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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

TIAGO TONDO SOUZA


VINICIUS DA ROSA ANTUNES

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO DE ÁREAS INTERNAS EM


ATENDIMENTO ÀS PRESCRIÇÕES DAS NBR 15575 E 13753: UMA PROPOSTA
DE CHECKLIST

Tubarão - SC
2019
TIAGO TONDO SOUZA
VINICIUS DA ROSA ANTUNES

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO DE ÁREAS INTERNAS EM


ATENDIMENTO ÀS PRESCRIÇÕES DAS NBR 15575 E 13753: UMA PROPOSTA
DE CHECKLIST

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof. Esp. Norma Beatriz Camisão Schwinden

Tubarão – SC
2019
TIAGO TONDO SOUZA
VINICIUS DA ROSA ANTUNES

EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO DE ÁREAS INTERNAS EM


ATENDIMENTO ÀS PRESCRIÇÕES DAS NBR 15575 E 13753: UMA PROPOSTA
DE CHECKLIST

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final
pelo Curso de Engenharia Civil da
Universidade do Sul de Santa Catarina.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, a Deus, que me deu energia e sabedoria para concluir


mais esta fase com sucesso.
Agradeço a meus pais ao Volnei dos Passos Antunes e Marlene da Rosa Antunes
que me apoiaram constantemente e estão junto comigo em todas as etapas de minha vida.
A minha orientadora e professora Norma, pelo suporte, que nos incentivou e
compartilhou conosco seu conhecimento.
Aos profissionais entrevistados, meus agradecimentos, por disponibilizar do seu
tempo, compartilhar seus conhecimentos e colabora para a conclusão da pesquisa.
Agradeço a minha namorada, que me estimulou durante todo período e
compreendeu a minha ausência pelo tempo dedicado aos estudos.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.

Vinicius Da Rosa Antunes.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por iluminar minha caminhada, por me dar


sabedoria, energia e saúde.
Agradeço aos meus pais pela ajuda, força e amor ilimitado. Sem vocês a realização
desse sonho não seria possível.
Agradeço a minha orientadora e professora Norma, que nos auxiliou durante todo
o projeto, compartilhou conosco seu conhecimento.
Agradeço aos profissionais do revestimento cerâmicos, que nos concederão um
pouco do seu tempo para nos dar entrevistas, passando um pouco dos seus conhecimentos,
respondendo os questionários e possibilitando a finalização do nosso projeto.
Agradeço a minha namorada que, concedeu seu tempo me auxiliando e animando,
sendo companheira de compreensível.

Tiago Tondo Souza


RESUMO

Há muito tempo encontram-se problemas habituais como manifestações patológicas do


revestimento cerâmico em edificações pela utilização dos materiais de baixa qualidade, falta de
planejamento e mão de obra. Qualquer anomalia encontrada em uma edificação causa
transtorno ao usuário e um grande prejuízo para empresa construtora, em virtude da necessidade
de mão de obra técnica para a correção adequada, além do custo adicional. Como todo
problema, existem pontos a serem discutidos para melhor compreensão. Desta forma, com
estudos bibliográficos e pesquisa de campo juntamente com profissionais da área, foram
analisados mão de obra, materiais e ambientes a ser revestido. Com isto, criou-se um checklist
para aplicação de assentamento do revestimento cerâmico interno, com proposta de evitar
problemas indesejados e instruir de maneira correta na aplicação do mesmo. O resultado mostra
que a grande parcela de problemas dentro de um ambiente interno de revestimento cerâmico,
acontece pelo uso inadequado das argamassas colantes, cuja escolha para uma determinada área
acaba sendo equivocada, somando-se a falta de planejamento, material de baixa qualidade, mão
de obra não qualificada e fiscalização, o que acaba agravando ainda mais este problema.
Concluiu-se, após a criação deste checklist submetido a especialistas no assentamento de
revestimento cerâmico, que esses estão mais cientes da causa destas anomalias, com uma
instrução mais adequada na forma de aplicar o revestimento cerâmico interno e na escolha do
material utilizado para cada ambiente trabalhado, deste modo podendo entregar um serviço de
qualidade.

Palavras-chave: Problemas patológicos. Revestimento cerâmico interno. Padrão de


assentamento.
ABSTRACT

There are longstanding problems such as ceramic flooring conditions in buildings due to the
use of low resistance materials, lack of planning and manpower. Any anomaly found in a
building causes inconvenience to the user and a great loss to the construction company because
of the need for technical labor for the proper fix, besides the additional cost. Like any problem,
there are points to be discussed for better understanding. In this way, with bibliographical
studies and field research together with professionals of the area, there were analyzed labor,
materials and environments to be coated. With this, a checklist was created for laying
application of the internal ceramic coating, with the purpose of avoiding undesired problems
and correctly instructing the application of the same. The result shows that the great part of
problems within an internal environment of ceramic coating, happens through the inadequate
use of the adhesive mortars, whose choice for a given area ends up being wrong, adding up the
lack of skilled manpower and inspection which further aggravates this problem. It was
concluded, after the creation and submission of this checklist to specialists in the laying of
ceramic coating, that they are more aware of the cause of these anomalies, with a more
appropriate instruction in the form of applying the internal ceramic coating and in the choice of
material used for each environment, thus delivering a service with better quality.

Keywords: Pathological problems. Internal ceramic coating. Laying pattern.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Primeiras utilizações da cerâmica. ........................................................................... 18


Figura 2- Etapas de camadas .................................................................................................... 20
Figura 3- Tipos de junta para o assentamento cerâmico .......................................................... 25
Figura 4- Equipamento para preparo da argamassa colante ..................................................... 26
Figura 5 - Camada de regularização constituída por argamassa de cimento e areia ................ 32
Figura 6 - Conferindo a planicidade da alvenaria..................................................................... 32
Figura 7 - Aplicação da argamassa colante .............................................................................. 33
Figura 8 - Aplicação da placa cerâmica.................................................................................... 34
Figura 9 - Verificando a saúde de piso antigo. ......................................................................... 36
Figura 10- Limpeza da superfície ............................................................................................. 36
Figura 11- Aplicação argamassa............................................................................................... 37
Figura 12- Aplicação dupla camada ......................................................................................... 38
Figura 13- Aplicação do piso ................................................................................................... 39
Figura 14- Deterioração das juntas e Eflorescência do rejuntamento ...................................... 42
Figura 15- Destacamento de peça cerâmica ............................................................................. 44
Figura 16- Placa cerâmica com fissuras ................................................................................... 45
Figura 17 - Identificação dos entrevistados .............................................................................. 49
Figura 18 - Questionário de entrevista ..................................................................................... 50
Figura 19 - Checklist de revestimento cerâmico para áreas internas ........................................ 66
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - O tempo de atuação na área de revestimento cerâmico ......................................... 59


Gráfico 2 - Atuação em reformas ............................................................................................. 59
Gráfico 3 - Tipo de contratação ................................................................................................ 60
Gráfico 4 - Porte de obras ......................................................................................................... 60
Gráfico 5 - Treinamento ........................................................................................................... 61
Gráfico 6 - 100% dos entrevistados consideram a argamassa colante ACIII com melhor
trabalhabilidade e resistência .................................................................................................... 61
Gráfico 7 - Argamassa colante AC I ........................................................................................ 62
Gráfico 8 - Argamassa colante mais utilizada em áreas internas, segundo os entrevistados ... 62
Gráfico 9 - Manifestações patológicas apresentadas nos serviços dos entrevistados............... 63
Gráfico 10 - Causador das manifestações patológicas, segundo os entrevistados ................... 64
Gráfico 11- Validação do checklist .......................................................................................... 64
LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Argamassa colante e suas indicações ...................................................................... 22


Quadro 2- Área das placas, desempenadeiras e procedimentos. .............................................. 24
Quadro 3- Grupo de absorção de água. .................................................................................... 27
Quadro 4- Classes de resistência a abrasão superficial. ........................................................... 27
Quadro 5- Classes de resistência ao manchamento .................................................................. 28
Quadro 6 - classes de resistência ao ataque de agentes químicos ............................................ 28
Quadro 7 - Identificação dos entrevistados .............................................................................. 54
Quadro 8 - Resultados da pesquisa ........................................................................................... 55
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 14
1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA .................................................................................. 14
1.2 RELEVÂNCIA SOCIAL E CIENTÍFICA DO ESTUDO .............................................. 15
1.3 OBJETIVO ...................................................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 16
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 16
1.4 ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO ...................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 18
2.1 REVESTIMENTO CERÂMICO ..................................................................................... 18
2.1.1 Chapisco ....................................................................................................................... 20
2.1.2 Emboço ......................................................................................................................... 20
2.1.3 Argamassa colante....................................................................................................... 21
2.1.4 NBR 13753 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante ............................................................................................ 22
2.1.5 NBR 13754 - Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento ................................................................ 24
2.1.6 NBR 15575-3 - Edificações habitacionais -Desempenho Parte 3: Requisitos para os
sistemas de pisos ..................................................................................................................... 26
2.1.7 NBR 13817 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Classificação ...................... 27
2.1.8 NBR 13818 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Especificação e Métodos de
Ensaios. .................................................................................................................................... 29
2.1.8.1 Determinação da carga de ruptura e modulo de resistência à flexão ......................... 29
2.1.8.2 Determinação da resistência ao gretamento ............................................................... 29
2.1.8.3 Determinação do coeficiente de dilatação térmica ..................................................... 29
2.1.8.4 Determinação da resistência ao choque térmico ........................................................ 29
2.1.9 Expansão por umidade (EPU) .................................................................................... 30
2.2 ASSENTAMENTO DE PLACAS CERÂMICAS .......................................................... 30
2.2.1 Aplicação do piso sobre piso ....................................................................................... 35
2.2.2 Junta de assentamento ................................................................................................ 39
2.2.3 Juntas de dessolidarização.......................................................................................... 40
2.2.4 Junta de movimentação .............................................................................................. 40
2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO ............... 41
2.3.1 Deterioração das juntas .............................................................................................. 41
2.3.2 Destacamento ou descolamento ................................................................................. 42
2.3.3 Trincas, fissuras e gretamento ................................................................................... 44
2.3.4 Manchas d’água .......................................................................................................... 45
2.3.5 Eflorescência ................................................................................................................ 45
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 47
3.1 TIPO DE PESQUISA REALIZADA .............................................................................. 47
3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .............................................................. 48
3.3 LEVANTAMENTOS DOS DADOS .............................................................................. 53
3.4 COMENTÁRIOS DOS ENTREVISTADOS .................................................................. 57
4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................. 59
4.1 SUGESTÕES E MELHORIAS ....................................................................................... 65
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 69
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 70
14

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como tema principal tratar do assentamento de revestimento


cerâmico nas áreas internas das edificações, de modo a se evitar o aparecimento de
manifestações patológicas decorrentes das práticas inadequadas.
Nessa dinâmica, os autores propuseram a elaboração de um checklist de
revestimento cerâmico, com o intuito de realizar uma padronização de execução, com facilidade
de entendimento dentro da obra.
Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica a partir do tema abordado,
apresentando materiais e aplicações do revestimento cerâmico, com posterior pesquisa de
campo, realizando entrevista com profissionais da área. Por fim, a realização da padronização
do revestimento cerâmico em formato checklist.

