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CURSO DE INTRODUÇÃO

A PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

Profª Dra. Kátia Maria Pacheco Saraiva


Katiasaraiva2011@gmail.com
A Gerontologia
(do grego gero = envelhecimento + logia = estudo)

 Campo de estudos multidisciplinar sendo uma área de


convergência entre a biologia, sociologia e a psicologia do
envelhecimento:
 A biologia do envelhecimento estuda o impacto da
passagem do tempo nos processos fisiológicos ao longo do
curso de vida e na velhice.
 A psicologia do envelhecimento, por sua vez, se concentra
nos aspectos cognitivos, afetivos e emocionais relacionados
à idade e ao envelhecimento, com ênfase no processo de
desenvolvimento humano.
 A sociologia do envelhecimento baseia-se no estudo das
circunstâncias sócio-culturais que afetam o envelhecimento e
as pessoas idosas.
Algumas referências filosóficas....

 A velhice como objeto de reflexão


por filósofos e sociedades da
idade antiga.
 Marco Tulio Cícero ( 106-42 ac)
filósofo grego - no
manuscrito Senectude
 Livro: “Saber Envelhecer”
 “Os homens são como o vinho: a idade
azeda os ruins e melhora os bons”.
 “… aprecia-se menos o prazer sensitivo e
mais a companhia dos amigos e a
conversação.”.
O lugar do idoso nas sociedades
tradicional e pós-tradicional
 Nas sociedades pré-modernas ou tradicionais não
apresentavam um preconceito cultural em relação ao idoso.
 O velho ocupava um lugar de destaque e respeito social,
já que era o guardião da sabedoria e o responsável por
transmiti-la aos mais jovens (Mascaro 2004).

 O velho como guardião dessa memória, dessa tradição


têm muita importância para a sociedade, porque se
acredita que eles são os agentes ou mediadores das
pessoas (Giddens, 1997)
O lugar do idoso nas sociedades
tradicional e pós-tradicional
 O homem pré-moderno voltava-se para seu passado, e
encontrava neste uma referência normativa para seu
presente.

 Segundo Renaut (1998), o traço mais específico das


sociedades modernas é a “contínua dissolução das
referências oriundas do passado” (p. 31).

 A modernidade opera uma ruptura com a tradição; “os


valores do passado parecem estar singularmente
enfraquecidos em benefício da celebração do presente e
do novo” (p. 36)
O lugar do idoso nas sociedades
tradicional e pós-tradicional
 Sendo a sociedade pós-tradicional ou sociedade
moderna como um período identificado com a
Revolução Industrial, a crença no progresso e nos ideais
do Iluminismo.
 Assim, o homem moderno volta-se para o futuro, e
busca nele as referências normativas de sua vida.
 A ciência moderna produz nos sujeitos uma aposta no
que está por vir e, consequentemente, uma posição de
desqualificação em relação ao idoso, pois o que
interessa é o jovem, com sua longa possibilidade de
futuro.
O preconceito moderno em relação ao
envelhecimento...
 Um exemplo:
 Uma pesquisa sobre inteligência desenvolvida por Yerkes
(conforme citado por Neri, 2001) no exército norte-americano
ao final da Primeira Guerra Mundial. A pesquisa foi realizada
com homens de 18 a 60 anos, e revelou, em termos de desvio
padrão, o declínio da inteligência com o envelhecimento. Esse
declínio já era visível a partir dos 30 anos, e mais tarde
constatou-se que ele era especialmente marcado a partir dos
60 anos.

 Essa posição se fundamenta no paradigma da estabilidade no


desenvolvimento.
Pós Guerra...Pós-modernidade...
 Mudança paradigmática- É caracterizada pela ruptura com o
passado e/ou com o futuro. Vive-se a imediaticidade do agora.
Não há história, pois não importam o passado ou o futuro.

 O futuro deixou de ser uma aposta; o passado não é respeitado


como referencial – só resta o imperativo do presente .

