a forma de andos (92,7%) referiram estarem abertos a
acesso às informações. A internet tem se utilizar as redes sociais ou ambientes virtu-
tornado cada vez mais coniável, veloz, ca- ais de aprendizagem para exercer atividade
paz de armazenar e processar informações docente no ensino superior.
em meio eletrônico e abranger um grande
número de pessoas conectadas, facilidades Conclusão
para ser utilizada como um veículo a favor Os dados preliminares da análise do peril
do aprendizado. dos estudantes dos programas de mestra-
do e doutorado do HRAC-USP e FOB-USP
Objetivo destaca que as redes sociais e ambientes
Veriicar o peril dos pós-graduandos, em virtuais estão frequentemente presentes
formação para exercerem docência no en- na rotina dos pós-graduandos e cada vez
sino superior, quanto ao uso de ambientes mais são utilizadas como ferramentas digi-
virtuais na sala de aula. tais para adquirir e divulgar conhecimentos.
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Portanto, é de se esperar a incorporação um post para publicação na página do Fa-
dessa tecnologia no ensino superior, tanto cebook do curso (facebook.com/alimen-
com o objetivo de aproximar docentes e tosusp), primeiro curso da USP a ter uma
discentes entre si e na mediação dos con- fanpage oicial e, atualmente, com 187.458
teúdos, quanto para aprimorar os proces- seguidores. A página é mantida por uma
sos pedagógicos. Sugere-se aperfeiçoar e Comissão que objetiva Divulgar o Curso de
incluir o questionário como protocolo de Graduação bem como suas atividades. O
entrada nos programas de pós-graduação post deve explicar mitos e verdades a res-
de ambas as instituições. peito do mercado, características tecnológi-
cas e utilização do açúcar. Foi acordado que
Sala de Aula e Mídias Sociais: os 5 melhores trabalhos seriam publicados
Um Diálogo Possível? como uma série, na fanpage do curso.
Palavras-chaves: Ensino; Mídias sociais;
Escola Superior de Agricultura Luiz de Trabalho em equipe
Queiroz da Universidade de São Paulo
Inserção de Geotecnologias no
Anna Flavia de Souza Silva; Sandra Helena da Cruz
shcruz@usp.br
Ensino de Turismo: Inovações
O curso de Ciências dos Alimentos cria-
Didáticas nas Aulas Teóricas
do pela Universidade de São Paulo em 2001 e Práticas da Disciplina de
foi pioneiro na introdução da formação de Dimensão Espacial do Turismo
proissionais de nível superior para atuar es-
peciicamente na área de Food Science no Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo
Brasil. A interdisciplinaridade e o trabalho
com as interfaces da relação “alimento-ho-
Grislayne Guedes Lopes da Silva, Fábio Alves Ortiz,
mem-ambiente” caracterizam os diferen-
Reinaldo Miranda de Sá Teles
ciais deste proissional, formado para atuar
grislayne.silva@usp.br
desde a pós-colheita (alimentos de origem
vegetal) e pós-abate (alimentos de origem A experiência em questão buscou agre-
vegetal) até a disponibilização do alimento gar conhecimentos de geotecnologias
na mesa do consumidor. Com a inalidade como recursos didáticos na graduação em
de contextualizar o escopo do curso aos Turismo. A disciplina “Dimensão Espacial do
alunos ingressantes, foi criada em 2011 a Turismo”, ministrada em duas etapas, é par-
disciplina LAN0127 “Introdução a Ciências te integrante da grade curricular do curso
dos Alimentos”, na qual diversos docentes de graduação em Turismo, oferecido pela
apresentam, a cada aula, as disciplinas da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP).
área tecnológica que coordenam e que são Na primeira etapa, os alunos são introduzi-
oferecidas no Departamento de Agroindús- dos à ciência geográica que serve de sub-
tria, Alimentos e Nutrição (ESALQ, USP); ao sídio às práticas turísticas.
inal são solicitadas atividades correspon- Tendo em vista os subsídios à formação
dentes àquela aula. Em 2016, na aula da dos futuros turismólogos, a ementa da
Prof.a Dr.a Sandra H Cruz, com participação disciplina objetiva iniciar o aluno à ciência
da mestranda Anna Flavia Silva, foi apresen- geográica em escala global, incentivan-
tado o tema “Açúcar e Bebidas”, introduzin- do o desenvolvimento da capacidade de
do o escopo de produção e o cenário atu- compreensão e interpretação dos fatores
al da produção de açúcar no Brasil. Com o políticos, econômicos, sociais, territoriais e
intuito de estimular o engajamento dos in- culturais, analisados em interface com o fe-
gressantes em atividades extracurriculares, nômeno do turismo no contexto da globa-
bem como estimular a importância da pes- lização. O programa da disciplina trata de
quisa cientíica para informar a sociedade, temas como: perspectivas atuais do turismo
foi proposto que os alunos desenvolvessem no mundo; os elementos da paisagem na
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composição dos destinos; a globalização ratório contribuíram para uma inovação no
e suas implicações na atividade turística processo de ensino-aprendizagem, possibi-
nos grandes e pequenos centros recepto- litando aos alunos “colocar a mão na mas-
res mundiais. Todas essas questões surgem sa”, o que os deixou mais motivados com a
como importantes processos que impactam dinâmica e didática em aula; além de per-
e dinamizam os luxos e destinos turísticos mitir o conhecimento sobre geotecnologias
em diferentes escalas. que podem dar suporte ao planejamento e
O intuito principal da nova proposta é gestão do turismo e suas atividades; e saber
oferecer aos discentes a compreensão so- como lidar com as diiculdades e soluções
bre recursos da cartograia que podem ser que as geotecnologias podem oferecer ao
utilizados como ferramentas para o plane- acadêmico e proissional em turismo.
jamento de localidades turísticas e elabo-
ração de produtos, além da utilização de Material de Apoio Didático
novas tecnologias como instrumento para para a Formação de
análises geográicas do espaço urbano, da
globalização e das atividades turísticas. A
Professores em Licenciatura
estratégia de aprendizagem foi realizar au- Semipresencial
las teóricas conceituais incluindo temáticas
que sejam vinculadas às aulas de labora- 1
Instituto de Astronomia e Geofísica da
tório e atividades de campo com o uso de
Universidade de São Paulo
(geo)tecnologias. Além de aulas teóricas 2
Faculdade de Educação da Universidade
expositivas e discussões de textos em sala
de São Paulo
de aula, os alunos realizaram atividades de
campo, quais sejam: visitas ao centro histó-
Enos Picazzio1, Sonia Maria Vanzella Castellar2
rico da cidade de São Paulo e caminhadas epicazzio@iag.usp.br
pelo campus Butantã (USP-SP) para obser-
var e analisar o espaço urbano do ponto de Objetivo
vista do turismo e seus rebatimentos em Neste painel apresentamos parte do
esfera global, marcando trajetos turísticos, acervo de material didático do curso semi-
pontos de interesse e infraestrutura urbana, presencial Licenciatura em Ciências, produ-
geolocalizados, com o uso de aplicativos zidos por docentes colaboradores do curso.
em smartphones. Esse acervo é composto de livros, kits de
Com inúmeros dados coletados em cam- laboratório, vídeo-aulas e séries produzidas
po foi proposto aos graduandos como um pela UNIVESP TV, e boa parte dele está dis-
projeto dinâmico e prático a elaboração de ponível para uso em outras licenciaturas.
mapas temáticos de roteiros turísticos em
laboratório de informática, utilizando-se o Descrição
software ArcGIS10.1 for Desktop (ArcMap Um curso de formação de professores a
10.1), com licença adquirida recentemente distância ou semipresencial é sempre um
pelo curso de turismo. O objetivo do pro- desaio. A USP tem reponsabilidade com a
jeto foi apresentar aos alunos uma ferra- sociedade, por isso coloca no mercado de
menta tecnológica que pode dar suporte trabalho proissionais de qualidade, críti-
na formação proissional, em um processo cos e que contribuem para melhorar o país.
transdisciplinar, com continuidade de apli- Neste sentido, o curso semipresencial Licen-
cação em outras disciplinas do curso, bem ciatura em Ciências (CLC) foi pensado com
como em trabalhos de campo e nos proje- esses princípios, buscando inovar no mode-
tos interdisciplinares de turismo. lo pedagógico e na estrutura curricular para
As atividades de campo permitiram aos mostrar que essa modalidade de formação
discentes ter contato direto com a realidade, pode ser tão boa quanto os cursos presen-
vivenciando na prática os diversos conceitos ciais. Pensar pedagogicamente os saberes
discutidos em aula; e os trabalhos em labo- das Ciências numa perspectiva metodoló-
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gica integrada, implica desenvolver ações
que reestruturem os conteúdos, inovem os Uso do Software Livre
procedimentos e estabeleçam com clareza
os objetivos.
Scilab para Modelagem
O CLC foi elaborado sob o princípio de Computacional
que devemos formar professores que se- Instituto de Física de São Carlos da
jam lideranças em sala de aula, que possam Universidade de São Paulo
ter uma prática educativa que considere a
construção de conceitos, atitudes e procedi- César Henrique Comin, Luciano da Fontoura Costa
mentos, que permita ao aluno do segundo chcomin@gmail.com
ciclo do Ensino Fundamental ser alfabetiza-
do cientiicamente. Essa maneira de pensar Estudos em diversas áreas do conhecimen-
a formação inicial sustenta um professor ca- to, como matemática, física e biologia têm
paz de analisar seus alunos socialmente, o necessitado cada vez mais do uso de pro-
grupo familiar, participar da gestão na esco- gramação de computadores para o melhor
la, ou seja, uma formação que é a distância, entendimento dos conceitos envolvidos. Isso
mas que conhece a realidade da escola. porque a modelagem computacional desses
Das cinquenta e três disciplinas do CLC, conceitos possibilita a complementação da
quarenta e cinco têm textos especíicos, teoria estudada. Tal modelagem propicia,
dos quais treze foram impressos como li- dentre outras vantagens, a exploração inte-
vros. Os demais textos estão prontos para rativa do conceito em diferentes situações
edição. Para apoio a esse conjunto de dis- experimentais e uma visão prática das situ-
ciplinas foram gravadas mais de setecentos ações nas quais a teoria pode ser aplicada.
e noventa vídeo-aulas. Os vinte e oito ex- Descrevemos neste trabalho experiências
perimentos de Laboratório Didático estão com o uso do software livre Scilab em dis-
disponibilizados em kits, que o aluno pode ciplinas de graduação relacionadas à mo-
emprestar e executar os experimentos em delagem. Este software possui um ambiente
casa com ajuda de manual. Várias séries integrado, apresentando, dentre outras fun-
cientíicas foram produzidas pela UNIVESP cionalidades, uma linguagem de programa-
TV, e disponibilizadas no seu portal, com o ção simpliicada e interativa e a possibilida-
objetivo de apoiar e complementar às disci- de de se visualizar dados de forma facilitada.
plinas do CLC em assuntos especíicos. Tais características viabilizam que o aluno
Esse acervo didático exempliica o esme- explore os conceitos estudados, através da
ro com que o CLC foi planejado e executa- modiicação de parâmetros ou equações, de
do. O processo de ensino-aprendizagem do forma eiciente.
curso tem o aluno como foco e prima pelo Por exemplo, o software foi utilizado na
apoio que oferece ao estudante, em qual- disciplina Processamento de Imagens e Vi-
quer circunstância. Essa marca de excelên- são, na qual os alunos aprendem teoria e
cia é reconhecida por proissionais da área prática sobre conceitos biológicos relaciona-
fora da USP, inclusive em artigo cientíico. dos à visão. O Scilab foi utilizado em projetos
como a determinação de atributos visuais de
interesse em imagens e no reconhecimento
de padrões visuais.
Veriicamos um elevado interesse dos alu-
nos no caráter simpliicado do ambiente de
desenvolvimento Scilab, bem como no con-
junto de funções pré-programadas dispo-
nibilizadas pelo mesmo. Tal interesse possi-
bilitou a realização de 8 diferentes projetos
de modelagem ao longo da disciplina, cada
um envolvendo conceitos progressivamente
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complexos. Portanto, constatamos que o uso rios produzidos por alunos de graduação
do software em disciplinas de modelagem do Estado de São Paulo.
computacional pode representar uma inte-
ressante fonte de motivação para os alunos. Método
A metodologia utilizada para realização
O Uso da Tecnologia desse estudo divide-se em duas partes, re-
como Recurso Didático: visão bibliográica de obras que tratam so-
bre documentário e do documentário de
Um Levantamento dos divulgação cientiica e levantamento des-
Documentários de Divulgação tes vídeos de divulgação cientiica produ-
Cientíica Desenvolvidos por zidos por alunos de graduação do estado
Alunos de Graduação no de São Paulo no período de 2010 a 2015. As
analises se constituem como uma pesquisa
Estado de São Paulo quantitativa e qualitativa. Para tanto, foram
Faculdade de Odontologia de Bauru da considerados vídeos, denominados pelos
Universidade de São Paulo autores como documentários, divulgados
na rede Youtube e em um site de acervo de
Daniela Dias Gomide, Izabel Cristina Rossi Landro, documentários, o documentariobrasileiro.
Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin, org desenvolvido por alunos da Universida-
Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, José de Federal de Juiz de Fora. Foi utilizada a
do Carmo Teodoro Junior, Mariana Hortolani metodologia de pesquisa para a analise fíl-
Rodrigues, Wanderleia Quinhoneiro Blasca mica proposta por Manuela Penafria (2009).
danielagomide@hotmail.com Para registro desta metodologia foi desen-
volvida uma icha de registro que buscou
Introdução
examinar o vídeo pesquisado de forma de-
As produções dos documentários de divul-
talhada.
gação cientíica se tornam imprescindíveis em
um país onde a situação educacional encon-
Resultados
tra-se deiciente em conhecimento cientíico.
No site documentáriobrasileiro.org foram
Estas produções não devem ser consideradas
catalogados apenas 4 documentários produ-
apenas como divulgação de resultados de
zidos por alunos, desses, 2 podem ser con-
experiências cientíicas ou ainda como co-
siderados como ilmes de divulgação cien-
municação especíica para interessados pela
tíica. Já no Youtube foram encontrados 63
área. O objetivo destes ilmes não iccionais
vídeos, destes, 18 podem ser considerados
é estabelecer uma comunicação adequada e como divulgação cientíica, de acordo com
interessante ao público ao qual se destina e os critérios apresentados na metodologia.
complementar o conteúdo aprendido pelos
alunos. Eles precisam estimular ligações com Conclusão
outros conteúdos, além de suscitar motivação Há boas produções de documentários
para o conhecimento. Portanto, a divulgação sendo desenvolvidas por alunos e o contexto
cientíica através de um discurso audiovisual é favorável a esse aumento, contudo a pro-
tem suas próprias especiicidades. Reconhe- dução ainda é baixa. Foi possível observar
cendo o potencial dos vídeos para aprendiza- no site documentariobrasileiro.org que ape-
gem, muitos educadores aliam a produção de nas 0,9% das produções foram advindas de
documentários à construção do conhecimen- alunos, ou seja, de 435 documentários pro-
to cientíico. Tal pesquisa se torna fundamen- duzidos no mesmo período, apenas 4 foram
tal para reletir a respeito da utilização dos produzidos por alunos e deste apenas 2 po-
vídeos como complemento do aprendizado. dem ser considerados de divulgação cientíi-
ca. Já no site do youtube foram encontrados
Objetivo aproximadamente 2051 documentários pro-
Fazer um levantamento dos documentá- duzidos no período estabelecido para esta
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pesquisa, destes, 202 se auto intitulam como como cidadão, onde, após adquirir o co-
“produzidos por alunos”, sendo 63 produzi- nhecimento sobre temas em saúde, são in-
dos dentro do estado de São Paulo e apenas titulados “Jovens Doutores” e tornam-se ca-
18 considerados como divulgação cientíica. pazes de disseminar o conhecimento para
Assim, é percebido que ainda existe a neces- outros estudantes e para a comunidade em
sidade da articulação entre escola, divulga- que estão inseridos. Hoje, o Projeto Jovem
ção cientíica e tecnologias de informação e Doutor Bauru é referência em programas de
comunicação. Os educadores, ao saberem Educação em Saúde. Os dados das produ-
aproveitar as habilidades com a tecnologia, ções acadêmicas analisadas neste estudo
existentes em seus alunos, podem condu- são de 9 escolas públicas realizados pelos
zi-los a atividades mais signiicativas, ousa- alunos de graduação e pós-graduação do
das e inovadoras no processo de ensino e Departamento de Fonoaudiologia da FOB-
aprendizagem. Neste sentido, o aluno além -USP-Bauru. Através de recursos tecnoló-
de consumidor passará a ser produtor de co- gicos foram feitas intervenções dentro das
nhecimento cientíico. escolas públicas com práticas presenciais,
ensino a distância e ação social, abordan-
A Tecnologia como Recurso do temas sobre síndromes genéticas, saú-
em Programas de Educação de vocal, issura labiopalatina, Síndrome
em Saúde para Jovens de da Apneia Hipopnéia Obstrutiva do Sono
(SAHOS) e saúde auditiva. Estas ações e
Escolas Públicas seus resultados tornam-se importante fon-
Faculdade de Odontologia de Bauru da te de pesquisa para orientação sobre recur-
Universidade de São Paulo sos didáticos, que têm a tecnologia como
estratégia de ensino.
Izabel Cristina Rossi Landro, Marília Cancian
Bertozzo, Aline Roedas Papin, Daniela Dias Objetivo
Gomide, Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, Apresentar os trabalhos desenvolvidos
José do Carmo Teodoro Junior, Mariana Hortolani por alunos da graduação e da pós-gradu-
Rodrigues, Wanderleia Quinhoneiro Blasca ação utilizando a Metodologia do Projeto
rossilandro@uol.com.br Jovem Doutor dentro das escolas públicas.
Introdução
Método
Acredita-se que para educar devemos
Jovens de ensino Fundamental II e Médio
criar várias maneiras de acesso a informa-
foram capacitados através de uma platafor-
ção. O uso da tecnologia está transforman-
ma educacional, onde foi disponibilizado o
do as relações humanas no âmbito social,
material educacional sobre os temas cita-
econômico e também na educação. Nesse
dos. A Plataforma Moodle, como é chama-
aspecto, a tecnologia está sendo utilizada na
da, oferece ao aluno a possibilidade de ser
construção do conhecimento, desaiando os
acessada no tempo e no espaço de sua pre-
educadores a buscar a utilização adequada ferência, através do uso de um login e uma
dessas novas tecnologias. A tecnologia vem senha. Após a conclusão do programa de
auxiliar, trazer lexibilidade ao aprendizado, capacitação, foram avaliados os aspectos de
fortalecer o contato entre professor e alu- construção de conhecimento, a motivação
no, além de estimular o aprendizado. Neste pelo curso a distância, e o impacto do pro-
contexto podemos incluir o Projeto Jovem grama, através de questionários especíicos.
Doutor Bauru. O propósito é incentivar es-
tudantes do ensino fundamental, médio e Resultados
superior a realizarem trabalhos cooperados, Os instrumentos de avaliação utilizados
promovendo a saúde e a melhora da quali- nestes trabalhos alcançaram alto índice de
dade de vida das pessoas. Ao jovem é dada satisfação, mostrando que os trabalhos fo-
a oportunidade de desenvolver seu papel ram eicazes em suas propostas.
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Conclusão sica; 2-Síntese Provisória dos conhecimen-
Os dados analisados permitem concluir tos; 3-Busca na literatura cientíica; 4-Nova
que os programas de capacitação dos jo- Síntese a partir da experiência e estudo
vens utilizando a metodologia do jovem cientíico; 5-Avaliação. Todos os encontros
doutor, aplicado com foco nos Recursos do Ciclo Pedagógico, com exceção da Bus-
Tecnológicos mostraram-se efetivos, es- ca na literatura cientíica, são realizados em
timulando e motivando os participantes a grupos de 12 a 14 alunos com a presença
realizarem trabalhos cooperados e de mul- do docente responsável que recebe poste-
tiplicação de conhecimento. riormente os relatos individuais relativos a
estes encontros. Neste relato são avaliadas
O Exercício da Escrita por Meio as seguintes capacidades do aluno: de re-
da Elaboração do Portfólio e o alizar um registro crítico-relexivo, de arti-
cular conceitos interdisciplinares, de cum-
Uso do Moodle no Ensino de prir o compromisso de apresentar a tarefa
Graduação em Enfermagem dentro do prazo, de escrever corretamente
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto do ponto de vista ortográico e gramatical.
da Universidade de São Paulo Consideramos que esta estratégia tem pos-
sibilitado que o graduando de enfermagem
Luciane Sá de Andrade, Marlene Fagundes aperfeiçoe sensivelmente sua capacidade
Carvalho Gonçalves e Marta Angélica Iossi Silva de escrita, além das outras aprendizagens
lucianeandrade@eerp.usp.br pertinentes à disciplina. Esta estratégia de-
manda para o professor, a leitura de cerca
A escrita é uma das formas do aluno ex- de 35 relatos de cada aluno, ou 420 rela-
teriorizar a apropriação que está fazendo do tos do grupo, ao longo do ano, o que lhe
conhecimento. Escrever de forma elaborada, dá uma visão aprofundada de como cada
utilizando linguagem cientíica, é um dos graduando articula sua experiência de for-
pontos de maior diiculdade de estudan- mação expressando-a por meio do registro
tes universitários. Criar formas para que os escrito. Para o feedback, o professor realiza
graduandos escrevam sobre o que está sen- inserções no texto escrito pelo aluno, para
do aprendido e vivenciado é um dos eixos apontar temas para aprofundamento de
importantes do ensino de graduação. Este estudo, realizar questionamentos que es-
trabalho tem por objetivo relatar a experiên- timulem o aluno a prosseguir nos estudos
cia de um grupo de docentes que utilizam o e avaliar sua capacidade crítico-relexiva
ambiente virtual de aprendizagem – moodle, acerca da construção do seu conhecimento
na disciplina “Promoção da Saúde na Educa- cientíico, além de apontar erros ortográ-
ção Básica” oferecida aos alunos do segundo icos e gramaticais. O feedback do profes-
ano do curso de Bacharelado e Licenciatura sor é enviado também via moodle. Con-
em Enfermagem, por meio do qual é possí- sideramos que os recursos tecnológicos
vel o uso de ferramentas de comunicação, são importantes ferramentas auxiliares no
de avaliação, de disponibilização de conte- processo ensino-aprendizagem e o moo-
údos e de administração e organização da dle tem auxiliado no desenvolvimento da
disciplina. Por meio da atividade “tarefa” do capacidade de escrita do aluno, pois per-
moodle, o graduando deve postar um regis- mite que envie seus registros para que o
tro escrito sobre sua experiência de aprendi- professor tenha acesso a estas produções
zagem compondo um portfólio eletrônico. por meio de qualquer computador conec-
Nesta disciplina anual de 35 encontros, cada tado à internet. Além do suporte para que
graduando deve produzir semanalmente um toda a documentação ique organizada, o
relato escrito correspondente às etapas dos moodle estabelece uma via de mão dupla
Ciclos Pedagógicos desenvolvidos ao longo entre cada aluno em particular e o profes-
do ano. Cada Ciclo Pedagógico é composto sor, fortalecendo um canal de comunicação
por: 1- Imersão na realidade da escola bá- qualiicada, além do espaço presencial.
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intervalo entre séries e respiração segundo
Academia Digital modelos propostos e consolidados na lite-
ratura, que também poderá ser impresso.
Escola de Educação Física e Esporte de A rotina computacional segue a composi-
Ribeirão Preto ção de treino recomendada pela literatura,
envolvendo diferentes tipos de força, resis-
Dalmo Roberto Lopes Machado tência muscular, trabalho muscular regene-
dalmo@usp.br rativo ou para emagrecimento (Hayward,
Os protocolos de teste para predição da 1997; Baechle & Earle, 2015). A determina-
força máxima e prescrição de exercícios, ção do treino será selecionada pelo usuário,
um dos recursos mais empregados na atu- obedecendo às características do treino,
ação do Proissional de Educação Física, conforme objetivos prévios estabelecidos
estão razoavelmente bem consolidados na para o cliente. A instalação da Academia
literatura. Os avanços tecnológicos ofertam Digital como laboratório de estudos e in-
possibilidades de aplicação de recursos vestigação da força e resistência muscular
tecnológicos por proissionais de diversas permitirá aos alunos da EEFERP, familiari-
áreas. Assim, este Projeto apresenta a insta- zação com equipamentos do seu cotidiano
lação da Academia Digital, um laboratório proissional, a partir de uma clara relação
da força e resistência muscular aplicado à com o aprendizado diferenciado dos estu-
prática pedagógica e formação proissional dantes de graduação. Por iniciativa da dis-
do futuro egresso da EEFERP. A academia ciplina REF0063 - Medidas e Avaliação em
digital será dotada de um sistema automa- Educação Física e Esporte, poderá atender
tizado para avaliação e prescrição de exer- aos programas de outras disciplinas como
cícios com pesos (musculação) para usuá- REF0022 - Biomecânica II; REF0029 - Fun-
rios (proissional/aluno de educação física) damentos do Treinamento Físico; REF0051
e seus clientes. O usuário/cliente da Aca- - Programa de Treinamento Esportivo;
demia Digital poderá realizar de forma au- REF0060 - Pedagogia do Esporte; REF0048
tônoma testes de exercícios em contra-re- - Programa de Exercício Físico para Idosos
sistência para determinarão da força crítica II; REF0061 – Práticas Esportivas em Educa-
ção Física e Saúde; e REF0081 - Cinesiolo-
(Fcrit) dos avaliados. Sensores conectados
gia Aplicada à Educação Física e ao Esporte.
a um sistema de aquisição de dados e fre-
Essa interface permite aplicação imediata
quência de aquisição dos sinais serão ixa-
da teoria recebida mediante abordagens
dos nos aparelhos (Peak Power 4.0). Após
que sejam consistentes e coerentes com as
seguir um protocolo em um único teste o
perspectivas pedagógicas contemporâne-
sistema integrado num condicionador de
as, diferenciadas e inovadoras. A Academia
sinal que emite as informações processadas
Digital ainda atenderá a comunidade geral
(Software Signal Express – LabView) forne- a partir de projetos de extensão vigentes
cem informações que permitem determinar e futuros, inovação na pesquisa e consoli-
valores ótimos da força, potência muscular, dação do ensino de excelência. Dessa for-
torque, velocidade, amplitude, aceleração, ma a graduação da EEFERP segue pautada
etc. (geral e segmentada), com base na ex- nos três pilares da Universidade, o Ensino, a
trapolação proposta por Heyward (1997) Pesquisa e a Extensão.
e Baechle & Earle (2015). Imediatamente
após o teste, o usuário seleciona num pai-
nel digital seus alvos de treino, que vão de
opções de treino para diferentes tipos de
força a treino regenerativo (recuperação).
O sistema gera um programa de treino
personalizado que informa as intensidades,
repetições, séries, velocidades de execução,
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monitor da disciplina, os quais simulam ex-
Vídeos, Software e Website perimentos de psicofísica. O intuito é que
os alunos possam realizar os experimentos
como Recursos Didáticos em si mesmos, podendo aprender a práti-
numa Disciplina sobre ca de experimentos psicofísicos e analisar
Percepção e Psicofísica em seus próprios dados. A experiência com os
aplicativos levou à conclusão que os alunos
um Curso de Psicologia apresentavam diiculdades na análise de
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de dados, e as supervisões oferecidas conges-
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo tionavam-se. Visto que as diiculdades eram
semelhantes, foram gravados vídeos em
Gabriel Arantes Tiraboschi e Sérgio Sheiji que se leciona sobre conceitos e métodos
Fukusima psicofísicos. Os vídeos foram carregados no
gabrielarantest@usp.br YouTube em um canal dedicado exclusiva-
mente a conteúdos educativos.
Percepção e Psicofísica são conteúdos
Na prática, o site da disciplina auxilia os
de importância histórica e metodológica
alunos a se localizarem no cronograma de
na psicologia cientíica, com implicações
aulas, a acessar slides de aulas e materiais
atuais para uma psicologia de abordagem
para estudos. Os exercícios experimentais
interdisciplinar. A Psicofísica está no cerne
tem se mostrado úteis como uma atividade
da criação da Psicologia como ciência, e até
prática. Porém por se tratar de experimen-
hoje seus métodos auxiliam psicólogos a
tos bem rudimentares os alunos acabam
compreender fenômenos subjetivos funda-
não se envolvendo como desejado. Ques-
mentados em critérios objetivos. Métodos
tiona-se se um experimento que, ao invés
psicofísicos são de extrema importância
de envolver processos básicos, envolvesse
para se estudar empiricamente as sensações
processos mais evidentes no cotidiano, ca-
e percepções humanas, que por sua vez são
tivaria mais os alunos. Quanto ao canal do
etapas iniciais básicas para entender pro-
YouTube, este pareceu atender bem as de-
cessos cognitivos mais complexos. Apesar
mandas dos alunos, pois são vídeos con-
da importância fundamental da percepção e
ceituais e práticos, os quais localizam o
psicofísica, elas têm sido negligenciadas em
aluno no conteúdo, respondem a dúvidas
muitos cursos de psicologia, em particular a
frequentes e ensinam análise de dados na
Psicofísica. Psicólogos têm se formado para
prática. Este vídeo desafogou a monitoria
discutir problemas cognitivos complexos,
da disciplina e pareceu reforçar o conteúdo.
sem entender processos básicos e métodos
Por im, podemos airmar que a tentativa
adequados para sua compreensão. Ade-
de tornar o ensino de Psicofísica mais en-
mais, estudar Psicofísica envolve uma série
volvente e acessível através de novas tec-
de modelos com certo grau de complexi-
nologias tem se mostrado uma experiência
dade estatística, o que acaba provocando
positiva. Apesar de não se atingir todos os
repulsa por parte de alguns estudantes.
objetivos da maneira desejada, a tecnologia
Com o desio de melhorar o ensino da
tem auxiliado os alunos a acessar com maior
psicofísica, tem-se procurado o auxílio de facilidade conteúdos e práticas, tornando-se
tecnologias. Primeiramente um website da um recurso didático importante nas relações
disciplina foi criado com a inalidade de entre alunos, professores e monitores.
apresentar conteúdos referentes à discipli-
na; cronograma; material didático; respostas
a dúvidas frequentes; materiais suplemen-
tares; endereços de websites para pesquisa;
e contato dos responsáveis pela disciplina.
No website também é possível baixar três
aplicativos que foram desenvolvidos pelo
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“por que ainda hoje não há adoção sumária de
Educação, Softwares Livres softwares livres na educação pública brasilei-
ra?”; que também pode ser entendida como,
e Estruturas de Poder: Uma “quais os motivos sociais, políticos e culturais
Análise Social do Trato com que barram a utilização dos softwares livres na
Tecnologias de Informação educação do país?”; levando a outra indaga-
ção, “por que os atuais projetos nacionais e re-
na Educação Brasileira gionais de implementação de softwares livres
Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências ainda não são tão efetivos?”
Humanas da Universidade de São Paulo
Objetivos
Diego dos Santos Ferrari Lopez Sumarizando os objetivos deste trabalho,
dzferrari@gmail.com pode-se elencar: fazer uma pesquisa biblio-
gráica sobre a utilização de softwares livres na
Introduzindo o Problema educação brasileira; estudar e compreender o
Entre os diversos pontos que devem ser signiicado que, tanto os softwares livres como
levados em conta nas discussões de tecnolo- seu atual nível de utilização, têm para o desen-
gias em educação, este trabalho identiicou volvimento da educação no país; relacionar a
o uso de softwares proprietários como um ideologia software livre e o potencial emanci-
problema latente e de extrema relevância. pador dos processos de reconstrução cultural
Deinindo-o: até hoje muitos dos programas no campo da formação docente; explorar a
utilizados nos computadores dos setores po- ideia de que mais do que uma ferramenta, o
líticos e educacionais do Brasil, que formam uso de softwares livres na educação faz parte
a base sócio-cultural do trato com a tecno- do método pedagógico que se pretende na-
logia na região, são de caráter proprietário, cional – ou deveria ser pretendido; e analisar
ou seja, com o código-fonte fechado e geral- os motivos que ainda barram a adoção sumá-
mente com suas sedes de desenvolvimento ria dos softwares livres na educação brasileira.
no estrangeiro. Os softwares proprietários,
contudo, não traduzem muito do que é pos- Análise dos resultados
to como objetivos e diretrizes das práticas A grosso modo, pode-se dizer que este tra-
políticas e escolares do país. Este fato cami- balho acredita que os poucos projetos nacio-
nha na contramão do projeto de educação nais de utilização de softwares livres na edu-
apresentado pelos próprios currículos, carti- cação não são efetivos, entre outros fatores,
lhas e leis nacionais, como a LDB, a LAI e os devido: 1. à falta de conhecimento técnico e
PCNs; na contramão do que é apresentado idelógico por parte dos professores da rede
pelos projetos do SINAES (QUEIROZ, 1989) pública quanto ao manuseio das
e do Linux Educacional do MEC (2014); bem Tecnologias de Informação e Comunicação
como na contramão de algumas das teorias (TICs) e sobretudo com relação a gama de
mais difundidas e aceitas à educação no país. possibilidades emancipadoras que os softwa-
res livres apresentam nesse contexto; 2. à es-
Perguntas cassez de políticas públicas efetivas que dialo-
O software proprietário é associado ao con- guem com a necessidade socialmente estraté-
trário do software livre e hoje é bastante utiliza- gica de colocar barreiras ao amplo desenvol-
do entre os sistemas operacionais Windows da vimento da lógica proprietária; e 3. ao poder
Microsoft ou Mac e iOS da Apple. Este projeto dos sistemas dominantes que garantem forte
estuda muitos dos motivos pelos quais a utili- inluência nos dois tópicos anteriores e se di-
zação de softwares proprietários pode ser colo- fundem com facilidade através de uma cultura
cada em dúvida por não partilhar dos mesmos tida como natural. Em suma, coloca-se como
interesses de uma educação emancipadora. As dada a cultura de utilização de softwares pro-
perguntas que guiam este trabalho remontam prietários entre as práticas escolares brasilei-
esses motivos e podem ser formuladas como: ras, reproduzindo por professores, currículos
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e políticas públicas um modelo engessado de compreendeu 121 alunos de uma Instituição
construção do saber virtual, assegurado pela de Ensino Superior particular, sendo 49 do 7o
força das estruturas dominantes semestre e 72 do 5o semestre. A faixa etária
predominante da amostra foi de 19 a 23 anos,
Uso de Mapas Conceituais que totalizou 52%. A partir das respostas do
como Instrumento Didático no primeiro bloco de questões, veriicou se que
apenas 7% dos alunos já conheciam e ha-
Curso de Ciências Contábeis: viam utilizado o método, enquanto 14% co-
Análise da Percepção Discente nheciam, mas nunca o utilizaram e 79% não
Faculdade de Economia, Administração o conhecia. No segundo bloco de questio-
e Contabilidade de Ribeirão Preto da namentos percebe-se uma discordância dos
Universidade de São Paulo alunos a respeito da diiculdade do método,
visto que 38% concordaram que o método
Elisabeth de Oliveira Vendramin, João Paulo possui obstáculos difíceis de vencer, enquan-
Resende de Lima, Raíssa Silveira Farias e Adriana to 33% discordam da airmação. A respeito da
Maria Procópio de Araujo utilização dos MCs, 95% dos alunos airmam
beth.vendramin@hotmail.com, jprlima@fearp.usp.br, que estes servem para organizar informa-
farias.issa@gmail.com, amprocop@usp.br ções e conhecimentos; 94,2% ressaltam que
os mapas auxiliam no ordenamento lógico
Formar proissionais qualiicados a atu- dos conceitos; 81% veem os mapas como um
ar em um mercado de trabalho dinâmico e meio de preparação para avalições; enquanto
complexo é um desaio para o ensino supe- 66,12% os veem como uma alternativa para a
rior, para tal pode-se utilizar as Metodologias resolução dos problemas. Ainda neste bloco
Ativas de Aprendizagem (MAA), que trazem o de questões, 88,4% dos alunos ressaltam o
aluno para o centro do processo de ensino- dinamismo da estratégia como um ponto po-
-aprendizagem possibilitando-o desenvolver
sitivo e 78,5% airmaram que a estratégia pro-
diversas competências e habilidades (ARAU-
porciona um melhor aprendizado, visto que o
JO; SLOMSKI, 2013). Dentre as MAA, encon-
aluno constrói seu próprio conhecimento.
tra-se a técnica dos Mapas Conceituais (MC)
Por im, quando questionados se prefe-
desenvolvida por Novak (2002) com base te-
rem o uso de MCs ou Aulas Expositivas 24%
órica na Aprendizagem Signiicativa de Au-
dos alunos preferem o uso de MCs, 22% as
subel (1968), que é o processo que envolve
a interação de uma informação nova com Aulas Expositivas e 48% airmaram ser indi-
uma estrutura de conhecimento especíica ferentes, pois ambos os métodos são bons.
(MOREIRA, 2015). MCs podem ser utilizados Conclui-se assim que a percepção discente a
tanto como instrumento de avaliação quan- respeito do uso de MC como uma estratégia
to instrumento didático (TOIGO; MOREIRA, de ensino é positiva, dado que os mesmos
2008). O objetivo desta pesquisa é analisar percebem as vantagens da técnica, contudo,
a percepção discente a respeito do uso dos conforme o último bloco de perguntas, os
MCs como instrumento didático no curso de alunos preferem que a estratégia seja utiliza-
Ciências Contábeis e para tal foi aplicado um da em conjunto com as aulas expositivas, em
questionário dividido em três partes, sendo a que o professor assume o centro do proces-
primeira para veriicar o conhecimento e uso so de ensino-aprendizagem.
prévio da metodologia pelo aluno, a segunda
para captar a percepção sobre as caracterís- Referências
ticas, vantagens e desvantagens do método ARAUJO, A.M.P.; SLOMSKI, V.G. Active
e a terceira para comparar a preferência do Methods – an analysis of applications and
aluno a respeito da metodologia aplicada em experiences in Brazilian accounting teaching.
sala de aula. A segunda etapa do questioná- Creative Education, v.4, n.12b, p. 20-27, 2013.
rio caracteriza-se pelo uso de airmações em AUSUBEL, D.P. Educational psychology.
que o aluno as classiica em uma escala Li- New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968.
kert de cinco pontos. A amostra do estudo MOREIRA, M.A. Aprendizagem signiicati-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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va, organizadores prévios, mapas conceitu- curso de graduação em Fonoaudiologia, na
ais, diagramas V e unidades de ensino po- formação de um proissional com conheci-
tencialmente signiicativas. Revista de edu- mento em mais uma área de atuação.
cação (Itatiba). v.x, p.166-176, 2015.
NOVAK. D. The theory underlying concept Introdução
maps and how to construct them. Disponível A utilização de ambientes virtuais de
em: < http://cmap.coginst.uwf.edu/info>. aprendizagem (AVA) tem sido considerada
Acesso em: 20 de março de 2016. 2002. uma possibilidade pedagógica importante
TOIGO, A.M.; MOREIRA, M.A. Relatos de em cursos de graduação, pós-graduação e
experiência sobre o uso de mapas conceitu- capacitação de proissionais. Estes ambien-
ais como instrumento de avaliação em três tes são deinidos como sistemas computa-
disciplinas do curso de educação física. Ex- cionais disponíveis na Internet, que integram
periências em Ensino de Ciências, v. 3, n. 2, p. múltiplas mídias e possibilitam a apresenta-
7-20, 2008. ção de informações de maneira dinâmica.

Proposta da Criação de um Descrição do projeto


Ambiente na Plataforma Apresentar a proposta da criação de um
ambiente na Plataforma Moodle com enfo-
Moodle sobre o Sistema que nos temas: Sistema vestibular e atuação
Vestibular: Relato de fonoaudiológica no diagnóstico e reabilitação.
Experiência
Metodologia
Faculdade de Odontologia de Bauru da O estudo caracteriza-se como um relato
Universidade de São Paulo de experiência realizado por alunos de gra-
duação e pós-graduação da área de fono-
Bárbara Camilo Rosa, Thaís Saters, Gabriele
audiologia da Faculdade de Odontologia de
Ramos de Luccas, Amanda Maffei, Bruna Camilo
Bauru da USP. O trabalho proposto fez parte
Rosa, Daniela Monfredini, Giuliana Delladona,
da atividade de extensão Curso de Difusão
Valdirene Silva, Giédre Berretin-Felix
Liga de Telessaúde 2015, realizada pela Fa-
barbaracamilo.usp@gmail.com
culdade de Odontologia de Bauru da Univer-
Resumo sidade de São Paulo juntamente com o apoio
Os ambientes virtuais de aprendizagem do Programa de Educação Tutorial. A Liga de
(AVA) possibilitam a apresentação de infor- Telessaúde realizou quatro encontros men-
mações de maneira dinâmica, sendo con- sais, sendo o último a apresentação de Tra-
siderada uma possibilidade pedagógica. O balho de Conclusão da Liga, composta por
objetivo desse estudo foi apresentar a pro- uma comissão avaliadora. Para o trabalho
posta da criação de um ambiente na Plata- de conclusão os alunos foram orientados a
forma Moodle com enfoque nos temas: Sis- apresentar uma proposta utilizando um dos
tema vestibular e atuação fonoaudiológica recursos apresentados nos encontros, que
no diagnóstico e reabilitação. Trata-se de um contribuiria para os cursos de graduação ou
relato de experiência de alunos de gradua- para a atuação clínica proissional.
ção e pós-graduação, que elaboraram um Inicialmente os alunos de graduação e
projeto com a proposta de criação de um pós-graduação realizaram uma discussão
ambiente na Plataforma Moodle com enfo- relexiva sobre a necessidade de uma disci-
que nos temas “Sistema vestibular e atuação plina especíica de Otoneurologia no curso
fonoaudiológica no diagnóstico e reabili- de Fonoaudiologia, pois o tema é visto su-
tação”, a im de complementar a formação pericialmente durante a graduação. Sendo
dos alunos do curso de Fonoaudiologia da assim, este tema foi escolhido devido sua
FOB-USP. A proposta foi considerada exce- relevância, já que a atuação fonoaudiológica
lente pela comissão avaliadora da Liga de Te- tem conquistado grande expansão social na
lessaúde da FOB-USP, pois contribuiria para área da reabilitação vestibular. Após isso, o
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 217
grupo escolheu a ferramenta Moodle para
abordar este tema, pois é de fácil acesso Desenvolvimento de um
para os alunos e já foi utilizada com sucesso
em trabalhos anteriores.
Blog como Apoio a um
Curso de Atualização Online
Resultados para Enfermeiros Sobre o
Os alunos realizaram a apresentação oral
do projeto por meio do Prezi, mostrando a
Ambiente Sensorial nas
justiicativa e a proposta de criação de um Unidades Neonatais
ambiente na Plataforma Moodle com enfo- 1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
que nos temas “Sistema vestibular e atuação da Universidade de São Paulo
fonoaudiológica no diagnóstico e reabilita- 2
Universidad de Sevilla
ção” a im de complementar a formação dos
alunos do curso de Fonoaudiologia da FOB- Fernanda Salim Ferreira de Castro1, Manuel Ángel
-USP. A proposta é que professores criem Calvo Calvo2, Luciana Mara Monti Fonseca1
um material que possa ser utilizado em uma fefesalim@yahoo.com.br
disciplina obrigatória/optativa, com conteú-
do de aulas gravadas, demonstração prática Introdução
de exames por meio de vídeos e fotos, exer- A educação permanente pode ser poten-
cícios para aplicabilidade teórica e avaliação cializada se oferecida online e ao enfermeiro,
do conteúdo. A comissão avaliadora consi- em especial numa temática em que há es-
derou uma excelente proposta, visto que o cassez de conhecimento, assim, sentimo-nos
curso de Fonoaudiologia tem uma grade motivadas em oferecer um curso pela inter-
curricular extensa e o uso desta ferramenta net que seja capaz de atualizar enfermeiros
contribuiria para a complementação da for- de unidades neonatais sobre o ambiente
mação dos estudantes. Os demais alunos que sensorial de bebês pré-termo. Como apoio a
participaram da Liga de Telessaúde demons- este curso, um dos objetivos do trabalho foi
traram interesse na área, uma vez que após desenvolver um blog que tratasse da temá-
a formação saberiam como proceder de ma- tica do ambiente sensorial das unidades ne-
neira mais eiciente diante de pacientes que onatais. Com o uso dos blogs é possível que
tenham alteração do Sistema Vestibular. se estabeleça uma interação entre estudan-
tes e professor, entre estudantes da mesma
Conclusão turma, entre turmas da mesma instituição e
Pode-se concluir que a proposta apresen- de várias instituições. Em um blog pode ha-
tada poderá contribuir para curso de gra- ver o debate de temas, a veiculação de di-
duação em Fonoaudiologia, na formação versos materiais, a expressão de opiniões, há
de um proissional com conhecimento em o estimulo à leitura e à produção de textos,
mais uma área de atuação. favorecem também as práticas colaborativas
e as aprendizagens compartilhadas, além de
promover a autonomia na aprendizagem
proposta pelo lema de “aprender a apren-
der” (OLIVEIRA et al., 2015).

Objetivo
Desenvolver um blog como apoio ao curso
de atualização online para enfermeiros sobre
o ambiente sensorial nas unidades neonatais.

Método
Estudo metodológico sobre o desenvol-
vimento do blog “Cuidando do ambiente
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 218
sensorial na unidade neonatal: ruído, lumi-
nosidade e manipulação”.
Inovações em aulas de
Resultados laboratório e trabalhos
O curso online ainda está em fase de de-
senvolvimento. O blog foi desenvolvido e de campo
sua primeira publicação foi no dia 17 de no-
vembro de 2015, Dia Mundial da Prematuri- Vivências de Campo e
dade. Neste dia foram 117 visualizações em
3 países diferentes. A primeira postagem do
Interfaces Tecnológicas: O
blog foi referente ao dia da prematuridade, Facebook como Suporte ao
ao papel do enfermeiro nas unidades neo- Ensino de Lazer e Turismo
natais e aos principais fatores presentes no
ambiente sensorial das unidades neonatais. Escola De Artes, Ciências E Humanidades
Da Universidade De São Paulo
Conclusões
Thiago Allis
Como conclusões parciais, pode-se notar
thiagoallis@usp.br
que o blog possui um potencial de atingir
inúmeras pessoas, em diferentes locais ao Apresentação
mesmo tempo, assim como a EaD, com a Este trabalho apresenta resultados de
vantagem de ser bastante interativo. Acre- trabalho realizado no âmbito da disciplina
dita-se que um ponto importante para a “Estudos Diversiicados 1”, parte do Ciclo
ampla visualização do blog no dia citado, foi Básico (CB) de todos os cursos da Escola de
seu compartilhamento nas redes sociais. Es- Artes, Ciências e Humanidades. O enfoque
pera-se que o blog atinja um grande núme- da disciplina – que cujo programa é variá-
ro de enfermeiros, alunos de enfermagem e vel e composto de “atividades optativas e
familiares de prematuros. integradora” – busca a “permitir o acesso
a diferentes conteúdos culturais, acadêmi-
Referências cos e cientíicos” e “possibilitar o trabalho
OLIVEIRA, E. S .G.; CARVALHO, C. A.; SIL- e o aprendizado sistematizado sobre con-
VA, F. T. B.; DERECZYNSC, R. S. Possibilidades teúdos em que alunos e professores sin-
de inovação em educação a distância: blogs tam que enriquecerá a vida acadêmica”. Em
educativos como recurso didático. Revista 2016, estabeleceu-se um tema que pudes-
EAD em Foco, v. 5, n.1, p. 13-31, 2015. se aproximar os discentes de uma temática
candente: as imigrações na cidade de São
Paulo, proporcionando lidar com questões
de hospitalidade (a base para as práticas tu-
rísticas) e hostilidade (em que os conlitos e
guerras são sua manifestação extrema, le-
vando às diásporas). Neste contexto, acor-
dou-se que o espectro temático se daria
em torno do “turismo pós-conlito” (Lynch,
Causevic, 2011), a partir do qual os discen-
tes (duas turmas de 60 alunos cada) pude-
ram se dedicar a estudos de caso (de paí-
ses ou regiões que passaram por conlitos
e, de alguma maneira, têm no turismo um
dos pilares de sua reconstrução), bem como
interagir com questões de migração e refú-
gio. Este segundo aspecto será enfatizado
neste pôster, conquanto permitiu vivências
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 219
dos discentes com refugiados de São Paulo, Referências
tema candente atualmente. CAUSEVIC, S.; LYNCH, P. (2011). Phoenix
tourism: post-conlict tourism role. Annals
Metodologia of Tourism Research, vol. 38, p. 3, p. 780-
Para além das atividades em sala de 800. FRITH, J. (2015) Smartphones as loca-
aula (leitura e discussão de textos, estudo tive media. Polity: Cambridge.
de caso, debates), uma das atividades do
programa foi uma visita técnica, a ser fei- Percepção do Aluno de
ta em situações de contato com refugiados Graduação em Odontologia
em São Paulo – normalmente, atendidos
por organizações de acolhida, com o “food Frente à Atividade Laboratorial
park” apoiado pela ADUS, em São Paulo. de Diagnóstico de Lesões
Os discentes foram orientados a fazer ob- de Cárie Dentária: Estudo
servações, durante visitas autônomas, tan-
to como visitantes/turistas comuns, quan- Randomizado e Controlado
to como estudiosos, em que pese atenção Faculdade de Odontologia da Universidade
para o potencial de desenvolvimento tu- de São Paulo
rístico na cidade. O produto destas obser-
vações – acordado com as turmas previa- Fernanda Rosche Ferreira, Maria Eduarda Franco
mente – deveria ser uma postagem de foto Viganó, Isaac Murisi Pedroza-Uribe, Elisabeth de
em grupo de Facebook das salas. Com isso, Souza Rocha, Isabela Floriano, Daniela Prócida
completa-se o ciclo elementar da etnogra- Raggio, Marcelo Bonecker, José Carlos Imparato,
ia (observar-registrar-processar) e compar- Fausto Medeiros Mendes, Mariana Minatel Braga
tilham-se resultados numa rede social com ferosche@usp.br
colegas. Em sala, a página do Facebook era
Resumo
aberta pelo docente, que conduzia discus- A cárie dentária é a doença bucal mais
sões sobre experiências, imagens e associa- prevalente na população e, assim, cabe aos
ção imigração-turismo. docentes tornarem o ensinamento do seu
diagnóstico o mais aproximado da realidade
Resultados Preliminares para que os alunos se sintam mais coniantes
Ao incorporar uma tecnologia de comu- ao examinar seus pacientes. Para isso, dentro
nicação fartamente disponível no cotidiano do curso de Odontologia, foi proposto um
da maior parte das pessoas (especialmente laboratório para complementar o conteúdo
jovens), a atividade foi facilmente assimi- teórico sobre diagnóstico de cárie. Já verii-
lada pelos discentes, que, para cumprirem camos que há um impacto no aprendizado
um exercício de observação, puderam ex- do aluno quando utilizada essa metodologia
pressar suas interpretações em ambientes de ensino. Entretanto, gostaríamos, ainda, de
virtuais, mas sem abandonar o lastro com avaliar a visão do aluno sobre a importância
territorialidades especíicas, habitada por desse tipo de atividade. Alunos de gradu-
sujeitos “reais”. Este aspecto corrobora ar- ação da FOUSP que cursaram o Núcleo de
gumento de Frith (2015) sobre as funcio- Diagnóstico (2o/3o ano) e a disciplina Odon-
nalidades das novas tecnologias móveis: “a topediatria (4o/5o ano) nos cursos diurno e
internet foi originalmente concebida como noturno entre Agosto de 2013 e Dezembro
não-lugar, mas os serviços baseados em lo- de 2014 foram envolvidos nesse estudo ran-
calização [smartphones com internet e apli- domizado. Todos os alunos receberam aula
cativos] mostram que a informação digital teórica sobre diagnóstico de cárie. Após a
é crescentemente organizada em função aula, eles foram randomizados em dois gru-
de localização física” (p. 11). Isso, como ex- pos, onde apenas um deles recebeu treina-
posto, pode agregar resultados positivos ao mento prático com tutores para diagnostico
processo de ensino-aprendizagem, inexora- de cárie a partir de imagens e dentes extra-
velmente mediados pelas TICs. ídos. Entre as 7 turmas estudadas, duas ha-
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viam passado pelo Núcleo de Diagnóstico no Agradecimentos
início do curso, mas foram apenas avaliadas Aos pós-graduandos e professores envolvi-
ao inal, na Odontopediatria. Os demais ha- dos na Disciplina de Odontopediatria e no Nú-
viam passado apenas pela Odontopediatria cleo de Diagnóstico da FOUSP (em especial,
(turmas do currículo antigo) ou pelo núcleo Profa. Andrea Witzel, pelo convite a participar
de Diagnóstico (turmas do currículo novo, desse núcleo), que contribuíram de diferentes
mas ainda no início do curso). Para avaliação maneiras para que esse estudo pudesse ocor-
da percepção do aluno, foram feitos ques- rer paralelamente ao ensino da graduação.
tionamentos sobre o grau de satisfação em Aos alunos de graduação que participaram
relação à atividade (escala Likert) e se se sen- do estudo, permitindo construção de evidên-
tia bem preparado para após tal experiência cias sobre o ensino de graduação.
de ensino (desfechos). Utilizamos na análise
multinível de regressão de Poisson a relação Parques Urbanos e seus Usos:
entre os desfechos acima e o tipo de ativida- Construindo um Campo de
de de ensino desempenhada, bem como ou-
tras variáveis independentes. Razão de pre-
Análise em Lazer e Turismo
valência (RP) ou Razão de taxas (RT) foram Escola de Artes, Ciências e Humanidades
calculadas com 95% de intervalo de conian- da Universidade de São Paulo
ça (95%IC) dependendo do desfecho. Resul-
tados: Foram avaliados 361 alunos (174: sem Reinaldo Pacheco e Sidnei Raimundo
laboratório, 187: com laboratório). Aproxi- repacheco@usp.br
madamente 70% dos alunos que izeram
A necessidade de discutir o lazer em parques
o laboratório se disseram moderadamente
urbanos levou à criação, no curso de Lazer e
ou muito satisfeitos, ao passo que cerca de
Turismo (EACH-USP Leste), de uma disciplina
50% que não izeram a atividade mostra-
optativa livre sobre “Uso Público em Parques
ram o mesmo peril (RR=1,22; 95%IC=1,03-
Urbanos”. Oferecida em 2013, 2014 e 2015,
1,44). Os alunos se sentiram cerca de 30%
esta disciplina teve cerca de 180 estudantes
mais preparados que os que não a izeram
matriculados. Os objetivos da disciplina são: a)
(RP= 1,32; 95%IC=1,01- 1,73). Aqueles alu-
apresentar aos estudantes as conluências dos
nos que faziam a atividade pela segunda vez estudos sobre uso público em parques com o
(primeira vez no Núcleo de Diagnóstico e a campo dos estudos do lazer; b) proporcionar
segunda, na Odontopediatria) se sentiram aos estudantes aulas em campo para subsidiar
mais satisfeitos frente a atividade (RR=1,31; a construção do olhar analítico sobre o uso pú-
95%IC=1,10-1,56) e também se diziam mais blico em parques urbanos; e c) estimular entre
preparados que os que passaram apenas os estudantes a proposição de programas de
pelo núcleo (RP=1,82; 95%IC=1,37-2,42). O uso público que aliem educação ambiental,
mesmo não ocorreu com os outros alunos conservação e lazer. A disciplina conjuga cerca
da Odontopediatria que não passaram pelo de 30 horas/aula em sala e o mesmo em aulas
núcleo (satisfação: RR=1,08; 95%IC=1,08 em campo. A cada ano, uma cidade diferente
95%IC=0,78-1,50/ auto-coniança no pre- tem seus parques analisados.
paro: RP=1,01; 95%IC=0,59-1,70). Podemos Em 2013, as aulas em campo foram reali-
concluir, assim, que a prática laboratorial em zadas em Curitiba. Fomos recebidos por cole-
diagnóstico de cárie deixa o aluno mais sa- gas da UFPR, em um dos parques da cidade e
tisfeito e auto-coniante em desempenhar foram visitados ainda outros 4 parques, com
tal competência. Além disso, ao ser repetido cerca de 90 estudantes. Divididos em grupos,
em diferentes fases do curso de Odontolo- os estudantes realizaram a visitação a mais dez
gia, parece potencializar o efeito, não apenas parques na cidade. Os relatórios dos estudan-
na habilidade prática do aluno (como visto tes conduzem à constatação de que há maior
anteriormente), mas também no que tange cuidado com os parques ícones da cidade em
sobre a percepção do mesmo quanto à ati- detrimento dos parques mais “periféricos”.
vidade e ao seu próprio preparo acadêmico. Pode-se observar que os gargalos em relação
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 221
aos recursos humanos, inanceiros e de parti-
cipação popular na gestão são evidentes. Experimentos com Geradores e
A disciplina em 2014 teve as aulas em
campo nos parques da cidade de São Paulo.
Circuitos em Corrente Alternada
Permitiram um comparativo entre aspectos Escola de Engenharia de Lorena da
da gestão municipal e estadual. Cerca de 60 Universidade de São Paulo
estudantes visitaram 3 parques municipais e
3 estaduais. Os parques municipais dispõem Carlos Renato Menegatti, Giovani Teixeira de
de um sistema organizado de participação Azevedo, Carlos José Todero Peixoto
popular na gestão, o que não ocorre nos renatomenegatti@usp.br
parques estaduais. Notou-se que os garga- Resumo
los de gestão também são recursos huma- O objetivo principal deste projeto, ainda
nos e inanceiros. Induzir a uma maior cul- em andamento, é a introdução de experi-
tura da participação da população na ges- mentos de circuitos em corrente alternada
tão destes espaços públicos é fundamental. na disciplina Laboratório de Eletricidade LOB
Mas não é apenas este aspecto que deve 1040 do Departamento de Ciências Básicas e
ser considerado na melhoria da gestão. Ambientais da Escola de Engenharia de Lore-
No terceiro ano de aulas em campo pode- na (EEL-USP). Será proposto a inclusão de 7
-se observar a gestão dos parques urbanos de novos experimentos práticos e a elaboração
Belo Horizonte/MG, com cerca 40 estudantes, de seus respectivos roteiros teórico/experi-
visitando 6 parques. Pode-se constatar que mental. Além destes experimentos, estamos
a administração por meio de uma autarquia introduzindo um experimento que explora
(Fundação de Parques Municipais) conferiu o mérito de um gerador de corrente alterna-
maior agilidade nas tomadas de decisão em da. Com este experimento, o aluno será ca-
relação à gestão, mas o corpo técnico e os re- paz de medir a distorção harmônica do sinal
cursos inanceiros continuam escassos. do gerador para diferentes conigurações de
Assim, o estudante é estimulado a reletir magnetos. Tais conigurações foram pouco
sobre a importância dos parques urbanos exploradas na literatura. Os detalhes de cada
no cenário do direito ao uso dos espaços experimento serão descritos na apresentação.
públicos e do direito à cidade. Busca-se assi-
nalar as recentes estratégias adotadas pelo Ensino de Interpretação
Estado no sentido de qualiicar a gestão do
uso. Discute-se a necessidade de estraté- Radiográica Odontológica
gias combinadas entre o Estado, organiza- uma Experiência de 45 Anos
ções sociais e atores privados, com controle Faculdade de Odontologia de Bauru da
social e transparência e que preservem o Universidade de São Paulo
direito à cidade e o acesso público. A inter-
venção proissional nas políticas públicas de Ana Lúcia A. Capelozza, Isabel R. F. R. Bullen, Cássia
cultura, lazer e turismo depende também M.F. Rubira, Paulo S.S. Santos e José H. Damante
de recursos humanos em número e quali- anacapel@fob.usp.br
dade suicientes.
As disciplinas de Radiologia e Estomatolo-
gia tiveram seu início na FOB (USP) na década
de 1960 com o professor Luiz Casati Alvares,
vindo da FOUSP, responsável pela formação
do Departamento de Estomatologia, logo
contou com a colaboração do Prof. Dr. José
Alberto de Souza Freitas oriundo da Faculda-
de de Odontologia da PUC -Campinas. Estes
dois professores tiveram a ideia de elaborar
um material que auxiliasse a compreensão de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 222
imagens radiográicas nas aulas de laborató-
rio. Com o tempo, e a ajuda dos Professores Atividades Baseadas
Orivaldo Tavano e José Humberto Damante em Problemas como
seus ex-alunos, criaram um conjunto de ma-
nuais usando o ilme Duplicating (KODAK), o
Complemento Importante
material foi feito na câmara escura do depar- ao Aprendizado Tradicional
tamento sob o olhar atento do Mestre Casati da Disciplina de Laboratório
e pelas mãos cuidadosas de José Messias. de Físico-Química
Conhecidos como manuais de interpreta-
ção radiográica, foram elaborados 5 títulos Instituto de Química de São Carlos da
nas seguintes sequencia: Anatomia radio- Universidade de São Paulo
gráica dentomaxilar, anatomia radiográica
craniofacial, lesões e anomalias dentárias , Lucas Henrique Eiras dos Santos e Artur de Jesus
cistos dos maxilares e tumores dos maxilares. Motheo
Cada aluno tinha a oportunidade de apren- artur@iqsc.usp.br
der em seu próprio conjunto de pranchas e O método de ensino usualmente utiliza-
tinha um manual impresso com as explica- do em disciplinas experimentais no ensino
ções e os testes de conhecimento. de química baseia-se em uma abordagem
Estes manuais foram adotados por muitas
tradicional (AT), na qual o aluno deve se-
instituições Federais e Estaduais em todo o
guir um roteiro pré-estabelecido. Este tipo
Brasil, formando centenas de cirurgiões-
de atividade dedutiva estimula o desen-
-dentistas. Que puderam ainda complemen-
volvimento de habilidades cognitivas de
tar sua formação com um livro elaborado
ordem inferior por ser relativamente pou-
por esta mesma equipe, adotado até hoje
co desaiadora [1]. Entretanto, a formação
por muitas universidades brasileiras.
Novos integrantes se juntaram á equipe de proissionais requer o desenvolvimento
entre eles os professores Luiz Eduardo Mon- de habilidades cognitivas de ordem supe-
tenegro Chinellato e Ana Lucia Alvares Cape- rior, pelo que se tem desenvolvido, nas úl-
lozza que haviam usado o material quando timas décadas, novas estratégias de ensino
alunos de graduação. e aprendizagem. Neste contexto, atividades
Com o passar dos anos, novas tecnologias dedutivas baseadas em problemas (ABP),
e a diiculdade na obtenção dos ilmes im- nas quais o professor atua como mediador
portados e do custo destes manuais, preci- do processo de aprendizagem têm-se mos-
sávamos nos adequar. trado promissoras [1,2]. Utilizaram-se, na
Em novembro de 2008, fomos contemplados disciplina de Laboratório de Físico-Química
com o “Laboratório de Diagnóstico por ima- (6o. Semestre do Bacharelado em Química
gem Prof. Dr. Luiz Casati Alvares” onde 25 com- do IQSC/USP), AT e ABP conjuntamente e
putadores, são atualmente utilizados por nos- avaliou-se a contribuição das mesmas para
sos alunos de graduação e de pós-graduação. o aprendizado dos alunos. As AT consistiram
As imagens dos manuais foram digitaliza- de experimentos sobre os quais os alunos
das, novas imagens acrescentadas e os ma- deveriam escrever um relatório; já as ABP
nuais foram transformados em arquivos PDF envolveram projetos em que os alunos de-
com as informações necessárias para sua veriam propor, realizar e discutir os resulta-
compreensão e os testes de conhecimento dos de um conjunto de experimentos con-
no mesmo arquivo, facilitando a leitura ago- siderando aspectos teóricos de físico-quí-
ra no monitor e acabando com a necessida- mica. No decorrer do curso foi observada a
de de fazer cópias xerográicas dos textos. diiculdade por parte dos alunos na elabo-
ração dos relatórios; os mesmos atribuíram
esta, predominantemente, aos obstáculos
de fazer a correlação entre o experimento
realizado e o respectivo conteúdo teórico.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 223
Em contrapartida, as ABP proporcionaram, que os sistemas de saúde sejam efetivos,
segundo os alunos, o desenvolvimento de eicientes e acima de tudo, seguros para os
habilidades relacionadas à análise crítica da pacientes, para que estes se satisfaçam e
literatura, tomada de decisões, planejamen- para que o ambiente de trabalho seja mo-
to e execução de experimentos, resolução tivador e sustentável. A Escola de Engen-
de problemas, comunicação oral e escrita, haria de Lorena da Universidade de São
e percepção da importância tecnológica da Paulo, irmou o apoio na gestão de pro-
físico-química. De acordo com a avaliação cessos a uma instituição da saúde munic-
realizada, onde o conceito 1 signiica “não ipal, onde busca a integração de alunos e
contribuiu” e 5 “contribuiu completamente”, docentes na busca de soluções para a mel-
ao menos 76% dos alunos atribuíram con- horia das atividades, além de melhorar a
ceitos 4 e 5 quanto ao desenvolvimento das experiência dos alunos nestes assuntos. A
habilidades mencionadas. Desta forma, ve- proposta se baseia na transferência de tec-
riica-se que o uso de atividades baseadas nologia relacionada a gestão por meio da
em problemas conjuntamente às atividades ilosoia denominada Lean Healthcare, que
tradicionais mostra-se bastante eicaz e tem traz os princípios de eliminação de des-
grande aceitação por parte dos alunos. perdícios, realização da maior quantidade
possível de serviços com quantidades mín-
Referências imas de recursos e esforços e eliminação
[1] Domin, D.S. A review of laboratory in- de erros, através da aplicação de ferramen-
struction styles. J. Chem. Educ., 76 (1999) tas da gestão, mantendo apenas as etapas
543-547. essenciais dos processos e as que agregam
[2] Carvalho, A.M.P.; Santos, E.I.; Azevedo, valor, ou seja, as que contribuem para a
M.C.P.S; Date, M.P.S.; Fujii, S.R.S.; Nascimen- satisfação do cliente. Este projeto tem ativ-
to, V.B. Termodinâmica: um ensino por inves- idades de educação e treinamento a fun-
tigação. São Paulo: FEUSP (1999). cionários da instituição de saúde, além da
imersão dos alunos em relatórios de con-
Agradecimentos: LHES agrade à CAPES sultoria a demandas especiicas. Dentro do
pela bolsa concedida. escopo do projeto, professores envolvidos
proporcionam treinamento dos gestores
Metodologia de Apoio dos diversos setores do hospital, dando a
a Melhoria de Processos eles os conhecimentos necessários para a
implantação e manutenção da gestão Lean
Organizacionais em um Healthcare, além de treinamento compor-
Hospital Público Através tamental para aprimorar suas habilidades
da Integração Universidade de trabalho em grupo e aceitação das no-
Empresa vas práticas. Os alunos intervêm dentro
de oportunidades de colocar em prática
Escola de Engenharia de Lorena da ferramentas estudadas em seu curso, di-
Universidade de São Paulo sponibilizando material a ser avaliado e
aprimorado, para que se possa veriicar a
Eduardo Ferro dos Santos; Suzana Wirthmann eicácia da aplicação do Lean Healthcare
Trovó; Marcos Antônio Carvalho Pereira; Messias nesta instituição.
Borges da Silva; Maria Auxiliadora Motta Barreto
eduardo.ferro@usp.br
Os serviços de saúde são de suma im-
portância para a sociedade. No entanto
não é difícil encontrar falhas nos serviços
prestados, que por vezes são prejudiciais
para a saúde e para a satisfação dos usuári-
os e proissionais envolvidos. É necessário
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 224
Avaliação do Emprego de Conhecendo o Territorio na
Radiograia Digital no Ensino Estratégia de Saúde da Família
de Graduação da FORP/USP Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Preto da Universidade de São Paulo
S.F. Mestriner, W. Mestriner Jr., M.G.C. Watanabe
Fabiana Almeida Curylofo-Zotti, Gabriela Jayme, e F. Silveira
Plauto Christopher Aranha Watanabe, Silmara somestri@hotmail.com
Aparecida Milori Corona O entendimento do processo saúde-do-
fabianacurylofo@gmail.com ença tem caminhado para uma concepção
Resumo ampliada de saúde, que articula saúde com
O sistema de radiograia digital possibi- condições de vida, considerando-a uma
lita a diminuição da geração de resíduos, acumulação social, expressa num estado
obtenção de radiograias com excelente de bem-estar, que pode indicar acúmulos
resolução, transmissão de imagens radio- positivos ou negativos. Da mesma forma, a
gráicas em tempo real e criação de um prática de assistência junto aos indivíduos
banco de dados que não se degrada com o e aos grupos sociais é orientada pela vi-
tempo. Este estudo tem por objetivo avaliar são que se tem desse processo dinâmico e
o emprego da radiograia digital no ensi- complexo de vida das pessoas na socieda-
no de graduação da FORP/USP, no período de, nos diferentes espaços da vida cotidia-
de 03/2015 a 04/2016, nas disciplinas de na, compreende, desde os domicílios (nos
Dentística, Endodontia e Clínica Integrada. programas de saúde da família) a áreas de
Foram avaliados aspectos relacionados à abrangência (de unidades de saúde) e terri-
angulação do cilindro, posicionamento do tórios comunitários (dos distritos sanitários
sensor, kilovoltagem, miliamperagem, tem- e municípios). Atualmente já existe o con-
po de exposição e manipulação do softwa- senso de que conhecer o território relacio-
re. Observou-se que em 1108 radiograias nado ao grupo populacional para o qual o
realizadas pelos alunos, 12,27% apresenta- serviço de saúde está direcionado permite
ram angulação incorreta do cilindro locali- incorporar ao processo de ensino apren-
zador, 14,08% posicionamento inadequado dizagem novas experiências associada a
do sensor digital, 20,22% alteração nos fa- pratica do planejamento e gestão do cuida-
tores de exposição e 53,16% não apresen- do. É neste contexto que os estudantes do
taram nenhuma das alterações analisadas. curso de odontologia da FORP-USP, do 3o
Veriicou-se que o problema mais frequente período, realizam o primeiro contato com
relacionou-se aos fatores de exposição, que uma unidade de saúde. Esta vivencia se de-
senvolve junto a Disciplina Atenção Primá-
envolve a kilovoltagem, miliamperagem
ria à Saúde na Estratégia Saúde da Família I,
e tempo de exposição. Conclui-se que os
durante uma semana de imersão, e tem por
fatores de exposição são os principais res-
objetivos contribuir para o desenvolvimen-
ponsáveis pelas alterações observadas nas
to da compreensão, das diretrizes do Siste-
radiograias e não dependem do empre-
ma Único de Saúde, do trabalho em equipe
go do sistema de radiograia digital. Apoio
multiproissional e interdisciplinar, do pro-
Pro-Reitoria de Graduação USP.
cesso saúde-doença como resultante de
Palavras-chave: radiograia digital, ensi- determinantes biológicos e sociais, da inte-
no de graduação. gralidade da atenção como eixo norteador
da atenção em saúde, do processo de ges-
tão dos serviços de saúde e da responsabi-
lização pelo cuidado enquanto proissional
de saúde. Utilizando-se de metodologias
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ativas de aprendizagem, sensibiliza o estu- sionais e de tecnologias capazes de fornecer
dante para a prática do cuidado, atributo da mão de obra qualiicada/especializada e de
Atenção Primária em Saúde, em especial na insumos para o desenvolvimento de suas
Estratégia Saúde da Família. Dentre as ativi- cadeias de produção dentro de prazos exi-
dades propostas, desenvolvem o processo gentes. A Universidade, nesse sentido, pode
de territorialização na Estratégia de Saúde contribuir para adiantar parte do treinamen-
da Família, reconhecendo um território ads- to realizado por empresas, principalmente,
trito a uma unidade de saúde e caracteri- na ambientação e relação prática-teoria
zando os espaços e programas sociais da da formação proissional. Nesse sentido, o
área. O que favorece a aquisição de novas Campo-Escola pode ser essa contribuição,
competências (identiicando valores e obs- pois se trata de um sistema que apresenta
táculos na área de abrangência da Unida- ganhos para os alunos, a serem capacitados
de de Saúde) e habilidades (observando, em habilidades somente desenvolvidas em
comunicando, identiicando e consultando campo, como também, traz benefícios para
diferentes fontes de dados, reconhecendo a universidade e sociedade, tendo em vista
lideranças, registrando, planejando, siste- o valor agregado criado para região impact-
matizando e analisando distintas situações ada e para a produção cientíica brasileira.
em serviços de saúde). Por im estas ativi- Além disso, o sistema chama atenção para
dades, além de permitir uma oportunidade os campos maduros e marginais do Brasil,
rica de vivencia experimental relacionada ao um mercado com potencial já bem estuda-
planejamento e gestão, por meio do conhe- do e explorado. Portanto, o objetivo do tra-
cimento ampliado das condições de vida e balho é analisar sistemas de produção para
das situações que podem levar a problemas ins acadêmicos e mostrar que estudos de
de saúde no grupo populacional, também aproveitamento normal ou alternativo de
permite o estabelecimento de vínculo, ini- reservatórios na Bacia do Paraná podem ser-
cialmente pelo contato com os proissionais vir de base para a instalação de um desses
de saúde no seu ambiente e principalmen- sistemas. A metodologia do trabalho parte
te, pelo planejamento de ações e práticas de análise de casos bem desenvolvidos de
de saúde no serviço melhor direcionadas. projetos de ambientação (tanto com poços
reais quanto alternativas e simuladores vir-
Campo-Escola São Paulo: tuais), e se estabelece precedente para esse
Estudo das Condições estudo com a indicação de sua motivação.
Os resultados da pesquisa demonstram
Necessárias para o que é possível a Bacia do Paraná abrigar o
Estabelecimento de um projeto Campo-Escola, seja para produção
Campo para Atividades de hidrocarbonetos, ou para injeção de
Didáticas de Exploração e gás natural (estocagem). Conclui-se que o
projeto de instalação deve levar em conta
Produção de Petróleo fatores ambientais, locais e técnicos. Em se
1
Instituto de Energia e Ambiente da tratando de uma exploração acadêmica, a
Universidade de São Paulo viabilidade econômica não se mostra como
2
Escola Politécnica da Universidade de São fator crítico, dado que parcerias com órgãos
Paulo e empresas do governo são fundamentais
para o projeto e garantem a manutenção
Vitor Emanoel Siqueira Santos1, Hirdan Katarina do mesmo.
de Medeiros Costa1, Edmilson Moutinho dos Palavras-Chave: engenharia de petróleo,
Santos1, Ricardo Cabral de Azevedo2 treinamento, campos marginais, Bacia do
vitorssz@gmail.com Paraná.

