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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - UNIFAP

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - DCET


CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ANDERSON PAIXÃO MORAES MARINHO


BRENDEL FREITAS LIMA

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO COMPUTACIONAL VISANDO A


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE UM PRÉDIO PÚBLICO EM SANTANA-AP

MACAPÁ
2021
ANDERSON PAIXÃO MORAES MARINHO

BRENDEL FREITAS LIMA

ESTUDO DE CASO: AVALIAÇÃO COMPUTACIONAL VISANDO A


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE UM PRÉDIO PÚBLICO EM SANTANA-AP

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Banca Examinadora do
Colegiado de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Amapá como
requisito parcial para conclusão do
curso de Bacharel em Engenharia
Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Felipe Monteiro


Coorientador: Prof. Esp. Hugo Pinheiro
da Silva

MACAPÁ

2021
Aos meus pais, Antônio e Telma, e a toda
a minha família, em especial a minha irmã
amada Alessandra, a saudade é eterna, a
você dedico essa conquista.

Anderson

A minha mãe Ivanete pelo grande apoio e


suporte que demonstrou a mim por toda a
vida, e ao meu irmão Luigi, minha
motivação para seguir adiante e olhar além
das dificuldades.

Brendel
AGRADECIMENTOS

A todos os docentes do curso que durante esses anos repassaram seus


ensinamentos e conhecimentos nessa difícil estrada que é ensinar.

Ao nosso orientador Professor Felipe pelas contribuições e direções desse


trabalho.

Ao nosso coorientador Professor Hugo pelos ajustes finais e colaboração.

A nossas famílias pelo suporte, compreensão e incentivo nessa caminhada.

Aos amigos e colegas que fizemos durante esses anos e a todos que
contribuíram de algum modo, nos incentivaram ou colaboraram com este trabalho.
RESUMO

Neste trabalho avaliamos o desempenho termo-energético de um prédio público


localizado no município de Santana – AP com o objetivo de propor melhorias de retrofit
através da inclusão de Medidas de Eficiência Energética (MEEs) que visam melhorar
o conforto térmico da edificação, utilizando igual ou menor quantidade de energia,
causando uma redução no consumo de eletricidade. Com a utilização dos programas
EnergyPlus, SketchUp e OpenStudio, foram analisadas 36 zonas térmicas com as
suas respectivas cargas internas e seus materiais construtivos. Verificou-se que o 2ª
pavimento está com zonas acima da faixa de conforto (sem a utilização de aparelhos
de refrigeração). Para fins de visualização, foram coletadas 2 zonas que se encontram
além da faixa de conforto (uma de cada pavimento) para analisar a influência das
MEEs adotadas. As MEEs adotadas foram de sombreamento (brises e/ou beiral -
overhangs) nas paredes e aberturas que mais recebem radiação solar. Com a
utilização de brises houve uma diminuição de até 3°C na temperatura interna em
comparação com beiral; a utilização de isolamento na cobertura com a telha
sanduíche obteve uma diminuição de até 2° C na temperatura interna em relação a
telha cerâmica; a troca das lâmpadas fluorescentes atuais presentes na edificação por
lâmpadas LEDs na qual o controle de iluminação (dimerização) nas zonas que têm
aberturas para a iluminação natural resultou em uma diminuição 4.589,3 kWh/ano
(6,51%) no consumo final de energia elétrica. Ao final, com todas as melhores MEEs
adotadas houve uma diminuição de até 8,5° C nas zonas de estudo, resultando uma
diminuição de 19.194,03 kWh/ano (27,25%) no consumo de energia na edificação,
sendo 14.604,7 kWh/ano (20,73%) deste total decorrente da diminuição do uso dos
aparelhos de refrigeração.

Palavras-chave: Energyplus. Conforto térmico. Eficiência energética.


ABSTRACT

In this assignment, we evaluate the thermal-energy performance of a public building


located in the municipality of Santana – AP as a measure of proposing retrofit
improvements through the inclusion of Energy Efficiency Measures (EEMs), wich aim
to improve the thermal comfort of the building, using equal or less energy, causing a
reduction in electricity consumption. Using the EnergyPlus, SketchUp and OpenStudio
programs, 36 thermal zones were analyzed with their respective internal loads and
construction materials. It was found that the 2nd floor has areas above the comfort
range (without usage of refrigeration appliances). For visualization purposes, 2 zones
were collected that look beyond the comfort range (one on each floor) to analyze the
influence of the adopted EEMs. The adopted EEMs were shadding (overhangs) on
walls and openings that receive more solar radiation. With the use of overhangs, there
was a decrease of up to 3°C in the internal temperature compared to the eaves; the
use of insulation on the roof with sandwich tile obtained a decrease of up to 2° C in the
internal temperature compared to ceramic tile; the replacement of the current
fluorescent lamps in the building for LED lamps in which the lighting control (dimming)
in areas that have openings for natural lighting resulted in a decrease of 4,589,3
kWh/year (6.51%) in the final consumption of electricity. In the end, with all the best
EEMs adopted, there was a decrease of up to 8.5° C in the studied zones, resulting in
a decrease of 19,194.03 kWh/year (27.25%) in energy consumption in the building, of
which 14,604.7 kWh/year (20.73%) of this total due to the decrease in usage of
refrigeration appliances.

Keywords: Energyplus. Thermal comfort. Energy efficiency.


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Consumo de eletricidade por setor no Brasil em 2017.............................. 15

Figura 2 - Usos finais de energia em setores públicos do país. ................................ 17

Figura 3 - Distribuição Média do Consumo de um Edifício por Uso Final. ................ 17

Figura 4 - À esquerda, Equipamentos, categorias e critérios específicos abrangidos


pelo Selo Procel; à direita, ENCE que acompanha equipamentos dentro da normativa.
.................................................................................................................................. 21

Figura 5 - Ilustração da Interface de Usuário do SketchUp. ...................................... 22

Figura 6 - Interface do Sketchup com plug-in do OpenStudio. .................................. 22

Figura 7 - Interface de Usuário no OpenStudio. ........................................................ 23

Figura 8 - Gerenciamento de Simulação por Módulos do EnergyPlus. ..................... 26

Figura 9 - Diagrama do Uso das Ferramentas Computacionais para Simulação. ..... 27

Figura 10 - Localização do edifício da Câmara Municipal de Santana - Amapá. ...... 28

Figura 11 - Zonas bioclimáticas brasileiras. .............................................................. 28

Figura 12 - Temperatura externa ao longo do ano. ................................................... 30

Figura 13 - Vista da edificação em estudo. ............................................................... 31

Figura 14 - Modelo 3D virtual da edificação em estudo. ........................................... 31

Figura 15 - Zonas Térmicas do 1° e 2° pavimento do edifício. .................................. 32

Figura 16 - Consumo mensal de Energia e consumo real faturado de acordo com SPR,
ano 2019. .................................................................................................................. 40

Figura 17 - Porcentagem de participação no consumo de energia de cada componente


de acordo com a SPR. .............................................................................................. 41

Figura 18 - Porcentagem de Índice de desconforto térmico e Temp. média anual em


cada zona. ................................................................................................................. 42

Figura 19 - Mapas de calor: À esquerda, 1P – Gab. Adm, Pres., à direita, 2P – Sec.


Fin. (antes da aplicação das MEE)............................................................................ 43
Figura 20 - Implantação das Brises na simulação MEE01.1. .................................... 44

Figura 21 - Implantação dos overhangs (beirais) na simulação MEE01.2. ............... 44

Figura 22 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da


aplicação da MEE01.1 e MEE01.2. ........................................................................... 45

Figura 23 - Comparação de temperatura na Zona 2P – SEC. FIN. depois da aplicação


da MEE01.1 e MEE01.2. ........................................................................................... 45

Figura 24 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da


aplicação da MEE02.1 e MEE02.2. ........................................................................... 47

Figura 25 - Comparação de temperatura na Zona 2P – Sec. Fin. depois da aplicação


da MEE02.1 e MEE02.2. ........................................................................................... 47

Figura 26 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da


aplicação das MEEs. ................................................................................................. 48

Figura 27 - Comparação de temperatura na Zona 2P – Sec. Fin. depois da aplicação


das MEEs. ................................................................................................................. 49

Figura 28 - Mapas de calor: À esquerda, 1P – Gab. Adm, Pres., à direita, 2P – Sec.


Fin. depois da aplicação das MEEs. ......................................................................... 50

Figura 29 - Índice de desconforto térmico depois da aplicação das MEEs em


comparação com SPB. .............................................................................................. 50

Figura 30 - Índice de Temp. Interna acima dos 30°C depois da aplicação das MEEs
em comparação com SPB. ........................................................................................ 51

Figura 31 - Comparação dos componentes que sofreram diminuição no consumo de


energia em relação ao SPR. ..................................................................................... 51

Figura 32 - Porcentagem de participação no consumo de energia de cada componente


de acordo com a SPMCE. ......................................................................................... 52
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de Oferta de Energia Interna (OIE), PIB, população residente (POP)
e suas correlações entre 2008 e 2017. ..................................................................... 15

Tabela 2 - Dimensões gerais da edificação............................................................... 31

Tabela 3 - Propriedades dos componentes do envelope. ......................................... 34

Tabela 4 - Propriedades do material translúcidos e transparentes. .......................... 34

Tabela 5 - Horários de funcionamento da edificação na qual será baseado os


schedules. ................................................................................................................. 37

Tabela 6 - Relação do consumo real faturado e simulado com as respectivas


diferenças absoluta e relativa. ................................................................................... 40

Tabela 7 - Informações gerais dos ambientes 1P – Gab. Adm, Pres. e 2P – Sec. Fin.
.................................................................................................................................. 42

Tabela 8 - Propriedades dos componentes para a nova cobertura. .......................... 46

Tabela 9 - Composição de materiais da nova cobertura com a sua transmitância


térmica. ..................................................................................................................... 46