 A cultura pós-moderna, ao mesmo tempo em que apresenta esse


explícito horror à velhice, paradoxalmente é o momento histórico
em que assistimos a um aumento das pesquisas sobre
envelhecimento.
Pós Guerra...Pós-modernidade...
 A crença de que o envelhecimento representava um
declínio do desenvolvimento, justificava o fato de não
se estudar a velhice.
 Será necessária uma mudança de paradigma em
relação ao conceito de desenvolvimento para pensar
o desenvolvimento no envelhecimento.
 A partir da década de 1970 que assistiremos à
emergência de uma posição crítica em relação a essa
concepção que desconsidera a possibilidade de
desenvolvimento no interior do envelhecimento.
O que a Psicologia tem a nos dizer sobre o
desenvolvimento humano?

 A primeira obra na
Psicologia - G. Stanley Hall
( 1844-1924) :

 “ Senescência : a última
metade da vida” ( 1922)

 Ele reconhece a influência da


cultura ao mesmo tempo em que
valoriza as diferenças individuais
e sua característica de
plasticidade (maleabilidade).
O que a Psicologia tem a nos dizer sobre o desenvolvimento
humano?

Algumas referências filosóficas....

Os filósofos dos séculos XVII e XVIII, como : J. Locke (1632-1704), J.-J.


Rousseau (1712-1778) já concebiam ideias que influenciariam a
psicologia do desenvolvimento por exemplo:

 Locke acreditava que a mente humana poderia ser comparada, desde o


nascimento, a um quadro em branco e toda a estimulação do ambiente é
que formaria a psique.

 Rousseau por sua vez, enfatizava a existência de características inatas


do ser humano e defendia a bondade natural da criança e já mostrava a
divisão da infância em estágios com características próprias.
Essas tendências filosóficas acabaram por influenciar a
construção das teorias da psicologia do desenvolvimento,
no século XX:

 os modelos mecanicistas - a esfera do


empirismo, buscando operacionalizar as
investigações dentro do que poderia ser medido
e quantificado, sendo o desenvolvimento
humano visto como modelado pelo ambiente.

 os modelos organicistas - valorizavam os


processos de caráter universal presentes no
desenvolvimento de qualquer indivíduo.
As teorias do desenvolvimento Humano

 Até meados da segunda metade do século XX as


teorias do desenvolvimento propunham definir
parâmetros ou padrões normativos que pudessem
explicar o que, como e por que as mudanças
ocorriam na infância e na adolescência, além dos
possíveis desvios que poderiam ocorrer nessa
trajetória.

 O desenvolvimento foi organizado em estágios


evolutivos, enfatizando aspectos distintos do
desenvolvimento humano: orgânicos, motores,
cognitivos, afetivos, sexuais, morais, sociais,
históricos e culturais.
Psicologia do Desenvolvimento/ Envelhecimento

 A primeira mudança de posição em relação ao


envelhecimento aparece na teoria de E. Erikson
(1950/1998)- O desenvolvimento humano em
estágios que se organizam em torno de conflitos
básicos, representativos de cada momento da vida
humana.

 A partir da década de 1970 emergência de uma


posição crítica em relação a essa concepção que
desconsidera a possibilidade de desenvolvimento
no interior do envelhecimento.
Teorias do desenvolvimento humano
3 principais vertentes e períodos :

1 ) Mudança Ordenada (organicista)- Modelo de Estágios


crescimento, estabilidade e declínio.

2) Contextualista – Processo contínuo de mudanças psicossociais.

3) Dialética- Influência interativa de determinantes normativos graduados


por idade, normativos graduados por história e de determinantes não-
normativos.

 Período Clássico (1940-1970)


 Período Moderno (1970-1990)
 Período Novo (1980-1990)
Abordagem da mudança Ordenada (organicista)

• O desenvolvimento se dá por uma sucessão de estágios está


sujeito à ação de determinantes sociais e culturais.

