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RECURSOS HÍDRICOS COMO T EMÁT ICA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: REFLEXÕES A PART IR DE UM C…
Solange Reiguel Vieira
REITOR
Marco Antonio Zago
VICE-REITOR
Vahan Agopyan
PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Antonio Carlos Hernandes
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Carlos Gilberto Carlotti Junior
PRÓ-REITOR DE PESQUISA
José Eduardo Krieger
PRÓ-REITOR DE CULTURA E
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Marcelo de Andrade Romero
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO
Prof. Dr. Antonio Carlos Hernandes
Pró-Reitoria de Graduação
Rua da Reitoria, 374 – 2º andar
Cidade Universitária
São Paulo/SP
Telefone: (11) 3091-2310
E-mail: cong.prg.usp@gmail.com
Produção visual:
Gabriel Jardim de Souza
Congresso
Congressode deGraduação
GraduaçãodadaUniversidade
UniversidadededeSão Paulo
São (1.(2.
Paulo : 2015 : São
: 2016 :
Paulo, SP)
Piracicaba, SP)
Anais do 1º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo :
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
25 a 27 de maio de 2015, Centro de Convenções Rebouças, São
: 05 e 06 de
Paulo/SP. julhoPaulo
-- São de 2016, Campus USP
: Pró-Reitoria “Luiz de Queiroz”,
de Graduação Piracicaba/
da Universidade de
SP. – São Paulo
São Paulo, 2015. : Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São
Paulo,
p. 2016.
358 p.
Disponível em: <http://www.congressograduacao.usp.br>
Disponível em: <http://www.congressograduacao.usp.br>
1. Graduação
1. Graduação (Congressos).
(Congressos). I.I. Título.
Título.
CDD378.154
CDD 378.154
Profa. Dra. Silvia Regina Ferreira de Laurentiz Profa. Dra. Márcia Helena da Silva Melo Bertolla
Escola de Comunicações e Artes Instituto de Psicologia
Prof. Dr. Cristiano Roque Antunes Barreira Prof. Dr. Renato Sanches Freire
Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto Instituto de Química
Profa. Dra. Cecília Helena de Siqueira Sigaud Prof. Dr. Sergio Paulo Campana Filho
Escola de Enfermagem Instituto de Química de São Carlos
Profa. Dra. Diovana Aparecida dos Santos Napoleão Profa. Dra. Maria Antonieta Del Tedesco Lins
Escola de Engenharia de Lorena Instituto de Relações Internacionais
Prof. Dr. Nuno Manuel Morgadinho dos Santos Coelho Prof. Dr. Quirino Augusto de Camargo Carmello
Faculdade de Direito de Ribeirão Preto Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (CLC)
Prof. Dr. Marcos Garcia Neira Profa. Dra. Carmen Sílvia Favaro-Trindade
Faculdade de Educação Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
Prof. Dr. Joaquim Cezar Felipe Prof. Dr. Antonio Herbert Lancha Jr
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto Escola de Educação Física e Esporte
Prof. Dr. Edmund Chada Baracat Profa. Dra. Maria Tereza Nunes
Faculdade de Medicina Instituto de Ciências Biomédicas
Prof. Dr. Celso Rodrigues Profa. Dra. Sílvia Helena Galvão de Miranda
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Profa. Dra. Helena de Freitas Oliveira Paranhos Profa. Dra. Luciana Mara Monti Fonseca
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Prof. Dr. Flávio Augusto Cardoso de Faria Profa. Dra. Sônia Maria Vanzella Castellar
Faculdade de Odontologia de Bauru Faculdade de Educação
Prof. Dr. Miguel Antonio Buzzar Prof. Dr. Arlindo Ornelas Figueira Neto
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos Escola de Comunicações e Artes
Profa. Dra. Simone do Rocio Senger de Souza Profa. Dra. Rosebelly Nunes Marques
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Prof. Dr. Oscar José Pinto Éboli Prof. Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo
Instituto de Física Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Prof. Dr. Luis Gustavo Marcassa Profa. Dra. Regina Melo Silveira
Instituto de Física de São Carlos Escola Politécnica
Avaliação e indicadores de
aprendizagem na graduação
Tutoria acadêmica
Temas diversos
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 7
Sumário
29 Apresentação
Apresentações Orais
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
31 Uso da metodologia CANVAS em processos de ensino e aprendizado em
Engenharia Florestal e Gestão Ambiental
Weber Antônio Neves do Amaral e Francides Gomes da Silva Junior
61 Pedra de Toque
Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim
148 Escolas Campo: Formação em Diálogo - Estágios da FEUSP nas Escolas Públicas
Gislaine Oliveira, Jany Elizabeth Pereira, Marina Capusso, Sandra Torquato Bronzate
Temas diversos
153 Evasão na Graduação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:
Identiicação e Possíveis Causas
Lucas Anastasi Fiorani, Osvaldo Shigueru Nakao
200 A Educação em Saúde de Crianças com Diabetes Mellitus Tipo 1 e sua Família:
Desenvolvimento Participativo de Tecnologia para a Aprendizagem
Priscilla Ramos de Queiroz Amaral, Luana Silva Bernardo, Valéria de Cássia Sparapani, Lucila Castanheira
Nascimento, Luciana Mara Monti Fonseca
206 Peril dos Docentes em Formação quanto ao Uso de Ambientes Virtuais na Sala
de Aula
Maria Gabriela Cavalheiro, Kaique Cesar de Paula Silva, Bruna Tozetti Alves, Francely Tineli Farinha,
Gesiane Cristina Bom, Maria de Lourdes Merighi Tabaquim, Maria Aparecida Miranda de Paula Machado
214 Vídeos, Software e Website como Recursos Didáticos numa Disciplina sobre
Percepção e Psicofísica em um Curso de Psicologia
Gabriel Arantes Tiraboschi e Sérgio Sheiji Fukusima
215 Educação, Softwares Livres e Estruturas de Poder: Uma Análise Social do Trato
com Tecnologias de Informação na Educação Brasileira
Diego dos Santos Ferrari Lopez
228 Uso de Serious Game como Ferramenta Auxiliar para Ensino de Conceitos de Saúde Auditiva
em Projeto Desenvolvido por Alunos do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de
Odontologia de Bauru
Mariana Hortolani Rodrigues, Alan Vitor Ostanik, Daniela Dias Gomide, Izabel Cristina Rossi Landro,
Marília Cancian Bertozzo, Aline Roedas Papin, Maria Thereza Raab Forastieri Piccino, José do Carmo
Teodoro Junior, Wanderleia Quinhoneiro Blasca
252 Estamos Fazendo nosso Dever de Casa? Uma Análise da Matriz Curricular dos
Cursos de Engenharia de Alimentos no Brasil
Vivian-Lara Silva; Fausto Makishi; Marcus Magossi; Izabel Cristina Freitas Moraes; Carmen Silvia Fávaro
Trindade; Paulo José do Amaral Sobral
266 Efeitos da Tematização das Práticas Corporais com o Auxílio das Novas TIC no
Processo de Subjetivação dos Licenciandos
Marcos Garcia Neira
295 A Educação Ambiental enquanto Disciplina para o Curso de Ciências Biológicas na FFCLRP/
USP: Um Estudo de Caso
Fernanda da Rocha Brando, Gabriela Cristina Sganzerla Iglesias, Giselle Alves Martins e Silvia Sayuri
Mandai
Tutoria acadêmica
296 Relexões Sobre A Relação Aluno-Educador/Tutor No Curso Semipresencial De
Licenciatura Em Ciências Da USP
Marcos Canto Machado, Gianni Queiroz Haddad, Felipe Morais Del Lama, Rosebelly Nunes Marques
301 Núcleo de Avaliação Institucional da FEUSP: Estágio, Formação e Ação em Escolas Públicas
Renato Melo Ribeiro, Afonso Martins Andrade
306 O Trabalho Colaborativo para a Construção de Práticas Corporais Inclusivas: O PIBID no CIEJA
Aluna Jessica Nunes Herculano
Marcos Garcia Neira, Jacqueline Cristina Jesus Martins, Matheus Rodrigues Pesso Salgado, Sheila Perina,
João Luís de Abreu Vieira, Stefi Lorena Pesso Salgado e Ana Paula Vicente Ferreira
309 Formação Inicial Docente: Uma Experiência do PIBID nas Aulas de Educação
Física
Jorge Luiz de Oliveira Junior, Ronnie de Almeida Alves da Silva, Bruna Dal Belo Benetti, Carla Santiago
Almeida
326 Como meu Professor se Sente com meus Comportamentos em Sala de Aula?
Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves Titto, Marcelo Roberto Dozena, Arlindo Saran Netto, Sarita
Bonagurio Gallo
327 Professor por um Dia: Demonstrando o que Absorvemos das Metodologias Utilizadas
durante a Graduação
Roberta Ariboni Brandi, Cristiane Gonçalves Titto, Marcelo Roberto Dozena, Pedro Henrique Cerqueira
Luz, Lucio Francelino de Araújo, Lilian Elgalise Techio Pereira
Temas diversos
335 Participação da Sociedade nas Políticas de Transporte Público da Cidade de São Paulo
Elisângela da Silva Manuel, Elizeu Chiodi Pereira, Wilian Concenzza de Sara
Laboratório de Eletricidade e
Magnetismo em uma Perspectiva
Investigativa
Instituto de Física de São Carlos
Tomaz Catunda, Victor Travagin Sanches, Jéssica Fabiana Mariano dos Santos e
Gláucia Grüninger Gomes Costa.
tomaz@ifsc.usp.br
O Desenvolvimento de Jogos
Educativos pelos Estudantes como
Estratégia de Ensino
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
L. Reginato, M. Souza, T. Nunes e E. Cornacchione
tania.nunes@usp.br
Referências
1
Moncada, S. M., & Moncada, T. P. (2014).
Gamiication of learning in accounting
education. Journal of Higher Education
Theory and Pratice, v. 14(3).
2
Alves, Linn. (2013). Games e educação:
desvendando o labirinto da pesquisa. Revista
da FAEEBA – Educação e Contemporaneida-
de, Salvador, v. 22, n. 40, p. 177-186.
Figura
Figura 1 -1Protótipo
- Protótipodo
do“Pirâmide
“PirâmideCorporativa”,
Corporativa”,um
um
dos jogos desenvolvidos na disciplina Jogos de Em-
presas II, da FEA-USP.
Metodologia do Estudo
Foram realizadas entrevistas com seis alu-
nos do curso em dois momentos distintos: um
mês após o início das aulas e ao inal do se-
mestre. O roteiro foi semiestruturado e abor-
dou os seguintes tópicos: i) as impressões em
relação à experiência; ii) sua comparação com
outras disciplinas; iii) a relação do aluno com
o conhecimento; iv) a opinião sobre o uso de
tecnologias na sala de aula; (vi) as impressões
sobre disciplinas que adotam menos prele-
ções e requerem uma maior a participação
dos alunos com atividades práticas em sala de
aula; vii) o papel do aluno e do professor no
processo de ensino-aprendizagem.
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 40
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Desenvolvimento de Planos
de Negócios Inovadores como
Instrumento de Ensino-
Aprendizagem: um Estudo de
Caso na FZEA/USP
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo
Celso da Costa Carrer; Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro;
Ivan Roberto Ross e César Gonçalves de Lima.
celsocarrer@usp.br
Resultados
A inovação inclui a gestão de processos,
estruturas e recursos para administrar signi-
icativos níveis de criatividade, desenvolven-
do novos conceitos e maneiras de fazer e
transformá-los em realidades. A análise dos
dados apontou para uma correlação positiva
(0,641) e signiicativa (p-valor = 0,002) entre
as variáveis “presença de INOVAÇÃO” e a
“Taxa de retorno do investimento”, indicando
que o processo de indução à inovação fun-
cionou bem e mudou o enfoque dos planos
que passaram a ter maiores expectativas de
retorno inanceiro com a agregação de va-
lor a partir da maior presença de inovação.
No decorrer das análises dos dados ica evi-
dente a diminuição do desenvolvimento de
planos envolvendo os elos da cadeia de in-
sumos, produção e distribuição e aumento
expressivo do número de planos para o elo
de serviços, principalmente após a indução
à inovação que ocorreu nas disciplinas de
empreendedorismo da FZEA/USP. Foi identi-
icado também nos planos analisados no pe-
ríodo de 2011 a 2014, aumento no potencial
de incubação, uma vez que a incubação de
empresas é essencial para a sobrevivência de
uma empresa iniciante no mercado e tam-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 46
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Laboratório de Gestão:
Indícios e Evidências da Prática
do Pensamento Cientíico
na Educação Gerencial
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo
Maria Carolina Conejero e Antonio Carlos Aidar Sauaia
mcconejero@hotmail.com
Tentativa/ação de desen-
Assinatura de contratos de
volvimento de contratos de
parceria com fornecedores;
parcerias;
Projetos aprovados de inova-
Projetos de inovação ligados
ção sustentável;
à sustentabilidade;
Planilha em Excel para apoio
Esforço/ação dos estudantes
Questionamento à decisão no jogo de empre-
em elaborar uma planilha de
sas de forma racional;
apoio para decifrar as regras
Acertos e erros críticos nas
econômicas; e
enquetes da TIR; e
Esquecimento e esforço dos
Produção de relatório cientí-
estudantes em participar das
ico.
enquetes da TIR.
Esforço/ação dos estudantes Problemas de pesquisa iden-
em encontrar um problema tiicados e não identiicados;
de pesquisa ou conlito or- Não preenchimento de cam-
ganizacional no contexto do pos nos formulários de deci-
Problematização
jogo de empresas; e são; e
Esquecimento e esforço dos Problemas de relacionamen-
estudantes em preencher nos to entre diretorias das áreas
formulários de decisão. funcionais.
Esforço/ação dos estudantes
em elaborar resumos do li- Alinhamento e desalinha-
vro-texto, buscando compre- mento de estratégias nas áre-
ensão sobre a integração das as funcionais relacionadas; e
Descoberta
áreas funcionais; e Uso e não uso dos tem-
Esforço/ação dos estudantes plates (material de apoio
em assimilar a importância da disciplina).
do uso dos templates.
Resumo Metodologia
A disciplina de Práticas de Atenção Básica Disciplina eletiva com 4 créditos (60 horas),
a Saúde (PABS), tem o objetivo de permitir ministrada para os períodos integral (15 vagas)
o contato do aluno com os cenários de prá- e noturno (10 vagas), preferencialmente para
ticas, visando uma formação humanística, os alunos do 3° semestre. Realizada extramu-
critica e relexiva, preparando-o para atuar ros, tem como cenários de prática, unidades
na sociedade e tem alcançado os objetivos de saúde (municipais e estaduais), nos 03 ní-
propostos. veis de complexidade (baixa, média e alta) e
equipamentos sociais. Em cerca de 50 a 60%
Introdução da carga horária os alunos permanecem em
A formação proissional oferecida em cur- Unidade de Saúde da Família (USF), acompa-
sos de graduação na área da Saúde sempre nhando as atividades executadas, com abor-
esteve centrada na doença, em prejuízo dos dagem principal nas visitas domiciliares (VD),
aspectos biopsicossociais do indivíduo e da onde acompanham os agentes comunitários
coletividade. Na área de farmácia a formação de saúde, com foco em pacientes idosos,
é voltada para a síntese, desenvolvimento e crianças, acamados, de saúde mental, com
produção de medicamentos e exames labo- problemas de adesão ao tratamento, entre
ratoriais, enquanto que a abordagem sobre outros. Atuam ainda junto a Unidade Distrital
o processo saúde-doença e suas causas mul- de Saúde, a um Hospital Psiquiátrico e a uma
tifatoriais e a discussão sobre as políticas de Unidade de Saúde Rural. Realizam também vi-
saúde, principalmente a referente à ABS, tem sitas a equipamentos sociais de abrangência
pouco espaço no processo educativo. Pou- das unidades, tais como lar de crianças órfãs,
cas são as atividades interdisciplinares, com círculo operário (idosos), entre outros. Após
inserção praticamente nula do aluno em tra- cada atividade, ocorre uma discussão sobre o
balhos de equipe de saúde no setor público. que foi observado pelos alunos e o aprofun-
damento da base teórica. No caso das VD os
Descrição do Projeto casos são discutidos por todos, com base no
Disciplina com foco na ABS, oferecida des- prontuário do paciente e na observação reali-
de 2012, e realizada em cenários de práticas zada pelos alunos. Tem-se também um grupo,
em saúde, no serviço público, tendo como da disciplina, na mídia social facebook, como
base o conteúdo teórico das disciplinas: O forma de aprofundar a interação com os alu-
Farmacêutico, a Saúde e a Sociedade e Epi- nos e alguns tópicos discutidos em aula.
demiologia. É ministrada por dois docentes
da área de Saúde Pública, contando com o Resultados
suporte de 02 farmacêuticos do Serviço Far- Apresenta-se na tabela 1, o resultado da
macêutico da FCFRP e dos proissionais das avaliação institucional realizadas pelos alu-
unidades. nos nos anos de 2014 e 2015, composto por
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 52
05 questões: 1. Foi ressaltada a importância média institucional da FCFRP.
desta disciplina para a sua formação?; 2. Os
recursos didáticos utilizados (lousa, livros,
slides, etc.) foram adequados?; 3. O conte-
údo abordado na disciplina é atualizado e
1 2 3 4 5
ND: 93,7 ND: 77,7 ND: 85,4 ND: 75,0 ND: 60,0
Int. 2015
MD: 85,6 MD: 81,0 MD: 85,2 MD: 81,5 MD: 81,5
ND: 100 ND: 85,7 ND: 89,2 ND: 92,9 ND: 83,2
Not. 2015
MD: 85,6 MD: 81,0 MD: 85,2 MD: 81,5 MD: 81,5
ND: 93,2 ND: 88,5 ND: 98,0 ND: 90,4 ND: 86,5
Int. 2014
MD: 85,9 MD: 83,2 MD: 85,1 MD: 81,7 MD: 81,8
ND: 96,9 ND: 93,7 ND: 100 ND: 96,9 ND: 87,5
Not. 2014
MD: 85,9 MD: 83,2 MD: 85,1 MD: 81,7 MD: 81,8
Tabela 1. Resultado da Avaliação Institucional para a Disciplina de Práticas de Atenção Básica a Saúde, para os
período integral e noturno, nos anos de 2014 e 2015.
Legenda: ND – Média da disciplina; MD: Média Geral da Faculdade.
Conclusões
A disciplina é de grande complexidade,
por envolver serviços de saúde sob gestão da
Secretaria Municipal de Saúde e um grande
número de variáveis. Apesar de tradicionais
em outros cursos de saúde, a forma como
o conteúdo é ministrado é bastante inova-
dor para os Cursos de Farmácia e tem obtido
excelente aprovação dos alunos, com dados
de 85,0% dos indicadores avaliados acima da
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
O Canteiro Experimental
da FAUUSP
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Reginaldo Ronconi
ronconi@usp.br
Resumo Introdução
O ensino de ergonomia em cursos de en- Ergonomia pode ser utilizada para en-
genharia tem falhado em trazer os fatores tender ambientes, tarefas, organizações e
humanos como direcionadores nos projetos produtos no entendimento da relação física
de novos sistemas e produtos. Acredita-se destes com as pessoas, dos fatores cogni-
que isto pode estar relacionado ao modo tivos para interagir com eles e para o apri-
que o ensino de ergonomia ocorre: com moramento de sistemas sociotécnicos (IEA,
grande foco em teoria e sem a introdução 2015). Para aplicar ergonomia é necessário
em projetos reais. Propomos e aplicamos traduzir as necessidades e restrições do cor-
um framework para o ensino de ergonomia po e cognição humana como requisitos para
por meio de uma abordagem de aprendiza- conceptualização e desenvolvimento dos di-
do baseado em projeto. Os resultados são ferentes sistemas que interagimos.
promissores em moldar futuros engenhei- Woodcock (2007) apresenta uma critica
ros capazes de desenvolver sistemas mais de que as pessoas e organizações estão fa-
adaptados ao ser humano. Este manuscrito lhando em inserir os fatores humanos entre
é baseado no artigo Project-based learning: as restrições dos projetos. Mills e Treagust
A new way to teach Ergonomics apresentado (2003) airmam que os programas de en-
na DESIGN Conference de 2016. genharia atuais não conseguem fazer com
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que os alunos desenvolvam as habilidades ria de Materiais e Manufatura da Escola de
necessárias no dia a dia de um engenheiro. Engenharia de São Carlos no segundo se-
Engenheiros são considerável parte das pes- mestre de 2015. Uma parceria foi realizada
soas responsáveis por aplicar ergonomia no com uma empresa multinacional, que apre-
desenvolvimento destes sistemas, e talvez sentou um desaio de ergonomia aos alunos
não estejam sendo suicientemente prepara- da disciplina. A empresa facilitou a interação
dos para isso. com os usuários do produto em questão
para entendimento das necessidades e tam-
Descrição do Projeto bém para teste de conceito, após a prototi-
Neste trabalho buscamos contribuir para pagem dos conceitos desenvolvidos. Por im,
o ensino de Ergonomia em um curso de en- cada um dos nove grupos de alunos apre-
genharia, colocando tal disciplina como uma sentou a solução para uma banca de jura-
restrição de um projeto de desenvolvimento dos formados por engenheiros da empresa
de produto. Busca-se, deste modo, trazer os e professores da EESC/USP.
fatores humanos como um grande direcio-
nador de um projeto e quebrar com a ideia Conclusão
de ergonomia como um aspecto posterior Após entrevistar os três membros envol-
à conceptualização de um produto, ape- vidos da empresa parceira, buscamos avaliar
nas para a deinição de estações de traba- o desempenho dos alunos quanto ao en-
lho. Utilizamos uma metodologia de design tendimento das necessidades dos usuários,
como apoio para a disciplina. Dunne e Martin a implementação de fatores humanos nas
(2006) apresentam tais metodologias como soluções apresentadas e na utilização de ha-
algo que além de facilitar o desenvolvimento bilidades interpessoais para apresentar tais
de um novo conceito, permite o ensino de soluções. Foi apontado um entendimento
outras disciplinas. profundo do problema apresentado, bem
como dos usuários dos produtos. O ambien-
Metodologia te realista criado em torno da disciplina foi
Com base na revisão da literatura de ergo- bastante elogiado. Os alunos também foram
nomia e de aprendizado baseado em proje- entrevistados e mostraram-se bastante mo-
to, propõe-se um framework de curso base- tivados por terem sido apresentados a um
ado nos alunos para o ensino da disciplina problema real com o envolvimento de uma
de ergonomia em cursos de engenharia. O empresa.
framework possui duas componentes: Acredita-se que há espaço para utilizar o
• Componente teórica, onde professores framework apresentado para ensinar outras
e monitores são responsáveis por apresen- disciplinas. É possível também utilizar tal es-
tar conteúdo, discutir e avaliar os alunos em trutura para comparar com os resultados ob-
relação a ergonomia e fatores humanos; tidos com cursos tradicionais e buscar com-
• Componente prática, onde uma empre- parar e melhorar continuamente o framework
sa parceira e usuários reais são inseridos de aprendizado baseado em projeto.
nas diferentes fases do desenvolvimen-
to do produto em direção a uma solução
que contemple e insira os fatores humanos
como restrição.
Tal framework está sendo utilizado pelo
terceiro semestre. Apresentamos os resulta-
dos da segunda aplicação por meio de um
estudo de caso.
Resultados
O caso tratado ocorreu com a disciplina
ministrada para o segundo ano de Engenha-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Processos Colaborativos de
Construção do Conhecimento
e Aprendizagem em Ação
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Euler Sandeville Júnior
esandeville@gmail.com
Pedra de Toque
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim
aamorim@usp.br
Palavras chave: matéria, forma, estrutura ção arquitetônica com a concepção da estru-
Resumo tura; que possa relacionar as propriedades
Este trabalho relata a adoção de um dis- dos materiais às formas estruturais, compo-
positivo teórico de análise de obras arquite- sitivas e espaciais; que conheça as condições
tônicas, a que chamo de Pedra de Toque. É físicas que atuam na estabilidade externa e
utilizada no estudo dos edifícios, durante o interna das formas pensadas e que relacio-
curso de Arquitetura e envolve as disciplinas nem o edifício a seu tempo e lugar.
de Projeto, Tecnologia e História. É de se esperar que o estudo dos edifícios
Seu principal objetivo é fazer com que o que compõem o Repertório Arquitetônico
estudante seja capaz de relacionar a concep- Moderno, o qual tem como lema a verdade
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 61
dos materiais e a explicitação da estrutura, O que não se pode deixar de ver é que
facilite a aplicação deste dispositivo analítico sempre haverá um discurso estrutural e cons-
e dele colha frutos. trutivo em todas as formas produzidas. Esta
Sabemos contudo que, a exceção de se- conversa poderá se dar de forma eloquente
lecionada literatura especializada em as- ou de maneira discreta e imperceptível.
suntos estruturais, raríssimos são os artigos O que não se pode admitir na produção
de revistas ou livros sobre arquitetos e suas atual da Arquitetura, marcada pelo ambien-
obras que desvendam esta rica e imbricada te como grande protagonista do desenho, é
relação entre a procura formal e as soluções que o arquiteto ignore as decisões estruturais
estruturais. Tudo leva a crer que depois de e construtivas inerentes da forma projetada.
compreendida, de dominada – pelo menos O desaio é saber como habilitar o estu-
nos seus princípios básicos – a estrutura que dante a analisar toda e qualquer obra sem
possibilita a forma corre o risco de torna-se perder o enfoque tecnológico e arquitetôni-
uma explicação secundária, como se passas- co? Sem se perder na imposição do gosto?
se a ser um conhecimento menor. Este é o papel da “pedra de toque”, com a
Já que a explicação da lógica estrutural qual vamos analisar obras e formas a im de
que mantém estável uma forma arquitetôni- sondar a maneira de pensar de determina-
ca pode vir a fazer parte do discurso velado dos arquitetos.
do arquiteto, em privilégio do discurso poé- Esta “pedra de toque” é composta de cinco
tico, que este ensinamento faça parte inten- pontos de análise: forma, matéria, estrutura,
samente dos assuntos abordados na Escola, meio e canteiro.
sob pena de ser esquecido ou mal encami- O objetivo desta “pedra de toque” é elen-
nhado. E sabemos que o esquecimento é o car, num primeiro instante, um time de arqui-
grande algoz das conquistas da humanidade tetos que trabalham com estes cinco pontos
que não foram registradas e ou continua- de maneira equânime.
mente estudadas e ou periodicamente pra- Em outras palavras, quais são obras onde a
ticadas e veriicadas. forma guarda grande relação com a estrutura.
Em suma, o objetivo é fazer com que a ob- Por sua vez, quando a estrutura avança as po-
servação, a análise e o raciocínio estruturais tencialidades do material, sem grandes ma-
alimentem a dimensão intuitiva do futuro ar- labarismos ou vulgarização da solução. Onde
quiteto, considerando-se a intuição um atri- os recursos utilizados para a obra e sua ma-
buto expansível. nutenção não exaurem os recursos do plane-
Sem o conhecimento sobre a estrutura, o ta nem os recursos do cliente. Se existe uma
arquiteto perderá a possibilidade de um di- sabedoria na construção na qual a mão de
álogo com a Engenharia, diálogo este que obra pode se aperfeiçoar no seu saber fazer.
conduz a avanços estruturais e construtivos A eleição de arquitetos que assim conce-
da forma e a aperfeiçoamentos culturais de bem, normalmente vem acompanhada de
um povo e seu tempo. estudos aprofundados de suas obras. Em
FORMA
ESTRUTURA MATÉRIA
MEIO CANTEIRO
Resumo
Este trabalho parte da experiência do Introdução
workshop “How design methods can support O workshop internacional “How design
MAC” voltado para estudantes de graduação methods can support MAC” para estudan-
em design da FAU USP e DSK, Dinamarca, tes de graduação em design da FAU USP e
para avaliar o uso do material didático Co- DSK, pautou-se no desaio de projetar cria-
-Creation Cards e apontar potencialidades de tivamente maneiras de trazer visitantes ao
uso no ensino de graduação na solução de MAC USP. A proposta didática baseou-se no
problemas complexos. Selecionaram-se três uso das “Co-creation Cards” (FRIIS 2015) –
métodos: Fact and Inspiration Finding, Expe- plataforma metodológica para o ensino de
rience Mapping e Lotus Blossom, que asso- projeto que associa saberes da antropologia,
ciam recursos visuais diagramáticos para or- psicologia e design, sistematizados em 89
ganizar conteúdos, indicar caminhos, auxiliar cartões que contem: deinição do método,
o raciocínio projetual e promover a geração exemplo e porque do uso, modo de aplicar e
de ideias originais e adequadas ao problema. referências. Os métodos priorizam o uso de
Este estudo foi realizado a partir da análise desenhos, diagramas e mapas, aos conteú-
de material gerado: fotograias, depoimen- dos textuais.
tos, relatórios e apontamentos produzidos Descrição do Projeto
em observação não participativa, enfocando Este estudo foi realizado a partir da con-
a análise das etapas de trabalho das equipes. cepção, planejamento e implementação do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 64
workshop “How design methods can support meio de diagrama que é continuamente pre-
MAC”, decorrente de uma cooperação interna- enchido, favorecendo a apuração de idéias.
cional de pesquisa da Design Skolen Kolding
(DSK, Dinamarca) e a Faculdade de Arquitetu- Conclusões
ra e Urbanismo da Universidade de São Paulo As três ferramentas analisadas mostra-
(FAU USP, Brasil). Durante dez dias, 38 alunos ram-se muito apropriadas para o ensino de
dinamarqueses e 11 alunos brasileiros traba- projeto, assim como para processo de ensi-
lharam oito horas diárias no MAC USP com o no-aprendizagem em que haja necessidade
desaio de trazer mais visitantes para o museu da compreensão de contextos complexos,
por meio de projeto. Duas professoras da DSK favorecendo a criatividade e a inovação.
conduziram o workshop empregando as Co-
-Creation Cards para produzir conhecimentos Referências
e soluções ao problema dado, considerando FRIIS, Silje Kamille. Co-Creation Cards. U
diversidade cultural e colaboração. A equipe Press: Købenjaven, 2015.
da FAUUSP, formada por três professoras e
uma doutoranda, deu suporte ao workshop e
atuou na observação do fenômeno em estudo.
Metodologia Utilizada
Nesta pesquisa utilizou-se: observação
não participativa , registro fotográico, análi-
se de relatórios dos alunos da FAU USP e de
etapas de trabalho. Seleção e análise de três
ferramentas pautadas no uso de recursos vi-
suais diagramáticos: Fact and Inspiration Fin-
ding, Experience Mapping, Lotus Blossom.
Resultados Obtidos
As Co-Creation Cards dão ritmo ao traba-
lho, ao deinir tarefas menores e apresen-
tações intermediárias. A atividade projetual
adquire aspecto de jogo, tornando as horas
de trabalho dinâmicas e estimulantes. A sin-
cronia do trabalho conjunto, a exposição si-
multânea de desenhos e diagramas ao longo
do processo, ajudam a integrar os membros
das equipes e tornar as ideias tangíveis em
ambiente lúdico e focado. A ferramenta Fact
and Inspiration Finding organiza e expõe as
perguntas – “o que sabemos?”, “o que pre-
cisamos saber?” e “como vamos descobrir?”
– auxiliando a coleta de dados sobre uma
dada situação, evitando ideias e soluções co-
nhecidas. A ferramenta Experience Mapping
parte da narrativa de usuários sobre uma ex-
periência, criando empatia dos designers ao
contexto e usuários para a geração de uma
linha do tempo com desenhos, mapas e fo-
tograias. A ferramenta Lotus Blossom orga-
niza idéias levantadas no brainstorming por
Metodologia
Depois de algumas aulas prévias voltadas
à apreensão de conteúdo mínimo sobre cé-
lulas, tecidos e órgãos vegetais, bem como
de técnicas de corte à mão livre, coloração
e observação de estruturas, cada grupo (12
grupos com cinco ou seis alunos) escolheu
um grande tema ligado à anatomia vege-
tal, elaborando um projeto de investigação
para ser trabalhado ao longo do semestre
letivo. Os grandes temas que poderiam ser
escolhidos eram ligados às plantas xeróitas
ou aquáticas, anatomia da madeira, epíitas,
polinização, secreções, plantas parasitas, de-
senvolvimento de órgãos vegetais, evolução
de tecidos vasculares, plantas trepadeiras,
herbivoria ou ainda diferenças entre plantas
C3 e C4. Depois das escolhas de subtemas
dentro destes grandes temas foram feitas
observações empíricas de fenômenos (como
a polinização) ou estruturas das plantas, que
foram usados com pano de fundo na elabo-
ração de perguntas especíicas e elaboração
de hipóteses em cada uma das propostas.
Foram depois estabelecidas metodologias
para testar estas hipóteses com a consulta
concomitante de bibliograia especializada.
Resultados
Os resultados foram divulgados na forma
de relatórios cientíicos e painéis. A ativida-
de proposta se mostrou eiciente não só na
apreensão do conteúdo especíico da disci-
plina, mas também no entendimento do mé-
todo cientíico e na divulgação da ciência.
Conclusão
A abordagem utilizada demonstrou que
os alunos tiveram interesse nas atividades,
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 67
Metodologias ativas de ensino-aprendizagem
Estudos de Caso em
Toxicologia Ambiental
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo
Helene Mariko Ueno
papoula@usp.br
Resultados Conclusões
Ao todo, são trabalhados cerca de 10 se- Estudos de caso baseados em estudos de
minários por turma. A lista de textos fornece revisão da literatura e servindo de base para
cerca de 30 textos e é atualizada anualmen- pesquisas adicionais sobre o tema tem se
te. Dentre as diiculdades relatadas pelos mostrado adequados para aprendizagem ati-
alunos, destaca-se a barreira de idioma; a va e efetiva, segundo relatos dos alunos pró-
diiculdade de encontrar referências é su- prios de graduação, alimentando um ciclo de
perada na aula de demonstração de uso de motivação entre estudantes e professor.
Ambientalização Curricular
- A Experiência do Campus
“Luiz de Queiroz/USP Piracicaba
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
M. Sorrentino, L.E.A. Camargo, A. Meira, A.A.D. Coelho, M. Cooper,
E.N. Botelho, M.H. Raymundo e L.F. Silva
planod@usp.br
Resultados
Os maiores desaios apontados pelos do-
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Tecnologias como recurso didático
Resultados Conclusões
O material gerado foi apresentado pela A impressão 3D dos ossos se mostra útil
equipe colaboradora durante as aulas da dis- para o estudo da Anatomia Animal uma vez
ciplina de Anatomia Descritiva dos Animais que é idedigno às estruturas in vivo, de fácil
Domésticos I, na FMVZ-USP. Os ossos im- obtenção e permite interatividade durante a
pressos compõem agora o acervo de material aula. Em virtude da inexistência de trabalhos
didático para estudo podendo, futuramente, utilizando a tecnologia 3D na área da Anato-
substituir completamente o material de ori- mia, aplicada ao processo de ensino-aprendi-
gem biológica. Os arquivos em PDF gerados zagem, constatou-se o pioneirismo deste pro-
após o escaneamento tiveram os principais jeto. Com isso, este trabalho vem auxiliando na
acidentes ósseos identiicados e estão sen- desmitiicação, difusão, preservação e valoriza-
do utilizados como guia de estudo nas aulas ção do estudo da Anatomia dos equinos, com
práticas da disciplina, uma vez que foram dis- aplicabilidade também em outras espécies.
Visando evitar erros de técnica e reduzir dose não existem posicionadores especíicos. Atu-
de radiação empregada em exames radiográ- almente, a disponibilidade de tablets e celula-
icos intrabucais, deve-se utilizar posicionado- res com acesso à internet tem permitido que
res que auxiliam no correto emprego de angu- estudantes e proissionais utilizem recursos de
lações do cabeçote e posicionamento do ilme aplicativos destes dispositivos para acessar in-
ou sensor. Contudo, existem situações onde o formações via digital. O objetivo deste traba-
uso destes posicionadores não é viável e/ou lho é apresentar aplicativos (Android) desen-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 76
volvidos por alunos da FORP-USP, voltados FORP. Nestas versões, é possível obter orien-
para o ensino prático da realização de técnicas tações para realização das técnicas radiográ-
radiográicas pelo método da bissetriz sem o icas intrabucais, particularmente método da
uso de posicionadores e técnica radiográica bissetriz, sem o uso de posicionadores, para
oclusal. Foram utilizadas imagens (fotograias ser empregada nas circunstâncias onde o uso
realizadas no contexto clínico e trabalhadas dos mesmos não for possível e técnica oclusal.
com efeitos gráicos para demonstrar carac- Os aplicativos desenvolvidos constituem uma
terísticas das técnicas) e textos explicativos, ferramenta relevante na prática, de fácil dis-
que alimentaram os aplicativos desenvolvidos seminação, sendo utilizados por estudantes
através de plataforma gratuita do MIT App In- de odontologia e proissionais que buscam
ventor 2. Os aplicativos estão disponíveis para aprimorar a qualidade das radiograias e da
download através da loja do Google Play com interpretação radiográica, atingindo de forma
os seguintes títulos 1RADIO FORP e 2OCLUSAL rápida e gratuita o público alvo.