Tabela 10 - Informações gerais dos ambientes 1P – Gab. Adm, Pres. e 2P – Sec. Fin.
depois da aplicação das MEEs. ................................................................................ 49
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
ASHRAE American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
Engineers
BEN Balanço Energético Nacional
BLAST Building Loads Analysis and System Thermodynamics
CONPET Programa Nacional da Racionalização do uso de Petróleo
DDY Date Design Day
Eletrobrás Centrais Elétricas Brasileiras S.A
ENCE Etiqueta Nacional de Conservação de Energia
EPW Energy Plus Weather data format
GUI Graphic User Interface
HVAC Heating, Ventilating and Air Conditioning
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDF Input Data File
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
kWh Quilowatt-hora - Unidade de energia elétrica
LABEEE Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
LED Light Emitting-Diode
MDIC Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
MEE Medidas De Eficiência Energética
MME Ministério de Minas e Energia
NBR Norma Brasileira
NREL National Renewable Energy Laboratory
OIE Oferta Interna de Energia
PBE Programa Brasileiro de Etiquetagem
PEE Programa de Eficiência Energética
PIB Produto Interno Bruto
PROCEL Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
PVC Policloreto de Vinila
SPB Simulação do Projeto Base
SPMCE Simulação do Projeto de Melhoria no Consumo de Energia
SPM Simulação do Projeto de Melhoria
SPR Simulação do Projeto Real
TCU Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ........................................................................... 13
2 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 14
2.1 ESTUDOS CORRELATOS .............................................................................. 16
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 18
3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 18
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 18
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 19
4.1 ASHRAE (Standard 90.1) ................................................................................ 19
4.2 LEI BRASILEIRA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA .......................................... 19
4.3 PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM (PBE) .................................. 20
4.3.1 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica e Selo Procel
............................................................................................................... 20
4.3.2 Procel Edifica ......................................................................................... 21
5 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS .................................................................. 21
5.1 SKETCHUP ..................................................................................................... 21
5.2 OPENSTUDIO ................................................................................................. 22
5.3 ENERGYPLUS ................................................................................................ 25
6 METODOLOGIA .................................................................................................... 26
6.1 LOCALIZAÇÃO E CLIMATOLOGIA DA EDIFICAÇÃO .................................... 27
6.1.1 Localização............................................................................................. 27
6.1.2 Zona Bioclimática .................................................................................. 28
6.1.3 Arquivo climático “EPW” ...................................................................... 29
6.1.4 Dia de projeto ....................................................................................... 29
6.2 CARACTERIZAÇÃO E MODELAGEM DA EDIFICAÇÃO ............................ 30
6.2.1 Modelagem do modelo 3D..................................................................... 31
6.2.2 Zonas térmicas ....................................................................................... 31
6.2.3 Características Construtivas ................................................................ 33
6.3 DADOS DE ENTRADA E HISTÓRICO DE CONSUMO DE ENERGIA ........... 34
6.3.1 Cargas Externas ..................................................................................... 34
6.3.2 Cargas Internas ...................................................................................... 35
6.3.3 Histórico de consumo de Energia Elétrica .......................................... 37
6.4 MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (MEE) .......................................... 37
6.5 SIMULAÇÕES ................................................................................................. 38
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 39
7.1 SIMULAÇÃO DO PROJETO REAL (SPR) ...................................................... 39
7.2 SIMULAÇÃO DO PROJETO BASE (SPB) ...................................................... 41
7.3 SIMULAÇÃO DAS MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (MEEs) .......... 43
7.3.1 MEE01 - Sombreamento ........................................................................ 43
7.3.2 MEE02 – Isolamento na cobertura ........................................................ 46
7.3.3 MEE03 – Troca das lâmpadas por LED e controle de iluminação ..... 48
7.4 SIMULAÇÃO DO PROJETO DE MELHORIA (SPM) ....................................... 48
7.5 SIMULAÇÃO DO PROJETO DE MELHORIA NO CONSUMO DE ENERGIA
(SPMCE)................................................................................................................ 51
8 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 52
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 56
ANEXO I – Planta Baixa da Edificação .................................................................. 59
ANEXO II - Tabela de especificações técnicas dos equipamentos eletrônicos e
de condicionamento ............................................................................................... 61
ANEXO III – Zoneamento e cargas internas .......................................................... 62
12

1 INTRODUÇÃO

A disponibilidade finita de recursos e o grau de dificuldade de sua extração e


refinamento são variáveis com cada vez mais peso no processo de decisão de
instalação de uma unidade de geração elétrica; com isso, a eficiência do uso de
energia impacta nos custos de produção e na vida da sociedade.

O Brasil não se faz incólume a este cenário. Houve apagões resultantes de


racionamento energético em 2001-2002 (D’ARAUJO, 2009) provocados pela
ausência de investimentos em infraestrutura de geração, transmissão e distribuição
de eletricidade, aliado a dependência brasileira primária, à época, de hidrelétricas e
uma sazonal falta de pluviosidade.

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU, 2009) estimou que o prejuízo


da ausência de políticas em promoção de planos de uso eficiente de energia aliados
ao crescimento da demanda superior à disponibilidade energética no período totalizou
R$ 45,2 bilhões ao Tesouro Nacional à época. O relatório da auditoria demonstrou
que cerca de 60% deste valor foi repassado ao consumidor por meio de reajustes
tarifários.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) identifica os consumidores


por classes ou subclasses de consumo. Prédios públicos são identificados na classe
de consumo Poder Público: “na qual se enquadram as atividades dos Poderes
Públicos: Federal, Estadual ou Distrital e Municipal” (Cadernos temático nº 4, ANEEL,
2005).

Conforme o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2020 o número de unidades


consumidoras do Poder público é de cerca de 483.282 e o consumo total de energia
elétrica no Brasil foi de 545 TWh, em 2019. O consumo por Prédios Públicos no
mesmo ano foi aproximadamente 4,27% do total (BEN, 2020).

O Manual para Elaboração de Programa de Eficiência Energética (PEE) estima


um potencial de redução de consumo, com implementação Melhorias de Eficiência
Energética da ordem de 20% até 60% de economia (ANEEL, 2008).

Desta forma, há potencial de economia da ordem de 2,4 TWh/ano, em


estimativa conservadora para intervenções referentes a sistemas de iluminação e ar
condicionado.
13

Neste sentido, as construções, principalmente as que abrigam trabalhadores


devem ser construídas considerando as variáveis climáticas aliadas às técnicas
renováveis e energeticamente eficientes. Quando não construídas dessa forma, há
necessidade de adaptação na utilização dos edifícios (retrofit) para melhor se
adequarem a padrões de eficiência energética, sem sacrificar no processo o conforto
do ambiente.

Neste trabalho, buscamos soluções que mantenham a qualidade da


temperatura ambiente e o conforto dos trabalhadores, fazendo mais tarefas – ou em
igual número e/ou tempo - com menor quantidade de energia.

1.1 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

A estrutura deste trabalho está organizada em oito capítulos: Introdução,


Justificativa, Objetivos, Fundamentação Teórica, Ferramentas Computacionais,
Metodologia, Resultados e Discussões e Conclusão e Recomendações.

Na Introdução, faz-se a apresentação do tema em desenvolvimento,


destacando a importância do assunto e da temática abordada e os objetivos a serem
alcançados. Na Justificativa, expandimos a problemática através de exemplificações
e estudos anteriores que contêm objetivos semelhantes, bem como apresentamos
dados melhor discriminados para contextualização. Nos objetivos, explicitamos os
objetivos gerais e específicos apresentados para o trabalho e que servirão de guia
para sua confecção.

Na Fundamentação Teórica, faz-se uma abordagem do estudo proposta na


dissertação. Apresenta-se o conceito de eficiência energética, com fundamentação
teórica. Apresenta-se também métodos que utilizam indicadores de eficiência
energética para categorização de equipamentos e edificações, devidamente
regulamentados em normas nacionais e internacionais e, por fim, uma abordagem das
normas de maior importância sobre eficiência energética. Nas Ferramentas
Computacionais apresenta-se de forma sucinta os programas utilizados para
simulações termo-energéticas: Sketchup, OpenStudio e EnergyPlus.

No sexto capítulo, este sobre Metodologia, apresenta-se o procedimento


metodológico utilizado, tencionando obter respostas aos questionamentos levantados
no primeiro capítulo. O capítulo inicia-se com um estudo do clima da zona bioclimática
14

e da região onde se encontra o edifício de estudo. Logo em seguida apresentamos os


procedimentos para a coleta de dados das características construtivas, padrão de
ocupação e uso de equipamentos. Ao final, é apresentada a metodologia para as
simulações computacionais obtidas através do software EnergyPlus e a forma que
será feita a modelagem.

O sétimo capítulo, dos Resultados e Discussões, apresenta as Simulações do


Projeto Real (SPR), Simulações do Projeto Base (SPB) e Simulação Das Medidas De
Eficiência Energética (MEE). Assim, conseguimos simular como o prédio se encontra
energeticamente no momento, e como irá se tornar com sua melhora simulada.

Em seguida, têm-se as Conclusões e Recomendações, onde fazemos o


apanhado do simulado em relação a simulação do estado atual da edificação, e
dissertamos como são aplicadas as MEEs escolhidas e seus impactos e sugestões
para trabalhos futuros.

Por último, são apresentados as referências bibliográficas e anexos, bem como


planilhas utilizadas para consulta de dados e que serviram de base para as aplicações
realizadas no trabalho.

2 JUSTIFICATIVA

A tabela 1 mostra um resumo dos últimos dez anos de uma economia


crescendo a 10,85% no período e a Oferta Interna de Energia (OIE) a 15,96% no
mesmo interstício, tendo como principal característica a redução significativa do
consumo de energia causada, além de crises externas, pela desvalorização da
moeda. O consumo de energia elétrica relativo a 2017 decresceu em 6,6% tendo, no
setor residencial, uma significativa retração do consumo de 11,8% (BEN, 2018).
15

Tabela 1 - Valores de Oferta de Energia Interna (OIE), PIB, população residente (POP) e suas
correlações entre 2008 e 2017.

Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN, 2018).

A Figura 1 apresenta o consumo de energia elétrica do país em 2017. Como se


pode observar, a estrutura do consumo atual de eletricidade entre os segmentos de
consumidores mostra uma forte concentração do seu uso no setor industrial,
representando 37,7%, seguido do uso residencial com 25,5% e em terceiro lugar, o
setor comercial com 17,1% do total consumido e 8,2% o sistema público.

Figura 1 - Consumo de eletricidade por setor no Brasil em 2017.

Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN, 2018).

Fatores externos, tais como o clima da região, são requisitos básicos para o
projeto de sistemas de ar condicionado, para cálculos simplificados do consumo de
energia e para simulações mais detalhadas do comportamento térmico e do consumo
de energia em edificações (GOULART et al., 1998).
16

Em um estudo realizado com edifícios de escritórios em Salvador


(MASCARENHAS et al., 1995), foi apresentada uma relação entre a área de janela e
o consumo de energia; concluiu-se que edifícios com área de janela superior a 40%
apresentavam um consumo de energia aproximadamente 50% maior que edifícios
com áreas de janela inferiores a 20%. Portanto, os parâmetros construtivos têm
relação direta com a eficiência energética de uma edificação e devem ser
preocupação no estudo da relação eficiência e carga térmica.

Para simulações termo-energéticas, além de fatores externos, são requisitos


também variáveis que influem no consumo de energia, como dados construtivos,
padrão de ocupação e padrão de uso de equipamentos. A escolha da aplicação
desses dados de entrada nos programa simuladores, neste trabalho, resulta nos
dados de saída para o estudo de consumo de energia do edifício, assim possibilitando
uma análise profunda e sistemática de variados fatores envolvidos.

No contexto do presente trabalho, o ponto de interesse é o estudo da relação


entre carga térmica de um edifício de um órgão público – a Câmara Municipal de
Santana – e o seu consumo de energia elétrica. Nesta edificação, grande parte do
consumo é atribuído às variáveis arquitetônicas, construtivas e climáticas, razão pela
qual pode-se demonstrar a responsabilidade dos profissionais e do regime de uso no
consumo final de energia elétrica.

2.1 ESTUDOS CORRELATOS

Nos edifícios de escritório, semelhantes aos da Câmara Municipal de Santana,


os fatores que estão associados ao consumo de energia elétrica são: iluminação,
condicionamento de ar (refrigeração) e equipamentos como microcomputadores,
impressoras, cafeteiras, refrigeradores etc. No Brasil, mais especificamente nos
setores público, percebe-se a importância que os sistemas de iluminação e de ar
condicionado têm no consumo total, somando 44% de participação na energia elétrica
consumida, conforme a figura 2 abaixo.
17

Figura 2 - Usos finais de energia em setores públicos do país.

Fonte: Geller (1994).

De acordo com Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica


(PROCEL) cerca de 31% do consumo de um edifício é referente a equipamentos
elétricos, como demonstra a figura 3. Esse fato pode ser explicado pela crescente
quantidade de aparelhos eletrônicos que tem surgido no mercado com o
desenvolvimento de novos dispositivos e sua incorporação nas atividades cotidianas,
resultando, portanto, em um maior consumo de energia elétrica na totalidade de um
edifício (Eletrobrás, 2007).