1.1 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA

Cada dia que passa novas edificações vão surgindo e a utilização do revestimento
com placas cerâmicas nas áreas internas e o uso de argamassa colante se tornou habitual, por
conta da sua estética e propriedades, como a resistência mecânica, conforto, durabilidade e
eficiência.
É comum se encontrar ocorrências de manifestações patológicas decorrente das
práticas do seu assentamento, como eflorescência e deterioração das juntas, sendo que o
problema mais comumente encontrado é o desplacamento das placas cerâmicas, tanto nos pisos
quanto nas paredes. Pelo que se vem observando nas edificações, não existe idade para as
aparições dessas doenças da construção civil, sendo detectadas tanto em empreendimentos mais
antigos até os recém entregues.
Algumas anomalias necessitam de uma combinação de fatores para que ocorram,
no entanto, os maiores causadores dessas são a má qualidade do material e falta de mão de obra
qualificada, com pouco ou até mesmo sem nenhum tipo de treinamento ressalta Klein (1999).
Destaca-se assim que qualquer tipo de anomalia encontrada em uma edificação,
pode se transformar em um grande prejuízo para empresa construtora, em virtude dos custos
com material, mão de obra técnica essenciais para que aconteça a sua correção adequada para
se atingir a satisfação do cliente.
Desta forma, o foco deste trabalho é desenvolver uma sistemática para
padronização de execução do revestimento cerâmico, que facilite o seu entendimento pela mão
15

de obra responsável pela sua execução na obra, a fim de evitar as futuras manifestações
patológicas.
Existem muitos tipos de placas cerâmicas, variedades de cores e dimensões, tudo
para a estética do empreendimento, e assim atender todas as expectativas do usuário.
O revestimento cerâmico influencia diretamente no acabamento de um
empreendimento, no entanto a sua maior disfunção é o desplacamento, trazendo um enorme
incômodo a seus usuários. Ele foi a causa para a realização deste trabalho, com foco na área
interna, baseando em métodos, conceitos e documentos, para melhor atende-lo e evita-lo o
desconforto com quem usa este processo.
Sujeitas à degradação e deterioração, as edificações necessitam de um constante
programa de manutenção, sendo preventiva ou corretiva. É o fato que na maioria dos casos,
essa ação não é um fator priorizado, podendo resultar no aparecimento de anomalias. Neste
sentido, o tema configura-se como atual devido à alta ocorrência de manifestações patológicas
nas edificações – muitas ocasionadas pela falta de conservação como também pela má execução
(MENDES, 2017).
A última NBR para revestimento cerâmico foi em 1996, NBR 13754 revestimentos
de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante (ABNT 1996),
o manual logicamente ultrapassado, então a proposta desta pesquisa foi a criação de um
checklist para execução do revestimento cerâmico, utilizando ferramentas e materiais novos no
mercado, respeitando a NBR 15575 e 13753.
Diante desse cenário, o problema definido foi: como prevenir manifestações
patológicas em assentamento de revestimento cerâmico de paredes internas, tais como
desplacamento, destacamento, eflorescência nas juntas, em estudo realizado na cidade de
Tubarão SC no ano de 2019?

1.2 RELEVÂNCIA SOCIAL E CIENTÍFICA DO ESTUDO

As manifestações patológicas decorrentes dos erros de execução vêm se


constituindo em um problema nas edificações, estabelecendo-se como fator restritivo para o seu
desempenho. O estudo em questão, ao tratar das anomalias mais representativas nos pisos e
paredes internas de edifícios permite que a disseminação dos requisitos essenciais para
restringir a sua instalação nos sistemas citados, demostrando sua relevância social.
Associa-se que este estudo também apresenta uma relevância acadêmico- científica,
já que correlaciona o tema em estudo e traz a validação do checklist disponibilizado pelos
16

autores, tornando-se material de consulta para trabalhos de iniciação científica ou mesmo


trabalhos de conclusão de curso que explorem temáticas semelhantes à aqui proposta.

1.3 OBJETIVO

Neste item são apresentados os objetivos gerais e específicos desta pesquisa.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral é propor um checklist para execução de revestimento cerâmico


para prevenir manifestações patológicas em áreas internas.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Relacionar as Características dos revestimentos cerâmicos;


b) Identificar as manifestações patológicas em revestimento cerâmico;
c) Relatar as etapas do assentamento;
d) Apresentar como evitar problemas comuns;
e) Estruturar um rito de execução, em forma de checklist, conforme as normas
atualizadas, mostrando todas as etapas passo a passo da execução do
assentamento cerâmico para facilitar o entendimento em obra;
f) Entrevistar profissionais de assentamento cerâmico para sua validação em
pesquisa de campo.

1.4 ESTRUTURA GERAL DO TRABALHO

O capítulo um traz a introdução abrangendo os motivos patológicos em


edificações, desde o recém-entregue, até o mais antigo, junto com a justificativa e objetivos
traçados da pesquisa.
O capítulo dois apresenta a revisão bibliográfica relacionada às ocorrências de
manifestações patológicas em assentamento de revestimento cerâmico em ambientes internos
na área de edificações, ocorrências muito comuns encontrada por várias construtoras.
O capitulo três traz um rito de checklist de execução para assentamento cerâmico,
um documento destinado para evitar problemas futuros patológicos, reparações recentes para
construtora e cliente.
17

O capítulo quarto traz a análise e discussão dos resultados da pesquisa de campo


para a validação do rito proposto.
No quinto capítulo apresenta-se a conclusão de todo o estudo sobre o assunto
abordado.
18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será explorado o levantamento bibliográfico realizado a partir dos


temas: revestimento cerâmico, a patologia dos revestimentos cerâmicos, evitar problemas
comuns, validar um rito na forma de checklist para o assentamento cerâmico para pisos e
paredes internos.

2.1 REVESTIMENTO CERÂMICO

A cerâmica é uma mistura de argila com outras matérias primas inorgânicas, sendo
queimadas em altas temperaturas, produção de séculos e com um grande leque de aplicações
para usos diários tais como louças cerâmicas, e usos estéticos (revestimento). Sua aplicação
como revestimento cerâmico tem sua origem com as civilizações do Oriente Próximo (sudoeste
asiático) (GASTALDINI; SICHIERI, 2013). Pode-se verificar na (Fig. 1) seguinte.

Figura 1 - Primeiras utilizações da cerâmica.

Fonte: materiais de construção civil, cap. 19

Destacam Oliveira e Hotza (2015) que o grande salto na produção de cerâmica


aconteceu entre meados dos anos 70 e 80, devido ao importante passo tecnológico com seu
método mais rápido de monoqueima por conta de seus ciclos, que originou grandes
transformações principalmente na movimentação das placas cerâmicas.
Os meios de elaboração das placas cerâmicas são de duas formas: via seca e via
úmida. Na moldagem da via úmida emprega-se uma mescla de matérias-primas com o objetivo
19

de alcançar as especificidades almejadas, a mescla desta massa é equivalente a 65% de sólidos


e 35% de água, para a secagem usa-se uma câmara aquecida com finalidade de evaporar a água,
chamada de atomizador (BERTAN; PATRÍCIO, 2016).
O processamento de via seca efetua uma ou duas argilas mais fundentes, os
materiais são moídos sem adição de água, com isto não necessita passar pelo processo de
evaporação, o atomizador (id ibid.).
Após estas etapas, o processo de produção é o mesmo, depois das placas estarem
prensadas, são passadas pela última secagem e, logo após as peças seguem para o acabamento,
onde ali são esmaltadas e queimadas (id ibid.).
A volumosa utilização do revestimento cerâmico colado em edifícios residenciais,
comerciais e industriais se tornou um fato para as grandes construtoras do Brasil, por conta do
material ser considerado bom, lindo e com seu valor acessível. Isso desvenda o gigante
crescimento da utilização desse material (ROSCOE, 2008).
Assim, os revestimentos cerâmicos podem de diversas maneiras, ser classificados
conforme a técnica construtiva empregada em sua produção ou pelo seu comportamento após
a aplicação.
O revestimento cerâmico é a camada do conjunto monolítico, cuja parte exterior é
constituída de placas cerâmicas, assentadas e rejuntadas com argamassa ou material adesivo. O
isolamento térmico, acústico e de impermeabilização possuem as funções das camadas
(MEDEIROS; SABBATINI, 1999).
Enfatiza ainda o citado autor que as placas cerâmicas apesar de sua importância na
definição estética têm como sua propriedade fundamental resistência à penetração de água e
facilidade de limpeza, por exemplo.
Para Medeiros e Sabbatini, (1999) as características das placas cerâmicas
apresentam em sua propriedade uma larga série de vantagens importantes para o uso de
revestimentos, cujos principais são as seguintes:
a) Não gera fogo.
b) Elevada impermeabilidade.
c) Baixa higroscopicidade.
d) Não é radioativo.
e) Não produz eletricidade estática.
f) Ótimo isolamento.
g) Custo final, compatível com privilégios, especialmente com relação à manutenção ao
longo da vida útil.
20

A evolução tecnológica consiste na construção de um projeto com foco na produção


dos revestimentos cerâmicos, que tenha os requisitos de desempenhos fundamentais, para que
haja uma grande durabilidade, assim como impedir o aparecimento de anomalias (MEDEIROS;
SABBATINI, 1999).
Sobre as camadas que antecedem o revestimento cerâmico que constituem o
subsistema da edificação, as temos como base sobre a alvenaria ou o concreto, chapisco,
emboço, a argamassa colante e na última camada a placa cerâmica (MEDEIROS; SABBATINI,
1999). A figura seguinte ilustra estas etapas de camadas comentadas anteriormente.

Figura 2- Etapas de camadas

Fonte: Medeiros; Sabbatini, 1999, p. 6.

A seguir, segue a preparação de cada etapa que antecedem o revestimento cerâmico,


assim mostrado anteriormente na figura.

2.1.1 Chapisco

O chapisco é encarado como uma preparação da base, e tem a eficácia de diminuir


ou igualar a tendência do substrato para absorver água da camada de regularização, contudo,
ainda possui a capacidade de melhorar a ligação da camada de revestimento e proporcionar uma
maior ancoragem do reboco e alvenaria (ROSCOE, 2008).

