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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

BACHARELADO EM ESTATÍSTICA

Cuiabá
2020
HELITON JOSÉ DA SILVA

LÓGICA MATEMÁTICA

Discente: Heliton José da Silva Turma: 2020/01


Docente: Prof. Gilmar Jorge de Oliveira Júnior
Disciplina: Métodos Matemáticos Aplicados à Estatística

Cuiabá
2020
Sumário

1. Introdução...............................................................................................................................4

2. Breve Histórico da Lógica e Lógica Matemática...................................................................5

3. Lógica Matemática.................................................................................................................6

3.1. Proposição e Negação......................................................................................................6


3.1.2 Princípios....................................................................................................................6
3.2. Conectivos........................................................................................................................7
3.2.1. Tabela verdade dos operadores.................................................................................8
3.3. Tabela verdade...............................................................................................................11
3.3.1. Tautologia................................................................................................................13
3.4. Relação de implicância..................................................................................................13
3.5. Relação de equivalência.................................................................................................14
3.6. Sentenças Abertas e Quantificadores.............................................................................15
3.6.1. Sentenças Abertas....................................................................................................15
3.6.2. Quantificadores........................................................................................................16
3.7. Exercícios Resolvidos....................................................................................................17
4. Referências............................................................................................................................19

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1. Introdução

Neste trabalho, busca-se apresentar os principais tópicos referentes à lógica, e


especificamente, lógica matemática; sua história, desenvolvimento, propriedades e principais
conceitos para o entendimento da matéria, além de através de exercícios resolvidos, relacionar
o conteúdo em questão com assuntos dentro da matemática. A lógica matemática auxilia
principalmente no rigor de formação das ideias matemáticas, coibindo eventuais erros que
possam ocorrer a partir de premissas (ou uma ideia a priori usada) formuladas erroneamente.

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2. Breve Histórico da Lógica e Lógica Matemática

A lógica propriamente dita tem sua origem na Grécia Antiga, com os filósofos clássicos
como Aristóteles (que expõe os primeiros conceitos através de sua obra denominada
“Organon”, ou “Instrumento da Ciência”) e de Zenão (fundador da Escola Estoica de
Filosofia). Nesse período, começaram a se desenvolver os conceitos gerais que viriam a ser
utilizados para o desenvolvimento da lógica matemática. A partir desses dois pensadores,
surgiram duas vertentes, ou escolas de pensamento para a lógica: A Peripatética (desenvolvida
através dos pensamentos de Aristóteles) e a escola Estoica (fundada por Zenon e desenvolvida
por Crisipo). Mas somente no século XIX, através dos Estudos de George Boole (1815-
1864), que a lógica matemática surgiu, com o lançamento de sua obra intitulada “A Análise
Matemática da Lógica”, de 1847. Além de Boole, houve também outro matemático de
fundamental importância para o desenvolvimento da lógica matemática, que era o Alemão
Gottlob Frege (1848-1925). Frege notou que muitos matemáticos da época construíam suas
proposições a partir de ideias não verdadeiramente estruturadas, que por vezes levavam a
conclusões equivocadas (no caso da matemática, teoremas equivocados). Pensando nisso,
Frege propôs definir regras para a construção das demonstrações, iniciando com premissas
singelas, para que não houvesse dúvidas das proposições posteriores.

Veremos, nas páginas seguintes, os principais tópicos da Lógica Matemática, criados e


aprimorados por todos os pensadores já citados.

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3. Lógica Matemática

3.1. Proposição e Negação

Uma proposição é uma expressão (ou declaração) apresentada com palavras,


normalmente letras minúsculas como “p”, “q”, “r”, ou símbolos, e que a sua atribuição seja
possível apenas de duas maneiras: ou a declaração é verdadeira ou é falsa.

“A capital do Brasil é Brasília” – PROPOSIÇÃO VERDADEIRA

“A Guerra Fria nunca existiu” – PROPOSIÇÃO FALSA

IMPORTANTE: não são proposições declarações do tipo:

“Que bom!”

“Monitor 19 polegadas à venda”

“Saudações ao rei!”