Historicamente, o mercado de petróleo e


gás demanda a existência no país de prois-
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manais, os estudantes trabalham conteúdos
Projeto “Huka Katu” - da saúde coletiva utilizando-se ferramentas
presentes na teleodontologia - Cybertutor.
Conhecimentos, Saberes e A Etapa de Campo - é realizada no Parque
Estratégias (Aprendizados) Indígena Xingu-MT, com a participação em
no Âmbito do Subsistema média de cinco estudantes e um docente
supervisor, por um período aproximado de
de Saúde Indígena 18 dias. Estão previstas quatro etapas de
Faculdade de Odontologia de Ribeirão estágio de campo, em períodos de reces-
Preto da Universidade de São Paulo so escolar. Nesta etapa, imersos à realidade
das aldeias e colaborando com o processo
Wilson Mestriner Jr, Soraya Fernandes Mestriner, de trabalho da equipe multiproissional de
Marlívia de Carvalho Watanabe, Luana Pinho de área, os estudantes desenvolvem ações de
Mesquita promoção, prevenção, reabilitação da saú-
mestri@forp.usp.br de bucal e capacitação de Agentes Indíge-
Resumo nas de Saúde. Em consequência do exposto,
Pensar a formação em saúde pelas noções o futuro proissional, é capaz de se adaptar
de integralidade escuta pedagógica, redes às diferentes realidades sociais, culturais
de atenção, alteridade com os usuários e e econômicas que compõem a sociedade
construção do trabalho/dos trabalhado- brasileira. As ações desenvolvidas durante o
res, diz respeito à produção de saúde, com projeto expressam os princípios e diretrizes
adequado peril de proteção e intervenção, do SUS, da Política Nacional de Saúde Bucal
conforme as necessidades do subsistema e das Diretrizes Curriculares para os cursos
de saúde indígena. Com este direcionamen- de Saúde e apresentam as seguintes carac-
to, a Universidade de São Paulo, em parceria terísticas operacionais: integralidade da as-
com a Universidade Federal de São Paulo e sistência prestada à população no âmbito
o Ministério da Saúde, idealizaram o Projeto da atenção básica, com articulação da rede
“Huka-Katu”, que oferece um novo cenário de comunicação entre os níveis de atenção;
de praticas de ensino-aprendizagem aos oferta de serviços de média e alta comple-
estudantes de graduação e pós-graduação xidade do SUS; humanização do atendi-
das várias áreas da saúde, estruturado em mento e capacitação dos proissionais para
duas etapas (preparatória e de campo). Os trabalhar no contexto intercultural; aborda-
estudantes entram em contato com a reali- gem multiproissional; estímulo às ações de
dade da população indígena, aproximando- promoção de saúde, articulação interseto-
-se ao contexto sociocultural, o que possi- rial, participação e controle social e acom-
bilita a modiicação da visão mecanicista e panhamento e avaliação permanente das
ações realizadas. Integra o público alvo do
reducionista da natureza humana para uma
referido projeto à comunidade indígena do
concepção holística e sistêmica da vida e
médio e baixo Xingu; docentes e discentes
assim, amplia o referencial social e cultu-
da Universidade de São Paulo e participan-
ral do processo saúde-doença. A atividade
tes do “Projeto Huka Katu”.
acadêmico-assistencial em questão visa de-
senvolver nos futuros proissionais compe-
tências, habilidades e atitudes necessárias
a pratica do cuidado na atenção básica em
saúde e com isto contribuir com a melhoria
da saúde e a qualidade de vida das comu-
nidades indígena. Oferecido de forma op-
tativa e semestral, em duas etapas, sendo
a primeira a Etapa Preparatória- realizada
na Unidade- FORP-USP com encontros se-
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Jovem Doutor, que incentiva estudantes a
Uso de Serious Game como realizarem trabalhos cooperados, promo-
vendo a saúde e a melhoria da qualidade
Ferramenta Auxiliar para Ensino de vida das pessoas, estendendo o conhe-
de Conceitos de Saúde Auditiva cimento adquirido para além dos muros da
em Projeto Desenvolvido universidade, auxiliando a criar um elo co-
criativo, através de ações educativas intera-
por Alunos do Curso de tivas e inovadoras.
Fonoaudiologia da Faculdade Para tanto, utiliza-se de equipes transdis-
de Odontologia de Bauru ciplinares, com projeto que combinam novas
tecnologias, para que o público-alvo rapida-
Faculdade de Odontologia de Bauru da mente se identiique e motive-se a participar
Universidade de São Paulo
do projeto ativamente, promovendo a inclu-
são digital e o acesso à educação em saúde
Mariana Hortolani Rodrigues, Alan Vitor Ostanik,
desde a tenra idade para todos os públicos,
Daniela Dias Gomide, Izabel Cristina Rossi Landro,
formando cidadãos conscientes de seu papel
Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin, Maria
como agentes transformadores no quesito
Thereza Raab Forastieri Piccino, José do Carmo
Teodoro Junior, Wanderleia Quinhoneiro Blasca
saúde, dentre o meio em que vivem.
mariana.hortolani@gmail.com
Institucionalização do
No Brasil, desde o início dos anos 90 ob- Modelo Educativo de
servam-se algumas preocupações do go-
verno com a qualidade dos produtos consu- Formação Interproissional
midos e serviços prestados, principalmente 1
Faculdade de Odontologia da Universidade
na área de saúde. Hoje, existe largo investi- de São Paulo
mento em materiais educativos, preventivos 2
Escola de Educação Física e Esporte da
e em ações que tragam uma melhoria, ain- Universidade de São Paulo
3
da que básica, à vida da população brasi- Secretaria Municipal de Saúde de São
leira. Neste contexto, os jogos computacio- Paulo
4
nais ganham destaque por possibilitar um Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
equilíbrio entre o desaio e o envolvimento Universidade de São Paulo
do jogador durante a interação (PAPASTER-
GIO, 2009), sendo uma poderosa ferramen- Simone Rennó Junqueira1, Celso Zilbovicius1,
ta quando focados na educação. Dentre as Yara Maria de Carvalho2, Samuel Cecconi3,
aplicações de jogos, existe a categoria dos Mariana Cipullo das Neves3, Karina Cerf3, Karyna
serious games, que têm como característi- Leme Roque4, Lígia Ferreira Gomes4
ca principal ensinar aspectos especíicos ou srj@usp.br
treinar habilidades operacionais e compor- A disciplina optativa interunidades Prá-
tamentais. Quando adentramos o campo da tica Multiproissional em Atenção Básica à
educação em saúde, que procura promover Saúde é uma iniciativa motivada pela ex-
a saúde e a prevenção de doenças, sendo periência de um coletivo de docentes/
amplamente utilizados dentro das escolas, preceptores com o Programa de Educação
podemos criar estratégias interativas que pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) e
combinem as vivências de alunos de gradu- o Programa Nacional de Reorientação da
ação, pós-graduação, ensino fundamental e Formação Proissional em Saúde (Pró-Saú-
médio, através de meios interativos. de) na Universidade de São Paulo (USP),
Aliando os dois pensamentos, o intuito campus Capital. Esta narrativa descreve a
deste trabalho é apresentar um projeto de trajetória percorrida para a sistematização
um serious game voltado à área de Fonoau- e implementação da disciplina, para inspi-
diologia, da Faculdade de Odontologia de rar novas iniciativas. O trabalho conjunto de
Bauru (FOB/USP), sendo parte do Projeto docentes/preceptores de distintos cursos
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da área da saúde iniciado pelos programas do SUS, imersos na dinâmica dos serviços,
ministeriais indutores possibilitou amplo para o desenvolvimento de atividades de
e permanente debate sobre “formação in- promoção à saúde em grupos multipro-
terproissional e inovações educacionais”, issionais; e ampliação da percepção dos
discutidos em três Simpósios de Integração estudantes a respeito das potencialidades,
Ensino-Serviço, entre 2012 e 2014. Conti- responsabilidades e demandas especíicas
nuando esse processo, criamos estratégias da própria formação proissional visando
para dar sustentabilidade a experiências a inter e a transdisciplinaridade. A inserção
interproissionais, orientados pelo modelo dos estudantes no ambiente do trabalho
tutorial, para garantir espaço para ativida- possibilitou aos docentes/preceptores am-
des práticas nos serviços públicos de saúde, pliar o debate relativo à formação, a partir
caso da referida disciplina, sediada na Fa- de diferentes perspectivas, entre diferentes
culdade de Ciências Farmacêuticas. Pela Lei atores (proissionais, docentes, estudantes e
de Diretrizes e Bases, a educação superior usuários), com propostas de atividades de
tem como inalidade estimular o conheci- ensino, pesquisa e extensão de acordo com
mento dos problemas do mundo presente, as necessidades e interesses dos usuários
prestar serviços especializados à comunida- e, ao mesmo tempo, com a apropriação do
de e estabelecer com esta uma relação de exercício de lidar com as surpresas, dilemas
reciprocidade. Segundo as Diretrizes Curri- e desaios do cotidiano do Serviço.
culares Nacionais dos Cursos de Graduação
em saúde é preciso dotar o proissional de Laboratório de Fotojornalismo
conhecimentos requeridos para o exercí- Escola de Comunicações e Artes da
cio de várias competências e habilidades Universidade de São Paulo
especíicas, dentre elas o reconhecimento
da “saúde como direito e condições dignas Wagner Souza e Silva
de vida e atuar de forma a garantir a inte- wasosi@gmail.com
gralidade da assistência, entendida como
conjunto articulado e contínuo das ações e Observar como o fotojornalismo vem li-
serviços preventivos e curativos, individuais dando com a atual realidade de produção e
e coletivos, exigidos para cada caso em to- circulação de imagens nas redes sociais tem
dos os níveis de complexidade do sistema”. sido a preocupação da disciplina “Labora-
Para tanto, indicam a necessidade de maior tório de Fotojornalismo”, ministrada desde
interação entre ensino, serviço e comunida- 2013, no curso de Jornalismo da Universida-
de, alcançada a partir dos estágios. Na USP, de de São Paulo. Tais redes são canais de cir-
os estágios são regidos pela Resolução no culação que portam um forte apelo afetivo
5.528, respeitando a legislação municipal em suas dinâmicas, uma vez que são pau-
que cederá os espaços. Nosso local de in- tadas por narrativas ancoradas nas relações
tervenção é a região oeste do município de interpessoais e no cotidiano da intimidade
São Paulo. Tendo como referência a Portaria de seus usuários. Ao mesmo tempo, as fa-
no 1.900 da Secretaria Municipal de Saúde, cilidades de uso dos dispositivos envolvi-
de 2012, iniciamos, em 2014, o planejamen- dos, aliadas ao imediatismo e à mobilidade
to para a criação da disciplina, aprovada inerentes aos seus processos de construção,
em 2015. Ao iniciar o processo para a so- promovem uma já notada produção desen-
licitação do estágio, estava em vigor nova freada de imagens, em sua maioria despo-
legislação municipal (Portaria 595/2015). jadas e espontâneas, que parecem exigir a
Protocolamos o pedido em 2015, para iní- recolocação das questões envolvendo os ho-
cio em 2016. Com o Termo de Cooperação rizontes estéticos da fotograia, uma vez que
publicado, iniciamos nossas atividades em a dimensão afetiva das trocas é que se torna
parceria com os proissionais da UBS, ofe- o pilar de expressão das imagens.
recendo aos estudantes vivências in loco O fotojornalismo tem o potencial de ocu-
para: a compreensão do funcionamento par um lugar estratégico nesse cenário: ao
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mesmo tempo em que pode ser considera- e pós-graduação, desde de entrevistas até
do um gênero fotográico inaugurador de especiais, com destaque para o programa
uma “fotograia telemidiática”, sempre co- Você no Esporte, que tem a participação de
locada à distribuição (ainda que isso tenha alunos de outras unidades. O principal ob-
ocorrido inicialmente em meios impressos), jetivo do projeto Universidade 93,7 é capa-
sua prática construiu uma dimensão técnico- citar os estudantes a explorar o laboratório
-estética especíica e muito bem demarcada, de rádio como espaço de fomento à reali-
a qual, neste momento de circulação intensa zação em radiojornalismo. Como resultado,
promovida pelas redes, merece ser revista. os universitários produzem programas se-
O objetivo desta apresentação é demons- manais que são transmitidos pela emissora,
trar a experiência de uso da rede social periódica e ininterruptamente, desde 2008.
“Instagram” no ensino do fotojornalismo, Diante das conclusões, observa-se que os
sobretudo quando pensada como um im- estudantes elaboram programas responsá-
portante canal de distribuição da produ- veis com conteúdos diversiicados e de in-
ção fotojornalística dos alunos, e, também, teresse público.
como um promissor espaço de experimen- Palavras-Chave: Jornalismo Esportivo.
tação comunicacional que poderá revigorar Radiojornalismo. Rádio USP. Universidade
tal gênero fotográico. 93,7. Você no Esporte.

Método de Ensino do O Uso das Redes Sociais


Radiojornalismo na USP – e Aplicativos como
Estudo De Caso Sobre o Recursos Colaborativos de
Programa “Você No Esporte” Aprendizagem no Jornal-
Escola de Comunicações e Artes da Laboratório Jornal do Campus
Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo
Carlos Augusto Tavares Júnior, Luciano Victor
Barros Maluly Alexandre Barbosa
carlostavaresjr@usp.br, lumaluly@usp.br alexandre.barbosa@usp.br
Resumo Introdução
Este trabalho apresenta a metodologia O jornallaboratório, por si só, é uma ati-
aplicada à produção do programa de rádio vidade prazerosa aos alunos e permite ex-
Universidade 93,7, que está vinculado às perimentar diferentes recursos de ensino-
disciplinas e aos projetos sobre o ensino do aprendizagem. Mas além das práticas peda-
radiojornalismo do Curso de Comunicação gógicas que envolvem a seleção, constru-
Social, com habilitação em Jornalismo, da ção e edição de notícias, o jornallaboratório
Universidade de São Paulo. A metodologia pode exercitar outras habilidades impor-
modiicou a estrutura do ensino do radiojor- tantes para os futuros proissionais como
nalismo na instituição, porque proporcionou saber trabalhar em equipe, capacidade de
a aplicação direta dos conceitos discutidos resolver problemas e de saber se comunicar
sobre a área, como linha editorial, gêneros, com as novas tecnologias.
pauta, produção, entre outros. As ativida- A rede social Facebook e o aplicativo
des são ampliadas por meio de participação Google Docs permitem não só mais agili-
de monitores, via PEEG (Programa de Estí- dade na construção e correção de textos
mulo ao Ensino da Graduação) e pelo PAE como criam situações de colaboração on-
(Programa de Aperfeiçoamento do Ensino). line em que professores e alunos resolvem
Além disso, o programa está aberto para a situaçõesproblema que vão desde dúvidas
transmissão de produtos radiojornalísticos sobre concisão de textos até decisões mais
que são elaborados por alunos de extensão complexas que envolvem a seleção de fon-
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tes, escolha sobre capas, manchetes e abor- ensinoaprendizagem:
dagens das reportagens. - permite ao professor inserir comentá-
rios ao longo do texto que são visualizados
Objetivo ao mesmo tempo pelo alunos repórteres e
Exempliicar como as redes sociais dina- editores;
mizam o processo de orientação e transfor- - há trocas de mensagens nas caixas de
mam a produção do Jornal do Campus, dis- diálogo abertas ao longo do texto que pos-
ciplina laboratorial do curso de Jornalismo sibilitam o debate sobre o texto, escolha
da ECAUSP, em ambiente colaborativo de de fontes, dúvidas de Língua Portuguesa,
aprendizagem que se estende do tempo e abordagens, apuração, etc;
espaço da sala de aula. - todo o histórico de alterações ica guar-
dado no mesmo documento e os autores
Método podem recuperar versões anteriores; O
Observação participante do uso da rede gmail notiica quando as alterações são fei-
social Facebook e do aplicativo Google tas;
Docs no processo de elaboração do jornal- - cada personagem envolvido na edição tem
laboratório Jornal do Campus durante o pri- cor nome de usuário, o que facilita ao profes-
meiro semestre de 2016. sor identiicar quem de fato atuou no trabalho.

Resultados e Conclusões Elaboração, aplicação e


O Jornal do Campus é uma publicação
quinzenal, com 16 páginas, elaborada por avaliação de materiais
cerca de 30 alunos do 5o semestre (período
noturno) e 4o semestre (período diurno), sob
didáticos
orientação de três professores: um editorial,
um do projeto gráico e outro de fotograia. Construção e Implantação
Atualmente é dividido nas seguintes edito- dos Laboratórios de ensino de
rias: Opinião, Em Pauta, Universidade, Cul-
tura, Ciência, Esportes e Entrevista.
física na Escola de Engenharia
A produção envolve as seguintes etapas: de Lorena em parceria com
escolha de cargos (repórteres e editores o Instituto de Física de São
para cada seção do jornal, além dos edito-
res de arte, foto e online e um aluno res-
Carlos e a Pró-Reitoria de
ponsável pela cheia de todo o processo, Graduação da USP
o secretário de redação; reunião de pauta, Escola de Engenharia de Lorena da
produção das reportagens, edição, diagra- Universidade de São Paulo
mação, envio para impressão e distribuição.
A única atividade que não é feita por alu- Carlos José Todero Peixoto e Carlos Renato
nos é a impressão, mas o aluno no cargo Menegatti
de secretário de redação se encarrega do toderocj@usp.br
contato e envio dos arquivos para a gráica.
Com o uso do Facebook, não só ganha- Resumo
se agilidade na troca de informações e en- A Escola de Engenharia de Lorena foi in-
vios de arquivos, mas também decisões corporada a Universidade de São Paulo em
importantes, como a escolha da próxima 2006. Desde sua incorporação uma série de
manchete, são tomadas em conjunto sem a reestruturações vem sendo implementadas
necessidade da presença física de alunos e em diversos níveis, inclusive nos seus quad-
professores. ros de docentes e funcionários técnico-ad-
O aplicativo Google Docs traz segurança ministrativos. Sua infraestrutura também
e praticidade dos arquivos salvos na nuvem está sendo renovada.
e é um poderoso recurso no processo de Neste âmbito, os laboratórios de ensino de
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física, que estavam em estado de deterioração, nidade matemática, pois grande parte da
precisavam de renovação emergencial. produção acadêmica disponível tem autores
O objetivo principal é a reestruturação formados em áreas diversas a Matemática.
completa destes laboratórios, contando O material consultado foi divulgado pela
com o auxílio da Pró-Reitoria de Gradu- revista ZETETIKÉ2 e é composto por teses e
ação da USP e a colaboração do Instituto dissertações publicadas no Brasil entre 1971 e
de Física de São Carlos (IFSC), destacando 2011 na área de Ensino e Educação Matemá-
o apoio das infraestruturas e pessoal dos tica, por instituições públicas e privadas. Essa
Laboratórios de Ensino de Física e Oicina pesquisa permitiu subsidiar as airmações fei-
Mecânica do IFSC, que também ofereceram tas pelo autor e relativas ao pequeno número
a reprodução de vários experimentos e as de publicações de trabalhos e pesquisas fei-
respectivas apostilas para a realização das tos por matemáticos para o 1o ciclo do EF.
práticas, que serão úteis para todos os cur- A pesquisa foi desenvolvida em duas
sos oferecidos pela EEL. etapas, na primeira, procuramos identiicar
O projeto teve início em abril de 2015 e a partir do título das publicações, aquelas
está em pleno andamento sendo o labo- que se dirigiam ao Ensino Fundamental de
ratório de física I completamente em oper- 1o Ciclo, tanto as voltadas para a formação
ação, o laboratório de física II em inalização como para o ensino de conceitos Matemá-
e os laboratórios de física III e IV em fase de ticos. Na segunda etapa, os autores destas
construção. obras tiveram seus nomes pesquisados na
Plataforma Lattes3 para a identiicação de
A Matemática e a Formação sua formação original.
de Pedagogas: a Ausência Portanto, entre 1971 e 2011, a Revista ZE-
TETIKÉ cadastrou um total de 2.709 publi-
de Autores com Formação cações destinadas exclusivamente a Educa-
Matemática em Publicações ção e Ensino de Matemática, do básico ao
para o 1o Ciclo do Ensino superior. Os dados foram divididos em dois
blocos, de 1971 a 2001 (30 anos), das 712
Fundamental publicações, 38 abordavam o EFI (5,3% das
Faculdade de Educação da Universidade produções) e de 2002 a 2011 (10 anos), te-
de São Paulo mos 1.997 publicações, das quais 50 eram
relacionadas ao EFI (2,5% das produções).
Afonso Martins Andrade Tendo como critério a formação inicial dos
afonso@usp.br autores, identiicamos que das 88 publica-
O recorte feito em minha tese, intitula- ções, 26 delas, ou 29,5%, foram escritas por
da, Ensino de matemática no 1o ciclo: re- autores com formação inicial em Matemá-
presentação, prática e formação de profes- tica, representado 0,96% do total das 2709
soras1, têm por objetivo destacar a revisão publicações.
bibliográica desenvolvida no âmbito das Portanto, nos últimos quarenta anos menos
publicações oferecidas às professoras pe- de 1% das publicações em Educação e Ensino
dagogas para sua formação. Destacamos a de Matemática, escritas por matemáticos, fo-
relevância destas publicações, pois elas se ram dedicadas à formação de pedagogas, o
fazem necessárias à relexão e à produção que pode ser qualiicado como insigniicante
de material instrucional e didático desti- do ponto de vista quantitativo, pois, qualitati-
nado ao ensino da Matemática nas séries vamente, as obras não foram analisadas.
iniciais do Ensino Fundamental e formação
das pedagogas. Notas
Apesar da relevância, os temas relaciona- 1 ANDRADE, Afonso Martins, Ensino de
dos ao ensino de Matemática para as séries matemática no 1o ciclo: representação, prá-
iniciais, como alfabetização matemática, têm tica e formação de professoras, São Paulo:
sido tratados com desinteresse pela comu- FEUSP, Tese, 2015.
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2 ZETETIKÉ, UNICAMP, Faculdade de Edu- ser o principal desaio do docente do IGc-USP,
cação, Círculo de Estudo, Memória e Pesquisa cuja experiência é ministrar disciplinas no cur-
em Educação Matemática. Campinas, 2014 so Geologia. São de competência do IGc-USP
3 A Plataforma Lattes representa a ex- 52,4% das disciplinas obrigatórias do LiGeA.
periência do CNPq na integração de bases Outras unidades da USP envolvidas em disci-
de dados de Currículos, de grupos de pes- plinas de formação teórica ligadas às Ciências
quisa e de instituições em um único Siste- da Terra são IAG, IO, IB e FFLCH.
ma de Informações. Sua dimensão atual se A disciplina GMG0221 – Minerais e Ro-
estende não só às ações de planejamento, chas I, de terceiro semestre, engloba em
gestão e operacionalização do fomento do seu conteúdo programático: noções de
CNPq, mas também, de outras agências de cristalograia e cristaloquímica; classiicação
fomento federais e estaduais, de fundações dos minerais, com ênfase nos silicatos; mi-
estaduais de apoio à ciência e tecnologia, nerais formadores de minérios e de rochas,
de instituições de ensino superior e dos ins- e identiicação macroscópica dos minerais
titutos de pesquisa. Disponível em: http:// com bases nas suas propriedades físicas. A
lattes.cnpq.br/. consolidação deste conteúdo tem sido, nos
últimos três anos, por meio de coleções te-
Coleção Temática de máticas de minerais, organizadas pelos alu-
Minerais: Formação nos. Em 2015, alguns desses temas foram:
Teórica versus Prática minerais utilizados na indústria; minerais
da região de Ubatuba; minerais da infân-
Docente cia; minerais presentes no iPhone; minerais
Instituto de Geociências da Universidade que conduzem eletricidade; coleção pesso-
de São Paulo al desde Argentina ao Brasil; minerais azuis;
minerais utilizados para datação de rochas;
Gianna Maria Garda minerais e pedras preciosas do mundo, e
giagarda@usp.br Geociências e saúde. Os alunos já possuíam
coleções próprias ou adquiriam os minerais.
O curso Licenciatura em Geociências e
Este ano, os alunos irão utilizar espécimes
Educação Ambiental (LiGeA) do Instituto
minerais doadas pela Editora Planeta DeA-
de Geociências da USP (IGc-USP) teve início
gostini do Brasil e que integraram a coleção
em março de 2004 e distingue-se dos de-
Tesouros da Terra – Minerais e Pedras Pre-
mais cursos de licenciatura por “formar pro- ciosas, cuja edição de 2011 constituiu-se de
issionais por meio de uma sólida formação 100 minerais. Os temas propostos até agora
teórica e pela iniciação à prática docente, vão desde cores dos minerais, minerais utili-
aptos a trabalharem na produção e difusão zados na construção civil a minerais utiliza-
do conhecimento cientíico-tecnológico do dos na indústria de cosméticos.
campo educacional, em contextos escola- A data de apresentação das coleções é
res e não-escolares, na área de Ciências da 17 de junho de 2016, com entrega de texto,
Terra”. Assim, o LiGeA deve dar conta não com até dez páginas, informativo sobre a
somente da formação de professor de ensi- coleção e critérios usados para organizá-la.
no fundamental e médio, tarefa que divide
com a Faculdade de Educação da USP (FE-
-USP), mas principalmente da sua formação
teórica, uma vez que o curso não se ‘vincula’
a um curso de graduação ou bacharelado.
A partir de 2007, tem havido um aumen-
to signiicativo do número de alunos que in-
gressam no LiGeA em busca de sua primeira
formação de nível superior. Desta forma, a
formação teórica do aluno do LiGeA passa a
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de aula (formulário sob aplicativo MS Excel) e
Comunicação Discente quarenta e quatro alunos, dispostos em seus
assentos, conforme já se encontravam em
Durante o Processo de
Avaliação: Inluências na
sala, o responderam de forma simultânea em
folhas de resposta individuais. Em teoria este
Convergência das Respostas grupo teve maior chance de interação durante
a aplicação do teste relativamente ao primeiro.
Faculdade de Odontologia da Universidade Totalizados os registros, as respostas foram in-
de São Paulo
terpretadas trazendo os seguintes resultados.
Luiz Eugenio Nigro Mazzilli; Mary Caroline
Resultados
Skelton Macedo; Rogério Nogueira de Oliveira
Cinco alunos dentre os respondentes em
lenmazz@usp.br
computador – G I (14,7%) obtiveram esco-
Introdução re máximo de quatro acertos ao passo que
Em que pese a condição de país em desen- seis dentre os que o izeram por escrito - GII
volvimento e não obstante custo e cobertura (13,6%) obtiveram nota máxima. As princi-
desfavoráveis, veriicam-se expressivos os in- pais diferenças observadas se deram no grau
dicadores de acessibilidade à internet e meios de coincidência dos erros. Analisadas e com-
de comunicação digital, seja através de com- paradas as sequências registradas nas quatro
putadores, seja através de tablets e telefones questões (alternativas, “a”; “b”; e assim por
com acesso à internet. Quanto a estes últimos diante) observou-se que a frequência de re-
estimou-se em 154 milhões o número de petições da mesma sequência foi marcante-
unidades ativas em 2015 (em média três uni- mente menor no GI (14,3%) do que no grupo
dades para cada dois habitantes brasileiros). II (33,3%). Foram observadas 18 variações de
Neste contexto, profundas modiicações nos sequencia no grupo I e apenas 13 variações
padrões de comunicação se estabeleceram a no grupo II. A média global do teste foi de
ponto da atual supremacia da comunicação 6,6 pontos em 10 possíveis (6,1 GI e 6,7 GII).
textual frente à comunicação por voz, por
meio de aplicativos tais como WhatsApp e Conclusões
congêneres. Pois bem, os impactos disso nas Veriicou-se similaridade no grau de
salas de aula são notórios tanto nos seus as- acerto pleno, bem como um desempenho
pectos positivos quanto nos aspectos nega- médio equivalente, contudo, existindo mar-
tivos. Muito embora sejamos entusiastas de cante repetição do mesmo tipo de erro no
estratégias pedagógicas interativas — pre- grupo II, sugerindo existir, de fato, inluên-
senciais e à distância, com ou sem uso de cia convergente de respostas dada pela ite-
informática — inclusive no processo de ava- ração discente durante a prova.
liação do aproveitamento discente, entende-
mos existir situações nas quais é necessário Produção Coletiva de Material
conhecer o posicionamento individual do Didático no Ensino de Pacote
aluno, justiicando a solicitação, nem sem-
pre atendida, para que durante o exame não
Estatístico na Análise de Dados:
ocorra comunicação interpessoal. Relato de Experiência
Faculdade de Saúde Pública da Universidade
Metodologia de São Paulo
Aplicou-se em 2015 junto à disciplina de
Deontologia - FOUSP (ODS 0706) questioná- Gabriela dos Santos Buccini; Denise Pimentel
rio contendo quatro questões versando sobre Bergamaschi
situações objetivas da prática proissional, em gabibuccini@usp.br
formato de teste, sob dois métodos. Trinta e
quatro alunos o responderam, um a cada vez, Introdução
em computadores disponibilizados na sala O ensino de informática e pacotes esta-
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tísticos constitui em desaio no ensino de motivação dos alunos e o nível de atenção
graduação, pois requer habilidade, conheci- durante a aula. O docente, por sua vez, ob-
mento e criatividade do docente para lidar teve um material mais adequado e próximo
com os diferentes níveis de conhecimento as necessidades reais dos alunos da gradu-
em tecnologia dos alunos bem como manter ação. Em consonância com os objetivos do
a motivação e atenção nos assuntos teóricos. programa de aperfeiçoamento de ensino da
A escolha e utilização de materiais didáticos USP essa experiência permitiu a vivência do
que permitam a participação ativa dos alu- pós-graduando nas múltiplas dimensões
nos com base em suas experiências prévias pressupostas a docência, em especial, na
podem inluenciar positivamente o processo construção coletiva de um material didático
de aprendizagem. O objetivo deste trabalho ampliando uma metodologia de ensino em
é apresentar um relato de experiência da informática e uso pacotes estatísticos apli-
produção de material didático no contexto cados a análise de dados.
de disciplina sobre uso de pacote estatístico
computacional na análise de dados e o papel Repositório de Odontologia -
do bolsista do programa de aperfeiçoamen- Banco de Bens Educacionais
to de ensino (PAE) neste processo.
FOUSP
Metodologia Faculdade de Odontologia da Universidade
Foram estabelecidos encontros semanais de São Paulo
entre docente e o bolsista PAE para o pla-
nejamento das atividades que seriam de- Mary Caroline Skelton Macedo; Maria Sebastiana
senvolvidas na disciplina bem como elabo- Verônica Costa Ramos; Maria Claudia Pestana;
ração do material didático. O material que Fabio Kakuta; Robson Brandão; Jonatas Pontes;
serviu de base continha o roteiro da aula Leandro Costa, João Humberto Antoniazzi
com deinições de comandos, apresentação mary@usp.br
de exemplos e com perguntas-chave. Me- O advento da informática permitiu que
diante relexão entre docente e o bolsista o homem gerasse uma ininidade de tipos
sobre diiculdades didáticas e potencialida- de novos arquivos que podem e devem ser
des do uso dos recursos da sala de informá- adequadamente registrados, já que perfa-
tica optou-se que entregar aos alunos esse zem uma produção volumosa e que exige
material básico em formato editável, dessa conhecimento e pesquisa adequada para ser
forma, cada um poderia incluir suas pró- produzida.
prias anotações durante o desenvolvimento Os repositórios são meios eicazes de re-
da aula. gistro de produção, sendo mais conhecidos
até agora os dedicados à produção cientíi-
Resultados ca. Considerando a produção acadêmica que
O formato editável do material didático envolve também um bom volume de outros
permitiu que ao inal da disciplina cada alu- tipos de arquivos e informações (painéis e
no obtivesse um material individualizado, banners produzidos para eventos; emen-
que continha os comentários de acordo tas de aula/tema; documentos de avaliação;
com suas próprias necessidades de apren- apostilas; exercícios; vídeos; áudios; aulas;
dizado. O bolsista PAE, por sua vez, realizava etc), há um interesse em se depositar esse
em tempo real a atualização do conteúdo material em um repositório que permita o
do material que serviu de base, de acordo registro dessa produção assim como o reu-
com as sugestões e questionamentos dos so, permitindo ao autor escolher se permi-
alunos, adaptando o material e incluindo te ou não que sua produção permaneça em
novos comandos, exemplos e conceitos, acesso aberto.
garantindo um aprofundamento do conhe- A produção relativa ao trabalho docen-
cimento do pós-graduando na temática da te não é computada como parte importan-
disciplina. Essa estratégia potencializou a te da produção acadêmica, mas implica em
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emprego considerável de tempo, principal- foram inter-relacionadas e encadeadas de
mente com respeito ao uso de tecnologias. tal forma que vão se tornado cada vez mais
Pode-se incluir aqui os painéis e banners complexas, privilegiam a interdisciplinarida-
produzidos para eventos; ementas de aula/ de e a utilização de material de ensino va-
tema; documentos de avaliação; apostilas; riado, passível de manipulação pelos apren-
exercícios; vídeos; áudios; aulas; etc. dizes. Consideramos ainda, aspectos históri-
A internet livre apresenta inúmeros re- cos, sociais e do desenvolvimento tecnológi-
positórios para ins especíicos, porém é cos relacionados ao assunto. A intervenção
necessário navegar por todos para que se ocorreu no terceiro bimestre de 2015, em
alcance um resultado adequado à aplica- uma escola pública estadual que se localiza
ção necessária, com o risco de se encontrar na região central de Taboão da Serra.
itens com restrição de uso ou não adequa- Os dados de avaliação da SD, a saber, a
damente registrados. produção escrita dos aprendizes, anotações
O Repositório FOUSP foi batizado por Ban- pessoais do pesquisador e imagens obtidas
co de Bens Educacionais FOUSP (BBE FOUSP) durantes as aulas foram utilizadas em uma
e oferecido à comunidade FOUSP em plata- pesquisa qualitativa, tendo como referência
forma DSpace, desenvolvida pelo MIT. Toda a Análise de Conteúdo (BARDÍN, 2009).
a comunidade FOUSP pode depositar sua Em nossa análise as atividades desenvol-
produção acadêmica e escolher entre per- vidas ao longo da SD foram satisfatórias
mitir o acesso aberto e o restrito. O espaço quanto a sua proposta, pois contribuíram de
também oferece armazenamento histórico, maneira positiva no ensino-aprendizagem
para quaisquer documentos que se relacio- sobre as Fases da Lua. Algumas atividades
nem com a história da Unidade. exigiram reformulação, seja quanto a ques-

Possibilidades e Desaios na
tão do tempo ou a forma de trabalho, no en-
tanto, após o desenvolvimento das ações de
Aplicação de uma Sequência ensino-aprendizagem, veriicamos que hou-
ve uma mudança conceitual na maior parte
Didática sobre as Fases da dos aprendizes. Além disso, durante as práti-
Lua para os Anos Finais do cas a maioria dos estudantes se interessaram
Ensino Fundamental e envolveram com o assunto, contribuindo
ativamente para a sua construção. Ao infor-
Instituto de Astronomia e Geofísica da mar a sua percepção sobre as ações de ensi-
Universidade de São Paulo no realizadas, 96% dos estudantes avaliaram
positivamente.
Ester Aparecida Ely de Almeida e Elysandra
Figueredo Cypriano Representação Algébrica como
ester.almeida@usp.br
Auxiliar e Complementar da
Nossa pesquisa analisa a contribuição de
uma sequência didática (SD) intitulada “Te-
Abordagem por Gráicos
nho fases que caminham como a Lua” para da Teoria Macroeconômico
o planejamento e execução das ações de en- Keynesiana de Curto Prazo
sino nos anos inais do Ensino Fundamental.
O tema faz parte dos Parâmetros Curricula- Faculdade de Economia, Administração e
res Nacionais, e sobre ele encontramos con- Contabilidade da Universidade de São Paulo
cepções alternativas frequentes. Além disso,
José R.N. Chiappin
a sua abordagem propicia a construção de
chiappin@usp.br
competências e habilidades próprias do fa-
zer cientíico. Introdução e Resumo
O planejamento da SD teve como referen- O objetivo é apresentar uma proposta
cial teórico e metodológico o Modelo Topo- para o ensino na graduação de economia
lógico de Ensino. Desta forma, as atividades de uma abordagem algébrica, em substitui-
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ção da abordagem por gráicos, da teoria câmbio lutuante e mobilidade imperfeita
macroeconômica keynesiana de curto prazo de capital. Analisamos o impacto da políti-
e de como resolver problemas enquadrados ca iscal expansionista G (seta pra cima) na
nestas teoria. taxa de juros.

Descrição-primeira parte
A principal característica dessa proposta
é a de completar a abordagem por grái-
cos que é a forma utilizada pela maioria
dos manuais de macroeconomia com uma
abordagem algébrica da teoria macroeco-
nômica keynesiana de curto prazo:
A metodologia da estática comparativa
com núcleo no teorema da função implícita
é aplicada às equações do modelo keyne-
siano de curto prazo. A aplicação conduz a
uma representação matricial e algébrica das
equações representando o impacto das vari- Aprendendo a Ensinar
áveis endógenas nas variáveis exógenas que
torna bastante explícita esse impacto e, ain-
Sistemas Operacionais
da, fornece as razões para a construção dos Instituto de Ciências Matemáticas e de
gráicos representativos dessas políticas. Computação da Universidade de São Paulo
Todos os livros usados na graduação
como, por exemplo, o livro de Macroecono- Paulo Sérgio Lopes de Souza, Sarita Mazzini Bruschi
mia de Blanchard, o livro de Macroecono- sarita@icmc.usp.br, pssouza@icmc.usp.br
mia de Mankiew, o livro de Macroeconomia Resumo
de Dornbusch favorecem a abordagem por
Este artigo descreve o desenvolvimento
gráicos.
e o uso de Recursos Educacionais Aber-
tos (REAs), voltados ao ensino de Sistemas
Resultados e Conclusões
Operacionais no ICMC/USP. O desenvolvi-
Estou fazendo um manual com a aborda-
gem algébrica que tenho aplicado na gra- mento destes REAs foi feito pelos próprios
duação do Dep. Economia da USP. Tem sido alunos que cursavam a disciplina, em um
bem recebido. projeto que visa estimular um maior com-
prometimento dos alunos com o seu apren-
Descrição-segunda parte dizado. Nossos resultados mostram alunos
Modelo teórico keynesiano de curto pra- mais participativos, interessados em apren-
zo: regime de câmbio lutuante e mobilida- der e valorizados. Outro resultado foi a ava-
de imperfeita de capital. liação positiva dos REAs desenvolvidos por
docentes e alunos.

Introdução
Sistemas Operacionais (SOs) são vitais
aos sistemas computacionais e, portan-
to, conhecer objetivos, estrutura e funcio-
namento de um SO é básico e essencial à
computação [1]. O conteúdo de SO é den-
Aplicando a abordagem da estática com- so. A metodologia tradicional empregada
parativa com núcleo no teorema da função nas aulas teóricas de SOs no ICMC/USP
implícita para análise da política econômica considera a exposição oral do conteúdo, e
obtemos o resultado abaixo no contexto de o uso de materiais de apoio como slides e
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lousa. Além das aulas expositivas trabalhos Metodologia
práticos extraclasse simulam recursos do Os REAs considerados neste artigo foram
SO, permitindo que os alunos aprofundem desenvolvidos pelos próprios estudantes
seus conhecimentos em pontos especíicos da graduação que cursavam SOs. Usou-se
da matéria. o próprio desenvolvimento dos REAs como
A nossa experiência mostra que as aulas um fator motivador aos alunos, polarizando
teóricas de SOs requerem um alto poder de um aprofundamento do estudo e da apren-
abstração e concentração dos alunos, para dizagem do conteúdo sendo trabalhado. Tal
que os mesmos absorvam minimamente os processo foi ímpar. Os alunos foram estimu-
conceitos dos SOs. Não difícil, percebe-se lados a melhorar as aulas de SO que já ti-
nos estudantes um comportamento apático nham assistido, tendo a tarefa de desenvol-
em relação às aulas. Mesmo com a solicita- ver REAs que atingiriam, de fato, os usuários
ção de atividades extraclasse, a participação inais (alunos e professores de computação).
dos estudantes é pequena e, em geral, fal- Sempre que possível os alunos foram esti-
ta-lhes um comportamento proativo. Esse mulados também a usarem formas lúdicas e
cenário compromete a qualidade do ensi- interativas para representar os conceitos de
no. Com o intuito de mudar este cenário, SOs. O desenvolvimento do trabalho teve a
buscamos constantemente alternativas que supervisão direta deste docente.
induzam o comprometimento dos alunos, Os REAs desenvolvidos em um semestre
aumentem seu interesse pelas aulas de SOs icam disponíveis e podem ser utilizados em
e, consequentemente, tenhamos um me- outras edições da mesma disciplina (http://
lhor rendimento escolar. rea.lasdpc.icmc.usp.br). Os REAs desenvolvi-
dos foram incorporados às aulas de SOs no
Descrição do projeto ICMC/USP. Este uso mostra uma evidente
Nós investigamos iniciativas para fomen- melhora na atenção dos alunos, facilitando
tar o interesse e o comprometimento dos a aprendizagem.
estudantes. Algumas dessas iniciativas são:
minimizar uso de slides, maximizar uso da Resultados
lousa, correlacionar conceitos importantes Os REAs foram avaliados por alunos e do-
com tecnologias atuais e conhecidas, cor- centes de diferentes instituições como: ICMC/
relacionar conceitos de outras disciplinas, e USP, UFSCar, IFSP, PUC-Minas e UNIFEI Itaju-
aplicar avaliações contínuas menos densas bá. Ao todo foram recebidas 773 avaliações,
ao longo do curso. Além dessas, optamos sendo 632 de alunos e 141 de professores.
também pelo emprego de materiais didá- De uma forma geral, 90,8% dos professores e
ticos dinâmicos e interativos para tornar a 96,4% dos alunos consideraram os REAs ava-
aprendizagem mais eiciente. liados como bons, ótimos ou excelentes.
Objetos de Aprendizagem (OAs) repre- O desenvolvimento dos REAs estimulou
sentam artefatos de ensino, digitais ou não, os alunos a considerarem, de fato, como
capazes de serem usados, reusados ou refe- melhorar o ensino que estavam recebendo,
renciados durante a aprendizagem. Recur- os fez mais participativos e comprometidos.
sos Educacionais Abertos (REAs) estendem Eles se sentiram mais valorizados e veriica-
a abrangência dos OAs, pois são de domí- ram que eram capazes de produzir soluções
nio público, possibilitando uso, adaptação e que melhoram de fato a aprendizagem.
redistribuição por terceiros. OAs e REAs po- Como uma consequência direta, observa-se
dem auxiliar no ensino de SOs, abordando que a taxa de aprovação é melhor nas tur-
assuntos especíicos, tais como: criação de mas que usam esta metodologia.
processos, sincronização de threads, pagi-
nação de memória virtual e uso de sistemas Conclusões
de arquivos virtuais [2]. O ensino é vital para a construção de uma
Este artigo relata o desenvolvimento e o sociedade mais justa e livre de atitudes po-
uso de REAs em SOs no ICMC/USP. pulistas. Transferir aos alunos novos conhe-
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cimentos, gerados pela pesquisa cientíica e em enfermagem.
por tecnologias atuais, deve fazer parte de
todos os docentes, principalmente os que Métodos
atuam na computação. As atividades aqui Trata-se de pesquisa metodológica apli-
relatadas inserem-se em um projeto de pes- cada, descritiva, tipo estudo de caso, reali-
quisa que vai ao encontro dessas premissas. zada em uma universidade pública do inte-
Espera-se formar os futuros proissionais da rior do estado de São Paulo. O processo de
computação de uma maneira efetiva, des- desenvolvimento da rubrica foi fundamen-
pertando nos mesmos aspectos como com- tado nas três etapas iniciais da metodolo-
prometimento e pró-atividade. gia proposta por Galvis Panqueva (1999): 1)
Nossos resultados mostram que apesar Análise, 2) Desenho e 3) Desenvolvimento.
das nossas aulas não serem perfeitas (es-
tamos bem longe disso), podemos melho- Resultados
rar muito a qualidade das mesmas quando Na construção da rubrica foram aplicadas
professores e alunos têm comprometimen- as ferramentas disponíveis no ambiente vir-
to com a construção de um ensino melhor. tual de aprendizagem Moodle. Foi utilizado
o recurso Tarefa, com opção pelo método
Referências de avaliação avançada no formato de Rubri-
[1] A. S. Tanenbaum and H. Bos. Modern ca, com permissão para avaliação da tarefa
Operating Systems. Pearson Education, 2014. para o papel do estudante, contemplando
[2] UNESCO. Guidelines for Open Education- a proposta de autoavaliação formativa. No
al Resources (OER) in Higher Education, 2011. desenvolvimento da rubrica para avaliação
das competências gerenciais foram esta-
Avaliação e indicadores belecidos 14 critérios descritivos (primeira
coluna à esquerda), de acordo com os ob-
de aprendizagem na jetivos educacionais propostos e atividades
programadas: 1) Conhecimento da clínica
graduação de estágio; 2) Conhecimento dos pacientes
internados; 3) Identiicação e intervenção
Desenvolvimento de Rubrica nas necessidades de saúde dos pacientes;
Online para Avaliação de 4) Planejamento de ações assistenciais e
gerenciais – trabalhar com as prioridades;
Competências Gerenciais na 5) Identiicação e propostas de intervenção
Graduação em Enfermagem dos problemas da equipe de enfermagem
1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto relacionados ao trabalho; 6) Supervisão e
da Universidade de São Paulo avaliação da assistência de Enfermagem; 7)
2
Escola de Educação Física e Esportes de Realização de procedimentos gerenciais; 8)
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Coordenação da unidade de internação; 9)
Desenvolvimento de iniciativa e capacida-
Marta Cristiane Alves Pereira1, Yolanda Dora de de tomar decisões; 10) Inserção e inte-
Martinez Évora1, Carlos Alberto Seixas2, Sandra gração do estudante no grupo de trabalho;
Aparecida Bento1, Chris Mayara dos Santos 11) Aprimoramento de habilidade técnica;
Tibes1, ,Ursula Marcondes Westin1 12) Uso de uniforme, material de bolso e
martacris@eerp.usp.br adornos; 13) Pontualidade e Assiduidade;
14) Postura, seriedade, responsabilidade e
Resumo compromisso proissional. Adicionalmente,
Introdução para mensuração do desempenho dos alu-
Estudo com objetivo de descrever a cons- nos, foram atribuídos cinco níveis descriti-
trução de uma rubrica online para avaliação vos para cada critério previsto, com espe-
de competências gerenciais junto aos alu- ciicação de pontos a partir de uma escala
nos do último ano do curso de graduação constando as variáveis: 1) Mínimo (até 2,5);
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2) Insatisfatório (menor que 5,0); 3) Regu- como instrumento de avaliação do curso de
lar (maior que 5 e menor que 7,5); 4) Bom graduação.
(maior que 7,5 e menor que 8,0) e, 5) Muito Neste estudo foi traçado um quadro geral
Bom (maior que 8,0), permitindo atribuição do processo avaliativo das disciplinas que
de notas especíicas para cada critério e compõem a Matriz Curricular do curso de
uma pontuação geral após a inalizar e sal- graduação em Farmácia e Bioquímica da
var a avaliação. FCF-USP, a partir das respostas dos discen-
tes aos questionários eletrônicos gerados
Conclusões pelo SIGA, no período de 2012 a 2015. Os
O desenvolvimento da rubrica online questionários abordaram aspectos avaliati-
como ferramenta de apoio ao processo de vos sobre os objetivos das disciplinas, mé-
avaliação educacional requer incentivos da todos de ensino e de avaliação, conteúdos,
instituição de ensino superior e ações inte- autoavaliação, dentre outros. Os relatórios
gradas de uma equipe multidisciplinar para eletrônicos processados e gerados, no perí-
efetivação de estratégias inovadoras no en- odo estudado, foram coletados e com base
sino de graduação, requeridas pelo atual em critérios pré-estabelecidos foram sele-
desenvolvimento sociocultural, tecnológico, cionadas as disciplinas a serem avaliadas.
cientíico e educacional. As rubricas são re- Em seguida, estruturou-se um banco de
conhecidas pelo potencial de proporcionar dados contemplando as questões aborda-
mediação e autorregulação no processo de das e suas respectivas respostas, o número
avaliação formativa da aprendizagem, pau- de alunos matriculados e respondentes e a
tada na transparência e redução da subjeti- taxa de adesão percentual ao questionário
vidade da avaliação educacional, compatí- para cada disciplina. O número de alunos
vel com os pressupostos fundamentais para matriculados e respondentes e a taxa de
o desenvolvimento e domínio das compe- adesão ao formulário eletrônico foram ta-
tências gerenciais em Enfermagem. bulados gráica e numericamente a im de
que fosse obtido um peril global de adesão
Peril de Adesão Discente ao ao método avaliativo.
Sistema Integrado de Gestão Os resultados obtidos indicam baixo peril
de adesão, alcançando percentual máximo
Acadêmica (SIGA) no Curso de 17,8%. Além disso, observou-se que a
de Graduação da FCF-USP taxa de adesão diminuiu consideravelmente
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da no período do primeiro semestre de 2012 ao
Universidade de São Paulo segundo semestre de 2014 e tornou a au-
mentar no primeiro semestre de 2015. No
Fernanda Pereira Zapparolli, Rosario Dominguez segundo semestre de 2014 todas as discipli-
Crespo Hirata nas oferecidas demonstraram valores inex-
zapparollifernanda@gmail.com pressivos de resposta aos questionários.
Os baixos peris de adesão observados in-
A avaliação institucional de disciplinas faz
dicam a necessidade de pesquisa e proposi-
parte do processo formativo que se desen- ção de ações que viabilizem o aprimoramen-
volve na Universidade e, dentre outras ina- to dos métodos avaliativos em uso. Um siste-
lidades, é capaz de apresentar à comunida- ma mais eiciente de retorno à comunidade
de acadêmica de forma sintética, o ponto acadêmica e a adoção de medidas que pro-
de vista do aluno sobre as ações de ensino- movam sua mobilização e conscientização
-aprendizagem. sobre a importância de adesão ao processo
A partir de 2012 a Faculdade de Ciên- podem exercer um impacto positivo à ade-
cias Farmacêuticas da Universidade de São são aos métodos avaliativos institucionais.
Paulo (FCF-USP) passou a utilizar o Sistema
Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA), de-
senvolvido pela Pró-Reitoria de Graduação,
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se pela matéria? recebeu o conceito Bom,
Avaliação Global de Disciplina porém tendendo a Fraco; o item (17): O seu
conhecimento prévio (entendido como pré-
versus Médias Finais -requisitos) foi suiciente para acompanhar
Instituto de Geociências da Universidade a disciplina? recebeu o conceito Bom, com
de São Paulo indicações de Regular para Fraco.
O item (19): A disciplina contribuiu para
Gianna Maria Garda você adquirir novos conhecimentos, aptidões
giagarda@usp.br e atitudes? recebeu os conceitos Bom e
A disciplina Recursos Minerais, do oi- Muito Bom, com indicações de Regular para
tavo semestre do último ano do curso de Fraco. Quanto ao item (20), importância da
Licenciatura em Geociências e Educação disciplina na formação proissional, apesar
Ambiental (LiGeA) do Instituto de Geoci- do conceito Muito Bom, também houve
ências da USP (IGc-USP), compõe o elen- indicações de Regular a Fraco. A avaliação
co de disciplinas de formação teórica que global da disciplina (item 22) foi Bom a Mui-
embasam a prática docente a que se refere to Bom, com tendência para Regular.
a licenciatura. Foi ministrada pela primeira As médias inais na disciplina Recursos
vez em 2007 para oito alunos com forma- Minerais, de 2007 a 2015, foram: 3% Muito
ção superior. De 2008 a 2016, o número de Fraco (4 a 5); 11% Fraco (5 a 6); 22% Regular
alunos oscilou entre 9 e 25, sendo que os (6 a 7); 39% Bom (7 a 8), e 25% Muito Bom
“picos” ocorreram em 2011, 2012, 2013 e (8 a 10). Mesmo que a Avaliação Global de
2015, com o aumento da porcentagem de Disciplina tenha sido realizada por 55% do
alunos que ingressam no LiGeA como pri- total alunos (exceto 2008 e 2013), os resul-
meira graduação. tados se aproximam aos de aproveitamen-
Quatro docentes que ministraram ou mi- to, representado pelas médias inais.
nistram disciplinas correlatas do curso de
Geologia IGc-USP alternaram-se ou mi- Avaliação Continuada da
nistraram em conjunto a disciplina Recur- Docência, por Disciplina, pelo
sos Minerais. Na avaliação global realizada
pelos alunos ao inal de cada semestre, as
Estudante de Graduação
médias dos conceitos atribuídos aos itens Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
(23) O professor usou recursos didáticos de Alimentos da Universidade de São Paulo
forma adequada?; (24) mostrou-se dispos-
to a resolver dúvidas em aulas?; (25) usou Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro,
adequadamente o horário atribuído às au- Lia de Alencar Coelho
las?, e (28) tratou os alunos de forma res- mrib@usp.br
peitosa? foram, em 2007, 2009, 2010, 2011,
O propósito deste trabalho é apresentar
2012, 2014 e 2015 (anos da realização da
e discutir a experiência da avaliação con-
Avaliação Global de Disciplina), Bom e Mui-
tinuada da docência por disciplina como
to Bom. Quanto à forma de ministrar a dis-
ciplina: (4) Os conteúdos foram ministrados uma das etapas da avaliação institucional
com linguagem simples e clara?, a avaliação da Faculdade de Zootecnia e Engenharia
dos alunos foi Bom a Muito Bom, tendendo de Alimentos (FZEA/USP). Busca enfatizar a
a Muito Bom. importância da implantação de um modelo
Em relação ao acompanhamento da dis- de avaliação institucional da docência que
ciplina pelos alunos, os itens: (2) Você tem forneça subsídios aos gestores, professores
conhecimento do programa da disciplina? e e estudantes, com informações indicadoras
(5) Foi mantida continuidade lógica dos con- da qualidade do ensino de graduação. A ex-
teúdos ministrados? receberam o conceito periência envolve a avaliação da docência
Bom. Quanto ao aproveitamento, o item por dois anos consecutivos (2014 e 2015)
(6) A forma de ensinar estimulou o interes- da disciplina Fundamentos de Extensão Ru-
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ral (ZEB1307) do Curso de Medicina Veteri- a disciplina. Foi possível constatar que a
nária da FZEA. Os estudantes responderam avaliação da docência foi idêntica em am-
questionários, “via papel” (2014) e “online” bos os anos, entretanto a maneira como os
(2015) que analisavam: a) a disciplina como estudantes costumam estudar e se preparar
componente da estrutura curricular do cur- para as avaliações variou em função do ano
so e a infraestrutura institucional; b) o de- (turmas diferentes). Este processo de avalia-
sempenho do docente; c) os seus próprios ção poderá servir de base para o desenho
métodos de estudo. As questões envolven- de um sistema de avaliação institucional da
do as avaliações da disciplina e do docen- docência. Acredita-se, também, que poderá
te foram construídas com cinco opções de servir para promover uma avaliação contí-
resposta: muito fraco (1 ponto), fraco (2 nua da atividade docente, pois a plataforma
pontos), regular (3 pontos), bom (4 pontos) de questionário “online” possibilitou o re-
e muito bom (5 pontos). Esse critério já foi torno imediato dos resultados que poderão
previamente utilizado pela Pró-Reitoria de ser discutidos com os estudantes com a dis-
Graduação. Ainda com referência à avalia- ciplina em andamento.
ção docente, duas questões descritivas fo-
ram formuladas: i) Qual o principal ponto Instrumento de Avaliação
que você considera MUITO BOM no pro- do Continuum de
fessor? ii) Qual o principal ponto que você
considera MUITO FRACO no professor? A
Autodeterminação de
avaliação dos métodos de estudo se refere Alunos do Ensino Superior
à maneira como o estudante costuma es- Faculdade de Educação da Universidade de
tudar e/ou se prepara para uma avaliação. São Paulo
Nesse caso, as questões apresentaram qua-
tro opções de resposta: sempre (4 pontos), Lisliê L. Vidal, Edna R. C. Neves
às vezes (3 pontos), raramente (2 pontos) lislielvidal@gmail.com
e nunca (1 ponto). Também foi reservado
um espaço para críticas e sugestões. Após A presente pesquisa tem o objetivo de
tabulação dos dados, os resultados obtidos descrever os passos relativos à construção
foram discutidos com os estudantes. Com de um instrumento para avaliar a motiva-
relação ao desempenho docente, além de ção de alunos do curso de Pedagogia para
validarem as questões optativas, as ques- estudar Fundamentos e Métodos da Edu-
tões descritivas esclareceram alguns pontos cação Infantil. O instrumento nomeado de
abordados naquelas primeiras, nas quais a “Instrumento de avaliação do continuum de
avaliação não tinha sido satisfatória. A partir autodeterminação de alunos do ensino su-
das respostas das questões descritivas em perior - IAC-U” de Vidal e Neves (2016) foi
2014, foi possível formular uma tabela de desenvolvido a partir da literatura da área,
pontos cujos comentários, tanto os consi- tendo como base as principais caracterís-
derados “muito fracos” como os considera- ticas da motivação intrínseca e extrínseca
dos “muito bons” foram previamente encai- (contínuo de autodeterminação da motiva-
xados na entrevista do ano de 2015. Os co- ção) e a Escala de Avaliação da Motivação
mentários foram encaixados nos seguintes para Aprender para Universitários EMA-U
pontos: 1) Estimula o espírito crítico; 2) Esti- (Boruchovitch & Neves, 2005). Partindo
mula o interesse; 3) Dedicação no ensino; 4) do instrumento original, novos itens foram
Organização do ensino; 5) Forma de ensinar construídos baseados na literatura da área.
(didática); 6); Avaliação; 7) Conhecimento; 8) O instrumento IAC-U foi construído com 14
Outros. Em 2014, como o questionário (via itens fechados em forma de escala likert. O
papel) foi distribuído quando da última ava- conteúdo de todos os itens foi estruturado
liação (prova), houve 100% de retorno. Em de acordo com a Teoria da Autodetermina-
2015, o questionário “online” foi respondi- ção. De acordo com essa Teoria a qualidade
do por 55,7% dos estudantes que cursavam da motivação varia ao longo de um conti-
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nuum de autodeterminação: desmotivação, uma dupla investigação: se os alunos do
regulação externa, regulação introjetada, curso consideram a proposta do curso ade-
regulação identiicada, regulação integra- quada para suas formações e se esta pro-
da e motivação intrínseca. Um exemplo de posta, materializada no PPP, é reconhecida
uma questão do instrumento é: Realizei as na ministração do curso.
atividades desta disciplina pelo prazer que O histórico de pouca participação dos
tenho quando me envolvo em debates com alunos em várias iniciativas de avaliação do
professores interessantes: ( ) nunca ou qua- curso mostrou que a motivação discente
se nunca ( ) algumas vezes ( ) muitas ve- seria fundamental para o sucesso do pro-
zes ( ) sempre ou quase sempre. Nas ques- jeto e para isso foi desenvolvida pelos bol-
tões relacionadas à motivação intrínseca, sistas uma Campanha de Comunicação para
as opções valem 4 pontos para a alterna- a sensibilização dos alunos, veiculada com
tiva sempre e quase sempre, 3 pontos para grande intensidade.
muitas vezes, 2 pontos para algumas vezes Buscou-se inicialmente levar a discussão
e 1 ponto para nunca ou quase nunca. Essa através da apresentação do PPP em tópicos
pontuação tem seu valor invertido para os resumidos postados em um “bulletin board”,
itens relativos à desmotivação. Encontra- ao qual todos teriam acesso e onde os co-
-se, em andamento, não só a aplicação do mentários poderiam ser feitas de forma as-
instrumento (estudo piloto adaptado para síncrona. Por sugestão dos bolsistas isso foi
aplicação em estudantes do curso de Peda- deslocado para o Facebook, “onde se está
gogia), mas também, um exame das suas o tempo todo, não precisa acessar para dar
propriedades psicométricas. Espera-se dis- sua opinião”. Foram criados grupos especíi-
cutir os resultados em termos de suas pos- cos para cada ano, o que permite comparti-
síveis contribuições para a avaliação psicoe- mentar as discussões, focando o PPP na rea-
ducacional no ensino superior. lidade de cada um dos anos. A Campanha de
Comunicação compôs se de 4 cartazes A3,
“Conhecer, Avaliar, Melhorar! criados pelos bolsistas a partir de memes de
Uma alternativa de Avaliação grande repercussão na época. Criativamente,
estes cartazes exploravam o fato de muitos
de Cursos” reclamarem do curso e propunham como
Escola de Comunicações e Artes da uma alternativa mais eicaz, a discussão do
Universidade de São Paulo PPP via nosso projeto. Também criativa foi a
“veiculação” destes cartazes: nas partes ex-
Arlindo Ornelas Figueira Neto, Bruna Magalhães ternas das portas, de todas as salas de aula
Kater, Carolina Reis Gaudêncio, Felipe Rodrigues do departamento, foram aixados os carta-
de Freitas, Gabriel Furlan Passos, Laura Hanek de zes “teaser”, que mostravam os memes e re-
Albuquerque Ferreira Pinto e Sergio Barbosa Júnior metiam os alunos para a resposta em outro
lindopiu@uol.com.br cartaz, aixado nas partes internas das por-
tas que explicava o projeto e dava o Face do
O Projeto “Conhecer, Avaliar, Melho-
projeto. A colagem dos cartazes teve grande
rar!” nasceu da necessidade de avaliação
repercussão entre os alunos.
do Curso de Publicidade e Propaganda da
Postados na rede porém, veriicou-se que a
ECA/ USP, sob o prisma discente. Recebeu grande frequência para leitura dos temas do
06 bolsas do Programa Uniicado da PRG PPP a serem discutidos não resultou no nú-
e iniciou-se formalmente em Setembro de mero esperado de comentários. Dinâmicas
2015. Os bolsistas do projeto, então alunos de grupo realizadas pelos bolsistas detecta-
dos 1os e 2os anos do curso, são co-autores ram que, apesar de alegarem falta de tempo,
deste trabalho. o motivo real era o medo da exposição: os
Tem como diferencial básico a proposta comentários iniciais eram bem embasados e
de avaliar o curso pela perspectiva de seu postados por “líderes” das turmas Assim, a
Projeto Político-Pedagógico, pretendendo discussão seguia “nos corredores”, mas não
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era registrada no Face. Odontologia de São Paulo a adoção do Tes-
Mais temas foram postados, mais memes te de Progresso, sob suporte do Conselho.
foram recriados e postados na rede, mas A contrapartida das faculdades parceiras foi
com resultados bem aquém do esperado. a construção dos itens de prova e a discus-
Janeiro foi um mês de discussão para a são conjunta de meios de correção para a
deinição da continuidade do processo de questão ética na formação dos proissio-
avaliação e se concluiu que a melhor for- nais. O CROSP se comprometeu a não fazer
ma isso seria a realização de dinâmicas de qualquer tipo de ranqueamento, focando-
grupo nas classes, em horários de aula, para -se exclusivamente em tratar a questão de
garantir a participação dos alunos. Nestas forma a viabilizar a correção no processo
dinâmicas, foram apresentados temas extra- educacional.
ídos do PPP e através de roteiros previamen- Das 44 faculdades de Odontologia do es-
te desenvolvidos, conduzidas as discussões. tado, 09 aceitaram participar do piloto para
Mesmo gravadas em áudio, no ambiente, a implementação do teste em 2016 (FORP,
coletivo, informal e sem o registro do nome, UNIMES, UNISA, UnG, UNIMAR, UNICAS-
tudo correu mais solto. Embora as dinâmicas TELO SP e Fernandópolis, UNICID, UMC).
propiciem resultados apenas qualitativos, os Foram capacitados 135 professores no Tes-
inputs recebidos foram transformados em te do Progresso e na construção de itens
tópicos e incluídos em questionário, que de prova, agregando um valor à atividade
está sendo aplicado online e cujas respostas docente como um todo. Todas as opiniões
serão quantiicadas, dando o resultado ava- foram colhidas e discutidas entre os profes-
liativo que se pretende. sores participantes e uma área comum foi
É interessante ressaltar que a premissa aberta na Plataforma Moodle para a mon-
básica da proposta do projeto, de se avaliar tagem do banco de questões a serem ava-
o curso através de seu PPP vem se mostran- liadas para a integração no teste a ser apli-
do muito válida, uma vez que não limita as cado no segundo semestre.
avaliações a ele, mas sim o torna base para Das reuniões realizadas com cada uma das
as considerações acerca do curso, das dis- faculdades envolvidas e na sede do CROSP,
ciplinas, dos professores e mesmo das pos- com participação de todas, observou-se:
turas discentes, auto-referenciadas ou não. envolvimento entre todas as faculdades,
por reconhecimento de viverem questões
Teste de Progresso nos semelhantes; interesse das faculdades em
cursos de Odontologia do encontrarem caminhos para a questão do
Estado de São Paulo aumento de acionamentos na justiça contra
proissionais recém formados; troca de ex-
*Faculdade de Odontologia da Universidade periências para a discussão da remodelação
de São Paulo curricular pela qual passam, passaram ou
**Universidade Guarulhos passarão; envolvimento na questão do teste
***Conselho Regional de Odontologia de em si e aproveitamento das oicinas para o
São Paulo aprimoramento docente; empoderamento
notório do corpo docente para as questões
Mary Caroline Skelton-Macedo*; Elaine Quedas didáticas diárias.
Assis Boger**; Marco Antonio Manfredini***; O Teste será aplicado no segundo semes-
Cláudio Miyake*** tre de 2016, mas já trouxe benefícios duran-
mary@usp.br te sua estruturação, como os pontos levan-
Um aumento do número de acionamen- tados anteriormente.
tos éticos contra cirurgiões-dentistas, relati-
vo a proissionais de até 10 anos de forma-
dos, somado à demanda da sociedade por
um exame de proiciência para a Odontolo-
gia levou o CROSP a propor aos cursos de
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das humanidades, que precisam contribuir
A Percepção dos Ingressantes de forma decisiva para formação humanísti-
ca, crítica e relexiva, necessária para garan-
de Odontologia sobre o tir o cuidado integral à saúde.
Cuidado em Saúde
Faculdade de Odontologia da Universidade
Percepção do Ensino de
de São Paulo Periodontia por Alunos
de Graduação Após
Camille Rudoi Batista, Dorival Pedroso da Silva,
Mariana Gabriel, Brunna dos Santos, Dalton de
Implementação de Novo
Paula Ramos, Maria Ercilia de Araujo, Fernanda Currículo
Campos de Almeida Carrer
Faculdade de Odontologia de Bauru da
fernandacsa@usp.br
Universidade de São Paulo
As diretrizes curriculares indicam que a
Graduação deve formar um Cirurgião Den- M. Vertuan, C.A. Damante, I.A. Hallgren, S.L.A.
tista, generalista, crítico e relexivo, pautado Greghi, A.C.P. Sant’Ana, M.L.R. Rezende e M.S.
em princípios éticos, legais e na compreen- RagghiantiZangrando
são da realidade social, cultural e econômica mariele.vertuan@usp.br
do seu meio. A FOUSP inclui na formação O questionário Dundee Ready Education
do aluno as Disciplinas de Bioética e Clíni- Environment Measure (DREEM) é uma fer-
ca Ampliada de Promoção de Saúde, dentre ramenta útil na avaliação da qualidade e
outras, ministradas no primeiro ano do cur- ambiente de ensino em Odontologia, per-
so a im de proporcionar uma relexão crítica mitindo traçar o peril do curso e apontar
sobre o processo saúde doença, dando base pontos fortes e fracos do ambiente educa-
ao aluno para visualizar o cuidado para além tivo. O objetivo desta pesquisa foi comparar
da técnica e do manejo biológico da doença. a percepção dos alunos de graduação em
Parece-nos oportuno investigar a percepção Odontologia da FOB-USP, sobre o ensino
dos ingressantes sobre o tema cuidado em em Periodontia, antes e após a implemen-
saúde antes das Disciplinas citadas. tação de um novo currículo voltado para
Alunos ingressantes foram selecionados um ensino mais integrado dentro de 4 anos
no dia da matrícula, para realização de en- de curso. Foram avaliados 165 questioná-
trevista semiestruturada. As entrevistas fo- rios (78 currículo antigo/ 87 currículo novo)
ram conduzidas e gravadas em dispositivo preenchidos por alunos de graduação do
eletrônico e a amostra deinida por satura- 2o e 3o anos de Odontologia na disciplina
ção. As entrevistas foram transcritas com o de Periodontia. Também foram avaliados o
software Express Scribe Transcription Sof- peril demográico e as notas na disciplina
tware® e dos dados categorizados após lei- e média ponderada do curso. Os dados de
tura lutuante e consenso entre os autores. pontuação total, pontuação das 5 dimen-
Pesquisa aprovada pelo CEP. sões do questionário, dados demográicos e
A amostra foi composta de 30 informan- notas foram comparados através dos testes
tes e a leitura dos discursos revelou como “t” de Student e Mann-Whitney (p<0,05). Os
categorias de análise, o ingressante: 1. So- resultados mostrar am que houve diferença
bre o cuidado em saúde, traz o conhecimen- estatisticamente signiicante para dimen-
to popular; 2. Sobre Odontologia, a reduz a são “percepção dos professores” havendo
uma prática voltada à estética; 3. Escolhe a maior valorização dos mesmos (32,2 antigo
carreira baseado nas boas experiências que x 34,3 novo - p<0,05). A pontuação geral
teve com seus dentistas. do questionário foi semelhante (133,8 an-
As categorias revelam que a percepção tigo x 133,6 novo), bem como as outras di-
dos ingressantes sobre o tema cuidado em mensões (p>0,05). Também houve diferen-
saúde impõe desaios às Disciplinas do eixo ças na média da nota de Periodontia (6,03
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antigo x 7,51 novo) e média ponderada do No exemplo ilustrado anteriormente, a
curso (7,29 antigo x 7,7 novo) com maio- carga imposta ao docente, envolve uma sé-
res valores para os alunos que cumprem o rie de procedimentos repetitivos, é neces-
currículo novo (p<0,001). Concluiu-se que sário computar a nota da questão, trans-
o novo currículo possui boa estrutura, mais ferir essa nota para o diário e inalmente
pontos fortes e melhor percepção pelos adicionála à média do ciclo de avaliação.
alunos, o que relete na melhora de suas Será apresentado aqui uma forma de au-
notas. (Apoio: FAPESP N° 2012/21304-5 e tomatização orientada a distribuir e corrigir
2015/07343-6) exercícios exclusivos de acordo com o alu-
no, ao mesmo tempo simpliicando 90%
Aperfeiçoando Competências dos procedimentos, aliviando o trabalho do
com Automatização de Tarefas docente. Com essa estratégia, conseguiu-
se melhorar o desempenho geral da turma
Instituto Federal de São Paulo Campus através de critérios assertivos, criando um
São Carlos ambiente cooperativo.
Fabriciu Alarcão Veiga Benini
Descrição do projeto
benini@ifsp.edu.br
O projeto centraliza todo processo de
Resumo distribuição, recepção e consulta em um
O presente trabalho apresenta uma sé- ambiente de aprendizado virtual, conheci-
rie de sistemas computacionais disponíveis do por Moodle. Através dele o aluno pode
gratuitamente e de fácil acesso a um usuá- conferir sua frequência, sua nota e sua cor-
rio padrão. Esses recursos virtuais são reuni- reção por meio de uma planilha comparti-
dos e organizados com objetivo de aprimo- lhada pelo Google® Planilhas (https://docs.
rar as competências individuais e ao mesmo google.com/spreadsheets), adquirir as listas
tempo aliviar o tempo de execução de ta- de exercícios semanais compartilhadas pelo
refas do docente, automatizando proces- Google® Docs (https://docs.google.com/
sos repetitivos e auferindo em tempo real document), entregar sua resolução em for-
a evolução individual e coletiva da classe. mato pdf e conferir uma resolução execu-
A metodologia proposta serve de realimen- tada pelo tutor passo a passo, este último
tação para o aluno bem como o professor, é liberado após o vencimento do prazo de
tornando possível situar o desempenho do recebimento. O que diferencia as questões
indivíduo em relação à turma, surtindo um para cada aluno é atribuir um valor diferen-
efeito motivador e de autocobrança. te para uma variável, no caso, os quatro úl-
timos números da matrícula, obtendo assim
Introdução resultados diferentes. Também só é recebi-
A importância do aprendizado do aluno do as respostas inais, sem resolução.
através da prática é inquestionável, pois fa-
cilita na compreensão de conceitos e teorias. Metodologia
Por outro lado alguns tipos de vícios prejudi- O sistema possui critérios de avaliação
cam o exercício pleno da prática, dentre eles claros e objetivos, é premiado o aluno que
o ato de copiar resoluções uns dos outros. demonstra disciplina para manter um ritmo
A solução ideal para contornar esse proble- de resolução periódica, organização ao ge-
ma está em distribuir questões diferentes, renciar as entregas observando as regras,
porém o trabalho imposto acaba por sobre- assiduidade para não perder explicações
carregar o docente. Considerando que uma importantes para a resolução e comprome-
classe possui em média 40 alunos, e que timento, uma vez que a abertura e encer-
toda semana se inicie novo conteúdo teóri- ramento das tarefas é automática, e serve
co, supondo uma lista de exercícios com 10 de fator norteador àqueles que apresentam
questões, ao multiplicálas pelos 40 alunos já deiciência nesses atributos. Com a infor-
seriam 400 correções diferentes por semana. mação disponível e constantemente atuali-
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zada, devida à natureza dos arquivos com-
partilhados, o discente consegue posicionar A Inluência do Estágio
seu desempenho em relação aos demais e
o docente pode acompanhar mais de per-
Curricular na Formação
to individualmente dedicando mais atenção Discente na Universidade
àqueles com mais diiculdades elevando as- de São Paulo
sim o nível da turma como um todo. Existe
ainda o estímulo ao trabalho em grupo, de- Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo
sejável para promover o interesse coletivo
na disciplina.
Adaci Aparecida Oliveira Rosa da Silva e Asa Fujino
A planilha, constituída por abas, possui na
adaci.rs@gmail.com
primeira o diário de frequência, na segunda
aba segue as notas e frequência total, onde Na Universidade de São Paulo, hoje, há
cada célula está lincada com células especí- um conjunto de iniciativas para melhorar
icas de outras abas para ser atualizada ins- a eicácia do processo de democratização
tantaneamente, da terceira aba em diante do acesso ao ensino superior. Entre elas es-
seguem as resoluções de cada lista, onde tão a organização de debates em diversas
existe uma coluna cujas linhas calculam os áreas sobre o conhecimento acadêmico e a
resultados esperados de acordo com o nú- relexão sobre as práticas no mundo do tra-
mero do aluno digitado no topo e na colu- balho, formando um conjunto de colabora-
na seguinte a nota especíica da questão de dores que atuam de forma interdisciplinar
cada linha podendo receber um valor entre na investigação da formação acadêmica e
0 e 1, valor este multiplicado pelo peso da proissional dos estudantes. Neste sentido,
questão e somado na nota geral da lista de um aspecto relevante que a pesquisa cien-
exercício, a correção da lista se dá através tíica focaliza é a experiência proissional,
de comparação entre a resposta do aluno e que possibilita objetivar a prática transfor-
a resposta esperada calculada na planilha. mando-a em objeto teórico da investiga-
ção, e, do mesmo modo, destacar a prática
Resultados e Conclusões como espaço social de aplicação e simulta-
Existe um esforço inicial para preparar o neamente de renovação do conhecimento
material, as listas de exercícios devem se- em construção na formação universitária.
guir um padrão rigoroso com indicação cla- (FUJINO, 2004; 2011). O campo de estudos
ra de onde deve ser colocada as respostas da Educação tem avançado na exploração
inais dos alunos e também para preparar desta temática, ao incentivar a exploração
uma resolução especíica passo a passo para cientíica da experiência adquirida nos es-
acompanhar as passagens, liberada após a tágios curriculares na formação dos profes-
entrega, em compensação a correção se dá sores. (PIMENTA, 2012; ALMEIDA, PIMENTA,
de forma rápida, com atualização instantâ- 2014). Há programas de institutos e depar-
nea no espaço compartilhado à classe, dis- tamentos, e de faculdades já vinculados à
ponível para todos. Pró-reitoria de graduação, que visam apro-
ximar os alunos das áreas de trabalho, por
meio de palestras, workshops temáticos
com o objetivo de reletir, preparar e auxi-
liar graduandos e pós-graduandos no pla-
nejamento da carreira, e em sua atuação em
estágios e programas de trainees.
Na Ciência da Informação, as pesquisas
sobre as atividades relacionadas ao mundo
do trabalho dos proissionais da informação
indicam que é consenso que a tecnologia
ampliou o campo de atuação proissional,
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associando às diversas áreas de trabalho di-
nâmicas que requerem proissionais ativa-
mente participantes de projetos e processos Experiências em
de construção de conhecimento no desen-
volvimento de novos produtos e serviços. A mudanças curriculares
desmaterialização dos suportes informacio-
nais e a desterritorialização geográica do
mercado de trabalho cria a era do acesso
Lei 10.639/03: Uma Análise
que possibilita ultrapassar o espaço tradicio- Curricular da Formação
nal de centros de documentação, memória, Inicial do Professor de
arquivos e bibliotecas. Nesse sentido, veri-
ica-se na literatura da área que o foco das
Literatura da Educação
discussões a respeito das carreiras desses Básica (Primeiras Leituras)
proissionais concentra-se primeiramente Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências
na avaliação das possibilidades de expansão Humanas da Universidade de São Paulo
dos locais de atuação e na identiicação das
competências informacionais requeridas. Em Denise Cenci
continuidade, há estudos que investigam decenci@usp.br
o peril do proissional da informação e os
cenários de atuação, e que apontam para a A Lei 10.639/03, atualizada na 11.645/08,
necessidade de uma progressão na forma- que inclui a temática indígena, oicializou
ção proissional, no sentido de se adaptar reivindicações históricas de setores da socie-
os currículos educacionais aos desaios do dade, notadamente do Movimento Negro,
novo conceito de trabalho, que se conigu- por uma pedagogia antirracista, promotora
rou a partir da emergência da economia da de relações étnico-raciais positivas. Acom-
informação, ambientada na sociedade da in- panhada por outros dispositivos legais, ela
formação e do conhecimento. impele à revisão de práticas e saberes vigen-
O interesse nos temas da formação uni- tes no âmbito escolar e tem potencializado
versitária e o mundo do trabalho estão as- contribuições na busca pela desconstrução
sociados à pesquisa de doutorado que se das bases preconceituosas, excludentes e
desenvolve no PPGCI- ECA USP, sobre o antidemocráticas que ainda perpassam a es-
mundo do trabalho dos proissionais da in- cola no Brasil. A área de literatura também
formação, que transborda numa proposta precisa enfrentar o desaio de rever seus pa-
de trabalho de pesquisa pós-doutoral, com radigmas, práticas e conteúdos, bem como
o foco na graduação. O que se conigura zelar pela formação docente inicial voltada
neste projeto de pesquisa é o rastreamen- ao combate à discriminação cultural e étni-
to de autores e temática, que compõem a co-racial, que não pode prescindir de textos
rede de pesquisadores na universidade, re- e autores – particularmente das literaturas
lacionando o conjunto da produção técni- afro-brasileiras e africanas em língua portu-
co cientíica aos discursos, trajetos e expe- guesa – tampouco de relexões que propi-
riências que possam agregar conteúdos e ciem o desenvolvimento e ampliação de re-
fundamentos teóricos metodológicos para pertório dos professores da área.
otimizar e atualizar as disciplinas de gradu- Para que a constituição do sistema literá-
ação, ancorados nas análises e resultados rio canônico nacional e sua abordagem na
obtidos. Educação Básica sejam repensadas nessa
perspectiva, é fundamental que isso ocor-
ra, primeiramente, durante os cursos de li-
cenciatura em Letras. Passados mais de dez
anos da promulgação da Lei, esta é um pro-
posta de investigação e problematização
das atuais condições da formação docente
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inicial dos professores de literatura de Insti-
tuições de Educação Superior (IES), públicas Inclusão de BIM e PBL
e particulares, do estado paulista.
O processo de constituição de um corpus
em Nova Disciplina da
desta pesquisa reuniu ementas de disciplinas Engenharia Civil
da área de literatura – em consonância com a Escola Politécnica da Universidade de São
proposta de uma pedagogia comprometida Paulo
com o combate ao racismo e à discriminação
cultural e étnico-racial – dos cursos forma- Jacqueline Vergely Ferreira, Sérgio Leal Ferreira
dores de professores para Educação Básica, sergio.leal@usp.br
oferecidos por IES paulistas: todas as cinco
públicas e quatro universidades privadas de Analisando o Artigo 3o da Resolução
grande porte, que oferecem licenciatura em CNE/CES no 11/2002, que institui as Di-
Letras, permitiu uma primeira leitura acerca retrizes Curriculares Nacionais do Curso
da abrangência do tema no interior da grade de Graduação em Engenharia, pode-se
curricular disponibilizada, por tais IES, à for- concluir que a Universidade deve formar
mação inicial daqueles que se preparam para proissionais que apresentem uma visão
assumir aulas de literatura para o alunado da ética, humanística e interdisciplinar e as-
Educação Básica. sumam uma postura crítica e criativa na
Apesar das atuais facilidades proporcio- identiicação e solução de problemas.
nadas pelos meios eletrônicos de comu- Recentemente e somado à esse cenário, a
nicação, o acesso a matrizes curriculares e estrutura curricular da Escola Politécnica
experimentou alterações pedagógicas. O
ementas de disciplinas não deixou de ser
Projeto de modiicação, apresentou como
trabalhoso ou mesmo inviável em certo
proposta antecipar o contato entre os alu-
caso, ao inal dos dois semestres destina-
nos e matérias especíicas da engenharia,
dos à constituição desse corpus de pesqui-
estimular a participação do estudante e
sa. Resumidamente, o quadro encontrado
adequar o peril do diplomado às exigên-
apresentou: a falta de acesso a ementas em
cias proissionais do século XXI. Diante
1 universidade privada e em 1 pública, cujo desse contexto, o presente trabalho estu-
plano pedagógico aponta apenas a suges- dou e organizou uma proposta de adoção
tão de disciplina (que estaria condicionada a de uma nova metodologia de ensino, o
ajustes orçamentários para sua viabilidade). Project-Based Learning (PBL) para aplicá-
As demais seis universidades dispõem de -la em uma nova disciplina que inclui o
ementas, cujas características denotam di- conceito de Building Information Mode-
ferentes graus de tratamento do tema, sen- ling (BIM).
do: 1 pública, cuja ementa reduz-se a uma O Aprendizado Baseado em Projeto
frase curta; 1 privada cuja única disciplina é (ABP/PBL) é um método de ensino que
isenta de especiicidades da área de Letras permite uma aprendizagem participativa e
(é disponibilizada genericamente a todos os multidisciplinar. Em sala de aula, são pro-
cursos de todas as áreas da IES); 2 públicas postas a análise e a resolução de um pro-
e 1 privada mencionam tema no escopo de blema real, estimulando a participação do
uma ou outra disciplina e apenas 2 IES (1 de aluno em discussões sobre possíveis solu-
cada setor) têm ementas detalhadas. Todos ções. Dessa forma, o curso promove mais
os casos eram de disciplinas de caráter ele- intensamente que o estudante desenvolva
tivo ou optativo, nunca obrigatório. um pensamento crítico, a autogestão e
Assim, constata-se, por ora, um trata- uma relexão sobre a aprendizagem. Esse
mento limitado dado ao tema nos cursos de formato de ensino exige uma posição ati-
graduação veriicados, entretanto, precisam va do aluno, que passa a ser um agente
ser considerados os avanços no contexto na produção do seu conhecimento. Tal
histórico da educação brasileira. coniguração foge da forma tradicional de
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ensino e contribui especiicamente para no Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de
a formação de engenheiros com visão e 70% da população brasileira é SUS dependen-
preparo que atendam às novas demandas te, sendo atribuída a Universidade o papel for-
sociais. Se estabelece assim uma nova mador de um proissional capaz de atender as
perspectiva de ensino. demandas da população. Por sua vez, o ensi-
A proposta do presente estudo foi con- no odontológico contrapõe ideologicamente
cebida considerando-se a aplicabilidade o SUS por manter o centramento dentário na
na matéria Introdução ao Projeto na En- formação, com ênfase no adestramento técni-
genharia. O primeiro oferecimento dessa co e no consumo tecnológico e, a um só tem-
disciplina foi em 2015, já sob vigência da po no proselitismo do consultório particular.
nova estrutura curricular, e apresentou
um ambiente propício para a aplicação do Objetivo
PBL, uma vez que envolve o conhecimen- Relatar a experiência dos graduandos no
to e treino de métodos analíticos e sinté- estágio supervisionado “Inovação na pro-
ticos para atuar na engenharia, o uso de dução do cuidado em saúde bucal. Possibi-
ferramentas de design e de planejamento lidades de uma nova abordagem na clinica
e tópicos que visem inovação, sustenta- odontológica para o SUS”.
bilidade e empreendedorismo. Seguindo
o PBL, uma pesquisa foi realizada com os Metodologia
alunos que cursaram essa matéria e al- Estágio em uma Unidade Básica de Saúde
guns problemas foram mapeados. do município de São Paulo, com oito horas
O presente estudo resulta em uma des- de atividades semanais, utilizando diários
crição do que é e o que se espera de uma como instrumento de relato da experiência.
disciplina apoiada no PBL, em uma pro- Escuta, acolhimento, anamnese aberta e pri-
posta aplicável ao caso concreto e sugere meira consulta em ambiente não cirúrgico
modiicações baseadas nos problemas en- foram as principais orientações dos pesqui-
frentados e apontados pelos estudantes. sadores aos estagiários.