• Período Clássico (1940-1970)

• C. Gustav. Jung ( 1933)- Processo de individuação.

• Charlotte Buhler ( 1935)- Mudança ordenada

• Erik Erikson ( 1950) – Teoria do Ciclo Vital


Teoria de Carl Gustav Jung ( 1875-1961)

 No início da década de 1930


 Jung dividiu a vida humana em duas metades e em
quatro idades (infância, vida adulta, meia idade e
velhice) separada por estágios de transição
(adolescência, entardecer e idade avançada).
 Cada idade tem seu tema básico, tarefas e metas
próprias. Na primeira metade da vida, a meta é :
 o envolvimento com o mundo externo, sendo alguém na
sociedade. Os temas são crescimento, expansão e
natureza.
Teoria de Carl Gustav Jung ( 1875-1961)

 Por volta dos 40/50 anos, as demandas da vida


interior ganham destaque como consequência das
pessoas se darem conta da finitude da vida.
 O entardecer inaugura a segunda metade da vida
tendo como tema a individualização, um processo de
interiorização do self, no qual se adquire o senso de ser
único. Os temas dessa fase são: a morte, a contração e
a cultura.
Teoria de Carl Gustav Jung ( 1875-1961)

 Jung notou a tendência dos mais velhos de se


transformarem em seus opostos, ou seja, os homens
idosos tendem a ser mais femininos e as mulheres mais
masculinas.
 Nos anos mais avançados da vida, o processo de
realização do self se dá pelo contato com os
arquétipos ( representa o primeiro modelo de
algo/protótipo) :
 do Velho Sábio (no homem)
 da Grande Mãe (na mulher).
Teoria de Carl Gustav Jung ( 1875-1961)

 Para Jung, transcender a expansão, manter e


desenvolver a espiritualidade ajudam os idosos a
encontrarem um sentido de completude na vida,
aceitando a morte.
 Sua teoria apresenta os conceitos de meia idade e
velhice.
 Precursor dos modelos psicológicos sobre crises e
transições no desenvolvimento do adulto que se
desenvolveram na década de 1970 e podemos
encontrar traços de sua influência nos textos de Bülher
e Erikson.
Charlotte Bülher ( 1893-1974)

 Autora do Período Clássico ( 1940- 1970)

 Charlotte Bülher nasceu em Berlim em 1893. Para fugir do


nazismo, em 1940, emigrou para os Estados Unidos.
 Suas pesquisas apontaram para uma progressão da demanda
de fases em que ocorriam mudanças de atitudes, metas e
realizações.
 Essas pesquisas, ainda, marcaram o paralelo entre os processos
biológicos de crescimento, estabilidade e declínio e os processos
psicossociais de expansão, culminância e contração em atividades
e realizações.
Charlotte Buhler ( 1935) Teoria dos estágios – 5 fases –
movimento de expansão da infância à vida adulta :

• Do nascimento aos 15 anos – Dependência – auto definição


de metas.
• Entre 15 e 25 anos- Expansão preparatória e de
autodeterminação experimental de metas.
• Entre 25 e 45 anos- Metas pré-estabelecidas e desenvolve
senso de significado de sua experiência. Momento de
culminância do desenvolvimento. Velhice momento de
contração.
• Entre 45 e 65 anos – Expansão e contração – avaliação
retrospectiva das metas de vida e sua realização.
• Depois dos 65 anos – Contração – metas de curto prazo e
continuidade de experiências anteriores. Retrospectiva –
senso de realização ou fracasso.
Para Charlotte Bülher o desenvolvimento...

