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Tubarão - SC
2019
TIAGO TONDO SOUZA
VINICIUS DA ROSA ANTUNES
Tubarão – SC
2019
TIAGO TONDO SOUZA
VINICIUS DA ROSA ANTUNES
There are longstanding problems such as ceramic flooring conditions in buildings due to the
use of low resistance materials, lack of planning and manpower. Any anomaly found in a
building causes inconvenience to the user and a great loss to the construction company because
of the need for technical labor for the proper fix, besides the additional cost. Like any problem,
there are points to be discussed for better understanding. In this way, with bibliographical
studies and field research together with professionals of the area, there were analyzed labor,
materials and environments to be coated. With this, a checklist was created for laying
application of the internal ceramic coating, with the purpose of avoiding undesired problems
and correctly instructing the application of the same. The result shows that the great part of
problems within an internal environment of ceramic coating, happens through the inadequate
use of the adhesive mortars, whose choice for a given area ends up being wrong, adding up the
lack of skilled manpower and inspection which further aggravates this problem. It was
concluded, after the creation and submission of this checklist to specialists in the laying of
ceramic coating, that they are more aware of the cause of these anomalies, with a more
appropriate instruction in the form of applying the internal ceramic coating and in the choice of
material used for each environment, thus delivering a service with better quality.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA .................................................................................. 14
1.2 RELEVÂNCIA SOCIAL E CIENTÍFICA DO ESTUDO .............................................. 15
1.3 OBJETIVO ...................................................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 16
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 16
1.4 ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO ...................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 18
2.1 REVESTIMENTO CERÂMICO ..................................................................................... 18
2.1.1 Chapisco ....................................................................................................................... 20
2.1.2 Emboço ......................................................................................................................... 20
2.1.3 Argamassa colante....................................................................................................... 21
2.1.4 NBR 13753 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante ............................................................................................ 22
2.1.5 NBR 13754 - Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento ................................................................ 24
2.1.6 NBR 15575-3 - Edificações habitacionais -Desempenho Parte 3: Requisitos para os
sistemas de pisos ..................................................................................................................... 26
2.1.7 NBR 13817 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Classificação ...................... 27
2.1.8 NBR 13818 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Especificação e Métodos de
Ensaios. .................................................................................................................................... 29
2.1.8.1 Determinação da carga de ruptura e modulo de resistência à flexão ......................... 29
2.1.8.2 Determinação da resistência ao gretamento ............................................................... 29
2.1.8.3 Determinação do coeficiente de dilatação térmica ..................................................... 29
2.1.8.4 Determinação da resistência ao choque térmico ........................................................ 29
2.1.9 Expansão por umidade (EPU) .................................................................................... 30
2.2 ASSENTAMENTO DE PLACAS CERÂMICAS .......................................................... 30
2.2.1 Aplicação do piso sobre piso ....................................................................................... 35
2.2.2 Junta de assentamento ................................................................................................ 39
2.2.3 Juntas de dessolidarização.......................................................................................... 40
2.2.4 Junta de movimentação .............................................................................................. 40
2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO ............... 41
2.3.1 Deterioração das juntas .............................................................................................. 41
2.3.2 Destacamento ou descolamento ................................................................................. 42
2.3.3 Trincas, fissuras e gretamento ................................................................................... 44
2.3.4 Manchas d’água .......................................................................................................... 45
2.3.5 Eflorescência ................................................................................................................ 45
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 47
3.1 TIPO DE PESQUISA REALIZADA .............................................................................. 47
3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .............................................................. 48
3.3 LEVANTAMENTOS DOS DADOS .............................................................................. 53
3.4 COMENTÁRIOS DOS ENTREVISTADOS .................................................................. 57
4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................. 59
4.1 SUGESTÕES E MELHORIAS ....................................................................................... 65
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 70
14
1 INTRODUÇÃO
Cada dia que passa novas edificações vão surgindo e a utilização do revestimento
com placas cerâmicas nas áreas internas e o uso de argamassa colante se tornou habitual, por
conta da sua estética e propriedades, como a resistência mecânica, conforto, durabilidade e
eficiência.