Experiência de Graduandos Resultados


na Clínica Ampliada de No estágio supervisionado a primeira con-
sulta é realizada fora da cadeira odontológica,
Saúde Bucal: Um Olhar para a anamnese é baseada no diálogo e escuta, em
Além do Dente que o proissional e paciente deinem juntos
1
Faculdade de Saúde Pública da Universidade a melhor abordagem para seu tratamento, a
de São Paulo relação entre ambos torna-se horizontal, com
2
Universidade Federal da Fronteira Sul divisão das responsabilidades e empodera-
Campus Chapecó mento do paciente, determina-se o projeto
3
Faculdade de Odontologia da Universidade terapêutico singular, sendo único e exclusivo,
de São Paulo visando o cuidado integral do paciente, con-
trapondo a clínica odontológica da faculdade,
Carolina Rogel de Souza1, Carlos Botazzo1, Graciela em que os estudantes iniciam o atendimento
Soares Fonsêca2, Fabiana Schneider Pires1, Simone nos pacientes previamente triados de acordo
Rennó Junqueira3, Brunna Rodrigues Machado Dos com os requisitos pré-deinidos de cada disci-
Santos3, André Serra Da Clara3, Eduardo Felipe De plina, as consultas são sempre realizadas na ca-
Souza Pinheiro3, Diego Santos Manarão3 deira odontológica, ocorrendo o centramento
carolrogel@yahoo.com.br dentário e a anamnese se restringe a um ques-
tionário, enquadrando o paciente somente nas
Introdução condições que permitem assinalar os itens do
Enquanto o sistema liberal de assistência questionário, os estudantes são orientados
privada se encontra em crise, aumentam-se os pelo professor a deinir o plano de tratamento
postos de trabalho para o Cirurgião Dentista de acordo com os protocolos e passos técni-
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cos de cada disciplina, com materiais especíi- cenários abordados, promovendo a transver-
cos de escolha restrita ao proissional. salidade entre áreas de conhecimento. A me-
todologia para as alterações propostas para a
Conclusão matriz curricular deste curso divide-se em duas
É explícita a inovação na forma de cuida- etapas. Na primeira delas, o rol de disciplinas
do e as diferenças entre os serviços presta- curriculares obrigatórias da matriz anterior foi
dos na saúde bucal com base nas compa- readequado, com criação, extinção e fusão
rações dos métodos pedagógico e técnico de disciplinas, redução de cargas horárias de
ensinado no ambiente acadêmico e aqueles disciplinas obrigatórias, bem como modiica-
necessários para o cuidado do paciente no ções de programas das mesmas. As disciplinas
SUS. Enquanto a instituição acadêmica visa curriculares obrigatórias foram organizadas
à técnica e faz referência a alta tecnologia, em módulos de conhecimento e distribuídas
é imprescindível ao SUS o acolhimento e o ao longo de oito semestres, de acordo com
cuidar do paciente. critérios temáticos relacionados à abrangên-
Fonte(s) de Financiamento: MCTI/CNPq/ cia de temas de seu respectivo conteúdo. Os
MS FAPESP/CAPES seguintes módulos foram deinidos: Módulo
1 para disciplinas de Fundamentos, Módulo 2
Reformulação da Matriz para Morfologia e Função de Sistemas Bioló-
Curricular do Curso de gicos, Módulo 3 para Produção e Reprodução
animal, Módulo 4 para Medicina Veterinária
Medicina Veterinária da Preventiva e Módulo 5 para Clínica e Cirurgia.
Faculdade de Medicina Na segunda etapa, modiicou-se o formato de
Veterinária e Zootecnia da oferecimento e características das disciplinas
optativas, que existirão em duas subcategorias:
Universidade de São Paulo (i) disciplina curriculares eletivas e, (ii) discipli-
Faculdade de Medicina Veterinária e nas extracurriculares, de acordo com resolução
Zootecnia da Universidade de São Paulo pertinente disposta no estatuto da Universida-
de de São Paulo. Disciplinas curriculares eleti-
Eliana Reiko Matushima, Sílvia Renata Gaido vas com duração mínima de 210 horas serão
Cortopassi, Mayra Elena Ortiz Ávila Assumpção, oferecidas no último ano do curso e deverão
Wilson Roberto Fernandes, Francisco de Palma contemplar áreas de atuação direcionadas e
Rennó, Rodrigo Martins Soares especializadas da Medicina Veterinária, com a
rosoares@usp.br participação de docentes de diversos departa-
Resume-se aqui a proposta para modiica- mentos, caracterizando a multidisciplinaridade
ção de estrutura curricular do curso de Medi- para a geração do conhecimento. Cada uma
cina Veterinária da Faculdade de Medicina Ve- destas disciplinas terá temática ampla, como
terinária e Zootecnia da Universidade de São segue: (i) medicina de cães e gatos, (ii) medi-
Paulo (FMVZ-USP). A reformulação da matriz cina de equinos, (iii) cadeia produtiva de carne
curricular para o curso de Medicina Veterinária bovina, (iv) cadeia produtiva do leite, (v) cadeia
da FMVZ-USP é pautada pelos seguintes obje- produtiva em avicultura, (vi) cadeia produtiva
tivos: (i) estimular o aluno a explorar, dentro de em suinocultura, e (vii) medicina veterinária
sua própria unidade, áreas de conhecimentos em animais selvagens. Deiniu-se nova carga
que permita compor por si o conhecimento horária mínima para a obtenção de grau aca-
que necessita e deseja para se projetar no mer- dêmico, que será reduzida de 5.040 horas para
cado de trabalho; (ii) estimular o aluno a buscar 4.400 horas. O curso, entretanto, permanece
o conhecimento de forma orientada em outras com duração de cinco anos ou dez semestres.
fontes além daquelas disponíveis em sua uni- Esta redução permitirá que o aluno disponha
dade; e (iii) integrar as áreas de conhecimentos de maior tempo sem atividades letivas obriga-
da unidade para minimizar a compartimenta- tórias e poderá fazer uso destas “áreas verdes”
lização do aprendizado, de forma a promover para aprimorar seus conhecimentos nas áreas
a convergência de competências nos diversos que desejar.
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gumas das escolas renome internacional da
Estamos Fazendo nosso Europa e EUA na área. O alvo é a realização
de um benchmark das matrizes de ensino
Dever de Casa? Uma Análise em graduação ofertados nessas escolas.
da Matriz Curricular dos Além a análise curricular, foram conduzidas
Cursos de Engenharia de entrevistas em profundidade com especia-
listas (professores e pesquisadores de en-
Alimentos no Brasil genharia de alimentos).
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Os resultados iniciais sugerem a formação
Alimentos da Universidade de São Paulo brasileira está mais perto de uma combina-
ção de escolas europeias e americanas de
Vivian-Lara Silva; Fausto Makishi; Marcus Magossi; engenharia de alimentos em termos de es-
Izabel Cristina Freitas Moraes; Carmen Silvia Fávaro trutura curricular. Vale lembrar que mesmo
Trindade; Paulo José do Amaral Sobral esses modelos vêm sofrendo processo de
faustomakishi@gmail.com reformulação. Ponto comum neste processo
O universo contemporâneo que envolve a de relexão internacional sobre o ensino de
produção, industrialização, transporte e co- graduação oferecido no Brasil é a necessida-
mercialização de alimentos lança desaios de de ligação às ciências de base como mate-
cada vez mais complexos ao proissional, o mática, física, química e biologia, permitindo
que traz aos educadores e formadores de re- ao engenheiro intervir em todas as escalas
cursos humanos a oportunidade de repensar (sistemas, processos, produtos e moléculas)
conteúdos curriculares e métodos de ensino. em diferentes níveis e perspectivas multidis-
A este respeito, instigante debate interna- ciplinares no desenvolvimento e inovação
cional tem apontado para a necessidade de tecnológica. Essa aparente tendência interna-
se repensar a estrutura curricular dos cursos cional ainda se mostra tímida aqui no Brasil.
de engenharia em geral, e de engenharia de Como lição de casa, a análise inicial sugere
alimentos em especial. E no Brasil, estamos a necessidade de repensar algumas ques-
fazendo nosso dever de casa? tões, como a carga de trabalho, o conteúdo
Para responder a esse questionamento, a transversal e ferramentas de ensino, a im de
presente pesquisa, conduzida na Faculdade melhorar o alinhamento do Brasil com o mo-
de Zootecnia e Engenharia de Alimentos vimento de vanguarda que estamos assistin-
da Universidade de São Paulo (FZEA/USP), do no ensino da engenharia de alimentos.
voltou-se ao estudo dos matizes curricula-
res dos cursos de formação em engenha- Perspectivas de Estudantes
ria de alimentos no Brasil vista identiica- sobre a Atuação na Área de
ção de pontos fortes a serem valorizados
e fragilidades a serem trabalhadas, a partir
Terapia Ocupacional em Saúde
da condução de uma análise comparativa Mental: Subsídios para o
estruturada em duas etapas. Na primeira, Aprimoramento das Atividades
as matrizes de 21 cursos de graduação em
engenharia de alimentos (25% dos cursos
Práticas Curriculares
ofertados) foram agrupadas em um banco Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
de dados contendo: ano de criação, loca- da Universidade de São Paulo
lização, disciplinas obrigatórias e optativas,
créditos aula e carga horária total. Os cursos Leonardo Martins Kebbe
selecionados referem-se aos de superior kebbe@fmrp.usp.br
qualidade (5 e 4 estrelas) conforme ranking
nacional do Guia do Estudante publicado A formação de estudantes em terapia
pela Editora Abril em 2015. ocupacional preconiza o desenvolvimento
Na segunda etapa, foi conduzido um es- de práticas proissionalizantes na área da
tudo critico de propostas curriculares de al- saúde mental. De acordo com os currículos
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dos cursos de graduação das diferentes es- que os estudantes referiram necessidade de
colas de Terapia Ocupacional (especialmen- desconstrução de preconceitos, o aprofun-
te as brasileiras), essas práticas são integra- damento teórico e o desenvolvimento de
das aos estágios proissionais e costumam habilidades relacionais (tais como escuta,
ser desenvolvidas no último ano dos cursos. empatia e acolhimento à pessoa em sofri-
A inserção dos estagiários neste campo de mento psíquico); 2. Diiculdades enfrenta-
práticas é vivenciada com insegurança e in- das, caracterizadas por sentimentos como
certeza, pois a lida com pessoas com diag- impotência e medo da população a ser
nóstico psiquiátrico envolve ideias pré-con- atendida e 3. Estratégias para a lida com as
cebidas que podem interferir no processo diiculdades, consistindo na inserção de prá-
de aprendizagem. Este estudo objetivou co- ticas desde o início da graduação, oferta de
nhecer as perspectivas e as expectativas dos minicursos, palestras e visitas institucionais
estudantes do curso de Terapia Ocupacio- e ampliação dos campos de estágios. Os
nal da Faculdade de Medicina de Ribeirão resultados ofereceram subsídios para que
Preto – USP (FMRP-USP) sobre a atuação no os docentes da área de terapia ocupacional
estágio obrigatório em saúde mental, ofer- em saúde mental reletissem sobre possí-
tado no quinto ano do curso de graduação. veis estratégias que assegurassem a apren-
Justiica-se acessar as perspectivas destes dizagem e atenuassem as diiculdades a ela
estudantes como estratégia para aprimorar inerentes. Houve abertura de novos campos
o estágio, considerando a oferta dos conte- de práticas, revisão e inserção de conteúdos
údos teórico-práticos e também o desen- teóricos no estágio e oferta de atividades
volvimento das habilidades procedimentais práticas (incluindo observações em campo)
e atitudinais dos estagiários. Com isto, bus- desde o início do curso, o que foi também
ca-se tornar o estágio mais efetivo enquan- oportunizado pelas mudanças curriculares
to etapa do processo de aprendizagem globais do curso de graduação.
proissionalizante. O pressuposto do estudo Palavras-Chave: Ensino, Terapia Ocupa-
foi baseado na concepção historicamente cional, Saúde Mental.
construída e assimilada sobre “loucura”, vin-
culada a algo ameaçante e perigoso, o que A Educação Ambiental em
seria potencialmente prejudicial para um Busca de uma Universidade
desempenho satisfatório dos estudantes no
estágio, interferindo, inclusive, na escolha
Sustentável: Os Caminhos para
por atuar na área de saúde mental após a a Curricular do Ensino Superior
conclusão do curso de graduação. O estudo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da
foi aprovado pela Comissão de Graduação Universidade de São Paulo
da FMRP-USP e pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do HC-FMRP-USP. Participaram Larissa Cardillo Acconcia Dias; Luciana Bongiovanni
da pesquisa 12 estudantes, do primeiro ao Martins Schenk
quarto ano do curso de graduação, sendo larissacardillod@gmail.com
selecionados três participantes de cada ano.
Estudantes do quinto ano do curso de gra- A preocupação com a natureza e as dis-
duação não foram incluídos como partici- cussões voltadas para a Educação Ambiental
pantes por cursarem o estágio em questão, (EA) aumentaram a partir de meados do sé-
sendo a inalidade da pesquisa identiicar culo XX, assim, a EA é uma forma ampla de
percepções prévias dos estudantes quanto ensino que inclui todos os cidadãos na pro-
ao mesmo. Os dados foram coletados por blemática ambiental; para que esse ensino
meio de entrevistas semiestruturadas e a seja efetivo é imprescindível que haja a mu-
análise foi realizada com análise de conteú- dança de comportamento para que seu ob-
do temática de Bardin (2011). Os resultados jetivo primordial seja alcançado: solucionar
foram organizados nas seguintes categorias os problemas ambientais atuais e futuros. Os
analíticas: 1. Habilidades para a atuação, em desaios causados pela devastação do meio
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remetem às questões metodológicas, éticas
e políticas que acabam tendo necessidades Fundamentos Biológicos
de serem reletidas nas universidades e como
elas podem resolver essas questões, inserin- Escola de Artes, Ciências e Humanidades
do a temática em seus projetos pedagógi- da Universidade de São Paulo
cos. Ambientalizar um currículo universitário
Luiz Menna-Barreto, Mário Pedrazzoli Neto,
signiica incluir valores e ensinamentos de
Michele Schultz, Ivana Brito e Fabiana S. Evangelista
caráter ambiental, modiicando, assim, esses
menna@usp.br
paradigmas ao resgatar valores éticos, am-
bientais, humanos e solidários. Este trabalho Apresentamos neste painel a fundamen-
é fruto de pesquisas e questionamentos para tação e alguns resultados da experiência no
o mestrado em andamento da autora e seu ensino de conteúdos de conteúdos da área
objetivo é apresentar como a EA e a ambien- biomédica nas disciplinas de Fundamentos
talização curricular podem ser o caminho Biológicos oferecidas aos alunos de gradu-
inicial para transformar um campus em um ação dos cursos de Gerontologia, Obste-
espaço mais sustentável, e como isso pode trícia e Educação Física e Saude da EACH/
ocorrer. As universidades possuem uma im- USP. Fundamentação: as disciplinas dos três
portante responsabilidade social e ambien- cursos estão organizadas em 4 semestres
tal, é observado que o início para a transfor- segundo a seguinte sequência: neurociên-
mação de uma universidade tradicional em cias, sistema cardio-respiratório, sistemas
uma sustentável é a busca pela ambientali- digestório e urinário e sistema endócrino.
zação curricular e a realização de pesquisas Com esse desdobramento do conteúdo as-
voltadas à questão ambiental, seguidas por sim chamado “biomédico” possibilitamos o
outras ações. Essa ambientalização é com- contato dos estudantes com aspectos mor-
plexa e deve partir de subprocessos realiza- fo-funcionais do corpo humano concomi-
dos, especialmente, por pessoas sensíveis às tantemente com a introdução de disciplinas
questões ambientais aliadas a uma gestão com conteúdos mais proissionalizantes. O
sistêmica, cooperativa e contemporânea objetivo desse procedimento é a tentativa
que consigam, juntamente, conciliar seus de superar as barreiras que percebemos
objetivos aos da própria universidade. É nos oferecimentos conteúdos biomédicos
importante ressaltar que este trabalho em nas graduações da área da saúde entre os
equipe deve conscientizar toda a comu- aspectos básicos e aplicados.
nidade acadêmica sobre a importância da Essa organização alternativa vem sendo
pluridimensionalidade da sustentabilidade aplicada na EACH desde sua inauguração
e pensar na EA como um ensino interdisci- em 2005 e com este painel pretendemos
plinar. Podemos, em síntese, concluir que a compartilhar essa experiência com colegas
inclusão de questões ambientais no proces- de outras unidades. Talvez o maior desaio
so educativo é um desaio, é imprescindível contido nessa atuação seja conciliar as dife-
que a universidade que deseja iniciar seu rentes formações do corpo docente nas áre-
processo de tornar-se sustentável, a partir as das disciplinas tradicionais como morfo-
de seus curriculares, deve levar em conta e logia, isiologia, bioquímica e farmacologia,
em conjunto o ensino, pesquisa, projetos de modo a produzir aulas nas quais se tenta
de extensão e somar esforços de docentes, compartilhar uma leitura integrada desses
funcionários, alunos e a própria gestão que conhecimentos. Ofereceremos cronogramas
necessita ter uma ótica sistêmica e facili- e outros materiais das diferentes disciplinas
tadora, um atual desaio a ser enfrentado, de Fundamentos Biológicos oferecidas aos
para que possa, então, iniciar o processo três cursos de graduação da EACH.
de reformulação de uma universidade com
missões e valores voltados para o futuro e
para as questões pluridimensionais da sus-
tentabilidade.
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necessárias e pertinentes, aprimorando-os
Gestão Educacional: para seu uso efetivo, considerando-se, em
geral, a baixa adesão dos estudantes e a
Monitoramento das pouca valorização pelos professores.
Disciplinas Obrigatórias no Dessa forma, a partir da consulta aos re-
Curso de Nutrição latórios feitos pela CoC Nutri, GAP e CG,
as informações sobre esses instrumentos
Faculdade de Saúde Pública da Universidade foram reunidas e organizadas. A partir da
de São Paulo sistematização desse material estão sendo
promovidas pela CoC Nutrição reuniões
Cláudia Maria Bógus, Ana Maria Cervato Mancuso,
com o conjunto de professores respon-
Milene Vancini, Beatriz Pancotto
sáveis pelas disciplinas integradoras (há
claudiab@usp.br
uma disciplina integradora em cada um
Introdução dos períodos letivos, do 1o ao 8o semestre
O Projeto Político Pedagógico norteia as do curso) com o intuito de se alcançar um
instituições e cursos, quanto às práticas pe- consenso quanto a aspectos a serem con-
dagógicas, gestão e atividades educacionais, templados na avaliação global e integrada
por meio da formulação de metas e estabe- de cada semestre.
lecimento de procedimentos e instrumentos Essa avaliação ocorrerá em um formato
de ação. Sendo assim, o PPP “é um instru- experimental neste primeiro semestre de
mento da gestão da qualidade do ensino su- 2016 e será desenvolvida dentro das ativi-
perior”, que precisa ser utilizado como guia dades previstas na programação das disci-
das ações de seu gestor principal. plinas integradoras.
O Projeto Político Pedagógico do Curso
de Nutrição da Faculdade de Saúde Públi- Resultados preliminares
ca passou recentemente por modiicações O processo de reunir os professores res-
e a nova estrutura curricular está sendo im- ponsáveis pelas disciplinas integradoras dos
plantada desde 2012. diferentes períodos letivos do curso permi-
A implantação de novos projetos político- tiu veriicar a potencialidade da participa-
-pedagógicos e novas estruturas curriculares ção dos professores no monitoramento da
torna necessária a construção de modelo de trajetória dos estudantes ao longo do curso,
gestão que permita o acompanhamento dos na medida em que estabelecem entre si e
seus processos de implantação, combinando entre os conteúdos sob sua responsabili-
diferentes e complementares instrumentos, dade as conexões pertinentes pretendidas
utilizados pelos estudantes e pelos professo- com o projeto político pedagógico.
res e técnicos, para avaliar as condições es- Pretende-se para o início do segundo se-
truturais e didáticas dos cursos. mestre de 2016 a consolidação de um con-
junto de instrumentos para coletar informa-
Método ções e avaliar as atividades desenvolvidas
Nos últimos anos, no âmbito da Comis- nas disciplinas de modo a aprimorar a gestão
são de Coordenação do Curso de Nutrição educacional do Curso de Nutrição, sob a res-
(CoC Nutri), do Grupo de Apoio Pedagógico ponsabilidade da Comissão de Coordenação
(GAP) e da Comissão de Graduação (CG), fo- do Curso e da Comissão de Graduação.
ram discutidos e produzidos instrumentos
a serem utilizados pelos estudantes e pe-
los professores e técnicos para o monitora-
mento e avaliação das atividades desenvol-
vidas nas disciplinas obrigatórias do Curso
de Nutrição. É fundamental, neste momen-
to, a análise aprofundada de tais instrumen-
tos para permitir os ajustes e adequações
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e no que propõe as Diretrizes Curriculares
O Processo de Reestruturação Nacionais para os cursos de farmácia e o Pro-
jeto Político Pedagógico da FCFRP. Os eixos
Curricular do Curso de da formação foram deinidos em: Eixo Vida
Graduação em Farmácia- e Saúde; Eixo Fármaco-Medicamento; Eixo
Bioquímica da FCFRP-USP Cuidado à Saúde e Eixo Integrador. Para que
a comunidade da FCFRP-USP se reunisse em
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de um espaço privilegiado para o debate e a tro-
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
ca de experiências entre docentes e discentes
do Curso de Graduação em Farmácia-Bio-
Márcia M.R. Cantano e Sérgio de Albuquerque
química, visando a promoção da busca por
marcia@fcfrp.usp.br
um ensino de excelência, que é uma das me-
O curso de Farmácia-Bioquímica da Facul- tas da Universidade de São Paulo, foram real-
dade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão izados três workshops, com temáticas sobre
Preto da Universidade de São Paulo é um dos “As tendências para o Ensino Farmacêutico
mais antigos do país. Ao longo destes anos, no Brasil considerando as Diretrizes Curricu-
o curso de Farmácia passou por profundas lares Nacionais”, “A importância da formação
alterações, sempre adequando a sua Estru- para o professor universitário” e “Diagnósti-
tura Curricular aos progressos cientíicos das cos e Relexões sobre o curso na FCFRP/USP”.
Ciências Farmacêuticas, formando prois- Foram instituídos Grupos de Trabalho que
sionais cuja qualidade tem sido reconhecida promoveriam discussões acerca de temas
pela sua inserção no mercado de trabalho. A especíicos, para subsidiar as adequações
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da curriculares sobre os temas: Formação Do-
Educação Nacional (Lei 9394), em dezembro cente; Mercado de Trabalho; Peril discente e
de 1996, e as Diretrizes Curriculares Nacio- do egresso e Estrutura Curricular. A discussão
nais do Curso de Farmácia (CNE/CES 2/2002) e deinição sobre o peril do proissional
mudou a ilosoia do ensino de Farmácia, uma farmacêutico generalista para a FCFRP-USP
vez que estas preconizam a formação gener- gerou uma proposta de matriz curricular fun-
alista, humanista, crítica e relexiva para atuar damentada em: otimizar o tempo do aluno
em todos os níveis de atenção à saúde. Até na sala de aula, oferecer atividades práticas
então centrado em habilidades tecnológicas, para o aluno desenvolver dentro de módulos
o currículo que se vislumbra nas Diretrizes temáticos; integrar conteúdos e disciplinas e
Curriculares está centrado no papel do far- estimular o trabalho discente autônomo.
macêutico como proissional de saúde. Sem
perder a essência da formação do farmacêu- Proposta Conceitual de
tico, os cursos de Farmácia deverão estar um Centro de Pesquisa em
preparados para oferecer aos estudantes uma
gama de conhecimentos que contemplem a
Educação e Aprendizagem
interdisciplinaridade da proissão, o enfoque para Engenharia (CEPEDAPE)
de problemas regionais e a possibilidade de Escola de Engenharia de São Carlos da
reciclagem desses conhecimentos. Em 2013, Universidade de São Paulo
iniciaram-se as discussões para a construção
coletiva de uma nova estrutura curricular, Luís Carlos Passarini; Nídia Pavan Kuri
alinhada com a formação integral que se luca.sp.br@gmail.com
deseja formar, de um proissional de saúde
capaz de intervir na sociedade de forma críti- Palavras-Chave: ensino inovador; ciclo de
ca, com o objetivo de construir, sob os pilares 7 fases; ambiente colaborativo; aprendiza-
do protagonismo discente e da educação gem ativa; ensino dinâmico.
emancipatória, uma nova estrutura curricular,
baseada na excelência do ensino de gradu- Introdução
ação da FCFRP, na integração de conteúdos A Educação é dinâmica e mais intensa na
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medida em que galgamos seus níveis mais a colaboração entre as pessoas. Os benefí-
elevados. Tratando especiicamente do ensi- cios dos ambientes colaborativos são hoje
no e aprendizagem de Engenharia, a partir inquestionáveis. A integração natural de re-
da década de 1980 a preocupação com a cursos e ambientes certamente deverá ser
formação do engenheiro tornou-se mais evi- levado em consideração no projeto arqui-
dente. Enquanto nos EUA surgia a Enginee- tetônico. É bastante importante que as fa-
ring Education Research (EER) motivada pelas cilidades do Centro estejam ao alcance de
preocupações daquele país com a competiti- todas as suas seções, a im de minimizar a
vidade e quantidade de engenheiros gradu- multiplicação de recursos e maximizar seu
andos, no Brasil esta preocupação só acon- aproveitamento.
teceu recentemente. Com a revogação da Em termos de recursos materiais, além do
CFE 48/76 e subsequente substituição pela espaço físico, a infraestrutua do CEPEDAPE
CNE/CES 11/2002, o ensino de Engenharia precisará contar com equipamentos e recur-
no Brasil se viu diante de muitos desaios sos de software e hardware compatíveis com
que demandam iniciativas criativas e inova- as atividades que serão ali desenvolvidas, a
doras. Tais demandas criaram oportunidades saber: atividades pedagógicas inovadoras;
para mudanças nos modelos de ensino e produção de miniaulas; micro ensino (como
aprendizagem até então em vigor. Os objeti- ferramenta no desenvolvimento/aprimora-
vos deste trabalho são: propor um novo con- mento de habilidades de ensino); e minicur-
ceito de Centro de Pesquisa em Educação e sos e workshops de novas tecnologias.
Aprendizagem para Engenharia (CEPEDAPE) Corpo técnico. Para acelerar a entrada e
com a inalidade de: 1) prospectar, discutir, adaptação do docente ao novo modelo de
avaliar e validar estratégias e ambientes de ensino e aprendizagem centrado no aluno
ensino-aprendizagem; 2) capacitar e apri- é necessário investir em sua capacitação.
morar o fator humano envolvido visando a Por este motivo o corpo técnico para o CE-
implementação de metodologias ativas de PEDAPE necessita ser qualiicado e experi-
ensino e aprendizagem nos cursos da Enge- mentado, constituído de pedagogo(s), psi-
nharia à luz da CNE/CES 11/2002 e das novas cólogo(s), designer(s) e modeladore(s), pro-
oportunidades oferecidas pelas tecnologias issionai(s) das áreas de educação, de texto,
de ensino e aprendizagem. imagem & som e da ciência de informação,
entre outros profssionais que podem con-
Descrição do Projeto tribuir com o Centro.
O CEPEDAPE deverá ser palco e referên- Ciclo de 7 Fases. O modelo de ensino e
cia de experiências inovadoras no ensino e aprendizagem centrado no aprendizado
aprendizagem de Engenharia presenciais ou do aluno será desenvolvido no CEPEDAPE
à distância. A principal premissa deste do- através do Ciclo Continuo de 7 Fases para
cumento, no entendimento que o ensino de Aprimoramento do Ensino e Aprendizagem
Engenharia deve ser dinâmico e sua apren- de Engenharia - apresentado em outro tra-
dizagem ativa, é que durante sua existên- balho - que atuará nos nascimentos de uma
cia, o Centro deverá continuamente investir disciplina e/ou um laboratório integradores
tempo, recursos humanos e materiais na de conhecimento como preconiza a CNE/
pesquisa e prática de novas metodologias CES 11/2002; na concepção de uma nova
de ensino e aprendizagem de engenharia. A sala de aula e/ou laboratório de ensino; na
pedagogia do CEPEDAPE prevê três partes: introdução de uma tecnologia nova ou um
a infraestrutura, o corpo técnico e o ciclo software; na concepção e adoção de um dis-
contínuo de 7 fases: positivo didático para uso em sala de aula;
Infraestrutura. É necessário que o Centro enim, são inúmeras as opções. De acordo
possua uma deinição quanto local onde com o Ciclo a missão do CEPEDAPE será
serão desenvolvidas suas atividades e, aci- prospectar, avaliar, incubar, validar e propor
ma de tudo, o espaço físico do CEPEDAPE novas disciplinas, laboratórios, estratégias e
precisa motivar o lorescimento de ideias e ambientes de ensino e aprendizagem.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 257
Resultados Esperados currículos de Engenharia, sem abrir mão da
Através das experiências testadas e vali- sólida formação básica do aprendiz. Para
dadas no Centro a sintonia mestre-apren- isto deve-se tornar o ensino mais atualiza-
diz será fortalecida e a distância entre eles do e dinâmico e sua aprendizagem ainda
encurtada. Com isso, as aulas serão mais mais ativa. Isto força a Instituição de Ensi-
proveitosas, mais prazerosas, menos des- no Superior (IES) a investir continuamente
gastantes e mais produtivas. Como o CE- tempo, recursos humanos e materiais na
PEDAPE foi concebido para desempenhar pesquisa e prática de novas metodologias
um papel central e fundamental na refor- de ensino e aprendizagem de Engenharia
ma curricular dos cursos de Engenharia, a (EnApEng) para não icar defasada frente às
expectativa é também acelerar o processo demandas do mercado de trabalho. O pro-
da reforma e, ao mesmo tempo, enrique- blema que surge para a IES é como intro-
cer o cabedal de experiências de ensino e duzir mudanças no EnApEng sem o risco de
aprendizagem do Centro, de modo que as ver suas propostas fracassarem. A solução
IES que aproveitarem a oportunidade his- é a adoção de uma metodologia inovado-
tórica e investirem recursos em CEPEDAPEs ra chamada Ciclo Continuo de 7 Fases para
tornar-se-ão referências nacionais em ensi- Aprimoramento do EnApEng.
no inovador de Engenharia.
Descrição do Projeto
Ciclo Continuo de 7 Fases para Segundo a metodologia proposta, uma
Aprimoramento do Ensino e nova disciplina e/ou um laboratório integra-
dor de conhecimento; a concepção de uma
Aprendizagem de Engenharia nova sala de aula; a introdução de uma nova
Escola de Engenharia de São Carlos da tecnologia ou um software; a concepção e
Universidade de São Paulo adoção de um dispositivo didático para uso
em sala de aula; enim tudo o que for intro-
Luís Carlos Passarini duzido ao currículo de Engenharia terá mais
luca.sp.br@gmail.com chance de ser bem sucedido se antes tiver
sido validado através do Ciclo de 7 Fases. Em
Palavras-Chave: ensino inovador; novas
um ambiente controlado, como num Cen-
metodologias de ensino e aprendizagem;
ambiente controlado de ensino e aprendi- tro de Pesquisa em Educação e Aprendiza-
zagem; reforma e inovação curricular; gem para Engenharia (CEPEDAPE) apresen-
tado em um outro trabalho, a IES prospecta
Introdução e propõe novas estratégias e ambientes de
A Educação é dinâmica e mais intensa na ensino-aprendizagem, implementa e reali-
medida em que galgamos seus níveis mais za testes, validações e avaliações. Posterior-
elevados, como o nível superior e a pós- mente, as disciplinas e os cursos recebem as
-graduação. A nova ordem mundial, globa- inovações que forem pertinentes e seguras
lizada e multicultural e a rápida expansão da de serem implementadas.
fronteira do conhecimento tornam os pro- A forma de atuação no referido ciclo pode
blemas de Engenharia menos convencio- ser dada da seguinte forma:
nais e mais abertos (ou seja, admitem não a) em nível de disciplinas (nível micro) -
uma, mas diversas soluções não-triviais). O entre outras possibilidades:
quadro se torna mais complexo quando se i. fornecer indicações importantes aos
considera que os novos problemas também docentes para o planejamento do processo
estão se tornando mais multi, inter e trans- de ensino e aprendizagem em função das
diciplinares. Para vencer estes novos desa- características dos seus alunos;
ios o modelo de ensino e aprendizagem de ii. facilitar o treinamento dos docentes e
Engenharia deve estar centrado no apren- servidores em softwares, hardwares e tec-
dizado do aluno e é necessário introduzir nologias emergentes ou que estão conso-
periodicamente novos conhecimentos nos lidando-se;
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iii. produzir e divulgar na WEB via am-
biente EAD diferentes tipos e conteúdos in- Seria o Momento de
formativos e formativos para que o aluno e
a comunidade tenham acesso em horários
Alterar a Divisão dos Cursos
que lhes sejam mais convenientes, de acor- Relacionados à Computação?
do com suas disponibilidades e ritmos de Faculdade de Tecnologia, Ciências e
aprendizagem; Educação
b) em nível de ambientes de ensino e
aprendizagem (nível macro) pode-se suge- Maurício Acconcia Dias
rir ou receber para, incubar e maturar uma macccdias@gmail.com
disciplina integradora ou um conteúdo mul-
ti/ inter/trans disciplinar para algum curso e Resumo
avaliar sua efetividade na grade curricular; Cursos relacionados à computação foram
c) em nível dos aprendizes pode-se: criados e regulamentados em uma época
i. propor um trabalho de diagnóstico dos com necessidades de mercado diferentes
seus peris, visando despertar o interesse e o das necessidades atuais. Algumas subáre-
envolvimento dos alunos na aprendizagem; as da computação atualmente cresceram e
ii. promover uma interação dinâmica no podem ser consideradas áreas importantes
desenvolvimento de habilidades e o conhe- que possuem altas demandas de proissio-
cimento; nais por parte do mercado. Esta pesquisa
iii. avaliar toda atividade didático-pe- analisa algumas destas áreas e propõe a
dagógica realizada Centro em termos de criação de novos cursos baseados nas par-
quanto conhecimento os alunos assimila- ticularidades destas novas áreas para suprir
ram e qual foi(ram) a(s) facilidade(s) que a as demandas de proissionais para pesquisa
proposta implementada introduziu no pro- e desenvolvimento.
cesso de ensino e aprendizagem; Os cursos relacionados com computa-
d) em nível dos docentes, auxilia com ção estão em constante desenvolvimento e
seus planos de aula por meio de métodos, evolução. Diversas áreas da ciência da com-
técnicas e recursos instrucionais adequados putação, que eram condensadas em apenas
para melhoria do desempenho dos alunos e uma disciplina, estão crescendo e sugerindo
na capacidade de aprender. que os cursos relacionados à computação
devem ser revistos. O cenário atual apresen-
Resultados esperados ta basicamente três grandes cursos na área
Através do conceito de Ciclo Continuo da computação: o curso de Ciência da Com-
de 7 Fases para Aprimoramento do Ensino putação, o curso de Engenharia de Compu-
e Aprendizagem de Engenharia o processo tação e o curso de Sistemas de Informação.
de reforma e inovação curricular poderá ser O curso de Ciência da Computação apre-
feito de maneira segura e ordenada, mini- senta um foco maior em desenvolvimento
mizando os improvisos e os sustos. A ex- e pesquisa na área de programação, já o
pectativa é acelerar o processo de reforma curso de Engenharia da Computação funde
curricular e enriquecer o cabedal de expe- a área de programação com os conceitos
riências de ensino e aprendizagem da IES. de desenvolvimento de hardware, técnicas
de fabricação, dentre outros temas mais
comuns em cursos de Engenharia Elétrica.
O curso de Sistemas de Informação é mais
voltado para desenvolvimento de softwa-
re corporativo e possui várias matérias co-
muns à cursos de Administração de empre-
sas e possui poucas matérias de hardware e
pouco aprofundamento em áreas cientíicas
de programação. Atualmente existem algu-
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mas áreas de desenvolvimento que não são gerenciamento de negócios, indústria de jo-
abordadas de forma aprofundada em cur- gos também deveriam ser criadas. Sistemas
sos de computação, basicamente por serem embarcados são sistemas de computação
um aprofundamento ou especialização dos desenvolvidos com propósitos especíicos.
conteúdos de disciplinas mais gerais. É pos- O desenvolvimento de sistemas embarcados
sível levar em conta nesta análise disciplinas não é aprofundado em nenhum dos cursos
como desenvolvimento de jogos, desenvol- citados anteriormente, sendo que o curso de
vimento de aplicativos para plataformas Engenharia de Computação é o que possui
móveis, desenvolvimento de sistemas em- o maior número de disciplinas relacionadas
barcados. Em muitos casos não é viável ao a este assunto. Um curso de Engenharia de
aluno cursar todas as disciplinas optativas Sistemas Embarcados seria interessante por-
das áreas de interesse devido ao pequeno que poderia apresentar matérias sobre as-
espaço para estas disciplinas e conlitos de suntos relevantes que não são abordados
horários. No caso de cursos de instituições em currículos regulares de computação. As
particulares onde a grade é ainda menor e disciplinas que envolvem estudo e desen-
possui poucas alternativas de modiicação, volvimento de hardware poderiam ser apro-
os alunos acabam insatisfeitos ao inal do fundadas e incluir simulações e prototipação
curso por não terem tido oportunidade de de sistemas, enquanto outras disciplinas de
cursar disciplinas de áreas especíicas. Al- desenvolvimento de software poderiam ser
guns dos ramos criados nos últimos anos redeinidas para atender aos requisitos da
sugerem que a procura por cursos na área área. Esta análise apresentou alguns casos
de computação que atendam às necessi- onde áreas especíicas da computação atu-
dades dos futuros proissionais e também almente demandam um grande número de
do mercado. Dentre todas as possibilidades proissionais e justiicam a criação ou modi-
serão analisados alguns casos especíicos. icação dos cursos existentes para atender
O desenvolvimento de software para apli- às demandas atuais. A necessidade de mu-
cativos móveis é uma área relativamente danças é tão signiicativa que existem várias
recente e necessita de conhecimentos es- empresas que disponibilizam cursos na área
pecíicos, como por exemplo, otimizações e os alunos são geralmente proissionais for-
de código que utilizem a pouca memória mados que desejam uma especialização em
disponível e a limitada capacidade de pro- áreas pouco aprofundadas durante a gradu-
cessamento de forma responsável. Maté- ação. Esta tendência deve ser considerada
rias que tratam deste tipo de tópicos com agora para evitar que medidas futuras sejam
profundidade são optativas nos cursos e tomadas sem planejamento e tenham con-
apenas nos últimos anos começaram a ser sequências indesejáveis.
disponibilizadas. As matérias de hardware e
sistemas embarcados precisam ser aprofun- Projetos Interativos na
dadas aim de preparar os desenvolvedo- Graduação de Educação Física
res para as limitações a serem enfrentadas.
Outro curso que precisa começar a ser dis- Centro Universitário SENAC
ponibilizado é o curso de desenvolvimento
Lívia Cristina Toneto, Everton Crivoi do Carmo
de jogos. A área de jogos eletrônicos utiliza
liviatoneto@yahoo.com.br
grande parte do curso de computação, po-
rém a área de teoria de jogos é complexa e Resumo
precisa ser dominada por desenvolvedores O presente pôster tem como objetivo
de jogos. Na maioria dos casos este assunto compartilhar a experiência de ensino da
é tratado de forma supericial em discipli- disciplina “Projeto Interativo”. Projetos Inte-
nas de inteligência artiicial. Outras maté- rativos são disciplinas desenvolvidas ao lon-
rias como desenvolvimento de interfaces e go dos três anos do curso de Licenciatura
computação gráica podem ser mais apro- em Educação Física do Centro Universitário
fundadas, e matérias sobre design gráico, SENAC. Dividida em três propostas distintas
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para cada ano, esta disciplina prevê uma ar-
ticulação do peril de competências prois-
sionais e as intenções formativas, potenciali- Esportes e demais
zando estratégias de ensino-aprendizagem práticas corporais no
que possibilitam práticas de intervenção na
realidade como resposta aos desaios con- ensino de graduação
temporâneos. Estas disciplinas objetivam a
problematização a partir dos desaios dei- Peril, Alterações nas
nidos para cada período do curso, subsidia-
da por estratégias de pesquisa cientíica e Capacidades Físicas e
de implementação de projetos em diferen- Composição Corporal dos
tes áreas de conhecimento, possibilitando Participantes da Disciplina
aos estudantes a responsabilidade de or-
ganizar seu próprio processo de aprendiza-
Aspectos Biodinâmicos da
gem. Como forma de avaliação propõe-se Prática Esportiva I 2015 –
ao estudante elaboração de trabalho cien- Campus São Carlos
tíico em diversos formatos como: relatório
cientíico, documentário, plano de ensino. Centro de Educação Física, Esportes e
A disciplina Projeto Interativo no curso de Recreação
Licenciatura em Educação Física é dividida Prefeitura do Campus da Universidade de
em três temáticas: no primeiro ano ‘a edu- São Paulo de São Carlos
cação física: papel proissional e transforma-
Gizele de Cássia Martins, Andreza Marques Simões
ção social’, no segundo ano do curso, com
de Oliveira e Evert Bacchini
o tema ‘o corpo e a cultura do movimento’,
gizelecm@sc.usp.br
a intenção formativa visa discutir a partici-
pação do proissional de Educação Física na A disciplina optativa Aspectos Biodinâmi-
educação formal. No último ano do curso, cos da Prática Esportiva (EFB 0101 – 2015)
a temática ‘ação educativa: programas e in- foi instituída por iniciativa da Pró-Reitoria
tervenções’, busca aproximar os sentidos de Graduação (PRG) da Universidade de São
e signiicados, limites e possibilidades das Paulo (USP) no 2o semestre de 2015, com
práticas corporais desenvolvidas nos di- base em um diagnóstico do número de alu-
ferentes contextos educacionais, onde os nos sedentários na Universidade, com o in-
alunos desenvolverão projetos de atuação tuito de estimular nos alunos das diferentes
proissional, tendo como desaio o pensar graduações a adoção de um estilo de vida
e o agir da integralidade por meio de práti- saudável. Para implantação inicial da EFB
cas inovadoras. Os Projetos Interativos são 0101, coube a três Campis da USP assumir a
oportunidades de síntese e integração dos proposta de aplicação do conteúdo corrida
conhecimentos e competências construí- por meio de seus Centros Esportivos e nós
das ao longo do curso. São oportunidades do CEFER São Carlos fomos um deles. Vendo
de aplicar as competências construídas ao nesta iniciativa um passo importante para a
longo de cada período letivo, caracterizan- formação global dos nossos alunos, estrutu-
do-se pela interdisciplinaridade na medida ramos nossos procedimentos na busca por
em que permite ao aluno estabelecer inter- resultados que pudessem irmar a EFB 0101
-relações de conhecimentos na perspectiva como parte real do currículo acadêmico, sen-
de sua aplicabilidade no contexto da área do os resultados destas ações ora apresenta-
proissional, sem perder de vista os desaios dos. Para tanto buscamos reconhecer nosso
colocados à responsabilidade ética, à sus- público de modo a selecionarmos adequada-
tentabilidade socioambiental, às questões mente não só as estratégias de ensino, mas
pertinentes aos direitos humanos, do mul- também as avaliações mais coerentes com a
ticulturalismo, da identidade e das relações população atendida. Desta forma, além do
étnico-raciais. teste físico obrigatório (teste de Cooper) ini-
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cial e inal (critério de avaliação), realizamos em criança, adolescente, adulto, idoso é de
a caracterização do público (identidade aca- fundamental importância o aprendizado e a
dêmica, idade, unidade e histórico com ati- percepção do próprio corpo. As experimen-
vidade física), teste de composição corporal tações e descobertas feitas incessantemen-
e da capacidade lexibilidade inclusive para te deixam as marcas do autoconhecimento
prática especíica em aula. Após análise dos e levam ao domínio dos movimentos e a
dados foi possível identiicar que a faixa etá- compreensão destes como linguagem. Não
ria média dos 100 participantes (78 homens e obstante, torna-se inquietante veriicar que
22 mulheres) é de 21,48 anos e que 58 alunos esse grande aliado que nos traz todo um
praticam ou já praticaram alguma atividade conhecimento do universo a nossa volta, no
física sistematizada antes da adesão à disci- qual estamos inseridos, esteja hoje relega-
plina. Já no tocante às mudanças isiológicas do a um segundo plano nas propostas edu-
foram encontradas as seguintes alterações: cacionais estabelecidas. A escola, de modo
evolução média de 2.032m para 2.292m na geral, não estabelece modelos libertários.
capacidade aeróbia, evolução média de 5cm Para mudarmos tal situação não basta uma
no teste referente à capacidade lexibilidade visão empírica, assim este estudo traz à luz
no Banco de Wells, não sendo veriicadas al- alguns postulados já consagrados pela ci-
terações com relação à composição corporal. ência juntamente a outros inovadores que
Mediante o exposto, acreditamos ter alcan- podem com certeza embasar e motivar o
çado os propósitos da PRG e de alguma for- exercício de uma docência que considere
ma plantado a semente do estímulo à prática o corpo como parte integrante para uma
da atividade física e melhora da qualidade de aprendizagem signiicativa. Por quê de-
vida dos nossos alunos. vemos recuperar um ensino que conside-
re o corpo como forma de expressão e de
O Movimento Corporal no aprendizagem? Enquanto existir o homem
Processo de Aprendizagem existirá o corpo, seus movimentos, a lin-
guagem por ele produzida e o aprendizado
Centro Universitário das Faculdades incorporado, promovendo ainda a saúde
Metropolitanas Unidas física e emocional. Outro aspecto relevan-
te é a formação de uma identidade seja
Maria José Camila Piffer Nunes e Marcelo
pessoal considerando-se a individualidade
Campos Tiago
de cada ser humano, seja social estabele-
mila.piffer@hotmail.com
cendo-se relações entre os indivíduos e a
A corporeidade como instrumento ne- sociedade da qual fazem parte e, entre as
cessário ao diálogo entre ensinar e apren- diversas sociedades. A compreensão da di-
der. Trata da ressigniicação de uma pos- versidade, que a partir do encontro consigo
tura pedagógica que busca a construção enxerga o outro, a percepção das diferenças
do conhecimento e do ser humano seja a e o respeito a elas proporcionam a inclusão
cognição, o sensorial, o emotivo, o espiri- que ultrapassa aspectos físicos e mentais e
tual. Nessa perspectiva utiliza postulados já alcança os sócio-econômico-culturais. Con-
consagrados de diversas áreas para motivar sidera uma visão holística do homem como
a utilização desse entendimento como ins- via de acesso para a construção dos sujeitos
trumento signiicativo no fazer docente. O e do próprio conhecimento. O aprender e o
movimento faz parte da vida mesmo antes ensinar se dá pelo todo desse corpo.
de nascermos. É através do corpo que se
inicia a comunicação com o mundo ainda
que dentro do ventre materno e, num es-
forço maior se conquista a independência
da respiração que oxigena o cérebro e faz
pulsar o pequeno coração. No desenvolvi-
mento que se segue transformando o bebe
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 262
Conclusão
Odontologia do Esporte: A grande procura demonstrada, faz crer
que sua metodologia de ensino, apresenta-
Uma Disciplina Optativa ção e condução, sempre renovadas são in-
Completando 10 Anos de dicativos de sucesso.
Sucesso
Criação de Jogos: Relato
Faculdade de Odontologia da Universidade
de São Paulo de uma Experiência Com
Alunos do Curso de
Daniela Cunha Oliveira, Ayran Luzzi di Fonzo, Educação Física e Saúde
Andrea Barros Tolentino, Reinaldo Brito e Dias,
1
Cleusa Aparecida Campanini Geraldini, Dorival Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Pedroso da Silva, Neide Pena Coto da Universidade de São Paulo
2
npcoto@usp.br Illinois State University