Figura 3 - Distribuição Média do Consumo de um Edifício por Uso Final.

Fonte: Avaliação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil: Pesquisa Setor Comercial


(Eletrobras, 2007).

Um segundo estudo referência para este trabalho, desta vez realizado em


Florianópolis em que constavam dados de uso final de energia elétrica em edifícios
de escritórios. Foram considerados 12 edifícios públicos que apresentaram dados de
consumo diferentes quando comparados ao estudo global de Geller (1994). Nesse
estudo, o ar condicionado apresentou 42% do consumo total de energia e a
iluminação, 35% (TOLEDO, 1995). É válido salientar que esses dois parâmetros estão
intimamente relacionados a estrutura física da edificação, em especial a refrigeração,
que também é utilizada aliada à fatores como a carga térmica da edificação, que
compreende o clima da região onde se encontra e tipicidade do equipamento interno
e, consequentemente, ao desempenho energético.
18

Embora vários estudos tenham sido realizados com o objetivo de avaliar os


parâmetros que estão relacionados ao consumo de energia, falta um diagnóstico mais
aprofundado da realidade construtiva e da utilização de edificações com relação à
eficiência energética. Em não raras ocasiões, a falta de conhecimento e de
consciência dos profissionais responsáveis, efetivam-se escolhas inadequadas e sem
qualquer amparo técnico, que não contribuem para redução do consumo de energia.
Desta forma, este trabalho pretende servir como uma contribuição no estudo da
influência das alterações dos parâmetros construtivos a partir da caracterização de
um edifício público sob a ótica do consumo de energia elétrica e do conforto térmico.

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar um estudo de carga térmica no prédio da Câmara Municipal de


Santana - Amapá, efetuando modelagem com auxílio de programas de modelagem
EnergyPlus, SketchUp e OpenStudio desenvolvendo um estudo de Melhoria na
Eficiência Energética causando redução no consumo de energia elétrica e melhoria
no conforto térmico.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para a análise composta nos capítulos deste trabalho dos aspectos


construtivos do edifício sede da Câmara Municipal de Santana e sua relação
energética com o clima da região em que se localiza se fez necessário estabelecer
objetivos específicos:

• Levantamento de dados básicos: tipologia construtiva do prédio, padrão de


ocupação e de uso de equipamentos no edifício;
• Avaliar o desempenho energético e térmico da edificação atual através de
simulação computacional;
• Analisar a influência de Medidas de Eficiência Energética (MEE) e compará-las
com as MEEs vigentes.
19

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 ASHRAE (Standard 90.1)

A American Society Of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers


(ASHRAE), conhecida mundialmente como a norma base da eficiência mundial, é a
primeira norma de eficiência em energia elétrica elaborada como parte do programa
dos EUA de incentivo à eficiência energética resultante em parte das políticas
americanas para redução do consumo de eletricidade frente a crise do petróleo da
década de 70.

A primeira versão da ASHRAE foi publicada em 1975. O Energy Policy Act fez
revisão da norma em 1992 e novamente em 1999, até resultar na Standard 90.1 atual.
Desde então, os requisitos exigidos nas versões de 2007, 2010 e 2013 definem uma
edificação com envoltória gradualmente mais isolada termicamente e menos
influenciada pelas cargas térmicas externas (ASHRAE, 2009).

O estudo desta norma neste trabalho se dá por sua importância em ser pioneira
no estabelecimento de padrões de eficiência energética. Sua publicação, embora se
tenha dado inicialmente nos EUA na década de 70, reverberou em normas
estrangerias, incluindo no Brasil, e contribuiu para o avanço da eficiência energética
dentro do setor da construção civil nacional (onde há predomínio de climas quentes),
impulsionando uma nova mentalidade relativa a edificações.

4.2 LEI BRASILEIRA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Desde 2001 o Brasil possui um importante instrumento que regulamenta a


utilização de energia elétrica na indústria, geração, transmissão, distribuição e
equipamentos através da lei 10.295, que instituiu a Política Nacional de Conservação
e Uso Racional de Energia. A aprovação da norma possibilitou a alocação eficiente
de recursos energéticos e a preservação do meio ambiente, além de estimular o
desenvolvimento tecnológico e a introdução de produtos mais eficientes no mercado
nacional (PROCEL, 2014).

Na mesma lei, o estado abre espaço para a criação e estabelecimento de níveis


máximos de consumo energético específico e/ou mínimos de eficiência de máquinas
e aparelhos consumidores de energia elétrica fabricados e comercializados no Brasil.
20

4.3 PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM (PBE)

É coordenado e regulamentado pelo Instituto Nacional de Metrologia,


Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e executado junto ao Programa Nacional da
Racionalização do uso de Petróleo (CONPET) para os equipamentos que consomem
combustíveis, como fogões, fornos, automóveis, entre outros. Por meio da Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE), afixada nos produtos, o consumidor é
informado no momento da compra sobre a eficiência energética ou consumo de
modelos semelhantes, podendo compará-los de "A", mais eficiente, até "E", menos
eficiente. O PBE contribui para a comercialização e utilização de aparelhos com menor
consumo de energia (NASCIMENTO, 2015).

4.3.1 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica e Selo Procel

Instituído através do Decreto Presidencial de 08 de dezembro de 1993, o Selo


Procel de Economia de Energia é um produto desenvolvido com base no PROCEL,
coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e executado pela Eletrobrás.

O Selo Procel tem por objetivo principal identificar os produtos que apresentem
os melhores níveis de eficiência energética em uma dada categoria de equipamentos,
motivando o consumidor a escolher produtos com melhor classificação em detrimento
de outro com classificação inferior, incentivando o consumo consciente da população.

A melhora tecnológica por parte das empresas também é fomentada, vez que
passam a priorizar o lançamento de produtos com melhor índice de colocação no Selo
e, portanto, maior eficiência energética e econômica.
21

Figura 4 - À esquerda, Equipamentos, categorias e critérios específicos abrangidos pelo Selo Procel;
à direita, ENCE que acompanha equipamentos dentro da normativa.

Fonte: PROCEL (2014).

4.3.2 Procel Edifica

O selo Procel Edifica foi criado como um ramo do Selo Procel do PBE, com o
objetivo de valorizar construções que utilizem o máximo de iluminação, ventilação
natural e eficiência em seus sistemas. A estimativa é de que a economia de
eletricidade alcançada por esse tipo de arquitetura chegue a 30% em edificações já
existentes, através da modernização da estrutura existente (retrofit) e até 50% em
prédios novos, que contemplem os níveis dos indicadores presentes no Procel Edifica
(AGUILAR, 2018).

5 FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS

5.1 SKETCHUP

SketchUp é um software desenvolvido originalmente pelo Google e atualmente


pela Trimble para desenho tridimensional de ambientes. A grande vantagem desse
software é a facilidade na utilização de sua interface e a capacidade de suportar plug-
ins desenvolvidos por terceiros, como é o caso do OpenStudio, que também é utilizado
nesse estudo (NREL, 2015).

O programa será utilizado para desenho da envoltória do edifício e de todas as


suas superfícies internas e externas, as quais foram especificadas e convertidas no
22

formato input data file (.idf) com o auxílio do plug-in do OpenStudio, para utilização no
EnergyPlus na simulação de forma integrada do edifício e de seus sistemas.

Figura 5 - Ilustração da Interface de Usuário do SketchUp.

Fonte: Própria (2021).

5.2 OPENSTUDIO

O OpenStudio além de ser um plug-in de extensão, associado ao SketchUp, é


uma ferramenta computacional que utiliza o EnergyPlus como mecanismo de
simulação e que permite análise energética predial de forma integrada
(GUGLIELMETTI, MACUMBER e LONG, 2011). Desenvolvido pelo National
Renewable Energy Laboratory - NREL (Laboratório de Energia Renovável) do
Departamento de Energia dos EUA de maneira open source (código aberto), pode ser
alterado e utilizado de maneira livre pelos seus usuários (NREL, 2015).

O uso deste plug-in oferece ferramentas importantes para a construção do


modelo, permite aos arquivos com a extensão (.idf) sejam lidos e modificados, facilita
a modelagem ao dispor opções de renderização de superfícies conforme condições
de contorno, além de outras funcionalidades que ficam disponíveis na barra de
ferramentas (BARCELLOS, 2016), conforme a Figura 6.

Figura 6 - Interface do Sketchup com plug-in do OpenStudio.

Fonte: Própria (2021).


23

O OpenStudio possui GUI (Graphic User Interface, ou interface gráfica de


usuário) que permite que o trabalho necessário para desenvolvimento do modelo seja
ínfimo, assim como a quantidade possível de erros (WEAVER, et al., 2012),
principalmente se tratando de criação e configuração de sistemas HVAC (Heating,
Ventilating and Air Conditioning).

A Figura 7 ilustra a GUI do programa e sua organização por abas que seguem
uma sequência lógica comum a projetos. Na aba Site (Local) são inseridos dados
obtidos de arquivos climáticos, tais como localização e fuso horário. Insere-se também
valores utilizados para o dimensionamento de sistemas que constituem o modelo.

Na segunda aba, Schedules (Agenda), define-se a rotina do edifício, como a taxa


de ocupação por zona de acordo com as especificidades aferidas dentro do projeto.
É também possível definir a temperatura de referência para diferentes momentos do
dia, a depender do uso de cada zona. Apesar da possibilidade de se criar schedules,
o OpenStudio já predispõe de configurações padronizadas que facilitam o uso da
ferramenta.

Figura 7 - Interface de Usuário no OpenStudio.

Fonte: Própria (2021).

A terceira aba, Constructions (Construção), é onde são inseridos padrões


construtivos aferidos em cada superfície e ambiente. Do mesmo modo como ocorre
com a aba Schedules, a aba Constructions permite uma configuração que melhor
reflita a realidade, mesmo que haja valores padronizados conforme a norma ASHRAE
189.1-2009.
24

Os padrões estabelecidos por ASHRAE 189.1-2009 são também utilizados na a


quarta aba, Loads (Cargas), que dispõe de valores pré-definidos para cargas em
relação a pessoas, iluminância e equipamentos elétricos. Caso surja a necessidade,
há a possibilidade de definir outras cargas.

A aba Space Types (Tipos de Espaços) possibilita configuração de diferentes


ambientes e especificações próprias para os mesmos. Cada espaço, através desta
aba, tem suas características configuradas, tal qual nas abas anteriores, como tipo de
carga, agenda de uso e características dos padrões construtivos.

Até a aba Space Types, apenas preparamos características pontuais da


modelagem, definindo e configurando os elementos da simulação. Entretanto, falta
atribuir essas características ao modelo de estudo. Na sexta aba, Facility (Instalações)
definimos algumas configurações inerentes ao prédio em estudo, tais como nome,
posicionamento em relação ao norte e tipo geral de padrão construtivo, além de
elementos relacionados a iluminação externa e sombreamento.

Em seguida, a aba Spaces (Espaços) permite que se atribua as características


anteriormente configuradas aos espaços criados no Sketchup, além de definir a
inserção de cada zonas térmicas em seu referido espaço.

Uma vez distribuídas as zonas térmicas em seus respectivos espaços, é


necessário definir as qualidades da zona utilizando a aba Thermal Zones (Zonas
Térmicas), que permite discriminar parâmetros para as zonas que serão
posteriormente utilizados para dimensionar os de sistemas de HVAC. Nesta aba pode-
se indicar quais HVAC estarão presentes por zona, qual air-loop, equipamentos e
agenda de termostato (tanto aquecimento quanto resfriamento). A aba HVAC Systems
é a aba utilizada para configurar corretamente os sistemas HVAC.