Nos exemplos acima, não há forma de atribuir um valor falso ou verdadeiro à expressão, fato
este que torna a proposição inexistente.

Existem dois tipos de proposição: a simples e a composta. Na simples, a declaração é expressa


de forma única, por exemplo, em: “Todo homem é mortal”; já a proposição composta trata-se
de um conjunto de proposições simples: “A temperatura está alta e não há previsão de chuva”.
Nesse exemplo, temos duas proposições: “A temperatura está alta” e “não há previsão de
chuva”. A letra “e” grifada, representa um conectivo, que será apresentado no próximo tópico.

3.1.2 Princípios

A proposição é regida por três princípios fundamentais, os quais são:

I. Princípio da Identidade: Uma proposição Verdadeira é Verdadeira, e uma proposição Falsa


é Falsa;

II. Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou falsa não existindo
uma terceira possibilidade.

III. Princípio da Não-Contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa
simultaneamente.

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Já a negação de uma proposição, consiste em produzir uma afirmação contrária ao da
declaração apresentada.

Exemplo 1:

Proposição: “Mato Grosso é o estado do Agronegócio”


Negação: “Mato Grosso não é o estado do Agronegócio”

Exemplo 2:

Proposição: “O jardim está repleto de gramas verdes”


Negação: “O jardim está com as gramas secas”

De modo geral, se uma proposição for verdadeira, significa que sua negação é falsa; mas o
contrário também se confirma, pois, se uma proposição for falsa, significa que sua negação é
verdadeira.

Exemplo:

PROPOSIÇÃO NEGAÇÃO
O Brasil foi campeão da copa de 2010. O Brasil não foi campeão da copa de 2010.
(FALSA) (VERDADEIRA)

O Brasil não foi campeão da copa de 2010. O Brasil foi campeão da copa de 2010.
(VERDADEIRA) (FALSA)

3.2. Conectivos

Os conectivos lógicos são palavras ou símbolos que ligam uma oração / frase à outra,
estabelecendo uma relação entre as proposições simples, formando uma proposição composta.
Usando a letra p e q como representações para uma proposição, podemos criar uma tabela
para todos os conectivos:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ¬ ou ~ Não p (negação da A moto não é nova.
proposição p)
Conjunção ^ Peq Há muita grama no
jardim e ela é verde.
Disjunção v P ou q Ou João foi ao
Inclusiva mercado ou ao
médico.
Disjunção v Ou p ou q Ou a cozinha está

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Exclusiva limpa ou não está
Condicional → Se p então q Se a casa está
fechada, então não
tem ninguém lá.
Bidimensional ↔ P se e somente se q Mário poderá jogar
bola se e somente se
terminar a lição de
casa.

Através da tabela de conectivos, percebemos que para cada operação lógica, existem variadas
possibilidades de acontecimentos: na operação condicional, p pode ser falso e q verdadeiro,
logo a proposição é falsa, pois uma implica na outra; no caso de p ser verdadeira e q
verdadeiro, portanto a proposição é verdadeira. Essa relação de verdadeiro-falso acontece em
todas as operações lógicas e de maneiras distintas, razão pela qual faz-se necessário montar
uma tabela com as possíveis soluções.

3.2.1. Tabela verdade dos operadores

- Conjunção: p ^ q

P Q P^Q
V V V
V F F
F V F
F F F
Exemplos de conjunção:

a) A maré está agitada e o mar não tem água. (p ^ q)

R: Proposição falsa. A maré alta implica um grande volume de água, e se o mar não tem água,
a maré alta não pode acontecer, assim, p ^ q = F

b) O carro está funcionando e Márcio pode ir ao trabalho com ele.

R: Proposição verdadeira. O carro estar funcionando implica que Márcio pode usá-lo para
locomoção, assim, p ^ q = V

- Disjunção Inclusiva: p v q

P Q PvQ
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V V V
V F V
F V V
F F F
Exemplos de disjunção inclusiva:

c) Ou Paulo fará o bolo, ou ele comprará na padaria.

d) Ou o cachorro irá comer a ração, ou comerá a comida.