2.1.2 Emboço

De acordo com BRANCO, CARVALHO e COSTA, 2007, p. 5 “O emboço é a


camada de regularização, aplicada diretamente sobre a base, com a função de definir o plano
21

vertical e dar sustentação à camada seguinte, o revestimento cerâmico propriamente dito “NBR
13281.
Não deve obter nenhuma matéria estranha que afete a aderência da argamassa
colante a ele, como exemplo, substâncias gordurosas, inflorescências e até mesmo poeira
(ROSCOE, 2008).

2.1.3 Argamassa colante

O idealizador principal do uso da argamassa no brasil foi o senhor Antonio Fiorito,


foi ele que fez o desenvolvimento da primeira argamassa colante brasileira, com isto, o uso para
assentamentos de revestimentos cerâmicos triplicou (TÉCHNE, 2006).
É válido ressaltar que foi na Cerâmica São Caetano que Fiorito construiu sua
reputação, a empresa necessitava de engenheiro com experiencia, disposto a estudar no canteiro
de obra e laboratório, as origens dos descolamentos das placas cerâmica. Fiorito assumiu o
desafio, com seus estudos e exemplos em obra, ele descobriu que a maior causa do
descolamento dos revestimentos cerâmico foi devido à má execução e mão de obra não
qualificada, houve muitos treinamentos de execução do revestimento cerâmico para os
operários, no entanto, não obteve êxito, foi então que Fiorito resolveu desenvolver uma nova
argamassa que facilitaria a execução e apresentando aderência duradoura, utilizando alguns
aditivos disponível no mercado, a argamassa foi um sucesso (TÉCHNE, 2006).
A argamassa colante é uma simples mistura de cimento, agregados e aditivos
gerados industrialmente. Para seu uso em obra deve-se apenas adicionar a água. É um material
ligado ao assentamento de revestimento cerâmico, tanto em ambientes interno quanto externos,
em pisos e paredes (PÓVOAS, 1999).
O emprego da argamassa de assentamento é ligar as unidades de alvenaria para
gerar um elemento monolítico dividindo as cargas uniformemente, ajudar na resistividade aos
esforços laterais, assegurar estanqueidade e absorver as deformações de qualquer natureza
(BAUER, 1995 apud ROCHA, 2012).
A execução do assentamento da placa cerâmica com a utilização da argamassa
colante, certamente irá diminuir o rendimento do profissional especializado, pois necessita do
perfeito nivelamento e planicidade do substrato, devido a espessura da argamassa aplicada ser
pequena (PÓVOAS, 1999).
22

No quadro 1, pode-se observar as orientações trazidas pela NBR 14081 Argamassa


colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas (ABNT, 2012) para a indicação
adequada à aplicação dos diversos tipos de argamassa colante.

Quadro 1- Argamassa colante e suas indicações


ARGAMASSA INDICAÇÃO
Argamassa colante tipo I – AC I Argamassa utilizada em revestimentos
internos exceto: saunas, churrasqueiras,
estufas e outros revestimentos especiais

Argamassa colante tipo II – AC II Argamassa utilizada em revestimentos de


pisos e paredes internos e externos sujeitos a
ciclos de variação higrotérmica e à ação do
vento

Argamassa colante tipo III – AC III Argamassa com aderência superior aos tipos
I e II

Argamassa colante com tempo em aberto Argamassa colante dos tipos I, II e III, com
tempo aberto estendido
estendido (E)

Fonte: dos autores, adaptados de NBR 14081-1, 2012

2.1.4 NBR 13753 - Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante

Segundo NBR 13753 (1996, p. 4) “devem ser escolhidas as placas conforme o seu
fim a que se destinam, de acordo com as classes de abrasão e absorção da água, devendo ser
compatíveis com as condições de uso do revestimento.”
A desempenadeira de aço dentada é uma ferramenta utilizada para execução da
argamassa colante, espessura de 0,5 mm (chapa 26) e dimensões aproximadas de 11 cm x 26
cm, essa ferramenta possui dentes adjacentes (NBR 13753, ABNT 1996).
Assim e que “Quando os dentes da desempenadeira se desgastarem e sua altura
diminuir em 1 mm, a desempenadeira deve ser substituída por uma nova, ou a altura deve ser
recomposta” (id ibid. 1996, p. 2).
Quanto à disposição do assentamento, “Devem ser previstas para que haja o mínimo
possível de cortes de placas cerâmicas” (id ibid. 1996, p. 5).
23

Ainda “o piso de ambientes não molháveis, como quartos e salas, deve ser
executado em nível ou com caimento máximo de 0,5%” (id ibid. 1996, p. 5).
Destacando-se que (id ibid. 1996, p. 5) “nos boxes do banheiro o caimento deve
estar compreendido entre 1,5% e 2,5% em direção ao ralo”.
Pode-se observar, que para cada tipo de área ou ambiente existe um sistema de
execução de placas cerâmica, na sequência pode-se entender o funcionamento para área da
placa cerâmica com uma superfície menor que 400 cm² e para isso utiliza-se uma
desempenadeira 6 mm x 6 mm x 6 mm. De acordo com a citada NBR 13753, observa-se que:

Os procedimentos para placas com áreas superficial menor que 400 cm² são: - espalhar
e pentear a argamassa colante com desempenadeira sobre o contrapiso – aplicar cada
placa cerâmica sobre os cordões de argamassa colante ligeiramente fora de posição e
em seguida pressioná-la, arrastando-a perpendicularmente aos cordões, até sua
posição final – atingida a posição final, aplicar vibrações manuais de grande
frequência, transmitidas pelas pontas dos dedos, procurando constatada quando a
argamassa colante fluir nas bordas da placa cerâmica (ABNT 1996, p. 13).

Os procedimentos para placas com áreas igual ou maior que 400 cm² e menor que
900 cm² são os mesmos detalhados anteriormente, mas utilizando-se desempenadeira com os
dentes 8 mm x 8 mm X 8 mm.
No entanto, é fácil de encontrar uma empreitada com placas de área igual ou
superior a 900 cm² e para isso, existe outro sistema de execução, utilizando uma
desempenadeira com dentes 8 mm x 8 mm x 8 mm. A mesma Norma prescreve:

Os procedimentos para placas cerâmicas com área igual ou maior que 900 cm² são: -
espalhar e pentear a argamassa colante no contrapiso e no tardoz das placas cerâmicas
– aplicar cada placa cerâmica ligeiramente fora de posição, de modo a cruzar os
cordões do tardoz e do contrapiso e em seguida pressioná-la arrastando-a até a sua
posição final - atingida a posição final, aplicar vibrações manuais de grande
frequência, transmitidas pelas pontas dos dedos. Procurando obter a maior
acomodação possível, que pode ser constatada quando a argamassa colante fluir nas
bordas da placa cerâmica (NBR 13753, ABNT 1996, p. 13).

Nota-se que os procedimentos são basicamente iguais, no entanto a diferença


encontra-se na ferramenta a se utilizar, importante seguir as prescrições da NBR para que
consiga concluir os objetivos finais, isentos de manifestação patológicas futuras.
24

Quadro 2- Área das placas, desempenadeiras e procedimentos.


Área da superfície das placas Formato dos dentes da Procedimento
cerâmicas desempenadeira
A(cm²) (mm)
A < 400 Quadrados 6 X 6 X 6 Convencional
A ≤ A ≤ 900 Quadrados 8 X 8 X 8 Convencional
A > 900 Quadrados 8 X 8 X 8 Dupla colagem
Fonte: dos autores, adaptados de NBR 13753, 1996.

2.1.5 NBR 13754 - Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante – Procedimento

Conforme a NBR 13754 (1996, p. 4) “não é necessário umedecer a superfície da


base, a não ser em locais sujeitos à insolação e/ou ventilação.”
(id ibid. 1996, p. 4) “a superfície que irá receber a argamassa colante deve estar,
limpa, isenta de matérias estranhos, a exemplo pó, óleos, tintas, etc., que possam impedir a boa
aderência da argamassa colante.”
(id ibid. 1996, p. 4) “as placas cerâmicas devem estar isentas de pó, engobes
pulverulentos ou partículas soltas, notadamente no tardoz, e assentadas a seco sobre a
argamassa colante estendida sobre a superfície da base.”
Ainda “Antes do início da execução do revestimento, deve ser certificado se a
quantidade de placas cerâmicas existentes na obra é suficiente, recomendando-se uma margem
de sobra para cortes, imprevistos ou futuros reparos” (id ibid. 1996, p. 3).
Destaque para “O assentamento das placas cerâmicas só deve ocorrer após um
período mínimo de cura da base de sete dias sobre emboço e de 14 dias sobre as demais bases”
(id ibid. 1996, p. 3).
(id ibid. 1996, p. 6) “O assentamento das placas cerâmicas deve ser realizado de
baixo para cima, uma fiada de cada vez.”
“Entre duas placas cerâmicas assentadas pode ser esticada uma linha para servir
como guia para o posicionamento das demais placas desta ficada” (id ibid. 1996, p. 6).
“Nas extremidades da borda inferior da parede, tomando-se como referência a cota
prevista para o revestimento do piso, devem ser assentadas duas placas cerâmicas, que servirão
de guias, apoiadas sobre calços adequadamente nivelados” (id ibid. 1996, p. 6).
25

Na (Fig. 3) são representadas algumas disposições indicadas para o assentamento e


juntas de assentamento, conforme a (NBR 13754, p. 4).

Figura 3- Tipos de junta para o assentamento cerâmico

Fonte: Construção Mercado, 2012, p. 1.

Para argamassa colante de assentamento de piso cerâmico, seguem as


recomendações de preparo, tanto manual quanto mecânico, segundo a NBR 13754.

“A quantidade de água de amassamento deve ser indicada na embalagem e expressa


em litros a adicionar à massa liquida do produto contida na embalagem, expressa em
quilograma, ou pode ser referida em volume de água necessária para determinado
volume aparente da argamassa colante no estado solto e anidro. – No preparo manual,
colocar a argamassa colante em pó em caixa apropriada para argamassas e adicionar
água aos poucos, misturando e amassando até obter uma argamassa sem grumos,
pastosa e aderente. – No preparo mecânico, colocar água em um balde e, sob agitação
de misturador, ir acrescentando o pó até obter uma argamassa sem grumo, pastosa e
aderente. – Para aditivos iniciarem ação, a argamassa colante preparada deve ficar
em repouso por um período indicado na embalagem do produto, expresso em minutos
e a seguir deve ser novamente reamassada. – O emprego da argamassa deve ocorrer
no máximo 2 h e 30 min após ser preparo, sendo vedada neste período a adição de
água ou outros produtos. – Argamassa colante preparada deve ser protegida do sol,
chuva e do vento” (NBR 13754, p. 4).