É comum se encontrar ocorrências de manifestações patológicas decorrente das
práticas do seu assentamento, como eflorescência e deterioração das juntas, sendo que o
problema mais comumente encontrado é o desplacamento das placas cerâmicas, tanto nos pisos
quanto nas paredes. Pelo que se vem observando nas edificações, não existe idade para as
aparições dessas doenças da construção civil, sendo detectadas tanto em empreendimentos mais
antigos até os recém entregues.
Algumas anomalias necessitam de uma combinação de fatores para que ocorram,
no entanto, os maiores causadores dessas são a má qualidade do material e falta de mão de obra
qualificada, com pouco ou até mesmo sem nenhum tipo de treinamento ressalta Klein (1999).
Destaca-se assim que qualquer tipo de anomalia encontrada em uma edificação,
pode se transformar em um grande prejuízo para empresa construtora, em virtude dos custos
com material, mão de obra técnica essenciais para que aconteça a sua correção adequada para
se atingir a satisfação do cliente.
Desta forma, o foco deste trabalho é desenvolver uma sistemática para
padronização de execução do revestimento cerâmico, que facilite o seu entendimento pela mão
15
de obra responsável pela sua execução na obra, a fim de evitar as futuras manifestações
patológicas.
Existem muitos tipos de placas cerâmicas, variedades de cores e dimensões, tudo
para a estética do empreendimento, e assim atender todas as expectativas do usuário.
O revestimento cerâmico influencia diretamente no acabamento de um
empreendimento, no entanto a sua maior disfunção é o desplacamento, trazendo um enorme
incômodo a seus usuários. Ele foi a causa para a realização deste trabalho, com foco na área
interna, baseando em métodos, conceitos e documentos, para melhor atende-lo e evita-lo o
desconforto com quem usa este processo.
Sujeitas à degradação e deterioração, as edificações necessitam de um constante
programa de manutenção, sendo preventiva ou corretiva. É o fato que na maioria dos casos,
essa ação não é um fator priorizado, podendo resultar no aparecimento de anomalias. Neste
sentido, o tema configura-se como atual devido à alta ocorrência de manifestações patológicas
nas edificações – muitas ocasionadas pela falta de conservação como também pela má execução
(MENDES, 2017).
A última NBR para revestimento cerâmico foi em 1996, NBR 13754 revestimentos
de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante (ABNT 1996),
o manual logicamente ultrapassado, então a proposta desta pesquisa foi a criação de um
checklist para execução do revestimento cerâmico, utilizando ferramentas e materiais novos no
mercado, respeitando a NBR 15575 e 13753.
Diante desse cenário, o problema definido foi: como prevenir manifestações
patológicas em assentamento de revestimento cerâmico de paredes internas, tais como
desplacamento, destacamento, eflorescência nas juntas, em estudo realizado na cidade de
Tubarão SC no ano de 2019?
1.3 OBJETIVO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A cerâmica é uma mistura de argila com outras matérias primas inorgânicas, sendo
queimadas em altas temperaturas, produção de séculos e com um grande leque de aplicações
para usos diários tais como louças cerâmicas, e usos estéticos (revestimento). Sua aplicação
como revestimento cerâmico tem sua origem com as civilizações do Oriente Próximo (sudoeste
asiático) (GASTALDINI; SICHIERI, 2013). Pode-se verificar na (Fig. 1) seguinte.
2.1.1 Chapisco
2.1.2 Emboço
vertical e dar sustentação à camada seguinte, o revestimento cerâmico propriamente dito “NBR
13281.
Não deve obter nenhuma matéria estranha que afete a aderência da argamassa
colante a ele, como exemplo, substâncias gordurosas, inflorescências e até mesmo poeira
(ROSCOE, 2008).
Argamassa colante tipo III – AC III Argamassa com aderência superior aos tipos
I e II
Argamassa colante com tempo em aberto Argamassa colante dos tipos I, II e III, com
tempo aberto estendido
estendido (E)
2.1.4 NBR 13753 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante
Segundo NBR 13753 (1996, p. 4) “devem ser escolhidas as placas conforme o seu
fim a que se destinam, de acordo com as classes de abrasão e absorção da água, devendo ser
compatíveis com as condições de uso do revestimento.”