Resumo Introdução
Analisa o uso de blogs e do microblog Twit- O presente trabalho é parte das ativi-
ter em temas de Organização e Representa- dades realizadas em projeto do Programa
ção do Conhecimento (ORC) para apoiar o de Bolsas Uniicadas intitulado Ensino em
ensino de graduação e a difusão da informa- Organização e Representação do Conhe-
ção para estudantes e bibliotecários, incluin- cimento: questões teóricas e recursos de
do a análise dos benefícios que estes recursos Ambiente Virtual de Aprendizagem e Web.
podem oferecer para estudantes envolvidos Relaciona-se à pesquisa teórica sobre uso
em cursos híbridos, que utilizam um ambien- de blogs e microblog no ensino superior e
te virtual de aprendizagem integrado com na área de Ciência da Informação e a análise
o uso da tecnologia social e aula presencial. dos acessos a estes recursos didáticos digi-
Objetiva mostrar os benefícios da tecnologia tais, através de estatísticas disponíveis nas
social para os estudantes, usando três blogs ferramentas.
sobre construção de linguagem documen-
tária, linguística documentária e indexação, Métodos
bem como um Twitter sobre indexação e lin- Estudo exploratório baseado em pesquisa
guagem documentária. Trabalhou-se com a bibliográica no ensino de ORC com o uso de
premissa que os estudantes nativos digitais blog e Twitter com ênfase no ensino superior
têm sua aprendizagem facilitada em ORC se e nos cursos de Biblioteconomia, realizada na
uma ou mais ferramentas de ensino utilizar base de dados LISA especializada em Ciên-
os ambientes de compartilhamento a que os cia da Informação da qual foram seleciona-
estudantes estão acostumados. Apresenta-se dos 26 artigos e entre os estudos brasileiros
a revisão bibliográica, os Blogs e o Twitter e a quando foram identiicados 3 artigos. Anali-
análise de acesso dos mesmos, como subsídio sa também o acesso a essas ferramentas, no
para participação de estudantes, melhorias de caso dos blogs utilizando as ferramentas que
layout e deinição de política de conteúdo. o Blogger disponibiliza.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 77
Referencial Teórico acreditamos que esta familiaridade com estas
Cursos híbridos que misturam elementos ferramentas advinda do dia-a-dia é que per-
de aula presencial com recursos educacionais mite que tornem a aprendizagem mais agra-
online e ambientes virtuais de aprendizagem dável e eiciente. Wright (2008) lembra que o
como apoio aos cursos apresentam achados, blog, além de mídia, é também um estilo de
segundo a literatura, de que os blogs são re- conteúdo, e como os primeiros blogs foram
cursos bem aceitos para compartilhar conhe- construídos como comunicação pessoal com
cimentos relacionados aos cursos indicando honestidade e autoridade, existe uma ideia de
que os estudantes encontram poucas barrei- que estes princípios persistem na ferramenta,
ras técnicas. Agosto, Copeland e Zach (2013) o que a torna mais acessível ao estudante. A
testaram os benefícios potenciais do uso de despeito das atitudes dos alunos e dos pro-
blogs na interação de alunos de um curso por fessores, a colaboração verdadeira só ocorre
um semestre. Feliz, Ricoy e Feliz (2013) consi- com participação, interação e síntese. O uso
deraram que as aplicações Web 2.0 estimulam da tecnologia social não garante por si só a
milhões de pessoas e que as mídias sociais colaboração. Além da apropriação pelo gru-
atraem a atenção de usuários de diferentes po das tecnologias selecionadas, estas de-
países, idades e classes sociais inclusive estu- vem ser integradas ao ambiente de ensino /
dantes, sendo que no Brasil a pesquisa sobre aprendizagem (seja online, presencial, ou hí-
o uso destes recursos para ensino e pesqui- brido) de maneira a participar dos resultados
sa de Ciência da Informação pode ser visua- de aprendizagem, de forma que os critérios
lizada nos trabalhos realizados por Lopez et para seleção de tecnologias incluam propor-
al. (2011); Freire, Lima e Costa Junior (2012); cionar colaboração, forte apoio da presença
Freire, Santos e Nascimento (2014). Os estu- social, melhora nas curvas de aprendizagem, e
dantes universitários da atualidade cresceram facilidade na interação do aluno na mídia e no
expostos a diversos tipos de tecnologias nos curso (AGOSTO, COPELAND e ZACH, 2013).
diversos aspectos de suas vidas, em um dia Para Bledsoe, Harmeyer e Wu (2014), existem
típico utilizam computadores, redes sociais inúmeras vantagens para a utilização Twitter
online, celulares, mensagens de textos, áudio, e hashtags, marcadores temáticos, como re-
vídeo, Twitter, RSS, wikis, blogs, ambientes cursos pedagógicos no ensino que trazem ao
virtuais de aprendizagem e muitos outros, e mesmo tempo resultados signiicativos e re-
a forma como os estudantes integram estes levantes para a aprendizagem de seus alunos.
instrumentos em suas vidas tem sido o foco Apesar das restrições inerentes ao número de
de pesquisas. Familiarizados com a segunda caracteres por tweet (140), as possibilidades
geração de tecnologias, localizam, usam infor- de aprendizagem acadêmica e comunicação
mação, e produzem conteúdos em diversos via Twitter são limitadas. Pesquisas futuras são
formatos e aplicativos (CASSIDY et al., 2011). necessárias, no entanto, para explorar for-
Estudos que usam blogs para apoiar o ensino mas em que esta ferramenta de mídia social
superior analisam a facilitação nos processos pode ser eicazmente utilizada para criar um
de aprendizagem, o aumento da interação e ambiente que conduza para a aprendizagem.
do controle do aluno sobre estes processos Além disso, os recomendam mais estudos
(AGOSTO, COPELAND e ZACH, 2013). No en- sobre o valor de hashtags na promoção do
tanto, estas aplicações, segundo Feliz, Ricoy envolvimento dos alunos. Finalmente, es-
e Feliz (2013) não estão sendo usadas ade- tudos especíicos podem produzir insights
quadamente no campo educacional, de for- sobre o Twitter no ensino com novos desig-
ma que muitos professores têm diiculdade ns de programas para ampliar o alcance de
de integrar estes recursos em sua prática. Em práticas de microblogging. A combinação de
muitos casos, para estes autores, as mídias tecnologias sociais em uma escala maior para
sociais são estimuladas para a comunicação cursos presenciais, especialmente as menos
diária, limitadas lazer e entretenimento, não familiares do que os blogs para a maioria dos
estando ainda estabelecidas como um am- estudantes podem apresentar desvantagens
biente didático para a aprendizagem. Porém, ou problemas de resistência tecnológica, se-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 78
gundo Agosto, Copeland e Zach (2013), de Referências
forma que os estudantes tendem a ser mais AGOSTO, D. E.; COPELAND, A. J.; ZACH, L.
frequentes em tecnologias já conhecidas e Testing the beneits of blended education: us-
usadas por eles, além disso, outro ponto a ing social technology to foster collaboration
ser analisado é o nível de exigência e engaja- and knowledge sharing in face-to-face LIS
mento necessário ao instrutor para sustentar Courses. Journal of Education for Library & In-
a participação on-line ativa entre os alunos no formation Science, v. 54, n. 1, p. 94-107, 2013.
estudo. BLEDSOE, T. S.; HARMEYER, D.; WU, S. F.
Utilizing Twitter and #hashtags toward en-
Resultados hancing student learning in an online course
No uso dos blogs foi possível veriicar environment. International Journal of Dis-
que o “Elab.LD”, sobre elaboração e ges- tance Education Technologies, v. 12, n. 3, p.
tão de linguagens documentárias, foi o 75-83, Jul. 2014.
mais acessado entre os três utilizados (com CASSIDY, E. D. et al. Higher education and
66.422 acessos desde 2010), “Linguística e emerging technologies: student usage, pref-
Documentação” (com 8.588 acessos) e o erences, and lessons for library services. Ref-
“Indexação e Resumos” (com 7.616). Estes erence & User Services Quarterly, v. 50, n. 4,
blogs foram criados para facilitar o aces- p. 380-391, Jul 2011.
so a documentos utilizados em disciplinas FELIZ, T.; RICOY, C.; FELIZ, S. Analysis of the
da área de Organização e Representação use of Twitter as a learning strategy in mas-
do Conhecimento (antes do início do uso ter’s studies. Open Learning, v. 28, n. 3, p.
de Ambientes Virtuais de Aprendizagem) 201-215, Nov 2013.
e para divulgar informações da área para FREIRE, I. M.; LIMA, A. P. L. de; COSTA JUNIOR,
estudantes e proissionais. No projeto do M. P da. Social media Web: with an eye on CI
Programa de Bolsas Uniicadas, estão sen- for academic and frofessional training. Biblion-
do pesquisadas: as formas de identiicação line, v. 8, n. special edition, p. 175-184, 2012.
de notícias de interesse, melhoria de layout, FREIRE, I. M.; SANTOS, R. N. R dos.; NAS-
estratégias de marketing para aumentar CIMENTO, B. O. N do. Information manage-
acessos, possibilidades de integração com ment in Blog De Olho Na CI. Informacao &
AVA e a participação mais ativa dos demais Informacao, v. 19, n. 1, p. 95-111, 2014.
alunos. As análises estatísticas utilizando os LOPEZ, A. P. A. et al. Blogs como ferramen-
recursos do Blogger indicam predominân- ta de ensino-aprendizagem de Diplomáti-
cia de acessos no Brasil, pequena interação ca e Tipologia Documental: uma estratégia
através de comentários e pelos posts mais didática para construção de conhecimento.
acessados, predominância nos temas e ma- Perspectivas em Gestão & Conhecimento, v.
teriais voltados para informações de ensino. 1, n. n. esp., 2011.
Quando ao Twitter, o IndexLds, a análise es- WRIGHT, J. Blog marketing: a nova e revo-
tatística foi feita pelo Twitter Statistics, que lucionária maneira de aumentar vendas, esta-
indicou 117 impressões orgânicas nos últi- belecer sua marca e alcançar resultados excep-
mos 91 dias. cionais. São Paulo: M. Books do Brasil, 2008.
Considerações
A literatura da área é signiicativa e permite
a realização de diversos estudos, que no Bra-
sil, principalmente no uso das redes ou mídias
sociais para atividades do ensino superior po-
dem ser desenvolvidos. As análises estatísticas
permitiram identiicar pontos para melhoria
de interação com os alunos e demais usuários
bem como a necessidade de compartilha-
mento das informações entre as mídias.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 79
Tecnologias como recurso didático
Resultados e Conclusões
O conceito de Sala de Aula Invertida (Fli-
pped Classroom) como um modelo de apren-
dizagem reorganiza o tempo gasto dentro e
fora da classe; transferindo o protagonismo
no processo de aprendizado, dos educado-
res para os alunos com o desenho didático
de atividades programadas: estudo prévio,
pré-teste, acesso aos vídeos, pós-teste, aces-
so aos casos clínicos como exercícios, fórum
de dúvidas, chat e webfólio. A lexibilidade e
a facilidade operacional da plataforma digital
que se encontra em constante desenvolvi-
mento com inclusão de novas ferramentas e
funções têm tornado sua utilização cada vez
maior em disciplinas regulares e optativas da
graduação. Os diferentes tipos de materiais
de ensino tem sido postados e disponibiliza-
dos gradativamente para os alunos. Isto faz
com que possam se preparar melhor com
autonomia de acesso aos diversos materiais
e controle do tempo de estudo, valorizando
o precioso tempo presencial para retirada de
dúvidas do estudo prévio, discussão de ca-
sos clínicos vivenciados na prática assisten-
cial e foco nas atividades práticas simuladas.
O projeto procura trabalhar aprimoran-
do todas as tendências apontadas e mini-
mizando os desaios, antecipando todas as
implicações discutidas. Deste modo, prevê o
desenvolvimento de um ambiente virtual de
aprendizagem com facilitação da interface
para professores e alunos; aprendizado onli-
ne, híbrido e colaborativo; utilizando diversas
ferramentas de informática de modo intera-
tivo, uso de diferentes formas de avaliação
no formato digital com resultados integra-
dos à um sistema de análise do desempe-
nho individual e coletivo dos alunos. O uso
da plataforma digital criada tem sido expan-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 81
Tecnologias como recurso didático
Introdução Métodos
Métodos de ensino que estimulam a par- Quatro aulas com temas de radiologia
ticipação ativa do estudante produzem re- odontológica foram ministradas em duas
sultados mais satisfatórios que modelos turmas de estudantes, com e sem SIR de for-
unidirecionais convencionais. Os indivíduos ma alternada. Conteúdo e formato das aulas
aprendem de maneiras diferentes, portanto, para cada turma eram idênticos, variando-se
incorporar diferentes abordagens de ensino apenas a forma como os estudantes respon-
permite um maior envolvimento e participa- diam a questões interativas durante a aula.
ção dos estudantes no processo educativo. A Os estudantes foram divididos em dois gru-
utilização de sistemas interativos de resposta pos: Grupo SIR (sistema interativo de respos-
(SIR), como por exemplo, clickers, pode re- tas) e LM (método de resposta levantando
presentar uma boa estratégia de interação as mãos para escolha da resposta). Avaliou-
para salas de aula com um grande número -se a PT e DE, comparando-se os grupos.
de estudantes. Estudos prévios se buscaram A unanimidade de respostas foi analisada
avaliar a eicácia de SIR em aulas de diferen- para ambos os grupos. Questionários foram
tes áreas do conhecimento, com resultados aplicados posteriormente para avaliar as im-
variados. A inluência da ARS no desempe- pressões dos estudantes sobre o uso de SIR
nho dos alunos em avaliações de conheci- nas aulas e sobre a relevância para eles de
mento (provas) é particularmente contro- características dos SIR que são comumente
versa. O impacto do uso de SIR em aulas de relatadas na literatura.
radiologia odontológica nunca foi demons-
trado previamente. Resultados
A PT média dos grupos SIR e LM foram
Descrição do Projeto 97,6% e 47,3%, respectivamente, e esta
Foi realizado um estudo crossover con- diferença foi estatisticamente signiicati-
trolado com estudantes de graduação em va (p <0,05). A DE média para o grupo SIR
odontologia. Este trabalho teve como obje- (77%) foi ligeiramente superior ao grupo LM
tivos: 1)avaliar o impacto de sistemas intera- (75,1%), porém, a diferença não foi estatisti-
tivos de resposta (SIR) na participação dos camente signiicativa. Houve correlação po-
estudantes (PT) durante aulas de radiologia sitiva entre PT e DE. Com SIR, apenas 5,7%
odontológica em um curso de graduação; 2) das perguntas foram unânimes, enquanto
avaliar o impacto de sistemas interativos de que 51,4% foram unânimes com o método
resposta (SIR) no desempenho dos estudan- de LM. A maioria dos estudantes relataram
tes em resultados de avaliações de conhe- que o uso SIR teve inluência positiva sobre
cimento (DE); 3) analisar o peril de votação a sua atenção (92%), participação (96%), par-
dos estudantes ao utilizar SIR, através de ticipação da colega de classe (82,7%), inte-
análises de unanimidade das respostas; 4) resse (74,7%), e aprendizagem (86,7%). Em
avaliar a percepção dos estudantes em rela- uma escala de 5 pontos sobre a relevância
ção ao uso de SIR em aula. de aspectos do uso de SIR, o “anonimato das
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 82
respostas” teve uma média de 3.6, enquanto ram duas vezes mais às perguntas interativas
que outros itens (aula mais dinâmica, partici- em aula. No entanto, não foi possível obser-
pação mais ativa, demonstração imediata do var um efeito isolado do uso de SIR no de-
resultado de votação) receberam uma média sempenho dos estudantes nas avaliações de
de 4.6 ou superior. aprendizado da disciplina. O SIR é bem acei-
to pelos estudantes, e estes acreditam que o
Conclusões sistema inluencia positivamente os seus de-
O SIR aumentou signiicativamente a par- sempenhos. Dentre as vantagens do uso de
ticipação dos estudantes em aulas de radio- SIR, o anonimato foi considerado o menos
logia odontológica, ou seja, estes responde- relevante pelos estudantes.
Laboratórios de Engenharia de
Projetos, Temática: Pneumática
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo
Carlos Alberto Fortulan, Jéssika de Oliveira Alves
cfortula@sc.usp.br
a) b) c)
Figura 1. Imagens do projeto, em: (a) diagramas dos tutoriais; (b) banco experimental e (c) camisetas
impressas.
Metodologia do experimento.
Foram empregados componentes de reuso
a exemplo de uma bancada pneumática ob-
soleta, de válvulas controladoras de luxo, de
um cabeçote de impressão serigráica e de
chaves botoeiras. Foram adicionados cilindros
pneumáticos, sensores indutivos, válvulas dire-
cionais e um CLP. Com o auxílio de softwares
foi simulado a geração e o funcionamento dos
sistemas pneumático e elétrico associados à
programação do CLP (linguagem Ladder). Pos-
teriormente, foi realizada a montagem física do
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 94
Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo
Metodologia
Primeiramente, elaborou-se o projeto e
construiu-se o modelo didático. Com o dis-
positivo inalizado, iniciaram-se os testes.
Para tanto, analisou-se a classiicação granu-
lométrica, segundo a norma da ABNT NBR
7181, de quatro amostras de diferentes tipos
de solo. Prosseguiu-se com a determinação
experimental, por meio de ensaios de cisa-
lhamento direto e de compressão triaxial, do
ângulo de atrito e da coesão das diferentes
amostras. Por im, determinou-se o ângulo
de atrito dos solos secos por meio dos en-
saios realizados a partir do modelo construí-
do. Dessa forma, os dados teóricos serviram
como parâmetros de referência para a medi-
ção da coniabilidade dos resultados obtidos
segundo a proposta do trabalho.
Resultados e Conclusões
De acordo com os resultados dos ensaios
convencionais de resistência, percebeu-se
que os solos com algum percentual de argila
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 100
Inovações em aulas de laboratório e trabalhos de campo
Metodologia Utilizada
Os alunos selecionam a área para realiza-
ção de seu trabalho de campo, devendo ser:
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Elaboração, aplicação e avaliação de materiais didáticos
Ensino de Macroeconomia em
Graduação: Pesquisa com Professores
sobre Material Didático Utilizado
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão da Universidade de São Paulo
Roseli da Silva
roselisilva@usp.br
Referências
ALONSO, K.M. Algumas considerações so-
bre educação a distância, aprendizagens e a
gestão de sistemas não presenciais de ensi-
no. In: Preti, O. et alii (org.). Educação a dis-
tância: ressigniicando práticas. Brasília: Liber
Livro Editora, 2005.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 113
Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação
Nota obtida 65,92% 74,10% 69,13% 82,28% 75,95% 70,30% 79,07% 71,18% 79,84% 78,09%
Semestre da
obtenção da 67,09% 76,83% 76,05% 84,62% 82,47% 81,01% 88,32% 81,30% 87,83% 84,32%
nota 3,0
Semestre de
68,06% 76,34% 76,05% 89,09% 86,76% 79,65% 91,72% 79,55% 91,63% 88,22%
aprovação
metodologia baseada em mineração de dados para classificar alunos quanto ao seu risco de
Análise Quantitativa para Revisão de
evasão, a partir de seu histórico
Pré-requisitos na Matriz escolar. Com base nos históricos
Curricular acadêmicos de alunos do
do Curso
Bacharelado
de Sistemas de Sistemas
de deInformação
Informação da EACH-USP, foram construídos modelos capazes
da EACH/USP
de predizer
Escola o resultado
de Artes, Ciênciasdoealuno no curso com
Humanidades da uma acurácia superior
Universidade de SãoaPaulo
90%. O desempenho
Marcelo
obtidodeé Souza
similarLauretto, Luciano Antonio
aos encontrados Digiampietri,
na literatura e motivaFábio Nakano
o aprofundamento e extensão dos
marcelolauretto@usp.br
estudos realizados.
Introdução dada disciplina, diminuindo assim suas chan-
A reprovação sucessiva em disciplinas ces de reprovação na mesma.
pode ser um gatilho para que alunos eva-
dam de um curso de graduação. Uma causa Objetivo
potencial de reprovação em uma disciplina é Este artigo apresenta um estudo de caso
a falta de preparo adequado do aluno, que de uma análise quantitativa de desempe-
poderia ser propiciado nas disciplinas pre- nhos em disciplinas, conduzido sobre os his-
viamente cursadas. Assim, a alteração de tóricos escolares dos alunos do Bacharelado
pré-requisitos pode ser utilizada para ga- em Sistemas de Informação da USP. A análi-
rantir uma melhor base de conhecimentos se é baseada em indicadores de associações
ao aluno antes deste matricular-se em uma visando a identiicar potenciais relações de
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dependências entre disciplinas e, dessa for- tre os que foram aprovados em COO. Esses
ma, apoiar revisões nos pré-requisitos ado- dois resultados são indicativos de possível
tados no Projeto Pedagógico do Curso. necessidade de inclusão de novos pré-requi-
sitos na grade curricular do curso: Cálculo II
Método como pré-requisito para Matemática Discre-
O estudo de caso foi conduzido a partir de ta e Computação Orientada a Objetos como
históricos acadêmicos de 1.361 alunos com pré-requisito para Organização de Compu-
matrículas ativas ou egressos do Bachare- tadores Digitais. Esses achados deverão ser
lado em Sistemas de Informação da EACH/ validados com base na análise das ementas
USP, ingressantes entre 2005 e 2015. Os de- das disciplinas e na consulta aos docentes
sempenhos dos alunos foram confrontados responsáveis pelas disciplinas.
par a par de disciplinas (Da, Dd), com o ob- Parte das estratégias de análise aqui apre-
jetivo de identiicar potencial dependência sentadas já haviam sido aplicadas em 2009,
da disciplina Dd em relação ao conteúdo an- e auxiliaram na revisão do pré-requisito en-
teriormente aprendido na disciplina Da. Para tre Cálculo I e Cálculo II. Até 2009, Cálculo II,
avaliar a associação entre as disciplinas Da e que tinha uma taxa de reprovação média de
Dd, calculou-se o risco relativo de reprovação 30,4%, possuía Cálculo I como pré-requisito
na disciplina Dd de um aluno que não tenha fraco. A análise dos históricos acadêmicos de
atingido o pré-requisito fraco na disciplina 2005 a 2009 indicou que o risco de reprova-
Da (ou seja, não cursou ou tirou nota infe- ção em Cálculo II entre aqueles que tinham
rior a 3,0 em Da) em relação a um aluno que obtido notas entre 3,0 e 5,0 em Cálculo I era
foi aprovado em Da. Essa medida é calculada 2,86 vezes maior do que o dos alunos que ti-
por: vessem sido aprovados em Cálculo I. A partir
RR03/Apr = %ReprDd|03Da ÷ %ReprDd|AprDa, dessa constatação, o pré-requisito de Cálculo
Onde %ReprDd|03Da é a porcentagem dos I para Cálculo II foi alterado para forte, com
alunos reprovados na disciplina Dd dentre os uma redução de 52,6% na taxa de reprovação
que não cursaram ou obtiveram notas infe- em Cálculo II entre 2010 e 2015. Nota-se que
riores a 3,0 na disciplina Da e %ReprDd|AprDa essa expressiva redução parece conirmar a
é a porcentagem dos alunos reprovados na hipótese de que a obrigatoriedade de o aluno
disciplina Dd dentre os que foram aprova- obter uma base mais sólida em Cálculo I antes
dos na disciplina Da. Ao todo foram analisa- de se matricular em Cálculo II diminui seu ris-
dos 1.260 pares de disciplinas. Para garantir co de reprovação nesta disciplina, conforme
maior robustez à análise, foram consideradas sugerido pela análise realizada.
exclusivamente as disciplinas especíicas do
curso (obrigatórias ou optativas) nas quais Conclusões
ao menos 15% dos alunos do estudo tives- Este trabalho apresentou uma abordagem
sem se matriculado. quantitativa, conduzida no Bacharelado em
Sistemas de Informação da USP, para o cálcu-
Resultados lo do risco relativo de se cursar uma discipli-
As análises permitiram observar duas si- na dado o desempenho dos alunos em dis-
tuações relevantes: a primeira é que o risco ciplinas anteriores. A abordagem empregada
de reprovação em Matemática Discreta (MD) é facilmente replicável em diversos cursos e
dentre os que não cursaram ou obtiveram universidades, tendo auxiliado na revisão de
nota inferior a 3,0 em Cálculo II é igual a 5,8 pré-requisitos de duas disciplinas do curso.
vezes a chance de reprovação entre os que Trabalhos futuros deverão incluir medidas de
haviam sido aprovados em Cálculo II; a se- desempenho normalizadas para a inluência
gunda é que o risco de reprovação em Or- de aptidões individuais dos alunos nos re-
ganização de Computadores Digitais (OCD) sultados, bem como incluir intervalos esta-
dentre os que tiraram nota inferior a 3,0 em tísticos para a obtenção de indicadores mais
Computação Orientada a Objetos (COO) é robustos e menos suscetíveis à variabilidade
igual a 4,1 vezes a chance de reprovação en- induzida por subgrupos muito pequenos.
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Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação
Resultados
Os artigos foram publicados entre o pe-
ríodo de 2003 a 2015, sendo 11 estudos na
língua inglesa e dois na língua portuguesa,
seis estudos (46%) provenientes dos Estados
Unidos da América, três (23%) da Coreia do
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Avaliação e Indicadores de aprendizagem na graduação
Satisfação e Autoconiança de
Graduandos de Enfermagem com
Práticas Clínicas Simuladas
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo;
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Alessandra Mazzo1, Juliana Constantino Franzon1, Rodrigo Guimarães de Almeida1,
Fernanda Berchelli Girão Miranda1, Rui Carlos Negrão Baptista2
amazzo@eerp.usp.br
Alta Fidelidade
Satisfação 82 4,8 0,307 3,3 5,0
Tabela 1. Valores atribuídos para a satisfação e autoconiança com a simulação de baixa e de alta
idelidade segundo a ESAA. Ribeirão Preto, 2016.
Resultados e Relexão
Em design, não existe uma única resposta
para uma questão, mas ininitas possibilida-
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Experiência em sala de aula
Resumo Introdução
As disciplinas Estatística Aplicada I e Esta- Estatísticos quase sempre trabalham em
tística Aplicada II são oferecidas para os alu- equipes interdisciplinares e uma primeira di-
nos do Bacharelado em Estatística do Institu- iculdade encontrada é o entendimento mú-
to de Matemática e Estatística da USP e são tuo, uma vez que proissionais de diferentes
vistas como um tipo de Residência em Esta- áreas costumam fazer uso de diferentes lin-
tística. As atividades desenvolvidas reúnem guagens, próprias de suas áreas.
ensino, pesquisa e extensão e estão ligadas Neste trabalho é apresentada uma expe-
ao CEA - Centro de Estatística Aplicada. Nes- riência interessante no ensino de estatística
te trabalho pretende-se compartilhar as ex- aplicada, desenvolvida na Universidade de
periências adquiridas. São Paulo, em duas disciplinas oferecidas
para os estudantes do último ano do Bacha-
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relado em Estatística. As atividades são de- e conclusões. Nessas ocasiões, os estudantes
senvolvidas no CEA, com atendimento a pes- aprendem a fazer uma apresentação oral utili-
quisadores de outras áreas, em trabalhos de zando recursos audiovisuais e computacionais.
dissertações de mestrado, teses de doutora- Relatório inal: os alunos, supervisionados
do e publicações em revistas especializadas, por um professor, preparam um relatório que
envolvendo, portanto, pesquisa e extensão. deve incluir resumo, introdução, descrição
As atividades oferecidas pelo CEA são do experimento, descrição de variáveis, aná-
basicamente de dois tipos: consultoria de lise descritiva do conjunto de dados, análise
projeto e análise estatística de projeto. Na inferencial do conjunto de dados, conclu-
consultoria é feita uma entrevista com o sões e bibliograia. Nesta etapa da atividade,
pesquisador que está desenvolvendo o ex- os alunos têm a oportunidade de aprender a
perimento e são discutidos aspectos como preparar um relatório técnico.
o planejamento do experimento, determina- Apresentação dos resultados em sessão
ção do tamanho de amostra, indicação de pôster: no inal do semestre, os projetos ana-
técnicas de análise estatística e até mesmo lisados são expostos no saguão do Instituto
a realização de análises rápidas. Na segunda de Matemática e Estatística, onde toda comu-
modalidade, a análise estatística do conjunto nidade tem a oportunidade de conhecer os
de dados é feita no CEA pelos alunos do úl- trabalhos desenvolvidos durante o semestre.
timo ano do Bacharelado em Estatística e os Esta atividade não só permite que os alunos
pesquisadores recebem um relatório com- aprendam a fazer uma apresentação no for-
pleto no inal do semestre, com as análises mato de pôster, mas também incentiva os alu-
e as conclusões. nos que estão iniciando o curso de estatística.
Todas as etapas desenvolvidas neste pro-
A Experiência cesso são acompanhadas e avaliadas pelos
Ambas as disciplinas mencionadas são mi- professores responsáveis pelas disciplinas.
nistradas por dois professores do Departa-
mento de Estatística da USP. Os alunos têm Conclusões
que participar de consultorias e são respon- Nessas disciplinas, os alunos têm a opor-
sáveis por um projeto, que é desenvolvido tunidade de aprender como conversar com
durante o semestre, sob a supervisão de um pesquisadores de outras áreas, fazer relató-
professor. A análise é acompanhada pelo rios técnicos, fazer apresentações oral e em
pesquisador, e com isso os alunos podem sessão pôster, além de fazer a análise estatís-
aprender com a interação com o pesquisa- tica, propriamente dita. Nas apresentações,
dor e o supervisor. A experiência de ensino os alunos conhecem os projetos de seus co-
de estatística aplicada tem diversos aspectos: legas, oportunidade em que podem discu-
Realização de entrevista: as entrevistas tir e dar sugestões sobre os diferentes pro-
com os pesquisadores são conduzidas pelos blemas tratados no semestre. O trabalho é
professores, com a participação dos alunos, um serviço de extensão e muitas vezes gera
que têm a oportunidade de conversar e in- publicações, englobando assim ensino, pes-
teragir com proissionais de outras áreas e quisa e extensão.
aprendem como obter informações impor-
tantes e necessárias para a compreensão ge-
ral do projeto.
Análise estatística: o aluno, supervisiona-
do por um professor, faz a análise dos dados.
Apresentação oral dos resultados: a apre-
sentação dos resultados da análise estatística
é feita em duas ocasiões, no meio do semestre
com a apresentação do problema tratado e da
análise preliminar e outra no inal do semes-
tre, com a apresentação da análise completa
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 133
Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação
Resultados e Conclusões
Os resultados podem ser mapeados em
diversos pontos de vista: 1) diiculdade de
montagem e aplicação dos casos simulados
frente às demandas das atividades de ensino
atuais nos cursos de graduação, 2) diiculda-
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Multi, inter e transdisciplinaridade no ensino de graduação
Descrição do Projeto
A disciplina pretendeu reconhecer, rele-
tir e analisar o território da bacia, promo-
vendo um levantamento e síntese dos pro-
cessos de analise, tendo como horizonte
o estabelecimento de diretrizes de projeto
que envolvesse ações de planejamento,
projeto e política urbanas.
Metodologia
A experiência é construída tendo em
vista a diversidade de formação e abor-
dagem dos professores responsáveis, bem
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Formação Inicial de professores
Resultados e Conclusões
Os dados analisados evidenciaram que na
formação do pedagogo realizada pelos cur-
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Formação Inicial de professores
Análise do Comportamento
e Educação: Jogo de Tabuleiro
como Instrumento Pedagógico
Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Lucas Roberto Pedrão Paulino; Paula Daniele Ferraresi
lucasrppaulino@gmail.com
Metodologia
A RFF foi executada em um crânio fototi-
pado da tomograia de um indivíduo femi-
nino, utilizando a técnica de reconstrução
Americana. As imagens da reconstrução fo-
ram realizadas no estúdio do Centro de Pro-
duções Digitais Prof. Edmir Matson (CPDigi),
da Faculdade de Odontologia da Universi-
dade de São Paulo, por meio da utilização
de uma câmera fotográica da marca NIKON,
modelo D80, sendo seus parâmetros esta-
belecidos em: ISO 800; f/5.6; distância focal
80 mm; tempo de exposição 1/30s; e, luz
contínua sem lash. As imagens geradas, de
2.896 x 1.944 pixels, foram tratadas utilizan-
do o Adobe Photoshop Lightroom©, a im
de realizar pequenas alterações no tamanho
da imagem para compor no quadro. Para a
edição do vídeo e a criação da time lapse foi
utilizado o software Adobe Premiere©. No
vídeo, foram utilizadas 403 fotograias, com
3 fotogramas por segundo, totalizando 2:44
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Laboratórios e aulas virtuais
Temas diversos
Acompanhamento Longitudinal de
Características Sócio Demográicas e
Psicológicas de Estudantes e a Produção de
Dados para o Planejamento Educacional em
Cursos de Graduação da Área da Saúde:
a Experiência da FMRP-USP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Maria Paula Panúncio-Pinto, Victor Evangelista Ferraz e Luiz Ernesto de Almeida Troncon
mapaula@fmrp.usp.br, vferraz@fmrp.usp.br, ledatron@fmrp.usp.br
Temas diversos
Temas diversos
Temas diversos
Resumo Introdução
Neste trabalho são apresentados resulta- O governo brasileiro vem nos últimos
dos quantitativos do rendimento acadêmico anos, estimulando ações que visam forta-
de estudantes egressos de escolas públicas lecer e criar novas iniciativas que levem os
e ingressantes na Universidade de São Pau- alunos a ter maior interesse pelo conheci-
lo. Os ingressantes são todos medalhistas da mento. Este é o caso das Olimpíadas Bra-
Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Pú- sileiras de Física, Matemática, Química,
blicas(OBFEP) no estado de São Paulo. A aná- Astronomia e Biologia que recebem anual-
lise do rendimento escolar destes estudantes mente inanciamento do Conselho Nacional
permite concluir que os egressos estão aci- de Desenvolvimento Cientíico. Trata-se de
ma da média quando comparados com ou- eventos de âmbito nacional, nos quais estu-
tros estudantes ingressantes na Universida- dantes do ensino médio e fundamental par-
de de São Paulo nas mais diversas áreas do ticipam de uma série de atividades que têm
conhecimento. Isto mostra claramente que como objetivo estimular o estudo de ciên-
eventos extracurriculares, tais como Olimpí- cias e matemática. Este tipo de competição,
adas do Conhecimento, podem ser um fator além de estimular o desenvolvimento de
motivador ao estudo não só visando o in- habilidades cientíicas e intelectuais, requer
gresso no ensino superior, mas também no persistência, motivação e curiosidade, fato-
decorrer dos estudos após o ingresso em res determinantes para o desenvolvimento
carreiras universitárias. do aluno quanto indivíduo.
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A OBFEP (http://www.obfep.org.br) é um estudantes foi realizado um acompanha-
programa permanente da Sociedade Bra- mento do desempenho acadêmico destes
sileira de Física (SBF) para estudantes do nos cursos de origem. Observou-se que o
9o ano do Ensino Fundamental e 1a, 2a, 3ª rendimento é consideravelmente bom em
séries e 4a série (ensino técnico) do Ensino todas as áreas do conhecimento. Isto in-
Médio de escolas públicas municipais, es- dica que o aluno ingressa na Universidade
taduais e federais. A Sociedade Brasileira com uma base sólida de conhecimentos
de Física (SBF) organiza anualmente a OB- que lhe permite desenvolver plenamente o
FEP em colaboração com vários Institutos conteúdo de sua área de conhecimento. Os
e Departamentos de Física de Universida- resultados mostram também que estes es-
des Estaduais (no estado de São Paulo com tudantes não apresentam deiciências signi-
a USP) e Federais e Institutos Federais de icativas venham inviabilizar seu desempe-
Educação, Ciência e Tecnologia, e que a nho no curso, além de que o percentual de
exemplo de quase uma centena de países, desvinculação é muito inferior da média da
tem como objetivo de usar as competições Universidade.
intelectuais como veículos capazes de des-
pertar e estimular o interesse pelas ciências Conclusões
naturais, melhorar seu ensino, incentivar os Há muitas discussões no âmbito acadê-
estudantes a seguirem carreiras cientíico- mico sobre o ingresso de estudantes do sis-
-tecnológicas. São objetivos da OBFEP: (a) tema público de educação no ensino supe-
despertar e estimular o interesse pela Física rior. Eventos extracurriculares, tais como a
e pelas ciências em geral; (b) aproximar as OBFEP, podem vir a ser no futuro uma forma
universidades, institutos de pesquisa e so- alternativa de ingresso na USP.
ciedades cientíicas das escolas públicas; (c)
identiicar estudantes talentosos e incenti-
var seu ingresso nas áreas cientíicas e tec-
nológicas; (d) incentivar o aperfeiçoamento
dos professores das escolas públicas contri-
buindo para sua valorização proissional; (e)
promover a inclusão social por meio da di-
fusão do conhecimento; (f) contribuir para a
melhoria da qualidade da Educação Básica;
(g) proporcionar desaios aos estudantes.
Relexões e Possibilidades do
ao longo de um semestre letivo.
Conforme outras metodologias de en-
sino-aprendizagem centradas no aluno, o Ensino da Técnica Anestésica
docente assume o papel de orientador-con-
sultor. As aulas expositivas são reduzidas e
em Graduação de Odontologia
o professor (ou professores) permanece em sob a Ótica Construtivista
sala de aula como facilitador, conduzindo Faculdade de Odontologia da Universidade
discussões grupo a grupo. Cabe ao docente de São Paulo
o papel de fomentar a discussão envolvendo
a identiicação do problema, o delineamento Alex de Freitas Rodrigues, Andrea Barros Tolentino,
da solução proposta e a forma de apresenta- Neide Pena Coto, Oswaldo Crivello-Junior
ção dos resultados alcançados. O professor defreitas@usp.br
deixa de representar um depositório de co-
nhecimentos e exerce a função de tutor na Introdução
busca por informações e conhecimento. As escolas de odontologia oferecem di-
O processo de motivação dos alunos se ferentes modelos para o ensino das técni-
dá à medida em que se cria um estado de cas das anestesias locais. Praticamente há a
pertencimento com o objeto de estudo, no prática de ensinar através de modelos clás-
caso um projeto de indústria de alimentos. sicos de ensino, tradicionais sob a visão da
Os discentes são responsáveis pelo de- pedagogia universitária. Essas práticas se
senvolvimento e apresentação do projeto, repetem de uma forma mais ou menos in-
avaliado em cinco etapas: 1. Identiicação tensa no sentido de passar a informação ao
da oportunidade e análise de mercado; 2. aluno, mostrar na prática a técnica e depois
Detalhamento do processo e instalações; 3. observar o aluno em sua atividade de en-
Análise de viabilidade econômica e plano sino. A escola construtivista é fundamen-
de inanciamento; 4. Apresentação inal do tada no conceito de que nada, a rigor, está
projeto para uma banca avaliadora (forma- pronto, acabado, e de que, especiicamente,
da por docentes e proissionais da indús- o conhecimento não é dado, em nenhuma
tria); e 5. Prova escrita. instância, como algo terminado. Fazer agir,
O objetivo da prova escrita é avaliar com- operar, criar, construir a partir da realidade
portamentos do tipo “carona” (free-rider) vivida por alunos e professores é conceber o
dentro das equipes. Outra ferramenta de- conhecimento. Utilizar a construção própria
senvolvida para diminuir esse tipo de ação que vai se produzindo, dia a dia, como re-
oportunista é a possibilidade de ‘demissão’ sultado da interação entre diferentes fatores.
do integrante que não atende as expecta-
tivas do grupo, mediante justiicativa enca- Proposta
minhada ao docente. Nossa proposta é estudar a possibilidade
Exemplos dos projetos desenvolvidos in- de se ensinar técnicas anestésicas através
cluem: indústria de derivados de tomate, do construtivismo.
sorvetes, sucos, pães congelados, laticínios,
produtos cárneos e micro cervejarias (nes- Metodologia
te caso, um projeto desenvolvido tornou-se A metodologia pressupõe que se deva,
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inicialmente, criar o ambiente construtivista; Introdução
o professor deve conceber o conhecimento A nutrição nos primeiros anos de vida
sob a ótica levantada por Piaget, ou seja, que tem papel fundamental para o crescimento
todo e qualquer desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento saudável do ser humano
só será efetivo se for baseado em uma inte- ao longo dos ciclos da vida. Está associada
ração muito forte entre o sujeito e o objeto. a aspectos de sobrevida e morbidade logo
A primeira das exigências é que o ambiente após o nascimento (vide todos os benefí-
permita, e até obrigue, uma interação muito cios a curto e longo prazo do aleitamento
grande do aprendiz com o objeto de estudo, materno) e ao desenvolvimento de doenças
integrando o objeto de estudo à realidade crônico não comunicáveis, como obesidade,
do sujeito, dentro de suas condições, de for- diabetes tipo 2, hipertensão e doenças car-
ma a estimulá-lo e desaiá-lo, mas ao mesmo diovasculares na vida adulta.
tempo permitindo que as novas situações Criar espaços nos quais o tema da ali-
criadas possam ser adaptadas às estruturas mentação possa ser trabalhado junto à po-
cognitivas existentes, propiciando o seu de- pulação é atuar na prevenção e promoção à
senvolvimento. Outro aspecto primordial nas saúde, área prioritária da atenção primária,
teorias construtivistas é a troca do repasse além de ser uma oportunidade para o alu-
da informação para a busca da formação do no de graduação, que poderá experimentar
aluno; uma nova ordem que retira o poder e a realidade de uma Unidade Básica de Saúde
autoridade do mestre. Desta forma criamos e tentar responder, no âmbito da educação
o espaço construtivista para o ensino de téc- nutricional, às demandas que esta apresenta.
nica anestésica. Atividades desenvolvidas de
forma que nada deva ser ensinado de forma Descrição do Projeto
clássica aos alunos ingressantes do curso. O O Ateliê tem como objetivo ser um espa-
mestre como um facilitador de experiências ço lúdico para a criança e o cuidador, pro-
que devem ser vividas pelos participantes do porcionando a troca de experiências entre
curso. Criar situações de aprendizagem que alunos de graduação da área de saúde e as
facilitem a construção individual do conhe- famílias, com atividades especíicas para as
cimento em relação a temas relacionados à crianças e para os cuidadores. O espaço do
técnica anestésica. Encorajar os estudantes a Ateliê tem um caráter educativo e de criação
desenvolverem seus próprios processos de conjunta, visando estimular os participantes
busca de novos desaios. a descobrirem “novos caminhos” para uma
alimentação saudável e prazerosa.