No preparo manual da argamassa colante em pó, deve-se inserir o material em uma


caixa e adicionar água aos poucos, misturando e amassando até que obtenha uma argamassa
sem grumos, pastosa e aderente, para o preparo mecânico é praticamente o mesmo processo,
coloca-se agua em um balde, no seguinte adiciona-se toda argamassa colante em pó, para então
executar a mistura e o amassamento, com ajuda de um equipamento mecânico (furadeira).
Atualmente nas obras, é notável que o sistema mais utilizado para preparação da
argamassa colante é mecânico, conforme a figura 4, devido o tempo e a facilidade para preparar,
outro fato importante que se pode observa é o cuidado em relação ao tempo para utilização da
argamassa colante após pronta, são detalhes que devem ser obedecidos para que não resulte em
manifestações patológicas no futuro.
26

Figura 4- Equipamento para preparo da argamassa colante

Fonte: Dos autores, 2019.

A saca da argamassa colante chega na obra em uma bolsa de 20 kg, apenas com
adição de água e uma mistura utilizando o equipamento mecânico conforme a figura 4, cerca
de 2 minutos já está pronta para utilização.

2.1.6 NBR 15575-3 - Edificações habitacionais -Desempenho Parte 3: Requisitos para os


sistemas de pisos

Conforme NBR 15575 (2013, p. 7) merecem atenção especial as “áreas molhadas,


áreas da edificação cuja condição de uso e exposição poderá resultar na formação de lâmina de
água (por exemplo banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas).”
Assim, é recomendado que “Deve-se ser mantida uma lâmina de água por 72 horas,
após 24 horas da retirada da lâmina de água, o sistema do piso deve ser observado
cuidadosamente, identificando qualquer alteração existente, tais como bolhas, fissuras,
descolamentos, eflorescências, etc.” (NBR 15575-3, p. 31).
A NBR 15575 trata também dos requisitos de segurança, tais como desníveis e
frestas máxima do mecanismo do piso, e a avaliação de arestas contundentes, cujo podem
ocasionar lesões por contato direto (CORDOVIL, 2013).
27

Quanto às frestas, a NBR 15575, (2013, p. 18) afirma que “os sistemas de pisos não
podem apresentar abertura máxima de frestas (ou juntas sem preenchimento), entre
componentes do piso, maior que 4mm.”

2.1.7 NBR 13817 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Classificação

As placas cerâmicas para revestimento podem ser selecionadas segundo os


seguintes critérios: quando as placas são esmaltadas e quando não são, contudo depende
também dos tipos de fabricação da peça, podendo ser prensado ou extrudadas, sendo que as
peças extrudadas são separados em dois tipos, precisão e artesanal, valido ressaltar que o tipo
precisão cumpre exigências maiores com uma tolerância menor (NBR 13817, ABNT, 1997, p.
2).
As placas cerâmicas para revestimentos estão agrupadas conforme a quadro
seguinte:
Quadro 3- Grupo de absorção de água.
GRUPOS ABSORÇÃO DE ÁGUA (%)
Ia 0 < Abs ≤ 0,5
Ib 0,5 < Abs ≤ 3,0
IIa 3,0 < Abs ≤ 6,0
IIb 6,0 < Abs ≤ 10,0
III Abs acima de 10,0
Fonte: dos autores, adaptado de NBR 13817, 1997.

As espécies de resistência a abrasão superficial, em número de 5, estão demostradas


no quadro seguinte:

Quadro 4- Classes de resistência a abrasão superficial.


NÚMERO DE
PEI INDICAÇÃO DE USO
GIROS
0 100 Uso somente em paredes
1 150 Banheiro e quartos residenciais
2 600 Dependências residenciais sem comunicação para o exterior
3 1.500 Todas as dependências residenciais
Todas as dependências residenciais e ambientes comerciais de
4 12.000
tráfego médio.
Todas as dependências residenciais e ambientes comerciais de
5 12.000*
tráfego intenso (rodoviárias, aeroportos, shoppings).
*São executados teste de manchamento, se manchar: PEI 4 e, se não manchar: PEI 5.
28

Fonte: dos autores, adaptados de NBR 13818, 1997.

Existem cinco tipos de classes para remoção de manchas na placa cerâmica, cada
categoria possui uma indicação para sua devida utilização, conforme preconizam a NBR 13817,
(ABNT, 1997) e a NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento – especificação (ABNT,
1997).
A seguir, uma apresentação em forma de quadro, demostrando as Classes de
resistência ao manchamento em número de 5:

Quadro 5- Classes de resistência ao manchamento


CLASSES TIPOS DE REMOÇÃO
5 Máxima facilidade de remoção de mancha
4 Mancha removível com produto de limpeza
fraco
3 Mancha removível com produto de limpeza
forte
2 Mancha removível com ácido clorídrico,
hidróxido de potássio e tricloroetileno
1 Impossibilidade de remoção da mancha
Fonte: dos autores, adaptados de NBR 13817, 1997.

No próximo quadro está apresentado as classes de resistência ao ataque de agentes


químicos, segundo diferentes níveis de concentração:

Quadro 6 - classes de resistência ao ataque de agentes químicos


CLASSES RESISTÊNCIA
A Elevada

B Média
C Baixa
Fonte: dos autores, adaptados de NBR 13817, 1997.

“Aspecto superficial ou análise visual: Esta Norma classifica como produto de


primeira qualidade, quando 95% das peças examinadas, ou mais, não apresentarem defeitos
visíveis na distância padrão de observação = (1,00+/- 0,05) m” (NBR 13817, ABNT 1997, P.
3).
29

2.1.8 NBR 13818 – Placas Cerâmicas para Revestimento – Especificação e Métodos de


Ensaios.

Na sequência serão apresentados os ensaios conforme a NBR 13818, como


determinação da carga de ruptura e modulo de resistência à flexão, determinação da resistência
ao gretamento, determinação do coeficiente de dilatação térmica e determinação da resistência
ao choque térmico.

2.1.8.1 Determinação da carga de ruptura e modulo de resistência à flexão

Atualmente, usa-se a carga de ruptura como parâmetro para a resistência da peça


cerâmica. Carga de ruptura precisa da classe de absorção de água, quanto menor a absorção na
peça maior a carga será suportada, com isto, sua expressão é dada como (N/mm² ou Kgf/cm²)
(NBR 13818, 1997, p. 14).

2.1.8.2 Determinação da resistência ao gretamento

A determinação do gretamento de acordo com a NBR 13818, é vista através do


surgimento de várias microfissuras em formato de círculos irregulares parecido com uma tenha
de aranha na superfície esmaltada da peça (NBR 13818, 1997 p. 28).
Destaca-se que estas fissuras são similares a um fio de cabelo e este acontecimento
só acontece em placas esmaltadas, devido à expansão por umidade, que provoca o aumento da
placa cerâmica (NBR 13818, 1997 p.28).

2.1.8.3 Determinação do coeficiente de dilatação térmica

É uma particularidade específica aos revestimentos cerâmicos e o seu potencial


depende principalmente das matérias-primas e do processo de fabricação empregados. Este
ensaio é indicado para placas que devem ser usadas sob alta variação térmica (NBR 13818,
1997, p.37).

2.1.8.4 Determinação da resistência ao choque térmico

Indica a capacidade do revestimento cerâmico de resistir às grandes variações


repentinas de temperatura. O ensaio submete os revestimentos cerâmicos a temperaturas
30

alternadas entre 10°C e 150°C, verificando possíveis trincas ou defeitos nas placas (NBR
13818, 1997, p. 39).

2.1.9 Expansão por umidade (EPU)

Por definição, EPU é o aumento das dimensões (expressas em mm/m) da placa


cerâmica ao longo do tempo devido à reidratação da face amorfa, que não possui estrutura
cristalina. A partir do processo de fabricação (queima da peça), a EPU começa a se manifestar
quando ocorre a reidratação por absorção de água, seja no estado líquido ou em forma de
umidade natural, em temperatura ambiente. Dentro de certos limites, trata-se de um
comportamento natural: enquanto os componentes cimentícios da argamassa tendem a retrair,
a tendência das cerâmicas é expandir. Assim, quanto maior o valor da EPU, maior a
probabilidade de descolamento (TÉCHNE, 2016).
A expansão que ocorre na peça cerâmica é lenta e moderadamente pequena, no
contato da água ou vapor, contudo pode acontecer o gretamento da peça esmaltada e ao
comprometimento de toda estrutura da cerâmica (MENEZES, 2006).

2.2 ASSENTAMENTO DE PLACAS CERÂMICAS

Para qualquer empreendimento deve-se começar pela elaboração do projeto, pois


com um belo projeto pode-se conseguir uma grande redução de custo final da obra. (ROSCOE,
2008).
O uso das placas cerâmicas certificadas na aplicação do revestimento cerâmico é o
princípio básico para a qualidade do acabamento, estar adequado à utilização do sistema e
atender às necessidades dos usuários (id ibid.).
Segundo Bertan e Patrício (2016) comumente, as placas cerâmicas são assentadas
utilizando argamassas colantes, devido seus benefícios, tais como:
a) Fácil manuseio;
b) Suspende dosagens em obra (Apenas adição de água e o material já está pronto);
c) Reduz o tempo;
d) Elevada aderência;
e) Existem variedades de materiais diferentes para cada tipo de utilização;
f) Dependendo da argamassa, obtém um tempo relativamente alto para nivelação;
g) Descarta a necessidade de pré-umedecer as peças cerâmicas.
31

Segundo Rebelo (2010), para a execução do assentamento cerâmico é indispensável


o uso de ferramentas e equipamentos, que devem ser concedidos desde o começo das atividades,
acompanhados dos equipamentos de segurança, como:
A. Equipamentos para auxiliar com as verificações da base
a) Prumo
b) Mangueira de nível
c) Esquadro
d) Régua de alumínio para pequenos e outra para grandes vãos
e) Metro
B. Aplicação e preparo da argamassa colante
a) Colher de pedreiro
b) Balde
c) Desempenadeira dentada de aço com dentes de 6x6mm e 8x8mm
d) Furadeira para bater a argamassa
C. Para aplicação do revestimento
a) Riscador de broca de vídea de ¼
b) Cortador manual de vídea
c) Torquês
d) Espátula de aço
e) Espátula de plástico para rejunte
f) Furadeira serra copo
g) Espaçadores de cruz
É válido lembrar que antes de qualquer revestimento, tanto em paredes quanto no
chão, deve-se manter a área que será aplicada com total planeza.
a) Regularização do contrapiso
O revestimento de regularização é adotado no momento em que a base se apresentar
irregular, de modo que não consiga atender os limites para a espessura da camada de
assentamento, ou no qual houver necessidade de ajeitar a declividade da base para atingir o
caimento especificado para o piso.
A camada de regularização é estabelecida por argamassa plástica de cimento e areia
média seca com traço de 1:4 em volume consistência de farofa. A espessura da camada está
entre 10mm e 30mm, na condição de correções acentuadas que superem 30 mm, a argamassa
de regularização é apresentada em duas ou mais camadas, obedecendo os limites de 10 mm e
30 mm (Construção Mercado, 2012).
32

Figura 5 - Camada de regularização constituída por argamassa de cimento e areia

Fonte: Construção Mercado, 2012, p. 1.


b) Regularização da alvenaria
O procedimento é parecido, na primeira etapa para o assentamento de placas
cerâmicas, deve-se conferir à alvenaria onde será aplicada. É possível executar o assentamento
diretamente na alvenaria, desde que tenha a exigência mínima de planeza e prumo entendidos,
caso a alvenaria esteja com excesso de massa, deve-se executar o emboço. Para verificar o
prumo e a planeza da base, deve ser utilizada uma régua metálica com 2 m de comprimento
(Fig. 6), caso observados alguns desvios acentuados em determinados pontos, pode-se fazer a
correção localizada com argamassa (TÉCHNE, 2009).
O mesmo autor esclarece, caso a aplicação da peça cerâmica seja executada na área
externa ou a estrutura estiver sujeita à movimentações significativas e esforços, o revestimento
cerâmico não deverá ser aplicado diretamente no bloco, necessitará do emboço.

