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ROTEIRO PARA EXAME CLÍNICO E NECROPSIA DE AVES

Adaptado de: Guide for diagnosis of common poultry diseases


Benjamín Lucio-Martinez (Cornell University)

Parte I: Exame clínico e necropsia de aves


É importante realizar o exame do lote como um todo, obtendo-se uma história
completa do caso, examinando-se tanto as aves mortas quanto as doentes e as
aparentemente sadias. É imprescindível que o número de aves remetido ao laboratório
se constitua numa amostra representativa do problema sanitário existente no lote.
1. Anamnese:
Informações sobre início e evolução da doença, incluindo dados como: Linhagem,
idade, mortalidade, morbidade, finalidade da criação, ração, água, vacinas,
medicamentos, densidade do lote, histórico de ocorrência de outras doenças na
propriedade, etc.
2. Exame clínico da ave
2.1 Atitude e movimentos
Depressão, fraqueza (pernas), incoordenação, tremores, paralisia (asa, pernas,
pescoço), movimentos anômalos, torcicolo e outros.
2.2 Alterações respiratórias (antes e após o exercício)
Tosse, espirro, estertores, corrimento nasal, respiração, alterada, etc
2.3 Coloração
Crista, barbela, metatarso (anemia, congestão, hemorragias, etc)
2.4 Alteração na pele e tegumentos cutâneos
Crostas, vesículas, nódulos, plumagem, empenamento, etc.
2.5 Estado nutricional
Distribuição da musculatura e peso conforme a idade e finalidade (postura,
corte, “aves caipiras”)
2.6 Aberturas naturais
a) Narinas – exsudato (antes e após pressão dos dedos)
b) Cloaca – sinais de inflamação, diarréia
c) Cavidade oral – exsudato, congestão, ulceras, placas (bolba aviária)
2.7 Presença de ectoparasitas
2.8 Globo ocular
Conjuntivite, coloração da íris, reflexo e contorno pupilar, sinusite
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2.9 Outros
Tumores, abscessos, bicagem e traumas.
3. Colheita de Sangue
a) Para teste em lâminas com antígeno corado para pulorose ou micoplasmose;
colher da veia da asa ou da crista
b) Para testes sorológicos (HI, imunodifusão, ELISA); colher da veia da asa ou
punção cardíaca (pode causar morte da ave)
4. Métodos de sacrifício
4.1 Deslocamento cervical
4.2 Gás, espuma (sacrifício de muitas aves)
4.3 Eletrocussão
5. Exame pos-mortem / Necropsia
a) Umedecer as penas da ave com água ou solução fraca de desinfetante;
b) Colocar a ave em decúbito dorsal com as pernas voltadas para você;
c) Cortar a pele por entre as pernas e abdômen. Com auxílio das mãos, rebater a
pele no sentido cranial expondo toda a musculatura do peito. Com auxílio de
uma tesoura estender o corte ao longo do pescoço da ave, inserindo-se a
tesoura no tecido cutâneo do pescoço, cortando até a mandíbula inferior.
d) Desarticular a articulação coxo-femural;
e) Cortar os músculos abdominais e as costelas na região da articulação.
Levantar toda região peitoral, rebatendo a musculatura para expor os órgãos
“in situ”;
f) Abrir e examinar a cavidade bucal, traquéia e esôfago;
g) Expor todos os órgãos em uma bandeja, identificando e examinando-os;
6. Identificação e exame dos órgãos
a) Sacos aéreos - Os sacos aéreos devem ser examinados logo após o
rebatimento da musculatura peitoral. Os sacos aéreos são estruturas
membranosas, muito finas, transparentes, exceto pela deposição de pequenas
quantidades de gordura na ave sadia.
b) Nervo ciático, e músculos - o nervo ciático é exposto levantando-se o
músculo superficial sobre o lado medial da coxa. Expor os dois nervos,
compará-los quanto à simetria e palpá-los. A musculatura da perna é
examinada com o objetivo de evidenciar-se a presença de hemorragias ou de
descoloração.