A desempenadeira de aço dentada é uma ferramenta utilizada para execução da
argamassa colante, espessura de 0,5 mm (chapa 26) e dimensões aproximadas de 11 cm x 26
cm, essa ferramenta possui dentes adjacentes (NBR 13753, ABNT 1996).
Assim e que “Quando os dentes da desempenadeira se desgastarem e sua altura
diminuir em 1 mm, a desempenadeira deve ser substituída por uma nova, ou a altura deve ser
recomposta” (id ibid. 1996, p. 2).
Quanto à disposição do assentamento, “Devem ser previstas para que haja o mínimo
possível de cortes de placas cerâmicas” (id ibid. 1996, p. 5).
23
Ainda “o piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, deve ser
executado em nível ou com caimento máximo de 0,5%” (id ibid. 1996, p. 5).
Destacando-se que (id ibid. 1996, p. 5) “nos boxes do banheiro o caimento deve
estar compreendido entre 1,5% e 2,5% em direção ao ralo”.
Pode-se observar, que para cada tipo de área ou ambiente existe um sistema de
execução de placas cerâmica, na sequência pode-se entender o funcionamento para área da
placa cerâmica com uma superfície menor que 400 cm² e para isso utiliza-se uma
desempenadeira 6 mm x 6 mm x 6 mm. De acordo com a citada NBR 13753, observa-se que:
Os procedimentos para placas com áreas superficial menor que 400 cm² são: - espalhar
e pentear a argamassa colante com desempenadeira sobre o contrapiso – aplicar cada
placa cerâmica sobre os cordões de argamassa colante ligeiramente fora de posição e
em seguida pressioná-la, arrastando-a perpendicularmente aos cordões, até sua
posição final – atingida a posição final, aplicar vibrações manuais de grande
frequência, transmitidas pelas pontas dos dedos, procurando constatada quando a
argamassa colante fluir nas bordas da placa cerâmica (ABNT 1996, p. 13).
Os procedimentos para placas com áreas igual ou maior que 400 cm² e menor que
900 cm² são os mesmos detalhados anteriormente, mas utilizando-se desempenadeira com os
dentes 8 mm x 8 mm X 8 mm.
No entanto, é fácil de encontrar uma empreitada com placas de área igual ou
superior a 900 cm² e para isso, existe outro sistema de execução, utilizando uma
desempenadeira com dentes 8 mm x 8 mm x 8 mm. A mesma Norma prescreve:
Os procedimentos para placas cerâmicas com área igual ou maior que 900 cm² são: -
espalhar e pentear a argamassa colante no contrapiso e no tardoz das placas cerâmicas
– aplicar cada placa cerâmica ligeiramente fora de posição, de modo a cruzar os
cordões do tardoz e do contrapiso e em seguida pressioná-la arrastando-a até a sua
posição final - atingida a posição final, aplicar vibrações manuais de grande
frequência, transmitidas pelas pontas dos dedos. Procurando obter a maior
acomodação possível, que pode ser constatada quando a argamassa colante fluir nas
bordas da placa cerâmica (NBR 13753, ABNT 1996, p. 13).
2.1.5 NBR 13754 - Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento
A saca da argamassa colante chega na obra em uma bolsa de 20 kg, apenas com
adição de água e uma mistura utilizando o equipamento mecânico conforme a figura 4, cerca
de 2 minutos já está pronta para utilização.
Quanto às frestas, a NBR 15575, (2013, p. 18) afirma que “os sistemas de pisos não
podem apresentar abertura máxima de frestas (ou juntas sem preenchimento), entre
componentes do piso, maior que 4mm.”
Existem cinco tipos de classes para remoção de manchas na placa cerâmica, cada
categoria possui uma indicação para sua devida utilização, conforme preconizam a NBR 13817,
(ABNT, 1997) e a NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento – especificação (ABNT,
1997).
A seguir, uma apresentação em forma de quadro, demostrando as Classes de
resistência ao manchamento em número de 5:
B Média
C Baixa
Fonte: dos autores, adaptados de NBR 13817, 1997.
alternadas entre 10°C e 150°C, verificando possíveis trincas ou defeitos nas placas (NBR
13818, 1997, p. 39).
ser feita pelo sistema convencional, isto é, a aplicação da argamassa colante é apenas na base,
sendo que, as peças cerâmicas deveram estar limpas e secas para o assentamento (REBELO,
2010).