Na aba Output Variables (Variáveis de Saída) é possível selecionar quais


variáveis serão disponibilizadas ao finalizar a simulação; enquanto na aba Simulation
Settings (Configurações da Simulação), pode-se definir o período em que ocorrerá a
simulação, os dados do dimensionamento dos sistemas HVAC, o número de
timesteps, além de outras opções de controle.

Após configurar todo o modelo e os parâmetros da simulação, aba Run


Simulation (Rodar Simulação) dá início a simulação. É possível obter acesso a
25

arquivos de erro (.err) através desta aba que contém informações sobre os possíveis
problemas na modelagem que impedem uma simulação de sucesso ao final do
processo pelo EnergyPlus.

O OpenStudio disponibiliza os resultados obtidos após o fim da simulação em


sua última aba, Results Summary (Resumo dos Resultados). É possível visualizar os
resultados tanto dentro do OpenStudio quanto no EnergyPlus; enquanto que ambos
apresentam os mesmos dados e informações, o primeiro programa dispõe deles em
formato de gráfico e interface user-friendly. De ambas as formas é gerado um arquivo
HTML que pode ser lido em qualquer navegador sem a necessidade do uso do
OpenStudio.

Caso haja necessidade de avaliar dados e resultados de maneira mais


detalhada, é possível utilizar o DataViewer, um programa que acompanha o
OpenStudio. O mesmo é capaz de dispor de gráficos para cada variável utilizada na
modelagem.

5.3 ENERGYPLUS

O EnergyPlus foi criado com base em dois programas pioneiros na simulação


termoenergética de edifícios: BLAST (Building Loads Analysis and System
Thermodynamics – Análise de Cargas Prediais e Sistemas Termodinâmicos) e DOE-
2, o primeiro focado em desempenho térmico e o segundo em consumo energético da
edificação. Ambos os programas, embora ferramentas ainda válidas que continuarão
a ter utilidade em vários cenários, começaram a mostrar seu atraso em uma variedade
de usos. BLAST e DOE-2 foram escritos em uma versão antiga de FORTRAN e
usavam características que eventualmente se tornariam obsoletas em novos
compiladores. Ambos os programas consistiam em uma quantidade significante de
“código espaguete” e estruturas desatualizada que faziam o suporte, manutenção e
melhorias tarefas dificultosas.

Em suma, o EnergyPlus calcula valores baseados nos princípios fundamentais


de balanço entre energia e massa (1ª Lei da Termodinâmica), permitindo integração
na simulação de sistemas e cargas térmicas. A simulação de edifício, sistema e planta
são simuladas ao mesmo tempo, o que proporciona melhores resultados de
temperatura e parâmetros de conforto (CRAWLEY, et. al., 2001). Para fornecer o perfil
de consumo e temperatura de um prédio durante o ano, o EnergyPlus integra módulos
26

para cálculo de ambientes e superfícies realizando uma simulação abrangente do


balanço de construção e energia.

O programa consiste em três módulos: gerenciador de equilíbrio de calor entre


superfícies, gerenciador de equilíbrio de aquecimento do ar e gerenciador de
simulação dos sistemas construtivos, conforme o diagrama 8 abaixo.

Figura 8 - Gerenciamento de Simulação por Módulos do EnergyPlus.

Fonte: Crawley (2001).

O gerenciador de equilíbrio de calor entre superfícies e o de aquecimento do ar


atua nos módulos de balanço térmico de superfícies e ar como uma interface entre o
balanço térmico, enquanto o gerenciador de simulação dos sistemas construtivos
encarrega-se da comunicação entre balanço térmico do sistema de condicionamento
de ar (CRAWLEY, et. al., 2001).

6 METODOLOGIA

A técnica mais utilizada e aceita pela comunidade acadêmica para realização


da simulação computacional termo-energéticas é baseada no conjunto de softwares
os quais possuem funções variadas durante a simulação (ANDRADE, 2016):
Sketchup – na qual será feita a modelagem 3D da edificação; OpenStudio –
preparação do modelo desenvolvido no Sketchup para a utilização no EnergyPlus,
gerando um arquivo de informações a serem carregadas no mesmo; Energyplus – na
qual fará todos os cálculos termo-energéticos.
27

Figura 9 - Diagrama do Uso das Ferramentas Computacionais para Simulação.

Fonte: Leite (2016).


Para se chegar nos melhores resultados possíveis, processos precisam ser
realizados para concretizar e fidedignizar a simulação computacional, para isso
conhecer a região que a edificação está inserida, seu clima predominante, caracterizar
a edificação e os procedimentos na coleta de dados são de extrema importância. O
procedimento necessário para aplicação do projeto é descrito a seguir em etapas:

1ª Etapa: Coleta de informações da localização, climatologia e dados climáticos


da região em que a edificação em estudo está localizada;

2ª Etapa: Caracterização da edificação e preparação para a modelagem;

3ª Etapa: Coleta dos dados de entrada (cargas internas e externas) e histórico


de consumo de energia da edificação.

4ª Etapa: Propostas de Medidas de Eficiência Energética (MEE);

5ª Etapa: Simulações.

6.1 LOCALIZAÇÃO E CLIMATOLOGIA DA EDIFICAÇÃO

6.1.1 Localização

O edifício de estudo se localiza na área urbana do município de Santana, no


Amapá (ver figura 10). A cidade, e consequentemente a estrutura de estudo,
encontra-se na Região Amazônica Brasileira, com coordenadas 00º 03’ 30” S de
latitude e 51º 10’ 54” W de longitude a uma altitude de 5m. A cidade tem 119.610
habitantes (IBGE, 2010), densidade demográfica de 64,11 habitantes/km², menos da
metade do que a média nacional de 23,8 habitantes/km², mas ainda assim a maior do
28

estado. Ao longo do ano, a temperatura varia de 24 °C a 33 °C, raramente é inferior a


23 °C ou superior a 35 °C (WEATHERSPARK, 2020).

Figura 10 - Localização do edifício da Câmara Municipal de Santana - Amapá.

Fonte: Google Maps, 2020 (adaptado).

6.1.2 Zona Bioclimática

Através da NBR 15220, o território brasileiro está dividido em oito zonas


bioclimáticas, com clima e biosfera próprias, a qual apresenta diretrizes construtivas
para cada zona. O Amapá, inserido na região da amazônica legal e próximo da linha
do equador, encontra-se na zona bioclimática 8. Santana e o prédio de estudo, por
consequência, inteiramente se encaixam nessa zona, conforme a figura 11.

Figura 11 - Zonas bioclimáticas brasileiras.

Fonte: ABNT (2005).

É importante conhecer essa norma pois ela fornece orientações de estratégias


gerais de construção, com base no clima predominante, que melhoram o índice de
conforto térmico minimizando o uso de resfriamento artificial. Para essa região, é
priorizado o uso de aberturas para ventilação, sombreamento nas aberturas, parede
29

e cobertura leves e refletoras. As habitações urbanas variam entre construção com


tijolos e cimento na envoltória, com prédios com cobertura em telha de barro ou
fibrocimento ondulada (ABNT, 2005).

6.1.3 Arquivo climático “EPW”

A análise do comportamento energético de uma edificação perpassa


invariavelmente pelo clima da região em que a mesma é assentada. Assim como
regiões frias comumente contém edifícios com aquecimento, regiões quentes contém
refrigeração. A região amazônica tem clima temperado, com períodos de temperatura
amena intercalado com períodos de calor intenso.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) os principais elementos


climáticos são: temperatura, umidade, pressão, vento (velocidade e direção),
nebulosidade, insolação, pluviosidade, temperatura máxima, mínima e média.

No Brasil, o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LABEEE) da


Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) juntamente com o Instituto Nacional
de Meteorologia (INMET) disponibiliza arquivos climáticos com as variáveis acima
para diversas cidades e regiões brasileiras. Além, o site oficial do Energyplus possui
um acervo meteorológico para mais de 2.100 localidades. Estes arquivos climáticos
são fornecidos por laboratórios especializados de universidades equipadas com
estações meteorológicas (NENEVE, 2016). O arquivo “epw” (Energy Plus Weather
data format) é o portador de todos os dados climáticos necessários para inserção na
simulação.

Os parâmetros climáticos utilizados na simulação serão da cidade de


Macapá/AP, cidade distante 11,3 km de Santana/AP. A justificativa pela escolha dos
dados da mesma ocorreu por Santana ainda não possuir dados climáticos suficientes
para se fazer a simulação. O arquivo está disponibilizado no site Climate One Building.

6.1.4 Dia de projeto

A simulação utiliza a metodologia ddy (Date Design Day, ou design por dados
de dias) para simular a operação da edificação. O método funciona da seguinte forma:
determina-se o pico de carga para resfriamento ou aquecimento de acordo com um
dia típico que reflete as variações naturais paramétricas meteorológicas, levando em
consideração a termologia da edificação (HONG et al., 1999) (ASHRAE, 2009). Os
30

valores obtidos para o dia típico são obtidos através da média estatística de valores
máximos, mínimos e médios diários da climatologia local. Para fins de visualização de
dados, foi utilizado um dia típico que corresponde a 22 de novembro, na qual foi o dia
em que as temperaturas internas nas zonas foram a mais elevada, de acordo com a
simulação. Na figura 12 ilustramos a temperatura externa (de bulbo seco) ao longo do
ano.

Figura 12 - Temperatura externa ao longo do ano.

Fonte: Própria (2021)

6.2 CARACTERIZAÇÃO E MODELAGEM DA EDIFICAÇÃO

A edificação em estudo é a Câmara Municipal de Santana, localizado na rua


Ubaldo Figueira n° 54, Praça Cívica, Santana - AP. O edifício consiste em dois
pavimentos retangulares de alvenaria de uma área total aproximadamente de
1.167,45 m² com ambientes anexados a corredores com circulação principal (ver
figura 13). Em sua construção possui materiais comuns utilizados na construção civil
como paredes de tijolos, aberturas em vidro, piso cerâmico, laje de concreto etc.
Detalhes da planta baixa do edifício se encontra no anexo I.
31

Figura 13 - Vista da edificação em estudo.

Fonte: Própria (2021).

Tabela 2 - Dimensões gerais da edificação.


Área total da edificação (m²) 1.167,45
N° de pavimentos 2
Perímetro (m) 166
Altura (m) 6,2
Fonte: Própria (2020).

6.2.1 Modelagem do modelo 3D

Com o auxílio da planta baixa do edifício e visitas no local, foi iniciado a


modelagem da edificação no Software Sketchup em conjunto do plug-in do
Openstudio. A figura 14 abaixo ilustra o modelo tridimensional 3D da estrutura.

Figura 14 - Modelo 3D virtual da edificação em estudo.

Fonte: Própria (2021).

6.2.2 Zonas térmicas

O INMETRO (MDIC, 2012) caracteriza zona térmica como “um espaço ou grupo
de espaços dentro de uma edificação condicionada que são suficiente similares, onde
32

as condições desejadas (temperatura) podem ser controladas usando um único


sensor (termostato ou sensor de temperatura)”.