c) Articulações da perna e ossos - articulações dos dedos, do jarrete e o do
joelho são examinados para evidência de edema e são abertos à procura de
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exsudato. A epífise distal do fêmur é cortada e a placa de crescimento do
osso e a medula óssea são examinadas.
d) Esterno - faça um corte na extremidade do osso do esterno, usando tesouras
serreadas. Este corte é continuado até exatamente acima da articulação
costo-condral, através da entrada torácica, cortando-se o osso coracóide.
Observar a superfície interna do esterno.
e) Coração e fígado - A junção do saco pericárdico ao esterno é rompida e o
esterno removido. Neste ponto, o coração e o fígado são expostos e amostras
para o exame bacteriológico podem ser tiradas usando-se para isso, um
suabe para perfurar o fígado.
f) O trato gastrointestinal (TGI) é então removido da cavidade peritoneal. Ele
é removido, inserindo-se os dedos, indicador e médio, em torno da moela,
que é o estômago muscular da ave, seccionando transversalmente a região
entre o proventrículo e o esôfago, retirando-se, então, o proventrículo, a
moela, e o intestino (não seccionar ainda entre o reto e a cloaca). Colocar o
TGI externamente à cavidade peritoneal (ao lado da ave).
g) Baço - embaixo do proventrículo está uma estrutura ovóide: o baço; Em
algumas aves, como em pombos, o baço pode ter formato colunar.
h) Alça duodenal, pâncreas e divertículo de Meckel - Imediatamente depois
da moela, nós encontramos a alça duodenal, e dentro da alça, o pâncreas. A
medida em que se vai descendo pelo intestino delgado, há uma outra
estrutura de interesse, uma pequena proeminência no intestino médio. Ela é
conhecida como divertículo de Meckel, e foi o ponto de junção do saco
vitelino ("gema") com o pinto, durante a embriogênese e em um curto
período de tempo após a eclosão.
i) Bursa de Fabricius (BF) - está sobre a parede dorsal da cloaca. A bursa de
Fabricius é um órgão linfóide, onde são formados os linfócitos B,
responsáveis pela produção de anticorpos. Este órgão está presente em aves
saudáveis até elas alcançarem a maturidade sexual. O intestino (porção retal)
pode ser cortado após o exame da BF e deixado de lado para exame
posterior.
j) Coração e fígado - Neste ponto, são examinados o coração e fígado e
coletam-se amostras para histopatologia, se for considerado necessário.
k) Pulmões - Uma vez que o coração e fígado tenham sido removidos, pode-se
examinar os pulmões. Estes órgãos não são mantidos por pressão
intratorácica como nos mamíferos. Eles são mantidos por junção às
estruturas adjacentes, e ao menos que estas junções sejam rompidas, o
pulmão da ave não irá colapsar. O pulmão é separado da caixa torácica,
utilizando-se a extremidade romba da tesoura ou os dedos. Desde que o
pulmão tenha sido removido das costelas, as articulações costo-vertebrais e
os nervos costais se tornam visíveis.
l) Gônadas, adrenais e rins - Imediatamente posterior aos pulmões estão as
gônadas: um par de testis no macho, e um ovário (esquerdo) na fêmea.
Também encontram-se aí as adrenais, que são amareladas e de forma
triangular e os rins, que são multilobulados. Três lóbulos do rim são
aparentes: pronefros, mesonefros, e posnefros. As gônadas e as adrenais são
encontradas na extremidade anterior ao pronefros. Amostras de tecido renal
podem ser obtidas neste momento, desde que o rim seja parcialmente
destruído quando examinando o plexo lombossacral.
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m) Esôfago - Coloque o braço rombudo da tesoura dentro do bico da ave, e
corte na comissura do bico. Continue o corte seguindo o esôfago até o papo.
n) Fenda palatina e seios nasais - Examine a cavidade oral e a fenda do palato.