Conclusão
Acreditamos ao desenvolver esse projeto Metodologia
que haverá condições de oferecimento desde O aluno de graduação participa do Am-
tema em outras formas não clássicas de ensi- bulatório de Nutrição Pediátrica na Atenção
no-aprendizagem desde que haja condições Primária no Centro de Saúde Escola Butan-
físicas e de tempo para respeitar os diferentes tã. A partir das demandas que surgem nas
tempos de aprendizagem de cada aluno. consultas, organizamos o Ateliê da Alimen-
tação que “acontece” na sala de espera da
Ateliê da Alimentação: Uma Pediatria. A abordagem do tema escolhido
Experiência de Ensino do é feita de forma simples a im de que os
cuidadores e as crianças entendam concre-
Aluno de Graduação na tamente o conteúdo da exposição. São uti-
Atenção Primária à Saúde lizados slides, rodas de conversa, prepara-
Faculdade de Medicina da Universidade ções de alimentos para que o objetivo seja
de São Paulo alcançado.
Objetivo
Desenvolver um blog como apoio ao curso
de atualização online para enfermeiros sobre
o ambiente sensorial nas unidades neonatais.
Método
Estudo metodológico sobre o desenvol-
vimento do blog “Cuidando do ambiente
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sensorial na unidade neonatal: ruído, lumi-
nosidade e manipulação”.
Inovações em aulas de
Resultados laboratório e trabalhos
O curso online ainda está em fase de de-
senvolvimento. O blog foi desenvolvido e de campo
sua primeira publicação foi no dia 17 de no-
vembro de 2015, Dia Mundial da Prematuri- Vivências de Campo e
dade. Neste dia foram 117 visualizações em
3 países diferentes. A primeira postagem do
Interfaces Tecnológicas: O
blog foi referente ao dia da prematuridade, Facebook como Suporte ao
ao papel do enfermeiro nas unidades neo- Ensino de Lazer e Turismo
natais e aos principais fatores presentes no
ambiente sensorial das unidades neonatais. Escola De Artes, Ciências E Humanidades
Da Universidade De São Paulo
Conclusões
Thiago Allis
Como conclusões parciais, pode-se notar
thiagoallis@usp.br
que o blog possui um potencial de atingir
inúmeras pessoas, em diferentes locais ao Apresentação
mesmo tempo, assim como a EaD, com a Este trabalho apresenta resultados de
vantagem de ser bastante interativo. Acre- trabalho realizado no âmbito da disciplina
dita-se que um ponto importante para a “Estudos Diversiicados 1”, parte do Ciclo
ampla visualização do blog no dia citado, foi Básico (CB) de todos os cursos da Escola de
seu compartilhamento nas redes sociais. Es- Artes, Ciências e Humanidades. O enfoque
pera-se que o blog atinja um grande núme- da disciplina – que cujo programa é variá-
ro de enfermeiros, alunos de enfermagem e vel e composto de “atividades optativas e
familiares de prematuros. integradora” – busca a “permitir o acesso
a diferentes conteúdos culturais, acadêmi-
Referências cos e cientíicos” e “possibilitar o trabalho
OLIVEIRA, E. S .G.; CARVALHO, C. A.; SIL- e o aprendizado sistematizado sobre con-
VA, F. T. B.; DERECZYNSC, R. S. Possibilidades teúdos em que alunos e professores sin-
de inovação em educação a distância: blogs tam que enriquecerá a vida acadêmica”. Em
educativos como recurso didático. Revista 2016, estabeleceu-se um tema que pudes-
EAD em Foco, v. 5, n.1, p. 13-31, 2015. se aproximar os discentes de uma temática
candente: as imigrações na cidade de São
Paulo, proporcionando lidar com questões
de hospitalidade (a base para as práticas tu-
rísticas) e hostilidade (em que os conlitos e
guerras são sua manifestação extrema, le-
vando às diásporas). Neste contexto, acor-
dou-se que o espectro temático se daria
em torno do “turismo pós-conlito” (Lynch,
Causevic, 2011), a partir do qual os discen-
tes (duas turmas de 60 alunos cada) pude-
ram se dedicar a estudos de caso (de paí-
ses ou regiões que passaram por conlitos
e, de alguma maneira, têm no turismo um
dos pilares de sua reconstrução), bem como
interagir com questões de migração e refú-
gio. Este segundo aspecto será enfatizado
neste pôster, conquanto permitiu vivências
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dos discentes com refugiados de São Paulo, Referências
tema candente atualmente. CAUSEVIC, S.; LYNCH, P. (2011). Phoenix
tourism: post-conlict tourism role. Annals
Metodologia of Tourism Research, vol. 38, p. 3, p. 780-
Para além das atividades em sala de 800. FRITH, J. (2015) Smartphones as loca-
aula (leitura e discussão de textos, estudo tive media. Polity: Cambridge.
de caso, debates), uma das atividades do
programa foi uma visita técnica, a ser fei- Percepção do Aluno de
ta em situações de contato com refugiados Graduação em Odontologia
em São Paulo – normalmente, atendidos
por organizações de acolhida, com o “food Frente à Atividade Laboratorial
park” apoiado pela ADUS, em São Paulo. de Diagnóstico de Lesões
Os discentes foram orientados a fazer ob- de Cárie Dentária: Estudo
servações, durante visitas autônomas, tan-
to como visitantes/turistas comuns, quan- Randomizado e Controlado
to como estudiosos, em que pese atenção Faculdade de Odontologia da Universidade
para o potencial de desenvolvimento tu- de São Paulo
rístico na cidade. O produto destas obser-
vações – acordado com as turmas previa- Fernanda Rosche Ferreira, Maria Eduarda Franco
mente – deveria ser uma postagem de foto Viganó, Isaac Murisi Pedroza-Uribe, Elisabeth de
em grupo de Facebook das salas. Com isso, Souza Rocha, Isabela Floriano, Daniela Prócida
completa-se o ciclo elementar da etnogra- Raggio, Marcelo Bonecker, José Carlos Imparato,
ia (observar-registrar-processar) e compar- Fausto Medeiros Mendes, Mariana Minatel Braga
tilham-se resultados numa rede social com ferosche@usp.br
colegas. Em sala, a página do Facebook era
Resumo
aberta pelo docente, que conduzia discus- A cárie dentária é a doença bucal mais
sões sobre experiências, imagens e associa- prevalente na população e, assim, cabe aos
ção imigração-turismo. docentes tornarem o ensinamento do seu
diagnóstico o mais aproximado da realidade
Resultados Preliminares para que os alunos se sintam mais coniantes
Ao incorporar uma tecnologia de comu- ao examinar seus pacientes. Para isso, dentro
nicação fartamente disponível no cotidiano do curso de Odontologia, foi proposto um
da maior parte das pessoas (especialmente laboratório para complementar o conteúdo
jovens), a atividade foi facilmente assimi- teórico sobre diagnóstico de cárie. Já verii-
lada pelos discentes, que, para cumprirem camos que há um impacto no aprendizado
um exercício de observação, puderam ex- do aluno quando utilizada essa metodologia
pressar suas interpretações em ambientes de ensino. Entretanto, gostaríamos, ainda, de
virtuais, mas sem abandonar o lastro com avaliar a visão do aluno sobre a importância
territorialidades especíicas, habitada por desse tipo de atividade. Alunos de gradu-
sujeitos “reais”. Este aspecto corrobora ar- ação da FOUSP que cursaram o Núcleo de
gumento de Frith (2015) sobre as funcio- Diagnóstico (2o/3o ano) e a disciplina Odon-
nalidades das novas tecnologias móveis: “a topediatria (4o/5o ano) nos cursos diurno e
internet foi originalmente concebida como noturno entre Agosto de 2013 e Dezembro
não-lugar, mas os serviços baseados em lo- de 2014 foram envolvidos nesse estudo ran-
calização [smartphones com internet e apli- domizado. Todos os alunos receberam aula
cativos] mostram que a informação digital teórica sobre diagnóstico de cárie. Após a
é crescentemente organizada em função aula, eles foram randomizados em dois gru-
de localização física” (p. 11). Isso, como ex- pos, onde apenas um deles recebeu treina-
posto, pode agregar resultados positivos ao mento prático com tutores para diagnostico
processo de ensino-aprendizagem, inexora- de cárie a partir de imagens e dentes extra-
velmente mediados pelas TICs. ídos. Entre as 7 turmas estudadas, duas ha-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 220
viam passado pelo Núcleo de Diagnóstico no Agradecimentos
início do curso, mas foram apenas avaliadas Aos pós-graduandos e professores envolvi-
ao inal, na Odontopediatria. Os demais ha- dos na Disciplina de Odontopediatria e no Nú-
viam passado apenas pela Odontopediatria cleo de Diagnóstico da FOUSP (em especial,
(turmas do currículo antigo) ou pelo núcleo Profa. Andrea Witzel, pelo convite a participar
de Diagnóstico (turmas do currículo novo, desse núcleo), que contribuíram de diferentes
mas ainda no início do curso). Para avaliação maneiras para que esse estudo pudesse ocor-
da percepção do aluno, foram feitos ques- rer paralelamente ao ensino da graduação.
tionamentos sobre o grau de satisfação em Aos alunos de graduação que participaram
relação à atividade (escala Likert) e se se sen- do estudo, permitindo construção de evidên-
tia bem preparado para após tal experiência cias sobre o ensino de graduação.
de ensino (desfechos). Utilizamos na análise
multinível de regressão de Poisson a relação Parques Urbanos e seus Usos:
entre os desfechos acima e o tipo de ativida- Construindo um Campo de
de de ensino desempenhada, bem como ou-
tras variáveis independentes. Razão de pre-
Análise em Lazer e Turismo
valência (RP) ou Razão de taxas (RT) foram Escola de Artes, Ciências e Humanidades
calculadas com 95% de intervalo de conian- da Universidade de São Paulo
ça (95%IC) dependendo do desfecho. Resul-
tados: Foram avaliados 361 alunos (174: sem Reinaldo Pacheco e Sidnei Raimundo
laboratório, 187: com laboratório). Aproxi- repacheco@usp.br
madamente 70% dos alunos que izeram
A necessidade de discutir o lazer em parques
o laboratório se disseram moderadamente
urbanos levou à criação, no curso de Lazer e
ou muito satisfeitos, ao passo que cerca de
Turismo (EACH-USP Leste), de uma disciplina
50% que não izeram a atividade mostra-
optativa livre sobre “Uso Público em Parques
ram o mesmo peril (RR=1,22; 95%IC=1,03-
Urbanos”. Oferecida em 2013, 2014 e 2015,
1,44). Os alunos se sentiram cerca de 30%
esta disciplina teve cerca de 180 estudantes
mais preparados que os que não a izeram
matriculados. Os objetivos da disciplina são: a)
(RP= 1,32; 95%IC=1,01- 1,73). Aqueles alu-
apresentar aos estudantes as conluências dos
nos que faziam a atividade pela segunda vez estudos sobre uso público em parques com o
(primeira vez no Núcleo de Diagnóstico e a campo dos estudos do lazer; b) proporcionar
segunda, na Odontopediatria) se sentiram aos estudantes aulas em campo para subsidiar
mais satisfeitos frente a atividade (RR=1,31; a construção do olhar analítico sobre o uso pú-
95%IC=1,10-1,56) e também se diziam mais blico em parques urbanos; e c) estimular entre
preparados que os que passaram apenas os estudantes a proposição de programas de
pelo núcleo (RP=1,82; 95%IC=1,37-2,42). O uso público que aliem educação ambiental,
mesmo não ocorreu com os outros alunos conservação e lazer. A disciplina conjuga cerca
da Odontopediatria que não passaram pelo de 30 horas/aula em sala e o mesmo em aulas
núcleo (satisfação: RR=1,08; 95%IC=1,08 em campo. A cada ano, uma cidade diferente
95%IC=0,78-1,50/ auto-coniança no pre- tem seus parques analisados.
paro: RP=1,01; 95%IC=0,59-1,70). Podemos Em 2013, as aulas em campo foram reali-
concluir, assim, que a prática laboratorial em zadas em Curitiba. Fomos recebidos por cole-
diagnóstico de cárie deixa o aluno mais sa- gas da UFPR, em um dos parques da cidade e
tisfeito e auto-coniante em desempenhar foram visitados ainda outros 4 parques, com
tal competência. Além disso, ao ser repetido cerca de 90 estudantes. Divididos em grupos,
em diferentes fases do curso de Odontolo- os estudantes realizaram a visitação a mais dez
gia, parece potencializar o efeito, não apenas parques na cidade. Os relatórios dos estudan-
na habilidade prática do aluno (como visto tes conduzem à constatação de que há maior
anteriormente), mas também no que tange cuidado com os parques ícones da cidade em
sobre a percepção do mesmo quanto à ati- detrimento dos parques mais “periféricos”.
vidade e ao seu próprio preparo acadêmico. Pode-se observar que os gargalos em relação
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 221
aos recursos humanos, inanceiros e de parti-
cipação popular na gestão são evidentes. Experimentos com Geradores e
A disciplina em 2014 teve as aulas em
campo nos parques da cidade de São Paulo.
Circuitos em Corrente Alternada
Permitiram um comparativo entre aspectos Escola de Engenharia de Lorena da
da gestão municipal e estadual. Cerca de 60 Universidade de São Paulo
estudantes visitaram 3 parques municipais e
3 estaduais. Os parques municipais dispõem Carlos Renato Menegatti, Giovani Teixeira de
de um sistema organizado de participação Azevedo, Carlos José Todero Peixoto
popular na gestão, o que não ocorre nos renatomenegatti@usp.br
parques estaduais. Notou-se que os garga- Resumo
los de gestão também são recursos huma- O objetivo principal deste projeto, ainda
nos e inanceiros. Induzir a uma maior cul- em andamento, é a introdução de experi-
tura da participação da população na ges- mentos de circuitos em corrente alternada
tão destes espaços públicos é fundamental. na disciplina Laboratório de Eletricidade LOB
Mas não é apenas este aspecto que deve 1040 do Departamento de Ciências Básicas e
ser considerado na melhoria da gestão. Ambientais da Escola de Engenharia de Lore-
No terceiro ano de aulas em campo pode- na (EEL-USP). Será proposto a inclusão de 7
-se observar a gestão dos parques urbanos de novos experimentos práticos e a elaboração
Belo Horizonte/MG, com cerca 40 estudantes, de seus respectivos roteiros teórico/experi-
visitando 6 parques. Pode-se constatar que mental. Além destes experimentos, estamos
a administração por meio de uma autarquia introduzindo um experimento que explora
(Fundação de Parques Municipais) conferiu o mérito de um gerador de corrente alterna-
maior agilidade nas tomadas de decisão em da. Com este experimento, o aluno será ca-
relação à gestão, mas o corpo técnico e os re- paz de medir a distorção harmônica do sinal
cursos inanceiros continuam escassos. do gerador para diferentes conigurações de
Assim, o estudante é estimulado a reletir magnetos. Tais conigurações foram pouco
sobre a importância dos parques urbanos exploradas na literatura. Os detalhes de cada
no cenário do direito ao uso dos espaços experimento serão descritos na apresentação.
públicos e do direito à cidade. Busca-se assi-
nalar as recentes estratégias adotadas pelo Ensino de Interpretação
Estado no sentido de qualiicar a gestão do
uso. Discute-se a necessidade de estraté- Radiográica Odontológica
gias combinadas entre o Estado, organiza- uma Experiência de 45 Anos
ções sociais e atores privados, com controle Faculdade de Odontologia de Bauru da
social e transparência e que preservem o Universidade de São Paulo
direito à cidade e o acesso público. A inter-
venção proissional nas políticas públicas de Ana Lúcia A. Capelozza, Isabel R. F. R. Bullen, Cássia
cultura, lazer e turismo depende também M.F. Rubira, Paulo S.S. Santos e José H. Damante
de recursos humanos em número e quali- anacapel@fob.usp.br
dade suicientes.
As disciplinas de Radiologia e Estomatolo-
gia tiveram seu início na FOB (USP) na década
de 1960 com o professor Luiz Casati Alvares,
vindo da FOUSP, responsável pela formação
do Departamento de Estomatologia, logo
contou com a colaboração do Prof. Dr. José
Alberto de Souza Freitas oriundo da Faculda-
de de Odontologia da PUC -Campinas. Estes
dois professores tiveram a ideia de elaborar
um material que auxiliasse a compreensão de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 222
imagens radiográicas nas aulas de laborató-
rio. Com o tempo, e a ajuda dos Professores Atividades Baseadas
Orivaldo Tavano e José Humberto Damante em Problemas como
seus ex-alunos, criaram um conjunto de ma-
nuais usando o ilme Duplicating (KODAK), o
Complemento Importante
material foi feito na câmara escura do depar- ao Aprendizado Tradicional
tamento sob o olhar atento do Mestre Casati da Disciplina de Laboratório
e pelas mãos cuidadosas de José Messias. de Físico-Química
Conhecidos como manuais de interpreta-
ção radiográica, foram elaborados 5 títulos Instituto de Química de São Carlos da
nas seguintes sequencia: Anatomia radio- Universidade de São Paulo
gráica dentomaxilar, anatomia radiográica
craniofacial, lesões e anomalias dentárias , Lucas Henrique Eiras dos Santos e Artur de Jesus
cistos dos maxilares e tumores dos maxilares. Motheo
Cada aluno tinha a oportunidade de apren- artur@iqsc.usp.br
der em seu próprio conjunto de pranchas e O método de ensino usualmente utiliza-
tinha um manual impresso com as explica- do em disciplinas experimentais no ensino
ções e os testes de conhecimento. de química baseia-se em uma abordagem
Estes manuais foram adotados por muitas
tradicional (AT), na qual o aluno deve se-
instituições Federais e Estaduais em todo o
guir um roteiro pré-estabelecido. Este tipo
Brasil, formando centenas de cirurgiões-
de atividade dedutiva estimula o desen-
-dentistas. Que puderam ainda complemen-
volvimento de habilidades cognitivas de
tar sua formação com um livro elaborado
ordem inferior por ser relativamente pou-
por esta mesma equipe, adotado até hoje
co desaiadora [1]. Entretanto, a formação
por muitas universidades brasileiras.
Novos integrantes se juntaram á equipe de proissionais requer o desenvolvimento
entre eles os professores Luiz Eduardo Mon- de habilidades cognitivas de ordem supe-
tenegro Chinellato e Ana Lucia Alvares Cape- rior, pelo que se tem desenvolvido, nas úl-
lozza que haviam usado o material quando timas décadas, novas estratégias de ensino
alunos de graduação. e aprendizagem. Neste contexto, atividades
Com o passar dos anos, novas tecnologias dedutivas baseadas em problemas (ABP),
e a diiculdade na obtenção dos ilmes im- nas quais o professor atua como mediador
portados e do custo destes manuais, preci- do processo de aprendizagem têm-se mos-
sávamos nos adequar. trado promissoras [1,2]. Utilizaram-se, na
Em novembro de 2008, fomos contemplados disciplina de Laboratório de Físico-Química
com o “Laboratório de Diagnóstico por ima- (6o. Semestre do Bacharelado em Química
gem Prof. Dr. Luiz Casati Alvares” onde 25 com- do IQSC/USP), AT e ABP conjuntamente e
putadores, são atualmente utilizados por nos- avaliou-se a contribuição das mesmas para
sos alunos de graduação e de pós-graduação. o aprendizado dos alunos. As AT consistiram
As imagens dos manuais foram digitaliza- de experimentos sobre os quais os alunos
das, novas imagens acrescentadas e os ma- deveriam escrever um relatório; já as ABP
nuais foram transformados em arquivos PDF envolveram projetos em que os alunos de-
com as informações necessárias para sua veriam propor, realizar e discutir os resulta-
compreensão e os testes de conhecimento dos de um conjunto de experimentos con-
no mesmo arquivo, facilitando a leitura ago- siderando aspectos teóricos de físico-quí-
ra no monitor e acabando com a necessida- mica. No decorrer do curso foi observada a
de de fazer cópias xerográicas dos textos. diiculdade por parte dos alunos na elabo-
ração dos relatórios; os mesmos atribuíram
esta, predominantemente, aos obstáculos
de fazer a correlação entre o experimento
realizado e o respectivo conteúdo teórico.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 223
Em contrapartida, as ABP proporcionaram, que os sistemas de saúde sejam efetivos,
segundo os alunos, o desenvolvimento de eicientes e acima de tudo, seguros para os
habilidades relacionadas à análise crítica da pacientes, para que estes se satisfaçam e
literatura, tomada de decisões, planejamen- para que o ambiente de trabalho seja mo-
to e execução de experimentos, resolução tivador e sustentável. A Escola de Engen-
de problemas, comunicação oral e escrita, haria de Lorena da Universidade de São
e percepção da importância tecnológica da Paulo, irmou o apoio na gestão de pro-
físico-química. De acordo com a avaliação cessos a uma instituição da saúde munic-
realizada, onde o conceito 1 signiica “não ipal, onde busca a integração de alunos e
contribuiu” e 5 “contribuiu completamente”, docentes na busca de soluções para a mel-
ao menos 76% dos alunos atribuíram con- horia das atividades, além de melhorar a
ceitos 4 e 5 quanto ao desenvolvimento das experiência dos alunos nestes assuntos. A
habilidades mencionadas. Desta forma, ve- proposta se baseia na transferência de tec-
riica-se que o uso de atividades baseadas nologia relacionada a gestão por meio da
em problemas conjuntamente às atividades ilosoia denominada Lean Healthcare, que
tradicionais mostra-se bastante eicaz e tem traz os princípios de eliminação de des-
grande aceitação por parte dos alunos. perdícios, realização da maior quantidade
possível de serviços com quantidades mín-
Referências imas de recursos e esforços e eliminação
[1] Domin, D.S. A review of laboratory in- de erros, através da aplicação de ferramen-
struction styles. J. Chem. Educ., 76 (1999) tas da gestão, mantendo apenas as etapas
543-547. essenciais dos processos e as que agregam
[2] Carvalho, A.M.P.; Santos, E.I.; Azevedo, valor, ou seja, as que contribuem para a
M.C.P.S; Date, M.P.S.; Fujii, S.R.S.; Nascimen- satisfação do cliente. Este projeto tem ativ-
to, V.B. Termodinâmica: um ensino por inves- idades de educação e treinamento a fun-
tigação. São Paulo: FEUSP (1999). cionários da instituição de saúde, além da
imersão dos alunos em relatórios de con-
Agradecimentos: LHES agrade à CAPES sultoria a demandas especiicas. Dentro do
pela bolsa concedida. escopo do projeto, professores envolvidos
proporcionam treinamento dos gestores
Metodologia de Apoio dos diversos setores do hospital, dando a
a Melhoria de Processos eles os conhecimentos necessários para a
implantação e manutenção da gestão Lean
Organizacionais em um Healthcare, além de treinamento compor-
Hospital Público Através tamental para aprimorar suas habilidades
da Integração Universidade de trabalho em grupo e aceitação das no-
Empresa vas práticas. Os alunos intervêm dentro
de oportunidades de colocar em prática
Escola de Engenharia de Lorena da ferramentas estudadas em seu curso, di-
Universidade de São Paulo sponibilizando material a ser avaliado e
aprimorado, para que se possa veriicar a
Eduardo Ferro dos Santos; Suzana Wirthmann eicácia da aplicação do Lean Healthcare
Trovó; Marcos Antônio Carvalho Pereira; Messias nesta instituição.
Borges da Silva; Maria Auxiliadora Motta Barreto
eduardo.ferro@usp.br
Os serviços de saúde são de suma im-
portância para a sociedade. No entanto
não é difícil encontrar falhas nos serviços
prestados, que por vezes são prejudiciais
para a saúde e para a satisfação dos usuári-
os e proissionais envolvidos. É necessário
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Avaliação do Emprego de Conhecendo o Territorio na
Radiograia Digital no Ensino Estratégia de Saúde da Família
de Graduação da FORP/USP Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Preto da Universidade de São Paulo
S.F. Mestriner, W. Mestriner Jr., M.G.C. Watanabe
Fabiana Almeida Curylofo-Zotti, Gabriela Jayme, e F. Silveira
Plauto Christopher Aranha Watanabe, Silmara somestri@hotmail.com
Aparecida Milori Corona O entendimento do processo saúde-do-
fabianacurylofo@gmail.com ença tem caminhado para uma concepção
Resumo ampliada de saúde, que articula saúde com
O sistema de radiograia digital possibi- condições de vida, considerando-a uma
lita a diminuição da geração de resíduos, acumulação social, expressa num estado
obtenção de radiograias com excelente de bem-estar, que pode indicar acúmulos
resolução, transmissão de imagens radio- positivos ou negativos. Da mesma forma, a
gráicas em tempo real e criação de um prática de assistência junto aos indivíduos
banco de dados que não se degrada com o e aos grupos sociais é orientada pela vi-
tempo. Este estudo tem por objetivo avaliar são que se tem desse processo dinâmico e
o emprego da radiograia digital no ensi- complexo de vida das pessoas na socieda-
no de graduação da FORP/USP, no período de, nos diferentes espaços da vida cotidia-
de 03/2015 a 04/2016, nas disciplinas de na, compreende, desde os domicílios (nos
Dentística, Endodontia e Clínica Integrada. programas de saúde da família) a áreas de
Foram avaliados aspectos relacionados à abrangência (de unidades de saúde) e terri-
angulação do cilindro, posicionamento do tórios comunitários (dos distritos sanitários
sensor, kilovoltagem, miliamperagem, tem- e municípios). Atualmente já existe o con-
po de exposição e manipulação do softwa- senso de que conhecer o território relacio-
re. Observou-se que em 1108 radiograias nado ao grupo populacional para o qual o
realizadas pelos alunos, 12,27% apresenta- serviço de saúde está direcionado permite
ram angulação incorreta do cilindro locali- incorporar ao processo de ensino apren-
zador, 14,08% posicionamento inadequado dizagem novas experiências associada a
do sensor digital, 20,22% alteração nos fa- pratica do planejamento e gestão do cuida-
tores de exposição e 53,16% não apresen- do. É neste contexto que os estudantes do
taram nenhuma das alterações analisadas. curso de odontologia da FORP-USP, do 3o
Veriicou-se que o problema mais frequente período, realizam o primeiro contato com
relacionou-se aos fatores de exposição, que uma unidade de saúde. Esta vivencia se de-
senvolve junto a Disciplina Atenção Primá-
envolve a kilovoltagem, miliamperagem
ria à Saúde na Estratégia Saúde da Família I,
e tempo de exposição. Conclui-se que os
durante uma semana de imersão, e tem por
fatores de exposição são os principais res-
objetivos contribuir para o desenvolvimen-
ponsáveis pelas alterações observadas nas
to da compreensão, das diretrizes do Siste-
radiograias e não dependem do empre-
ma Único de Saúde, do trabalho em equipe
go do sistema de radiograia digital. Apoio
multiproissional e interdisciplinar, do pro-
Pro-Reitoria de Graduação USP.
cesso saúde-doença como resultante de
Palavras-chave: radiograia digital, ensi- determinantes biológicos e sociais, da inte-
no de graduação. gralidade da atenção como eixo norteador
da atenção em saúde, do processo de ges-
tão dos serviços de saúde e da responsabi-
lização pelo cuidado enquanto proissional
de saúde. Utilizando-se de metodologias
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ativas de aprendizagem, sensibiliza o estu- sionais e de tecnologias capazes de fornecer
dante para a prática do cuidado, atributo da mão de obra qualiicada/especializada e de
Atenção Primária em Saúde, em especial na insumos para o desenvolvimento de suas
Estratégia Saúde da Família. Dentre as ativi- cadeias de produção dentro de prazos exi-
dades propostas, desenvolvem o processo gentes. A Universidade, nesse sentido, pode
de territorialização na Estratégia de Saúde contribuir para adiantar parte do treinamen-
da Família, reconhecendo um território ads- to realizado por empresas, principalmente,
trito a uma unidade de saúde e caracteri- na ambientação e relação prática-teoria
zando os espaços e programas sociais da da formação proissional. Nesse sentido, o
área. O que favorece a aquisição de novas Campo-Escola pode ser essa contribuição,
competências (identiicando valores e obs- pois se trata de um sistema que apresenta
táculos na área de abrangência da Unida- ganhos para os alunos, a serem capacitados
de de Saúde) e habilidades (observando, em habilidades somente desenvolvidas em
comunicando, identiicando e consultando campo, como também, traz benefícios para
diferentes fontes de dados, reconhecendo a universidade e sociedade, tendo em vista
lideranças, registrando, planejando, siste- o valor agregado criado para região impact-
matizando e analisando distintas situações ada e para a produção cientíica brasileira.
em serviços de saúde). Por im estas ativi- Além disso, o sistema chama atenção para
dades, além de permitir uma oportunidade os campos maduros e marginais do Brasil,
rica de vivencia experimental relacionada ao um mercado com potencial já bem estuda-
planejamento e gestão, por meio do conhe- do e explorado. Portanto, o objetivo do tra-
cimento ampliado das condições de vida e balho é analisar sistemas de produção para
das situações que podem levar a problemas ins acadêmicos e mostrar que estudos de
de saúde no grupo populacional, também aproveitamento normal ou alternativo de
permite o estabelecimento de vínculo, ini- reservatórios na Bacia do Paraná podem ser-
cialmente pelo contato com os proissionais vir de base para a instalação de um desses
de saúde no seu ambiente e principalmen- sistemas. A metodologia do trabalho parte
te, pelo planejamento de ações e práticas de análise de casos bem desenvolvidos de
de saúde no serviço melhor direcionadas. projetos de ambientação (tanto com poços
reais quanto alternativas e simuladores vir-
Campo-Escola São Paulo: tuais), e se estabelece precedente para esse
Estudo das Condições estudo com a indicação de sua motivação.
Os resultados da pesquisa demonstram
Necessárias para o que é possível a Bacia do Paraná abrigar o
Estabelecimento de um projeto Campo-Escola, seja para produção
Campo para Atividades de hidrocarbonetos, ou para injeção de
Didáticas de Exploração e gás natural (estocagem). Conclui-se que o
projeto de instalação deve levar em conta
Produção de Petróleo fatores ambientais, locais e técnicos. Em se
1
Instituto de Energia e Ambiente da tratando de uma exploração acadêmica, a
Universidade de São Paulo viabilidade econômica não se mostra como
2
Escola Politécnica da Universidade de São fator crítico, dado que parcerias com órgãos
Paulo e empresas do governo são fundamentais
para o projeto e garantem a manutenção
Vitor Emanoel Siqueira Santos1, Hirdan Katarina do mesmo.
de Medeiros Costa1, Edmilson Moutinho dos Palavras-Chave: engenharia de petróleo,
Santos1, Ricardo Cabral de Azevedo2 treinamento, campos marginais, Bacia do
vitorssz@gmail.com Paraná.
Possibilidades e Desaios na
tão do tempo ou a forma de trabalho, no en-
tanto, após o desenvolvimento das ações de
Aplicação de uma Sequência ensino-aprendizagem, veriicamos que hou-
ve uma mudança conceitual na maior parte
Didática sobre as Fases da dos aprendizes. Além disso, durante as práti-
Lua para os Anos Finais do cas a maioria dos estudantes se interessaram
Ensino Fundamental e envolveram com o assunto, contribuindo
ativamente para a sua construção. Ao infor-
Instituto de Astronomia e Geofísica da mar a sua percepção sobre as ações de ensi-
Universidade de São Paulo no realizadas, 96% dos estudantes avaliaram
positivamente.
Ester Aparecida Ely de Almeida e Elysandra
Figueredo Cypriano Representação Algébrica como
ester.almeida@usp.br
Auxiliar e Complementar da
Nossa pesquisa analisa a contribuição de
uma sequência didática (SD) intitulada “Te-
Abordagem por Gráicos
nho fases que caminham como a Lua” para da Teoria Macroeconômico
o planejamento e execução das ações de en- Keynesiana de Curto Prazo
sino nos anos inais do Ensino Fundamental.
O tema faz parte dos Parâmetros Curricula- Faculdade de Economia, Administração e
res Nacionais, e sobre ele encontramos con- Contabilidade da Universidade de São Paulo
cepções alternativas frequentes. Além disso,
José R.N. Chiappin
a sua abordagem propicia a construção de
chiappin@usp.br
competências e habilidades próprias do fa-
zer cientíico. Introdução e Resumo
O planejamento da SD teve como referen- O objetivo é apresentar uma proposta
cial teórico e metodológico o Modelo Topo- para o ensino na graduação de economia
lógico de Ensino. Desta forma, as atividades de uma abordagem algébrica, em substitui-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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ção da abordagem por gráicos, da teoria câmbio lutuante e mobilidade imperfeita
macroeconômica keynesiana de curto prazo de capital. Analisamos o impacto da políti-
e de como resolver problemas enquadrados ca iscal expansionista G (seta pra cima) na
nestas teoria. taxa de juros.
Descrição-primeira parte
A principal característica dessa proposta
é a de completar a abordagem por grái-
cos que é a forma utilizada pela maioria
dos manuais de macroeconomia com uma
abordagem algébrica da teoria macroeco-
nômica keynesiana de curto prazo:
A metodologia da estática comparativa
com núcleo no teorema da função implícita
é aplicada às equações do modelo keyne-
siano de curto prazo. A aplicação conduz a
uma representação matricial e algébrica das
equações representando o impacto das vari- Aprendendo a Ensinar
áveis endógenas nas variáveis exógenas que
torna bastante explícita esse impacto e, ain-
Sistemas Operacionais
da, fornece as razões para a construção dos Instituto de Ciências Matemáticas e de
gráicos representativos dessas políticas. Computação da Universidade de São Paulo
Todos os livros usados na graduação
como, por exemplo, o livro de Macroecono- Paulo Sérgio Lopes de Souza, Sarita Mazzini Bruschi
mia de Blanchard, o livro de Macroecono- sarita@icmc.usp.br, pssouza@icmc.usp.br
mia de Mankiew, o livro de Macroeconomia Resumo
de Dornbusch favorecem a abordagem por
Este artigo descreve o desenvolvimento
gráicos.
e o uso de Recursos Educacionais Aber-
tos (REAs), voltados ao ensino de Sistemas
Resultados e Conclusões
Operacionais no ICMC/USP. O desenvolvi-
Estou fazendo um manual com a aborda-
gem algébrica que tenho aplicado na gra- mento destes REAs foi feito pelos próprios
duação do Dep. Economia da USP. Tem sido alunos que cursavam a disciplina, em um
bem recebido. projeto que visa estimular um maior com-
prometimento dos alunos com o seu apren-
Descrição-segunda parte dizado. Nossos resultados mostram alunos
Modelo teórico keynesiano de curto pra- mais participativos, interessados em apren-
zo: regime de câmbio lutuante e mobilida- der e valorizados. Outro resultado foi a ava-
de imperfeita de capital. liação positiva dos REAs desenvolvidos por
docentes e alunos.
Introdução
Sistemas Operacionais (SOs) são vitais
aos sistemas computacionais e, portan-
to, conhecer objetivos, estrutura e funcio-
namento de um SO é básico e essencial à
computação [1]. O conteúdo de SO é den-
Aplicando a abordagem da estática com- so. A metodologia tradicional empregada
parativa com núcleo no teorema da função nas aulas teóricas de SOs no ICMC/USP
implícita para análise da política econômica considera a exposição oral do conteúdo, e
obtemos o resultado abaixo no contexto de o uso de materiais de apoio como slides e
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lousa. Além das aulas expositivas trabalhos Metodologia
práticos extraclasse simulam recursos do Os REAs considerados neste artigo foram
SO, permitindo que os alunos aprofundem desenvolvidos pelos próprios estudantes
seus conhecimentos em pontos especíicos da graduação que cursavam SOs. Usou-se
da matéria. o próprio desenvolvimento dos REAs como
A nossa experiência mostra que as aulas um fator motivador aos alunos, polarizando
teóricas de SOs requerem um alto poder de um aprofundamento do estudo e da apren-
abstração e concentração dos alunos, para dizagem do conteúdo sendo trabalhado. Tal
que os mesmos absorvam minimamente os processo foi ímpar. Os alunos foram estimu-
conceitos dos SOs. Não difícil, percebe-se lados a melhorar as aulas de SO que já ti-
nos estudantes um comportamento apático nham assistido, tendo a tarefa de desenvol-
em relação às aulas. Mesmo com a solicita- ver REAs que atingiriam, de fato, os usuários
ção de atividades extraclasse, a participação inais (alunos e professores de computação).
dos estudantes é pequena e, em geral, fal- Sempre que possível os alunos foram esti-
ta-lhes um comportamento proativo. Esse mulados também a usarem formas lúdicas e
cenário compromete a qualidade do ensi- interativas para representar os conceitos de
no. Com o intuito de mudar este cenário, SOs. O desenvolvimento do trabalho teve a
buscamos constantemente alternativas que supervisão direta deste docente.
induzam o comprometimento dos alunos, Os REAs desenvolvidos em um semestre
aumentem seu interesse pelas aulas de SOs icam disponíveis e podem ser utilizados em
e, consequentemente, tenhamos um me- outras edições da mesma disciplina (http://
lhor rendimento escolar. rea.lasdpc.icmc.usp.br). Os REAs desenvolvi-
dos foram incorporados às aulas de SOs no
Descrição do projeto ICMC/USP. Este uso mostra uma evidente
Nós investigamos iniciativas para fomen- melhora na atenção dos alunos, facilitando
tar o interesse e o comprometimento dos a aprendizagem.
estudantes. Algumas dessas iniciativas são:
minimizar uso de slides, maximizar uso da Resultados
lousa, correlacionar conceitos importantes Os REAs foram avaliados por alunos e do-
com tecnologias atuais e conhecidas, cor- centes de diferentes instituições como: ICMC/
relacionar conceitos de outras disciplinas, e USP, UFSCar, IFSP, PUC-Minas e UNIFEI Itaju-
aplicar avaliações contínuas menos densas bá. Ao todo foram recebidas 773 avaliações,
ao longo do curso. Além dessas, optamos sendo 632 de alunos e 141 de professores.
também pelo emprego de materiais didá- De uma forma geral, 90,8% dos professores e
ticos dinâmicos e interativos para tornar a 96,4% dos alunos consideraram os REAs ava-
aprendizagem mais eiciente. liados como bons, ótimos ou excelentes.