Ao mesmo tempo em que é feita a modelagem, são geradas também as zonas


térmicas da edificação. No EnergyPlus cada zona térmica é independente e apresenta
um volume de ar e temperatura ambiente único, além de ter seus dados calculados
separadamente, sendo isoladas uma das outras pelas paredes internas e/ou externas.
As zonas trocam calor com os outros ambientes internos e externos, e este cálculo é
realizado pelo EnergyPlus através das propriedades termofísicas dos materiais das
paredes que contornam essas zonas.

Com isso a edificação foi dividida em zonas térmicas, indicando em cada uma
suas cargas internas e se possuem climatização, buscando identificar ambientes que
demandam mais ou menos energia. No total foram 36 zonas térmicas, destas 24 são
climatizadas. A figura 15 e a tabela 3 abaixo ilustram a divisão das zonas térmicas do
edifício.

Figura 15 - Zonas Térmicas do 1° e 2° pavimento do edifício.

Fonte: Própria (2021).

Tabela 3 – Zonas Térmicas

N° Zona N° Zona
Gabinete da
1 Entrada 11
Presidência
2 e 20 Corredores 12, 13, 35 e 36 Depósitos
3, 4, 5, 21, 22, 23, 24,
Gabinetes 14 Comunicação
25, 26, 27, 28, 29 e 30
6, 18, 19 e 34 Banheiros/BWC 15 Som
Secretária
7 16 e 33 Plenário
Administrativa
33

8 Secretária Legislativa 17 Copa


Gabinete
9 Administrativo da 31 TI
Presidência
Secretária de
10 Sala de Reunião 32
Finanças
Fonte: Própria (2021).

O ambiente marcado em x do 1° pavimento, apesar de ser considerado como


zona, não serviu no cálculo de consumo de energia elétrica pois é um ambiente cedido
à Caixa Econômica Federal. As zonas 16 e 33 fazem parte da mesma zona térmica
denominada “Plenário” e as demais denominações e informações de todas as zonas
estão especificadas no anexo IV.

6.2.3 Características Construtivas

O EnergyPlus demanda informação das propriedades termofísicas dos


materiais da construção como o perfil das paredes externas e internas, janelas, portas,
pisos, cobertura etc. Para Aguillar (2018), as propriedades dos materiais, dependendo
da orientação e da exposição solar, determinam a capacidade que a edificação tem
para dissipar a radiação solar e as cargas térmicas absorvidas na sua estrutura,
determinante em grande parte do grau de conforto oferecido aos ocupantes e os
consequentes gastos com energia para climatização. São listados a seguir:

Pisos: são formados por uma camada de concreto e outra de piso cerâmico.

Paredes: as paredes externas e internas são compostas por tijolos cerâmicos


de 6 furos, argamassa e tinta branca com espessura total de 14 cm.

Cobertura: é composta por uma camada de concreto armado seguida por uma
camada de ar com resistência térmica de 0,21 m².K/W e forro de PVC.

Aberturas: As portas e janelas são de grandes dimensões com caixilhos de


alumínio e vidro comum de 4mm de espessura com abas nas janelas e portas para
facilitar a ventilação natural.

O levantamento dos materiais com as suas características técnicas, mecânicas


e térmicas foram baseadas na NBR 15.220: Desempenho térmico de edificações, e
na biblioteca de materiais padrão (baseadas na ASHRAE Standard 90.1) disponível
no próprio programa do OpenStudio que podem ser alteradas de acordo com a
34

necessidade do usuário, desde que seja inseridas informações como condutividade,


densidade, calor específico e absortância.

Tabela 4 - Propriedades dos componentes do envelope.


Material Espessura (m) Condutivid. Densidade Calor Absortância
Térmica(W/(m.k)) (kg/m³) específico térmica, solar
(J/(kg.K) e vísivel

Argamassa 0,025 1,15 2100 1000 0,9; 0,7; 0,7


Concreto 0,03 1,75 2400 1000 0,9; 0,3; 0
Concreto armado 0,10 1,75 2400 1000 0,9; 0,3; 0

Tijolo furado 0,09 0,9 1600 920 0,9; 0,7; 0,7


Piso cerâmico 0,01 0,9 1600 920 0,9; 0,4; 0,4
PVC 0,01 0,2 1400 1040 0,9; 0; 0
Pintura Branca 0 0 0 0 0; 0,2; 0,27

Fonte: NBR 15220 e ASHRAE (2009).

Tabela 5 - Propriedades do material translúcidos e transparentes.


Material Espessura Transmitânci Refletância visível - Emissividad Condutivid
(mm) a solar solar e . Térmica
(W/(m.k))

Vidro 4 0,837 0,081 0,075 0,84 0,917


comum

Fonte: NBR 15220.

6.3 DADOS DE ENTRADA E HISTÓRICO DE CONSUMO DE ENERGIA

6.3.1 Cargas Externas

As cargas externas estão associadas com a incidência de radiação solar nas


superfícies da edificação e à diferença entre as temperaturas internas e externas das
zonas térmicas, que são obtidas através do arquivo climático “epw” e dos respectivos
dias de projeto “ddy”. Todos esses dados já foram apresentados no item 6.1 desta
metodologia.

Infiltrações

Temos ainda como carga externa as infiltrações que geralmente são causadas
pela abertura e fechamento voluntários de portas, frestas em aberturas e
particularidades da construção (ENERGYPLUS, 2013). A quantidade de infiltração
esperada é declarada em m³/s por zona. Para este trabalho será considerada a
35

infiltração de uma troca do volume do ambiente por hora em cada zona, valor
recomendado pela ASHRAE (2009).

6.3.2 Cargas Internas

São oriundas do calor dissipado pela ocupação humana, o uso da iluminação


artificial e pelos equipamentos eletroeletrônicos que ocupam as zonas térmicas,
contribuindo assim no aumento da temperatura interna e consequentemente aumento
no uso de resfriamento artificial. O levantamento das cargas citadas a seguir foram
coletadas em visita ao prédio.

Ocupação humana

A ocupação humana tem uma contribuição importante para a carga térmica da


edificação, medida a partir da taxa metabólica de cada ocupante (W), dependendo do
sexo, idade e função desempenhada durante a sua presença na edificação
(AGUILLAR, 2018). Para esse trabalho será adotado a recomendação da ASHRAE
(2009) onde o calor total dissipado por pessoas em atividades moderadas é de 130W,
onde desses 55W é o calor latente e os 75W restantes é devido ao calor sensível,
possuindo uma fração radiante de 0,3

Através de inspeções na edificação, foi levantado a quantidade média de


pessoas presentes em cada zona. Para as zonas que são impossíveis de terminar
com exatidão a contribuição de cada ocupante, como é o caso dos banheiros,
corredores e depósitos, em função de não haver um fluxo contínuo de pessoas, foi
considerado os níveis de atividade indicados na ASHRAE (2009).

Iluminação artificial

Em inspeção no local, observou-se que todas as lâmpadas são do tipo


fluorescentes e se coletou a potência e taxa de lumens das lâmpadas presentes em
cada zona. Além disso, seguimos orientações recomendadas na ASHRAE (2009),
0,27 de fração radiante, 0,23 de fração visível (eficiência) e 0 de fração de ar de
retorno, uma vez que esse tipo de lâmpada não conta com duto de retorno de ar, na
qual resulta 0,45 de fração convectiva.

Equipamentos Elétricos
36

A edificação apresenta equipamentos elétricos comuns de escritório como


computadores, notebooks, impressoras, estabilizadores, geladeira, televisores etc.
Todos os equipamentos encontrados foram baseados em valores de potência de
acordo com as tabelas do PROCEL (ELETROBRÁS, 2014) e estão elencados no
anexo II.

Foi adotado 0,25 de fração radiante os equipamentos, valor recomendado na


ASHRAE (2009).

Ar condicionado

Outro fator interno importante são os sistemas de condicionamento de ar


presentes na edificação. Segundo a Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos
de Consumo (ELETROBRÁS, 2007), os sistemas individuais de parede e/ou split
foram os mais encontrados nas instalações dos prédios públicos, representando uma
fatia de 82%. O condicionamento de ar do tipo Split são equipamentos compostos por
duas unidades, interna (condensadora) e externa (evaporadora), unidas por uma
tubulação de cobre onde ocorre a passagem do fluído refrigerante.

Na edificação, todas as zonas que apresentam sistema de condicionamento


são do tipo Split. Foram coletadas suas potências e taxas de vazão de ar com base
em um termostato ajustado para 24° C (controle manual).

Regime de funcionamento “Schedule”

De acordo com Stein (2011) para efetuar a simulação deve-se informar ao


programa um perfil de horário de ocupação e utilização das zonas térmicas da
edificação (regime de funcionamento). Neste perfil constam os períodos de ocupação
do prédio por pessoas, a utilização dos equipamentos, o período de uso da iluminação
artificial e o uso de condicionamento de ar. No OpenStudio esse cronograma é
chamado de “schedule” e é representado de forma numérica, sendo atribuído 0 para
valor mínimo e 1 para valor máximo. Essa descrição é feita para todos os dias da
semana, durante 24 horas, estabelecendo-se exceções para fins de semana e
feriados.

Na tabela 6 há os horários de funcionamento da edificação as respectivas


zonas na qual basearemos os schedules. Nos sábados e domingos não há
37

funcionamento e destaca-se que no mês de janeiro e julho há o período de recesso


dos funcionários e vereadores.

Tabela 6 - Horários de funcionamento da edificação na qual será baseado os schedules.


N° Regime de funcionamento Zona aplicada

1 Segunda à sexta – 8h às 13h30 Gabinetes, Secretaria Administrativa, Sala TI


e Secretaria Financeira

2 Terça e quinta – 18h às 21h Plenário, Comunicação e Som

3 Segunda à sexta – 8h às 13h30 / terça e Secretária Legislativa, Gabinete


quinta – 18h às 20h30 Administrativo da Presidência e Gabinete da
Presidência e Copa

Fonte: Própria (2021).

Todas as informações, como quantidade média de pessoas, iluminação,


equipamentos elétricos, condicionamento de ar e regime de funcionamento (schedule)
está apresentadas no anexo III.

6.3.3 Histórico de consumo de Energia Elétrica

É necessário calibrar o modelo de estudo da simulação para que alcance os


parâmetros reais do edifício. Para isso, observou-se o histórico de consumo e
demanda de energia elétrica do edifício.

Para Westphal (1999), uma análise apurada do histórico de consumo e


demanda de um edifício é consistente quando são utilizados dados completos de um
ciclo anual de medições, imediatamente anterior ao início do estudo. Quando possível,
utilizar os registros de vários anos. Com isso, foi levantada e registrada as contas de
energia do edifício, do ano de 2019 para verificar se a simulação corresponderá a
demanda de carga da edificação atual.

6.4 MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (MEE)

Segundo a NBR 16401 (ABNT, 2008), na qual se baseia na ASHRAE


Handbook Fundamentals 2005, a temperatura de conforto térmico varia de 22,5° C a
25,5°C (para umidade relativa de 65%) e 22° a 26° C (para umidade relativa de 35%)
(ABNT, 2008).
38

As MEEs propostas para o aumento do índice de conforto térmico da edificação


serão baseadas em estratégias de construção adotados para a zona bioclimática em
que a edificação está alocada de acordo com a NBR 15220.

Para isso são sugeridas a utilização de sombreamento, como brises e/ou beiral
(overhangs) nas paredes e aberturas que mais recebem radiação solar, auxiliando
assim no conforto térmico.

Outra proposta é a utilização de isolamento na cobertura, como a telha


sanduíche e/ou telha cerâmica, uma vez que a edificação atual só apresenta a
cobertura em cimento.