Corte através do bico, ao nível da narina para expor os turbinados, e continue
o corte através dos turbinados até o sinus infraorbitário, procurando por
evidência de exsudato.
o) Traquéia - Coloque o braço pontudo da tesoura na laringe, e corte abrindo
este órgão, sem separá-lo do corpo da ave. Uma vez que a traquéia tenha
sido cortada, seu lúmen pode ser exposto, deslizando-se a tesoura para cima
e para baixo. Só no ponto de bifurcação da traquéia, dentro dos dois
brônquios principais, nós encontramos a laringe caudal ou siringe. A siringe
é o órgão vocal das aves.
p) Cérebro - para examinar o cérebro e obter amostras, é necessário remover
parte do crânio. Isto é facilmente realizado cortando-se em torno do topo da
cabeça da galinha, começando no forâmen magno.
q) Proventrículo e moela - Separe os estômagos glandular e muscular do
intestino. Corte-os para abrir. Coloque a ponta da tesoura dentro da abertura
do proventrículo e abra-o até a moela. Remova o conteúdo da moela e, se
necessário, lave cuidadosamente para examinar seu revestimento. O
proventrículo é o estômago glandular. A moela, por outro lado, tem uma
cutícula queratinosa, secretada por uma mucosa subjacente (coilina).
Examine a integridade e a coloração do revestimento queratinoso. Após,
remova-o e examine a mucosa.
r) Intestino - Comece abrindo o intestino no duodeno e siga-o através de toda a
sua extensão, incluindo o ceco em seu exame, procurando evidência de
lesões coccidianas e presença de vermes cilíndricos e chatos. Raspe a
mucosa intestinal com uma lâmina e examine-a ao microscópio, com o
intuito de visualizar oocistos de Eimeria spp. e/ou ovos de vermes (em
laboratório).
s) Anote na ficha, todas lesões encontradas no lote necropsiado.

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Parte II - alterações ante-mortem / etiologia

Exame ante-mortem

Caixa de transporte das aves: não descarte a caixa sem procurar por parasitas nas
fendas e frestas, assim como pela evidência de diarréia.
Ácaros nas fendas ou frestas da caixa: Ornithonyssus sylviarum: é um parasita
permanente da galinha. Se presente em grande número, pode ser encontrado na
caixa, bem como sobre o corpo da galinha. Dermanyssus gallinarum (ácaro
vermelho): é encontrado sobre a ave somente durante a noite. Pode estar
presente na caixa durante o dia, se a ave foi pega à noite.
Oocistos de Eimeria sp. ou ovos de parasitas: coccídios, e parasitas intestinais
são muito comuns em galinhas, e podem ser encontrados na ausência de doença
clínica.
Diarréia sanguinolenta: pode indicar infecção por Eimeria tenella, [E. necatrix];
enterite hemorrágica em perus.
Diarréia esverdeada: doença de Marek, tifo, septicemia, viremia (doença de
Newcastle, p.ex.), febre em geral.
Diarréia esbranquiçada: Lesões renais, pulorose.
1. Pescoço
1.1 Paralisia (pescoço flácido): botulismo, pseudobotulismo (doença de Marek).
1.2 Torcicolo, epistótono, opistótono: infecção do ouvido médio, doença de
Newcastle.
1.3 Espondilose: congênito, lesão vertebral do pescoço.
2. Asa e Movimentos de Asa
2.1 Falta de coordenação: doença de Marek.
2.2 Paralisia: doença de Marek, fadiga de gaiola em poedeiras, doença de
Newcastle, encefalomielite aviária em pintos muito jovens, encefalomalácia.
3. Cabeça
3.1 Tremor em galinhas entre 1-4 semanas (e perus): encefalomielite aviária.
3.2 Tiques: doença de Newcastle.
3.3 Torcicolo, opistótono, epistótono: doença de Newcastle, infecções do ouvido
médio (cólera aviária, salmonelose, pseudomonose em pombos),
encefalomalácia (condições septicêmicas em galinhas jovens).