Objetos de Aprendizagem (OAs) repre- O desenvolvimento dos REAs estimulou
sentam artefatos de ensino, digitais ou não, os alunos a considerarem, de fato, como
capazes de serem usados, reusados ou refe- melhorar o ensino que estavam recebendo,
renciados durante a aprendizagem. Recur- os fez mais participativos e comprometidos.
sos Educacionais Abertos (REAs) estendem Eles se sentiram mais valorizados e veriica-
a abrangência dos OAs, pois são de domí- ram que eram capazes de produzir soluções
nio público, possibilitando uso, adaptação e que melhoram de fato a aprendizagem.
redistribuição por terceiros. OAs e REAs po- Como uma consequência direta, observa-se
dem auxiliar no ensino de SOs, abordando que a taxa de aprovação é melhor nas tur-
assuntos especíicos, tais como: criação de mas que usam esta metodologia.
processos, sincronização de threads, pagi-
nação de memória virtual e uso de sistemas Conclusões
de arquivos virtuais [2]. O ensino é vital para a construção de uma
Este artigo relata o desenvolvimento e o sociedade mais justa e livre de atitudes po-
uso de REAs em SOs no ICMC/USP. pulistas. Transferir aos alunos novos conhe-
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cimentos, gerados pela pesquisa cientíica e em enfermagem.
por tecnologias atuais, deve fazer parte de
todos os docentes, principalmente os que Métodos
atuam na computação. As atividades aqui Trata-se de pesquisa metodológica apli-
relatadas inserem-se em um projeto de pes- cada, descritiva, tipo estudo de caso, reali-
quisa que vai ao encontro dessas premissas. zada em uma universidade pública do inte-
Espera-se formar os futuros proissionais da rior do estado de São Paulo. O processo de
computação de uma maneira efetiva, des- desenvolvimento da rubrica foi fundamen-
pertando nos mesmos aspectos como com- tado nas três etapas iniciais da metodolo-
prometimento e pró-atividade. gia proposta por Galvis Panqueva (1999): 1)
Nossos resultados mostram que apesar Análise, 2) Desenho e 3) Desenvolvimento.
das nossas aulas não serem perfeitas (es-
tamos bem longe disso), podemos melho- Resultados
rar muito a qualidade das mesmas quando Na construção da rubrica foram aplicadas
professores e alunos têm comprometimen- as ferramentas disponíveis no ambiente vir-
to com a construção de um ensino melhor. tual de aprendizagem Moodle. Foi utilizado
o recurso Tarefa, com opção pelo método
Referências de avaliação avançada no formato de Rubri-
[1] A. S. Tanenbaum and H. Bos. Modern ca, com permissão para avaliação da tarefa
Operating Systems. Pearson Education, 2014. para o papel do estudante, contemplando
[2] UNESCO. Guidelines for Open Education- a proposta de autoavaliação formativa. No
al Resources (OER) in Higher Education, 2011. desenvolvimento da rubrica para avaliação
das competências gerenciais foram esta-
Avaliação e indicadores belecidos 14 critérios descritivos (primeira
coluna à esquerda), de acordo com os ob-
de aprendizagem na jetivos educacionais propostos e atividades
programadas: 1) Conhecimento da clínica
graduação de estágio; 2) Conhecimento dos pacientes
internados; 3) Identiicação e intervenção
Desenvolvimento de Rubrica nas necessidades de saúde dos pacientes;
Online para Avaliação de 4) Planejamento de ações assistenciais e
gerenciais – trabalhar com as prioridades;
Competências Gerenciais na 5) Identiicação e propostas de intervenção
Graduação em Enfermagem dos problemas da equipe de enfermagem
1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto relacionados ao trabalho; 6) Supervisão e
da Universidade de São Paulo avaliação da assistência de Enfermagem; 7)
2
Escola de Educação Física e Esportes de Realização de procedimentos gerenciais; 8)
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo Coordenação da unidade de internação; 9)
Desenvolvimento de iniciativa e capacida-
Marta Cristiane Alves Pereira1, Yolanda Dora de de tomar decisões; 10) Inserção e inte-
Martinez Évora1, Carlos Alberto Seixas2, Sandra gração do estudante no grupo de trabalho;
Aparecida Bento1, Chris Mayara dos Santos 11) Aprimoramento de habilidade técnica;
Tibes1, ,Ursula Marcondes Westin1 12) Uso de uniforme, material de bolso e
martacris@eerp.usp.br adornos; 13) Pontualidade e Assiduidade;
14) Postura, seriedade, responsabilidade e
Resumo compromisso proissional. Adicionalmente,
Introdução para mensuração do desempenho dos alu-
Estudo com objetivo de descrever a cons- nos, foram atribuídos cinco níveis descriti-
trução de uma rubrica online para avaliação vos para cada critério previsto, com espe-
de competências gerenciais junto aos alu- ciicação de pontos a partir de uma escala
nos do último ano do curso de graduação constando as variáveis: 1) Mínimo (até 2,5);
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2) Insatisfatório (menor que 5,0); 3) Regu- como instrumento de avaliação do curso de
lar (maior que 5 e menor que 7,5); 4) Bom graduação.
(maior que 7,5 e menor que 8,0) e, 5) Muito Neste estudo foi traçado um quadro geral
Bom (maior que 8,0), permitindo atribuição do processo avaliativo das disciplinas que
de notas especíicas para cada critério e compõem a Matriz Curricular do curso de
uma pontuação geral após a inalizar e sal- graduação em Farmácia e Bioquímica da
var a avaliação. FCF-USP, a partir das respostas dos discen-
tes aos questionários eletrônicos gerados
Conclusões pelo SIGA, no período de 2012 a 2015. Os
O desenvolvimento da rubrica online questionários abordaram aspectos avaliati-
como ferramenta de apoio ao processo de vos sobre os objetivos das disciplinas, mé-
avaliação educacional requer incentivos da todos de ensino e de avaliação, conteúdos,
instituição de ensino superior e ações inte- autoavaliação, dentre outros. Os relatórios
gradas de uma equipe multidisciplinar para eletrônicos processados e gerados, no perí-
efetivação de estratégias inovadoras no en- odo estudado, foram coletados e com base
sino de graduação, requeridas pelo atual em critérios pré-estabelecidos foram sele-
desenvolvimento sociocultural, tecnológico, cionadas as disciplinas a serem avaliadas.
cientíico e educacional. As rubricas são re- Em seguida, estruturou-se um banco de
conhecidas pelo potencial de proporcionar dados contemplando as questões aborda-
mediação e autorregulação no processo de das e suas respectivas respostas, o número
avaliação formativa da aprendizagem, pau- de alunos matriculados e respondentes e a
tada na transparência e redução da subjeti- taxa de adesão percentual ao questionário
vidade da avaliação educacional, compatí- para cada disciplina. O número de alunos
vel com os pressupostos fundamentais para matriculados e respondentes e a taxa de
o desenvolvimento e domínio das compe- adesão ao formulário eletrônico foram ta-
tências gerenciais em Enfermagem. bulados gráica e numericamente a im de
que fosse obtido um peril global de adesão
Peril de Adesão Discente ao ao método avaliativo.
Sistema Integrado de Gestão Os resultados obtidos indicam baixo peril
de adesão, alcançando percentual máximo
Acadêmica (SIGA) no Curso de 17,8%. Além disso, observou-se que a
de Graduação da FCF-USP taxa de adesão diminuiu consideravelmente
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da no período do primeiro semestre de 2012 ao
Universidade de São Paulo segundo semestre de 2014 e tornou a au-
mentar no primeiro semestre de 2015. No
Fernanda Pereira Zapparolli, Rosario Dominguez segundo semestre de 2014 todas as discipli-
Crespo Hirata nas oferecidas demonstraram valores inex-
zapparollifernanda@gmail.com pressivos de resposta aos questionários.
Os baixos peris de adesão observados in-
A avaliação institucional de disciplinas faz
dicam a necessidade de pesquisa e proposi-
parte do processo formativo que se desen- ção de ações que viabilizem o aprimoramen-
volve na Universidade e, dentre outras ina- to dos métodos avaliativos em uso. Um siste-
lidades, é capaz de apresentar à comunida- ma mais eiciente de retorno à comunidade
de acadêmica de forma sintética, o ponto acadêmica e a adoção de medidas que pro-
de vista do aluno sobre as ações de ensino- movam sua mobilização e conscientização
-aprendizagem. sobre a importância de adesão ao processo
A partir de 2012 a Faculdade de Ciên- podem exercer um impacto positivo à ade-
cias Farmacêuticas da Universidade de São são aos métodos avaliativos institucionais.
Paulo (FCF-USP) passou a utilizar o Sistema
Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA), de-
senvolvido pela Pró-Reitoria de Graduação,
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se pela matéria? recebeu o conceito Bom,
Avaliação Global de Disciplina porém tendendo a Fraco; o item (17): O seu
conhecimento prévio (entendido como pré-
versus Médias Finais -requisitos) foi suiciente para acompanhar
Instituto de Geociências da Universidade a disciplina? recebeu o conceito Bom, com
de São Paulo indicações de Regular para Fraco.
O item (19): A disciplina contribuiu para
Gianna Maria Garda você adquirir novos conhecimentos, aptidões
giagarda@usp.br e atitudes? recebeu os conceitos Bom e
A disciplina Recursos Minerais, do oi- Muito Bom, com indicações de Regular para
tavo semestre do último ano do curso de Fraco. Quanto ao item (20), importância da
Licenciatura em Geociências e Educação disciplina na formação proissional, apesar
Ambiental (LiGeA) do Instituto de Geoci- do conceito Muito Bom, também houve
ências da USP (IGc-USP), compõe o elen- indicações de Regular a Fraco. A avaliação
co de disciplinas de formação teórica que global da disciplina (item 22) foi Bom a Mui-
embasam a prática docente a que se refere to Bom, com tendência para Regular.
a licenciatura. Foi ministrada pela primeira As médias inais na disciplina Recursos
vez em 2007 para oito alunos com forma- Minerais, de 2007 a 2015, foram: 3% Muito
ção superior. De 2008 a 2016, o número de Fraco (4 a 5); 11% Fraco (5 a 6); 22% Regular
alunos oscilou entre 9 e 25, sendo que os (6 a 7); 39% Bom (7 a 8), e 25% Muito Bom
“picos” ocorreram em 2011, 2012, 2013 e (8 a 10). Mesmo que a Avaliação Global de
2015, com o aumento da porcentagem de Disciplina tenha sido realizada por 55% do
alunos que ingressam no LiGeA como pri- total alunos (exceto 2008 e 2013), os resul-
meira graduação. tados se aproximam aos de aproveitamen-
Quatro docentes que ministraram ou mi- to, representado pelas médias inais.
nistram disciplinas correlatas do curso de
Geologia IGc-USP alternaram-se ou mi- Avaliação Continuada da
nistraram em conjunto a disciplina Recur- Docência, por Disciplina, pelo
sos Minerais. Na avaliação global realizada
pelos alunos ao inal de cada semestre, as
Estudante de Graduação
médias dos conceitos atribuídos aos itens Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
(23) O professor usou recursos didáticos de Alimentos da Universidade de São Paulo
forma adequada?; (24) mostrou-se dispos-
to a resolver dúvidas em aulas?; (25) usou Marcelo Machado De Luca de Oliveira Ribeiro,
adequadamente o horário atribuído às au- Lia de Alencar Coelho
las?, e (28) tratou os alunos de forma res- mrib@usp.br
peitosa? foram, em 2007, 2009, 2010, 2011,
O propósito deste trabalho é apresentar
2012, 2014 e 2015 (anos da realização da
e discutir a experiência da avaliação con-
Avaliação Global de Disciplina), Bom e Mui-
tinuada da docência por disciplina como
to Bom. Quanto à forma de ministrar a dis-
ciplina: (4) Os conteúdos foram ministrados uma das etapas da avaliação institucional
com linguagem simples e clara?, a avaliação da Faculdade de Zootecnia e Engenharia
dos alunos foi Bom a Muito Bom, tendendo de Alimentos (FZEA/USP). Busca enfatizar a
a Muito Bom. importância da implantação de um modelo
Em relação ao acompanhamento da dis- de avaliação institucional da docência que
ciplina pelos alunos, os itens: (2) Você tem forneça subsídios aos gestores, professores
conhecimento do programa da disciplina? e e estudantes, com informações indicadoras
(5) Foi mantida continuidade lógica dos con- da qualidade do ensino de graduação. A ex-
teúdos ministrados? receberam o conceito periência envolve a avaliação da docência
Bom. Quanto ao aproveitamento, o item por dois anos consecutivos (2014 e 2015)
(6) A forma de ensinar estimulou o interes- da disciplina Fundamentos de Extensão Ru-
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ral (ZEB1307) do Curso de Medicina Veteri- a disciplina. Foi possível constatar que a
nária da FZEA. Os estudantes responderam avaliação da docência foi idêntica em am-
questionários, “via papel” (2014) e “online” bos os anos, entretanto a maneira como os
(2015) que analisavam: a) a disciplina como estudantes costumam estudar e se preparar
componente da estrutura curricular do cur- para as avaliações variou em função do ano
so e a infraestrutura institucional; b) o de- (turmas diferentes). Este processo de avalia-
sempenho do docente; c) os seus próprios ção poderá servir de base para o desenho
métodos de estudo. As questões envolven- de um sistema de avaliação institucional da
do as avaliações da disciplina e do docen- docência. Acredita-se, também, que poderá
te foram construídas com cinco opções de servir para promover uma avaliação contí-
resposta: muito fraco (1 ponto), fraco (2 nua da atividade docente, pois a plataforma
pontos), regular (3 pontos), bom (4 pontos) de questionário “online” possibilitou o re-
e muito bom (5 pontos). Esse critério já foi torno imediato dos resultados que poderão
previamente utilizado pela Pró-Reitoria de ser discutidos com os estudantes com a dis-
Graduação. Ainda com referência à avalia- ciplina em andamento.
ção docente, duas questões descritivas fo-
ram formuladas: i) Qual o principal ponto Instrumento de Avaliação
que você considera MUITO BOM no pro- do Continuum de
fessor? ii) Qual o principal ponto que você
considera MUITO FRACO no professor? A
Autodeterminação de
avaliação dos métodos de estudo se refere Alunos do Ensino Superior
à maneira como o estudante costuma es- Faculdade de Educação da Universidade de
tudar e/ou se prepara para uma avaliação. São Paulo
Nesse caso, as questões apresentaram qua-
tro opções de resposta: sempre (4 pontos), Lisliê L. Vidal, Edna R. C. Neves
às vezes (3 pontos), raramente (2 pontos) lislielvidal@gmail.com
e nunca (1 ponto). Também foi reservado
um espaço para críticas e sugestões. Após A presente pesquisa tem o objetivo de
tabulação dos dados, os resultados obtidos descrever os passos relativos à construção
foram discutidos com os estudantes. Com de um instrumento para avaliar a motiva-
relação ao desempenho docente, além de ção de alunos do curso de Pedagogia para
validarem as questões optativas, as ques- estudar Fundamentos e Métodos da Edu-
tões descritivas esclareceram alguns pontos cação Infantil. O instrumento nomeado de
abordados naquelas primeiras, nas quais a “Instrumento de avaliação do continuum de
avaliação não tinha sido satisfatória. A partir autodeterminação de alunos do ensino su-
das respostas das questões descritivas em perior - IAC-U” de Vidal e Neves (2016) foi
2014, foi possível formular uma tabela de desenvolvido a partir da literatura da área,
pontos cujos comentários, tanto os consi- tendo como base as principais caracterís-
derados “muito fracos” como os considera- ticas da motivação intrínseca e extrínseca
dos “muito bons” foram previamente encai- (contínuo de autodeterminação da motiva-
xados na entrevista do ano de 2015. Os co- ção) e a Escala de Avaliação da Motivação
mentários foram encaixados nos seguintes para Aprender para Universitários EMA-U
pontos: 1) Estimula o espírito crítico; 2) Esti- (Boruchovitch & Neves, 2005). Partindo
mula o interesse; 3) Dedicação no ensino; 4) do instrumento original, novos itens foram
Organização do ensino; 5) Forma de ensinar construídos baseados na literatura da área.
(didática); 6); Avaliação; 7) Conhecimento; 8) O instrumento IAC-U foi construído com 14
Outros. Em 2014, como o questionário (via itens fechados em forma de escala likert. O
papel) foi distribuído quando da última ava- conteúdo de todos os itens foi estruturado
liação (prova), houve 100% de retorno. Em de acordo com a Teoria da Autodetermina-
2015, o questionário “online” foi respondi- ção. De acordo com essa Teoria a qualidade
do por 55,7% dos estudantes que cursavam da motivação varia ao longo de um conti-
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nuum de autodeterminação: desmotivação, uma dupla investigação: se os alunos do
regulação externa, regulação introjetada, curso consideram a proposta do curso ade-
regulação identiicada, regulação integra- quada para suas formações e se esta pro-
da e motivação intrínseca. Um exemplo de posta, materializada no PPP, é reconhecida
uma questão do instrumento é: Realizei as na ministração do curso.
atividades desta disciplina pelo prazer que O histórico de pouca participação dos
tenho quando me envolvo em debates com alunos em várias iniciativas de avaliação do
professores interessantes: ( ) nunca ou qua- curso mostrou que a motivação discente
se nunca ( ) algumas vezes ( ) muitas ve- seria fundamental para o sucesso do pro-
zes ( ) sempre ou quase sempre. Nas ques- jeto e para isso foi desenvolvida pelos bol-
tões relacionadas à motivação intrínseca, sistas uma Campanha de Comunicação para
as opções valem 4 pontos para a alterna- a sensibilização dos alunos, veiculada com
tiva sempre e quase sempre, 3 pontos para grande intensidade.
muitas vezes, 2 pontos para algumas vezes Buscou-se inicialmente levar a discussão
e 1 ponto para nunca ou quase nunca. Essa através da apresentação do PPP em tópicos
pontuação tem seu valor invertido para os resumidos postados em um “bulletin board”,
itens relativos à desmotivação. Encontra- ao qual todos teriam acesso e onde os co-
-se, em andamento, não só a aplicação do mentários poderiam ser feitas de forma as-
instrumento (estudo piloto adaptado para síncrona. Por sugestão dos bolsistas isso foi
aplicação em estudantes do curso de Peda- deslocado para o Facebook, “onde se está
gogia), mas também, um exame das suas o tempo todo, não precisa acessar para dar
propriedades psicométricas. Espera-se dis- sua opinião”. Foram criados grupos especíi-
cutir os resultados em termos de suas pos- cos para cada ano, o que permite comparti-
síveis contribuições para a avaliação psicoe- mentar as discussões, focando o PPP na rea-
ducacional no ensino superior. lidade de cada um dos anos. A Campanha de
Comunicação compôs se de 4 cartazes A3,
“Conhecer, Avaliar, Melhorar! criados pelos bolsistas a partir de memes de
Uma alternativa de Avaliação grande repercussão na época. Criativamente,
estes cartazes exploravam o fato de muitos
de Cursos” reclamarem do curso e propunham como
Escola de Comunicações e Artes da uma alternativa mais eicaz, a discussão do
Universidade de São Paulo PPP via nosso projeto. Também criativa foi a
“veiculação” destes cartazes: nas partes ex-
Arlindo Ornelas Figueira Neto, Bruna Magalhães ternas das portas, de todas as salas de aula
Kater, Carolina Reis Gaudêncio, Felipe Rodrigues do departamento, foram aixados os carta-
de Freitas, Gabriel Furlan Passos, Laura Hanek de zes “teaser”, que mostravam os memes e re-
Albuquerque Ferreira Pinto e Sergio Barbosa Júnior metiam os alunos para a resposta em outro
lindopiu@uol.com.br cartaz, aixado nas partes internas das por-
tas que explicava o projeto e dava o Face do
O Projeto “Conhecer, Avaliar, Melho-
projeto. A colagem dos cartazes teve grande
rar!” nasceu da necessidade de avaliação
repercussão entre os alunos.
do Curso de Publicidade e Propaganda da
Postados na rede porém, veriicou-se que a
ECA/ USP, sob o prisma discente. Recebeu grande frequência para leitura dos temas do
06 bolsas do Programa Uniicado da PRG PPP a serem discutidos não resultou no nú-
e iniciou-se formalmente em Setembro de mero esperado de comentários. Dinâmicas
2015. Os bolsistas do projeto, então alunos de grupo realizadas pelos bolsistas detecta-
dos 1os e 2os anos do curso, são co-autores ram que, apesar de alegarem falta de tempo,
deste trabalho. o motivo real era o medo da exposição: os
Tem como diferencial básico a proposta comentários iniciais eram bem embasados e
de avaliar o curso pela perspectiva de seu postados por “líderes” das turmas Assim, a
Projeto Político-Pedagógico, pretendendo discussão seguia “nos corredores”, mas não
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era registrada no Face. Odontologia de São Paulo a adoção do Tes-
Mais temas foram postados, mais memes te de Progresso, sob suporte do Conselho.
foram recriados e postados na rede, mas A contrapartida das faculdades parceiras foi
com resultados bem aquém do esperado. a construção dos itens de prova e a discus-
Janeiro foi um mês de discussão para a são conjunta de meios de correção para a
deinição da continuidade do processo de questão ética na formação dos proissio-
avaliação e se concluiu que a melhor for- nais. O CROSP se comprometeu a não fazer
ma isso seria a realização de dinâmicas de qualquer tipo de ranqueamento, focando-
grupo nas classes, em horários de aula, para -se exclusivamente em tratar a questão de
garantir a participação dos alunos. Nestas forma a viabilizar a correção no processo
dinâmicas, foram apresentados temas extra- educacional.
ídos do PPP e através de roteiros previamen- Das 44 faculdades de Odontologia do es-
te desenvolvidos, conduzidas as discussões. tado, 09 aceitaram participar do piloto para
Mesmo gravadas em áudio, no ambiente, a implementação do teste em 2016 (FORP,
coletivo, informal e sem o registro do nome, UNIMES, UNISA, UnG, UNIMAR, UNICAS-
tudo correu mais solto. Embora as dinâmicas TELO SP e Fernandópolis, UNICID, UMC).
propiciem resultados apenas qualitativos, os Foram capacitados 135 professores no Tes-
inputs recebidos foram transformados em te do Progresso e na construção de itens
tópicos e incluídos em questionário, que de prova, agregando um valor à atividade
está sendo aplicado online e cujas respostas docente como um todo. Todas as opiniões
serão quantiicadas, dando o resultado ava- foram colhidas e discutidas entre os profes-
liativo que se pretende. sores participantes e uma área comum foi
É interessante ressaltar que a premissa aberta na Plataforma Moodle para a mon-
básica da proposta do projeto, de se avaliar tagem do banco de questões a serem ava-
o curso através de seu PPP vem se mostran- liadas para a integração no teste a ser apli-
do muito válida, uma vez que não limita as cado no segundo semestre.
avaliações a ele, mas sim o torna base para Das reuniões realizadas com cada uma das
as considerações acerca do curso, das dis- faculdades envolvidas e na sede do CROSP,
ciplinas, dos professores e mesmo das pos- com participação de todas, observou-se:
turas discentes, auto-referenciadas ou não. envolvimento entre todas as faculdades,
por reconhecimento de viverem questões
Teste de Progresso nos semelhantes; interesse das faculdades em
cursos de Odontologia do encontrarem caminhos para a questão do
Estado de São Paulo aumento de acionamentos na justiça contra
proissionais recém formados; troca de ex-
*Faculdade de Odontologia da Universidade periências para a discussão da remodelação
de São Paulo curricular pela qual passam, passaram ou
**Universidade Guarulhos passarão; envolvimento na questão do teste
***Conselho Regional de Odontologia de em si e aproveitamento das oicinas para o
São Paulo aprimoramento docente; empoderamento
notório do corpo docente para as questões
Mary Caroline Skelton-Macedo*; Elaine Quedas didáticas diárias.
Assis Boger**; Marco Antonio Manfredini***; O Teste será aplicado no segundo semes-
Cláudio Miyake*** tre de 2016, mas já trouxe benefícios duran-
mary@usp.br te sua estruturação, como os pontos levan-
Um aumento do número de acionamen- tados anteriormente.
tos éticos contra cirurgiões-dentistas, relati-
vo a proissionais de até 10 anos de forma-
dos, somado à demanda da sociedade por
um exame de proiciência para a Odontolo-
gia levou o CROSP a propor aos cursos de
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das humanidades, que precisam contribuir
A Percepção dos Ingressantes de forma decisiva para formação humanísti-
ca, crítica e relexiva, necessária para garan-
de Odontologia sobre o tir o cuidado integral à saúde.
Cuidado em Saúde
Faculdade de Odontologia da Universidade
Percepção do Ensino de
de São Paulo Periodontia por Alunos
de Graduação Após
Camille Rudoi Batista, Dorival Pedroso da Silva,
Mariana Gabriel, Brunna dos Santos, Dalton de
Implementação de Novo
Paula Ramos, Maria Ercilia de Araujo, Fernanda Currículo
Campos de Almeida Carrer
Faculdade de Odontologia de Bauru da
fernandacsa@usp.br
Universidade de São Paulo
As diretrizes curriculares indicam que a
Graduação deve formar um Cirurgião Den- M. Vertuan, C.A. Damante, I.A. Hallgren, S.L.A.
tista, generalista, crítico e relexivo, pautado Greghi, A.C.P. Sant’Ana, M.L.R. Rezende e M.S.
em princípios éticos, legais e na compreen- RagghiantiZangrando
são da realidade social, cultural e econômica mariele.vertuan@usp.br
do seu meio. A FOUSP inclui na formação O questionário Dundee Ready Education
do aluno as Disciplinas de Bioética e Clíni- Environment Measure (DREEM) é uma fer-
ca Ampliada de Promoção de Saúde, dentre ramenta útil na avaliação da qualidade e
outras, ministradas no primeiro ano do cur- ambiente de ensino em Odontologia, per-
so a im de proporcionar uma relexão crítica mitindo traçar o peril do curso e apontar
sobre o processo saúde doença, dando base pontos fortes e fracos do ambiente educa-
ao aluno para visualizar o cuidado para além tivo. O objetivo desta pesquisa foi comparar
da técnica e do manejo biológico da doença. a percepção dos alunos de graduação em
Parece-nos oportuno investigar a percepção Odontologia da FOB-USP, sobre o ensino
dos ingressantes sobre o tema cuidado em em Periodontia, antes e após a implemen-
saúde antes das Disciplinas citadas. tação de um novo currículo voltado para
Alunos ingressantes foram selecionados um ensino mais integrado dentro de 4 anos
no dia da matrícula, para realização de en- de curso. Foram avaliados 165 questioná-
trevista semiestruturada. As entrevistas fo- rios (78 currículo antigo/ 87 currículo novo)
ram conduzidas e gravadas em dispositivo preenchidos por alunos de graduação do
eletrônico e a amostra deinida por satura- 2o e 3o anos de Odontologia na disciplina
ção. As entrevistas foram transcritas com o de Periodontia. Também foram avaliados o
software Express Scribe Transcription Sof- peril demográico e as notas na disciplina
tware® e dos dados categorizados após lei- e média ponderada do curso. Os dados de
tura lutuante e consenso entre os autores. pontuação total, pontuação das 5 dimen-
Pesquisa aprovada pelo CEP. sões do questionário, dados demográicos e
A amostra foi composta de 30 informan- notas foram comparados através dos testes
tes e a leitura dos discursos revelou como “t” de Student e Mann-Whitney (p<0,05). Os
categorias de análise, o ingressante: 1. So- resultados mostrar am que houve diferença
bre o cuidado em saúde, traz o conhecimen- estatisticamente signiicante para dimen-
to popular; 2. Sobre Odontologia, a reduz a são “percepção dos professores” havendo
uma prática voltada à estética; 3. Escolhe a maior valorização dos mesmos (32,2 antigo
carreira baseado nas boas experiências que x 34,3 novo - p<0,05). A pontuação geral
teve com seus dentistas. do questionário foi semelhante (133,8 an-
As categorias revelam que a percepção tigo x 133,6 novo), bem como as outras di-
dos ingressantes sobre o tema cuidado em mensões (p>0,05). Também houve diferen-
saúde impõe desaios às Disciplinas do eixo ças na média da nota de Periodontia (6,03
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antigo x 7,51 novo) e média ponderada do No exemplo ilustrado anteriormente, a
curso (7,29 antigo x 7,7 novo) com maio- carga imposta ao docente, envolve uma sé-
res valores para os alunos que cumprem o rie de procedimentos repetitivos, é neces-
currículo novo (p<0,001). Concluiu-se que sário computar a nota da questão, trans-
o novo currículo possui boa estrutura, mais ferir essa nota para o diário e inalmente
pontos fortes e melhor percepção pelos adicionála à média do ciclo de avaliação.
alunos, o que relete na melhora de suas Será apresentado aqui uma forma de au-
notas. (Apoio: FAPESP N° 2012/21304-5 e tomatização orientada a distribuir e corrigir
2015/07343-6) exercícios exclusivos de acordo com o alu-
no, ao mesmo tempo simpliicando 90%
Aperfeiçoando Competências dos procedimentos, aliviando o trabalho do
com Automatização de Tarefas docente. Com essa estratégia, conseguiu-
se melhorar o desempenho geral da turma
Instituto Federal de São Paulo Campus através de critérios assertivos, criando um
São Carlos ambiente cooperativo.
Fabriciu Alarcão Veiga Benini
Descrição do projeto
benini@ifsp.edu.br
O projeto centraliza todo processo de
Resumo distribuição, recepção e consulta em um
O presente trabalho apresenta uma sé- ambiente de aprendizado virtual, conheci-
rie de sistemas computacionais disponíveis do por Moodle. Através dele o aluno pode
gratuitamente e de fácil acesso a um usuá- conferir sua frequência, sua nota e sua cor-
rio padrão. Esses recursos virtuais são reuni- reção por meio de uma planilha comparti-
dos e organizados com objetivo de aprimo- lhada pelo Google® Planilhas (https://docs.
rar as competências individuais e ao mesmo google.com/spreadsheets), adquirir as listas
tempo aliviar o tempo de execução de ta- de exercícios semanais compartilhadas pelo
refas do docente, automatizando proces- Google® Docs (https://docs.google.com/
sos repetitivos e auferindo em tempo real document), entregar sua resolução em for-
a evolução individual e coletiva da classe. mato pdf e conferir uma resolução execu-
A metodologia proposta serve de realimen- tada pelo tutor passo a passo, este último
tação para o aluno bem como o professor, é liberado após o vencimento do prazo de
tornando possível situar o desempenho do recebimento. O que diferencia as questões
indivíduo em relação à turma, surtindo um para cada aluno é atribuir um valor diferen-
efeito motivador e de autocobrança. te para uma variável, no caso, os quatro úl-
timos números da matrícula, obtendo assim
Introdução resultados diferentes. Também só é recebi-
A importância do aprendizado do aluno do as respostas inais, sem resolução.
através da prática é inquestionável, pois fa-
cilita na compreensão de conceitos e teorias. Metodologia
Por outro lado alguns tipos de vícios prejudi- O sistema possui critérios de avaliação
cam o exercício pleno da prática, dentre eles claros e objetivos, é premiado o aluno que
o ato de copiar resoluções uns dos outros. demonstra disciplina para manter um ritmo
A solução ideal para contornar esse proble- de resolução periódica, organização ao ge-
ma está em distribuir questões diferentes, renciar as entregas observando as regras,
porém o trabalho imposto acaba por sobre- assiduidade para não perder explicações
carregar o docente. Considerando que uma importantes para a resolução e comprome-
classe possui em média 40 alunos, e que timento, uma vez que a abertura e encer-
toda semana se inicie novo conteúdo teóri- ramento das tarefas é automática, e serve
co, supondo uma lista de exercícios com 10 de fator norteador àqueles que apresentam
questões, ao multiplicálas pelos 40 alunos já deiciência nesses atributos. Com a infor-
seriam 400 correções diferentes por semana. mação disponível e constantemente atuali-
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zada, devida à natureza dos arquivos com-
partilhados, o discente consegue posicionar A Inluência do Estágio
seu desempenho em relação aos demais e
o docente pode acompanhar mais de per-
Curricular na Formação
to individualmente dedicando mais atenção Discente na Universidade
àqueles com mais diiculdades elevando as- de São Paulo
sim o nível da turma como um todo. Existe
ainda o estímulo ao trabalho em grupo, de- Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo
sejável para promover o interesse coletivo
na disciplina.
Adaci Aparecida Oliveira Rosa da Silva e Asa Fujino
A planilha, constituída por abas, possui na
adaci.rs@gmail.com
primeira o diário de frequência, na segunda
aba segue as notas e frequência total, onde Na Universidade de São Paulo, hoje, há
cada célula está lincada com células especí- um conjunto de iniciativas para melhorar
icas de outras abas para ser atualizada ins- a eicácia do processo de democratização
tantaneamente, da terceira aba em diante do acesso ao ensino superior. Entre elas es-
seguem as resoluções de cada lista, onde tão a organização de debates em diversas
existe uma coluna cujas linhas calculam os áreas sobre o conhecimento acadêmico e a
resultados esperados de acordo com o nú- relexão sobre as práticas no mundo do tra-
mero do aluno digitado no topo e na colu- balho, formando um conjunto de colabora-
na seguinte a nota especíica da questão de dores que atuam de forma interdisciplinar
cada linha podendo receber um valor entre na investigação da formação acadêmica e
0 e 1, valor este multiplicado pelo peso da proissional dos estudantes. Neste sentido,
questão e somado na nota geral da lista de um aspecto relevante que a pesquisa cien-
exercício, a correção da lista se dá através tíica focaliza é a experiência proissional,
de comparação entre a resposta do aluno e que possibilita objetivar a prática transfor-
a resposta esperada calculada na planilha. mando-a em objeto teórico da investiga-
ção, e, do mesmo modo, destacar a prática
Resultados e Conclusões como espaço social de aplicação e simulta-
Existe um esforço inicial para preparar o neamente de renovação do conhecimento
material, as listas de exercícios devem se- em construção na formação universitária.
guir um padrão rigoroso com indicação cla- (FUJINO, 2004; 2011). O campo de estudos
ra de onde deve ser colocada as respostas da Educação tem avançado na exploração
inais dos alunos e também para preparar desta temática, ao incentivar a exploração
uma resolução especíica passo a passo para cientíica da experiência adquirida nos es-
acompanhar as passagens, liberada após a tágios curriculares na formação dos profes-
entrega, em compensação a correção se dá sores. (PIMENTA, 2012; ALMEIDA, PIMENTA,
de forma rápida, com atualização instantâ- 2014). Há programas de institutos e depar-
nea no espaço compartilhado à classe, dis- tamentos, e de faculdades já vinculados à
ponível para todos. Pró-reitoria de graduação, que visam apro-
ximar os alunos das áreas de trabalho, por
meio de palestras, workshops temáticos
com o objetivo de reletir, preparar e auxi-
liar graduandos e pós-graduandos no pla-
nejamento da carreira, e em sua atuação em
estágios e programas de trainees.
Na Ciência da Informação, as pesquisas
sobre as atividades relacionadas ao mundo
do trabalho dos proissionais da informação
indicam que é consenso que a tecnologia
ampliou o campo de atuação proissional,
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associando às diversas áreas de trabalho di-
nâmicas que requerem proissionais ativa-
mente participantes de projetos e processos Experiências em
de construção de conhecimento no desen-
volvimento de novos produtos e serviços. A mudanças curriculares
desmaterialização dos suportes informacio-
nais e a desterritorialização geográica do
mercado de trabalho cria a era do acesso
Lei 10.639/03: Uma Análise
que possibilita ultrapassar o espaço tradicio- Curricular da Formação
nal de centros de documentação, memória, Inicial do Professor de
arquivos e bibliotecas. Nesse sentido, veri-
ica-se na literatura da área que o foco das
Literatura da Educação
discussões a respeito das carreiras desses Básica (Primeiras Leituras)
proissionais concentra-se primeiramente Faculdade de Filosoia, Letras e Ciências
na avaliação das possibilidades de expansão Humanas da Universidade de São Paulo
dos locais de atuação e na identiicação das
competências informacionais requeridas. Em Denise Cenci
continuidade, há estudos que investigam decenci@usp.br
o peril do proissional da informação e os
cenários de atuação, e que apontam para a A Lei 10.639/03, atualizada na 11.645/08,
necessidade de uma progressão na forma- que inclui a temática indígena, oicializou
ção proissional, no sentido de se adaptar reivindicações históricas de setores da socie-
os currículos educacionais aos desaios do dade, notadamente do Movimento Negro,
novo conceito de trabalho, que se conigu- por uma pedagogia antirracista, promotora
rou a partir da emergência da economia da de relações étnico-raciais positivas. Acom-
informação, ambientada na sociedade da in- panhada por outros dispositivos legais, ela
formação e do conhecimento. impele à revisão de práticas e saberes vigen-
O interesse nos temas da formação uni- tes no âmbito escolar e tem potencializado
versitária e o mundo do trabalho estão as- contribuições na busca pela desconstrução
sociados à pesquisa de doutorado que se das bases preconceituosas, excludentes e
desenvolve no PPGCI- ECA USP, sobre o antidemocráticas que ainda perpassam a es-
mundo do trabalho dos proissionais da in- cola no Brasil. A área de literatura também
formação, que transborda numa proposta precisa enfrentar o desaio de rever seus pa-
de trabalho de pesquisa pós-doutoral, com radigmas, práticas e conteúdos, bem como
o foco na graduação. O que se conigura zelar pela formação docente inicial voltada
neste projeto de pesquisa é o rastreamen- ao combate à discriminação cultural e étni-
to de autores e temática, que compõem a co-racial, que não pode prescindir de textos
rede de pesquisadores na universidade, re- e autores – particularmente das literaturas
lacionando o conjunto da produção técni- afro-brasileiras e africanas em língua portu-
co cientíica aos discursos, trajetos e expe- guesa – tampouco de relexões que propi-
riências que possam agregar conteúdos e ciem o desenvolvimento e ampliação de re-
fundamentos teóricos metodológicos para pertório dos professores da área.
otimizar e atualizar as disciplinas de gradu- Para que a constituição do sistema literá-
ação, ancorados nas análises e resultados rio canônico nacional e sua abordagem na
obtidos. Educação Básica sejam repensadas nessa
perspectiva, é fundamental que isso ocor-
ra, primeiramente, durante os cursos de li-
cenciatura em Letras. Passados mais de dez
anos da promulgação da Lei, esta é um pro-
posta de investigação e problematização
das atuais condições da formação docente
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inicial dos professores de literatura de Insti-
tuições de Educação Superior (IES), públicas Inclusão de BIM e PBL
e particulares, do estado paulista.