Sugere-se também a troca das lâmpadas fluorescentes atuais presentes na


edificação por lâmpadas LEDs, que traz a mesma taxa de lumens/m² com menos
potência, fazendo com que o consumo de energia diminua, diminuindo assim também
a taxa de calor transmitido pela lâmpada.

Por último, sugere-se o uso de controle de iluminação (dimerização) nas zonas


que têm aberturas para a iluminação natural. Esse tipo de controle ajusta a potência
das lâmpadas através de um fotossensor, conforme a quantidade de luz natural que
entra no ambiente (Pietzsch, 2012).

6.5 SIMULAÇÕES

Todas as simulações foram pensadas com o intuito de aumentar o índice de


conforto térmico, diminuindo o assim o consumo de energia gerado pelo uso dos
aparelhos de ar condicionado. Para isso, são sugeridos os seguintes andamentos:

1ª Simulação: Simulação do Projeto Real (SPR).

Objetivo: Simular a edificação em funcionamento hoje sem nenhuma MEEs,


procurando identificar o consumo de energia anual gerado, se corresponde com
consumo real aferido nas contas de energia coletadas e a contribuição de cada
componente na conta de energia;

2ª Simulação: Simulação do Projeto Base (SPB).

Objetivo: Identificar as zonas que estão fora da faixa de conforto térmico,


discriminar duas zonas que se encontram mais além desta faixa (uma de cada
pavimento) e analisá-las, separadamente, com as MEEs adotadas;
39

3ª Simulação: Simulações das MEEs.

Objetivo: Aplicar as MEEs ao edifício e analisar sua influência nas zonas


coletadas da simulação 2 no dia de projeto (DDY);

4ª Simulação: Simulação do Projeto de Melhoria (SPM).

Objetivo: Aplicar as MEEs que mais diminuíram a temperatura interna e


comparar com zonas da SPB no âmbito do índice de desconforto térmico.

5ª Simulação: Simulação do Projeto de Melhoria no Consumo de Energia (SPMCE).

Objetivo: Analisar a diminuição no consumo de Energia depois da aplicação


das MEEs em relação ao SPR.

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse capítulo serão mostrados e discutidos os resultados obtidos através das


simulações.

7.1 SIMULAÇÃO DO PROJETO REAL (SPR)

O primeiro passo numa análise dos resultados da simulação consiste em


verificar se o modelo simulado representa, com razoável precisão tendo como base o
consumo elétrico de energia anual e os valores dos materiais construtivos, a realidade
na qual está inserido.

Nesse primeiro momento é realizado a simulação do projeto real, ou seja, a


simulação do edifício em funcionamento hoje com as características atuais sem
nenhuma modificação. O resultado dessa etapa será comparado com a simulação
final depois da inserção das MEEs. Na figura 16 ilustramos o consumo em kWh da
edificação simulada em comparação com o consumo real aferido nas contas de
energia coletadas do edifício.
40

Figura 16 - Consumo mensal de Energia e consumo real faturado de acordo com SPR, ano 2019.
8000

Consumo mensal de Energia (KWh)


7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Refrigeração Equip. Elétricos Iluminação Interna
Iluminação Externa Consumo Real

Fonte: Própria (2021).


Para efeito de comparação, abaixo há a tabela de diferença absoluta (diferença
entre o consumo real e o simulado) e a diferença relativa (diferença absoluta sobre o
consumo real) na qual busca analisar se a Simulação Projeto Real (SPR) está
ocorrendo de acordo com o consumo real de energia da edificação.

Tabela 7 - Relação do consumo real faturado e simulado com as respectivas diferenças absoluta e
relativa.
Meses Consumo Simulado (kWh) Diferença Diferença
real (kWh) Absoluta relativa
Jan 2.870 4.498,46 -1.628,46 -57%
Fev 4.674 5.284,74 -610,74 -13%
Mar 6.150 5.746,13 403,87 7%
Abr 5.002 5.758,18 -756,18 -15%
Mai 6.478 6.026,31 451,69 7%
Jun 6.396 5.622,87 773,13 12%
Jul 6.560 6.172,73 387,27 6%
Ago 6.970 6.312,79 657,21 9%
Set 7.708 6.121,47 1.586,53 21%
Out 7.872 6.578,19 1.293,81 16%
Nov 6.642 6.069,74 572,26 9%
Dez 5.740 6.243,38 -503,38 -9%
Total 73.062 70.434,99 2.627,01 4%
anual
Fonte: Própria (2021).

Percebe-se que os meses em que houve maior diferença relativa foram janeiro
- mês de recesso parlamentar no qual o consumo de energia tende a cair
drasticamente - e mês de setembro, atípico na edificação em termos de demanda de
energia, uma vez que se segue ao retorno do recesso parlamentar. Essa análise
41

também se aplica ao mês de outubro, no qual a diferença relativa foi de 16%. Em


relação a faixa anual, percebemos que a simulação correspondeu em 96% com a
edificação atual, apresentando uma diferença relativa de 4%.

É notável ainda que o consumo de energia em relação a refrigeração (ar


condicionado) é mais de elevado nos meses de verão amazônico, que compreende
os meses de julho a outubro. Em relação a contribuição de cada componente, 33% do
consumo de energia é oriundo do uso dos aparelhos de refrigeração e 43% em relação
aos aparelhos elétricos (figura 17). Tal ocorrência se nota devido ao grande número
de aparelhos elétricos no prédio, resultante do crescente desenvolvimento de novos
dispositivos na incorporação nas atividades laborais.

Figura 17 - Porcentagem de participação no consumo de energia de cada componente de acordo


com a SPR.

Iluminação
Externa
Iluminação 2%
Interna Refrigeração
22% 33%

Equip.
Elétricos
43%

Fonte: Própria (2021).


7.2 SIMULAÇÃO DO PROJETO BASE (SPB)

Em seguida, simula-se a SPR sem a aplicação dos sistemas de refrigeração,


na qual chamamos de Simulação do Projeto Base (SPB), para saber quais
ambientes/zonas estão fora da faixa de conforto térmico.

Na figura 18 é destacado que o 2° pavimento é o que mais apresenta


quantidade de horas fora da faixa de conforto. Uma das razões apontadas são as
coberturas e paredes direcionadas no leste e oeste receberem mais radiação solar
durante o dia do que o 1° pavimento.
42

Figura 18 - Porcentagem de Índice de desconforto térmico e Temp. média anual em cada zona.

100% 32
80% 30
60% 28

°C
40% 26
20% 24
0% 22
1P - GAB. ADM.…

1P - SOM
1P - PLENÁRIO

2P - GAB 10
2P - GAB 11
2P - GAB 12
2P - GAB 13
1P - ENTRADA
1P - CORREDOR
1P - GAB 1
1P - GAB 2
1P - GAB 3

1P - REUNIÃO

1P - DEP 1
1P - DEP 2

2P - DEP 3
2P - DEP 4
1P - SEC LEGISL.

1P - COMUNIC.

1P - BWC COPA

2P - CORREDOR
2P - GAB 4
2P - GAB 5
2P - GAB 6
2P - GAB 7
2P - GAB 8
2P - GAB 9
1P - GAB PRES.

1P - COZINHA

2P - SEC FIN.
1P - BWC

1P - BWC PLEN.
1P - SEC ADM.

2P - TI

2P - BWC
Zonas

% fora da faixa de conforto Temp. média (°C)

Fonte: Própria (2021).


Nas páginas seguintes serão aplicadas as MEEs para a edificação na SPB.
Para efeito de análise e comparação, como proposto no tópico 6.5, foram coletados
os dados de ambientes/zonas que apresentaram as temperaturas internas mais
elevadas e que estão em cada pavimento do edifício que foram a zona 9 (1P – Gab.
Adm. Pres) e a zona 32 (2P – Sec. Fin.). Abaixo mais informações das zonas
escolhidas (tabela 8) e seus mapas de calor (figura 19).

Tabela 8 - Informações gerais dos ambientes 1P – Gab. Adm, Pres. e 2P – Sec. Fin.
Ambiente Temp. Temp. Temp. % fora da % Qtd. Horas Orientação
Média Máx. Min. faixa de Temp. acima da parede
interna interna Interna conforto de 30° C externa
anual (°C) (°C) (°C)

1P – Gab. 28,5 34,2 24,4 88,6% 23,2% Leste


Adm, Pres.
(Zona 9)

2P – Sec. 30,5 40 25,4 98,9% 52,3% Oeste e Sul


Fin. (Zona
32)

Fonte: Própria (2021).


43

Figura 19 - Mapas de calor: À esquerda, 1P – Gab. Adm, Pres., à direita, 2P – Sec. Fin. (antes da
aplicação das MEEs).

Fonte: Própria (2021).


É possível destacar que nos mapas, entre os meses de julho a dezembro, no
horário das 10h às 20h, as temperaturas internas se encontram elevadas em relação
as demais datas.

7.3 SIMULAÇÃO DAS MEDIDAS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA (MEEs)

7.3.1 MEE01 - Sombreamento

Como a própria nomenclatura induz, essa MEE serve para bloquear a


passagem dos raios solares e reduzir a taxa de radiação incidente sobre a superfície
externa, auxiliando assim no conforto térmico. Para essa simulação, serão simulados
2 tipos de bloqueadores: as Brises e os “overhangs” (beirais).

MEE01.1 – Brises

O termo brise vem do francês brise-soleil, que significa “quebra-sol” e são de


dois tipos: verticais e horizontais. Nessa simulação, elas foram instaladas nas janelas
e parede que mais recebem radiação solar durante o dia, como as janelas orientadas
no leste, oeste e sul e a parede do plenário orientado no oeste. As brises nas janelas
são verticais e as brises da parede do plenário são horizontais. Na figura 20 é ilustrado
a implantação na simulação.
44

Figura 20 - Implantação das Brises na simulação MEE01.1.

Fonte: Própria (2021).

MEE01.2 – Overhangs (beiral)


Overhangs - ou beiral - é um sombreamento localizado no topo de aberturas.
Nessa simulação, assim como as brisas, os beirais foram posicionados nas janelas
orientadas no leste, oeste e sul com um fator de projeção de 0,7 em relação a área da
janela. Abaixo é ilustrada a implantação na simulação (figura 21).
Figura 21 - Implantação dos overhangs (beirais) na simulação MEE01.2.

Fonte: Própria (2021).


O material construtivo utilizado nos dois tipos de sombreamento foi a madeira
de 2 cm com 0,14 de condutividade térmica, 600 de densidade e 2300 de calor
específico segundo a NBR 15220. Abaixo, as figuras 22 e 23 mostram as temperaturas
internas depois da aplicação das duas MEEs de sombreamento em comparação com
a temperatura externa e a temperatura interna sem aplicação da MEE nos dois
ambientes.
45

Figura 22 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da aplicação da


MEE01.1 e MEE01.2.

36
34
32
30
°C

28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. externa Temp. interna sem MEE


Temp. interna com MEE01.1 Temp. interna com MEE01.2

Fonte: Própria (2021).

Figura 23 - Comparação de temperatura na Zona 2P – SEC. FIN. depois da aplicação da MEE01.1 e


MEE01.2.

40
38
36
34
32
°C

30
28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. Externa Temp. interna sem MCE


Temp. interna com MCE01.1 Temp. interna com MCE01.2

Fonte: Própria (2021).