No entanto, em placas com áreas superiores a 900 cm² deve-se utilizar o sistema de
dupla colagem, ou seja, aplicação da argamassa colante tanto na base, quanto na placa cerâmica,
é valido ressaltar que os cordões criados nas duas superfícies cruzem em ângulo de 90º, os
cordões devem ficar perpendicular entre si (id ibid).
Na sequência, para o assentamento do revestimento, deve-se prensar a placa na
parede com curto escorregamento lateral conforme a (fig. 8), batendo e impactando
moderadamente com a mão ou martelo de borracha.
Rebelo (2010) acredita que a melhor técnica de assentamento da peça cerâmica é
sobre pressão, aplicando-a aproximadamente 2 cm das peças já assentadas e assim então, fazer
movimentos curto de vai e vem.
Para o mesmo autor o fato de, apenas bater a pedra cerâmica não é suficiente para
que obtenha a total aderência.
Para que não haja prejuízo de aderência, todas as placas cerâmicas devem estar
isentas de qualquer umidade, somente no caso de receber orientações contrárias do fabricante,
e, além disso, não se deve aplicar revestimento cerâmico em superfícies pintadas ou vitrificadas
(ROSCOE, 2008).
35
Vale ressaltar que, no caso de necessidade de corte das peças cerâmicas, será
preciso o planejamento e execução anteriormente ao procedimento de aplicação da argamassa
colante. É válido ressaltar que para peça que possuir uma menor resistência mecânica como
azulejos, poderá utilizar o riscador com ponta de vídea nos cortes reto, caso precisar de
arremates circulares pode-se utilizar a torquês. (id ibid.).
No entanto, para as placas com maiores resistências mecânicas, para fazer um corte
reto na peça, deve-se executar um corte com uma cortadora mecânica ou elétrica, como makita
usando o disco diamantado, quanto á cortes circulares, deve-se utilizar a furadeira com serra
copo diamantada, logicamente com seu guia interno (id ibid.).
Importante que para execução deste serviço, obtenha-se equipes de operários
responsáveis, pela mão-de-obra, tal como a padronização dos procedimentos de execução e
vistoria do processo de revestimento (ROSCOE, 2008).
É valido ressaltar que, tanto para os cortes de azulejo quanto para pedras cerâmicas
mais resistentes, independente do equipamento utilizado, as arestas consequência do corte,
devem estar cobertas pelos acabamentos, tais como as caixas de luz, canoplas das torneiras e
registro, resultando em arremates excelentes (REBELO, 2010).
Não se pode falar de revestimento cerâmico sem citar a reforma, e o que mais
acontece atualmente nas cidades são as reformas, desde empreendimentos recém-entregues, até
os mais velhos, seja por questões de necessidades ou estética, o mais comumente é troca de
piso.
Para facilitar esse tipo de trabalho, existe a possibilidade de executar o novo piso
sobre o piso antigo, com a utilização de uma argamassa especial, a seguir apresentam-se as
etapas para esse método de execução:
A) Preparação da base
A superfície que vai incorporar o atual revestimento deve ser caprichosamente
inspecionada. Com um martelo ou com as mãos deve-se averiguar se as placas cerâmicas
antigas estão soltas ou com barulho oco. Sendo assim, as placas desprendidas devem ser
retiradas e o local completado com cimento e areia, para ficar aplanado com o restante dos
antigos pisos e prevenir patologias como infiltrações e descolamento.
36
B) Limpeza
Primeiramente, deve-se efetuar a limpeza da superfície para limpar toda a sujeira.
Deste modo, garante-se uma boa base para receber a argamassa colante e o atual revestimento.
Em pisos com ardósia ou pedras envernizadas, é fundamental remover a camada de
resina penetrada à superfície, antes da aplicação da argamassa.
C) Argamassa especial
De acordo com orientações do fabricante, a argamassa necessita ser ajustada e ser
adequada para aplicação de piso sobre piso. Modificar a quantidade de água ou tempo para
aplicação pode provocar a limitação da performance dos aditivos e expor em risco, a aderência
do novo revestimento.