O processo de constituição de um corpus
em Nova Disciplina da
desta pesquisa reuniu ementas de disciplinas Engenharia Civil
da área de literatura – em consonância com a Escola Politécnica da Universidade de São
proposta de uma pedagogia comprometida Paulo
com o combate ao racismo e à discriminação
cultural e étnico-racial – dos cursos forma- Jacqueline Vergely Ferreira, Sérgio Leal Ferreira
dores de professores para Educação Básica, sergio.leal@usp.br
oferecidos por IES paulistas: todas as cinco
públicas e quatro universidades privadas de Analisando o Artigo 3o da Resolução
grande porte, que oferecem licenciatura em CNE/CES no 11/2002, que institui as Di-
Letras, permitiu uma primeira leitura acerca retrizes Curriculares Nacionais do Curso
da abrangência do tema no interior da grade de Graduação em Engenharia, pode-se
curricular disponibilizada, por tais IES, à for- concluir que a Universidade deve formar
mação inicial daqueles que se preparam para proissionais que apresentem uma visão
assumir aulas de literatura para o alunado da ética, humanística e interdisciplinar e as-
Educação Básica. sumam uma postura crítica e criativa na
Apesar das atuais facilidades proporcio- identiicação e solução de problemas.
nadas pelos meios eletrônicos de comu- Recentemente e somado à esse cenário, a
nicação, o acesso a matrizes curriculares e estrutura curricular da Escola Politécnica
experimentou alterações pedagógicas. O
ementas de disciplinas não deixou de ser
Projeto de modiicação, apresentou como
trabalhoso ou mesmo inviável em certo
proposta antecipar o contato entre os alu-
caso, ao inal dos dois semestres destina-
nos e matérias especíicas da engenharia,
dos à constituição desse corpus de pesqui-
estimular a participação do estudante e
sa. Resumidamente, o quadro encontrado
adequar o peril do diplomado às exigên-
apresentou: a falta de acesso a ementas em
cias proissionais do século XXI. Diante
1 universidade privada e em 1 pública, cujo desse contexto, o presente trabalho estu-
plano pedagógico aponta apenas a suges- dou e organizou uma proposta de adoção
tão de disciplina (que estaria condicionada a de uma nova metodologia de ensino, o
ajustes orçamentários para sua viabilidade). Project-Based Learning (PBL) para aplicá-
As demais seis universidades dispõem de -la em uma nova disciplina que inclui o
ementas, cujas características denotam di- conceito de Building Information Mode-
ferentes graus de tratamento do tema, sen- ling (BIM).
do: 1 pública, cuja ementa reduz-se a uma O Aprendizado Baseado em Projeto
frase curta; 1 privada cuja única disciplina é (ABP/PBL) é um método de ensino que
isenta de especiicidades da área de Letras permite uma aprendizagem participativa e
(é disponibilizada genericamente a todos os multidisciplinar. Em sala de aula, são pro-
cursos de todas as áreas da IES); 2 públicas postas a análise e a resolução de um pro-
e 1 privada mencionam tema no escopo de blema real, estimulando a participação do
uma ou outra disciplina e apenas 2 IES (1 de aluno em discussões sobre possíveis solu-
cada setor) têm ementas detalhadas. Todos ções. Dessa forma, o curso promove mais
os casos eram de disciplinas de caráter ele- intensamente que o estudante desenvolva
tivo ou optativo, nunca obrigatório. um pensamento crítico, a autogestão e
Assim, constata-se, por ora, um trata- uma relexão sobre a aprendizagem. Esse
mento limitado dado ao tema nos cursos de formato de ensino exige uma posição ati-
graduação veriicados, entretanto, precisam va do aluno, que passa a ser um agente
ser considerados os avanços no contexto na produção do seu conhecimento. Tal
histórico da educação brasileira. coniguração foge da forma tradicional de
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ensino e contribui especiicamente para no Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de
a formação de engenheiros com visão e 70% da população brasileira é SUS dependen-
preparo que atendam às novas demandas te, sendo atribuída a Universidade o papel for-
sociais. Se estabelece assim uma nova mador de um proissional capaz de atender as
perspectiva de ensino. demandas da população. Por sua vez, o ensi-
A proposta do presente estudo foi con- no odontológico contrapõe ideologicamente
cebida considerando-se a aplicabilidade o SUS por manter o centramento dentário na
na matéria Introdução ao Projeto na En- formação, com ênfase no adestramento técni-
genharia. O primeiro oferecimento dessa co e no consumo tecnológico e, a um só tem-
disciplina foi em 2015, já sob vigência da po no proselitismo do consultório particular.
nova estrutura curricular, e apresentou
um ambiente propício para a aplicação do Objetivo
PBL, uma vez que envolve o conhecimen- Relatar a experiência dos graduandos no
to e treino de métodos analíticos e sinté- estágio supervisionado “Inovação na pro-
ticos para atuar na engenharia, o uso de dução do cuidado em saúde bucal. Possibi-
ferramentas de design e de planejamento lidades de uma nova abordagem na clinica
e tópicos que visem inovação, sustenta- odontológica para o SUS”.
bilidade e empreendedorismo. Seguindo
o PBL, uma pesquisa foi realizada com os Metodologia
alunos que cursaram essa matéria e al- Estágio em uma Unidade Básica de Saúde
guns problemas foram mapeados. do município de São Paulo, com oito horas
O presente estudo resulta em uma des- de atividades semanais, utilizando diários
crição do que é e o que se espera de uma como instrumento de relato da experiência.
disciplina apoiada no PBL, em uma pro- Escuta, acolhimento, anamnese aberta e pri-
posta aplicável ao caso concreto e sugere meira consulta em ambiente não cirúrgico
modiicações baseadas nos problemas en- foram as principais orientações dos pesqui-
frentados e apontados pelos estudantes. sadores aos estagiários.
Metodologia
A abordagem motivacional consistiu na
contextualização de atividades práticas de
Bioquímica utilizando trechos de artigos
cientíicos, casos clínicos, revistas e capítu-
los de livros da área de Odontologia. Esta
abordagem foi inserida para todos os con-
teúdos práticos, porém apresentaremos os
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temas de Cálculo de concentrações, Capa- tos, visto que nos tópicos 1 e 2 as média
cidade tamponante e pH/pKa como exem- passaram de 0,13 e 0,11 para 0,65 e 0,20
plo do processo em execução. Para o tema respectivamente. O aumento de rendimen-
Cálculo de concentrações, a abordagem to foi considerado signiicante pelo teste
motivacional teve como ponto de partida aplicado e não houve alteração signiicante
um caso clínico coletado de artigo cientí- no tema controle (pH/pka).
ico, onde uma jovem era acometida pela
Síndrome de Sjögren cujo principal sintoma Apoio Financeiro: Pró Reitoria de Gradu-
é a falta da produção de saliva. O desaio ação e Pró Reitoria de Pós-Graduação USP
proposto foi a preparação de saliva artiicial
para esta paciente. Para isto, trabalharam- Palavras-Chave: ensino, bioquímica, gra-
-se conceitos de diluição, grandezas, cálcu- duação
los, conhecimento e manuseio de vidrarias,
tudo isso somado à tentativa de ameniza- A Relação Professor/Aluno e o
ção da sintomatologia da paciente. Já para Estagiário PAE em Sala de Aula
Capacidade tamponante o tema cárie do
lactente, conhecido popularmente como Escola Superior de Agricultura Luiz de
“cárie de mamadeira”, foi utilizado. Após Queiroz da Universidade de São Paulo
a leitura de um trecho extraído de artigo
cientíico sobre o tema, os alunos respon- Jacqueline Mary Gerage, Sandra Helena da Cruz
shcruz@usp.br
deram questões especíicas sobre cárie do
lactente para então iniciar os cálculos e a Resumo
parte experimental. Imagens foram projeta- A disciplina LAN0127 Introdução a Ciên-
das para ilustrar a gravidade da lesão. Após cias dos Alimentos é oferecida aos alunos in-
avaliação de desempenho, questões sobre gressantes do curso de Ciências dos Alimen-
os seguintes temas foram analisadas: 1) Cál- tos, da Universidade de São Paulo. O objetivo
culo de concentração; 2) Capacidade tam- desta disciplina é situar o ingressante sobre a
ponante; 3) pKa/pH. Este último tópico, fun- universidade, o curso escolhido, sua estrutu-
damentalmente teórico, foi incluído por ser ra, as disciplinas que irá cursar, as atividades
considerado essencial para o entendimento extracurriculares disponíveis, princípios de
de Capacidade tamponante e onde os alu- ética a atuação proissional, a im de evitar
nos já demonstravam bom desempenho. O evasão. A disciplina aplica a estratégia didá-
Teste Z foi aplicado para comparar as notas tica com base na participação de vários pro-
das turmas de 2016 (n=90 alunos) com as fessores do curso para apresentar suas áreas
notas da turma de 2015 (n=96 alunos), este de atuação, e de egressos atuantes no mer-
último sem a aplicação da abordagem mo- cado de trabalho que comentam sobre a sua
tivacional. O nível de signiicância estabele- atuação proissional e as oportunidades no
cido em 5%. mercado de trabalho. No entanto, a rotati-
vidade semanal de docentes faz com que os
Resultados alunos da disciplina não tenham uma igura
As médias ± dp das turmas 2015 e 2016 ixa de identidade docente em sala de aula.
nas questões analisadas, com valor 0,75, fo- Assim, a estagiária PAE presente em todas as
ram respectivamente: 1) Cálculo de concen- aulas, se tornou um elo entre as dúvidas e
trações: 0,13 ± 0,34 e 0,65 ± 0,41; 2) Capaci- anseios dos alunos sobre a disciplina, bem
dade tamponante: 0,11 ± 0,13 e 0,20 ± 0,23; como foi responsável pelo feedback em rela-
3) pKa/pH: 0,41 ± 0,24 e 0,43 ± 0,29. ção as atividades realizadas, propostas pelos
docentes como avaliação semanal. Os aten-
Conclusões dimentos por via eletrônica, ou mesmo pes-
Os resultados sugerem que a abordagem soalmente, foram importantes para criar nela
motivacional contribuiu para a melhora do a noção da relação professor/aluno durante
aprendizado dos alunos nos temas propos- uma disciplina, podendo reairmar a escolha
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de prosseguir na carreira de docência. A es- condicionados a produzir somente as formas
tagiária PAE participou de todas as atividades que possuem capacidade de representar, es-
relacionadas com a disciplina, como correção tabelecendo uma relação de dependência
de exercícios, geração das notas dos alunos entre criação e representação, seja ela manu-
e preparação da avaliação inal, pois como é al ou digital. Portanto, torna-se imprescindí-
uma disciplina que não tem um conteúdo te- vel a discussão de mecanismos que efetivem
órico, mas um conteúdo expositivo foi esco- a ampliação dos processos generativos de
lhido uma estratégia de avaliação por semi- projeto vinculando-os à expansão e gênese
nários. Os alunos, em duplas, apresentaram criativa/expressiva dos projetistas associadas
os temas que foram apresentados durante ao desenho. Este trabalho apresenta um ca-
o semestre, sendo também avaliados pelos ráter de cunho exploratório, descritivo e de
colegas de classe. O resultado dessa ativida- aplicação, em um primeiro momento, foram
de surpreendeu, com o grande envolvimen- descritos os Sistemas Generativos formais, e
to dos alunos na atividade e por ser possível suas relações intrínsecas efetivas com o pro-
identiicar que a disciplina cumpriu o objeti- jeto paramétrico. Demonstrando quais as
vo, criando uma identidade do aluno com o maneiras possíveis de se projetar em cada
curso escolhido, sendo percebida pelos dis- sistema, demonstrando através de exemplos
cursos dos discentes. A estagiária PAE pode suas características positivas e negativas.
acompanhar e compreender a evolução pela Em um segundo momento são discutidos
qual um aluno passa ao cursar um semestre como essas possibilidades generativas, se
de disciplina e como o conhecimento com o efetivam através do desenho paramétrico e
qual teve contato passa a moldar sua forma- como isso auxilia/restringe a gênese criati-
ção proissional. va do projetista. Foram utilizados, softwares
Palavras-Chaves: Docência; Relaciona- computacionais de desenho paramétrico
mento; Comunicação para demonstrar os processos generativos.
Após dois anos de aplicação desta metodo-
A Dialética entre Criação logia em disciplinas de desenho generativo e
Arquitetônica e Desenho paramétrico nos cursos de Arquitetura e Ur-
banismo e Design da FAU USP, observou-se
Paramétrico: Experiências uma melhora nos acadêmicos em relação a
Didáticas otimização de seus processos projetivos di-
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da retamente ligados ao desenho paramétrico
Universidade de São Paulo minimizando as restrições formais composi-
tivas. Uma vez que estes processos associam
Thiago H. Omena, Arthur H. Lara e Cláudia T. de atividade criativa, expressão e representação
A. Oliveira através de auxílio computacional.
thomena@gmail.com
Libras como Língua de
A pesquisa objetiva discutir os meios pos- Interlocução: Usos e Ensino
síveis de geração formal e quais as maneiras
de efetivar e difundir os mesmo para garantir Faculdade de Educação da Universidade
uma criação interligada ao desenho paramé- de São Paulo
trico associada à gênese criativa primitiva,
em outras palavras, discutir a relação entre Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez
a atividade intelectual criativa associada à kpagnez@usp.br
sua exploração e representação paramétrica, Resumo
sem que uma seja limitante da outra, e sim Neste trabalho propõe-se uma discussão
que ambas trabalhem em uma relação simbi- a respeito de uma metodologia de ensino
ótica. Essa discussão encontra-se enraizada, de Libras para ouvintes a partir da análise
na gênese do ensino do Design e Arquitetu- contrastiva do português e da Libras. Desta-
ra, onde os acadêmicos são em muitos casos ca-se como base teórica para esta discussão
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a construção de conceitos o que engloba a gua se desenvolva na mente do aprendiz, a
estrutura da língua. Independente da mo- partir do diálogo construído no grupo com
dalidade da língua esta cumpre um papel a contribuição de todos e com a aquisição
inquestionável na constituição de concei- de vocabulário a partir de situações reais e
tos. A formação de conceitos requer a par- pertinentes à realidade social dos alunos.
ticipação tanto de fatores sensoriais como Considera-se que o uso social da língua
de fatores linguísticos. O pressuposto é que permite o acesso a ela e sua consolidação
é possível deduzir o uso de pensamento como forma de comunicação e como possi-
conceptual pelo sujeito segundo o grupo bilidade para a estruturação de pensamen-
de objetos que ele forma e o procedimento to tanto para surdos quanto para ouvintes.
por ele utilizado. Consideram-se as três fa- Esta metodologia vem sendo construída
ses na formação de conceitos: a agregação desde 2014 em cursos de graduação na
desorganizada; a dos conceitos complexos; Universidade de São Paulo com resultados
e a fase dos conceitos propriamente ditos. efetivos na aprendizagem dos estudantes
Pretende-se consolidar a aprendizagem do de diferentes licenciaturas e campus.
ouvinte pela construção de conceitos e pela
compreensão da lógica da estrutura da lín- Oicina de Treinamento
gua. A linguagem começa a servir de ins- para o Preparo de Alunos
trumento psicológico para a regulação do
comportamento, a percepção muda de for-
para Identiicação da
ma radical, novas memórias são formadas e Hipernasalidade de Fala
novos processos de pensamento são cria- 1
Faculdade de Odontologia de Bauru da
dos, a função reguladora da linguagem se Universidade de São Paulo
consolida. As formas mais elevadas da co- 2
Hospital de Reabilitação de Anomalias
municação humana somente são possíveis Craniofaciais da Universidade de São Paulo
porque o pensamento do homem relete
uma realidade conceitualizada. Na lingua- Thais Alves Guerra1; Gabriela Aparecida Prearo1;
gem materializam-se as signiicações cons- Mariana Jales Felix Silva-Mori2; Maria Inês
truídas nos processos sociais e históricos. Pegoraro-Krook1,2; e Jeniffer de Cássia Rillo Dutka1,2
Tem-se como eixo para a análise as apro- jdutka@usp.br
ximações e distanciamentos entre as duas
línguas são analisados na busca da compre- Introdução
ensão dos erros decorrentes das diferentes A identiicação distúrbios de fala caracte-
modalidades e estruturas. A superação dos rísticos na issura labiopalatina e disfunção
erros decorre da compreensão de suas cau- velofaríngea, como a hipernasalidade por
sas, via de regra, resultantes de aproxima- exemplo, é realizada pelo Fonoaudiólogo
ções equivocadas. As análises fonológica e por meio da avaliação perceptivo-auditiva
semântica possibilitam a diferenciação das presencial ou durante análise de gravações
duas línguas e seu uso pragmático tendo de fala. O uso de gravações possibilita o
em mente as ideias equivocadas a respeito treinamento de alunos de cursos de Fono-
da Libras auxiliam na utilização da língua de audiologia sendo também uma ferramenta
forma efetiva na comunicação com pessoas importante para otimizar a consistência dos
surdas. Dentre os erros temos o uso do por- resultados da avaliação.
tuguês sinalizado, amplamente utilizado na
comunicação entre surdos, e entre surdos Objetivo
e ouvintes, este se consolida como um dos Estabelecer uma oicina de treinamento
comprometimentos efetivos da comunica- para identiicação da hipernasalidade na
ção e da proiciência do usuário da língua. issura labiopalatina.
Ao pensarmos a aprendizagem da Libras
por ouvintes caberia ao professor ajudar a Material e Métodos
criar um ambiente favorável para que a lín- A base de dados do Laboratório de Foné-
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 273
tica Experimental do Hospital de Reabilitação que representam o repertório de comporta-
de Anomalias Craniofaciais foi consultada mentos que um indivíduo possui para lidar
para identiicação de gravações representa- com as diferentes demandas de situações
tivas da hipernasalidade em escala de quatro interpessoais. O estudante que ingressa na
graus (ausente, leve, moderada, grave), nas universidade é colocado à prova em novas
vozes masculina e feminina. Com as grava- e variadas situações sociais, e seu desem-
ções foi preparada uma oicina de treina- penho nestas é, em grande parte, deter-
mento incluindo uma calibração dos ouvintes minado por estas habilidades que podem
quanto ao aspecto a ser julgado (nasalidade inluenciar no seu desempenho acadêmico.
de fala) e os diferentes graus de alteração (hi- Portanto, proporcionar um treinamento ao
pernasalidade leve, moderada e grave). universitário voltado à competência social
das HS signiica auxiliá-lo na adequação
Resultados de seu comportamento no novo contex-
A oicina é usada durante disciplinas de to acadêmico, favorecendo sua eicácia. O
graduação para o preparo do aluno para objetivo desta pesquisa foi investigar, do
identiicação da nasalidade de fala normal ponto de vista qualitativo, as Habilidades
e seus distúrbios. Sociais Comunicativas (HSC) dos universi-
tários durante um programa de Treinamen-
Discussão to de Habilidades Sociais (THS), oferecido
O impacto da oicina de treinamento na pela disciplina de Psicologia III no Curso de
formação do graduando para identiicar Fonoaudiologia de uma Instituição de En-
distúrbios de fala deve ainda ser investiga- sino Superior do interior paulista, no ano
do, porém, os achados preliminares corro- de 2014. O foco foi a relação interpessoal
boram os relatos na literatura que indicam dos estudantes com seus colegas e profes-
melhora na habilidade de alunos para iden- sores, descrevendo as potencialidades e di-
tiicar a hipernasalidade sugerindo boa ei- iculdades de seu repertório conforme sua
cácia do treinamento. autopercepção, assim como identiicar os
ganhos percebidos pelos mesmos ao longo
Considerações Finais do programa. Participaram desta pesquisa
As vivências deste projeto sugerem que 22 universitários, com faixa etária entre 19
oicinas de treinamento são ferramentas de e 21 anos de ambos os sexos. Empregou-se
ensino que podem otimizar a aprendiza- análise de conteúdo dos relatos produzidos
gem do aluno. pelos universitários no 1o, 8o e 15o encontros
Palavras-Chave: Oicina de Treinamento. do THS. Enquanto resultados, as potenciali-
Avaliação Perceptivo-Auditiva. Hipernasalidade. dades nas HSC abordadas pelos universitá-
rios foram a atitude de conversar, iniciando,
Habilidades Sociais mantendo, ou encerrando conversação, fa-
Comunicativas dos Universitários zer perguntas e dar feedback ao reletirem
sobre as suas relações com os colegas e
na Relação Interpessoal com professores da universidade. Consideran-
Colegas e Professores do-se as diiculdades nas HSC, a automoni-
Faculdade de Odontologia de Bauru da toria em ser comunicativo foi a mais apon-
Universidade de São Paulo tada tanto na relação com colegas, como
com professores; porém, prevalecendo no
Márcia Terezinha van Melis e Dagma Venturini relacionamento com os docentes. Os uni-
Marques Abramides versitários interpretaram ter havido ganho
marcia.melis@usp.br nas HSC, principalmente na relação com os
colegas. Também houve menção de melho-
Um tema essencial a ser discutido nas ra na habilidade de fazer perguntas aos pro-
universidades é a promoção das habilida- fessores. Importante ressaltar que a atitude
des sociais (HS) dos universitários uma vez de fazer perguntas é um comportamento
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indispensável nas interações sociais, pois é mentos de avaliação da disciplina foram lis-
uma forma de se obter informações sobre tas de exercícios propostas ao longo do se-
aquilo que desejamos saber e na relação mestre, provas individuais e seminários em
professor-aluno, interferem diretamente no grupo, que versaram sobre temas concei-
processo de aprendizagem do universitário, tuais, como transporte de sedimentos em
pois, ao expressar a sua opinião, ou ao fa- bacias, e estudos de caso, como os desliza-
zer perguntas, o aluno estará construindo mentos na região serrana do estado do Rio
seu conhecimento. Conclui-se que ao “dar de Janeiro em 2011. Na disciplina Caracteri-
voz” aos universitários, esta pesquisa pro- zação Ambiental: Bacia Hidrográica II, dis-
duziu dados qualitativos, realçando valores, cussões sobre impactos do uso e ocupação
crenças, representações, opiniões e atitudes do solo e aspectos legais aplicados aos re-
desta população no contexto acadêmico e cursos hídricos foram complementadas por
que o THS ampliou o repertório das habi- idas a campo, em que os alunos observaram
lidades e competências sociais culminando córregos de duas microbacias em diferen-
com mudanças de comportamento. Esta tes graus de urbanização e relataram suas
relexão especíica do relacionamento in- percepções, contrastando-as com dados
terpessoal do universitário com seus pares obtidos em revisões bibliográicas. Além
e docentes no contexto acadêmico não é dos relatórios relativos às aulas de campo,
encontrada na literatura, sendo este estudo os grupos de alunos analisaram um plano
um importante precursor nesta relexão. de gestão de recursos hídricos (plano de
Palavras-Chave: Treinamento de Habili- bacia), e posteriormente apresentaram, em
dades Sociais, Habilidades Sociais Comuni- seminário, os aspectos mais relevantes da
cativas, Universitários. caracterização de aspectos físicos, ambien-
tais e sócio-econômicos que dá suporte às
A Caracterização Ambiental conclusões e recomendações do documen-
Dentro (e Fora) da Sala de Aula to. Ao inal dos semestres, foi estimulada a
participação dos alunos em uma avaliação
Escola de Engenharia de São Carlos da
da própria disciplina, por meio de questio-
Universidade de São Paulo
nário disponibilizado nas formas impressa
e online, quanto a aspectos como forma de
Marco Aurélio Soares de Castro e Maria Clara Fava
condução das aulas, métodos de avaliação,
marcocastro.rs@gmail.com
qualidade e pertinência dos materiais de
O currículo do curso de Engenharia Am- aula. A experiência nas disciplinas permi-
biental da Escola de Engenharia de São Car- tiu conirmar a bacia hidrográica também
los conta com duas disciplinas que adotam como uma unidade de estudo, adequada
a bacia hidrográica como unidade funda- para a compreensão de características e
mental de análise, ministradas ao longo do processos físicos, biológicos e antrópicos, e
segundo ano de curso; o presente trabalho também a necessidade de extrapolar os li-
relata experiências proporcionadas e viven- mites da sala de aula no sentido de propor-
ciadas na ministração destas duas discipli- cionar uma visão mais abrangente do obje-
nas. Em Caracterização Ambiental: Bacia to de estudo. A multiplicidade de atividades
Hidrográica I, a apresentação das caracte- também permitiu uma avaliação constante
rísticas morfométricas de bacias hidrográi- dos alunos, oposta à forma tradicional, con-
cas foi complementada com a elaboração, centrada em provas bimestrais.
pelos alunos, de modelos tridimensionais
(maquetes) de bacias reais partindo da deli-
mitação em cartas topográicas; a partir das
maquetes que elaboraram, os alunos deter-
minaram parâmetros das bacias como área,
perímetro, coeiciente de compacidade e
densidade de drenagem. Os demais instru-
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na aula e; 40,9% concordaram plenamente e
Utilização de Dispositivos de 35,5% apenas concordaram que o uso des-
te durante a aula ajuda a entendê-la melhor.
Interatividade no Ensino de Nós concluímos que em geral, a percepção
Graduação da Faculdade de dos alunos acerca deste sistema é bastan-
Odontologia de Ribeirão Preto te positiva, comprovado pelos dados, onde
parcelas majoritárias das turmas questiona-
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto das concordaram que o uso destes respon-
da Universidade de São Paulo dedores em sala de aula os ajuda a prestar
mais atenção na aula bem como a entendê-
Lucas Ribeiro Teixeira, Ana Carolina Fragoso
-la melhor.
Motta, Christiano Oliveira-Santos, Silmara
Apoio: Ensinar com pesquisa (2014-2015)
Aparecida Milori Corona, Fábio Lourenço
Romano, Maria José Alves da Rocha Experiência de Docência
mjrocha@forp.usp.br
Através da Monitora na
O emprego de sistemas eletrônicos inte-
rativos de resposta foi utilizado por algumas
Disciplina de Morfologia
disciplinas de graduação na FORP/USP. O e Anatomia de Plantas
sistema consiste em um receptor de radio Vasculares (BIB – 313)
freqüência que é ligado ao computador e
a dispositivos individuais de respostas inte- Instituto de Biociências da Universidade de
rativas (respondedores) emissores de radio São Paulo
freqüência que se assemelham a controles
remotos. Em todo o momento o aluno res- Antônio Azeredo Coutinho Neto
antonioacneto@biologo.bio.br
ponde individualmente às questões referen-
tes a cada assunto ministrado em aulas teó- A Disciplina de Anatomia e Morfologia
ricas e as respostas podem ser vistas através Vegetal, oferecida no curso de graduação
de um histograma que é plotado de ime- em ciências biológicas, do Instituto de Bio-
diato pelo sistema. Ao inal de cada questão ciências (IB-USP), aborda, em seu programa,
a resposta correta é revelada e o professor questões sobre a organização dos elemen-
comenta as outras respostas erradas. Assim tos estruturais do vegetal, desde organelas
os dispositivos de interatividade funcionam até órgãos inteiros. De acordo com a dimen-
como instrumento de avaliação formativa, são da estrutura a ser estudada são usadas
possibilitando de forma rápida, avaliar os metodologias e equipamentos diferentes.
conteúdos ministrados e caso necessário, Em um estudo a nível celular utilizam-se
retorná-los imediatamente. Através de um microscópios, já para a observação de te-
questionário distribuído aos alunos (320) ou cidos ou órgãos, utilizam-se, por exemplo,
dos próprios respondedores e, utilizando es- estereoscópios. Na disciplina de morfologia
cala Likert (A- Concordo plenamente, B-Con- e anatomia de plantas vasculares os alunos
cordo, C-Indiferente, D-Discordo, E- Discor- incorporam os conhecimentos teóricos e
do plenamente) avaliamos o uso do sistema práticos sobre um gama de diversidade das
utilizado, através de duas perguntas relacio- estruturas vegetais de plantas vasculares.
nadas a atenção em sala de aula (questão A partir do Programa de Aperfeiçoamento
1) e entendimento do conteúdo ministrado do Ensino (PAE), que possibilita alunos de
(questão 2). Este estudo foi aprovado junto Pós-Graduação atuarem como monitores
ao Comitê de Pesquisa para realização das em disciplinas de graduação, foi possível
atividades (2015.1 940.989). Os resultados desenvolver experiência de docência supe-
mostraram que 42,5% dos alunos questiona- rior. Sem dúvidas a experiência de monito-
dos concordaram plenamente e 38,7% con- ria é de extrema importância para a forma-
cordaram que o uso deste sistema interativo ção acadêmica do futuro docente, todavia,
em sala de aula ajuda a prestar mais atenção questiona-se qual o ganho real de um alu-
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no pós-graduando nesta monitoria e qual ganham suporte destes alunos treinados
importância observada pelos graduandos previamente pelos professores responsáveis
a respeito da atuação deste monitor nas da disciplina, e pelos próprios professores
aulas? Frente a estas perguntas objetivou- responsáveis pela disciplina, pelo suporte re-
-se analisar o antes e depois da passagem cebido, na condução das aulas. Certamente
do aluno de pós-graduação pela monito- a presença de monitor em disciplinas de gra-
ria e também a necessidade e importância duação contribui para atingir os objetivos de
deste monitor para as aulas da graduação. ensino/aprendizado propostos.
Através da aplicação de questionário ava-
liou-se o monitor envolvido na disciplina no Gestão de Projetos em
início da monitoria a respeito de seus co- Gerontologia: Praticando
nhecimentos teóricos/práticos sobre a dis-
ciplina e sobre maneiras didáticas nas aulas
em Sala de Aula
de graduação. Após a passagem completa Escola de Artes, Ciências e Humanidades
pela experiência da monitoria avaliou-se da Universidade de São Paulo
também seu conhecimento teórico/prático
e seu aprendizado com relação à didática no Maria Luisa Trindade Bestetti, Tássia Monique
ensino superior. Também foram avaliados os Chiarelli
alunos através do questionamento quanto maria.luisa@usp.br; tassiamonique@usp.br
à necessidade e importância do monitor de
O curso de Gerontologia tem como obje-
pós-graduação durante as aulas de anatomia
tivo a formação integral, que visa ao impac-
e morfologia vegetal de plantas vasculares.
to positivo na qualidade de vida da pessoa
Os resultados quanto aos conhecimentos
especíicos adquiridos pelo monitor na dis- que envelhece, da sua família e comunida-
ciplina de anatomia e morfologia vegetal de de. O proissional egresso desse curso terá
plantas vasculares foram signiicativamente competência para participar ativamente das
importantes, já que o monitor, ao iniciar a transformações no peril epidemiológico
disciplina não possuía a percepção necessá- da população, bem como para prevenir os
ria para conduzir uma aula prática de anato- agravos e promover o envelhecimento sau-
mia e morfologia vegetal, ao im o mesmo dável, ativo e signiicativo. A disciplina Ges-
apresentou capacidade de conduzi-la sem tão de Projetos em Gerontologia é ofereci-
a necessidade da intervenção do professor da aos acadêmicos do 3o semestre, visto ser
para responder as dúvidas dos alunos. Ava- um conteúdo fundamental para a formação
lia-se como positivo o fato dos professores de proissionais que atuem como gestores,
responsáveis pela disciplina prestarem orien- consultores ou pesquisadores na área do
tações ao monitor anteriormente à aula, con- envelhecimento e da velhice.
tribuindo assim com a melhor preparação Para que haja um projeto, é preciso de-
deste aluno para responder questionamen- inir claramente a demanda, analisando o
tos levantados pelos alunos durante as aulas. ambiente através de ferramentas de pla-
Já para alunos da graduação que frequenta- nejamento estratégico, o que pode garan-
ram a disciplina, a presença e o suporte do tir viabilidade e sustentabilidade nos re-
monitor são fundamentais para o bom fun- sultados. Adotamos as recomendações do
cionamento da aula de anatomia e morfolo- Project Management Institute – PMI, onde
gia vegetal de plantas vasculares. Para estes o projeto segue um ciclo de vida com ini-
alunos, durante as aulas práticas, em que são ciação, planejamento, execução e encerra-
empregados protocolos de visualizações ce- mento, mantendo o controle nas duas fa-
lulares, com corantes e cortes anatômicos, é ses intermediárias. As equipes gerenciam
necessário que haja suporte de um monitor. 10 áreas de conhecimento: escopo, tempo,
Conclui-se que os ganhos são mútuos, tanto custo, qualidade, comunicação, pessoas, ris-
para o aluno que se submete ao processo de cos, aquisições, stakeholders e integração,
monitoria, para os alunos de graduação que adequando o projeto a cada mudança ne-
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cessária. Este complexo conteúdo deve ser tões discursivas que abordem o processo de
trabalhado no total de 30h/a, o que deter- projeto e as áreas de conhecimento.
mina que se busque uma metodologia que
permita sua compreensão clara e garanta a Ensino de Morfologia
efetividade do aprendizado. Vegetal: Da Aula Expositiva
Foram propostas duas etapas, sendo a
primeira teórico-prática a partir da apre-
à Participativa
sentação dos conceitos e de exercícios de Escola Superior de Agricultura Luiz de
assimilação, sendo adotadas dinâmicas em Queiroz da Universidade de São Paulo
equipes e compartilhamento de resultados
em sala, simultaneamente com a alimenta- Marcilio de Almeida, Eveline Calderan Meneghetti,
ção de uma página virtual com acesso de Vânia Galindo Massabni
todos os envolvidos no curso, desenvol- mdalmeida@usp.br
vendo material de pesquisa e memória das A disciplina “Morfologia Vegetal” é obri-
aulas. Nesse momento, foi promovida uma gatória para o primeiro semestre dos cursos
roda de conversa com quatro proissionais de graduação em Engenharia Agronômica
gerontólogos que utilizam projetos em di- e Engenharia Florestal da ESALQ. Nos anos
ferentes atuações, permitindo uma amostra anteriores, ela estava organizada em aulas
de aplicação real dos princípios desenvolvi- expositivas e subsequente análise prática de
dos em sala de aula. Ao inal, com o tema estruturas morfológicas das plantas, onde
geral Doença de Alzheimer como mote dos cada aluno recebia um material e classiica-
projetos a serem desenvolvidos pelas oito va-o, a correção era feita pelo professor de
equipes, houve apresentação em formato todo material ao inal da aula gerando no-
de pitch, com entrega das propostas para tada a falta de motivação dos alunos. Na
avaliação parcial dos resultados. A avaliação prática docente, metodologias que visam
envolve o registro entregue, a apresenta- à construção do conhecimento pelo aluno,
ção, as notas atribuídas pelas equipes parti- por meio de sua análise, dedução, compa-
cipantes e a efetiva utilização do instrumen- ração e outras ações estão de acordo com
to virtual coletivo de pesquisa. pressupostos socioconstrutivistas para a
A segunda etapa, eminentemente práti- aprendizagem. O envolvimento do estudan-
ca e a ser iniciada no dia 18 de maio p.v., te com os conhecimentos de uma área, em
envolve o desenvolvimento de projetos a um processo de indagação e busca pessoal
serem deinidos e executados, sendo que do conhecimento, torna a aula um momento
o encerramento deverá ser discutido atra- de construção na qual o professor situa-se
vés de apresentações a uma banca avalia- como um mediador do processo de aprendi-
dora, ainda considerando os produtos a zagem. Cabe ao professor, para mediar este
serem entregues como relexo dos concei- processo, elaborar formas de ensino para
tos apresentados. A cada aula as equipes interação entre alunos e questionamento de
devem comprovar a evolução do trabalho, suas próprias ideias, as quais são reorganiza-
de modo a que possam, no inal do curso, das para a compreensão do tema. Segundo
observarem a transformação no aprendiza- Becker (2010), para a construção do conhe-
do, através da retomada de todas as etapas cimento, reorganizamos as ideias e as eleva-
anteriormente registradas e que podem de- mos a um novo patamar de compreensão,
monstrar esse crescimento. o que origina novas ideias e formas de pen-
Uma avaliação da disciplina será estimulada sar. Nesse contexto, o objetivo deste estudo
logo após o lançamento de notas, de modo a é descrever um novo formato para as aulas
caracterizar o trabalho colaborativo proposto práticas de Morfologia Vegetal, idealizado
e para alimentar as mudanças a serem per- pelo docente responsável, e analisar sua co-
cebidas para aprimoramento da proposta nas erência aos pressupostos da construção de
novas edições. Havendo casos de recupera- conhecimentos. As aulas práticas foram or-
ção, será aplicada prova individual com ques- ganizadas por temas, nas quais o material
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vegetal referente à aula era disposto aos nhecimento dos instrumentos e sistemas de
alunos, já com sua identiicação e um roteiro controle. Portanto, foram construídos por
com a sua classiicação morfológica (gabari- alunos módulos de demonstração que fos-
to). Em cada aula, os alunos foram divididos sem operáveis em sala com intenção de de-
em grupos de quatro e no início o professor monstrar, junto com a teoria, a funcionalida-
fazia um direcionamento para a atividade. de de instrumentos de medida de diferentes
Durante a atividade, os alunos preenchem ro- parâmetros, tais como temperatura, pressão,
teiro, investigando as partes da planta e de- vazão, velocidade de rotação, oxigênio dis-
duzindo que estrutura estavam observando, solvido e viscosidade. Para a construção dos
por meio da análise visual, comparação com módulos de demonstração, o aluno con-
ideias prévias e discussão em grupo. Ao inal, tou com os instrumentos e espaço físico da
corrigiam de acordo com o gabarito entre- própria universidade, além de materiais de
gue junto com o material gerando discussão reciclo ou comprados. Para isso foram con-
prévia entre eles e, caso não entendessem a siderados alguns aspectos como a necessi-
correção, consultavam o professor. Ao inal dade de os módulos serem compactos e de
das aulas, o professor fazia um fechamen- fácil transporte, além de permitirem a clara
to ressaltando os pontos mais importantes. visualização da medida realizada, em sala
Observou-se elevada participação dos estu- de aula. O módulo de medida e controle de
dantes, mesmo daqueles usualmente menos temperatura foi construído com uma resis-
interessados. Conclui-se que a metodologia tência elétrica de 2500W que aquece a água
favoreceu a discussão entre os alunos, o in- de um recipiente. A resistência foi ligada a
teresse e respeito ao ritmo de cada um. Des- um termostato digital que mede e controla
sa forma, os alunos tiverem oportunidade de a temperatura, ou seja, desliga a resistência
serem os protagonistas da aula, enquanto o no momento que a temperatura desejada é
professor foi o mediador, de forma coerente atingida. Para a demonstração de pressão
com pressupostos da construção de conhe- foi utilizado um compressor ligado a um
cimentos em aula. manômetro que realiza a medida da pres-
são. Quanto ao módulo de vazão, também
Desenvolvimento de foi utilizado um compressor que, neste caso,
Módulos Demonstrativos de se liga a um rotâmetro para realizar a medi-
da de vazão, em litros por minuto. O módulo
Instrumentação e Controle de de demonstração de velocidade de rotação
Variáveis de Processos para foi montado com uma hélice metálica aco-
Ensino em Sala de Aula plada a um motor elétrico cuja velocidade
pode ser alterada. Em frente à hélice foi ixa-
Escola de Engenharia de Lorena da do um tacômetro óptico de modo que o fei-
Universidade de São Paulo
xe de luz emitido atingisse as pás da hélice
e fosse reletido, por uma ita reletora, para
Arnaldo Márcio Ramalho Prata
a medida da rotação pelo aparelho. Por im,
amrprata@usp.br
a viscosidade foi medida pela velocidade
Instrumentação é a ciência da adaptação de queda de esferas de materiais diferentes
de dispositivos e técnicas de medição, indi- dentro de um líquido em um cilindro verti-
cação, ajuste e controle nos equipamentos cal de vidro. Os módulos mencionados es-
e processos de fabricação. É indispensável tão sendo inalizados e algumas medidas já
para incrementar e controlar a qualidade foram realizadas com sucesso, como viscosi-
do produto, aumentar a produção e o ren- dade, velocidade de rotação e temperatura.
dimento, executar as funções de inspeção e Pelos testes feitos em laboratório, conclui-se
ensaios com maior rapidez e coniabilidade. que é perfeitamente viável o funcionamento
Devido à importância da instrumentação dos módulos em sala de aula.
na indústria, um aluno de engenharia deve
obter em sua formação acadêmica, um co-
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tivas, considerando os objetivos propostos
Avaliação no Ensino Superior: na disciplina e os objetivos de aprendiza-
gem (1. Diversidade - diversidade de assun-
Proposta de Uso do Portfólio tos e temas abordados relacionados com a
como Instrumento Avaliador EA; 2. Relação - expressa a integração de di-
em Educação Ambiental ferentes dimensões dos fenômenos estuda-
dos; 3. Fontes consultadas – diversidade de
Instituto de Geociências da Universidade materiais lidos e pesquisados; 4. Capacida-
de São Paulo de relexiva – expressa pelos comentários,
relações estabelecidas entre a realidade e
Denise de La Corte Bacci
os aspectos teóricos abordados; 5. Formas
bacci@usp.br
de Expressão e apresentação – representa a
A Educação Ambiental como disciplina no criatividade na elaboração, e 6. Saltos qua-
ensino superior é regulamentada pela Po- litativos – representam as mudanças apre-
lítica Nacional de Educação Ambiental (Lei sentadas pelos alunos ao longo do percur-
n° 9795/99), em seu Artigo 10. A Educação so formativo). A avaliação qualitativa não se
Ambiental avança na construção de uma relete apenas na competência técnica dos
cidadania responsável, estimulando inte- saberes, mas na dimensão das capacidades
rações mais justas entre os seres humanos de construir conhecimento e nas atitudes
e os demais seres que habitam o Planeta, que imprimem um comportamento ético à
para a construção de um presente e um fu- ação em relação ao ambiente. Assim foram
turo sustentável, sadio e socialmente justo. estabelecidos critérios que sugerissem mo-
Por ser uma disciplina no ensino superior, diicações nos saberes, valores e atitudes
a avaliação dos alunos é prática corrente e para com o ambiente, nas relexões sobre
necessária dentro do sistema universitário. as relações sociedade-natureza, na capaci-
A avaliação somativa é o tipo mais comum dade de análise crítica da realidade. O uso
utilizado, pautada geralmente por notas e do portfólio como instrumento de avaliação
testes. No entanto, após vários anos minis- revelou-se uma boa estratégia para EA, pois
trando esta disciplina observa-se que este foi possível perceber o percurso de elabora-
tipo de avaliação não se aplica à Educação ção, as mudanças promovidas ao longo do
Ambiental, que em sua práxis pedagógica, semestre e por proporcionar a cada aluno a
envolve o entendimento de uma educação possibilidade da relexão, construção e ree-
cidadã, responsável, crítica, participativa, laboração do processo de aprendizagem. Os
onde cada sujeito aprende com conheci- alunos precisam vencer a resistência inicial
mentos cientíicos e outros diversos saberes. em relação à proposta de avaliação, com-
O presente relato de experiência traz como preendendo que existem outros métodos
proposta de avaliação formativa o portfó- além das provas, considerando a aprendi-
lio, na disciplina de Educação Ambiental zagem como processo. O portfólio também
oferecida aos alunos ingressantes do curso foi um instrumento eicaz para o docente,
de Licenciatura em Geociências e Educa- que no decorrer da disciplina pode reavaliar
ção Ambiental. O portfólio é uma coleção sua prática e revisar procedimentos ado-
organizada e cuidadosamente selecionada tados na condição de formador de futuros
de materiais produzidos ao longo de um proissionais da educação.
determinado período de tempo, de modo
a documentar o que foi feito pelo aluno.