Verifica-se que a MCE01.1 das Brises teve uma melhor performance, reduzindo
significantemente a temperatura nos ambientes (reduziu 1°C na Zona 1P – Gab. Adm.
Pres. e acima de 3°C na Zona 1 – Gab. Adm. Pres), a mesma será aplicada na
simulação final.
46

7.3.2 MEE02 – Isolamento na cobertura

Para a simulação na cobertura, serão avaliados dois cenários: a adição de telha


sanduíche e a de telha cerâmica. Na tabela 9 estão as características construtivas dos
materiais empregados.

Tabela 9 - Propriedades dos componentes para a nova cobertura.


Material Espessura Condutivid. Densidad Calor Absortância térmica,
(m) Térmica e (kg/m³) específico solar e visível
(W/(m.k)) (J/kg.K)

Chapa de 0,002 230 2.700 880 0,12; 0,15; 0,15


Alumínio

Poliestireno 0,03 0,04 16 1.420 0,9; 0,2 0,2


expandido
Telha 0,01 1,05 2.000 920 0,9; 0,65; 0
cerâmica

Fonte: NBR 15220 e Caneppele (2013).

A adição da telha sanduíche e da telha cerâmica será em cima da cobertura


atual da edificação que apresenta uma transmitância térmica de 3,153 W/(m²K) (valor
calculado pelo Energyplus). Abaixo é ilustrada a composição de materiais das novas
coberturas com a sua respectiva transmitância térmica (tabela 10).

Tabela 10 - Composição de materiais da nova cobertura com a sua transmitância térmica.


Superfície Material Transmitância térmica
(W/(m²K))*

MEE02.1 - Telha Chapa de Alumínio + Poliestireno expandido + 0,783


sanduíche Chapa de Alumínio + Camada de ar +
Cobertura atual (Concreto armado + Camada
de ar + PVC)

MEE02.2 - Telha Telha cerâmica + Camada de ar + Cobertura 1,571


cerâmica atual (Concreto armado + Camada de ar +
PVC)

*Valor calculado pelo Energyplus


Fonte: Própria (2021).
Abaixo, nas figuras 24 e 25 o resultado na simulação nas zonas.
47

Figura 24 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da aplicação da


MEE02.1 e MEE02.2.

36
34
32
30
°C

28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. externa Temp. interna sem MEE


Temp. interna com MEE02.1 Temp. interna com MEE02.2

Fonte: Própria (2021).

Figura 25 - Comparação de temperatura na Zona 2P – Sec. Fin. depois da aplicação da MEE02.1 e


MEE02.2.

40
38
36
34
32
°C

30
28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. externa Temp. interna sem MEE


Temp. interna com MEE02.1 Temp. interna com MEE02.2

Fonte: Própria (2021).


Como é observado, com a diminuição do valor da transmitância térmica em
decorrência da adição das telhas, ocorre também a diminuição da temperatura interna.
Como a telha sanduíche apresentou a maior diminuição (com menos 0,5°C na 1P –
Gab. Adm. Pres. e 2°C na 2P – Sec. Fin.), sua aplicação será adicionada na simulação
final.
48

7.3.3 MEE03 – Troca das lâmpadas por LED e controle de iluminação

Verificou-se que todas as lâmpadas instaladas na edificação são do tipo


fluorescente. De um total de 8.319W de potência de lâmpadas instaladas na
edificação atual, há uma queda para 7.535W com as lâmpadas LED, uma redução de
784 W (9,42% na potência). Também será alterado a eficiência das lâmpadas,
passando de 0,23 das lâmpadas florescentes para 0,36 para as LED de acordo com
Pietzsch (2012). Com isso, a redução na conta de energia em relação a iluminação
interna cai de 15.398 KWh/ano para 13.606 KWh/ano (valor calculado pelo software).

Por último, será adicionado nas zonas com aberturas controle de iluminação
(dimerização) a uma altura de 0,8m do solo e com um setpoint de 500 lux, o que
significa que quanto mais próximo a iluminação natural chegar a esse valor, menos
potência será exigida das lâmpadas, gerando assim uma economia de energia. Isso
reduzirá ainda mais o consumo de energia passando agora para 10.809 kWh/ano
(valor calculado pelo software). O acionamento desse comando será pelo “New
Daylights Control” no Plug-in do Openstudio no Sketchup.

7.4 SIMULAÇÃO DO PROJETO DE MELHORIA (SPM)

Aplicando todas as MEEs recomendadas, temos os resultados apresentados


nas figuras 26 e 27.

Figura 26 - Comparação de temperatura na Zona 1P – Gab. Adm. Pres. depois da aplicação das
MEEs.

36
34
32
30
°C

28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. externa Temp. interna sem MEE Temp. interna com MEE

Fonte: Própria (2021).


49

Figura 27 - Comparação de temperatura na Zona 2P – Sec. Fin. depois da aplicação das MEEs.

40
38
36
34
32
°C

30
28
26
24
22
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Hora

Temp. externa Temp. interna sem MEE Temp. interna com MEE

Fonte: Própria (2021).


Verificou com as MEEs adotadas, houve uma diminuição de até 6,64°C na Zona
1P – Gab. Adm. Pres e até 8,5°C na Zona 2P – Sec. Fin. Na tabela 11 apresentamos
informações de temperaturas internas das zonas estudadas para efeito de
comparação na tabela 7 apresentada neste capítulo.

Tabela 11 - Informações gerais dos ambientes 1P – Gab. Adm, Pres. e 2P – Sec. Fin. depois da
aplicação das MEEs.
Ambiente Temp. Média Temp. Máx. Temp. Min. % fora da % Qtd. horas
interna anual interna (°C) Interna (°C) faixa de temp. acima de
(°C) conforto 30° C

1P – Gab. 26,1 29,7 23,4 48% 0


Adm, Pres.
(Zona 9)

2P – Sec. Fin. 28,1 32,8 24,4 91,1% 15,8%


(Zona 32)

Fonte: Própria (2021).


Percebe-se que a quantidade de horas da temperatura interna acima de 30° C
diminui de 23,2% para 0% na zona 9 (1P – Gab. Adm. Pres.) e 52,3% para 15,8% na
zona 32 (2P – Sec. Fin.). Na figura 28 ilustramos os novos mapas de calor.
50

Figura 28 - Mapas de calor: À esquerda, 1P – Gab. Adm, Pres., à direita, 2P – Sec. Fin. depois da
aplicação das MEEs.

Fonte: Própria (2021).


Na figura 29 abaixo ilustramos o índice de desconforto térmico em comparação
com a SPB.

Figura 29 - Índice de desconforto térmico depois da aplicação das MEEs em comparação com SPB.

100,00%
80,00%
60,00%
40,00%
20,00%
0,00%
1P - GAB 1

1P - SOM
1P - PLENÁRIO

2P - GAB 10
2P - GAB 11
2P - GAB 12
2P - GAB 13
1P - CORREDOR

1P - GAB 2
1P - GAB 3

2P - CORREDOR
2P - GAB 4
2P - GAB 5
2P - GAB 6
2P - GAB 7
2P - GAB 8
2P - GAB 9
1P - ENTRADA

1P - SEC LEGISL.

1P - REUNIÃO
1P - GAB PRES.
1P - DEP 1
1P - DEP 2
1P - COMUNIC.

2P - DEP 3
2P - DEP 4
1P - COZINHA

2P - BWC
1P - BWC

2P - SEC FIN.
1P - SEC ADM.

1P - BWC COPA
1P - BWC PLEN.
1P - GAB. ADM. PRES

2P - TI

% fora da faixa de conforto (Sem MEE) % fora da faixa de conforto (Com MEE)

Fonte: Própria (2021).

Que se note que houve diminuição nos índices de desconforto do 1º pavimento,


embora o 2º pavimento ainda tenha ambientes que ultrapassem em 80% as horas
acima da faixa de conforto, como é o caso dos gabinetes e da Secretaria Financeira.
Mas houve grande diminuição nas temperaturas acima de 30°C, como é observado
na figura 30 abaixo.
51

Figura 30 - Índice de Temp. Interna acima dos 30°C depois da aplicação das MEEs em comparação
com SPB.

60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
1P - GAB 1
1P - GAB 2
1P - GAB 3
1P - BWC

1P - GAB PRES.
1P - DEP 1
1P - DEP 2

2P - GAB 4
2P - GAB 5
2P - GAB 6
2P - GAB 7
2P - GAB 8
2P - GAB 9

2P - BWC
2P - DEP 3
2P - DEP 4
1P - REUNIÃO

1P - COZINHA
1P - BWC COPA
1P - BWC PLEN.

2P - SEC FIN.
1P - ENTRADA

2P - GAB 11
1P - CORREDOR

1P - SEC ADM.

2P - CORREDOR
1P - GAB. ADM. PRES

1P - PLENÁRIO

2P - GAB 10

2P - GAB 12
2P - GAB 13
2P - TI
1P - COMUNIC.
1P - SEC LEGISL.

1P - SOM
% Qtd. Temp. >=30°C (Sem MEE) % Qtd. Temp. >=30°C (Com MEE)

Fonte: Própria (2021).


Apesar de alguns ambientes ainda estarem fora da zona de conforto, o uso dos
aparelhos de refrigeração poderá sofrer quedas, uma vez que as temperaturas
internas diminuíram e a potência que o mesmo usará para chegar na temperatura de
setpoint será reduzida, diminuindo os custos de consumo, como observado no item a
seguir.

7.5 SIMULAÇÃO DO PROJETO DE MELHORIA NO CONSUMO DE ENERGIA


(SPMCE)

Com a última simulação, são reinseridos os aparelhos de refrigeração para


comparação do consumo de energia total em relação a 1ª Simulação do Projeto Real
(SPR).

Figura 31 - Comparação dos componentes que sofreram diminuição no consumo de energia em


relação ao SPR.

80000 70.434,99
Consumo de Energia (kWh)

60000 51.240,96

40000
23.256,18
20000 15.398,33
8.651,48 10.809,00

0
Refrigeração Iluminação Interna Total
Componentes

SPR SPMCE

Fonte: Própria (2021).


52

Os componentes dos equipamentos elétricos e a iluminação externa não foram


expostos pois não sofreram mudanças. Houve diminuição de 19.194,03 kWh/ano
(27,25%) no consumo de energia na edificação e destes, 14.604,7 kWh/ano (20,73%)
é decorrente da diminuição do uso dos aparelhos de refrigeração, que com as MEEs
precisaram “trabalhar menos” para chegar na temperatura de setpoint. Com as MEEs
adotadas para a iluminação artificial, houve uma queda de consumo de 4.589,3
kWh/ano (6,51%).

Na figura 32 há a representação da contribuição no consumo de energia de


cada componente depois da inserção das MEEs.

Figura 32 - Porcentagem de participação no consumo de energia de cada componente de acordo


com a SPMCE.

Iluminação Refrigeração
Iluminação Externa 17%
Interna 3%
21%

Equip.
Elétricos
59%

Fonte: Própria (2021).

8 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Neste trabalho investigamos os possíveis ganhos da aplicação de diversas


Medidas de Eficiência Energética (MEE) no prédio público da Câmara Municipal de
Santana a fim de estimar o potencial de economia por ação tomada no consumo final
de energia e no conforto térmico. Para isso são comparadas cada MEEs aplicada ao
projeto base (SPB) tendo como foco a atuação em duas zonas representativas da
edificação.

Para alcançar os objetivos, efetuou-se coletas de informações de entrada,


como a tipologia do prédio e seus materiais de construção (apresentados no tópico
6.2) e os equipamentos de consumo de energia e seu padrão de ocupação (tópico
6.3). Com isso, os objetivos estipulados para o trabalho foram cumpridos e as
53

premissas e hipóteses, comprovadas. O panorama é positivo quando levadas em


consideração as possibilidades e limitações, sejam materiais, técnicas ou construtivas
no campo energético junto a edificação.