Resumo Mariana Harumi Cruz Tsukamoto1, Fabiana


A Faculdade de Odontologia da USP co- Guedes1 e Mauro Henrique André2
memora em 2016 dez anos de sua disciplina maharumi@usp.br
optativa intitulada “Odontologia do Espor-
te”. Este trabalho traz suas experiências no O presente trabalho tem como objetivo
ensino clinico, prático e didático. relatar a experiência com o desenvolvimen-
to do tema “Criação de Jogos” (HASTIE,
Introdução 2010), no curso de graduação de Educação
No decorrer destes dez anos de prática Física e Saúde. A referida experiência ocor-
odontológica na área de odontologia do reu no segundo semestre de 2015, com uma
esporte como disciplina optativa, a FOUSP turma que estava no primeiro ano do curso,
inovou com a apresentação deste tema aos na disciplina denominada Estudos Diver-
alunos de graduação, dos cursos diurno e siicados. O conteúdo “Criação de Jogos”
noturno contemplados semestralmente. fazia parte de um programa que abordou
Desde o ano de 2015, a Odontologia do diferentes elementos didático-pedagógicos
Esporte tornou-se especialidade odontoló- para a atuação do professor de Educação
gica reconhecida pelo Conselho Federal de Física. O propósito de levar os alunos a vi-
Odontologia. venciarem todo esse processo vai de en-
contro aos conceitos de experiência e saber
Descrição do Projeto da experiência (BONDÍA, 2002), com o in-
Esta disciplina visa preparar o aluno para tuito de proporcionar uma possibilidade de
o atendimento especíico ao atleta, mos- análise e relexão sobre a criação dos jogos,
trando riscos que a saúde bucal oferece a a implementação dos mesmos, a avaliação
saúde geral e ao desempenho. Orienta a das escolhas feitas pelo grupo e os possí-
confecção de dispositivos protetores intra e veis usos futuros na atuação proissional. O
extra orais. processo ocorreu ao longo de seis aulas, as
quais incluíram: (1) a apresentação da teoria
Metodologia da Criação de Jogos e a sua classiicação;
Sua apresentação se faz em 45 horas/ (2) a elaboração dos jogos (especiicamen-
aula com aulas expositivas, clinicas e labo- te jogos de alvo), quando os alunos, dividi-
ratoriais. dos em grupos de quatro ou cinco alunos
criaram um jogo a partir do conteúdo apre-
Resultado sentado no item anterior; (3) primeira fase
Esta disciplina optativa foi escolhida por de implementação dos jogos, momento no
cerca de 500 alunos no decorrer de seus qual os grupos ensinaram os jogos criados
dez anos e vinte turmas formadas. para os seus colegas de turma, bem como
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avaliaram os jogos vivenciados; (4) segunda planejamento coletivo aonde diariamente
fase de implementação dos jogos, quando, vem pensando sobre o desenvolvimento do
a partir do feedback oferecido pelos execu- trabalho e aqui apresentaremos parte do
tantes dos jogos, os grupos aperfeiçoaram trabalho feito pelo componente Educação
os jogos inicialmente pensados e os apli- Física aonde a prática se apóia no currículo
caram novamente; (5) avaliação geral do cultural de Educação Física. Pensamos que
processo, momento em que cada grupo se a experiência da bolsista de viver a constru-
reuniu com a docente responsável para ava- ção coletiva e repensar diariamente a artis-
liar toda a experiência. As etapas acima des- tagem do trabalho com outros professores
critas foram acompanhadas por mais duas e outros componentes curriculares envolvi-
pessoas, uma aluna do curso de pós-gradu- dos contribui signiicativamente para a sua
ação e participante do programa PAE e um formação enquanto futura docente da pe-
docente externo. Ambos foram peças fun- dagogia.
damentais e interviram de forma ativa no Palavras-Chave: Cieja Campo Limpo,
processo, presencialmente ou à distância, Educação Física Escolar, Pibid FEUSP.
colaborando nos momentos de relexão e
no aperfeiçoamento dos jogos. No momen- A Disciplina EFB0101 no
to da avaliação inal do processo, foi possí- Campus USP de Bauru
vel identiicar o impacto da experiência para
o grupo participante, tanto no que diz res- Prefeitura do Campus USP de Bauru
peito ao processo de criação propriamente
dito, quanto à análise de questões como
Alexandre Sassaki Rosa
planejamento, conhecimento do conteúdo
alerosa@usp.br
ministrado e relações interpessoais.
Introdução
A Tripla Docência e a A disciplina optativa EFB 0101 “Aspectos
Educação Física no Cieja: Biodinâmicos da Prática Esportiva I” é uma
Contribuições Importantes iniciativa da Pró-Reitoria de Graduação su-
pervisionada por alguns docentes das Esco-
para a Futura Docência las de Educação Física da USP de São Paulo
Faculdade de Educação da Universidade e Ribeirão Preto. No Campus de Bauru ela
de São Paulo se iniciou no 1o semestre de 2016, sendo
realizada por meio de uma parceria entre
Marcos R. das Neves e Beatriz Ribeiro a Seção de Práticas Esportivas (SCPRESP)
marcos_ribeiro79@yahoo.com.br da Prefeitura do Campus e a Faculdade de
Odontologia (FOB). Oferece 2 créditos-aula
Este trabalho é um relato de experiência na formação do aluno durante o curso.
realizado em uma escola da rede munici-
pal de São Paulo do Centro Integrado de Objetivos
Educação de Jovens e Adultos (CIEJA, Cam- Promover um ambiente de integração
po Limpo), localizada no bairro do Capão entre os alunos dos 2 cursos da FOB (Odon-
Redondo na periferia da Zona Sul de São tologia e Fonoaudiologia) e criar a cultura
Paulo. O trabalho está sendo artistado com da prática regular de exercícios físicos, no
uma turma da sala de apoio e acompanha- caso a corrida de rua.
mento a inclusão (SAAI) cujo tema gerador
versa sobre “Os maus tratos aos animais” e, Método
como objeto de ensino nas aulas de Educa- Sob coordenação do Prof. Alexandre Sas-
ção Física escolhemos o CIRCO para a te- saki Rosa, as atividades práticas ocorrem
matização. Durante o trabalho a professora em conjunto e de forma presencial todas as
de sala, a bolsista do programa PIBID e o 3as. feiras, das 18h30 às 19h30 na Pista de
professor de Educação Física entraram em Atletismo. Às 5as. feiras são realizadas: a)
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orientações com conceitos que norteiam a tância do estudo da relação intrínseca entre
atividade física aeróbia (corrida), propician- corpo e consciência em cursos de gradua-
do a vivência de um modelo de treinamen- ção e, especiicamente, na graduação em Di-
to nesta modalidade e; b) o monitoramento reito como um passo vital para se repensar
para as práticas à distância. tanto os conteúdos fundamentais a serem
O conteúdo teórico-prático envolve os ensinados quanto a própria metodologia
conceitos de treinamento aeróbio; bases i- de ensino. Nessa disciplina são emprega-
siológicas e metodológicas do treinamento dos exercícios corporais variados (medita-
físico; avaliação, treinamento e reavaliação ções ativas e passivas, dança, música, teatro,
da capacidade aeróbia, com aulas gravadas e yoga, entonação musical e sensibilizações
disponíveis aos alunos no portal e-Aulas USP. diversas) como um meio de emancipação
e empoderamento não somente do corpo
Resultados individual, mas de um corpo coletivo e po-
No início do semestre foram aferidos a lítico mais auto-consciente de Si e do Ou-
estatura e o peso dos alunos e realizados al- tro. Nos encontros, os membros vivenciam
guns testes físicos (lexibilidade e resistên- experiências e trocam suas impressões em
cia aeróbia), principalmente o teste dos 12 roda, no intuito de aprimorar a compreen-
minutos (tentar percorrer a maior distância são de fenômenos morais e jurídicos dentro
possível dentro deste tempo). Esses dados de um diálogo crítico e receptivo. A apre-
serviram para, além de conhecer o grupo, sentação deste trabalho no 2º Congresso
fornecer parâmetros para a montagem das de Graduação da USP pretende disseminar
planilhas de orientação das atividades. No essa metodologia, de conteúdo interdisci-
inal do semestre, juntamente com as pre- plinar, para outras Faculdades, contribuindo
senças, os alunos serão reavaliados e suas para um modo diferente de abordar temas
melhoras de desempenho, comparados principalmente relacionados a minorias e
com eles mesmos, servirão de base para as luta por direitos, baseando-se no desenvol-
respectivas notas na disciplina. Espera-se vimento de uma empatia teórico-prática.
com isso, melhorar o desempenho físico de
cada aluno com relação a ele mesmo, por Introdução
meio de prática orientada, acompanhando O ser humano ainda é pensado dentro
sua evolução ao longo do semestre. do paradigma dualista corpo e consciência,
apesar das muitas críticas e avanços feitos
Corpo e Consciência especialmente nas áreas de Filosoia, Filoso-
Jurídica: Um Corpo ia da mente, Filosoia da Linguagem, Biolo-
gia, Psicologia, Sociologia, Biopolítica e em
Reconhecendo o Outro tantas outras. E, infelizmente, assim também
Faculdade de Direito da Universidade de ocorre dentro de uma Faculdade de Direito.
São Paulo O corpo pode ser controlado, manipula-
do, limitado, regrado, ensinado, estimulado,
Bruno Garrote Marques libertado, nutrido, sensibilizado, empodera-
garrote.bg@gmail.com do, emancipado etc., de diferentes maneiras
e com diferentes objetivos. A maneira como
Resumo o nosso corpo é tratado ao longo das nos-
A disciplina optativa “Corpo e Consci- sas vidas é também a maneira como a nossa
ência Jurídica” foi elaborada na Faculda- consciência vai se constituindo. Regras de
de de Direito da USP a partir da pesquisa comportamento vão sendo in-corporadas,
de Doutorado de Bruno Garrote, criador e implícita ou explicitamente, seja indireta-
coordenador responsável, sendo oferecida mente através da convivência e observação,
semestralmente e continuamente desde o seja por meio de comandos muito diretos
2osem/2014 para público interno e externo. vindos de autoridades (família, escola, insti-
O objetivo da disciplina é mostrar a impor- tuições, governo, mídia etc.).
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Descrição do Projeto (tanto à FD quanto à USP), sendo enrique-
A partir de experiências e formações pró- cedoramente interdisciplinar a participação
prias no âmbito de dinâmicas corporais e de pessoas “de fora”.
estando inscrito no programa de pós-gra- Conclui-se que essa disciplina é um ex-
duação da Faculdade de Direito da USP, o celente espaço para que os alunos possam
doutorando Bruno Garrote desenvolveu entrar em contato com outras visões de
e credenciou no 2osem/2014 a Disciplina mundo, métodos, anseios e argumentos,
optativa “Corpo e Consciência Jurídica”, tanto do universo jurídico quanto de ou-
assumindo o papel de Coordenador Res- tros campos do conhecimento, expandindo
ponsável, sob o aval do prof. Orientador o tipo de questões e de soluções normal-
Ari Marcelo Solon. E, desde então, ela vem mente existentes. Isso tem sido possível em
sendo recredenciada. A atividade se enqua- vista desse espaço plural e receptivo, carac-
dra dentro da Resolução CoG e CoCEx no terizando tão bem essa atividade, portanto,
4738/2000, art. 2o, alínea (a). como efetivamente pertencente ao quadro
A proposta é uma formação mais integral de Cultura e Extensão da Universidade de
e interdisciplinar, desenvolvendo-se um São Paulo, essencial ao Ensino crítico.
pensamento e prática crítica do aluno de
graduação. Efeitos da Tematização das
Práticas Corporais com o
Metodologia
Os encontros são semanais, com duração
Auxílio das Novas TIC no
de 2,5 horas, em uma sala do prédio histó- Processo de Subjetivação
rico da Faculdade de Direito da USP, sendo dos Licenciandos
oferecidas 30 vagas por semestre. Em cada
encontro há, inicialmente, discussões so- Faculdade de Educação da Universidade
bre o encontro anterior e, posteriormente, de São Paulo
a condução de uma nova dinâmica corpo-
ral de diferentes campos técnicos (medita- Marcos Garcia Neira
ções ativas e passivas, dança, música, teatro, mgneira@usp.br
yoga, entonação musical e sensibilizações Resumo
diversas). Após isso, os alunos deixam a sala Exercendo uma inluência cada vez maior
em silêncio – discute-se somente no próxi- nas análises da formação de professores, OS
mo encontro. Estudos Culturais questionam que sujeito
Os critérios de avaliação para cumpri- o projeto educativo hegemônico está for-
mento da atividade são: i) participação nos mando. Esse campo teórico advoga que a
debates, atividades e dinâmicas propostas; cultura concretiza políticas de identidade e
ii) realização de relatórios parciais; iii) e rea- inluencia deinitivamente nos mecanismos
lização de relatório inal, incluindo a auto-a- de subjetivação. Sendo as práticas corporais
valiação e a avaliação da disciplina. (brincadeiras, danças, lutas, esportes e gi-
násticas) textos da cultura produzidos pela
Resultados e Conclusões gestualidade, sua tematização na trajetória
Os resultados demonstraram, para além formativa docente incita os licenciandos a
da sensação de bem-estar presente nos re- assumirem determinadas posições de sujei-
latos dos alunos, um profundo desenvolvi- to. Diante isso pretendeu-se identiicar os
mento prático e teórico-argumentativo nos possíveis efeitos da disciplina “EDM 0677
campos da Epistemologia, Hermenêutica, – Cultura corporal: fundamentação, meto-
Filosoia da Linguagem, Teoria do Direito, dologia e vivências” ministrada aos alunos
Preconceito, Questões de Gênero e Sexua- do curso de Pedagogia da FEUSP com o
lidade, Violência, Corpo, Alteridade, Mino- apoio das novas TIC. No decorrer das au-
rias, Existencialismo e Justiça. Importante las, os alunos interagiram com hipertextos
constar a participação de público externo e produziram portfólios eletrônicos. A análi-
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se dessas produções mediante o confronto Simultaneamente, esse “texto” só existe
com as teorias pós-críticas, permite consta- dentro de uma rede de relações intertex-
tar a emergência de processos de signiica- tuais (a rede textual da cultura corporal, da
ção positivos com relação a três aspectos: o cultura universitária, da prática pedagógica
envolvimento dos estudantes com as práti- e, principalmente, dos recursos metodoló-
cas corporais tematizadas; a compreensão gicos empregados).
dos seus sujeitos e a relação com a docên- Nesse sentido, o trabalho pedagógico
cia nessa temática. apoiou-se em um site2 da internet elabo-
rado especialmente para esse im, onde os
Introdução textos e vídeos eram disponibilizados me-
Partindo do pressuposto que dentre os diante a participação e envolvimento dos
direitos humanos mais fundamentais está alunos. Simultaneamente, no decorrer das
o de se expressar, pode-se ter uma ideia aulas, os alunos documentavam as situa-
da importância da proposição de situações ções didáticas em vídeo e fotograia e ela-
pedagógicas que estimulem a interação boravam sínteses escritas a partir da litera-
por meio da linguagem corporal. É também tura de apoio. Esses portfólios eletrônicos,
pelas práticas corporais que os indivíduos anexados ao site da disciplina, serviam de
interagem, comunicando-se pelo seu teor material de consulta para os próprios estu-
expressivo. Seu signiicado se constrói em dantes e como registro do processo.
função de diferentes necessidades, interes-
ses e possibilidades corporais presentes nas Metodologia
diferentes culturas, em diferentes épocas O material produzido pelos alunos e dis-
da história. Ao brincar, jogar, imitar e criar ponibilizado no site foi submetido à her-
ritmos, os seres humanos também se apro- menêutica crítica. Ao invés de reprimir a
priam de um repertório gestual que carac- subjetividade, a interpretação baseada na
teriza a cultura corporal na qual estão inse- hermenêutica crítica busca entendê-la den-
ridos. (NEIRA, 2016) tro do processo de construção de valores
Nos termos do presente estudo, a preo- e saberes sobre o objeto de investigação.
cupação recai sobre as práticas corporais Para entretecer as representações acer-
enquanto artefatos culturais distintivos, ca das manifestações corporais e dos seus
alocados na disciplina “EDM 0677 – Cultura praticantes, bem como do processo de sub-
corporal, metodologia e vivências” ministra- jetivação mobilizado pela disciplina, os por-
da no primeiro semestre de 2015, oferecida tfólios elaborados pelos alunos foram ana-
aos alunos do curso de Pedagogia da USP. lisados mediante o confronto com o campo
Por empregarem uma gestualidade carre- teórico dos Estudos Culturais.
gada de sentidos, as brincadeiras, esportes,
danças, ginásticas e lutas são concebidas Resultados
como textos corporais, conigurando for- Mediante o confronto com o referencial
mas de expressão, produção e reprodução teórico pós-crítico, a análise desses docu-
de signiicados culturais. mentos permite constatar a emergência de
processos de signiicação positivos com re-
Descrição lação a três aspectos: a) o envolvimento dos
A partir dos Estudos Culturais1, a disci- estudantes com as práticas corporais tema-
plina EDM 0677 pode ser imaginada sob o tizadas, constatado nos depoimentos que
modelo da textualidade. Enquanto “texto”, exaltavam a oportunidade de experienciar
envolve práticas, estruturas institucionais e corporalmente os conteúdos abordados; b)
as complexas formas de atividade que estas a compreensão dos seus sujeitos: a arque-
requerem, condições legais e políticas de genealogia realizada através das leituras e
existência, determinados luxos de poder e pesquisas recomendadas viabilizou a apro-
conhecimento, bem como uma organização ximação dos estudantes com os represen-
semântica especíica de múltiplos aspectos. tantes das práticas corporais; e c) a relação
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com a docência nessa temática: a análise 35 anos, que irão realizar dois testes fun-
dos portfólios revela que os obstáculos ini- cionais dinâmicos DVJ (com auxílio de um
cialmente anunciados para a docência nas caixote de 40cm de altura) e SHT (de forma
práticas corporais desapareceram. unipodal) e um teste muscular ISO. Duas
plataformas de força Bertec estarão locali-
Referências Bibliográicas zadas no momento de aterrisagem do DVJ e
NEIRA, M. G. Educação Física cultural. no momento inicial do salto do SHT. No ISO
São Paulo: Blucher, 2016. seguirá um protocolo de três séries de 5, 10
SILVA, T. T. Alienígenas na sala de aula: e 20 repetições, nas velocidades de 60°. s-1,
uma introdução aos estudos culturais em 180°. s-1 e 300°. s-1. Vinte e um marcadores
educação. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. retroreletivos serão colocados no MI, além
de 4 sensores de eletromiograia. As anali-
Notas ses serão processadas no software MatLab
1 Silva (2008) compreende os Estudos para obter as velocidades angulares do jo-
Culturais como “o estudo da produção, da elho, ângulos de rotação, pico de força de
recepção e do uso situado de variados tex- reação do solo através das plataformas e os
tos, e da forma como eles estruturam as re- sinais da ativação muscular captadas pelo
lações sociais, os valores e as noções de co- sistema EMG. Através do software da Bio-
munidade, o futuro e as diversas deinições dex será obtido os dados de pico de torque
do eu” (p. 98). e índice de simetria da musculatura exten-
2 http://mgneira.wix.com/culturacorporal sora e lexora do MI (relação I/Q). A análise
estatística será realizada através da correla-
Análise Biomecânica do ção de Pearson e test t pareado. O nível de
Joelho de Jogadores de Futsal signiicância será de p < 0,05.
Proissional: Comparação Palavras-Chave: Biomecânica, Cinemáti-
ca, Testes Funcionais e Força Muscular.
entre Testes Funcionais e
Correlação com Desempenho
Experiências em sala de
no Dinamômetro Isocinético
Escola De Educação Física E Esporte De
aula
Ribeirão Preto Da Universidade De São Paulo
Teorias e Práticas da Leitura em
Arthur Manzini Vieira e Paulo Roberto Pereira
Santiago
Sala de Aula – As Diferentes
arthur.manzini@gmail.com Facetas do Ato de Ler
Escola de Comunicações e Artes da
Resumo Universidade de São Paulo
Na literatura, ainda é escasso os trabalhos
que correlacionam os testes Drop Vertical Thiago Mio Salla
Jump (DVJ) e Single Hop Test (SHT) com o tmsalla@gmail.com
Dinamômetro Isocinético (ISO), que anali-
sam as alterações no joelho para prevenir O presente relato de experiência docente
lesões em atletas proissionais de futsal. tem como base a proposta de ensino-apren-
Assim, o objetivo deste presente estudo é dizagem que vem sendo desenvolvida com
comparar as variáveis biomecânicas da ci- os alunos do segundo ano de Editoração
nemática, cinética e eletromiográica dos da Universidade de São Paulo matriculados
membros inferiores (MI) do DJV e do SHT e na disciplina CJE0641 – Teorias e Práticas
correlacionar com o ISO, em atletas de fut- da Leitura. Instituída pela última reforma
sal proissional. Participarão 15 atletas pro- curricular do referido curso, tal disciplina
issionais do sexo masculino, idade de 18 a procura trabalhar com os graduandos tanto
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abordagens conceituais quanto a dimensão daquilo que fora lido. Discutem-se tanto a
prática relacionada ao ato de ler. Em linhas apreensão quanto a compreensão dos tex-
gerais, a articulação dessas duas frentes tos, isto é a dimensão de artefato verbal e
tem como objetivo conferir aos discentes de evento cultural dos diferentes escritos
um olhar crítico em relação à leitura, bem mobilizados em cada encontro: contos, crô-
como incrementar as possibilidades por ela nicas, poemas, relatos memorialísticos, pro-
proporcionadas, tais como aquisição de co- sa jornalística, produções acadêmicas etc.
nhecimentos; enriquecimento da sensibili- Por meio de trabalho inal direcionado e
dade; e formação cultural plena. de um questionário de autoavaliação discen-
Do ponto de vista conceitual, os alunos te e de apreciação do curso entregues aos
são expostos às propostas da Escola de alunos ao inal do semestre, podem-se ob-
Constança que, entre outros aspectos, enfa- servar os resultados positivos da proposta da
tizam o caráter dialógico do texto e a noção disciplina como um todo. A maioria dos alu-
de leitor implícito. Paralelamente, ainda se nos expressa que seu aprendizado alcançara
confere destaque à abordagem da sociolo- um patamar satisfatório, bem como julgam
gia da leitura, vertente que procura discutir como meritórios e benéicos os materiais
como os diferentes públicos se apropriam ofertados e o caráter dialógico das aulas.
do ato de ler. Por im, concede-se destaque
ao estudo da materialidade das práticas so- Consulta ao Descritores em
ciais atreladas à leitura, vertente que abarca Ciências da Saúde: Uma
o estudo dos diferentes protocolos e práxis
de apreensão e compreensão de produções
Experiência em Sala de Aula
estampadas em diferentes suportes. Escola de Comunicações e Artes da
Do ponto de vista prático, os graduandos Universidade de São Paulo
são expostos a diferentes tipos de leitura.
Destaque para a leitura oralizada (em voz Patrícia Ribeiro Mattar Damiance, Evete Polidoro
alta), tendo em vista a proposta de levar o Alquati, Leila Maria Vieira e José Roberto de
aluno a adotar uma postura mais ativa em Magalhães Bastos
relação à matéria lida, uma vez que tal ato patricia.mattar@usp.br
expressivo permitira conferir mais perspec- O vocabulário trilíngue Descritores em Ciên-
tiva ao argumento e tornaria mais evidente cias da Saúde foi instituído pelo Centro Lati-
a estrutura do texto. De modo mais abran- no-Americano e do Caribe de informação em
gente, trabalha-se com textos que mobili- Ciências da Saúde com o objetivo de estimular
zam uma leitura descendente (top-down; o uso de terminologia comum para pesquisas
processo dedutivo) e/ou ascendente (bot- em inglês, português e espanhol e propiciar
tom-up; processo indutivo), discutindo-se um espaço único e consistente para a recupe-
quando lançar mão de uma ou outra es- ração de conceitos, palavras ou termos médi-
tratégia interpretativa. Ao mesmo tempo, cos, da área da saúde e das ciências sociais e
trabalha-se com os gêneros resumo, icha- humanas. O objetivo deste trabalho é compar-
mento e resenha como formas de leitura, tilhar uma experiência de ensino utilizando o
sobretudo no âmbito da dinâmica da pró- Descritores em Ciências da Saúde como base e
pria universidade. alicerce para o aprendizado de conceitos, ter-
Para além das abordagens propostas, em minologias, palavras, símbolos e sinônimos, na
termos de metodologia de ensino, a disci- graduação em enfermagem. Trata-se de um
plina conta com a exposição do professor, relato de experiência que envolveu alunos do
mas também com a efetiva participação dis- terceiro ano da graduação de enfermagem, de
cente: a cada aula os graduandos são leva- uma Instituição de Ensino Superior Filantró-
dos a debater um texto conceitual, em tra- pica, inserida em um munícipio do Centro-o-
balho orientado pelo professor, bem como este paulista, na disciplina de Enfermagem no
a ler em voz alta materiais selecionados e Processo Saúde-Doença de Adultos e Idosos
a expor, também oralmente, sua percepção Hospitalizados. O conteúdo programático da
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disciplina distribui-se em sete unidades de en-
sino, contabilizando 144h, nas quais se valoriza Proposta de Abordagem
a assistência de enfermagem a adultos e ido-
sos, em situações clínicas e cirúrgicas. A esco-
Motivacional em Bioquímica
lha do Descritores como fonte de aprendizado Básica para Alunos de
de conceitos, termos, sinônimos e símbolos, de Odontologia
forma autônoma e independente, deu-se pela
percepção de lacunas conceituais do aluna- *Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
do sobre termos, palavras, conceitos já discu-
**Faculdade de Odontologia de Ribeirão
tidos (e aprendidos), em outras disciplinas. A
Preto da Universidade de São Paulo
maior expectativa de aprendizagem girou em
***Faculdade de Filosoia, Ciências e
torno da participação ativa dos alunos (crítica,
Letras de Ribeirão Preto da Universidade
consciente e fundamentada), no momento de
de São Paulo
conceituações e generalizações dos conteúdos
programáticos. O vocabulário foi apresentado Maria Carolina Bonjovanni de Paiva*, Ana
aos alunos, no primeiro dia de aula, e suas fer- Carolina dos Santos Ré*, Erika Reiko Hashimoto
ramentas esmiuçadas, em cada atividade pro- Kawakita*, Romena Sanglard Silveira*, Jennifer
posta. Um espaço para dúvidas e diiculdades Mayumi Hashimoto**, Renata Sant’Anna
foi aberto. O acesso à internet não prejudicou Consiglieri**, Giovani Vargas Rechia***, Carem
o desenvolvimento semanal da atividade, po- Gledes Vargas Rechia*, Carolina Patrícia Aires*
rém o manuseio do site não foi apreendido airescp@fcfrp.usp.br
facilmente por alguns. Os diferentes ritmos de
aprendizagem e apropriação do vocabulário Introdução
não impactaram no desenvolvimento dos con- No curso de Odontologia, os conhecimen-
teúdos, pois os conceitos foram apresentados tos adquiridos na disciplina de Bioquímica
e discutidos, mais de uma vez e inseridos em são complementados pelas aulas de labo-
um glossário construído, concomitantemente, ratório, onde o aluno tem a oportunidade
a disciplina. Outros vocabulários e dicionários de vivenciar ou descobrir o valor prático do
médicos foram utilizados, pois o Descritores conteúdo adquirido. Entretanto, apesar da
não contempla todos os termos, palavras e importância da Bioquímica para os prois-
conceitos que permeiam a saúde do adulto e sionais da área da Saúde, o fato de ser uma
idoso. A experiência propiciou maior adesão disciplina que faz parte dos conhecimentos
às atividades prévia e pós-aula da disciplina; fundamentais e de ser ministrada no primei-
maior maturação da turma quanto a sua res- ro semestre do curso resulta em falta de mo-
ponsabilidade pelo aprendizado; assiduidade tivação e, consequentemente, diiculdade de
(muitos dos resgates conceituais preencheram aprendizagem por parte do aluno.
lacunas, no processo de aprendizagem); com-
preensão do uso do vocabulário, na pesquisa Objetivo
cientíica e acima tudo a capacidade de buscar Avaliar se a introdução de uma aborda-
e construir conhecimentos de forma autôno- gem motivacional contribui para a melhora
ma, utilizando fonte segura, dinâmica e atuali- do aprendizado de conteúdos de Bioquími-
zada de termos, palavras e conceitos. ca por graduandos em Odontologia.

Metodologia
A abordagem motivacional consistiu na
contextualização de atividades práticas de
Bioquímica utilizando trechos de artigos
cientíicos, casos clínicos, revistas e capítu-
los de livros da área de Odontologia. Esta
abordagem foi inserida para todos os con-
teúdos práticos, porém apresentaremos os
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temas de Cálculo de concentrações, Capa- tos, visto que nos tópicos 1 e 2 as média
cidade tamponante e pH/pKa como exem- passaram de 0,13 e 0,11 para 0,65 e 0,20
plo do processo em execução. Para o tema respectivamente. O aumento de rendimen-
Cálculo de concentrações, a abordagem to foi considerado signiicante pelo teste
motivacional teve como ponto de partida aplicado e não houve alteração signiicante
um caso clínico coletado de artigo cientí- no tema controle (pH/pka).
ico, onde uma jovem era acometida pela
Síndrome de Sjögren cujo principal sintoma Apoio Financeiro: Pró Reitoria de Gradu-
é a falta da produção de saliva. O desaio ação e Pró Reitoria de Pós-Graduação USP
proposto foi a preparação de saliva artiicial
para esta paciente. Para isto, trabalharam- Palavras-Chave: ensino, bioquímica, gra-
-se conceitos de diluição, grandezas, cálcu- duação
los, conhecimento e manuseio de vidrarias,
tudo isso somado à tentativa de ameniza- A Relação Professor/Aluno e o
ção da sintomatologia da paciente. Já para Estagiário PAE em Sala de Aula
Capacidade tamponante o tema cárie do
lactente, conhecido popularmente como Escola Superior de Agricultura Luiz de
“cárie de mamadeira”, foi utilizado. Após Queiroz da Universidade de São Paulo
a leitura de um trecho extraído de artigo
cientíico sobre o tema, os alunos respon- Jacqueline Mary Gerage, Sandra Helena da Cruz
shcruz@usp.br
deram questões especíicas sobre cárie do
lactente para então iniciar os cálculos e a Resumo
parte experimental. Imagens foram projeta- A disciplina LAN0127 Introdução a Ciên-
das para ilustrar a gravidade da lesão. Após cias dos Alimentos é oferecida aos alunos in-
avaliação de desempenho, questões sobre gressantes do curso de Ciências dos Alimen-
os seguintes temas foram analisadas: 1) Cál- tos, da Universidade de São Paulo. O objetivo
culo de concentração; 2) Capacidade tam- desta disciplina é situar o ingressante sobre a
ponante; 3) pKa/pH. Este último tópico, fun- universidade, o curso escolhido, sua estrutu-
damentalmente teórico, foi incluído por ser ra, as disciplinas que irá cursar, as atividades
considerado essencial para o entendimento extracurriculares disponíveis, princípios de
de Capacidade tamponante e onde os alu- ética a atuação proissional, a im de evitar
nos já demonstravam bom desempenho. O evasão. A disciplina aplica a estratégia didá-
Teste Z foi aplicado para comparar as notas tica com base na participação de vários pro-
das turmas de 2016 (n=90 alunos) com as fessores do curso para apresentar suas áreas
notas da turma de 2015 (n=96 alunos), este de atuação, e de egressos atuantes no mer-
último sem a aplicação da abordagem mo- cado de trabalho que comentam sobre a sua
tivacional. O nível de signiicância estabele- atuação proissional e as oportunidades no
cido em 5%. mercado de trabalho. No entanto, a rotati-
vidade semanal de docentes faz com que os
Resultados alunos da disciplina não tenham uma igura
As médias ± dp das turmas 2015 e 2016 ixa de identidade docente em sala de aula.
nas questões analisadas, com valor 0,75, fo- Assim, a estagiária PAE presente em todas as
ram respectivamente: 1) Cálculo de concen- aulas, se tornou um elo entre as dúvidas e
trações: 0,13 ± 0,34 e 0,65 ± 0,41; 2) Capaci- anseios dos alunos sobre a disciplina, bem
dade tamponante: 0,11 ± 0,13 e 0,20 ± 0,23; como foi responsável pelo feedback em rela-
3) pKa/pH: 0,41 ± 0,24 e 0,43 ± 0,29. ção as atividades realizadas, propostas pelos
docentes como avaliação semanal. Os aten-
Conclusões dimentos por via eletrônica, ou mesmo pes-
Os resultados sugerem que a abordagem soalmente, foram importantes para criar nela
motivacional contribuiu para a melhora do a noção da relação professor/aluno durante
aprendizado dos alunos nos temas propos- uma disciplina, podendo reairmar a escolha
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de prosseguir na carreira de docência. A es- condicionados a produzir somente as formas
tagiária PAE participou de todas as atividades que possuem capacidade de representar, es-
relacionadas com a disciplina, como correção tabelecendo uma relação de dependência
de exercícios, geração das notas dos alunos entre criação e representação, seja ela manu-
e preparação da avaliação inal, pois como é al ou digital. Portanto, torna-se imprescindí-
uma disciplina que não tem um conteúdo te- vel a discussão de mecanismos que efetivem
órico, mas um conteúdo expositivo foi esco- a ampliação dos processos generativos de
lhido uma estratégia de avaliação por semi- projeto vinculando-os à expansão e gênese
nários. Os alunos, em duplas, apresentaram criativa/expressiva dos projetistas associadas
os temas que foram apresentados durante ao desenho. Este trabalho apresenta um ca-
o semestre, sendo também avaliados pelos ráter de cunho exploratório, descritivo e de
colegas de classe. O resultado dessa ativida- aplicação, em um primeiro momento, foram
de surpreendeu, com o grande envolvimen- descritos os Sistemas Generativos formais, e
to dos alunos na atividade e por ser possível suas relações intrínsecas efetivas com o pro-
identiicar que a disciplina cumpriu o objeti- jeto paramétrico. Demonstrando quais as
vo, criando uma identidade do aluno com o maneiras possíveis de se projetar em cada
curso escolhido, sendo percebida pelos dis- sistema, demonstrando através de exemplos
cursos dos discentes. A estagiária PAE pode suas características positivas e negativas.
acompanhar e compreender a evolução pela Em um segundo momento são discutidos
qual um aluno passa ao cursar um semestre como essas possibilidades generativas, se
de disciplina e como o conhecimento com o efetivam através do desenho paramétrico e
qual teve contato passa a moldar sua forma- como isso auxilia/restringe a gênese criati-
ção proissional. va do projetista. Foram utilizados, softwares
Palavras-Chaves: Docência; Relaciona- computacionais de desenho paramétrico
mento; Comunicação para demonstrar os processos generativos.
Após dois anos de aplicação desta metodo-
A Dialética entre Criação logia em disciplinas de desenho generativo e
Arquitetônica e Desenho paramétrico nos cursos de Arquitetura e Ur-
banismo e Design da FAU USP, observou-se
Paramétrico: Experiências uma melhora nos acadêmicos em relação a
Didáticas otimização de seus processos projetivos di-
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da retamente ligados ao desenho paramétrico
Universidade de São Paulo minimizando as restrições formais composi-
tivas. Uma vez que estes processos associam
Thiago H. Omena, Arthur H. Lara e Cláudia T. de atividade criativa, expressão e representação
A. Oliveira através de auxílio computacional.
thomena@gmail.com
Libras como Língua de
A pesquisa objetiva discutir os meios pos- Interlocução: Usos e Ensino
síveis de geração formal e quais as maneiras
de efetivar e difundir os mesmo para garantir Faculdade de Educação da Universidade
uma criação interligada ao desenho paramé- de São Paulo
trico associada à gênese criativa primitiva,
em outras palavras, discutir a relação entre Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez
a atividade intelectual criativa associada à kpagnez@usp.br
sua exploração e representação paramétrica, Resumo
sem que uma seja limitante da outra, e sim Neste trabalho propõe-se uma discussão
que ambas trabalhem em uma relação simbi- a respeito de uma metodologia de ensino
ótica. Essa discussão encontra-se enraizada, de Libras para ouvintes a partir da análise
na gênese do ensino do Design e Arquitetu- contrastiva do português e da Libras. Desta-
ra, onde os acadêmicos são em muitos casos ca-se como base teórica para esta discussão
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a construção de conceitos o que engloba a gua se desenvolva na mente do aprendiz, a
estrutura da língua. Independente da mo- partir do diálogo construído no grupo com
dalidade da língua esta cumpre um papel a contribuição de todos e com a aquisição
inquestionável na constituição de concei- de vocabulário a partir de situações reais e
tos. A formação de conceitos requer a par- pertinentes à realidade social dos alunos.
ticipação tanto de fatores sensoriais como Considera-se que o uso social da língua
de fatores linguísticos. O pressuposto é que permite o acesso a ela e sua consolidação
é possível deduzir o uso de pensamento como forma de comunicação e como possi-
conceptual pelo sujeito segundo o grupo bilidade para a estruturação de pensamen-
de objetos que ele forma e o procedimento to tanto para surdos quanto para ouvintes.
por ele utilizado. Consideram-se as três fa- Esta metodologia vem sendo construída
ses na formação de conceitos: a agregação desde 2014 em cursos de graduação na
desorganizada; a dos conceitos complexos; Universidade de São Paulo com resultados
e a fase dos conceitos propriamente ditos. efetivos na aprendizagem dos estudantes
Pretende-se consolidar a aprendizagem do de diferentes licenciaturas e campus.
ouvinte pela construção de conceitos e pela
compreensão da lógica da estrutura da lín- Oicina de Treinamento
gua. A linguagem começa a servir de ins- para o Preparo de Alunos
trumento psicológico para a regulação do
comportamento, a percepção muda de for-
para Identiicação da
ma radical, novas memórias são formadas e Hipernasalidade de Fala
novos processos de pensamento são cria- 1
Faculdade de Odontologia de Bauru da
dos, a função reguladora da linguagem se Universidade de São Paulo
consolida. As formas mais elevadas da co- 2
Hospital de Reabilitação de Anomalias
municação humana somente são possíveis Craniofaciais da Universidade de São Paulo
porque o pensamento do homem relete
uma realidade conceitualizada. Na lingua- Thais Alves Guerra1; Gabriela Aparecida Prearo1;
gem materializam-se as signiicações cons- Mariana Jales Felix Silva-Mori2; Maria Inês
truídas nos processos sociais e históricos. Pegoraro-Krook1,2; e Jeniffer de Cássia Rillo Dutka1,2
Tem-se como eixo para a análise as apro- jdutka@usp.br
ximações e distanciamentos entre as duas
línguas são analisados na busca da compre- Introdução
ensão dos erros decorrentes das diferentes A identiicação distúrbios de fala caracte-
modalidades e estruturas. A superação dos rísticos na issura labiopalatina e disfunção
erros decorre da compreensão de suas cau- velofaríngea, como a hipernasalidade por
sas, via de regra, resultantes de aproxima- exemplo, é realizada pelo Fonoaudiólogo
ções equivocadas. As análises fonológica e por meio da avaliação perceptivo-auditiva
semântica possibilitam a diferenciação das presencial ou durante análise de gravações
duas línguas e seu uso pragmático tendo de fala. O uso de gravações possibilita o
em mente as ideias equivocadas a respeito treinamento de alunos de cursos de Fono-
da Libras auxiliam na utilização da língua de audiologia sendo também uma ferramenta
forma efetiva na comunicação com pessoas importante para otimizar a consistência dos
surdas. Dentre os erros temos o uso do por- resultados da avaliação.
tuguês sinalizado, amplamente utilizado na
comunicação entre surdos, e entre surdos Objetivo
e ouvintes, este se consolida como um dos Estabelecer uma oicina de treinamento
comprometimentos efetivos da comunica- para identiicação da hipernasalidade na
ção e da proiciência do usuário da língua. issura labiopalatina.
Ao pensarmos a aprendizagem da Libras
por ouvintes caberia ao professor ajudar a Material e Métodos
criar um ambiente favorável para que a lín- A base de dados do Laboratório de Foné-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 273
tica Experimental do Hospital de Reabilitação que representam o repertório de comporta-
de Anomalias Craniofaciais foi consultada mentos que um indivíduo possui para lidar
para identiicação de gravações representa- com as diferentes demandas de situações
tivas da hipernasalidade em escala de quatro interpessoais. O estudante que ingressa na
graus (ausente, leve, moderada, grave), nas universidade é colocado à prova em novas
vozes masculina e feminina. Com as grava- e variadas situações sociais, e seu desem-
ções foi preparada uma oicina de treina- penho nestas é, em grande parte, deter-
mento incluindo uma calibração dos ouvintes minado por estas habilidades que podem
quanto ao aspecto a ser julgado (nasalidade inluenciar no seu desempenho acadêmico.
de fala) e os diferentes graus de alteração (hi- Portanto, proporcionar um treinamento ao
pernasalidade leve, moderada e grave). universitário voltado à competência social
das HS signiica auxiliá-lo na adequação
Resultados de seu comportamento no novo contex-
A oicina é usada durante disciplinas de to acadêmico, favorecendo sua eicácia. O
graduação para o preparo do aluno para objetivo desta pesquisa foi investigar, do
identiicação da nasalidade de fala normal ponto de vista qualitativo, as Habilidades
e seus distúrbios. Sociais Comunicativas (HSC) dos universi-
tários durante um programa de Treinamen-
Discussão to de Habilidades Sociais (THS), oferecido
O impacto da oicina de treinamento na pela disciplina de Psicologia III no Curso de
formação do graduando para identiicar Fonoaudiologia de uma Instituição de En-
distúrbios de fala deve ainda ser investiga- sino Superior do interior paulista, no ano
do, porém, os achados preliminares corro- de 2014. O foco foi a relação interpessoal
boram os relatos na literatura que indicam dos estudantes com seus colegas e profes-
melhora na habilidade de alunos para iden- sores, descrevendo as potencialidades e di-
tiicar a hipernasalidade sugerindo boa ei- iculdades de seu repertório conforme sua
cácia do treinamento. autopercepção, assim como identiicar os
ganhos percebidos pelos mesmos ao longo
Considerações Finais do programa. Participaram desta pesquisa
As vivências deste projeto sugerem que 22 universitários, com faixa etária entre 19
oicinas de treinamento são ferramentas de e 21 anos de ambos os sexos. Empregou-se
ensino que podem otimizar a aprendiza- análise de conteúdo dos relatos produzidos
gem do aluno. pelos universitários no 1o, 8o e 15o encontros
Palavras-Chave: Oicina de Treinamento. do THS. Enquanto resultados, as potenciali-
Avaliação Perceptivo-Auditiva. Hipernasalidade. dades nas HSC abordadas pelos universitá-
rios foram a atitude de conversar, iniciando,
Habilidades Sociais mantendo, ou encerrando conversação, fa-
Comunicativas dos Universitários zer perguntas e dar feedback ao reletirem
sobre as suas relações com os colegas e
na Relação Interpessoal com professores da universidade. Consideran-
Colegas e Professores do-se as diiculdades nas HSC, a automoni-
Faculdade de Odontologia de Bauru da toria em ser comunicativo foi a mais apon-
Universidade de São Paulo tada tanto na relação com colegas, como
com professores; porém, prevalecendo no
Márcia Terezinha van Melis e Dagma Venturini relacionamento com os docentes. Os uni-
Marques Abramides versitários interpretaram ter havido ganho
marcia.melis@usp.br nas HSC, principalmente na relação com os
colegas. Também houve menção de melho-
Um tema essencial a ser discutido nas ra na habilidade de fazer perguntas aos pro-
universidades é a promoção das habilida- fessores. Importante ressaltar que a atitude
des sociais (HS) dos universitários uma vez de fazer perguntas é um comportamento
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indispensável nas interações sociais, pois é mentos de avaliação da disciplina foram lis-
uma forma de se obter informações sobre tas de exercícios propostas ao longo do se-
aquilo que desejamos saber e na relação mestre, provas individuais e seminários em
professor-aluno, interferem diretamente no grupo, que versaram sobre temas concei-
processo de aprendizagem do universitário, tuais, como transporte de sedimentos em
pois, ao expressar a sua opinião, ou ao fa- bacias, e estudos de caso, como os desliza-
zer perguntas, o aluno estará construindo mentos na região serrana do estado do Rio
seu conhecimento. Conclui-se que ao “dar de Janeiro em 2011. Na disciplina Caracteri-
voz” aos universitários, esta pesquisa pro- zação Ambiental: Bacia Hidrográica II, dis-
duziu dados qualitativos, realçando valores, cussões sobre impactos do uso e ocupação
crenças, representações, opiniões e atitudes do solo e aspectos legais aplicados aos re-
desta população no contexto acadêmico e cursos hídricos foram complementadas por
que o THS ampliou o repertório das habi- idas a campo, em que os alunos observaram
lidades e competências sociais culminando córregos de duas microbacias em diferen-
com mudanças de comportamento. Esta tes graus de urbanização e relataram suas
relexão especíica do relacionamento in- percepções, contrastando-as com dados
terpessoal do universitário com seus pares obtidos em revisões bibliográicas. Além
e docentes no contexto acadêmico não é dos relatórios relativos às aulas de campo,
encontrada na literatura, sendo este estudo os grupos de alunos analisaram um plano
um importante precursor nesta relexão. de gestão de recursos hídricos (plano de
Palavras-Chave: Treinamento de Habili- bacia), e posteriormente apresentaram, em
dades Sociais, Habilidades Sociais Comuni- seminário, os aspectos mais relevantes da
cativas, Universitários. caracterização de aspectos físicos, ambien-
tais e sócio-econômicos que dá suporte às
A Caracterização Ambiental conclusões e recomendações do documen-
Dentro (e Fora) da Sala de Aula to. Ao inal dos semestres, foi estimulada a
participação dos alunos em uma avaliação
Escola de Engenharia de São Carlos da
da própria disciplina, por meio de questio-
Universidade de São Paulo
nário disponibilizado nas formas impressa
e online, quanto a aspectos como forma de
Marco Aurélio Soares de Castro e Maria Clara Fava
condução das aulas, métodos de avaliação,
marcocastro.rs@gmail.com
qualidade e pertinência dos materiais de
O currículo do curso de Engenharia Am- aula. A experiência nas disciplinas permi-
biental da Escola de Engenharia de São Car- tiu conirmar a bacia hidrográica também
los conta com duas disciplinas que adotam como uma unidade de estudo, adequada
a bacia hidrográica como unidade funda- para a compreensão de características e
mental de análise, ministradas ao longo do processos físicos, biológicos e antrópicos, e
segundo ano de curso; o presente trabalho também a necessidade de extrapolar os li-
relata experiências proporcionadas e viven- mites da sala de aula no sentido de propor-
ciadas na ministração destas duas discipli- cionar uma visão mais abrangente do obje-
nas. Em Caracterização Ambiental: Bacia to de estudo. A multiplicidade de atividades
Hidrográica I, a apresentação das caracte- também permitiu uma avaliação constante
rísticas morfométricas de bacias hidrográi- dos alunos, oposta à forma tradicional, con-
cas foi complementada com a elaboração, centrada em provas bimestrais.
pelos alunos, de modelos tridimensionais
(maquetes) de bacias reais partindo da deli-
mitação em cartas topográicas; a partir das
maquetes que elaboraram, os alunos deter-
minaram parâmetros das bacias como área,
perímetro, coeiciente de compacidade e
densidade de drenagem. Os demais instru-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 275
na aula e; 40,9% concordaram plenamente e
Utilização de Dispositivos de 35,5% apenas concordaram que o uso des-
te durante a aula ajuda a entendê-la melhor.
Interatividade no Ensino de Nós concluímos que em geral, a percepção
Graduação da Faculdade de dos alunos acerca deste sistema é bastan-
Odontologia de Ribeirão Preto te positiva, comprovado pelos dados, onde
parcelas majoritárias das turmas questiona-
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto das concordaram que o uso destes respon-
da Universidade de São Paulo dedores em sala de aula os ajuda a prestar
mais atenção na aula bem como a entendê-
Lucas Ribeiro Teixeira, Ana Carolina Fragoso
-la melhor.
Motta, Christiano Oliveira-Santos, Silmara
Apoio: Ensinar com pesquisa (2014-2015)
Aparecida Milori Corona, Fábio Lourenço
Romano, Maria José Alves da Rocha Experiência de Docência
mjrocha@forp.usp.br
Através da Monitora na
O emprego de sistemas eletrônicos inte-
rativos de resposta foi utilizado por algumas
Disciplina de Morfologia
disciplinas de graduação na FORP/USP. O e Anatomia de Plantas
sistema consiste em um receptor de radio Vasculares (BIB – 313)
freqüência que é ligado ao computador e
a dispositivos individuais de respostas inte- Instituto de Biociências da Universidade de
rativas (respondedores) emissores de radio São Paulo
freqüência que se assemelham a controles
remotos. Em todo o momento o aluno res- Antônio Azeredo Coutinho Neto
antonioacneto@biologo.bio.br
ponde individualmente às questões referen-
tes a cada assunto ministrado em aulas teó- A Disciplina de Anatomia e Morfologia
ricas e as respostas podem ser vistas através Vegetal, oferecida no curso de graduação
de um histograma que é plotado de ime- em ciências biológicas, do Instituto de Bio-
diato pelo sistema. Ao inal de cada questão ciências (IB-USP), aborda, em seu programa,
a resposta correta é revelada e o professor questões sobre a organização dos elemen-
comenta as outras respostas erradas. Assim tos estruturais do vegetal, desde organelas
os dispositivos de interatividade funcionam até órgãos inteiros. De acordo com a dimen-
como instrumento de avaliação formativa, são da estrutura a ser estudada são usadas
possibilitando de forma rápida, avaliar os metodologias e equipamentos diferentes.
conteúdos ministrados e caso necessário, Em um estudo a nível celular utilizam-se
retorná-los imediatamente. Através de um microscópios, já para a observação de te-
questionário distribuído aos alunos (320) ou cidos ou órgãos, utilizam-se, por exemplo,
dos próprios respondedores e, utilizando es- estereoscópios. Na disciplina de morfologia
cala Likert (A- Concordo plenamente, B-Con- e anatomia de plantas vasculares os alunos
cordo, C-Indiferente, D-Discordo, E- Discor- incorporam os conhecimentos teóricos e
do plenamente) avaliamos o uso do sistema práticos sobre um gama de diversidade das
utilizado, através de duas perguntas relacio- estruturas vegetais de plantas vasculares.
nadas a atenção em sala de aula (questão A partir do Programa de Aperfeiçoamento
1) e entendimento do conteúdo ministrado do Ensino (PAE), que possibilita alunos de
(questão 2). Este estudo foi aprovado junto Pós-Graduação atuarem como monitores
ao Comitê de Pesquisa para realização das em disciplinas de graduação, foi possível
atividades (2015.1 940.989). Os resultados desenvolver experiência de docência supe-
mostraram que 42,5% dos alunos questiona- rior. Sem dúvidas a experiência de monito-
dos concordaram plenamente e 38,7% con- ria é de extrema importância para a forma-
cordaram que o uso deste sistema interativo ção acadêmica do futuro docente, todavia,
em sala de aula ajuda a prestar mais atenção questiona-se qual o ganho real de um alu-
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no pós-graduando nesta monitoria e qual ganham suporte destes alunos treinados
importância observada pelos graduandos previamente pelos professores responsáveis
a respeito da atuação deste monitor nas da disciplina, e pelos próprios professores
aulas? Frente a estas perguntas objetivou- responsáveis pela disciplina, pelo suporte re-
-se analisar o antes e depois da passagem cebido, na condução das aulas. Certamente
do aluno de pós-graduação pela monito- a presença de monitor em disciplinas de gra-
ria e também a necessidade e importância duação contribui para atingir os objetivos de
deste monitor para as aulas da graduação. ensino/aprendizado propostos.
Através da aplicação de questionário ava-
liou-se o monitor envolvido na disciplina no Gestão de Projetos em
início da monitoria a respeito de seus co- Gerontologia: Praticando
nhecimentos teóricos/práticos sobre a dis-
ciplina e sobre maneiras didáticas nas aulas
em Sala de Aula
de graduação. Após a passagem completa Escola de Artes, Ciências e Humanidades
pela experiência da monitoria avaliou-se da Universidade de São Paulo
também seu conhecimento teórico/prático
e seu aprendizado com relação à didática no Maria Luisa Trindade Bestetti, Tássia Monique
ensino superior. Também foram avaliados os Chiarelli
alunos através do questionamento quanto maria.luisa@usp.br; tassiamonique@usp.br
à necessidade e importância do monitor de
O curso de Gerontologia tem como obje-
pós-graduação durante as aulas de anatomia
tivo a formação integral, que visa ao impac-
e morfologia vegetal de plantas vasculares.
to positivo na qualidade de vida da pessoa
Os resultados quanto aos conhecimentos
especíicos adquiridos pelo monitor na dis- que envelhece, da sua família e comunida-
ciplina de anatomia e morfologia vegetal de de. O proissional egresso desse curso terá
plantas vasculares foram signiicativamente competência para participar ativamente das
importantes, já que o monitor, ao iniciar a transformações no peril epidemiológico
disciplina não possuía a percepção necessá- da população, bem como para prevenir os
ria para conduzir uma aula prática de anato- agravos e promover o envelhecimento sau-
mia e morfologia vegetal, ao im o mesmo dável, ativo e signiicativo. A disciplina Ges-
apresentou capacidade de conduzi-la sem tão de Projetos em Gerontologia é ofereci-
a necessidade da intervenção do professor da aos acadêmicos do 3o semestre, visto ser
para responder as dúvidas dos alunos. Ava- um conteúdo fundamental para a formação
lia-se como positivo o fato dos professores de proissionais que atuem como gestores,
responsáveis pela disciplina prestarem orien- consultores ou pesquisadores na área do
tações ao monitor anteriormente à aula, con- envelhecimento e da velhice.
tribuindo assim com a melhor preparação Para que haja um projeto, é preciso de-
deste aluno para responder questionamen- inir claramente a demanda, analisando o
tos levantados pelos alunos durante as aulas. ambiente através de ferramentas de pla-
Já para alunos da graduação que frequenta- nejamento estratégico, o que pode garan-
ram a disciplina, a presença e o suporte do tir viabilidade e sustentabilidade nos re-
monitor são fundamentais para o bom fun- sultados. Adotamos as recomendações do
cionamento da aula de anatomia e morfolo- Project Management Institute – PMI, onde
gia vegetal de plantas vasculares. Para estes o projeto segue um ciclo de vida com ini-
alunos, durante as aulas práticas, em que são ciação, planejamento, execução e encerra-
empregados protocolos de visualizações ce- mento, mantendo o controle nas duas fa-
lulares, com corantes e cortes anatômicos, é ses intermediárias. As equipes gerenciam
necessário que haja suporte de um monitor. 10 áreas de conhecimento: escopo, tempo,
Conclui-se que os ganhos são mútuos, tanto custo, qualidade, comunicação, pessoas, ris-
para o aluno que se submete ao processo de cos, aquisições, stakeholders e integração,
monitoria, para os alunos de graduação que adequando o projeto a cada mudança ne-
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cessária. Este complexo conteúdo deve ser tões discursivas que abordem o processo de
trabalhado no total de 30h/a, o que deter- projeto e as áreas de conhecimento.
mina que se busque uma metodologia que
permita sua compreensão clara e garanta a Ensino de Morfologia
efetividade do aprendizado. Vegetal: Da Aula Expositiva
Foram propostas duas etapas, sendo a
primeira teórico-prática a partir da apre-
à Participativa
sentação dos conceitos e de exercícios de Escola Superior de Agricultura Luiz de
assimilação, sendo adotadas dinâmicas em Queiroz da Universidade de São Paulo
equipes e compartilhamento de resultados
em sala, simultaneamente com a alimenta- Marcilio de Almeida, Eveline Calderan Meneghetti,
ção de uma página virtual com acesso de Vânia Galindo Massabni
todos os envolvidos no curso, desenvol- mdalmeida@usp.br
vendo material de pesquisa e memória das A disciplina “Morfologia Vegetal” é obri-
aulas. Nesse momento, foi promovida uma gatória para o primeiro semestre dos cursos
roda de conversa com quatro proissionais de graduação em Engenharia Agronômica
gerontólogos que utilizam projetos em di- e Engenharia Florestal da ESALQ. Nos anos
ferentes atuações, permitindo uma amostra anteriores, ela estava organizada em aulas
de aplicação real dos princípios desenvolvi- expositivas e subsequente análise prática de
dos em sala de aula. Ao inal, com o tema estruturas morfológicas das plantas, onde
geral Doença de Alzheimer como mote dos cada aluno recebia um material e classiica-
projetos a serem desenvolvidos pelas oito va-o, a correção era feita pelo professor de
equipes, houve apresentação em formato todo material ao inal da aula gerando no-
de pitch, com entrega das propostas para tada a falta de motivação dos alunos. Na
avaliação parcial dos resultados. A avaliação prática docente, metodologias que visam
envolve o registro entregue, a apresenta- à construção do conhecimento pelo aluno,
ção, as notas atribuídas pelas equipes parti- por meio de sua análise, dedução, compa-
cipantes e a efetiva utilização do instrumen- ração e outras ações estão de acordo com
to virtual coletivo de pesquisa. pressupostos socioconstrutivistas para a
A segunda etapa, eminentemente práti- aprendizagem. O envolvimento do estudan-
ca e a ser iniciada no dia 18 de maio p.v., te com os conhecimentos de uma área, em
envolve o desenvolvimento de projetos a um processo de indagação e busca pessoal
serem deinidos e executados, sendo que do conhecimento, torna a aula um momento
o encerramento deverá ser discutido atra- de construção na qual o professor situa-se
vés de apresentações a uma banca avalia- como um mediador do processo de aprendi-
dora, ainda considerando os produtos a zagem. Cabe ao professor, para mediar este
serem entregues como relexo dos concei- processo, elaborar formas de ensino para
tos apresentados. A cada aula as equipes interação entre alunos e questionamento de
devem comprovar a evolução do trabalho, suas próprias ideias, as quais são reorganiza-
de modo a que possam, no inal do curso, das para a compreensão do tema. Segundo
observarem a transformação no aprendiza- Becker (2010), para a construção do conhe-
do, através da retomada de todas as etapas cimento, reorganizamos as ideias e as eleva-
anteriormente registradas e que podem de- mos a um novo patamar de compreensão,
monstrar esse crescimento. o que origina novas ideias e formas de pen-
Uma avaliação da disciplina será estimulada sar. Nesse contexto, o objetivo deste estudo
logo após o lançamento de notas, de modo a é descrever um novo formato para as aulas
caracterizar o trabalho colaborativo proposto práticas de Morfologia Vegetal, idealizado
e para alimentar as mudanças a serem per- pelo docente responsável, e analisar sua co-
cebidas para aprimoramento da proposta nas erência aos pressupostos da construção de
novas edições. Havendo casos de recupera- conhecimentos. As aulas práticas foram or-
ção, será aplicada prova individual com ques- ganizadas por temas, nas quais o material
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vegetal referente à aula era disposto aos nhecimento dos instrumentos e sistemas de
alunos, já com sua identiicação e um roteiro controle. Portanto, foram construídos por
com a sua classiicação morfológica (gabari- alunos módulos de demonstração que fos-
to). Em cada aula, os alunos foram divididos sem operáveis em sala com intenção de de-
em grupos de quatro e no início o professor monstrar, junto com a teoria, a funcionalida-
fazia um direcionamento para a atividade. de de instrumentos de medida de diferentes
Durante a atividade, os alunos preenchem ro- parâmetros, tais como temperatura, pressão,
teiro, investigando as partes da planta e de- vazão, velocidade de rotação, oxigênio dis-
duzindo que estrutura estavam observando, solvido e viscosidade. Para a construção dos
por meio da análise visual, comparação com módulos de demonstração, o aluno con-
ideias prévias e discussão em grupo. Ao inal, tou com os instrumentos e espaço físico da
corrigiam de acordo com o gabarito entre- própria universidade, além de materiais de
gue junto com o material gerando discussão reciclo ou comprados. Para isso foram con-
prévia entre eles e, caso não entendessem a siderados alguns aspectos como a necessi-
correção, consultavam o professor. Ao inal dade de os módulos serem compactos e de
das aulas, o professor fazia um fechamen- fácil transporte, além de permitirem a clara
to ressaltando os pontos mais importantes. visualização da medida realizada, em sala
Observou-se elevada participação dos estu- de aula. O módulo de medida e controle de
dantes, mesmo daqueles usualmente menos temperatura foi construído com uma resis-
interessados. Conclui-se que a metodologia tência elétrica de 2500W que aquece a água
favoreceu a discussão entre os alunos, o in- de um recipiente. A resistência foi ligada a
teresse e respeito ao ritmo de cada um. Des- um termostato digital que mede e controla
sa forma, os alunos tiverem oportunidade de a temperatura, ou seja, desliga a resistência
serem os protagonistas da aula, enquanto o no momento que a temperatura desejada é
professor foi o mediador, de forma coerente atingida. Para a demonstração de pressão
com pressupostos da construção de conhe- foi utilizado um compressor ligado a um
cimentos em aula. manômetro que realiza a medida da pres-
são. Quanto ao módulo de vazão, também
Desenvolvimento de foi utilizado um compressor que, neste caso,
Módulos Demonstrativos de se liga a um rotâmetro para realizar a medi-
da de vazão, em litros por minuto. O módulo
Instrumentação e Controle de de demonstração de velocidade de rotação
Variáveis de Processos para foi montado com uma hélice metálica aco-
Ensino em Sala de Aula plada a um motor elétrico cuja velocidade
pode ser alterada. Em frente à hélice foi ixa-
Escola de Engenharia de Lorena da do um tacômetro óptico de modo que o fei-
Universidade de São Paulo
xe de luz emitido atingisse as pás da hélice
e fosse reletido, por uma ita reletora, para
Arnaldo Márcio Ramalho Prata
a medida da rotação pelo aparelho. Por im,
amrprata@usp.br
a viscosidade foi medida pela velocidade
Instrumentação é a ciência da adaptação de queda de esferas de materiais diferentes
de dispositivos e técnicas de medição, indi- dentro de um líquido em um cilindro verti-
cação, ajuste e controle nos equipamentos cal de vidro. Os módulos mencionados es-
e processos de fabricação. É indispensável tão sendo inalizados e algumas medidas já
para incrementar e controlar a qualidade foram realizadas com sucesso, como viscosi-
do produto, aumentar a produção e o ren- dade, velocidade de rotação e temperatura.
dimento, executar as funções de inspeção e Pelos testes feitos em laboratório, conclui-se
ensaios com maior rapidez e coniabilidade. que é perfeitamente viável o funcionamento
Devido à importância da instrumentação dos módulos em sala de aula.
na indústria, um aluno de engenharia deve
obter em sua formação acadêmica, um co-
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tivas, considerando os objetivos propostos
Avaliação no Ensino Superior: na disciplina e os objetivos de aprendiza-
gem (1. Diversidade - diversidade de assun-
Proposta de Uso do Portfólio tos e temas abordados relacionados com a
como Instrumento Avaliador EA; 2. Relação - expressa a integração de di-
em Educação Ambiental ferentes dimensões dos fenômenos estuda-
dos; 3. Fontes consultadas – diversidade de
Instituto de Geociências da Universidade materiais lidos e pesquisados; 4. Capacida-
de São Paulo de relexiva – expressa pelos comentários,
relações estabelecidas entre a realidade e
Denise de La Corte Bacci
os aspectos teóricos abordados; 5. Formas
bacci@usp.br
de Expressão e apresentação – representa a
A Educação Ambiental como disciplina no criatividade na elaboração, e 6. Saltos qua-
ensino superior é regulamentada pela Po- litativos – representam as mudanças apre-
lítica Nacional de Educação Ambiental (Lei sentadas pelos alunos ao longo do percur-
n° 9795/99), em seu Artigo 10. A Educação so formativo). A avaliação qualitativa não se
Ambiental avança na construção de uma relete apenas na competência técnica dos
cidadania responsável, estimulando inte- saberes, mas na dimensão das capacidades
rações mais justas entre os seres humanos de construir conhecimento e nas atitudes
e os demais seres que habitam o Planeta, que imprimem um comportamento ético à
para a construção de um presente e um fu- ação em relação ao ambiente. Assim foram
turo sustentável, sadio e socialmente justo. estabelecidos critérios que sugerissem mo-
Por ser uma disciplina no ensino superior, diicações nos saberes, valores e atitudes
a avaliação dos alunos é prática corrente e para com o ambiente, nas relexões sobre
necessária dentro do sistema universitário. as relações sociedade-natureza, na capaci-
A avaliação somativa é o tipo mais comum dade de análise crítica da realidade. O uso
utilizado, pautada geralmente por notas e do portfólio como instrumento de avaliação
testes. No entanto, após vários anos minis- revelou-se uma boa estratégia para EA, pois
trando esta disciplina observa-se que este foi possível perceber o percurso de elabora-
tipo de avaliação não se aplica à Educação ção, as mudanças promovidas ao longo do
Ambiental, que em sua práxis pedagógica, semestre e por proporcionar a cada aluno a
envolve o entendimento de uma educação possibilidade da relexão, construção e ree-
cidadã, responsável, crítica, participativa, laboração do processo de aprendizagem. Os
onde cada sujeito aprende com conheci- alunos precisam vencer a resistência inicial
mentos cientíicos e outros diversos saberes. em relação à proposta de avaliação, com-
O presente relato de experiência traz como preendendo que existem outros métodos
proposta de avaliação formativa o portfó- além das provas, considerando a aprendi-
lio, na disciplina de Educação Ambiental zagem como processo. O portfólio também
oferecida aos alunos ingressantes do curso foi um instrumento eicaz para o docente,
de Licenciatura em Geociências e Educa- que no decorrer da disciplina pode reavaliar
ção Ambiental. O portfólio é uma coleção sua prática e revisar procedimentos ado-
organizada e cuidadosamente selecionada tados na condição de formador de futuros
de materiais produzidos ao longo de um proissionais da educação.
determinado período de tempo, de modo
a documentar o que foi feito pelo aluno.
Apresenta como objetivos: estimular o pen-
samento relexivo; incentivar a relexão na e
sobre a ação; permitir fazer conexões entre
a teoria e a prática. Os critérios de avaliação
foram estabelecidos pelo professor de for-
ma que reletissem as modiicações qualita-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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propondo medidas adequadas” (88,52%);
Atributos que Caracterizam “demonstrar comprometimento com o seu
um Bom Modelo Proissional crescimento pessoal e proissional, procu-
rando sempre atualizar-se em novos méto-
(role model) em Terapia dos e conhecimentos de práticas proissio-
Ocupacional: Produzindo nais” (83,6%); “demonstrar entusiasmo com
sua proissão e área de escolha” (72,15%);
Dados para a Gestão “demonstrar boas habilidades clínicas com o
Educacional em Saúde paciente” (67,23%). Uma análise preliminar
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto também identiicou as características nega-
da Universidade de São Paulo tivas de um proissional, para que ele não
seja considerado um modelo positivo: “falta
Luciana Costa Silva, Maria Paula Panúncio-Pinto de empatia” (67,21%); “falta de interesse na
e Luiz Ernesto de Almeida Troncon proissão” (49,18%); “falta de proissionalis-
lucianacs02@gmail.com, mapaula@fmrp.usp.br, mo” (44,26%); “não ter bom relacionamento
ledatron@fmrp.usp.br com equipe de trabalho” (34,42%); “falta de
ética” (26,22%).
Introdução
Os estudantes desenvolvem suas ativida- Considerações Finais
des em diferentes ambientes educacionais, Embora esta abordagem inicial necessite
espelhando-se nas experiências proissio- conirmação e complementação, com am-
nais de seus professores preceptores e in- pliação da amostra de participantes e rea-
ternalizando modelos de atuação proissio- lização de grupos focais com estudantes e
nal. Este trabalho constitui a etapa explora- entrevistas semi-estruturadas com docentes
tória de uma pesquisa de doutorado. e proissionais terapeutas ocupacionais, de
modo a melhor aquilatar o signiicado destes
Objetivo achados, os dados obtidos neste estudo pre-
Identiicar a percepção de estudantes liminar sobre os atributos de um bom mo-
de Terapia Ocupacional sobre os atributos delo na formação do terapeuta ocupacional
mais importantes bons modelos de atuação poderão ser considerados em programas de
proissional. capacitação e desenvolvimento docente.

