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MICRO/IMUNO/PARASITO

AULA 01
Prof. Vanessa Poleana
PORQUE ESTUDAR
MICROBIOLOGIA?
• Cerca de metade da biomassa do planeta é
constituída por microrganismos, sendo os 50%
restantes distribuídos entre plantas (35%) e
animais (15%).

- Importante para sobrevivência dos seres


humanos, plantas e animais

- Infecções primárias e secundárias

- Reciclagem de resíduos

- Produção de antibióticos, vitaminas, outras


substâncias

- Industria de alimentos e combustíveis

- Engenharia genética, etc...


Introdução ao estudo dos microrganismos
Microbiologia: Mikros (= pequeno) + Bio (= vida) + logos (= ciência)

• Microrganismos:
 São seres vivos que só podem ser observados ao microscópio
História da Microbiologia
Antes do século XVIII, a que se atribuía as doenças?

o Maldição divina

o Teoria dos miasmas (vapores ou venenos)

o Mau odores

o O ar como meio de transmissão


A descoberta dos microrganismos

As primeiras observações:

Antoni Van Leeuwenhoek


(1632 - 1723)

Lentes 200 a 300 X


Louis Pasteur (1822-1895)

Teoria germinal das enfermidades infecciosas


Ignaz Philipp Semmelweis - médico húngaro
eternizado como “salvador das mães”
• Hospital Geral de Viena 1847: redução na incidência de febre
puerperal pela prática da antissepsia das mãos. Os médicos
matavam 3x mais que as parteiras naquela região.
Florence
Nightingale – 1854
• 1854 - Guerra da Crimeia: Alta
mortalidade entre os soldados
Britânicos.
• Associação entre higiene e
diminuição da mortalidade –
sanitarismo.
Joseph Lister - médico
cirurgião e pesquisador
inglês 1865:

• O fenol era um efetivo agente


antisséptico que podia auxiliar
na redução das mortes
humanas por infecções pós
operatórias.
Teoria microbiana das doenças
• Robert Koch (1843-1910):

 Descobriu a etiologia do Antraz.

 Fez o primeiro isolamento bacteriano

 Descobriu e isolou o bacilo causador da tuberculose

 Desenvolveu o primeiro tratamento contra a tuberculose

 Revolucionou a medicina para diagnóstico e tratamento de


doenças e aumentou a expectativa de vida em décadas.
Microbiologia no século XXI
Como os
microrganismos são
estudados?
• Meios de Cultura
• Microscopia
• Colorações (Ex: Coloração
de Gram nas bactérias)
Conceitos importantes
• Embora existam muitos microrganismos
benéficos para o homem, o estudo desses
seres vivos – em especial das bactérias, fungos
e virus – tem como objetivo entender as
doenças que eles provocam, suas formas de
disseminação e controle.

• Microbiota: Conjunto de microrganismos que


vive no corpo de um indivíduo estabelecendo
relações adaptativas e de sobrevivência
Microbiota
• Transitória: microrganismos
que não se estabelecem
por longo tempo.

• Residente: Microrganismos
que se reproduzem e se
estabelecem colonizando
o hospedeiro, e não
causam doenças em
condições normais
Microrganismo causador de doença, enquanto
os não patogênicos são incapazes de
desencadear a doença, pelo contrário, a
Patógeno maioria deles são benéficos para o seu
hospedeiro.
A maioria dos patógenos é considerada
patógeno oportunista.

Patógenos estritos: obrigatoriamente acarretam


doença ao seu hospedeiro. Dentre eles,
podemos citar:
• Mycobacterium tuberculosis: agente causador
da tuberculose.
• Neisseria meningitidis e Neisseria gonorrhoeae:
causadoras, respectivamente, da meningite
meningococica e da gonorreia.
• Virus da dengue, febre zika e febre chikungunya.
• Trypanosoma cruzi: responsavel pela doenca de
Chagas.
FUNGOS
• Infecções causadas por fungos: Micoses

• Chamamos de patógenos fúngicos primários aquelas espécies fúngicas capazes de


desencadear quadro infeccioso.

• Mesmo que o hospedeiro esteja imunocompetente, basta que ele encontre nesse
organismo um microambiente rico em substratos nutricionais suficientes para a sua
multiplicação e permita a neutralização das respostas imunológicas.

• Blastomyces dermatitidis: infecção respiratória.

• Coccidioses immitis: infecção pulmonar, cutânea,


oftálmica, meningite.
• Histoplasma capsulatum: doença pulmonar,
pericardite.
• Paracoccidioides brasiliensis: doença crônica em
órgão único ou multifocal, linfonodos.
• A maioria dos fungos são considerados patógeno oportunista e/ou patógeno
fúngico secundário, ou seja, só será capaz de causar doenças quando o
hospedeiro estiver imunocomprometido, isto e, as barreiras inatas e/ou
adaptativas não atuarem de forma eficiente.

• Isso ocorre porque muitos desses fungos, considerados oportunistas, fazem


parte da microbiota endógena.

• Candida albicans: colonização mucocutânea, endoftalmite.