Figura 11- Aplicação argamassa
D) Dupla camada
A placa cerâmica deve ser apenas limpa, não se deve lavar, manipular com uma
escova seca para eliminar a camada de pó no verso das placas. Caso as placas cerâmicas
obtenham uma área superior a 0,09m² deve-se aplicar a argamassa diretamente na placa como
também na base da alvenaria ou chão. Esse procedimento é chamado de dupla camada, também
utilizado em áreas de grande circulação.
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E) Cura crítica
O não cumprimento do tempo de cura indicado pelo fabricante se tornou um erro
comum, como também não considerar a influência do clima no procedimento. No caso de dias
úmidos e chuvosos, o tempo de cura se amplia mais do que o recomendado. Também a
circulação de pessoas sobre o piso antes do término da cura faz com que a placa se desloque. A
interdição do local por 24 horas ou 48 horas é fundamental para ter uma cura ideal.
F) Ajustes
Tomadas, janelas, portas e pontos de saída de água requerem ajustes. Ainda que
existam placas mais finas, tais que evitem alterações mais rigorosos, por exemplo, corte de
portas, a seleção dos novos pisos deve ser cautelosa. As cargas de uso da área nem sempre o
produto mais esbelto será capaz de sustentar. O assentamento de um piso sobre o outro provoca
o aumento da carga sobre a laje, logo, o serviço deve ser feito com clareza.
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Para pisos e paredes em áreas internas e placas com lado superior de 20 cm, deve-
se utilizar juntas de no mínimo 3mm, acrescentando no mínimo 1mm para cada 10 cm de
aumento de placa, contudo, para o porcelanato grés deve-se utilizar juntas de no mínimo 2 mm
para área internas, é valido ressaltar que se deve sempre seguir as recomendações do fabricante
(id ibid.).
Primeiro passo para iniciar a execução do rejunte é limpar todas as juntas, para esse
serviço pode-se utilizar uma vassoura, importante que retire todos os resíduos que possa afetar
a aderência da matéria de rejunte, tais como poeira e parte de argamassa colante (REBELO,
2010).
Para que o rejunte não trinque ou solte das placas, é necessário que o rejunte obtenha
flexibilidade e aderência, para então absorver as dilatações e retrações das placas (BERTAN;
PATRÍCIO, 2016).
O tempo mínimo para que se execute o rejunte é 3 dias após o assentamento
cerâmico. É valido ressaltar que as juntas devem ser umedecidas e limpas, para execução deve-
se utilizar uma desempenadeira de borracha, realizando movimentos diagonal nas juntas, na
sequência deve-se fazer a limpeza para obter um acabamento excelente, utilizando um ferro
redondo para frisar as juntas, após 15 minutos, retirar o excesso com uma esponja, novamente
aguardado mais 15 minutos, deve-se passar um pano seco e finalizando o rejuntamento
(ROSCOE, 2008).
painéis, possibilitando dissipar as tensões induzidas, sem que apareça fissuras que posso
comprometer o desempenho ou integridade (REBELO, 2010).
Segundo a NBR (13375, 1996, p. 2) “espaço regular cuja a função é subdividir o
revestimento do piso, para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.”
movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas), bem como
infiltração de água, levando o revestimento ao colapso (desplacamento/descolamento)
(ROSCOE, 2008, p. 61).
Deve-se tomar cuidados com esses aparecimentos, pois podem causar graves
infiltrações de águas, levando o revestimento ao colapso.
Outro causador desse fenômeno está ligado à execução da argamassa de
assentamento nas juntas, ao invés de preencher toda a junta ele apenas forma uma capa
superficial, isso acontece em alguns casos onde as juntas são muitos estreitas, como na situação
do porcelanato (ROSCOE, 2008).
A seguir pode-se observar uma figura que demonstra a situação de uma deterioração
de junta.
Figura 14- Deterioração das juntas e Eflorescência do rejuntamento
Destaca o autor que este tipo de erro acontece claramente quando não se tem um
projeto para execução do revestimento, feito por um profissional da área que entenda este
fenômeno, pois assim não teria o custo com manutenção.