- Disjunção Exclusiva: p v q

P Q PvQ
V V F
V F V
F V V
F F F
Exemplos de Disjunção Exclusiva:

e) Ou Cláudio está no Brasil, ou nos Estados Unidos.

f) Ou Fábio trabalha remotamente, ou ele não trabalha.

Obs.: a principal diferença da disjunção exclusiva para a inclusiva, é justamente que na


exclusiva não há possibilidade para as duas proposições, ou é uma coisa, ou é a outra, sendo
impossível as duas opções.

- Condicional: p → q

P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
Exemplos de condicional:

c) Se nasci em Mato Grosso, então sou capixaba.

R: Proposição falsa. A primeira proposição pode ser verdadeira, mas a segunda não.
Logo, p→q = F

d) Ana está feliz, então mora em São Paulo.

R: Proposição falsa. Não necessariamente a proposição antecedente implica a segunda; Ana


pode estar feliz em qualquer lugar. Assim, p→q = F

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-Bicondicional: p ↔ q

P Q P↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplos de bicondicional:

e) Maria vai à escola somente quando não estiver mais com febre.
(condição fundamental é que ela esteja sem febre para ir à escola)

f) O presidente é eleito apenas com a maioria absoluta de votos, ou seja, cinquenta por cento
somado a um.
(condição fundamental para alguém se eleger presidente)

REGRA DE ORDEM DE PRECEDÊNCIA


Para a resolução com n proposições, é necessário seguir a
ordem correta de cada conectivo, que serão as seguintes:
¬ ou ~ , ^ , v , → , ↔
Exemplo:
P(q,r) = p → q ↔ r
a proposição P, pela ordem de precedência, é uma
bicondicional, e não uma condicional.

3.3. Tabela verdade

A tabela verdade serve para representar todos os valores possíveis de uma declaração
com mais de uma proposição simples (ou seja, uma proposição composta P) para que dessa
forma as n soluções sejam vistas de forma mais clara.

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O número de linhas da tabela verdade dependerá do número de proposições simples que
formam a proposição composta P; dessa forma, o número de linhas da tabela verdade será
dada por 2n, onde n representa o número de proposições simples.

Exemplos das linhas de uma proposição composta:

 Na proposição composta P(p,q), o número de linhas de V e F (verdadeiro ou falso)


será: 2² = 4 linhas.
 Para P(p,q,r,s), temos que o número de linhas será: 24 = 16

Exercícios de construção da tabela verdade:

I. Construir a tabela verdade da proposição P(q,r) = ~ (p ^ q)


Solução: Como é uma proposição composta por 2 proposições simples, o número de linhas
será: 2² = 4 (não contando a linha do cabeçalho). Para a construção, podemos separar cada
proposição em uma coluna, e depois também construir os valores com os conectivos para p ^
q e ~(p ^ q), separadamente. Dessa forma:

p q p ^ q ~ (p ^ q)
V V V F
V F F V
F V F V
F F F V

Vamos analisar a tabela:


i. Quando p e q são V (verdadeiros), p ^ q (p e q) são verdadeiros – faz sentido, pois o
conectivo de conjunção ^ (e) exige que ambas as proposições sejam verdade.
ii. Quando p = V e q = F, p ^ q = falso
iii. Quando p = F e q = V, p ^ q = falso
iv. Quando p = F e q = F, p ^ q = falso
Ou seja, como p ^ q exige que ambas as proposições sejam verdadeiras, o único caso em que
essa relação é verdadeira é quando p = V e q = V, sendo as outras falsas, pois ou p era F ou q
era F, ou ambos.

Para a negação ~ (p ^ q), será falsa quando p ^ q for falso (primeira linha) e verdadeira
quando p ^ q for falso (demais linhas).

II. Construir a tabela verdade para a proposição Q(p,q,r) = p ^ q ^ r

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Solução: nesse caso, o número de proposições simples é 3; logo, o número de linhas será 2 3 =
8 linhas.