3.4 Cabeça inchada: cólera aviária, septicemia, síndrome da cabeça inchada
(pneumovirose), influenza aviária, doença de Newcastle velogênica
viscerotrópica.
4. Crista e Barbelas
4.1 Falta de desenvolvimento: ave jovem.
4.2 Murcha: doenças crônicas.
4.3 Cianose: febre, septicemia, viremia, cólera aviária, cepas nefrotrópicas de
bronquite infecciosa (pode ter causado o que foi diagnosticado como crista azul
de galinhas no passado), leucose; "cabeça negra" (histomonose), crista azul ou
erisipelose dos perus.
4.4 Necrose aguda em perus: erisipela, cólera aviária.
4.5 Dermatite escamosa: favo (Dermatophyton gallinae).
4.6 Crostas: canibalismo, bouba aviária, favo.
4.7 Pústulas, crostas: bouba aviária.
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4.8 Vesículas, nódulos: bouba aviária, [fotossensibilização], [dermatite
vesicular].
4.9 Necrose: influenza aviária, septicemia, [ulceração por frio (em galinhas
criadas extensivamente)].
4.10 Edema, inflamação, exsudato caseoso nas barbelas: cólera aviária.
5. Olhos
5.1 Crostas, pústulas em torno do olho: bouba aviária.
5.2 Adesão das pálpebras: bouba aviária, laringotraqueíte infecciosa, coriza
infecciosa, [deficiência de vitamina A].
5.3 Pulgas sobre a pele, ao redor do olho: Echidnophaga gallinaceae.
5.4 Descoloração, ou deformação da íris (assimetria ou cegueira): doença de
Marek.
5.5 Hemorragia da pálpebra: laringotraqueíte infecciosa.
5.6 Exsudato caseoso entre a pálpebra e a córnea: bouba aviária, aspergilose,
[Oxyspirura mansoni (nematódeo da terceira pálpebra), deficiência de vitamina
A].
5.7 Opacidade da córnea: doença de Marek, doença de Newcastle velogênica.
5.8 Panoftalmite: Salmonella sp., Pseudomonas sp., Aspergillus sp., e outras
septicemias, particularmente nas primeiras semanas de vida.
5.9 Cegueira: doenças acima, glaucoma [predisposição genética].
6. Narinas
6.1 Descarga nasal: bronquite infecciosa, doença de Newcastle, micoplasmose,
coriza infecciosa (mau cheiro).
7. Penas
7.1 Crescimento irregular das penas: síndrome de má absorção, [deficiências de
aminoácidos].
7.2 Perda de penas: muda natural ou induzida, [ácaros (Knemidocoptes gallinae,
Megninia)].
7.3 Penas quebradas: alojamento em gaiola, deficiência de aminoácidos.
7.4 Penas muito facilmente destacáveis: botulismo, dermatite gangrenosa.
7.5 "Lêndeas" na base das penas, presença de piolhos: infestação por piolhos.
7.6 Pulgas
7.7 Moscas: Pseudolynchia canariensis, em pombos.
8. Cloaca
8.1 Penas da cloaca sujas: (veja diarréia no início deste artigo).
8.2 Penas da cloaca "encarvoadas", presença de ácaro: Ornithonyssus sylviarum.
8.3 Sangue nas penas da cauda e/ou asa: canibalismo.
8.4 Sangue sobre a cloaca: prolapso de cloaca, canibalismo.
8.5 Prolapso de pênis em patos e outras aves aquáticas: enterite viral de patos
(peste dos patos).
9. Pele
9.1 Hemorragias: anemia infecciosa das galinhas, hepatite por corpúsculo de
inclusão.