Existem várias causas que podem acarretar essas deformações que existem devidos
as tensões, como retração da argamassa de assentamento, deformação da estrutura, variação de
temperatura que provoca dilatações, contudo entende-se que a combinação desses fatores pode
ocasionar no rompimento entre a placa cerâmica, a argamassa e o substrato (CHAVES, 2009).
As responsáveis pelo destacamento são - assentamento sobre a superfície
contaminada; má qualidade de mão de obra; utilização da argamassa; mau controle do serviço
e a -variação de temperatura (id ibid.).
A figura 15 mostra o destacamento de placas cerâmicas, conforme comentado
anteriormente:
44
Vivemos num país com grande amplitude térmica, de janeiro a julho pode-se ter
uma variação de 14°C a 20°C, com este fator mais o aquecimento do assentamento, podem
acarretar no aparecimento de fissuras nos revestimentos. Devido à grande movimentação que
ocorre nessas bases gerando uma grande tensão interna, com isso excede o limite de resistência
da placa cerâmica acarretando no aparecimento de trincas e fissuras, o surgimento de
gretamento ocorre quando ultrapassa o limite de resistência na camada do esmalte (Thomaz,
1989).
Trincas: falhas no corpo da placa cerâmica geradas por esforços mecânicos, tais
como, compressão axial ou excêntrica, tração axial, flexão, torção e cisalhamento, que causam
leve riscos com aberturas superiores a 1 mm (ROSCOE, 2008).
Fissuras: fendas inferiores a 1 mm cujo originam rompimento total das placas,
normalmente aparecem nos primeiros e últimos andares (ROSCOE, 2008).
Gretamento: aberturas inferiores a 1 mm ocorrendo na parte esmaltada da placa
cerâmica ocasionando um aspecto de pequenas teias de aranhas (ROSCOE, 2008).
45
2.3.5 Eflorescência
De acordo com Roscoe, (2008, p. 55) “o fenômeno resulta da dissolução dos sais
presentes na argamassa, ou nos componentes cerâmicos ou provenientes de contaminações
externas e seu posterior transporte pela água através dos materiais porosos.”
Quando a concentração de sais aumenta, durante o transporte pela água de materiais
porosos, seja por perda de água ou aumento de quantidade de sais, isso resultara no processo de
cristalização e originando o fenômeno. Se ocorrer superficialmente, ficará fácil de perceber a
manifestação patológica (eflorescência), no entanto, se acontecer internamente ao material, irá
se originar no cripto-eflorescência, geralmente é muito difícil a identificação (ROSCOE, 2008).
A eflorescência é identificada pelo aparecimento de depósitos cristalinos com uma
cor esbranquiçada, na face do revestimento conforme a (Fig. 14), isso ocorre quando os sais
46
solúveis das argamassas são levados por meio dos poros do revestimento, que endurecem em
contato com o ar, causando as borras, é valido lembrar que existem sais solúveis nas argamassas
de fixação ou rejunte e podem também estar presentes nas placas cerâmicas (CHAVES, 2009).
Para impedir a presença de eflorescências, algumas prevenções devem ser tomadas,
como usar argamassa com baixo teor de umidade, assegurar que a base se encontre devidamente
seca antes da aplicação do revestimento e usar revestimento cerâmico de boa qualidade, que
não possua em sua criação sais solúveis (CHAVES, 2009).
Com os conhecimentos trazidos pela fundamentação teórica, é válido lembrar a
importância das NBR citadas anteriormente, tais como NBR 15575 e 13753 que orientam o
sistema e os cuidados a serem tomados quando da execução do revestimento cerâmico de modo
que não resulte nessas manifestações patológicas, assegurando o bom desempenho da
edificação.
47
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
(continuação)
52
(continuação)
53
(continuação)
A seguir, estão apresentados o Quadro (8) referente ao rito para a execução das
paredes em cerâmica e o Quadro 9 para assentamento dos pisos cerâmicos, ambos nas áreas
internas de uma edificação, delimitação desta pesquisa.
Quadro 8 - Resultados da pesquisa
(continua)
56
(continuação)
20%
40%
40%
20%
80%
SIM NÃO
Fonte: Dos autores, 2019.
60
O Gráfico 3, seguinte, demonstra que entre 100% dos entrevistados, 40% são
operários fixos e 60% exercem seus serviços para empresas com obras de grande porte como
autônomos.
