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Texto 3
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DA EDUCAÇÃO
RESUMO
O estudo tem como temática a educação não formal. Instituições de educação não formal
estão inseridas no chamado terceiro setor, sem fins lucrativos, no qual podem ser
consideradas as ONGs, as instituições, as entidades e as associações filantrópicas e sem fins
lucrativos. Entende-se que o objetivo da mesma é proporcionar a educação extraescolar,
juntamente com a promoção do bem estar social, para crianças, jovem e adolescente. Os
espaços não formais possuem atividades educativas no período inverso de estudo da criança
ou do adolescente, sendo uma experiência didática, organizada e sistematizada fora do
contexto formal da escola, considerando que a educação também é possível em outros
ambientes. Pretende-se mostrar alguns apontamentos referentes a essa modalidade educativa,
pouco conhecida pela sociedade, a fim de informar o leitor sobre a importância que esta
possui. Para que tal estudo pudesse ser realizado, foi necessário realizar trabalho de campo em
um espaço chamado “Centro de Juventude”, localizado no município de Cambé - PR, a fim de
responder algumas questões da disciplina de Coordenação do Trabalho Pedagógico em
Espaços de Educação Não Formal, no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de
Londrina. O estudo tem o objetivo de mostrar as ações dos espaços de educação não formal, a
fim de desenvolver e promover a educação dos cidadãos e a importância da atuação do
pedagogo nesses espaços para promover ações em um espaço alternativo. Como resultado do
estudo, aponta-se que a educação não formal promove a inserção de crianças, adolescentes e
jovens em ações recreativas, esportivas, culturais, pedagógicas, entre outras. A reflexão
propiciada pelo estudo aponta para a importância das ações desenvolvidas neste campo e para
a necessidade da presença do profissional pedagogo nestes espaços, a fim de se cumprir o
princípio da intencionalidade educativa, o qual rege o trabalho no campo não formal.
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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Email: aninhaalopees@gmail.com
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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Email: emilyfrancisco@hotmail.com
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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Email: ashylei.capaci@gmail.com
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Graduanda em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina. Email: amanda9larissa@gmail.com
ISSN 2176-1396
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Introdução
O espaço de educação não formal recebeu e tem recebido muitas reflexões por parte
dos profissionais da educação nos últimos tempos. Silva e Perrude (2013) descrevem que o
século XXI, pode ser destacado como um período de mudanças para as políticas educacionais.
A responsabilidade em propor ações neste campo, já não pertence ao Estado. Este, por
sua vez, descentralizou os seus serviços. O desenvolvimento de ações fora do campo estatal é
caracterizado como terceiro setor e a resolução da questão social têm ficado a cargo de
organizações não governamentais, entidades que tem ganhado visibilidade pública.
A educação não formal visa atender a população que se encontra em um estado
financeiro vulnerável e com uma carência social. Os espaços não formais oferecem atividades
educacionais no período inverso de estudo da criança ou do adolescente, sendo uma
experiência didática, organizada e sistematizada fora do contexto formal da escola. Para Gohn
(2006, p.2):
Os estudos nos mostram que espaços fora do ambiente escolar, podem proporcionar
recursos pedagógicos complementares. Essas diferentes formas de ensino possuem métodos
didáticos diferentes do habitual escolar, produzem arte, experimentos, desfrutam de diferentes
projetos e atividades esportivas. São oferecidas e disponibilizadas um espaço para que a
criança e o adolescente, possam aprender e expressar os novos conhecimentos adquiridos por
meio de uma nova linguagem.
Relatos de campo
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É importante que essa proposta de educação não formal funcione como espaço e
prática de vivência social, que reforce o contato com o coletivo e estabeleça laços de
afetividade com esses sujeitos. (...) As atividades de educação não formal precisam
ser vivenciadas com prazer em um local agradável, que permita movimentar-se,
expandir-se e improvisar, possibilitando oportunidades de troca de experiências.
(SIMSON, PARK, FERNANDES, 2001. p. 03).
gerar conflitos. A secretária é então quem, por enquanto, avalia o trabalho, por meio de uma
avaliação indireta para ter ciência do desenvolvimento das atividades.
Mesmo com a ausência da pedagoga, é possível perceber a intencionalidade educativa,
a instituição visa a formação do cidadão no desenvolvimento das atividades, reconhecendo
seu papel na aprendizagem do mesmo que será encaminhado para o trabalho a partir do que
lhe foi ensinado.
Causa estranheza, conforme a análise apresentada por Fonseca (2006), a dicotomia
entre teoria e prática encontrada para a atuação na educação não formal, pois,
Neste sentido, a instituição tem buscado colocar cada profissional dentro da sua
formação para atuação, já que neste âmbito não é uma exigência, porém tenta-se escolher os
profissionais com mais conhecimento na área para dar a base.
A formação do profissional da educação deve integrar estudos sistemáticos e
avançados no campo da educação e não pode ser compreendido exclusivamente em sua
dimensão instrumental, desconsiderando o seu sentido e sua intencionalidade.
O Centro da Juventude promove encontros abertos à toda sociedade, sendo realizados
oficinas temáticas, apresentações culturais, jogos recreativos, onde pudemos observar através
de fotos e dados o envolvimento dos jovens, não só com o evento, mas em todas as aulas, aos
quais dificilmente faltam e ficam de fora.