9.2 Inflamação do folículo da pena: doença de Marek.
9.3 Pústulas, crostas: bouba aviária.
9.4 Crostas: favo (Dermatophyton gallinae).
9.5 Gangrena úmida: dermatite gangrenosa (Clostridium septicum e infecção por
Staphylococcus spp. em galinhas imunodeprimidas).
9.6 Gangrena seca: erisipela.
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9.7 Vesículas: bouba aviária, dermatite vesicular (infecção por Staphylococcus
sp.).
9.8 Enfisema subcutâneo: ruptura de saco aéreo.
9.9 Pele engrossada (aparência de pasta): xantomatose.
10. Jarretes, pés
Examine os jarretes da ave, procurando edema, que possa ser evidência de
artrite, e também examine os pés, verificando a presença ou não de anomalias,
tais como: endurecimento de excreta, e crescimento anormal das unhas.
10.1 Edema na articulação do jarrete: com exsudato amarelo claro - infecção por
Mycoplasma gallisepticum; cor de rosa - infecção por Mycoplasma synoviae;
turvado ou caseoso - estafilococose, estreptococose, salmonelose, etc.
10.2 Encurtamento do tendão (gastrocnêmio): perose.
10.3 Engrossamento dos ossos: osteopetrose.
10.4 Aumento da epífise, curvatura dos ossos: raquitismo.
10.5 Ruptura do tendão gastrocnêmio: artrite viral.
10.6 Eritema dos jarretes: septicemia - dermatite gangrenosa; estafilococose;
viremia - doença de Newcastle, influenza aviária.
10.7 Hiperqueratose dos jarretes e metatarso: ácaro escamoso das pernas
(Knemidocoptes mutans).
10.8 Despigmentação em poedeiras: fêmeas que vem produzido ovos há várias
semanas.
10.9 Despigmentação em frangos de corte: síndrome de má absorção ou
deficiência de pigmentos na ração.
10.10 Rachaduras sobre a pele interdigital: deficiência de biotina, ácido
pantotênico.
10.11 Almofada plantar edemaciada: abscesso da almofada plantar, gota.
10.12 Necrose do dedo: trauma mecânico, ulceração por frio.
10.13 Excrementos encrostados: cama úmida.
10.14 Unhas dos dedos supercrescidas: alojamento em gaiola.
11. Sangue
11.1 Gotículas de gordura no sangue: parasitas sangüíneos: Haemoproteus
columbiae, espiroquetas em pombos.
11.2 Hematócrito baixo: anemia infecciosa das galinhas, leucoses, hepatite por
corpúsculo de inclusão.
No próximo artigo, discutiremos as alterações postmortem

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Parte III - lesões post-mortem / etiologia

1. Articulação coxofemoral
1.1 Erosão da cabeça do fêmur ou cabeça do fêmur quebrada: necrose da
cabeça do fêmur, osteomielite. (a cartilagem pode ser separada facilmente até
em galinhas normais).
2. Pele da coxa, perna, peito e músculos
2.1 Aumento do folículo da pena: doença de Marek.
2.2 Depenamento muito fácil: botulismo, dermatite gangrenosa.
2.3. Transudato sanguinolento sob a pele: dermatite gangrenosa, diátese
transudativa (deficiência de vitamina E / Se).
2.4 Petéquias nos músculos: sacrifício da ave, doença de Gumboro, anemia
infecciosa das galinhas, hepatite por corpúsculo de inclusão, aflatoxicose,
intoxicação por sulfa.
2.5 Necrose muscular: músculo branco (deficiência de vitamina E / Se),
aplicação de vacinas emulsificadas com óleo ou antibióticos.
2.6 Músculos congestos: desidratação, septicemia, viremia (febre).
2.7 Músculos emaciados: doença de Marek, leucose linfóide, condições
crônicas.
2.8 Tumores musculares: doença de Marek.
3. Sinus infraorbitário
3.1 Edema ou inflamação: laringo-traqueíte infecciosa, varíola aviária (bouba
aviária), Mycoplasma gallisepticum, coriza infecciosa tem um "mau cheiro".