Como se trata de três proposições, precisaremos alternar os valores V e F, de modo que se


construa corretamente as linhas até se chegar no conectivo. A forma que iremos alternar os
valores das proposições é dado pela por 2n/2k ou 2n – k, onde n é o número de proposições
simples e k a k-enésima proposição. Vejamos:

p q r p^q^r

Para a primeira coluna p, devemos alternar os valores em 23 – 1= 22 = 4 valores Verdadeiros e


Falsos.
Para a segunda coluna q, devemos alternar os valores em 2 3 –2= 2 valores Verdadeiros e Falsos
(pois k = 2, já que se trata da segunda proposição q).
Para a terceira coluna r, devemos alternar os valores em 2 3 –3= 20 = 1 valores Verdadeiros e
Falsos.
Sendo assim, a tabela pode ser feita da seguinte maneira:
p q r p^q^r
V V V V
V V F F
V F V F
V F F F
F V V F
F V F F
F F V F
F F F F

Logo, p ^ q ^ r será verdadeiro quando só os três valores forem verdadeiros.


3.3.1. Tautologia

Chama-se tautologia toda proposição composta P, em que os valores da última coluna da


tabela verdade são sempre verdadeiros.

Exemplo:
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 p → p: é uma tautologia, pois todos as letras na coluna são V (verdade); aliás, é
particularmente impossível um valor falso, já que p é condicionado a ele (de acordo
com o princípio da identidade).

 ~ (p ^ ~p), temos a seguinte tabela verdade:

p ~p (p^ ~p) ~ (p^ ~


p)
V F F V
F V F V

Logo, ~ (p ^ ~p) é uma tautologia

3.4. Relação de implicância

Uma proposição P(q,r) implica uma outra proposição Q(q,r), se Q(q,r) tem o valor verdadeiro
todas as vezes que P(q,r) também forem verdadeiros.

Exemplo 1: Verificando as proposições p ^ q, p v q temos:

p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F

Pela tabela-verdade das proposições, notamos que somente na primeira linha p ^ q assume o
valor V (verdadeiro), assim como p v q, logo, na primeira linha há uma relação de implicância
das proposições. Dizemos então, que a primeira proposição implica a seguinte, ou:

p^q→pvq
PROPRIEDADES DA IMPLICAÇÃO LÓGICA
A implicação lógica acontece em razão de duas propriedades: a
reflexiva e a transitiva:
Reflexiva: P(p,q,r,..) → P (p,q,r,...)
Transitiva: Se P(p,q,r,...) → Q (p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) → R (p,q,r,..), então
P(p,q,r,...) → R (p,q,r,...)
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Teorema da implicação:
A proposição P(q,r,s,...) implica a proposição Q(q,r,s,...) ou P(q,r,s,...) → Q(q,r,s,...), se e
somente se a condicional é tautológica (isto é, possuem mesmo valor V)

3.5. Relação de equivalência

Suponhamos que tenhamos uma proposição P(q,r,s,...) e Q(q,r,s,...), dizemos que elas são
equivalentes se as tabelas verdades das proposições são idênticas. Usa-se a notação seguinte
para representar essa equivalência:

P(q,r,s,...) ↔ Q(q,r,s,...)

Se as proposições são tautológicas ou contradições, dizemos, por conseguinte, que estas são
equivalentes.

PROPRIEDADES DA EQUIVALÊNCIA LÓGICA


A equivalência lógica faz uso de três propriedades, as quais são
a Reflexiva, Simétrica e a Transitiva:
Reflexiva: P(p,q,r,..) ↔ Q (p,q,r,...)
Simétrica: Se P(p,q,r,..) ↔ Q (p,q,r,...), então
Q (p,q,r,...)↔ P(p,q,r,..)
Transitiva: Se P(q,r,s,...) ↔ Q (p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ↔ R(q,r,s), então
P(p,q,r,s...) ↔ R(q,r,s,...)

Exemplo:
Construindo a tabela verdade para as proposições p→q , ~p v q temos:
p q ~p p→q ~p v q
V V F V V
V F F F F
F V V V V

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F F V V V

Pela tabela, nota-se que os valores de p→q e ~p v q são idênticos; sendo assim, dizemos que
as proposições são equivalentes, ou:
p→q ↔ ~p v q

3.6. Sentenças Abertas e Quantificadores

3.6.1. Sentenças Abertas

Definição: chama-se sentença aberta, sendo apenas de uma variável, uma expressão p(x) tal
que p(a) é falsa (F) ou verdadeira (V) para todo a  A. O conjunto A recebe o nome de
conjunto-universo da variável x e qualquer elemento a  A é um valor da variável x. (FILHO,
2003)

Uma sentença aberta com uma variável é também chamada de função proposicional com uma
variável em A.

