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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

JAQUELINE AMARAL GUIMARÃES

Estudo sobre a Chaminés de Equilíbrio

Poços de Caldas
2021
1) Faça um estudo sobre Chaminés de Equilíbrio

 Definição/ Generalidade:
A chaminé de equilíbrio é um reservatório de eixo vertical, normalmente posicionado no
final da tubulação de adução de baixa pressão e a montante do conduto forçado. É um
dispositivo que atua, ao mesmo tempo, na proteção contra as depressões e contra as
sobre pressões, visto que possibilitam a oscilação em massa da água entre a chaminé
e o reservatório de descarga, evitando-se, neste trecho, a ocorrência de variações
elevadas de pressões.
Com a parada do grupo motobomba, e consequente redução da pressão na tubulação,
o nível da água na chaminé (localizada próxima da válvula de retenção) desce,
alimentando a linha de recalque, reduzindo a variação da vazão, e, com isto, reduzindo
o valor da depressão. Em seguida, com a inversão do fluxo e fechamento da válvula de
retenção, o nível da água sobe, transformando a energia cinética em potencial, e, assim,
reduzindo o valor da sobre pressão.
Desta forma, com o afluxo e oscilação da água na chaminé, os efeitos do golpe de aríete
entre esta e o reservatório são evitados. Portanto a chaminé de equilíbrio deverá estar
tão próxima quanto possível da válvula de retenção. Deverá também ter tamanho
adequado para não extravasar, a não ser que conte com vertedouro, e nem esvaziar
para não permitir a entrada de ar na tubulação.
Tal como os reservatórios unidirecionais, as chaminés de equilíbrio põem a água em
contato com a atmosfera. Portanto, em se tratando de água potável, cuidados devem
ser tomados para evitar contaminação.
Ademais, fora as considerações de natureza construtiva e econômica, as chaminés de
equilíbrio constituem dispositivos de elevada eficácia na proteção contra o golpe de
aríete.

 Importância das Chaminés de Equilíbrio em circuitos hidráulicos:


- Amortecer as variações de pressão, que se propagam pelo conduto forçado, golpe de
aríete, decorrente do fechamento rápido da turbina;
- Armazenar água para fornecer a o conduto forçado o fluxo inicial provocado pela nova
abertura da turbina, até que se estabeleça o regime contínuo.
A troca de água entre a chaminé de equilíbrio e a lago artificial é amortecida pelo atrito
na galeria em carga. Este atrito provoca perdas de energia que são, no entanto,
prejudiciais à exploração, diminuindo a queda disponível, pelo que se tenta minimizá-lo
ao máximo. Assim, surge a necessidade de encontrar formas alternativas de aumentar
o amortecimento conseguindo, ao mesmo tempo, diminuir o volume total. Uma dessas
formas passa pela criação de perdas de energia na própria chaminé de equilíbrio através
da alteração da sua forma.
 Funcionamento/ Função:

As chaminés de Equilíbrio mais comuns são divididas em 4 modelos e seus respectivos


funcionamento.

- Chaminés de Equilíbrio Simples


- Chaminés com orifício ou estrangulamento;
- Chaminés diferenciais ou Johnson;
- Chaminés com câmaras.

Chaminés de Equilíbrio Simples:


Este tipo de chaminé assume, geralmente, a forma cilíndrica. É aberta para o exterior e
pode, em alguns casos, ter o eixo inclinado. É comum encontrar-se mais do que uma
chaminé simples em galerias em carga. O seu dimensionamento pressupõe, sempre,
uma altura suficiente para evitar o extravasamento. A entrada é efetuada sem qualquer
tipo de estreitamento. São pouco utilizadas por conduzirem a diâmetros maiores e
consequentemente a maiores gastos.
Chaminés de Equilíbrio com Orifício ou Estrangulamento na Base:
Estas chaminés são caracterizadas pela existência de um estrangulamento na base,
provocando uma perda de carga considerável, sendo a secção desse estrangulamento
ou orifício menor que a secção da chaminé. São indicadas para aproveitamentos com
pequenas quedas, onde qualquer outro tipo de chaminé levaria a dimensões excessivas.

Chaminés de Equilíbrio Diferenciais ou Johnson:


De modo a aproveitar a água descarregada, desenvolveu-se um tipo de chaminés que
permite combinar os dois referidos nos pontos anteriores, chaminés com
estrangulamento e chaminés com descarregador. Este tipo de chaminé, designado por
Chaminé Diferencial, é formado por um poço que descarrega numa chaminé envolvente
podendo, ou não, estar em comunicação com a base do poço através de um orifício.
Chaminés de Equilíbrio com Câmaras:
As chaminés de equilíbrio com câmaras garantem o amortecimento das oscilações
através da perda de energia associada à expansão da água por galerias horizontais ao
longo da chaminé. A chaminé é composta por uma ou mais galerias dispostas em
andares, ligadas ao poço principal vertical. É comum aproveitar as galerias construídas
anteriormente nas rochas para acessos construtivos ou temporários para
desempenharem a função das câmaras horizontais.

 Condição de Estabilidade

Uma chaminé de equilíbrio bem dimensionada atende as características de manter as


amplitudes das oscilações de nível sempre dentro da chaminé, e amortecer rapidamente
estas oscilações (SCHREIBER, 1977).
Com as oscilações de nível d'água na chaminé de equilíbrio, muda a queda disponível
nas turbinas e, consequentemente, a descarga necessária para a geração de uma
potência constante. Em consequência disso, os reguladores das turbinas abrem e
fecham alternadamente até as oscilações praticamente desaparecerem. Além da
inconveniência dessas movimentações prolongadas dos distribuidores, a variação
alterada da vazão engolida pelas turbinas influência nas oscilações.
Caso a chaminé não consiga amortecer as oscilações de forma a estabilizar o sistema,
diz-se que a chaminé não é hidraulicamente estável. As instabilidades das chaminés
podem ser de pequena amplitude, as quais são geradas por pequenas oscilações
aleatórias, e de grande amplitude, sendo estas produzidas por mudanças significativas
no regime de funcionamento da usina.
Os trabalhos sobre pequenas oscilações de Thoma 1910 e Jaeger, 1960 apud YE et al.
(1992), mostraram que, tendo-se um regulador automático de turbina sob condição
isolada de carga, a chaminé de equilíbrio será hidraulicamente estável somente se a
sua área da seção horizontal exceder a um certo valor mínimo. Este valor é geralmente
chamado de Área de Thoma (AT), a qual é função de parâmetros do conduto e da vazão.
Se a condição não é satisfeita, o resultado será a instabilidade.
Referências Bibliográficas
MACEDO, JOÃO PEDRO. “AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO E DIMENSIONAMENTO
HIDRÁULICO DE CHAMINÉS DE EQUILÍBRIO EM APROVEITAMENTOS HIDROELÉTRICOS”, Editora
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto: FEUP – Porto, Portugal – disponível em:
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/68446/1/000154644.pdf - PDF. Acesso em:
04 de junho de 2021

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