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Processos Históricos e Transformações Socioculturais Vistos Através Da Arte
Processos Históricos e Transformações Socioculturais Vistos Através Da Arte
Emoções
A arte também nos fala das emoções, dos sentimentos, da
alegria, da dor, da paixão ou do desespero. Logo após a II Guerra
Mundial a vida não era nada fácil, e para as crianças órfãs muito menos.
Porém, pequenos gestos podem mudar o dia, ou pelo menos foi assim
que aconteceu com o pequeno Werfel, um menino austríaco de seis
anos. Eternizado pelas lentes do fotógrafo Gerald Waller no exato
momento em que recebe um novo par de sapatos. Já o pintor brasileiro
Cândido Portinari nos leva ao outro extremo, a dor e o sofrimento de
uma mulher chorando. Entre outros temas latentes do cenário nacional,
Portinari se destacaria pelas obras de cunho social, a representação
dos pobres, dos trabalhadores, dos retirantes que sofrem a dor da fome
e do desamparo. Antes deles, o pintor norueguês Edvard Munch
eterniza a angústia e o desespero existencial em sua obra “O grito”,
uma das mais importantes pinturas a influenciar o movimento
expressionista. Nas palavras da professora Graça Proença, (2013, p.
152) “o Expressionismo procurou expressar as emoções humanas e
interpretar as angústias que caracterizaram psicologicamente o homem
do início do século XX”.
IM5 - O Grito.
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito
Contexto
Eu também quero te falar sobre o seguinte. É comum escutarmos
que, para se ter uma boa compreensão a respeito de um determinado
fato ou evento temos que conhecer o contexto. Mas afinal de contas, o
que isso significa? Bem, pode significar muitas coisas, mas da forma
como propomos neste texto, significa que devemos considerar para fins
de análise e compreensão de um dado momento do passado, a
complexidade das relações sociais, os aspectos políticos e econômicos,
as vivências cotidianas, as crenças, etc. Temos sempre que buscar
encontrar o lugar de onde nos falam os sujeitos e os grupos, a fim de
“esclarecer, ou ao menos nos aproximar das construções conscientes
ou não dos agentes sociais, sejam eles individuais ou coletivos”.
(SIMÕES, 2016, p. 69)
Neste papiro originário do antigo Egito, de aproximadamente
1300 anos a. C., vemos um julgamento no tribunal do Deus Osíris. De
um lado da balança o coração do morto, do outro uma pena de avestruz
representando a pureza do coração da Deusa Maat. O equilíbrio da
balança equivale a absolvição e a passagem à vida no além. Os antigos
egípcios acreditavam que a morte física não encerrava a existência, e
que uma vida no além dependeria da comprovação de uma vida justa e
harmônica diante de um tribunal.
IM9 - Doríforo.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Doryphoros_MAN_Napoli_Inv6011-2.jpg
IM10 - Concurso de dança.
https://www.reddit.com/r/StLouis/comments/2cw2cn/charleston_dance_contest_in_front_of_st_l
ouis/
Releituras
Agora, olha só que interessante. A obra ‘O Nascimento de Vênus”
de Sandro Botticelli, feita no final do século XV, foi extremamente
inovadora em sua época. Ao contrário da arte de influência cristã, típica
da Idade Média, esta pintura renascentista nos traz um tema leigo, com
origem na mitologia clássica, a deusa Vênus emergindo do mar em uma
concha. Agora, vou te contar uma coisa. Adoro releituras, livres criações
inspiradas em obras de arte icônicas como a de Botticelli. Vou te
mostrar uma, a fotografia da atriz suíça Ursula Andress no filme ‘007
contra o Satânico Dr. No”. Na primeira aparição do agente secreto nos
cinemas, baseada no romance do escritor britânico Ian Fleming,
Andress sai do mar em uma bela praia do Caribe trazendo conchas nas
mãos. Será mero acaso? E você, também conhece alguma releitura de
obra artística?
IM13 - O Nascimento de Vênus.
https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/o-nascimento-de-venus-sandro-
botticelli/
Cidade de Bethel, Nova York. O ano era 1969, e durante três dias
do mês de agosto jovens de várias partes do país se reúnem naquele
que foi o maior e mais conhecido festival de músicas, o Woodstock
Music & Art Fair, ou simplesmente, o Festival de Woodstock.
Fotografados por Burk Uzzle, o casal enrolado no cobertor enlameado
virou um dos símbolos do festival, traduzindo a essência do que os seus
organizadores queriam, “3 Dias de Paz e Música". Era manhã de
domingo e eles haviam acabado de acordar, sem que pudessem
perceber... click! Os jovens namorados foram capturados pelas lentes
do fotógrafo. Despretensiosamente acabaram por se tornar parte da
história da cultura pop, quando alguns meses depois ilustraram a capa
do álbum com as músicas do festival.
Ideologias
Na arte, também podemos perceber a história em processo.
“Viajando” por situações que vão muito além do que está sendo
retratado, em uma determinada cena que nos é apresentada, ainda que
não esteja explícita a dimensão do processo que a tornou possível, ele
pode encontra-se presente. Vejamos estas obras do pintor francês
Jacques-Louis David, contemporâneo da revolução ocorrida naquele
país no final do século XVIII, e que pôs fim ao Antigo Regime.
Na pintura “A morte de Marat”, o fato. Nela, vemos o
revolucionário francês, um dos mais importantes líderes políticos do
período, morto na banheira de sua casa. Ele foi assassinado em meio
às divergências sobre os rumos da revolução, o que só foi de certa
forma solucionado com a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder.
IM17 -A morte de Marat.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Death_of_Marat_by_David.jpg
Ativismo e comportamento
Também, questões sociais importantes, e que se tornaram
mundialmente conhecidas, passaram a ser representadas pela arte nas
suas mais variadas formas. Veja o caso do Mural abaixo.
IM22 - Guernica.
https://pontosdevista.pt/2017/04/27/guernica-80-anos-2/
Guernica, obra do pintor espanhol Pablo Picasso é antes de mais
nada, uma mensagem de resistência contra o fascismo que crescia na
Europa do pós I Guerra Mundial. Nele, o artista nos apresenta um
recorte da Guerra Civil Espanhola, o bombardeio à cidade no ano de
1937 pelos aviões alemães, aliados do general Francisco Franco.
Nos EUA da década de 1930, ainda abalados pela crise de 1929,
outdoors representando a “família tradicional americana” celebravam o
"mais alto padrão de vida do mundo”, e o “modo de vida americano”.
Olhe um deles aqui, mas agora visto pela lente da fotógrafa
estadunidense Margaret Bourke-White. Em 1937, na cidade de
Louisville, White fotografou homens, mulheres e crianças negras na “fila
do pão”. Eram as vítimas da inundação do Rio Ohio que devastou
cidades em cinco Estados naquele ano.
IM25 - O selvagem.
http://www.blogosanosperdidos.com.br/2017/08/cinemateca-o-selvagem-wild-one.html
Educação
Finalmente, quero te mostrar alguns exemplos de como a
educação foi representada pelos artistas de diferentes épocas. Imagens
sobre esta temática não nos faltam, difícil mesmo é escolher quais delas
vão servir ao nosso propósito de ilustrar a prática educativa.
A cerâmica grega está associada a uma das mais significativas
expressões artísticas da antiguidade, a pintura. Em diferentes tipos de
vasos podemos perceber o desenrolar da cultura e o desenvolvimento
da sociedade grega. Aqui temos uma representação da alfabetização
em Atenas por volta do século V a.C., quando a Paideia passou a ser o
termo utilizado para designar a formação integral do cidadão.