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OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Os transtornos de ansiedade configuram uma das formas mais recorrentes de


psicopatologia infantil e são precursores de psicopatologia na idade adulta.

Estudos clínicos demonstram que a terapia cognitivo comportamental (TCC) é


um tratamento muito eficaz para transtornos de ansiedade em crianças. Crianças
ansiosas carecem de habilidades para regular e modificar suas emoções.

Existem diferentes tipos de ansiedade, e para um tratamento eficaz é


necessário identificar qual o tipo da do paciente.

Tipos de ansiedade:

 Transtorno de ansiedade generalizada:


o Sua característica principal é a resposta ansiosa frente a estímulos
variados, internos ou externos, de forma exagerada e que não
necessariamente mantem relação entre si.

 Mutismo seletivo:
o Sua característica principal é a dificuldade de se comunicar de forma
verbal em determinadas situações sociais. Difere-se da fobia social,
porque a sua principal motivação é o medo da fala.

 Transtorno de ansiedade de separação:


o Sua característica principal é o medo intenso de se manter distante de
casa ou de figuras de apego, como pais ou cuidadores.

 Transtorno de pânico:
o Sua característica principal são as crises de ansiedade intensas,
repentinas e recorrentes, associada à medo e desespero, e que
atrapalha muito a vida cotidiana.

 Fobias específicas:
o Sua característica principal são os medos à exposição real ou
imaginária de estímulos específicos (bichos, altura, agulha, etc).
 Transtorno de ansiedade social (fobia social):
o Sua característica principal é o medo irracional e desproporcional à
situações sociais cotidianas. Sua maior motivação é o medo de ser
julgado errado, de constrangimento ou de não saber lidar com alguma
situação social.

 Agorafobia:
o Sua característica principal é o medo de ficar sozinho em lugares
públicos, fechados ou abertos.

INTERVENÇÃO

O plano de intervenção em demandas onde os sintomas ansiosos estão


presentes não envolve somente as crianças, mas a família, principalmente.

Técnicas para a intervenção nos transtornos de ansiedade:

 Psicoeducação;
 Reestruturação cognitiva;
 Descatastrofização;
 Relaxamento;
 Enfrentamento;
 Treino de Habilidades Sociais;
 Resolução de problemas.

Formas de trabalhar:

 Técnicas de relaxamento;
 Técnicas de controle da respiração;
 Exercícios físicos, esporte, brincadeiras de correr e pular;
 Escolha de um lugar seguro na mente;
 Utilização de histórias terapêuticas;
 Dessensibilização sistemática;
 Atividades que distraem relaxam;
 Técnica da externalização - desenhando medo.
Estratégias:

 Relaxamento: “robô e boneco de pano” “tartaruga e gato”;


 Controle de respiração: “assoprar bolhas” “cheirar flor e soprar a vela” “bicho
com cheirinho” “pesca com canudo”;
 Lugar seguro na mente: ajudar a criança a elaborar um lugar seguro, criando a
imagem mental de algo que traga tranquilidade para ela;
 Exercício: propor à família que insira atividades físicas na rotina do paciente.
Em sessão, se perceber o paciente muito ansioso, pode usar algumas
atividades sensoriais para ajuda-lo a se acalmar como massinha, slime,
bolinhas de água, areia, etc;
 Histórias terapêuticas: utilizar histórias para trabalhar questões cognitivas e/ou
comportamentais com o paciente. Trabalhar de forma que os pensamentos
disfuncionais apareçam na história, buscando ajuda do paciente para modifica-
los; ou usar as histórias inserindo estratégias comportamentais que ajudem os
personagens a lidar com o problema, envolvendo o paciente a pensar como
seria possível inserir na realidade dele;
 Dessensibilização sistemática: não esquecer de trabalhar antecipadamente a
respiração e relaxamento, para que o paciente esteja apto à dessensibilização.
E sempre começa-la com o estímulo causador da ansiedade/medo que menos
gera incômodo, e ír avançando gradualmente;
 Atividades que distraem/relaxam: a distração pode ser útil para que o paciente
não foque nos sintomas, e assim não potencialize a ansiedade. Usar caixinhas
terapêuticas com itens que possam distrair, ao mesmo tempo que acalmar,
pode ser ótimo! Bolas para assoprar, desenhos para pintar, atividades para
fazer, são boas opções;
 Externalização: fazer com que o paciente externalize e personifique o medo é
uma ótima estratégia para modificar a forma como ele o percebe. Você pode
propor que ele desenhe o medo e conversem sobre o que há nele que gera
tanto incômodo, pode sugerir que desenhe o estímulo do medo de forma
cômica (atribuindo características engraçadas), pode desenhar o medo criando
um personagem e dando a ele a características e pensar sobre as
características do paciente que sobressaem às do medo.

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