Figura 6 - Conferindo a planicidade da alvenaria

Fonte: Pini, 2009, p. 1.


33

Após essa verificação, deve-se planejar o alinhamento no nível para que o


profissional especializado tenha um seguimento de execução das placas cerâmicas, e assim
colocar no mesmo alinhamento da outra parede, a primeira fiada das placas precisa estar rente
com a linha. E para colocar a marcação da linha recomenda-se que use giz ou barbante
(TÉCHNE, 2009).
Para facilitar, outro equipamento que está atualmente no mercado é o nível à laser,
e constitui-se de um dispositivo utilizado nas obras de construção civil para definir
alinhamentos, prumos e esquadros (linhas perpendiculares). Através de um laser, o aparelho
ilumina a superfície tanto vertical quanto horizontal e opera com precisão, quaisquer medições
de níveis (Construção Mercado, 2008).
Quando à aplicação da argamassa na base, a camada de argamassa colante
necessitará ter de 3 a 4 mm de espessura, aplicando com o lado liso da desempenadeira, após
isso, deverá passar com o lado dentado da desempenadeira sobre a camada, efetuando ângulo
de 60 graus em relação a base conforme a (Fig. 7), isso fará cordões de sucos semelhantes.
Dependendo do tipo de argamassa colante na utilização, deve-se evitar abrir uma
grande faixa de argamassa, para que consiga colocar a placa com aderência ideal (TÉCHNE,
2009).

Figura 7 - Aplicação da argamassa colante

Fonte: Pini, 2009, p. 1.

Destaca-se que o sistema de aplicação da argamassa colante depende da área das


placas cerâmicas a serem utilizadas, áreas iguais ou menores do que 900 cm² a execução poderá
34

ser feita pelo sistema convencional, isto é, a aplicação da argamassa colante é apenas na base,
sendo que, as peças cerâmicas deveram estar limpas e secas para o assentamento (REBELO,
2010).
No entanto, em placas com áreas superiores a 900 cm² deve-se utilizar o sistema de
dupla colagem, ou seja, aplicação da argamassa colante tanto na base, quanto na placa cerâmica,
é valido ressaltar que os cordões criados nas duas superfícies cruzem em ângulo de 90º, os
cordões devem ficar perpendicular entre si (id ibid).
Na sequência, para o assentamento do revestimento, deve-se prensar a placa na
parede com curto escorregamento lateral conforme a (fig. 8), batendo e impactando
moderadamente com a mão ou martelo de borracha.
Rebelo (2010) acredita que a melhor técnica de assentamento da peça cerâmica é
sobre pressão, aplicando-a aproximadamente 2 cm das peças já assentadas e assim então, fazer
movimentos curto de vai e vem.
Para o mesmo autor o fato de, apenas bater a pedra cerâmica não é suficiente para
que obtenha a total aderência.

Figura 8 - Aplicação da placa cerâmica

Fonte: Pini, 2009, p. 1.

Para que não haja prejuízo de aderência, todas as placas cerâmicas devem estar
isentas de qualquer umidade, somente no caso de receber orientações contrárias do fabricante,
e, além disso, não se deve aplicar revestimento cerâmico em superfícies pintadas ou vitrificadas
(ROSCOE, 2008).
35

Vale ressaltar que, no caso de necessidade de corte das peças cerâmicas, será
preciso o planejamento e execução anteriormente ao procedimento de aplicação da argamassa
colante. É válido ressaltar que para peça que possuir uma menor resistência mecânica como
azulejos, poderá utilizar o riscador com ponta de vídea nos cortes reto, caso precisar de
arremates circulares pode-se utilizar a torquês. (id ibid.).
No entanto, para as placas com maiores resistências mecânicas, para fazer um corte
reto na peça, deve-se executar um corte com uma cortadora mecânica ou elétrica, como makita
usando o disco diamantado, quanto á cortes circulares, deve-se utilizar a furadeira com serra
copo diamantada, logicamente com seu guia interno (id ibid.).
Importante que para execução deste serviço, obtenha-se equipes de operários
responsáveis, pela mão-de-obra, tal como a padronização dos procedimentos de execução e
vistoria do processo de revestimento (ROSCOE, 2008).
É valido ressaltar que, tanto para os cortes de azulejo quanto para pedras cerâmicas
mais resistentes, independente do equipamento utilizado, as arestas consequência do corte,
devem estar cobertas pelos acabamentos, tais como as caixas de luz, canoplas das torneiras e
registro, resultando em arremates excelentes (REBELO, 2010).

2.2.1 Aplicação do piso sobre piso

Não se pode falar de revestimento cerâmico sem citar a reforma, e o que mais
acontece atualmente nas cidades são as reformas, desde empreendimentos recém-entregues, até
os mais velhos, seja por questões de necessidades ou estética, o mais comumente é troca de
piso.
Para facilitar esse tipo de trabalho, existe a possibilidade de executar o novo piso
sobre o piso antigo, com a utilização de uma argamassa especial, a seguir apresentam-se as
etapas para esse método de execução:
A) Preparação da base
A superfície que vai incorporar o atual revestimento deve ser caprichosamente
inspecionada. Com um martelo ou com as mãos deve-se averiguar se as placas cerâmicas
antigas estão soltas ou com barulho oco. Sendo assim, as placas desprendidas devem ser
retiradas e o local completado com cimento e areia, para ficar aplanado com o restante dos
antigos pisos e prevenir patologias como infiltrações e descolamento.
36

Figura 9 - Verificando a saúde de piso antigo.

Fonte: Equipe de Obra, 2016, p. 1.

B) Limpeza
Primeiramente, deve-se efetuar a limpeza da superfície para limpar toda a sujeira.
Deste modo, garante-se uma boa base para receber a argamassa colante e o atual revestimento.
Em pisos com ardósia ou pedras envernizadas, é fundamental remover a camada de
resina penetrada à superfície, antes da aplicação da argamassa.

Figura 10- Limpeza da superfície

Fonte: Equipe de Obra, 2016, p. 1.


37

C) Argamassa especial
De acordo com orientações do fabricante, a argamassa necessita ser ajustada e ser
adequada para aplicação de piso sobre piso. Modificar a quantidade de água ou tempo para
aplicação pode provocar a limitação da performance dos aditivos e expor em risco, a aderência
do novo revestimento.
Figura 11- Aplicação argamassa

Fonte: Equipe de Obra, 2016, p. 1.

D) Dupla camada
A placa cerâmica deve ser apenas limpa, não se deve lavar, manipular com uma
escova seca para eliminar a camada de pó no verso das placas. Caso as placas cerâmicas
obtenham uma área superior a 0,09m² deve-se aplicar a argamassa diretamente na placa como
também na base da alvenaria ou chão. Esse procedimento é chamado de dupla camada, também
utilizado em áreas de grande circulação.
38

Figura 12- Aplicação dupla camada

Fonte: Equipe de Obra, 2016, p. 1.

E) Cura crítica
O não cumprimento do tempo de cura indicado pelo fabricante se tornou um erro
comum, como também não considerar a influência do clima no procedimento. No caso de dias
úmidos e chuvosos, o tempo de cura se amplia mais do que o recomendado. Também a
circulação de pessoas sobre o piso antes do término da cura faz com que a placa se desloque. A
interdição do local por 24 horas ou 48 horas é fundamental para ter uma cura ideal.

F) Ajustes
Tomadas, janelas, portas e pontos de saída de água requerem ajustes. Ainda que
existam placas mais finas, tais que evitem alterações mais rigorosos, por exemplo, corte de
portas, a seleção dos novos pisos deve ser cautelosa. As cargas de uso da área nem sempre o
produto mais esbelto será capaz de sustentar. O assentamento de um piso sobre o outro provoca
o aumento da carga sobre a laje, logo, o serviço deve ser feito com clareza.
39

Figura 13- Aplicação do piso

Fonte: Equipe de Obra, 2016, p. 1.

2.2.2 Junta de assentamento

Para cada tipo de função e local de utilização, existe um tipo de argamassa


recomendada, de acordo com as características desejadas, como retenção de água, resistência
às manchas, pouco ou muita flexibilidade e etc., de acordo com (ROSCOE, 2008).

Argamassas de rejuntamento à base de cimento Portland são misturas industrializadas


de cimento portland cinza ou branco e outros componentes homogêneos e uniformes,
como areia, retentor de água, impermeabilizantes, fungicidas, pigmentos fixadores de
cores e outros aditivos químicos à base de látex (emulsão aquosa) ou poliméricos
secos (pó redispersível). Estes aditivos químicos proporcionam certa flexibilidade aos
rejuntamentos (ROSCOE, 2008, p. 43).

Este tipo de argamassa de assentamento é muito utilizado para ambientes internos,


ele possui a função de preencher e absorver partes das tenções do sistema de revestimento, este
tipo de argamassa de assentamento não é impermeável, por isso não se deve utilizar em áreas
externas ou úmidas.
Junta de assentamento é a distância regular entre duas placas cerâmicas vizinhas,
preenchidas com a junta de assentamento, possuem as seguintes funções: Absorver parte das
tensões provocadas pela EPU da cerâmica, devido à movimentação do substrato e pela dilatação
térmica, compensar a variação de bitola da placa cerâmica, tornando fácil o alinhamento,
assegurar o preenchimento e estanqueidade, simplificar possíveis trocas de peças cerâmicas e
estética (id ibid.).
Cada tipo de placa cerâmica e local de uso (interno ou externo) que determina a
larguras das juntas (id ibid.).
40

Para pisos e paredes em áreas internas e placas com lado superior de 20 cm, deve-
se utilizar juntas de no mínimo 3mm, acrescentando no mínimo 1mm para cada 10 cm de
aumento de placa, contudo, para o porcelanato grés deve-se utilizar juntas de no mínimo 2 mm
para área internas, é valido ressaltar que se deve sempre seguir as recomendações do fabricante
(id ibid.).
Primeiro passo para iniciar a execução do rejunte é limpar todas as juntas, para esse
serviço pode-se utilizar uma vassoura, importante que retire todos os resíduos que possa afetar
a aderência da matéria de rejunte, tais como poeira e parte de argamassa colante (REBELO,
2010).
Para que o rejunte não trinque ou solte das placas, é necessário que o rejunte obtenha
flexibilidade e aderência, para então absorver as dilatações e retrações das placas (BERTAN;
PATRÍCIO, 2016).
O tempo mínimo para que se execute o rejunte é 3 dias após o assentamento
cerâmico. É valido ressaltar que as juntas devem ser umedecidas e limpas, para execução deve-
se utilizar uma desempenadeira de borracha, realizando movimentos diagonal nas juntas, na
sequência deve-se fazer a limpeza para obter um acabamento excelente, utilizando um ferro
redondo para frisar as juntas, após 15 minutos, retirar o excesso com uma esponja, novamente
aguardado mais 15 minutos, deve-se passar um pano seco e finalizando o rejuntamento
(ROSCOE, 2008).