 Não é tão linear, mas tem uma dinâmica que envolve


recorrências a estados passados, bem como,
simultaneamente, a alternância de ganhos e perdas
evolutivas.
 Para a autora são fatos importantes no desenvolvimento :
ações, experiências, autorrealização e não há
necessáriamente uma ordem pré-estabelecida.
 Bülher também observou que existem diferenças individuais
no processo de desenvolvimento que se refletem na
existência das pessoas que permanecem altamente
produtivas até a idade avançada, apesar do declínio
biológico.
Daniel Levinson ( 1978)
Modelo de estações da vida adulta.

• Entre 17 e os 22 anos- Processo de transição da vida adulta


• Entre os 22 e os 28 anos- Entrada na vida adulta. Criar uma
estrutura de vida.
• Entre 28 e 33 anos – Continua a construir sua estrutura de
vida adulta , avalia escolhas e corrige rumos.
• Entre 33 e 40 anos – Trabalhará produzirá e envolvimento
com mentores.
• Entre 40 e 45 anos- Revisão da estrutura de vida.
• Entre 45 e 50 anos- - Redefinição de papéis familiares e
profissionais. Modelo para os mais jovens e o
estabelecimento de uma nova e final estrutura de vida.
Teoria do Ciclo vital – E. Erikson ( 1902-1994)

 Erikson (1950) pensa que o desenvolvimento


acontece no diálogo inter-relacional entre três
categorias: o corpo, a psique e o ethos.

“A existência humana depende, em todos os momentos, de


três processos de organização que devem complementar-
se. Há, seja em que ordem for, o processo biológico da
organização hierárquica dos sistemas de órgãos que
constituem um corpo (soma); há o processo psíquico que
organiza a experiência individual através da síntese do ego
(psique) e há o processo comunal da organização cultural
da interdependência das pessoas (ethos)”. (p. 27, 1998)
Teoria do ciclo de vida ( E. Erikson)

 As crises evolutivas e suas sequências são universais, pois elas se


desdobram sucessivamente, estando os estágios mais avançados
contidos nos anteriores. O autor chamou esse processo de processo
epigenético que significa “que se desdobra”, e, assim, seu ego vai
ganhando novas qualidades.

 A teoria de Erik Erikson se destacou como uma transição do


paradigma organicista para o de desenvolvimento ao longo da
vida (Life -Spam).
Teoria do Ciclo vital – Erik Erikson ( 1902-1994)

 Sua teoria difere das teorias de estágios clássicas


porque leva em consideração a vida humana em toda
a sua extensão, dividindo-a em oito estágios - 8 crises
evolutivas do ciclo de vida e a resolução de cada
conflito possibilita a emergência de uma força básica
ou qualidade do ego.

 Assim ao longo de seu amadurecimento, o ser humano


se transforma qualitativamente, vencendo conflitos e
crises evolutivas.
Teoria do Ciclo vital /Teoria Epigenética

 8 crises evolutivas psicossociais do


nascimento até a velhice :
• 1) Fase Bebê- confiança X desconfiança - Qualidade
– ESPERANÇA
• 2) Infância Inicial- Autonomia X Vergonha e Dúvida-
Qualidade – DOMÍNIO.
• 3) Idade do Brinquedo- Iniciativa X Culpa- Qualidade –
PROPÓSITO
 4) Idade Escolar- Produtividade X Inferioridade-
Qualidade – COMPETÊNCIA.
Teoria do Ciclo vital /Teoria Epigenética

• 5) Adolescência- Identidade X Confusão de Papéis-


Qualidade – FIDELIDADE.

• 6) Idade Adulta- Intimidade X Isolamento- Qualidade-


AMOR.

• 7) Maturidade- Generatividade X Estagnação –


Qualidade – CUIDADO.