3.2 Hemorragia: laringotraqueíte infecciosa.
3.3 Exsudato caseoso: laringotraqueíte infecciosa, varíola aviária,
Mycoplasma gallisepticum em perus, coriza infecciosa.
4. Orofaringe
4.1 Bico amarelo em poedeiras: não está em produção ou está recentemente
começando.
4.2 Bico pálido em poedeiras: em produção ou recentemente fora de produção.
4.3 Bico supercrescido ou calos no bico: técnicas de debicagem defeituosa.
4.4 Engrossamento da comissura do bico: micotoxinas, (vistas mais
freqüentemente quando aves são alimentadas com ração farelada, ao invés de
peletizada).
4.5 Rachaduras na comissura do bico: deficiência de biotina, ácido
pantotênico.
4.6 Exsudato caseoso na fenda do palato: cólera aviária, varíola aviária
diftérica, e outras doenças respiratórias.
4.6 Manchas brancas: deficiência de vitamina A.
4.7 Pseudomembranas na faringe e traquéia: forma úmida da varíola aviária,
tricomoníase em pombos.
5. Traquéia
5.1 Traqueíte necrótica: laringotraqueíte infecciosa, forma úmida da varíola
aviária.
5.2 Hemorragias na traquéia: laringotraqueíte infecciosa.
5.3 Nematódeos hematófagos na traquéia: Syngamus trachea em perus, faisões,
codorna, e outros. [raro em galinhas].

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5.4 Traqueíte catarral: bronquite infecciosa, cepas suaves da doença de
Newcastle, vacinas com vírus vivo contra doença de Newcastle, bronquite
infecciosa, [laringotraqueíte infecciosa].
6. Quilha
6.1 Bursite da quilha (edema, inflamação e/ou exsudato caseoso na bursa da
quilha): manqueira, prostração devido a outras doenças, cama com pouca
espessura de maravalha, cama úmida, piso duro.
6.2 Deformação da quilha: Raquitismo, osteoporose.
7 Costelas
7.1 Aumento das junturas costocondrais: raquitismo, osteomalácia.
7.2 Pontos brancos: leucose mielóide.
8. Subcutâneo do pescoço
8.1 Gotinhas de óleo na base do pescoço, abcessos, e/ou granulomas sob a pele
do pescoço: aplicação recente de vacina emulsificada com óleo.
8.2 Edema subcutâneo, pode estar tingido com sangue: doença de Newcastle
velogênica viscerotrópica, influenza aviária.
8.3 Atrofia do timo: doença de Marek, anemia infecciosa das galinhas, doença
de Gumboro.
8.4 Aumento do nervo Vago: doença de Marek.
9. Perna
9.1 Aumento no nervo ciático: doença de Marek.
9.2 Epífise tibial: (proximal).
9.3 Placa de crescimento do osso engrossada: raquitismo.
9.4 Crescimento anormal de cartilagem: discondroplasia tibial.
10. Medula Óssea
10.1 Abscessos: osteomielite.
10.2 Pálida a amarela: anemia infecciosa das galinhas (em pintos de 2-3
semanas de idade), micotoxicose, intoxicação por sulfa.
11 Articulação do jarrete
11.1 Exsudatos: micoplasmose, estafilococose, estreptococose, salmonelose,
artrite viral.
11.2 Ruptura de tendão gastrôcnemico: artrite viral.
11.3 Deslocamento de tendão: perose.
12. Almofada plantar
12.1 Abcesso: estafilococose, micoplasmose, estreptococose, "pé inchado".
12.2 Deposição de uratos: gota.
13. Cavidade abdominal
13.1 Ascite: síndrome ascítica (hipóxia e outros fatores), adenocarcinoma,
[intoxicação por sal, envenenamento com fenol em galinhas jovens],
[intoxicação crotalária], [síndrome tóxico gordurosa].