2.2.3 Juntas de dessolidarização

É válido ressaltar a importância das “Juntas de dessolidarização: Espaço regular


cuja função é separar revestimento do piso, para aliviar tensões provocadas pela movimentação
da base ou do próprio revestimento” (NBR 13754, 1996).

2.2.4 Junta de movimentação

Segundo Roscoe (2008, p. 38) “Junta de Movimentação é o espaço regular cuja


função é subdividir o revestimento, para aliviar tensões provocadas pela movimentação do
revestimento e/ou do substrato.”
Também conhecidas como juntas de trabalho, obtém a habilidade de interromper o
emboço e tem como finalidade permitir possíveis mudanças dimensionais através da criação de
41

painéis, possibilitando dissipar as tensões induzidas, sem que apareça fissuras que posso
comprometer o desempenho ou integridade (REBELO, 2010).
Segundo a NBR (13375, 1996, p. 2) “espaço regular cuja a função é subdividir o
revestimento do piso, para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio
revestimento.”

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM REVESTIMENTO CERÂMICO

As principais causas para o descolamento do revestimento cerâmico estão ligadas a


má aplicação da placa cerâmica ou a escolha da argamassa colante, tanto em parede quanto em
pisos, isso pode ocasionar graves problemas de segurança ou habitabilidade ao usuário de um
edifício (TÉCHNE, 2006).
A preocupação não é somente pela estética, como exemplo, aplicação de placas
cerâmicas incorreta em fachadas ou argamassa colante com baixa qualidade, o descolamento
nessa situação põe em risco a vida de pessoas, além disso outros danos à saúde no aparecimento
de fungos resultante da umidade absorvida por uma parede sem revestimento (id ibid.).
Um dos erros mais comumente é a utilização do mesmo material para todas as
situações, é valido lembrar que cada tipo de argamassa tem sua especificação de utilização, isso
é definido de acordo com o local de aplicação e o desempenho para a argamassa colante (id
ibid.).

2.3.1 Deterioração das juntas

A deterioração das juntas acaba por prejudicar propriamente as juntas de


assentamento e de movimentação, com isso afeta o desempenho do revestimento cerâmico, já
que esses elementos que cuidam da estanqueidade do revestimento cerâmico e habilidade de
absorver deformações (ROSCOE, 2008).
Os sintomas que mostram a manifestação da deterioração das juntas geralmente
decorrem do fato da argamassa de rejuntamento envelhecer e a perda de sua habilidade de
estanqueidade, e podem acontecer devido as limpezas com produtos que possui ácidos e bases
concentrados.
Os sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de
estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da
estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução, através de procedimentos de
limpeza inadequados. Estes procedimentos de limpeza podem causar deterioração de
parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados), que, somados a
ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por
42

movimentações estruturais, podem causar fissuração (ou mesmo trincas), bem como
infiltração de água, levando o revestimento ao colapso (desplacamento/descolamento)
(ROSCOE, 2008, p. 61).

Deve-se tomar cuidados com esses aparecimentos, pois podem causar graves
infiltrações de águas, levando o revestimento ao colapso.
Outro causador desse fenômeno está ligado à execução da argamassa de
assentamento nas juntas, ao invés de preencher toda a junta ele apenas forma uma capa
superficial, isso acontece em alguns casos onde as juntas são muitos estreitas, como na situação
do porcelanato (ROSCOE, 2008).
A seguir pode-se observar uma figura que demonstra a situação de uma deterioração
de junta.
Figura 14- Deterioração das juntas e Eflorescência do rejuntamento

Fonte: Téchne, 2006, p. 3.

2.3.2 Destacamento ou descolamento

Os destacamentos acontecem quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico


são maiores que a capacidade de aderência na junção da placa cerâmica e argamassa colante
e/ou emboço. (ROSCOE, 2008). Para Chaves (2009) o destacamento é a perda de aderência
entre a argamassa colante e a placa cerâmica, a primeira manifestação do destacamento percebe-
se quando a presença de um som oco quando se dá uma batida na peça, para logo depois
acontecer o destacamento conforme a (Fig. 15).
Descolamento do porcelanato acontece devido à ruptura do emboço que continha
resistência mecânica insuficiente e imperfeições na aplicação, diferentes tipos de placas
cerâmicas, prensadas, extrudadas, esmaltadas ou não, dimensões grandes e pequenos e com
diversos graus de movimentação higroscópica, além de argamassas colantes e rejuntamento
diferenciado necessitam também de um emboço de substrato adequado (TÉCHNE, 2006).
43

De acordo com Chaves (2009), existem dois modos de manifestação do


descolamento, podendo ser localizado ou generalizado. Para descolamento localizado, quando
estão aparentes as deficiências localizadas de execução da peça ou do suporte, podendo se
originar em pequenas fissuras, entrada de água para argamassa colante, ou quando executado
utilizando argamassas colantes para além do seu tempo de aberturas, já o generalizado está
comumente associado às grandes expansões das peças cerâmicas, má qualidade no material de
colagem, problema na aplicação ou quando não existe compatibilidade entre as camadas do
processo.
Com aplicação de dupla colagem na execução do revestimento cerâmico, pode-se
evitar manifestações patológicas como o desplacamento, o método de dupla colagem é
obrigatório em alguns casos, no entanto devido aos vícios antigos de alguns profissionais,
resulta no não cumprimento da aplicação correta. Por isso, a importância do treinamento e
monitoramento das equipes, para obter certeza que o procedimento está sendo executado de
maneira correta (VOTORANTIM, 2019).
Outro fator que pode ocasionar no descolamento das peças cerâmicas, é quando se
executa o revestimento não deixando espaçamento das juntas, simplesmente, aplicando a peça
cerâmica uma encostada da outra.

A ausência de juntas nos revestimentos, obviamente conduz à descolagem das placas


do revestimento. Isto porque, a sua ausência, gera esforços extremamente elevados,
impossíveis de serem absorvidos pelos elementos rígidos do revestimento, em que
normalmente, a sua aderência à argamassa do suporte não é elevada. Se a aderência
às placas de revestimento for elevada, assiste-se à rotura do revestimento, devido à
magnitude dos esforços envolvidos (CHAVES, 2009, p. 26).

Destaca o autor que este tipo de erro acontece claramente quando não se tem um
projeto para execução do revestimento, feito por um profissional da área que entenda este
fenômeno, pois assim não teria o custo com manutenção.
Existem várias causas que podem acarretar essas deformações que existem devidos
as tensões, como retração da argamassa de assentamento, deformação da estrutura, variação de
temperatura que provoca dilatações, contudo entende-se que a combinação desses fatores pode
ocasionar no rompimento entre a placa cerâmica, a argamassa e o substrato (CHAVES, 2009).
As responsáveis pelo destacamento são - assentamento sobre a superfície
contaminada; má qualidade de mão de obra; utilização da argamassa; mau controle do serviço
e a -variação de temperatura (id ibid.).
A figura 15 mostra o destacamento de placas cerâmicas, conforme comentado
anteriormente:
44

Figura 15- Destacamento de peça cerâmica

Fonte: Construção Mercado, 2016, p.1.

2.3.3 Trincas, fissuras e gretamento

Vivemos num país com grande amplitude térmica, de janeiro a julho pode-se ter
uma variação de 14°C a 20°C, com este fator mais o aquecimento do assentamento, podem
acarretar no aparecimento de fissuras nos revestimentos. Devido à grande movimentação que
ocorre nessas bases gerando uma grande tensão interna, com isso excede o limite de resistência
da placa cerâmica acarretando no aparecimento de trincas e fissuras, o surgimento de
gretamento ocorre quando ultrapassa o limite de resistência na camada do esmalte (Thomaz,
1989).
Trincas: falhas no corpo da placa cerâmica geradas por esforços mecânicos, tais
como, compressão axial ou excêntrica, tração axial, flexão, torção e cisalhamento, que causam
leve riscos com aberturas superiores a 1 mm (ROSCOE, 2008).
Fissuras: fendas inferiores a 1 mm cujo originam rompimento total das placas,
normalmente aparecem nos primeiros e últimos andares (ROSCOE, 2008).
Gretamento: aberturas inferiores a 1 mm ocorrendo na parte esmaltada da placa
cerâmica ocasionando um aspecto de pequenas teias de aranhas (ROSCOE, 2008).
45

Figura 16- Placa cerâmica com fissuras

Fonte: Téchne, 2006, p. 3.

2.3.4 Manchas d’água

A mancha de água na cerâmica se manifesta quando utilizado em áreas molhadas,


como exemplo banheiro, devido à porosidade do rejuntamento ou imperfeições no rejunte, em
contato com uma umidade aos poucos acontece a manifestação patológica, geralmente as
manchas de água se apresentam no contorno das placas. Existe vários fatores que podem
facilitar a absorção de água da placa cerâmica, causando o escurecimento da placa, exemplos
de causadores é a espessura do vidrado, inferior ou desejável e imperfeições do rejunte
(VILLELA, 2015).