Método Clínica Ampliada de Promoção


Esta investigação abordou população de Saúde: O Ensino Baseado no
de 104 estudantes de Terapia Ocupacional
utilizando questionário semi-estruturado
Território
(Google Docs©). Faculdade de Odontologia da Universidade
de São Paulo
Resultados
Esta abordagem inicial obteve 61 respon- Mariana Gabriel, Cristiane de Aguiar, Victória Niz
dentes. A partir da pergunta principal “quais Varela Chagas, Amanda Costa Rodrigues, Tainá
os atributos que um bom terapeuta ocupa- Mautone Caetano, Carollina Ruiz Rodrigues, Ana
cional deve ter para ser considerado um bom Lucia Correa Figueiredo, Fernanda Campos de
modelo de proissional” uma análise preli- Almeida Carrer
minar identiicou os atributos considerados fernandacsa@usp.br
extremamente importantes: “ter um bom
relacionamento com o paciente” (93,44%); A disciplina de Clínica Ampliada de Pro-
“ter integridade e ética” (93,44%); “demons- moção de Saúde (CAPS), ministrada aos
trar empatia e relacionar-se com respeito ingressantes da Faculdade de Odontologia
com colegas de área” (88,54%); “demons- da USP, visa o rompimento com o mode-
trar competência para intervir nos casos, lo biomédico de saúde, permitindo ao alu-
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no uma formação pautada nos princípios Palavras-Chave: Ensino em Odontologia,
da cidadania e responsabilidade social. A Território, Estratégia Saúde da Família, Res-
CAPS torna-se, portanto, um espaço de re- ponsabilidade social.
lexão e aproximação com o território, com
o Sistema Único de Saúde (SUS) e com as Avaliação da aprendizagem:
Equipes de Saúde Família (ESF), vinculadas A Metodologia Cientíica na
às áreas de abrangência das unidades de
saúde. Desta forma, o objetivo deste tra-
Faculdade de Odontologia da
balho é apresentar as estratégias utilizadas Universidade de São Paulo
pela CAPS que integra ensino, serviço e o (FOUSP)
território. A disciplina é dividida em quatro
módulos, sendo: 1. Território e seus proble- Faculdade de Odontologia da Universidade
mas, Conceito de Saúde e Determinantes de São Paulo
Sociais; 2. Promoção de Saúde e Prevenção
Paulo Roberto da Silva, Márcia Cristina Lopes,
de agravos; 3. Atenção Primária em Saúde
Lúcia Maria S. V. Costa Ramos, Maria Cláudia
e 4. Comunicação em Saúde. A integração
Pestana, Vânia M. B. de Oliveira Funaro, Glauci
destes módulos permite o desenvolvimento
Elaine Damasio Fidelis, Edgard Michel Crosato,
de competências voltadas para a o envol-
Maria Gabriela Haye Biazevic
vimento com os problemas de saúde, do
paulorobertosilva@usp.br
território e da comunidade no plano indi-
vidual e coletivo. As atividades teóricas são A Disciplina de Metodologia Cientíi-
realizadas através de pequenos grupos de ca oferecida aos alunos da Faculdade de
alunos, no quais cada grupo tem um pro- Odontologia da Universidade de São Paulo
fessor, cujo papel é de mediar as discussões (FOUSP) tem importância fundamental para
dos temas propostos, baseado na metodo- o empoderamento dos alunos de gradua-
logia da problematização. Já as atividades ção nas questões relacionadas à discussão
práticas, que consistem em visitas super- sobre o tema e submissão de projetos para
visionadas nas Unidades Básicas de Saúde participação em iniciação cientíica. Trata-se
(UBS) e em sua área de abrangência, permi- de disciplina obrigatória, com um total de 4
tem aos alunos a interação com a realidade créditos e que discute diversos referenciais
do território estudado, o reconhecimento teóricos (quantitativos e qualitativos) e prá-
da história social da doença e da Estraté- ticos para elaboração de projetos de pes-
gia Saúde da Família (ESF) e sua atuação quisa. Dessa forma, o objetivo deste relato
no cenário estudado. A metodologia de de experiência é expor diversas técnicas de
avaliação da CAPS baseia-se na constru- acompanhamento da evolução da apren-
ção de portfólio, cada aluno relata suas ex- dizagem dos alunos ao longo do semestre
periências e desenvolvem relexões sobre em que a disciplina é ministrada. Para reali-
os temas abordados, desta forma o aluno zar efetivo acompanhamento de uma turma
apresenta e relete como foi a construção (no diurno são 85 alunos por semestre, e no
do conhecimento ao longo da disciplina. O noturno, 55 alunos), a disciplina conta com
ensino baseado no território permite uma 02 docentes, 02 pós-doutorandos, 05 dou-
mudança notável de postura e atitude dos torandos, além da inestimável parceria com
alunos ao inal da disciplina, percebe-se a o Serviço de Documentação Odontológica
evolução quanto ao conhecimento e a auto (SDO), em que 03 bibliotecárias participam
responsabilidade, eles são constantemente ativamente das atividades propostas; assim,
estimulados a terem uma visão crítica da todos são chamados de tutores. Dessa for-
realidade, percebendo a importância social ma, o aluno é avaliado em sua progressão
de ser um proissional da saúde e, portan- ao longo da disciplina das seguintes formas:
to, capaz de tomar decisões que transfor- 1) ao separar a turma em grupos pequenos
mem a realidade e interiram no território (em torno de 5 alunos), temos a possibilida-
para o benefício da população. de de acompanhar a elaboração dos proje-
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tos de pesquisa a cada aula (os temas são duação em Ciências da Comunicação da Es-
escolhidos pelos alunos, e “lapidados” pelos cola de Comunicações e Artes da Universi-
tutores); 2) ao mesmo tempo em que parte dade de São Paulo – PPGCOM-ECA-USP nas
da sala está sendo orientada pelos tutores, disciplinas Gestão Estratégica de Projetos
outra parte se desloca para a biblioteca, e de Relações Públicas (1o semestre 2015) e
sob tutoria do SDO, aprendem a realizar Projeto Experimental em Relações Públicas
busca bibliográica do tema escolhido pelo (2o semestre 2015).
grupo, treinam a utilização do EndNote® e
recebem orientação personalizada com re- Objetivo
lação à sua busca bibliográica; 3) concomi- Nosso objetivo foi relatar experiências vi-
tante às atividades teóricas, que em alguns vidas em sala de aula como estagiárias PAE
momentos são ministradas da forma tradi- para demostrar empiricamente os benefí-
cional, os alunos são encorajados a parti- cios das atividades do referido programa
cipar dos exercícios propostos no Moodle para pós-graduandos e graduandos.
(Teleodontologia); essas atividades também
são acompanhadas a cada semana pela Método
equipe, e feedback constante é dado aos Utilizamos o método dialógico, pois as ati-
alunos. Dessa forma, o Moodle se adiciona vidades do estágio PAE consistiram em aten-
como mais uma ferramenta da avaliação da dimentos, presenciais e virtuais, aos grupos
evolução do aluno e de interação com os de alunos, com indicações de materiais para
tutores, e não meramente um repositório pesquisas bibliográicas e mercadológicas,
de material didático. As atividades diversas com o intuito de colaborar para o desenvol-
propostas pela disciplina constituem exce- vimento do projeto experimental, um dos
lente oportunidade para valorizar as experi- requisitos obrigatórios para a conclusão do
ências prévias dos alunos envolvidos, o que curso. Ao inal do período de estágio, pro-
faz com que iquem potencializadas as pos- duzimos relatos das experiências individuais
sibilidades de apreensão do conhecimento. e compilamos estas informações. Ademais,
Como conclusão, os diversos modos de in- três alunos de graduação foram entrevista-
teragir com os alunos permitem constantes dos e responderam a questões avaliativas
interações entre aluno-aluno, aluno-tutor em relação ao estágio supervisionado PAE.
e aluno-objeto de estudo, aumentando as
oportunidades de efetivo exercício de auto- Resultados
nomia, que resultam na entrega e apresen- A experiência do estágio PAE propiciou a
tação oral do Projeto de Pesquisa desenvol- vivência nos processos envolvidos na ativi-
vidos durante o período da disciplina. dade de ensino sob a supervisão de um do-
cente, contribuindo para o aperfeiçoamento
Capacitação Didática na ECA- de alunos de pós-graduação no papel de
USP: A Experiência no PAE professores. Obtivemos resultados positi-
vos junto aos graduandos, com a aprovação
Escola de Comunicações e Artes da de todos os grupos de alunos na disciplina.
Universidade de São Paulo Além disso, por meio de pesquisa realizada,
tendo alunos de graduação como respon-
Simone Alves de Carvalho, Liliane Moiteiro Caetano,
dentes, observamos que eles tiveram uma
Tariana Machado Brocardo
percepção favorável à atuação das estagiá-
simonecarvalho@usp.br
rias PAE, que contribuíram para a sua forma-
Introdução ção. Já a avaliação geral do programa PAE na
Este relato de experiência refere-se às ECA icou entre mediana e muito boa.
atividades do Programa de Aperfeiçoamen-
to de Ensino (PAE) desenvolvidas por duas Conclusões
doutorandas e uma mestranda, duas delas Concluímos reiterando a importância do
bolsistas CAPES, do Programa de Pós-Gra- PAE na formação discente, do aluno de gra-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 283
duação e de pós-graduação, por sua natu- nove monitorias, que tiveram uma duração
reza interativa e contributiva entre os en- média de uma hora e meia e contaram com
volvidos. A atividade docente universitária o número aproximado de 15 alunos de uma
apoia-se na ação crítica e relexiva para a turma de 53 estudantes do ano de 2015,
constituição de conceitos que acompanhem passando pelos temas de Genética Men-
o desenvolvimento social. Logo, a formação deliana, Herança Citoplasmática, Mutação,
proissional questiona constantemente a re- Genética de Populações, Genética Quanti-
alidade cotidiana a im de que as proissões tativa e Evolução. Foi detectado em mais de
contemplem demandas coletivas. Assim, 50% das ocorrências de dúvidas, ao longo
a participação no PAE é uma oportunida- do semestre, deiciências relacionadas a
de única de trabalhar ao lado de docentes conceitos em Biologia Celular (disciplina re-
da USP na condição múltipla de observa- quisitada para o curso dessa), a problemas
dor, estudante, orientando e pesquisador. matemáticos com probabilidade e análise
A criação de vínculos nessa etapa também combinatória e a habilidades de relação por
é importante para o desenvolvimento do parte dos estudantes entre o conteúdo pro-
futuro proissional do pós-graduando, em gramático e questões pertinentes à sua car-
relação à manutenção nas áreas de ensino, reira. Observou-se, portanto, que a maior
pesquisa e extensão. barreira ao desenvolvimento do conteúdo
devia-se a atribuições cujo ensino de Gené-
Experiência da Abordagem do tica não era capaz de vencer solitariamente.
Professor Relexivo no Ensino Como resultado da relexão-na-ação, ain-
da nas aulas de Genética Mendeliana tra-
de Genética balhou-se para a inserção da disciplina no
Escola Superior de Agricultura Luiz de contexto do curso e no mundo do trabalho
Queiroz da Universidade de São Paulo dos futuros proissionais. A apresentação
de uma melhor sequência lógica remeteu-
L.S. Menegatto -lhes às deiciências de Biologia Celular e de
leonardomenegatto@gmail.com outros tópicos (esses curriculares do Ensino
Médio majoritariamente). No que se refere
A abordagem do Professor Relexivo
aos conteúdos estatísticos, a comum falta
apoia-se na metodologia, sintetizada por
de preparo dos estudantes desses cursos
Nóvoa, da atividade didática de caminhar
ao ingressarem na graduação com o tema
por dimensões investigativa (teórica), for- e o recente deslocamento da disciplina de
madora (prática) e emancipatória (investi- Estatística Geral para o segundo ano foram
gativo-formadora, ou seja, teórico-prática) fatores agravantes, sendo bastante útil a
permeando os diferentes níveis de objeti- revisão e a conceituação cientíica dessas
vos propostos no plano pedagógico. O en- referências antes da resolução dos proble-
sino, nesse contexto, pode ser explorado mas. Com feedbacks por parte dos alunos e
para o estudante sob os movimentos, se- anotações por parte do professor-monitor
gundo Schön (1995), de relexão-na-ação, do desenvolvimento da turma ao inal de
relexão-sobre-a-ação e relexão-sobre-a- cada sessão (relexão-sobre-a-ação), as mo-
-relexão-na-ação. Dentro dessa perspecti- nitorias foram remodeladas semanalmente,
va, a experiência objetivou observar efeitos com destaque para os tópicos de Genéticas
sobre o desempenho de alunos na disci- Quantitativa e de Populações. Ao im, foi
plina de Genética presente no currículo do detectada uma melhora de 38% na média
segundo semestre dos cursos de Engenha- das notas entre as duas avaliações presen-
ria Agronômica e Engenharia Florestal da tes, considerando que cada uma abordava
ESALQ-USP com o uso de práticas do Pro- metade do conteúdo programático e a se-
fessor Relexivo nas monitorias semanais a gunda parte, diferentemente da primeira,
partir de um modelo de reestruturação con- não está compreendida nessa profundidade
tinuada de aula. Ao todo foram realizadas nas diretrizes nacionais para a área de Bio-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 284
logia do Ensino Médio (portanto sensivel- zem à tona a complexidade do processo de
mente estranha a tais estudantes). Por im, construção da ciência e da própria história.
como relexão-sobre-a-relexão-na-ação Ao se pesquisar a história da genética no-
foi percebida (1) uma presença inerente de ta-se que até 1930 ela estava restrita à apli-
Estatística e Biologia Celular/Molecular no cação e o melhoramento de plantas e ani-
aprendizado de Genética; (2) a necessidade mais nas chamadas escolas agrícolas, como
de contextualizar o ensino de Genética em a Escola Superior de Agricultura “Luiz de
um curso de Ciências Agrárias; e (3) a em- Queiroz” (ESALQ), em Piracicaba. As escolas
patia, por parte do educador, de entender a agrícolas foram pioneiras e trouxeram gran-
disciplina proposta como parte do curso de des contribuições nos primeiros estudos de
construção de conhecimento na cognição genética, mas não realizavam estudos e pes-
do educando. quisas sistematizadas sobre as teorias mais
Palavras-Chave: Professor Relexivo, ensi- atuais sobre genética – ainal ela ainda não
no de Genética. havia sido institucionalizada em nosso país.
Assim o objetivo da pesquisa é construir
Multi, inter e uma história da genética e de sua institu-
cionalização e para tal se utilizará como
transdisciplinaridade no metodologia as entrevistas com pioneiros
da genética de primeira, segunda e terceira
ensino de graduação geração, acervos de instituições cientíicas –
tais como o Instituto de Biociências, Instituto
O Ensino da História da de Ciências Biomédicas, Sociedade Brasileira
Ciência: Um Estudo de Caso da de Genética – acervos pessoais de cientistas,
além da pesquisa bibliográica.
Institucionalização da Genética A construção da história da institucionali-
no Brasil (1934-1960) zação da genética esteve associada a forma-
ção de uma escola de genética na Universida-
Centro Universitário Adventista de São
Paulo Campus Engenheiro Coelho de de São Paulo e ao fomento da Fundação
Rockefeller, e justamente aí se discuti com os
Dayana de Oliveira Formiga graduandos de história a abrangência histó-
dayof35@hotmail.com rica e interdisciplinar que a ciência apresenta
enquanto uma atividade estritamente social.
O intuito deste trabalho é discutir a questão Ao longo de seu desenvolvimento e li-
da interdisciplinaridade no ensino de história derados pelos pesquisadores André Drey-
da ciência, usando como objeto a história da fus, Theodosius Dobzhansky e Crodowaldo
genética. A temática do trabalho – que discu- Pavan a escola de genética tropical formou
ti a história da ciência e seu processo de insti- redes de pesquisadores que impulsionaram
tucionalização – foi apresentada em aulas da fortemente as pesquisas em vários campos
disciplina de teoria da história para alunos de da genética, em especial a genética humana
graduação em licenciatura em história. e médicas.
O objetivo era trabalhar a história da ci- O projeto ainda está em andamento, e o
ência como um campo interdisciplinar, mos- que se nota preliminarmente é a mudança
trando a variedade de fontes e metodologias de paradigma em relação as imbricações e
e defendendo as imbricações sociais, políti- aproximações que podem ser feitas entre
cas e econômicas que envolvem a constru- ciência e história, ou mais especiicamente
ção das ciências de forma geral. entre genética e história.
Para o desenvolvimento deste “projeto” de
aulas interdisciplinares foi fundamental tra-
balhar o discurso dos cientistas que partici-
pam do desenvolvimento da genética, bem
como a análise das falas e intenções que tra-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 285
cumental, observação de campo, entrevis-
O Desaio da ta individual ou grupo focal) em cenários
pré-estabelecidos dentro da Faculdade de
Interdisciplinaridade para Saúde Pública: Restaurante Universitário e o
o Ensino da Abordagem Centro de Saúde. Antes do exercício, os(as)
Qualitativa de Investigação educandos(as) tiveram acesso à bibliograia
e aula expositiva relacionado à técnica que
em Nutrição seria utilizada. O balanço da experiência era
1
Faculdade de Saúde Pública da Universidade feito com uma apresentação em sala de aula
de São Paulo a partir do objetivo inicialmente delineado,
2
Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências uma relexão sobre as principais diiculdades
Humanas da Universidade de São Paulo encontradas, bem como a apresentação dos
dados coletados e possibilidades de análise.
Paula Galdino Cardin de Carvalho1; Cristiane da De maneira geral, os(as) educandos(as) se
Silva Cabral1; Érica Peçanha do Nascimento2 mostraram surpresos com a complexidade
paulagaldino@gmail.com de realizar esse exercício e a maioria dos GTs
A disciplina “Abordagem Qualitativa para valorizou a experimentação das técnicas. A
Investigação em Nutrição” fez parte do cro- realização dessa primeira experiência de pré-
nograma obrigatório do 4o ano da gradu- -campo com o uso de técnicas qualitativas
ação em Nutrição da Faculdade de Saúde despertou novas possibilidades de discussão
Pública na Universidade de São Paulo, no em sala de aula e os auxiliou no desenvolvi-
primeiro semestre de 2016. Teve como obje- mento de um projeto de pesquisa com a utili-
tivos conhecer e aplicar técnicas básicas para zação da metodologia qualitativa. O trabalho
descrição e análise de dados qualitativos no inal foi entregue por escrito e apresentado
campo da Nutrição, entender a metodologia em um seminário como um dos requisitos
cientíica qualitativa como instrumento da para a avaliação na disciplina. As atividades
prática proissional e compreender o seu uso propostas ao longo do curso tinham uma
na investigação em alimentação, em uma dupla função: constituíram-se como instru-
abordagem interdisciplinar entre Nutrição, mentos de avaliação do conteúdo abordado,
Ciências Sociais e Saúde Pública. O desenvol- mas também permitiram que os(as) educan-
vimento desta disciplina incluiu estratégias dos(as) pudessem se familiarizar com técni-
de ensino-aprendizagem que potencializa- cas qualitativas, fornecendo-lhes subsídios
ram a autonomia, criatividade, cientiicida- para o desenvolvimento de pesquisas, seja
de, raciocínio clínico, autoaperfeiçoamento, em trabalhos de conclusão de curso ou em
compromisso e cooperação dos(as) educan- experiências futuras de pós-graduação.
dos(as). A disciplina foi estruturada em dois
tipos de atividades: aulas teóricas/exposi-
tivas para apresentação dos principais fun-
damentos das Ciências Sociais no que tange
ao processo de produção de conhecimento;
e seminários temáticos com exercícios de
consolidação e aprofundamento. A ênfase
deste trabalho é com relação a esta última
atividade. Os(as) educandos(as) foram divi-
didos em GTs (grupos de trabalho) desde o
inicio da disciplina e tinham duas atividades
a cumprir: 1) Analisar e formular questões a
partir de artigos acadêmicos que emprega-
vam técnicas qualitativas na abordagem de
processos e práticas alimentares; 2) Aplicar
uma das técnicas qualitativas (pesquisa do-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 286
método baseou-se naquele proposto como
Introduzindo o Design tese de doutorado por Martinez (2002), e
modiicado, através do tempo, como resul-
de Interação no Curso de tado da sua aplicação em diversos projetos
Editoração: Criatividade na no contexto de áreas como Comunicação e
Concepção de Produtos Design. O método resiniicado incorpora a
abordagem do Design Thinking (BROWN.
Editorias Digitais de Última 2009; NORMAN,2013) que valoriza em
Geração sua prática o chamado designerly way of
Escola de Comunicações e Artes da thinking ao qual se referem STOLTERMAN
Universidade de São Paulo (2008) e MOGGRIDGE (2007). Também se
baseia no modelo Double-Diamond pro-
Maria Laura Martinez posto pela Sociedade Britânica de Design
ml.martinez@usp.br (2005) apud NORMAN (2013).

Resumo
O curso de Editoração inaugurou uma
nova grade curricular em 2012. Uma das
preocupações foi como abordar o desen-
volvimento de produtos digitais interativos
que não imitem apenas os produtos edi-
toriais impressos, como os livros, mas que
explorem intensamente a linguagem do
meio conectado de forma criativa e ino-
vadora, agregando valor à experiência do
usuário-prosumidor, dentro de seu contex-
to socioeconômico e cultural, naturalmente
complexo. O problema é de natureza inter-
disciplinar e tornou necessário expandir o
universo dos alunos de humanas para áreas Figura 1 - O diagrama do método adotado con-
que não tem tradição em seus currículos. forme MARTINEZ (2015c).
Buscamos fundamentos no campo do
Design de Interação. Este derivou de áreas O principal foco da disciplina está no pro-
que surgiram em meio aos cursos de Com- cesso criativo e os alunos desenvolvem no
putação e Engenharia como “Interação Hu- curso de um semestre o modelo conceitu-
mano-Computador” (IHC) e “Design Cen- al de um produto editorial digital interativo
trado no Humano” (DCH). Com o passar do que é prototipado em baixa idelidade.
tempo, tornaram-se presentes, no interesse Entre os principais resultados: entre 2013
dessas áreas, teorias e métodos oriundos e 2015 foram realizados 12 projetos de pro-
de humanas. Em especial: a abordagem do dutos editoriais digitais inovadores. Esta ex-
Design – e seu olhar sobre o lado criativo –, periência está sendo de grande valor e visa
e das Ciências Sociais – e sua valiosa contri- desenvolver no futuro Editor habilidades e
buição para o estudo do contexto através conhecimentos que o capacitem a integrar
de métodos qualitativos e etnográicos. equipes de criação de produtos editoriais
Assim, surgiu a disciplina “Design de Inte- digitais interativos com foco no humano.
ração para Editoração”, que entrou em vigor Também gera novas oportunidades para a
em 2013 e vem sendo aperfeiçoada desde atividade editorial em meio à crise da pro-
então (MARTINEZ, 2015c). issão. As iguras, a seguir, apresentam al-
Como abordagem metodológica para o guns protótipos de baixa e média idelidade
projeto, foi adotado o método representa- desenvolvidos em três projetos da discipli-
do pelo diagrama da igura, a seguir. Esse na.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 287
Collins. 2009.
2. Martinez, M.L. Ensinando design de
interação no curso de Editoração. In VI
Workshop sobre Ensino de IHC (WEIHC’15)
do XIV Simp. Bras. de Fat. Humanos em Sist.
Comput. 5-8. Salvador, BA. Brasil. 2015c.
3. Moggridge, B. Designing interactions.
Cambridge, MA: MIT Press. 2007.
4. Norman, D. The design of everyday
things: revised and expanded edition. New
York, NY: Basic Books. 2013.
5. Stolterman, E. The nature of design
practice and implications for interaction de-
Figura 2 - Fábrica de Historinhas – Projeto cri- sign research. International Journal of De-
ado por quatro alunas do curso de Editoração
sign 2,1: 55-65. 2008.
em 2014. Algumas telas exempliicando uma das
funcionalidades.
Relato de experiência de
alunos da Liga de Simulação
Clínica e Tecnologia
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo

Mateus Henrique Gonçalves Meska, Alessandra


Mazzo, Leonardo Orlandin, Anaísa Bianchini,
Cristiano Alves Santos, Fernanda Berchelli Girão
Miranda
Figura 3 - Onde está Wally? / São Paulo – Projeto mateus.meska@usp.br
criado por quatro alunos do curso de Editoração
em 2015. Algumas telas exempliicando uma das Introdução
funcionalidades. As ligas acadêmicas são entidades inde-
oração em 2015. Algumas telas exemplificando uma das funcionalida
pendentes, constituídas e dirigidas por es-
tudantes com intuito de aprofundar seus
conhecimentos e práticas em um determi-
nado contexto da realidade que os cercam.
São orientados pelo tutor da liga que visa
proporcionar aos seus membros, oportuni-
dade de intensiicar a aquisição de conheci-
mentos nas atividades de ensino, pesquisa
e extensão, visando à inserção dos estudan-
tes na prática proissional e aproximação
‘ com o desenvolvimento nas áreas cientíi-
Figura 4 – Harry Potter Links – Projeto criado por cas. Com o interesse nas novas tecnologias
cinco alunos do curso de Editoração em 2015. inovadoras de ensino, estudantes da Escola
Algumas telas exempliicando uma das funcio- de Enfermagem de Ribeirão Preto –USP se
nalidades. uniram e fundaram a Liga de Simulação Clí-
nica e Tecnologia (LiST).
Referências
1. Brown, T. Change by design: how de- Objetivo
sign thinking transforms organizations and Difundir o conhecimento na área de Si-
inspires innovation. New York, NY: Harper mulação Clínica e Tecnologia em Enferma-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 288
gem, por meio de atividades abertas a co-
munidade acadêmica, tais como: reuniões, Vivências Clínicas em
palestras, oicinas, Workshops, jornadas,
simpósios, congressos e cursos; bem como,
Tratamento Interdisciplinar
contribuir para a formação dos acadêmicos Intensivo em Clínica Escola
membros desta liga; desenvolver, promover em Ambiente Hospitalar
e difundir estudos na área de Simulação Clí- 1
nica e Tecnologia em Enfermagem. Faculdade de Odontologia de Bauru da
Universidade de São Paulo
2
Hospital de Reabilitação de Anomalias
Materiais e Métodos
Craniofaciais da Universidade de São Paulo
Os encontros dos membros da diretoria
são realizados quinzenalmente com uma
Gabriela Zuin Ferereira1, Ana Caroline Zentil
hora de duração cada encontro. São reali-
Polzin1; Caroline Antonelli Mendes1; Thais Alves
zados estudos dirigidos com enfoque em
Guerra1; Laura Graziela Peruchi1; Luciana Paula
simulação clínica no ensino e tecnologias Maximino1;2; Maria Inês Pegoraro-Krook1;2;
de simulação. As atividades e oicinas pro- Jeniffer de Cassia Rillo Dutka1;2
movidas pela diretoria, são planejadas e jdutka@usp.br
para cada tema é convidado um professor
que domina o determinado assunto esco- Introdução
lhido e que trabalhe no aprendizado com Uma disciplina de estágio supervisionado
simulação, oferecendo aos alunos a prática oferecida à graduandos do último ano do
clínica. O planejamento é realizado por to- curso oferece aos alunos a oportunidade de
dos da diretoria, mas cada um tem também atuar em um Programa de Fonoterapia In-
atribuições especiicas como presidência, tensiva (PFI) oferecido para população com
secretário, organizadores de eventos dentre anomalias craniofaciais. Nesta disciplina os
outros. alunos de graduação têm a oportunidades
de vivenciar práticas clínicas multi, inter e
Resultados transdisciplinares interagindo com prois-
A liga de Simulação Clínica e Tecnologia sionais de diversas áreas da saúde e da edu-
fundada em agosto de 2015 têm mais de cação que atuam em ambiente hospitalar
220 seguidores em sua página de web no (fonoaudiólogos, médicos, dentistas, assis-
“facebook”. Além disso, já recebeu mais de tentes sociais, psicólogos, terapeutas ocu-
82 estudantes de enfermagem, de diversas pacionais, pedagogos, arte educadores).
escolas de enfermagem, particulares e pú-
blicas da região do município no Workshop Objetivo
de Assistência de Enfermagem na Necessi- Descrever a vivência clínica da graduação
dade de Eliminação. Os integrantes da Di- em um PFI oferecido para população com
retoria da Liga já visitaram um centro de anomalias craniofaciais.
simulação realística na cidade de São Paulo.
Participou na organização de oicinas simu- Métodos
ladas promovido no Congresso de comuni- No PFI, os pacientes são submetidos à
cação e tecnologia – ConTIC 2016. uma média de 50 terapias num período
entre 3 e 4 semanas, envolvendo de 3 à 4
Conclusão sessões de terapia por dia, de segunda a
O tema em simulação e tecnologias vem sábado, numa modalidade de intervenção
se desenvolvendo no decorrer dos anos. Os interdisciplinar onde o discentes realiza os
integrantes da LiST procuram desenvolver atendimento fonoaudiológicos, supervisão
cada vez mais estudos e conhecimentos geral das docentes responsáveis, e interage
acerca deste assunto no âmbito dos conhe- com alunos da pós-graduação, residentes
cimentos teóricos e práticos, em trabalho e proissionais das diversas áreas da saúde
conjunto entre professores e alunos. e educação. Anualmente o PFI tem entre
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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15 e 20 vagas para pacientes dos diversos de graduação e pós-graduação e residentes
estados brasileiros (crianças e adultos), os com docentes e proissionais de várias áre-
quais permanecem em Bauru durante apro- as da saúde e educação, proporciona outra
ximadamente um mês. A intervenção fo- possibilidade inédita: gerar pesquisas e pre-
noaudiológica ocorre na Clínica Escola de parar os futuros proissionais da área da Saú-
Fonoaudiologia da FOB-USP enquanto os de para atender pacientes com anomalias
demais atendimentos são conduzidos em craniofaciais, principalmente no SUS.
ambulatório do HRAC-USP. Há também
uma programação especíica para os acom- Simpliicação da Técnica de
panhantes incluindo orientações, troca de Prova dos Dentes Artiiciais
informações e experiência além de treina-
mento para continuidade das estratégias
em Próteses do Tipo
em casa e um programa de arte educação Protocolo em Mandíbula
conduzido na sala de espera. O PFI envol- Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
ve reuniões com todo o grupo envolvido da Universidade de São Paulo
(alunos, residentes, docentes, proissionais
e coordenadores) para discutir o planeja- Mônica Danielle Ribeiro Bastos, V. Pedrazzi e Paulo
mento terapêutico, as técnicas utilizadas e a Linares Calei
evolução do tratamento dos pacientes. monica.danielle.bastos@usp.br

Resultados A opção do tratamento reabilitador com


Ao longo dos últimos 5 anos o PFI se tor- implantes osseointegrados é de grande in-
nou um grande laboratório de estudo e de- teresse para os cirurgiões dentistas, obje-
senvolvimento de métodos de diagnóstico e tivando recuperar a estética e a funcionali-
tratamento mais eicazes e mais rápidos para dade do sistema estomatognático. Neste
correção de alterações de fala decorrentes das processo, o ajuste oclusal é fundamental,
issuras labiopalatinas e das disfunções velo- uma vez que a falta de uma oclusão mutu-
faríngeas, oferencendo ao discente a oportu- amente protegida pode sobrecarregar um
nidade de vivências práticas clínicas baseadas ou mais implantes e levar ao insucesso. As-
em evidência cientíica uma vez que muitas sim, o objetivo do presente caso clínico foi
pesquisas são conduzidas no decorrer, antes apresentar uma técnica simpliicada no ato
e após o programa. Ao término do PFI, os da prova estética com os dentes artiiciais.
pacientes que necessitam são encaminhados O Paciente apresentava próteses totais há
para dar continuidade ao tratamento com mais de 10 anos, com material reembasador
fonoaudiólogos de suas cidades de origem, na prótese total inferior devido à presença
e são convidados para uma teleparceria com de quatro implantes. Após o exame clínico,
os docentes da FOB e proissionais do HRAC/ fez-se a remoção dos cicatrizadores e a ins-
USP. O PFI atende pacientes do HRAC/USP talação dos micropilares. Em seguida, foram
provenientes de vários estados do Brasil os realizados a seleção e posicionamento dos
quais têm diiculdade de obter acesso à servi- transferentes de moldagem, união com re-
ços fonoaudiológicos ou acesso à terapia es- sina e moldagem de passo único com silico-
pecializada em suas cidades de procedência. ne de condensação. Após os procedimentos
de moldagem, realizou-se a montagem dos
Considerações Finais dentes artiiciais e em seguida, o registro
Resultados inéditos decorrentes de pes- do posicionamento oclusal com silicona de
quisas e inovação realizadas por alunos da condensação de consistência pesada. Após
graduação e da pós-graduação têm subsi- o registro dos dentes artiiciais, confeccio-
diado práticas baseadas em evidência cien- nou-se a barra metálica em Ni-Cr para o su-
tíica. Além da possibilidade inédita de os porte do protocolo e posterior remontagem
pacientes receberem um tratamento de fala dos dentes artiiciais. Após a prova estética e
especializado, o ensino integrando alunos funcional das próteses, realizou-se a carac-
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terização extrínseca das próteses, escolha de nece uma formação mais completa entre os
cor, acrilização e polimento. A montagem de distintos proissionais e suas categorias. A in-
dentes artiiciais sobre barras metálicas fa- tegração entre os cursos de Técnico Agrope-
cilitou as provas estéticas, e possíveis inte- cuário e Engenharia Agronômica do Instituto
rocorrências, eliminando a necessidade de Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
consultas adicionais, e otimização do tempo do Triângulo Mineiro - Campus Uberlândia
clínico dispensado, sem perda na qualidade (IFTM), Uberlândia- MG, tem se transforma-
da montagem. Conclui-se que a terapêutica do em uma rede que capacita e fortalece a
e o protocolo técnico utilizados no presente cidadania na comunidade. Quando integrada
caso clínico demonstraram que a diminuição estas frentes se fortalecem a partir da troca
de passos clínicos não interferiu na qualida- de experiência entre estudantes, educado-
de dos passos clínicos/laboratoriais, além de res e colaborares da rede de ensino, sendo
ser uma técnica fácil execução e com um re- possível transformar diferentes correntes de
sultado estético satisfatório. pensamento em uma prática pedagógica de
melhoria na estrutura da instituição. Quan-
Referências do há problemáticas institucionais estas são
BRÄNEMARK, P. I. et al. Osseointegrated discutidas com todas as categorias, aim de
implants in the treatment of the edentulous fortalecer os vínculos e se encontrar um meio
jaw experience from a 10- years period. Scand comum para que todos sejam agentes ativos
J Plast Reconstr Surg, n. 16, p. 7-127,1977 da própria educação, em que a transdiscipli-
BELLINI CM, ROMEO D, GALBUSERA F, naridade une diferentes ideais enriquecendo
TASCHIERIS, RAIMONDI MT, ZAMPELIS A, a articulação entre os cursos Técnico Agrope-
et al. Comparison of tilted versus nontilted cuário e Engenharia Agronômica. Na dimen-
implant-supported prosthetic designs for são da pesquisa todos os discentes passam
the restoration of the edentulous mandible: por um momento de relexão frente ao seu
a biomechanical study. Int J Oral Maxillofac papel institucional e global e também quanto
Implants. 2009;24:511-7 a necessidade de investigação e preparação
BARROS, L. A. B. et al. Importância do pla- para o campo de trabalho que absorve pro-
nejamento protético-cirúrgico visando esté- issionais cada vez mais dinâmicos e ativos.
tica em implantes osseointegrados (caso clí- A multiplicidade de conhecimento em cada
nico). Odontologia Clínica, Araraquara,v. 8, n. indivíduo está reunindo novos e velhos para-
1, p. 4-11, 1998. digmas e fortalecendo a conjuntura institu-
cional, potencializando o encontro de fron-
Integração entre diferentes teiras em que personaliza a “interatividade do
níveis de educação do Instituto saber” onde o IFTM como ambiente é forta-
lecido com o diálogo intercultural singular de
Federal de Educação, Ciência cada componente do sistema educacional.
e Tecnologia do Triângulo
Mineiro - Campus Uberlândia Ensino de Desenvolvimento de
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Jogos para Turmas Mistas de
Tecnologia do Triângulo Mineiro Campus Alunos de Engenharia e Design
Uberlândia Escola Politécnica da Universidade de São
2
Escola Superior de Agricultura Luiz de Paulo
Queiroz da Universidade de São Paulo
Ricardo Nakamura
Reinaldo Silva de Oliveira1, Débora Maria Ferreira Canuto2 ricardonakamura@usp.br
reinaldo@iftm.edu.br

O desenvolvimento de atividades conjun- Apresenta-se um resumo da experiência


tas vem proporcionando uma maior apren- de seis anos lecionando a disciplina optativa
dizagem no âmbito prático, e também for- PCS 2530 – Design e Programação de Games
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para turmas mistas de alunos dos cursos de
Design, da Faculdade de Arquitetura e Urba- Percepções sobre o Ensino e
nismo (FAU-USP) e Engenharia da Computa-
ção, da Escola Politécnica (EP-USP). Os prin-
Aprendizagem da Mecanização
cipais motivadores para oferecer vagas para Agrícola no Curso de
os dois cursos foram: a) O fato do desenvol- Engenharia Agronômica
vimento de jogos digitais ser uma atividade
multidisciplinar e b) A demanda, expressa Escola Superior de Agricultura Luiz de
em consultas por alunos dos dois cursos, por Queiroz da Universidade de São Paulo
disciplinas sobre o assunto.
Desde a implantação da disciplina, foram Leandro M. Gimenez
adotadas várias técnicas de ensino: aulas ex- lmgimenez@usp.br
positivas, atividades práticas, seminários, dis- O ensino da mecanização agrícola envol-
cussões e um trabalho prático em grupo, en- ve disciplinas relacionadas aos conceitos
volvendo a concepção e desenvolvimento de básicos de mecânica, da constituição, re-
um protótipo de jogo digital. Os conteúdos da gulagem, seleção, gestão e utilização das
disciplina incluem conceitos de design de jo- máquinas agrícolas. É realizado ao longo de
gos, estruturas e técnicas computacionais para duas disciplinas oferecidas no terceiro ano
jogos digitais e práticas de projeto de jogos. do curso de engenharia agronômica. As dis-
Ao longo dos anos, ajustes foram feitos: ciplinas são obrigatórias sendo que no pri-
tornaram-se opcionais certos tópicos de meiro semestre se apresentam os aspectos
algoritmos e arquitetura de software para fundamentais de mecânica e aqueles vol-
jogos e modiicada a sequência em que al- tados ao estudo das fontes de potência, as
guns conteúdos são abordados. Atualmen- aulas são teóricas e em sua ampla maioria
te, quase todas as aulas incluem atividades expositivas, somando 2 créditos. No segun-
práticas de análise, criação ou prototipação e do semestre são realizadas aulas teóricas e
procura-se incluir, a cada oferecimento, duas práticas (2 + 2 créditos), voltadas ao estudo
palestras de proissionais da área de desen- das máquinas utilizadas nas operações agrí-
volvimento de jogos. Alguns tópicos são dis- colas. Considerando a importância das dis-
ponibilizados em vídeos de curta duração, ciplinas e que muitos discentes as têm den-
assistidos pelos alunos em preparação para tre as mais desaiadoras do curso, os do-
as aulas, de forma que mais tempo pode ser centes responsáveis adotaram nos últimos
dedicado a discussões e seminários. Para au- anos algumas práticas voltadas à melhoria
xiliar nesses ajustes, foram feitas sessões de da aprendizagem, como é o caso da avalia-
avaliação do curso com os alunos ao inal de ção contínua. Provas semanais são aplica-
cada semestre. das para avaliar os conteúdos da aula ante-
Pode-se observar a motivação dos estu- cedente e revisões destas provas são ofer-
dantes, tanto na frequência às aulas como tadas em momentos ao longo do semestre.
nos resultados dos trabalhos práticos. Peda- Além disso o uso de material didático ilus-
gogicamente, argumenta-se também que os trativo, como os mecanismos e as próprias
campos de atuação de Design e Engenharia máquinas, são incorporados nas aulas teó-
de Computação se sobrepõem, com pers- ricas e material para leitura vem sendo pre-
pectivas distintas, em projetos de sistemas parado com a apresentação de questões e
e serviços. Consequentemente, a integração sua resolução pormenorizada. Apesar des-
entre os alunos, em especial, aqueles próxi- tas atitudes o desempenho não pode ser
mos da conclusão do curso, é benéica para considerado adequado, visto que as médias
sua formação proissional. Cabe notar que, obtidas pelas turmas não excedem em mui-
por se tratar de disciplina optativa, a pro- to aquela mínima necessária para aprova-
porção de alunos dos cursos de Design e ção. O curso de engenharia agronômica é
Engenharia varia a cada oferecimento, pois amplo, abrindo um leque de oportunidades
depende dos interesses dos alunos. de atuação, entretanto, nota-se um interes-
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se baixo dos discentes pelo tema, o que leva
à baixa motivação e pode ser causador do Processo de Destilação:
desempenho no limite do aceitável. A maior
parte dos discentes que hoje ingressam no
Contextualização de um Mesmo
curso não vivenciaram a produção agrope- Tema para Alunos de Diferentes
cuária e, portanto, não tiveram acesso ao Formações (Engenharia Química
objeto de estudo das disciplinas conside-
radas. Desta forma não está incorporada
e Química)
neles a importância fundamental do tema Escola Politécnica da Universidade de São
para sua formação, sendo perceptível a di- Paulo
iculdade na compreensão dos conceitos
apresentados em aula, justiicando, em al- F.M. Penha e M. Teles Dos Santos
guma medida, o baixo interesse. Por outro moises.teles@usp.br
lado, considerando que no período ideal O contexto educacional desaia o docente
de realização das disciplinas os discentes a atualizar as práticas de ensino de maneira
já estão capacitados para a compreensão a estimular a curiosidade e envolver os alu-
mais ampla sobre o processo de produção, nos, alinhando o material de aula com os
fundamenta-se a percepção de uma baixa objetivos da disciplina e às especiicidades
conexão entre os conteúdos ministrados ao de cada curso. Dentre os diversos desaios
longo do curso. De fato, apesar de gran- do professor de ensino superior, há a dii-
de parte das disciplinas teóricas do curso culdade de se lecionar um mesmo tópico
envolverem a realização de manejos ou a para alunos de diferentes formações. Abor-
aplicação de insumos através de máquinas, dou-se neste trabalho o tema de destilação,
estas são pouco enfatizadas. Com o objeti- comum aos cursos de Engenharia Química e
vo de melhorar a compreensão do próprio de Química com ênfase em Química Tecno-
processo produtivo, talvez o objetivo maior lógica. O assunto está contido na disciplina
de todo o curso, sugere-se que a temática de Operações Unitárias 3 (para alunos do
mecanização agrícola seja incorporada de curso de Engenharia Química da Escola Poli-
modo efetivo nas discussões acerca das re- técnica) e na disciplina de Operações Unitá-
formas curriculares futuras. Dada a relevân- rias da Indústria Química V (para alunos do
cia das máquinas agrícolas e o caráter de curso de Química). Ambas as disciplinas são
conexão entre as diversas áreas do conhe- oferecidas pelo Departamento de Engenha-
cimento agronômico através da realização ria Química da Escola Politécnica da USP. A
das operações mecanizadas, o tema pode destilação é um processo de separação de
ser explorado sob diversas perspectivas e grande importância para a indústria quí-
assim contribuir à melhoria do currículo e mica e constitui um tema tradicionalmente
no desenvolvimento do senso crítico duran- abordado em profundidade em Engenharia
te a formação. Química. A adaptação do curso aos alunos
de Química constitui então uma necessida-
de, uma vez que muitos aspectos de projeto
e operação do processo de destilação estão
além do escopo de formação do químico.
Por outro lado, muitos fenômenos relacio-
nados à inluência da estrutura molecular
das espécies envolvidas podem ser explo-
rados com maior destaque, uma vez que os
alunos de química possuem formação mais
aprofundada em química. Desde a escolha
da bibliograia até a linguagem ao se abor-
dar o assunto, há a necessidade, portanto,

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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 293
de adaptação. A bibliograia disponível para é estimulada e que há oportunidades e ce-
esta operação unitária é mais voltada para nários para o seu exercício ao longo da for-
engenheiros químicos, apresentando um mação na graduação.
enfoque industrial onde se pressupõe um
conhecimento de disciplinas já cursadas Objetivos
pelo aluno, que exploram com profundida- Geral - veriicar de que forma as experi-
de tópicos como Fenômenos de Transporte, ências de interação multiproissional e in-
Termodinâmica e Métodos Numéricos. Por terdisciplinaridade são oferecidas para os
outro lado, a bibliograia para os Químicos estudantes de graduação da FMRP.
muitas vezes se limita, neste ponto, à esca- Especíicos- Identiicar através de abor-
la de bancada, o que se revela insuiciente dagem aos documentos dos cursos de gra-
para um curso com ênfase tecnológica. Os duação da FMRP a presença dos temas em
recursos didáticos adotados em cada cur- questão (multiproissional e multidiscipli-
so devem ser, portanto, especíicos para nar; interproissional e interdisciplinar) no
promoção do aprendizado nos níveis es- respectivos currículos, em disciplinas te-
perados, de acordo com a atuação de cada óricas, práticas ou de prática proissional;
proissional (químico ou engenheiro quími- identiicar a percepção dos estudantes de
co). Ao mesmo tempo, algumas estratégias graduação sobre a presença de atividades
tradicionais, embora com pouca aplicação teóricas e/ou práticas envolvendo os temas
prática, apresentam elevado potencial di- em questão; identiicar a percepção de pro-
dático e devem ser mantidas. Dessa forma, fessores de graduação sobre a presença de
o presente trabalho discute como foi feita atividades teóricas e/ou práticas envolven-
essa adaptação e quais os recursos utiliza- do os temas em questão.
dos em cada caso.
Materiais e Método
Multidisciplinaridade e Estudo descritivo-exploratório, adotando
Interdisciplinaridade na abordagem predominantemente quantita-
Formação de Proissionais da tiva. Todas as ementas e roteiros didáticos
das disciplinas dos sete cursos serão ana-
Saúde: A Realidade dos Cursos lisados seguindo roteiro, para identiicação
de Graduação da FMRP-USP de ocorrência de cenários e contextos de
interdisciplinaridade; estudantes de gradu-
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto ação, professores e residentes/aprimoran-
da Universidade de São Paulo dos serão abordados através de questio-
nários semiestruturados (tecnologia Google
Marcelo Riberto e Maria Paula Panúncio-Pinto
docs) sobre a compreensão e percepção de
mriberto@usp.br, mapaula@fmrp.usp.br
oportunidades de interdisciplinaridade em
Introdução sua experiência nos cursos da FMRP.
A necessidade de ampliar os cenários de
ensino para a formação de proissionais da Resultados
saúde é reconhecida a partir de movimen- Estamos em período inicial de coleta de
tos internacionais que problematizaram o dados.
conceito de saúde, seus determinantes e a
melhor forma de alcançá-la. Assim, a edu- Conclusões
cação e a prática interproissional ganham Resultados podem contribuir para identi-
destaque como temas emergentes do cam- icar lacunas de oportunidades para apren-
po da saúde, com estudos realizados em dizagem de práticas interproissionais, favo-
nível global. Os projetos político-pedagó- recendo um melhor planejamento visando
gicos (PPP) dos sete cursos de graduação atingir as competências e habilidades funda-
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto mentais ao proissional de saúde, de acordo
(FMRP) airmam que a interdisciplinaridade com as Diretrizes Curriculares Nacionais.
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tando estratégias metodológicas utilizadas,
A Educação Ambiental enquanto bem como os resultados parciais de sua
aplicação nessa turma em especíico.
Disciplina para o Curso de No atual cronograma da disciplina, ofe-
Ciências Biológicas na FFCLRP/ recida no primeiro semestre de 2016, as
USP: Um Estudo de Caso seguintes atividades foram abordadas em
ordem cronológica: coleta de concepções
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de prévias sobre “meio ambiente”; leitura e dis-
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo cussões de textos sobre conceito cientíico
e representação social do termo; elabora-
Fernanda da Rocha Brando, Gabriela Cristina
ção de mapa conceitual explorando a visão
Sganzerla Iglesias, Giselle Alves Martins e Silvia
dos alunos sobre “meio ambiente”; constru-
Sayuri Mandai
ção de uma linha do tempo apresentando
gabriela.sganzerla@usp.br
as pesquisas sobre escopo dos eventos re-
A temática ambiental tem sido discutida levantes aos movimentos ambientalistas no
em diversas áreas do conhecimento, sen- período de 2000 a 2015; estudo dirigido ao
do que deixou de ser um debate restrito a tema “sustentabilidade nas universidades
especialistas e ao movimento ambientalis- do mundo” com apresentação de resulta-
ta e trouxe uma relexão mais profunda a dos sob a forma de seminários; organiza-
respeito da relação entre homem e meio ção dos alunos em grupos representativos
ambiente. Nesse contexto, a Universidade de atividades especíicas (coordenador, vice
tem papel essencial na reconiguração de coordenador, secretaria, comunicação) para
concepções acerca do meio ambiente, e as- elaboração/sistematização de uma enque-
sume responsabilidade ambiental nos siste- te sobre percepção ambiental e susten-
mas de educação e formação proissional. tabilidade; análise de dados e proposição
Deve propiciar, ainda, fundamentos teórico- de formas educativas de enfrentamento às
-práticos para compreensão, analise e rele- questões levantadas. As atividades desen-
xão no fazer proissional em uma perspec- volvidas estão sendo sistematizadas pe-
tiva ambiental. los alunos em um portfólio da disciplina,
A disciplina de Educação Ambiental (EA) no blog denominado SustentAção (http://
é oferecida ao curso de graduação em Ci- edambientalffclrp.wix.com/sustentacao ).
ências Biológicas da Faculdade de Filosoia, Almeja-se que as relexões sobre as ati-
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Uni- vidades desenvolvidas resultem na organi-
versidade de São Paulo desde 2011. Possui zação de um evento na Semana do Meio
como objetivos a apresentação e aplicação Ambiente, onde os alunos terão a possibili-
dos princípios básicos da EA, permitindo re- dade de apresentar à comunidade uspiana
lexões sobre o papel do biólogo e sua in- os produtos da disciplina. O evento poderá
teração com outras áreas do conhecimento, adotar um caráter formal, sob a forma de
além de discutir conlitos de interesses, ex- um workshop, ou um caráter lúdico, sob a
pectativas e visões de atores envolvidos em forma de um sarau, icando a critério de es-
diferentes problemáticas ambientais, aim colha dos alunos.
de planejar atividades de ações educativas Considera-se que essa organização con-
socioambientais. junta da disciplina permitiu mais relexões
No ano de 2016, a disciplina conta com a sobre a pertinência de seus conteúdos na
participação de 96 graduandos, compreen- formação de educadores ambientais, bem
dendo um desaio e necessidade de ajustes. como na proposição de atividades diferen-
O objetivo deste trabalho é apresentar um ciadas que favorecem maior integração e
estudo de caso sobre as adequações feitas ação por parte dos alunos.
de forma conjunta entre docente, bolsista
PAE e alunos monitores na reformulação da
disciplina de EA para o ano de 2016, apon-
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e Sociedade”, fundamentado em relexões e
práticas cotidianas, em que os educadores
e tutores se engajam em discussões entre
Tutoria acadêmica a temática e os conceitos de educação. Ao
longo do módulo, a relação entre a equipe
educacional e os alunos apresentou crescen-
Relexões Sobre A Relação te ainidade, fato que inluenciou diretamen-
te no processo de ensino-aprendizagem. No
Aluno-Educador/Tutor No Curso início do semestre, os alunos pouco mani-
Semipresencial De Licenciatura festavam-se, muito provavelmente por não
conhecerem a equipe educacional, que ini-
Em Ciências Da USP ciou os trabalhos este ano e ainda não es-
1
Curso do Semipresencial de Licenciatura tava familiarizada com as práticas até então
em Ciências da Universidade de São Paulo realizadas. A relação das partes mostrou-se,
2
Escola Superior de Agricultura Luiz de então, como um duplo aprendizado: os edu-
Queiroz da Universidade de São Paulo cadores e tutores adaptaram-se à proposta
e organização do curso, e os aluno assimila-
Marcos Canto Machado1, Gianni Queiroz Haddad1, ram esta mudança, o que colaborou para o
Felipe Morais Del Lama1, Rosebelly Nunes Marques2 aprimoramento das práticas de ensino. Com
marcosiq@gmail.com isso, a equipe educacional percebeu que o
O curso semipresencial de Licenciatura em rendimento dos alunos melhorou signii-
Ciências da Universidade de São Paulo foi cativamente nas atividades e contribuiu no
criado para atender as demandas educacio- desempenho didático dos educadores e tu-
nais no estado de São Paulo e oferece for- tores, pelas discussões e atividades durante
mação superior de forma lexível, que per- as aulas.
mite ao aluno dedicar-se às atividades em
horários que lhes são propícios, desde que CoC Bacharelado e CG da
realizem as atividades online nos períodos EEUSP como Instâncias
que antecedem as atividades presenciais, em
polos localizados em diversos pontos do Es-
de Acompanhamento dos
tado. Este processo apresenta vínculos com Estudantes de Enfermagem
pós-graduandos e graduandos, que atuam Escola de Enfermagem da Universidade de
respectivamente como educadores e tuto- São Paulo
res, responsáveis pelas atividades presenciais
(que ocorrem quinzenalmente) e também Célia Maria Sivalli Campos, Cecília Helena de
pela interação com os alunos no ambiente Siqueira Sigaud, Valéria Marli Leonello, Aurea
virtual de aprendizagem com as atividades Tamami Minagawa Toriyama, Paula Cristina Nogueira
online. A relação entre os envolvidos é in- celiasiv@usp.br
luenciada pela estrutura do curso, cujas dis-
ciplinas são divididas em temas que devem O objetivo do relato é descrever a ativi-
ser trabalhados pelos alunos (leitura dos tex- dade de acompanhamento de estudantes
tos de referência, realização das atividades pela CoC/B e CG, da EEUSP, motivada pela
online, participação nos fóruns de discus- demanda crescente de apoio, expressa pela
são) e mediados pelos educadores e tutores, manifestação de sintomas de ansiedade pe-
que são responsáveis pela correção das ati- los graduandos. Há um aumento anual do
vidades, plantões online e pela síntese dos número de jovens com sinais de desgastes,
conteúdos nos encontros presenciais. Este bem como de medicalização destes, que nos
trabalho refere-se, às relexões na ótica dos parecem respostas a pressões - internas ao
educadores/tutores sobre a interação entre curso (múltiplas atividades, competição,...) e
com alunos do Polo Piracicaba. O módulo externas (cobrança de sucesso inanceiro, de
possui como temática “Ser humano, Saúde ser o melhor, reconhecer as oportunidades,
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...), que se coadunam com as que Joel Birman
descreveu como “os mal estares contempo- Tutoria em Curso de Formação
râneos”. Revisão integrativa identiicou que
estudantes de enfermagem estão mais sujei-
à Distância de Pesquisadores
tos a apresentar manifestações de stress, se em Álcool e Outras Drogas
comparados com os outros cursos da saúde. Psicoativas: Relato de
A CoC/B e a CG da EEUSP vem realizando tu-
torias acadêmicas e por atendimento indivi-
Experiência de Pós-Graduandos
dual por procura espontânea, que são para junto à Escola de Enfermagem
os estudantes espaços de acolhimento, de de Ribeirão da Preto da USP
identiicação e de análise de desgastes/for- 1
Escola de Enfermagem de Ribeirão da
mas de enfrentamento. O processo de cons-
Universidade de São Paulo
tituição de referência e de vínculo tem início 2
Faculdade de Odontologia de Ribeirão
já nos dias de matrícula, quando docentes da
Preto da Universidade de São Paulo
CoC/B e CG acolhem os ingressantes, seus
familiares e acompanhantes, ouvem suas Anna Maria Meyer Maciel Rodríguez1, Anderson
expectativas, esclarecem dúvidas e colocam- Vulczak1, Fernanda Capella Rugno1, Jéssica David
-se como referência. No que diz respeito Dias1, Rafael Rodrigues Dias2, Edilaine Cristina da Silva
ao enfrentamento de desgastes no âmbito Gherardi Donato1, Margarita Antônia Villar Luis1
institucional, a CoC/B organiza atividades nimeyer5@hotmail.com
atividades voltadas à relexão e discussão
sobre temáticas relacionadas ao fenômeno Introdução
juventude e universidade, na contempora- A prática tutorial visa orientar, dirigir e su-
neidade, e espaços de compartilhamento pervisionar o processo de ensino-aprendiza-
de experiências pelos estudantes. Iniciativas gem sendo um dos elementos fundamentais
para encaminhamento, quando se identiica nos cursos de ensino à distância. Essa ativida-
a necessidade de respostas no âmbito indivi- de exige dos tutores, competências tecnoló-
dual, como por exemplo o atendimento psi- gicas, sociais e proissionais que auxiliarão na
coterápico/psiquiátrico, são ainda incipien- interação e no relacionamento entre os parti-
tes, pela diiculdade de acesso a recursos. A cipantes dessa modalidade de ensino (1).
CoC tem buscado contato com instituições
que se proponham a realizar trabalhos gru- Objetivo
pais com jovens. A proposta parte do enten- Descrever a experiência de pós-graduan-
dimento de que a primeira etapa para os jo- dos no exercício de tutoria em curso de for-
vens buscarem enfrentamento de desgastes mação desenvolvido para proissionais de
é compreenderem o que signiica ser jovem saúde procedentes de diferentes países da
na atualidade; as potencialidades/desgastes América Latina.
e possibilidades de enfrentamento, caracte-
rísticos da formação social em que vivemos, Metodologia
com as desiguais inserções sociais de classe. Relato de experiência, elaborado no contex-
to do curso de formação à distância de pes-
quisadores em álcool e outras drogas psicoa-
tivas oferecido pela Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(EERP-USP) em parceria com a Secretaria Na-
cional de Políticas sobre Drogas (SENAD), sob
supervisão de equipe pedagógica e proissio-
nais de tecnologia da informação.