13.2 Hemorragias: ruptura do fígado devido à síndrome do fígado gorduroso
ou outras causas (leucose linfóide, por exemplo); hemorragia capsular perirrenal
e ruptura da aorta em perus.
13.3 Peritonite: viremia, septicemia.
13.4 Ovos (parcialmente ou completamente formados) na cavidade abdominal:
disfunção do oviduto (septicemia, viremia).
14. Sacos Aéreos
14.1 Exsudatos, vascularização: doença crônica respiratória (DCR), outras
infecções respiratórias, peritonite.
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14.2 Nódulos brancos (granulomas): aspergilose em pintos jovens (perus, aves
de caça, e outras aves são suscetíveis em idade mais avançada. Pode haver
colônias fúngicas nos sacos aéreos).
15. Glândula Paratireóide
15.1 Aumento: raquitismo, osteomalácia.
16. Bursa de Fabricius
16.1 Atrofia: doença de Gumboro, aflatoxicose, doença de Marek, anemia
infecciosa das galinhas.
16.2 Inflamação e edema: estágios iniciais da doença de Gumboro.
16.3 Crescimento tumoral: leucose linfóide, [doença de Marek].
16.4 Exsudato: doença de Gumboro, doença de Newcastle viscerotrópica
velogênica.
16.5 Necrose epitelial: doença de Newcastle viscerotrópica velogênica.
17. Pulmão
17.1 Aumento, consolidação: DCR, cólera aviária, Mycoplasma meleagridis
(sinusite infecciosa dos perus).
17.2 Nódulos brancos (granulomas): aspergilose, pulorose.
18. Costelas
18.1 Deformação: raquitismo.
18.2 Costelas frágeis: osteoporose.
18.3 Fratura da vértebra torácica: osteoporose (fadiga de gaiola em poedeiras).
18.4 Petéquias na caixa torácica: septicemia, viremia.
18.5 Aumento do plexo braquial: doença de Marek.
19. Testis
19.1 Tumores: doença de Marek, leucose linfóide.
19.2 Coloração escura: septicemia.
20. Ovário
20.1 Tumores: doença de Marek, leucose linfóide, adenocarcinoma (em
poedeiras velhas).
20.2 Forma anormal do óvulo: septicemia, viremia, manipulação brusca, falta de
água e/ou comida.
20.3 Óvulo descorado: septicemia.
21. Rim
21.1 Tumores: doença de Marek, leucose linfóide.
21.2 Nefrite: falta de água, doença de Gumboro, bronquite infecciosa.
21.3 Aumento do plexo ciático: doença de Marek, deficiência de riboflavina.
22. Coração
22.1 Coração Aumentado: síndrome ascítica, endocardite vegetativa;
hemorragia perirrenal capsular em perus, coração arredondado de perus.
22.2 Pericardite: DCR.
22.3 Nódulos brancos: Salmonella pullorum e aspergilose nos jovens de várias
espécies, doença de Marek em galinhas mais velhas.
22.4 Necrose miocárdica: [listeriose].
22.5 Endocardite: erisipela, estreptococose.
22.6 Petéquias na gordura coronária: septicemia (pasteurelose), viremia.
23. Fígado
23.1 Aumentado, pálido e com nódulos: doença de Marek, leucose linfóide.
23.2 Aumentado, necrose focal, coloração esverdeada: salmonelose (tifo).
23.3 Aumento, coloração esverdeada: Mycoplasma synoviae.
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23.4 Necrose focal do fígado: septicemia.
23.5 Aparência acinzentada do fígado: infecções clostridiais, e outras
septicemias.
23.6 Grandes áreas necróticas com hemorragia: histomoníase em perus e aves
de caça.
23.7 Camada de fibrina sobre o fígado: DCR, colibacilose, outras septicemias.
23.8 Petéquias no fígado: hepatite por corpúsculo de inclusão, síndrome do
fígado gorduroso.