Apresenta como objetivos: estimular o pen-
samento relexivo; incentivar a relexão na e
sobre a ação; permitir fazer conexões entre
a teoria e a prática. Os critérios de avaliação
foram estabelecidos pelo professor de for-
ma que reletissem as modiicações qualita-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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propondo medidas adequadas” (88,52%);
Atributos que Caracterizam “demonstrar comprometimento com o seu
um Bom Modelo Proissional crescimento pessoal e proissional, procu-
rando sempre atualizar-se em novos méto-
(role model) em Terapia dos e conhecimentos de práticas proissio-
Ocupacional: Produzindo nais” (83,6%); “demonstrar entusiasmo com
sua proissão e área de escolha” (72,15%);
Dados para a Gestão “demonstrar boas habilidades clínicas com o
Educacional em Saúde paciente” (67,23%). Uma análise preliminar
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto também identiicou as características nega-
da Universidade de São Paulo tivas de um proissional, para que ele não
seja considerado um modelo positivo: “falta
Luciana Costa Silva, Maria Paula Panúncio-Pinto de empatia” (67,21%); “falta de interesse na
e Luiz Ernesto de Almeida Troncon proissão” (49,18%); “falta de proissionalis-
lucianacs02@gmail.com, mapaula@fmrp.usp.br, mo” (44,26%); “não ter bom relacionamento
ledatron@fmrp.usp.br com equipe de trabalho” (34,42%); “falta de
ética” (26,22%).
Introdução
Os estudantes desenvolvem suas ativida- Considerações Finais
des em diferentes ambientes educacionais, Embora esta abordagem inicial necessite
espelhando-se nas experiências proissio- conirmação e complementação, com am-
nais de seus professores preceptores e in- pliação da amostra de participantes e rea-
ternalizando modelos de atuação proissio- lização de grupos focais com estudantes e
nal. Este trabalho constitui a etapa explora- entrevistas semi-estruturadas com docentes
tória de uma pesquisa de doutorado. e proissionais terapeutas ocupacionais, de
modo a melhor aquilatar o signiicado destes
Objetivo achados, os dados obtidos neste estudo pre-
Identiicar a percepção de estudantes liminar sobre os atributos de um bom mo-
de Terapia Ocupacional sobre os atributos delo na formação do terapeuta ocupacional
mais importantes bons modelos de atuação poderão ser considerados em programas de
proissional. capacitação e desenvolvimento docente.
Resumo
O curso de Editoração inaugurou uma
nova grade curricular em 2012. Uma das
preocupações foi como abordar o desen-
volvimento de produtos digitais interativos
que não imitem apenas os produtos edi-
toriais impressos, como os livros, mas que
explorem intensamente a linguagem do
meio conectado de forma criativa e ino-
vadora, agregando valor à experiência do
usuário-prosumidor, dentro de seu contex-
to socioeconômico e cultural, naturalmente
complexo. O problema é de natureza inter-
disciplinar e tornou necessário expandir o
universo dos alunos de humanas para áreas Figura 1 - O diagrama do método adotado con-
que não tem tradição em seus currículos. forme MARTINEZ (2015c).
Buscamos fundamentos no campo do
Design de Interação. Este derivou de áreas O principal foco da disciplina está no pro-
que surgiram em meio aos cursos de Com- cesso criativo e os alunos desenvolvem no
putação e Engenharia como “Interação Hu- curso de um semestre o modelo conceitu-
mano-Computador” (IHC) e “Design Cen- al de um produto editorial digital interativo
trado no Humano” (DCH). Com o passar do que é prototipado em baixa idelidade.
tempo, tornaram-se presentes, no interesse Entre os principais resultados: entre 2013
dessas áreas, teorias e métodos oriundos e 2015 foram realizados 12 projetos de pro-
de humanas. Em especial: a abordagem do dutos editoriais digitais inovadores. Esta ex-
Design – e seu olhar sobre o lado criativo –, periência está sendo de grande valor e visa
e das Ciências Sociais – e sua valiosa contri- desenvolver no futuro Editor habilidades e
buição para o estudo do contexto através conhecimentos que o capacitem a integrar
de métodos qualitativos e etnográicos. equipes de criação de produtos editoriais
Assim, surgiu a disciplina “Design de Inte- digitais interativos com foco no humano.
ração para Editoração”, que entrou em vigor Também gera novas oportunidades para a
em 2013 e vem sendo aperfeiçoada desde atividade editorial em meio à crise da pro-
então (MARTINEZ, 2015c). issão. As iguras, a seguir, apresentam al-
Como abordagem metodológica para o guns protótipos de baixa e média idelidade
projeto, foi adotado o método representa- desenvolvidos em três projetos da discipli-
do pelo diagrama da igura, a seguir. Esse na.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 287
Collins. 2009.
2. Martinez, M.L. Ensinando design de
interação no curso de Editoração. In VI
Workshop sobre Ensino de IHC (WEIHC’15)
do XIV Simp. Bras. de Fat. Humanos em Sist.
Comput. 5-8. Salvador, BA. Brasil. 2015c.
3. Moggridge, B. Designing interactions.
Cambridge, MA: MIT Press. 2007.
4. Norman, D. The design of everyday
things: revised and expanded edition. New
York, NY: Basic Books. 2013.
5. Stolterman, E. The nature of design
practice and implications for interaction de-
Figura 2 - Fábrica de Historinhas – Projeto cri- sign research. International Journal of De-
ado por quatro alunas do curso de Editoração
sign 2,1: 55-65. 2008.
em 2014. Algumas telas exempliicando uma das
funcionalidades.
Relato de experiência de
alunos da Liga de Simulação
Clínica e Tecnologia
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo
Resultados
Antes do início do curso, a equipe peda-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 297
gógica e os proissionais de informática ofe- saberes, perspectivas e vivências pessoais-
receram treinamento aos pós-graduandos -proissionais. Podemos dizer que essa ex-
selecionados para a prática tutorial. Esse periência promoveu uma aprendizagem sig-
movimento buscou, inicialmente, desenvol- niicativa nos pós-graduandos contribuindo
ver nos tutores habilidades para o ambiente com sua formação docente, na medida em
online, por meio da aproximação às ferra- que aprendemos a conhecer, aprendemos a
mentas e aos recursos de ensino à distância fazer, aprendemos a viver juntos e aprende-
da plataforma Moodle de extensão, utilizada mos a ser – elementos essenciais para a for-
no curso. Posteriormente, houve o aprimo- mação e prática educacional.
ramento dos tutores, quanto à capacidade
de: acompanhar as atividades propostas Referência Bibliográica
pelos coordenadores; motivar os alunos a (1) Machado LD, Machado EC. O papel da
explorar o material disponibilizado para es- tutoria em ambientes de EAD. [Internet]. 2004
tudo, a realizar e enviar tarefas para avalia- abr. Disponível em: http://www.abed.org.br/
ção; bem como, manter a cordialidade na congresso2004/por/htm/022-TC-A2.htm
comunicação, saber ouvir “virtualmente” as
necessidades discentes (1) e especialmente, Descritores: educação à distância, tutoria,
lidar com os diferentes ritmos de acesso à especialização
plataforma e consequentemente, de apren-
dizagem. Então, na etapa de oferecimento O Programa de Tutoria como
do curso aos participantes - desenvolvida Espaço para Formação dos
entre os meses de agosto e dezembro de
2015 e organizada em três módulos de for-
Professores-Tutores do Curso
mação - os tutores realizaram de forma on- de Farmácia-Bioquímica da
line: leitura, síntese e discussão de textos; FCFRP-USP
postagem de mensagens, correios eletrô-
nicos, arquivos e notas; abertura de chats, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
fóruns de: apresentação, boas-vindas e de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
debates; orientação quanto ao manuseio
Márcia Mendes Ruiz Cantano
da plataforma; contato com a equipe peda-
marcia@fcfrp.usp.br
gógica para informar sobre as diiculdades
e as expectativas dos estudantes; além de O presente trabalho descreve a implan-
responderem dúvidas quanto aos aspectos tação e os resultados dos grupos de tuto-
organizacionais e administrativos do curso e ria, do Programa de Tutoria do curso de
da EERP-USP. Na etapa presencial - entre fe- Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ci-
vereiro e março de 2016 - os tutores acom- ências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da
panharam a visita dos alunos às dependên- Universidade de São Paulo (FCFRP-USP) sob
cias da EERP-USP, ao campus universitário e o ponto de vista dos professores tutores. O
à biblioteca central da USP. Durante a visita, Programa faz parte do Projeto Político Pe-
os alunos assistiram aulas sobre diversos dagógico do curso e é voltado aos estu-
assuntos relacionados à temática do curso, dantes dos três primeiros anos. A aborda-
além de estreitarem o vínculo, com seus tu- gem utilizada é a da tutoria acadêmica ou
tores e orientadores. tutoria “mentoring”, conforme descrito nos
estudos de Espinar (2008), Bellodi(2005),
Conclusão Santana(2009), Simão(2008) e Geib(2007).
O exercício da tutoria no ensino à dis- Entende- se que o percurso do estudante
tância proporcionou aos pós-graduandos: na Universidade é repleto de momentos
desenvolver e aprimorar competências e críticos. Inicialmente a chegada e a adap-
conviver - virtual e pessoalmente - com um tação à universidade, a novos métodos de
grupo bastante heterogêneo de alunos de ensino, a uma nova cidade. Durante o curso,
diferentes culturas, com distintos: interesses, o estudante de farmácia escolhe disciplinas
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 298
eletivas, área onde irá atuar, e os estágios.
Ao im, o estudante passa pelo processo
de ruptura com o curso. O Programa tem Formação Inicial de
por objetivos guiar a formação do aluno,
introduzindo-o à vida acadêmica, e ao fun- professores
cionamento da universidade, contribuindo
para uma formação integral; proporcionar
aos alunos de graduação acompanhamen-
Professor, Pibidian@S
to e apoio na escolha das disciplinas a se- E Alun@S: Construindo
rem cursadas, orientando a organização da Currículos De Educação
vida acadêmica e acompanhar os alunos
em suas diiculdades para conduzir o cur-
Física Na Perspectiva Cultural
so com o sucesso desejado, colocando-o Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
como protagonista de sua formação. Os Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
grupos de tutoria foram instalados no se-
gundo semestre de 2008 e constituem um Pedro Xavier Russo Bonetto, Carol Rodrigues
espaço diferenciado no qual é possível ouvir Cunha, Larissa Ferreira da Silva, Karina Andrade e
os estudantes e suas dúvidas e questiona- Adriana Martins
mentos que aparecem ao longo de sua tra- psorpedro@yahoo.com.br
jetória acadêmica. Para isso, são realizados Apresentamos como peça central do es-
encontros quinzenais entre os alunos e os tudo o currículo cultural de Educação Físi-
professores tutores para discussão a respei- ca, uma proposta alinhada às preocupações
to tanto de temas relacionados à estrutura do Multiculturalismo Crítico e dos Estudos
do curso, como temas de interesse do gru- Culturais com inspirações pós-estruturalis-
po. A função de cada professor-tutor é, em tas e que se arranja numa sociedade pós-
linhas gerais, acompanhar sistematicamen- -moderna e pós-colonizada. Enquanto ar-
te um grupo de estudantes. O tutor assume tefatos culturais, as danças, lutas, esportes,
a igura do guia, do mentor, de uma pessoa brincadeiras e ginásticas transmitem certos
mais experiente que irá mediar a resolução signiicados e representações de mundo,
dos conlitos que surgem durante o pro- sujeitos e sociedade, sendo então, função
cesso de formação proissional. Ao mesmo social da Educação Física nesta perspec-
tempo, os próprios tutorandos, vivenciando tiva, a tematização destas práticas corpo-
o papel de ouvinte, estabelecem entre si e rais de modo que os estudantes possam
com o tutor uma relação mútua de ajuda travar contato com as representações que
e coniança. Na perspectiva dos docentes, veiculam, a im de ampliar, aprofundar e
o Programa de Tutoria promove mudan- ressigniicar seus saberes sobre esta par-
ças em seu relacionamento com os alu- cela da cultura. O trabalho foi realizado no
nos. Depoimentos dos professores-tutores ano de 2016, em uma escola municipal de
mostram que estes desejam interagir com São Paulo, com uma turma de 6o ano do
os estudantes além da aula formal, com- ensino fundamental. Pautados no currícu-
partilhar sobre a vivência na Universidade lo cultural do componente, anunciado no
e estabelecer vínculo de coniança com os currículo oicial do município de São Pau-
estudantes. Contribuir não só para a for- lo, o professor, pibidian@s e alun@s cons-
mação acadêmica dos alunos, mas também truímos currículos de Educação Física nos
para o seu crescimento como ser humano quais tematizamos o Parkour e o Minecraft.
é um objetivo comumente levantado pelos Os currículos foram elaborados a partir de
docentes. O trabalho discute a dimensão procedimentos de ensino, tais como mape-
afetiva e social da docência, que faz parte amento, ressigniicação, aprofundamento e
dos saberes que os docentes devem lançar ampliação dos conhecimentos veiculados e
mão em sua prática pedagógica. registro e avaliação do processo educacio-
nal. Também seguiram princípios didáticos,
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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dentre eles o 1) Reconhecimento da cultura gênero, níveis de habilidade, local de ocor-
corporal dos estudantes; 2) Justiça curricu- rência, histórias pessoais, religião, entre ou-
lar, 3) Evitar o daltonismo cultural; 4) Anco- tros. Uma proposta com esse teor recorre à
ragem social dos conhecimentos e 5) Des- política da diferença por meio do reconhe-
colonização do currículo. Nessa concepção, cimento das linguagens corporais daqueles
pibidian@s puderam fazer contato com as grupos sociais quase sempre silenciados.
funções sociais da escola pública, vivencia- Desde o início do subprojeto, licenciandos
ram a elaboração de currículos pautados e professores-supervisores frequentam reu-
nos princípios democráticos, cujo objetivo niões mensais realizadas na universidade:
é o reconhecimento dos indivíduos em suas uma de acolhimento – que resultou da pre-
mais diversas condições de diferença. ocupação dos coordenadores com a rota-
tividade dos licenciandos e a necessidade
O PIBID Pedagogia de, em todas as reuniões, explicar questões
Implicações na Formação burocráticas do subprojeto – e as de forma-
ção, nas quais são discutidos referenciais
dos Estudantes de Pedagogia teóricos e realizadas análises de situações
Faculdade de Educação da Universidade extraídas da rotina escolar, que possibilitam
de São Paulo a compreensão e articulação da base teóri-
ca do currículo cultural. Isto se deu durante
Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez e os primeiros 18 meses de desenvolvimento
Marcos Garcia Neira do subprojeto. Os professores-supervisores
kpagnez@usp.br participam de reuniões formativas quinze-
nais em separado, nas quais é discutida a
Resumo perspectiva cultural da Educação Física, com
A diversidade cultural impõe novas res- base em leituras prévias. A bibliograia bási-
ponsabilidades à escola, longe de constituir- ca é selecionada a partir das demandas do
-se em obstáculo ou problema, o convívio grupo com base nas diiculdades que en-
com as diferenças possibilita a construção frentaram no desenvolvimento da proposta
de práticas pedagógicas que visem atender nas escolas. A experiência tem demonstra-
às demandas de todos os alunos da sala de do que à medida em que os licenciados am-
aula. Neste subprojeto consideram-se todas pliam seus conhecimentos, constroem no-
as diferenças quais sejam: biológicas, cultu- vas formas de colocar a perspectiva cultural
rais, sociais, econômicas dentre outras. O da Educação Física em ação por meio de
subprojeto Pedagogia O trabalho colabora- práticas elaboradas em parceria com os su-
tivo para a construção de práticas corporais pervisores o que possibilita sua construção
inclusivas em escolas de educação infantil e oferecendo-lhes novas facetas e particula-
ensino fundamental I na Faculdade de Edu- ridades, reinventando-as constantemente.
cação da Universidade de São Paulo teve O contato com a Educação Especial tem
início em 2014, nele são articuladas duas contribuído para a construção de um olhar
áreas do conhecimento a educação física e mais cuidadoso e próximo dos bolsitas de
a educação especial, buscando irmar uma iniciação para os estudantes nas unidades
parceria e a consolidação de trabalho cola- escolares, tanto os que apresentam alguma
borativo. Neste trabalho o recorte diz res- deiciência quanto aos sem deiciência.
peito ao período de formação e intervenção
nas escolas a partir da perspectiva cultural
da Educação Física que busca inspiração nos
pressupostos teóricos dos Estudos Culturais
e do multiculturalismo crítico para temati-
zar as práticas corporais disponíveis na so-
ciedade e questionar os marcadores sociais
nelas presentes: condições de classe, etnia,
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EE Clóvis de Oliveira, EMEF Roberto Mange,
Núcleo de Avaliação Institucional EE Castro Alves e a EMEF Infante Dom Henri-
que, além da DRE Butantã.
da FEUSP: Estágio, Formação e A formação continuada oferecida pelo Nú-
Ação em Escolas Públicas cleo (por meio da extensão universitária) pro-
Faculdade de Educação da Universidade de cura: por um lado, contribuir com a formação
São Paulo de gestores e professores da educação básica
capazes de promover processos de avaliação,
Renato Melo Ribeiro, Afonso Martins Andrade planejamento e desenvolvimento institucio-
renatoribeiro@usp.br nal de suas escolas; por outro, formar super-
visores de estágio sediados na escola básica
O Projeto de Estágio Curricular em Escolas capazes de contribuir com a formação de fu-
Campo do Núcleo de Avaliação Institucional turos professores comprometida com a quali-
da Faculdade de Educação da USP (FEUSP) é dade social da escola pública. Ou seja, a pro-
voltado para alunos de Política e Organiza- posta é envolver a comunidade escolar das
ção da Educação Básica no Brasil (POEB), dos instituições parceiras e os estagiários curricu-
Cursos de Licenciatura e Pedagogia, interes- lares da FEUSP em um projeto integrado de
sados na temática da Avaliação Institucional formação/ação, compondo a sinergia políti-
da escola básica: uma estratégia de avaliação co-pedagógica para a discussão e promoção
participativa no nível do estabelecimento de da Avaliação Institucional da Escola Pública.
ensino, que conta com a adesão e participa- Sob a coordenação das docentes, profes-
ção dos avaliados, ou seja, dos sujeitos real- sora Dr.a Sonia M. P. Kruppa e Dr.a Lisete R.
mente envolvidos com a instituição escolar e G. Arelaro, o projeto de estágio do Núcleo
conhecedores do contexto local e do entor- de Avaliação Institucional conta com o apoio
no social da escola. da Comissão de Graduação (CG), da Comis-
Em consonância com as diretrizes estabe- são Coordenadora de Curso de Licenciaturas
lecidas no Programa de Formação de Profes- (CoC-Licenciaturas), da Comissão Coordena-
sores da USP (2004)1, o projeto visa: dora de Curso de Pedagogia (CoC-Pedago-
1. Oferecer aos licenciandos da FEUSP ex- gia) e dos educadores do Programa de For-
periências signiicativas de estágio curricular mação Professores.
voltado para a formação de um professor
capaz de participar ativamente dos proces- Nota
sos de Avaliação Institucional Participativa da 1
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PRO-
escola; FESSORES DA USP (2004). Disponível em:
2. Desenvolver ações de formação continu- http://www4.fe.usp.br/programa-de-for-
ada dos proissionais das escolas parceiras. macao-de-professores/apresentação. Aces-
O percurso de estágio curricular proposto so em: 20/05/2016.
inclui: trabalho de campo em escolas públi-
cas parceiras; encontros formativos com pro- Formação inicial de
issionais da educação básica (pertencentes professores para a educação
ao Núcleo); e encontros de orientação de es-
de surdos na produção
cientíica na Pós-Graduação
tágio mediados pelos pesquisadores do Nú-
cleo, com auxílio de educadores e monitores
do Programa de Formação de Professores. Faculdade de Filosoia, Ciências e Letras de
Neste primeiro semestre, 25 estagiários Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
inscreveram-se no projeto para desenvolver
seus estágios em seis escolas públicas e uma Melaine Duarte Ribeiro Muttão, Ana Claudia Balieiro Lodi
Diretoria Regional de Educação do municí- melaine@usp.br, analodi@ffclrp.usp.br
pio de São Paulo: além da, atualmente, seis
escolas públicas participam do Projeto: EMEF O presente trabalho é derivado da disser-
Armando C. Righetti, EMEI Epitácio Pessoa, tação de mestrado intitulada “Formação de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 301
professores, educação de surdos e a produ- e prática. A desvalorização do professor e o
ção cientíica na Pós-Graduação”, em desen- despreparo para a educação de surdos, leva
volvimento no Programa de Pós-graduação a necessidade de formação continuada de
em Educação da Faculdade de Filosoia, Ci- professores, que devem buscar alternativas
ências e Letras de Ribeirão Preto/USP. Para para o desenvolvimento de ações relexivas
a pesquisa, consideraram-se os estudos de- e críticas sobre suas práticas.
senvolvidos entre 1994 a 2014, período em
que foram promulgadas novas legislações Referências
relativas à educação de surdos, como: a) a BRASIL. Lei no 10.436, de 24 de abril de
Lei no 10.436/02, que reconhece a língua 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de
brasileira de sinais como aquela usada pe- Sinais e dá outras providências. 2002. Dis-
las comunidades surdas brasileiras; b) o De- ponível em: <http://www.planalto.gov.br/
creto Federal no 5.626/05 que reconhece o ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em
direito desse grupo social à educação bilín- abril de 2015
gue; e c) a Política Nacional de Educação Es- BRASIL. Decreto no 5.626, de 22 de de-
pecial na Perspectiva da Educação Inclusiva zembro de 2005. Regulamenta a Lei no
que preconiza a educação inclusiva nas es- 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe
colas brasileiras. Observou-se, no levanta- sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, e
mento realizado na Biblioteca Digital Brasi- o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezem-
leira de Teses e Dissertações (IBICT), que, no bro de 2000. 2005. Disponível em: <http://
período, foram produzidos 101 pesquisas www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
que relacionam formação de professores e 2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso
educação de surdos; destas, 69 discutiram a em abril de 2015
formação inicial de professores. Não foram BRASIL. Política Nacional de Educação Es-
encontrados estudos sobre a temática no pecial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
período de 1994 e 2001. A primeira disser- MEC/SEESP, 2008. Disponível em: <http://
tação é de 2002, e nela o autor discute que portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/poli-
a prática pedagógica, grande responsável tica.pdf>. Acesso em abril de 2015.
pelas relexões sobre a formação do profes-
sor, não ocorria no período inicial, demons- O Programa de Formação
trando que esta se mostrava deicitária para de Professores e a Pós-
a educação de surdos. No período entre
2005 e 2014, quando a educação bilíngue
Graduação: Estabelecendo
foi posta em diálogo com a educação in- Pontes entre a Pós-Graduação
clusiva, foram produzidas 37 dissertações e e a Escola Pública
30 teses que discutiam o currículo da for-
mação inicial de professores, considerando- Faculdade de Educação da Universidade de
-se as legislações e os documentos oiciais São Paulo
que versam sobre a educação para surdos.
Dos 67 trabalhos encontrados, 60 airmam Afonso Martins Andrade, Renato Melo Ribeiro
que há uma lacuna na formação inicial de afonso@usp.br
professores, que não tem contemplado re- O documento fundador do Programa de
lexões didático-pedagógicos para a edu- Formação de Professores da USP1 estabelece
cação de surdos; reconhecem que, frente como uma das atribuições da universidade
a inexistência destas, formações continua- a colaboração “com a escola na formação
das tem sido valorizadas como lócus para continuada de seus professores, na asses-
o desenvolvimento deste conhecimento. A soria e elaboração de projetos e em outras
maioria dos trabalhos aponta assim que, as possibilidades de atuação” (2004, p. 28). Para
necessidades na educação dos surdos não somar às ações já realizadas pela Universi-
estão sendo contempladas na formação ini- dade e estreitar o vínculo da Faculdade de
cial, havendo uma dicotomia entre a teoria Educação com as escolas que recebem os
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 302
estagiários dessa Faculdade, os educadores Finalizada a fase de inscrições, recebemos
do PFP/FEUSP, com apoio institucional das 36 propostas de projetos atendendo aos
CoC Pedagogia e Licenciaturas, foi proposto mais variados temas, dentre eles: Política
o projeto Pós-Graduandos na Escola. Educacional, Proissão Docente, Formação
O Projeto busca estimular os pós-gradu- de Estudantes, Tecnologia – TIC, Diversida-
andos da Faculdade de Educação e do Inte- de, Educação Infantil, Educação Especial e
runidades a realizarem intervenções formati- Educação em Ciências. As propostas agora
vas nas escolas públicas que integram a lista partem para um processo de organização
de escolas para realização de estágios do e sistematização, a partir do envio de um
PFP-FEUSP, contemplando temas de interes- projeto mais elaborado e sua posterior dis-
se da comunidade escolar. Oferecer às esco- ponibilização junto às escolas.
las públicas que compõem a lista de escolas Desta maneira, as escolas, a partir do 2o
atividades formativas desenvolvidas por es- semestre de 2016, poderão escolher quais
tudantes de pós-graduação, na forma de pa- projetos querem ver aplicados e difundidos
lestras, oicinas, vivências, minicursos, entre em suas unidades. Os projetos serão dispo-
outros formatos. Com temas diversos, de in- nibilizados em uma plataforma digital no
teresse das instituições públicas de educação site do Programa de Formação de Professo-
básica, as atividades poderão ser direciona- res da FEUSP.
das a diferentes segmentos da comunidade
escolar (gestores, professores, estudantes ou Notas
1
comunidade externa), cabendo aos educa- PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PRO-
dores do PFP-FEUSP o planejamento, orga- FESSORES DA USP (2004). Disponível em:
nização e coordenação do Projeto. http://www4.fe.usp.br/programa-de-for-
O PFP-FEUSP oferece aos estudantes das macao-de-professores/apresentação. Aces-
licenciaturas uma lista de escolas para rea- so em: 20/05/2016.
2
lização dos estágios curriculares. Essas es- Alguns dos temas apontados: ensino de
colas são visitadas regularmente por educa- ciências no Ensino Fundamental I, Educação
dores que, na ocasião da visita, apresentam Infantil, construção de projetos educativos,
a organização dos estágios da Faculdade, gênero e diversidade, alfabetização, ludicida-
levantam informações sobre a realização de no ensino de matemática, dentre outros.
dos estágios na escola e identiicam temas
de interesse para o desenvolvimento de ati- A Avaliação e o Currículo
vidades junto à comunidade escolar. Cultural de Educação Física:
As escolas indicam temas2 a partir dos
quais os educadores contatam docentes
Recalculando a Rota
da FEUSP e veriicam a possibilidade de Faculdade de Educação da Universidade de
realização de alguma atividade junto às São Paulo
unidades escolares. As atividades, apesar
de fundamentais para a consolidação da Marcos Garcia Neira, Arthur Müller, Renan
relação da universidade com as escolas Moser, Mariana Freire, Milena Andrade Toschi
públicas, são insuicientes. Desta maneira, mgneira@usp.br
serão oferecidas às escolas propostas ela-
boradas e apresentadas pelos pós-gradu- Resumo
andos como complementação do trabalho O presente trabalho é um recorte dos es-
já oferecido. As atividades desenvolvidas tudos das práticas pedagógicas realizadas
pelos pós-graduandos serão referendadas em uma escola estadual de São Paulo, no
pelos seus respectivos orientadores. Para o qual o docente, utilizando o currículo cultu-
pós-graduando será uma oportunidade de ral de Educação Física e seus pressupostos,
desenvolvimento do currículo pessoal e da que pese os Estudos Culturais, o Pós-estru-
experiência junto aos professores e escolas turalismo e o Multiculturalismo Crítico (In-
públicas da rede. terculturalismo), pratica a avaliação instru-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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mento fundamental para a reorganização
(reorientação) das ações didáticas de acor- Brincadeiras no Currículo
do com o objetivo dos estudos e do docu-
mento oicial da unidade escolar. Desenvol-
Cultural: Uma Experiência de
vemos, assim, uma forma diferente àquela Formação de Professores
considerada anteriormente por outros cur- Faculdade de Educação da Universidade de
rículos de Educação Física, ressigniicado e São Paulo
não restringindo a simples veriicação dos
conteúdos apreendidos pelos estudantes e Marcos Garcia Neira, Dayane Maria de Oliveira
atribuindo-lhes notas por isso. Na esteira Portapila e Priscila Sales Luz
do currículo cultural, os registros discentes mgneira@usp.br
são analisados pelo docente e pelos “pibi-
dianos”, em que, a partir da elaboração de O sub-projeto “O trabalho colaborativo para
seu Caderno de Registros, aula a aula reo- a construção de práticas corporais inclusi-
rienta sua prática, num constante processo vas em escolas de Educação Infantil e Ensino
de ida e vinda, construção e reconstrução, Fundamental I” da Faculdade de Educação da
signiicação e ressigniicação. Para o pre- Universidade de São Paulo do Programa Ins-
sente trabalho, debruçamos nossas aná- titucional de Bolsas de Iniciação à Docência
lises no material produzido pelo docente (PIBID), foi desenvolvido sob a coordenação
durante sua prática pedagógica junto aos dos Professores Doutores Marcos Garcia Neira
alunos e alunas, ressaltando a importância e Karina Soledad Maldonado Molina Pagnez,
do PIBID nessa complexa prática de análise com o objetivo em corroborar na formação
de registros e reorientação didática. A esse dos graduandos da Pedagogia, que foram su-
compilado de registos, o professor denomi- pervisionados por professores que trabalham
nou Caderno de Registros. Enfocamos exa- na perspectiva do currículo cultural nas aulas
tamente o processo de relexão docente e de Educação Física. E para isso, foram realiza-
os argumentos que o levaram a reorientar das reuniões de formação onde as discussões
suas ações para as aulas seguintes, de acor- eram em torno de textos, atividades, vídeos
do com as falas das crianças, seus desenhos que tinham como fundamentação os estudos
e observações pessoais do próprio docente. culturais, o multiculturalismo crítico, o currículo
O trabalho de pesquisa ainda se encontra cultural e a inclusão. Como o principal objetivo
na fase de análises dos registros docentes, do PIBID é entrelaçar a prática com a teoria os
mas alguns indícios já podem ser observa- graduandos foram para as escolas. Na Escola
dos. Como exemplo, ressaltando o fato de municipal Educandário Dom Duarte localiza-
que o currículo cultural não pretende ado- da ao oeste da cidade de São Paulo o Projeto:
tar um caráter salvacionista e por essa ra- Brincadeiras no Currículo Cultural seguiu com a
zão, mesmo com as constantes reorienta- participação de uma graduanda da Pedagogia
ções didáticas docentes, alguns estudantes e pela professora supervisora da escola. Nessa
mantiveram suas representações acerca das escola a graduanda participou da elaboração
diferentes práticas corporais estudadas. O e desenvolvimentos das atividades de ensino.
diferencial, portanto, nessa prática é consi- No currículo cultural as aulas de Educação Fí-
derar as vozes discentes nas praticas tema- sica, as atividades sempre são planejadas com
tizadas. base na anterior, tecendo o conhecimento a
respeito, nesse caso, das brincadeiras com os
alunos e professores, tem como objetivo reco-
nhecer e problematizar a cultura corporal dos
alunos da escola e da comunidade em que vi-
vem para a elaboração das aulas subsequen-
tes, baseando-se nas propostas dos Estudos
Culturais. Com este objetivo, as pesquisas e
participação dos alunos nas discussões, tem
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função primordial na elaboração e orientação anos articulado ao projeto coletivo da uni-
das aulas. O Projeto ocorreu no primeiro se- dade escolar PEA (Projeto Especial de Ação),
mestre de 2016 com o intuito de reconhecer, que teve como tema: A prática pedagógica
ampliar, vivenciar, aprofundar e ressigniicar e sua colaboração na produção de relações
os conhecimentos acerca da temática brin- sociais mais justas e democráticas também
cadeiras. No decorrer do projeto percebe- norteou este trabalho que se assumi como
mos que os alunos não identiicavam que a currículo cultural. Assim nossa proposta de
mesma brincadeira era conhecida de formas estudo fez uso do mapeamento que iden-
diferentes, com distintos nomes, regras, espa- tiicou e reconheceu os saberes dos estu-
ços e idades. Trouxemos vídeos e pessoas que dantes, nos aproximando das diferentes re-
conhecessem de formas diferentes, para pro- presentações de lutas nos permitindo pla-
blematizar e para que eles ressigniicassem as nejar momentos de troca de experiências,
brincadeiras. Em outro momento, identiica- relexão, discussão posicionando-os como
mos preconceitos em torno dos marcadores sujeitos leitores, colaboradores e produto-
sociais: a questão do gênero e das “diferenças res culturais. Inspirados pelas teorias crítica
corporais” izemos atividades de ensino que e pós-crítica da educação nos respaldamos
problematizassem essas questões, trouxemos no multiculturalismo crítico colocando nos-
imagens de pessoas com diferentes corpos, sas lentes focadas nas produções discursi-
nos dias atuais e em quadro antigos como o vas de alguns estudantes que signiicaram a
da “Monalisa” do pintor Leonardo Da Vinci capoeira como macumba atribuindo de for-
para discutirmos e mostrarmos que as dife- ma pejorativa sua dimensão religiosa como
renças são produzidas discursivamente em a diferença. Preocupados com essas ques-
meio as relações de poder, são inluencias tões o professor e as professoras colabora-
pelo contexto histórico cultural, e podem ser doras do PIBID, impulsionados a ir além de
modiicadas e que em meio a cada cultura o identiicar as relações assimétricas de poder
discurso se modiica, ou não. O sub-projeto marcadas pelas questões étnicos raciais e
foi de suma importância para todos os envol- religiosas, organizamos práticas pedagó-
vidos no processo, para a professora super- gicas de aprofundamento sobre o covarde
visora e para a graduanda que analisaram o processo de escravidão que o povo Africano
processo de construção de conhecimento das foi submetido e como reconstruíram pela
aulas, as discussões e problematizações com resistência e luta suas identidades culturais.
os alunos apoiadas nas reuniões de formação, Foi dentro desse processo dialógico que as
para os alunos que tiveram atividades em que pesquisas, os vídeos e as dinâmicas foram
suas práticas corporais eram reconhecidas, de fundamental importância para tecermos
suas experiências e visões que foram ressigni- novos saberes problematizando questões
icadas, aprofundadas e ampliadas. como: a intolerância religiosa e o processo
de formação do Candomblé e sua resistên-
Lutando Contra os Preconceitos: cia ao Catolicismo; a origem da capoeira e
Uma Experiência de Formação sua relação com o sagrado; compreende-
mos como essas diferenças e desigualdades
de Professores no Âmbito do culturais foram sendo produzidas e impos-
PIBID tas por grupos culturais dominantes. Este
projeto está sensível às condições das dife-
Faculdade de Educação da Universidade de
São Paulo renças pelas quais a Capoeira e o Candom-
blé, práticas culturais dos negros, escravos,
Marcos Garcia Neira Alessandro Marques da Cruz pobres e macumbeiros foram sendo produ-
mgneira@usp.br zidas. Avaliamos que nosso estudo colabo-
rou na valorização da cultura afro-brasileira
Resumo questionando as injustiças sociais e as ver-
O Projeto lutas na EMEF Professor Roberto dades absolutas naturalizadas ao longo da
Mange desenvolvido com as turmas dos 8° história por aqueles os quais seus interesses
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05 e 06 de julho de 2016 - Campus USP “Luiz de Queiroz” - Piracicaba/SP 305
faziam se representar pela posição de poder do Programa Institucional de Bolsas de Ini-
oprimindo grupos de menor representativi- ciação á Docência (PIBID) da Faculdade de
dade submetendo-os a condições desiguais. Educação da Universidade de São Paulo,
Os registros dos discursos dos/as estudantes sob a supervisão da Professora Jacqueline
durante o projeto nos mostram a sua impor- Cristina Jesus Martins. Os bolsistas atuam e
tância na desconstrução do preconceito ét- colaboraram com as aulas do componen-
nico racial e religioso. Dividimos com vocês te curricular educação física em diferentes
caros leitores os caminhos e possibilidades turnos e com diferentes grupos. O trabalho
que encontramos no tecer constante onde o realizado no CIEJA, é realizado no compo-
diálogo com outras manifestações culturais nente curricular educação física, na constru-
principalmente aquelas pertencentes aos ção de práticas pedagógicas na EJA, visan-
grupos historicamente sem poder, possibi- do a construção de aulas do componente
litou aproximar, experimentar, analisar e co- curricular numa perspectiva cultural e com
nhecer outros discursos não familiares mais práticas sensíveis ás diferenças.
necessários para a produção de novas sig-
niicações. É na escola pública onde as dife- Objetivo
rentes culturas se encontram que buscamos Contribuir na formação dos estudantes
estabelecer nas suas fronteiras diálogos com do curso de pedagogia da Faculdade de
as diferenças utilizando se do multicultura- Educação da USP, visando ampliar os co-
lismo crítico para compreender e identiicar nhecimentos desses estudantes sobre as
como os discursos hegemônicos estabele- escolas públicas, e a construção de práti-
cem suas verdades produzem desigualda- cas corporais inclusivas através do trabalho
des, assim nos propomos desconstruir tais colaborativo entre os bolsistas e a super-
verdades compreendendo suas formas de visora.
regulação. É nessa artistagem do currícu-
lo cultural em ação que tecemos e produ- Método
zimos intervenções que validam modos de Enquanto forma de organização das ações
ser, pensar, vestir, estar e agir na sociedade dos bolsistas, além do acompanhamento das
que até então foram negados, nossa luta é aulas durante o horário da turma, mantemos
por uma sociedade mais justa e democrática. reuniões no espaço escolar para planejar-
mos, avaliarmos, discutirmos alguns textos,
O Trabalho Colaborativo para a prepararmos materiais para as próximas au-
Construção de Práticas Corporais las, assistirmos vídeos, entre outras coisas
que avaliamos ser importante para a forma-
Inclusivas: O PIBID no CIEJA ção dos bolsistas e da supervisora, pois en-
Aluna Jessica Nunes Herculano tendemos que a docência não se dá apenas
*Centro De Integração De Educação De no momento em que estamos na aula com
Jovens E Adultos os alunos, mas também nos momentos que
**Faculdade de Educação da Universidade antecedem e sucedem as aulas. Também faz
de São Paulo parte das ações formativas dos bolsistas e
supervisores, reuniões mensais na Univer-
Marcos Garcia Neira **, Jacqueline Cristina Jesus sidade para leituras, estudos e socialização
Martins *, Matheus Rodrigues Pesso Salgado**, Sheila das práticas nas demais escolas que compõe
Perina**, João Luís de Abreu Vieira**, Stefi Lorena o projeto. Além dos momentos de acom-
Pesso Salgado** e Ana Paula Vicente Ferreira** panhamento das aulas e de reunião com o
mgneira@usp.br grupo, mantivemos também uma rotina de
registros das atividades realizadas através de
Desde o ano de dois mil e catorze o um grupo no facebook, pois entendemos
Centro Integrado de Educação de Jovens que era uma forma fácil e rápida de disponi-
e Adultos Aluna Jéssica Nunes Herculano bilizarmos os registros de fotos e vídeos das
(CIEJA Butantã) vem recebendo bolsistas atividades realizadas.