Resultados
Antes do início do curso, a equipe peda-
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gógica e os proissionais de informática ofe- saberes, perspectivas e vivências pessoais-
receram treinamento aos pós-graduandos -proissionais. Podemos dizer que essa ex-
selecionados para a prática tutorial. Esse periência promoveu uma aprendizagem sig-
movimento buscou, inicialmente, desenvol- niicativa nos pós-graduandos contribuindo
ver nos tutores habilidades para o ambiente com sua formação docente, na medida em
online, por meio da aproximação às ferra- que aprendemos a conhecer, aprendemos a
mentas e aos recursos de ensino à distância fazer, aprendemos a viver juntos e aprende-
da plataforma Moodle de extensão, utilizada mos a ser – elementos essenciais para a for-
no curso. Posteriormente, houve o aprimo- mação e prática educacional.
ramento dos tutores, quanto à capacidade
de: acompanhar as atividades propostas Referência Bibliográica
pelos coordenadores; motivar os alunos a (1) Machado LD, Machado EC. O papel da
explorar o material disponibilizado para es- tutoria em ambientes de EAD. [Internet]. 2004
tudo, a realizar e enviar tarefas para avalia- abr. Disponível em: http://www.abed.org.br/
ção; bem como, manter a cordialidade na congresso2004/por/htm/022-TC-A2.htm
comunicação, saber ouvir “virtualmente” as
necessidades discentes (1) e especialmente, Descritores: educação à distância, tutoria,
lidar com os diferentes ritmos de acesso à especialização
plataforma e consequentemente, de apren-
dizagem. Então, na etapa de oferecimento O Programa de Tutoria como
do curso aos participantes - desenvolvida Espaço para Formação dos
entre os meses de agosto e dezembro de
2015 e organizada em três módulos de for-
Professores-Tutores do Curso
mação - os tutores realizaram de forma on- de Farmácia-Bioquímica da
line: leitura, síntese e discussão de textos; FCFRP-USP
postagem de mensagens, correios eletrô-
nicos, arquivos e notas; abertura de chats, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
fóruns de: apresentação, boas-vindas e de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
debates; orientação quanto ao manuseio
Márcia Mendes Ruiz Cantano
da plataforma; contato com a equipe peda-
marcia@fcfrp.usp.br
gógica para informar sobre as diiculdades
e as expectativas dos estudantes; além de O presente trabalho descreve a implan-
responderem dúvidas quanto aos aspectos tação e os resultados dos grupos de tuto-
organizacionais e administrativos do curso e ria, do Programa de Tutoria do curso de
da EERP-USP. Na etapa presencial - entre fe- Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ci-
vereiro e março de 2016 - os tutores acom- ências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da
panharam a visita dos alunos às dependên- Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) sob
cias da EERP-USP, ao campus universitário e o ponto de vista dos professores tutores. O
à biblioteca central da USP. Durante a visita, Programa faz parte do Projeto Político Pe-
os alunos assistiram aulas sobre diversos dagógico do curso e é voltado aos estu-
assuntos relacionados à temática do curso, dantes dos três primeiros anos. A aborda-
além de estreitarem o vínculo, com seus tu- gem utilizada é a da tutoria acadêmica ou
tores e orientadores. tutoria “mentoring”, conforme descrito nos
estudos de Espinar (2008), Bellodi(2005),
Conclusão Santana(2009), Simão(2008) e Geib(2007).
O exercício da tutoria no ensino à dis- Entende- se que o percurso do estudante
tância proporcionou aos pós-graduandos: na Universidade é repleto de momentos
desenvolver e aprimorar competências e críticos. Inicialmente a chegada e a adap-
conviver - virtual e pessoalmente - com um tação à universidade, a novos métodos de
grupo bastante heterogêneo de alunos de ensino, a uma nova cidade. Durante o curso,
diferentes culturas, com distintos: interesses, o estudante de farmácia escolhe disciplinas
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eletivas, área onde irá atuar, e os estágios.
Ao im, o estudante passa pelo processo
de ruptura com o curso. O Programa tem Formação Inicial de
por objetivos guiar a formação do aluno,
introduzindo-o à vida acadêmica, e ao fun- professores
cionamento da universidade, contribuindo
para uma formação integral; proporcionar
aos alunos de graduação acompanhamen-
Professor, Pibidian@S
to e apoio na escolha das disciplinas a se- E Alun@S: Construindo
rem cursadas, orientando a organização da Currículos De Educação
vida acadêmica e acompanhar os alunos
em suas diiculdades para conduzir o cur-
Física Na Perspectiva Cultural
so com o sucesso desejado, colocando-o Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
como protagonista de sua formação. Os Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
grupos de tutoria foram instalados no se-
gundo semestre de 2008 e constituem um Pedro Xavier Russo Bonetto, Carol Rodrigues
espaço diferenciado no qual é possível ouvir Cunha, Larissa Ferreira da Silva, Karina Andrade e
os estudantes e suas dúvidas e questiona- Adriana Martins
mentos que aparecem ao longo de sua tra- psorpedro@yahoo.com.br
jetória acadêmica. Para isso, são realizados Apresentamos como peça central do es-
encontros quinzenais entre os alunos e os tudo o currículo cultural de Educação Físi-
professores tutores para discussão a respei- ca, uma proposta alinhada às preocupações
to tanto de temas relacionados à estrutura do Multiculturalismo Crítico e dos Estudos
do curso, como temas de interesse do gru- Culturais com inspirações pós-estruturalis-
po. A função de cada professor-tutor é, em tas e que se arranja numa sociedade pós-
linhas gerais, acompanhar sistematicamen- -moderna e pós-colonizada. Enquanto ar-
te um grupo de estudantes. O tutor assume tefatos culturais, as danças, lutas, esportes,
a igura do guia, do mentor, de uma pessoa brincadeiras e ginásticas transmitem certos
mais experiente que irá mediar a resolução signiicados e representações de mundo,
dos conlitos que surgem durante o pro- sujeitos e sociedade, sendo então, função
cesso de formação proissional. Ao mesmo social da Educação Física nesta perspec-
tempo, os próprios tutorandos, vivenciando tiva, a tematização destas práticas corpo-
o papel de ouvinte, estabelecem entre si e rais de modo que os estudantes possam
com o tutor uma relação mútua de ajuda travar contato com as representações que
e coniança. Na perspectiva dos docentes, veiculam, a im de ampliar, aprofundar e
o Programa de Tutoria promove mudan- ressigniicar seus saberes sobre esta par-
ças em seu relacionamento com os alu- cela da cultura. O trabalho foi realizado no
nos. Depoimentos dos professores-tutores ano de 2016, em uma escola municipal de
mostram que estes desejam interagir com São Paulo, com uma turma de 6o ano do
os estudantes além da aula formal, com- ensino fundamental. Pautados no currícu-
partilhar sobre a vivência na Universidade lo cultural do componente, anunciado no
e estabelecer vínculo de coniança com os currículo oicial do município de São Pau-
estudantes. Contribuir não só para a for- lo, o professor, pibidian@s e alun@s cons-
mação acadêmica dos alunos, mas também truímos currículos de Educação Física nos
para o seu crescimento como ser humano quais tematizamos o Parkour e o Minecraft.
é um objetivo comumente levantado pelos Os currículos foram elaborados a partir de
docentes. O trabalho discute a dimensão procedimentos de ensino, tais como mape-
afetiva e social da docência, que faz parte amento, ressigniicação, aprofundamento e
dos saberes que os docentes devem lançar ampliação dos conhecimentos veiculados e
mão em sua prática pedagógica. registro e avaliação do processo educacio-
nal. Também seguiram princípios didáticos,
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dentre eles o 1) Reconhecimento da cultura gênero, níveis de habilidade, local de ocor-
corporal dos estudantes; 2) Justiça curricu- rência, histórias pessoais, religião, entre ou-
lar, 3) Evitar o daltonismo cultural; 4) Anco- tros. Uma proposta com esse teor recorre à
ragem social dos conhecimentos e 5) Des- política da diferença por meio do reconhe-
colonização do currículo. Nessa concepção, cimento das linguagens corporais daqueles
pibidian@s puderam fazer contato com as grupos sociais quase sempre silenciados.
funções sociais da escola pública, vivencia- Desde o início do subprojeto, licenciandos
ram a elaboração de currículos pautados e professores-supervisores frequentam reu-
nos princípios democráticos, cujo objetivo niões mensais realizadas na universidade:
é o reconhecimento dos indivíduos em suas uma de acolhimento – que resultou da pre-
mais diversas condições de diferença. ocupação dos coordenadores com a rota-
tividade dos licenciandos e a necessidade
O PIBID Pedagogia de, em todas as reuniões, explicar questões
Implicações na Formação burocráticas do subprojeto – e as de forma-
ção, nas quais são discutidos referenciais
dos Estudantes de Pedagogia teóricos e realizadas análises de situações
Faculdade de Educação da Universidade extraídas da rotina escolar, que possibilitam
de São Paulo a compreensão e articulação da base teóri-
ca do currículo cultural. Isto se deu durante
Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez e os primeiros 18 meses de desenvolvimento
Marcos Garcia Neira do subprojeto. Os professores-supervisores
kpagnez@usp.br participam de reuniões formativas quinze-
nais em separado, nas quais é discutida a
Resumo perspectiva cultural da Educação Física, com
A diversidade cultural impõe novas res- base em leituras prévias. A bibliograia bási-
ponsabilidades à escola, longe de constituir- ca é selecionada a partir das demandas do
-se em obstáculo ou problema, o convívio grupo com base nas diiculdades que en-
com as diferenças possibilita a construção frentaram no desenvolvimento da proposta
de práticas pedagógicas que visem atender nas escolas. A experiência tem demonstra-
às demandas de todos os alunos da sala de do que à medida em que os licenciados am-
aula. Neste subprojeto consideram-se todas pliam seus conhecimentos, constroem no-
as diferenças quais sejam: biológicas, cultu- vas formas de colocar a perspectiva cultural
rais, sociais, econômicas dentre outras. O da Educação Física em ação por meio de
subprojeto Pedagogia O trabalho colabora- práticas elaboradas em parceria com os su-
tivo para a construção de práticas corporais pervisores o que possibilita sua construção
inclusivas em escolas de educação infantil e oferecendo-lhes novas facetas e particula-
ensino fundamental I na Faculdade de Edu- ridades, reinventando-as constantemente.
cação da Universidade de São Paulo teve O contato com a Educação Especial tem
início em 2014, nele são articuladas duas contribuído para a construção de um olhar
áreas do conhecimento a educação física e mais cuidadoso e próximo dos bolsitas de
a educação especial, buscando irmar uma iniciação para os estudantes nas unidades
parceria e a consolidação de trabalho cola- escolares, tanto os que apresentam alguma
borativo. Neste trabalho o recorte diz res- deiciência quanto aos sem deiciência.
peito ao período de formação e intervenção
nas escolas a partir da perspectiva cultural
da Educação Física que busca inspiração nos
pressupostos teóricos dos Estudos Culturais
e do multiculturalismo crítico para temati-
zar as práticas corporais disponíveis na so-
ciedade e questionar os marcadores sociais
nelas presentes: condições de classe, etnia,
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EE Clóvis de Oliveira, EMEF Roberto Mange,
Núcleo de Avaliação Institucional EE Castro Alves e a EMEF Infante Dom Henri-
que, além da DRE Butantã.
da FEUSP: Estágio, Formação e A formação continuada oferecida pelo Nú-
Ação em Escolas Públicas cleo (por meio da extensão universitária) pro-
Faculdade de Educação da Universidade de cura: por um lado, contribuir com a formação
São Paulo de gestores e professores da educação básica
capazes de promover processos de avaliação,
Renato Melo Ribeiro, Afonso Martins Andrade planejamento e desenvolvimento institucio-
renatoribeiro@usp.br nal de suas escolas; por outro, formar super-
visores de estágio sediados na escola básica
O Projeto de Estágio Curricular em Escolas capazes de contribuir com a formação de fu-
Campo do Núcleo de Avaliação Institucional turos professores comprometida com a quali-
da Faculdade de Educação da USP (FEUSP) é dade social da escola pública. Ou seja, a pro-
voltado para alunos de Política e Organiza- posta é envolver a comunidade escolar das
ção da Educação Básica no Brasil (POEB), dos instituições parceiras e os estagiários curricu-
Cursos de Licenciatura e Pedagogia, interes- lares da FEUSP em um projeto integrado de
sados na temática da Avaliação Institucional formação/ação, compondo a sinergia políti-
da escola básica: uma estratégia de avaliação co-pedagógica para a discussão e promoção
participativa no nível do estabelecimento de da Avaliação Institucional da Escola Pública.
ensino, que conta com a adesão e participa- Sob a coordenação das docentes, profes-
ção dos avaliados, ou seja, dos sujeitos real- sora Dr.a Sonia M. P. Kruppa e Dr.a Lisete R.
mente envolvidos com a instituição escolar e G. Arelaro, o projeto de estágio do Núcleo
conhecedores do contexto local e do entor- de Avaliação Institucional conta com o apoio
no social da escola. da Comissão de Graduação (CG), da Comis-
Em consonância com as diretrizes estabe- são Coordenadora de Curso de Licenciaturas
lecidas no Programa de Formação de Profes- (CoC-Licenciaturas), da Comissão Coordena-
sores da USP (2004)1, o projeto visa: dora de Curso de Pedagogia (CoC-Pedago-
1. Oferecer aos licenciandos da FEUSP ex- gia) e dos educadores do Programa de For-
periências signiicativas de estágio curricular mação Professores.
voltado para a formação de um professor
capaz de participar ativamente dos proces- Nota
sos de Avaliação Institucional Participativa da 1
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PRO-
escola; FESSORES DA USP (2004). Disponível em:
2. Desenvolver ações de formação continu- http://www4.fe.usp.br/programa-de-for-
ada dos proissionais das escolas parceiras. macao-de-professores/apresentação. Aces-
O percurso de estágio curricular proposto so em: 20/05/2016.
inclui: trabalho de campo em escolas públi-
cas parceiras; encontros formativos com pro- Formação inicial de
issionais da educação básica (pertencentes professores para a educação
ao Núcleo); e encontros de orientação de es-
de surdos na produção
cientíica na Pós-Graduação
tágio mediados pelos pesquisadores do Nú-
cleo, com auxílio de educadores e monitores
do Programa de Formação de Professores. Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de
Neste primeiro semestre, 25 estagiários Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
inscreveram-se no projeto para desenvolver
seus estágios em seis escolas públicas e uma Melaine Duarte Ribeiro Muttão, Ana Claudia Balieiro Lodi
Diretoria Regional de Educação do municí- melaine@usp.br, analodi@ffclrp.usp.br
pio de São Paulo: além da, atualmente, seis
escolas públicas participam do Projeto: EMEF O presente trabalho é derivado da disser-
Armando C. Righetti, EMEI Epitácio Pessoa, tação de mestrado intitulada “Formação de
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professores, educação de surdos e a produ- e prática. A desvalorização do professor e o
ção cientíica na Pós-Graduação”, em desen- despreparo para a educação de surdos, leva
volvimento no Programa de Pós-graduação a necessidade de formação continuada de
em Educação da Faculdade de Filosoia, Ci- professores, que devem buscar alternativas
ências e Letras de Ribeirão Preto/USP. Para para o desenvolvimento de ações relexivas
a pesquisa, consideraram-se os estudos de- e críticas sobre suas práticas.
senvolvidos entre 1994 a 2014, período em
que foram promulgadas novas legislações Referências
relativas à educação de surdos, como: a) a BRASIL. Lei no 10.436, de 24 de abril de
Lei no 10.436/02, que reconhece a língua 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de
brasileira de sinais como aquela usada pe- Sinais e dá outras providências. 2002. Dis-
las comunidades surdas brasileiras; b) o De- ponível em: <http://www.planalto.gov.br/
creto Federal no 5.626/05 que reconhece o ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em
direito desse grupo social à educação bilín- abril de 2015
gue; e c) a Política Nacional de Educação Es- BRASIL. Decreto no 5.626, de 22 de de-
pecial na Perspectiva da Educação Inclusiva zembro de 2005. Regulamenta a Lei no
que preconiza a educação inclusiva nas es- 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
colas brasileiras. Observou-se, no levanta- sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e
mento realizado na Biblioteca Digital Brasi- o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezem-
leira de Teses e Dissertações (IBICT), que, no bro de 2000. 2005. Disponível em: <http://
período, foram produzidos 101 pesquisas www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
que relacionam formação de professores e 2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso
educação de surdos; destas, 69 discutiram a em abril de 2015
formação inicial de professores. Não foram BRASIL. Política Nacional de Educação Es-
encontrados estudos sobre a temática no pecial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
período de 1994 e 2001. A primeira disser- MEC/SEESP, 2008. Disponível em: <http://
tação é de 2002, e nela o autor discute que portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/poli-
a prática pedagógica, grande responsável tica.pdf>. Acesso em abril de 2015.
pelas relexões sobre a formação do profes-
sor, não ocorria no período inicial, demons- O Programa de Formação
trando que esta se mostrava deicitária para de Professores e a Pós-
a educação de surdos. No período entre
2005 e 2014, quando a educação bilíngue
Graduação: Estabelecendo
foi posta em diálogo com a educação in- Pontes entre a Pós-Graduação
clusiva, foram produzidas 37 dissertações e e a Escola Pública
30 teses que discutiam o currículo da for-
mação inicial de professores, considerando- Faculdade de Educação da Universidade de
-se as legislações e os documentos oiciais São Paulo
que versam sobre a educação para surdos.
Dos 67 trabalhos encontrados, 60 airmam Afonso Martins Andrade, Renato Melo Ribeiro
que há uma lacuna na formação inicial de afonso@usp.br
professores, que não tem contemplado re- O documento fundador do Programa de
lexões didático-pedagógicos para a edu- Formação de Professores da USP1 estabelece
cação de surdos; reconhecem que, frente como uma das atribuições da universidade
a inexistência destas, formações continua- a colaboração “com a escola na formação
das tem sido valorizadas como lócus para continuada de seus professores, na asses-
o desenvolvimento deste conhecimento. A soria e elaboração de projetos e em outras
maioria dos trabalhos aponta assim que, as possibilidades de atuação” (2004, p. 28). Para
necessidades na educação dos surdos não somar às ações já realizadas pela Universi-
estão sendo contempladas na formação ini- dade e estreitar o vínculo da Faculdade de
cial, havendo uma dicotomia entre a teoria Educação com as escolas que recebem os
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estagiários dessa Faculdade, os educadores Finalizada a fase de inscrições, recebemos
do PFP/FEUSP, com apoio institucional das 36 propostas de projetos atendendo aos
CoC Pedagogia e Licenciaturas, foi proposto mais variados temas, dentre eles: Política
o projeto Pós-Graduandos na Escola. Educacional, Proissão Docente, Formação
O Projeto busca estimular os pós-gradu- de Estudantes, Tecnologia – TIC, Diversida-
andos da Faculdade de Educação e do Inte- de, Educação Infantil, Educação Especial e
runidades a realizarem intervenções formati- Educação em Ciências. As propostas agora
vas nas escolas públicas que integram a lista partem para um processo de organização
de escolas para realização de estágios do e sistematização, a partir do envio de um
PFP-FEUSP, contemplando temas de interes- projeto mais elaborado e sua posterior dis-
se da comunidade escolar. Oferecer às esco- ponibilização junto às escolas.
las públicas que compõem a lista de escolas Desta maneira, as escolas, a partir do 2o
atividades formativas desenvolvidas por es- semestre de 2016, poderão escolher quais
tudantes de pós-graduação, na forma de pa- projetos querem ver aplicados e difundidos
lestras, oicinas, vivências, minicursos, entre em suas unidades. Os projetos serão dispo-
outros formatos. Com temas diversos, de in- nibilizados em uma plataforma digital no
teresse das instituições públicas de educação site do Programa de Formação de Professo-
básica, as atividades poderão ser direciona- res da FEUSP.
das a diferentes segmentos da comunidade
escolar (gestores, professores, estudantes ou Notas
1
comunidade externa), cabendo aos educa- PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PRO-
dores do PFP-FEUSP o planejamento, orga- FESSORES DA USP (2004). Disponível em:
nização e coordenação do Projeto. http://www4.fe.usp.br/programa-de-for-
O PFP-FEUSP oferece aos estudantes das macao-de-professores/apresentação. Aces-
licenciaturas uma lista de escolas para rea- so em: 20/05/2016.
2
lização dos estágios curriculares. Essas es- Alguns dos temas apontados: ensino de
colas são visitadas regularmente por educa- ciências no Ensino Fundamental I, Educação
dores que, na ocasião da visita, apresentam Infantil, construção de projetos educativos,
a organização dos estágios da Faculdade, gênero e diversidade, alfabetização, ludicida-
levantam informações sobre a realização de no ensino de matemática, dentre outros.
dos estágios na escola e identiicam temas
de interesse para o desenvolvimento de ati- A Avaliação e o Currículo
vidades junto à comunidade escolar. Cultural de Educação Física:
As escolas indicam temas2 a partir dos
quais os educadores contatam docentes
Recalculando a Rota
da FEUSP e veriicam a possibilidade de Faculdade de Educação da Universidade de
realização de alguma atividade junto às São Paulo
unidades escolares. As atividades, apesar
de fundamentais para a consolidação da Marcos Garcia Neira, Arthur Müller, Renan
relação da universidade com as escolas Moser, Mariana Freire, Milena Andrade Toschi
públicas, são insuicientes. Desta maneira, mgneira@usp.br
serão oferecidas às escolas propostas ela-
boradas e apresentadas pelos pós-gradu- Resumo
andos como complementação do trabalho O presente trabalho é um recorte dos es-
já oferecido. As atividades desenvolvidas tudos das práticas pedagógicas realizadas
pelos pós-graduandos serão referendadas em uma escola estadual de São Paulo, no
pelos seus respectivos orientadores. Para o qual o docente, utilizando o currículo cultu-
pós-graduando será uma oportunidade de ral de Educação Física e seus pressupostos,
desenvolvimento do currículo pessoal e da que pese os Estudos Culturais, o Pós-estru-
experiência junto aos professores e escolas turalismo e o Multiculturalismo Crítico (In-
públicas da rede. terculturalismo), pratica a avaliação instru-
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mento fundamental para a reorganização
(reorientação) das ações didáticas de acor- Brincadeiras no Currículo
do com o objetivo dos estudos e do docu-
mento oicial da unidade escolar. Desenvol-
Cultural: Uma Experiência de
vemos, assim, uma forma diferente àquela Formação de Professores
considerada anteriormente por outros cur- Faculdade de Educação da Universidade de
rículos de Educação Física, ressigniicado e São Paulo
não restringindo a simples veriicação dos
conteúdos apreendidos pelos estudantes e Marcos Garcia Neira, Dayane Maria de Oliveira
atribuindo-lhes notas por isso. Na esteira Portapila e Priscila Sales Luz
do currículo cultural, os registros discentes mgneira@usp.br
são analisados pelo docente e pelos “pibi-
dianos”, em que, a partir da elaboração de O sub-projeto “O trabalho colaborativo para
seu Caderno de Registros, aula a aula reo- a construção de práticas corporais inclusi-
rienta sua prática, num constante processo vas em escolas de Educação Infantil e Ensino
de ida e vinda, construção e reconstrução, Fundamental I” da Faculdade de Educação da
signiicação e ressigniicação. Para o pre- Universidade de São Paulo do Programa Ins-
sente trabalho, debruçamos nossas aná- titucional de Bolsas de Iniciação à Docência
lises no material produzido pelo docente (PIBID), foi desenvolvido sob a coordenação
durante sua prática pedagógica junto aos dos Professores Doutores Marcos Garcia Neira
alunos e alunas, ressaltando a importância e Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez,
do PIBID nessa complexa prática de análise com o objetivo em corroborar na formação
de registros e reorientação didática. A esse dos graduandos da Pedagogia, que foram su-
compilado de registos, o professor denomi- pervisionados por professores que trabalham
nou Caderno de Registros. Enfocamos exa- na perspectiva do currículo cultural nas aulas
tamente o processo de relexão docente e de Educação Física. E para isso, foram realiza-
os argumentos que o levaram a reorientar das reuniões de formação onde as discussões
suas ações para as aulas seguintes, de acor- eram em torno de textos, atividades, vídeos
do com as falas das crianças, seus desenhos que tinham como fundamentação os estudos
e observações pessoais do próprio docente. culturais, o multiculturalismo crítico, o currículo
O trabalho de pesquisa ainda se encontra cultural e a inclusão. Como o principal objetivo
na fase de análises dos registros docentes, do PIBID é entrelaçar a prática com a teoria os
mas alguns indícios já podem ser observa- graduandos foram para as escolas. Na Escola
dos. Como exemplo, ressaltando o fato de municipal Educandário Dom Duarte localiza-
que o currículo cultural não pretende ado- da ao oeste da cidade de São Paulo o Projeto:
tar um caráter salvacionista e por essa ra- Brincadeiras no Currículo Cultural seguiu com a
zão, mesmo com as constantes reorienta- participação de uma graduanda da Pedagogia
ções didáticas docentes, alguns estudantes e pela professora supervisora da escola. Nessa
mantiveram suas representações acerca das escola a graduanda participou da elaboração
diferentes práticas corporais estudadas. O e desenvolvimentos das atividades de ensino.
diferencial, portanto, nessa prática é consi- No currículo cultural as aulas de Educação Fí-
derar as vozes discentes nas praticas tema- sica, as atividades sempre são planejadas com
tizadas. base na anterior, tecendo o conhecimento a
respeito, nesse caso, das brincadeiras com os
alunos e professores, tem como objetivo reco-
nhecer e problematizar a cultura corporal dos
alunos da escola e da comunidade em que vi-
vem para a elaboração das aulas subsequen-
tes, baseando-se nas propostas dos Estudos
Culturais. Com este objetivo, as pesquisas e
participação dos alunos nas discussões, tem
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função primordial na elaboração e orientação anos articulado ao projeto coletivo da uni-
das aulas. O Projeto ocorreu no primeiro se- dade escolar PEA (Projeto Especial de Ação),
mestre de 2016 com o intuito de reconhecer, que teve como tema: A prática pedagógica
ampliar, vivenciar, aprofundar e ressigniicar e sua colaboração na produção de relações
os conhecimentos acerca da temática brin- sociais mais justas e democráticas também
cadeiras. No decorrer do projeto percebe- norteou este trabalho que se assumi como
mos que os alunos não identiicavam que a currículo cultural. Assim nossa proposta de
mesma brincadeira era conhecida de formas estudo fez uso do mapeamento que iden-
diferentes, com distintos nomes, regras, espa- tiicou e reconheceu os saberes dos estu-
ços e idades. Trouxemos vídeos e pessoas que dantes, nos aproximando das diferentes re-
conhecessem de formas diferentes, para pro- presentações de lutas nos permitindo pla-
blematizar e para que eles ressigniicassem as nejar momentos de troca de experiências,
brincadeiras. Em outro momento, identiica- relexão, discussão posicionando-os como
mos preconceitos em torno dos marcadores sujeitos leitores, colaboradores e produto-
sociais: a questão do gênero e das “diferenças res culturais. Inspirados pelas teorias crítica
corporais” izemos atividades de ensino que e pós-crítica da educação nos respaldamos
problematizassem essas questões, trouxemos no multiculturalismo crítico colocando nos-
imagens de pessoas com diferentes corpos, sas lentes focadas nas produções discursi-
nos dias atuais e em quadro antigos como o vas de alguns estudantes que signiicaram a
da “Monalisa” do pintor Leonardo Da Vinci capoeira como macumba atribuindo de for-
para discutirmos e mostrarmos que as dife- ma pejorativa sua dimensão religiosa como
renças são produzidas discursivamente em a diferença. Preocupados com essas ques-
meio as relações de poder, são inluencias tões o professor e as professoras colabora-
pelo contexto histórico cultural, e podem ser doras do PIBID, impulsionados a ir além de
modiicadas e que em meio a cada cultura o identiicar as relações assimétricas de poder
discurso se modiica, ou não. O sub-projeto marcadas pelas questões étnicos raciais e
foi de suma importância para todos os envol- religiosas, organizamos práticas pedagó-
vidos no processo, para a professora super- gicas de aprofundamento sobre o covarde
visora e para a graduanda que analisaram o processo de escravidão que o povo Africano
processo de construção de conhecimento das foi submetido e como reconstruíram pela
aulas, as discussões e problematizações com resistência e luta suas identidades culturais.
os alunos apoiadas nas reuniões de formação, Foi dentro desse processo dialógico que as
para os alunos que tiveram atividades em que pesquisas, os vídeos e as dinâmicas foram
suas práticas corporais eram reconhecidas, de fundamental importância para tecermos
suas experiências e visões que foram ressigni- novos saberes problematizando questões
icadas, aprofundadas e ampliadas. como: a intolerância religiosa e o processo
de formação do Candomblé e sua resistên-
Lutando Contra os Preconceitos: cia ao Catolicismo; a origem da capoeira e
Uma Experiência de Formação sua relação com o sagrado; compreende-
mos como essas diferenças e desigualdades
de Professores no Âmbito do culturais foram sendo produzidas e impos-
PIBID tas por grupos culturais dominantes. Este
projeto está sensível às condições das dife-
Faculdade de Educação da Universidade de
São Paulo renças pelas quais a Capoeira e o Candom-
blé, práticas culturais dos negros, escravos,
Marcos Garcia Neira Alessandro Marques da Cruz pobres e macumbeiros foram sendo produ-
mgneira@usp.br zidas. Avaliamos que nosso estudo colabo-
rou na valorização da cultura afro-brasileira
Resumo questionando as injustiças sociais e as ver-
O Projeto lutas na EMEF Professor Roberto dades absolutas naturalizadas ao longo da
Mange desenvolvido com as turmas dos 8° história por aqueles os quais seus interesses
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faziam se representar pela posição de poder do Programa Institucional de Bolsas de Ini-
oprimindo grupos de menor representativi- ciação á Docência (PIBID) da Faculdade de
dade submetendo-os a condições desiguais. Educação da Universidade de São Paulo,
Os registros dos discursos dos/as estudantes sob a supervisão da Professora Jacqueline
durante o projeto nos mostram a sua impor- Cristina Jesus Martins. Os bolsistas atuam e
tância na desconstrução do preconceito ét- colaboraram com as aulas do componen-
nico racial e religioso. Dividimos com vocês te curricular educação física em diferentes
caros leitores os caminhos e possibilidades turnos e com diferentes grupos. O trabalho
que encontramos no tecer constante onde o realizado no CIEJA, é realizado no compo-
diálogo com outras manifestações culturais nente curricular educação física, na constru-
principalmente aquelas pertencentes aos ção de práticas pedagógicas na EJA, visan-
grupos historicamente sem poder, possibi- do a construção de aulas do componente
litou aproximar, experimentar, analisar e co- curricular numa perspectiva cultural e com
nhecer outros discursos não familiares mais práticas sensíveis ás diferenças.
necessários para a produção de novas sig-
niicações. É na escola pública onde as dife- Objetivo
rentes culturas se encontram que buscamos Contribuir na formação dos estudantes
estabelecer nas suas fronteiras diálogos com do curso de pedagogia da Faculdade de
as diferenças utilizando se do multicultura- Educação da USP, visando ampliar os co-
lismo crítico para compreender e identiicar nhecimentos desses estudantes sobre as
como os discursos hegemônicos estabele- escolas públicas, e a construção de práti-
cem suas verdades produzem desigualda- cas corporais inclusivas através do trabalho
des, assim nos propomos desconstruir tais colaborativo entre os bolsistas e a super-
verdades compreendendo suas formas de visora.
regulação. É nessa artistagem do currícu-
lo cultural em ação que tecemos e produ- Método
zimos intervenções que validam modos de Enquanto forma de organização das ações
ser, pensar, vestir, estar e agir na sociedade dos bolsistas, além do acompanhamento das
que até então foram negados, nossa luta é aulas durante o horário da turma, mantemos
por uma sociedade mais justa e democrática. reuniões no espaço escolar para planejar-
mos, avaliarmos, discutirmos alguns textos,
O Trabalho Colaborativo para a prepararmos materiais para as próximas au-
Construção de Práticas Corporais las, assistirmos vídeos, entre outras coisas
que avaliamos ser importante para a forma-
Inclusivas: O PIBID no CIEJA ção dos bolsistas e da supervisora, pois en-
Aluna Jessica Nunes Herculano tendemos que a docência não se dá apenas
*Centro De Integração De Educação De no momento em que estamos na aula com
Jovens E Adultos os alunos, mas também nos momentos que
**Faculdade de Educação da Universidade antecedem e sucedem as aulas. Também faz
de São Paulo parte das ações formativas dos bolsistas e
supervisores, reuniões mensais na Univer-
Marcos Garcia Neira **, Jacqueline Cristina Jesus sidade para leituras, estudos e socialização
Martins *, Matheus Rodrigues Pesso Salgado**, Sheila das práticas nas demais escolas que compõe
Perina**, João Luís de Abreu Vieira**, Stefi Lorena o projeto. Além dos momentos de acom-
Pesso Salgado** e Ana Paula Vicente Ferreira** panhamento das aulas e de reunião com o
mgneira@usp.br grupo, mantivemos também uma rotina de
registros das atividades realizadas através de
Desde o ano de dois mil e catorze o um grupo no facebook, pois entendemos
Centro Integrado de Educação de Jovens que era uma forma fácil e rápida de disponi-
e Adultos Aluna Jéssica Nunes Herculano bilizarmos os registros de fotos e vídeos das
(CIEJA Butantã) vem recebendo bolsistas atividades realizadas.
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Resultados de veriicar, em caráter exploratório, como
É possível airmarmos que tivemos algu- os estudantes desses cursos articulam os
mas mudanças e ampliações sobre os co- procedimentos teórico-práticos das duas
nhecimentos da educação física na escola. É disciplinas, mediante a proposta de verii-
importante apontar também que essas mu- carem, a partir de temas geradores, pontos
danças não foram apenas dos bolsistas. As de intersecção entre conceitos matemáti-
discussões e trocas também contribuíram cos e psicológicos. Participam da pesquisa
para a formação da professora superviso- 30 estudantes de um curso de Pedagogia
ra. Entrar em contato com os estudantes foi de uma Faculdade particular do estado de
de grande contribuição, pois eles trouxeram São Paulo, com faixa etária entre dezenove
novas referências bibliográicas, sugeriram e quarenta anos, de ambos os sexos. O es-
alguns materiais sobre alguns temas, o que tudo foi organizado em três etapas. Na pri-
izeram com que a mudança também acon- meira, os alunos se organizaram em grupos
tecesse com a professora supervisora. Essa e elegeram um tema a ser pesquisado. Na
troca entre diferentes gerações de profes- segunda, os alunos pesquisaram e sistema-
sores na nossa visão tem muito a contribuir tizaram as relações por eles encontradas. Já
com todos: estudantes, bolsistas, professo- na terceira, socializaram os resultados das
res e escola. suas pesquisas, através de apresentações. A
análise de dados foi organizada a partir das
Conclusões interações disciplinares percebidas pelos
Percebemos que as iniciativas de forma- alunos ao longo das etapas já especiicadas.
ção inicial de professores do PIBID são es- De modo geral, observa-se que os alunos
senciais para aproximar os estudantes das integralizam a disciplina de psicologia do
licenciaturas das escolas públicas e dessa desenvolvimento com demais disciplinas de
forma contribuir com a melhoria da forma- formação. Os resultados são discutidos em
ção inicial dos professores. termos de sua contribuição para formação
acadêmica dos estudantes e para a melho-
As Disciplinas de Psicologia ria do ensino das disciplinas de Psicologia
nos Cursos de Formação de em cursos de formação de professores.
Professores O Papel do PIBID na Formação
1
Faculdade de Educação da Universidade de Professores
de São Paulo / Faculdade Adventista de
Hortolândia Faculdade de Educação da Universidade de
2
Faculdade Pitágoras de Jundiaí São Paulo

1
Edna Rosa Correia Neves e 2Rogério Elias Marim Marcos Garcia Neira, Felipe Nunes Quaresma,
ednarcneves@usp.br Aline Aparecida Gama Vieira e Juliana Saes Ferreira
mgneira@usp.br
Os cursos de formação de professores
O presente trabalho compartilha as ex-
existentes nas diferentes instituições de periências formativas compartilhadas entre
Ensino Superior do país são normalmente o professor de Educação Física e as bolsis-
organizados em disciplinas especíicas da tas do Programa Institucional de Bolsas de
área de origem e, de modo geral, estrutu- Iniciação à Docência (PIBID) da Faculdade
rados em disciplinas denominadas pedagó- de Educação da Universidade de São Paulo
gicas. As disciplinas na área de Psicologia (FEUSP), a importância que as bolsistas tive-
têm composto o quadro por serem discipli- ram na ação didática, os efeitos que possi-
nas acadêmicas, cujo campo de pesquisas bilitaram a escola e aos estudantes e de que
mantém relações estreitas com a prática maneira o trabalho foi feito junto aos edu-
educacional. Em consonância, desenvol- candos. As bolsistas com suas experiências
ve-se o presente estudo com o propósito e formação conseguiram contribuir para
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que o projeto e os estudantes estivessem Método
outras possibilidades e experiências vividas A participação dos alunos, desde o pla-
na escola, além da atuação de cada bolsista nejamento da disciplina Enfermagem em
dialogando com os estudantes durante as Doenças Transmissíveis com Enfoque em
ações didáticas proposta também, possibi- Saúde Coletiva, permitiu uma melhor in-
litaram relexões junto ao docente. Foram tegração entre docentes, especialistas do
de extrema importância as ações diretas e Departamento de Enfermagem em Saúde
indiretas que a izeram, o simples fato de Coletiva da Escola de Enfermagem (EEUSP)
adentrarem aos portões da escola possibi- e os alunos PAE, permitindo a construção
litou diálogos junto a gestão em relação a de uma estratégia didática de simulação de
gestão democrática, nesse sentido ajudan- atendimento clínico e epidemiológico de
do as ações do professor junto a unidade dengue, tema recorrente no período, pela
escolar, também em momentos de diálogos epidemia por que estávamos atravessan-
sobre a prática contribuíam trazendo expe- do. Foram confeccionados casos clínicos de
riências de disciplinas cursadas na univer- diferentes graus de complexidade de indi-
sidade e possibilitando maiores relações víduos acometidos pela infecção, que per-
entre todos. mitiram exercitar os conhecimentos adqui-
ridos em aulas teóricas, além de uma ativi-
O Programa de Aperfeiçoamento dade de busca ativa de possíveis criadouros
de Ensino e a Formação do mosquito nas dependências da EEUSP.
Docente de Pós-Graduandos Resultados
1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto A participação no PAE proporcionou ao
da Universidade de São Paulo pós-graduando uma experiência rica em
2
Escola de Enfermagem da Universidade aprendizagem, uma vez que promoveu sua
de São Paulo interação desde a preocupação da disci-
plina em contemplar temas de relevância
João Henrique de Morais Ribeiro1, Érica Gomes para a assistência ao indivíduo e popula-
Pereira1, Eloá Otrenti2, Suely Itsuko Ciosak2 ções, considerando a magnitude do proble-
joaoh.mribeiro@usp.br, egpereira@usp.br, ma, sua localização, controle, prevenção e
eloaotrenti@usp.br, siciosak@usp.br tratamento, bem como, na preparação da
atividade didática, que incluía a organiza-
Introdução ção das tarefas, mobilização de recursos
Considerando a Lei de Diretrizes e Bases físicos, materiais e administrativos, neces-
da Educação (LDB9394/96) é de respon- sários ao desenvolvimento da atividade im
sabilidade dos Programas de Mestrado e ou seja a busca ativa, o atendimento aos
Doutorado, a organização e condução da casos propostos, as etapas que envolvem
formação docente dos estudantes. Nesse a vigilância epidemiológica e a avaliação
sentido, a Universidade de São Paulo, por de todo o processo. Essa experiência pode
meio do Programa de Aperfeiçoamento de ser considerada única, pois o exercício da
Ensino (PAE), Portaria GR 3347/2002, in- prática didática alicerçado por professores
centiva a qualiicação dos pós-graduandos e proissionais experientes, favorece a vi-
para a formação didática, proporcionando a vência e o contato do futuro docente com
interação destes em atividades acadêmicas os desaios, conlitos e sucessos diários no
da graduação. contexto educacional de uma Universidade.
Além disso, a integração do pós-graduando
Objetivo em atividades com a graduação tem papel
Relatar a experiência na participação fundamental na medida em que proporcio-
em atividades didáticas de simulação de na ao mesmo, relexões sobre a proissão e
atendimento clínico e epidemiológico de sua inserção na docência, que necessita de
dengue. constante de pesquisas e articulação com
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o conhecimento adquirido ao longo de sua aluno ou do orientador); e, sobre casos de
trajetória acadêmica, além da construção perseguição durante o desenvolvimento do
de sua identidade proissional. curso. As perguntas foram respondidas pelo
professor de Bioética na gravação disponibi-
Conclusão lizada aos alunos e um fórum foi aberto para
A articulação PAE e pós-graduação é um alunos que ainda desejassem contato direto
processo desaiador para os estudantes ao com o professor. Foram enviados 24 comen-
favorecer o reconhecimento da importância tários sobre as falas do professor no vídeo,
da formação para a docência e um olhar di- com ênfase ao Código de Ética Proissional,
ferenciado da igura do professor. citado durante a gravação. Percebe-se que o
assunto é de extremada importância na for-
Ética na Educação Superior: mação do futuro professor, já que este será o
Formando Professores referencial seguro para os alunos e deve ter
conduta ilibada quanto ao respeito e ética
Faculdade de Odontologia da Universidade no tratamento do alunato. O interesse dos
de São Paulo alunos demonstrou que os problemas exis-
tem e devem ser tratados adequadamente
Dalton Luiz de Paula Ramos; Luiz Eugenio Mazzilli; nas nossas unidades de ensino.
Rogério Nogueira Oliveira; Mary Caroline Skelton
Macedo Formação Inicial Docente:
dalton@usp.br
Uma Experiência do PIBID
São inúmeras as situações no processo nas Aulas de Educação Física
de educação superior em que se vê resvalos
éticos complicados e desnecessários. Os alu- Faculdade de Educação da Universidade de
nos ainda não se sentem bem em denunciar São Paulo
questões relativas ao tratamento recebido
por docentes, com receio de represálias e Jorge Luiz de Oliveira Junior, Ronnie de Almeida
comprometimento do curso que estão re- Alves da Silva, Bruna Dal Belo Benetti, Carla
alizando. Este foi um dos temas demanda- Santiago Almeida
dos pelos alunos na Disciplina de Docência jorgejr@usp.br
Universitária e Estratégias de Ensino-apren-
dizagem na FOUSP no 2o semestre de 2015, Resumo
por conta de vivencias dos próprios alunos A sociedade pós-moderna conigura um
durante o desenvolvimento dos créditos período de constantes transformações nos
do curso de mestrado. A Disciplina se de- cenários sociais, políticos, econômicos e
senvolve sob contrato pedagógico e os te- culturais. Nesses tempos, a educação es-
mas são desenvolvidos somando-se o que colarizada tem se esforçado para se trans-
os professores vêem como imprescindível formar, de fato, num espaço democrático,
na formação do mestre e o que os alunos de aproximação, contato e diálogo entre
vêem como interessante à sua formação os diferentes grupos culturais, buscando
como professores. Escolhido o tema, para reconhecê-los, compreendê-los e valorizá-
gerar espaço de comunicação sem proble- -los. Inspirada nessa necessidade social, a
mas quanto à identidade dos casos que os Educação Física fundamentou-se nos pres-
alunos apresentaram, o professor de Bioética supostos dos Estudos Culturais e do multi-
gravou sua apresentação como um progra- culturalismo crítico para propor o currículo
ma de perguntas e respostas, com o inter- cultural da Educação Física. Ao iniciar o ano
locutor em off. As perguntas selecionadas letivo de 2016, alguns/as bolsistas do Pro-
entre os alunos foram sobre a conduta do grama Institucional de Bolsas de Iniciação
orientador durante o pós-graduação; a pos- à Docência, da Faculdade de Educação da
sibilidade da troca do orientador durante o USP (PIBID-FEUSP) passaram a acompanhar
curso; a autoria da tese na publicação (se do as aulas de Educação Física, pautada pela
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perspectiva cultural, numa escola munici- mestres. Focando na celebrada, ainda pou-
pal, localizada na zona leste do município co conhecida dos brasileiros, Cartas a uma
de São Paulo. Nesse sentido, o trabalho Princesa Germânica – genuínas obra didática
tem o objetivo de apresentar um trabalho de sua época [1], onde é clara a tentativa de
de ginástica rítmica, ocorrido com turmas tornar o conhecimento Físico, Matemático
de 5o ano do ensino fundamental, entre os e Filosóico mais acessível – pretendese de-
meses de fevereiro e maio, onde os/as bol- fender que a mesma deveria igurar entre as
sistas, juntamente com o auxílio do profes- referências básicas à leitura dos mestres da
sor-supervisor, participaram ativamente da Matemática, numa perspectiva histórica da
elaboração das aulas e da ação pedagógica formação de matemáticos e educadores.
com as crianças, pois estiveram em conta-
to direto com as turmas. Essa intervenção Referências Bibliográicas
conjunta aconteceu em variados momentos [1] ALEXANDERSON, G.L. Arts Expositio-
do trabalho: no diálogo com o Projeto Polí- nis: Euler as Writer and Teacher.
tico Pedagógico da escola, na compreensão [2] EULER, L. Letters of Euler on Different
da proposta cultural da Educação Física, no Subjects in Natural Philosophy addressed to
mapeamento dos saberes referentes à prá- a German Princess Vol. 1.
tica corporal junto às turmas, na relexão e [3] GRIGOR’IAN A.T., KIRSANOV V.S. Let-
seleção de atividades de ensino, nas discus- ters to a German Princess and Euler’s Physics.
sões e problematizações sobre gênero e na [4] SIU, M. Euler and Heuristic Reasoning.
elaboração de mecanismos de registro e de
avaliação do trabalho. Ao inal do trabalho, Um Estudo de Caso, com
foi possível perceber o quanto essa expe- Ingressantes de 2015 do
riência pedagógica contribuiu signiicativa-
mente na formação proissional dos/as fu-
Curso de Licenciatura Em
turos/as docentes. Matemática do IME-USP,
Sobre a Transição do Ensino
Ao Ler as Cartas de Euler: Médio para o Superior
Relexões a Respeito da Leitura
Instituto de Matemática e Estatística da
dos Mestres na Formação Universidade de São Paulo
Matemática e em História da
Matemática de Professores Thiago Augusto Corrêa Peleias e David Pires Dias
thiagopeleias@gmail.com, dpdias@ime.usp.br
Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo Ao iniciar um curso de nível superior, o
aluno ingressante se depara, geralmente,
Guilherme Augusto Vaz com um ambiente diferente daquele viven-
guilherme.augusto.vaz@gmail.com ciado na educação básica e, em particular,
o contato inicial dos calouros do curso de
Leiam Euler, leiam Euler, ele é o mestre de licenciatura em Matemática com a matemá-
todos nós! tica dessa nova etapa pode ser traumático,
Atribuída a Laplace, a famosa frase é pa- como corroborado por depoimentos de al-
radigmática da questão que permeiam este guns ex-alunos, concluintes ou não, desse
trabalho. Estamos nós, matemáticos e pro- curso de graduação. Para avaliar a transição
fessores de Matemática, lendo os mestres? entre a educação básica e a superior, no que
Euler entre tantos outros? tange a licenciatura em Matemática do IME,
Durante a leitura do mestre e sobre o mes- e propor alternativas para que tal transição
tre que o incômodo tomou contornos de seja mais suave e menos traumática foi rea-
pesquisa e relexão: era a primeira vez em 10 lizado um levantamento bibliográico sobre
anos nas áreas de Matemática e seu ensino o assunto, além de aplicado um questioná-
que lia a produção de um de seus grandes rio aos ingressantes do ano de 2015 e en-
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trevista com aqueles que tiveram matrículas Enfermagem para suas futuras práticas edu-
canceladas (por evasão, transferência, de- cativas.
sistência, etc). Pode-se perceber que exis-
tem diversos fatores que contribuem para Objetivo
a diiculdade de transição e que portanto Discutir o planejamento e a implementa-
vários meios podem ser trabalhados, juntos ção da aula “Sessão Pipoca” para a relexão
ou separadamente, para atenuar a diicul- sobre a dimensão estética da competência
dade dos ingressantes, como por exemplo: docente.
mudança na grade ideal do curso (como a
que ocorreu em meados da década de no- Método
venta) ou mesmo introdução de disciplinas Relato da sistematização do plano da re-
e/ou projetos de apoio no início do curso; ferida aula, da ambientação da sala de aula
diminuição da carga horária anual pensada com elementos de cinema e da utilização
para os estudantes trabalhadores, mas des- do ilme “O sorriso de Mona Lisa” na dis-
de que acompanhada de tutorias/monito- ciplina “ENO 0600 - Ensinar e aprender em
rias que auxiliem-nos no início de sua gra- Enfermagem: fundamentos teórico-meto-
duação (como a de Apoio aos Ingressantes dológicos”, no ano de 2016, no Curso de
do IME do programa Ensinar com pesqui- Licenciatura em Enfermagem da Escola de
sa de 2011); escolha pensada e minuciosa Enfermagem da Universidade de São Pau-
dos docentes que ministram aulas para os lo (EEUSP). Essa aula fundamentou-se no
ingressantes; etc. Mas o que deve ser des- aporte teórico e ilosóico sobre as dimen-
tacado é o fato de sempre se estar atento sões da competência docente propostas
as taxas de evasão e reprovação das turmas por Terezinha Rios, a saber: a técnica, a éti-
de ingressantes, para procurar alternativas ca, a estética e a política.
cabíveis sempre que estes números come-
çarem a aumentar. Porque mesmo sabendo Resultado
que existem meios de minimizar o impacto O planejamento da aula incluiu o deline-
da transição entre esses dois níveis da edu- amento dos objetivos de aprendizagem, a
cação, deve-se sempre lembrar que as ge- escolha do ilme, a elaboração do instru-
rações mudam, assim como as alternativas, mento para a análise ilmográica, a deini-
que precisam ser reavaliadas e repensadas. ção da estratégia, a estruturação do debate
posterior ao ilme, a forma de avaliação, a
seleção de recursos e de materiais comple-
Luz, Câmera e (Inov)Ação: mentares para o Moodle Stoa USP. A imple-
Uso de Filmes no Despertar mentação teve início com:
Organização da sala de aula a im de re-
da Dimensão Estética em tratar uma sessão de cinema (bilhetes, si-
Licenciandos de Enfermagem nopse do ilme, cadeiras com apoios para
os pés, pipocas, refrigerantes, guloseimas).
Escola de Enfermagem da Universidade de
Exibição do ilme: possibilita relexões
São Paulo
sobre a postura ética, o senso estético e o
Alfredo A. Pina-Oliveira, Denise M. de Almeida, posicionamento político de uma professo-
Cláudia Prado, Maria de Fátima P. Fernandes e ra com ideias inovadoras para além do agir
Maria P.S.S. Nóbrega técnico em um Instituição de Ensino femini-
alfredopina@usp.br na e tradicionalista.
Instrumento para a análise ilmográica:
Introdução orienta os estudantes e é composto pela
Incorporar a dimensão estética na cons- identiicação do avaliador, icha técnica,
trução da competência docente pode fa- avaliação classiicatória do ilme, percep-
vorecer o despertar da sensibilidade, afe- ções e perguntas norteadoras sobre a te-
tividade e criatividade dos licenciandos de mática da aula.
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Discussão do ilme: possibilita as devo-
lutivas do roteiro e as relexões em grupo. Implicações do Paradigma
Essa etapa incluiu a presença de docentes
de dois departamentos da EEUSP a im de
da Psicologia Humanista no
explorar as especiicidades do ensino em Processo de Formação em
Enfermagem. Pedagogia
Materiais complementares: “Pipoca ou 1
piruá” de Rubem Alves e “O poder de acre- Centro Universitário FIEO
2
ditar que se pode melhorar” de Carol Dwe- Universidade Mogi das Cruzes
ck são vídeos inspiradores sobre elementos
Gabriel Pinheiro Silva1, Rute Alves Gonçalves2,
essenciais para a transformação dos indiví-
Karina da Costa1, Elisangela Leandro da Silva1,
duos ao longo do processo educativo e que
Nathália Rodrigues Campos1, José Maria
estão disponíveis no YouTube®.
Montiel1, Daniel Bartholomeu1
Infográicos: associam os conceitos le-
gabs_biel@hotmail.com
vantados nos vídeos supracitados e ofere-
cem exemplos de frases e pensamentos que Resumo
incentivam a Mentalidade de Crescimento A presente pesquisa objetivou demons-
(“pipoca”) e a Mentalidade Fixa (“piruá”) no trar a importância da concepção da escola
processo de ensino e de aprendizagem. Humanista da Psicologia na formação de
Ciberteca: oferece estudos sobre o uso do professores, salientando suas implicações
cinema na área de Enfermagem e na Educa- para propor uma relexão dos cursos de Pe-
ção, assim como textos relexivos e resenha dagogia do Século XXI, sendo esta de cunho
crítica do ilme escolhido. qualitativa. Dispondo como referencial teó-
Avaliação da Sessão Pipoca: evidencia a rico, livros e artigos cientíicos, tal pesquisa
satisfação dos estudantes por meio de um propôs a observação de alguns conceitos
mural com carinhas em diferentes emoções: base do pensar pedagógico no século XX,
feliz (mais votada), triste, quero mais, em algumas das transformações ocorridas nes-
dúvida, cansado, com raiva e confuso. te período e contribuições de autores e cor-
rentes teóricas que surgiram dentro desta
Conclusão época, dentre elas, as contribuições de Carl
A “Sessão Pipoca” torna-se inovadora ao Rogers e da Gestalt terapia e por meio de
revisitar o uso de ilmes em sala de aula, in- uma análise de tais conceitos discutir as im-
corporando elementos para a relexão so- plicações do paradigma educacional pau-
bre a dimensão estética na construção da tado por bases propostas pelo movimento
identidade dos futuros professores frente Humanista na Psicologia, mantendo o recor-
aos desaios da educação no século XXI. te temporal e correlacionando ambos com
a formação em Pedagogia. Deste modo foi
Descritores: Cinema como Assunto, Ensi- possível observar que as concepções huma-
no Superior, Docentes, Difusão de Inovação. nistas implicadas no processo de estudo e
formação do pedagogo permite a relexão
da pluralidade das práxis pedagógica par-
tindo de pressupostos como: a aceitação e
relexão de situações do presente para po-
der estabelecer estratégias e parâmetros de
transformação e da possibilidade de traba-
lho e produção dos alunos em sala de aula
de maneira autônoma.

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docente. Os professores universitários apre-
A formação do Professor para sentados no estudo se encontram no inicio
da carreira docente, e possuem diiculda-
a Educação Superior: Dilemas des comuns ao que é descrito nos estudos
entre o Ensino e a Pesquisa de Marcelo Garcia e Vaillant (2012) sobre o
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de professor iniciante e do conceito de pro-
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo issionalidade docente de Nóvoa (2009) e
Zabalza (2007). Os dados levantados pelos
Márcia Mendes Ruiz Cantano, Noeli Prestes Padilha sujeitos tem demonstrado a percepção de
Rivas que o Programa PAE alcança seu objetivo
marcia@fcfrp.usp.br quando oferece ao estagiário maior conta-
to com a prática docente e quando oferece
O presente trabalho apresenta o tema da maior autonomia ao estagiário. Os saberes
formação pedagógica de professores para aprendidos durante o Programa PAE corres-
atuar no Ensino Superior. O objeto deste es- pondem na maioria das vezes a saberes téc-
tudo são os professores universitários, que nicos da docência, na perspectiva de Cunha
realizaram o Programa de Aperfeiçoamento (2010). Os sujeitos reiteram a importância
de Ensino na Universidade de São Paulo, e de espaços e programas para a formação
foi motivado e construído com base na ex- docente para o Ensino Superior. A pesquisa
periência da autora deste como educado- está em andamento e espera-se que os da-
ra de uma unidade da USP. Autores como dos possam contribuir com o Programa PAE
Almeida (2011), Anastasiou e Alves (2004), da Universidade de São Paulo.
Cunha (2010), Dias Sobrinho (2009), Maset-
to (2009), Pimenta (2012) e Zabalza (2009) O Magistério da Educação
apontam que a formação pedagógica do Básica Como “Futuro
professor universitário no Brasil tem icado
aquém da complexidade exigida pela tarefa
Possível” na Percepção de
de ensinar no Ensino Superior. O objetivo Licenciandos de História
deste trabalho é investigar o Programa de Universidade Federal do Rio de Janeiro
Aperfeiçoamento do Ensino da Universida-
de de São Paulo (PAE - USP) como espaço Máximo Augusto Campos Masson
de formação de professores para o ensino maxmasson@ufrj.br
superior, a partir da perspectiva dos egres-
sos dos Programas de Pós-Graduação da
FCFRP, que atuam como docentes em ins- Introdução
tituições de ensino superior brasileiras. O O trabalho apresenta resultados de pes-
referencial teórico tem como base estudos quisa complementar ao trabalho desen-
sobre a universidade contemporânea: suas volvido durante estágio de pós-doutorado
problemáticas e o seu cenário atual; a ques- realizado na Faculdade de Educação da Uni-
tão da formação de professores para o En- versidade de São Paulo, sob a coordenação
sino Superior e a complexidade da docência acadêmica da Profa. Dra. Sônia Maria Van-
universitária. A metodologia utilizada é de zella Castellar, cujo objetivo principal vinha
abordagem qualitativa. Como instrumentos a ser a compreensão de efeitos do cotidia-
de coleta de dados, foram utilizados ques- no escolar sobre a conformação de “futuros
tionário e entrevistas semiestruturadas. O possíveis” de concluintes do ensino médio
presente trabalho oferece contribuições matriculados nas redes estaduais de São
para a compreensão do campo da forma- Paulo e Rio de Janeiro.
ção de professores para o ensino superior Considerando a importância atribuída por
na medida em que articula as dimensões estudantes que compuseram nosso univer-
do Programa PAE com os constructos dos so de pesquisa a ação de alguns de seus
saberes da docência e da proissionalidade professores e igualmente as condições de
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trabalho vivenciadas por grande parte do tas profundas desenvolvido por Bourdieu,
professorado brasileiro da educação básica, especialmente em “A Miséria do Mundo”.
empreendemos pesquisa complementar re- Dados secundários referentes aos estudan-
ferente a percepções de estudantes de cur- tes foram utilizados bem como questioná-
so de licenciatura sobre o trabalho docente, rios para realização de levantamento preli-
as clientelas escolares e as possibilidades de minar dos possíveis entrevistados. A análise
exercerem o magistério. Resultados prelimi- desenvolveu-se com base, em especial, nos
nares são aqui apresentados, todos referen- estudos de Bourdieu, Lahire e Elias.
tes à investigação que envolveu exclusiva- Atentamos para os possíveis efeitos re-
mente concluintes de curso de licenciatura sultantes de posicionamentos diferenciados
em história. no campo social, o que nos fez privilegiar,
alem do pertencimento de classe, dados
Descrição como: trajetórias escolares anteriores, es-
A pesquisa teve por objetivos principais colarização dos pais e inserção no mercado
apreender e analisar: os motivos que leva- de trabalho. O reconhecimento de determi-
ram esses estudantes, possíveis futuros pro- nantes estruturais na percepção das pers-
fessores, a empreender um curso de licen- pectivas de futuro e na avaliação das traje-
ciatura em história; suas considerações sobre tórias escolares não signiica ter uma com-
as possibilidades de exercerem o magistério preensão reducionista da realidade social.
da educação básica e suas percepções refe- Nessa perspectiva, buscamos observar as
rentes às clientelas escolares, especialmente diferenciações resultantes de situações de
aquelas de escolas municipais e, sobretudo, socialização distintas, mesmo se as diferen-
estaduais, responsáveis pela oferta, sob ad- ças existentes aparentem ser bastante sutis.
ministração pública do ensino médio. Bus- Procuramos, assim, compreender os mo-
camos, de forma similar ao empreendido no dos de emprego do “patrimônio individual
projeto principal de nosso estágio de pós- das disposições”, sublinhados por Lahire em
-doutorado, compreender como licenciados, suas análises do cenário escolar francês e
em momento próximo à conclusão da gra- dos mecanismos atinentes à “reconversão
duação, construíam idealizavam seus “futu- de diplomas” sublinhada por Bourdieu.
ros possíveis” mais imediatos.
Resultados e Conclusões
Metodologia A maioria dos estudantes pesquisados
O universo da pesquisa se constituiu de considerou a inserção no magistério da edu-
concluintes de curso de licenciatura em his- cação básica uma opção proissional secun-
tória, ingressos a partir de 2011, matricula- dária. Em sua maioria, pretendem dar pros-
dos em uma das mais antigas e prestigiadas seguimento à formação acadêmica, ingres-
instituições públicas de ensino superior. Os sando em curso de mestrado, preferencial-
estudantes foram selecionados por idade mente, mas não exclusivamente em sua área
(serem jovens, isto é, terem no máximo vin- de formação (história). A continuidade da
te e quatro) e já terem cursado, no mínimo, formação possibilitaria a inserção no magis-
seis períodos letivos. Alunos de maior idade tério do ensino superior, principalmente em
não foram objeto de pesquisa por, em sua instituições públicas, objetivo apontado por
maioria, já estarem inseridos há algum tem- quase todos, exceto por aqueles que pre-
po no mercado de trabalho, exercendo ati- tendem realizar outros cursos de graduação.
vidades proissionais que não pretendiam Percentual mínimo dos estudantes, inclusive
substituir pelo exercício do magistério. de famílias de menor renda, airma ter no
A pesquisa foi desenvolvida empregando- magistério da educação básica sua principal
-se técnicas de investigação sugeridas por e única opção proissional. Fatores que os
Geertz para a realização de uma descrição levam a negligenciar o magistério da educa-
densa de situações sociais e, em perspecti- ção básica, sobretudo em redes municipais
va similar, utilizamos o recurso das entrevis- e estaduais, são as condições de trabalho,
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característica da clientela escolar das redes a compreensão do futuro professor acerca
municipais e estaduais, afora baixos salários. da proissionalidade docente. As três disci-
Assim, consideram o trabalho no magisté- plinas têm o ensino como questão central
rio incapaz de assegurar um padrão de vida e, portanto, se fundamentam predominan-
com a qualidade almejada, salvo, excepcio- temente nos conhecimentos do campo pe-
nalmente, em grandes escolas particulares dagógico e da Didática. Por essa identidade
ou instituições federais de ensino. epistemológica, as disciplinas propõem um
estágio único e integrado, realizado de ma-
Didática, Práticas de Ensino neira articulada durante um ano letivo. Esse
e Estágio Supervisionado: programa de estágio é nosso objeto de re-
lexão neste trabalho.
Articulações e Possibilidades O ensino é entendido como prática social
de Formação no Curso de complexa, especíica e multideterminada
Licenciatura em Ciências que se realiza na práxis social entre os su-
jeitos envolvidos nesse processo, portanto,
Biológicas ocorre em situações historicamente situa-
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras das, ou seja, nas aulas e demais situações
de Ribeirão Preto de ensino das áreas do conhecimento, nas
escolas, nos sistemas de ensino, nas cultu-
Cristina Cinto Araújo Pedroso, Clarice Sumi ras, nas sociedades, estabelecendo-se os
Kawasaki e Sheila Maria Mazer-Gonçalves nexos entre eles (PIMENTA, 2010; ALMEIDA;
cpedroso@ffclrp.usp.br PIMENTA, 2014). Portanto, o ensino de qua-
Resumo lidade será aquele que resulte em qualidade
Este trabalho tem como objetivo discutir formativa; ensinar é organizar intencional-
a importância do estágio supervisionado mente as condições para sua realização vi-
curricular como espaço privilegiado de for- sando ao desenvolvimento do exercício da
mação do professor de Biologia. Trata-se de crítica para transformação das condições
um estudo qualitativo, tendo por corpus um vigentes (ALMEIDA; PIMENTA, 2014).
programa de estágio, o qual foi analisado
na perspectiva da análise documental. As Percurso Metodológico
análises empreendidas permitiram destacar A pesquisa foi realizada na Faculdade de
o potencial do estágio como lócus privile- Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
giado de formação de licenciados em Ci- da Universidade de São Paulo. Trata-se de
ências Biológicas, sobretudo por fomentar um estudo qualitativo, tendo por corpus o
a relexão e a investigação sobre a escola programa de estágio proposto de maneira
pública, o ensino e as práticas pedagógicas. articulada pelas disciplinas de Didática Ge-
ral I, Prática de Ensino de Biologia I e Prática
Introdução de Ensino de Biologia II, o qual foi analisado
Este texto tem como objetivo discutir a na perspectiva da análise documental (LU-
importância do estágio como espaço pri- DKE e ANDRÉ, 1986 e CELLARD, 2008).
vilegiado de formação do futuro professor O programa de estágio, com carga horária
de Biologia e, de maneira mais especíica, de 60 horas relativas à disciplina de Didática
pretende discutir um programa de estágio Geral I e 60 horas de Prática de Ensino de
que, ancorado nas disciplinas de Didática Biologia I, contempla as seguintes ativida-
Geral I, de Práticas de Ensino de Biologia I e des: observação participante das aulas de
de Práticas de Ensino de Biologia II, do Cur- Biologia na escola pública estadual; parti-
so de Licenciatura em Ciências Biológicas, cipação nas reuniões pedagógicas; análise
do Departamento de Educação, Informação do projeto político-pedagógico da escola e
e Comunicação da Faculdade de Filosoia, do plano de ensino desenvolvido pelo pro-
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da Uni- fessor; prestação de serviço à comunidade
versidade de São Paulo, procura favorecer escolar, atividade de docência (regência de
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aula) e registro relexivo em portfólio anual
do percurso do estágio. Estágio Supervisionado e
Resultados e Conclusões
a Experiência da Monitoria
A análise do programa de estágio evi- na Licenciatura em
denciou que o mesmo tem potencial para Educomunicação
superar a dicotomia entre conhecimentos
especíicos e pedagógicas, bem como, en- Escola de Comunicações e Artes da
tre conhecimentos teóricos e práticos, na Universidade de São Paulo
medida em que o ensino de Biologia é o
Maria Cristina Palma Mungioli, Radamés Alves
foco principal e os conhecimentos tratados
Rocha da Silva
pelas disciplinas são considerados referên-
crismungioli@usp.br
cia na análise e ressigniicação das situações
vivenciadas na escola. Merece destaque a Resumo
atividade de docência (de 8 aulas), elabo- O presente relato propõe-se a apresentar
rada de comum acordo com o professor da as especiicidades do estágio supervisiona-
classe estagiada e sob a orientação das do- do da Licenciatura em Educomunicação da
centes e educadora responsáveis pelo está- ECA/USP destacando as ações desenvolvi-
gio. Essa atividade coloca o estagiário em das pelo monitor bolsista com o objetivo de
uma situação de docência, supervisionada subsidiar as atividades docentes e discentes
pelo professor responsável pela classe, que para a construção e realização do projeto
garante a aproximação entre o professor de estágio em escolas públicas.
em formação inicial e o professor em ação
e seus modos de desempenhar o traba- Introdução
lho. Organizado como campo de conheci- As atividades realizadas pelos Monito-
mento, o programa de estágio em questão res-Bolsistas do Programa de Formação de
propicia ao futuro professor formular suas Professores (doravante PFP) da Pró-Reitoria
representações sobre a docência e ampliar de Graduação da USP visa apoiar o desen-
suas compreensões conceituais a respeito volvimento de ações voltadas para a forma-
de como ensinar e aprender (ALMEIDA; PI- ção dos alunos de graduação nos cursos de
MENTA, 2014). Licenciatura para a realização de estágios
Concluindo, o programa de estágio arti- em ambientes escolares. As atividades dos
culado e ancorado nas três disciplinas do monitores-bolsistas incluem, além do asses-
núcleo de formação de professor do cur- soramento aos docentes responsáveis pelas
so de Licenciatura em Ciências Biológicas disciplinas com estágio curricular obrigató-
da FFCLRP/USP leva os estudantes romper rio, acompanhamento dos estágios em seu
com a perspectiva meramente técnica e campo de realização bem como ações de
instrumental do ensino, tratando-o como apoio aos discentes. No caso especíico da
fenômeno complexo e prática social. As jovem Licenciatura em Educomunicação,
disciplinas favorecem a construção de co- que teve sua primeira turma de formandos
nhecimento sobre a docência e a criação de no primeiro semestre de 2015, a atuação do
respostas novas, assumindo, portanto, um monitor-bolsista torna-se essencial para a
caráter explicativo, compreensivo e projeti- construção de um relacionamento profícuo
vo sobre o ensino, tal como recomendam entre escolas e Universidade, já que as ba-
Almeida e Pimenta (2012). ses dessa relação começaram a ser lança-
das recentemente e necessitam constante
e atento acompanhamento. A presente co-
municação visa tanto a detalhar as particu-
laridades e os resultados das parcerias efe-
tivadas quanto a destacar as especiicidades
do estágio supervisionado na Licenciatura
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em Educomunicação enfocando suas con- das em duas disciplinas de metodologia do
tribuições para a formação dos futuros li- ensino (CCA0316 e CCA308) que são com-
cenciandos. plementares e que subsidiam tanto as ati-
vidades discentes de estágio objetivando
Descrição do Projeto a elaboração de projeto de intervenção di-
O Projeto de Estágio da Licenciatura em dática quanto a fundamentação das ações
Educomunicação alicerça-se sobre o Pro- do monitor-bolsista; (2) ações do monitor-
jeto Pedagógico do curso e leva em con- -bolsista entre as quais se destacam: supor-
sideração os princípios e objetivos do PFP te e acompanhamentos das disciplinas de
dos cursos de licenciatura da Universidade Estágios Supervisionados; visitas técnicas e
de São Paulo. Conforme o Projeto Pedagó- de monitoramento de estágios nas escolas;
gico da Licenciatura em Educomunicação, contatos com escolas com potencial para
em atendimento às “normas da Comissão desenvolvimento de projetos educomuni-
Permanente de Licenciatura da USP (...) o cativos; orientação quanto à elaboração de
exercício da proissão de um licenciado será relatórios e projetos de estágios; avaliação
sempre correspondente a de um professor das atividades realizadas pelos alunos.
de uma disciplina especíica. Isso signiica
que ele se forma simultaneamente numa Resultados
área de conhecimento e como um prois- A realização dos estágios supervisiona-
sional que atuará numa instituição educa- dos propiciaram o desenvolvimento de pro-
cional”. (PFP, 2004, p.19). Atendendo a esse jetos de intervenção de caráter transversal
princípio e considerando que ainda não e interdisciplinar demonstrando a aplicabi-
há na grade curricular das escolas públicas lidade dos conceitos e práticas educomu-
municipais ou estaduais uma disciplina de- nicativas. Contribuiu fortemente para os
nominada expressamente Comunicação, os resultados positivos a atuação constante e
alunos realizam seus estágios nas modali- adequada do monitor-bolsista que possibi-
dades de observação e regência em diver- litou e deu suporte às atividades docentes
sas disciplinas com o intuito de observar e discentes.
não apenas a comunicação em um compo-
nente curricular especíico, mas de manei- Conclusões
ra multidisciplinar, objetivando a elabora- O êxito das atividades realizadas no âm-
ção de projeto de intervenção didática que bito dos estágios supervisionados e da mo-
contemple os fundamentos e as práticas da nitoria prevista no PFP ao longo de dois
Educomunicação. Os alunos são incentiva- semestres da Licenciatura em Educomuni-
dos a planejar e a realizar seus projetos de cação demonstram a importância de ações
intervenção de maneira transversal e inter- coordenadas tanto da supervisora dos es-
disciplinar. Essa especiicidade do estágio tágios quanto do monitor-bolsista cuja atu-
de Educomunicação considerada de início ação baseou-se em fornecer subsídios con-
um desaio começa a demonstrar, na prá- ceituais e operacionais aos principais atores
tica, uma ótima oportunidade para a reali- envolvidos no processo (diretores, coorde-
zação de projetos que buscam não apenas nadores, estagiários).
desenvolver práticas inovadoras por parte
dos licenciandos, mas principalmente de-
notam um olhar mais amplo sobre a inter-
face Comunicação e Educação no cotidiano
das escolas.