Exemplos:
x+1>8
x+2=3
Uma sentença aberta possui o que se chama de conjunto-verdade. Chama-se de conjunto
verdade de uma sentença aberta p(x) em conjunto A, o conjunto de todos os elementos a ⊂
A, tais que p(a) é uma proposição verdadeira (V). Nos exemplos anteriores, temos os
seguintes conjuntos verdades:

a) x + 1 > 8
Vp= {x | x  N ^ x + 1 > 8} = {8, 9, 10, ...} ⊂ N

b) x + 2 = 3
Vp= {x | x  N ^ x + 2 = 3} = {1} ⊂ N
Para uma sentença aberta com duas variáveis p(x, y), o conjunto-verdade é o conjunto de
todos os elementos de A x B, tais que os elementos p(a, b) é uma proposição verdadeira. Isto
é:

Vp = {(x, y) | x A ^ y  B ^ p(x, y)} ou


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Vp = {(x,y)  A x B | p(x, y)}

Exemplo:

Conjunto verdade da sentença aberta “2x + y = 10” em N x N (N é o conjunto dos números


naturais).

Vp = {(x, y) | x, y  N ^ 2x + y = 10} = {(1, 8), (2,6), (3,4), (4,2)} ⊂ N x N

3.6.2. Quantificadores

Os quantificadores são símbolos empregados para expressar a quantidade de elementos em


um conjunto, ou expressão, e emprega-se tanto nos tópicos de lógica matemática, quanto nos
de álgebra linear. São três tipos:

Quantificador Universal: um quantificador usado para se referir a todos os elementos de


determinado conjunto, por exemplo, o símbolo  (lê-se: “para todo”, “qualquer que seja”).

Exemplo:

x N, x + 3 > 9 (lê-se: “para todo x pertencente aos naturais, com x somado a 3 maior que
9)

Quantificador Existencial: um símbolo quantificador que expressa que existe ao menos um


valor contido no conjunto. Usa-se o símbolo  (lê-se: “existe um” ou “existe pelo menos”).

Exemplo:

 x  Z | x + 1 = -1 (lê-se: “existe um x pertencente aos inteiros, tal que x somado a um é -1)

Quantificador de existência e unicidade: quantificador que expressa a existência de um único


x pertencente a um determinado conjunto. Usa-se o símbolo ∃! (lê-se: “existe um único”).

Exemplo:

∃!x  Z | 2x = -2 (lê-se: “existe um único x pertencente aos inteiros, tal que o dobro de x é -2

3.7. Exercícios Resolvidos

1) (CPCON) Das sentenças:

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I. Todo número inteiro possui o seu simétrico?
II. A Guerra dos Cem Anos durou mais de cem anos.
III. O pico na neblina.
IV. O Pico da Neblina.

É(são) proposição(ões) apenas:

A) III e IV D) I e IV
B) I e II E) I, II E III
C) II

Solução: Letra C) II. Apenas em II se pode atribuir um valor de V (verdadeiro) ou F (Falso):

p: “A guerra dos Cem anos durou mais de cem anos.”


~ p: “A guerra dos Cem Anos não durou mais de cem anos.”

2) (VUNESP) Considere cada afirmação e o seu respectivo valor lógico:

I. Ana é advogada ou Clarice é cantora. VERDADEIRA.


II. Beatriz é bancária e Elaine é estilista. FALSA.
III. Ana é advogada ou Débora é dentista. FALSA.
IV. Ana é advogada ou Elaine é estilista. VERDADEIRA.

A partir dessas informações, é correto concluir que

A) Ana é advogada. D) Elaine não é estilista


B) Débora é dentista. E) Clarisse não é cantora.
C) Beatriz não é bancária.