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Resultados de veriicar, em caráter exploratório, como
É possível airmarmos que tivemos algu- os estudantes desses cursos articulam os
mas mudanças e ampliações sobre os co- procedimentos teórico-práticos das duas
nhecimentos da educação física na escola. É disciplinas, mediante a proposta de verii-
importante apontar também que essas mu- carem, a partir de temas geradores, pontos
danças não foram apenas dos bolsistas. As de intersecção entre conceitos matemáti-
discussões e trocas também contribuíram cos e psicológicos. Participam da pesquisa
para a formação da professora superviso- 30 estudantes de um curso de Pedagogia
ra. Entrar em contato com os estudantes foi de uma Faculdade particular do estado de
de grande contribuição, pois eles trouxeram São Paulo, com faixa etária entre dezenove
novas referências bibliográicas, sugeriram e quarenta anos, de ambos os sexos. O es-
alguns materiais sobre alguns temas, o que tudo foi organizado em três etapas. Na pri-
izeram com que a mudança também acon- meira, os alunos se organizaram em grupos
tecesse com a professora supervisora. Essa e elegeram um tema a ser pesquisado. Na
troca entre diferentes gerações de profes- segunda, os alunos pesquisaram e sistema-
sores na nossa visão tem muito a contribuir tizaram as relações por eles encontradas. Já
com todos: estudantes, bolsistas, professo- na terceira, socializaram os resultados das
res e escola. suas pesquisas, através de apresentações. A
análise de dados foi organizada a partir das
Conclusões interações disciplinares percebidas pelos
Percebemos que as iniciativas de forma- alunos ao longo das etapas já especiicadas.
ção inicial de professores do PIBID são es- De modo geral, observa-se que os alunos
senciais para aproximar os estudantes das integralizam a disciplina de psicologia do
licenciaturas das escolas públicas e dessa desenvolvimento com demais disciplinas de
forma contribuir com a melhoria da forma- formação. Os resultados são discutidos em
ção inicial dos professores. termos de sua contribuição para formação
acadêmica dos estudantes e para a melho-
As Disciplinas de Psicologia ria do ensino das disciplinas de Psicologia
nos Cursos de Formação de em cursos de formação de professores.
Professores O Papel do PIBID na Formação
1
Faculdade de Educação da Universidade de Professores
de São Paulo / Faculdade Adventista de
Hortolândia Faculdade de Educação da Universidade de
2
Faculdade Pitágoras de Jundiaí São Paulo
1
Edna Rosa Correia Neves e 2Rogério Elias Marim Marcos Garcia Neira, Felipe Nunes Quaresma,
ednarcneves@usp.br Aline Aparecida Gama Vieira e Juliana Saes Ferreira
mgneira@usp.br
Os cursos de formação de professores
O presente trabalho compartilha as ex-
existentes nas diferentes instituições de periências formativas compartilhadas entre
Ensino Superior do país são normalmente o professor de Educação Física e as bolsis-
organizados em disciplinas especíicas da tas do Programa Institucional de Bolsas de
área de origem e, de modo geral, estrutu- Iniciação à Docência (PIBID) da Faculdade
rados em disciplinas denominadas pedagó- de Educação da Universidade de São Paulo
gicas. As disciplinas na área de Psicologia (FEUSP), a importância que as bolsistas tive-
têm composto o quadro por serem discipli- ram na ação didática, os efeitos que possi-
nas acadêmicas, cujo campo de pesquisas bilitaram a escola e aos estudantes e de que
mantém relações estreitas com a prática maneira o trabalho foi feito junto aos edu-
educacional. Em consonância, desenvol- candos. As bolsistas com suas experiências
ve-se o presente estudo com o propósito e formação conseguiram contribuir para
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que o projeto e os estudantes estivessem Método
outras possibilidades e experiências vividas A participação dos alunos, desde o pla-
na escola, além da atuação de cada bolsista nejamento da disciplina Enfermagem em
dialogando com os estudantes durante as Doenças Transmissíveis com Enfoque em
ações didáticas proposta também, possibi- Saúde Coletiva, permitiu uma melhor in-
litaram relexões junto ao docente. Foram tegração entre docentes, especialistas do
de extrema importância as ações diretas e Departamento de Enfermagem em Saúde
indiretas que a izeram, o simples fato de Coletiva da Escola de Enfermagem (EEUSP)
adentrarem aos portões da escola possibi- e os alunos PAE, permitindo a construção
litou diálogos junto a gestão em relação a de uma estratégia didática de simulação de
gestão democrática, nesse sentido ajudan- atendimento clínico e epidemiológico de
do as ações do professor junto a unidade dengue, tema recorrente no período, pela
escolar, também em momentos de diálogos epidemia por que estávamos atravessan-
sobre a prática contribuíam trazendo expe- do. Foram confeccionados casos clínicos de
riências de disciplinas cursadas na univer- diferentes graus de complexidade de indi-
sidade e possibilitando maiores relações víduos acometidos pela infecção, que per-
entre todos. mitiram exercitar os conhecimentos adqui-
ridos em aulas teóricas, além de uma ativi-
O Programa de Aperfeiçoamento dade de busca ativa de possíveis criadouros
de Ensino e a Formação do mosquito nas dependências da EEUSP.
Docente de Pós-Graduandos Resultados
1
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto A participação no PAE proporcionou ao
da Universidade de São Paulo pós-graduando uma experiência rica em
2
Escola de Enfermagem da Universidade aprendizagem, uma vez que promoveu sua
de São Paulo interação desde a preocupação da disci-
plina em contemplar temas de relevância
João Henrique de Morais Ribeiro1, Érica Gomes para a assistência ao indivíduo e popula-
Pereira1, Eloá Otrenti2, Suely Itsuko Ciosak2 ções, considerando a magnitude do proble-
joaoh.mribeiro@usp.br, egpereira@usp.br, ma, sua localização, controle, prevenção e
eloaotrenti@usp.br, siciosak@usp.br tratamento, bem como, na preparação da
atividade didática, que incluía a organiza-
Introdução ção das tarefas, mobilização de recursos
Considerando a Lei de Diretrizes e Bases físicos, materiais e administrativos, neces-
da Educação (LDB9394/96) é de respon- sários ao desenvolvimento da atividade im
sabilidade dos Programas de Mestrado e ou seja a busca ativa, o atendimento aos
Doutorado, a organização e condução da casos propostos, as etapas que envolvem
formação docente dos estudantes. Nesse a vigilância epidemiológica e a avaliação
sentido, a Universidade de São Paulo, por de todo o processo. Essa experiência pode
meio do Programa de Aperfeiçoamento de ser considerada única, pois o exercício da
Ensino (PAE), Portaria GR 3347/2002, in- prática didática alicerçado por professores
centiva a qualiicação dos pós-graduandos e proissionais experientes, favorece a vi-
para a formação didática, proporcionando a vência e o contato do futuro docente com
interação destes em atividades acadêmicas os desaios, conlitos e sucessos diários no
da graduação. contexto educacional de uma Universidade.
Além disso, a integração do pós-graduando
Objetivo em atividades com a graduação tem papel
Relatar a experiência na participação fundamental na medida em que proporcio-
em atividades didáticas de simulação de na ao mesmo, relexões sobre a proissão e
atendimento clínico e epidemiológico de sua inserção na docência, que necessita de
dengue. constante de pesquisas e articulação com
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o conhecimento adquirido ao longo de sua aluno ou do orientador); e, sobre casos de
trajetória acadêmica, além da construção perseguição durante o desenvolvimento do
de sua identidade proissional. curso. As perguntas foram respondidas pelo
professor de Bioética na gravação disponibi-
Conclusão lizada aos alunos e um fórum foi aberto para
A articulação PAE e pós-graduação é um alunos que ainda desejassem contato direto
processo desaiador para os estudantes ao com o professor. Foram enviados 24 comen-
favorecer o reconhecimento da importância tários sobre as falas do professor no vídeo,
da formação para a docência e um olhar di- com ênfase ao Código de Ética Proissional,
ferenciado da igura do professor. citado durante a gravação. Percebe-se que o
assunto é de extremada importância na for-
Ética na Educação Superior: mação do futuro professor, já que este será o
Formando Professores referencial seguro para os alunos e deve ter
conduta ilibada quanto ao respeito e ética
Faculdade de Odontologia da Universidade no tratamento do alunato. O interesse dos
de São Paulo alunos demonstrou que os problemas exis-
tem e devem ser tratados adequadamente
Dalton Luiz de Paula Ramos; Luiz Eugenio Mazzilli; nas nossas unidades de ensino.
Rogério Nogueira Oliveira; Mary Caroline Skelton
Macedo Formação Inicial Docente:
dalton@usp.br
Uma Experiência do PIBID
São inúmeras as situações no processo nas Aulas de Educação Física
de educação superior em que se vê resvalos
éticos complicados e desnecessários. Os alu- Faculdade de Educação da Universidade de
nos ainda não se sentem bem em denunciar São Paulo
questões relativas ao tratamento recebido
por docentes, com receio de represálias e Jorge Luiz de Oliveira Junior, Ronnie de Almeida
comprometimento do curso que estão re- Alves da Silva, Bruna Dal Belo Benetti, Carla
alizando. Este foi um dos temas demanda- Santiago Almeida
dos pelos alunos na Disciplina de Docência jorgejr@usp.br
Universitária e Estratégias de Ensino-apren-
dizagem na FOUSP no 2o semestre de 2015, Resumo
por conta de vivencias dos próprios alunos A sociedade pós-moderna conigura um
durante o desenvolvimento dos créditos período de constantes transformações nos
do curso de mestrado. A Disciplina se de- cenários sociais, políticos, econômicos e
senvolve sob contrato pedagógico e os te- culturais. Nesses tempos, a educação es-
mas são desenvolvidos somando-se o que colarizada tem se esforçado para se trans-
os professores vêem como imprescindível formar, de fato, num espaço democrático,
na formação do mestre e o que os alunos de aproximação, contato e diálogo entre
vêem como interessante à sua formação os diferentes grupos culturais, buscando
como professores. Escolhido o tema, para reconhecê-los, compreendê-los e valorizá-
gerar espaço de comunicação sem proble- -los. Inspirada nessa necessidade social, a
mas quanto à identidade dos casos que os Educação Física fundamentou-se nos pres-
alunos apresentaram, o professor de Bioética supostos dos Estudos Culturais e do multi-
gravou sua apresentação como um progra- culturalismo crítico para propor o currículo
ma de perguntas e respostas, com o inter- cultural da Educação Física. Ao iniciar o ano
locutor em off. As perguntas selecionadas letivo de 2016, alguns/as bolsistas do Pro-
entre os alunos foram sobre a conduta do grama Institucional de Bolsas de Iniciação
orientador durante o pós-graduação; a pos- à Docência, da Faculdade de Educação da
sibilidade da troca do orientador durante o USP (PIBID-FEUSP) passaram a acompanhar
curso; a autoria da tese na publicação (se do as aulas de Educação Física, pautada pela
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perspectiva cultural, numa escola munici- mestres. Focando na celebrada, ainda pou-
pal, localizada na zona leste do município co conhecida dos brasileiros, Cartas a uma
de São Paulo. Nesse sentido, o trabalho Princesa Germânica – genuínas obra didática
tem o objetivo de apresentar um trabalho de sua época [1], onde é clara a tentativa de
de ginástica rítmica, ocorrido com turmas tornar o conhecimento Físico, Matemático
de 5o ano do ensino fundamental, entre os e Filosóico mais acessível – pretendese de-
meses de fevereiro e maio, onde os/as bol- fender que a mesma deveria igurar entre as
sistas, juntamente com o auxílio do profes- referências básicas à leitura dos mestres da
sor-supervisor, participaram ativamente da Matemática, numa perspectiva histórica da
elaboração das aulas e da ação pedagógica formação de matemáticos e educadores.
com as crianças, pois estiveram em conta-
to direto com as turmas. Essa intervenção Referências Bibliográicas
conjunta aconteceu em variados momentos [1] ALEXANDERSON, G.L. Arts Expositio-
do trabalho: no diálogo com o Projeto Polí- nis: Euler as Writer and Teacher.
tico Pedagógico da escola, na compreensão [2] EULER, L. Letters of Euler on Different
da proposta cultural da Educação Física, no Subjects in Natural Philosophy addressed to
mapeamento dos saberes referentes à prá- a German Princess Vol. 1.
tica corporal junto às turmas, na relexão e [3] GRIGOR’IAN A.T., KIRSANOV V.S. Let-
seleção de atividades de ensino, nas discus- ters to a German Princess and Euler’s Physics.
sões e problematizações sobre gênero e na [4] SIU, M. Euler and Heuristic Reasoning.
elaboração de mecanismos de registro e de
avaliação do trabalho. Ao inal do trabalho, Um Estudo de Caso, com
foi possível perceber o quanto essa expe- Ingressantes de 2015 do
riência pedagógica contribuiu signiicativa-
mente na formação proissional dos/as fu-
Curso de Licenciatura Em
turos/as docentes. Matemática do IME-USP,
Sobre a Transição do Ensino
Ao Ler as Cartas de Euler: Médio para o Superior
Relexões a Respeito da Leitura
Instituto de Matemática e Estatística da
dos Mestres na Formação Universidade de São Paulo
Matemática e em História da
Matemática de Professores Thiago Augusto Corrêa Peleias e David Pires Dias
thiagopeleias@gmail.com, dpdias@ime.usp.br
Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo Ao iniciar um curso de nível superior, o
aluno ingressante se depara, geralmente,
Guilherme Augusto Vaz com um ambiente diferente daquele viven-
guilherme.augusto.vaz@gmail.com ciado na educação básica e, em particular,
o contato inicial dos calouros do curso de
Leiam Euler, leiam Euler, ele é o mestre de licenciatura em Matemática com a matemá-
todos nós! tica dessa nova etapa pode ser traumático,
Atribuída a Laplace, a famosa frase é pa- como corroborado por depoimentos de al-
radigmática da questão que permeiam este guns ex-alunos, concluintes ou não, desse
trabalho. Estamos nós, matemáticos e pro- curso de graduação. Para avaliar a transição
fessores de Matemática, lendo os mestres? entre a educação básica e a superior, no que
Euler entre tantos outros? tange a licenciatura em Matemática do IME,
Durante a leitura do mestre e sobre o mes- e propor alternativas para que tal transição
tre que o incômodo tomou contornos de seja mais suave e menos traumática foi rea-
pesquisa e relexão: era a primeira vez em 10 lizado um levantamento bibliográico sobre
anos nas áreas de Matemática e seu ensino o assunto, além de aplicado um questioná-
que lia a produção de um de seus grandes rio aos ingressantes do ano de 2015 e en-
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trevista com aqueles que tiveram matrículas Enfermagem para suas futuras práticas edu-
canceladas (por evasão, transferência, de- cativas.
sistência, etc). Pode-se perceber que exis-
tem diversos fatores que contribuem para Objetivo
a diiculdade de transição e que portanto Discutir o planejamento e a implementa-
vários meios podem ser trabalhados, juntos ção da aula “Sessão Pipoca” para a relexão
ou separadamente, para atenuar a diicul- sobre a dimensão estética da competência
dade dos ingressantes, como por exemplo: docente.
mudança na grade ideal do curso (como a
que ocorreu em meados da década de no- Método
venta) ou mesmo introdução de disciplinas Relato da sistematização do plano da re-
e/ou projetos de apoio no início do curso; ferida aula, da ambientação da sala de aula
diminuição da carga horária anual pensada com elementos de cinema e da utilização
para os estudantes trabalhadores, mas des- do ilme “O sorriso de Mona Lisa” na dis-
de que acompanhada de tutorias/monito- ciplina “ENO 0600 - Ensinar e aprender em
rias que auxiliem-nos no início de sua gra- Enfermagem: fundamentos teórico-meto-
duação (como a de Apoio aos Ingressantes dológicos”, no ano de 2016, no Curso de
do IME do programa Ensinar com pesqui- Licenciatura em Enfermagem da Escola de
sa de 2011); escolha pensada e minuciosa Enfermagem da Universidade de São Pau-
dos docentes que ministram aulas para os lo (EEUSP). Essa aula fundamentou-se no
ingressantes; etc. Mas o que deve ser des- aporte teórico e ilosóico sobre as dimen-
tacado é o fato de sempre se estar atento sões da competência docente propostas
as taxas de evasão e reprovação das turmas por Terezinha Rios, a saber: a técnica, a éti-
de ingressantes, para procurar alternativas ca, a estética e a política.
cabíveis sempre que estes números come-
çarem a aumentar. Porque mesmo sabendo Resultado
que existem meios de minimizar o impacto O planejamento da aula incluiu o deline-
da transição entre esses dois níveis da edu- amento dos objetivos de aprendizagem, a
cação, deve-se sempre lembrar que as ge- escolha do ilme, a elaboração do instru-
rações mudam, assim como as alternativas, mento para a análise ilmográica, a deini-
que precisam ser reavaliadas e repensadas. ção da estratégia, a estruturação do debate
posterior ao ilme, a forma de avaliação, a
seleção de recursos e de materiais comple-
Luz, Câmera e (Inov)Ação: mentares para o Moodle Stoa USP. A imple-
Uso de Filmes no Despertar mentação teve início com:
Organização da sala de aula a im de re-
da Dimensão Estética em tratar uma sessão de cinema (bilhetes, si-
Licenciandos de Enfermagem nopse do ilme, cadeiras com apoios para
os pés, pipocas, refrigerantes, guloseimas).
Escola de Enfermagem da Universidade de
Exibição do ilme: possibilita relexões
São Paulo
sobre a postura ética, o senso estético e o
Alfredo A. Pina-Oliveira, Denise M. de Almeida, posicionamento político de uma professo-
Cláudia Prado, Maria de Fátima P. Fernandes e ra com ideias inovadoras para além do agir
Maria P.S.S. Nóbrega técnico em um Instituição de Ensino femini-
alfredopina@usp.br na e tradicionalista.
Instrumento para a análise ilmográica:
Introdução orienta os estudantes e é composto pela
Incorporar a dimensão estética na cons- identiicação do avaliador, icha técnica,
trução da competência docente pode fa- avaliação classiicatória do ilme, percep-
vorecer o despertar da sensibilidade, afe- ções e perguntas norteadoras sobre a te-
tividade e criatividade dos licenciandos de mática da aula.
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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Discussão do ilme: possibilita as devo-
lutivas do roteiro e as relexões em grupo. Implicações do Paradigma
Essa etapa incluiu a presença de docentes
de dois departamentos da EEUSP a im de
da Psicologia Humanista no
explorar as especiicidades do ensino em Processo de Formação em
Enfermagem. Pedagogia
Materiais complementares: “Pipoca ou 1
piruá” de Rubem Alves e “O poder de acre- Centro Universitário FIEO
2
ditar que se pode melhorar” de Carol Dwe- Universidade Mogi das Cruzes
ck são vídeos inspiradores sobre elementos
Gabriel Pinheiro Silva1, Rute Alves Gonçalves2,
essenciais para a transformação dos indiví-
Karina da Costa1, Elisangela Leandro da Silva1,
duos ao longo do processo educativo e que
Nathália Rodrigues Campos1, José Maria
estão disponíveis no YouTube®.
Montiel1, Daniel Bartholomeu1
Infográicos: associam os conceitos le-
gabs_biel@hotmail.com
vantados nos vídeos supracitados e ofere-
cem exemplos de frases e pensamentos que Resumo
incentivam a Mentalidade de Crescimento A presente pesquisa objetivou demons-
(“pipoca”) e a Mentalidade Fixa (“piruá”) no trar a importância da concepção da escola
processo de ensino e de aprendizagem. Humanista da Psicologia na formação de
Ciberteca: oferece estudos sobre o uso do professores, salientando suas implicações
cinema na área de Enfermagem e na Educa- para propor uma relexão dos cursos de Pe-
ção, assim como textos relexivos e resenha dagogia do Século XXI, sendo esta de cunho
crítica do ilme escolhido. qualitativa. Dispondo como referencial teó-
Avaliação da Sessão Pipoca: evidencia a rico, livros e artigos cientíicos, tal pesquisa
satisfação dos estudantes por meio de um propôs a observação de alguns conceitos
mural com carinhas em diferentes emoções: base do pensar pedagógico no século XX,
feliz (mais votada), triste, quero mais, em algumas das transformações ocorridas nes-
dúvida, cansado, com raiva e confuso. te período e contribuições de autores e cor-
rentes teóricas que surgiram dentro desta
Conclusão época, dentre elas, as contribuições de Carl
A “Sessão Pipoca” torna-se inovadora ao Rogers e da Gestalt terapia e por meio de
revisitar o uso de ilmes em sala de aula, in- uma análise de tais conceitos discutir as im-
corporando elementos para a relexão so- plicações do paradigma educacional pau-
bre a dimensão estética na construção da tado por bases propostas pelo movimento
identidade dos futuros professores frente Humanista na Psicologia, mantendo o recor-
aos desaios da educação no século XXI. te temporal e correlacionando ambos com
a formação em Pedagogia. Deste modo foi
Descritores: Cinema como Assunto, Ensi- possível observar que as concepções huma-
no Superior, Docentes, Difusão de Inovação. nistas implicadas no processo de estudo e
formação do pedagogo permite a relexão
da pluralidade das práxis pedagógica par-
tindo de pressupostos como: a aceitação e
relexão de situações do presente para po-
der estabelecer estratégias e parâmetros de
transformação e da possibilidade de traba-
lho e produção dos alunos em sala de aula
de maneira autônoma.
Metodologia
O projeto envolve duas etapas que se
realizam concomitantemente ao longo de
dois semestres: (1) atividades desenvolvi-
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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diretamente na qualidade do ensino, da
Promoção da Saúde na aprendizagem e na atenção em saúde pres-
tados. O entendimento de promoção da
Educação Básica: a Construção saúde evidencia a necessidade de articular
do Conhecimento na Formação às políticas públicas o compromisso com a
do Enfermeiro Licenciado criação de ambientes favoráveis à saúde;
desenvolvimento de habilidades pessoais;
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto fortalecimento de ações comunitárias e re-
da Universidade de São Paulo orientação de serviços de saúde e conferem
ao processo de ensino e aprendizagem na
Marta Angélica Iossi Silva, Marlene Fagundes enfermagem uma ressigniicação trans-
Carvalho Gonçalves, Luciane Sá de Andrade,
formadora das práticas de ensino, favore-
Estela Maria Leite Meirelles Monteiro
cendo a superação do modelo biologicista
maiossi@eerp.usp.br
e a natureza lexineriana que caracteriza a
Resumo formação e a atuação dos proissionais de
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) do saúde. Nessa perspectiva, o processo ensi-
Curso de Bacharelado e Licenciatura da Es- no-aprendizagem em enfermagem requer
cola de Enfermagem de Ribeirão Preto da práticas educacionais que contribuam para
Universidade de São Paulo/EERP-USP, ao um pensamento crítico e que articulem co-
qual esta experiência se refere, apoia-se nas nhecimentos contextualizados com uma
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso apreciação relexiva da realidade.
de Graduação em Enfermagem, nas Diretri-
zes Curriculares Nacionais para a Formação Descrição do Projeto
de Professores de Educação Básica em Ní- O curso de Bacharelado e Licenciatura
vel Superior e no Programa de Professores tem o objetivo de articular a formação do
da USP. Buscando a formação do enfermei- enfermeiro com o conhecimento pedagó-
ro licenciado com competência para atu- gico, preparando-o para a prática docen-
ar como professor e desenvolver ações de te no ensino técnico proissionalizante em
promoção da saúde na escola, duas disci- enfermagem e para a realização de ações
plinas do curso utilizam o ciclo pedagógico promotoras de saúde no âmbito da edu-
a im de relacionar a formação pedagógica cação básica. As disciplinas, Promoção da
e a formação especiica por meio da articu- Saúde na Educação Básica e Estágio Super-
lação da formação ao mundo do trabalho; visionado: Promoção da Saúde na Educação
referencial pedagógico: educação crítico- Básica, promovem aos futuros enfermeiros-
-relexiva, aprendizagem signiicativa que -educadores a inserção em escolas públicas
se constituem em princípios do PPP. da rede estadual, para os quais o aprendi-
zado tem como ponto de partida a prática
Introdução proissional e a aprendizagem signiicativa,
A questão que se coloca inicialmente é a partir de situações concretas do cotidia-
como a formação nos cursos de licenciatu- no em saúde e educação. Busca-se o pro-
ra em enfermagem podem contribuir para cesso relexivo, não apenas como atividade
a melhoria da articulação entre a formação intelectual, mas especialmente a relexão e
pedagógica e a formação especíica da área a criticidade que conduz a um saber que di-
de conhecimento? A formação de profes- reciona e ressigniica a prática.
sores, especialmente aqueles que atuarão
na formação de proissionais da área da Metodologia Utilizada
saúde, tem suscitado amplos debates que O desenvolvimento das disciplinas com-
são do interesse tanto das instituições for- preende abordagens ativas articulando a
madoras, quanto dos sistemas educacionais experiência em contextos reais da escola
e de saúde, pois, a qualidade desta forma- pública com registros e utilização de am-
ção constitui um dos fatores que interfere bientes virtuais, além das discussões em
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aula. Nos ambientes virtuais, o aluno de- ros-educadores; no estímulo aos cursos de
senvolve um portfólio eletrônico, e tem Licenciatura em Enfermagem e na capacita-
acesso a materiais de fundamentação cien- ção do enfermeiro para atuar no âmbito da
tíica e ambientes de interação como chats. comunidade, no espaço da escola pública,
A construção do conhecimento ocorre com de forma compromissada e crítica.
o estabelecimento do Ciclo Pedagógico al-
ternando as imersões nas escolas públicas e Articulando a Formação
as discussões na universidade, e se processa Inicial e Continuada de
no desencadeamento das seguintes etapas
inter-relacionadas: 1. Imersão no cenário
Professores em uma
escolar; 2. Síntese do Provisória; 3. Busca; e Disciplina de Licenciatura
4. Nova síntese. Instituto de Biociências da Universidade
de São Paulo
Resultados Obtidos
Ao longo da disciplina a atuação dos gra- Rosana Louro Ferreira Silva
duandos no campo vai apreendendo maior rosanas@usp.br
complexidade por considerar as demandas
evidenciadas e o interesse e expectativas A relação entre a formação inicial e con-
dos escolares. No encontro semanal, que tinuada é algo considerado extremamente
corresponde à síntese do problema, é dis- relevante na perspectiva da legislação de
cutido no grupo as observações realizadas formação docente e da literatura da área. A
tecendo uma aproximação com conheci- prática mais comum desse tipo de interação
mentos iniciais do grupo, culminando na tem sido a presença de licenciandos nas es-
delimitação da questão de aprendizagem colas por meio do estágio supervisionado.
que deverá ser trabalhada a partir de busca Este trabalho tem por objetivo apresentar
teórica, momento em que é assegurado que uma experiência, inversa, em que professo-
seja realizada a consulta, leitura e relexões res da educação básica foram convidados a
de conteúdo cientíico que aprofundem os participar como colaboradores junto a uma
conhecimentos que respondam à questão disciplina da licenciatura, denominada Con-
de aprendizagem. Em continuidade, o gru- textos e Práticas no Ensino de Zoologia. A dis-
po se reúne para discutir suas produções ciplina foi oferecida no segundo semestre de
individuais e com a mediação do professor 2015, e contou com a participação de 74 alu-
a construção coletiva do saber. Os graduan- nos, nos turnos diurno e noturno. A disciplina
dos agregaram conhecimentos signiicati- teve por objetivos propiciar aos licenciandos:
vos sobre articulação das políticas públicas desenvolver sequências didáticas que arti-
de educação e as propostas de promoção culem diversidade e ilogenia dos animais;
da saúde, processo e planejamento do en- analisar e discutir a seleção de conteúdos,
sino-aprendizagem na educação básica, estratégias didáticas e instrumentos de ava-
Relações professor-aluno na educação bá- liação no Ensino de Zoologia; reletir sobre
sica. Esse campo de atuação e formação da Ensino de Zoologia na escola básica e em
enfermagem, tem sido colocado enquanto outros espaços educativos; elaborar e ana-
desaio, apesar da longa experiência dos lisar diferentes recursos didáticos, tais como
enfermeiros brasileiros atuarem em espaços texto, multimídia, modelos, imagens, jogos,
escolares, particularmente, com alunos da ilmes, animações; reconhecer o campo de
Educação Básica, familiares e professores, pesquisa em Ensino de Biologia. Entre as di-
por meio do desenvolvimento de ações no ferentes atividades, os alunos construíam em
âmbito da Promoção da Saúde. Desta for- grupos uma sequência didática e um recurso
ma, busca-se possibilitar a construção de didático de um tema de Zoologia. Nas aulas
conhecimentos, habilidades e atitudes para em que os grupos apresentavam essas pro-
a docência identiicando-se a possibilidade duções, foram convidados 10 professores da
de potencializar a formação de enfermei- educação básica da rede pública e privada do
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ensino, que assistiram, contribuíram e auxi- para o Ensino Médio”, do Departamento
liaram na avaliação das sequencias didáticas de Fisiologia do Instituto de Biociências da
dos licenciandos. Para melhor compreender Universidade de São Paulo (IB-USP), oferece
os resultados, as discussões foram gravadas um curso de extensão em que se pretende
em áudio e vídeo e posteriormente transcri- propiciar a atualização de conhecimentos
tas. Ressaltamos o papel sócio-interacionista em isiologia e saúde. Ao mesmo tempo, o
da formação inicial e continuada nessa ex- curso visa a troca de experiências entre as
periência, que partiu da concepção “inexpe- vivências e práticas educacionais de profes-
riente” de formulação de sequencias didáti- sores em formação, professores em serviço
cas e a discussão destas sobre a perspectiva e pesquisadores da USP. Ao longo dos úl-
de docentes atuantes, sujeitos do conheci- timos cinco anos dessa experiência, os re-
mento e produtores de saberes. Usamos o sultados têm sido extremamente positivos,
referencial de saberes docentes de Tardif expressos nas avaliações dos licenciandos,
(2012), que propõe um modelo tipológico cursistas docentes da disciplina.
para identiicar e classiicar os saberes dos
professores, considerando: saberes pessoais, Introdução
saberes provenientes da formação escolar, O professor de Biologia tem, entre outras,
saberes provenientes da formação proissio- a missão de ensinar o funcionamento do
nal, saberes provenientes dos programas e corpo humano, sendo um agente de trans-
livros didáticos e, saberes provenientes de formação social por meio da construção
sua própria experiência na proissão, na sala de conhecimentos relevantes para saúde e
de aula e na escola. Entre outros aspectos, foi para lidar com condições isiopatológicas.
identiicado que a presença dos saberes da Durante a última reforma da estrutura cur-
experiência auxiliou na discussão formativa ricular do Instituto de Biociências da USP,
articulada às condições e situações reais de muito se discutiu sobre a importância da
sala de aula, articulando-se com os saberes licenciatura e da formação inicial de pro-
da formação proissional dos licenciandos. fessores para o ensino básico. Nesse con-
Após as apresentações, os licenciandos ti- texto, o Departamento de Fisiologia criou a
veram duas semanas para entregar a versão disciplina “Fisiologia para o Ensino Médio”,
inal do trabalho, onde foi perceptível a mu- visando ampliar os conhecimentos teóricos
dança qualitativa. Na avaliação inal da disci- e também discutir e criar formas de trans-
plina, os licenciandos destacaram que a inte- posição didática dessa temática, além de
ração com os professores atuantes teve um reletir criticamente sobre aspectos introdu-
grande impacto na percepção dos limites e tórios relacionados à prática docente.
possibilidades da prática educativa.
Descrição do Projeto
Fisiologia para o Ensino Médio: Atualmente, a disciplina divide-se em
Um Curso de Extensão quatro módulos de três semanas cada, nos
quais os licenciandos, após uma aula intro-
em Saúde Oferecido por dutória sobre um tema de relevância atual
Licenciandos em Fisiologia Humana e Saúde, devem sele-
Instituto de Biociências da Universidade cionar tópicos que julguem relevantes para
de São Paulo o ensino básico. Passam então por um perí-
odo de preparação de seminários, seguido
Hamilton Haddad, Beatriz Pachedo Jordão, de apresentação e discussão com os cole-
Lucile Maria Floeter-Winter, Regina P. Markus gas e docentes da disciplina. Ao término
haddad@usp.br desses módulos, e feita a primeira seleção e
transposição de conteúdos, inicia-se um pe-
Resumo ríodo de preparação de um curso de exten-
Procurando responder às demandas atu- são voltado a professores do ensino básico.
ais da escola básica, a disciplina “Fisiologia Esse curso pretende não apenas propiciar a
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atualização de conhecimentos em isiologia
e saúde para os professores da rede públi- Formação de Docentes de
ca, mas também a troca de experiências en-
tre as vivências e práticas educacionais de
Engenharia
professores em formação, professores em Escola Politécnica da Universidade de São
serviço e pesquisadores da USP. As aulas Paulo
são planejadas, preparadas e ministradas
pelos licenciandos, com a supervisão da José Aquiles Baesso Grimoni, Luciana Guidon
equipe docente responsável pela disciplina, Coelho, Osvaldo Shigueru Nakao
que participa principalmente das discus- aquiles@pea.usp.br, luciana.coelho@usp.br,
sões que se seguem às apresentações. O nakao@usp.br
curso é realizado ao inal da disciplina, e é
oicialmente cadastrado na Pró-Reitoria de Resumo
Cultura e Extensão Universitária como curso Apresenta-se a disciplina de pós-gradu-
de difusão, com emissão de certiicado aos ação PEA-5900 Tecnologia de Ensino de
cursistas. Engenharia da Escola Politécnica da USP. A
disciplina faz parte da etapa de preparação
Metodologia Utilizada pedagógica do Programa de Aperfeiçoa-
Durante o semestre, aulas expositivas dia- mento de Ensino (PAE) e inicia os alunos de
logadas são utilizadas pelos docentes, se- pós-graduação para a prática docente. De-
guidas de planejamento e apresentação de talham-se os temas abordados na disciplina
seminários. Em algumas edições, foram pro- e se faz uma análise da disciplina com base
duzidos pelos licenciandos materiais instru- na opinião dos alunos.
cionais (apostilas), distribuídos aos profes-
sores da educação básica que participavam Introdução
do curso. A avaliação da disciplina ocorre de As escolas de engenharia no Brasil não
forma diagnóstica e continuada, sendo com- têm, na sua grande maioria, meios explíci-
posta por assiduidade, participação e enga- tos para formar e capacitar os seus profes-
jamento nas atividades ao longo do curso. sores, principalmente em conceitos e con-
Além disso, os licenciandos são avaliados teúdos da área pedagógica e da psicologia
pela profundidade de relexão e clareza nas do ensino e aprendizagem. A partir desta
discussões ao longo do semestre. constatação surgiu na Escola Politécnica da
USP - Epusp a ideia de se criar uma disci-
Resultados e Conclusões plina de pós-graduação, que apresente e
As avaliações realizadas tanto pelos li- discuta temas aplicados para a formação de
cenciandos ao inal da disciplina, quanto professores de engenharia.
pelos cursistas ao inal do curso de exten-
são têm sido extremamente positivas em Descrição do Projeto
todos os critérios analisados: domínio do O objetivo da disciplina é permitir o do-
conteúdo, qualidade das discussões, expec- mínio ainda que parcial de conhecimentos,
tativas atendidas, entre outros. Os índices habilidades e atitudes relativos aos seguin-
em todos esses critérios foram superiores a tes conteúdos:
90% em todas as edições da disciplina e do 1. A estrutura do ensino e pesquisa no
curso. Esses resultados encorajam a equipe Brasil – MEC, INEP, MCT, CAPES, CNPq,
docente a planejar iniciativas mais ousadas, Fapesp;
como ampliar o formato do curso – como, 2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
por exemplo, seu oferecimento em direto- (LDB), diretrizes curriculares, projetos peda-
rias de ensino da rede pública. Acreditamos gógicos;
tratar-se de uma oportunidade ímpar de 3. Avaliação - ENEM, SINAES e ENADE;
contato dos licenciandos da USP com a re- 4. Conselho proissional – CREA/CONFEA;
alidade escolar. 5. Método de projeto de engenharia;
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6. História e evolução da engenharia e de a maioria dos alunos desconhece total ou
suas escolas; parcialmente os temas abordados. Em seus
7. Características e competências de um comentários ica evidente que os assuntos
professor; que mais interessaram são planejamento de
8. Mapas conceituais; cursos, estratégias em sala de aula, psico-
9. Pedagogia, psicologias da aprendizagem, logia da educação e estilos de aprendiza-
teoria da comunicação e teoria de controle; gem. Observou-se ainda, que eles aprovam
10. Estilos de aprendizagem, múltiplas in- o conteúdo da disciplina, a maneira como
teligências; é conduzida com a participação de dois
11. Objetivos educacionais - domínios cog- professores presentes simultaneamente e
nitivo, afetivo e psicomotor. Especiicação manifestam o desejo por uma maior carga
operacional de objetivos; didática.
12. Estratégias de ensino e aprendizagem;
13. Avaliação do processo de ensino- A Tríade Ensino, Pesquisa e
-aprendizagem; Extensão e a Formação de
14. Planejamento de disciplinas;
15. Emprego de tecnologias de comunica-
Professores
ção no ensino e educação à distância (EaD). Instituto de Matemática e Estatística
Valéria Oliveira Pagnano, Priscilla Neves Raile, Patrícia Os conceitos básicos de química, biologia
Almeida Curylofo, Luiz Carlos Pardini e disciplinas relacionadas são amplamen-
valpag@forp.usp.br te utilizados em vários jogos analógicos e
digitais para os diferentes níveis de ensino,
Trata-se de uma proposta de desenvolvi- tanto no Brasil como no exterior. No entan-
mento e implantação de recurso inovador no to, conceitos básicos de biossegurança, im-
Processo de Ensino-Aprendizado da Prótese portantes para a consolidação e a execução
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de diversas experiências laboratoriais, não somente na próxima rodada. O jogo acaba
são abordados neste tipo de ferramenta. É quando todas as cartas de risco e de aci-
importante que o aluno entenda que a bios- dente acabarem e os pontos são contados
segurança tem relação direta com o seu co- pelo número de cartas vermelhas e laranjas
tidiano, com o desenvolvimento cientíico e recolhidas por cada jogador. Ganha quem
tecnológico da sociedade contemporânea e tiver maior número de pontos.
requer necessariamente o desenvolvimento Foram realizadas dois testes de jogabili-
do raciocínio lógico. Estamos desenvolven- dade em sala de aula com os alunos do pri-
do um jogo de tabuleiro relacionado às si- meiro ano do curso de Farmácia, após tér-
tuações de risco dentro e fora de um am- mino do curso. A aceitação da atividade foi
biente laboratorial, que podem promover além das nossas espectativas, pois tivemos
acidentes. A situação de um jogo mobiliza que fazer várias rodadas para que diversos
os esquemas mentais, integrando as várias alunos participassem. Durante as rodadas
dimensões da personalidade afetiva, moto- tivemos várias discussões sobre os concei-
ra e cognitiva. O jogo se assemelha à ativi- tos de biosegurança abordados, o que era
dade artística e criativa, como um elemento nosso principal objetivo, tivemos dúvidas
integrador dos vários aspectos da persona- ou detalhes operacionais sanados e uma
lidade. O ser que brinca e joga é, também avaliação positivas deste tipo de ferramenta
o ser que age, sente, pensa, aprende e se em sala de aula.
desenvolve.