2.3.5 Eflorescência

De acordo com Roscoe, (2008, p. 55) “o fenômeno resulta da dissolução dos sais
presentes na argamassa, ou nos componentes cerâmicos ou provenientes de contaminações
externas e seu posterior transporte pela água através dos materiais porosos.”
Quando a concentração de sais aumenta, durante o transporte pela água de materiais
porosos, seja por perda de água ou aumento de quantidade de sais, isso resultara no processo de
cristalização e originando o fenômeno. Se ocorrer superficialmente, ficará fácil de perceber a
manifestação patológica (eflorescência), no entanto, se acontecer internamente ao material, irá
se originar no cripto-eflorescência, geralmente é muito difícil a identificação (ROSCOE, 2008).
A eflorescência é identificada pelo aparecimento de depósitos cristalinos com uma
cor esbranquiçada, na face do revestimento conforme a (Fig. 14), isso ocorre quando os sais
46

solúveis das argamassas são levados por meio dos poros do revestimento, que endurecem em
contato com o ar, causando as borras, é valido lembrar que existem sais solúveis nas argamassas
de fixação ou rejunte e podem também estar presentes nas placas cerâmicas (CHAVES, 2009).
Para impedir a presença de eflorescências, algumas prevenções devem ser tomadas,
como usar argamassa com baixo teor de umidade, assegurar que a base se encontre devidamente
seca antes da aplicação do revestimento e usar revestimento cerâmico de boa qualidade, que
não possua em sua criação sais solúveis (CHAVES, 2009).
Com os conhecimentos trazidos pela fundamentação teórica, é válido lembrar a
importância das NBR citadas anteriormente, tais como NBR 15575 e 13753 que orientam o
sistema e os cuidados a serem tomados quando da execução do revestimento cerâmico de modo
que não resulte nessas manifestações patológicas, assegurando o bom desempenho da
edificação.
47

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A proposta de investigação foi caracterizada como sendo um estudo qualitativo que


teve como método de procedimento a pesquisa de campo, de nível exploratório. As pesquisas
qualitativas permitem a descrição da percepção do pesquisador e possuem flexibilidade para
serem modificadas no decorrer do estudo. São estudos determinados pela subjetividade, mas
que, em função de um rigoroso planejamento, seus resultados são confiáveis e aceitos. Na
pesquisa de campo, deve-se determinar técnicas para colher dados, assim como, questionários,
observações, entrevistas e etc. A pesquisa de campo diferencia-se de outros tipos pois, com a
adoção desta proposta de investigação, os pesquisadores “isolam” o tema investigado, neste
caso os “revestimentos cerâmicos em edificações”, estudando-o exaustivamente. Ao mesmo
tempo, o nível exploratório é comum em pesquisa qualitativas, que não exigem a manipulação
de variáveis e, simultaneamente, representam a busca de aprofundamento da temática pelos
envolvidos no estudo.

3.1 TIPO DE PESQUISA REALIZADA

O estudo realizado foi alcançado por meio de revisão bibliográfica, estabelecendo


um embasamento e entendimento para descrever um checklist de revestimentos cerâmicos em
áreas internas.
De acordo com Gil (2002) esse padrão de pesquisa pode-se fundamentar nos
seguintes pontos:
a) Levantamento bibliográfico como suporte de manifestações patológicas em
revestimentos cerâmicos em áreas internas;
b) Pesquisa quantitativa, por meio de elaboração de entrevistas com três
profissionais distintos de execução de revestimento cerâmico em áreas
interna;
c) Coleta, análise de dados obtidos e elaboração do checklist.

O propósito deste trabalho é apresentar um estudo referente às manifestações


patológicas que se encontram no revestimento cerâmico, com o plano de executar a pesquisa
de campo, realizando entrevistas com três profissionais especialistas na execução de
revestimento cerâmico. Deste modo, pode-se identificar se o checklist proposto atende ao
48

regramento normativo, com isso, consolidando o objetivo de elaborar um checklist para


execução do revestimento cerâmico em áreas interna.

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram utilizadas pesquisas bibliográficas, entrevistas semiestruturadas com cinco


profissionais distintos na execução do revestimento cerâmico e observação direta dos
pesquisadores. Os materiais de coleta garantem a veracidade das informações coletadas por
serem obtidos em fontes confiáveis. A entrevista semiestruturada a partir do checklist proposto
pelos autores foi utilizada para obtenção de informações dos profissionais em assentamento de
revestimentos cerâmicos.
Nesta etapa se faz entrevistas, observações, levantamento de material documentado
e compatibilização do que foi estudado com o que é executado em obra, e é de suma importância
todo este levantamento para que se possa concluir de maneira clara e objetiva o trabalho
proposto (MINAYO, 2002).
Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário, primeiramente com a
identificação dos entrevistados, em seguida, apresentando um proposto rito estruturado de
execução do revestimento cerâmico, para então receber aprovação dos profissionais
entrevistados.
49

Figura 17 - Identificação dos entrevistados

Fonte: Dos autores, 2019.


50

Figura 18 - Questionário de entrevista


(continua)
51

(continuação)
52

(continuação)
53

(continuação)

Fonte: Dos autores, 2019.

3.3 LEVANTAMENTOS DOS DADOS

Para execução da análise geral, iniciou-se a discussão e alinhamento das


informações durante todo processo da pesquisa. Para o fácil entendimento, todos os dados do
processo obtidos através de levantamentos e coleta de dados, foram agrupados para realização
da entrevista e questionário com os especialistas em revestimento cerâmico em áreas internas.
54

No quadro 7 seguinte são apresentados os dados da pesquisa, sendo no primeiro


quadro a identificação dos entrevistados e a seguir a validação do checklist pelos profissionais
entrevistados.
Quadro 7 - Identificação dos entrevistados

Fonte: Dos autores, 2019.


55

A seguir, estão apresentados o Quadro (8) referente ao rito para a execução das
paredes em cerâmica e o Quadro 9 para assentamento dos pisos cerâmicos, ambos nas áreas
internas de uma edificação, delimitação desta pesquisa.
Quadro 8 - Resultados da pesquisa
(continua)
56

(continuação)

Fonte: Dos autores, 2019.


57

3.4 COMENTÁRIOS DOS ENTREVISTADOS

Na sequência, estão apresentados os comentários dos entrevistados em relação ao


texto com as etapas do checklist proposto pelos autores.
A) Para execução do assentamento cerâmico em áreas internas secas, segundo a
NBR 14081-1, o mínimo para utilização da argamassa colante é AC I. No entanto sugere-se a
utilização de argamassa AC II, pois sua resistência é superior a AC I.
• Entrevistado 1: Evito o máximo utilizar AC I, prefiro trabalhar sempre com AC III por
ser uma argamassa com maior resistência.
• Entrevistado 2: AC I é descartável para mim, eu não utilizo.
• Entrevistado 3: Uso AC I somente quando a empresa exige, mas prefiro usar AC2 nessas
situações, porque ela é mais forte.
• Entrevistado 5: Na maioria das vezes utiliza-se AC II, a não ser em áreas internas com
piso inferior à 45x45, onde pode-se utilizar AC I.
B) No que se refere ao assentamento cerâmico para áreas internas úmidas, o mínimo
para utilização da argamassa colante é AC II, conforme a NBR 14081-1. No entanto, com o
histórico de manifestações patológicas, recomenda-se a utilização da argamassa AC III, pois
proporciona uma resistência superior, com isso diminui-se o risco de manifestações patológicas
futuras.
• Entrevistado 5: Em áreas úmidas sempre se utiliza AC III, diminuir os riscos
dando uma melhor garantia do serviço.
C) Caso a alvenaria atenda às exigências mínimas de planeza, segundo NBR 13753,
pode-se aplicar a cerâmica diretamente sobre essa.
• Entrevistado 5: Em alguns casos são feitos, no entanto o melhor é
regularizar a alvenaria com reboco, diminuindo assim o consumo de
argamassa colante.
D) No entanto se constatado excesso de massa, ou distorção do prumo, deve-se
executar o reboco para regularizar a parede e após a secagem, executar o revestimento,
conforme NBR 13753. Observação: Antes de qualquer execução de revestimento cerâmico
deve-se efetuar a limpeza da área.
• Entrevistado 1: Pode-se umedecer um pouco o ambiente antes da aplicação.
• Entrevistado 5: deve-se sempre efetuar a limpeza do ambiente, o mais
importante é dar uma leve umedecida no ambiente a ser aplicado.
58

F) É fundamental a utilização de niveladores, como mangueira de nível ou nível a


laser, para que o piso esteja devidamente alinhado e tenha um seguimento correto, por isso a
importância de um profissional qualificado, como determina a NBR 13753.
• Entrevistado 5: O profissional deve ser bem qualificado, pois um erro de
nível, poderá comprometer todo processo em uma parede.
I) Para execução utilizando placas cerâmicas com áreas superiores a 900 cm ²,
deve-se utilizar o sistema dupla colagem, ou seja, a aplicação da argamassa deverá ser feita
tanto na base quanto na placa cerâmica. É valido ressaltar que os cordões da superfície devem-
se cruzar em um ângulo de 90°, de acordo com a NBR 13753.
• Entrevistado 1: Sim, é ideal executar dessa forma, mas no dia a dia não é
aplicado desta maneira, acaba que o ‘profissional’ só faz da maneira correta
na frente do supervisor, esquece de pôr a dupla colagem com cruzamento e
efetua aplicação na base e não na cerâmica.
• Entrevistado 3: Concordo com a orientação, funciona, no entanto na
aplicação da argamassa colante no sistema duplo, efetuamos os cordões no
mesmo sentido, não utilizamos o cruzamento 90º para ‘evitar bolha de ar na
aplicação.’
• Entrevistado 5: Deve-se cruzar, no momento de efetuar a aplicação deve-se
levar 2 cm de distância da pedra já assentada e colar, assim oferece um
preenchimento total.
A) Para execução do assentamento cerâmico em áreas internas secas, conforme
NBR 14081-1, o mínimo para utilização é de argamassa colante AC I, no entanto devido o
histórico de manifestações patológicas, sugere-se a utilização de argamassa AC II, pois sua
resistência é superior a AC I.
• Entrevistado 4: No piso não se utiliza AC I, devido as pancadas, pois sua
resistência é inferior.
Salienta-se que os comentários foram observados com vista aos ajustes finais do checklist que
será disponibilizado pelos autores.
59

4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo estão demonstrados os resultados colhidos ao longo de todo o


desenvolvimento da pesquisa, identificação dos profissionais e validação do checklist,
convertendo em gráficos percentuais, para fácil entendimento e demostrando os resultados de
maneira compreensível.
Com o objetivo de inibir manifestações patológicas futuras, como desplacamento
das placas cerâmicas, aplicou-se o questionário em entrevista com os profissionais
especializados em executar revestimento cerâmico em áreas internas.
A seguir, estão demonstradas nos gráficos 1 a 5 a experiência dos profissionais
entrevistados referente a sua atuação em aplicação do revestimento cerâmico em áreas internas.
A maior parte dos entrevistados possui mais de 20 anos de experiência
Gráfico 1 - O tempo de atuação na área de revestimento cerâmico

20%
40%

40%

5 a 10 anos 10 a 20 anos 20 a 30 anos Mais de 30 anos

Fonte: Dos autores, 2019.

No gráfico 2 seguinte, pode-se observar que entre os entrevistados, 80% trabalham


com reformas e 20% não.
Gráfico 2 - Atuação em reformas

20%

80%

SIM NÃO
Fonte: Dos autores, 2019.
60

O Gráfico 3, seguinte, demonstra que entre 100% dos entrevistados, 40% são
operários fixos e 60% exercem seus serviços para empresas com obras de grande porte como
autônomos.