As medidas aplicadas no modelo são primariamente modificações referentes a


materiais e elementos construtivos para aproveitamento da iluminação natural no
interior dos espaços, além da melhora em aspectos da envoltória com o intuito de
modificar transmitância térmica do prédio. As modificações em janelas, adicionando-
se elementos de sombreamento, permite que usuários façam uso da iluminação
natural, além de ocasionar a redução da carga térmica presente nas zonas.

Inicialmente, realizamos a Simulação do Projeto Real (SPR), sem qualquer


alteração adicional na estrutura do prédio para predizer o consumo de energia elétrica,
comparando-o com seus valores atuais e quais os componentes que mais afetam o
consumo de energia.

O maior percentual de diferença é no mês de janeiro, com consumo simulado


com 57% de diferença em relação ao consumo aferido. Isso pode ser relacionado ao
período de recesso parlamentar. Ao olhar o ano todo, entretanto, houve diferença de
apenas 4%.

Há de se notar que os meses de maior consumo, tanto na simulação quanto na


realidade, foram correspondentes aos meses de verão amazônico, demonstrando
assim a importância da variável térmica na edificação.

Em seguida simulamos o Projeto Base (SPB), sem aplicação de sistemas de


refrigeração. O objetivo foi aferir quais zonas e ambientes estão fora da faixa de
conforto térmico. Através da simulação, constatamos que o 2º pavimento é o que mais
se mantém fora da faixa de conforto, o que nos fez focar melhorias nesta área da
construção. Também aferimos que os meses de julho a dezembro apresentaram
temperaturas internas mais elevadas, nos horários das 10 às 20h.

As medidas de melhoria de eficiência energética adotadas foram


sombreamento (que reduziu a incidência de radiação solar na superfície externa,
melhorando o conforto térmico); brises, tanto verticais quanto horizontais, que
aplicadas a janelas e paredes, servem como proteção contra a radiação solar direta;
54

beirais – ou overhangs – instalados acima das janelas (e não na frente, como as


brises), para aumentar a área de sombreamento do prédio e o conforto.

Após a simulação, notou-se que a brise apresentou melhor desempenho na


tarefa de melhora do conforto térmico. Escolhemos esta MEE para a aplicação na
simulação final.

Simulamos, além das MEEs apresentadas acima, a adição de telhas


sanduíches e telhas cerâmicas na cobertura. O material foi simulado com instalação
acima da cobertura atual da edificação. Após a simulação, constatamos que a telha
sanduíche apresentou a menor transmitância térmica, tornando-a nossa escolha para
a simulação final.

Para a iluminação, sugerimos e projetamos a substituição das lâmpadas


fluorescentes por lâmpadas LED, além de acionamento de um controle de iluminação,
resultando em uma redução de 9,42% da potência instalada, além do aumento da
eficiência da iluminação e redução do consumo em 4.589 kWh/ano.

Ao fim das simulações do projeto de melhoria (SPM), percebemos que houve


a redução de horas em que a temperatura interna esteve acima de 30º (figura 29). Em
relação as duas zonas de estudo, houve uma diminuição de 23,2% para 0% na zona
do Gab. Adm. Pres e de 52,3% para 15,8% na zona da Sec. Fin. Além disso, é possível
comparar os mapas de calor das duas zonas e verificar a diminuição da temperatura
interna (figuras 18 e 27).

Com a melhoria de conforto, implica-se melhora no consumo de energia


elétrica, vez que a potência necessária para que se alcance determinada temperatura
será menor.

Ao fim das simulações, realizamos a inserção dos aparelhos de refrigeração e


comparamos à 1ª simulação do SPR. Não se averiguou grande mudanças nos
equipamentos externos, vez que as alterações voltaram-se para a área interna do
prédio. Houve, entretanto redução de 27,25% no consumo anual de energia elétrica,
primariamente proveniente da redução da necessidade de potência para redução da
temperatura, além de redução de 6,51% no consumo relacionado a iluminação
mantendo o mesmo nível de conforto térmico.
55

Como observado no capítulo 4, a estimativa de economia de energia alcançada


por esse tipo de medida chega 30% em edificações já existentes, nesse trabalho
propormos a diminuição de energia elétrica em 27,25% com as medidas adotadas.

Como proposta de trabalhos futuros recomenda-se a utilização de medidor no


prédio no quadro de distribuição para comparar com a carga levantada com a carga
consumida, verificar o custo com as mudanças sugeridas e payback, o uso de outros
serviços dos programas, como a implementação de outros tipos de refrigeração, a
utilização de placas fotovoltaicas para estimar o potencial de captação de energia,
outros tipos de controladores de iluminação, de outras MEEs de retrofit e a influência
de objetos, edificações, árvores ao redor do prédio na temperatura interna da
modelagem em estudo. Além disso, a busca de parâmetros para saber se a
modelagem está correspondente com a edificação de estudo.
56

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Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
59

ANEXO I – PLANTA BAIXA DA EDIFICAÇÃO

1ª Pavimento
60

ANEXO I – PLANTA BAIXA DA EDIFICAÇÃO

2ª Pavimento
61

ANEXO II - Tabela de especificações técnicas dos equipamentos eletrônicos e


de condicionamento

Tabela 1 – Equipamentos eletroeletrônicos presentes na edificação

Equipamento Potência (W) Quantidade


Computador Desktop 300 25
Impressora 45 3
Estabilizador 350 25
Notebook 60 10
Frigobar 26 2
Roteador 12 3
Mesa de som 120 1
Microfone 80 15
Geladeira 300 1
Autofalantes 80 4
Televisão 50’ 130 2
Microondas 650 1
Cafeteira 1300 1
Fonte: Própria (2021).

Tabela 2 – Equipamentos de Iluminação presentes na Edificação

Modelo Potência (W) Lumens


Lâmpada
Tubular 23W 23 1450
Tubular 32W 32 2700
Tubular 105W 105 6300
Fonte: Própria (2021).

Tabela 3 – Equipamento de refrigeração


Modelo Potência Capacidade Corrente Vazão Vazão COP
(W) (Btu/h) (A) Externa Interna (W/W)*
(m³/h) (m³/h)
Midea – 3,52k 24.000 5,1 1360 570 3,1
38KCY12S5
* Coefficient Of Performance – Coeficiente de Desempenho

Fonte: Própria (2021).


62

ANEXO III – Zoneamento e cargas internas

Área de
Área
Condicionado Área Volume parede PII DPII Pessoas PEI DPEI Regime de
Pavimento Ambiente/Zonas envidraçada Pessoas
(S/N) (m²) (m³) externa (W)¹ (W/m²)² (pessoa/m²) (W)³ (W/m²) Funcionamento
(m²)
(m²)
1 ENTRADA N 110,67 337,34 105,29 23,32 525 4,743833 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
2 CORREDOR N 137,33 418,59 34,98 0,24 394 2,8690017 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
3 GABINETE 1 S 19,25 58,67 11,73 3,57 128 6,6493506 3 0,155844156 345 17,922078 1
4 GABINETE 2 S 19,25 58,67 11,73 3,57 128 6,6493506 3 0,155844156 345 17,922078 1
5 GABINETE 3 S 20,75 63,25 12,65 3,91 128 6,1686747 3 0,144578313 345 16,626506 1
6 BWC N 22,33 68,06 11,40 1,50 156 6,9861173 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
7 SEC ADMINIST. S 20,98 63,93 5,79 0 128 6,1010486 3 0,142993327 421 20,06673 1
8 SEC LEGISL. S 20,38 62,13 12,20 3,74 151 7,4092247 4 0,196270854 645 31,648675 3
GAB. ADM.
9 S 19,95 60,80 12,19 3,74 128 3 0,15037594
PRESIDÊNCIA 6,4160401 681 34,135338 3
SALA DE
10 1 S 22,52 68,65 33,68 8,55 192 ASHRAE ASHRAE
REUNIÃO 8,5257549 0 0 1
SALA DA
11 S 23,29 70,99 34,27 8,76 256 2 0,085873766
PRESIDÊNCIA 10,991842 26 1,116359 3
12 DEPÓSITO 1 N 3,37 10,29 4,57 0 64 18,991098 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
13 DEPÓSITO 2 N 7,56 23,04 16,92 1,98 64 8,4656085 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
SALA DE
14 S 25,84 78,76 19,69 6,28 192 2 0,077399381
COMUNICAÇÃO 7,4303406 120 4,6439628 2
15 SALA DE SOM S 14,2 43,28 23,01 7,15 128 9,0140845 2 0,14084507
120 8,4507042 2
16 PLENÁRIO S 215,15 655,77 91,17 10,03 832 3,8670695 40
0,185916802 520 2,4169184 2
17 COZINHA N 10,34 31,52 14,33 2,66 192 18,568665 2 0,193423598 500 48,355899 3
18 BWC COPA N 6,49 19,78 15,70 1,08 384 59,167951 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
19 BWC PLENÁRIO N 13,53 41,24 25,91 2,34 128 9,4604582 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
20 CORREDOR N 248,01 755,92 140,27 31,04 46 0,1854764 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
2
21 GABINETE 4 S 19,25 58,67 11,73 3,57 128 6,6493506 3 0,155844156 345 17,922078 1
63

22 GABINETE 5 S 19,25 58,67 11,73 3,57 128 6,6493506 3 0,155844156 345 17,922078 1
23 GABINETE 6 S 20,75 63,25 12,65 3,90 128 6,1686747 3 0,144578313 345 16,626506 1
24 GABINETE 7 S 19,19 58,49 11,70 3,56 128 6,6701407 3 0,156331423 345 17,978114 1
25 GABINETE 8 S 20,98 63,93 5,79 0 128 6,1010486 3 0,142993327 345 16,444233 1
26 GABINETE 9 S 20,72 63,15 12,65 3,90 128 6,1776062 3 0,144787645 345 16,650579 1
27 GABINETE 10 S 20,38 62,13 12,20 3,74 128 6,2806673 3 0,14720314 345 16,928361 1
28 GABINETE 11 S 19,95 60,81 12,19 3,74 128 6,4160401 3 0,15037594 345 17,293233 1
29 GABINETE 12 S 19,95 60,80 12,19 3,74 128 6,4160401 3 0,15037594 345 17,293233 1
30 GABINETE 13 S 22,52 68,65 33,68 8,55 128 5,6838366 3 0,13321492 345 15,319716 1
31 SALA TI S 7,56 23,04 16,92 1,98 128 16,931217 2 0,26455026524 3,1746032 1
32 SEC FINANC. S 23,29 70,99 34,27 8,76 69 2,9626449 2 0,085873766 345 14,813225 1
33 PLENÁRIO S 238,19 726,01 128,84 14,43 2214 9,2951005 20 0,083966581 0 0 2
34 BWC N 22,33 68,06 11,40 1,50 156 6,9861173 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
35 DEPÓSITO 3 N 3,38 10,29 4,57 0 64 18,934911 ASHRAE ASHRAE 0 0 -
36 DEPÓSITO 4 N 47,36 144,34 60,96 0 64 1,3513514 ASHRAE ASHRAE 0 0 -

¹ PII – Potência de Iluminação Instalada


² DPII – Densidade de Potência de Iluminação Instalada
³ PEI – Potência de Equipamentos Instalados
DPEI – Densidade de Potência de Equipamentos Instalado

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