O jogo foi aplicado em sala de aula para
despertar e consolidar no aluno conceitos Laboratórios e aulas
de biossegurança e fazê-lo descobrir no-
vas aplicações destes conceitos no seu dia-
virtuais
-a-dia, simulando situações de risco que
possam ocorrer no ambiente universitário Sistema OPC - Laboratório
ou fora dele. Inicialmente forão criadas as
imagens e gráicos necessários: o tabuleiro
Didático de Automação
(60X60) é dividido em quatro quadrantes, Virtual Integrando no
que representam quatro empresas onde Mesmo Sistema, TIA PORTAL
ocorrem os riscos e/ou acidentes. Foram
criados três baralhos relacionados aos aci-
SIEMENS, PLC-SIM, FLUIDSIM
dentes (cor vermelha), vale 2 pontos, aos e a IHM SIMATIC TOUCH
riscos (cor laranja), vale 1 ponto, e as solu- Faculdade de Tecnologia Carlos Drummond
ções (cor verde). São necessários dois da- de Andrade
dos para escolha de quem inicia o jogo.
O jogo inicia com a escolha do jogador Marcel Tavares Coelho, Aliny Christiny Alves Pires
inicial, com dois dados, quem tirar o maior Dutra, César Augusto Della Piazza, Giovanni
número inicia a partida. São distribuídas 6 Costa Morengue, Laércio Novais de Matos, Luis
cartas por jogador e, após são colocados, Fernando Quintino, Paulo Lopes, Vitor José da
nos quadrantes do tabuleiro, uma carta de Silva Santos, Wesley Oliveira
risco e outra de acidente. O jogador inicial marceltc@uol.com.br
veriica através das cartas nos quadrantes
se possui alguma solução para os riscos ou Objetivo
acidentes, se sim, retira a carta (vermelha ou A utilização dos laboratórios no processo
laranja para si) e devolve a solução para o de aprendizagem é de suma importância,
baralho geral de soluções. E segue a sequ- pois nem todos tem o acesso à prática no
ência de jogadores. Quando o jogador não cotidiano, porém, limitações inanceiras e es-
tiver uma carta que resolva um risco ou um paço físico das faculdades prejudicam esse
acidente, ele troca uma carta no baralho processo, fazendo com que os laboratórios
de soluções e passa a vez, podendo jogar virtuais sejam viáveis para as instituições de
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ensino. Desta forma, o trabalho apresen-
ta um laboratório virtual de automação in- Laboratórios e a Difusão
dustrial, integrando diversas ferramentas de
programação e proporcionando aos acadê-
do Ensino de Arqueologia
micos a exploração dos recursos e ferramen- Clássica no Brasil
tas voltados à área através de comunicação Museu de Arqueologia e Etnologia
OPC (“OLE for Process Control”).
Juliana Figueira da Hora
Desenvolvimento juliusp10@gmail.com
Para a resolução da problemática, foi uti-
lizado a integração do padrão OPC, através Esta comunicação tem como objetivo
do servidor EzOPC, e assim, prover a inte- apresentar o LABECA (Laboratório de Estu-
ração das ferramentas TIA Portal, PLC-SIM, dos sobre a Cidade Antiga), um laboratório
FluidSim e IHM. Após a coniguração do ser- de estudos do Mediterrâneo Antigo inseri-
vidor EzOPC com o TIA Portal, é possível si- do no Museu de Arqueologia e Etnologia
mular o controle de uma planta, processo ou da Universidade de São Paulo (MAE-USP)
rotina através do PLCSIM, em sincronia com que propõe pesquisas sobre a relação entre
o FluidSim, acionando válvulas, botões, etc; espaço e sociedade no mundo antigo. Os
eliminando o custo de investimento com ou- projetos de pesquisa inseridos no Labeca
tras plataformas de controle e equipamentos preveem produtos diversiicados, sendo es-
periféricos. Para realizar a integração do ser- tes de Iniciação Cientíica, Aperfeiçoamen-
vidor EzOPC, é utilizada a seguinte interfa- to, Mestrado, Doutorado e de Pós-Douto-
ce homem máquina (IHM). A IHM interage rado. As pesquisas no Labeca têm também
juntamente ao PLC-SIM, passando a ativar interface educativa, cuja pretensão está em
as entradas e saídas, junto com o FluidSim, atingir um público mais amplo.
simulando uma aplicação completa de auto- Os laboratórios de pesquisa inseridos no
mação industrial, onde um operador contro- contexto dos Museus são importantes veto-
la todo o processo a partir da IHM. res de produção e difusão do conhecimen-
to. Desde 2006 o Labeca vem construindo
Resultados e Conclusão uma base importante de pesquisas na área
Com base nos resultados obtidos, a so- de Arqueologia do Mediterrâneo Antigo
lução apresentada foi satisfatória e viável com trabalhos que vão desde as pesquisas
para os docentes e discentes, pois tornam- acadêmicas até a produção de vídeos, livre-
-se possível a criação e simulação de inú- tos voltados a professores, livros didáticos,
meros processos industriais, com inalidade exposições que abrangem o Mediterrâneo
acadêmica e didática, cuja validação virtual Antigo e sociedades que conviviam, cons-
permite a emulação dos processos de forma truíam cidades, fabricavam cerâmica, co-
semelhante a real, com a vantagem do não mercializavam objetos, ocupavam espaços,
investimento em hardware e equipamentos moldavam territórios, enim, em uma dinâ-
de custos elevados. O uso desse recurso per- mica bastante complexa.
mitirá aos alunos estimular sua capacidade O estudo das sociedades enquanto deli-
criativa e investigativa e melhor preparação neadores da paisagem engloba toda uma
para o desenvolvimento proissional. espacialidade signiicativa, que por sua vez,
conta-nos muito sobre a maneira de viver
dos indivíduos que habitavam esta comple-
xa rede de contatos que é o Mediterrâneo
Antigo. Compreender a cidade como uma
metamorfose que se molda a partir das re-
lações sociais que se colocam contextual-
mente em conjunto com a materialidade,
traz à tona um novo olhar para os estudos
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de História Antiga no Brasil, um novo cará- Selinonte e Olinto. Essas relexões permi-
ter discursivo. A fuga do estigma dos gran- tem que combatamos um insistente vício
des tesouros, das grandes descobertas, do dos PCNs e dos livros didáticos em geral: a
material fruto do colecionismo do século abordagem apenas das clássicas cidades de
XIX e desconectado do seu uso, que se dis- Atenas e Esparta.
tancia do homem e do seu ambiente é ab- Foi inaugurada no dia 11 de março de
solutamente imprescindível para a compre- 2016 a exposição “Pólis – viver na Cidade
ensão da Antiguidade enquanto o estudo Grega Antiga”. A exposição que vai até o dia
de indivíduos que eram agentes ativos nos 27 de janeiro de 2017, é fruto de relexões
contextos estabelecidos nas pólis gregas, e suscitadas pelas pesquisas e discussões re-
que produziam materialidade signiicativa e alizadas no LABECA ao longo dos anos de
conectada com o seu entorno. 2006 até 2015. A exposição está com uma
As disciplinas que compõem o currículo proposta didática interativa, que tenciona
escolar, principalmente no que diz respeito aproximar o mundo mediterrânico antigo
ao estudo de História Antiga, mostram-se de nosso presente, a partir da do estudo
compartimentadas e limitadas. Isto nos leva da cidade, da espacialidade e de sua ma-
a modelos equivocados que dizem respeito terialidade como elementos convergentes.
à complexidade das disciplinas que com- Acreditamos que todas essas questões pos-
põem esta área de conhecimento, levan- sam ser apresentadas e discutidas para di-
do a uma homogeneização e a uma sim- ferentes períodos da história, inclusive em
pliicação dos conteúdos de Arqueologia 2016, em meio à nossa realidade de cidade
e de História. Ana Paula Tauhyl, mestre em moderna.
Arqueologia, fazia parte do Projeto do La- Por im, a comunicação tem o objetivo de
beca no ano de 2010, quando iniciou um mostrar como o Laboratório produz conhe-
trabalho extensivo com o público escolar cimento e difunde uma nova forma de olhar
por meio de atividades desenvolvidas em para os estudos de História Antiga, por meio
sua pesquisa de mestrado, intitulada: “Alfa- de uma metodologia arqueológica.
betização do olhar: aprender pelos objetos
e suas representações” desenvolvida sob Técnica de Desenho de
orientação da Professora Elaine Hirata, Pes- Estruturas Metálicas de
quisadora e Professora do Museu de Arque-
ologia – MAE- USP e uma das coordenado-
Prótese - e-aulas USP
ras do Labeca. Museu de Arqueologia e Etnologia
As atividades giraram em torno de mate-
riais variados, como objetos, mapas, plan- Roberto Chaib Stegun, Bruno Costa
tas, fotograias, desenhos de reconstituição, rstegun@usp.br
maquetes e vídeo-documentários. Os expe-
rimentos foram feitos com públicos diver- Introdução
sos entre os anos de 2010 e 2011. Este tra- O processo de ensino/aprendizagem na
balho foi importante para levantar questões disciplina de Prótese removível envolve co-
a respeito dos espaços físicos de uma cida- nhecimentos teóricos e aplicação prática de
de grega, que deu subsídio para discutir e conceitos e conteúdos de desenvolvimento
reletir sobre “nós” e a contemporaneidade, de habilidades manuais e visuais. O tempo
o olhar para a diversidade, tempo, espaço, de aplicação em laboratório destas técnicas
a construção das “nossas” cidades, além de era perdido em média 6 dias de 4 horas de
introduzir os alunos no universo do arque- atividade laboratorial em que o aluno apren-
ólogo e de sua linguagem para trabalhar o dia a desenvolver a técnica de desenho de
objeto material. Outra discussão importan- estruturas metálicas para envio ao laborató-
te nos trabalhos realizados pelo LABECA é rio de prótese confeccionar para ser testa-
a existência de uma grande pluralidade de da em boca. Diversos ajustes em modelo de
pólis gregas, como é o caso de Siracusa, gesso eram confeccionados nestes dias de
Anais do 2º Congresso de Graduação da Universidade de São Paulo
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exercícios onde o aluno buscava aplicar o co- acreditamos numa melhora das formas e
nhecimento em habilidades manuais. Porém conceitos na construção de próteses remo-
entre o aprendizado em laboratório e aplica- víveis para a população como um todo.
ção clínica existe um tempo em média de 4
meses, tempo este em que o aluno agora na
clínica, irá executar novamente esta técnica
agora em seu paciente. Temas diversos
Entre estes tempos muita coisa é perdida
pelo aluno, necessitando um reforço do pro-
cesso. Participação da Sociedade nas
Objetivos
Políticas de Transporte Público
Desenvolver através de mídias digitais da Cidade de São Paulo
aulas de técnica de desenho de estruturas
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
metálicas para prótese removível que icasse
da Universidade de São Paulo
com acesso livre aos alunos para que a qual-
quer tempo pudesse ter disponível como Elisângela da Silva Manuel, Elizeu Chiodi Pereira,
confeccionar o desenho. Wilian Concenzza de Sara
elizeu.pereira@usp.br
Método
Foi desenvolvido juntamente com o STI da
USP um roteiro de como executar as aulas e O luxo de pessoas dentro da cidade de
de que forma. Em primeiro lugar foram ilma- São Paulo transforma-se numa rede cada vez
das as aulas de laboratório da disciplina e dis- mais caótica, com um crescimento constan-
cutido as formas possíveis de apresentação e te dos usuários desigual ao crescimento dos
desenho, assim foi desenvolvido um modelo meios de transporte públicos, as dinâmicas
virtual semelhante ao usado na disciplina e a que regem e direcionam as políticas de mo-
partir deste modelo feito desenhos seguindo bilidade urbana seguiram diversas linhas no
a sequência de aprendizagem com as formas decorrer dos anos colaborando positiva ou
e visualização de imagens demonstrando o negativamente para este processo.
que o aluno deve fazer e qual o resultado O estudo da relação entre os agentes da
inal do desenho. Uma vez deinido o roteiro sociedade e do Estado nas tomadas de de-
chegou-se a quatro aulas de em média 10 cisões de políticas públicas relete o enfoque
minutos em que cada aula faz referência a sociológico da mobilidade urbana. A inter-
um determinado aprendizado. pretação de dados bibliográicos ordenada-
mente fornece subsídios para compor um
Resultados panorama da evolução do transporte públi-
O resultado obtido já pode ser visualizado co coletivo e também permite compreender
no e-aulas da USP e ao apresentarmos a téc- o nível de participação da sociedade nas po-
nica icou evidente a possibilidade maior de, líticas públicas junto ao agente do Estado.
em se tratando de ensino a distância, deixar A iniciativa privada, deu início à criação do
disponibilizado a todos os interessados e transporte coletivo com veículos movidos a
usuários desta técnica para uma melhor qua- tração animal nos primórdios da cidade nos
lidade dos trabalhos laboratoriais, do clínico anos anteriores a 1870 como uma resposta à
e como consequência melhoria aos pacien- necessidade de locomoção de mão-de-obra
tes usuários destas próteses. Outra vanta- para os postos de trabalho ligando comunida-
gem desta tecnologia aplica e o estudo feito des afastadas do centro porque os próprios lo-
pelos alunos em dias de prova prática. cavam conjuntamente carros de tração animal.
As políticas públicas aparecem como res-
Conclusões posta ao setor privado, como normatização
Como resultado desta disponibilidade, do serviço e não como resposta a necessi-
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dade civil muitas vezes contrárias ao cliente-
lismo empregado, gerando pequenos movi- Estudo do Necrochorume nos
mentos populares descentralizados.
O monopólio das linhas de tração animal
Cemitérios
e o monopólio da concessionária de luz e Escola de Artes, Ciências e Humanidades
energia no serviço de bonde elétrico im- da Universidade de São Paulo
plantado por meio de um estudo dos luxos
na cidade tornaram a concentração demo- Caroline Lucchi; Fernanda Alves; Fernanda
gráica resultado da busca por facilidade de Zingaro; Gabriela Pereira; Julianna Arita; Letícia
locomoção e valores de imóveis mais baixos. Maria; Vinicios Gonsalo; Fábio Campos
Uma crise energética e mudanças no in- fernanda.zingaro@usp.br
teresse político trazem a implantação de um
sistema viário focado em carros particulares Resumo
e ônibus, promovendo maior maleabilidade O sepultamento de corpos em cemitérios
de realocação de frota e facilidade de im- resulta na liberação do Necrochorume, um
plantação com base no Plano Prestes Maia, líquido viscoso de cor castanho-acinzentada,
o que em teoria levaria o transporte a no- gerado pela decomposição dos cadáveres,
vas áreas de atendimento, mas o foco no caracterizado por um forte cheiro e constitu-
automóvel secundarizou o transporte cole- ído de substâncias orgânicas e inorgânicas,
tivo atenuado posteriormente pela Segunda além de uma ininidade de microrganismos,
Guerra Mundial que impossibilitou a impor- sendo alguns potencialmente patogênicos.
tação de ônibus degradando o serviço até Tal eluente oferece risco ao meio ambiente
ser incorporado a CMTC criada em 1947 pela e à saúde pública na medida em que pode
iniciativa municipal, marco da ação direta iniltrar no solo e, consequentemente, vir a
das políticas públicas no transporte coletivo. contaminar águas subterrâneas.
O governo militar centralizou as políti- A resolução CONAMA 335 de 28/05/2003
cas públicas na esfera federal, transferiu as estabelece regras para a implantação de ce-
fontes de capital destinada ao transporte e mitérios no Brasil e aborda as questões am-
introduziu um sistema centralizado de im- bientais referentes. No entanto, o problema
plantação de linhas focado no setor privado, encontra-se justamente na iscalização do
que resultou na prefeitura sem recursos para cumprimento das normas estabelecidas, o
subsidiar a CMTC degradada pela falta de in- que compromete o correto gerenciamento
vestimento. desse resíduo. Para elucidar o tema aborda-
As comissões de mobilidade urbana aber- do foi realizado um estudo de caso do Cemi-
tas foram secundarizadas ou ignoradas tério da Vila Formosa, no município de São
quando os serviços eram vistos como fonte Paulo, com o objetivo de veriicar como o
de lucro e não como direito civil e a mudan- cemitério trata as questões ambientais rela-
ça recente de pensamento não foi capaz de cionadas ao necrochorume. A escolha desse
recuperar os atrasos nos serviços. cemitério se deve ao fato do mesmo ser o
Na atualidade, o CMTT surge como respos- maior da América Latina.
ta à Política Nacional de Mobilidade Urbana Com base em estudos bibliográicos, con-
e tem com uma das principais inalidades ga- tato com órgãos públicos responsáveis pela
rantir a gestão democrática e a participação iscalização ambiental e entrevistas com
popular, graças a sua formação composta funcionários do cemitério, veriicou-se que
pelo agente do Estado, agentes operadores há possíveis não conformidades acerca da
dos serviços e principalmente os usuários. gestão desse eluente. De acordo com rela-
Diante disso, essa trajetória indica o pos- tos fornecidos por funcionários, uma solução
sível empoderamento de cidadãos para o para minimizar o problema com o necrocho-
exercício de uma participação ativa no con- rume, foi a aplicação de cal virgem nos solos
texto social de redemocratização do espaço antes do sepultamento. Porém, estudo rea-
urbano. lizado com amostras provenientes do aquí-
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fero debaixo do cemitério, identiicou altas expansão de atividades iniciadas em 2004,
concentrações de cálcio e de elementos ni- num projeto denominado Movimento com
trogenados nas mesmas, oriundos, muito Ciências- MCC, buscando a aproximação da
provavelmente da decomposição dos corpos Escola de Engenharia de Lorena-EEL/USP
e, sobretudo, do uso excessivo da cal virgem com as atividades de ensino básico (funda-
(Migliorini, 1994). mental e médio) na cidade e região. As ati-
Em meio à urgência do problema, uma al- vidades do Show foram e continuam sendo
ternativa para contorna-lo é a implantação apoiadas entusiasticamente pelos membros
de cemitérios verticais. As vantagens da ado- do Show de Física do IFUSP (Prof. Fuad Daher
ção de tal método de sepultamento é que Saad e equipe). Um reconhecido sucesso foi
eles requerem uma área bem menor quan- alcançado em 2014 durante a 3a Semana de
do comparados aos cemitérios tradicionais, Ciência e Tecnologia da EEL (3a SCT 13-17
além de ser uma opção ecologicamente cor- de outubro) realizada em tenda armada na
reta dado que possuem infraestrutura para Praça Baronesa de Santa Eulália no cen-
coletar o necrochorume impedindo sua in- tro de Lorena, com duas apresentações do
iltração no solo, bem como se aproximarem Show por dia. Foram recebidos 1200 alunos
dos aspectos culturais e religiosos de sepul- da rede municipal de ensino, além de mem-
tamentos realizados nos cemitérios tradicio- bros da comunidade lorenense. Essa ação
nais, justiicando a não proposição como so- foi possível a partir da articulação entre a
lução a implantação de crematórios. Secretaria Municipal de Educação de Lorena
Além disso, é necessária uma intervenção – SMEL, a EEL-USP e o Projeto Novos Talen-
do poder público no que tange a disponibili- tos – CAPES (no 55254 com vigência prevista
zação e mobilização de mais recursos para o até 2016). A repercussão na comunidade e
cumprimento das normas vigentes, de modo o entusiasmo gerado fez com que a Pre-
que ao serem corretamente observadas, o feitura viabilizasse a cessão de um espaço
nível de contaminação possa ser reduzido ou permanente de 400m2 e se comprometes-
evitado, impactando positivamente a quali- se com um programa de visitas das esco-
dade de vida da população e das condições las municipais ao Projeto. Em 2015, o Show
do meio ambiente; e também que se invista pôde contar com o apoio da Pró-Reitoria
em pesquisas e tecnologias para a recupera- de Cultura e Extensão da USP por meio da
ção de áreas já afetadas pelo necrochorume concessão de 15 bolsas de apoio socioeco-
em cemitérios tradicionais, sendo isto feito nômico aos alunos dos diversos cursos de
mediante a apresentação de um plano de engenharia da EEL. Assim, na 4a SCT (19-23
implementação e operação dos cemitérios de outubro de 2015) foi obtido o mesmo
no processo de Licenciamento Ambiental sucesso da edição anterior, utilizando desta
com seus critérios regulatórios mínimos. vez o espaço cedido pela Prefeitura, no qual
além das duas apresentações diárias do
Show de Ciências: Integração Show, foram apresentados os trabalhos dos
de Estratégias e Metodologias alunos de pré-iniciação cientiica (alunos do
Ensino Médio vinculados ao Projeto Novos
para Popularização da Ciência Talentos e bolsistas da Pró-Reitoria de Pes-
e Tecnologia quisa da USP). Foram atendidos 2000 visi-
Escola de Engenharia de Lorena da tantes com o envolvimento de 50 pessoas
Universidade de São Paulo (funcionários da EEL e Prefeitura Municipal
de Lorena, alunos de graduação e pré-IC).
Sandra G. Schneider, Carlos Y. Shigue e Carlos A. Nos últimos dois anos o Show foi apresen-
M. Santos tado nas seguintes cidades: Lorena, Cacho-
sandra@demar.eel.usp.br eira Paulista, Cruzeiro, Cunha, Guararema e
Pirassununga.
Resumo
O Show de Ciências visa a continuidade e
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sor lhe ensina algo novo, o que você faz para
Compreendendo Relações aprender?”. A análise de conteúdo apontou
quatorze categorias de respostas: Prestar
entre Estratégias de atenção (25%), Ler e reler (14%), Pedir aju-
Aprendizagem e o Ano da (11%), Fazer e refazer exercícios (7%), Fa-
Escolar de Estudantes zer anotações (7%), Perguntar ao professor
1
(6%), Pesquisar (6%), Controlar o ambiente
Instituto de Psicologia da Universidade e o tempo (5%), Empenhar esforços (5%),
de São Paulo
2
Elaborar questões (3%), Decorar (2%), Grifar
Faculdade de Educação da Universidade
(2%), Resumir (2%) e Outras (5%). A prova do
de São Paulo
Qui-Quadrado revelou relações signiicativas
entre as respostas dos participantes e a va-
Lisliê Lopes Vidal1, Edna Rosa Correia Neves2
riável ano escolar (c2(1)=9,32; p = 0,00). Foi
lislielvidal@gmail.com
interessante observar, no presente estudo,
São deinidas como estratégias de apren- que uma porcentagem signiicativa de estu-
dizagem as técnicas ou métodos que os dantes utiliza a estratégia “prestar atenção”,
estudantes usam para adquirir uma infor- no entanto, os resultados demonstraram,
mação. As estratégias cognitivas se referem também, que o comportamento de atenção
aos comportamentos e pensamentos que mantido pelos alunos durante as aulas ten-
inluenciam o processo de aprendizagem de de a diminuir com o avanço do ano escolar.
maneira que a informação possa ser armaze- Os resultados são interessantes do ponto de
nada mais eicientemente. Já as habilidades vista educacional, pois, por um lado, apon-
metacognitivas básicas envolvem o planeja- tam que “prestar atenção” é uma estratégia
mento, o monitoramento, a avaliação e a re- utilizada por alunos do ensino fundamental,
gulação das próprias atividades de aprendi- todavia, por outro, demonstram que essa es-
zagem e do processamento da informação. tratégia tende a diminuir com o avanço do
Tendo como base teórica a Psicologia Cogni- ano escolar. Discute-se a necessidade de uma
tiva baseada na Teoria do Processamento da maior atenção, por parte dos educadores, às
Informação, este estudo veriicou relações estratégias que envolvam o monitoramen-
entre o uso de estratégias de aprendizagem to, a avaliação e a regulação das atividades
e o ano escolar de estudantes. Esta investi- de aprendizagem já que, simultaneamente,
gação faz parte de um estudo mais amplo contribuem para a persistência e o envolvi-
que visa pesquisar as estratégias de apren- mento dos estudantes nas tarefas escolares.
dizagem de alunos do Ensino Fundamental.
A amostra contou com a participação de 145 A Arte Contemporânea nos
estudantes matriculados em uma escola par- Espaços e Tempos do Ensino
ticular e duas públicas localizadas no interior
do estado de São Paulo, distribuídos nos se-
Médio
guintes anos escolares: 2a (22,2%), 3a (13,2%), Complexo Educacional Faculdades
4a (10,4%), 5a (11,1%), 6a (11,1%), 7a (9,7%), 8a Metropolitanas Unidas
(10,4%), 9a (11,8%), de ambos os sexos, com
idades variando de 7 a 15 anos (M=10,19, Carla Cristina Piffer Nunes , Therezinha Lourdes Lopes
DP=2,52). Os responsáveis pelos estudan- carla.cpn@gmail.com
tes assinaram o termo de consentimento
livre. Neste termo estão inclusas descrições A Arte Contemporânea nos espaços e
de todas as etapas envolvidas na presente tempos do ensino médio recebe um desta-
pesquisa, bem como as considerações éticas que, ainda polêmico, perceptível tanto aos
importantes. Os dados foram coletados por jovens estudantes, como poderia ser para
meio de uma entrevista individual semiestru- qualquer pessoa cuja maneira de pensar
turada com uma questão aberta. A questão sobre as formas de representação ique dis-
formulada foi a seguinte: “Quando o profes- tante de compreendê-las. As inter-relações
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culturais do jovem não se limitam à escolari-
zação, seu cotidiano é repleto de buscas de Capacitação dos Ingressantes
construções emergentes e as linguagens ar-
tísticas que os embalam são formas contem-
para Utilização dos Serviços
porâneas de representação. Observa-se uma da Biblioteca, um Relato de
contradição do que um estudante do ensino Sucesso
médio aprecia como arte no seu modo de
viver e o que espera, como expectativa da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de
sua formação na escola, em relação às artes. Alimentos da Universidade de São Paulo
Sem perder de vista a diversidade do pú-
blico escolar, a expectativa que existe e per- Roberta Ariboni Brandi, Marcelo Roberto Dozena,
siste nos alunos no fazer artístico está muito Girlei Aparecido de Lima, Vanessa Rodrigues
relacionado a modelos estéticos clássicos robertabrandi@usp.br
de tal maneira que demonstram uma dii- Nos últimos anos, o Serviço de Bibliote-
culdade: considerar a própria experiência na ca e Informação da Faculdade de Zootec-
linguagem contemporânea algo sem impor- nia e Engenharia de Alimentos da USP tem
tância, sem valor. aplicado uma prática que tem sido muito
Constatar que a maior diiculdade de um bem aceita e conigura-se como funda-
aluno possa ser aceitar a sua experiência mental, diante das demandas que surgem
mostra como foi legitimada a ideia de gênio no decorrer do ano letivo. Antes de efetu-
criador, desarticulando o processo de apren- arem o cadastro na Biblioteca, os alunos
dizagem, que desarticulado reduz a experi- ingressantes dos cursos de graduação da
ência e a investigação à visão determinista Unidade (Zootecnia, Engenharia de Alimen-
do século XVIII quando o método de repe- tos, Engenharia de Biossistemas e Medicina
tição pretendia chegar sempre ao mesmo Veterinária), passam por uma capacitação
resultado. de cerca de 30 minutos, ministrada por bi-
Este artigo enfatiza as concepções peda- bliotecários onde são apresentados os prin-
gógicas relacionadas ao ensino de arte, que cipais produtos e serviços da Biblioteca. O
a partir de uma revisão bibliográica referen- objetivo desta ação é expor uma síntese de
cia autores e seus argumentos no que se re- tudo o que se pode encontrar e fazer na Bi-
fere ao campo da aprendizagem. Destaca as blioteca, abordando desde acervo físico e
mudanças e rupturas relacionadas à história digital, como livros, periódicos, teses, anais
da arte e à pluralidade cultural na contem- de congressos, bases de dados, entre ou-
poraneidade, que tornam evidentes a análi- tros, como também apresentar os espaços
se ampliada sobre o tempo e o espaço na individuais e coletivos destinados à leitu-
perspectiva de métodos e suas concepções ra, estudo e troca de conhecimento entre
pedagógicas para o ensino médio. os discentes. A ação destina-se também a
explicitar as normas e regulamentos para
uso dos recursos eletrônicos como compu-
tadores, scanner, rede wi-i, serviço de re-
prograia e também os recursos humanos
disponíveis (bibliotecários, técnicos e auxi-
liares). A capacitação visa também educar
os graduandos no sentido de fazer do es-
paço da biblioteca um ambiente de respei-
to e de convivência pacíica, mantendo-se
o silêncio, não se consumindo alimentos
no recinto da biblioteca, despertando a im-
portância da preservação e conservação do
acervo bibliográico e patrimonial. O con-
junto de ações torna o aluno independente
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e autossuiciente para utilizar a biblioteca. de Biossistemas com a equipe da Biblioteca,
Do total de 260 alunos ingressantes nesse FZEA. A equipe da biblioteca, devidamente
ano, 251 passaram pela capacitação, o que treinada, passou a ministrar palestras junto
corresponde a 96% do público alvo. Diante a disciplinas dos citados cursos, com princi-
do sucesso dessa iniciativa, a capacitação pal ênfase a disciplina de Trabalho de Con-
deverá ser aplicada novamente nos anos clusão de Curso. A ação dos bibliotecários
subsequentes. Visando aprimorar esta ação, favoreceu muito o andamento das discipli-
será aplicado questionário de satisfação nas, uma vez que os alunos se tornaram au-
com possíveis sugestões para melhoria da tossuicientes na busca de informações aca-
atividade. A biblioteca FZEA-USP tem como dêmicas junto a base de dados da biblio-
propósito a melhoria contínua de seus ser- teca, os trabalhos acadêmicos melhoraram
viços para melhor contemplar os usuários. consideravelmente, deixando de ser citados
Embora ainda não tenhamos feito uma ava- sites abertos e passando a citar material
liação formal em 2016, é possível perceber acadêmico de qualidade. Além disso, as pa-
que os discentes estão mais preparados e lestras evidenciaram os principais gargalos
capacitados a efetuarem buscas no Banco atuais da busca de informações na internet,
de Dados Bibliográicos da USP (DEDALUS), como o caso do plágio. A ação conjunta
mais independentes para localizar o mate- dos docentes com a biblioteca culminou na
rial bibliográico nas estantes e mais cons- melhoria do material pesquisado no acervo
cientes quanto à preservação e conserva- da biblioteca, hoje sendo aceito somente os
ção do acervo bibliográico. Por outro lado, documentos dentro da norma de formata-
o silêncio é um problema recorrente, que ção e referencial exigidos pela biblioteca.
precisamos enaltecer mais na capacitação. Houve também aproximação dos discen-
Em síntese, os pontos positivos são bem tes com os bibliotecários e a importâncias
maiores que os negativos, e o êxito dessa destes proissionais foi reconhecida e enal-
iniciativa nos motiva a continuar fazendo o tecida pelos discentes que a eles tiveram
melhor em prol dos alunos de graduação. acesso. Para os docentes envolvidos, a ação
da biblioteca favoreceu muito na qualidade
O Bibliotecário e o Docente: dos trabalhos e na escrita dos mesmos, uma
Parceria de Sucesso na vez que os discentes foram estimulados a ler
e interpretar aim de não cometer o crime
Capacitação dos Alunos de de plágio, como esclarecido pela biblioteca.
Graduação Um ponto de destaque da ação conjunta
1
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de foi a elaboração de normas especíicas para
Alimentos da Universidade de São Paulo os Trabalhos de conclusão de curso (TCCs),
2
Bilbioteca da Faculdade de Zootecnia e esforço pioneiro, no momento em inal de
Engenharia de Alimentos da Universidade implantação, que garantirá a qualidade do
de São Paulo acervo de TCCs da FZEA, alocados na biblio-
teca. A parceria entre a biblioteca, sua equi-
Marcelo Roberto Dozena2, Roberta Ariboni Brandi1, pe especialmente treinada e dedicada, com
Vanessa Rodrigues2, Girlei Aparecido de Lima2 os docentes dos cursos da FZEA é um ação
robertabrandi@usp.br promissora, que já gerou e gerará ótimos
resultados para a comunidade da FZEA, em
Como o objetivo de esclarecer as meto-
qualidade de material, capacidade de bus-
dologias de busca no banco de dados bi-
ca de informações em bases seguras, cul-
bliográicos da USP, elucidar como deve
minando em trabalhos de maior qualidade
ser feita a citação e referência dentro das
dos discentes desta unidade.
normas da ABNT e padronizar os documen-
tos que farão parte do acervo da biblioteca,
houve uma interação profícua entre os do-
centes do curso de Zootecnia, e Engenharia
Conclusões Introdução
A Liga de Telessaúde estimula o desenvol- A estrutura socioeconômica, na qual vive-
vimento de projetos de pesquisa e extensão mos é constituída por classes sociais e frações
indissociados, vinculados à Linha de Pesqui- de classes, cujas inserções no processo pro-
sa Telessaúde, possibilitando o desenvolvi- dutivo são distintas e determinam diferentes
mento de projetos interdisciplinares. Adicio- possibilidades de acessos aos bens e serviços
nalmente, proporciona a compreensão dos produzidos socialmente. A educação superior
fundamentos de teleducação e da teleassis- toma parte nessa estrutura, portanto estudan-
tência por meio das atividades de ensino. tes, professores e demais trabalhadores das
universidades estão inseridos no processo de
Referências bibliográicas reprodução social e são considerados “agen-
1
Wen CL. Telemedicina e Telessaúde – Um tes sociais”, no processo educativo2. Por conse-
panorama no Brasil. Informática Pública. guinte, o objetivo deste trabalho é identiicar
Ano 10 No(2)-2008: p.7-15. o peril de reprodução social dos estudantes
2
Spinardi ACP, Blasca WQ, Wen CL, Maxi- de Enfermagem, com a inalidade de propor
mino LP. Telefonoaudiologia: ciência e tecno- reformulações das concepções político-peda-
logia em saúde. Pró-Fono Revista de Atua- gógicas dos cursos de enfermagem, em busca
lização Cientíica. 2009 jul-set; 21(3):249-54. de construções coerentes com os peris socio-
econômicos e epidemiológicos dos estudan-
tes, bem como da população em geral.
Método
O instrumento aplicado foi elaborado a
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partir do Índice de Reprodução Social3; fo- conta de água, 99% recebiam conta de luz e
ram incorporadas questões mais detalhadas 96% tinham acesso à rede de esgoto.
sobre o estudante. O instrumento inal pas-
sou por validação semântica e de conteúdo, Considerações Finais
a validação estatística será realizada a partir Os dados demonstram que a grande maio-
dos dados coletados. Participaram da pes- ria dos estudantes participantes são de fa-
quisa estudantes dos quatro anos de gradu- mílias cujos responsáveis estão inseridos em
ação em enfermagem, de uma universidade trabalhos estáveis e qualiicados e portanto
pública da cidade de São Paulo. A coleta de com boas condições de moradia e acesso à
dados aconteceu entre Agosto e Dezembro serviços de infraestrutura básicos. Pretende-
de 2015, por meio de questionários impres- -se aprofundar as analises para melhor reco-
sos entregues e recolhidos pelas pesquisa- nhecimento das condições dos próprios es-
doras. A pesquisa foi aprovada no Comitê de tudantes e suas relações com o aprendizado.
Ética em Pesquisa da instituição participante.
Todos os estudantes que aceitaram partici- Referências
par, após terem sido orientados, assinaram 1. CAMPAÑA A. Em buscada deinição de
o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. pautas atuais para o delineamento de estu-
dos sobre condições de vida e saúde. In: Ba-
Resultados rata BR (organizadora). Condições de vida e
Dentre os 195 estudantes que responde- situação de saúde. Rio de Janeiro: Abrasco;
ram ao questionário, 90,3% eram do sexo fe- 1997. P. 115-6
minino; 88,1% estavam na faixa etária dos 18 2. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia.
aos 24 anos e 92,3% dos estudantes nasce- 41a ed. Campinas: Cortez/ Autores Associa-
ram em São Paulo. Com relação à cor da pele, dos, 2009. 84p.
72,3% dos estudantes declararam cor branca, 3. TRAPÉ Carla Andrea. Operacionalização
18,5% parda, 6,2% amarela e 3,1% declararam do conceito de classes sociais em epidemio-
cor de pele preta. Os responsáveis pelo do- logia crítica: uma proposta de aproximação a
micílio mais citados foram os pais (61%), as partir da categoria reprodução social. 2011.
mães (24%), os avós (5%), o cônjuge ou com- Tese (doutorado) – Escola de Enfermagem
panheiro (3%) e os demais dependiam de ir- da Universidade de São Paulo, 2011.
mãos, padrasto ou tios. A ocupação do chefe 4. Ministério do trabalho e do emprego
de família foi classiicada4, sendo que 33,8% [homepage na internet]. Classiicação bra-
dos responsáveis pelo domicílio tinham ocu- sileira de ocupações [citado 2016 mai. 16].
pação semiqualiicada na execução; 22,6% Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/
ocupavam funções de planejamento e orga- cbosite/pages/regulamentacao.js
nização; 18,5% tinham ocupações qualiica-
das na execução; 9,2% eram microempresá- Benefícios Resultantes da
rios, gerentes ou diretores; 4,6% tinham fun- Elaboração de Cursos de
ções denominadas de apoio; 4,1% realizavam
serviços de escritório, 3,1% trabalhavam em Extensão Realizados por
serviços gerais; 1,5% exerciam funções que Alunos de Pós-Graduação
não exigem qualiicação especíica e 2,6%
não icaram bem deinidas. Veriicou-se que Escola Politécnica da Universidade de São
68% das famílias tinham casa própria; 11% Paulo
alugadas, 11% das casas eram cedidas e 10%
eram casas inanciadas. A maior parte das ca- Bianca de Miranda Peres e Júlia Helena Ortiz
sas (57,5%) tinham 3 ou mais cômodos para tiza_ju@yahoo.com.br, biaperes04@gmail.com
dormir, 35,4% das casas tinham dois cômo- Resumo
dos para dormir e 7,1% tinham somente um Cursos de férias são comuns em diversas
cômodo para dormir. Dentre as famílias, 86% instituições de ensino. No entanto, muitas
pagavam IPTU; 96% das famílias recebiam vezes os organizadores e ministrantes são
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os próprios docentes do departamento
pelo qual o curso está sendo oferecido. Em
2014, o curso de inverno sobre Microbio-
logia Básica e Biologia Molecular Aplicada
foi idealizado por uma aluna de pós-gra-
duação do Instituto de Ciências Biomédicas
da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
Devido ao sucesso do curso, evidenciado
pelo grande número de inscrições recebi-
das e pelas avaliações positivas dos parti-
cipantes, o curso realizou outra edição em
2015 e atualmente está realizando a edição
de 2016. Estes cursos tiveram com objetivo
proporcionar aos alunos de pós-graduação
a prática da docência, bem como o plane-
jamento e a organização de um curso de
férias para o público externo. Analisando as
avaliações respondidas pelos participantes
no inal do curso, pudemos perceber que a
grande maioria demonstrou uma alta nota
quanto a sua satisfação ao conteúdo minis-
trado nas palestras e aulas práticas realiza-
das pelos alunos de pós-graduação. Além
disso, muitos sugeriram que o curso tives-
se uma duração maior, com duas semanas.
Acredita-se que uma semana, como é ofer-
tado, é tempo suiciente para um curso gra-
tuito e que proporciona diversos benefícios,
como certiicados, coffee breaks, brindes e
material didático. Concluímos que a criação
destes cursos pelos alunos de pós-gradu-
ação auxilia muito na formação comple-
mentar na área da docência. Fornecendo
oportunidades valiosas para sua formação.
Mas devido ao trabalho que existe em or-
ganizar um curso, sugerimos que as insti-
tuições fornecessem créditos aos alunos da
pós-graduação que participam destas orga-
nizações.