40%
60%
FIXO AUTÔNOMO
Fonte: Dos autores, 2019.
0%
40%
60%
Gráfico 5 - Treinamento
40%
60%
SIM NÃO
Fonte: Dos autores, 2019.
0%
100%
AC I AC II AC III
Fonte: Dos autores, 2019.
20%
20% 60%
20%
60% 20%
AC I AC II AC III
Fonte: Dos autores, 2019.
20%
40%
40%
quando existe a presença de um supervisor, o entrevistado acredita que por esses motivos
acontecem o descolamento das placas.
Gráfico 10 - Causador das manifestações patológicas, segundo os entrevistados
40% 40%
20%
0%
100%
SIM NÃO
se pode exercer o procedimento de umedecer levemente a base, desde que a mesma esteja
exposta a insolação ou ventilação.
Avaliadas as sugestões e tendo sido essas adequadas às Normas Técnicas citadas
no referencial teórico, os autores apresentam a versão final do Checklist a ser disponibilizado
para a comunidade da construção civil, como pretendeu a pesquisa.
Figura 19 - Checklist de revestimento cerâmico para áreas internas
(continua)
67
(continuação)
Sugere-se que este checklist deva ser afixado em local de fácil acesso e leitura pelos
responsáveis pela execução dos serviços, com vista ao controle de qualidade do serviço de
assentamento de placas cerâmicas em paredes e pisos dos ambientes internos da edificação.
Para isto, o responsável deve anotar, no retângulo indicado, informando SIM ou
NÃO para o cumprimento de cada uma das etapas essenciais a realização dos serviços objeto
desta pesquisa.
Com a aplicação do Checklist em sua versão inicial quando das entrevistas aos
profissionais com experiência na execução do serviço descrito, procedeu-se o ajuste final,
objeto deste estudo.
69
5 CONCLUSÃO
Esta pesquisa teve por objetivo apresentar uma proposta de checklist para
revestimento cerâmico de áreas internas em atendimento às prescrições das NBR 15575 e
13753, com a finalidade de reduzir as manifestações patológicas causadas quando do
assentamento de placas cerâmicas, tais como o desplacamento.
Deste modo, pretende-se com este instrumento, agora disponibilizado pelos autores,
reduzir o transtorno dos usuários e o prejuízo para empresa construtora que tem de arcar com
maior dispêndio com mão de obra qualificada a fim de proceder as correções necessárias e
mitigar os custos de retrabalho essenciais à correção adequada dos serviços objeto desta análise.
Para melhor compreensão deste trabalho, foi desempenhado uma pesquisa
bibliográfica, juntamente com uma pesquisa de campo, com o objetivo de expandir a concepção
das causas motivadores de problemas patológicos.
Constatou-se que grande parte dos desplacamentos causados, deve-se ao fato de
deformações que ocorrem devido às tensões, tais como retração da argamassa de assentamento,
deformação estrutural, variação de temperatura cujo provoca dilatações, entretanto percebe-se
que a associação destes motivos pode acarretar no rompimento entre a argamassa e a placa
cerâmica.
Em relação a tal aspecto, responsáveis pelo desplacamento são, superfícies sujas,
mão de obra pouco qualificada, argamassa utilizada de forma inadequada, pouca fiscalização
no serviço e grande amplitude térmica.
É evidente que um dos principais causadores do desplacamento cerâmico é a mão
de obra pouco qualificada, alguns profissionais insistem nos velhos costumes e acabam não
executando da maneira correta, como exemplo o sistema de dupla colagem, que muitas vezes
não é aplicado, no entanto o checklist proposto pelos autores reforça a importância de cada uma
das etapas imprescindíveis à execução do serviço e o procedimento correto das mesmas.
Diante deste cenário, a implementação do checklist desenvolvido pelos autores trará
maior clareza quando da execução do serviço e consequentemente mais qualidade à obra, com
propósito de minimizar os episódios comumente encontrados dentro do ambiente das
edificações.
A partir desta pesquisa sugere-se para trabalhos futuros a sua aplicação e controle
em obras da região Sul catarinense.
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REFERÊNCIAS
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