Metodologia
O projeto envolve duas etapas que se
realizam concomitantemente ao longo de
dois semestres: (1) atividades desenvolvi-
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diretamente na qualidade do ensino, da
Promoção da Saúde na aprendizagem e na atenção em saúde pres-
tados. O entendimento de promoção da
Educação Básica: a Construção saúde evidencia a necessidade de articular
do Conhecimento na Formação às políticas públicas o compromisso com a
do Enfermeiro Licenciado criação de ambientes favoráveis à saúde;
desenvolvimento de habilidades pessoais;
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto fortalecimento de ações comunitárias e re-
da Universidade de São Paulo orientação de serviços de saúde e conferem
ao processo de ensino e aprendizagem na
Marta Angélica Iossi Silva, Marlene Fagundes enfermagem uma ressigniicação trans-
Carvalho Gonçalves, Luciane Sá de Andrade,
formadora das práticas de ensino, favore-
Estela Maria Leite Meirelles Monteiro
cendo a superação do modelo biologicista
maiossi@eerp.usp.br
e a natureza lexineriana que caracteriza a
Resumo formação e a atuação dos proissionais de
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) do saúde. Nessa perspectiva, o processo ensi-
Curso de Bacharelado e Licenciatura da Es- no-aprendizagem em enfermagem requer
cola de Enfermagem de Ribeirão Preto da práticas educacionais que contribuam para
Universidade de São Paulo/EERP-USP, ao um pensamento crítico e que articulem co-
qual esta experiência se refere, apoia-se nas nhecimentos contextualizados com uma
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso apreciação relexiva da realidade.
de Graduação em Enfermagem, nas Diretri-
zes Curriculares Nacionais para a Formação Descrição do Projeto
de Professores de Educação Básica em Ní- O curso de Bacharelado e Licenciatura
vel Superior e no Programa de Professores tem o objetivo de articular a formação do
da USP. Buscando a formação do enfermei- enfermeiro com o conhecimento pedagó-
ro licenciado com competência para atu- gico, preparando-o para a prática docen-
ar como professor e desenvolver ações de te no ensino técnico proissionalizante em
promoção da saúde na escola, duas disci- enfermagem e para a realização de ações
plinas do curso utilizam o ciclo pedagógico promotoras de saúde no âmbito da edu-
a im de relacionar a formação pedagógica cação básica. As disciplinas, Promoção da
e a formação especiica por meio da articu- Saúde na Educação Básica e Estágio Super-
lação da formação ao mundo do trabalho; visionado: Promoção da Saúde na Educação
referencial pedagógico: educação crítico- Básica, promovem aos futuros enfermeiros-
-relexiva, aprendizagem signiicativa que -educadores a inserção em escolas públicas
se constituem em princípios do PPP. da rede estadual, para os quais o aprendi-
zado tem como ponto de partida a prática
Introdução proissional e a aprendizagem signiicativa,
A questão que se coloca inicialmente é a partir de situações concretas do cotidia-
como a formação nos cursos de licenciatu- no em saúde e educação. Busca-se o pro-
ra em enfermagem podem contribuir para cesso relexivo, não apenas como atividade
a melhoria da articulação entre a formação intelectual, mas especialmente a relexão e
pedagógica e a formação especíica da área a criticidade que conduz a um saber que di-
de conhecimento? A formação de profes- reciona e ressigniica a prática.
sores, especialmente aqueles que atuarão
na formação de proissionais da área da Metodologia Utilizada
saúde, tem suscitado amplos debates que O desenvolvimento das disciplinas com-
são do interesse tanto das instituições for- preende abordagens ativas articulando a
madoras, quanto dos sistemas educacionais experiência em contextos reais da escola
e de saúde, pois, a qualidade desta forma- pública com registros e utilização de am-
ção constitui um dos fatores que interfere bientes virtuais, além das discussões em
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aula. Nos ambientes virtuais, o aluno de- ros-educadores; no estímulo aos cursos de
senvolve um portfólio eletrônico, e tem Licenciatura em Enfermagem e na capacita-
acesso a materiais de fundamentação cien- ção do enfermeiro para atuar no âmbito da
tíica e ambientes de interação como chats. comunidade, no espaço da escola pública,
A construção do conhecimento ocorre com de forma compromissada e crítica.
o estabelecimento do Ciclo Pedagógico al-
ternando as imersões nas escolas públicas e Articulando a Formação
as discussões na universidade, e se processa Inicial e Continuada de
no desencadeamento das seguintes etapas
inter-relacionadas: 1. Imersão no cenário
Professores em uma
escolar; 2. Síntese do Provisória; 3. Busca; e Disciplina de Licenciatura
4. Nova síntese. Instituto de Biociências da Universidade
de São Paulo
Resultados Obtidos
Ao longo da disciplina a atuação dos gra- Rosana Louro Ferreira Silva
duandos no campo vai apreendendo maior rosanas@usp.br
complexidade por considerar as demandas
evidenciadas e o interesse e expectativas A relação entre a formação inicial e con-
dos escolares. No encontro semanal, que tinuada é algo considerado extremamente
corresponde à síntese do problema, é dis- relevante na perspectiva da legislação de
cutido no grupo as observações realizadas formação docente e da literatura da área. A
tecendo uma aproximação com conheci- prática mais comum desse tipo de interação
mentos iniciais do grupo, culminando na tem sido a presença de licenciandos nas es-
delimitação da questão de aprendizagem colas por meio do estágio supervisionado.
que deverá ser trabalhada a partir de busca Este trabalho tem por objetivo apresentar
teórica, momento em que é assegurado que uma experiência, inversa, em que professo-
seja realizada a consulta, leitura e relexões res da educação básica foram convidados a
de conteúdo cientíico que aprofundem os participar como colaboradores junto a uma
conhecimentos que respondam à questão disciplina da licenciatura, denominada Con-
de aprendizagem. Em continuidade, o gru- textos e Práticas no Ensino de Zoologia. A dis-
po se reúne para discutir suas produções ciplina foi oferecida no segundo semestre de
individuais e com a mediação do professor 2015, e contou com a participação de 74 alu-
a construção coletiva do saber. Os graduan- nos, nos turnos diurno e noturno. A disciplina
dos agregaram conhecimentos signiicati- teve por objetivos propiciar aos licenciandos:
vos sobre articulação das políticas públicas desenvolver sequências didáticas que arti-
de educação e as propostas de promoção culem diversidade e ilogenia dos animais;
da saúde, processo e planejamento do en- analisar e discutir a seleção de conteúdos,
sino-aprendizagem na educação básica, estratégias didáticas e instrumentos de ava-
Relações professor-aluno na educação bá- liação no Ensino de Zoologia; reletir sobre
sica. Esse campo de atuação e formação da Ensino de Zoologia na escola básica e em
enfermagem, tem sido colocado enquanto outros espaços educativos; elaborar e ana-
desaio, apesar da longa experiência dos lisar diferentes recursos didáticos, tais como
enfermeiros brasileiros atuarem em espaços texto, multimídia, modelos, imagens, jogos,
escolares, particularmente, com alunos da ilmes, animações; reconhecer o campo de
Educação Básica, familiares e professores, pesquisa em Ensino de Biologia. Entre as di-
por meio do desenvolvimento de ações no ferentes atividades, os alunos construíam em
âmbito da Promoção da Saúde. Desta for- grupos uma sequência didática e um recurso
ma, busca-se possibilitar a construção de didático de um tema de Zoologia. Nas aulas
conhecimentos, habilidades e atitudes para em que os grupos apresentavam essas pro-
a docência identiicando-se a possibilidade duções, foram convidados 10 professores da
de potencializar a formação de enfermei- educação básica da rede pública e privada do
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ensino, que assistiram, contribuíram e auxi- para o Ensino Médio”, do Departamento
liaram na avaliação das sequencias didáticas de Fisiologia do Instituto de Biociências da
dos licenciandos. Para melhor compreender Universidade de São Paulo (IB-USP), oferece
os resultados, as discussões foram gravadas um curso de extensão em que se pretende
em áudio e vídeo e posteriormente transcri- propiciar a atualização de conhecimentos
tas. Ressaltamos o papel sócio-interacionista em isiologia e saúde. Ao mesmo tempo, o
da formação inicial e continuada nessa ex- curso visa a troca de experiências entre as
periência, que partiu da concepção “inexpe- vivências e práticas educacionais de profes-
riente” de formulação de sequencias didáti- sores em formação, professores em serviço
cas e a discussão destas sobre a perspectiva e pesquisadores da USP. Ao longo dos úl-
de docentes atuantes, sujeitos do conheci- timos cinco anos dessa experiência, os re-
mento e produtores de saberes. Usamos o sultados têm sido extremamente positivos,
referencial de saberes docentes de Tardif expressos nas avaliações dos licenciandos,
(2012), que propõe um modelo tipológico cursistas docentes da disciplina.
para identiicar e classiicar os saberes dos
professores, considerando: saberes pessoais, Introdução
saberes provenientes da formação escolar, O professor de Biologia tem, entre outras,
saberes provenientes da formação proissio- a missão de ensinar o funcionamento do
nal, saberes provenientes dos programas e corpo humano, sendo um agente de trans-
livros didáticos e, saberes provenientes de formação social por meio da construção
sua própria experiência na proissão, na sala de conhecimentos relevantes para saúde e
de aula e na escola. Entre outros aspectos, foi para lidar com condições isiopatológicas.
identiicado que a presença dos saberes da Durante a última reforma da estrutura cur-
experiência auxiliou na discussão formativa ricular do Instituto de Biociências da USP,
articulada às condições e situações reais de muito se discutiu sobre a importância da
sala de aula, articulando-se com os saberes licenciatura e da formação inicial de pro-
da formação proissional dos licenciandos. fessores para o ensino básico. Nesse con-
Após as apresentações, os licenciandos ti- texto, o Departamento de Fisiologia criou a
veram duas semanas para entregar a versão disciplina “Fisiologia para o Ensino Médio”,
inal do trabalho, onde foi perceptível a mu- visando ampliar os conhecimentos teóricos
dança qualitativa. Na avaliação inal da disci- e também discutir e criar formas de trans-
plina, os licenciandos destacaram que a inte- posição didática dessa temática, além de
ração com os professores atuantes teve um reletir criticamente sobre aspectos introdu-
grande impacto na percepção dos limites e tórios relacionados à prática docente.
possibilidades da prática educativa.
Descrição do Projeto
Fisiologia para o Ensino Médio: Atualmente, a disciplina divide-se em
Um Curso de Extensão quatro módulos de três semanas cada, nos
quais os licenciandos, após uma aula intro-
em Saúde Oferecido por dutória sobre um tema de relevância atual
Licenciandos em Fisiologia Humana e Saúde, devem sele-
Instituto de Biociências da Universidade cionar tópicos que julguem relevantes para
de São Paulo o ensino básico. Passam então por um perí-
odo de preparação de seminários, seguido
Hamilton Haddad, Beatriz Pachedo Jordão, de apresentação e discussão com os cole-
Lucile Maria Floeter-Winter, Regina P. Markus gas e docentes da disciplina. Ao término
haddad@usp.br desses módulos, e feita a primeira seleção e
transposição de conteúdos, inicia-se um pe-
Resumo ríodo de preparação de um curso de exten-
Procurando responder às demandas atu- são voltado a professores do ensino básico.
ais da escola básica, a disciplina “Fisiologia Esse curso pretende não apenas propiciar a
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atualização de conhecimentos em isiologia
e saúde para os professores da rede públi- Formação de Docentes de
ca, mas também a troca de experiências en-
tre as vivências e práticas educacionais de
Engenharia
professores em formação, professores em Escola Politécnica da Universidade de São
serviço e pesquisadores da USP. As aulas Paulo
são planejadas, preparadas e ministradas
pelos licenciandos, com a supervisão da José Aquiles Baesso Grimoni, Luciana Guidon
equipe docente responsável pela disciplina, Coelho, Osvaldo Shigueru Nakao
que participa principalmente das discus- aquiles@pea.usp.br, luciana.coelho@usp.br,
sões que se seguem às apresentações. O nakao@usp.br
curso é realizado ao inal da disciplina, e é
oicialmente cadastrado na Pró-Reitoria de Resumo
Cultura e Extensão Universitária como curso Apresenta-se a disciplina de pós-gradu-
de difusão, com emissão de certiicado aos ação PEA-5900 Tecnologia de Ensino de
cursistas. Engenharia da Escola Politécnica da USP. A
disciplina faz parte da etapa de preparação
Metodologia Utilizada pedagógica do Programa de Aperfeiçoa-
Durante o semestre, aulas expositivas dia- mento de Ensino (PAE) e inicia os alunos de
logadas são utilizadas pelos docentes, se- pós-graduação para a prática docente. De-
guidas de planejamento e apresentação de talham-se os temas abordados na disciplina
seminários. Em algumas edições, foram pro- e se faz uma análise da disciplina com base
duzidos pelos licenciandos materiais instru- na opinião dos alunos.
cionais (apostilas), distribuídos aos profes-
sores da educação básica que participavam Introdução
do curso. A avaliação da disciplina ocorre de As escolas de engenharia no Brasil não
forma diagnóstica e continuada, sendo com- têm, na sua grande maioria, meios explíci-
posta por assiduidade, participação e enga- tos para formar e capacitar os seus profes-
jamento nas atividades ao longo do curso. sores, principalmente em conceitos e con-
Além disso, os licenciandos são avaliados teúdos da área pedagógica e da psicologia
pela profundidade de relexão e clareza nas do ensino e aprendizagem. A partir desta
discussões ao longo do semestre. constatação surgiu na Escola Politécnica da
USP - Epusp a ideia de se criar uma disci-
Resultados e Conclusões plina de pós-graduação, que apresente e
As avaliações realizadas tanto pelos li- discuta temas aplicados para a formação de
cenciandos ao inal da disciplina, quanto professores de engenharia.
pelos cursistas ao inal do curso de exten-
são têm sido extremamente positivas em Descrição do Projeto
todos os critérios analisados: domínio do O objetivo da disciplina é permitir o do-
conteúdo, qualidade das discussões, expec- mínio ainda que parcial de conhecimentos,
tativas atendidas, entre outros. Os índices habilidades e atitudes relativos aos seguin-
em todos esses critérios foram superiores a tes conteúdos:
90% em todas as edições da disciplina e do 1. A estrutura do ensino e pesquisa no
curso. Esses resultados encorajam a equipe Brasil – MEC, INEP, MCT, CAPES, CNPq,
docente a planejar iniciativas mais ousadas, Fapesp;
como ampliar o formato do curso – como, 2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
por exemplo, seu oferecimento em direto- (LDB), diretrizes curriculares, projetos peda-
rias de ensino da rede pública. Acreditamos gógicos;
tratar-se de uma oportunidade ímpar de 3. Avaliação - ENEM, SINAES e ENADE;
contato dos licenciandos da USP com a re- 4. Conselho proissional – CREA/CONFEA;
alidade escolar. 5. Método de projeto de engenharia;
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6. História e evolução da engenharia e de a maioria dos alunos desconhece total ou
suas escolas; parcialmente os temas abordados. Em seus
7. Características e competências de um comentários ica evidente que os assuntos
professor; que mais interessaram são planejamento de
8. Mapas conceituais; cursos, estratégias em sala de aula, psico-
9. Pedagogia, psicologias da aprendizagem, logia da educação e estilos de aprendiza-
teoria da comunicação e teoria de controle; gem. Observou-se ainda, que eles aprovam
10. Estilos de aprendizagem, múltiplas in- o conteúdo da disciplina, a maneira como
teligências; é conduzida com a participação de dois
11. Objetivos educacionais - domínios cog- professores presentes simultaneamente e
nitivo, afetivo e psicomotor. Especiicação manifestam o desejo por uma maior carga
operacional de objetivos; didática.
12. Estratégias de ensino e aprendizagem;
13. Avaliação do processo de ensino- A Tríade Ensino, Pesquisa e
-aprendizagem; Extensão e a Formação de
14. Planejamento de disciplinas;
15. Emprego de tecnologias de comunica-
Professores
ção no ensino e educação à distância (EaD). Instituto de Matemática e Estatística

Metodologia David P. Dias


A disciplina tem 12 atividades/aulas ba- dpdias@ime.usp.br
seadas em leituras prévias, discussões em
classe sobre temas abordados nas leituras. Resumo
O aluno entrega em cada atividade/aula As diretrizes estabelecidas pelo Programa
uma produção em grupo realizada em sala de Formação de Professores (PFP) da USP
de aula e uma produção individual realiza- nortearam alterações no Projeto Político Pe-
da em casa. Esses grupos são organizados a dagógico do curso de Licenciatura em Ma-
cada atividade/aula de forma não repetitiva temática do IME/USP, que, a partir de 2006,
para que a habilidade de trabalhar em equi- passou a prever em sua grade curricular a
pe seja reforçada. Além desses 12 trabalhos, disciplina Projetos de Estágio, anual e obri-
há a formação de outros grupos a partir da gatória, que é oferecida conjuntamente com
conveniência ou proximidade de temas de um curso de extensão universitária destina-
pesquisa ou preferências pessoais para a do a professores da Educação Básica Pública.
realização de uma monograia como um O objetivo dessa junção é desenvolver em
dos trabalhos inais. A partir de uma lista- grupos de trabalho, formados por alunos
gem de temas oferecida pelos professores e professores e orientados por docentes e
da disciplina, cada grupo escolhe um tema pós-graduandos, projetos a serem aplicados
para produzir essa monograia que é apre- em turmas da Educação Básica.
sentada nas duas últimas atividades/aulas. As experiências presenciadas pelo autor
O outro trabalho inal é um artigo cientii- nos últimos quatro anos mostram como é
co produzido individualmente que deve ser enriquecedora essa conjunção, evidenciando
o diagnóstico do plano de uma disciplina o quão proveitosa é essa troca de experiên-
de graduação e de sua aplicação. No diag- cia entre a formação inicial e continuada de
nóstico incluem-se a aplicação e a análise professores, entre teoria e prática, além de
de questionários respondidos pelos alunos promover também uma maior aproximação
dessa disciplina de graduação e entrevistas entre a Universidade e a Educação Básica.
com os docentes, quando possíveis.
Introdução
Resultados e Conclusões A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Ao aplicar os questionários de avalia- Nacional (LDB) de 1996 deu origem a uma
ção da disciplina PEA 5900, conclui-se que série orientações e resoluções que explicita-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 322
ram a necessidade de mudança na formação No segundo semestre os projetos já apri-
inicial e continuada de professores da Edu- morados são aplicados para as turmas dos
cação Básica. Nesse sentido a Universidade Ensino Fundamental e Médio sob a super-
de São Paulo criou em 2001 a Comissão Per- visão do professor regente e discutidos nos
manente das Licenciaturas que por sua vez encontros presenciais. Ao inal do ano os gru-
elaborou e publicou em 2004 o Programa de pos preparam um relatório inal, contendo
Formação de Professores da USP. Norteada avaliação do projeto e autoavaliações indivi-
por tais mudanças e pelo PFP a Comissão duais e do grupo, e o apresentam para a toda
Coordenadora do Curso de Licenciatura em a equipe. No último encontro acontece uma
Matemática (CoC-Lic) do IME/USP realizou discussão e avaliação da disciplina/curso de
ampla discussão que culminou com a altera- extensão visando seu aprimoramento e des-
ção do Projeto Político Pedagógico que pas- tacando, mais uma vez, sua importância na
sou a vigorar a partir de 2006. formação inicial e continuada de professores.
Pode-se airmar que uma das principais
diretrizes estabelecidas pelo PFP é a de pro- Conclusões
mover uma formação inicial de modo articu- A ampla e bem embasada discussão que
lado com as necessidades da escola pública, precedeu o atual Projeto Político Pedagógi-
sendo as atividades de estágio um agente de co do curso de Licenciatura em Matemática
tal articulação com a formação continuada do IME/USP, proporcionou a ideia e criação
de professores. Com o objetivo de atender da disciplina Projetos de Estágio que não só
a essa diretriz foi criada, nas mudanças esta- atende as exigências de 100 horas de está-
belecidas pela estrutura de 2006, a disciplina gio curricular obrigatório como articula, por
MAT1500-Projetos de Estágio. meio do curso de extensão, a formação ini-
cial e a continuada de professores.
Descrição do Projeto A percepção do autor como docente da
O oferecimento anual da disciplina Proje- disciplina nos últimos quatro anos e os relatos
tos de Estágio está atrelado ao oferecimen- dos participantes do projeto comprovam que
to do curso de extensão Projetos de Estágio: a conjunção de professores em formação ini-
Aprendendo Matemática com Projetos, des- cial, professores ativos em formação continu-
tinado a professores da Educação Básica ada, estudantes de pós-graduação e docente
pública. No início do ano são estabelecidas da Universidade discutindo e reletindo sobre
parcerias entre o instituto e escolas públicas a prática proissional, conhecimentos especí-
visando realização dos estágios curriculares icos, pedagógicos e especializados, promove
obrigatórios e também contínua formação e proporciona uma tão desejada aproximação
dos professores das escolas envolvidas. da Universidade e suas pesquisas com a esco-
A cada duas semanas acontecem no IME la pública e comunidade.
encontros da equipe de trabalho composta
pelo docente e alunos da turma, pelo Educa- Ensino e Pesquisa na
dor ou Monitor-Bolsista e pelos professores Disciplina de Filosoia para
matriculados no curso de extensão. Nos en-
contros são formados grupos de trabalho com
Ciências Biológicas
1
o objetivo de elaborar um projeto que deve Programa de Pós-Graduação Interunidades
ser aplicado nas salas de aula em que o está- em Ensino de Ciências
2
gio ocorrerá. No primeiro semestre do ano os Instituo de Biociências da Universidade
grupos são formados; os estudantes passam a de São Paulo
visitar as escolas em que vão estagiar ao mes-
mo tempo em que discutem textos diversos Caio S. Nagayoshi1, Hamilton Haddad Jr.2
de embasamento teórico; os objetivos do pro- dpdias@ime.usp.br
jeto são deinidos e o pré-projeto é elaborado,
apresentado, discutido e avaliado, levando a Resumo
relexão e aprimoramento do então projeto. Apresenta-se a experiência de uma pes-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 323
quisa em curso que acompanha a discipli- Metodologia
na de Filosoia para Ciências Biológicas no As aulas da disciplina são semanais, com
Instituto de Biociências. Foram levantadas duas horas de duração. No início da disci-
concepções dos alunos sobre questões re- plina foi aplicado o questionário SUSSI (Stu-
levantes para a ilosoia da ciência através dent Understanding of Science and Scien-
da aplicação de um questionário e de gru- tiic Inquiry) com o intuito de levantar as
pos focais. Os resultados deste levantamen- concepções iniciais dos alunos sobre seis
to permitiram o planejamento da disciplina aspectos relacionados à natureza da ciên-
de maneira que esta fosse uma intervenção cia. Os resultados quantitativos do questio-
dirigida às necessidades dos alunos. nário deram origem a peris de acordo com
as concepções apresentadas pelos alunos.
Introdução Ao longo da disciplina, alunos representa-
A importância da ilosoia da ciência na tivos de cada peril foram sorteados e con-
formação inicial de professores de ciências vidados a participar de grupos focais com
vem sendo defendida há décadas, e hoje é o intuito de obter mais detalhes que auxi-
amplamente aceita na comunidade acadê- liassem a esclarecer suas concepções. Cada
mica. Nesse sentido, desde 2007, é ministra- grupo focal teve como objeto principal da
da a disciplina “Filosoia para Ciências Bioló- discussão um dos aspectos do questionário
gicas” para os alunos de graduação do Insti- e foi realizado antes que aquele tema fosse
tuto de Biociências. De natureza obrigatória trabalhado durante as aulas. As concepções
para o bacharelado e para a licenciatura, ela levantadas por meio do questionário e dos
tem como objetivo apresentar questões de grupos focais orientaram a estruturação do
ordem ilosóica que permeiam a atividade curso, de maneira que as aulas fossem in-
cientíica e fomentar a relexão do futuro tervenções explícitas direcionadas às espe-
professor de ciências, assim como do futuro ciicidades do seu público. A cada semana,
cientista, a respeito de tais questões. no período entre as aulas, todos os alunos
Em 2016, a disciplina também é palco de são solicitados a realizar tarefas relacio-
uma pesquisa de doutorado em andamento. nadas aos temas trabalhados em sala na
A literatura em Ensino de Ciências tem mos- plataforma Moodle. Tais tarefas ora se tra-
trado consistentemente que as concepções tavam de exercícios que retomavam temas
de estudantes e professores sobre a Natu- já vistos, ora preparavam os alunos para as
reza da Ciência (NdC) são frequentemente aulas por vir. O conjunto dessas atividades
ingênuas e, ao mesmo tempo, que inter- online fornece meio de avaliação processu-
venções explícitas no sentido de favorecer al ao longo do andamento da disciplina, e
concepções melhor informadas têm sido compõe a nota inal dos alunos.
mais bem-sucedidas do que intervenções
implícitas. Soma-se a isso o fato de que há Resultados e Considerações inais
poucos relatos na literatura de intervenções A partir dos questionários e dos grupos
que tratem diretamente de questões ilosó- focais, pudemos perceber que os alunos
icas com professores em formação inicial. apresentam um misto de concepções ingê-
Assim, a disciplina em questão tem o intuito nuas e soisticadas com relação à ciência. O
de intervir de maneira explícita no sentido levantamento das concepções dos alunos
de fomentar concepções de NdC mais ela- permitiu que as atividades desenvolvidas
boradas dos alunos de graduação. Paralela- em aula focassem nos aspectos mais críti-
mente, a pesquisa procura mapear as con- cos das visões de NdC dos alunos, como a
cepções prévias dos alunos sobre esse tema questão da neutralidade da observação, do
e o impacto da disciplina nessas concep- aspecto conjectural das teorias cientíicas e
ções. O programa da disciplina – conteúdo dos fatores sócio-históricos do desenvolvi-
das aulas e formato das atividades didáticas mento cientíico, entre outros. Assim, pes-
propostas – foi moldado a partir dos dados quisa e ensino se integram e retroalimen-
obtidos na pesquisa. tam ao longo das aulas, de maneira que a
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disciplina se torna efetivamente uma forma interpessoais. Os estudantes envolvidos
de intervenção dirigida às necessidades dos elaboraram quatro jogos didáticos, em fun-
alunos, levando a um ensino mais eiciente. ção de: conteúdos especíicos da área de
Para o próximo ano, pretendemos desen- ciências agrárias, diiculdades detectadas
volver um questionário mais preciso e que em algum conteúdo visto em disciplinas da
inclua outros temas da ilosoia da ciência graduação e interdisciplinaridade. O jogo 1
que foram tratados em aula, mas não es- aborda conteúdos da disciplina LCF0590 -
tão incluídos no SUSSI. A elaboração des- Conservação e Manejo de Fauna Silvestre,
te questionário permitirá um levantamento como situações de conlito geradas pela
de concepções prévias mais abrangente e presença de fauna silvestre em áreas antró-
preciso, oferecendo mais subsídios para o picas e o impacto da redução da área lo-
desenvolvimento da disciplina. restal. O jogo 2 discute o Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC), tema
Jogos didáticos e especiico da disciplina LCF0691 - Mane-
jo de Áreas Naturais Protegidas, que trata
vídeos para o ensino de sobre as diferentes categorias de Unidades
de Conservação, os seus usos, objetivos e
graduação instrumentos de criação e administração. O
jogo 3, reforça a ideia de conscientização
Fortalecimento dos Conteúdos ambiental sobre uso correto da água, com
de Ciências Agrárias Valorizando subtemas sobre poluição, relações ecológi-
cas, consumo geral e consumo agrícola. O
o Ensino e a Pesquisa jogo 4, apresenta de forma mais clara a lei
Escola Superior de Agricultura Luiz de no12.651, de 25 de maio de 2012 (Código
Queiroz da Universidade de São Paulo Florestal), discutido nas disciplinas LCF0493
- Silvicultura de Espécies Nativas e LCF0678
Rosebelly Nunes Marques, Caio Cugler Siqueira, - Manejo de Bacias Hidrográicas. A elabo-
Jéssica Lima Guin, Ivan Henrique Chagas, ração dos jogos citados foi de grande valia
Rodrigo Iwata Fujiwara aos alunos envolvidos no projeto, pois atra-
rosebelly.esalq@usp.br vés da pesquisa para o desenvolvimento do
Resumo jogo ocorreu um aprofundamento do tema
O presente trabalho apresenta e discute especíico. Os envolvidos também pude-
uma experiência pedagógica, a partir do ram pensar e criar uma forma mais simples
diálogo estabelecido entre o projeto de e eicaz de transmitir o conteúdo desejado
pesquisa, “Jogos Didáticos na compreensão aos alunos.
de conteúdos das Ciências Agrárias: estudo,
elaboração e avaliação”, contemplado no
Programa Uniicado de Bolsas 2015, e o
ensino de graduação dos cursos de Enge-
nharia Agronômica e Florestal. O foco prin-
cipal do projeto foi promover a criação de
novos jogos didáticos, uma vez que há de-
iciência de materiais didáticos para o ensi-
no de Ciências Agrárias, visando transpor o
conhecimento cientíico, obtido através da
pesquisa, para o ensino prático de futuros
proissionais da área. O uso de jogos didáti-
cos utilizados como uma ferramenta facili-
tadora no ensino é capaz de potencializar o
conhecimento tornando o aprendizado um
processo altamente ativo e rico em relações
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 325
a março de 2016. Esses usuários participaram
A Construção do Serious no processo de elaboração do serious game
por meio de avaliações constantes até chega-
Game e-BABY –Avaliação rem nos resultados satisfatórios e no produto
da Termorregulação: Design inal, com a construção de um protótipo in-
Participativo terativo, desenvolvido em três etapas: a dei-
nição dos requisitos e objetivos e elaboração
1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto do conteúdo. Elaborado o escopo, deiniu-se
da Universidade de São Paulo roteiro e cenários inseridos dentro da ludi-
2
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul cidade a partir das necessidades e objetivos
traçados pelos usuários. A partir do roteiro, o
Luciana Mara Monti Fonseca1, Marisa Ruino jogo foi encaminhado para técnicos em infor-
Ferreira Luizari1,2, Adriana de Morais Leite1,
mática e transformado em Modelagem 3D e
Carmen Gracinda Silvan Scochi1, Fernanda
Animação, Criação de Layout do Game e sua
Santos Nogueira de Góes1, e Mayra Jardim
Programação em HTLMS e Java script.
Medeiros Freire1
lumonti@eerp.usp.br, mluizari@usp.br,
Resultados
drileite@eerp.usp.br, cscochi@eerp.usp.br,
O serious game constitui-se um jogo in-
fersngoes@eerp.usp.br, mayrajmedeiros@hotmail.com
terativo, que aborda a resolução de situa-
Com os avanços na tecnologia da infor- ções problemas do cotidiano para possibili-
mação e as rápidas transformações que tar ao aluno de graduação em enfermagem
ocorreram na sociedade têm reletido no desenvolver conhecimentos e raciocínio clí-
ensino, exigindo metodologias de ensino nico necessários para realizar os cuidados
que estimule e possibilite que o conheci- de enfermagem relacionados ao manejo
mento seja construído de forma crítica e da temperatura corporal do recém-nascido
criativa. A simulação digital possibilita criar pré-termo em unidades neonatais.
um ambiente virtual de aprendizagem como
ocorre em avaliações clínicas reais, propon- Conclusões
do atividades de interesse e motivação dos Evidencia-se a importância o serious
alunos. Dentre as mais várias formas lúdicas game como uma tecnologia educacional
de jogos, o serious game auxilia a constru- que contribui para um ensino mais interati-
ção do conhecimento de forma interativa, vo, eicaz e divertido, a partir de simulações
segura e divertida. Trata-se de um estudo que se aproximam do realismo clínico.
metodológico com o objetivo de descrever
o processo de construção de uma tecnolo- Como meu Professor se Sente
gia educacional digital, o “serious game e– com meus Comportamentos
Baby- avaliação da termorregulação”. em Sala de Aula?
Metodologia Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
Este estudo, parte integrante de um pro- Alimentos da Universidade de São Paulo
duto de tese de doutoramento, que propõe
o desenvolvimento do game para mediar a Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves
aprendizagem de enfermagem sobre a ava- Titto, Marcelo Roberto Dozena, Arlindo Saran
liação clínica na necessidade de termorregu- Netto, Sarita Bonagurio Gallo
lação do recém-nascido pré-termo, utilizan- robertabrandi@usp.br
do o Design Participativo (DOUGLAS,1993).
Para a construção do conteúdo e do cenário Com o objetivo demonstrar aos ingressan-
virtual desta tecnologia foram convidados tes do curso de Zootecnia como o docen-
enfermeiros especialistas de unidades neo- te se sente frente às atitudes do aluno em
natais e técnicos de informática e audiovisu- sala de aula, foi desenvolvida uma dinâmi-
al, executado no período de maio de 2015 ca lúdica, uma encenação, onde os docen-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 326
tes atuaram como discentes. A atividade foi ferência do conteúdo. O observador externo
desenvolvida no ano de 2016, com a turma relatou que os alunos pareceram descon-
de ingressantes composta por 35 discentes fortáveis e indignados com o observado na
do curso de Zootecnia. A aluna do Programa dinâmica e que esta foi eiciente para cons-
de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE) igurou cientizar os discentes sobre as diversas situ-
como docente de uma simulação de aula e ações de desconforto ocorridas em sala de
os docentes do Departamento de Zootecnia aula. Os alunos ingressantes tem consciência
atuaram como discentes. Contou-se também das ações certas e erradas a serem praticadas
com um observador externo que sintetizou a em sala de aula. Sabem que devem agir com
dinâmica. Organizou-se a sala de maneira à respeito e esperam respeito mútuo. Ensejam
todos os discentes conseguirem observar a dos docentes clareza nas normas a serem se-
encenação. Previamente, os docentes com- guidas, postura de liderança em sala de aula
binaram suas ações, que foram: entrar e sair e transferência do conteúdo de modo com-
da sala, tocar o celular, conversar com os preensível. Esta dinâmica deverá ser realiza-
colegas, interromper a aula com perguntas da novamente com os novos ingressantes
sem pertinência, realizar perguntas como: do curso de Zootecnia desta FZEA/USP.
“Preciso anotar?”; “Cai na prova?”; “A apre-
sentação da aula será disponibilizada?”; falar Professor por um Dia:
alto e tirar a concentração da professora que Demonstrando o que
ministrava a aula. A atividade decorreu por
cerca de 10 minutos. Para avaliar-se a per-
Absorvemos das Metodologias
cepção dos discentes participantes da dinâ- Utilizadas durante a Graduação
mica foi aplicado um questionário para saber Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
como eles se sentiram frente ao observado. Alimentos da Universidade de São Paulo
A totalidade dos discentes informou que a
atitude na encenação não foi correta e 85,7% Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves
se sentiu mal com o observado enquanto Titto, Marcelo Roberto Dozena, Pedro Henrique
14,3% icaram indiferentes. Quando questio- Cerqueira Luz, Lucio Francelino de Araújo, Lilian
nados se esta ação foi desrespeitosa com o Elgalise Techio Pereira
docente, 97,15% informou que sim. Questio- robertabrandi@usp.br
nou-se qual conduta seria seguida por eles
nesta situação e 74,28% pediria calmamen- Com o objetivo identiicar quais as meto-
te o reestabelecimento da ordem, 77,14% dologias didáticas foram mais utilizadas e
pediria que os envolvidos se retirassem da consolidadas durante a graduação em Zoo-
sala, 8,5% aplicaria uma avaliação com alta tecnia da FZEA, uma dinâmica foi proposta
diiculdade referente ao conteúdo da aula, aos alunos concluintes do curso no ano de
5,7% gritaria e 2,8% encerraria a aula como 2015. Solicitou-se que os alunos produzis-
conteúdo ministrado. Finalizando a ativida- sem uma programação de aula que eles
de, questionou-se como deveria ser a con- consideravam ótima e a aplicassem. A turma
duta de docentes e discentes em sala de aula de aproximadamente 25 alunos foi dividida
para ótimo convívio. A maioria dos discentes quatro grupos para a realização da ativida-
sugere respeito mútuo entre as partes com de. Apenas um aluno do grupo se colocou
uma relação de amizade, questionamento como palestrante para a apresentação e no
aos docentes de assuntos ligados à aula e seu decorrer os docentes do Departamen-
pertinentes ao conteúdo, não utilizar o ce- to de Zootecnia passaram a se comportar
lular em sala de aula, evitar qualquer atitude como alunos (mexendo no celular, conver-
que disperse a atenção do grupo; solicitaram sando entre os colegas, entrando e saindo
aos docentes que explicitem as normas da da sala de aula, interrompendo a explica-
disciplina, que mantenham a ordem em sala ção) para veriicar a atitude dos discentes
de aula com uma postura de liderança e que frente a este desaio, visando veriicar quais
utilizem metodologia didática para a trans- as atitudes que eles observaram durante a
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 327
graduação e que reproduziriam em uma si- Zoo) em busca de auxílio para melhor lidar
tuação adversa como a que se apresentava. com estas situações, demonstrando vonta-
Observou-se que a maciça maioria dos pa- de em melhorar, fato muito importante para
lestrantes utilizaram aula expositiva, suge- o desenvolvimento pessoal e proissional.
riram estudos dirigidos para a aplicação do Para CoC Zoo a dinâmica demonstrou a ne-
conteúdo e a minoria realizou lembrança cessidade de aproximar-se mais dos alunos
da aula anterior ou sugeriu literatura com- ingressantes, para começar a trabalhar estas
plementar. Também não foram capazes de deiciências o quanto antes, além de aler-
organizar a sequência de aula ideal e sim tar quanto as poucas alternativas didáticas
realizar uma apresentação, como um semi- aplicadas no decorrer do curso.
nário. Frente ao desaio de organizar a aula,
diversos comportamentos foram apresen- O Design Emocional no
tados e diferenças entre ações de homens Desenvolvimento de
e mulheres foi observada. Todos os pales-
trantes mostraram diiculdade em trabalhar
Tecnologias Educacionais
com a situação, as mulheres tiveram menos para a Enfermagem
paciência com a indisciplina e passaram a 1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
chamar a atenção das pessoas que não se da Universidade de São Paulo
comportavam adequadamente. Já os ho- 2
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
mens foram mais pacientes e mostraram
menor iniciativa em controlar o grupo. Ao Luciana Mara Monti Fonseca1, Natália Del`
inal da dinâmica consultou-se verbalmen- Angelo Aredes1, Fernanda dos Santos Nogueira
te os alunos sobre suas sensações e como Goes1, Débora Falleiros de Mello1, José Carlos
poder-se-ia lidar com elas. Nenhum grupo Amado Martins2, Manuel Alves Rodrigues2
manifestou diiculdade em montar a aula, lumonti@eerp.usp.br, nataliadel.aredes@gmail.com,
mesmo não tendo obtido êxito na proposta, fersngoes@eerp.usp.br, defmello@eerp.usp.br,
demonstrando que não foram estimulados jmartins@esenfc.pt, mrodrigues@esenfc.pt
durante a graduação a atentar-se a sequ-
ência das aulas para melhor compreensão. Objetivos
Manifestaram grande diiculdade de orga- Avaliar as emoções dos estudantes de
nizar-se em curto espaço de tempo para enfermagem brasileiros e portugueses ao
fazer uma breve apresentação, mostrando jogar e-Baby como forma de simulação vir-
despreparo quanto a iniciativa e pró-ativi- tual da prática clínica.
dade para a realização destas atividades.
Agradeceram a realização da dinâmica pois Material e Métodos
passam a compreender algumas atitudes Estudo observacional descritivo, com abor-
dos docentes, antes reprovadas. Identiica- dagem teórico-metodológica embasada pela
ram que precisam desenvolver a liderança, aprendizagem signiicativa e pelo design
a autoestima e autoconiança para conse- emocional. Utilizou-se o instrumento LEMto-
guirem se expressar em público em situa- ol®, disponibilizado online juntamente com
ções desconhecidas, como ocorreria em di- o jogo, que mede quatro emoções positivas
nâmicas de seleção proissional. A dinâmica (felicidade, desejo, fascinação e satisfação)
foi importante aos docentes para identiicar e quatro negativas (tristeza, tédio, aborreci-
que poucas alternativas de didática são apli- mento e insatisfação), a partir de um avatar. A
cadas. É necessário criar atividades no de- amostra totalizou 42 estudantes de enferma-
correr do curso que estimulem os alunos a gem (28 brasileiros e 14 portugueses).
desenvolver saídas rápidas para problemas,
com pró-atividade e segurança para reali- Resultados
zá-las. Ao identiicarem a deiciência muitos Os estudantes clicaram 474 vezes nas te-
alunos da turma procuraram a Comissão las para avaliar a emoção sentida em cada
Coordenadora do Curso de Zootecnia (CoC uma, dividindo as ações nos dois módu-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 328
los do jogo: avaliação da oxigenação (284 aparelhos computacionais. Objetivam a prá-
cliques de alunos portugueses e 190 de tica de situações do dia-a-dia e visam pro-
brasileiros) e avaliação da circulação (235 mover treinamento de crianças e adultos
cliques, em que participaram apenas brasi- para a tomada de decisões no campo da
leiros). Entre as emoções positivas durante educação em tópicos especíicos para os
a avaliação da oxigenação, fascinação foi a quais são desenvolvidos. Além disso, tornam
mais comum entre os estudantes portugue- as simulações corriqueiras mais atrativas.
ses (27,8%), e o desejo foi a principal emo-
ção apontada pelos participantes brasileiros Objetivos
(32%). Na avaliação da circulação pelos es- Desenvolver o jogo educativo e-Baby:
tudantes brasileiros, a fascinação foi a emo- avaliação da integridade da pele do bebê
ção de destaque correspondendo a 31%. prematuro.
Quanto às emoções negativas, a tristeza foi
a mais destacada em toda a amostra (10% Material e Métodos
para brasileiros e 7,7% para portugueses no Pesquisa metodológica sobre o desenvol-
cenário da oxigenação e 13% na avaliação vimento de um material educativo de cará-
da circulação). ter tecnológico, caracterizado como serious
game tendo como natureza a simulação
Conclusões virtual. Para sua elaboração, realizou-se 1.
O e-Baby demonstrou alinhamento com Busca na literatura sobre o tema, envolven-
o design emocional, tendo provocado mais do avaliação clínica e cuidados com a pele
emoções positivas que negativas, resultan- do prematuro; 2. Reunião com enfermeiras
tes da interação humano-computador. A da unidade de cuidados intermediários ne-
importância da relação da tecnologia com o onatal (UCIN) de um hospital universitá-
design emocional se dá pela interação efe- rio paulista para discussão dos achados; 3.
tiva do usuário com o jogo e com as ações Elaboração de script, sequência de ações e
propostas na simulação virtual de avaliação ferramentas; 4. Reunião com equipe de de-
clínica do prematuro. Desta forma, o estudo signers e desenvolvedores de software.
contribui com relexões sobre o processo
de criação e uso de tecnologias educacio- Resultados
nais, integrando as emoções do usuário ao A busca na literatura apontou lacunas so-
produto e estratégia de ensino. bre a avaliação clínica da integridade de pele
do prematuro, sugerindo a necessidade de
Descritores: Design emocional, Enferma- mais investigações na temática, mas agre-
gem neonatal, Tecnologia educacional. gando dados importantes para o desenvol-
vimento do script e escolha de ferramentas e
E-BABY Integridade da Pele do desfechos. Para escolha dos tópicos foi con-
Recém-Nascido Prematuro: siderada a frequência dos sinais/sintomas
nos prematuros atendidos na UCIN e aspec-
Desenvolvimento de um Jogo tos fundamentais para preparar os estudan-
Educativo tes para a prática clínica antes de lidar com o
bebê real. São os desaios do jogo: dermati-
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
te na área da fralda, infecção por candidíase,
da Universidade de São Paulo
uso de antissépticos antes de punção veno-
Natália Del Angelo Aredes, Luciana Mara Monti Fonseca sa, higiene durante troca de fraldas e manejo
nataliadel.aredes@gmail.com, lumonti@eerp.usp.br de adesivos para ixação de cateter de O2 e
sensor de temperatura. Utilizou-se feedback
Introdução imediato sobre as ações do jogador, indican-
Serious games são por deinição jogos do quando um erro ou acerto é cometido e,
utilizados para treinamento, simulação ou em caso de erro, o motivo é respaldado por
educação que podem ser executados em dados cientíicos.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 329
Conclusões O desenvolvimento do aplicativo está di-
O jogo incorporou aspectos da avaliação vido em três etapas correspondendo ao pla-
clínica e cuidados de enfermagem segundo nejamento, elaboração do aplicativo e testes.
a literatura e a experiência de enfermeiros, Na fase de planejamento foi elaborado
incluindo ações de prevenção de infecção, um luxo para as ações do game, propon-
uma das principais preocupações para os do os leiautes para cada etapa. As etapas
prematuros em situação de internação hos- podem ser separadas em Home, Ranking,
pitalar. Além disso, a interlocução entre te- Colaboradores, Jogo e Resultado.
oria e prática potencialmente fortalece o Sucintamente, Home é o primeiro leiau-
ensino de enfermagem e a conduta clínica te que o jogador terá acesso. No Ranking
baseada em evidências. temos a classiicação e pontuação de cada
jogador. Em colaboradores, temos as infor-
Descritores: Tecnologia educacional, mações dos integrantes. O leiaute Jogo é o
Educação em enfermagem, Enfermagem que realmente ocorre as jogadas. Em Resul-
neonatal. tados o jogador pode consultar seu desem-
penho mais detalhadamente.
Digitalização do Aprendizado A maior parte da interação do jogador é
em Biossegurança promovida durante a etapa de Jogo, onde há
uma carta risco ou acidente pega uma por
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da uma do monte do baralho. Depois da vista
Universidade de São Paulo da carta, esta ica minimizada no canto da
tela e disponível para consultas. Após a vista
Cristina Northleet de Albuquerque, Vanessa Oliveira, da carta referência à problemática, as cartas
Cláudio Filho, Walther Lang do montante solução icam disponíveis para
northle@usp.br a rolagem horizontal. Para o jogador optar
Ao concentrar os conceitos de aprendiza- pela carta, basta seleciona-la. Após a conclu-
gem nos tempos modernos, existe a necessi- são da partida, o jogador tem a possibilidade
dade de adaptar ferramentas já consagradas de veriicar seu desempenho.
em metodologias de aprendizado ao novo A segunda etapa é referente a elaboração
peril de aluno. Pensando na abrangência do aplicativo, que é quando ocorre a execu-
deste cenário, projetamos um jogo de tabu- ção do projeto, a partir da produção artís-
leiro virtual, inspirado no Projeto de Apren- tica das cartas e da programação do jogo.
der com Cultura e Extensão intitulado como Nesta fase há um ajuste do projeto em rela-
“Jogo de tabuleiro em Biossegurança”. ção ao planejado, veriicando a viabilidade
A escolha da plataforma do jogo foi de- do projeto original e visando algumas me-
cida levando em consideração a versatilida- lhorias durante o processo produto.
de, facilidade e quantidade de indivíduos Na última fase, será executado os testes
que possuem o dispositivo. Sendo assim, tanto do ponto de vista da qualidade do
a escolha foi direcionada para dispositivos aplicativo quanto da aceitação por partes
Android, disponíveis em uma quantidade usuários a partir de pesquisas com alunos.
abundante no mercado de dispositivos mó- Para a análise inicial do ponto de vista dos
veis. A opção para dispositivos móveis deri- alunos será necessário a publicação do apli-
va da capacidade de estar presente em salas cativo em etapa de teste. Após as análises
de aulas de uma forma facilitada, o que não de dados, o aplicativo será reformulado
é possível no caso de jogos elaborados para caso seja questionável em um dos pontos
computadores. de análises.
O jogo será disponibilizado no aplicativo
de compras do Android. O fornecimento
será gratuito a qualquer individuo, ou seja,
poderá ser usado por proissionais de dife-
rentes áreas.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 330
Parcial Removível (PPR) com utilização de fer-
Modelagem de Jogos ramenta midiática: vídeo. Como meio de ob-
Cientíicos para Utilização ter uma devolutiva da aula laboratorial, sobre
preparos em PPR, foi elaborado um questio-
em Sala de Aula nário aos alunos da graduação para avalia-
Escola de Engenharia de Lorena da rem a utilização dos vídeos como forma de
Universidade de São Paulo sedimentar o conteúdo da aula teórica. Foi
solicitada a opinião a respeito da melhoria do
Eduardo Rezende Triboni, Gabriel Weber Martins entendimento a respeito do assunto aborda-
tribonier@usp.br; gabrielweber@usp.br do, qualidade dos vídeos, tempo de duração
dos vídeos e que fossem feitas sugestões e
Resumo críticas e/ou elogios sobre a utilização desse
Foi criado um jogo didático-cientíico de- recurso midiático. Como resultados, de 51
nominado LEB “laboratório de Ensino Básico”. alunos entrevistados, 100% relataram que a
O jogo mimetiza um laboratório de química utilização dos vídeos melhorou o entendi-
orgânica em que conceitos básicos da disci- mento a respeito do assunto abordado; 52,94
plina e noções práticas são abordados den- % classiicaram a qualidade dos ilmes como
tro da dinâmica lúdica e operacional do jogo. ótima, 45% como boa e 1,96% como regular.
Para o desenvolvimento e concretização do Em relação ao tempo de duração dos víde-
trabalho os alunos envolveram-se em tarefas os, 60,78% classiicaram como ótimo, 37,25%
para a elaboração conceitual, a procura por como bom e 1,96% com regular. Quanto às
temas da disciplina cuja característica permi- críticas ou comentários, pudemos fazer alguns
tisse a viabilidade e dinâmica e na elaboração recortes tais como: “os vídeos são ótimos re-
das regras do jogo. O LEB foi testado em salas cursos para melhor visualização e entendi-
de aula do colégio técnico da EEL-USP (Cotel) mento das técnicas de preparo”, “nada melhor
e foram colhidas apreciações sobre o mesmo. do que visualizar o que iremos fazer, facilita
Neste trabalho será apresentado o resultado muito e otimiza o tempo”, “os vídeos deve-
físico do jogo (as cartas e os dados), o modo riam ser passados aos alunos para estudo em
como foi feita a organização para a criação, e casa”, “os vídeos foram bem didáticos para a
o resultados avaliativos da aplicação em sala compreensão de como executar os procedi-
de aula. Este trabalho faz parte do programa mentos na clínica”. Conclui-se que a utilização
uniicado de bolsas da pró-reitoria da pesqui- dos vídeos auxiliou demasiadamente o pro-
sa. A proposta de desenvolvimento envolveu cesso de ensino-aprendizado relacionado ao
6 (seis) alunos de gradução e 2 (dois) docen- preparo do sistema de suporte para PPR.
tes da Escola de Engenharia de Lorena – USP.
Desde já convidamos a todos para jogar LEB, Uso de Jogo de Tabuleiro em
venha conferir!
Aula de Biossegurança
Processo Ensino-Aprendizado Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
em Prótese Parcial Removível: Universidade de São Paulo
Recurso Midiático – Vídeo
Cristina Northleet de Albuquerque, Vanessa Oliveira,
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Stefanie Kraschowetz, Victoria Brigatto
da Universidade de São Paulo northle@usp.br

Valéria Oliveira Pagnano, Priscilla Neves Raile, Patrícia Os conceitos básicos de química, biologia
Almeida Curylofo, Luiz Carlos Pardini e disciplinas relacionadas são amplamen-
valpag@forp.usp.br te utilizados em vários jogos analógicos e
digitais para os diferentes níveis de ensino,
Trata-se de uma proposta de desenvolvi- tanto no Brasil como no exterior. No entan-
mento e implantação de recurso inovador no to, conceitos básicos de biossegurança, im-
Processo de Ensino-Aprendizado da Prótese portantes para a consolidação e a execução
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 331
de diversas experiências laboratoriais, não somente na próxima rodada. O jogo acaba
são abordados neste tipo de ferramenta. É quando todas as cartas de risco e de aci-
importante que o aluno entenda que a bios- dente acabarem e os pontos são contados
segurança tem relação direta com o seu co- pelo número de cartas vermelhas e laranjas
tidiano, com o desenvolvimento cientíico e recolhidas por cada jogador. Ganha quem
tecnológico da sociedade contemporânea e tiver maior número de pontos.
requer necessariamente o desenvolvimento Foram realizadas dois testes de jogabili-
do raciocínio lógico. Estamos desenvolven- dade em sala de aula com os alunos do pri-
do um jogo de tabuleiro relacionado às si- meiro ano do curso de Farmácia, após tér-
tuações de risco dentro e fora de um am- mino do curso. A aceitação da atividade foi
biente laboratorial, que podem promover além das nossas espectativas, pois tivemos
acidentes. A situação de um jogo mobiliza que fazer várias rodadas para que diversos
os esquemas mentais, integrando as várias alunos participassem. Durante as rodadas
dimensões da personalidade afetiva, moto- tivemos várias discussões sobre os concei-
ra e cognitiva. O jogo se assemelha à ativi- tos de biosegurança abordados, o que era
dade artística e criativa, como um elemento nosso principal objetivo, tivemos dúvidas
integrador dos vários aspectos da persona- ou detalhes operacionais sanados e uma
lidade. O ser que brinca e joga é, também avaliação positivas deste tipo de ferramenta
o ser que age, sente, pensa, aprende e se em sala de aula.
desenvolve.
O jogo foi aplicado em sala de aula para
despertar e consolidar no aluno conceitos Laboratórios e aulas
de biossegurança e fazê-lo descobrir no-
vas aplicações destes conceitos no seu dia-
virtuais
-a-dia, simulando situações de risco que
possam ocorrer no ambiente universitário Sistema OPC - Laboratório
ou fora dele. Inicialmente forão criadas as
imagens e gráicos necessários: o tabuleiro
Didático de Automação
(60X60) é dividido em quatro quadrantes, Virtual Integrando no
que representam quatro empresas onde Mesmo Sistema, TIA PORTAL
ocorrem os riscos e/ou acidentes. Foram
criados três baralhos relacionados aos aci-
SIEMENS, PLC-SIM, FLUIDSIM
dentes (cor vermelha), vale 2 pontos, aos e a IHM SIMATIC TOUCH
riscos (cor laranja), vale 1 ponto, e as solu- Faculdade de Tecnologia Carlos Drummond
ções (cor verde). São necessários dois da- de Andrade
dos para escolha de quem inicia o jogo.
O jogo inicia com a escolha do jogador Marcel Tavares Coelho, Aliny Christiny Alves Pires
inicial, com dois dados, quem tirar o maior Dutra, César Augusto Della Piazza, Giovanni
número inicia a partida. São distribuídas 6 Costa Morengue, Laércio Novais de Matos, Luis
cartas por jogador e, após são colocados, Fernando Quintino, Paulo Lopes, Vitor José da
nos quadrantes do tabuleiro, uma carta de Silva Santos, Wesley Oliveira
risco e outra de acidente. O jogador inicial marceltc@uol.com.br
veriica através das cartas nos quadrantes
se possui alguma solução para os riscos ou Objetivo
acidentes, se sim, retira a carta (vermelha ou A utilização dos laboratórios no processo
laranja para si) e devolve a solução para o de aprendizagem é de suma importância,
baralho geral de soluções. E segue a sequ- pois nem todos tem o acesso à prática no
ência de jogadores. Quando o jogador não cotidiano, porém, limitações inanceiras e es-
tiver uma carta que resolva um risco ou um paço físico das faculdades prejudicam esse
acidente, ele troca uma carta no baralho processo, fazendo com que os laboratórios
de soluções e passa a vez, podendo jogar virtuais sejam viáveis para as instituições de
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ensino. Desta forma, o trabalho apresen-
ta um laboratório virtual de automação in- Laboratórios e a Difusão
dustrial, integrando diversas ferramentas de
programação e proporcionando aos acadê-
do Ensino de Arqueologia
micos a exploração dos recursos e ferramen- Clássica no Brasil
tas voltados à área através de comunicação Museu de Arqueologia e Etnologia
OPC (“OLE for Process Control”).
Juliana Figueira da Hora
Desenvolvimento juliusp10@gmail.com
Para a resolução da problemática, foi uti-
lizado a integração do padrão OPC, através Esta comunicação tem como objetivo
do servidor EzOPC, e assim, prover a inte- apresentar o LABECA (Laboratório de Estu-
ração das ferramentas TIA Portal, PLC-SIM, dos sobre a Cidade Antiga), um laboratório
FluidSim e IHM. Após a coniguração do ser- de estudos do Mediterrâneo Antigo inseri-
vidor EzOPC com o TIA Portal, é possível si- do no Museu de Arqueologia e Etnologia
mular o controle de uma planta, processo ou da Universidade de São Paulo (MAE-USP)
rotina através do PLCSIM, em sincronia com que propõe pesquisas sobre a relação entre
o FluidSim, acionando válvulas, botões, etc; espaço e sociedade no mundo antigo. Os
eliminando o custo de investimento com ou- projetos de pesquisa inseridos no Labeca
tras plataformas de controle e equipamentos preveem produtos diversiicados, sendo es-
periféricos. Para realizar a integração do ser- tes de Iniciação Cientíica, Aperfeiçoamen-
vidor EzOPC, é utilizada a seguinte interfa- to, Mestrado, Doutorado e de Pós-Douto-
ce homem máquina (IHM). A IHM interage rado. As pesquisas no Labeca têm também
juntamente ao PLC-SIM, passando a ativar interface educativa, cuja pretensão está em
as entradas e saídas, junto com o FluidSim, atingir um público mais amplo.
simulando uma aplicação completa de auto- Os laboratórios de pesquisa inseridos no
mação industrial, onde um operador contro- contexto dos Museus são importantes veto-
la todo o processo a partir da IHM. res de produção e difusão do conhecimen-
to. Desde 2006 o Labeca vem construindo
Resultados e Conclusão uma base importante de pesquisas na área
Com base nos resultados obtidos, a so- de Arqueologia do Mediterrâneo Antigo
lução apresentada foi satisfatória e viável com trabalhos que vão desde as pesquisas
para os docentes e discentes, pois tornam- acadêmicas até a produção de vídeos, livre-
-se possível a criação e simulação de inú- tos voltados a professores, livros didáticos,
meros processos industriais, com inalidade exposições que abrangem o Mediterrâneo
acadêmica e didática, cuja validação virtual Antigo e sociedades que conviviam, cons-
permite a emulação dos processos de forma truíam cidades, fabricavam cerâmica, co-
semelhante a real, com a vantagem do não mercializavam objetos, ocupavam espaços,
investimento em hardware e equipamentos moldavam territórios, enim, em uma dinâ-
de custos elevados. O uso desse recurso per- mica bastante complexa.
mitirá aos alunos estimular sua capacidade O estudo das sociedades enquanto deli-
criativa e investigativa e melhor preparação neadores da paisagem engloba toda uma
para o desenvolvimento proissional. espacialidade signiicativa, que por sua vez,
conta-nos muito sobre a maneira de viver
dos indivíduos que habitavam esta comple-
xa rede de contatos que é o Mediterrâneo
Antigo. Compreender a cidade como uma
metamorfose que se molda a partir das re-
lações sociais que se colocam contextual-
mente em conjunto com a materialidade,
traz à tona um novo olhar para os estudos
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 333
de História Antiga no Brasil, um novo cará- Selinonte e Olinto. Essas relexões permi-
ter discursivo. A fuga do estigma dos gran- tem que combatamos um insistente vício
des tesouros, das grandes descobertas, do dos PCNs e dos livros didáticos em geral: a
material fruto do colecionismo do século abordagem apenas das clássicas cidades de
XIX e desconectado do seu uso, que se dis- Atenas e Esparta.
tancia do homem e do seu ambiente é ab- Foi inaugurada no dia 11 de março de
solutamente imprescindível para a compre- 2016 a exposição “Pólis – viver na Cidade
ensão da Antiguidade enquanto o estudo Grega Antiga”. A exposição que vai até o dia
de indivíduos que eram agentes ativos nos 27 de janeiro de 2017, é fruto de relexões
contextos estabelecidos nas pólis gregas, e suscitadas pelas pesquisas e discussões re-
que produziam materialidade signiicativa e alizadas no LABECA ao longo dos anos de
conectada com o seu entorno. 2006 até 2015. A exposição está com uma
As disciplinas que compõem o currículo proposta didática interativa, que tenciona
escolar, principalmente no que diz respeito aproximar o mundo mediterrânico antigo
ao estudo de História Antiga, mostram-se de nosso presente, a partir da do estudo
compartimentadas e limitadas. Isto nos leva da cidade, da espacialidade e de sua ma-
a modelos equivocados que dizem respeito terialidade como elementos convergentes.
à complexidade das disciplinas que com- Acreditamos que todas essas questões pos-
põem esta área de conhecimento, levan- sam ser apresentadas e discutidas para di-
do a uma homogeneização e a uma sim- ferentes períodos da história, inclusive em
pliicação dos conteúdos de Arqueologia 2016, em meio à nossa realidade de cidade
e de História. Ana Paula Tauhyl, mestre em moderna.
Arqueologia, fazia parte do Projeto do La- Por im, a comunicação tem o objetivo de
beca no ano de 2010, quando iniciou um mostrar como o Laboratório produz conhe-
trabalho extensivo com o público escolar cimento e difunde uma nova forma de olhar
por meio de atividades desenvolvidas em para os estudos de História Antiga, por meio
sua pesquisa de mestrado, intitulada: “Alfa- de uma metodologia arqueológica.
betização do olhar: aprender pelos objetos
e suas representações” desenvolvida sob Técnica de Desenho de
orientação da Professora Elaine Hirata, Pes- Estruturas Metálicas de
quisadora e Professora do Museu de Arque-
ologia – MAE- USP e uma das coordenado-
Prótese - e-aulas USP
ras do Labeca. Museu de Arqueologia e Etnologia
As atividades giraram em torno de mate-
riais variados, como objetos, mapas, plan- Roberto Chaib Stegun, Bruno Costa
tas, fotograias, desenhos de reconstituição, rstegun@usp.br
maquetes e vídeo-documentários. Os expe-
rimentos foram feitos com públicos diver- Introdução
sos entre os anos de 2010 e 2011. Este tra- O processo de ensino/aprendizagem na
balho foi importante para levantar questões disciplina de Prótese removível envolve co-
a respeito dos espaços físicos de uma cida- nhecimentos teóricos e aplicação prática de
de grega, que deu subsídio para discutir e conceitos e conteúdos de desenvolvimento
reletir sobre “nós” e a contemporaneidade, de habilidades manuais e visuais. O tempo
o olhar para a diversidade, tempo, espaço, de aplicação em laboratório destas técnicas
a construção das “nossas” cidades, além de era perdido em média 6 dias de 4 horas de
introduzir os alunos no universo do arque- atividade laboratorial em que o aluno apren-
ólogo e de sua linguagem para trabalhar o dia a desenvolver a técnica de desenho de
objeto material. Outra discussão importan- estruturas metálicas para envio ao laborató-
te nos trabalhos realizados pelo LABECA é rio de prótese confeccionar para ser testa-
a existência de uma grande pluralidade de da em boca. Diversos ajustes em modelo de
pólis gregas, como é o caso de Siracusa, gesso eram confeccionados nestes dias de
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exercícios onde o aluno buscava aplicar o co- acreditamos numa melhora das formas e
nhecimento em habilidades manuais. Porém conceitos na construção de próteses remo-
entre o aprendizado em laboratório e aplica- víveis para a população como um todo.
ção clínica existe um tempo em média de 4
meses, tempo este em que o aluno agora na
clínica, irá executar novamente esta técnica
agora em seu paciente. Temas diversos
Entre estes tempos muita coisa é perdida
pelo aluno, necessitando um reforço do pro-
cesso. Participação da Sociedade nas
Objetivos
Políticas de Transporte Público
Desenvolver através de mídias digitais da Cidade de São Paulo
aulas de técnica de desenho de estruturas
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
metálicas para prótese removível que icasse
da Universidade de São Paulo
com acesso livre aos alunos para que a qual-
quer tempo pudesse ter disponível como Elisângela da Silva Manuel, Elizeu Chiodi Pereira,
confeccionar o desenho. Wilian Concenzza de Sara
elizeu.pereira@usp.br
Método
Foi desenvolvido juntamente com o STI da
USP um roteiro de como executar as aulas e O luxo de pessoas dentro da cidade de
de que forma. Em primeiro lugar foram ilma- São Paulo transforma-se numa rede cada vez
das as aulas de laboratório da disciplina e dis- mais caótica, com um crescimento constan-
cutido as formas possíveis de apresentação e te dos usuários desigual ao crescimento dos
desenho, assim foi desenvolvido um modelo meios de transporte públicos, as dinâmicas
virtual semelhante ao usado na disciplina e a que regem e direcionam as políticas de mo-
partir deste modelo feito desenhos seguindo bilidade urbana seguiram diversas linhas no
a sequência de aprendizagem com as formas decorrer dos anos colaborando positiva ou
e visualização de imagens demonstrando o negativamente para este processo.
que o aluno deve fazer e qual o resultado O estudo da relação entre os agentes da
inal do desenho. Uma vez deinido o roteiro sociedade e do Estado nas tomadas de de-
chegou-se a quatro aulas de em média 10 cisões de políticas públicas relete o enfoque
minutos em que cada aula faz referência a sociológico da mobilidade urbana. A inter-
um determinado aprendizado. pretação de dados bibliográicos ordenada-
mente fornece subsídios para compor um
Resultados panorama da evolução do transporte públi-
O resultado obtido já pode ser visualizado co coletivo e também permite compreender
no e-aulas da USP e ao apresentarmos a téc- o nível de participação da sociedade nas po-
nica icou evidente a possibilidade maior de, líticas públicas junto ao agente do Estado.
em se tratando de ensino a distância, deixar A iniciativa privada, deu início à criação do
disponibilizado a todos os interessados e transporte coletivo com veículos movidos a
usuários desta técnica para uma melhor qua- tração animal nos primórdios da cidade nos
lidade dos trabalhos laboratoriais, do clínico anos anteriores a 1870 como uma resposta à
e como consequência melhoria aos pacien- necessidade de locomoção de mão-de-obra
tes usuários destas próteses. Outra vanta- para os postos de trabalho ligando comunida-
gem desta tecnologia aplica e o estudo feito des afastadas do centro porque os próprios lo-
pelos alunos em dias de prova prática. cavam conjuntamente carros de tração animal.
As políticas públicas aparecem como res-
Conclusões posta ao setor privado, como normatização
Como resultado desta disponibilidade, do serviço e não como resposta a necessi-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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dade civil muitas vezes contrárias ao cliente-
lismo empregado, gerando pequenos movi- Estudo do Necrochorume nos
mentos populares descentralizados.
O monopólio das linhas de tração animal
Cemitérios
e o monopólio da concessionária de luz e Escola de Artes, Ciências e Humanidades
energia no serviço de bonde elétrico im- da Universidade de São Paulo
plantado por meio de um estudo dos luxos
na cidade tornaram a concentração demo- Caroline Lucchi; Fernanda Alves; Fernanda
gráica resultado da busca por facilidade de Zingaro; Gabriela Pereira; Julianna Arita; Letícia
locomoção e valores de imóveis mais baixos. Maria; Vinicios Gonsalo; Fábio Campos
Uma crise energética e mudanças no in- fernanda.zingaro@usp.br
teresse político trazem a implantação de um
sistema viário focado em carros particulares Resumo
e ônibus, promovendo maior maleabilidade O sepultamento de corpos em cemitérios
de realocação de frota e facilidade de im- resulta na liberação do Necrochorume, um
plantação com base no Plano Prestes Maia, líquido viscoso de cor castanho-acinzentada,
o que em teoria levaria o transporte a no- gerado pela decomposição dos cadáveres,
vas áreas de atendimento, mas o foco no caracterizado por um forte cheiro e constitu-
automóvel secundarizou o transporte cole- ído de substâncias orgânicas e inorgânicas,
tivo atenuado posteriormente pela Segunda além de uma ininidade de microrganismos,
Guerra Mundial que impossibilitou a impor- sendo alguns potencialmente patogênicos.
tação de ônibus degradando o serviço até Tal eluente oferece risco ao meio ambiente
ser incorporado a CMTC criada em 1947 pela e à saúde pública na medida em que pode
iniciativa municipal, marco da ação direta iniltrar no solo e, consequentemente, vir a
das políticas públicas no transporte coletivo. contaminar águas subterrâneas.
O governo militar centralizou as políti- A resolução CONAMA 335 de 28/05/2003
cas públicas na esfera federal, transferiu as estabelece regras para a implantação de ce-
fontes de capital destinada ao transporte e mitérios no Brasil e aborda as questões am-
introduziu um sistema centralizado de im- bientais referentes. No entanto, o problema
plantação de linhas focado no setor privado, encontra-se justamente na iscalização do
que resultou na prefeitura sem recursos para cumprimento das normas estabelecidas, o
subsidiar a CMTC degradada pela falta de in- que compromete o correto gerenciamento
vestimento. desse resíduo. Para elucidar o tema aborda-
As comissões de mobilidade urbana aber- do foi realizado um estudo de caso do Cemi-
tas foram secundarizadas ou ignoradas tério da Vila Formosa, no município de São
quando os serviços eram vistos como fonte Paulo, com o objetivo de veriicar como o
de lucro e não como direito civil e a mudan- cemitério trata as questões ambientais rela-
ça recente de pensamento não foi capaz de cionadas ao necrochorume. A escolha desse
recuperar os atrasos nos serviços. cemitério se deve ao fato do mesmo ser o
Na atualidade, o CMTT surge como respos- maior da América Latina.
ta à Política Nacional de Mobilidade Urbana Com base em estudos bibliográicos, con-
e tem com uma das principais inalidades ga- tato com órgãos públicos responsáveis pela
rantir a gestão democrática e a participação iscalização ambiental e entrevistas com
popular, graças a sua formação composta funcionários do cemitério, veriicou-se que
pelo agente do Estado, agentes operadores há possíveis não conformidades acerca da
dos serviços e principalmente os usuários. gestão desse eluente. De acordo com rela-
Diante disso, essa trajetória indica o pos- tos fornecidos por funcionários, uma solução
sível empoderamento de cidadãos para o para minimizar o problema com o necrocho-
exercício de uma participação ativa no con- rume, foi a aplicação de cal virgem nos solos
texto social de redemocratização do espaço antes do sepultamento. Porém, estudo rea-
urbano. lizado com amostras provenientes do aquí-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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fero debaixo do cemitério, identiicou altas expansão de atividades iniciadas em 2004,
concentrações de cálcio e de elementos ni- num projeto denominado Movimento com
trogenados nas mesmas, oriundos, muito Ciências- MCC, buscando a aproximação da
provavelmente da decomposição dos corpos Escola de Engenharia de Lorena-EEL/USP
e, sobretudo, do uso excessivo da cal virgem com as atividades de ensino básico (funda-
(Migliorini, 1994). mental e médio) na cidade e região. As ati-
Em meio à urgência do problema, uma al- vidades do Show foram e continuam sendo
ternativa para contorna-lo é a implantação apoiadas entusiasticamente pelos membros
de cemitérios verticais. As vantagens da ado- do Show de Física do IFUSP (Prof. Fuad Daher
ção de tal método de sepultamento é que Saad e equipe). Um reconhecido sucesso foi
eles requerem uma área bem menor quan- alcançado em 2014 durante a 3a Semana de
do comparados aos cemitérios tradicionais, Ciência e Tecnologia da EEL (3a SCT 13-17
além de ser uma opção ecologicamente cor- de outubro) realizada em tenda armada na
reta dado que possuem infraestrutura para Praça Baronesa de Santa Eulália no cen-
coletar o necrochorume impedindo sua in- tro de Lorena, com duas apresentações do
iltração no solo, bem como se aproximarem Show por dia. Foram recebidos 1200 alunos
dos aspectos culturais e religiosos de sepul- da rede municipal de ensino, além de mem-
tamentos realizados nos cemitérios tradicio- bros da comunidade lorenense. Essa ação
nais, justiicando a não proposição como so- foi possível a partir da articulação entre a
lução a implantação de crematórios. Secretaria Municipal de Educação de Lorena
Além disso, é necessária uma intervenção – SMEL, a EEL-USP e o Projeto Novos Talen-
do poder público no que tange a disponibili- tos – CAPES (no 55254 com vigência prevista
zação e mobilização de mais recursos para o até 2016). A repercussão na comunidade e
cumprimento das normas vigentes, de modo o entusiasmo gerado fez com que a Pre-
que ao serem corretamente observadas, o feitura viabilizasse a cessão de um espaço
nível de contaminação possa ser reduzido ou permanente de 400m2 e se comprometes-
evitado, impactando positivamente a quali- se com um programa de visitas das esco-
dade de vida da população e das condições las municipais ao Projeto. Em 2015, o Show
do meio ambiente; e também que se invista pôde contar com o apoio da Pró-Reitoria
em pesquisas e tecnologias para a recupera- de Cultura e Extensão da USP por meio da
ção de áreas já afetadas pelo necrochorume concessão de 15 bolsas de apoio socioeco-
em cemitérios tradicionais, sendo isto feito nômico aos alunos dos diversos cursos de
mediante a apresentação de um plano de engenharia da EEL. Assim, na 4a SCT (19-23
implementação e operação dos cemitérios de outubro de 2015) foi obtido o mesmo
no processo de Licenciamento Ambiental sucesso da edição anterior, utilizando desta
com seus critérios regulatórios mínimos. vez o espaço cedido pela Prefeitura, no qual
além das duas apresentações diárias do
Show de Ciências: Integração Show, foram apresentados os trabalhos dos
de Estratégias e Metodologias alunos de pré-iniciação cientiica (alunos do
Ensino Médio vinculados ao Projeto Novos
para Popularização da Ciência Talentos e bolsistas da Pró-Reitoria de Pes-
e Tecnologia quisa da USP). Foram atendidos 2000 visi-
Escola de Engenharia de Lorena da tantes com o envolvimento de 50 pessoas
Universidade de São Paulo (funcionários da EEL e Prefeitura Municipal
de Lorena, alunos de graduação e pré-IC).
Sandra G. Schneider, Carlos Y. Shigue e Carlos A. Nos últimos dois anos o Show foi apresen-
M. Santos tado nas seguintes cidades: Lorena, Cacho-
sandra@demar.eel.usp.br eira Paulista, Cruzeiro, Cunha, Guararema e
Pirassununga.
Resumo
O Show de Ciências visa a continuidade e
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 337
sor lhe ensina algo novo, o que você faz para
Compreendendo Relações aprender?”. A análise de conteúdo apontou
quatorze categorias de respostas: Prestar
entre Estratégias de atenção (25%), Ler e reler (14%), Pedir aju-
Aprendizagem e o Ano da (11%), Fazer e refazer exercícios (7%), Fa-
Escolar de Estudantes zer anotações (7%), Perguntar ao professor
1
(6%), Pesquisar (6%), Controlar o ambiente
Instituto de Psicologia da Universidade e o tempo (5%), Empenhar esforços (5%),
de São Paulo
2
Elaborar questões (3%), Decorar (2%), Grifar
Faculdade de Educação da Universidade
(2%), Resumir (2%) e Outras (5%). A prova do
de São Paulo
Qui-Quadrado revelou relações signiicativas
entre as respostas dos participantes e a va-
Lisliê Lopes Vidal1, Edna Rosa Correia Neves2
riável ano escolar (c2(1)=9,32; p = 0,00). Foi
lislielvidal@gmail.com
interessante observar, no presente estudo,
São deinidas como estratégias de apren- que uma porcentagem signiicativa de estu-
dizagem as técnicas ou métodos que os dantes utiliza a estratégia “prestar atenção”,
estudantes usam para adquirir uma infor- no entanto, os resultados demonstraram,
mação. As estratégias cognitivas se referem também, que o comportamento de atenção
aos comportamentos e pensamentos que mantido pelos alunos durante as aulas ten-
inluenciam o processo de aprendizagem de de a diminuir com o avanço do ano escolar.
maneira que a informação possa ser armaze- Os resultados são interessantes do ponto de
nada mais eicientemente. Já as habilidades vista educacional, pois, por um lado, apon-
metacognitivas básicas envolvem o planeja- tam que “prestar atenção” é uma estratégia
mento, o monitoramento, a avaliação e a re- utilizada por alunos do ensino fundamental,
gulação das próprias atividades de aprendi- todavia, por outro, demonstram que essa es-
zagem e do processamento da informação. tratégia tende a diminuir com o avanço do
Tendo como base teórica a Psicologia Cogni- ano escolar. Discute-se a necessidade de uma
tiva baseada na Teoria do Processamento da maior atenção, por parte dos educadores, às
Informação, este estudo veriicou relações estratégias que envolvam o monitoramen-
entre o uso de estratégias de aprendizagem to, a avaliação e a regulação das atividades
e o ano escolar de estudantes. Esta investi- de aprendizagem já que, simultaneamente,
gação faz parte de um estudo mais amplo contribuem para a persistência e o envolvi-
que visa pesquisar as estratégias de apren- mento dos estudantes nas tarefas escolares.
dizagem de alunos do Ensino Fundamental.
A amostra contou com a participação de 145 A Arte Contemporânea nos
estudantes matriculados em uma escola par- Espaços e Tempos do Ensino
ticular e duas públicas localizadas no interior
do estado de São Paulo, distribuídos nos se-
Médio
guintes anos escolares: 2a (22,2%), 3a (13,2%), Complexo Educacional Faculdades
4a (10,4%), 5a (11,1%), 6a (11,1%), 7a (9,7%), 8a Metropolitanas Unidas
(10,4%), 9a (11,8%), de ambos os sexos, com
idades variando de 7 a 15 anos (M=10,19, Carla Cristina Piffer Nunes , Therezinha Lourdes Lopes
DP=2,52). Os responsáveis pelos estudan- carla.cpn@gmail.com
tes assinaram o termo de consentimento
livre. Neste termo estão inclusas descrições A Arte Contemporânea nos espaços e
de todas as etapas envolvidas na presente tempos do ensino médio recebe um desta-
pesquisa, bem como as considerações éticas que, ainda polêmico, perceptível tanto aos
importantes. Os dados foram coletados por jovens estudantes, como poderia ser para
meio de uma entrevista individual semiestru- qualquer pessoa cuja maneira de pensar
turada com uma questão aberta. A questão sobre as formas de representação ique dis-
formulada foi a seguinte: “Quando o profes- tante de compreendê-las. As inter-relações
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 338
culturais do jovem não se limitam à escolari-
zação, seu cotidiano é repleto de buscas de Capacitação dos Ingressantes
construções emergentes e as linguagens ar-
tísticas que os embalam são formas contem-
para Utilização dos Serviços
porâneas de representação. Observa-se uma da Biblioteca, um Relato de
contradição do que um estudante do ensino Sucesso
médio aprecia como arte no seu modo de
viver e o que espera, como expectativa da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
sua formação na escola, em relação às artes. Alimentos da Universidade de São Paulo
Sem perder de vista a diversidade do pú-
blico escolar, a expectativa que existe e per- Roberta Ariboni Brandi, Marcelo Roberto Dozena,
siste nos alunos no fazer artístico está muito Girlei Aparecido de Lima, Vanessa Rodrigues
relacionado a modelos estéticos clássicos robertabrandi@usp.br
de tal maneira que demonstram uma dii- Nos últimos anos, o Serviço de Bibliote-
culdade: considerar a própria experiência na ca e Informação da Faculdade de Zootec-
linguagem contemporânea algo sem impor- nia e Engenharia de Alimentos da USP tem
tância, sem valor. aplicado uma prática que tem sido muito
Constatar que a maior diiculdade de um bem aceita e conigura-se como funda-
aluno possa ser aceitar a sua experiência mental, diante das demandas que surgem
mostra como foi legitimada a ideia de gênio no decorrer do ano letivo. Antes de efetu-
criador, desarticulando o processo de apren- arem o cadastro na Biblioteca, os alunos
dizagem, que desarticulado reduz a experi- ingressantes dos cursos de graduação da
ência e a investigação à visão determinista Unidade (Zootecnia, Engenharia de Alimen-
do século XVIII quando o método de repe- tos, Engenharia de Biossistemas e Medicina
tição pretendia chegar sempre ao mesmo Veterinária), passam por uma capacitação
resultado. de cerca de 30 minutos, ministrada por bi-
Este artigo enfatiza as concepções peda- bliotecários onde são apresentados os prin-
gógicas relacionadas ao ensino de arte, que cipais produtos e serviços da Biblioteca. O
a partir de uma revisão bibliográica referen- objetivo desta ação é expor uma síntese de
cia autores e seus argumentos no que se re- tudo o que se pode encontrar e fazer na Bi-
fere ao campo da aprendizagem. Destaca as blioteca, abordando desde acervo físico e
mudanças e rupturas relacionadas à história digital, como livros, periódicos, teses, anais
da arte e à pluralidade cultural na contem- de congressos, bases de dados, entre ou-
poraneidade, que tornam evidentes a análi- tros, como também apresentar os espaços
se ampliada sobre o tempo e o espaço na individuais e coletivos destinados à leitu-
perspectiva de métodos e suas concepções ra, estudo e troca de conhecimento entre
pedagógicas para o ensino médio. os discentes. A ação destina-se também a
explicitar as normas e regulamentos para
uso dos recursos eletrônicos como compu-
tadores, scanner, rede wi-i, serviço de re-
prograia e também os recursos humanos
disponíveis (bibliotecários, técnicos e auxi-
liares). A capacitação visa também educar
os graduandos no sentido de fazer do es-
paço da biblioteca um ambiente de respei-
to e de convivência pacíica, mantendo-se
o silêncio, não se consumindo alimentos
no recinto da biblioteca, despertando a im-
portância da preservação e conservação do
acervo bibliográico e patrimonial. O con-
junto de ações torna o aluno independente
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 339
e autossuiciente para utilizar a biblioteca. de Biossistemas com a equipe da Biblioteca,
Do total de 260 alunos ingressantes nesse FZEA. A equipe da biblioteca, devidamente
ano, 251 passaram pela capacitação, o que treinada, passou a ministrar palestras junto
corresponde a 96% do público alvo. Diante a disciplinas dos citados cursos, com princi-
do sucesso dessa iniciativa, a capacitação pal ênfase a disciplina de Trabalho de Con-
deverá ser aplicada novamente nos anos clusão de Curso. A ação dos bibliotecários
subsequentes. Visando aprimorar esta ação, favoreceu muito o andamento das discipli-
será aplicado questionário de satisfação nas, uma vez que os alunos se tornaram au-
com possíveis sugestões para melhoria da tossuicientes na busca de informações aca-
atividade. A biblioteca FZEA-USP tem como dêmicas junto a base de dados da biblio-
propósito a melhoria contínua de seus ser- teca, os trabalhos acadêmicos melhoraram
viços para melhor contemplar os usuários. consideravelmente, deixando de ser citados
Embora ainda não tenhamos feito uma ava- sites abertos e passando a citar material
liação formal em 2016, é possível perceber acadêmico de qualidade. Além disso, as pa-
que os discentes estão mais preparados e lestras evidenciaram os principais gargalos
capacitados a efetuarem buscas no Banco atuais da busca de informações na internet,
de Dados Bibliográicos da USP (DEDALUS), como o caso do plágio. A ação conjunta
mais independentes para localizar o mate- dos docentes com a biblioteca culminou na
rial bibliográico nas estantes e mais cons- melhoria do material pesquisado no acervo
cientes quanto à preservação e conserva- da biblioteca, hoje sendo aceito somente os
ção do acervo bibliográico. Por outro lado, documentos dentro da norma de formata-
o silêncio é um problema recorrente, que ção e referencial exigidos pela biblioteca.
precisamos enaltecer mais na capacitação. Houve também aproximação dos discen-
Em síntese, os pontos positivos são bem tes com os bibliotecários e a importâncias
maiores que os negativos, e o êxito dessa destes proissionais foi reconhecida e enal-
iniciativa nos motiva a continuar fazendo o tecida pelos discentes que a eles tiveram
melhor em prol dos alunos de graduação. acesso. Para os docentes envolvidos, a ação
da biblioteca favoreceu muito na qualidade
O Bibliotecário e o Docente: dos trabalhos e na escrita dos mesmos, uma
Parceria de Sucesso na vez que os discentes foram estimulados a ler
e interpretar aim de não cometer o crime
Capacitação dos Alunos de de plágio, como esclarecido pela biblioteca.
Graduação Um ponto de destaque da ação conjunta
1
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de foi a elaboração de normas especíicas para
Alimentos da Universidade de São Paulo os Trabalhos de conclusão de curso (TCCs),
2
Bilbioteca da Faculdade de Zootecnia e esforço pioneiro, no momento em inal de
Engenharia de Alimentos da Universidade implantação, que garantirá a qualidade do
de São Paulo acervo de TCCs da FZEA, alocados na biblio-
teca. A parceria entre a biblioteca, sua equi-
Marcelo Roberto Dozena2, Roberta Ariboni Brandi1, pe especialmente treinada e dedicada, com
Vanessa Rodrigues2, Girlei Aparecido de Lima2 os docentes dos cursos da FZEA é um ação
robertabrandi@usp.br promissora, que já gerou e gerará ótimos
resultados para a comunidade da FZEA, em
Como o objetivo de esclarecer as meto-
qualidade de material, capacidade de bus-
dologias de busca no banco de dados bi-
ca de informações em bases seguras, cul-
bliográicos da USP, elucidar como deve
minando em trabalhos de maior qualidade
ser feita a citação e referência dentro das
dos discentes desta unidade.
normas da ABNT e padronizar os documen-
tos que farão parte do acervo da biblioteca,
houve uma interação profícua entre os do-
centes do curso de Zootecnia, e Engenharia