23.9 Amarelo, fígado gorduroso (normal em pintos recém eclodidos): síndrome
do fígado gorduroso (podem ser petéquias ou grandes hemorragias),
aflatoxicose.
24. Baço
24.1 Aumento: doença de Marek, leucose linfóide, doença de Gumboro,
viremia, salmonelose, cólera aviária, outras septicemias; doença do fígado
marmorizado de faisões; enterite hemorrágica de perus.
24.2 Infarto: envenenamento com sulfa.
25. Intestino proximal
25.1 Entumescimento: decomposição (tempo longo entre morte e necropsia).
25.2 Entumescimento com constrições verticais, "semelhante a salsicha":
Eimeria necatrix.
Serosa intestinal
25.3 Manchas brancas minúsculas e petéquias minúsculas: Eimeria necatrix.
25.4 Nódulos: doença de Marek, leucose linfóide, adenocarcinoma (em
poedeiras jovens).
25.5 Granulomas: [coligranuloma, tuberculose].
26. Pâncreas
26.1 Manchas brancas: pancreatite infecciosa (associada com síndrome de má
absorção), [crista azul de galinhas].
27. Proventrículo
27.1 Parede aumentada: doença de Marek.
27.2 Hemorragia: doença de Newcastle velogênica viscerotrópica, influenza
aviária, septicemia.
27.3 Manchas parecidas com hematomas: nematódeo Tetrameres americana.
27.4 Hemorragia (acompanhada com aumento de parede): doença de Marek.
28. Moela
28.1 Erosão: aflatoxina, gizerotoxina, fome, estresse, nematódeos em gansos.
28.2 Coloração esverdeada da parede: regurgitação de bile.
28.3 Perfuração da moela: aflatoxina, gizerotoxina, estresse severo, corpos
estranhos, etc.
29. Intestino
29.1 Parasitas: Ascaridia galli (mais comum dos nematódeos em galinhas),
tênias.
29.2 Enterite: erisipelas, septicemia.
29.3 Enterite severa em perus: enterite coronaviral, enterite hemorrágica.
29.4 Linhas brancas através da mucosa duodenal: Eimeria acervulina.
29.5 Manchas brancas sobre a mucosa duodenal: Eimeria mivati.
29.6 Ulceras semelhantes a botões sobre a mucosa intestinal e as tonsilas cecais:
doença de Newcastle velogênica viscerotrópica, enterite viral de patos (peste
dos patos).
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29.7 Úlceras hemorrágicas superficiais: enterite ulcerativa (doença da
codorna), (ocasionalmente vista em galinhas imunodeprimidas).
29.8 Enterite severa, e hemorragia do intestino médio: Eimeria necatrix
(somente esquizontes são encontrados em raspados);
29.9 Exsudato cremoso (cor laranja ou tingido com sangue) no intestino inferior:
Eimeria maxima.
29.10 Necrose coagulativa do reto e ceco inferior: Eimeria brunetti.
30. Endoturbinado
30.1 Exsudato: DCR, bronquite infecciosa, coriza infecciosa, doença de
Newcastle, infecções por Mycoplasma gallisepticum e M. synoviae, bronquite
infecciosa das codornas (codorna), clamidiose (pombos, perus).
31. Esôfago
31.1 Placas brancas: deficiência de vitamina A.
31.2 Pseudomembranas: varíola aviária, tricomoníase em pombos.
31.3 Engrossamento da parede: capilaríase em pombos e aves de caça,
candidíase.
32. Papo
Igual no esôfago, e:
32.1 Sangue fresco: má cauterização na debicagem.
32.2 Líquido escuro (sangue digerido): perfuração da moela.
32.3 Distendido: papo pendular em doença de Marek, impactação do papo.
33. Cérebro
33.1 Petéquias, malácia, e/ou edema do cerebelo: encefalomalácia (deficiência
de vitamina E / Selênio).

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