• 8) Velhice- Integridade X Desespero - Qualidade-


SABEDORIA.
Primeira crise : confiança X desconfiança -
Qualidade – ESPERANÇA

 O primeiro estágio é de importância fundamental - a


capacidade do indivíduo de se relacionar com o
ambiente.
 A esperança é fruto da possibilidade de confiar. O
Ser precisa apostar, acreditar na vida para que nela
possa investir.
 Para Erikson (1950/1998): “a esperança conota a
qualidade mais básica da condição do ‘Eu’, sem a qual
a vida não poderia começar ou terminar de forma
significativa” (p. 56, 1998)
7ª Crise Psicossocial
GENERATIVIDADE x ESATAGNAÇÃO

 O sentimento de pertencimento e engajamento, a consciência da condição


de sujeito cidadão, a responsabilidade social e política, a consciência da
finitude e a disposição para se responsabilizar pelo outro se encontram em
um extremo do conflito.

 No outro extremo temos o sentimento de inutilidade social,


irresponsabilidade, a preocupação exagerada com o próprio eu, que
inviabilizam o cuidado para com o outro. Se o sujeito se coloca na posição
de se responsabilizar pelo outro, teremos a força do cuidado agregada ao
eu.

 Motivação e envolvimento com a continuidade e o bem-estar de


indivíduos , grupos humanos, da sociedade e humanidade. Necessidade
interna de garantir a própria imortalidade tanto no sentido biológico
quanto cultural–

 “ COMPROMISSO DE passar o bastão para geração seguinte”.


Modelo de Geratividade ( McAdams, Hart e Maruna 1998)

 Ações gerativas - narrativas pessoais-


significado à própria experiência.
1) CRIAÇÃO ( de indivíduos, coisas, ações e ideias –
perpetuar a espécie humana- biológico e sociocultural)
2) MANUTENÇÃO ( cuidar, amar, responsabilizar-se,
proteger, apoiar, ajudar- indivíduos, grupos, instituições
, produtos culturais e a natureza)
3) OFERTA ( transmissão do que foi criado,
aconselhamento, orientação, legado pessoal)
8ª Crise Psicossocial
Integridade X Desespero

 Para Erikson (1950/1998), na velhice as defesas do ego


se afrouxam. Na medida em que a independência e o
controle são desafiados, a autoestima e a confiança
enfraquecem. Enfrentar com fé e humildade apropriadas
talvez seja o curso mais sábio.
 Assim, o último estágio do desenvolvimento humano,
que apresenta o conflito entre integridade do eu e
desespero, produzindo como força básica ou qualidade
do ego a sabedoria.
 Manter a integridade do eu, avaliar a vida como uma
realização, mantendo a generatividade, mas orientada à
cultura, e podendo considerar seu percurso com
sabedoria. Assim, o idoso enfrenta a luta contra o
desespero, o niilismo e a falta de sentido.
A teoria do Ciclo vital

 A teoria de Erikson (1950/1998) nos fornece uma


compreensão do envelhecimento e pistas para uma
intervenção psicológica, já que é necessário
trabalhar com o idoso a integridade do eu:
 valorizar a vida vivida, conectar-se com passado,
presente e futuro, construir projetos e abraçar a
família e a comunidade como campos de cuidado.
 Sabedoria – Aceitar a vida que se viveu, aceitar
a imperfeição de si mesmo, aceitar a morte.
A emergência de um novo paradigma...
Referências:
 Erikson, E. H. (1998). O ciclo de vida completo. Porto Alegre:
Artmed. (Original publicado em 1950)
 Giddens, A. (1997). A vida em uma sociedade pós-tradicional. In
A. Giddens, U. Beck, & S. Lach (Eds.), Modernização reflexiva (pp.
73-133). São Paulo: Ed. da Universidade Estadual Paulista.
 Mascaro, S. A. (2004). O que é velhice. São Paulo: Brasiliense.
 Neri, A. (1995). Psicologia do envelhecimento: uma área
emergente. In A. Neri (Ed.), Psicologia do envelhecimento (pp. 13-
40). Campinas: Papirus.
 Renaut, A. (1998). O indivíduo: reflexões acerca da filosofia do
sujeito. Rio de Janeiro: Difel.

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