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 340
duas perspectivas. Os estudos identiicados
Desgastes de Jovens na na literatura localizavam os condicionantes
de desgastes no âmbito individual e não re-
Contemporaneidade: Em conheciam determinantes das condições de
Foco os Graduandos de vida dos sujeitos. A análise dos resultados
Enfermagem da Escola identiicou a culpabilização individual pelos
desgastes e, consequentemente, a respon-
de Enfermagem da USP – sabilização individual dos graduandos para
Revisão Integrativa o enfrentamento desgastes. A continuidade
Escola de Enfermagem da Universidade de deste estudo buscará identiicar potenciais
São Paulo de desgaste de graduandos da EEUSP, para
buscar possibilidades institucionais de en-
Jenypher Pereira de Sá Oliveira, Natália Caroline frentamentos conjuntos.
Peccin Gonçalves, Vânia Ferreira Gomes Dias, Rafaela
Cristina Gomes Machado, Celia Maria Sivalli Campos Desenvolvimento de um Sistema
celiasiv@usp.br de Gerenciamento de TCCs
A motivação para o estudo foi a preocu- Faculdade de Saúde Pública da Universidade
pação da CoC bacharelado da EEUSP com de São Paulo
a manifestação de quadros associados à
ansiedade, dentre os graduandos de Enfer- Monica Inez Elias Jorge, Priscila C Alves Skappel,
magem. Segundo o marco teórico da Saú- Ana Maria Cervato-Mancuso, Leni Pires, Adelaide
de Coletiva, a explicação do fenômeno saú- Cassia Nardocci
mjorge@usp.br
de-doença, inclusive relacionado à saúde
mental, apoia-se sobre resultado do embate
Introdução
entre potencias de desgaste/fortalecimen-
to, advindos das formas de trabalhar e de Em consonância com as diretrizes curri-
viver dos indivíduos/famílias das diferentes culares nacionais, estudantes desenvolvem
classes sociais. As condições dos jovens para trabalhos, sob orientação docente, para a
acessar bens materiais e imateriais que em- conclusão da graduação, geralmente deno-
basam a sua formação e o enfrentamento minados TCC – Trabalho de Conclusão de
dos desgastes são desiguais, determinadas Curso. A elaboração do TCC deve permitir
pelas desiguais inserções de classe social. O ao estudante demonstrar sua capacidade
objetivo deste estudo foi analisar a literatura de integrar conhecimentos teóricos e prá-
sobre o tema, para identiicar variáveis e in- ticos de sua trajetória acadêmica. Os TCCs
dicadores preditivos das manifestações dos têm por inalidade avaliar, propor, discutir,
desgastes/fortalecimentos no corpo bio-psí- revisar e/ou apresentar soluções para um
quico desses jovens, com a inalidade de re- problema de relevância para as áreas de
conhecer as origens desses processos, além atuação proissional, uma aproximação com
de identiicar estratégias de enfrentamento. o mundo do trabalho. Envolve várias etapas
A busca bibliográica foi orientada pela es- de análises e avaliações, diversos atores,
tratégia PICo de revisão. A combinação de diferentes, prazos e uma coordenação que
termos que mais se aproximou da questão possibilite a participação de todos os envol-
da revisão foi: “estudantes de enfermagem” vidos nos momentos e lugares adequados.
e “qualidade de vida”, no portal BVS da BI- Essa necessária organização exige conexões
REME. Foram selecionados 34 estudos, dos precisas entre diferentes partes de um único
quais 17 associados à avaliação de qualida- sistema. O presente trabalho tem por obje-
de de vida dos estudantes. Destes, 14 des- tivo descrever a experiência de construção
tacavam sintomas ou agravos de saúde, re- de um sistema de gerenciamento de TCCs
lacionados com aspectos de qualidade de do Curso de Graduação em Nutrição da Fa-
vida de graduandos e três combinavam as culdade de Saúde Pública da USP.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 341
Descrição do Projeto integração de diversos setores e pessoas da
A recente reformulação do Projeto Polí- unidade de ensino – seção de informática,
tico Pedagógico (PPP) inseriu o TCC como serviço de graduação, comissão de coorde-
uma atividade obrigatória para a inalização nação entre outros. Representa uma contri-
do bacharelado. As Comissões de Gradu- buição estruturante da unidade formadora
ação (CG) e de Coordenação (CoC) enco- para a implantação de atividades didáticas
mendaram à Seção Técnica de Informática complexas (vários orientadores e projetos)
(STI) o desenvolvimento de um sistema que além de instrumentalizar a gestão do curso
permitisse a realização de grande parte das (CoC e CG) com dados para monitorar essas
ações relacionadas à elaboração do TCC atividades e a efetiva implantação do PPP.
no modo “online”, sem a utilização de do-
cumentos impressos, mas que garantisse o Universidade, Mercado de
cumprimento de prazos e a perfeita comu- Trabalho e Engenharia de
nicação entre os envolvidos.
Alimentos: Uma Análise dos
Metodologia Atributos de Valorização
Desenvolvimento de um sistema com- Proissional e dos Atuais
putacional de monitoramento das ações
relacionadas à elaboração e apresentação
Desaios à Formação de
de um TCC, contemplando praticamente Graduação no Brasil
todas as fases desde a deinição de tema e
de orientador até a entrega da versão inal Faculdade de Saúde Pública da Universidade
do trabalho. Etapas:- identiicação da exis- de São Paulo
tência de um sistema similar na USP; deini-
ção da linguagem do sistema: LAMP (Linux, Mariana Campos Granado Silva, Fausto Makishi,
Apache, MySQL e PHP); desenho do siste- Vivian Lara dos Santos Silva
ma com funcionalidades adequadas as ne- faustomakishi@gmail.com
cessidades e características da unidade de Mudanças profundas no ambiente econô-
ensino e do PPP do curso; parametrização; mico, político, tecnológico e social tem re-
escolha/suporte do sistema. letido em novas demandas sobre os prois-
sionais das mais diversas áreas. O paradigma
Resultados de recursos humanos característico da revo-
O sistema de gerenciamento foi criado lução industrial, altamente especializado, da
e instalado e o endereço oicial é www.fsp. divisão do trabalho em linhas de produção e
usp.br/tcc. Todas as atividades poderão ser estruturas organizacionais hierarquizadas foi
registradas e acompanhadas no Sistema, sendo substituído por redes de interação e
dispensando o uso de formulários e versões cooperação multidisciplinares, no capital so-
impressas. Há diferentes entradas para alu- cial e estruturas organizacionais muito mais
nos, orientadores, comissão e administra- enxutas e independentes. Tais mudanças tra-
ção. A cada componente do sistema cabe zem relexões diretas sobre o ensino e a for-
a realização de determinadas ações: Aluno mação proissional e o papel da universidade
– cadastro do termo de orientação, do pro- como fornecedora de recursos humanos ao
jeto e envio para orientador, cadastro do mercado de trabalho (empresarial e acadê-
TCC inal. Orientador – revisão/correção do mico). A questão que originou a pesquisa
projeto, do TCC, cadastro da banca, envio aqui retratada é a identiicação de pontos
da nota inal. CoC – validação do orientador, fortes e fracos na formação de recursos hu-
do projeto, da banca. manos com objetivo de gerar relexões e fo-
mentar projetos de valorização e moderniza-
Conclusões ção do ensino de graduação.
A construção desse sistema foi possível Parte de um projeto maior de pesquisa
em razão dos esforços empreendidos para a que, em sua primeira fase buscou mapear a
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 342
atuação dos egressos do curso de engenha- 4. Geração Beta é marcada pela agilidade
ria de alimentos da Faculdade de Zootecnia em arriscar, testar, errar e aprender com os
e Engenharia de Alimentos da Universidade erros, características típicas de um mundo
de São Paulo (FZEA/USP), o trabalho em tela onde as mudanças ocorrem em velocidade
utiliza-se de entrevistas em profundidade cada vez mais acelerada.
para estudar a trajetória proissional destes 5. Carreira “do it yourself” (DIY) relete mu-
engenheiros e identiicação de pontos de va- danças nas formas na relação empresa/ em-
lorização e de melhoria em sua base de ensi- pregado.
no de graduação. O que ajudou a chegar até 6. Conectar fazendo, que envolve as rela-
aqui e o que faltou. O projeto já soma mais ções humanas e transparência como forma
de 40 horas de depoimentos, relacionadas a de criação de valor e acumulo de conheci-
um total de vinte entrevistas. mento.
Dois produtos derivam do projeto desen-
volvido. O primeiro, rico acervo de vídeos Literatura Negra na
motivacionais e didáticos, comendo relatos Graduação: O Ensino em
de situações e problemas enfrentados pelos
proissionais da área, oferecendo material
Foco nas Instituições da Bahia
empírico para diversas discussões aborda- Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências
das em sala de aula (ex.: gestão de conli- Humanas da Universidade de São Paulo
tos, implementação de novas tecnologias,
planejamento de produção, relacionamento Claudia Rocha da Silva
interpessoal). O segundo, relaciona-se dire- claudiarochas@usp.br
tamente ao objetivo da presente discussão e
envolve a coleta e sistematização de informa- Resumo
ções que permitem identiicar pontos fortes Esta pesquisa, ainda em curso, visa reali-
e fracos percebidos pelos egressos em suas zar um estudo sobre a constituição histórica
trajetórias pessoais. Grosso modo o projeto do ensino da literatura negra nas institui-
representa a operacionalização de processo ções de ensino superior da Bahia, no cur-
de feedback da formação de graduação. so de graduação em Letras, enfocando os
A principal contribuição do projeto é a principais aportes teóricos e metodológicos
identiicação de atributos de diferenciação que fundamentam os componentes curri-
no peril de proissionais que ocupam cargos culares, na perspectiva dos docentes.
de importância em empresas renomadas
de diferentes setores: alimentos e bebidas, Introdução
beleza e cuidado pessoal, bancos, centros Após 13 anos de sanção da Lei 10.639/03
de pesquisa e universidades, insumos da consideramos, ainda, lacunas tanto no que
agroindústria, consultoria de negócio e pro- se refere a sua implementação efetiva quan-
jetos. to no campo da formação de professores
Os atributos retratados permitem identii- com essa inalidade. Reconhecemos que
car seis características marcantes da deman- muitas iniciativas foram e ainda tem sido
da proissional contemporânea: desenvolvidas no Estado da Bahia, pelos ór-
1. Caminhos adaptativos, que relete a ca- gãos competentes, para que o conhecimen-
pacidade de resiliência do proissional. to dos professores sobre a História da África
2. Mentes para o futuro caracteriza o per- e da Cultura Africana e afro-brasileira torne-
il proissional com elevada capacidade de -se uma realidade. Em relação, de modo par-
planejamento em longo prazo e lexibilidade ticular, ao campo da Literatura, temos visto
em absorver novos conhecimentos. avanços consideráveis, entretanto, nem to-
3. Pensar ecológico, segue a tendência dos são frutos de iniciativas institucionaliza-
contemporânea de engajamento social e das pelas Universidades, de modo geral. Para
ambiental, dentro das atividades proissio- muitos proissionais dos cursos de Letras, as
nais e pessoais. Literaturas africanas e afro-brasileiras cons-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 343
tituem-se em espaços ainda não revelados.
Desta forma, considerando a responsabi- Estágio Proissional em Terapia
lidade do ensino superior com a formação
dos professores que atuarão na Educação
Ocupacional em Saúde Mental:
Básica, a pesquisa em questão visa traçar Percepções Compartilhadas
um panorama histórico da constituição dos por Estudantes de um Curso
componentes curriculares da área de Litera-
tura Negra, enfocando o ensino nos cursos
de Graduação
de graduação em Letras da Bahia, conside- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
rando os principais aspectos teóricos e me- Universidade de São Paulo
todológicos que os fundamentam, a partir
do olhar dos docentes responsáveis por es- Leonardo Martins Kebbe, Clara de Freitas Smaira
ses componentes. kebbe@fmrp.usp.br

Descrição do Projeto A formação de estudantes em terapia


A pesquisa intitulada Literatura Negra na ocupacional envolve a realização de práticas
Graduação: o ensino em foco nas instituições proissionalizantes na área da saúde mental,
da Bahia tem o objetivo de investigar como comumente ofertadas no último ano dos
se constituiu historicamente e qual tem sido cursos de graduação. A inserção dos esta-
o enfoque dado ao(s) componente(es) cur- giários neste campo de práticas é vivencia-
ricular(es) que trata(m) da Literatura Negra, da com insegurança e incerteza, pois a lida
nos cursos de graduação em Letras, em ins- com pessoas com diagnóstico psiquiátrico
tituições de ensino superior na Bahia. envolve ideias pré-concebidas que podem
interferir no processo de aprendizagem.
Metodologia Este estudo tem como objetivo identiicar
A pesquisa terá uma abordagem quali- as diiculdades que os estudantes conside-
tativa, através do Estudo de Caso, a priori. ram existir para o desempenho satisfatório
Além da análise dos projetos dos cursos de no Estágio Proissional na área de Terapia
Letras, das instituições a serem selecionadas Ocupacional (TO) em Saúde Mental, cujo
posteriormente, serão realizadas entrevistas conteúdo é desenvolvido no componente
com docentes dos componentes curricula- curricular Estágio em Terapia Ocupacional
res focados no ensino de Literatura Negra. na Atenção ao Adulto do curso de Terapia
Ocupacional da Faculdade de Medicina de
Resultados E Conclusões Ribeirão Preto – USP (FMRP-USP). Busca-se
Como a pesquisa ainda está em fase de propor aos estudantes pertencentes aos se-
desenvolvimento, não há, até a presente mestres que antecedem o estágio (ofereci-
data, resultados e conclusões. do no quinto ano do curso de graduação) a
participação em grupos focais visando ava-
liar, sob a ótica dos próprios estudantes, se
e como os encontros grupais os auxiliam na
identiicação e no enfrentamento das dii-
culdades por eles percebidas. A pesquisa se
apoia na ideia de que a “loucura”, represen-
tada no imaginário popular como perigosa
e agressiva e, emergindo sob a forma de
preconceitos e estigma, pode interferir no
aprendizado prático dos estudantes. Nes-
te sentido, a questão apresentada como
pressuposto deste estudo é: representações
pejorativas sobre pessoas com transtornos
mentais interferem no processo de apren-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 344
dizagem de estudantes, especialmente de
conteúdos práticos, quando da lida com Pesquisando a Motivação de
tais pessoas. O estudo foi aprovado pela
Comissão de Graduação da FMRP-USP e
Alunos do Ensino Fundamental
pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HC- e Suas Percepções Acerca dos
-FMRP-USP. Participam desta pesquisa 12 Deveres de Casa
estudantes cursando diferentes períodos
do curso de graduação de Terapia Ocupa- Faculdade de Educação da Universidade de
cional, do primeiro ao quarto ano (foram São Paulo
selecionados 3 estudantes do segundo se-
Edna Rosa Correia Neves
mestre de cada ano) e os dados estão sen-
ednarcneves@usp.br
do coletados por meio de quatro grupos
focais, realizados na própria FMRP-USP, es- O objetivo deste trabalho foi o de inves-
peciicamente no Laboratório de Pesquisa tigar as orientações motivacionais intrín-
em Saúde Mental de Terapia Ocupacional. secas, extrínsecas e o valor dos deveres de
O primeiro grupo focal foi realizado sendo casa para alunos do ensino fundamental. A
que este e os demais se pautam na discus- amostra foi composta de 134 participantes
são e relexão compartilhada dos seguintes com faixa etária de 8 a 15 anos, de ambos os
temas: 1. Percepção do estudante sobre a sexos. Os dados foram coletados mediante
lida com pessoas com transtornos mentais; 2. a apresentação de uma história. Essa histó-
Perspectivas quanto à realização do estágio ria faz parte de um instrumento composto
em Saúde Mental; 3. Perspectiva sobre a atu- por dez histórias (Histórias para Avaliação da
ação proissional em Saúde Mental; 4. Con- Motivação para Aprender; Neves, 2011). A
tribuições dos grupos de discussão. Os dados história apresentada foi a seguinte: A profes-
estão sendo gravados, serão transcritos in- sora de Cristina sugeriu uma pesquisa para
tegralmente e a análise será feita por meio ser feita em casa. Cristina perguntou à pro-
de análise temática de conteúdo de Bardin fessora: A pesquisa valerá uma nota? A pro-
(2011). Os resultados esperados são a con- fessora disse que não e que era, apenas, para
irmação (ou não) de diiculdades, medos o grupo saber mais sobre um tema novo, au-
e inseguranças, por parte dos estudantes, mentar suas habilidades e aprender cada vez
frente à perspectiva de atuação no Estágio mais. O que Cristina fará? Por quê?. Surgiram
de Terapia Ocupacional em Saúde Mental, sete categorias de respostas: aprender mais
e sobre como as mesmas poderiam ser mi- (28,4%), agradar a professora (18,7%), não
nimizadas durante o processo de ensino vale nota (17,2%), é um bom aluno (9,7%),
prático, visando facilitá-lo. Busca-se, sobre- ter um futuro melhor (9,0%), passar de ano
tudo, avaliar se a participação nos grupos (9,0%), outros (8,0%). Relações signiicativas
focais constitui recurso eicaz para a lida foram encontradas entre as justiicativas e
com os problemas vividos e, embora sejam a idade (x2(42)=61,68; p= 0,00). Constatou-
consideradas as especiicidades desses gru- -se com o presente estudo que a motivação
pos como instrumento de coleta de dados intrínseca predominou na amostra entre os
em pesquisa, pretende-se também explorar estudantes mais novos; no entanto, tendeu a
seu potencial terapêutico e educativo. declinar com o avanço da idade. Os educa-
Palavras-Chave: Estágio Proissional; Te- dores devem icar atentos aos aspectos das
rapia Ocupacional; Saúde Mental atividades extraclasse, promotores da moti-
vação intrínseca e da aprendizagem autorre-
gulada. A persistência e o envolvimento dos
estudantes nas atividades escolares depen-
dem, em grande parte, do clima encorajador
de iniciativa e autoexpressão estabelecido
em sala de aula.

Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo


05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 345
objetivos do PP/IBUSP. O questionário foi
Avaliação Institucional como respondido por 18 docentes, com referência
a 25 disciplinas. Para análise dos dados, foi
Processo Investigativo da realizada uma primeira leitura quantitativa,
Prática Docente na Graduação seguida de uma análise qualitativa de conte-
Instituto de Biociências da Universidade údo. Identiicamos que, em geral, os docen-
de São Paulo tes do Departamento consideram que suas
disciplinas conferem formação sólida, ampla
Alessandra Bizerra; André Morandini; Renata e histórica dos conceitos, princípios e teorias
Pardini; Ricardo Pinto da Rocha; Rosana Louro da Zoologia (ou do Ensino de), bem como
Ferreira Silva; Sônia Godoy Bueno Carvalho Lopes a promoção da utilização do conhecimento
lebizerra@gmail.com construído e da produção de novos conhe-
cimentos pelos graduandos. Além disso, os
Resumo docentes apontam, embora em menor grau,
A Universidade de São Paulo estabelece a importância da integração entre pesquisa,
avaliações institucionais, de forma sistemá- docência e extensão e a atuação interdiscipli-
tica, desde a década de 1990. Consideradas nar. Entre os processos de ensino e aprendi-
na dimensão de aferição de qualidade do zagem considerados nas disciplinas, obser-
ensino, pesquisa e extensão, essas avaliações vam-se duas perspectivas predominantes.
podem se constituir como um momento de Enquanto parte dos docentes dá ênfase nos
relexão sobre ações dos departamentos da conteúdos conceituais, outros consideram o
Universidade. Nesse contexto, o Departa- professor como mediador e compreendem a
mento de Zoologia do Instituto de Biociên- aprendizagem como signiicação de concei-
cias da USP, durante a Avaliação Institucional tos. Outros pontos levantados foram a falta
de 2010-2014, formou grupos de trabalho de integração entre as disciplinas do curso
para pensar nos diferentes contextos da e a variedade de tipologias de estratégias
Avaliação. No GT relacionado à Graduação, utilizadas. A identiicação desses elementos
desenvolvemos um processo investigativo torna-se importante para o Departamento,
sobre as percepções apresentadas pelos do- pois é a partir das resoluções de tensões e
centes do departamento em relação à sua contradições aparentes que podemos avan-
prática nas disciplinas de graduação. Como çar para novas possibilidades de diálogo
referência de objetivos de ensino, o Depar- entre as diferentes áreas e de efetivação de
tamento segue o Projeto Pedagógico do práticas pedagógicas mais criativas. Com-
Curso de Ciências Biológicas (PP/IBUSP), que preendemos que, com a dinâmica escolhida
visa a formação de graduados com apro- pelo Departamento, o momento da avalia-
priação “sólida, ampla e histórica dos con- ção institucional pôde se tornar mais do que
ceitos, princípios e teorias da Biologia”, ca- um processo burocrático de preenchimento
pacitados a “desenvolver ações estratégicas, de formulários, constituindo-se em um mo-
diagnosticar e resolver problemas e elaborar mento oportuno de relexões sobre a práxis
e executar projetos relacionados à sua área docente, ao fornecer subsídios empíricos
de formação”. A im de analisarmos a apro- para o diálogo na busca tanto da superação
ximação da ação docente aos objetivos do de polarizações como do avanço para novas
PP/IBUSP, levantarmos suas percepções de práticas docentes.
ensino e de processos de ensino/aprendiza-
gem, bem como identiicarmos as principais
estratégias didáticas utilizadas, foi enviado
um questionário on line para os 22 docen-
tes do departamento. Para elaboração das
questões, foram traçados possíveis modelos
de ensino/aprendizagem, elencadas estraté-
gias didáticas e considerados os principais
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 346
nóstico e acompanhamento do processo de
Diagnóstico Psicopedagógico: avaliação Psicopedagógica, veriicaram-se
indícios de diiculdades nas áreas: cognitiva,
Um Relato de Experiência psicomotora, pedagógica e socioafetiva. As
1
Faculdade de Educação da Universidade diiculdades em escrita, leitura e aritmética
de São Paulo e Faculdade Adventista de estão ligadas, principalmente, aos atrasos
Hortolândia em seu desenvolvimento cognitivo, psico-
2
Centro Universitário Adventista de São motor e socioafetivo. Indicou-se atendi-
Paulo Campus Engenheiro Coelho mento psicopedagógico e intervenção nas
3
Instituto de Psicologia da Universidade áreas: leitura, escrita e aritmética. Espera-se
de São Paulo e Faculdade Adventista de oferecer subsídios para novas investigações
Hortolândia na área, bem como facilitar a compreensão
dos processos envolvidos na avaliação das
Edna Rosa Correia Neves1, Kelly Cristine Zaneti diiculdades de aprendizagem de alunos do
Dos Santos2, Giovanna Maria Ponce De Leon Ensino Fundamental I.
Rocha2, Lisliê Lopes Vidal3
ednarcneves@usp.br Concepções de Estagiárias
Resumo
de Pedagogia Sobre o
O presente estudo avaliou uma proposta Desenvolvimento Sexual
de diagnóstico na modalidade de um Pro- Infantil e o Papel do Professor
grama de Estágio Clínico desenvolvido no
1
curso de Pós-graduação em Psicopedago- Faculdade de Educação da Universidade
gia (PECPp) do UNASP (Campus Engenheiro de São Paulo e Faculdade Adventista de
Coelho). Dirigido a crianças com hipótese Hortolândia
2
de diiculdades de aprendizagem; encami- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
3
nhadas pelos professores e coordenação Faculdade Pitágoras de Jundiaí
pedagógica no ano de 2012. Participou da
Edna Rosa Correia Neves1, Mariana De Oliveira
pesquisa uma criança de dez anos de idade,
Farias2, Rogério Elias Marim3
aluno do quarto ano do Ensino Fundamen-
ednarcneves@usp.br
tal I de uma escola particular do estado de
São Paulo. De modo geral, o programa obje- Resumo
tiva, mediante avaliação realizada pelos es- Os temas da sexualidade infantil e do pa-
tagiários do curso de Psicopedagogia, sob pel da escola têm sido discutidos na Psicolo-
orientação/supervisão clínica de um profes- gia e em áreas correlatas. O presente traba-
sor psicólogo responsável, analisar os resul- lho teve como objetivo conhecer e analisar
tados das diferentes áreas submetidas ao as concepções de estagiárias do curso de
diagnóstico clínico (pedagógica, cognitiva, Pedagogia de uma faculdade particular do
socioafetiva e corporal) e realizar o Informe interior paulista, sobre as práticas, o papel e
Psicopedagógico, para os pais e instituição a formação dos professores que atuam nas
escolar, com apresentação da avaliação e séries iniciais do Ensino Fundamental, em
hipótese para acompanhamento do proces- relação à sexualidade infantil. Participaram
so. A presente pesquisa se caracteriza como 55 estagiárias que atuam em um Projeto da
exploratória. Foram utilizados, no processo Prefeitura. Foi aplicado questionário com
de avaliação psicopedagógica, instrumen- três questões abertas e para tratamento dos
tos de caráter qualitativo e quantitativo, tais dados, utilizou-se a Análise de Conteúdo.
como: EOCA (Entrevista Operatória Cen- Os resultados indicam que, na concepção
trada na Aprendizagem); Avaliação Psico- das estagiárias, quando ocorre uma mani-
motora; Provas do Diagnóstico Operatório; festação da sexualidade infantil no contex-
Caixa de Areia e Par Educativo. Mediante to escolar, o professor deveria buscar con-
os dados analisados nas sessões de diag- trola-la. Em relação ao tipo de informação
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 347
que o professor se embasa, as concepções Ribeirão Preto, a construção do genograma
indicam a falta de conhecimento e uso do e ecomapa para representação gráica da
senso comum. Sobre as dúvidas em relação constituição familiar e da dinâmica de re-
ao papel do professor, parte não respondeu lações da pessoa acompanhada e o uso do
e parte preocupava-se em não provocar diário de campo. Para a análise, ainda em
constrangimentos. As participantes pare- processo, utiliza-se a técnica de análise de
cem apresentar um déicit no que se refere conteúdo temática.
ao conhecimento sobre o desenvolvimento
sexual infantil e sobre seu papel diante des- Resultados
te tema na escola. Esta defasagem parece Ao inserirem-se no território de uma uni-
ser decorrente da falta de uma disciplina na dade de saúde da família, os estudantes vi-
formação e de cursos de formação continu- vem o processo de construção de vínculo
ada que tratem dos temas da sexualidade com famílias a partir das narrativas de histó-
de forma cientíica e desmitiicada. Faz-se ria de vida construídas conjuntamente com
necessária uma relexão e reformulação so- os participantes em questão. Além disso,
bre a formação dos professores para que essa modalidade de pesquisa, que envolve
possam contribuir para o desenvolvimento a não neutralidade do pesquisador, permi-
saudável das crianças e para que se sintam te a construção de uma clínica comum pelo
mais preparados para lidar com o tema. exercício da escrita e leitura da história de
vida numa produção conjunta de cuidado.
Construindo Narrativas
no Acompanhamento de Conclusão
Este estudo, ainda em construção, permite
Famílias na Atenção Básica evidenciar a aproximação dos estudantes ao
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto contexto de vida dos participantes, ao de-
da Universidade de São Paulo senvolvimento de habilidades para a cons-
trução conjunta do vínculo, da escuta e para
Luana Pinho de Mesquita, Thamara Cristiane de a utilização das narrativas como instrumento
Oliveira, Carla Ferreira de Oliveira, Silvia Matumoto de cuidado na estratégia saúde da família.
luanamesquita@gmail.com
Integração Ensino - Serviço:
Resumo Uma Experiência de Estágio
Introdução
O presente estudo tem como objeto o uso
Não Obrigatório da FORP/
de narrativas como instrumento de acompa- USP em Parceria Com o
nhamento de famílias na Atenção Básica, na Município de Sertãozinho
busca por instrumentos que qualiiquem o
1
cuidado em saúde na atenção básica e tam- Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
bém contribuam com o processo de apren- da Universidade de São Paulo
2
dizagem de alunos de graduação para o de- SMS-Sertãozinho
3
senvolvimento da clínica comum. Tem como Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
objetivo conhecer o processo de ensino- da Universidade de São Paulo
-aprendizagem e uso de narrativas de história
S.F. Mestriner1; V.A.C. Amadeu2; M.G.C. Watanabe1;
de vida para o cuidado de pessoas e famílias
L.P. Mesquita3; e W. Mestriner Jr.1
no contexto da Estratégia Saúde da Família.
somestri@forp.usp.br
Metodologia Resumo
Método qualitativo com construção de O estágio não obrigatório desenvolvido
narrativas de história de vida a partir de pela FORP-USP junto a Prefeitura Municipal
visitas domiciliares a usuários de uma Uni- de Sertãozinho é uma atividade acadêmica
dade de Saúde da Família no município de de ensino e aprendizagem complementar,
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 348
importante para a aquisição de competên- Paulo (FAPESP), na categoria bolsa de mes-
cias e habilidades em um novo cenário de trado, compreende que a educação escolar,
práticas. Tem por objetivos contribuir para a como um direito institucionalizado e ina-
formação dos futuros proissionais da área lienável, impõe ao sujeito sua inscrição em
de saúde bucal capacitando-os na realização um Estado que é operado pela força e pela
de planejamento e gestão na perspectiva da repressão, tal direito, portanto, que garan-
integralidade, ampliando as ações de Saúde te o acesso à escola para todos, é ao mes-
Bucal na atenção à população do Município mo tempo conquista e concessão, pois se
de Sertãozinho – SP. O ingresso dos estudan- possibilita o acesso aos discursos de poder/
tes se dá por processo seletivo estabelecido saber - que é campo de luta - isto não ocor-
em edital, com concessão de Bolsa Auxilio re sem um controle dos corpos. A punição,
pela Prefeitura regulamentada pelo convê- evidenciada na situação do adolescente em
nio entre a Prefeitura Municipal de Sertãozi- cumprimento de medida socioeducativa de
nho e a Universidade de São Paulo nos ter- liberdade assistida, - obrigado a estudar
mos da Lei 11788/2008 e da Lei no 9.394/96. como exigência para que seja quitada sua
Todas as atividades estão previstas no Plano obrigação legal para com Estado - é uma
Individual de Trabalho e são desenvolvidas condição sine qua non na sociedade que
nas Unidades de Saúde (UBS e CEO) e Es- opera pelo poder disciplinar, pois é ela que
paços Sociais; e fundamentadas nas Diretri- ajusta e adapta os corpos orquestrados en-
zes do SUS, na Política Nacional de Saúde tre si, extraindo-lhes um maior rendimen-
Bucal, e na Diretriz Curricular para o Curso to. Tendo por norteador teórico os escritos
de Odontologia/MEC. O acompanhamento de Michel Foucault, fez-se a construção de
e avaliação são realizados por proissionais uma peça de teatro - amparada nos cader-
cirurgiões dentistas preceptores e supervi- nos de campo que registraram a atuação de
sores da rede municipal e docentes da FORP. dois anos como técnica de medidas socio-
Ao longo dos anos o estágio vem indican- educativas. As tensões entre os discursos
do grande potencial no desenvolvimento do apresentados na peça, adotando cada cena
planejamento em saúde, da gestão da clínica como unidade de análise, e as categorias
e consequentemente no aprimoramento do que deles emergem comparados aos do-
peril proissional e a melhoria das condições cumentos oiciais da educação e da justiça
de saúde bucal da população. Em projeto de – campos de saber/poder - que estipulam
pesquisa que avaliou a percepção dos gradu- e estipulavam a forma de acompanhamen-
andos sobre o estágio, evidenciou-se a expe- to do adolescente em conlito com a lei,
riência como uma oportunidade de vivenciar compõem esta pesquisa de mestrado, que
a realidade do trabalho nos serviços de saú- ainda em andamento, adota como método
de, e desenvolver e aperfeiçoar habilidades a genealogia proposta por Foucault. Reco-
e competências, e permitir uma aproximação nhecendo o Estatuto da Criança e do Ado-
aos conceitos de atenção à saúde, humani- lescente como um avanço, bem como os
zação, autonomia e aprendizado no trabalho. demais documentos que o tem como ponto
de partida, como exemplo o Sistema Nacio-
A Escola como Direito e nal de Atendimento Socioeducativo, dado o
Punição: O Adolescente em seu princípio de proteção integral à criança
e ao adolescente, esta pesquisa pretende
Liberdade Assistida explicitar a coexistência destes discursos
Universidade Federal de São Paulo em voga com aqueles que remetem a para-
digmas anteriores - tais quais os do Código
Patrícia Ferreira de Andrade, Marian Ávila Lima e Dias de Menor - para compreender seus efeitos.
pati.fa@bol.com.br

Esta pesquisa inanciada pela Fundação


de Amparo à Pesquisa do Estado de São
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 349
O Estudo da Teoria do A Inserção de Novos Alunos nos
Vínculo na Aprendizagem e Laboratórios de Investigação
a Formação de Pedagogos e Médica (LIM) Candidatos a
Psicopedagogos Pós-Graduandos: Conquistas
Centro Universitário FIEO do I Workshop em Doenças
Infecciosas e Parasitárias
Gabriel Pinheiro Silva, Karina da Costa, Elisangela
Leandro da Silva, Nathália Rodrigues Campos, José Faculdade de Medicina da Universidade de
Maria Montiel, Daniel Bartholomeu São Paulo
gabs_biel@hotmail.com
Marcelo Andreetta Corral, Gabriela Rodrigues e
Resumo Fonseca, Lais Calissi Brisolla Tavares, Roseli Antonia
O estudo da teoria dos vínculos propos- Santo, Letícia Claudi de Oliveira, Silvia Figueiredo
ta por Pichon Rivière, psiquiatra argentino Costa, Anna S. Levin
responsável pela disseminação da psicaná- marcelo.corral@usp.br
lise na Argentina, permite a observação e
estudo do desenvolvimento humano, bem Introdução
como, a construção da aprendizagem ten- O programa de Pós-graduação em Doen-
do como ponto de partida as relações hu- ças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade
manas. O vínculo, parte chave desta teoria de Medicina da Universidade de São Paulo
permite compreender o estabelecimento de é constituído sobretudo por alunos médi-
diferentes signiicações as quais compõem cos, mas aberto a todos os proissionais de
a formação do arcabouço do ser humano. saúde com interesse na área. Muitos desses
Neste estudo qualitativo, por meio do le- outros proissionais da saúde não possuem
vantamento de livros e artigos, os conceitos essa informação. Visando o ingresso de no-
chave da Teoria dos Vínculos de Pichon Ri- vos alunos ao programa, organizou-se um
vière foram analisados buscando evidenciar Workshop para divulgar as diversas linhas de
o caráter didático em que explica a forma- pesquisa contempladas pela pós-graduação
ção do ser cognoscente a qual se desenvol- para que os interessados pudessem se alocar
ve através das relações. Este pressuposto e desenvolverem seus futuros projetos.
importante para a Psicologia Educacional
e consequentemente para a formação de Objetivo
professores de maneira geral acaba por Relatar a experiência da Comissão organiza-
tornar-se uma grande colaboradora para a dora do I Workshop em Doenças Infecciosas e
compreensão dos processos envolvidos na Parasitárias bem como os seus resultados.
prática pedagógica e psicopedagógica. Ao
analisar estes construtos, foi possível ob- Método
servar que esta teoria por vezes viabiliza a A comissão organizadora era composta
compreensão também de outros aspectos pelos representantes discentes, secretárias e
do desenvolvimento dos ser humano en- coordenadoras do programa de pós-gradu-
quanto aprendizagem, deste modo, a teoria ação em Doenças Infecciosas e Parasitárias
contribui enquanto aparato propedêutico da Faculdade de Medicina da Universidade
do estudo da práxis da Pedagogia e da Psi- de São Paulo. Para realização do evento ob-
copedagogia. teve-se patrocínio de duas papelarias, duas
empresas de insumos laboratoriais que for-
neceram brindes e de duas indústrias farma-
cêuticas que patrocinaram os coffee-breaks.
O evento foi divulgado em universidades pú-
blicas e privadas e também nas redes sociais.
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 350
Resultados
Manifestaram interesse 68 alunos, dos Experiências Obtidas na
quais 31 cursistas participantes, sendo 29 alu-
Execução do Programa
Uniicado de Bolsas de
nos de graduação em Biomedicina ou Biolo-
gia e 2 Biomédicos. O programa do evento
contou com palestras, mesas redondas, ex- Estudos da USP na Área de
posição de pôsteres e acompanhamento de
defesa de Tese de Doutorado de uma aluna
Ensino e Eiciência Energética
do programa. As palestras foram ministradas Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
por docentes da USP sobre os temas: Ética em Alimentos da Universidade de São Paulo
pesquisa, História do Departamento e Pós-
-graduação em Moléstias Infecciosas e Para- Fernando de Lima Caneppele; José Antonio
sitárias. Foram oferecidas 7 mesas redondas Rabi; Lucas Vicente Pizeta Bragagnolo; Vitor
divididas conforme a especialidade dos pales- Garavazo Ferreira
trantes: Helmintologia, Hepatite C, Bacteriolo- caneppele@usp.br; jrabi@usp.br;
gia Aplicada, HIV, Virologia aplicada, Infecção lucas.bragagnolo@usp.br; vitor.garavazo.ferreira@usp.br
associada à assistência à saúde e miscelânea Neste resumo são apresentados relatos de
(imunização em imunodeprimidos, malária experiências obtidas no “Projeto: 640 - Apli-
e acidentes por animais peçonhentos). Cada cação dos conceitos de auditoria energética
mesa redonda foi presidida por um orienta- no campus da USP de Pirassununga”, refe-
dor pleno do programa e os três palestrantes rente ao edital 2015 do Programa Uniica-
eram alunos ou alunos egressos, dos quais 5 do de Bolsas de Estudos da USP na Área de
de Mestrado, 12 de Doutorado e 4 Doutores. Ensino e que foi desenvolvido na Faculdade
Após as palestras foi aberto espaço para de- de Zootecnia e Engenharia de Alimentos,
bate e questionamentos. Todas as palestras Universidade de São Paulo – USP, campus
foram avaliadas por meio de análise hedônica de Pirassununga. O objetivo do “Programa
pelos cursistas, sendo que 90% as considera- Uniicado de Bolsas de Estudo para Estudan-
ram ótimas e 10% boas. A atividade de expo- tes de Graduação/USP” na área de Ensino e
sição de pôsteres contou com 16 trabalhos, nesta área temática, foi a oportunidade que
dos quais 2 de mestrandos, 9 de doutorandos os alunos tiveram de vivenciar na prática e
e 5 de Doutores, sendo avaliada em 92% óti- aprofundar em campo diversos conceitos
mo e 8% Bom. Por im, os alunos puderam desenvolvidos nas disciplinas relacionadas
acompanhar a defesa de tese, e essa experi- à energia elétrica e eiciência energética dos
ência foi avaliada como ótima por 89% dos cursos de Engenharia de Biossistemas e de
cursistas e boa para 11%. Foram distribuídos Engenharia de Alimentos da FZEA. Os alunos
certiicados com 40 horas/ atividades para os inicialmente elaboraram revisão bibliográica
cursistas. Após o inal da semana de palestras, para ampliação do domínio e conhecimento
foi sugerida pelos cursistas uma visita moni- do estado da arte do tema eiciência energé-
torada nos laboratórios dos orientadores do tica, suas implicações e aplicações. Quando
programa. Nove dos 27 orientadores do pro- o aluno tem seus primeiros contatos com a
grama, de 7 laboratórios diferentes, recebe- eiciência energética, ele passa a ter atitudes
ram a visita em dois dias distintos. sustentáveis e também transmite essas atitu-
des para a sociedade. Em locais estratégicos
Conclusão do Campus Fernando Costa da USP em Pi-
A realização de eventos como o I Workshop rassununga, foram coletados dados elétricos
em Doenças Infecciosas e Parasitárias consti- através da instalação de analisadores eletrô-
tuiu importante forma de divulgação do pro- nicos de sistemas elétricos. Os dados foram
grama de Pós-graduação, pois ao término coletados de acordo com as deinições e re-
das visitas 26% dos cursistas já haviam se in- comendações da Resolução Normativa ANE-
serido em algum dos laboratórios que cons- EL no 414 de 09/09/2010, que estabelece as
tituem o programa. condições gerais de fornecimento de ener-
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gia elétrica. Para realizar a auditoria energéti- aprendizado”, aprovado pela Pró Reitoria de
ca, foi necessário também conhecer concei- Cultura e Extensão Universitária da Univer-
tos relativos à eletricidade como as energias sidade de São Paulo por meio de edital do
ativa, reativa e aparente; potências ativa, re- Programa Aprender com Cultura e Exten-
ativa e aparente; demandas e cargas; fatores são. O projeto ainda encontra-se em anda-
de potência, de demanda e de carga; curvas mento, com término previsto para julho de
de carga do sistema; regimes tarifários; en- 2016. Todavia, os resultados parciais obti-
tre outros. Os dados coletados puderam for- dos até o momento permitem a apresenta-
necer informações importantes sobre o uso ção de alguns apontamentos.
racional de energia, análise de desempenho
das instalações elétricas e podem auxiliar na Descrição do Projeto
execução futura de programas de eiciência Neste sentido, o objetivo do presente tra-
energética. Também como resultado consta- balho é apresentar o referido projeto, cujo
tou-se que o projeto favoreceu o processo desenvolvimento tem promovido a relexão
ensino-aprendizagem uma vez que os alunos acerca da disciplina “AUP0479 Design para
aprofundaram seus conhecimentos na área a Sustentabilidade”, e suas respectivas con-
de conservação de energia, com a realização clusões preliminares.
todos os procedimentos teóricos e práticos O projeto é coordenado pelas professo-
necessários à coleta de dados elétricos, estu- ras Tatiana Sakurai e Maria Cecília Loschiavo
do das instalações elétricas, hábitos dos con- dos Santos, contando com a participação de
sumidores, estabelecimento de fatores, bem duas alunas bolsistas de graduação, Débora
como a análise e divulgação de resultados. Piacente de Oliveira e Yedda Magalhães Fi-
Os conhecimentos e resultados podem esti- gueredo, e com a colaboração da aluna de
mular a comunidade acadêmica sobre o uso doutorado Verena Ferreira Tidei de Lima. Em
racional da energia elétrica e conscientizar linhas gerais, o objetivo é reunir e sistemati-
sobre a aplicação dos princípios da conser- zar os conteúdos, a metodologia e resulta-
vação de energia no campus. dos atingidos pela disciplina até o momento,
para então disponibilizá-los ao público por
Projeto 10 Anos de Experiência meio da reestruturação e aprimoramento de
da Disciplina Optativa AUP0479 um website já existente, e da publicação de
um livro (digital e/ou impresso). Tais ações
- Design para a Sustentabilidade: objetivam expandir e fortalecer a discussão
Ensino e Aprendizado e relexão acerca da temática, inclusive em
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da uma perspectiva internacional.
Universidade de São Paulo
Metodologia
Maria Cecília Loschiavo dos Santos, Tatiana Sakurai De modo simpliicado, apresenta-se a se-
e Verena Ferreira Tidei de Lima guir a maneira como o projeto vem se de-
verenalima@usp.br senvolvendo. No que diz respeito à coleta e
sistematização de trabalhos desenvolvidos
Introdução pelos alunos que cursaram a disciplina, até
Em maio de 2015, no 1o Congresso de o momento foram realizados: a criação de
Graduação da USP, apresentou-se um pa- um banco de dados online compartilhado
norama a respeito da disciplina optativa e colaborativo; o mapeamento dos alunos
AUP 0479 Design para a Sustentabilidade1, que cursaram a disciplina até então; o de-
ofertada aos alunos de graduação do cur- senvolvimento de planilha de controle con-
so de Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP. tendo nome do aluno e especiicação do
Em agosto de 2015, iniciou-se o Projeto de trabalho inal desenvolvido; o contato com
Cultura e Extensão intitulado “10 anos de ex-alunos (via Facebook e email) e envio de
experiência da disciplina optativa AUP0479 formulário desenvolvido no Google Forms
– Design para a Sustentabilidade: ensino e com chamada de vídeo gravada com as
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 352
professoras responsáveis pela disciplina; a Conclusões
digitalização dos trabalhos disponíveis. Pa- A busca por informações sobre a evolução
ralelamente, outras informações a respeito da disciplina tem suscitado diversas rele-
da disciplina foram coletadas, como tra- xões a respeito da mesma2. Uma experiência
balhos cientíicos relacionados publicados de graduação, principalmente se pioneira e
anteriormente, e relação de proissionais inovadora tal qual a da disciplina AUP0479,
convidados. Atualmente, encontra-se em pode proporcionar desdobramentos que
desenvolvimento um site piloto para abri- vão além da própria sala de aula, contribuin-
gar os conteúdos gerados. do ativamente em relação à pesquisa no que
No presente trabalho, foram utilizados diz respeito ao design para a sustentabilida-
como fontes de dados as informações cole- de. Neste sentido, a existência de Projetos
tadas por meio do projeto, bem como o rela- de Cultura e Extensão tal qual o supra rela-
tório parcial elaborado pelas alunas bolsistas. tado, que historiam e analisam o surgimen-
to e a evolução de novas experiências edu-
Resultados cacionais, desempenham importante papel.
As informações reunidas e sistematizadas Assim, é possível inferir que a evolução da
até o momento permitem destacar alguns disciplina ocorre não somente ante o co-
aspectos bastante relevantes, especialmen- nhecimento gerado a partir da participação
te no que se refere às mudanças experi- dos alunos e dos projetos desenvolvidos por
mentadas pela disciplina no decorrer de seu estes, da contribuição das professoras e dos
processo evolutivo, desde 2003 até o pre- demais proissionais envolvidos, da evolução
sente momento. do discurso a respeito do tema e das mudan-
O foco tem se expandido cada vez mais: a ças na legislação incorporadas à sala de aula,
problemática dos resíduos sólidos e sua re- mas sobretudo, recentemente, mediante a
lação com o design, inicialmente abordada relexão sobre todos esses aspectos, propor-
exclusivamente perante o contexto da CO- cionada pelo Projeto de Cultura e Extensão
OPAMARE, atualmente extrapola os limites “10 anos de experiência da disciplina optativa
deste contexto, sendo abordada de manei- AUP0479 - Design para a Sustentabilidade:
ra mais ampla e complexa em suas diversas ensino e aprendizado”.
interfaces. A disciplina vem acompanhando
o crescimento e a evolução do discurso da Notas
1
sustentabilidade, o advento de novas pla- A disciplina foi criada em 2003 pela Pro-
taformas tecnológicas, e os marcos legisla- fa. Dra. Maria Cecília Loschiavo dos Santos,
tórios a respeito do tema, como por exem- e desde 2014 conta com a colaboração da
plo a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Profa. Dra. Tatiana Sakurai.
Tais aspectos, incorporados pela disciplina, 2
As mudanças supracitadas e as relexões
tem se reletido nos projetos desenvolvidos decorrentes destas, foram retratadas em um
pelos alunos, que também tem se diversii- paper, que será apresentado no DRS2016
cado: inicialmente concentrados na reutili- em Brighton (Reino Unido), em junho, pela
zação de materiais encontrados na coope- Profa. Dra. Tatiana Sakurai.
rativa para a produção de novos artefatos,
atualmente dividem-se entre projetos que
utilizam novas tecnologias como platafor-
ma para pensar a problemática da produ-
ção e gestão de resíduos sólidos, e projetos
de serviços, por exemplo. É notório desta-
car que a temática dos projetos desenvolvi-
dos encontra-se frequentemente relaciona-
da ao campo de atuação dos proissionais
convidados a contribuir com a disciplina na
ocasião.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Descrição do Projeto
Liga de Telessaúde FOB/USP: A Liga de Telessaúde FOB/USP tem sido
oferecida como um Curso de Difusão reco-
Atividades de Ensino, Pesquisa nhecido pela Pró-Reitoria da USP, promo-
e Extensão vido pelo Programa de Educação Tutorial
Faculdade de Odontologia de Bauru da (PET) Fonoaudiologia em parceria com o
Universidade de São Paulo PET Odontologia e o Departamento de Fo-
noaudiologia desde 2007. Tem como públi-
G.R. Luccas, I.A. Quadros, W.Q. Blasca e G. Berretin-Felix co alvo docentes, proissionais e discentes
gabriele.luccas@gmail.com de graduação e pós-graduação da FOB/USP
e do HRAC/USP. Tem como objetivo propi-
Resumo ciar formação proissional interdisciplinar
A Liga de Telessaúde da Faculdade de baseada em ações de teleassistência e tele-
Odontologia de Bauru da Universidade de ducação; troca de experiências entre os es-
São Paulo (FOB/USP) possibilita a realização tudantes de graduação e pós-graduação de
de atividades extracurriculares de ensino, pes- diferentes programas; apoio às atividades
quisa e extensão na área de Telessaúde, com de extensão universitária e desenvolvimen-
caráter interdisciplinar, envolvendo a FOB e o to de trabalhos cientíicos em Telessaúde.
Hospital de Reabilitação de Anomalias Cra-
niofaciais (HRAC) da USP. O objetivo deste Metodologia Utilizada
trabalho foi apresentar as ações realizadas A Liga de Telessaúde é realizada uma vez
pela Liga de Telessaúde em suas oito edições. ao ano, durante um semestre com encon-
As atividades de ensino proporcionaram aos tros mensais. Para cada um dos encontros
participantes a compreensão dos fundamen- são convidados palestrantes com experiên-
tos de teleducação e da teleassistência. Além cia nos temas propostos, que ministram os
disso, estimulou o desenvolvimento de proje- conteúdos de forma presencial ou à distân-
tos de pesquisa e extensão indissociados, vin- cia. Além dos encontros presenciais com ati-
culados à Linha de Pesquisa Telessaúde. vidades de ensino, os membros têm opor-
tunidade de participar de projetos de pes-
Introdução quisa e ações de extensão universitária. As
A telessaúde refere-se à utilização da tec- atividades propostas para cada ano variam
nologia para a educação continuada de ser- para cada edição da Liga, dependendo dos
viços na área da saúde, assim como pesqui- interesses da comunidade acadêmica, mas
sas e a troca de informações na prevenção respeitando o foco em Telessaúde.
e tratamento das doenças e diagnóstico1.
Nesse contexto, podemos citar também a te- Resultados
leducação, termo que caracteriza o uso das No período de 2007 a 2015 foram reali-
tecnologias interativas que ampliam as opor- zadas anualmente oito edições da Liga de
tunidades de conhecimento, e a teleassistên- Telessaúde. Quanto às atividades de ensino,
cia, que desenvolve atividades assistenciais foram ministrados os seguintes cursos: In-
à distância, a im de promover a promoção trodução a Liga de Telessaúde, Teleprática
de saúde, bem como fácil acesso a subsídios em Saúde; Ligas Nacionais em Telessaúde;
na área da saúde. Com a formação interdis- Projetos em Telessaúde (Projeto Jovem Dou-
ciplinar em telessaúde, observa-se a impor- tor e Doutores Mirins); Curso de Informática
tante criação e desenvolvimento de projetos básica aplicada à saúde; Construção do Co-
de ensino, pesquisa e extensão, bem como nhecimento Cientíico; Educação à Distân-
a nítida contribuição das ações e princípios cia; Teleassistência e Ética em Telessaúde;
com os pacientes2. Assim, o objetivo deste Seminários avançados em Teleodontologia
trabalho é apresentar as atividades de ensi- e Telefonoaudiologia; Educação à Distância
no, pesquisa e extensão realizadas pela Liga no Brasil; Gestão em Telessaúde e em Co-
de Telessaúde, em suas oito edições. municação; Cyberambulatório; Oicina de
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produção de vídeo; Adaptação da lingua-
gem cientíica; Teleducação interativa; Te- Peril de Reprodução Social
leassistência e Segunda opinião formativa;
Ambiente Virtual de Aprendizagem: Moodle;
dos Estudantes de Graduação
WordPress; Realidade Virtual e Realidade Au- em Enfermagem
mentada; Aplicativos para a Prática Clínica e 1
Escola de Enfermagem da Universidade
Educacional. No âmbito da pesquisa, foram de São Paulo
desenvolvidos quatro projetos por alunos 2
Pontifícia Universidade Católica de São
do PET Fonoaudiologia abordando elabora- Paulo
ção e validação de materiais e ferramentas 3
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
educativas. No que diz respeito às ações de
extensão, foram criados cursos de capaci- Vânia Ferreira Gomes Dias1, Eloá Otrenti1, Daniela
tação à distância, desenvolvimento de pro- Miori Pascon2, Vera Lucia Mira1, Everson Cristiano de
jetos de Telessaúde como Doutores Mirins, Abreu Meireles3
Jovem Doutor e Portal dos Bebês, visita ao vaniagd@usp.br, eloaotrenti@usp.br, dpascon@
Museu Catavento e Museu do Futebol, além yahoo.com.br, eversoncam@yahoo.com.br
da participação em algumas edições da Se-
Resumo
mana Nacional de Ciência & Tecnologia na
cidade de Bauru. A maioria das atividades O objetivo deste trabalho é identiicar o
propostas e desenvolvidas pela Liga de Te- peril de reprodução social dos estudantes
lessaúde, proporcionaram a interação de en- de Enfermagem. Para tanto foi aplicado um
sino, pesquisa e extensão, uma vez que as instrumento adaptado do IRS3 e os resulta-
metodologias das propostas permitem esta dos obtidos permitiram identiicar caracte-
aproximação. Quanto ao total de inscritos ao rísticas de trabalho dos responsáveis pelos
longo das oito edições, foram 580 membros domicílios e alguns aspectos das condições
e 89 docentes, com média de 73 membros e de vida das famílias dos estudantes de Enfer-
13 docentes por edição. magem de um curso de graduação.

Conclusões Introdução
A Liga de Telessaúde estimula o desenvol- A estrutura socioeconômica, na qual vive-
vimento de projetos de pesquisa e extensão mos é constituída por classes sociais e frações
indissociados, vinculados à Linha de Pesqui- de classes, cujas inserções no processo pro-
sa Telessaúde, possibilitando o desenvolvi- dutivo são distintas e determinam diferentes
mento de projetos interdisciplinares. Adicio- possibilidades de acessos aos bens e serviços
nalmente, proporciona a compreensão dos produzidos socialmente. A educação superior
fundamentos de teleducação e da teleassis- toma parte nessa estrutura, portanto estudan-
tência por meio das atividades de ensino. tes, professores e demais trabalhadores das
universidades estão inseridos no processo de
Referências bibliográicas reprodução social e são considerados “agen-
1
Wen CL. Telemedicina e Telessaúde – Um tes sociais”, no processo educativo2. Por conse-
panorama no Brasil. Informática Pública. guinte, o objetivo deste trabalho é identiicar
Ano 10 No(2)-2008: p.7-15. o peril de reprodução social dos estudantes
2
Spinardi ACP, Blasca WQ, Wen CL, Maxi- de Enfermagem, com a inalidade de propor
mino LP. Telefonoaudiologia: ciência e tecno- reformulações das concepções político-peda-
logia em saúde. Pró-Fono Revista de Atua- gógicas dos cursos de enfermagem, em busca
lização Cientíica. 2009 jul-set; 21(3):249-54. de construções coerentes com os peris socio-
econômicos e epidemiológicos dos estudan-
tes, bem como da população em geral.

Método
O instrumento aplicado foi elaborado a
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partir do Índice de Reprodução Social3; fo- conta de água, 99% recebiam conta de luz e
ram incorporadas questões mais detalhadas 96% tinham acesso à rede de esgoto.
sobre o estudante. O instrumento inal pas-
sou por validação semântica e de conteúdo, Considerações Finais
a validação estatística será realizada a partir Os dados demonstram que a grande maio-
dos dados coletados. Participaram da pes- ria dos estudantes participantes são de fa-
quisa estudantes dos quatro anos de gradu- mílias cujos responsáveis estão inseridos em
ação em enfermagem, de uma universidade trabalhos estáveis e qualiicados e portanto
pública da cidade de São Paulo. A coleta de com boas condições de moradia e acesso à
dados aconteceu entre Agosto e Dezembro serviços de infraestrutura básicos. Pretende-
de 2015, por meio de questionários impres- -se aprofundar as analises para melhor reco-
sos entregues e recolhidos pelas pesquisa- nhecimento das condições dos próprios es-
doras. A pesquisa foi aprovada no Comitê de tudantes e suas relações com o aprendizado.
Ética em Pesquisa da instituição participante.
Todos os estudantes que aceitaram partici- Referências
par, após terem sido orientados, assinaram 1. CAMPAÑA A. Em buscada deinição de
o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. pautas atuais para o delineamento de estu-
dos sobre condições de vida e saúde. In: Ba-
Resultados rata BR (organizadora). Condições de vida e
Dentre os 195 estudantes que responde- situação de saúde. Rio de Janeiro: Abrasco;
ram ao questionário, 90,3% eram do sexo fe- 1997. P. 115-6
minino; 88,1% estavam na faixa etária dos 18 2. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia.
aos 24 anos e 92,3% dos estudantes nasce- 41a ed. Campinas: Cortez/ Autores Associa-
ram em São Paulo. Com relação à cor da pele, dos, 2009. 84p.
72,3% dos estudantes declararam cor branca, 3. TRAPÉ Carla Andrea. Operacionalização
18,5% parda, 6,2% amarela e 3,1% declararam do conceito de classes sociais em epidemio-
cor de pele preta. Os responsáveis pelo do- logia crítica: uma proposta de aproximação a
micílio mais citados foram os pais (61%), as partir da categoria reprodução social. 2011.
mães (24%), os avós (5%), o cônjuge ou com- Tese (doutorado) – Escola de Enfermagem
panheiro (3%) e os demais dependiam de ir- da Universidade de São Paulo, 2011.
mãos, padrasto ou tios. A ocupação do chefe 4. Ministério do trabalho e do emprego
de família foi classiicada4, sendo que 33,8% [homepage na internet]. Classiicação bra-
dos responsáveis pelo domicílio tinham ocu- sileira de ocupações [citado 2016 mai. 16].
pação semiqualiicada na execução; 22,6% Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/
ocupavam funções de planejamento e orga- cbosite/pages/regulamentacao.js
nização; 18,5% tinham ocupações qualiica-
das na execução; 9,2% eram microempresá- Benefícios Resultantes da
rios, gerentes ou diretores; 4,6% tinham fun- Elaboração de Cursos de
ções denominadas de apoio; 4,1% realizavam
serviços de escritório, 3,1% trabalhavam em Extensão Realizados por
serviços gerais; 1,5% exerciam funções que Alunos de Pós-Graduação
não exigem qualiicação especíica e 2,6%
não icaram bem deinidas. Veriicou-se que Escola Politécnica da Universidade de São
68% das famílias tinham casa própria; 11% Paulo
alugadas, 11% das casas eram cedidas e 10%
eram casas inanciadas. A maior parte das ca- Bianca de Miranda Peres e Júlia Helena Ortiz
sas (57,5%) tinham 3 ou mais cômodos para tiza_ju@yahoo.com.br, biaperes04@gmail.com
dormir, 35,4% das casas tinham dois cômo- Resumo
dos para dormir e 7,1% tinham somente um Cursos de férias são comuns em diversas
cômodo para dormir. Dentre as famílias, 86% instituições de ensino. No entanto, muitas
pagavam IPTU; 96% das famílias recebiam vezes os organizadores e ministrantes são
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os próprios docentes do departamento
pelo qual o curso está sendo oferecido. Em
2014, o curso de inverno sobre Microbio-
logia Básica e Biologia Molecular Aplicada
foi idealizado por uma aluna de pós-gra-
duação do Instituto de Ciências Biomédicas
da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Devido ao sucesso do curso, evidenciado
pelo grande número de inscrições recebi-
das e pelas avaliações positivas dos parti-
cipantes, o curso realizou outra edição em
2015 e atualmente está realizando a edição
de 2016. Estes cursos tiveram com objetivo
proporcionar aos alunos de pós-graduação
a prática da docência, bem como o plane-
jamento e a organização de um curso de
férias para o público externo. Analisando as
avaliações respondidas pelos participantes
no inal do curso, pudemos perceber que a
grande maioria demonstrou uma alta nota
quanto a sua satisfação ao conteúdo minis-
trado nas palestras e aulas práticas realiza-
das pelos alunos de pós-graduação. Além
disso, muitos sugeriram que o curso tives-
se uma duração maior, com duas semanas.
Acredita-se que uma semana, como é ofer-
tado, é tempo suiciente para um curso gra-
tuito e que proporciona diversos benefícios,
como certiicados, coffee breaks, brindes e
material didático. Concluímos que a criação
destes cursos pelos alunos de pós-gradu-
ação auxilia muito na formação comple-
mentar na área da docência. Fornecendo
oportunidades valiosas para sua formação.
Mas devido ao trabalho que existe em or-
ganizar um curso, sugerimos que as insti-
tuições fornecessem créditos aos alunos da
pós-graduação que participam destas orga-
nizações.

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