Gráfico 3 - Tipo de contratação

40%

60%

FIXO AUTÔNOMO
Fonte: Dos autores, 2019.

A maior parte dos entrevistados executa seus serviços de revestimento cerâmicos


em obras de grande porte, como traz o Gráfico 4.
Gráfico 4 - Porte de obras

0%

40%

60%

PEQUENO PORTE MÉDIO PORTE GRANDE PORTE


Fonte: Dos autores, 2019.

Dos entrevistados que tiveram treinamento, representando 40% deles conforme o


Gráfico 5, o treinamento foi proporcionado pela própria empresa em que eles executam seus
serviços. No entanto, os outros entrevistados obtiveram suas habilidades e se tornaram
profissionais destacados, aprendendo sozinhos, olhando outros executar e tentando fazer igual.
61

Gráfico 5 - Treinamento

40%

60%

SIM NÃO
Fonte: Dos autores, 2019.

Ainda entre as questões respondidas observou-se que conforme apresenta


o gráfico 6 seguinte, todos os entrevistados reconhecem a argamassa colante AC III como a de
melhor trabalhabilidade e resistência.
Gráfico 6 - 100% dos entrevistados consideram a argamassa colante ACIII com melhor
trabalhabilidade e resistência

0%

100%

AC I AC II AC III
Fonte: Dos autores, 2019.

Para os profissionais no mercado de trabalho, é nítido que a argamassa colante AC


I é o mal da execução do revestimento cerâmico, pois somente 20% dos entrevistados
responderam que a argamassa colante AC I é boa, ainda assim mencionou com muitas
restrições, como usar somente em ambientes muito seco, com placas inferiores a 45x45cm e
que não seja porcelanato, já os outros 80% dos entrevistados não recomendam a utilização deste
material.
62

Gráfico 7 - Argamassa colante AC I

20%

20% 60%

PÉSSIMO RUIM BOM


Fonte: Dos autores, 2019.

No gráfico 8, pode-se observar resultados interessantes, 60% dos entrevistados


utiliza a argamassa colante AC III na maior quantidade dos seus serviços em áreas internas,
20% dos entrevistados utiliza ACII e 20% dos entrevistados utiliza AC I.

Gráfico 8 - Argamassa colante mais utilizada em áreas internas, segundo os entrevistados

20%

60% 20%

AC I AC II AC III
Fonte: Dos autores, 2019.

Os próximos dados constantes do Gráfico 9 apresentam as manifestações


patológicas que já ocorreram nos serviços dos entrevistados, 40% dos entrevistados
responderam que não houve nenhuma manifestação patológica, 40% responderam que nas suas
aplicações de revestimento cerâmico já ocorreram trincas e fissuras e 20% dos entrevistados
responderam que seus serviços já apresentaram descolamento das placas cerâmicas.
63

Gráfico 9 - Manifestações patológicas apresentadas nos serviços dos entrevistados

20%

40%

40%

DESCOLAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS


TRINCAS E FISSURAS
EFLORESCÊNCIA
NENHUM
Fonte: Dos autores, 2019.

O gráfico 10 está relacionado com o gráfico 9 anterior, quando se perguntou qual o


motivo que causaram as manifestações em seus serviços, 20% dos entrevistados responderam
que a causa seria ‘outros’, 40% dos entrevistados responderam que foi por conta do ‘material’
e 40% dos entrevistaram relataram que nunca obtiveram manifestações patológicas em seus
serviços.
Sequenciou-se com uma análise geral das respostas significativas dos entrevistados.
Os entrevistados que responderam a alternativa ‘outros’ referiam-se à
movimentação na estrutura do edifício, para o motivo de causar trinca e fissuras nas placas
cerâmicas, são os mesmos que não tiveram treinamento para execução do revestimento
cerâmico, aprenderam sozinhos, para áreas internas utilizam argamassa colante AC II e AC III.
O entrevistado, que respondeu a alternativa ‘material’ para o motivo do
descolamento das placas cerâmicas em seus serviços, não obteve treinamento para execução do
revestimento cerâmico, aprendeu sozinho, informou que em sua concepção a melhor argamassa
colante é AC III, no entanto registrou que a que ele mais utiliza é argamassa colante AC I devido
a exigência da empresa do qual é empregado fixo e reconhece que a causa do descolamento das
placas cerâmicas é argamassa colante AC I por ter uma resistência inferior.
É valido ressaltar um importante relato de um dos entrevistados em relação ao
descolamento das placas cerâmicas, por sua experiência em obra já observou colegas de
trabalho executar o revestimento cerâmico de maneira irregular, tais como aplicação da
argamassa colante em bolas e não executar colagem dupla, passando argamassa colante
somente em uma das base, relatou ainda que alguns dos colegas só executam da maneira correta
64

quando existe a presença de um supervisor, o entrevistado acredita que por esses motivos
acontecem o descolamento das placas.
Gráfico 10 - Causador das manifestações patológicas, segundo os entrevistados

40% 40%

20%

MATERIAL OUTROS NENHUM


Fonte: Dos autores, 2019.

A partir do gráfico 11 contata-se que 100% dos entrevistados validaram o checklist


como proposto pelos autores, no entanto sugeriram algumas melhorias, o que se decidiu podem
ser aproveitadas.
Gráfico 11- Validação do checklist

0%

100%

SIM NÃO

Fonte: dos autores (2019)


65

4.1 SUGESTÕES E MELHORIAS

Neste tópico estão descritas algumas sugestões dos entrevistados em campo, no


intuito de deixar o checklist mais claro, otimizando sua aplicação nas obras.
A maioria dos trabalhadores dentro da área da construção civil, que ocupam o cargo
de pedreiro, servente e até mesmo mestre de obra, não possui um alto grau de escolaridade,
devido a isto, em alguns casos quando da entrevista realizada, foi necessário apresentar uma
explicação com locução informal, para que pudessem contribuir com a validação objetivo dos
seus autores .
Diante desse cenário e levando em conta as sugestões de alguns dos entrevistados,
em relação à linguagem do checklist, constatou-se que a primeira versão foi apresentada com
uma linguagem muito formal, devido a isto poucos compreendiam, face ao nível de
escolaridade dentro do canteiro de obra.
Então, os autores optaram por adequar o checklist a ser disponibilizado nos
canteiros de obra, agora com uma linguagem mais acessível, palavras mais compreensíveis
dentro da construção civil, para que quem for aplicar o revestimento possa claramente
interpretar as etapas essenciais à qualidade pretendida para o serviço em áreas internas.
Quando das entrevistas efetuadas com os profissionais de assentamento de
revestimento cerâmico, para a validação do checklist, outras sugestões dos mesmos foram
repassadas, com destaque para que a obra tenha um progresso em relação as etapas, antes da
iniciação da aplicação do revestimento cerâmico.
Na maioria das obras a aplicação do revestimento cerâmico é a primeira etapa
dentro de uma área, com isto, o que pode trazer problemas tanto para o profissional do
assentamento quanto para o cliente, pois a placa cerâmica pode ser manchada, arranhada e até
mesmo quebrada, perdendo qualidade e tempo de serviço. Por isso a sugestão para que o rito
seja sequenciado na ordem das etapas que seguem:
1. Aplicação do forro;
2. Pinturas;
3. Revestimento cerâmico.
Alguns dos entrevistados sugeriram umedecer a base antes da aplicação do
revestimento cerâmico para que a base da parede tenha uma melhor aderência com a argamassa.
Levando em conta a sugestão dos profissionais, pesquisou-se na NBR 13753, que informa que
66

se pode exercer o procedimento de umedecer levemente a base, desde que a mesma esteja
exposta a insolação ou ventilação.
Avaliadas as sugestões e tendo sido essas adequadas às Normas Técnicas citadas
no referencial teórico, os autores apresentam a versão final do Checklist a ser disponibilizado
para a comunidade da construção civil, como pretendeu a pesquisa.
Figura 19 - Checklist de revestimento cerâmico para áreas internas
(continua)
67

(continuação)

Fonte: dos autores (2019)


68

Sugere-se que este checklist deva ser afixado em local de fácil acesso e leitura pelos
responsáveis pela execução dos serviços, com vista ao controle de qualidade do serviço de
assentamento de placas cerâmicas em paredes e pisos dos ambientes internos da edificação.
Para isto, o responsável deve anotar, no retângulo indicado, informando SIM ou
NÃO para o cumprimento de cada uma das etapas essenciais a realização dos serviços objeto
desta pesquisa.
Com a aplicação do Checklist em sua versão inicial quando das entrevistas aos
profissionais com experiência na execução do serviço descrito, procedeu-se o ajuste final,
objeto deste estudo.
69

5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa teve por objetivo apresentar uma proposta de checklist para
revestimento cerâmico de áreas internas em atendimento às prescrições das NBR 15575 e
13753, com a finalidade de reduzir as manifestações patológicas causadas quando do
assentamento de placas cerâmicas, tais como o desplacamento.
Deste modo, pretende-se com este instrumento, agora disponibilizado pelos autores,
reduzir o transtorno dos usuários e o prejuízo para empresa construtora que tem de arcar com
maior dispêndio com mão de obra qualificada a fim de proceder as correções necessárias e
mitigar os custos de retrabalho essenciais à correção adequada dos serviços objeto desta análise.
Para melhor compreensão deste trabalho, foi desempenhado uma pesquisa
bibliográfica, juntamente com uma pesquisa de campo, com o objetivo de expandir a concepção
das causas motivadores de problemas patológicos.
Constatou-se que grande parte dos desplacamentos causados, deve-se ao fato de
deformações que ocorrem devido às tensões, tais como retração da argamassa de assentamento,
deformação estrutural, variação de temperatura cujo provoca dilatações, entretanto percebe-se
que a associação destes motivos pode acarretar no rompimento entre a argamassa e a placa
cerâmica.
Em relação a tal aspecto, responsáveis pelo desplacamento são, superfícies sujas,
mão de obra pouco qualificada, argamassa utilizada de forma inadequada, pouca fiscalização
no serviço e grande amplitude térmica.
É evidente que um dos principais causadores do desplacamento cerâmico é a mão
de obra pouco qualificada, alguns profissionais insistem nos velhos costumes e acabam não
executando da maneira correta, como exemplo o sistema de dupla colagem, que muitas vezes
não é aplicado, no entanto o checklist proposto pelos autores reforça a importância de cada uma
das etapas imprescindíveis à execução do serviço e o procedimento correto das mesmas.
Diante deste cenário, a implementação do checklist desenvolvido pelos autores trará
maior clareza quando da execução do serviço e consequentemente mais qualidade à obra, com
propósito de minimizar os episódios comumente encontrados dentro do ambiente das
edificações.
A partir desta pesquisa sugere-se para trabalhos futuros a sua aplicação e controle
em obras da região Sul catarinense.
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