• Cryptococcus neoformans: pneumonia, meningite, infecção mucocutânea.

• Aspergillus: aspergilose broncopulmonar, sinusite, aspegilose invasiva.


VÍRUS
Propriedades gerais
Tamanho: Não podem ser vistos em
microscopia óptica

Parasita intracelular obrigatório: Precisam do


metabolismo celular

Multiplicação viral : Replicação


Características gerais dos vírus
 Não possuem organização celular:
Não têm membrana plasmática nem citoplasma, como citosol e organelas, nem núcleo
celular.
 São constituídos basicamente por uma cápsula de proteínas que abriga em seu
interior o material genético.
Vírus da Gripe
Imagem: C. S. Goldsmith and Balish, CDC / Domínio
Público

lactentes e crianças
Rotavírus – causador de diarreia, grave em

Imagem: GragamColm / Creative Commons - Atribuição


3.0 Não Adaptada
Estrutura viral
Vírion
 Partícula viral
completa
 Capacidade
infecciosa

Vírus não envelopado Vírus envelopado


Nossas defesas contra as viroses

 Nosso organismo está sempre exposto à

Imagem: *drew / Creative Commons Attribution-Share Alike


invasão de microrganismos diversos.

 Eles podem penetrar em nosso corpo, por


exemplo, por meio do ar, da água, de
ferimentos e de alimentos contaminados.

3.0 Unported
 Algum desses microrganismos podem ser
patogênicos (capazes de provocar doenças).
BACTÉRIAS
Morfologia bacteriana
 Morfologia de Procariotos

 Ausência de núcleo  nucleoide

 Ausência de organelas

 Ribossomos livre no citoplasma ou associados à membrana celular

 Parede celular obrigatória


Morfologia bacteriana
 Organismos unicelulares

 Organizam-se em colônias

 Pleomorfismo  característica bacteriana de se apresentar em diferentes


arranjos
Morfologia Bacteriana - Cocos
 Bactérias esféricas
 Diplococos – cocos aos pares. Ex: Neisseria ssp - meningococos
• Estreptococos – cocos em cadeia. Ex: Streptococcus pneumoniae
(pneumonia); Streptococcus salivarius (saliva, benéfico).
• Estafilococos – cocos em “cachos”. Ex: Staphylococcus aureus (garganta,
podendo causar dor de garganta).
Morfologia Bacteriana - Bacilos
• Bastonetes – bactérias em forma de bastão. Ex: Shighella sp; Clostridium
botulinum; Pseudomonas sp; Bacillus cereus; Salmonella sp; Escherichia coli;
Corynebacterium diphteridae.

Clostridium tetani
Morfologia Bacteriana - Espiroquetas
• Espiroqueta – bactérias em forma helicoidal. Ex: Leptospira biflexa; Leptospira
interiogans; Vibrio sp; Treponema pallidum.
Apêndices Bacterianos
 Estruturas bacterianas externas ou internas

 Auxiliam as bactérias a desempenharem funções como nutrição, crescimento

e reprodução

 Podem atuar como fatores de virulência


Apêndices Bacterianos - Flagelos
 São estruturas responsáveis pela locomoção da bactéria por meio da
realização de movimentos ondulatórios.

• Pseudomonas sp
Apêndices Bacterianos - Fímbrias
 Atuam na troca de material genético - fímbria sexual;

 Auxiliam na adesão da bactéria em uma superfície mucosa.


Apêndices Bacterianos
- Cápsula
 É uma proteção bacteriana.

 Situada externamente a parede celular

 Evita que a bactéria seja fagocitada por células do


sistema imunológico
Área Nuclear
• Região onde se encontra o material genético da bactéria:

 Nucleoide – onde encontramos o cromossomo único e circular das


bactérias

 Plasmídeo – moléculas menores de DNA circular que não codificam uma


característica específica, mas conferem vantagem seletiva à bactéria. Muitas
vezes estão relacionados à resistência a antibióticos.
Esporos
 Estrutura de resistência formada no interior da bactéria

 Não é uma estrutura responsável pela reprodução.

 Este tipo de estratégia é muito comum em bactérias do gênero Bacillus sp e


Clortridium sp.
Parede Celular
 É uma estrutura rígida

 Dá forma a bactéria.

 Permite que a bactéria resista as


alterações bruscas do ambiente.
Parede Celular - Classificação
• Gram positivas

 Possui a parede mais espessa e rígida

 Maior quantidade de peptídeoglicanos

 Acido teicoico e lipoteicoico

 Sua composição faz com que esta parede seja o ponto de ação de vários
antibióticos
Parede Celular - Classificação
• Gram Negativas
 Possuem uma maior concentração de lipídios
 Presença de lipopolissacarídeo – LPS .
 Esta camada pode causar efeitos tóxicos quando em contato com algum outro
organismo.
• A estruturação da LPS ocorre da seguinte forma:
a) lipídeo A embebido na membrana;
b) polissacarídeos localizados na superfície da membrana
c) antígenos.
ATÉ A PRÓXIMA
Obrigada!

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