O espaço do Centro da Juventude atende também as famílias dos alunos e as mulheres
da comunidade, com intuito de criar um espaço de pertencimento, conhecimento e
fortalecimento de vínculos.
O Centro da Juventude de Cambé é um espaço importante para o acolhimento de
crianças e adolescentes. Uma referência de iniciativas que fomentam ações voltadas ao
fortalecimento da cidadania e dos direitos sociais. É gratificante acompanhar a satisfação dos
alunos diante das atividades ofertadas no espaço, uma vez que a participação dos jovens
acontece por interesse próprio contemplando o florescimento de sua personalidade e caráter.
Contudo, o pedagogo já deve estar preparado para atuar nesses espaços de educação
não formal, embora nem todas as graduações em pedagogia ofertem a disciplina de
Coordenação do Trabalho Pedagógico em Espaços de Educação Não Formal.
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Libâneo (2007) ressalta ainda, que no que diz respeito às áreas de atuação do
pedagogo, podem ser definidas em duas esferas de ação educativa: a escolar e a extraescolar.
Na esfera extraescolar, os pedagogos podem atuar como formadores, instrutores,
organizadores técnicos, consultores, orientadores que desenvolvem atividades pedagógicas
em órgãos públicos e privados, associações populares, supervisando funcionários e estagiários
em empresas, com atividades culturais e outras funções.
Com isso, o pedagogo pode assumir o seu papel que é de trabalhar com a educação,
seja ela a formal ou a não formal, porém ambas têm um mesmo objetivo, a busca pela
formação humana. O pedagogo é um profissional versátil que norteia a prática educativa, que
ajudam no saber e no fazer das pessoas. Segundo Alves e Suze (2004, p.3):
Alves e Suze (2004, p.8) relatam também que esta perspectiva delineia o papel da
educação não formal, destacando o trabalho do pedagogo, interferindo nestas organizações via
projetos pedagógicos sociais. Outro foco de destaque do campo pedagógico é na qualificação
dos trabalhadores, quando oferece cursos de longa e curta duração, para desenvolver novas
habilidades e competências para que esses se insiram no mercado de trabalho devido às
mudanças da ciência e tecnologia. O pedagogo, com base nos seus conhecimentos da prática
educativa e conhecimentos amplos, viabiliza um aprendizado fundamental em um âmbito não
escolar. Contribui, também, com questões de aprendizagem que influenciam no
comportamento das pessoas fazendo parte da organização no sentido individual e coletivo.
Portanto, vale ressaltar, que o pedagogo tem suma importância nos espaços de educação não
formal, assim como nas escolas. O mesmo é considerado articulador e mediador de todo o
processo pedagógico que acontece nessas instituições.
Considerações finais
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A educação não formal tem grande importância para a formação do cidadão, porém a
mesma apresenta propósitos diferentes, extraescolar, fora do ambiente formal da educação
que estamos acostumados a vivenciar e está atrelada com o Terceiro Setor.
A pesquisa de campo realizada no “Centro da Juventude” possibilitou a apreensão de
embasamento que, a educação pode também ser promovida em ambientes fora das
instituições escolares, assim como são realizadas nesse “Centro de Convivência”, onde
através de projetos, de esportes, comunicação, informática e artes, promovem a cultura das
classes menos privilegiadas.
Contudo, a Teoria das Representações Sociais está relacionada com a realidade social
em que o indivíduo está inserido, pois pode ser considerada como construções coletivas e
resultados de interações entre indivíduos, inseridos em diversas culturas, no qual vão
produzindo a história individual e social. E pode-se afirmar que essa teoria se relaciona com a
Educação Não Formal, primeiro porque a maioria dos indivíduos que frequentam fazem parte
da mesma classe social, a menos privilegiada, e segundo porque as vivências oferecidas nesse
importante espaço promovem as construções coletivas através das interações com as pessoas
promovendo a história individual e social das pessoas.
Diante disso, pode-se afirmar que o pedagogo tem grande importância nesse âmbito,
ele é o profissional norteador de todo o processo pedagógico que acontecerá nessa instituição.
O Terceiro Setor tem o objetivo de promover o bem-estar social e melhorar a qualidade de
vida dos menos privilegiados, através de serviços voluntários. Com isso, o pedagogo tem o
papel de estimular, promover e desenvolver atividades pedagógicas, através de orientações
nesse processo de educação. O pedagogo é o principal responsável para que a educação se
efetive.
Compreendemos que a educação não formal não possui uma forma específica de ser e
atuar, assim como a educação formal, pois, vale considerar o contexto em que a instituição
está inserida. Contudo, podemos considerar que, a educação não formal para muitos ainda é
motivo de preconceitos, muitos ainda desconhecem, pois essa prática acontece de maneira
compromissada com os direitos humanos, a partir de ações educativas e políticas, levando os
sujeitos à promoção da educação, em um ambiente diferenciado.
REFERÊNCIAS
ALVES, F.; SUZE, A. J. O pedagogo nas organizações: seus saberes e fazeres. [S.l.: s.n.],
2004.
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BARROS, V. C.; SANTOS, I. M. Além dos muros da escola: a educação não formal como
espaço de atuação da prática do pedagogo. [S.l.: s.n.], 2010.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para que? 9ª ed. São Paulo, SP: Cortez, 2007.