Solução: Usando cada inicial do nome das pessoas, e organizando as afirmações com seus
respectivos conectivos, temos:
I – a v c – V (disjunção inclusiva)
II – b ^ e – F (conjunção)
III – a v d – F (disjunção inclusiva)
IV – a v e – V (disjunção inclusiva)

Se analisarmos III, vemos que as preposições “a” e “d” são falsas, pois o valor da disjunção
inclusiva, que depende de apenas uma para ser verdade, é FALSO. Sabendo disso, e agora
olhando em I, percebemos que “c” é verdade, pois “a” é falso em III.
Em II, percebemos que “b” é falso, pois em IV “e” foi verdade. Com base na análise,
podemos reorganizar de acordo com o valor de cada preposição.
Ana (F) – Ana não é advogada.
Beatriz (F) – Beatriz não é bancária.
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Clarisse (V) – Clarisse é cantora.
Débora (F) – Débora não é dentista
Elaine (V) – Elaine é estilista.

Logo, a resposta correta é a letra C) Beatriz não é bancária.

3) (INSTITUTO AOCP) Seja a sentença “Se Lúcia é médica, então Lucas é professor”,
assinale a afirmativa que apresenta a sentença equivalente à sentença inicial.

A) Se Lucas é professor, então Lúcia é médica.


B) Se Lúcia é professora, então Lucas é médico.
C) Se Lucas não é professor, então Lúcia não é médica.
D) Se Lúcia não é médica, então Lucas não é professor.
E) Se Lúcia não é professora, então Lucas é médico.

Solução: Letra C) Se Lucas não é professor, então Lúcia não é médica.


Em uma relação de equivalência, a primeira proposição necessariamente depende da segunda.
Assim: Se (p) Lúcia é medica → Lucas é professor (q), temos que:

~ q → ~ p: Se Lucas não é professor → Lúcia não é médica.


Isto é, inverte-se a posição das proposições, e negando ambas.

4) (UPENET/IAUPE) Sabendo-se que Rivaldo é pai de Tiago, pai de Carlota, e irmão de


Ângelo que, por sua vez, é pai de Diogo, que é pai de Mariana, conclui-se que:

A) Diogo é irmão de Tiago.


B) Diogo é primo de Tiago.
C) Ângelo é irmão de Tiago.
D) Rivaldo é pai de Diogo.
E) Carlota é irmã de Mariana.

Solução: Em relação a Rivaldo – Pai de Tiago (V) – Pai de Carlota (V) – Irmão Ângelo (V)
Em relação a Ângelo – Pai de Diogo – Irmão de Rivaldo (V)
Em relação a Diogo: Pai de Mariana – Primo de Tiago e Carlota (V)

Logo, vemos que a alternativa correta é a letra B) Diogo é primo de Tiago.

4. Referências

FILHO, Edgard de Alencar. Iniciação à lógica matemática. São Paulo: Nobel, 2002.
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TASINAFFO, Paulo Marcelo. UM breve histórico do desenvolvimento da lógica matemática
e o surgimento da Teoria da Computação. ITA,2008. Disponível em:
http://www.bibl.ita.br/xivencita/COMP07.pdf. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

ABAR, Celina. Esboço do Desenvolvimento da Lógica. PUC SP, 2004. Disponível em:
https://www4.pucsp.br/~logica/Desenvolvimento.htm. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

Biografia de George Boole. Só Matemática. Disponível em:


https://www.somatematica.com.br/biograf/boole.php. Acesso em: 02 de novembro de 2020.

TRIGO, Thiago. Classificação de Proposições Lógicas e Conectivos. Info Escola. Disponível


em: https://www.infoescola.com/matematica/classificacao-de-proposicoes-logicas/. Acesso
em: 02 de novembro de 2020.

RIBEIRO, Amanda Gonçalves. Quantificadores. Mundo Educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/quantificadores.htm. Acesso em: 04 de
novembro de 2020.

Questões de Raciocínio Lógico - Equivalências - Proposições Logicamente Equivalentes para


Concurso. Q CONCURSOS. Disponível em: https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/disciplinas/matematica-raciocinio-logico/equivalencias-proposicoes-logicamente-
equivalentes/questoes. Acesso em: 06 de novembro de 2020.

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